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J
... inspeciona os caminhos do espaço
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ECONtíMICO SOB OS auspícios DO ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SAO PAULO E on FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUMARIO Pi0«
Ülrollo Comercial e Economia Dirigida — Prof- Joseph Hamel A Moeda Escriturai — Richard Lewinsohn
^
gj
Protecionismo e Industriallsmo — Aliomar Baleeiro
3T
A Acumulação das Riquezas — Alde Sampaio .•••
O Balanço de Contas do Brasil na Aluai Conjuntura Ec^omca
Roberto Pinto de Sousa
O Sindicalismo no Brasil — Clóvis Leite Ribeiro
i,','i" j" "lã""" «t
Meio para Remediar a Balança de Pagamenlos Dcsíavorá^e^^ do^ Br^U^"Inspeloiciide linhu" cJa rspsço. ãos meirorulugistt)
cabe papel prepondi-ronle na eficiência do serviço aereo. Grncas ú vigilância de aeu Departamento de Meteorologia, que Ininlerruplamente Inspeciona as estradas do ceu, sempre que um de Aerovioa Brasil levanta vòo. os sinais do tráfego aírro
Av.nidj Kie Bumo,|T7 A llo|.) • VtnJi» de PiiiiK.nai Ji B99I * II'I9>9 de Inlnimi^òei
Ar,rM.u CM sAo poaoi
Kuj Libera Bidáro, .170 V«a«Jd«
I'««t8grn>
iulorcn^V^''
*
6 61)0
92 91
Ressurgimento Amazônico — Pimcntcl Gomes
|i'
Aspectos da Influência Francesa no Brasil — O^vio Tarquinio de Sousa ..••
Financiamento da Construção e Conservação de Eslraaas - Guilherme Moojen Dificuldades do Controle Monetário — Djacir Menezes
Que é um Problema Social? — L, A. Costa Pm^ J 'II'
/
Orçamentos Industriais e Comerciais — Dr. G. Robert Hohentein
Brasil a di^er, quando desembarcam "Kol umu utlma viagemr
• ■•••
Brasilio Machado e a Academia — Ernesto Leme
I2-TU*B « |]-S4«1
Ceiêncii: ll-iiCd
R«i«rt«
pulro dos muitos fatúres que levam ua piiisigelros de AerojvlU
85
História Econômica - Um Debate sôbre o
A Indústria da Eletricidade em Minas — Osono da Rocha Diniz ,
estão ostentando a luz verde — gorantla de caminho livre. Ene Ene i♦>.' NO «IO III (*Nfr«o-
Temas e Problemas em Debate — Dario de Almeida Magalhães A Produção e a Técnica — Nelson Werneck Sodre
A-
Woodrow Wilson Evangelizador da Paz e da Liga das Nações —
Rodrigo Soares Júnior
A Grandeza o a Miséria dos Planos — Cândido Mota Filho
105 113 118
»6
136
144 151 158 189
o DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ Á VENDA
nos pniicipais pontus do jornais no Brasil,
yivi^u de CrS 3,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
'ndustrias de Artefatos de Borracha e^CalçadoS
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.
Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
NOSSAS
ESPECIALIDADES#
Rio de Janeiro CALÇADOS EM GERAL — Ctlçados de couro com toUi de
bomch*. para bomeiu, lenhoru e crianças. Tênis e calçado*
Alagoas: Manuel Espíndola. Praça Pe dro II. 49. Maceió.
de lona para esportes e praia. Paraná: J. Gliiagiiuiic, Rua 15 de No-
ARTEFATOS PARA CALÇADOS—Saltos e capas de bomch»
venibio. 423, Curitiba.
Agência Freitas. Rua Joa
quim Sarmento, 29. Manaus.
Rua do Imperador. 221, 3.o andar.
cha. Cortidte para calçados de homens e crianfu Tira d.r
Recife.
bgaçio. Outras miudezas.
Pernambuco:
de Souza & Cia,,
K. Saldanha da Gama, C. Salvador.
Chlnaglia,
para saltos. Solas de borracha para calçados de homens,senhoraf e crianças. Lençóis de borracha para solado. Vlrolas de bar»*
Fernando
Piauí: Cláudio M. Tole, Tercsina.
ARTEFAT-f DE BORRACHA EM GERAL-Fios elisticoe
Rio do Janeiro; Fernando Cliinaglia,
de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fíos, <Mtis elísricas e para hospitais. Tapetes de borracha, de-
Cearà: J. Ajaòr de Albuquerque & Cia Piaça do Fcnoira. C21. Fortaleza.
Av
Espirito Santo: Viuva Copotilo 8c Fi-
Vüória"^ Jerônimo Monteiro. 301. Goi^: João Manarino. Sua Setenta A
Vargas, 5ü2, 19.o
sincupídores para pias, p£s de cadeira, pneumiticos e cordfie*
Rio
Grande
para rodas de velocípedes, Pocaros, guamições de borracha para do
pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas pm Bns industriais e mais uma infinidade de produtos de borraÂs-
Norle: I,uí:: Roínâo.
Avenida 'i"avnre.s I-ir.-i, -IH. Natal.
Rio Grande do Sul; Sòrnontc para Por to Alegre: Oclavio .Sagebin. Rua
GoKinia.
Maranhão:
Pre.sídente
andai'.
Livraria Uhiversal. Rua
João Lisboa, 114, São Luiz.
7 dt; Setembro, 7H9. Porto Alegre Ha;a locai.s ícjr.a de Porto Alegie
Fernando Chinaglia. K. de Janeiro
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro Üc Cia., Pça. da República, 20. Ciuaba.
Uii.^ Felipe .Sehinidt. 8. B'iorianóp Minas Gerais: Joaquim Moss Velloao
Avenida dos Andradas. 330, Belo Horizonte.
Pará: Aibano H. Martins &c Cia., Tra vessa Campos .Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, R\ia Ba rão do Triurifo. 510-A. João Pes.ioa.
FIBRICIITES DOS IFIMIDOS SILTOS DE BORRICHI o-
Santa Catarina: Pedro Xavier &: Cia.
Sao Paulo: A Inlolcclu.nl. Ltda., Via
duto S.anta Efigcnia, 281. S. Paulo. Sorgips: Liviaria
FÁBRICAS > Roa Marajó/ 136/156
Roa Casario Alvlnt/ 297
Regina Ltda., Rua
Jü;"io Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: Diôgenes de Oli veira. Rio Branco.
Roa
ESCRITÓRIOS Morajó/ 136 São Paulo
PETTINATJ-C-l-d
.i.àtLbuaiàài'i 1 1 iiilit'iá
TELEFONES
Gerencia
— 9>3205
Confadorio — 9-3200 Vendas — 9-5844
Endereço TelegrôFicoi CAMPANA
MARCA REGIS RADA
o DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ Á VENDA
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Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
NOSSAS
ESPECIALIDADES#
Rio de Janeiro CALÇADOS EM GERAL — Ctlçados de couro com toUi de
bomch*. para bomeiu, lenhoru e crianças. Tênis e calçado*
Alagoas: Manuel Espíndola. Praça Pe dro II. 49. Maceió.
de lona para esportes e praia. Paraná: J. Gliiagiiuiic, Rua 15 de No-
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venibio. 423, Curitiba.
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quim Sarmento, 29. Manaus.
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cha. Cortidte para calçados de homens e crianfu Tira d.r
Recife.
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Fernando
Piauí: Cláudio M. Tole, Tercsina.
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Vargas, 5ü2, 19.o
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Grande
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Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro Üc Cia., Pça. da República, 20. Ciuaba.
Uii.^ Felipe .Sehinidt. 8. B'iorianóp Minas Gerais: Joaquim Moss Velloao
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Pará: Aibano H. Martins &c Cia., Tra vessa Campos .Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, R\ia Ba rão do Triurifo. 510-A. João Pes.ioa.
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Santa Catarina: Pedro Xavier &: Cia.
Sao Paulo: A Inlolcclu.nl. Ltda., Via
duto S.anta Efigcnia, 281. S. Paulo. Sorgips: Liviaria
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Roa Casario Alvlnt/ 297
Regina Ltda., Rua
Jü;"io Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: Diôgenes de Oli veira. Rio Branco.
Roa
ESCRITÓRIOS Morajó/ 136 São Paulo
PETTINATJ-C-l-d
.i.àtLbuaiàài'i 1 1 iiilit'iá
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Gerencia
— 9>3205
Confadorio — 9-3200 Vendas — 9-5844
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MARCA REGIS RADA
mI
POTÊNCIA Eina
6
o
acumulador de conrion-
ca.construido
para
atender,
com sobra, a todas as
necessida
alimento ideal
& BASE DE
des do sistema elé trico de seu cfirro.
^cUMU&ddó^tí
PRODUTO
DA
GENERAL
MOTORS
Para vendas e seiviso procure os disir.butdores e concessionários iki
GENERAL MOTORS DO BRASIL S. A. .. _ —.T-.
mI
POTÊNCIA Eina
6
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necessida
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des do sistema elé trico de seu cfirro.
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PRODUTO
DA
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MOTORS
Para vendas e seiviso procure os disir.butdores e concessionários iki
GENERAL MOTORS DO BRASIL S. A. .. _ —.T-.
1 3
PORTO
ADRIANO PONTAS A LAMIIVA DE
ROíaiivas
MAIOR VEXDA MUI^DIAL
Longa duraçãor graças aos rolamen< tos SKi^de que estão providas as
Pode*se aumentar consideravelmente a velocidade de corte' devido ao me
pontas.
lhor apoio que oferecem estas pontas
Ausência absoluta de iolga dada a
rotativas.
ejustabilidade dos rolamentos.
As nossas pontas rotativas não reque
A ponta rotativa pode ser apertada mais rigidamente do que unfã ponta fixa comum, proporcionando, assim,
rem retificação e não se aquecem.
melhor centragem da peça de trabalho.
íl
O centro da peça de trabalho não se
GQMPaNHin SKPdo brasil
desgasta nem precisa de lubriücação.
ROLAMENTOS
1 3
PORTO
ADRIANO PONTAS A LAMIIVA DE
ROíaiivas
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Longa duraçãor graças aos rolamen< tos SKi^de que estão providas as
Pode*se aumentar consideravelmente a velocidade de corte' devido ao me
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ROLAMENTOS
'•W
...
, MonSANTO ChEMICAL CoMPANY 4 ..
ONYX INTERNATIONAl
St. loüi» - USA
i«rtey Ciiy - USA
Produtos intermediários. Produtos químicos poro todos as índúsirios, inseticidas, herbíci-
dos. rodenlicidos. Motcriois plásticos. Colos
Produtos poro omociomento. desengorduromento. tingimento, ocabomento. etc., no indústrio têxtil.
poro compcnsodos, etc.
oi
DURAND & HUGUÊNIN S. A.
FABRIQUE ZÜRiCOiSE DE
6os<<c-o'Suifo
GAZES À BLUTER Zuriaue - Suico
Coramos oo cromo especiois poro
cstomporio de olgodõo. sedo, "rayon". etc.
Coces de sedo poro quadros de estamporio. Gozes de sedo
Corantes "Indígosol"
poro peneiras, etc.
VENANGO ENGINEERING
IRE ürDAIUUC PRE5S MF6. CO.
Ph^odctphio - USa
I)
MouAt 0*leod .USA
Máquinos pncurnóticos poro
Prensor e máquinas hidráulicas
tingímenio de mcddos, meios,
poro injeção e moídagem de rnotérios
fios em roços, etc.
plásticos
l' DOLLFUS & NOACK S, A.
V
BUrFALO-ElECTRO-CHEMlCAL Co litc
Ftonçc
Budolo • USA
Peróxido de hidrogênio poro
feliros e panos técnicos
olvejornenlos nos indústrias de
poro todos cs indústrias
tecidos e de popel, processos
j químicos, fins sanitários, etc.
tfif Representocôes poro o Brosíl de
UM CIGARRO DE LUXO ^'3 TIPO AMERICANO
PRODUTO SUDAN S/A
r
.1"''
y-
RIO DE JANEIRO
SÀO PAULO
CURITIBA
Ruo Conselheiro Saroivo, 16
Ruo Morlim Burchord, 60B
R. Cel, M, Borrelo Moncloro, 405
Coixo Postal, 237 • Tet.i 23-5516 Coixo Postol. 1685 - Tel.s 3 3154 Coixo Postol, 680 « Tel.: 3-492
Tolegromas: "COLOR"
Telegramas: "COLOR"
Agentes nos pritscipois cidades do pois
• "nelegramat: "COLOR"
'•W
...
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DURAND & HUGUÊNIN S. A.
FABRIQUE ZÜRiCOiSE DE
6os<<c-o'Suifo
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Coramos oo cromo especiois poro
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Coces de sedo poro quadros de estamporio. Gozes de sedo
Corantes "Indígosol"
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VENANGO ENGINEERING
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Ph^odctphio - USa
I)
MouAt 0*leod .USA
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Budolo • USA
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SÀO PAULO
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Ruo Conselheiro Saroivo, 16
Ruo Morlim Burchord, 60B
R. Cel, M, Borrelo Moncloro, 405
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Dium emdiiico
Direito Comércial e Economia Dirigida
6 MUHDO DOS N16ÚCI0S HUU PANORIHS HEHSIl Publicado «ob os ouspicio* da
ASSOCIflCdO COMERCIALDE SAO PAULO
Professor Joseph Haj.íeIí
(Professor Catedrático de Direito Comercial da Universidade de Paris)
federação 0*0 COMÉRCIO 00
Que as minhas primeiras palavras se
ESTADO DE SAO PAULO
o Digesto Econômico publicará no próximo número: Diretor:
Antonlo Goz^lo de C&rraUie
O INTERÊSSE DO DIREITO COM
PARADO NO MUNDO DOS NEGÓ CIOS - Prof. Rcné Davi.
Econômico. órgSo de in-
fo^çoes econômicas e financei"Mensalmente pela Edltôra Comercial Ltda.
AJUSTES ENTRE EMPRESAS NA "CARTA DE
HAVANA" - Prof.
Teotônio Monteiro cie Barros Filho. responsabiliza pelos dados cujas®® fontes estejam devidamente citadas, nem pelos
nados
®™itldos em artigos assi-
JOAQUIM MURTINHO - Deolindo Amorím.
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
D i g esio
Econômico.
O CAFÉ NA ECONOMIA NACIONAL — Amóbio Graça.
iiminmniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii""'"^^
jam de agradecimento ao excelente colega e amigo. Professor Ernesto Leme,
A convite do Instituto dos Advogados, estiveram em São Paulo os juristas fran-
pelas referências, demasiado elogiosas, cjue acaba de fazer à minha pessoa.
seph Hamel, o último dos quais realj-
Fico-lhe, por isso, infinitamente reco nhecido. Permita-me, aliás, responder-
lhe que, se terá, como afirmou, ao vi sitar o meu País, a impressão de estar realizando uma viagem de regresso, nós,
cêses Marc Ancel, Charpentier e Jo
^ zou, sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Cojíjórcio do Estado de São Paulo, uma conferência sôhre "Direito Comer' ciai e Economia Dirigida".
desde que chegamos ao Brasil — e falo,
Graças a uma gentileza do Professor
também, em nome dos meus companhei ros de comitiva — vimos e.xperimentando a sensação de não termos saído de nossa Pátria. Aqui, com efeito, encontramos,
Paulo Barbosa de Campos FUho, prèsi^ dente daquele Insdtuto, que se pronti ficou a traduzi-la de notas taquigráficas,
tradições que sempre cultuamos e as
pode o "Digesto Econômico" publicar no presente número êsse valioso trabalho, que se reveste de atualidade e de alto
mesmas esperanças que temos sempre
cunho didático.
no meio intelectual brasileiro, as mesmas
acalentado.
Devo dizer-vos, ainda, que, entre a
civilização francesa e a da vossa cidade
«imiiiiiMiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiii"""
siderável: é que não aprendemos ainda
tuais que sempre manteve com os países da América latina, em particular com o
AMERICAINS" - José Luiz de Al
a construir esses magníficos edifícios de vinte andares, nem dispomos dessa vida
êste país animados do desejo de mostrar
meida Nogueira Pôrto.
superabundante que tanto nos surpreen
o quanto nos aproximamos no terreno intenção de nos relacionar convosco,
Cr$ 36.00
de, logo à nossa chegada. Sabei, portanto, que é com um sen timento de profunda afeição que me di
Número do mês:
Crf 3 00
rijo ao Professor Leme, meu colega e
Atrasado:
Cri 5^00
meu amigo, agradecendo-Die as palavras
♦ '
de São Paulo, há uma só diferença con
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
ASSINATURAS;
DIgeslo Econômico
Ano (simples)
(registrado)
cj-j 30 00
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista. 67 - 7.o andar
TeL 3-7499 — Caixa Postal. 240-B São Paulo
LEBRET E A SUA "LETTRE AUX
Brasil.
Eu e meus colegas viemos a
do pensamento jurídico e trazendo a
servindo-vos nesse magnífico desenvol vimento de cultura que aqui encontra mos 6 que sinceramente admiramos.
que acaba de proferir, não somente em
Eis aí, em resumo, porque é que nos
relação a mim mesmo, como, e princi-
sentimos encantados nesta nossa breve
palinente, em relação à minha Pátria. A França, como o sabeis, passou recen
visita a São Paulo.
temente por grandes infelicidades. De las, porém, já se libertou e anseia, ago ra, por restabelecer as relações intelec-
A quem se interesse, de resto, pelo Direito Comercial, que é hoje, numa conceituação despretensiosa, o direito
dos negócios, não pode ser senão agra»
Dium emdiiico
Direito Comércial e Economia Dirigida
6 MUHDO DOS N16ÚCI0S HUU PANORIHS HEHSIl Publicado «ob os ouspicio* da
ASSOCIflCdO COMERCIALDE SAO PAULO
Professor Joseph Haj.íeIí
(Professor Catedrático de Direito Comercial da Universidade de Paris)
federação 0*0 COMÉRCIO 00
Que as minhas primeiras palavras se
ESTADO DE SAO PAULO
o Digesto Econômico publicará no próximo número: Diretor:
Antonlo Goz^lo de C&rraUie
O INTERÊSSE DO DIREITO COM
PARADO NO MUNDO DOS NEGÓ CIOS - Prof. Rcné Davi.
Econômico. órgSo de in-
fo^çoes econômicas e financei"Mensalmente pela Edltôra Comercial Ltda.
AJUSTES ENTRE EMPRESAS NA "CARTA DE
HAVANA" - Prof.
Teotônio Monteiro cie Barros Filho. responsabiliza pelos dados cujas®® fontes estejam devidamente citadas, nem pelos
nados
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JOAQUIM MURTINHO - Deolindo Amorím.
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
D i g esio
Econômico.
O CAFÉ NA ECONOMIA NACIONAL — Amóbio Graça.
iiminmniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii""'"^^
jam de agradecimento ao excelente colega e amigo. Professor Ernesto Leme,
A convite do Instituto dos Advogados, estiveram em São Paulo os juristas fran-
pelas referências, demasiado elogiosas, cjue acaba de fazer à minha pessoa.
seph Hamel, o último dos quais realj-
Fico-lhe, por isso, infinitamente reco nhecido. Permita-me, aliás, responder-
lhe que, se terá, como afirmou, ao vi sitar o meu País, a impressão de estar realizando uma viagem de regresso, nós,
cêses Marc Ancel, Charpentier e Jo
^ zou, sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Cojíjórcio do Estado de São Paulo, uma conferência sôhre "Direito Comer' ciai e Economia Dirigida".
desde que chegamos ao Brasil — e falo,
Graças a uma gentileza do Professor
também, em nome dos meus companhei ros de comitiva — vimos e.xperimentando a sensação de não termos saído de nossa Pátria. Aqui, com efeito, encontramos,
Paulo Barbosa de Campos FUho, prèsi^ dente daquele Insdtuto, que se pronti ficou a traduzi-la de notas taquigráficas,
tradições que sempre cultuamos e as
pode o "Digesto Econômico" publicar no presente número êsse valioso trabalho, que se reveste de atualidade e de alto
mesmas esperanças que temos sempre
cunho didático.
no meio intelectual brasileiro, as mesmas
acalentado.
Devo dizer-vos, ainda, que, entre a
civilização francesa e a da vossa cidade
«imiiiiiMiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiii"""
siderável: é que não aprendemos ainda
tuais que sempre manteve com os países da América latina, em particular com o
AMERICAINS" - José Luiz de Al
a construir esses magníficos edifícios de vinte andares, nem dispomos dessa vida
êste país animados do desejo de mostrar
meida Nogueira Pôrto.
superabundante que tanto nos surpreen
o quanto nos aproximamos no terreno intenção de nos relacionar convosco,
Cr$ 36.00
de, logo à nossa chegada. Sabei, portanto, que é com um sen timento de profunda afeição que me di
Número do mês:
Crf 3 00
rijo ao Professor Leme, meu colega e
Atrasado:
Cri 5^00
meu amigo, agradecendo-Die as palavras
♦ '
de São Paulo, há uma só diferença con
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
ASSINATURAS;
DIgeslo Econômico
Ano (simples)
(registrado)
cj-j 30 00
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista. 67 - 7.o andar
TeL 3-7499 — Caixa Postal. 240-B São Paulo
LEBRET E A SUA "LETTRE AUX
Brasil.
Eu e meus colegas viemos a
do pensamento jurídico e trazendo a
servindo-vos nesse magnífico desenvol vimento de cultura que aqui encontra mos 6 que sinceramente admiramos.
que acaba de proferir, não somente em
Eis aí, em resumo, porque é que nos
relação a mim mesmo, como, e princi-
sentimos encantados nesta nossa breve
palinente, em relação à minha Pátria. A França, como o sabeis, passou recen
visita a São Paulo.
temente por grandes infelicidades. De las, porém, já se libertou e anseia, ago ra, por restabelecer as relações intelec-
A quem se interesse, de resto, pelo Direito Comercial, que é hoje, numa conceituação despretensiosa, o direito
dos negócios, não pode ser senão agra»
11
D10K.STO EcoNÓ^^co D1CE.ST0 EcoNÓNuca
dável uma passagem por esta cidade, que é, sob esse aspecto, particularmente
sedutora.
Aqui se no.s depara, com
efeito, tão intensa atividade comercial
que muito temos que aprender, os que vimos de outras terras, atentos à maneira pela qual aqui se apresentam diversos
dirigida fazem, pois, os que sc filiam a essa corrente, verdadeiro .sísiema jurídíco-filosófico.
Outros, ao contrário disso, combatem
a economia dirigida, tendo-a por um mal, ou considcrando-a como um regime
em si mesmo funesto, pois que aniquila
dos problemas do Direito Comercial. Certo estou, aliás, de haver escolhido
a.s livres atividades individuais, ou de
um assunto que muito vos possa inte ressar, qual o das relações entre o Di
de corre.spondcr ao verdadeiro espírito
reito Comercial e a economia dirigida.
JÉ esse um problema pôsto em equa ção em quase todos os países civilizados
pois que sopra por tôda parte um vento' de economia dirigida, que ameaça trans-
ormar. senão destruir, os princípios tradicionais do Direito Comercial.
^ Tratondo desse assunto, não tenho a intenção de aqui discutir, perante vós as regras da economia dirigida. Àos' economistas e aos homens de
Estado é que compete fazê-lo, ajuizando das vantagens ou in convenientes de semelhante re
gime, ou apontando os meios
de o desenvolver ou restringir. São .problemas, assim, que deixarei intencionalmente de lado. ""s, não passa a economia diri
gida de mera manifestação de crescen te socialização da vida jurídico-económi-
ca. Não tem o homem valor - pensam êles - senão como parcela da coIeHvidade e na medida ou em função do papel que nela desempenha. A socie dade, pois, é que lhe deve ditar diretri zes. E isso a sociedade o faz, no domí
nio da economia, pelo recurso a esse
sistema particular, de que ora me ocupo, sistema que passa a representar, isto
pôsto, como que um ideal a atingir, de
conformidade, aliás, com os próprios destinos dá humanidade. Da economia
tal sorte as restringe, que cias dci.vam econômico, que .só se pode desenvolver à sombra da.s regras que vêm .sendo apli
cadas'desde os primórdios do século dezenove. Outro ponto-de-vista que também prefiro não apreciar. Outros, enfim, consideram a economia
dirigida solução ou remédio de crise,
Para estes, durante os períodos de conturbação econômica, provocados sobre tudo por díficiddades políticas, necessá rio se toma recorrer a um sistema que con.siga assegurar, nos diversos
países, a regularidade da vida econômica.
Mera solução de
emergência, convém que tal sis
tema seja posto de lado, logo que cesse a crise.
Eis aí, portanto, ires maneiras
de pensar e de agir, acerca das quais terão por certo os que me ouvem suas opiniões formadas, como eu mesmo te
nho a minha, como .simples cidadão do meu país.
Mero cultor do Direito, e
não economista nem ainda homem de
Estado, ,0 papel que me toca, ou o problema que me compete estudar, é o de saber, suposta existente a chamada economia dirigida, de que maneira pode ela cómbinar-se com os princípios tra dicionais do Direito Comercial.
Num regime, com efeito, no qual in tervém o Estado para impor a sua von tade à vida econômica do país, que é que vai restar — pergunta-se — das ré-
gras habituais do Direito Comercial?
entretanto, a quantos me derem a honra
Est:abelece êsse ramo do Direito todo um
da atenção, soluções e refle.xões possi
conjunto de normas que se destinam a reger as rclaçõe.s entre os homens, ou
velmente aplicá\'eis á economia de sua própria pátria. Êsse, o meu propósito. Ora, no indagar das afetações sofridas
as emprê.sas, na vida dos negócios. A origem dè.sse conjunto deve ser procura da, bem o sabeis, naquele conjunto todo particular de regras constituído, na Ida
de Media, na Itália e nas feiras fran cesas, conjunto esse que, tendo sido a princípio o mesmo em todos os luga res e se. destinando a disciplinar sobre tudo as trocas monetiirías de então, para
pelo Direito Comercial por fôrça da economia dirigida, temos que atender, antes de tudo, às duas grandes bases, por assim dizer essenciais, nas quais assenta aquele Direito tradicional: em
primeiro lugar à soberania do contrato, e em segundo às atiridades dos indiví duos ou dos agrupamentos privados,
logo c aos poucos se foi diferenciando, à medida que se estendia a sua aplica ção aos diversos países da Europa Oci dental; e que, acrescente-se, não perdeu jamais as características decorrentes de
visando a realização de atos de comer
sua origem comum, fazendo com que se observe ainda hoje certo número de princípios que são as idéias tradicionais, sòbre as quais repousa. Propõe-se-nos,
berania do contrato.
então, no momento que passa, a seguin
domínio dos contratos, inter\'enção essa
cio.
Vejamos, assim, de que maneira a eco
nomia dirigida se insurge contra tais
bases, a começar pelo atentado à so Desnecessário é
acentuar, aliás, que, se o Estado ins
titui qualquer organização de economia dirigida, intervém, por isso mesmo, no
te questão verdadeiramente emocionante
que se manifesta por três maneiras
para quantos se dedicam a êsse ramo da ciência jurídica: dar-se-á que a econoniia dirigida acabe por destruir esses princípios tradicionais? Tal questão, apresentá-la-ei primeiro
principais.
sob forma descritiva, analisando os refe
ridos princípios e apontando as afeta ções que possa sofrer o Direito Comer cial em conseqüência ou por força da economia dirigida. Depois, e então sob forma construtiva, indicar-vos-ef os li
mites que, a meu ver, devem s'er im postos pelo Direito Comercial à aplica ção do sistema.
As soluções que vier
Verifica-se a primeira quando o Es
tado impõe aos contratantes certas cláu sulas, ou ainda quando lhes veda de terminadas estipulações, ou exnge dispo sições especiais. Forma típica de seme lhante modalidade de intervenção temo-
la na regulamentação dos preços, pois o Estado, sempre que fixa um preço má ximo para determinadas mercadorias, in
tervém na esfera contratual, contrasàndo a êsse postulado, que é tão grato aos juristas do século XIX, da autonomia da vontade. Esta, com efeito, sofre restri ções no seu poder e alcance, tanto que
a propor, e bem assim as observações que fizer, inspirar-se-ão, como é óbvio, na minha experiência francesa, donde o
sejam impostas aos contratantes regras
seu valor eminentemente relativo, como
trio.
rçlativos são, por via- de regra, os dife-
Segundo atentado à soberania do con trato, ou segunda modalidade de inter-
xentes problemas jurídicos.
Sugerirão,
que não decorram de seu próprio arbí
11
D10K.STO EcoNÓ^^co D1CE.ST0 EcoNÓNuca
dável uma passagem por esta cidade, que é, sob esse aspecto, particularmente
sedutora.
Aqui se no.s depara, com
efeito, tão intensa atividade comercial
que muito temos que aprender, os que vimos de outras terras, atentos à maneira pela qual aqui se apresentam diversos
dirigida fazem, pois, os que sc filiam a essa corrente, verdadeiro .sísiema jurídíco-filosófico.
Outros, ao contrário disso, combatem
a economia dirigida, tendo-a por um mal, ou considcrando-a como um regime
em si mesmo funesto, pois que aniquila
dos problemas do Direito Comercial. Certo estou, aliás, de haver escolhido
a.s livres atividades individuais, ou de
um assunto que muito vos possa inte ressar, qual o das relações entre o Di
de corre.spondcr ao verdadeiro espírito
reito Comercial e a economia dirigida.
JÉ esse um problema pôsto em equa ção em quase todos os países civilizados
pois que sopra por tôda parte um vento' de economia dirigida, que ameaça trans-
ormar. senão destruir, os princípios tradicionais do Direito Comercial.
^ Tratondo desse assunto, não tenho a intenção de aqui discutir, perante vós as regras da economia dirigida. Àos' economistas e aos homens de
Estado é que compete fazê-lo, ajuizando das vantagens ou in convenientes de semelhante re
gime, ou apontando os meios
de o desenvolver ou restringir. São .problemas, assim, que deixarei intencionalmente de lado. ""s, não passa a economia diri
gida de mera manifestação de crescen te socialização da vida jurídico-económi-
ca. Não tem o homem valor - pensam êles - senão como parcela da coIeHvidade e na medida ou em função do papel que nela desempenha. A socie dade, pois, é que lhe deve ditar diretri zes. E isso a sociedade o faz, no domí
nio da economia, pelo recurso a esse
sistema particular, de que ora me ocupo, sistema que passa a representar, isto
pôsto, como que um ideal a atingir, de
conformidade, aliás, com os próprios destinos dá humanidade. Da economia
tal sorte as restringe, que cias dci.vam econômico, que .só se pode desenvolver à sombra da.s regras que vêm .sendo apli
cadas'desde os primórdios do século dezenove. Outro ponto-de-vista que também prefiro não apreciar. Outros, enfim, consideram a economia
dirigida solução ou remédio de crise,
Para estes, durante os períodos de conturbação econômica, provocados sobre tudo por díficiddades políticas, necessá rio se toma recorrer a um sistema que con.siga assegurar, nos diversos
países, a regularidade da vida econômica.
Mera solução de
emergência, convém que tal sis
tema seja posto de lado, logo que cesse a crise.
Eis aí, portanto, ires maneiras
de pensar e de agir, acerca das quais terão por certo os que me ouvem suas opiniões formadas, como eu mesmo te
nho a minha, como .simples cidadão do meu país.
Mero cultor do Direito, e
não economista nem ainda homem de
Estado, ,0 papel que me toca, ou o problema que me compete estudar, é o de saber, suposta existente a chamada economia dirigida, de que maneira pode ela cómbinar-se com os princípios tra dicionais do Direito Comercial.
Num regime, com efeito, no qual in tervém o Estado para impor a sua von tade à vida econômica do país, que é que vai restar — pergunta-se — das ré-
gras habituais do Direito Comercial?
entretanto, a quantos me derem a honra
Est:abelece êsse ramo do Direito todo um
da atenção, soluções e refle.xões possi
conjunto de normas que se destinam a reger as rclaçõe.s entre os homens, ou
velmente aplicá\'eis á economia de sua própria pátria. Êsse, o meu propósito. Ora, no indagar das afetações sofridas
as emprê.sas, na vida dos negócios. A origem dè.sse conjunto deve ser procura da, bem o sabeis, naquele conjunto todo particular de regras constituído, na Ida
de Media, na Itália e nas feiras fran cesas, conjunto esse que, tendo sido a princípio o mesmo em todos os luga res e se. destinando a disciplinar sobre tudo as trocas monetiirías de então, para
pelo Direito Comercial por fôrça da economia dirigida, temos que atender, antes de tudo, às duas grandes bases, por assim dizer essenciais, nas quais assenta aquele Direito tradicional: em
primeiro lugar à soberania do contrato, e em segundo às atiridades dos indiví duos ou dos agrupamentos privados,
logo c aos poucos se foi diferenciando, à medida que se estendia a sua aplica ção aos diversos países da Europa Oci dental; e que, acrescente-se, não perdeu jamais as características decorrentes de
visando a realização de atos de comer
sua origem comum, fazendo com que se observe ainda hoje certo número de princípios que são as idéias tradicionais, sòbre as quais repousa. Propõe-se-nos,
berania do contrato.
então, no momento que passa, a seguin
domínio dos contratos, inter\'enção essa
cio.
Vejamos, assim, de que maneira a eco
nomia dirigida se insurge contra tais
bases, a começar pelo atentado à so Desnecessário é
acentuar, aliás, que, se o Estado ins
titui qualquer organização de economia dirigida, intervém, por isso mesmo, no
te questão verdadeiramente emocionante
que se manifesta por três maneiras
para quantos se dedicam a êsse ramo da ciência jurídica: dar-se-á que a econoniia dirigida acabe por destruir esses princípios tradicionais? Tal questão, apresentá-la-ei primeiro
principais.
sob forma descritiva, analisando os refe
ridos princípios e apontando as afeta ções que possa sofrer o Direito Comer cial em conseqüência ou por força da economia dirigida. Depois, e então sob forma construtiva, indicar-vos-ef os li
mites que, a meu ver, devem s'er im postos pelo Direito Comercial à aplica ção do sistema.
As soluções que vier
Verifica-se a primeira quando o Es
tado impõe aos contratantes certas cláu sulas, ou ainda quando lhes veda de terminadas estipulações, ou exnge dispo sições especiais. Forma típica de seme lhante modalidade de intervenção temo-
la na regulamentação dos preços, pois o Estado, sempre que fixa um preço má ximo para determinadas mercadorias, in
tervém na esfera contratual, contrasàndo a êsse postulado, que é tão grato aos juristas do século XIX, da autonomia da vontade. Esta, com efeito, sofre restri ções no seu poder e alcance, tanto que
a propor, e bem assim as observações que fizer, inspirar-se-ão, como é óbvio, na minha experiência francesa, donde o
sejam impostas aos contratantes regras
seu valor eminentemente relativo, como
trio.
rçlativos são, por via- de regra, os dife-
Segundo atentado à soberania do con trato, ou segunda modalidade de inter-
xentes problemas jurídicos.
Sugerirão,
que não decorram de seu próprio arbí
12
venção na esfera contratual, tem lugar quando o poder público impõe aos par ticulares determinados co-contratantcs.
Tal se dá quando o Estado não permite a qualquer contratante contratar com
qualquer outro, ou quando exige que cie contrate com este ou aquele de determi
nados organismos, que se têm multipli cado em certos países, quer para o efei to de centralizar as compras, ou as ven das, quer para o fim de cuidar de deter minadas mercadorias, ou gnipos de mer cadorias, como as destinadas, por exem plo, a exportação ou à importação. Terceiro modo, por fim, de atentar
o Estado, mediante a economia dirigida, I contra a soberania do contrato verifica-
Digesto Econômico
Resumidamente, são essas a.s três ma
Dar-vos-ei, por isso, um segundo exem econômica. E será ainda o da fixação
de preços, pois sempre que o Estado Uies arbitra determinado quantum, in terdiz o efeito das cláusulas
de escala móvel que de outra forma pudera verificar-se, em não havendo intervenção. Os contratantes, por exemplo, ha viam previsto, num contrato de execução sucessiva, o forneci mento de mercadorias todos os
meses, ou por um certo número de me
ses. As partes, por outro lado, haviam
também convencionado a variação dos
— da qual o Estado possuiria a maior
soberania do contrato.
parte das ações. Foi êsse, sem dúvida alguma, um verdadeiro processo de na
Mas passemos a uiji segundo domínio, no qual a referida economia também
cionalização, pois que o Estado assim se assenhoreou do próprio empreendi mento. Mas as ações da nova socieda de foram, até certo ponto, restituídas às antigas companhias, que ficaram por
Se opõe, e diretamente, aos princípios do Direito Comercial.
Trata-se, ainda, dc intervenção do
Estado, desta vez para suprimir a livre atividade dos indivíduos, a ela como que
êsse modo habiUtadas a auferir os lucros
.SC substituindo. É o princípio das nacionalizixções, tais como têm existido, por
à vida econômica do país (e que se chamam, iraduzindo-se uma e.xpressão
plo, colhido desta vez na própria vida
Nationalc des Chemins de Fer Français
da economia dirigida, atenta contra a
estipulações contratuais deixem de ter valor diante de sua própria vontade. ções, estranho entretanto à vida econô mica e comercial propriamente dita.
que t()clas entrariam com suas próprias redes para a nova sociedade — a Société
neiras pelas quais o Estado, no regime
tos ja celebrados, fazendo com que as Exemplo perfeito de semelhante inter venção tem-se no regime legal das loca
ferroviária. Havia, na França, deter minado niimcro de Companhias de Es tradas de Ferro c, cm 1936, decidiu-se
influirão nos preços, devendo observarse sempre, e em todos o.s ca.sos, os má ximos por èle fixados.
exemplo, na França. Julga então o Estado que certas indústrias, que lhe
se quando impõe modificações a contra
13
DiGivSTO Econômico ,
da nova organização, em correspondên cia com as suas próprias ações. Adota mos, assim, nessa matéria, um regime de verdadeira nacionalização, a funcio nar sob a forma de uma sociedade nova,
parecem particularmente indispensáveis
à qual as antigas transferiram seus pa trimônios.
inglesa — "indústrias fechadas"), não
podem ser deixadas à iniciativa de par ticulares, ou de agrupamentos privados, mas devem ser exercitadas por cie pró prio, ou por organismos públicos, que o
Em segundo lugar, desapropria o Es tado a própria empresa. Exige, então, que se constitua novo organismo, não
representem. Sabe-se, por c.xcmplo, que
gras do direito privado, mas dotada, êle próprio, de personalidade jurídica de direito público, e que se proponha a
mais funcionando, como no caso das estradas de ferro, de acòrdo com as re
certos serviços públicos, como os de cor reios, telégrafos e telefones têm .sempre permanecido, na França, por força de
prestar determinados serviços, como por
do Estado. Mas o sistema, nos
nossos dias, muito se tem de senvolvido e, para vos dar uma
idéia da grande extensão da economia dirigida em meu país, dir-vos-ei que tais nacio nalizações, entre nós, se vêm operando de três maneiras. Em primeiro lugar, não raro organiza o Estado uma verdadeira sociedade, para
a qual exige que certas outras, já exis
dices. E cj eis eis que que intervém iricerveiii o o listaao Estado para dizer que êsses índices não mais
tentes, o" seu tentes, carreiem carreiem o" seu propno próprio pacrimopatrimô-
nio. Foi o que se deu com a nossa rêde
verificou na França e que bem se pode
reproduzir noutros países. É que cer tas empresas, como as eletro-químicas, ou eletro-metalúrgicas, tendo necessidade da energia elétrica como matéria-prima
e sendo grandes consumidoras de ele tricidade, haviam criado suas próprias
usinas de produção. Fabricavam, numa
palavra, a eletricidade de que se utili zavam nas suas indústrias.
Aconteceu
então que, tendo o Estado nacionaliza do a produção da eletricidade, nacio nalizou, ipso jacto, tais usinas, que só a produziam para atender às necessida des de determinadas emprêsas.
Aten
dendo a essa circunstância, dispôs a lei
que o novo organismo estatal seria obri gado a fornecer às emprêsas em ques tão a mesma quantidade de energia re cebida das suas usinas privativas, fa zendo-o por certo preço que podia, era bem de ver, variar com os Índices de
custo de vida, mas que não deveria, em caso algum, exceder o antigo preço,
pelo qual a obtinham as emprêsas eletroquímicas e as eletro-metalúrgicas. Até aí, nada de extraordinário. Apre
sentou-se, no entanto, o seguinte fenô meno, bem mais curioso. É que outras
também eletro-químicas e ele exemplo a produção e distribuição de emprêsas, tro-metalúrgicas, em lugar de fabricarem energia elétrica, ou de gás. A eletri sua própria energia, haviam criado fi cidade e o gás vinham sendo, com efei liais, que a produziam para fomecê-la to, produzidos na França por mais de às matrizes. E essas filiais, ainda que
antiqüíssima tradição, em mãos
preços, de conformidade com certos ín
Assina'e-se aqui, de passagem, uma dificuldade interessante que então se
-•r
duas mil sociedades, espalhadas pelo território nacional, sociedades essas que , constituídas sob a forma de sociedades se viram expropriadas, recebendo os anônimas, das quais as matrizes pos acionistas obrigações, em troca das ações suíam a totalidade das ações, eram, do
que possuíam e que se viram obrigados a transferir à nova organização. Deixa
ram, pois, de existir as próprias socie dades, ou companhias, substituídas que foram pela entidade nova, estatal. I
L
ponto-de-vista do Direito Comercial, pessoas jurídicas autônomas, conceituaimente distintas das pessoas das emprêsas a que eram filiadas.
Surgiu então a
questão de se saber se, nacionalizadas
12
venção na esfera contratual, tem lugar quando o poder público impõe aos par ticulares determinados co-contratantcs.
Tal se dá quando o Estado não permite a qualquer contratante contratar com
qualquer outro, ou quando exige que cie contrate com este ou aquele de determi
nados organismos, que se têm multipli cado em certos países, quer para o efei to de centralizar as compras, ou as ven das, quer para o fim de cuidar de deter minadas mercadorias, ou gnipos de mer cadorias, como as destinadas, por exem plo, a exportação ou à importação. Terceiro modo, por fim, de atentar
o Estado, mediante a economia dirigida, I contra a soberania do contrato verifica-
Digesto Econômico
Resumidamente, são essas a.s três ma
Dar-vos-ei, por isso, um segundo exem econômica. E será ainda o da fixação
de preços, pois sempre que o Estado Uies arbitra determinado quantum, in terdiz o efeito das cláusulas
de escala móvel que de outra forma pudera verificar-se, em não havendo intervenção. Os contratantes, por exemplo, ha viam previsto, num contrato de execução sucessiva, o forneci mento de mercadorias todos os
meses, ou por um certo número de me
ses. As partes, por outro lado, haviam
também convencionado a variação dos
— da qual o Estado possuiria a maior
soberania do contrato.
parte das ações. Foi êsse, sem dúvida alguma, um verdadeiro processo de na
Mas passemos a uiji segundo domínio, no qual a referida economia também
cionalização, pois que o Estado assim se assenhoreou do próprio empreendi mento. Mas as ações da nova socieda de foram, até certo ponto, restituídas às antigas companhias, que ficaram por
Se opõe, e diretamente, aos princípios do Direito Comercial.
Trata-se, ainda, dc intervenção do
Estado, desta vez para suprimir a livre atividade dos indivíduos, a ela como que
êsse modo habiUtadas a auferir os lucros
.SC substituindo. É o princípio das nacionalizixções, tais como têm existido, por
à vida econômica do país (e que se chamam, iraduzindo-se uma e.xpressão
plo, colhido desta vez na própria vida
Nationalc des Chemins de Fer Français
da economia dirigida, atenta contra a
estipulações contratuais deixem de ter valor diante de sua própria vontade. ções, estranho entretanto à vida econô mica e comercial propriamente dita.
que t()clas entrariam com suas próprias redes para a nova sociedade — a Société
neiras pelas quais o Estado, no regime
tos ja celebrados, fazendo com que as Exemplo perfeito de semelhante inter venção tem-se no regime legal das loca
ferroviária. Havia, na França, deter minado niimcro de Companhias de Es tradas de Ferro c, cm 1936, decidiu-se
influirão nos preços, devendo observarse sempre, e em todos o.s ca.sos, os má ximos por èle fixados.
exemplo, na França. Julga então o Estado que certas indústrias, que lhe
se quando impõe modificações a contra
13
DiGivSTO Econômico ,
da nova organização, em correspondên cia com as suas próprias ações. Adota mos, assim, nessa matéria, um regime de verdadeira nacionalização, a funcio nar sob a forma de uma sociedade nova,
parecem particularmente indispensáveis
à qual as antigas transferiram seus pa trimônios.
inglesa — "indústrias fechadas"), não
podem ser deixadas à iniciativa de par ticulares, ou de agrupamentos privados, mas devem ser exercitadas por cie pró prio, ou por organismos públicos, que o
Em segundo lugar, desapropria o Es tado a própria empresa. Exige, então, que se constitua novo organismo, não
representem. Sabe-se, por c.xcmplo, que
gras do direito privado, mas dotada, êle próprio, de personalidade jurídica de direito público, e que se proponha a
mais funcionando, como no caso das estradas de ferro, de acòrdo com as re
certos serviços públicos, como os de cor reios, telégrafos e telefones têm .sempre permanecido, na França, por força de
prestar determinados serviços, como por
do Estado. Mas o sistema, nos
nossos dias, muito se tem de senvolvido e, para vos dar uma
idéia da grande extensão da economia dirigida em meu país, dir-vos-ei que tais nacio nalizações, entre nós, se vêm operando de três maneiras. Em primeiro lugar, não raro organiza o Estado uma verdadeira sociedade, para
a qual exige que certas outras, já exis
dices. E cj eis eis que que intervém iricerveiii o o listaao Estado para dizer que êsses índices não mais
tentes, o" seu tentes, carreiem carreiem o" seu propno próprio pacrimopatrimô-
nio. Foi o que se deu com a nossa rêde
verificou na França e que bem se pode
reproduzir noutros países. É que cer tas empresas, como as eletro-químicas, ou eletro-metalúrgicas, tendo necessidade da energia elétrica como matéria-prima
e sendo grandes consumidoras de ele tricidade, haviam criado suas próprias
usinas de produção. Fabricavam, numa
palavra, a eletricidade de que se utili zavam nas suas indústrias.
Aconteceu
então que, tendo o Estado nacionaliza do a produção da eletricidade, nacio nalizou, ipso jacto, tais usinas, que só a produziam para atender às necessida des de determinadas emprêsas.
Aten
dendo a essa circunstância, dispôs a lei
que o novo organismo estatal seria obri gado a fornecer às emprêsas em ques tão a mesma quantidade de energia re cebida das suas usinas privativas, fa zendo-o por certo preço que podia, era bem de ver, variar com os Índices de
custo de vida, mas que não deveria, em caso algum, exceder o antigo preço,
pelo qual a obtinham as emprêsas eletroquímicas e as eletro-metalúrgicas. Até aí, nada de extraordinário. Apre
sentou-se, no entanto, o seguinte fenô meno, bem mais curioso. É que outras
também eletro-químicas e ele exemplo a produção e distribuição de emprêsas, tro-metalúrgicas, em lugar de fabricarem energia elétrica, ou de gás. A eletri sua própria energia, haviam criado fi cidade e o gás vinham sendo, com efei liais, que a produziam para fomecê-la to, produzidos na França por mais de às matrizes. E essas filiais, ainda que
antiqüíssima tradição, em mãos
preços, de conformidade com certos ín
Assina'e-se aqui, de passagem, uma dificuldade interessante que então se
-•r
duas mil sociedades, espalhadas pelo território nacional, sociedades essas que , constituídas sob a forma de sociedades se viram expropriadas, recebendo os anônimas, das quais as matrizes pos acionistas obrigações, em troca das ações suíam a totalidade das ações, eram, do
que possuíam e que se viram obrigados a transferir à nova organização. Deixa
ram, pois, de existir as próprias socie dades, ou companhias, substituídas que foram pela entidade nova, estatal. I
L
ponto-de-vista do Direito Comercial, pessoas jurídicas autônomas, conceituaimente distintas das pessoas das emprêsas a que eram filiadas.
Surgiu então a
questão de se saber se, nacionalizadas
14
Drci-sro EcoNÓsfico
■tanibém as fi!iais, produtoras da energia ■e etri^,^ estava o organismo novo, esta' "J>"gado a fornecer dita energia às empresas eletro-químicas e eletro-mctargicas pelo mesmo preço mediante o
qual lhes era ministrada pela fihal, pois
go da desvaloriziição da moeda, recebe
úle obrigações de cifra determinada, re
presentando, é certo, o \ alor das primei ras no momento da trfiea, expresso, to davia, em francos e, pois, sujeito à de preciação destes.
constituía empresa
Eoi èsso o sistema empregado em re
jurídica"^^' tinha autonomia a nr^j q^^^tão, ainda pendente, continua us industriais franceses, mui-
lação ao Banco de França e, cm segui da, em relação nos quatro grandes es-
os quais haviam criado filiais des-
_ n5n
Ainda não foi resoh ida
fAT^cc
apresentar relevante in-
<if jurídico, imia vez que é caso de catcg«rnr^ias ,a conhecidas dedaspessoas
tabelecimento.s
sistem h()j'e com as mesmas apa rências de outrorn, sol) a mesma
direção e com o mesmo pessoal, mas na realidade não tèm acio nistas, sendo o Estado senhor
agrupamentos econômicos for-
conjunto.
Mas vamos à última forma da nacio
nalização, que é aquela pela qual o Estado, deixando subsistir a emprê.sa, ou não a desapropriando, desapropria,' entretanto, os respectivos acionistas, aos
quais toma a totalidade das ações, para
as substituir por "obrigações".
Difícil não é de se compreender o
quanto êsse processo é prejudicial ao acionista.
Enquanto proprietário das
•ações, conta ele sempre com a possibi lidade, senão de as ver valorizadas pelo crescente desenvolvimento da empresa,
pelo menos de as ver aumentar de valor jia razão inversa da depreciação da moe
da, pois que o valor industrial repre■sentado pelas ações conserva sempre sua expressão intrínseca. E eis que em troca das ações, que o punham ao abri
franceses,
os quatro grandes bancos franceses, sub
tombem uma nova modalidade,
presas ju^ndicas distintas não seriam, mais do que peças de um só e maior
crédito
também nacirinalizadns. O Crédit Lyonnais, a Société Généralc, o Comptoir d Escompte c a üaníjnc Nationale pour !e Commcrce et Tlndiistric, que eram
.que sena representada pelos
^ndo um só todo, dentro do qual em
de
único desses grandes estabele cimentos.
Aliás, desses diferentes métodos de
nacionalização praticados na França bem se pode dizer que são comuns a \'ários outros países, entre ôles a Inglaterra.
15
Du;esto Econômico
os limites que não podem ser trans postos.
Passo, pois, a examinar esses limites, fazendo dèssc meu exame a segunda
parte do meu trabalho, parte que consi dero a mais útil, pois que tentarei esbo çar as regras a übser\ar pura que a eco nomia dirigida não chegue a suprimir
por completo as liberdades dos indiví duos, mas deixe a essas liberdades um certo' mínimo, precisamente para impe dir a transformação do princípio da economia dirigida em economia totali tária.
Vcj'amos, assim, que atitudes dc defe
sa deve assumir o Direito Comercial diante da economia dirigida.
Para isso,
retomemos aqueles dois domínios nos
quais a economia dirigida entra em conflito com o Direito Comercial. Comecemos pela soberania do con
trato. Já vos disse de que maneira, ha vendo economia dirigida, intervém o Es tado na formação dos contratos, fenô
xei exposta, os próprios fundamentos do
meno, aliás, que nada tem de novo, uma vez que desde muito se tem visto o Estado, ou mesmo outras entidades,
Direito Comercial, a verdade é que os adeptos da economia dirigida timbram
Na Idade Média, por exemplo, intervi-
E embora afete, pela maneira que dei
em distingui-la de uma economia tota litária.
Gabam-se, com efeito, aqueles que
a praticam, de deixar sempre subsistir, numa certa medida, as liberdades indi viduais, a livre iniciativa dos liomens
de negócios, repelindo a suspeita de to talitários.
Mas se dessa acusação se de
fendem, bem é de ver que implicita mente reconhecem que há um perigo a evitar e que é o de ver redundar a
economia dirigida em economia totalitá ria. E então, a meu ver, é que
deve intervir o j'urista para indicar
insinuavem-se nos contratos comerciais.
nba a Igreja Católica para proibir o empréstimo a juros. Mais tarde, nos Estados Ocidentais, o regime das cor
porações, que impunha aos seus mem bros regras severíssimas de conduta, foi também objeto de uma das mais im portantes reivindicações da Revolução Francesa, para que pudesse proclamar a liberdade de comércio.
A essa liber
dade, no entanto, uma reserva se lhe
impunha, e era a que xònha formulada no Código Comercial, num célebre dis positivo que vedava todas as cláusulas contrárias às leis e aos bons costumes.
As leis, por exemplo, haviam limitado
a taxa dos juros. E foi somente em 1887 que, na França, as limitações a essa ta xa desapareceram, em maféria comer cial.
Pode dizer-se, aliás, que tôdá a
atividade comercial do século XIX e
dos primórdios do século XX caracte rizou-se pelo progressivo desaparecimen to das limitações impostas ao comércio,
à medida que o regime das liberdades
triunfava. Mas veio a economia dirigi da e então as restrições se multiplicaram
e as leis se propuseram interrir cada vez mais no contrato e a cercear a von
tade, còmo sucedeu, por exemplo, em matéria de preços.
Diante de tais leis. que posição deve assumir o jurista?
Em primeiro lugar, deve ele fazer sentir aos que praticam a economia diri^ gida o perigo dessas limitações, não raro exageradas, e acentuar os malefícioa do mercado negro, -que cria uma ver
dadeira fraude generalizada, tendo por
conseqüência flagrante- diminuição da
moralidade comercial.
O jurista deve
mostrar quão grande é êsse perigo, no domínio da crimmalidade ou no terreno
penal. Por outro lado, cumpre não esquecer
que o Direito Comercial assenta na ini
ciativa privada e que há, em geral, peri-í go em transformar os comerciantes em funcionários. Se limitações por demais estritas são impostas à autonomia do contrato, o comerciante já não é comer ciante, mas simples funcionário. A ini
ciativa desaparece, a economia se faz totalitária.
'
É verdade que o jurista, nesse ter-* reno, encontra dificuldades no indicar
limites precisos. No fundo, não podô senão apontar os inconvenientes, sendoIhe extremamente difícil determinar os
limites que não podem ser excedidos. O •filll-fi"
14
Drci-sro EcoNÓsfico
■tanibém as fi!iais, produtoras da energia ■e etri^,^ estava o organismo novo, esta' "J>"gado a fornecer dita energia às empresas eletro-químicas e eletro-mctargicas pelo mesmo preço mediante o
qual lhes era ministrada pela fihal, pois
go da desvaloriziição da moeda, recebe
úle obrigações de cifra determinada, re
presentando, é certo, o \ alor das primei ras no momento da trfiea, expresso, to davia, em francos e, pois, sujeito à de preciação destes.
constituía empresa
Eoi èsso o sistema empregado em re
jurídica"^^' tinha autonomia a nr^j q^^^tão, ainda pendente, continua us industriais franceses, mui-
lação ao Banco de França e, cm segui da, em relação nos quatro grandes es-
os quais haviam criado filiais des-
_ n5n
Ainda não foi resoh ida
fAT^cc
apresentar relevante in-
<if jurídico, imia vez que é caso de catcg«rnr^ias ,a conhecidas dedaspessoas
tabelecimento.s
sistem h()j'e com as mesmas apa rências de outrorn, sol) a mesma
direção e com o mesmo pessoal, mas na realidade não tèm acio nistas, sendo o Estado senhor
agrupamentos econômicos for-
conjunto.
Mas vamos à última forma da nacio
nalização, que é aquela pela qual o Estado, deixando subsistir a emprê.sa, ou não a desapropriando, desapropria,' entretanto, os respectivos acionistas, aos
quais toma a totalidade das ações, para
as substituir por "obrigações".
Difícil não é de se compreender o
quanto êsse processo é prejudicial ao acionista.
Enquanto proprietário das
•ações, conta ele sempre com a possibi lidade, senão de as ver valorizadas pelo crescente desenvolvimento da empresa,
pelo menos de as ver aumentar de valor jia razão inversa da depreciação da moe
da, pois que o valor industrial repre■sentado pelas ações conserva sempre sua expressão intrínseca. E eis que em troca das ações, que o punham ao abri
franceses,
os quatro grandes bancos franceses, sub
tombem uma nova modalidade,
presas ju^ndicas distintas não seriam, mais do que peças de um só e maior
crédito
também nacirinalizadns. O Crédit Lyonnais, a Société Généralc, o Comptoir d Escompte c a üaníjnc Nationale pour !e Commcrce et Tlndiistric, que eram
.que sena representada pelos
^ndo um só todo, dentro do qual em
de
único desses grandes estabele cimentos.
Aliás, desses diferentes métodos de
nacionalização praticados na França bem se pode dizer que são comuns a \'ários outros países, entre ôles a Inglaterra.
15
Du;esto Econômico
os limites que não podem ser trans postos.
Passo, pois, a examinar esses limites, fazendo dèssc meu exame a segunda
parte do meu trabalho, parte que consi dero a mais útil, pois que tentarei esbo çar as regras a übser\ar pura que a eco nomia dirigida não chegue a suprimir
por completo as liberdades dos indiví duos, mas deixe a essas liberdades um certo' mínimo, precisamente para impe dir a transformação do princípio da economia dirigida em economia totali tária.
Vcj'amos, assim, que atitudes dc defe
sa deve assumir o Direito Comercial diante da economia dirigida.
Para isso,
retomemos aqueles dois domínios nos
quais a economia dirigida entra em conflito com o Direito Comercial. Comecemos pela soberania do con
trato. Já vos disse de que maneira, ha vendo economia dirigida, intervém o Es tado na formação dos contratos, fenô
xei exposta, os próprios fundamentos do
meno, aliás, que nada tem de novo, uma vez que desde muito se tem visto o Estado, ou mesmo outras entidades,
Direito Comercial, a verdade é que os adeptos da economia dirigida timbram
Na Idade Média, por exemplo, intervi-
E embora afete, pela maneira que dei
em distingui-la de uma economia tota litária.
Gabam-se, com efeito, aqueles que
a praticam, de deixar sempre subsistir, numa certa medida, as liberdades indi viduais, a livre iniciativa dos liomens
de negócios, repelindo a suspeita de to talitários.
Mas se dessa acusação se de
fendem, bem é de ver que implicita mente reconhecem que há um perigo a evitar e que é o de ver redundar a
economia dirigida em economia totalitá ria. E então, a meu ver, é que
deve intervir o j'urista para indicar
insinuavem-se nos contratos comerciais.
nba a Igreja Católica para proibir o empréstimo a juros. Mais tarde, nos Estados Ocidentais, o regime das cor
porações, que impunha aos seus mem bros regras severíssimas de conduta, foi também objeto de uma das mais im portantes reivindicações da Revolução Francesa, para que pudesse proclamar a liberdade de comércio.
A essa liber
dade, no entanto, uma reserva se lhe
impunha, e era a que xònha formulada no Código Comercial, num célebre dis positivo que vedava todas as cláusulas contrárias às leis e aos bons costumes.
As leis, por exemplo, haviam limitado
a taxa dos juros. E foi somente em 1887 que, na França, as limitações a essa ta xa desapareceram, em maféria comer cial.
Pode dizer-se, aliás, que tôdá a
atividade comercial do século XIX e
dos primórdios do século XX caracte rizou-se pelo progressivo desaparecimen to das limitações impostas ao comércio,
à medida que o regime das liberdades
triunfava. Mas veio a economia dirigi da e então as restrições se multiplicaram
e as leis se propuseram interrir cada vez mais no contrato e a cercear a von
tade, còmo sucedeu, por exemplo, em matéria de preços.
Diante de tais leis. que posição deve assumir o jurista?
Em primeiro lugar, deve ele fazer sentir aos que praticam a economia diri^ gida o perigo dessas limitações, não raro exageradas, e acentuar os malefícioa do mercado negro, -que cria uma ver
dadeira fraude generalizada, tendo por
conseqüência flagrante- diminuição da
moralidade comercial.
O jurista deve
mostrar quão grande é êsse perigo, no domínio da crimmalidade ou no terreno
penal. Por outro lado, cumpre não esquecer
que o Direito Comercial assenta na ini
ciativa privada e que há, em geral, peri-í go em transformar os comerciantes em funcionários. Se limitações por demais estritas são impostas à autonomia do contrato, o comerciante já não é comer ciante, mas simples funcionário. A ini
ciativa desaparece, a economia se faz totalitária.
'
É verdade que o jurista, nesse ter-* reno, encontra dificuldades no indicar
limites precisos. No fundo, não podô senão apontar os inconvenientes, sendoIhe extremamente difícil determinar os
limites que não podem ser excedidos. O •filll-fi"
/
ff-fí
16
DiCfisTO Econômico
que ôle pode dizer é que deve ser limi tada a intervenção do Estado nos con tratos, e nada mais.
No que toca, porém, às modificações
trazidas aos contratos já celebrados, já não é-assim. O jurista pode e deve fa-
lar. Temos, com efeito, na França, uma velha tradição que repousa na fixidez ou
estabilidade contratual, tradição que p-ovem de uma regra posta no Código Comercial e que, dotada de um vigor todo singular, estabelece que as conven ces livremente consentidas servem de lei aos que as tiverem aceito. Para bem compreender essa regra, convém remontar aos princípios do século XIX
quando redigido o Código Comercial! amda sob a influência
da Revolução. Dizia-se,
que era sempre necessário, para a libe ração do de\edor. miia fôrça maior ab
Direito Civil, mais ainda o é de Direi
a sua passagem de estrada de ferro ou
o seu fornecimento de energia elétrica,
a única autoridade que
rendo acentuar que os contratos
deviam
ser
respeitados, disseram os
redatores
do Código
Comercial: "O contrato
é leij impõe-se com fôrça de lei; serve de lei às partes". Essa regra prevaleceu durante todo
o século XIX e vós muito bem sabeís,
1914 e então sc deu que certos comer
Comercial não são, com efeito, mais do
não as encontravam no mercado senão
que um elo na cadeia de numerosas ope rações que se desenrolam a propósito de uma ou de outra matéria-prima, de
a 110, estando, pois, como que obriga dos a comerciar para perder. Bateram, as.sim, às portas dos tribunais, pleitean
um ou de oulro j^roduto, desta ou da quela natureza. E por isso, tolerada a ruptura dê.sse elo, graves se mostram
do a anulação dos contratos celebrados,
as conseqüências para toda a série de
Qual deve ser, então, a atitude do Esta
E os tribunais sempre lhes responderam
operações qxic dêle depende.
pela negativa, dizendo-lhes; — "O con trato faz lei entre as parte.s. Podeis,
pois, sustentar o jurista que á econo
do? Se admitirmos a economia dirigida, teremos qúe ver, no Estado, não um
mia dirigida não tem o direito de im
comerciante como outro qualquer, mas
perfeitamente, executá-lo. Obtende, pois, a mercadoria que vos obrigastes a forne
por modificações conb*atuais.
o poder público atento ao interesse ge ral, pois que somente por isso, ou so mente para cuidar do interesse geral, substituiu-se êle às atividades particu lares. Deve, pois, inspirar-se sempre naquilo que êle próprio considere como sendo o interesse geral, e nada mais.
exemplo, a vender mercadoria.s a 100,
cer.
Perdereis?
Pa
venção
São os riscos
e
das
conse
qüências que dela de
criaria no mundo dos negócios uma ins tabilidade ou uma insegurança que im pediria a vida comercial de assentar nessa sólida base que é a certeza, do credor, de ver sempre o devedor execu tar sua prestação.
Que limites, porém, deve o Direito
o da simples gestão por parte dêle.
Tomemos por exemplo o do Estado
banqueiro.
Nessa qualidade, deve êle
Comercial impor à economia dirigida,
quando se trata das chamadas naciona lizações? Que posição deverá assumir,
que mais importe ao interesse geral au
regime mais liberal foi admitido, com o enten
diante destas, o estudioso do Direito?
der-se que os contratos
Intervindo o Estado, por outras pala vras, na vida comercial, ou como co merciante, ou como industrial, ou como fornecedor e distribuidor de eletricidade,
tinham sido celebrados
sob o império da cláusula "rebus síc stantibus", ou seja sob a condição, su bentendida, de permanecerem as mes mas as circunstâncias, por modo que, mudadas estas, também o contrato esta
os tribunais que por fôrça maior deveria entender-se algo de "irresistível", ou
contrato, por outras palavras, ser res peitado. Sem isso, a economia dirigida
A questão, porém, se toma mais com
plexa quando se trata de segunda forma de atividade comercial do Estado, qual
Noutros países já não
ria mudado. Adotado em diversos paí ses e consagrado mesmo por certas leis, como por exemplo o Código Civil Polo
— Durante o século XIX, disseram
Deve o
nhuma dificuldade.
houve tanto rigor. Um
tanto quanto eu, em que sólidas bases
ceção, que era a da fôrça maior. Em presença dela, entendia-se liberado o devedor de cumprir sua obrigação. Que é, porém, fôrça maior?
Deve,
contra o só pagamento da quantia pre vista pelas autoridades. Até aí, ne
decidir pela concessão de crédito a cer tos ramos de indústria, ou de comércio,
correm".
descansava.
Abria-se, porém, uma ex
Os contratos de Direito
ciantes, que SC haviam obrigado, por
gra imponível às ativi
se impunha aos ho mens, e por isso, que
tinção de qualquer espécie. Ê preciso, noutros lermos, que todos possam obter
to Comercial.
Veio, porém, a guerra de
ciência.
Era a lei
mercial se mostrar irredutível, pois se a estabibdadc contratual é regra de
soluta. E ne.s.se particular sc mostravam
próprios do comercio e razão não há por que vos desligueis da con
dades jurídicas era a
17
inflexíveis.
então, que a única re
regra legal.
Digiísto Econômico
nês, não foi êsse regime jamais aceito
ou ainda como transportador, que re gras deve êle respeitar? Ora, as atividades do Estado comer
ciante podem assumir duas formas. Dá-se a primeira quando êle próprio se propõe assegurar um serviço público, como o de estradas de ferro, ou o da
na França, onde continuou a haver a
distribuição de energia elétrica. E en
fixidez dos contratos como regra essen cial, de bases absolutas. E nesse parti cular, ao que penso, deve o Direito Co-
tão, o que se toma indispensável é que o serviço exercida seja realmente aces sível a todos os particulares, sem dis-
xiliar, recusando tais vantagens a ou tros ramos. Êsse direito, não o poderiamos denegar ao Estado banqueiro, sob pena de não termos, no caso, economia dirigida. Mas quando êsse mesmo Es tado, uma vez determinados os setores
pelos quais convém ao interêsse público conceder crédito, ti\'er que contratar com aqueles a quem o crédito será de
ferido, ou com aqueles que lho solici tem, então se faz indispensável que o Estado proceda como um banco co mum, vale dizer sem fazer qualquer dis criminação ou distinção, dessas que um
banco comum não faria. Não pode êle, é certo, distribuir crédito como distri
buiria eletricidade.
O crédito supõe
/
ff-fí
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DiCfisTO Econômico
que ôle pode dizer é que deve ser limi tada a intervenção do Estado nos con tratos, e nada mais.
No que toca, porém, às modificações
trazidas aos contratos já celebrados, já não é-assim. O jurista pode e deve fa-
lar. Temos, com efeito, na França, uma velha tradição que repousa na fixidez ou
estabilidade contratual, tradição que p-ovem de uma regra posta no Código Comercial e que, dotada de um vigor todo singular, estabelece que as conven ces livremente consentidas servem de lei aos que as tiverem aceito. Para bem compreender essa regra, convém remontar aos princípios do século XIX
quando redigido o Código Comercial! amda sob a influência
da Revolução. Dizia-se,
que era sempre necessário, para a libe ração do de\edor. miia fôrça maior ab
Direito Civil, mais ainda o é de Direi
a sua passagem de estrada de ferro ou
o seu fornecimento de energia elétrica,
a única autoridade que
rendo acentuar que os contratos
deviam
ser
respeitados, disseram os
redatores
do Código
Comercial: "O contrato
é leij impõe-se com fôrça de lei; serve de lei às partes". Essa regra prevaleceu durante todo
o século XIX e vós muito bem sabeís,
1914 e então sc deu que certos comer
Comercial não são, com efeito, mais do
não as encontravam no mercado senão
que um elo na cadeia de numerosas ope rações que se desenrolam a propósito de uma ou de outra matéria-prima, de
a 110, estando, pois, como que obriga dos a comerciar para perder. Bateram, as.sim, às portas dos tribunais, pleitean
um ou de oulro j^roduto, desta ou da quela natureza. E por isso, tolerada a ruptura dê.sse elo, graves se mostram
do a anulação dos contratos celebrados,
as conseqüências para toda a série de
Qual deve ser, então, a atitude do Esta
E os tribunais sempre lhes responderam
operações qxic dêle depende.
pela negativa, dizendo-lhes; — "O con trato faz lei entre as parte.s. Podeis,
pois, sustentar o jurista que á econo
do? Se admitirmos a economia dirigida, teremos qúe ver, no Estado, não um
mia dirigida não tem o direito de im
comerciante como outro qualquer, mas
perfeitamente, executá-lo. Obtende, pois, a mercadoria que vos obrigastes a forne
por modificações conb*atuais.
o poder público atento ao interesse ge ral, pois que somente por isso, ou so mente para cuidar do interesse geral, substituiu-se êle às atividades particu lares. Deve, pois, inspirar-se sempre naquilo que êle próprio considere como sendo o interesse geral, e nada mais.
exemplo, a vender mercadoria.s a 100,
cer.
Perdereis?
Pa
venção
São os riscos
e
das
conse
qüências que dela de
criaria no mundo dos negócios uma ins tabilidade ou uma insegurança que im pediria a vida comercial de assentar nessa sólida base que é a certeza, do credor, de ver sempre o devedor execu tar sua prestação.
Que limites, porém, deve o Direito
o da simples gestão por parte dêle.
Tomemos por exemplo o do Estado
banqueiro.
Nessa qualidade, deve êle
Comercial impor à economia dirigida,
quando se trata das chamadas naciona lizações? Que posição deverá assumir,
que mais importe ao interesse geral au
regime mais liberal foi admitido, com o enten
diante destas, o estudioso do Direito?
der-se que os contratos
Intervindo o Estado, por outras pala vras, na vida comercial, ou como co merciante, ou como industrial, ou como fornecedor e distribuidor de eletricidade,
tinham sido celebrados
sob o império da cláusula "rebus síc stantibus", ou seja sob a condição, su bentendida, de permanecerem as mes mas as circunstâncias, por modo que, mudadas estas, também o contrato esta
os tribunais que por fôrça maior deveria entender-se algo de "irresistível", ou
contrato, por outras palavras, ser res peitado. Sem isso, a economia dirigida
A questão, porém, se toma mais com
plexa quando se trata de segunda forma de atividade comercial do Estado, qual
Noutros países já não
ria mudado. Adotado em diversos paí ses e consagrado mesmo por certas leis, como por exemplo o Código Civil Polo
— Durante o século XIX, disseram
Deve o
nhuma dificuldade.
houve tanto rigor. Um
tanto quanto eu, em que sólidas bases
ceção, que era a da fôrça maior. Em presença dela, entendia-se liberado o devedor de cumprir sua obrigação. Que é, porém, fôrça maior?
Deve,
contra o só pagamento da quantia pre vista pelas autoridades. Até aí, ne
decidir pela concessão de crédito a cer tos ramos de indústria, ou de comércio,
correm".
descansava.
Abria-se, porém, uma ex
Os contratos de Direito
ciantes, que SC haviam obrigado, por
gra imponível às ativi
se impunha aos ho mens, e por isso, que
tinção de qualquer espécie. Ê preciso, noutros lermos, que todos possam obter
to Comercial.
Veio, porém, a guerra de
ciência.
Era a lei
mercial se mostrar irredutível, pois se a estabibdadc contratual é regra de
soluta. E ne.s.se particular sc mostravam
próprios do comercio e razão não há por que vos desligueis da con
dades jurídicas era a
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inflexíveis.
então, que a única re
regra legal.
Digiísto Econômico
nês, não foi êsse regime jamais aceito
ou ainda como transportador, que re gras deve êle respeitar? Ora, as atividades do Estado comer
ciante podem assumir duas formas. Dá-se a primeira quando êle próprio se propõe assegurar um serviço público, como o de estradas de ferro, ou o da
na França, onde continuou a haver a
distribuição de energia elétrica. E en
fixidez dos contratos como regra essen cial, de bases absolutas. E nesse parti cular, ao que penso, deve o Direito Co-
tão, o que se toma indispensável é que o serviço exercida seja realmente aces sível a todos os particulares, sem dis-
xiliar, recusando tais vantagens a ou tros ramos. Êsse direito, não o poderiamos denegar ao Estado banqueiro, sob pena de não termos, no caso, economia dirigida. Mas quando êsse mesmo Es tado, uma vez determinados os setores
pelos quais convém ao interêsse público conceder crédito, ti\'er que contratar com aqueles a quem o crédito será de
ferido, ou com aqueles que lho solici tem, então se faz indispensável que o Estado proceda como um banco co mum, vale dizer sem fazer qualquer dis criminação ou distinção, dessas que um
banco comum não faria. Não pode êle, é certo, distribuir crédito como distri
buiria eletricidade.
O crédito supõe
\ Digesto EcoNÓ.xaco
18
certos elementos de confiança, devendo,
tudo, a ser os único.s competentes pa
por exemplo, o Estado banqueiro levar
ra regular as relações entre o Estado
em conta a solvabilidade e a honorabí-
c aqueles que com êle contratem. O Estado, com efeito, estende cada vez mais, e por tõda parte, a sua ação.
lidade de quantos lho solicitem, para
só o conceder a quem possua tais requi sitos na medida que lhe pareça neces
Vcmo-Io intervir, assim, ale jnesmo nas
sário, Eis aí, então, um dos grandes
relações de família, regulando, por exem
perigos que se antolham ao Estado dis
plo, as que vinculam pais o filhos c O
tribuidor de crédito, qual o de tomar em consideração fatores que nesse as
lo, também, determinar a extensão ou
sunto nenhuma influência devem exer
o conteúdo do direito dc propriedade,
cer. Não deve o Estado, por exemplo, levar em linha de conta nada do que en tenda com ás opiniões pessoais daque
com o impor aos proprietários estas ou aquelas limitações. São intorv-cnções, es sas, de todo ponto semelhantes às que
les que lhe peçam crédito.
se verificam na vida econômica e das
Entrando
em relações com os particulares, deverá
circunscrever-se, repito, ao quadro ge
ral que de comêço se tiver imposto como regulador do crédito, respeitando religiosamente as regras comerciais nor mais. Terá que agir como um ban
regime de bens entre cônjuges. \'enio-
Digesto Econômico
b) Importa prescrever em absoluto
todo c qualquer alentado à estabilidade ou fixidez dos contratos.
c) Importa exigir que o Estado, sem pre quc inter\enha no domínio econô mico para o fim de nacionalizar, se com porte como simples comerciante, obe
diente às regras do Direito Comercial. Êsses limites são indispensáveis a que se mantenha aquele mínimo do li
berdade econômica, sem o qual, tont court, deixará de existir a própria liber dade.
Ei.s aí, senhores, que reflexões me faz
19
clusões. O Direito sempre con\'ém a um meio social determinado, pelo que não tenho a veleidade de alinhar prin cípios unh-ersais. Quisera, entretanto, que as minlias obser\'ações vos conduzissem a refle
xões próprias em tôrao dos problemas suscitados pela economia dirigida, levando-vos a indagar, de iniciativa própria,
quais dewim ser, no ^*osso próprio meio, os limites a serem formulados pelos ju ristas para que a economia-dirigida se não con\'erta em economia totalitária.
Se, como dizem os adeptos de semelhan te economia, ela não impede as inicia tivas individuais e respeita a liberdade econômica, o que cumpre fazer — e isso compete aos juristas — é precisar
quais vos apresentei ligeiro quadro. Que
brotar no espírito a experiência que te nho da economia dirigida nO meu próprio
os juristas as estudem com particular carinho, que a mim, por força do lema que escolhi, me compete voltar ao do mínio econômico, nem só para resumir
país. Procurei, no reproduzi-las, indicar o que devem fazer os juristas, sempre que se lhes depare um regime de eco nomia dirigida: fixar os limites que esta
o que acabo de dizer como para ex
deve observar para que seja respeitada
fazer-\'0s refletir sôbre tais questões tra-
a liberdade humana. Ignoro se aquilo que vos disse tem, ou pode ter aplica ção ao vosso país, pois, como observei
zendo-vos exemplos tirados da minha própria experiência pessoal — acredito
que o tenha alcançado. E só me resta
os limites que não pode ultrapassar. O objetivo que me propus — qual o de
queiro comum, ou como um segurador
pressar, cm forma de conclusão, os li
ordinário, ou ainda como um comercian
mites que venho de indicar.
te qualquer. E eis aí mais um limite imposto pelo Direito Comercial à eco nomia dirigida: o de respeito, nas re
Como vos di.sse de comêço, não dis cuto o princípio em que .se funda a eco
de comêço, certo estou do caráter emi
agradecer-\'os, pela grande honra da ca
nomia dirigida. Minha opinião pessoal»
nentemente relativo das minhas con-
rinhosa atenção que me dispensasles.
lações do Estado com particulares, às regras observadas pelos comerciantes
que não devo ocultar, é no sentido de
em geral.
em certos momentos de cri.se, mas que,
Respeitados que sejam todos esses li mites, vereis que o Direito Comercial
conservará intacto o seu próprio domí nio. Diz-se, não há. dúvida, que a economia dirigida não é senão o triun fo do Direito Publico sôbre o Direito
Privado.
Seja.
Sou o primeiro a re
conhecer que ela representa uma ex
tensão dos poderes do Estado e que o Direito Público, por isso, vai ganhan do terreno, pois êle é que determina as regras aplicáveis ao Estado no exer cício das suas funções. Mas é forçoso convir que o Direito Privado e o Di reito Comercial continuam, apesar de
que a economia dirigida pode ser útil passada esta, indispensável se torna qu®
a deixemos, para voltar à economia li berai. Ao jurista, entretanto, não Ih® compete entrar nessa indagação. Na® lhe cabe opinar, por outras palavras, sobre se convém, e quando,-ou porque, tal sistema de economia, senão precisar
os limites que devem ser observados pa ra que a economia dirigida, uma vez aplicada, se não transforme cm econo mia totalitária.
Êsses limites, passo a resumi-los;
a) Importa restringir o mais passível os sacrifícios impostos à liberdade con tratual.
A produção açucareira européia provàvelmente superará em mais de 25 por cento a do ano passado, segundo um boletim distribuído pela firma B. W. Dtjer Company, de Nom Yorh. Diz o boletim que a produção européia, excluindo a União Soviética, é calculada em mais de seis milhões e 250.000 toneladas, em comparação com 4.576.000 toneladas no ano passado. '
O aumento se deve a melhores condições atmosféricas, que permitiram maior rendimento, de vez que foram ampliadas apenas em pequena escala as áreas destinadas ao plantio de beterraba. Maior produção é registrada principalmente na Tchecoslooáqtiia, França, Itália e Grã-Bretanha. Diz o boletim que é difícil conseguir dados da produção sooíética, mas acredita-se que a safra açucareira da URSS será 500,000 toneladas maior do que a do ano passado.
\ Digesto EcoNÓ.xaco
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certos elementos de confiança, devendo,
tudo, a ser os único.s competentes pa
por exemplo, o Estado banqueiro levar
ra regular as relações entre o Estado
em conta a solvabilidade e a honorabí-
c aqueles que com êle contratem. O Estado, com efeito, estende cada vez mais, e por tõda parte, a sua ação.
lidade de quantos lho solicitem, para
só o conceder a quem possua tais requi sitos na medida que lhe pareça neces
Vcmo-Io intervir, assim, ale jnesmo nas
sário, Eis aí, então, um dos grandes
relações de família, regulando, por exem
perigos que se antolham ao Estado dis
plo, as que vinculam pais o filhos c O
tribuidor de crédito, qual o de tomar em consideração fatores que nesse as
lo, também, determinar a extensão ou
sunto nenhuma influência devem exer
o conteúdo do direito dc propriedade,
cer. Não deve o Estado, por exemplo, levar em linha de conta nada do que en tenda com ás opiniões pessoais daque
com o impor aos proprietários estas ou aquelas limitações. São intorv-cnções, es sas, de todo ponto semelhantes às que
les que lhe peçam crédito.
se verificam na vida econômica e das
Entrando
em relações com os particulares, deverá
circunscrever-se, repito, ao quadro ge
ral que de comêço se tiver imposto como regulador do crédito, respeitando religiosamente as regras comerciais nor mais. Terá que agir como um ban
regime de bens entre cônjuges. \'enio-
Digesto Econômico
b) Importa prescrever em absoluto
todo c qualquer alentado à estabilidade ou fixidez dos contratos.
c) Importa exigir que o Estado, sem pre quc inter\enha no domínio econô mico para o fim de nacionalizar, se com porte como simples comerciante, obe
diente às regras do Direito Comercial. Êsses limites são indispensáveis a que se mantenha aquele mínimo do li
berdade econômica, sem o qual, tont court, deixará de existir a própria liber dade.
Ei.s aí, senhores, que reflexões me faz
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clusões. O Direito sempre con\'ém a um meio social determinado, pelo que não tenho a veleidade de alinhar prin cípios unh-ersais. Quisera, entretanto, que as minlias obser\'ações vos conduzissem a refle
xões próprias em tôrao dos problemas suscitados pela economia dirigida, levando-vos a indagar, de iniciativa própria,
quais dewim ser, no ^*osso próprio meio, os limites a serem formulados pelos ju ristas para que a economia-dirigida se não con\'erta em economia totalitária.
Se, como dizem os adeptos de semelhan te economia, ela não impede as inicia tivas individuais e respeita a liberdade econômica, o que cumpre fazer — e isso compete aos juristas — é precisar
quais vos apresentei ligeiro quadro. Que
brotar no espírito a experiência que te nho da economia dirigida nO meu próprio
os juristas as estudem com particular carinho, que a mim, por força do lema que escolhi, me compete voltar ao do mínio econômico, nem só para resumir
país. Procurei, no reproduzi-las, indicar o que devem fazer os juristas, sempre que se lhes depare um regime de eco nomia dirigida: fixar os limites que esta
o que acabo de dizer como para ex
deve observar para que seja respeitada
fazer-\'0s refletir sôbre tais questões tra-
a liberdade humana. Ignoro se aquilo que vos disse tem, ou pode ter aplica ção ao vosso país, pois, como observei
zendo-vos exemplos tirados da minha própria experiência pessoal — acredito
que o tenha alcançado. E só me resta
os limites que não pode ultrapassar. O objetivo que me propus — qual o de
queiro comum, ou como um segurador
pressar, cm forma de conclusão, os li
ordinário, ou ainda como um comercian
mites que venho de indicar.
te qualquer. E eis aí mais um limite imposto pelo Direito Comercial à eco nomia dirigida: o de respeito, nas re
Como vos di.sse de comêço, não dis cuto o princípio em que .se funda a eco
de comêço, certo estou do caráter emi
agradecer-\'os, pela grande honra da ca
nomia dirigida. Minha opinião pessoal»
nentemente relativo das minhas con-
rinhosa atenção que me dispensasles.
lações do Estado com particulares, às regras observadas pelos comerciantes
que não devo ocultar, é no sentido de
em geral.
em certos momentos de cri.se, mas que,
Respeitados que sejam todos esses li mites, vereis que o Direito Comercial
conservará intacto o seu próprio domí nio. Diz-se, não há. dúvida, que a economia dirigida não é senão o triun fo do Direito Publico sôbre o Direito
Privado.
Seja.
Sou o primeiro a re
conhecer que ela representa uma ex
tensão dos poderes do Estado e que o Direito Público, por isso, vai ganhan do terreno, pois êle é que determina as regras aplicáveis ao Estado no exer cício das suas funções. Mas é forçoso convir que o Direito Privado e o Di reito Comercial continuam, apesar de
que a economia dirigida pode ser útil passada esta, indispensável se torna qu®
a deixemos, para voltar à economia li berai. Ao jurista, entretanto, não Ih® compete entrar nessa indagação. Na® lhe cabe opinar, por outras palavras, sobre se convém, e quando,-ou porque, tal sistema de economia, senão precisar
os limites que devem ser observados pa ra que a economia dirigida, uma vez aplicada, se não transforme cm econo mia totalitária.
Êsses limites, passo a resumi-los;
a) Importa restringir o mais passível os sacrifícios impostos à liberdade con tratual.
A produção açucareira européia provàvelmente superará em mais de 25 por cento a do ano passado, segundo um boletim distribuído pela firma B. W. Dtjer Company, de Nom Yorh. Diz o boletim que a produção européia, excluindo a União Soviética, é calculada em mais de seis milhões e 250.000 toneladas, em comparação com 4.576.000 toneladas no ano passado. '
O aumento se deve a melhores condições atmosféricas, que permitiram maior rendimento, de vez que foram ampliadas apenas em pequena escala as áreas destinadas ao plantio de beterraba. Maior produção é registrada principalmente na Tchecoslooáqtiia, França, Itália e Grã-Bretanha. Diz o boletim que é difícil conseguir dados da produção sooíética, mas acredita-se que a safra açucareira da URSS será 500,000 toneladas maior do que a do ano passado.
UfU(
Dicesto
A
moeda
escriturai
Econômico
21
metálica, seriam feito.s por cheque. As estatísticas internacionais não confirmam
s meios de pagamento
êsle conceito venceu também nas esta
no mundo inteiro ten
tísticas oficiai.s da ONU c do Fundo Mo
tal c.xpcctaiiva. Manifesta-se, pelo contrá rio, de.sdc a xiltima guerra, uma reação no sentido opo.sto, quer dizer, uma pro gressão do papel-moeda em relação à moeda escriturai, em particular nos Es
dem a uniformizar-se.
netário Internacional.
tiga Liga das Nações rcgistra\a o papel-
tados Unidos.
Em tôda parte desapa
Richahd Lewinsohn
receram da circulação as moedas-ouro, e as
outras moedas metálicas, de prata, co
bre, níquel, alumínio ou ligação dêsses metais, não representam senão pequena parte dos meios de pagamento. As no tas emitidas por bancos particulares e os papéis comerciais (letras de câmbio
etc.), que antigamente em diversos paí ses, por exemplo na Inglaterra, exer ciam verdadeira função de moeda subsi
diária, acham-se também em completo
Enquanto a an
moeda completamente .separada da moe da escriturai — esta última aparecia ape nas nas e.staiísficas bancárias — o.s scr\'i-
ços técnicos da ONU rciincm as duas formas de moeda num quadro comum,
sob a denominação de "money supply^^» o que significa "potencial monetário , ou simplesmente "meios dc pagamento . Essa modificação ó característica para a mudança nas idéias. Ainda que seja,
sem dúvida, uma moeda privada, criada pe'os depositantes, em conjunto com os
declínio. Predominam hoje duas formas de moedas: o papel-moeda, emitido
bancos que facultam sua utilização co
pelos bancos centrais ou, em raros ca sos, como no Bra.sil, pelos governos, e
turai é hoje reconhecida como verdadei
a moeda escriturai.
mo meio dc pagamento, a moeda escri ra moeda que, do ponto-de-vista eco nômico, tem essencialmente a mesma
Esta última categoria consista, de acordo com a definição universalmente
função e a mesma importância que õ papel-moeda. 0.s próprios governos ia*
Antes da guerra, os Estados Unidos eram o país com a maior extensão da moeda escriturai. A proporção entre a moeda escriturai e o papel-moeda era de 4,5 : 1, sendo hoje apenas de 3,2 : 1. Em algarismos absolutos: o potencial monetário compunha-se em 1938 de 26 bilhões de dólares em moeda escriturai
América no Norte todos usam cheques. A grande maioria dos operários e dos camponeses faz também lá as suas com
pras diarias com papel-moeda.
Ora,
esses argumentos não bastam para e.x-
plicar o fenômeno. Na realidade, ma nifestou-se já antes da última guerra uma certa reação do público contra o uso e.xcessivo de cheques. Nunca mais foi atingida a proporção de 6,2: 1 entre a moeda escriturai e o papel-moeda, ve rificada em 1929.
Decerto, a tendência observada na
América do Norte a favor do papelmoeda não é universal. Em vários paí ses constata-se uma evolução no sentido
e 5,8 bilhões em papel-moeda; hoje ele
oposto, o pais com a maior porcenta
consiste cm 83 bilhões em moeda escri
gem de moeda escriturai é atualmente
turai e 25,6 bilhões em papel-moeda.
a União Sul-Africana, com a proporção 5,7 : 1, contra 3,9 antes da guerra. Poder-se-ia supor que as particularida des econômicas daquele país — que é
Evolução semelhante verifica-se no Ca nadá, onde a relação moeda escritiual
s/papel-moeda passou de 3,2 a 2,6: 1. As razões dessa regressão da moeda escriturai residem, em grande parte, nas condições particulares da economia de guerra. E' um fenômeno internacional que os soldados sempre preferem di
o maior produtor de ouro no mundo —
e sua posição geognifica, longe dos teatros de guerra, fossem a causa dêsse desenvolvimento. Mas observamos evo
lução parecida também eni países direta
clinaram-se, não sem hesitações, dian te desse fato, autorizando a utilização
nheiro, senão metálico,
e gravemente atingidos
pelo menos sob a for
pela conflagração, tal a
lizáveis para pagamentos por cheque. Ê denominada também,, por isso, moeda bancária, em inglês "bank money", "deposit money" ou "check money", em francês "dépôts disponibles". A deli
de cheques para pagamentos fiscais.
ma de cédulas.
França.
mitação exata dessa moeda — falaremos
criturai conduziu, porém, a opiniões er rôneas sobre a evolução monetária. Po de-se ouvir às vezes a suposição de qu© o papel-moeda seria já um meio de pa gamento antiquado, condenado à mor
aceita, em depósitos à vista nos bancos ou institutos de crédito semelhantes, uti
ulteriormente de modo mais explícito sobre o assunto — não é uniforme, no
Brasil, por exemplo, bastante diferente da usual nos Estados Unidos.
Mas,
Che
ques, mesmo "estabeleci dos em dólares, não são
Recuo nos Estados Unidos
O triunfo incontestável da moeda es
tão facilmente
utilizá
veis fora do próprio pais quanto as notas. Além disso, os altos sa
lários do operariado nas indústrias de guerra • proporcionavam
muito
dinheiro a pessoas que
Os franceses mostra
ram antes da guerra uma preferência pro-
verbial pelo numerário. O famoso "pé-de-meia" cheio de dinheiro pal pável — antigamente ou ro e prata, mas já des
de há muito papelmoeda — era um sím
grosso modo, todos os economistas e fi
te, como a moeda de ouro, e que, num
não estavam acostuma
nancistas concordam, hoje em dia, em re
futuro próximo, todos os pagamentos, com exceção apenas dos muito pequenos
bolo do hábito de pou
das com o pagamento por cheque. Pois seria
par do agricultor e, em geral, do pequeno burguês francês. Esta
conhecer os depósitos à vista como uma
espécie de moeda. Desde há dois anos,
que poderiam ser efetuados em moeda
um erro supor que na -'H-
!
UfU(
Dicesto
A
moeda
escriturai
Econômico
21
metálica, seriam feito.s por cheque. As estatísticas internacionais não confirmam
s meios de pagamento
êsle conceito venceu também nas esta
no mundo inteiro ten
tísticas oficiai.s da ONU c do Fundo Mo
tal c.xpcctaiiva. Manifesta-se, pelo contrá rio, de.sdc a xiltima guerra, uma reação no sentido opo.sto, quer dizer, uma pro gressão do papel-moeda em relação à moeda escriturai, em particular nos Es
dem a uniformizar-se.
netário Internacional.
tiga Liga das Nações rcgistra\a o papel-
tados Unidos.
Em tôda parte desapa
Richahd Lewinsohn
receram da circulação as moedas-ouro, e as
outras moedas metálicas, de prata, co
bre, níquel, alumínio ou ligação dêsses metais, não representam senão pequena parte dos meios de pagamento. As no tas emitidas por bancos particulares e os papéis comerciais (letras de câmbio
etc.), que antigamente em diversos paí ses, por exemplo na Inglaterra, exer ciam verdadeira função de moeda subsi
diária, acham-se também em completo
Enquanto a an
moeda completamente .separada da moe da escriturai — esta última aparecia ape nas nas e.staiísficas bancárias — o.s scr\'i-
ços técnicos da ONU rciincm as duas formas de moeda num quadro comum,
sob a denominação de "money supply^^» o que significa "potencial monetário , ou simplesmente "meios dc pagamento . Essa modificação ó característica para a mudança nas idéias. Ainda que seja,
sem dúvida, uma moeda privada, criada pe'os depositantes, em conjunto com os
declínio. Predominam hoje duas formas de moedas: o papel-moeda, emitido
bancos que facultam sua utilização co
pelos bancos centrais ou, em raros ca sos, como no Bra.sil, pelos governos, e
turai é hoje reconhecida como verdadei
a moeda escriturai.
mo meio dc pagamento, a moeda escri ra moeda que, do ponto-de-vista eco nômico, tem essencialmente a mesma
Esta última categoria consista, de acordo com a definição universalmente
função e a mesma importância que õ papel-moeda. 0.s próprios governos ia*
Antes da guerra, os Estados Unidos eram o país com a maior extensão da moeda escriturai. A proporção entre a moeda escriturai e o papel-moeda era de 4,5 : 1, sendo hoje apenas de 3,2 : 1. Em algarismos absolutos: o potencial monetário compunha-se em 1938 de 26 bilhões de dólares em moeda escriturai
América no Norte todos usam cheques. A grande maioria dos operários e dos camponeses faz também lá as suas com
pras diarias com papel-moeda.
Ora,
esses argumentos não bastam para e.x-
plicar o fenômeno. Na realidade, ma nifestou-se já antes da última guerra uma certa reação do público contra o uso e.xcessivo de cheques. Nunca mais foi atingida a proporção de 6,2: 1 entre a moeda escriturai e o papel-moeda, ve rificada em 1929.
Decerto, a tendência observada na
América do Norte a favor do papelmoeda não é universal. Em vários paí ses constata-se uma evolução no sentido
e 5,8 bilhões em papel-moeda; hoje ele
oposto, o pais com a maior porcenta
consiste cm 83 bilhões em moeda escri
gem de moeda escriturai é atualmente
turai e 25,6 bilhões em papel-moeda.
a União Sul-Africana, com a proporção 5,7 : 1, contra 3,9 antes da guerra. Poder-se-ia supor que as particularida des econômicas daquele país — que é
Evolução semelhante verifica-se no Ca nadá, onde a relação moeda escritiual
s/papel-moeda passou de 3,2 a 2,6: 1. As razões dessa regressão da moeda escriturai residem, em grande parte, nas condições particulares da economia de guerra. E' um fenômeno internacional que os soldados sempre preferem di
o maior produtor de ouro no mundo —
e sua posição geognifica, longe dos teatros de guerra, fossem a causa dêsse desenvolvimento. Mas observamos evo
lução parecida também eni países direta
clinaram-se, não sem hesitações, dian te desse fato, autorizando a utilização
nheiro, senão metálico,
e gravemente atingidos
pelo menos sob a for
pela conflagração, tal a
lizáveis para pagamentos por cheque. Ê denominada também,, por isso, moeda bancária, em inglês "bank money", "deposit money" ou "check money", em francês "dépôts disponibles". A deli
de cheques para pagamentos fiscais.
ma de cédulas.
França.
mitação exata dessa moeda — falaremos
criturai conduziu, porém, a opiniões er rôneas sobre a evolução monetária. Po de-se ouvir às vezes a suposição de qu© o papel-moeda seria já um meio de pa gamento antiquado, condenado à mor
aceita, em depósitos à vista nos bancos ou institutos de crédito semelhantes, uti
ulteriormente de modo mais explícito sobre o assunto — não é uniforme, no
Brasil, por exemplo, bastante diferente da usual nos Estados Unidos.
Mas,
Che
ques, mesmo "estabeleci dos em dólares, não são
Recuo nos Estados Unidos
O triunfo incontestável da moeda es
tão facilmente
utilizá
veis fora do próprio pais quanto as notas. Além disso, os altos sa
lários do operariado nas indústrias de guerra • proporcionavam
muito
dinheiro a pessoas que
Os franceses mostra
ram antes da guerra uma preferência pro-
verbial pelo numerário. O famoso "pé-de-meia" cheio de dinheiro pal pável — antigamente ou ro e prata, mas já des
de há muito papelmoeda — era um sím
grosso modo, todos os economistas e fi
te, como a moeda de ouro, e que, num
não estavam acostuma
nancistas concordam, hoje em dia, em re
futuro próximo, todos os pagamentos, com exceção apenas dos muito pequenos
bolo do hábito de pou
das com o pagamento por cheque. Pois seria
par do agricultor e, em geral, do pequeno burguês francês. Esta
conhecer os depósitos à vista como uma
espécie de moeda. Desde há dois anos,
que poderiam ser efetuados em moeda
um erro supor que na -'H-
!
22
Dicesto Econômico
Dicesto
Não ob.stante, a moeda escriturai aumen
americana c inglê.sa qiio determinou a utilização cm ampla escala do pagamen
tou nos últimos dez anos muito mais
to por chcípic na América Latina. Po
que o papel-moeda, e a relação entre a primeira e a segunda passou de 0,6
rém, também ncs.sa parte do inundo a
forma
de
entesouramento
contínua.
para 1,.5 : 1.
O desenvolvimento na América Latina
Êsses exemplos evidenciam já que generalizações nesse domínio são difí
ceis. Pode-se, dizer, grosso modo, que o uso da moeda escriturai é mais de
senvolvido na América do que na Eu ropa e, dentro do Velho Mundo, no
Oeste mais do que no Leste. Mas, mesmo essa afirmação implica várias exceções, e em todo caso não se de
veria deduzir dêsse fato que a moeda escriturai em si já seria um sinal de progresso econômico e técnico. Países com alto padrão industrial, como a Bél gica e a Suíça, continuam preferindo o papel-moeda. Também não é possível fazer uma rigorosa discriminação regional. Paí
evolução não é uniforme. Com raras
exceções, a moeda c.scrilural é mais de senvolvida na parte meridional do Con
tinente do ípie no.s países limítrofes dos Caraíbas c do Golfo do México. A por
centagem mais elevada cia moeda escri turai verifica-sc no Chile, a mais bai.xn
na Bolívia. Eis aqui uma lista para os
puísc.s que publicam regularmente es tatísticas a re.speito:
V. V
Econômico
23
Estatística Econômica e Financeira do
tesourado num cofre forte está também,
Ministério da Fazenda registrou como
de fato, fora da circulação, mesmo que
potencial monetário 51.490 milhões de cruzeiros, composto de 31.112 milhões
figure na estatística como "meio cir
em
A diferença, porém, é que podemos obser\'ar com maior precisão os movi
moeda
escriturai e 20.378 milhões
cm pnpcl-moccla. A relação entre a pri meira e a segunda seria, pois, de 1,5 : 1.
A diferença provem principalmente dos depósitos do Govêmo, excluídos no es quema
norte-americano
mas
incluído.s
no brasileiro. É discutível qual dos dois métodos
reto.
c
o
mais
culante".
mentos da moeda escriturai do que os do papel-moeda. Os cheques compen sados dão a possibilidade de estimar aproximadamente o "toumover", ou, co
mo se diz em termo técnico, porém
cor
pouco apropriado, a ve
Em princípio, os
locidade de circulação
depósitos do Governo no
Relação entre a móeda escriturai e o papel-moeda
da moeda escriturai. Nos Estados Unidos e em vá
Banco do Brasil não di
ferem de outros depósitos
rios outros países pode-
Chile
2,5: 1
à vista. Podem também ser utiliíKidos a cada mo
Uruguai
1,7""
mento
para
pagamento
Para o Brasil, a estimati
1.6""
por cheque.
Mesmo os
va é mais difícil, pois as
Brasil
se calcular essa velocida
de com grande precisão.
depósitos que os outros
nossas
bancos mantêm no Ban
discriminam a categoria
sam sob êsse aspecto uma atividade
Argentina Peru Colômbia Costa-Rica Rep. Dominicana México Cuba
1,5"" 1.4"" 1,3"" 1,3"" 1,3"" 1,0"" 0,9 '
bem diferente. Enquanto na Suécia o to
Equador
0.9""
tal da moeda escriturai é apenas igual ao do papel-moeda, na Noruega a rela ção é de 2,2: 1, e na Dinamarca de
Venezuela
Honduras
Nicarágua
0,8""
cos é realmente moeda escriturai.
um depósito a prazo, no momento da
Guatemala Salvador Bolívia
0,7"" 0,6"" 0,5""
Velocidade de circulação
toçao de depósito semelhante em outro
ses vizinhos, e com tantas afinidades
entre êles cOmo os escandinavos, acu
2,5 : 1. Um trecho comiun inconfundí
vel mostra-se, porem, entre os povos an-
glo-saxônicos. Certamente, os ingleses, criadores do moderno sistema de com
pensação de cheques, transmitiram sua preferência pela moeda escriturai aos
não
dos depósitos aos quais
co do Brasil e que são excluídos também no es
se referem os cheques
quema brasileiro, não são vedados de servir para
compensados.
ta-se, sem dmida, de de pósitos à vista, mas o
0,8""
pagamentos por cheque. Pelo menos, a parte que ultrapassa o encai- -
0,8""
xe compulsório dos ban
criturai encontram-.se hoje fora da co munidade britânica: na Irlanda. Foi, sem dúvida, influência norte-
sil, np esquema do Ministério da Fa zenda, chegaríamos a um resultado li geiramente diferente. Pelo mês de ju nho de 1948, por exemplo, o Serviço de
de referir-se também a
do em conta para apreciar a importân cia da moeda escriturai.
todos os países nos moldes norte-ame
ricanos. Se nos baseássemos, para o Bra
cheque compensado po-
não é o único fator que deve sèr leva
cional, que ajusta a moeda escriturai de
Sua eficiência
econômica depende sobretudo da inten
sidade do seu movimento.
Depósitos à
vista que não se movimentam não têm
significação monetária. É verdade que isso não é uma particularidade da moe
da escriturai. íapel-moeda que fica en.■ftOíK'
Na gran
de maioria dos casos, tra
A quantidade dos depósitos à vista
Os cálculos precedentes são baseados nos dados do Fundo Monetário Interna
seus descendentes nos Estados Unidos, assim como nos Domínios. Todavia, os
partidários mais ardentes da moeda es
estatísticas
liqmdaçao
Pode servir para: coesÜ-
banco. Entretanto, é pouco provável
ti prazo sirvam em la ais que duas vêzes ao ano para
pagamento por cheque^ êsses depóítos.
em grande parte, são compulsórios e imobilizados por muito tempo.
Na hipótese de que os 15 bilhões de cmzeuos enslenles em depósitos a prazo
em fms de junho de 1948 em todos os bancos do pais seriam, na sua totalida
de. uma vez ao ano utilizados para pa-
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Dicesto Econômico
Dicesto
Não ob.stante, a moeda escriturai aumen
americana c inglê.sa qiio determinou a utilização cm ampla escala do pagamen
tou nos últimos dez anos muito mais
to por chcípic na América Latina. Po
que o papel-moeda, e a relação entre a primeira e a segunda passou de 0,6
rém, também ncs.sa parte do inundo a
forma
de
entesouramento
contínua.
para 1,.5 : 1.
O desenvolvimento na América Latina
Êsses exemplos evidenciam já que generalizações nesse domínio são difí
ceis. Pode-se, dizer, grosso modo, que o uso da moeda escriturai é mais de
senvolvido na América do que na Eu ropa e, dentro do Velho Mundo, no
Oeste mais do que no Leste. Mas, mesmo essa afirmação implica várias exceções, e em todo caso não se de
veria deduzir dêsse fato que a moeda escriturai em si já seria um sinal de progresso econômico e técnico. Países com alto padrão industrial, como a Bél gica e a Suíça, continuam preferindo o papel-moeda. Também não é possível fazer uma rigorosa discriminação regional. Paí
evolução não é uniforme. Com raras
exceções, a moeda c.scrilural é mais de senvolvida na parte meridional do Con
tinente do ípie no.s países limítrofes dos Caraíbas c do Golfo do México. A por
centagem mais elevada cia moeda escri turai verifica-sc no Chile, a mais bai.xn
na Bolívia. Eis aqui uma lista para os
puísc.s que publicam regularmente es tatísticas a re.speito:
V. V
Econômico
23
Estatística Econômica e Financeira do
tesourado num cofre forte está também,
Ministério da Fazenda registrou como
de fato, fora da circulação, mesmo que
potencial monetário 51.490 milhões de cruzeiros, composto de 31.112 milhões
figure na estatística como "meio cir
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A diferença, porém, é que podemos obser\'ar com maior precisão os movi
moeda
escriturai e 20.378 milhões
cm pnpcl-moccla. A relação entre a pri meira e a segunda seria, pois, de 1,5 : 1.
A diferença provem principalmente dos depósitos do Govêmo, excluídos no es quema
norte-americano
mas
incluído.s
no brasileiro. É discutível qual dos dois métodos
reto.
c
o
mais
culante".
mentos da moeda escriturai do que os do papel-moeda. Os cheques compen sados dão a possibilidade de estimar aproximadamente o "toumover", ou, co
mo se diz em termo técnico, porém
cor
pouco apropriado, a ve
Em princípio, os
locidade de circulação
depósitos do Governo no
Relação entre a móeda escriturai e o papel-moeda
da moeda escriturai. Nos Estados Unidos e em vá
Banco do Brasil não di
ferem de outros depósitos
rios outros países pode-
Chile
2,5: 1
à vista. Podem também ser utiliíKidos a cada mo
Uruguai
1,7""
mento
para
pagamento
Para o Brasil, a estimati
1.6""
por cheque.
Mesmo os
va é mais difícil, pois as
Brasil
se calcular essa velocida
de com grande precisão.
depósitos que os outros
nossas
bancos mantêm no Ban
discriminam a categoria
sam sob êsse aspecto uma atividade
Argentina Peru Colômbia Costa-Rica Rep. Dominicana México Cuba
1,5"" 1.4"" 1,3"" 1,3"" 1,3"" 1,0"" 0,9 '
bem diferente. Enquanto na Suécia o to
Equador
0.9""
tal da moeda escriturai é apenas igual ao do papel-moeda, na Noruega a rela ção é de 2,2: 1, e na Dinamarca de
Venezuela
Honduras
Nicarágua
0,8""
cos é realmente moeda escriturai.
um depósito a prazo, no momento da
Guatemala Salvador Bolívia
0,7"" 0,6"" 0,5""
Velocidade de circulação
toçao de depósito semelhante em outro
ses vizinhos, e com tantas afinidades
entre êles cOmo os escandinavos, acu
2,5 : 1. Um trecho comiun inconfundí
vel mostra-se, porem, entre os povos an-
glo-saxônicos. Certamente, os ingleses, criadores do moderno sistema de com
pensação de cheques, transmitiram sua preferência pela moeda escriturai aos
não
dos depósitos aos quais
co do Brasil e que são excluídos também no es
se referem os cheques
quema brasileiro, não são vedados de servir para
compensados.
ta-se, sem dmida, de de pósitos à vista, mas o
0,8""
pagamentos por cheque. Pelo menos, a parte que ultrapassa o encai- -
0,8""
xe compulsório dos ban
criturai encontram-.se hoje fora da co munidade britânica: na Irlanda. Foi, sem dúvida, influência norte-
sil, np esquema do Ministério da Fa zenda, chegaríamos a um resultado li geiramente diferente. Pelo mês de ju nho de 1948, por exemplo, o Serviço de
de referir-se também a
do em conta para apreciar a importân cia da moeda escriturai.
todos os países nos moldes norte-ame
ricanos. Se nos baseássemos, para o Bra
cheque compensado po-
não é o único fator que deve sèr leva
cional, que ajusta a moeda escriturai de
Sua eficiência
econômica depende sobretudo da inten
sidade do seu movimento.
Depósitos à
vista que não se movimentam não têm
significação monetária. É verdade que isso não é uma particularidade da moe
da escriturai. íapel-moeda que fica en.■ftOíK'
Na gran
de maioria dos casos, tra
A quantidade dos depósitos à vista
Os cálculos precedentes são baseados nos dados do Fundo Monetário Interna
seus descendentes nos Estados Unidos, assim como nos Domínios. Todavia, os
partidários mais ardentes da moeda es
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liqmdaçao
Pode servir para: coesÜ-
banco. Entretanto, é pouco provável
ti prazo sirvam em la ais que duas vêzes ao ano para
pagamento por cheque^ êsses depóítos.
em grande parte, são compulsórios e imobilizados por muito tempo.
Na hipótese de que os 15 bilhões de cmzeuos enslenles em depósitos a prazo
em fms de junho de 1948 em todos os bancos do pais seriam, na sua totalida
de. uma vez ao ano utilizados para pa-
'■'r*
I
i
11, 1
Dicksto
24
gamentos mediante cheques compensa dos, montante igual deveria ser dedu zido do movimento total dos cheques
compensados, que este ano atingiria provavelmente 200 bilhões de cruzeiros. Ficariam 185 bilhões, que se aplicariam
aos 31 bilhões — ou, conforme o esque ma americano, 27 bilhões de cruzeiros —
em moeda escriturai.
O "turnover" da
moeda escriturai seria, portanto, 185:31 = 6,0 ou, de acordo com o esquema norte-americano, 185:27 = 6,9.
Cálculos análogos para os anos ante riores mostram que o "turnover" da
moeda escriturai, depois de ter ficado durante longos anos muito estável — variando entre 3,5 e 4 ao ano — acusa
depois de 1946 considerável acréscimo. O fenomeno não tem nada de extraordi
nário.
Contrariamente a uma opinião
T
Econômico
rica para qual das duas fonnas de moeda a
velocidade
fôsse
maior.
Se
a questão parece duvidosa para os Es tados Unidos, a resposta é perfeitamente ciara para o Brasil. Uma simp'es reflexão indica o cami
nho. Enquanto o total dos ciieques compensados é, como já foi dito, este ano, de cerca de 200 billiões do cru
zeiros, o total das vendas aproxima-se dc 300 bilhões.
tributadas Acrescen
tam-se os pagamentos para
alugueis,
para ser\'iços pessoais, impostos diretos
e muitas outras despesas não mercantis.
Outra categoria dc pagamentos é cons tituída pelos vencimentos e salários dos
funcionários, empregados no comércio e operários, em resumo, pelas remunera ções de todas as pessoas que não obtêm as suas rendas diretamente pelo fome^
muito divulgada, a velocidade de cir culação da moeda baixa na inflação — senão nas últimas fases da hiper-infla-
gueses. Uma terceira categoria de paga mentos refere-se a operações a crédito.
ção — e aumenta depois da estabilização. Todavia, ainda agora, mau grado a sua
Somando todos esses pagamentos nor mais, chega-se, sem dúvida alguma, a
aceleração, o "turnover" do Brasil é
um múltiplo dos 200 bilhões de cruzei
muito menor que nos Estados Unidos.
ros pagos mediante cheques.
Protecionismo e industrialismo Aliomar
O Brasil todo deseja a industrialização
6 quase todo ele associa esse alvo ao protecionismo, como meio eficiente. O protecionismo é uma velha crença, tão velha, pelo menos, quanto os mercantilistas do século XVII.
os argumentos pró e contra estão ex
da rua, comporta uma visão geral do
é frtito de -■ convicção dotitrinária
tema vetusto.
te à qual ainda é preciso repeti-lo. dem-se umas às outras para estudo e so
A complexidade dêsses problemas do protecionismo gira em tomo de enorme massa doutrinária, de espírito científico — a teoria pura do comércio internacio
nal paralelamente a uma série de téc nicas, ou medidas, designada como "polí tica comercial", devendo-se a uma e
outra
19, depois de um forte recuo durante
amplamente 500 bilhões de cruzeiros.
a guerra.
Ficariam, pelo menos, 300 bilhões de
vestigação
da.
Sendo o volume do papel-moeda
Segundo alguns especialistas, a veloci
de 20 bilhões de cruzeiros, é forçoso
dade da moeda escriturai é essencial
concluir que o "turnover" do papel-
mente a mesma que a do papel-moeda. Mas a tese oposta, a clássica, que' se
moeda é, no mínimo, de 15, ou sejam
acha na famosa "equação de trocas" de
moeda escriturai.
Irving Fisher, é muito maiá provável. De acordo com essa última, o papelmoeda e a moeda escriturai têm cada
um sua própria velocidade. Fisher não ousou afirmar de uma maneira gené[, 1
. ;Ü ..
duas e meia vêzes maior que o da Essa conclusão implica outra: que, no
Brasil, a moeda escriturai, apesar de sua preponderância aparente, tem fun ção muito mais limitada na vida econô mica que o papel-moeda.
lução dos problemas daí decorrentes pa ra o bem-estar e paz do mundo. Avulta, nesse quadro, dominando-o
O protecionismo
num país como o Brasil, ultrapassará cruzeiros a movimentar com papel-moe
Não Se ensina o "Padre
Nosso" aos vigários, mas há muita gen
pósitos à vista foi no mês de junho p. p. de 28, e nas outras grandes cidades de
Que significam esses algarismos para
cm que se acha empenhado o ardoroso deputado baiano. Mas proclama que postos com probidade e a parte opinativa
dicar a ordem de grandeza: o total
o conjunto do mecanismo monetário?
de idéias, não toma partido nesse debate
mico", que circula nas mãos do homem
Em Nova York, o "turnover" dos de
dos pagamentos efetuados anualmente,
Mas uma revista
O "Digesto Econômico", como veículo
de divulgação, como o "Digesto Econô
cimento de mercadorias ou serviços a fre
Para in
Baleeiro
imensa
e
valiosa
bibliografia.
Existem até cátedras especiais para in
0
ensino
dêsses assuntos.
Órgãos governamentais oficiais e oficio sos (ConseUios de Comércio Exterior, Câmaras de Comércio etc.) servem de . assessores às autoridades.
há mais de século, a controvérsia entre
os méritos e inconvenientes do protecio nismo e do livre-câmbio.
Por protecionismo, entende-se a po lítica de aplicação violenta dos impostos alfandegários e de outras medidas de política comercial (contingentamentos
etc.) para restringir a compra dç mer cadorias estrangeiras, de modo que o mercado interno fique reservado aos produtores nacionais, libertos, assim, da concorrência de países que poderiam vender suas mercadorias por preço mais vantajoso.
Parece supérfluo lembrar que o pro blema tributário dos impostos de im
; seria a abolição geral dos direitos para
portação está relacionado não só com
• que' ás mercadorias tivessem livre en-
O livre-câmhio, numa forma absoluta,
- Irada e não suportassem outro ônus sereitos aduaneirbs- o Seu-melhor e.mais chão. o que. grava também os artigos da - típico". instrumentO|,-.'-mas também : com • produção indígena. Mas, em geral, os
- a política .comercial,:' que tem nos .di
- as quçstões. de moeda, câmbio, preços
•. livre-cambrstás "concordam com uma ta-
, etc.
• rifa puramente fiscal, isto é — direitos
.'.•Co'nfQrêiiciás internacionais suce-
'■'r*
I
i
11, 1
Dicksto
24
gamentos mediante cheques compensa dos, montante igual deveria ser dedu zido do movimento total dos cheques
compensados, que este ano atingiria provavelmente 200 bilhões de cruzeiros. Ficariam 185 bilhões, que se aplicariam
aos 31 bilhões — ou, conforme o esque ma americano, 27 bilhões de cruzeiros —
em moeda escriturai.
O "turnover" da
moeda escriturai seria, portanto, 185:31 = 6,0 ou, de acordo com o esquema norte-americano, 185:27 = 6,9.
Cálculos análogos para os anos ante riores mostram que o "turnover" da
moeda escriturai, depois de ter ficado durante longos anos muito estável — variando entre 3,5 e 4 ao ano — acusa
depois de 1946 considerável acréscimo. O fenomeno não tem nada de extraordi
nário.
Contrariamente a uma opinião
T
Econômico
rica para qual das duas fonnas de moeda a
velocidade
fôsse
maior.
Se
a questão parece duvidosa para os Es tados Unidos, a resposta é perfeitamente ciara para o Brasil. Uma simp'es reflexão indica o cami
nho. Enquanto o total dos ciieques compensados é, como já foi dito, este ano, de cerca de 200 billiões do cru
zeiros, o total das vendas aproxima-se dc 300 bilhões.
tributadas Acrescen
tam-se os pagamentos para
alugueis,
para ser\'iços pessoais, impostos diretos
e muitas outras despesas não mercantis.
Outra categoria dc pagamentos é cons tituída pelos vencimentos e salários dos
funcionários, empregados no comércio e operários, em resumo, pelas remunera ções de todas as pessoas que não obtêm as suas rendas diretamente pelo fome^
muito divulgada, a velocidade de cir culação da moeda baixa na inflação — senão nas últimas fases da hiper-infla-
gueses. Uma terceira categoria de paga mentos refere-se a operações a crédito.
ção — e aumenta depois da estabilização. Todavia, ainda agora, mau grado a sua
Somando todos esses pagamentos nor mais, chega-se, sem dúvida alguma, a
aceleração, o "turnover" do Brasil é
um múltiplo dos 200 bilhões de cruzei
muito menor que nos Estados Unidos.
ros pagos mediante cheques.
Protecionismo e industrialismo Aliomar
O Brasil todo deseja a industrialização
6 quase todo ele associa esse alvo ao protecionismo, como meio eficiente. O protecionismo é uma velha crença, tão velha, pelo menos, quanto os mercantilistas do século XVII.
os argumentos pró e contra estão ex
da rua, comporta uma visão geral do
é frtito de -■ convicção dotitrinária
tema vetusto.
te à qual ainda é preciso repeti-lo. dem-se umas às outras para estudo e so
A complexidade dêsses problemas do protecionismo gira em tomo de enorme massa doutrinária, de espírito científico — a teoria pura do comércio internacio
nal paralelamente a uma série de téc nicas, ou medidas, designada como "polí tica comercial", devendo-se a uma e
outra
19, depois de um forte recuo durante
amplamente 500 bilhões de cruzeiros.
a guerra.
Ficariam, pelo menos, 300 bilhões de
vestigação
da.
Sendo o volume do papel-moeda
Segundo alguns especialistas, a veloci
de 20 bilhões de cruzeiros, é forçoso
dade da moeda escriturai é essencial
concluir que o "turnover" do papel-
mente a mesma que a do papel-moeda. Mas a tese oposta, a clássica, que' se
moeda é, no mínimo, de 15, ou sejam
acha na famosa "equação de trocas" de
moeda escriturai.
Irving Fisher, é muito maiá provável. De acordo com essa última, o papelmoeda e a moeda escriturai têm cada
um sua própria velocidade. Fisher não ousou afirmar de uma maneira gené[, 1
. ;Ü ..
duas e meia vêzes maior que o da Essa conclusão implica outra: que, no
Brasil, a moeda escriturai, apesar de sua preponderância aparente, tem fun ção muito mais limitada na vida econô mica que o papel-moeda.
lução dos problemas daí decorrentes pa ra o bem-estar e paz do mundo. Avulta, nesse quadro, dominando-o
O protecionismo
num país como o Brasil, ultrapassará cruzeiros a movimentar com papel-moe
Não Se ensina o "Padre
Nosso" aos vigários, mas há muita gen
pósitos à vista foi no mês de junho p. p. de 28, e nas outras grandes cidades de
Que significam esses algarismos para
cm que se acha empenhado o ardoroso deputado baiano. Mas proclama que postos com probidade e a parte opinativa
dicar a ordem de grandeza: o total
o conjunto do mecanismo monetário?
de idéias, não toma partido nesse debate
mico", que circula nas mãos do homem
Em Nova York, o "turnover" dos de
dos pagamentos efetuados anualmente,
Mas uma revista
O "Digesto Econômico", como veículo
de divulgação, como o "Digesto Econô
cimento de mercadorias ou serviços a fre
Para in
Baleeiro
imensa
e
valiosa
bibliografia.
Existem até cátedras especiais para in
0
ensino
dêsses assuntos.
Órgãos governamentais oficiais e oficio sos (ConseUios de Comércio Exterior, Câmaras de Comércio etc.) servem de . assessores às autoridades.
há mais de século, a controvérsia entre
os méritos e inconvenientes do protecio nismo e do livre-câmbio.
Por protecionismo, entende-se a po lítica de aplicação violenta dos impostos alfandegários e de outras medidas de política comercial (contingentamentos
etc.) para restringir a compra dç mer cadorias estrangeiras, de modo que o mercado interno fique reservado aos produtores nacionais, libertos, assim, da concorrência de países que poderiam vender suas mercadorias por preço mais vantajoso.
Parece supérfluo lembrar que o pro blema tributário dos impostos de im
; seria a abolição geral dos direitos para
portação está relacionado não só com
• que' ás mercadorias tivessem livre en-
O livre-câmhio, numa forma absoluta,
- Irada e não suportassem outro ônus sereitos aduaneirbs- o Seu-melhor e.mais chão. o que. grava também os artigos da - típico". instrumentO|,-.'-mas também : com • produção indígena. Mas, em geral, os
- a política .comercial,:' que tem nos .di
- as quçstões. de moeda, câmbio, preços
•. livre-cambrstás "concordam com uma ta-
, etc.
• rifa puramente fiscal, isto é — direitos
.'.•Co'nfQrêiiciás internacionais suce-
Dicesto
26
•
•
moderados, apenas como fonte de receita para o Tesouro. E é claro que,
para ser produtiva de copíosas rcceitas, essa tributação há de ser tão suave impeça a importaçãô, como, em
regra, sucede com os direitos protecio nistas.
Econômico
manufatureiras desenvol\ íclus noutro. Se
cada povo se dedicasse à produção das mercadorias para as quais se aclia mais qualificado e deixasse as atividades que lhe são menos indicadas, ou remunera
das, para outro povo mais favorecido, nesse setor, pela natureza ou por lon
gas práticas c aptidões, claro que todos II
Teorema - dos custos comparativos ou comparados
Davíd Ricardo (Londres, 1772-1823)
seriam beneficiados, integrando-se e atnpliando-sc o consumo e a acumulação
de riquezas pelas trocas reciprocamente vantajosas.
Essa idéia reflete a generalização do princípio da di\'isão do trabalho á co
passa por ser o ex
munidade
positor do princípio,
nal: — assim como é
também chamado de teorema
dos
mais fecundo que ca
custos
,que essa teoria esta va implícita. Em ver
'contribuiria para a elevação do nível do bem-estar de todos os povos. Ricardo, discípulo de Smith, como êle
focaliza a desigual distribuição das ma
térias-primas e aptidões pessoais nas várias regiões do mtmdo, por efeito de - condições geográficas, climáticas, geoló gicas, mineralógicas, assün como de : fauna, flora, maior especialização em de
esses elementos o raciocínio, para a'vi-
cálculo em tômo do exemplo célebre
zinhar-sc dos fatos reais.
reproduz.ido cm obras contemporâneas de grande autoridade. Suponha-se, que, em Portugal, haja
plica o problema com a introdução do
mais facilidade para produção do vinhos e tecidos do-que na Inglaterra: nesta,
corta quantidade de vinho exija 120 dias de trabalho c certa porção de jár-
Assim, com
dinheiro; com a multiplicidade das mer cadorias
no
comércio
internacional;
despesas de transporte; noção de rendi
mentos crescentes ou decrescentes, pois o exeniplo de Ricardo é traçado à base de custos constantes; a noção ou teoria
das de tecido demande 100 dias, en
do equilíbrio econômico, que exclui a
quanto quantidades exatamente iguais
teoria do valor-trabalho e encara a com
de vinho, cm Portugal, obtcnham-se com
plexidade de outros elementos na for mação dos preços.
80 dias e de tecido em 90. Paradoxal
mente convirá a Portugal especializar-
Depois de longa exposição e discussão
visão internacional do trabalho.
dentes à sua menor
obteria apenas 0,88 do pano nacional,
"A prova instrumental dessa afirma ção 6 dada pela teoria dos custos com
ou, por outras palavras, com um esfôrço
parativos, a qual, como ximos, não só é
bilidade daqueles ou tros, também os pO' vos se reservem o qu®
defendia a liberdade ' do comércio e a divi são internacional do trabalho, no pressu
aproximações sucessivas, integra com
trar a snia teoria, Ricardo formula um
cada unidade de vinho obterá 1,20 de pano inglês, ao passo que, se tecesse, o mesmo esforço empregado no vinho
capacidade e mais ha
dade, a "Riqueza das Nações" (1776) já
je ensinando nos Estados Unidos, por
vidade do que naquele. Para demons
xe para outros as atividades correspon
faç«a
mais aptidões e dei
enunciado idéias em
neste último país, tenha menos produti
plicação, Haberler conclui que o livrecâmbio aumcnt\ria enormemente a pro
indivíduo
aquilo para que tem
antes dele Torrens e S m i th houvessem
27
se em vinho e trocá-lo por tecido inglês, embora este exija maior quantidade de trabalho na Grã-Bretanha, pois que com
da
comparados, embora
posto de que o au■ inento da produção e, conseqüentemente, da riqueza geral,
internacio
Dicesto Econômico
lhes é mais íavorá*
vel e troquem OS seus artigos pelítS mercadorias compl®" mentares da produ ção nacional.
do teorema com êsses elementos de com
dução de mercadorias, mediante a di
de 80 dias obtém, trocando, o que lhe
válida para as condições simplificadas
custaria 90.
que em princípio se usaN^im, mas, tam
A Inglaterra, nesse inter
câmbio, passa a obter com o serviço • de 100 dias o que lhe custaria 120. Am bos lucraram, embora Portugal, liipotèticamente, pudesse produzir ambas as coi sas em melhores condições.
Mas esse raciocínio de Ricardo é, ape
bém, entendida em todo o seu valor, impera igualmente para as mais com plicadas condições da moderna economia
de troca — diz (ele, acrescentando ainda: Quando certa mercadoria se im
porta a preço tal que com ela não possa
Mas há povos mais dotados de fa cilidades comparativas em vários ramos,
nas, uma primeira aproximação. A rea
competir a industria nacional e deslo
lidade integra-se de vários elementos
enquanto outros, menos felizes, expe
ção inicial do problema.
ca-se ou se impossibilita a sua produ ção, os meios desta se dirigirão para outros ramos em que possam render
rimentam "handícaps" correspondentes. Ainda assim, responde Ricardo, convém que o povo mais categorizado especia
lize-se naqüilo .que ô -capaz de produ zir melhor ei iiiais fàcilmente e troque
que aí foram excluídos para simplifica Fazendo in
tervir, no raciocínio, os dados das leis
mais e. portanto, obtenham melhor-pre-
da oferta e da procura, Stuart Mill (In
ço ou remuneração".
glaterra 1806-1873) concebeu a teoria afim, dita "dos valores internacionais".
Relacionando essas e outras contribuições'-
terminados ramos agrícolas cultivados
os frutos dessa'liproduçâo ■ privilegiada com o outro' pará' o-iqual deixará a ati
neste ponto do mundo ou habilidades
vidade menos favorável,• embora esta,
berler, eminente professor austríaco,' hb-'
E^s^ e a fundamentação econômica mas os defensores des
sa" pióliticapr^eferem insistir na baixa por
de Mill, Caimes, Taussig e outros aútò-"' ela"pfdvocada nos preços das mercadores que se ocuparam do assunto, Ha-'"
riag liti^ttadas, ò que, aliás, é eviden
te, "ttiUito embora.o fenômeno possa
Dicesto
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moderados, apenas como fonte de receita para o Tesouro. E é claro que,
para ser produtiva de copíosas rcceitas, essa tributação há de ser tão suave impeça a importaçãô, como, em
regra, sucede com os direitos protecio nistas.
Econômico
manufatureiras desenvol\ íclus noutro. Se
cada povo se dedicasse à produção das mercadorias para as quais se aclia mais qualificado e deixasse as atividades que lhe são menos indicadas, ou remunera
das, para outro povo mais favorecido, nesse setor, pela natureza ou por lon
gas práticas c aptidões, claro que todos II
Teorema - dos custos comparativos ou comparados
Davíd Ricardo (Londres, 1772-1823)
seriam beneficiados, integrando-se e atnpliando-sc o consumo e a acumulação
de riquezas pelas trocas reciprocamente vantajosas.
Essa idéia reflete a generalização do princípio da di\'isão do trabalho á co
passa por ser o ex
munidade
positor do princípio,
nal: — assim como é
também chamado de teorema
dos
mais fecundo que ca
custos
,que essa teoria esta va implícita. Em ver
'contribuiria para a elevação do nível do bem-estar de todos os povos. Ricardo, discípulo de Smith, como êle
focaliza a desigual distribuição das ma
térias-primas e aptidões pessoais nas várias regiões do mtmdo, por efeito de - condições geográficas, climáticas, geoló gicas, mineralógicas, assün como de : fauna, flora, maior especialização em de
esses elementos o raciocínio, para a'vi-
cálculo em tômo do exemplo célebre
zinhar-sc dos fatos reais.
reproduz.ido cm obras contemporâneas de grande autoridade. Suponha-se, que, em Portugal, haja
plica o problema com a introdução do
mais facilidade para produção do vinhos e tecidos do-que na Inglaterra: nesta,
corta quantidade de vinho exija 120 dias de trabalho c certa porção de jár-
Assim, com
dinheiro; com a multiplicidade das mer cadorias
no
comércio
internacional;
despesas de transporte; noção de rendi
mentos crescentes ou decrescentes, pois o exeniplo de Ricardo é traçado à base de custos constantes; a noção ou teoria
das de tecido demande 100 dias, en
do equilíbrio econômico, que exclui a
quanto quantidades exatamente iguais
teoria do valor-trabalho e encara a com
de vinho, cm Portugal, obtcnham-se com
plexidade de outros elementos na for mação dos preços.
80 dias e de tecido em 90. Paradoxal
mente convirá a Portugal especializar-
Depois de longa exposição e discussão
visão internacional do trabalho.
dentes à sua menor
obteria apenas 0,88 do pano nacional,
"A prova instrumental dessa afirma ção 6 dada pela teoria dos custos com
ou, por outras palavras, com um esfôrço
parativos, a qual, como ximos, não só é
bilidade daqueles ou tros, também os pO' vos se reservem o qu®
defendia a liberdade ' do comércio e a divi são internacional do trabalho, no pressu
aproximações sucessivas, integra com
trar a snia teoria, Ricardo formula um
cada unidade de vinho obterá 1,20 de pano inglês, ao passo que, se tecesse, o mesmo esforço empregado no vinho
capacidade e mais ha
dade, a "Riqueza das Nações" (1776) já
je ensinando nos Estados Unidos, por
vidade do que naquele. Para demons
xe para outros as atividades correspon
faç«a
mais aptidões e dei
enunciado idéias em
neste último país, tenha menos produti
plicação, Haberler conclui que o livrecâmbio aumcnt\ria enormemente a pro
indivíduo
aquilo para que tem
antes dele Torrens e S m i th houvessem
27
se em vinho e trocá-lo por tecido inglês, embora este exija maior quantidade de trabalho na Grã-Bretanha, pois que com
da
comparados, embora
posto de que o au■ inento da produção e, conseqüentemente, da riqueza geral,
internacio
Dicesto Econômico
lhes é mais íavorá*
vel e troquem OS seus artigos pelítS mercadorias compl®" mentares da produ ção nacional.
do teorema com êsses elementos de com
dução de mercadorias, mediante a di
de 80 dias obtém, trocando, o que lhe
válida para as condições simplificadas
custaria 90.
que em princípio se usaN^im, mas, tam
A Inglaterra, nesse inter
câmbio, passa a obter com o serviço • de 100 dias o que lhe custaria 120. Am bos lucraram, embora Portugal, liipotèticamente, pudesse produzir ambas as coi sas em melhores condições.
Mas esse raciocínio de Ricardo é, ape
bém, entendida em todo o seu valor, impera igualmente para as mais com plicadas condições da moderna economia
de troca — diz (ele, acrescentando ainda: Quando certa mercadoria se im
porta a preço tal que com ela não possa
Mas há povos mais dotados de fa cilidades comparativas em vários ramos,
nas, uma primeira aproximação. A rea
competir a industria nacional e deslo
lidade integra-se de vários elementos
enquanto outros, menos felizes, expe
ção inicial do problema.
ca-se ou se impossibilita a sua produ ção, os meios desta se dirigirão para outros ramos em que possam render
rimentam "handícaps" correspondentes. Ainda assim, responde Ricardo, convém que o povo mais categorizado especia
lize-se naqüilo .que ô -capaz de produ zir melhor ei iiiais fàcilmente e troque
que aí foram excluídos para simplifica Fazendo in
tervir, no raciocínio, os dados das leis
mais e. portanto, obtenham melhor-pre-
da oferta e da procura, Stuart Mill (In
ço ou remuneração".
glaterra 1806-1873) concebeu a teoria afim, dita "dos valores internacionais".
Relacionando essas e outras contribuições'-
terminados ramos agrícolas cultivados
os frutos dessa'liproduçâo ■ privilegiada com o outro' pará' o-iqual deixará a ati
neste ponto do mundo ou habilidades
vidade menos favorável,• embora esta,
berler, eminente professor austríaco,' hb-'
E^s^ e a fundamentação econômica mas os defensores des
sa" pióliticapr^eferem insistir na baixa por
de Mill, Caimes, Taussig e outros aútò-"' ela"pfdvocada nos preços das mercadores que se ocuparam do assunto, Ha-'"
riag liti^ttadas, ò que, aliás, é eviden
te, "ttiUito embora.o fenômeno possa
28
Dicesto Econômico
oferecer maior ou menor intensidade, se gundo seja rígida ou elástica a procura, ou a oferta e o produto estejam sujeitos a custos crescentes ou decrescentes. Cla
ro que se o mercado interno fôr amplo, como o dos Estados Unidos, e incremenar se a produção indígena, .a própria concomencia dentro dele atenuará e até
poderá neutralizar a tendência à alta,
derivada dos direitos alfandegários. Haberler sublinha o contraste entre a cla
reza dos argumentos livre-cambistas. "cada um
dos quais constitui por si uma prova", e a falta
quer concepção ou juízo mota-cientifico (moral, religioso, político ele.).
Os argumentos econômicos cm prol do
DrcESTo Econômico
tou a renda nacional.
29
As importações
são oí gastos; as c.xportaçõos as receitas.
dos do protecionismo, fora desses cha vões fatigados. O mais célebre deles é,
Como podcrcrnos melhorar, como nação,
talvez, Friedrich List (1789-1846, Ale
protecionismo, por sua \ cz, são subdiw-
nossa situação, se fazemos diminuir nos
didos em de "short nin", mais nume
manha), homem de pensamento e ação — que lhe valeu prisões e exílios, inclu sive nos Estados Unidos — cuja incipien te indústria, na primeira metade do sé culo passado, talvez lhe houvesse ins
cia a acordos ou conven
sas receitas? Não 6, pois, um direito al fandegário, pior que um terremoto?" c) Aumento de capacidade aquisiti va — se uma classe protegida ganha di nheiro, gasta em rendimentos para as demais — argumento ironizado por Bastiat com a anedota do apelo dos pro dutores de artigos de* iluminação artifi
ções
cial contra a concorrência do sol;
rosos, e de "long run".
Digamos ime*
diatos e mediatos ou ao fim dc longo tempo.
No primeiro grupo, teríamos o perigo
dos monopólios internacionais, medidas de represálias contra dumping, resistên dc
comércio, ou
prêmios ã exportação. No
d) Proteção do trabalho nacional, de
de diafaneidade na dis
segundo grupo, a neces
rivado do primeiro e tão falso quanto
cussão protecionista, que "encerra, em parte, con
sidade de desenvolvimen to industrial etc.
êle: os trabalhadores, como consumido
tradições substanciais". Nesse, como noutros assuntos da economia, ha campo pacifico e não só surgem discussões em tômo da teoria dos cus
tos ou vantagens compa
radas, mas já houve até quem increpasse de so
fista a Haberler, cuja reputação
mundial
não
precisa ser enfatizada aqui.
precursor) esposada no "Sistema Nacio nal de Economia Política" (1.^ ed. 1841).
A sua obra obedece mais a
diretrizes políticas que econômicas, isto ó, o seu protecionismo, aliás moderado,
nismo são liminarmente inaceitáveis, errôneas e
lucro vai mais para o empresário) dos
de todo cegas de referên
oportunista e lúcido, visava o caso espe cial da Alemanha do século passado. Mas êle sustentou que faltam condições essenciais à indústria que não possa ini ciar-se com uma proteção alfandegária de 40 a 602 e sustentar-se, depois, com
ramos protegidos, em detrimento dos
202 a 302.
cia í\s relações econonu-
demais. Acha Taussig que êsses operá
alfandegários educativos ou de tutela,
Para Haberler, algu mas defesas do protecio
res, seriam despojados de quanto lu crassem como produtores ou fatôres da
produção. Em realidade, lucram apenas os operários (eles pouco, aliás, pois o
São os chamados direitos
cas, embora sejam essas
rios ganhariam os mesmos salários altos
as que maiores efeitos produzem na prática, nos Parlamentos e na opinio® pública. Figuram nesse
que encontraram repetição, mais tarde,
em produção para o qual o país fôsse
no próprio Stuart Mil], apóstolo do livre-
especificamente apto, mesmo sem pro Melhoria da balança c07nercial —
carabismo. Tais direitos seriam o apoio efêmero e limitado aos primeiros passos dos países jovens, que cedo os dispen
rol:
Os direitos aduaneiros são ineficientes
sariam, não se devendo dar aos seus
por si, e, além disso, uma balança co mercial desfavorável compatível com o
rão sempre com o artifício.
equilíbrio ou o saldo no balanço de pa
livTe-cambistas fazem concessões a êsse
gamentos (caso das nações velhas e
caso excepcionah A verdade é que os industriais acham, em geral, que nunca
a) O aumento de produção naciono^ nos ramos produzidos, o que é demons
III
trado pelos fatos, mas corresponde à
A defesa do protecionismo
queda dos demais ramos e, portanto, empobrecimento do conjunto do país;
Costumam dividir os vários argumen
pirado de início a tendência protecio nista (Ale.xander Hamilton seria seu
teção.
e)
ricas que cobriam o déficit da balança
produtores a esperança de que conta Muitos
b) Criação e fortalecimento do mer
comercial com os rendimentos das apli
chegou o dia de dispensar o airimo da-
cado interior, fato até certo ponto ver
cações do capital no estrangeiro ou ser viços a este prestados, como fretes, se
queles primeiros e inseguros passos. face dos resultados do protecionismo americano observado por êle "in
tos do protecionismo em duas classes:
dadeiro, mas contrabalançado pelo fe-
a) econômicos e b) extra-econóraicos
guros, turismos etc.).
(políticos, patrióticos, estratégicos etc.).
necimento do mercado exterior, pela re dução da produção exportável. Keynes,
É verdade que, como o próprio Haber
que aliás faz concessões ao protecionis
cadorias suntuárias — é contraproducente
ler o reconhece, nenhum ideal pura
mo em certos casos de "sliort.run", des-
porque desloca a atividade nacional de
mente econômico é suscetível de funda
tróí êsse argumento: "O protecionismo
produção das coisas úteis para as de
mentar-se pela economia cientificamen te considerada sem partir-se de qual
vê, no protecionismo, meio de poupar
deve provar que não 5Ó. proporcionou mais trabalho, mas que também aumen-
luxo.
os custos de transportes pelo consumo
f)
Repressão às importações de mer
Mas há defensores ilustres e respéita-
Marshall confessou o seu desencanto em loco".
Hemy C. Carey (E. U. A. 1793-1879)
vizinho à produção, assim como a re-
28
Dicesto Econômico
oferecer maior ou menor intensidade, se gundo seja rígida ou elástica a procura, ou a oferta e o produto estejam sujeitos a custos crescentes ou decrescentes. Cla
ro que se o mercado interno fôr amplo, como o dos Estados Unidos, e incremenar se a produção indígena, .a própria concomencia dentro dele atenuará e até
poderá neutralizar a tendência à alta,
derivada dos direitos alfandegários. Haberler sublinha o contraste entre a cla
reza dos argumentos livre-cambistas. "cada um
dos quais constitui por si uma prova", e a falta
quer concepção ou juízo mota-cientifico (moral, religioso, político ele.).
Os argumentos econômicos cm prol do
DrcESTo Econômico
tou a renda nacional.
29
As importações
são oí gastos; as c.xportaçõos as receitas.
dos do protecionismo, fora desses cha vões fatigados. O mais célebre deles é,
Como podcrcrnos melhorar, como nação,
talvez, Friedrich List (1789-1846, Ale
protecionismo, por sua \ cz, são subdiw-
nossa situação, se fazemos diminuir nos
didos em de "short nin", mais nume
manha), homem de pensamento e ação — que lhe valeu prisões e exílios, inclu sive nos Estados Unidos — cuja incipien te indústria, na primeira metade do sé culo passado, talvez lhe houvesse ins
cia a acordos ou conven
sas receitas? Não 6, pois, um direito al fandegário, pior que um terremoto?" c) Aumento de capacidade aquisiti va — se uma classe protegida ganha di nheiro, gasta em rendimentos para as demais — argumento ironizado por Bastiat com a anedota do apelo dos pro dutores de artigos de* iluminação artifi
ções
cial contra a concorrência do sol;
rosos, e de "long run".
Digamos ime*
diatos e mediatos ou ao fim dc longo tempo.
No primeiro grupo, teríamos o perigo
dos monopólios internacionais, medidas de represálias contra dumping, resistên dc
comércio, ou
prêmios ã exportação. No
d) Proteção do trabalho nacional, de
de diafaneidade na dis
segundo grupo, a neces
rivado do primeiro e tão falso quanto
cussão protecionista, que "encerra, em parte, con
sidade de desenvolvimen to industrial etc.
êle: os trabalhadores, como consumido
tradições substanciais". Nesse, como noutros assuntos da economia, ha campo pacifico e não só surgem discussões em tômo da teoria dos cus
tos ou vantagens compa
radas, mas já houve até quem increpasse de so
fista a Haberler, cuja reputação
mundial
não
precisa ser enfatizada aqui.
precursor) esposada no "Sistema Nacio nal de Economia Política" (1.^ ed. 1841).
A sua obra obedece mais a
diretrizes políticas que econômicas, isto ó, o seu protecionismo, aliás moderado,
nismo são liminarmente inaceitáveis, errôneas e
lucro vai mais para o empresário) dos
de todo cegas de referên
oportunista e lúcido, visava o caso espe cial da Alemanha do século passado. Mas êle sustentou que faltam condições essenciais à indústria que não possa ini ciar-se com uma proteção alfandegária de 40 a 602 e sustentar-se, depois, com
ramos protegidos, em detrimento dos
202 a 302.
cia í\s relações econonu-
demais. Acha Taussig que êsses operá
alfandegários educativos ou de tutela,
Para Haberler, algu mas defesas do protecio
res, seriam despojados de quanto lu crassem como produtores ou fatôres da
produção. Em realidade, lucram apenas os operários (eles pouco, aliás, pois o
São os chamados direitos
cas, embora sejam essas
rios ganhariam os mesmos salários altos
as que maiores efeitos produzem na prática, nos Parlamentos e na opinio® pública. Figuram nesse
que encontraram repetição, mais tarde,
em produção para o qual o país fôsse
no próprio Stuart Mil], apóstolo do livre-
especificamente apto, mesmo sem pro Melhoria da balança c07nercial —
carabismo. Tais direitos seriam o apoio efêmero e limitado aos primeiros passos dos países jovens, que cedo os dispen
rol:
Os direitos aduaneiros são ineficientes
sariam, não se devendo dar aos seus
por si, e, além disso, uma balança co mercial desfavorável compatível com o
rão sempre com o artifício.
equilíbrio ou o saldo no balanço de pa
livTe-cambistas fazem concessões a êsse
gamentos (caso das nações velhas e
caso excepcionah A verdade é que os industriais acham, em geral, que nunca
a) O aumento de produção naciono^ nos ramos produzidos, o que é demons
III
trado pelos fatos, mas corresponde à
A defesa do protecionismo
queda dos demais ramos e, portanto, empobrecimento do conjunto do país;
Costumam dividir os vários argumen
pirado de início a tendência protecio nista (Ale.xander Hamilton seria seu
teção.
e)
ricas que cobriam o déficit da balança
produtores a esperança de que conta Muitos
b) Criação e fortalecimento do mer
comercial com os rendimentos das apli
chegou o dia de dispensar o airimo da-
cado interior, fato até certo ponto ver
cações do capital no estrangeiro ou ser viços a este prestados, como fretes, se
queles primeiros e inseguros passos. face dos resultados do protecionismo americano observado por êle "in
tos do protecionismo em duas classes:
dadeiro, mas contrabalançado pelo fe-
a) econômicos e b) extra-econóraicos
guros, turismos etc.).
(políticos, patrióticos, estratégicos etc.).
necimento do mercado exterior, pela re dução da produção exportável. Keynes,
É verdade que, como o próprio Haber
que aliás faz concessões ao protecionis
cadorias suntuárias — é contraproducente
ler o reconhece, nenhum ideal pura
mo em certos casos de "sliort.run", des-
porque desloca a atividade nacional de
mente econômico é suscetível de funda
tróí êsse argumento: "O protecionismo
produção das coisas úteis para as de
mentar-se pela economia cientificamen te considerada sem partir-se de qual
vê, no protecionismo, meio de poupar
deve provar que não 5Ó. proporcionou mais trabalho, mas que também aumen-
luxo.
os custos de transportes pelo consumo
f)
Repressão às importações de mer
Mas há defensores ilustres e respéita-
Marshall confessou o seu desencanto em loco".
Hemy C. Carey (E. U. A. 1793-1879)
vizinho à produção, assim como a re-
30
cuperação dos resíduos desta sob
Dicesto Econó-noco ' a
etc., em momentos especiais da hi.stória
forma de adubos. Seu protecionismo c, talvez, mais agrícola do que industrial,
de cada país.
mas temporário. O seu pensamento se
que, cm certas circunsluncias, fora de cogitações econômicas, direitos limitados
enquadra no de tipo político-oportunista e pobre de valor científico. Os mes
mos reprocbes cabem a outro protecio nista, S. Patten (E. U. A. 1852-1922)
havido como confuso naquilo em que não reflete List e Carey. Manoilesco, nos últimos anos, preten de ter destruído o princípio dos custos comparados e, com isso, a viga mestra do livre-câmbio. O seu protecionismo se^ funda na maior produtividade da in-
^ dústria, como se esta, em globo, pudes
se prosperar sem base nas atividades
agrícolas. Aliás, essa tese já fora sus tentada antes por outros protecionistas. Outès considerou-a uma teoria "simplista e fantasista".
Outros invocam as leis de repercus são do imposto, afirmando que os di reitos são suportados pelos produtores estrangeiros, porque os forçam a baixar os preços quanto baste a neutralizar o
tributo, Êsse argumento é válido ape nas em casos excepcionais, quando há excesso de oferta rígida e elasticidade da procura. Em regra, importa-se o necessário e, portanto, há rigidez da procura. Ainda outros admitem espo radicamente o direito protecionista em certas emergências, como ocasional abun
dância de safra etc. Keynes entra nesse número relativamente a certas circuns
Dentro desse ponto-de-vista, admitem seriam comprccnsivcis c justificados pa ra: a) fomento das indústrias essen
ciais ("Keij indi(.slrics" ou "picolal industrie/i"}, cuja inexistência poderia ser
utilização mais racional dos recursos na turais, a maior satisfação das necessida des humanas. Do outro lado, os pro tecionistas mantêm uma posição inex
do trabalho se organizasse em escala
mundo dividido em nações, cada uma
vana acolheram negociadores que se reúnem e apartam-se depois de escassos
das quais empenhada em garantir a sua Segurança c sustentar a sua independên cia, o.s podcrcs públicos cometeriam gra
os "subsídios à c.vportação", dados às
sibilitada de subsistir e defender-so no
a rccon\'ersão etc.; d) para compelir governos estrangeiros à assinatura de
aproxime de nosso tempo os ideais da quela imensa oficina em que a dhdsão internacional: Londres, Genebra e Ha
ve temeridade se se entregassem sem cau
c) para mitigação de choques de tran sição, quando uma indústria inadequada está condenada ao desaparecimento ou
de cada govêmo um compromisso que
pugnável quando afirmam que, num
fatal em ca.so dc guerra, bloqueio, ou noutro de comparável gra\-idadc; b) co mo defesa contra o "dumping" e contra mercadorias estrangeiras concorrentes;
31
Dicesto Econômico
resultados. IV
tela nem reserva a uma especialização que arriscaria a deixar a nação impos
dia em que a supervcniôncia da guerra deslocasse aquela oficina internacional". E se assim pensa o prefaciador, o economista prefaciado, concedendo em bora que o livro-cambismo raia pela
O êxito da industríalizaçõo
A despeito dêsse debate secular, ain
da hoje há quem acredite sinceramen te nos milagres do protecionismo e não recue diante de quaisquer sacrifíciospara levá-lo às suas últimas conseqüên cias.
utopia e que a prote
Claro que não nos
tratados ou corft'ençõcs de comércio. Se do ponto-de-vista econômico os
ção estimula a produ ção nacional, põe em
referimos
direitos alfandegários encarecem não só as mercadorias estrangeiras, mas tam bém, quase sempre, as similares nacio
relêvo quanto ela sa
consciente ou incons
crifica o consumidor,
cientemente, são ins
baixa o padrão de vi da dos povos, concor
pirados por interesses
nais, do ponto-de-vista fiscal tiram do
nal, aterra pela sua "ação malfazeja, ver
res defensores.
dadeiramente
O eminente Prof. G. Pirou, falecido há dois anos, ao prefaciar a obra ou
sada e irreverente de um jovem estudio so dôsses problemas, o Dr. Damalas,
ção descontrolada, e,
no plano internacio
ta".
| ^ '
polísticas para maior lucro em determinada atividade
fabril
ou
rural.
Há quem acredite
nefas
E disso conclui
que,
pessoais e visam ape nas condições mono-
re para a superprodu
rendimento de todos para opulentar al' guns. Isso, aliás, pode ser corrigido por impostos pessoais progressivos sôbre a renda e a herança, de que o grande industrial Andrew Camegie foi dos maio
aos
nos efeitos miraculo
sos dos direitos alfan
agnòsticamente que "não há julgamento
degários protecionistas
possível nessa contro
e,
vérsia
exalte-se em sua de
secular,
mais
por
patriotismo,
tâncias específicas da Inglaterra no pós-
constatava melancòlicamente que, so bre eles, não estamos hoje mais avan
guerra.
çados do que no século XIX: "Os li
tagarelice ôca".
É dificílimo reunir todos os argumen tos em favor do protecionismo, já que,
berais mostraram dc maneira irrefutá
rado objetivamente, e não uma teoria
um instante de meditação fria e serena.
a defender-se.
Se a tarifa protetora operasse; como a
vel que a abolição das barreiras alfan
como se acentuou acima, vários dêles' degárias, transformando o mundo numa têm caráter meta-científico e extra-eco-
vasta oficina internacional, beneficiaria
nómico, resultante de determinadas ati
os homens com a divisão do trabalho
tudes políticas, como defesa nacional
em escala mundial e realizaria com a
comparável
a
uma
Para êle, o protecio
nismo é apenas um fato a ser conside
O mimdo, mal convalescido da última
guerra, sente aquela" "ação malfazeja" do protecionismo e tenta debalde obter
fesa, fechando os ou
vidos a quaisquer contestações. A esses crentes de boa fé convém
varinha mágica, o encantamento de um país, nenhum existiria, no mundo de hoje, destituído de tôdas as indústrias.
30
cuperação dos resíduos desta sob
Dicesto Econó-noco ' a
etc., em momentos especiais da hi.stória
forma de adubos. Seu protecionismo c, talvez, mais agrícola do que industrial,
de cada país.
mas temporário. O seu pensamento se
que, cm certas circunsluncias, fora de cogitações econômicas, direitos limitados
enquadra no de tipo político-oportunista e pobre de valor científico. Os mes
mos reprocbes cabem a outro protecio nista, S. Patten (E. U. A. 1852-1922)
havido como confuso naquilo em que não reflete List e Carey. Manoilesco, nos últimos anos, preten de ter destruído o princípio dos custos comparados e, com isso, a viga mestra do livre-câmbio. O seu protecionismo se^ funda na maior produtividade da in-
^ dústria, como se esta, em globo, pudes
se prosperar sem base nas atividades
agrícolas. Aliás, essa tese já fora sus tentada antes por outros protecionistas. Outès considerou-a uma teoria "simplista e fantasista".
Outros invocam as leis de repercus são do imposto, afirmando que os di reitos são suportados pelos produtores estrangeiros, porque os forçam a baixar os preços quanto baste a neutralizar o
tributo, Êsse argumento é válido ape nas em casos excepcionais, quando há excesso de oferta rígida e elasticidade da procura. Em regra, importa-se o necessário e, portanto, há rigidez da procura. Ainda outros admitem espo radicamente o direito protecionista em certas emergências, como ocasional abun
dância de safra etc. Keynes entra nesse número relativamente a certas circuns
Dentro desse ponto-de-vista, admitem seriam comprccnsivcis c justificados pa ra: a) fomento das indústrias essen
ciais ("Keij indi(.slrics" ou "picolal industrie/i"}, cuja inexistência poderia ser
utilização mais racional dos recursos na turais, a maior satisfação das necessida des humanas. Do outro lado, os pro tecionistas mantêm uma posição inex
do trabalho se organizasse em escala
mundo dividido em nações, cada uma
vana acolheram negociadores que se reúnem e apartam-se depois de escassos
das quais empenhada em garantir a sua Segurança c sustentar a sua independên cia, o.s podcrcs públicos cometeriam gra
os "subsídios à c.vportação", dados às
sibilitada de subsistir e defender-so no
a rccon\'ersão etc.; d) para compelir governos estrangeiros à assinatura de
aproxime de nosso tempo os ideais da quela imensa oficina em que a dhdsão internacional: Londres, Genebra e Ha
ve temeridade se se entregassem sem cau
c) para mitigação de choques de tran sição, quando uma indústria inadequada está condenada ao desaparecimento ou
de cada govêmo um compromisso que
pugnável quando afirmam que, num
fatal em ca.so dc guerra, bloqueio, ou noutro de comparável gra\-idadc; b) co mo defesa contra o "dumping" e contra mercadorias estrangeiras concorrentes;
31
Dicesto Econômico
resultados. IV
tela nem reserva a uma especialização que arriscaria a deixar a nação impos
dia em que a supervcniôncia da guerra deslocasse aquela oficina internacional". E se assim pensa o prefaciador, o economista prefaciado, concedendo em bora que o livro-cambismo raia pela
O êxito da industríalizaçõo
A despeito dêsse debate secular, ain
da hoje há quem acredite sinceramen te nos milagres do protecionismo e não recue diante de quaisquer sacrifíciospara levá-lo às suas últimas conseqüên cias.
utopia e que a prote
Claro que não nos
tratados ou corft'ençõcs de comércio. Se do ponto-de-vista econômico os
ção estimula a produ ção nacional, põe em
referimos
direitos alfandegários encarecem não só as mercadorias estrangeiras, mas tam bém, quase sempre, as similares nacio
relêvo quanto ela sa
consciente ou incons
crifica o consumidor,
cientemente, são ins
baixa o padrão de vi da dos povos, concor
pirados por interesses
nais, do ponto-de-vista fiscal tiram do
nal, aterra pela sua "ação malfazeja, ver
res defensores.
dadeiramente
O eminente Prof. G. Pirou, falecido há dois anos, ao prefaciar a obra ou
sada e irreverente de um jovem estudio so dôsses problemas, o Dr. Damalas,
ção descontrolada, e,
no plano internacio
ta".
| ^ '
polísticas para maior lucro em determinada atividade
fabril
ou
rural.
Há quem acredite
nefas
E disso conclui
que,
pessoais e visam ape nas condições mono-
re para a superprodu
rendimento de todos para opulentar al' guns. Isso, aliás, pode ser corrigido por impostos pessoais progressivos sôbre a renda e a herança, de que o grande industrial Andrew Camegie foi dos maio
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nos efeitos miraculo
sos dos direitos alfan
agnòsticamente que "não há julgamento
degários protecionistas
possível nessa contro
e,
vérsia
exalte-se em sua de
secular,
mais
por
patriotismo,
tâncias específicas da Inglaterra no pós-
constatava melancòlicamente que, so bre eles, não estamos hoje mais avan
guerra.
çados do que no século XIX: "Os li
tagarelice ôca".
É dificílimo reunir todos os argumen tos em favor do protecionismo, já que,
berais mostraram dc maneira irrefutá
rado objetivamente, e não uma teoria
um instante de meditação fria e serena.
a defender-se.
Se a tarifa protetora operasse; como a
vel que a abolição das barreiras alfan
como se acentuou acima, vários dêles' degárias, transformando o mundo numa têm caráter meta-científico e extra-eco-
vasta oficina internacional, beneficiaria
nómico, resultante de determinadas ati
os homens com a divisão do trabalho
tudes políticas, como defesa nacional
em escala mundial e realizaria com a
comparável
a
uma
Para êle, o protecio
nismo é apenas um fato a ser conside
O mimdo, mal convalescido da última
guerra, sente aquela" "ação malfazeja" do protecionismo e tenta debalde obter
fesa, fechando os ou
vidos a quaisquer contestações. A esses crentes de boa fé convém
varinha mágica, o encantamento de um país, nenhum existiria, no mundo de hoje, destituído de tôdas as indústrias.
ptiw^
m 32
DrcESTO Econó.níico Dicesto Econômico
mas viveríamos todos em perfeita au
A Inglaterra, no século XIX, domi
33
nou os mercados do inundo com os pro
alto e generalizado de cultura técnica
instrução ocidental ràpidamento assi
sem o desejo de monopolizar para si o
dutos das suas manufaluras com a mais
e científica.
milada.
mercado interno.
liberal das tarifas.
tarquia, porque não há povo civilizado Há mais de um século, desde
tarifa
de Alves Branco, o Brasil aspira a ser potência industrial e nas quinze refor mas da pauta aduaneira, de então até hoje, já usou direitos mais drásticos do
que o das tarifas americanas mais agres sivas, como a Dingley (1897), a Paine-
A drich (1909) a Fordney-Mc. Cumber (1922) ou Hawley-Smoot (1930). Certamente que já existem algumas in dústrias apreciáveis no nosso parque, mas, em muitos outros casos — na maio
ria deles, talvez — elas são incapazes de afrontar a concorrência no mercado externo Vivem sob o ba'ão de oxi
gênio da proteção, e, fora de exceções honrosas, não suportam a dupla prova de fogo que as consagraria: — a do preço e da qualidade.
No curso do mesmo século, outros paí ses sairam da fase agrícola e industriaÜzaram-se rapidamente, enfrentando, na
quela prova do preço e da boa quali dade, os concorrentes nos vários merca
dos do mundo. Fabricam e exportam. A Alemanha, o Japão e- a Tchecoslová-
quia são exemplos dessa vitória que ain da não conseguimos. Recorreram ao protecionismo!
Sem
dúvida, mas nós muito mais do que eles e até antes de alguns deles.
Se o protecionismo por si só asseguras se o bom sucesso de indústrias, a China,
o Paraguai, a Bolívia e a Libéria seriam
potências manufatureiras. Sd se industrializam de forma vito
Objctar-se-á que
não tinha, então, concorrentes. A obje ção, em parte, c verdadeira, mus, não
deslrói a tese, pois se aquele país se industrializou antes dos demais, a pon
to de o próprio Napoleão ter sido obri gado a figurar entre os infratores do bloqueio continental, agradeça isso ao seu "amadurecimento", expressão com preensiva de vários fatores que se inte gram para o mesmo fim.
Amadurecimento significa ordem ju
rídica, paz interna, política rfioralizada, ambiente de confiança c in\nolabilidade de direitos: — a Inglaterra passou a tê-lo desde o fim do século XVlH. quando os reis se submeteram ao con trole do Parlamento e as finanças passa
é a verdade a ser compreendida por to
dos os protecionistas de boa ou de má fé.
triste e abatido, um povo não tem a
O caso americano é particularmente
vontade, a lucidez e a educação para as aventuras da indústria. Irá pouco além dos métodos rudimentares, com um
e.xpressivo, pois as tarifas pesadas pos teriores à guerra civil visavam fins fis cais e, paralelamente às fábricas, axmlta a riqueza rural. A liderança indus
século de atraso, enquanto a vida uni versitária intensa, lá fora, divoilga os co
nhecimentos da química, da física, da mineralogia e de outras ciências apli
cadas, sem ajuda das quais a humani dade não usufruiria os produtos oriun dos das técnicas modernas.
trial dos Estados Unidos brota do ter ritório imenso e ricamente dotado de
carvão, ferro, como a Inglaterra e a Alemanha, além de petróleo, alumínio, cobre e outras riquezas naturais inexis tentes nessas duas nações. Correntes imigratórias, em jacto contínuo, eleva ram a escassa população das treze co
A Alemanha, exemplo de industriali zação rápida e eficiente, em poucas de zenas de anos, demonstra isso. Uni
lônias aos 120 milhões do início do
ram-se primeiramente as pequenas na
século, para um mercado interno co
ções contíguas pela Zollverein (1830 em
lossal e de robusto poder aquisitivo. Segurança jurídica e liberdade segundo
diante) para criação do mercado interno. Essa medida foi vivamente pleiteada
as tradições britânicas.
Alto nível de
por List, que se não iludia acêrca dos
educação que, hoje, se expressa na cifra
Não é provável que, sob o regime do
limitados efeitos dos direitos protecio
de 205 universidades. Sem elas não se
presidente Morinigo ou Trujillo, surjam
século XIX, pelas palavras de Fíchte,
ram a ser administradas austeramente.
indústrias no Paraguai ou na Repúbli ca Dominicana.
Amadurecimento mqirime existência
e confiança de capitais indígenas, para
aplicação industrial, ou condições d® receptividade atrativa para os capitais
de fora. A indústria, sobretudo com a produção em série, é muito mais
exigente de capitais do que a agd" cultura.
Amadurecimento exige forte densida de demográfica, ao lado de grande e próspero mercado interno, num territó rio provido de recursos naturais e
de
suficiente utensill>agem nacional, isto é, portos, ferrovias, rodovias, comuni-
riosa os países amadurecidos econ^mica^ - • -cações e- transportes - baratos . e fáceis
política, moral e intelectualmente. Essa
Com verminose e malária,
etc.
Amadurecimento é sinônimo de povo
sadio, enérgico, inteligente, em nível
nistas.
Fustigada, desde o início do
que plantara nos coraçnes germânicos o desejo de buscar um destino mais alto através da educação, êsse povo, partin
do da união alfandegária, que lhe am pliou o mercado interno, alcançou a unidade política em 1870, congregan do a maior população européia depois
teria produzido a bomba atômica.
As
tarifas mais violentas e objeto de anátema universal atingiram a 33% (Ford ney-Mc Cumber Tariff Act) e a 40%
(Hawley-Smoot Tariff 1930), enquanto no Brasil, ainda hoje, há casos de 100% e já houve de 200%.
Quando se discutiu uma das reformas da tarifa, Taussig, professor da Harvard
da russa, e os mais altos níveis de cul
e, talvez, a maior competência americana
tura intelectual em todos os ramos da
nesse assunto, contestando os méritos do
ciência.
protecionismo, explicou, pela ferHlidade
Devido a esses fatores e não
ao secundário efeito das tarifas, apa
do solo e pela eficácia do trabalho de
receram nos mercados mundiais, con
seus concidadãos, a surpreendente pro dutividade geral do país. O espírito de invenção, a sagacidade, o impulso empreendedor, o modo de
correndo com os melhores, os produtos químicos, as aiúlinas, as máquinas, os aços alemães.
ao comércio do mundo ainda há menos
administração - diz êle - são de quaHdade mais elevada que nos países con
de século, e confinado nas suas ilhas,
correntes."
Do Japão, bárbaro e feudal, fechado vêm outras demonstrações da indus
trialização fundada na energia e na
"Mas o que importa •sobretudo é o que se pode chamar, à falta de meUior
ptiw^
m 32
DrcESTO Econó.níico Dicesto Econômico
mas viveríamos todos em perfeita au
A Inglaterra, no século XIX, domi
33
nou os mercados do inundo com os pro
alto e generalizado de cultura técnica
instrução ocidental ràpidamento assi
sem o desejo de monopolizar para si o
dutos das suas manufaluras com a mais
e científica.
milada.
mercado interno.
liberal das tarifas.
tarquia, porque não há povo civilizado Há mais de um século, desde
tarifa
de Alves Branco, o Brasil aspira a ser potência industrial e nas quinze refor mas da pauta aduaneira, de então até hoje, já usou direitos mais drásticos do
que o das tarifas americanas mais agres sivas, como a Dingley (1897), a Paine-
A drich (1909) a Fordney-Mc. Cumber (1922) ou Hawley-Smoot (1930). Certamente que já existem algumas in dústrias apreciáveis no nosso parque, mas, em muitos outros casos — na maio
ria deles, talvez — elas são incapazes de afrontar a concorrência no mercado externo Vivem sob o ba'ão de oxi
gênio da proteção, e, fora de exceções honrosas, não suportam a dupla prova de fogo que as consagraria: — a do preço e da qualidade.
No curso do mesmo século, outros paí ses sairam da fase agrícola e industriaÜzaram-se rapidamente, enfrentando, na
quela prova do preço e da boa quali dade, os concorrentes nos vários merca
dos do mundo. Fabricam e exportam. A Alemanha, o Japão e- a Tchecoslová-
quia são exemplos dessa vitória que ain da não conseguimos. Recorreram ao protecionismo!
Sem
dúvida, mas nós muito mais do que eles e até antes de alguns deles.
Se o protecionismo por si só asseguras se o bom sucesso de indústrias, a China,
o Paraguai, a Bolívia e a Libéria seriam
potências manufatureiras. Sd se industrializam de forma vito
Objctar-se-á que
não tinha, então, concorrentes. A obje ção, em parte, c verdadeira, mus, não
deslrói a tese, pois se aquele país se industrializou antes dos demais, a pon
to de o próprio Napoleão ter sido obri gado a figurar entre os infratores do bloqueio continental, agradeça isso ao seu "amadurecimento", expressão com preensiva de vários fatores que se inte gram para o mesmo fim.
Amadurecimento significa ordem ju
rídica, paz interna, política rfioralizada, ambiente de confiança c in\nolabilidade de direitos: — a Inglaterra passou a tê-lo desde o fim do século XVlH. quando os reis se submeteram ao con trole do Parlamento e as finanças passa
é a verdade a ser compreendida por to
dos os protecionistas de boa ou de má fé.
triste e abatido, um povo não tem a
O caso americano é particularmente
vontade, a lucidez e a educação para as aventuras da indústria. Irá pouco além dos métodos rudimentares, com um
e.xpressivo, pois as tarifas pesadas pos teriores à guerra civil visavam fins fis cais e, paralelamente às fábricas, axmlta a riqueza rural. A liderança indus
século de atraso, enquanto a vida uni versitária intensa, lá fora, divoilga os co
nhecimentos da química, da física, da mineralogia e de outras ciências apli
cadas, sem ajuda das quais a humani dade não usufruiria os produtos oriun dos das técnicas modernas.
trial dos Estados Unidos brota do ter ritório imenso e ricamente dotado de
carvão, ferro, como a Inglaterra e a Alemanha, além de petróleo, alumínio, cobre e outras riquezas naturais inexis tentes nessas duas nações. Correntes imigratórias, em jacto contínuo, eleva ram a escassa população das treze co
A Alemanha, exemplo de industriali zação rápida e eficiente, em poucas de zenas de anos, demonstra isso. Uni
lônias aos 120 milhões do início do
ram-se primeiramente as pequenas na
século, para um mercado interno co
ções contíguas pela Zollverein (1830 em
lossal e de robusto poder aquisitivo. Segurança jurídica e liberdade segundo
diante) para criação do mercado interno. Essa medida foi vivamente pleiteada
as tradições britânicas.
Alto nível de
por List, que se não iludia acêrca dos
educação que, hoje, se expressa na cifra
Não é provável que, sob o regime do
limitados efeitos dos direitos protecio
de 205 universidades. Sem elas não se
presidente Morinigo ou Trujillo, surjam
século XIX, pelas palavras de Fíchte,
ram a ser administradas austeramente.
indústrias no Paraguai ou na Repúbli ca Dominicana.
Amadurecimento mqirime existência
e confiança de capitais indígenas, para
aplicação industrial, ou condições d® receptividade atrativa para os capitais
de fora. A indústria, sobretudo com a produção em série, é muito mais
exigente de capitais do que a agd" cultura.
Amadurecimento exige forte densida de demográfica, ao lado de grande e próspero mercado interno, num territó rio provido de recursos naturais e
de
suficiente utensill>agem nacional, isto é, portos, ferrovias, rodovias, comuni-
riosa os países amadurecidos econ^mica^ - • -cações e- transportes - baratos . e fáceis
política, moral e intelectualmente. Essa
Com verminose e malária,
etc.
Amadurecimento é sinônimo de povo
sadio, enérgico, inteligente, em nível
nistas.
Fustigada, desde o início do
que plantara nos coraçnes germânicos o desejo de buscar um destino mais alto através da educação, êsse povo, partin
do da união alfandegária, que lhe am pliou o mercado interno, alcançou a unidade política em 1870, congregan do a maior população européia depois
teria produzido a bomba atômica.
As
tarifas mais violentas e objeto de anátema universal atingiram a 33% (Ford ney-Mc Cumber Tariff Act) e a 40%
(Hawley-Smoot Tariff 1930), enquanto no Brasil, ainda hoje, há casos de 100% e já houve de 200%.
Quando se discutiu uma das reformas da tarifa, Taussig, professor da Harvard
da russa, e os mais altos níveis de cul
e, talvez, a maior competência americana
tura intelectual em todos os ramos da
nesse assunto, contestando os méritos do
ciência.
protecionismo, explicou, pela ferHlidade
Devido a esses fatores e não
ao secundário efeito das tarifas, apa
do solo e pela eficácia do trabalho de
receram nos mercados mundiais, con
seus concidadãos, a surpreendente pro dutividade geral do país. O espírito de invenção, a sagacidade, o impulso empreendedor, o modo de
correndo com os melhores, os produtos químicos, as aiúlinas, as máquinas, os aços alemães.
ao comércio do mundo ainda há menos
administração - diz êle - são de quaHdade mais elevada que nos países con
de século, e confinado nas suas ilhas,
correntes."
Do Japão, bárbaro e feudal, fechado vêm outras demonstrações da indus
trialização fundada na energia e na
"Mas o que importa •sobretudo é o que se pode chamar, à falta de meUior
►rr-^Mq
DlfJ
IPII,..., .. rfuricM g^ral (Ia iiidustug. ,sh.
r, ü resultado acuinulado de todos os
fatores, se reunidos para fazer com que o trabalho dum povo forneça um ren dimento físico determinado. E dentre êsses fatores cabe lugar de relôvo a di reção o à admini.stração. Os liomens de
negocio da América e.xtracm de seus estabelecimentos, com o mesmo volume de capital e de mão-de-obra, mais do que os estrangeiros^ e iss<i não somente,
nsoMici
p.ii>es tUHi'. .iv.uiç.uios II.I pii'tlii<..Hi fa-
c-urso clutn século rccobcnios apena.s •}.000.000 do imigrantes, cncpianto os
Estados Unidos multiplicaram «-s-sc núIlUTÜ.
ou in^smo ac.ma de tudo. porque seus senos e hábeis, mas devido
nho para o progresso econômico mais célere, sem malogros evüáveis nem ilu
ri dade
da
administra-
a superio
ção."
"As indústrias manu-
fatureiras são capazes
sões csié-reis.
"calcanhar clc Aquiles" da
ricano de salários, não porque estejam apoia
de sugestões para tor
ra, mas porque seu ren
dimento
por
unidade
de trabalho é conside rável."
Essas ponderações judiciosas
convidam
a
pensar na observação de que as indiístrias mais sólidas e flores
centes do nosso país. excetuados casos isola
dos de usinas de açúcar e poucos mais, foram
fundadas e são dirigidas por estrangeiros
rico
indiistría
naciona.!.
ao mesmo
tempo
É tí
pica a cinprésa fabril de pequena pro priedade individual, c," além disso', as socicdadc.s
anônimas
industriais
dt! uma só lamília ou grupos de poucas pes.soa.s.
De S.OOO estabejecinientos ar
rolados em 1938. apenas 29?- emprega
vam mais lie 12 operários. Aquele economista do Departamento
trerilc se rpiiser alcançar rápida indus-
fjliilo- "BraziPs
Iriali/ação.
Econo-
my iii the War and After" (no livro "Economic Problcms of La*
tin América", coorde
nado por .Seymoiir Hnrris. 1944. pág. 273^ a 302). O autor, chefe de
"staff"
da
Missão
Técnica Americ.ma, de 1942 a 1943, observou
pessoalmente
a
nossa
indústria começa a desenvolver-se a par
duz a crer que nosso povo, por en
tir de 1890, sob o duplo e.stímulo da abolição da escravatura, que possibilita o mercado intenio, e da pro.speridade derivada das {«portações do café. As duas guerras :1014 e 1939 marcam as duas eiapari seguintes de expansão
mente abrir os porto.s à imigração de
mai.s de um ano de curso escolar.
Convin Ecbvarcls sob o
geiros na 1.^ ou 2.® geração. Isso con
industrializar, deverá larga e liberal
fábricas de São
Paulo, as mais importantes do país — diz b observador — em regra, não tèm
i..ÜO()
Os invesliaienlos são desencorajados por várias restrições à atividade profissional ou à propriedade de estrangeiros. Em quarto lugar, Corvvin Edvvards coloca a
insuíiciêncra da
mão-de-obra
adequada, quer pela qualidade, quer
pela quantidade.
Os Operários da.s
lie Estudo enfilcira os principais obstá
ou brasileiros descendentes de estran
cia", aludida por Taussig e, se se quiser
A
boi c da enxada.
ná-lo invulneráv'el, en contra-se no ensaio de
economia "iu loco", ouviu peritos e con sultou largo documentário. A nossa
gano, ainda está privado claquela.s qua lidades pessoai.s geradoras cia "eficá
f
palemalisia, que ainda reflete a esora-
\ klao (! nem .se desprendeu do cano de
sao. na maioria, compostas de membros
Penetrante estudo do
de pagar o nível ame das pela tarifa aduanei
ínfancia indu.slrial ein meio a uma so
ciedade de tipo agrícola autoritário o
Os povos cIcMMu ou\íi- também "nosce te ipstim", sem irritação nciu
EcoNÓ^nco
fabril, iuuit(j embora, a ilespeólo dela, estejamos ainda mis prijuciros passos de
(iril. a fini dc iraiisplantcin hábitos, atitudes, .segredos c tttnicas indispensávci.s à alisídacle manufatureira. N'ü
de.sànimo. Conlicccr nossos erros, tlcficiéncia.s e falhas, coii.slilui outro cami
trabalhadores sao mais fones, ou mais
];;)ir.p.'; IO
culos que o Brasil devo afastar de sua
Ii,m jirimeivo lugar, salienia a falta ik' tran.spoites. inclusive equipamento cios portos V UK'i(is de comunicação existen tes'. .A segunda clifioulclacle reside na
ialta de combustíveis, pois o carvão na cional 6 pobre e distante da área indiis-
Precisaríamos de imigrantes, mas, as nossas leis e praxes administrativas pra
ticamente impedem a imigração de ope rários. Os traballiadores nacionais resscnlem-sc de falta de treinamento edu
cacional c técnica para ocupações da indústria. Acha o observador que não contamos com mestres, capatazcs, nem
engenheiros e contadores ou outros espe cialistas.
Afinna que pela falta de
engenheiros temos de recorrer aos téclíicos estrangeiros para plantas, assim
como pela falta de contadores não co nhecemos o cálculo do custo de pro dução nem o aplicamos correntemente para os v ários resultados. .\ solução seria um considerável alargainenlo do sistema de educação técnica e vigoroso desenvol vimento de novos planos de escolas es
pecializadas para termos empregados há,heis. Heíere a influência dos baixos salá
rios sòbre a fraca produtividade do tra
Irializada, i- continuamos dependentes da importação de óleo. líasolina c que
balhador brasileiro, que. além disso.- su porta preços mais elevados do que o ame
rosene.
ricano para as coisas essenciais à vida. Por essa barateza do trabalho não há
O terceiro embaraço jaz na escassez
de capitai, tanto estrangeiro quanto in dígena. Êste é pouco e desconfiado em
!"elação às indústrias, preferindo espe-
eukiçoe.^ imobiliárias, apólices etc., ao invés de ações e clebêntures tias so
ciedades anôníma.s fabri.s, Os capitais de fora temem a contínua desvalorização da moeda e certas medidas da legislação brasileira (iinj)ostos sobre as remessas jj.íra o pxieríor. euiitrôie de cambio ele.,).
incentivo para o uso de máquinas. E com salários baixos não há poder aqui sitivo do mercado imerno.
Pondera também a falia de organiza ção racional das fábricas, de modo a
evitar operações supérfluas, diversifica
ção de artigos etc., evitáveis pela pro dução em linlia ou outros processos. Ineficiência de métodos, enfim. Outro velho defeito da indústria c tio
►rr-^Mq
DlfJ
IPII,..., .. rfuricM g^ral (Ia iiidustug. ,sh.
r, ü resultado acuinulado de todos os
fatores, se reunidos para fazer com que o trabalho dum povo forneça um ren dimento físico determinado. E dentre êsses fatores cabe lugar de relôvo a di reção o à admini.stração. Os liomens de
negocio da América e.xtracm de seus estabelecimentos, com o mesmo volume de capital e de mão-de-obra, mais do que os estrangeiros^ e iss<i não somente,
nsoMici
p.ii>es tUHi'. .iv.uiç.uios II.I pii'tlii<..Hi fa-
c-urso clutn século rccobcnios apena.s •}.000.000 do imigrantes, cncpianto os
Estados Unidos multiplicaram «-s-sc núIlUTÜ.
ou in^smo ac.ma de tudo. porque seus senos e hábeis, mas devido
nho para o progresso econômico mais célere, sem malogros evüáveis nem ilu
ri dade
da
administra-
a superio
ção."
"As indústrias manu-
fatureiras são capazes
sões csié-reis.
"calcanhar clc Aquiles" da
ricano de salários, não porque estejam apoia
de sugestões para tor
ra, mas porque seu ren
dimento
por
unidade
de trabalho é conside rável."
Essas ponderações judiciosas
convidam
a
pensar na observação de que as indiístrias mais sólidas e flores
centes do nosso país. excetuados casos isola
dos de usinas de açúcar e poucos mais, foram
fundadas e são dirigidas por estrangeiros
rico
indiistría
naciona.!.
ao mesmo
tempo
É tí
pica a cinprésa fabril de pequena pro priedade individual, c," além disso', as socicdadc.s
anônimas
industriais
dt! uma só lamília ou grupos de poucas pes.soa.s.
De S.OOO estabejecinientos ar
rolados em 1938. apenas 29?- emprega
vam mais lie 12 operários. Aquele economista do Departamento
trerilc se rpiiser alcançar rápida indus-
fjliilo- "BraziPs
Iriali/ação.
Econo-
my iii the War and After" (no livro "Economic Problcms of La*
tin América", coorde
nado por .Seymoiir Hnrris. 1944. pág. 273^ a 302). O autor, chefe de
"staff"
da
Missão
Técnica Americ.ma, de 1942 a 1943, observou
pessoalmente
a
nossa
indústria começa a desenvolver-se a par
duz a crer que nosso povo, por en
tir de 1890, sob o duplo e.stímulo da abolição da escravatura, que possibilita o mercado intenio, e da pro.speridade derivada das {«portações do café. As duas guerras :1014 e 1939 marcam as duas eiapari seguintes de expansão
mente abrir os porto.s à imigração de
mai.s de um ano de curso escolar.
Convin Ecbvarcls sob o
geiros na 1.^ ou 2.® geração. Isso con
industrializar, deverá larga e liberal
fábricas de São
Paulo, as mais importantes do país — diz b observador — em regra, não tèm
i..ÜO()
Os invesliaienlos são desencorajados por várias restrições à atividade profissional ou à propriedade de estrangeiros. Em quarto lugar, Corvvin Edvvards coloca a
insuíiciêncra da
mão-de-obra
adequada, quer pela qualidade, quer
pela quantidade.
Os Operários da.s
lie Estudo enfilcira os principais obstá
ou brasileiros descendentes de estran
cia", aludida por Taussig e, se se quiser
A
boi c da enxada.
ná-lo invulneráv'el, en contra-se no ensaio de
economia "iu loco", ouviu peritos e con sultou largo documentário. A nossa
gano, ainda está privado claquela.s qua lidades pessoai.s geradoras cia "eficá
f
palemalisia, que ainda reflete a esora-
\ klao (! nem .se desprendeu do cano de
sao. na maioria, compostas de membros
Penetrante estudo do
de pagar o nível ame das pela tarifa aduanei
ínfancia indu.slrial ein meio a uma so
ciedade de tipo agrícola autoritário o
Os povos cIcMMu ou\íi- também "nosce te ipstim", sem irritação nciu
EcoNÓ^nco
fabril, iuuit(j embora, a ilespeólo dela, estejamos ainda mis prijuciros passos de
(iril. a fini dc iraiisplantcin hábitos, atitudes, .segredos c tttnicas indispensávci.s à alisídacle manufatureira. N'ü
de.sànimo. Conlicccr nossos erros, tlcficiéncia.s e falhas, coii.slilui outro cami
trabalhadores sao mais fones, ou mais
];;)ir.p.'; IO
culos que o Brasil devo afastar de sua
Ii,m jirimeivo lugar, salienia a falta ik' tran.spoites. inclusive equipamento cios portos V UK'i(is de comunicação existen tes'. .A segunda clifioulclacle reside na
ialta de combustíveis, pois o carvão na cional 6 pobre e distante da área indiis-
Precisaríamos de imigrantes, mas, as nossas leis e praxes administrativas pra
ticamente impedem a imigração de ope rários. Os traballiadores nacionais resscnlem-sc de falta de treinamento edu
cacional c técnica para ocupações da indústria. Acha o observador que não contamos com mestres, capatazcs, nem
engenheiros e contadores ou outros espe cialistas.
Afinna que pela falta de
engenheiros temos de recorrer aos téclíicos estrangeiros para plantas, assim
como pela falta de contadores não co nhecemos o cálculo do custo de pro dução nem o aplicamos correntemente para os v ários resultados. .\ solução seria um considerável alargainenlo do sistema de educação técnica e vigoroso desenvol vimento de novos planos de escolas es
pecializadas para termos empregados há,heis. Heíere a influência dos baixos salá
rios sòbre a fraca produtividade do tra
Irializada, i- continuamos dependentes da importação de óleo. líasolina c que
balhador brasileiro, que. além disso.- su porta preços mais elevados do que o ame
rosene.
ricano para as coisas essenciais à vida. Por essa barateza do trabalho não há
O terceiro embaraço jaz na escassez
de capitai, tanto estrangeiro quanto in dígena. Êste é pouco e desconfiado em
!"elação às indústrias, preferindo espe-
eukiçoe.^ imobiliárias, apólices etc., ao invés de ações e clebêntures tias so
ciedades anôníma.s fabri.s, Os capitais de fora temem a contínua desvalorização da moeda e certas medidas da legislação brasileira (iinj)ostos sobre as remessas jj.íra o pxieríor. euiitrôie de cambio ele.,).
incentivo para o uso de máquinas. E com salários baixos não há poder aqui sitivo do mercado imerno.
Pondera também a falia de organiza ção racional das fábricas, de modo a
evitar operações supérfluas, diversifica
ção de artigos etc., evitáveis pela pro dução em linlia ou outros processos. Ineficiência de métodos, enfim. Outro velho defeito da indústria c tio
Dicesto Econômico
36
comércio no Brasil, Bdwards diagnosti ca lucidamente: — a cupidez de enor mes lucros pela elevação do preço cm escasso movimento, em lugar de buscá-
los no volume amplo e rotação rápida das operações.
Alude, escandalizado
aos lucros de 18 a 30% e. nesse parti cular, são notórios os exemplos de índi ces ainda mais altos.
Por último, critica o nosso sistema
nsca. que, pelo vasto uso de impostos indiretos (consumo, importação, vendas, s o), em contraste com a timidez dos
tnbutos diretos (renda, herança, territonal) restringe o mercado interno ani quilado pelos preços elevados. Êssc
mercado interno forte, para sustentáculo
da indústria, exige modificações fiscais no sentido de redução dos tributos que
agravam os preços das mercadorias. Êssc diagnóstico revela moléstia que se não pode curar com protecionismo. As medidas são outras e, com e.xceção da falta dc combustíveis, ressalvadas as
esperanças no petróleo, estão elas ao al cance dos industriais e estadistas brasi
leiros se, depois da necessária auto-crftica, se dedicarem resolutamente à re moção daqueles obstáculos, ásperos sem dúvida, mas nada insuperáveis. E, en
tão, o Brasil atingirá segura e racional mente o nível dc potência industriaUzada. Falar a verdade não c combater
a industrialização. Muito pelo contrano.
^ cccumuíaçãa daá Alde Sampaio
1 — Generalidades.
A sociedade humana, tornada de ín
dole econômica em eras imemoriais, pas sou da subsistência de colheita aos atos
do provisão o de produção, tendo em vista a manutenção futura. Com o gran de dcscnvoKimento técnico-cicntífico do
século passado vieram a progredir ràpidamente os meios de produção, ampliando-se de modo smpreendente o trabalho produtivo do homem, permitin
direto. É o ato de constituir estas sobras da
de forma progressiva com os bens acu mulados. Sem acumulação de riquezas de tôda sorte, a terra não comportaria a população dos países civilizados de hoje. Basta comparar o que ocorre na Bélgica com mais de duzentos e cinqüenta ha
bitantes por quilômetro quadrado, com o que ocorria antes da civilização nas
terras férteis e opulentas dos Estados Unidos da América do Norte, onde a
despeito das condições favoráveis da produção natui^al, ainda assim havia
apenas 83%. A despeito da depressão, a mecanização das lavouras progrediu na
mister de quatro quilômetros quadrados por cada habitante, para manutenção dos indígenas das ti-ibos selvagens (1). De modo que, até para o simples .sus
década iniciada em 1930. Por exemplo, havia 920.000 tratores nas lavouras em
tento da população, há necessidade de
1930. Em 1940, eram 1.570.000, somando 2.425.000 em janeiro de 1945. A se
que o produto do trabalho humano ex
cios e fibras de 67% desde 1910.
A produção agrícola do país é hoje 159% superior à de 1909-14, mas a mão-
de-obra empregada na agricultura registrou no aludido período um aumento de
leção de variedades de plantas com alto rendimento e a conservação do solo são
outros fatôres que têm favorecido o aumento da produção agrícola com menos ■mão-de-obra.
nomia Circulatória e de Economia Re-
pariitica", de autoria daquele ilustre parlamentar e economista
nham outro destino que não o consumo
ses, que a produção dc riqueza aumenta
novas técnicas de plantação e colheita elevaram a produção de gêneros alimentí
e que constitui um capítulo do livro prestes a ser publicado "Lições de Eco
de produzir e de prover, já então inver A observação, por seu lado, veio a mostrar, pelo e.xame dos fatos passados e pelo confronto entre os diversos paí
menos 8 milhões do que em 1932. Uma queda no volume da mão-de-obra aão implica, porém, em diminuição da produção agrícola. Máquinas modernas Ç
doutrinário, do professor Alde Sampaio,
do praticarem-se, em alta escala, os atos tidos no curso da história.
Acredita-se nos Estados Unidos que, a prosseguir o êxodo de trabalhadores do campo para a cidade, haverá, em 1975, apenas 23 8 milhões de norte-america nos vivendo nas fazendas, o que eqüivale a menos 4 milhões do que agora e o
0 "Digesto Econômico" insere em suas coluTMs êsse novo trabalho, de cunho
ceda as exigências imediatas do indiví
duo, constituindo-se em sobras que te-
produção, além das necessidades ime diatas do consiuno para subsistência do homem, e às vezes até com sacrifício
desse consumo, que se designa pelo termo de acumulação.
As sobras da produção que se acumu lam, tendo por fim lienefícios futuros,
se formam, quer no propósito de pro visão, no intuito de atender suprimen tos posteriores de bens de consumo di
reto, quer no propósito de reprodução, no intuito de criar ou substituir bens
instrumentais.
Nesses dois misteres, as
sobras, provenientes da produção de ca da empresa, que Se acumulam e vêm
formar o patrimônio ou as riquezas dis poníveis da comunidade, se constituem em geral para preencher os objetivos seguintes:
Sobras, como provisão, para atender às irregularidades da produção em face (!■) Apud Jules Michel, ingenleur en chef, Manuel D'Économie Sociale, quatrième edition, pag, 121, 1895.
Dicesto Econômico
36
comércio no Brasil, Bdwards diagnosti ca lucidamente: — a cupidez de enor mes lucros pela elevação do preço cm escasso movimento, em lugar de buscá-
los no volume amplo e rotação rápida das operações.
Alude, escandalizado
aos lucros de 18 a 30% e. nesse parti cular, são notórios os exemplos de índi ces ainda mais altos.
Por último, critica o nosso sistema
nsca. que, pelo vasto uso de impostos indiretos (consumo, importação, vendas, s o), em contraste com a timidez dos
tnbutos diretos (renda, herança, territonal) restringe o mercado interno ani quilado pelos preços elevados. Êssc
mercado interno forte, para sustentáculo
da indústria, exige modificações fiscais no sentido de redução dos tributos que
agravam os preços das mercadorias. Êssc diagnóstico revela moléstia que se não pode curar com protecionismo. As medidas são outras e, com e.xceção da falta dc combustíveis, ressalvadas as
esperanças no petróleo, estão elas ao al cance dos industriais e estadistas brasi
leiros se, depois da necessária auto-crftica, se dedicarem resolutamente à re moção daqueles obstáculos, ásperos sem dúvida, mas nada insuperáveis. E, en
tão, o Brasil atingirá segura e racional mente o nível dc potência industriaUzada. Falar a verdade não c combater
a industrialização. Muito pelo contrano.
^ cccumuíaçãa daá Alde Sampaio
1 — Generalidades.
A sociedade humana, tornada de ín
dole econômica em eras imemoriais, pas sou da subsistência de colheita aos atos
do provisão o de produção, tendo em vista a manutenção futura. Com o gran de dcscnvoKimento técnico-cicntífico do
século passado vieram a progredir ràpidamente os meios de produção, ampliando-se de modo smpreendente o trabalho produtivo do homem, permitin
direto. É o ato de constituir estas sobras da
de forma progressiva com os bens acu mulados. Sem acumulação de riquezas de tôda sorte, a terra não comportaria a população dos países civilizados de hoje. Basta comparar o que ocorre na Bélgica com mais de duzentos e cinqüenta ha
bitantes por quilômetro quadrado, com o que ocorria antes da civilização nas
terras férteis e opulentas dos Estados Unidos da América do Norte, onde a
despeito das condições favoráveis da produção natui^al, ainda assim havia
apenas 83%. A despeito da depressão, a mecanização das lavouras progrediu na
mister de quatro quilômetros quadrados por cada habitante, para manutenção dos indígenas das ti-ibos selvagens (1). De modo que, até para o simples .sus
década iniciada em 1930. Por exemplo, havia 920.000 tratores nas lavouras em
tento da população, há necessidade de
1930. Em 1940, eram 1.570.000, somando 2.425.000 em janeiro de 1945. A se
que o produto do trabalho humano ex
cios e fibras de 67% desde 1910.
A produção agrícola do país é hoje 159% superior à de 1909-14, mas a mão-
de-obra empregada na agricultura registrou no aludido período um aumento de
leção de variedades de plantas com alto rendimento e a conservação do solo são
outros fatôres que têm favorecido o aumento da produção agrícola com menos ■mão-de-obra.
nomia Circulatória e de Economia Re-
pariitica", de autoria daquele ilustre parlamentar e economista
nham outro destino que não o consumo
ses, que a produção dc riqueza aumenta
novas técnicas de plantação e colheita elevaram a produção de gêneros alimentí
e que constitui um capítulo do livro prestes a ser publicado "Lições de Eco
de produzir e de prover, já então inver A observação, por seu lado, veio a mostrar, pelo e.xame dos fatos passados e pelo confronto entre os diversos paí
menos 8 milhões do que em 1932. Uma queda no volume da mão-de-obra aão implica, porém, em diminuição da produção agrícola. Máquinas modernas Ç
doutrinário, do professor Alde Sampaio,
do praticarem-se, em alta escala, os atos tidos no curso da história.
Acredita-se nos Estados Unidos que, a prosseguir o êxodo de trabalhadores do campo para a cidade, haverá, em 1975, apenas 23 8 milhões de norte-america nos vivendo nas fazendas, o que eqüivale a menos 4 milhões do que agora e o
0 "Digesto Econômico" insere em suas coluTMs êsse novo trabalho, de cunho
ceda as exigências imediatas do indiví
duo, constituindo-se em sobras que te-
produção, além das necessidades ime diatas do consiuno para subsistência do homem, e às vezes até com sacrifício
desse consumo, que se designa pelo termo de acumulação.
As sobras da produção que se acumu lam, tendo por fim lienefícios futuros,
se formam, quer no propósito de pro visão, no intuito de atender suprimen tos posteriores de bens de consumo di
reto, quer no propósito de reprodução, no intuito de criar ou substituir bens
instrumentais.
Nesses dois misteres, as
sobras, provenientes da produção de ca da empresa, que Se acumulam e vêm
formar o patrimônio ou as riquezas dis poníveis da comunidade, se constituem em geral para preencher os objetivos seguintes:
Sobras, como provisão, para atender às irregularidades da produção em face (!■) Apud Jules Michel, ingenleur en chef, Manuel D'Économie Sociale, quatrième edition, pag, 121, 1895.
38
Dícr.sin
Econó^iico
Díok.sto EroN(')Mico do consumo direto ou indireto; sobras para reparar ou repor os cabedais ou
capitais aplicados na produção, os quais sofrem a ação do tempo c o desgaste
tornar
progressi\o
o
a euiprèsa, por meio da lei, a delcrininadas aplicações.
econômico, aumentando os bens postos à disposição da (•o)cti\ idade c redu zindo o sacrifício do trabalho humano.
pelo uso; sobras para realizar o aumento
incessante da produção, para satisfazer às necessidades de consumo pelo aumen
to da população; sobras para atender
às alterações provenientes do progresso técnico permitindo a implantação de
novos métodos de" trabalho; sobras para atender ao progresso da ci%ilização, o
b) A poitpauça.
2 — A aciimulaçãt) dc riquezas uo re gime HhcraUsia. a) Prcliviitunü.s
A ação de acnnmlar no regime libcralista, tal como acontece aos demais
significa que a acumulação se faz por
Estas sobras constituem como que a providencia econômica com que o ho mem pensa suprir necessidades futtira.s
nao só para si senão também para a coletividade. De fato, como já fize mos ver, a ação econômica do homem
não se limita a acumular provisão para os dias vindouros — como fazem os insetos com atribuição econômica instin tiva, tais a abelha e formiga — mas se estende a promo\ er a produção de bens em associação com a natureza, na sua
faculdade de produção espontânea.
* Nessa a.ssociação com a natureza, quer transformando bens originário.s, quer uti lizando forças potenciais, o produto da ação do homem é tanto maior quanto maior é o acúmulo dos bens que ser\em como instrumentos da produção.
Se
gundo a equação estatística, já por nós. . citada, do pesquisador belga A. Delia Riccia (2) o aumento da produtivida de de uma comunidade se faz em de
uma feição pariicnlar do princípio bio lógico da luta pela \'lda. O poder polí tico regula as condições em que êste princípio SC (j.xcrcc, mas não cogita de eliminá-lo pela instituição de normas obrigatórias, paru fòda a ação indixidnal. Os fatos ocfirrem em disputa pelo
indivíduo, {; o poder político institui como que nní código dc ética na luta pela apropriação, através de restrições jurídicas impo.slas por lei.
b)e.sta sorte, no regime Iiberali.sta, ^
Por isso mesnío que os bens se acu-
dtto c li\ rc dc deles di.spor, a poupan
da pela procura e pela utilidade social através do preço, preenchendo assim a satisfação do consinno, segundo a esca
do situaçoci aU(.i-nali\-;is do escolha en tre as aplicações i-m uso pessoal, em icscrxa remnncradora, ou cm emprego
reprodutÍNo. O \asto campo de aplica ção assim formado incita à abstenção e a proenra dv lucro c das altas rendas, nao so com <> fiU) do gozo pessoal mas
também do emprègo nas atividades econô
mulação.
Quer as fontes de onde promana a acumulação, quer o de.slino das rique zas apropriadas, quer a aplicação da .so bra das rendas, ficam a critério do in
divíduo. Quando inuítir, o poder polí tico interfere em defesa do patrimônio
pendência com o quadrado da riqueza
luta pela vida, e força o proprietário ou
portanto, não só para manter a produ (2) fieclUM-elies cí Opinioiis ÉconomiqueB el .Süoiales — pg. 2f) — Bruxelles — 19*3.
com
a o
N"ü, tendo em vista a
.situação pessoal futu
dc lci.>
ra em face das exi
gências da situação presente; e, de acôrdo
indi\íduo
com as suas inclina
renda, inclusive o de
consumo direto pessoal.
ser
seu emprego lucrati-
pelo poder político, tem o dc.stino que l]u> o
a
passa
preocupar-se
J m p o s-
ivceiie como
x-êm
indivíduo
as
atribui
Aci
determinado
consideradas altas, e o
cunstâncias, o lucro é no regime liberalista a maior fonte de acu
(pic o
de
rendas
Dentro dessas cir
aM'a\'cs
pedimentos legais de natureza corretiva, é livre de aplicá-la.? a
sidades pessoais .as
rarquia social.
tas
indivíduo que as recebe, saho os im
ponto de suas neces
indivíduo sobe na hie
poder político protege c assegura a
Idènticamento ao lucro, ocorrem fa
tos .scmclliantes com as rendas provenien tes de qualquer outra remuneração. O
ma
produti\'a, com que o
restrições
la das necessidades comuns.
seu bel-prazer.
micas de natureza rc-
duos, dentro da ética estabelecida; e u priedade que rosiilla dos atos dc acu
turo; por outro lado, encaminham-se
para a produção mais deficiente revela
mulação e. salvo
acumulada. A acumulação se faz mister,
crescimento da população, como para
aplicações reprodutivas, com que satis
ninlam cm mao.s particulares c o indi%'í-
acumulação é um ato livre aos indiví
econômico da nação, ou acorre a prote ger os indivíduos mai.s desamparados na
ção em nível que permita atender ao
f
coincide com o interesse cületi\o: sob o
impulso do interesse particular, as so bras Se colocam, por modo natural, em fazem o interesse social do sustento fu
ça ,s<- e.vcrcc eni grande amplitude, crian
qual vai trazendo ao indivíduo novos desejos e aspirações e novas formas de* atos econômicos cm sua generalidade, conforto a que a indústria humana tem fica ao critério do lixre arbítrio, o quê de prover.
39
desenvolvimento
A sociedade
que^ entrega seu patrimônio reproduti vo a ação particular do indivíduo ou do
grupo econômico autônomo, deixa assim
também à lix-re disposição do intevèsse pessoal a aplicação das sobras do con.sumo' da comunidade. 0.s fatos se
jSassam, conforme os explica a escola liberal, sob o fundamento de que o in teresse , particular, em lêrmos gerais,
ções naturais, biiso campo de ati\i-
dado em que aplicá-las. A deliberação
e nc.sses casos inteiramente pessoal e o poder ixoiítico, no regime liberalista, não faz restrição alguma às determina
ções do indi\ íduo, permitindo-lhe qual quer campo de aplicação e não interfe
rindo, em sentido geral, .senão para e\-itai abuso do poder econômico contra
direitos indi\ iduais que possam ser atin
gidos, ou cm salvaguarda do patrimo-
38
Dícr.sin
Econó^iico
Díok.sto EroN(')Mico do consumo direto ou indireto; sobras para reparar ou repor os cabedais ou
capitais aplicados na produção, os quais sofrem a ação do tempo c o desgaste
tornar
progressi\o
o
a euiprèsa, por meio da lei, a delcrininadas aplicações.
econômico, aumentando os bens postos à disposição da (•o)cti\ idade c redu zindo o sacrifício do trabalho humano.
pelo uso; sobras para realizar o aumento
incessante da produção, para satisfazer às necessidades de consumo pelo aumen
to da população; sobras para atender
às alterações provenientes do progresso técnico permitindo a implantação de
novos métodos de" trabalho; sobras para atender ao progresso da ci%ilização, o
b) A poitpauça.
2 — A aciimulaçãt) dc riquezas uo re gime HhcraUsia. a) Prcliviitunü.s
A ação de acnnmlar no regime libcralista, tal como acontece aos demais
significa que a acumulação se faz por
Estas sobras constituem como que a providencia econômica com que o ho mem pensa suprir necessidades futtira.s
nao só para si senão também para a coletividade. De fato, como já fize mos ver, a ação econômica do homem
não se limita a acumular provisão para os dias vindouros — como fazem os insetos com atribuição econômica instin tiva, tais a abelha e formiga — mas se estende a promo\ er a produção de bens em associação com a natureza, na sua
faculdade de produção espontânea.
* Nessa a.ssociação com a natureza, quer transformando bens originário.s, quer uti lizando forças potenciais, o produto da ação do homem é tanto maior quanto maior é o acúmulo dos bens que ser\em como instrumentos da produção.
Se
gundo a equação estatística, já por nós. . citada, do pesquisador belga A. Delia Riccia (2) o aumento da produtivida de de uma comunidade se faz em de
uma feição pariicnlar do princípio bio lógico da luta pela \'lda. O poder polí tico regula as condições em que êste princípio SC (j.xcrcc, mas não cogita de eliminá-lo pela instituição de normas obrigatórias, paru fòda a ação indixidnal. Os fatos ocfirrem em disputa pelo
indivíduo, {; o poder político institui como que nní código dc ética na luta pela apropriação, através de restrições jurídicas impo.slas por lei.
b)e.sta sorte, no regime Iiberali.sta, ^
Por isso mesnío que os bens se acu-
dtto c li\ rc dc deles di.spor, a poupan
da pela procura e pela utilidade social através do preço, preenchendo assim a satisfação do consinno, segundo a esca
do situaçoci aU(.i-nali\-;is do escolha en tre as aplicações i-m uso pessoal, em icscrxa remnncradora, ou cm emprego
reprodutÍNo. O \asto campo de aplica ção assim formado incita à abstenção e a proenra dv lucro c das altas rendas, nao so com <> fiU) do gozo pessoal mas
também do emprègo nas atividades econô
mulação.
Quer as fontes de onde promana a acumulação, quer o de.slino das rique zas apropriadas, quer a aplicação da .so bra das rendas, ficam a critério do in
divíduo. Quando inuítir, o poder polí tico interfere em defesa do patrimônio
pendência com o quadrado da riqueza
luta pela vida, e força o proprietário ou
portanto, não só para manter a produ (2) fieclUM-elies cí Opinioiis ÉconomiqueB el .Süoiales — pg. 2f) — Bruxelles — 19*3.
com
a o
N"ü, tendo em vista a
.situação pessoal futu
dc lci.>
ra em face das exi
gências da situação presente; e, de acôrdo
indi\íduo
com as suas inclina
renda, inclusive o de
consumo direto pessoal.
ser
seu emprego lucrati-
pelo poder político, tem o dc.stino que l]u> o
a
passa
preocupar-se
J m p o s-
ivceiie como
x-êm
indivíduo
as
atribui
Aci
determinado
consideradas altas, e o
cunstâncias, o lucro é no regime liberalista a maior fonte de acu
(pic o
de
rendas
Dentro dessas cir
aM'a\'cs
pedimentos legais de natureza corretiva, é livre de aplicá-la.? a
sidades pessoais .as
rarquia social.
tas
indivíduo que as recebe, saho os im
ponto de suas neces
indivíduo sobe na hie
poder político protege c assegura a
Idènticamento ao lucro, ocorrem fa
tos .scmclliantes com as rendas provenien tes de qualquer outra remuneração. O
ma
produti\'a, com que o
restrições
la das necessidades comuns.
seu bel-prazer.
micas de natureza rc-
duos, dentro da ética estabelecida; e u priedade que rosiilla dos atos dc acu
turo; por outro lado, encaminham-se
para a produção mais deficiente revela
mulação e. salvo
acumulada. A acumulação se faz mister,
crescimento da população, como para
aplicações reprodutivas, com que satis
ninlam cm mao.s particulares c o indi%'í-
acumulação é um ato livre aos indiví
econômico da nação, ou acorre a prote ger os indivíduos mai.s desamparados na
ção em nível que permita atender ao
f
coincide com o interesse cületi\o: sob o
impulso do interesse particular, as so bras Se colocam, por modo natural, em fazem o interesse social do sustento fu
ça ,s<- e.vcrcc eni grande amplitude, crian
qual vai trazendo ao indivíduo novos desejos e aspirações e novas formas de* atos econômicos cm sua generalidade, conforto a que a indústria humana tem fica ao critério do lixre arbítrio, o quê de prover.
39
desenvolvimento
A sociedade
que^ entrega seu patrimônio reproduti vo a ação particular do indivíduo ou do
grupo econômico autônomo, deixa assim
também à lix-re disposição do intevèsse pessoal a aplicação das sobras do con.sumo' da comunidade. 0.s fatos se
jSassam, conforme os explica a escola liberal, sob o fundamento de que o in teresse , particular, em lêrmos gerais,
ções naturais, biiso campo de ati\i-
dado em que aplicá-las. A deliberação
e nc.sses casos inteiramente pessoal e o poder ixoiítico, no regime liberalista, não faz restrição alguma às determina
ções do indi\ íduo, permitindo-lhe qual quer campo de aplicação e não interfe
rindo, em sentido geral, .senão para e\-itai abuso do poder econômico contra
direitos indi\ iduais que possam ser atin
gidos, ou cm salvaguarda do patrimo-
Dicesto EcoNÓ^^cx>
40
mostra a observação comparada do de
nio coletivo, tal como salientamos para o caso particular do lucro. Assim, pela livre determinação do in
senvolvimento de nações como a In
divíduo, o regime liberalista provoca a concorrência e impede o monopólio de
países mais avançados da Europa, on de a riqueza potencial não aparece em alto grau de elevação, relativamente ao
ação; e pela interferência defensiva do
poder político coíbe a prepotência eco nômica dos grupos mais fortes contra os mais fracos, no que, por forma particu lar, impede, ou pode impedir, a ação compressiva do grupo econômico contra
glaterra c os Estados Unidos, com os
número de habitantes.
A própria his
tória da Alemanha, como exceção entre
os demais países no continente europeu, confirma o fato.
A Alemanha, a des
peito dc possuir o quase monopólio da
o grupo social, através de medidas de
técnica científica da produção, para con
defesa dos interesses gerais, que não
tar com grupos supercapitalistas na sua
sejam resguardados pela livre concor rência ou protegidos pelo livre arbítrio da ação individual dos colocados em si tuação de inferioridade no meio cole
evolução, teve de a.ssistir ao conluio in ternacional do suas grandes empresas es
tivo.
No evolver do regime liberalista, com o desenrolar dos acontecimentos e sob
o efeito do livre arbítrio de aplicação dos capitais, a sociedade marcha para a super-capitalização, com a concentração de vultosos e enormes capitais em poder de poucas empresas, quase sempre diri
gidas por homens excepcionais na ação econômica, as quais vencem na concor rência e se constituem, na comunidade,
em reduzidos grupos dominantes que in fluem decididamente na direção da co
letividade. A evolução para esse estado
pecializadas. Os grandes grupos com pre dominância interna, como o de Hugo Stinnc, vieram dc .situação anormal de após-guerra e tiveram vida efêmera (3). Se se compara o que ocorre no regjme liberalista na sua fase de supercapi-
talização, com a forma pela qual se passam os fatos no regime socialista, verifica-se a proximidade das soluções atravds da ação de pequenos grupos, se bem que diversamente constituídos. N®
regime liberalista é grande a influên cia de pouco numerosos grupos econô micos; no regime socialista o poder po lítico Se vai concentrando em tômo da ação preponderante dos chefes e consti-
social é, porém, lenta, e talvez reserva
tui-se na sociedade um pequeno grupo
da para aquelas nações ou comunidades
que decide sobre todos os fatos da cole
políticas que dispõem de grandes reser vas de bens naturais, que venham a
tividade, inclusive sobre os fatos econô
constíbiir quase monopólios universais
ação política.
ou, pelo menos, grandes riquezas em confronto com a população que pos
cadeia de grupos deliberantes em escala
micos que passam a subordinar-se à Forma-se uma série ou
ascensional, até chegar ao grupo mais
suem. Na exploração comum dos mes
mos bens, toma-se difícil a predominân
(3) — Ver como bibliografia — Ríchard
cia na concorrência dentro do mercado interno e é de presumir que a superca-
Lewinsohn, Trustes e Cartéis, tradução brasileira de Sílvio Rodrigues; e Gaston
pitalização concentrada em poucas mãos
Devant Ia Déprecíation et Ia StabllisatiOn Monetaire. L'Expérience Allemande. P3-
jamais se venha a manifestar. É o que
Giustiniani, Le Commerce et L'Industne ris, 1927.
41
Digesto Econômico
graduado, que a observação do regime
existe em qualquer forma de sociedade
soNiéiico revela subordinar-se por sua
econômica produtiva de haver uma pro dução já destinada a bens instrumentaíR
\'ez no mando de um chefe único.
A diferença fundamental de aspecto nos dois regimes está em que na stipercapitalização continua a %'igorar o equi
líbrio de poderes na direção da socieda de; na siípcrpolHicalização, se assim se pode dizer, a direção da sociedade fica sob poder uno, exercido por autorida des onipotentes, sem apelação de seus atos para outros poderes.
insuscetíveis de consumo pessoal, pode considerar-se, no regime liberalista, t restrição contingente do consumo como proveniente dos atos políticos e dos atos econômicos.
No primeiro caso, por ação política,
o poder público dirigente interfere, quer por motivo próprio ntra\'és do impôsto ou de outras formas de ônus tributá
rios, quer por imposições legais, contra c — A restrição contingente do con sumo.
os poderes hierárquicos econômicos. Pe
las formas de impôsto, o poder político obriga à restrição do consumo, mas não
Além das fontes de acumulação atra
exerce, por si próprio, forçosamente, a
vés da poupança, também se manifesta
acumulação. Ao contrário, no regime
no regime liberalista o fato da acumu
liberalista, a acumulação através do im
lação pela restrição contingente do con
pôsto ó antes excepcional e, por prin
sumo, entendendo-se por esta restrição,
cípio, somente praticada para atender
como já foi explicado, não o caso indivi
àquelas necessidades econômicas que
dual onde se dá a transferência de con-
a livre iniciativa não exerceria bem; ou,
.sumo dc um indivíduo para outro, mas
pelas condições naturais dos fatos, exer ceria em regime de monopólio. Pelas im
o aumento da acumulação na coletivi
dade contra o desejo de aumento de
posições legais, o poder polítíco regula
consumo imediato por parte da popu
o jõgo entre a acumulação e o consumo,
lação.
Deixando de lado a necessidade que
ora favorecendo a acumulação, ora pro tegendo o consumo em benefício ime-
Dicesto EcoNÓ^^cx>
40
mostra a observação comparada do de
nio coletivo, tal como salientamos para o caso particular do lucro. Assim, pela livre determinação do in
senvolvimento de nações como a In
divíduo, o regime liberalista provoca a concorrência e impede o monopólio de
países mais avançados da Europa, on de a riqueza potencial não aparece em alto grau de elevação, relativamente ao
ação; e pela interferência defensiva do
poder político coíbe a prepotência eco nômica dos grupos mais fortes contra os mais fracos, no que, por forma particu lar, impede, ou pode impedir, a ação compressiva do grupo econômico contra
glaterra c os Estados Unidos, com os
número de habitantes.
A própria his
tória da Alemanha, como exceção entre
os demais países no continente europeu, confirma o fato.
A Alemanha, a des
peito dc possuir o quase monopólio da
o grupo social, através de medidas de
técnica científica da produção, para con
defesa dos interesses gerais, que não
tar com grupos supercapitalistas na sua
sejam resguardados pela livre concor rência ou protegidos pelo livre arbítrio da ação individual dos colocados em si tuação de inferioridade no meio cole
evolução, teve de a.ssistir ao conluio in ternacional do suas grandes empresas es
tivo.
No evolver do regime liberalista, com o desenrolar dos acontecimentos e sob
o efeito do livre arbítrio de aplicação dos capitais, a sociedade marcha para a super-capitalização, com a concentração de vultosos e enormes capitais em poder de poucas empresas, quase sempre diri
gidas por homens excepcionais na ação econômica, as quais vencem na concor rência e se constituem, na comunidade,
em reduzidos grupos dominantes que in fluem decididamente na direção da co
letividade. A evolução para esse estado
pecializadas. Os grandes grupos com pre dominância interna, como o de Hugo Stinnc, vieram dc .situação anormal de após-guerra e tiveram vida efêmera (3). Se se compara o que ocorre no regjme liberalista na sua fase de supercapi-
talização, com a forma pela qual se passam os fatos no regime socialista, verifica-se a proximidade das soluções atravds da ação de pequenos grupos, se bem que diversamente constituídos. N®
regime liberalista é grande a influên cia de pouco numerosos grupos econô micos; no regime socialista o poder po lítico Se vai concentrando em tômo da ação preponderante dos chefes e consti-
social é, porém, lenta, e talvez reserva
tui-se na sociedade um pequeno grupo
da para aquelas nações ou comunidades
que decide sobre todos os fatos da cole
políticas que dispõem de grandes reser vas de bens naturais, que venham a
tividade, inclusive sobre os fatos econô
constíbiir quase monopólios universais
ação política.
ou, pelo menos, grandes riquezas em confronto com a população que pos
cadeia de grupos deliberantes em escala
micos que passam a subordinar-se à Forma-se uma série ou
ascensional, até chegar ao grupo mais
suem. Na exploração comum dos mes
mos bens, toma-se difícil a predominân
(3) — Ver como bibliografia — Ríchard
cia na concorrência dentro do mercado interno e é de presumir que a superca-
Lewinsohn, Trustes e Cartéis, tradução brasileira de Sílvio Rodrigues; e Gaston
pitalização concentrada em poucas mãos
Devant Ia Déprecíation et Ia StabllisatiOn Monetaire. L'Expérience Allemande. P3-
jamais se venha a manifestar. É o que
Giustiniani, Le Commerce et L'Industne ris, 1927.
41
Digesto Econômico
graduado, que a observação do regime
existe em qualquer forma de sociedade
soNiéiico revela subordinar-se por sua
econômica produtiva de haver uma pro dução já destinada a bens instrumentaíR
\'ez no mando de um chefe único.
A diferença fundamental de aspecto nos dois regimes está em que na stipercapitalização continua a %'igorar o equi
líbrio de poderes na direção da socieda de; na siípcrpolHicalização, se assim se pode dizer, a direção da sociedade fica sob poder uno, exercido por autorida des onipotentes, sem apelação de seus atos para outros poderes.
insuscetíveis de consumo pessoal, pode considerar-se, no regime liberalista, t restrição contingente do consumo como proveniente dos atos políticos e dos atos econômicos.
No primeiro caso, por ação política,
o poder público dirigente interfere, quer por motivo próprio ntra\'és do impôsto ou de outras formas de ônus tributá
rios, quer por imposições legais, contra c — A restrição contingente do con sumo.
os poderes hierárquicos econômicos. Pe
las formas de impôsto, o poder político obriga à restrição do consumo, mas não
Além das fontes de acumulação atra
exerce, por si próprio, forçosamente, a
vés da poupança, também se manifesta
acumulação. Ao contrário, no regime
no regime liberalista o fato da acumu
liberalista, a acumulação através do im
lação pela restrição contingente do con
pôsto ó antes excepcional e, por prin
sumo, entendendo-se por esta restrição,
cípio, somente praticada para atender
como já foi explicado, não o caso indivi
àquelas necessidades econômicas que
dual onde se dá a transferência de con-
a livre iniciativa não exerceria bem; ou,
.sumo dc um indivíduo para outro, mas
pelas condições naturais dos fatos, exer ceria em regime de monopólio. Pelas im
o aumento da acumulação na coletivi
dade contra o desejo de aumento de
posições legais, o poder polítíco regula
consumo imediato por parte da popu
o jõgo entre a acumulação e o consumo,
lação.
Deixando de lado a necessidade que
ora favorecendo a acumulação, ora pro tegendo o consumo em benefício ime-
IP''!
Dn.rsKi Rconó.mico Drcr.sTo
dialo da criatura humana. Quando asse gura o fruto da propriedade concentra
do om poucas mãos, por c-:;em{)'o rece diretamente a acumulação; íjuando tributa com impostos os bens de consu
mo imediato restringe o consumo, pou pando cm parle, c por fornia indireta a
acumulação. Em sentido in^erso, quàndo instítiii o salário mínimo protege di retamente o consumo; cpiando estabc'ece o imposto progressivo de renda favorc-
se tndtretamente o consumo, prejudican
do a acumulação, na partilha do rédito da comunidade entre acumulação e con sumo.
Assim, por ação consciente e ante os acontecimentos reais, o poder político interfere como causa reguladora de fatos economicos e, por necessidades próprias
pelo uso do impôsto, restringe forçosa
Econômico
por sua \ez. provoca a rc.strição do coii-
sumo, por efeito da luta entre os projirietários de patrioicmios repnaliitiv-os,
lraclii-z-.sc pdu livre aibítrio de cada um no e.vercício de suas atividades.
A res
o-s f|iie Jiií r.imente dispõem da renda cic seus serviços, como agentes cio Irahü-
trição dô livre arbítrio dá-se no regi me liberalista pelas próprias contingên cias, individuais, onde o indivíduo pesa
llio.
os aspectos lavoráveis de exercê-lo ou
no d(.-sejo dl- inantè-los i- ampliá-los. e As oportiinidadc-s são favoráveis,
ora a ims" ora a outros; mas. como no
regime liherali.st.i o empreendedor-c* o proprietário dos bens produzidos c a re muneração dos serviços dos agcnlcs da produção dé-le depeiich- materialmente, o cmiírccnclcdor anleeipa-se muitas \èr-ea na luta, empregando os frutos da
submeter-se.
No regime socialista, o
livre arljítrio vem com© uma concessão
do poder político, que pode obstá-lo impenitiv ainente. No regime liberalista
a ação é centrífuga, no socialista é centrípeta. Dentro dos limites entre a livTe deli
beração e as contingências acidentais
para o indivíduo, exerce-se, portanto, no regime liberalista, a restrição contingente do consumo por efeito da ação do poder econômico e em favor da acumulação na divisão dos bens nacionais entre acumu lação e consumo.
empresa na conservação, renovação ou
ampliaçao dos bens íustnmientaís. com o
que reduz o rédito disponível sujeito à
partilha e pratica anlccijiaclaniente a acumulação de uma renda (jue por unia forma ou outra poderia clcslinar-.se ao
mente o con.sumo geral da comunidadeeriibora, pela aphcação posterior do im- consumo. Verificu-sc. porém, que a postp ou pelo emprego de normas coer •''vao, neste particular, do poder econô citivas, possa não só repor parte do mico, constitui antes uma reação contra con.sumo subtraído iransferindo-o de uns os fatos naturais do que uma ação de puder coercitivo contra os de-mais ele indivíduos a outros, com o que não mentos humanos. A pressão cio poder
•wmente não reduz a parcela consumo na
divisão do rédito nacional, como pode aumentá-la através de dispositivos de
lei. Somente por determinação precon cebida com aplicação do impôsto em despesas patrimoniais ou reprodutivas, o poder político por sí próprio concorre para o aumenta da acumulação. A restrição contingente do consumo por atos econômicos manifesta-se em
primeiro lugar no regime liberalista, co mo, aliás, em qualquer regime, por fòrça dos fatos naturais, com a própria parti lha dos réditos.
O quinhão deficiente
de cada um, quer iiara uso pessoal, quer para as suas atividades, obriga à res trição ou. quando menos, à parcimônia. A ação do ^íoder econômico hierárquico,
económict) aparece como fator de Inh* c torna-se eficiente cpiando as circim.stancias a.ssim o permitem. Não sc dá o
domínio cio poder econômico impondo na. partilha, tal como acontece com o
Jioder coercitivo político, senão o deten tor do rédito aiiroveitando-se das con tingências em que se vêem envolvidos os demais participantes dele, para prati car uma acumulação de índole reprodu
tiva. Por isso me.smo, quando o -enqjreendedor joga o dardo muito longe, per de na luta. A forma do ação detém-se entre os limites que já assinalamos pa ra a liberdade, como instituição huma na, no regime liberulisla. em C'onfi'oti[u
com íi regime socialista.
No primein»
regime u liberdade nos atos econômicos
A Grã-Bretanha em experiências em
está enviando à Nova Zelândia penicilina para ser aplicada grande escala para aumentar o rendimento de produçõ) de
leite.
A experiência, que está sendo realizada pelo Conselho do LcHn
n, ^
'nento de Agricultura da Noca Zelândia, visa eliminar uma enfermidade dm^cacas leiteiras, que, segundo sc calcida, é rcspansácel pela perda na vrodnrn^"^ ^^ocas
num total de um milhão de litros por aL
' ^
P'<^duçao de leite
IP''!
Dn.rsKi Rconó.mico Drcr.sTo
dialo da criatura humana. Quando asse gura o fruto da propriedade concentra
do om poucas mãos, por c-:;em{)'o rece diretamente a acumulação; íjuando tributa com impostos os bens de consu
mo imediato restringe o consumo, pou pando cm parle, c por fornia indireta a
acumulação. Em sentido in^erso, quàndo instítiii o salário mínimo protege di retamente o consumo; cpiando estabc'ece o imposto progressivo de renda favorc-
se tndtretamente o consumo, prejudican
do a acumulação, na partilha do rédito da comunidade entre acumulação e con sumo.
Assim, por ação consciente e ante os acontecimentos reais, o poder político interfere como causa reguladora de fatos economicos e, por necessidades próprias
pelo uso do impôsto, restringe forçosa
Econômico
por sua \ez. provoca a rc.strição do coii-
sumo, por efeito da luta entre os projirietários de patrioicmios repnaliitiv-os,
lraclii-z-.sc pdu livre aibítrio de cada um no e.vercício de suas atividades.
A res
o-s f|iie Jiií r.imente dispõem da renda cic seus serviços, como agentes cio Irahü-
trição dô livre arbítrio dá-se no regi me liberalista pelas próprias contingên cias, individuais, onde o indivíduo pesa
llio.
os aspectos lavoráveis de exercê-lo ou
no d(.-sejo dl- inantè-los i- ampliá-los. e As oportiinidadc-s são favoráveis,
ora a ims" ora a outros; mas. como no
regime liherali.st.i o empreendedor-c* o proprietário dos bens produzidos c a re muneração dos serviços dos agcnlcs da produção dé-le depeiich- materialmente, o cmiírccnclcdor anleeipa-se muitas \èr-ea na luta, empregando os frutos da
submeter-se.
No regime socialista, o
livre arljítrio vem com© uma concessão
do poder político, que pode obstá-lo impenitiv ainente. No regime liberalista
a ação é centrífuga, no socialista é centrípeta. Dentro dos limites entre a livTe deli
beração e as contingências acidentais
para o indivíduo, exerce-se, portanto, no regime liberalista, a restrição contingente do consumo por efeito da ação do poder econômico e em favor da acumulação na divisão dos bens nacionais entre acumu lação e consumo.
empresa na conservação, renovação ou
ampliaçao dos bens íustnmientaís. com o
que reduz o rédito disponível sujeito à
partilha e pratica anlccijiaclaniente a acumulação de uma renda (jue por unia forma ou outra poderia clcslinar-.se ao
mente o con.sumo geral da comunidadeeriibora, pela aphcação posterior do im- consumo. Verificu-sc. porém, que a postp ou pelo emprego de normas coer •''vao, neste particular, do poder econô citivas, possa não só repor parte do mico, constitui antes uma reação contra con.sumo subtraído iransferindo-o de uns os fatos naturais do que uma ação de puder coercitivo contra os de-mais ele indivíduos a outros, com o que não mentos humanos. A pressão cio poder
•wmente não reduz a parcela consumo na
divisão do rédito nacional, como pode aumentá-la através de dispositivos de
lei. Somente por determinação precon cebida com aplicação do impôsto em despesas patrimoniais ou reprodutivas, o poder político por sí próprio concorre para o aumenta da acumulação. A restrição contingente do consumo por atos econômicos manifesta-se em
primeiro lugar no regime liberalista, co mo, aliás, em qualquer regime, por fòrça dos fatos naturais, com a própria parti lha dos réditos.
O quinhão deficiente
de cada um, quer iiara uso pessoal, quer para as suas atividades, obriga à res trição ou. quando menos, à parcimônia. A ação do ^íoder econômico hierárquico,
económict) aparece como fator de Inh* c torna-se eficiente cpiando as circim.stancias a.ssim o permitem. Não sc dá o
domínio cio poder econômico impondo na. partilha, tal como acontece com o
Jioder coercitivo político, senão o deten tor do rédito aiiroveitando-se das con tingências em que se vêem envolvidos os demais participantes dele, para prati car uma acumulação de índole reprodu
tiva. Por isso me.smo, quando o -enqjreendedor joga o dardo muito longe, per de na luta. A forma do ação detém-se entre os limites que já assinalamos pa ra a liberdade, como instituição huma na, no regime liberulisla. em C'onfi'oti[u
com íi regime socialista.
No primein»
regime u liberdade nos atos econômicos
A Grã-Bretanha em experiências em
está enviando à Nova Zelândia penicilina para ser aplicada grande escala para aumentar o rendimento de produçõ) de
leite.
A experiência, que está sendo realizada pelo Conselho do LcHn
n, ^
'nento de Agricultura da Noca Zelândia, visa eliminar uma enfermidade dm^cacas leiteiras, que, segundo sc calcida, é rcspansácel pela perda na vrodnrn^"^ ^^ocas
num total de um milhão de litros por aL
' ^
P'<^duçao de leite
45
Digesto Econômico
■ úiíis ilii llinsil iiíi .
iMijuii l iira
<í I U «.
raoüómica
Roberto Pinto uk Souza
Assim tos, se
sinônimas. O Ba-
computamno"
no
como expressões
dispos ativo
passivo
Balanço
as
.lanço de Paga-
e
^
do
portações e im
portações de mer-
nosso objetivo neste trabalho estu
dar o Balanço de Contas do Brasil e suas relações com o nosso comércio exterior na atual conjuntura, a fim de apontarmos a gravidade da crise que o mesmo atravessa, denominada "crise do
dólar". Não pretendemos, porém, traçar diretrizes para futuras realizações, mas apenas colocar problemas e fazer adver
tências. O nosso trabalho é, portanto, de economia aplicada, deixando à mar gem a tarefa espinhosa de traçar normas
cadorias,
timos, seguros, remessas de emigrantes,
do Departamento de Economia do Fe
turistas, viajantes, serviços diplomáticos e consulares, os juros e dividendos rece bidos ou pagos, provenientes quer de
nacional" e "Alguns aspectos econômicos da política açucarcira do Brasil".
de arte econômica.
Julgamos útil, entretanto, começar re lembrando algumas noções teóricas sôbre Balanço de Contas, Balanço Comer cial e Balanço de Pagamentos, base sôbre a qual assentaremos nossa tentativa de análise, assim como fazer um retros pecto histórico sôbre o nosso comércio
externo anterior
à segunda
grande
culturais.
Êsse conjunto de transações
constituí o "Devo" o o "Haver" das
contas internacionais dc um país, isto é, o Balanço de Contas. Tôdus as nações organizam cuidadosamente o seu balan ço, visto decorrer da análise dêle o co
nhecimento da situação do seu comércio e de suas finanças internacionais. No entanto, nada há de mais con
guerra.
Noções teóricas
fuso que a conceituação do Balanço de Contas e, por risso, achamos oportuno defini-lo.
Existe um movimento contínuo de pa gamentos entre as nações. Uns provem
de fora: são pagamentos feitos pelos estrangeiros aos nacionais; outros, de dentro, e são os realizados pelos na cionais aos estrangeiros.
Compreendemos por Balanço de Con tas o conjunto de créditos a dívidas de um país, em relação com os países com os quais mantém relações econômicas e financeiras.
Êsse Balanço compreende grande nú
Êsses pagamentos se originam de compras, empréstimos ou doações, isto é, de importações e exportações de mer
recomendações da Sociedade das Na
cadorias e serviços, empréstimos ou li
gorias principais:
mero de elementos e, de acordo cora as ções, vamos distribuí-los em dua.s cate
quidação de.dívidas, juros e dividendos, gastos de turistas e donativos a institui
1.^)
ções de caridade, missões e associações
2.^) movimento de capitais.
mercadorias, serviços e ouro;
mentos efetuados ou recebidos
mento pelo país.
Política de São Paulo c conmltor técnico
lhos, os livros "Fundo Monetário Inter
' ':
em um dado mo
ços de transpor
São Paulo, publicou, entre outros traba
,
servi
O autor, que ó professor de Economia Política da Escola Livre de Sociologia e deração das Indústrias do Estado de
mentos é o oon-
junto de paga-
ex
"
te, direitos marí
'
Compõe-se
dos créditos e débitos que realmente são li quidados. No intuito de mellior esclarecer essa
prazo, venda ou compra de bens móveis
distinção, vamos recorrer à linguagem da contabilidade e diremos que o Balanço de Contas é o Livro Razão, enquanto o Balanço de Pagamentos é o Livro Cai.\a.
e imóveis, enfim, mercadorias que possa
Esta comparação, no entanto, ser\'e ape
a nação vender ou comprar, e dinheiro e ouro que possa receber ou enviar.
nas como esclarecimento, porque, na prá tica, o Balanço de Contas não pode ser
empréstimos públicos quer de capitais colocados ou recebidos a longo e a curto
Ao lado dôsse Balanço de Contas
matematicamente determinado, ou me
geral, costumam-se distinguir dois outros
lhor, não é- uma realidade contável.
balanços — o de comércio e o de paga
Constitui uma simples estimativ^a, aliás
mentos — que desempenham papel
de grande importância, uma vez que representa um dos índices da atividade econômica do país.
muito importante nas contas interna cionais.
Entendemos por Balança de Comér cio o conjunto das exportações e impor
tações do país, constituindo apenas um dos elementos do Balanço de Contas. A importação funciona como passivo e
a exportação como ativo. Portanto, a Ba
O Balanço de Contas do Brasil
Terminado este ligeiro esbôço teó rico, podemos dar inicio à análise do Balanço de Contas do Brasil.
do o ativo fôr maior que o passivo,
Por conveniência de exposição, come çaremos a examinar" os serviços prestados pelo Brasil ao estrangeiro ou dêle re
isto é, quando houver maior exportação
cebidos.
e menor importação, e será desfavorá
No tocante a êstes, podemos dizer que recebemos mais serviços do que pres
lança de Comércio será favorável quan
vel quando o passivo fôr maior do que o ativo, ou melhor, quando a impor
tação fôr maior que a exportação, de terminando um débito.
O Balanço de Pagamentos já é de
compreensão
mais sutil, visto poder
confundir-se com o Balanço de Contas,
e a tal ponto que, não raro, são tidos
tamos. Assim, no que diz respeito aos transportes marítimos, apenas consegui
mos reduzir, através do Lloyd Brasileiro, a quantia que devíamos pagar de frete às outras nações.
No terreno das remessas, país imigra tório como somos, antes enviamos gran-
45
Digesto Econômico
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raoüómica
Roberto Pinto uk Souza
Assim tos, se
sinônimas. O Ba-
computamno"
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como expressões
dispos ativo
passivo
Balanço
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.lanço de Paga-
e
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portações e im
portações de mer-
nosso objetivo neste trabalho estu
dar o Balanço de Contas do Brasil e suas relações com o nosso comércio exterior na atual conjuntura, a fim de apontarmos a gravidade da crise que o mesmo atravessa, denominada "crise do
dólar". Não pretendemos, porém, traçar diretrizes para futuras realizações, mas apenas colocar problemas e fazer adver
tências. O nosso trabalho é, portanto, de economia aplicada, deixando à mar gem a tarefa espinhosa de traçar normas
cadorias,
timos, seguros, remessas de emigrantes,
do Departamento de Economia do Fe
turistas, viajantes, serviços diplomáticos e consulares, os juros e dividendos rece bidos ou pagos, provenientes quer de
nacional" e "Alguns aspectos econômicos da política açucarcira do Brasil".
de arte econômica.
Julgamos útil, entretanto, começar re lembrando algumas noções teóricas sôbre Balanço de Contas, Balanço Comer cial e Balanço de Pagamentos, base sôbre a qual assentaremos nossa tentativa de análise, assim como fazer um retros pecto histórico sôbre o nosso comércio
externo anterior
à segunda
grande
culturais.
Êsse conjunto de transações
constituí o "Devo" o o "Haver" das
contas internacionais dc um país, isto é, o Balanço de Contas. Tôdus as nações organizam cuidadosamente o seu balan ço, visto decorrer da análise dêle o co
nhecimento da situação do seu comércio e de suas finanças internacionais. No entanto, nada há de mais con
guerra.
Noções teóricas
fuso que a conceituação do Balanço de Contas e, por risso, achamos oportuno defini-lo.
Existe um movimento contínuo de pa gamentos entre as nações. Uns provem
de fora: são pagamentos feitos pelos estrangeiros aos nacionais; outros, de dentro, e são os realizados pelos na cionais aos estrangeiros.
Compreendemos por Balanço de Con tas o conjunto de créditos a dívidas de um país, em relação com os países com os quais mantém relações econômicas e financeiras.
Êsse Balanço compreende grande nú
Êsses pagamentos se originam de compras, empréstimos ou doações, isto é, de importações e exportações de mer
recomendações da Sociedade das Na
cadorias e serviços, empréstimos ou li
gorias principais:
mero de elementos e, de acordo cora as ções, vamos distribuí-los em dua.s cate
quidação de.dívidas, juros e dividendos, gastos de turistas e donativos a institui
1.^)
ções de caridade, missões e associações
2.^) movimento de capitais.
mercadorias, serviços e ouro;
mentos efetuados ou recebidos
mento pelo país.
Política de São Paulo c conmltor técnico
lhos, os livros "Fundo Monetário Inter
' ':
em um dado mo
ços de transpor
São Paulo, publicou, entre outros traba
,
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O autor, que ó professor de Economia Política da Escola Livre de Sociologia e deração das Indústrias do Estado de
mentos é o oon-
junto de paga-
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'
Compõe-se
dos créditos e débitos que realmente são li quidados. No intuito de mellior esclarecer essa
prazo, venda ou compra de bens móveis
distinção, vamos recorrer à linguagem da contabilidade e diremos que o Balanço de Contas é o Livro Razão, enquanto o Balanço de Pagamentos é o Livro Cai.\a.
e imóveis, enfim, mercadorias que possa
Esta comparação, no entanto, ser\'e ape
a nação vender ou comprar, e dinheiro e ouro que possa receber ou enviar.
nas como esclarecimento, porque, na prá tica, o Balanço de Contas não pode ser
empréstimos públicos quer de capitais colocados ou recebidos a longo e a curto
Ao lado dôsse Balanço de Contas
matematicamente determinado, ou me
geral, costumam-se distinguir dois outros
lhor, não é- uma realidade contável.
balanços — o de comércio e o de paga
Constitui uma simples estimativ^a, aliás
mentos — que desempenham papel
de grande importância, uma vez que representa um dos índices da atividade econômica do país.
muito importante nas contas interna cionais.
Entendemos por Balança de Comér cio o conjunto das exportações e impor
tações do país, constituindo apenas um dos elementos do Balanço de Contas. A importação funciona como passivo e
a exportação como ativo. Portanto, a Ba
O Balanço de Contas do Brasil
Terminado este ligeiro esbôço teó rico, podemos dar inicio à análise do Balanço de Contas do Brasil.
do o ativo fôr maior que o passivo,
Por conveniência de exposição, come çaremos a examinar" os serviços prestados pelo Brasil ao estrangeiro ou dêle re
isto é, quando houver maior exportação
cebidos.
e menor importação, e será desfavorá
No tocante a êstes, podemos dizer que recebemos mais serviços do que pres
lança de Comércio será favorável quan
vel quando o passivo fôr maior do que o ativo, ou melhor, quando a impor
tação fôr maior que a exportação, de terminando um débito.
O Balanço de Pagamentos já é de
compreensão
mais sutil, visto poder
confundir-se com o Balanço de Contas,
e a tal ponto que, não raro, são tidos
tamos. Assim, no que diz respeito aos transportes marítimos, apenas consegui
mos reduzir, através do Lloyd Brasileiro, a quantia que devíamos pagar de frete às outras nações.
No terreno das remessas, país imigra tório como somos, antes enviamos gran-
:í'^ Di<"-r.si<i
tle> 5üni:is do <jtu- rcti-ijeiuos. U hiri.s-
E<'0Nn\itrn
ridade. <• ,i liistóría lios i7isiii;i (juf a."»
mo, por sua vez. ainda não sc conslittjíu
entradas de ouro Imani pr«>\()cadus arlificialnKTjte. s<Mn, contudo, conseguirem
em indústria no Brasil c seu saldo, pos sivelmente. ser-nos-á deficitário.
íi\á-!o no território, sucedendo a cada
Quanto aos movimentos de ouro. o
1901 1905 1910 1915 1920 1925
I
1930 1935 1940
de
CrS papel o.
índice
1
Xtilíiõeíi
39
113 97 2 2
100 - 80 2 2
- 1.183
~ 1.047
-
índice
24
44 -
1
. - 0.3
De 1901 a 1912, por exemplo, xcrique se deve em grande parte à política
f.camo.s uma entrada contínua d^- ouro da Cai.va de Conversão. Porém, com a cnse de 1913 c o fecliamento da Caixa de Con\ ersão, assisHino.s cm 1917 a um movimento in\Trso. Já em 1918' ter minada a guerra, xamos presenciar'nox a entrada dc metal. A cri.se de 1921r22 no entanto,^ põe tèrnio a es.sa corrente áurea favorá\cl. Contudo, em 1923 ela
16 26 07 - 45 J 1
A-crifica-sc nnia evasão contínua, para I
jij' í
(1) .Fontes: Diretoria Geral de Estatíslica do Ministério da Agricultura, In-
dústria e Comércio — Resumo de vá-
ij
rias estatísticas cconómlco-financei-
'í,
ras — 1944. Anuários Estatísticos de
•
Brasil, publicações do Instituto Erasileiro dé Geografia e Estatística,
dessas
reniessas:
ícni £ 1000)
índice (3)
185(1
525
100
1875
2.901
553
1900
2.491
460
1920 1930
337 10.692
2.037
HMO
2.306
439
envios, embora progres.sivos, tem so frido muitas flutuaç-ões. estreitamente li
gadas às crises internacionais. Dc fato,
se atentarmos para .as datas das redu ções ou mesmo paralisação das remessas, \erificarcmos que elas coincidem, sem
61
pre. com uma época de crise.
39
- 237
- 1
-
0,04
-
0,06
i'utvavo ao dcscnvoK imento cconómfco
- 0.3
-
0,02
-
0.03
brasileiro, uma vez. que esgoui totalmenl<' ou em parto o saldo da nossa Balança
outra vez apresentar saldos fa\oráx'eis a
Dl- falo. as dividas externas são um
omis fabuloso, que ultrapassa, no presen te, a nos.su capacidade de pagamento. t:ünslituindo ao mesmo tempo o maigr
Coinercial. deixando ainda um saldo de
partir do 1942.
vedor enorme, que fortemente contribui
Enfim, ehoganios ao elemento mais importante do pas.sixo do Balanço do
para a progressão contínua das nossas
Contas: o movimento de capitais. É
empréstimos, elevaram a somas fantás-
que o Bra.sii, j^ais novo como é, não possui recursos- próprios para movimen
tar a suii economia, precisando recorrer
dívida.s externas ({ue. eom os novos lieas o débito brasileiro 110 exterior.
em demanda de capitai.s. Mas sc estes, ao entrar no país, alí\ani a economia,
Ministério da Fazenda (2), o lotai do.s
lucros enviados para o exterior atingiu 13 milhões e 20 mil
libras
es
terlinas. Contudo, não é do maior amplitude. O elemento central do
mo\'imerito de capitais são as remes sas feitas pelo Tesouro em pagamenOsvaldo Aranha — Relatório do Mi nistério da Fazenda — Rto de Ja neiro. inso.
Índice
1824
3.686
100
1850
6.183
I6S
1875
19.931 42.424
1.151
115.926
3.145
253.237 212.048
6.876 (a)
1900 1920 1933 1942
(a)
541
5.753
0 extraorclinário aumenlu notado de-
ve-se
O exame que fizemos do nosso Ba lanço de Contas evidencia que todos ôs elementos analisados nos são desfavorá
um que propositadamente deixamos pára
Montante
(cm £1000)
Auo.v
A Balança de Comércio
veis. Besta-nos, contudo, examinar nVtis
•juinte:
ao lato de o Govêi-no Federal ter
o fim: a Balança de Comércio. A história du nosso movimento comer
cial nos mostra que as nossas exporta ções até 1860 ora excedem as nossas
importações, ora, ao contrário, ficam aquém, proporcionando-nos saldos desfa voráveis. A partir des.sa data, quando a cultura e a e.xportaçáo do café se es tabelece definitivamente na economia brasileira, o saldo da nossa Balança Co
assumido a responsabilidade das dívidas
mercial nos \-em sendo favorável, quer
externas estaduais e municipais.
consideremos o seu movimento em ouro,
ttsse quutUo loi oriíaht:iadu pelo Prol.
i|uer cm moeda papel, fi verdade que
Dorival Teixeira Vleiin e se encontra
ü lendimento terri ofaiUdo bastante,
na "Evoluçru» do Sistema Monetário
apresentando fases de pro.speridade e
Bríusileivo".
• , i-./.
K
o que podemos notar 110 quadro se-
eon.slantem<aiic aos centro.s financeiro.s
a
D quadro acrma nos mostra a pro
gressão das remessas que tal divida nos obriga a mandar para o exterior. En tretanto. podemos verificar que èstes
Remessas
100 - 67 1 1 - 354
volta novamente a ser a nos.so favor dicnam. por outro lado. grandes .somas devido à política de estabilização cam <'m forma de lucros, que pe.síim no pa.sbial desenvol\icla pelo Banco cio Brasil, sivo dl) Balanço do Conta.s. Basta dizer coadjuvada pela revalorização do cafc> c eontiniiacla pela Caixa de Estabilização (juc em 1930, segundo eslimali\'a do até a crise de 1929. Déste ano a 1940
cia
Anos
as entradas anteriores.
ESTRANGEIHAS (1,1 '\íílhõe&
Io das div idas externas do pais. Ü grá fico seguinte mostra bem a importân
afluxo uma saída \ioJenta. (|ue anu!aN'a
gráfico abai.vo demonstra a sua irregula
AfJO.ç
DiG.F.srr> Econômico
:í'^ Di<"-r.si<i
tle> 5üni:is do <jtu- rcti-ijeiuos. U hiri.s-
E<'0Nn\itrn
ridade. <• ,i liistóría lios i7isiii;i (juf a."»
mo, por sua vez. ainda não sc conslittjíu
entradas de ouro Imani pr«>\()cadus arlificialnKTjte. s<Mn, contudo, conseguirem
em indústria no Brasil c seu saldo, pos sivelmente. ser-nos-á deficitário.
íi\á-!o no território, sucedendo a cada
Quanto aos movimentos de ouro. o
1901 1905 1910 1915 1920 1925
I
1930 1935 1940
de
CrS papel o.
índice
1
Xtilíiõeíi
39
113 97 2 2
100 - 80 2 2
- 1.183
~ 1.047
-
índice
24
44 -
1
. - 0.3
De 1901 a 1912, por exemplo, xcrique se deve em grande parte à política
f.camo.s uma entrada contínua d^- ouro da Cai.va de Conversão. Porém, com a cnse de 1913 c o fecliamento da Caixa de Con\ ersão, assisHino.s cm 1917 a um movimento in\Trso. Já em 1918' ter minada a guerra, xamos presenciar'nox a entrada dc metal. A cri.se de 1921r22 no entanto,^ põe tèrnio a es.sa corrente áurea favorá\cl. Contudo, em 1923 ela
16 26 07 - 45 J 1
A-crifica-sc nnia evasão contínua, para I
jij' í
(1) .Fontes: Diretoria Geral de Estatíslica do Ministério da Agricultura, In-
dústria e Comércio — Resumo de vá-
ij
rias estatísticas cconómlco-financei-
'í,
ras — 1944. Anuários Estatísticos de
•
Brasil, publicações do Instituto Erasileiro dé Geografia e Estatística,
dessas
reniessas:
ícni £ 1000)
índice (3)
185(1
525
100
1875
2.901
553
1900
2.491
460
1920 1930
337 10.692
2.037
HMO
2.306
439
envios, embora progres.sivos, tem so frido muitas flutuaç-ões. estreitamente li
gadas às crises internacionais. Dc fato,
se atentarmos para .as datas das redu ções ou mesmo paralisação das remessas, \erificarcmos que elas coincidem, sem
61
pre. com uma época de crise.
39
- 237
- 1
-
0,04
-
0,06
i'utvavo ao dcscnvoK imento cconómfco
- 0.3
-
0,02
-
0.03
brasileiro, uma vez. que esgoui totalmenl<' ou em parto o saldo da nossa Balança
outra vez apresentar saldos fa\oráx'eis a
Dl- falo. as dividas externas são um
omis fabuloso, que ultrapassa, no presen te, a nos.su capacidade de pagamento. t:ünslituindo ao mesmo tempo o maigr
Coinercial. deixando ainda um saldo de
partir do 1942.
vedor enorme, que fortemente contribui
Enfim, ehoganios ao elemento mais importante do pas.sixo do Balanço do
para a progressão contínua das nossas
Contas: o movimento de capitais. É
empréstimos, elevaram a somas fantás-
que o Bra.sii, j^ais novo como é, não possui recursos- próprios para movimen
tar a suii economia, precisando recorrer
dívida.s externas ({ue. eom os novos lieas o débito brasileiro 110 exterior.
em demanda de capitai.s. Mas sc estes, ao entrar no país, alí\ani a economia,
Ministério da Fazenda (2), o lotai do.s
lucros enviados para o exterior atingiu 13 milhões e 20 mil
libras
es
terlinas. Contudo, não é do maior amplitude. O elemento central do
mo\'imerito de capitais são as remes sas feitas pelo Tesouro em pagamenOsvaldo Aranha — Relatório do Mi nistério da Fazenda — Rto de Ja neiro. inso.
Índice
1824
3.686
100
1850
6.183
I6S
1875
19.931 42.424
1.151
115.926
3.145
253.237 212.048
6.876 (a)
1900 1920 1933 1942
(a)
541
5.753
0 extraorclinário aumenlu notado de-
ve-se
O exame que fizemos do nosso Ba lanço de Contas evidencia que todos ôs elementos analisados nos são desfavorá
um que propositadamente deixamos pára
Montante
(cm £1000)
Auo.v
A Balança de Comércio
veis. Besta-nos, contudo, examinar nVtis
•juinte:
ao lato de o Govêi-no Federal ter
o fim: a Balança de Comércio. A história du nosso movimento comer
cial nos mostra que as nossas exporta ções até 1860 ora excedem as nossas
importações, ora, ao contrário, ficam aquém, proporcionando-nos saldos desfa voráveis. A partir des.sa data, quando a cultura e a e.xportaçáo do café se es tabelece definitivamente na economia brasileira, o saldo da nossa Balança Co
assumido a responsabilidade das dívidas
mercial nos \-em sendo favorável, quer
externas estaduais e municipais.
consideremos o seu movimento em ouro,
ttsse quutUo loi oriíaht:iadu pelo Prol.
i|uer cm moeda papel, fi verdade que
Dorival Teixeira Vleiin e se encontra
ü lendimento terri ofaiUdo bastante,
na "Evoluçru» do Sistema Monetário
apresentando fases de pro.speridade e
Bríusileivo".
• , i-./.
K
o que podemos notar 110 quadro se-
eon.slantem<aiic aos centro.s financeiro.s
a
D quadro acrma nos mostra a pro
gressão das remessas que tal divida nos obriga a mandar para o exterior. En tretanto. podemos verificar que èstes
Remessas
100 - 67 1 1 - 354
volta novamente a ser a nos.so favor dicnam. por outro lado. grandes .somas devido à política de estabilização cam <'m forma de lucros, que pe.síim no pa.sbial desenvol\icla pelo Banco cio Brasil, sivo dl) Balanço do Conta.s. Basta dizer coadjuvada pela revalorização do cafc> c eontiniiacla pela Caixa de Estabilização (juc em 1930, segundo eslimali\'a do até a crise de 1929. Déste ano a 1940
cia
Anos
as entradas anteriores.
ESTRANGEIHAS (1,1 '\íílhõe&
Io das div idas externas do pais. Ü grá fico seguinte mostra bem a importân
afluxo uma saída \ioJenta. (|ue anu!aN'a
gráfico abai.vo demonstra a sua irregula
AfJO.ç
DiG.F.srr> Econômico
48
Dicesto Econômico
de depressão, inclusive mesmo de déficits; contado, é o único elemento do
os déficits provenientes do.s outros ele
nosso Balanço de Contas que nos tem
Os dados abaixo apontam claramentt
fornecido recursos para atenuar em parte
c.ssa asscrção;
Milhões Anos
mentos do nosso Ba'anço de Contas.
de
Cr$ papel
Índice
(1910 - 100) 1861 1901 1921
4 23 32
20
9
1.215 2.851
538 1.261
1881
1941 1942
I
Çomposiçõo do comércio exterior brasileiro
Convém nesta altura fazer uma aná lise da composição do nosso comércio exterior.
Que espécies de mercadorias integram a exportação brasileira? Matérias-pri mas e produtos agrícolas, representados quase exclusivamen
comércio
exterior
ainda é essencialmente agrícola. Assim em 1903 a exportação de vegetais e seus produtos representava 91,9%, en quanto o restante atingia apenas 2,5%. Em 1910 a situação permanece a mes
ma, 94% para os vegetais e 1,6% para 0.S minerais. Em 1934 verificamos uma
172
7 31 128
5 144 97
107 72
4
artigos manufaturados, com 0,4%. Em
1938 a composição geral ainda é a mesma, 99,6% de produtos não indus trializados; apenas as exportações de ma térias-primas acusam um aumento, 37,5%,
e os produtos - alimenlares um de créscimo, 62,1%.
tuando cada vez mais o grau de de As
sim, em 1934 importávamos 31,8% de matérias-primas necessárias à indústria: combustíveis, ferro, aço, alumínio e co bre, algodão, juta, lã e sêda animal; e ainda 49% de produtos manufaturados: máquinas, aparelhos e ferramentas, ma nufaturas de aço, veículos, produtos quí
fornecedora de matérias-primas e gê neros alimentícios.
Perda de substância
Êsses países de economia reflexa, co
mo o Brasil, possuem uma exportação de fraco valor e^Wíífico, enquanto a importação, ao contrário, é de grande va'or específico. Desta forma, as suas
relações comerciais apresentam uma per da continua, pois cedem por baixo preço aquilo que produzem, enquanto pagam cada vez mais caro as mercadorias que recebem.
Em economia esta relação de troca
micos e farmacêuticos, dando um mon
desfavorável se chama "perda de subs
tante de 80,8% de artigos manufatura dos ou que se destinam à indústria. Em
tância" e decorre de dois fatores:
1938 a cifra total sofre mais um aumen to e atinge 84,3%, sendo 28,8% de maté rias-primas essenciais à indústria e 55,5%
de produtos manufaturados. Pela análise feita vemos que o Brasil é um país industrialmente dependente,
1.^
da falta de paralelismo entre as oscilações dos preços de matériasprimas 0 os produtos manufatu rados;
2.'
das quedas de câmbio provenien tes dos déficits da Balança de Contas.
O Brasil é um exemplo típico da ocor
resumindo-se as suas atividades econô
rência desses dois fatôres como causa
micas à produção de vívercs e matérias-
dores da perda de substância. A com
primas. Essa característica fêz do Brasil,
provação se encontra nas cifras ababco,
segundo a expressão do Prof. Eugênio Gudin, país de economia reflexa, isto é,. nação de fraca industrialização e grande
em que. se destacam as flutuações do
vaior-ouro da tonelada de importação e exportação.
Esse aspecto sc
meçou a se insta
composição do nosso
10 42
Neste, porém, já começam a aparecer
que a indústria co
Em 1910
nota-se ligeira alteração: artigos manufatxurados 55% e artigos de alimentação e
pendência da economia brasileira.
nas estatísticas do comércio exterior os
do Império mas da República, fase em lar com certo êxito, verificaremos que a
Índice
99,6% de produtos não industrializados.
tísticas já não digo
senciais h nossa indústria.
porcentagem só tende a aumentar, acen
Milhões de Cr$ ouro
ligeira modificação; exportávamos 24,7% de matérias-primas e 74,9% de produ tos alimentícios e forragcns, portanto
te pelo café. De fato, se compulsarmos as esta
49
forragem 18,.5%, clevando-se num total do 73,,5%. Com o correr dos anos esta
(1910 ~ 100)
10 51 412
Digesto Econóacco
mostra claro
, • , ,
mos
ainda
ao
as
mais
examinar-
Anos
Exportação
Importação
(números-índices)
(números-indices) (4)
100 47 26 20
100 42 42 45 38
estatísticas
. das nossas importa ções. Como é de es
perar, estas acusam uma composição dia
metralmente oposta. Em 1903 importá vamos apenas 18,1% de matérias-prima.s contra 46% de artigos manufaturados e
35% de produtos destinados à alimenta ção e forragem. Portanto, 64,1% se com punham de produtos industriais ou es-
1928 1932 1936
1940 1942
23
(4) Êsses índices foram calculados pelo
O período da guerra
Prof. Dorival Teixeira Vieira e se encontram em sua tese de doutora mento "Evolução do Sistema Monetá rio Brasileiro",
A segunda guerra mundial alterou substancialmente o quadro do nosso co-
48
Dicesto Econômico
de depressão, inclusive mesmo de déficits; contado, é o único elemento do
os déficits provenientes do.s outros ele
nosso Balanço de Contas que nos tem
Os dados abaixo apontam claramentt
fornecido recursos para atenuar em parte
c.ssa asscrção;
Milhões Anos
mentos do nosso Ba'anço de Contas.
de
Cr$ papel
Índice
(1910 - 100) 1861 1901 1921
4 23 32
20
9
1.215 2.851
538 1.261
1881
1941 1942
I
Çomposiçõo do comércio exterior brasileiro
Convém nesta altura fazer uma aná lise da composição do nosso comércio exterior.
Que espécies de mercadorias integram a exportação brasileira? Matérias-pri mas e produtos agrícolas, representados quase exclusivamen
comércio
exterior
ainda é essencialmente agrícola. Assim em 1903 a exportação de vegetais e seus produtos representava 91,9%, en quanto o restante atingia apenas 2,5%. Em 1910 a situação permanece a mes
ma, 94% para os vegetais e 1,6% para 0.S minerais. Em 1934 verificamos uma
172
7 31 128
5 144 97
107 72
4
artigos manufaturados, com 0,4%. Em
1938 a composição geral ainda é a mesma, 99,6% de produtos não indus trializados; apenas as exportações de ma térias-primas acusam um aumento, 37,5%,
e os produtos - alimenlares um de créscimo, 62,1%.
tuando cada vez mais o grau de de As
sim, em 1934 importávamos 31,8% de matérias-primas necessárias à indústria: combustíveis, ferro, aço, alumínio e co bre, algodão, juta, lã e sêda animal; e ainda 49% de produtos manufaturados: máquinas, aparelhos e ferramentas, ma nufaturas de aço, veículos, produtos quí
fornecedora de matérias-primas e gê neros alimentícios.
Perda de substância
Êsses países de economia reflexa, co
mo o Brasil, possuem uma exportação de fraco valor e^Wíífico, enquanto a importação, ao contrário, é de grande va'or específico. Desta forma, as suas
relações comerciais apresentam uma per da continua, pois cedem por baixo preço aquilo que produzem, enquanto pagam cada vez mais caro as mercadorias que recebem.
Em economia esta relação de troca
micos e farmacêuticos, dando um mon
desfavorável se chama "perda de subs
tante de 80,8% de artigos manufatura dos ou que se destinam à indústria. Em
tância" e decorre de dois fatores:
1938 a cifra total sofre mais um aumen to e atinge 84,3%, sendo 28,8% de maté rias-primas essenciais à indústria e 55,5%
de produtos manufaturados. Pela análise feita vemos que o Brasil é um país industrialmente dependente,
1.^
da falta de paralelismo entre as oscilações dos preços de matériasprimas 0 os produtos manufatu rados;
2.'
das quedas de câmbio provenien tes dos déficits da Balança de Contas.
O Brasil é um exemplo típico da ocor
resumindo-se as suas atividades econô
rência desses dois fatôres como causa
micas à produção de vívercs e matérias-
dores da perda de substância. A com
primas. Essa característica fêz do Brasil,
provação se encontra nas cifras ababco,
segundo a expressão do Prof. Eugênio Gudin, país de economia reflexa, isto é,. nação de fraca industrialização e grande
em que. se destacam as flutuações do
vaior-ouro da tonelada de importação e exportação.
Esse aspecto sc
meçou a se insta
composição do nosso
10 42
Neste, porém, já começam a aparecer
que a indústria co
Em 1910
nota-se ligeira alteração: artigos manufatxurados 55% e artigos de alimentação e
pendência da economia brasileira.
nas estatísticas do comércio exterior os
do Império mas da República, fase em lar com certo êxito, verificaremos que a
Índice
99,6% de produtos não industrializados.
tísticas já não digo
senciais h nossa indústria.
porcentagem só tende a aumentar, acen
Milhões de Cr$ ouro
ligeira modificação; exportávamos 24,7% de matérias-primas e 74,9% de produ tos alimentícios e forragcns, portanto
te pelo café. De fato, se compulsarmos as esta
49
forragem 18,.5%, clevando-se num total do 73,,5%. Com o correr dos anos esta
(1910 ~ 100)
10 51 412
Digesto Econóacco
mostra claro
, • , ,
mos
ainda
ao
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mais
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Anos
Exportação
Importação
(números-índices)
(números-indices) (4)
100 47 26 20
100 42 42 45 38
estatísticas
. das nossas importa ções. Como é de es
perar, estas acusam uma composição dia
metralmente oposta. Em 1903 importá vamos apenas 18,1% de matérias-prima.s contra 46% de artigos manufaturados e
35% de produtos destinados à alimenta ção e forragem. Portanto, 64,1% se com punham de produtos industriais ou es-
1928 1932 1936
1940 1942
23
(4) Êsses índices foram calculados pelo
O período da guerra
Prof. Dorival Teixeira Vieira e se encontram em sua tese de doutora mento "Evolução do Sistema Monetá rio Brasileiro",
A segunda guerra mundial alterou substancialmente o quadro do nosso co-
Dn';tMf• f.rtisOMiCíi
.50
■mcrcirj cxlenor. É que u suspensão ilas remessiis de emigrantes <* a accntiiadu elevarão das nossas exportã(,-ões. aliada a uma forçada redução das iniporlaçôes.
importação .so náo sr íc/ mtl.u inaU niliclamentf dev ichr ao c-ontròle cam
bial (|ue, a partir de julho de 1947, passou a vigorar em nosso paí.s. (5). '
OiorisTo
M .s
Econômico
lieligcianles.
O
imico
mercado
.lijasli c i-dor pròpriani. iite dito t rani os Estados Unidos, iiiun é.^tcs lunibém não podiam torneccr todos os elementos de que necessitávamos.
Desta forma, uma
Ha-
Aliá.s. a Uiidóiicia dc iios.sas importa*,
É assim
que no qüinqüênio 1940-44 o nos'-o niovímento comercial atingiu 68 bilhões
çõrs não pixlerta ter sido outra, isto poifjue durante os anos de guerra dei xamos t!,. comprar no exli-rior nãu -sú
dc cru/eíros (3,5 bilhões do dólares).
Ijciis de jjritdtiçáo comt) também bens
Nesse período a importação foi <Ic 29,3
de substituição. Sc compulsarmos as es-
reconversão já ia mais adiantada, as
bilhões de cruzeiros (1.5 bilhões do dó
lares) (_• a exportação dc 38-7 bilhões
ta(ística.s da importação dc ben.s de con sumo c dc bens dc protlução. verificare
as no.ssas importações, pelo monos as
(2 bilhões dc dólares), resultando um saldo favorável de 9,3 bilhões de cru
mos claraniontt- (•ssi- falo.
detennínam
sensível
melhoria
lança Comercial brasileira.
na
zeiros, ou 474 milhões .de dólares. Ele-
vou-sc, as.sim, a exportação cm mais dc
de seu valor cm relação ao qüinliüêniíj anterior, que foi de 24,8 bilhões
de cruzeiros (1,4 bilhões de dólares), enquanto na importação o aumento ve
rificado não atingiu u 30^'. Nos unos de 1945-46. continuou o movimento ascensional de nosso inter
câmbio comercial. As transações com<-iciais, nesse período, montaram a 52 bi lhões de cruzeiros (2,7 bilhões de dóla res), dos quais 21,6 bilhões de cruzei
.-Vs estatísti
cas nos dão uma importação média anual, cin 1935-39. dc l billião de cru zeiros dc ben.s de eon.simu» c 3.6 billwes
de cruzeiros di- bens de produção. No qüinqüênio segninle. 1939-44. a impor tação média anual foi de 1,1 bilhão de cruzeiros e as clc bens de produção
boa parte cia importação se fèz cm tõmn do artigos menos ossenciai.s. os únicos disponíveis no momento nos centros for necedores. Em 1947, (piando então a restríçoi-s cambiais frearam um pouco
dc artigos não essenciais; c cpiando em 1948 foram estabelecidas as restrições às importações, estas caíram aquém das nccessidade,s reais do Brasil, sem entre
tanto conseguir o equilíbrio da nossa
Balança Comercial, pois fechamos o primeiro semestre do ano corrente com um déficit do Cr$ 2.320.761,00.
4.7 bilhões de cruzeiros. .No entanto, iio
É pos.sí\x'l fazer-.sc um cálculo do
biênio seguinte. I!:)1.5-46. as médias
inonlanto das nossas importações nesses
anuais passaram, re.siiectiv amenlc. paru 2.5 ijilbões de cinzeiros c 8.-1 l)illuH'S de
futuros?
O
Departamento
de
cruzeiros. Em 1947. porém, a discrepân
Economia
anos
lhões e 8,4 lulhões, enquanto, cm 10 meses de 1947, compramos 5,5 miihõe.> de bens de consumo e 13,6 bilhões de
bens de produção. Ê.sse aumento sensível no valor cm cru
zeiros não traduz, porem, aumento no
volume da importação.
Compulsando
as estatísticas sõbre o montante das to
neladas médias anuais importadas nesses düi.s períodos, verificamos que sc cnnsenou o mesmo. Assim, no qüinqüênit) 1935-39 a média foi de 4.488.281 toneladas, enquanto a média do biênio
1945-46 foi de 4.475.869 toneladas, pràticameiite ig\inl à do qüinqüênio anteA disparidade entre o. valor e o
volume da importação provem da eleva çao
dos i>reços verificados nos países
rladores; rxporl
Assim, os valores médios
da tonclítda importada se elevaram de S 102 cruzeiros (1935-39) para 18.674 cruzeiros em 1947. on sejam 130% mais que o x^alor base.
Admitindo-se que as
Indus
necessidades
cia se torna ainda mais acentuada: com
trial da Federação
normais do Brasil
pramos 5,3 bilhões dc cnizeiros de bens de consumo e 13.6 bilhões de
das
ros (1,1 bilhões cie dólares) de importa
São Paulo fêz um
era bens de pro dução, no período
ção c 30,4 bilhões de cruzeiros (1,6 bi
cnizeiros de bens dc produção. (6).
cálculo nesse sen
1948-51,
serão
tido, tomando co
idênticas
às
mo base as impor
períoclo
tações nonnais rea
■\'erificamos
que
lizadas pelo Brasil no.s cinco anos anteriores à guerra. Se gundo ê.sse cálculo, a média anual da iniporlação de 1935-39 foi do 1 bilhão dc cnizcix'os de bens de consumo e 3,6
anualmente
deve-
lhões dc dólares) de exportação. O saldo do período foi. pois, de 8,9 bi lhões de'cruzeiros (0,5 bilhão de dó
Devemos levar cm conta, ainda, que essa importação não representa as ne cessidades reais brasileiras, pois ein
lares ).
1945-46 não pudemos adquirir as inanul aturas, os bens do produção c os
A Balança Comercuil no após-^iierra
bens de reposição dc que necessitávamos, uma vez que não sc Iiavia ainda pro
Em 1947, entretanto, processou-se ra
cessado a reconversão industrial dus pai-
dical mudança na tendência de nossas
Torrentes comerciais. De fato, a impor tação brasileira olcvou-se a 18,9 bilhões
(5)
A Situação Econômica cJa América Latina c suas Possibilidades em Face do Plano Marshall, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
de cruzeiros (1 biliião de dólares), e a
exjrortaçãu alcançou apenas 1 /,6 bilhõas
|i.|j
I f ■?.
(G)
A
exterior 4.488.281
toneladas, que, multiplicadas pelo seu preço nicclio em 1945-46, atingem a cifra de 8,4 bilhões de cruzeiròs anuais, ou 447,6 milhões de dólares.
anual du importação de bens de coq-
se.s de 1947 a importação brasileira de
do seguinte, isto é, de 1939-44, a média
sumo foi de 1.1 bilhões de cruzeiros e a
de bens de" produção de 4,7 billiões. pa.ssaram, respectivamente, para 2,5 bi
Idcm n.o ó.
remos adquirir no
do
1935-39,
bilhões de bens de produção. No perío
No biênio 1945-46 as médias anuais
(0,941 bilhão de dólares), De\'e-se no
tar ainda que a tendência ascensional da
Indústrias de
Como nos anos de 1945-46 e 10 me-
bens de produção foi de 10,1 bilhões
cie cruzeiros, portanto superior , à média normal (dos anos de 1935-39) de 1,7 ' bilhões anualmente, deveremos deduzir
Dn';tMf• f.rtisOMiCíi
.50
■mcrcirj cxlenor. É que u suspensão ilas remessiis de emigrantes <* a accntiiadu elevarão das nossas exportã(,-ões. aliada a uma forçada redução das iniporlaçôes.
importação .so náo sr íc/ mtl.u inaU niliclamentf dev ichr ao c-ontròle cam
bial (|ue, a partir de julho de 1947, passou a vigorar em nosso paí.s. (5). '
OiorisTo
M .s
Econômico
lieligcianles.
O
imico
mercado
.lijasli c i-dor pròpriani. iite dito t rani os Estados Unidos, iiiun é.^tcs lunibém não podiam torneccr todos os elementos de que necessitávamos.
Desta forma, uma
Ha-
Aliá.s. a Uiidóiicia dc iios.sas importa*,
É assim
que no qüinqüênio 1940-44 o nos'-o niovímento comercial atingiu 68 bilhões
çõrs não pixlerta ter sido outra, isto poifjue durante os anos de guerra dei xamos t!,. comprar no exli-rior nãu -sú
dc cru/eíros (3,5 bilhões do dólares).
Ijciis de jjritdtiçáo comt) também bens
Nesse período a importação foi <Ic 29,3
de substituição. Sc compulsarmos as es-
reconversão já ia mais adiantada, as
bilhões de cruzeiros (1.5 bilhões do dó
lares) (_• a exportação dc 38-7 bilhões
ta(ística.s da importação dc ben.s de con sumo c dc bens dc protlução. verificare
as no.ssas importações, pelo monos as
(2 bilhões dc dólares), resultando um saldo favorável de 9,3 bilhões de cru
mos claraniontt- (•ssi- falo.
detennínam
sensível
melhoria
lança Comercial brasileira.
na
zeiros, ou 474 milhões .de dólares. Ele-
vou-sc, as.sim, a exportação cm mais dc
de seu valor cm relação ao qüinliüêniíj anterior, que foi de 24,8 bilhões
de cruzeiros (1,4 bilhões de dólares), enquanto na importação o aumento ve
rificado não atingiu u 30^'. Nos unos de 1945-46. continuou o movimento ascensional de nosso inter
câmbio comercial. As transações com<-iciais, nesse período, montaram a 52 bi lhões de cruzeiros (2,7 bilhões de dóla res), dos quais 21,6 bilhões de cruzei
.-Vs estatísti
cas nos dão uma importação média anual, cin 1935-39. dc l billião de cru zeiros dc ben.s de eon.simu» c 3.6 billwes
de cruzeiros di- bens de produção. No qüinqüênio segninle. 1939-44. a impor tação média anual foi de 1,1 bilhão de cruzeiros e as clc bens de produção
boa parte cia importação se fèz cm tõmn do artigos menos ossenciai.s. os únicos disponíveis no momento nos centros for necedores. Em 1947, (piando então a restríçoi-s cambiais frearam um pouco
dc artigos não essenciais; c cpiando em 1948 foram estabelecidas as restrições às importações, estas caíram aquém das nccessidade,s reais do Brasil, sem entre
tanto conseguir o equilíbrio da nossa
Balança Comercial, pois fechamos o primeiro semestre do ano corrente com um déficit do Cr$ 2.320.761,00.
4.7 bilhões de cruzeiros. .No entanto, iio
É pos.sí\x'l fazer-.sc um cálculo do
biênio seguinte. I!:)1.5-46. as médias
inonlanto das nossas importações nesses
anuais passaram, re.siiectiv amenlc. paru 2.5 ijilbões de cinzeiros c 8.-1 l)illuH'S de
futuros?
O
Departamento
de
cruzeiros. Em 1947. porém, a discrepân
Economia
anos
lhões e 8,4 lulhões, enquanto, cm 10 meses de 1947, compramos 5,5 miihõe.> de bens de consumo e 13,6 bilhões de
bens de produção. Ê.sse aumento sensível no valor cm cru
zeiros não traduz, porem, aumento no
volume da importação.
Compulsando
as estatísticas sõbre o montante das to
neladas médias anuais importadas nesses düi.s períodos, verificamos que sc cnnsenou o mesmo. Assim, no qüinqüênit) 1935-39 a média foi de 4.488.281 toneladas, enquanto a média do biênio
1945-46 foi de 4.475.869 toneladas, pràticameiite ig\inl à do qüinqüênio anteA disparidade entre o. valor e o
volume da importação provem da eleva çao
dos i>reços verificados nos países
rladores; rxporl
Assim, os valores médios
da tonclítda importada se elevaram de S 102 cruzeiros (1935-39) para 18.674 cruzeiros em 1947. on sejam 130% mais que o x^alor base.
Admitindo-se que as
Indus
necessidades
cia se torna ainda mais acentuada: com
trial da Federação
normais do Brasil
pramos 5,3 bilhões dc cnizeiros de bens de consumo e 13.6 bilhões de
das
ros (1,1 bilhões cie dólares) de importa
São Paulo fêz um
era bens de pro dução, no período
ção c 30,4 bilhões de cruzeiros (1,6 bi
cnizeiros de bens dc produção. (6).
cálculo nesse sen
1948-51,
serão
tido, tomando co
idênticas
às
mo base as impor
períoclo
tações nonnais rea
■\'erificamos
que
lizadas pelo Brasil no.s cinco anos anteriores à guerra. Se gundo ê.sse cálculo, a média anual da iniporlação de 1935-39 foi do 1 bilhão dc cnizcix'os de bens de consumo e 3,6
anualmente
deve-
lhões dc dólares) de exportação. O saldo do período foi. pois, de 8,9 bi lhões de'cruzeiros (0,5 bilhão de dó
Devemos levar cm conta, ainda, que essa importação não representa as ne cessidades reais brasileiras, pois ein
lares ).
1945-46 não pudemos adquirir as inanul aturas, os bens do produção c os
A Balança Comercuil no após-^iierra
bens de reposição dc que necessitávamos, uma vez que não sc Iiavia ainda pro
Em 1947, entretanto, processou-se ra
cessado a reconversão industrial dus pai-
dical mudança na tendência de nossas
Torrentes comerciais. De fato, a impor tação brasileira olcvou-se a 18,9 bilhões
(5)
A Situação Econômica cJa América Latina c suas Possibilidades em Face do Plano Marshall, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
de cruzeiros (1 biliião de dólares), e a
exjrortaçãu alcançou apenas 1 /,6 bilhõas
|i.|j
I f ■?.
(G)
A
exterior 4.488.281
toneladas, que, multiplicadas pelo seu preço nicclio em 1945-46, atingem a cifra de 8,4 bilhões de cruzeiròs anuais, ou 447,6 milhões de dólares.
anual du importação de bens de coq-
se.s de 1947 a importação brasileira de
do seguinte, isto é, de 1939-44, a média
sumo foi de 1.1 bilhões de cruzeiros e a
de bens de" produção de 4,7 billiões. pa.ssaram, respectivamente, para 2,5 bi
Idcm n.o ó.
remos adquirir no
do
1935-39,
bilhões de bens de produção. No perío
No biênio 1945-46 as médias anuais
(0,941 bilhão de dólares), De\'e-se no
tar ainda que a tendência ascensional da
Indústrias de
Como nos anos de 1945-46 e 10 me-
bens de produção foi de 10,1 bilhões
cie cruzeiros, portanto superior , à média normal (dos anos de 1935-39) de 1,7 ' bilhões anualmente, deveremos deduzir
Dicesto Econômico
52
Dicesto
53
Econômico
êsse excedente do total geral de bens de produção que deveremos importar,
foram sempre a fonte de onde colhía
ca do nosso comércio exterior com a
lanço de Contas é sempre deficitário e
mos mais de 90% do saldo de nossa Ba
isto é, a média normal de 8,4 milhões de cruzeiros, c obteremos assim a cifra
lança Comercial.
Europa no primeiro semestre do ano cm curso confirmam o nosso ponto-devista, pois apresenta um déficit de
ficit é a Balança Comercial. A guerra
de 27.334 milhões de cruzeiros para b
Na atual conjuntura, porém, poderão
qüinqüênio 1948-51.
fornecer saldos iguais aos anteriores n
Resta-nos ainda estabelecer qual será a provável procura brasileira de repo
1939? Apesar de as nações européias a dos anos anteriores ao último conflito,
ainda.
não nos parece que seja a fonte onde
O Departamento de Economia da
Federação das Indústrias também pro
real deveria ter sido de 9.685 milhões
que para remediar esta situação foi cria do o Plano Marshall. Na eventualidade
de cruzeiros anuais no período 1940-44. Entretanto, as cifras apontam apenas
de êsse plano funcionar tal como foi
sição não realizada) de 4.939 milhões de
cruzeiros, o que perfaz 197 bilhões de cruzeiros entre 1948-51. (7). Como poderemos fazer face a um
tal vulto de importação? E, note-se, essas importações são as importações normais de que necessitamos para man
esbanjá-las em importações não produ
tas in,ternacionais vem apresentando dé-
tivas ou emissões inúteis de moedas-ou-
ficits continuados, que levam a sangrias
ro. A quarta nos aponta que devemos
enormes nas no.ssas reservas, acumula das com o tremendo sacrifício econô
seguir um& política internacional de mútua compreensão e cooperação, a fim de podermos, através de acordos co
mesmo ritmo verificado no período
lermos proposto apenas esclarecer si
elevar as nossas exportações e importa
tuações e levantar problemas. A primeira que se nos impõe, é que, sendo o Brasil país devedor, o seu Ba
ções ao nível de 1935-39 e obtermos os
da fôr idêntico àquele alcançado em 1947, teremos uma exportação média importação de 4.066,4 milhões de cru zeiros ou 217,1 milhões de dó'ares, por
**
tanto um saldo de 1.882,6 milhões de
^
merciais de compensação, ultrapassar o problema da carência de divisas e assim
bens de produção e de reposição de que tanto necessitamos.
-V- ■¥•
* * * *
cruzeiros oü 100 milhões de dólares.
De Londres informam que a firma John Morris and Company, de Gosport, Inglaterra, recebeu do Brasil uma interessante encomenda. Abrange ela a construção de 4 vapores, sendo 2 de passageiros e carga e 2 rebocadores. Os de passageiros e carga terão acomodações para 15 viajantes de primeira classe e 15 de segunda,
Tudo nos leva a crer, porém, que isto
deremos obter as divisas que neces.sifa-
não se verificará, pois até o momento
mos.
presente as compras efetuadas no Bra sil pelo Piano Marshall foram ínfimas. Além disso, os dirigentes do Plano têm seguido uma orientação muito mais polí tica do que econômica. Aliás, a estatísti-
(7) Idem n.o 6.
visas e em ouro e principalmente a não
o único elemento ativo das nossas con
1935-39, 6 se o preço médio da tonela
mica.
sas transações comerciais com a Europa
telosos com as nossos reser\'as em di
tudo, na presente conjuntura econômica,
abrange, mantiver mais ou menos o
ram anos de grande expansão econô
Só nos resta o nosso comércio
portar maior volume, a fim de fazer face ao valor das nossas importações. A terceira nos ensina não só a nos por mos de resguardo contra xun otimismo exagerado, como a sermos muito cau
mico da inflação por que passamos. Daí não nos furtarmos ao desejo de ti rar algumas conclusões, apesar de nos
Se o comércio exterior brasileiro, com
anual de 5.949 milhões de cruzeiros, ou
com os países europeus. Aliás, as nos
tiram preencher os vácuos deixados pe los demais elementos da Balança. Con
os 16 países que o Plano Marshall
sejam 317,1 milhões de dólares, e uma
mercial com os Estados Unidos nos é
nos vem fornecendo desde 1860 saldos
continente?
nômica, dos anos 1935-39, que não fo
deficitária; portanto, dêsse país não po
nos aponta que as nossas mercadorias
exportáveis sendo de fraco valor espe cífico, acarretam uma contínua perda de substancia, o que nos obriga a ex
contínuos, saldos esses que nos permi
imaginado e fornecer à Europa as diW-
ter o mesmo ritmo de atividade eco
Já sabemos que a nossa Balança Co
dições de compreender as razões da cri Como vimos, todos os itens do nosso Balanço de Contas nos são deficitários, exceto a nossa Balança Comercial, que
•sas que ela necessita, qual seria o vul to das nossas e.xportaçõcs para aquele
desequilíbrio é um indicador seguro de uma crise em evolução. A segunda
se atual do nosso Balanço de Contas
e da gravidade que a mesma apresenta.
necessárias ao pagamento de nossas im
estimativa de que a nossa importação
cruzeiros, o que vale dizer que te mos um déficit (importação de repo
Feita esta análise, estamos em con
vamos colher as divisas internacionais
de um artifício de cálculo, que não con vém apontar no momento, chegou à
uma importação de 4.746 mílliões de
Conclusão
um vulto de importação muito maior que
portações. A Europa, como é do conhe cimento de todos, não possui meios de pagamento internacionais. E' verdade
curou calcular essa reposição e, através
natural da Balança de Comércio e tal
ncessitarein nesses cinco futuros anos de
sição dos bens de produção desgastados durante o período bélico e não repostos
e o após-guerra, porém, condições anor mais que são, perturbam o - movimento
70.658 mil cruzeiros.
esses mesmos países continuar a nos
o xinico elemento atenuador dêsse dé
assim como porões especiais de carga. Terão um raio de cruzeiro de 1.125 milhas
numa velocidade de 10 nds. Os dois outros barcos são rebocadores fluviais de duas hélices cada um, com 1.200 h. h. p. {British horse poiver) e com capacidade para rebocar 2 batelões de 1.000 toneladas cada um, velocidade de 5 nós.
A
Dicesto Econômico
52
Dicesto
53
Econômico
êsse excedente do total geral de bens de produção que deveremos importar,
foram sempre a fonte de onde colhía
ca do nosso comércio exterior com a
lanço de Contas é sempre deficitário e
mos mais de 90% do saldo de nossa Ba
isto é, a média normal de 8,4 milhões de cruzeiros, c obteremos assim a cifra
lança Comercial.
Europa no primeiro semestre do ano cm curso confirmam o nosso ponto-devista, pois apresenta um déficit de
ficit é a Balança Comercial. A guerra
de 27.334 milhões de cruzeiros para b
Na atual conjuntura, porém, poderão
qüinqüênio 1948-51.
fornecer saldos iguais aos anteriores n
Resta-nos ainda estabelecer qual será a provável procura brasileira de repo
1939? Apesar de as nações européias a dos anos anteriores ao último conflito,
ainda.
não nos parece que seja a fonte onde
O Departamento de Economia da
Federação das Indústrias também pro
real deveria ter sido de 9.685 milhões
que para remediar esta situação foi cria do o Plano Marshall. Na eventualidade
de cruzeiros anuais no período 1940-44. Entretanto, as cifras apontam apenas
de êsse plano funcionar tal como foi
sição não realizada) de 4.939 milhões de
cruzeiros, o que perfaz 197 bilhões de cruzeiros entre 1948-51. (7). Como poderemos fazer face a um
tal vulto de importação? E, note-se, essas importações são as importações normais de que necessitamos para man
esbanjá-las em importações não produ
tas in,ternacionais vem apresentando dé-
tivas ou emissões inúteis de moedas-ou-
ficits continuados, que levam a sangrias
ro. A quarta nos aponta que devemos
enormes nas no.ssas reservas, acumula das com o tremendo sacrifício econô
seguir um& política internacional de mútua compreensão e cooperação, a fim de podermos, através de acordos co
mesmo ritmo verificado no período
lermos proposto apenas esclarecer si
elevar as nossas exportações e importa
tuações e levantar problemas. A primeira que se nos impõe, é que, sendo o Brasil país devedor, o seu Ba
ções ao nível de 1935-39 e obtermos os
da fôr idêntico àquele alcançado em 1947, teremos uma exportação média importação de 4.066,4 milhões de cru zeiros ou 217,1 milhões de dó'ares, por
**
tanto um saldo de 1.882,6 milhões de
^
merciais de compensação, ultrapassar o problema da carência de divisas e assim
bens de produção e de reposição de que tanto necessitamos.
-V- ■¥•
* * * *
cruzeiros oü 100 milhões de dólares.
De Londres informam que a firma John Morris and Company, de Gosport, Inglaterra, recebeu do Brasil uma interessante encomenda. Abrange ela a construção de 4 vapores, sendo 2 de passageiros e carga e 2 rebocadores. Os de passageiros e carga terão acomodações para 15 viajantes de primeira classe e 15 de segunda,
Tudo nos leva a crer, porém, que isto
deremos obter as divisas que neces.sifa-
não se verificará, pois até o momento
mos.
presente as compras efetuadas no Bra sil pelo Piano Marshall foram ínfimas. Além disso, os dirigentes do Plano têm seguido uma orientação muito mais polí tica do que econômica. Aliás, a estatísti-
(7) Idem n.o 6.
visas e em ouro e principalmente a não
o único elemento ativo das nossas con
1935-39, 6 se o preço médio da tonela
mica.
sas transações comerciais com a Europa
telosos com as nossos reser\'as em di
tudo, na presente conjuntura econômica,
abrange, mantiver mais ou menos o
ram anos de grande expansão econô
Só nos resta o nosso comércio
portar maior volume, a fim de fazer face ao valor das nossas importações. A terceira nos ensina não só a nos por mos de resguardo contra xun otimismo exagerado, como a sermos muito cau
mico da inflação por que passamos. Daí não nos furtarmos ao desejo de ti rar algumas conclusões, apesar de nos
Se o comércio exterior brasileiro, com
anual de 5.949 milhões de cruzeiros, ou
com os países europeus. Aliás, as nos
tiram preencher os vácuos deixados pe los demais elementos da Balança. Con
os 16 países que o Plano Marshall
sejam 317,1 milhões de dólares, e uma
mercial com os Estados Unidos nos é
nos vem fornecendo desde 1860 saldos
continente?
nômica, dos anos 1935-39, que não fo
deficitária; portanto, dêsse país não po
nos aponta que as nossas mercadorias
exportáveis sendo de fraco valor espe cífico, acarretam uma contínua perda de substancia, o que nos obriga a ex
contínuos, saldos esses que nos permi
imaginado e fornecer à Europa as diW-
ter o mesmo ritmo de atividade eco
Já sabemos que a nossa Balança Co
dições de compreender as razões da cri Como vimos, todos os itens do nosso Balanço de Contas nos são deficitários, exceto a nossa Balança Comercial, que
•sas que ela necessita, qual seria o vul to das nossas e.xportaçõcs para aquele
desequilíbrio é um indicador seguro de uma crise em evolução. A segunda
se atual do nosso Balanço de Contas
e da gravidade que a mesma apresenta.
necessárias ao pagamento de nossas im
estimativa de que a nossa importação
cruzeiros, o que vale dizer que te mos um déficit (importação de repo
Feita esta análise, estamos em con
vamos colher as divisas internacionais
de um artifício de cálculo, que não con vém apontar no momento, chegou à
uma importação de 4.746 mílliões de
Conclusão
um vulto de importação muito maior que
portações. A Europa, como é do conhe cimento de todos, não possui meios de pagamento internacionais. E' verdade
curou calcular essa reposição e, através
natural da Balança de Comércio e tal
ncessitarein nesses cinco futuros anos de
sição dos bens de produção desgastados durante o período bélico e não repostos
e o após-guerra, porém, condições anor mais que são, perturbam o - movimento
70.658 mil cruzeiros.
esses mesmos países continuar a nos
o xinico elemento atenuador dêsse dé
assim como porões especiais de carga. Terão um raio de cruzeiro de 1.125 milhas
numa velocidade de 10 nds. Os dois outros barcos são rebocadores fluviais de duas hélices cada um, com 1.200 h. h. p. {British horse poiver) e com capacidade para rebocar 2 batelões de 1.000 toneladas cada um, velocidade de 5 nós.
A
j#< ••». p-^^jn
Dicesh» Kconomico
-ôtc coiueços dêslc século, u formação
social l)rasilcir;r foi quase exclusivamen te agrária. vida urbana apresenta
O SINDICALISMO NO BRASIL
va extrema clefieicmcia em relação com
Clovís Leitk Ribeimo
a inlensiclaclc cia vida rural, conuí já A
recente assinatura do convwiio sín-
" dical clc São Francisco da Califórniíi pelos representantes do Rrasil c o
projeto de reforma sindical apresentado ao Congresso Nacional pelo deputado João Mangabeira vieram pf)r cm desta que \ini dos problemas fundamentais re
lativos à organização do trabalho, atj desenvolvimento da produHridade o a elevação do nível de vida dos traba lhadores no Brasil.
observava Frei \'icciite do Salvador em
O aiilor examina a poxição do sindicii' lismo bradleiro, cm jarc do roíivènio ■sindical de São Francisco da Califórnio r do projcln de refnnna .sindical elahorado pelo deputado João Many,ah('i-
1027. fjuanclo dizia que o Brasil todo
nao (ra República, .sendo-o cada casa
de .sèiihor de engenho. •Na.s fazendas, vcrcladeirus pei|uenos
leuclos, permaneciam todos oi^ vestígios
ra. na comissão dc leis complcmcniarc.s da Con.stituição, concluindo no senti
do iraballio .servil on semi-feudal. Ahoicla a escravatura, o trabalho dos cam
do da necessidade do fortalecimento das entidades .sindicais, cm tnn redime
pos passou
Rais pi '()s colonos iiuigraclos c no NorIf* pelo sistema do agregados, cm um ambiente isocial •extreniamente pobre,
de ináxima autonomia c dc-sccntraJizíiçãfl.
Realmente, nossa experiência e a áos
demais países N-è,n demonstrando que
o sindicalismo .pode trazer uma contri buição decisiva para a solução destes problemas. Conforme sa'ienlou Durklieim, o sindicalismo representa uma imperiosa necessidade, em qualquer meio ou época em cpie a atividade econômi ca atinja um certo grau do desenvoUi-
menlo, de onde decorre que o proble ma da época contemporânea é o dc ade quar o sindicalismo às características o às necessidades da economia contem porânea e não o de remontar o curso
da história para restaurar o corpora tivismo, que correspondia às necessida
des da restrita atividade econômica
dentro dc uni .sistema semi-feudal de ex ploração cia terra. I'oi somente com o início da
dades e xjrofissõcs, dentro do plano di' uma organização sindical, que dc.sperto e desenvolva em cada um o espírito
nidustrialização que êssc panp'■aina de nossa formação social
de solidariedade profissional e a con.s-
Icgandü-liies poderes para iinnarein pu sancionarem contratos coletivos de tra balho.
A cs.so scguiu-.se o Decreto 24.3.94,- de
12-7-34, que consolidou as prescriç"õe.s relaüvas à organização o funcionamento dos sindicatos.
ciéncia da necessidade dc subordinação
govênu) provisório, da necessidade da intervenção do Estado, no sentido da iirganização sindical. Sem uma intervni-
ção ativa nesse sentido, não se organi zariam os .sindicatos, portjne nenluima necessidade imperiosa de defesa coletiva
dos intcrêsses profissionais exigia unia eficiente aglutinação dos elementos es
parsos no Pais, cm um ambiente de
pobre formação social. As tendênci as corporativas da época
f 1-»
urbana e a surgir, nos núcleos do industrialização, inn certo movimento dc aglutinação dos elementos dc tra balho. Entretanto, até 1930 os movi-
•ses coletivos.
No Brasil o sindicalismo data, a rigor, dc 1939. Os decretos anteriores, de
1903 e 1907, que estabeleceram as ba
nientos de defesa coletiva dos intcrêsses
ses do sindicalismo brasileiro, reconhe
cendo aos sindicatos a representação de
piofissionais eram feito.s sem plano ou mc^todo, através de greves, como a de
na solução das divergências entre o ca
i91tS, ou de organizaç-ões efêmeras.
sua categoria econômica ou profissional
Foi .sômente depois de 1930 que o
pital o o trabalho, não tiveram qualquer aplicação prática. Havia completo de Os graves problemas sociais e econô sinteresse pela organização clc sindicamicos da época contemporânea trans-' los, explicável pela carência clc espírito cendcm das possibihclades de solução associativo no Brasil, herança cie nossa pela anárquica atividade da iniciativa formação, social, durante a época colo individual ou pela impotente interven nial e o Império. Realmente, a perma ção do Estado. Somente uma discipli nência do trabalho scrvil até 183S e o nada organização dos integrantes de ca caráter .senií-fcudal de nossa formação da categoria econômica ou profissional social foram íâtôre.s que retardaram poderá solucionar è.«es problemas, me entre nós o desenvolvimento do espí
governo provisório encarou o problema da organização profis.sional e econômi ca no Brasil, decidindo intervir no sen
tido de sua estruturação sindical. Foi com êsse objc-iivo que se promulgou o Decreto 19.770, de 19-3-1931, com o ípnd, repetindo e ampliando as clispa.siçoes dos decretos de 1903 e de '90;',
o puder público reeunliécia a iegitlmidiiile do.s .sindicatos, prescrevia a unidade sindical e atribuía aos sindicatos o cará-
rito associativo. L.
lovaram, entretanto, os consti
tuintes de 1934 a dar ao nos
so ainda incipiente sindicalis mo uma ativa função política,
meçou a cli-senvolver-sü a vida
dos interés.sos individuais aos intcrês-
Êsses decretos eram ins
pirados no reconhecimento, por parte do
começou a ser alterado, cjue co
inedieval.
diante harmoniosa colaboração de ativi-
a ser executado no Sul do
ler cie órgãos técnicos con.sultivos. dé-
pela criação da representação profissional da Constituição de 1934. Essa imprudente iniciativa determinou
a proliferação de sindicatos criados com
objetivos
puramente
políticos,
sem
qualquer eon.sonància com as necessida des e com a realidade brasileira. Em
face deles, os integrantes de suas cate gorias econômicas ou profissionais man-
linham-se em completo desinteresse. Era preciso, jxirtanto, que o Estado as.sumisse uma posição mais decisiva, para ipie os sindicatos se organiziisseni e ti vessem meios materiais de existência.
Esse objetivo somente pôde ser realiza do com o Decreto-lei 1.402, de 5-7-39,
que deu nova organização aos sindicatos
in-^^tiliiiii o chamado imposto sindical l'oi a instit^ijâo deísa oi»ntribuição,
impròpriamente denominada impòslO;
j#< ••». p-^^jn
Dicesh» Kconomico
-ôtc coiueços dêslc século, u formação
social l)rasilcir;r foi quase exclusivamen te agrária. vida urbana apresenta
O SINDICALISMO NO BRASIL
va extrema clefieicmcia em relação com
Clovís Leitk Ribeimo
a inlensiclaclc cia vida rural, conuí já A
recente assinatura do convwiio sín-
" dical clc São Francisco da Califórniíi pelos representantes do Rrasil c o
projeto de reforma sindical apresentado ao Congresso Nacional pelo deputado João Mangabeira vieram pf)r cm desta que \ini dos problemas fundamentais re
lativos à organização do trabalho, atj desenvolvimento da produHridade o a elevação do nível de vida dos traba lhadores no Brasil.
observava Frei \'icciite do Salvador em
O aiilor examina a poxição do sindicii' lismo bradleiro, cm jarc do roíivènio ■sindical de São Francisco da Califórnio r do projcln de refnnna .sindical elahorado pelo deputado João Many,ah('i-
1027. fjuanclo dizia que o Brasil todo
nao (ra República, .sendo-o cada casa
de .sèiihor de engenho. •Na.s fazendas, vcrcladeirus pei|uenos
leuclos, permaneciam todos oi^ vestígios
ra. na comissão dc leis complcmcniarc.s da Con.stituição, concluindo no senti
do iraballio .servil on semi-feudal. Ahoicla a escravatura, o trabalho dos cam
do da necessidade do fortalecimento das entidades .sindicais, cm tnn redime
pos passou
Rais pi '()s colonos iiuigraclos c no NorIf* pelo sistema do agregados, cm um ambiente isocial •extreniamente pobre,
de ináxima autonomia c dc-sccntraJizíiçãfl.
Realmente, nossa experiência e a áos
demais países N-è,n demonstrando que
o sindicalismo .pode trazer uma contri buição decisiva para a solução destes problemas. Conforme sa'ienlou Durklieim, o sindicalismo representa uma imperiosa necessidade, em qualquer meio ou época em cpie a atividade econômi ca atinja um certo grau do desenvoUi-
menlo, de onde decorre que o proble ma da época contemporânea é o dc ade quar o sindicalismo às características o às necessidades da economia contem porânea e não o de remontar o curso
da história para restaurar o corpora tivismo, que correspondia às necessida
des da restrita atividade econômica
dentro dc uni .sistema semi-feudal de ex ploração cia terra. I'oi somente com o início da
dades e xjrofissõcs, dentro do plano di' uma organização sindical, que dc.sperto e desenvolva em cada um o espírito
nidustrialização que êssc panp'■aina de nossa formação social
de solidariedade profissional e a con.s-
Icgandü-liies poderes para iinnarein pu sancionarem contratos coletivos de tra balho.
A cs.so scguiu-.se o Decreto 24.3.94,- de
12-7-34, que consolidou as prescriç"õe.s relaüvas à organização o funcionamento dos sindicatos.
ciéncia da necessidade dc subordinação
govênu) provisório, da necessidade da intervenção do Estado, no sentido da iirganização sindical. Sem uma intervni-
ção ativa nesse sentido, não se organi zariam os .sindicatos, portjne nenluima necessidade imperiosa de defesa coletiva
dos intcrêsses profissionais exigia unia eficiente aglutinação dos elementos es
parsos no Pais, cm um ambiente de
pobre formação social. As tendênci as corporativas da época
f 1-»
urbana e a surgir, nos núcleos do industrialização, inn certo movimento dc aglutinação dos elementos dc tra balho. Entretanto, até 1930 os movi-
•ses coletivos.
No Brasil o sindicalismo data, a rigor, dc 1939. Os decretos anteriores, de
1903 e 1907, que estabeleceram as ba
nientos de defesa coletiva dos intcrêsses
ses do sindicalismo brasileiro, reconhe
cendo aos sindicatos a representação de
piofissionais eram feito.s sem plano ou mc^todo, através de greves, como a de
na solução das divergências entre o ca
i91tS, ou de organizaç-ões efêmeras.
sua categoria econômica ou profissional
Foi .sômente depois de 1930 que o
pital o o trabalho, não tiveram qualquer aplicação prática. Havia completo de Os graves problemas sociais e econô sinteresse pela organização clc sindicamicos da época contemporânea trans-' los, explicável pela carência clc espírito cendcm das possibihclades de solução associativo no Brasil, herança cie nossa pela anárquica atividade da iniciativa formação, social, durante a época colo individual ou pela impotente interven nial e o Império. Realmente, a perma ção do Estado. Somente uma discipli nência do trabalho scrvil até 183S e o nada organização dos integrantes de ca caráter .senií-fcudal de nossa formação da categoria econômica ou profissional social foram íâtôre.s que retardaram poderá solucionar è.«es problemas, me entre nós o desenvolvimento do espí
governo provisório encarou o problema da organização profis.sional e econômi ca no Brasil, decidindo intervir no sen
tido de sua estruturação sindical. Foi com êsse objc-iivo que se promulgou o Decreto 19.770, de 19-3-1931, com o ípnd, repetindo e ampliando as clispa.siçoes dos decretos de 1903 e de '90;',
o puder público reeunliécia a iegitlmidiiile do.s .sindicatos, prescrevia a unidade sindical e atribuía aos sindicatos o cará-
rito associativo. L.
lovaram, entretanto, os consti
tuintes de 1934 a dar ao nos
so ainda incipiente sindicalis mo uma ativa função política,
meçou a cli-senvolver-sü a vida
dos interés.sos individuais aos intcrês-
Êsses decretos eram ins
pirados no reconhecimento, por parte do
começou a ser alterado, cjue co
inedieval.
diante harmoniosa colaboração de ativi-
a ser executado no Sul do
ler cie órgãos técnicos con.sultivos. dé-
pela criação da representação profissional da Constituição de 1934. Essa imprudente iniciativa determinou
a proliferação de sindicatos criados com
objetivos
puramente
políticos,
sem
qualquer eon.sonància com as necessida des e com a realidade brasileira. Em
face deles, os integrantes de suas cate gorias econômicas ou profissionais man-
linham-se em completo desinteresse. Era preciso, jxirtanto, que o Estado as.sumisse uma posição mais decisiva, para ipie os sindicatos se organiziisseni e ti vessem meios materiais de existência.
Esse objetivo somente pôde ser realiza do com o Decreto-lei 1.402, de 5-7-39,
que deu nova organização aos sindicatos
in-^^tiliiiii o chamado imposto sindical l'oi a instit^ijâo deísa oi»ntribuição,
impròpriamente denominada impòslO;
Dicesto EcoNÓNnco
56
que tornou posBÍvel a formação das pri meiras organizações sindicais ativas, em tõmo das quais se foram aos poucos aglu tinando os elementos de cada categoria econômica ou profissional, para forma ção dos grandes sindicatos de existên cia eficiente e ativa.
Completando a série de medidas in
catos, pois é mínimo em cada categoria econômica ou profissional o número de integrantes dotados de con.sciência da ne cessidade de solidariedade profissional. E as demais fvinçõcs delegadas aos sin dicatos constituem decorrência da uni
dade sindical, com a qual o Estado re conhece na associação profissional mais
dispensáveis ao fortalecimento de sin
reprc.':enlativa de sua categoria econô
dicatos, a legislação posterior ao De creto 1402 dispôs que nenhum despa cho poderia ser feito perante repartições públicas sem a apresentação da prova
mica ou profissional o direito de repre sentação de toda a categoria ou profis
de pagamento da contribuição sindical e ampliou a delegação de funções do Estado aos sindicatos, atribuindo-lhes a
supõe, portanto, necessàriamente, a uni
representação de sua categoria econô
coexistência de outras associações pro-
mica e dos interêsses profissionais de seus associados, aos quais concedeu cer
são.
A organização sindical brasileira pres dade sindical para cada categoria eco
nômica ou profissional, sem prejuízo da fissionáis de natureza civil, assegurada
pelo art. 159 da Constituição Federai.
tas vantagens, como, por exem
E a unidade sindical toma in
plo, preferência nas concorrên
dispensável o enquadramento das categorias econômicas ou profissionais e a fixação de seus
cias públicas. . Atualmente
a
organização
sindical brasileira está regula mentada no título 5.° da Con
solidação das Leis do Trabalho,
dentro das diretrizes traçadas pelo art. 159 da Constituição Federal, que esta
belece a liberdade de associação profis
limites territoriais.
'
Com êsse
objetivo, a lei criou a comis
são de enquadramento sindi cal, cujas funções consistem na discri minação do quadro de atividades e pro fissões, ao qual se devem ajustar as as
sional ou sindical, apenas condicionan do à regulamentação pela lei ordinária a forma de sua constituição, sua repre
truturação sindical, os sindicatos se agru
sentação legal nas convenções coletivas
pam em federações de âmbito geralmen
de trabalho e o exercício de função de
te estadual e em confederações de âm
legada pelo poder público. A delega ção de funções do Estado às as.sociações profissionais, investidas das prerrogati
sociações profissionais para efeito de sua investidura sindical.
bito nacional.
Em nossa es
Dentro dessa estmtura-
ção, nestes últimos dez anos, desde o Decreto 1402, o desenvolvimento e pro
vas sindicais, representa, como nossa ex
gresso dos sindicatos se tornou uma rea-
periência tem demonstrado, um indis pensável incentivo à formação de tais
Hdade e%adente. Agindo diretamente ou
entidades. Sem a faculdade de imposi ção e arrecadação da contribuição sindi
cal obrigatória para toda a categoria econômica não se manteriam os sindi-
57
OrcESTo Econômico
economia e à estruturação social do País.
talecimento da organização sindical. Sem
Documento incontestável dessa colabo
essa inter\'enção, orientada no sentido
ração é a chamada Carta de Teresôpolis,
de delegação de funções do Estado
em que as entidades sindicais reunidas na cidade fluminense de Teresôpolis ela boraram magnífico programa de ação social e econômica, que foi considerado,
aos sindicatos, não poderiam êstes or
na Conferência Internacional de Monte
micas.
vidéu, como a verdadeira carta econô-
Entre nós, a organização sindical, du rante muito tempo ainda, Tepousará ine-
• mica da.s Américas.
Em um paí.s como o Brasil, em que a eficiência técnica dos órgãos do go-
ganizar-se e manter-se pelo mero mo vimento espontâneo de aglutinação dos
integrantes de suas categorias econô
vitàvelmente na manutenção da contri
vêmo é dificultada por sua dispersão em um imenso território e pelo regime de
buição sindical obrigatória para toda a categoria econômica, na concessão aos sindicatos da prerrogativa de celebração
centralização herdado da administração
de contratos coletivos de trabalho e na
colonial e imperial, a colaboração das
atribuição da representação legal de
entidades sindicais repre
tòda
senta, do ponto de vista técnico, indispensável concurso para solução dos
econômica.
: ;
, I{
1 I
a
sua
categoria
A unidade sindical, com o privilégio de exer cício dessas funções es
problemas de caráter ge
ral ou local de govêrno.
tatais não contradiz o
E' em função dessas
princípio de liberdade,
peculiaridades de nossa formação social e de nossa organização adniinistratíva que devem ser considerados o
que na legislação brasi
leira vige na liberdade de
i '
organização e funciona mento
sindical de São Francisco da Califór
nia e a projetada reforma da legislação sindical brasileira.
O convênio sindical
de São Francisco, inspirado na realidade social de países de civilização mais ama durecida, onde é muito mais profundo o sentimento de solidariedade profissio nal, deu ao sindicalismo um sentido de máxima liberdade e mínima interferên
cia do poder público.
das
associações
profissionais.
convênio
Por outro lado, a delegação de fun ções do Estado aos sindicatos impÜcá no corolário da fiscalização das organi zações sindicais pelo Ministério do Tra balho, Indústria e Comércio, a que estão subordinados.
O projeto de reforma sindical, elabo
rado na Comissão de Leis Complementares da Constituição pelo deputado João Mangabeira, sob muitos aspectos,
está em contradição com o princípio de
através de federações ou confederações,
No Brasil, êsses postulados devem ser entendidos em tênnos. Respeitada a li
liberdade sindical firmado em São Fran
vêm os sindicatos prestando aos órgãos
berdade sindical, que é uma definitiva
cisco da Çalifômía e, principalmente,
do Estado o inestimável concurso de sua
com a tradição do nosso sindicalismo.
colaboração técnica na solução de qua
conquista da civilização contemporânea, não podemos prescindir de uma certa
se todos os problemas que interessam à
intervenção do Estado, no sentido do for-
Realmente, a supressão das associa ções profissionais como estágio pré\'io
Dicesto EcoNÓNnco
56
que tornou posBÍvel a formação das pri meiras organizações sindicais ativas, em tõmo das quais se foram aos poucos aglu tinando os elementos de cada categoria econômica ou profissional, para forma ção dos grandes sindicatos de existên cia eficiente e ativa.
Completando a série de medidas in
catos, pois é mínimo em cada categoria econômica ou profissional o número de integrantes dotados de con.sciência da ne cessidade de solidariedade profissional. E as demais fvinçõcs delegadas aos sin dicatos constituem decorrência da uni
dade sindical, com a qual o Estado re conhece na associação profissional mais
dispensáveis ao fortalecimento de sin
reprc.':enlativa de sua categoria econô
dicatos, a legislação posterior ao De creto 1402 dispôs que nenhum despa cho poderia ser feito perante repartições públicas sem a apresentação da prova
mica ou profissional o direito de repre sentação de toda a categoria ou profis
de pagamento da contribuição sindical e ampliou a delegação de funções do Estado aos sindicatos, atribuindo-lhes a
supõe, portanto, necessàriamente, a uni
representação de sua categoria econô
coexistência de outras associações pro-
mica e dos interêsses profissionais de seus associados, aos quais concedeu cer
são.
A organização sindical brasileira pres dade sindical para cada categoria eco
nômica ou profissional, sem prejuízo da fissionáis de natureza civil, assegurada
pelo art. 159 da Constituição Federai.
tas vantagens, como, por exem
E a unidade sindical toma in
plo, preferência nas concorrên
dispensável o enquadramento das categorias econômicas ou profissionais e a fixação de seus
cias públicas. . Atualmente
a
organização
sindical brasileira está regula mentada no título 5.° da Con
solidação das Leis do Trabalho,
dentro das diretrizes traçadas pelo art. 159 da Constituição Federal, que esta
belece a liberdade de associação profis
limites territoriais.
'
Com êsse
objetivo, a lei criou a comis
são de enquadramento sindi cal, cujas funções consistem na discri minação do quadro de atividades e pro fissões, ao qual se devem ajustar as as
sional ou sindical, apenas condicionan do à regulamentação pela lei ordinária a forma de sua constituição, sua repre
truturação sindical, os sindicatos se agru
sentação legal nas convenções coletivas
pam em federações de âmbito geralmen
de trabalho e o exercício de função de
te estadual e em confederações de âm
legada pelo poder público. A delega ção de funções do Estado às as.sociações profissionais, investidas das prerrogati
sociações profissionais para efeito de sua investidura sindical.
bito nacional.
Em nossa es
Dentro dessa estmtura-
ção, nestes últimos dez anos, desde o Decreto 1402, o desenvolvimento e pro
vas sindicais, representa, como nossa ex
gresso dos sindicatos se tornou uma rea-
periência tem demonstrado, um indis pensável incentivo à formação de tais
Hdade e%adente. Agindo diretamente ou
entidades. Sem a faculdade de imposi ção e arrecadação da contribuição sindi
cal obrigatória para toda a categoria econômica não se manteriam os sindi-
57
OrcESTo Econômico
economia e à estruturação social do País.
talecimento da organização sindical. Sem
Documento incontestável dessa colabo
essa inter\'enção, orientada no sentido
ração é a chamada Carta de Teresôpolis,
de delegação de funções do Estado
em que as entidades sindicais reunidas na cidade fluminense de Teresôpolis ela boraram magnífico programa de ação social e econômica, que foi considerado,
aos sindicatos, não poderiam êstes or
na Conferência Internacional de Monte
micas.
vidéu, como a verdadeira carta econô-
Entre nós, a organização sindical, du rante muito tempo ainda, Tepousará ine-
• mica da.s Américas.
Em um paí.s como o Brasil, em que a eficiência técnica dos órgãos do go-
ganizar-se e manter-se pelo mero mo vimento espontâneo de aglutinação dos
integrantes de suas categorias econô
vitàvelmente na manutenção da contri
vêmo é dificultada por sua dispersão em um imenso território e pelo regime de
buição sindical obrigatória para toda a categoria econômica, na concessão aos sindicatos da prerrogativa de celebração
centralização herdado da administração
de contratos coletivos de trabalho e na
colonial e imperial, a colaboração das
atribuição da representação legal de
entidades sindicais repre
tòda
senta, do ponto de vista técnico, indispensável concurso para solução dos
econômica.
: ;
, I{
1 I
a
sua
categoria
A unidade sindical, com o privilégio de exer cício dessas funções es
problemas de caráter ge
ral ou local de govêrno.
tatais não contradiz o
E' em função dessas
princípio de liberdade,
peculiaridades de nossa formação social e de nossa organização adniinistratíva que devem ser considerados o
que na legislação brasi
leira vige na liberdade de
i '
organização e funciona mento
sindical de São Francisco da Califór
nia e a projetada reforma da legislação sindical brasileira.
O convênio sindical
de São Francisco, inspirado na realidade social de países de civilização mais ama durecida, onde é muito mais profundo o sentimento de solidariedade profissio nal, deu ao sindicalismo um sentido de máxima liberdade e mínima interferên
cia do poder público.
das
associações
profissionais.
convênio
Por outro lado, a delegação de fun ções do Estado aos sindicatos impÜcá no corolário da fiscalização das organi zações sindicais pelo Ministério do Tra balho, Indústria e Comércio, a que estão subordinados.
O projeto de reforma sindical, elabo
rado na Comissão de Leis Complementares da Constituição pelo deputado João Mangabeira, sob muitos aspectos,
está em contradição com o princípio de
através de federações ou confederações,
No Brasil, êsses postulados devem ser entendidos em tênnos. Respeitada a li
liberdade sindical firmado em São Fran
vêm os sindicatos prestando aos órgãos
berdade sindical, que é uma definitiva
cisco da Çalifômía e, principalmente,
do Estado o inestimável concurso de sua
com a tradição do nosso sindicalismo.
colaboração técnica na solução de qua
conquista da civilização contemporânea, não podemos prescindir de uma certa
se todos os problemas que interessam à
intervenção do Estado, no sentido do for-
Realmente, a supressão das associa ções profissionais como estágio pré\'io
I
«A
I)i(u;si() IlcoNÓxrico
licKs .siliüicillo'-. CHI fiiix- (Ia iiiaiiii{( iK_'ã(i
da unidade.' sindical para cada categoiia econômica, apresenta a dupla dc.svanta-
gem de dificultar a con.slitinçãfj dos sindicatos c de excluir a possibilidade
da coexistcncia de as.sociavõ(.-.s profissio
nais, dentro da mesma categoria repre
sentada pelo.s síndicat(js.
Outra incorreção grave do projeto con. siste na supressão do enquadramento .sindical e na ilimitada faculdade ric sin-
dical.zaç.m e.vtcnsiva aos próprios (^^ercente.s de atixidades rurais, ainda não preparados para a integração nas asso ciações sindicais e, mesmo, aos funcio-
nario.s pôblicos, cujo (jstalutn Ük-s dá
iMu
(jii.is |)al,i\i;is.
11'.', ntc ilele;çadas às conii.^,;ões de impòslo
II .inlcjiHjjciii
sindical, dc .«fçilário mínimo e de enqua dramento sindical constiluida ^lor repre-
.Maiieabciia. iiispiiadu i u» ya/òv, de or dem doutrinária, desatcndc* ao.s ensina mentos (jue a experiência dèstrs últimos anos nos tcin proporcionado. O (pie essa
Traballiü, \iria dar mais plasticidade ao
.scnlantcs das fcdcravõi's e da.s confede
exercício dessas funções, reduzindo ao minimo a burocracia na .solução de todos os problemas que interessam à vida sin
rações, sob a presidência do Ministro do
dical.
experiência rc\'eja t- que o problema da reforma sindical brasileira consiste cni nin maior fortaleeiin(.'n(o dos sindiealo.s.
mim regime de máxima aiiloiiomia pos>'\e! prineipalnieiile. na rieseentrali/açaíj da fiseallzação .sobre è'es exercida
pelos orgaos do Cà)\êrno. lísse objeti\'0 pcuieria ser aleam.ado mediante a mami-
(«nçao. em traços geiais. da atual legis lação, eoni reajiislnmeiito das taxas cia
uma situação inteiramente distinta da
contribuição sindical ao clecrcscimo do
A supressão do enquadramento sindi
funções dadas jjclo anteprojeto Níanga-
poder a(piisiti\() <la niiit'da. com a atri dos demais trabalhadores, incompatível buição às federações e coiiledoraç^óes das com a sindicaiização.
ca! viria trazer completa anarquia à estruturação sindical brasileira, pelo de saparecimento de fronteiras definidas en tre as categorias econômicas e profissio
nais e pela possibilidade de fragmenta ção dos sindicatos, em face da faculda de de sindicalização dos exercentes de
qualquer atividade econômica ou profissional, indefinida e incontída em qual quer plano de enquadramento.
boira a inútil Câmara .Sindical e com a
cjiação de uma conií.ssão paritária de organização sindical, constiüiida por re presentantes das federações e confedera ções, com os poderes qnc atualmente .são
conferido.s às coml.ssõcs de imposto sin dical, do salário iriínímo, de enquadramenlo sindical.
Essas reforma.s e a^revisfio do enqua dramento sindical'que, lendo sido feito
Ainda outra inovação do projeto Man-
para atender a inna .situação de fato, não
gabeira, contra a qual .se vem levantan do clamores cm todo o País, é a da criação das comissões de delegado.s de
eonespondc mais às aluais necessidade.s
empresa, que constituiriam \'erdadeiro.s
"soviets" de emprêsa, representando uma excrescência na organização sindical bra sileira.
Finalmente, o anteprojeto cria uma
inútil Câmara Sindical, que representaria
O.s' memhwa lalino-onwricanu.s da Junta da Govcrnadurc^í dv Banco Mundial
c cio Fundo Moncldiio Iniemacional .vc ratmirain para determinar o(1 curso de ação ..u ...... eiuso cie nçao
do sindicalismo brasileiro, repre,senta-
n seguirem ciu relação com as recomendações formuladas ante ambos- os orpanismos
impondo a dcsvaloriz-ação das divisas e as práticas do câmbio mídtwh Anteriornwnla se linha prestado um informe, tanto í/uant,, ao Banrn romo
liam um considenísd progresso. A atribuição
cla.s funções da
Câmara
Sindicai do projeto Mangalioira às federaçíjcs e confederaçcãe.s apresenta
ao 1'iindo, censurando estas práticas. O infonne rezava em parle-,
ria a vantagem de fortalecer ossa.s en
do câmbio múltiplo, como medida destinada a restringir as im]H)rlac'J^'''
"Em certo.s países, particularmente na América Latina. utiUz/n-nn-, ...
tidades sindicais de grau superior e de descentralizar a solução dos proble mas sindicais locais, que seriam re-
mais um organismo em nossa burocracia e resultaria em inconi-enicnie dualidade
.■"OAidos 25elas federações estaduai.s com
de fiscalização com os órgãos do Minis
nal.
tério do Trabalho,
missão paritária, com as funçõe.s atual-
recurso
^jara
a
Confederação
.'»■ ...
cessiclade de recorrer à complicada mmiuinaria administrativa r (adores de licenças de exportação a oportunidade dc levar crfmn^r
uiesperado.s". i s i cxtraorclmano.i ganbo.s O Fundo Monetário Inlenuicional insistiu em cpw os seus )iienih
de unificar a estrutura dos tipos de câmbio, embora se fenJia recon/ ^
.Vaeio-
as reformas necessárias para conseguir isto não podem ser nu-rfnv //, -l
E a criação de uma grande co
práfrra durante períodos de infJaçL
-ã
'
' f<'nhtenle em
I
«A
I)i(u;si() IlcoNÓxrico
licKs .siliüicillo'-. CHI fiiix- (Ia iiiaiiii{( iK_'ã(i
da unidade.' sindical para cada categoiia econômica, apresenta a dupla dc.svanta-
gem de dificultar a con.slitinçãfj dos sindicatos c de excluir a possibilidade
da coexistcncia de as.sociavõ(.-.s profissio
nais, dentro da mesma categoria repre
sentada pelo.s síndicat(js.
Outra incorreção grave do projeto con. siste na supressão do enquadramento .sindical e na ilimitada faculdade ric sin-
dical.zaç.m e.vtcnsiva aos próprios (^^ercente.s de atixidades rurais, ainda não preparados para a integração nas asso ciações sindicais e, mesmo, aos funcio-
nario.s pôblicos, cujo (jstalutn Ük-s dá
iMu
(jii.is |)al,i\i;is.
11'.', ntc ilele;çadas às conii.^,;ões de impòslo
II .inlcjiHjjciii
sindical, dc .«fçilário mínimo e de enqua dramento sindical constiluida ^lor repre-
.Maiieabciia. iiispiiadu i u» ya/òv, de or dem doutrinária, desatcndc* ao.s ensina mentos (jue a experiência dèstrs últimos anos nos tcin proporcionado. O (pie essa
Traballiü, \iria dar mais plasticidade ao
.scnlantcs das fcdcravõi's e da.s confede
exercício dessas funções, reduzindo ao minimo a burocracia na .solução de todos os problemas que interessam à vida sin
rações, sob a presidência do Ministro do
dical.
experiência rc\'eja t- que o problema da reforma sindical brasileira consiste cni nin maior fortaleeiin(.'n(o dos sindiealo.s.
mim regime de máxima aiiloiiomia pos>'\e! prineipalnieiile. na rieseentrali/açaíj da fiseallzação .sobre è'es exercida
pelos orgaos do Cà)\êrno. lísse objeti\'0 pcuieria ser aleam.ado mediante a mami-
(«nçao. em traços geiais. da atual legis lação, eoni reajiislnmeiito das taxas cia
uma situação inteiramente distinta da
contribuição sindical ao clecrcscimo do
A supressão do enquadramento sindi
funções dadas jjclo anteprojeto Níanga-
poder a(piisiti\() <la niiit'da. com a atri dos demais trabalhadores, incompatível buição às federações e coiiledoraç^óes das com a sindicaiização.
ca! viria trazer completa anarquia à estruturação sindical brasileira, pelo de saparecimento de fronteiras definidas en tre as categorias econômicas e profissio
nais e pela possibilidade de fragmenta ção dos sindicatos, em face da faculda de de sindicalização dos exercentes de
qualquer atividade econômica ou profissional, indefinida e incontída em qual quer plano de enquadramento.
boira a inútil Câmara .Sindical e com a
cjiação de uma conií.ssão paritária de organização sindical, constiüiida por re presentantes das federações e confedera ções, com os poderes qnc atualmente .são
conferido.s às coml.ssõcs de imposto sin dical, do salário iriínímo, de enquadramenlo sindical.
Essas reforma.s e a^revisfio do enqua dramento sindical'que, lendo sido feito
Ainda outra inovação do projeto Man-
para atender a inna .situação de fato, não
gabeira, contra a qual .se vem levantan do clamores cm todo o País, é a da criação das comissões de delegado.s de
eonespondc mais às aluais necessidade.s
empresa, que constituiriam \'erdadeiro.s
"soviets" de emprêsa, representando uma excrescência na organização sindical bra sileira.
Finalmente, o anteprojeto cria uma
inútil Câmara Sindical, que representaria
O.s' memhwa lalino-onwricanu.s da Junta da Govcrnadurc^í dv Banco Mundial
c cio Fundo Moncldiio Iniemacional .vc ratmirain para determinar o(1 curso de ação ..u ...... eiuso cie nçao
do sindicalismo brasileiro, repre,senta-
n seguirem ciu relação com as recomendações formuladas ante ambos- os orpanismos
impondo a dcsvaloriz-ação das divisas e as práticas do câmbio mídtwh Anteriornwnla se linha prestado um informe, tanto í/uant,, ao Banrn romo
liam um considenísd progresso. A atribuição
cla.s funções da
Câmara
Sindicai do projeto Mangalioira às federaçíjcs e confederaçcãe.s apresenta
ao 1'iindo, censurando estas práticas. O infonne rezava em parle-,
ria a vantagem de fortalecer ossa.s en
do câmbio múltiplo, como medida destinada a restringir as im]H)rlac'J^'''
"Em certo.s países, particularmente na América Latina. utiUz/n-nn-, ...
tidades sindicais de grau superior e de descentralizar a solução dos proble mas sindicais locais, que seriam re-
mais um organismo em nossa burocracia e resultaria em inconi-enicnie dualidade
.■"OAidos 25elas federações estaduai.s com
de fiscalização com os órgãos do Minis
nal.
tério do Trabalho,
missão paritária, com as funçõe.s atual-
recurso
^jara
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Confederação
.'»■ ...
cessiclade de recorrer à complicada mmiuinaria administrativa r (adores de licenças de exportação a oportunidade dc levar crfmn^r
uiesperado.s". i s i cxtraorclmano.i ganbo.s O Fundo Monetário Inlenuicional insistiu em cpw os seus )iienih
de unificar a estrutura dos tipos de câmbio, embora se fenJia recon/ ^
.Vaeio-
as reformas necessárias para conseguir isto não podem ser nu-rfnv //, -l
E a criação de uma grande co
práfrra durante períodos de infJaçL
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'
' f<'nhtenle em
'tA
n.
E>ice.'>to Econóaíico
Meio paro remediar
a
balança
de
explosão e peças e, até mesmo, em parte, do combustível e lubrificante.
novos, tèm carência de capitais, o que explica ser estrangeira grande parte dos recursos de sua economia, drenando para fora dos respectivos países somas bas
Cumpre notar, entretanto, que em al
tante importantes, sob a forma de lucros.
emprésas, embora nacionais, lutam com a falta do automóveis, aviões, motores de
pagamentos desíavorável do Brasi l DoniVAL Teixeira Vieira
Ligado a este mesmo assunto surge
guns países latino-americanos, como no
PRESENTE estudo tciTi por objetivo
analisar os fatôres de desequilíbrio da balança de pagamentos da quase totalidade dos países americanos, para que se possam propor medidas capazes
de atenuá-lo ou removê-lo. Tomamos, de preferência, o caso brasileiro, mas, em linhas gerais, o problema é o mesmo para todos os países americanos e ate
mesmo não americanos. O Brasil aparece aqui, mais como um exemplo geral do que como um caso isolado. Além disto,
convém notar a situação particu'aríssima do comércio interamericano, em que os Estados Unidos ocupam o lugar de principal comprador e de fornecedor
único de uma série de produtos essen ciais à sobrevivência e expansão das economias dos países das Américas. Daí estudarmos, também, com especial cui
colonial, ainda cm período de expansão, antes da constituição dc uma economia
complexa. Neste.s, a necessidade de em
prego dc capital estrangeiro, dc mão-deobra de outros centros de população mais densa, c da utilização dc serviços
alienígenas, na falta ou na insuficiência
dos nacionais, obriga-os a dcsen\'olver um esforço extraordinário de expansão
da e.vportação, dc modo a compensar a parcela negativa representada pc'o con junto dos demais elementos. Passando em revista os serviços pres
tados pelas nações latino-americanas ao
estrangeiro e os dele recebidos, verifi-eamos que quanto aos Iransportcs marí
Brasil, por exemplo, a indústria nacional
ainda o problema das dívidas externas.
realiza o notável esforço tendente a su
Ê sabido que vários dos países da Amé rica usaram e abusaram dos emprésti
prir, parcialmente, estas necessidades, atenuando o déficit qu« tais parcelas pro vocam.
No que se refere à remessa de imi
grantes, ela sempre foi volumosa, quer no Brasil quer nos outros países da
para as gerações vindouras b peso de compromissos que se acumularam e que hoje representam uma formidável sobre
carga, dificultando a solução do proble
América, pois que todos necessitam de ma do reequilíbrio de suas balanças de mão-de-obra e esta po pagamentos. de ser fornecida, mais | O turismo, em alguns prontamente, pela imi ,^ países da América, fazgração.
As vantagens
se em escala relativa
que a mesma oferece à economia
dos
timos, por exemplo, os .serviços prestados à América provêm, neste após-guerra,
econômicas,
são
mente baixa e não é ca
«í.:
vários
países, permitindo a ex pansão das atividades
quase exclusivamente dos Estados Uni
mos externos, a longo prazo, transferindo
-' \
■b
Hif
paz de agir favoràvelmente nas respectivas
balanças de pagamentos; além disto, facilita ex
con
trabalançadas pela des
portações invisí\'eis, o"
-A,
dos*. Os serviços de navegação entram,
vantagem do envio de
que impede que se ava
dado, o comércio internacional norte-
pois, no passivo da balança de pagamen
remessas para o exte
liem os benefícios reais.
americano de após-guerra. Tentaremos,
tos da maioria do.s países americanos. Quanto aos transportes ferroviários, ro
rior, contribuindo para
A ele se junta um outro
aumentar o déficit da
assim, penetrar nas causas da existência
do desequilíbrio crônico da balança de pagamentos que, vindo do passado, con
doviários e mesmo aéreos, uma parte das companhias feiToviárias é estrangei
tinua no presente e tende a se acentuar,
ra, não obstante o movimento gradativo e constante de encampação das empre
não obstante o temporário reequilíbrio,
em favor dos países da América, por ocasião da guerra.
Estudando-se a balança de pagamen tos dos países americanos, exceção feita
dos Estados Unidos, verifica-se que o
sas, pelos governos, como se vem veri ficando no Brasil, por exemplo. Com ÍS.SO, procura-se transformar, aos pou cos, esta parcela em ativo. Mas não sc
chegará a consegui-lo, satisfatoriamente, se nos lembrarmos de que todo o mate
balança de pagamentos. Faltam-nos dados segu ros para avaliar a importância destas re
messas, mas podemos afirmar que o Brasil, por exemplo, em 1930, viu entrar neste passivo perto de 5 milhões de li bras esterlinas, remetidas pelos imigran tes.
Embora a situação tenha mudado
um pouco, graças às medidas de inter
sendo a balança de comércio, enquanto
rial rodante — bem como o de conserva
todos os demais são negativos, contri
ção das vias e até mesmo uma boa parte
buindo para o seu desequilíbrio. A si tuação, aliás, é normal, como observa Jacob Viner, para os países de economia
do combustível — não é produzido nos
venção dos governos americanos, impe dindo a exportação de capitais, pode-se ter como certo que as mesmas desapare cerão ainda que gradativamente, pois
países latino-americanos.
que são excepcionais.
único elemento aüvo da mesma vem
O mesmo se
pode dizer das rodovias e aerovias, cujas
Os países latino-americanos, sendo
1..
elemento passivo, o con trabando, que, embora
não seja passí\'el de
computo, constitui importante parcela, pois as condições geográficas e huma nas da maioria dos países da América
dificultam extremamente um policiamen to eficiente.
Pelo exposto, verifica-se que o proble ma do reequilíbrio da balança de paga mentos da quase totalidade dos países da América pode ser decomposto em quatro aspectos:
1) o movimento da balança comerciai;
'tA
n.
E>ice.'>to Econóaíico
Meio paro remediar
a
balança
de
explosão e peças e, até mesmo, em parte, do combustível e lubrificante.
novos, tèm carência de capitais, o que explica ser estrangeira grande parte dos recursos de sua economia, drenando para fora dos respectivos países somas bas
Cumpre notar, entretanto, que em al
tante importantes, sob a forma de lucros.
emprésas, embora nacionais, lutam com a falta do automóveis, aviões, motores de
pagamentos desíavorável do Brasi l DoniVAL Teixeira Vieira
Ligado a este mesmo assunto surge
guns países latino-americanos, como no
PRESENTE estudo tciTi por objetivo
analisar os fatôres de desequilíbrio da balança de pagamentos da quase totalidade dos países americanos, para que se possam propor medidas capazes
de atenuá-lo ou removê-lo. Tomamos, de preferência, o caso brasileiro, mas, em linhas gerais, o problema é o mesmo para todos os países americanos e ate
mesmo não americanos. O Brasil aparece aqui, mais como um exemplo geral do que como um caso isolado. Além disto,
convém notar a situação particu'aríssima do comércio interamericano, em que os Estados Unidos ocupam o lugar de principal comprador e de fornecedor
único de uma série de produtos essen ciais à sobrevivência e expansão das economias dos países das Américas. Daí estudarmos, também, com especial cui
colonial, ainda cm período de expansão, antes da constituição dc uma economia
complexa. Neste.s, a necessidade de em
prego dc capital estrangeiro, dc mão-deobra de outros centros de população mais densa, c da utilização dc serviços
alienígenas, na falta ou na insuficiência
dos nacionais, obriga-os a dcsen\'olver um esforço extraordinário de expansão
da e.vportação, dc modo a compensar a parcela negativa representada pc'o con junto dos demais elementos. Passando em revista os serviços pres
tados pelas nações latino-americanas ao
estrangeiro e os dele recebidos, verifi-eamos que quanto aos Iransportcs marí
Brasil, por exemplo, a indústria nacional
ainda o problema das dívidas externas.
realiza o notável esforço tendente a su
Ê sabido que vários dos países da Amé rica usaram e abusaram dos emprésti
prir, parcialmente, estas necessidades, atenuando o déficit qu« tais parcelas pro vocam.
No que se refere à remessa de imi
grantes, ela sempre foi volumosa, quer no Brasil quer nos outros países da
para as gerações vindouras b peso de compromissos que se acumularam e que hoje representam uma formidável sobre
carga, dificultando a solução do proble
América, pois que todos necessitam de ma do reequilíbrio de suas balanças de mão-de-obra e esta po pagamentos. de ser fornecida, mais | O turismo, em alguns prontamente, pela imi ,^ países da América, fazgração.
As vantagens
se em escala relativa
que a mesma oferece à economia
dos
timos, por exemplo, os .serviços prestados à América provêm, neste após-guerra,
econômicas,
são
mente baixa e não é ca
«í.:
vários
países, permitindo a ex pansão das atividades
quase exclusivamente dos Estados Uni
mos externos, a longo prazo, transferindo
-' \
■b
Hif
paz de agir favoràvelmente nas respectivas
balanças de pagamentos; além disto, facilita ex
con
trabalançadas pela des
portações invisí\'eis, o"
-A,
dos*. Os serviços de navegação entram,
vantagem do envio de
que impede que se ava
dado, o comércio internacional norte-
pois, no passivo da balança de pagamen
remessas para o exte
liem os benefícios reais.
americano de após-guerra. Tentaremos,
tos da maioria do.s países americanos. Quanto aos transportes ferroviários, ro
rior, contribuindo para
A ele se junta um outro
aumentar o déficit da
assim, penetrar nas causas da existência
do desequilíbrio crônico da balança de pagamentos que, vindo do passado, con
doviários e mesmo aéreos, uma parte das companhias feiToviárias é estrangei
tinua no presente e tende a se acentuar,
ra, não obstante o movimento gradativo e constante de encampação das empre
não obstante o temporário reequilíbrio,
em favor dos países da América, por ocasião da guerra.
Estudando-se a balança de pagamen tos dos países americanos, exceção feita
dos Estados Unidos, verifica-se que o
sas, pelos governos, como se vem veri ficando no Brasil, por exemplo. Com ÍS.SO, procura-se transformar, aos pou cos, esta parcela em ativo. Mas não sc
chegará a consegui-lo, satisfatoriamente, se nos lembrarmos de que todo o mate
balança de pagamentos. Faltam-nos dados segu ros para avaliar a importância destas re
messas, mas podemos afirmar que o Brasil, por exemplo, em 1930, viu entrar neste passivo perto de 5 milhões de li bras esterlinas, remetidas pelos imigran tes.
Embora a situação tenha mudado
um pouco, graças às medidas de inter
sendo a balança de comércio, enquanto
rial rodante — bem como o de conserva
todos os demais são negativos, contri
ção das vias e até mesmo uma boa parte
buindo para o seu desequilíbrio. A si tuação, aliás, é normal, como observa Jacob Viner, para os países de economia
do combustível — não é produzido nos
venção dos governos americanos, impe dindo a exportação de capitais, pode-se ter como certo que as mesmas desapare cerão ainda que gradativamente, pois
países latino-americanos.
que são excepcionais.
único elemento aüvo da mesma vem
O mesmo se
pode dizer das rodovias e aerovias, cujas
Os países latino-americanos, sendo
1..
elemento passivo, o con trabando, que, embora
não seja passí\'el de
computo, constitui importante parcela, pois as condições geográficas e huma nas da maioria dos países da América
dificultam extremamente um policiamen to eficiente.
Pelo exposto, verifica-se que o proble ma do reequilíbrio da balança de paga mentos da quase totalidade dos países da América pode ser decomposto em quatro aspectos:
1) o movimento da balança comerciai;
Dir.KSKi
o moviinrrílo di* ciipitais prnüiiM\ü!> c, conseqüeiUeiiicnte. u ex
pansão das economias america nas;
u aproveitamento do potencial humano já existoiilc e o seu fe-
forçamenlo pela imigração — prtj4)
blema do trabalho; e a liquidação das dívidas externas. - I-
Comecemos polo estudo detalhado da situação atual da balança comercia! americana e pardcularmente dos Esta dos Unidos e Brasil.
A última guerra mundial, por seu e.xtraordinário poder de destruição, eli minou pràticamente, um a um, os forne
cedores europeus das Américas. A posi ção de líder, no mercado intemacionai.
e de fornecedor quase exclusivo de pro dutos manufaturados, avultando a ma quinaria de tôda espécie, coube aos Es
tados Unidos da América do Norte. \ principio operaram como iorneccdore.s da.s nações em luta - arsenal das Na
ções Unidas - muito conti-ibuindo paru o êxito final da criijtada de libertação democrática do mundo. Neste esforço de guerra importaram muito, principal
F,t oNoMjro
ou nicsim». íjuaiiclo cm gucria. não (nui5formadas em campo cU- batalha.
Ilüuvc, portanto, iio.s países america nos cm geral, coin exceção talvez do
Canadá, um clcstuprilíbrio da sua balan ça de pagamentos,(prc se tornou monientâneamcnlc positiva. Apesar da deficiência de estatísticas das ba'anças do' pagamentos oin bas*- imifornic. para os «l países latino-americanos, podc-sc adinar/ tar que, cm geral, tais países são deve? • dores cm relação a outras nações áo ' mundo c principalmente ao.s Estados j
Unidos. Em 1938. treze das \intcrepú- '| blicas linbani nina balança comcrciàl,^ favorável oin stia.s relações comerciais com o resto ilo mundo. .Mas êslc s;\!do 'í
de e.xporlação lalíuo-ainericano (juc, eni 3, média, níi década 1930-39 alcançavn/í''
IDíí.rsio Econômico
lui pi)ssi\i4 timsl.itai que entre dfenil.uu
visas qiic «begou a atnigii. em div(ui-
de 1945 e outubro de 194fi. as reservas
bro dc 1945. 754 inilliôcs de dólares e
dos vários países atingiram seu auge.
que no início deste ano ainda era da
conforme se verifica abaixo:
Hcxfírroa i-tn ouro c cúmbio c.strüngciro ( nuíximos ulronçaclos) ( F.m inilliões de dólares^
.Aigontina Bra.sil
1.835 :
754
Ciilia
fíO.S
México
380
Uruguai ...:
292
Venezuela
249
Colômbia
187
CInlc Panamá
110 89
345 miÜiões de rlólarc-s. era c-ontrabalan- '
Guatemala Bolívia
çado por parcelas negu(i\'as resultantes, '
Peru
38
de rcnics.sas de reiulimentos de capitais ou de juros e ainorliz.ação de dívidas que absorviam e mesmo excocliani o sal
Equador
36
El Salvador
35
do exportador. Sòmcnte as in\crsôe.s'es trangeiras na .América Latina, por e.xemp](j, enint. entre 1938 i- 1939. da ordem de 10 biiliões de (lóiari'.^. ainda que
tais capitais rendessem apenas 5!f, pob conforme a natureza dos c-mpreeiidiiiieutos as taxas {!<• jiii^os erani muito maio
mente matérias-primas, necessárias à' res e provocasam, pelo menos, mna saída manutenção do ritmo de sua formidável cie 50 mUliões dc dólares. indústria. Necessitando abastecer, do A guerra trou.xe como resultado au preferência, os exércitos em liõra, incre mentar consideràvelnicnte a posição fa mentaram u importação de produtos vorável da balança comercial da.s nações oriundos dos países não envolvidos .dire
americanas em relação aos E.stados luij-
tamente pela guerra, iptcr dizer, dos
dos c por oíitro lado jiermitin (jue gran
países amerícano.s, em particular, mas em
contraposição restringiram a exportação para os mesmos, xrslo não liies ser possí^
de parte de remessas para pagyinenlo de dívjda,s ou jiiro.s dc capital não ..se fizesse. Daí a razão dos grandes sal
vel fornecer, .simuhàneamente, e com a
dos que se acuimiliiram em todos o-s
mesma intensidade é rapidez, aos e.xércitoi em lula e às nações ainda ern paz,
países americanos, repre.stíiitados, prineipalmeiile, por dólares. .Dèsse modi
ordem de ^0 milhões de dókre.s. O que se passou com o Brasil passou-se com a maioria dos países americanos e isto deu origem a uma onda de otimismo que di ficultou a percepção da necessidade de adoção imediata dc uma política de rea-
justamento do comércio iuteniacional às novas condições de paz. Era natural que, desaparecidos os mo tivos que, por lun lado, levaram a Amé rica do Norte a fazer fortes importações de matérias-primas e mesmo produtos manufaturados dos países americanos e
que. por outro, impediram a manuten
52 38
Co.sta Rica
16
Paraguai
.13
caso do Brasil, por exemplo, en(juanto em 193S oxporlavam-so 5 bilhões
de cruzeiros, já em 1942 alcançávamo.s 7 bilhões e 500 milhões de cruzeiros, para (.hegarmo.s, cm 1945, a 12 bilhões. Hou ve, portanto, com a guerra, um aumen
to da exportação brasileira de 25()tí apro-
ção do ritmo normal da importação,
-ximadamente c a maior parte dêsse in cremento foi devida à expansão da ex portação de matória.s-primas e de ma
das as nações, gradativamente, à posição
nufaturas, .sendo que em relação a esta.s últimas passáramos de 0,35% em 1938
de suas exjjortações, seja pela intensifi
para 18% em 1945 sobre o total da ex
portação para cada ano.
Dês.se modo o Brasil pode acumidar, durante o período de guerra, um saldo de balança de pagamentos em ouro .e di
voltasse o comércio intemacionai de to
anterior, seja pela diminuição de volume
cação das importações. Com efeito, quem analisar o movi
•"'.íi
1
mento do comércio exterior norte-ameri
cano neste após-guerra pode perceber que aumentaram as exportações de pro
dutos daquele país, tendo diminuído as
.. ...iil
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pansão das economias america nas;
u aproveitamento do potencial humano já existoiilc e o seu fe-
forçamenlo pela imigração — prtj4)
blema do trabalho; e a liquidação das dívidas externas. - I-
Comecemos polo estudo detalhado da situação atual da balança comercia! americana e pardcularmente dos Esta dos Unidos e Brasil.
A última guerra mundial, por seu e.xtraordinário poder de destruição, eli minou pràticamente, um a um, os forne
cedores europeus das Américas. A posi ção de líder, no mercado intemacionai.
e de fornecedor quase exclusivo de pro dutos manufaturados, avultando a ma quinaria de tôda espécie, coube aos Es
tados Unidos da América do Norte. \ principio operaram como iorneccdore.s da.s nações em luta - arsenal das Na
ções Unidas - muito conti-ibuindo paru o êxito final da criijtada de libertação democrática do mundo. Neste esforço de guerra importaram muito, principal
F,t oNoMjro
ou nicsim». íjuaiiclo cm gucria. não (nui5formadas em campo cU- batalha.
Ilüuvc, portanto, iio.s países america nos cm geral, coin exceção talvez do
Canadá, um clcstuprilíbrio da sua balan ça de pagamentos,(prc se tornou monientâneamcnlc positiva. Apesar da deficiência de estatísticas das ba'anças do' pagamentos oin bas*- imifornic. para os «l países latino-americanos, podc-sc adinar/ tar que, cm geral, tais países são deve? • dores cm relação a outras nações áo ' mundo c principalmente ao.s Estados j
Unidos. Em 1938. treze das \intcrepú- '| blicas linbani nina balança comcrciàl,^ favorável oin stia.s relações comerciais com o resto ilo mundo. .Mas êslc s;\!do 'í
de e.xporlação lalíuo-ainericano (juc, eni 3, média, níi década 1930-39 alcançavn/í''
IDíí.rsio Econômico
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visas qiic «begou a atnigii. em div(ui-
de 1945 e outubro de 194fi. as reservas
bro dc 1945. 754 inilliôcs de dólares e
dos vários países atingiram seu auge.
que no início deste ano ainda era da
conforme se verifica abaixo:
Hcxfírroa i-tn ouro c cúmbio c.strüngciro ( nuíximos ulronçaclos) ( F.m inilliões de dólares^
.Aigontina Bra.sil
1.835 :
754
Ciilia
fíO.S
México
380
Uruguai ...:
292
Venezuela
249
Colômbia
187
CInlc Panamá
110 89
345 miÜiões de rlólarc-s. era c-ontrabalan- '
Guatemala Bolívia
çado por parcelas negu(i\'as resultantes, '
Peru
38
de rcnics.sas de reiulimentos de capitais ou de juros e ainorliz.ação de dívidas que absorviam e mesmo excocliani o sal
Equador
36
El Salvador
35
do exportador. Sòmcnte as in\crsôe.s'es trangeiras na .América Latina, por e.xemp](j, enint. entre 1938 i- 1939. da ordem de 10 biiliões de (lóiari'.^. ainda que
tais capitais rendessem apenas 5!f, pob conforme a natureza dos c-mpreeiidiiiieutos as taxas {!<• jiii^os erani muito maio
mente matérias-primas, necessárias à' res e provocasam, pelo menos, mna saída manutenção do ritmo de sua formidável cie 50 mUliões dc dólares. indústria. Necessitando abastecer, do A guerra trou.xe como resultado au preferência, os exércitos em liõra, incre mentar consideràvelnicnte a posição fa mentaram u importação de produtos vorável da balança comercial da.s nações oriundos dos países não envolvidos .dire
americanas em relação aos E.stados luij-
tamente pela guerra, iptcr dizer, dos
dos c por oíitro lado jiermitin (jue gran
países amerícano.s, em particular, mas em
contraposição restringiram a exportação para os mesmos, xrslo não liies ser possí^
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mesma intensidade é rapidez, aos e.xércitoi em lula e às nações ainda ern paz,
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ordem de ^0 milhões de dókre.s. O que se passou com o Brasil passou-se com a maioria dos países americanos e isto deu origem a uma onda de otimismo que di ficultou a percepção da necessidade de adoção imediata dc uma política de rea-
justamento do comércio iuteniacional às novas condições de paz. Era natural que, desaparecidos os mo tivos que, por lun lado, levaram a Amé rica do Norte a fazer fortes importações de matérias-primas e mesmo produtos manufaturados dos países americanos e
que. por outro, impediram a manuten
52 38
Co.sta Rica
16
Paraguai
.13
caso do Brasil, por exemplo, en(juanto em 193S oxporlavam-so 5 bilhões
de cruzeiros, já em 1942 alcançávamo.s 7 bilhões e 500 milhões de cruzeiros, para (.hegarmo.s, cm 1945, a 12 bilhões. Hou ve, portanto, com a guerra, um aumen
to da exportação brasileira de 25()tí apro-
ção do ritmo normal da importação,
-ximadamente c a maior parte dêsse in cremento foi devida à expansão da ex portação de matória.s-primas e de ma
das as nações, gradativamente, à posição
nufaturas, .sendo que em relação a esta.s últimas passáramos de 0,35% em 1938
de suas exjjortações, seja pela intensifi
para 18% em 1945 sobre o total da ex
portação para cada ano.
Dês.se modo o Brasil pode acumidar, durante o período de guerra, um saldo de balança de pagamentos em ouro .e di
voltasse o comércio intemacionai de to
anterior, seja pela diminuição de volume
cação das importações. Com efeito, quem analisar o movi
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mento do comércio exterior norte-ameri
cano neste após-guerra pode perceber que aumentaram as exportações de pro
dutos daquele país, tendo diminuído as
.. ...iil
'■-•
64
Dicesto
suas importações; isto pode ser fàcílmente verificado pela distribuição das expor-
tações norte-americanas seus respectivos saldos.
'* T
.n
Econômico
no mundo o
Exportação em milhões de.dólares Partes do Mundo
1936-38
"Canadá América Latina
454 485 499 49 009
. . ."
Reino Unido U.R.S.S
Europa Ocidental Outros países europeus .África
e
Demais países TOTAL
1.442
2.072 3.857 1.114 149 3.379 1.058 1.125 2.163 453 15.370
607 619 1.328
557 85 2.967
Extremo Oriente
1947
2.100 855 358 2.246
69 160
Oriente Próximo
1946
187 9.742
SALDOS de exportação em milhões de dólares Partes do mundo Canadá
1936-1938
(média) +
América Latinâ
Reino Unido
+
U.R.S.S
,+
Europa Ocidental Outros países europeus
+
África e Oriente Próximo
+
Extremo Oriente
Demais países TOTAL
1947
1946
+ +
109
+
58 352 24 195 23 63 200 43 478
+ + -f
+ +
H+ +
559 340 699 257 1.775 542 129 422 82
+ 4.805
Digesto
Econômico
das trocas no mercado internacional, fi
e provoca um aumento extraordinário
zeram com que sua produção crescesse muito e se di\'crsificas.se, ultrapassando sua própria expectaii\'a e suas previsões de ante-guerra. Atualmente, porém, es tes últimos paí.ses sentem que ficarão em condições desfavoráveis para lutar contra
do número de transações em dólares.
a concorrência internacional, se não ree-
no Brasil, diminuíssem de 79 milhões de
quiparem seu parque industrial, elimi
dólares, o que corresponde a uma mé
nando o equipamento obsoleto. Todos êsse.s países, principalmente os
dia mensal de II milhões e 800 mil
dos dois últimos grupos, sabem que o mercado fornecedor de capitais e de ma quinaria é liüje, por excelência, os Estado.s Unidos. Mesmo aquelas nações não devcdoras e que não estão tentan
encontram-se os devedores, em má si
tuação econômica, que precisam reorga nizar sua economia, muito embora não
tenham tido suas fôrças produtivas des
tão de vida ou de morte — sua sobrevi vência será função da maior ou menor
facilidade com que puderem conseguir o equipamento necessário à recuperação
truídas pelo conflito mundial. No se gundo encontram-se os que, além de
de suas fôrças produtivas.
estarem em má situação econômica, pre
ses novos, que precisam de capital para o
cisam reconstruir sua economia, por te
seu desenvolvimento econômico; a guer
rem sido atingidos diretamente pela guerra; além de precisarem de capitais,
ra apanliou-os em pleno esfôrço de cria
necessitam também de maquinaria, ins
as necessidades oriundas da paralisação
Além dêsses
dois grupos, temos de considerar os paí
ção de indústrias nacionais e, além disso,
O fenômeno da desaparição rápida
preender-se que esta situação alterar-se-á aos poucos, mas que atualmente existe
meiro semestre dèste ano:
são
redistribuídos.
É fácil com
Redução das reservas em ouro e câmbio
estrangeiro no 1.® semestre de 1947 {milhões de dólares)
trumental de trabalho e mesmo gêneros
de primeira necessidade, pois tais im
dívida de guerra, e compreenderemos porque dia a dia as reservas diminuem. dessas reservas é geral, como se pode ver pelas reduções verificadas durante o pri
onde
+ 8.885
portações representam, para êles, ques
presentam o envio imediato de 39 mi
pondeptes à primeira prestação ila nossa
principal para onde afluem os bens e de
628 1.066 226 +
Reconstrução e Desenvolvimento e com
o Fundo Monetário Internacional, que re
além de 5 milhões de dólarss corres-
72
+
Juntem-se a isto os compromissos bra sileiros com o Banco Internacional de
que totalizarão 255 milhões de dólares,
+
+ 3.036 863 i+
dólares.
cional novos rumos, precisam recorrer 909
+ 1.108
1"946 e março de 1947, os depósitos em ouro e reservas em moeda estrangeira,
lhões e 600 mil dólares e reservas futuras
+
+
fizeram com que, entre setembro de
tura econômica, dando à economia na ao mercado norte-americano, pois que êste tomou-se • o centro de convergência de tôdas as vendas e compras, mercado
977
A intensificação extraordinária das im
portações e a restrição das exportações
do, neste momento, alterar a sua estru
Países
Em relação aos Estados Unidos pode mos dizer que os países, hoje, se divndem em grupos distintos. No primeiro
65
Argentina México . . . Brasil . . . . Colômbia Chile . . . .
Equador Panamá Costa Rica Peru . . . .
Uruguai
. .
Bolívia
Venezuela
480 189 118 46 43
14 14 11
(até fevereiro) (até abril)
10
10 9
Paraguai
3 1
El Salvador
1
março)
(até abril)
'■-•
64
Dicesto
suas importações; isto pode ser fàcílmente verificado pela distribuição das expor-
tações norte-americanas seus respectivos saldos.
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Econômico
no mundo o
Exportação em milhões de.dólares Partes do Mundo
1936-38
"Canadá América Latina
454 485 499 49 009
. . ."
Reino Unido U.R.S.S
Europa Ocidental Outros países europeus .África
e
Demais países TOTAL
1.442
2.072 3.857 1.114 149 3.379 1.058 1.125 2.163 453 15.370
607 619 1.328
557 85 2.967
Extremo Oriente
1947
2.100 855 358 2.246
69 160
Oriente Próximo
1946
187 9.742
SALDOS de exportação em milhões de dólares Partes do mundo Canadá
1936-1938
(média) +
América Latinâ
Reino Unido
+
U.R.S.S
,+
Europa Ocidental Outros países europeus
+
África e Oriente Próximo
+
Extremo Oriente
Demais países TOTAL
1947
1946
+ +
109
+
58 352 24 195 23 63 200 43 478
+ + -f
+ +
H+ +
559 340 699 257 1.775 542 129 422 82
+ 4.805
Digesto
Econômico
das trocas no mercado internacional, fi
e provoca um aumento extraordinário
zeram com que sua produção crescesse muito e se di\'crsificas.se, ultrapassando sua própria expectaii\'a e suas previsões de ante-guerra. Atualmente, porém, es tes últimos paí.ses sentem que ficarão em condições desfavoráveis para lutar contra
do número de transações em dólares.
a concorrência internacional, se não ree-
no Brasil, diminuíssem de 79 milhões de
quiparem seu parque industrial, elimi
dólares, o que corresponde a uma mé
nando o equipamento obsoleto. Todos êsse.s países, principalmente os
dia mensal de II milhões e 800 mil
dos dois últimos grupos, sabem que o mercado fornecedor de capitais e de ma quinaria é liüje, por excelência, os Estado.s Unidos. Mesmo aquelas nações não devcdoras e que não estão tentan
encontram-se os devedores, em má si
tuação econômica, que precisam reorga nizar sua economia, muito embora não
tenham tido suas fôrças produtivas des
tão de vida ou de morte — sua sobrevi vência será função da maior ou menor
facilidade com que puderem conseguir o equipamento necessário à recuperação
truídas pelo conflito mundial. No se gundo encontram-se os que, além de
de suas fôrças produtivas.
estarem em má situação econômica, pre
ses novos, que precisam de capital para o
cisam reconstruir sua economia, por te
seu desenvolvimento econômico; a guer
rem sido atingidos diretamente pela guerra; além de precisarem de capitais,
ra apanliou-os em pleno esfôrço de cria
necessitam também de maquinaria, ins
as necessidades oriundas da paralisação
Além dêsses
dois grupos, temos de considerar os paí
ção de indústrias nacionais e, além disso,
O fenômeno da desaparição rápida
preender-se que esta situação alterar-se-á aos poucos, mas que atualmente existe
meiro semestre dèste ano:
são
redistribuídos.
É fácil com
Redução das reservas em ouro e câmbio
estrangeiro no 1.® semestre de 1947 {milhões de dólares)
trumental de trabalho e mesmo gêneros
de primeira necessidade, pois tais im
dívida de guerra, e compreenderemos porque dia a dia as reservas diminuem. dessas reservas é geral, como se pode ver pelas reduções verificadas durante o pri
onde
+ 8.885
portações representam, para êles, ques
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pondeptes à primeira prestação ila nossa
principal para onde afluem os bens e de
628 1.066 226 +
Reconstrução e Desenvolvimento e com
o Fundo Monetário Internacional, que re
além de 5 milhões de dólarss corres-
72
+
Juntem-se a isto os compromissos bra sileiros com o Banco Internacional de
que totalizarão 255 milhões de dólares,
+
+ 3.036 863 i+
dólares.
cional novos rumos, precisam recorrer 909
+ 1.108
1"946 e março de 1947, os depósitos em ouro e reservas em moeda estrangeira,
lhões e 600 mil dólares e reservas futuras
+
+
fizeram com que, entre setembro de
tura econômica, dando à economia na ao mercado norte-americano, pois que êste tomou-se • o centro de convergência de tôdas as vendas e compras, mercado
977
A intensificação extraordinária das im
portações e a restrição das exportações
do, neste momento, alterar a sua estru
Países
Em relação aos Estados Unidos pode mos dizer que os países, hoje, se divndem em grupos distintos. No primeiro
65
Argentina México . . . Brasil . . . . Colômbia Chile . . . .
Equador Panamá Costa Rica Peru . . . .
Uruguai
. .
Bolívia
Venezuela
480 189 118 46 43
14 14 11
(até fevereiro) (até abril)
10
10 9
Paraguai
3 1
El Salvador
1
março)
(até abril)
1l9!«pPippF 67
0IGESTO ECONÓ2.1ICO DICESTO ECONÓ.NflCO
66
o conteúdo da importação e exporta ção brasileira serve de exemplo elucida
tivo da necessidade de expansão das economias latino-americanas.
Tomando-se por base as médias da
década 1935-1945, verifica-se que a classe de animais vivos contribuiu ape nas com 0,4o% do total da importação, vindo a seguir, em ordem crescente, os gêneros alimentícios, com 17,56%, as matérias-primas com 20,57% e as manu faturas com 51,22%.
cia são: ferro c aço, celulose para fa
bricação dc papel, cobre, jula, anilinas, lã, algodão c sêda; chumbo, peles e couros, cimento, breu, cstaniio, enxôfre, acetato dc celulose, alumínio, asfalto, sal
que nos defrontamos na reorganização
muito perturbaram o ritmo normal de
da estrutura econômica do país.
nossa importação.
Em ordem de importância colocaría
Por esta rápida análise verificamos,
mos em primeiro lugar a siderurgia, pois
pois, que quatro graves problemas estão
seu desenvolvimento nos pennitiria re
a chamar a nossa atenção: a siderurgia nacional," o abastecimento de energia motriz, o transporte e o próprio pão.
duzir muito a importação diretamente
para uso industrial — em porcentagens
ligada ao consumo dc ferro e aço, que
que variam dc 2,83% (ferro e aço) a 0,10% (sal). Outras matérias-primas de menor iinportâneia totalizam 5% de tôda
representa hoje uma forte parcela do to tal dc produtos importados; ferro e aço como matérias-primas, representando
análise das médias do decênio 1935-45
a importação.
2,83%; máquinas, aparelhos e ferramen tas, representando 17,39%; ferro e aço
gêneros alimentícios absor\'em 9,3% da exportação, deixando às manufaturas 7%, o que explica a frágil estrutura da
No tocante aos gêneros alimentícios
No que se refere à exportação, pela verifica-se que as matérias-primas e os
merece e.special destaque o trigo. Em
manufaturados, com 7,49%, totalizam
média, 12,37% da importação de pro-
28,16% da importação total. Como se vê,
economia biíasUeira, situação idêntica
duto.s dc.stinados à alimentação Sião re
mais de 11 de nossa importação está
à da quase totalidade dos países ame
uma primeira observação importante; o incremento da industrialização brasileira trouxe um aumento da importação de
presentados pelo trigo em grão (11,56%) e pela farinha de trigo (0,81%). Os ou tros gêneros alimentícios importados al
diretamente ligada ao problema siderúr-
ricanos, com exceção dos Estados Uni
matérias-primas, mostrando que o Brasil
cançam em média apenas 5,19%, assim distribuídos: frutas de mesa 1,23%; be
O predomínio de matérias-primas e produtos manufaturados já nos fornece
tem, pelo menos, uma parte de sua in
bidas 0,87%; bacalhau 0,81%; azeite de .oliveira 0,61%; cevada ou malte 0,51% não contando assim com os elementos
dustrialização dependente da importação,
básicos necessários para o seu desenvol
e azeitona 0,19%.
vimento.
alimentícios, em porcentagens que nao
Quanto ao predomínio das manufatu
ras, é êle explicado pela necessidade crescente de máquinas, aparelhos, fer ramentas • utensílios diversos, utilizados quer na indústria, quer na agricultura. Tais máquinas, aparelhos e ferramentas representam em média 17,39% da im portação total do país.
Os demais gêneros
alcançam 0,10%, totalizam 1,31%.
No tocante às manufaturas, logo após
as máquinas, a que já fizemos menção, colocam-se o ferro e o aço manufatura
dos, representando, em média, 7,94%; os produtos químicos, farmacêuticos e se melhantes, com 5,53%; os automóveis e acessórios 4,49%; veículos e acessórios
gico.
dos. O fenômeno é ainda mais grave se
O segundo problema, igualmente de magna importância, é representado pe'a escassez de fontes de energia, de onde a formidável importação de combus tíveis que, como verificamos, alcança 12,91% da importação. Se é verdade
considerarmos que apenas sete produtos
. que as nossas condições geológicas não nos permitem alimentar grandes espe
de carnaúba 2,5%; todos êsies produtos
ranças
no
tocante
à
existência
de petróleo e se as nossas jazidas de carvão são pobres, restar-nos-á a ele
representam 69,6% de tôda a exportação brasi'eira, sendo que seis dêles assim se distribuem: café 37,9%; algodão em ra ma 13,8%; peles e couros 4,2%; cacau 3,8%; cames em conserx-a 2,6% e cera
são de origem vegetal e animal, indi
cando a estrutura acentuadamente agrí cola de nosso país; apenas uma par cela dos produtos manufaturados, os te
trificação em massa e o aproveitamento
cidos de algodão, apresenta certa impor
das nossas fontes de energia elétrica.
tância: 4,5%.
Quanto à dependência em que fica mos do trigo, a ponto de êle ter uma
Por isso é que se afirma possuírem os países latino-americanos, de que é um
3,38%; papel e suas aplicações 2,22%
importância igual à do combustível
exemplo o Brasil, economia reflexa, ou
(12,37%), basta-nos encarar
seja, de fraca industrialização e grande fornecedora de matérias-primas. Re
tes, que representam ao todo 12,01%
louças 1%; linho 0,69%; pneumáticos e câmaras-do-ar 0,fi0%; lü 0,44% o algodão 0,43%. As demais manufillura.s, em por
recer graves perturbações sociais.
presentam um celeiro de viveres, mas,
do toiul da importação, assim distribuí-
centagens desprezíveis, totahzam 8,26%-
O quarto problema, dirctunicnic liga do à solução que se der aos doi.S pri
por isso mesmo, não comerciam, trafi-
Logo após a importação de máquinas, coloca-se a de combustíveis e lubrifican
dos; 4,55% de carvão de pedra, brique
Coiivóin notar que, além das máquinas,
tes o coque; 3,5% do gasolina; 2,31% de Óleos combustíveis; 1,37% de óleos lu brificantes; 0,93% de querosene e 0,24%
a importação de manufaturas destinadas
de petróleo ou nafta, representando qua se metade das matérias-primas importa das. Restam 17,86% para outras maté
rias-primas, que na ordem de importân
a atual
escassez dq pão, que bem pode favo
meiros, siderurgia e energia, é o do
a transportes alcança 8,47%, ultrapassan
transporte. Com efeito, verificamos que
do mesmo as manufaturas de ferro e aço
em automóveis e outros veículos e seus
e os produtos químicos.
acessórios, importamos, em média, neste último decênio, 8,47% do total. Note-se
A simples análise da importação bra sileira nos está a indicar quais os mais
importantes problemas econômicos com
i
que tivemos seis anos de guerra que
cmn, no dizer de Cárey; têm uma exportfiçfio cujü \'ulor e.specífico é fraco o uma importftÇflO de vulor específico forte; dependentes como sãO, acabam
dando quase de graç» iiquilo que pro duzem, pagando cada vez mais caro o que recebem; tendo umfl economia de
1l9!«pPippF 67
0IGESTO ECONÓ2.1ICO DICESTO ECONÓ.NflCO
66
o conteúdo da importação e exporta ção brasileira serve de exemplo elucida
tivo da necessidade de expansão das economias latino-americanas.
Tomando-se por base as médias da
década 1935-1945, verifica-se que a classe de animais vivos contribuiu ape nas com 0,4o% do total da importação, vindo a seguir, em ordem crescente, os gêneros alimentícios, com 17,56%, as matérias-primas com 20,57% e as manu faturas com 51,22%.
cia são: ferro c aço, celulose para fa
bricação dc papel, cobre, jula, anilinas, lã, algodão c sêda; chumbo, peles e couros, cimento, breu, cstaniio, enxôfre, acetato dc celulose, alumínio, asfalto, sal
que nos defrontamos na reorganização
muito perturbaram o ritmo normal de
da estrutura econômica do país.
nossa importação.
Em ordem de importância colocaría
Por esta rápida análise verificamos,
mos em primeiro lugar a siderurgia, pois
pois, que quatro graves problemas estão
seu desenvolvimento nos pennitiria re
a chamar a nossa atenção: a siderurgia nacional," o abastecimento de energia motriz, o transporte e o próprio pão.
duzir muito a importação diretamente
para uso industrial — em porcentagens
ligada ao consumo dc ferro e aço, que
que variam dc 2,83% (ferro e aço) a 0,10% (sal). Outras matérias-primas de menor iinportâneia totalizam 5% de tôda
representa hoje uma forte parcela do to tal dc produtos importados; ferro e aço como matérias-primas, representando
análise das médias do decênio 1935-45
a importação.
2,83%; máquinas, aparelhos e ferramen tas, representando 17,39%; ferro e aço
gêneros alimentícios absor\'em 9,3% da exportação, deixando às manufaturas 7%, o que explica a frágil estrutura da
No tocante aos gêneros alimentícios
No que se refere à exportação, pela verifica-se que as matérias-primas e os
merece e.special destaque o trigo. Em
manufaturados, com 7,49%, totalizam
média, 12,37% da importação de pro-
28,16% da importação total. Como se vê,
economia biíasUeira, situação idêntica
duto.s dc.stinados à alimentação Sião re
mais de 11 de nossa importação está
à da quase totalidade dos países ame
uma primeira observação importante; o incremento da industrialização brasileira trouxe um aumento da importação de
presentados pelo trigo em grão (11,56%) e pela farinha de trigo (0,81%). Os ou tros gêneros alimentícios importados al
diretamente ligada ao problema siderúr-
ricanos, com exceção dos Estados Uni
matérias-primas, mostrando que o Brasil
cançam em média apenas 5,19%, assim distribuídos: frutas de mesa 1,23%; be
O predomínio de matérias-primas e produtos manufaturados já nos fornece
tem, pelo menos, uma parte de sua in
bidas 0,87%; bacalhau 0,81%; azeite de .oliveira 0,61%; cevada ou malte 0,51% não contando assim com os elementos
dustrialização dependente da importação,
básicos necessários para o seu desenvol
e azeitona 0,19%.
vimento.
alimentícios, em porcentagens que nao
Quanto ao predomínio das manufatu
ras, é êle explicado pela necessidade crescente de máquinas, aparelhos, fer ramentas • utensílios diversos, utilizados quer na indústria, quer na agricultura. Tais máquinas, aparelhos e ferramentas representam em média 17,39% da im portação total do país.
Os demais gêneros
alcançam 0,10%, totalizam 1,31%.
No tocante às manufaturas, logo após
as máquinas, a que já fizemos menção, colocam-se o ferro e o aço manufatura
dos, representando, em média, 7,94%; os produtos químicos, farmacêuticos e se melhantes, com 5,53%; os automóveis e acessórios 4,49%; veículos e acessórios
gico.
dos. O fenômeno é ainda mais grave se
O segundo problema, igualmente de magna importância, é representado pe'a escassez de fontes de energia, de onde a formidável importação de combus tíveis que, como verificamos, alcança 12,91% da importação. Se é verdade
considerarmos que apenas sete produtos
. que as nossas condições geológicas não nos permitem alimentar grandes espe
de carnaúba 2,5%; todos êsies produtos
ranças
no
tocante
à
existência
de petróleo e se as nossas jazidas de carvão são pobres, restar-nos-á a ele
representam 69,6% de tôda a exportação brasi'eira, sendo que seis dêles assim se distribuem: café 37,9%; algodão em ra ma 13,8%; peles e couros 4,2%; cacau 3,8%; cames em conserx-a 2,6% e cera
são de origem vegetal e animal, indi
cando a estrutura acentuadamente agrí cola de nosso país; apenas uma par cela dos produtos manufaturados, os te
trificação em massa e o aproveitamento
cidos de algodão, apresenta certa impor
das nossas fontes de energia elétrica.
tância: 4,5%.
Quanto à dependência em que fica mos do trigo, a ponto de êle ter uma
Por isso é que se afirma possuírem os países latino-americanos, de que é um
3,38%; papel e suas aplicações 2,22%
importância igual à do combustível
exemplo o Brasil, economia reflexa, ou
(12,37%), basta-nos encarar
seja, de fraca industrialização e grande fornecedora de matérias-primas. Re
tes, que representam ao todo 12,01%
louças 1%; linho 0,69%; pneumáticos e câmaras-do-ar 0,fi0%; lü 0,44% o algodão 0,43%. As demais manufillura.s, em por
recer graves perturbações sociais.
presentam um celeiro de viveres, mas,
do toiul da importação, assim distribuí-
centagens desprezíveis, totahzam 8,26%-
O quarto problema, dirctunicnic liga do à solução que se der aos doi.S pri
por isso mesmo, não comerciam, trafi-
Logo após a importação de máquinas, coloca-se a de combustíveis e lubrifican
dos; 4,55% de carvão de pedra, brique
Coiivóin notar que, além das máquinas,
tes o coque; 3,5% do gasolina; 2,31% de Óleos combustíveis; 1,37% de óleos lu brificantes; 0,93% de querosene e 0,24%
a importação de manufaturas destinadas
de petróleo ou nafta, representando qua se metade das matérias-primas importa das. Restam 17,86% para outras maté
rias-primas, que na ordem de importân
a atual
escassez dq pão, que bem pode favo
meiros, siderurgia e energia, é o do
a transportes alcança 8,47%, ultrapassan
transporte. Com efeito, verificamos que
do mesmo as manufaturas de ferro e aço
em automóveis e outros veículos e seus
e os produtos químicos.
acessórios, importamos, em média, neste último decênio, 8,47% do total. Note-se
A simples análise da importação bra sileira nos está a indicar quais os mais
importantes problemas econômicos com
i
que tivemos seis anos de guerra que
cmn, no dizer de Cárey; têm uma exportfiçfio cujü \'ulor e.specífico é fraco o uma importftÇflO de vulor específico forte; dependentes como sãO, acabam
dando quase de graç» iiquilo que pro duzem, pagando cada vez mais caro o que recebem; tendo umfl economia de
-ww-
1 6&
Dicksto
base agrícola quase exclusiva, cslão
Econômico
Dioesto Econômico
fruir-Ihe as vantagens. Por isso, não há paralelismo cntr<' as alterações de
sujeitos a irregularidades no ritmo c volume de produção típicos da agricialtura, quer pela impossibilidade de
preços dos produtos de nossa exportação, tomados cm conjunto, c os de imporia-
controle humano das condições atmos
ção; as quedas dos primeiros são mais
féricas, quer por não poderem empregar, em grande escala, o maquinismo e usu-
se pode ver pelo seguinte quadro:
violentas c .sua con.stáncía menor, como
69
de importação; c por outro lado facul tariam maior desenvolvimento da(expor tação. Desta forma, conseguir-se-ia o
t
desejado equilíbrio da balança de pa gamentos.
Tal medida é tanto mais viável quan to, para garanti-la, existe um organis mo internacional — o Banco de Recons
VALOR-OURO DE TONELADA EXPORTADA
E IMPORTADA
(Números índices)
trução e Desenvolvimento — organismo fornecedor de créditos a médio e longo prazo; são suas finalidades: 1.
Fomentar e facilitar in\'estimen-
Anos
Exportação
Importação
tos dc capitais para fins produti vos, com o objetivo clc auxiliar a
1928
100 47
100 42 42
restauração das economias des
45
1932
1936 1940 1942
26 20 23
38
recurso ao Fundo Monetário Intemacio-
lece restrições destinadas a proteger a
na! também não permitirá a solução do problema, pois que, pela sua própria estrutura e funcionamento, não poderá ele atender a tais desequilíbrios.
balança de pagamentos, que nos pa recem* completas e satisfatórias. Cum
pre notar, ainda, que além destas res desequilíbrio ocasional de algumas ba lanças de comércio, será possível ape
Daí a nossa afirmação de que o se
gundo grande problema a considerar é o
lar para o Fundo Monetário Iritemacional de que são membros todos os paí
de atrair capitais que, investidos, per
ses americanos.
e a mudança de estrutura das econo
Salientamos, entretan
mitiriam
o desenvolvimento econômico
to, a impossibilidade de manutenção
mias latino-americanas. Tais investimen
países latino-americanos apresentam um desequilíbrio crônico da balança de pa
tos teriam duplo efeito: por um lado, estimulariam a produção nacional, per mitindo maior expansão das forças pro dutivas de cada país, melhor aprovei
permanente das restrições permitidas pela Carta, em caráter de exceção. Os
gamentos e, Se não se encontrar solução,
tamento de seus recursos, maior abun
atendendo às suas causas, as restrições
dância, capaz de diminuir as exigências
Promover
o
inxestimenio
inter
3.
lhões de dólares, para desenvolvimento da energia elétrica e da agricultura da
quele pais. John.J. Mac Cloy, presi dente do Banco, no dia 1.° de junho dèste ano, em uma mensagem à Asso
em empréstimos; quando o capi tal privado não puder ser obtido em condições razoáveis, supri-lo com o capital do pró])rio Banco
ciação dc Política Exterior de Cincinna-
ou com recursos por ele levan
êle:
tados;
- 11 -
>
tina, emprestando a duas corporações
meio de garantias e participações
trições permitidas pela Organização In ternacional de Comércio, em caso de um
ficientes garantias.
chilenas, no comêço deste ano, 16 mi
nacional do capital pricaclo, por
comércio e ineficaz a própria Carta. O
Banco Internacional aceite, lhe dêem su
to já começou a auxiliar a América La
continuidade, em caráter normal, tor
A Carta Internacional
empreendimentos, desde que o govêmó do país beneficiário do empréstimo, seu Banco Central ou outra entidade que o
mento de recursos naturais bem
siste em conservar a situação de saldos intensificá-los. •
Além disso, o próprio Banco pode em prestar capitais necessários aos vários
guerra para a paz e o aproveita
tados;
de Comércio, em seu artigo 21, estabe
fornecimentos feitos,
Cumpre notar que o Banco Interna
Comércio pouco valor terão, pois a sua 2.
contra possíveis riscos, oriundos dos
cional de Reconstrução e Desenvolvimen
permitidas pela Carta Internacional de
nará nulos os acordos internacionais de
Êste Banco funcionará como captador de capitais e.\-istentes nos vários países e orientador dos mesmos para investimen tos produtivos, garantindo os portadores
guerra, a transição econômica da
problema dos países americanos con
'e, em certas ocasiões, até de procurar
passa.
truídas ou desorganizadas pela
como o desenvolvimento da pro dução nos países menos adian
No tocante à balança de comércio, o
qual a maioria dos países lioje
Incrementar o comércio interna
cional e contribuir para a manu tenção do equilíbrio da balança de contas, estimulando os inves timentos internacionais destinados
ti, salientou a conveniência, para a pró pria América do Norte e para o mundo, de* tal programa de auxílio. Assim, diz
"Embora não queiramos generalizar, podemos dizer que a maioria dos países da América do Sul, que visi tei, pareceu-me parficularmçnte aten ta e sensível às necessidades de seu
desenvohàmento econômico. O Con tinente, como um todo,, ainda está
a facilitar o aumento da produ tividade, o que naturalmente
sem desenvohimento. Há uma certa
contribuirá
as
impaciência em fazê-lo crescer, de
condições de trabalho e de pa drão dc vida dos jjaíses associa dos, e, na emergência atual, ex tinguir a escassez de dólares pela.
reu no continente norte-americano, e
para
melhorar
modo idêntico à expansão que ocor passos foram dados para que se tor ne vivo o conhecimento disto e se
-ww-
1 6&
Dicksto
base agrícola quase exclusiva, cslão
Econômico
Dioesto Econômico
fruir-Ihe as vantagens. Por isso, não há paralelismo cntr<' as alterações de
sujeitos a irregularidades no ritmo c volume de produção típicos da agricialtura, quer pela impossibilidade de
preços dos produtos de nossa exportação, tomados cm conjunto, c os de imporia-
controle humano das condições atmos
ção; as quedas dos primeiros são mais
féricas, quer por não poderem empregar, em grande escala, o maquinismo e usu-
se pode ver pelo seguinte quadro:
violentas c .sua con.stáncía menor, como
69
de importação; c por outro lado facul tariam maior desenvolvimento da(expor tação. Desta forma, conseguir-se-ia o
t
desejado equilíbrio da balança de pa gamentos.
Tal medida é tanto mais viável quan to, para garanti-la, existe um organis mo internacional — o Banco de Recons
VALOR-OURO DE TONELADA EXPORTADA
E IMPORTADA
(Números índices)
trução e Desenvolvimento — organismo fornecedor de créditos a médio e longo prazo; são suas finalidades: 1.
Fomentar e facilitar in\'estimen-
Anos
Exportação
Importação
tos dc capitais para fins produti vos, com o objetivo clc auxiliar a
1928
100 47
100 42 42
restauração das economias des
45
1932
1936 1940 1942
26 20 23
38
recurso ao Fundo Monetário Intemacio-
lece restrições destinadas a proteger a
na! também não permitirá a solução do problema, pois que, pela sua própria estrutura e funcionamento, não poderá ele atender a tais desequilíbrios.
balança de pagamentos, que nos pa recem* completas e satisfatórias. Cum
pre notar, ainda, que além destas res desequilíbrio ocasional de algumas ba lanças de comércio, será possível ape
Daí a nossa afirmação de que o se
gundo grande problema a considerar é o
lar para o Fundo Monetário Iritemacional de que são membros todos os paí
de atrair capitais que, investidos, per
ses americanos.
e a mudança de estrutura das econo
Salientamos, entretan
mitiriam
o desenvolvimento econômico
to, a impossibilidade de manutenção
mias latino-americanas. Tais investimen
países latino-americanos apresentam um desequilíbrio crônico da balança de pa
tos teriam duplo efeito: por um lado, estimulariam a produção nacional, per mitindo maior expansão das forças pro dutivas de cada país, melhor aprovei
permanente das restrições permitidas pela Carta, em caráter de exceção. Os
gamentos e, Se não se encontrar solução,
tamento de seus recursos, maior abun
atendendo às suas causas, as restrições
dância, capaz de diminuir as exigências
Promover
o
inxestimenio
inter
3.
lhões de dólares, para desenvolvimento da energia elétrica e da agricultura da
quele pais. John.J. Mac Cloy, presi dente do Banco, no dia 1.° de junho dèste ano, em uma mensagem à Asso
em empréstimos; quando o capi tal privado não puder ser obtido em condições razoáveis, supri-lo com o capital do pró])rio Banco
ciação dc Política Exterior de Cincinna-
ou com recursos por ele levan
êle:
tados;
- 11 -
>
tina, emprestando a duas corporações
meio de garantias e participações
trições permitidas pela Organização In ternacional de Comércio, em caso de um
ficientes garantias.
chilenas, no comêço deste ano, 16 mi
nacional do capital pricaclo, por
comércio e ineficaz a própria Carta. O
Banco Internacional aceite, lhe dêem su
to já começou a auxiliar a América La
continuidade, em caráter normal, tor
A Carta Internacional
empreendimentos, desde que o govêmó do país beneficiário do empréstimo, seu Banco Central ou outra entidade que o
mento de recursos naturais bem
siste em conservar a situação de saldos intensificá-los. •
Além disso, o próprio Banco pode em prestar capitais necessários aos vários
guerra para a paz e o aproveita
tados;
de Comércio, em seu artigo 21, estabe
fornecimentos feitos,
Cumpre notar que o Banco Interna
Comércio pouco valor terão, pois a sua 2.
contra possíveis riscos, oriundos dos
cional de Reconstrução e Desenvolvimen
permitidas pela Carta Internacional de
nará nulos os acordos internacionais de
Êste Banco funcionará como captador de capitais e.\-istentes nos vários países e orientador dos mesmos para investimen tos produtivos, garantindo os portadores
guerra, a transição econômica da
problema dos países americanos con
'e, em certas ocasiões, até de procurar
passa.
truídas ou desorganizadas pela
como o desenvolvimento da pro dução nos países menos adian
No tocante à balança de comércio, o
qual a maioria dos países lioje
Incrementar o comércio interna
cional e contribuir para a manu tenção do equilíbrio da balança de contas, estimulando os inves timentos internacionais destinados
ti, salientou a conveniência, para a pró pria América do Norte e para o mundo, de* tal programa de auxílio. Assim, diz
"Embora não queiramos generalizar, podemos dizer que a maioria dos países da América do Sul, que visi tei, pareceu-me parficularmçnte aten ta e sensível às necessidades de seu
desenvohàmento econômico. O Con tinente, como um todo,, ainda está
a facilitar o aumento da produ tividade, o que naturalmente
sem desenvohimento. Há uma certa
contribuirá
as
impaciência em fazê-lo crescer, de
condições de trabalho e de pa drão dc vida dos jjaíses associa dos, e, na emergência atual, ex tinguir a escassez de dólares pela.
reu no continente norte-americano, e
para
melhorar
modo idêntico à expansão que ocor passos foram dados para que se tor ne vivo o conhecimento disto e se
DISESTO ECOS'ÓM1CO
70
faça pressão para alcançar tal obje tivo."
Mais adiante, continua:
mento pela imigração, de modo a aten der à esca.ssez de braços, generalizada
na América, com exceção dos Estados ^
"Verificamos que os responsáveis pe
Unidos, pouco poderemos dizer, visto náo
la solução dos problemas da Améri
conhecermos as resoluções tomadas lu
ca do Sul estão interessados em vá.
Conferência Internacional de Comércio
rios diferentes tipos de emprébas produtivas e certamente muitos dô-
les não estão trabalhando em esque mas de desenvolvimento fantástico.
Os governos e os particulares consi deram seriamente a necessidade de
se dar grande desenvolvimento à agricultura, além de outros. Em al
guns dos go%'emos dos países mem bros do continente sul-americano
consideram-se sèriamente esquemas
e Emprêgo, relativas ao assunto. Pode mos, porém, afirmar que a solução do mesmo se prende diretamente ao probic| ma do financiamento, por nós já abor- i dado.
Lembramos, apenas, que as re-|
messas de capital feitas por imigrantes
são sempre mais prováveis quando o homem emigra, deixando sua família no país de origem, o que o obriga a cuidar do sustento da mesma.
Dai a
de imigração e emprêgo, que têm
conveniência de emigração de famílias
por objeto a possibilidade de rece
completas.
ber, em seus países, pessoas de áreas superpovoadas do continente euro peu, que possam encontrar oportuni
dade nas novas terras. Esquemas desta espécie, hoje, requerem cuida dosa preparação e organização, além de financiamento. O continente nor
te-americano pode e deve atendê-los, na tarefa de permitir o fluxo natural das fôrças econômicas." - III -
Quanto ao aproveitamento do poten cial humano já existente e o seu reforça-
Temas e problemas em debate Dario
de
Almeida
Magalhães
Aumento de produção na Europa (base 1937=100)
\ pesar dos abalos e danos causados
pela
guerra, da agitação social,
que ainda perdura intensamente em muitos países, da desordem política, das greves que se. sucedem, da inflação, os índices de produção da Europa, neste ano, revelam que o esfòrço do re cuperação está sendo, apesar de tudo, frutuoso.
Os níveis de rendimento in
dustrial em quase tôdas as nações já
Bélgica
92
Dinamarca
121
França
115
Países BaLxos
109
Noruega
138
Suécia Reino Unido
112 114
Alemanha (Bizonia)
51
excedem, com efeito, os de 1937 — último ano de relativa normalidade an
O aumento da produção industrial na Alemanha Ocidental e na França está
Quanto ao que se refere as dívidas
tes da imensa conflagração, pois 1938
externas, seria de conveniência que os
já se desenrolou na pré-bèligerância, tornada aguda com a crise que em
condicionado à maior produção de car-
Munich
se refletem diretamente no trabalho de
países, em ação conjunta ou isolada mente, promovessem negociações, risan- ' do ao estabelecimento de esquemas ca- '
pazes de liquidá-las gradativamente, na
medida em que as fôrças econômicas de y cada país se fôssem expandindo. Sobre- ^ tudo, é necessário consolidá-las, reajus* ,
tando-as a condições mais compatíveis
com a posição financeira nacional e com a situação económico-financeira interna cional.
•'V>
encontrou
não uma solução,
porém, apenas, um estímulo para os
apetites das ditaduras, dispostas a lan
para que possam continuar assegurando "transportes apropriados e eficientes".
Os dados apresentados mostram que
é quase humilhante para os países comundo. Só a Bélgica e a Alemanha .locados fora do campo do conflito ar Ocidental não sobrepuja mado, que efetivamente ram ainda o estágio de 1^ nada, ou muito pouco soprodução em que o ter 1 freram com a guerra (e remoto da guerra os al ao contrário deviam aprocançou. ' veitar o ensejo para um Se o propósito do plano Marshall fôsse apenas o de repor a Europa no grau de desen
econômico
de que des
frutava em 1937, comenta o "Econo-
elevar os fretes de carvão, coque e minério de ferro, fara apurar mais 140 miIhÕes de dólares anualmente. Afirmam as empresas que êsse aumento é essencial,
suas fábricas e usinas.
çarem a grande cartada do domínio do
volvimento
As estradas de ferro norte-americanas solicitaram ao govérno autorização de
vãoj e as greves dos mineiros franceses
grande surto de produção _ e de seu reaparelhamento industrial), não oferecerem os mes
mos índices de recuperação, quer no terreno industrial, quer na agricultura.
mist" na sua edição de 9 de outubro
Os Estados Unidos, que tudo deram à
ultimo, êsse desiderato já teria sido alcançado, de maneira quase geral. E apresenta, em comprovação do que afirma, os seguintes números índices,
luta em todos os continentes, saíram
considerados em junho do corrente ano:
\'Q outros países, como a Argentina, pa-
da conflagração vencendo todos os ín
dices e níveis anteriormente atingidos de produção, em todos os setores. Hcu-
DISESTO ECOS'ÓM1CO
70
faça pressão para alcançar tal obje tivo."
Mais adiante, continua:
mento pela imigração, de modo a aten der à esca.ssez de braços, generalizada
na América, com exceção dos Estados ^
"Verificamos que os responsáveis pe
Unidos, pouco poderemos dizer, visto náo
la solução dos problemas da Améri
conhecermos as resoluções tomadas lu
ca do Sul estão interessados em vá.
Conferência Internacional de Comércio
rios diferentes tipos de emprébas produtivas e certamente muitos dô-
les não estão trabalhando em esque mas de desenvolvimento fantástico.
Os governos e os particulares consi deram seriamente a necessidade de
se dar grande desenvolvimento à agricultura, além de outros. Em al
guns dos go%'emos dos países mem bros do continente sul-americano
consideram-se sèriamente esquemas
e Emprêgo, relativas ao assunto. Pode mos, porém, afirmar que a solução do mesmo se prende diretamente ao probic| ma do financiamento, por nós já abor- i dado.
Lembramos, apenas, que as re-|
messas de capital feitas por imigrantes
são sempre mais prováveis quando o homem emigra, deixando sua família no país de origem, o que o obriga a cuidar do sustento da mesma.
Dai a
de imigração e emprêgo, que têm
conveniência de emigração de famílias
por objeto a possibilidade de rece
completas.
ber, em seus países, pessoas de áreas superpovoadas do continente euro peu, que possam encontrar oportuni
dade nas novas terras. Esquemas desta espécie, hoje, requerem cuida dosa preparação e organização, além de financiamento. O continente nor
te-americano pode e deve atendê-los, na tarefa de permitir o fluxo natural das fôrças econômicas." - III -
Quanto ao aproveitamento do poten cial humano já existente e o seu reforça-
Temas e problemas em debate Dario
de
Almeida
Magalhães
Aumento de produção na Europa (base 1937=100)
\ pesar dos abalos e danos causados
pela
guerra, da agitação social,
que ainda perdura intensamente em muitos países, da desordem política, das greves que se. sucedem, da inflação, os índices de produção da Europa, neste ano, revelam que o esfòrço do re cuperação está sendo, apesar de tudo, frutuoso.
Os níveis de rendimento in
dustrial em quase tôdas as nações já
Bélgica
92
Dinamarca
121
França
115
Países BaLxos
109
Noruega
138
Suécia Reino Unido
112 114
Alemanha (Bizonia)
51
excedem, com efeito, os de 1937 — último ano de relativa normalidade an
O aumento da produção industrial na Alemanha Ocidental e na França está
Quanto ao que se refere as dívidas
tes da imensa conflagração, pois 1938
externas, seria de conveniência que os
já se desenrolou na pré-bèligerância, tornada aguda com a crise que em
condicionado à maior produção de car-
Munich
se refletem diretamente no trabalho de
países, em ação conjunta ou isolada mente, promovessem negociações, risan- ' do ao estabelecimento de esquemas ca- '
pazes de liquidá-las gradativamente, na
medida em que as fôrças econômicas de y cada país se fôssem expandindo. Sobre- ^ tudo, é necessário consolidá-las, reajus* ,
tando-as a condições mais compatíveis
com a posição financeira nacional e com a situação económico-financeira interna cional.
•'V>
encontrou
não uma solução,
porém, apenas, um estímulo para os
apetites das ditaduras, dispostas a lan
para que possam continuar assegurando "transportes apropriados e eficientes".
Os dados apresentados mostram que
é quase humilhante para os países comundo. Só a Bélgica e a Alemanha .locados fora do campo do conflito ar Ocidental não sobrepuja mado, que efetivamente ram ainda o estágio de 1^ nada, ou muito pouco soprodução em que o ter 1 freram com a guerra (e remoto da guerra os al ao contrário deviam aprocançou. ' veitar o ensejo para um Se o propósito do plano Marshall fôsse apenas o de repor a Europa no grau de desen
econômico
de que des
frutava em 1937, comenta o "Econo-
elevar os fretes de carvão, coque e minério de ferro, fara apurar mais 140 miIhÕes de dólares anualmente. Afirmam as empresas que êsse aumento é essencial,
suas fábricas e usinas.
çarem a grande cartada do domínio do
volvimento
As estradas de ferro norte-americanas solicitaram ao govérno autorização de
vãoj e as greves dos mineiros franceses
grande surto de produção _ e de seu reaparelhamento industrial), não oferecerem os mes
mos índices de recuperação, quer no terreno industrial, quer na agricultura.
mist" na sua edição de 9 de outubro
Os Estados Unidos, que tudo deram à
ultimo, êsse desiderato já teria sido alcançado, de maneira quase geral. E apresenta, em comprovação do que afirma, os seguintes números índices,
luta em todos os continentes, saíram
considerados em junho do corrente ano:
\'Q outros países, como a Argentina, pa-
da conflagração vencendo todos os ín
dices e níveis anteriormente atingidos de produção, em todos os setores. Hcu-
Digesto Econónhco
72
ra os quais a neutralidade foi larga
lham, lutam denodadamenlc para a re>
mente remuneradora, do ponto-de-\-ista
conquista da antiga posição, realizam
econômico, e que, depois, se entregaram
um esfórçíJ heróico e fecundo, enom*
Digksto Econômico
dos clobroxi nos últimos dois anos, e
.••c aproveitarão os comunistas, e não os
nos sois primeiros meses do ano corren
conservadores, os quais se qui.sercm ga
te já um milhão de membros no\'Os nêie
nhar os votos dos trabalhadores devem
ingressaram.
convencê-los de que uma economia mais livre lhes oferecerá iguais ou melhores
ao esbanjamento de uma prosperidade
trani os imprevidentes, os diletantes, os
que poderia servir de lastro a uma si
que só olham para a hora que passa, aqueles justamente <pie assistiram ao
resultados com plena confiança, e recla
tremendo conflito quase de palanque —
mais filiados para as campanhas que se
tuação duradoura e sólida.
Houve outros, entretanto, e entre estes
nos devemos humildemente incluir, que
mais anêmicos, mai.s desprovidos, me
não ganharam nada, não progrediram efetivamente, ocupando um pouco do
nos seguros e mais desorientados. E' preci.so compreender que o mun
terreno que os outros foram forçados a abandonar; ao revés, se atrasaram no
desgaste dos seus parcos recursos, na desordem de sua vida econômica, no imediatismo, na improvisação, carcomi dos e manictados por um intervencio nismo desordenado, sem rumos e sem
objetivxts, no dia a dia de uma políti ca de autofagia, suicida, melancòlícamente suicida.
E agora, quando todos os outros paí ses - os devastados, os bombardeados, os ocupados - se reerguem, se reapare-
do violento e frio dos nossos dias não
comporta mais essa "nonciialancc". essa boêmia, êsse desafio jiermanente à sor te e ao destino. O e.\'emp'o das ou
Lord Woolton pôde apresentar estes mar ainda mais recursos financeiros o
Apesar dês.scs fatores favoráveis, o in suspeito "Economist", comentando com
grande objetividade a siltiação política inglesa, não sc ilude sôbre o papel
até a ocasião das eleições, irá seguindo,
avizinham.
em Llandudno com gran
O ''
de pompa e confiança. O vigoroso discurso com que Churchill encerrou o comício,
insistindo, com o seu agudo
realismo, na sua velha tese de que a garantia da paz está na força militar das democracias unidas, bastaria para despertar a atenção do mundo sôbre a
nesse ponto, as promessas dos conseiva-
dores — pondera o comentário do "Eco
mento prcN-isível que possa apresentar.
nomist".'
afinal, confpiistemo.s o npsso lugar ao sol, e não deixemos passar tòda.s as opor
Obscraa o grande órgão londrino que muitos dos pontos essenciais, que cons tituíam a base da ação política do Par tido Conservador, vêm merecendo igual Q profícien-
Da análise feita da posição e dos propósitos do Partido Conservador se vè que, no momento atual, êle justifica a crítica de Disraeli "é um partido sem princípios", que
tunidades de N-encerniüS o atraso e a
te
tras nações deve ser nm acicate no nosso
próprio pundonor, e valer como um lo que de reunir em prol de uma campitnha dcnodada e incunsá\oI para que,
pobreza, que geram quase tudo o mais que nos aflige e nos entorpece.
na presunção da
exemplo, os ne
superioridade dos
gócios do Impé
seus líderes, e
rio e as questões ^;
não cuida de oferecer uma só
lida e segura po
econômica e social da Inglaterra contra os arremessos reformistas de Labour
apoiado pelos
precisa e objeti
Party.
A velha árvore precisava reno
var a sua seiva na luta e nos estímulos
que só se encontram realmente fora do ambiente amolecedor ou corrosivo do governo, em país de opinião atenta e
em quadra espinhosa, em que tudo sao embaraços e contrariedades a desgasta
armas para a reconquista do poder em
e a resistirem.
1950.
Ganha efetivamente o Pai^ido Conser vador fôrças novas nos ares excitantes
temente acontece, revitalizadora para a
\ I'V,
que o governo atual tem feito é
as suas fôrças e prepararam as suas
A oposição tem sido, como freqüen
confia sobretudo
atenção dos
trabalhistas. Por
agremiação que resguarda a tradição
rem o prestígio e o amor as administnições conscientes de sua missão, e dis postas, em conseqüência, a contrariarem
reunião cm que os "tories" balancearam
confiante, está relaxando o contrôle, e,
tro do quadro atual, e do desdobra
internacionais. O
celebrou a sua convenção
Uma política simplesmente de com
bate ao controle da economia não pode ser\'ir como uma alternativa a ser apre sentada ao país, tanto mais que o govêmo trabalhista, sob pressão, e pouco
e a influência dos con.sorvadores. den
A renovação dos partidos conservadores Partido Conservador inglês
perspectivas de segurança econômica.
da oposição: o número de seus associa-
lítica
conservadores, ou
vamente
é apenas o se-
lada.
guimcnto do que se fizera durante a guerra, em regime de coalizão. Somen te no que diz respeito às medidas de
nacional, articu
Na hora presente, para marcar a di
ferença de rumos e congregar as fôrças sociais em apoio de um movimento,
defesa podem os "tories" formular crí
não basta formular teses e proposições
ticas aos trabalhistas.
de caráter geral.
O programa de pleno emprego e de seguro social posto em prática pelo ga
Partido Conservador, o "Economist"
Quanto à superioridade dos guias do
binete Attlce tem também a sua ori
não contesta, mas afirma que no con
gem no gabinete de coalizão, embora no espírito pxiblico esteja indissolüvelinente ligado à ação dos socialistas.
fronto com os homens atuais do gover no inglês, estes não ficam em posição desvantajosa, àparte_ a figura de Chur
E se essa política falhar, do fracasso
chill, cujos dotes são proeminentes ape-
Digesto Econónhco
72
ra os quais a neutralidade foi larga
lham, lutam denodadamenlc para a re>
mente remuneradora, do ponto-de-\-ista
conquista da antiga posição, realizam
econômico, e que, depois, se entregaram
um esfórçíJ heróico e fecundo, enom*
Digksto Econômico
dos clobroxi nos últimos dois anos, e
.••c aproveitarão os comunistas, e não os
nos sois primeiros meses do ano corren
conservadores, os quais se qui.sercm ga
te já um milhão de membros no\'Os nêie
nhar os votos dos trabalhadores devem
ingressaram.
convencê-los de que uma economia mais livre lhes oferecerá iguais ou melhores
ao esbanjamento de uma prosperidade
trani os imprevidentes, os diletantes, os
que poderia servir de lastro a uma si
que só olham para a hora que passa, aqueles justamente <pie assistiram ao
resultados com plena confiança, e recla
tremendo conflito quase de palanque —
mais filiados para as campanhas que se
tuação duradoura e sólida.
Houve outros, entretanto, e entre estes
nos devemos humildemente incluir, que
mais anêmicos, mai.s desprovidos, me
não ganharam nada, não progrediram efetivamente, ocupando um pouco do
nos seguros e mais desorientados. E' preci.so compreender que o mun
terreno que os outros foram forçados a abandonar; ao revés, se atrasaram no
desgaste dos seus parcos recursos, na desordem de sua vida econômica, no imediatismo, na improvisação, carcomi dos e manictados por um intervencio nismo desordenado, sem rumos e sem
objetivxts, no dia a dia de uma políti ca de autofagia, suicida, melancòlícamente suicida.
E agora, quando todos os outros paí ses - os devastados, os bombardeados, os ocupados - se reerguem, se reapare-
do violento e frio dos nossos dias não
comporta mais essa "nonciialancc". essa boêmia, êsse desafio jiermanente à sor te e ao destino. O e.\'emp'o das ou
Lord Woolton pôde apresentar estes mar ainda mais recursos financeiros o
Apesar dês.scs fatores favoráveis, o in suspeito "Economist", comentando com
grande objetividade a siltiação política inglesa, não sc ilude sôbre o papel
até a ocasião das eleições, irá seguindo,
avizinham.
em Llandudno com gran
O ''
de pompa e confiança. O vigoroso discurso com que Churchill encerrou o comício,
insistindo, com o seu agudo
realismo, na sua velha tese de que a garantia da paz está na força militar das democracias unidas, bastaria para despertar a atenção do mundo sôbre a
nesse ponto, as promessas dos conseiva-
dores — pondera o comentário do "Eco
mento prcN-isível que possa apresentar.
nomist".'
afinal, confpiistemo.s o npsso lugar ao sol, e não deixemos passar tòda.s as opor
Obscraa o grande órgão londrino que muitos dos pontos essenciais, que cons tituíam a base da ação política do Par tido Conservador, vêm merecendo igual Q profícien-
Da análise feita da posição e dos propósitos do Partido Conservador se vè que, no momento atual, êle justifica a crítica de Disraeli "é um partido sem princípios", que
tunidades de N-encerniüS o atraso e a
te
tras nações deve ser nm acicate no nosso
próprio pundonor, e valer como um lo que de reunir em prol de uma campitnha dcnodada e incunsá\oI para que,
pobreza, que geram quase tudo o mais que nos aflige e nos entorpece.
na presunção da
exemplo, os ne
superioridade dos
gócios do Impé
seus líderes, e
rio e as questões ^;
não cuida de oferecer uma só
lida e segura po
econômica e social da Inglaterra contra os arremessos reformistas de Labour
apoiado pelos
precisa e objeti
Party.
A velha árvore precisava reno
var a sua seiva na luta e nos estímulos
que só se encontram realmente fora do ambiente amolecedor ou corrosivo do governo, em país de opinião atenta e
em quadra espinhosa, em que tudo sao embaraços e contrariedades a desgasta
armas para a reconquista do poder em
e a resistirem.
1950.
Ganha efetivamente o Pai^ido Conser vador fôrças novas nos ares excitantes
temente acontece, revitalizadora para a
\ I'V,
que o governo atual tem feito é
as suas fôrças e prepararam as suas
A oposição tem sido, como freqüen
confia sobretudo
atenção dos
trabalhistas. Por
agremiação que resguarda a tradição
rem o prestígio e o amor as administnições conscientes de sua missão, e dis postas, em conseqüência, a contrariarem
reunião cm que os "tories" balancearam
confiante, está relaxando o contrôle, e,
tro do quadro atual, e do desdobra
internacionais. O
celebrou a sua convenção
Uma política simplesmente de com
bate ao controle da economia não pode ser\'ir como uma alternativa a ser apre sentada ao país, tanto mais que o govêmo trabalhista, sob pressão, e pouco
e a influência dos con.sorvadores. den
A renovação dos partidos conservadores Partido Conservador inglês
perspectivas de segurança econômica.
da oposição: o número de seus associa-
lítica
conservadores, ou
vamente
é apenas o se-
lada.
guimcnto do que se fizera durante a guerra, em regime de coalizão. Somen te no que diz respeito às medidas de
nacional, articu
Na hora presente, para marcar a di
ferença de rumos e congregar as fôrças sociais em apoio de um movimento,
defesa podem os "tories" formular crí
não basta formular teses e proposições
ticas aos trabalhistas.
de caráter geral.
O programa de pleno emprego e de seguro social posto em prática pelo ga
Partido Conservador, o "Economist"
Quanto à superioridade dos guias do
binete Attlce tem também a sua ori
não contesta, mas afirma que no con
gem no gabinete de coalizão, embora no espírito pxiblico esteja indissolüvelinente ligado à ação dos socialistas.
fronto com os homens atuais do gover no inglês, estes não ficam em posição desvantajosa, àparte_ a figura de Chur
E se essa política falhar, do fracasso
chill, cujos dotes são proeminentes ape-
74
Dioesto Econó.noco
nas parcialmente no campo do govêr-
cer, em têrmos precisos c nítidos, uma
no" — acrescenta.
E destaca o tradicional órgão inglês, nesse ponto, a ação infle.xível e corajosa de Stafford Cripps — j*ulgamento de alta significação por todos os moHvos. Em face dessas circunstâncias, as perspectivas do Partido Conservador,
dentro da atualidade da política inglêsa, são apresentadas pelo "Economist" no se^nte esquema: se a situação in ternacional se agravar sèriamente, in
clusive com risco direto de guerra, pro
será possível vencer e dominar fatores
atrair sobretudo a stia classe mÂlia.
balhadas pela demagogia, que se entre
de desagregação e de inquietação que vão minando as bases da estmtura, sè riamente ameaçada na sua estabilidade.
compreensão do Iiomcm e da mulher
garam às soluções fáceis, aos golpes de prestidigitação e oos relaxamentos de uma política que devora as últimas re
comum".
O Partido Conservador não
servas de substância e de vitalidade —
■ Na França — onde, apesar de tudo, há um núcleo poderoso de resistência,
está desprovido de chefes e carrega as mais valiosas tradições. O que lhes está faltando é falar "à imaginação do inglês ordinário, do inglês comum, que
essas nações, em grau maior ou menor,
onde se sente a vitalidade do homem do
-devo ser formulada cm termos bastante
simples para "despertar a convicção e a
não se pode entusiasmar por um parti
do que SC apresenta como o dos "big business-men" e dos grandes proprietá
mstas, pode-se prever também uma
formular uma política nacional para os problemas nacionais, superior em mérito
vêmo, é quase certo então que os con servadores reconquistarão o poder.
Se os "tories" pensam, porém, que podem confiar na vitória eleitoral, apro veitando-se só da impopularidade que uma política austera como a trabalhis ta provoca inevitàvelmente, é quase se guro que estejam mergulhados em ilu
sões e erros de cálculo que lhes custa rão a derrota em 1950 — comenta o "Economist".
O que lhes é imprescindível é ofere
rÁ uma questão posta permanente-
na ordem do dia em todos os países, nesta quadra conturbada em que vivemos; a do aumento dos preços e dos salários. Os países, de que é exem plo mais eloqüente a Inglaterra, que caminharam para a política do sacrifí
oferecem todo o mesmo quadro de in satisfação crescente, de dificuldades as
cendentes, de complicações e embaraç-os que se multiplicam como um no velo infernal, em cujas dobras se estran
gulam tòdas as forças de recuperação. A opção entre uma e outra política
"O Partido Conservador necessita —
reflete efetivamente o estado de saúde
conclui o comentário do "Economist" —
moral e cívica, ou de doença social que separa os países atingi
e mais atraente para o eleitorado do que
qualquer outra que o Partido Traba
dos pela crise, que se generalizou.
povo, sobretudo da gente do interior, agarrada à terra, fecundando-a com o seu trabalho, zelando pelas tradições e
pela continuidade do estilo de \ida que deu sentido xmiversal à sua pátria —
na França quase -todos os governos se têm empenhado, com energia, para im por essa política de sacrifícios, necessá ria e salvadora. A instabilidade dos ga binetes que se sucedem, cada qual de vida mais efêmera, e a infiltração das fôrças da desordem e
Para enfrentar os sur
lhista possa oferecer." Não será este também o problema de
tos de demagogia dele
da demagogia têm, en
téria
tretanto, frustrado as ten
todos os partidos políticos que querem defender os valores conquistados, e atra
uma reconstrução amas
vessar esta fase revolucionária sem aban
donar os métodos da evolução?
Sem
e caminhar
para
sada com "sangue, suor e lágrimas", é preciso
tativas realizadas, esta-i
belecendo um grande de >
que a coletividade seja
- ■'
renovarem a sua mensagem e os méto
dotada de "caráter" ver
dos de influir sôbre a opinião, através de uma organização poderosa e dinâmi
balável de sobreviver e de retomar à
dadeiro, da decisão ina
ca, a alternativa que defrontarão será
antiga prosperidade; e que, acreditando
ainda uma vez: fascismo ou demagogia,
nas suas virtudes, acredite na fecundidade do sacrifício a suportar. A crise é realmente dura, e só se pode vencê-la
ou uma mescla dessas duas pragas.
Preços e saldrios
H'• mente
Fora dêsse clima moral e cívico não
alternativa política à nação, que. para
rios".
coab^o partidária; se a ala esquerda do Partido Trabalhista dominar o go-
rá as restrições gerais imprescindíveis iio seu restabelecimento. As nações tra
vavelmente se formará um govêrno de coalizão; se houver um colapso na ecoj"glêsa, pelo abandono do plano
Marshall, ou por uma desordem na pro dução industrial provocada pelos comu-
1
75
Digesto Econókuco
à custa de energia e de seriedade.
0.s
condutores se devem cercar, pelo seu comportamento, da plena confiança co
cio e da cooperação coletiva — produzir o mais possível para exportar, reduzindo
letiva; e agindo, sob a vigilância da opi
o consumo no mercado interno, e evitan
busca de dias melhores, devem manter
do os aumentos nominais de salários —
insuspeitada, imaculada, rigorosa fide
vão atravessando a tormenta inflacioná-
lidade aos compromissos e aos deveres impostos, antes de tudo, pela solidarie
ria em busca de uma normalidade que
custa muito, mas que, afinal, compensa-
nião convocada a sofrer privações em
dade que os prende ao sofrimento geral.
sequilíbrio entre os ob jetivos visados e os re
sultados obtidos. O Par tido Comunista tem uma
influência considerável, e a divisão das
outras fôrças lhe permite uma atuação
eficiente, eficientemente deletéria junto às massas' trabalhadoras. E por isso
ainda não logrou a França livrar-se do ciclo infernal, da corrida destruidora. que se estabeleceu desde 1939. entre os preços das utilidades e os salários. O
que lhe tem custado essa competição insensata, insuflada pela demagogia in-
contida, é alguma coisa de dramático,
e está retratado com dados expressivos
em ilustrativo arHgo que François Coronat publica em "Information et documentatíon", de 16 de outubro último.
74
Dioesto Econó.noco
nas parcialmente no campo do govêr-
cer, em têrmos precisos c nítidos, uma
no" — acrescenta.
E destaca o tradicional órgão inglês, nesse ponto, a ação infle.xível e corajosa de Stafford Cripps — j*ulgamento de alta significação por todos os moHvos. Em face dessas circunstâncias, as perspectivas do Partido Conservador,
dentro da atualidade da política inglêsa, são apresentadas pelo "Economist" no se^nte esquema: se a situação in ternacional se agravar sèriamente, in
clusive com risco direto de guerra, pro
será possível vencer e dominar fatores
atrair sobretudo a stia classe mÂlia.
balhadas pela demagogia, que se entre
de desagregação e de inquietação que vão minando as bases da estmtura, sè riamente ameaçada na sua estabilidade.
compreensão do Iiomcm e da mulher
garam às soluções fáceis, aos golpes de prestidigitação e oos relaxamentos de uma política que devora as últimas re
comum".
O Partido Conservador não
servas de substância e de vitalidade —
■ Na França — onde, apesar de tudo, há um núcleo poderoso de resistência,
está desprovido de chefes e carrega as mais valiosas tradições. O que lhes está faltando é falar "à imaginação do inglês ordinário, do inglês comum, que
essas nações, em grau maior ou menor,
onde se sente a vitalidade do homem do
-devo ser formulada cm termos bastante
simples para "despertar a convicção e a
não se pode entusiasmar por um parti
do que SC apresenta como o dos "big business-men" e dos grandes proprietá
mstas, pode-se prever também uma
formular uma política nacional para os problemas nacionais, superior em mérito
vêmo, é quase certo então que os con servadores reconquistarão o poder.
Se os "tories" pensam, porém, que podem confiar na vitória eleitoral, apro veitando-se só da impopularidade que uma política austera como a trabalhis ta provoca inevitàvelmente, é quase se guro que estejam mergulhados em ilu
sões e erros de cálculo que lhes custa rão a derrota em 1950 — comenta o "Economist".
O que lhes é imprescindível é ofere
rÁ uma questão posta permanente-
na ordem do dia em todos os países, nesta quadra conturbada em que vivemos; a do aumento dos preços e dos salários. Os países, de que é exem plo mais eloqüente a Inglaterra, que caminharam para a política do sacrifí
oferecem todo o mesmo quadro de in satisfação crescente, de dificuldades as
cendentes, de complicações e embaraç-os que se multiplicam como um no velo infernal, em cujas dobras se estran
gulam tòdas as forças de recuperação. A opção entre uma e outra política
"O Partido Conservador necessita —
reflete efetivamente o estado de saúde
conclui o comentário do "Economist" —
moral e cívica, ou de doença social que separa os países atingi
e mais atraente para o eleitorado do que
qualquer outra que o Partido Traba
dos pela crise, que se generalizou.
povo, sobretudo da gente do interior, agarrada à terra, fecundando-a com o seu trabalho, zelando pelas tradições e
pela continuidade do estilo de \ida que deu sentido xmiversal à sua pátria —
na França quase -todos os governos se têm empenhado, com energia, para im por essa política de sacrifícios, necessá ria e salvadora. A instabilidade dos ga binetes que se sucedem, cada qual de vida mais efêmera, e a infiltração das fôrças da desordem e
Para enfrentar os sur
lhista possa oferecer." Não será este também o problema de
tos de demagogia dele
da demagogia têm, en
téria
tretanto, frustrado as ten
todos os partidos políticos que querem defender os valores conquistados, e atra
uma reconstrução amas
vessar esta fase revolucionária sem aban
donar os métodos da evolução?
Sem
e caminhar
para
sada com "sangue, suor e lágrimas", é preciso
tativas realizadas, esta-i
belecendo um grande de >
que a coletividade seja
- ■'
renovarem a sua mensagem e os méto
dotada de "caráter" ver
dos de influir sôbre a opinião, através de uma organização poderosa e dinâmi
balável de sobreviver e de retomar à
dadeiro, da decisão ina
ca, a alternativa que defrontarão será
antiga prosperidade; e que, acreditando
ainda uma vez: fascismo ou demagogia,
nas suas virtudes, acredite na fecundidade do sacrifício a suportar. A crise é realmente dura, e só se pode vencê-la
ou uma mescla dessas duas pragas.
Preços e saldrios
H'• mente
Fora dêsse clima moral e cívico não
alternativa política à nação, que. para
rios".
coab^o partidária; se a ala esquerda do Partido Trabalhista dominar o go-
rá as restrições gerais imprescindíveis iio seu restabelecimento. As nações tra
vavelmente se formará um govêrno de coalizão; se houver um colapso na ecoj"glêsa, pelo abandono do plano
Marshall, ou por uma desordem na pro dução industrial provocada pelos comu-
1
75
Digesto Econókuco
à custa de energia e de seriedade.
0.s
condutores se devem cercar, pelo seu comportamento, da plena confiança co
cio e da cooperação coletiva — produzir o mais possível para exportar, reduzindo
letiva; e agindo, sob a vigilância da opi
o consumo no mercado interno, e evitan
busca de dias melhores, devem manter
do os aumentos nominais de salários —
insuspeitada, imaculada, rigorosa fide
vão atravessando a tormenta inflacioná-
lidade aos compromissos e aos deveres impostos, antes de tudo, pela solidarie
ria em busca de uma normalidade que
custa muito, mas que, afinal, compensa-
nião convocada a sofrer privações em
dade que os prende ao sofrimento geral.
sequilíbrio entre os ob jetivos visados e os re
sultados obtidos. O Par tido Comunista tem uma
influência considerável, e a divisão das
outras fôrças lhe permite uma atuação
eficiente, eficientemente deletéria junto às massas' trabalhadoras. E por isso
ainda não logrou a França livrar-se do ciclo infernal, da corrida destruidora. que se estabeleceu desde 1939. entre os preços das utilidades e os salários. O
que lhe tem custado essa competição insensata, insuflada pela demagogia in-
contida, é alguma coisa de dramático,
e está retratado com dados expressivos
em ilustrativo arHgo que François Coronat publica em "Information et documentatíon", de 16 de outubro último.
Dicksto EcoxÓMir»!
Recorda o autor que as duas tentativas
77
Dicesto Econóndco
l?a Itália, igualmente, os_funcionários
porque o governo, aí) mesmo tempo, li
a medida trouxe a necessidade de rea
berou os preços de outros produlosj c
justar certos preços industriais; e já no
preços, em março e junho dêsle ano,
as repcreiissõcs não se fizeram espenir.
começo de outubro último se faziam no
mento de salários, variando de 15 a
resultaram infrutíferas. As reduções pre
detí-rmínando a a'ta geral.
tar as conseqüências, com o encareci-
30%. O govêmo se vê na contingência de resistir aos seus servidores cujo núme
feitas pelo govêmo para estabilizar os vistas eram modestas (de 3 a 10^) e
O «'ncarcctjnenlo da \ida é realmente
deviam incidir sobre artigos que afe
«itcrradí)r, «• .se e.vprime, com relação a 34 artigos básicí)s, por estas cifras deste
tam diretamente o custo da vida.
As providências de nada adiantaram
segurança perturba ainda mais o orga nismo tão minado de um país ilustre, de
(Base 1938 = 100) Janeiro
Abril
Julho
1.414
Agosto
1•499
1.528
1.670
evoluiu:
Dezembro 1947 10.8,58
Ao invés de enfrentar, com eficiência
1.763
dos pelos centros de investigação, assim
nimo vital", segundo .os dados ofereciDezembro 1946 frs. 7.350
•Setembro
Julho 1948 12.974
.Agosto 1948 ' 13.4.'59
a alta dos preços, lançou-sc o país à
francês já atingira o nível de 728 em
corrida entre estes e os salário.s. Solução cuja insensatez qualquer um pode
1938. Mas, no mesmo período, o índice do preços do varejo era de 1529, em
ria prever. No fim de 1947, o.s salá rios foram mais uma vez aumentados de 30%. Em abril dêste ano, já a ascensão dos preços das utilidades reduzia êste aumento falaz a 10%.
As ameaças de greve recrudesceram, e as associações operárias voltaram a condenar a política governamental e a reclamar novas vantagens, inclusive a instituição de uma "escala móvel" de.stínada a adaptar automàticamente os salários aos preços.
Já a essa altura, mesmo dos sindica tos de trabalhadores, desiludidos da panacéia dos aumentos, partiam fortes
movimentos em favor da baixa geral dos preços das utilidades — única niedida realmente eficaz na conjuntura. Que adiantaria, com efeito, prosseguir nos aumentos nominais de salários, de
vorados ràpidamente pela alta inevitá
relação ao índice de 100 do ano de
uma nação imortal e gloriosa, cujos so
de 738.000 (1938) a
— conforme acentuou o ministro do Te
souro — .seria elevar de mais de 50% o
"déficit" orçamentário já enorme. A agitação cresce também na Itália,
frimentos devem servir de lição fecun
mau grado o seu esfôrço de recuperação.
da, e hão de, internamente, fermentar»
Os ser\'idores públicos se lançam às
uma reação-redentora, que a elevará no vamente à influência e ao prestígio de
suas malhas os operários. A Igreja, em
que' o mundo não pode prescindir. A lição da França — um exemplo entre tantos que temos diante dos olhos — não servirá aos que se lançam na imprevidência e na demagogia dos aumen
confronto com o índice 100, de dez anos
tos fictícios de salários, que se trans formam em instrumentos indomináveis de
atrás. Ou seja; o poder de compra do
desordem e de depauperamento?
greves.
Os comunistas envolvem nas
ação política militante, enfrenta os ex tremistas da esquerda.
E o mesmo dilema se põe, entre o sacrifício e a
concessão à
dema
gogia: reconstruir em bases sérias, ou
prosseguir no caminho das mentiras e dos entorpecentes que levam à der rocada.
trabalhador, fícticianiontc majorado no seu salário, era, na realidade, inferior a
50% do que tinha antes da guerra. E a .situação do operário solteiro era ainda mais desfavorável do que a do casado, pois este recebeu onlra.s vantagens es peciais, nestes últimos anos.
O mal-e.star gerado por esse estado de coisas, a todos atingindo, provocou tam bém reações dos servidores do E.stado, ainda mais sacrificados pelo de-sequilí-. brio.
Ressurgiram a partir de julho, com maior intensidade, as queixas e protes tos. E o dilema se pôs de novo, com as mesmas sombrias perspectivas ante riores: ou baixar os preços, ou aumentar mais uma vez os salários. O governo
vel do custo da vida? Em junho dêste
Queuille, que ascendeu numa liora de desespero, transigiu com uma nova ma
ano, o salário médio do trabalhador
joração de salários na base de 15%. Mas
.«^1'OÍL_'.'9Í
ro aumentou
1.040.000 (1948): ceder às exigências
generalidade.
A insatisfação se aprofunda e a in
ano;
O necessário para atender ao "mí
mento da vida. E as greves nos últi mos dias explodiam com maior vigor e
e empregados do Estado reclamam au
Automóveis ingleses
A produção de automóveis apresenta- o dôbro da registrada em 1939, e o seu
da pela Inglaterra é um dos dados valor mensal excede atualmente £ ....
significativos que refletem a fecundidade do seu trabalho industrial: é hoje
9.000.000. Dos carros de passageiros produzidos,
Dicksto EcoxÓMir»!
Recorda o autor que as duas tentativas
77
Dicesto Econóndco
l?a Itália, igualmente, os_funcionários
porque o governo, aí) mesmo tempo, li
a medida trouxe a necessidade de rea
berou os preços de outros produlosj c
justar certos preços industriais; e já no
preços, em março e junho dêsle ano,
as repcreiissõcs não se fizeram espenir.
começo de outubro último se faziam no
mento de salários, variando de 15 a
resultaram infrutíferas. As reduções pre
detí-rmínando a a'ta geral.
tar as conseqüências, com o encareci-
30%. O govêmo se vê na contingência de resistir aos seus servidores cujo núme
feitas pelo govêmo para estabilizar os vistas eram modestas (de 3 a 10^) e
O «'ncarcctjnenlo da \ida é realmente
deviam incidir sobre artigos que afe
«itcrradí)r, «• .se e.vprime, com relação a 34 artigos básicí)s, por estas cifras deste
tam diretamente o custo da vida.
As providências de nada adiantaram
segurança perturba ainda mais o orga nismo tão minado de um país ilustre, de
(Base 1938 = 100) Janeiro
Abril
Julho
1.414
Agosto
1•499
1.528
1.670
evoluiu:
Dezembro 1947 10.8,58
Ao invés de enfrentar, com eficiência
1.763
dos pelos centros de investigação, assim
nimo vital", segundo .os dados ofereciDezembro 1946 frs. 7.350
•Setembro
Julho 1948 12.974
.Agosto 1948 ' 13.4.'59
a alta dos preços, lançou-sc o país à
francês já atingira o nível de 728 em
corrida entre estes e os salário.s. Solução cuja insensatez qualquer um pode
1938. Mas, no mesmo período, o índice do preços do varejo era de 1529, em
ria prever. No fim de 1947, o.s salá rios foram mais uma vez aumentados de 30%. Em abril dêste ano, já a ascensão dos preços das utilidades reduzia êste aumento falaz a 10%.
As ameaças de greve recrudesceram, e as associações operárias voltaram a condenar a política governamental e a reclamar novas vantagens, inclusive a instituição de uma "escala móvel" de.stínada a adaptar automàticamente os salários aos preços.
Já a essa altura, mesmo dos sindica tos de trabalhadores, desiludidos da panacéia dos aumentos, partiam fortes
movimentos em favor da baixa geral dos preços das utilidades — única niedida realmente eficaz na conjuntura. Que adiantaria, com efeito, prosseguir nos aumentos nominais de salários, de
vorados ràpidamente pela alta inevitá
relação ao índice de 100 do ano de
uma nação imortal e gloriosa, cujos so
de 738.000 (1938) a
— conforme acentuou o ministro do Te
souro — .seria elevar de mais de 50% o
"déficit" orçamentário já enorme. A agitação cresce também na Itália,
frimentos devem servir de lição fecun
mau grado o seu esfôrço de recuperação.
da, e hão de, internamente, fermentar»
Os ser\'idores públicos se lançam às
uma reação-redentora, que a elevará no vamente à influência e ao prestígio de
suas malhas os operários. A Igreja, em
que' o mundo não pode prescindir. A lição da França — um exemplo entre tantos que temos diante dos olhos — não servirá aos que se lançam na imprevidência e na demagogia dos aumen
confronto com o índice 100, de dez anos
tos fictícios de salários, que se trans formam em instrumentos indomináveis de
atrás. Ou seja; o poder de compra do
desordem e de depauperamento?
greves.
Os comunistas envolvem nas
ação política militante, enfrenta os ex tremistas da esquerda.
E o mesmo dilema se põe, entre o sacrifício e a
concessão à
dema
gogia: reconstruir em bases sérias, ou
prosseguir no caminho das mentiras e dos entorpecentes que levam à der rocada.
trabalhador, fícticianiontc majorado no seu salário, era, na realidade, inferior a
50% do que tinha antes da guerra. E a .situação do operário solteiro era ainda mais desfavorável do que a do casado, pois este recebeu onlra.s vantagens es peciais, nestes últimos anos.
O mal-e.star gerado por esse estado de coisas, a todos atingindo, provocou tam bém reações dos servidores do E.stado, ainda mais sacrificados pelo de-sequilí-. brio.
Ressurgiram a partir de julho, com maior intensidade, as queixas e protes tos. E o dilema se pôs de novo, com as mesmas sombrias perspectivas ante riores: ou baixar os preços, ou aumentar mais uma vez os salários. O governo
vel do custo da vida? Em junho dêste
Queuille, que ascendeu numa liora de desespero, transigiu com uma nova ma
ano, o salário médio do trabalhador
joração de salários na base de 15%. Mas
.«^1'OÍL_'.'9Í
ro aumentou
1.040.000 (1948): ceder às exigências
generalidade.
A insatisfação se aprofunda e a in
ano;
O necessário para atender ao "mí
mento da vida. E as greves nos últi mos dias explodiam com maior vigor e
e empregados do Estado reclamam au
Automóveis ingleses
A produção de automóveis apresenta- o dôbro da registrada em 1939, e o seu
da pela Inglaterra é um dos dados valor mensal excede atualmente £ ....
significativos que refletem a fecundidade do seu trabalho industrial: é hoje
9.000.000. Dos carros de passageiros produzidos,
79
DtcESTO Econômico 78
DiCESTO
7556 são exportados — para atender à fome de divisas de que sofre o país. Dos veículos comerciais, côrca de 5056
agora são igualmente remetidos para o estrangeiro, enquanto antes da guerra
a exportação destes veículos correspon dia apenas a 14% da produção. E en
EcONÓhDCO
próprias forças para defender e guiar
tre os mercados recepti\os aos automó
veis ingleses sc apontam os Estados Unidos, cujas demandas crescem cons estes
"Economíst"
dados de
2
registrados de
outubro
pelo úl
História na Universidade de Colúm-
bia, que acaba de realizar um curso es
pecial na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, discute, no "New York Ti
mes Magazine", de 22 de agôsto passa do, o problema que está pôsto nos Esta dos Unidos na pauta dos debates, com as
investigações que se promovem para apurar as "atividades anti-americanas", as atividades subversivas dos partidários
exclusão dos comunistas da legalidade
conizada esclareceria a posição partidá ria; definiria a linha de separação entre o
timo.
os recursos e o dinamismo dos comunis
tas, que mudariam de nome e se apre sentariam como membros do partido de Jefferson ou de Lincoln... Compreendendo a ineficiência dessa simples mudança de rótulo - comenta o Prof. Commager — a legislação de al
guns Estados americanos tem estabele
matéria de tática política; eliminaria a
cido a exigência de prestarem os candi datos às funções públicas juramento de
influência e a interferência de Moscou;
lealdade ao sistema constitucional ame
que é permitido e o que é proibido em
Um paladino dos métodos democrcíticos
J^^ENRY Steele Commager, professor de
Os principais argumentos em favor da parecem ao Professor Commager "mais plausÍN cis do que persuasivos'\ E são por êle assim indicados: a medida pre
tantemente.
São
a vida nacional.
mente ingênuo, reconhecidos como são
sões com relação a uma guerra, que se pode desencadear de um momento para
permitiria uma melhor defesa ■ contra a
ricano. De que valerá, porém, para os
infiltração de elementos suspeitos e sub
comunistas essa velha formalidade, tão
outro, e de sobressalto pela irmpção de
versivos; fortaleceria o país na sua
uma crise
guerra fria contra a Rússia.
velha como a própria Constituição? Também a disposição constante do
lado,
de
econômica, é, por oijtro má-xlma
vitalidade
e
ri
Julga duvidoso o autor que os obje
queza.
tivos indicados possam ser alcançados com a ilegalidade do Partido Comunis
Desaconselha o Professor Commager,
em termos positivos, a declaração da ile. galidade do Partido Comunista, por lhe
ta.
O método é muito
simples para dêle se espe
parecer uma medida errada e inconve
rarem frutos tão fecundos.
de Moscou: "Devemos pôr fora da lei
niente, sob todos os pontos-de-vista. E os fundamentos que apresenta podem ser
o Partido Comunista?"
assim ligeiramente sumariados, repro-
E' preciso — acentua — não considerar a questão
E' um testemunho reconfortante de . duzindo, sob muitos aspectos, temas e razões que, entre nós, recentemente, fo ram lançadas na discussão do mesmo pro o artigo do professor americano. As suas blema. convicções a muitos parecerão, no cli O autor considera que não pode cons ma atual, ingênuas ou perigosas, revela- tituir objeto de dúvida ser o Partido doras de um espírito abstrato diante da Comunista hostil á democracia, e ter realidade e desapercebido dos perigos como objetivo supremo substituir por que rondam o mundo ocidental. O que métodos revolucionários o governo e a não se pode deixar de reconhecer, en estrutura econômica dos Estados Uni tretanto, é que os pontos-de-vista enun dos. Mas a sua excluBÍÉí dos quadros da ciados por Commager transpiram leal vida política americana envolve proble dade e ânimo sério, e sobretudo saúde mas de conseqüências muito sérias, tais espiritual, confiança no poder da razão como o tratamento que deve ser dispen e na fôrça persuasiva do debate político sado a qualquer partido, que se tome corretamente conduzido.
potencialmente perigoso, a subsistência
E' claro que se deve considerar que o professor americano fala sobretudo para o seu país, olhando e considerando a sua situação presente, que, se é de apreen
do direito de divergir e de inconformida de no terreno político, a preservação da liberdade de opinião e de organização das minorias, a confiança da opinião nas
■ií.-"
claro que os partidários de Moscou, se alcançassem
o poder, destruiriam tôda a tábua de
que advogarem o uso da fôrça na ação política, não alcança os comimistas, que oficial mente são tão pacifistas os vegetarianos, e que, nos Estados Unidos, se apresentam apenas como
um "partido de trabalhà-
dores, seguidores das tradições de Jef
direitos inscrita na Constituição; nem
ferson, Paine, Jackson e Lincoln" — in-
por isso, entretanto, devem ser tratados pela maioria com o desconhecimento das
mocratas ou dos republicanos, observa o
leis e regras que disciplinam a vida da comunhão americana.
Declarar ilegal o Partido Comunista não alterará efetivamente os quadros po líticos do país. O objetivo dêste ato não será impedi-lo de eleger o presiden te ou o Congresso. Êste risco não exis te com referência a um partido que ainda não elegeu um único deputado ou senador, e até agora não alcançou mais de 102.991 votos.
Proibir o uso de legenda partidária não teria resultado efetivo, seria pura-
.A
cluindo dos postos federais todos os
como os proibicionistas òu
sob critério comunista. E'
espírito liberal e de confiança plena nos • métodos democráticos êste que apresenta
"Hatch Act", emendado em 1940, ex
distinguível, pelo seu programa, dos de autor. E embora se alegue ser do co nhecimento geral que os comunistas advogam o emprêgo da fôrça, sem atos específicos de violência não será pos sível, dentro do sistema americano, pu
ni-los por intenção, ou pelos riscos po tenciais que representem.
E o inconveniente maior, a ineficiên
cia da providência simplista, parece ao Prof. Commager ter sido indicada com agudeza pelo candidato Dewey: lan çados na ilegalidade os comunistas se
riam lançados no "underground", na
79
DtcESTO Econômico 78
DiCESTO
7556 são exportados — para atender à fome de divisas de que sofre o país. Dos veículos comerciais, côrca de 5056
agora são igualmente remetidos para o estrangeiro, enquanto antes da guerra
a exportação destes veículos correspon dia apenas a 14% da produção. E en
EcONÓhDCO
próprias forças para defender e guiar
tre os mercados recepti\os aos automó
veis ingleses sc apontam os Estados Unidos, cujas demandas crescem cons estes
"Economíst"
dados de
2
registrados de
outubro
pelo úl
História na Universidade de Colúm-
bia, que acaba de realizar um curso es
pecial na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, discute, no "New York Ti
mes Magazine", de 22 de agôsto passa do, o problema que está pôsto nos Esta dos Unidos na pauta dos debates, com as
investigações que se promovem para apurar as "atividades anti-americanas", as atividades subversivas dos partidários
exclusão dos comunistas da legalidade
conizada esclareceria a posição partidá ria; definiria a linha de separação entre o
timo.
os recursos e o dinamismo dos comunis
tas, que mudariam de nome e se apre sentariam como membros do partido de Jefferson ou de Lincoln... Compreendendo a ineficiência dessa simples mudança de rótulo - comenta o Prof. Commager — a legislação de al
guns Estados americanos tem estabele
matéria de tática política; eliminaria a
cido a exigência de prestarem os candi datos às funções públicas juramento de
influência e a interferência de Moscou;
lealdade ao sistema constitucional ame
que é permitido e o que é proibido em
Um paladino dos métodos democrcíticos
J^^ENRY Steele Commager, professor de
Os principais argumentos em favor da parecem ao Professor Commager "mais plausÍN cis do que persuasivos'\ E são por êle assim indicados: a medida pre
tantemente.
São
a vida nacional.
mente ingênuo, reconhecidos como são
sões com relação a uma guerra, que se pode desencadear de um momento para
permitiria uma melhor defesa ■ contra a
ricano. De que valerá, porém, para os
infiltração de elementos suspeitos e sub
comunistas essa velha formalidade, tão
outro, e de sobressalto pela irmpção de
versivos; fortaleceria o país na sua
uma crise
guerra fria contra a Rússia.
velha como a própria Constituição? Também a disposição constante do
lado,
de
econômica, é, por oijtro má-xlma
vitalidade
e
ri
Julga duvidoso o autor que os obje
queza.
tivos indicados possam ser alcançados com a ilegalidade do Partido Comunis
Desaconselha o Professor Commager,
em termos positivos, a declaração da ile. galidade do Partido Comunista, por lhe
ta.
O método é muito
simples para dêle se espe
parecer uma medida errada e inconve
rarem frutos tão fecundos.
de Moscou: "Devemos pôr fora da lei
niente, sob todos os pontos-de-vista. E os fundamentos que apresenta podem ser
o Partido Comunista?"
assim ligeiramente sumariados, repro-
E' preciso — acentua — não considerar a questão
E' um testemunho reconfortante de . duzindo, sob muitos aspectos, temas e razões que, entre nós, recentemente, fo ram lançadas na discussão do mesmo pro o artigo do professor americano. As suas blema. convicções a muitos parecerão, no cli O autor considera que não pode cons ma atual, ingênuas ou perigosas, revela- tituir objeto de dúvida ser o Partido doras de um espírito abstrato diante da Comunista hostil á democracia, e ter realidade e desapercebido dos perigos como objetivo supremo substituir por que rondam o mundo ocidental. O que métodos revolucionários o governo e a não se pode deixar de reconhecer, en estrutura econômica dos Estados Uni tretanto, é que os pontos-de-vista enun dos. Mas a sua excluBÍÉí dos quadros da ciados por Commager transpiram leal vida política americana envolve proble dade e ânimo sério, e sobretudo saúde mas de conseqüências muito sérias, tais espiritual, confiança no poder da razão como o tratamento que deve ser dispen e na fôrça persuasiva do debate político sado a qualquer partido, que se tome corretamente conduzido.
potencialmente perigoso, a subsistência
E' claro que se deve considerar que o professor americano fala sobretudo para o seu país, olhando e considerando a sua situação presente, que, se é de apreen
do direito de divergir e de inconformida de no terreno político, a preservação da liberdade de opinião e de organização das minorias, a confiança da opinião nas
■ií.-"
claro que os partidários de Moscou, se alcançassem
o poder, destruiriam tôda a tábua de
que advogarem o uso da fôrça na ação política, não alcança os comimistas, que oficial mente são tão pacifistas os vegetarianos, e que, nos Estados Unidos, se apresentam apenas como
um "partido de trabalhà-
dores, seguidores das tradições de Jef
direitos inscrita na Constituição; nem
ferson, Paine, Jackson e Lincoln" — in-
por isso, entretanto, devem ser tratados pela maioria com o desconhecimento das
mocratas ou dos republicanos, observa o
leis e regras que disciplinam a vida da comunhão americana.
Declarar ilegal o Partido Comunista não alterará efetivamente os quadros po líticos do país. O objetivo dêste ato não será impedi-lo de eleger o presiden te ou o Congresso. Êste risco não exis te com referência a um partido que ainda não elegeu um único deputado ou senador, e até agora não alcançou mais de 102.991 votos.
Proibir o uso de legenda partidária não teria resultado efetivo, seria pura-
.A
cluindo dos postos federais todos os
como os proibicionistas òu
sob critério comunista. E'
espírito liberal e de confiança plena nos • métodos democráticos êste que apresenta
"Hatch Act", emendado em 1940, ex
distinguível, pelo seu programa, dos de autor. E embora se alegue ser do co nhecimento geral que os comunistas advogam o emprêgo da fôrça, sem atos específicos de violência não será pos sível, dentro do sistema americano, pu
ni-los por intenção, ou pelos riscos po tenciais que representem.
E o inconveniente maior, a ineficiên
cia da providência simplista, parece ao Prof. Commager ter sido indicada com agudeza pelo candidato Dewey: lan çados na ilegalidade os comunistas se
riam lançados no "underground", na
80
Dic;esto Econômico
ação oculta, subterrânea, muito mais pe rigosa, realmente. Quem pode duvidar ser muito menos temível o inimigo des
coberto, que crítica de público, cujos movÍmento.s podemos acompanhar, cujas intenções podemos, pelo menos, vislum brar através dos pronunciamentos e ma
nifestações a que são forçados, nos de bates impostos pe^os acontecimentos? E a existência do Partido Comunista é
que permitiu ao governo identificar qua-
^ todos, ou grande parte dos adeptos de ístaím que atuam nos Estados Unidos.
Se para o Prof. Commager a questão pratica é posta nesses têrmos, as dificul
dades de ordem consHtucional lhe pare cem também sérias. Para Ôsse liberal e
democrata de velha cepa, o sistema constitucional americano assegura a to
dos o direito de se organizarem politi
camente e proporem reformas no govérno e na economia"; e sob o mesmo sis
tema os homens são "inocentes até prova de que são culpados; a culpa é pe.ssoal e deve ser provada por atos ilegais e não por pensamentos ilegais". A pala
vra recente de Dewey é adotada peío
autor do artigo em questão; "Podemos
perseguir os homens pelos crimes que cometerem, não pelas idéias qug têm".
A liberdade de associação e de pen samento será ameaçada, desde que se abra o precedente de punir, não atos
ilegais, porém simples programas de
reforma. E os comunistas não são pas síveis de repres.são, como não o são
os outros grupos inconformistas, opina o Prof. Commager que, defendendo o
seu ponto-de-vista, com apoio no "Bill of Rights", invoca a tradição america na, tal como proclamada pelos tribunais e pelas mais autorizadas corporações de juristas, em precedentes expressivos in
dicados e comentados pelo autor, que
Dicesto
Econômico
conchii, depois de profligar os métodos
rado para enfrentar e refutar o.s seus
dc pressão comun.s ao.s nazistas, fascistas
pios liberais inspirou ao Prof. Commager
argumentos; é uma confissão ou dè fra
— cuja fé na força da democracia e na
e comunista.s; *'.Se nós adotarmos é.sses tirânicos instrumentos, i-staremos dc fa-
queza ou de impaciência — anibo.s de feitos incompatíveis com um verdadeiro
to sucumbindo diante da filosofia que os ju.stifica. e nenhuma vitória que o
e.xcelência de seus processos é um estí mulo e um refrigério, nesta hora
das razões que a fidelidade aos princí
sistema democrático.
Eis a substância
dc tantas desesperanças e incredulídades.
comunismo poderia talvez alcançar, pe
lo voto, ou não, seria tão espetacular
Produção e consumo do petróleo
como a vitória assim conrjuistada, infil-
irando-nos sua odiosa doutrina legal". O recurso, de que têm lançado m.ão algun.s Estados, proibindo a existência dc partidos filiado.s ou ligados a qual
"T"'' liltimo,
quer governo ou entidade estrangeira,
o con.sumo do petróleo.
parece ao Prof. Commager igualmente
Economíc", de outubro
sumaria uma análise do
"Mining Journal" sobre o suprimento e A previsão é de falta sensível nos pró
perigo.so, pelos abii.sos a que se presta,
ximos anos. A advertência formulada na
na sua comprcs.são indiscriminada, po
Câmara dos Comuns pelo Ministro de
Grã-Bretanha o consumo per capita, no último ano, foi de 81 galões. O número de tratores agrícolas de 1938 até agora se elevou de mais de um milhão nos Estados Unidos, consumindo 100% mais combustível, e o número de locomotivas-diesel cresceu de cêrca de 150%.
dendo alcançar, por exemplo, uma or
Combustível e Força nestes lermos: —
Daí se explica que os Estados Unú
ganização trabaMiista filiada i Intema-
"não há dúvida de que, nos próximos três ou quatro anos, haverá uma aguda escassez de petróleo" — se aplica, se gundo o comentário, a todos os países
dos, que antes da guerra produziam 60%
liona] Labor Organization. Para o autor, a e.xcomunhão do Parti
do Comunista da legalidade, além de ser
do petróleo mundial e eram ura dos
maiore.s e.xportadores, hoje sejam impor
tadores, embora produzam a mesma por centagem, em .relação ao total geral, e
ineficaz ou contraproduccnie, isto é, além de não se justificar sob o ponto-devi.sta da utihdade, cria um precedente
imporiadores. A produção cresceu
mente nos últimos dez anos — de 280
em quantidade essa produção se tenha elevado de 170 milhões a 266 milhões
perigoso para as liberdades básicas de
milhões de toneladas, em 1938, para 470
de toneladas.
milhões em 1948, e continua crescendo;
A deficiência no suprimento do mer cado mundial e devida a temporárias di
extraordinaria
que desfrutam' os partidos minoritários. O que hoje se faz com os comunistas, amanhã far-se-á, sob razões iguais ou
mas ainda assim é insuficiente para fa zer face às necessidades progressivas do
equivalentes, com outras associações ou
consumo.
correntes políticas.
Mais importante do que tudo é con servar livres e abertos os caminhes da
ocasionadas pelos altos níveis da demanda, e não à escassez dé
A indústria não se aparelhou ainda, suprindo os estragos ou perturbações da guerra, para
reser\'as.
crítica e do debate, estimulando a con
atender às solicitações do mer-
cado, em expansão imprevista, determinada pelo programa de recons trução dos países europeu.s, pela mecani zação da agricultura, pelo aumento dos transportes rodoviários, pelo emprego do petróleo com maior largueza na nave gação marítima, pela escassez de carvão. O consumo per capita nos Estados Unidos subiu de 306 galões em 1937 a
A demo
cracia americana precisa, porém, dar uma prova de confiança c de vitalidade, combatendo-a sem abandonar os seus
próprios princípios, confiante na inteli gência e nas virtudes do povo ameri cano. Sufocar na ilegalidade uma dou trina, por mais revoltante ou falsa que seja, é confessar que não se está prepa-
O fornecimento do
Oriente Médio se ressente, ró-
trovérsia. A doutrina comuní.sta merece
a mais rigorosa condenação.
ficuldades na produção e transporte,
bretudo, dessas dificuldades, pa
c;
506 galões em 1947, enquanto que na
ra cujo vencimento em muitos
pais^ se estão tomando as provi dências adequadas, como a constru ção de oleodutos, petroleiros e refína-
nas. Este programa, porém, requer vanos anos para ser executado, e ate lá o mercado consumidor, so
frerá^ as conseqüências de uma ex pansão
que
prontamente.
é
impossível
cobrir
80
Dic;esto Econômico
ação oculta, subterrânea, muito mais pe rigosa, realmente. Quem pode duvidar ser muito menos temível o inimigo des
coberto, que crítica de público, cujos movÍmento.s podemos acompanhar, cujas intenções podemos, pelo menos, vislum brar através dos pronunciamentos e ma
nifestações a que são forçados, nos de bates impostos pe^os acontecimentos? E a existência do Partido Comunista é
que permitiu ao governo identificar qua-
^ todos, ou grande parte dos adeptos de ístaím que atuam nos Estados Unidos.
Se para o Prof. Commager a questão pratica é posta nesses têrmos, as dificul
dades de ordem consHtucional lhe pare cem também sérias. Para Ôsse liberal e
democrata de velha cepa, o sistema constitucional americano assegura a to
dos o direito de se organizarem politi
camente e proporem reformas no govérno e na economia"; e sob o mesmo sis
tema os homens são "inocentes até prova de que são culpados; a culpa é pe.ssoal e deve ser provada por atos ilegais e não por pensamentos ilegais". A pala
vra recente de Dewey é adotada peío
autor do artigo em questão; "Podemos
perseguir os homens pelos crimes que cometerem, não pelas idéias qug têm".
A liberdade de associação e de pen samento será ameaçada, desde que se abra o precedente de punir, não atos
ilegais, porém simples programas de
reforma. E os comunistas não são pas síveis de repres.são, como não o são
os outros grupos inconformistas, opina o Prof. Commager que, defendendo o
seu ponto-de-vista, com apoio no "Bill of Rights", invoca a tradição america na, tal como proclamada pelos tribunais e pelas mais autorizadas corporações de juristas, em precedentes expressivos in
dicados e comentados pelo autor, que
Dicesto
Econômico
conchii, depois de profligar os métodos
rado para enfrentar e refutar o.s seus
dc pressão comun.s ao.s nazistas, fascistas
pios liberais inspirou ao Prof. Commager
argumentos; é uma confissão ou dè fra
— cuja fé na força da democracia e na
e comunista.s; *'.Se nós adotarmos é.sses tirânicos instrumentos, i-staremos dc fa-
queza ou de impaciência — anibo.s de feitos incompatíveis com um verdadeiro
to sucumbindo diante da filosofia que os ju.stifica. e nenhuma vitória que o
e.xcelência de seus processos é um estí mulo e um refrigério, nesta hora
das razões que a fidelidade aos princí
sistema democrático.
Eis a substância
dc tantas desesperanças e incredulídades.
comunismo poderia talvez alcançar, pe
lo voto, ou não, seria tão espetacular
Produção e consumo do petróleo
como a vitória assim conrjuistada, infil-
irando-nos sua odiosa doutrina legal". O recurso, de que têm lançado m.ão algun.s Estados, proibindo a existência dc partidos filiado.s ou ligados a qual
"T"'' liltimo,
quer governo ou entidade estrangeira,
o con.sumo do petróleo.
parece ao Prof. Commager igualmente
Economíc", de outubro
sumaria uma análise do
"Mining Journal" sobre o suprimento e A previsão é de falta sensível nos pró
perigo.so, pelos abii.sos a que se presta,
ximos anos. A advertência formulada na
na sua comprcs.são indiscriminada, po
Câmara dos Comuns pelo Ministro de
Grã-Bretanha o consumo per capita, no último ano, foi de 81 galões. O número de tratores agrícolas de 1938 até agora se elevou de mais de um milhão nos Estados Unidos, consumindo 100% mais combustível, e o número de locomotivas-diesel cresceu de cêrca de 150%.
dendo alcançar, por exemplo, uma or
Combustível e Força nestes lermos: —
Daí se explica que os Estados Unú
ganização trabaMiista filiada i Intema-
"não há dúvida de que, nos próximos três ou quatro anos, haverá uma aguda escassez de petróleo" — se aplica, se gundo o comentário, a todos os países
dos, que antes da guerra produziam 60%
liona] Labor Organization. Para o autor, a e.xcomunhão do Parti
do Comunista da legalidade, além de ser
do petróleo mundial e eram ura dos
maiore.s e.xportadores, hoje sejam impor
tadores, embora produzam a mesma por centagem, em .relação ao total geral, e
ineficaz ou contraproduccnie, isto é, além de não se justificar sob o ponto-devi.sta da utihdade, cria um precedente
imporiadores. A produção cresceu
mente nos últimos dez anos — de 280
em quantidade essa produção se tenha elevado de 170 milhões a 266 milhões
perigoso para as liberdades básicas de
milhões de toneladas, em 1938, para 470
de toneladas.
milhões em 1948, e continua crescendo;
A deficiência no suprimento do mer cado mundial e devida a temporárias di
extraordinaria
que desfrutam' os partidos minoritários. O que hoje se faz com os comunistas, amanhã far-se-á, sob razões iguais ou
mas ainda assim é insuficiente para fa zer face às necessidades progressivas do
equivalentes, com outras associações ou
consumo.
correntes políticas.
Mais importante do que tudo é con servar livres e abertos os caminhes da
ocasionadas pelos altos níveis da demanda, e não à escassez dé
A indústria não se aparelhou ainda, suprindo os estragos ou perturbações da guerra, para
reser\'as.
crítica e do debate, estimulando a con
atender às solicitações do mer-
cado, em expansão imprevista, determinada pelo programa de recons trução dos países europeu.s, pela mecani zação da agricultura, pelo aumento dos transportes rodoviários, pelo emprego do petróleo com maior largueza na nave gação marítima, pela escassez de carvão. O consumo per capita nos Estados Unidos subiu de 306 galões em 1937 a
A demo
cracia americana precisa, porém, dar uma prova de confiança c de vitalidade, combatendo-a sem abandonar os seus
próprios princípios, confiante na inteli gência e nas virtudes do povo ameri cano. Sufocar na ilegalidade uma dou trina, por mais revoltante ou falsa que seja, é confessar que não se está prepa-
O fornecimento do
Oriente Médio se ressente, ró-
trovérsia. A doutrina comuní.sta merece
a mais rigorosa condenação.
ficuldades na produção e transporte,
bretudo, dessas dificuldades, pa
c;
506 galões em 1947, enquanto que na
ra cujo vencimento em muitos
pais^ se estão tomando as provi dências adequadas, como a constru ção de oleodutos, petroleiros e refína-
nas. Este programa, porém, requer vanos anos para ser executado, e ate lá o mercado consumidor, so
frerá^ as conseqüências de uma ex pansão
que
prontamente.
é
impossível
cobrir
UJm.
ik I
J :
Dioksto Eco^•6^^co
82
Os resultados da nacionalização industrial na França A experiência da nacionalização de indústrias e empresas comerciais na
França até agora tem oferecido resulta dos desfavoráveis, provocando, mais uma
que, cm verdade, dobra o número de empresas e agências, alritando-sc e en tra vando-se
mutuamente.
A experiência já se fêz cm outras
Digesto
Econômico
Taarto mais que ela se vem realizando cm ambiente excepcionalmente contur
83
ceira, as emprêsas nacionalizadas ou apresentam déficits ou cuidam de ar
bado por crises e agitações constantes.
ranjar os próprios balanços para disfar
E, na realidade, observa o comentador do "Economist", a intervenção do Esta
çarem ou justificarem os resultados des favoráveis reais.
do, absorvendo muitas emprêsas e servi ços, em vários casos lhe foi imposta
E*, porém, relativamente ao aspecto social que a nacionalização se apresen
épocas com os piores frutos. A teimo
indcclinàvelmente, para evitar choques e desordens gravíssimos, para conjurar
ta menos eficaz, ou mesmo mais danosa,
vez, a inadequação do Estado para ad ministrar organizações destinadas a pro
sia humana é, porém, eterna; e nem
política social que ditaram tal medida.
duzir, e a produzir o mellior serviço
mesmo as lições mais recentes e deci sivas bastam para convencer os que as testemunharam, ou as estão acompanhan
mesmo perigos sérios à paz pública. Se essas circunstâncias, porém, devem explicar o fenômeno e atenuar as cul
Pois, com efeito — comentam os adver sários da socialização realizada — as
pas do govêmo (sempre incerto e inse
do todos os dias.
guro da sua sobrevivência) e lhe ga
grandes greves se verificam ultimamente "nas indústrias sob "contrôle" do Estado - o que é incompreensivel e destrói os fundamentos da orientação adotada.
pelo menor custo. Quando o Estado transborda para êsses setôres, com a sua burocracia ao mesmo tempo preguiçosa e "encombrante", todos já sabem quais serão as conseqüências, aqui e alhures:
Na França - país sabidamente do minado pelo espírito individualista e
a incapacidade administra
pela iniciativa privada —
tiva estatal é fato de com
a nacionalização de largos setôres da indústria e do comércio (imposta ent muitos casos pelas cir cunstâncias políticas e so
provação universal, e crêsce na proporção em que
- • ;
a máquina se multiplica por um impulso irreprimí vel, que dentro dele mesmo encontra o seu apetite tentacular.
A expansão da máquina estatal, ape sar de todas as advertências e os frutos
ciais, e como meio de evitar mal maior) não tem oferecido resultados promisso res. Ao contrário: a recuperação rea
lizada pelo trabalho coletivo se tem
rantem mesmo um crédito de confian
ça em certos núcleos de opinião, dispos
ta a aguardar mais tempo para formu lar um juízo mais fundado, os frutos até
agora apresentados pela nacionalização são pecos e minguados. E os resul tados oferecidos pelas .indústrias nacio nalizadas — que correspon dem pelo seu valor a 70% do total das indústrias fran
uma vez que foram sobretudo razões de
A verdade, porém,.é que a população francesa vive sobressaltada permanente mente còm as paralisações da produção das minas'de car\'ão, de gás e de eletri cidade, dos transportes urbanos; e até mesmo com a greve dos fun
cionários públicos.
Focalizando êsse quadro
cesas — são tidos como prova
e as reações que provo
de um tríplice insucesso —
cam nos setores mais conser
da sua experiência, prossegue, todavia,
verificado apesar da intromissão do Es
como se em cada país se quisesse erguer uma construção babilôníca, de que os
econômico, financeiro e so
tado em terrenos em que não tem proNTi-
vadores da opinião, o corres
cial.
pondente do "Economist" não
cidadãos devessem ser apenas as co lunas de sustentação, esmagadas sob o próprio pêso que suportam, como se
diretora.
esse fôsse o destino do homem criador
"Economist", na edição de 2 do mês
nos nossos dias delirantes.
de outubro passado.
do ser profícua a sua ação executiva ou E' êste o depoimento objetivo e
reno que divulga o correspondente do
Do ponto-de-vista econô
esconde que na apreciação
mico, a experiência falhou porque não apresenta melhor
do problema devem-se ter em conta os "handicaps" que
aproveitamento do trabalho.
enfrentam as emprêsas nacionaUzadas (minas, armamentos, trans porta, grandes bancos, eletricidade gás
As despesas gerais, que se deviam re duzir, com a concentração estatal, au mentam constantemente; a produtivida
E' um mal que já se vai acentuando
A apreciação do comentador do ilus
como uma fatalidade do próprio estágio econômico e social que atravessamos, e
tre jornal inglês é severa, porém com preensiva. Reconhece que e ainda pre
em que o desenvolvimento das fôrças
maturo um veredicto que julgue uma ex
nas. A indústria aeronáutica é aponta
periência de dois séculos de iniciativa privada em confronto com uma e.xperiên-
da como exemplo típico da desastrosa
cia muito recente de nacionaHzaçüo. ^ Certamente, é cedo para decidir so bre os frutos desta última, no que diz
francesas ou utilizam aviões estrangei
munistas) de que as indústrias oficiais
ros ou pelo menos usam motores estran geiros.
tem sido as maiores vítimas
privadas exigiu, ou justificou, êsse forta lecimento 6 essa vigilância do Estado,
ou para absorver essas fôrças, pela nacionalização, ou para submetê-las a
um tal regime de "cóntrôle", que re clama órgãos tão imensos e complexos
respeito à eficiência e ^ justiça social.
de caiu em muitos ramos sob "contrôle"
governamental, notadamente nas mi
direção do Estado: as linhas aeronáuticas
No quô diz respeito à situação finan-
grandes companhias de seguro e muitos
outros de vános matizes): os negócios incorporados ao Estado estavam estagna dos, ou em decimio: o atraso da técnica francesa Já sensível antes da guerra: o caos infiacionáno (ajudado pelos »Além disso a desordem política,.
luta dos parüdos e grupos transforma-
UJm.
ik I
J :
Dioksto Eco^•6^^co
82
Os resultados da nacionalização industrial na França A experiência da nacionalização de indústrias e empresas comerciais na
França até agora tem oferecido resulta dos desfavoráveis, provocando, mais uma
que, cm verdade, dobra o número de empresas e agências, alritando-sc e en tra vando-se
mutuamente.
A experiência já se fêz cm outras
Digesto
Econômico
Taarto mais que ela se vem realizando cm ambiente excepcionalmente contur
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ceira, as emprêsas nacionalizadas ou apresentam déficits ou cuidam de ar
bado por crises e agitações constantes.
ranjar os próprios balanços para disfar
E, na realidade, observa o comentador do "Economist", a intervenção do Esta
çarem ou justificarem os resultados des favoráveis reais.
do, absorvendo muitas emprêsas e servi ços, em vários casos lhe foi imposta
E*, porém, relativamente ao aspecto social que a nacionalização se apresen
épocas com os piores frutos. A teimo
indcclinàvelmente, para evitar choques e desordens gravíssimos, para conjurar
ta menos eficaz, ou mesmo mais danosa,
vez, a inadequação do Estado para ad ministrar organizações destinadas a pro
sia humana é, porém, eterna; e nem
política social que ditaram tal medida.
duzir, e a produzir o mellior serviço
mesmo as lições mais recentes e deci sivas bastam para convencer os que as testemunharam, ou as estão acompanhan
mesmo perigos sérios à paz pública. Se essas circunstâncias, porém, devem explicar o fenômeno e atenuar as cul
Pois, com efeito — comentam os adver sários da socialização realizada — as
pas do govêmo (sempre incerto e inse
do todos os dias.
guro da sua sobrevivência) e lhe ga
grandes greves se verificam ultimamente "nas indústrias sob "contrôle" do Estado - o que é incompreensivel e destrói os fundamentos da orientação adotada.
pelo menor custo. Quando o Estado transborda para êsses setôres, com a sua burocracia ao mesmo tempo preguiçosa e "encombrante", todos já sabem quais serão as conseqüências, aqui e alhures:
Na França - país sabidamente do minado pelo espírito individualista e
a incapacidade administra
pela iniciativa privada —
tiva estatal é fato de com
a nacionalização de largos setôres da indústria e do comércio (imposta ent muitos casos pelas cir cunstâncias políticas e so
provação universal, e crêsce na proporção em que
- • ;
a máquina se multiplica por um impulso irreprimí vel, que dentro dele mesmo encontra o seu apetite tentacular.
A expansão da máquina estatal, ape sar de todas as advertências e os frutos
ciais, e como meio de evitar mal maior) não tem oferecido resultados promisso res. Ao contrário: a recuperação rea
lizada pelo trabalho coletivo se tem
rantem mesmo um crédito de confian
ça em certos núcleos de opinião, dispos
ta a aguardar mais tempo para formu lar um juízo mais fundado, os frutos até
agora apresentados pela nacionalização são pecos e minguados. E os resul tados oferecidos pelas .indústrias nacio nalizadas — que correspon dem pelo seu valor a 70% do total das indústrias fran
uma vez que foram sobretudo razões de
A verdade, porém,.é que a população francesa vive sobressaltada permanente mente còm as paralisações da produção das minas'de car\'ão, de gás e de eletri cidade, dos transportes urbanos; e até mesmo com a greve dos fun
cionários públicos.
Focalizando êsse quadro
cesas — são tidos como prova
e as reações que provo
de um tríplice insucesso —
cam nos setores mais conser
da sua experiência, prossegue, todavia,
verificado apesar da intromissão do Es
como se em cada país se quisesse erguer uma construção babilôníca, de que os
econômico, financeiro e so
tado em terrenos em que não tem proNTi-
vadores da opinião, o corres
cial.
pondente do "Economist" não
cidadãos devessem ser apenas as co lunas de sustentação, esmagadas sob o próprio pêso que suportam, como se
diretora.
esse fôsse o destino do homem criador
"Economist", na edição de 2 do mês
nos nossos dias delirantes.
de outubro passado.
do ser profícua a sua ação executiva ou E' êste o depoimento objetivo e
reno que divulga o correspondente do
Do ponto-de-vista econô
esconde que na apreciação
mico, a experiência falhou porque não apresenta melhor
do problema devem-se ter em conta os "handicaps" que
aproveitamento do trabalho.
enfrentam as emprêsas nacionaUzadas (minas, armamentos, trans porta, grandes bancos, eletricidade gás
As despesas gerais, que se deviam re duzir, com a concentração estatal, au mentam constantemente; a produtivida
E' um mal que já se vai acentuando
A apreciação do comentador do ilus
como uma fatalidade do próprio estágio econômico e social que atravessamos, e
tre jornal inglês é severa, porém com preensiva. Reconhece que e ainda pre
em que o desenvolvimento das fôrças
maturo um veredicto que julgue uma ex
nas. A indústria aeronáutica é aponta
periência de dois séculos de iniciativa privada em confronto com uma e.xperiên-
da como exemplo típico da desastrosa
cia muito recente de nacionaHzaçüo. ^ Certamente, é cedo para decidir so bre os frutos desta última, no que diz
francesas ou utilizam aviões estrangei
munistas) de que as indústrias oficiais
ros ou pelo menos usam motores estran geiros.
tem sido as maiores vítimas
privadas exigiu, ou justificou, êsse forta lecimento 6 essa vigilância do Estado,
ou para absorver essas fôrças, pela nacionalização, ou para submetê-las a
um tal regime de "cóntrôle", que re clama órgãos tão imensos e complexos
respeito à eficiência e ^ justiça social.
de caiu em muitos ramos sob "contrôle"
governamental, notadamente nas mi
direção do Estado: as linhas aeronáuticas
No quô diz respeito à situação finan-
grandes companhias de seguro e muitos
outros de vános matizes): os negócios incorporados ao Estado estavam estagna dos, ou em decimio: o atraso da técnica francesa Já sensível antes da guerra: o caos infiacionáno (ajudado pelos »Além disso a desordem política,.
luta dos parüdos e grupos transforma-
DICESTO Econ-ón tico
84
ram as indúslrias nacionalizadas cm ins
trumentos da luta pelo poder. O nepotismo « as nomeações por mera
influência das máquinas partidárias que bram qualquer base econômica. E as empresas nacionalizadas, com o sistema
guerra ci\'il, mim país sacrificado e ad iado por uni forte íerinento revolucio
A produção e a técnica
nário.
E há índices de cjue os defeitoj da máquina estatal cstãí» sendo identifica dos, para seroii corrigidos ctiin medidas
Nelson Werneck Sodré
jyjLUTOs dos estudiosos que trata
.sem qualquer possibilidade para .a retomada de um lugar que,
da direção tripartida (com a representa ção do Estado, dos operários e dos con
adequadas: maior rigor no controle fi nanceiro, redução de pessoal, modifica
economia brasileira, apreciando a
a
sumidores) Se tornam extremamente vul
ção do sistema de direção, devolução ao domínio privado de certas oinprêsas me
sua
girrado uma posição muito mais
zando os seus aspectos parciais,
nores confiscadas. E essas são as únicas
indicaram
medidas que o ambiente político e so cial permite, no momento, sem riscos
tal de uma ascensão rápida, particularnicnlf em volume, acompanhada de conquista progressiva dc mercados, a
neráveis a tais infiltrações.
Por todas essas circunstâncias, segun do o correspondente do "Economist", é necessário analisar com precaução a experiência da França, para não formular julgamentos precipitados. As indús trias nacionalizadas vão ma'; mas seria
duvidoso afirmar-se que em mãos pri vadas, no momento atual, elas estariam
melhor.
O Estado é, em geral,
acrescenta — incompetente, v muitas
vezes corrupto; mas nas contingências
presentes incompetência e corrupção po dem ser menos graves do que uma
de uma convulsão. Abandonar, reslituir
à propriedade e ao comando privado o grosso das empresas nacionalizada.s, nas circunstâncias atuai.s, seria, segundo jul ga o fomentador do "Economist , um
ram
do
evolução a
desenvolvimento
da
histórica ou focali característica
fundamen
ser
mantido, nos teria
asse-
destacada no comércio mundial.
Tendo sido quase monopolizadores dos fornecimentos de café, em época muito próxima daquela em que \ivemos, assis timos, pouco a pouco, ao aparecimento
que se sucederam, quase ineviiàvelmen-
de concorrentes bem aparelhados que,
tc, declínios também vertiginosos, com a
sem retirar ao Brasil a preeminência na
queles foraecimentos, são lioje concor-
enfrentar os contratempos, até dias mais
expulsão do produto nacional das áreas onde se conseguira firmar, em benefício de competidor mais fortemente dotado. Algun.s observadores apressados, ao mos trar essa deficiência permanente, que nos fazia capazes de construções gigan
tranqüilos.
tescas cujas fraquezas se denunciavam
mínimo, pela competição de outros for
com o advento da concorrência, foram
necedores; e quando repetimos a faça
levados, por um ou outro motivo, a atribuir à incapacidade dos nossos ho mens essa constante queda que se su cedia ao esplendor de fases imediata
nha, já sob condições históricas bem diferentes, novamente nos assaltou a
pa.sso temerário, impossível de se dar sem as mais graves conseqüências. A experiência há de seguir seu curso e
mente anteriores.
Um dos -pontos altos da Feira das Indústrias Britânicas do próximo ano,
cordaram em não poupar esforços para demonstrar ao mundo o papel de liderança
desempenhado pelos tecidos britânióos, no que diz respeito à qualidade, à côr e à padronagem. Estão tratando também de sua participação no Festival da Grã-Bre
tanha a ser realizado em 1951, ano do centenário da Grande Exposição de 1851.
J
da internacional, aparecido como gran de fornecedor de algodão aos teares in
gleses, fomos desbancados, em prazo
ameaça agora perfeitamente concreH-
zada, de um declínio progressivo, que com o passar dos meses se toma amea
mercado mundial do açúcar, fomos dele
çador. Tendo esboçado naturas novas
expulsos, em curto período, e para man ter a circulação interna da produção foi necessário que levantássemos barreiras alfandegárias. Tendo fornecido ouro ao mundo, à Inglaterra em particular, via metrópole, acabamos como produto-
- agora mesmo - como a dos óleos ve-
re.s secundários do precioso mineral, ho
por er.g.r em cego fatalismc.
je adquirido pelo governo, para fins
■ umTa-S flutuações, a fluidea essencial de sistema economiV/-» c. •
monetários.
será realizada de 2 a 13 de maio, em Londres e Birmingham, será a exposição de mercadorias têxteis britânicas. Já as principais organizações da indústria íêxiil con
Tendo dominado o
ronles de importância indiscutível. Tendo, em detenninado momeuto da vi
Tendo inundado o mundo
de borracha, particularmente as áreas
industriais, desde os tempos em que a técnica fêz daquele produto matériaprima das mais necessárias, acabamos
reduzidos à situação de subprodutores,
ptais, ja começamos a sentir as som bras externas, prenunciadcras da der
rocada que, de tanto repeür-se já se tornou uma espécie de destino consu ma o, que a passiva aceitação acaba
temente a abalos> eTneZ u inerme ante os seus poderosos e devastadores efeitos, tive
ram reflexos de gravidade extraordinána na nossa formação, Um dêles foi a
mobilidade sistemática da produção- o
DICESTO Econ-ón tico
84
ram as indúslrias nacionalizadas cm ins
trumentos da luta pelo poder. O nepotismo « as nomeações por mera
influência das máquinas partidárias que bram qualquer base econômica. E as empresas nacionalizadas, com o sistema
guerra ci\'il, mim país sacrificado e ad iado por uni forte íerinento revolucio
A produção e a técnica
nário.
E há índices de cjue os defeitoj da máquina estatal cstãí» sendo identifica dos, para seroii corrigidos ctiin medidas
Nelson Werneck Sodré
jyjLUTOs dos estudiosos que trata
.sem qualquer possibilidade para .a retomada de um lugar que,
da direção tripartida (com a representa ção do Estado, dos operários e dos con
adequadas: maior rigor no controle fi nanceiro, redução de pessoal, modifica
economia brasileira, apreciando a
a
sumidores) Se tornam extremamente vul
ção do sistema de direção, devolução ao domínio privado de certas oinprêsas me
sua
girrado uma posição muito mais
zando os seus aspectos parciais,
nores confiscadas. E essas são as únicas
indicaram
medidas que o ambiente político e so cial permite, no momento, sem riscos
tal de uma ascensão rápida, particularnicnlf em volume, acompanhada de conquista progressiva dc mercados, a
neráveis a tais infiltrações.
Por todas essas circunstâncias, segun do o correspondente do "Economist", é necessário analisar com precaução a experiência da França, para não formular julgamentos precipitados. As indús trias nacionalizadas vão ma'; mas seria
duvidoso afirmar-se que em mãos pri vadas, no momento atual, elas estariam
melhor.
O Estado é, em geral,
acrescenta — incompetente, v muitas
vezes corrupto; mas nas contingências
presentes incompetência e corrupção po dem ser menos graves do que uma
de uma convulsão. Abandonar, reslituir
à propriedade e ao comando privado o grosso das empresas nacionalizada.s, nas circunstâncias atuai.s, seria, segundo jul ga o fomentador do "Economist , um
ram
do
evolução a
desenvolvimento
da
histórica ou focali característica
fundamen
ser
mantido, nos teria
asse-
destacada no comércio mundial.
Tendo sido quase monopolizadores dos fornecimentos de café, em época muito próxima daquela em que \ivemos, assis timos, pouco a pouco, ao aparecimento
que se sucederam, quase ineviiàvelmen-
de concorrentes bem aparelhados que,
tc, declínios também vertiginosos, com a
sem retirar ao Brasil a preeminência na
queles foraecimentos, são lioje concor-
enfrentar os contratempos, até dias mais
expulsão do produto nacional das áreas onde se conseguira firmar, em benefício de competidor mais fortemente dotado. Algun.s observadores apressados, ao mos trar essa deficiência permanente, que nos fazia capazes de construções gigan
tranqüilos.
tescas cujas fraquezas se denunciavam
mínimo, pela competição de outros for
com o advento da concorrência, foram
necedores; e quando repetimos a faça
levados, por um ou outro motivo, a atribuir à incapacidade dos nossos ho mens essa constante queda que se su cedia ao esplendor de fases imediata
nha, já sob condições históricas bem diferentes, novamente nos assaltou a
pa.sso temerário, impossível de se dar sem as mais graves conseqüências. A experiência há de seguir seu curso e
mente anteriores.
Um dos -pontos altos da Feira das Indústrias Britânicas do próximo ano,
cordaram em não poupar esforços para demonstrar ao mundo o papel de liderança
desempenhado pelos tecidos britânióos, no que diz respeito à qualidade, à côr e à padronagem. Estão tratando também de sua participação no Festival da Grã-Bre
tanha a ser realizado em 1951, ano do centenário da Grande Exposição de 1851.
J
da internacional, aparecido como gran de fornecedor de algodão aos teares in
gleses, fomos desbancados, em prazo
ameaça agora perfeitamente concreH-
zada, de um declínio progressivo, que com o passar dos meses se toma amea
mercado mundial do açúcar, fomos dele
çador. Tendo esboçado naturas novas
expulsos, em curto período, e para man ter a circulação interna da produção foi necessário que levantássemos barreiras alfandegárias. Tendo fornecido ouro ao mundo, à Inglaterra em particular, via metrópole, acabamos como produto-
- agora mesmo - como a dos óleos ve-
re.s secundários do precioso mineral, ho
por er.g.r em cego fatalismc.
je adquirido pelo governo, para fins
■ umTa-S flutuações, a fluidea essencial de sistema economiV/-» c. •
monetários.
será realizada de 2 a 13 de maio, em Londres e Birmingham, será a exposição de mercadorias têxteis britânicas. Já as principais organizações da indústria íêxiil con
Tendo dominado o
ronles de importância indiscutível. Tendo, em detenninado momeuto da vi
Tendo inundado o mundo
de borracha, particularmente as áreas
industriais, desde os tempos em que a técnica fêz daquele produto matériaprima das mais necessárias, acabamos
reduzidos à situação de subprodutores,
ptais, ja começamos a sentir as som bras externas, prenunciadcras da der
rocada que, de tanto repeür-se já se tornou uma espécie de destino consu ma o, que a passiva aceitação acaba
temente a abalos> eTneZ u inerme ante os seus poderosos e devastadores efeitos, tive
ram reflexos de gravidade extraordinána na nossa formação, Um dêles foi a
mobilidade sistemática da produção- o
•n
Dicesto Ecosómjco
86
Dicesto Econômico
87
açúcar caminhando pouco e dominan
dância, e até o luxo, e que, em tomo
município arrecadador do Estado, então
da riqueza amazônica, corre a embre-
do as áreas vizinhas do litoral nordes
daquela abundância, quando não em tòmo deste luxo, erigiram toda uma
província, dorme no calor de sua curta baixada, entre a serra e o oceano, en
nhar-se nos seringais e, lusifos mais
quanto Marílía, que há pouco mais de vinte anos era chão de terra virgem,
mo a nova Canaã, em que tudo é fá cil e capaz de proporcionar ao homem
vai crescendo vertiginosamente e, no
a sua emancipação econômica — navios,
norte-paranaense, cidades de cinco anos são tão progressistas que têm já aquêle
cam, e começam a luta para vencer em
tino, com muitas manchas fragmentárias no resto do território nacional ou colo
norma de vida, inclusive os seus as
nial; o ouro forçando, até certo ponto, o declínio açucareiro, ou contribuindo, com outras causas, para ele, e aspirando.re
pectos exteriores, c fjttc com cie entram em ritmo lento, quando não dcságuam no
cursos até então aplicados na zona ca navieira, e marchando também, em con
seqüência de fatôres vários — superficialidade dos veios, lutas internas, eleva
ção de preço da mão-de-obra, extorsão
fiscal e administrativa — para um inte rior cada vez mais distante; o algodão
do século XIX tomando negro o Mara
espetáculo amargo do abandono, do despovoamento e de todos os índices que o empobrecimento traz. Quem não conhe
pequeno ar de corrupção que o roman
terra estranha, e se era verdadeiro que
ceu o instante de glória amazônico,
com o símbolo que ainda hoje é o grande teatro de Manaus c as edifica ções suntuosas dc Belém, pode avaliar o problema pela existência de Barrei
a lavoura estimulava ganhos melhores, hoje ja se arrastam de regresso, buscan
e declinj^ram; e com isso populações in
tes umas das outras; o café, que viria dar os primeiros saldos de uma balança
de, onde se verifica o contraste do de pauperamento mais arrasador ante a
depois lançando-se à conquista de áreas mais longínquas, indo acabar pelo ato norte-páranaense, a que vamos assis
tindo, e mudando sempre, quer no fi nanciamento, quer na distribuição, quer no sistema de trabalho, quer na política de preços e até quanto aos mercados
vel da existência urbana. Assim, zonas inteiras surgiram, viveram um instante teiras conheceram a riqueza ou a me
ros, de Areias, de Bananal, existência
que Monteiro Lobato traçou, em pági
do Paraíba, daí para a zona de Cam pinas, daí para a de Ribeirão Prêto e
caminhões, trens cheios os desembar
cista encontrava como condição inevitá
nhão, pela gravitação de mão-de-obra servíl e aparecendo em províncias distan exportadora acostumada às diferenças negativas, deslocando-se, pouco a pou co, da órbita fluminense para o vale
tarde, é São Paulo que lhe aparece co
nas impereclvelmente ligadas à realida
do o consôlo úmco de ser pobres em sua própria terra.
Mas qual a razão dêsse processo ine
diania e, depois, o progressivo empobre cimento, para acabar no pauperismo
xorável, que se repete com a constância de um fenômeno previsível, e contra o
absoluto ou na solução radical da mo vimentação, buscando outras zonas; en
qual todos os recursos parecem fracos?
quanto tudo o que surgira daquele es-
São os nossos homens inferiores? Para vencer e enriquecer, e com isso tomar
fôrço de anos se desfaz ao sabor do
o país grande e poderoso, no sentido
as encheu de movimento e de ruído.
tempo, novos esforços são solicitados,
econômico, será indispensável ter pele
As transformações sucessivas de Ouro
em zonas distantes, para erguer uma nova
clara e olhos azuis? Mas não foram a
riqueza, também condenada ao perecimento. Onde quer que a riqueza apare
arrancada cafeeira e o surto algodoeiro. ê^íe^ao próximo de nós, no tempo, demonstrações excepcionais de energia
vida, a glória e a riqueza que um dia Prêto, onde personagens como Chica
da Silva acabavam por encontrar lu
ça, ali está o homem: escravo, vê-Se des
gar na crônica e na história, depois
do terem representado na vida real
I
papéis bem consoantes com a época, mostrando os extremos limites do enri
locado dos canaviais para as minas, on de os ricos proprietários pagam-no a preços elevados, disputando-o aos pro
prietários rurais nordestinos, empobreci
quecimento, para descair, quase subi
dos e
tamente, de tal forma que o povo, por
ironia, poderia chamá-la Vila Pobre não
endividados, já
que lhe permite a larga tarefa de recuperação
tigem que vem e que vai? Nos confins
p^ecendo, outros nego
pendos, num prazo incrivelmente redu zido, e ocupando vazios deixados pelo
de Mato Grosso, próximo à fronteira boliviana, a antiga "cidade do ouro e
café
meia centena de negros vegetam.' São
vazios de capitais. E que tem represen
Luís do Maranhão, em outro ponto car-
belecimento de uma es trutura econômica sólida,
do que possuir"; depois,
vazios territoriais, vazios de
- pais tente erguer-se para o esta
nosso
que "ostentar valia mais
muitos decênios depois da época es plêndida de Vila Rica — não foram ou tra amostra do que representou essa ver
mão-de-obra, vazios de técnica e até
todos os quadros promissores em que o
a fase em
atravessando
consumidores; o algodão do século XX, começando por fundamentar a arranca da nordestina para depois mostrar, em São Paulo, índices de produção estu
das ruínas" é hoje uma tapera, em que
e_de capacidade? Por que essa condena ção irreimsslvel, que completa e acaba
quando o ouro vai desaciadores de mão-de-obra
os levam para os cafèzais fluminenses, e gran des massas necras dispo
níveis nq altiplano come çam a descer as serras, firmando-se em
histórica e de manuten
ção de um poi'o cujo uivel de existência é dos mais baixos do mundo?
Certo é que o probleé complexo e não vamos encará-lo em seu
conjunto, na plenitude dos seus aspec
tado essa marcha desorientada, desmedi
dial quase, arrasta a monotonia de uma
da, completamente imprevisível, para a
existência em contraste total com as
tômo da baixada, para ir caminhando,
tos. Em um dêles apenas: o das defi-
vida brasileira? O declínio de zonas in
tafularias e o ruído que conheceu. Ubatuba, que foi já o segundo ou terceiro
com as novas fazendas, no rumo do vale
cêncms técnicas com que elaboramos, em tôdas as fases da existência nacio-
teiras, que chegaram a conhecer a abun
do Paraíba; — homem livre, ao saber
J.
•n
Dicesto Ecosómjco
86
Dicesto Econômico
87
açúcar caminhando pouco e dominan
dância, e até o luxo, e que, em tomo
município arrecadador do Estado, então
da riqueza amazônica, corre a embre-
do as áreas vizinhas do litoral nordes
daquela abundância, quando não em tòmo deste luxo, erigiram toda uma
província, dorme no calor de sua curta baixada, entre a serra e o oceano, en
nhar-se nos seringais e, lusifos mais
quanto Marílía, que há pouco mais de vinte anos era chão de terra virgem,
mo a nova Canaã, em que tudo é fá cil e capaz de proporcionar ao homem
vai crescendo vertiginosamente e, no
a sua emancipação econômica — navios,
norte-paranaense, cidades de cinco anos são tão progressistas que têm já aquêle
cam, e começam a luta para vencer em
tino, com muitas manchas fragmentárias no resto do território nacional ou colo
norma de vida, inclusive os seus as
nial; o ouro forçando, até certo ponto, o declínio açucareiro, ou contribuindo, com outras causas, para ele, e aspirando.re
pectos exteriores, c fjttc com cie entram em ritmo lento, quando não dcságuam no
cursos até então aplicados na zona ca navieira, e marchando também, em con
seqüência de fatôres vários — superficialidade dos veios, lutas internas, eleva
ção de preço da mão-de-obra, extorsão
fiscal e administrativa — para um inte rior cada vez mais distante; o algodão
do século XIX tomando negro o Mara
espetáculo amargo do abandono, do despovoamento e de todos os índices que o empobrecimento traz. Quem não conhe
pequeno ar de corrupção que o roman
terra estranha, e se era verdadeiro que
ceu o instante de glória amazônico,
com o símbolo que ainda hoje é o grande teatro de Manaus c as edifica ções suntuosas dc Belém, pode avaliar o problema pela existência de Barrei
a lavoura estimulava ganhos melhores, hoje ja se arrastam de regresso, buscan
e declinj^ram; e com isso populações in
tes umas das outras; o café, que viria dar os primeiros saldos de uma balança
de, onde se verifica o contraste do de pauperamento mais arrasador ante a
depois lançando-se à conquista de áreas mais longínquas, indo acabar pelo ato norte-páranaense, a que vamos assis
tindo, e mudando sempre, quer no fi nanciamento, quer na distribuição, quer no sistema de trabalho, quer na política de preços e até quanto aos mercados
vel da existência urbana. Assim, zonas inteiras surgiram, viveram um instante teiras conheceram a riqueza ou a me
ros, de Areias, de Bananal, existência
que Monteiro Lobato traçou, em pági
do Paraíba, daí para a zona de Cam pinas, daí para a de Ribeirão Prêto e
caminhões, trens cheios os desembar
cista encontrava como condição inevitá
nhão, pela gravitação de mão-de-obra servíl e aparecendo em províncias distan exportadora acostumada às diferenças negativas, deslocando-se, pouco a pou co, da órbita fluminense para o vale
tarde, é São Paulo que lhe aparece co
nas impereclvelmente ligadas à realida
do o consôlo úmco de ser pobres em sua própria terra.
Mas qual a razão dêsse processo ine
diania e, depois, o progressivo empobre cimento, para acabar no pauperismo
xorável, que se repete com a constância de um fenômeno previsível, e contra o
absoluto ou na solução radical da mo vimentação, buscando outras zonas; en
qual todos os recursos parecem fracos?
quanto tudo o que surgira daquele es-
São os nossos homens inferiores? Para vencer e enriquecer, e com isso tomar
fôrço de anos se desfaz ao sabor do
o país grande e poderoso, no sentido
as encheu de movimento e de ruído.
tempo, novos esforços são solicitados,
econômico, será indispensável ter pele
As transformações sucessivas de Ouro
em zonas distantes, para erguer uma nova
clara e olhos azuis? Mas não foram a
riqueza, também condenada ao perecimento. Onde quer que a riqueza apare
arrancada cafeeira e o surto algodoeiro. ê^íe^ao próximo de nós, no tempo, demonstrações excepcionais de energia
vida, a glória e a riqueza que um dia Prêto, onde personagens como Chica
da Silva acabavam por encontrar lu
ça, ali está o homem: escravo, vê-Se des
gar na crônica e na história, depois
do terem representado na vida real
I
papéis bem consoantes com a época, mostrando os extremos limites do enri
locado dos canaviais para as minas, on de os ricos proprietários pagam-no a preços elevados, disputando-o aos pro
prietários rurais nordestinos, empobreci
quecimento, para descair, quase subi
dos e
tamente, de tal forma que o povo, por
ironia, poderia chamá-la Vila Pobre não
endividados, já
que lhe permite a larga tarefa de recuperação
tigem que vem e que vai? Nos confins
p^ecendo, outros nego
pendos, num prazo incrivelmente redu zido, e ocupando vazios deixados pelo
de Mato Grosso, próximo à fronteira boliviana, a antiga "cidade do ouro e
café
meia centena de negros vegetam.' São
vazios de capitais. E que tem represen
Luís do Maranhão, em outro ponto car-
belecimento de uma es trutura econômica sólida,
do que possuir"; depois,
vazios territoriais, vazios de
- pais tente erguer-se para o esta
nosso
que "ostentar valia mais
muitos decênios depois da época es plêndida de Vila Rica — não foram ou tra amostra do que representou essa ver
mão-de-obra, vazios de técnica e até
todos os quadros promissores em que o
a fase em
atravessando
consumidores; o algodão do século XX, começando por fundamentar a arranca da nordestina para depois mostrar, em São Paulo, índices de produção estu
das ruínas" é hoje uma tapera, em que
e_de capacidade? Por que essa condena ção irreimsslvel, que completa e acaba
quando o ouro vai desaciadores de mão-de-obra
os levam para os cafèzais fluminenses, e gran des massas necras dispo
níveis nq altiplano come çam a descer as serras, firmando-se em
histórica e de manuten
ção de um poi'o cujo uivel de existência é dos mais baixos do mundo?
Certo é que o probleé complexo e não vamos encará-lo em seu
conjunto, na plenitude dos seus aspec
tado essa marcha desorientada, desmedi
dial quase, arrasta a monotonia de uma
da, completamente imprevisível, para a
existência em contraste total com as
tômo da baixada, para ir caminhando,
tos. Em um dêles apenas: o das defi-
vida brasileira? O declínio de zonas in
tafularias e o ruído que conheceu. Ubatuba, que foi já o segundo ou terceiro
com as novas fazendas, no rumo do vale
cêncms técnicas com que elaboramos, em tôdas as fases da existência nacio-
teiras, que chegaram a conhecer a abun
do Paraíba; — homem livre, ao saber
J.
Diof-sto Ecokóxítco
88
nal, uma produção que tantos sacrifícios
influir, quando se introduz na produção
demandou.
açucarcira nacional, apenas quanto à
Dicesto Econômico
O primeiro ato da influência das ino
conseguira
que
a
exportação
anual
excedesse de 1.000 toneladas, alcançou, em 1871-72, a cifra recorde de 8.324;
terminada aquela guerra, porém, voltaría
nem mesmo o principal do problema
posiçãt) interna.
Fundada principal
vações técnicas no declínio da produção brasileira tem lugar ainda na época an
importantíssimo de uma estrutura eco nômica permanentemente subsidiária; ao contrário, é mero reflexo de condições
mente no dcsc'n\'o!viinento do transporte
terior à Independência, e - subordinado
ferroviário, proporcionava a possi bilidade tle expansão territorial dos ca
ao trabalho escravo. Mas já estamos na fa.sc de transição para a autonomia, no
de conjunto cuja análise seria muito lon
naviais, eniaiicipado.s" do transporte flu
inicio do século XIX, e vamos \crificar
ga e demandaria outra ordem de consi
vial que teve papel tão relevante na
coincidiu, entre nós, com duas transi
como processo dos nossos dias, a mudan
o esboço de um quadro que se generali zará rapidamente. Na época colonial, o algodão lc\e o seu cultivo desenvolvi do principalmente no nordeste e norte
ça que SC caracterizou polo advento e
do nosso território, na Bahia, Pernanibu-
de quilos, em 1867, adquiriu ritmo cres
pelo domínio cia usina.
cf> e Maranhão, mas já em 1778 o Cea
cente e atingiu mais de vinte e um mi
Quanto ao ouro, que concedeu um espaço muito maior ao trabalho livre
rá aparecia enviando pouco mais de três toneladas e meia para Lisboa. O al godão tomou franco desenvolviménto, e acabou impondo-se na Inglaterra, de
Não é o aspecto essencial,
derações. Por que é refle.xo? Porque, em última análise, a deficiência técnica não é a causa, mas uma característica
do próprio sistema econômico que nos dominou e ainda nos domina.
Dentro
^ dêsse sistema, a que se subordinou, teve um largo papel, entretanto, que é inte ressante comentar e apresentar.
A análise de como o advento das técni cas no aparelhamento dos nossos concor rentes — quando ficávamos consideravel
mente atrasados nesse sentido — impor
economia açucarcira colonial, aquela re volução técnica acabou por impor, ja
do que aquele que vinha sendo estabe lecido polo açúcar, leve a sua base no labor escravo principalmente. Mas foi a característica supcrficialidadc do.s veios
tal forma que lhe coube um papel de importância no processo industrial bri
auríferos brasileiros que condicionou, até
tânico.
tou no sucessivo de
certo ponto, a preca
clínio da posição bra
riedade das técnicas
sileira
empregadas na sua ex-
nos
mercados
mundiais a que fome-
'
'
:
.ríodo posterior à época colonial. A derroçada
do
* '• '• :
cia daquela superfí-
^
cialidadc, não impunba esforços que es-
"'
comércio
açucareiro, em que fôramos a parte princi
'v.
:■
■;
'
. •' íN" C
v-
'
concor-
eram os Estados Unidos. Entre 1800 c 1807, na
mesma
proporção
ções: a dos regimes, passando da mo narquia para a Kepública, e a dos sé culos: a produção, inferior a seis milhões
lhões, em 1897, para chegar ao seu pe ríodo áureo entre 1905 e 1910.
em
quê as importações in glesas de algodão brasilei
Em
1909 a borracha das plantações ingle sas e holandesas entrou no mercado e já no ano seguinte era vendida mais
barata do que o produto brasileiro. A derrocada não era devi-
,
lentes, naquele mercado consumidor qviase único,
ploração. De uni lado, em conseqüên-
cia a sua produção, deve começar em pe-
Nossos
mos à situação anterior, que se agrava ria mais ainda com a Abolição. . O período de ascensão da borracha
V■
da à esperteza de um estrangeiro, que
conse
guira a transplantação das mudas, mas a um es forço de técnica com o qual não estávamos em
condições de competir: o
ro declinavam, as impor
d e s e n V o 1 vi m e n.-
tivessem além da ba-
tações de algodão norte-
to das plantações do
bilidade
americano
Oriente alterava de for-
humana -
aumentavam
sem falar no papel do
lenta mas firmemente. As
ouro de lavagem,.que
sucessivas inovações téc-
naa fundamental as condi
pal ,no século XVII, não dependeu de técnicas inovadoras, a que tivéssemos ficado estranhos. Se.
fundava — e por outro lado o próprio
de um lado, a condição do trabalho ser-
mecanismo administrativo que regeu a
vil importava numa inferioridade fla
zona niineradora desestiinulou qualquer
grante, a verdadeira revolução técnica, quanto ao açúcar, ocorreu numa fasQ em que já produzíamos somente para o
alteração ponderável no processo de ex
mente difundida dentro do primeiro de- não dependia da nossa vontade, mas que
tração. Aquela economia cxtratíva de
cênio de seu aparecimento, foi apenas
o primeiro passo no caminho da supre-
nos era imposta por uma série de cir-
baixo teor subordínou-se inequivocamen
mercado interno, embora, de quando em
te ao processo de dominação que a me
vez, aparecesse açúcar, com índices va riáveis, na balança exportadora; a sua projeção externa, entretanto, estava já
trópole levou a rigores tão efetivos na fase já diferente do Distrito Diamantino,
macia âlgodoeira norte-americana. Quando a Guerra de Secessão afasta, tempo-
Ford, que empreenderia na Amazônia vuna tentativa séria de cultivo sisíemá-
.
ràríamente, aquele concorrente, entramos,
tico, viu a questão em seus devidos têr-
quando a busca às pedras substituiria a
1
liquidada — e a revolução técnica vai
corrida aurífera.
j
outra vez, a produzir com intensidade: o Ceará, que só três vêzes no século
mos quando afirmou a derrota africana e brasileira, em proveito dos asiáticos,
nessa habilidade quase totalmente se
ções da produção, pois
nicas introduzidas na produção algodoei-
baseava-se num plano sistemático de
contestávol predomínio. A máquina de
ção e o primitivismo com que procedia--
ra norte-americana firmaram o seu in- cultivo,- em contraste com a improvisa-
clescaroçar, aparecida cm 1793 e larga- mos, improvisação e prünitíviLo que
cunstàncias que seria demorado apreciar,
Diof-sto Ecokóxítco
88
nal, uma produção que tantos sacrifícios
influir, quando se introduz na produção
demandou.
açucarcira nacional, apenas quanto à
Dicesto Econômico
O primeiro ato da influência das ino
conseguira
que
a
exportação
anual
excedesse de 1.000 toneladas, alcançou, em 1871-72, a cifra recorde de 8.324;
terminada aquela guerra, porém, voltaría
nem mesmo o principal do problema
posiçãt) interna.
Fundada principal
vações técnicas no declínio da produção brasileira tem lugar ainda na época an
importantíssimo de uma estrutura eco nômica permanentemente subsidiária; ao contrário, é mero reflexo de condições
mente no dcsc'n\'o!viinento do transporte
terior à Independência, e - subordinado
ferroviário, proporcionava a possi bilidade tle expansão territorial dos ca
ao trabalho escravo. Mas já estamos na fa.sc de transição para a autonomia, no
de conjunto cuja análise seria muito lon
naviais, eniaiicipado.s" do transporte flu
inicio do século XIX, e vamos \crificar
ga e demandaria outra ordem de consi
vial que teve papel tão relevante na
coincidiu, entre nós, com duas transi
como processo dos nossos dias, a mudan
o esboço de um quadro que se generali zará rapidamente. Na época colonial, o algodão lc\e o seu cultivo desenvolvi do principalmente no nordeste e norte
ça que SC caracterizou polo advento e
do nosso território, na Bahia, Pernanibu-
de quilos, em 1867, adquiriu ritmo cres
pelo domínio cia usina.
cf> e Maranhão, mas já em 1778 o Cea
cente e atingiu mais de vinte e um mi
Quanto ao ouro, que concedeu um espaço muito maior ao trabalho livre
rá aparecia enviando pouco mais de três toneladas e meia para Lisboa. O al godão tomou franco desenvolviménto, e acabou impondo-se na Inglaterra, de
Não é o aspecto essencial,
derações. Por que é refle.xo? Porque, em última análise, a deficiência técnica não é a causa, mas uma característica
do próprio sistema econômico que nos dominou e ainda nos domina.
Dentro
^ dêsse sistema, a que se subordinou, teve um largo papel, entretanto, que é inte ressante comentar e apresentar.
A análise de como o advento das técni cas no aparelhamento dos nossos concor rentes — quando ficávamos consideravel
mente atrasados nesse sentido — impor
economia açucarcira colonial, aquela re volução técnica acabou por impor, ja
do que aquele que vinha sendo estabe lecido polo açúcar, leve a sua base no labor escravo principalmente. Mas foi a característica supcrficialidadc do.s veios
tal forma que lhe coube um papel de importância no processo industrial bri
auríferos brasileiros que condicionou, até
tânico.
tou no sucessivo de
certo ponto, a preca
clínio da posição bra
riedade das técnicas
sileira
empregadas na sua ex-
nos
mercados
mundiais a que fome-
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.ríodo posterior à época colonial. A derroçada
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cialidadc, não impunba esforços que es-
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açucareiro, em que fôramos a parte princi
'v.
:■
■;
'
. •' íN" C
v-
'
concor-
eram os Estados Unidos. Entre 1800 c 1807, na
mesma
proporção
ções: a dos regimes, passando da mo narquia para a Kepública, e a dos sé culos: a produção, inferior a seis milhões
lhões, em 1897, para chegar ao seu pe ríodo áureo entre 1905 e 1910.
em
quê as importações in glesas de algodão brasilei
Em
1909 a borracha das plantações ingle sas e holandesas entrou no mercado e já no ano seguinte era vendida mais
barata do que o produto brasileiro. A derrocada não era devi-
,
lentes, naquele mercado consumidor qviase único,
ploração. De uni lado, em conseqüên-
cia a sua produção, deve começar em pe-
Nossos
mos à situação anterior, que se agrava ria mais ainda com a Abolição. . O período de ascensão da borracha
V■
da à esperteza de um estrangeiro, que
conse
guira a transplantação das mudas, mas a um es forço de técnica com o qual não estávamos em
condições de competir: o
ro declinavam, as impor
d e s e n V o 1 vi m e n.-
tivessem além da ba-
tações de algodão norte-
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bilidade
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Oriente alterava de for-
humana -
aumentavam
sem falar no papel do
lenta mas firmemente. As
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naa fundamental as condi
pal ,no século XVII, não dependeu de técnicas inovadoras, a que tivéssemos ficado estranhos. Se.
fundava — e por outro lado o próprio
de um lado, a condição do trabalho ser-
mecanismo administrativo que regeu a
vil importava numa inferioridade fla
zona niineradora desestiinulou qualquer
grante, a verdadeira revolução técnica, quanto ao açúcar, ocorreu numa fasQ em que já produzíamos somente para o
alteração ponderável no processo de ex
mente difundida dentro do primeiro de- não dependia da nossa vontade, mas que
tração. Aquela economia cxtratíva de
cênio de seu aparecimento, foi apenas
o primeiro passo no caminho da supre-
nos era imposta por uma série de cir-
baixo teor subordínou-se inequivocamen
mercado interno, embora, de quando em
te ao processo de dominação que a me
vez, aparecesse açúcar, com índices va riáveis, na balança exportadora; a sua projeção externa, entretanto, estava já
trópole levou a rigores tão efetivos na fase já diferente do Distrito Diamantino,
macia âlgodoeira norte-americana. Quando a Guerra de Secessão afasta, tempo-
Ford, que empreenderia na Amazônia vuna tentativa séria de cultivo sisíemá-
.
ràríamente, aquele concorrente, entramos,
tico, viu a questão em seus devidos têr-
quando a busca às pedras substituiria a
1
liquidada — e a revolução técnica vai
corrida aurífera.
j
outra vez, a produzir com intensidade: o Ceará, que só três vêzes no século
mos quando afirmou a derrota africana e brasileira, em proveito dos asiáticos,
nessa habilidade quase totalmente se
ções da produção, pois
nicas introduzidas na produção algodoei-
baseava-se num plano sistemático de
contestávol predomínio. A máquina de
ção e o primitivismo com que procedia--
ra norte-americana firmaram o seu in- cultivo,- em contraste com a improvisa-
clescaroçar, aparecida cm 1793 e larga- mos, improvisação e prünitíviLo que
cunstàncias que seria demorado apreciar,
90
DfCESTO Econó.mico
91
DieESTO Econômico
ou melhor, dos europeus que levantaram
brasileiro entrou novamente cm fase de
lhamento técnico da produção; êsse
menlfe, o caráter de transição para o pla
a estrutura produtora gomífera asiática,
declínio e se muitos dos fatores que in-
abaíxamento, quando ocorre, é devido a
no secundário.
fundando-a no "capitalismo racionaliza
fluiram para isso derivam de condições
fatores que nos escapam, meramente cir
do que se baseia em métodos científicos
próprias do mercado externo, onde os
cunstanciais, e quase sempre correspon
nico? Em muita coisa, e não estamos
de produção". Empreendemos, simultaneamente com o rápido rush da borracha, o mais lento
nosso competidores se apresentam em
dem a uma condenação pura e simples de todo o sistema que elaboramos. Não
em condições, no espaço deste trabalho,
porém muito mais significativo dos cafèzaís, e dominamos o mercado mun dial dêsse produto, transformando um sistema de lavoura fundado no traba lho servi! em outro, fundado no trabalho do colono, abrindo zonas novas e levan
do os níveis da produção a índices ex traordinários. O largo quadro estabeleci do pela política do café, com tão fun dos reflexos na economia monetária do
condições fa\'orávcis, outros poderiam ser atenuados, ou quiçá neutralizados com os recursos da técnica.
Estamos verificando, como cm rela
ção ao algodão, à borracha, depois de seu impulso durante a guerra, c a tan
tos outros produtos, o quadro apresen
tado agora pelos óleos vegetais, cm cuja exploração acreditávamos ver grandes possibilidades. A formidável corrida técnica, que o último conflito acelerou
país, apenas indica, entretanto, apesar
de forma tão marcante, deixa-nos sem
de que não sofreu êsse produto um co
pre em situação de atraso face a qual quer zona produtora socorrida pelos mi lagres que a técnica improvisa. Norma-
lapso semelhante àqueles de produtos anteriores, que não conseguimos alterar essencialmente o sistema produtor, dei xando-o pouco mais ou menos dentro
das mesmas linhas, ao mesmo passo que os nossos concorrentes enveredaram por caminhos muito mais firmes e esclareci
no assinalou com exatidão que a supre
macia brasileira corresponde usualmen te "aos períodos do primeiro apareci mento de um produto em grandes quan tidades nos mercados mundiais". Fun damos uma economia contraditória e
dos. A crise cafeeira de 1930 e anos seguintes, que tão fundas repercussões trouxe para a vida do país, admitiu o
fragmentária em produtos novos de ma térias-primas e quando os mercados en
novo incremento, agora em território
tram a exigir .tais matérias-primas, que
paulista, da produção algodoeira. Fun
somos os primeiros a apresentar em lar
dou-se esta, ao contrário de tudo o que
ga escala, respondemos com um aumen
fizéramos até então, em processos muito
to milagroso da produção; produzimos mais, mas não produzimos melhor, nem mais barato. Forçamos no sentido do volume, mas não quanto aos melhores métodos de produção que afetam a qualidade e que permitem o abaixamento dos preços unitários, compen sado pelo crescimento do valor de conjunto.> Não conhecemos, em nossa his tória, um só exemplo de abaíxamento
mais aperfeiçoados, com uma contribui ção inédita da técnica, e conseguimos
apresentar o espetáculo de uma produ ção ascensional verdadeiramente expressiva, prova da nossa capacidade e estí mulo a uma gente desestimulada pelos • fracassos anteriores de empreendimentos
■'de grande porte. Por motivos que não
■ vem ao caso discutir, e nesta mesma re
vista já foram amplamente comentados por autoridades no assunto, o algodão
conseguimos, por isso tudo, erigir cultu ras tradicionais, no interior de cujos qua
dros sejam atravessadas etapas sucessi vas do aperfeiçoamento; vivemos de culturUvS ocasionais, umas substituindo as
outras, quando entram em declínio, e substituindo-as de forma integral, sem
qualquer liame com a anterior, sem lhe herdar quase nada. Caso único, o al godão aproveitou do café, em território paulista, muitas peças de sua articula
Em que consiste o aparelhamento téc
de apreciar todos os seus aspectos. Mas consiste, principalmente, em produzir melhor, por melhores métodos, que per mitam um valor unitário compatÍA'el com a concorrência, e que admitam um de
senvolvimento quantitativo que seja acompanhado de melhoria qualitativa indispensável. Num momento em que a broca do café ameaça, outra \'ez, a maior riqueza agrícola do país, não é
ção econômica; mas não deixou de con
surpreendente verificar que o'Institu to Biológico, que nasceu na onda dos empreendimentos gerados pela riqueza cafeeira, não está aparelhado para com
figurar-se nos quadros clássicos: corres pondeu a uma solicitação ocasional, te
também maquinaria, como é crédito e
ve levantamento vertiginoso e vai en trando em declínio rapidíssimò, fundouse em esfôrço particular, que se baseou na técnica da ajuda oficial, e vai-se ar-
rimando, pouco a pouco, no amparo do financiamento governamental, a derra
deira etapa de todos os empreendimen tos econômicos que vimos apresentando, e aquela que lhe assinala, irremediàvel-
batê-la?
Técnica é ciência, mas é
distribuição. Se as lições do passado não foram suficientes para que nos esclare cêssemos, é interessante pensar que esta mos diante de uma encruzilha<^ da vida nacional: ou nos organizamos econòmicamente, como base para outros aspectos da organização, ou vamos regredir a con dições que julgá\'amos muito distantes do nosso destino.
Os rebanhos de gado vacum estão aumentando ràpidamente na Grã-Bretanha,
como resultado de uma campanha iniciada no ano passado e que visa obter um aumento de 20% da produção de lacticínios e outros produtos rurais, dentro de quatro anos.
Nos últimos doze meses, o oumenfo dos rebanhos de gado ixicum foi de 16 por cento, o que é considerado um índice altamente satisfatório. Além disso, foram observados, tanihém, aumentos anUnadores nos rebanhos
de preço unitário de produto nacional
de gado ovino e suíno e nas aves domésticas. Êsses aumentos foram, respectiva
que fôsse devido a melhoria no apare-
mente, de 9 por cento, 35 por cento e 31 por cento.
90
DfCESTO Econó.mico
91
DieESTO Econômico
ou melhor, dos europeus que levantaram
brasileiro entrou novamente cm fase de
lhamento técnico da produção; êsse
menlfe, o caráter de transição para o pla
a estrutura produtora gomífera asiática,
declínio e se muitos dos fatores que in-
abaíxamento, quando ocorre, é devido a
no secundário.
fundando-a no "capitalismo racionaliza
fluiram para isso derivam de condições
fatores que nos escapam, meramente cir
do que se baseia em métodos científicos
próprias do mercado externo, onde os
cunstanciais, e quase sempre correspon
nico? Em muita coisa, e não estamos
de produção". Empreendemos, simultaneamente com o rápido rush da borracha, o mais lento
nosso competidores se apresentam em
dem a uma condenação pura e simples de todo o sistema que elaboramos. Não
em condições, no espaço deste trabalho,
porém muito mais significativo dos cafèzaís, e dominamos o mercado mun dial dêsse produto, transformando um sistema de lavoura fundado no traba lho servi! em outro, fundado no trabalho do colono, abrindo zonas novas e levan
do os níveis da produção a índices ex traordinários. O largo quadro estabeleci do pela política do café, com tão fun dos reflexos na economia monetária do
condições fa\'orávcis, outros poderiam ser atenuados, ou quiçá neutralizados com os recursos da técnica.
Estamos verificando, como cm rela
ção ao algodão, à borracha, depois de seu impulso durante a guerra, c a tan
tos outros produtos, o quadro apresen
tado agora pelos óleos vegetais, cm cuja exploração acreditávamos ver grandes possibilidades. A formidável corrida técnica, que o último conflito acelerou
país, apenas indica, entretanto, apesar
de forma tão marcante, deixa-nos sem
de que não sofreu êsse produto um co
pre em situação de atraso face a qual quer zona produtora socorrida pelos mi lagres que a técnica improvisa. Norma-
lapso semelhante àqueles de produtos anteriores, que não conseguimos alterar essencialmente o sistema produtor, dei xando-o pouco mais ou menos dentro
das mesmas linhas, ao mesmo passo que os nossos concorrentes enveredaram por caminhos muito mais firmes e esclareci
no assinalou com exatidão que a supre
macia brasileira corresponde usualmen te "aos períodos do primeiro apareci mento de um produto em grandes quan tidades nos mercados mundiais". Fun damos uma economia contraditória e
dos. A crise cafeeira de 1930 e anos seguintes, que tão fundas repercussões trouxe para a vida do país, admitiu o
fragmentária em produtos novos de ma térias-primas e quando os mercados en
novo incremento, agora em território
tram a exigir .tais matérias-primas, que
paulista, da produção algodoeira. Fun
somos os primeiros a apresentar em lar
dou-se esta, ao contrário de tudo o que
ga escala, respondemos com um aumen
fizéramos até então, em processos muito
to milagroso da produção; produzimos mais, mas não produzimos melhor, nem mais barato. Forçamos no sentido do volume, mas não quanto aos melhores métodos de produção que afetam a qualidade e que permitem o abaixamento dos preços unitários, compen sado pelo crescimento do valor de conjunto.> Não conhecemos, em nossa his tória, um só exemplo de abaíxamento
mais aperfeiçoados, com uma contribui ção inédita da técnica, e conseguimos
apresentar o espetáculo de uma produ ção ascensional verdadeiramente expressiva, prova da nossa capacidade e estí mulo a uma gente desestimulada pelos • fracassos anteriores de empreendimentos
■'de grande porte. Por motivos que não
■ vem ao caso discutir, e nesta mesma re
vista já foram amplamente comentados por autoridades no assunto, o algodão
conseguimos, por isso tudo, erigir cultu ras tradicionais, no interior de cujos qua
dros sejam atravessadas etapas sucessi vas do aperfeiçoamento; vivemos de culturUvS ocasionais, umas substituindo as
outras, quando entram em declínio, e substituindo-as de forma integral, sem
qualquer liame com a anterior, sem lhe herdar quase nada. Caso único, o al godão aproveitou do café, em território paulista, muitas peças de sua articula
Em que consiste o aparelhamento téc
de apreciar todos os seus aspectos. Mas consiste, principalmente, em produzir melhor, por melhores métodos, que per mitam um valor unitário compatÍA'el com a concorrência, e que admitam um de
senvolvimento quantitativo que seja acompanhado de melhoria qualitativa indispensável. Num momento em que a broca do café ameaça, outra \'ez, a maior riqueza agrícola do país, não é
ção econômica; mas não deixou de con
surpreendente verificar que o'Institu to Biológico, que nasceu na onda dos empreendimentos gerados pela riqueza cafeeira, não está aparelhado para com
figurar-se nos quadros clássicos: corres pondeu a uma solicitação ocasional, te
também maquinaria, como é crédito e
ve levantamento vertiginoso e vai en trando em declínio rapidíssimò, fundouse em esfôrço particular, que se baseou na técnica da ajuda oficial, e vai-se ar-
rimando, pouco a pouco, no amparo do financiamento governamental, a derra
deira etapa de todos os empreendimen tos econômicos que vimos apresentando, e aquela que lhe assinala, irremediàvel-
batê-la?
Técnica é ciência, mas é
distribuição. Se as lições do passado não foram suficientes para que nos esclare cêssemos, é interessante pensar que esta mos diante de uma encruzilha<^ da vida nacional: ou nos organizamos econòmicamente, como base para outros aspectos da organização, ou vamos regredir a con dições que julgá\'amos muito distantes do nosso destino.
Os rebanhos de gado vacum estão aumentando ràpidamente na Grã-Bretanha,
como resultado de uma campanha iniciada no ano passado e que visa obter um aumento de 20% da produção de lacticínios e outros produtos rurais, dentro de quatro anos.
Nos últimos doze meses, o oumenfo dos rebanhos de gado ixicum foi de 16 por cento, o que é considerado um índice altamente satisfatório. Além disso, foram observados, tanihém, aumentos anUnadores nos rebanhos
de preço unitário de produto nacional
de gado ovino e suíno e nas aves domésticas. Êsses aumentos foram, respectiva
que fôsse devido a melhoria no apare-
mente, de 9 por cento, 35 por cento e 31 por cento.
'.-J^
Dice,sto
msfdffa ^cGffémfta Um debafo Kòbro o or^*nnioiit«»
tagens, concedendo favores aos obsinicíonistas interesseiros. • A capitulação do Executivo costumava até a ser trans
mitida pelo telefone e tomada por ter mo, diante de testemunhas, pelo impudente \'itorioso...
Afonso Aiunos de Mei.o Fhanco
EM sempre o modêlo norie-umerica-
N- no foi benéfico na sua aplicação ao regime constitucional dc 1891
As
condições peculiares da formação da
grande República, que em tantos pontos substanciais diferiam das nossas pró prias, levaram, algumas vêzes, a adapta ção adotada pelos arquitetos do regime de 15 de novembro a desfechos de-
O autor res-uinc ttm debate, que na épo ca tece ampla repercussão, travado entre
os deputados Catóg^cras c Carlos Peixoto, ambos figuras primaciais do "Jardim da Infância", sàhre o Orçamento da Re ceita. Carlos Peixoto era um tempera mento dominador, tribuno dos maiores
que passaram pela Câmara dos Deputa
sastrosos.
Tal foi, por exemplo, o caso dos pre ceitos constitucionais relativos à ela boração orçamentária.
Por mais irregular e descontínua que fôsse a tradição administrativa do Impé rio, a verdade é que, em matéria orça
dos. Calógeras, um cientista de raro va lor, de descomunal capacidade de tra balho, produziu, no Parlamento, obras de caráter econômico e financeiro que se tornaram clássicas.
mentária, a situação não era em nada
pior que a da República, antes pelo con trário. "O Império era o déficit", eis a enfática sentença que tanto esHmulavâ o otimismo dos republicanos histórico.s, esquecidos de que, com a implantação da República, ao déficit se adicionou uma maior anarquia orçamentária.
Tudo, desde a própria preparação da proposta, entrou em jogo, com a nova
Carta constitucional. Na Constituição de 1824 esta preparação ao menos se acha
mara dos Lordes, que não participava da Lei de Meios, e em .seguida tran.sportado para os E.stado.s Unidos na for ma pouco escriipulosa dos chamados
ti\'as, ao mesmo tempo de idéias gerais e de esclarecimentos doutrinários, foi bem
a qual, se é passível de severas reservas
digno do homem que três anos antes
em outros pontos, neste só merece aplau
dera ao Brasil um dos estudos clássicos
que
sos.
Mas a reação contra a anarquia orça mentária no Congresso já vinha de al gum tempo antes, quando Carlos Pei xoto, mediante sábias e vigorosas refor mas regimentais dentro da Câmara, procurou obviar as
dificuldades
provenientes
das lacunas da Constitui
possuímos èm
matéria
finan
ceira.
O grande deputado mineiro encarou o
problema orçamentário tanto do ponto-de-vi^a econômico quanto do fi nanceiro, e êste pontode-rista econômico êle o tratava às vêzes com uma
intuição do problema so
ção, em relação ao Orça
cial que hoje admira a
mento.
quem o lê.
Nas sessões de 26 e 27
Vejam-se, por exemplo,
de novembro de 1913, a
Câmara dos Deputados as
estes trechos provocados pela crítica aos excessos fis
sistiu, numa atmosfera de
cais:
admiração
"Isto significa que em 40 anos, de 1869 para cá,
e respeito, a
dois memoráveis discursos,
ambos sôbre matéria orça
o aumento da tarifa re
mentária
presenta
e
pronunciados
a
decupHcação
que mais o fizeram, as tradições de
para procurar mais causas da carestia
uma extensão e uma desfaçatez que bre
Minas Gerais no Parlamento brasi'eiro:
da existência?... E o que é grave é
ve se tomariam verdadeira calamidade
Calógeras e Peixoto.
que, por menos que se queira obedecer
nacional.
Entrava em segunda discussão o pro jeto de Orçamento, quando Calógeras foi
às imposições do materiaMsmo histórico, não ha como fugir a umas conclusòés
à tribuna para falar principalmente sô
que a apro.ximaçao das datas impõe...
bre a receita. Na atmosfera de quase verão, o pequeno plenário da Cadeia Velha devia ser muito quente, com seu grande lustre a gás no meio do teto, suas exíguas tribunas de madeira com
Coincidiu, portanto, com a proclamação do novo regime, essa sobrecarga no custo da existência. Por isso, digo, não
Sob a ameaça de ficar .sem meios fi nanceiros, o
Governo, à
última hora
1." dc janeiro, conforme nos recordava
Câ-
Esta situação só veio a ser corrigida com a reforma constitucional de 1926,
plantar, entre nos, na República, com
(muitas vezes já na madrugada do dia
medidas ao contrôle da
O discurso de Calógeras, recheado de dados estatísticos, de informações obje-
"riders" orçamentários) \"cio a se im
não acontecia na de 1891. Além disso, o velho sistema de legislar com fins di ferentes dentro da lei orçamentária (sis tema a principio utilizado na Inglaterra subtrair
peso de uma tradição de lutas oratórias que vinha, desde a Constituinte de 1823, chamando para aquela modesta sala as atenções de todo o país.
por dois ilustres deputados que honraram, como os •
va regulada em termos claros, o que
pela Câmara dos Comuns, a fim de
93
Econômico
há dia.s, no plenário da Câmara, o ex periente sr. Oto Prazeres) era forçado a transigir com as mais inescrupiilosas manobras de demagogos e politiquei ros, criando empregos, distribuindo van-
gradis torneados, suas cortinas e tape tes, tudo ainda por cima abafado sob o
das taxas.
Como perder
mais tempo, depois disso,
ao regime político, mas ao tributário,
devem ser atribuídas as queixas gerais que se fazem ouvir no momento... A
nós compete refletir e ponderar se pode
'.-J^
Dice,sto
msfdffa ^cGffémfta Um debafo Kòbro o or^*nnioiit«»
tagens, concedendo favores aos obsinicíonistas interesseiros. • A capitulação do Executivo costumava até a ser trans
mitida pelo telefone e tomada por ter mo, diante de testemunhas, pelo impudente \'itorioso...
Afonso Aiunos de Mei.o Fhanco
EM sempre o modêlo norie-umerica-
N- no foi benéfico na sua aplicação ao regime constitucional dc 1891
As
condições peculiares da formação da
grande República, que em tantos pontos substanciais diferiam das nossas pró prias, levaram, algumas vêzes, a adapta ção adotada pelos arquitetos do regime de 15 de novembro a desfechos de-
O autor res-uinc ttm debate, que na épo ca tece ampla repercussão, travado entre
os deputados Catóg^cras c Carlos Peixoto, ambos figuras primaciais do "Jardim da Infância", sàhre o Orçamento da Re ceita. Carlos Peixoto era um tempera mento dominador, tribuno dos maiores
que passaram pela Câmara dos Deputa
sastrosos.
Tal foi, por exemplo, o caso dos pre ceitos constitucionais relativos à ela boração orçamentária.
Por mais irregular e descontínua que fôsse a tradição administrativa do Impé rio, a verdade é que, em matéria orça
dos. Calógeras, um cientista de raro va lor, de descomunal capacidade de tra balho, produziu, no Parlamento, obras de caráter econômico e financeiro que se tornaram clássicas.
mentária, a situação não era em nada
pior que a da República, antes pelo con trário. "O Império era o déficit", eis a enfática sentença que tanto esHmulavâ o otimismo dos republicanos histórico.s, esquecidos de que, com a implantação da República, ao déficit se adicionou uma maior anarquia orçamentária.
Tudo, desde a própria preparação da proposta, entrou em jogo, com a nova
Carta constitucional. Na Constituição de 1824 esta preparação ao menos se acha
mara dos Lordes, que não participava da Lei de Meios, e em .seguida tran.sportado para os E.stado.s Unidos na for ma pouco escriipulosa dos chamados
ti\'as, ao mesmo tempo de idéias gerais e de esclarecimentos doutrinários, foi bem
a qual, se é passível de severas reservas
digno do homem que três anos antes
em outros pontos, neste só merece aplau
dera ao Brasil um dos estudos clássicos
que
sos.
Mas a reação contra a anarquia orça mentária no Congresso já vinha de al gum tempo antes, quando Carlos Pei xoto, mediante sábias e vigorosas refor mas regimentais dentro da Câmara, procurou obviar as
dificuldades
provenientes
das lacunas da Constitui
possuímos èm
matéria
finan
ceira.
O grande deputado mineiro encarou o
problema orçamentário tanto do ponto-de-vi^a econômico quanto do fi nanceiro, e êste pontode-rista econômico êle o tratava às vêzes com uma
intuição do problema so
ção, em relação ao Orça
cial que hoje admira a
mento.
quem o lê.
Nas sessões de 26 e 27
Vejam-se, por exemplo,
de novembro de 1913, a
Câmara dos Deputados as
estes trechos provocados pela crítica aos excessos fis
sistiu, numa atmosfera de
cais:
admiração
"Isto significa que em 40 anos, de 1869 para cá,
e respeito, a
dois memoráveis discursos,
ambos sôbre matéria orça
o aumento da tarifa re
mentária
presenta
e
pronunciados
a
decupHcação
que mais o fizeram, as tradições de
para procurar mais causas da carestia
uma extensão e uma desfaçatez que bre
Minas Gerais no Parlamento brasi'eiro:
da existência?... E o que é grave é
ve se tomariam verdadeira calamidade
Calógeras e Peixoto.
que, por menos que se queira obedecer
nacional.
Entrava em segunda discussão o pro jeto de Orçamento, quando Calógeras foi
às imposições do materiaMsmo histórico, não ha como fugir a umas conclusòés
à tribuna para falar principalmente sô
que a apro.ximaçao das datas impõe...
bre a receita. Na atmosfera de quase verão, o pequeno plenário da Cadeia Velha devia ser muito quente, com seu grande lustre a gás no meio do teto, suas exíguas tribunas de madeira com
Coincidiu, portanto, com a proclamação do novo regime, essa sobrecarga no custo da existência. Por isso, digo, não
Sob a ameaça de ficar .sem meios fi nanceiros, o
Governo, à
última hora
1." dc janeiro, conforme nos recordava
Câ-
Esta situação só veio a ser corrigida com a reforma constitucional de 1926,
plantar, entre nos, na República, com
(muitas vezes já na madrugada do dia
medidas ao contrôle da
O discurso de Calógeras, recheado de dados estatísticos, de informações obje-
"riders" orçamentários) \"cio a se im
não acontecia na de 1891. Além disso, o velho sistema de legislar com fins di ferentes dentro da lei orçamentária (sis tema a principio utilizado na Inglaterra subtrair
peso de uma tradição de lutas oratórias que vinha, desde a Constituinte de 1823, chamando para aquela modesta sala as atenções de todo o país.
por dois ilustres deputados que honraram, como os •
va regulada em termos claros, o que
pela Câmara dos Comuns, a fim de
93
Econômico
há dia.s, no plenário da Câmara, o ex periente sr. Oto Prazeres) era forçado a transigir com as mais inescrupiilosas manobras de demagogos e politiquei ros, criando empregos, distribuindo van-
gradis torneados, suas cortinas e tape tes, tudo ainda por cima abafado sob o
das taxas.
Como perder
mais tempo, depois disso,
ao regime político, mas ao tributário,
devem ser atribuídas as queixas gerais que se fazem ouvir no momento... A
nós compete refletir e ponderar se pode
94
Dicf-sto Eco^*ó^aoo
liaver sistema mais anti-republicano do que este, que protege o capital c fere o operário, garante o aluguel do dinhei ro mas oprime o salario e leva a miséria
ao lar dos mais pobres." Com estas e outras palavras ainda
mais enérgicas Calógeras abria fogo con tra a indiscriminada política de pro tecionismo industrial, quc levava a ín
dices impressionantes de altura e rapider o preço das mercadorias.
Es^tigmatiza o erro de se resolver o prob.ema financeiro à custa das reservas
econômicas, pois a tanto eqüivalia sa ciar a fome insaciável do fisco dandolhe como alimento a substância mesma
da nossa produção, que eram o café e a
borracha. A propósito dêsses dois produ tos avança idéias de grande lucidez, verdadeiras profecias.
"A fortuna do Brasil - declara - ba seia-se em 84% sôbre dois gêneros: o ca
fé e a borracha. A política seguida pe los poderes públicos para intensificar
essas fontes de produção representa uma das maiores provas de ininteligência eco nômica que se possa conceber."
Depois de recordar que o amparo à produção se devia basear "na diminui
ção ao mínimo do seu preço de custo unitário e no alargamento ao máximo dos mercados de consumo", mostra co
95
OrcnsTo Econômico
tura do trigo, para evitar a sangria de dívisa.s com a importação da farinha; en
traçara, circunscreve seu discurso ao
mais importantes coisas que se podem
carece a possibilidade do aproveitamento
campo financeiro, que conhecia bem,
fazer em bem do país. Sobre as prá ticas cauterizadas pelo verbo de fogo de Peixoto passaram revoluções e acordos,
Seguindo habilmente o plano que se
do nosso ferro c termina ligando tôdi
em virtude de funções que exercia na
essa urgente política econômica òs suas repercussões financeira e monetária, sô bre as quais se estende também como
Comissão de Finanças, evitando o ter reno difícil das teses econômicas e das
um douto, que era.
prometer sua orgulhosa autoridade. E não .se pode negar que, apreciado no
No dia .seguinte, 27 de novembro. Carlos Pci.xoto pronuncia o seu discurso que é, declaradamente, uma resposta
ao dc Calógeras.
Os dois deputados
mineiros se admiravam rcciprocameuto.
realidades estatísticas em que temia com
setor limitado em que o colocou, seu
sobre elaboração orçamentária é. das
ditadores e salvadores, Dasps e Dips, e a coisa fica tal e qual. Mas prossigamos, ou antes, prossiga Peixoto:
"Chegando do Senado voltam os pro jetos por êle emendados à Câmara e
discurso é tão notá
então é um verda
vel quanto o do ri val e amigo.
deiro delírio: os au
tores das ■ emendas
não há negar, mas não podia deixar de haver entre cies grande rivalidade. N.i Câmara ambos c.xprimiam o mais alto teor intelectual daquela geração políti
sem piedade a de elaboração orçamen
lhos
ca, ambos eram cercados de respeito,
tária,
ção em notáveis cór
mas suas personalidades não podiam ser mais diversas. . Peixoto era, ?ein dúvida, nm melhor c mais prestigioso político. Ca'ógoras, indubitàvelmcnte, um cérebro mais poderoso, e uma cultura geral e es pecializada muito mais ampla. Não queremos negar com isto a inteligência
das
ou as leituras de Peixoto, nem o prestí
gio de Calógeras.
Desejamos tao so
mente marcar os traços predominantes de cada qual.
Peixoto
sordem
da
a
rizando, por exem plo, grandes traba
nossa
insensatez
de
desobstm-
regos das suas al
prodigalidades,
o absurdo das dis
deias, vendo corta
cussões
das pelo Senado tão legítimas aspirações,
sem
méto
do nem critério, a
entrara em verda deira cólera e verifi
competição demagó
gica de
dos criadores despesas
cam
mais
Aqui estão algumas
't
das expressões cor
' j
com
voltairianas,
que
não ser real
mente esta a Repú-
ou menos eleitorais.
tantes,
Com seu feitio direto, autoritário, al
confederadas, auto
martela
Peixoto
plica dos seus sonhos.
Nesse
mo-
I
manto ninguém mais
!
se entende". E, em
! ,
fundo cada relator defende sinceramen-
1
te o aumento de
outro ponto: "No
go desdenhoso, feitio que os reveses
fustiga a prática or
partidários e até o ostracismo não tinham conseguido atenuar, porque fazia p:u"te da
çamentária:
sua maneira de ser, Peixoto declara logo
conduziam ao desastre. Chama a aten
organizados pela Câ
que vai responder a Calógeras, defen
mara, e carregados
despesa na sua pasta
ção para a concorrência dos similares,
dendo o Govêmo. Aliás, foi sempre mais ou menos esta a sua linha política. Era um homem da ordem, da autorida
de bilhetes eleitorais'
e está pronto a re
mo a sobrecarga de imposto de expoctação e o aumento artificial dos preços
quanto ao café, enquanto que a borra cha era também levada de vencida pela
"Depois de assim
aos seus
duzir violentamente a despesa nas demais e, em meio dessa luta, vê-se uma figura
Mas com uma tal j
campanários, vão afinal os orçamentos para o Senado, onde só chegam à un-
sos, em defesa dos governos, desde o.s I
décima hora". Eis o que, sem tirar nem pôr, está ocorrendó neste ano da graça
cessidade da instalação dos frigoríficos
tempos da Assembléia Estadual mineira, í
tuação orçamentária, quem assistiu, à
dão a impressão de que o Govêmo| é
de 1948, no momento em que copia
para ampliação da nossa indústria de
luta dramática do sr. Horácio Lafer ten
cam€S; 5U§tenta a viabilidade da cul
que lhe era subordinado...
mos estas linhas. E eis o que ainda mais nos convence de que uma lei geral
sua concorrente oriental".
E por aí continua, como se estivesse desvendando o futuro.
Defende a ne
de, do Govêmo.
altivez se comportava, que seus discur-|
i
enviados
pelos
deputados
resignada — a do Relator da Receita".
Quem ler hoje o brilhante voto do sr. Fernando Nóbrega sôbre a atjial si
tando inutilmente montar guarda aos
94
Dicf-sto Eco^*ó^aoo
liaver sistema mais anti-republicano do que este, que protege o capital c fere o operário, garante o aluguel do dinhei ro mas oprime o salario e leva a miséria
ao lar dos mais pobres." Com estas e outras palavras ainda
mais enérgicas Calógeras abria fogo con tra a indiscriminada política de pro tecionismo industrial, quc levava a ín
dices impressionantes de altura e rapider o preço das mercadorias.
Es^tigmatiza o erro de se resolver o prob.ema financeiro à custa das reservas
econômicas, pois a tanto eqüivalia sa ciar a fome insaciável do fisco dandolhe como alimento a substância mesma
da nossa produção, que eram o café e a
borracha. A propósito dêsses dois produ tos avança idéias de grande lucidez, verdadeiras profecias.
"A fortuna do Brasil - declara - ba seia-se em 84% sôbre dois gêneros: o ca
fé e a borracha. A política seguida pe los poderes públicos para intensificar
essas fontes de produção representa uma das maiores provas de ininteligência eco nômica que se possa conceber."
Depois de recordar que o amparo à produção se devia basear "na diminui
ção ao mínimo do seu preço de custo unitário e no alargamento ao máximo dos mercados de consumo", mostra co
95
OrcnsTo Econômico
tura do trigo, para evitar a sangria de dívisa.s com a importação da farinha; en
traçara, circunscreve seu discurso ao
mais importantes coisas que se podem
carece a possibilidade do aproveitamento
campo financeiro, que conhecia bem,
fazer em bem do país. Sobre as prá ticas cauterizadas pelo verbo de fogo de Peixoto passaram revoluções e acordos,
Seguindo habilmente o plano que se
do nosso ferro c termina ligando tôdi
em virtude de funções que exercia na
essa urgente política econômica òs suas repercussões financeira e monetária, sô bre as quais se estende também como
Comissão de Finanças, evitando o ter reno difícil das teses econômicas e das
um douto, que era.
prometer sua orgulhosa autoridade. E não .se pode negar que, apreciado no
No dia .seguinte, 27 de novembro. Carlos Pci.xoto pronuncia o seu discurso que é, declaradamente, uma resposta
ao dc Calógeras.
Os dois deputados
mineiros se admiravam rcciprocameuto.
realidades estatísticas em que temia com
setor limitado em que o colocou, seu
sobre elaboração orçamentária é. das
ditadores e salvadores, Dasps e Dips, e a coisa fica tal e qual. Mas prossigamos, ou antes, prossiga Peixoto:
"Chegando do Senado voltam os pro jetos por êle emendados à Câmara e
discurso é tão notá
então é um verda
vel quanto o do ri val e amigo.
deiro delírio: os au
tores das ■ emendas
não há negar, mas não podia deixar de haver entre cies grande rivalidade. N.i Câmara ambos c.xprimiam o mais alto teor intelectual daquela geração políti
sem piedade a de elaboração orçamen
lhos
ca, ambos eram cercados de respeito,
tária,
ção em notáveis cór
mas suas personalidades não podiam ser mais diversas. . Peixoto era, ?ein dúvida, nm melhor c mais prestigioso político. Ca'ógoras, indubitàvelmcnte, um cérebro mais poderoso, e uma cultura geral e es pecializada muito mais ampla. Não queremos negar com isto a inteligência
das
ou as leituras de Peixoto, nem o prestí
gio de Calógeras.
Desejamos tao so
mente marcar os traços predominantes de cada qual.
Peixoto
sordem
da
a
rizando, por exem plo, grandes traba
nossa
insensatez
de
desobstm-
regos das suas al
prodigalidades,
o absurdo das dis
deias, vendo corta
cussões
das pelo Senado tão legítimas aspirações,
sem
méto
do nem critério, a
entrara em verda deira cólera e verifi
competição demagó
gica de
dos criadores despesas
cam
mais
Aqui estão algumas
't
das expressões cor
' j
com
voltairianas,
que
não ser real
mente esta a Repú-
ou menos eleitorais.
tantes,
Com seu feitio direto, autoritário, al
confederadas, auto
martela
Peixoto
plica dos seus sonhos.
Nesse
mo-
I
manto ninguém mais
!
se entende". E, em
! ,
fundo cada relator defende sinceramen-
1
te o aumento de
outro ponto: "No
go desdenhoso, feitio que os reveses
fustiga a prática or
partidários e até o ostracismo não tinham conseguido atenuar, porque fazia p:u"te da
çamentária:
sua maneira de ser, Peixoto declara logo
conduziam ao desastre. Chama a aten
organizados pela Câ
que vai responder a Calógeras, defen
mara, e carregados
despesa na sua pasta
ção para a concorrência dos similares,
dendo o Govêmo. Aliás, foi sempre mais ou menos esta a sua linha política. Era um homem da ordem, da autorida
de bilhetes eleitorais'
e está pronto a re
mo a sobrecarga de imposto de expoctação e o aumento artificial dos preços
quanto ao café, enquanto que a borra cha era também levada de vencida pela
"Depois de assim
aos seus
duzir violentamente a despesa nas demais e, em meio dessa luta, vê-se uma figura
Mas com uma tal j
campanários, vão afinal os orçamentos para o Senado, onde só chegam à un-
sos, em defesa dos governos, desde o.s I
décima hora". Eis o que, sem tirar nem pôr, está ocorrendó neste ano da graça
cessidade da instalação dos frigoríficos
tempos da Assembléia Estadual mineira, í
tuação orçamentária, quem assistiu, à
dão a impressão de que o Govêmo| é
de 1948, no momento em que copia
para ampliação da nossa indústria de
luta dramática do sr. Horácio Lafer ten
cam€S; 5U§tenta a viabilidade da cul
que lhe era subordinado...
mos estas linhas. E eis o que ainda mais nos convence de que uma lei geral
sua concorrente oriental".
E por aí continua, como se estivesse desvendando o futuro.
Defende a ne
de, do Govêmo.
altivez se comportava, que seus discur-|
i
enviados
pelos
deputados
resignada — a do Relator da Receita".
Quem ler hoje o brilhante voto do sr. Fernando Nóbrega sôbre a atjial si
tando inutilmente montar guarda aos
Dicesto
alados milhões, que, como as pombas
Econômico
na parede da nossa história parlamentar,
de Raimundo, abandonam os cofres do
bigodes em riste. punhos duros, a censu
Estado ruflando as penas de ouro em
ra a saltar dos lábios honrados.
busca do azul perdulário dos aumentos, não pode deixar de sorrir um pouco me-
pálidas figuras mineiras aquele verso
lancòlicamente para o vc'ho Calógeras e o velho Peixoto, cujos" retratos pendem
A indústria da eletricidade em Minas
Temos vontade dt? sorrir e lembrar às consolador de Manuel Bandeira:
Osório da Rocha Diniz
(Autor de *'A política aue convém ao Brasil" e "O Brasil em face dos
impcrialismos modernos", ambos da Coleção "Brasiliana")
*Tão
Brasil"...
KVOLuçÃo da indústria de ele
cia instalada só na usina de Cubatão,
tricidade em
em 1942, tinha o total de 380.000 HP.
Minas mostra,
claramente, que essa ativi
Com tamanha abundância de energia
dade, se bem que tenha cres
elétrica nas suas proximidades, não é
cido horizontalmente, aumen
de se admirar o notável surto industrial
tando sempre o número de
das cidades de São Paulo e Santo André, pois uma das condições básicas para o estabelecimento de tôda e qualquer in-:
instalações e de usinas, está
muito longe de ter atingido um grau f
d© desenvolvimento de acôrdo com as
dústria é a abundância e barateza da
nossas necessidades de energia elétrica, com as exigências de nosso progresso e
energia motora disponível.
com as possibilidades que se apresen
consumo que êle faz de energia, é fá
nível em São Paulo, a concentração das usinas, das empresas, e a racionalização do sistema de transmissão e distribui ção — uma só emprêsa ou grande usina servindo a vários municípios, com as
cil avaliar-se como estamos distantes do
usinas e redes de transmissão e de dis
máximo a que poderemos atingir.
tribuição entrelaçadas, mesmo quando pertencendo a várias entidades - per
tam ao seu desenvolvimento.
Como se mede, hoje, o grau de pro
gresso e de civilização de um povo pelo Se
a captação das fontes de energia elé
trica, no Brasil, foi aumentando pro gressivamente até atingir, em 31 de de zembro de 1942, 1.230.965 kw, cabem dêste total 211.670 kw às centrais tér micas e 1.019.195 kw às centrais hidráu
licas.
Cumpre não nos esquecermos,
porém, de que a maior parte dessa energia se concentra nas duas maiores
cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo, donde lhes advém maior pres tígio como centros industriais.
O Es
tado de São Paulo é o que possüi
A circulação de papel-inoeda e as reservas do Banco de Portugal chegaram ao ponto mais baixo do ano no dia 23 de junho, sofrendo uma cTlmínuição de 1.424.365.000 escudos até alcançar o nívef (Jc 5.487.258.000 escudos. o decréscirno nwior 86 ÜGHfica nos depósitos e conta.s correntes, que inüStiOm iinui diminuição de 1.057.077.000 e.-icudos. A circulação de papel-moeda baixou em 367.288.000 escudos.
Mas, além
da maior quantidade de energia dispo
maior potência instalada, num total de
mitem não só um ser-iço mais eficiente, mais barato, mais seguro e mais remu-
nerador a essa indústria do que se en contra em Minas Gerais.
Foi certamente por êsse motivo, isto é, pelo fato de ainda estarmos com a maio
ria das nossas instalações de suprimen to de energia elétrica quase em estado embrionário, como elementos pioneiros ou desbravadores, que as emprêsas es trangeiras que fizeram a aquisição em massa, de quase tôdas as grandes usi
575.863 kw ou 56% do total nacional,
nas do Brasil, iniciando êsse movimento
e dêste as usinas hidrelétricas entram
em São Paulo, em 1927, ainda não
com 542.083 kw. Cíimpro Tiotar que. pflra êsse total, uma meia dúzia (lo usina.s perfazem mais de 80% e a potên
exceto quanto à sua Capital.
resolveram vir até ao Estado de Minas,
Para S6 flva'íur o potencial de nego-
Dicesto
alados milhões, que, como as pombas
Econômico
na parede da nossa história parlamentar,
de Raimundo, abandonam os cofres do
bigodes em riste. punhos duros, a censu
Estado ruflando as penas de ouro em
ra a saltar dos lábios honrados.
busca do azul perdulário dos aumentos, não pode deixar de sorrir um pouco me-
pálidas figuras mineiras aquele verso
lancòlicamente para o vc'ho Calógeras e o velho Peixoto, cujos" retratos pendem
A indústria da eletricidade em Minas
Temos vontade dt? sorrir e lembrar às consolador de Manuel Bandeira:
Osório da Rocha Diniz
(Autor de *'A política aue convém ao Brasil" e "O Brasil em face dos
impcrialismos modernos", ambos da Coleção "Brasiliana")
*Tão
Brasil"...
KVOLuçÃo da indústria de ele
cia instalada só na usina de Cubatão,
tricidade em
em 1942, tinha o total de 380.000 HP.
Minas mostra,
claramente, que essa ativi
Com tamanha abundância de energia
dade, se bem que tenha cres
elétrica nas suas proximidades, não é
cido horizontalmente, aumen
de se admirar o notável surto industrial
tando sempre o número de
das cidades de São Paulo e Santo André, pois uma das condições básicas para o estabelecimento de tôda e qualquer in-:
instalações e de usinas, está
muito longe de ter atingido um grau f
d© desenvolvimento de acôrdo com as
dústria é a abundância e barateza da
nossas necessidades de energia elétrica, com as exigências de nosso progresso e
energia motora disponível.
com as possibilidades que se apresen
consumo que êle faz de energia, é fá
nível em São Paulo, a concentração das usinas, das empresas, e a racionalização do sistema de transmissão e distribui ção — uma só emprêsa ou grande usina servindo a vários municípios, com as
cil avaliar-se como estamos distantes do
usinas e redes de transmissão e de dis
máximo a que poderemos atingir.
tribuição entrelaçadas, mesmo quando pertencendo a várias entidades - per
tam ao seu desenvolvimento.
Como se mede, hoje, o grau de pro
gresso e de civilização de um povo pelo Se
a captação das fontes de energia elé
trica, no Brasil, foi aumentando pro gressivamente até atingir, em 31 de de zembro de 1942, 1.230.965 kw, cabem dêste total 211.670 kw às centrais tér micas e 1.019.195 kw às centrais hidráu
licas.
Cumpre não nos esquecermos,
porém, de que a maior parte dessa energia se concentra nas duas maiores
cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo, donde lhes advém maior pres tígio como centros industriais.
O Es
tado de São Paulo é o que possüi
A circulação de papel-inoeda e as reservas do Banco de Portugal chegaram ao ponto mais baixo do ano no dia 23 de junho, sofrendo uma cTlmínuição de 1.424.365.000 escudos até alcançar o nívef (Jc 5.487.258.000 escudos. o decréscirno nwior 86 ÜGHfica nos depósitos e conta.s correntes, que inüStiOm iinui diminuição de 1.057.077.000 e.-icudos. A circulação de papel-moeda baixou em 367.288.000 escudos.
Mas, além
da maior quantidade de energia dispo
maior potência instalada, num total de
mitem não só um ser-iço mais eficiente, mais barato, mais seguro e mais remu-
nerador a essa indústria do que se en contra em Minas Gerais.
Foi certamente por êsse motivo, isto é, pelo fato de ainda estarmos com a maio
ria das nossas instalações de suprimen to de energia elétrica quase em estado embrionário, como elementos pioneiros ou desbravadores, que as emprêsas es trangeiras que fizeram a aquisição em massa, de quase tôdas as grandes usi
575.863 kw ou 56% do total nacional,
nas do Brasil, iniciando êsse movimento
e dêste as usinas hidrelétricas entram
em São Paulo, em 1927, ainda não
com 542.083 kw. Cíimpro Tiotar que. pflra êsse total, uma meia dúzia (lo usina.s perfazem mais de 80% e a potên
exceto quanto à sua Capital.
resolveram vir até ao Estado de Minas,
Para S6 flva'íur o potencial de nego-
Digesto Econômico
Dictaro Eco.NÓNflCO
98
99
cios que a indústria de eletricidade nos
bretudo, desse anseio de progresso que
Power Co.", com o desvio do Rio Pa
poderá fornecer e quanto nosso progres so depende do incremento que dermos a
vem cletrizando tôda a Nação".
raíba, aumentará a potência da usina de Ribeirão das Lages em mais 136.000
essa indústria, os dados que extraímos do Boletim n.° 16, do Departamento Estadual de Estatística, referentes a 1940, dizem-nos o seguinte: A despeito de ler sido instalada no Estado de Minas Gerais, em 1889, a
gresso mais do que tudo que podemos responsabilizar pelo grande nimmro de pequeníssimas usinas que constituem a
primeira emprôsa destinada à explora
ção da eletricidade, no município de Juiz de Fora, o avanço que a estatísti ca registra dove constituir motivo de
vitalidade, de vigor, de iniciativa e, so
É, realmente, a esse anseio de pro
característica dominante da indústria de eletricidade cm Minas.
Em 1940, 321
empresas do eletricidade, das quais 298 tinham sedo cm nosso território e 23
em outros Estados, ser\ iam a Minas Ge
rais. O capital investido nessa indústria, em 1940, atingiu a 226.962:144$000. decomposto nas parcelas seguintes:
Emprêsas com sede no Estado
124.213:866§000
Emprêsas com sede em outros Estados
102.748:278$000
O pessoal empregado nessa indústria
contava-se por 2.560 pessoas, das quais 2.130 trabalhavam nas emprêsas com sede no Estado. As emprêsas em aprêço mantinham 353 usinas em funcio
namento, das quais 25 eram térmicas, 326 hidráulicas e 2 mistas. Dessas usi nas 314 eram instaladas em Minas e 39
em outros Estados. A potência produ zida pelas turbinas era de 157.529 HP e
a oriunda dos geradores era expressa em 113.902 kw. As emprêsas em aprêço forneciam energia elétrica a 270 cidades, a 240 vilas e a 96 povoados, fazendas etc., perfazendo o total de 606 loca lidades.
Do total de energia elétrica produzida destinavam-se à força motriz 21.377 HP
possibilidades reservadas ao Estado de
Com a ligação dos sistemas elétricos
de São Paulo e do Rio de Janeiro, por 331 quilômelTos e de 230.000 volts,
Eletricidade, de capacidade final para 18.000 HP, e.xistem sobras para se ins
uma notável mellioria no suprimento de
talarem algumas indústrias.
meio de
uma linha de transmissão de
energia elétrica nos dois maiores centros industriais do país será conseguida. Êstes fatos dão bem uma idéia de co
mo uma racionalização no sentido da
e 1.934.000 kw.
Cumpre notarmos que as falhas ve
rificadas, quanto à falta de centraliza ção e de racionalização de nossa indus tria têxtil, quase que se repetem para En
quanto só a usina de Cubatão, em SSo Paulo, produzia, em 1940, 380.000 ca valos, e as duas usinas que suprem o
Rio de Janeiro, isto é, a usina da ilha dos Pombos, com 120.000 HP e a de Ribei rão das Lages, com 70.000 HP, perfa zem 190.000 I-IP, todas as 353 usinas
que suprem Minas Gerais não totaliza nos de metade do total produzido por uma só usina de São Paulo ou ainda
Minas, em relação à indústria de ele tricidade, é bastante dizer que o seu po
inferior ao total produzido pelas duas usinas que abastecem o Rio de Janei-
tencial hidráulico é estimado em
4.346.800 kw, cujo vulto toma as devi
A regra geral é a penúria de energia elétrica em tôdas as comunidades minei ras. Tanto em Belo Horizonte — onde
de suas reservas de água e da maior
não se pode aumentar o número de bondes por falta de fôrça e não se consegue ligar, sem dificuldades e em penhes, um motor elétrico ou um fo
utilização da energia elétrica precisa ser
gão, uma vez que a capacidade das
ligação, de aumento de sua potência e
vam senão 157.529 HP, número de me
Para melhor se aquilatar das grandes
está sendo instalada cm Cubatão.
centralização das usinas, de sua inter
das proporções quando confrontado com o potencial relativo aos Estados de São Paulo e Paraná, que se acham no se gundo e no terceiro lugar do total na cional, respectivamente, com 1.940.800
com a indústria de eletricidade.
kw, e uma nova unidade de 72.CQ0 kw !
está muito difundido, tem sido árduo, mas muito menos produtivo. Em Minas, apenas na Cidade Indus trial, com a usina do Gafanhoto (23.000 HP), constmída pelo governo mineiro, em Dirinópolis, e em Uberlândia, com a usina construída pela Cia. Prada de
feita em Minas. Mas, também o fato de
usinas que suprem a Capital de Minas
que do total de 157.529 HP instalados
se acham esgotadas — como em quase todos os principais centros de Minas,
em tôdas as usinas dc Minas Gerais, se destinavam à fôrça motriz APENAS
em Juiz de Fora, Lavras, Conselheiro
21.377 HP, bem demonstra como é pe
Lafaiete, Caeté, Varginha, Divinópolis,
queno o índice de nosso desenvolvi
Teófilo Otoni, Covemador Valadares e
Sabará, a situação, quanto à energia
mento industrial.
Se acrescentarmos que, mesmo do to
elétrica para novas indústrias, é de fal
tal da energia elétrica instalada em Mi
ta absoluta ou de escassez.
nas, este se concentra em poucas ins
mente, em Minas, fora da Cidade In
Presente
talações maiores que suprem Belo Ho
dustrial, próxima a Belo Horizonte, e
rizonte
Lima
com excessão de Uberlândia ou Bam-
(19.751 HP), Juiz de Fora (10.000 HP), a rede da Cia. Fôrça e Luz Cata-
buí, quem quiser instalar indústrias que utilizem mais de 200 HP tem que cons
guazes — Leopoldina (4.560 HP), a Cia.
truir suas próprias usinas.
(22.910
Carbureto de
HP),
Nova
Cálcio, em Barbacena,
(10.250 HP), as usinas da Cia. Side
rúrgica
Belgo-
Mineira (16.200
PIP) e as insta lações da Industrial
Mineira
Cia. Sul
(9.020
A fim de que nós, mineiros, possamos apreciar como o desenvolrimento indus
trial de um po vo acompanha o
do suprimento de energia elé trica, e os nor te-americanos sà-
HP)—salta à evi
biamente
rol... As obras que estão sendo exe
dência
o
mam que "a co-
cutadas pela "Rio de Janeiro Light &
trabalho mineiro
munity^grows as
como
afir
Digesto Econômico
Dictaro Eco.NÓNflCO
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cios que a indústria de eletricidade nos
bretudo, desse anseio de progresso que
Power Co.", com o desvio do Rio Pa
poderá fornecer e quanto nosso progres so depende do incremento que dermos a
vem cletrizando tôda a Nação".
raíba, aumentará a potência da usina de Ribeirão das Lages em mais 136.000
essa indústria, os dados que extraímos do Boletim n.° 16, do Departamento Estadual de Estatística, referentes a 1940, dizem-nos o seguinte: A despeito de ler sido instalada no Estado de Minas Gerais, em 1889, a
gresso mais do que tudo que podemos responsabilizar pelo grande nimmro de pequeníssimas usinas que constituem a
primeira emprôsa destinada à explora
ção da eletricidade, no município de Juiz de Fora, o avanço que a estatísti ca registra dove constituir motivo de
vitalidade, de vigor, de iniciativa e, so
É, realmente, a esse anseio de pro
característica dominante da indústria de eletricidade cm Minas.
Em 1940, 321
empresas do eletricidade, das quais 298 tinham sedo cm nosso território e 23
em outros Estados, ser\ iam a Minas Ge
rais. O capital investido nessa indústria, em 1940, atingiu a 226.962:144$000. decomposto nas parcelas seguintes:
Emprêsas com sede no Estado
124.213:866§000
Emprêsas com sede em outros Estados
102.748:278$000
O pessoal empregado nessa indústria
contava-se por 2.560 pessoas, das quais 2.130 trabalhavam nas emprêsas com sede no Estado. As emprêsas em aprêço mantinham 353 usinas em funcio
namento, das quais 25 eram térmicas, 326 hidráulicas e 2 mistas. Dessas usi nas 314 eram instaladas em Minas e 39
em outros Estados. A potência produ zida pelas turbinas era de 157.529 HP e
a oriunda dos geradores era expressa em 113.902 kw. As emprêsas em aprêço forneciam energia elétrica a 270 cidades, a 240 vilas e a 96 povoados, fazendas etc., perfazendo o total de 606 loca lidades.
Do total de energia elétrica produzida destinavam-se à força motriz 21.377 HP
possibilidades reservadas ao Estado de
Com a ligação dos sistemas elétricos
de São Paulo e do Rio de Janeiro, por 331 quilômelTos e de 230.000 volts,
Eletricidade, de capacidade final para 18.000 HP, e.xistem sobras para se ins
uma notável mellioria no suprimento de
talarem algumas indústrias.
meio de
uma linha de transmissão de
energia elétrica nos dois maiores centros industriais do país será conseguida. Êstes fatos dão bem uma idéia de co
mo uma racionalização no sentido da
e 1.934.000 kw.
Cumpre notarmos que as falhas ve
rificadas, quanto à falta de centraliza ção e de racionalização de nossa indus tria têxtil, quase que se repetem para En
quanto só a usina de Cubatão, em SSo Paulo, produzia, em 1940, 380.000 ca valos, e as duas usinas que suprem o
Rio de Janeiro, isto é, a usina da ilha dos Pombos, com 120.000 HP e a de Ribei rão das Lages, com 70.000 HP, perfa zem 190.000 I-IP, todas as 353 usinas
que suprem Minas Gerais não totaliza nos de metade do total produzido por uma só usina de São Paulo ou ainda
Minas, em relação à indústria de ele tricidade, é bastante dizer que o seu po
inferior ao total produzido pelas duas usinas que abastecem o Rio de Janei-
tencial hidráulico é estimado em
4.346.800 kw, cujo vulto toma as devi
A regra geral é a penúria de energia elétrica em tôdas as comunidades minei ras. Tanto em Belo Horizonte — onde
de suas reservas de água e da maior
não se pode aumentar o número de bondes por falta de fôrça e não se consegue ligar, sem dificuldades e em penhes, um motor elétrico ou um fo
utilização da energia elétrica precisa ser
gão, uma vez que a capacidade das
ligação, de aumento de sua potência e
vam senão 157.529 HP, número de me
Para melhor se aquilatar das grandes
está sendo instalada cm Cubatão.
centralização das usinas, de sua inter
das proporções quando confrontado com o potencial relativo aos Estados de São Paulo e Paraná, que se acham no se gundo e no terceiro lugar do total na cional, respectivamente, com 1.940.800
com a indústria de eletricidade.
kw, e uma nova unidade de 72.CQ0 kw !
está muito difundido, tem sido árduo, mas muito menos produtivo. Em Minas, apenas na Cidade Indus trial, com a usina do Gafanhoto (23.000 HP), constmída pelo governo mineiro, em Dirinópolis, e em Uberlândia, com a usina construída pela Cia. Prada de
feita em Minas. Mas, também o fato de
usinas que suprem a Capital de Minas
que do total de 157.529 HP instalados
se acham esgotadas — como em quase todos os principais centros de Minas,
em tôdas as usinas dc Minas Gerais, se destinavam à fôrça motriz APENAS
em Juiz de Fora, Lavras, Conselheiro
21.377 HP, bem demonstra como é pe
Lafaiete, Caeté, Varginha, Divinópolis,
queno o índice de nosso desenvolvi
Teófilo Otoni, Covemador Valadares e
Sabará, a situação, quanto à energia
mento industrial.
Se acrescentarmos que, mesmo do to
elétrica para novas indústrias, é de fal
tal da energia elétrica instalada em Mi
ta absoluta ou de escassez.
nas, este se concentra em poucas ins
mente, em Minas, fora da Cidade In
Presente
talações maiores que suprem Belo Ho
dustrial, próxima a Belo Horizonte, e
rizonte
Lima
com excessão de Uberlândia ou Bam-
(19.751 HP), Juiz de Fora (10.000 HP), a rede da Cia. Fôrça e Luz Cata-
buí, quem quiser instalar indústrias que utilizem mais de 200 HP tem que cons
guazes — Leopoldina (4.560 HP), a Cia.
truir suas próprias usinas.
(22.910
Carbureto de
HP),
Nova
Cálcio, em Barbacena,
(10.250 HP), as usinas da Cia. Side
rúrgica
Belgo-
Mineira (16.200
PIP) e as insta lações da Industrial
Mineira
Cia. Sul
(9.020
A fim de que nós, mineiros, possamos apreciar como o desenvolrimento indus
trial de um po vo acompanha o
do suprimento de energia elé trica, e os nor te-americanos sà-
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100
Orr.ESTO
EcoNÓxnco
Digesto
Econômico
101
E' imperiosa a necessidade de se
itE eletrical services grows", convém
lenha de 2.000 HP. cm 1929 dois moto
remos dc vencer a fim de nos tomar
que se compare o crescer da quantidade
res Dicsel, c em 1947 ficou parcialmen
mos um grande centro industrial. Cum
centralizar a nossa indústria de eletrici
de fôrça que supre as indústrias de São
te terminada a n.sina de Peli, que adi
pre ainda notar que, se bem que as
cionou 13.000 HP ao conjunto.
usinas atuais que suprem a no.ssa lin da Capital forneçam 34.6t)0 cavalos,
dade, anipliando-se o tamanho das usi nas a fim de que possam produzir ba
Paulo — fator básico da industrializa
ção da Capital bandeirante e que lhe possibilitou tomar-se o maior centro in
dustrial do Brasil — com o que ocorre
O crescimento da quantidade de ener gia elétrica cm Belo Horizonte operou-
se da seguinte maneira: em 1897 era
rato e tenham custo inicial reduzido,
nem tôda c.s,sa energia .se destina a Be-' por unidade, e que se entrelacem as usi
Io Horizonte; grande parte dela pode
nas e linhas de transmissão, à seme
ria ser consumida sem aqui chegar,
unidades de 300 k\v, cada uma; até 1911
desde que se desenvolvam algumas in
lhança do que fizeram outros países. Isto já os norte-americanos fizeram nos
dústrias mais próximas de Peti, em Ita-
Estados do Brasil, onde adquiriram as
que, em 1900, existiam instalados me
a usina do Rio de Pedras funcionava a serviço de Bolo Horizonte, com a ca
bira. Santa Bárbara. Barão dc Cocais.
melhore.s e mais lucrativas instalações,
nos de 1.000 cavalos; em 1901 três turbinas de 1.550 cavalos foram instala
pacidade de 1.800 kw, dividida em três
Caeté e Sabará.
que tinham atingido um desenvolrimen-
em Belo Horizonte.
Para apreciar-se o crescimento da ci
dade de São Paulo cumpre observar
das, acionando geradores elétricos que eram dos maiores daquela época; cm 1910 estavam aumentadas as instalações
para 27.000 cavalos; em 1920 para 85.500 cavalos; em 1925 para 148.000; em fins de 1926 existiam instalados 228.000 cavalos e em 1945, 480.000 ca valos.
Da mesma forma foram crescendo as reservas de água armazenadas, elemen
inaugurada a usina de Freitas, com suas
unidades dc 600 kw cada uma. Nesse
ano entrou a funcionar a usina a gás
pobre, com uma potência de 780 ksv obtida em dois geradores dc 390 kw ca da um. De 1911 a 1947 a capacidade das usinas que suprem Belo Horizon te aumentou de 3.180 para 24.700 kw ou sejam 34.600 ca\'alos. Isto significa que — comparativamen te ás cidades norte-americanas, como por
to que a experiência tem demonstrado
exemplo Atlanta, capital do Estado da Geórgia, que não é das mais industriais
ser tão essencial devido ao clima va riável do Brasil. Em 1908 não existiam reservas; depois estabeleceram uma
c possuía já em 1923 88.000 cavalos à sua disposição — estamos num grande atraso quanto ao elemento básico dessa
equivalente a 7.500 kw-hora, que foi aumentada para 110.000.000 em 1913,
nossa civilização atual, que é uma civi lização "ferrada o eletrificada".
120.000.000 em 1926, 1.030.000.000 ení
Mesmo comparativamente à potência
1939 6 1.450.000.000 kw-hora, em 1945,
existente em São Pau'o, que totalizava
quando todos os reservatórios do Alto da Serra, de Santos, foram concluídos.
em 1919 27.000 cavalos, vê-se que a posição de Belo Horizonte quanto ao su
Enquanto assim cresceu a potência das usinas que abastecem a Paulicéia, Belo
primento de energia elétrica é calamito sa, e isto sobressairá ainda mais se le
Horizonte permaneceu com as insta'a-
varmos em conta o falo de que, pràti-
çÕes térmicas de emergência a funcio nar, porque as usinas hidre'étricas de Rio' de Pedras e de Freitas não são su
camente, consumimos energia para ilu minação e bondes na maior parte.
Em face dos 480.000 HP disponí
ficientes; continua sem reservas para
veis, em São Paulo, em 1945, os 22.910
contrabalançar os efeitos dos estios; con tinua, pràtícamente, a ter o seu futuro tolhido por falta de fôrça. Nestes últi mos 15 anos foi instalada uma usina a
HP, sem reservas de emergência e para
os estios, com que Belo Horizonte podia contar, representam em verdade muito pouco e provam as dificuldades que te-
Não obstante a maior potência das
to tal que esta\'am apenas necessitando
u.sina.s do Estado de São Pau'o e do Es
de maior capital e de técnica mais aper
tado do Rio de Janeiro, o número de
feiçoada a fim de mais render e melhor
empresas qtic exploravam a indústria
servir às respectivas coletiridades.
de eletricidade era de 256 em Minas
Padronizar as ciclagens e voltagens,
Gerais, 106 cm São Paulo e 62 no Rio
uniformizar o material das instalações
dc Janeiro, já cm 1929.
tanto quanto possível, organizar e cen tralizar as contabilidades, procurando
Uma vez que
nós brasileiros teremos que alicerçar
que se estudem, minuciosamente, todos
fazer com que tenhamos uma indústria de eletricidade eficiente, racionalizada, moderna e em mãos nacionais, é uma
os empecilhos, todas as formas de impe-
tarefa grandiosa que, certamente, nós
x-ialismos e todas as influências que têm dificultado a nossa expansão nessa in
mineiros já estamos à altura de desem penhar.
dústria, e que se inicie uma política ob jetiva, urgente e continuada, no sentido de maior utilização e captação de nos sas possibilidades hidrelétricas.
to possível, as taxas tenham a mínima
na eletricidade todo o nosso desenvolvi
mento industrial e "ferroviário, cumpre
E' nessa fonte de energia, uma vez que o petróleo nacional apenas se es boça em sua exploração e o carvão-de-
pedra do Sul mal chega para a nossa
Também,fazer-se com que, tanto quan oscilação dentro do Estado, que os ser viços sejam realmente eficientes, que certas e determinadas indústrias gozem de taxas preferenciais ou muito baixas,
como a siderurgia, a indústria química
dustrial e a nossa defesa militar terão
e de adubos sintéticos, tão necessária à recuperação da fertilidade de nos sas terras já cansadas; planejarem-se os futuros aproveitamentos industriais do
que se apoiar. E, por isso, é urgente que se intensifique por todos os meios e mo
Estado de acôrdo com as disponibilida des potenciais de energia para as indús
siderurgia cm aurora, que a nossa eman cipação econômica, o nosso poderio in
dos o aproveitamento dos mananciais
trias e os transportes; prè-traçar a lo
disponíveis em nosso Estado; que se con vença de uma vez por todas de que o nosso progresso e bem-estar dependem desses aproveitamentos.
calização dos centros industriais de Mi
nas Gerais, à semelhança do que foi executado na Cidade Industrial, nas pro ximidades de Belo Horizonte — tudo
100
Orr.ESTO
EcoNÓxnco
Digesto
Econômico
101
E' imperiosa a necessidade de se
itE eletrical services grows", convém
lenha de 2.000 HP. cm 1929 dois moto
remos dc vencer a fim de nos tomar
que se compare o crescer da quantidade
res Dicsel, c em 1947 ficou parcialmen
mos um grande centro industrial. Cum
centralizar a nossa indústria de eletrici
de fôrça que supre as indústrias de São
te terminada a n.sina de Peli, que adi
pre ainda notar que, se bem que as
cionou 13.000 HP ao conjunto.
usinas atuais que suprem a no.ssa lin da Capital forneçam 34.6t)0 cavalos,
dade, anipliando-se o tamanho das usi nas a fim de que possam produzir ba
Paulo — fator básico da industrializa
ção da Capital bandeirante e que lhe possibilitou tomar-se o maior centro in
dustrial do Brasil — com o que ocorre
O crescimento da quantidade de ener gia elétrica cm Belo Horizonte operou-
se da seguinte maneira: em 1897 era
rato e tenham custo inicial reduzido,
nem tôda c.s,sa energia .se destina a Be-' por unidade, e que se entrelacem as usi
Io Horizonte; grande parte dela pode
nas e linhas de transmissão, à seme
ria ser consumida sem aqui chegar,
unidades de 300 k\v, cada uma; até 1911
desde que se desenvolvam algumas in
lhança do que fizeram outros países. Isto já os norte-americanos fizeram nos
dústrias mais próximas de Peti, em Ita-
Estados do Brasil, onde adquiriram as
que, em 1900, existiam instalados me
a usina do Rio de Pedras funcionava a serviço de Bolo Horizonte, com a ca
bira. Santa Bárbara. Barão dc Cocais.
melhore.s e mais lucrativas instalações,
nos de 1.000 cavalos; em 1901 três turbinas de 1.550 cavalos foram instala
pacidade de 1.800 kw, dividida em três
Caeté e Sabará.
que tinham atingido um desenvolrimen-
em Belo Horizonte.
Para apreciar-se o crescimento da ci
dade de São Paulo cumpre observar
das, acionando geradores elétricos que eram dos maiores daquela época; cm 1910 estavam aumentadas as instalações
para 27.000 cavalos; em 1920 para 85.500 cavalos; em 1925 para 148.000; em fins de 1926 existiam instalados 228.000 cavalos e em 1945, 480.000 ca valos.
Da mesma forma foram crescendo as reservas de água armazenadas, elemen
inaugurada a usina de Freitas, com suas
unidades dc 600 kw cada uma. Nesse
ano entrou a funcionar a usina a gás
pobre, com uma potência de 780 ksv obtida em dois geradores dc 390 kw ca da um. De 1911 a 1947 a capacidade das usinas que suprem Belo Horizon te aumentou de 3.180 para 24.700 kw ou sejam 34.600 ca\'alos. Isto significa que — comparativamen te ás cidades norte-americanas, como por
to que a experiência tem demonstrado
exemplo Atlanta, capital do Estado da Geórgia, que não é das mais industriais
ser tão essencial devido ao clima va riável do Brasil. Em 1908 não existiam reservas; depois estabeleceram uma
c possuía já em 1923 88.000 cavalos à sua disposição — estamos num grande atraso quanto ao elemento básico dessa
equivalente a 7.500 kw-hora, que foi aumentada para 110.000.000 em 1913,
nossa civilização atual, que é uma civi lização "ferrada o eletrificada".
120.000.000 em 1926, 1.030.000.000 ení
Mesmo comparativamente à potência
1939 6 1.450.000.000 kw-hora, em 1945,
existente em São Pau'o, que totalizava
quando todos os reservatórios do Alto da Serra, de Santos, foram concluídos.
em 1919 27.000 cavalos, vê-se que a posição de Belo Horizonte quanto ao su
Enquanto assim cresceu a potência das usinas que abastecem a Paulicéia, Belo
primento de energia elétrica é calamito sa, e isto sobressairá ainda mais se le
Horizonte permaneceu com as insta'a-
varmos em conta o falo de que, pràti-
çÕes térmicas de emergência a funcio nar, porque as usinas hidre'étricas de Rio' de Pedras e de Freitas não são su
camente, consumimos energia para ilu minação e bondes na maior parte.
Em face dos 480.000 HP disponí
ficientes; continua sem reservas para
veis, em São Paulo, em 1945, os 22.910
contrabalançar os efeitos dos estios; con tinua, pràtícamente, a ter o seu futuro tolhido por falta de fôrça. Nestes últi mos 15 anos foi instalada uma usina a
HP, sem reservas de emergência e para
os estios, com que Belo Horizonte podia contar, representam em verdade muito pouco e provam as dificuldades que te-
Não obstante a maior potência das
to tal que esta\'am apenas necessitando
u.sina.s do Estado de São Pau'o e do Es
de maior capital e de técnica mais aper
tado do Rio de Janeiro, o número de
feiçoada a fim de mais render e melhor
empresas qtic exploravam a indústria
servir às respectivas coletiridades.
de eletricidade era de 256 em Minas
Padronizar as ciclagens e voltagens,
Gerais, 106 cm São Paulo e 62 no Rio
uniformizar o material das instalações
dc Janeiro, já cm 1929.
tanto quanto possível, organizar e cen tralizar as contabilidades, procurando
Uma vez que
nós brasileiros teremos que alicerçar
que se estudem, minuciosamente, todos
fazer com que tenhamos uma indústria de eletricidade eficiente, racionalizada, moderna e em mãos nacionais, é uma
os empecilhos, todas as formas de impe-
tarefa grandiosa que, certamente, nós
x-ialismos e todas as influências que têm dificultado a nossa expansão nessa in
mineiros já estamos à altura de desem penhar.
dústria, e que se inicie uma política ob jetiva, urgente e continuada, no sentido de maior utilização e captação de nos sas possibilidades hidrelétricas.
to possível, as taxas tenham a mínima
na eletricidade todo o nosso desenvolvi
mento industrial e "ferroviário, cumpre
E' nessa fonte de energia, uma vez que o petróleo nacional apenas se es boça em sua exploração e o carvão-de-
pedra do Sul mal chega para a nossa
Também,fazer-se com que, tanto quan oscilação dentro do Estado, que os ser viços sejam realmente eficientes, que certas e determinadas indústrias gozem de taxas preferenciais ou muito baixas,
como a siderurgia, a indústria química
dustrial e a nossa defesa militar terão
e de adubos sintéticos, tão necessária à recuperação da fertilidade de nos sas terras já cansadas; planejarem-se os futuros aproveitamentos industriais do
que se apoiar. E, por isso, é urgente que se intensifique por todos os meios e mo
Estado de acôrdo com as disponibilida des potenciais de energia para as indús
siderurgia cm aurora, que a nossa eman cipação econômica, o nosso poderio in
dos o aproveitamento dos mananciais
trias e os transportes; prè-traçar a lo
disponíveis em nosso Estado; que se con vença de uma vez por todas de que o nosso progresso e bem-estar dependem desses aproveitamentos.
calização dos centros industriais de Mi
nas Gerais, à semelhança do que foi executado na Cidade Industrial, nas pro ximidades de Belo Horizonte — tudo
102
ÜICESTO
isso bem mostra o quanto de trabalho está à espera da iniciativa, dos capitais, da técnica e da operosidade dos minei
ECONÓ.\acX>
Rio de Janeiro c da sua escassez em Mi nas Gerais c, especialmente, em Belo Horizonte, não obstante* todo o progresso
que a Capital mineira tem registrado
ros.
Já fizemos notar que, à semelhança da maioria das nossas fábricas de te
cidos, as nossas indústrias em geral se caracterizam em pequenas empresas in dividuais ou em poucas sociedades anô nimas, em família. Modificar essa situa
ção,^ concentrar esforços, capitais e ini ciativas, e um trabalho que precisa ser
le\^do a efeito, propagando-se a socie
dade anônima para que um maior desen volvimento se caracterize em nossas in dústrias e, principalmente, na indústria
eletrica, e que esta possa adquirir, cm grandes concentrações, sob a forma de um único comprador, os materiais de que tanto precisa. Finalmente, a centra
lização num só órgão para o estudo dos apro veitamentos
hidrelétri
cos e das aquisições de materiais, tudo isso re sultará num surto mais intenso da indústria de
eletricidade, em Minas Gerais e no Brasil, don
de surgirá, também, a.
construção da maqui naria indispensável aos
aproveitamentos hidrelétricos .do país. Cumpre registrar-se que, se pràticaraente todas as usinas elétricas do Es tado de Minas Gerais ou mesmo do
nesses últimos anos, .se não cuidarmos,
.•■òriamentc, do nosso problema do abas tecimento de energia elétrica, a nossa si tuação continuará grave, notadamente com as novas indústrias já projetadas no Estado c com o próprio crescimento
dc Belo Horizonte, que está sendo verti ginoso no tocante às construções e cujo suprimento dc energia elétrica não tem nem de leve acompanhado o seu pro
103
Dicesto Econômico
no país fábricas de material elétrico que contrariem o interesse dos grandes
fornecedores mundiais, o nosso progres so, o nosso bem-estar, e a intensificação das demais atividades em Minas Gerais
contando com o aparecimento de gran des consumidores, como por exemplo, a Estrada de Feuo Central do Brasil, que
e
consumirá cerca de 3.000 kw.
no Brasil.
Uma coletividade cresce conforme os
serviços de energia elétrica de que dis põe e disto precisamos não nos esque
sive a de Peti, mas de qualquer forma não tem perspectivas de atingir uma si
iniciati\'as nacionais que visem a apro
tuação de folga nos abastecimentos da
veitar os 446.800 quilowats potenciais em Minas e dos quais menos de meio
Capital, e da zona que serve, em tem po razoável para pemiitir um progres
por cento estamos utilizando.
so substancial de consumo doméstico,
Além do cxpo.sto, do anteprojeto da
por se fazer na indústria elétrica, não obstante o brilhante caminhar e a mul
construção da Central Elétrica do Fe
cho do Funil, elaborado pelo governo do Estado, pelos Engenheiros Lucas Lo
comercial ou industrial.
São reais, positivos e oportunos os fatos acima enumerados e refletem uma
situação insofismável e que todos os be-
se dizer que o emprê-
pes e Décio de Vasconcelos, pode-se avaliar como são precárias as condi
go de capitais nessa íq, dústria só não tem
ções de suprimento de energia elétrica à Capital mineira, que é a cidade me
atraído os nossos capi
lhor servida do Estado; e como são de-
Visando a colaborar com os poderes pú blicos para solução do nosso problema de suprimento de energia elétrica, o Institu to Mineiro de Economia e Sociologia
talistas devido a uma le
salentadores os seus prognósticos no to cante à industrialização, como essas pa
nossos dirigentes as seguintes indicações
tiplicidade dc iniciativas arrojadas, podei
Naturalmente, tem a Companhia pla
nos de ampliação de suas usinas, inclu
cer, apoiando e estimulando* tôdas as
gresso.
Uma vez que em Minas tudo está
O-déficit provável para 1950 pode assim ser avaliado em S.OOO kw, não
gislação acanhada, adre
lorizontinos estão sentindo diàriamente.
apresentou
para
encaminhamento
aos
lavras que estão escritas no documen
por intermédio da 1 Reunião das Classes
ri a aos interesses nacio
to oficiah
Produtoras Mineiras:
nais,
"Não considerando a potência usinas das empresas industriais, nSo poderão atender à Capital muito tempo ainda, e deixando de
de
forj'ada
e
contrá
que limitou os
lucros dessa indústria e burocratizou a sua im
plantação e, também, por falta de cultura técnica que lhes pos sibilitasse capacitar devidamente do que nela pode ser encontrado.
Não será possível o progresso eletro técnico nacional enquanto tivermos uma
país estão com as suas capacidades es gotadas, pouca coisa se está fazendo vi sando a solucionar a crise de energia elétrica que é geral, tanto em nosso Es
to Eletrotécnico de Itaj'ubá e, mesmo assim, sem o devido amparo. . .
tado como em todo o Brasil.
side na prosperidade de nossa indús
Em face da quantidade de energia elétrica disponível em São Paulo e no
tria elétrica, na multiplicação e intensifi
só Escola de Eletricidade — o Institu
Podemos afirmar, entretanto, que re
cação dessa indústria, no radicarem-se
das que por lado
a potência instalada nas usinas instala
das a vapor e a gás pobre, que conso mem combustíveis caros e prejudicam seriamente o abastecimento de lenha e
carvão de Belo Horizonte, chega-se à
conclusão de que, antes de 1950,.pro vavelmente, a Cia. Força e Luz de Mi nas
Gerais
estará com as suas usinas
1 — Em face do atraso em que se encontra a indústria de eletrici
dade em Minas Gerais, não obs tante o elevado potencial hidre
létrico do Estado, c urgente que se delineie um programa niínimo e planejado de utilização e
eletrificação para o Estado de Minas Gerais.
2 — E imperiosa a necessidade de se concentrar a indústria de eletri
capacidade esgotada, pois dispõe de 18.000 kw para cobrir um consumo pro
cidade e què se construam gran des usinas, a fim de que se possa obter a energia elétrica a preços baixos, pois um dos pontos fra
vável de 21,200 kw.
cos da indústria de eletricidade
hidráulicas atuais e em construção (?) somadas ao Diesel de reserva, com sua
102
ÜICESTO
isso bem mostra o quanto de trabalho está à espera da iniciativa, dos capitais, da técnica e da operosidade dos minei
ECONÓ.\acX>
Rio de Janeiro c da sua escassez em Mi nas Gerais c, especialmente, em Belo Horizonte, não obstante* todo o progresso
que a Capital mineira tem registrado
ros.
Já fizemos notar que, à semelhança da maioria das nossas fábricas de te
cidos, as nossas indústrias em geral se caracterizam em pequenas empresas in dividuais ou em poucas sociedades anô nimas, em família. Modificar essa situa
ção,^ concentrar esforços, capitais e ini ciativas, e um trabalho que precisa ser
le\^do a efeito, propagando-se a socie
dade anônima para que um maior desen volvimento se caracterize em nossas in dústrias e, principalmente, na indústria
eletrica, e que esta possa adquirir, cm grandes concentrações, sob a forma de um único comprador, os materiais de que tanto precisa. Finalmente, a centra
lização num só órgão para o estudo dos apro veitamentos
hidrelétri
cos e das aquisições de materiais, tudo isso re sultará num surto mais intenso da indústria de
eletricidade, em Minas Gerais e no Brasil, don
de surgirá, também, a.
construção da maqui naria indispensável aos
aproveitamentos hidrelétricos .do país. Cumpre registrar-se que, se pràticaraente todas as usinas elétricas do Es tado de Minas Gerais ou mesmo do
nesses últimos anos, .se não cuidarmos,
.•■òriamentc, do nosso problema do abas tecimento de energia elétrica, a nossa si tuação continuará grave, notadamente com as novas indústrias já projetadas no Estado c com o próprio crescimento
dc Belo Horizonte, que está sendo verti ginoso no tocante às construções e cujo suprimento dc energia elétrica não tem nem de leve acompanhado o seu pro
103
Dicesto Econômico
no país fábricas de material elétrico que contrariem o interesse dos grandes
fornecedores mundiais, o nosso progres so, o nosso bem-estar, e a intensificação das demais atividades em Minas Gerais
contando com o aparecimento de gran des consumidores, como por exemplo, a Estrada de Feuo Central do Brasil, que
e
consumirá cerca de 3.000 kw.
no Brasil.
Uma coletividade cresce conforme os
serviços de energia elétrica de que dis põe e disto precisamos não nos esque
sive a de Peti, mas de qualquer forma não tem perspectivas de atingir uma si
iniciati\'as nacionais que visem a apro
tuação de folga nos abastecimentos da
veitar os 446.800 quilowats potenciais em Minas e dos quais menos de meio
Capital, e da zona que serve, em tem po razoável para pemiitir um progres
por cento estamos utilizando.
so substancial de consumo doméstico,
Além do cxpo.sto, do anteprojeto da
por se fazer na indústria elétrica, não obstante o brilhante caminhar e a mul
construção da Central Elétrica do Fe
cho do Funil, elaborado pelo governo do Estado, pelos Engenheiros Lucas Lo
comercial ou industrial.
São reais, positivos e oportunos os fatos acima enumerados e refletem uma
situação insofismável e que todos os be-
se dizer que o emprê-
pes e Décio de Vasconcelos, pode-se avaliar como são precárias as condi
go de capitais nessa íq, dústria só não tem
ções de suprimento de energia elétrica à Capital mineira, que é a cidade me
atraído os nossos capi
lhor servida do Estado; e como são de-
Visando a colaborar com os poderes pú blicos para solução do nosso problema de suprimento de energia elétrica, o Institu to Mineiro de Economia e Sociologia
talistas devido a uma le
salentadores os seus prognósticos no to cante à industrialização, como essas pa
nossos dirigentes as seguintes indicações
tiplicidade dc iniciativas arrojadas, podei
Naturalmente, tem a Companhia pla
nos de ampliação de suas usinas, inclu
cer, apoiando e estimulando* tôdas as
gresso.
Uma vez que em Minas tudo está
O-déficit provável para 1950 pode assim ser avaliado em S.OOO kw, não
gislação acanhada, adre
lorizontinos estão sentindo diàriamente.
apresentou
para
encaminhamento
aos
lavras que estão escritas no documen
por intermédio da 1 Reunião das Classes
ri a aos interesses nacio
to oficiah
Produtoras Mineiras:
nais,
"Não considerando a potência usinas das empresas industriais, nSo poderão atender à Capital muito tempo ainda, e deixando de
de
forj'ada
e
contrá
que limitou os
lucros dessa indústria e burocratizou a sua im
plantação e, também, por falta de cultura técnica que lhes pos sibilitasse capacitar devidamente do que nela pode ser encontrado.
Não será possível o progresso eletro técnico nacional enquanto tivermos uma
país estão com as suas capacidades es gotadas, pouca coisa se está fazendo vi sando a solucionar a crise de energia elétrica que é geral, tanto em nosso Es
to Eletrotécnico de Itaj'ubá e, mesmo assim, sem o devido amparo. . .
tado como em todo o Brasil.
side na prosperidade de nossa indús
Em face da quantidade de energia elétrica disponível em São Paulo e no
tria elétrica, na multiplicação e intensifi
só Escola de Eletricidade — o Institu
Podemos afirmar, entretanto, que re
cação dessa indústria, no radicarem-se
das que por lado
a potência instalada nas usinas instala
das a vapor e a gás pobre, que conso mem combustíveis caros e prejudicam seriamente o abastecimento de lenha e
carvão de Belo Horizonte, chega-se à
conclusão de que, antes de 1950,.pro vavelmente, a Cia. Força e Luz de Mi nas
Gerais
estará com as suas usinas
1 — Em face do atraso em que se encontra a indústria de eletrici
dade em Minas Gerais, não obs tante o elevado potencial hidre
létrico do Estado, c urgente que se delineie um programa niínimo e planejado de utilização e
eletrificação para o Estado de Minas Gerais.
2 — E imperiosa a necessidade de se concentrar a indústria de eletri
capacidade esgotada, pois dispõe de 18.000 kw para cobrir um consumo pro
cidade e què se construam gran des usinas, a fim de que se possa obter a energia elétrica a preços baixos, pois um dos pontos fra
vável de 21,200 kw.
cos da indústria de eletricidade
hidráulicas atuais e em construção (?) somadas ao Diesel de reserva, com sua
Dicesto
Econômico
em Minas c justanientc'a pulve
das. é urgente que se promova
rização das emprâsas e usinas.
a interligação das usinas, siste
3 — Diante da gravidade que a fal ta de energia elétrica está fa
zendo a todos os núcleos pro dutores de Minas Gerais, uma
mas e
rodes
de
transmissões,
O resurgimento amazônico PiMENTXL Gomes
sempre que isto seja técnica e
(Engenheiro agrônomo)
econòmicamcnlc aconselhável, a
fim dc SC conseguir um melhor
vez que, pràticaraente, tôdas as usinas em nosso Estado estão
aproveitamento do potencial ins
com as suas capacidades esgota
programadas.
talado até a conclusão das usinas
^ sn. Daniel ije Carvalho, Ministro da Agricultura, fêz uma excursão à Amazônia, região brasileira muito ne
logia, suas possibilidades econômicas e o esfòrço que se inicia.
cessitada de organização c amparo. Es
Aspectos e fatos
teve no Pará, no Amazonas e no dinâmi
co Amapá, onde um governo à altura
imensidade.
nície equatorial.
grande. Sô a parte que toca ao Brasil
Depois tocou ligeira
mente no Maranhão, que já entrou nu ma fase de ressurgimento, e em Goiás
que está em rápida e franca expansão, qualquer coisa como o que foi a marcha para oeste, em São Paulo, e está sendo o povoamento do norte do Paraná. A civi lização começa a atingir as margens do grande Rio Tocantins, cuja bacia hi
ih
Acredita, de fato, na
que nos referimos.
Como o brasileiro das outras regiões, cm regra, tem da Amazônia noções er
radíssimas,
1937.
Durante os seis primeiros meses de 1948 as retiradas de bansos de poupança
foram superiores em 10% às de um ano atrás, enquanto os depósitos subiram de
apenas 1 e meio por cento, e tal fato revelà o encarecimento do custo da 'vida.
maiores do mundo. Ê umas quarenta vezes maior do que Portugal. O Amazonas tem uns trezentos quilô metros de largura na foz e uns oitenta metros de profundidade em Óbidos. É
seu afluente, conta, em seu último tre
possibilidade de uma importante dinamização de parte da considerável riqueza e.stática do amplo trecho do Brasil a
A tendência é para voltar ao padrão de antes da guerra. puerra. Durante a idtima metade da
quanto o México e a Argentina, dos
do Brasil.
nos de trabalho.
década 1930, a poupança andava em 3,8% da renda subindo a 5,4% em 1936 c
6 muito maior do que países grandes
drográfica se revela uma das mais ricas
cedeu entrevistas, dando opiniões e pla
Em 194G, pouparam 7,4%, o que já significou uma grande queda em relação aos íiHCò anos da uu guerra, quando a u. //'JUfjiAnyu poupança representava Tcprcsentava zu» 20% aa da renda rencia inaiviuuai individual disponível. uiòpuutcci.
Tudo é tremendamente
mais profundo, portanto, do que o Mar de Azov e o Mar Báltico. O Tapajós,
De volta, o ministro conversou e con
Em }.194 / 05J 7j norte-americanos jJ^upUTUin pouparam pouco mais de 5% de renda pouco J/IUIS UC o/o «te sua /r,»iufl pessoal disponível (defyois do imposto), (dejyois segundo o Departamento de OUCí Comércio.
A Amazônia choca aos viajores pela
das circunstâncias está reabilitando a pla
parece-me
oportuno
que
quem a habitou e percorreu durante três anos e meio, quem a conhece das
praias do mar ao interior da Bolívia,
alinhe, ràpidamente, algo sobre sua eco
cho, com quinze a vinte quilômetros de largura. É. então, um belíssimo rio de aguas ligeiramente esverdeadas e praias amplas, alvinitentes. Do avião,
assemelha-se a um golfo marítimo. O
Negro, em seu trecho médio, alarga-se ate os cinqüenta e dois quilômetros!
Parece, então, um lago, cheio de ilhas, sereno as vêzes. não raro bravio e perigoso a navegação. o Madeira, em
Porto Velho, a próspera capital do Ter-
A 1argura e ainda tem seiscentos vinte metros de prO' rundidade.
Dicesto
Econômico
em Minas c justanientc'a pulve
das. é urgente que se promova
rização das emprâsas e usinas.
a interligação das usinas, siste
3 — Diante da gravidade que a fal ta de energia elétrica está fa
zendo a todos os núcleos pro dutores de Minas Gerais, uma
mas e
rodes
de
transmissões,
O resurgimento amazônico PiMENTXL Gomes
sempre que isto seja técnica e
(Engenheiro agrônomo)
econòmicamcnlc aconselhável, a
fim dc SC conseguir um melhor
vez que, pràticaraente, tôdas as usinas em nosso Estado estão
aproveitamento do potencial ins
com as suas capacidades esgota
programadas.
talado até a conclusão das usinas
^ sn. Daniel ije Carvalho, Ministro da Agricultura, fêz uma excursão à Amazônia, região brasileira muito ne
logia, suas possibilidades econômicas e o esfòrço que se inicia.
cessitada de organização c amparo. Es
Aspectos e fatos
teve no Pará, no Amazonas e no dinâmi
co Amapá, onde um governo à altura
imensidade.
nície equatorial.
grande. Sô a parte que toca ao Brasil
Depois tocou ligeira
mente no Maranhão, que já entrou nu ma fase de ressurgimento, e em Goiás
que está em rápida e franca expansão, qualquer coisa como o que foi a marcha para oeste, em São Paulo, e está sendo o povoamento do norte do Paraná. A civi lização começa a atingir as margens do grande Rio Tocantins, cuja bacia hi
ih
Acredita, de fato, na
que nos referimos.
Como o brasileiro das outras regiões, cm regra, tem da Amazônia noções er
radíssimas,
1937.
Durante os seis primeiros meses de 1948 as retiradas de bansos de poupança
foram superiores em 10% às de um ano atrás, enquanto os depósitos subiram de
apenas 1 e meio por cento, e tal fato revelà o encarecimento do custo da 'vida.
maiores do mundo. Ê umas quarenta vezes maior do que Portugal. O Amazonas tem uns trezentos quilô metros de largura na foz e uns oitenta metros de profundidade em Óbidos. É
seu afluente, conta, em seu último tre
possibilidade de uma importante dinamização de parte da considerável riqueza e.stática do amplo trecho do Brasil a
A tendência é para voltar ao padrão de antes da guerra. puerra. Durante a idtima metade da
quanto o México e a Argentina, dos
do Brasil.
nos de trabalho.
década 1930, a poupança andava em 3,8% da renda subindo a 5,4% em 1936 c
6 muito maior do que países grandes
drográfica se revela uma das mais ricas
cedeu entrevistas, dando opiniões e pla
Em 194G, pouparam 7,4%, o que já significou uma grande queda em relação aos íiHCò anos da uu guerra, quando a u. //'JUfjiAnyu poupança representava Tcprcsentava zu» 20% aa da renda rencia inaiviuuai individual disponível. uiòpuutcci.
Tudo é tremendamente
mais profundo, portanto, do que o Mar de Azov e o Mar Báltico. O Tapajós,
De volta, o ministro conversou e con
Em }.194 / 05J 7j norte-americanos jJ^upUTUin pouparam pouco mais de 5% de renda pouco J/IUIS UC o/o «te sua /r,»iufl pessoal disponível (defyois do imposto), (dejyois segundo o Departamento de OUCí Comércio.
A Amazônia choca aos viajores pela
das circunstâncias está reabilitando a pla
parece-me
oportuno
que
quem a habitou e percorreu durante três anos e meio, quem a conhece das
praias do mar ao interior da Bolívia,
alinhe, ràpidamente, algo sobre sua eco
cho, com quinze a vinte quilômetros de largura. É. então, um belíssimo rio de aguas ligeiramente esverdeadas e praias amplas, alvinitentes. Do avião,
assemelha-se a um golfo marítimo. O
Negro, em seu trecho médio, alarga-se ate os cinqüenta e dois quilômetros!
Parece, então, um lago, cheio de ilhas, sereno as vêzes. não raro bravio e perigoso a navegação. o Madeira, em
Porto Velho, a próspera capital do Ter-
A 1argura e ainda tem seiscentos vinte metros de prO' rundidade.
108
Dicesto Económt-o
A bacia amazônica, no trecho brasi
leiro, dispõe dé uns 60 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis. Os transa
tlânticos vão até Manaus, no coração da América do Sul. Outros, menores, al
cançam Iquítos, no Peru, a uns quatro mil quilômetros do mar. Rios como o Juruá e o Pimis, cada um deles com
uns 3.200 quilômetros de comprimento,
bem maiores do que o Danúbio, que
tem 2.800 quilômetros, são navegáveis até quase às nascentes.
Hoje algumas companhias e o Correio Aéreo Militar mantém linhas de nave gação aérea com grandes aviões ser
vindo um número considerável de cen
tros urbanos. As linhas mais importan tes perlongam o Amazonas e o Madeira e há a que liga o Rio de Janeiro a Rio Branco, no Acre. passando por São Paulo, Araçatuba, Campo Grande, Co rumbá, Cuiabá, Cáceres e Pôrto Velho. Todos os municípios acreanos - fato único no Brasil - são regularmente vi sitados por grandes aviões.
Há 743 quilômetros de estradas de
ferro e algumas centenas de quilômetros de rodovias. Dentro de mais uns três
anos, será possível ir do Rio de Janeiro a Rio Branco, em automóvel.
Numa visita rápida ao Museu Goeldi, ao Museu Comercial e ao
Instituto Agronômico do Norte, • todos em
lém,
fica-se
Be
sabendo
que a Amazônia dis^ põe de centenas de es pécies de lenhos apro veitáveis, alguns precio sos, de mais espécies
de peixes do que o Mar
Mediterrâneo,
e
que um naturalista en
controu em lômo da capital parrcnsc
mais espécies de borboletas do qr? ciu tôda a Europa. Um agrônomo dirá dos camp.is de
107
Dicesto Econômico
regra, as noites são geralmente frescas e as
manhãs friorentas.
As noites, na
permite que a civilização caminhe cada vez mais rapidamente rumo ao Equador. A e.xuberância equatorial tem sido o
criação do bai.vo Amazonas, da Ilha de-
opinião de um sábio estrangeiro, são o inverno das regiões equatoriais. Acres cente-se que as temperaturas máximas
e de regiões semeUiantes, as regiões das
Marajó c de outras niuilas, do pla
absolutas são de 37°,5 em Sena Madu
"rain forests" — como as chamam os
nalto Guíilnico, além dos de Puchiarí, à
reira (Acre); 38° em São Gabriel (Ama zonas); 37°,8 em Manaus; 38°,8 era Cleve'ândia (Amapá); 35°,1 em Belém e 37°,I em Taperina (Pará), enquanto se elevam a 46° em Santiago dei Estero (Argentina); 39°,5 em Buenos Aires (Argentina); 42°,5 em Mendoza (Ar gentina); 42° em Baía Blancn (Argen tina); 42°,9 em Montpellier (França); 44° em Saragossa (Espanha); 44°,6 em Salamanca (Espanha) e 57,2 em Death Valley (Estados Unidos). E a Amazônia, está provado, é sau dável para todos os que se dispõem a seguir uns tantos preceitos higiênicos
anglo-saxões. A floresta permitia que se
altura de Labrea, c Pa'mares, no Acre,
às nascentes do Iqiiiri.
Alguns estão
parcialmente aproveitados, outros
to
talmente abandonados, numa região que importa gado da Bolívia c charque do sul de País.
Um geólogo contará das minas de manganês, ferro, Icnhito c ouro do Ama pá, dos diamantes c alabastros de Rio
Branco, das possibilidades de petróleo que têm o estuário, o Acre e grande parte do território amazonense. Fala rá também dos diamantes, cristais de rocha e ouro do bai.vo Tocantins.
E so algum espírito de porco, um
manicoré, como se diz em língua geral, falar da impossibilidade de os brancos habitarem a região equatorial, lembrem as gerações de brancos que há séculos se sucedem na Amazônia, sem qualquer si nal de degenerescência; e que o clima quente e úmido sofre grandes baixas de temperatura nos meses de inverno — as "friagens". Em Sena Madureira,
cidade
acreana, sobre o laco,
a temperatura cai a 5 graus centígrados, o me.smo acontecendo em
Rio Branco, capital do Acre.
As
ondas
de
frio, embora atenuadas,
alargam-se por grandes áreas do sudoeste ama zônico e se fazem sen
tir nas proximidades do rio-mar.
Ademais, em
comuns aos civilizados.
Além disto, é
possível tomar trechos amplos, os tre chos
habitados, perfeitamente
sanea
dos. Em Macapá, capital do Amapá, os insetos
daninhos
desaparecem.. Nem
moscas, nem carapanas, nem borrachudos.
O mesmo acontece em Belterra e
Fordiândia.
A mortalidade de Macapá
alinha-se, hoje, entre -as mais baixas do mundo. O saneamento completo de trechos amplos, dos trechos habitados, a prática já demonstrou que os proces sos modernos tomaram possível e fácil. A ciência, destruindo velhos tabus,
maior travao à conquista da Amazônia
colhessem, sem semear, produtos de grande Nvilor comercial. A multiplici dade das espécies não possibilitava uma indústria madeireira calcada na de paí ses de climas temperados. A ecologia opunha-se à aplicação de uma técnica agronômica inteiramente baseada em métodos muito bons para o centro e o norte da Europa e dos Estados Unidos. Faziam-se mister, para a conquista in
tegral da região equatorial, trabalhos ex-perimentais,
maiores
conhecimentos
ecológicos, inseticidas mais eficazes. Fe lizmente, a ex'olução foi grande nos úl timos anos. O que se tem conseguido em áreas pequenas permite, sem um excesso de otimismo, fazer e executar
um plano para grande parte da região. O momento é, assim, muito oportuno para um completo entrosamento entre o Ministério da Agricultura e a Comis são Parlamentar de Valorização do Vale do Amazonas.
Alguns números
Vejaihos a produção agrícola da Ama zônia, por Estados e. Territórios, cni 1946.
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Dicesto Económt-o
A bacia amazônica, no trecho brasi
leiro, dispõe dé uns 60 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis. Os transa
tlânticos vão até Manaus, no coração da América do Sul. Outros, menores, al
cançam Iquítos, no Peru, a uns quatro mil quilômetros do mar. Rios como o Juruá e o Pimis, cada um deles com
uns 3.200 quilômetros de comprimento,
bem maiores do que o Danúbio, que
tem 2.800 quilômetros, são navegáveis até quase às nascentes.
Hoje algumas companhias e o Correio Aéreo Militar mantém linhas de nave gação aérea com grandes aviões ser
vindo um número considerável de cen
tros urbanos. As linhas mais importan tes perlongam o Amazonas e o Madeira e há a que liga o Rio de Janeiro a Rio Branco, no Acre. passando por São Paulo, Araçatuba, Campo Grande, Co rumbá, Cuiabá, Cáceres e Pôrto Velho. Todos os municípios acreanos - fato único no Brasil - são regularmente vi sitados por grandes aviões.
Há 743 quilômetros de estradas de
ferro e algumas centenas de quilômetros de rodovias. Dentro de mais uns três
anos, será possível ir do Rio de Janeiro a Rio Branco, em automóvel.
Numa visita rápida ao Museu Goeldi, ao Museu Comercial e ao
Instituto Agronômico do Norte, • todos em
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que a Amazônia dis^ põe de centenas de es pécies de lenhos apro veitáveis, alguns precio sos, de mais espécies
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Mediterrâneo,
e
que um naturalista en
controu em lômo da capital parrcnsc
mais espécies de borboletas do qr? ciu tôda a Europa. Um agrônomo dirá dos camp.is de
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Dicesto Econômico
regra, as noites são geralmente frescas e as
manhãs friorentas.
As noites, na
permite que a civilização caminhe cada vez mais rapidamente rumo ao Equador. A e.xuberância equatorial tem sido o
criação do bai.vo Amazonas, da Ilha de-
opinião de um sábio estrangeiro, são o inverno das regiões equatoriais. Acres cente-se que as temperaturas máximas
e de regiões semeUiantes, as regiões das
Marajó c de outras niuilas, do pla
absolutas são de 37°,5 em Sena Madu
"rain forests" — como as chamam os
nalto Guíilnico, além dos de Puchiarí, à
reira (Acre); 38° em São Gabriel (Ama zonas); 37°,8 em Manaus; 38°,8 era Cleve'ândia (Amapá); 35°,1 em Belém e 37°,I em Taperina (Pará), enquanto se elevam a 46° em Santiago dei Estero (Argentina); 39°,5 em Buenos Aires (Argentina); 42°,5 em Mendoza (Ar gentina); 42° em Baía Blancn (Argen tina); 42°,9 em Montpellier (França); 44° em Saragossa (Espanha); 44°,6 em Salamanca (Espanha) e 57,2 em Death Valley (Estados Unidos). E a Amazônia, está provado, é sau dável para todos os que se dispõem a seguir uns tantos preceitos higiênicos
anglo-saxões. A floresta permitia que se
altura de Labrea, c Pa'mares, no Acre,
às nascentes do Iqiiiri.
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talmente abandonados, numa região que importa gado da Bolívia c charque do sul de País.
Um geólogo contará das minas de manganês, ferro, Icnhito c ouro do Ama pá, dos diamantes c alabastros de Rio
Branco, das possibilidades de petróleo que têm o estuário, o Acre e grande parte do território amazonense. Fala rá também dos diamantes, cristais de rocha e ouro do bai.vo Tocantins.
E so algum espírito de porco, um
manicoré, como se diz em língua geral, falar da impossibilidade de os brancos habitarem a região equatorial, lembrem as gerações de brancos que há séculos se sucedem na Amazônia, sem qualquer si nal de degenerescência; e que o clima quente e úmido sofre grandes baixas de temperatura nos meses de inverno — as "friagens". Em Sena Madureira,
cidade
acreana, sobre o laco,
a temperatura cai a 5 graus centígrados, o me.smo acontecendo em
Rio Branco, capital do Acre.
As
ondas
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frio, embora atenuadas,
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tir nas proximidades do rio-mar.
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comuns aos civilizados.
Além disto, é
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moscas, nem carapanas, nem borrachudos.
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Fordiândia.
A mortalidade de Macapá
alinha-se, hoje, entre -as mais baixas do mundo. O saneamento completo de trechos amplos, dos trechos habitados, a prática já demonstrou que os proces sos modernos tomaram possível e fácil. A ciência, destruindo velhos tabus,
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colhessem, sem semear, produtos de grande Nvilor comercial. A multiplici dade das espécies não possibilitava uma indústria madeireira calcada na de paí ses de climas temperados. A ecologia opunha-se à aplicação de uma técnica agronômica inteiramente baseada em métodos muito bons para o centro e o norte da Europa e dos Estados Unidos. Faziam-se mister, para a conquista in
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Alguns números
Vejaihos a produção agrícola da Ama zônia, por Estados e. Territórios, cni 1946.
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como alfafa, aveia, batatinha, centeio,
Amazônia com as do Brasil, em seu con
cevada, chá da índia, trigo, tungue e
junto, para melhor aquilatar-se de sua
parreira.
produção. Não levei em consideração espécie.s não cu'tivadas na Amazônia,
1Ô46, em toneladas:
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junto, para melhor aquilatar-se de sua
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Dicesto Eco.nónüco
Em 1940 não existiam os Territórios
de Amapá, Rio Branco e Guaporé, que estavam incluídos em áreas do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Os dados in
cluem, assim, tôda a Amazônia, pois o trecho de Guaporé que fazia parte de Mato Grosso -praticamente não tinha gado.
Os rebanhos, em 1940, eram escas sos, mesmo levando-se em consideração a escassa população da ama. Importavam-se, como ainda agora, bovinos bo-
hvianos para o abastecimento de pelo
menos o sul do Acre e o Guaporé. As bolivianas al-
» -^-Xsi^datm^rb^ bT-ana.™L:mSrr 'telm Belém,'ddas """" maiores cidades
—
carne por dia, o bclo-horizontino tem
1-30, o paulistano 135, o curitibano 147, o porto-alcgrcnsc 147, o goianense 151, o salvadorenho 116 e o fortaleziense
113, o bclcncnse dispõe apenas de 11 gramas. É uma grande miséria. Muito melhor alimentado 6 o baré (liabitante
dc Manaus), rpie tem 69 gramas de carne por dia, graça.s à pequena criação
da Ilha Carciro c aos campos naturais do alto Rio Branco.
Belém, muito ma! abastecida por Ma rajó c o baixo Amazonas, está receben
do cume goiana transportada cm avião. Se se abrisse uma estrada atra\"és da
qnanfo o carioca tem 138 gramas de
Não encerremos ôstes números ■ sera
examinar dados sôbre a populaçcâo da Amazônia
1900
em
três
datas
diferentes:
1947
1940
Guaporé -
24.200
,
....
Amazonas
Pará ......
Amapá ....
249.756
e a Manaus cerca de 100 mil.
tituto; de duas colônias agrícolas, uma no Pará e outra no Amazonas; das gran
jas Santa Lúcia e Ariri, no município de Belém; da Fazenda de Criação em Soure, Marajó; e de dependências outras e diversas em tôdas as circunscrições da Amazônia, inclusive postos agropecuá
445.356 17.318.556
Na parte pecuária, o plano consiste em melhorar os rebanhos pela introdução,
em grande escala, de reprodutores zebuínos e holandeses, os primeiros des tinados à produção de carne e os segun dos à de leite. Com esta finalidade,
comxms no estuário.
Se houver um grande esforço em prol da pecuária, podem-se pelo menos tri plicar os atuais rebanhos em três anos, melhorando-lhes de muito a qualidade,
o que redunda num progresso muito maior.
A Amazônia terá a came e o leite que tanto lhe faltam, e haverá uma sobra
para continuar a exportação para as Guianas e alargá-la até às Antilhas, superpovoadas. Fomenta-se a produção de juta, pro co do Norte distribuiu aos juteiros, pela
O Amapá, o Acre e a
Ilha de Marajó receberam quase todos êles. No Acre, chegaram até mesmo umas duas dezenas de novilliotes zebui-
nos de avião, um grande avião da
quando pelos meios normais — estradas
47.100.000
trechos anfíbios da Amazônia, bastante
reprodutores.
13.700
236.315
Em Belterra está-se fazendo notável
criação de búfalos, bons produtores de carne e leite. Ê o gado apropriado aos
curando-se bastar às necessidades brasi
F.A.B. Levaram dez horas entre Ube raba e Rio Branco, capital do Acre,
24.600
sangue zebu para conseguir-Se gado muito forte e grande produtor de leite.
leiras. Êste ano, o Instituto Agronômi
483.700
1.053.900
cruzando-os com o zebu, que lhes dara mais rusticidade. As experiências já realizadas indicam que basta 1/8 de
tão chegando à Amazônia cerca de mÜ
438.008
944.644
dos em tòmo das cidades principais,
nos últimos dois anos, chegaram ou es
91.100
—
Êm 1940 Belém era a sétima cidade brasileira, com 164 mil habitantes. Ma naus era a décima sexta, com 66 mil habitantes. Os cálculos mais recentes dão a Belém mais de 200 mil habitantes
que o visitam, de Belterra e Fordlandia, grandes, excelentes dependências do Ins
.79.768
—
Brasil
favoràvelmentc os técnicos estrangeiros
ritoriais bastante operosos.
Circunscrições
Rio Branco
instalado e que vem trabalhando a con tento, de modo a impressionar muito
rios. Amapá e Acre têm fomentos ter
1900, 1940 e 1947:
Acre
O Ministério da Agricultura dispõe, na Amazônia, do Instituto Agronômico do Norte, em Belém, magnifícamente
nos, melhoraria considerávelmcnte o pre cário abastecimento da cidade guajarina.
111
Digesto Econômico
selva, ligando Belém aos campos goia
brasilei
ras, e a que menos come carne. En-
1
de ferro e navegações marítima e flu vial — deveriam gastar mais de três me ses. Faz-se mister repetir a façanlia algumas vezes, e não esquecer o Terri tório de Rio Branco, cujos campos, pra
primeira vez, doze toneladas de semen tes de juta e o Banco do Brasil está financiando a produção. Se se aproveitar convenientemente a semente distribuída, teremos safra que nos bastará.
Incrementam-se as lavouras de arroz,
mandioca e feijão. Inicia-se uma cam
panha em prol do plantio de seringuei ras de alta linhagem e de cacaueiros selecionados, de modo a aproveitar uma ecologia que é, para estas culturas, muito
O ressurgimento econômico da Amazônia
ticamente abandonados, são vastíssimos.
Há uma Comissão Parlamentar de
O gado holandês, nas colônias agríco las, adaptou-se ao cliiTm amazônico, mantendo-se com bom aspecto e produ zindo bastante leite. O que se deseja,
fato se traballiar nesse sentido.
porém, é criar grandes rebanhos híbri
mentar de Valorização do Vale do Ama-
Valorização do Vale do Amazonas que está organizando um plano que deve ser muito amplo, pois grandes são as suas possibilidades financeiras.
favorável.
A Amazônia está em condições de abastecer o mundo com cacau, se de
E há um plano da Comissão Parla
110
Dicesto Eco.nónüco
Em 1940 não existiam os Territórios
de Amapá, Rio Branco e Guaporé, que estavam incluídos em áreas do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Os dados in
cluem, assim, tôda a Amazônia, pois o trecho de Guaporé que fazia parte de Mato Grosso -praticamente não tinha gado.
Os rebanhos, em 1940, eram escas sos, mesmo levando-se em consideração a escassa população da ama. Importavam-se, como ainda agora, bovinos bo-
hvianos para o abastecimento de pelo
menos o sul do Acre e o Guaporé. As bolivianas al-
» -^-Xsi^datm^rb^ bT-ana.™L:mSrr 'telm Belém,'ddas """" maiores cidades
—
carne por dia, o bclo-horizontino tem
1-30, o paulistano 135, o curitibano 147, o porto-alcgrcnsc 147, o goianense 151, o salvadorenho 116 e o fortaleziense
113, o bclcncnse dispõe apenas de 11 gramas. É uma grande miséria. Muito melhor alimentado 6 o baré (liabitante
dc Manaus), rpie tem 69 gramas de carne por dia, graça.s à pequena criação
da Ilha Carciro c aos campos naturais do alto Rio Branco.
Belém, muito ma! abastecida por Ma rajó c o baixo Amazonas, está receben
do cume goiana transportada cm avião. Se se abrisse uma estrada atra\"és da
qnanfo o carioca tem 138 gramas de
Não encerremos ôstes números ■ sera
examinar dados sôbre a populaçcâo da Amazônia
1900
em
três
datas
diferentes:
1947
1940
Guaporé -
24.200
,
....
Amazonas
Pará ......
Amapá ....
249.756
e a Manaus cerca de 100 mil.
tituto; de duas colônias agrícolas, uma no Pará e outra no Amazonas; das gran
jas Santa Lúcia e Ariri, no município de Belém; da Fazenda de Criação em Soure, Marajó; e de dependências outras e diversas em tôdas as circunscrições da Amazônia, inclusive postos agropecuá
445.356 17.318.556
Na parte pecuária, o plano consiste em melhorar os rebanhos pela introdução,
em grande escala, de reprodutores zebuínos e holandeses, os primeiros des tinados à produção de carne e os segun dos à de leite. Com esta finalidade,
comxms no estuário.
Se houver um grande esforço em prol da pecuária, podem-se pelo menos tri plicar os atuais rebanhos em três anos, melhorando-lhes de muito a qualidade,
o que redunda num progresso muito maior.
A Amazônia terá a came e o leite que tanto lhe faltam, e haverá uma sobra
para continuar a exportação para as Guianas e alargá-la até às Antilhas, superpovoadas. Fomenta-se a produção de juta, pro co do Norte distribuiu aos juteiros, pela
O Amapá, o Acre e a
Ilha de Marajó receberam quase todos êles. No Acre, chegaram até mesmo umas duas dezenas de novilliotes zebui-
nos de avião, um grande avião da
quando pelos meios normais — estradas
47.100.000
trechos anfíbios da Amazônia, bastante
reprodutores.
13.700
236.315
Em Belterra está-se fazendo notável
criação de búfalos, bons produtores de carne e leite. Ê o gado apropriado aos
curando-se bastar às necessidades brasi
F.A.B. Levaram dez horas entre Ube raba e Rio Branco, capital do Acre,
24.600
sangue zebu para conseguir-Se gado muito forte e grande produtor de leite.
leiras. Êste ano, o Instituto Agronômi
483.700
1.053.900
cruzando-os com o zebu, que lhes dara mais rusticidade. As experiências já realizadas indicam que basta 1/8 de
tão chegando à Amazônia cerca de mÜ
438.008
944.644
dos em tòmo das cidades principais,
nos últimos dois anos, chegaram ou es
91.100
—
Êm 1940 Belém era a sétima cidade brasileira, com 164 mil habitantes. Ma naus era a décima sexta, com 66 mil habitantes. Os cálculos mais recentes dão a Belém mais de 200 mil habitantes
que o visitam, de Belterra e Fordlandia, grandes, excelentes dependências do Ins
.79.768
—
Brasil
favoràvelmentc os técnicos estrangeiros
ritoriais bastante operosos.
Circunscrições
Rio Branco
instalado e que vem trabalhando a con tento, de modo a impressionar muito
rios. Amapá e Acre têm fomentos ter
1900, 1940 e 1947:
Acre
O Ministério da Agricultura dispõe, na Amazônia, do Instituto Agronômico do Norte, em Belém, magnifícamente
nos, melhoraria considerávelmcnte o pre cário abastecimento da cidade guajarina.
111
Digesto Econômico
selva, ligando Belém aos campos goia
brasilei
ras, e a que menos come carne. En-
1
de ferro e navegações marítima e flu vial — deveriam gastar mais de três me ses. Faz-se mister repetir a façanlia algumas vezes, e não esquecer o Terri tório de Rio Branco, cujos campos, pra
primeira vez, doze toneladas de semen tes de juta e o Banco do Brasil está financiando a produção. Se se aproveitar convenientemente a semente distribuída, teremos safra que nos bastará.
Incrementam-se as lavouras de arroz,
mandioca e feijão. Inicia-se uma cam
panha em prol do plantio de seringuei ras de alta linhagem e de cacaueiros selecionados, de modo a aproveitar uma ecologia que é, para estas culturas, muito
O ressurgimento econômico da Amazônia
ticamente abandonados, são vastíssimos.
Há uma Comissão Parlamentar de
O gado holandês, nas colônias agríco las, adaptou-se ao cliiTm amazônico, mantendo-se com bom aspecto e produ zindo bastante leite. O que se deseja,
fato se traballiar nesse sentido.
porém, é criar grandes rebanhos híbri
mentar de Valorização do Vale do Ama-
Valorização do Vale do Amazonas que está organizando um plano que deve ser muito amplo, pois grandes são as suas possibilidades financeiras.
favorável.
A Amazônia está em condições de abastecer o mundo com cacau, se de
E há um plano da Comissão Parla
112
DroBSTo EcoN<S.Nnco
zonas, em cooperação com técnicos do
Serviço Florestal do Ministério da Agri cultura, para a exploração das flores tas amazônicas pelos processos mais mo
dernos, projetando-se serrarias, fábricas do compensados, de móveis, de celu lose, fibras, isolantes etc.
O mundo tem fome dc produtos flo A Amazônia é pelo menos a segunda maior rcscr\'a florestal que ain da existe. Os proccs.sos atuais tomaram pos.sívcl aproveitar da floresta equa torial, ao inxcs dos antigos 10%.
Aspectos da influência francesa no Brasil
restais.
Ota\io Tarquinho de Sousa transferência
da
famí
naturais, história, geografia, viagens etc.,
.sob
todas cm língua francesa.
os conselhos e a
proteção britãniea, em cuja órbita de há mui
to gravitava Portugal.
Ao tratado de
menos imbuídos dos princípios revolucio
guiram-se, assinados no Rio de Janeiro,
Eram os "libertinos" a que se referia assustado o padre José de Oliveira. E
os tratados de 1810.
entre os libertinos se contavam não só
O ato inicial de
quase curatela britânica.
Mas não só
os ingleses entraram então em maior contato com a antiga colônia lusa. To
maram vulto por exemplo as relações comerciais com os Estados Unidos e,
S
aZ
dos Estadí Estados Unidos. Mr. FinletterI TeTl^LnÍT f'''''' tztl ^ pela Z que os dtanuintes seriam pagos contrapart^ em esterlinos correspondentes rts subvenções feitas pelos Estados Unidos àn Cra-Bretanha. K.ra-oreiunna, de ue acordo ucorao com com oo Programa Programa de de RectíperaçL Recupera^ Européia. Cinco por cento desse fundo se destinam ao pagamento das despesas administrativas aa da Administração de Recuperação Européia no Reino Unido e outras finalidades claramente especipcadas inclusive compras de matérias-primas de que há escassez fia
r\ífY*ii'nG'r'f\nrirk
ff
.
__
1
.
-
m
<
para os estoques ao do governo govêrno americano. A venda de borracha, feita àa 9Q de setembro se. pelo Ministério do Comercio aos Estados Unidos, foi a transação dôssc tipo.
cia de convenlículos de homens mais ou
nários que comailsionavam a França.
vêrno de D. João no Brasil foram de
tanha de grande qimntidade de diãmantel ZlZ ■ £
A de\'assa
mandada instaurar no Rio, em 1794, pe lo conde de Rezende, apurou a existên
nômico britânico, precedido de vários outros animados do mesmo espírito, se
lera a franqueá-los de preferência aos ingleses, e os primeiros anos de go
1
Mably e numerosas obras de ciências
Methuen, in.strumento de domínio eco
abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das nações amigas, já eqüiva
í
dillac e Montesquieu, a Enciclopédia,
lia real portuguêsa pa ra o Brasil operou-se
membros da Sociedade Literária, o poe ta e professor régio de retórica Silva Al varenga, o Dr. Jacinto Silva, médico for
mado em Montpellier. o então jo\'em Mariano José Pereira da Fonseca, depois marquês de Maricá, o professor de gra mática latina João Manso Pereira, o es
tudante José Antônio de Almeida, o fran cês jacó Munnier, mas também pe,ssoas do povo, marceneiros, sapateiros, enta-
das nações européias, a França fez logo depois da queda de Napoleão constan tes esforços para obter entre nós um lu
Ihadores.
gar considerável.
"Mercúrios" vendidos furtivamente no
A influência francesa, nem sempre com bom êxito, disputava a primazia à britânica. Menos feliz na expansão co mercial, que nã.o lograra emparelhar
cais da cidade por marinheiros ingle ses. Libertino simplório era o rábula Veloso, pardo, que na porta da botica de Vitorino José de Sousa exclamou um dia: "Tomara já ver-nie em Fran
com a Inglaterra, a França ganhava ter
reno pela irradiação de suas idéias po
ça
líticas.
de!"
Não será difícil descobrir a mar
ca de filósofos e pensadores políticos franceses em algumas das figuras mais ilustres da Inconfidência Mineira, bas tando uma vista d'olhos no catálogo
dos livros seqüestrados ao cônego Luís Vieira da Silva, onde se arrolam Con-
Nas mãos dos mais letrados
dissimulavam-se Ihios de Raynal, de Mably, de Rousseau, e exemplares dos
para
gozar
da
minha
liberda
Não só ao Rio chegavam os ecos da grande Revolução. Em Cachoeiras de
Maoacu, o pa^é Francisco de Sousa Pinto reputava muito bom "o govêrno atual da França". Na Bahia não falta
ram também adeptos dos "abomináveis
112
DroBSTo EcoN<S.Nnco
zonas, em cooperação com técnicos do
Serviço Florestal do Ministério da Agri cultura, para a exploração das flores tas amazônicas pelos processos mais mo
dernos, projetando-se serrarias, fábricas do compensados, de móveis, de celu lose, fibras, isolantes etc.
O mundo tem fome dc produtos flo A Amazônia é pelo menos a segunda maior rcscr\'a florestal que ain da existe. Os proccs.sos atuais tomaram pos.sívcl aproveitar da floresta equa torial, ao inxcs dos antigos 10%.
Aspectos da influência francesa no Brasil
restais.
Ota\io Tarquinho de Sousa transferência
da
famí
naturais, história, geografia, viagens etc.,
.sob
todas cm língua francesa.
os conselhos e a
proteção britãniea, em cuja órbita de há mui
to gravitava Portugal.
Ao tratado de
menos imbuídos dos princípios revolucio
guiram-se, assinados no Rio de Janeiro,
Eram os "libertinos" a que se referia assustado o padre José de Oliveira. E
os tratados de 1810.
entre os libertinos se contavam não só
O ato inicial de
quase curatela britânica.
Mas não só
os ingleses entraram então em maior contato com a antiga colônia lusa. To
maram vulto por exemplo as relações comerciais com os Estados Unidos e,
S
aZ
dos Estadí Estados Unidos. Mr. FinletterI TeTl^LnÍT f'''''' tztl ^ pela Z que os dtanuintes seriam pagos contrapart^ em esterlinos correspondentes rts subvenções feitas pelos Estados Unidos àn Cra-Bretanha. K.ra-oreiunna, de ue acordo ucorao com com oo Programa Programa de de RectíperaçL Recupera^ Européia. Cinco por cento desse fundo se destinam ao pagamento das despesas administrativas aa da Administração de Recuperação Européia no Reino Unido e outras finalidades claramente especipcadas inclusive compras de matérias-primas de que há escassez fia
r\ífY*ii'nG'r'f\nrirk
ff
.
__
1
.
-
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<
para os estoques ao do governo govêrno americano. A venda de borracha, feita àa 9Q de setembro se. pelo Ministério do Comercio aos Estados Unidos, foi a transação dôssc tipo.
cia de convenlículos de homens mais ou
nários que comailsionavam a França.
vêrno de D. João no Brasil foram de
tanha de grande qimntidade de diãmantel ZlZ ■ £
A de\'assa
mandada instaurar no Rio, em 1794, pe lo conde de Rezende, apurou a existên
nômico britânico, precedido de vários outros animados do mesmo espírito, se
lera a franqueá-los de preferência aos ingleses, e os primeiros anos de go
1
Mably e numerosas obras de ciências
Methuen, in.strumento de domínio eco
abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das nações amigas, já eqüiva
í
dillac e Montesquieu, a Enciclopédia,
lia real portuguêsa pa ra o Brasil operou-se
membros da Sociedade Literária, o poe ta e professor régio de retórica Silva Al varenga, o Dr. Jacinto Silva, médico for
mado em Montpellier. o então jo\'em Mariano José Pereira da Fonseca, depois marquês de Maricá, o professor de gra mática latina João Manso Pereira, o es
tudante José Antônio de Almeida, o fran cês jacó Munnier, mas também pe,ssoas do povo, marceneiros, sapateiros, enta-
das nações européias, a França fez logo depois da queda de Napoleão constan tes esforços para obter entre nós um lu
Ihadores.
gar considerável.
"Mercúrios" vendidos furtivamente no
A influência francesa, nem sempre com bom êxito, disputava a primazia à britânica. Menos feliz na expansão co mercial, que nã.o lograra emparelhar
cais da cidade por marinheiros ingle ses. Libertino simplório era o rábula Veloso, pardo, que na porta da botica de Vitorino José de Sousa exclamou um dia: "Tomara já ver-nie em Fran
com a Inglaterra, a França ganhava ter
reno pela irradiação de suas idéias po
ça
líticas.
de!"
Não será difícil descobrir a mar
ca de filósofos e pensadores políticos franceses em algumas das figuras mais ilustres da Inconfidência Mineira, bas tando uma vista d'olhos no catálogo
dos livros seqüestrados ao cônego Luís Vieira da Silva, onde se arrolam Con-
Nas mãos dos mais letrados
dissimulavam-se Ihios de Raynal, de Mably, de Rousseau, e exemplares dos
para
gozar
da
minha
liberda
Não só ao Rio chegavam os ecos da grande Revolução. Em Cachoeiras de
Maoacu, o pa^é Francisco de Sousa Pinto reputava muito bom "o govêrno atual da França". Na Bahia não falta
ram também adeptos dos "abomináveis
DrCESTO ECONÓNfICO
114
DiCESTO ECONÓJkÜCO
princípios franceses", como os tachou
revolucionário por temperamento e vo
trajar é francês; muito brevemente verá
D. Rodrigo de Sousa Coutinho.
cação, futuro jornalista das suce3si\*as Seniinelas da Liberdade, que por amor
vossa
do .suas convicções começaria a conhe
franceses não foram os revolucionários de 1817, em Pernambuco. A esse res
O
governo da metrópole vigiava, a fim de impedir a disseminação no Brasil das
mercê
tudo
francês".
Menos influenciados pelos princípios
115
niências políticas do momento, atitude negativa no tocante à abolição da es
cravidão. Os métodos dos padres do Oratório substituíram os jesuíticos e do seminário saíram muitas figuras de eclesiásticos e leigos de espírito revo
1792, uma carta régia recomendava
cer as prisões do Brasil nos fins do sécu lo XVIII e continuaria a frcqueniá-las
muito cuidado com
por longas temporadas até os dias da
peito, c deveras significativo o teste munho de Tollenare. Mal desembarcado,
lucionário.
Regência.
era o francês convidado para jantar no
fundamentavam pastorais da Igreja, co
Nada mais curioso na conjuração baia na de 1798 do que a participação de um grande número de homens do povo,
convento dc Santa Teresa, em Olinda,
mo a do deão Manuel Vieira de Lemos
onde o crivaram de perguntas, num in
Sampaio, governador do bispado, que
terrogatório ao qual "nenhuma das cir
sustentou em 1817 não ser a revolução
ras o mesmo espírito de liberdade que
escravos inchi.sive, influenciados pelos
cunstâncias da Revolução Francesa foi
reina neste país" (França), dizia a or
acontecimentos da Rev(jIução francesa.
republicana contrária ao Evangelho, vis to que os direitos da Casa de Bragan
idéias que tanto o alarma%'am.
Em
o navio Le Dil'
ligent, mandado para cá sob a alegação de procurar nos mares do Sul o explo rador La Pérouse. Isso era "um pretex to para introduzir nas colônias estrangei
estranha". O comerciante de algodão assombrou-se com a "erudição e desejo de saber" que o guardião e um seu com
As
teorias
de
Rousseau
dem régia, acrescentando que a Consti
Os boletins c cartazes espalhados pela
tuição Francesa já estava traduzida em
cidade do Salvador diziam: "Animai-
português 8 espanhol. Não obstante, as
vos, povo baianensc (sic), que está pa ra chegar o tempo feliz de nossa liber
panheiro de hábito revelaram, concluin
ter a dinastia faltado primeiro às suas
do: "a política européia era a sua ma
obrigações.
dade, o tempo cm que todos serão iguais". Ou então: "A
nia..." Segundo o mesmo testemunho, no mosteiro de São Bento as obras fran
Grandes focos revolucionários eram as sociedades secretas cedo criadas em
notícias
dos
sucessos
revolucionários
chegavam à Bahia, como chegavam ao Rio, a Pernambuco e
outros lugares do Bra
liberdade consiste no es
sil. Papéis públicos e li
tado feliz, no estado
vros atravessavam o mar
livre de abatimento...".
e com êles idéias e dou
Os adeplo.s da conju-
trinas. Havia na Bahia
ra queriam ser "fran
gente interessada no de senvolvimento da políti ca européia, gente que lia gazetas inglesas, cor
ceses".
Conversando
com Joaquim José da Veiga, denunciante do
cesas eram as mais procuradas, sobre
tudo os escritos que encerravam "o có digo hoje desacreditado entre nós da
filosofia do século XVIII". O padre João Ribeiro pareceu a Tollenare aluci nado pelos filósofos franceses, embebi-
do de Condorcet e da crença no pro gresso do espírito humano. E não era
de
só o grande padre que vivia pensando
Deus do Nascimento,
nos exemplos da França: na sede do
sa de novidades. Lem
pardo livre, alfaiate,
governo revolucionário havia, sôbre a
bre-se, entre outros, o
cabo do regimento de
mesa em tômo da qual se reuniam os
reios da Europa, curio
. movimento, João
padre Francisco Agostinho Gomes, letra
milícia, disse que *'convinha que todos
dirigentes da República, as Constitui
do no melhor sentido, forte em estudos
se fizessem franceses para viverem em
ções francesas de 1791, 93 e 95,
filosóficos e científicos, conhecedor de
igualdade e abundância", c até parece que procurava vestir-se segundo a mo da de França. E' o que se conclui do
movimento de 1817, a repercussão em
várias línguas e ao mesmo tempo tão modesto e tímido que, defendendo-o
da acusação de ter dado um banquete
depoimento de Francisco Xavier de
de carne em sexta-feira da Paixão e
Almeida, nos autos da devassa: "por
de ser sectário dos princípios jacobinos, D. Fernando José de Portugal mandava
çados uns chinelins com bico muito
dizer para Lisboa que era "excessiva mente atado, incapaz de qualquer em-
prêsa que requeresse resolução e de sembaraço"; ou então Cipriano Barata,
que o dito João de Deus trazia cal
comprido e a entrada, muito baixa, e cal
ções tão apertados que vinha muito descomposto, lho estranhou a testemunha, ao que respondeu — "Cale a bôca, êste
Datava, aliás, de vários anos antes do Pernambuco das idéias e dos sucessos
políticos da Europa, embora houvesse, como observou Tollenare, muitas cabeças girando por causa da federação norteamericana. Convém não esquecer a ação exercida pelo seminário de Azeredo Cou
tinho, transformado em centro de pre gação liberal, a despeito de o bispo ilus tre assumir, provàvelmente por conve
ça se baseavam em contrato bilateral
de que se desobrigaram os povos por
Pernambuco. O Areópago de Itambe, que teria dado ensejo às academias Suassuna e Paraíso, dataria dos der
radeiros anos setecehtistas, inspirando seu aparecimento o sábio Manoel Ar
ruda da Câmara, carmelita secularizado
por breve pontifício, médico pela facul dade de Montpellier com passagem por Coimbra e adepto entusiasta das idéias
francesas. Arruda da Câmara, iniciado na maçonaria ao tempo de sua estada
na Europa, adiava o despotismo e pre tendia propagar a liberdade no BrasU por intermédio de sociedades secretas de
índole política, sob a capa de acade mias científicas e literárias. À sombra
das lojas maçônicas viveram homens co
mo Domingos José Martins, espírito-santense que foi comerciante na Bahia e
on res, e e.xibía um cinismo jacobino que arrepiava o reacionário Tollenare;
ou como Antônio Gonçalves da Cruz, o
Cabuga, mulato ilustre e viajado em cuja casa se viam em lugar de honra os re
tratos das figuras mais notáveis da Re-
DrCESTO ECONÓNfICO
114
DiCESTO ECONÓJkÜCO
princípios franceses", como os tachou
revolucionário por temperamento e vo
trajar é francês; muito brevemente verá
D. Rodrigo de Sousa Coutinho.
cação, futuro jornalista das suce3si\*as Seniinelas da Liberdade, que por amor
vossa
do .suas convicções começaria a conhe
franceses não foram os revolucionários de 1817, em Pernambuco. A esse res
O
governo da metrópole vigiava, a fim de impedir a disseminação no Brasil das
mercê
tudo
francês".
Menos influenciados pelos princípios
115
niências políticas do momento, atitude negativa no tocante à abolição da es
cravidão. Os métodos dos padres do Oratório substituíram os jesuíticos e do seminário saíram muitas figuras de eclesiásticos e leigos de espírito revo
1792, uma carta régia recomendava
cer as prisões do Brasil nos fins do sécu lo XVIII e continuaria a frcqueniá-las
muito cuidado com
por longas temporadas até os dias da
peito, c deveras significativo o teste munho de Tollenare. Mal desembarcado,
lucionário.
Regência.
era o francês convidado para jantar no
fundamentavam pastorais da Igreja, co
Nada mais curioso na conjuração baia na de 1798 do que a participação de um grande número de homens do povo,
convento dc Santa Teresa, em Olinda,
mo a do deão Manuel Vieira de Lemos
onde o crivaram de perguntas, num in
Sampaio, governador do bispado, que
terrogatório ao qual "nenhuma das cir
sustentou em 1817 não ser a revolução
ras o mesmo espírito de liberdade que
escravos inchi.sive, influenciados pelos
cunstâncias da Revolução Francesa foi
reina neste país" (França), dizia a or
acontecimentos da Rev(jIução francesa.
republicana contrária ao Evangelho, vis to que os direitos da Casa de Bragan
idéias que tanto o alarma%'am.
Em
o navio Le Dil'
ligent, mandado para cá sob a alegação de procurar nos mares do Sul o explo rador La Pérouse. Isso era "um pretex to para introduzir nas colônias estrangei
estranha". O comerciante de algodão assombrou-se com a "erudição e desejo de saber" que o guardião e um seu com
As
teorias
de
Rousseau
dem régia, acrescentando que a Consti
Os boletins c cartazes espalhados pela
tuição Francesa já estava traduzida em
cidade do Salvador diziam: "Animai-
português 8 espanhol. Não obstante, as
vos, povo baianensc (sic), que está pa ra chegar o tempo feliz de nossa liber
panheiro de hábito revelaram, concluin
ter a dinastia faltado primeiro às suas
do: "a política européia era a sua ma
obrigações.
dade, o tempo cm que todos serão iguais". Ou então: "A
nia..." Segundo o mesmo testemunho, no mosteiro de São Bento as obras fran
Grandes focos revolucionários eram as sociedades secretas cedo criadas em
notícias
dos
sucessos
revolucionários
chegavam à Bahia, como chegavam ao Rio, a Pernambuco e
outros lugares do Bra
liberdade consiste no es
sil. Papéis públicos e li
tado feliz, no estado
vros atravessavam o mar
livre de abatimento...".
e com êles idéias e dou
Os adeplo.s da conju-
trinas. Havia na Bahia
ra queriam ser "fran
gente interessada no de senvolvimento da políti ca européia, gente que lia gazetas inglesas, cor
ceses".
Conversando
com Joaquim José da Veiga, denunciante do
cesas eram as mais procuradas, sobre
tudo os escritos que encerravam "o có digo hoje desacreditado entre nós da
filosofia do século XVIII". O padre João Ribeiro pareceu a Tollenare aluci nado pelos filósofos franceses, embebi-
do de Condorcet e da crença no pro gresso do espírito humano. E não era
de
só o grande padre que vivia pensando
Deus do Nascimento,
nos exemplos da França: na sede do
sa de novidades. Lem
pardo livre, alfaiate,
governo revolucionário havia, sôbre a
bre-se, entre outros, o
cabo do regimento de
mesa em tômo da qual se reuniam os
reios da Europa, curio
. movimento, João
padre Francisco Agostinho Gomes, letra
milícia, disse que *'convinha que todos
dirigentes da República, as Constitui
do no melhor sentido, forte em estudos
se fizessem franceses para viverem em
ções francesas de 1791, 93 e 95,
filosóficos e científicos, conhecedor de
igualdade e abundância", c até parece que procurava vestir-se segundo a mo da de França. E' o que se conclui do
movimento de 1817, a repercussão em
várias línguas e ao mesmo tempo tão modesto e tímido que, defendendo-o
da acusação de ter dado um banquete
depoimento de Francisco Xavier de
de carne em sexta-feira da Paixão e
Almeida, nos autos da devassa: "por
de ser sectário dos princípios jacobinos, D. Fernando José de Portugal mandava
çados uns chinelins com bico muito
dizer para Lisboa que era "excessiva mente atado, incapaz de qualquer em-
prêsa que requeresse resolução e de sembaraço"; ou então Cipriano Barata,
que o dito João de Deus trazia cal
comprido e a entrada, muito baixa, e cal
ções tão apertados que vinha muito descomposto, lho estranhou a testemunha, ao que respondeu — "Cale a bôca, êste
Datava, aliás, de vários anos antes do Pernambuco das idéias e dos sucessos
políticos da Europa, embora houvesse, como observou Tollenare, muitas cabeças girando por causa da federação norteamericana. Convém não esquecer a ação exercida pelo seminário de Azeredo Cou
tinho, transformado em centro de pre gação liberal, a despeito de o bispo ilus tre assumir, provàvelmente por conve
ça se baseavam em contrato bilateral
de que se desobrigaram os povos por
Pernambuco. O Areópago de Itambe, que teria dado ensejo às academias Suassuna e Paraíso, dataria dos der
radeiros anos setecehtistas, inspirando seu aparecimento o sábio Manoel Ar
ruda da Câmara, carmelita secularizado
por breve pontifício, médico pela facul dade de Montpellier com passagem por Coimbra e adepto entusiasta das idéias
francesas. Arruda da Câmara, iniciado na maçonaria ao tempo de sua estada
na Europa, adiava o despotismo e pre tendia propagar a liberdade no BrasU por intermédio de sociedades secretas de
índole política, sob a capa de acade mias científicas e literárias. À sombra
das lojas maçônicas viveram homens co
mo Domingos José Martins, espírito-santense que foi comerciante na Bahia e
on res, e e.xibía um cinismo jacobino que arrepiava o reacionário Tollenare;
ou como Antônio Gonçalves da Cruz, o
Cabuga, mulato ilustre e viajado em cuja casa se viam em lugar de honra os re
tratos das figuras mais notáveis da Re-
Dicksto
116
volução Francesa e da Independência americana.
Econômico
rua do Oii\'ídor, no Rio, povoada de lo
jas francesas, parecia a Ilyppolile Taunay e Férdinand Dímiís igual ou muito
OrcnKSTO
EfíONÓMICO
costumes brasileiros, por um francês que cm carta ao jornal 'Echo se encobria
A imensa maioria dos que compunham as chamadas profissões liberais viria sob a sedução das idéias, do pensamento,
semelhante à sua \'i\ienne. em Paris.
.sol) a inicial K, Evaristo deu um número extraordinário da Aurora Fluminense,
Havia então na capital do Império al
revidando com acrimônia: "Que espé
cia com os nossos escritores, jornalistas
França, conhecedores de sua literatura
faiates franceses, como César, estabele
cies dc capitais nos têm trazido os seus patrícios? Que negociantes, que especu
e homens públicos. Se o Império pre
política e dos fatos de sua história mais
cido no canto da rua da Cadeia n.° 91.
glês, foi através da França, de tradu
Feita a emancipação do Brasil, na Constituinte icunida em 1823 eram nu
merosos os
deputados afeiçoados à
do espírito francês. O mesmo aconte
tendeu arremedar o parlamentarismo in
Dissolvida a Assembléia, não
participando em anúncio no Diárío do
faltou à Carta outorgada por Pedro I o
Rio de Janeiro "ao rc.speitávcl público que há pouco lhe clicgara da França um
ladores, que grandes capitalistas têm vindo aqui estabelecer-se? Serão ôsses que enfeitam a rua do Ouvidor com os
torga, já na adoção do Poder Modera
lindo e escolhido sorlimcnto de fazen
seu bonitos armazéns de modas c nou-
ra em matéria política. Lútos e revis
dor, defendido por Benjamin Constant,
das das dc melhor gosto e próprias para uso dos senhores no tempo do verão ;
vcoutéesP
tas da França invadiram tôdas as biblio
recente.
influxo francês, já no próprio ato da ou cujas obras o jovem monarca atentamen
te lera. Embora simples comerciantes, mas nem por isso deixando de ser agen tes eficazes da influência de sua terra,
havia cabeleireiros como Desmarais, es
tabelecido na rua do Ouvidor, chapeleiros como F. Richard, tinturciros como
surgiram no Rio vários
Louís Bemard; havia
franceses com lojas de livros ou tipografias, como J. B. Bompard, Paul
Martiii,
Cremière,
jardineiros especializa dos, como Charlemagnc e Romieiix, dispostos a darem feição francesa
M. S.
Cogez
e
aos jardins que i^^^ aparecendo nas vivên
Plancher, vendendo as obras que apareciam em
tigos e modernos. Mas
cias para os lados do Catete, de Botafogo, do Engenho Velho, do An-
à
daraí; havia até jorna
França de autores an influência
francesa
de ordem intelectual e
listas como A. M. Jour-
literária, que suplanta
dan, ainé, redator do
ria as demais entre nós
Diário do Rio.
no decorrer do século XIX, acompanha
Todos esses franceses (e também os
riam outras no tocante a hábitos, costu
numerosos ingleses trazendo sob certos
mes, estilos de vida.
Se os bacharéis
que se formavam em Olinda e São Pau lo e os médicos que se doutoravam no Rio e na Bahia liam livros franceses — livros técnicos e científicos, romance e
pontos-de-vista contribuição mais impor
tante) concorriam para que o Rio de Janeiro se tornasse aos olhos de Maria Graham a mais européia das cidades brasileiras, comparada a Sa]\'adür e a
poesia — suas futuras mulheres e filhas
Recife.
só se vestiam segundo a moda de Paris, só se penteavam como as parisienses. A moda de Paris chegava às vêzes com
influência francesa, exercida até sob a égide de Vênus mercenária, que não
algum atraso, mas era observada e se guida com olhos atentos. Já nos pri meiros anos do reinado de Pedro I a
Serão os cabeleireiros, alfaia
ções francesas, que chegou a ver algu ma coisa do que se passava na Ing'ater-
tes, pcrfumadores e dentistas, todos de
tecas, ocupando a maior parte de suas
Paris? Serão as damas do Palais Royal (quelqu'unes comme au n.® 113) que, além dos seus safados encantos, passas sem também para o Rio de Janeiro es
Segundo Reinado cuja única leitura era
estantes.
Vale lepbrar o estadista do
a Reoue des Deux Mondes. Livros fran ceses e de iodas as literaturas traduzi
sas ritjuezas e fundos?"
dos em francês. Quem se presumisse de
O grande jornalista estava sendo in justo, ou melhor, não tinha distancia pa ra avaliar o que seria a influência fran cesa no Brasil do século XIX. Não pro viria ela apenas das boutiqucs da rua do Ouvidor e dos seus cabeleireiros, al faiates e modistas. A despeito da su premacia britânica nas finanças e no co mércio de vulto, a França polarizou por
culto ou fino havia de falar bem ou mal
(muitas vêzes bem) a língua francesa. Decrescendo a partir das últimas déca das do século XIX, depois da derrota de 1870, a influência francesa continuou
todavia a mais forte até as pro.ximidades da primeira grande guerra, a des peito da implantação, em 1889, da Re pública presidencial de feitio norte-ame
assim dizer as nossas atividades intelec
ricano (que se tingiu do positivismo de
tuais, que, à força de refletirem os mo
Comte), para realmente sofrer quase que
delos franceses, emprestaram a -certas faces de nossa vida o sentido de cópia
um colapso nos últimos trinta anos, quando os Estados Unidos entraram a disputar em nossa vida não só o
servil ou má tradução.
Os livros fran
ceses, os autores franceses, os poetas
papel que a França representava,
franceses, os romancistas franceses, lo
senão itambém o que tocava à In
graram entre nós surpreendente difusão.
glaterra.
De tal modo se fazia sentir a
tardou a suscitar a reação de alguns brasileiros ciosos de certos padrões tra dicionais. Evaristo da Veiga foi um
dêles. A propósito da sátira feita aos
Anuncm o "Financial Times", citando estatísticas publicadas em Cmíberra que a produção de ouro na Austrália sofreu um decréscimo de nove nnr rentò no transcurso do primeiro semestre do corrente anò. A quantidade tafnl obtida no mesmo semestre atingiu 392.243 ancas.
nnm
Dicksto
116
volução Francesa e da Independência americana.
Econômico
rua do Oii\'ídor, no Rio, povoada de lo
jas francesas, parecia a Ilyppolile Taunay e Férdinand Dímiís igual ou muito
OrcnKSTO
EfíONÓMICO
costumes brasileiros, por um francês que cm carta ao jornal 'Echo se encobria
A imensa maioria dos que compunham as chamadas profissões liberais viria sob a sedução das idéias, do pensamento,
semelhante à sua \'i\ienne. em Paris.
.sol) a inicial K, Evaristo deu um número extraordinário da Aurora Fluminense,
Havia então na capital do Império al
revidando com acrimônia: "Que espé
cia com os nossos escritores, jornalistas
França, conhecedores de sua literatura
faiates franceses, como César, estabele
cies dc capitais nos têm trazido os seus patrícios? Que negociantes, que especu
e homens públicos. Se o Império pre
política e dos fatos de sua história mais
cido no canto da rua da Cadeia n.° 91.
glês, foi através da França, de tradu
Feita a emancipação do Brasil, na Constituinte icunida em 1823 eram nu
merosos os
deputados afeiçoados à
do espírito francês. O mesmo aconte
tendeu arremedar o parlamentarismo in
Dissolvida a Assembléia, não
participando em anúncio no Diárío do
faltou à Carta outorgada por Pedro I o
Rio de Janeiro "ao rc.speitávcl público que há pouco lhe clicgara da França um
ladores, que grandes capitalistas têm vindo aqui estabelecer-se? Serão ôsses que enfeitam a rua do Ouvidor com os
torga, já na adoção do Poder Modera
lindo e escolhido sorlimcnto de fazen
seu bonitos armazéns de modas c nou-
ra em matéria política. Lútos e revis
dor, defendido por Benjamin Constant,
das das dc melhor gosto e próprias para uso dos senhores no tempo do verão ;
vcoutéesP
tas da França invadiram tôdas as biblio
recente.
influxo francês, já no próprio ato da ou cujas obras o jovem monarca atentamen
te lera. Embora simples comerciantes, mas nem por isso deixando de ser agen tes eficazes da influência de sua terra,
havia cabeleireiros como Desmarais, es
tabelecido na rua do Ouvidor, chapeleiros como F. Richard, tinturciros como
surgiram no Rio vários
Louís Bemard; havia
franceses com lojas de livros ou tipografias, como J. B. Bompard, Paul
Martiii,
Cremière,
jardineiros especializa dos, como Charlemagnc e Romieiix, dispostos a darem feição francesa
M. S.
Cogez
e
aos jardins que i^^^ aparecendo nas vivên
Plancher, vendendo as obras que apareciam em
tigos e modernos. Mas
cias para os lados do Catete, de Botafogo, do Engenho Velho, do An-
à
daraí; havia até jorna
França de autores an influência
francesa
de ordem intelectual e
listas como A. M. Jour-
literária, que suplanta
dan, ainé, redator do
ria as demais entre nós
Diário do Rio.
no decorrer do século XIX, acompanha
Todos esses franceses (e também os
riam outras no tocante a hábitos, costu
numerosos ingleses trazendo sob certos
mes, estilos de vida.
Se os bacharéis
que se formavam em Olinda e São Pau lo e os médicos que se doutoravam no Rio e na Bahia liam livros franceses — livros técnicos e científicos, romance e
pontos-de-vista contribuição mais impor
tante) concorriam para que o Rio de Janeiro se tornasse aos olhos de Maria Graham a mais européia das cidades brasileiras, comparada a Sa]\'adür e a
poesia — suas futuras mulheres e filhas
Recife.
só se vestiam segundo a moda de Paris, só se penteavam como as parisienses. A moda de Paris chegava às vêzes com
influência francesa, exercida até sob a égide de Vênus mercenária, que não
algum atraso, mas era observada e se guida com olhos atentos. Já nos pri meiros anos do reinado de Pedro I a
Serão os cabeleireiros, alfaia
ções francesas, que chegou a ver algu ma coisa do que se passava na Ing'ater-
tes, pcrfumadores e dentistas, todos de
tecas, ocupando a maior parte de suas
Paris? Serão as damas do Palais Royal (quelqu'unes comme au n.® 113) que, além dos seus safados encantos, passas sem também para o Rio de Janeiro es
Segundo Reinado cuja única leitura era
estantes.
Vale lepbrar o estadista do
a Reoue des Deux Mondes. Livros fran ceses e de iodas as literaturas traduzi
sas ritjuezas e fundos?"
dos em francês. Quem se presumisse de
O grande jornalista estava sendo in justo, ou melhor, não tinha distancia pa ra avaliar o que seria a influência fran cesa no Brasil do século XIX. Não pro viria ela apenas das boutiqucs da rua do Ouvidor e dos seus cabeleireiros, al faiates e modistas. A despeito da su premacia britânica nas finanças e no co mércio de vulto, a França polarizou por
culto ou fino havia de falar bem ou mal
(muitas vêzes bem) a língua francesa. Decrescendo a partir das últimas déca das do século XIX, depois da derrota de 1870, a influência francesa continuou
todavia a mais forte até as pro.ximidades da primeira grande guerra, a des peito da implantação, em 1889, da Re pública presidencial de feitio norte-ame
assim dizer as nossas atividades intelec
ricano (que se tingiu do positivismo de
tuais, que, à força de refletirem os mo
Comte), para realmente sofrer quase que
delos franceses, emprestaram a -certas faces de nossa vida o sentido de cópia
um colapso nos últimos trinta anos, quando os Estados Unidos entraram a disputar em nossa vida não só o
servil ou má tradução.
Os livros fran
ceses, os autores franceses, os poetas
papel que a França representava,
franceses, os romancistas franceses, lo
senão itambém o que tocava à In
graram entre nós surpreendente difusão.
glaterra.
De tal modo se fazia sentir a
tardou a suscitar a reação de alguns brasileiros ciosos de certos padrões tra dicionais. Evaristo da Veiga foi um
dêles. A propósito da sátira feita aos
Anuncm o "Financial Times", citando estatísticas publicadas em Cmíberra que a produção de ouro na Austrália sofreu um decréscimo de nove nnr rentò no transcurso do primeiro semestre do corrente anò. A quantidade tafnl obtida no mesmo semestre atingiu 392.243 ancas.
nnm
I |i i|i
Digesto Econômico
em
Financiamento dã construção e conservação de estradas Guilherme Moojen
119
mãos de particulares, mas muitos
São Paulo, a arrecadação da taxa de
das a exploração do pedágio nas condi ções mencionadas, estabelecem que es.sas pontes se tornarão propriedade pú
pedágio vem sendo, em média, de Cr$ 1.300.000,00 por mês, o que dará uma arrecadação provável de 15 milhões de
blica depois de um certo número de
cruzeiros, no corrente ano. O custo total da obra está avaliado em 340 mi
anos.
I Tma das mais importantes questões
O autor dêste trabalho, Diretor do Ca-
de ordem prática e teórica em ma téria de financiamento de estradas de rodagem, inquestionàvelmente, é o de determinar-se, uma ;vez conhecido o
hinete de Estudos Econômicos e Finan
custo de cada projeto, qual a parte que deverá ser paga por aquêles que se be
ceiros da Secretaria da Fazenda do Es
tado do Rio Grande do Sul c Professor da Cadeira de Ciôncia das Finanças da Faculdade de Ciâncias Políticas e £co-
rodovia, que liga o pôrto de Santos a
contratos, que garantem a pessoas priva
A construção de modernas pontes exige um grande investimento de ca pita! e o pedágio é um poderoso meio de financiamento para essas construções de vulto. Nas pontes, o pedágio é fá cil de ser cobrado.
Entre nós é de se
lhões de cruzeiros.
Os 15 milhões a
serem arrecadados pelos dois postos de cobrança existentes na referida rodovia, descontadas as despesas de administra
ção, não darão para pagar nem os juros anuais das operações de crédito levanta das para financiamento da rodoria em
neficiam com a estrada e qual a que de
nómicas de Pôrto Alegre, estôve recen
supor que todos o pagariam de bom gra
temente nos Estados Unidos da Améri
verá ser paga por outras fontes de re
ca do Norte, estudando, a conoitc do
ceita.
Departamento de Estado, a organização
financeira estadual e municipal.
do, pois a sua receita possibilitaria a construção, em pouco tempo, de gran de número de pontes, em passagem de rios, em que o viajante é obrigado a esperar considerável espaço de tempo pelas antigas balsas, as quais são moro
A taxa de pedágio
sas, inseguras e não dão passagem em
atravessará uma zona em que estão
épocas de grandes chuvas. Além de to
concentrados mais de 2/3 dos veíciJos a
Geralmente tem tido boa aceitação o princípio de que as despesas com a cons trução e conservação das estradas de ro
dagem devem ser pagas por aquêles que se beneficiam com o melhoramento.
Pode-se dizer, em linhas gerais, que a construção ou a conservação de uma
estrada traz três ordens de benefícios:
1) aos proprietários de veículos que usam a estrada;
2) aos proprietários de terras vizinhas
à estrada, as quais, em regra ge ral, são valorizadas com êsse me lhoramento;
3) de ordem social, isto é, para tôda a coletividade.
Nestas três fontes, pois, pode o Esta do buscar os meios de que necessita para
O pedágio, conhecido nos Estados Uni
dos por "toll roads", segundo Auslin F. Macdonald, em seu livro "Anierlcan
State Govemment", pág. 498, foi muito
usado naquele país antes da era dn construção das estradas de ferro, isto é,
no tempo das diligências. O século XX surgiu como um verdadeiro renascimen to em matéria de construção de estra
das de rodagem. Todavia, êsse notá\el movimento não ocasionou a volta ao
uso do pedágio, porque o público apren deu, com a experiência do passado, que
dos esses inconvenientes, o motorista é
obrigado a pagar o barqueiro pelo ser viço prestado de travessia, importância essa que poderia ser paga a título de pedágio, a fim de cobrir a despesa de construção de novas pontes que viessem a substituir as balsas.
O pedágio é muito difícil de ser co
brado, na prática. Em estradas ramifi cadas como as nossas, uma grande parte dos motoristas se evadiria ao pagamen to do mesmo, o que contraria o princí pio da generalidade do imposto.
aprêço. E' de esperar-se, entretanto, que nos pró.ximos anos o tráfego na Via Anchieia seja consideravelmente aumenta
do, fornecendo destarte meios de paga mentos para amortização de parte do in vestimento principal. A Via Anchieta motor e.xistentes no Brasil.
Para se ter
uma idéia do tráfego já existente na re-
fèrida ria, basta dizer que, no mês de maio findo, transitaram, na mesma, 84.242 veículos a motor. E' de acredi
tar-se que a cobrança do pedágio em estradas como essa, diretas e com grande tráfego, tenha sucesso. Contribuição de melhoria A contribuição de melhoria baseia-se
no princípio de que todo aquêle que
receber um benefício especial do poder publico, em virtude de obras públicas, deve contribuir para o pagamento das despesas do custo dessas obras, na pro
o financiamento da construção e conser
as estradas devem ser meio livre de co
vação de suas estradas. Na prática, as
duas primeiras fontes mencionadas po
municação e via com maus olhos o sis tema em apreço. O mesmo, entretanto,
A cobrança do pedágio é praticável nas estradas diretas, principalmente na entrada e saída de grandes cidades. Mas
dem, em geral, ser atingidas por tributos, tais como: taxa de pedágio, contribuição
não poderá ser afirmado com relação às pontes, que nos E. U. A., na sua maio
as estradas diretas constituem exceção,
porção do benefício recebido.
entre nós. Assim, o pedágio está dando
de melhoria, taxa sobre combustíveis
ria, foram e são financiadas, em gran
brança da contribuição de melhoria é inteiramente aplicável ao nosso meio pa
líquidos, principalmente sôbre a gaso
de parte, pela cobrança da taxa de pe dágio. Atualmente, a maioria das pon tes em que o pedágio ó cobrado está
lina, taxa de registro de veículos, taxa de licença etc.
bons resultados na chamada Via An-
A co
chieta, que atravessa uma zona mon tanhosa, acidentadíssima. No trecho,
ra o financiamento de grande parte das
já entregue ao tráfego, dessa moderna
cipalmente daquelas que atravessam co-
despesas de construção de estradas, prin
I |i i|i
Digesto Econômico
em
Financiamento dã construção e conservação de estradas Guilherme Moojen
119
mãos de particulares, mas muitos
São Paulo, a arrecadação da taxa de
das a exploração do pedágio nas condi ções mencionadas, estabelecem que es.sas pontes se tornarão propriedade pú
pedágio vem sendo, em média, de Cr$ 1.300.000,00 por mês, o que dará uma arrecadação provável de 15 milhões de
blica depois de um certo número de
cruzeiros, no corrente ano. O custo total da obra está avaliado em 340 mi
anos.
I Tma das mais importantes questões
O autor dêste trabalho, Diretor do Ca-
de ordem prática e teórica em ma téria de financiamento de estradas de rodagem, inquestionàvelmente, é o de determinar-se, uma ;vez conhecido o
hinete de Estudos Econômicos e Finan
custo de cada projeto, qual a parte que deverá ser paga por aquêles que se be
ceiros da Secretaria da Fazenda do Es
tado do Rio Grande do Sul c Professor da Cadeira de Ciôncia das Finanças da Faculdade de Ciâncias Políticas e £co-
rodovia, que liga o pôrto de Santos a
contratos, que garantem a pessoas priva
A construção de modernas pontes exige um grande investimento de ca pita! e o pedágio é um poderoso meio de financiamento para essas construções de vulto. Nas pontes, o pedágio é fá cil de ser cobrado.
Entre nós é de se
lhões de cruzeiros.
Os 15 milhões a
serem arrecadados pelos dois postos de cobrança existentes na referida rodovia, descontadas as despesas de administra
ção, não darão para pagar nem os juros anuais das operações de crédito levanta das para financiamento da rodoria em
neficiam com a estrada e qual a que de
nómicas de Pôrto Alegre, estôve recen
supor que todos o pagariam de bom gra
temente nos Estados Unidos da Améri
verá ser paga por outras fontes de re
ca do Norte, estudando, a conoitc do
ceita.
Departamento de Estado, a organização
financeira estadual e municipal.
do, pois a sua receita possibilitaria a construção, em pouco tempo, de gran de número de pontes, em passagem de rios, em que o viajante é obrigado a esperar considerável espaço de tempo pelas antigas balsas, as quais são moro
A taxa de pedágio
sas, inseguras e não dão passagem em
atravessará uma zona em que estão
épocas de grandes chuvas. Além de to
concentrados mais de 2/3 dos veíciJos a
Geralmente tem tido boa aceitação o princípio de que as despesas com a cons trução e conservação das estradas de ro
dagem devem ser pagas por aquêles que se beneficiam com o melhoramento.
Pode-se dizer, em linhas gerais, que a construção ou a conservação de uma
estrada traz três ordens de benefícios:
1) aos proprietários de veículos que usam a estrada;
2) aos proprietários de terras vizinhas
à estrada, as quais, em regra ge ral, são valorizadas com êsse me lhoramento;
3) de ordem social, isto é, para tôda a coletividade.
Nestas três fontes, pois, pode o Esta do buscar os meios de que necessita para
O pedágio, conhecido nos Estados Uni
dos por "toll roads", segundo Auslin F. Macdonald, em seu livro "Anierlcan
State Govemment", pág. 498, foi muito
usado naquele país antes da era dn construção das estradas de ferro, isto é,
no tempo das diligências. O século XX surgiu como um verdadeiro renascimen to em matéria de construção de estra
das de rodagem. Todavia, êsse notá\el movimento não ocasionou a volta ao
uso do pedágio, porque o público apren deu, com a experiência do passado, que
dos esses inconvenientes, o motorista é
obrigado a pagar o barqueiro pelo ser viço prestado de travessia, importância essa que poderia ser paga a título de pedágio, a fim de cobrir a despesa de construção de novas pontes que viessem a substituir as balsas.
O pedágio é muito difícil de ser co
brado, na prática. Em estradas ramifi cadas como as nossas, uma grande parte dos motoristas se evadiria ao pagamen to do mesmo, o que contraria o princí pio da generalidade do imposto.
aprêço. E' de esperar-se, entretanto, que nos pró.ximos anos o tráfego na Via Anchieia seja consideravelmente aumenta
do, fornecendo destarte meios de paga mentos para amortização de parte do in vestimento principal. A Via Anchieta motor e.xistentes no Brasil.
Para se ter
uma idéia do tráfego já existente na re-
fèrida ria, basta dizer que, no mês de maio findo, transitaram, na mesma, 84.242 veículos a motor. E' de acredi
tar-se que a cobrança do pedágio em estradas como essa, diretas e com grande tráfego, tenha sucesso. Contribuição de melhoria A contribuição de melhoria baseia-se
no princípio de que todo aquêle que
receber um benefício especial do poder publico, em virtude de obras públicas, deve contribuir para o pagamento das despesas do custo dessas obras, na pro
o financiamento da construção e conser
as estradas devem ser meio livre de co
vação de suas estradas. Na prática, as
duas primeiras fontes mencionadas po
municação e via com maus olhos o sis tema em apreço. O mesmo, entretanto,
A cobrança do pedágio é praticável nas estradas diretas, principalmente na entrada e saída de grandes cidades. Mas
dem, em geral, ser atingidas por tributos, tais como: taxa de pedágio, contribuição
não poderá ser afirmado com relação às pontes, que nos E. U. A., na sua maio
as estradas diretas constituem exceção,
porção do benefício recebido.
entre nós. Assim, o pedágio está dando
de melhoria, taxa sobre combustíveis
ria, foram e são financiadas, em gran
brança da contribuição de melhoria é inteiramente aplicável ao nosso meio pa
líquidos, principalmente sôbre a gaso
de parte, pela cobrança da taxa de pe dágio. Atualmente, a maioria das pon tes em que o pedágio ó cobrado está
lina, taxa de registro de veículos, taxa de licença etc.
bons resultados na chamada Via An-
A co
chieta, que atravessa uma zona mon tanhosa, acidentadíssima. No trecho,
ra o financiamento de grande parte das
já entregue ao tráfego, dessa moderna
cipalmente daquelas que atravessam co-
despesas de construção de estradas, prin
Dícf.sto EcoNÓNnoo
120
munidades densamente povoadas e em franco desenvolvimento.
Essa fonte de receita foi muito usa
da, nos Estados Unidos, no passado, na época em que se iniciaram as constru
ções de estradas em grande escala. Atualmente, ainda as leis de numerosos
Estados, prin-ipalmente do Sul e Oeste dos E.U.A., estabelecem que, tôda vez
121
Dick-sto Econômico
A exigência da contribuição de me lhoria foi c.stabe'ccida, no Estado do
classe, nas sucessivas zonas, a ta.xa c
é taxada, independentemente de sua des. tinação; em outros, a gasolina destinada
Rio Grande do Sul, jx;Iü Decreto-lei n." 5, de 14 de fevereiro dc 1940. Igno
de 2,5 por mil, calculada sobre o valor
a fins industriais e a outros consumos,
do fôro das terras marginais, 2 por mil,
que não os de veículos a motor, é isen
1,5 por mil e 0,5 por mil; para as de segunda c'asse a taxa é de, respectiva
ta do tributo.
trado em execução. O enião Conselhei
ro do Departamento Administrativo do
mente, .3,75. 3, 2.25 c 0.75 por mil; e
Estado, Sr. Gaston Englcrl. comentan do em parecer o projeto que originou a lei cm aprêço, declarou: "Os nossos pro
para as de terceira classe a taxa é, res pectivamente, dc 5, 4, 3 e 1 por mil.
gasolina e lubrificantes é da competên cia privativa da União, a qual distribui
Assim, para as estradas dc primeira
ramos o motivo de não ter o mesmo en
Entre nós a cobrança da ta.\a sôbre
48% dessa receita aos Estados e 12% aos
será, no todo ou em parte, financiada pela contribuição de melhoria, a qual in cidirá sôbre as propriedades valorizadas pela estrada. Alguns dêsses Estados ba
suas contribuições estão tendo "boa"
aplicação, d(? modo (|uc facih'tcm a cir
Municípios. Essa fonte de receita é de gues Luiz, IDirctor dc Vialidad da Re grande futuro. Contudo, não devemos pública do Uruguai, pronunciada na So esperar demasiado dela, pois temos ain ciedade de Engenharia do Rio Grande da reduzido número de v^eículos a motor do Sul, por ocasião da Segunda Reunião, em opemção. Segundo as estatísticas, o
seiam a contribuição de melhoria no
culação de nossas riquezas".
das Administrações Rodoviárias, Pòrto
nosso pais tem mais ou menos em circu
O Uruguai, desdi' 1928, vem cobrando contribuição de melhoria com visível su cesso, para o financiamento de parte das despesas da construção de estradas. O processo usado naquele país consiste cni
Alegre, maio de 1948).
lação 300 mil v-eículos a motor; os Esta
que uma estrada nova é construída, ela
inteiro valor da propriedade; outros, numa parte do valor. Parece que to
dos concordam em que a contribuição em aprêço não deve exceder ao valor do
melhoramento acrescentado à proprieda de.
dutores não SC recusarão a contribuir pa ra êssc fim, desde que vejam que as
estabelecer a zona de influência de cada es
í
(Cfr. Conferência Eng. M. L. Rodri
Tdxaa .sobre gasolina e lubrificantes
dos Unidos têm 30 milhões, isto é, 100 vezes mais. Para que se lenha uma idéia
As taxas sobre a gasolina e sobre o re
da produção de gasolina nos Estados
gistro de veículos são a principal fonte
Unidos com relação ao nosso consumo, é
de receita de todos os Departamentos de
o bastante que se tenha em vista que o
Estradas dc Rodagem do.s Estados Uni
Brasil não consome, em um ano inteiro,
dos.
a gasolina que os Estados Unidos pro
pressão de que esta mos vivendo a época que os E.U.A. vive
trada e depois e.xigir contribuição de me-
llioria dos proprietá
ra a construção de estradas, em 1919 o
rios vícinais na razão
ram há muitos decê
inversa
Estado de Oregon votou uma lei criando a taxa sôbre a gasolina, na base de um centavo por galão. Esta taxa iniciou
Com relação a es tradas, temos a im
nios atrás, isto é, naquele período em que deram os primeiros passos para a cons
trução de estradas permanentes. Naque la época, a contribuição de melhoria erá
da
distância
de suas terras da estrada. As zonas dc influência são c'as.sificadas em quatro
categorias: a primeira vai dc zero me tro a três mil metros; a segunda de três
Procurando no\"a fonte de receita pa
uma das maiores transformações nas fi nanças governamentais americanas, pois os demais Estados, um a um, até o úl
duzem em apenas uma hora! Somos contrário • a essas comparações gerais,
mas somos levado a fazê-las para demontrar que não devemos esperar de masiado das taxas incidentes sôbre a
gasolina. Taxa de registrõ dc veíciãos
uma importante fonte de receita para o financiamento de estradas. Hoje, essa
mil a seis mil metros; a terceira de seis
timo foram adotando a taxa em aprêço.
mil a dez mil, e finalmente, a quarta vai
Presentemente, nos Estados membros da
fonte de receita para a finalidade aci ma está quase relegada aos Estados do Sul e Oeste, que são menos desenvolvi
de dez mil a quarenta mil metros.
União Americana as taxas incidentes sô
a taxa de registro de veículos. Não há
bre a gasolina variam de um a sete cen
uniformidade, entre os Estados, com relação à base sôbre a qual deve incidir
dos. Eis porque somos entusiastas da adoção, entre nós, da contribuição de melhoria, para o financiamento da cons trução de estradas, princípio aliás em boa hora aceito pela nossa última Cons tituição Federal e adotado pela maio ria das constituições estaduais e leis
orgânicas municipais.
De outro lado, as estradas, naquele pais, foram classificadas, quanto à sua pavi mentação, cm três c'asses: à primeira
tavos por ga^ão. Esta taxa é cobrada, em geral, do atacadista. O Govêmo Fe
Todos os Estados americanos cobram
o tributo em apreço, nem mesmo sôbre as taxas a serem cobradas em geral.
classe pertencem as estradas pavimenta das com "macadam", ou solos estabiliza dos; à segunda, as asfaltadas; e, à tercei ra, as pavimentadas com concreto. A ta
bre o galão de gasolina, a qual é cobrada do produtor ou do importador. Essa ta
xa cobrada a título de contribuição de
xa, como se infere, é convenientemente
b) a capacidade {mais usada para
melhoria decresce de acordo com a zona,
paga, fáci' de coletar e fácil de adminis trar. Em alguns Estados, tôda a gasolina
c) o peso bruto;
a distância e a classe da estrada.
deral, por sua vez, também arrecada uma taxa uniforme de um e meio centavo sô
Os Estados tomam para base as taxas de registro de veículos:
a) o valor dos mesmos; caminhões);
Dícf.sto EcoNÓNnoo
120
munidades densamente povoadas e em franco desenvolvimento.
Essa fonte de receita foi muito usa
da, nos Estados Unidos, no passado, na época em que se iniciaram as constru
ções de estradas em grande escala. Atualmente, ainda as leis de numerosos
Estados, prin-ipalmente do Sul e Oeste dos E.U.A., estabelecem que, tôda vez
121
Dick-sto Econômico
A exigência da contribuição de me lhoria foi c.stabe'ccida, no Estado do
classe, nas sucessivas zonas, a ta.xa c
é taxada, independentemente de sua des. tinação; em outros, a gasolina destinada
Rio Grande do Sul, jx;Iü Decreto-lei n." 5, de 14 de fevereiro dc 1940. Igno
de 2,5 por mil, calculada sobre o valor
a fins industriais e a outros consumos,
do fôro das terras marginais, 2 por mil,
que não os de veículos a motor, é isen
1,5 por mil e 0,5 por mil; para as de segunda c'asse a taxa é de, respectiva
ta do tributo.
trado em execução. O enião Conselhei
ro do Departamento Administrativo do
mente, .3,75. 3, 2.25 c 0.75 por mil; e
Estado, Sr. Gaston Englcrl. comentan do em parecer o projeto que originou a lei cm aprêço, declarou: "Os nossos pro
para as de terceira classe a taxa é, res pectivamente, dc 5, 4, 3 e 1 por mil.
gasolina e lubrificantes é da competên cia privativa da União, a qual distribui
Assim, para as estradas dc primeira
ramos o motivo de não ter o mesmo en
Entre nós a cobrança da ta.\a sôbre
48% dessa receita aos Estados e 12% aos
será, no todo ou em parte, financiada pela contribuição de melhoria, a qual in cidirá sôbre as propriedades valorizadas pela estrada. Alguns dêsses Estados ba
suas contribuições estão tendo "boa"
aplicação, d(? modo (|uc facih'tcm a cir
Municípios. Essa fonte de receita é de gues Luiz, IDirctor dc Vialidad da Re grande futuro. Contudo, não devemos pública do Uruguai, pronunciada na So esperar demasiado dela, pois temos ain ciedade de Engenharia do Rio Grande da reduzido número de v^eículos a motor do Sul, por ocasião da Segunda Reunião, em opemção. Segundo as estatísticas, o
seiam a contribuição de melhoria no
culação de nossas riquezas".
das Administrações Rodoviárias, Pòrto
nosso pais tem mais ou menos em circu
O Uruguai, desdi' 1928, vem cobrando contribuição de melhoria com visível su cesso, para o financiamento de parte das despesas da construção de estradas. O processo usado naquele país consiste cni
Alegre, maio de 1948).
lação 300 mil v-eículos a motor; os Esta
que uma estrada nova é construída, ela
inteiro valor da propriedade; outros, numa parte do valor. Parece que to
dos concordam em que a contribuição em aprêço não deve exceder ao valor do
melhoramento acrescentado à proprieda de.
dutores não SC recusarão a contribuir pa ra êssc fim, desde que vejam que as
estabelecer a zona de influência de cada es
í
(Cfr. Conferência Eng. M. L. Rodri
Tdxaa .sobre gasolina e lubrificantes
dos Unidos têm 30 milhões, isto é, 100 vezes mais. Para que se lenha uma idéia
As taxas sobre a gasolina e sobre o re
da produção de gasolina nos Estados
gistro de veículos são a principal fonte
Unidos com relação ao nosso consumo, é
de receita de todos os Departamentos de
o bastante que se tenha em vista que o
Estradas dc Rodagem do.s Estados Uni
Brasil não consome, em um ano inteiro,
dos.
a gasolina que os Estados Unidos pro
pressão de que esta mos vivendo a época que os E.U.A. vive
trada e depois e.xigir contribuição de me-
llioria dos proprietá
ra a construção de estradas, em 1919 o
rios vícinais na razão
ram há muitos decê
inversa
Estado de Oregon votou uma lei criando a taxa sôbre a gasolina, na base de um centavo por galão. Esta taxa iniciou
Com relação a es tradas, temos a im
nios atrás, isto é, naquele período em que deram os primeiros passos para a cons
trução de estradas permanentes. Naque la época, a contribuição de melhoria erá
da
distância
de suas terras da estrada. As zonas dc influência são c'as.sificadas em quatro
categorias: a primeira vai dc zero me tro a três mil metros; a segunda de três
Procurando no\"a fonte de receita pa
uma das maiores transformações nas fi nanças governamentais americanas, pois os demais Estados, um a um, até o úl
duzem em apenas uma hora! Somos contrário • a essas comparações gerais,
mas somos levado a fazê-las para demontrar que não devemos esperar de masiado das taxas incidentes sôbre a
gasolina. Taxa de registrõ dc veíciãos
uma importante fonte de receita para o financiamento de estradas. Hoje, essa
mil a seis mil metros; a terceira de seis
timo foram adotando a taxa em aprêço.
mil a dez mil, e finalmente, a quarta vai
Presentemente, nos Estados membros da
fonte de receita para a finalidade aci ma está quase relegada aos Estados do Sul e Oeste, que são menos desenvolvi
de dez mil a quarenta mil metros.
União Americana as taxas incidentes sô
a taxa de registro de veículos. Não há
bre a gasolina variam de um a sete cen
uniformidade, entre os Estados, com relação à base sôbre a qual deve incidir
dos. Eis porque somos entusiastas da adoção, entre nós, da contribuição de melhoria, para o financiamento da cons trução de estradas, princípio aliás em boa hora aceito pela nossa última Cons tituição Federal e adotado pela maio ria das constituições estaduais e leis
orgânicas municipais.
De outro lado, as estradas, naquele pais, foram classificadas, quanto à sua pavi mentação, cm três c'asses: à primeira
tavos por ga^ão. Esta taxa é cobrada, em geral, do atacadista. O Govêmo Fe
Todos os Estados americanos cobram
o tributo em apreço, nem mesmo sôbre as taxas a serem cobradas em geral.
classe pertencem as estradas pavimenta das com "macadam", ou solos estabiliza dos; à segunda, as asfaltadas; e, à tercei ra, as pavimentadas com concreto. A ta
bre o galão de gasolina, a qual é cobrada do produtor ou do importador. Essa ta
xa cobrada a título de contribuição de
xa, como se infere, é convenientemente
b) a capacidade {mais usada para
melhoria decresce de acordo com a zona,
paga, fáci' de coletar e fácil de adminis trar. Em alguns Estados, tôda a gasolina
c) o peso bruto;
a distância e a classe da estrada.
deral, por sua vez, também arrecada uma taxa uniforme de um e meio centavo sô
Os Estados tomam para base as taxas de registro de veículos:
a) o valor dos mesmos; caminhões);
122
t
'
d) o peso líquido (mais usada para
o Estado de Nova York, cm 1920, co
automóveis); e) a fôrça (H. P.);
bria uma terça parle das despesas com a
f) a quilometragem; ou g)' combinam duas ou mais dessas ba ses.
De conformidade com estudos reali zados pelo Bureau of Publíc Roads e duas comissões da National Tax Association, os principais fatôres a serem considerados ao se tributar um veículo
são: l.o) o número de milhas que êle
construção c conservação das suas estra das com a receita da taxa acima.
No Brasil o registro de veículos é cobrado, cm geral, pelos Estados, não tendo a sua receita destinação espedaí. Licença para circulação No Brasil, èsse tributo c cobrado pelos
municípios sob o título dc impòsto de li perfaz; 2.°) o pêso impôsto à superfície cença (licença circulação) e inci da estrada pelo veículo e sua carga; de sobre os veículos cm geral. Como a 3°) o modo pelo qual a carga é distri licença para circulação, entre nós, é co buída, isto é, se em quatro
rodas
brada a título de
com
imposto, a sua ar
dois eixos, ou em
recadação não tem
seis rodas com três
destinação especial.
eixos; 4.°) o tipo de
Nos Estados Uni
pneus com os quais
dos, esse tributo é
o veículo está equi pado (pneus pròpriamente ditos, bor
arrecadado em ge
ral pelos Estados, sendo o produto,
racha maçica ou me.
tal).
Um
sistema
que neghgencie qualquer um dos qua
com raras exceções,
destinado ao fundo de construção de estradas.
tro fatôres acima não é eqüitativo; um que tente incluir mais fatôres torna-se dificultoso. (In "Taxation in Minnesota",
Recursos
por Roy G. Blakey, pág. 382). Não há nos Estados americanos uni
Finanças Públicas aconselha que não é
formidade quanto à aplicação das impor
ordinários
e
extraordinários
A grande maioria dos estudiosos de
Estados elas são empregadas obrigatò-
boa política orçamentária lançar mão de recursos ordinários para o financiamen to de grandes projetos, pois isso onera ria demasiado o contribuinte e prejudi
riamente na construção/e conservação de
caria o desenvolvimento de outros ser
estradas. Em alguns poucos Estados elas
viços que também estão a cargo do Es
tâncias recebidas a título da "Motor Vehicle Tax". Na grande maioria dos
são desviadas para outros propósitos.
tado e que estão também clamando por
Por exemplo, o Estado de Flórida desti
maiores verbas.
na a receita da "Motor Vehicle Tax"
Ê princípio , universalmente aceito que financiar despesas ordinárias por
para formar o fundo escolar, (^órgia é alguns outros Estados destinam parte dêsste irarpôsto também para escolas.
Dicesto
Dicesto Econónhco
meio de empréstimo constituí ruinosa po-
lítica financeira.
As despesas de ma-
1
123
Econômico
nutenção e reconstrução de estradas são
o nosso, <X)m um enorme número de anal
tipicamente dc.spcsas ordinárias e, como tais, devem, normalmente, correr pela
fabetos e com grande falta de estradas,
.receita ordinária. Seria admissível, talvez, o recurso ex
traordinário, quando uma reconstrução de estradas implicar em melhoramento, substancial e permanente de uma velha estrada, a ponto de tomá-la como nova. Não seria conscntâneo financiar-se a
deve sofrer restrições.
O uso exclusivo de recursos ordinários
para o financiamento de estradas retarda ria injustificàvelmente o descnvohlmento de um sistema rodoviário determinado,
privando destarte a comunidade, por um largo número de anos, das vantagens que a mesma poderia usufruir imediata
simples conservação das estradas e.xis-
mente de um aperfeiçoado sistema de
tentes com recursos extraordinários, pois
comunicações.
não seria lícito onerar as gerações futu
ras com dcspc.sas puramente de opera ções que só a atual aproveita, as quais iriam constituir um peso morto nos orça mentos dos exercícios vindouros.
Nem mesmo para a construção de pe
quenas estradas se justifica o recurso ao empréstimo. Num grande orçamento mui.
Um tardio desenvolvimento da cons
trução de estradas adequadas ocasiona: l.o) lun alto custo de conseivação;
2.®) excessivas despesas de custeio pa ra os veículos era operação; e 3.®) entrave ao desenvoKimento das atividades econômicas e sociais
por assim dizer, ordinárias, principalmen
em geral. A moderna estrada para automó\'eis e caminhões é, em grande parte, um in
te quando se atentar para o crescimen
vestimento permanente.
to vegetativo dos serviços, pois parale
princípio, o empréstimo para fmancáar
tas despesas de obra nova se tomam,
Baseado neste
lamente a este se supõe um crescimen
a construção de estradas é tècnicamente
to vegetativo da receita pública.
recomendável.
Mais
estradas significam maiores meios de cir culação da riqueza; mais escolas, mais gastos com a saiide pública, significam maior número de cidadãos aptos para a produção e, (Conseqüentemente, maior
Para a construção de estradas perma nentes, isto é, de estradas que irão bene
ficiar populações por um largo número de anos no futuro, seria, pois, recomen dável o recorrer-se ao crédito, a prazos
número de contribuintes para o erário
nunca superiores ao de duração da es
público.
trada.
Exemplificando essa espécie de obra
A Comissão de técnicos, nomeada pe
nova financiável por recursos ordinários
la Associação Nacional de Administra
o Prof. Harold M. Groves, em seu livro
"Financing Govemment" pág. 559, es creveu: "Por exemplo, uma grande cida de tem uma contínua necessidade de
ampliação de edifícios escolares. Consti tui política financeira sadia pagar êsses investimentos pelos recursos do orçamen to anual". Todavia, a aplicação do prin. cípio em aprêço, em países novos como
dores de Impostos, com sede em Chicago, para estudar meios de financiamento pa-"
i-a a construção de estradas, concluiu que. durante o período inicial de construção de um melliorado sistema de estradas,
em Estados densamente povoadas e em franco crescimento e em Estados onde a imediata constmção de melhores estradas
é urgente, não seria prudente tentar
122
t
'
d) o peso líquido (mais usada para
o Estado de Nova York, cm 1920, co
automóveis); e) a fôrça (H. P.);
bria uma terça parle das despesas com a
f) a quilometragem; ou g)' combinam duas ou mais dessas ba ses.
De conformidade com estudos reali zados pelo Bureau of Publíc Roads e duas comissões da National Tax Association, os principais fatôres a serem considerados ao se tributar um veículo
são: l.o) o número de milhas que êle
construção c conservação das suas estra das com a receita da taxa acima.
No Brasil o registro de veículos é cobrado, cm geral, pelos Estados, não tendo a sua receita destinação espedaí. Licença para circulação No Brasil, èsse tributo c cobrado pelos
municípios sob o título dc impòsto de li perfaz; 2.°) o pêso impôsto à superfície cença (licença circulação) e inci da estrada pelo veículo e sua carga; de sobre os veículos cm geral. Como a 3°) o modo pelo qual a carga é distri licença para circulação, entre nós, é co buída, isto é, se em quatro
rodas
brada a título de
com
imposto, a sua ar
dois eixos, ou em
recadação não tem
seis rodas com três
destinação especial.
eixos; 4.°) o tipo de
Nos Estados Uni
pneus com os quais
dos, esse tributo é
o veículo está equi pado (pneus pròpriamente ditos, bor
arrecadado em ge
ral pelos Estados, sendo o produto,
racha maçica ou me.
tal).
Um
sistema
que neghgencie qualquer um dos qua
com raras exceções,
destinado ao fundo de construção de estradas.
tro fatôres acima não é eqüitativo; um que tente incluir mais fatôres torna-se dificultoso. (In "Taxation in Minnesota",
Recursos
por Roy G. Blakey, pág. 382). Não há nos Estados americanos uni
Finanças Públicas aconselha que não é
formidade quanto à aplicação das impor
ordinários
e
extraordinários
A grande maioria dos estudiosos de
Estados elas são empregadas obrigatò-
boa política orçamentária lançar mão de recursos ordinários para o financiamen to de grandes projetos, pois isso onera ria demasiado o contribuinte e prejudi
riamente na construção/e conservação de
caria o desenvolvimento de outros ser
estradas. Em alguns poucos Estados elas
viços que também estão a cargo do Es
tâncias recebidas a título da "Motor Vehicle Tax". Na grande maioria dos
são desviadas para outros propósitos.
tado e que estão também clamando por
Por exemplo, o Estado de Flórida desti
maiores verbas.
na a receita da "Motor Vehicle Tax"
Ê princípio , universalmente aceito que financiar despesas ordinárias por
para formar o fundo escolar, (^órgia é alguns outros Estados destinam parte dêsste irarpôsto também para escolas.
Dicesto
Dicesto Econónhco
meio de empréstimo constituí ruinosa po-
lítica financeira.
As despesas de ma-
1
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Econômico
nutenção e reconstrução de estradas são
o nosso, <X)m um enorme número de anal
tipicamente dc.spcsas ordinárias e, como tais, devem, normalmente, correr pela
fabetos e com grande falta de estradas,
.receita ordinária. Seria admissível, talvez, o recurso ex
traordinário, quando uma reconstrução de estradas implicar em melhoramento, substancial e permanente de uma velha estrada, a ponto de tomá-la como nova. Não seria conscntâneo financiar-se a
deve sofrer restrições.
O uso exclusivo de recursos ordinários
para o financiamento de estradas retarda ria injustificàvelmente o descnvohlmento de um sistema rodoviário determinado,
privando destarte a comunidade, por um largo número de anos, das vantagens que a mesma poderia usufruir imediata
simples conservação das estradas e.xis-
mente de um aperfeiçoado sistema de
tentes com recursos extraordinários, pois
comunicações.
não seria lícito onerar as gerações futu
ras com dcspc.sas puramente de opera ções que só a atual aproveita, as quais iriam constituir um peso morto nos orça mentos dos exercícios vindouros.
Nem mesmo para a construção de pe
quenas estradas se justifica o recurso ao empréstimo. Num grande orçamento mui.
Um tardio desenvolvimento da cons
trução de estradas adequadas ocasiona: l.o) lun alto custo de conseivação;
2.®) excessivas despesas de custeio pa ra os veículos era operação; e 3.®) entrave ao desenvoKimento das atividades econômicas e sociais
por assim dizer, ordinárias, principalmen
em geral. A moderna estrada para automó\'eis e caminhões é, em grande parte, um in
te quando se atentar para o crescimen
vestimento permanente.
to vegetativo dos serviços, pois parale
princípio, o empréstimo para fmancáar
tas despesas de obra nova se tomam,
Baseado neste
lamente a este se supõe um crescimen
a construção de estradas é tècnicamente
to vegetativo da receita pública.
recomendável.
Mais
estradas significam maiores meios de cir culação da riqueza; mais escolas, mais gastos com a saiide pública, significam maior número de cidadãos aptos para a produção e, (Conseqüentemente, maior
Para a construção de estradas perma nentes, isto é, de estradas que irão bene
ficiar populações por um largo número de anos no futuro, seria, pois, recomen dável o recorrer-se ao crédito, a prazos
número de contribuintes para o erário
nunca superiores ao de duração da es
público.
trada.
Exemplificando essa espécie de obra
A Comissão de técnicos, nomeada pe
nova financiável por recursos ordinários
la Associação Nacional de Administra
o Prof. Harold M. Groves, em seu livro
"Financing Govemment" pág. 559, es creveu: "Por exemplo, uma grande cida de tem uma contínua necessidade de
ampliação de edifícios escolares. Consti tui política financeira sadia pagar êsses investimentos pelos recursos do orçamen to anual". Todavia, a aplicação do prin. cípio em aprêço, em países novos como
dores de Impostos, com sede em Chicago, para estudar meios de financiamento pa-"
i-a a construção de estradas, concluiu que. durante o período inicial de construção de um melliorado sistema de estradas,
em Estados densamente povoadas e em franco crescimento e em Estados onde a imediata constmção de melhores estradas
é urgente, não seria prudente tentar
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Dicksto Econónoco
Dicesto Econômico
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financiar a construção das estradas cm
consei^'ado deveria ser somado á.s des
apreço, ou de grande parle delas, com
para a construção de uma estrada, além
pesas da construção, isto é. ao investi
a receita ordinária, (in "Proceedings of lhe National Tax Association", 1924 pátr 413-431).
Dentro dôsse princípio, nos Estados
Unidos muitos Estados, para construção
de suas estradas no passado, e alguns ainda no presente, emitiram e cslão emi
tindo apólices a longo prazo, as quais são resgatadas gradaHvamente, com a re ceita da.s taxas que incidem sôbre com
bustíveis, lubrificantes, registro de veí culos e
propriedades
adjacentes.
mento inicial; o mesmo dc\-cria aconte
cer com as despc.sas de administração, pois ambas são suplementos do primeiro.
Qual c a zona que será beneficiada pela estrada?
Infelizmente dá-.se. entre nós, pouca
Quem irá construí-la? O Govêmo?
comparativo dos custos de construção c
Por empreitada não seria mais barato? De que modo será ela construída? De cimento, de asfalto, de "macadam", ou, .simplesmente, de terra batida? Suponhamo.s que a verba disponível
conservação dos diferentes tipos, tendose sempre em vista a possibilidade da
para a construção seja pequena. Deve mos decidir logo pela forma mais barata?
se poderão utilizar além dos automó\-ei.s.
importância ao fator custo da estrada e, por cs.se motivo, num paí.s imenso como o nosso, contamos com uin mimeio
de quilômetros de estradas trafcgá\*ci5 verdadeiramente irrisório.
Quando os relatóriiis fificiais afirmam riue o País, o Estado ou o Município gastou tantos mi-
Segundo Alfred G.
liiões eni con.siniçâo
Buehler, em seu livro
e conscr\'açào de cs-
"Public Finance", pág.
'traclas,
logo
nos
93, os Estados america
ocorrem as pergun
nos gastam mais de uma quarta parte de seus or çamentos ordinários em
tas: Que parte des
sa importância fui
estradas; os Municípios
sas
não estão longe dessa
administração, isto ê.
cifra. Os governos gas
em
tam mais em estradas,
jDcssoal
nos Estados Unidos, do que em edu
nhando funções bu-
atribuícla as despt^
puramente de despesas
ctim
desempe
i'Ocráticas, funcionários, engenheiros, ofi ciais de gabinete, escriturários, dalilõgra-
cação.
O modo de construção e, principal mente, o tipo de revestimento da estrada
cie outras coÍsa.s, dever-se-ia ter em vista o seguinte:
Custo das estradas
fos, contínuos, serventes etc., com mate
Tão importante como o financiamento de estradas é o problema do custo das mesmas. A Comissão de Pesquisas Tríbutárias, nomeada pela 40.® Legislatura
Que parte dessa importância foi despen dida com pessoal e material efeti\'amen-
rial de escritório de caráter permanente ou de consumo, com despesas diversas?
te empregados no planejamento, cons trução e conservação das estradas? E. finalmente, a mais importante: Quantos
Mas, concluímos, após estudos, que ns despesas de conservação dessa estra
da nos anos seguintes seria muito gran de. Em face dessas despesas de conscr\'ação, não seria mais econômico construir-sc essa mesma estrada de cimento ou de "macadam"?
Verificaríamos, depois, que a verba é insuficiente para a construção da estra da do cimento ou "macadam".
Mas se
usássemos essa verba disponível e conse-
guissemos mais numerário a crédito, não
deveriam ser decididos somente depois de bem conhecidos os resullados de pes
quisas locais com respeito ao estudo
utilização econômica do
material de
construção existente nas redondezas da
estrada, bem como os veículos que dela
Couchisõo
Uma boa estrada, além de facilitar a
circulação das pessoas e das riquezas de iima zona qualquer, não só valoriza as
terras adjacentes e resulta em grande segurança e economia para cada veicu
lo que nela transita, economia de pneus, mo'as, gasolina, tempo etc., mas tam
bém traz confôrto e prazer para os auto- ^
mobilistas. Isto eqüivale a dizer que o ■
seria mais barato, em última análise,
Estado investindo milhões de cruzeiros em construção e conservação de estradas,
construirmos uma estrada mais duradou
os proprietários de terras ganharão mi
ra e que melhor pudesse atender às ne cessidades do tráfego? E, assim por diante, muitas conjeturas se poderiam fazer sobre o caso em apreço.
De outro lado, as despesas de conser
lhões de cruzeiros e os proprietários dos veículos que vão utilizar a estrada eco nomizarão milhões de cruzeiros. E" de
se supor, pois, que os proprietários das terras paguem de boa vontade a con
vação de estradas deveriam ser suficien
tribuição de melhoria e os automobilis* tas paguem, do mesmo modo, as taxa =
tes de modo a mantê-las no estado em
sôbre a gasolina, lubrificantes, registro, e
do Estado de Texas, em 1928, concluiu que "o custo normal para a conserva ção de uma estrada não pavimentada era quatro vezes maior do que o de uma estrada pavimentada". ("Report of the Tax Survey Committee", pág. 438,
rnento construídos ou conservados com o
Estado do Texas, 1929).
.tradas deveriam ser efetuadas somente
ser construída ou melhorada sem imedia
trução de estradas, o que possibilitaria um desenvolvimento dos projetos atuais
Não resta dúvida que, tecnicamente, o custo de cada quilômetro de estrada
após sérios e exaustivos estridos. Ao planejar-se, por exemplo, uma despesa
tas providências no sentido de conser
de construção de estradas, e muitas vê-
vá-la sempre em ótimas condições.
zes a sua extensão.
quilômetros de estradas foram real-
dinheiro em apreço e qual a qualidade dessas estradas?
As despesas com a construção de cs-
que foram construídas, pois uma ade quada conservação não só mantém a
pedágio. De outro lado, todas essas re ceitas reunidas poderão constituir um
estrada sempre em satisfatórias condi ções de uso, mas preserva o capital ne
fundo destinado ao pagamento de juros
la investido inicialmente.
Nenhuma estrada de rodagem deveria
e amortização gradativa de empréstimos destinados ao financiamento da cons
124
Dicksto Econónoco
Dicesto Econômico
125
financiar a construção das estradas cm
consei^'ado deveria ser somado á.s des
apreço, ou de grande parle delas, com
para a construção de uma estrada, além
pesas da construção, isto é. ao investi
a receita ordinária, (in "Proceedings of lhe National Tax Association", 1924 pátr 413-431).
Dentro dôsse princípio, nos Estados
Unidos muitos Estados, para construção
de suas estradas no passado, e alguns ainda no presente, emitiram e cslão emi
tindo apólices a longo prazo, as quais são resgatadas gradaHvamente, com a re ceita da.s taxas que incidem sôbre com
bustíveis, lubrificantes, registro de veí culos e
propriedades
adjacentes.
mento inicial; o mesmo dc\-cria aconte
cer com as despc.sas de administração, pois ambas são suplementos do primeiro.
Qual c a zona que será beneficiada pela estrada?
Infelizmente dá-.se. entre nós, pouca
Quem irá construí-la? O Govêmo?
comparativo dos custos de construção c
Por empreitada não seria mais barato? De que modo será ela construída? De cimento, de asfalto, de "macadam", ou, .simplesmente, de terra batida? Suponhamo.s que a verba disponível
conservação dos diferentes tipos, tendose sempre em vista a possibilidade da
para a construção seja pequena. Deve mos decidir logo pela forma mais barata?
se poderão utilizar além dos automó\-ei.s.
importância ao fator custo da estrada e, por cs.se motivo, num paí.s imenso como o nosso, contamos com uin mimeio
de quilômetros de estradas trafcgá\*ci5 verdadeiramente irrisório.
Quando os relatóriiis fificiais afirmam riue o País, o Estado ou o Município gastou tantos mi-
Segundo Alfred G.
liiões eni con.siniçâo
Buehler, em seu livro
e conscr\'açào de cs-
"Public Finance", pág.
'traclas,
logo
nos
93, os Estados america
ocorrem as pergun
nos gastam mais de uma quarta parte de seus or çamentos ordinários em
tas: Que parte des
sa importância fui
estradas; os Municípios
sas
não estão longe dessa
administração, isto ê.
cifra. Os governos gas
em
tam mais em estradas,
jDcssoal
nos Estados Unidos, do que em edu
nhando funções bu-
atribuícla as despt^
puramente de despesas
ctim
desempe
i'Ocráticas, funcionários, engenheiros, ofi ciais de gabinete, escriturários, dalilõgra-
cação.
O modo de construção e, principal mente, o tipo de revestimento da estrada
cie outras coÍsa.s, dever-se-ia ter em vista o seguinte:
Custo das estradas
fos, contínuos, serventes etc., com mate
Tão importante como o financiamento de estradas é o problema do custo das mesmas. A Comissão de Pesquisas Tríbutárias, nomeada pela 40.® Legislatura
Que parte dessa importância foi despen dida com pessoal e material efeti\'amen-
rial de escritório de caráter permanente ou de consumo, com despesas diversas?
te empregados no planejamento, cons trução e conservação das estradas? E. finalmente, a mais importante: Quantos
Mas, concluímos, após estudos, que ns despesas de conservação dessa estra
da nos anos seguintes seria muito gran de. Em face dessas despesas de conscr\'ação, não seria mais econômico construir-sc essa mesma estrada de cimento ou de "macadam"?
Verificaríamos, depois, que a verba é insuficiente para a construção da estra da do cimento ou "macadam".
Mas se
usássemos essa verba disponível e conse-
guissemos mais numerário a crédito, não
deveriam ser decididos somente depois de bem conhecidos os resullados de pes
quisas locais com respeito ao estudo
utilização econômica do
material de
construção existente nas redondezas da
estrada, bem como os veículos que dela
Couchisõo
Uma boa estrada, além de facilitar a
circulação das pessoas e das riquezas de iima zona qualquer, não só valoriza as
terras adjacentes e resulta em grande segurança e economia para cada veicu
lo que nela transita, economia de pneus, mo'as, gasolina, tempo etc., mas tam
bém traz confôrto e prazer para os auto- ^
mobilistas. Isto eqüivale a dizer que o ■
seria mais barato, em última análise,
Estado investindo milhões de cruzeiros em construção e conservação de estradas,
construirmos uma estrada mais duradou
os proprietários de terras ganharão mi
ra e que melhor pudesse atender às ne cessidades do tráfego? E, assim por diante, muitas conjeturas se poderiam fazer sobre o caso em apreço.
De outro lado, as despesas de conser
lhões de cruzeiros e os proprietários dos veículos que vão utilizar a estrada eco nomizarão milhões de cruzeiros. E" de
se supor, pois, que os proprietários das terras paguem de boa vontade a con
vação de estradas deveriam ser suficien
tribuição de melhoria e os automobilis* tas paguem, do mesmo modo, as taxa =
tes de modo a mantê-las no estado em
sôbre a gasolina, lubrificantes, registro, e
do Estado de Texas, em 1928, concluiu que "o custo normal para a conserva ção de uma estrada não pavimentada era quatro vezes maior do que o de uma estrada pavimentada". ("Report of the Tax Survey Committee", pág. 438,
rnento construídos ou conservados com o
Estado do Texas, 1929).
.tradas deveriam ser efetuadas somente
ser construída ou melhorada sem imedia
trução de estradas, o que possibilitaria um desenvolvimento dos projetos atuais
Não resta dúvida que, tecnicamente, o custo de cada quilômetro de estrada
após sérios e exaustivos estridos. Ao planejar-se, por exemplo, uma despesa
tas providências no sentido de conser
de construção de estradas, e muitas vê-
vá-la sempre em ótimas condições.
zes a sua extensão.
quilômetros de estradas foram real-
dinheiro em apreço e qual a qualidade dessas estradas?
As despesas com a construção de cs-
que foram construídas, pois uma ade quada conservação não só mantém a
pedágio. De outro lado, todas essas re ceitas reunidas poderão constituir um
estrada sempre em satisfatórias condi ções de uso, mas preserva o capital ne
fundo destinado ao pagamento de juros
la investido inicialmente.
Nenhuma estrada de rodagem deveria
e amortização gradativa de empréstimos destinados ao financiamento da cons
Dicesto Eco^•ó^uco
do Controle Monetário PnoF. DjACiR Menezes
(Catedrático da Universidade do Brasil)
RAÇAS a sua simplici dade e fácil compreen
mentos, superando as necessidades do
I
127
Entretanto, bastaria a consideração de
movimento por intermédio dos instru
que muitos pagamentos são realizados sem que interfira a moeda manual ou
mentos monetíírios, cujas funções já assi
efetiva para que sc percebesse a dife
numa interconeXão cambiante e comple xa. Ora, aquele poder de compra não
rença. Graças ao crédito, a quantidade dos "meios de pagamento" para liqui dação de dívidas entre os agentes que lideram o processo econômico pode de-
naladas se destacam e se desdobram,
é resultado de prescrição da autoridade monetária: êle não nasce na esfera da
definido, um complexo de funções que
lise pode ainda aprofundar mais aque
circulação. O que a autoridade emissionista pode fazer é fabricar os sinais materiais que exprime aquêle poder
seria necessário tornar mais explícitas. Não liá nisso qualquer novidade, c a
las distinções: as restrições do crédito,
aquisitivo, mas não cria jamais sua fôrça
Irving Fisher e outros
própria. Esta, que é o "poder de com
economistas modernos,
análise teórica desde muito clareou so
as mercadorias acumuladas, estagnando os mercados, o declínio da prociu-a, aumentam a necessidade de efetuar pa gamentos em moeda. Então aparecem
são, a teoria quantitati va da moeda, na for mulação que lhe deu
ganhou ràpidamente as inteligências. Passou a servir de base ao raciocínio dos que, sem longo trato com os assuntos
monetários, examinam o panorama fi nanceiro do pais à cata de remédios para os males da inflação. A maioria dos políticos eventualmente dedicados aos
debates sôbre nossa moeda e crédito, com o objetivo de formular legislativa mente uma solução, tende a adotar me
didas singelas, que se inspiram nas con siderações quantitativistas.
Assim, no fundo de todos aqueles ra ciocínios, está sempre o postulado fun
damental — o vãloT dü moeda depende de sua quantidade e de st/a velocidade
de circulação. O fator "velocidade" é, contudo, um pouco obscurecido; os da dos estatísticos informam de modo mais
preciso sobre o volume do potencial monetário.
%'olumo dc transações existentes, alribmse à moeda cm circulação, de modo in
bejamente o toma. Entretanto, nas dis cussões travadas cm torno dêlc, nestes
crescer.
Nos períodos de crise, a aná
pra", se revela em face das utilidades elaboradas no ato da troca. Do confron-
to entre a moeda, de um lado, e as
últimos anos, enlrt; nós tem sido esque cida essa preliminar. Para completo en tendimento da questão, tomamos a ini ciativa de relembrar perfunctòriamente
mais nitidamente as funções do dinhei
mercadorias e serviços, de outro, resulta
ro como meio de cOmpra e como meio de pagamento, exigidas em desiguais in-
a relação que traduz a eficácia aquisi
tensídades. E da massa total de dinhei
fonte emissora, à ordem do Estado. Ora,
as lições dos mestres.
ro existente se diferenciam as suas por ções que atendem àquelas duas funções
forma simplificada, que as variações de
Nota sôbre as funções da jrwcda "Medida de valor ou denominador co
pretende a teoria quantitativa, na sua
diferentes, discriminando-se de outras
volume do potencial monetário se cone-
porções que atendem ainda às demais
lacionam às variações de valor da moeda,
porquanto atendem a determinado volu me de transações em certo período. Para corrigir essa singeleza, que esque-
mum, meio de troca, reserva de valor
funções assumidas pelos signos monetá
ou instrumento do poupança, tais são as
rios dentro do processo de circulação da
três funções da moeda, que acabamos
riqueza.
de evidenciar em sua ordem histórica e
tiva dos sinais lançados à circulação pela
Todos os fenômenos apontados se ma
matiza demais os fenômenos estudados,
introduzem-se às vêzes raciocínios qua
em sua ordem lógica, simultáncamente"
nifestam na esfera da circulação. Como
— ensina Baudin. (1).
instrumento de poupança ou reserva de valor, conforme o discrime citado, pode
litativos. Reclamam que se considerem também os fatòres psicológicos: os há
ríamos considerar também o fato de
bitos coletivos no trato com a moeda,
A análise de
cada uma daquelas funções pode ser encontrada em qualquer compêndio da matéria, dispensando-nos dc alongá-las aqui. O que temos em vista 6 exami
tomar-se possível retirar poder de com
as praxes bancárias, a difusão maior
pra do processo geral de trocas. Ven
ou menor da moeda escriturai, a tradi
nar certas confusões e equívocos entre
dendo mercadorias, o negociante conver
ção do povo em que se observam tais
contra os inflacionistas e a inflação parte daquele pressuposto teórico. Claro que
aquelas funções aSvSinaladas à moeda o as formas que revestem o "capital-dinheiro", na argumentação corrente sobre
te-as, de sua forma mercadoria à forma
fenômenos etc. (2).
não nos propomos aqui negar aquelas evidências teóricas, mas apenas mostrar
lhor esclarecer o assunto, é conveniente
Todo o rebate que vibrou os ares
algiunas sutilezas e aspectos do proble ma, que nos distancia um bocado daque las soluções tiradas linearmente de sim
plificações lógicas excessivas, Quando se fala na abundância dos meios de paga
os malefícios da inflação. A fim de me acentuar outra função, até certo ponto
implícita nas três indicadas: a de meio de pagamento. AJguns subsumem esta função na do meio de troca ou meio de circulação.
dinheiro (continuando sempre capital). Poderá sustar novas compras, o que faz em momentos que julga oportuno. Neste
caso, as vendas superariam as compras, ficando em suspenso certo volume de "poder de compra", o que pode ser fator de desajustamento na dinâmica cir. culatória.
Tal fato não deixaria de re
percutir sôbre a massa da riqueza em
Os investimentos comandam a poupança É estranho que se abra margem àquelas ponderações sôbre aspectos qualitati\'os, que interferem na marcha dos fenômenos de forma acidental — e se
esqueçam distinções mais importantes, que se pronunciam dentro da esfera da circulação, objetivamente, como preten-
Dicesto Eco^•ó^uco
do Controle Monetário PnoF. DjACiR Menezes
(Catedrático da Universidade do Brasil)
RAÇAS a sua simplici dade e fácil compreen
mentos, superando as necessidades do
I
127
Entretanto, bastaria a consideração de
movimento por intermédio dos instru
que muitos pagamentos são realizados sem que interfira a moeda manual ou
mentos monetíírios, cujas funções já assi
efetiva para que sc percebesse a dife
numa interconeXão cambiante e comple xa. Ora, aquele poder de compra não
rença. Graças ao crédito, a quantidade dos "meios de pagamento" para liqui dação de dívidas entre os agentes que lideram o processo econômico pode de-
naladas se destacam e se desdobram,
é resultado de prescrição da autoridade monetária: êle não nasce na esfera da
definido, um complexo de funções que
lise pode ainda aprofundar mais aque
circulação. O que a autoridade emissionista pode fazer é fabricar os sinais materiais que exprime aquêle poder
seria necessário tornar mais explícitas. Não liá nisso qualquer novidade, c a
las distinções: as restrições do crédito,
aquisitivo, mas não cria jamais sua fôrça
Irving Fisher e outros
própria. Esta, que é o "poder de com
economistas modernos,
análise teórica desde muito clareou so
as mercadorias acumuladas, estagnando os mercados, o declínio da prociu-a, aumentam a necessidade de efetuar pa gamentos em moeda. Então aparecem
são, a teoria quantitati va da moeda, na for mulação que lhe deu
ganhou ràpidamente as inteligências. Passou a servir de base ao raciocínio dos que, sem longo trato com os assuntos
monetários, examinam o panorama fi nanceiro do pais à cata de remédios para os males da inflação. A maioria dos políticos eventualmente dedicados aos
debates sôbre nossa moeda e crédito, com o objetivo de formular legislativa mente uma solução, tende a adotar me
didas singelas, que se inspiram nas con siderações quantitativistas.
Assim, no fundo de todos aqueles ra ciocínios, está sempre o postulado fun
damental — o vãloT dü moeda depende de sua quantidade e de st/a velocidade
de circulação. O fator "velocidade" é, contudo, um pouco obscurecido; os da dos estatísticos informam de modo mais
preciso sobre o volume do potencial monetário.
%'olumo dc transações existentes, alribmse à moeda cm circulação, de modo in
bejamente o toma. Entretanto, nas dis cussões travadas cm torno dêlc, nestes
crescer.
Nos períodos de crise, a aná
pra", se revela em face das utilidades elaboradas no ato da troca. Do confron-
to entre a moeda, de um lado, e as
últimos anos, enlrt; nós tem sido esque cida essa preliminar. Para completo en tendimento da questão, tomamos a ini ciativa de relembrar perfunctòriamente
mais nitidamente as funções do dinhei
mercadorias e serviços, de outro, resulta
ro como meio de cOmpra e como meio de pagamento, exigidas em desiguais in-
a relação que traduz a eficácia aquisi
tensídades. E da massa total de dinhei
fonte emissora, à ordem do Estado. Ora,
as lições dos mestres.
ro existente se diferenciam as suas por ções que atendem àquelas duas funções
forma simplificada, que as variações de
Nota sôbre as funções da jrwcda "Medida de valor ou denominador co
pretende a teoria quantitativa, na sua
diferentes, discriminando-se de outras
volume do potencial monetário se cone-
porções que atendem ainda às demais
lacionam às variações de valor da moeda,
porquanto atendem a determinado volu me de transações em certo período. Para corrigir essa singeleza, que esque-
mum, meio de troca, reserva de valor
funções assumidas pelos signos monetá
ou instrumento do poupança, tais são as
rios dentro do processo de circulação da
três funções da moeda, que acabamos
riqueza.
de evidenciar em sua ordem histórica e
tiva dos sinais lançados à circulação pela
Todos os fenômenos apontados se ma
matiza demais os fenômenos estudados,
introduzem-se às vêzes raciocínios qua
em sua ordem lógica, simultáncamente"
nifestam na esfera da circulação. Como
— ensina Baudin. (1).
instrumento de poupança ou reserva de valor, conforme o discrime citado, pode
litativos. Reclamam que se considerem também os fatòres psicológicos: os há
ríamos considerar também o fato de
bitos coletivos no trato com a moeda,
A análise de
cada uma daquelas funções pode ser encontrada em qualquer compêndio da matéria, dispensando-nos dc alongá-las aqui. O que temos em vista 6 exami
tomar-se possível retirar poder de com
as praxes bancárias, a difusão maior
pra do processo geral de trocas. Ven
ou menor da moeda escriturai, a tradi
nar certas confusões e equívocos entre
dendo mercadorias, o negociante conver
ção do povo em que se observam tais
contra os inflacionistas e a inflação parte daquele pressuposto teórico. Claro que
aquelas funções aSvSinaladas à moeda o as formas que revestem o "capital-dinheiro", na argumentação corrente sobre
te-as, de sua forma mercadoria à forma
fenômenos etc. (2).
não nos propomos aqui negar aquelas evidências teóricas, mas apenas mostrar
lhor esclarecer o assunto, é conveniente
Todo o rebate que vibrou os ares
algiunas sutilezas e aspectos do proble ma, que nos distancia um bocado daque las soluções tiradas linearmente de sim
plificações lógicas excessivas, Quando se fala na abundância dos meios de paga
os malefícios da inflação. A fim de me acentuar outra função, até certo ponto
implícita nas três indicadas: a de meio de pagamento. AJguns subsumem esta função na do meio de troca ou meio de circulação.
dinheiro (continuando sempre capital). Poderá sustar novas compras, o que faz em momentos que julga oportuno. Neste
caso, as vendas superariam as compras, ficando em suspenso certo volume de "poder de compra", o que pode ser fator de desajustamento na dinâmica cir. culatória.
Tal fato não deixaria de re
percutir sôbre a massa da riqueza em
Os investimentos comandam a poupança É estranho que se abra margem àquelas ponderações sôbre aspectos qualitati\'os, que interferem na marcha dos fenômenos de forma acidental — e se
esqueçam distinções mais importantes, que se pronunciam dentro da esfera da circulação, objetivamente, como preten-
MU "jii.
rs^
jiiw
T
128
DiOESTO ECONÓNflCO
aemos acentuar há pouco. Porque, ape
sar de SC aludir às diversas fun(,ões que a moeda exerce dentro do processo ge
Dicesto Econômico
ria investido cm bcn.s e .serviç-os produti vos, no processo real da elaboração da ri_
cala, estão nas próprias emprêsas, isto é, nos próprios capitais concentrados, onde se efetua a criação da poupança produtiva, onde se criam mais elemen
qucza, diminuindo o volume de poder
ral das trocas, ao passar ao exame das conseqüências inflacíonárias e das alte rações e perturbações correlatas aos
do compra destinado ao.s bens de con sumo. Kcynes tom uni do.s seus méritos
efeitos da conjuntura, aquelas discrimina,
entre a poupança r o inccslimcnto-, via
ções são postas de lado.
129
A retirada de poder de compra sob a forma dinheiro, entretanto, é inteira
mente diferente; aquela forma simbólica
do valor não foi produzida com custos
tos encaminhados aos investimentos fu
iguais ao valor que exprime. Destarte,
subtrai-se uma quantidade de poder de
de regra parte da poupança não se des
turos. A aquisição de ações de trabalho, a aquisição de ações por poupança indi vidual dos participantes do proces.so pro.
Não se deve confundir a necessidade
tina a investimentos, ficando ociosa ou
dutivo, apreciável em épocas de prospe
respondente de bens em circulação. Era,
de poder de compra que experimenta a massa de consumidores finais, compos
aguardando con.sumo diverso. Ainda maí.s: êlc mostrou epie o investimento condicionava o poupança. A taxa de in
ridade e cm países de nível de vida
aliás, a mesma observação que muitos
alto, é c.stimulada pelas instituições de tnvestimonto adaptadas à coleta das
anos antes de Cole já havia feito Cesell.
vestimento era que incentivava a pou
poupanças fora daquela área citada.
importância dos trabalhos de Cesell nes
pança produtiva, ou a debilita\'a, e não
Mas, assim mesmo, em proporção que
vice-versa.
não autoriza grandes possibilidades. Constituem afluentes menores, que fà-
sa esfera. (4). A obser\'ação, aliás, já vem sendo feita por vários economistas que discrepavam dos postulados clássi cas nòs moldes ricardiauos, a partir de Malthus... J. H. Hobson, que se inclui
ta dos salariados em geral e de todos que vivem de ingressos oriundos do trapropriedade, com a carência
de capital-dinheiro" que sente o comer, cíante ou o industrial, para movimentar
o processo produtivo. Há diferentes pro
curas do dinheiro como meios de paga mento, como meios de compra, como capital. Pode ser conveniente, em dado
instante, interferir variadamente naque las funções, porém de mo
mais rclevanlcs ao expor a desigualdade
De qua'quer modo, o que sc deve ter sob forma monetária, oriundo das ativi
em capitais reais, que vão renovar e am
Insuficiência do poder de compra
pliar os quadros e o equi
por meras sugestões dos in
te. Sob a forma dinheiro ôle não se confunde com o
dinheiro que circula, de sempenhando outras fun ções completamente dife-
mais ao interesse público, que nem sempre se confun
rcnte.s nas mãos dos consu
de com os objetivos priva
midores, à cata de bens
dos do capital.
indispen.sáveis à existência. Ao passar para as mãos dos
A poupança, implicando
que exprimem a acumulação da riqueza.
dades produtivas, atravé.s dos mercados, pamento produtivo existen
ferir de modo a atender
ses; não seriam suficientes para forma ção do rio caudaloso dos investimentos
cesso pelo qual se transformam os capitais
do específico, e.não apenas teressados na lucratividade de suas empresas. Inter
cilmente se estancam nos verões das cri
em vista no problema referido é o pro
O poder aquisitivo manifesta-se em fa ce da quantidade das mercadorias e ser viços pelos quais se troca a moeda, como todo mundo sabe. 1
I
Ora, a diminuição
da quantidade de moeda pela sua re tirada da circulação, sob forma de pou pança, determinaria modificação no po der aquisitivo; o nível de preços vigorante se ajustará ao menor volume de
retirada de poder aquisiti vo da circulação, prepara
que trabalham, como retri
"dinheiro efetivo".
buição, e constituindo in
ria as condições para o in
gresso dc salariados — já
vestimento, que
não é mais o mesmo, per
igualava o poder de compra com a pro cura: esta investia o poder de que dispunlia em bens de produção e bens de
seria
a
criação de novos capitais. Assim falava
deu os caracteres de capital que tinha
a análise clássica. Explicavam-se as ori
quando era reservado ao pagamento do trabalho; porque deixou de ser fator da produção, fracionando-se e perdendo
gens do capital ná abstenção que permi tia acumular: desde que os gastos indi viduais não consumiam todo.s ingressos, o excedente facultaria a formação de novos capitais, sob a forma simbólica de dinheiro, isto é, poder de compra que se
aquela destinação e individualidade: passa a ser meio de compra, meio de
A econoiiiia clássica
consumo. Os custos de produção e o poder aquisitivo compensavam-se, equi-
librando-se. Os efeitos ocasionados pelo entesouramento de objetos preciosos dis persavam-se, não obstante seus custos
de produção terem ocasionado ingressos
circulação e pagamento. As fontes de
variados, como muito bem analisa G.
novos investimentos, em sua maior es-
D. H. Cole. (3).
compra do mercado, deixando, como
assinala aquele autor, a quantidade cor
Lord Ke)'nes apontou, com destaque, a
entre esses econonxistas heréticos, acre
ditava que o lucro exagerado, promoven do acumulação, realizando poupança, subtraía poder de compra da circulação, destruía poder dc compra. Major Dou glas, da mesma linhagem rebelde de
economistas, falou na destruição de po der de compra pela poupança. Ê dele o teorema a -1- h, que Cole utiliza ainda no seu último Ihio. (5).
Vem enun
ciado com mais precisão em The Mono-
pole of Credit, e pode ser resumido assim:
Os pagamentos, nas emprêsas, podem ser divididos em dois grupos: grupo o, compreendendo os salários e dividendos
e demais custos internos; e grupo b, compreendendo pagamentos a outras emprêsas pela matéria-prima, despesas de banco e outros custos e.xicrnos.
O
poder de compra distribuído aos indiví duos consta dos ingressos a; os preços, entretanto, na sua formação, resultam
de todas as despesas, portanto, de a b. Como é possível com o poder de compra gerado por a, adquirir o -j- h?
MU "jii.
rs^
jiiw
T
128
DiOESTO ECONÓNflCO
aemos acentuar há pouco. Porque, ape
sar de SC aludir às diversas fun(,ões que a moeda exerce dentro do processo ge
Dicesto Econômico
ria investido cm bcn.s e .serviç-os produti vos, no processo real da elaboração da ri_
cala, estão nas próprias emprêsas, isto é, nos próprios capitais concentrados, onde se efetua a criação da poupança produtiva, onde se criam mais elemen
qucza, diminuindo o volume de poder
ral das trocas, ao passar ao exame das conseqüências inflacíonárias e das alte rações e perturbações correlatas aos
do compra destinado ao.s bens de con sumo. Kcynes tom uni do.s seus méritos
efeitos da conjuntura, aquelas discrimina,
entre a poupança r o inccslimcnto-, via
ções são postas de lado.
129
A retirada de poder de compra sob a forma dinheiro, entretanto, é inteira
mente diferente; aquela forma simbólica
do valor não foi produzida com custos
tos encaminhados aos investimentos fu
iguais ao valor que exprime. Destarte,
subtrai-se uma quantidade de poder de
de regra parte da poupança não se des
turos. A aquisição de ações de trabalho, a aquisição de ações por poupança indi vidual dos participantes do proces.so pro.
Não se deve confundir a necessidade
tina a investimentos, ficando ociosa ou
dutivo, apreciável em épocas de prospe
respondente de bens em circulação. Era,
de poder de compra que experimenta a massa de consumidores finais, compos
aguardando con.sumo diverso. Ainda maí.s: êlc mostrou epie o investimento condicionava o poupança. A taxa de in
ridade e cm países de nível de vida
aliás, a mesma observação que muitos
alto, é c.stimulada pelas instituições de tnvestimonto adaptadas à coleta das
anos antes de Cole já havia feito Cesell.
vestimento era que incentivava a pou
poupanças fora daquela área citada.
importância dos trabalhos de Cesell nes
pança produtiva, ou a debilita\'a, e não
Mas, assim mesmo, em proporção que
vice-versa.
não autoriza grandes possibilidades. Constituem afluentes menores, que fà-
sa esfera. (4). A obser\'ação, aliás, já vem sendo feita por vários economistas que discrepavam dos postulados clássi cas nòs moldes ricardiauos, a partir de Malthus... J. H. Hobson, que se inclui
ta dos salariados em geral e de todos que vivem de ingressos oriundos do trapropriedade, com a carência
de capital-dinheiro" que sente o comer, cíante ou o industrial, para movimentar
o processo produtivo. Há diferentes pro
curas do dinheiro como meios de paga mento, como meios de compra, como capital. Pode ser conveniente, em dado
instante, interferir variadamente naque las funções, porém de mo
mais rclevanlcs ao expor a desigualdade
De qua'quer modo, o que sc deve ter sob forma monetária, oriundo das ativi
em capitais reais, que vão renovar e am
Insuficiência do poder de compra
pliar os quadros e o equi
por meras sugestões dos in
te. Sob a forma dinheiro ôle não se confunde com o
dinheiro que circula, de sempenhando outras fun ções completamente dife-
mais ao interesse público, que nem sempre se confun
rcnte.s nas mãos dos consu
de com os objetivos priva
midores, à cata de bens
dos do capital.
indispen.sáveis à existência. Ao passar para as mãos dos
A poupança, implicando
que exprimem a acumulação da riqueza.
dades produtivas, atravé.s dos mercados, pamento produtivo existen
ferir de modo a atender
ses; não seriam suficientes para forma ção do rio caudaloso dos investimentos
cesso pelo qual se transformam os capitais
do específico, e.não apenas teressados na lucratividade de suas empresas. Inter
cilmente se estancam nos verões das cri
em vista no problema referido é o pro
O poder aquisitivo manifesta-se em fa ce da quantidade das mercadorias e ser viços pelos quais se troca a moeda, como todo mundo sabe. 1
I
Ora, a diminuição
da quantidade de moeda pela sua re tirada da circulação, sob forma de pou pança, determinaria modificação no po der aquisitivo; o nível de preços vigorante se ajustará ao menor volume de
retirada de poder aquisiti vo da circulação, prepara
que trabalham, como retri
"dinheiro efetivo".
buição, e constituindo in
ria as condições para o in
gresso dc salariados — já
vestimento, que
não é mais o mesmo, per
igualava o poder de compra com a pro cura: esta investia o poder de que dispunlia em bens de produção e bens de
seria
a
criação de novos capitais. Assim falava
deu os caracteres de capital que tinha
a análise clássica. Explicavam-se as ori
quando era reservado ao pagamento do trabalho; porque deixou de ser fator da produção, fracionando-se e perdendo
gens do capital ná abstenção que permi tia acumular: desde que os gastos indi viduais não consumiam todo.s ingressos, o excedente facultaria a formação de novos capitais, sob a forma simbólica de dinheiro, isto é, poder de compra que se
aquela destinação e individualidade: passa a ser meio de compra, meio de
A econoiiiia clássica
consumo. Os custos de produção e o poder aquisitivo compensavam-se, equi-
librando-se. Os efeitos ocasionados pelo entesouramento de objetos preciosos dis persavam-se, não obstante seus custos
de produção terem ocasionado ingressos
circulação e pagamento. As fontes de
variados, como muito bem analisa G.
novos investimentos, em sua maior es-
D. H. Cole. (3).
compra do mercado, deixando, como
assinala aquele autor, a quantidade cor
Lord Ke)'nes apontou, com destaque, a
entre esses econonxistas heréticos, acre
ditava que o lucro exagerado, promoven do acumulação, realizando poupança, subtraía poder de compra da circulação, destruía poder dc compra. Major Dou glas, da mesma linhagem rebelde de
economistas, falou na destruição de po der de compra pela poupança. Ê dele o teorema a -1- h, que Cole utiliza ainda no seu último Ihio. (5).
Vem enun
ciado com mais precisão em The Mono-
pole of Credit, e pode ser resumido assim:
Os pagamentos, nas emprêsas, podem ser divididos em dois grupos: grupo o, compreendendo os salários e dividendos
e demais custos internos; e grupo b, compreendendo pagamentos a outras emprêsas pela matéria-prima, despesas de banco e outros custos e.xicrnos.
O
poder de compra distribuído aos indiví duos consta dos ingressos a; os preços, entretanto, na sua formação, resultam
de todas as despesas, portanto, de a b. Como é possível com o poder de compra gerado por a, adquirir o -j- h?
>inm D»cesto EcoNÓinm
130
Haverá, por conseqüência, uma insufi
ciência continuada de poder de compra. Em outras palavras, o que se está apon tando é um desequilíbrio entre as fun ções de dinheiro como melo de circula'
çõo e como meio de poujyança. Para Silvio Gesell, utilizar o dinheiro como meio de poupança é justamente onde
está o pecado capital, que originará as perturbações econômicas mais sérias. Porque tal função não é da essência do dinheiro, na sua opinião:
"O dinheiro foi criado para facilitar
ao produtor o intercâmbio de seus pró prios produtos pelos de outros produ tores. £, pois, um meio de troca e nada
doria. que constitui ingressos que fun cionam no processo de circulação da ri
queza como c:ipit:i!. Daqueles ingressos há parcelas que se destinam a remunt'^
rações di\'crsns que, por suas destinnçôí^ próprias, tornam-se simples meio de cir culação, poder de compra determinadas.
pela poupança, com a venda sem a
I>ICE9TO ECOXÓMTCO
181
ria e com sub-rogados do dinheiro são
das, em primeira linha, dos estoques
de alto vulto nas atividades dos negó
que Se acumularam para tais finalida des segundo as ricissitudes de seu ba lanço dc pagamentos. Nos Estados Uni
cios.
Nesse estado dc coisas, o coman
do do volume monetário, coube ás ins-
tituiçüc.s crcditícias, que multiplicam a moeda como as caixas de ressonância
dos, admirável país hoje credor do uni verso ci\ili2ado, com capitais refugiados em larga proporção, o fluxo melalista
Confessamo.s a dificuldade da anáHse.
multiplicam os sons. Tudo isso condu ziu à prevalência dessas instituições so bre a comunhão econômica, procurando
porque essas categorias não podem ser
seus teóricos conferir-lhes a dignidade de
tornando os preços, se não fóssem ado
fi.xadas de modo tão rígido, passando,
controladores supremos da vida mate
fluidícamcnte, do uma fonna a outra,
rial duma nação.
tadas as medidas de "esterilização" do ouro. Suo condições excepcionais, pois
dentro da dinâmica do próprio sistema econômico.
Em conseqüência dessa evolução crescente, passou-se a ver nas superestruturas monetárias a fonte do bem e do
O gratule papel das instituições
mal que se manifestavam na economia
de crédito
das nações civilizadas do ocidente. A necessidade de centralizar o crédito,
No mundo econômico em que nve-
coordenando o sistema bancário em tor
mais". (6).
A interrupção do processo, operada
I
mos, tais fenômenos monetários esca
pariam à nossa compreensão se não le vássemos cm conta o pnpel es,sencial que
no de um órgão que efetive a política econômica cio governo, orientando-a, ge-
influiria perturbadoramente sobre a
oferta dos meios de pagamento, trans tais fatos não se verificaram era nenhum
outro país; o xaiUo de capitais é tão
crescido dentro da nação que sua expor tação começa a surgir como uma neces
sidade indeclinável para os grupos liderantes dc suas finanças. Quando os Estados Unidos abandonaram o pa drão-ouro, em 1933 (dois anos depois
da Inglaterra tê-lo feito), as cau.sas do ^
conseqüente compra, é o obstáculo que impedira o curso sereno do processo cir culatório. Raciocinando nesse diapasão, chegou a distinguir, na expressão pro
desempenha o crédito através das ins-
os desequilíbrios de preços, as crises, as
tituiçõc.s bancárias mais desenvolvidas.
instabilidadcs do valor da moeda com
cura de dinheiro, çluas necessidades de dinheiro que não se devem confundir: a
Porque é o crédito que permitiu cele ridade nos processos de circulação das
tral passou a ser • a grande panacéia.
lorizado. A lição que decorre para os
Como, porém, fios sutis teimam em prender essa política a velhas concep ções metalistas, nem toclos os teóricos do
estudiosos do funcionamento do estaláo metálico é a seguinte: o celebrado au-
tomatismo de funcionamento já teve seu
Banco Central se emanciparam do ourò
tempo. O codiecimento dos mecanis
procura de dinheiro como meio de pdrmuta e como capital. Quando o comer
ciante faz empréstimos no banco - diz Gesell — não realiza nenhuma troca:
promete devolver dinheiro. Os emprés timos do Estado, idem; dinheiro atual contra dinheiro futuro. Tal procura não é a procura de meios de circulação. Esta surge quando se oferece a mercadoria.
Para ele, só a mercadoria traduz a pro cura de dinheiro como meio circulante.
Desta maneira, o comerciante que des conta uma letra no banco, procura ca pital; e quando oferece suas mercadorias, procura meio circulante. Desconhece Gesell que o total de mercadoria que o comerciante põe
venda é capital sob a forma de merca
mercadorias, nas transformações do ca
pital dentro do quadro onde se realiza a criação de bens materiais. Permitindo cindir os atos de compra e os atos de
rou uma ilusão suplementar: a de curar
medidas dessa natureza. O Banco Cen
mesmo ato nas duas nações foram muito
diversas. O comportamento diante do ^ va'or em ouro de suas respectivas moe das foi diferente; o dólar foi des\'a-
venda, intercalando entre êles determina
como a moeda universal, a verdadeira
mos relativos à moeda, ao crédito, aos
dos períodos de tempo, abriu espaço á e.speculação e á criação de outras formas
moeda, conforme lhe chama o economis
insÜtutos bancários, às inversões e pou
ta argentino Roque Gondra.
simbólicas da riqueza.
A concentração social dos nieio,s de
produção, que o mecanismo da sociedade por ações facultou maravilhosamente, formou ês.ses organismos colossais que, passo a passo, cvolveram e permitiram u produção em escala jamais atingida pela humanidade.
A massa de papéis de
crédito que aflui aos mercados respecti vos cresceu extraordinariamente; os pa
gamentos efetuados com moeda bancá
Demoremos um pouco a análise nesse
aspecto da questão.
pança, autorizam os governos a toma
rem em mãos a direção completa da polí tica monetária, através de bancos centrais,
afastando de vez a velha ilusão dos m-
O valor do nosso papel-moeda
tahstas. A resistência contra esse ponto de vista nao é mais de ordem puramen-
Na política do padrão-ouro, a quanti
te doutrinaria. Ela nasce de interfases
dade de metal amarelo existente no
ligados à finança especulativa, mas que
Banco Central passa a determinar a
atenta contra os interêsses verdadeira-
grandeza da massa monetária que fun
mente nacionais das fontes da riqueza,
ciona como dinlieiro "efetivo". Êste so
da nossa agricultura e indústrias em de-
fre as restrições e as oscilações oriun
senvolvimento. Por que moüvos deixar
,
i
>inm D»cesto EcoNÓinm
130
Haverá, por conseqüência, uma insufi
ciência continuada de poder de compra. Em outras palavras, o que se está apon tando é um desequilíbrio entre as fun ções de dinheiro como melo de circula'
çõo e como meio de poujyança. Para Silvio Gesell, utilizar o dinheiro como meio de poupança é justamente onde
está o pecado capital, que originará as perturbações econômicas mais sérias. Porque tal função não é da essência do dinheiro, na sua opinião:
"O dinheiro foi criado para facilitar
ao produtor o intercâmbio de seus pró prios produtos pelos de outros produ tores. £, pois, um meio de troca e nada
doria. que constitui ingressos que fun cionam no processo de circulação da ri
queza como c:ipit:i!. Daqueles ingressos há parcelas que se destinam a remunt'^
rações di\'crsns que, por suas destinnçôí^ próprias, tornam-se simples meio de cir culação, poder de compra determinadas.
pela poupança, com a venda sem a
I>ICE9TO ECOXÓMTCO
181
ria e com sub-rogados do dinheiro são
das, em primeira linha, dos estoques
de alto vulto nas atividades dos negó
que Se acumularam para tais finalida des segundo as ricissitudes de seu ba lanço dc pagamentos. Nos Estados Uni
cios.
Nesse estado dc coisas, o coman
do do volume monetário, coube ás ins-
tituiçüc.s crcditícias, que multiplicam a moeda como as caixas de ressonância
dos, admirável país hoje credor do uni verso ci\ili2ado, com capitais refugiados em larga proporção, o fluxo melalista
Confessamo.s a dificuldade da anáHse.
multiplicam os sons. Tudo isso condu ziu à prevalência dessas instituições so bre a comunhão econômica, procurando
porque essas categorias não podem ser
seus teóricos conferir-lhes a dignidade de
tornando os preços, se não fóssem ado
fi.xadas de modo tão rígido, passando,
controladores supremos da vida mate
fluidícamcnte, do uma fonna a outra,
rial duma nação.
tadas as medidas de "esterilização" do ouro. Suo condições excepcionais, pois
dentro da dinâmica do próprio sistema econômico.
Em conseqüência dessa evolução crescente, passou-se a ver nas superestruturas monetárias a fonte do bem e do
O gratule papel das instituições
mal que se manifestavam na economia
de crédito
das nações civilizadas do ocidente. A necessidade de centralizar o crédito,
No mundo econômico em que nve-
coordenando o sistema bancário em tor
mais". (6).
A interrupção do processo, operada
I
mos, tais fenômenos monetários esca
pariam à nossa compreensão se não le vássemos cm conta o pnpel es,sencial que
no de um órgão que efetive a política econômica cio governo, orientando-a, ge-
influiria perturbadoramente sobre a
oferta dos meios de pagamento, trans tais fatos não se verificaram era nenhum
outro país; o xaiUo de capitais é tão
crescido dentro da nação que sua expor tação começa a surgir como uma neces
sidade indeclinável para os grupos liderantes dc suas finanças. Quando os Estados Unidos abandonaram o pa drão-ouro, em 1933 (dois anos depois
da Inglaterra tê-lo feito), as cau.sas do ^
conseqüente compra, é o obstáculo que impedira o curso sereno do processo cir culatório. Raciocinando nesse diapasão, chegou a distinguir, na expressão pro
desempenha o crédito através das ins-
os desequilíbrios de preços, as crises, as
tituiçõc.s bancárias mais desenvolvidas.
instabilidadcs do valor da moeda com
cura de dinheiro, çluas necessidades de dinheiro que não se devem confundir: a
Porque é o crédito que permitiu cele ridade nos processos de circulação das
tral passou a ser • a grande panacéia.
lorizado. A lição que decorre para os
Como, porém, fios sutis teimam em prender essa política a velhas concep ções metalistas, nem toclos os teóricos do
estudiosos do funcionamento do estaláo metálico é a seguinte: o celebrado au-
tomatismo de funcionamento já teve seu
Banco Central se emanciparam do ourò
tempo. O codiecimento dos mecanis
procura de dinheiro como meio de pdrmuta e como capital. Quando o comer
ciante faz empréstimos no banco - diz Gesell — não realiza nenhuma troca:
promete devolver dinheiro. Os emprés timos do Estado, idem; dinheiro atual contra dinheiro futuro. Tal procura não é a procura de meios de circulação. Esta surge quando se oferece a mercadoria.
Para ele, só a mercadoria traduz a pro cura de dinheiro como meio circulante.
Desta maneira, o comerciante que des conta uma letra no banco, procura ca pital; e quando oferece suas mercadorias, procura meio circulante. Desconhece Gesell que o total de mercadoria que o comerciante põe
venda é capital sob a forma de merca
mercadorias, nas transformações do ca
pital dentro do quadro onde se realiza a criação de bens materiais. Permitindo cindir os atos de compra e os atos de
rou uma ilusão suplementar: a de curar
medidas dessa natureza. O Banco Cen
mesmo ato nas duas nações foram muito
diversas. O comportamento diante do ^ va'or em ouro de suas respectivas moe das foi diferente; o dólar foi des\'a-
venda, intercalando entre êles determina
como a moeda universal, a verdadeira
mos relativos à moeda, ao crédito, aos
dos períodos de tempo, abriu espaço á e.speculação e á criação de outras formas
moeda, conforme lhe chama o economis
insÜtutos bancários, às inversões e pou
ta argentino Roque Gondra.
simbólicas da riqueza.
A concentração social dos nieio,s de
produção, que o mecanismo da sociedade por ações facultou maravilhosamente, formou ês.ses organismos colossais que, passo a passo, cvolveram e permitiram u produção em escala jamais atingida pela humanidade.
A massa de papéis de
crédito que aflui aos mercados respecti vos cresceu extraordinariamente; os pa
gamentos efetuados com moeda bancá
Demoremos um pouco a análise nesse
aspecto da questão.
pança, autorizam os governos a toma
rem em mãos a direção completa da polí tica monetária, através de bancos centrais,
afastando de vez a velha ilusão dos m-
O valor do nosso papel-moeda
tahstas. A resistência contra esse ponto de vista nao é mais de ordem puramen-
Na política do padrão-ouro, a quanti
te doutrinaria. Ela nasce de interfases
dade de metal amarelo existente no
ligados à finança especulativa, mas que
Banco Central passa a determinar a
atenta contra os interêsses verdadeira-
grandeza da massa monetária que fun
mente nacionais das fontes da riqueza,
ciona como dinlieiro "efetivo". Êste so
da nossa agricultura e indústrias em de-
fre as restrições e as oscilações oriun
senvolvimento. Por que moüvos deixar
,
i
132
Dicesto Ecokónuco
que os acasos de uma maior ou menor quantidade de ouro seja a base que de
informava para o c.xtcrior: "Na Europa
termine a maior ou menor quantidade
aumento de notas inconvcrsix"eis determinas.se um mellioramcnto sensível nas
de dinheiro efetivo?
Há muitos anos, o Visconde de Mauá escrevia no seu ensaio sôbre o nosso
meio circulante estas palavras corajosas:
Digesto Eco^íó^aco
Discutimos aqui sòmentc o aspecto interno de nossa moeda. O problema
mal se poderá compreender que nm
condições monetárias déste país". (8). Determitiação do volume monetário
"A história dêsse meio circulante nos
faz saber que, não obstante ser ê'e
papel inconversível, tem tido, não pou cas vêzes, valor muito superior ao ouro, fato único também na história finan
ceira das nações.. O que representa êssc papel, em última análise? O crédito do
Brasil representado nesses múltiplos e multiplicados elementos, que criarão a riqueza que existe e farão aparecer a
grandiosa riqueza futura, de que mais ousada compreensão não pode fixar o algarismo.(7),
"O papel de crédito firmado pela na ção brasileira não pode ser inferior a nenhum".
Atestava o grande industrial e ban
queiro que nosso país dispensara as es pécies metálicas desde a aurora de sua
vida, como nação — e que, mau grado os malsinadores que repetem lições de eco nomistas voltados sôbre quadros econô
micos onde vigoram outros interêsses, todo o desenvolvimento da riqueza do país se fazia sob os auspícios e propulsão daquele papel-moeda tão caluniado. E que em nossa história financeira andavam os teóricos tão cegos e com ouvidos tão
azoinados pela cantílena estranha que não souberam o que significava um pa pel-moeda CUJO valor subiu, anormal
133
fundamental será: de qual volume de po.
crédito, mas cujas raízes estão, na rea
tencial monetário precisamos? E para essa determinação não temos que re correr a qualquer argumentação sôbre o ouro depositado no futuro Banco Central
lidade, na esfera onde se criam os bens
ou no atual Banco do Brasil.
base para determinação das causas dos
Temos,
num certo momento, um nível de preços que revela um poder aquisitivo existen te em certa base, que está correlaciona do com outras grandezas de ordem eco-
Se volvemos a tai.s argtjmcntos arcai cos é porque em pleno Parlamento bra sileiro e em pleno moado..do século XX ainda veneráveis financistas, debatendo
nómico-financcira: volume de importa
proj'etos dc lei, demonstram preferên
lizador de nos.sos melhores empreendi mentos industriais c bancários. Julga
ção, dc exportação, moxamento de ca pitais — com o.s cIemcnto.s fundamentais de nosso balanço dc pagamentos. Há fatores mais próximos, outros mais re
mos, entretanto, que boa maioria de es-
motos.
cias metalistas j'á refutadas por Mauá. E êle olhava o meio nacional como rea
Êsso volume monetário é condi
cionado em primeira plana pela política de oferta de credito, que, por sua vez, condiciona a quantidade de dinheiro efe
tudio.so.s, em nos.sa representação popu lar, já se distanciaram dessas concepções. Todos compreendemos que são outras as determinações da política monetária e
perprodução, de desequilíbrios que .«su pomos nascer na esfera da moeda e do
tivo de que se precisa para a circulação
dc produção e consumo. Êste ponto de vista reclama melhor
obser\*ação das fòrças produtivas, como males buscados no terreno abstrato das
especulações monetárias.
E pretende
ligar as indagações sôbre o volume de
moeda e.xigido na circulação das mer cadorias.
A deflação e as indústrias: o problema teórico
As dificuldades do problema surgem ainda maiores quando se obseivam os
métodos rlv;trados para estabelecer a velocidade da moeda manual e da moe
da bancária, indispensável na determina
ção do "volume". Sabe-se que uma ^
bancária de que necessitamos. Nós te-
— opinam Hawtrey, Robertson e outros
quantidade de moeda poderá financiar ^
mo.s um sistema monetário secularmen
grandes estudiosos. As necessidades que
te desprendido de lastro metálico. As tentativas feitas ainda mais comprovam a
determinam o "quantum" de dinheiro em
üm maior número de operações se sua velocidade média aumentar. Ademais, a velocidade e a quantidade de moeda não são senão dois aspectos bem conexos
relutância e impossibilidade de contra riarmos essa tendência espontânea do no.sso desenvolvimento. Para as trocas internacionais, o ouro continua desem
penhando papel assegurado pelas potên cias interessadas no seu prestígio — mas não se pode negar que o espírito de
equidade nas trocas entre nações industriais e nações atrasadas e agrícolas ten da a recorrer a outras formas e proces
sos de ajustamentos econômicos. (9).
I
(
movimento originam-se do processo de produção, eni última análise. A esse proce.sso ajustam-se os instrumentos cria dos pelos bancos e pela autoridade mo netária. Os e.specíalístas da moeda per dem de vista as relações reais do pro
do mesmo fenonieno. Nesse ponto, o aperfeiçoamento matemático das fórmu
las conseguidas por alguns estudiosos
dei,xa-nos sempre cópticos quanto à sua
cesso e absorvem-se na reflexão das for
fidelidade no retratar as íntimas rela
mas abstratas a que atinge a riqueza
ções que constituem o processo analisa
.social, nas suas representações simbóli
do. Quanto aos depósitos bancários, por
cas: o dinheiro e as modalidades credi-
exemplo, nao é possivel estabelecer ri
tícias. O processo de produção e re produção social alargou e aprofundou sua base no crédito, que pareceu a
ção
gorosamente sua veloeidade de circula
maneira do cjue se fax com o
dmheiro efetivo. Ademais, esses depó
mente, em dado instante, acima do
Apesar de tudo que invocamos, pro jeta-se a nossa moeda-ouro, o cruzei-
ouro..• Noutras palavras, as e.xigências da circulação da riqueza eram de
ro-ouro — em meio da maior seriedade!
muitos ser o motor da vida econômica. A maioria das transações movimenta-se
E uma vasta gargalhada não sacode êste
sob ação dos meios criados artificialmen
que, muitas vêzes, escapam ao registro
tal ordem que se presenciavam fenô
país numa convulsão dolorosa de riso!
te, estendendo as áreas de compras e
estatístico.
vendas além das necessidades da socie
Apesar de tudo, é praticamente possí vel paibr de certa estrutura de preços
menos raros. E um comerciante estran
geiro, observando o fato em nossa praça.
* *
dade.
Aparqçem possibilidades de su
sitos sao de natureza diversa - e compensam-se, e circulam em circunstâncias
132
Dicesto Ecokónuco
que os acasos de uma maior ou menor quantidade de ouro seja a base que de
informava para o c.xtcrior: "Na Europa
termine a maior ou menor quantidade
aumento de notas inconvcrsix"eis determinas.se um mellioramcnto sensível nas
de dinheiro efetivo?
Há muitos anos, o Visconde de Mauá escrevia no seu ensaio sôbre o nosso
meio circulante estas palavras corajosas:
Digesto Eco^íó^aco
Discutimos aqui sòmentc o aspecto interno de nossa moeda. O problema
mal se poderá compreender que nm
condições monetárias déste país". (8). Determitiação do volume monetário
"A história dêsse meio circulante nos
faz saber que, não obstante ser ê'e
papel inconversível, tem tido, não pou cas vêzes, valor muito superior ao ouro, fato único também na história finan
ceira das nações.. O que representa êssc papel, em última análise? O crédito do
Brasil representado nesses múltiplos e multiplicados elementos, que criarão a riqueza que existe e farão aparecer a
grandiosa riqueza futura, de que mais ousada compreensão não pode fixar o algarismo.(7),
"O papel de crédito firmado pela na ção brasileira não pode ser inferior a nenhum".
Atestava o grande industrial e ban
queiro que nosso país dispensara as es pécies metálicas desde a aurora de sua
vida, como nação — e que, mau grado os malsinadores que repetem lições de eco nomistas voltados sôbre quadros econô
micos onde vigoram outros interêsses, todo o desenvolvimento da riqueza do país se fazia sob os auspícios e propulsão daquele papel-moeda tão caluniado. E que em nossa história financeira andavam os teóricos tão cegos e com ouvidos tão
azoinados pela cantílena estranha que não souberam o que significava um pa pel-moeda CUJO valor subiu, anormal
133
fundamental será: de qual volume de po.
crédito, mas cujas raízes estão, na rea
tencial monetário precisamos? E para essa determinação não temos que re correr a qualquer argumentação sôbre o ouro depositado no futuro Banco Central
lidade, na esfera onde se criam os bens
ou no atual Banco do Brasil.
base para determinação das causas dos
Temos,
num certo momento, um nível de preços que revela um poder aquisitivo existen te em certa base, que está correlaciona do com outras grandezas de ordem eco-
Se volvemos a tai.s argtjmcntos arcai cos é porque em pleno Parlamento bra sileiro e em pleno moado..do século XX ainda veneráveis financistas, debatendo
nómico-financcira: volume de importa
proj'etos dc lei, demonstram preferên
lizador de nos.sos melhores empreendi mentos industriais c bancários. Julga
ção, dc exportação, moxamento de ca pitais — com o.s cIemcnto.s fundamentais de nosso balanço dc pagamentos. Há fatores mais próximos, outros mais re
mos, entretanto, que boa maioria de es-
motos.
cias metalistas j'á refutadas por Mauá. E êle olhava o meio nacional como rea
Êsso volume monetário é condi
cionado em primeira plana pela política de oferta de credito, que, por sua vez, condiciona a quantidade de dinheiro efe
tudio.so.s, em nos.sa representação popu lar, já se distanciaram dessas concepções. Todos compreendemos que são outras as determinações da política monetária e
perprodução, de desequilíbrios que .«su pomos nascer na esfera da moeda e do
tivo de que se precisa para a circulação
dc produção e consumo. Êste ponto de vista reclama melhor
obser\*ação das fòrças produtivas, como males buscados no terreno abstrato das
especulações monetárias.
E pretende
ligar as indagações sôbre o volume de
moeda e.xigido na circulação das mer cadorias.
A deflação e as indústrias: o problema teórico
As dificuldades do problema surgem ainda maiores quando se obseivam os
métodos rlv;trados para estabelecer a velocidade da moeda manual e da moe
da bancária, indispensável na determina
ção do "volume". Sabe-se que uma ^
bancária de que necessitamos. Nós te-
— opinam Hawtrey, Robertson e outros
quantidade de moeda poderá financiar ^
mo.s um sistema monetário secularmen
grandes estudiosos. As necessidades que
te desprendido de lastro metálico. As tentativas feitas ainda mais comprovam a
determinam o "quantum" de dinheiro em
üm maior número de operações se sua velocidade média aumentar. Ademais, a velocidade e a quantidade de moeda não são senão dois aspectos bem conexos
relutância e impossibilidade de contra riarmos essa tendência espontânea do no.sso desenvolvimento. Para as trocas internacionais, o ouro continua desem
penhando papel assegurado pelas potên cias interessadas no seu prestígio — mas não se pode negar que o espírito de
equidade nas trocas entre nações industriais e nações atrasadas e agrícolas ten da a recorrer a outras formas e proces
sos de ajustamentos econômicos. (9).
I
(
movimento originam-se do processo de produção, eni última análise. A esse proce.sso ajustam-se os instrumentos cria dos pelos bancos e pela autoridade mo netária. Os e.specíalístas da moeda per dem de vista as relações reais do pro
do mesmo fenonieno. Nesse ponto, o aperfeiçoamento matemático das fórmu
las conseguidas por alguns estudiosos
dei,xa-nos sempre cópticos quanto à sua
cesso e absorvem-se na reflexão das for
fidelidade no retratar as íntimas rela
mas abstratas a que atinge a riqueza
ções que constituem o processo analisa
.social, nas suas representações simbóli
do. Quanto aos depósitos bancários, por
cas: o dinheiro e as modalidades credi-
exemplo, nao é possivel estabelecer ri
tícias. O processo de produção e re produção social alargou e aprofundou sua base no crédito, que pareceu a
ção
gorosamente sua veloeidade de circula
maneira do cjue se fax com o
dmheiro efetivo. Ademais, esses depó
mente, em dado instante, acima do
Apesar de tudo que invocamos, pro jeta-se a nossa moeda-ouro, o cruzei-
ouro..• Noutras palavras, as e.xigências da circulação da riqueza eram de
ro-ouro — em meio da maior seriedade!
muitos ser o motor da vida econômica. A maioria das transações movimenta-se
E uma vasta gargalhada não sacode êste
sob ação dos meios criados artificialmen
que, muitas vêzes, escapam ao registro
tal ordem que se presenciavam fenô
país numa convulsão dolorosa de riso!
te, estendendo as áreas de compras e
estatístico.
vendas além das necessidades da socie
Apesar de tudo, é praticamente possí vel paibr de certa estrutura de preços
menos raros. E um comerciante estran
geiro, observando o fato em nossa praça.
* *
dade.
Aparqçem possibilidades de su
sitos sao de natureza diversa - e compensam-se, e circulam em circunstâncias
104
Dicesto
Eco.sóNnco Dicesto
Econômico
existente, de certo potencial monetário, e,
e ajustado em bases diversas os ingres
ceferis paribus, admitir um nível para
sos dos que trabalham, conduziu a ou tra situação de equilíbrio dentro do con
tes. tais
junto das fõrças produti\'as. Reduzir o
tária e crcditícia.
corrigir os excessos ou servir de base a reformas que não serão arbitrárias, prevenindo inflações ou deflações à fHi-
trance. Poderemos saber qual o dinheiro necessário para uma situação determina da, já conhecida a existente.
135
Daí a necessidade de. atender a diferenças numa política mone Neste instante, em
meio circulante não é solução — mas o
que tantas inteligências meditam o pro
desenvolvimento das fôrças produtivas, no terreno industrial c no agrícola, onde
blema no Brasil, às vé,speras de um Banco Central — c oportuno chamar a
as medidas reclamadas não suo as de
Depois de certo tempo, mesmo com uma quantidade abundante (ou, a grosso
dução industrial de São Paulo pede
atenção para essas diretivas de política financeira, relegando corajosamente as velhas qucstiúncidas melalistas para ra
modo, julgada abundante) de dinheiro
auxílio do Governo, sob a ameaça de
ciocinar
passamos a falar, no Brasil, dos efeitos
declinar c perder mercados internos e externos — estamos beirando um pe
dadeiros termos em que deve .ser põsto o problema. Não nos iludamos mais com
maléficos da inflação. Não seremo.s nós que nos atreveremos a negar-lhes os ma
lefícios: as transferências de poder aquisiüvo operadas com sacrifício imenso do nosso povo são bem evidentes, com todos
os distúrbios causados. Mas, sustada a inflação ou amortecido o seu ritmo, an dam ainda os seus adversários a bradar pela cruzada deflacionista como remé dio simplório para a cura dos estra gos que deixou.
E justamente aí é que reside o engano essencial.
Todos os que vivem de rendas fixas,
os credores em geral, a esperarem pa gamentos em moeda, desejariam decerto uma moeda de alto poder aquisitivo, que lhes puses
qualquer política monetária. Se a pro
ríodo de depressão.
Uma redução na
tras nações.
o enfraquecimento da produção, agra varão ainda mais o desequilíbrio. Con
dustrial poderá ser vítima de qualquer má compreensão dos problemas de cré dito — e os estudiosos tem o dever de
nível de produção, mai.s se restringe a procura, reflexo da redução anterior da
não se deixarem enganar na determina
oferta, que por sua vez ainda mais decai. O panorama já foi descrito a cores fortes para que nos detenhnmos cm repetir-lhe os contornos e as linta.s.
Lcuis Baudin, La Monnale.
Ce .que
tout le monde devrait en savoir. Li-
Si
Stoo,
Presente y Futuro dei
Eco^omico,
(4) Kejnes General Theory of Employ-
menl. Interest and Money. Harcourt, Brace and Co., New York Nouveaux
Cou-
Economique aux 2-a ed.. Lcs edi-
1^3 ^^'"at-Montchrestien. Paris, Economico
Editado Gesell, Buenos I. Aires, 1936.por E. F-
(7) Visconde de Mauâ. O meio circulan te do Brasü. m Autobiografia, ediç5o
de C. Gans, Zélio Valverde. Rio. 1942. (8) Idem, ibidem.
abordamos no artigo anterior desta Revista, sob o título
brairie de Medicis, Paris, 1945.
titativa da moeda, mesmo na fpnna
que'lhe deu Físher e que c a base dos que analisam
ber uma moeda melhor do
meios de pagamentos em
que emprestaram. £ste poder aquisitivo, que nasce
face do volume de transa
da produção nacional, se ria portanto dela extraído, se se procedesse uma redução dos ins
confundem ou deí.xam na
sombra as diversas funções e formas
trumentos de permuta.
do dinheiro, que é objeto de procuras
tendo modificado a estrutura dos preços
(1)
Normas de Política Mone tária. Pongetti. 2.a ed.. Rio. 1937.
De tôdas as considerações que vimos
o tema da inflação; fre
que estão fora do setor monetário), já
ção teórica de problemas que tàc de perto tocam o bem-estar nacional.
dc Sampaio. Lições de Economia Cif® de Economia ReparlUiva. Edi^ra Atlas. Rio, 1944. — Nogueira
fazendo, queremos ressaltar apenas o raciocínio simplificado, da teoria quan
qüentemente, sob a expres são geral — excessos de
dade, o excesso de dinheiro oriundo das emissões sucessivas (exigidas por causas
Toda nossa produção in
seqüência; quando mais se deprime o
do que o anterior. Os
Mas, na reali
teorias que servem a interesses de ou
oferta do dinheiro e f) destunprêgo, com
se em mão um poder maior prestamistas querem rece
cientificamente sôbre os ver
(2) R Gudin. Princípios de Economia Mondaria. 2,a ed.. Agir, Rio. - Al-
ções (de onde mferem a desvalorização do dinheiro)
diferentes, ora como meio de paga
mento, ora como poder de compra, ora como capital. Sob ,'íessas diferen tes formas, há signifioados diferen-
A desvalorização do peso mexicano será seguida por um drdf^ nas importações e, possivelmente, por medidas governamentais tcndentcs*^n • -lir o fuga de capitais do México. Em 1947, os depósitos de residentes no Màlío nos bancos dos Estmdos Unidos, cresceram de § 70 mühões. Esperam as autoridades Quo um peso mais barato auxiliará as exportações e o comércio turístico c conseguirá contrabalançar a drenagem de dólares causada por uma balança dc comórcio^^desfavorável com os Estados Unidos.
i-.
104
Dicesto
Eco.sóNnco Dicesto
Econômico
existente, de certo potencial monetário, e,
e ajustado em bases diversas os ingres
ceferis paribus, admitir um nível para
sos dos que trabalham, conduziu a ou tra situação de equilíbrio dentro do con
tes. tais
junto das fõrças produti\'as. Reduzir o
tária e crcditícia.
corrigir os excessos ou servir de base a reformas que não serão arbitrárias, prevenindo inflações ou deflações à fHi-
trance. Poderemos saber qual o dinheiro necessário para uma situação determina da, já conhecida a existente.
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Daí a necessidade de. atender a diferenças numa política mone Neste instante, em
meio circulante não é solução — mas o
que tantas inteligências meditam o pro
desenvolvimento das fôrças produtivas, no terreno industrial c no agrícola, onde
blema no Brasil, às vé,speras de um Banco Central — c oportuno chamar a
as medidas reclamadas não suo as de
Depois de certo tempo, mesmo com uma quantidade abundante (ou, a grosso
dução industrial de São Paulo pede
atenção para essas diretivas de política financeira, relegando corajosamente as velhas qucstiúncidas melalistas para ra
modo, julgada abundante) de dinheiro
auxílio do Governo, sob a ameaça de
ciocinar
passamos a falar, no Brasil, dos efeitos
declinar c perder mercados internos e externos — estamos beirando um pe
dadeiros termos em que deve .ser põsto o problema. Não nos iludamos mais com
maléficos da inflação. Não seremo.s nós que nos atreveremos a negar-lhes os ma
lefícios: as transferências de poder aquisiüvo operadas com sacrifício imenso do nosso povo são bem evidentes, com todos
os distúrbios causados. Mas, sustada a inflação ou amortecido o seu ritmo, an dam ainda os seus adversários a bradar pela cruzada deflacionista como remé dio simplório para a cura dos estra gos que deixou.
E justamente aí é que reside o engano essencial.
Todos os que vivem de rendas fixas,
os credores em geral, a esperarem pa gamentos em moeda, desejariam decerto uma moeda de alto poder aquisitivo, que lhes puses
qualquer política monetária. Se a pro
ríodo de depressão.
Uma redução na
tras nações.
o enfraquecimento da produção, agra varão ainda mais o desequilíbrio. Con
dustrial poderá ser vítima de qualquer má compreensão dos problemas de cré dito — e os estudiosos tem o dever de
nível de produção, mai.s se restringe a procura, reflexo da redução anterior da
não se deixarem enganar na determina
oferta, que por sua vez ainda mais decai. O panorama já foi descrito a cores fortes para que nos detenhnmos cm repetir-lhe os contornos e as linta.s.
Lcuis Baudin, La Monnale.
Ce .que
tout le monde devrait en savoir. Li-
Si
Stoo,
Presente y Futuro dei
Eco^omico,
(4) Kejnes General Theory of Employ-
menl. Interest and Money. Harcourt, Brace and Co., New York Nouveaux
Cou-
Economique aux 2-a ed.. Lcs edi-
1^3 ^^'"at-Montchrestien. Paris, Economico
Editado Gesell, Buenos I. Aires, 1936.por E. F-
(7) Visconde de Mauâ. O meio circulan te do Brasü. m Autobiografia, ediç5o
de C. Gans, Zélio Valverde. Rio. 1942. (8) Idem, ibidem.
abordamos no artigo anterior desta Revista, sob o título
brairie de Medicis, Paris, 1945.
titativa da moeda, mesmo na fpnna
que'lhe deu Físher e que c a base dos que analisam
ber uma moeda melhor do
meios de pagamentos em
que emprestaram. £ste poder aquisitivo, que nasce
face do volume de transa
da produção nacional, se ria portanto dela extraído, se se procedesse uma redução dos ins
confundem ou deí.xam na
sombra as diversas funções e formas
trumentos de permuta.
do dinheiro, que é objeto de procuras
tendo modificado a estrutura dos preços
(1)
Normas de Política Mone tária. Pongetti. 2.a ed.. Rio. 1937.
De tôdas as considerações que vimos
o tema da inflação; fre
que estão fora do setor monetário), já
ção teórica de problemas que tàc de perto tocam o bem-estar nacional.
dc Sampaio. Lições de Economia Cif® de Economia ReparlUiva. Edi^ra Atlas. Rio, 1944. — Nogueira
fazendo, queremos ressaltar apenas o raciocínio simplificado, da teoria quan
qüentemente, sob a expres são geral — excessos de
dade, o excesso de dinheiro oriundo das emissões sucessivas (exigidas por causas
Toda nossa produção in
seqüência; quando mais se deprime o
do que o anterior. Os
Mas, na reali
teorias que servem a interesses de ou
oferta do dinheiro e f) destunprêgo, com
se em mão um poder maior prestamistas querem rece
cientificamente sôbre os ver
(2) R Gudin. Princípios de Economia Mondaria. 2,a ed.. Agir, Rio. - Al-
ções (de onde mferem a desvalorização do dinheiro)
diferentes, ora como meio de paga
mento, ora como poder de compra, ora como capital. Sob ,'íessas diferen tes formas, há signifioados diferen-
A desvalorização do peso mexicano será seguida por um drdf^ nas importações e, possivelmente, por medidas governamentais tcndentcs*^n • -lir o fuga de capitais do México. Em 1947, os depósitos de residentes no Màlío nos bancos dos Estmdos Unidos, cresceram de § 70 mühões. Esperam as autoridades Quo um peso mais barato auxiliará as exportações e o comércio turístico c conseguirá contrabalançar a drenagem de dólares causada por uma balança dc comórcio^^desfavorável com os Estados Unidos.
i-.
137
OiGEsTo Eco^:ó^^co
Que é um problema social ? (3íotaK sóbri' concoilo
koIuv^cm)
L. A. Costa Pinto
(Da Universidade do Brasil) O mundo inflacionado de
problemas em que vive mos — especialmente neste país, em que sua multiplicidade ofereço
exemplares de quase tôdas as idades históricas conhecidas —
ouvir falar de problemas sociais é coisa que acontece durante as vinte e quatro
horas do dia. Em tôda parte, a qual quer hora, qualquer troca de idéias,
qualquer conversa entre amigos, qual quer leitura de jomal, nos mantém em contacto com carradas de problemas so
ciais
que todos discutem, procuram
solucionar, ou entender, ou explicar. Fatos e circunstâncias, de natureza dís
par, de caracterização múltipla, encon tram entre si, dentro da pluralidade de fatôres que os condicionam, um traço comum; é o de serem problemas so ciais.
Mas, então, se assim acontece, que é
um problema social? — eis a pergunta que lògicamente se impõe. Bem, já agora, com certa humildade
e consciência de culpa, todos "nós" que opinamos, discutimos, doutrinamos, solucionamos e, não raro, agravamos problemas sociais — devemos confessar que a pergunta' ainda não nos ocorreu à mente... Ora, um problema social!
como condição do equilíbrio e da con tinuidade da organização sócia"'. E para tomar clara sua conccíluação, estabele
devem ser entendidos como castigo, ou como algo que cai do céu por descuido: ■ são as próprias situações sociais, em seu processus, que se transfomiam em pro blemas — a partir de um ponto, dizemos
ce a seguinte comparação com o orga nismo biológico: assim como no corpo
nós, a ser dialèticamente determinado
por meio da análise histórica e funcional
Humano existem funções desempenhadas por diversos órgãos sem que êle pense
de todos os fatôres envohentes,
sôbre cada uma delas c delibere antes
resultam de situações normais que em
gem daquele conto famoso sôbre o que
de cada uma se exercer — também no
era plebiscito. ..
corpo social muitos aspectos básicos e
seu processo de desenvolrimento obri gam a sociedade a pensar em si mesma,
Como tantas vezes acontece nes mais
diversos campos do conhecimento hu- mano, êsse conceito tão largamente usa
institucionais da sociedade funcionam,
natural e normalmente, sem que resul
tem, necessáriamentc, dc um esforço
Nesse sentido os problemas sociais
\'oltando sua atenção para as causas dos problemas e procurando resolvê-los. De outro lado, porém, êsse modo dc entender a questão mantém-se num
do, e aparentemente tão ób\'io para os leigos, tem absorvido as atenções e o
consciente e deliberado dos indivíduos envoKndos nessas situações sociais. Um
tempo dc muitos que, por vocação e profissão, dedicaram a vida no estudo dos problemas do homem e da socieda de. E a verdade é que, mesmo entre
indivíduo, normalmente, não pensa e delibera antes do cada inspiração ou
logista, pois considera os problemas so
expiração e quando acaso a respiração
os especialistas, ainda se não firmou acôrdo definitivo sôbre o significado exato que deve ter a e.xpressão.
dando esfôrço e tomando consciente e
que o grupo toma consciência dêles, ou seja, a partir de uma circunstância que geralmente só ocorre num estado já bem
Sôbre o assunto, em verdade, não
existe unanimidade de opiniões entre os sociólogos e dessa variedade de concei tos existentes devemos nos servir pam analisar o assunto. De resto, muito mais
importante do que estabelecer e deco rar uma definição acadêmica, dessas que nada definem — é a discussão de vários
pontos-de-vista, procurando tirar dêles as luzes que acaso podem oferecer. E nosso objetivo não é encontrar a fórmula mágica que vai evitar ao leitor o esforço de pensar. É antes uma ten tativa de, sem definir, discutir proposi
ções que possam contribuir para um pensamento racional sôbre o assunto.
blema social? Um problema social é.. .
Para provar, alinhemos em seguida
Não resta a menor dúvida de que a
toma conhecimento e procura resolver
cnmente encarados, nân devem ser des
ligados de seu contexto estrutural, nlo
maioria das pessoas que emitem opiniões .s(MDrc problemas sociais tem .sôbre o as sunto idéias tão claras quanto o persona
Bolasl Quem não sabe que é um pro um problema sociall
Para o Professor Emorj* Bogardus, por exemplo, problemas sociais são aquela.s situações sociais de que o grupo
algumas opiniões sôbre o conceito em questão.
deixa de ser feita naturalmente, deman
plano excessivamente formal e psicociais sòmente a partir do momento em
deliberada a função de respirar, defron tamos uma situação patológica — um
adiantado de seu desenvohimenio. Em
prohlema — exigindo tratamento e cura. Do mesmo modo, segundo Bogardus, na sociedade e dentro de cada padrão
verdade, no momento em que o gnipo
de organização social, as diversas esfe
social toma consciência de um problema êsse problema já existe na estrutura so cial, já que o fato sempre preexiste à idéia. Ademais, em estruturas comple
ras sociais se entrosam e funcionam em
xas, como o é a da sociedade contem
harmonia, como modo de ser da socie dade, sem que o grupo a cada momento
porânea, antes de todos os membros do grupo começarem a pensar nos problemas que afetam a todos, já luna parte do grupo há muito tempo \'em tomando consciência de que o problema existe. Referir a conceituação de problema so cial a fatôres desse tipo, meramente ideais, como fiiz Bogardus, afigura-se,
seja obrigado a tomar consciência dos processos que, dentro dêle, se desenro lam. Quando isso acontece é que a'go deixa de funcionar e as situações sociais
transformam-se em problemas, passando a exigir, também, tratamento e cura.
Analisada de um ponto-de-vista for mal, a opinião de Bogardus, que joga com os conceitos de situação e proble ma, chama a nossa atenção para o fato de que os problemas sociais, sociològi-
portanto, um ponto-de-vista e.\cessiva-
mente acadêmico, que se pode prestar, inclusive, ao mascaramento de alguns
dos grandes problemas sociais contem porâneos, dos quais muitos grupos po-
137
OiGEsTo Eco^:ó^^co
Que é um problema social ? (3íotaK sóbri' concoilo
koIuv^cm)
L. A. Costa Pinto
(Da Universidade do Brasil) O mundo inflacionado de
problemas em que vive mos — especialmente neste país, em que sua multiplicidade ofereço
exemplares de quase tôdas as idades históricas conhecidas —
ouvir falar de problemas sociais é coisa que acontece durante as vinte e quatro
horas do dia. Em tôda parte, a qual quer hora, qualquer troca de idéias,
qualquer conversa entre amigos, qual quer leitura de jomal, nos mantém em contacto com carradas de problemas so
ciais
que todos discutem, procuram
solucionar, ou entender, ou explicar. Fatos e circunstâncias, de natureza dís
par, de caracterização múltipla, encon tram entre si, dentro da pluralidade de fatôres que os condicionam, um traço comum; é o de serem problemas so ciais.
Mas, então, se assim acontece, que é
um problema social? — eis a pergunta que lògicamente se impõe. Bem, já agora, com certa humildade
e consciência de culpa, todos "nós" que opinamos, discutimos, doutrinamos, solucionamos e, não raro, agravamos problemas sociais — devemos confessar que a pergunta' ainda não nos ocorreu à mente... Ora, um problema social!
como condição do equilíbrio e da con tinuidade da organização sócia"'. E para tomar clara sua conccíluação, estabele
devem ser entendidos como castigo, ou como algo que cai do céu por descuido: ■ são as próprias situações sociais, em seu processus, que se transfomiam em pro blemas — a partir de um ponto, dizemos
ce a seguinte comparação com o orga nismo biológico: assim como no corpo
nós, a ser dialèticamente determinado
por meio da análise histórica e funcional
Humano existem funções desempenhadas por diversos órgãos sem que êle pense
de todos os fatôres envohentes,
sôbre cada uma delas c delibere antes
resultam de situações normais que em
gem daquele conto famoso sôbre o que
de cada uma se exercer — também no
era plebiscito. ..
corpo social muitos aspectos básicos e
seu processo de desenvolrimento obri gam a sociedade a pensar em si mesma,
Como tantas vezes acontece nes mais
diversos campos do conhecimento hu- mano, êsse conceito tão largamente usa
institucionais da sociedade funcionam,
natural e normalmente, sem que resul
tem, necessáriamentc, dc um esforço
Nesse sentido os problemas sociais
\'oltando sua atenção para as causas dos problemas e procurando resolvê-los. De outro lado, porém, êsse modo dc entender a questão mantém-se num
do, e aparentemente tão ób\'io para os leigos, tem absorvido as atenções e o
consciente e deliberado dos indivíduos envoKndos nessas situações sociais. Um
tempo dc muitos que, por vocação e profissão, dedicaram a vida no estudo dos problemas do homem e da socieda de. E a verdade é que, mesmo entre
indivíduo, normalmente, não pensa e delibera antes do cada inspiração ou
logista, pois considera os problemas so
expiração e quando acaso a respiração
os especialistas, ainda se não firmou acôrdo definitivo sôbre o significado exato que deve ter a e.xpressão.
dando esfôrço e tomando consciente e
que o grupo toma consciência dêles, ou seja, a partir de uma circunstância que geralmente só ocorre num estado já bem
Sôbre o assunto, em verdade, não
existe unanimidade de opiniões entre os sociólogos e dessa variedade de concei tos existentes devemos nos servir pam analisar o assunto. De resto, muito mais
importante do que estabelecer e deco rar uma definição acadêmica, dessas que nada definem — é a discussão de vários
pontos-de-vista, procurando tirar dêles as luzes que acaso podem oferecer. E nosso objetivo não é encontrar a fórmula mágica que vai evitar ao leitor o esforço de pensar. É antes uma ten tativa de, sem definir, discutir proposi
ções que possam contribuir para um pensamento racional sôbre o assunto.
blema social? Um problema social é.. .
Para provar, alinhemos em seguida
Não resta a menor dúvida de que a
toma conhecimento e procura resolver
cnmente encarados, nân devem ser des
ligados de seu contexto estrutural, nlo
maioria das pessoas que emitem opiniões .s(MDrc problemas sociais tem .sôbre o as sunto idéias tão claras quanto o persona
Bolasl Quem não sabe que é um pro um problema sociall
Para o Professor Emorj* Bogardus, por exemplo, problemas sociais são aquela.s situações sociais de que o grupo
algumas opiniões sôbre o conceito em questão.
deixa de ser feita naturalmente, deman
plano excessivamente formal e psicociais sòmente a partir do momento em
deliberada a função de respirar, defron tamos uma situação patológica — um
adiantado de seu desenvohimenio. Em
prohlema — exigindo tratamento e cura. Do mesmo modo, segundo Bogardus, na sociedade e dentro de cada padrão
verdade, no momento em que o gnipo
de organização social, as diversas esfe
social toma consciência de um problema êsse problema já existe na estrutura so cial, já que o fato sempre preexiste à idéia. Ademais, em estruturas comple
ras sociais se entrosam e funcionam em
xas, como o é a da sociedade contem
harmonia, como modo de ser da socie dade, sem que o grupo a cada momento
porânea, antes de todos os membros do grupo começarem a pensar nos problemas que afetam a todos, já luna parte do grupo há muito tempo \'em tomando consciência de que o problema existe. Referir a conceituação de problema so cial a fatôres desse tipo, meramente ideais, como fiiz Bogardus, afigura-se,
seja obrigado a tomar consciência dos processos que, dentro dêle, se desenro lam. Quando isso acontece é que a'go deixa de funcionar e as situações sociais
transformam-se em problemas, passando a exigir, também, tratamento e cura.
Analisada de um ponto-de-vista for mal, a opinião de Bogardus, que joga com os conceitos de situação e proble ma, chama a nossa atenção para o fato de que os problemas sociais, sociològi-
portanto, um ponto-de-vista e.\cessiva-
mente acadêmico, que se pode prestar, inclusive, ao mascaramento de alguns
dos grandes problemas sociais contem porâneos, dos quais muitos grupos po-
fíTS^-' 138
DfCESTO EcONÓJkOCO 139
Dicesto Econômico
dcm estar interessados em não tomar
significar uma alteração do padrão dc
consciência, indo, não raro, ao ponto de
c-omportamento dominante em determi
negar qué existam.
nada época, pois dessa forma estaríamos
Procurando estabelecer o conceito de U ^UllUCllU UC
desorganização social - mais amplo que o de problema sócia', pois a primeira resulta do agravamento, multiplicação e irresolução dos segundos - o Profes sor Herbert Blumer define-a como
"aquela situação em que uma sociedade, diante de seus problemas, perde a capa cidade de restabelecer o comportamen to anterior".
O conceito de Blumer envolve ques tões de valor metodológico relevante, à nossa consideração.
Tôda sociedade, por definição, gera
dentro de sua estrutura, uma certa ore.\prime em valores
ciats, estes se impondo por meio dos mecanismos de conírôle social, que de terminam e sancionam o comportamento dos indivíduos membros da sociedade. Dai se conclui que os padrões de comprtamentos que se impõem aos mem
bros de uma sociedade são sempre re sultantes de um tipo determinado e es
tabelecido de estrutura e organização social e fazem parte integrante do siste-
ma de valores dessa sociedade. Nesse
sistema de valores está expresso o que a sociedade considera útil e desejável, o bom e o mau, o certo e' o errado o justo e o injusto, o conveniente e o incon
veniente — para o tipo de organização social a que o sistema de valores se refere. Se assim é, somente à cus
arbitràriamcnte decretando que as nor mas e sanções \'igoranlcs cm certa épo
to exercem sobre os indivíduos membros
alterações que se processam na estru
ca são modelos perfeitos e válidos inde
de um grupo.
tura da sociedade pela qual são gerados. Ê o que se verifica com maior preci são ainda no conceito proposto pelos Professores Stuart Queen e J. Gruener, insuficiente em seu enquadramento teó
finidamente, e imperfeito tudo o que alterar aquele paradigma ou dêle se
Ainda nesta categoria de conceitos, que
Desse ponto-de-vista, o conceito de
portamento são resultados e indícios de
pecam pelo formalismo acadêmico e pelo vício psicologista da formulação, in
rico, embora extremamente útil como hi
clui-se a bela sentença de II. G. Cooley,
para quem surge o problema social tòda
blemas concretos. Êste ponto-de-vista baseia-se na noção de participação so
vez que "desaparece a hamionia entre a
cial.
comportamento, a opinião de Blumer
natureza humana e as instituições so
ciais" — conceito que apresenta o êrro
tem implícita a noção de que as formas anteriores de comportamento conservem
essencial de apresentar a natureza hu mana e as instituições sociais como rea
sempre o poder quase fantástico de solu
lidades independentes, com vida própria,
cionar os problemas — que, entretanto, muitos dôlcs, podem resultar precisa mente da incapacidade dessas formas de comportamento de regularem a conduta individual diante de novas situações sociais, inexistentes ao tempo em que
foram engendradas pela sociedade para atenderem a necessidades sociais de tipo diverso. Por isso mesmo, em tais cir cunstâncias, todo esforço insistentemen
J'
i
solução para os problemas de crise, só resulta num agravamento da desorga nização social que pretendem solucio nar. Para os novos e grandes males, só os novos e grandes re
tes membros de uma sociedade não
to pretende explicar, onde a unidade essencial de todas as suas partes compo característico fundamen
tal <jue não pode ser de nenhuma for
oferecem os Professôres Thomas e Znaníeck. Para
objetivos, que limitam sua capacidade de estabelecer, manter e multiplicar contactos^ c comunicações; outros ainda, pnização social apresentar limitações
intrínsecas à igualdade de participações — o fato é que é extremamente desigual o modo e a intensidade com que os
alguns estudos concretos e particulares sôbre os efeitos psico-sociais deste ou
benefícios da vida social. O surdo-mu-
daquele problema social — devem, en limitar
suas
aspirações
de
membros da sociedade participam dos do, a criança abandonada, a meretiiz, o operáno desempregado, o membro de uma raça considerada inferior pelos ou tros membros do
de não fazerem a devida ênfase no as
ceeo, o imigrante. o sen,l, „ grupo,„otJeomtsuüco
pecto estrutural dos problemas sociais,
ete. - apresentam Hpos sociais de m-
encobrindo, poítanto, a circunstância básica de que, quando falamos em de sorganização social, queremos nos re
ferir a um certo tipo de organização' 1^' lÍI>V "
jos, aspirações; outros por motivos mais
reçam aspectos parciais do campo de estudos em questão e possam servir de excelentes hipóteses de trabalho para
teoria geral dos problemas sociais, pois apresentam, como lacuna comum, o fato
toma de desorganização da
e de seus benefícios. Alguns por dife- 4 renças de hábitos, temperamento, dese- *
e estes são a maioria, pelo fato de a or-
ma obscurecido.
tretanto,
F
sócio-cultural a que pertence. Ê fácil verificar que, nesse sentido, os diferen
parncipam participam ae de modo igual da vida social ^
médios — e não os anteriores,
ceito de problema social que
Chama-se participação social a inten
sidade, a natureza e a categoria dos contactos do indivíduo com o grupo
em harmonia, ali cm desarmonía, tudo muito bem engendrado mas assaz dis tante da realidade social que o concei
Tôdas essas concepções, embora escla
te feito pelas camadas dirigentes para
pótese de pesquisa em tomo de pro
evoluindo uma i\ revelia da outra, aqui
nentes é um
restabelecer as formas anteriores, como
poderíamos estabelecer que
sociedade, tudo aquilo que
vem a ser, em última análise, aquela
ças que se operam nos padrõe.s de com
Blumer apresenta, portanto, uma lacuna visceral. Além disso, considerando pro blema social aquela situação em face da (jual o grupo perde a capacidade de restabelecer os padrões anteriores de
é fenômeno patológico, sin
tação do espírito científico
Êssc enfraquecimento
incapacidade de restabelecer o compor tamento anterior a que se refere Blumer.
afastar.
como pretende o professor de Chicago. Algo semelhante ao pro posto por Blumer é o con
ta de uma flagrante violen-
que se desorganiza, e que as mudan
êles a desorganização social se caracte riza como enfraquecimento da pressão <jue as normas sociais de comportamen
Aviduos que têm limitado o seu poder de partrcpação em uma. algumas, ou
todas as esferas da r ida social - bem-
estar, educação, segurança, cultura, r.-
fíTS^-' 138
DfCESTO EcONÓJkOCO 139
Dicesto Econômico
dcm estar interessados em não tomar
significar uma alteração do padrão dc
consciência, indo, não raro, ao ponto de
c-omportamento dominante em determi
negar qué existam.
nada época, pois dessa forma estaríamos
Procurando estabelecer o conceito de U ^UllUCllU UC
desorganização social - mais amplo que o de problema sócia', pois a primeira resulta do agravamento, multiplicação e irresolução dos segundos - o Profes sor Herbert Blumer define-a como
"aquela situação em que uma sociedade, diante de seus problemas, perde a capa cidade de restabelecer o comportamen to anterior".
O conceito de Blumer envolve ques tões de valor metodológico relevante, à nossa consideração.
Tôda sociedade, por definição, gera
dentro de sua estrutura, uma certa ore.\prime em valores
ciats, estes se impondo por meio dos mecanismos de conírôle social, que de terminam e sancionam o comportamento dos indivíduos membros da sociedade. Dai se conclui que os padrões de comprtamentos que se impõem aos mem
bros de uma sociedade são sempre re sultantes de um tipo determinado e es
tabelecido de estrutura e organização social e fazem parte integrante do siste-
ma de valores dessa sociedade. Nesse
sistema de valores está expresso o que a sociedade considera útil e desejável, o bom e o mau, o certo e' o errado o justo e o injusto, o conveniente e o incon
veniente — para o tipo de organização social a que o sistema de valores se refere. Se assim é, somente à cus
arbitràriamcnte decretando que as nor mas e sanções \'igoranlcs cm certa épo
to exercem sobre os indivíduos membros
alterações que se processam na estru
ca são modelos perfeitos e válidos inde
de um grupo.
tura da sociedade pela qual são gerados. Ê o que se verifica com maior preci são ainda no conceito proposto pelos Professores Stuart Queen e J. Gruener, insuficiente em seu enquadramento teó
finidamente, e imperfeito tudo o que alterar aquele paradigma ou dêle se
Ainda nesta categoria de conceitos, que
Desse ponto-de-vista, o conceito de
portamento são resultados e indícios de
pecam pelo formalismo acadêmico e pelo vício psicologista da formulação, in
rico, embora extremamente útil como hi
clui-se a bela sentença de II. G. Cooley,
para quem surge o problema social tòda
blemas concretos. Êste ponto-de-vista baseia-se na noção de participação so
vez que "desaparece a hamionia entre a
cial.
comportamento, a opinião de Blumer
natureza humana e as instituições so
ciais" — conceito que apresenta o êrro
tem implícita a noção de que as formas anteriores de comportamento conservem
essencial de apresentar a natureza hu mana e as instituições sociais como rea
sempre o poder quase fantástico de solu
lidades independentes, com vida própria,
cionar os problemas — que, entretanto, muitos dôlcs, podem resultar precisa mente da incapacidade dessas formas de comportamento de regularem a conduta individual diante de novas situações sociais, inexistentes ao tempo em que
foram engendradas pela sociedade para atenderem a necessidades sociais de tipo diverso. Por isso mesmo, em tais cir cunstâncias, todo esforço insistentemen
J'
i
solução para os problemas de crise, só resulta num agravamento da desorga nização social que pretendem solucio nar. Para os novos e grandes males, só os novos e grandes re
tes membros de uma sociedade não
to pretende explicar, onde a unidade essencial de todas as suas partes compo característico fundamen
tal <jue não pode ser de nenhuma for
oferecem os Professôres Thomas e Znaníeck. Para
objetivos, que limitam sua capacidade de estabelecer, manter e multiplicar contactos^ c comunicações; outros ainda, pnização social apresentar limitações
intrínsecas à igualdade de participações — o fato é que é extremamente desigual o modo e a intensidade com que os
alguns estudos concretos e particulares sôbre os efeitos psico-sociais deste ou
benefícios da vida social. O surdo-mu-
daquele problema social — devem, en limitar
suas
aspirações
de
membros da sociedade participam dos do, a criança abandonada, a meretiiz, o operáno desempregado, o membro de uma raça considerada inferior pelos ou tros membros do
de não fazerem a devida ênfase no as
ceeo, o imigrante. o sen,l, „ grupo,„otJeomtsuüco
pecto estrutural dos problemas sociais,
ete. - apresentam Hpos sociais de m-
encobrindo, poítanto, a circunstância básica de que, quando falamos em de sorganização social, queremos nos re
ferir a um certo tipo de organização' 1^' lÍI>V "
jos, aspirações; outros por motivos mais
reçam aspectos parciais do campo de estudos em questão e possam servir de excelentes hipóteses de trabalho para
teoria geral dos problemas sociais, pois apresentam, como lacuna comum, o fato
toma de desorganização da
e de seus benefícios. Alguns por dife- 4 renças de hábitos, temperamento, dese- *
e estes são a maioria, pelo fato de a or-
ma obscurecido.
tretanto,
F
sócio-cultural a que pertence. Ê fácil verificar que, nesse sentido, os diferen
parncipam participam ae de modo igual da vida social ^
médios — e não os anteriores,
ceito de problema social que
Chama-se participação social a inten
sidade, a natureza e a categoria dos contactos do indivíduo com o grupo
em harmonia, ali cm desarmonía, tudo muito bem engendrado mas assaz dis tante da realidade social que o concei
Tôdas essas concepções, embora escla
te feito pelas camadas dirigentes para
pótese de pesquisa em tomo de pro
evoluindo uma i\ revelia da outra, aqui
nentes é um
restabelecer as formas anteriores, como
poderíamos estabelecer que
sociedade, tudo aquilo que
vem a ser, em última análise, aquela
ças que se operam nos padrõe.s de com
Blumer apresenta, portanto, uma lacuna visceral. Além disso, considerando pro blema social aquela situação em face da (jual o grupo perde a capacidade de restabelecer os padrões anteriores de
é fenômeno patológico, sin
tação do espírito científico
Êssc enfraquecimento
incapacidade de restabelecer o compor tamento anterior a que se refere Blumer.
afastar.
como pretende o professor de Chicago. Algo semelhante ao pro posto por Blumer é o con
ta de uma flagrante violen-
que se desorganiza, e que as mudan
êles a desorganização social se caracte riza como enfraquecimento da pressão <jue as normas sociais de comportamen
Aviduos que têm limitado o seu poder de partrcpação em uma. algumas, ou
todas as esferas da r ida social - bem-
estar, educação, segurança, cultura, r.-
140
Dicesto Económkxí
creio, govêmo etc. — em conseqüência
ponto-de-vista eslrilamcnte curativo, a
ceitos acadêmi
de fatôres que independem de sua von tade e que estão direta ou indiretamente ligados à organização social. Essas si
poMCriori.
cos
é o que aquôles autores denominam pro. bJema social.
O ponto-de-vista acima exposto apre senta-se liberto de algumas insuficiên cias apontadas nos outros anteriormente
indicados; encerra, porém, a nosso ver, algumas fraquezas passíveis de crí tica.
Se entendermos o conceito de partici pação social num sentido muito amp'Q
mclumdo todos os setores da organiza
ção social e da cultura, leremos forçosamerne de concluir - ou que existem problemas sociais absolutamente insoluveis, ou que êles só podem ser de todo solucionados num estado social anár quico, edenico, que só existe nas mi ragens dos utopístas ou nos versículos
do Gênese. O conceito de participação por conseqüência, para que não se tor
ne um conceito desligado da realidade e para que possa ser utilizado de modo
operativo, no estudo de situações sociais concretas - precisa ser referido a es
acima
postos mos
sf!
tuações de limitação da capacidade de parHcipar integralmente da vida social
_
-
*
duas
Mesmo os sociólogos acadêmicos es
141
Digesto Econômico
-
-
ex
pode
e X trair
•
1
• 1 y*Ml II
í —
'i/y 1"
• • 1 "j1 r 1*1
// \ ir // 1 Erdii-LlY—L.
-
ti t
-
* Cà
jL
compreensão do que existe da específico
em
«d
cada um deles, sabendo discer
nir, dêsse mor
do, o que é fundamental do que e
tão liojc* compreendendo com clareza o que jYi de há muito afirmavam os nos ortodoxos: os problemas sociais de
tais: a) os problemas sociais devem ser encarados de modo que fique desta cada sua natureza estrutiual, sua de
Êste quadro conceituai que nos per
vem ser entendidos dentro de seu con
pendência em relação às formas histó
mitirá uma análise científica dos pro
texto estrutural, ou jamais serão enten
ricas de organização econômica e so
didos.
cial, pois são estas que se desorganizam, gerando, em tôdas as esferas da socie
blemas sociais e que respeita seu tri buto mais essencial que é a dependên cia em que todos estão da estnitura da sociedade dentro da qual se manifestam
Isto que aparentemente é uma
constatação Ííü*ilmcnle acessível repre senta, porém, uma das maiores dinculdades que sc têm levantado no caminho do estudo científico dos problemas so
dade e da cultura, inclusive nos pa
flccssórfo.
drões de comportamento dos indivíduos, efeitos e repercussões; b) o estudo cien tífico dos problemas de desorganização social deve esforçar-se por estabelecer
Indica, tão sòmente, de nossa parte, a
tem impôsto ao espírito dos mais es
as bases de uma interpretação orgânica
compreensão da justa proposição de
clarecidos. Ainda recentemente, no con
é integrada no conhecimento geral da
Sociologia, reunido cm Nova York em
e operativa sôbre seu processas geral, sôbre cujo fundo possam ser destacados sem confusões nem subterfúgios, as par
dezembro de 1947, o Professor Albert
ticularidades das situações concretas e as
ciais. E só recentemente c que nos círculos acadêmicos tal constatação se
gresso anual da Sociedade Americana de
Cohen, discutindo ôsse
tema, dizia:
"Penso que a mais importante tendên cia atual no estudo dos problemas so ciais ó o reconhecimento crescente de
que êles são função da estrutura (da sociedade), do sistema social total ..." E daí a conclusão lógica a que chegou, de que, por outro lado, uma séria difi
manifestações específicas e relativas dos casos singulares. Isto significa que é nos quadros da
minação de um conceito de problema
zes de solução dentro da teia da ordem
social, bem como nos esforços organi
tipo de organização social, o que existe,
institucional existente".
inerente à sua estrutura, que limita e impede essa participação. Se assim não
É dêsse tipo, portanto, a principal dificuldade que defrontamos, ao tentar mos lançar as bases de um conceito
zados para sua solução, a beterogeneidade de fatôres que nêles intervém, para que não pareça uma miscelânea confusa
culdade ao estudo e solução de tais pro
blemas reside no fato aparentemente
científico de problema social, provada a insuficiência metodológica, para com
preender o assunto daqueles conceitoi anteriormente revistos.
Dessa crítica que fazemos aos con
ML
— não significa^ por outro lado, uma
teoria dogmática e sectária, que refor ma a realidade ao invés de explicá-la. Sutlierland, que
assim
se
resume:
sociedade tiormal que a análise de suas situações palolôgicas pode ser feita. Ai é que estão os pontos de partida e os instrumentos conceituais de trabalho
com que será possível estudar os pro organização social que encontraremos • blemas sociais, fazendo-o de um pon um ponto-de-partida objetivo para a to-de-vista estritamente científico. Para tanto há que partir, preliminar e con compreensão dos problemas de desor seqüentemente, de um conceito geral ganização social — e não compreenden do, atomisticamente, cada problema como do estnitura social, para compreender co mo, dentro dela, e como produto de seu um mundo em si mesmo; isio significa, próprio funcionamento, nascem e se ma por outro lado, que na análise e deter
etc.
perde-se inteiramente de vista o valor de qualquer esfôrço no sentido de com preender os problemas sociais e contri buir para seu remédio, mesmo de um
"iii
conclu-
simples de muitos deles "serem incapa
fôr, se o conceito de participação so cial fôr tomado em sentido absoluto,
—
sões fundamen
feras de organização social determina das: participação nos benefícios da vida econômica, da educação, do govêrno da comunidade, nas atividades recreativas -Então ver-se-á, dentro de cada
i
-
I•' f?
nifestam os problemas sociais.
Quando falamos em estnitura social — ressaltando o fundamental ainda que
sem perder de rísta o detalhe — referimo-nos a uma sociedade encarada do
de variáveis, de causas, de razões e de
ângulo das relações dos homens entre
motivos — precisa ser entendida den tro de um quadro geral de interpreta ção capaz de salientar o que existe de comum entre os diversos problemas "so ciais, como condição indispensável à
si e dos homens com as coisas materiais
que os cercam, relações interdependen tes e geradas històricamente, dentro de cada sociedade, pela atividade social de
produzir e reproduzir as condições es-
140
Dicesto Económkxí
creio, govêmo etc. — em conseqüência
ponto-de-vista eslrilamcnte curativo, a
ceitos acadêmi
de fatôres que independem de sua von tade e que estão direta ou indiretamente ligados à organização social. Essas si
poMCriori.
cos
é o que aquôles autores denominam pro. bJema social.
O ponto-de-vista acima exposto apre senta-se liberto de algumas insuficiên cias apontadas nos outros anteriormente
indicados; encerra, porém, a nosso ver, algumas fraquezas passíveis de crí tica.
Se entendermos o conceito de partici pação social num sentido muito amp'Q
mclumdo todos os setores da organiza
ção social e da cultura, leremos forçosamerne de concluir - ou que existem problemas sociais absolutamente insoluveis, ou que êles só podem ser de todo solucionados num estado social anár quico, edenico, que só existe nas mi ragens dos utopístas ou nos versículos
do Gênese. O conceito de participação por conseqüência, para que não se tor
ne um conceito desligado da realidade e para que possa ser utilizado de modo
operativo, no estudo de situações sociais concretas - precisa ser referido a es
acima
postos mos
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tuações de limitação da capacidade de parHcipar integralmente da vida social
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Digesto Econômico
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compreensão do que existe da específico
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cada um deles, sabendo discer
nir, dêsse mor
do, o que é fundamental do que e
tão liojc* compreendendo com clareza o que jYi de há muito afirmavam os nos ortodoxos: os problemas sociais de
tais: a) os problemas sociais devem ser encarados de modo que fique desta cada sua natureza estrutiual, sua de
Êste quadro conceituai que nos per
vem ser entendidos dentro de seu con
pendência em relação às formas histó
mitirá uma análise científica dos pro
texto estrutural, ou jamais serão enten
ricas de organização econômica e so
didos.
cial, pois são estas que se desorganizam, gerando, em tôdas as esferas da socie
blemas sociais e que respeita seu tri buto mais essencial que é a dependên cia em que todos estão da estnitura da sociedade dentro da qual se manifestam
Isto que aparentemente é uma
constatação Ííü*ilmcnle acessível repre senta, porém, uma das maiores dinculdades que sc têm levantado no caminho do estudo científico dos problemas so
dade e da cultura, inclusive nos pa
flccssórfo.
drões de comportamento dos indivíduos, efeitos e repercussões; b) o estudo cien tífico dos problemas de desorganização social deve esforçar-se por estabelecer
Indica, tão sòmente, de nossa parte, a
tem impôsto ao espírito dos mais es
as bases de uma interpretação orgânica
compreensão da justa proposição de
clarecidos. Ainda recentemente, no con
é integrada no conhecimento geral da
Sociologia, reunido cm Nova York em
e operativa sôbre seu processas geral, sôbre cujo fundo possam ser destacados sem confusões nem subterfúgios, as par
dezembro de 1947, o Professor Albert
ticularidades das situações concretas e as
ciais. E só recentemente c que nos círculos acadêmicos tal constatação se
gresso anual da Sociedade Americana de
Cohen, discutindo ôsse
tema, dizia:
"Penso que a mais importante tendên cia atual no estudo dos problemas so ciais ó o reconhecimento crescente de
que êles são função da estrutura (da sociedade), do sistema social total ..." E daí a conclusão lógica a que chegou, de que, por outro lado, uma séria difi
manifestações específicas e relativas dos casos singulares. Isto significa que é nos quadros da
minação de um conceito de problema
zes de solução dentro da teia da ordem
social, bem como nos esforços organi
tipo de organização social, o que existe,
institucional existente".
inerente à sua estrutura, que limita e impede essa participação. Se assim não
É dêsse tipo, portanto, a principal dificuldade que defrontamos, ao tentar mos lançar as bases de um conceito
zados para sua solução, a beterogeneidade de fatôres que nêles intervém, para que não pareça uma miscelânea confusa
culdade ao estudo e solução de tais pro
blemas reside no fato aparentemente
científico de problema social, provada a insuficiência metodológica, para com
preender o assunto daqueles conceitoi anteriormente revistos.
Dessa crítica que fazemos aos con
ML
— não significa^ por outro lado, uma
teoria dogmática e sectária, que refor ma a realidade ao invés de explicá-la. Sutlierland, que
assim
se
resume:
sociedade tiormal que a análise de suas situações palolôgicas pode ser feita. Ai é que estão os pontos de partida e os instrumentos conceituais de trabalho
com que será possível estudar os pro organização social que encontraremos • blemas sociais, fazendo-o de um pon um ponto-de-partida objetivo para a to-de-vista estritamente científico. Para tanto há que partir, preliminar e con compreensão dos problemas de desor seqüentemente, de um conceito geral ganização social — e não compreenden do, atomisticamente, cada problema como do estnitura social, para compreender co mo, dentro dela, e como produto de seu um mundo em si mesmo; isio significa, próprio funcionamento, nascem e se ma por outro lado, que na análise e deter
etc.
perde-se inteiramente de vista o valor de qualquer esfôrço no sentido de com preender os problemas sociais e contri buir para seu remédio, mesmo de um
"iii
conclu-
simples de muitos deles "serem incapa
fôr, se o conceito de participação so cial fôr tomado em sentido absoluto,
—
sões fundamen
feras de organização social determina das: participação nos benefícios da vida econômica, da educação, do govêrno da comunidade, nas atividades recreativas -Então ver-se-á, dentro de cada
i
-
I•' f?
nifestam os problemas sociais.
Quando falamos em estnitura social — ressaltando o fundamental ainda que
sem perder de rísta o detalhe — referimo-nos a uma sociedade encarada do
de variáveis, de causas, de razões e de
ângulo das relações dos homens entre
motivos — precisa ser entendida den tro de um quadro geral de interpreta ção capaz de salientar o que existe de comum entre os diversos problemas "so ciais, como condição indispensável à
si e dos homens com as coisas materiais
que os cercam, relações interdependen tes e geradas històricamente, dentro de cada sociedade, pela atividade social de
produzir e reproduzir as condições es-
Dicesto
142
senciaís de sobrevivência do grupo. As sim conceituada, a estnittira social pode ser comparada a um edifício que tem
por base uma forma histórica de produ ção, por corpo um sistema de estrati-
ficação social e por cúpula um conjun to de insütuições cujo escopo e função fundamental é sancionar e manter, como um todo, o sistema conjugado dessas
partes mutuamente dependentes.
De toda estrutura social flui, direta e naturalmente, uma certa ordem social,
cuja forma mais complexa de expressão é um determinado sistema de valores sooais que, pela ação imperativa e ime
diata que têm sôbre a conduta individuaJ, dao a muitos a ilusão de serem e es os móveis primários e não-socialbimano
145
E('ON6i.nco
Dicesto Ecokómkxí
comportamento
Embora nitidamente distintas em suas formas e.xtemas, tôdas essas partes da organização social e da herança cultural
nao estão separadas como departamen tos estanques; dir-se-ia mesmo. conslituirem uma realidade única encarada de
angules diversos. Entre tôdas essas par tes que constituem o cadinho onde sur gem e se manifestam os problemas so ciais, o que exisíe é uma constante e permanente ação recíproca, como parte
da realidade viva, objetiva e complexa que em verdade constituem.
A observação e análise dos estágios anteriores de evolução social, bem co
mo a observação direta do que se passa na sociedade contemporânea, in dicam que o processo incoercível de mu dança e transformação a que está sub metido êsse sistema de partes interde pendentes manifesta-se em ritmo di verso em cada uma delas. O ritmo de
mudança social não é igual, nem pa ralelo ou sincrônico em tôdas as partes
abstrato e puramente teórico que se
da organização .social c da cultura. Não somente a chamada cultura mtitcriol —
de seus estudos resultam materiais c*-
processa a contradição social; é no plano
pazes de iluminar os caminhos que «-
das rclaç-õcs humanas e das instituições
tão sendo percorridos pela revolução so
que o Professor Young definiu como "os
sociais em funcionamento — a cada dia,
instrumentn.s c a forma social de utíliZií-Ios" — transforma-se cm cadência
em cada época c lugar, nas.mais diver
cial profunda, ora em processo. Ela é um leste — um teste decisivo para tudo
sas esferas da convivência e no próprio
o que compõe e existe dentro da so
mais aceVrada, e.speciahnente na so ciedade contemporânea, como também a.s diversas partes componentes da cha mada cultura rulo-matcrial — usos, cos
interior da personalidade humana —
ciedade contemporânea, inclusive, • principalmente, para a ciência da io-
que as contradições sociais funcionam como fonte geradora de problemas so ciais.
ciedade.
A forma e o modo com que se
Os problemas sociais contemporâneos
ções, arte, formas de govêmo, direito, religião, moral, idcologín.s — diferem en tre si quanto à cadência em que his
apresenta cada problema, em cada si
não podem ser observados como peças
tuação de tempo, lugar e estrutura, são as dívcr.sas formas e modos pelos quais a demora cultural se pode apresentar
de museu ou materiais de laboratórios,
toricamente .se transformam.
à própria sociedade em cuja estrutura ela foi gerada, pelo processo incoercí vel de sua transformação — o que pode
tumes, instituições, leis, normas, tradi
É nos pontos de fricção e nos mmncntos de tensão criados pelo fato de coi sas mutuamente dependentes mudarem em ritmos diferentes — que surgem e .SC desenvolvem os problemas fundamen
sociais podem existir i dentio de uma sociedade muito antes c independente mente de a sociedade tomar consciên
cia dêlcs — como pretende Bogardus; facilmente 9-
maior
evidência, que os problemas sociais re sultam sempre dessas alterações estru turais — quando temos presente que as diversas situações entre as quais a de mora cultural se estabelece e as con
se
conclui, também, que
sendo gerados pela ação de resistência
coisas do mundo físico.
tradições que entre elas se manifestam
funcionamento estavam inibidos de levar
estrutural, verifica-sc que os problemas
tórica de produção que toda estrutura social tem por base, e que é o ponto em que as tran.sformações que se ope ram nas relações humanas ligam-se àquelas que se processam em tôdas as entretanto, com
finita de situações particulares. Asoím entendidos, em sua natureza
tais da sociedade, não raro cm esferas aparentemente de.sligadas da forma his
Percebe-se,
acontecer numa escala praticamente in
à moda \itoriana com que faziam os sociólogos de outros tempos, na ilusão de que essa falsa imparcialidade enco briria o pacto ideológico que hariam assinado com a ordem social qiie estu davam e a cujas raízes do processo de
h
das formas sociais ossifícadas sôbre os
fatôres de sua transformação, os pro blemas sociais .só se podem agravar pela continuação ou restabelecimento das formas anteriores de comportamento, hístòricamente superadas — como sugar re Blumer.
1 ! m
não são abstratas nem mecânicas, mas
Hs
m
vivas e humanas. É através de relações
entre os diversos grupos que coexistem
Na
era
fecunda
e renovadora de
na sociedade, determinando a forma e
post-academicismo em que hoje vive a
o conteúdo dessas relações, que a tensão social se manifesta, de modo que a po
sociologia, sua função suprema como
sição de cada classe social ante a so
lução de um problema decorre de sua ijosíção dentro da estrutura social que o gerou. Não é, portanto, num plano
ciência se realiza na medida em que
o escalpêlo de sua análise. Com o decôro e a serenidade
que sempre fala a ciência, a sociologia boje pode anunciar, ante o corpo con gregado dos que a ela votaram as suas
preocupações - como o fèz o já citado Professor Albert Cohen no último Con
gresso Americano de Sociologia - que. numa decorrência do próprio conceito científico de problema social, as soluções
de que carecem êsses problemas exce dem os limites traçados pela ordem so cial existente.
Se é verdade que a utopia começu quando se pretende resohcr qualquer problema sem remoN'er as causas que " determinam — pode-se mais unia ;\firmar que a renovação da estrutura social é um imperativo da necessidade de encontrar soluções racionais para os grandes problemas que ela mesma gerou-
Dicesto
142
senciaís de sobrevivência do grupo. As sim conceituada, a estnittira social pode ser comparada a um edifício que tem
por base uma forma histórica de produ ção, por corpo um sistema de estrati-
ficação social e por cúpula um conjun to de insütuições cujo escopo e função fundamental é sancionar e manter, como um todo, o sistema conjugado dessas
partes mutuamente dependentes.
De toda estrutura social flui, direta e naturalmente, uma certa ordem social,
cuja forma mais complexa de expressão é um determinado sistema de valores sooais que, pela ação imperativa e ime
diata que têm sôbre a conduta individuaJ, dao a muitos a ilusão de serem e es os móveis primários e não-socialbimano
145
E('ON6i.nco
Dicesto Ecokómkxí
comportamento
Embora nitidamente distintas em suas formas e.xtemas, tôdas essas partes da organização social e da herança cultural
nao estão separadas como departamen tos estanques; dir-se-ia mesmo. conslituirem uma realidade única encarada de
angules diversos. Entre tôdas essas par tes que constituem o cadinho onde sur gem e se manifestam os problemas so ciais, o que exisíe é uma constante e permanente ação recíproca, como parte
da realidade viva, objetiva e complexa que em verdade constituem.
A observação e análise dos estágios anteriores de evolução social, bem co
mo a observação direta do que se passa na sociedade contemporânea, in dicam que o processo incoercível de mu dança e transformação a que está sub metido êsse sistema de partes interde pendentes manifesta-se em ritmo di verso em cada uma delas. O ritmo de
mudança social não é igual, nem pa ralelo ou sincrônico em tôdas as partes
abstrato e puramente teórico que se
da organização .social c da cultura. Não somente a chamada cultura mtitcriol —
de seus estudos resultam materiais c*-
processa a contradição social; é no plano
pazes de iluminar os caminhos que «-
das rclaç-õcs humanas e das instituições
tão sendo percorridos pela revolução so
que o Professor Young definiu como "os
sociais em funcionamento — a cada dia,
instrumentn.s c a forma social de utíliZií-Ios" — transforma-se cm cadência
em cada época c lugar, nas.mais diver
cial profunda, ora em processo. Ela é um leste — um teste decisivo para tudo
sas esferas da convivência e no próprio
o que compõe e existe dentro da so
mais aceVrada, e.speciahnente na so ciedade contemporânea, como também a.s diversas partes componentes da cha mada cultura rulo-matcrial — usos, cos
interior da personalidade humana —
ciedade contemporânea, inclusive, • principalmente, para a ciência da io-
que as contradições sociais funcionam como fonte geradora de problemas so ciais.
ciedade.
A forma e o modo com que se
Os problemas sociais contemporâneos
ções, arte, formas de govêmo, direito, religião, moral, idcologín.s — diferem en tre si quanto à cadência em que his
apresenta cada problema, em cada si
não podem ser observados como peças
tuação de tempo, lugar e estrutura, são as dívcr.sas formas e modos pelos quais a demora cultural se pode apresentar
de museu ou materiais de laboratórios,
toricamente .se transformam.
à própria sociedade em cuja estrutura ela foi gerada, pelo processo incoercí vel de sua transformação — o que pode
tumes, instituições, leis, normas, tradi
É nos pontos de fricção e nos mmncntos de tensão criados pelo fato de coi sas mutuamente dependentes mudarem em ritmos diferentes — que surgem e .SC desenvolvem os problemas fundamen
sociais podem existir i dentio de uma sociedade muito antes c independente mente de a sociedade tomar consciên
cia dêlcs — como pretende Bogardus; facilmente 9-
maior
evidência, que os problemas sociais re sultam sempre dessas alterações estru turais — quando temos presente que as diversas situações entre as quais a de mora cultural se estabelece e as con
se
conclui, também, que
sendo gerados pela ação de resistência
coisas do mundo físico.
tradições que entre elas se manifestam
funcionamento estavam inibidos de levar
estrutural, verifica-sc que os problemas
tórica de produção que toda estrutura social tem por base, e que é o ponto em que as tran.sformações que se ope ram nas relações humanas ligam-se àquelas que se processam em tôdas as entretanto, com
finita de situações particulares. Asoím entendidos, em sua natureza
tais da sociedade, não raro cm esferas aparentemente de.sligadas da forma his
Percebe-se,
acontecer numa escala praticamente in
à moda \itoriana com que faziam os sociólogos de outros tempos, na ilusão de que essa falsa imparcialidade enco briria o pacto ideológico que hariam assinado com a ordem social qiie estu davam e a cujas raízes do processo de
h
das formas sociais ossifícadas sôbre os
fatôres de sua transformação, os pro blemas sociais .só se podem agravar pela continuação ou restabelecimento das formas anteriores de comportamento, hístòricamente superadas — como sugar re Blumer.
1 ! m
não são abstratas nem mecânicas, mas
Hs
m
vivas e humanas. É através de relações
entre os diversos grupos que coexistem
Na
era
fecunda
e renovadora de
na sociedade, determinando a forma e
post-academicismo em que hoje vive a
o conteúdo dessas relações, que a tensão social se manifesta, de modo que a po
sociologia, sua função suprema como
sição de cada classe social ante a so
lução de um problema decorre de sua ijosíção dentro da estrutura social que o gerou. Não é, portanto, num plano
ciência se realiza na medida em que
o escalpêlo de sua análise. Com o decôro e a serenidade
que sempre fala a ciência, a sociologia boje pode anunciar, ante o corpo con gregado dos que a ela votaram as suas
preocupações - como o fèz o já citado Professor Albert Cohen no último Con
gresso Americano de Sociologia - que. numa decorrência do próprio conceito científico de problema social, as soluções
de que carecem êsses problemas exce dem os limites traçados pela ordem so cial existente.
Se é verdade que a utopia começu quando se pretende resohcr qualquer problema sem remoN'er as causas que " determinam — pode-se mais unia ;\firmar que a renovação da estrutura social é um imperativo da necessidade de encontrar soluções racionais para os grandes problemas que ela mesma gerou-
•» « f
Digesto
tado de um determinado período de negócios; êles são um meio para esti
mar futuras vendas e operações, recei
tas e gastos, lucros e perdas. Para as
grandes companliias industriais e comerciais, orçamentos representam um con
trole de suas atiWdades que hoje em dia e universalmente usado. Ademais orçamentos financeiros são indispensãveis para emprôsas que trabalham com
credito bancáno ou cujo capital cir culante e limitado.
No caso de uma companhia comercial o que deve ser previsto são: as despe sas administrativas e de vendas, a co
brança das contas a receber e o finan damento do inventário. Os problemas orçamentários de uma companhia indiis
trial são mais amplos, porém abrangení
também os de uma empresa comercial
I>urante os períodos incertos das con dições de negócios, é de grande im portância que as despesas correspondam
pre c o ponto clí* partida, inclui tantos
isso que muitas empresas ainda não es tão usando o sistema de orçamentos.
A isso respondemos que, cm primeiro lugar, os orçamentos tornam-se mais exatos com a prática e que, em segun do lugar, de\'em eventualmente ser feitos diversos orçamentos para os vários volumes possíveis de vendas. Outrossim, 6 praxe geral corrigir os orçamen tos em certos intervalos e adaptá-los às condições alteradas. Assim, êles fícani flexíveis e conservam todo o seu valor.
A possibilidade de que as vendas a serem efetuadas pro^•em ser maiores ou
menores do que as vendas prerístas náo diminui o \'alor controlador do orça
mento; o confronto ajuda a melhorar futuras estimatis^as.
ORÇAMENTO DE VENDAS
r CIA
ANO DE 194
EM MILHARES DE CRUZEIROS Ano corrente
Vendas líquidas
passado
Previsto
Aumento
Realizado [Diminuição)
Janeiro
600
650
655
'
Fevereiro
570
630
620
(10)
Março
620
660
680
20
Dezembro
680
700
730
30
TOTAL
7.800
8.300
8.500
200
5
Antes de elaborar um orçamento é necessário proceder-se a uma análi.se de
talhada do passado, para conhecer os
elementos que po.ssam influir *nos negó cios futuros. É essa uma vantagem adicional que trazem os orçamentos; © melhor conhecimento das condições eco
nômicas da emprêsa. A finalidade deste es tudo não é fazer uma ex
os nossos dízeres e demonstrações podem também ser aplicados a uma emprésa
O orçamento é orga
posição teórica e altamen te científica dos proble
de natureza comercial.
mas
Em úhima instância, todos os orça mentos são baseados em uma previsão
cado, as condições especiais dos artigos
às vendas prováveis. Para obter-se um meio de contrôle sôbre êsses Itens, pre-
fatôrcs difícci.s de calcular, que é por
de modo que, dissertando sôbre aqueles'
das vendas, a qual deve tomar em con sideração as condições gerais do mer
para-se um quadro das vendas espera
das, o qual seiATiá como padrão.
Dr. C. Robert P, Hoiiensteín
tativa para estabelecer antecipadamente o resul
145
A -- Orçamento de vendas.
Orçamentos industriais e comerciais RÇAMENTOS industriais e comerciais são uma ten
Económicx>
orçamentários,
nizado no início do exer cício. A coluna "Rea
mas
lizado"
sim fornecer às emprêsas,
é
preenchida
que ainda não estão usan
mensalmente e serve co
do o sistema de orçamen
mo base para eventuais ajustes dos or çamentos de produção, de operação e
tos, idéias e exemplos de como pô-lo em prática. Conseqüentemente, os qua
B — Orçamento de produção. Os fatôres principais que entram na computação dos custos de produção são: mão-de-obra, matéria-prima, custos indi
retos e despesas gerais. Dada a impor
financeiro.
tância da depreciação e o fato de ela
O quadro acima é bastante resumi do. É possível e até aconselhável a
fazer parte dos custos fixos — indepen dentes do grau de produção - propo
em questão, o efeito de aumento ou di minuição de programas de produção sô bre as vendas e entregas, a situação das
simples possíveis e devem ser amplia
matérias-primas, os fundos disponíveis etc. Essa previsão das vendas, que sem
dos e melhorados conforme as necessi
sua
dades da emprêsa que pretender apli
artigos negociados, os tipos de vendas
conseguinte, obtemos o seguinte quadro
cá-los.
(atacado-varejo), as regiões etc.
orçamentário de produção:
dros demonstrativos usados são os mais
subdivisão, conforme os diversos
mos mencioná-la separadamente.
Por
•» « f
Digesto
tado de um determinado período de negócios; êles são um meio para esti
mar futuras vendas e operações, recei
tas e gastos, lucros e perdas. Para as
grandes companliias industriais e comerciais, orçamentos representam um con
trole de suas atiWdades que hoje em dia e universalmente usado. Ademais orçamentos financeiros são indispensãveis para emprôsas que trabalham com
credito bancáno ou cujo capital cir culante e limitado.
No caso de uma companhia comercial o que deve ser previsto são: as despe sas administrativas e de vendas, a co
brança das contas a receber e o finan damento do inventário. Os problemas orçamentários de uma companhia indiis
trial são mais amplos, porém abrangení
também os de uma empresa comercial
I>urante os períodos incertos das con dições de negócios, é de grande im portância que as despesas correspondam
pre c o ponto clí* partida, inclui tantos
isso que muitas empresas ainda não es tão usando o sistema de orçamentos.
A isso respondemos que, cm primeiro lugar, os orçamentos tornam-se mais exatos com a prática e que, em segun do lugar, de\'em eventualmente ser feitos diversos orçamentos para os vários volumes possíveis de vendas. Outrossim, 6 praxe geral corrigir os orçamen tos em certos intervalos e adaptá-los às condições alteradas. Assim, êles fícani flexíveis e conservam todo o seu valor.
A possibilidade de que as vendas a serem efetuadas pro^•em ser maiores ou
menores do que as vendas prerístas náo diminui o \'alor controlador do orça
mento; o confronto ajuda a melhorar futuras estimatis^as.
ORÇAMENTO DE VENDAS
r CIA
ANO DE 194
EM MILHARES DE CRUZEIROS Ano corrente
Vendas líquidas
passado
Previsto
Aumento
Realizado [Diminuição)
Janeiro
600
650
655
'
Fevereiro
570
630
620
(10)
Março
620
660
680
20
Dezembro
680
700
730
30
TOTAL
7.800
8.300
8.500
200
5
Antes de elaborar um orçamento é necessário proceder-se a uma análi.se de
talhada do passado, para conhecer os
elementos que po.ssam influir *nos negó cios futuros. É essa uma vantagem adicional que trazem os orçamentos; © melhor conhecimento das condições eco
nômicas da emprêsa. A finalidade deste es tudo não é fazer uma ex
os nossos dízeres e demonstrações podem também ser aplicados a uma emprésa
O orçamento é orga
posição teórica e altamen te científica dos proble
de natureza comercial.
mas
Em úhima instância, todos os orça mentos são baseados em uma previsão
cado, as condições especiais dos artigos
às vendas prováveis. Para obter-se um meio de contrôle sôbre êsses Itens, pre-
fatôrcs difícci.s de calcular, que é por
de modo que, dissertando sôbre aqueles'
das vendas, a qual deve tomar em con sideração as condições gerais do mer
para-se um quadro das vendas espera
das, o qual seiATiá como padrão.
Dr. C. Robert P, Hoiiensteín
tativa para estabelecer antecipadamente o resul
145
A -- Orçamento de vendas.
Orçamentos industriais e comerciais RÇAMENTOS industriais e comerciais são uma ten
Económicx>
orçamentários,
nizado no início do exer cício. A coluna "Rea
mas
lizado"
sim fornecer às emprêsas,
é
preenchida
que ainda não estão usan
mensalmente e serve co
do o sistema de orçamen
mo base para eventuais ajustes dos or çamentos de produção, de operação e
tos, idéias e exemplos de como pô-lo em prática. Conseqüentemente, os qua
B — Orçamento de produção. Os fatôres principais que entram na computação dos custos de produção são: mão-de-obra, matéria-prima, custos indi
retos e despesas gerais. Dada a impor
financeiro.
tância da depreciação e o fato de ela
O quadro acima é bastante resumi do. É possível e até aconselhável a
fazer parte dos custos fixos — indepen dentes do grau de produção - propo
em questão, o efeito de aumento ou di minuição de programas de produção sô bre as vendas e entregas, a situação das
simples possíveis e devem ser amplia
matérias-primas, os fundos disponíveis etc. Essa previsão das vendas, que sem
dos e melhorados conforme as necessi
sua
dades da emprêsa que pretender apli
artigos negociados, os tipos de vendas
conseguinte, obtemos o seguinte quadro
cá-los.
(atacado-varejo), as regiões etc.
orçamentário de produção:
dros demonstrativos usados são os mais
subdivisão, conforme os diversos
mos mencioná-la separadamente.
Por
Diceato Econóxocõ
146
Dicesto Econômico
Wi
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES ANO DE 194..
CIA,
EM MILHARES DK CRUZEIROS Ano corrente
Ano
Janeiro
pasmado
Mão-de-obra
Matéria-prima Custos indiretos
Depreciação Despesas gerais
Custo de mercadoria pro
Previsto
Realizado
120
125 195
10
185 85
90 50
5
50
30
35
30
(5)
475
5
—
490
cada tipo de custos, como mão-de-obra, custos indiretos etc.
damos um exemplo a seguir:
alterações nas previsões, é recomendá
vel preparar quadros individuais para
ORÇAMENTO DE MATÉRIA-PRIMA
Realizado
(Diminuição)
Vendas líquidas
600
650
655
5
Mão-de-obra
120
120
Matéria-prima
125 185 90
Depreciação Despesas gerais
50 30
175 85 50 35
5 • 10
Custos indiretos
160 80
Custo de mercadoria pro duzida (vendida)
440
465
480
15
Lucro bruto
160
185
175
(10)
Despesas administrativas .. DesjDesas de vendas
50 40
50 35
55 35
Despesas totais
90
85
90
5
Lucro operativo
70
, 100
85
(15)
20 10
20 10
20
80
110
100
EM MILHARES DE CRUZEIROS
Lucro líquido Janeiro
Ano
passado
Ano corrente
Previsto
Realizado
.
(Diminuição)
450 140
510 190
510 160
Inventário-fim
590 420
700 515
670 475
(30) (30) (40)
Custo matéria-prima
170
185
195
10
Compras Soma
Com o fim de obter uma demonstra
operativas, devia-se preparar um scígundo quadro que demonstrasse as ci fras acima como porcentagens das ven das; por exemplo, no ano passado, as vendas líquidas de 600 = 100%, dão para o lucro bruto 26,7%, para o lucro
C — Orçamento das operações.
de vendas, cuja elaboração pode ser fei
Os orçamentos de vendas e de produ ção devem ser completados por orça mento® das despesas administrativas e
quadros atrás demonstrados. De todos
ta do mesmo
50 30
5 —
(5)
5
5 —
(5) (10)
Aumento
ção mais clara das alterações nas cifras Inventário-comêço
Aumento
Previsto
Outras rendas ANO DE 194
Atio corrente
Ano
passado
Outras despesas CIA
EM MIIHARtS DE CRUZEIROS
15
Tais quadros detalhados são, essencial mente, cópias do quadro principal aci ma, salvo o da matéria-prima, do qual
Para melhor controlar as causas das
ANO DE 194
Aumento
(Diminuição,
110 170 80 50
440
duzida (vendida) ....
CIA
modo como os outros
ôsses orçamentos surge então como um resumo o orçamento das operações:
jbJÉüL. I É^r ri '
operativo 11,7% e para o lucro líquido 13,3%. O lucro líquido realizado (100
sobre 655) é de 15,3%, o que prova que houve um melhoramento tanto abso
luta como relativamente, em compara ção com o ano anterior, apesar de a-
companliia nao ter • atingido a cifm prevista de 110, ou sejam 17% (de 650). D — Orçamento financeiro. Depois de ler estimado futuras ven
das, custos e lucros, pode-se proceder à
preparação da demonstração de futuros
recebimentos e pagamentos; desta ma
neira, obtem-se uma idéia da situação financeira da companhia no fim do penodo.
^
Comecemos pelo orçamento de ven
das. Pela eyeriênda sabe-se qual.
parle das vendas dos meses antenas.
Diceato Econóxocõ
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Dicesto Econômico
Wi
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES ANO DE 194..
CIA,
EM MILHARES DK CRUZEIROS Ano corrente
Ano
Janeiro
pasmado
Mão-de-obra
Matéria-prima Custos indiretos
Depreciação Despesas gerais
Custo de mercadoria pro
Previsto
Realizado
120
125 195
10
185 85
90 50
5
50
30
35
30
(5)
475
5
—
490
cada tipo de custos, como mão-de-obra, custos indiretos etc.
damos um exemplo a seguir:
alterações nas previsões, é recomendá
vel preparar quadros individuais para
ORÇAMENTO DE MATÉRIA-PRIMA
Realizado
(Diminuição)
Vendas líquidas
600
650
655
5
Mão-de-obra
120
120
Matéria-prima
125 185 90
Depreciação Despesas gerais
50 30
175 85 50 35
5 • 10
Custos indiretos
160 80
Custo de mercadoria pro duzida (vendida)
440
465
480
15
Lucro bruto
160
185
175
(10)
Despesas administrativas .. DesjDesas de vendas
50 40
50 35
55 35
Despesas totais
90
85
90
5
Lucro operativo
70
, 100
85
(15)
20 10
20 10
20
80
110
100
EM MILHARES DE CRUZEIROS
Lucro líquido Janeiro
Ano
passado
Ano corrente
Previsto
Realizado
.
(Diminuição)
450 140
510 190
510 160
Inventário-fim
590 420
700 515
670 475
(30) (30) (40)
Custo matéria-prima
170
185
195
10
Compras Soma
Com o fim de obter uma demonstra
operativas, devia-se preparar um scígundo quadro que demonstrasse as ci fras acima como porcentagens das ven das; por exemplo, no ano passado, as vendas líquidas de 600 = 100%, dão para o lucro bruto 26,7%, para o lucro
C — Orçamento das operações.
de vendas, cuja elaboração pode ser fei
Os orçamentos de vendas e de produ ção devem ser completados por orça mento® das despesas administrativas e
quadros atrás demonstrados. De todos
ta do mesmo
50 30
5 —
(5)
5
5 —
(5) (10)
Aumento
ção mais clara das alterações nas cifras Inventário-comêço
Aumento
Previsto
Outras rendas ANO DE 194
Atio corrente
Ano
passado
Outras despesas CIA
EM MIIHARtS DE CRUZEIROS
15
Tais quadros detalhados são, essencial mente, cópias do quadro principal aci ma, salvo o da matéria-prima, do qual
Para melhor controlar as causas das
ANO DE 194
Aumento
(Diminuição,
110 170 80 50
440
duzida (vendida) ....
CIA
modo como os outros
ôsses orçamentos surge então como um resumo o orçamento das operações:
jbJÉüL. I É^r ri '
operativo 11,7% e para o lucro líquido 13,3%. O lucro líquido realizado (100
sobre 655) é de 15,3%, o que prova que houve um melhoramento tanto abso
luta como relativamente, em compara ção com o ano anterior, apesar de a-
companliia nao ter • atingido a cifm prevista de 110, ou sejam 17% (de 650). D — Orçamento financeiro. Depois de ler estimado futuras ven
das, custos e lucros, pode-se proceder à
preparação da demonstração de futuros
recebimentos e pagamentos; desta ma
neira, obtem-se uma idéia da situação financeira da companhia no fim do penodo.
^
Comecemos pelo orçamento de ven
das. Pela eyeriênda sabe-se qual.
parle das vendas dos meses antenas.
w•
HJ u|||P
DicESTO
148
qual a do mês corrente que pode ser provenientes de vendas à vista, emprés timos, juros etc.
ráções.
A isso são
acrescidas outras entradas de dinheiro,
A apuração dos desembolsos é geral mente mais fácil. Em sua maior parte.
Nc.sto
os pagamentos a serem feitos são conhc^
cidos no principio do mós, e para perío dos mais longos êles podem ser calcula dos de acôrdo com a previsão das opo
cobrada dentro do mês.
Dicesto
Econômico
O seguinte 6 um modélo simples de um orçíimento financeiro:
f MÊS DE
DE 194.
quadro,
a
149
previsão do mo
vimento cie caixa e cios bancos é feita
ORÇAMENTO FINANCEIRO
CIA.
JEíOonómico
EM MILHARES DE CHüZElROS
exighel o atrto prazo. O realizável a curto prazo menos o exigícri a curto
para um mcs só. Na prática, o orça mento financeiro faz-se para o mesmo período que o cios outros orçamentos, geralmente um ano. Desta maneira, a
prazo dá o capital circtãante, que re
direção
\'0 ao passivo, realizável a curto prazo,
obtém
uma
idéia de futuras
obrigações com materiais, despesas, au mentos c\'entuais da capacidade produ tiva etc., G pode tomar as suas provi
presenta a expressão mais simples e da
ta da situação financeira da emprêsa; sendo que em regra a proporção do atideveria ser de 2 para 1. Considerando os pla nos da emprêsa com req)eito a ampliações
dências para ter os fundos necessários disponíveis.
das instalações técnicas,
aumentos da capacida de produtiva, aumentos do capital registrado,
E — Balanço geral estimado. Previsto
Realizado
O trabalho final da organização dos orçamentos seria apurar os elementos
Aumento
(Diminuição)
para a estimação do balanço geral e da demonstração de lucros e perdas no fim
Disponível — comêço Caixa . Bancos
20 210
20 210
Total disponível ...
230
230
410 170 20
440 180
30 10
25
5
do exercício.
mentos já discutidos, pode-se elaborar sem dificuldade a futura demonstração de lucros e perdas como também o ati
Recebimentos
Cobrança — bancos "
— caixa
Outras vendas
Empréstimos
juros etc Outros recebimentos
Total recebimentos . Total recursos
5
5
15
20
620
670
50
850
900
50
210 190
220 190 30 15
10
vo realizável a curto prazo e o passivo
Pagamentos Fornecedores
Fls. de pagamento .
25
Contribuições sociais Impostos
15 60 30 50
Diversos
580 Caixa Bancos
Disponível —. fim Aumento (diminuição) do disponível
n
Máquinas
mos (decréscimos) e uma outra para
os algarismos projetados. Por exemplo:
Último balanço
Acréscimo
geral
(Decréscimo)
....
850.000,00
Previsto
100.000,00 140.000,00
990.000.00
5 Etc.
60
5
36 60
10
610
30
20
20
250
270
20
270
290
"20
í !■
De modo semelhante prepara-se a de monstração de lucros e perdas. F — Conclusão.
40
balanço geral. A forma mais simples para isso se ria usar o último balanço geral e acres centar duas colunas: uma para acrésci
100.000,00
Terrenos
Comissões
Fôrça, luz e água ..
Baseados sôbre os orça
política do dividendos etc., pode-se en tão proceder à preparação do futuro
60
20
Uma das conseqüências mais provei
tosas da introdução de um sistema de
orçamentos é o contrôle permanente de vendas e receitas e a sua comparação
com as despesas, para proteger a em prêsa contra prejuízos operativos e auto-
w•
HJ u|||P
DicESTO
148
qual a do mês corrente que pode ser provenientes de vendas à vista, emprés timos, juros etc.
ráções.
A isso são
acrescidas outras entradas de dinheiro,
A apuração dos desembolsos é geral mente mais fácil. Em sua maior parte.
Nc.sto
os pagamentos a serem feitos são conhc^
cidos no principio do mós, e para perío dos mais longos êles podem ser calcula dos de acôrdo com a previsão das opo
cobrada dentro do mês.
Dicesto
Econômico
O seguinte 6 um modélo simples de um orçíimento financeiro:
f MÊS DE
DE 194.
quadro,
a
149
previsão do mo
vimento cie caixa e cios bancos é feita
ORÇAMENTO FINANCEIRO
CIA.
JEíOonómico
EM MILHARES DE CHüZElROS
exighel o atrto prazo. O realizável a curto prazo menos o exigícri a curto
para um mcs só. Na prática, o orça mento financeiro faz-se para o mesmo período que o cios outros orçamentos, geralmente um ano. Desta maneira, a
prazo dá o capital circtãante, que re
direção
\'0 ao passivo, realizável a curto prazo,
obtém
uma
idéia de futuras
obrigações com materiais, despesas, au mentos c\'entuais da capacidade produ tiva etc., G pode tomar as suas provi
presenta a expressão mais simples e da
ta da situação financeira da emprêsa; sendo que em regra a proporção do atideveria ser de 2 para 1. Considerando os pla nos da emprêsa com req)eito a ampliações
dências para ter os fundos necessários disponíveis.
das instalações técnicas,
aumentos da capacida de produtiva, aumentos do capital registrado,
E — Balanço geral estimado. Previsto
Realizado
O trabalho final da organização dos orçamentos seria apurar os elementos
Aumento
(Diminuição)
para a estimação do balanço geral e da demonstração de lucros e perdas no fim
Disponível — comêço Caixa . Bancos
20 210
20 210
Total disponível ...
230
230
410 170 20
440 180
30 10
25
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do exercício.
mentos já discutidos, pode-se elaborar sem dificuldade a futura demonstração de lucros e perdas como também o ati
Recebimentos
Cobrança — bancos "
— caixa
Outras vendas
Empréstimos
juros etc Outros recebimentos
Total recebimentos . Total recursos
5
5
15
20
620
670
50
850
900
50
210 190
220 190 30 15
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vo realizável a curto prazo e o passivo
Pagamentos Fornecedores
Fls. de pagamento .
25
Contribuições sociais Impostos
15 60 30 50
Diversos
580 Caixa Bancos
Disponível —. fim Aumento (diminuição) do disponível
n
Máquinas
mos (decréscimos) e uma outra para
os algarismos projetados. Por exemplo:
Último balanço
Acréscimo
geral
(Decréscimo)
....
850.000,00
Previsto
100.000,00 140.000,00
990.000.00
5 Etc.
60
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36 60
10
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30
20
20
250
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í !■
De modo semelhante prepara-se a de monstração de lucros e perdas. F — Conclusão.
40
balanço geral. A forma mais simples para isso se ria usar o último balanço geral e acres centar duas colunas: uma para acrésci
100.000,00
Terrenos
Comissões
Fôrça, luz e água ..
Baseados sôbre os orça
política do dividendos etc., pode-se en tão proceder à preparação do futuro
60
20
Uma das conseqüências mais provei
tosas da introdução de um sistema de
orçamentos é o contrôle permanente de vendas e receitas e a sua comparação
com as despesas, para proteger a em prêsa contra prejuízos operativos e auto-
Dicesto Econónuco
150
rízar tais aumentos de despesas que
mentam ou dimintícm proporcionalmen
são justificados pelo aumento do volu
te ao volume da produção c das vendas,
me de negócios. O confronto dos alga
ao passo que outros — os chamados
rismos previstos e realizados é o melhor índice, se a política seguida pela dire ção corresponde às realidades. Quanto mais incertas forem as perspectivas do mercado, tanto mais importantes serão os orçamentos e o contrôle e.rercido por eles, o que significa que cs orçamentos são mais úteis justamente quando a sua
"custos fixos"
organização é das mais difíceis.
Com
isso desaparece o argumento de que a impossibilidade de prever vendas etc. toma os orçamentos impraticáveis. O
que é necessário são os ajustes periódi cos das previsões.
Fazendo esses ajustes, perceber-se-á logo que alguns custos e despesas au
inflexibilidade.
Rrasílin Macharln e a Academia Ernesto Leme
certa
(Discurso proferido na Faculdade de Direito de São Paulo, por ocasião dos
Uma voz analisadas e
comemorações do centenário de nascimento do Professor BrasíÜo Machado)
—
mostram
uma
agrupadas as despesa.s orçamentárias de acôrdo com dsse fato, o trabalho tonto
^ ANO DE 1868 foi dos mais auspicio
da preparação como do ajuste periódico
Tesouro, secretário da Relação, já dou
sos na vida da Academia. Aqui aportavam, vindos do Recife e precedi
tor em Direito, desde 1875, vem diq^u-
dos de grande fama, os estudantes do
lente substituto.
dos orçamentos tomar-sc-á mais fácil c mais exato.
Há poucas empresas cujas diretorias não possam empregar o sistema de or çamentos com vantagens. Dirigir é, es sencialmente, prever. Deve ser lembra do, porém, que o valor dos orçamentos — como de todo sistema de contrôle — depende em boa parte do uso que é feito dôles e da habilidade daqueles que os estão aplicando.
r
terceiro ano Rui Barbosa e Castro Alves,
Dos cinco concursos, que então se
que passaram a rcfulgir, como estréias de primeira grande
abriram, inscreveu-se em três — nas va gas de Joaquim
za, na turma de Ro
Augusto de Camar
drigues Alves, Afon
go, Leite Moraes e
so Pena e Joaquim
Rubino de Oliveira,
Nabuco. E, entre os
nomeados lentes ca-
quarenta e sete ra
tedrúticos.
pazes, que se matri
competidores eram
cularam no primeiro de
.da estatura de João Mendes Júnior, Dino Bueno, Brasí
e
lio dos Santos, Teó-
Brasílio Augusto
filo Dias, Leite híoraes Júnior, Joaquim
ano, estavam os no
mes
gloriosos
João
Monteiro
Machado de Olivei ra.
Viera
Seus
Manuel Carlos de
êste
das
Episcopal, que o ve
Gusmão, Lopes dos Anjos. Em todos êles logrou apro\"a-
nerando D. Antônio
ção e indicação. No
auJas do Seminário
Joaquim criara,
de em
Melo
meado lente substi
1859.
tuto, na vaga de Lei te Moraes, por de creto de 30 de junho
Concluirá os prepa ratórios
Anexo.
no
Curso
E, aos de
zenove anos e meio, quase na idade com As últimas cifras sôbre o comércio exterior dos Estados Unidos revelam as
tur nesta Casa, em 1882, o cargo de
que, vinte e sete anos mais tarde, seu
de 1883, do Govêmo
Imperial, tomou posse a 7 de juüio.
Promovido a catedrático de Direito
transformações por que está passando a economia mundial. A recuperação no es trangeiro — na agricultura, nas minas, na indústria — diminui a procura de mer cadorias norte-americanas. Ao mesmo tempo, possibilita maiores mercadorias para
filho Alcântara Machado aqui conquista
sou, meses após, com o desdobramento
os Estados Unidos importarem.
va a láurea de professor, iniciava Bra sílio a sua trajetória, nesta Faculdade.
Bacharel em ciências jurídicas e so ciais, em 1872, promotor público de Pi racicaba e Casa Branca, inspetor do
está disciplina, da qual apenas se afas tou definitivamente com a sua morte,
A escassez de dólares diminui as compras de mercadorias norte-americanas. As nações tendem a canalizar os dólares que possuem no sentido da compra de máquinas, produtos de metal e matérias-primas industriais dos Estados Unidos, ãrtigos que não podem obter em óutra parte.
Natural, a 80 de setembro de 1890, pas da cadeira de Direito Comercial, a reger ocorrida a 5 de março de 1919.
Dicesto Econónuco
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rízar tais aumentos de despesas que
mentam ou dimintícm proporcionalmen
são justificados pelo aumento do volu
te ao volume da produção c das vendas,
me de negócios. O confronto dos alga
ao passo que outros — os chamados
rismos previstos e realizados é o melhor índice, se a política seguida pela dire ção corresponde às realidades. Quanto mais incertas forem as perspectivas do mercado, tanto mais importantes serão os orçamentos e o contrôle e.rercido por eles, o que significa que cs orçamentos são mais úteis justamente quando a sua
"custos fixos"
organização é das mais difíceis.
Com
isso desaparece o argumento de que a impossibilidade de prever vendas etc. toma os orçamentos impraticáveis. O
que é necessário são os ajustes periódi cos das previsões.
Fazendo esses ajustes, perceber-se-á logo que alguns custos e despesas au
inflexibilidade.
Rrasílin Macharln e a Academia Ernesto Leme
certa
(Discurso proferido na Faculdade de Direito de São Paulo, por ocasião dos
Uma voz analisadas e
comemorações do centenário de nascimento do Professor BrasíÜo Machado)
—
mostram
uma
agrupadas as despesa.s orçamentárias de acôrdo com dsse fato, o trabalho tonto
^ ANO DE 1868 foi dos mais auspicio
da preparação como do ajuste periódico
Tesouro, secretário da Relação, já dou
sos na vida da Academia. Aqui aportavam, vindos do Recife e precedi
tor em Direito, desde 1875, vem diq^u-
dos de grande fama, os estudantes do
lente substituto.
dos orçamentos tomar-sc-á mais fácil c mais exato.
Há poucas empresas cujas diretorias não possam empregar o sistema de or çamentos com vantagens. Dirigir é, es sencialmente, prever. Deve ser lembra do, porém, que o valor dos orçamentos — como de todo sistema de contrôle — depende em boa parte do uso que é feito dôles e da habilidade daqueles que os estão aplicando.
r
terceiro ano Rui Barbosa e Castro Alves,
Dos cinco concursos, que então se
que passaram a rcfulgir, como estréias de primeira grande
abriram, inscreveu-se em três — nas va gas de Joaquim
za, na turma de Ro
Augusto de Camar
drigues Alves, Afon
go, Leite Moraes e
so Pena e Joaquim
Rubino de Oliveira,
Nabuco. E, entre os
nomeados lentes ca-
quarenta e sete ra
tedrúticos.
pazes, que se matri
competidores eram
cularam no primeiro de
.da estatura de João Mendes Júnior, Dino Bueno, Brasí
e
lio dos Santos, Teó-
Brasílio Augusto
filo Dias, Leite híoraes Júnior, Joaquim
ano, estavam os no
mes
gloriosos
João
Monteiro
Machado de Olivei ra.
Viera
Seus
Manuel Carlos de
êste
das
Episcopal, que o ve
Gusmão, Lopes dos Anjos. Em todos êles logrou apro\"a-
nerando D. Antônio
ção e indicação. No
auJas do Seminário
Joaquim criara,
de em
Melo
meado lente substi
1859.
tuto, na vaga de Lei te Moraes, por de creto de 30 de junho
Concluirá os prepa ratórios
Anexo.
no
Curso
E, aos de
zenove anos e meio, quase na idade com As últimas cifras sôbre o comércio exterior dos Estados Unidos revelam as
tur nesta Casa, em 1882, o cargo de
que, vinte e sete anos mais tarde, seu
de 1883, do Govêmo
Imperial, tomou posse a 7 de juüio.
Promovido a catedrático de Direito
transformações por que está passando a economia mundial. A recuperação no es trangeiro — na agricultura, nas minas, na indústria — diminui a procura de mer cadorias norte-americanas. Ao mesmo tempo, possibilita maiores mercadorias para
filho Alcântara Machado aqui conquista
sou, meses após, com o desdobramento
os Estados Unidos importarem.
va a láurea de professor, iniciava Bra sílio a sua trajetória, nesta Faculdade.
Bacharel em ciências jurídicas e so ciais, em 1872, promotor público de Pi racicaba e Casa Branca, inspetor do
está disciplina, da qual apenas se afas tou definitivamente com a sua morte,
A escassez de dólares diminui as compras de mercadorias norte-americanas. As nações tendem a canalizar os dólares que possuem no sentido da compra de máquinas, produtos de metal e matérias-primas industriais dos Estados Unidos, ãrtigos que não podem obter em óutra parte.
Natural, a 80 de setembro de 1890, pas da cadeira de Direito Comercial, a reger ocorrida a 5 de março de 1919.
wr
Dicbsto EcoNÓ>aco
152
153
Dicesto Económjco
O ensino do Oireito Mercantíl inlcía-
ra-se nesta Faculdade com Cíemento Falcão, nomeado lente em 1830. Dou torara-se êle em Direito na Faculdade
de Paris. E arrepelava a sociedade pau listana da época, com o seu ódio doentio
aos padres e às mulheres.
dc carranca fechada c sólida cultura".
As suas preleções taqiiigrafada.s demons tram o seu preparo e o seu de\'Otamento à cátedra que exercia. E o Esbôço cia Coiifílituição Fcclcrnl, publicado em 1890, "formulado .sob a inspiração de doutrinas professadas durante alguns
das legislações a excluir do campo do Direito Mercantil.
Para se aquilatar do valor de Brasílio,
legislador; um enigma para a jurispru dência". Porque, em verdade, nêle se encerra todo o conteúdo do Direito
como professor, basta ler, quarenta anos
Mercantil.
decorridos, com as imperfeições da taquigrafia, as prclcçõcs não revistas que
Reconhecendo a estreita afinidade en tre o Direito Comercial e o Civil —
Aqui permaneceu por trinta e quatro
anos de magistério", revela o seu zêlo
dôles se encontram.
Nada dc essencial
"porque um e outro, se bem que em
anos, substituído na cátedra, em 1804, por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, talento peregrino a
de patriota e a sua familiaridade com os problemas do direito público. Quando iniciei os meus estudos nesta Faculdade, cm 1915, estava Brosílio
relações diversas, submetem o mesmo
quatro anos, exercendo as funções de
na matéria era esquecido. A exposição, do clareza transparente. Perfeito o encadeamenlo do assunto. A frase, sempre límpida e cantante. Haja vista as que proferiu sôbre o ato dc comercio, por êle conceituado
presidente do Consellio Superior do En
como "uma função orgânica de media
liano, a idéia surgira no Brasil, com Tei
sino. Fôra eleito pela Congregação, meses antes, para o cargo de diretor, no
ção especulativa entre a oferta e a pro cura das mercadorias, preordenada h circulação econômica". Constitui êsse, como destaca, um "problema insolúvel para a doutrina; um tormento para o
xeira de Freitas, na proposta para a ela
qu;e não correspondia, contudo, uma
grande dedicação às letras jurídicas. Já em Congregação de 1.° de março de 1882, ao se discutir o parecer sôbrc o projeto de fundação de uma Universi dade na Côrte, reclamava Antônio Car los se instituísse mais uma cadeira de Direito Comercial, a fira de ser o ensino da matéria realizado em dois anos con
secutivos. Impugnou sua proposta Vieira de Carvalho, por se haverem reservado três anos ao estudo do Direito Civil, não
sendo o Comercial, como entendia, se não um desdobramento daquele. Sô a reforma^ Benjamin Constant possibilitou a criação da nova cadeira, confiada a Brasílio Machado. Passou êle a dividir a responsabilidade do ensino da disci
plina cora o lente catedrático, Brasílio Rodrigues dos Santos.
Teria razão Alcântara Machado em di
Machado afastado dc sua cadeira havia
biênio 1915-1916. Recusara êssc pôsto em Wrtijde das funções que então exer
cia, manifestando, cm carta a João Men des Júnior, o imenso pesar em se con.servar arredado do convívio de seus co
legas de São Paulo. Não pude receber, assim, diretamente, suas lições, nem ter a fortuna de ouvi-lo. Nem de vê-lo.
Do esplendor dc suas aulas fala f unanimidade de seus discípulos. Pelágio Lôbo refere as que êle professou, em 1908, sôbre Direito Marítimo, conver
tendo a explanação de temas áridos em puras obras-de-arte e transformando a matéria "num torneio verbal do inesque
zer que seu pai foi quem, por assim
cível encantamento". Reynaldo Porchal
dizer, "inaugurou o ensino do Direito
assinala o "fundo sulco luminoso traça'
Mercantil na Faculdade de São Paulo", se Brasílio dos Santos, seu concorrente
do pela argumentação encantadora e pela eloqüência deliciosa de Brasílio Ma
era dois concursos, não o houvesse pre
chado", na cadeira de Direito Comer
cedido, embora de alguns meses, na re
cial.
gência de igual cadeira. Sem o brilho
nhosa evocação do mestre, rememorava
e a sedução pessoal de Brasílio Macha do, que exercia, entre os mestres, o pri
lidade dos imóveis, que o errôneo enten
mado da oratória acadêmica, era o filho
dimento de um texto de Ulpíano, no
de Gabriel Rodrigues dos Santos, na frase do próprio Aloântara, "homem
Digesto, Livro L, tit. XVI, de verborutn significatione, 66, levou o comum
E ainda esta manhã, numa cari
a sua cintilante lição sobre a comercia-
objeto, o mesmo stijcifo de Direito" — inscre^'e-se, com Cesare Vi\'ante, entre
os propugnadores da unificação do di reito priNTido. Antes de Endemann e do mestre ita
boração de um Código Geral, endereça da ao govêmo, em 1867: "Não há tipo
para essa arbitrária separação de leis, a que se deu o nome de Direito Comer-
wr
Dicbsto EcoNÓ>aco
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Dicesto Económjco
O ensino do Oireito Mercantíl inlcía-
ra-se nesta Faculdade com Cíemento Falcão, nomeado lente em 1830. Dou torara-se êle em Direito na Faculdade
de Paris. E arrepelava a sociedade pau listana da época, com o seu ódio doentio
aos padres e às mulheres.
dc carranca fechada c sólida cultura".
As suas preleções taqiiigrafada.s demons tram o seu preparo e o seu de\'Otamento à cátedra que exercia. E o Esbôço cia Coiifílituição Fcclcrnl, publicado em 1890, "formulado .sob a inspiração de doutrinas professadas durante alguns
das legislações a excluir do campo do Direito Mercantil.
Para se aquilatar do valor de Brasílio,
legislador; um enigma para a jurispru dência". Porque, em verdade, nêle se encerra todo o conteúdo do Direito
como professor, basta ler, quarenta anos
Mercantil.
decorridos, com as imperfeições da taquigrafia, as prclcçõcs não revistas que
Reconhecendo a estreita afinidade en tre o Direito Comercial e o Civil —
Aqui permaneceu por trinta e quatro
anos de magistério", revela o seu zêlo
dôles se encontram.
Nada dc essencial
"porque um e outro, se bem que em
anos, substituído na cátedra, em 1804, por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, talento peregrino a
de patriota e a sua familiaridade com os problemas do direito público. Quando iniciei os meus estudos nesta Faculdade, cm 1915, estava Brosílio
relações diversas, submetem o mesmo
quatro anos, exercendo as funções de
na matéria era esquecido. A exposição, do clareza transparente. Perfeito o encadeamenlo do assunto. A frase, sempre límpida e cantante. Haja vista as que proferiu sôbre o ato dc comercio, por êle conceituado
presidente do Consellio Superior do En
como "uma função orgânica de media
liano, a idéia surgira no Brasil, com Tei
sino. Fôra eleito pela Congregação, meses antes, para o cargo de diretor, no
ção especulativa entre a oferta e a pro cura das mercadorias, preordenada h circulação econômica". Constitui êsse, como destaca, um "problema insolúvel para a doutrina; um tormento para o
xeira de Freitas, na proposta para a ela
qu;e não correspondia, contudo, uma
grande dedicação às letras jurídicas. Já em Congregação de 1.° de março de 1882, ao se discutir o parecer sôbrc o projeto de fundação de uma Universi dade na Côrte, reclamava Antônio Car los se instituísse mais uma cadeira de Direito Comercial, a fira de ser o ensino da matéria realizado em dois anos con
secutivos. Impugnou sua proposta Vieira de Carvalho, por se haverem reservado três anos ao estudo do Direito Civil, não
sendo o Comercial, como entendia, se não um desdobramento daquele. Sô a reforma^ Benjamin Constant possibilitou a criação da nova cadeira, confiada a Brasílio Machado. Passou êle a dividir a responsabilidade do ensino da disci
plina cora o lente catedrático, Brasílio Rodrigues dos Santos.
Teria razão Alcântara Machado em di
Machado afastado dc sua cadeira havia
biênio 1915-1916. Recusara êssc pôsto em Wrtijde das funções que então exer
cia, manifestando, cm carta a João Men des Júnior, o imenso pesar em se con.servar arredado do convívio de seus co
legas de São Paulo. Não pude receber, assim, diretamente, suas lições, nem ter a fortuna de ouvi-lo. Nem de vê-lo.
Do esplendor dc suas aulas fala f unanimidade de seus discípulos. Pelágio Lôbo refere as que êle professou, em 1908, sôbre Direito Marítimo, conver
tendo a explanação de temas áridos em puras obras-de-arte e transformando a matéria "num torneio verbal do inesque
zer que seu pai foi quem, por assim
cível encantamento". Reynaldo Porchal
dizer, "inaugurou o ensino do Direito
assinala o "fundo sulco luminoso traça'
Mercantil na Faculdade de São Paulo", se Brasílio dos Santos, seu concorrente
do pela argumentação encantadora e pela eloqüência deliciosa de Brasílio Ma
era dois concursos, não o houvesse pre
chado", na cadeira de Direito Comer
cedido, embora de alguns meses, na re
cial.
gência de igual cadeira. Sem o brilho
nhosa evocação do mestre, rememorava
e a sedução pessoal de Brasílio Macha do, que exercia, entre os mestres, o pri
lidade dos imóveis, que o errôneo enten
mado da oratória acadêmica, era o filho
dimento de um texto de Ulpíano, no
de Gabriel Rodrigues dos Santos, na frase do próprio Aloântara, "homem
Digesto, Livro L, tit. XVI, de verborutn significatione, 66, levou o comum
E ainda esta manhã, numa cari
a sua cintilante lição sobre a comercia-
objeto, o mesmo stijcifo de Direito" — inscre^'e-se, com Cesare Vi\'ante, entre
os propugnadores da unificação do di reito priNTido. Antes de Endemann e do mestre ita
boração de um Código Geral, endereça da ao govêmo, em 1867: "Não há tipo
para essa arbitrária separação de leis, a que se deu o nome de Direito Comer-
fr,f
IJtcESTo 154
ou não comerciais, isto é, tanto podem ter por fim o lucro pecuniário, como ou-
tea satisfação da existência". O govôr^o, porém, repeliu o alvitre, pelo aviso de 18 de novembro de 1872. Viveu Brasüio Machado o suficiente para ver sua aspiração, por êle pregada convictamente, sobretudo na lição inau
gural de 1897, renascer, em 1911, no
projeto Inglês de Souza. Mas não al cançou a conversão de Vivante à corren e favorável à dicotomia do direito
pnvado e menos ainda a idéia do Có-
triunfante na legislação ita-
Alcântara Machado nos revela, na íografia de Brasüio, em fac simile, um dos esquemas organizados pelo pai, na preparaçao de suas aulas.
"Custavam-
e horas e horas de meditação e de estudo^ os quarenta e cinco minutos da
preleção".
De Cujácio se dizia que
esse trabalho consumia dez horas
Inteiramente em dia com a sua dis
ciplina, coisa alguma de quanto a res
peito se publicava, aqui ou no estran geiro, escapava à percepção de Brasüio Machado. Êsse o segrêdo de seu triun fo. E porque as palavras lhe brotavam aos borbotões, como a água cristalina que jorra da fonte inesgotável. As lições incomparaveis não eram apenas fruto de sua dialética de advogado, ou de sua fluência de orador; provinham, so bretudo, da sedimentação de sua cul
tura jurídica. O mestre era também um artista.
Considéravam-se as suas argüições em concurso, apavorantes; apavorantes, es
"
155
Dicesto Econômico
ou Código Comercial; pois que toos os atos da \'ida }urídica, cxceiuaos os benéficos, podem ser comerciais
V lian^
' ■?
Econômico
tá visto, para os candidatos. . . Maneiroso, suave, de polidez impecável, es-
tringia o concorrente nos anéis de ferro de sua lógica, até prostrá-lo, exânime, sem fôrça de reação.
Dizem-no quantos
o escutaram c admiraram.
Seu poder de persuasão era simples mente formidável.
Eis a causa de suas
magníficas \-itürias no fòro, sobretur do no fôro criminal. Nesta especialida
RejTinlclo Porchat. A sobriedade dos discursos do primeiro desde logo nêlc evidenciavam o orador parlamentar, por excelência; o colorido da frase, a opulência do vocabulário, o fulgor das ima gens, destacavam no segundo o artis ta insuperável da oratória acadêmica. Poderia ser colocado, entre João Montei ro e Brasüio Machado, como o mestre
de, era considerado o maior advogado brasileiro de seu tempo. E notável é que o fosse um professor de Direito
da frase e da palavra.
-Mercantil. . .
de seu enunciado, formavam um colar
Como o destino reserva
eram
Seus períodos
sempre sonoros e cantantes; mas
os vocábulos, escandidos, na perfeição
va a Cama Cerqueira, grande profes
de pérolas, cm que nenhuma desme
sor de Direito Penal, ser um dos prín
recia
cipes
oriente.
da
advocacia
eivei,
em
São
das
outras,
na
pureza de seu
« imagem do \'erbo articulado, da p«la\Ta vim, essa, nenhum artifício con
seguiu até hoje fixar". Eis o que nos falta, nos discursos de
Brasüio: a figura senhori! do orador, íi fronte larga, a cabeleira ondeantc. os olhos \i\'Os e penetrantes, dominando o auditório magnetízado. E a sua \'0z tinha tôdas as modulat.ões, ora su.nc. como o veludo, ora cortante como um
látego. Sóbrio nos gestos, suas mãos fi dalgas acompanha\'am o sentido da e.v-
pressão, dando-lhe maior força e rigor. Ora tremiam, nervosas, nos arroubos
tribunícios, ora se estendiam, blandiciosas, como muna benção.
ainda cultivava as musas, nos albôres
literária do pai e do avô revivia no eter
Ou\'indo-o, não haria quem descres se do milagre do verbo. "Foi para o fio da espada que se fez o fio da palavra",
da velhice.
no
dizia èle em sua conferência, no tri-
Paulo. . .
O poeta das Madressilvas e Perpétuas
Mas, poeta, prosador, ad
Antônio de Alcântara Machado, pro missora inteligôncia, em que a vocação enamorado
da
Beleza,
dizia nesta
vogado, mestre de Direito, jornalista, a
mesma tribuna, precisamente há \nnte
centemlrio de Anchieta, "O rugido das
sua glória mais pura ôle a obteve, em verdade, como orador. "Mágico da elo
anos, dos "períodos balançados de ora
feras no Coliseu não pode abafar a con
qüência", chama-lhe, com justeza, Reynaldo Porchat.
Alude o mestre de Direito Romano aos
dois famosos oradores, com que con
tava a Congregação de seu tempo: João Monteiro e Brasüio Machado. Colegas de turma, entraram para o corpo docente na mesma época. Alteavam-se ambos, como gigantes da mesma estatura.
João Monteiro era o mestre da pala vra.
"Podia deixar a frase manca, sem
arredondá-la em harmonia.
Mas a pa
lavra sempre escolhida e lídima, 'êle tinha o capricho de pronunciá-la com a
Quem se detém, contudo, seduzido pela carícia dos tropos incomparáveis de sua
fissão dos mártires, que ao baraço quo intima o silencio, o aposlolado cristão jamais se descuidou de opor a caridade
saudação a Carlos Gomes, sente-se ten
que intima a pregação."
tado a nele vislumbrar a eloqüência oondoreira, cujos arroubos nos evocam a poesia de Castro Alves, seu amigo e
do 11 de Agosto, em uma época de in-
companheiro e a quem assistiu, desveladamente, ao lado do padre Chico de
Irorizontes^ africanos, aparecer o sol co mo um disco sem raios, um corpo sem
dor
romântico",
do verbo de BrasíUo.
Paula, em seus tormentosos e derradei-
Os que hoje lêem os inimitáveis dis cursos de Brasüio e tiveram, também, a graça divina de ouvi-lo, enaltecem o
valor da palavra, que se eterniza, mas
máxima correção." Brasüio era o mestre
proclamam que falta a ela a sonoridade
da frase. "Podia não caprichar na dic ção de uma palavra, contanto que se não perturbasse o ritmo de uma frase pro
do
nunciada com harmonia e sonoridade." Conhecemos também na Faculdade,
em meu tempo de estudante, dois no táveis oradores: Herculano de Freitas e
instrumento, que lhe transmitia o "A es
crita — falava Manuel Carlos — sugere a idéia representada. Apesar de inerte, é
um
símbolo
que pode eternizar o
pensamento, na sua plenitude.
certezas e temores: "Não é raro, nos
fulguraçõesi - é que o vento bateu
asas sôbre o dorso dos desertos, e a
pos dias de São Paulo.
müagre da sua musicalidade.
Vêde-o agora, ornado na solenidade
Mas
areia sacudida, euchendo o espaço, pa rece quebrar em lâminas sutis e sLgumolenfas a lua do astro poderoso. Erguer, neste periodo de ansiedades pú blicas, a data de hoje acima dos liori-
zontes de nossa ráda social, é como que
refleür a imagem do sol africano uin disco sem raios, j,,,,,
fulguraçoes: - e cada um de nós podena ™r no pó que, a palas de coroei,
o gaúcho no-grandense sacode das cam-
fr,f
IJtcESTo 154
ou não comerciais, isto é, tanto podem ter por fim o lucro pecuniário, como ou-
tea satisfação da existência". O govôr^o, porém, repeliu o alvitre, pelo aviso de 18 de novembro de 1872. Viveu Brasüio Machado o suficiente para ver sua aspiração, por êle pregada convictamente, sobretudo na lição inau
gural de 1897, renascer, em 1911, no
projeto Inglês de Souza. Mas não al cançou a conversão de Vivante à corren e favorável à dicotomia do direito
pnvado e menos ainda a idéia do Có-
triunfante na legislação ita-
Alcântara Machado nos revela, na íografia de Brasüio, em fac simile, um dos esquemas organizados pelo pai, na preparaçao de suas aulas.
"Custavam-
e horas e horas de meditação e de estudo^ os quarenta e cinco minutos da
preleção".
De Cujácio se dizia que
esse trabalho consumia dez horas
Inteiramente em dia com a sua dis
ciplina, coisa alguma de quanto a res
peito se publicava, aqui ou no estran geiro, escapava à percepção de Brasüio Machado. Êsse o segrêdo de seu triun fo. E porque as palavras lhe brotavam aos borbotões, como a água cristalina que jorra da fonte inesgotável. As lições incomparaveis não eram apenas fruto de sua dialética de advogado, ou de sua fluência de orador; provinham, so bretudo, da sedimentação de sua cul
tura jurídica. O mestre era também um artista.
Considéravam-se as suas argüições em concurso, apavorantes; apavorantes, es
"
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Dicesto Econômico
ou Código Comercial; pois que toos os atos da \'ida }urídica, cxceiuaos os benéficos, podem ser comerciais
V lian^
' ■?
Econômico
tá visto, para os candidatos. . . Maneiroso, suave, de polidez impecável, es-
tringia o concorrente nos anéis de ferro de sua lógica, até prostrá-lo, exânime, sem fôrça de reação.
Dizem-no quantos
o escutaram c admiraram.
Seu poder de persuasão era simples mente formidável.
Eis a causa de suas
magníficas \-itürias no fòro, sobretur do no fôro criminal. Nesta especialida
RejTinlclo Porchat. A sobriedade dos discursos do primeiro desde logo nêlc evidenciavam o orador parlamentar, por excelência; o colorido da frase, a opulência do vocabulário, o fulgor das ima gens, destacavam no segundo o artis ta insuperável da oratória acadêmica. Poderia ser colocado, entre João Montei ro e Brasüio Machado, como o mestre
de, era considerado o maior advogado brasileiro de seu tempo. E notável é que o fosse um professor de Direito
da frase e da palavra.
-Mercantil. . .
de seu enunciado, formavam um colar
Como o destino reserva
eram
Seus períodos
sempre sonoros e cantantes; mas
os vocábulos, escandidos, na perfeição
va a Cama Cerqueira, grande profes
de pérolas, cm que nenhuma desme
sor de Direito Penal, ser um dos prín
recia
cipes
oriente.
da
advocacia
eivei,
em
São
das
outras,
na
pureza de seu
« imagem do \'erbo articulado, da p«la\Ta vim, essa, nenhum artifício con
seguiu até hoje fixar". Eis o que nos falta, nos discursos de
Brasüio: a figura senhori! do orador, íi fronte larga, a cabeleira ondeantc. os olhos \i\'Os e penetrantes, dominando o auditório magnetízado. E a sua \'0z tinha tôdas as modulat.ões, ora su.nc. como o veludo, ora cortante como um
látego. Sóbrio nos gestos, suas mãos fi dalgas acompanha\'am o sentido da e.v-
pressão, dando-lhe maior força e rigor. Ora tremiam, nervosas, nos arroubos
tribunícios, ora se estendiam, blandiciosas, como muna benção.
ainda cultivava as musas, nos albôres
literária do pai e do avô revivia no eter
Ou\'indo-o, não haria quem descres se do milagre do verbo. "Foi para o fio da espada que se fez o fio da palavra",
da velhice.
no
dizia èle em sua conferência, no tri-
Paulo. . .
O poeta das Madressilvas e Perpétuas
Mas, poeta, prosador, ad
Antônio de Alcântara Machado, pro missora inteligôncia, em que a vocação enamorado
da
Beleza,
dizia nesta
vogado, mestre de Direito, jornalista, a
mesma tribuna, precisamente há \nnte
centemlrio de Anchieta, "O rugido das
sua glória mais pura ôle a obteve, em verdade, como orador. "Mágico da elo
anos, dos "períodos balançados de ora
feras no Coliseu não pode abafar a con
qüência", chama-lhe, com justeza, Reynaldo Porchat.
Alude o mestre de Direito Romano aos
dois famosos oradores, com que con
tava a Congregação de seu tempo: João Monteiro e Brasüio Machado. Colegas de turma, entraram para o corpo docente na mesma época. Alteavam-se ambos, como gigantes da mesma estatura.
João Monteiro era o mestre da pala vra.
"Podia deixar a frase manca, sem
arredondá-la em harmonia.
Mas a pa
lavra sempre escolhida e lídima, 'êle tinha o capricho de pronunciá-la com a
Quem se detém, contudo, seduzido pela carícia dos tropos incomparáveis de sua
fissão dos mártires, que ao baraço quo intima o silencio, o aposlolado cristão jamais se descuidou de opor a caridade
saudação a Carlos Gomes, sente-se ten
que intima a pregação."
tado a nele vislumbrar a eloqüência oondoreira, cujos arroubos nos evocam a poesia de Castro Alves, seu amigo e
do 11 de Agosto, em uma época de in-
companheiro e a quem assistiu, desveladamente, ao lado do padre Chico de
Irorizontes^ africanos, aparecer o sol co mo um disco sem raios, um corpo sem
dor
romântico",
do verbo de BrasíUo.
Paula, em seus tormentosos e derradei-
Os que hoje lêem os inimitáveis dis cursos de Brasüio e tiveram, também, a graça divina de ouvi-lo, enaltecem o
valor da palavra, que se eterniza, mas
máxima correção." Brasüio era o mestre
proclamam que falta a ela a sonoridade
da frase. "Podia não caprichar na dic ção de uma palavra, contanto que se não perturbasse o ritmo de uma frase pro
do
nunciada com harmonia e sonoridade." Conhecemos também na Faculdade,
em meu tempo de estudante, dois no táveis oradores: Herculano de Freitas e
instrumento, que lhe transmitia o "A es
crita — falava Manuel Carlos — sugere a idéia representada. Apesar de inerte, é
um
símbolo
que pode eternizar o
pensamento, na sua plenitude.
certezas e temores: "Não é raro, nos
fulguraçõesi - é que o vento bateu
asas sôbre o dorso dos desertos, e a
pos dias de São Paulo.
müagre da sua musicalidade.
Vêde-o agora, ornado na solenidade
Mas
areia sacudida, euchendo o espaço, pa rece quebrar em lâminas sutis e sLgumolenfas a lua do astro poderoso. Erguer, neste periodo de ansiedades pú blicas, a data de hoje acima dos liori-
zontes de nossa ráda social, é como que
refleür a imagem do sol africano uin disco sem raios, j,,,,,
fulguraçoes: - e cada um de nós podena ™r no pó que, a palas de coroei,
o gaúcho no-grandense sacode das cam-
"-^««e 156
pinas do sul, essa mesma areia do de-
serto que transforma a luz em poeira de sangue, e o céu num braseiro de cin zas requeimadas". Enlevai-vos também neste milagre de
Dicesto Econômico
primeiro
prc.sídcntc
dêste
Conselho".
Mas, a \'ic]a do nobre lidador chega para, cm sua existência, as mais ele\-a-
sos de sua juventude:
não lhe sorriu a sorte, nas umas. Cou
Portugal, em face das ondas, em cujos términos só pode a mão do gênio ras gar as sombras do desconhecido, sentia ddinear-se, abrir, crescer a rota lumi
nosa de seus descobrimentos que longe
levaria a fama do seu nome, o nome de seus heróis, os heróis de sua imortalida de, a imortalidade de sau patriotismo". Eis porque era Brasílio Machado na
fra^ lapidar de Batísta Pereira, dêsses oradores que fazem da palavra a subs tância mesma da Vida e da Beleza". Em maio de 1911, assumindo, na Ca
pital Federal, as altas funções de pre sidente do Conselho Superior do En sino, criado pela reforma Rivadavia afastou-se o mestre de sua cátedra. Os derradeiros anos de sua existência fo ram, ainda assim, consumidos ao servi ço da instrução. Fêz-Ihe justiça o seu sucessor na presidência do Conselho doutor Ortiz Monteiro, ao assinalar: "A rajada de anarquia, de confusão demo
lidora do ensino federal, gerada pela
Brasílio...
go paulistano. E, como nas asas de um sonho, acudiram-lhe à memória os ver
da.s po.siçõcs.
porções sobranceiras de uma montanha;
chega mesmo a empalldecer, ante o orgulho de se sentir reriver na glória de
va ao seu tôrmo. Advogado e publicis
período, tôda a epopéia de um povo, no ciclo mais glorioso de sua existência:
branceiro à distância, sentinela a\'an-
Ê este o meu pátrio monte
Candidato a deputado,
que junto ao rio cresceu...
be-lhe, porém, por nomeação do Co-
E o monte poderia contar-lhe a his
vêmo Imperial, a presidência da prorin-
tória de sua terra e de seus avitos. Um
cia do Paraná.
Católico praticante, êlc tinha, na ba
gagem de sua.s obras pias, a própria conversão do pai. Foi um legioniírio do Direito e orn estrênuo defen.sor da
IST
çada velando pela tranqüilidade do bur
ta, lente de Direito o administrador, ocu
síntese, em que Brasílío condensa, num
"Portugal, essa nação pequenina que a Espanlm comprime, mas que o oceano alarga; essa nova Grécia dos argonautas da glória; ôsse mesquinho átomo de terra que na história ganhou as pro
Dicesto Econômico
dia, os guaianás, que habitavam o pla nalto, as,sistiram à chegada de gente estranlia, que aí vinha estabelecer uma es
Juntos dormem, agora, o eterno so no. Foram a eles juntar-se Dona Maria
Leopoldina, a Musa que inspirara ao poeta os seus mais doces carmes, Al cântara Machado e Antônio de Alcân tara Machado.
Sôbre o sepulcro, que então encerra\'a os despejos do pai e do avô, fêz Alcân tara Machado esculpir, pelo gênio de
cola e edificar uma capela. Ajudaram os índios bater os muros de taipa e ofe
Brizzolara, uma esplêndida apoteose, re
presentando a corrida de archotes, de
fé. Por i.ssoj agraciado por Sua Santida de o Papa Leão XIII, com a cniz Frf> Ecclesia et Pontífice, galardoou-o Pio X
receram aos recém-vindos os^ recursos
Lucrécio. Quando aquêle que empunha
primitivo.s de que dispunham. Os fi lhos de Banira e João Ramalho foram
éfebo toma o brandão, resoluto, e, olhos
com o título de Barão da Santa Sé. Amando cxtrcmadamentc a sua terra, quis morrer em São Paulo. Cantavam
Anchieta.
cm seus ouvidos os versos que escreve ra, nas Madressilvas:
Vinde, filhos de alóm, ver quanto é [doce
sob a curva do céu aqui sonhar... Viveria das suas rcmini.scêncías.
Co
mo Cipião, o Emiliano, poderia evo car as sombras amigas, para o assistirem no transe derradeiro — desde Antônio de
Oliveira, companliciro de Martim Afon
os primeiros discípulos do colégio de Dois séculos e meio mais tarde, da estirpe de Antônio d© Oliveira, nascia um varão, José Joaquim Machado de
Oliveira, a quem Afrânio Peixoto ape lidou "bandeirante retardado, heróico
e ilustrado" e de quem Joaquim Manuel de Macedo dizia que "a amplidão do seu peito mal chegava para as condeco rações que atestavam o seu merecimen
to". Mas, a glória de Machado de Oli veira, guerreiro, político e historiador,
a flama sagrada tomba exânime, um
postos no futuro, prossegue na caminha da. A luz que se apagou, na rida de Machado de Oliveira, reacendeu-se de novo nos olhos de Brasílio...
O tempo se incumbiu de tomar mais
perfeito o simbolismo. Nada menos de à quatro gerações nessa tumba agora se w representam e tôdas elas se assinalando por obras meritórias. Na data centenária de Brasflio, reve renciemos os mortos que repousam nesse túmulo. Porque nêle se recolhe um trecho vivo da Histtóa.
so, até José Joaquim Machado de Oli
veira, que êle reconduzira à compreen.são do Senhor. "Jusütiain cole", todos lhe diriam, e êle sempre cultivara a justiça; recomendar-lhe-iam servissem à
Pátria, antes de tudo — "tum in patria maxíma est" — e êle consagrara a sua existência à educação da juventude,
Lei Orgânica do Ensino completando a
que é sempre a esperança da nacionali
obra de destruição sistemática do sá bio Código do Ensino de 1901, fêz com,-
dade.
que melhor se evidenciassem os predica dos de cultura e de bom-senso, que ca
do que uma tarde, do terraço de sua casa, em Higienópolís, divisou Brasílio
racterizaram a ação administrativa do
o perfil do Jaraguá, que se alteava so-
Conta Antônio de Alcântara Macha
A Administração de Cooperação Econômica cancelou uma autorização ante-
Tíor
de 1.800.000 dólares para a compra de petróleo da Venezuela para a Itália.
"-^««e 156
pinas do sul, essa mesma areia do de-
serto que transforma a luz em poeira de sangue, e o céu num braseiro de cin zas requeimadas". Enlevai-vos também neste milagre de
Dicesto Econômico
primeiro
prc.sídcntc
dêste
Conselho".
Mas, a \'ic]a do nobre lidador chega para, cm sua existência, as mais ele\-a-
sos de sua juventude:
não lhe sorriu a sorte, nas umas. Cou
Portugal, em face das ondas, em cujos términos só pode a mão do gênio ras gar as sombras do desconhecido, sentia ddinear-se, abrir, crescer a rota lumi
nosa de seus descobrimentos que longe
levaria a fama do seu nome, o nome de seus heróis, os heróis de sua imortalida de, a imortalidade de sau patriotismo". Eis porque era Brasílio Machado na
fra^ lapidar de Batísta Pereira, dêsses oradores que fazem da palavra a subs tância mesma da Vida e da Beleza". Em maio de 1911, assumindo, na Ca
pital Federal, as altas funções de pre sidente do Conselho Superior do En sino, criado pela reforma Rivadavia afastou-se o mestre de sua cátedra. Os derradeiros anos de sua existência fo ram, ainda assim, consumidos ao servi ço da instrução. Fêz-Ihe justiça o seu sucessor na presidência do Conselho doutor Ortiz Monteiro, ao assinalar: "A rajada de anarquia, de confusão demo
lidora do ensino federal, gerada pela
Brasílio...
go paulistano. E, como nas asas de um sonho, acudiram-lhe à memória os ver
da.s po.siçõcs.
porções sobranceiras de uma montanha;
chega mesmo a empalldecer, ante o orgulho de se sentir reriver na glória de
va ao seu tôrmo. Advogado e publicis
período, tôda a epopéia de um povo, no ciclo mais glorioso de sua existência:
branceiro à distância, sentinela a\'an-
Ê este o meu pátrio monte
Candidato a deputado,
que junto ao rio cresceu...
be-lhe, porém, por nomeação do Co-
E o monte poderia contar-lhe a his
vêmo Imperial, a presidência da prorin-
tória de sua terra e de seus avitos. Um
cia do Paraná.
Católico praticante, êlc tinha, na ba
gagem de sua.s obras pias, a própria conversão do pai. Foi um legioniírio do Direito e orn estrênuo defen.sor da
IST
çada velando pela tranqüilidade do bur
ta, lente de Direito o administrador, ocu
síntese, em que Brasílío condensa, num
"Portugal, essa nação pequenina que a Espanlm comprime, mas que o oceano alarga; essa nova Grécia dos argonautas da glória; ôsse mesquinho átomo de terra que na história ganhou as pro
Dicesto Econômico
dia, os guaianás, que habitavam o pla nalto, as,sistiram à chegada de gente estranlia, que aí vinha estabelecer uma es
Juntos dormem, agora, o eterno so no. Foram a eles juntar-se Dona Maria
Leopoldina, a Musa que inspirara ao poeta os seus mais doces carmes, Al cântara Machado e Antônio de Alcân tara Machado.
Sôbre o sepulcro, que então encerra\'a os despejos do pai e do avô, fêz Alcân tara Machado esculpir, pelo gênio de
cola e edificar uma capela. Ajudaram os índios bater os muros de taipa e ofe
Brizzolara, uma esplêndida apoteose, re
presentando a corrida de archotes, de
fé. Por i.ssoj agraciado por Sua Santida de o Papa Leão XIII, com a cniz Frf> Ecclesia et Pontífice, galardoou-o Pio X
receram aos recém-vindos os^ recursos
Lucrécio. Quando aquêle que empunha
primitivo.s de que dispunham. Os fi lhos de Banira e João Ramalho foram
éfebo toma o brandão, resoluto, e, olhos
com o título de Barão da Santa Sé. Amando cxtrcmadamentc a sua terra, quis morrer em São Paulo. Cantavam
Anchieta.
cm seus ouvidos os versos que escreve ra, nas Madressilvas:
Vinde, filhos de alóm, ver quanto é [doce
sob a curva do céu aqui sonhar... Viveria das suas rcmini.scêncías.
Co
mo Cipião, o Emiliano, poderia evo car as sombras amigas, para o assistirem no transe derradeiro — desde Antônio de
Oliveira, companliciro de Martim Afon
os primeiros discípulos do colégio de Dois séculos e meio mais tarde, da estirpe de Antônio d© Oliveira, nascia um varão, José Joaquim Machado de
Oliveira, a quem Afrânio Peixoto ape lidou "bandeirante retardado, heróico
e ilustrado" e de quem Joaquim Manuel de Macedo dizia que "a amplidão do seu peito mal chegava para as condeco rações que atestavam o seu merecimen
to". Mas, a glória de Machado de Oli veira, guerreiro, político e historiador,
a flama sagrada tomba exânime, um
postos no futuro, prossegue na caminha da. A luz que se apagou, na rida de Machado de Oliveira, reacendeu-se de novo nos olhos de Brasílio...
O tempo se incumbiu de tomar mais
perfeito o simbolismo. Nada menos de à quatro gerações nessa tumba agora se w representam e tôdas elas se assinalando por obras meritórias. Na data centenária de Brasflio, reve renciemos os mortos que repousam nesse túmulo. Porque nêle se recolhe um trecho vivo da Histtóa.
so, até José Joaquim Machado de Oli
veira, que êle reconduzira à compreen.são do Senhor. "Jusütiain cole", todos lhe diriam, e êle sempre cultivara a justiça; recomendar-lhe-iam servissem à
Pátria, antes de tudo — "tum in patria maxíma est" — e êle consagrara a sua existência à educação da juventude,
Lei Orgânica do Ensino completando a
que é sempre a esperança da nacionali
obra de destruição sistemática do sá bio Código do Ensino de 1901, fêz com,-
dade.
que melhor se evidenciassem os predica dos de cultura e de bom-senso, que ca
do que uma tarde, do terraço de sua casa, em Higienópolís, divisou Brasílio
racterizaram a ação administrativa do
o perfil do Jaraguá, que se alteava so-
Conta Antônio de Alcântara Macha
A Administração de Cooperação Econômica cancelou uma autorização ante-
Tíor
de 1.800.000 dólares para a compra de petróleo da Venezuela para a Itália.
159
Econômico
WOODROW WILSON, evangelizador da Liga das Nações paz Rodrigo Soares Júnior
"ps treinos esporti\os. E quando parti-
Wilson, professor, é dos que se apaixo ^^pou cio agremiações consagradas ao.s nam pelas teses que expõem e náo cns-
jpgos, foi a título de árbitro ou de orga"^zador incumbido de fazer cumprir os
^^gulamcntos. Eru o homem da lei e da orientar as ati-
dos lances mais difíceis da his
tória mundial, a nação tída como a
mais prática e utilitária da nossa épo ca obedeceu com rara docllidade e dis
ciplina a um Chefe de Estado considera
do um exemplo de teórico e idealista. Woodrow Wilson, presidente dos Esta-
dos Unidos ao arrebentar a guerra de 4-1918, desde o dia em que enb or o Partido Casa Branca, candidato vence" Democrata, era julgado, por uns com muito exagêro e por ou^ com certa prevenção, um professor extraviado na políHca e um tanto fora
das realidades e das cruezas da vida pú blica norte-americana.
Alguns antecedentes de sua biografia autorizavam, de fato. a classificar Wil son conforme o tipo de um mestre ilus trado, propenso à mentalidade univer
sitária e talvez em excesso ao gênero de
trabalho e produção que ela comporta
E. sem dúvida, o presidente, filho de um pastor presbiteriano de origem escocesa e educado a ouvir sermões e comentá rios da Bíblia, sobressaía essencialmen te como um intelectual, tanto no fí
sico como nos atributos dominantes da personalidade.
Nascido, em 1856, em Staunton, na Virgínia, Woodrow Wilson passara a infância no sul e presenciara diversos episódios da Guerra de Secessão, entre outros uma cena muito significativa
qual a prisão, pelas forças nortistas, de Jefferson Davis, o presidente da
Devido à falta de es^yaç.o, o "Dlgesio Econômico" está impossibilitado de in serir, de uma só vez, em suas páginas, o estudo do Rodrigo Soares J\mÍor sòhrf
Woodrow Wilson. No próximo ntímcn' será publicada a parte fhud, justamente a que consagra à atuação do glorioso americano nos acontecimentos que cul minaram eom
a
entrada
dos Estados
Unidos na guerra e a criação da Liga das Nações
ades alheias de conformidade com os preceitos e.statutários.
Mas ê.ssc jovem esguio e míope, ossí-
^ uo freqüentador das bibliotecas e dado
cu.tivar um inglês de fatura clássica, apesar dc não des
pender fôrça atlétá-
~
.
talizam na rotina dos programas. Inte ressam-no sobremodo as instituições ame
ricanas, tanto mais que èle sente em si, como várias vêzes o declara, os senb-
mentos médios de um grande povo, cuja hi.stória êle investiga com suma paciên cia e discernimento filosófico.
Di\'ersos ensaios e trabalhos denun ciam a consciência do jovem mestre, em penhado em apurar
a gênese e a evolu
acusava os traços
ção dos costumes e
e um rijo caráter, estaqueado em con^cções bem refor
normas capitais da \ida pública norteamericana.
çadas pela tradição presbiteriana.
Não
a continuação dos
dante expansivo e popular. Impunha, porém, o respeito
institutos britânicos,
era o tipo do estu
Confederação derrotada por Lincoln. E tudo leva a crer que as imagens da
guerra coUtidas em plena infância, jun tamente com os quadros dos sofrimentos sulistas, gravaram no espírito de Woo
drow impressões indeléveis e lhe fize
ram odiar a guerra para sempre. Mais tar^e ele dirá quanto a guerra atrasa e bcslializa a espécie humana, fazendoa retroceder aos mais bai.xos níveis da animalidade.
Formado pelo pai no respeito ao tra balho intelectual e no amor aos bons
livros e à linguagem castiça, o jovem Woodrow, sob as inspirações da moral calvinista dos seus antepassados, havia de constituir um estudante de mérito
excepcional. Dedicou-se com grande zelo e proveito a um cuiso de huma nidades, após o qual se diplomou em Direito pela Universidade da Virgínia. De inteligência brilhante e de corpo débil, salientou-se'mais na oratória que
Esta se
lhe afigura em parte
adaptados a uma so ciedade nova e di
nâmica para a qual
pela firmeza da per
afluem elementos de
sonalidade.
tôdas as raças e origens, logo asso
Mal sucedido num curto estágio consa
ciados por ideais
grado à advocacia,
comuns de vida e
Wilson tomou o ru
de respeito à liber
mo consentâneo com as
suas
dade. O valor das
tendências
instituições
ameri
vocacionais, ao entrar para o magistério
canas é criar essa atmosfera propícia a
um espírito que apreciava as horas de
do e a força da América, e p„r isso in-
e lecionar jurisprudência e economia po uma ação disclplinadora e educativa, lítica na Universidade John Hopkins e, dehtro da qual podem cordialmente vi mais tarde, no colégio Wesleyan, no Con- ver e coopera milhões de pessoas de necticut. Êsse era o ambiente feito para tantas procedências diversas. É o segrêisolamento criador, durante as quais se acumulam e meditam os conhecimentos
a serem transmitidos da cátedra, pôsto em que se estabelece um nexo de viva
sòciabilidade entre o professor e os dis
cípulos e que serve para exercer profun dai" influências na alma da juventude.
Zcf pelaLtentaçáo umaris poliücardoTír-d" ade; df 7 manter a urridade Víis.as T'"'
a capacidade de prosp^I^ ° ' prÍNdlegiada,
numa terra
159
Econômico
WOODROW WILSON, evangelizador da Liga das Nações paz Rodrigo Soares Júnior
"ps treinos esporti\os. E quando parti-
Wilson, professor, é dos que se apaixo ^^pou cio agremiações consagradas ao.s nam pelas teses que expõem e náo cns-
jpgos, foi a título de árbitro ou de orga"^zador incumbido de fazer cumprir os
^^gulamcntos. Eru o homem da lei e da orientar as ati-
dos lances mais difíceis da his
tória mundial, a nação tída como a
mais prática e utilitária da nossa épo ca obedeceu com rara docllidade e dis
ciplina a um Chefe de Estado considera
do um exemplo de teórico e idealista. Woodrow Wilson, presidente dos Esta-
dos Unidos ao arrebentar a guerra de 4-1918, desde o dia em que enb or o Partido Casa Branca, candidato vence" Democrata, era julgado, por uns com muito exagêro e por ou^ com certa prevenção, um professor extraviado na políHca e um tanto fora
das realidades e das cruezas da vida pú blica norte-americana.
Alguns antecedentes de sua biografia autorizavam, de fato. a classificar Wil son conforme o tipo de um mestre ilus trado, propenso à mentalidade univer
sitária e talvez em excesso ao gênero de
trabalho e produção que ela comporta
E. sem dúvida, o presidente, filho de um pastor presbiteriano de origem escocesa e educado a ouvir sermões e comentá rios da Bíblia, sobressaía essencialmen te como um intelectual, tanto no fí
sico como nos atributos dominantes da personalidade.
Nascido, em 1856, em Staunton, na Virgínia, Woodrow Wilson passara a infância no sul e presenciara diversos episódios da Guerra de Secessão, entre outros uma cena muito significativa
qual a prisão, pelas forças nortistas, de Jefferson Davis, o presidente da
Devido à falta de es^yaç.o, o "Dlgesio Econômico" está impossibilitado de in serir, de uma só vez, em suas páginas, o estudo do Rodrigo Soares J\mÍor sòhrf
Woodrow Wilson. No próximo ntímcn' será publicada a parte fhud, justamente a que consagra à atuação do glorioso americano nos acontecimentos que cul minaram eom
a
entrada
dos Estados
Unidos na guerra e a criação da Liga das Nações
ades alheias de conformidade com os preceitos e.statutários.
Mas ê.ssc jovem esguio e míope, ossí-
^ uo freqüentador das bibliotecas e dado
cu.tivar um inglês de fatura clássica, apesar dc não des
pender fôrça atlétá-
~
.
talizam na rotina dos programas. Inte ressam-no sobremodo as instituições ame
ricanas, tanto mais que èle sente em si, como várias vêzes o declara, os senb-
mentos médios de um grande povo, cuja hi.stória êle investiga com suma paciên cia e discernimento filosófico.
Di\'ersos ensaios e trabalhos denun ciam a consciência do jovem mestre, em penhado em apurar
a gênese e a evolu
acusava os traços
ção dos costumes e
e um rijo caráter, estaqueado em con^cções bem refor
normas capitais da \ida pública norteamericana.
çadas pela tradição presbiteriana.
Não
a continuação dos
dante expansivo e popular. Impunha, porém, o respeito
institutos britânicos,
era o tipo do estu
Confederação derrotada por Lincoln. E tudo leva a crer que as imagens da
guerra coUtidas em plena infância, jun tamente com os quadros dos sofrimentos sulistas, gravaram no espírito de Woo
drow impressões indeléveis e lhe fize
ram odiar a guerra para sempre. Mais tar^e ele dirá quanto a guerra atrasa e bcslializa a espécie humana, fazendoa retroceder aos mais bai.xos níveis da animalidade.
Formado pelo pai no respeito ao tra balho intelectual e no amor aos bons
livros e à linguagem castiça, o jovem Woodrow, sob as inspirações da moral calvinista dos seus antepassados, havia de constituir um estudante de mérito
excepcional. Dedicou-se com grande zelo e proveito a um cuiso de huma nidades, após o qual se diplomou em Direito pela Universidade da Virgínia. De inteligência brilhante e de corpo débil, salientou-se'mais na oratória que
Esta se
lhe afigura em parte
adaptados a uma so ciedade nova e di
nâmica para a qual
pela firmeza da per
afluem elementos de
sonalidade.
tôdas as raças e origens, logo asso
Mal sucedido num curto estágio consa
ciados por ideais
grado à advocacia,
comuns de vida e
Wilson tomou o ru
de respeito à liber
mo consentâneo com as
suas
dade. O valor das
tendências
instituições
ameri
vocacionais, ao entrar para o magistério
canas é criar essa atmosfera propícia a
um espírito que apreciava as horas de
do e a força da América, e p„r isso in-
e lecionar jurisprudência e economia po uma ação disclplinadora e educativa, lítica na Universidade John Hopkins e, dehtro da qual podem cordialmente vi mais tarde, no colégio Wesleyan, no Con- ver e coopera milhões de pessoas de necticut. Êsse era o ambiente feito para tantas procedências diversas. É o segrêisolamento criador, durante as quais se acumulam e meditam os conhecimentos
a serem transmitidos da cátedra, pôsto em que se estabelece um nexo de viva
sòciabilidade entre o professor e os dis
cípulos e que serve para exercer profun dai" influências na alma da juventude.
Zcf pelaLtentaçáo umaris poliücardoTír-d" ade; df 7 manter a urridade Víis.as T'"'
a capacidade de prosp^I^ ° ' prÍNdlegiada,
numa terra
Para êsse teórico, portanto, a história
não se limita a uma série de fatos esque
Como adnaínístrador, de fato, investido de certa autoridade, não trepidou em
cidos 8 que apenas se rememoram para
combater praxes que lhe pareciam des
efeitos didáticos.
locadas e antidemocráticas.
Nessa tarefa investi
gadora, o letrado e o erudito acompa nham o processo de elaboração da comu nidade americana e o tecido dos acon tecimentos que se entrecruzaram e con
Revelou-
nham ao encontro de algumas reivindi
verno Congressional" atraiu a atenção da crítica,^ por se tratar de uma valiosa contribuição do esclarecimento de um
ao eminente universitário para fazé-
inecanismo governamental um tanto com plexo.
Em 1885 Wilson casou-se com EUen
^uise Axscn e obteve o lugar de pro
próceres dessa agremiação dirigiram-se
lo candidato ao governo daquela unida
Vencedor no pleito local, Wilson, da cátedra de lente passou pí^ra um cargo
da e de economia política na Universi dade de Prinoeton, um dos centros cul turais mais conhecidos no país Ali
Jersey.
exerceu o ensino por espaço de doze
te realçada em virtiide de um político
tra êle como professor de jurispiidên-
anos, escrevendo uma "História do Po vo Americano", trabalho de grande fô
Não passara despercebida no país a atuação de Woodfow Wilson, justamen
tão ativo e enérgico haver sido qualifi cado de mero teorista e pedagogo por
adversários certamente deslembrados dos|
acham explanados com grande senso
antecedentes de um Jefferson na forma- ,
crítico 8 muita clareza interpretativa os fenômenos capitais da evolução norte-
ção dos Estados Unidos.
Através dessas pesquisas e das refle
xões que elas sugerem, o ilustre professor
apreendeu as características essenciais da coletividade "yankee" e coligiu impor tantes elementos relativos à filosofia po lítica em geral e, particularmente, aos
processos de govêmo e de administra ção especificamente americanos.
Eleito presidente da Universidade de Princeton, mostrou Wilson um aspecto de seu temperamento, que-não transpa recia na função puramente professoral.
1
Na sucessão presidencial de 1912, i êsses adversários que com tanta ironia
e desprezo julgavam o político saído de uma universidade, terão ensejo de co nhecer um batalhador que levará a uma vitória sensacional a bandeira do Partido Democrático. * * *
Em 1912, a grande nação america
na frui uma prosperidade invejável e oferece aos oUios do inundo condições,
jamais atingidas por qualquer povo, de ■ adiantamento e de progresso material. Para a América, anualmente, Cxifluem
dutos e arranjavam criminosas combi nações para afastar os competidores mais fracos. Diversos inquéritos legislativos
esclarecidos da opinião e mesmo das massas populares.
pro\'arani o caráter verdadeiramente de lituoso de muitas manobras promovidas por organizações que chegaram a elevar
A muitos líderes da política ameri cana afigura-se imprescindível prosse
necessidade, só para distribuir altos di-
tarifas e preços de artigos de primeira
mento progressivo ou reformista enceta
.videndos a empresas incorporadas nos mesmos blocos de e.xploração.
do alguns anos antes, principalmente sob o governo de Theodore Roosevelt,
a sensibilidade do país em campanhas
com o fito de regulamentar o trabalho e
conduzidas sem demagogia, mas nas
rever, mediante uma legislação apropria da, os aspectos sociais e industriais da
quais se paienfeou a vitalidade do ci vismo americano, tanto mais de admi rar quanto uma parte da grande impren
dcsfalecimento, mim movi
democracia. Essas tendências denotavam manifes tamente não ser lícito confundir a li
lego e de cinco volumes, no qual se
americana.
poderosas eniidadas feriam todos os princípios de leal concorrência, flvavam e ditavam os preços de todos os prO'
guir, sem
de da União.
público em evidencia, no qual em breve se apresentaria como lutador disposto a enfrentar as máquinas políticas e a quebrar a articulação montada em New
vias férreas. A coberto dessa proteção,
de utiia indústria para a quaLnão há braços (pie sobrem.
vico cliamam a atenção dos setores mais
crático no Estado de New Jersey, os
fessor de História no Bryn Mawr CoUef' bagagem de trabalhos bastante apreciável en
açúcar, do carvão, do petróleo ou das
pelos altos salários c o desenvolvimento
falbas c lacunas s(Mire as quais alguns homem, públicos de grande espírito cí
E como as idéias que éle enunciava vi cações formuladas pelo Partido Demo
ci-ntonas do niilharos de pc.ssoas atraídas
Todavia, dentro dessas condições à primeira vista incomparúvcis, aparecem
se um político militante inclinado a de fender e propagar as suas convicções.
correram para firmar a maior democra cia do mundo. Em 1884, o livro "O Go
161
Dicusto Econômico
Dicesto Econó.mico
160
Contra êsses abusos é que se revoltou
sa se achava a sôldo dos interesses
acusados de lesar o povo.
berdade com a- faculdade irrestrita de
A campanha reformista também ti
as fíirças capitalistas movimentarem, a
nha por fim sanear muitos costumes e
seu talante, têida a vida econômica do
engrenagens riciadas da política. Ue todos os cantos do país erguiam-se jus tos clamores contra as deturpações do espírito partidário, burlado pelos "boses" e os "rings", vergonhosos instru mentos de caciquismo por meio dos quais o sufrágio universal se transfonna-
país através de "trusts" ou corporações absorventes.
Os princípios da Constituição ameri
cana, por mais favoráveis que fossem à livre iniciativa, não eram instrumentos
de opressão nem "a plutocracia, segun do a frase de Bryan, podia substituir a democracia".
va em mercado de votos e de consciên cias.
É claro que tal concepção proibia
Com o objetivo de corrigir tamanhos
confundir a prosperidade material com o materialismo de grandes interesses e
abusos, já haviam sido adotados, em diversos Estados, insHtutos destinados a
monopólios que queriam sobrepor-se ao Estado e intervir, de forma perniciosa
aumentar a participação diretà dos elei
e dominadora, na política e mesmo no
povo.
tores na escolha dos representantes do
poder judiciário. Não podiam dignamen
As principais medidas sugeridas para
te representar a nação deputados e se
neutralizar a degeneração verificadà nos
nadores apontados como advogados e mandatários dos grandes negócios do
o direito de iniciativa e o "recall". Pelo
COjos leg^lativos foram o "referendum",
Para êsse teórico, portanto, a história
não se limita a uma série de fatos esque
Como adnaínístrador, de fato, investido de certa autoridade, não trepidou em
cidos 8 que apenas se rememoram para
combater praxes que lhe pareciam des
efeitos didáticos.
locadas e antidemocráticas.
Nessa tarefa investi
gadora, o letrado e o erudito acompa nham o processo de elaboração da comu nidade americana e o tecido dos acon tecimentos que se entrecruzaram e con
Revelou-
nham ao encontro de algumas reivindi
verno Congressional" atraiu a atenção da crítica,^ por se tratar de uma valiosa contribuição do esclarecimento de um
ao eminente universitário para fazé-
inecanismo governamental um tanto com plexo.
Em 1885 Wilson casou-se com EUen
^uise Axscn e obteve o lugar de pro
próceres dessa agremiação dirigiram-se
lo candidato ao governo daquela unida
Vencedor no pleito local, Wilson, da cátedra de lente passou pí^ra um cargo
da e de economia política na Universi dade de Prinoeton, um dos centros cul turais mais conhecidos no país Ali
Jersey.
exerceu o ensino por espaço de doze
te realçada em virtiide de um político
tra êle como professor de jurispiidên-
anos, escrevendo uma "História do Po vo Americano", trabalho de grande fô
Não passara despercebida no país a atuação de Woodfow Wilson, justamen
tão ativo e enérgico haver sido qualifi cado de mero teorista e pedagogo por
adversários certamente deslembrados dos|
acham explanados com grande senso
antecedentes de um Jefferson na forma- ,
crítico 8 muita clareza interpretativa os fenômenos capitais da evolução norte-
ção dos Estados Unidos.
Através dessas pesquisas e das refle
xões que elas sugerem, o ilustre professor
apreendeu as características essenciais da coletividade "yankee" e coligiu impor tantes elementos relativos à filosofia po lítica em geral e, particularmente, aos
processos de govêmo e de administra ção especificamente americanos.
Eleito presidente da Universidade de Princeton, mostrou Wilson um aspecto de seu temperamento, que-não transpa recia na função puramente professoral.
1
Na sucessão presidencial de 1912, i êsses adversários que com tanta ironia
e desprezo julgavam o político saído de uma universidade, terão ensejo de co nhecer um batalhador que levará a uma vitória sensacional a bandeira do Partido Democrático. * * *
Em 1912, a grande nação america
na frui uma prosperidade invejável e oferece aos oUios do inundo condições,
jamais atingidas por qualquer povo, de ■ adiantamento e de progresso material. Para a América, anualmente, Cxifluem
dutos e arranjavam criminosas combi nações para afastar os competidores mais fracos. Diversos inquéritos legislativos
esclarecidos da opinião e mesmo das massas populares.
pro\'arani o caráter verdadeiramente de lituoso de muitas manobras promovidas por organizações que chegaram a elevar
A muitos líderes da política ameri cana afigura-se imprescindível prosse
necessidade, só para distribuir altos di-
tarifas e preços de artigos de primeira
mento progressivo ou reformista enceta
.videndos a empresas incorporadas nos mesmos blocos de e.xploração.
do alguns anos antes, principalmente sob o governo de Theodore Roosevelt,
a sensibilidade do país em campanhas
com o fito de regulamentar o trabalho e
conduzidas sem demagogia, mas nas
rever, mediante uma legislação apropria da, os aspectos sociais e industriais da
quais se paienfeou a vitalidade do ci vismo americano, tanto mais de admi rar quanto uma parte da grande impren
dcsfalecimento, mim movi
democracia. Essas tendências denotavam manifes tamente não ser lícito confundir a li
lego e de cinco volumes, no qual se
americana.
poderosas eniidadas feriam todos os princípios de leal concorrência, flvavam e ditavam os preços de todos os prO'
guir, sem
de da União.
público em evidencia, no qual em breve se apresentaria como lutador disposto a enfrentar as máquinas políticas e a quebrar a articulação montada em New
vias férreas. A coberto dessa proteção,
de utiia indústria para a quaLnão há braços (pie sobrem.
vico cliamam a atenção dos setores mais
crático no Estado de New Jersey, os
fessor de História no Bryn Mawr CoUef' bagagem de trabalhos bastante apreciável en
açúcar, do carvão, do petróleo ou das
pelos altos salários c o desenvolvimento
falbas c lacunas s(Mire as quais alguns homem, públicos de grande espírito cí
E como as idéias que éle enunciava vi cações formuladas pelo Partido Demo
ci-ntonas do niilharos de pc.ssoas atraídas
Todavia, dentro dessas condições à primeira vista incomparúvcis, aparecem
se um político militante inclinado a de fender e propagar as suas convicções.
correram para firmar a maior democra cia do mundo. Em 1884, o livro "O Go
161
Dicusto Econômico
Dicesto Econó.mico
160
Contra êsses abusos é que se revoltou
sa se achava a sôldo dos interesses
acusados de lesar o povo.
berdade com a- faculdade irrestrita de
A campanha reformista também ti
as fíirças capitalistas movimentarem, a
nha por fim sanear muitos costumes e
seu talante, têida a vida econômica do
engrenagens riciadas da política. Ue todos os cantos do país erguiam-se jus tos clamores contra as deturpações do espírito partidário, burlado pelos "boses" e os "rings", vergonhosos instru mentos de caciquismo por meio dos quais o sufrágio universal se transfonna-
país através de "trusts" ou corporações absorventes.
Os princípios da Constituição ameri
cana, por mais favoráveis que fossem à livre iniciativa, não eram instrumentos
de opressão nem "a plutocracia, segun do a frase de Bryan, podia substituir a democracia".
va em mercado de votos e de consciên cias.
É claro que tal concepção proibia
Com o objetivo de corrigir tamanhos
confundir a prosperidade material com o materialismo de grandes interesses e
abusos, já haviam sido adotados, em diversos Estados, insHtutos destinados a
monopólios que queriam sobrepor-se ao Estado e intervir, de forma perniciosa
aumentar a participação diretà dos elei
e dominadora, na política e mesmo no
povo.
tores na escolha dos representantes do
poder judiciário. Não podiam dignamen
As principais medidas sugeridas para
te representar a nação deputados e se
neutralizar a degeneração verificadà nos
nadores apontados como advogados e mandatários dos grandes negócios do
o direito de iniciativa e o "recall". Pelo
COjos leg^lativos foram o "referendum",
Vr
163
Dícksto Econômico
primeiro, as leis impopulares ou íiis-
^ ^ ^
peitas tinham de ser apresentadas ao
eleitorado a fim de serem aprovadas. Mediante o direito de iniciativa, uma certa porcentagem do corpo eleitoral
podia propor determinadas leis e obri gar a legís'atura a promulgá-las. Por úJ.
limo, o "recall", copiado da Suíça, con sistia num pronunciamento do eleito
rado para cassar o mandato dos elei tos e exonerar funcionários nomeados c
reputados indignos de permanecer nos cargos. Juntamente c-om o "impeach-
O embate pre.sídencial ílcivava pre
ver um empolgante encontrf) de \<íto.s e de idéias, levanclo-se cm conta a inten
ção dc os doi.s partidos encamparem propósitos muito parecidos quanto à lervenção do Estado para regidanicntar os "trusls" e promover uma legislação .social em garantia da saúde cios tra balhadores e da estabilidade dos emprego.s*.
renovação de caráter .social proccssando-
num sentido mais liberal e estabe'eciam a intervenção cada vez mais direti do povo no govêmo, em lugar da.s anti-as
cia política, já notàve'mcnle ampliada
e chefes políticos.
Graças a essa reação benéfica e enér gica
o povo limpou mu.-.os
de Estados e de Município.s, e.xpulsou máquinas muitos anos alimentadas por uma incrível exploração dos dinbeíros púbUcos e até processou criminalmente uns tantos larápios empoleírados em boas sinecuras.
Desenhava-se dessa maneira uma vasta
Se paralelamente à cxiensão da democra
política, por por on on-
maus elementos dentro da ordem e pela fdrça exclusiva do sufrágio e da educaçao ão eleitoral. Foi com tais precedentes nacional na atmosfera da — vida .-4.4. pública iiucionai
que surgiu a candidatura de Woodrow Wilson, lançada pelos democratas bani dos há muitos anos do poder, em face
ca, contrariamente as argüiçõcs dos que o pintavam como um pequeno inestre-
acusaram a segurança dos seus nimos
políticos. Pregava èle a necessidade de uma "era nova" para "elevar a rida nacional ao nível das consciências esclarecidas".
Tal conceito podia ser considerado vago e "escolar", porém o orador ultra
cscola alheio as realidades, apareceu
passou essas generalidades e sublinhou a
perante as multidões como um líder de atitudes enérgicas e um conhecedor ati questões sociais da América.
E mais funda se tomou tal impressão quando, no dia da posse, o 27.° presi dente dos Estados Unidos se dirigiu aos seus concidadãos em têrmos que foram
com o desgaste do solo pe'a erosão, a derrubada das florestas e o esgotamento das' jazidas de carvão e petró'co. Era
Republicano em conseqüência de Sc apre sentar como candidato Tbcodorc Roo-
sevelt, imprimiu à campanha da suces são de Taft um grau de veemência e
de radicalismo poucas vezes observado
comparados, pela nobreza das idéias e a
na vida pub'ica americana. Saudo.so do
ças de Lincoln e de Jefferson.
poder e ardente nas controvénsias, Roo-
mas foi derrotado na Convenção parü- •
textura da linguagem, às melhores pe A circunspecção do novo Chefe de
Estado, o timbre moral que emanava de
naturais insubstituíveis, como ocorria
um problema concreto abordado com
franqueza e por Lsso o presidente pedia o concurso de todos os patriotas que
quisessem "en.xergar um pouco além do momento presente".
.suas palavras e se aliava bem aos dotes
Avisos dessa ordem acordavam-se bem
de cultura do mestre universitário, pro
c-om as necessidades de uma nação
uma parte da delegação convencional, o vencido agremiou seus adeptos numa
jetaram sob uma luz extremamente favo
tecnológica e, mais do que qualquer ou
rável o homem propositalmente defor
tra. sujeita às contingências de um de
corrente "progressista" e elaborou uma plataforma de tendências acentuadamen-
as mofinas da poliiiquice partidária.
bora. conforme frisou o sr. Wilson, o
Nesse 4 de março de 1913. muitos americanos imparciais se aperceberam de que o país havia felizmente escolhido,
obedecer a normas mais eqüitalivas, por quanto "o monopólio em favor dos par
Taft. Declarando viciada e fraudulenta
te reformadoras, que chegaram a atrair
por parte dos adversários a denúncia de socialismo.
Por outro lado, o Partido Democrático, ao apresentar Wilson, provocou na Convenção de Baltimore uma violenta
de um partído republicano amparado
disputa de vários dias, terminada com a
em nomes prestigiosos e contando com o
escolha do eminente professor depois de um eloqüente apêlo de W. Bryan. Nas
apoio das maiores fôrças capitalistas.
que podem dc.siririr a fraternidade. Os discursos que proferiu, reunidos numa publicação largamente difundida, receberam o título expressivo de "Nova Liberdade". O candidato i\ Casa Bran
Investido na responsabilidade presi dencial, as primeiras declarações de Wilson, ao mesmo tempo que exprimiam um sincero desejo de concórdia no país.
Uma dissidência surgida no Partido
daria que optou pela reeleição do sr.
gra, um uw. "clean-up" -i- da w,»
res de grande riqueza", o poder do di nheiro. o espirito de lucro e de cupidez
cia do novo mundo.
lado do.s sentimentos populares e das
1948, ^o "slogan" do- candidato Dewey àà D — i-»ewey de se revelou — a boa saúde iiiuicu moral ao do povo americano, capaz de expurgar os
lon. pòsto que ridiciPariziido na impren sa republicana, lexantou o entusiasmo do.s seus ou\ iules e atacou "os malfeito
vam-se os relevos espirituais e as virtu des mais apreciadas na grande democni-
eleições diretas para corrigir os male fícios da política profissional.
com o voto das mulheres c o u.so das
sevelt pleiteou o sufrágio republícnnÇ.
lAo
orações clu vibrante campanha, o ex-
conveniência de o país refrear a prodigalidade com que rinha malbaratando o.s seus recursos, perigo risível no fenô meno de destruição contínua de riquezas
Como anuncia presentemente em presidência, foi uma lavagem em re-
163
Prcsidentc cia Uni\er.sidaçle de Princc-
ment", semelhantes providências repre sentavam uma evolução da democr^ía
convenções manipuladas pelos "boses"
DtcKsTí> Econômico
mado e apequenado pe'as agressões e senvolvimento econômico vertiginoso, em
para reger-lhe os desünos, um conter
râneo capaz de reatar as tradições dos
progresso e a prosperidade devessem
ticulares é indefensável e intolerável".
Pelos modos como o novo presidente
Pois na
expunlia os seus planos de govímo e os
individualidade de Woodrow Wilson, medularmente protestante e calvinista,
sentímentos que o animavam em relação ao povo e aos grandes negócios, com
modelado segundo os traços mais genuí nos do puritanismo "yankee", patentea-
renci
fundadores da nacionalidade.
nr»
rsnur»
a
1
preendeu logo o paisw quanto e'e ê'e se se curedife-
■Kiva da caricatura gizada pela opo-
Vr
163
Dícksto Econômico
primeiro, as leis impopulares ou íiis-
^ ^ ^
peitas tinham de ser apresentadas ao
eleitorado a fim de serem aprovadas. Mediante o direito de iniciativa, uma certa porcentagem do corpo eleitoral
podia propor determinadas leis e obri gar a legís'atura a promulgá-las. Por úJ.
limo, o "recall", copiado da Suíça, con sistia num pronunciamento do eleito
rado para cassar o mandato dos elei tos e exonerar funcionários nomeados c
reputados indignos de permanecer nos cargos. Juntamente c-om o "impeach-
O embate pre.sídencial ílcivava pre
ver um empolgante encontrf) de \<íto.s e de idéias, levanclo-se cm conta a inten
ção dc os doi.s partidos encamparem propósitos muito parecidos quanto à lervenção do Estado para regidanicntar os "trusls" e promover uma legislação .social em garantia da saúde cios tra balhadores e da estabilidade dos emprego.s*.
renovação de caráter .social proccssando-
num sentido mais liberal e estabe'eciam a intervenção cada vez mais direti do povo no govêmo, em lugar da.s anti-as
cia política, já notàve'mcnle ampliada
e chefes políticos.
Graças a essa reação benéfica e enér gica
o povo limpou mu.-.os
de Estados e de Município.s, e.xpulsou máquinas muitos anos alimentadas por uma incrível exploração dos dinbeíros púbUcos e até processou criminalmente uns tantos larápios empoleírados em boas sinecuras.
Desenhava-se dessa maneira uma vasta
Se paralelamente à cxiensão da democra
política, por por on on-
maus elementos dentro da ordem e pela fdrça exclusiva do sufrágio e da educaçao ão eleitoral. Foi com tais precedentes nacional na atmosfera da — vida .-4.4. pública iiucionai
que surgiu a candidatura de Woodrow Wilson, lançada pelos democratas bani dos há muitos anos do poder, em face
ca, contrariamente as argüiçõcs dos que o pintavam como um pequeno inestre-
acusaram a segurança dos seus nimos
políticos. Pregava èle a necessidade de uma "era nova" para "elevar a rida nacional ao nível das consciências esclarecidas".
Tal conceito podia ser considerado vago e "escolar", porém o orador ultra
cscola alheio as realidades, apareceu
passou essas generalidades e sublinhou a
perante as multidões como um líder de atitudes enérgicas e um conhecedor ati questões sociais da América.
E mais funda se tomou tal impressão quando, no dia da posse, o 27.° presi dente dos Estados Unidos se dirigiu aos seus concidadãos em têrmos que foram
com o desgaste do solo pe'a erosão, a derrubada das florestas e o esgotamento das' jazidas de carvão e petró'co. Era
Republicano em conseqüência de Sc apre sentar como candidato Tbcodorc Roo-
sevelt, imprimiu à campanha da suces são de Taft um grau de veemência e
de radicalismo poucas vezes observado
comparados, pela nobreza das idéias e a
na vida pub'ica americana. Saudo.so do
ças de Lincoln e de Jefferson.
poder e ardente nas controvénsias, Roo-
mas foi derrotado na Convenção parü- •
textura da linguagem, às melhores pe A circunspecção do novo Chefe de
Estado, o timbre moral que emanava de
naturais insubstituíveis, como ocorria
um problema concreto abordado com
franqueza e por Lsso o presidente pedia o concurso de todos os patriotas que
quisessem "en.xergar um pouco além do momento presente".
.suas palavras e se aliava bem aos dotes
Avisos dessa ordem acordavam-se bem
de cultura do mestre universitário, pro
c-om as necessidades de uma nação
uma parte da delegação convencional, o vencido agremiou seus adeptos numa
jetaram sob uma luz extremamente favo
tecnológica e, mais do que qualquer ou
rável o homem propositalmente defor
tra. sujeita às contingências de um de
corrente "progressista" e elaborou uma plataforma de tendências acentuadamen-
as mofinas da poliiiquice partidária.
bora. conforme frisou o sr. Wilson, o
Nesse 4 de março de 1913. muitos americanos imparciais se aperceberam de que o país havia felizmente escolhido,
obedecer a normas mais eqüitalivas, por quanto "o monopólio em favor dos par
Taft. Declarando viciada e fraudulenta
te reformadoras, que chegaram a atrair
por parte dos adversários a denúncia de socialismo.
Por outro lado, o Partido Democrático, ao apresentar Wilson, provocou na Convenção de Baltimore uma violenta
de um partído republicano amparado
disputa de vários dias, terminada com a
em nomes prestigiosos e contando com o
escolha do eminente professor depois de um eloqüente apêlo de W. Bryan. Nas
apoio das maiores fôrças capitalistas.
que podem dc.siririr a fraternidade. Os discursos que proferiu, reunidos numa publicação largamente difundida, receberam o título expressivo de "Nova Liberdade". O candidato i\ Casa Bran
Investido na responsabilidade presi dencial, as primeiras declarações de Wilson, ao mesmo tempo que exprimiam um sincero desejo de concórdia no país.
Uma dissidência surgida no Partido
daria que optou pela reeleição do sr.
gra, um uw. "clean-up" -i- da w,»
res de grande riqueza", o poder do di nheiro. o espirito de lucro e de cupidez
cia do novo mundo.
lado do.s sentimentos populares e das
1948, ^o "slogan" do- candidato Dewey àà D — i-»ewey de se revelou — a boa saúde iiiuicu moral ao do povo americano, capaz de expurgar os
lon. pòsto que ridiciPariziido na impren sa republicana, lexantou o entusiasmo do.s seus ou\ iules e atacou "os malfeito
vam-se os relevos espirituais e as virtu des mais apreciadas na grande democni-
eleições diretas para corrigir os male fícios da política profissional.
com o voto das mulheres c o u.so das
sevelt pleiteou o sufrágio republícnnÇ.
lAo
orações clu vibrante campanha, o ex-
conveniência de o país refrear a prodigalidade com que rinha malbaratando o.s seus recursos, perigo risível no fenô meno de destruição contínua de riquezas
Como anuncia presentemente em presidência, foi uma lavagem em re-
163
Prcsidentc cia Uni\er.sidaçle de Princc-
ment", semelhantes providências repre sentavam uma evolução da democr^ía
convenções manipuladas pelos "boses"
DtcKsTí> Econômico
mado e apequenado pe'as agressões e senvolvimento econômico vertiginoso, em
para reger-lhe os desünos, um conter
râneo capaz de reatar as tradições dos
progresso e a prosperidade devessem
ticulares é indefensável e intolerável".
Pelos modos como o novo presidente
Pois na
expunlia os seus planos de govímo e os
individualidade de Woodrow Wilson, medularmente protestante e calvinista,
sentímentos que o animavam em relação ao povo e aos grandes negócios, com
modelado segundo os traços mais genuí nos do puritanismo "yankee", patentea-
renci
fundadores da nacionalidade.
nr»
rsnur»
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1
preendeu logo o paisw quanto e'e ê'e se se curedife-
■Kiva da caricatura gizada pela opo-
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Digksto Econômico ^
Dici-isto Econó.míco
164
ç<)cs de ^\'ilson, que denotam bem as fi-
balhadores e os pequenos neg<k.io.s con
Para os tempos que se ananci >
sigão. Woocirow Wilson ía preencher to
miras morais c a claridade generosa de
dos os deveres de seu ofício com a
tra a.s grandes corjjorações.
siia consciência.
consciência de quem executa a maior
Quase que aeeleradamenle. dada a cooperação hábil c cordialmente arti
precisamos, a seu ver. de unia nova e narcença, cm que acrescentaremos ao
que mais se enaltece a produção, o
Êssc homem que vive na sociedade em
sistema atua! um estudo introspectjvo
dc nós próprios e da nossa vida mórbida
missão de confiança outorgada pelo povo. O estudioso de Direito Constitu cional e do mecanismo do "governo congres-sional" em breve leria pessoalmen
culada tmtre o sr. ^Vilson e " Congres
rendimento o a eficiência, sente-se incli
so, passaram duas leis dc suma delica deza para tòda a estrulura económirn
e nevTosada.
nado a "procurar um lugar onde con
nossos semelhantes,como irmãos, ampa
centrar a alma".
te a primeira mensagem do govêmo pe
rar a individualidade numa época em
do país: A lei "ündcrwood" o. o "I'C-
Êle salienta que "a pressa, a ansieda de, as preocupações, a necessidade dè
que morre a sinceridade.
nos especializarmos e nos tomarmos má quinas, transformaram este mundo ou-
num tempo cm que exercia ainda mo destamente o magistério e nada indica va que sonhasse a ser um dia presiden te. Entretanto, o livro tem frases de
rante o Legislativo, a fim
deral Kescr\'e Act".
de firmar o contacto direto
Mas, antes de examinar
entre os dois poderes e
esses atos, dedifiucmos um
combinar as bases de uma
atua'ízada para atender a
instante ao melhor conhe cimento da índole c das idéias desse Chefe de Es
será sem esforço que conservaremos os
uma "nova ordem".
tado.
tomaram a terra babitável".
cooperação, modernizada e
Como se requerem "leis ajustadas aos fatos da nova
ordem", o chefe do Exe cutivo interpela pessoal mente o Congresso e o exorta a estudar, no mais
curto prazo possível, ques tões que urge resolver pa ra cumprir o programa so cial dos democratas.
Muito curiosamente, iní-
cía-se uma administração e ínfensa às demoras e aos fcrmalís-
mos usuais de um Congresso, habitua do a obstruir os projetos só para su jeitá-los ao velho sistema de compro missos, temperado entre a autoridade da Câmara e do Senado.
Acontece, porém, que o Presidente se
Uma plataforma política
E, a seguir, ele se refere à vida tur-
bilhonante e febril de uma cidade, às
emergência e concessões
tiirbas esmagadoras das mas onde ra
naturalmente
mor imenso do comércio e da indústria
também nas longas preparações que pre
c partidos c desta maneira
que não proclama senão lucro e concor
cediam as crises, que iam ao combate
aumentar o número de vo
rência".
com uma serenidade de mau prcsságio para aqueles que êles atacavam."
tos. Me.smo os homens de
Em parte alguma esse filósofo e obser
princípios concordam em transigir com as necessida
vador da vida moderna descobre tran
des
conclui:
ocasionais
e
adotar
momentâ
contentar correligionários. Por isso, cabe agora sondar um pou co os arcanos da personalidade de Wilson
e descobrir-lhe as fontes psíquicas don de manam as mais puras expressões da As obras políticas, de
rar-se de muitos anos de derrotas e ostra-
sidente, pouco divulgado, "On Being
cismos.
Human", onde se encontram pensamen
compacto e instigado a agir ràpidamente por um chefe que se revela enérgico e
o seu pais na guerra.
ramente se encontram amigos, ao "cla
transaciona
casas do Congres.so e disposta a desfor Um bloco democrático assim
vidente, que retratam positivtunente o grande americano na hora de conduza
das para contentar grupos
feitio um tanto árido e técnico, revelam mais o analista do direito público e o sociólogo. Mas há um trabalho do pre
apóia na maioria conseguida nas duas
Wilson escreveu "On Beuig Human
"Os grandes capitães do mimdo — diz êle — foram homens que eram calmos em tempos de crise, que eram calmos
neos destinados a atrair ou
sensibilidade.
largos traços humanos que até agora
contem por fòrça idéias de
pontos-de-vista
excepcionalmente dinâmica
troni tão simples, e aprendemos que não
Precisamos conhecer os
até autoritário, não permite que se arras
tos revelativos de sua concepção da vida e das reações que ela provoca.' Em al gumas páginas dêsse trabalho, reprodu
tem projetos acalentados há muitos anos
zidas num livro de Sir Thomas Barclay,
e indispensáveis para amparar os tra-
colhemos interessantiíssimas considera-
qüilidade e os lazeres benéficos. "Tudo isso nos choca.
E Isso
Voltemos agora às duas leis supra
mencionadas que definem as diretivas do govêmo e o modo como êle interpre
não é humanizado".
ta a execução" de suas promessas re
E esse espírito de escol, que prega tão nobremente a humanização, preten de que "o homem foi humanizado pelo esti-ido e pelos progressos no império so
formistas. A primeira teve por obje to reduzir um protecionismo exagerado
bre si próprio". Temos que limitar estritamente as ci tações, porque a tentação é copiar o
livro. Mencione-se, porém, que o insigne professor concebe como homem ver dadeiramente humano "aquele em que se dépara um justo equilíbrio de facul dades, uma simpàtia sã, nem berradoí,
e impedir qiie êle se convertesse em "mãe da plutocracia que compra a pO' lítica", conforme a expressão de JBryan.
O incriminado protecionismo, oneroso em extremo para diversos grupos so
ciais, nomeadamente os agricultores, "farmers", béneficiava muitas indústrias
com tàrifas de favor e era constantemen
te majorado pelos congressistas obedien
nem fanático, ném fariseu, nem cré dulo derrtais na esperança,' nem dema
tes aos célebres "tmsts",
siadamente afobado na procura de um obj*etivo".
baixar algumas dessas taxas aduaneiras.
Debalde tentara o presidente Taft Muito moderado e temeroso de choques
165
Digksto Econômico ^
Dici-isto Econó.míco
164
ç<)cs de ^\'ilson, que denotam bem as fi-
balhadores e os pequenos neg<k.io.s con
Para os tempos que se ananci >
sigão. Woocirow Wilson ía preencher to
miras morais c a claridade generosa de
dos os deveres de seu ofício com a
tra a.s grandes corjjorações.
siia consciência.
consciência de quem executa a maior
Quase que aeeleradamenle. dada a cooperação hábil c cordialmente arti
precisamos, a seu ver. de unia nova e narcença, cm que acrescentaremos ao
que mais se enaltece a produção, o
Êssc homem que vive na sociedade em
sistema atua! um estudo introspectjvo
dc nós próprios e da nossa vida mórbida
missão de confiança outorgada pelo povo. O estudioso de Direito Constitu cional e do mecanismo do "governo congres-sional" em breve leria pessoalmen
culada tmtre o sr. ^Vilson e " Congres
rendimento o a eficiência, sente-se incli
so, passaram duas leis dc suma delica deza para tòda a estrulura económirn
e nevTosada.
nado a "procurar um lugar onde con
nossos semelhantes,como irmãos, ampa
centrar a alma".
te a primeira mensagem do govêmo pe
rar a individualidade numa época em
do país: A lei "ündcrwood" o. o "I'C-
Êle salienta que "a pressa, a ansieda de, as preocupações, a necessidade dè
que morre a sinceridade.
nos especializarmos e nos tomarmos má quinas, transformaram este mundo ou-
num tempo cm que exercia ainda mo destamente o magistério e nada indica va que sonhasse a ser um dia presiden te. Entretanto, o livro tem frases de
rante o Legislativo, a fim
deral Kescr\'e Act".
de firmar o contacto direto
Mas, antes de examinar
entre os dois poderes e
esses atos, dedifiucmos um
combinar as bases de uma
atua'ízada para atender a
instante ao melhor conhe cimento da índole c das idéias desse Chefe de Es
será sem esforço que conservaremos os
uma "nova ordem".
tado.
tomaram a terra babitável".
cooperação, modernizada e
Como se requerem "leis ajustadas aos fatos da nova
ordem", o chefe do Exe cutivo interpela pessoal mente o Congresso e o exorta a estudar, no mais
curto prazo possível, ques tões que urge resolver pa ra cumprir o programa so cial dos democratas.
Muito curiosamente, iní-
cía-se uma administração e ínfensa às demoras e aos fcrmalís-
mos usuais de um Congresso, habitua do a obstruir os projetos só para su jeitá-los ao velho sistema de compro missos, temperado entre a autoridade da Câmara e do Senado.
Acontece, porém, que o Presidente se
Uma plataforma política
E, a seguir, ele se refere à vida tur-
bilhonante e febril de uma cidade, às
emergência e concessões
tiirbas esmagadoras das mas onde ra
naturalmente
mor imenso do comércio e da indústria
também nas longas preparações que pre
c partidos c desta maneira
que não proclama senão lucro e concor
cediam as crises, que iam ao combate
aumentar o número de vo
rência".
com uma serenidade de mau prcsságio para aqueles que êles atacavam."
tos. Me.smo os homens de
Em parte alguma esse filósofo e obser
princípios concordam em transigir com as necessida
vador da vida moderna descobre tran
des
conclui:
ocasionais
e
adotar
momentâ
contentar correligionários. Por isso, cabe agora sondar um pou co os arcanos da personalidade de Wilson
e descobrir-lhe as fontes psíquicas don de manam as mais puras expressões da As obras políticas, de
rar-se de muitos anos de derrotas e ostra-
sidente, pouco divulgado, "On Being
cismos.
Human", onde se encontram pensamen
compacto e instigado a agir ràpidamente por um chefe que se revela enérgico e
o seu pais na guerra.
ramente se encontram amigos, ao "cla
transaciona
casas do Congres.so e disposta a desfor Um bloco democrático assim
vidente, que retratam positivtunente o grande americano na hora de conduza
das para contentar grupos
feitio um tanto árido e técnico, revelam mais o analista do direito público e o sociólogo. Mas há um trabalho do pre
apóia na maioria conseguida nas duas
Wilson escreveu "On Beuig Human
"Os grandes capitães do mimdo — diz êle — foram homens que eram calmos em tempos de crise, que eram calmos
neos destinados a atrair ou
sensibilidade.
largos traços humanos que até agora
contem por fòrça idéias de
pontos-de-vista
excepcionalmente dinâmica
troni tão simples, e aprendemos que não
Precisamos conhecer os
até autoritário, não permite que se arras
tos revelativos de sua concepção da vida e das reações que ela provoca.' Em al gumas páginas dêsse trabalho, reprodu
tem projetos acalentados há muitos anos
zidas num livro de Sir Thomas Barclay,
e indispensáveis para amparar os tra-
colhemos interessantiíssimas considera-
qüilidade e os lazeres benéficos. "Tudo isso nos choca.
E Isso
Voltemos agora às duas leis supra
mencionadas que definem as diretivas do govêmo e o modo como êle interpre
não é humanizado".
ta a execução" de suas promessas re
E esse espírito de escol, que prega tão nobremente a humanização, preten de que "o homem foi humanizado pelo esti-ido e pelos progressos no império so
formistas. A primeira teve por obje to reduzir um protecionismo exagerado
bre si próprio". Temos que limitar estritamente as ci tações, porque a tentação é copiar o
livro. Mencione-se, porém, que o insigne professor concebe como homem ver dadeiramente humano "aquele em que se dépara um justo equilíbrio de facul dades, uma simpàtia sã, nem berradoí,
e impedir qiie êle se convertesse em "mãe da plutocracia que compra a pO' lítica", conforme a expressão de JBryan.
O incriminado protecionismo, oneroso em extremo para diversos grupos so
ciais, nomeadamente os agricultores, "farmers", béneficiava muitas indústrias
com tàrifas de favor e era constantemen
te majorado pelos congressistas obedien
nem fanático, ném fariseu, nem cré dulo derrtais na esperança,' nem dema
tes aos célebres "tmsts",
siadamente afobado na procura de um obj*etivo".
baixar algumas dessas taxas aduaneiras.
Debalde tentara o presidente Taft Muito moderado e temeroso de choques
•• •
>■
166
Dicesto
políticos e de escândalos, preferiu ceder às injunçóes dos círculos protecionisLis. Ficara em suspenso a questão, de modo
que Wilson, estribado numa forte maio ria parlamentar e decidido a atender a
muitos reclamos da opinião, mandou
apressar o estudo de um projeto, devida mente revisto pelos técnicos e apresen tado sob o nome de "Lei Underwood".
Não obstante a oposição que Se coli
gou e a amplitude dos protestos que os interessados tentaram fazer ecoar na im prensa e mesmo nos meios trabalhistas
Econômico
A .segunda lei, de importância igual tema
no caso das tarifas.
e
ção anterior quanto aos artigos de luxo.
Afirmava o presidente que os operários americano.? deviam tomar-se iguais aos nieUiores do mundo, o que se daria em
condições de fabricação reguladas por uma justa concorrência. Para compensar a quebra acarretada nas receitas da união, foi instituído o
imposto de renda, na base de 1% por uma pessoa acima de 3 mil dólares e
para um casal acima de 4 mil dólares, até 20.000 dólares; pagavam 2% os ren dimentos de 20 mil a 50 mil dólares, — w
..
_•
.
j.„
-
acr
—
- -7
e assim progressivamente, até 6% para as
rendas acima de 500 mil dólares,
de uma rêde de negócios dirigidos pelas grandes oligarquias financeiras.
Essa legislação de primeira plana e
Cartcr Glass, deputado pela Virgínia, e o senador 0\ven, por Oklahoma, pro
tões corolárias e a inúmeros outros as
passageiras de crédito, devido (íxclu.siva-
puseram o "Federal Rc.ser\'e Act", a fa
suntos, foram despachadas pelo Con gresso em lapso muito breve. O "mestre-escola" haria feito trabalhar o poder
mente à falta de uma organização ban
mosa lei (ptc rceslruturou todo o siste
cária capaz de satisfazer ao.s pedidos de numerário para acompanhar o cres cimento dos negócio.s.
ma bancário, criando doze Bancos Fe derais dc Reserva, nos doze distritos respectivos em que ficou dividido o
Em 1007, por
causa dèsse entravamento no.s negócios
presidencial. As pautas aduaneiras da nova lei, cuidadosamente discriminadas para fixar coeficientes variáveis conforme
de alimentos, madeiras, instrumentos agrícolas, carvão, algodão e outros ar tigos. Era conservada a mesma taxa
No verão de 1913,
presas cios mesmos nomes, indicativos
Periodicamente, num país rico c prós pero se manifesta\ain pcfpicnas crises
voura e da indústria c rcdcscontá-Ios nos
zoável, mormente sôbre a importação
impelisse o estudo e a votação da lei
bancário.
sob a alegação de que muitos dispositi vos aHngiriam os salários, o projeto per
os artigos, estabeleciam, de um modo geral, uma redução para 16% em rela ção aos 40% da lei Payne-Aldrich, o que resultava num decréscimo bem ra
cias regionais não impediram que Wilson
bancária com a mesma decisão aplicada
monetário
.i,
167 ;-(
Econômico
mente considerável para a economia e a produção nacional, foi a reforma do sis
bancário.? verifica-se uma corrida dos
correu rapidamente os tramites das dis » nado cussões regimentais na Câmara e no Se e recebeu imediatamente a sanção
Dicv:st<)
, . •■
território da União.
A ôsses bancos,
muitas outras leis respeitantes a ques
legislativo 567 dias seguidos, obtendo
uma atividade parlamentar "record" que
ocupou cerca de 18.000 páginas dos
inxcítidüs de funções comparáveis ás dos banco.s centrais clássicos, se filia vam os "Bancos Associados", obrigados a subscrever 6% de seu capital e reser
Anais do Congresso!
vas para a formação do Banco Federal
mas de formação filosófica deficiente e
carecido de certas qualidades de admi
a conservar uma reserva muito alta, so
dc que dependiam. Sem entrarmos nos pormcnores dessa organização hoje bas tante conhecida no mundo inteiro, diga mos apenas que o método adotado pelos
particularmente melindrosa, Por espaço
podiam emitir à base dc títulos do Es
Estados Unidos pennítiu muito maior
de alguns anos, o México, vítima de
momentos dc prosperidade em que su
flexibilidade na distribuição do crédito e na utilização do desconto e redesconto,
por um morimento profundo de caráter
depositantes c um pânico' que fàcilmcnie se atalharia mediante a instituição do um proçesso mais flexível para operar os descontos dos títulos do comércio, da lit-
períodos de maior procura de crédito. Pela lei de 1863, os bancos, obrigados
tado, investimento pouco satisfatório nos
bia a cotação dc tais papéis. As aperluras contínuas engendradas por tal situação e que Icvantíis'am cons tantes queixas contra o pretenso "trust" de dinheiro de Nova York, induziram o governo a promover a reforma bancá ria em caráter mais radical, apesar de a lei AJdrich-Vreeland, de 1908, autorizar a emitir moeda de urgência sôbre diver
e o fácil manejo de grandes disponibili dades apoiadas num estoque crescente
de ouro, que em pouco tempo cliegou a atingir mais de um bilhão de dólares. As duas leis foram muito bem re
cebidas pela opinião pública, sobretudo
a lei "Underwood , que o presidente r
assinou dizendo: "A batalha pelo povo « pelo comércio livre, que durou toda
Um inquérito levado a efeito no Con gresso para apurar as denúncias contra o monopólio dos financistas do Este
uma longa geração, foi g^nha por fim de uma forma tão bela quanto com pleta". ^ Em outubro de 1914, o "bill" Clay-
revelara muitos
.ton, contra os trustes, adição à lei Sher-
sos títulos e valores.
abusos nesse
terreno,
mas o banqueiro Morgan, um dos mag natas do ramo, atribuiu todo o mal a um "sistema bancário mal ajustado e obsoleto".
Muitos protestos decorrentes do es pírito de conservantismo e das resistên-
man e à legislação industrial, firmou novos dispositivos para proteger as uniões operárias e proibir as práticas "unfair", irregulares, do alto capitalis mo, como as "direções entrosadas", isto é, a participação à testa de diversas em
Vejamos agora, num relance, a polí tica exterior. Sob a direção de Jeny Bryan, espírito eloqüente e generoso, nistrador, as relações com a \'izinha
República mexicana acusaram um tensão
revoluções sucessivas e até combalido
social, mudou de governos através de
agitações muito sangrentas, partidas das
lutas internas e algumas vezes, provà- '
velmente, de perturbações de origens ^ suspeifiis, custeadas por poderosas cor- ' porações estrangeiras interessadas na
posse de minas e lençóis de petróleo. ,
A tragédia mexicana, cujas eonseqüén- '
cias Se refletiam sôbre o conceito ínter- ' nacional acêrca de tôda a América La tina, atingiu o auge no incidente de
Tampico, após o qual o govêmo ame-
rioano, para exigir escusas do presiden
te Huerta. m^dou ocupar riolentamente P« ■""t.nheuos u cidade de Vem Cruz.
Foi uma aventura inelória
u ensejo à mediação de A
deu
gentina, Brasil. Chile) !
seguir, por parte do DeparK ^ ^ apartamento de
•• •
>■
166
Dicesto
políticos e de escândalos, preferiu ceder às injunçóes dos círculos protecionisLis. Ficara em suspenso a questão, de modo
que Wilson, estribado numa forte maio ria parlamentar e decidido a atender a
muitos reclamos da opinião, mandou
apressar o estudo de um projeto, devida mente revisto pelos técnicos e apresen tado sob o nome de "Lei Underwood".
Não obstante a oposição que Se coli
gou e a amplitude dos protestos que os interessados tentaram fazer ecoar na im prensa e mesmo nos meios trabalhistas
Econômico
A .segunda lei, de importância igual tema
no caso das tarifas.
e
ção anterior quanto aos artigos de luxo.
Afirmava o presidente que os operários americano.? deviam tomar-se iguais aos nieUiores do mundo, o que se daria em
condições de fabricação reguladas por uma justa concorrência. Para compensar a quebra acarretada nas receitas da união, foi instituído o
imposto de renda, na base de 1% por uma pessoa acima de 3 mil dólares e
para um casal acima de 4 mil dólares, até 20.000 dólares; pagavam 2% os ren dimentos de 20 mil a 50 mil dólares, — w
..
_•
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j.„
-
acr
—
- -7
e assim progressivamente, até 6% para as
rendas acima de 500 mil dólares,
de uma rêde de negócios dirigidos pelas grandes oligarquias financeiras.
Essa legislação de primeira plana e
Cartcr Glass, deputado pela Virgínia, e o senador 0\ven, por Oklahoma, pro
tões corolárias e a inúmeros outros as
passageiras de crédito, devido (íxclu.siva-
puseram o "Federal Rc.ser\'e Act", a fa
suntos, foram despachadas pelo Con gresso em lapso muito breve. O "mestre-escola" haria feito trabalhar o poder
mente à falta de uma organização ban
mosa lei (ptc rceslruturou todo o siste
cária capaz de satisfazer ao.s pedidos de numerário para acompanhar o cres cimento dos negócio.s.
ma bancário, criando doze Bancos Fe derais dc Reserva, nos doze distritos respectivos em que ficou dividido o
Em 1007, por
causa dèsse entravamento no.s negócios
presidencial. As pautas aduaneiras da nova lei, cuidadosamente discriminadas para fixar coeficientes variáveis conforme
de alimentos, madeiras, instrumentos agrícolas, carvão, algodão e outros ar tigos. Era conservada a mesma taxa
No verão de 1913,
presas cios mesmos nomes, indicativos
Periodicamente, num país rico c prós pero se manifesta\ain pcfpicnas crises
voura e da indústria c rcdcscontá-Ios nos
zoável, mormente sôbre a importação
impelisse o estudo e a votação da lei
bancário.
sob a alegação de que muitos dispositi vos aHngiriam os salários, o projeto per
os artigos, estabeleciam, de um modo geral, uma redução para 16% em rela ção aos 40% da lei Payne-Aldrich, o que resultava num decréscimo bem ra
cias regionais não impediram que Wilson
bancária com a mesma decisão aplicada
monetário
.i,
167 ;-(
Econômico
mente considerável para a economia e a produção nacional, foi a reforma do sis
bancário.? verifica-se uma corrida dos
correu rapidamente os tramites das dis » nado cussões regimentais na Câmara e no Se e recebeu imediatamente a sanção
Dicv:st<)
, . •■
território da União.
A ôsses bancos,
muitas outras leis respeitantes a ques
legislativo 567 dias seguidos, obtendo
uma atividade parlamentar "record" que
ocupou cerca de 18.000 páginas dos
inxcítidüs de funções comparáveis ás dos banco.s centrais clássicos, se filia vam os "Bancos Associados", obrigados a subscrever 6% de seu capital e reser
Anais do Congresso!
vas para a formação do Banco Federal
mas de formação filosófica deficiente e
carecido de certas qualidades de admi
a conservar uma reserva muito alta, so
dc que dependiam. Sem entrarmos nos pormcnores dessa organização hoje bas tante conhecida no mundo inteiro, diga mos apenas que o método adotado pelos
particularmente melindrosa, Por espaço
podiam emitir à base dc títulos do Es
Estados Unidos pennítiu muito maior
de alguns anos, o México, vítima de
momentos dc prosperidade em que su
flexibilidade na distribuição do crédito e na utilização do desconto e redesconto,
por um morimento profundo de caráter
depositantes c um pânico' que fàcilmcnie se atalharia mediante a instituição do um proçesso mais flexível para operar os descontos dos títulos do comércio, da lit-
períodos de maior procura de crédito. Pela lei de 1863, os bancos, obrigados
tado, investimento pouco satisfatório nos
bia a cotação dc tais papéis. As aperluras contínuas engendradas por tal situação e que Icvantíis'am cons tantes queixas contra o pretenso "trust" de dinheiro de Nova York, induziram o governo a promover a reforma bancá ria em caráter mais radical, apesar de a lei AJdrich-Vreeland, de 1908, autorizar a emitir moeda de urgência sôbre diver
e o fácil manejo de grandes disponibili dades apoiadas num estoque crescente
de ouro, que em pouco tempo cliegou a atingir mais de um bilhão de dólares. As duas leis foram muito bem re
cebidas pela opinião pública, sobretudo
a lei "Underwood , que o presidente r
assinou dizendo: "A batalha pelo povo « pelo comércio livre, que durou toda
Um inquérito levado a efeito no Con gresso para apurar as denúncias contra o monopólio dos financistas do Este
uma longa geração, foi g^nha por fim de uma forma tão bela quanto com pleta". ^ Em outubro de 1914, o "bill" Clay-
revelara muitos
.ton, contra os trustes, adição à lei Sher-
sos títulos e valores.
abusos nesse
terreno,
mas o banqueiro Morgan, um dos mag natas do ramo, atribuiu todo o mal a um "sistema bancário mal ajustado e obsoleto".
Muitos protestos decorrentes do es pírito de conservantismo e das resistên-
man e à legislação industrial, firmou novos dispositivos para proteger as uniões operárias e proibir as práticas "unfair", irregulares, do alto capitalis mo, como as "direções entrosadas", isto é, a participação à testa de diversas em
Vejamos agora, num relance, a polí tica exterior. Sob a direção de Jeny Bryan, espírito eloqüente e generoso, nistrador, as relações com a \'izinha
República mexicana acusaram um tensão
revoluções sucessivas e até combalido
social, mudou de governos através de
agitações muito sangrentas, partidas das
lutas internas e algumas vezes, provà- '
velmente, de perturbações de origens ^ suspeifiis, custeadas por poderosas cor- ' porações estrangeiras interessadas na
posse de minas e lençóis de petróleo. ,
A tragédia mexicana, cujas eonseqüén- '
cias Se refletiam sôbre o conceito ínter- ' nacional acêrca de tôda a América La tina, atingiu o auge no incidente de
Tampico, após o qual o govêmo ame-
rioano, para exigir escusas do presiden
te Huerta. m^dou ocupar riolentamente P« ■""t.nheuos u cidade de Vem Cruz.
Foi uma aventura inelória
u ensejo à mediação de A
deu
gentina, Brasil. Chile) !
seguir, por parte do DeparK ^ ^ apartamento de
168
Dicesto Econômico
Estado, uma política de expectativa e
de cautelosa observação, à espera de um governo mais estável para regular, sem
pressões intervencionistas, as quèstões relativas aos bens e concessões dos ame ricanos no México.
Mais hábil e melhor orientada foi a
política a respeito do Canal do Panamá, que resultou num acôrdo com a Ingla
terra pessoalmente solicitado pelo pre sidente ao Senado e imediatamente con-
o4- (piandefu
cedido, atendendo a motivos secretos e a "razão de Estado".
Em amistosas relações com a Amé
rica Latina c fiéis à doutrina dc Níon-
roe, desfrutando a situação prestigiosa que o poder c a riqueza ctmfcrem aos seus eleitos, os Estados Unidos eram a terra da liberdade c do dólar.
Mas o mundo ia ser, cm 1914, asso
lado por um drama dc proporç>õcs ini magináveis.
CÂNDIDO Mota Filho
Quando a Rússia dispôs-se a fundar a sua potencialidade econômica, atra^*és dc planos iiüinqüenais, ela colocou
a economia liberal frente a um grave problema.
Esta, que se apresentava ni-
toriosamcnlc, dentro da mais segura uni
versalidade, que era assim uma verdade sem contrastes, começou a lutar numa
nova frente, cm cujo âmbito, inteira
mente desconhecido, estaria a própria sorte da civilização e dás liberdades conquistadas.
como criava dificuldades. Logo home
fora uma conquista de significado ex
èle empregado, com a.s naturais conces sões, nos países capitalistas ou, com um acôrdo inteligente entre as correntes opostas, num encontro entre a liberdade
do.
No entanto, ela, com o dirigismo
russo, estava ameaçada de perecimento. As crises periódicas, as dificuldades que
♦.
■ ■'M
surgiam dc vez em vez, resultavam do
próprio processo da expressões naturais da própria lógica do
conci^rêncta e, p^ conseguinte, de violar a Lei Sherman relativa aos trustes. O processo difere das conhecidas medidas anti-truste por exigir que as quatro grandes companhias se dividam em quatorze firmas, que serão independentes e
concorrentes. Se os tribunais derem ganho de causa ao Governo a Swift e a Armour se dissolverão em cinco diferentes companhias cada umà, e a Cudahy e a Wilson em duas outras companhias cada uma.
A providência lembra o mais famoso processo anti-truste da história — julgado
pela Suprema Corte em 1911 e no qual a Standard OU dé John D. Ròckfeller foi intimada a separar-se de suas subsidiárias e transformar-se em trinta firmas difer rentes.
.fi.-
vada e a previsão comum.
Em 1931, Stalin, que fòra um dos autores e expositores
Conferência dos eco
*
jv- ;
balanceado
ç
a
e a organização, entre a iniciati\'a pn-
nal, pronunciou, na
■
processo econômico, entre
quem pensasse na possibiÜdade de ser
do plano qüinqüe
economia livre, eram
O DeparUmenfo de Justiça inwiou um processo contra os quatro grandes frigoríficos - Swift, Armour Cuchhy e Wilson - acusando-os de supretsão da
tico.
iniciado do século XVIII, com o ama
cessü.s, novas possibilidades para o mun
■■■
de produção e assegurada por um pla^O previamente traçado pelo poder soric O plano qüinqüenal russo, miuneiado de forma espetaculiu, causara, de princípio, não só profunda impressão,
cepcional. Ela oferecia, pelos seus pro-
v'..' i'
próprio, a livre empresa, a propriedade privada e a responsabilidade individua • De outro lado, abrangendo a sexta part® do globo, estava o sistema comunista, adotado pela União Russa dos Sovíets, que se projetava como uma econonua so cial, baseada na socialização dos meios
A economia fôra, por muitos séculos, uma economia dirigida. O movimento
durecimento da consciência burguesa, A •
a li\'re ati\'idade ccoaóniica, o esfor^
-
oferta e a procura. E esse processo ain
nomistas
práticos,
em Moscou, um dis curso em que sus
da se mostrava com vigor no ano som
tentava que "a no\'a situação deveria corresponder a novos
brio de 1914.
métodos de traballio".
Mas, depois de 1918, quando a paz ensaiava, de novo, seus passos, por en tre os sacrifícios da guerra, dois sistemas antagônicos se defrontavam na vida econômica do ihundo. De um lado, com
um passado criador e operoso, o sistema dos • países liberais, que tinha por base
Muitos economistas e políticos libe rais viam que não se tratava só de um tema exclusivo do bolchevismo russo,
mas um tema que se aplica\'a, em todos
os seus têrmós, aos países de economia individualista. Na Alemanha, em crise, ela chegou a se transformar numa reno-
168
Dicesto Econômico
Estado, uma política de expectativa e
de cautelosa observação, à espera de um governo mais estável para regular, sem
pressões intervencionistas, as quèstões relativas aos bens e concessões dos ame ricanos no México.
Mais hábil e melhor orientada foi a
política a respeito do Canal do Panamá, que resultou num acôrdo com a Ingla
terra pessoalmente solicitado pelo pre sidente ao Senado e imediatamente con-
o4- (piandefu
cedido, atendendo a motivos secretos e a "razão de Estado".
Em amistosas relações com a Amé
rica Latina c fiéis à doutrina dc Níon-
roe, desfrutando a situação prestigiosa que o poder c a riqueza ctmfcrem aos seus eleitos, os Estados Unidos eram a terra da liberdade c do dólar.
Mas o mundo ia ser, cm 1914, asso
lado por um drama dc proporç>õcs ini magináveis.
CÂNDIDO Mota Filho
Quando a Rússia dispôs-se a fundar a sua potencialidade econômica, atra^*és dc planos iiüinqüenais, ela colocou
a economia liberal frente a um grave problema.
Esta, que se apresentava ni-
toriosamcnlc, dentro da mais segura uni
versalidade, que era assim uma verdade sem contrastes, começou a lutar numa
nova frente, cm cujo âmbito, inteira
mente desconhecido, estaria a própria sorte da civilização e dás liberdades conquistadas.
como criava dificuldades. Logo home
fora uma conquista de significado ex
èle empregado, com a.s naturais conces sões, nos países capitalistas ou, com um acôrdo inteligente entre as correntes opostas, num encontro entre a liberdade
do.
No entanto, ela, com o dirigismo
russo, estava ameaçada de perecimento. As crises periódicas, as dificuldades que
♦.
■ ■'M
surgiam dc vez em vez, resultavam do
próprio processo da expressões naturais da própria lógica do
conci^rêncta e, p^ conseguinte, de violar a Lei Sherman relativa aos trustes. O processo difere das conhecidas medidas anti-truste por exigir que as quatro grandes companhias se dividam em quatorze firmas, que serão independentes e
concorrentes. Se os tribunais derem ganho de causa ao Governo a Swift e a Armour se dissolverão em cinco diferentes companhias cada umà, e a Cudahy e a Wilson em duas outras companhias cada uma.
A providência lembra o mais famoso processo anti-truste da história — julgado
pela Suprema Corte em 1911 e no qual a Standard OU dé John D. Ròckfeller foi intimada a separar-se de suas subsidiárias e transformar-se em trinta firmas difer rentes.
.fi.-
vada e a previsão comum.
Em 1931, Stalin, que fòra um dos autores e expositores
Conferência dos eco
*
jv- ;
balanceado
ç
a
e a organização, entre a iniciati\'a pn-
nal, pronunciou, na
■
processo econômico, entre
quem pensasse na possibiÜdade de ser
do plano qüinqüe
economia livre, eram
O DeparUmenfo de Justiça inwiou um processo contra os quatro grandes frigoríficos - Swift, Armour Cuchhy e Wilson - acusando-os de supretsão da
tico.
iniciado do século XVIII, com o ama
cessü.s, novas possibilidades para o mun
■■■
de produção e assegurada por um pla^O previamente traçado pelo poder soric O plano qüinqüenal russo, miuneiado de forma espetaculiu, causara, de princípio, não só profunda impressão,
cepcional. Ela oferecia, pelos seus pro-
v'..' i'
próprio, a livre empresa, a propriedade privada e a responsabilidade individua • De outro lado, abrangendo a sexta part® do globo, estava o sistema comunista, adotado pela União Russa dos Sovíets, que se projetava como uma econonua so cial, baseada na socialização dos meios
A economia fôra, por muitos séculos, uma economia dirigida. O movimento
durecimento da consciência burguesa, A •
a li\'re ati\'idade ccoaóniica, o esfor^
-
oferta e a procura. E esse processo ain
nomistas
práticos,
em Moscou, um dis curso em que sus
da se mostrava com vigor no ano som
tentava que "a no\'a situação deveria corresponder a novos
brio de 1914.
métodos de traballio".
Mas, depois de 1918, quando a paz ensaiava, de novo, seus passos, por en tre os sacrifícios da guerra, dois sistemas antagônicos se defrontavam na vida econômica do ihundo. De um lado, com
um passado criador e operoso, o sistema dos • países liberais, que tinha por base
Muitos economistas e políticos libe rais viam que não se tratava só de um tema exclusivo do bolchevismo russo,
mas um tema que se aplica\'a, em todos
os seus têrmós, aos países de economia individualista. Na Alemanha, em crise, ela chegou a se transformar numa reno-
I
IJÜI I
Ocidente para o perigo do contágio mi
uma nova política, muito embora ja se soubesse das dificuldades que, na prá
seu livro "Planificação o Liberdade",
tológico, tanto mais <pie a Rússia se
procurava responder a uma pergunta que
apresentava como a realizadora de uma
deveria e.xprimir a crença de qnp o objetivo de todo govèmo, na paz como na guerra, não é a glória dos dirigen tes ou das raças, mas a felicidade do
tica, encontrara o plano soviético, prin
estava em todos os espíritos.
era nova.
homem comum.
O discurso de Stalin anunciava para êlcs
cipalmente no que se refere à indústria pesada, que não chegou a atingir nem de longe, apesar dos poderes e rigores do governo, as previsões. Por outro lado, a balança comerciai permanecera em déficit, e as estradas de ferro, em
seus adversiírios.
de.
blema de interesse público que não seja
caria a face do mundo e para tanto se
Haveria assim
um
meio
de se
nheceu de perto a vida econômica da
Rússia, chjegou a publicar por jêsse tempo um impressionante trabalho sô-
bre a crise do plano qüinqüenal.
Contudo, com as dificuldades gerais,
com as contradições patentes nos pro cessos e nas medidas dos países de eco nomia livre, faziam com que não ficas-
sem assinaladas em sua plenitude as dificuldades do plano qüinqüenal russo.
E por toda parte começou, com o espí rito de moda, a se recomendar a política
, dos planos, dos planejamentos, das direI trizes, enfim da prática da economia dirigida.
Em 1931 surgiu um plano Hoover
' para a Europa e logo a seguir, no mes-
' mo ano, um plano Hoover para a América do Sul.
Houve quem propusesse
um p'ano para a Ásia. Surgiu com isso uma teoria política de planificação e foi
olhado on considerado dentro da pla
opor à planificação totalitária uma pla nificação liberal, onde os ctuuproníispírito livre.
WL balho e a predisposição do trabalhador ^foram de certo modo negativas. O en genheiro Nicolau Bassesches, que co
nificação. A economia começou a ser olhada co
mo o foco das transformações sociais. Ela, rcvclando-sc como uma ameaça,
Lembro-me que também, nesse sen tido, Upton Sinclaír, que é literato que
sugeria freios e fiscalizações. Tendo-se
de vez em vez faz estágio na política,
mia de consumo cm economia de pro
dução, ela estava perdendo, com o cor
rer dos tempos, a sua finalidade. O ho
mancista, tinha fundado há trinta anos
naufrágio no mar das utilida
passados a "Liga por unia Democracia Industrial", que seria uma contribuição
rência
mem
estava
O Plano Marsha'1. que se organizou
para o reerguiniento da Eu
A concor
individualista
criara
sição dos Estados Unidos
um estado social de guerra
i
em vista da situação euro
do homem contra o homem e do diferenças econômicas demasiadamente acentuadas. Daí a necessidade de uma
péia. Representa uni plano mais de recuperação do que de constnição. Colocado na
em frente à economia capitalista. O mito russo foi-se tomando, dêsse modo, um
clusive os russos, a nova guerra desar
mito universal. O Conde Keyserling. respondendo a um inquérito promovido pela "Revue Belge", afirmava que não conhecia mito mais formidável que o dos faraós que ergueram as pirâmides. Nos tempos atuais, o mito do plano
ticulando em
Tudo isso, porém, vinha do ponto de
agrícola numa potência industrial. ropa, não deve i>or certo ser colocado nessa pauta. Êle é uma conseqüência cia po
nova política capaz de res taurar os valores e dc pôr termo ao perigo da exploração do homem pelo homem. Assim, depois de alguns fracassos, in
partida russo, da atitude de desafio em que se postavam cs dirigentes soviéticos,
Muitas cidades cuidaram de ter o seu.
Assumindo o poder na Inglaterra, o Partido Trabalhista organiza o seu plano.
ameaçado de
des cjue criava.
harmonizar a planificação com a demo cracia americana c com isso pretendia nianas.
nos. Cada povo cuidou de ter o seu.
A Argentina organizou o seu com o in
apresentou em 1934, quando se dirigiu
suprimir a pobreza das terras califor-
apoiaria no P'ano Beveridge. Vieram em seguida viírios outros pla
tuito de transformar um pais pastoril e
aos eleitores da Califórnia, um plano de dois anos, destinado a combater o pauperismo. Êle, que é um imaginoso ro
ao plano rooseveltiano da N. R. A. O plano de dois anos deveria também
O homem, livre da miséria, modifi
do corta forma transformado de econo
suas bases a vida dos
povos, plantou de novo o problema dos planos, como indispensável para a re construção de cada povo e para a re construção internacional.
Em 1942 Sir
dentro desses moldes de pensar que ' Henri de Man, ainda não comprometido
qüinqüenal soviético ia muito além do
William Beveridge abria o caminho, no vamente apresentando ao. Parlamento
plano faraônico, na sua audácia e na
britânico um plano de reconstrução que,
• por idéias totalitárias, sonhava um pla
.sua pretensão, muito embora exigisse um
conforme seu autor, se inspiraria nas
sacrifício de milliões de pessoas. E cba-
promessas
no para a Bélgica.
Essa crença de%eria
unir as nações vitoriosas e separá-las de
A planificação passou do plano teórico para o plano prático. Não bá mais pro
sos de construção sc bascariaiu no es
tuito de enquadrar o operariado no espírito de milícia, as condições do tra-
Tndo is.so, porém, se tornou um fato.
cava, ficava intacta a preocupação de harmonizar a planificação com a liberda
renovação do material.
Por fim, com
mava, por i.sso mesmo, a atenção do
Por entre as polemicas que provo
desgastes, reclamavam com urgência a tôdas as tentativas havidas com o in
]
171
Econômico
Quando Manheim, que é sem dúvida um extraordinário sociólogo, publicou o
vação econômica de primeira grandeza.
:
Dicf-sto
DíCKSTt) Econômico
170
da Carta do Atlântico.
Êle
ordem
internacional,
nãe
planifica, mas socorre a pro
dução de certos povos europeus, de for ma a colocá-los de novo na sua vitali dade...
E é dentro dessa atmosfera, nesse se
gundo nascimento da política dos planos, que o Brasil apresenta o seu. E êle se e.xpressa como conseqüência da volta ao país do regime constitucio nal e como uma decorrência orgânica do acôrdo feito entre os partidos polí ticos.
O Plano Salte aparece num momen
to em que se já corihece a grandeza e a miséria dos planos, que a maioria dêles
I
IJÜI I
Ocidente para o perigo do contágio mi
uma nova política, muito embora ja se soubesse das dificuldades que, na prá
seu livro "Planificação o Liberdade",
tológico, tanto mais <pie a Rússia se
procurava responder a uma pergunta que
apresentava como a realizadora de uma
deveria e.xprimir a crença de qnp o objetivo de todo govèmo, na paz como na guerra, não é a glória dos dirigen tes ou das raças, mas a felicidade do
tica, encontrara o plano soviético, prin
estava em todos os espíritos.
era nova.
homem comum.
O discurso de Stalin anunciava para êlcs
cipalmente no que se refere à indústria pesada, que não chegou a atingir nem de longe, apesar dos poderes e rigores do governo, as previsões. Por outro lado, a balança comerciai permanecera em déficit, e as estradas de ferro, em
seus adversiírios.
de.
blema de interesse público que não seja
caria a face do mundo e para tanto se
Haveria assim
um
meio
de se
nheceu de perto a vida econômica da
Rússia, chjegou a publicar por jêsse tempo um impressionante trabalho sô-
bre a crise do plano qüinqüenal.
Contudo, com as dificuldades gerais,
com as contradições patentes nos pro cessos e nas medidas dos países de eco nomia livre, faziam com que não ficas-
sem assinaladas em sua plenitude as dificuldades do plano qüinqüenal russo.
E por toda parte começou, com o espí rito de moda, a se recomendar a política
, dos planos, dos planejamentos, das direI trizes, enfim da prática da economia dirigida.
Em 1931 surgiu um plano Hoover
' para a Europa e logo a seguir, no mes-
' mo ano, um plano Hoover para a América do Sul.
Houve quem propusesse
um p'ano para a Ásia. Surgiu com isso uma teoria política de planificação e foi
olhado on considerado dentro da pla
opor à planificação totalitária uma pla nificação liberal, onde os ctuuproníispírito livre.
WL balho e a predisposição do trabalhador ^foram de certo modo negativas. O en genheiro Nicolau Bassesches, que co
nificação. A economia começou a ser olhada co
mo o foco das transformações sociais. Ela, rcvclando-sc como uma ameaça,
Lembro-me que também, nesse sen tido, Upton Sinclaír, que é literato que
sugeria freios e fiscalizações. Tendo-se
de vez em vez faz estágio na política,
mia de consumo cm economia de pro
dução, ela estava perdendo, com o cor
rer dos tempos, a sua finalidade. O ho
mancista, tinha fundado há trinta anos
naufrágio no mar das utilida
passados a "Liga por unia Democracia Industrial", que seria uma contribuição
rência
mem
estava
O Plano Marsha'1. que se organizou
para o reerguiniento da Eu
A concor
individualista
criara
sição dos Estados Unidos
um estado social de guerra
i
em vista da situação euro
do homem contra o homem e do diferenças econômicas demasiadamente acentuadas. Daí a necessidade de uma
péia. Representa uni plano mais de recuperação do que de constnição. Colocado na
em frente à economia capitalista. O mito russo foi-se tomando, dêsse modo, um
clusive os russos, a nova guerra desar
mito universal. O Conde Keyserling. respondendo a um inquérito promovido pela "Revue Belge", afirmava que não conhecia mito mais formidável que o dos faraós que ergueram as pirâmides. Nos tempos atuais, o mito do plano
ticulando em
Tudo isso, porém, vinha do ponto de
agrícola numa potência industrial. ropa, não deve i>or certo ser colocado nessa pauta. Êle é uma conseqüência cia po
nova política capaz de res taurar os valores e dc pôr termo ao perigo da exploração do homem pelo homem. Assim, depois de alguns fracassos, in
partida russo, da atitude de desafio em que se postavam cs dirigentes soviéticos,
Muitas cidades cuidaram de ter o seu.
Assumindo o poder na Inglaterra, o Partido Trabalhista organiza o seu plano.
ameaçado de
des cjue criava.
harmonizar a planificação com a demo cracia americana c com isso pretendia nianas.
nos. Cada povo cuidou de ter o seu.
A Argentina organizou o seu com o in
apresentou em 1934, quando se dirigiu
suprimir a pobreza das terras califor-
apoiaria no P'ano Beveridge. Vieram em seguida viírios outros pla
tuito de transformar um pais pastoril e
aos eleitores da Califórnia, um plano de dois anos, destinado a combater o pauperismo. Êle, que é um imaginoso ro
ao plano rooseveltiano da N. R. A. O plano de dois anos deveria também
O homem, livre da miséria, modifi
do corta forma transformado de econo
suas bases a vida dos
povos, plantou de novo o problema dos planos, como indispensável para a re construção de cada povo e para a re construção internacional.
Em 1942 Sir
dentro desses moldes de pensar que ' Henri de Man, ainda não comprometido
qüinqüenal soviético ia muito além do
William Beveridge abria o caminho, no vamente apresentando ao. Parlamento
plano faraônico, na sua audácia e na
britânico um plano de reconstrução que,
• por idéias totalitárias, sonhava um pla
.sua pretensão, muito embora exigisse um
conforme seu autor, se inspiraria nas
sacrifício de milliões de pessoas. E cba-
promessas
no para a Bélgica.
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A planificação passou do plano teórico para o plano prático. Não bá mais pro
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cava, ficava intacta a preocupação de harmonizar a planificação com a liberda
renovação do material.
Por fim, com
mava, por i.sso mesmo, a atenção do
Por entre as polemicas que provo
desgastes, reclamavam com urgência a tôdas as tentativas havidas com o in
]
171
Econômico
Quando Manheim, que é sem dúvida um extraordinário sociólogo, publicou o
vação econômica de primeira grandeza.
:
Dicf-sto
DíCKSTt) Econômico
170
da Carta do Atlântico.
Êle
ordem
internacional,
nãe
planifica, mas socorre a pro
dução de certos povos europeus, de for ma a colocá-los de novo na sua vitali dade...
E é dentro dessa atmosfera, nesse se
gundo nascimento da política dos planos, que o Brasil apresenta o seu. E êle se e.xpressa como conseqüência da volta ao país do regime constitucio nal e como uma decorrência orgânica do acôrdo feito entre os partidos polí ticos.
O Plano Salte aparece num momen
to em que se já corihece a grandeza e a miséria dos planos, que a maioria dêles
Dioestíí Econômico '
172
se afundou no mais completo fracasso.
vemos que reclama a posição precisa do
Mostra-se quando alguns deles repre
intervencionismo do Estado e a adosár
sentam ainda a última esperança dos re
de novos métodos- de governo.
gimes totalitários e daqueles que, al
diz êle: "O enorme desenvolvimento do
mejam a socíaMzação crescente dos meios
(2laf^akü!Bas£ôs
Assim,
Com o Plano Salte, o Brasil vai tentar
aparelho estata', a nuilliplicação das re lações entre o Estado e o indivíduo, as novas contingências criadas pelas
mais uma impressionante experiência
transformações políticas e sociais, que
EM SEU NOVO ENDEREÇO
com as suas armas democráticas.
tantas contradições, perplexidades c in
RUA FLORSNCIO de ABREU, 828
de produção.
Num
país cujos partidos têm mais ou menos
certezas têm trazido á existência livre
os mesmos programas, ôsse Plano re
dos povos, na civilização contemporâ
presenta, antes de mais nada, uma con
nea, modificaram sensivelmente as anti
fissão da insuficiência de seus partidos políticos, que se entregam a um acôrdo indispensável para a realização de um plano que não cabe dentro das fron
gas concepções que, até liá bem pouco tempo, orientavam o papel dos Gover
I teiras do partidarismo.
Traçado para
abranger o Brasil, alcançando todas as suas dificuldades fundamentais, vale co mo a primeira tentativa para resolver,
era conjunto, o problema nacional bra sileiro.
Entretanto,^ logo de começo, através da leitura da exposição do Plano, sen timos a dificuldade dos seus intuitos com a estrutura constitucional brasi
leira.
Ao primeiro contacto com êle,
CORIUIS Ul T 600DTUI A alta Qual.dadc das CORREIAS EM "V ou COSICAS Goodyear vem rcprcsenianda Indiscutivelmente um pon
to cap tal na economia das nossas Indústrias, pela sua durabilidade e
mm
nos". E dá o tom político de suas con cepções afirmando, num dos tópicos: "Hoje não se pode mais admitir que o Estado tenha a sua ação cerceada ou li
excelente técnica dc t*bricarSo. Man temos estoque permanente dc corre
ias das séries A.B.C e D de todos os
tamanho» "Standarfls". Antes de
montar sua transmissão consulte-nos com reíeiénela A parte técnica, sem CORDIIIS FUNIS COOQIUR. As COR>
mitada pelo conjunto de funções ou fi
REIAS PLANAS de lona c borracha
nalidades convencionalmente considera das e.ssencíais nos tratados clássicos de
Radas largamente em nossas Indús
qualquer compromisso.
Goodyear sâo. sem dúvida, emprc
trias. mnls do que qualquer outro tipo c marca. A preferência As cor re as clc qualidade sc evidencia pc'a
direito público". Por aí se pode ver que o Plano Salte exige um reajustamento com a própria teoria da nossa Constituição e que, tor
procura sempre crescente, fodemos
fornecer qualquer tipo de correia e teremos o mAximo praier em pro porcionar A nossa distinta clientela e
r
Interessados todos ns cscloreclmcntos a respeito. As Correias TRANSPOR TADORAS E ELEVADORAS GOO-
nando-se realidade legal, poderá ser a causa de uma transfiguração radical no pais, de conseqüências imprevisíveis.
dycnr lomom-se mais baratas no cus
teio pela sua longa durabilidade.
CHIHFOS I tHIHDIS riM CORUdlI. A nossa casa .'-A
maniém estoque cm grande escala de lados os
tipos ds grampos para correias, racionais e estfonB'lros. bem como mantém um serviço
especializado na confecçAo de correias sem fim com a emenda a Mo ou vulcanliada. Fornece mos também MAQUINASPARA GRAMPEAR, POUAS. EIXOS. MANCAIS. ADESIV g c Bcccssúrtos em geral para transmissões.
CIA. FÁBIO BASTOS comIrcio I indOstru S. PAWLOi R. Flortnde de Abreu, ÍÍS - '«'•
'••e9 "NlfAr
R. d« Janeirei R. TeSfile Olonl. 81 - íel. «-«810 • C*. 2031 • End. teleo."AMHiBelo HgrUenlai R. RIe de Janeiro. 368 - RI.
A produção^ de carüão-de-pedra na Inglaterra-alcançou, no primeiro semestre dêste ano, a média semanal de 85 milhões de toneladas. . Comparada com a do ano passado, ela aumentou ligeiramente. O acréscimo, de 1.500.000 toneladas, corresponde a cerca de 1,75%. Se a produção continuar nesse ritmo, a Grã-Bretanha produzirá, em 1948, o total de 200 milhões de toneladas dêsse minério.
• C*. S"» - índ.
P. Alegctl A*. JCIIo de CoiHlho». 30- Tel. P-3038 • C». Poiial 240-
PANAM • Casa de Amiso*
U .r..
Dioestíí Econômico '
172
se afundou no mais completo fracasso.
vemos que reclama a posição precisa do
Mostra-se quando alguns deles repre
intervencionismo do Estado e a adosár
sentam ainda a última esperança dos re
de novos métodos- de governo.
gimes totalitários e daqueles que, al
diz êle: "O enorme desenvolvimento do
mejam a socíaMzação crescente dos meios
(2laf^akü!Bas£ôs
Assim,
Com o Plano Salte, o Brasil vai tentar
aparelho estata', a nuilliplicação das re lações entre o Estado e o indivíduo, as novas contingências criadas pelas
mais uma impressionante experiência
transformações políticas e sociais, que
EM SEU NOVO ENDEREÇO
com as suas armas democráticas.
tantas contradições, perplexidades c in
RUA FLORSNCIO de ABREU, 828
de produção.
Num
país cujos partidos têm mais ou menos
certezas têm trazido á existência livre
os mesmos programas, ôsse Plano re
dos povos, na civilização contemporâ
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fissão da insuficiência de seus partidos políticos, que se entregam a um acôrdo indispensável para a realização de um plano que não cabe dentro das fron
gas concepções que, até liá bem pouco tempo, orientavam o papel dos Gover
I teiras do partidarismo.
Traçado para
abranger o Brasil, alcançando todas as suas dificuldades fundamentais, vale co mo a primeira tentativa para resolver,
era conjunto, o problema nacional bra sileiro.
Entretanto,^ logo de começo, através da leitura da exposição do Plano, sen timos a dificuldade dos seus intuitos com a estrutura constitucional brasi
leira.
Ao primeiro contacto com êle,
CORIUIS Ul T 600DTUI A alta Qual.dadc das CORREIAS EM "V ou COSICAS Goodyear vem rcprcsenianda Indiscutivelmente um pon
to cap tal na economia das nossas Indústrias, pela sua durabilidade e
mm
nos". E dá o tom político de suas con cepções afirmando, num dos tópicos: "Hoje não se pode mais admitir que o Estado tenha a sua ação cerceada ou li
excelente técnica dc t*bricarSo. Man temos estoque permanente dc corre
ias das séries A.B.C e D de todos os
tamanho» "Standarfls". Antes de
montar sua transmissão consulte-nos com reíeiénela A parte técnica, sem CORDIIIS FUNIS COOQIUR. As COR>
mitada pelo conjunto de funções ou fi
REIAS PLANAS de lona c borracha
nalidades convencionalmente considera das e.ssencíais nos tratados clássicos de
Radas largamente em nossas Indús
qualquer compromisso.
Goodyear sâo. sem dúvida, emprc
trias. mnls do que qualquer outro tipo c marca. A preferência As cor re as clc qualidade sc evidencia pc'a
direito público". Por aí se pode ver que o Plano Salte exige um reajustamento com a própria teoria da nossa Constituição e que, tor
procura sempre crescente, fodemos
fornecer qualquer tipo de correia e teremos o mAximo praier em pro porcionar A nossa distinta clientela e
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Interessados todos ns cscloreclmcntos a respeito. As Correias TRANSPOR TADORAS E ELEVADORAS GOO-
nando-se realidade legal, poderá ser a causa de uma transfiguração radical no pais, de conseqüências imprevisíveis.
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teio pela sua longa durabilidade.
CHIHFOS I tHIHDIS riM CORUdlI. A nossa casa .'-A
maniém estoque cm grande escala de lados os
tipos ds grampos para correias, racionais e estfonB'lros. bem como mantém um serviço
especializado na confecçAo de correias sem fim com a emenda a Mo ou vulcanliada. Fornece mos também MAQUINASPARA GRAMPEAR, POUAS. EIXOS. MANCAIS. ADESIV g c Bcccssúrtos em geral para transmissões.
CIA. FÁBIO BASTOS comIrcio I indOstru S. PAWLOi R. Flortnde de Abreu, ÍÍS - '«'•
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A produção^ de carüão-de-pedra na Inglaterra-alcançou, no primeiro semestre dêste ano, a média semanal de 85 milhões de toneladas. . Comparada com a do ano passado, ela aumentou ligeiramente. O acréscimo, de 1.500.000 toneladas, corresponde a cerca de 1,75%. Se a produção continuar nesse ritmo, a Grã-Bretanha produzirá, em 1948, o total de 200 milhões de toneladas dêsse minério.
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P. Alegctl A*. JCIIo de CoiHlho». 30- Tel. P-3038 • C». Poiial 240-
PANAM • Casa de Amiso*
U .r..
rwr
Banco Noroeste do Estado
-• V
' 1? I
de São Paulo S/A. RUA 15 DE NOVEMBRO, 251 (Séde Provisória)
SÃO PAULO
•1
CAIXA POSTAL, 119-3
PRODUTOS DE PETROLEO Coda máquina, em qualquer setor
Endereço Telegráfico "ORBE"
do indústria ou do agricultura, constitui sempre um problema dife
rente de lubrificaçõo. Shell tem o
m
■■I
maior prazer em orientar seus clientes no es
CAPITAL
CR$ 24.000.000,00
colha do tipo de
RESERVAS
CR$ 33.000.000,00
combustível ou lubrificante In
dicado para coda
caso.
■■I J 16 í-td. 70a7-A
FILIAI S :
Agudos
Andradina — Apucarana — Araçaiuba
Ara
pongas — Bandeirantes — Bauru — Biriguí — Cambé — Campinas — Caíanduva — Cornélio Procópio — Getulina — Guararapes — Jundiaí — Lins — Londrina — Mandaguari Marilia Mirandopolis — Psnápolis — Pirajux — Promissão — Rolândia — Santo André — Santos — São Bernardo do Campo — São José do Rio Preto — Tupã e Valparaiso*
' \,
SHELL - EM PRQCUTQS DE PETROLEO, UMD IRtDiCÃO
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PRODUTOS DE PETROLEO Coda máquina, em qualquer setor
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do indústria ou do agricultura, constitui sempre um problema dife
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Automóveis e Caminhões
V
ESQUADRIAS DE MADEIRA > .
Concessionários
Cia. de Autcmóveís Alexandre ücrnstein . S A O
Escntorio, vendas e secção de •OTT-
PA U L O
RUA CLAUDINO PINTO, 55
lima, 105
Telefone: 2-8740
Telefones:
Lscriíorio e vendas .;. 2-8738 becçao de peças 2-4564
It'
*
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A. P. MELLO FILHO REPRESENTAÇÕES
ENDEREÇO TELEGRAFICO: "Pereréca"
OFICINAS:
peças rua cap. faustino
.^
w
i. *
CAIXA POSTAL, 2840
ESCRITÓRIO
DEPÓSITO
Rua Anita Garíbaldi, 231
em São Paulo
7° and. — Telefone 3-2627
Rua André Leão n.® 159
— SÃO PAULO —
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Esta revista é publicada mensabncnte pela Editõra Comercial Ltda., sob os a«A7>tcio.v da Asso
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