DIGESTO ECONÔMICO, número 48, novembro 1948

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... inspeciona os caminhos do espaço

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ECONtíMICO SOB OS auspícios DO ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SAO PAULO E on FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SUMARIO Pi0«

Ülrollo Comercial e Economia Dirigida — Prof- Joseph Hamel A Moeda Escriturai — Richard Lewinsohn

^

gj

Protecionismo e Industriallsmo — Aliomar Baleeiro

3T

A Acumulação das Riquezas — Alde Sampaio .•••

O Balanço de Contas do Brasil na Aluai Conjuntura Ec^omca

Roberto Pinto de Sousa

O Sindicalismo no Brasil — Clóvis Leite Ribeiro

i,','i" j" "lã""" «t

Meio para Remediar a Balança de Pagamenlos Dcsíavorá^e^^ do^ Br^U^"Inspeloiciide linhu" cJa rspsço. ãos meirorulugistt)

cabe papel prepondi-ronle na eficiência do serviço aereo. Grncas ú vigilância de aeu Departamento de Meteorologia, que Ininlerruplamente Inspeciona as estradas do ceu, sempre que um de Aerovioa Brasil levanta vòo. os sinais do tráfego aírro

Av.nidj Kie Bumo,|T7 A llo|.) • VtnJi» de PiiiiK.nai Ji B99I * II'I9>9 de Inlnimi^òei

Ar,rM.u CM sAo poaoi

Kuj Libera Bidáro, .170 V«a«Jd«

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6 61)0

92 91

Ressurgimento Amazônico — Pimcntcl Gomes

|i'

Aspectos da Influência Francesa no Brasil — O^vio Tarquinio de Sousa ..••

Financiamento da Construção e Conservação de Eslraaas - Guilherme Moojen Dificuldades do Controle Monetário — Djacir Menezes

Que é um Problema Social? — L, A. Costa Pm^ J 'II'

/

Orçamentos Industriais e Comerciais — Dr. G. Robert Hohentein

Brasil a di^er, quando desembarcam "Kol umu utlma viagemr

• ■•••

Brasilio Machado e a Academia — Ernesto Leme

I2-TU*B « |]-S4«1

Ceiêncii: ll-iiCd

R«i«rt«

pulro dos muitos fatúres que levam ua piiisigelros de AerojvlU

85

História Econômica - Um Debate sôbre o

A Indústria da Eletricidade em Minas — Osono da Rocha Diniz ,

estão ostentando a luz verde — gorantla de caminho livre. Ene Ene i♦>.' NO «IO III (*Nfr«o-

Temas e Problemas em Debate — Dario de Almeida Magalhães A Produção e a Técnica — Nelson Werneck Sodre

A-

Woodrow Wilson Evangelizador da Paz e da Liga das Nações —

Rodrigo Soares Júnior

A Grandeza o a Miséria dos Planos — Cândido Mota Filho

105 113 118

»6

136

144 151 158 189


o DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ Á VENDA

nos pniicipais pontus do jornais no Brasil,

yivi^u de CrS 3,00.

Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer

'ndustrias de Artefatos de Borracha e^CalçadoS

encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.

Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar

NOSSAS

ESPECIALIDADES#

Rio de Janeiro CALÇADOS EM GERAL — Ctlçados de couro com toUi de

bomch*. para bomeiu, lenhoru e crianças. Tênis e calçado*

Alagoas: Manuel Espíndola. Praça Pe dro II. 49. Maceió.

de lona para esportes e praia. Paraná: J. Gliiagiiuiic, Rua 15 de No-

ARTEFATOS PARA CALÇADOS—Saltos e capas de bomch»

venibio. 423, Curitiba.

Agência Freitas. Rua Joa

quim Sarmento, 29. Manaus.

Rua do Imperador. 221, 3.o andar.

cha. Cortidte para calçados de homens e crianfu Tira d.r

Recife.

bgaçio. Outras miudezas.

Pernambuco:

de Souza & Cia,,

K. Saldanha da Gama, C. Salvador.

Chlnaglia,

para saltos. Solas de borracha para calçados de homens,senhoraf e crianças. Lençóis de borracha para solado. Vlrolas de bar»*

Fernando

Piauí: Cláudio M. Tole, Tercsina.

ARTEFAT-f DE BORRACHA EM GERAL-Fios elisticoe

Rio do Janeiro; Fernando Cliinaglia,

de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fíos, <Mtis elísricas e para hospitais. Tapetes de borracha, de-

Cearà: J. Ajaòr de Albuquerque & Cia Piaça do Fcnoira. C21. Fortaleza.

Av

Espirito Santo: Viuva Copotilo 8c Fi-

Vüória"^ Jerônimo Monteiro. 301. Goi^: João Manarino. Sua Setenta A

Vargas, 5ü2, 19.o

sincupídores para pias, p£s de cadeira, pneumiticos e cordfie*

Rio

Grande

para rodas de velocípedes, Pocaros, guamições de borracha para do

pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas pm Bns industriais e mais uma infinidade de produtos de borraÂs-

Norle: I,uí:: Roínâo.

Avenida 'i"avnre.s I-ir.-i, -IH. Natal.

Rio Grande do Sul; Sòrnontc para Por to Alegre: Oclavio .Sagebin. Rua

GoKinia.

Maranhão:

Pre.sídente

andai'.

Livraria Uhiversal. Rua

João Lisboa, 114, São Luiz.

7 dt; Setembro, 7H9. Porto Alegre Ha;a locai.s ícjr.a de Porto Alegie

Fernando Chinaglia. K. de Janeiro

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro Üc Cia., Pça. da República, 20. Ciuaba.

Uii.^ Felipe .Sehinidt. 8. B'iorianóp Minas Gerais: Joaquim Moss Velloao

Avenida dos Andradas. 330, Belo Horizonte.

Pará: Aibano H. Martins &c Cia., Tra vessa Campos .Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, R\ia Ba rão do Triurifo. 510-A. João Pes.ioa.

FIBRICIITES DOS IFIMIDOS SILTOS DE BORRICHI o-

Santa Catarina: Pedro Xavier &: Cia.

Sao Paulo: A Inlolcclu.nl. Ltda., Via

duto S.anta Efigcnia, 281. S. Paulo. Sorgips: Liviaria

FÁBRICAS > Roa Marajó/ 136/156

Roa Casario Alvlnt/ 297

Regina Ltda., Rua

Jü;"io Pessoa, 137, Aracaju.

Território do Acre: Diôgenes de Oli veira. Rio Branco.

Roa

ESCRITÓRIOS Morajó/ 136 São Paulo

PETTINATJ-C-l-d

.i.àtLbuaiàài'i 1 1 iiilit'iá

TELEFONES

Gerencia

— 9>3205

Confadorio — 9-3200 Vendas — 9-5844

Endereço TelegrôFicoi CAMPANA

MARCA REGIS RADA


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mI

POTÊNCIA Eina

6

o

acumulador de conrion-

ca.construido

para

atender,

com sobra, a todas as

necessida

alimento ideal

& BASE DE

des do sistema elé trico de seu cfirro.

^cUMU&ddó^tí

PRODUTO

DA

GENERAL

MOTORS

Para vendas e seiviso procure os disir.butdores e concessionários iki

GENERAL MOTORS DO BRASIL S. A. .. _ —.T-.


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1 3

PORTO

ADRIANO PONTAS A LAMIIVA DE

ROíaiivas

MAIOR VEXDA MUI^DIAL

Longa duraçãor graças aos rolamen< tos SKi^de que estão providas as

Pode*se aumentar consideravelmente a velocidade de corte' devido ao me

pontas.

lhor apoio que oferecem estas pontas

Ausência absoluta de iolga dada a

rotativas.

ejustabilidade dos rolamentos.

As nossas pontas rotativas não reque

A ponta rotativa pode ser apertada mais rigidamente do que unfã ponta fixa comum, proporcionando, assim,

rem retificação e não se aquecem.

melhor centragem da peça de trabalho.

íl

O centro da peça de trabalho não se

GQMPaNHin SKPdo brasil

desgasta nem precisa de lubriücação.

ROLAMENTOS


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'•W

...

, MonSANTO ChEMICAL CoMPANY 4 ..

ONYX INTERNATIONAl

St. loüi» - USA

i«rtey Ciiy - USA

Produtos intermediários. Produtos químicos poro todos as índúsirios, inseticidas, herbíci-

dos. rodenlicidos. Motcriois plásticos. Colos

Produtos poro omociomento. desengorduromento. tingimento, ocabomento. etc., no indústrio têxtil.

poro compcnsodos, etc.

oi

DURAND & HUGUÊNIN S. A.

FABRIQUE ZÜRiCOiSE DE

6os<<c-o'Suifo

GAZES À BLUTER Zuriaue - Suico

Coramos oo cromo especiois poro

cstomporio de olgodõo. sedo, "rayon". etc.

Coces de sedo poro quadros de estamporio. Gozes de sedo

Corantes "Indígosol"

poro peneiras, etc.

VENANGO ENGINEERING

IRE ürDAIUUC PRE5S MF6. CO.

Ph^odctphio - USa

I)

MouAt 0*leod .USA

Máquinos pncurnóticos poro

Prensor e máquinas hidráulicas

tingímenio de mcddos, meios,

poro injeção e moídagem de rnotérios

fios em roços, etc.

plásticos

l' DOLLFUS & NOACK S, A.

V

BUrFALO-ElECTRO-CHEMlCAL Co litc

Ftonçc

Budolo • USA

Peróxido de hidrogênio poro

feliros e panos técnicos

olvejornenlos nos indústrias de

poro todos cs indústrias

tecidos e de popel, processos

j químicos, fins sanitários, etc.

tfif Representocôes poro o Brosíl de

UM CIGARRO DE LUXO ^'3 TIPO AMERICANO

PRODUTO SUDAN S/A

r

.1"''

y-

RIO DE JANEIRO

SÀO PAULO

CURITIBA

Ruo Conselheiro Saroivo, 16

Ruo Morlim Burchord, 60B

R. Cel, M, Borrelo Moncloro, 405

Coixo Postal, 237 • Tet.i 23-5516 Coixo Postol. 1685 - Tel.s 3 3154 Coixo Postol, 680 « Tel.: 3-492

Tolegromas: "COLOR"

Telegramas: "COLOR"

Agentes nos pritscipois cidades do pois

• "nelegramat: "COLOR"


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UM CIGARRO DE LUXO ^'3 TIPO AMERICANO

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RIO DE JANEIRO

SÀO PAULO

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Ruo Conselheiro Saroivo, 16

Ruo Morlim Burchord, 60B

R. Cel, M, Borrelo Moncloro, 405

Coixo Postal, 237 • Tet.i 23-5516 Coixo Postol. 1685 - Tel.s 3 3154 Coixo Postol, 680 « Tel.: 3-492

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Agentes nos pritscipois cidades do pois

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Dium emdiiico

Direito Comércial e Economia Dirigida

6 MUHDO DOS N16ÚCI0S HUU PANORIHS HEHSIl Publicado «ob os ouspicio* da

ASSOCIflCdO COMERCIALDE SAO PAULO

Professor Joseph Haj.íeIí

(Professor Catedrático de Direito Comercial da Universidade de Paris)

federação 0*0 COMÉRCIO 00

Que as minhas primeiras palavras se

ESTADO DE SAO PAULO

o Digesto Econômico publicará no próximo número: Diretor:

Antonlo Goz^lo de C&rraUie

O INTERÊSSE DO DIREITO COM

PARADO NO MUNDO DOS NEGÓ CIOS - Prof. Rcné Davi.

Econômico. órgSo de in-

fo^çoes econômicas e financei"Mensalmente pela Edltôra Comercial Ltda.

AJUSTES ENTRE EMPRESAS NA "CARTA DE

HAVANA" - Prof.

Teotônio Monteiro cie Barros Filho. responsabiliza pelos dados cujas®® fontes estejam devidamente citadas, nem pelos

nados

®™itldos em artigos assi-

JOAQUIM MURTINHO - Deolindo Amorím.

Na transcrição de artigos pede-se citar

o

nome

do

D i g esio

Econômico.

O CAFÉ NA ECONOMIA NACIONAL — Amóbio Graça.

iiminmniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii""'"^^

jam de agradecimento ao excelente colega e amigo. Professor Ernesto Leme,

A convite do Instituto dos Advogados, estiveram em São Paulo os juristas fran-

pelas referências, demasiado elogiosas, cjue acaba de fazer à minha pessoa.

seph Hamel, o último dos quais realj-

Fico-lhe, por isso, infinitamente reco nhecido. Permita-me, aliás, responder-

lhe que, se terá, como afirmou, ao vi sitar o meu País, a impressão de estar realizando uma viagem de regresso, nós,

cêses Marc Ancel, Charpentier e Jo

^ zou, sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Cojíjórcio do Estado de São Paulo, uma conferência sôhre "Direito Comer' ciai e Economia Dirigida".

desde que chegamos ao Brasil — e falo,

Graças a uma gentileza do Professor

também, em nome dos meus companhei ros de comitiva — vimos e.xperimentando a sensação de não termos saído de nossa Pátria. Aqui, com efeito, encontramos,

Paulo Barbosa de Campos FUho, prèsi^ dente daquele Insdtuto, que se pronti ficou a traduzi-la de notas taquigráficas,

tradições que sempre cultuamos e as

pode o "Digesto Econômico" publicar no presente número êsse valioso trabalho, que se reveste de atualidade e de alto

mesmas esperanças que temos sempre

cunho didático.

no meio intelectual brasileiro, as mesmas

acalentado.

Devo dizer-vos, ainda, que, entre a

civilização francesa e a da vossa cidade

«imiiiiiMiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiii"""

siderável: é que não aprendemos ainda

tuais que sempre manteve com os países da América latina, em particular com o

AMERICAINS" - José Luiz de Al

a construir esses magníficos edifícios de vinte andares, nem dispomos dessa vida

êste país animados do desejo de mostrar

meida Nogueira Pôrto.

superabundante que tanto nos surpreen

o quanto nos aproximamos no terreno intenção de nos relacionar convosco,

Cr$ 36.00

de, logo à nossa chegada. Sabei, portanto, que é com um sen timento de profunda afeição que me di

Número do mês:

Crf 3 00

rijo ao Professor Leme, meu colega e

Atrasado:

Cri 5^00

meu amigo, agradecendo-Die as palavras

♦ '

de São Paulo, há uma só diferença con

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

ASSINATURAS;

DIgeslo Econômico

Ano (simples)

(registrado)

cj-j 30 00

Redação e Administração: Viaduto Boa Vista. 67 - 7.o andar

TeL 3-7499 — Caixa Postal. 240-B São Paulo

LEBRET E A SUA "LETTRE AUX

Brasil.

Eu e meus colegas viemos a

do pensamento jurídico e trazendo a

servindo-vos nesse magnífico desenvol vimento de cultura que aqui encontra mos 6 que sinceramente admiramos.

que acaba de proferir, não somente em

Eis aí, em resumo, porque é que nos

relação a mim mesmo, como, e princi-

sentimos encantados nesta nossa breve

palinente, em relação à minha Pátria. A França, como o sabeis, passou recen

visita a São Paulo.

temente por grandes infelicidades. De las, porém, já se libertou e anseia, ago ra, por restabelecer as relações intelec-

A quem se interesse, de resto, pelo Direito Comercial, que é hoje, numa conceituação despretensiosa, o direito

dos negócios, não pode ser senão agra»


Dium emdiiico

Direito Comércial e Economia Dirigida

6 MUHDO DOS N16ÚCI0S HUU PANORIHS HEHSIl Publicado «ob os ouspicio* da

ASSOCIflCdO COMERCIALDE SAO PAULO

Professor Joseph Haj.íeIí

(Professor Catedrático de Direito Comercial da Universidade de Paris)

federação 0*0 COMÉRCIO 00

Que as minhas primeiras palavras se

ESTADO DE SAO PAULO

o Digesto Econômico publicará no próximo número: Diretor:

Antonlo Goz^lo de C&rraUie

O INTERÊSSE DO DIREITO COM

PARADO NO MUNDO DOS NEGÓ CIOS - Prof. Rcné Davi.

Econômico. órgSo de in-

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HAVANA" - Prof.

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o

nome

do

D i g esio

Econômico.

O CAFÉ NA ECONOMIA NACIONAL — Amóbio Graça.

iiminmniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii""'"^^

jam de agradecimento ao excelente colega e amigo. Professor Ernesto Leme,

A convite do Instituto dos Advogados, estiveram em São Paulo os juristas fran-

pelas referências, demasiado elogiosas, cjue acaba de fazer à minha pessoa.

seph Hamel, o último dos quais realj-

Fico-lhe, por isso, infinitamente reco nhecido. Permita-me, aliás, responder-

lhe que, se terá, como afirmou, ao vi sitar o meu País, a impressão de estar realizando uma viagem de regresso, nós,

cêses Marc Ancel, Charpentier e Jo

^ zou, sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Cojíjórcio do Estado de São Paulo, uma conferência sôhre "Direito Comer' ciai e Economia Dirigida".

desde que chegamos ao Brasil — e falo,

Graças a uma gentileza do Professor

também, em nome dos meus companhei ros de comitiva — vimos e.xperimentando a sensação de não termos saído de nossa Pátria. Aqui, com efeito, encontramos,

Paulo Barbosa de Campos FUho, prèsi^ dente daquele Insdtuto, que se pronti ficou a traduzi-la de notas taquigráficas,

tradições que sempre cultuamos e as

pode o "Digesto Econômico" publicar no presente número êsse valioso trabalho, que se reveste de atualidade e de alto

mesmas esperanças que temos sempre

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no meio intelectual brasileiro, as mesmas

acalentado.

Devo dizer-vos, ainda, que, entre a

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siderável: é que não aprendemos ainda

tuais que sempre manteve com os países da América latina, em particular com o

AMERICAINS" - José Luiz de Al

a construir esses magníficos edifícios de vinte andares, nem dispomos dessa vida

êste país animados do desejo de mostrar

meida Nogueira Pôrto.

superabundante que tanto nos surpreen

o quanto nos aproximamos no terreno intenção de nos relacionar convosco,

Cr$ 36.00

de, logo à nossa chegada. Sabei, portanto, que é com um sen timento de profunda afeição que me di

Número do mês:

Crf 3 00

rijo ao Professor Leme, meu colega e

Atrasado:

Cri 5^00

meu amigo, agradecendo-Die as palavras

♦ '

de São Paulo, há uma só diferença con

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

ASSINATURAS;

DIgeslo Econômico

Ano (simples)

(registrado)

cj-j 30 00

Redação e Administração: Viaduto Boa Vista. 67 - 7.o andar

TeL 3-7499 — Caixa Postal. 240-B São Paulo

LEBRET E A SUA "LETTRE AUX

Brasil.

Eu e meus colegas viemos a

do pensamento jurídico e trazendo a

servindo-vos nesse magnífico desenvol vimento de cultura que aqui encontra mos 6 que sinceramente admiramos.

que acaba de proferir, não somente em

Eis aí, em resumo, porque é que nos

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sentimos encantados nesta nossa breve

palinente, em relação à minha Pátria. A França, como o sabeis, passou recen

visita a São Paulo.

temente por grandes infelicidades. De las, porém, já se libertou e anseia, ago ra, por restabelecer as relações intelec-

A quem se interesse, de resto, pelo Direito Comercial, que é hoje, numa conceituação despretensiosa, o direito

dos negócios, não pode ser senão agra»


11

D10K.STO EcoNÓ^^co D1CE.ST0 EcoNÓNuca

dável uma passagem por esta cidade, que é, sob esse aspecto, particularmente

sedutora.

Aqui se no.s depara, com

efeito, tão intensa atividade comercial

que muito temos que aprender, os que vimos de outras terras, atentos à maneira pela qual aqui se apresentam diversos

dirigida fazem, pois, os que sc filiam a essa corrente, verdadeiro .sísiema jurídíco-filosófico.

Outros, ao contrário disso, combatem

a economia dirigida, tendo-a por um mal, ou considcrando-a como um regime

em si mesmo funesto, pois que aniquila

dos problemas do Direito Comercial. Certo estou, aliás, de haver escolhido

a.s livres atividades individuais, ou de

um assunto que muito vos possa inte ressar, qual o das relações entre o Di

de corre.spondcr ao verdadeiro espírito

reito Comercial e a economia dirigida.

JÉ esse um problema pôsto em equa ção em quase todos os países civilizados

pois que sopra por tôda parte um vento' de economia dirigida, que ameaça trans-

ormar. senão destruir, os princípios tradicionais do Direito Comercial.

^ Tratondo desse assunto, não tenho a intenção de aqui discutir, perante vós as regras da economia dirigida. Àos' economistas e aos homens de

Estado é que compete fazê-lo, ajuizando das vantagens ou in convenientes de semelhante re

gime, ou apontando os meios

de o desenvolver ou restringir. São .problemas, assim, que deixarei intencionalmente de lado. ""s, não passa a economia diri

gida de mera manifestação de crescen te socialização da vida jurídico-económi-

ca. Não tem o homem valor - pensam êles - senão como parcela da coIeHvidade e na medida ou em função do papel que nela desempenha. A socie dade, pois, é que lhe deve ditar diretri zes. E isso a sociedade o faz, no domí

nio da economia, pelo recurso a esse

sistema particular, de que ora me ocupo, sistema que passa a representar, isto

pôsto, como que um ideal a atingir, de

conformidade, aliás, com os próprios destinos dá humanidade. Da economia

tal sorte as restringe, que cias dci.vam econômico, que .só se pode desenvolver à sombra da.s regras que vêm .sendo apli

cadas'desde os primórdios do século dezenove. Outro ponto-de-vista que também prefiro não apreciar. Outros, enfim, consideram a economia

dirigida solução ou remédio de crise,

Para estes, durante os períodos de conturbação econômica, provocados sobre tudo por díficiddades políticas, necessá rio se toma recorrer a um sistema que con.siga assegurar, nos diversos

países, a regularidade da vida econômica.

Mera solução de

emergência, convém que tal sis

tema seja posto de lado, logo que cesse a crise.

Eis aí, portanto, ires maneiras

de pensar e de agir, acerca das quais terão por certo os que me ouvem suas opiniões formadas, como eu mesmo te

nho a minha, como .simples cidadão do meu país.

Mero cultor do Direito, e

não economista nem ainda homem de

Estado, ,0 papel que me toca, ou o problema que me compete estudar, é o de saber, suposta existente a chamada economia dirigida, de que maneira pode ela cómbinar-se com os princípios tra dicionais do Direito Comercial.

Num regime, com efeito, no qual in tervém o Estado para impor a sua von tade à vida econômica do país, que é que vai restar — pergunta-se — das ré-

gras habituais do Direito Comercial?

entretanto, a quantos me derem a honra

Est:abelece êsse ramo do Direito todo um

da atenção, soluções e refle.xões possi

conjunto de normas que se destinam a reger as rclaçõe.s entre os homens, ou

velmente aplicá\'eis á economia de sua própria pátria. Êsse, o meu propósito. Ora, no indagar das afetações sofridas

as emprê.sas, na vida dos negócios. A origem dè.sse conjunto deve ser procura da, bem o sabeis, naquele conjunto todo particular de regras constituído, na Ida

de Media, na Itália e nas feiras fran cesas, conjunto esse que, tendo sido a princípio o mesmo em todos os luga res e se. destinando a disciplinar sobre tudo as trocas monetiirías de então, para

pelo Direito Comercial por fôrça da economia dirigida, temos que atender, antes de tudo, às duas grandes bases, por assim dizer essenciais, nas quais assenta aquele Direito tradicional: em

primeiro lugar à soberania do contrato, e em segundo às atiridades dos indiví duos ou dos agrupamentos privados,

logo c aos poucos se foi diferenciando, à medida que se estendia a sua aplica ção aos diversos países da Europa Oci dental; e que, acrescente-se, não perdeu jamais as características decorrentes de

visando a realização de atos de comer

sua origem comum, fazendo com que se observe ainda hoje certo número de princípios que são as idéias tradicionais, sòbre as quais repousa. Propõe-se-nos,

berania do contrato.

então, no momento que passa, a seguin

domínio dos contratos, inter\'enção essa

cio.

Vejamos, assim, de que maneira a eco

nomia dirigida se insurge contra tais

bases, a começar pelo atentado à so Desnecessário é

acentuar, aliás, que, se o Estado ins

titui qualquer organização de economia dirigida, intervém, por isso mesmo, no

te questão verdadeiramente emocionante

que se manifesta por três maneiras

para quantos se dedicam a êsse ramo da ciência jurídica: dar-se-á que a econoniia dirigida acabe por destruir esses princípios tradicionais? Tal questão, apresentá-la-ei primeiro

principais.

sob forma descritiva, analisando os refe

ridos princípios e apontando as afeta ções que possa sofrer o Direito Comer cial em conseqüência ou por força da economia dirigida. Depois, e então sob forma construtiva, indicar-vos-ef os li

mites que, a meu ver, devem s'er im postos pelo Direito Comercial à aplica ção do sistema.

As soluções que vier

Verifica-se a primeira quando o Es

tado impõe aos contratantes certas cláu sulas, ou ainda quando lhes veda de terminadas estipulações, ou exnge dispo sições especiais. Forma típica de seme lhante modalidade de intervenção temo-

la na regulamentação dos preços, pois o Estado, sempre que fixa um preço má ximo para determinadas mercadorias, in

tervém na esfera contratual, contrasàndo a êsse postulado, que é tão grato aos juristas do século XIX, da autonomia da vontade. Esta, com efeito, sofre restri ções no seu poder e alcance, tanto que

a propor, e bem assim as observações que fizer, inspirar-se-ão, como é óbvio, na minha experiência francesa, donde o

sejam impostas aos contratantes regras

seu valor eminentemente relativo, como

trio.

rçlativos são, por via- de regra, os dife-

Segundo atentado à soberania do con trato, ou segunda modalidade de inter-

xentes problemas jurídicos.

Sugerirão,

que não decorram de seu próprio arbí


11

D10K.STO EcoNÓ^^co D1CE.ST0 EcoNÓNuca

dável uma passagem por esta cidade, que é, sob esse aspecto, particularmente

sedutora.

Aqui se no.s depara, com

efeito, tão intensa atividade comercial

que muito temos que aprender, os que vimos de outras terras, atentos à maneira pela qual aqui se apresentam diversos

dirigida fazem, pois, os que sc filiam a essa corrente, verdadeiro .sísiema jurídíco-filosófico.

Outros, ao contrário disso, combatem

a economia dirigida, tendo-a por um mal, ou considcrando-a como um regime

em si mesmo funesto, pois que aniquila

dos problemas do Direito Comercial. Certo estou, aliás, de haver escolhido

a.s livres atividades individuais, ou de

um assunto que muito vos possa inte ressar, qual o das relações entre o Di

de corre.spondcr ao verdadeiro espírito

reito Comercial e a economia dirigida.

JÉ esse um problema pôsto em equa ção em quase todos os países civilizados

pois que sopra por tôda parte um vento' de economia dirigida, que ameaça trans-

ormar. senão destruir, os princípios tradicionais do Direito Comercial.

^ Tratondo desse assunto, não tenho a intenção de aqui discutir, perante vós as regras da economia dirigida. Àos' economistas e aos homens de

Estado é que compete fazê-lo, ajuizando das vantagens ou in convenientes de semelhante re

gime, ou apontando os meios

de o desenvolver ou restringir. São .problemas, assim, que deixarei intencionalmente de lado. ""s, não passa a economia diri

gida de mera manifestação de crescen te socialização da vida jurídico-económi-

ca. Não tem o homem valor - pensam êles - senão como parcela da coIeHvidade e na medida ou em função do papel que nela desempenha. A socie dade, pois, é que lhe deve ditar diretri zes. E isso a sociedade o faz, no domí

nio da economia, pelo recurso a esse

sistema particular, de que ora me ocupo, sistema que passa a representar, isto

pôsto, como que um ideal a atingir, de

conformidade, aliás, com os próprios destinos dá humanidade. Da economia

tal sorte as restringe, que cias dci.vam econômico, que .só se pode desenvolver à sombra da.s regras que vêm .sendo apli

cadas'desde os primórdios do século dezenove. Outro ponto-de-vista que também prefiro não apreciar. Outros, enfim, consideram a economia

dirigida solução ou remédio de crise,

Para estes, durante os períodos de conturbação econômica, provocados sobre tudo por díficiddades políticas, necessá rio se toma recorrer a um sistema que con.siga assegurar, nos diversos

países, a regularidade da vida econômica.

Mera solução de

emergência, convém que tal sis

tema seja posto de lado, logo que cesse a crise.

Eis aí, portanto, ires maneiras

de pensar e de agir, acerca das quais terão por certo os que me ouvem suas opiniões formadas, como eu mesmo te

nho a minha, como .simples cidadão do meu país.

Mero cultor do Direito, e

não economista nem ainda homem de

Estado, ,0 papel que me toca, ou o problema que me compete estudar, é o de saber, suposta existente a chamada economia dirigida, de que maneira pode ela cómbinar-se com os princípios tra dicionais do Direito Comercial.

Num regime, com efeito, no qual in tervém o Estado para impor a sua von tade à vida econômica do país, que é que vai restar — pergunta-se — das ré-

gras habituais do Direito Comercial?

entretanto, a quantos me derem a honra

Est:abelece êsse ramo do Direito todo um

da atenção, soluções e refle.xões possi

conjunto de normas que se destinam a reger as rclaçõe.s entre os homens, ou

velmente aplicá\'eis á economia de sua própria pátria. Êsse, o meu propósito. Ora, no indagar das afetações sofridas

as emprê.sas, na vida dos negócios. A origem dè.sse conjunto deve ser procura da, bem o sabeis, naquele conjunto todo particular de regras constituído, na Ida

de Media, na Itália e nas feiras fran cesas, conjunto esse que, tendo sido a princípio o mesmo em todos os luga res e se. destinando a disciplinar sobre tudo as trocas monetiirías de então, para

pelo Direito Comercial por fôrça da economia dirigida, temos que atender, antes de tudo, às duas grandes bases, por assim dizer essenciais, nas quais assenta aquele Direito tradicional: em

primeiro lugar à soberania do contrato, e em segundo às atiridades dos indiví duos ou dos agrupamentos privados,

logo c aos poucos se foi diferenciando, à medida que se estendia a sua aplica ção aos diversos países da Europa Oci dental; e que, acrescente-se, não perdeu jamais as características decorrentes de

visando a realização de atos de comer

sua origem comum, fazendo com que se observe ainda hoje certo número de princípios que são as idéias tradicionais, sòbre as quais repousa. Propõe-se-nos,

berania do contrato.

então, no momento que passa, a seguin

domínio dos contratos, inter\'enção essa

cio.

Vejamos, assim, de que maneira a eco

nomia dirigida se insurge contra tais

bases, a começar pelo atentado à so Desnecessário é

acentuar, aliás, que, se o Estado ins

titui qualquer organização de economia dirigida, intervém, por isso mesmo, no

te questão verdadeiramente emocionante

que se manifesta por três maneiras

para quantos se dedicam a êsse ramo da ciência jurídica: dar-se-á que a econoniia dirigida acabe por destruir esses princípios tradicionais? Tal questão, apresentá-la-ei primeiro

principais.

sob forma descritiva, analisando os refe

ridos princípios e apontando as afeta ções que possa sofrer o Direito Comer cial em conseqüência ou por força da economia dirigida. Depois, e então sob forma construtiva, indicar-vos-ef os li

mites que, a meu ver, devem s'er im postos pelo Direito Comercial à aplica ção do sistema.

As soluções que vier

Verifica-se a primeira quando o Es

tado impõe aos contratantes certas cláu sulas, ou ainda quando lhes veda de terminadas estipulações, ou exnge dispo sições especiais. Forma típica de seme lhante modalidade de intervenção temo-

la na regulamentação dos preços, pois o Estado, sempre que fixa um preço má ximo para determinadas mercadorias, in

tervém na esfera contratual, contrasàndo a êsse postulado, que é tão grato aos juristas do século XIX, da autonomia da vontade. Esta, com efeito, sofre restri ções no seu poder e alcance, tanto que

a propor, e bem assim as observações que fizer, inspirar-se-ão, como é óbvio, na minha experiência francesa, donde o

sejam impostas aos contratantes regras

seu valor eminentemente relativo, como

trio.

rçlativos são, por via- de regra, os dife-

Segundo atentado à soberania do con trato, ou segunda modalidade de inter-

xentes problemas jurídicos.

Sugerirão,

que não decorram de seu próprio arbí


12

venção na esfera contratual, tem lugar quando o poder público impõe aos par ticulares determinados co-contratantcs.

Tal se dá quando o Estado não permite a qualquer contratante contratar com

qualquer outro, ou quando exige que cie contrate com este ou aquele de determi

nados organismos, que se têm multipli cado em certos países, quer para o efei to de centralizar as compras, ou as ven das, quer para o fim de cuidar de deter minadas mercadorias, ou gnipos de mer cadorias, como as destinadas, por exem plo, a exportação ou à importação. Terceiro modo, por fim, de atentar

o Estado, mediante a economia dirigida, I contra a soberania do contrato verifica-

Digesto Econômico

Resumidamente, são essas a.s três ma

Dar-vos-ei, por isso, um segundo exem econômica. E será ainda o da fixação

de preços, pois sempre que o Estado Uies arbitra determinado quantum, in terdiz o efeito das cláusulas

de escala móvel que de outra forma pudera verificar-se, em não havendo intervenção. Os contratantes, por exemplo, ha viam previsto, num contrato de execução sucessiva, o forneci mento de mercadorias todos os

meses, ou por um certo número de me

ses. As partes, por outro lado, haviam

também convencionado a variação dos

— da qual o Estado possuiria a maior

soberania do contrato.

parte das ações. Foi êsse, sem dúvida alguma, um verdadeiro processo de na

Mas passemos a uiji segundo domínio, no qual a referida economia também

cionalização, pois que o Estado assim se assenhoreou do próprio empreendi mento. Mas as ações da nova socieda de foram, até certo ponto, restituídas às antigas companhias, que ficaram por

Se opõe, e diretamente, aos princípios do Direito Comercial.

Trata-se, ainda, dc intervenção do

Estado, desta vez para suprimir a livre atividade dos indivíduos, a ela como que

êsse modo habiUtadas a auferir os lucros

.SC substituindo. É o princípio das nacionalizixções, tais como têm existido, por

à vida econômica do país (e que se chamam, iraduzindo-se uma e.xpressão

plo, colhido desta vez na própria vida

Nationalc des Chemins de Fer Français

da economia dirigida, atenta contra a

estipulações contratuais deixem de ter valor diante de sua própria vontade. ções, estranho entretanto à vida econô mica e comercial propriamente dita.

que t()clas entrariam com suas próprias redes para a nova sociedade — a Société

neiras pelas quais o Estado, no regime

tos ja celebrados, fazendo com que as Exemplo perfeito de semelhante inter venção tem-se no regime legal das loca

ferroviária. Havia, na França, deter minado niimcro de Companhias de Es tradas de Ferro c, cm 1936, decidiu-se

influirão nos preços, devendo observarse sempre, e em todos o.s ca.sos, os má ximos por èle fixados.

exemplo, na França. Julga então o Estado que certas indústrias, que lhe

se quando impõe modificações a contra

13

DiGivSTO Econômico ,

da nova organização, em correspondên cia com as suas próprias ações. Adota mos, assim, nessa matéria, um regime de verdadeira nacionalização, a funcio nar sob a forma de uma sociedade nova,

parecem particularmente indispensáveis

à qual as antigas transferiram seus pa trimônios.

inglesa — "indústrias fechadas"), não

podem ser deixadas à iniciativa de par ticulares, ou de agrupamentos privados, mas devem ser exercitadas por cie pró prio, ou por organismos públicos, que o

Em segundo lugar, desapropria o Es tado a própria empresa. Exige, então, que se constitua novo organismo, não

representem. Sabe-se, por c.xcmplo, que

gras do direito privado, mas dotada, êle próprio, de personalidade jurídica de direito público, e que se proponha a

mais funcionando, como no caso das estradas de ferro, de acòrdo com as re

certos serviços públicos, como os de cor reios, telégrafos e telefones têm .sempre permanecido, na França, por força de

prestar determinados serviços, como por

do Estado. Mas o sistema, nos

nossos dias, muito se tem de senvolvido e, para vos dar uma

idéia da grande extensão da economia dirigida em meu país, dir-vos-ei que tais nacio nalizações, entre nós, se vêm operando de três maneiras. Em primeiro lugar, não raro organiza o Estado uma verdadeira sociedade, para

a qual exige que certas outras, já exis

dices. E cj eis eis que que intervém iricerveiii o o listaao Estado para dizer que êsses índices não mais

tentes, o" seu tentes, carreiem carreiem o" seu propno próprio pacrimopatrimô-

nio. Foi o que se deu com a nossa rêde

verificou na França e que bem se pode

reproduzir noutros países. É que cer tas empresas, como as eletro-químicas, ou eletro-metalúrgicas, tendo necessidade da energia elétrica como matéria-prima

e sendo grandes consumidoras de ele tricidade, haviam criado suas próprias

usinas de produção. Fabricavam, numa

palavra, a eletricidade de que se utili zavam nas suas indústrias.

Aconteceu

então que, tendo o Estado nacionaliza do a produção da eletricidade, nacio nalizou, ipso jacto, tais usinas, que só a produziam para atender às necessida des de determinadas emprêsas.

Aten

dendo a essa circunstância, dispôs a lei

que o novo organismo estatal seria obri gado a fornecer às emprêsas em ques tão a mesma quantidade de energia re cebida das suas usinas privativas, fa zendo-o por certo preço que podia, era bem de ver, variar com os Índices de

custo de vida, mas que não deveria, em caso algum, exceder o antigo preço,

pelo qual a obtinham as emprêsas eletroquímicas e as eletro-metalúrgicas. Até aí, nada de extraordinário. Apre

sentou-se, no entanto, o seguinte fenô meno, bem mais curioso. É que outras

também eletro-químicas e ele exemplo a produção e distribuição de emprêsas, tro-metalúrgicas, em lugar de fabricarem energia elétrica, ou de gás. A eletri sua própria energia, haviam criado fi cidade e o gás vinham sendo, com efei liais, que a produziam para fomecê-la to, produzidos na França por mais de às matrizes. E essas filiais, ainda que

antiqüíssima tradição, em mãos

preços, de conformidade com certos ín

Assina'e-se aqui, de passagem, uma dificuldade interessante que então se

-•r

duas mil sociedades, espalhadas pelo território nacional, sociedades essas que , constituídas sob a forma de sociedades se viram expropriadas, recebendo os anônimas, das quais as matrizes pos acionistas obrigações, em troca das ações suíam a totalidade das ações, eram, do

que possuíam e que se viram obrigados a transferir à nova organização. Deixa

ram, pois, de existir as próprias socie dades, ou companhias, substituídas que foram pela entidade nova, estatal. I

L

ponto-de-vista do Direito Comercial, pessoas jurídicas autônomas, conceituaimente distintas das pessoas das emprêsas a que eram filiadas.

Surgiu então a

questão de se saber se, nacionalizadas


12

venção na esfera contratual, tem lugar quando o poder público impõe aos par ticulares determinados co-contratantcs.

Tal se dá quando o Estado não permite a qualquer contratante contratar com

qualquer outro, ou quando exige que cie contrate com este ou aquele de determi

nados organismos, que se têm multipli cado em certos países, quer para o efei to de centralizar as compras, ou as ven das, quer para o fim de cuidar de deter minadas mercadorias, ou gnipos de mer cadorias, como as destinadas, por exem plo, a exportação ou à importação. Terceiro modo, por fim, de atentar

o Estado, mediante a economia dirigida, I contra a soberania do contrato verifica-

Digesto Econômico

Resumidamente, são essas a.s três ma

Dar-vos-ei, por isso, um segundo exem econômica. E será ainda o da fixação

de preços, pois sempre que o Estado Uies arbitra determinado quantum, in terdiz o efeito das cláusulas

de escala móvel que de outra forma pudera verificar-se, em não havendo intervenção. Os contratantes, por exemplo, ha viam previsto, num contrato de execução sucessiva, o forneci mento de mercadorias todos os

meses, ou por um certo número de me

ses. As partes, por outro lado, haviam

também convencionado a variação dos

— da qual o Estado possuiria a maior

soberania do contrato.

parte das ações. Foi êsse, sem dúvida alguma, um verdadeiro processo de na

Mas passemos a uiji segundo domínio, no qual a referida economia também

cionalização, pois que o Estado assim se assenhoreou do próprio empreendi mento. Mas as ações da nova socieda de foram, até certo ponto, restituídas às antigas companhias, que ficaram por

Se opõe, e diretamente, aos princípios do Direito Comercial.

Trata-se, ainda, dc intervenção do

Estado, desta vez para suprimir a livre atividade dos indivíduos, a ela como que

êsse modo habiUtadas a auferir os lucros

.SC substituindo. É o princípio das nacionalizixções, tais como têm existido, por

à vida econômica do país (e que se chamam, iraduzindo-se uma e.xpressão

plo, colhido desta vez na própria vida

Nationalc des Chemins de Fer Français

da economia dirigida, atenta contra a

estipulações contratuais deixem de ter valor diante de sua própria vontade. ções, estranho entretanto à vida econô mica e comercial propriamente dita.

que t()clas entrariam com suas próprias redes para a nova sociedade — a Société

neiras pelas quais o Estado, no regime

tos ja celebrados, fazendo com que as Exemplo perfeito de semelhante inter venção tem-se no regime legal das loca

ferroviária. Havia, na França, deter minado niimcro de Companhias de Es tradas de Ferro c, cm 1936, decidiu-se

influirão nos preços, devendo observarse sempre, e em todos o.s ca.sos, os má ximos por èle fixados.

exemplo, na França. Julga então o Estado que certas indústrias, que lhe

se quando impõe modificações a contra

13

DiGivSTO Econômico ,

da nova organização, em correspondên cia com as suas próprias ações. Adota mos, assim, nessa matéria, um regime de verdadeira nacionalização, a funcio nar sob a forma de uma sociedade nova,

parecem particularmente indispensáveis

à qual as antigas transferiram seus pa trimônios.

inglesa — "indústrias fechadas"), não

podem ser deixadas à iniciativa de par ticulares, ou de agrupamentos privados, mas devem ser exercitadas por cie pró prio, ou por organismos públicos, que o

Em segundo lugar, desapropria o Es tado a própria empresa. Exige, então, que se constitua novo organismo, não

representem. Sabe-se, por c.xcmplo, que

gras do direito privado, mas dotada, êle próprio, de personalidade jurídica de direito público, e que se proponha a

mais funcionando, como no caso das estradas de ferro, de acòrdo com as re

certos serviços públicos, como os de cor reios, telégrafos e telefones têm .sempre permanecido, na França, por força de

prestar determinados serviços, como por

do Estado. Mas o sistema, nos

nossos dias, muito se tem de senvolvido e, para vos dar uma

idéia da grande extensão da economia dirigida em meu país, dir-vos-ei que tais nacio nalizações, entre nós, se vêm operando de três maneiras. Em primeiro lugar, não raro organiza o Estado uma verdadeira sociedade, para

a qual exige que certas outras, já exis

dices. E cj eis eis que que intervém iricerveiii o o listaao Estado para dizer que êsses índices não mais

tentes, o" seu tentes, carreiem carreiem o" seu propno próprio pacrimopatrimô-

nio. Foi o que se deu com a nossa rêde

verificou na França e que bem se pode

reproduzir noutros países. É que cer tas empresas, como as eletro-químicas, ou eletro-metalúrgicas, tendo necessidade da energia elétrica como matéria-prima

e sendo grandes consumidoras de ele tricidade, haviam criado suas próprias

usinas de produção. Fabricavam, numa

palavra, a eletricidade de que se utili zavam nas suas indústrias.

Aconteceu

então que, tendo o Estado nacionaliza do a produção da eletricidade, nacio nalizou, ipso jacto, tais usinas, que só a produziam para atender às necessida des de determinadas emprêsas.

Aten

dendo a essa circunstância, dispôs a lei

que o novo organismo estatal seria obri gado a fornecer às emprêsas em ques tão a mesma quantidade de energia re cebida das suas usinas privativas, fa zendo-o por certo preço que podia, era bem de ver, variar com os Índices de

custo de vida, mas que não deveria, em caso algum, exceder o antigo preço,

pelo qual a obtinham as emprêsas eletroquímicas e as eletro-metalúrgicas. Até aí, nada de extraordinário. Apre

sentou-se, no entanto, o seguinte fenô meno, bem mais curioso. É que outras

também eletro-químicas e ele exemplo a produção e distribuição de emprêsas, tro-metalúrgicas, em lugar de fabricarem energia elétrica, ou de gás. A eletri sua própria energia, haviam criado fi cidade e o gás vinham sendo, com efei liais, que a produziam para fomecê-la to, produzidos na França por mais de às matrizes. E essas filiais, ainda que

antiqüíssima tradição, em mãos

preços, de conformidade com certos ín

Assina'e-se aqui, de passagem, uma dificuldade interessante que então se

-•r

duas mil sociedades, espalhadas pelo território nacional, sociedades essas que , constituídas sob a forma de sociedades se viram expropriadas, recebendo os anônimas, das quais as matrizes pos acionistas obrigações, em troca das ações suíam a totalidade das ações, eram, do

que possuíam e que se viram obrigados a transferir à nova organização. Deixa

ram, pois, de existir as próprias socie dades, ou companhias, substituídas que foram pela entidade nova, estatal. I

L

ponto-de-vista do Direito Comercial, pessoas jurídicas autônomas, conceituaimente distintas das pessoas das emprêsas a que eram filiadas.

Surgiu então a

questão de se saber se, nacionalizadas


14

Drci-sro EcoNÓsfico

■tanibém as fi!iais, produtoras da energia ■e etri^,^ estava o organismo novo, esta' "J>"gado a fornecer dita energia às empresas eletro-químicas e eletro-mctargicas pelo mesmo preço mediante o

qual lhes era ministrada pela fihal, pois

go da desvaloriziição da moeda, recebe

úle obrigações de cifra determinada, re

presentando, é certo, o \ alor das primei ras no momento da trfiea, expresso, to davia, em francos e, pois, sujeito à de preciação destes.

constituía empresa

Eoi èsso o sistema empregado em re

jurídica"^^' tinha autonomia a nr^j q^^^tão, ainda pendente, continua us industriais franceses, mui-

lação ao Banco de França e, cm segui da, em relação nos quatro grandes es-

os quais haviam criado filiais des-

_ n5n

Ainda não foi resoh ida

fAT^cc

apresentar relevante in-

<if jurídico, imia vez que é caso de catcg«rnr^ias ,a conhecidas dedaspessoas

tabelecimento.s

sistem h()j'e com as mesmas apa rências de outrorn, sol) a mesma

direção e com o mesmo pessoal, mas na realidade não tèm acio nistas, sendo o Estado senhor

agrupamentos econômicos for-

conjunto.

Mas vamos à última forma da nacio

nalização, que é aquela pela qual o Estado, deixando subsistir a emprê.sa, ou não a desapropriando, desapropria,' entretanto, os respectivos acionistas, aos

quais toma a totalidade das ações, para

as substituir por "obrigações".

Difícil não é de se compreender o

quanto êsse processo é prejudicial ao acionista.

Enquanto proprietário das

•ações, conta ele sempre com a possibi lidade, senão de as ver valorizadas pelo crescente desenvolvimento da empresa,

pelo menos de as ver aumentar de valor jia razão inversa da depreciação da moe

da, pois que o valor industrial repre■sentado pelas ações conserva sempre sua expressão intrínseca. E eis que em troca das ações, que o punham ao abri

franceses,

os quatro grandes bancos franceses, sub

tombem uma nova modalidade,

presas ju^ndicas distintas não seriam, mais do que peças de um só e maior

crédito

também nacirinalizadns. O Crédit Lyonnais, a Société Généralc, o Comptoir d Escompte c a üaníjnc Nationale pour !e Commcrce et Tlndiistric, que eram

.que sena representada pelos

^ndo um só todo, dentro do qual em

de

único desses grandes estabele cimentos.

Aliás, desses diferentes métodos de

nacionalização praticados na França bem se pode dizer que são comuns a \'ários outros países, entre ôles a Inglaterra.

15

Du;esto Econômico

os limites que não podem ser trans postos.

Passo, pois, a examinar esses limites, fazendo dèssc meu exame a segunda

parte do meu trabalho, parte que consi dero a mais útil, pois que tentarei esbo çar as regras a übser\ar pura que a eco nomia dirigida não chegue a suprimir

por completo as liberdades dos indiví duos, mas deixe a essas liberdades um certo' mínimo, precisamente para impe dir a transformação do princípio da economia dirigida em economia totali tária.

Vcj'amos, assim, que atitudes dc defe

sa deve assumir o Direito Comercial diante da economia dirigida.

Para isso,

retomemos aqueles dois domínios nos

quais a economia dirigida entra em conflito com o Direito Comercial. Comecemos pela soberania do con

trato. Já vos disse de que maneira, ha vendo economia dirigida, intervém o Es tado na formação dos contratos, fenô

xei exposta, os próprios fundamentos do

meno, aliás, que nada tem de novo, uma vez que desde muito se tem visto o Estado, ou mesmo outras entidades,

Direito Comercial, a verdade é que os adeptos da economia dirigida timbram

Na Idade Média, por exemplo, intervi-

E embora afete, pela maneira que dei

em distingui-la de uma economia tota litária.

Gabam-se, com efeito, aqueles que

a praticam, de deixar sempre subsistir, numa certa medida, as liberdades indi viduais, a livre iniciativa dos liomens

de negócios, repelindo a suspeita de to talitários.

Mas se dessa acusação se de

fendem, bem é de ver que implicita mente reconhecem que há um perigo a evitar e que é o de ver redundar a

economia dirigida em economia totalitá ria. E então, a meu ver, é que

deve intervir o j'urista para indicar

insinuavem-se nos contratos comerciais.

nba a Igreja Católica para proibir o empréstimo a juros. Mais tarde, nos Estados Ocidentais, o regime das cor

porações, que impunha aos seus mem bros regras severíssimas de conduta, foi também objeto de uma das mais im portantes reivindicações da Revolução Francesa, para que pudesse proclamar a liberdade de comércio.

A essa liber

dade, no entanto, uma reserva se lhe

impunha, e era a que xònha formulada no Código Comercial, num célebre dis positivo que vedava todas as cláusulas contrárias às leis e aos bons costumes.

As leis, por exemplo, haviam limitado

a taxa dos juros. E foi somente em 1887 que, na França, as limitações a essa ta xa desapareceram, em maféria comer cial.

Pode dizer-se, aliás, que tôdá a

atividade comercial do século XIX e

dos primórdios do século XX caracte rizou-se pelo progressivo desaparecimen to das limitações impostas ao comércio,

à medida que o regime das liberdades

triunfava. Mas veio a economia dirigi da e então as restrições se multiplicaram

e as leis se propuseram interrir cada vez mais no contrato e a cercear a von

tade, còmo sucedeu, por exemplo, em matéria de preços.

Diante de tais leis. que posição deve assumir o jurista?

Em primeiro lugar, deve ele fazer sentir aos que praticam a economia diri^ gida o perigo dessas limitações, não raro exageradas, e acentuar os malefícioa do mercado negro, -que cria uma ver

dadeira fraude generalizada, tendo por

conseqüência flagrante- diminuição da

moralidade comercial.

O jurista deve

mostrar quão grande é êsse perigo, no domínio da crimmalidade ou no terreno

penal. Por outro lado, cumpre não esquecer

que o Direito Comercial assenta na ini

ciativa privada e que há, em geral, peri-í go em transformar os comerciantes em funcionários. Se limitações por demais estritas são impostas à autonomia do contrato, o comerciante já não é comer ciante, mas simples funcionário. A ini

ciativa desaparece, a economia se faz totalitária.

'

É verdade que o jurista, nesse ter-* reno, encontra dificuldades no indicar

limites precisos. No fundo, não podô senão apontar os inconvenientes, sendoIhe extremamente difícil determinar os

limites que não podem ser excedidos. O •filll-fi"


14

Drci-sro EcoNÓsfico

■tanibém as fi!iais, produtoras da energia ■e etri^,^ estava o organismo novo, esta' "J>"gado a fornecer dita energia às empresas eletro-químicas e eletro-mctargicas pelo mesmo preço mediante o

qual lhes era ministrada pela fihal, pois

go da desvaloriziição da moeda, recebe

úle obrigações de cifra determinada, re

presentando, é certo, o \ alor das primei ras no momento da trfiea, expresso, to davia, em francos e, pois, sujeito à de preciação destes.

constituía empresa

Eoi èsso o sistema empregado em re

jurídica"^^' tinha autonomia a nr^j q^^^tão, ainda pendente, continua us industriais franceses, mui-

lação ao Banco de França e, cm segui da, em relação nos quatro grandes es-

os quais haviam criado filiais des-

_ n5n

Ainda não foi resoh ida

fAT^cc

apresentar relevante in-

<if jurídico, imia vez que é caso de catcg«rnr^ias ,a conhecidas dedaspessoas

tabelecimento.s

sistem h()j'e com as mesmas apa rências de outrorn, sol) a mesma

direção e com o mesmo pessoal, mas na realidade não tèm acio nistas, sendo o Estado senhor

agrupamentos econômicos for-

conjunto.

Mas vamos à última forma da nacio

nalização, que é aquela pela qual o Estado, deixando subsistir a emprê.sa, ou não a desapropriando, desapropria,' entretanto, os respectivos acionistas, aos

quais toma a totalidade das ações, para

as substituir por "obrigações".

Difícil não é de se compreender o

quanto êsse processo é prejudicial ao acionista.

Enquanto proprietário das

•ações, conta ele sempre com a possibi lidade, senão de as ver valorizadas pelo crescente desenvolvimento da empresa,

pelo menos de as ver aumentar de valor jia razão inversa da depreciação da moe

da, pois que o valor industrial repre■sentado pelas ações conserva sempre sua expressão intrínseca. E eis que em troca das ações, que o punham ao abri

franceses,

os quatro grandes bancos franceses, sub

tombem uma nova modalidade,

presas ju^ndicas distintas não seriam, mais do que peças de um só e maior

crédito

também nacirinalizadns. O Crédit Lyonnais, a Société Généralc, o Comptoir d Escompte c a üaníjnc Nationale pour !e Commcrce et Tlndiistric, que eram

.que sena representada pelos

^ndo um só todo, dentro do qual em

de

único desses grandes estabele cimentos.

Aliás, desses diferentes métodos de

nacionalização praticados na França bem se pode dizer que são comuns a \'ários outros países, entre ôles a Inglaterra.

15

Du;esto Econômico

os limites que não podem ser trans postos.

Passo, pois, a examinar esses limites, fazendo dèssc meu exame a segunda

parte do meu trabalho, parte que consi dero a mais útil, pois que tentarei esbo çar as regras a übser\ar pura que a eco nomia dirigida não chegue a suprimir

por completo as liberdades dos indiví duos, mas deixe a essas liberdades um certo' mínimo, precisamente para impe dir a transformação do princípio da economia dirigida em economia totali tária.

Vcj'amos, assim, que atitudes dc defe

sa deve assumir o Direito Comercial diante da economia dirigida.

Para isso,

retomemos aqueles dois domínios nos

quais a economia dirigida entra em conflito com o Direito Comercial. Comecemos pela soberania do con

trato. Já vos disse de que maneira, ha vendo economia dirigida, intervém o Es tado na formação dos contratos, fenô

xei exposta, os próprios fundamentos do

meno, aliás, que nada tem de novo, uma vez que desde muito se tem visto o Estado, ou mesmo outras entidades,

Direito Comercial, a verdade é que os adeptos da economia dirigida timbram

Na Idade Média, por exemplo, intervi-

E embora afete, pela maneira que dei

em distingui-la de uma economia tota litária.

Gabam-se, com efeito, aqueles que

a praticam, de deixar sempre subsistir, numa certa medida, as liberdades indi viduais, a livre iniciativa dos liomens

de negócios, repelindo a suspeita de to talitários.

Mas se dessa acusação se de

fendem, bem é de ver que implicita mente reconhecem que há um perigo a evitar e que é o de ver redundar a

economia dirigida em economia totalitá ria. E então, a meu ver, é que

deve intervir o j'urista para indicar

insinuavem-se nos contratos comerciais.

nba a Igreja Católica para proibir o empréstimo a juros. Mais tarde, nos Estados Ocidentais, o regime das cor

porações, que impunha aos seus mem bros regras severíssimas de conduta, foi também objeto de uma das mais im portantes reivindicações da Revolução Francesa, para que pudesse proclamar a liberdade de comércio.

A essa liber

dade, no entanto, uma reserva se lhe

impunha, e era a que xònha formulada no Código Comercial, num célebre dis positivo que vedava todas as cláusulas contrárias às leis e aos bons costumes.

As leis, por exemplo, haviam limitado

a taxa dos juros. E foi somente em 1887 que, na França, as limitações a essa ta xa desapareceram, em maféria comer cial.

Pode dizer-se, aliás, que tôdá a

atividade comercial do século XIX e

dos primórdios do século XX caracte rizou-se pelo progressivo desaparecimen to das limitações impostas ao comércio,

à medida que o regime das liberdades

triunfava. Mas veio a economia dirigi da e então as restrições se multiplicaram

e as leis se propuseram interrir cada vez mais no contrato e a cercear a von

tade, còmo sucedeu, por exemplo, em matéria de preços.

Diante de tais leis. que posição deve assumir o jurista?

Em primeiro lugar, deve ele fazer sentir aos que praticam a economia diri^ gida o perigo dessas limitações, não raro exageradas, e acentuar os malefícioa do mercado negro, -que cria uma ver

dadeira fraude generalizada, tendo por

conseqüência flagrante- diminuição da

moralidade comercial.

O jurista deve

mostrar quão grande é êsse perigo, no domínio da crimmalidade ou no terreno

penal. Por outro lado, cumpre não esquecer

que o Direito Comercial assenta na ini

ciativa privada e que há, em geral, peri-í go em transformar os comerciantes em funcionários. Se limitações por demais estritas são impostas à autonomia do contrato, o comerciante já não é comer ciante, mas simples funcionário. A ini

ciativa desaparece, a economia se faz totalitária.

'

É verdade que o jurista, nesse ter-* reno, encontra dificuldades no indicar

limites precisos. No fundo, não podô senão apontar os inconvenientes, sendoIhe extremamente difícil determinar os

limites que não podem ser excedidos. O •filll-fi"


/

ff-fí

16

DiCfisTO Econômico

que ôle pode dizer é que deve ser limi tada a intervenção do Estado nos con tratos, e nada mais.

No que toca, porém, às modificações

trazidas aos contratos já celebrados, já não é-assim. O jurista pode e deve fa-

lar. Temos, com efeito, na França, uma velha tradição que repousa na fixidez ou

estabilidade contratual, tradição que p-ovem de uma regra posta no Código Comercial e que, dotada de um vigor todo singular, estabelece que as conven ces livremente consentidas servem de lei aos que as tiverem aceito. Para bem compreender essa regra, convém remontar aos princípios do século XIX

quando redigido o Código Comercial! amda sob a influência

da Revolução. Dizia-se,

que era sempre necessário, para a libe ração do de\edor. miia fôrça maior ab

Direito Civil, mais ainda o é de Direi

a sua passagem de estrada de ferro ou

o seu fornecimento de energia elétrica,

a única autoridade que

rendo acentuar que os contratos

deviam

ser

respeitados, disseram os

redatores

do Código

Comercial: "O contrato

é leij impõe-se com fôrça de lei; serve de lei às partes". Essa regra prevaleceu durante todo

o século XIX e vós muito bem sabeís,

1914 e então sc deu que certos comer

Comercial não são, com efeito, mais do

não as encontravam no mercado senão

que um elo na cadeia de numerosas ope rações que se desenrolam a propósito de uma ou de outra matéria-prima, de

a 110, estando, pois, como que obriga dos a comerciar para perder. Bateram, as.sim, às portas dos tribunais, pleitean

um ou de oulro j^roduto, desta ou da quela natureza. E por isso, tolerada a ruptura dê.sse elo, graves se mostram

do a anulação dos contratos celebrados,

as conseqüências para toda a série de

Qual deve ser, então, a atitude do Esta

E os tribunais sempre lhes responderam

operações qxic dêle depende.

pela negativa, dizendo-lhes; — "O con trato faz lei entre as parte.s. Podeis,

pois, sustentar o jurista que á econo

do? Se admitirmos a economia dirigida, teremos qúe ver, no Estado, não um

mia dirigida não tem o direito de im

comerciante como outro qualquer, mas

perfeitamente, executá-lo. Obtende, pois, a mercadoria que vos obrigastes a forne

por modificações conb*atuais.

o poder público atento ao interesse ge ral, pois que somente por isso, ou so mente para cuidar do interesse geral, substituiu-se êle às atividades particu lares. Deve, pois, inspirar-se sempre naquilo que êle próprio considere como sendo o interesse geral, e nada mais.

exemplo, a vender mercadoria.s a 100,

cer.

Perdereis?

Pa

venção

São os riscos

e

das

conse

qüências que dela de

criaria no mundo dos negócios uma ins tabilidade ou uma insegurança que im pediria a vida comercial de assentar nessa sólida base que é a certeza, do credor, de ver sempre o devedor execu tar sua prestação.

Que limites, porém, deve o Direito

o da simples gestão por parte dêle.

Tomemos por exemplo o do Estado

banqueiro.

Nessa qualidade, deve êle

Comercial impor à economia dirigida,

quando se trata das chamadas naciona lizações? Que posição deverá assumir,

que mais importe ao interesse geral au

regime mais liberal foi admitido, com o enten

diante destas, o estudioso do Direito?

der-se que os contratos

Intervindo o Estado, por outras pala vras, na vida comercial, ou como co merciante, ou como industrial, ou como fornecedor e distribuidor de eletricidade,

tinham sido celebrados

sob o império da cláusula "rebus síc stantibus", ou seja sob a condição, su bentendida, de permanecerem as mes mas as circunstâncias, por modo que, mudadas estas, também o contrato esta

os tribunais que por fôrça maior deveria entender-se algo de "irresistível", ou

contrato, por outras palavras, ser res peitado. Sem isso, a economia dirigida

A questão, porém, se toma mais com

plexa quando se trata de segunda forma de atividade comercial do Estado, qual

Noutros países já não

ria mudado. Adotado em diversos paí ses e consagrado mesmo por certas leis, como por exemplo o Código Civil Polo

— Durante o século XIX, disseram

Deve o

nhuma dificuldade.

houve tanto rigor. Um

tanto quanto eu, em que sólidas bases

ceção, que era a da fôrça maior. Em presença dela, entendia-se liberado o devedor de cumprir sua obrigação. Que é, porém, fôrça maior?

Deve,

contra o só pagamento da quantia pre vista pelas autoridades. Até aí, ne

decidir pela concessão de crédito a cer tos ramos de indústria, ou de comércio,

correm".

descansava.

Abria-se, porém, uma ex

Os contratos de Direito

ciantes, que SC haviam obrigado, por

gra imponível às ativi

se impunha aos ho mens, e por isso, que

tinção de qualquer espécie. Ê preciso, noutros lermos, que todos possam obter

to Comercial.

Veio, porém, a guerra de

ciência.

Era a lei

mercial se mostrar irredutível, pois se a estabibdadc contratual é regra de

soluta. E ne.s.se particular sc mostravam

próprios do comercio e razão não há por que vos desligueis da con

dades jurídicas era a

17

inflexíveis.

então, que a única re

regra legal.

Digiísto Econômico

nês, não foi êsse regime jamais aceito

ou ainda como transportador, que re gras deve êle respeitar? Ora, as atividades do Estado comer

ciante podem assumir duas formas. Dá-se a primeira quando êle próprio se propõe assegurar um serviço público, como o de estradas de ferro, ou o da

na França, onde continuou a haver a

distribuição de energia elétrica. E en

fixidez dos contratos como regra essen cial, de bases absolutas. E nesse parti cular, ao que penso, deve o Direito Co-

tão, o que se toma indispensável é que o serviço exercida seja realmente aces sível a todos os particulares, sem dis-

xiliar, recusando tais vantagens a ou tros ramos. Êsse direito, não o poderiamos denegar ao Estado banqueiro, sob pena de não termos, no caso, economia dirigida. Mas quando êsse mesmo Es tado, uma vez determinados os setores

pelos quais convém ao interêsse público conceder crédito, ti\'er que contratar com aqueles a quem o crédito será de

ferido, ou com aqueles que lho solici tem, então se faz indispensável que o Estado proceda como um banco co mum, vale dizer sem fazer qualquer dis criminação ou distinção, dessas que um

banco comum não faria. Não pode êle, é certo, distribuir crédito como distri

buiria eletricidade.

O crédito supõe


/

ff-fí

16

DiCfisTO Econômico

que ôle pode dizer é que deve ser limi tada a intervenção do Estado nos con tratos, e nada mais.

No que toca, porém, às modificações

trazidas aos contratos já celebrados, já não é-assim. O jurista pode e deve fa-

lar. Temos, com efeito, na França, uma velha tradição que repousa na fixidez ou

estabilidade contratual, tradição que p-ovem de uma regra posta no Código Comercial e que, dotada de um vigor todo singular, estabelece que as conven ces livremente consentidas servem de lei aos que as tiverem aceito. Para bem compreender essa regra, convém remontar aos princípios do século XIX

quando redigido o Código Comercial! amda sob a influência

da Revolução. Dizia-se,

que era sempre necessário, para a libe ração do de\edor. miia fôrça maior ab

Direito Civil, mais ainda o é de Direi

a sua passagem de estrada de ferro ou

o seu fornecimento de energia elétrica,

a única autoridade que

rendo acentuar que os contratos

deviam

ser

respeitados, disseram os

redatores

do Código

Comercial: "O contrato

é leij impõe-se com fôrça de lei; serve de lei às partes". Essa regra prevaleceu durante todo

o século XIX e vós muito bem sabeís,

1914 e então sc deu que certos comer

Comercial não são, com efeito, mais do

não as encontravam no mercado senão

que um elo na cadeia de numerosas ope rações que se desenrolam a propósito de uma ou de outra matéria-prima, de

a 110, estando, pois, como que obriga dos a comerciar para perder. Bateram, as.sim, às portas dos tribunais, pleitean

um ou de oulro j^roduto, desta ou da quela natureza. E por isso, tolerada a ruptura dê.sse elo, graves se mostram

do a anulação dos contratos celebrados,

as conseqüências para toda a série de

Qual deve ser, então, a atitude do Esta

E os tribunais sempre lhes responderam

operações qxic dêle depende.

pela negativa, dizendo-lhes; — "O con trato faz lei entre as parte.s. Podeis,

pois, sustentar o jurista que á econo

do? Se admitirmos a economia dirigida, teremos qúe ver, no Estado, não um

mia dirigida não tem o direito de im

comerciante como outro qualquer, mas

perfeitamente, executá-lo. Obtende, pois, a mercadoria que vos obrigastes a forne

por modificações conb*atuais.

o poder público atento ao interesse ge ral, pois que somente por isso, ou so mente para cuidar do interesse geral, substituiu-se êle às atividades particu lares. Deve, pois, inspirar-se sempre naquilo que êle próprio considere como sendo o interesse geral, e nada mais.

exemplo, a vender mercadoria.s a 100,

cer.

Perdereis?

Pa

venção

São os riscos

e

das

conse

qüências que dela de

criaria no mundo dos negócios uma ins tabilidade ou uma insegurança que im pediria a vida comercial de assentar nessa sólida base que é a certeza, do credor, de ver sempre o devedor execu tar sua prestação.

Que limites, porém, deve o Direito

o da simples gestão por parte dêle.

Tomemos por exemplo o do Estado

banqueiro.

Nessa qualidade, deve êle

Comercial impor à economia dirigida,

quando se trata das chamadas naciona lizações? Que posição deverá assumir,

que mais importe ao interesse geral au

regime mais liberal foi admitido, com o enten

diante destas, o estudioso do Direito?

der-se que os contratos

Intervindo o Estado, por outras pala vras, na vida comercial, ou como co merciante, ou como industrial, ou como fornecedor e distribuidor de eletricidade,

tinham sido celebrados

sob o império da cláusula "rebus síc stantibus", ou seja sob a condição, su bentendida, de permanecerem as mes mas as circunstâncias, por modo que, mudadas estas, também o contrato esta

os tribunais que por fôrça maior deveria entender-se algo de "irresistível", ou

contrato, por outras palavras, ser res peitado. Sem isso, a economia dirigida

A questão, porém, se toma mais com

plexa quando se trata de segunda forma de atividade comercial do Estado, qual

Noutros países já não

ria mudado. Adotado em diversos paí ses e consagrado mesmo por certas leis, como por exemplo o Código Civil Polo

— Durante o século XIX, disseram

Deve o

nhuma dificuldade.

houve tanto rigor. Um

tanto quanto eu, em que sólidas bases

ceção, que era a da fôrça maior. Em presença dela, entendia-se liberado o devedor de cumprir sua obrigação. Que é, porém, fôrça maior?

Deve,

contra o só pagamento da quantia pre vista pelas autoridades. Até aí, ne

decidir pela concessão de crédito a cer tos ramos de indústria, ou de comércio,

correm".

descansava.

Abria-se, porém, uma ex

Os contratos de Direito

ciantes, que SC haviam obrigado, por

gra imponível às ativi

se impunha aos ho mens, e por isso, que

tinção de qualquer espécie. Ê preciso, noutros lermos, que todos possam obter

to Comercial.

Veio, porém, a guerra de

ciência.

Era a lei

mercial se mostrar irredutível, pois se a estabibdadc contratual é regra de

soluta. E ne.s.se particular sc mostravam

próprios do comercio e razão não há por que vos desligueis da con

dades jurídicas era a

17

inflexíveis.

então, que a única re

regra legal.

Digiísto Econômico

nês, não foi êsse regime jamais aceito

ou ainda como transportador, que re gras deve êle respeitar? Ora, as atividades do Estado comer

ciante podem assumir duas formas. Dá-se a primeira quando êle próprio se propõe assegurar um serviço público, como o de estradas de ferro, ou o da

na França, onde continuou a haver a

distribuição de energia elétrica. E en

fixidez dos contratos como regra essen cial, de bases absolutas. E nesse parti cular, ao que penso, deve o Direito Co-

tão, o que se toma indispensável é que o serviço exercida seja realmente aces sível a todos os particulares, sem dis-

xiliar, recusando tais vantagens a ou tros ramos. Êsse direito, não o poderiamos denegar ao Estado banqueiro, sob pena de não termos, no caso, economia dirigida. Mas quando êsse mesmo Es tado, uma vez determinados os setores

pelos quais convém ao interêsse público conceder crédito, ti\'er que contratar com aqueles a quem o crédito será de

ferido, ou com aqueles que lho solici tem, então se faz indispensável que o Estado proceda como um banco co mum, vale dizer sem fazer qualquer dis criminação ou distinção, dessas que um

banco comum não faria. Não pode êle, é certo, distribuir crédito como distri

buiria eletricidade.

O crédito supõe


\ Digesto EcoNÓ.xaco

18

certos elementos de confiança, devendo,

tudo, a ser os único.s competentes pa

por exemplo, o Estado banqueiro levar

ra regular as relações entre o Estado

em conta a solvabilidade e a honorabí-

c aqueles que com êle contratem. O Estado, com efeito, estende cada vez mais, e por tõda parte, a sua ação.

lidade de quantos lho solicitem, para

só o conceder a quem possua tais requi sitos na medida que lhe pareça neces

Vcmo-Io intervir, assim, ale jnesmo nas

sário, Eis aí, então, um dos grandes

relações de família, regulando, por exem

perigos que se antolham ao Estado dis

plo, as que vinculam pais o filhos c O

tribuidor de crédito, qual o de tomar em consideração fatores que nesse as

lo, também, determinar a extensão ou

sunto nenhuma influência devem exer

o conteúdo do direito dc propriedade,

cer. Não deve o Estado, por exemplo, levar em linha de conta nada do que en tenda com ás opiniões pessoais daque

com o impor aos proprietários estas ou aquelas limitações. São intorv-cnções, es sas, de todo ponto semelhantes às que

les que lhe peçam crédito.

se verificam na vida econômica e das

Entrando

em relações com os particulares, deverá

circunscrever-se, repito, ao quadro ge

ral que de comêço se tiver imposto como regulador do crédito, respeitando religiosamente as regras comerciais nor mais. Terá que agir como um ban

regime de bens entre cônjuges. \'enio-

Digesto Econômico

b) Importa prescrever em absoluto

todo c qualquer alentado à estabilidade ou fixidez dos contratos.

c) Importa exigir que o Estado, sem pre quc inter\enha no domínio econô mico para o fim de nacionalizar, se com porte como simples comerciante, obe

diente às regras do Direito Comercial. Êsses limites são indispensáveis a que se mantenha aquele mínimo do li

berdade econômica, sem o qual, tont court, deixará de existir a própria liber dade.

Ei.s aí, senhores, que reflexões me faz

19

clusões. O Direito sempre con\'ém a um meio social determinado, pelo que não tenho a veleidade de alinhar prin cípios unh-ersais. Quisera, entretanto, que as minlias obser\'ações vos conduzissem a refle

xões próprias em tôrao dos problemas suscitados pela economia dirigida, levando-vos a indagar, de iniciativa própria,

quais dewim ser, no ^*osso próprio meio, os limites a serem formulados pelos ju ristas para que a economia-dirigida se não con\'erta em economia totalitária.

Se, como dizem os adeptos de semelhan te economia, ela não impede as inicia tivas individuais e respeita a liberdade econômica, o que cumpre fazer — e isso compete aos juristas — é precisar

quais vos apresentei ligeiro quadro. Que

brotar no espírito a experiência que te nho da economia dirigida nO meu próprio

os juristas as estudem com particular carinho, que a mim, por força do lema que escolhi, me compete voltar ao do mínio econômico, nem só para resumir

país. Procurei, no reproduzi-las, indicar o que devem fazer os juristas, sempre que se lhes depare um regime de eco nomia dirigida: fixar os limites que esta

o que acabo de dizer como para ex

deve observar para que seja respeitada

fazer-\'0s refletir sôbre tais questões tra-

a liberdade humana. Ignoro se aquilo que vos disse tem, ou pode ter aplica ção ao vosso país, pois, como observei

zendo-vos exemplos tirados da minha própria experiência pessoal — acredito

que o tenha alcançado. E só me resta

os limites que não pode ultrapassar. O objetivo que me propus — qual o de

queiro comum, ou como um segurador

pressar, cm forma de conclusão, os li

ordinário, ou ainda como um comercian

mites que venho de indicar.

te qualquer. E eis aí mais um limite imposto pelo Direito Comercial à eco nomia dirigida: o de respeito, nas re

Como vos di.sse de comêço, não dis cuto o princípio em que .se funda a eco

de comêço, certo estou do caráter emi

agradecer-\'os, pela grande honra da ca

nomia dirigida. Minha opinião pessoal»

nentemente relativo das minhas con-

rinhosa atenção que me dispensasles.

lações do Estado com particulares, às regras observadas pelos comerciantes

que não devo ocultar, é no sentido de

em geral.

em certos momentos de cri.se, mas que,

Respeitados que sejam todos esses li mites, vereis que o Direito Comercial

conservará intacto o seu próprio domí nio. Diz-se, não há. dúvida, que a economia dirigida não é senão o triun fo do Direito Publico sôbre o Direito

Privado.

Seja.

Sou o primeiro a re

conhecer que ela representa uma ex

tensão dos poderes do Estado e que o Direito Público, por isso, vai ganhan do terreno, pois êle é que determina as regras aplicáveis ao Estado no exer cício das suas funções. Mas é forçoso convir que o Direito Privado e o Di reito Comercial continuam, apesar de

que a economia dirigida pode ser útil passada esta, indispensável se torna qu®

a deixemos, para voltar à economia li berai. Ao jurista, entretanto, não Ih® compete entrar nessa indagação. Na® lhe cabe opinar, por outras palavras, sobre se convém, e quando,-ou porque, tal sistema de economia, senão precisar

os limites que devem ser observados pa ra que a economia dirigida, uma vez aplicada, se não transforme cm econo mia totalitária.

Êsses limites, passo a resumi-los;

a) Importa restringir o mais passível os sacrifícios impostos à liberdade con tratual.

A produção açucareira européia provàvelmente superará em mais de 25 por cento a do ano passado, segundo um boletim distribuído pela firma B. W. Dtjer Company, de Nom Yorh. Diz o boletim que a produção européia, excluindo a União Soviética, é calculada em mais de seis milhões e 250.000 toneladas, em comparação com 4.576.000 toneladas no ano passado. '

O aumento se deve a melhores condições atmosféricas, que permitiram maior rendimento, de vez que foram ampliadas apenas em pequena escala as áreas destinadas ao plantio de beterraba. Maior produção é registrada principalmente na Tchecoslooáqtiia, França, Itália e Grã-Bretanha. Diz o boletim que é difícil conseguir dados da produção sooíética, mas acredita-se que a safra açucareira da URSS será 500,000 toneladas maior do que a do ano passado.


\ Digesto EcoNÓ.xaco

18

certos elementos de confiança, devendo,

tudo, a ser os único.s competentes pa

por exemplo, o Estado banqueiro levar

ra regular as relações entre o Estado

em conta a solvabilidade e a honorabí-

c aqueles que com êle contratem. O Estado, com efeito, estende cada vez mais, e por tõda parte, a sua ação.

lidade de quantos lho solicitem, para

só o conceder a quem possua tais requi sitos na medida que lhe pareça neces

Vcmo-Io intervir, assim, ale jnesmo nas

sário, Eis aí, então, um dos grandes

relações de família, regulando, por exem

perigos que se antolham ao Estado dis

plo, as que vinculam pais o filhos c O

tribuidor de crédito, qual o de tomar em consideração fatores que nesse as

lo, também, determinar a extensão ou

sunto nenhuma influência devem exer

o conteúdo do direito dc propriedade,

cer. Não deve o Estado, por exemplo, levar em linha de conta nada do que en tenda com ás opiniões pessoais daque

com o impor aos proprietários estas ou aquelas limitações. São intorv-cnções, es sas, de todo ponto semelhantes às que

les que lhe peçam crédito.

se verificam na vida econômica e das

Entrando

em relações com os particulares, deverá

circunscrever-se, repito, ao quadro ge

ral que de comêço se tiver imposto como regulador do crédito, respeitando religiosamente as regras comerciais nor mais. Terá que agir como um ban

regime de bens entre cônjuges. \'enio-

Digesto Econômico

b) Importa prescrever em absoluto

todo c qualquer alentado à estabilidade ou fixidez dos contratos.

c) Importa exigir que o Estado, sem pre quc inter\enha no domínio econô mico para o fim de nacionalizar, se com porte como simples comerciante, obe

diente às regras do Direito Comercial. Êsses limites são indispensáveis a que se mantenha aquele mínimo do li

berdade econômica, sem o qual, tont court, deixará de existir a própria liber dade.

Ei.s aí, senhores, que reflexões me faz

19

clusões. O Direito sempre con\'ém a um meio social determinado, pelo que não tenho a veleidade de alinhar prin cípios unh-ersais. Quisera, entretanto, que as minlias obser\'ações vos conduzissem a refle

xões próprias em tôrao dos problemas suscitados pela economia dirigida, levando-vos a indagar, de iniciativa própria,

quais dewim ser, no ^*osso próprio meio, os limites a serem formulados pelos ju ristas para que a economia-dirigida se não con\'erta em economia totalitária.

Se, como dizem os adeptos de semelhan te economia, ela não impede as inicia tivas individuais e respeita a liberdade econômica, o que cumpre fazer — e isso compete aos juristas — é precisar

quais vos apresentei ligeiro quadro. Que

brotar no espírito a experiência que te nho da economia dirigida nO meu próprio

os juristas as estudem com particular carinho, que a mim, por força do lema que escolhi, me compete voltar ao do mínio econômico, nem só para resumir

país. Procurei, no reproduzi-las, indicar o que devem fazer os juristas, sempre que se lhes depare um regime de eco nomia dirigida: fixar os limites que esta

o que acabo de dizer como para ex

deve observar para que seja respeitada

fazer-\'0s refletir sôbre tais questões tra-

a liberdade humana. Ignoro se aquilo que vos disse tem, ou pode ter aplica ção ao vosso país, pois, como observei

zendo-vos exemplos tirados da minha própria experiência pessoal — acredito

que o tenha alcançado. E só me resta

os limites que não pode ultrapassar. O objetivo que me propus — qual o de

queiro comum, ou como um segurador

pressar, cm forma de conclusão, os li

ordinário, ou ainda como um comercian

mites que venho de indicar.

te qualquer. E eis aí mais um limite imposto pelo Direito Comercial à eco nomia dirigida: o de respeito, nas re

Como vos di.sse de comêço, não dis cuto o princípio em que .se funda a eco

de comêço, certo estou do caráter emi

agradecer-\'os, pela grande honra da ca

nomia dirigida. Minha opinião pessoal»

nentemente relativo das minhas con-

rinhosa atenção que me dispensasles.

lações do Estado com particulares, às regras observadas pelos comerciantes

que não devo ocultar, é no sentido de

em geral.

em certos momentos de cri.se, mas que,

Respeitados que sejam todos esses li mites, vereis que o Direito Comercial

conservará intacto o seu próprio domí nio. Diz-se, não há. dúvida, que a economia dirigida não é senão o triun fo do Direito Publico sôbre o Direito

Privado.

Seja.

Sou o primeiro a re

conhecer que ela representa uma ex

tensão dos poderes do Estado e que o Direito Público, por isso, vai ganhan do terreno, pois êle é que determina as regras aplicáveis ao Estado no exer cício das suas funções. Mas é forçoso convir que o Direito Privado e o Di reito Comercial continuam, apesar de

que a economia dirigida pode ser útil passada esta, indispensável se torna qu®

a deixemos, para voltar à economia li berai. Ao jurista, entretanto, não Ih® compete entrar nessa indagação. Na® lhe cabe opinar, por outras palavras, sobre se convém, e quando,-ou porque, tal sistema de economia, senão precisar

os limites que devem ser observados pa ra que a economia dirigida, uma vez aplicada, se não transforme cm econo mia totalitária.

Êsses limites, passo a resumi-los;

a) Importa restringir o mais passível os sacrifícios impostos à liberdade con tratual.

A produção açucareira européia provàvelmente superará em mais de 25 por cento a do ano passado, segundo um boletim distribuído pela firma B. W. Dtjer Company, de Nom Yorh. Diz o boletim que a produção européia, excluindo a União Soviética, é calculada em mais de seis milhões e 250.000 toneladas, em comparação com 4.576.000 toneladas no ano passado. '

O aumento se deve a melhores condições atmosféricas, que permitiram maior rendimento, de vez que foram ampliadas apenas em pequena escala as áreas destinadas ao plantio de beterraba. Maior produção é registrada principalmente na Tchecoslooáqtiia, França, Itália e Grã-Bretanha. Diz o boletim que é difícil conseguir dados da produção sooíética, mas acredita-se que a safra açucareira da URSS será 500,000 toneladas maior do que a do ano passado.


UfU(

Dicesto

A

moeda

escriturai

Econômico

21

metálica, seriam feito.s por cheque. As estatísticas internacionais não confirmam

s meios de pagamento

êsle conceito venceu também nas esta

no mundo inteiro ten

tísticas oficiai.s da ONU c do Fundo Mo

tal c.xpcctaiiva. Manifesta-se, pelo contrá rio, de.sdc a xiltima guerra, uma reação no sentido opo.sto, quer dizer, uma pro gressão do papel-moeda em relação à moeda escriturai, em particular nos Es

dem a uniformizar-se.

netário Internacional.

tiga Liga das Nações rcgistra\a o papel-

tados Unidos.

Em tôda parte desapa

Richahd Lewinsohn

receram da circulação as moedas-ouro, e as

outras moedas metálicas, de prata, co

bre, níquel, alumínio ou ligação dêsses metais, não representam senão pequena parte dos meios de pagamento. As no tas emitidas por bancos particulares e os papéis comerciais (letras de câmbio

etc.), que antigamente em diversos paí ses, por exemplo na Inglaterra, exer ciam verdadeira função de moeda subsi

diária, acham-se também em completo

Enquanto a an

moeda completamente .separada da moe da escriturai — esta última aparecia ape nas nas e.staiísficas bancárias — o.s scr\'i-

ços técnicos da ONU rciincm as duas formas de moeda num quadro comum,

sob a denominação de "money supply^^» o que significa "potencial monetário , ou simplesmente "meios dc pagamento . Essa modificação ó característica para a mudança nas idéias. Ainda que seja,

sem dúvida, uma moeda privada, criada pe'os depositantes, em conjunto com os

declínio. Predominam hoje duas formas de moedas: o papel-moeda, emitido

bancos que facultam sua utilização co

pelos bancos centrais ou, em raros ca sos, como no Bra.sil, pelos governos, e

turai é hoje reconhecida como verdadei

a moeda escriturai.

mo meio dc pagamento, a moeda escri ra moeda que, do ponto-de-vista eco nômico, tem essencialmente a mesma

Esta última categoria consista, de acordo com a definição universalmente

função e a mesma importância que õ papel-moeda. 0.s próprios governos ia*

Antes da guerra, os Estados Unidos eram o país com a maior extensão da moeda escriturai. A proporção entre a moeda escriturai e o papel-moeda era de 4,5 : 1, sendo hoje apenas de 3,2 : 1. Em algarismos absolutos: o potencial monetário compunha-se em 1938 de 26 bilhões de dólares em moeda escriturai

América no Norte todos usam cheques. A grande maioria dos operários e dos camponeses faz também lá as suas com

pras diarias com papel-moeda.

Ora,

esses argumentos não bastam para e.x-

plicar o fenômeno. Na realidade, ma nifestou-se já antes da última guerra uma certa reação do público contra o uso e.xcessivo de cheques. Nunca mais foi atingida a proporção de 6,2: 1 entre a moeda escriturai e o papel-moeda, ve rificada em 1929.

Decerto, a tendência observada na

América do Norte a favor do papelmoeda não é universal. Em vários paí ses constata-se uma evolução no sentido

e 5,8 bilhões em papel-moeda; hoje ele

oposto, o pais com a maior porcenta

consiste cm 83 bilhões em moeda escri

gem de moeda escriturai é atualmente

turai e 25,6 bilhões em papel-moeda.

a União Sul-Africana, com a proporção 5,7 : 1, contra 3,9 antes da guerra. Poder-se-ia supor que as particularida des econômicas daquele país — que é

Evolução semelhante verifica-se no Ca nadá, onde a relação moeda escritiual

s/papel-moeda passou de 3,2 a 2,6: 1. As razões dessa regressão da moeda escriturai residem, em grande parte, nas condições particulares da economia de guerra. E' um fenômeno internacional que os soldados sempre preferem di

o maior produtor de ouro no mundo —

e sua posição geognifica, longe dos teatros de guerra, fossem a causa dêsse desenvolvimento. Mas observamos evo

lução parecida também eni países direta

clinaram-se, não sem hesitações, dian te desse fato, autorizando a utilização

nheiro, senão metálico,

e gravemente atingidos

pelo menos sob a for

pela conflagração, tal a

lizáveis para pagamentos por cheque. Ê denominada também,, por isso, moeda bancária, em inglês "bank money", "deposit money" ou "check money", em francês "dépôts disponibles". A deli

de cheques para pagamentos fiscais.

ma de cédulas.

França.

mitação exata dessa moeda — falaremos

criturai conduziu, porém, a opiniões er rôneas sobre a evolução monetária. Po de-se ouvir às vezes a suposição de qu© o papel-moeda seria já um meio de pa gamento antiquado, condenado à mor

aceita, em depósitos à vista nos bancos ou institutos de crédito semelhantes, uti

ulteriormente de modo mais explícito sobre o assunto — não é uniforme, no

Brasil, por exemplo, bastante diferente da usual nos Estados Unidos.

Mas,

Che

ques, mesmo "estabeleci dos em dólares, não são

Recuo nos Estados Unidos

O triunfo incontestável da moeda es

tão facilmente

utilizá

veis fora do próprio pais quanto as notas. Além disso, os altos sa

lários do operariado nas indústrias de guerra • proporcionavam

muito

dinheiro a pessoas que

Os franceses mostra

ram antes da guerra uma preferência pro-

verbial pelo numerário. O famoso "pé-de-meia" cheio de dinheiro pal pável — antigamente ou ro e prata, mas já des

de há muito papelmoeda — era um sím

grosso modo, todos os economistas e fi

te, como a moeda de ouro, e que, num

não estavam acostuma

nancistas concordam, hoje em dia, em re

futuro próximo, todos os pagamentos, com exceção apenas dos muito pequenos

bolo do hábito de pou

das com o pagamento por cheque. Pois seria

par do agricultor e, em geral, do pequeno burguês francês. Esta

conhecer os depósitos à vista como uma

espécie de moeda. Desde há dois anos,

que poderiam ser efetuados em moeda

um erro supor que na -'H-

!


UfU(

Dicesto

A

moeda

escriturai

Econômico

21

metálica, seriam feito.s por cheque. As estatísticas internacionais não confirmam

s meios de pagamento

êsle conceito venceu também nas esta

no mundo inteiro ten

tísticas oficiai.s da ONU c do Fundo Mo

tal c.xpcctaiiva. Manifesta-se, pelo contrá rio, de.sdc a xiltima guerra, uma reação no sentido opo.sto, quer dizer, uma pro gressão do papel-moeda em relação à moeda escriturai, em particular nos Es

dem a uniformizar-se.

netário Internacional.

tiga Liga das Nações rcgistra\a o papel-

tados Unidos.

Em tôda parte desapa

Richahd Lewinsohn

receram da circulação as moedas-ouro, e as

outras moedas metálicas, de prata, co

bre, níquel, alumínio ou ligação dêsses metais, não representam senão pequena parte dos meios de pagamento. As no tas emitidas por bancos particulares e os papéis comerciais (letras de câmbio

etc.), que antigamente em diversos paí ses, por exemplo na Inglaterra, exer ciam verdadeira função de moeda subsi

diária, acham-se também em completo

Enquanto a an

moeda completamente .separada da moe da escriturai — esta última aparecia ape nas nas e.staiísficas bancárias — o.s scr\'i-

ços técnicos da ONU rciincm as duas formas de moeda num quadro comum,

sob a denominação de "money supply^^» o que significa "potencial monetário , ou simplesmente "meios dc pagamento . Essa modificação ó característica para a mudança nas idéias. Ainda que seja,

sem dúvida, uma moeda privada, criada pe'os depositantes, em conjunto com os

declínio. Predominam hoje duas formas de moedas: o papel-moeda, emitido

bancos que facultam sua utilização co

pelos bancos centrais ou, em raros ca sos, como no Bra.sil, pelos governos, e

turai é hoje reconhecida como verdadei

a moeda escriturai.

mo meio dc pagamento, a moeda escri ra moeda que, do ponto-de-vista eco nômico, tem essencialmente a mesma

Esta última categoria consista, de acordo com a definição universalmente

função e a mesma importância que õ papel-moeda. 0.s próprios governos ia*

Antes da guerra, os Estados Unidos eram o país com a maior extensão da moeda escriturai. A proporção entre a moeda escriturai e o papel-moeda era de 4,5 : 1, sendo hoje apenas de 3,2 : 1. Em algarismos absolutos: o potencial monetário compunha-se em 1938 de 26 bilhões de dólares em moeda escriturai

América no Norte todos usam cheques. A grande maioria dos operários e dos camponeses faz também lá as suas com

pras diarias com papel-moeda.

Ora,

esses argumentos não bastam para e.x-

plicar o fenômeno. Na realidade, ma nifestou-se já antes da última guerra uma certa reação do público contra o uso e.xcessivo de cheques. Nunca mais foi atingida a proporção de 6,2: 1 entre a moeda escriturai e o papel-moeda, ve rificada em 1929.

Decerto, a tendência observada na

América do Norte a favor do papelmoeda não é universal. Em vários paí ses constata-se uma evolução no sentido

e 5,8 bilhões em papel-moeda; hoje ele

oposto, o pais com a maior porcenta

consiste cm 83 bilhões em moeda escri

gem de moeda escriturai é atualmente

turai e 25,6 bilhões em papel-moeda.

a União Sul-Africana, com a proporção 5,7 : 1, contra 3,9 antes da guerra. Poder-se-ia supor que as particularida des econômicas daquele país — que é

Evolução semelhante verifica-se no Ca nadá, onde a relação moeda escritiual

s/papel-moeda passou de 3,2 a 2,6: 1. As razões dessa regressão da moeda escriturai residem, em grande parte, nas condições particulares da economia de guerra. E' um fenômeno internacional que os soldados sempre preferem di

o maior produtor de ouro no mundo —

e sua posição geognifica, longe dos teatros de guerra, fossem a causa dêsse desenvolvimento. Mas observamos evo

lução parecida também eni países direta

clinaram-se, não sem hesitações, dian te desse fato, autorizando a utilização

nheiro, senão metálico,

e gravemente atingidos

pelo menos sob a for

pela conflagração, tal a

lizáveis para pagamentos por cheque. Ê denominada também,, por isso, moeda bancária, em inglês "bank money", "deposit money" ou "check money", em francês "dépôts disponibles". A deli

de cheques para pagamentos fiscais.

ma de cédulas.

França.

mitação exata dessa moeda — falaremos

criturai conduziu, porém, a opiniões er rôneas sobre a evolução monetária. Po de-se ouvir às vezes a suposição de qu© o papel-moeda seria já um meio de pa gamento antiquado, condenado à mor

aceita, em depósitos à vista nos bancos ou institutos de crédito semelhantes, uti

ulteriormente de modo mais explícito sobre o assunto — não é uniforme, no

Brasil, por exemplo, bastante diferente da usual nos Estados Unidos.

Mas,

Che

ques, mesmo "estabeleci dos em dólares, não são

Recuo nos Estados Unidos

O triunfo incontestável da moeda es

tão facilmente

utilizá

veis fora do próprio pais quanto as notas. Além disso, os altos sa

lários do operariado nas indústrias de guerra • proporcionavam

muito

dinheiro a pessoas que

Os franceses mostra

ram antes da guerra uma preferência pro-

verbial pelo numerário. O famoso "pé-de-meia" cheio de dinheiro pal pável — antigamente ou ro e prata, mas já des

de há muito papelmoeda — era um sím

grosso modo, todos os economistas e fi

te, como a moeda de ouro, e que, num

não estavam acostuma

nancistas concordam, hoje em dia, em re

futuro próximo, todos os pagamentos, com exceção apenas dos muito pequenos

bolo do hábito de pou

das com o pagamento por cheque. Pois seria

par do agricultor e, em geral, do pequeno burguês francês. Esta

conhecer os depósitos à vista como uma

espécie de moeda. Desde há dois anos,

que poderiam ser efetuados em moeda

um erro supor que na -'H-

!


22

Dicesto Econômico

Dicesto

Não ob.stante, a moeda escriturai aumen

americana c inglê.sa qiio determinou a utilização cm ampla escala do pagamen

tou nos últimos dez anos muito mais

to por chcípic na América Latina. Po

que o papel-moeda, e a relação entre a primeira e a segunda passou de 0,6

rém, também ncs.sa parte do inundo a

forma

de

entesouramento

contínua.

para 1,.5 : 1.

O desenvolvimento na América Latina

Êsses exemplos evidenciam já que generalizações nesse domínio são difí

ceis. Pode-se, dizer, grosso modo, que o uso da moeda escriturai é mais de

senvolvido na América do que na Eu ropa e, dentro do Velho Mundo, no

Oeste mais do que no Leste. Mas, mesmo essa afirmação implica várias exceções, e em todo caso não se de

veria deduzir dêsse fato que a moeda escriturai em si já seria um sinal de progresso econômico e técnico. Países com alto padrão industrial, como a Bél gica e a Suíça, continuam preferindo o papel-moeda. Também não é possível fazer uma rigorosa discriminação regional. Paí

evolução não é uniforme. Com raras

exceções, a moeda c.scrilural é mais de senvolvida na parte meridional do Con

tinente do ípie no.s países limítrofes dos Caraíbas c do Golfo do México. A por

centagem mais elevada cia moeda escri turai verifica-sc no Chile, a mais bai.xn

na Bolívia. Eis aqui uma lista para os

puísc.s que publicam regularmente es tatísticas a re.speito:

V. V

Econômico

23

Estatística Econômica e Financeira do

tesourado num cofre forte está também,

Ministério da Fazenda registrou como

de fato, fora da circulação, mesmo que

potencial monetário 51.490 milhões de cruzeiros, composto de 31.112 milhões

figure na estatística como "meio cir

em

A diferença, porém, é que podemos obser\'ar com maior precisão os movi

moeda

escriturai e 20.378 milhões

cm pnpcl-moccla. A relação entre a pri meira e a segunda seria, pois, de 1,5 : 1.

A diferença provem principalmente dos depósitos do Govêmo, excluídos no es quema

norte-americano

mas

incluído.s

no brasileiro. É discutível qual dos dois métodos

reto.

c

o

mais

culante".

mentos da moeda escriturai do que os do papel-moeda. Os cheques compen sados dão a possibilidade de estimar aproximadamente o "toumover", ou, co

mo se diz em termo técnico, porém

cor

pouco apropriado, a ve

Em princípio, os

locidade de circulação

depósitos do Governo no

Relação entre a móeda escriturai e o papel-moeda

da moeda escriturai. Nos Estados Unidos e em vá

Banco do Brasil não di

ferem de outros depósitos

rios outros países pode-

Chile

2,5: 1

à vista. Podem também ser utiliíKidos a cada mo

Uruguai

1,7""

mento

para

pagamento

Para o Brasil, a estimati

1.6""

por cheque.

Mesmo os

va é mais difícil, pois as

Brasil

se calcular essa velocida

de com grande precisão.

depósitos que os outros

nossas

bancos mantêm no Ban

discriminam a categoria

sam sob êsse aspecto uma atividade

Argentina Peru Colômbia Costa-Rica Rep. Dominicana México Cuba

1,5"" 1.4"" 1,3"" 1,3"" 1,3"" 1,0"" 0,9 '

bem diferente. Enquanto na Suécia o to

Equador

0.9""

tal da moeda escriturai é apenas igual ao do papel-moeda, na Noruega a rela ção é de 2,2: 1, e na Dinamarca de

Venezuela

Honduras

Nicarágua

0,8""

cos é realmente moeda escriturai.

um depósito a prazo, no momento da

Guatemala Salvador Bolívia

0,7"" 0,6"" 0,5""

Velocidade de circulação

toçao de depósito semelhante em outro

ses vizinhos, e com tantas afinidades

entre êles cOmo os escandinavos, acu

2,5 : 1. Um trecho comiun inconfundí

vel mostra-se, porem, entre os povos an-

glo-saxônicos. Certamente, os ingleses, criadores do moderno sistema de com

pensação de cheques, transmitiram sua preferência pela moeda escriturai aos

não

dos depósitos aos quais

co do Brasil e que são excluídos também no es

se referem os cheques

quema brasileiro, não são vedados de servir para

compensados.

ta-se, sem dmida, de de pósitos à vista, mas o

0,8""

pagamentos por cheque. Pelo menos, a parte que ultrapassa o encai- -

0,8""

xe compulsório dos ban

criturai encontram-.se hoje fora da co munidade britânica: na Irlanda. Foi, sem dúvida, influência norte-

sil, np esquema do Ministério da Fa zenda, chegaríamos a um resultado li geiramente diferente. Pelo mês de ju nho de 1948, por exemplo, o Serviço de

de referir-se também a

do em conta para apreciar a importân cia da moeda escriturai.

todos os países nos moldes norte-ame

ricanos. Se nos baseássemos, para o Bra

cheque compensado po-

não é o único fator que deve sèr leva

cional, que ajusta a moeda escriturai de

Sua eficiência

econômica depende sobretudo da inten

sidade do seu movimento.

Depósitos à

vista que não se movimentam não têm

significação monetária. É verdade que isso não é uma particularidade da moe

da escriturai. íapel-moeda que fica en.■ftOíK'

Na gran

de maioria dos casos, tra

A quantidade dos depósitos à vista

Os cálculos precedentes são baseados nos dados do Fundo Monetário Interna

seus descendentes nos Estados Unidos, assim como nos Domínios. Todavia, os

partidários mais ardentes da moeda es

estatísticas

liqmdaçao

Pode servir para: coesÜ-

banco. Entretanto, é pouco provável

ti prazo sirvam em la ais que duas vêzes ao ano para

pagamento por cheque^ êsses depóítos.

em grande parte, são compulsórios e imobilizados por muito tempo.

Na hipótese de que os 15 bilhões de cmzeuos enslenles em depósitos a prazo

em fms de junho de 1948 em todos os bancos do pais seriam, na sua totalida

de. uma vez ao ano utilizados para pa-


22

Dicesto Econômico

Dicesto

Não ob.stante, a moeda escriturai aumen

americana c inglê.sa qiio determinou a utilização cm ampla escala do pagamen

tou nos últimos dez anos muito mais

to por chcípic na América Latina. Po

que o papel-moeda, e a relação entre a primeira e a segunda passou de 0,6

rém, também ncs.sa parte do inundo a

forma

de

entesouramento

contínua.

para 1,.5 : 1.

O desenvolvimento na América Latina

Êsses exemplos evidenciam já que generalizações nesse domínio são difí

ceis. Pode-se, dizer, grosso modo, que o uso da moeda escriturai é mais de

senvolvido na América do que na Eu ropa e, dentro do Velho Mundo, no

Oeste mais do que no Leste. Mas, mesmo essa afirmação implica várias exceções, e em todo caso não se de

veria deduzir dêsse fato que a moeda escriturai em si já seria um sinal de progresso econômico e técnico. Países com alto padrão industrial, como a Bél gica e a Suíça, continuam preferindo o papel-moeda. Também não é possível fazer uma rigorosa discriminação regional. Paí

evolução não é uniforme. Com raras

exceções, a moeda c.scrilural é mais de senvolvida na parte meridional do Con

tinente do ípie no.s países limítrofes dos Caraíbas c do Golfo do México. A por

centagem mais elevada cia moeda escri turai verifica-sc no Chile, a mais bai.xn

na Bolívia. Eis aqui uma lista para os

puísc.s que publicam regularmente es tatísticas a re.speito:

V. V

Econômico

23

Estatística Econômica e Financeira do

tesourado num cofre forte está também,

Ministério da Fazenda registrou como

de fato, fora da circulação, mesmo que

potencial monetário 51.490 milhões de cruzeiros, composto de 31.112 milhões

figure na estatística como "meio cir

em

A diferença, porém, é que podemos obser\'ar com maior precisão os movi

moeda

escriturai e 20.378 milhões

cm pnpcl-moccla. A relação entre a pri meira e a segunda seria, pois, de 1,5 : 1.

A diferença provem principalmente dos depósitos do Govêmo, excluídos no es quema

norte-americano

mas

incluído.s

no brasileiro. É discutível qual dos dois métodos

reto.

c

o

mais

culante".

mentos da moeda escriturai do que os do papel-moeda. Os cheques compen sados dão a possibilidade de estimar aproximadamente o "toumover", ou, co

mo se diz em termo técnico, porém

cor

pouco apropriado, a ve

Em princípio, os

locidade de circulação

depósitos do Governo no

Relação entre a móeda escriturai e o papel-moeda

da moeda escriturai. Nos Estados Unidos e em vá

Banco do Brasil não di

ferem de outros depósitos

rios outros países pode-

Chile

2,5: 1

à vista. Podem também ser utiliíKidos a cada mo

Uruguai

1,7""

mento

para

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Para o Brasil, a estimati

1.6""

por cheque.

Mesmo os

va é mais difícil, pois as

Brasil

se calcular essa velocida

de com grande precisão.

depósitos que os outros

nossas

bancos mantêm no Ban

discriminam a categoria

sam sob êsse aspecto uma atividade

Argentina Peru Colômbia Costa-Rica Rep. Dominicana México Cuba

1,5"" 1.4"" 1,3"" 1,3"" 1,3"" 1,0"" 0,9 '

bem diferente. Enquanto na Suécia o to

Equador

0.9""

tal da moeda escriturai é apenas igual ao do papel-moeda, na Noruega a rela ção é de 2,2: 1, e na Dinamarca de

Venezuela

Honduras

Nicarágua

0,8""

cos é realmente moeda escriturai.

um depósito a prazo, no momento da

Guatemala Salvador Bolívia

0,7"" 0,6"" 0,5""

Velocidade de circulação

toçao de depósito semelhante em outro

ses vizinhos, e com tantas afinidades

entre êles cOmo os escandinavos, acu

2,5 : 1. Um trecho comiun inconfundí

vel mostra-se, porem, entre os povos an-

glo-saxônicos. Certamente, os ingleses, criadores do moderno sistema de com

pensação de cheques, transmitiram sua preferência pela moeda escriturai aos

não

dos depósitos aos quais

co do Brasil e que são excluídos também no es

se referem os cheques

quema brasileiro, não são vedados de servir para

compensados.

ta-se, sem dmida, de de pósitos à vista, mas o

0,8""

pagamentos por cheque. Pelo menos, a parte que ultrapassa o encai- -

0,8""

xe compulsório dos ban

criturai encontram-.se hoje fora da co munidade britânica: na Irlanda. Foi, sem dúvida, influência norte-

sil, np esquema do Ministério da Fa zenda, chegaríamos a um resultado li geiramente diferente. Pelo mês de ju nho de 1948, por exemplo, o Serviço de

de referir-se também a

do em conta para apreciar a importân cia da moeda escriturai.

todos os países nos moldes norte-ame

ricanos. Se nos baseássemos, para o Bra

cheque compensado po-

não é o único fator que deve sèr leva

cional, que ajusta a moeda escriturai de

Sua eficiência

econômica depende sobretudo da inten

sidade do seu movimento.

Depósitos à

vista que não se movimentam não têm

significação monetária. É verdade que isso não é uma particularidade da moe

da escriturai. íapel-moeda que fica en.■ftOíK'

Na gran

de maioria dos casos, tra

A quantidade dos depósitos à vista

Os cálculos precedentes são baseados nos dados do Fundo Monetário Interna

seus descendentes nos Estados Unidos, assim como nos Domínios. Todavia, os

partidários mais ardentes da moeda es

estatísticas

liqmdaçao

Pode servir para: coesÜ-

banco. Entretanto, é pouco provável

ti prazo sirvam em la ais que duas vêzes ao ano para

pagamento por cheque^ êsses depóítos.

em grande parte, são compulsórios e imobilizados por muito tempo.

Na hipótese de que os 15 bilhões de cmzeuos enslenles em depósitos a prazo

em fms de junho de 1948 em todos os bancos do pais seriam, na sua totalida

de. uma vez ao ano utilizados para pa-


'■'r*

I

i

11, 1

Dicksto

24

gamentos mediante cheques compensa dos, montante igual deveria ser dedu zido do movimento total dos cheques

compensados, que este ano atingiria provavelmente 200 bilhões de cruzeiros. Ficariam 185 bilhões, que se aplicariam

aos 31 bilhões — ou, conforme o esque ma americano, 27 bilhões de cruzeiros —

em moeda escriturai.

O "turnover" da

moeda escriturai seria, portanto, 185:31 = 6,0 ou, de acordo com o esquema norte-americano, 185:27 = 6,9.

Cálculos análogos para os anos ante riores mostram que o "turnover" da

moeda escriturai, depois de ter ficado durante longos anos muito estável — variando entre 3,5 e 4 ao ano — acusa

depois de 1946 considerável acréscimo. O fenomeno não tem nada de extraordi

nário.

Contrariamente a uma opinião

T

Econômico

rica para qual das duas fonnas de moeda a

velocidade

fôsse

maior.

Se

a questão parece duvidosa para os Es tados Unidos, a resposta é perfeitamente ciara para o Brasil. Uma simp'es reflexão indica o cami

nho. Enquanto o total dos ciieques compensados é, como já foi dito, este ano, de cerca de 200 billiões do cru

zeiros, o total das vendas aproxima-se dc 300 bilhões.

tributadas Acrescen

tam-se os pagamentos para

alugueis,

para ser\'iços pessoais, impostos diretos

e muitas outras despesas não mercantis.

Outra categoria dc pagamentos é cons tituída pelos vencimentos e salários dos

funcionários, empregados no comércio e operários, em resumo, pelas remunera ções de todas as pessoas que não obtêm as suas rendas diretamente pelo fome^

muito divulgada, a velocidade de cir culação da moeda baixa na inflação — senão nas últimas fases da hiper-infla-

gueses. Uma terceira categoria de paga mentos refere-se a operações a crédito.

ção — e aumenta depois da estabilização. Todavia, ainda agora, mau grado a sua

Somando todos esses pagamentos nor mais, chega-se, sem dúvida alguma, a

aceleração, o "turnover" do Brasil é

um múltiplo dos 200 bilhões de cruzei

muito menor que nos Estados Unidos.

ros pagos mediante cheques.

Protecionismo e industrialismo Aliomar

O Brasil todo deseja a industrialização

6 quase todo ele associa esse alvo ao protecionismo, como meio eficiente. O protecionismo é uma velha crença, tão velha, pelo menos, quanto os mercantilistas do século XVII.

os argumentos pró e contra estão ex

da rua, comporta uma visão geral do

é frtito de -■ convicção dotitrinária

tema vetusto.

te à qual ainda é preciso repeti-lo. dem-se umas às outras para estudo e so

A complexidade dêsses problemas do protecionismo gira em tomo de enorme massa doutrinária, de espírito científico — a teoria pura do comércio internacio

nal paralelamente a uma série de téc nicas, ou medidas, designada como "polí tica comercial", devendo-se a uma e

outra

19, depois de um forte recuo durante

amplamente 500 bilhões de cruzeiros.

a guerra.

Ficariam, pelo menos, 300 bilhões de

vestigação

da.

Sendo o volume do papel-moeda

Segundo alguns especialistas, a veloci

de 20 bilhões de cruzeiros, é forçoso

dade da moeda escriturai é essencial

concluir que o "turnover" do papel-

mente a mesma que a do papel-moeda. Mas a tese oposta, a clássica, que' se

moeda é, no mínimo, de 15, ou sejam

acha na famosa "equação de trocas" de

moeda escriturai.

Irving Fisher, é muito maiá provável. De acordo com essa última, o papelmoeda e a moeda escriturai têm cada

um sua própria velocidade. Fisher não ousou afirmar de uma maneira gené[, 1

. ;Ü ..

duas e meia vêzes maior que o da Essa conclusão implica outra: que, no

Brasil, a moeda escriturai, apesar de sua preponderância aparente, tem fun ção muito mais limitada na vida econô mica que o papel-moeda.

lução dos problemas daí decorrentes pa ra o bem-estar e paz do mundo. Avulta, nesse quadro, dominando-o

O protecionismo

num país como o Brasil, ultrapassará cruzeiros a movimentar com papel-moe

Não Se ensina o "Padre

Nosso" aos vigários, mas há muita gen

pósitos à vista foi no mês de junho p. p. de 28, e nas outras grandes cidades de

Que significam esses algarismos para

cm que se acha empenhado o ardoroso deputado baiano. Mas proclama que postos com probidade e a parte opinativa

dicar a ordem de grandeza: o total

o conjunto do mecanismo monetário?

de idéias, não toma partido nesse debate

mico", que circula nas mãos do homem

Em Nova York, o "turnover" dos de

dos pagamentos efetuados anualmente,

Mas uma revista

O "Digesto Econômico", como veículo

de divulgação, como o "Digesto Econô

cimento de mercadorias ou serviços a fre

Para in

Baleeiro

imensa

e

valiosa

bibliografia.

Existem até cátedras especiais para in

0

ensino

dêsses assuntos.

Órgãos governamentais oficiais e oficio sos (ConseUios de Comércio Exterior, Câmaras de Comércio etc.) servem de . assessores às autoridades.

há mais de século, a controvérsia entre

os méritos e inconvenientes do protecio nismo e do livre-câmbio.

Por protecionismo, entende-se a po lítica de aplicação violenta dos impostos alfandegários e de outras medidas de política comercial (contingentamentos

etc.) para restringir a compra dç mer cadorias estrangeiras, de modo que o mercado interno fique reservado aos produtores nacionais, libertos, assim, da concorrência de países que poderiam vender suas mercadorias por preço mais vantajoso.

Parece supérfluo lembrar que o pro blema tributário dos impostos de im

; seria a abolição geral dos direitos para

portação está relacionado não só com

• que' ás mercadorias tivessem livre en-

O livre-câmhio, numa forma absoluta,

- Irada e não suportassem outro ônus sereitos aduaneirbs- o Seu-melhor e.mais chão. o que. grava também os artigos da - típico". instrumentO|,-.'-mas também : com • produção indígena. Mas, em geral, os

- a política .comercial,:' que tem nos .di

- as quçstões. de moeda, câmbio, preços

•. livre-cambrstás "concordam com uma ta-

, etc.

• rifa puramente fiscal, isto é — direitos

.'.•Co'nfQrêiiciás internacionais suce-


'■'r*

I

i

11, 1

Dicksto

24

gamentos mediante cheques compensa dos, montante igual deveria ser dedu zido do movimento total dos cheques

compensados, que este ano atingiria provavelmente 200 bilhões de cruzeiros. Ficariam 185 bilhões, que se aplicariam

aos 31 bilhões — ou, conforme o esque ma americano, 27 bilhões de cruzeiros —

em moeda escriturai.

O "turnover" da

moeda escriturai seria, portanto, 185:31 = 6,0 ou, de acordo com o esquema norte-americano, 185:27 = 6,9.

Cálculos análogos para os anos ante riores mostram que o "turnover" da

moeda escriturai, depois de ter ficado durante longos anos muito estável — variando entre 3,5 e 4 ao ano — acusa

depois de 1946 considerável acréscimo. O fenomeno não tem nada de extraordi

nário.

Contrariamente a uma opinião

T

Econômico

rica para qual das duas fonnas de moeda a

velocidade

fôsse

maior.

Se

a questão parece duvidosa para os Es tados Unidos, a resposta é perfeitamente ciara para o Brasil. Uma simp'es reflexão indica o cami

nho. Enquanto o total dos ciieques compensados é, como já foi dito, este ano, de cerca de 200 billiões do cru

zeiros, o total das vendas aproxima-se dc 300 bilhões.

tributadas Acrescen

tam-se os pagamentos para

alugueis,

para ser\'iços pessoais, impostos diretos

e muitas outras despesas não mercantis.

Outra categoria dc pagamentos é cons tituída pelos vencimentos e salários dos

funcionários, empregados no comércio e operários, em resumo, pelas remunera ções de todas as pessoas que não obtêm as suas rendas diretamente pelo fome^

muito divulgada, a velocidade de cir culação da moeda baixa na inflação — senão nas últimas fases da hiper-infla-

gueses. Uma terceira categoria de paga mentos refere-se a operações a crédito.

ção — e aumenta depois da estabilização. Todavia, ainda agora, mau grado a sua

Somando todos esses pagamentos nor mais, chega-se, sem dúvida alguma, a

aceleração, o "turnover" do Brasil é

um múltiplo dos 200 bilhões de cruzei

muito menor que nos Estados Unidos.

ros pagos mediante cheques.

Protecionismo e industrialismo Aliomar

O Brasil todo deseja a industrialização

6 quase todo ele associa esse alvo ao protecionismo, como meio eficiente. O protecionismo é uma velha crença, tão velha, pelo menos, quanto os mercantilistas do século XVII.

os argumentos pró e contra estão ex

da rua, comporta uma visão geral do

é frtito de -■ convicção dotitrinária

tema vetusto.

te à qual ainda é preciso repeti-lo. dem-se umas às outras para estudo e so

A complexidade dêsses problemas do protecionismo gira em tomo de enorme massa doutrinária, de espírito científico — a teoria pura do comércio internacio

nal paralelamente a uma série de téc nicas, ou medidas, designada como "polí tica comercial", devendo-se a uma e

outra

19, depois de um forte recuo durante

amplamente 500 bilhões de cruzeiros.

a guerra.

Ficariam, pelo menos, 300 bilhões de

vestigação

da.

Sendo o volume do papel-moeda

Segundo alguns especialistas, a veloci

de 20 bilhões de cruzeiros, é forçoso

dade da moeda escriturai é essencial

concluir que o "turnover" do papel-

mente a mesma que a do papel-moeda. Mas a tese oposta, a clássica, que' se

moeda é, no mínimo, de 15, ou sejam

acha na famosa "equação de trocas" de

moeda escriturai.

Irving Fisher, é muito maiá provável. De acordo com essa última, o papelmoeda e a moeda escriturai têm cada

um sua própria velocidade. Fisher não ousou afirmar de uma maneira gené[, 1

. ;Ü ..

duas e meia vêzes maior que o da Essa conclusão implica outra: que, no

Brasil, a moeda escriturai, apesar de sua preponderância aparente, tem fun ção muito mais limitada na vida econô mica que o papel-moeda.

lução dos problemas daí decorrentes pa ra o bem-estar e paz do mundo. Avulta, nesse quadro, dominando-o

O protecionismo

num país como o Brasil, ultrapassará cruzeiros a movimentar com papel-moe

Não Se ensina o "Padre

Nosso" aos vigários, mas há muita gen

pósitos à vista foi no mês de junho p. p. de 28, e nas outras grandes cidades de

Que significam esses algarismos para

cm que se acha empenhado o ardoroso deputado baiano. Mas proclama que postos com probidade e a parte opinativa

dicar a ordem de grandeza: o total

o conjunto do mecanismo monetário?

de idéias, não toma partido nesse debate

mico", que circula nas mãos do homem

Em Nova York, o "turnover" dos de

dos pagamentos efetuados anualmente,

Mas uma revista

O "Digesto Econômico", como veículo

de divulgação, como o "Digesto Econô

cimento de mercadorias ou serviços a fre

Para in

Baleeiro

imensa

e

valiosa

bibliografia.

Existem até cátedras especiais para in

0

ensino

dêsses assuntos.

Órgãos governamentais oficiais e oficio sos (ConseUios de Comércio Exterior, Câmaras de Comércio etc.) servem de . assessores às autoridades.

há mais de século, a controvérsia entre

os méritos e inconvenientes do protecio nismo e do livre-câmbio.

Por protecionismo, entende-se a po lítica de aplicação violenta dos impostos alfandegários e de outras medidas de política comercial (contingentamentos

etc.) para restringir a compra dç mer cadorias estrangeiras, de modo que o mercado interno fique reservado aos produtores nacionais, libertos, assim, da concorrência de países que poderiam vender suas mercadorias por preço mais vantajoso.

Parece supérfluo lembrar que o pro blema tributário dos impostos de im

; seria a abolição geral dos direitos para

portação está relacionado não só com

• que' ás mercadorias tivessem livre en-

O livre-câmhio, numa forma absoluta,

- Irada e não suportassem outro ônus sereitos aduaneirbs- o Seu-melhor e.mais chão. o que. grava também os artigos da - típico". instrumentO|,-.'-mas também : com • produção indígena. Mas, em geral, os

- a política .comercial,:' que tem nos .di

- as quçstões. de moeda, câmbio, preços

•. livre-cambrstás "concordam com uma ta-

, etc.

• rifa puramente fiscal, isto é — direitos

.'.•Co'nfQrêiiciás internacionais suce-


Dicesto

26

moderados, apenas como fonte de receita para o Tesouro. E é claro que,

para ser produtiva de copíosas rcceitas, essa tributação há de ser tão suave impeça a importaçãô, como, em

regra, sucede com os direitos protecio nistas.

Econômico

manufatureiras desenvol\ íclus noutro. Se

cada povo se dedicasse à produção das mercadorias para as quais se aclia mais qualificado e deixasse as atividades que lhe são menos indicadas, ou remunera

das, para outro povo mais favorecido, nesse setor, pela natureza ou por lon

gas práticas c aptidões, claro que todos II

Teorema - dos custos comparativos ou comparados

Davíd Ricardo (Londres, 1772-1823)

seriam beneficiados, integrando-se e atnpliando-sc o consumo e a acumulação

de riquezas pelas trocas reciprocamente vantajosas.

Essa idéia reflete a generalização do princípio da di\'isão do trabalho á co

passa por ser o ex

munidade

positor do princípio,

nal: — assim como é

também chamado de teorema

dos

mais fecundo que ca

custos

,que essa teoria esta va implícita. Em ver

'contribuiria para a elevação do nível do bem-estar de todos os povos. Ricardo, discípulo de Smith, como êle

focaliza a desigual distribuição das ma

térias-primas e aptidões pessoais nas várias regiões do mtmdo, por efeito de - condições geográficas, climáticas, geoló gicas, mineralógicas, assün como de : fauna, flora, maior especialização em de

esses elementos o raciocínio, para a'vi-

cálculo em tômo do exemplo célebre

zinhar-sc dos fatos reais.

reproduz.ido cm obras contemporâneas de grande autoridade. Suponha-se, que, em Portugal, haja

plica o problema com a introdução do

mais facilidade para produção do vinhos e tecidos do-que na Inglaterra: nesta,

corta quantidade de vinho exija 120 dias de trabalho c certa porção de jár-

Assim, com

dinheiro; com a multiplicidade das mer cadorias

no

comércio

internacional;

despesas de transporte; noção de rendi

mentos crescentes ou decrescentes, pois o exeniplo de Ricardo é traçado à base de custos constantes; a noção ou teoria

das de tecido demande 100 dias, en

do equilíbrio econômico, que exclui a

quanto quantidades exatamente iguais

teoria do valor-trabalho e encara a com

de vinho, cm Portugal, obtcnham-se com

plexidade de outros elementos na for mação dos preços.

80 dias e de tecido em 90. Paradoxal

mente convirá a Portugal especializar-

Depois de longa exposição e discussão

visão internacional do trabalho.

dentes à sua menor

obteria apenas 0,88 do pano nacional,

"A prova instrumental dessa afirma ção 6 dada pela teoria dos custos com

ou, por outras palavras, com um esfôrço

parativos, a qual, como ximos, não só é

bilidade daqueles ou tros, também os pO' vos se reservem o qu®

defendia a liberdade ' do comércio e a divi são internacional do trabalho, no pressu

aproximações sucessivas, integra com

trar a snia teoria, Ricardo formula um

cada unidade de vinho obterá 1,20 de pano inglês, ao passo que, se tecesse, o mesmo esforço empregado no vinho

capacidade e mais ha

dade, a "Riqueza das Nações" (1776) já

je ensinando nos Estados Unidos, por

vidade do que naquele. Para demons

xe para outros as atividades correspon

faç«a

mais aptidões e dei

enunciado idéias em

neste último país, tenha menos produti

plicação, Haberler conclui que o livrecâmbio aumcnt\ria enormemente a pro

indivíduo

aquilo para que tem

antes dele Torrens e S m i th houvessem

27

se em vinho e trocá-lo por tecido inglês, embora este exija maior quantidade de trabalho na Grã-Bretanha, pois que com

da

comparados, embora

posto de que o au■ inento da produção e, conseqüentemente, da riqueza geral,

internacio

Dicesto Econômico

lhes é mais íavorá*

vel e troquem OS seus artigos pelítS mercadorias compl®" mentares da produ ção nacional.

do teorema com êsses elementos de com

dução de mercadorias, mediante a di

de 80 dias obtém, trocando, o que lhe

válida para as condições simplificadas

custaria 90.

que em princípio se usaN^im, mas, tam

A Inglaterra, nesse inter

câmbio, passa a obter com o serviço • de 100 dias o que lhe custaria 120. Am bos lucraram, embora Portugal, liipotèticamente, pudesse produzir ambas as coi sas em melhores condições.

Mas esse raciocínio de Ricardo é, ape

bém, entendida em todo o seu valor, impera igualmente para as mais com plicadas condições da moderna economia

de troca — diz (ele, acrescentando ainda: Quando certa mercadoria se im

porta a preço tal que com ela não possa

Mas há povos mais dotados de fa cilidades comparativas em vários ramos,

nas, uma primeira aproximação. A rea

competir a industria nacional e deslo

lidade integra-se de vários elementos

enquanto outros, menos felizes, expe

ção inicial do problema.

ca-se ou se impossibilita a sua produ ção, os meios desta se dirigirão para outros ramos em que possam render

rimentam "handícaps" correspondentes. Ainda assim, responde Ricardo, convém que o povo mais categorizado especia

lize-se naqüilo .que ô -capaz de produ zir melhor ei iiiais fàcilmente e troque

que aí foram excluídos para simplifica Fazendo in

tervir, no raciocínio, os dados das leis

mais e. portanto, obtenham melhor-pre-

da oferta e da procura, Stuart Mill (In

ço ou remuneração".

glaterra 1806-1873) concebeu a teoria afim, dita "dos valores internacionais".

Relacionando essas e outras contribuições'-

terminados ramos agrícolas cultivados

os frutos dessa'liproduçâo ■ privilegiada com o outro' pará' o-iqual deixará a ati

neste ponto do mundo ou habilidades

vidade menos favorável,• embora esta,

berler, eminente professor austríaco,' hb-'

E^s^ e a fundamentação econômica mas os defensores des

sa" pióliticapr^eferem insistir na baixa por

de Mill, Caimes, Taussig e outros aútò-"' ela"pfdvocada nos preços das mercadores que se ocuparam do assunto, Ha-'"

riag liti^ttadas, ò que, aliás, é eviden

te, "ttiUito embora.o fenômeno possa


Dicesto

26

moderados, apenas como fonte de receita para o Tesouro. E é claro que,

para ser produtiva de copíosas rcceitas, essa tributação há de ser tão suave impeça a importaçãô, como, em

regra, sucede com os direitos protecio nistas.

Econômico

manufatureiras desenvol\ íclus noutro. Se

cada povo se dedicasse à produção das mercadorias para as quais se aclia mais qualificado e deixasse as atividades que lhe são menos indicadas, ou remunera

das, para outro povo mais favorecido, nesse setor, pela natureza ou por lon

gas práticas c aptidões, claro que todos II

Teorema - dos custos comparativos ou comparados

Davíd Ricardo (Londres, 1772-1823)

seriam beneficiados, integrando-se e atnpliando-sc o consumo e a acumulação

de riquezas pelas trocas reciprocamente vantajosas.

Essa idéia reflete a generalização do princípio da di\'isão do trabalho á co

passa por ser o ex

munidade

positor do princípio,

nal: — assim como é

também chamado de teorema

dos

mais fecundo que ca

custos

,que essa teoria esta va implícita. Em ver

'contribuiria para a elevação do nível do bem-estar de todos os povos. Ricardo, discípulo de Smith, como êle

focaliza a desigual distribuição das ma

térias-primas e aptidões pessoais nas várias regiões do mtmdo, por efeito de - condições geográficas, climáticas, geoló gicas, mineralógicas, assün como de : fauna, flora, maior especialização em de

esses elementos o raciocínio, para a'vi-

cálculo em tômo do exemplo célebre

zinhar-sc dos fatos reais.

reproduz.ido cm obras contemporâneas de grande autoridade. Suponha-se, que, em Portugal, haja

plica o problema com a introdução do

mais facilidade para produção do vinhos e tecidos do-que na Inglaterra: nesta,

corta quantidade de vinho exija 120 dias de trabalho c certa porção de jár-

Assim, com

dinheiro; com a multiplicidade das mer cadorias

no

comércio

internacional;

despesas de transporte; noção de rendi

mentos crescentes ou decrescentes, pois o exeniplo de Ricardo é traçado à base de custos constantes; a noção ou teoria

das de tecido demande 100 dias, en

do equilíbrio econômico, que exclui a

quanto quantidades exatamente iguais

teoria do valor-trabalho e encara a com

de vinho, cm Portugal, obtcnham-se com

plexidade de outros elementos na for mação dos preços.

80 dias e de tecido em 90. Paradoxal

mente convirá a Portugal especializar-

Depois de longa exposição e discussão

visão internacional do trabalho.

dentes à sua menor

obteria apenas 0,88 do pano nacional,

"A prova instrumental dessa afirma ção 6 dada pela teoria dos custos com

ou, por outras palavras, com um esfôrço

parativos, a qual, como ximos, não só é

bilidade daqueles ou tros, também os pO' vos se reservem o qu®

defendia a liberdade ' do comércio e a divi são internacional do trabalho, no pressu

aproximações sucessivas, integra com

trar a snia teoria, Ricardo formula um

cada unidade de vinho obterá 1,20 de pano inglês, ao passo que, se tecesse, o mesmo esforço empregado no vinho

capacidade e mais ha

dade, a "Riqueza das Nações" (1776) já

je ensinando nos Estados Unidos, por

vidade do que naquele. Para demons

xe para outros as atividades correspon

faç«a

mais aptidões e dei

enunciado idéias em

neste último país, tenha menos produti

plicação, Haberler conclui que o livrecâmbio aumcnt\ria enormemente a pro

indivíduo

aquilo para que tem

antes dele Torrens e S m i th houvessem

27

se em vinho e trocá-lo por tecido inglês, embora este exija maior quantidade de trabalho na Grã-Bretanha, pois que com

da

comparados, embora

posto de que o au■ inento da produção e, conseqüentemente, da riqueza geral,

internacio

Dicesto Econômico

lhes é mais íavorá*

vel e troquem OS seus artigos pelítS mercadorias compl®" mentares da produ ção nacional.

do teorema com êsses elementos de com

dução de mercadorias, mediante a di

de 80 dias obtém, trocando, o que lhe

válida para as condições simplificadas

custaria 90.

que em princípio se usaN^im, mas, tam

A Inglaterra, nesse inter

câmbio, passa a obter com o serviço • de 100 dias o que lhe custaria 120. Am bos lucraram, embora Portugal, liipotèticamente, pudesse produzir ambas as coi sas em melhores condições.

Mas esse raciocínio de Ricardo é, ape

bém, entendida em todo o seu valor, impera igualmente para as mais com plicadas condições da moderna economia

de troca — diz (ele, acrescentando ainda: Quando certa mercadoria se im

porta a preço tal que com ela não possa

Mas há povos mais dotados de fa cilidades comparativas em vários ramos,

nas, uma primeira aproximação. A rea

competir a industria nacional e deslo

lidade integra-se de vários elementos

enquanto outros, menos felizes, expe

ção inicial do problema.

ca-se ou se impossibilita a sua produ ção, os meios desta se dirigirão para outros ramos em que possam render

rimentam "handícaps" correspondentes. Ainda assim, responde Ricardo, convém que o povo mais categorizado especia

lize-se naqüilo .que ô -capaz de produ zir melhor ei iiiais fàcilmente e troque

que aí foram excluídos para simplifica Fazendo in

tervir, no raciocínio, os dados das leis

mais e. portanto, obtenham melhor-pre-

da oferta e da procura, Stuart Mill (In

ço ou remuneração".

glaterra 1806-1873) concebeu a teoria afim, dita "dos valores internacionais".

Relacionando essas e outras contribuições'-

terminados ramos agrícolas cultivados

os frutos dessa'liproduçâo ■ privilegiada com o outro' pará' o-iqual deixará a ati

neste ponto do mundo ou habilidades

vidade menos favorável,• embora esta,

berler, eminente professor austríaco,' hb-'

E^s^ e a fundamentação econômica mas os defensores des

sa" pióliticapr^eferem insistir na baixa por

de Mill, Caimes, Taussig e outros aútò-"' ela"pfdvocada nos preços das mercadores que se ocuparam do assunto, Ha-'"

riag liti^ttadas, ò que, aliás, é eviden

te, "ttiUito embora.o fenômeno possa


28

Dicesto Econômico

oferecer maior ou menor intensidade, se gundo seja rígida ou elástica a procura, ou a oferta e o produto estejam sujeitos a custos crescentes ou decrescentes. Cla

ro que se o mercado interno fôr amplo, como o dos Estados Unidos, e incremenar se a produção indígena, .a própria concomencia dentro dele atenuará e até

poderá neutralizar a tendência à alta,

derivada dos direitos alfandegários. Haberler sublinha o contraste entre a cla

reza dos argumentos livre-cambistas. "cada um

dos quais constitui por si uma prova", e a falta

quer concepção ou juízo mota-cientifico (moral, religioso, político ele.).

Os argumentos econômicos cm prol do

DrcESTo Econômico

tou a renda nacional.

29

As importações

são oí gastos; as c.xportaçõos as receitas.

dos do protecionismo, fora desses cha vões fatigados. O mais célebre deles é,

Como podcrcrnos melhorar, como nação,

talvez, Friedrich List (1789-1846, Ale

protecionismo, por sua \ cz, são subdiw-

nossa situação, se fazemos diminuir nos

didos em de "short nin", mais nume

manha), homem de pensamento e ação — que lhe valeu prisões e exílios, inclu sive nos Estados Unidos — cuja incipien te indústria, na primeira metade do sé culo passado, talvez lhe houvesse ins

cia a acordos ou conven

sas receitas? Não 6, pois, um direito al fandegário, pior que um terremoto?" c) Aumento de capacidade aquisiti va — se uma classe protegida ganha di nheiro, gasta em rendimentos para as demais — argumento ironizado por Bastiat com a anedota do apelo dos pro dutores de artigos de* iluminação artifi

ções

cial contra a concorrência do sol;

rosos, e de "long run".

Digamos ime*

diatos e mediatos ou ao fim dc longo tempo.

No primeiro grupo, teríamos o perigo

dos monopólios internacionais, medidas de represálias contra dumping, resistên dc

comércio, ou

prêmios ã exportação. No

d) Proteção do trabalho nacional, de

de diafaneidade na dis

segundo grupo, a neces

rivado do primeiro e tão falso quanto

cussão protecionista, que "encerra, em parte, con

sidade de desenvolvimen to industrial etc.

êle: os trabalhadores, como consumido

tradições substanciais". Nesse, como noutros assuntos da economia, ha campo pacifico e não só surgem discussões em tômo da teoria dos cus

tos ou vantagens compa

radas, mas já houve até quem increpasse de so

fista a Haberler, cuja reputação

mundial

não

precisa ser enfatizada aqui.

precursor) esposada no "Sistema Nacio nal de Economia Política" (1.^ ed. 1841).

A sua obra obedece mais a

diretrizes políticas que econômicas, isto ó, o seu protecionismo, aliás moderado,

nismo são liminarmente inaceitáveis, errôneas e

lucro vai mais para o empresário) dos

de todo cegas de referên

oportunista e lúcido, visava o caso espe cial da Alemanha do século passado. Mas êle sustentou que faltam condições essenciais à indústria que não possa ini ciar-se com uma proteção alfandegária de 40 a 602 e sustentar-se, depois, com

ramos protegidos, em detrimento dos

202 a 302.

cia í\s relações econonu-

demais. Acha Taussig que êsses operá

alfandegários educativos ou de tutela,

Para Haberler, algu mas defesas do protecio

res, seriam despojados de quanto lu crassem como produtores ou fatôres da

produção. Em realidade, lucram apenas os operários (eles pouco, aliás, pois o

São os chamados direitos

cas, embora sejam essas

rios ganhariam os mesmos salários altos

as que maiores efeitos produzem na prática, nos Parlamentos e na opinio® pública. Figuram nesse

que encontraram repetição, mais tarde,

em produção para o qual o país fôsse

no próprio Stuart Mil], apóstolo do livre-

especificamente apto, mesmo sem pro Melhoria da balança c07nercial —

carabismo. Tais direitos seriam o apoio efêmero e limitado aos primeiros passos dos países jovens, que cedo os dispen

rol:

Os direitos aduaneiros são ineficientes

sariam, não se devendo dar aos seus

por si, e, além disso, uma balança co mercial desfavorável compatível com o

rão sempre com o artifício.

equilíbrio ou o saldo no balanço de pa

livTe-cambistas fazem concessões a êsse

gamentos (caso das nações velhas e

caso excepcionah A verdade é que os industriais acham, em geral, que nunca

a) O aumento de produção naciono^ nos ramos produzidos, o que é demons

III

trado pelos fatos, mas corresponde à

A defesa do protecionismo

queda dos demais ramos e, portanto, empobrecimento do conjunto do país;

Costumam dividir os vários argumen

pirado de início a tendência protecio nista (Ale.xander Hamilton seria seu

teção.

e)

ricas que cobriam o déficit da balança

produtores a esperança de que conta Muitos

b) Criação e fortalecimento do mer

comercial com os rendimentos das apli

chegou o dia de dispensar o airimo da-

cado interior, fato até certo ponto ver

cações do capital no estrangeiro ou ser viços a este prestados, como fretes, se

queles primeiros e inseguros passos. face dos resultados do protecionismo americano observado por êle "in

tos do protecionismo em duas classes:

dadeiro, mas contrabalançado pelo fe-

a) econômicos e b) extra-econóraicos

guros, turismos etc.).

(políticos, patrióticos, estratégicos etc.).

necimento do mercado exterior, pela re dução da produção exportável. Keynes,

É verdade que, como o próprio Haber

que aliás faz concessões ao protecionis

cadorias suntuárias — é contraproducente

ler o reconhece, nenhum ideal pura

mo em certos casos de "sliort.run", des-

porque desloca a atividade nacional de

mente econômico é suscetível de funda

tróí êsse argumento: "O protecionismo

produção das coisas úteis para as de

mentar-se pela economia cientificamen te considerada sem partir-se de qual

vê, no protecionismo, meio de poupar

deve provar que não 5Ó. proporcionou mais trabalho, mas que também aumen-

luxo.

os custos de transportes pelo consumo

f)

Repressão às importações de mer

Mas há defensores ilustres e respéita-

Marshall confessou o seu desencanto em loco".

Hemy C. Carey (E. U. A. 1793-1879)

vizinho à produção, assim como a re-


28

Dicesto Econômico

oferecer maior ou menor intensidade, se gundo seja rígida ou elástica a procura, ou a oferta e o produto estejam sujeitos a custos crescentes ou decrescentes. Cla

ro que se o mercado interno fôr amplo, como o dos Estados Unidos, e incremenar se a produção indígena, .a própria concomencia dentro dele atenuará e até

poderá neutralizar a tendência à alta,

derivada dos direitos alfandegários. Haberler sublinha o contraste entre a cla

reza dos argumentos livre-cambistas. "cada um

dos quais constitui por si uma prova", e a falta

quer concepção ou juízo mota-cientifico (moral, religioso, político ele.).

Os argumentos econômicos cm prol do

DrcESTo Econômico

tou a renda nacional.

29

As importações

são oí gastos; as c.xportaçõos as receitas.

dos do protecionismo, fora desses cha vões fatigados. O mais célebre deles é,

Como podcrcrnos melhorar, como nação,

talvez, Friedrich List (1789-1846, Ale

protecionismo, por sua \ cz, são subdiw-

nossa situação, se fazemos diminuir nos

didos em de "short nin", mais nume

manha), homem de pensamento e ação — que lhe valeu prisões e exílios, inclu sive nos Estados Unidos — cuja incipien te indústria, na primeira metade do sé culo passado, talvez lhe houvesse ins

cia a acordos ou conven

sas receitas? Não 6, pois, um direito al fandegário, pior que um terremoto?" c) Aumento de capacidade aquisiti va — se uma classe protegida ganha di nheiro, gasta em rendimentos para as demais — argumento ironizado por Bastiat com a anedota do apelo dos pro dutores de artigos de* iluminação artifi

ções

cial contra a concorrência do sol;

rosos, e de "long run".

Digamos ime*

diatos e mediatos ou ao fim dc longo tempo.

No primeiro grupo, teríamos o perigo

dos monopólios internacionais, medidas de represálias contra dumping, resistên dc

comércio, ou

prêmios ã exportação. No

d) Proteção do trabalho nacional, de

de diafaneidade na dis

segundo grupo, a neces

rivado do primeiro e tão falso quanto

cussão protecionista, que "encerra, em parte, con

sidade de desenvolvimen to industrial etc.

êle: os trabalhadores, como consumido

tradições substanciais". Nesse, como noutros assuntos da economia, ha campo pacifico e não só surgem discussões em tômo da teoria dos cus

tos ou vantagens compa

radas, mas já houve até quem increpasse de so

fista a Haberler, cuja reputação

mundial

não

precisa ser enfatizada aqui.

precursor) esposada no "Sistema Nacio nal de Economia Política" (1.^ ed. 1841).

A sua obra obedece mais a

diretrizes políticas que econômicas, isto ó, o seu protecionismo, aliás moderado,

nismo são liminarmente inaceitáveis, errôneas e

lucro vai mais para o empresário) dos

de todo cegas de referên

oportunista e lúcido, visava o caso espe cial da Alemanha do século passado. Mas êle sustentou que faltam condições essenciais à indústria que não possa ini ciar-se com uma proteção alfandegária de 40 a 602 e sustentar-se, depois, com

ramos protegidos, em detrimento dos

202 a 302.

cia í\s relações econonu-

demais. Acha Taussig que êsses operá

alfandegários educativos ou de tutela,

Para Haberler, algu mas defesas do protecio

res, seriam despojados de quanto lu crassem como produtores ou fatôres da

produção. Em realidade, lucram apenas os operários (eles pouco, aliás, pois o

São os chamados direitos

cas, embora sejam essas

rios ganhariam os mesmos salários altos

as que maiores efeitos produzem na prática, nos Parlamentos e na opinio® pública. Figuram nesse

que encontraram repetição, mais tarde,

em produção para o qual o país fôsse

no próprio Stuart Mil], apóstolo do livre-

especificamente apto, mesmo sem pro Melhoria da balança c07nercial —

carabismo. Tais direitos seriam o apoio efêmero e limitado aos primeiros passos dos países jovens, que cedo os dispen

rol:

Os direitos aduaneiros são ineficientes

sariam, não se devendo dar aos seus

por si, e, além disso, uma balança co mercial desfavorável compatível com o

rão sempre com o artifício.

equilíbrio ou o saldo no balanço de pa

livTe-cambistas fazem concessões a êsse

gamentos (caso das nações velhas e

caso excepcionah A verdade é que os industriais acham, em geral, que nunca

a) O aumento de produção naciono^ nos ramos produzidos, o que é demons

III

trado pelos fatos, mas corresponde à

A defesa do protecionismo

queda dos demais ramos e, portanto, empobrecimento do conjunto do país;

Costumam dividir os vários argumen

pirado de início a tendência protecio nista (Ale.xander Hamilton seria seu

teção.

e)

ricas que cobriam o déficit da balança

produtores a esperança de que conta Muitos

b) Criação e fortalecimento do mer

comercial com os rendimentos das apli

chegou o dia de dispensar o airimo da-

cado interior, fato até certo ponto ver

cações do capital no estrangeiro ou ser viços a este prestados, como fretes, se

queles primeiros e inseguros passos. face dos resultados do protecionismo americano observado por êle "in

tos do protecionismo em duas classes:

dadeiro, mas contrabalançado pelo fe-

a) econômicos e b) extra-econóraicos

guros, turismos etc.).

(políticos, patrióticos, estratégicos etc.).

necimento do mercado exterior, pela re dução da produção exportável. Keynes,

É verdade que, como o próprio Haber

que aliás faz concessões ao protecionis

cadorias suntuárias — é contraproducente

ler o reconhece, nenhum ideal pura

mo em certos casos de "sliort.run", des-

porque desloca a atividade nacional de

mente econômico é suscetível de funda

tróí êsse argumento: "O protecionismo

produção das coisas úteis para as de

mentar-se pela economia cientificamen te considerada sem partir-se de qual

vê, no protecionismo, meio de poupar

deve provar que não 5Ó. proporcionou mais trabalho, mas que também aumen-

luxo.

os custos de transportes pelo consumo

f)

Repressão às importações de mer

Mas há defensores ilustres e respéita-

Marshall confessou o seu desencanto em loco".

Hemy C. Carey (E. U. A. 1793-1879)

vizinho à produção, assim como a re-


30

cuperação dos resíduos desta sob

Dicesto Econó-noco ' a

etc., em momentos especiais da hi.stória

forma de adubos. Seu protecionismo c, talvez, mais agrícola do que industrial,

de cada país.

mas temporário. O seu pensamento se

que, cm certas circunsluncias, fora de cogitações econômicas, direitos limitados

enquadra no de tipo político-oportunista e pobre de valor científico. Os mes

mos reprocbes cabem a outro protecio nista, S. Patten (E. U. A. 1852-1922)

havido como confuso naquilo em que não reflete List e Carey. Manoilesco, nos últimos anos, preten de ter destruído o princípio dos custos comparados e, com isso, a viga mestra do livre-câmbio. O seu protecionismo se^ funda na maior produtividade da in-

^ dústria, como se esta, em globo, pudes

se prosperar sem base nas atividades

agrícolas. Aliás, essa tese já fora sus tentada antes por outros protecionistas. Outès considerou-a uma teoria "simplista e fantasista".

Outros invocam as leis de repercus são do imposto, afirmando que os di reitos são suportados pelos produtores estrangeiros, porque os forçam a baixar os preços quanto baste a neutralizar o

tributo, Êsse argumento é válido ape nas em casos excepcionais, quando há excesso de oferta rígida e elasticidade da procura. Em regra, importa-se o necessário e, portanto, há rigidez da procura. Ainda outros admitem espo radicamente o direito protecionista em certas emergências, como ocasional abun

dância de safra etc. Keynes entra nesse número relativamente a certas circuns

Dentro desse ponto-de-vista, admitem seriam comprccnsivcis c justificados pa ra: a) fomento das indústrias essen

ciais ("Keij indi(.slrics" ou "picolal industrie/i"}, cuja inexistência poderia ser

utilização mais racional dos recursos na turais, a maior satisfação das necessida des humanas. Do outro lado, os pro tecionistas mantêm uma posição inex

do trabalho se organizasse em escala

mundo dividido em nações, cada uma

vana acolheram negociadores que se reúnem e apartam-se depois de escassos

das quais empenhada em garantir a sua Segurança c sustentar a sua independên cia, o.s podcrcs públicos cometeriam gra

os "subsídios à c.vportação", dados às

sibilitada de subsistir e defender-so no

a rccon\'ersão etc.; d) para compelir governos estrangeiros à assinatura de

aproxime de nosso tempo os ideais da quela imensa oficina em que a dhdsão internacional: Londres, Genebra e Ha

ve temeridade se se entregassem sem cau

c) para mitigação de choques de tran sição, quando uma indústria inadequada está condenada ao desaparecimento ou

de cada govêmo um compromisso que

pugnável quando afirmam que, num

fatal em ca.so dc guerra, bloqueio, ou noutro de comparável gra\-idadc; b) co mo defesa contra o "dumping" e contra mercadorias estrangeiras concorrentes;

31

Dicesto Econômico

resultados. IV

tela nem reserva a uma especialização que arriscaria a deixar a nação impos

dia em que a supervcniôncia da guerra deslocasse aquela oficina internacional". E se assim pensa o prefaciador, o economista prefaciado, concedendo em bora que o livro-cambismo raia pela

O êxito da industríalizaçõo

A despeito dêsse debate secular, ain

da hoje há quem acredite sinceramen te nos milagres do protecionismo e não recue diante de quaisquer sacrifíciospara levá-lo às suas últimas conseqüên cias.

utopia e que a prote

Claro que não nos

tratados ou corft'ençõcs de comércio. Se do ponto-de-vista econômico os

ção estimula a produ ção nacional, põe em

referimos

direitos alfandegários encarecem não só as mercadorias estrangeiras, mas tam bém, quase sempre, as similares nacio

relêvo quanto ela sa

consciente ou incons

crifica o consumidor,

cientemente, são ins

baixa o padrão de vi da dos povos, concor

pirados por interesses

nais, do ponto-de-vista fiscal tiram do

nal, aterra pela sua "ação malfazeja, ver

res defensores.

dadeiramente

O eminente Prof. G. Pirou, falecido há dois anos, ao prefaciar a obra ou

sada e irreverente de um jovem estudio so dôsses problemas, o Dr. Damalas,

ção descontrolada, e,

no plano internacio

ta".

| ^ '

polísticas para maior lucro em determinada atividade

fabril

ou

rural.

Há quem acredite

nefas

E disso conclui

que,

pessoais e visam ape nas condições mono-

re para a superprodu

rendimento de todos para opulentar al' guns. Isso, aliás, pode ser corrigido por impostos pessoais progressivos sôbre a renda e a herança, de que o grande industrial Andrew Camegie foi dos maio

aos

nos efeitos miraculo

sos dos direitos alfan

agnòsticamente que "não há julgamento

degários protecionistas

possível nessa contro

e,

vérsia

exalte-se em sua de

secular,

mais

por

patriotismo,

tâncias específicas da Inglaterra no pós-

constatava melancòlicamente que, so bre eles, não estamos hoje mais avan

guerra.

çados do que no século XIX: "Os li

tagarelice ôca".

É dificílimo reunir todos os argumen tos em favor do protecionismo, já que,

berais mostraram dc maneira irrefutá

rado objetivamente, e não uma teoria

um instante de meditação fria e serena.

a defender-se.

Se a tarifa protetora operasse; como a

vel que a abolição das barreiras alfan

como se acentuou acima, vários dêles' degárias, transformando o mundo numa têm caráter meta-científico e extra-eco-

vasta oficina internacional, beneficiaria

nómico, resultante de determinadas ati

os homens com a divisão do trabalho

tudes políticas, como defesa nacional

em escala mundial e realizaria com a

comparável

a

uma

Para êle, o protecio

nismo é apenas um fato a ser conside

O mimdo, mal convalescido da última

guerra, sente aquela" "ação malfazeja" do protecionismo e tenta debalde obter

fesa, fechando os ou

vidos a quaisquer contestações. A esses crentes de boa fé convém

varinha mágica, o encantamento de um país, nenhum existiria, no mundo de hoje, destituído de tôdas as indústrias.


30

cuperação dos resíduos desta sob

Dicesto Econó-noco ' a

etc., em momentos especiais da hi.stória

forma de adubos. Seu protecionismo c, talvez, mais agrícola do que industrial,

de cada país.

mas temporário. O seu pensamento se

que, cm certas circunsluncias, fora de cogitações econômicas, direitos limitados

enquadra no de tipo político-oportunista e pobre de valor científico. Os mes

mos reprocbes cabem a outro protecio nista, S. Patten (E. U. A. 1852-1922)

havido como confuso naquilo em que não reflete List e Carey. Manoilesco, nos últimos anos, preten de ter destruído o princípio dos custos comparados e, com isso, a viga mestra do livre-câmbio. O seu protecionismo se^ funda na maior produtividade da in-

^ dústria, como se esta, em globo, pudes

se prosperar sem base nas atividades

agrícolas. Aliás, essa tese já fora sus tentada antes por outros protecionistas. Outès considerou-a uma teoria "simplista e fantasista".

Outros invocam as leis de repercus são do imposto, afirmando que os di reitos são suportados pelos produtores estrangeiros, porque os forçam a baixar os preços quanto baste a neutralizar o

tributo, Êsse argumento é válido ape nas em casos excepcionais, quando há excesso de oferta rígida e elasticidade da procura. Em regra, importa-se o necessário e, portanto, há rigidez da procura. Ainda outros admitem espo radicamente o direito protecionista em certas emergências, como ocasional abun

dância de safra etc. Keynes entra nesse número relativamente a certas circuns

Dentro desse ponto-de-vista, admitem seriam comprccnsivcis c justificados pa ra: a) fomento das indústrias essen

ciais ("Keij indi(.slrics" ou "picolal industrie/i"}, cuja inexistência poderia ser

utilização mais racional dos recursos na turais, a maior satisfação das necessida des humanas. Do outro lado, os pro tecionistas mantêm uma posição inex

do trabalho se organizasse em escala

mundo dividido em nações, cada uma

vana acolheram negociadores que se reúnem e apartam-se depois de escassos

das quais empenhada em garantir a sua Segurança c sustentar a sua independên cia, o.s podcrcs públicos cometeriam gra

os "subsídios à c.vportação", dados às

sibilitada de subsistir e defender-so no

a rccon\'ersão etc.; d) para compelir governos estrangeiros à assinatura de

aproxime de nosso tempo os ideais da quela imensa oficina em que a dhdsão internacional: Londres, Genebra e Ha

ve temeridade se se entregassem sem cau

c) para mitigação de choques de tran sição, quando uma indústria inadequada está condenada ao desaparecimento ou

de cada govêmo um compromisso que

pugnável quando afirmam que, num

fatal em ca.so dc guerra, bloqueio, ou noutro de comparável gra\-idadc; b) co mo defesa contra o "dumping" e contra mercadorias estrangeiras concorrentes;

31

Dicesto Econômico

resultados. IV

tela nem reserva a uma especialização que arriscaria a deixar a nação impos

dia em que a supervcniôncia da guerra deslocasse aquela oficina internacional". E se assim pensa o prefaciador, o economista prefaciado, concedendo em bora que o livro-cambismo raia pela

O êxito da industríalizaçõo

A despeito dêsse debate secular, ain

da hoje há quem acredite sinceramen te nos milagres do protecionismo e não recue diante de quaisquer sacrifíciospara levá-lo às suas últimas conseqüên cias.

utopia e que a prote

Claro que não nos

tratados ou corft'ençõcs de comércio. Se do ponto-de-vista econômico os

ção estimula a produ ção nacional, põe em

referimos

direitos alfandegários encarecem não só as mercadorias estrangeiras, mas tam bém, quase sempre, as similares nacio

relêvo quanto ela sa

consciente ou incons

crifica o consumidor,

cientemente, são ins

baixa o padrão de vi da dos povos, concor

pirados por interesses

nais, do ponto-de-vista fiscal tiram do

nal, aterra pela sua "ação malfazeja, ver

res defensores.

dadeiramente

O eminente Prof. G. Pirou, falecido há dois anos, ao prefaciar a obra ou

sada e irreverente de um jovem estudio so dôsses problemas, o Dr. Damalas,

ção descontrolada, e,

no plano internacio

ta".

| ^ '

polísticas para maior lucro em determinada atividade

fabril

ou

rural.

Há quem acredite

nefas

E disso conclui

que,

pessoais e visam ape nas condições mono-

re para a superprodu

rendimento de todos para opulentar al' guns. Isso, aliás, pode ser corrigido por impostos pessoais progressivos sôbre a renda e a herança, de que o grande industrial Andrew Camegie foi dos maio

aos

nos efeitos miraculo

sos dos direitos alfan

agnòsticamente que "não há julgamento

degários protecionistas

possível nessa contro

e,

vérsia

exalte-se em sua de

secular,

mais

por

patriotismo,

tâncias específicas da Inglaterra no pós-

constatava melancòlicamente que, so bre eles, não estamos hoje mais avan

guerra.

çados do que no século XIX: "Os li

tagarelice ôca".

É dificílimo reunir todos os argumen tos em favor do protecionismo, já que,

berais mostraram dc maneira irrefutá

rado objetivamente, e não uma teoria

um instante de meditação fria e serena.

a defender-se.

Se a tarifa protetora operasse; como a

vel que a abolição das barreiras alfan

como se acentuou acima, vários dêles' degárias, transformando o mundo numa têm caráter meta-científico e extra-eco-

vasta oficina internacional, beneficiaria

nómico, resultante de determinadas ati

os homens com a divisão do trabalho

tudes políticas, como defesa nacional

em escala mundial e realizaria com a

comparável

a

uma

Para êle, o protecio

nismo é apenas um fato a ser conside

O mimdo, mal convalescido da última

guerra, sente aquela" "ação malfazeja" do protecionismo e tenta debalde obter

fesa, fechando os ou

vidos a quaisquer contestações. A esses crentes de boa fé convém

varinha mágica, o encantamento de um país, nenhum existiria, no mundo de hoje, destituído de tôdas as indústrias.


ptiw^

m 32

DrcESTO Econó.níico Dicesto Econômico

mas viveríamos todos em perfeita au

A Inglaterra, no século XIX, domi

33

nou os mercados do inundo com os pro

alto e generalizado de cultura técnica

instrução ocidental ràpidamento assi

sem o desejo de monopolizar para si o

dutos das suas manufaluras com a mais

e científica.

milada.

mercado interno.

liberal das tarifas.

tarquia, porque não há povo civilizado Há mais de um século, desde

tarifa

de Alves Branco, o Brasil aspira a ser potência industrial e nas quinze refor mas da pauta aduaneira, de então até hoje, já usou direitos mais drásticos do

que o das tarifas americanas mais agres sivas, como a Dingley (1897), a Paine-

A drich (1909) a Fordney-Mc. Cumber (1922) ou Hawley-Smoot (1930). Certamente que já existem algumas in dústrias apreciáveis no nosso parque, mas, em muitos outros casos — na maio

ria deles, talvez — elas são incapazes de afrontar a concorrência no mercado externo Vivem sob o ba'ão de oxi

gênio da proteção, e, fora de exceções honrosas, não suportam a dupla prova de fogo que as consagraria: — a do preço e da qualidade.

No curso do mesmo século, outros paí ses sairam da fase agrícola e industriaÜzaram-se rapidamente, enfrentando, na

quela prova do preço e da boa quali dade, os concorrentes nos vários merca

dos do mundo. Fabricam e exportam. A Alemanha, o Japão e- a Tchecoslová-

quia são exemplos dessa vitória que ain da não conseguimos. Recorreram ao protecionismo!

Sem

dúvida, mas nós muito mais do que eles e até antes de alguns deles.

Se o protecionismo por si só asseguras se o bom sucesso de indústrias, a China,

o Paraguai, a Bolívia e a Libéria seriam

potências manufatureiras. Sd se industrializam de forma vito

Objctar-se-á que

não tinha, então, concorrentes. A obje ção, em parte, c verdadeira, mus, não

deslrói a tese, pois se aquele país se industrializou antes dos demais, a pon

to de o próprio Napoleão ter sido obri gado a figurar entre os infratores do bloqueio continental, agradeça isso ao seu "amadurecimento", expressão com preensiva de vários fatores que se inte gram para o mesmo fim.

Amadurecimento significa ordem ju

rídica, paz interna, política rfioralizada, ambiente de confiança c in\nolabilidade de direitos: — a Inglaterra passou a tê-lo desde o fim do século XVlH. quando os reis se submeteram ao con trole do Parlamento e as finanças passa

é a verdade a ser compreendida por to

dos os protecionistas de boa ou de má fé.

triste e abatido, um povo não tem a

O caso americano é particularmente

vontade, a lucidez e a educação para as aventuras da indústria. Irá pouco além dos métodos rudimentares, com um

e.xpressivo, pois as tarifas pesadas pos teriores à guerra civil visavam fins fis cais e, paralelamente às fábricas, axmlta a riqueza rural. A liderança indus

século de atraso, enquanto a vida uni versitária intensa, lá fora, divoilga os co

nhecimentos da química, da física, da mineralogia e de outras ciências apli

cadas, sem ajuda das quais a humani dade não usufruiria os produtos oriun dos das técnicas modernas.

trial dos Estados Unidos brota do ter ritório imenso e ricamente dotado de

carvão, ferro, como a Inglaterra e a Alemanha, além de petróleo, alumínio, cobre e outras riquezas naturais inexis tentes nessas duas nações. Correntes imigratórias, em jacto contínuo, eleva ram a escassa população das treze co

A Alemanha, exemplo de industriali zação rápida e eficiente, em poucas de zenas de anos, demonstra isso. Uni

lônias aos 120 milhões do início do

ram-se primeiramente as pequenas na

século, para um mercado interno co

ções contíguas pela Zollverein (1830 em

lossal e de robusto poder aquisitivo. Segurança jurídica e liberdade segundo

diante) para criação do mercado interno. Essa medida foi vivamente pleiteada

as tradições britânicas.

Alto nível de

por List, que se não iludia acêrca dos

educação que, hoje, se expressa na cifra

Não é provável que, sob o regime do

limitados efeitos dos direitos protecio

de 205 universidades. Sem elas não se

presidente Morinigo ou Trujillo, surjam

século XIX, pelas palavras de Fíchte,

ram a ser administradas austeramente.

indústrias no Paraguai ou na Repúbli ca Dominicana.

Amadurecimento mqirime existência

e confiança de capitais indígenas, para

aplicação industrial, ou condições d® receptividade atrativa para os capitais

de fora. A indústria, sobretudo com a produção em série, é muito mais

exigente de capitais do que a agd" cultura.

Amadurecimento exige forte densida de demográfica, ao lado de grande e próspero mercado interno, num territó rio provido de recursos naturais e

de

suficiente utensill>agem nacional, isto é, portos, ferrovias, rodovias, comuni-

riosa os países amadurecidos econ^mica^ - • -cações e- transportes - baratos . e fáceis

política, moral e intelectualmente. Essa

Com verminose e malária,

etc.

Amadurecimento é sinônimo de povo

sadio, enérgico, inteligente, em nível

nistas.

Fustigada, desde o início do

que plantara nos coraçnes germânicos o desejo de buscar um destino mais alto através da educação, êsse povo, partin

do da união alfandegária, que lhe am pliou o mercado interno, alcançou a unidade política em 1870, congregan do a maior população européia depois

teria produzido a bomba atômica.

As

tarifas mais violentas e objeto de anátema universal atingiram a 33% (Ford ney-Mc Cumber Tariff Act) e a 40%

(Hawley-Smoot Tariff 1930), enquanto no Brasil, ainda hoje, há casos de 100% e já houve de 200%.

Quando se discutiu uma das reformas da tarifa, Taussig, professor da Harvard

da russa, e os mais altos níveis de cul

e, talvez, a maior competência americana

tura intelectual em todos os ramos da

nesse assunto, contestando os méritos do

ciência.

protecionismo, explicou, pela ferHlidade

Devido a esses fatores e não

ao secundário efeito das tarifas, apa

do solo e pela eficácia do trabalho de

receram nos mercados mundiais, con

seus concidadãos, a surpreendente pro dutividade geral do país. O espírito de invenção, a sagacidade, o impulso empreendedor, o modo de

correndo com os melhores, os produtos químicos, as aiúlinas, as máquinas, os aços alemães.

ao comércio do mundo ainda há menos

administração - diz êle - são de quaHdade mais elevada que nos países con

de século, e confinado nas suas ilhas,

correntes."

Do Japão, bárbaro e feudal, fechado vêm outras demonstrações da indus

trialização fundada na energia e na

"Mas o que importa •sobretudo é o que se pode chamar, à falta de meUior


ptiw^

m 32

DrcESTO Econó.níico Dicesto Econômico

mas viveríamos todos em perfeita au

A Inglaterra, no século XIX, domi

33

nou os mercados do inundo com os pro

alto e generalizado de cultura técnica

instrução ocidental ràpidamento assi

sem o desejo de monopolizar para si o

dutos das suas manufaluras com a mais

e científica.

milada.

mercado interno.

liberal das tarifas.

tarquia, porque não há povo civilizado Há mais de um século, desde

tarifa

de Alves Branco, o Brasil aspira a ser potência industrial e nas quinze refor mas da pauta aduaneira, de então até hoje, já usou direitos mais drásticos do

que o das tarifas americanas mais agres sivas, como a Dingley (1897), a Paine-

A drich (1909) a Fordney-Mc. Cumber (1922) ou Hawley-Smoot (1930). Certamente que já existem algumas in dústrias apreciáveis no nosso parque, mas, em muitos outros casos — na maio

ria deles, talvez — elas são incapazes de afrontar a concorrência no mercado externo Vivem sob o ba'ão de oxi

gênio da proteção, e, fora de exceções honrosas, não suportam a dupla prova de fogo que as consagraria: — a do preço e da qualidade.

No curso do mesmo século, outros paí ses sairam da fase agrícola e industriaÜzaram-se rapidamente, enfrentando, na

quela prova do preço e da boa quali dade, os concorrentes nos vários merca

dos do mundo. Fabricam e exportam. A Alemanha, o Japão e- a Tchecoslová-

quia são exemplos dessa vitória que ain da não conseguimos. Recorreram ao protecionismo!

Sem

dúvida, mas nós muito mais do que eles e até antes de alguns deles.

Se o protecionismo por si só asseguras se o bom sucesso de indústrias, a China,

o Paraguai, a Bolívia e a Libéria seriam

potências manufatureiras. Sd se industrializam de forma vito

Objctar-se-á que

não tinha, então, concorrentes. A obje ção, em parte, c verdadeira, mus, não

deslrói a tese, pois se aquele país se industrializou antes dos demais, a pon

to de o próprio Napoleão ter sido obri gado a figurar entre os infratores do bloqueio continental, agradeça isso ao seu "amadurecimento", expressão com preensiva de vários fatores que se inte gram para o mesmo fim.

Amadurecimento significa ordem ju

rídica, paz interna, política rfioralizada, ambiente de confiança c in\nolabilidade de direitos: — a Inglaterra passou a tê-lo desde o fim do século XVlH. quando os reis se submeteram ao con trole do Parlamento e as finanças passa

é a verdade a ser compreendida por to

dos os protecionistas de boa ou de má fé.

triste e abatido, um povo não tem a

O caso americano é particularmente

vontade, a lucidez e a educação para as aventuras da indústria. Irá pouco além dos métodos rudimentares, com um

e.xpressivo, pois as tarifas pesadas pos teriores à guerra civil visavam fins fis cais e, paralelamente às fábricas, axmlta a riqueza rural. A liderança indus

século de atraso, enquanto a vida uni versitária intensa, lá fora, divoilga os co

nhecimentos da química, da física, da mineralogia e de outras ciências apli

cadas, sem ajuda das quais a humani dade não usufruiria os produtos oriun dos das técnicas modernas.

trial dos Estados Unidos brota do ter ritório imenso e ricamente dotado de

carvão, ferro, como a Inglaterra e a Alemanha, além de petróleo, alumínio, cobre e outras riquezas naturais inexis tentes nessas duas nações. Correntes imigratórias, em jacto contínuo, eleva ram a escassa população das treze co

A Alemanha, exemplo de industriali zação rápida e eficiente, em poucas de zenas de anos, demonstra isso. Uni

lônias aos 120 milhões do início do

ram-se primeiramente as pequenas na

século, para um mercado interno co

ções contíguas pela Zollverein (1830 em

lossal e de robusto poder aquisitivo. Segurança jurídica e liberdade segundo

diante) para criação do mercado interno. Essa medida foi vivamente pleiteada

as tradições britânicas.

Alto nível de

por List, que se não iludia acêrca dos

educação que, hoje, se expressa na cifra

Não é provável que, sob o regime do

limitados efeitos dos direitos protecio

de 205 universidades. Sem elas não se

presidente Morinigo ou Trujillo, surjam

século XIX, pelas palavras de Fíchte,

ram a ser administradas austeramente.

indústrias no Paraguai ou na Repúbli ca Dominicana.

Amadurecimento mqirime existência

e confiança de capitais indígenas, para

aplicação industrial, ou condições d® receptividade atrativa para os capitais

de fora. A indústria, sobretudo com a produção em série, é muito mais

exigente de capitais do que a agd" cultura.

Amadurecimento exige forte densida de demográfica, ao lado de grande e próspero mercado interno, num territó rio provido de recursos naturais e

de

suficiente utensill>agem nacional, isto é, portos, ferrovias, rodovias, comuni-

riosa os países amadurecidos econ^mica^ - • -cações e- transportes - baratos . e fáceis

política, moral e intelectualmente. Essa

Com verminose e malária,

etc.

Amadurecimento é sinônimo de povo

sadio, enérgico, inteligente, em nível

nistas.

Fustigada, desde o início do

que plantara nos coraçnes germânicos o desejo de buscar um destino mais alto através da educação, êsse povo, partin

do da união alfandegária, que lhe am pliou o mercado interno, alcançou a unidade política em 1870, congregan do a maior população européia depois

teria produzido a bomba atômica.

As

tarifas mais violentas e objeto de anátema universal atingiram a 33% (Ford ney-Mc Cumber Tariff Act) e a 40%

(Hawley-Smoot Tariff 1930), enquanto no Brasil, ainda hoje, há casos de 100% e já houve de 200%.

Quando se discutiu uma das reformas da tarifa, Taussig, professor da Harvard

da russa, e os mais altos níveis de cul

e, talvez, a maior competência americana

tura intelectual em todos os ramos da

nesse assunto, contestando os méritos do

ciência.

protecionismo, explicou, pela ferHlidade

Devido a esses fatores e não

ao secundário efeito das tarifas, apa

do solo e pela eficácia do trabalho de

receram nos mercados mundiais, con

seus concidadãos, a surpreendente pro dutividade geral do país. O espírito de invenção, a sagacidade, o impulso empreendedor, o modo de

correndo com os melhores, os produtos químicos, as aiúlinas, as máquinas, os aços alemães.

ao comércio do mundo ainda há menos

administração - diz êle - são de quaHdade mais elevada que nos países con

de século, e confinado nas suas ilhas,

correntes."

Do Japão, bárbaro e feudal, fechado vêm outras demonstrações da indus

trialização fundada na energia e na

"Mas o que importa •sobretudo é o que se pode chamar, à falta de meUior


►rr-^Mq

DlfJ

IPII,..., .. rfuricM g^ral (Ia iiidustug. ,sh.

r, ü resultado acuinulado de todos os

fatores, se reunidos para fazer com que o trabalho dum povo forneça um ren dimento físico determinado. E dentre êsses fatores cabe lugar de relôvo a di reção o à admini.stração. Os liomens de

negocio da América e.xtracm de seus estabelecimentos, com o mesmo volume de capital e de mão-de-obra, mais do que os estrangeiros^ e iss<i não somente,

nsoMici

p.ii>es tUHi'. .iv.uiç.uios II.I pii'tlii<..Hi fa-

c-urso clutn século rccobcnios apena.s •}.000.000 do imigrantes, cncpianto os

Estados Unidos multiplicaram «-s-sc núIlUTÜ.

ou in^smo ac.ma de tudo. porque seus senos e hábeis, mas devido

nho para o progresso econômico mais célere, sem malogros evüáveis nem ilu

ri dade

da

administra-

a superio

ção."

"As indústrias manu-

fatureiras são capazes

sões csié-reis.

"calcanhar clc Aquiles" da

ricano de salários, não porque estejam apoia

de sugestões para tor

ra, mas porque seu ren

dimento

por

unidade

de trabalho é conside rável."

Essas ponderações judiciosas

convidam

a

pensar na observação de que as indiístrias mais sólidas e flores

centes do nosso país. excetuados casos isola

dos de usinas de açúcar e poucos mais, foram

fundadas e são dirigidas por estrangeiros

rico

indiistría

naciona.!.

ao mesmo

tempo

É tí

pica a cinprésa fabril de pequena pro priedade individual, c," além disso', as socicdadc.s

anônimas

industriais

dt! uma só lamília ou grupos de poucas pes.soa.s.

De S.OOO estabejecinientos ar

rolados em 1938. apenas 29?- emprega

vam mais lie 12 operários. Aquele economista do Departamento

trerilc se rpiiser alcançar rápida indus-

fjliilo- "BraziPs

Iriali/ação.

Econo-

my iii the War and After" (no livro "Economic Problcms of La*

tin América", coorde

nado por .Seymoiir Hnrris. 1944. pág. 273^ a 302). O autor, chefe de

"staff"

da

Missão

Técnica Americ.ma, de 1942 a 1943, observou

pessoalmente

a

nossa

indústria começa a desenvolver-se a par

duz a crer que nosso povo, por en

tir de 1890, sob o duplo e.stímulo da abolição da escravatura, que possibilita o mercado intenio, e da pro.speridade derivada das {«portações do café. As duas guerras :1014 e 1939 marcam as duas eiapari seguintes de expansão

mente abrir os porto.s à imigração de

mai.s de um ano de curso escolar.

Convin Ecbvarcls sob o

geiros na 1.^ ou 2.® geração. Isso con

industrializar, deverá larga e liberal

fábricas de São

Paulo, as mais importantes do país — diz b observador — em regra, não tèm

i..ÜO()

Os invesliaienlos são desencorajados por várias restrições à atividade profissional ou à propriedade de estrangeiros. Em quarto lugar, Corvvin Edvvards coloca a

insuíiciêncra da

mão-de-obra

adequada, quer pela qualidade, quer

pela quantidade.

Os Operários da.s

lie Estudo enfilcira os principais obstá

ou brasileiros descendentes de estran

cia", aludida por Taussig e, se se quiser

A

boi c da enxada.

ná-lo invulneráv'el, en contra-se no ensaio de

economia "iu loco", ouviu peritos e con sultou largo documentário. A nossa

gano, ainda está privado claquela.s qua lidades pessoai.s geradoras cia "eficá

f

palemalisia, que ainda reflete a esora-

\ klao (! nem .se desprendeu do cano de

sao. na maioria, compostas de membros

Penetrante estudo do

de pagar o nível ame das pela tarifa aduanei

ínfancia indu.slrial ein meio a uma so

ciedade de tipo agrícola autoritário o

Os povos cIcMMu ou\íi- também "nosce te ipstim", sem irritação nciu

EcoNÓ^nco

fabril, iuuit(j embora, a ilespeólo dela, estejamos ainda mis prijuciros passos de

(iril. a fini dc iraiisplantcin hábitos, atitudes, .segredos c tttnicas indispensávci.s à alisídacle manufatureira. N'ü

de.sànimo. Conlicccr nossos erros, tlcficiéncia.s e falhas, coii.slilui outro cami

trabalhadores sao mais fones, ou mais

];;)ir.p.'; IO

culos que o Brasil devo afastar de sua

Ii,m jirimeivo lugar, salienia a falta ik' tran.spoites. inclusive equipamento cios portos V UK'i(is de comunicação existen tes'. .A segunda clifioulclacle reside na

ialta de combustíveis, pois o carvão na cional 6 pobre e distante da área indiis-

Precisaríamos de imigrantes, mas, as nossas leis e praxes administrativas pra

ticamente impedem a imigração de ope rários. Os traballiadores nacionais resscnlem-sc de falta de treinamento edu

cacional c técnica para ocupações da indústria. Acha o observador que não contamos com mestres, capatazcs, nem

engenheiros e contadores ou outros espe cialistas.

Afinna que pela falta de

engenheiros temos de recorrer aos téclíicos estrangeiros para plantas, assim

como pela falta de contadores não co nhecemos o cálculo do custo de pro dução nem o aplicamos correntemente para os v ários resultados. .\ solução seria um considerável alargainenlo do sistema de educação técnica e vigoroso desenvol vimento de novos planos de escolas es

pecializadas para termos empregados há,heis. Heíere a influência dos baixos salá

rios sòbre a fraca produtividade do tra

Irializada, i- continuamos dependentes da importação de óleo. líasolina c que

balhador brasileiro, que. além disso.- su porta preços mais elevados do que o ame

rosene.

ricano para as coisas essenciais à vida. Por essa barateza do trabalho não há

O terceiro embaraço jaz na escassez

de capitai, tanto estrangeiro quanto in dígena. Êste é pouco e desconfiado em

!"elação às indústrias, preferindo espe-

eukiçoe.^ imobiliárias, apólices etc., ao invés de ações e clebêntures tias so

ciedades anôníma.s fabri.s, Os capitais de fora temem a contínua desvalorização da moeda e certas medidas da legislação brasileira (iinj)ostos sobre as remessas jj.íra o pxieríor. euiitrôie de cambio ele.,).

incentivo para o uso de máquinas. E com salários baixos não há poder aqui sitivo do mercado imerno.

Pondera também a falia de organiza ção racional das fábricas, de modo a

evitar operações supérfluas, diversifica

ção de artigos etc., evitáveis pela pro dução em linlia ou outros processos. Ineficiência de métodos, enfim. Outro velho defeito da indústria c tio


►rr-^Mq

DlfJ

IPII,..., .. rfuricM g^ral (Ia iiidustug. ,sh.

r, ü resultado acuinulado de todos os

fatores, se reunidos para fazer com que o trabalho dum povo forneça um ren dimento físico determinado. E dentre êsses fatores cabe lugar de relôvo a di reção o à admini.stração. Os liomens de

negocio da América e.xtracm de seus estabelecimentos, com o mesmo volume de capital e de mão-de-obra, mais do que os estrangeiros^ e iss<i não somente,

nsoMici

p.ii>es tUHi'. .iv.uiç.uios II.I pii'tlii<..Hi fa-

c-urso clutn século rccobcnios apena.s •}.000.000 do imigrantes, cncpianto os

Estados Unidos multiplicaram «-s-sc núIlUTÜ.

ou in^smo ac.ma de tudo. porque seus senos e hábeis, mas devido

nho para o progresso econômico mais célere, sem malogros evüáveis nem ilu

ri dade

da

administra-

a superio

ção."

"As indústrias manu-

fatureiras são capazes

sões csié-reis.

"calcanhar clc Aquiles" da

ricano de salários, não porque estejam apoia

de sugestões para tor

ra, mas porque seu ren

dimento

por

unidade

de trabalho é conside rável."

Essas ponderações judiciosas

convidam

a

pensar na observação de que as indiístrias mais sólidas e flores

centes do nosso país. excetuados casos isola

dos de usinas de açúcar e poucos mais, foram

fundadas e são dirigidas por estrangeiros

rico

indiistría

naciona.!.

ao mesmo

tempo

É tí

pica a cinprésa fabril de pequena pro priedade individual, c," além disso', as socicdadc.s

anônimas

industriais

dt! uma só lamília ou grupos de poucas pes.soa.s.

De S.OOO estabejecinientos ar

rolados em 1938. apenas 29?- emprega

vam mais lie 12 operários. Aquele economista do Departamento

trerilc se rpiiser alcançar rápida indus-

fjliilo- "BraziPs

Iriali/ação.

Econo-

my iii the War and After" (no livro "Economic Problcms of La*

tin América", coorde

nado por .Seymoiir Hnrris. 1944. pág. 273^ a 302). O autor, chefe de

"staff"

da

Missão

Técnica Americ.ma, de 1942 a 1943, observou

pessoalmente

a

nossa

indústria começa a desenvolver-se a par

duz a crer que nosso povo, por en

tir de 1890, sob o duplo e.stímulo da abolição da escravatura, que possibilita o mercado intenio, e da pro.speridade derivada das {«portações do café. As duas guerras :1014 e 1939 marcam as duas eiapari seguintes de expansão

mente abrir os porto.s à imigração de

mai.s de um ano de curso escolar.

Convin Ecbvarcls sob o

geiros na 1.^ ou 2.® geração. Isso con

industrializar, deverá larga e liberal

fábricas de São

Paulo, as mais importantes do país — diz b observador — em regra, não tèm

i..ÜO()

Os invesliaienlos são desencorajados por várias restrições à atividade profissional ou à propriedade de estrangeiros. Em quarto lugar, Corvvin Edvvards coloca a

insuíiciêncra da

mão-de-obra

adequada, quer pela qualidade, quer

pela quantidade.

Os Operários da.s

lie Estudo enfilcira os principais obstá

ou brasileiros descendentes de estran

cia", aludida por Taussig e, se se quiser

A

boi c da enxada.

ná-lo invulneráv'el, en contra-se no ensaio de

economia "iu loco", ouviu peritos e con sultou largo documentário. A nossa

gano, ainda está privado claquela.s qua lidades pessoai.s geradoras cia "eficá

f

palemalisia, que ainda reflete a esora-

\ klao (! nem .se desprendeu do cano de

sao. na maioria, compostas de membros

Penetrante estudo do

de pagar o nível ame das pela tarifa aduanei

ínfancia indu.slrial ein meio a uma so

ciedade de tipo agrícola autoritário o

Os povos cIcMMu ou\íi- também "nosce te ipstim", sem irritação nciu

EcoNÓ^nco

fabril, iuuit(j embora, a ilespeólo dela, estejamos ainda mis prijuciros passos de

(iril. a fini dc iraiisplantcin hábitos, atitudes, .segredos c tttnicas indispensávci.s à alisídacle manufatureira. N'ü

de.sànimo. Conlicccr nossos erros, tlcficiéncia.s e falhas, coii.slilui outro cami

trabalhadores sao mais fones, ou mais

];;)ir.p.'; IO

culos que o Brasil devo afastar de sua

Ii,m jirimeivo lugar, salienia a falta ik' tran.spoites. inclusive equipamento cios portos V UK'i(is de comunicação existen tes'. .A segunda clifioulclacle reside na

ialta de combustíveis, pois o carvão na cional 6 pobre e distante da área indiis-

Precisaríamos de imigrantes, mas, as nossas leis e praxes administrativas pra

ticamente impedem a imigração de ope rários. Os traballiadores nacionais resscnlem-sc de falta de treinamento edu

cacional c técnica para ocupações da indústria. Acha o observador que não contamos com mestres, capatazcs, nem

engenheiros e contadores ou outros espe cialistas.

Afinna que pela falta de

engenheiros temos de recorrer aos téclíicos estrangeiros para plantas, assim

como pela falta de contadores não co nhecemos o cálculo do custo de pro dução nem o aplicamos correntemente para os v ários resultados. .\ solução seria um considerável alargainenlo do sistema de educação técnica e vigoroso desenvol vimento de novos planos de escolas es

pecializadas para termos empregados há,heis. Heíere a influência dos baixos salá

rios sòbre a fraca produtividade do tra

Irializada, i- continuamos dependentes da importação de óleo. líasolina c que

balhador brasileiro, que. além disso.- su porta preços mais elevados do que o ame

rosene.

ricano para as coisas essenciais à vida. Por essa barateza do trabalho não há

O terceiro embaraço jaz na escassez

de capitai, tanto estrangeiro quanto in dígena. Êste é pouco e desconfiado em

!"elação às indústrias, preferindo espe-

eukiçoe.^ imobiliárias, apólices etc., ao invés de ações e clebêntures tias so

ciedades anôníma.s fabri.s, Os capitais de fora temem a contínua desvalorização da moeda e certas medidas da legislação brasileira (iinj)ostos sobre as remessas jj.íra o pxieríor. euiitrôie de cambio ele.,).

incentivo para o uso de máquinas. E com salários baixos não há poder aqui sitivo do mercado imerno.

Pondera também a falia de organiza ção racional das fábricas, de modo a

evitar operações supérfluas, diversifica

ção de artigos etc., evitáveis pela pro dução em linlia ou outros processos. Ineficiência de métodos, enfim. Outro velho defeito da indústria c tio


Dicesto Econômico

36

comércio no Brasil, Bdwards diagnosti ca lucidamente: — a cupidez de enor mes lucros pela elevação do preço cm escasso movimento, em lugar de buscá-

los no volume amplo e rotação rápida das operações.

Alude, escandalizado

aos lucros de 18 a 30% e. nesse parti cular, são notórios os exemplos de índi ces ainda mais altos.

Por último, critica o nosso sistema

nsca. que, pelo vasto uso de impostos indiretos (consumo, importação, vendas, s o), em contraste com a timidez dos

tnbutos diretos (renda, herança, territonal) restringe o mercado interno ani quilado pelos preços elevados. Êssc

mercado interno forte, para sustentáculo

da indústria, exige modificações fiscais no sentido de redução dos tributos que

agravam os preços das mercadorias. Êssc diagnóstico revela moléstia que se não pode curar com protecionismo. As medidas são outras e, com e.xceção da falta dc combustíveis, ressalvadas as

esperanças no petróleo, estão elas ao al cance dos industriais e estadistas brasi

leiros se, depois da necessária auto-crftica, se dedicarem resolutamente à re moção daqueles obstáculos, ásperos sem dúvida, mas nada insuperáveis. E, en

tão, o Brasil atingirá segura e racional mente o nível dc potência industriaUzada. Falar a verdade não c combater

a industrialização. Muito pelo contrano.

^ cccumuíaçãa daá Alde Sampaio

1 — Generalidades.

A sociedade humana, tornada de ín

dole econômica em eras imemoriais, pas sou da subsistência de colheita aos atos

do provisão o de produção, tendo em vista a manutenção futura. Com o gran de dcscnvoKimento técnico-cicntífico do

século passado vieram a progredir ràpidamente os meios de produção, ampliando-se de modo smpreendente o trabalho produtivo do homem, permitin

direto. É o ato de constituir estas sobras da

de forma progressiva com os bens acu mulados. Sem acumulação de riquezas de tôda sorte, a terra não comportaria a população dos países civilizados de hoje. Basta comparar o que ocorre na Bélgica com mais de duzentos e cinqüenta ha

bitantes por quilômetro quadrado, com o que ocorria antes da civilização nas

terras férteis e opulentas dos Estados Unidos da América do Norte, onde a

despeito das condições favoráveis da produção natui^al, ainda assim havia

apenas 83%. A despeito da depressão, a mecanização das lavouras progrediu na

mister de quatro quilômetros quadrados por cada habitante, para manutenção dos indígenas das ti-ibos selvagens (1). De modo que, até para o simples .sus

década iniciada em 1930. Por exemplo, havia 920.000 tratores nas lavouras em

tento da população, há necessidade de

1930. Em 1940, eram 1.570.000, somando 2.425.000 em janeiro de 1945. A se

que o produto do trabalho humano ex

cios e fibras de 67% desde 1910.

A produção agrícola do país é hoje 159% superior à de 1909-14, mas a mão-

de-obra empregada na agricultura registrou no aludido período um aumento de

leção de variedades de plantas com alto rendimento e a conservação do solo são

outros fatôres que têm favorecido o aumento da produção agrícola com menos ■mão-de-obra.

nomia Circulatória e de Economia Re-

pariitica", de autoria daquele ilustre parlamentar e economista

nham outro destino que não o consumo

ses, que a produção dc riqueza aumenta

novas técnicas de plantação e colheita elevaram a produção de gêneros alimentí

e que constitui um capítulo do livro prestes a ser publicado "Lições de Eco

de produzir e de prover, já então inver A observação, por seu lado, veio a mostrar, pelo e.xame dos fatos passados e pelo confronto entre os diversos paí

menos 8 milhões do que em 1932. Uma queda no volume da mão-de-obra aão implica, porém, em diminuição da produção agrícola. Máquinas modernas Ç

doutrinário, do professor Alde Sampaio,

do praticarem-se, em alta escala, os atos tidos no curso da história.

Acredita-se nos Estados Unidos que, a prosseguir o êxodo de trabalhadores do campo para a cidade, haverá, em 1975, apenas 23 8 milhões de norte-america nos vivendo nas fazendas, o que eqüivale a menos 4 milhões do que agora e o

0 "Digesto Econômico" insere em suas coluTMs êsse novo trabalho, de cunho

ceda as exigências imediatas do indiví

duo, constituindo-se em sobras que te-

produção, além das necessidades ime diatas do consiuno para subsistência do homem, e às vezes até com sacrifício

desse consumo, que se designa pelo termo de acumulação.

As sobras da produção que se acumu lam, tendo por fim lienefícios futuros,

se formam, quer no propósito de pro visão, no intuito de atender suprimen tos posteriores de bens de consumo di

reto, quer no propósito de reprodução, no intuito de criar ou substituir bens

instrumentais.

Nesses dois misteres, as

sobras, provenientes da produção de ca da empresa, que Se acumulam e vêm

formar o patrimônio ou as riquezas dis poníveis da comunidade, se constituem em geral para preencher os objetivos seguintes:

Sobras, como provisão, para atender às irregularidades da produção em face (!■) Apud Jules Michel, ingenleur en chef, Manuel D'Économie Sociale, quatrième edition, pag, 121, 1895.


Dicesto Econômico

36

comércio no Brasil, Bdwards diagnosti ca lucidamente: — a cupidez de enor mes lucros pela elevação do preço cm escasso movimento, em lugar de buscá-

los no volume amplo e rotação rápida das operações.

Alude, escandalizado

aos lucros de 18 a 30% e. nesse parti cular, são notórios os exemplos de índi ces ainda mais altos.

Por último, critica o nosso sistema

nsca. que, pelo vasto uso de impostos indiretos (consumo, importação, vendas, s o), em contraste com a timidez dos

tnbutos diretos (renda, herança, territonal) restringe o mercado interno ani quilado pelos preços elevados. Êssc

mercado interno forte, para sustentáculo

da indústria, exige modificações fiscais no sentido de redução dos tributos que

agravam os preços das mercadorias. Êssc diagnóstico revela moléstia que se não pode curar com protecionismo. As medidas são outras e, com e.xceção da falta dc combustíveis, ressalvadas as

esperanças no petróleo, estão elas ao al cance dos industriais e estadistas brasi

leiros se, depois da necessária auto-crftica, se dedicarem resolutamente à re moção daqueles obstáculos, ásperos sem dúvida, mas nada insuperáveis. E, en

tão, o Brasil atingirá segura e racional mente o nível dc potência industriaUzada. Falar a verdade não c combater

a industrialização. Muito pelo contrano.

^ cccumuíaçãa daá Alde Sampaio

1 — Generalidades.

A sociedade humana, tornada de ín

dole econômica em eras imemoriais, pas sou da subsistência de colheita aos atos

do provisão o de produção, tendo em vista a manutenção futura. Com o gran de dcscnvoKimento técnico-cicntífico do

século passado vieram a progredir ràpidamente os meios de produção, ampliando-se de modo smpreendente o trabalho produtivo do homem, permitin

direto. É o ato de constituir estas sobras da

de forma progressiva com os bens acu mulados. Sem acumulação de riquezas de tôda sorte, a terra não comportaria a população dos países civilizados de hoje. Basta comparar o que ocorre na Bélgica com mais de duzentos e cinqüenta ha

bitantes por quilômetro quadrado, com o que ocorria antes da civilização nas

terras férteis e opulentas dos Estados Unidos da América do Norte, onde a

despeito das condições favoráveis da produção natui^al, ainda assim havia

apenas 83%. A despeito da depressão, a mecanização das lavouras progrediu na

mister de quatro quilômetros quadrados por cada habitante, para manutenção dos indígenas das ti-ibos selvagens (1). De modo que, até para o simples .sus

década iniciada em 1930. Por exemplo, havia 920.000 tratores nas lavouras em

tento da população, há necessidade de

1930. Em 1940, eram 1.570.000, somando 2.425.000 em janeiro de 1945. A se

que o produto do trabalho humano ex

cios e fibras de 67% desde 1910.

A produção agrícola do país é hoje 159% superior à de 1909-14, mas a mão-

de-obra empregada na agricultura registrou no aludido período um aumento de

leção de variedades de plantas com alto rendimento e a conservação do solo são

outros fatôres que têm favorecido o aumento da produção agrícola com menos ■mão-de-obra.

nomia Circulatória e de Economia Re-

pariitica", de autoria daquele ilustre parlamentar e economista

nham outro destino que não o consumo

ses, que a produção dc riqueza aumenta

novas técnicas de plantação e colheita elevaram a produção de gêneros alimentí

e que constitui um capítulo do livro prestes a ser publicado "Lições de Eco

de produzir e de prover, já então inver A observação, por seu lado, veio a mostrar, pelo e.xame dos fatos passados e pelo confronto entre os diversos paí

menos 8 milhões do que em 1932. Uma queda no volume da mão-de-obra aão implica, porém, em diminuição da produção agrícola. Máquinas modernas Ç

doutrinário, do professor Alde Sampaio,

do praticarem-se, em alta escala, os atos tidos no curso da história.

Acredita-se nos Estados Unidos que, a prosseguir o êxodo de trabalhadores do campo para a cidade, haverá, em 1975, apenas 23 8 milhões de norte-america nos vivendo nas fazendas, o que eqüivale a menos 4 milhões do que agora e o

0 "Digesto Econômico" insere em suas coluTMs êsse novo trabalho, de cunho

ceda as exigências imediatas do indiví

duo, constituindo-se em sobras que te-

produção, além das necessidades ime diatas do consiuno para subsistência do homem, e às vezes até com sacrifício

desse consumo, que se designa pelo termo de acumulação.

As sobras da produção que se acumu lam, tendo por fim lienefícios futuros,

se formam, quer no propósito de pro visão, no intuito de atender suprimen tos posteriores de bens de consumo di

reto, quer no propósito de reprodução, no intuito de criar ou substituir bens

instrumentais.

Nesses dois misteres, as

sobras, provenientes da produção de ca da empresa, que Se acumulam e vêm

formar o patrimônio ou as riquezas dis poníveis da comunidade, se constituem em geral para preencher os objetivos seguintes:

Sobras, como provisão, para atender às irregularidades da produção em face (!■) Apud Jules Michel, ingenleur en chef, Manuel D'Économie Sociale, quatrième edition, pag, 121, 1895.


38

Dícr.sin

Econó^iico

Díok.sto EroN(')Mico do consumo direto ou indireto; sobras para reparar ou repor os cabedais ou

capitais aplicados na produção, os quais sofrem a ação do tempo c o desgaste

tornar

progressi\o

o

a euiprèsa, por meio da lei, a delcrininadas aplicações.

econômico, aumentando os bens postos à disposição da (•o)cti\ idade c redu zindo o sacrifício do trabalho humano.

pelo uso; sobras para realizar o aumento

incessante da produção, para satisfazer às necessidades de consumo pelo aumen

to da população; sobras para atender

às alterações provenientes do progresso técnico permitindo a implantação de

novos métodos de" trabalho; sobras para atender ao progresso da ci%ilização, o

b) A poitpauça.

2 — A aciimulaçãt) dc riquezas uo re gime HhcraUsia. a) Prcliviitunü.s

A ação de acnnmlar no regime libcralista, tal como acontece aos demais

significa que a acumulação se faz por

Estas sobras constituem como que a providencia econômica com que o ho mem pensa suprir necessidades futtira.s

nao só para si senão também para a coletividade. De fato, como já fize mos ver, a ação econômica do homem

não se limita a acumular provisão para os dias vindouros — como fazem os insetos com atribuição econômica instin tiva, tais a abelha e formiga — mas se estende a promo\ er a produção de bens em associação com a natureza, na sua

faculdade de produção espontânea.

* Nessa a.ssociação com a natureza, quer transformando bens originário.s, quer uti lizando forças potenciais, o produto da ação do homem é tanto maior quanto maior é o acúmulo dos bens que ser\em como instrumentos da produção.

Se

gundo a equação estatística, já por nós. . citada, do pesquisador belga A. Delia Riccia (2) o aumento da produtivida de de uma comunidade se faz em de

uma feição pariicnlar do princípio bio lógico da luta pela \'lda. O poder polí tico regula as condições em que êste princípio SC (j.xcrcc, mas não cogita de eliminá-lo pela instituição de normas obrigatórias, paru fòda a ação indixidnal. Os fatos ocfirrem em disputa pelo

indivíduo, {; o poder político institui como que nní código dc ética na luta pela apropriação, através de restrições jurídicas impo.slas por lei.

b)e.sta sorte, no regime Iiberali.sta, ^

Por isso mesnío que os bens se acu-

dtto c li\ rc dc deles di.spor, a poupan

da pela procura e pela utilidade social através do preço, preenchendo assim a satisfação do consinno, segundo a esca

do situaçoci aU(.i-nali\-;is do escolha en tre as aplicações i-m uso pessoal, em icscrxa remnncradora, ou cm emprego

reprodutÍNo. O \asto campo de aplica ção assim formado incita à abstenção e a proenra dv lucro c das altas rendas, nao so com <> fiU) do gozo pessoal mas

também do emprègo nas atividades econô

mulação.

Quer as fontes de onde promana a acumulação, quer o de.slino das rique zas apropriadas, quer a aplicação da .so bra das rendas, ficam a critério do in

divíduo. Quando inuítir, o poder polí tico interfere em defesa do patrimônio

pendência com o quadrado da riqueza

luta pela vida, e força o proprietário ou

portanto, não só para manter a produ (2) fieclUM-elies cí Opinioiis ÉconomiqueB el .Süoiales — pg. 2f) — Bruxelles — 19*3.

com

a o

N"ü, tendo em vista a

.situação pessoal futu

dc lci.>

ra em face das exi

gências da situação presente; e, de acôrdo

indi\íduo

com as suas inclina

renda, inclusive o de

consumo direto pessoal.

ser

seu emprego lucrati-

pelo poder político, tem o dc.stino que l]u> o

a

passa

preocupar-se

J m p o s-

ivceiie como

x-êm

indivíduo

as

atribui

Aci

determinado

consideradas altas, e o

cunstâncias, o lucro é no regime liberalista a maior fonte de acu

(pic o

de

rendas

Dentro dessas cir

aM'a\'cs

pedimentos legais de natureza corretiva, é livre de aplicá-la.? a

sidades pessoais .as

rarquia social.

tas

indivíduo que as recebe, saho os im

ponto de suas neces

indivíduo sobe na hie

poder político protege c assegura a

Idènticamento ao lucro, ocorrem fa

tos .scmclliantes com as rendas provenien tes de qualquer outra remuneração. O

ma

produti\'a, com que o

restrições

la das necessidades comuns.

seu bel-prazer.

micas de natureza rc-

duos, dentro da ética estabelecida; e u priedade que rosiilla dos atos dc acu

turo; por outro lado, encaminham-se

para a produção mais deficiente revela

mulação e. salvo

acumulada. A acumulação se faz mister,

crescimento da população, como para

aplicações reprodutivas, com que satis

ninlam cm mao.s particulares c o indi%'í-

acumulação é um ato livre aos indiví

econômico da nação, ou acorre a prote ger os indivíduos mai.s desamparados na

ção em nível que permita atender ao

f

coincide com o interesse cületi\o: sob o

impulso do interesse particular, as so bras Se colocam, por modo natural, em fazem o interesse social do sustento fu

ça ,s<- e.vcrcc eni grande amplitude, crian

qual vai trazendo ao indivíduo novos desejos e aspirações e novas formas de* atos econômicos cm sua generalidade, conforto a que a indústria humana tem fica ao critério do lixre arbítrio, o quê de prover.

39

desenvolvimento

A sociedade

que^ entrega seu patrimônio reproduti vo a ação particular do indivíduo ou do

grupo econômico autônomo, deixa assim

também à lix-re disposição do intevèsse pessoal a aplicação das sobras do con.sumo' da comunidade. 0.s fatos se

jSassam, conforme os explica a escola liberal, sob o fundamento de que o in teresse , particular, em lêrmos gerais,

ções naturais, biiso campo de ati\i-

dado em que aplicá-las. A deliberação

e nc.sses casos inteiramente pessoal e o poder ixoiítico, no regime liberalista, não faz restrição alguma às determina

ções do indi\ íduo, permitindo-lhe qual quer campo de aplicação e não interfe

rindo, em sentido geral, .senão para e\-itai abuso do poder econômico contra

direitos indi\ iduais que possam ser atin

gidos, ou cm salvaguarda do patrimo-


38

Dícr.sin

Econó^iico

Díok.sto EroN(')Mico do consumo direto ou indireto; sobras para reparar ou repor os cabedais ou

capitais aplicados na produção, os quais sofrem a ação do tempo c o desgaste

tornar

progressi\o

o

a euiprèsa, por meio da lei, a delcrininadas aplicações.

econômico, aumentando os bens postos à disposição da (•o)cti\ idade c redu zindo o sacrifício do trabalho humano.

pelo uso; sobras para realizar o aumento

incessante da produção, para satisfazer às necessidades de consumo pelo aumen

to da população; sobras para atender

às alterações provenientes do progresso técnico permitindo a implantação de

novos métodos de" trabalho; sobras para atender ao progresso da ci%ilização, o

b) A poitpauça.

2 — A aciimulaçãt) dc riquezas uo re gime HhcraUsia. a) Prcliviitunü.s

A ação de acnnmlar no regime libcralista, tal como acontece aos demais

significa que a acumulação se faz por

Estas sobras constituem como que a providencia econômica com que o ho mem pensa suprir necessidades futtira.s

nao só para si senão também para a coletividade. De fato, como já fize mos ver, a ação econômica do homem

não se limita a acumular provisão para os dias vindouros — como fazem os insetos com atribuição econômica instin tiva, tais a abelha e formiga — mas se estende a promo\ er a produção de bens em associação com a natureza, na sua

faculdade de produção espontânea.

* Nessa a.ssociação com a natureza, quer transformando bens originário.s, quer uti lizando forças potenciais, o produto da ação do homem é tanto maior quanto maior é o acúmulo dos bens que ser\em como instrumentos da produção.

Se

gundo a equação estatística, já por nós. . citada, do pesquisador belga A. Delia Riccia (2) o aumento da produtivida de de uma comunidade se faz em de

uma feição pariicnlar do princípio bio lógico da luta pela \'lda. O poder polí tico regula as condições em que êste princípio SC (j.xcrcc, mas não cogita de eliminá-lo pela instituição de normas obrigatórias, paru fòda a ação indixidnal. Os fatos ocfirrem em disputa pelo

indivíduo, {; o poder político institui como que nní código dc ética na luta pela apropriação, através de restrições jurídicas impo.slas por lei.

b)e.sta sorte, no regime Iiberali.sta, ^

Por isso mesnío que os bens se acu-

dtto c li\ rc dc deles di.spor, a poupan

da pela procura e pela utilidade social através do preço, preenchendo assim a satisfação do consinno, segundo a esca

do situaçoci aU(.i-nali\-;is do escolha en tre as aplicações i-m uso pessoal, em icscrxa remnncradora, ou cm emprego

reprodutÍNo. O \asto campo de aplica ção assim formado incita à abstenção e a proenra dv lucro c das altas rendas, nao so com <> fiU) do gozo pessoal mas

também do emprègo nas atividades econô

mulação.

Quer as fontes de onde promana a acumulação, quer o de.slino das rique zas apropriadas, quer a aplicação da .so bra das rendas, ficam a critério do in

divíduo. Quando inuítir, o poder polí tico interfere em defesa do patrimônio

pendência com o quadrado da riqueza

luta pela vida, e força o proprietário ou

portanto, não só para manter a produ (2) fieclUM-elies cí Opinioiis ÉconomiqueB el .Süoiales — pg. 2f) — Bruxelles — 19*3.

com

a o

N"ü, tendo em vista a

.situação pessoal futu

dc lci.>

ra em face das exi

gências da situação presente; e, de acôrdo

indi\íduo

com as suas inclina

renda, inclusive o de

consumo direto pessoal.

ser

seu emprego lucrati-

pelo poder político, tem o dc.stino que l]u> o

a

passa

preocupar-se

J m p o s-

ivceiie como

x-êm

indivíduo

as

atribui

Aci

determinado

consideradas altas, e o

cunstâncias, o lucro é no regime liberalista a maior fonte de acu

(pic o

de

rendas

Dentro dessas cir

aM'a\'cs

pedimentos legais de natureza corretiva, é livre de aplicá-la.? a

sidades pessoais .as

rarquia social.

tas

indivíduo que as recebe, saho os im

ponto de suas neces

indivíduo sobe na hie

poder político protege c assegura a

Idènticamento ao lucro, ocorrem fa

tos .scmclliantes com as rendas provenien tes de qualquer outra remuneração. O

ma

produti\'a, com que o

restrições

la das necessidades comuns.

seu bel-prazer.

micas de natureza rc-

duos, dentro da ética estabelecida; e u priedade que rosiilla dos atos dc acu

turo; por outro lado, encaminham-se

para a produção mais deficiente revela

mulação e. salvo

acumulada. A acumulação se faz mister,

crescimento da população, como para

aplicações reprodutivas, com que satis

ninlam cm mao.s particulares c o indi%'í-

acumulação é um ato livre aos indiví

econômico da nação, ou acorre a prote ger os indivíduos mai.s desamparados na

ção em nível que permita atender ao

f

coincide com o interesse cületi\o: sob o

impulso do interesse particular, as so bras Se colocam, por modo natural, em fazem o interesse social do sustento fu

ça ,s<- e.vcrcc eni grande amplitude, crian

qual vai trazendo ao indivíduo novos desejos e aspirações e novas formas de* atos econômicos cm sua generalidade, conforto a que a indústria humana tem fica ao critério do lixre arbítrio, o quê de prover.

39

desenvolvimento

A sociedade

que^ entrega seu patrimônio reproduti vo a ação particular do indivíduo ou do

grupo econômico autônomo, deixa assim

também à lix-re disposição do intevèsse pessoal a aplicação das sobras do con.sumo' da comunidade. 0.s fatos se

jSassam, conforme os explica a escola liberal, sob o fundamento de que o in teresse , particular, em lêrmos gerais,

ções naturais, biiso campo de ati\i-

dado em que aplicá-las. A deliberação

e nc.sses casos inteiramente pessoal e o poder ixoiítico, no regime liberalista, não faz restrição alguma às determina

ções do indi\ íduo, permitindo-lhe qual quer campo de aplicação e não interfe

rindo, em sentido geral, .senão para e\-itai abuso do poder econômico contra

direitos indi\ iduais que possam ser atin

gidos, ou cm salvaguarda do patrimo-


Dicesto EcoNÓ^^cx>

40

mostra a observação comparada do de

nio coletivo, tal como salientamos para o caso particular do lucro. Assim, pela livre determinação do in

senvolvimento de nações como a In

divíduo, o regime liberalista provoca a concorrência e impede o monopólio de

países mais avançados da Europa, on de a riqueza potencial não aparece em alto grau de elevação, relativamente ao

ação; e pela interferência defensiva do

poder político coíbe a prepotência eco nômica dos grupos mais fortes contra os mais fracos, no que, por forma particu lar, impede, ou pode impedir, a ação compressiva do grupo econômico contra

glaterra c os Estados Unidos, com os

número de habitantes.

A própria his

tória da Alemanha, como exceção entre

os demais países no continente europeu, confirma o fato.

A Alemanha, a des

peito dc possuir o quase monopólio da

o grupo social, através de medidas de

técnica científica da produção, para con

defesa dos interesses gerais, que não

tar com grupos supercapitalistas na sua

sejam resguardados pela livre concor rência ou protegidos pelo livre arbítrio da ação individual dos colocados em si tuação de inferioridade no meio cole

evolução, teve de a.ssistir ao conluio in ternacional do suas grandes empresas es

tivo.

No evolver do regime liberalista, com o desenrolar dos acontecimentos e sob

o efeito do livre arbítrio de aplicação dos capitais, a sociedade marcha para a super-capitalização, com a concentração de vultosos e enormes capitais em poder de poucas empresas, quase sempre diri

gidas por homens excepcionais na ação econômica, as quais vencem na concor rência e se constituem, na comunidade,

em reduzidos grupos dominantes que in fluem decididamente na direção da co

letividade. A evolução para esse estado

pecializadas. Os grandes grupos com pre dominância interna, como o de Hugo Stinnc, vieram dc .situação anormal de após-guerra e tiveram vida efêmera (3). Se se compara o que ocorre no regjme liberalista na sua fase de supercapi-

talização, com a forma pela qual se passam os fatos no regime socialista, verifica-se a proximidade das soluções atravds da ação de pequenos grupos, se bem que diversamente constituídos. N®

regime liberalista é grande a influên cia de pouco numerosos grupos econô micos; no regime socialista o poder po lítico Se vai concentrando em tômo da ação preponderante dos chefes e consti-

social é, porém, lenta, e talvez reserva

tui-se na sociedade um pequeno grupo

da para aquelas nações ou comunidades

que decide sobre todos os fatos da cole

políticas que dispõem de grandes reser vas de bens naturais, que venham a

tividade, inclusive sobre os fatos econô

constíbiir quase monopólios universais

ação política.

ou, pelo menos, grandes riquezas em confronto com a população que pos

cadeia de grupos deliberantes em escala

micos que passam a subordinar-se à Forma-se uma série ou

ascensional, até chegar ao grupo mais

suem. Na exploração comum dos mes

mos bens, toma-se difícil a predominân

(3) — Ver como bibliografia — Ríchard

cia na concorrência dentro do mercado interno e é de presumir que a superca-

Lewinsohn, Trustes e Cartéis, tradução brasileira de Sílvio Rodrigues; e Gaston

pitalização concentrada em poucas mãos

Devant Ia Déprecíation et Ia StabllisatiOn Monetaire. L'Expérience Allemande. P3-

jamais se venha a manifestar. É o que

Giustiniani, Le Commerce et L'Industne ris, 1927.

41

Digesto Econômico

graduado, que a observação do regime

existe em qualquer forma de sociedade

soNiéiico revela subordinar-se por sua

econômica produtiva de haver uma pro dução já destinada a bens instrumentaíR

\'ez no mando de um chefe único.

A diferença fundamental de aspecto nos dois regimes está em que na stipercapitalização continua a %'igorar o equi

líbrio de poderes na direção da socieda de; na siípcrpolHicalização, se assim se pode dizer, a direção da sociedade fica sob poder uno, exercido por autorida des onipotentes, sem apelação de seus atos para outros poderes.

insuscetíveis de consumo pessoal, pode considerar-se, no regime liberalista, t restrição contingente do consumo como proveniente dos atos políticos e dos atos econômicos.

No primeiro caso, por ação política,

o poder público dirigente interfere, quer por motivo próprio ntra\'és do impôsto ou de outras formas de ônus tributá

rios, quer por imposições legais, contra c — A restrição contingente do con sumo.

os poderes hierárquicos econômicos. Pe

las formas de impôsto, o poder político obriga à restrição do consumo, mas não

Além das fontes de acumulação atra

exerce, por si próprio, forçosamente, a

vés da poupança, também se manifesta

acumulação. Ao contrário, no regime

no regime liberalista o fato da acumu

liberalista, a acumulação através do im

lação pela restrição contingente do con

pôsto ó antes excepcional e, por prin

sumo, entendendo-se por esta restrição,

cípio, somente praticada para atender

como já foi explicado, não o caso indivi

àquelas necessidades econômicas que

dual onde se dá a transferência de con-

a livre iniciativa não exerceria bem; ou,

.sumo dc um indivíduo para outro, mas

pelas condições naturais dos fatos, exer ceria em regime de monopólio. Pelas im

o aumento da acumulação na coletivi

dade contra o desejo de aumento de

posições legais, o poder polítíco regula

consumo imediato por parte da popu

o jõgo entre a acumulação e o consumo,

lação.

Deixando de lado a necessidade que

ora favorecendo a acumulação, ora pro tegendo o consumo em benefício ime-


Dicesto EcoNÓ^^cx>

40

mostra a observação comparada do de

nio coletivo, tal como salientamos para o caso particular do lucro. Assim, pela livre determinação do in

senvolvimento de nações como a In

divíduo, o regime liberalista provoca a concorrência e impede o monopólio de

países mais avançados da Europa, on de a riqueza potencial não aparece em alto grau de elevação, relativamente ao

ação; e pela interferência defensiva do

poder político coíbe a prepotência eco nômica dos grupos mais fortes contra os mais fracos, no que, por forma particu lar, impede, ou pode impedir, a ação compressiva do grupo econômico contra

glaterra c os Estados Unidos, com os

número de habitantes.

A própria his

tória da Alemanha, como exceção entre

os demais países no continente europeu, confirma o fato.

A Alemanha, a des

peito dc possuir o quase monopólio da

o grupo social, através de medidas de

técnica científica da produção, para con

defesa dos interesses gerais, que não

tar com grupos supercapitalistas na sua

sejam resguardados pela livre concor rência ou protegidos pelo livre arbítrio da ação individual dos colocados em si tuação de inferioridade no meio cole

evolução, teve de a.ssistir ao conluio in ternacional do suas grandes empresas es

tivo.

No evolver do regime liberalista, com o desenrolar dos acontecimentos e sob

o efeito do livre arbítrio de aplicação dos capitais, a sociedade marcha para a super-capitalização, com a concentração de vultosos e enormes capitais em poder de poucas empresas, quase sempre diri

gidas por homens excepcionais na ação econômica, as quais vencem na concor rência e se constituem, na comunidade,

em reduzidos grupos dominantes que in fluem decididamente na direção da co

letividade. A evolução para esse estado

pecializadas. Os grandes grupos com pre dominância interna, como o de Hugo Stinnc, vieram dc .situação anormal de após-guerra e tiveram vida efêmera (3). Se se compara o que ocorre no regjme liberalista na sua fase de supercapi-

talização, com a forma pela qual se passam os fatos no regime socialista, verifica-se a proximidade das soluções atravds da ação de pequenos grupos, se bem que diversamente constituídos. N®

regime liberalista é grande a influên cia de pouco numerosos grupos econô micos; no regime socialista o poder po lítico Se vai concentrando em tômo da ação preponderante dos chefes e consti-

social é, porém, lenta, e talvez reserva

tui-se na sociedade um pequeno grupo

da para aquelas nações ou comunidades

que decide sobre todos os fatos da cole

políticas que dispõem de grandes reser vas de bens naturais, que venham a

tividade, inclusive sobre os fatos econô

constíbiir quase monopólios universais

ação política.

ou, pelo menos, grandes riquezas em confronto com a população que pos

cadeia de grupos deliberantes em escala

micos que passam a subordinar-se à Forma-se uma série ou

ascensional, até chegar ao grupo mais

suem. Na exploração comum dos mes

mos bens, toma-se difícil a predominân

(3) — Ver como bibliografia — Ríchard

cia na concorrência dentro do mercado interno e é de presumir que a superca-

Lewinsohn, Trustes e Cartéis, tradução brasileira de Sílvio Rodrigues; e Gaston

pitalização concentrada em poucas mãos

Devant Ia Déprecíation et Ia StabllisatiOn Monetaire. L'Expérience Allemande. P3-

jamais se venha a manifestar. É o que

Giustiniani, Le Commerce et L'Industne ris, 1927.

41

Digesto Econômico

graduado, que a observação do regime

existe em qualquer forma de sociedade

soNiéiico revela subordinar-se por sua

econômica produtiva de haver uma pro dução já destinada a bens instrumentaíR

\'ez no mando de um chefe único.

A diferença fundamental de aspecto nos dois regimes está em que na stipercapitalização continua a %'igorar o equi

líbrio de poderes na direção da socieda de; na siípcrpolHicalização, se assim se pode dizer, a direção da sociedade fica sob poder uno, exercido por autorida des onipotentes, sem apelação de seus atos para outros poderes.

insuscetíveis de consumo pessoal, pode considerar-se, no regime liberalista, t restrição contingente do consumo como proveniente dos atos políticos e dos atos econômicos.

No primeiro caso, por ação política,

o poder público dirigente interfere, quer por motivo próprio ntra\'és do impôsto ou de outras formas de ônus tributá

rios, quer por imposições legais, contra c — A restrição contingente do con sumo.

os poderes hierárquicos econômicos. Pe

las formas de impôsto, o poder político obriga à restrição do consumo, mas não

Além das fontes de acumulação atra

exerce, por si próprio, forçosamente, a

vés da poupança, também se manifesta

acumulação. Ao contrário, no regime

no regime liberalista o fato da acumu

liberalista, a acumulação através do im

lação pela restrição contingente do con

pôsto ó antes excepcional e, por prin

sumo, entendendo-se por esta restrição,

cípio, somente praticada para atender

como já foi explicado, não o caso indivi

àquelas necessidades econômicas que

dual onde se dá a transferência de con-

a livre iniciativa não exerceria bem; ou,

.sumo dc um indivíduo para outro, mas

pelas condições naturais dos fatos, exer ceria em regime de monopólio. Pelas im

o aumento da acumulação na coletivi

dade contra o desejo de aumento de

posições legais, o poder polítíco regula

consumo imediato por parte da popu

o jõgo entre a acumulação e o consumo,

lação.

Deixando de lado a necessidade que

ora favorecendo a acumulação, ora pro tegendo o consumo em benefício ime-


IP''!

Dn.rsKi Rconó.mico Drcr.sTo

dialo da criatura humana. Quando asse gura o fruto da propriedade concentra

do om poucas mãos, por c-:;em{)'o rece diretamente a acumulação; íjuando tributa com impostos os bens de consu

mo imediato restringe o consumo, pou pando cm parle, c por fornia indireta a

acumulação. Em sentido in^erso, quàndo instítiii o salário mínimo protege di retamente o consumo; cpiando estabc'ece o imposto progressivo de renda favorc-

se tndtretamente o consumo, prejudican

do a acumulação, na partilha do rédito da comunidade entre acumulação e con sumo.

Assim, por ação consciente e ante os acontecimentos reais, o poder político interfere como causa reguladora de fatos economicos e, por necessidades próprias

pelo uso do impôsto, restringe forçosa

Econômico

por sua \ez. provoca a rc.strição do coii-

sumo, por efeito da luta entre os projirietários de patrioicmios repnaliitiv-os,

lraclii-z-.sc pdu livre aibítrio de cada um no e.vercício de suas atividades.

A res

o-s f|iie Jiií r.imente dispõem da renda cic seus serviços, como agentes cio Irahü-

trição dô livre arbítrio dá-se no regi me liberalista pelas próprias contingên cias, individuais, onde o indivíduo pesa

llio.

os aspectos lavoráveis de exercê-lo ou

no d(.-sejo dl- inantè-los i- ampliá-los. e As oportiinidadc-s são favoráveis,

ora a ims" ora a outros; mas. como no

regime liherali.st.i o empreendedor-c* o proprietário dos bens produzidos c a re muneração dos serviços dos agcnlcs da produção dé-le depeiich- materialmente, o cmiírccnclcdor anleeipa-se muitas \èr-ea na luta, empregando os frutos da

submeter-se.

No regime socialista, o

livre arljítrio vem com© uma concessão

do poder político, que pode obstá-lo impenitiv ainente. No regime liberalista

a ação é centrífuga, no socialista é centrípeta. Dentro dos limites entre a livTe deli

beração e as contingências acidentais

para o indivíduo, exerce-se, portanto, no regime liberalista, a restrição contingente do consumo por efeito da ação do poder econômico e em favor da acumulação na divisão dos bens nacionais entre acumu lação e consumo.

empresa na conservação, renovação ou

ampliaçao dos bens íustnmientaís. com o

que reduz o rédito disponível sujeito à

partilha e pratica anlccijiaclaniente a acumulação de uma renda (jue por unia forma ou outra poderia clcslinar-.se ao

mente o con.sumo geral da comunidadeeriibora, pela aphcação posterior do im- consumo. Verificu-sc. porém, que a postp ou pelo emprego de normas coer •''vao, neste particular, do poder econô citivas, possa não só repor parte do mico, constitui antes uma reação contra con.sumo subtraído iransferindo-o de uns os fatos naturais do que uma ação de puder coercitivo contra os de-mais ele indivíduos a outros, com o que não mentos humanos. A pressão cio poder

•wmente não reduz a parcela consumo na

divisão do rédito nacional, como pode aumentá-la através de dispositivos de

lei. Somente por determinação precon cebida com aplicação do impôsto em despesas patrimoniais ou reprodutivas, o poder político por sí próprio concorre para o aumenta da acumulação. A restrição contingente do consumo por atos econômicos manifesta-se em

primeiro lugar no regime liberalista, co mo, aliás, em qualquer regime, por fòrça dos fatos naturais, com a própria parti lha dos réditos.

O quinhão deficiente

de cada um, quer iiara uso pessoal, quer para as suas atividades, obriga à res trição ou. quando menos, à parcimônia. A ação do ^íoder econômico hierárquico,

económict) aparece como fator de Inh* c torna-se eficiente cpiando as circim.stancias a.ssim o permitem. Não sc dá o

domínio cio poder econômico impondo na. partilha, tal como acontece com o

Jioder coercitivo político, senão o deten tor do rédito aiiroveitando-se das con tingências em que se vêem envolvidos os demais participantes dele, para prati car uma acumulação de índole reprodu

tiva. Por isso me.smo, quando o -enqjreendedor joga o dardo muito longe, per de na luta. A forma do ação detém-se entre os limites que já assinalamos pa ra a liberdade, como instituição huma na, no regime liberulisla. em C'onfi'oti[u

com íi regime socialista.

No primein»

regime u liberdade nos atos econômicos

A Grã-Bretanha em experiências em

está enviando à Nova Zelândia penicilina para ser aplicada grande escala para aumentar o rendimento de produçõ) de

leite.

A experiência, que está sendo realizada pelo Conselho do LcHn

n, ^

'nento de Agricultura da Noca Zelândia, visa eliminar uma enfermidade dm^cacas leiteiras, que, segundo sc calcida, é rcspansácel pela perda na vrodnrn^"^ ^^ocas

num total de um milhão de litros por aL

' ^

P'<^duçao de leite


IP''!

Dn.rsKi Rconó.mico Drcr.sTo

dialo da criatura humana. Quando asse gura o fruto da propriedade concentra

do om poucas mãos, por c-:;em{)'o rece diretamente a acumulação; íjuando tributa com impostos os bens de consu

mo imediato restringe o consumo, pou pando cm parle, c por fornia indireta a

acumulação. Em sentido in^erso, quàndo instítiii o salário mínimo protege di retamente o consumo; cpiando estabc'ece o imposto progressivo de renda favorc-

se tndtretamente o consumo, prejudican

do a acumulação, na partilha do rédito da comunidade entre acumulação e con sumo.

Assim, por ação consciente e ante os acontecimentos reais, o poder político interfere como causa reguladora de fatos economicos e, por necessidades próprias

pelo uso do impôsto, restringe forçosa

Econômico

por sua \ez. provoca a rc.strição do coii-

sumo, por efeito da luta entre os projirietários de patrioicmios repnaliitiv-os,

lraclii-z-.sc pdu livre aibítrio de cada um no e.vercício de suas atividades.

A res

o-s f|iie Jiií r.imente dispõem da renda cic seus serviços, como agentes cio Irahü-

trição dô livre arbítrio dá-se no regi me liberalista pelas próprias contingên cias, individuais, onde o indivíduo pesa

llio.

os aspectos lavoráveis de exercê-lo ou

no d(.-sejo dl- inantè-los i- ampliá-los. e As oportiinidadc-s são favoráveis,

ora a ims" ora a outros; mas. como no

regime liherali.st.i o empreendedor-c* o proprietário dos bens produzidos c a re muneração dos serviços dos agcnlcs da produção dé-le depeiich- materialmente, o cmiírccnclcdor anleeipa-se muitas \èr-ea na luta, empregando os frutos da

submeter-se.

No regime socialista, o

livre arljítrio vem com© uma concessão

do poder político, que pode obstá-lo impenitiv ainente. No regime liberalista

a ação é centrífuga, no socialista é centrípeta. Dentro dos limites entre a livTe deli

beração e as contingências acidentais

para o indivíduo, exerce-se, portanto, no regime liberalista, a restrição contingente do consumo por efeito da ação do poder econômico e em favor da acumulação na divisão dos bens nacionais entre acumu lação e consumo.

empresa na conservação, renovação ou

ampliaçao dos bens íustnmientaís. com o

que reduz o rédito disponível sujeito à

partilha e pratica anlccijiaclaniente a acumulação de uma renda (jue por unia forma ou outra poderia clcslinar-.se ao

mente o con.sumo geral da comunidadeeriibora, pela aphcação posterior do im- consumo. Verificu-sc. porém, que a postp ou pelo emprego de normas coer •''vao, neste particular, do poder econô citivas, possa não só repor parte do mico, constitui antes uma reação contra con.sumo subtraído iransferindo-o de uns os fatos naturais do que uma ação de puder coercitivo contra os de-mais ele indivíduos a outros, com o que não mentos humanos. A pressão cio poder

•wmente não reduz a parcela consumo na

divisão do rédito nacional, como pode aumentá-la através de dispositivos de

lei. Somente por determinação precon cebida com aplicação do impôsto em despesas patrimoniais ou reprodutivas, o poder político por sí próprio concorre para o aumenta da acumulação. A restrição contingente do consumo por atos econômicos manifesta-se em

primeiro lugar no regime liberalista, co mo, aliás, em qualquer regime, por fòrça dos fatos naturais, com a própria parti lha dos réditos.

O quinhão deficiente

de cada um, quer iiara uso pessoal, quer para as suas atividades, obriga à res trição ou. quando menos, à parcimônia. A ação do ^íoder econômico hierárquico,

económict) aparece como fator de Inh* c torna-se eficiente cpiando as circim.stancias a.ssim o permitem. Não sc dá o

domínio cio poder econômico impondo na. partilha, tal como acontece com o

Jioder coercitivo político, senão o deten tor do rédito aiiroveitando-se das con tingências em que se vêem envolvidos os demais participantes dele, para prati car uma acumulação de índole reprodu

tiva. Por isso me.smo, quando o -enqjreendedor joga o dardo muito longe, per de na luta. A forma do ação detém-se entre os limites que já assinalamos pa ra a liberdade, como instituição huma na, no regime liberulisla. em C'onfi'oti[u

com íi regime socialista.

No primein»

regime u liberdade nos atos econômicos

A Grã-Bretanha em experiências em

está enviando à Nova Zelândia penicilina para ser aplicada grande escala para aumentar o rendimento de produçõ) de

leite.

A experiência, que está sendo realizada pelo Conselho do LcHn

n, ^

'nento de Agricultura da Noca Zelândia, visa eliminar uma enfermidade dm^cacas leiteiras, que, segundo sc calcida, é rcspansácel pela perda na vrodnrn^"^ ^^ocas

num total de um milhão de litros por aL

' ^

P'<^duçao de leite


45

Digesto Econômico

■ úiíis ilii llinsil iiíi .

iMijuii l iira

<í I U «.

raoüómica

Roberto Pinto uk Souza

Assim tos, se

sinônimas. O Ba-

computamno"

no

como expressões

dispos ativo

passivo

Balanço

as

.lanço de Paga-

e

^

do

portações e im

portações de mer-

nosso objetivo neste trabalho estu

dar o Balanço de Contas do Brasil e suas relações com o nosso comércio exterior na atual conjuntura, a fim de apontarmos a gravidade da crise que o mesmo atravessa, denominada "crise do

dólar". Não pretendemos, porém, traçar diretrizes para futuras realizações, mas apenas colocar problemas e fazer adver

tências. O nosso trabalho é, portanto, de economia aplicada, deixando à mar gem a tarefa espinhosa de traçar normas

cadorias,

timos, seguros, remessas de emigrantes,

do Departamento de Economia do Fe

turistas, viajantes, serviços diplomáticos e consulares, os juros e dividendos rece bidos ou pagos, provenientes quer de

nacional" e "Alguns aspectos econômicos da política açucarcira do Brasil".

de arte econômica.

Julgamos útil, entretanto, começar re lembrando algumas noções teóricas sôbre Balanço de Contas, Balanço Comer cial e Balanço de Pagamentos, base sôbre a qual assentaremos nossa tentativa de análise, assim como fazer um retros pecto histórico sôbre o nosso comércio

externo anterior

à segunda

grande

culturais.

Êsse conjunto de transações

constituí o "Devo" o o "Haver" das

contas internacionais dc um país, isto é, o Balanço de Contas. Tôdus as nações organizam cuidadosamente o seu balan ço, visto decorrer da análise dêle o co

nhecimento da situação do seu comércio e de suas finanças internacionais. No entanto, nada há de mais con

guerra.

Noções teóricas

fuso que a conceituação do Balanço de Contas e, por risso, achamos oportuno defini-lo.

Existe um movimento contínuo de pa gamentos entre as nações. Uns provem

de fora: são pagamentos feitos pelos estrangeiros aos nacionais; outros, de dentro, e são os realizados pelos na cionais aos estrangeiros.

Compreendemos por Balanço de Con tas o conjunto de créditos a dívidas de um país, em relação com os países com os quais mantém relações econômicas e financeiras.

Êsse Balanço compreende grande nú

Êsses pagamentos se originam de compras, empréstimos ou doações, isto é, de importações e exportações de mer

recomendações da Sociedade das Na

cadorias e serviços, empréstimos ou li

gorias principais:

mero de elementos e, de acordo cora as ções, vamos distribuí-los em dua.s cate

quidação de.dívidas, juros e dividendos, gastos de turistas e donativos a institui

1.^)

ções de caridade, missões e associações

2.^) movimento de capitais.

mercadorias, serviços e ouro;

mentos efetuados ou recebidos

mento pelo país.

Política de São Paulo c conmltor técnico

lhos, os livros "Fundo Monetário Inter

' ':

em um dado mo

ços de transpor

São Paulo, publicou, entre outros traba

,

servi

O autor, que ó professor de Economia Política da Escola Livre de Sociologia e deração das Indústrias do Estado de

mentos é o oon-

junto de paga-

ex

"

te, direitos marí

'

Compõe-se

dos créditos e débitos que realmente são li quidados. No intuito de mellior esclarecer essa

prazo, venda ou compra de bens móveis

distinção, vamos recorrer à linguagem da contabilidade e diremos que o Balanço de Contas é o Livro Razão, enquanto o Balanço de Pagamentos é o Livro Cai.\a.

e imóveis, enfim, mercadorias que possa

Esta comparação, no entanto, ser\'e ape

a nação vender ou comprar, e dinheiro e ouro que possa receber ou enviar.

nas como esclarecimento, porque, na prá tica, o Balanço de Contas não pode ser

empréstimos públicos quer de capitais colocados ou recebidos a longo e a curto

Ao lado dôsse Balanço de Contas

matematicamente determinado, ou me

geral, costumam-se distinguir dois outros

lhor, não é- uma realidade contável.

balanços — o de comércio e o de paga

Constitui uma simples estimativ^a, aliás

mentos — que desempenham papel

de grande importância, uma vez que representa um dos índices da atividade econômica do país.

muito importante nas contas interna cionais.

Entendemos por Balança de Comér cio o conjunto das exportações e impor

tações do país, constituindo apenas um dos elementos do Balanço de Contas. A importação funciona como passivo e

a exportação como ativo. Portanto, a Ba

O Balanço de Contas do Brasil

Terminado este ligeiro esbôço teó rico, podemos dar inicio à análise do Balanço de Contas do Brasil.

do o ativo fôr maior que o passivo,

Por conveniência de exposição, come çaremos a examinar" os serviços prestados pelo Brasil ao estrangeiro ou dêle re

isto é, quando houver maior exportação

cebidos.

e menor importação, e será desfavorá

No tocante a êstes, podemos dizer que recebemos mais serviços do que pres

lança de Comércio será favorável quan

vel quando o passivo fôr maior do que o ativo, ou melhor, quando a impor

tação fôr maior que a exportação, de terminando um débito.

O Balanço de Pagamentos já é de

compreensão

mais sutil, visto poder

confundir-se com o Balanço de Contas,

e a tal ponto que, não raro, são tidos

tamos. Assim, no que diz respeito aos transportes marítimos, apenas consegui

mos reduzir, através do Lloyd Brasileiro, a quantia que devíamos pagar de frete às outras nações.

No terreno das remessas, país imigra tório como somos, antes enviamos gran-


45

Digesto Econômico

■ úiíis ilii llinsil iiíi .

iMijuii l iira

<í I U «.

raoüómica

Roberto Pinto uk Souza

Assim tos, se

sinônimas. O Ba-

computamno"

no

como expressões

dispos ativo

passivo

Balanço

as

.lanço de Paga-

e

^

do

portações e im

portações de mer-

nosso objetivo neste trabalho estu

dar o Balanço de Contas do Brasil e suas relações com o nosso comércio exterior na atual conjuntura, a fim de apontarmos a gravidade da crise que o mesmo atravessa, denominada "crise do

dólar". Não pretendemos, porém, traçar diretrizes para futuras realizações, mas apenas colocar problemas e fazer adver

tências. O nosso trabalho é, portanto, de economia aplicada, deixando à mar gem a tarefa espinhosa de traçar normas

cadorias,

timos, seguros, remessas de emigrantes,

do Departamento de Economia do Fe

turistas, viajantes, serviços diplomáticos e consulares, os juros e dividendos rece bidos ou pagos, provenientes quer de

nacional" e "Alguns aspectos econômicos da política açucarcira do Brasil".

de arte econômica.

Julgamos útil, entretanto, começar re lembrando algumas noções teóricas sôbre Balanço de Contas, Balanço Comer cial e Balanço de Pagamentos, base sôbre a qual assentaremos nossa tentativa de análise, assim como fazer um retros pecto histórico sôbre o nosso comércio

externo anterior

à segunda

grande

culturais.

Êsse conjunto de transações

constituí o "Devo" o o "Haver" das

contas internacionais dc um país, isto é, o Balanço de Contas. Tôdus as nações organizam cuidadosamente o seu balan ço, visto decorrer da análise dêle o co

nhecimento da situação do seu comércio e de suas finanças internacionais. No entanto, nada há de mais con

guerra.

Noções teóricas

fuso que a conceituação do Balanço de Contas e, por risso, achamos oportuno defini-lo.

Existe um movimento contínuo de pa gamentos entre as nações. Uns provem

de fora: são pagamentos feitos pelos estrangeiros aos nacionais; outros, de dentro, e são os realizados pelos na cionais aos estrangeiros.

Compreendemos por Balanço de Con tas o conjunto de créditos a dívidas de um país, em relação com os países com os quais mantém relações econômicas e financeiras.

Êsse Balanço compreende grande nú

Êsses pagamentos se originam de compras, empréstimos ou doações, isto é, de importações e exportações de mer

recomendações da Sociedade das Na

cadorias e serviços, empréstimos ou li

gorias principais:

mero de elementos e, de acordo cora as ções, vamos distribuí-los em dua.s cate

quidação de.dívidas, juros e dividendos, gastos de turistas e donativos a institui

1.^)

ções de caridade, missões e associações

2.^) movimento de capitais.

mercadorias, serviços e ouro;

mentos efetuados ou recebidos

mento pelo país.

Política de São Paulo c conmltor técnico

lhos, os livros "Fundo Monetário Inter

' ':

em um dado mo

ços de transpor

São Paulo, publicou, entre outros traba

,

servi

O autor, que ó professor de Economia Política da Escola Livre de Sociologia e deração das Indústrias do Estado de

mentos é o oon-

junto de paga-

ex

"

te, direitos marí

'

Compõe-se

dos créditos e débitos que realmente são li quidados. No intuito de mellior esclarecer essa

prazo, venda ou compra de bens móveis

distinção, vamos recorrer à linguagem da contabilidade e diremos que o Balanço de Contas é o Livro Razão, enquanto o Balanço de Pagamentos é o Livro Cai.\a.

e imóveis, enfim, mercadorias que possa

Esta comparação, no entanto, ser\'e ape

a nação vender ou comprar, e dinheiro e ouro que possa receber ou enviar.

nas como esclarecimento, porque, na prá tica, o Balanço de Contas não pode ser

empréstimos públicos quer de capitais colocados ou recebidos a longo e a curto

Ao lado dôsse Balanço de Contas

matematicamente determinado, ou me

geral, costumam-se distinguir dois outros

lhor, não é- uma realidade contável.

balanços — o de comércio e o de paga

Constitui uma simples estimativ^a, aliás

mentos — que desempenham papel

de grande importância, uma vez que representa um dos índices da atividade econômica do país.

muito importante nas contas interna cionais.

Entendemos por Balança de Comér cio o conjunto das exportações e impor

tações do país, constituindo apenas um dos elementos do Balanço de Contas. A importação funciona como passivo e

a exportação como ativo. Portanto, a Ba

O Balanço de Contas do Brasil

Terminado este ligeiro esbôço teó rico, podemos dar inicio à análise do Balanço de Contas do Brasil.

do o ativo fôr maior que o passivo,

Por conveniência de exposição, come çaremos a examinar" os serviços prestados pelo Brasil ao estrangeiro ou dêle re

isto é, quando houver maior exportação

cebidos.

e menor importação, e será desfavorá

No tocante a êstes, podemos dizer que recebemos mais serviços do que pres

lança de Comércio será favorável quan

vel quando o passivo fôr maior do que o ativo, ou melhor, quando a impor

tação fôr maior que a exportação, de terminando um débito.

O Balanço de Pagamentos já é de

compreensão

mais sutil, visto poder

confundir-se com o Balanço de Contas,

e a tal ponto que, não raro, são tidos

tamos. Assim, no que diz respeito aos transportes marítimos, apenas consegui

mos reduzir, através do Lloyd Brasileiro, a quantia que devíamos pagar de frete às outras nações.

No terreno das remessas, país imigra tório como somos, antes enviamos gran-


:í'^ Di<"-r.si<i

tle> 5üni:is do <jtu- rcti-ijeiuos. U hiri.s-

E<'0Nn\itrn

ridade. <• ,i liistóría lios i7isiii;i (juf a."»

mo, por sua vez. ainda não sc conslittjíu

entradas de ouro Imani pr«>\()cadus arlificialnKTjte. s<Mn, contudo, conseguirem

em indústria no Brasil c seu saldo, pos sivelmente. ser-nos-á deficitário.

íi\á-!o no território, sucedendo a cada

Quanto aos movimentos de ouro. o

1901 1905 1910 1915 1920 1925

I

1930 1935 1940

de

CrS papel o.

índice

1

Xtilíiõeíi

39

113 97 2 2

100 - 80 2 2

- 1.183

~ 1.047

-

índice

24

44 -

1

. - 0.3

De 1901 a 1912, por exemplo, xcrique se deve em grande parte à política

f.camo.s uma entrada contínua d^- ouro da Cai.va de Conversão. Porém, com a cnse de 1913 c o fecliamento da Caixa de Con\ ersão, assisHino.s cm 1917 a um movimento in\Trso. Já em 1918' ter minada a guerra, xamos presenciar'nox a entrada dc metal. A cri.se de 1921r22 no entanto,^ põe tèrnio a es.sa corrente áurea favorá\cl. Contudo, em 1923 ela

16 26 07 - 45 J 1

A-crifica-sc nnia evasão contínua, para I

jij' í

(1) .Fontes: Diretoria Geral de Estatíslica do Ministério da Agricultura, In-

dústria e Comércio — Resumo de vá-

ij

rias estatísticas cconómlco-financei-

'í,

ras — 1944. Anuários Estatísticos de

Brasil, publicações do Instituto Erasileiro dé Geografia e Estatística,

dessas

reniessas:

ícni £ 1000)

índice (3)

185(1

525

100

1875

2.901

553

1900

2.491

460

1920 1930

337 10.692

2.037

HMO

2.306

439

envios, embora progres.sivos, tem so frido muitas flutuaç-ões. estreitamente li

gadas às crises internacionais. Dc fato,

se atentarmos para .as datas das redu ções ou mesmo paralisação das remessas, \erificarcmos que elas coincidem, sem

61

pre. com uma época de crise.

39

- 237

- 1

-

0,04

-

0,06

i'utvavo ao dcscnvoK imento cconómfco

- 0.3

-

0,02

-

0.03

brasileiro, uma vez. que esgoui totalmenl<' ou em parto o saldo da nossa Balança

outra vez apresentar saldos fa\oráx'eis a

Dl- falo. as dividas externas são um

omis fabuloso, que ultrapassa, no presen te, a nos.su capacidade de pagamento. t:ünslituindo ao mesmo tempo o maigr

Coinercial. deixando ainda um saldo de

partir do 1942.

vedor enorme, que fortemente contribui

Enfim, ehoganios ao elemento mais importante do pas.sixo do Balanço do

para a progressão contínua das nossas

Contas: o movimento de capitais. É

empréstimos, elevaram a somas fantás-

que o Bra.sii, j^ais novo como é, não possui recursos- próprios para movimen

tar a suii economia, precisando recorrer

dívida.s externas ({ue. eom os novos lieas o débito brasileiro 110 exterior.

em demanda de capitai.s. Mas sc estes, ao entrar no país, alí\ani a economia,

Ministério da Fazenda (2), o lotai do.s

lucros enviados para o exterior atingiu 13 milhões e 20 mil

libras

es

terlinas. Contudo, não é do maior amplitude. O elemento central do

mo\'imerito de capitais são as remes sas feitas pelo Tesouro em pagamenOsvaldo Aranha — Relatório do Mi nistério da Fazenda — Rto de Ja neiro. inso.

Índice

1824

3.686

100

1850

6.183

I6S

1875

19.931 42.424

1.151

115.926

3.145

253.237 212.048

6.876 (a)

1900 1920 1933 1942

(a)

541

5.753

0 extraorclinário aumenlu notado de-

ve-se

O exame que fizemos do nosso Ba lanço de Contas evidencia que todos ôs elementos analisados nos são desfavorá

um que propositadamente deixamos pára

Montante

(cm £1000)

Auo.v

A Balança de Comércio

veis. Besta-nos, contudo, examinar nVtis

•juinte:

ao lato de o Govêi-no Federal ter

o fim: a Balança de Comércio. A história du nosso movimento comer

cial nos mostra que as nossas exporta ções até 1860 ora excedem as nossas

importações, ora, ao contrário, ficam aquém, proporcionando-nos saldos desfa voráveis. A partir des.sa data, quando a cultura e a e.xportaçáo do café se es tabelece definitivamente na economia brasileira, o saldo da nossa Balança Co

assumido a responsabilidade das dívidas

mercial nos \-em sendo favorável, quer

externas estaduais e municipais.

consideremos o seu movimento em ouro,

ttsse quutUo loi oriíaht:iadu pelo Prol.

i|uer cm moeda papel, fi verdade que

Dorival Teixeira Vleiin e se encontra

ü lendimento terri ofaiUdo bastante,

na "Evoluçru» do Sistema Monetário

apresentando fases de pro.speridade e

Bríusileivo".

• , i-./.

K

o que podemos notar 110 quadro se-

eon.slantem<aiic aos centro.s financeiro.s

a

D quadro acrma nos mostra a pro

gressão das remessas que tal divida nos obriga a mandar para o exterior. En tretanto. podemos verificar que èstes

Remessas

100 - 67 1 1 - 354

volta novamente a ser a nos.so favor dicnam. por outro lado. grandes .somas devido à política de estabilização cam <'m forma de lucros, que pe.síim no pa.sbial desenvol\icla pelo Banco cio Brasil, sivo dl) Balanço do Conta.s. Basta dizer coadjuvada pela revalorização do cafc> c eontiniiacla pela Caixa de Estabilização (juc em 1930, segundo eslimali\'a do até a crise de 1929. Déste ano a 1940

cia

Anos

as entradas anteriores.

ESTRANGEIHAS (1,1 '\íílhõe&

Io das div idas externas do pais. Ü grá fico seguinte mostra bem a importân

afluxo uma saída \ioJenta. (|ue anu!aN'a

gráfico abai.vo demonstra a sua irregula

AfJO.ç

DiG.F.srr> Econômico


:í'^ Di<"-r.si<i

tle> 5üni:is do <jtu- rcti-ijeiuos. U hiri.s-

E<'0Nn\itrn

ridade. <• ,i liistóría lios i7isiii;i (juf a."»

mo, por sua vez. ainda não sc conslittjíu

entradas de ouro Imani pr«>\()cadus arlificialnKTjte. s<Mn, contudo, conseguirem

em indústria no Brasil c seu saldo, pos sivelmente. ser-nos-á deficitário.

íi\á-!o no território, sucedendo a cada

Quanto aos movimentos de ouro. o

1901 1905 1910 1915 1920 1925

I

1930 1935 1940

de

CrS papel o.

índice

1

Xtilíiõeíi

39

113 97 2 2

100 - 80 2 2

- 1.183

~ 1.047

-

índice

24

44 -

1

. - 0.3

De 1901 a 1912, por exemplo, xcrique se deve em grande parte à política

f.camo.s uma entrada contínua d^- ouro da Cai.va de Conversão. Porém, com a cnse de 1913 c o fecliamento da Caixa de Con\ ersão, assisHino.s cm 1917 a um movimento in\Trso. Já em 1918' ter minada a guerra, xamos presenciar'nox a entrada dc metal. A cri.se de 1921r22 no entanto,^ põe tèrnio a es.sa corrente áurea favorá\cl. Contudo, em 1923 ela

16 26 07 - 45 J 1

A-crifica-sc nnia evasão contínua, para I

jij' í

(1) .Fontes: Diretoria Geral de Estatíslica do Ministério da Agricultura, In-

dústria e Comércio — Resumo de vá-

ij

rias estatísticas cconómlco-financei-

'í,

ras — 1944. Anuários Estatísticos de

Brasil, publicações do Instituto Erasileiro dé Geografia e Estatística,

dessas

reniessas:

ícni £ 1000)

índice (3)

185(1

525

100

1875

2.901

553

1900

2.491

460

1920 1930

337 10.692

2.037

HMO

2.306

439

envios, embora progres.sivos, tem so frido muitas flutuaç-ões. estreitamente li

gadas às crises internacionais. Dc fato,

se atentarmos para .as datas das redu ções ou mesmo paralisação das remessas, \erificarcmos que elas coincidem, sem

61

pre. com uma época de crise.

39

- 237

- 1

-

0,04

-

0,06

i'utvavo ao dcscnvoK imento cconómfco

- 0.3

-

0,02

-

0.03

brasileiro, uma vez. que esgoui totalmenl<' ou em parto o saldo da nossa Balança

outra vez apresentar saldos fa\oráx'eis a

Dl- falo. as dividas externas são um

omis fabuloso, que ultrapassa, no presen te, a nos.su capacidade de pagamento. t:ünslituindo ao mesmo tempo o maigr

Coinercial. deixando ainda um saldo de

partir do 1942.

vedor enorme, que fortemente contribui

Enfim, ehoganios ao elemento mais importante do pas.sixo do Balanço do

para a progressão contínua das nossas

Contas: o movimento de capitais. É

empréstimos, elevaram a somas fantás-

que o Bra.sii, j^ais novo como é, não possui recursos- próprios para movimen

tar a suii economia, precisando recorrer

dívida.s externas ({ue. eom os novos lieas o débito brasileiro 110 exterior.

em demanda de capitai.s. Mas sc estes, ao entrar no país, alí\ani a economia,

Ministério da Fazenda (2), o lotai do.s

lucros enviados para o exterior atingiu 13 milhões e 20 mil

libras

es

terlinas. Contudo, não é do maior amplitude. O elemento central do

mo\'imerito de capitais são as remes sas feitas pelo Tesouro em pagamenOsvaldo Aranha — Relatório do Mi nistério da Fazenda — Rto de Ja neiro. inso.

Índice

1824

3.686

100

1850

6.183

I6S

1875

19.931 42.424

1.151

115.926

3.145

253.237 212.048

6.876 (a)

1900 1920 1933 1942

(a)

541

5.753

0 extraorclinário aumenlu notado de-

ve-se

O exame que fizemos do nosso Ba lanço de Contas evidencia que todos ôs elementos analisados nos são desfavorá

um que propositadamente deixamos pára

Montante

(cm £1000)

Auo.v

A Balança de Comércio

veis. Besta-nos, contudo, examinar nVtis

•juinte:

ao lato de o Govêi-no Federal ter

o fim: a Balança de Comércio. A história du nosso movimento comer

cial nos mostra que as nossas exporta ções até 1860 ora excedem as nossas

importações, ora, ao contrário, ficam aquém, proporcionando-nos saldos desfa voráveis. A partir des.sa data, quando a cultura e a e.xportaçáo do café se es tabelece definitivamente na economia brasileira, o saldo da nossa Balança Co

assumido a responsabilidade das dívidas

mercial nos \-em sendo favorável, quer

externas estaduais e municipais.

consideremos o seu movimento em ouro,

ttsse quutUo loi oriíaht:iadu pelo Prol.

i|uer cm moeda papel, fi verdade que

Dorival Teixeira Vleiin e se encontra

ü lendimento terri ofaiUdo bastante,

na "Evoluçru» do Sistema Monetário

apresentando fases de pro.speridade e

Bríusileivo".

• , i-./.

K

o que podemos notar 110 quadro se-

eon.slantem<aiic aos centro.s financeiro.s

a

D quadro acrma nos mostra a pro

gressão das remessas que tal divida nos obriga a mandar para o exterior. En tretanto. podemos verificar que èstes

Remessas

100 - 67 1 1 - 354

volta novamente a ser a nos.so favor dicnam. por outro lado. grandes .somas devido à política de estabilização cam <'m forma de lucros, que pe.síim no pa.sbial desenvol\icla pelo Banco cio Brasil, sivo dl) Balanço do Conta.s. Basta dizer coadjuvada pela revalorização do cafc> c eontiniiacla pela Caixa de Estabilização (juc em 1930, segundo eslimali\'a do até a crise de 1929. Déste ano a 1940

cia

Anos

as entradas anteriores.

ESTRANGEIHAS (1,1 '\íílhõe&

Io das div idas externas do pais. Ü grá fico seguinte mostra bem a importân

afluxo uma saída \ioJenta. (|ue anu!aN'a

gráfico abai.vo demonstra a sua irregula

AfJO.ç

DiG.F.srr> Econômico


48

Dicesto Econômico

de depressão, inclusive mesmo de déficits; contado, é o único elemento do

os déficits provenientes do.s outros ele

nosso Balanço de Contas que nos tem

Os dados abaixo apontam claramentt

fornecido recursos para atenuar em parte

c.ssa asscrção;

Milhões Anos

mentos do nosso Ba'anço de Contas.

de

Cr$ papel

Índice

(1910 - 100) 1861 1901 1921

4 23 32

20

9

1.215 2.851

538 1.261

1881

1941 1942

I

Çomposiçõo do comércio exterior brasileiro

Convém nesta altura fazer uma aná lise da composição do nosso comércio exterior.

Que espécies de mercadorias integram a exportação brasileira? Matérias-pri mas e produtos agrícolas, representados quase exclusivamen

comércio

exterior

ainda é essencialmente agrícola. Assim em 1903 a exportação de vegetais e seus produtos representava 91,9%, en quanto o restante atingia apenas 2,5%. Em 1910 a situação permanece a mes

ma, 94% para os vegetais e 1,6% para 0.S minerais. Em 1934 verificamos uma

172

7 31 128

5 144 97

107 72

4

artigos manufaturados, com 0,4%. Em

1938 a composição geral ainda é a mesma, 99,6% de produtos não indus trializados; apenas as exportações de ma térias-primas acusam um aumento, 37,5%,

e os produtos - alimenlares um de créscimo, 62,1%.

tuando cada vez mais o grau de de As

sim, em 1934 importávamos 31,8% de matérias-primas necessárias à indústria: combustíveis, ferro, aço, alumínio e co bre, algodão, juta, lã e sêda animal; e ainda 49% de produtos manufaturados: máquinas, aparelhos e ferramentas, ma nufaturas de aço, veículos, produtos quí

fornecedora de matérias-primas e gê neros alimentícios.

Perda de substância

Êsses países de economia reflexa, co

mo o Brasil, possuem uma exportação de fraco valor e^Wíífico, enquanto a importação, ao contrário, é de grande va'or específico. Desta forma, as suas

relações comerciais apresentam uma per da continua, pois cedem por baixo preço aquilo que produzem, enquanto pagam cada vez mais caro as mercadorias que recebem.

Em economia esta relação de troca

micos e farmacêuticos, dando um mon

desfavorável se chama "perda de subs

tante de 80,8% de artigos manufatura dos ou que se destinam à indústria. Em

tância" e decorre de dois fatores:

1938 a cifra total sofre mais um aumen to e atinge 84,3%, sendo 28,8% de maté rias-primas essenciais à indústria e 55,5%

de produtos manufaturados. Pela análise feita vemos que o Brasil é um país industrialmente dependente,

1.^

da falta de paralelismo entre as oscilações dos preços de matériasprimas 0 os produtos manufatu rados;

2.'

das quedas de câmbio provenien tes dos déficits da Balança de Contas.

O Brasil é um exemplo típico da ocor

resumindo-se as suas atividades econô

rência desses dois fatôres como causa

micas à produção de vívercs e matérias-

dores da perda de substância. A com

primas. Essa característica fêz do Brasil,

provação se encontra nas cifras ababco,

segundo a expressão do Prof. Eugênio Gudin, país de economia reflexa, isto é,. nação de fraca industrialização e grande

em que. se destacam as flutuações do

vaior-ouro da tonelada de importação e exportação.

Esse aspecto sc

meçou a se insta

composição do nosso

10 42

Neste, porém, já começam a aparecer

que a indústria co

Em 1910

nota-se ligeira alteração: artigos manufatxurados 55% e artigos de alimentação e

pendência da economia brasileira.

nas estatísticas do comércio exterior os

do Império mas da República, fase em lar com certo êxito, verificaremos que a

Índice

99,6% de produtos não industrializados.

tísticas já não digo

senciais h nossa indústria.

porcentagem só tende a aumentar, acen

Milhões de Cr$ ouro

ligeira modificação; exportávamos 24,7% de matérias-primas e 74,9% de produ tos alimentícios e forragcns, portanto

te pelo café. De fato, se compulsarmos as esta

49

forragem 18,.5%, clevando-se num total do 73,,5%. Com o correr dos anos esta

(1910 ~ 100)

10 51 412

Digesto Econóacco

mostra claro

, • , ,

mos

ainda

ao

as

mais

examinar-

Anos

Exportação

Importação

(números-índices)

(números-indices) (4)

100 47 26 20

100 42 42 45 38

estatísticas

. das nossas importa ções. Como é de es

perar, estas acusam uma composição dia

metralmente oposta. Em 1903 importá vamos apenas 18,1% de matérias-prima.s contra 46% de artigos manufaturados e

35% de produtos destinados à alimenta ção e forragem. Portanto, 64,1% se com punham de produtos industriais ou es-

1928 1932 1936

1940 1942

23

(4) Êsses índices foram calculados pelo

O período da guerra

Prof. Dorival Teixeira Vieira e se encontram em sua tese de doutora mento "Evolução do Sistema Monetá rio Brasileiro",

A segunda guerra mundial alterou substancialmente o quadro do nosso co-


48

Dicesto Econômico

de depressão, inclusive mesmo de déficits; contado, é o único elemento do

os déficits provenientes do.s outros ele

nosso Balanço de Contas que nos tem

Os dados abaixo apontam claramentt

fornecido recursos para atenuar em parte

c.ssa asscrção;

Milhões Anos

mentos do nosso Ba'anço de Contas.

de

Cr$ papel

Índice

(1910 - 100) 1861 1901 1921

4 23 32

20

9

1.215 2.851

538 1.261

1881

1941 1942

I

Çomposiçõo do comércio exterior brasileiro

Convém nesta altura fazer uma aná lise da composição do nosso comércio exterior.

Que espécies de mercadorias integram a exportação brasileira? Matérias-pri mas e produtos agrícolas, representados quase exclusivamen

comércio

exterior

ainda é essencialmente agrícola. Assim em 1903 a exportação de vegetais e seus produtos representava 91,9%, en quanto o restante atingia apenas 2,5%. Em 1910 a situação permanece a mes

ma, 94% para os vegetais e 1,6% para 0.S minerais. Em 1934 verificamos uma

172

7 31 128

5 144 97

107 72

4

artigos manufaturados, com 0,4%. Em

1938 a composição geral ainda é a mesma, 99,6% de produtos não indus trializados; apenas as exportações de ma térias-primas acusam um aumento, 37,5%,

e os produtos - alimenlares um de créscimo, 62,1%.

tuando cada vez mais o grau de de As

sim, em 1934 importávamos 31,8% de matérias-primas necessárias à indústria: combustíveis, ferro, aço, alumínio e co bre, algodão, juta, lã e sêda animal; e ainda 49% de produtos manufaturados: máquinas, aparelhos e ferramentas, ma nufaturas de aço, veículos, produtos quí

fornecedora de matérias-primas e gê neros alimentícios.

Perda de substância

Êsses países de economia reflexa, co

mo o Brasil, possuem uma exportação de fraco valor e^Wíífico, enquanto a importação, ao contrário, é de grande va'or específico. Desta forma, as suas

relações comerciais apresentam uma per da continua, pois cedem por baixo preço aquilo que produzem, enquanto pagam cada vez mais caro as mercadorias que recebem.

Em economia esta relação de troca

micos e farmacêuticos, dando um mon

desfavorável se chama "perda de subs

tante de 80,8% de artigos manufatura dos ou que se destinam à indústria. Em

tância" e decorre de dois fatores:

1938 a cifra total sofre mais um aumen to e atinge 84,3%, sendo 28,8% de maté rias-primas essenciais à indústria e 55,5%

de produtos manufaturados. Pela análise feita vemos que o Brasil é um país industrialmente dependente,

1.^

da falta de paralelismo entre as oscilações dos preços de matériasprimas 0 os produtos manufatu rados;

2.'

das quedas de câmbio provenien tes dos déficits da Balança de Contas.

O Brasil é um exemplo típico da ocor

resumindo-se as suas atividades econô

rência desses dois fatôres como causa

micas à produção de vívercs e matérias-

dores da perda de substância. A com

primas. Essa característica fêz do Brasil,

provação se encontra nas cifras ababco,

segundo a expressão do Prof. Eugênio Gudin, país de economia reflexa, isto é,. nação de fraca industrialização e grande

em que. se destacam as flutuações do

vaior-ouro da tonelada de importação e exportação.

Esse aspecto sc

meçou a se insta

composição do nosso

10 42

Neste, porém, já começam a aparecer

que a indústria co

Em 1910

nota-se ligeira alteração: artigos manufatxurados 55% e artigos de alimentação e

pendência da economia brasileira.

nas estatísticas do comércio exterior os

do Império mas da República, fase em lar com certo êxito, verificaremos que a

Índice

99,6% de produtos não industrializados.

tísticas já não digo

senciais h nossa indústria.

porcentagem só tende a aumentar, acen

Milhões de Cr$ ouro

ligeira modificação; exportávamos 24,7% de matérias-primas e 74,9% de produ tos alimentícios e forragcns, portanto

te pelo café. De fato, se compulsarmos as esta

49

forragem 18,.5%, clevando-se num total do 73,,5%. Com o correr dos anos esta

(1910 ~ 100)

10 51 412

Digesto Econóacco

mostra claro

, • , ,

mos

ainda

ao

as

mais

examinar-

Anos

Exportação

Importação

(números-índices)

(números-indices) (4)

100 47 26 20

100 42 42 45 38

estatísticas

. das nossas importa ções. Como é de es

perar, estas acusam uma composição dia

metralmente oposta. Em 1903 importá vamos apenas 18,1% de matérias-prima.s contra 46% de artigos manufaturados e

35% de produtos destinados à alimenta ção e forragem. Portanto, 64,1% se com punham de produtos industriais ou es-

1928 1932 1936

1940 1942

23

(4) Êsses índices foram calculados pelo

O período da guerra

Prof. Dorival Teixeira Vieira e se encontram em sua tese de doutora mento "Evolução do Sistema Monetá rio Brasileiro",

A segunda guerra mundial alterou substancialmente o quadro do nosso co-


Dn';tMf• f.rtisOMiCíi

.50

■mcrcirj cxlenor. É que u suspensão ilas remessiis de emigrantes <* a accntiiadu elevarão das nossas exportã(,-ões. aliada a uma forçada redução das iniporlaçôes.

importação .so náo sr íc/ mtl.u inaU niliclamentf dev ichr ao c-ontròle cam

bial (|ue, a partir de julho de 1947, passou a vigorar em nosso paí.s. (5). '

OiorisTo

M .s

Econômico

lieligcianles.

O

imico

mercado

.lijasli c i-dor pròpriani. iite dito t rani os Estados Unidos, iiiun é.^tcs lunibém não podiam torneccr todos os elementos de que necessitávamos.

Desta forma, uma

Ha-

Aliá.s. a Uiidóiicia dc iios.sas importa*,

É assim

que no qüinqüênio 1940-44 o nos'-o niovímento comercial atingiu 68 bilhões

çõrs não pixlerta ter sido outra, isto poifjue durante os anos de guerra dei xamos t!,. comprar no exli-rior nãu -sú

dc cru/eíros (3,5 bilhões do dólares).

Ijciis de jjritdtiçáo comt) também bens

Nesse período a importação foi <Ic 29,3

de substituição. Sc compulsarmos as es-

reconversão já ia mais adiantada, as

bilhões de cruzeiros (1.5 bilhões do dó

lares) (_• a exportação dc 38-7 bilhões

ta(ística.s da importação dc ben.s de con sumo c dc bens dc protlução. verificare

as no.ssas importações, pelo monos as

(2 bilhões dc dólares), resultando um saldo favorável de 9,3 bilhões de cru

mos claraniontt- (•ssi- falo.

detennínam

sensível

melhoria

lança Comercial brasileira.

na

zeiros, ou 474 milhões .de dólares. Ele-

vou-sc, as.sim, a exportação cm mais dc

de seu valor cm relação ao qüinliüêniíj anterior, que foi de 24,8 bilhões

de cruzeiros (1,4 bilhões de dólares), enquanto na importação o aumento ve

rificado não atingiu u 30^'. Nos unos de 1945-46. continuou o movimento ascensional de nosso inter

câmbio comercial. As transações com<-iciais, nesse período, montaram a 52 bi lhões de cruzeiros (2,7 bilhões de dóla res), dos quais 21,6 bilhões de cruzei

.-Vs estatísti

cas nos dão uma importação média anual, cin 1935-39. dc l billião de cru zeiros dc ben.s de eon.simu» c 3.6 billwes

de cruzeiros di- bens de produção. No qüinqüênio segninle. 1939-44. a impor tação média anual foi de 1,1 bilhão de cruzeiros e as clc bens de produção

boa parte cia importação se fèz cm tõmn do artigos menos ossenciai.s. os únicos disponíveis no momento nos centros for necedores. Em 1947, (piando então a restríçoi-s cambiais frearam um pouco

dc artigos não essenciais; c cpiando em 1948 foram estabelecidas as restrições às importações, estas caíram aquém das nccessidade,s reais do Brasil, sem entre

tanto conseguir o equilíbrio da nossa

Balança Comercial, pois fechamos o primeiro semestre do ano corrente com um déficit do Cr$ 2.320.761,00.

4.7 bilhões de cruzeiros. .No entanto, iio

É pos.sí\x'l fazer-.sc um cálculo do

biênio seguinte. I!:)1.5-46. as médias

inonlanto das nossas importações nesses

anuais passaram, re.siiectiv amenlc. paru 2.5 ijilbões de cinzeiros c 8.-1 l)illuH'S de

futuros?

O

Departamento

de

cruzeiros. Em 1947. porém, a discrepân

Economia

anos

lhões e 8,4 lulhões, enquanto, cm 10 meses de 1947, compramos 5,5 miihõe.> de bens de consumo e 13,6 bilhões de

bens de produção. Ê.sse aumento sensível no valor cm cru

zeiros não traduz, porem, aumento no

volume da importação.

Compulsando

as estatísticas sõbre o montante das to

neladas médias anuais importadas nesses düi.s períodos, verificamos que sc cnnsenou o mesmo. Assim, no qüinqüênit) 1935-39 a média foi de 4.488.281 toneladas, enquanto a média do biênio

1945-46 foi de 4.475.869 toneladas, pràticameiite ig\inl à do qüinqüênio anteA disparidade entre o. valor e o

volume da importação provem da eleva çao

dos i>reços verificados nos países

rladores; rxporl

Assim, os valores médios

da tonclítda importada se elevaram de S 102 cruzeiros (1935-39) para 18.674 cruzeiros em 1947. on sejam 130% mais que o x^alor base.

Admitindo-se que as

Indus

necessidades

cia se torna ainda mais acentuada: com

trial da Federação

normais do Brasil

pramos 5,3 bilhões dc cnizeiros de bens de consumo e 13.6 bilhões de

das

ros (1,1 bilhões cie dólares) de importa

São Paulo fêz um

era bens de pro dução, no período

ção c 30,4 bilhões de cruzeiros (1,6 bi

cnizeiros de bens dc produção. (6).

cálculo nesse sen

1948-51,

serão

tido, tomando co

idênticas

às

mo base as impor

períoclo

tações nonnais rea

■\'erificamos

que

lizadas pelo Brasil no.s cinco anos anteriores à guerra. Se gundo ê.sse cálculo, a média anual da iniporlação de 1935-39 foi do 1 bilhão dc cnizcix'os de bens de consumo e 3,6

anualmente

deve-

lhões dc dólares) de exportação. O saldo do período foi. pois, de 8,9 bi lhões de'cruzeiros (0,5 bilhão de dó

Devemos levar cm conta, ainda, que essa importação não representa as ne cessidades reais brasileiras, pois ein

lares ).

1945-46 não pudemos adquirir as inanul aturas, os bens do produção c os

A Balança Comercuil no após-^iierra

bens de reposição dc que necessitávamos, uma vez que não sc Iiavia ainda pro

Em 1947, entretanto, processou-se ra

cessado a reconversão industrial dus pai-

dical mudança na tendência de nossas

Torrentes comerciais. De fato, a impor tação brasileira olcvou-se a 18,9 bilhões

(5)

A Situação Econômica cJa América Latina c suas Possibilidades em Face do Plano Marshall, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

de cruzeiros (1 biliião de dólares), e a

exjrortaçãu alcançou apenas 1 /,6 bilhõas

|i.|j

I f ■?.

(G)

A

exterior 4.488.281

toneladas, que, multiplicadas pelo seu preço nicclio em 1945-46, atingem a cifra de 8,4 bilhões de cruzeiròs anuais, ou 447,6 milhões de dólares.

anual du importação de bens de coq-

se.s de 1947 a importação brasileira de

do seguinte, isto é, de 1939-44, a média

sumo foi de 1.1 bilhões de cruzeiros e a

de bens de" produção de 4,7 billiões. pa.ssaram, respectivamente, para 2,5 bi

Idcm n.o ó.

remos adquirir no

do

1935-39,

bilhões de bens de produção. No perío

No biênio 1945-46 as médias anuais

(0,941 bilhão de dólares), De\'e-se no

tar ainda que a tendência ascensional da

Indústrias de

Como nos anos de 1945-46 e 10 me-

bens de produção foi de 10,1 bilhões

cie cruzeiros, portanto superior , à média normal (dos anos de 1935-39) de 1,7 ' bilhões anualmente, deveremos deduzir


Dn';tMf• f.rtisOMiCíi

.50

■mcrcirj cxlenor. É que u suspensão ilas remessiis de emigrantes <* a accntiiadu elevarão das nossas exportã(,-ões. aliada a uma forçada redução das iniporlaçôes.

importação .so náo sr íc/ mtl.u inaU niliclamentf dev ichr ao c-ontròle cam

bial (|ue, a partir de julho de 1947, passou a vigorar em nosso paí.s. (5). '

OiorisTo

M .s

Econômico

lieligcianles.

O

imico

mercado

.lijasli c i-dor pròpriani. iite dito t rani os Estados Unidos, iiiun é.^tcs lunibém não podiam torneccr todos os elementos de que necessitávamos.

Desta forma, uma

Ha-

Aliá.s. a Uiidóiicia dc iios.sas importa*,

É assim

que no qüinqüênio 1940-44 o nos'-o niovímento comercial atingiu 68 bilhões

çõrs não pixlerta ter sido outra, isto poifjue durante os anos de guerra dei xamos t!,. comprar no exli-rior nãu -sú

dc cru/eíros (3,5 bilhões do dólares).

Ijciis de jjritdtiçáo comt) também bens

Nesse período a importação foi <Ic 29,3

de substituição. Sc compulsarmos as es-

reconversão já ia mais adiantada, as

bilhões de cruzeiros (1.5 bilhões do dó

lares) (_• a exportação dc 38-7 bilhões

ta(ística.s da importação dc ben.s de con sumo c dc bens dc protlução. verificare

as no.ssas importações, pelo monos as

(2 bilhões dc dólares), resultando um saldo favorável de 9,3 bilhões de cru

mos claraniontt- (•ssi- falo.

detennínam

sensível

melhoria

lança Comercial brasileira.

na

zeiros, ou 474 milhões .de dólares. Ele-

vou-sc, as.sim, a exportação cm mais dc

de seu valor cm relação ao qüinliüêniíj anterior, que foi de 24,8 bilhões

de cruzeiros (1,4 bilhões de dólares), enquanto na importação o aumento ve

rificado não atingiu u 30^'. Nos unos de 1945-46. continuou o movimento ascensional de nosso inter

câmbio comercial. As transações com<-iciais, nesse período, montaram a 52 bi lhões de cruzeiros (2,7 bilhões de dóla res), dos quais 21,6 bilhões de cruzei

.-Vs estatísti

cas nos dão uma importação média anual, cin 1935-39. dc l billião de cru zeiros dc ben.s de eon.simu» c 3.6 billwes

de cruzeiros di- bens de produção. No qüinqüênio segninle. 1939-44. a impor tação média anual foi de 1,1 bilhão de cruzeiros e as clc bens de produção

boa parte cia importação se fèz cm tõmn do artigos menos ossenciai.s. os únicos disponíveis no momento nos centros for necedores. Em 1947, (piando então a restríçoi-s cambiais frearam um pouco

dc artigos não essenciais; c cpiando em 1948 foram estabelecidas as restrições às importações, estas caíram aquém das nccessidade,s reais do Brasil, sem entre

tanto conseguir o equilíbrio da nossa

Balança Comercial, pois fechamos o primeiro semestre do ano corrente com um déficit do Cr$ 2.320.761,00.

4.7 bilhões de cruzeiros. .No entanto, iio

É pos.sí\x'l fazer-.sc um cálculo do

biênio seguinte. I!:)1.5-46. as médias

inonlanto das nossas importações nesses

anuais passaram, re.siiectiv amenlc. paru 2.5 ijilbões de cinzeiros c 8.-1 l)illuH'S de

futuros?

O

Departamento

de

cruzeiros. Em 1947. porém, a discrepân

Economia

anos

lhões e 8,4 lulhões, enquanto, cm 10 meses de 1947, compramos 5,5 miihõe.> de bens de consumo e 13,6 bilhões de

bens de produção. Ê.sse aumento sensível no valor cm cru

zeiros não traduz, porem, aumento no

volume da importação.

Compulsando

as estatísticas sõbre o montante das to

neladas médias anuais importadas nesses düi.s períodos, verificamos que sc cnnsenou o mesmo. Assim, no qüinqüênit) 1935-39 a média foi de 4.488.281 toneladas, enquanto a média do biênio

1945-46 foi de 4.475.869 toneladas, pràticameiite ig\inl à do qüinqüênio anteA disparidade entre o. valor e o

volume da importação provem da eleva çao

dos i>reços verificados nos países

rladores; rxporl

Assim, os valores médios

da tonclítda importada se elevaram de S 102 cruzeiros (1935-39) para 18.674 cruzeiros em 1947. on sejam 130% mais que o x^alor base.

Admitindo-se que as

Indus

necessidades

cia se torna ainda mais acentuada: com

trial da Federação

normais do Brasil

pramos 5,3 bilhões dc cnizeiros de bens de consumo e 13.6 bilhões de

das

ros (1,1 bilhões cie dólares) de importa

São Paulo fêz um

era bens de pro dução, no período

ção c 30,4 bilhões de cruzeiros (1,6 bi

cnizeiros de bens dc produção. (6).

cálculo nesse sen

1948-51,

serão

tido, tomando co

idênticas

às

mo base as impor

períoclo

tações nonnais rea

■\'erificamos

que

lizadas pelo Brasil no.s cinco anos anteriores à guerra. Se gundo ê.sse cálculo, a média anual da iniporlação de 1935-39 foi do 1 bilhão dc cnizcix'os de bens de consumo e 3,6

anualmente

deve-

lhões dc dólares) de exportação. O saldo do período foi. pois, de 8,9 bi lhões de'cruzeiros (0,5 bilhão de dó

Devemos levar cm conta, ainda, que essa importação não representa as ne cessidades reais brasileiras, pois ein

lares ).

1945-46 não pudemos adquirir as inanul aturas, os bens do produção c os

A Balança Comercuil no após-^iierra

bens de reposição dc que necessitávamos, uma vez que não sc Iiavia ainda pro

Em 1947, entretanto, processou-se ra

cessado a reconversão industrial dus pai-

dical mudança na tendência de nossas

Torrentes comerciais. De fato, a impor tação brasileira olcvou-se a 18,9 bilhões

(5)

A Situação Econômica cJa América Latina c suas Possibilidades em Face do Plano Marshall, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

de cruzeiros (1 biliião de dólares), e a

exjrortaçãu alcançou apenas 1 /,6 bilhõas

|i.|j

I f ■?.

(G)

A

exterior 4.488.281

toneladas, que, multiplicadas pelo seu preço nicclio em 1945-46, atingem a cifra de 8,4 bilhões de cruzeiròs anuais, ou 447,6 milhões de dólares.

anual du importação de bens de coq-

se.s de 1947 a importação brasileira de

do seguinte, isto é, de 1939-44, a média

sumo foi de 1.1 bilhões de cruzeiros e a

de bens de" produção de 4,7 billiões. pa.ssaram, respectivamente, para 2,5 bi

Idcm n.o ó.

remos adquirir no

do

1935-39,

bilhões de bens de produção. No perío

No biênio 1945-46 as médias anuais

(0,941 bilhão de dólares), De\'e-se no

tar ainda que a tendência ascensional da

Indústrias de

Como nos anos de 1945-46 e 10 me-

bens de produção foi de 10,1 bilhões

cie cruzeiros, portanto superior , à média normal (dos anos de 1935-39) de 1,7 ' bilhões anualmente, deveremos deduzir


Dicesto Econômico

52

Dicesto

53

Econômico

êsse excedente do total geral de bens de produção que deveremos importar,

foram sempre a fonte de onde colhía

ca do nosso comércio exterior com a

lanço de Contas é sempre deficitário e

mos mais de 90% do saldo de nossa Ba

isto é, a média normal de 8,4 milhões de cruzeiros, c obteremos assim a cifra

lança Comercial.

Europa no primeiro semestre do ano cm curso confirmam o nosso ponto-devista, pois apresenta um déficit de

ficit é a Balança Comercial. A guerra

de 27.334 milhões de cruzeiros para b

Na atual conjuntura, porém, poderão

qüinqüênio 1948-51.

fornecer saldos iguais aos anteriores n

Resta-nos ainda estabelecer qual será a provável procura brasileira de repo

1939? Apesar de as nações européias a dos anos anteriores ao último conflito,

ainda.

não nos parece que seja a fonte onde

O Departamento de Economia da

Federação das Indústrias também pro

real deveria ter sido de 9.685 milhões

que para remediar esta situação foi cria do o Plano Marshall. Na eventualidade

de cruzeiros anuais no período 1940-44. Entretanto, as cifras apontam apenas

de êsse plano funcionar tal como foi

sição não realizada) de 4.939 milhões de

cruzeiros, o que perfaz 197 bilhões de cruzeiros entre 1948-51. (7). Como poderemos fazer face a um

tal vulto de importação? E, note-se, essas importações são as importações normais de que necessitamos para man

esbanjá-las em importações não produ

tas in,ternacionais vem apresentando dé-

tivas ou emissões inúteis de moedas-ou-

ficits continuados, que levam a sangrias

ro. A quarta nos aponta que devemos

enormes nas no.ssas reservas, acumula das com o tremendo sacrifício econô

seguir um& política internacional de mútua compreensão e cooperação, a fim de podermos, através de acordos co

mesmo ritmo verificado no período

lermos proposto apenas esclarecer si

elevar as nossas exportações e importa

tuações e levantar problemas. A primeira que se nos impõe, é que, sendo o Brasil país devedor, o seu Ba

ções ao nível de 1935-39 e obtermos os

da fôr idêntico àquele alcançado em 1947, teremos uma exportação média importação de 4.066,4 milhões de cru zeiros ou 217,1 milhões de dó'ares, por

**

tanto um saldo de 1.882,6 milhões de

^

merciais de compensação, ultrapassar o problema da carência de divisas e assim

bens de produção e de reposição de que tanto necessitamos.

-V- ■¥•

* * * *

cruzeiros oü 100 milhões de dólares.

De Londres informam que a firma John Morris and Company, de Gosport, Inglaterra, recebeu do Brasil uma interessante encomenda. Abrange ela a construção de 4 vapores, sendo 2 de passageiros e carga e 2 rebocadores. Os de passageiros e carga terão acomodações para 15 viajantes de primeira classe e 15 de segunda,

Tudo nos leva a crer, porém, que isto

deremos obter as divisas que neces.sifa-

não se verificará, pois até o momento

mos.

presente as compras efetuadas no Bra sil pelo Piano Marshall foram ínfimas. Além disso, os dirigentes do Plano têm seguido uma orientação muito mais polí tica do que econômica. Aliás, a estatísti-

(7) Idem n.o 6.

visas e em ouro e principalmente a não

o único elemento ativo das nossas con

1935-39, 6 se o preço médio da tonela

mica.

sas transações comerciais com a Europa

telosos com as nossos reser\'as em di

tudo, na presente conjuntura econômica,

abrange, mantiver mais ou menos o

ram anos de grande expansão econô

Só nos resta o nosso comércio

portar maior volume, a fim de fazer face ao valor das nossas importações. A terceira nos ensina não só a nos por mos de resguardo contra xun otimismo exagerado, como a sermos muito cau

mico da inflação por que passamos. Daí não nos furtarmos ao desejo de ti rar algumas conclusões, apesar de nos

Se o comércio exterior brasileiro, com

anual de 5.949 milhões de cruzeiros, ou

com os países europeus. Aliás, as nos

tiram preencher os vácuos deixados pe los demais elementos da Balança. Con

os 16 países que o Plano Marshall

sejam 317,1 milhões de dólares, e uma

mercial com os Estados Unidos nos é

nos vem fornecendo desde 1860 saldos

continente?

nômica, dos anos 1935-39, que não fo

deficitária; portanto, dêsse país não po

nos aponta que as nossas mercadorias

exportáveis sendo de fraco valor espe cífico, acarretam uma contínua perda de substancia, o que nos obriga a ex

contínuos, saldos esses que nos permi

imaginado e fornecer à Europa as diW-

ter o mesmo ritmo de atividade eco

Já sabemos que a nossa Balança Co

dições de compreender as razões da cri Como vimos, todos os itens do nosso Balanço de Contas nos são deficitários, exceto a nossa Balança Comercial, que

•sas que ela necessita, qual seria o vul to das nossas e.xportaçõcs para aquele

desequilíbrio é um indicador seguro de uma crise em evolução. A segunda

se atual do nosso Balanço de Contas

e da gravidade que a mesma apresenta.

necessárias ao pagamento de nossas im

estimativa de que a nossa importação

cruzeiros, o que vale dizer que te mos um déficit (importação de repo

Feita esta análise, estamos em con

vamos colher as divisas internacionais

de um artifício de cálculo, que não con vém apontar no momento, chegou à

uma importação de 4.746 mílliões de

Conclusão

um vulto de importação muito maior que

portações. A Europa, como é do conhe cimento de todos, não possui meios de pagamento internacionais. E' verdade

curou calcular essa reposição e, através

natural da Balança de Comércio e tal

ncessitarein nesses cinco futuros anos de

sição dos bens de produção desgastados durante o período bélico e não repostos

e o após-guerra, porém, condições anor mais que são, perturbam o - movimento

70.658 mil cruzeiros.

esses mesmos países continuar a nos

o xinico elemento atenuador dêsse dé

assim como porões especiais de carga. Terão um raio de cruzeiro de 1.125 milhas

numa velocidade de 10 nds. Os dois outros barcos são rebocadores fluviais de duas hélices cada um, com 1.200 h. h. p. {British horse poiver) e com capacidade para rebocar 2 batelões de 1.000 toneladas cada um, velocidade de 5 nós.

A


Dicesto Econômico

52

Dicesto

53

Econômico

êsse excedente do total geral de bens de produção que deveremos importar,

foram sempre a fonte de onde colhía

ca do nosso comércio exterior com a

lanço de Contas é sempre deficitário e

mos mais de 90% do saldo de nossa Ba

isto é, a média normal de 8,4 milhões de cruzeiros, c obteremos assim a cifra

lança Comercial.

Europa no primeiro semestre do ano cm curso confirmam o nosso ponto-devista, pois apresenta um déficit de

ficit é a Balança Comercial. A guerra

de 27.334 milhões de cruzeiros para b

Na atual conjuntura, porém, poderão

qüinqüênio 1948-51.

fornecer saldos iguais aos anteriores n

Resta-nos ainda estabelecer qual será a provável procura brasileira de repo

1939? Apesar de as nações européias a dos anos anteriores ao último conflito,

ainda.

não nos parece que seja a fonte onde

O Departamento de Economia da

Federação das Indústrias também pro

real deveria ter sido de 9.685 milhões

que para remediar esta situação foi cria do o Plano Marshall. Na eventualidade

de cruzeiros anuais no período 1940-44. Entretanto, as cifras apontam apenas

de êsse plano funcionar tal como foi

sição não realizada) de 4.939 milhões de

cruzeiros, o que perfaz 197 bilhões de cruzeiros entre 1948-51. (7). Como poderemos fazer face a um

tal vulto de importação? E, note-se, essas importações são as importações normais de que necessitamos para man

esbanjá-las em importações não produ

tas in,ternacionais vem apresentando dé-

tivas ou emissões inúteis de moedas-ou-

ficits continuados, que levam a sangrias

ro. A quarta nos aponta que devemos

enormes nas no.ssas reservas, acumula das com o tremendo sacrifício econô

seguir um& política internacional de mútua compreensão e cooperação, a fim de podermos, através de acordos co

mesmo ritmo verificado no período

lermos proposto apenas esclarecer si

elevar as nossas exportações e importa

tuações e levantar problemas. A primeira que se nos impõe, é que, sendo o Brasil país devedor, o seu Ba

ções ao nível de 1935-39 e obtermos os

da fôr idêntico àquele alcançado em 1947, teremos uma exportação média importação de 4.066,4 milhões de cru zeiros ou 217,1 milhões de dó'ares, por

**

tanto um saldo de 1.882,6 milhões de

^

merciais de compensação, ultrapassar o problema da carência de divisas e assim

bens de produção e de reposição de que tanto necessitamos.

-V- ■¥•

* * * *

cruzeiros oü 100 milhões de dólares.

De Londres informam que a firma John Morris and Company, de Gosport, Inglaterra, recebeu do Brasil uma interessante encomenda. Abrange ela a construção de 4 vapores, sendo 2 de passageiros e carga e 2 rebocadores. Os de passageiros e carga terão acomodações para 15 viajantes de primeira classe e 15 de segunda,

Tudo nos leva a crer, porém, que isto

deremos obter as divisas que neces.sifa-

não se verificará, pois até o momento

mos.

presente as compras efetuadas no Bra sil pelo Piano Marshall foram ínfimas. Além disso, os dirigentes do Plano têm seguido uma orientação muito mais polí tica do que econômica. Aliás, a estatísti-

(7) Idem n.o 6.

visas e em ouro e principalmente a não

o único elemento ativo das nossas con

1935-39, 6 se o preço médio da tonela

mica.

sas transações comerciais com a Europa

telosos com as nossos reser\'as em di

tudo, na presente conjuntura econômica,

abrange, mantiver mais ou menos o

ram anos de grande expansão econô

Só nos resta o nosso comércio

portar maior volume, a fim de fazer face ao valor das nossas importações. A terceira nos ensina não só a nos por mos de resguardo contra xun otimismo exagerado, como a sermos muito cau

mico da inflação por que passamos. Daí não nos furtarmos ao desejo de ti rar algumas conclusões, apesar de nos

Se o comércio exterior brasileiro, com

anual de 5.949 milhões de cruzeiros, ou

com os países europeus. Aliás, as nos

tiram preencher os vácuos deixados pe los demais elementos da Balança. Con

os 16 países que o Plano Marshall

sejam 317,1 milhões de dólares, e uma

mercial com os Estados Unidos nos é

nos vem fornecendo desde 1860 saldos

continente?

nômica, dos anos 1935-39, que não fo

deficitária; portanto, dêsse país não po

nos aponta que as nossas mercadorias

exportáveis sendo de fraco valor espe cífico, acarretam uma contínua perda de substancia, o que nos obriga a ex

contínuos, saldos esses que nos permi

imaginado e fornecer à Europa as diW-

ter o mesmo ritmo de atividade eco

Já sabemos que a nossa Balança Co

dições de compreender as razões da cri Como vimos, todos os itens do nosso Balanço de Contas nos são deficitários, exceto a nossa Balança Comercial, que

•sas que ela necessita, qual seria o vul to das nossas e.xportaçõcs para aquele

desequilíbrio é um indicador seguro de uma crise em evolução. A segunda

se atual do nosso Balanço de Contas

e da gravidade que a mesma apresenta.

necessárias ao pagamento de nossas im

estimativa de que a nossa importação

cruzeiros, o que vale dizer que te mos um déficit (importação de repo

Feita esta análise, estamos em con

vamos colher as divisas internacionais

de um artifício de cálculo, que não con vém apontar no momento, chegou à

uma importação de 4.746 mílliões de

Conclusão

um vulto de importação muito maior que

portações. A Europa, como é do conhe cimento de todos, não possui meios de pagamento internacionais. E' verdade

curou calcular essa reposição e, através

natural da Balança de Comércio e tal

ncessitarein nesses cinco futuros anos de

sição dos bens de produção desgastados durante o período bélico e não repostos

e o após-guerra, porém, condições anor mais que são, perturbam o - movimento

70.658 mil cruzeiros.

esses mesmos países continuar a nos

o xinico elemento atenuador dêsse dé

assim como porões especiais de carga. Terão um raio de cruzeiro de 1.125 milhas

numa velocidade de 10 nds. Os dois outros barcos são rebocadores fluviais de duas hélices cada um, com 1.200 h. h. p. {British horse poiver) e com capacidade para rebocar 2 batelões de 1.000 toneladas cada um, velocidade de 5 nós.

A


j#< ••». p-^^jn

Dicesh» Kconomico

-ôtc coiueços dêslc século, u formação

social l)rasilcir;r foi quase exclusivamen te agrária. vida urbana apresenta

O SINDICALISMO NO BRASIL

va extrema clefieicmcia em relação com

Clovís Leitk Ribeimo

a inlensiclaclc cia vida rural, conuí já A

recente assinatura do convwiio sín-

" dical clc São Francisco da Califórniíi pelos representantes do Rrasil c o

projeto de reforma sindical apresentado ao Congresso Nacional pelo deputado João Mangabeira vieram pf)r cm desta que \ini dos problemas fundamentais re

lativos à organização do trabalho, atj desenvolvimento da produHridade o a elevação do nível de vida dos traba lhadores no Brasil.

observava Frei \'icciite do Salvador em

O aiilor examina a poxição do sindicii' lismo bradleiro, cm jarc do roíivènio ■sindical de São Francisco da Califórnio r do projcln de refnnna .sindical elahorado pelo deputado João Many,ah('i-

1027. fjuanclo dizia que o Brasil todo

nao (ra República, .sendo-o cada casa

de .sèiihor de engenho. •Na.s fazendas, vcrcladeirus pei|uenos

leuclos, permaneciam todos oi^ vestígios

ra. na comissão dc leis complcmcniarc.s da Con.stituição, concluindo no senti

do iraballio .servil on semi-feudal. Ahoicla a escravatura, o trabalho dos cam

do da necessidade do fortalecimento das entidades .sindicais, cm tnn redime

pos passou

Rais pi '()s colonos iiuigraclos c no NorIf* pelo sistema do agregados, cm um ambiente isocial •extreniamente pobre,

de ináxima autonomia c dc-sccntraJizíiçãfl.

Realmente, nossa experiência e a áos

demais países N-è,n demonstrando que

o sindicalismo .pode trazer uma contri buição decisiva para a solução destes problemas. Conforme sa'ienlou Durklieim, o sindicalismo representa uma imperiosa necessidade, em qualquer meio ou época em cpie a atividade econômi ca atinja um certo grau do desenvoUi-

menlo, de onde decorre que o proble ma da época contemporânea é o dc ade quar o sindicalismo às características o às necessidades da economia contem porânea e não o de remontar o curso

da história para restaurar o corpora tivismo, que correspondia às necessida

des da restrita atividade econômica

dentro dc uni .sistema semi-feudal de ex ploração cia terra. I'oi somente com o início da

dades e xjrofissõcs, dentro do plano di' uma organização sindical, que dc.sperto e desenvolva em cada um o espírito

nidustrialização que êssc panp'■aina de nossa formação social

de solidariedade profissional e a con.s-

Icgandü-liies poderes para iinnarein pu sancionarem contratos coletivos de tra balho.

A cs.so scguiu-.se o Decreto 24.3.94,- de

12-7-34, que consolidou as prescriç"õe.s relaüvas à organização o funcionamento dos sindicatos.

ciéncia da necessidade dc subordinação

govênu) provisório, da necessidade da intervenção do Estado, no sentido da iirganização sindical. Sem uma intervni-

ção ativa nesse sentido, não se organi zariam os .sindicatos, portjne nenluima necessidade imperiosa de defesa coletiva

dos intcrêsses profissionais exigia unia eficiente aglutinação dos elementos es

parsos no Pais, cm um ambiente de

pobre formação social. As tendênci as corporativas da época

f 1-»

urbana e a surgir, nos núcleos do industrialização, inn certo movimento dc aglutinação dos elementos dc tra balho. Entretanto, até 1930 os movi-

•ses coletivos.

No Brasil o sindicalismo data, a rigor, dc 1939. Os decretos anteriores, de

1903 e 1907, que estabeleceram as ba

nientos de defesa coletiva dos intcrêsses

ses do sindicalismo brasileiro, reconhe

cendo aos sindicatos a representação de

piofissionais eram feito.s sem plano ou mc^todo, através de greves, como a de

na solução das divergências entre o ca

i91tS, ou de organizaç-ões efêmeras.

sua categoria econômica ou profissional

Foi .sômente depois de 1930 que o

pital o o trabalho, não tiveram qualquer aplicação prática. Havia completo de Os graves problemas sociais e econô sinteresse pela organização clc sindicamicos da época contemporânea trans-' los, explicável pela carência clc espírito cendcm das possibihclades de solução associativo no Brasil, herança cie nossa pela anárquica atividade da iniciativa formação, social, durante a época colo individual ou pela impotente interven nial e o Império. Realmente, a perma ção do Estado. Somente uma discipli nência do trabalho scrvil até 183S e o nada organização dos integrantes de ca caráter .senií-fcudal de nossa formação da categoria econômica ou profissional social foram íâtôre.s que retardaram poderá solucionar è.«es problemas, me entre nós o desenvolvimento do espí

governo provisório encarou o problema da organização profis.sional e econômi ca no Brasil, decidindo intervir no sen

tido de sua estruturação sindical. Foi com êsse objc-iivo que se promulgou o Decreto 19.770, de 19-3-1931, com o ípnd, repetindo e ampliando as clispa.siçoes dos decretos de 1903 e de '90;',

o puder público reeunliécia a iegitlmidiiile do.s .sindicatos, prescrevia a unidade sindical e atribuía aos sindicatos o cará-

rito associativo. L.

lovaram, entretanto, os consti

tuintes de 1934 a dar ao nos

so ainda incipiente sindicalis mo uma ativa função política,

meçou a cli-senvolver-sü a vida

dos interés.sos individuais aos intcrês-

Êsses decretos eram ins

pirados no reconhecimento, por parte do

começou a ser alterado, cjue co

inedieval.

diante harmoniosa colaboração de ativi-

a ser executado no Sul do

ler cie órgãos técnicos con.sultivos. dé-

pela criação da representação profissional da Constituição de 1934. Essa imprudente iniciativa determinou

a proliferação de sindicatos criados com

objetivos

puramente

políticos,

sem

qualquer eon.sonància com as necessida des e com a realidade brasileira. Em

face deles, os integrantes de suas cate gorias econômicas ou profissionais man-

linham-se em completo desinteresse. Era preciso, jxirtanto, que o Estado as.sumisse uma posição mais decisiva, para ipie os sindicatos se organiziisseni e ti vessem meios materiais de existência.

Esse objetivo somente pôde ser realiza do com o Decreto-lei 1.402, de 5-7-39,

que deu nova organização aos sindicatos

in-^^tiliiiii o chamado imposto sindical l'oi a instit^ijâo deísa oi»ntribuição,

impròpriamente denominada impòslO;


j#< ••». p-^^jn

Dicesh» Kconomico

-ôtc coiueços dêslc século, u formação

social l)rasilcir;r foi quase exclusivamen te agrária. vida urbana apresenta

O SINDICALISMO NO BRASIL

va extrema clefieicmcia em relação com

Clovís Leitk Ribeimo

a inlensiclaclc cia vida rural, conuí já A

recente assinatura do convwiio sín-

" dical clc São Francisco da Califórniíi pelos representantes do Rrasil c o

projeto de reforma sindical apresentado ao Congresso Nacional pelo deputado João Mangabeira vieram pf)r cm desta que \ini dos problemas fundamentais re

lativos à organização do trabalho, atj desenvolvimento da produHridade o a elevação do nível de vida dos traba lhadores no Brasil.

observava Frei \'icciite do Salvador em

O aiilor examina a poxição do sindicii' lismo bradleiro, cm jarc do roíivènio ■sindical de São Francisco da Califórnio r do projcln de refnnna .sindical elahorado pelo deputado João Many,ah('i-

1027. fjuanclo dizia que o Brasil todo

nao (ra República, .sendo-o cada casa

de .sèiihor de engenho. •Na.s fazendas, vcrcladeirus pei|uenos

leuclos, permaneciam todos oi^ vestígios

ra. na comissão dc leis complcmcniarc.s da Con.stituição, concluindo no senti

do iraballio .servil on semi-feudal. Ahoicla a escravatura, o trabalho dos cam

do da necessidade do fortalecimento das entidades .sindicais, cm tnn redime

pos passou

Rais pi '()s colonos iiuigraclos c no NorIf* pelo sistema do agregados, cm um ambiente isocial •extreniamente pobre,

de ináxima autonomia c dc-sccntraJizíiçãfl.

Realmente, nossa experiência e a áos

demais países N-è,n demonstrando que

o sindicalismo .pode trazer uma contri buição decisiva para a solução destes problemas. Conforme sa'ienlou Durklieim, o sindicalismo representa uma imperiosa necessidade, em qualquer meio ou época em cpie a atividade econômi ca atinja um certo grau do desenvoUi-

menlo, de onde decorre que o proble ma da época contemporânea é o dc ade quar o sindicalismo às características o às necessidades da economia contem porânea e não o de remontar o curso

da história para restaurar o corpora tivismo, que correspondia às necessida

des da restrita atividade econômica

dentro dc uni .sistema semi-feudal de ex ploração cia terra. I'oi somente com o início da

dades e xjrofissõcs, dentro do plano di' uma organização sindical, que dc.sperto e desenvolva em cada um o espírito

nidustrialização que êssc panp'■aina de nossa formação social

de solidariedade profissional e a con.s-

Icgandü-liies poderes para iinnarein pu sancionarem contratos coletivos de tra balho.

A cs.so scguiu-.se o Decreto 24.3.94,- de

12-7-34, que consolidou as prescriç"õe.s relaüvas à organização o funcionamento dos sindicatos.

ciéncia da necessidade dc subordinação

govênu) provisório, da necessidade da intervenção do Estado, no sentido da iirganização sindical. Sem uma intervni-

ção ativa nesse sentido, não se organi zariam os .sindicatos, portjne nenluima necessidade imperiosa de defesa coletiva

dos intcrêsses profissionais exigia unia eficiente aglutinação dos elementos es

parsos no Pais, cm um ambiente de

pobre formação social. As tendênci as corporativas da época

f 1-»

urbana e a surgir, nos núcleos do industrialização, inn certo movimento dc aglutinação dos elementos dc tra balho. Entretanto, até 1930 os movi-

•ses coletivos.

No Brasil o sindicalismo data, a rigor, dc 1939. Os decretos anteriores, de

1903 e 1907, que estabeleceram as ba

nientos de defesa coletiva dos intcrêsses

ses do sindicalismo brasileiro, reconhe

cendo aos sindicatos a representação de

piofissionais eram feito.s sem plano ou mc^todo, através de greves, como a de

na solução das divergências entre o ca

i91tS, ou de organizaç-ões efêmeras.

sua categoria econômica ou profissional

Foi .sômente depois de 1930 que o

pital o o trabalho, não tiveram qualquer aplicação prática. Havia completo de Os graves problemas sociais e econô sinteresse pela organização clc sindicamicos da época contemporânea trans-' los, explicável pela carência clc espírito cendcm das possibihclades de solução associativo no Brasil, herança cie nossa pela anárquica atividade da iniciativa formação, social, durante a época colo individual ou pela impotente interven nial e o Império. Realmente, a perma ção do Estado. Somente uma discipli nência do trabalho scrvil até 183S e o nada organização dos integrantes de ca caráter .senií-fcudal de nossa formação da categoria econômica ou profissional social foram íâtôre.s que retardaram poderá solucionar è.«es problemas, me entre nós o desenvolvimento do espí

governo provisório encarou o problema da organização profis.sional e econômi ca no Brasil, decidindo intervir no sen

tido de sua estruturação sindical. Foi com êsse objc-iivo que se promulgou o Decreto 19.770, de 19-3-1931, com o ípnd, repetindo e ampliando as clispa.siçoes dos decretos de 1903 e de '90;',

o puder público reeunliécia a iegitlmidiiile do.s .sindicatos, prescrevia a unidade sindical e atribuía aos sindicatos o cará-

rito associativo. L.

lovaram, entretanto, os consti

tuintes de 1934 a dar ao nos

so ainda incipiente sindicalis mo uma ativa função política,

meçou a cli-senvolver-sü a vida

dos interés.sos individuais aos intcrês-

Êsses decretos eram ins

pirados no reconhecimento, por parte do

começou a ser alterado, cjue co

inedieval.

diante harmoniosa colaboração de ativi-

a ser executado no Sul do

ler cie órgãos técnicos con.sultivos. dé-

pela criação da representação profissional da Constituição de 1934. Essa imprudente iniciativa determinou

a proliferação de sindicatos criados com

objetivos

puramente

políticos,

sem

qualquer eon.sonància com as necessida des e com a realidade brasileira. Em

face deles, os integrantes de suas cate gorias econômicas ou profissionais man-

linham-se em completo desinteresse. Era preciso, jxirtanto, que o Estado as.sumisse uma posição mais decisiva, para ipie os sindicatos se organiziisseni e ti vessem meios materiais de existência.

Esse objetivo somente pôde ser realiza do com o Decreto-lei 1.402, de 5-7-39,

que deu nova organização aos sindicatos

in-^^tiliiiii o chamado imposto sindical l'oi a instit^ijâo deísa oi»ntribuição,

impròpriamente denominada impòslO;


Dicesto EcoNÓNnco

56

que tornou posBÍvel a formação das pri meiras organizações sindicais ativas, em tõmo das quais se foram aos poucos aglu tinando os elementos de cada categoria econômica ou profissional, para forma ção dos grandes sindicatos de existên cia eficiente e ativa.

Completando a série de medidas in

catos, pois é mínimo em cada categoria econômica ou profissional o número de integrantes dotados de con.sciência da ne cessidade de solidariedade profissional. E as demais fvinçõcs delegadas aos sin dicatos constituem decorrência da uni

dade sindical, com a qual o Estado re conhece na associação profissional mais

dispensáveis ao fortalecimento de sin

reprc.':enlativa de sua categoria econô

dicatos, a legislação posterior ao De creto 1402 dispôs que nenhum despa cho poderia ser feito perante repartições públicas sem a apresentação da prova

mica ou profissional o direito de repre sentação de toda a categoria ou profis

de pagamento da contribuição sindical e ampliou a delegação de funções do Estado aos sindicatos, atribuindo-lhes a

supõe, portanto, necessàriamente, a uni

representação de sua categoria econô

coexistência de outras associações pro-

mica e dos interêsses profissionais de seus associados, aos quais concedeu cer

são.

A organização sindical brasileira pres dade sindical para cada categoria eco

nômica ou profissional, sem prejuízo da fissionáis de natureza civil, assegurada

pelo art. 159 da Constituição Federai.

tas vantagens, como, por exem

E a unidade sindical toma in

plo, preferência nas concorrên

dispensável o enquadramento das categorias econômicas ou profissionais e a fixação de seus

cias públicas. . Atualmente

a

organização

sindical brasileira está regula mentada no título 5.° da Con

solidação das Leis do Trabalho,

dentro das diretrizes traçadas pelo art. 159 da Constituição Federal, que esta

belece a liberdade de associação profis

limites territoriais.

'

Com êsse

objetivo, a lei criou a comis

são de enquadramento sindi cal, cujas funções consistem na discri minação do quadro de atividades e pro fissões, ao qual se devem ajustar as as

sional ou sindical, apenas condicionan do à regulamentação pela lei ordinária a forma de sua constituição, sua repre

truturação sindical, os sindicatos se agru

sentação legal nas convenções coletivas

pam em federações de âmbito geralmen

de trabalho e o exercício de função de

te estadual e em confederações de âm

legada pelo poder público. A delega ção de funções do Estado às as.sociações profissionais, investidas das prerrogati

sociações profissionais para efeito de sua investidura sindical.

bito nacional.

Em nossa es

Dentro dessa estmtura-

ção, nestes últimos dez anos, desde o Decreto 1402, o desenvolvimento e pro

vas sindicais, representa, como nossa ex

gresso dos sindicatos se tornou uma rea-

periência tem demonstrado, um indis pensável incentivo à formação de tais

Hdade e%adente. Agindo diretamente ou

entidades. Sem a faculdade de imposi ção e arrecadação da contribuição sindi

cal obrigatória para toda a categoria econômica não se manteriam os sindi-

57

OrcESTo Econômico

economia e à estruturação social do País.

talecimento da organização sindical. Sem

Documento incontestável dessa colabo

essa inter\'enção, orientada no sentido

ração é a chamada Carta de Teresôpolis,

de delegação de funções do Estado

em que as entidades sindicais reunidas na cidade fluminense de Teresôpolis ela boraram magnífico programa de ação social e econômica, que foi considerado,

aos sindicatos, não poderiam êstes or

na Conferência Internacional de Monte

micas.

vidéu, como a verdadeira carta econô-

Entre nós, a organização sindical, du rante muito tempo ainda, Tepousará ine-

• mica da.s Américas.

Em um paí.s como o Brasil, em que a eficiência técnica dos órgãos do go-

ganizar-se e manter-se pelo mero mo vimento espontâneo de aglutinação dos

integrantes de suas categorias econô

vitàvelmente na manutenção da contri

vêmo é dificultada por sua dispersão em um imenso território e pelo regime de

buição sindical obrigatória para toda a categoria econômica, na concessão aos sindicatos da prerrogativa de celebração

centralização herdado da administração

de contratos coletivos de trabalho e na

colonial e imperial, a colaboração das

atribuição da representação legal de

entidades sindicais repre

tòda

senta, do ponto de vista técnico, indispensável concurso para solução dos

econômica.

: ;

, I{

1 I

a

sua

categoria

A unidade sindical, com o privilégio de exer cício dessas funções es

problemas de caráter ge

ral ou local de govêrno.

tatais não contradiz o

E' em função dessas

princípio de liberdade,

peculiaridades de nossa formação social e de nossa organização adniinistratíva que devem ser considerados o

que na legislação brasi

leira vige na liberdade de

i '

organização e funciona mento

sindical de São Francisco da Califór

nia e a projetada reforma da legislação sindical brasileira.

O convênio sindical

de São Francisco, inspirado na realidade social de países de civilização mais ama durecida, onde é muito mais profundo o sentimento de solidariedade profissio nal, deu ao sindicalismo um sentido de máxima liberdade e mínima interferên

cia do poder público.

das

associações

profissionais.

convênio

Por outro lado, a delegação de fun ções do Estado aos sindicatos impÜcá no corolário da fiscalização das organi zações sindicais pelo Ministério do Tra balho, Indústria e Comércio, a que estão subordinados.

O projeto de reforma sindical, elabo

rado na Comissão de Leis Complementares da Constituição pelo deputado João Mangabeira, sob muitos aspectos,

está em contradição com o princípio de

através de federações ou confederações,

No Brasil, êsses postulados devem ser entendidos em tênnos. Respeitada a li

liberdade sindical firmado em São Fran

vêm os sindicatos prestando aos órgãos

berdade sindical, que é uma definitiva

cisco da Çalifômía e, principalmente,

do Estado o inestimável concurso de sua

com a tradição do nosso sindicalismo.

colaboração técnica na solução de qua

conquista da civilização contemporânea, não podemos prescindir de uma certa

se todos os problemas que interessam à

intervenção do Estado, no sentido do for-

Realmente, a supressão das associa ções profissionais como estágio pré\'io


Dicesto EcoNÓNnco

56

que tornou posBÍvel a formação das pri meiras organizações sindicais ativas, em tõmo das quais se foram aos poucos aglu tinando os elementos de cada categoria econômica ou profissional, para forma ção dos grandes sindicatos de existên cia eficiente e ativa.

Completando a série de medidas in

catos, pois é mínimo em cada categoria econômica ou profissional o número de integrantes dotados de con.sciência da ne cessidade de solidariedade profissional. E as demais fvinçõcs delegadas aos sin dicatos constituem decorrência da uni

dade sindical, com a qual o Estado re conhece na associação profissional mais

dispensáveis ao fortalecimento de sin

reprc.':enlativa de sua categoria econô

dicatos, a legislação posterior ao De creto 1402 dispôs que nenhum despa cho poderia ser feito perante repartições públicas sem a apresentação da prova

mica ou profissional o direito de repre sentação de toda a categoria ou profis

de pagamento da contribuição sindical e ampliou a delegação de funções do Estado aos sindicatos, atribuindo-lhes a

supõe, portanto, necessàriamente, a uni

representação de sua categoria econô

coexistência de outras associações pro-

mica e dos interêsses profissionais de seus associados, aos quais concedeu cer

são.

A organização sindical brasileira pres dade sindical para cada categoria eco

nômica ou profissional, sem prejuízo da fissionáis de natureza civil, assegurada

pelo art. 159 da Constituição Federai.

tas vantagens, como, por exem

E a unidade sindical toma in

plo, preferência nas concorrên

dispensável o enquadramento das categorias econômicas ou profissionais e a fixação de seus

cias públicas. . Atualmente

a

organização

sindical brasileira está regula mentada no título 5.° da Con

solidação das Leis do Trabalho,

dentro das diretrizes traçadas pelo art. 159 da Constituição Federal, que esta

belece a liberdade de associação profis

limites territoriais.

'

Com êsse

objetivo, a lei criou a comis

são de enquadramento sindi cal, cujas funções consistem na discri minação do quadro de atividades e pro fissões, ao qual se devem ajustar as as

sional ou sindical, apenas condicionan do à regulamentação pela lei ordinária a forma de sua constituição, sua repre

truturação sindical, os sindicatos se agru

sentação legal nas convenções coletivas

pam em federações de âmbito geralmen

de trabalho e o exercício de função de

te estadual e em confederações de âm

legada pelo poder público. A delega ção de funções do Estado às as.sociações profissionais, investidas das prerrogati

sociações profissionais para efeito de sua investidura sindical.

bito nacional.

Em nossa es

Dentro dessa estmtura-

ção, nestes últimos dez anos, desde o Decreto 1402, o desenvolvimento e pro

vas sindicais, representa, como nossa ex

gresso dos sindicatos se tornou uma rea-

periência tem demonstrado, um indis pensável incentivo à formação de tais

Hdade e%adente. Agindo diretamente ou

entidades. Sem a faculdade de imposi ção e arrecadação da contribuição sindi

cal obrigatória para toda a categoria econômica não se manteriam os sindi-

57

OrcESTo Econômico

economia e à estruturação social do País.

talecimento da organização sindical. Sem

Documento incontestável dessa colabo

essa inter\'enção, orientada no sentido

ração é a chamada Carta de Teresôpolis,

de delegação de funções do Estado

em que as entidades sindicais reunidas na cidade fluminense de Teresôpolis ela boraram magnífico programa de ação social e econômica, que foi considerado,

aos sindicatos, não poderiam êstes or

na Conferência Internacional de Monte

micas.

vidéu, como a verdadeira carta econô-

Entre nós, a organização sindical, du rante muito tempo ainda, Tepousará ine-

• mica da.s Américas.

Em um paí.s como o Brasil, em que a eficiência técnica dos órgãos do go-

ganizar-se e manter-se pelo mero mo vimento espontâneo de aglutinação dos

integrantes de suas categorias econô

vitàvelmente na manutenção da contri

vêmo é dificultada por sua dispersão em um imenso território e pelo regime de

buição sindical obrigatória para toda a categoria econômica, na concessão aos sindicatos da prerrogativa de celebração

centralização herdado da administração

de contratos coletivos de trabalho e na

colonial e imperial, a colaboração das

atribuição da representação legal de

entidades sindicais repre

tòda

senta, do ponto de vista técnico, indispensável concurso para solução dos

econômica.

: ;

, I{

1 I

a

sua

categoria

A unidade sindical, com o privilégio de exer cício dessas funções es

problemas de caráter ge

ral ou local de govêrno.

tatais não contradiz o

E' em função dessas

princípio de liberdade,

peculiaridades de nossa formação social e de nossa organização adniinistratíva que devem ser considerados o

que na legislação brasi

leira vige na liberdade de

i '

organização e funciona mento

sindical de São Francisco da Califór

nia e a projetada reforma da legislação sindical brasileira.

O convênio sindical

de São Francisco, inspirado na realidade social de países de civilização mais ama durecida, onde é muito mais profundo o sentimento de solidariedade profissio nal, deu ao sindicalismo um sentido de máxima liberdade e mínima interferên

cia do poder público.

das

associações

profissionais.

convênio

Por outro lado, a delegação de fun ções do Estado aos sindicatos impÜcá no corolário da fiscalização das organi zações sindicais pelo Ministério do Tra balho, Indústria e Comércio, a que estão subordinados.

O projeto de reforma sindical, elabo

rado na Comissão de Leis Complementares da Constituição pelo deputado João Mangabeira, sob muitos aspectos,

está em contradição com o princípio de

através de federações ou confederações,

No Brasil, êsses postulados devem ser entendidos em tênnos. Respeitada a li

liberdade sindical firmado em São Fran

vêm os sindicatos prestando aos órgãos

berdade sindical, que é uma definitiva

cisco da Çalifômía e, principalmente,

do Estado o inestimável concurso de sua

com a tradição do nosso sindicalismo.

colaboração técnica na solução de qua

conquista da civilização contemporânea, não podemos prescindir de uma certa

se todos os problemas que interessam à

intervenção do Estado, no sentido do for-

Realmente, a supressão das associa ções profissionais como estágio pré\'io


I

«A

I)i(u;si() IlcoNÓxrico

licKs .siliüicillo'-. CHI fiiix- (Ia iiiaiiii{( iK_'ã(i

da unidade.' sindical para cada categoiia econômica, apresenta a dupla dc.svanta-

gem de dificultar a con.slitinçãfj dos sindicatos c de excluir a possibilidade

da coexistcncia de as.sociavõ(.-.s profissio

nais, dentro da mesma categoria repre

sentada pelo.s síndicat(js.

Outra incorreção grave do projeto con. siste na supressão do enquadramento .sindical e na ilimitada faculdade ric sin-

dical.zaç.m e.vtcnsiva aos próprios (^^ercente.s de atixidades rurais, ainda não preparados para a integração nas asso ciações sindicais e, mesmo, aos funcio-

nario.s pôblicos, cujo (jstalutn Ük-s dá

iMu

(jii.is |)al,i\i;is.

11'.', ntc ilele;çadas às conii.^,;ões de impòslo

II .inlcjiHjjciii

sindical, dc .«fçilário mínimo e de enqua dramento sindical constiluida ^lor repre-

.Maiieabciia. iiispiiadu i u» ya/òv, de or dem doutrinária, desatcndc* ao.s ensina mentos (jue a experiência dèstrs últimos anos nos tcin proporcionado. O (pie essa

Traballiü, \iria dar mais plasticidade ao

.scnlantcs das fcdcravõi's e da.s confede

exercício dessas funções, reduzindo ao minimo a burocracia na .solução de todos os problemas que interessam à vida sin

rações, sob a presidência do Ministro do

dical.

experiência rc\'eja t- que o problema da reforma sindical brasileira consiste cni nin maior fortaleeiin(.'n(o dos sindiealo.s.

mim regime de máxima aiiloiiomia pos>'\e! prineipalnieiile. na rieseentrali/açaíj da fiseallzação .sobre è'es exercida

pelos orgaos do Cà)\êrno. lísse objeti\'0 pcuieria ser aleam.ado mediante a mami-

(«nçao. em traços geiais. da atual legis lação, eoni reajiislnmeiito das taxas cia

uma situação inteiramente distinta da

contribuição sindical ao clecrcscimo do

A supressão do enquadramento sindi

funções dadas jjclo anteprojeto Níanga-

poder a(piisiti\() <la niiit'da. com a atri dos demais trabalhadores, incompatível buição às federações e coiiledoraç^óes das com a sindicaiização.

ca! viria trazer completa anarquia à estruturação sindical brasileira, pelo de saparecimento de fronteiras definidas en tre as categorias econômicas e profissio

nais e pela possibilidade de fragmenta ção dos sindicatos, em face da faculda de de sindicalização dos exercentes de

qualquer atividade econômica ou profissional, indefinida e incontída em qual quer plano de enquadramento.

boira a inútil Câmara .Sindical e com a

cjiação de uma conií.ssão paritária de organização sindical, constiüiida por re presentantes das federações e confedera ções, com os poderes qnc atualmente .são

conferido.s às coml.ssõcs de imposto sin dical, do salário iriínímo, de enquadramenlo sindical.

Essas reforma.s e a^revisfio do enqua dramento sindical'que, lendo sido feito

Ainda outra inovação do projeto Man-

para atender a inna .situação de fato, não

gabeira, contra a qual .se vem levantan do clamores cm todo o País, é a da criação das comissões de delegado.s de

eonespondc mais às aluais necessidade.s

empresa, que constituiriam \'erdadeiro.s

"soviets" de emprêsa, representando uma excrescência na organização sindical bra sileira.

Finalmente, o anteprojeto cria uma

inútil Câmara Sindical, que representaria

O.s' memhwa lalino-onwricanu.s da Junta da Govcrnadurc^í dv Banco Mundial

c cio Fundo Moncldiio Iniemacional .vc ratmirain para determinar o(1 curso de ação ..u ...... eiuso cie nçao

do sindicalismo brasileiro, repre,senta-

n seguirem ciu relação com as recomendações formuladas ante ambos- os orpanismos

impondo a dcsvaloriz-ação das divisas e as práticas do câmbio mídtwh Anteriornwnla se linha prestado um informe, tanto í/uant,, ao Banrn romo

liam um considenísd progresso. A atribuição

cla.s funções da

Câmara

Sindicai do projeto Mangalioira às federaçíjcs e confederaçcãe.s apresenta

ao 1'iindo, censurando estas práticas. O infonne rezava em parle-,

ria a vantagem de fortalecer ossa.s en

do câmbio múltiplo, como medida destinada a restringir as im]H)rlac'J^'''

"Em certo.s países, particularmente na América Latina. utiUz/n-nn-, ...

tidades sindicais de grau superior e de descentralizar a solução dos proble mas sindicais locais, que seriam re-

mais um organismo em nossa burocracia e resultaria em inconi-enicnie dualidade

.■"OAidos 25elas federações estaduai.s com

de fiscalização com os órgãos do Minis

nal.

tério do Trabalho,

missão paritária, com as funçõe.s atual-

recurso

^jara

a

Confederação

.'»■ ...

cessiclade de recorrer à complicada mmiuinaria administrativa r (adores de licenças de exportação a oportunidade dc levar crfmn^r

uiesperado.s". i s i cxtraorclmano.i ganbo.s O Fundo Monetário Inlenuicional insistiu em cpw os seus )iienih

de unificar a estrutura dos tipos de câmbio, embora se fenJia recon/ ^

.Vaeio-

as reformas necessárias para conseguir isto não podem ser nu-rfnv //, -l

E a criação de uma grande co

práfrra durante períodos de infJaçL

'

' f<'nhtenle em


I

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I)i(u;si() IlcoNÓxrico

licKs .siliüicillo'-. CHI fiiix- (Ia iiiaiiii{( iK_'ã(i

da unidade.' sindical para cada categoiia econômica, apresenta a dupla dc.svanta-

gem de dificultar a con.slitinçãfj dos sindicatos c de excluir a possibilidade

da coexistcncia de as.sociavõ(.-.s profissio

nais, dentro da mesma categoria repre

sentada pelo.s síndicat(js.

Outra incorreção grave do projeto con. siste na supressão do enquadramento .sindical e na ilimitada faculdade ric sin-

dical.zaç.m e.vtcnsiva aos próprios (^^ercente.s de atixidades rurais, ainda não preparados para a integração nas asso ciações sindicais e, mesmo, aos funcio-

nario.s pôblicos, cujo (jstalutn Ük-s dá

iMu

(jii.is |)al,i\i;is.

11'.', ntc ilele;çadas às conii.^,;ões de impòslo

II .inlcjiHjjciii

sindical, dc .«fçilário mínimo e de enqua dramento sindical constiluida ^lor repre-

.Maiieabciia. iiispiiadu i u» ya/òv, de or dem doutrinária, desatcndc* ao.s ensina mentos (jue a experiência dèstrs últimos anos nos tcin proporcionado. O (pie essa

Traballiü, \iria dar mais plasticidade ao

.scnlantcs das fcdcravõi's e da.s confede

exercício dessas funções, reduzindo ao minimo a burocracia na .solução de todos os problemas que interessam à vida sin

rações, sob a presidência do Ministro do

dical.

experiência rc\'eja t- que o problema da reforma sindical brasileira consiste cni nin maior fortaleeiin(.'n(o dos sindiealo.s.

mim regime de máxima aiiloiiomia pos>'\e! prineipalnieiile. na rieseentrali/açaíj da fiseallzação .sobre è'es exercida

pelos orgaos do Cà)\êrno. lísse objeti\'0 pcuieria ser aleam.ado mediante a mami-

(«nçao. em traços geiais. da atual legis lação, eoni reajiislnmeiito das taxas cia

uma situação inteiramente distinta da

contribuição sindical ao clecrcscimo do

A supressão do enquadramento sindi

funções dadas jjclo anteprojeto Níanga-

poder a(piisiti\() <la niiit'da. com a atri dos demais trabalhadores, incompatível buição às federações e coiiledoraç^óes das com a sindicaiização.

ca! viria trazer completa anarquia à estruturação sindical brasileira, pelo de saparecimento de fronteiras definidas en tre as categorias econômicas e profissio

nais e pela possibilidade de fragmenta ção dos sindicatos, em face da faculda de de sindicalização dos exercentes de

qualquer atividade econômica ou profissional, indefinida e incontída em qual quer plano de enquadramento.

boira a inútil Câmara .Sindical e com a

cjiação de uma conií.ssão paritária de organização sindical, constiüiida por re presentantes das federações e confedera ções, com os poderes qnc atualmente .são

conferido.s às coml.ssõcs de imposto sin dical, do salário iriínímo, de enquadramenlo sindical.

Essas reforma.s e a^revisfio do enqua dramento sindical'que, lendo sido feito

Ainda outra inovação do projeto Man-

para atender a inna .situação de fato, não

gabeira, contra a qual .se vem levantan do clamores cm todo o País, é a da criação das comissões de delegado.s de

eonespondc mais às aluais necessidade.s

empresa, que constituiriam \'erdadeiro.s

"soviets" de emprêsa, representando uma excrescência na organização sindical bra sileira.

Finalmente, o anteprojeto cria uma

inútil Câmara Sindical, que representaria

O.s' memhwa lalino-onwricanu.s da Junta da Govcrnadurc^í dv Banco Mundial

c cio Fundo Moncldiio Iniemacional .vc ratmirain para determinar o(1 curso de ação ..u ...... eiuso cie nçao

do sindicalismo brasileiro, repre,senta-

n seguirem ciu relação com as recomendações formuladas ante ambos- os orpanismos

impondo a dcsvaloriz-ação das divisas e as práticas do câmbio mídtwh Anteriornwnla se linha prestado um informe, tanto í/uant,, ao Banrn romo

liam um considenísd progresso. A atribuição

cla.s funções da

Câmara

Sindicai do projeto Mangalioira às federaçíjcs e confederaçcãe.s apresenta

ao 1'iindo, censurando estas práticas. O infonne rezava em parle-,

ria a vantagem de fortalecer ossa.s en

do câmbio múltiplo, como medida destinada a restringir as im]H)rlac'J^'''

"Em certo.s países, particularmente na América Latina. utiUz/n-nn-, ...

tidades sindicais de grau superior e de descentralizar a solução dos proble mas sindicais locais, que seriam re-

mais um organismo em nossa burocracia e resultaria em inconi-enicnie dualidade

.■"OAidos 25elas federações estaduai.s com

de fiscalização com os órgãos do Minis

nal.

tério do Trabalho,

missão paritária, com as funçõe.s atual-

recurso

^jara

a

Confederação

.'»■ ...

cessiclade de recorrer à complicada mmiuinaria administrativa r (adores de licenças de exportação a oportunidade dc levar crfmn^r

uiesperado.s". i s i cxtraorclmano.i ganbo.s O Fundo Monetário Inlenuicional insistiu em cpw os seus )iienih

de unificar a estrutura dos tipos de câmbio, embora se fenJia recon/ ^

.Vaeio-

as reformas necessárias para conseguir isto não podem ser nu-rfnv //, -l

E a criação de uma grande co

práfrra durante períodos de infJaçL

'

' f<'nhtenle em


'tA

n.

E>ice.'>to Econóaíico

Meio paro remediar

a

balança

de

explosão e peças e, até mesmo, em parte, do combustível e lubrificante.

novos, tèm carência de capitais, o que explica ser estrangeira grande parte dos recursos de sua economia, drenando para fora dos respectivos países somas bas

Cumpre notar, entretanto, que em al

tante importantes, sob a forma de lucros.

emprésas, embora nacionais, lutam com a falta do automóveis, aviões, motores de

pagamentos desíavorável do Brasi l DoniVAL Teixeira Vieira

Ligado a este mesmo assunto surge

guns países latino-americanos, como no

PRESENTE estudo tciTi por objetivo

analisar os fatôres de desequilíbrio da balança de pagamentos da quase totalidade dos países americanos, para que se possam propor medidas capazes

de atenuá-lo ou removê-lo. Tomamos, de preferência, o caso brasileiro, mas, em linhas gerais, o problema é o mesmo para todos os países americanos e ate

mesmo não americanos. O Brasil aparece aqui, mais como um exemplo geral do que como um caso isolado. Além disto,

convém notar a situação particu'aríssima do comércio interamericano, em que os Estados Unidos ocupam o lugar de principal comprador e de fornecedor

único de uma série de produtos essen ciais à sobrevivência e expansão das economias dos países das Américas. Daí estudarmos, também, com especial cui

colonial, ainda cm período de expansão, antes da constituição dc uma economia

complexa. Neste.s, a necessidade de em

prego dc capital estrangeiro, dc mão-deobra de outros centros de população mais densa, c da utilização dc serviços

alienígenas, na falta ou na insuficiência

dos nacionais, obriga-os a dcsen\'olver um esforço extraordinário de expansão

da e.vportação, dc modo a compensar a parcela negativa representada pc'o con junto dos demais elementos. Passando em revista os serviços pres

tados pelas nações latino-americanas ao

estrangeiro e os dele recebidos, verifi-eamos que quanto aos Iransportcs marí

Brasil, por exemplo, a indústria nacional

ainda o problema das dívidas externas.

realiza o notável esforço tendente a su

Ê sabido que vários dos países da Amé rica usaram e abusaram dos emprésti

prir, parcialmente, estas necessidades, atenuando o déficit qu« tais parcelas pro vocam.

No que se refere à remessa de imi

grantes, ela sempre foi volumosa, quer no Brasil quer nos outros países da

para as gerações vindouras b peso de compromissos que se acumularam e que hoje representam uma formidável sobre

carga, dificultando a solução do proble

América, pois que todos necessitam de ma do reequilíbrio de suas balanças de mão-de-obra e esta po pagamentos. de ser fornecida, mais | O turismo, em alguns prontamente, pela imi ,^ países da América, fazgração.

As vantagens

se em escala relativa

que a mesma oferece à economia

dos

timos, por exemplo, os .serviços prestados à América provêm, neste após-guerra,

econômicas,

são

mente baixa e não é ca

«í.:

vários

países, permitindo a ex pansão das atividades

quase exclusivamente dos Estados Uni

mos externos, a longo prazo, transferindo

-' \

■b

Hif

paz de agir favoràvelmente nas respectivas

balanças de pagamentos; além disto, facilita ex

con

trabalançadas pela des

portações invisí\'eis, o"

-A,

dos*. Os serviços de navegação entram,

vantagem do envio de

que impede que se ava

dado, o comércio internacional norte-

pois, no passivo da balança de pagamen

remessas para o exte

liem os benefícios reais.

americano de após-guerra. Tentaremos,

tos da maioria do.s países americanos. Quanto aos transportes ferroviários, ro

rior, contribuindo para

A ele se junta um outro

aumentar o déficit da

assim, penetrar nas causas da existência

do desequilíbrio crônico da balança de pagamentos que, vindo do passado, con

doviários e mesmo aéreos, uma parte das companhias feiToviárias é estrangei

tinua no presente e tende a se acentuar,

ra, não obstante o movimento gradativo e constante de encampação das empre

não obstante o temporário reequilíbrio,

em favor dos países da América, por ocasião da guerra.

Estudando-se a balança de pagamen tos dos países americanos, exceção feita

dos Estados Unidos, verifica-se que o

sas, pelos governos, como se vem veri ficando no Brasil, por exemplo. Com ÍS.SO, procura-se transformar, aos pou cos, esta parcela em ativo. Mas não sc

chegará a consegui-lo, satisfatoriamente, se nos lembrarmos de que todo o mate

balança de pagamentos. Faltam-nos dados segu ros para avaliar a importância destas re

messas, mas podemos afirmar que o Brasil, por exemplo, em 1930, viu entrar neste passivo perto de 5 milhões de li bras esterlinas, remetidas pelos imigran tes.

Embora a situação tenha mudado

um pouco, graças às medidas de inter

sendo a balança de comércio, enquanto

rial rodante — bem como o de conserva

todos os demais são negativos, contri

ção das vias e até mesmo uma boa parte

buindo para o seu desequilíbrio. A si tuação, aliás, é normal, como observa Jacob Viner, para os países de economia

do combustível — não é produzido nos

venção dos governos americanos, impe dindo a exportação de capitais, pode-se ter como certo que as mesmas desapare cerão ainda que gradativamente, pois

países latino-americanos.

que são excepcionais.

único elemento aüvo da mesma vem

O mesmo se

pode dizer das rodovias e aerovias, cujas

Os países latino-americanos, sendo

1..

elemento passivo, o con trabando, que, embora

não seja passí\'el de

computo, constitui importante parcela, pois as condições geográficas e huma nas da maioria dos países da América

dificultam extremamente um policiamen to eficiente.

Pelo exposto, verifica-se que o proble ma do reequilíbrio da balança de paga mentos da quase totalidade dos países da América pode ser decomposto em quatro aspectos:

1) o movimento da balança comerciai;


'tA

n.

E>ice.'>to Econóaíico

Meio paro remediar

a

balança

de

explosão e peças e, até mesmo, em parte, do combustível e lubrificante.

novos, tèm carência de capitais, o que explica ser estrangeira grande parte dos recursos de sua economia, drenando para fora dos respectivos países somas bas

Cumpre notar, entretanto, que em al

tante importantes, sob a forma de lucros.

emprésas, embora nacionais, lutam com a falta do automóveis, aviões, motores de

pagamentos desíavorável do Brasi l DoniVAL Teixeira Vieira

Ligado a este mesmo assunto surge

guns países latino-americanos, como no

PRESENTE estudo tciTi por objetivo

analisar os fatôres de desequilíbrio da balança de pagamentos da quase totalidade dos países americanos, para que se possam propor medidas capazes

de atenuá-lo ou removê-lo. Tomamos, de preferência, o caso brasileiro, mas, em linhas gerais, o problema é o mesmo para todos os países americanos e ate

mesmo não americanos. O Brasil aparece aqui, mais como um exemplo geral do que como um caso isolado. Além disto,

convém notar a situação particu'aríssima do comércio interamericano, em que os Estados Unidos ocupam o lugar de principal comprador e de fornecedor

único de uma série de produtos essen ciais à sobrevivência e expansão das economias dos países das Américas. Daí estudarmos, também, com especial cui

colonial, ainda cm período de expansão, antes da constituição dc uma economia

complexa. Neste.s, a necessidade de em

prego dc capital estrangeiro, dc mão-deobra de outros centros de população mais densa, c da utilização dc serviços

alienígenas, na falta ou na insuficiência

dos nacionais, obriga-os a dcsen\'olver um esforço extraordinário de expansão

da e.vportação, dc modo a compensar a parcela negativa representada pc'o con junto dos demais elementos. Passando em revista os serviços pres

tados pelas nações latino-americanas ao

estrangeiro e os dele recebidos, verifi-eamos que quanto aos Iransportcs marí

Brasil, por exemplo, a indústria nacional

ainda o problema das dívidas externas.

realiza o notável esforço tendente a su

Ê sabido que vários dos países da Amé rica usaram e abusaram dos emprésti

prir, parcialmente, estas necessidades, atenuando o déficit qu« tais parcelas pro vocam.

No que se refere à remessa de imi

grantes, ela sempre foi volumosa, quer no Brasil quer nos outros países da

para as gerações vindouras b peso de compromissos que se acumularam e que hoje representam uma formidável sobre

carga, dificultando a solução do proble

América, pois que todos necessitam de ma do reequilíbrio de suas balanças de mão-de-obra e esta po pagamentos. de ser fornecida, mais | O turismo, em alguns prontamente, pela imi ,^ países da América, fazgração.

As vantagens

se em escala relativa

que a mesma oferece à economia

dos

timos, por exemplo, os .serviços prestados à América provêm, neste após-guerra,

econômicas,

são

mente baixa e não é ca

«í.:

vários

países, permitindo a ex pansão das atividades

quase exclusivamente dos Estados Uni

mos externos, a longo prazo, transferindo

-' \

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Hif

paz de agir favoràvelmente nas respectivas

balanças de pagamentos; além disto, facilita ex

con

trabalançadas pela des

portações invisí\'eis, o"

-A,

dos*. Os serviços de navegação entram,

vantagem do envio de

que impede que se ava

dado, o comércio internacional norte-

pois, no passivo da balança de pagamen

remessas para o exte

liem os benefícios reais.

americano de após-guerra. Tentaremos,

tos da maioria do.s países americanos. Quanto aos transportes ferroviários, ro

rior, contribuindo para

A ele se junta um outro

aumentar o déficit da

assim, penetrar nas causas da existência

do desequilíbrio crônico da balança de pagamentos que, vindo do passado, con

doviários e mesmo aéreos, uma parte das companhias feiToviárias é estrangei

tinua no presente e tende a se acentuar,

ra, não obstante o movimento gradativo e constante de encampação das empre

não obstante o temporário reequilíbrio,

em favor dos países da América, por ocasião da guerra.

Estudando-se a balança de pagamen tos dos países americanos, exceção feita

dos Estados Unidos, verifica-se que o

sas, pelos governos, como se vem veri ficando no Brasil, por exemplo. Com ÍS.SO, procura-se transformar, aos pou cos, esta parcela em ativo. Mas não sc

chegará a consegui-lo, satisfatoriamente, se nos lembrarmos de que todo o mate

balança de pagamentos. Faltam-nos dados segu ros para avaliar a importância destas re

messas, mas podemos afirmar que o Brasil, por exemplo, em 1930, viu entrar neste passivo perto de 5 milhões de li bras esterlinas, remetidas pelos imigran tes.

Embora a situação tenha mudado

um pouco, graças às medidas de inter

sendo a balança de comércio, enquanto

rial rodante — bem como o de conserva

todos os demais são negativos, contri

ção das vias e até mesmo uma boa parte

buindo para o seu desequilíbrio. A si tuação, aliás, é normal, como observa Jacob Viner, para os países de economia

do combustível — não é produzido nos

venção dos governos americanos, impe dindo a exportação de capitais, pode-se ter como certo que as mesmas desapare cerão ainda que gradativamente, pois

países latino-americanos.

que são excepcionais.

único elemento aüvo da mesma vem

O mesmo se

pode dizer das rodovias e aerovias, cujas

Os países latino-americanos, sendo

1..

elemento passivo, o con trabando, que, embora

não seja passí\'el de

computo, constitui importante parcela, pois as condições geográficas e huma nas da maioria dos países da América

dificultam extremamente um policiamen to eficiente.

Pelo exposto, verifica-se que o proble ma do reequilíbrio da balança de paga mentos da quase totalidade dos países da América pode ser decomposto em quatro aspectos:

1) o movimento da balança comerciai;


Dir.KSKi

o moviinrrílo di* ciipitais prnüiiM\ü!> c, conseqüeiUeiiicnte. u ex

pansão das economias america nas;

u aproveitamento do potencial humano já existoiilc e o seu fe-

forçamenlo pela imigração — prtj4)

blema do trabalho; e a liquidação das dívidas externas. - I-

Comecemos polo estudo detalhado da situação atual da balança comercia! americana e pardcularmente dos Esta dos Unidos e Brasil.

A última guerra mundial, por seu e.xtraordinário poder de destruição, eli minou pràticamente, um a um, os forne

cedores europeus das Américas. A posi ção de líder, no mercado intemacionai.

e de fornecedor quase exclusivo de pro dutos manufaturados, avultando a ma quinaria de tôda espécie, coube aos Es

tados Unidos da América do Norte. \ principio operaram como iorneccdore.s da.s nações em luta - arsenal das Na

ções Unidas - muito conti-ibuindo paru o êxito final da criijtada de libertação democrática do mundo. Neste esforço de guerra importaram muito, principal

F,t oNoMjro

ou nicsim». íjuaiiclo cm gucria. não (nui5formadas em campo cU- batalha.

Ilüuvc, portanto, iio.s países america nos cm geral, coin exceção talvez do

Canadá, um clcstuprilíbrio da sua balan ça de pagamentos,(prc se tornou monientâneamcnlc positiva. Apesar da deficiência de estatísticas das ba'anças do' pagamentos oin bas*- imifornic. para os «l países latino-americanos, podc-sc adinar/ tar que, cm geral, tais países são deve? • dores cm relação a outras nações áo ' mundo c principalmente ao.s Estados j

Unidos. Em 1938. treze das \intcrepú- '| blicas linbani nina balança comcrciàl,^ favorável oin stia.s relações comerciais com o resto ilo mundo. .Mas êslc s;\!do 'í

de e.xporlação lalíuo-ainericano (juc, eni 3, média, níi década 1930-39 alcançavn/í''

IDíí.rsio Econômico

lui pi)ssi\i4 timsl.itai que entre dfenil.uu

visas qiic «begou a atnigii. em div(ui-

de 1945 e outubro de 194fi. as reservas

bro dc 1945. 754 inilliôcs de dólares e

dos vários países atingiram seu auge.

que no início deste ano ainda era da

conforme se verifica abaixo:

Hcxfírroa i-tn ouro c cúmbio c.strüngciro ( nuíximos ulronçaclos) ( F.m inilliões de dólares^

.Aigontina Bra.sil

1.835 :

754

Ciilia

fíO.S

México

380

Uruguai ...:

292

Venezuela

249

Colômbia

187

CInlc Panamá

110 89

345 miÜiões de rlólarc-s. era c-ontrabalan- '

Guatemala Bolívia

çado por parcelas negu(i\'as resultantes, '

Peru

38

de rcnics.sas de reiulimentos de capitais ou de juros e ainorliz.ação de dívidas que absorviam e mesmo excocliani o sal

Equador

36

El Salvador

35

do exportador. Sòmcnte as in\crsôe.s'es trangeiras na .América Latina, por e.xemp](j, enint. entre 1938 i- 1939. da ordem de 10 biiliões de (lóiari'.^. ainda que

tais capitais rendessem apenas 5!f, pob conforme a natureza dos c-mpreeiidiiiieutos as taxas {!<• jiii^os erani muito maio

mente matérias-primas, necessárias à' res e provocasam, pelo menos, mna saída manutenção do ritmo de sua formidável cie 50 mUliões dc dólares. indústria. Necessitando abastecer, do A guerra trou.xe como resultado au preferência, os exércitos em liõra, incre mentar consideràvelnicnte a posição fa mentaram u importação de produtos vorável da balança comercial da.s nações oriundos dos países não envolvidos .dire

americanas em relação aos E.stados luij-

tamente pela guerra, iptcr dizer, dos

dos c por oíitro lado jiermitin (jue gran

países amerícano.s, em particular, mas em

contraposição restringiram a exportação para os mesmos, xrslo não liies ser possí^

de parte de remessas para pagyinenlo de dívjda,s ou jiiro.s dc capital não ..se fizesse. Daí a razão dos grandes sal

vel fornecer, .simuhàneamente, e com a

dos que se acuimiliiram em todos o-s

mesma intensidade é rapidez, aos e.xércitoi em lula e às nações ainda ern paz,

países americanos, repre.stíiitados, prineipalmeiile, por dólares. .Dèsse modi

ordem de ^0 milhões de dókre.s. O que se passou com o Brasil passou-se com a maioria dos países americanos e isto deu origem a uma onda de otimismo que di ficultou a percepção da necessidade de adoção imediata dc uma política de rea-

justamento do comércio iuteniacional às novas condições de paz. Era natural que, desaparecidos os mo tivos que, por lun lado, levaram a Amé rica do Norte a fazer fortes importações de matérias-primas e mesmo produtos manufaturados dos países americanos e

que. por outro, impediram a manuten

52 38

Co.sta Rica

16

Paraguai

.13

caso do Brasil, por exemplo, en(juanto em 193S oxporlavam-so 5 bilhões

de cruzeiros, já em 1942 alcançávamo.s 7 bilhões e 500 milhões de cruzeiros, para (.hegarmo.s, cm 1945, a 12 bilhões. Hou ve, portanto, com a guerra, um aumen

to da exportação brasileira de 25()tí apro-

ção do ritmo normal da importação,

-ximadamente c a maior parte dêsse in cremento foi devida à expansão da ex portação de matória.s-primas e de ma

das as nações, gradativamente, à posição

nufaturas, .sendo que em relação a esta.s últimas passáramos de 0,35% em 1938

de suas exjjortações, seja pela intensifi

para 18% em 1945 sobre o total da ex

portação para cada ano.

Dês.se modo o Brasil pode acumidar, durante o período de guerra, um saldo de balança de pagamentos em ouro .e di

voltasse o comércio intemacionai de to

anterior, seja pela diminuição de volume

cação das importações. Com efeito, quem analisar o movi

•"'.íi

1

mento do comércio exterior norte-ameri

cano neste após-guerra pode perceber que aumentaram as exportações de pro

dutos daquele país, tendo diminuído as

.. ...iil


Dir.KSKi

o moviinrrílo di* ciipitais prnüiiM\ü!> c, conseqüeiUeiiicnte. u ex

pansão das economias america nas;

u aproveitamento do potencial humano já existoiilc e o seu fe-

forçamenlo pela imigração — prtj4)

blema do trabalho; e a liquidação das dívidas externas. - I-

Comecemos polo estudo detalhado da situação atual da balança comercia! americana e pardcularmente dos Esta dos Unidos e Brasil.

A última guerra mundial, por seu e.xtraordinário poder de destruição, eli minou pràticamente, um a um, os forne

cedores europeus das Américas. A posi ção de líder, no mercado intemacionai.

e de fornecedor quase exclusivo de pro dutos manufaturados, avultando a ma quinaria de tôda espécie, coube aos Es

tados Unidos da América do Norte. \ principio operaram como iorneccdore.s da.s nações em luta - arsenal das Na

ções Unidas - muito conti-ibuindo paru o êxito final da criijtada de libertação democrática do mundo. Neste esforço de guerra importaram muito, principal

F,t oNoMjro

ou nicsim». íjuaiiclo cm gucria. não (nui5formadas em campo cU- batalha.

Ilüuvc, portanto, iio.s países america nos cm geral, coin exceção talvez do

Canadá, um clcstuprilíbrio da sua balan ça de pagamentos,(prc se tornou monientâneamcnlc positiva. Apesar da deficiência de estatísticas das ba'anças do' pagamentos oin bas*- imifornic. para os «l países latino-americanos, podc-sc adinar/ tar que, cm geral, tais países são deve? • dores cm relação a outras nações áo ' mundo c principalmente ao.s Estados j

Unidos. Em 1938. treze das \intcrepú- '| blicas linbani nina balança comcrciàl,^ favorável oin stia.s relações comerciais com o resto ilo mundo. .Mas êslc s;\!do 'í

de e.xporlação lalíuo-ainericano (juc, eni 3, média, níi década 1930-39 alcançavn/í''

IDíí.rsio Econômico

lui pi)ssi\i4 timsl.itai que entre dfenil.uu

visas qiic «begou a atnigii. em div(ui-

de 1945 e outubro de 194fi. as reservas

bro dc 1945. 754 inilliôcs de dólares e

dos vários países atingiram seu auge.

que no início deste ano ainda era da

conforme se verifica abaixo:

Hcxfírroa i-tn ouro c cúmbio c.strüngciro ( nuíximos ulronçaclos) ( F.m inilliões de dólares^

.Aigontina Bra.sil

1.835 :

754

Ciilia

fíO.S

México

380

Uruguai ...:

292

Venezuela

249

Colômbia

187

CInlc Panamá

110 89

345 miÜiões de rlólarc-s. era c-ontrabalan- '

Guatemala Bolívia

çado por parcelas negu(i\'as resultantes, '

Peru

38

de rcnics.sas de reiulimentos de capitais ou de juros e ainorliz.ação de dívidas que absorviam e mesmo excocliani o sal

Equador

36

El Salvador

35

do exportador. Sòmcnte as in\crsôe.s'es trangeiras na .América Latina, por e.xemp](j, enint. entre 1938 i- 1939. da ordem de 10 biiliões de (lóiari'.^. ainda que

tais capitais rendessem apenas 5!f, pob conforme a natureza dos c-mpreeiidiiiieutos as taxas {!<• jiii^os erani muito maio

mente matérias-primas, necessárias à' res e provocasam, pelo menos, mna saída manutenção do ritmo de sua formidável cie 50 mUliões dc dólares. indústria. Necessitando abastecer, do A guerra trou.xe como resultado au preferência, os exércitos em liõra, incre mentar consideràvelnicnte a posição fa mentaram u importação de produtos vorável da balança comercial da.s nações oriundos dos países não envolvidos .dire

americanas em relação aos E.stados luij-

tamente pela guerra, iptcr dizer, dos

dos c por oíitro lado jiermitin (jue gran

países amerícano.s, em particular, mas em

contraposição restringiram a exportação para os mesmos, xrslo não liies ser possí^

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vel fornecer, .simuhàneamente, e com a

dos que se acuimiliiram em todos o-s

mesma intensidade é rapidez, aos e.xércitoi em lula e às nações ainda ern paz,

países americanos, repre.stíiitados, prineipalmeiile, por dólares. .Dèsse modi

ordem de ^0 milhões de dókre.s. O que se passou com o Brasil passou-se com a maioria dos países americanos e isto deu origem a uma onda de otimismo que di ficultou a percepção da necessidade de adoção imediata dc uma política de rea-

justamento do comércio iuteniacional às novas condições de paz. Era natural que, desaparecidos os mo tivos que, por lun lado, levaram a Amé rica do Norte a fazer fortes importações de matérias-primas e mesmo produtos manufaturados dos países americanos e

que. por outro, impediram a manuten

52 38

Co.sta Rica

16

Paraguai

.13

caso do Brasil, por exemplo, en(juanto em 193S oxporlavam-so 5 bilhões

de cruzeiros, já em 1942 alcançávamo.s 7 bilhões e 500 milhões de cruzeiros, para (.hegarmo.s, cm 1945, a 12 bilhões. Hou ve, portanto, com a guerra, um aumen

to da exportação brasileira de 25()tí apro-

ção do ritmo normal da importação,

-ximadamente c a maior parte dêsse in cremento foi devida à expansão da ex portação de matória.s-primas e de ma

das as nações, gradativamente, à posição

nufaturas, .sendo que em relação a esta.s últimas passáramos de 0,35% em 1938

de suas exjjortações, seja pela intensifi

para 18% em 1945 sobre o total da ex

portação para cada ano.

Dês.se modo o Brasil pode acumidar, durante o período de guerra, um saldo de balança de pagamentos em ouro .e di

voltasse o comércio intemacionai de to

anterior, seja pela diminuição de volume

cação das importações. Com efeito, quem analisar o movi

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mento do comércio exterior norte-ameri

cano neste após-guerra pode perceber que aumentaram as exportações de pro

dutos daquele país, tendo diminuído as

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'■-•

64

Dicesto

suas importações; isto pode ser fàcílmente verificado pela distribuição das expor-

tações norte-americanas seus respectivos saldos.

'* T

.n

Econômico

no mundo o

Exportação em milhões de.dólares Partes do Mundo

1936-38

"Canadá América Latina

454 485 499 49 009

. . ."

Reino Unido U.R.S.S

Europa Ocidental Outros países europeus .África

e

Demais países TOTAL

1.442

2.072 3.857 1.114 149 3.379 1.058 1.125 2.163 453 15.370

607 619 1.328

557 85 2.967

Extremo Oriente

1947

2.100 855 358 2.246

69 160

Oriente Próximo

1946

187 9.742

SALDOS de exportação em milhões de dólares Partes do mundo Canadá

1936-1938

(média) +

América Latinâ

Reino Unido

+

U.R.S.S

,+

Europa Ocidental Outros países europeus

+

África e Oriente Próximo

+

Extremo Oriente

Demais países TOTAL

1947

1946

+ +

109

+

58 352 24 195 23 63 200 43 478

+ + -f

+ +

H+ +

559 340 699 257 1.775 542 129 422 82

+ 4.805

Digesto

Econômico

das trocas no mercado internacional, fi

e provoca um aumento extraordinário

zeram com que sua produção crescesse muito e se di\'crsificas.se, ultrapassando sua própria expectaii\'a e suas previsões de ante-guerra. Atualmente, porém, es tes últimos paí.ses sentem que ficarão em condições desfavoráveis para lutar contra

do número de transações em dólares.

a concorrência internacional, se não ree-

no Brasil, diminuíssem de 79 milhões de

quiparem seu parque industrial, elimi

dólares, o que corresponde a uma mé

nando o equipamento obsoleto. Todos êsse.s países, principalmente os

dia mensal de II milhões e 800 mil

dos dois últimos grupos, sabem que o mercado fornecedor de capitais e de ma quinaria é liüje, por excelência, os Estado.s Unidos. Mesmo aquelas nações não devcdoras e que não estão tentan

encontram-se os devedores, em má si

tuação econômica, que precisam reorga nizar sua economia, muito embora não

tenham tido suas fôrças produtivas des

tão de vida ou de morte — sua sobrevi vência será função da maior ou menor

facilidade com que puderem conseguir o equipamento necessário à recuperação

truídas pelo conflito mundial. No se gundo encontram-se os que, além de

de suas fôrças produtivas.

estarem em má situação econômica, pre

ses novos, que precisam de capital para o

cisam reconstruir sua economia, por te

seu desenvolvimento econômico; a guer

rem sido atingidos diretamente pela guerra; além de precisarem de capitais,

ra apanliou-os em pleno esfôrço de cria

necessitam também de maquinaria, ins

as necessidades oriundas da paralisação

Além dêsses

dois grupos, temos de considerar os paí

ção de indústrias nacionais e, além disso,

O fenômeno da desaparição rápida

preender-se que esta situação alterar-se-á aos poucos, mas que atualmente existe

meiro semestre dèste ano:

são

redistribuídos.

É fácil com

Redução das reservas em ouro e câmbio

estrangeiro no 1.® semestre de 1947 {milhões de dólares)

trumental de trabalho e mesmo gêneros

de primeira necessidade, pois tais im

dívida de guerra, e compreenderemos porque dia a dia as reservas diminuem. dessas reservas é geral, como se pode ver pelas reduções verificadas durante o pri

onde

+ 8.885

portações representam, para êles, ques

presentam o envio imediato de 39 mi

pondeptes à primeira prestação ila nossa

principal para onde afluem os bens e de

628 1.066 226 +

Reconstrução e Desenvolvimento e com

o Fundo Monetário Internacional, que re

além de 5 milhões de dólarss corres-

72

+

Juntem-se a isto os compromissos bra sileiros com o Banco Internacional de

que totalizarão 255 milhões de dólares,

+

+ 3.036 863 i+

dólares.

cional novos rumos, precisam recorrer 909

+ 1.108

1"946 e março de 1947, os depósitos em ouro e reservas em moeda estrangeira,

lhões e 600 mil dólares e reservas futuras

+

+

fizeram com que, entre setembro de

tura econômica, dando à economia na ao mercado norte-americano, pois que êste tomou-se • o centro de convergência de tôdas as vendas e compras, mercado

977

A intensificação extraordinária das im

portações e a restrição das exportações

do, neste momento, alterar a sua estru

Países

Em relação aos Estados Unidos pode mos dizer que os países, hoje, se divndem em grupos distintos. No primeiro

65

Argentina México . . . Brasil . . . . Colômbia Chile . . . .

Equador Panamá Costa Rica Peru . . . .

Uruguai

. .

Bolívia

Venezuela

480 189 118 46 43

14 14 11

(até fevereiro) (até abril)

10

10 9

Paraguai

3 1

El Salvador

1

março)

(até abril)


'■-•

64

Dicesto

suas importações; isto pode ser fàcílmente verificado pela distribuição das expor-

tações norte-americanas seus respectivos saldos.

'* T

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Econômico

no mundo o

Exportação em milhões de.dólares Partes do Mundo

1936-38

"Canadá América Latina

454 485 499 49 009

. . ."

Reino Unido U.R.S.S

Europa Ocidental Outros países europeus .África

e

Demais países TOTAL

1.442

2.072 3.857 1.114 149 3.379 1.058 1.125 2.163 453 15.370

607 619 1.328

557 85 2.967

Extremo Oriente

1947

2.100 855 358 2.246

69 160

Oriente Próximo

1946

187 9.742

SALDOS de exportação em milhões de dólares Partes do mundo Canadá

1936-1938

(média) +

América Latinâ

Reino Unido

+

U.R.S.S

,+

Europa Ocidental Outros países europeus

+

África e Oriente Próximo

+

Extremo Oriente

Demais países TOTAL

1947

1946

+ +

109

+

58 352 24 195 23 63 200 43 478

+ + -f

+ +

H+ +

559 340 699 257 1.775 542 129 422 82

+ 4.805

Digesto

Econômico

das trocas no mercado internacional, fi

e provoca um aumento extraordinário

zeram com que sua produção crescesse muito e se di\'crsificas.se, ultrapassando sua própria expectaii\'a e suas previsões de ante-guerra. Atualmente, porém, es tes últimos paí.ses sentem que ficarão em condições desfavoráveis para lutar contra

do número de transações em dólares.

a concorrência internacional, se não ree-

no Brasil, diminuíssem de 79 milhões de

quiparem seu parque industrial, elimi

dólares, o que corresponde a uma mé

nando o equipamento obsoleto. Todos êsse.s países, principalmente os

dia mensal de II milhões e 800 mil

dos dois últimos grupos, sabem que o mercado fornecedor de capitais e de ma quinaria é liüje, por excelência, os Estado.s Unidos. Mesmo aquelas nações não devcdoras e que não estão tentan

encontram-se os devedores, em má si

tuação econômica, que precisam reorga nizar sua economia, muito embora não

tenham tido suas fôrças produtivas des

tão de vida ou de morte — sua sobrevi vência será função da maior ou menor

facilidade com que puderem conseguir o equipamento necessário à recuperação

truídas pelo conflito mundial. No se gundo encontram-se os que, além de

de suas fôrças produtivas.

estarem em má situação econômica, pre

ses novos, que precisam de capital para o

cisam reconstruir sua economia, por te

seu desenvolvimento econômico; a guer

rem sido atingidos diretamente pela guerra; além de precisarem de capitais,

ra apanliou-os em pleno esfôrço de cria

necessitam também de maquinaria, ins

as necessidades oriundas da paralisação

Além dêsses

dois grupos, temos de considerar os paí

ção de indústrias nacionais e, além disso,

O fenômeno da desaparição rápida

preender-se que esta situação alterar-se-á aos poucos, mas que atualmente existe

meiro semestre dèste ano:

são

redistribuídos.

É fácil com

Redução das reservas em ouro e câmbio

estrangeiro no 1.® semestre de 1947 {milhões de dólares)

trumental de trabalho e mesmo gêneros

de primeira necessidade, pois tais im

dívida de guerra, e compreenderemos porque dia a dia as reservas diminuem. dessas reservas é geral, como se pode ver pelas reduções verificadas durante o pri

onde

+ 8.885

portações representam, para êles, ques

presentam o envio imediato de 39 mi

pondeptes à primeira prestação ila nossa

principal para onde afluem os bens e de

628 1.066 226 +

Reconstrução e Desenvolvimento e com

o Fundo Monetário Internacional, que re

além de 5 milhões de dólarss corres-

72

+

Juntem-se a isto os compromissos bra sileiros com o Banco Internacional de

que totalizarão 255 milhões de dólares,

+

+ 3.036 863 i+

dólares.

cional novos rumos, precisam recorrer 909

+ 1.108

1"946 e março de 1947, os depósitos em ouro e reservas em moeda estrangeira,

lhões e 600 mil dólares e reservas futuras

+

+

fizeram com que, entre setembro de

tura econômica, dando à economia na ao mercado norte-americano, pois que êste tomou-se • o centro de convergência de tôdas as vendas e compras, mercado

977

A intensificação extraordinária das im

portações e a restrição das exportações

do, neste momento, alterar a sua estru

Países

Em relação aos Estados Unidos pode mos dizer que os países, hoje, se divndem em grupos distintos. No primeiro

65

Argentina México . . . Brasil . . . . Colômbia Chile . . . .

Equador Panamá Costa Rica Peru . . . .

Uruguai

. .

Bolívia

Venezuela

480 189 118 46 43

14 14 11

(até fevereiro) (até abril)

10

10 9

Paraguai

3 1

El Salvador

1

março)

(até abril)


1l9!«pPippF 67

0IGESTO ECONÓ2.1ICO DICESTO ECONÓ.NflCO

66

o conteúdo da importação e exporta ção brasileira serve de exemplo elucida

tivo da necessidade de expansão das economias latino-americanas.

Tomando-se por base as médias da

década 1935-1945, verifica-se que a classe de animais vivos contribuiu ape nas com 0,4o% do total da importação, vindo a seguir, em ordem crescente, os gêneros alimentícios, com 17,56%, as matérias-primas com 20,57% e as manu faturas com 51,22%.

cia são: ferro c aço, celulose para fa

bricação dc papel, cobre, jula, anilinas, lã, algodão c sêda; chumbo, peles e couros, cimento, breu, cstaniio, enxôfre, acetato dc celulose, alumínio, asfalto, sal

que nos defrontamos na reorganização

muito perturbaram o ritmo normal de

da estrutura econômica do país.

nossa importação.

Em ordem de importância colocaría

Por esta rápida análise verificamos,

mos em primeiro lugar a siderurgia, pois

pois, que quatro graves problemas estão

seu desenvolvimento nos pennitiria re

a chamar a nossa atenção: a siderurgia nacional," o abastecimento de energia motriz, o transporte e o próprio pão.

duzir muito a importação diretamente

para uso industrial — em porcentagens

ligada ao consumo dc ferro e aço, que

que variam dc 2,83% (ferro e aço) a 0,10% (sal). Outras matérias-primas de menor iinportâneia totalizam 5% de tôda

representa hoje uma forte parcela do to tal dc produtos importados; ferro e aço como matérias-primas, representando

análise das médias do decênio 1935-45

a importação.

2,83%; máquinas, aparelhos e ferramen tas, representando 17,39%; ferro e aço

gêneros alimentícios absor\'em 9,3% da exportação, deixando às manufaturas 7%, o que explica a frágil estrutura da

No tocante aos gêneros alimentícios

No que se refere à exportação, pela verifica-se que as matérias-primas e os

merece e.special destaque o trigo. Em

manufaturados, com 7,49%, totalizam

média, 12,37% da importação de pro-

28,16% da importação total. Como se vê,

economia biíasUeira, situação idêntica

duto.s dc.stinados à alimentação Sião re

mais de 11 de nossa importação está

à da quase totalidade dos países ame

uma primeira observação importante; o incremento da industrialização brasileira trouxe um aumento da importação de

presentados pelo trigo em grão (11,56%) e pela farinha de trigo (0,81%). Os ou tros gêneros alimentícios importados al

diretamente ligada ao problema siderúr-

ricanos, com exceção dos Estados Uni

matérias-primas, mostrando que o Brasil

cançam em média apenas 5,19%, assim distribuídos: frutas de mesa 1,23%; be

O predomínio de matérias-primas e produtos manufaturados já nos fornece

tem, pelo menos, uma parte de sua in

bidas 0,87%; bacalhau 0,81%; azeite de .oliveira 0,61%; cevada ou malte 0,51% não contando assim com os elementos

dustrialização dependente da importação,

básicos necessários para o seu desenvol

e azeitona 0,19%.

vimento.

alimentícios, em porcentagens que nao

Quanto ao predomínio das manufatu

ras, é êle explicado pela necessidade crescente de máquinas, aparelhos, fer ramentas • utensílios diversos, utilizados quer na indústria, quer na agricultura. Tais máquinas, aparelhos e ferramentas representam em média 17,39% da im portação total do país.

Os demais gêneros

alcançam 0,10%, totalizam 1,31%.

No tocante às manufaturas, logo após

as máquinas, a que já fizemos menção, colocam-se o ferro e o aço manufatura

dos, representando, em média, 7,94%; os produtos químicos, farmacêuticos e se melhantes, com 5,53%; os automóveis e acessórios 4,49%; veículos e acessórios

gico.

dos. O fenômeno é ainda mais grave se

O segundo problema, igualmente de magna importância, é representado pe'a escassez de fontes de energia, de onde a formidável importação de combus tíveis que, como verificamos, alcança 12,91% da importação. Se é verdade

considerarmos que apenas sete produtos

. que as nossas condições geológicas não nos permitem alimentar grandes espe

de carnaúba 2,5%; todos êsies produtos

ranças

no

tocante

à

existência

de petróleo e se as nossas jazidas de carvão são pobres, restar-nos-á a ele

representam 69,6% de tôda a exportação brasi'eira, sendo que seis dêles assim se distribuem: café 37,9%; algodão em ra ma 13,8%; peles e couros 4,2%; cacau 3,8%; cames em conserx-a 2,6% e cera

são de origem vegetal e animal, indi

cando a estrutura acentuadamente agrí cola de nosso país; apenas uma par cela dos produtos manufaturados, os te

trificação em massa e o aproveitamento

cidos de algodão, apresenta certa impor

das nossas fontes de energia elétrica.

tância: 4,5%.

Quanto à dependência em que fica mos do trigo, a ponto de êle ter uma

Por isso é que se afirma possuírem os países latino-americanos, de que é um

3,38%; papel e suas aplicações 2,22%

importância igual à do combustível

exemplo o Brasil, economia reflexa, ou

(12,37%), basta-nos encarar

seja, de fraca industrialização e grande fornecedora de matérias-primas. Re

tes, que representam ao todo 12,01%

louças 1%; linho 0,69%; pneumáticos e câmaras-do-ar 0,fi0%; lü 0,44% o algodão 0,43%. As demais manufillura.s, em por

recer graves perturbações sociais.

presentam um celeiro de viveres, mas,

do toiul da importação, assim distribuí-

centagens desprezíveis, totahzam 8,26%-

O quarto problema, dirctunicnic liga do à solução que se der aos doi.S pri

por isso mesmo, não comerciam, trafi-

Logo após a importação de máquinas, coloca-se a de combustíveis e lubrifican

dos; 4,55% de carvão de pedra, brique

Coiivóin notar que, além das máquinas,

tes o coque; 3,5% do gasolina; 2,31% de Óleos combustíveis; 1,37% de óleos lu brificantes; 0,93% de querosene e 0,24%

a importação de manufaturas destinadas

de petróleo ou nafta, representando qua se metade das matérias-primas importa das. Restam 17,86% para outras maté

rias-primas, que na ordem de importân

a atual

escassez dq pão, que bem pode favo

meiros, siderurgia e energia, é o do

a transportes alcança 8,47%, ultrapassan

transporte. Com efeito, verificamos que

do mesmo as manufaturas de ferro e aço

em automóveis e outros veículos e seus

e os produtos químicos.

acessórios, importamos, em média, neste último decênio, 8,47% do total. Note-se

A simples análise da importação bra sileira nos está a indicar quais os mais

importantes problemas econômicos com

i

que tivemos seis anos de guerra que

cmn, no dizer de Cárey; têm uma exportfiçfio cujü \'ulor e.specífico é fraco o uma importftÇflO de vulor específico forte; dependentes como sãO, acabam

dando quase de graç» iiquilo que pro duzem, pagando cada vez mais caro o que recebem; tendo umfl economia de


1l9!«pPippF 67

0IGESTO ECONÓ2.1ICO DICESTO ECONÓ.NflCO

66

o conteúdo da importação e exporta ção brasileira serve de exemplo elucida

tivo da necessidade de expansão das economias latino-americanas.

Tomando-se por base as médias da

década 1935-1945, verifica-se que a classe de animais vivos contribuiu ape nas com 0,4o% do total da importação, vindo a seguir, em ordem crescente, os gêneros alimentícios, com 17,56%, as matérias-primas com 20,57% e as manu faturas com 51,22%.

cia são: ferro c aço, celulose para fa

bricação dc papel, cobre, jula, anilinas, lã, algodão c sêda; chumbo, peles e couros, cimento, breu, cstaniio, enxôfre, acetato dc celulose, alumínio, asfalto, sal

que nos defrontamos na reorganização

muito perturbaram o ritmo normal de

da estrutura econômica do país.

nossa importação.

Em ordem de importância colocaría

Por esta rápida análise verificamos,

mos em primeiro lugar a siderurgia, pois

pois, que quatro graves problemas estão

seu desenvolvimento nos pennitiria re

a chamar a nossa atenção: a siderurgia nacional," o abastecimento de energia motriz, o transporte e o próprio pão.

duzir muito a importação diretamente

para uso industrial — em porcentagens

ligada ao consumo dc ferro e aço, que

que variam dc 2,83% (ferro e aço) a 0,10% (sal). Outras matérias-primas de menor iinportâneia totalizam 5% de tôda

representa hoje uma forte parcela do to tal dc produtos importados; ferro e aço como matérias-primas, representando

análise das médias do decênio 1935-45

a importação.

2,83%; máquinas, aparelhos e ferramen tas, representando 17,39%; ferro e aço

gêneros alimentícios absor\'em 9,3% da exportação, deixando às manufaturas 7%, o que explica a frágil estrutura da

No tocante aos gêneros alimentícios

No que se refere à exportação, pela verifica-se que as matérias-primas e os

merece e.special destaque o trigo. Em

manufaturados, com 7,49%, totalizam

média, 12,37% da importação de pro-

28,16% da importação total. Como se vê,

economia biíasUeira, situação idêntica

duto.s dc.stinados à alimentação Sião re

mais de 11 de nossa importação está

à da quase totalidade dos países ame

uma primeira observação importante; o incremento da industrialização brasileira trouxe um aumento da importação de

presentados pelo trigo em grão (11,56%) e pela farinha de trigo (0,81%). Os ou tros gêneros alimentícios importados al

diretamente ligada ao problema siderúr-

ricanos, com exceção dos Estados Uni

matérias-primas, mostrando que o Brasil

cançam em média apenas 5,19%, assim distribuídos: frutas de mesa 1,23%; be

O predomínio de matérias-primas e produtos manufaturados já nos fornece

tem, pelo menos, uma parte de sua in

bidas 0,87%; bacalhau 0,81%; azeite de .oliveira 0,61%; cevada ou malte 0,51% não contando assim com os elementos

dustrialização dependente da importação,

básicos necessários para o seu desenvol

e azeitona 0,19%.

vimento.

alimentícios, em porcentagens que nao

Quanto ao predomínio das manufatu

ras, é êle explicado pela necessidade crescente de máquinas, aparelhos, fer ramentas • utensílios diversos, utilizados quer na indústria, quer na agricultura. Tais máquinas, aparelhos e ferramentas representam em média 17,39% da im portação total do país.

Os demais gêneros

alcançam 0,10%, totalizam 1,31%.

No tocante às manufaturas, logo após

as máquinas, a que já fizemos menção, colocam-se o ferro e o aço manufatura

dos, representando, em média, 7,94%; os produtos químicos, farmacêuticos e se melhantes, com 5,53%; os automóveis e acessórios 4,49%; veículos e acessórios

gico.

dos. O fenômeno é ainda mais grave se

O segundo problema, igualmente de magna importância, é representado pe'a escassez de fontes de energia, de onde a formidável importação de combus tíveis que, como verificamos, alcança 12,91% da importação. Se é verdade

considerarmos que apenas sete produtos

. que as nossas condições geológicas não nos permitem alimentar grandes espe

de carnaúba 2,5%; todos êsies produtos

ranças

no

tocante

à

existência

de petróleo e se as nossas jazidas de carvão são pobres, restar-nos-á a ele

representam 69,6% de tôda a exportação brasi'eira, sendo que seis dêles assim se distribuem: café 37,9%; algodão em ra ma 13,8%; peles e couros 4,2%; cacau 3,8%; cames em conserx-a 2,6% e cera

são de origem vegetal e animal, indi

cando a estrutura acentuadamente agrí cola de nosso país; apenas uma par cela dos produtos manufaturados, os te

trificação em massa e o aproveitamento

cidos de algodão, apresenta certa impor

das nossas fontes de energia elétrica.

tância: 4,5%.

Quanto à dependência em que fica mos do trigo, a ponto de êle ter uma

Por isso é que se afirma possuírem os países latino-americanos, de que é um

3,38%; papel e suas aplicações 2,22%

importância igual à do combustível

exemplo o Brasil, economia reflexa, ou

(12,37%), basta-nos encarar

seja, de fraca industrialização e grande fornecedora de matérias-primas. Re

tes, que representam ao todo 12,01%

louças 1%; linho 0,69%; pneumáticos e câmaras-do-ar 0,fi0%; lü 0,44% o algodão 0,43%. As demais manufillura.s, em por

recer graves perturbações sociais.

presentam um celeiro de viveres, mas,

do toiul da importação, assim distribuí-

centagens desprezíveis, totahzam 8,26%-

O quarto problema, dirctunicnic liga do à solução que se der aos doi.S pri

por isso mesmo, não comerciam, trafi-

Logo após a importação de máquinas, coloca-se a de combustíveis e lubrifican

dos; 4,55% de carvão de pedra, brique

Coiivóin notar que, além das máquinas,

tes o coque; 3,5% do gasolina; 2,31% de Óleos combustíveis; 1,37% de óleos lu brificantes; 0,93% de querosene e 0,24%

a importação de manufaturas destinadas

de petróleo ou nafta, representando qua se metade das matérias-primas importa das. Restam 17,86% para outras maté

rias-primas, que na ordem de importân

a atual

escassez dq pão, que bem pode favo

meiros, siderurgia e energia, é o do

a transportes alcança 8,47%, ultrapassan

transporte. Com efeito, verificamos que

do mesmo as manufaturas de ferro e aço

em automóveis e outros veículos e seus

e os produtos químicos.

acessórios, importamos, em média, neste último decênio, 8,47% do total. Note-se

A simples análise da importação bra sileira nos está a indicar quais os mais

importantes problemas econômicos com

i

que tivemos seis anos de guerra que

cmn, no dizer de Cárey; têm uma exportfiçfio cujü \'ulor e.specífico é fraco o uma importftÇflO de vulor específico forte; dependentes como sãO, acabam

dando quase de graç» iiquilo que pro duzem, pagando cada vez mais caro o que recebem; tendo umfl economia de


-ww-

1 6&

Dicksto

base agrícola quase exclusiva, cslão

Econômico

Dioesto Econômico

fruir-Ihe as vantagens. Por isso, não há paralelismo cntr<' as alterações de

sujeitos a irregularidades no ritmo c volume de produção típicos da agricialtura, quer pela impossibilidade de

preços dos produtos de nossa exportação, tomados cm conjunto, c os de imporia-

controle humano das condições atmos

ção; as quedas dos primeiros são mais

féricas, quer por não poderem empregar, em grande escala, o maquinismo e usu-

se pode ver pelo seguinte quadro:

violentas c .sua con.stáncía menor, como

69

de importação; c por outro lado facul tariam maior desenvolvimento da(expor tação. Desta forma, conseguir-se-ia o

t

desejado equilíbrio da balança de pa gamentos.

Tal medida é tanto mais viável quan to, para garanti-la, existe um organis mo internacional — o Banco de Recons

VALOR-OURO DE TONELADA EXPORTADA

E IMPORTADA

(Números índices)

trução e Desenvolvimento — organismo fornecedor de créditos a médio e longo prazo; são suas finalidades: 1.

Fomentar e facilitar in\'estimen-

Anos

Exportação

Importação

tos dc capitais para fins produti vos, com o objetivo clc auxiliar a

1928

100 47

100 42 42

restauração das economias des

45

1932

1936 1940 1942

26 20 23

38

recurso ao Fundo Monetário Intemacio-

lece restrições destinadas a proteger a

na! também não permitirá a solução do problema, pois que, pela sua própria estrutura e funcionamento, não poderá ele atender a tais desequilíbrios.

balança de pagamentos, que nos pa recem* completas e satisfatórias. Cum

pre notar, ainda, que além destas res desequilíbrio ocasional de algumas ba lanças de comércio, será possível ape

Daí a nossa afirmação de que o se

gundo grande problema a considerar é o

lar para o Fundo Monetário Iritemacional de que são membros todos os paí

de atrair capitais que, investidos, per

ses americanos.

e a mudança de estrutura das econo

Salientamos, entretan

mitiriam

o desenvolvimento econômico

to, a impossibilidade de manutenção

mias latino-americanas. Tais investimen

países latino-americanos apresentam um desequilíbrio crônico da balança de pa

tos teriam duplo efeito: por um lado, estimulariam a produção nacional, per mitindo maior expansão das forças pro dutivas de cada país, melhor aprovei

permanente das restrições permitidas pela Carta, em caráter de exceção. Os

gamentos e, Se não se encontrar solução,

tamento de seus recursos, maior abun

atendendo às suas causas, as restrições

dância, capaz de diminuir as exigências

Promover

o

inxestimenio

inter

3.

lhões de dólares, para desenvolvimento da energia elétrica e da agricultura da

quele pais. John.J. Mac Cloy, presi dente do Banco, no dia 1.° de junho dèste ano, em uma mensagem à Asso

em empréstimos; quando o capi tal privado não puder ser obtido em condições razoáveis, supri-lo com o capital do pró])rio Banco

ciação dc Política Exterior de Cincinna-

ou com recursos por ele levan

êle:

tados;

- 11 -

>

tina, emprestando a duas corporações

meio de garantias e participações

trições permitidas pela Organização In ternacional de Comércio, em caso de um

ficientes garantias.

chilenas, no comêço deste ano, 16 mi

nacional do capital pricaclo, por

comércio e ineficaz a própria Carta. O

Banco Internacional aceite, lhe dêem su

to já começou a auxiliar a América La

continuidade, em caráter normal, tor

A Carta Internacional

empreendimentos, desde que o govêmó do país beneficiário do empréstimo, seu Banco Central ou outra entidade que o

mento de recursos naturais bem

siste em conservar a situação de saldos intensificá-los. •

Além disso, o próprio Banco pode em prestar capitais necessários aos vários

guerra para a paz e o aproveita

tados;

de Comércio, em seu artigo 21, estabe

fornecimentos feitos,

Cumpre notar que o Banco Interna

Comércio pouco valor terão, pois a sua 2.

contra possíveis riscos, oriundos dos

cional de Reconstrução e Desenvolvimen

permitidas pela Carta Internacional de

nará nulos os acordos internacionais de

Êste Banco funcionará como captador de capitais e.\-istentes nos vários países e orientador dos mesmos para investimen tos produtivos, garantindo os portadores

guerra, a transição econômica da

problema dos países americanos con

'e, em certas ocasiões, até de procurar

passa.

truídas ou desorganizadas pela

como o desenvolvimento da pro dução nos países menos adian

No tocante à balança de comércio, o

qual a maioria dos países lioje

Incrementar o comércio interna

cional e contribuir para a manu tenção do equilíbrio da balança de contas, estimulando os inves timentos internacionais destinados

ti, salientou a conveniência, para a pró pria América do Norte e para o mundo, de* tal programa de auxílio. Assim, diz

"Embora não queiramos generalizar, podemos dizer que a maioria dos países da América do Sul, que visi tei, pareceu-me parficularmçnte aten ta e sensível às necessidades de seu

desenvohàmento econômico. O Con tinente, como um todo,, ainda está

a facilitar o aumento da produ tividade, o que naturalmente

sem desenvohimento. Há uma certa

contribuirá

as

impaciência em fazê-lo crescer, de

condições de trabalho e de pa drão dc vida dos jjaíses associa dos, e, na emergência atual, ex tinguir a escassez de dólares pela.

reu no continente norte-americano, e

para

melhorar

modo idêntico à expansão que ocor passos foram dados para que se tor ne vivo o conhecimento disto e se


-ww-

1 6&

Dicksto

base agrícola quase exclusiva, cslão

Econômico

Dioesto Econômico

fruir-Ihe as vantagens. Por isso, não há paralelismo cntr<' as alterações de

sujeitos a irregularidades no ritmo c volume de produção típicos da agricialtura, quer pela impossibilidade de

preços dos produtos de nossa exportação, tomados cm conjunto, c os de imporia-

controle humano das condições atmos

ção; as quedas dos primeiros são mais

féricas, quer por não poderem empregar, em grande escala, o maquinismo e usu-

se pode ver pelo seguinte quadro:

violentas c .sua con.stáncía menor, como

69

de importação; c por outro lado facul tariam maior desenvolvimento da(expor tação. Desta forma, conseguir-se-ia o

t

desejado equilíbrio da balança de pa gamentos.

Tal medida é tanto mais viável quan to, para garanti-la, existe um organis mo internacional — o Banco de Recons

VALOR-OURO DE TONELADA EXPORTADA

E IMPORTADA

(Números índices)

trução e Desenvolvimento — organismo fornecedor de créditos a médio e longo prazo; são suas finalidades: 1.

Fomentar e facilitar in\'estimen-

Anos

Exportação

Importação

tos dc capitais para fins produti vos, com o objetivo clc auxiliar a

1928

100 47

100 42 42

restauração das economias des

45

1932

1936 1940 1942

26 20 23

38

recurso ao Fundo Monetário Intemacio-

lece restrições destinadas a proteger a

na! também não permitirá a solução do problema, pois que, pela sua própria estrutura e funcionamento, não poderá ele atender a tais desequilíbrios.

balança de pagamentos, que nos pa recem* completas e satisfatórias. Cum

pre notar, ainda, que além destas res desequilíbrio ocasional de algumas ba lanças de comércio, será possível ape

Daí a nossa afirmação de que o se

gundo grande problema a considerar é o

lar para o Fundo Monetário Iritemacional de que são membros todos os paí

de atrair capitais que, investidos, per

ses americanos.

e a mudança de estrutura das econo

Salientamos, entretan

mitiriam

o desenvolvimento econômico

to, a impossibilidade de manutenção

mias latino-americanas. Tais investimen

países latino-americanos apresentam um desequilíbrio crônico da balança de pa

tos teriam duplo efeito: por um lado, estimulariam a produção nacional, per mitindo maior expansão das forças pro dutivas de cada país, melhor aprovei

permanente das restrições permitidas pela Carta, em caráter de exceção. Os

gamentos e, Se não se encontrar solução,

tamento de seus recursos, maior abun

atendendo às suas causas, as restrições

dância, capaz de diminuir as exigências

Promover

o

inxestimenio

inter

3.

lhões de dólares, para desenvolvimento da energia elétrica e da agricultura da

quele pais. John.J. Mac Cloy, presi dente do Banco, no dia 1.° de junho dèste ano, em uma mensagem à Asso

em empréstimos; quando o capi tal privado não puder ser obtido em condições razoáveis, supri-lo com o capital do pró])rio Banco

ciação dc Política Exterior de Cincinna-

ou com recursos por ele levan

êle:

tados;

- 11 -

>

tina, emprestando a duas corporações

meio de garantias e participações

trições permitidas pela Organização In ternacional de Comércio, em caso de um

ficientes garantias.

chilenas, no comêço deste ano, 16 mi

nacional do capital pricaclo, por

comércio e ineficaz a própria Carta. O

Banco Internacional aceite, lhe dêem su

to já começou a auxiliar a América La

continuidade, em caráter normal, tor

A Carta Internacional

empreendimentos, desde que o govêmó do país beneficiário do empréstimo, seu Banco Central ou outra entidade que o

mento de recursos naturais bem

siste em conservar a situação de saldos intensificá-los. •

Além disso, o próprio Banco pode em prestar capitais necessários aos vários

guerra para a paz e o aproveita

tados;

de Comércio, em seu artigo 21, estabe

fornecimentos feitos,

Cumpre notar que o Banco Interna

Comércio pouco valor terão, pois a sua 2.

contra possíveis riscos, oriundos dos

cional de Reconstrução e Desenvolvimen

permitidas pela Carta Internacional de

nará nulos os acordos internacionais de

Êste Banco funcionará como captador de capitais e.\-istentes nos vários países e orientador dos mesmos para investimen tos produtivos, garantindo os portadores

guerra, a transição econômica da

problema dos países americanos con

'e, em certas ocasiões, até de procurar

passa.

truídas ou desorganizadas pela

como o desenvolvimento da pro dução nos países menos adian

No tocante à balança de comércio, o

qual a maioria dos países lioje

Incrementar o comércio interna

cional e contribuir para a manu tenção do equilíbrio da balança de contas, estimulando os inves timentos internacionais destinados

ti, salientou a conveniência, para a pró pria América do Norte e para o mundo, de* tal programa de auxílio. Assim, diz

"Embora não queiramos generalizar, podemos dizer que a maioria dos países da América do Sul, que visi tei, pareceu-me parficularmçnte aten ta e sensível às necessidades de seu

desenvohàmento econômico. O Con tinente, como um todo,, ainda está

a facilitar o aumento da produ tividade, o que naturalmente

sem desenvohimento. Há uma certa

contribuirá

as

impaciência em fazê-lo crescer, de

condições de trabalho e de pa drão dc vida dos jjaíses associa dos, e, na emergência atual, ex tinguir a escassez de dólares pela.

reu no continente norte-americano, e

para

melhorar

modo idêntico à expansão que ocor passos foram dados para que se tor ne vivo o conhecimento disto e se


DISESTO ECOS'ÓM1CO

70

faça pressão para alcançar tal obje tivo."

Mais adiante, continua:

mento pela imigração, de modo a aten der à esca.ssez de braços, generalizada

na América, com exceção dos Estados ^

"Verificamos que os responsáveis pe

Unidos, pouco poderemos dizer, visto náo

la solução dos problemas da Améri

conhecermos as resoluções tomadas lu

ca do Sul estão interessados em vá.

Conferência Internacional de Comércio

rios diferentes tipos de emprébas produtivas e certamente muitos dô-

les não estão trabalhando em esque mas de desenvolvimento fantástico.

Os governos e os particulares consi deram seriamente a necessidade de

se dar grande desenvolvimento à agricultura, além de outros. Em al

guns dos go%'emos dos países mem bros do continente sul-americano

consideram-se sèriamente esquemas

e Emprêgo, relativas ao assunto. Pode mos, porém, afirmar que a solução do mesmo se prende diretamente ao probic| ma do financiamento, por nós já abor- i dado.

Lembramos, apenas, que as re-|

messas de capital feitas por imigrantes

são sempre mais prováveis quando o homem emigra, deixando sua família no país de origem, o que o obriga a cuidar do sustento da mesma.

Dai a

de imigração e emprêgo, que têm

conveniência de emigração de famílias

por objeto a possibilidade de rece

completas.

ber, em seus países, pessoas de áreas superpovoadas do continente euro peu, que possam encontrar oportuni

dade nas novas terras. Esquemas desta espécie, hoje, requerem cuida dosa preparação e organização, além de financiamento. O continente nor

te-americano pode e deve atendê-los, na tarefa de permitir o fluxo natural das fôrças econômicas." - III -

Quanto ao aproveitamento do poten cial humano já existente e o seu reforça-

Temas e problemas em debate Dario

de

Almeida

Magalhães

Aumento de produção na Europa (base 1937=100)

\ pesar dos abalos e danos causados

pela

guerra, da agitação social,

que ainda perdura intensamente em muitos países, da desordem política, das greves que se. sucedem, da inflação, os índices de produção da Europa, neste ano, revelam que o esfòrço do re cuperação está sendo, apesar de tudo, frutuoso.

Os níveis de rendimento in

dustrial em quase tôdas as nações já

Bélgica

92

Dinamarca

121

França

115

Países BaLxos

109

Noruega

138

Suécia Reino Unido

112 114

Alemanha (Bizonia)

51

excedem, com efeito, os de 1937 — último ano de relativa normalidade an

O aumento da produção industrial na Alemanha Ocidental e na França está

Quanto ao que se refere as dívidas

tes da imensa conflagração, pois 1938

externas, seria de conveniência que os

já se desenrolou na pré-bèligerância, tornada aguda com a crise que em

condicionado à maior produção de car-

Munich

se refletem diretamente no trabalho de

países, em ação conjunta ou isolada mente, promovessem negociações, risan- ' do ao estabelecimento de esquemas ca- '

pazes de liquidá-las gradativamente, na

medida em que as fôrças econômicas de y cada país se fôssem expandindo. Sobre- ^ tudo, é necessário consolidá-las, reajus* ,

tando-as a condições mais compatíveis

com a posição financeira nacional e com a situação económico-financeira interna cional.

•'V>

encontrou

não uma solução,

porém, apenas, um estímulo para os

apetites das ditaduras, dispostas a lan

para que possam continuar assegurando "transportes apropriados e eficientes".

Os dados apresentados mostram que

é quase humilhante para os países comundo. Só a Bélgica e a Alemanha .locados fora do campo do conflito ar Ocidental não sobrepuja mado, que efetivamente ram ainda o estágio de 1^ nada, ou muito pouco soprodução em que o ter 1 freram com a guerra (e remoto da guerra os al ao contrário deviam aprocançou. ' veitar o ensejo para um Se o propósito do plano Marshall fôsse apenas o de repor a Europa no grau de desen

econômico

de que des

frutava em 1937, comenta o "Econo-

elevar os fretes de carvão, coque e minério de ferro, fara apurar mais 140 miIhÕes de dólares anualmente. Afirmam as empresas que êsse aumento é essencial,

suas fábricas e usinas.

çarem a grande cartada do domínio do

volvimento

As estradas de ferro norte-americanas solicitaram ao govérno autorização de

vãoj e as greves dos mineiros franceses

grande surto de produção _ e de seu reaparelhamento industrial), não oferecerem os mes

mos índices de recuperação, quer no terreno industrial, quer na agricultura.

mist" na sua edição de 9 de outubro

Os Estados Unidos, que tudo deram à

ultimo, êsse desiderato já teria sido alcançado, de maneira quase geral. E apresenta, em comprovação do que afirma, os seguintes números índices,

luta em todos os continentes, saíram

considerados em junho do corrente ano:

\'Q outros países, como a Argentina, pa-

da conflagração vencendo todos os ín

dices e níveis anteriormente atingidos de produção, em todos os setores. Hcu-


DISESTO ECOS'ÓM1CO

70

faça pressão para alcançar tal obje tivo."

Mais adiante, continua:

mento pela imigração, de modo a aten der à esca.ssez de braços, generalizada

na América, com exceção dos Estados ^

"Verificamos que os responsáveis pe

Unidos, pouco poderemos dizer, visto náo

la solução dos problemas da Améri

conhecermos as resoluções tomadas lu

ca do Sul estão interessados em vá.

Conferência Internacional de Comércio

rios diferentes tipos de emprébas produtivas e certamente muitos dô-

les não estão trabalhando em esque mas de desenvolvimento fantástico.

Os governos e os particulares consi deram seriamente a necessidade de

se dar grande desenvolvimento à agricultura, além de outros. Em al

guns dos go%'emos dos países mem bros do continente sul-americano

consideram-se sèriamente esquemas

e Emprêgo, relativas ao assunto. Pode mos, porém, afirmar que a solução do mesmo se prende diretamente ao probic| ma do financiamento, por nós já abor- i dado.

Lembramos, apenas, que as re-|

messas de capital feitas por imigrantes

são sempre mais prováveis quando o homem emigra, deixando sua família no país de origem, o que o obriga a cuidar do sustento da mesma.

Dai a

de imigração e emprêgo, que têm

conveniência de emigração de famílias

por objeto a possibilidade de rece

completas.

ber, em seus países, pessoas de áreas superpovoadas do continente euro peu, que possam encontrar oportuni

dade nas novas terras. Esquemas desta espécie, hoje, requerem cuida dosa preparação e organização, além de financiamento. O continente nor

te-americano pode e deve atendê-los, na tarefa de permitir o fluxo natural das fôrças econômicas." - III -

Quanto ao aproveitamento do poten cial humano já existente e o seu reforça-

Temas e problemas em debate Dario

de

Almeida

Magalhães

Aumento de produção na Europa (base 1937=100)

\ pesar dos abalos e danos causados

pela

guerra, da agitação social,

que ainda perdura intensamente em muitos países, da desordem política, das greves que se. sucedem, da inflação, os índices de produção da Europa, neste ano, revelam que o esfòrço do re cuperação está sendo, apesar de tudo, frutuoso.

Os níveis de rendimento in

dustrial em quase tôdas as nações já

Bélgica

92

Dinamarca

121

França

115

Países BaLxos

109

Noruega

138

Suécia Reino Unido

112 114

Alemanha (Bizonia)

51

excedem, com efeito, os de 1937 — último ano de relativa normalidade an

O aumento da produção industrial na Alemanha Ocidental e na França está

Quanto ao que se refere as dívidas

tes da imensa conflagração, pois 1938

externas, seria de conveniência que os

já se desenrolou na pré-bèligerância, tornada aguda com a crise que em

condicionado à maior produção de car-

Munich

se refletem diretamente no trabalho de

países, em ação conjunta ou isolada mente, promovessem negociações, risan- ' do ao estabelecimento de esquemas ca- '

pazes de liquidá-las gradativamente, na

medida em que as fôrças econômicas de y cada país se fôssem expandindo. Sobre- ^ tudo, é necessário consolidá-las, reajus* ,

tando-as a condições mais compatíveis

com a posição financeira nacional e com a situação económico-financeira interna cional.

•'V>

encontrou

não uma solução,

porém, apenas, um estímulo para os

apetites das ditaduras, dispostas a lan

para que possam continuar assegurando "transportes apropriados e eficientes".

Os dados apresentados mostram que

é quase humilhante para os países comundo. Só a Bélgica e a Alemanha .locados fora do campo do conflito ar Ocidental não sobrepuja mado, que efetivamente ram ainda o estágio de 1^ nada, ou muito pouco soprodução em que o ter 1 freram com a guerra (e remoto da guerra os al ao contrário deviam aprocançou. ' veitar o ensejo para um Se o propósito do plano Marshall fôsse apenas o de repor a Europa no grau de desen

econômico

de que des

frutava em 1937, comenta o "Econo-

elevar os fretes de carvão, coque e minério de ferro, fara apurar mais 140 miIhÕes de dólares anualmente. Afirmam as empresas que êsse aumento é essencial,

suas fábricas e usinas.

çarem a grande cartada do domínio do

volvimento

As estradas de ferro norte-americanas solicitaram ao govérno autorização de

vãoj e as greves dos mineiros franceses

grande surto de produção _ e de seu reaparelhamento industrial), não oferecerem os mes

mos índices de recuperação, quer no terreno industrial, quer na agricultura.

mist" na sua edição de 9 de outubro

Os Estados Unidos, que tudo deram à

ultimo, êsse desiderato já teria sido alcançado, de maneira quase geral. E apresenta, em comprovação do que afirma, os seguintes números índices,

luta em todos os continentes, saíram

considerados em junho do corrente ano:

\'Q outros países, como a Argentina, pa-

da conflagração vencendo todos os ín

dices e níveis anteriormente atingidos de produção, em todos os setores. Hcu-


Digesto Econónhco

72

ra os quais a neutralidade foi larga

lham, lutam denodadamenlc para a re>

mente remuneradora, do ponto-de-\-ista

conquista da antiga posição, realizam

econômico, e que, depois, se entregaram

um esfórçíJ heróico e fecundo, enom*

Digksto Econômico

dos clobroxi nos últimos dois anos, e

.••c aproveitarão os comunistas, e não os

nos sois primeiros meses do ano corren

conservadores, os quais se qui.sercm ga

te já um milhão de membros no\'Os nêie

nhar os votos dos trabalhadores devem

ingressaram.

convencê-los de que uma economia mais livre lhes oferecerá iguais ou melhores

ao esbanjamento de uma prosperidade

trani os imprevidentes, os diletantes, os

que poderia servir de lastro a uma si

que só olham para a hora que passa, aqueles justamente <pie assistiram ao

resultados com plena confiança, e recla

tremendo conflito quase de palanque —

mais filiados para as campanhas que se

tuação duradoura e sólida.

Houve outros, entretanto, e entre estes

nos devemos humildemente incluir, que

mais anêmicos, mai.s desprovidos, me

não ganharam nada, não progrediram efetivamente, ocupando um pouco do

nos seguros e mais desorientados. E' preci.so compreender que o mun

terreno que os outros foram forçados a abandonar; ao revés, se atrasaram no

desgaste dos seus parcos recursos, na desordem de sua vida econômica, no imediatismo, na improvisação, carcomi dos e manictados por um intervencio nismo desordenado, sem rumos e sem

objetivxts, no dia a dia de uma políti ca de autofagia, suicida, melancòlícamente suicida.

E agora, quando todos os outros paí ses - os devastados, os bombardeados, os ocupados - se reerguem, se reapare-

do violento e frio dos nossos dias não

comporta mais essa "nonciialancc". essa boêmia, êsse desafio jiermanente à sor te e ao destino. O e.\'emp'o das ou

Lord Woolton pôde apresentar estes mar ainda mais recursos financeiros o

Apesar dês.scs fatores favoráveis, o in suspeito "Economist", comentando com

grande objetividade a siltiação política inglesa, não sc ilude sôbre o papel

até a ocasião das eleições, irá seguindo,

avizinham.

em Llandudno com gran

O ''

de pompa e confiança. O vigoroso discurso com que Churchill encerrou o comício,

insistindo, com o seu agudo

realismo, na sua velha tese de que a garantia da paz está na força militar das democracias unidas, bastaria para despertar a atenção do mundo sôbre a

nesse ponto, as promessas dos conseiva-

dores — pondera o comentário do "Eco

mento prcN-isível que possa apresentar.

nomist".'

afinal, confpiistemo.s o npsso lugar ao sol, e não deixemos passar tòda.s as opor

Obscraa o grande órgão londrino que muitos dos pontos essenciais, que cons tituíam a base da ação política do Par tido Conservador, vêm merecendo igual Q profícien-

Da análise feita da posição e dos propósitos do Partido Conservador se vè que, no momento atual, êle justifica a crítica de Disraeli "é um partido sem princípios", que

tunidades de N-encerniüS o atraso e a

te

tras nações deve ser nm acicate no nosso

próprio pundonor, e valer como um lo que de reunir em prol de uma campitnha dcnodada e incunsá\oI para que,

pobreza, que geram quase tudo o mais que nos aflige e nos entorpece.

na presunção da

exemplo, os ne

superioridade dos

gócios do Impé

seus líderes, e

rio e as questões ^;

não cuida de oferecer uma só

lida e segura po

econômica e social da Inglaterra contra os arremessos reformistas de Labour

apoiado pelos

precisa e objeti

Party.

A velha árvore precisava reno

var a sua seiva na luta e nos estímulos

que só se encontram realmente fora do ambiente amolecedor ou corrosivo do governo, em país de opinião atenta e

em quadra espinhosa, em que tudo sao embaraços e contrariedades a desgasta

armas para a reconquista do poder em

e a resistirem.

1950.

Ganha efetivamente o Pai^ido Conser vador fôrças novas nos ares excitantes

temente acontece, revitalizadora para a

\ I'V,

que o governo atual tem feito é

as suas fôrças e prepararam as suas

A oposição tem sido, como freqüen

confia sobretudo

atenção dos

trabalhistas. Por

agremiação que resguarda a tradição

rem o prestígio e o amor as administnições conscientes de sua missão, e dis postas, em conseqüência, a contrariarem

reunião cm que os "tories" balancearam

confiante, está relaxando o contrôle, e,

tro do quadro atual, e do desdobra

internacionais. O

celebrou a sua convenção

Uma política simplesmente de com

bate ao controle da economia não pode ser\'ir como uma alternativa a ser apre sentada ao país, tanto mais que o govêmo trabalhista, sob pressão, e pouco

e a influência dos con.sorvadores. den

A renovação dos partidos conservadores Partido Conservador inglês

perspectivas de segurança econômica.

da oposição: o número de seus associa-

lítica

conservadores, ou

vamente

é apenas o se-

lada.

guimcnto do que se fizera durante a guerra, em regime de coalizão. Somen te no que diz respeito às medidas de

nacional, articu

Na hora presente, para marcar a di

ferença de rumos e congregar as fôrças sociais em apoio de um movimento,

defesa podem os "tories" formular crí

não basta formular teses e proposições

ticas aos trabalhistas.

de caráter geral.

O programa de pleno emprego e de seguro social posto em prática pelo ga

Partido Conservador, o "Economist"

Quanto à superioridade dos guias do

binete Attlce tem também a sua ori

não contesta, mas afirma que no con

gem no gabinete de coalizão, embora no espírito pxiblico esteja indissolüvelinente ligado à ação dos socialistas.

fronto com os homens atuais do gover no inglês, estes não ficam em posição desvantajosa, àparte_ a figura de Chur

E se essa política falhar, do fracasso

chill, cujos dotes são proeminentes ape-


Digesto Econónhco

72

ra os quais a neutralidade foi larga

lham, lutam denodadamenlc para a re>

mente remuneradora, do ponto-de-\-ista

conquista da antiga posição, realizam

econômico, e que, depois, se entregaram

um esfórçíJ heróico e fecundo, enom*

Digksto Econômico

dos clobroxi nos últimos dois anos, e

.••c aproveitarão os comunistas, e não os

nos sois primeiros meses do ano corren

conservadores, os quais se qui.sercm ga

te já um milhão de membros no\'Os nêie

nhar os votos dos trabalhadores devem

ingressaram.

convencê-los de que uma economia mais livre lhes oferecerá iguais ou melhores

ao esbanjamento de uma prosperidade

trani os imprevidentes, os diletantes, os

que poderia servir de lastro a uma si

que só olham para a hora que passa, aqueles justamente <pie assistiram ao

resultados com plena confiança, e recla

tremendo conflito quase de palanque —

mais filiados para as campanhas que se

tuação duradoura e sólida.

Houve outros, entretanto, e entre estes

nos devemos humildemente incluir, que

mais anêmicos, mai.s desprovidos, me

não ganharam nada, não progrediram efetivamente, ocupando um pouco do

nos seguros e mais desorientados. E' preci.so compreender que o mun

terreno que os outros foram forçados a abandonar; ao revés, se atrasaram no

desgaste dos seus parcos recursos, na desordem de sua vida econômica, no imediatismo, na improvisação, carcomi dos e manictados por um intervencio nismo desordenado, sem rumos e sem

objetivxts, no dia a dia de uma políti ca de autofagia, suicida, melancòlícamente suicida.

E agora, quando todos os outros paí ses - os devastados, os bombardeados, os ocupados - se reerguem, se reapare-

do violento e frio dos nossos dias não

comporta mais essa "nonciialancc". essa boêmia, êsse desafio jiermanente à sor te e ao destino. O e.\'emp'o das ou

Lord Woolton pôde apresentar estes mar ainda mais recursos financeiros o

Apesar dês.scs fatores favoráveis, o in suspeito "Economist", comentando com

grande objetividade a siltiação política inglesa, não sc ilude sôbre o papel

até a ocasião das eleições, irá seguindo,

avizinham.

em Llandudno com gran

O ''

de pompa e confiança. O vigoroso discurso com que Churchill encerrou o comício,

insistindo, com o seu agudo

realismo, na sua velha tese de que a garantia da paz está na força militar das democracias unidas, bastaria para despertar a atenção do mundo sôbre a

nesse ponto, as promessas dos conseiva-

dores — pondera o comentário do "Eco

mento prcN-isível que possa apresentar.

nomist".'

afinal, confpiistemo.s o npsso lugar ao sol, e não deixemos passar tòda.s as opor

Obscraa o grande órgão londrino que muitos dos pontos essenciais, que cons tituíam a base da ação política do Par tido Conservador, vêm merecendo igual Q profícien-

Da análise feita da posição e dos propósitos do Partido Conservador se vè que, no momento atual, êle justifica a crítica de Disraeli "é um partido sem princípios", que

tunidades de N-encerniüS o atraso e a

te

tras nações deve ser nm acicate no nosso

próprio pundonor, e valer como um lo que de reunir em prol de uma campitnha dcnodada e incunsá\oI para que,

pobreza, que geram quase tudo o mais que nos aflige e nos entorpece.

na presunção da

exemplo, os ne

superioridade dos

gócios do Impé

seus líderes, e

rio e as questões ^;

não cuida de oferecer uma só

lida e segura po

econômica e social da Inglaterra contra os arremessos reformistas de Labour

apoiado pelos

precisa e objeti

Party.

A velha árvore precisava reno

var a sua seiva na luta e nos estímulos

que só se encontram realmente fora do ambiente amolecedor ou corrosivo do governo, em país de opinião atenta e

em quadra espinhosa, em que tudo sao embaraços e contrariedades a desgasta

armas para a reconquista do poder em

e a resistirem.

1950.

Ganha efetivamente o Pai^ido Conser vador fôrças novas nos ares excitantes

temente acontece, revitalizadora para a

\ I'V,

que o governo atual tem feito é

as suas fôrças e prepararam as suas

A oposição tem sido, como freqüen

confia sobretudo

atenção dos

trabalhistas. Por

agremiação que resguarda a tradição

rem o prestígio e o amor as administnições conscientes de sua missão, e dis postas, em conseqüência, a contrariarem

reunião cm que os "tories" balancearam

confiante, está relaxando o contrôle, e,

tro do quadro atual, e do desdobra

internacionais. O

celebrou a sua convenção

Uma política simplesmente de com

bate ao controle da economia não pode ser\'ir como uma alternativa a ser apre sentada ao país, tanto mais que o govêmo trabalhista, sob pressão, e pouco

e a influência dos con.sorvadores. den

A renovação dos partidos conservadores Partido Conservador inglês

perspectivas de segurança econômica.

da oposição: o número de seus associa-

lítica

conservadores, ou

vamente

é apenas o se-

lada.

guimcnto do que se fizera durante a guerra, em regime de coalizão. Somen te no que diz respeito às medidas de

nacional, articu

Na hora presente, para marcar a di

ferença de rumos e congregar as fôrças sociais em apoio de um movimento,

defesa podem os "tories" formular crí

não basta formular teses e proposições

ticas aos trabalhistas.

de caráter geral.

O programa de pleno emprego e de seguro social posto em prática pelo ga

Partido Conservador, o "Economist"

Quanto à superioridade dos guias do

binete Attlce tem também a sua ori

não contesta, mas afirma que no con

gem no gabinete de coalizão, embora no espírito pxiblico esteja indissolüvelinente ligado à ação dos socialistas.

fronto com os homens atuais do gover no inglês, estes não ficam em posição desvantajosa, àparte_ a figura de Chur

E se essa política falhar, do fracasso

chill, cujos dotes são proeminentes ape-


74

Dioesto Econó.noco

nas parcialmente no campo do govêr-

cer, em têrmos precisos c nítidos, uma

no" — acrescenta.

E destaca o tradicional órgão inglês, nesse ponto, a ação infle.xível e corajosa de Stafford Cripps — j*ulgamento de alta significação por todos os moHvos. Em face dessas circunstâncias, as perspectivas do Partido Conservador,

dentro da atualidade da política inglêsa, são apresentadas pelo "Economist" no se^nte esquema: se a situação in ternacional se agravar sèriamente, in

clusive com risco direto de guerra, pro

será possível vencer e dominar fatores

atrair sobretudo a stia classe mÂlia.

balhadas pela demagogia, que se entre

de desagregação e de inquietação que vão minando as bases da estmtura, sè riamente ameaçada na sua estabilidade.

compreensão do Iiomcm e da mulher

garam às soluções fáceis, aos golpes de prestidigitação e oos relaxamentos de uma política que devora as últimas re

comum".

O Partido Conservador não

servas de substância e de vitalidade —

■ Na França — onde, apesar de tudo, há um núcleo poderoso de resistência,

está desprovido de chefes e carrega as mais valiosas tradições. O que lhes está faltando é falar "à imaginação do inglês ordinário, do inglês comum, que

essas nações, em grau maior ou menor,

onde se sente a vitalidade do homem do

-devo ser formulada cm termos bastante

simples para "despertar a convicção e a

não se pode entusiasmar por um parti

do que SC apresenta como o dos "big business-men" e dos grandes proprietá

mstas, pode-se prever também uma

formular uma política nacional para os problemas nacionais, superior em mérito

vêmo, é quase certo então que os con servadores reconquistarão o poder.

Se os "tories" pensam, porém, que podem confiar na vitória eleitoral, apro veitando-se só da impopularidade que uma política austera como a trabalhis ta provoca inevitàvelmente, é quase se guro que estejam mergulhados em ilu

sões e erros de cálculo que lhes custa rão a derrota em 1950 — comenta o "Economist".

O que lhes é imprescindível é ofere

rÁ uma questão posta permanente-

na ordem do dia em todos os países, nesta quadra conturbada em que vivemos; a do aumento dos preços e dos salários. Os países, de que é exem plo mais eloqüente a Inglaterra, que caminharam para a política do sacrifí

oferecem todo o mesmo quadro de in satisfação crescente, de dificuldades as

cendentes, de complicações e embaraç-os que se multiplicam como um no velo infernal, em cujas dobras se estran

gulam tòdas as forças de recuperação. A opção entre uma e outra política

"O Partido Conservador necessita —

reflete efetivamente o estado de saúde

conclui o comentário do "Economist" —

moral e cívica, ou de doença social que separa os países atingi

e mais atraente para o eleitorado do que

qualquer outra que o Partido Traba

dos pela crise, que se generalizou.

povo, sobretudo da gente do interior, agarrada à terra, fecundando-a com o seu trabalho, zelando pelas tradições e

pela continuidade do estilo de \ida que deu sentido xmiversal à sua pátria —

na França quase -todos os governos se têm empenhado, com energia, para im por essa política de sacrifícios, necessá ria e salvadora. A instabilidade dos ga binetes que se sucedem, cada qual de vida mais efêmera, e a infiltração das fôrças da desordem e

Para enfrentar os sur

lhista possa oferecer." Não será este também o problema de

tos de demagogia dele

da demagogia têm, en

téria

tretanto, frustrado as ten

todos os partidos políticos que querem defender os valores conquistados, e atra

uma reconstrução amas

vessar esta fase revolucionária sem aban

donar os métodos da evolução?

Sem

e caminhar

para

sada com "sangue, suor e lágrimas", é preciso

tativas realizadas, esta-i

belecendo um grande de >

que a coletividade seja

- ■'

renovarem a sua mensagem e os méto

dotada de "caráter" ver

dos de influir sôbre a opinião, através de uma organização poderosa e dinâmi

balável de sobreviver e de retomar à

dadeiro, da decisão ina

ca, a alternativa que defrontarão será

antiga prosperidade; e que, acreditando

ainda uma vez: fascismo ou demagogia,

nas suas virtudes, acredite na fecundidade do sacrifício a suportar. A crise é realmente dura, e só se pode vencê-la

ou uma mescla dessas duas pragas.

Preços e saldrios

H'• mente

Fora dêsse clima moral e cívico não

alternativa política à nação, que. para

rios".

coab^o partidária; se a ala esquerda do Partido Trabalhista dominar o go-

rá as restrições gerais imprescindíveis iio seu restabelecimento. As nações tra

vavelmente se formará um govêrno de coalizão; se houver um colapso na ecoj"glêsa, pelo abandono do plano

Marshall, ou por uma desordem na pro dução industrial provocada pelos comu-

1

75

Digesto Econókuco

à custa de energia e de seriedade.

0.s

condutores se devem cercar, pelo seu comportamento, da plena confiança co

cio e da cooperação coletiva — produzir o mais possível para exportar, reduzindo

letiva; e agindo, sob a vigilância da opi

o consumo no mercado interno, e evitan

busca de dias melhores, devem manter

do os aumentos nominais de salários —

insuspeitada, imaculada, rigorosa fide

vão atravessando a tormenta inflacioná-

lidade aos compromissos e aos deveres impostos, antes de tudo, pela solidarie

ria em busca de uma normalidade que

custa muito, mas que, afinal, compensa-

nião convocada a sofrer privações em

dade que os prende ao sofrimento geral.

sequilíbrio entre os ob jetivos visados e os re

sultados obtidos. O Par tido Comunista tem uma

influência considerável, e a divisão das

outras fôrças lhe permite uma atuação

eficiente, eficientemente deletéria junto às massas' trabalhadoras. E por isso

ainda não logrou a França livrar-se do ciclo infernal, da corrida destruidora. que se estabeleceu desde 1939. entre os preços das utilidades e os salários. O

que lhe tem custado essa competição insensata, insuflada pela demagogia in-

contida, é alguma coisa de dramático,

e está retratado com dados expressivos

em ilustrativo arHgo que François Coronat publica em "Information et documentatíon", de 16 de outubro último.


74

Dioesto Econó.noco

nas parcialmente no campo do govêr-

cer, em têrmos precisos c nítidos, uma

no" — acrescenta.

E destaca o tradicional órgão inglês, nesse ponto, a ação infle.xível e corajosa de Stafford Cripps — j*ulgamento de alta significação por todos os moHvos. Em face dessas circunstâncias, as perspectivas do Partido Conservador,

dentro da atualidade da política inglêsa, são apresentadas pelo "Economist" no se^nte esquema: se a situação in ternacional se agravar sèriamente, in

clusive com risco direto de guerra, pro

será possível vencer e dominar fatores

atrair sobretudo a stia classe mÂlia.

balhadas pela demagogia, que se entre

de desagregação e de inquietação que vão minando as bases da estmtura, sè riamente ameaçada na sua estabilidade.

compreensão do Iiomcm e da mulher

garam às soluções fáceis, aos golpes de prestidigitação e oos relaxamentos de uma política que devora as últimas re

comum".

O Partido Conservador não

servas de substância e de vitalidade —

■ Na França — onde, apesar de tudo, há um núcleo poderoso de resistência,

está desprovido de chefes e carrega as mais valiosas tradições. O que lhes está faltando é falar "à imaginação do inglês ordinário, do inglês comum, que

essas nações, em grau maior ou menor,

onde se sente a vitalidade do homem do

-devo ser formulada cm termos bastante

simples para "despertar a convicção e a

não se pode entusiasmar por um parti

do que SC apresenta como o dos "big business-men" e dos grandes proprietá

mstas, pode-se prever também uma

formular uma política nacional para os problemas nacionais, superior em mérito

vêmo, é quase certo então que os con servadores reconquistarão o poder.

Se os "tories" pensam, porém, que podem confiar na vitória eleitoral, apro veitando-se só da impopularidade que uma política austera como a trabalhis ta provoca inevitàvelmente, é quase se guro que estejam mergulhados em ilu

sões e erros de cálculo que lhes custa rão a derrota em 1950 — comenta o "Economist".

O que lhes é imprescindível é ofere

rÁ uma questão posta permanente-

na ordem do dia em todos os países, nesta quadra conturbada em que vivemos; a do aumento dos preços e dos salários. Os países, de que é exem plo mais eloqüente a Inglaterra, que caminharam para a política do sacrifí

oferecem todo o mesmo quadro de in satisfação crescente, de dificuldades as

cendentes, de complicações e embaraç-os que se multiplicam como um no velo infernal, em cujas dobras se estran

gulam tòdas as forças de recuperação. A opção entre uma e outra política

"O Partido Conservador necessita —

reflete efetivamente o estado de saúde

conclui o comentário do "Economist" —

moral e cívica, ou de doença social que separa os países atingi

e mais atraente para o eleitorado do que

qualquer outra que o Partido Traba

dos pela crise, que se generalizou.

povo, sobretudo da gente do interior, agarrada à terra, fecundando-a com o seu trabalho, zelando pelas tradições e

pela continuidade do estilo de \ida que deu sentido xmiversal à sua pátria —

na França quase -todos os governos se têm empenhado, com energia, para im por essa política de sacrifícios, necessá ria e salvadora. A instabilidade dos ga binetes que se sucedem, cada qual de vida mais efêmera, e a infiltração das fôrças da desordem e

Para enfrentar os sur

lhista possa oferecer." Não será este também o problema de

tos de demagogia dele

da demagogia têm, en

téria

tretanto, frustrado as ten

todos os partidos políticos que querem defender os valores conquistados, e atra

uma reconstrução amas

vessar esta fase revolucionária sem aban

donar os métodos da evolução?

Sem

e caminhar

para

sada com "sangue, suor e lágrimas", é preciso

tativas realizadas, esta-i

belecendo um grande de >

que a coletividade seja

- ■'

renovarem a sua mensagem e os méto

dotada de "caráter" ver

dos de influir sôbre a opinião, através de uma organização poderosa e dinâmi

balável de sobreviver e de retomar à

dadeiro, da decisão ina

ca, a alternativa que defrontarão será

antiga prosperidade; e que, acreditando

ainda uma vez: fascismo ou demagogia,

nas suas virtudes, acredite na fecundidade do sacrifício a suportar. A crise é realmente dura, e só se pode vencê-la

ou uma mescla dessas duas pragas.

Preços e saldrios

H'• mente

Fora dêsse clima moral e cívico não

alternativa política à nação, que. para

rios".

coab^o partidária; se a ala esquerda do Partido Trabalhista dominar o go-

rá as restrições gerais imprescindíveis iio seu restabelecimento. As nações tra

vavelmente se formará um govêrno de coalizão; se houver um colapso na ecoj"glêsa, pelo abandono do plano

Marshall, ou por uma desordem na pro dução industrial provocada pelos comu-

1

75

Digesto Econókuco

à custa de energia e de seriedade.

0.s

condutores se devem cercar, pelo seu comportamento, da plena confiança co

cio e da cooperação coletiva — produzir o mais possível para exportar, reduzindo

letiva; e agindo, sob a vigilância da opi

o consumo no mercado interno, e evitan

busca de dias melhores, devem manter

do os aumentos nominais de salários —

insuspeitada, imaculada, rigorosa fide

vão atravessando a tormenta inflacioná-

lidade aos compromissos e aos deveres impostos, antes de tudo, pela solidarie

ria em busca de uma normalidade que

custa muito, mas que, afinal, compensa-

nião convocada a sofrer privações em

dade que os prende ao sofrimento geral.

sequilíbrio entre os ob jetivos visados e os re

sultados obtidos. O Par tido Comunista tem uma

influência considerável, e a divisão das

outras fôrças lhe permite uma atuação

eficiente, eficientemente deletéria junto às massas' trabalhadoras. E por isso

ainda não logrou a França livrar-se do ciclo infernal, da corrida destruidora. que se estabeleceu desde 1939. entre os preços das utilidades e os salários. O

que lhe tem custado essa competição insensata, insuflada pela demagogia in-

contida, é alguma coisa de dramático,

e está retratado com dados expressivos

em ilustrativo arHgo que François Coronat publica em "Information et documentatíon", de 16 de outubro último.


Dicksto EcoxÓMir»!

Recorda o autor que as duas tentativas

77

Dicesto Econóndco

l?a Itália, igualmente, os_funcionários

porque o governo, aí) mesmo tempo, li

a medida trouxe a necessidade de rea

berou os preços de outros produlosj c

justar certos preços industriais; e já no

preços, em março e junho dêsle ano,

as repcreiissõcs não se fizeram espenir.

começo de outubro último se faziam no

mento de salários, variando de 15 a

resultaram infrutíferas. As reduções pre

detí-rmínando a a'ta geral.

tar as conseqüências, com o encareci-

30%. O govêmo se vê na contingência de resistir aos seus servidores cujo núme

feitas pelo govêmo para estabilizar os vistas eram modestas (de 3 a 10^) e

O «'ncarcctjnenlo da \ida é realmente

deviam incidir sobre artigos que afe

«itcrradí)r, «• .se e.vprime, com relação a 34 artigos básicí)s, por estas cifras deste

tam diretamente o custo da vida.

As providências de nada adiantaram

segurança perturba ainda mais o orga nismo tão minado de um país ilustre, de

(Base 1938 = 100) Janeiro

Abril

Julho

1.414

Agosto

1•499

1.528

1.670

evoluiu:

Dezembro 1947 10.8,58

Ao invés de enfrentar, com eficiência

1.763

dos pelos centros de investigação, assim

nimo vital", segundo .os dados ofereciDezembro 1946 frs. 7.350

•Setembro

Julho 1948 12.974

.Agosto 1948 ' 13.4.'59

a alta dos preços, lançou-sc o país à

francês já atingira o nível de 728 em

corrida entre estes e os salário.s. Solução cuja insensatez qualquer um pode

1938. Mas, no mesmo período, o índice do preços do varejo era de 1529, em

ria prever. No fim de 1947, o.s salá rios foram mais uma vez aumentados de 30%. Em abril dêste ano, já a ascensão dos preços das utilidades reduzia êste aumento falaz a 10%.

As ameaças de greve recrudesceram, e as associações operárias voltaram a condenar a política governamental e a reclamar novas vantagens, inclusive a instituição de uma "escala móvel" de.stínada a adaptar automàticamente os salários aos preços.

Já a essa altura, mesmo dos sindica tos de trabalhadores, desiludidos da panacéia dos aumentos, partiam fortes

movimentos em favor da baixa geral dos preços das utilidades — única niedida realmente eficaz na conjuntura. Que adiantaria, com efeito, prosseguir nos aumentos nominais de salários, de

vorados ràpidamente pela alta inevitá

relação ao índice de 100 do ano de

uma nação imortal e gloriosa, cujos so

de 738.000 (1938) a

— conforme acentuou o ministro do Te

souro — .seria elevar de mais de 50% o

"déficit" orçamentário já enorme. A agitação cresce também na Itália,

frimentos devem servir de lição fecun

mau grado o seu esfôrço de recuperação.

da, e hão de, internamente, fermentar»

Os ser\'idores públicos se lançam às

uma reação-redentora, que a elevará no vamente à influência e ao prestígio de

suas malhas os operários. A Igreja, em

que' o mundo não pode prescindir. A lição da França — um exemplo entre tantos que temos diante dos olhos — não servirá aos que se lançam na imprevidência e na demagogia dos aumen

confronto com o índice 100, de dez anos

tos fictícios de salários, que se trans formam em instrumentos indomináveis de

atrás. Ou seja; o poder de compra do

desordem e de depauperamento?

greves.

Os comunistas envolvem nas

ação política militante, enfrenta os ex tremistas da esquerda.

E o mesmo dilema se põe, entre o sacrifício e a

concessão à

dema

gogia: reconstruir em bases sérias, ou

prosseguir no caminho das mentiras e dos entorpecentes que levam à der rocada.

trabalhador, fícticianiontc majorado no seu salário, era, na realidade, inferior a

50% do que tinha antes da guerra. E a .situação do operário solteiro era ainda mais desfavorável do que a do casado, pois este recebeu onlra.s vantagens es peciais, nestes últimos anos.

O mal-e.star gerado por esse estado de coisas, a todos atingindo, provocou tam bém reações dos servidores do E.stado, ainda mais sacrificados pelo de-sequilí-. brio.

Ressurgiram a partir de julho, com maior intensidade, as queixas e protes tos. E o dilema se pôs de novo, com as mesmas sombrias perspectivas ante riores: ou baixar os preços, ou aumentar mais uma vez os salários. O governo

vel do custo da vida? Em junho dêste

Queuille, que ascendeu numa liora de desespero, transigiu com uma nova ma

ano, o salário médio do trabalhador

joração de salários na base de 15%. Mas

.«^1'OÍL_'.'9Í

ro aumentou

1.040.000 (1948): ceder às exigências

generalidade.

A insatisfação se aprofunda e a in

ano;

O necessário para atender ao "mí

mento da vida. E as greves nos últi mos dias explodiam com maior vigor e

e empregados do Estado reclamam au

Automóveis ingleses

A produção de automóveis apresenta- o dôbro da registrada em 1939, e o seu

da pela Inglaterra é um dos dados valor mensal excede atualmente £ ....

significativos que refletem a fecundidade do seu trabalho industrial: é hoje

9.000.000. Dos carros de passageiros produzidos,


Dicksto EcoxÓMir»!

Recorda o autor que as duas tentativas

77

Dicesto Econóndco

l?a Itália, igualmente, os_funcionários

porque o governo, aí) mesmo tempo, li

a medida trouxe a necessidade de rea

berou os preços de outros produlosj c

justar certos preços industriais; e já no

preços, em março e junho dêsle ano,

as repcreiissõcs não se fizeram espenir.

começo de outubro último se faziam no

mento de salários, variando de 15 a

resultaram infrutíferas. As reduções pre

detí-rmínando a a'ta geral.

tar as conseqüências, com o encareci-

30%. O govêmo se vê na contingência de resistir aos seus servidores cujo núme

feitas pelo govêmo para estabilizar os vistas eram modestas (de 3 a 10^) e

O «'ncarcctjnenlo da \ida é realmente

deviam incidir sobre artigos que afe

«itcrradí)r, «• .se e.vprime, com relação a 34 artigos básicí)s, por estas cifras deste

tam diretamente o custo da vida.

As providências de nada adiantaram

segurança perturba ainda mais o orga nismo tão minado de um país ilustre, de

(Base 1938 = 100) Janeiro

Abril

Julho

1.414

Agosto

1•499

1.528

1.670

evoluiu:

Dezembro 1947 10.8,58

Ao invés de enfrentar, com eficiência

1.763

dos pelos centros de investigação, assim

nimo vital", segundo .os dados ofereciDezembro 1946 frs. 7.350

•Setembro

Julho 1948 12.974

.Agosto 1948 ' 13.4.'59

a alta dos preços, lançou-sc o país à

francês já atingira o nível de 728 em

corrida entre estes e os salário.s. Solução cuja insensatez qualquer um pode

1938. Mas, no mesmo período, o índice do preços do varejo era de 1529, em

ria prever. No fim de 1947, o.s salá rios foram mais uma vez aumentados de 30%. Em abril dêste ano, já a ascensão dos preços das utilidades reduzia êste aumento falaz a 10%.

As ameaças de greve recrudesceram, e as associações operárias voltaram a condenar a política governamental e a reclamar novas vantagens, inclusive a instituição de uma "escala móvel" de.stínada a adaptar automàticamente os salários aos preços.

Já a essa altura, mesmo dos sindica tos de trabalhadores, desiludidos da panacéia dos aumentos, partiam fortes

movimentos em favor da baixa geral dos preços das utilidades — única niedida realmente eficaz na conjuntura. Que adiantaria, com efeito, prosseguir nos aumentos nominais de salários, de

vorados ràpidamente pela alta inevitá

relação ao índice de 100 do ano de

uma nação imortal e gloriosa, cujos so

de 738.000 (1938) a

— conforme acentuou o ministro do Te

souro — .seria elevar de mais de 50% o

"déficit" orçamentário já enorme. A agitação cresce também na Itália,

frimentos devem servir de lição fecun

mau grado o seu esfôrço de recuperação.

da, e hão de, internamente, fermentar»

Os ser\'idores públicos se lançam às

uma reação-redentora, que a elevará no vamente à influência e ao prestígio de

suas malhas os operários. A Igreja, em

que' o mundo não pode prescindir. A lição da França — um exemplo entre tantos que temos diante dos olhos — não servirá aos que se lançam na imprevidência e na demagogia dos aumen

confronto com o índice 100, de dez anos

tos fictícios de salários, que se trans formam em instrumentos indomináveis de

atrás. Ou seja; o poder de compra do

desordem e de depauperamento?

greves.

Os comunistas envolvem nas

ação política militante, enfrenta os ex tremistas da esquerda.

E o mesmo dilema se põe, entre o sacrifício e a

concessão à

dema

gogia: reconstruir em bases sérias, ou

prosseguir no caminho das mentiras e dos entorpecentes que levam à der rocada.

trabalhador, fícticianiontc majorado no seu salário, era, na realidade, inferior a

50% do que tinha antes da guerra. E a .situação do operário solteiro era ainda mais desfavorável do que a do casado, pois este recebeu onlra.s vantagens es peciais, nestes últimos anos.

O mal-e.star gerado por esse estado de coisas, a todos atingindo, provocou tam bém reações dos servidores do E.stado, ainda mais sacrificados pelo de-sequilí-. brio.

Ressurgiram a partir de julho, com maior intensidade, as queixas e protes tos. E o dilema se pôs de novo, com as mesmas sombrias perspectivas ante riores: ou baixar os preços, ou aumentar mais uma vez os salários. O governo

vel do custo da vida? Em junho dêste

Queuille, que ascendeu numa liora de desespero, transigiu com uma nova ma

ano, o salário médio do trabalhador

joração de salários na base de 15%. Mas

.«^1'OÍL_'.'9Í

ro aumentou

1.040.000 (1948): ceder às exigências

generalidade.

A insatisfação se aprofunda e a in

ano;

O necessário para atender ao "mí

mento da vida. E as greves nos últi mos dias explodiam com maior vigor e

e empregados do Estado reclamam au

Automóveis ingleses

A produção de automóveis apresenta- o dôbro da registrada em 1939, e o seu

da pela Inglaterra é um dos dados valor mensal excede atualmente £ ....

significativos que refletem a fecundidade do seu trabalho industrial: é hoje

9.000.000. Dos carros de passageiros produzidos,


79

DtcESTO Econômico 78

DiCESTO

7556 são exportados — para atender à fome de divisas de que sofre o país. Dos veículos comerciais, côrca de 5056

agora são igualmente remetidos para o estrangeiro, enquanto antes da guerra

a exportação destes veículos correspon dia apenas a 14% da produção. E en

EcONÓhDCO

próprias forças para defender e guiar

tre os mercados recepti\os aos automó

veis ingleses sc apontam os Estados Unidos, cujas demandas crescem cons estes

"Economíst"

dados de

2

registrados de

outubro

pelo úl

História na Universidade de Colúm-

bia, que acaba de realizar um curso es

pecial na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, discute, no "New York Ti

mes Magazine", de 22 de agôsto passa do, o problema que está pôsto nos Esta dos Unidos na pauta dos debates, com as

investigações que se promovem para apurar as "atividades anti-americanas", as atividades subversivas dos partidários

exclusão dos comunistas da legalidade

conizada esclareceria a posição partidá ria; definiria a linha de separação entre o

timo.

os recursos e o dinamismo dos comunis

tas, que mudariam de nome e se apre sentariam como membros do partido de Jefferson ou de Lincoln... Compreendendo a ineficiência dessa simples mudança de rótulo - comenta o Prof. Commager — a legislação de al

guns Estados americanos tem estabele

matéria de tática política; eliminaria a

cido a exigência de prestarem os candi datos às funções públicas juramento de

influência e a interferência de Moscou;

lealdade ao sistema constitucional ame

que é permitido e o que é proibido em

Um paladino dos métodos democrcíticos

J^^ENRY Steele Commager, professor de

Os principais argumentos em favor da parecem ao Professor Commager "mais plausÍN cis do que persuasivos'\ E são por êle assim indicados: a medida pre

tantemente.

São

a vida nacional.

mente ingênuo, reconhecidos como são

sões com relação a uma guerra, que se pode desencadear de um momento para

permitiria uma melhor defesa ■ contra a

ricano. De que valerá, porém, para os

infiltração de elementos suspeitos e sub

comunistas essa velha formalidade, tão

outro, e de sobressalto pela irmpção de

versivos; fortaleceria o país na sua

uma crise

guerra fria contra a Rússia.

velha como a própria Constituição? Também a disposição constante do

lado,

de

econômica, é, por oijtro má-xlma

vitalidade

e

ri

Julga duvidoso o autor que os obje

queza.

tivos indicados possam ser alcançados com a ilegalidade do Partido Comunis

Desaconselha o Professor Commager,

em termos positivos, a declaração da ile. galidade do Partido Comunista, por lhe

ta.

O método é muito

simples para dêle se espe

parecer uma medida errada e inconve

rarem frutos tão fecundos.

de Moscou: "Devemos pôr fora da lei

niente, sob todos os pontos-de-vista. E os fundamentos que apresenta podem ser

o Partido Comunista?"

assim ligeiramente sumariados, repro-

E' preciso — acentua — não considerar a questão

E' um testemunho reconfortante de . duzindo, sob muitos aspectos, temas e razões que, entre nós, recentemente, fo ram lançadas na discussão do mesmo pro o artigo do professor americano. As suas blema. convicções a muitos parecerão, no cli O autor considera que não pode cons ma atual, ingênuas ou perigosas, revela- tituir objeto de dúvida ser o Partido doras de um espírito abstrato diante da Comunista hostil á democracia, e ter realidade e desapercebido dos perigos como objetivo supremo substituir por que rondam o mundo ocidental. O que métodos revolucionários o governo e a não se pode deixar de reconhecer, en estrutura econômica dos Estados Uni tretanto, é que os pontos-de-vista enun dos. Mas a sua excluBÍÉí dos quadros da ciados por Commager transpiram leal vida política americana envolve proble dade e ânimo sério, e sobretudo saúde mas de conseqüências muito sérias, tais espiritual, confiança no poder da razão como o tratamento que deve ser dispen e na fôrça persuasiva do debate político sado a qualquer partido, que se tome corretamente conduzido.

potencialmente perigoso, a subsistência

E' claro que se deve considerar que o professor americano fala sobretudo para o seu país, olhando e considerando a sua situação presente, que, se é de apreen

do direito de divergir e de inconformida de no terreno político, a preservação da liberdade de opinião e de organização das minorias, a confiança da opinião nas

■ií.-"

claro que os partidários de Moscou, se alcançassem

o poder, destruiriam tôda a tábua de

que advogarem o uso da fôrça na ação política, não alcança os comimistas, que oficial mente são tão pacifistas os vegetarianos, e que, nos Estados Unidos, se apresentam apenas como

um "partido de trabalhà-

dores, seguidores das tradições de Jef

direitos inscrita na Constituição; nem

ferson, Paine, Jackson e Lincoln" — in-

por isso, entretanto, devem ser tratados pela maioria com o desconhecimento das

mocratas ou dos republicanos, observa o

leis e regras que disciplinam a vida da comunhão americana.

Declarar ilegal o Partido Comunista não alterará efetivamente os quadros po líticos do país. O objetivo dêste ato não será impedi-lo de eleger o presiden te ou o Congresso. Êste risco não exis te com referência a um partido que ainda não elegeu um único deputado ou senador, e até agora não alcançou mais de 102.991 votos.

Proibir o uso de legenda partidária não teria resultado efetivo, seria pura-

.A

cluindo dos postos federais todos os

como os proibicionistas òu

sob critério comunista. E'

espírito liberal e de confiança plena nos • métodos democráticos êste que apresenta

"Hatch Act", emendado em 1940, ex

distinguível, pelo seu programa, dos de autor. E embora se alegue ser do co nhecimento geral que os comunistas advogam o emprêgo da fôrça, sem atos específicos de violência não será pos sível, dentro do sistema americano, pu

ni-los por intenção, ou pelos riscos po tenciais que representem.

E o inconveniente maior, a ineficiên

cia da providência simplista, parece ao Prof. Commager ter sido indicada com agudeza pelo candidato Dewey: lan çados na ilegalidade os comunistas se

riam lançados no "underground", na


79

DtcESTO Econômico 78

DiCESTO

7556 são exportados — para atender à fome de divisas de que sofre o país. Dos veículos comerciais, côrca de 5056

agora são igualmente remetidos para o estrangeiro, enquanto antes da guerra

a exportação destes veículos correspon dia apenas a 14% da produção. E en

EcONÓhDCO

próprias forças para defender e guiar

tre os mercados recepti\os aos automó

veis ingleses sc apontam os Estados Unidos, cujas demandas crescem cons estes

"Economíst"

dados de

2

registrados de

outubro

pelo úl

História na Universidade de Colúm-

bia, que acaba de realizar um curso es

pecial na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, discute, no "New York Ti

mes Magazine", de 22 de agôsto passa do, o problema que está pôsto nos Esta dos Unidos na pauta dos debates, com as

investigações que se promovem para apurar as "atividades anti-americanas", as atividades subversivas dos partidários

exclusão dos comunistas da legalidade

conizada esclareceria a posição partidá ria; definiria a linha de separação entre o

timo.

os recursos e o dinamismo dos comunis

tas, que mudariam de nome e se apre sentariam como membros do partido de Jefferson ou de Lincoln... Compreendendo a ineficiência dessa simples mudança de rótulo - comenta o Prof. Commager — a legislação de al

guns Estados americanos tem estabele

matéria de tática política; eliminaria a

cido a exigência de prestarem os candi datos às funções públicas juramento de

influência e a interferência de Moscou;

lealdade ao sistema constitucional ame

que é permitido e o que é proibido em

Um paladino dos métodos democrcíticos

J^^ENRY Steele Commager, professor de

Os principais argumentos em favor da parecem ao Professor Commager "mais plausÍN cis do que persuasivos'\ E são por êle assim indicados: a medida pre

tantemente.

São

a vida nacional.

mente ingênuo, reconhecidos como são

sões com relação a uma guerra, que se pode desencadear de um momento para

permitiria uma melhor defesa ■ contra a

ricano. De que valerá, porém, para os

infiltração de elementos suspeitos e sub

comunistas essa velha formalidade, tão

outro, e de sobressalto pela irmpção de

versivos; fortaleceria o país na sua

uma crise

guerra fria contra a Rússia.

velha como a própria Constituição? Também a disposição constante do

lado,

de

econômica, é, por oijtro má-xlma

vitalidade

e

ri

Julga duvidoso o autor que os obje

queza.

tivos indicados possam ser alcançados com a ilegalidade do Partido Comunis

Desaconselha o Professor Commager,

em termos positivos, a declaração da ile. galidade do Partido Comunista, por lhe

ta.

O método é muito

simples para dêle se espe

parecer uma medida errada e inconve

rarem frutos tão fecundos.

de Moscou: "Devemos pôr fora da lei

niente, sob todos os pontos-de-vista. E os fundamentos que apresenta podem ser

o Partido Comunista?"

assim ligeiramente sumariados, repro-

E' preciso — acentua — não considerar a questão

E' um testemunho reconfortante de . duzindo, sob muitos aspectos, temas e razões que, entre nós, recentemente, fo ram lançadas na discussão do mesmo pro o artigo do professor americano. As suas blema. convicções a muitos parecerão, no cli O autor considera que não pode cons ma atual, ingênuas ou perigosas, revela- tituir objeto de dúvida ser o Partido doras de um espírito abstrato diante da Comunista hostil á democracia, e ter realidade e desapercebido dos perigos como objetivo supremo substituir por que rondam o mundo ocidental. O que métodos revolucionários o governo e a não se pode deixar de reconhecer, en estrutura econômica dos Estados Uni tretanto, é que os pontos-de-vista enun dos. Mas a sua excluBÍÉí dos quadros da ciados por Commager transpiram leal vida política americana envolve proble dade e ânimo sério, e sobretudo saúde mas de conseqüências muito sérias, tais espiritual, confiança no poder da razão como o tratamento que deve ser dispen e na fôrça persuasiva do debate político sado a qualquer partido, que se tome corretamente conduzido.

potencialmente perigoso, a subsistência

E' claro que se deve considerar que o professor americano fala sobretudo para o seu país, olhando e considerando a sua situação presente, que, se é de apreen

do direito de divergir e de inconformida de no terreno político, a preservação da liberdade de opinião e de organização das minorias, a confiança da opinião nas

■ií.-"

claro que os partidários de Moscou, se alcançassem

o poder, destruiriam tôda a tábua de

que advogarem o uso da fôrça na ação política, não alcança os comimistas, que oficial mente são tão pacifistas os vegetarianos, e que, nos Estados Unidos, se apresentam apenas como

um "partido de trabalhà-

dores, seguidores das tradições de Jef

direitos inscrita na Constituição; nem

ferson, Paine, Jackson e Lincoln" — in-

por isso, entretanto, devem ser tratados pela maioria com o desconhecimento das

mocratas ou dos republicanos, observa o

leis e regras que disciplinam a vida da comunhão americana.

Declarar ilegal o Partido Comunista não alterará efetivamente os quadros po líticos do país. O objetivo dêste ato não será impedi-lo de eleger o presiden te ou o Congresso. Êste risco não exis te com referência a um partido que ainda não elegeu um único deputado ou senador, e até agora não alcançou mais de 102.991 votos.

Proibir o uso de legenda partidária não teria resultado efetivo, seria pura-

.A

cluindo dos postos federais todos os

como os proibicionistas òu

sob critério comunista. E'

espírito liberal e de confiança plena nos • métodos democráticos êste que apresenta

"Hatch Act", emendado em 1940, ex

distinguível, pelo seu programa, dos de autor. E embora se alegue ser do co nhecimento geral que os comunistas advogam o emprêgo da fôrça, sem atos específicos de violência não será pos sível, dentro do sistema americano, pu

ni-los por intenção, ou pelos riscos po tenciais que representem.

E o inconveniente maior, a ineficiên

cia da providência simplista, parece ao Prof. Commager ter sido indicada com agudeza pelo candidato Dewey: lan çados na ilegalidade os comunistas se

riam lançados no "underground", na


80

Dic;esto Econômico

ação oculta, subterrânea, muito mais pe rigosa, realmente. Quem pode duvidar ser muito menos temível o inimigo des

coberto, que crítica de público, cujos movÍmento.s podemos acompanhar, cujas intenções podemos, pelo menos, vislum brar através dos pronunciamentos e ma

nifestações a que são forçados, nos de bates impostos pe^os acontecimentos? E a existência do Partido Comunista é

que permitiu ao governo identificar qua-

^ todos, ou grande parte dos adeptos de ístaím que atuam nos Estados Unidos.

Se para o Prof. Commager a questão pratica é posta nesses têrmos, as dificul

dades de ordem consHtucional lhe pare cem também sérias. Para Ôsse liberal e

democrata de velha cepa, o sistema constitucional americano assegura a to

dos o direito de se organizarem politi

camente e proporem reformas no govérno e na economia"; e sob o mesmo sis

tema os homens são "inocentes até prova de que são culpados; a culpa é pe.ssoal e deve ser provada por atos ilegais e não por pensamentos ilegais". A pala

vra recente de Dewey é adotada peío

autor do artigo em questão; "Podemos

perseguir os homens pelos crimes que cometerem, não pelas idéias qug têm".

A liberdade de associação e de pen samento será ameaçada, desde que se abra o precedente de punir, não atos

ilegais, porém simples programas de

reforma. E os comunistas não são pas síveis de repres.são, como não o são

os outros grupos inconformistas, opina o Prof. Commager que, defendendo o

seu ponto-de-vista, com apoio no "Bill of Rights", invoca a tradição america na, tal como proclamada pelos tribunais e pelas mais autorizadas corporações de juristas, em precedentes expressivos in

dicados e comentados pelo autor, que

Dicesto

Econômico

conchii, depois de profligar os métodos

rado para enfrentar e refutar o.s seus

dc pressão comun.s ao.s nazistas, fascistas

pios liberais inspirou ao Prof. Commager

argumentos; é uma confissão ou dè fra

— cuja fé na força da democracia e na

e comunista.s; *'.Se nós adotarmos é.sses tirânicos instrumentos, i-staremos dc fa-

queza ou de impaciência — anibo.s de feitos incompatíveis com um verdadeiro

to sucumbindo diante da filosofia que os ju.stifica. e nenhuma vitória que o

e.xcelência de seus processos é um estí mulo e um refrigério, nesta hora

das razões que a fidelidade aos princí

sistema democrático.

Eis a substância

dc tantas desesperanças e incredulídades.

comunismo poderia talvez alcançar, pe

lo voto, ou não, seria tão espetacular

Produção e consumo do petróleo

como a vitória assim conrjuistada, infil-

irando-nos sua odiosa doutrina legal". O recurso, de que têm lançado m.ão algun.s Estados, proibindo a existência dc partidos filiado.s ou ligados a qual

"T"'' liltimo,

quer governo ou entidade estrangeira,

o con.sumo do petróleo.

parece ao Prof. Commager igualmente

Economíc", de outubro

sumaria uma análise do

"Mining Journal" sobre o suprimento e A previsão é de falta sensível nos pró

perigo.so, pelos abii.sos a que se presta,

ximos anos. A advertência formulada na

na sua comprcs.são indiscriminada, po

Câmara dos Comuns pelo Ministro de

Grã-Bretanha o consumo per capita, no último ano, foi de 81 galões. O número de tratores agrícolas de 1938 até agora se elevou de mais de um milhão nos Estados Unidos, consumindo 100% mais combustível, e o número de locomotivas-diesel cresceu de cêrca de 150%.

dendo alcançar, por exemplo, uma or

Combustível e Força nestes lermos: —

Daí se explica que os Estados Unú

ganização trabaMiista filiada i Intema-

"não há dúvida de que, nos próximos três ou quatro anos, haverá uma aguda escassez de petróleo" — se aplica, se gundo o comentário, a todos os países

dos, que antes da guerra produziam 60%

liona] Labor Organization. Para o autor, a e.xcomunhão do Parti

do Comunista da legalidade, além de ser

do petróleo mundial e eram ura dos

maiore.s e.xportadores, hoje sejam impor

tadores, embora produzam a mesma por centagem, em .relação ao total geral, e

ineficaz ou contraproduccnie, isto é, além de não se justificar sob o ponto-devi.sta da utihdade, cria um precedente

imporiadores. A produção cresceu

mente nos últimos dez anos — de 280

em quantidade essa produção se tenha elevado de 170 milhões a 266 milhões

perigoso para as liberdades básicas de

milhões de toneladas, em 1938, para 470

de toneladas.

milhões em 1948, e continua crescendo;

A deficiência no suprimento do mer cado mundial e devida a temporárias di

extraordinaria

que desfrutam' os partidos minoritários. O que hoje se faz com os comunistas, amanhã far-se-á, sob razões iguais ou

mas ainda assim é insuficiente para fa zer face às necessidades progressivas do

equivalentes, com outras associações ou

consumo.

correntes políticas.

Mais importante do que tudo é con servar livres e abertos os caminhes da

ocasionadas pelos altos níveis da demanda, e não à escassez dé

A indústria não se aparelhou ainda, suprindo os estragos ou perturbações da guerra, para

reser\'as.

crítica e do debate, estimulando a con

atender às solicitações do mer-

cado, em expansão imprevista, determinada pelo programa de recons trução dos países europeu.s, pela mecani zação da agricultura, pelo aumento dos transportes rodoviários, pelo emprego do petróleo com maior largueza na nave gação marítima, pela escassez de carvão. O consumo per capita nos Estados Unidos subiu de 306 galões em 1937 a

A demo

cracia americana precisa, porém, dar uma prova de confiança c de vitalidade, combatendo-a sem abandonar os seus

próprios princípios, confiante na inteli gência e nas virtudes do povo ameri cano. Sufocar na ilegalidade uma dou trina, por mais revoltante ou falsa que seja, é confessar que não se está prepa-

O fornecimento do

Oriente Médio se ressente, ró-

trovérsia. A doutrina comuní.sta merece

a mais rigorosa condenação.

ficuldades na produção e transporte,

bretudo, dessas dificuldades, pa

c;

506 galões em 1947, enquanto que na

ra cujo vencimento em muitos

pais^ se estão tomando as provi dências adequadas, como a constru ção de oleodutos, petroleiros e refína-

nas. Este programa, porém, requer vanos anos para ser executado, e ate lá o mercado consumidor, so

frerá^ as conseqüências de uma ex pansão

que

prontamente.

é

impossível

cobrir


80

Dic;esto Econômico

ação oculta, subterrânea, muito mais pe rigosa, realmente. Quem pode duvidar ser muito menos temível o inimigo des

coberto, que crítica de público, cujos movÍmento.s podemos acompanhar, cujas intenções podemos, pelo menos, vislum brar através dos pronunciamentos e ma

nifestações a que são forçados, nos de bates impostos pe^os acontecimentos? E a existência do Partido Comunista é

que permitiu ao governo identificar qua-

^ todos, ou grande parte dos adeptos de ístaím que atuam nos Estados Unidos.

Se para o Prof. Commager a questão pratica é posta nesses têrmos, as dificul

dades de ordem consHtucional lhe pare cem também sérias. Para Ôsse liberal e

democrata de velha cepa, o sistema constitucional americano assegura a to

dos o direito de se organizarem politi

camente e proporem reformas no govérno e na economia"; e sob o mesmo sis

tema os homens são "inocentes até prova de que são culpados; a culpa é pe.ssoal e deve ser provada por atos ilegais e não por pensamentos ilegais". A pala

vra recente de Dewey é adotada peío

autor do artigo em questão; "Podemos

perseguir os homens pelos crimes que cometerem, não pelas idéias qug têm".

A liberdade de associação e de pen samento será ameaçada, desde que se abra o precedente de punir, não atos

ilegais, porém simples programas de

reforma. E os comunistas não são pas síveis de repres.são, como não o são

os outros grupos inconformistas, opina o Prof. Commager que, defendendo o

seu ponto-de-vista, com apoio no "Bill of Rights", invoca a tradição america na, tal como proclamada pelos tribunais e pelas mais autorizadas corporações de juristas, em precedentes expressivos in

dicados e comentados pelo autor, que

Dicesto

Econômico

conchii, depois de profligar os métodos

rado para enfrentar e refutar o.s seus

dc pressão comun.s ao.s nazistas, fascistas

pios liberais inspirou ao Prof. Commager

argumentos; é uma confissão ou dè fra

— cuja fé na força da democracia e na

e comunista.s; *'.Se nós adotarmos é.sses tirânicos instrumentos, i-staremos dc fa-

queza ou de impaciência — anibo.s de feitos incompatíveis com um verdadeiro

to sucumbindo diante da filosofia que os ju.stifica. e nenhuma vitória que o

e.xcelência de seus processos é um estí mulo e um refrigério, nesta hora

das razões que a fidelidade aos princí

sistema democrático.

Eis a substância

dc tantas desesperanças e incredulídades.

comunismo poderia talvez alcançar, pe

lo voto, ou não, seria tão espetacular

Produção e consumo do petróleo

como a vitória assim conrjuistada, infil-

irando-nos sua odiosa doutrina legal". O recurso, de que têm lançado m.ão algun.s Estados, proibindo a existência dc partidos filiado.s ou ligados a qual

"T"'' liltimo,

quer governo ou entidade estrangeira,

o con.sumo do petróleo.

parece ao Prof. Commager igualmente

Economíc", de outubro

sumaria uma análise do

"Mining Journal" sobre o suprimento e A previsão é de falta sensível nos pró

perigo.so, pelos abii.sos a que se presta,

ximos anos. A advertência formulada na

na sua comprcs.são indiscriminada, po

Câmara dos Comuns pelo Ministro de

Grã-Bretanha o consumo per capita, no último ano, foi de 81 galões. O número de tratores agrícolas de 1938 até agora se elevou de mais de um milhão nos Estados Unidos, consumindo 100% mais combustível, e o número de locomotivas-diesel cresceu de cêrca de 150%.

dendo alcançar, por exemplo, uma or

Combustível e Força nestes lermos: —

Daí se explica que os Estados Unú

ganização trabaMiista filiada i Intema-

"não há dúvida de que, nos próximos três ou quatro anos, haverá uma aguda escassez de petróleo" — se aplica, se gundo o comentário, a todos os países

dos, que antes da guerra produziam 60%

liona] Labor Organization. Para o autor, a e.xcomunhão do Parti

do Comunista da legalidade, além de ser

do petróleo mundial e eram ura dos

maiore.s e.xportadores, hoje sejam impor

tadores, embora produzam a mesma por centagem, em .relação ao total geral, e

ineficaz ou contraproduccnie, isto é, além de não se justificar sob o ponto-devi.sta da utihdade, cria um precedente

imporiadores. A produção cresceu

mente nos últimos dez anos — de 280

em quantidade essa produção se tenha elevado de 170 milhões a 266 milhões

perigoso para as liberdades básicas de

milhões de toneladas, em 1938, para 470

de toneladas.

milhões em 1948, e continua crescendo;

A deficiência no suprimento do mer cado mundial e devida a temporárias di

extraordinaria

que desfrutam' os partidos minoritários. O que hoje se faz com os comunistas, amanhã far-se-á, sob razões iguais ou

mas ainda assim é insuficiente para fa zer face às necessidades progressivas do

equivalentes, com outras associações ou

consumo.

correntes políticas.

Mais importante do que tudo é con servar livres e abertos os caminhes da

ocasionadas pelos altos níveis da demanda, e não à escassez dé

A indústria não se aparelhou ainda, suprindo os estragos ou perturbações da guerra, para

reser\'as.

crítica e do debate, estimulando a con

atender às solicitações do mer-

cado, em expansão imprevista, determinada pelo programa de recons trução dos países europeu.s, pela mecani zação da agricultura, pelo aumento dos transportes rodoviários, pelo emprego do petróleo com maior largueza na nave gação marítima, pela escassez de carvão. O consumo per capita nos Estados Unidos subiu de 306 galões em 1937 a

A demo

cracia americana precisa, porém, dar uma prova de confiança c de vitalidade, combatendo-a sem abandonar os seus

próprios princípios, confiante na inteli gência e nas virtudes do povo ameri cano. Sufocar na ilegalidade uma dou trina, por mais revoltante ou falsa que seja, é confessar que não se está prepa-

O fornecimento do

Oriente Médio se ressente, ró-

trovérsia. A doutrina comuní.sta merece

a mais rigorosa condenação.

ficuldades na produção e transporte,

bretudo, dessas dificuldades, pa

c;

506 galões em 1947, enquanto que na

ra cujo vencimento em muitos

pais^ se estão tomando as provi dências adequadas, como a constru ção de oleodutos, petroleiros e refína-

nas. Este programa, porém, requer vanos anos para ser executado, e ate lá o mercado consumidor, so

frerá^ as conseqüências de uma ex pansão

que

prontamente.

é

impossível

cobrir


UJm.

ik I

J :

Dioksto Eco^•6^^co

82

Os resultados da nacionalização industrial na França A experiência da nacionalização de indústrias e empresas comerciais na

França até agora tem oferecido resulta dos desfavoráveis, provocando, mais uma

que, cm verdade, dobra o número de empresas e agências, alritando-sc e en tra vando-se

mutuamente.

A experiência já se fêz cm outras

Digesto

Econômico

Taarto mais que ela se vem realizando cm ambiente excepcionalmente contur

83

ceira, as emprêsas nacionalizadas ou apresentam déficits ou cuidam de ar

bado por crises e agitações constantes.

ranjar os próprios balanços para disfar

E, na realidade, observa o comentador do "Economist", a intervenção do Esta

çarem ou justificarem os resultados des favoráveis reais.

do, absorvendo muitas emprêsas e servi ços, em vários casos lhe foi imposta

E*, porém, relativamente ao aspecto social que a nacionalização se apresen

épocas com os piores frutos. A teimo

indcclinàvelmente, para evitar choques e desordens gravíssimos, para conjurar

ta menos eficaz, ou mesmo mais danosa,

vez, a inadequação do Estado para ad ministrar organizações destinadas a pro

sia humana é, porém, eterna; e nem

política social que ditaram tal medida.

duzir, e a produzir o mellior serviço

mesmo as lições mais recentes e deci sivas bastam para convencer os que as testemunharam, ou as estão acompanhan

mesmo perigos sérios à paz pública. Se essas circunstâncias, porém, devem explicar o fenômeno e atenuar as cul

Pois, com efeito — comentam os adver sários da socialização realizada — as

pas do govêmo (sempre incerto e inse

do todos os dias.

guro da sua sobrevivência) e lhe ga

grandes greves se verificam ultimamente "nas indústrias sob "contrôle" do Estado - o que é incompreensivel e destrói os fundamentos da orientação adotada.

pelo menor custo. Quando o Estado transborda para êsses setôres, com a sua burocracia ao mesmo tempo preguiçosa e "encombrante", todos já sabem quais serão as conseqüências, aqui e alhures:

Na França - país sabidamente do minado pelo espírito individualista e

a incapacidade administra

pela iniciativa privada —

tiva estatal é fato de com

a nacionalização de largos setôres da indústria e do comércio (imposta ent muitos casos pelas cir cunstâncias políticas e so

provação universal, e crêsce na proporção em que

- • ;

a máquina se multiplica por um impulso irreprimí vel, que dentro dele mesmo encontra o seu apetite tentacular.

A expansão da máquina estatal, ape sar de todas as advertências e os frutos

ciais, e como meio de evitar mal maior) não tem oferecido resultados promisso res. Ao contrário: a recuperação rea

lizada pelo trabalho coletivo se tem

rantem mesmo um crédito de confian

ça em certos núcleos de opinião, dispos

ta a aguardar mais tempo para formu lar um juízo mais fundado, os frutos até

agora apresentados pela nacionalização são pecos e minguados. E os resul tados oferecidos pelas .indústrias nacio nalizadas — que correspon dem pelo seu valor a 70% do total das indústrias fran

uma vez que foram sobretudo razões de

A verdade, porém,.é que a população francesa vive sobressaltada permanente mente còm as paralisações da produção das minas'de car\'ão, de gás e de eletri cidade, dos transportes urbanos; e até mesmo com a greve dos fun

cionários públicos.

Focalizando êsse quadro

cesas — são tidos como prova

e as reações que provo

de um tríplice insucesso —

cam nos setores mais conser

da sua experiência, prossegue, todavia,

verificado apesar da intromissão do Es

como se em cada país se quisesse erguer uma construção babilôníca, de que os

econômico, financeiro e so

tado em terrenos em que não tem proNTi-

vadores da opinião, o corres

cial.

pondente do "Economist" não

cidadãos devessem ser apenas as co lunas de sustentação, esmagadas sob o próprio pêso que suportam, como se

diretora.

esse fôsse o destino do homem criador

"Economist", na edição de 2 do mês

nos nossos dias delirantes.

de outubro passado.

do ser profícua a sua ação executiva ou E' êste o depoimento objetivo e

reno que divulga o correspondente do

Do ponto-de-vista econô

esconde que na apreciação

mico, a experiência falhou porque não apresenta melhor

do problema devem-se ter em conta os "handicaps" que

aproveitamento do trabalho.

enfrentam as emprêsas nacionaUzadas (minas, armamentos, trans porta, grandes bancos, eletricidade gás

As despesas gerais, que se deviam re duzir, com a concentração estatal, au mentam constantemente; a produtivida

E' um mal que já se vai acentuando

A apreciação do comentador do ilus

como uma fatalidade do próprio estágio econômico e social que atravessamos, e

tre jornal inglês é severa, porém com preensiva. Reconhece que e ainda pre

em que o desenvolvimento das fôrças

maturo um veredicto que julgue uma ex

nas. A indústria aeronáutica é aponta

periência de dois séculos de iniciativa privada em confronto com uma e.xperiên-

da como exemplo típico da desastrosa

cia muito recente de nacionaHzaçüo. ^ Certamente, é cedo para decidir so bre os frutos desta última, no que diz

francesas ou utilizam aviões estrangei

munistas) de que as indústrias oficiais

ros ou pelo menos usam motores estran geiros.

tem sido as maiores vítimas

privadas exigiu, ou justificou, êsse forta lecimento 6 essa vigilância do Estado,

ou para absorver essas fôrças, pela nacionalização, ou para submetê-las a

um tal regime de "cóntrôle", que re clama órgãos tão imensos e complexos

respeito à eficiência e ^ justiça social.

de caiu em muitos ramos sob "contrôle"

governamental, notadamente nas mi

direção do Estado: as linhas aeronáuticas

No quô diz respeito à situação finan-

grandes companhias de seguro e muitos

outros de vános matizes): os negócios incorporados ao Estado estavam estagna dos, ou em decimio: o atraso da técnica francesa Já sensível antes da guerra: o caos infiacionáno (ajudado pelos »Além disso a desordem política,.

luta dos parüdos e grupos transforma-


UJm.

ik I

J :

Dioksto Eco^•6^^co

82

Os resultados da nacionalização industrial na França A experiência da nacionalização de indústrias e empresas comerciais na

França até agora tem oferecido resulta dos desfavoráveis, provocando, mais uma

que, cm verdade, dobra o número de empresas e agências, alritando-sc e en tra vando-se

mutuamente.

A experiência já se fêz cm outras

Digesto

Econômico

Taarto mais que ela se vem realizando cm ambiente excepcionalmente contur

83

ceira, as emprêsas nacionalizadas ou apresentam déficits ou cuidam de ar

bado por crises e agitações constantes.

ranjar os próprios balanços para disfar

E, na realidade, observa o comentador do "Economist", a intervenção do Esta

çarem ou justificarem os resultados des favoráveis reais.

do, absorvendo muitas emprêsas e servi ços, em vários casos lhe foi imposta

E*, porém, relativamente ao aspecto social que a nacionalização se apresen

épocas com os piores frutos. A teimo

indcclinàvelmente, para evitar choques e desordens gravíssimos, para conjurar

ta menos eficaz, ou mesmo mais danosa,

vez, a inadequação do Estado para ad ministrar organizações destinadas a pro

sia humana é, porém, eterna; e nem

política social que ditaram tal medida.

duzir, e a produzir o mellior serviço

mesmo as lições mais recentes e deci sivas bastam para convencer os que as testemunharam, ou as estão acompanhan

mesmo perigos sérios à paz pública. Se essas circunstâncias, porém, devem explicar o fenômeno e atenuar as cul

Pois, com efeito — comentam os adver sários da socialização realizada — as

pas do govêmo (sempre incerto e inse

do todos os dias.

guro da sua sobrevivência) e lhe ga

grandes greves se verificam ultimamente "nas indústrias sob "contrôle" do Estado - o que é incompreensivel e destrói os fundamentos da orientação adotada.

pelo menor custo. Quando o Estado transborda para êsses setôres, com a sua burocracia ao mesmo tempo preguiçosa e "encombrante", todos já sabem quais serão as conseqüências, aqui e alhures:

Na França - país sabidamente do minado pelo espírito individualista e

a incapacidade administra

pela iniciativa privada —

tiva estatal é fato de com

a nacionalização de largos setôres da indústria e do comércio (imposta ent muitos casos pelas cir cunstâncias políticas e so

provação universal, e crêsce na proporção em que

- • ;

a máquina se multiplica por um impulso irreprimí vel, que dentro dele mesmo encontra o seu apetite tentacular.

A expansão da máquina estatal, ape sar de todas as advertências e os frutos

ciais, e como meio de evitar mal maior) não tem oferecido resultados promisso res. Ao contrário: a recuperação rea

lizada pelo trabalho coletivo se tem

rantem mesmo um crédito de confian

ça em certos núcleos de opinião, dispos

ta a aguardar mais tempo para formu lar um juízo mais fundado, os frutos até

agora apresentados pela nacionalização são pecos e minguados. E os resul tados oferecidos pelas .indústrias nacio nalizadas — que correspon dem pelo seu valor a 70% do total das indústrias fran

uma vez que foram sobretudo razões de

A verdade, porém,.é que a população francesa vive sobressaltada permanente mente còm as paralisações da produção das minas'de car\'ão, de gás e de eletri cidade, dos transportes urbanos; e até mesmo com a greve dos fun

cionários públicos.

Focalizando êsse quadro

cesas — são tidos como prova

e as reações que provo

de um tríplice insucesso —

cam nos setores mais conser

da sua experiência, prossegue, todavia,

verificado apesar da intromissão do Es

como se em cada país se quisesse erguer uma construção babilôníca, de que os

econômico, financeiro e so

tado em terrenos em que não tem proNTi-

vadores da opinião, o corres

cial.

pondente do "Economist" não

cidadãos devessem ser apenas as co lunas de sustentação, esmagadas sob o próprio pêso que suportam, como se

diretora.

esse fôsse o destino do homem criador

"Economist", na edição de 2 do mês

nos nossos dias delirantes.

de outubro passado.

do ser profícua a sua ação executiva ou E' êste o depoimento objetivo e

reno que divulga o correspondente do

Do ponto-de-vista econô

esconde que na apreciação

mico, a experiência falhou porque não apresenta melhor

do problema devem-se ter em conta os "handicaps" que

aproveitamento do trabalho.

enfrentam as emprêsas nacionaUzadas (minas, armamentos, trans porta, grandes bancos, eletricidade gás

As despesas gerais, que se deviam re duzir, com a concentração estatal, au mentam constantemente; a produtivida

E' um mal que já se vai acentuando

A apreciação do comentador do ilus

como uma fatalidade do próprio estágio econômico e social que atravessamos, e

tre jornal inglês é severa, porém com preensiva. Reconhece que e ainda pre

em que o desenvolvimento das fôrças

maturo um veredicto que julgue uma ex

nas. A indústria aeronáutica é aponta

periência de dois séculos de iniciativa privada em confronto com uma e.xperiên-

da como exemplo típico da desastrosa

cia muito recente de nacionaHzaçüo. ^ Certamente, é cedo para decidir so bre os frutos desta última, no que diz

francesas ou utilizam aviões estrangei

munistas) de que as indústrias oficiais

ros ou pelo menos usam motores estran geiros.

tem sido as maiores vítimas

privadas exigiu, ou justificou, êsse forta lecimento 6 essa vigilância do Estado,

ou para absorver essas fôrças, pela nacionalização, ou para submetê-las a

um tal regime de "cóntrôle", que re clama órgãos tão imensos e complexos

respeito à eficiência e ^ justiça social.

de caiu em muitos ramos sob "contrôle"

governamental, notadamente nas mi

direção do Estado: as linhas aeronáuticas

No quô diz respeito à situação finan-

grandes companhias de seguro e muitos

outros de vános matizes): os negócios incorporados ao Estado estavam estagna dos, ou em decimio: o atraso da técnica francesa Já sensível antes da guerra: o caos infiacionáno (ajudado pelos »Além disso a desordem política,.

luta dos parüdos e grupos transforma-


DICESTO Econ-ón tico

84

ram as indúslrias nacionalizadas cm ins

trumentos da luta pelo poder. O nepotismo « as nomeações por mera

influência das máquinas partidárias que bram qualquer base econômica. E as empresas nacionalizadas, com o sistema

guerra ci\'il, mim país sacrificado e ad iado por uni forte íerinento revolucio

A produção e a técnica

nário.

E há índices de cjue os defeitoj da máquina estatal cstãí» sendo identifica dos, para seroii corrigidos ctiin medidas

Nelson Werneck Sodré

jyjLUTOs dos estudiosos que trata

.sem qualquer possibilidade para .a retomada de um lugar que,

da direção tripartida (com a representa ção do Estado, dos operários e dos con

adequadas: maior rigor no controle fi nanceiro, redução de pessoal, modifica

economia brasileira, apreciando a

a

sumidores) Se tornam extremamente vul

ção do sistema de direção, devolução ao domínio privado de certas oinprêsas me

sua

girrado uma posição muito mais

zando os seus aspectos parciais,

nores confiscadas. E essas são as únicas

indicaram

medidas que o ambiente político e so cial permite, no momento, sem riscos

tal de uma ascensão rápida, particularnicnlf em volume, acompanhada de conquista progressiva dc mercados, a

neráveis a tais infiltrações.

Por todas essas circunstâncias, segun do o correspondente do "Economist", é necessário analisar com precaução a experiência da França, para não formular julgamentos precipitados. As indús trias nacionalizadas vão ma'; mas seria

duvidoso afirmar-se que em mãos pri vadas, no momento atual, elas estariam

melhor.

O Estado é, em geral,

acrescenta — incompetente, v muitas

vezes corrupto; mas nas contingências

presentes incompetência e corrupção po dem ser menos graves do que uma

de uma convulsão. Abandonar, reslituir

à propriedade e ao comando privado o grosso das empresas nacionalizada.s, nas circunstâncias atuai.s, seria, segundo jul ga o fomentador do "Economist , um

ram

do

evolução a

desenvolvimento

da

histórica ou focali característica

fundamen

ser

mantido, nos teria

asse-

destacada no comércio mundial.

Tendo sido quase monopolizadores dos fornecimentos de café, em época muito próxima daquela em que \ivemos, assis timos, pouco a pouco, ao aparecimento

que se sucederam, quase ineviiàvelmen-

de concorrentes bem aparelhados que,

tc, declínios também vertiginosos, com a

sem retirar ao Brasil a preeminência na

queles foraecimentos, são lioje concor-

enfrentar os contratempos, até dias mais

expulsão do produto nacional das áreas onde se conseguira firmar, em benefício de competidor mais fortemente dotado. Algun.s observadores apressados, ao mos trar essa deficiência permanente, que nos fazia capazes de construções gigan

tranqüilos.

tescas cujas fraquezas se denunciavam

mínimo, pela competição de outros for

com o advento da concorrência, foram

necedores; e quando repetimos a faça

levados, por um ou outro motivo, a atribuir à incapacidade dos nossos ho mens essa constante queda que se su cedia ao esplendor de fases imediata

nha, já sob condições históricas bem diferentes, novamente nos assaltou a

pa.sso temerário, impossível de se dar sem as mais graves conseqüências. A experiência há de seguir seu curso e

mente anteriores.

Um dos -pontos altos da Feira das Indústrias Britânicas do próximo ano,

cordaram em não poupar esforços para demonstrar ao mundo o papel de liderança

desempenhado pelos tecidos britânióos, no que diz respeito à qualidade, à côr e à padronagem. Estão tratando também de sua participação no Festival da Grã-Bre

tanha a ser realizado em 1951, ano do centenário da Grande Exposição de 1851.

J

da internacional, aparecido como gran de fornecedor de algodão aos teares in

gleses, fomos desbancados, em prazo

ameaça agora perfeitamente concreH-

zada, de um declínio progressivo, que com o passar dos meses se toma amea

mercado mundial do açúcar, fomos dele

çador. Tendo esboçado naturas novas

expulsos, em curto período, e para man ter a circulação interna da produção foi necessário que levantássemos barreiras alfandegárias. Tendo fornecido ouro ao mundo, à Inglaterra em particular, via metrópole, acabamos como produto-

- agora mesmo - como a dos óleos ve-

re.s secundários do precioso mineral, ho

por er.g.r em cego fatalismc.

je adquirido pelo governo, para fins

■ umTa-S flutuações, a fluidea essencial de sistema economiV/-» c. •

monetários.

será realizada de 2 a 13 de maio, em Londres e Birmingham, será a exposição de mercadorias têxteis britânicas. Já as principais organizações da indústria íêxiil con

Tendo dominado o

ronles de importância indiscutível. Tendo, em detenninado momeuto da vi

Tendo inundado o mundo

de borracha, particularmente as áreas

industriais, desde os tempos em que a técnica fêz daquele produto matériaprima das mais necessárias, acabamos

reduzidos à situação de subprodutores,

ptais, ja começamos a sentir as som bras externas, prenunciadcras da der

rocada que, de tanto repeür-se já se tornou uma espécie de destino consu ma o, que a passiva aceitação acaba

temente a abalos> eTneZ u inerme ante os seus poderosos e devastadores efeitos, tive

ram reflexos de gravidade extraordinána na nossa formação, Um dêles foi a

mobilidade sistemática da produção- o


DICESTO Econ-ón tico

84

ram as indúslrias nacionalizadas cm ins

trumentos da luta pelo poder. O nepotismo « as nomeações por mera

influência das máquinas partidárias que bram qualquer base econômica. E as empresas nacionalizadas, com o sistema

guerra ci\'il, mim país sacrificado e ad iado por uni forte íerinento revolucio

A produção e a técnica

nário.

E há índices de cjue os defeitoj da máquina estatal cstãí» sendo identifica dos, para seroii corrigidos ctiin medidas

Nelson Werneck Sodré

jyjLUTOs dos estudiosos que trata

.sem qualquer possibilidade para .a retomada de um lugar que,

da direção tripartida (com a representa ção do Estado, dos operários e dos con

adequadas: maior rigor no controle fi nanceiro, redução de pessoal, modifica

economia brasileira, apreciando a

a

sumidores) Se tornam extremamente vul

ção do sistema de direção, devolução ao domínio privado de certas oinprêsas me

sua

girrado uma posição muito mais

zando os seus aspectos parciais,

nores confiscadas. E essas são as únicas

indicaram

medidas que o ambiente político e so cial permite, no momento, sem riscos

tal de uma ascensão rápida, particularnicnlf em volume, acompanhada de conquista progressiva dc mercados, a

neráveis a tais infiltrações.

Por todas essas circunstâncias, segun do o correspondente do "Economist", é necessário analisar com precaução a experiência da França, para não formular julgamentos precipitados. As indús trias nacionalizadas vão ma'; mas seria

duvidoso afirmar-se que em mãos pri vadas, no momento atual, elas estariam

melhor.

O Estado é, em geral,

acrescenta — incompetente, v muitas

vezes corrupto; mas nas contingências

presentes incompetência e corrupção po dem ser menos graves do que uma

de uma convulsão. Abandonar, reslituir

à propriedade e ao comando privado o grosso das empresas nacionalizada.s, nas circunstâncias atuai.s, seria, segundo jul ga o fomentador do "Economist , um

ram

do

evolução a

desenvolvimento

da

histórica ou focali característica

fundamen

ser

mantido, nos teria

asse-

destacada no comércio mundial.

Tendo sido quase monopolizadores dos fornecimentos de café, em época muito próxima daquela em que \ivemos, assis timos, pouco a pouco, ao aparecimento

que se sucederam, quase ineviiàvelmen-

de concorrentes bem aparelhados que,

tc, declínios também vertiginosos, com a

sem retirar ao Brasil a preeminência na

queles foraecimentos, são lioje concor-

enfrentar os contratempos, até dias mais

expulsão do produto nacional das áreas onde se conseguira firmar, em benefício de competidor mais fortemente dotado. Algun.s observadores apressados, ao mos trar essa deficiência permanente, que nos fazia capazes de construções gigan

tranqüilos.

tescas cujas fraquezas se denunciavam

mínimo, pela competição de outros for

com o advento da concorrência, foram

necedores; e quando repetimos a faça

levados, por um ou outro motivo, a atribuir à incapacidade dos nossos ho mens essa constante queda que se su cedia ao esplendor de fases imediata

nha, já sob condições históricas bem diferentes, novamente nos assaltou a

pa.sso temerário, impossível de se dar sem as mais graves conseqüências. A experiência há de seguir seu curso e

mente anteriores.

Um dos -pontos altos da Feira das Indústrias Britânicas do próximo ano,

cordaram em não poupar esforços para demonstrar ao mundo o papel de liderança

desempenhado pelos tecidos britânióos, no que diz respeito à qualidade, à côr e à padronagem. Estão tratando também de sua participação no Festival da Grã-Bre

tanha a ser realizado em 1951, ano do centenário da Grande Exposição de 1851.

J

da internacional, aparecido como gran de fornecedor de algodão aos teares in

gleses, fomos desbancados, em prazo

ameaça agora perfeitamente concreH-

zada, de um declínio progressivo, que com o passar dos meses se toma amea

mercado mundial do açúcar, fomos dele

çador. Tendo esboçado naturas novas

expulsos, em curto período, e para man ter a circulação interna da produção foi necessário que levantássemos barreiras alfandegárias. Tendo fornecido ouro ao mundo, à Inglaterra em particular, via metrópole, acabamos como produto-

- agora mesmo - como a dos óleos ve-

re.s secundários do precioso mineral, ho

por er.g.r em cego fatalismc.

je adquirido pelo governo, para fins

■ umTa-S flutuações, a fluidea essencial de sistema economiV/-» c. •

monetários.

será realizada de 2 a 13 de maio, em Londres e Birmingham, será a exposição de mercadorias têxteis britânicas. Já as principais organizações da indústria íêxiil con

Tendo dominado o

ronles de importância indiscutível. Tendo, em detenninado momeuto da vi

Tendo inundado o mundo

de borracha, particularmente as áreas

industriais, desde os tempos em que a técnica fêz daquele produto matériaprima das mais necessárias, acabamos

reduzidos à situação de subprodutores,

ptais, ja começamos a sentir as som bras externas, prenunciadcras da der

rocada que, de tanto repeür-se já se tornou uma espécie de destino consu ma o, que a passiva aceitação acaba

temente a abalos> eTneZ u inerme ante os seus poderosos e devastadores efeitos, tive

ram reflexos de gravidade extraordinána na nossa formação, Um dêles foi a

mobilidade sistemática da produção- o


•n

Dicesto Ecosómjco

86

Dicesto Econômico

87

açúcar caminhando pouco e dominan

dância, e até o luxo, e que, em tomo

município arrecadador do Estado, então

da riqueza amazônica, corre a embre-

do as áreas vizinhas do litoral nordes

daquela abundância, quando não em tòmo deste luxo, erigiram toda uma

província, dorme no calor de sua curta baixada, entre a serra e o oceano, en

nhar-se nos seringais e, lusifos mais

quanto Marílía, que há pouco mais de vinte anos era chão de terra virgem,

mo a nova Canaã, em que tudo é fá cil e capaz de proporcionar ao homem

vai crescendo vertiginosamente e, no

a sua emancipação econômica — navios,

norte-paranaense, cidades de cinco anos são tão progressistas que têm já aquêle

cam, e começam a luta para vencer em

tino, com muitas manchas fragmentárias no resto do território nacional ou colo

norma de vida, inclusive os seus as

nial; o ouro forçando, até certo ponto, o declínio açucareiro, ou contribuindo, com outras causas, para ele, e aspirando.re

pectos exteriores, c fjttc com cie entram em ritmo lento, quando não dcságuam no

cursos até então aplicados na zona ca navieira, e marchando também, em con

seqüência de fatôres vários — superficialidade dos veios, lutas internas, eleva

ção de preço da mão-de-obra, extorsão

fiscal e administrativa — para um inte rior cada vez mais distante; o algodão

do século XIX tomando negro o Mara

espetáculo amargo do abandono, do despovoamento e de todos os índices que o empobrecimento traz. Quem não conhe

pequeno ar de corrupção que o roman

terra estranha, e se era verdadeiro que

ceu o instante de glória amazônico,

com o símbolo que ainda hoje é o grande teatro de Manaus c as edifica ções suntuosas dc Belém, pode avaliar o problema pela existência de Barrei

a lavoura estimulava ganhos melhores, hoje ja se arrastam de regresso, buscan

e declinj^ram; e com isso populações in

tes umas das outras; o café, que viria dar os primeiros saldos de uma balança

de, onde se verifica o contraste do de pauperamento mais arrasador ante a

depois lançando-se à conquista de áreas mais longínquas, indo acabar pelo ato norte-páranaense, a que vamos assis

tindo, e mudando sempre, quer no fi nanciamento, quer na distribuição, quer no sistema de trabalho, quer na política de preços e até quanto aos mercados

vel da existência urbana. Assim, zonas inteiras surgiram, viveram um instante teiras conheceram a riqueza ou a me

ros, de Areias, de Bananal, existência

que Monteiro Lobato traçou, em pági

do Paraíba, daí para a zona de Cam pinas, daí para a de Ribeirão Prêto e

caminhões, trens cheios os desembar

cista encontrava como condição inevitá

nhão, pela gravitação de mão-de-obra servíl e aparecendo em províncias distan exportadora acostumada às diferenças negativas, deslocando-se, pouco a pou co, da órbita fluminense para o vale

tarde, é São Paulo que lhe aparece co

nas impereclvelmente ligadas à realida

do o consôlo úmco de ser pobres em sua própria terra.

Mas qual a razão dêsse processo ine

diania e, depois, o progressivo empobre cimento, para acabar no pauperismo

xorável, que se repete com a constância de um fenômeno previsível, e contra o

absoluto ou na solução radical da mo vimentação, buscando outras zonas; en

qual todos os recursos parecem fracos?

quanto tudo o que surgira daquele es-

São os nossos homens inferiores? Para vencer e enriquecer, e com isso tomar

fôrço de anos se desfaz ao sabor do

o país grande e poderoso, no sentido

as encheu de movimento e de ruído.

tempo, novos esforços são solicitados,

econômico, será indispensável ter pele

As transformações sucessivas de Ouro

em zonas distantes, para erguer uma nova

clara e olhos azuis? Mas não foram a

riqueza, também condenada ao perecimento. Onde quer que a riqueza apare

arrancada cafeeira e o surto algodoeiro. ê^íe^ao próximo de nós, no tempo, demonstrações excepcionais de energia

vida, a glória e a riqueza que um dia Prêto, onde personagens como Chica

da Silva acabavam por encontrar lu

ça, ali está o homem: escravo, vê-Se des

gar na crônica e na história, depois

do terem representado na vida real

I

papéis bem consoantes com a época, mostrando os extremos limites do enri

locado dos canaviais para as minas, on de os ricos proprietários pagam-no a preços elevados, disputando-o aos pro

prietários rurais nordestinos, empobreci

quecimento, para descair, quase subi

dos e

tamente, de tal forma que o povo, por

ironia, poderia chamá-la Vila Pobre não

endividados, já

que lhe permite a larga tarefa de recuperação

tigem que vem e que vai? Nos confins

p^ecendo, outros nego

pendos, num prazo incrivelmente redu zido, e ocupando vazios deixados pelo

de Mato Grosso, próximo à fronteira boliviana, a antiga "cidade do ouro e

café

meia centena de negros vegetam.' São

vazios de capitais. E que tem represen

Luís do Maranhão, em outro ponto car-

belecimento de uma es trutura econômica sólida,

do que possuir"; depois,

vazios territoriais, vazios de

- pais tente erguer-se para o esta

nosso

que "ostentar valia mais

muitos decênios depois da época es plêndida de Vila Rica — não foram ou tra amostra do que representou essa ver

mão-de-obra, vazios de técnica e até

todos os quadros promissores em que o

a fase em

atravessando

consumidores; o algodão do século XX, começando por fundamentar a arranca da nordestina para depois mostrar, em São Paulo, índices de produção estu

das ruínas" é hoje uma tapera, em que

e_de capacidade? Por que essa condena ção irreimsslvel, que completa e acaba

quando o ouro vai desaciadores de mão-de-obra

os levam para os cafèzais fluminenses, e gran des massas necras dispo

níveis nq altiplano come çam a descer as serras, firmando-se em

histórica e de manuten

ção de um poi'o cujo uivel de existência é dos mais baixos do mundo?

Certo é que o probleé complexo e não vamos encará-lo em seu

conjunto, na plenitude dos seus aspec

tado essa marcha desorientada, desmedi

dial quase, arrasta a monotonia de uma

da, completamente imprevisível, para a

existência em contraste total com as

tômo da baixada, para ir caminhando,

tos. Em um dêles apenas: o das defi-

vida brasileira? O declínio de zonas in

tafularias e o ruído que conheceu. Ubatuba, que foi já o segundo ou terceiro

com as novas fazendas, no rumo do vale

cêncms técnicas com que elaboramos, em tôdas as fases da existência nacio-

teiras, que chegaram a conhecer a abun

do Paraíba; — homem livre, ao saber

J.


•n

Dicesto Ecosómjco

86

Dicesto Econômico

87

açúcar caminhando pouco e dominan

dância, e até o luxo, e que, em tomo

município arrecadador do Estado, então

da riqueza amazônica, corre a embre-

do as áreas vizinhas do litoral nordes

daquela abundância, quando não em tòmo deste luxo, erigiram toda uma

província, dorme no calor de sua curta baixada, entre a serra e o oceano, en

nhar-se nos seringais e, lusifos mais

quanto Marílía, que há pouco mais de vinte anos era chão de terra virgem,

mo a nova Canaã, em que tudo é fá cil e capaz de proporcionar ao homem

vai crescendo vertiginosamente e, no

a sua emancipação econômica — navios,

norte-paranaense, cidades de cinco anos são tão progressistas que têm já aquêle

cam, e começam a luta para vencer em

tino, com muitas manchas fragmentárias no resto do território nacional ou colo

norma de vida, inclusive os seus as

nial; o ouro forçando, até certo ponto, o declínio açucareiro, ou contribuindo, com outras causas, para ele, e aspirando.re

pectos exteriores, c fjttc com cie entram em ritmo lento, quando não dcságuam no

cursos até então aplicados na zona ca navieira, e marchando também, em con

seqüência de fatôres vários — superficialidade dos veios, lutas internas, eleva

ção de preço da mão-de-obra, extorsão

fiscal e administrativa — para um inte rior cada vez mais distante; o algodão

do século XIX tomando negro o Mara

espetáculo amargo do abandono, do despovoamento e de todos os índices que o empobrecimento traz. Quem não conhe

pequeno ar de corrupção que o roman

terra estranha, e se era verdadeiro que

ceu o instante de glória amazônico,

com o símbolo que ainda hoje é o grande teatro de Manaus c as edifica ções suntuosas dc Belém, pode avaliar o problema pela existência de Barrei

a lavoura estimulava ganhos melhores, hoje ja se arrastam de regresso, buscan

e declinj^ram; e com isso populações in

tes umas das outras; o café, que viria dar os primeiros saldos de uma balança

de, onde se verifica o contraste do de pauperamento mais arrasador ante a

depois lançando-se à conquista de áreas mais longínquas, indo acabar pelo ato norte-páranaense, a que vamos assis

tindo, e mudando sempre, quer no fi nanciamento, quer na distribuição, quer no sistema de trabalho, quer na política de preços e até quanto aos mercados

vel da existência urbana. Assim, zonas inteiras surgiram, viveram um instante teiras conheceram a riqueza ou a me

ros, de Areias, de Bananal, existência

que Monteiro Lobato traçou, em pági

do Paraíba, daí para a zona de Cam pinas, daí para a de Ribeirão Prêto e

caminhões, trens cheios os desembar

cista encontrava como condição inevitá

nhão, pela gravitação de mão-de-obra servíl e aparecendo em províncias distan exportadora acostumada às diferenças negativas, deslocando-se, pouco a pou co, da órbita fluminense para o vale

tarde, é São Paulo que lhe aparece co

nas impereclvelmente ligadas à realida

do o consôlo úmco de ser pobres em sua própria terra.

Mas qual a razão dêsse processo ine

diania e, depois, o progressivo empobre cimento, para acabar no pauperismo

xorável, que se repete com a constância de um fenômeno previsível, e contra o

absoluto ou na solução radical da mo vimentação, buscando outras zonas; en

qual todos os recursos parecem fracos?

quanto tudo o que surgira daquele es-

São os nossos homens inferiores? Para vencer e enriquecer, e com isso tomar

fôrço de anos se desfaz ao sabor do

o país grande e poderoso, no sentido

as encheu de movimento e de ruído.

tempo, novos esforços são solicitados,

econômico, será indispensável ter pele

As transformações sucessivas de Ouro

em zonas distantes, para erguer uma nova

clara e olhos azuis? Mas não foram a

riqueza, também condenada ao perecimento. Onde quer que a riqueza apare

arrancada cafeeira e o surto algodoeiro. ê^íe^ao próximo de nós, no tempo, demonstrações excepcionais de energia

vida, a glória e a riqueza que um dia Prêto, onde personagens como Chica

da Silva acabavam por encontrar lu

ça, ali está o homem: escravo, vê-Se des

gar na crônica e na história, depois

do terem representado na vida real

I

papéis bem consoantes com a época, mostrando os extremos limites do enri

locado dos canaviais para as minas, on de os ricos proprietários pagam-no a preços elevados, disputando-o aos pro

prietários rurais nordestinos, empobreci

quecimento, para descair, quase subi

dos e

tamente, de tal forma que o povo, por

ironia, poderia chamá-la Vila Pobre não

endividados, já

que lhe permite a larga tarefa de recuperação

tigem que vem e que vai? Nos confins

p^ecendo, outros nego

pendos, num prazo incrivelmente redu zido, e ocupando vazios deixados pelo

de Mato Grosso, próximo à fronteira boliviana, a antiga "cidade do ouro e

café

meia centena de negros vegetam.' São

vazios de capitais. E que tem represen

Luís do Maranhão, em outro ponto car-

belecimento de uma es trutura econômica sólida,

do que possuir"; depois,

vazios territoriais, vazios de

- pais tente erguer-se para o esta

nosso

que "ostentar valia mais

muitos decênios depois da época es plêndida de Vila Rica — não foram ou tra amostra do que representou essa ver

mão-de-obra, vazios de técnica e até

todos os quadros promissores em que o

a fase em

atravessando

consumidores; o algodão do século XX, começando por fundamentar a arranca da nordestina para depois mostrar, em São Paulo, índices de produção estu

das ruínas" é hoje uma tapera, em que

e_de capacidade? Por que essa condena ção irreimsslvel, que completa e acaba

quando o ouro vai desaciadores de mão-de-obra

os levam para os cafèzais fluminenses, e gran des massas necras dispo

níveis nq altiplano come çam a descer as serras, firmando-se em

histórica e de manuten

ção de um poi'o cujo uivel de existência é dos mais baixos do mundo?

Certo é que o probleé complexo e não vamos encará-lo em seu

conjunto, na plenitude dos seus aspec

tado essa marcha desorientada, desmedi

dial quase, arrasta a monotonia de uma

da, completamente imprevisível, para a

existência em contraste total com as

tômo da baixada, para ir caminhando,

tos. Em um dêles apenas: o das defi-

vida brasileira? O declínio de zonas in

tafularias e o ruído que conheceu. Ubatuba, que foi já o segundo ou terceiro

com as novas fazendas, no rumo do vale

cêncms técnicas com que elaboramos, em tôdas as fases da existência nacio-

teiras, que chegaram a conhecer a abun

do Paraíba; — homem livre, ao saber

J.


Diof-sto Ecokóxítco

88

nal, uma produção que tantos sacrifícios

influir, quando se introduz na produção

demandou.

açucarcira nacional, apenas quanto à

Dicesto Econômico

O primeiro ato da influência das ino

conseguira

que

a

exportação

anual

excedesse de 1.000 toneladas, alcançou, em 1871-72, a cifra recorde de 8.324;

terminada aquela guerra, porém, voltaría

nem mesmo o principal do problema

posiçãt) interna.

Fundada principal

vações técnicas no declínio da produção brasileira tem lugar ainda na época an

importantíssimo de uma estrutura eco nômica permanentemente subsidiária; ao contrário, é mero reflexo de condições

mente no dcsc'n\'o!viinento do transporte

terior à Independência, e - subordinado

ferroviário, proporcionava a possi bilidade tle expansão territorial dos ca

ao trabalho escravo. Mas já estamos na fa.sc de transição para a autonomia, no

de conjunto cuja análise seria muito lon

naviais, eniaiicipado.s" do transporte flu

inicio do século XIX, e vamos \crificar

ga e demandaria outra ordem de consi

vial que teve papel tão relevante na

coincidiu, entre nós, com duas transi

como processo dos nossos dias, a mudan

o esboço de um quadro que se generali zará rapidamente. Na época colonial, o algodão lc\e o seu cultivo desenvolvi do principalmente no nordeste e norte

ça que SC caracterizou polo advento e

do nosso território, na Bahia, Pernanibu-

de quilos, em 1867, adquiriu ritmo cres

pelo domínio cia usina.

cf> e Maranhão, mas já em 1778 o Cea

cente e atingiu mais de vinte e um mi

Quanto ao ouro, que concedeu um espaço muito maior ao trabalho livre

rá aparecia enviando pouco mais de três toneladas e meia para Lisboa. O al godão tomou franco desenvolviménto, e acabou impondo-se na Inglaterra, de

Não é o aspecto essencial,

derações. Por que é refle.xo? Porque, em última análise, a deficiência técnica não é a causa, mas uma característica

do próprio sistema econômico que nos dominou e ainda nos domina.

Dentro

^ dêsse sistema, a que se subordinou, teve um largo papel, entretanto, que é inte ressante comentar e apresentar.

A análise de como o advento das técni cas no aparelhamento dos nossos concor rentes — quando ficávamos consideravel

mente atrasados nesse sentido — impor

economia açucarcira colonial, aquela re volução técnica acabou por impor, ja

do que aquele que vinha sendo estabe lecido polo açúcar, leve a sua base no labor escravo principalmente. Mas foi a característica supcrficialidadc do.s veios

tal forma que lhe coube um papel de importância no processo industrial bri

auríferos brasileiros que condicionou, até

tânico.

tou no sucessivo de

certo ponto, a preca

clínio da posição bra

riedade das técnicas

sileira

empregadas na sua ex-

nos

mercados

mundiais a que fome-

'

'

:

.ríodo posterior à época colonial. A derroçada

do

* '• '• :

cia daquela superfí-

^

cialidadc, não impunba esforços que es-

"'

comércio

açucareiro, em que fôramos a parte princi

'v.

:■

■;

'

. •' íN" C

v-

'

concor-

eram os Estados Unidos. Entre 1800 c 1807, na

mesma

proporção

ções: a dos regimes, passando da mo narquia para a Kepública, e a dos sé culos: a produção, inferior a seis milhões

lhões, em 1897, para chegar ao seu pe ríodo áureo entre 1905 e 1910.

em

quê as importações in glesas de algodão brasilei

Em

1909 a borracha das plantações ingle sas e holandesas entrou no mercado e já no ano seguinte era vendida mais

barata do que o produto brasileiro. A derrocada não era devi-

,

lentes, naquele mercado consumidor qviase único,

ploração. De uni lado, em conseqüên-

cia a sua produção, deve começar em pe-

Nossos

mos à situação anterior, que se agrava ria mais ainda com a Abolição. . O período de ascensão da borracha

V■

da à esperteza de um estrangeiro, que

conse

guira a transplantação das mudas, mas a um es forço de técnica com o qual não estávamos em

condições de competir: o

ro declinavam, as impor

d e s e n V o 1 vi m e n.-

tivessem além da ba-

tações de algodão norte-

to das plantações do

bilidade

americano

Oriente alterava de for-

humana -

aumentavam

sem falar no papel do

lenta mas firmemente. As

ouro de lavagem,.que

sucessivas inovações téc-

naa fundamental as condi

pal ,no século XVII, não dependeu de técnicas inovadoras, a que tivéssemos ficado estranhos. Se.

fundava — e por outro lado o próprio

de um lado, a condição do trabalho ser-

mecanismo administrativo que regeu a

vil importava numa inferioridade fla

zona niineradora desestiinulou qualquer

grante, a verdadeira revolução técnica, quanto ao açúcar, ocorreu numa fasQ em que já produzíamos somente para o

alteração ponderável no processo de ex

mente difundida dentro do primeiro de- não dependia da nossa vontade, mas que

tração. Aquela economia cxtratíva de

cênio de seu aparecimento, foi apenas

o primeiro passo no caminho da supre-

nos era imposta por uma série de cir-

baixo teor subordínou-se inequivocamen

mercado interno, embora, de quando em

te ao processo de dominação que a me

vez, aparecesse açúcar, com índices va riáveis, na balança exportadora; a sua projeção externa, entretanto, estava já

trópole levou a rigores tão efetivos na fase já diferente do Distrito Diamantino,

macia âlgodoeira norte-americana. Quando a Guerra de Secessão afasta, tempo-

Ford, que empreenderia na Amazônia vuna tentativa séria de cultivo sisíemá-

.

ràríamente, aquele concorrente, entramos,

tico, viu a questão em seus devidos têr-

quando a busca às pedras substituiria a

1

liquidada — e a revolução técnica vai

corrida aurífera.

j

outra vez, a produzir com intensidade: o Ceará, que só três vêzes no século

mos quando afirmou a derrota africana e brasileira, em proveito dos asiáticos,

nessa habilidade quase totalmente se

ções da produção, pois

nicas introduzidas na produção algodoei-

baseava-se num plano sistemático de

contestávol predomínio. A máquina de

ção e o primitivismo com que procedia--

ra norte-americana firmaram o seu in- cultivo,- em contraste com a improvisa-

clescaroçar, aparecida cm 1793 e larga- mos, improvisação e prünitíviLo que

cunstàncias que seria demorado apreciar,


Diof-sto Ecokóxítco

88

nal, uma produção que tantos sacrifícios

influir, quando se introduz na produção

demandou.

açucarcira nacional, apenas quanto à

Dicesto Econômico

O primeiro ato da influência das ino

conseguira

que

a

exportação

anual

excedesse de 1.000 toneladas, alcançou, em 1871-72, a cifra recorde de 8.324;

terminada aquela guerra, porém, voltaría

nem mesmo o principal do problema

posiçãt) interna.

Fundada principal

vações técnicas no declínio da produção brasileira tem lugar ainda na época an

importantíssimo de uma estrutura eco nômica permanentemente subsidiária; ao contrário, é mero reflexo de condições

mente no dcsc'n\'o!viinento do transporte

terior à Independência, e - subordinado

ferroviário, proporcionava a possi bilidade tle expansão territorial dos ca

ao trabalho escravo. Mas já estamos na fa.sc de transição para a autonomia, no

de conjunto cuja análise seria muito lon

naviais, eniaiicipado.s" do transporte flu

inicio do século XIX, e vamos \crificar

ga e demandaria outra ordem de consi

vial que teve papel tão relevante na

coincidiu, entre nós, com duas transi

como processo dos nossos dias, a mudan

o esboço de um quadro que se generali zará rapidamente. Na época colonial, o algodão lc\e o seu cultivo desenvolvi do principalmente no nordeste e norte

ça que SC caracterizou polo advento e

do nosso território, na Bahia, Pernanibu-

de quilos, em 1867, adquiriu ritmo cres

pelo domínio cia usina.

cf> e Maranhão, mas já em 1778 o Cea

cente e atingiu mais de vinte e um mi

Quanto ao ouro, que concedeu um espaço muito maior ao trabalho livre

rá aparecia enviando pouco mais de três toneladas e meia para Lisboa. O al godão tomou franco desenvolviménto, e acabou impondo-se na Inglaterra, de

Não é o aspecto essencial,

derações. Por que é refle.xo? Porque, em última análise, a deficiência técnica não é a causa, mas uma característica

do próprio sistema econômico que nos dominou e ainda nos domina.

Dentro

^ dêsse sistema, a que se subordinou, teve um largo papel, entretanto, que é inte ressante comentar e apresentar.

A análise de como o advento das técni cas no aparelhamento dos nossos concor rentes — quando ficávamos consideravel

mente atrasados nesse sentido — impor

economia açucarcira colonial, aquela re volução técnica acabou por impor, ja

do que aquele que vinha sendo estabe lecido polo açúcar, leve a sua base no labor escravo principalmente. Mas foi a característica supcrficialidadc do.s veios

tal forma que lhe coube um papel de importância no processo industrial bri

auríferos brasileiros que condicionou, até

tânico.

tou no sucessivo de

certo ponto, a preca

clínio da posição bra

riedade das técnicas

sileira

empregadas na sua ex-

nos

mercados

mundiais a que fome-

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.ríodo posterior à época colonial. A derroçada

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açucareiro, em que fôramos a parte princi

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:■

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. •' íN" C

v-

'

concor-

eram os Estados Unidos. Entre 1800 c 1807, na

mesma

proporção

ções: a dos regimes, passando da mo narquia para a Kepública, e a dos sé culos: a produção, inferior a seis milhões

lhões, em 1897, para chegar ao seu pe ríodo áureo entre 1905 e 1910.

em

quê as importações in glesas de algodão brasilei

Em

1909 a borracha das plantações ingle sas e holandesas entrou no mercado e já no ano seguinte era vendida mais

barata do que o produto brasileiro. A derrocada não era devi-

,

lentes, naquele mercado consumidor qviase único,

ploração. De uni lado, em conseqüên-

cia a sua produção, deve começar em pe-

Nossos

mos à situação anterior, que se agrava ria mais ainda com a Abolição. . O período de ascensão da borracha

V■

da à esperteza de um estrangeiro, que

conse

guira a transplantação das mudas, mas a um es forço de técnica com o qual não estávamos em

condições de competir: o

ro declinavam, as impor

d e s e n V o 1 vi m e n.-

tivessem além da ba-

tações de algodão norte-

to das plantações do

bilidade

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Oriente alterava de for-

humana -

aumentavam

sem falar no papel do

lenta mas firmemente. As

ouro de lavagem,.que

sucessivas inovações téc-

naa fundamental as condi

pal ,no século XVII, não dependeu de técnicas inovadoras, a que tivéssemos ficado estranhos. Se.

fundava — e por outro lado o próprio

de um lado, a condição do trabalho ser-

mecanismo administrativo que regeu a

vil importava numa inferioridade fla

zona niineradora desestiinulou qualquer

grante, a verdadeira revolução técnica, quanto ao açúcar, ocorreu numa fasQ em que já produzíamos somente para o

alteração ponderável no processo de ex

mente difundida dentro do primeiro de- não dependia da nossa vontade, mas que

tração. Aquela economia cxtratíva de

cênio de seu aparecimento, foi apenas

o primeiro passo no caminho da supre-

nos era imposta por uma série de cir-

baixo teor subordínou-se inequivocamen

mercado interno, embora, de quando em

te ao processo de dominação que a me

vez, aparecesse açúcar, com índices va riáveis, na balança exportadora; a sua projeção externa, entretanto, estava já

trópole levou a rigores tão efetivos na fase já diferente do Distrito Diamantino,

macia âlgodoeira norte-americana. Quando a Guerra de Secessão afasta, tempo-

Ford, que empreenderia na Amazônia vuna tentativa séria de cultivo sisíemá-

.

ràríamente, aquele concorrente, entramos,

tico, viu a questão em seus devidos têr-

quando a busca às pedras substituiria a

1

liquidada — e a revolução técnica vai

corrida aurífera.

j

outra vez, a produzir com intensidade: o Ceará, que só três vêzes no século

mos quando afirmou a derrota africana e brasileira, em proveito dos asiáticos,

nessa habilidade quase totalmente se

ções da produção, pois

nicas introduzidas na produção algodoei-

baseava-se num plano sistemático de

contestávol predomínio. A máquina de

ção e o primitivismo com que procedia--

ra norte-americana firmaram o seu in- cultivo,- em contraste com a improvisa-

clescaroçar, aparecida cm 1793 e larga- mos, improvisação e prünitíviLo que

cunstàncias que seria demorado apreciar,


90

DfCESTO Econó.mico

91

DieESTO Econômico

ou melhor, dos europeus que levantaram

brasileiro entrou novamente cm fase de

lhamento técnico da produção; êsse

menlfe, o caráter de transição para o pla

a estrutura produtora gomífera asiática,

declínio e se muitos dos fatores que in-

abaíxamento, quando ocorre, é devido a

no secundário.

fundando-a no "capitalismo racionaliza

fluiram para isso derivam de condições

fatores que nos escapam, meramente cir

do que se baseia em métodos científicos

próprias do mercado externo, onde os

cunstanciais, e quase sempre correspon

nico? Em muita coisa, e não estamos

de produção". Empreendemos, simultaneamente com o rápido rush da borracha, o mais lento

nosso competidores se apresentam em

dem a uma condenação pura e simples de todo o sistema que elaboramos. Não

em condições, no espaço deste trabalho,

porém muito mais significativo dos cafèzaís, e dominamos o mercado mun dial dêsse produto, transformando um sistema de lavoura fundado no traba lho servi! em outro, fundado no trabalho do colono, abrindo zonas novas e levan

do os níveis da produção a índices ex traordinários. O largo quadro estabeleci do pela política do café, com tão fun dos reflexos na economia monetária do

condições fa\'orávcis, outros poderiam ser atenuados, ou quiçá neutralizados com os recursos da técnica.

Estamos verificando, como cm rela

ção ao algodão, à borracha, depois de seu impulso durante a guerra, c a tan

tos outros produtos, o quadro apresen

tado agora pelos óleos vegetais, cm cuja exploração acreditávamos ver grandes possibilidades. A formidável corrida técnica, que o último conflito acelerou

país, apenas indica, entretanto, apesar

de forma tão marcante, deixa-nos sem

de que não sofreu êsse produto um co

pre em situação de atraso face a qual quer zona produtora socorrida pelos mi lagres que a técnica improvisa. Norma-

lapso semelhante àqueles de produtos anteriores, que não conseguimos alterar essencialmente o sistema produtor, dei xando-o pouco mais ou menos dentro

das mesmas linhas, ao mesmo passo que os nossos concorrentes enveredaram por caminhos muito mais firmes e esclareci

no assinalou com exatidão que a supre

macia brasileira corresponde usualmen te "aos períodos do primeiro apareci mento de um produto em grandes quan tidades nos mercados mundiais". Fun damos uma economia contraditória e

dos. A crise cafeeira de 1930 e anos seguintes, que tão fundas repercussões trouxe para a vida do país, admitiu o

fragmentária em produtos novos de ma térias-primas e quando os mercados en

novo incremento, agora em território

tram a exigir .tais matérias-primas, que

paulista, da produção algodoeira. Fun

somos os primeiros a apresentar em lar

dou-se esta, ao contrário de tudo o que

ga escala, respondemos com um aumen

fizéramos até então, em processos muito

to milagroso da produção; produzimos mais, mas não produzimos melhor, nem mais barato. Forçamos no sentido do volume, mas não quanto aos melhores métodos de produção que afetam a qualidade e que permitem o abaixamento dos preços unitários, compen sado pelo crescimento do valor de conjunto.> Não conhecemos, em nossa his tória, um só exemplo de abaíxamento

mais aperfeiçoados, com uma contribui ção inédita da técnica, e conseguimos

apresentar o espetáculo de uma produ ção ascensional verdadeiramente expressiva, prova da nossa capacidade e estí mulo a uma gente desestimulada pelos • fracassos anteriores de empreendimentos

■'de grande porte. Por motivos que não

■ vem ao caso discutir, e nesta mesma re

vista já foram amplamente comentados por autoridades no assunto, o algodão

conseguimos, por isso tudo, erigir cultu ras tradicionais, no interior de cujos qua

dros sejam atravessadas etapas sucessi vas do aperfeiçoamento; vivemos de culturUvS ocasionais, umas substituindo as

outras, quando entram em declínio, e substituindo-as de forma integral, sem

qualquer liame com a anterior, sem lhe herdar quase nada. Caso único, o al godão aproveitou do café, em território paulista, muitas peças de sua articula

Em que consiste o aparelhamento téc

de apreciar todos os seus aspectos. Mas consiste, principalmente, em produzir melhor, por melhores métodos, que per mitam um valor unitário compatÍA'el com a concorrência, e que admitam um de

senvolvimento quantitativo que seja acompanhado de melhoria qualitativa indispensável. Num momento em que a broca do café ameaça, outra \'ez, a maior riqueza agrícola do país, não é

ção econômica; mas não deixou de con

surpreendente verificar que o'Institu to Biológico, que nasceu na onda dos empreendimentos gerados pela riqueza cafeeira, não está aparelhado para com

figurar-se nos quadros clássicos: corres pondeu a uma solicitação ocasional, te

também maquinaria, como é crédito e

ve levantamento vertiginoso e vai en trando em declínio rapidíssimò, fundouse em esfôrço particular, que se baseou na técnica da ajuda oficial, e vai-se ar-

rimando, pouco a pouco, no amparo do financiamento governamental, a derra

deira etapa de todos os empreendimen tos econômicos que vimos apresentando, e aquela que lhe assinala, irremediàvel-

batê-la?

Técnica é ciência, mas é

distribuição. Se as lições do passado não foram suficientes para que nos esclare cêssemos, é interessante pensar que esta mos diante de uma encruzilha<^ da vida nacional: ou nos organizamos econòmicamente, como base para outros aspectos da organização, ou vamos regredir a con dições que julgá\'amos muito distantes do nosso destino.

Os rebanhos de gado vacum estão aumentando ràpidamente na Grã-Bretanha,

como resultado de uma campanha iniciada no ano passado e que visa obter um aumento de 20% da produção de lacticínios e outros produtos rurais, dentro de quatro anos.

Nos últimos doze meses, o oumenfo dos rebanhos de gado ixicum foi de 16 por cento, o que é considerado um índice altamente satisfatório. Além disso, foram observados, tanihém, aumentos anUnadores nos rebanhos

de preço unitário de produto nacional

de gado ovino e suíno e nas aves domésticas. Êsses aumentos foram, respectiva

que fôsse devido a melhoria no apare-

mente, de 9 por cento, 35 por cento e 31 por cento.


90

DfCESTO Econó.mico

91

DieESTO Econômico

ou melhor, dos europeus que levantaram

brasileiro entrou novamente cm fase de

lhamento técnico da produção; êsse

menlfe, o caráter de transição para o pla

a estrutura produtora gomífera asiática,

declínio e se muitos dos fatores que in-

abaíxamento, quando ocorre, é devido a

no secundário.

fundando-a no "capitalismo racionaliza

fluiram para isso derivam de condições

fatores que nos escapam, meramente cir

do que se baseia em métodos científicos

próprias do mercado externo, onde os

cunstanciais, e quase sempre correspon

nico? Em muita coisa, e não estamos

de produção". Empreendemos, simultaneamente com o rápido rush da borracha, o mais lento

nosso competidores se apresentam em

dem a uma condenação pura e simples de todo o sistema que elaboramos. Não

em condições, no espaço deste trabalho,

porém muito mais significativo dos cafèzaís, e dominamos o mercado mun dial dêsse produto, transformando um sistema de lavoura fundado no traba lho servi! em outro, fundado no trabalho do colono, abrindo zonas novas e levan

do os níveis da produção a índices ex traordinários. O largo quadro estabeleci do pela política do café, com tão fun dos reflexos na economia monetária do

condições fa\'orávcis, outros poderiam ser atenuados, ou quiçá neutralizados com os recursos da técnica.

Estamos verificando, como cm rela

ção ao algodão, à borracha, depois de seu impulso durante a guerra, c a tan

tos outros produtos, o quadro apresen

tado agora pelos óleos vegetais, cm cuja exploração acreditávamos ver grandes possibilidades. A formidável corrida técnica, que o último conflito acelerou

país, apenas indica, entretanto, apesar

de forma tão marcante, deixa-nos sem

de que não sofreu êsse produto um co

pre em situação de atraso face a qual quer zona produtora socorrida pelos mi lagres que a técnica improvisa. Norma-

lapso semelhante àqueles de produtos anteriores, que não conseguimos alterar essencialmente o sistema produtor, dei xando-o pouco mais ou menos dentro

das mesmas linhas, ao mesmo passo que os nossos concorrentes enveredaram por caminhos muito mais firmes e esclareci

no assinalou com exatidão que a supre

macia brasileira corresponde usualmen te "aos períodos do primeiro apareci mento de um produto em grandes quan tidades nos mercados mundiais". Fun damos uma economia contraditória e

dos. A crise cafeeira de 1930 e anos seguintes, que tão fundas repercussões trouxe para a vida do país, admitiu o

fragmentária em produtos novos de ma térias-primas e quando os mercados en

novo incremento, agora em território

tram a exigir .tais matérias-primas, que

paulista, da produção algodoeira. Fun

somos os primeiros a apresentar em lar

dou-se esta, ao contrário de tudo o que

ga escala, respondemos com um aumen

fizéramos até então, em processos muito

to milagroso da produção; produzimos mais, mas não produzimos melhor, nem mais barato. Forçamos no sentido do volume, mas não quanto aos melhores métodos de produção que afetam a qualidade e que permitem o abaixamento dos preços unitários, compen sado pelo crescimento do valor de conjunto.> Não conhecemos, em nossa his tória, um só exemplo de abaíxamento

mais aperfeiçoados, com uma contribui ção inédita da técnica, e conseguimos

apresentar o espetáculo de uma produ ção ascensional verdadeiramente expressiva, prova da nossa capacidade e estí mulo a uma gente desestimulada pelos • fracassos anteriores de empreendimentos

■'de grande porte. Por motivos que não

■ vem ao caso discutir, e nesta mesma re

vista já foram amplamente comentados por autoridades no assunto, o algodão

conseguimos, por isso tudo, erigir cultu ras tradicionais, no interior de cujos qua

dros sejam atravessadas etapas sucessi vas do aperfeiçoamento; vivemos de culturUvS ocasionais, umas substituindo as

outras, quando entram em declínio, e substituindo-as de forma integral, sem

qualquer liame com a anterior, sem lhe herdar quase nada. Caso único, o al godão aproveitou do café, em território paulista, muitas peças de sua articula

Em que consiste o aparelhamento téc

de apreciar todos os seus aspectos. Mas consiste, principalmente, em produzir melhor, por melhores métodos, que per mitam um valor unitário compatÍA'el com a concorrência, e que admitam um de

senvolvimento quantitativo que seja acompanhado de melhoria qualitativa indispensável. Num momento em que a broca do café ameaça, outra \'ez, a maior riqueza agrícola do país, não é

ção econômica; mas não deixou de con

surpreendente verificar que o'Institu to Biológico, que nasceu na onda dos empreendimentos gerados pela riqueza cafeeira, não está aparelhado para com

figurar-se nos quadros clássicos: corres pondeu a uma solicitação ocasional, te

também maquinaria, como é crédito e

ve levantamento vertiginoso e vai en trando em declínio rapidíssimò, fundouse em esfôrço particular, que se baseou na técnica da ajuda oficial, e vai-se ar-

rimando, pouco a pouco, no amparo do financiamento governamental, a derra

deira etapa de todos os empreendimen tos econômicos que vimos apresentando, e aquela que lhe assinala, irremediàvel-

batê-la?

Técnica é ciência, mas é

distribuição. Se as lições do passado não foram suficientes para que nos esclare cêssemos, é interessante pensar que esta mos diante de uma encruzilha<^ da vida nacional: ou nos organizamos econòmicamente, como base para outros aspectos da organização, ou vamos regredir a con dições que julgá\'amos muito distantes do nosso destino.

Os rebanhos de gado vacum estão aumentando ràpidamente na Grã-Bretanha,

como resultado de uma campanha iniciada no ano passado e que visa obter um aumento de 20% da produção de lacticínios e outros produtos rurais, dentro de quatro anos.

Nos últimos doze meses, o oumenfo dos rebanhos de gado ixicum foi de 16 por cento, o que é considerado um índice altamente satisfatório. Além disso, foram observados, tanihém, aumentos anUnadores nos rebanhos

de preço unitário de produto nacional

de gado ovino e suíno e nas aves domésticas. Êsses aumentos foram, respectiva

que fôsse devido a melhoria no apare-

mente, de 9 por cento, 35 por cento e 31 por cento.


'.-J^

Dice,sto

msfdffa ^cGffémfta Um debafo Kòbro o or^*nnioiit«»

tagens, concedendo favores aos obsinicíonistas interesseiros. • A capitulação do Executivo costumava até a ser trans

mitida pelo telefone e tomada por ter mo, diante de testemunhas, pelo impudente \'itorioso...

Afonso Aiunos de Mei.o Fhanco

EM sempre o modêlo norie-umerica-

N- no foi benéfico na sua aplicação ao regime constitucional dc 1891

As

condições peculiares da formação da

grande República, que em tantos pontos substanciais diferiam das nossas pró prias, levaram, algumas vêzes, a adapta ção adotada pelos arquitetos do regime de 15 de novembro a desfechos de-

O autor res-uinc ttm debate, que na épo ca tece ampla repercussão, travado entre

os deputados Catóg^cras c Carlos Peixoto, ambos figuras primaciais do "Jardim da Infância", sàhre o Orçamento da Re ceita. Carlos Peixoto era um tempera mento dominador, tribuno dos maiores

que passaram pela Câmara dos Deputa

sastrosos.

Tal foi, por exemplo, o caso dos pre ceitos constitucionais relativos à ela boração orçamentária.

Por mais irregular e descontínua que fôsse a tradição administrativa do Impé rio, a verdade é que, em matéria orça

dos. Calógeras, um cientista de raro va lor, de descomunal capacidade de tra balho, produziu, no Parlamento, obras de caráter econômico e financeiro que se tornaram clássicas.

mentária, a situação não era em nada

pior que a da República, antes pelo con trário. "O Império era o déficit", eis a enfática sentença que tanto esHmulavâ o otimismo dos republicanos histórico.s, esquecidos de que, com a implantação da República, ao déficit se adicionou uma maior anarquia orçamentária.

Tudo, desde a própria preparação da proposta, entrou em jogo, com a nova

Carta constitucional. Na Constituição de 1824 esta preparação ao menos se acha

mara dos Lordes, que não participava da Lei de Meios, e em .seguida tran.sportado para os E.stado.s Unidos na for ma pouco escriipulosa dos chamados

ti\'as, ao mesmo tempo de idéias gerais e de esclarecimentos doutrinários, foi bem

a qual, se é passível de severas reservas

digno do homem que três anos antes

em outros pontos, neste só merece aplau

dera ao Brasil um dos estudos clássicos

que

sos.

Mas a reação contra a anarquia orça mentária no Congresso já vinha de al gum tempo antes, quando Carlos Pei xoto, mediante sábias e vigorosas refor mas regimentais dentro da Câmara, procurou obviar as

dificuldades

provenientes

das lacunas da Constitui

possuímos èm

matéria

finan

ceira.

O grande deputado mineiro encarou o

problema orçamentário tanto do ponto-de-vi^a econômico quanto do fi nanceiro, e êste pontode-rista econômico êle o tratava às vêzes com uma

intuição do problema so

ção, em relação ao Orça

cial que hoje admira a

mento.

quem o lê.

Nas sessões de 26 e 27

Vejam-se, por exemplo,

de novembro de 1913, a

Câmara dos Deputados as

estes trechos provocados pela crítica aos excessos fis

sistiu, numa atmosfera de

cais:

admiração

"Isto significa que em 40 anos, de 1869 para cá,

e respeito, a

dois memoráveis discursos,

ambos sôbre matéria orça

o aumento da tarifa re

mentária

presenta

e

pronunciados

a

decupHcação

que mais o fizeram, as tradições de

para procurar mais causas da carestia

uma extensão e uma desfaçatez que bre

Minas Gerais no Parlamento brasi'eiro:

da existência?... E o que é grave é

ve se tomariam verdadeira calamidade

Calógeras e Peixoto.

que, por menos que se queira obedecer

nacional.

Entrava em segunda discussão o pro jeto de Orçamento, quando Calógeras foi

às imposições do materiaMsmo histórico, não ha como fugir a umas conclusòés

à tribuna para falar principalmente sô

que a apro.ximaçao das datas impõe...

bre a receita. Na atmosfera de quase verão, o pequeno plenário da Cadeia Velha devia ser muito quente, com seu grande lustre a gás no meio do teto, suas exíguas tribunas de madeira com

Coincidiu, portanto, com a proclamação do novo regime, essa sobrecarga no custo da existência. Por isso, digo, não

Sob a ameaça de ficar .sem meios fi nanceiros, o

Governo, à

última hora

1." dc janeiro, conforme nos recordava

Câ-

Esta situação só veio a ser corrigida com a reforma constitucional de 1926,

plantar, entre nos, na República, com

(muitas vezes já na madrugada do dia

medidas ao contrôle da

O discurso de Calógeras, recheado de dados estatísticos, de informações obje-

"riders" orçamentários) \"cio a se im

não acontecia na de 1891. Além disso, o velho sistema de legislar com fins di ferentes dentro da lei orçamentária (sis tema a principio utilizado na Inglaterra subtrair

peso de uma tradição de lutas oratórias que vinha, desde a Constituinte de 1823, chamando para aquela modesta sala as atenções de todo o país.

por dois ilustres deputados que honraram, como os •

va regulada em termos claros, o que

pela Câmara dos Comuns, a fim de

93

Econômico

há dia.s, no plenário da Câmara, o ex periente sr. Oto Prazeres) era forçado a transigir com as mais inescrupiilosas manobras de demagogos e politiquei ros, criando empregos, distribuindo van-

gradis torneados, suas cortinas e tape tes, tudo ainda por cima abafado sob o

das taxas.

Como perder

mais tempo, depois disso,

ao regime político, mas ao tributário,

devem ser atribuídas as queixas gerais que se fazem ouvir no momento... A

nós compete refletir e ponderar se pode


'.-J^

Dice,sto

msfdffa ^cGffémfta Um debafo Kòbro o or^*nnioiit«»

tagens, concedendo favores aos obsinicíonistas interesseiros. • A capitulação do Executivo costumava até a ser trans

mitida pelo telefone e tomada por ter mo, diante de testemunhas, pelo impudente \'itorioso...

Afonso Aiunos de Mei.o Fhanco

EM sempre o modêlo norie-umerica-

N- no foi benéfico na sua aplicação ao regime constitucional dc 1891

As

condições peculiares da formação da

grande República, que em tantos pontos substanciais diferiam das nossas pró prias, levaram, algumas vêzes, a adapta ção adotada pelos arquitetos do regime de 15 de novembro a desfechos de-

O autor res-uinc ttm debate, que na épo ca tece ampla repercussão, travado entre

os deputados Catóg^cras c Carlos Peixoto, ambos figuras primaciais do "Jardim da Infância", sàhre o Orçamento da Re ceita. Carlos Peixoto era um tempera mento dominador, tribuno dos maiores

que passaram pela Câmara dos Deputa

sastrosos.

Tal foi, por exemplo, o caso dos pre ceitos constitucionais relativos à ela boração orçamentária.

Por mais irregular e descontínua que fôsse a tradição administrativa do Impé rio, a verdade é que, em matéria orça

dos. Calógeras, um cientista de raro va lor, de descomunal capacidade de tra balho, produziu, no Parlamento, obras de caráter econômico e financeiro que se tornaram clássicas.

mentária, a situação não era em nada

pior que a da República, antes pelo con trário. "O Império era o déficit", eis a enfática sentença que tanto esHmulavâ o otimismo dos republicanos histórico.s, esquecidos de que, com a implantação da República, ao déficit se adicionou uma maior anarquia orçamentária.

Tudo, desde a própria preparação da proposta, entrou em jogo, com a nova

Carta constitucional. Na Constituição de 1824 esta preparação ao menos se acha

mara dos Lordes, que não participava da Lei de Meios, e em .seguida tran.sportado para os E.stado.s Unidos na for ma pouco escriipulosa dos chamados

ti\'as, ao mesmo tempo de idéias gerais e de esclarecimentos doutrinários, foi bem

a qual, se é passível de severas reservas

digno do homem que três anos antes

em outros pontos, neste só merece aplau

dera ao Brasil um dos estudos clássicos

que

sos.

Mas a reação contra a anarquia orça mentária no Congresso já vinha de al gum tempo antes, quando Carlos Pei xoto, mediante sábias e vigorosas refor mas regimentais dentro da Câmara, procurou obviar as

dificuldades

provenientes

das lacunas da Constitui

possuímos èm

matéria

finan

ceira.

O grande deputado mineiro encarou o

problema orçamentário tanto do ponto-de-vi^a econômico quanto do fi nanceiro, e êste pontode-rista econômico êle o tratava às vêzes com uma

intuição do problema so

ção, em relação ao Orça

cial que hoje admira a

mento.

quem o lê.

Nas sessões de 26 e 27

Vejam-se, por exemplo,

de novembro de 1913, a

Câmara dos Deputados as

estes trechos provocados pela crítica aos excessos fis

sistiu, numa atmosfera de

cais:

admiração

"Isto significa que em 40 anos, de 1869 para cá,

e respeito, a

dois memoráveis discursos,

ambos sôbre matéria orça

o aumento da tarifa re

mentária

presenta

e

pronunciados

a

decupHcação

que mais o fizeram, as tradições de

para procurar mais causas da carestia

uma extensão e uma desfaçatez que bre

Minas Gerais no Parlamento brasi'eiro:

da existência?... E o que é grave é

ve se tomariam verdadeira calamidade

Calógeras e Peixoto.

que, por menos que se queira obedecer

nacional.

Entrava em segunda discussão o pro jeto de Orçamento, quando Calógeras foi

às imposições do materiaMsmo histórico, não ha como fugir a umas conclusòés

à tribuna para falar principalmente sô

que a apro.ximaçao das datas impõe...

bre a receita. Na atmosfera de quase verão, o pequeno plenário da Cadeia Velha devia ser muito quente, com seu grande lustre a gás no meio do teto, suas exíguas tribunas de madeira com

Coincidiu, portanto, com a proclamação do novo regime, essa sobrecarga no custo da existência. Por isso, digo, não

Sob a ameaça de ficar .sem meios fi nanceiros, o

Governo, à

última hora

1." dc janeiro, conforme nos recordava

Câ-

Esta situação só veio a ser corrigida com a reforma constitucional de 1926,

plantar, entre nos, na República, com

(muitas vezes já na madrugada do dia

medidas ao contrôle da

O discurso de Calógeras, recheado de dados estatísticos, de informações obje-

"riders" orçamentários) \"cio a se im

não acontecia na de 1891. Além disso, o velho sistema de legislar com fins di ferentes dentro da lei orçamentária (sis tema a principio utilizado na Inglaterra subtrair

peso de uma tradição de lutas oratórias que vinha, desde a Constituinte de 1823, chamando para aquela modesta sala as atenções de todo o país.

por dois ilustres deputados que honraram, como os •

va regulada em termos claros, o que

pela Câmara dos Comuns, a fim de

93

Econômico

há dia.s, no plenário da Câmara, o ex periente sr. Oto Prazeres) era forçado a transigir com as mais inescrupiilosas manobras de demagogos e politiquei ros, criando empregos, distribuindo van-

gradis torneados, suas cortinas e tape tes, tudo ainda por cima abafado sob o

das taxas.

Como perder

mais tempo, depois disso,

ao regime político, mas ao tributário,

devem ser atribuídas as queixas gerais que se fazem ouvir no momento... A

nós compete refletir e ponderar se pode


94

Dicf-sto Eco^*ó^aoo

liaver sistema mais anti-republicano do que este, que protege o capital c fere o operário, garante o aluguel do dinhei ro mas oprime o salario e leva a miséria

ao lar dos mais pobres." Com estas e outras palavras ainda

mais enérgicas Calógeras abria fogo con tra a indiscriminada política de pro tecionismo industrial, quc levava a ín

dices impressionantes de altura e rapider o preço das mercadorias.

Es^tigmatiza o erro de se resolver o prob.ema financeiro à custa das reservas

econômicas, pois a tanto eqüivalia sa ciar a fome insaciável do fisco dandolhe como alimento a substância mesma

da nossa produção, que eram o café e a

borracha. A propósito dêsses dois produ tos avança idéias de grande lucidez, verdadeiras profecias.

"A fortuna do Brasil - declara - ba seia-se em 84% sôbre dois gêneros: o ca

fé e a borracha. A política seguida pe los poderes públicos para intensificar

essas fontes de produção representa uma das maiores provas de ininteligência eco nômica que se possa conceber."

Depois de recordar que o amparo à produção se devia basear "na diminui

ção ao mínimo do seu preço de custo unitário e no alargamento ao máximo dos mercados de consumo", mostra co

95

OrcnsTo Econômico

tura do trigo, para evitar a sangria de dívisa.s com a importação da farinha; en

traçara, circunscreve seu discurso ao

mais importantes coisas que se podem

carece a possibilidade do aproveitamento

campo financeiro, que conhecia bem,

fazer em bem do país. Sobre as prá ticas cauterizadas pelo verbo de fogo de Peixoto passaram revoluções e acordos,

Seguindo habilmente o plano que se

do nosso ferro c termina ligando tôdi

em virtude de funções que exercia na

essa urgente política econômica òs suas repercussões financeira e monetária, sô bre as quais se estende também como

Comissão de Finanças, evitando o ter reno difícil das teses econômicas e das

um douto, que era.

prometer sua orgulhosa autoridade. E não .se pode negar que, apreciado no

No dia .seguinte, 27 de novembro. Carlos Pci.xoto pronuncia o seu discurso que é, declaradamente, uma resposta

ao dc Calógeras.

Os dois deputados

mineiros se admiravam rcciprocameuto.

realidades estatísticas em que temia com

setor limitado em que o colocou, seu

sobre elaboração orçamentária é. das

ditadores e salvadores, Dasps e Dips, e a coisa fica tal e qual. Mas prossigamos, ou antes, prossiga Peixoto:

"Chegando do Senado voltam os pro jetos por êle emendados à Câmara e

discurso é tão notá

então é um verda

vel quanto o do ri val e amigo.

deiro delírio: os au

tores das ■ emendas

não há negar, mas não podia deixar de haver entre cies grande rivalidade. N.i Câmara ambos c.xprimiam o mais alto teor intelectual daquela geração políti

sem piedade a de elaboração orçamen

lhos

ca, ambos eram cercados de respeito,

tária,

ção em notáveis cór

mas suas personalidades não podiam ser mais diversas. . Peixoto era, ?ein dúvida, nm melhor c mais prestigioso político. Ca'ógoras, indubitàvelmcnte, um cérebro mais poderoso, e uma cultura geral e es pecializada muito mais ampla. Não queremos negar com isto a inteligência

das

ou as leituras de Peixoto, nem o prestí

gio de Calógeras.

Desejamos tao so

mente marcar os traços predominantes de cada qual.

Peixoto

sordem

da

a

rizando, por exem plo, grandes traba

nossa

insensatez

de

desobstm-

regos das suas al

prodigalidades,

o absurdo das dis

deias, vendo corta

cussões

das pelo Senado tão legítimas aspirações,

sem

méto

do nem critério, a

entrara em verda deira cólera e verifi

competição demagó

gica de

dos criadores despesas

cam

mais

Aqui estão algumas

't

das expressões cor

' j

com

voltairianas,

que

não ser real

mente esta a Repú-

ou menos eleitorais.

tantes,

Com seu feitio direto, autoritário, al

confederadas, auto

martela

Peixoto

plica dos seus sonhos.

Nesse

mo-

I

manto ninguém mais

!

se entende". E, em

! ,

fundo cada relator defende sinceramen-

1

te o aumento de

outro ponto: "No

go desdenhoso, feitio que os reveses

fustiga a prática or

partidários e até o ostracismo não tinham conseguido atenuar, porque fazia p:u"te da

çamentária:

sua maneira de ser, Peixoto declara logo

conduziam ao desastre. Chama a aten

organizados pela Câ

que vai responder a Calógeras, defen

mara, e carregados

despesa na sua pasta

ção para a concorrência dos similares,

dendo o Govêmo. Aliás, foi sempre mais ou menos esta a sua linha política. Era um homem da ordem, da autorida

de bilhetes eleitorais'

e está pronto a re

mo a sobrecarga de imposto de expoctação e o aumento artificial dos preços

quanto ao café, enquanto que a borra cha era também levada de vencida pela

"Depois de assim

aos seus

duzir violentamente a despesa nas demais e, em meio dessa luta, vê-se uma figura

Mas com uma tal j

campanários, vão afinal os orçamentos para o Senado, onde só chegam à un-

sos, em defesa dos governos, desde o.s I

décima hora". Eis o que, sem tirar nem pôr, está ocorrendó neste ano da graça

cessidade da instalação dos frigoríficos

tempos da Assembléia Estadual mineira, í

tuação orçamentária, quem assistiu, à

dão a impressão de que o Govêmo| é

de 1948, no momento em que copia

para ampliação da nossa indústria de

luta dramática do sr. Horácio Lafer ten

cam€S; 5U§tenta a viabilidade da cul

que lhe era subordinado...

mos estas linhas. E eis o que ainda mais nos convence de que uma lei geral

sua concorrente oriental".

E por aí continua, como se estivesse desvendando o futuro.

Defende a ne

de, do Govêmo.

altivez se comportava, que seus discur-|

i

enviados

pelos

deputados

resignada — a do Relator da Receita".

Quem ler hoje o brilhante voto do sr. Fernando Nóbrega sôbre a atjial si

tando inutilmente montar guarda aos


94

Dicf-sto Eco^*ó^aoo

liaver sistema mais anti-republicano do que este, que protege o capital c fere o operário, garante o aluguel do dinhei ro mas oprime o salario e leva a miséria

ao lar dos mais pobres." Com estas e outras palavras ainda

mais enérgicas Calógeras abria fogo con tra a indiscriminada política de pro tecionismo industrial, quc levava a ín

dices impressionantes de altura e rapider o preço das mercadorias.

Es^tigmatiza o erro de se resolver o prob.ema financeiro à custa das reservas

econômicas, pois a tanto eqüivalia sa ciar a fome insaciável do fisco dandolhe como alimento a substância mesma

da nossa produção, que eram o café e a

borracha. A propósito dêsses dois produ tos avança idéias de grande lucidez, verdadeiras profecias.

"A fortuna do Brasil - declara - ba seia-se em 84% sôbre dois gêneros: o ca

fé e a borracha. A política seguida pe los poderes públicos para intensificar

essas fontes de produção representa uma das maiores provas de ininteligência eco nômica que se possa conceber."

Depois de recordar que o amparo à produção se devia basear "na diminui

ção ao mínimo do seu preço de custo unitário e no alargamento ao máximo dos mercados de consumo", mostra co

95

OrcnsTo Econômico

tura do trigo, para evitar a sangria de dívisa.s com a importação da farinha; en

traçara, circunscreve seu discurso ao

mais importantes coisas que se podem

carece a possibilidade do aproveitamento

campo financeiro, que conhecia bem,

fazer em bem do país. Sobre as prá ticas cauterizadas pelo verbo de fogo de Peixoto passaram revoluções e acordos,

Seguindo habilmente o plano que se

do nosso ferro c termina ligando tôdi

em virtude de funções que exercia na

essa urgente política econômica òs suas repercussões financeira e monetária, sô bre as quais se estende também como

Comissão de Finanças, evitando o ter reno difícil das teses econômicas e das

um douto, que era.

prometer sua orgulhosa autoridade. E não .se pode negar que, apreciado no

No dia .seguinte, 27 de novembro. Carlos Pci.xoto pronuncia o seu discurso que é, declaradamente, uma resposta

ao dc Calógeras.

Os dois deputados

mineiros se admiravam rcciprocameuto.

realidades estatísticas em que temia com

setor limitado em que o colocou, seu

sobre elaboração orçamentária é. das

ditadores e salvadores, Dasps e Dips, e a coisa fica tal e qual. Mas prossigamos, ou antes, prossiga Peixoto:

"Chegando do Senado voltam os pro jetos por êle emendados à Câmara e

discurso é tão notá

então é um verda

vel quanto o do ri val e amigo.

deiro delírio: os au

tores das ■ emendas

não há negar, mas não podia deixar de haver entre cies grande rivalidade. N.i Câmara ambos c.xprimiam o mais alto teor intelectual daquela geração políti

sem piedade a de elaboração orçamen

lhos

ca, ambos eram cercados de respeito,

tária,

ção em notáveis cór

mas suas personalidades não podiam ser mais diversas. . Peixoto era, ?ein dúvida, nm melhor c mais prestigioso político. Ca'ógoras, indubitàvelmcnte, um cérebro mais poderoso, e uma cultura geral e es pecializada muito mais ampla. Não queremos negar com isto a inteligência

das

ou as leituras de Peixoto, nem o prestí

gio de Calógeras.

Desejamos tao so

mente marcar os traços predominantes de cada qual.

Peixoto

sordem

da

a

rizando, por exem plo, grandes traba

nossa

insensatez

de

desobstm-

regos das suas al

prodigalidades,

o absurdo das dis

deias, vendo corta

cussões

das pelo Senado tão legítimas aspirações,

sem

méto

do nem critério, a

entrara em verda deira cólera e verifi

competição demagó

gica de

dos criadores despesas

cam

mais

Aqui estão algumas

't

das expressões cor

' j

com

voltairianas,

que

não ser real

mente esta a Repú-

ou menos eleitorais.

tantes,

Com seu feitio direto, autoritário, al

confederadas, auto

martela

Peixoto

plica dos seus sonhos.

Nesse

mo-

I

manto ninguém mais

!

se entende". E, em

! ,

fundo cada relator defende sinceramen-

1

te o aumento de

outro ponto: "No

go desdenhoso, feitio que os reveses

fustiga a prática or

partidários e até o ostracismo não tinham conseguido atenuar, porque fazia p:u"te da

çamentária:

sua maneira de ser, Peixoto declara logo

conduziam ao desastre. Chama a aten

organizados pela Câ

que vai responder a Calógeras, defen

mara, e carregados

despesa na sua pasta

ção para a concorrência dos similares,

dendo o Govêmo. Aliás, foi sempre mais ou menos esta a sua linha política. Era um homem da ordem, da autorida

de bilhetes eleitorais'

e está pronto a re

mo a sobrecarga de imposto de expoctação e o aumento artificial dos preços

quanto ao café, enquanto que a borra cha era também levada de vencida pela

"Depois de assim

aos seus

duzir violentamente a despesa nas demais e, em meio dessa luta, vê-se uma figura

Mas com uma tal j

campanários, vão afinal os orçamentos para o Senado, onde só chegam à un-

sos, em defesa dos governos, desde o.s I

décima hora". Eis o que, sem tirar nem pôr, está ocorrendó neste ano da graça

cessidade da instalação dos frigoríficos

tempos da Assembléia Estadual mineira, í

tuação orçamentária, quem assistiu, à

dão a impressão de que o Govêmo| é

de 1948, no momento em que copia

para ampliação da nossa indústria de

luta dramática do sr. Horácio Lafer ten

cam€S; 5U§tenta a viabilidade da cul

que lhe era subordinado...

mos estas linhas. E eis o que ainda mais nos convence de que uma lei geral

sua concorrente oriental".

E por aí continua, como se estivesse desvendando o futuro.

Defende a ne

de, do Govêmo.

altivez se comportava, que seus discur-|

i

enviados

pelos

deputados

resignada — a do Relator da Receita".

Quem ler hoje o brilhante voto do sr. Fernando Nóbrega sôbre a atjial si

tando inutilmente montar guarda aos


Dicesto

alados milhões, que, como as pombas

Econômico

na parede da nossa história parlamentar,

de Raimundo, abandonam os cofres do

bigodes em riste. punhos duros, a censu

Estado ruflando as penas de ouro em

ra a saltar dos lábios honrados.

busca do azul perdulário dos aumentos, não pode deixar de sorrir um pouco me-

pálidas figuras mineiras aquele verso

lancòlicamente para o vc'ho Calógeras e o velho Peixoto, cujos" retratos pendem

A indústria da eletricidade em Minas

Temos vontade dt? sorrir e lembrar às consolador de Manuel Bandeira:

Osório da Rocha Diniz

(Autor de *'A política aue convém ao Brasil" e "O Brasil em face dos

impcrialismos modernos", ambos da Coleção "Brasiliana")

*Tão

Brasil"...

KVOLuçÃo da indústria de ele

cia instalada só na usina de Cubatão,

tricidade em

em 1942, tinha o total de 380.000 HP.

Minas mostra,

claramente, que essa ativi

Com tamanha abundância de energia

dade, se bem que tenha cres

elétrica nas suas proximidades, não é

cido horizontalmente, aumen

de se admirar o notável surto industrial

tando sempre o número de

das cidades de São Paulo e Santo André, pois uma das condições básicas para o estabelecimento de tôda e qualquer in-:

instalações e de usinas, está

muito longe de ter atingido um grau f

d© desenvolvimento de acôrdo com as

dústria é a abundância e barateza da

nossas necessidades de energia elétrica, com as exigências de nosso progresso e

energia motora disponível.

com as possibilidades que se apresen

consumo que êle faz de energia, é fá

nível em São Paulo, a concentração das usinas, das empresas, e a racionalização do sistema de transmissão e distribui ção — uma só emprêsa ou grande usina servindo a vários municípios, com as

cil avaliar-se como estamos distantes do

usinas e redes de transmissão e de dis

máximo a que poderemos atingir.

tribuição entrelaçadas, mesmo quando pertencendo a várias entidades - per

tam ao seu desenvolvimento.

Como se mede, hoje, o grau de pro

gresso e de civilização de um povo pelo Se

a captação das fontes de energia elé

trica, no Brasil, foi aumentando pro gressivamente até atingir, em 31 de de zembro de 1942, 1.230.965 kw, cabem dêste total 211.670 kw às centrais tér micas e 1.019.195 kw às centrais hidráu

licas.

Cumpre não nos esquecermos,

porém, de que a maior parte dessa energia se concentra nas duas maiores

cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo, donde lhes advém maior pres tígio como centros industriais.

O Es

tado de São Paulo é o que possüi

A circulação de papel-inoeda e as reservas do Banco de Portugal chegaram ao ponto mais baixo do ano no dia 23 de junho, sofrendo uma cTlmínuição de 1.424.365.000 escudos até alcançar o nívef (Jc 5.487.258.000 escudos. o decréscirno nwior 86 ÜGHfica nos depósitos e conta.s correntes, que inüStiOm iinui diminuição de 1.057.077.000 e.-icudos. A circulação de papel-moeda baixou em 367.288.000 escudos.

Mas, além

da maior quantidade de energia dispo

maior potência instalada, num total de

mitem não só um ser-iço mais eficiente, mais barato, mais seguro e mais remu-

nerador a essa indústria do que se en contra em Minas Gerais.

Foi certamente por êsse motivo, isto é, pelo fato de ainda estarmos com a maio

ria das nossas instalações de suprimen to de energia elétrica quase em estado embrionário, como elementos pioneiros ou desbravadores, que as emprêsas es trangeiras que fizeram a aquisição em massa, de quase tôdas as grandes usi

575.863 kw ou 56% do total nacional,

nas do Brasil, iniciando êsse movimento

e dêste as usinas hidrelétricas entram

em São Paulo, em 1927, ainda não

com 542.083 kw. Cíimpro Tiotar que. pflra êsse total, uma meia dúzia (lo usina.s perfazem mais de 80% e a potên

exceto quanto à sua Capital.

resolveram vir até ao Estado de Minas,

Para S6 flva'íur o potencial de nego-


Dicesto

alados milhões, que, como as pombas

Econômico

na parede da nossa história parlamentar,

de Raimundo, abandonam os cofres do

bigodes em riste. punhos duros, a censu

Estado ruflando as penas de ouro em

ra a saltar dos lábios honrados.

busca do azul perdulário dos aumentos, não pode deixar de sorrir um pouco me-

pálidas figuras mineiras aquele verso

lancòlicamente para o vc'ho Calógeras e o velho Peixoto, cujos" retratos pendem

A indústria da eletricidade em Minas

Temos vontade dt? sorrir e lembrar às consolador de Manuel Bandeira:

Osório da Rocha Diniz

(Autor de *'A política aue convém ao Brasil" e "O Brasil em face dos

impcrialismos modernos", ambos da Coleção "Brasiliana")

*Tão

Brasil"...

KVOLuçÃo da indústria de ele

cia instalada só na usina de Cubatão,

tricidade em

em 1942, tinha o total de 380.000 HP.

Minas mostra,

claramente, que essa ativi

Com tamanha abundância de energia

dade, se bem que tenha cres

elétrica nas suas proximidades, não é

cido horizontalmente, aumen

de se admirar o notável surto industrial

tando sempre o número de

das cidades de São Paulo e Santo André, pois uma das condições básicas para o estabelecimento de tôda e qualquer in-:

instalações e de usinas, está

muito longe de ter atingido um grau f

d© desenvolvimento de acôrdo com as

dústria é a abundância e barateza da

nossas necessidades de energia elétrica, com as exigências de nosso progresso e

energia motora disponível.

com as possibilidades que se apresen

consumo que êle faz de energia, é fá

nível em São Paulo, a concentração das usinas, das empresas, e a racionalização do sistema de transmissão e distribui ção — uma só emprêsa ou grande usina servindo a vários municípios, com as

cil avaliar-se como estamos distantes do

usinas e redes de transmissão e de dis

máximo a que poderemos atingir.

tribuição entrelaçadas, mesmo quando pertencendo a várias entidades - per

tam ao seu desenvolvimento.

Como se mede, hoje, o grau de pro

gresso e de civilização de um povo pelo Se

a captação das fontes de energia elé

trica, no Brasil, foi aumentando pro gressivamente até atingir, em 31 de de zembro de 1942, 1.230.965 kw, cabem dêste total 211.670 kw às centrais tér micas e 1.019.195 kw às centrais hidráu

licas.

Cumpre não nos esquecermos,

porém, de que a maior parte dessa energia se concentra nas duas maiores

cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo, donde lhes advém maior pres tígio como centros industriais.

O Es

tado de São Paulo é o que possüi

A circulação de papel-inoeda e as reservas do Banco de Portugal chegaram ao ponto mais baixo do ano no dia 23 de junho, sofrendo uma cTlmínuição de 1.424.365.000 escudos até alcançar o nívef (Jc 5.487.258.000 escudos. o decréscirno nwior 86 ÜGHfica nos depósitos e conta.s correntes, que inüStiOm iinui diminuição de 1.057.077.000 e.-icudos. A circulação de papel-moeda baixou em 367.288.000 escudos.

Mas, além

da maior quantidade de energia dispo

maior potência instalada, num total de

mitem não só um ser-iço mais eficiente, mais barato, mais seguro e mais remu-

nerador a essa indústria do que se en contra em Minas Gerais.

Foi certamente por êsse motivo, isto é, pelo fato de ainda estarmos com a maio

ria das nossas instalações de suprimen to de energia elétrica quase em estado embrionário, como elementos pioneiros ou desbravadores, que as emprêsas es trangeiras que fizeram a aquisição em massa, de quase tôdas as grandes usi

575.863 kw ou 56% do total nacional,

nas do Brasil, iniciando êsse movimento

e dêste as usinas hidrelétricas entram

em São Paulo, em 1927, ainda não

com 542.083 kw. Cíimpro Tiotar que. pflra êsse total, uma meia dúzia (lo usina.s perfazem mais de 80% e a potên

exceto quanto à sua Capital.

resolveram vir até ao Estado de Minas,

Para S6 flva'íur o potencial de nego-


Digesto Econômico

Dictaro Eco.NÓNflCO

98

99

cios que a indústria de eletricidade nos

bretudo, desse anseio de progresso que

Power Co.", com o desvio do Rio Pa

poderá fornecer e quanto nosso progres so depende do incremento que dermos a

vem cletrizando tôda a Nação".

raíba, aumentará a potência da usina de Ribeirão das Lages em mais 136.000

essa indústria, os dados que extraímos do Boletim n.° 16, do Departamento Estadual de Estatística, referentes a 1940, dizem-nos o seguinte: A despeito de ler sido instalada no Estado de Minas Gerais, em 1889, a

gresso mais do que tudo que podemos responsabilizar pelo grande nimmro de pequeníssimas usinas que constituem a

primeira emprôsa destinada à explora

ção da eletricidade, no município de Juiz de Fora, o avanço que a estatísti ca registra dove constituir motivo de

vitalidade, de vigor, de iniciativa e, so

É, realmente, a esse anseio de pro

característica dominante da indústria de eletricidade cm Minas.

Em 1940, 321

empresas do eletricidade, das quais 298 tinham sedo cm nosso território e 23

em outros Estados, ser\ iam a Minas Ge

rais. O capital investido nessa indústria, em 1940, atingiu a 226.962:144$000. decomposto nas parcelas seguintes:

Emprêsas com sede no Estado

124.213:866§000

Emprêsas com sede em outros Estados

102.748:278$000

O pessoal empregado nessa indústria

contava-se por 2.560 pessoas, das quais 2.130 trabalhavam nas emprêsas com sede no Estado. As emprêsas em aprêço mantinham 353 usinas em funcio

namento, das quais 25 eram térmicas, 326 hidráulicas e 2 mistas. Dessas usi nas 314 eram instaladas em Minas e 39

em outros Estados. A potência produ zida pelas turbinas era de 157.529 HP e

a oriunda dos geradores era expressa em 113.902 kw. As emprêsas em aprêço forneciam energia elétrica a 270 cidades, a 240 vilas e a 96 povoados, fazendas etc., perfazendo o total de 606 loca lidades.

Do total de energia elétrica produzida destinavam-se à força motriz 21.377 HP

possibilidades reservadas ao Estado de

Com a ligação dos sistemas elétricos

de São Paulo e do Rio de Janeiro, por 331 quilômelTos e de 230.000 volts,

Eletricidade, de capacidade final para 18.000 HP, e.xistem sobras para se ins

uma notável mellioria no suprimento de

talarem algumas indústrias.

meio de

uma linha de transmissão de

energia elétrica nos dois maiores centros industriais do país será conseguida. Êstes fatos dão bem uma idéia de co

mo uma racionalização no sentido da

e 1.934.000 kw.

Cumpre notarmos que as falhas ve

rificadas, quanto à falta de centraliza ção e de racionalização de nossa indus tria têxtil, quase que se repetem para En

quanto só a usina de Cubatão, em SSo Paulo, produzia, em 1940, 380.000 ca valos, e as duas usinas que suprem o

Rio de Janeiro, isto é, a usina da ilha dos Pombos, com 120.000 HP e a de Ribei rão das Lages, com 70.000 HP, perfa zem 190.000 I-IP, todas as 353 usinas

que suprem Minas Gerais não totaliza nos de metade do total produzido por uma só usina de São Paulo ou ainda

Minas, em relação à indústria de ele tricidade, é bastante dizer que o seu po

inferior ao total produzido pelas duas usinas que abastecem o Rio de Janei-

tencial hidráulico é estimado em

4.346.800 kw, cujo vulto toma as devi

A regra geral é a penúria de energia elétrica em tôdas as comunidades minei ras. Tanto em Belo Horizonte — onde

de suas reservas de água e da maior

não se pode aumentar o número de bondes por falta de fôrça e não se consegue ligar, sem dificuldades e em penhes, um motor elétrico ou um fo

utilização da energia elétrica precisa ser

gão, uma vez que a capacidade das

ligação, de aumento de sua potência e

vam senão 157.529 HP, número de me

Para melhor se aquilatar das grandes

está sendo instalada cm Cubatão.

centralização das usinas, de sua inter

das proporções quando confrontado com o potencial relativo aos Estados de São Paulo e Paraná, que se acham no se gundo e no terceiro lugar do total na cional, respectivamente, com 1.940.800

com a indústria de eletricidade.

kw, e uma nova unidade de 72.CQ0 kw !

está muito difundido, tem sido árduo, mas muito menos produtivo. Em Minas, apenas na Cidade Indus trial, com a usina do Gafanhoto (23.000 HP), constmída pelo governo mineiro, em Dirinópolis, e em Uberlândia, com a usina construída pela Cia. Prada de

feita em Minas. Mas, também o fato de

usinas que suprem a Capital de Minas

que do total de 157.529 HP instalados

se acham esgotadas — como em quase todos os principais centros de Minas,

em tôdas as usinas dc Minas Gerais, se destinavam à fôrça motriz APENAS

em Juiz de Fora, Lavras, Conselheiro

21.377 HP, bem demonstra como é pe

Lafaiete, Caeté, Varginha, Divinópolis,

queno o índice de nosso desenvolvi

Teófilo Otoni, Covemador Valadares e

Sabará, a situação, quanto à energia

mento industrial.

Se acrescentarmos que, mesmo do to

elétrica para novas indústrias, é de fal

tal da energia elétrica instalada em Mi

ta absoluta ou de escassez.

nas, este se concentra em poucas ins

mente, em Minas, fora da Cidade In

Presente

talações maiores que suprem Belo Ho

dustrial, próxima a Belo Horizonte, e

rizonte

Lima

com excessão de Uberlândia ou Bam-

(19.751 HP), Juiz de Fora (10.000 HP), a rede da Cia. Fôrça e Luz Cata-

buí, quem quiser instalar indústrias que utilizem mais de 200 HP tem que cons

guazes — Leopoldina (4.560 HP), a Cia.

truir suas próprias usinas.

(22.910

Carbureto de

HP),

Nova

Cálcio, em Barbacena,

(10.250 HP), as usinas da Cia. Side

rúrgica

Belgo-

Mineira (16.200

PIP) e as insta lações da Industrial

Mineira

Cia. Sul

(9.020

A fim de que nós, mineiros, possamos apreciar como o desenvolrimento indus

trial de um po vo acompanha o

do suprimento de energia elé trica, e os nor te-americanos sà-

HP)—salta à evi

biamente

rol... As obras que estão sendo exe

dência

o

mam que "a co-

cutadas pela "Rio de Janeiro Light &

trabalho mineiro

munity^grows as

como

afir


Digesto Econômico

Dictaro Eco.NÓNflCO

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cios que a indústria de eletricidade nos

bretudo, desse anseio de progresso que

Power Co.", com o desvio do Rio Pa

poderá fornecer e quanto nosso progres so depende do incremento que dermos a

vem cletrizando tôda a Nação".

raíba, aumentará a potência da usina de Ribeirão das Lages em mais 136.000

essa indústria, os dados que extraímos do Boletim n.° 16, do Departamento Estadual de Estatística, referentes a 1940, dizem-nos o seguinte: A despeito de ler sido instalada no Estado de Minas Gerais, em 1889, a

gresso mais do que tudo que podemos responsabilizar pelo grande nimmro de pequeníssimas usinas que constituem a

primeira emprôsa destinada à explora

ção da eletricidade, no município de Juiz de Fora, o avanço que a estatísti ca registra dove constituir motivo de

vitalidade, de vigor, de iniciativa e, so

É, realmente, a esse anseio de pro

característica dominante da indústria de eletricidade cm Minas.

Em 1940, 321

empresas do eletricidade, das quais 298 tinham sedo cm nosso território e 23

em outros Estados, ser\ iam a Minas Ge

rais. O capital investido nessa indústria, em 1940, atingiu a 226.962:144$000. decomposto nas parcelas seguintes:

Emprêsas com sede no Estado

124.213:866§000

Emprêsas com sede em outros Estados

102.748:278$000

O pessoal empregado nessa indústria

contava-se por 2.560 pessoas, das quais 2.130 trabalhavam nas emprêsas com sede no Estado. As emprêsas em aprêço mantinham 353 usinas em funcio

namento, das quais 25 eram térmicas, 326 hidráulicas e 2 mistas. Dessas usi nas 314 eram instaladas em Minas e 39

em outros Estados. A potência produ zida pelas turbinas era de 157.529 HP e

a oriunda dos geradores era expressa em 113.902 kw. As emprêsas em aprêço forneciam energia elétrica a 270 cidades, a 240 vilas e a 96 povoados, fazendas etc., perfazendo o total de 606 loca lidades.

Do total de energia elétrica produzida destinavam-se à força motriz 21.377 HP

possibilidades reservadas ao Estado de

Com a ligação dos sistemas elétricos

de São Paulo e do Rio de Janeiro, por 331 quilômelTos e de 230.000 volts,

Eletricidade, de capacidade final para 18.000 HP, e.xistem sobras para se ins

uma notável mellioria no suprimento de

talarem algumas indústrias.

meio de

uma linha de transmissão de

energia elétrica nos dois maiores centros industriais do país será conseguida. Êstes fatos dão bem uma idéia de co

mo uma racionalização no sentido da

e 1.934.000 kw.

Cumpre notarmos que as falhas ve

rificadas, quanto à falta de centraliza ção e de racionalização de nossa indus tria têxtil, quase que se repetem para En

quanto só a usina de Cubatão, em SSo Paulo, produzia, em 1940, 380.000 ca valos, e as duas usinas que suprem o

Rio de Janeiro, isto é, a usina da ilha dos Pombos, com 120.000 HP e a de Ribei rão das Lages, com 70.000 HP, perfa zem 190.000 I-IP, todas as 353 usinas

que suprem Minas Gerais não totaliza nos de metade do total produzido por uma só usina de São Paulo ou ainda

Minas, em relação à indústria de ele tricidade, é bastante dizer que o seu po

inferior ao total produzido pelas duas usinas que abastecem o Rio de Janei-

tencial hidráulico é estimado em

4.346.800 kw, cujo vulto toma as devi

A regra geral é a penúria de energia elétrica em tôdas as comunidades minei ras. Tanto em Belo Horizonte — onde

de suas reservas de água e da maior

não se pode aumentar o número de bondes por falta de fôrça e não se consegue ligar, sem dificuldades e em penhes, um motor elétrico ou um fo

utilização da energia elétrica precisa ser

gão, uma vez que a capacidade das

ligação, de aumento de sua potência e

vam senão 157.529 HP, número de me

Para melhor se aquilatar das grandes

está sendo instalada cm Cubatão.

centralização das usinas, de sua inter

das proporções quando confrontado com o potencial relativo aos Estados de São Paulo e Paraná, que se acham no se gundo e no terceiro lugar do total na cional, respectivamente, com 1.940.800

com a indústria de eletricidade.

kw, e uma nova unidade de 72.CQ0 kw !

está muito difundido, tem sido árduo, mas muito menos produtivo. Em Minas, apenas na Cidade Indus trial, com a usina do Gafanhoto (23.000 HP), constmída pelo governo mineiro, em Dirinópolis, e em Uberlândia, com a usina construída pela Cia. Prada de

feita em Minas. Mas, também o fato de

usinas que suprem a Capital de Minas

que do total de 157.529 HP instalados

se acham esgotadas — como em quase todos os principais centros de Minas,

em tôdas as usinas dc Minas Gerais, se destinavam à fôrça motriz APENAS

em Juiz de Fora, Lavras, Conselheiro

21.377 HP, bem demonstra como é pe

Lafaiete, Caeté, Varginha, Divinópolis,

queno o índice de nosso desenvolvi

Teófilo Otoni, Covemador Valadares e

Sabará, a situação, quanto à energia

mento industrial.

Se acrescentarmos que, mesmo do to

elétrica para novas indústrias, é de fal

tal da energia elétrica instalada em Mi

ta absoluta ou de escassez.

nas, este se concentra em poucas ins

mente, em Minas, fora da Cidade In

Presente

talações maiores que suprem Belo Ho

dustrial, próxima a Belo Horizonte, e

rizonte

Lima

com excessão de Uberlândia ou Bam-

(19.751 HP), Juiz de Fora (10.000 HP), a rede da Cia. Fôrça e Luz Cata-

buí, quem quiser instalar indústrias que utilizem mais de 200 HP tem que cons

guazes — Leopoldina (4.560 HP), a Cia.

truir suas próprias usinas.

(22.910

Carbureto de

HP),

Nova

Cálcio, em Barbacena,

(10.250 HP), as usinas da Cia. Side

rúrgica

Belgo-

Mineira (16.200

PIP) e as insta lações da Industrial

Mineira

Cia. Sul

(9.020

A fim de que nós, mineiros, possamos apreciar como o desenvolrimento indus

trial de um po vo acompanha o

do suprimento de energia elé trica, e os nor te-americanos sà-

HP)—salta à evi

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rol... As obras que estão sendo exe

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o

mam que "a co-

cutadas pela "Rio de Janeiro Light &

trabalho mineiro

munity^grows as

como

afir


100

Orr.ESTO

EcoNÓxnco

Digesto

Econômico

101

E' imperiosa a necessidade de se

itE eletrical services grows", convém

lenha de 2.000 HP. cm 1929 dois moto

remos dc vencer a fim de nos tomar

que se compare o crescer da quantidade

res Dicsel, c em 1947 ficou parcialmen

mos um grande centro industrial. Cum

centralizar a nossa indústria de eletrici

de fôrça que supre as indústrias de São

te terminada a n.sina de Peli, que adi

pre ainda notar que, se bem que as

cionou 13.000 HP ao conjunto.

usinas atuais que suprem a no.ssa lin da Capital forneçam 34.6t)0 cavalos,

dade, anipliando-se o tamanho das usi nas a fim de que possam produzir ba

Paulo — fator básico da industrializa

ção da Capital bandeirante e que lhe possibilitou tomar-se o maior centro in

dustrial do Brasil — com o que ocorre

O crescimento da quantidade de ener gia elétrica cm Belo Horizonte operou-

se da seguinte maneira: em 1897 era

rato e tenham custo inicial reduzido,

nem tôda c.s,sa energia .se destina a Be-' por unidade, e que se entrelacem as usi

Io Horizonte; grande parte dela pode

nas e linhas de transmissão, à seme

ria ser consumida sem aqui chegar,

unidades de 300 k\v, cada uma; até 1911

desde que se desenvolvam algumas in

lhança do que fizeram outros países. Isto já os norte-americanos fizeram nos

dústrias mais próximas de Peti, em Ita-

Estados do Brasil, onde adquiriram as

que, em 1900, existiam instalados me

a usina do Rio de Pedras funcionava a serviço de Bolo Horizonte, com a ca

bira. Santa Bárbara. Barão dc Cocais.

melhore.s e mais lucrativas instalações,

nos de 1.000 cavalos; em 1901 três turbinas de 1.550 cavalos foram instala

pacidade de 1.800 kw, dividida em três

Caeté e Sabará.

que tinham atingido um desenvolrimen-

em Belo Horizonte.

Para apreciar-se o crescimento da ci

dade de São Paulo cumpre observar

das, acionando geradores elétricos que eram dos maiores daquela época; cm 1910 estavam aumentadas as instalações

para 27.000 cavalos; em 1920 para 85.500 cavalos; em 1925 para 148.000; em fins de 1926 existiam instalados 228.000 cavalos e em 1945, 480.000 ca valos.

Da mesma forma foram crescendo as reservas de água armazenadas, elemen

inaugurada a usina de Freitas, com suas

unidades dc 600 kw cada uma. Nesse

ano entrou a funcionar a usina a gás

pobre, com uma potência de 780 ksv obtida em dois geradores dc 390 kw ca da um. De 1911 a 1947 a capacidade das usinas que suprem Belo Horizon te aumentou de 3.180 para 24.700 kw ou sejam 34.600 ca\'alos. Isto significa que — comparativamen te ás cidades norte-americanas, como por

to que a experiência tem demonstrado

exemplo Atlanta, capital do Estado da Geórgia, que não é das mais industriais

ser tão essencial devido ao clima va riável do Brasil. Em 1908 não existiam reservas; depois estabeleceram uma

c possuía já em 1923 88.000 cavalos à sua disposição — estamos num grande atraso quanto ao elemento básico dessa

equivalente a 7.500 kw-hora, que foi aumentada para 110.000.000 em 1913,

nossa civilização atual, que é uma civi lização "ferrada o eletrificada".

120.000.000 em 1926, 1.030.000.000 ení

Mesmo comparativamente à potência

1939 6 1.450.000.000 kw-hora, em 1945,

existente em São Pau'o, que totalizava

quando todos os reservatórios do Alto da Serra, de Santos, foram concluídos.

em 1919 27.000 cavalos, vê-se que a posição de Belo Horizonte quanto ao su

Enquanto assim cresceu a potência das usinas que abastecem a Paulicéia, Belo

primento de energia elétrica é calamito sa, e isto sobressairá ainda mais se le

Horizonte permaneceu com as insta'a-

varmos em conta o falo de que, pràti-

çÕes térmicas de emergência a funcio nar, porque as usinas hidre'étricas de Rio' de Pedras e de Freitas não são su

camente, consumimos energia para ilu minação e bondes na maior parte.

Em face dos 480.000 HP disponí

ficientes; continua sem reservas para

veis, em São Paulo, em 1945, os 22.910

contrabalançar os efeitos dos estios; con tinua, pràtícamente, a ter o seu futuro tolhido por falta de fôrça. Nestes últi mos 15 anos foi instalada uma usina a

HP, sem reservas de emergência e para

os estios, com que Belo Horizonte podia contar, representam em verdade muito pouco e provam as dificuldades que te-

Não obstante a maior potência das

to tal que esta\'am apenas necessitando

u.sina.s do Estado de São Pau'o e do Es

de maior capital e de técnica mais aper

tado do Rio de Janeiro, o número de

feiçoada a fim de mais render e melhor

empresas qtic exploravam a indústria

servir às respectivas coletiridades.

de eletricidade era de 256 em Minas

Padronizar as ciclagens e voltagens,

Gerais, 106 cm São Paulo e 62 no Rio

uniformizar o material das instalações

dc Janeiro, já cm 1929.

tanto quanto possível, organizar e cen tralizar as contabilidades, procurando

Uma vez que

nós brasileiros teremos que alicerçar

que se estudem, minuciosamente, todos

fazer com que tenhamos uma indústria de eletricidade eficiente, racionalizada, moderna e em mãos nacionais, é uma

os empecilhos, todas as formas de impe-

tarefa grandiosa que, certamente, nós

x-ialismos e todas as influências que têm dificultado a nossa expansão nessa in

mineiros já estamos à altura de desem penhar.

dústria, e que se inicie uma política ob jetiva, urgente e continuada, no sentido de maior utilização e captação de nos sas possibilidades hidrelétricas.

to possível, as taxas tenham a mínima

na eletricidade todo o nosso desenvolvi

mento industrial e "ferroviário, cumpre

E' nessa fonte de energia, uma vez que o petróleo nacional apenas se es boça em sua exploração e o carvão-de-

pedra do Sul mal chega para a nossa

Também,fazer-se com que, tanto quan oscilação dentro do Estado, que os ser viços sejam realmente eficientes, que certas e determinadas indústrias gozem de taxas preferenciais ou muito baixas,

como a siderurgia, a indústria química

dustrial e a nossa defesa militar terão

e de adubos sintéticos, tão necessária à recuperação da fertilidade de nos sas terras já cansadas; planejarem-se os futuros aproveitamentos industriais do

que se apoiar. E, por isso, é urgente que se intensifique por todos os meios e mo

Estado de acôrdo com as disponibilida des potenciais de energia para as indús

siderurgia cm aurora, que a nossa eman cipação econômica, o nosso poderio in

dos o aproveitamento dos mananciais

trias e os transportes; prè-traçar a lo

disponíveis em nosso Estado; que se con vença de uma vez por todas de que o nosso progresso e bem-estar dependem desses aproveitamentos.

calização dos centros industriais de Mi

nas Gerais, à semelhança do que foi executado na Cidade Industrial, nas pro ximidades de Belo Horizonte — tudo


100

Orr.ESTO

EcoNÓxnco

Digesto

Econômico

101

E' imperiosa a necessidade de se

itE eletrical services grows", convém

lenha de 2.000 HP. cm 1929 dois moto

remos dc vencer a fim de nos tomar

que se compare o crescer da quantidade

res Dicsel, c em 1947 ficou parcialmen

mos um grande centro industrial. Cum

centralizar a nossa indústria de eletrici

de fôrça que supre as indústrias de São

te terminada a n.sina de Peli, que adi

pre ainda notar que, se bem que as

cionou 13.000 HP ao conjunto.

usinas atuais que suprem a no.ssa lin da Capital forneçam 34.6t)0 cavalos,

dade, anipliando-se o tamanho das usi nas a fim de que possam produzir ba

Paulo — fator básico da industrializa

ção da Capital bandeirante e que lhe possibilitou tomar-se o maior centro in

dustrial do Brasil — com o que ocorre

O crescimento da quantidade de ener gia elétrica cm Belo Horizonte operou-

se da seguinte maneira: em 1897 era

rato e tenham custo inicial reduzido,

nem tôda c.s,sa energia .se destina a Be-' por unidade, e que se entrelacem as usi

Io Horizonte; grande parte dela pode

nas e linhas de transmissão, à seme

ria ser consumida sem aqui chegar,

unidades de 300 k\v, cada uma; até 1911

desde que se desenvolvam algumas in

lhança do que fizeram outros países. Isto já os norte-americanos fizeram nos

dústrias mais próximas de Peti, em Ita-

Estados do Brasil, onde adquiriram as

que, em 1900, existiam instalados me

a usina do Rio de Pedras funcionava a serviço de Bolo Horizonte, com a ca

bira. Santa Bárbara. Barão dc Cocais.

melhore.s e mais lucrativas instalações,

nos de 1.000 cavalos; em 1901 três turbinas de 1.550 cavalos foram instala

pacidade de 1.800 kw, dividida em três

Caeté e Sabará.

que tinham atingido um desenvolrimen-

em Belo Horizonte.

Para apreciar-se o crescimento da ci

dade de São Paulo cumpre observar

das, acionando geradores elétricos que eram dos maiores daquela época; cm 1910 estavam aumentadas as instalações

para 27.000 cavalos; em 1920 para 85.500 cavalos; em 1925 para 148.000; em fins de 1926 existiam instalados 228.000 cavalos e em 1945, 480.000 ca valos.

Da mesma forma foram crescendo as reservas de água armazenadas, elemen

inaugurada a usina de Freitas, com suas

unidades dc 600 kw cada uma. Nesse

ano entrou a funcionar a usina a gás

pobre, com uma potência de 780 ksv obtida em dois geradores dc 390 kw ca da um. De 1911 a 1947 a capacidade das usinas que suprem Belo Horizon te aumentou de 3.180 para 24.700 kw ou sejam 34.600 ca\'alos. Isto significa que — comparativamen te ás cidades norte-americanas, como por

to que a experiência tem demonstrado

exemplo Atlanta, capital do Estado da Geórgia, que não é das mais industriais

ser tão essencial devido ao clima va riável do Brasil. Em 1908 não existiam reservas; depois estabeleceram uma

c possuía já em 1923 88.000 cavalos à sua disposição — estamos num grande atraso quanto ao elemento básico dessa

equivalente a 7.500 kw-hora, que foi aumentada para 110.000.000 em 1913,

nossa civilização atual, que é uma civi lização "ferrada o eletrificada".

120.000.000 em 1926, 1.030.000.000 ení

Mesmo comparativamente à potência

1939 6 1.450.000.000 kw-hora, em 1945,

existente em São Pau'o, que totalizava

quando todos os reservatórios do Alto da Serra, de Santos, foram concluídos.

em 1919 27.000 cavalos, vê-se que a posição de Belo Horizonte quanto ao su

Enquanto assim cresceu a potência das usinas que abastecem a Paulicéia, Belo

primento de energia elétrica é calamito sa, e isto sobressairá ainda mais se le

Horizonte permaneceu com as insta'a-

varmos em conta o falo de que, pràti-

çÕes térmicas de emergência a funcio nar, porque as usinas hidre'étricas de Rio' de Pedras e de Freitas não são su

camente, consumimos energia para ilu minação e bondes na maior parte.

Em face dos 480.000 HP disponí

ficientes; continua sem reservas para

veis, em São Paulo, em 1945, os 22.910

contrabalançar os efeitos dos estios; con tinua, pràtícamente, a ter o seu futuro tolhido por falta de fôrça. Nestes últi mos 15 anos foi instalada uma usina a

HP, sem reservas de emergência e para

os estios, com que Belo Horizonte podia contar, representam em verdade muito pouco e provam as dificuldades que te-

Não obstante a maior potência das

to tal que esta\'am apenas necessitando

u.sina.s do Estado de São Pau'o e do Es

de maior capital e de técnica mais aper

tado do Rio de Janeiro, o número de

feiçoada a fim de mais render e melhor

empresas qtic exploravam a indústria

servir às respectivas coletiridades.

de eletricidade era de 256 em Minas

Padronizar as ciclagens e voltagens,

Gerais, 106 cm São Paulo e 62 no Rio

uniformizar o material das instalações

dc Janeiro, já cm 1929.

tanto quanto possível, organizar e cen tralizar as contabilidades, procurando

Uma vez que

nós brasileiros teremos que alicerçar

que se estudem, minuciosamente, todos

fazer com que tenhamos uma indústria de eletricidade eficiente, racionalizada, moderna e em mãos nacionais, é uma

os empecilhos, todas as formas de impe-

tarefa grandiosa que, certamente, nós

x-ialismos e todas as influências que têm dificultado a nossa expansão nessa in

mineiros já estamos à altura de desem penhar.

dústria, e que se inicie uma política ob jetiva, urgente e continuada, no sentido de maior utilização e captação de nos sas possibilidades hidrelétricas.

to possível, as taxas tenham a mínima

na eletricidade todo o nosso desenvolvi

mento industrial e "ferroviário, cumpre

E' nessa fonte de energia, uma vez que o petróleo nacional apenas se es boça em sua exploração e o carvão-de-

pedra do Sul mal chega para a nossa

Também,fazer-se com que, tanto quan oscilação dentro do Estado, que os ser viços sejam realmente eficientes, que certas e determinadas indústrias gozem de taxas preferenciais ou muito baixas,

como a siderurgia, a indústria química

dustrial e a nossa defesa militar terão

e de adubos sintéticos, tão necessária à recuperação da fertilidade de nos sas terras já cansadas; planejarem-se os futuros aproveitamentos industriais do

que se apoiar. E, por isso, é urgente que se intensifique por todos os meios e mo

Estado de acôrdo com as disponibilida des potenciais de energia para as indús

siderurgia cm aurora, que a nossa eman cipação econômica, o nosso poderio in

dos o aproveitamento dos mananciais

trias e os transportes; prè-traçar a lo

disponíveis em nosso Estado; que se con vença de uma vez por todas de que o nosso progresso e bem-estar dependem desses aproveitamentos.

calização dos centros industriais de Mi

nas Gerais, à semelhança do que foi executado na Cidade Industrial, nas pro ximidades de Belo Horizonte — tudo


102

ÜICESTO

isso bem mostra o quanto de trabalho está à espera da iniciativa, dos capitais, da técnica e da operosidade dos minei

ECONÓ.\acX>

Rio de Janeiro c da sua escassez em Mi nas Gerais c, especialmente, em Belo Horizonte, não obstante* todo o progresso

que a Capital mineira tem registrado

ros.

Já fizemos notar que, à semelhança da maioria das nossas fábricas de te

cidos, as nossas indústrias em geral se caracterizam em pequenas empresas in dividuais ou em poucas sociedades anô nimas, em família. Modificar essa situa

ção,^ concentrar esforços, capitais e ini ciativas, e um trabalho que precisa ser

le\^do a efeito, propagando-se a socie

dade anônima para que um maior desen volvimento se caracterize em nossas in dústrias e, principalmente, na indústria

eletrica, e que esta possa adquirir, cm grandes concentrações, sob a forma de um único comprador, os materiais de que tanto precisa. Finalmente, a centra

lização num só órgão para o estudo dos apro veitamentos

hidrelétri

cos e das aquisições de materiais, tudo isso re sultará num surto mais intenso da indústria de

eletricidade, em Minas Gerais e no Brasil, don

de surgirá, também, a.

construção da maqui naria indispensável aos

aproveitamentos hidrelétricos .do país. Cumpre registrar-se que, se pràticaraente todas as usinas elétricas do Es tado de Minas Gerais ou mesmo do

nesses últimos anos, .se não cuidarmos,

.•■òriamentc, do nosso problema do abas tecimento de energia elétrica, a nossa si tuação continuará grave, notadamente com as novas indústrias já projetadas no Estado c com o próprio crescimento

dc Belo Horizonte, que está sendo verti ginoso no tocante às construções e cujo suprimento dc energia elétrica não tem nem de leve acompanhado o seu pro

103

Dicesto Econômico

no país fábricas de material elétrico que contrariem o interesse dos grandes

fornecedores mundiais, o nosso progres so, o nosso bem-estar, e a intensificação das demais atividades em Minas Gerais

contando com o aparecimento de gran des consumidores, como por exemplo, a Estrada de Feuo Central do Brasil, que

e

consumirá cerca de 3.000 kw.

no Brasil.

Uma coletividade cresce conforme os

serviços de energia elétrica de que dis põe e disto precisamos não nos esque

sive a de Peti, mas de qualquer forma não tem perspectivas de atingir uma si

iniciati\'as nacionais que visem a apro

tuação de folga nos abastecimentos da

veitar os 446.800 quilowats potenciais em Minas e dos quais menos de meio

Capital, e da zona que serve, em tem po razoável para pemiitir um progres

por cento estamos utilizando.

so substancial de consumo doméstico,

Além do cxpo.sto, do anteprojeto da

por se fazer na indústria elétrica, não obstante o brilhante caminhar e a mul

construção da Central Elétrica do Fe

cho do Funil, elaborado pelo governo do Estado, pelos Engenheiros Lucas Lo

comercial ou industrial.

São reais, positivos e oportunos os fatos acima enumerados e refletem uma

situação insofismável e que todos os be-

se dizer que o emprê-

pes e Décio de Vasconcelos, pode-se avaliar como são precárias as condi

go de capitais nessa íq, dústria só não tem

ções de suprimento de energia elétrica à Capital mineira, que é a cidade me

atraído os nossos capi

lhor servida do Estado; e como são de-

Visando a colaborar com os poderes pú blicos para solução do nosso problema de suprimento de energia elétrica, o Institu to Mineiro de Economia e Sociologia

talistas devido a uma le

salentadores os seus prognósticos no to cante à industrialização, como essas pa

nossos dirigentes as seguintes indicações

tiplicidade dc iniciativas arrojadas, podei

Naturalmente, tem a Companhia pla

nos de ampliação de suas usinas, inclu

cer, apoiando e estimulando* tôdas as

gresso.

Uma vez que em Minas tudo está

O-déficit provável para 1950 pode assim ser avaliado em S.OOO kw, não

gislação acanhada, adre

lorizontinos estão sentindo diàriamente.

apresentou

para

encaminhamento

aos

lavras que estão escritas no documen

por intermédio da 1 Reunião das Classes

ri a aos interesses nacio

to oficiah

Produtoras Mineiras:

nais,

"Não considerando a potência usinas das empresas industriais, nSo poderão atender à Capital muito tempo ainda, e deixando de

de

forj'ada

e

contrá

que limitou os

lucros dessa indústria e burocratizou a sua im

plantação e, também, por falta de cultura técnica que lhes pos sibilitasse capacitar devidamente do que nela pode ser encontrado.

Não será possível o progresso eletro técnico nacional enquanto tivermos uma

país estão com as suas capacidades es gotadas, pouca coisa se está fazendo vi sando a solucionar a crise de energia elétrica que é geral, tanto em nosso Es

to Eletrotécnico de Itaj'ubá e, mesmo assim, sem o devido amparo. . .

tado como em todo o Brasil.

side na prosperidade de nossa indús

Em face da quantidade de energia elétrica disponível em São Paulo e no

tria elétrica, na multiplicação e intensifi

só Escola de Eletricidade — o Institu

Podemos afirmar, entretanto, que re

cação dessa indústria, no radicarem-se

das que por lado

a potência instalada nas usinas instala

das a vapor e a gás pobre, que conso mem combustíveis caros e prejudicam seriamente o abastecimento de lenha e

carvão de Belo Horizonte, chega-se à

conclusão de que, antes de 1950,.pro vavelmente, a Cia. Força e Luz de Mi nas

Gerais

estará com as suas usinas

1 — Em face do atraso em que se encontra a indústria de eletrici

dade em Minas Gerais, não obs tante o elevado potencial hidre

létrico do Estado, c urgente que se delineie um programa niínimo e planejado de utilização e

eletrificação para o Estado de Minas Gerais.

2 — E imperiosa a necessidade de se concentrar a indústria de eletri

capacidade esgotada, pois dispõe de 18.000 kw para cobrir um consumo pro

cidade e què se construam gran des usinas, a fim de que se possa obter a energia elétrica a preços baixos, pois um dos pontos fra

vável de 21,200 kw.

cos da indústria de eletricidade

hidráulicas atuais e em construção (?) somadas ao Diesel de reserva, com sua


102

ÜICESTO

isso bem mostra o quanto de trabalho está à espera da iniciativa, dos capitais, da técnica e da operosidade dos minei

ECONÓ.\acX>

Rio de Janeiro c da sua escassez em Mi nas Gerais c, especialmente, em Belo Horizonte, não obstante* todo o progresso

que a Capital mineira tem registrado

ros.

Já fizemos notar que, à semelhança da maioria das nossas fábricas de te

cidos, as nossas indústrias em geral se caracterizam em pequenas empresas in dividuais ou em poucas sociedades anô nimas, em família. Modificar essa situa

ção,^ concentrar esforços, capitais e ini ciativas, e um trabalho que precisa ser

le\^do a efeito, propagando-se a socie

dade anônima para que um maior desen volvimento se caracterize em nossas in dústrias e, principalmente, na indústria

eletrica, e que esta possa adquirir, cm grandes concentrações, sob a forma de um único comprador, os materiais de que tanto precisa. Finalmente, a centra

lização num só órgão para o estudo dos apro veitamentos

hidrelétri

cos e das aquisições de materiais, tudo isso re sultará num surto mais intenso da indústria de

eletricidade, em Minas Gerais e no Brasil, don

de surgirá, também, a.

construção da maqui naria indispensável aos

aproveitamentos hidrelétricos .do país. Cumpre registrar-se que, se pràticaraente todas as usinas elétricas do Es tado de Minas Gerais ou mesmo do

nesses últimos anos, .se não cuidarmos,

.•■òriamentc, do nosso problema do abas tecimento de energia elétrica, a nossa si tuação continuará grave, notadamente com as novas indústrias já projetadas no Estado c com o próprio crescimento

dc Belo Horizonte, que está sendo verti ginoso no tocante às construções e cujo suprimento dc energia elétrica não tem nem de leve acompanhado o seu pro

103

Dicesto Econômico

no país fábricas de material elétrico que contrariem o interesse dos grandes

fornecedores mundiais, o nosso progres so, o nosso bem-estar, e a intensificação das demais atividades em Minas Gerais

contando com o aparecimento de gran des consumidores, como por exemplo, a Estrada de Feuo Central do Brasil, que

e

consumirá cerca de 3.000 kw.

no Brasil.

Uma coletividade cresce conforme os

serviços de energia elétrica de que dis põe e disto precisamos não nos esque

sive a de Peti, mas de qualquer forma não tem perspectivas de atingir uma si

iniciati\'as nacionais que visem a apro

tuação de folga nos abastecimentos da

veitar os 446.800 quilowats potenciais em Minas e dos quais menos de meio

Capital, e da zona que serve, em tem po razoável para pemiitir um progres

por cento estamos utilizando.

so substancial de consumo doméstico,

Além do cxpo.sto, do anteprojeto da

por se fazer na indústria elétrica, não obstante o brilhante caminhar e a mul

construção da Central Elétrica do Fe

cho do Funil, elaborado pelo governo do Estado, pelos Engenheiros Lucas Lo

comercial ou industrial.

São reais, positivos e oportunos os fatos acima enumerados e refletem uma

situação insofismável e que todos os be-

se dizer que o emprê-

pes e Décio de Vasconcelos, pode-se avaliar como são precárias as condi

go de capitais nessa íq, dústria só não tem

ções de suprimento de energia elétrica à Capital mineira, que é a cidade me

atraído os nossos capi

lhor servida do Estado; e como são de-

Visando a colaborar com os poderes pú blicos para solução do nosso problema de suprimento de energia elétrica, o Institu to Mineiro de Economia e Sociologia

talistas devido a uma le

salentadores os seus prognósticos no to cante à industrialização, como essas pa

nossos dirigentes as seguintes indicações

tiplicidade dc iniciativas arrojadas, podei

Naturalmente, tem a Companhia pla

nos de ampliação de suas usinas, inclu

cer, apoiando e estimulando* tôdas as

gresso.

Uma vez que em Minas tudo está

O-déficit provável para 1950 pode assim ser avaliado em S.OOO kw, não

gislação acanhada, adre

lorizontinos estão sentindo diàriamente.

apresentou

para

encaminhamento

aos

lavras que estão escritas no documen

por intermédio da 1 Reunião das Classes

ri a aos interesses nacio

to oficiah

Produtoras Mineiras:

nais,

"Não considerando a potência usinas das empresas industriais, nSo poderão atender à Capital muito tempo ainda, e deixando de

de

forj'ada

e

contrá

que limitou os

lucros dessa indústria e burocratizou a sua im

plantação e, também, por falta de cultura técnica que lhes pos sibilitasse capacitar devidamente do que nela pode ser encontrado.

Não será possível o progresso eletro técnico nacional enquanto tivermos uma

país estão com as suas capacidades es gotadas, pouca coisa se está fazendo vi sando a solucionar a crise de energia elétrica que é geral, tanto em nosso Es

to Eletrotécnico de Itaj'ubá e, mesmo assim, sem o devido amparo. . .

tado como em todo o Brasil.

side na prosperidade de nossa indús

Em face da quantidade de energia elétrica disponível em São Paulo e no

tria elétrica, na multiplicação e intensifi

só Escola de Eletricidade — o Institu

Podemos afirmar, entretanto, que re

cação dessa indústria, no radicarem-se

das que por lado

a potência instalada nas usinas instala

das a vapor e a gás pobre, que conso mem combustíveis caros e prejudicam seriamente o abastecimento de lenha e

carvão de Belo Horizonte, chega-se à

conclusão de que, antes de 1950,.pro vavelmente, a Cia. Força e Luz de Mi nas

Gerais

estará com as suas usinas

1 — Em face do atraso em que se encontra a indústria de eletrici

dade em Minas Gerais, não obs tante o elevado potencial hidre

létrico do Estado, c urgente que se delineie um programa niínimo e planejado de utilização e

eletrificação para o Estado de Minas Gerais.

2 — E imperiosa a necessidade de se concentrar a indústria de eletri

capacidade esgotada, pois dispõe de 18.000 kw para cobrir um consumo pro

cidade e què se construam gran des usinas, a fim de que se possa obter a energia elétrica a preços baixos, pois um dos pontos fra

vável de 21,200 kw.

cos da indústria de eletricidade

hidráulicas atuais e em construção (?) somadas ao Diesel de reserva, com sua


Dicesto

Econômico

em Minas c justanientc'a pulve

das. é urgente que se promova

rização das emprâsas e usinas.

a interligação das usinas, siste

3 — Diante da gravidade que a fal ta de energia elétrica está fa

zendo a todos os núcleos pro dutores de Minas Gerais, uma

mas e

rodes

de

transmissões,

O resurgimento amazônico PiMENTXL Gomes

sempre que isto seja técnica e

(Engenheiro agrônomo)

econòmicamcnlc aconselhável, a

fim dc SC conseguir um melhor

vez que, pràticaraente, tôdas as usinas em nosso Estado estão

aproveitamento do potencial ins

com as suas capacidades esgota

programadas.

talado até a conclusão das usinas

^ sn. Daniel ije Carvalho, Ministro da Agricultura, fêz uma excursão à Amazônia, região brasileira muito ne

logia, suas possibilidades econômicas e o esfòrço que se inicia.

cessitada de organização c amparo. Es

Aspectos e fatos

teve no Pará, no Amazonas e no dinâmi

co Amapá, onde um governo à altura

imensidade.

nície equatorial.

grande. Sô a parte que toca ao Brasil

Depois tocou ligeira

mente no Maranhão, que já entrou nu ma fase de ressurgimento, e em Goiás

que está em rápida e franca expansão, qualquer coisa como o que foi a marcha para oeste, em São Paulo, e está sendo o povoamento do norte do Paraná. A civi lização começa a atingir as margens do grande Rio Tocantins, cuja bacia hi

ih

Acredita, de fato, na

que nos referimos.

Como o brasileiro das outras regiões, cm regra, tem da Amazônia noções er

radíssimas,

1937.

Durante os seis primeiros meses de 1948 as retiradas de bansos de poupança

foram superiores em 10% às de um ano atrás, enquanto os depósitos subiram de

apenas 1 e meio por cento, e tal fato revelà o encarecimento do custo da 'vida.

maiores do mundo. Ê umas quarenta vezes maior do que Portugal. O Amazonas tem uns trezentos quilô metros de largura na foz e uns oitenta metros de profundidade em Óbidos. É

seu afluente, conta, em seu último tre

possibilidade de uma importante dinamização de parte da considerável riqueza e.stática do amplo trecho do Brasil a

A tendência é para voltar ao padrão de antes da guerra. puerra. Durante a idtima metade da

quanto o México e a Argentina, dos

do Brasil.

nos de trabalho.

década 1930, a poupança andava em 3,8% da renda subindo a 5,4% em 1936 c

6 muito maior do que países grandes

drográfica se revela uma das mais ricas

cedeu entrevistas, dando opiniões e pla

Em 194G, pouparam 7,4%, o que já significou uma grande queda em relação aos íiHCò anos da uu guerra, quando a u. //'JUfjiAnyu poupança representava Tcprcsentava zu» 20% aa da renda rencia inaiviuuai individual disponível. uiòpuutcci.

Tudo é tremendamente

mais profundo, portanto, do que o Mar de Azov e o Mar Báltico. O Tapajós,

De volta, o ministro conversou e con

Em }.194 / 05J 7j norte-americanos jJ^upUTUin pouparam pouco mais de 5% de renda pouco J/IUIS UC o/o «te sua /r,»iufl pessoal disponível (defyois do imposto), (dejyois segundo o Departamento de OUCí Comércio.

A Amazônia choca aos viajores pela

das circunstâncias está reabilitando a pla

parece-me

oportuno

que

quem a habitou e percorreu durante três anos e meio, quem a conhece das

praias do mar ao interior da Bolívia,

alinhe, ràpidamente, algo sobre sua eco

cho, com quinze a vinte quilômetros de largura. É. então, um belíssimo rio de aguas ligeiramente esverdeadas e praias amplas, alvinitentes. Do avião,

assemelha-se a um golfo marítimo. O

Negro, em seu trecho médio, alarga-se ate os cinqüenta e dois quilômetros!

Parece, então, um lago, cheio de ilhas, sereno as vêzes. não raro bravio e perigoso a navegação. o Madeira, em

Porto Velho, a próspera capital do Ter-

A 1argura e ainda tem seiscentos vinte metros de prO' rundidade.


Dicesto

Econômico

em Minas c justanientc'a pulve

das. é urgente que se promova

rização das emprâsas e usinas.

a interligação das usinas, siste

3 — Diante da gravidade que a fal ta de energia elétrica está fa

zendo a todos os núcleos pro dutores de Minas Gerais, uma

mas e

rodes

de

transmissões,

O resurgimento amazônico PiMENTXL Gomes

sempre que isto seja técnica e

(Engenheiro agrônomo)

econòmicamcnlc aconselhável, a

fim dc SC conseguir um melhor

vez que, pràticaraente, tôdas as usinas em nosso Estado estão

aproveitamento do potencial ins

com as suas capacidades esgota

programadas.

talado até a conclusão das usinas

^ sn. Daniel ije Carvalho, Ministro da Agricultura, fêz uma excursão à Amazônia, região brasileira muito ne

logia, suas possibilidades econômicas e o esfòrço que se inicia.

cessitada de organização c amparo. Es

Aspectos e fatos

teve no Pará, no Amazonas e no dinâmi

co Amapá, onde um governo à altura

imensidade.

nície equatorial.

grande. Sô a parte que toca ao Brasil

Depois tocou ligeira

mente no Maranhão, que já entrou nu ma fase de ressurgimento, e em Goiás

que está em rápida e franca expansão, qualquer coisa como o que foi a marcha para oeste, em São Paulo, e está sendo o povoamento do norte do Paraná. A civi lização começa a atingir as margens do grande Rio Tocantins, cuja bacia hi

ih

Acredita, de fato, na

que nos referimos.

Como o brasileiro das outras regiões, cm regra, tem da Amazônia noções er

radíssimas,

1937.

Durante os seis primeiros meses de 1948 as retiradas de bansos de poupança

foram superiores em 10% às de um ano atrás, enquanto os depósitos subiram de

apenas 1 e meio por cento, e tal fato revelà o encarecimento do custo da 'vida.

maiores do mundo. Ê umas quarenta vezes maior do que Portugal. O Amazonas tem uns trezentos quilô metros de largura na foz e uns oitenta metros de profundidade em Óbidos. É

seu afluente, conta, em seu último tre

possibilidade de uma importante dinamização de parte da considerável riqueza e.stática do amplo trecho do Brasil a

A tendência é para voltar ao padrão de antes da guerra. puerra. Durante a idtima metade da

quanto o México e a Argentina, dos

do Brasil.

nos de trabalho.

década 1930, a poupança andava em 3,8% da renda subindo a 5,4% em 1936 c

6 muito maior do que países grandes

drográfica se revela uma das mais ricas

cedeu entrevistas, dando opiniões e pla

Em 194G, pouparam 7,4%, o que já significou uma grande queda em relação aos íiHCò anos da uu guerra, quando a u. //'JUfjiAnyu poupança representava Tcprcsentava zu» 20% aa da renda rencia inaiviuuai individual disponível. uiòpuutcci.

Tudo é tremendamente

mais profundo, portanto, do que o Mar de Azov e o Mar Báltico. O Tapajós,

De volta, o ministro conversou e con

Em }.194 / 05J 7j norte-americanos jJ^upUTUin pouparam pouco mais de 5% de renda pouco J/IUIS UC o/o «te sua /r,»iufl pessoal disponível (defyois do imposto), (dejyois segundo o Departamento de OUCí Comércio.

A Amazônia choca aos viajores pela

das circunstâncias está reabilitando a pla

parece-me

oportuno

que

quem a habitou e percorreu durante três anos e meio, quem a conhece das

praias do mar ao interior da Bolívia,

alinhe, ràpidamente, algo sobre sua eco

cho, com quinze a vinte quilômetros de largura. É. então, um belíssimo rio de aguas ligeiramente esverdeadas e praias amplas, alvinitentes. Do avião,

assemelha-se a um golfo marítimo. O

Negro, em seu trecho médio, alarga-se ate os cinqüenta e dois quilômetros!

Parece, então, um lago, cheio de ilhas, sereno as vêzes. não raro bravio e perigoso a navegação. o Madeira, em

Porto Velho, a próspera capital do Ter-

A 1argura e ainda tem seiscentos vinte metros de prO' rundidade.


108

Dicesto Económt-o

A bacia amazônica, no trecho brasi

leiro, dispõe dé uns 60 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis. Os transa

tlânticos vão até Manaus, no coração da América do Sul. Outros, menores, al

cançam Iquítos, no Peru, a uns quatro mil quilômetros do mar. Rios como o Juruá e o Pimis, cada um deles com

uns 3.200 quilômetros de comprimento,

bem maiores do que o Danúbio, que

tem 2.800 quilômetros, são navegáveis até quase às nascentes.

Hoje algumas companhias e o Correio Aéreo Militar mantém linhas de nave gação aérea com grandes aviões ser

vindo um número considerável de cen

tros urbanos. As linhas mais importan tes perlongam o Amazonas e o Madeira e há a que liga o Rio de Janeiro a Rio Branco, no Acre. passando por São Paulo, Araçatuba, Campo Grande, Co rumbá, Cuiabá, Cáceres e Pôrto Velho. Todos os municípios acreanos - fato único no Brasil - são regularmente vi sitados por grandes aviões.

Há 743 quilômetros de estradas de

ferro e algumas centenas de quilômetros de rodovias. Dentro de mais uns três

anos, será possível ir do Rio de Janeiro a Rio Branco, em automóvel.

Numa visita rápida ao Museu Goeldi, ao Museu Comercial e ao

Instituto Agronômico do Norte, • todos em

lém,

fica-se

Be

sabendo

que a Amazônia dis^ põe de centenas de es pécies de lenhos apro veitáveis, alguns precio sos, de mais espécies

de peixes do que o Mar

Mediterrâneo,

e

que um naturalista en

controu em lômo da capital parrcnsc

mais espécies de borboletas do qr? ciu tôda a Europa. Um agrônomo dirá dos camp.is de

107

Dicesto Econômico

regra, as noites são geralmente frescas e as

manhãs friorentas.

As noites, na

permite que a civilização caminhe cada vez mais rapidamente rumo ao Equador. A e.xuberância equatorial tem sido o

criação do bai.vo Amazonas, da Ilha de-

opinião de um sábio estrangeiro, são o inverno das regiões equatoriais. Acres cente-se que as temperaturas máximas

e de regiões semeUiantes, as regiões das

Marajó c de outras niuilas, do pla

absolutas são de 37°,5 em Sena Madu

"rain forests" — como as chamam os

nalto Guíilnico, além dos de Puchiarí, à

reira (Acre); 38° em São Gabriel (Ama zonas); 37°,8 em Manaus; 38°,8 era Cleve'ândia (Amapá); 35°,1 em Belém e 37°,I em Taperina (Pará), enquanto se elevam a 46° em Santiago dei Estero (Argentina); 39°,5 em Buenos Aires (Argentina); 42°,5 em Mendoza (Ar gentina); 42° em Baía Blancn (Argen tina); 42°,9 em Montpellier (França); 44° em Saragossa (Espanha); 44°,6 em Salamanca (Espanha) e 57,2 em Death Valley (Estados Unidos). E a Amazônia, está provado, é sau dável para todos os que se dispõem a seguir uns tantos preceitos higiênicos

anglo-saxões. A floresta permitia que se

altura de Labrea, c Pa'mares, no Acre,

às nascentes do Iqiiiri.

Alguns estão

parcialmente aproveitados, outros

to

talmente abandonados, numa região que importa gado da Bolívia c charque do sul de País.

Um geólogo contará das minas de manganês, ferro, Icnhito c ouro do Ama pá, dos diamantes c alabastros de Rio

Branco, das possibilidades de petróleo que têm o estuário, o Acre e grande parte do território amazonense. Fala rá também dos diamantes, cristais de rocha e ouro do bai.vo Tocantins.

E so algum espírito de porco, um

manicoré, como se diz em língua geral, falar da impossibilidade de os brancos habitarem a região equatorial, lembrem as gerações de brancos que há séculos se sucedem na Amazônia, sem qualquer si nal de degenerescência; e que o clima quente e úmido sofre grandes baixas de temperatura nos meses de inverno — as "friagens". Em Sena Madureira,

cidade

acreana, sobre o laco,

a temperatura cai a 5 graus centígrados, o me.smo acontecendo em

Rio Branco, capital do Acre.

As

ondas

de

frio, embora atenuadas,

alargam-se por grandes áreas do sudoeste ama zônico e se fazem sen

tir nas proximidades do rio-mar.

Ademais, em

comuns aos civilizados.

Além disto, é

possível tomar trechos amplos, os tre chos

habitados, perfeitamente

sanea

dos. Em Macapá, capital do Amapá, os insetos

daninhos

desaparecem.. Nem

moscas, nem carapanas, nem borrachudos.

O mesmo acontece em Belterra e

Fordiândia.

A mortalidade de Macapá

alinha-se, hoje, entre -as mais baixas do mundo. O saneamento completo de trechos amplos, dos trechos habitados, a prática já demonstrou que os proces sos modernos tomaram possível e fácil. A ciência, destruindo velhos tabus,

maior travao à conquista da Amazônia

colhessem, sem semear, produtos de grande Nvilor comercial. A multiplici dade das espécies não possibilitava uma indústria madeireira calcada na de paí ses de climas temperados. A ecologia opunha-se à aplicação de uma técnica agronômica inteiramente baseada em métodos muito bons para o centro e o norte da Europa e dos Estados Unidos. Faziam-se mister, para a conquista in

tegral da região equatorial, trabalhos ex-perimentais,

maiores

conhecimentos

ecológicos, inseticidas mais eficazes. Fe lizmente, a ex'olução foi grande nos úl timos anos. O que se tem conseguido em áreas pequenas permite, sem um excesso de otimismo, fazer e executar

um plano para grande parte da região. O momento é, assim, muito oportuno para um completo entrosamento entre o Ministério da Agricultura e a Comis são Parlamentar de Valorização do Vale do Amazonas.

Alguns números

Vejaihos a produção agrícola da Ama zônia, por Estados e. Territórios, cni 1946.


108

Dicesto Económt-o

A bacia amazônica, no trecho brasi

leiro, dispõe dé uns 60 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis. Os transa

tlânticos vão até Manaus, no coração da América do Sul. Outros, menores, al

cançam Iquítos, no Peru, a uns quatro mil quilômetros do mar. Rios como o Juruá e o Pimis, cada um deles com

uns 3.200 quilômetros de comprimento,

bem maiores do que o Danúbio, que

tem 2.800 quilômetros, são navegáveis até quase às nascentes.

Hoje algumas companhias e o Correio Aéreo Militar mantém linhas de nave gação aérea com grandes aviões ser

vindo um número considerável de cen

tros urbanos. As linhas mais importan tes perlongam o Amazonas e o Madeira e há a que liga o Rio de Janeiro a Rio Branco, no Acre. passando por São Paulo, Araçatuba, Campo Grande, Co rumbá, Cuiabá, Cáceres e Pôrto Velho. Todos os municípios acreanos - fato único no Brasil - são regularmente vi sitados por grandes aviões.

Há 743 quilômetros de estradas de

ferro e algumas centenas de quilômetros de rodovias. Dentro de mais uns três

anos, será possível ir do Rio de Janeiro a Rio Branco, em automóvel.

Numa visita rápida ao Museu Goeldi, ao Museu Comercial e ao

Instituto Agronômico do Norte, • todos em

lém,

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que a Amazônia dis^ põe de centenas de es pécies de lenhos apro veitáveis, alguns precio sos, de mais espécies

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Mediterrâneo,

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regra, as noites são geralmente frescas e as

manhãs friorentas.

As noites, na

permite que a civilização caminhe cada vez mais rapidamente rumo ao Equador. A e.xuberância equatorial tem sido o

criação do bai.vo Amazonas, da Ilha de-

opinião de um sábio estrangeiro, são o inverno das regiões equatoriais. Acres cente-se que as temperaturas máximas

e de regiões semeUiantes, as regiões das

Marajó c de outras niuilas, do pla

absolutas são de 37°,5 em Sena Madu

"rain forests" — como as chamam os

nalto Guíilnico, além dos de Puchiarí, à

reira (Acre); 38° em São Gabriel (Ama zonas); 37°,8 em Manaus; 38°,8 era Cleve'ândia (Amapá); 35°,1 em Belém e 37°,I em Taperina (Pará), enquanto se elevam a 46° em Santiago dei Estero (Argentina); 39°,5 em Buenos Aires (Argentina); 42°,5 em Mendoza (Ar gentina); 42° em Baía Blancn (Argen tina); 42°,9 em Montpellier (França); 44° em Saragossa (Espanha); 44°,6 em Salamanca (Espanha) e 57,2 em Death Valley (Estados Unidos). E a Amazônia, está provado, é sau dável para todos os que se dispõem a seguir uns tantos preceitos higiênicos

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Alguns estão

parcialmente aproveitados, outros

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talmente abandonados, numa região que importa gado da Bolívia c charque do sul de País.

Um geólogo contará das minas de manganês, ferro, Icnhito c ouro do Ama pá, dos diamantes c alabastros de Rio

Branco, das possibilidades de petróleo que têm o estuário, o Acre e grande parte do território amazonense. Fala rá também dos diamantes, cristais de rocha e ouro do bai.vo Tocantins.

E so algum espírito de porco, um

manicoré, como se diz em língua geral, falar da impossibilidade de os brancos habitarem a região equatorial, lembrem as gerações de brancos que há séculos se sucedem na Amazônia, sem qualquer si nal de degenerescência; e que o clima quente e úmido sofre grandes baixas de temperatura nos meses de inverno — as "friagens". Em Sena Madureira,

cidade

acreana, sobre o laco,

a temperatura cai a 5 graus centígrados, o me.smo acontecendo em

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As

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moscas, nem carapanas, nem borrachudos.

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A mortalidade de Macapá

alinha-se, hoje, entre -as mais baixas do mundo. O saneamento completo de trechos amplos, dos trechos habitados, a prática já demonstrou que os proces sos modernos tomaram possível e fácil. A ciência, destruindo velhos tabus,

maior travao à conquista da Amazônia

colhessem, sem semear, produtos de grande Nvilor comercial. A multiplici dade das espécies não possibilitava uma indústria madeireira calcada na de paí ses de climas temperados. A ecologia opunha-se à aplicação de uma técnica agronômica inteiramente baseada em métodos muito bons para o centro e o norte da Europa e dos Estados Unidos. Faziam-se mister, para a conquista in

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Alguns números

Vejaihos a produção agrícola da Ama zônia, por Estados e. Territórios, cni 1946.


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PRODUÇÃO DA JUTA EM TONELADAS

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muito favorável. Daí o aumento da pro

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ilhas do Amazonas ecologia que lhe é

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7.576 7.808 8.347

como alfafa, aveia, batatinha, centeio,

Amazônia com as do Brasil, em seu con

cevada, chá da índia, trigo, tungue e

junto, para melhor aquilatar-se de sua

parreira.

produção. Não levei em consideração espécie.s não cu'tivadas na Amazônia,

1Ô46, em toneladas:

Vejamos a produção extrativa em

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Verifiquemos agora qual era a situação da pecuária

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51.545 31.560

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110

Dicesto Eco.nónüco

Em 1940 não existiam os Territórios

de Amapá, Rio Branco e Guaporé, que estavam incluídos em áreas do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Os dados in

cluem, assim, tôda a Amazônia, pois o trecho de Guaporé que fazia parte de Mato Grosso -praticamente não tinha gado.

Os rebanhos, em 1940, eram escas sos, mesmo levando-se em consideração a escassa população da ama. Importavam-se, como ainda agora, bovinos bo-

hvianos para o abastecimento de pelo

menos o sul do Acre e o Guaporé. As bolivianas al-

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carne por dia, o bclo-horizontino tem

1-30, o paulistano 135, o curitibano 147, o porto-alcgrcnsc 147, o goianense 151, o salvadorenho 116 e o fortaleziense

113, o bclcncnse dispõe apenas de 11 gramas. É uma grande miséria. Muito melhor alimentado 6 o baré (liabitante

dc Manaus), rpie tem 69 gramas de carne por dia, graça.s à pequena criação

da Ilha Carciro c aos campos naturais do alto Rio Branco.

Belém, muito ma! abastecida por Ma rajó c o baixo Amazonas, está receben

do cume goiana transportada cm avião. Se se abrisse uma estrada atra\"és da

qnanfo o carioca tem 138 gramas de

Não encerremos ôstes números ■ sera

examinar dados sôbre a populaçcâo da Amazônia

1900

em

três

datas

diferentes:

1947

1940

Guaporé -

24.200

,

....

Amazonas

Pará ......

Amapá ....

249.756

e a Manaus cerca de 100 mil.

tituto; de duas colônias agrícolas, uma no Pará e outra no Amazonas; das gran

jas Santa Lúcia e Ariri, no município de Belém; da Fazenda de Criação em Soure, Marajó; e de dependências outras e diversas em tôdas as circunscrições da Amazônia, inclusive postos agropecuá

445.356 17.318.556

Na parte pecuária, o plano consiste em melhorar os rebanhos pela introdução,

em grande escala, de reprodutores zebuínos e holandeses, os primeiros des tinados à produção de carne e os segun dos à de leite. Com esta finalidade,

comxms no estuário.

Se houver um grande esforço em prol da pecuária, podem-se pelo menos tri plicar os atuais rebanhos em três anos, melhorando-lhes de muito a qualidade,

o que redunda num progresso muito maior.

A Amazônia terá a came e o leite que tanto lhe faltam, e haverá uma sobra

para continuar a exportação para as Guianas e alargá-la até às Antilhas, superpovoadas. Fomenta-se a produção de juta, pro co do Norte distribuiu aos juteiros, pela

O Amapá, o Acre e a

Ilha de Marajó receberam quase todos êles. No Acre, chegaram até mesmo umas duas dezenas de novilliotes zebui-

nos de avião, um grande avião da

quando pelos meios normais — estradas

47.100.000

trechos anfíbios da Amazônia, bastante

reprodutores.

13.700

236.315

Em Belterra está-se fazendo notável

criação de búfalos, bons produtores de carne e leite. Ê o gado apropriado aos

curando-se bastar às necessidades brasi

F.A.B. Levaram dez horas entre Ube raba e Rio Branco, capital do Acre,

24.600

sangue zebu para conseguir-Se gado muito forte e grande produtor de leite.

leiras. Êste ano, o Instituto Agronômi

483.700

1.053.900

cruzando-os com o zebu, que lhes dara mais rusticidade. As experiências já realizadas indicam que basta 1/8 de

tão chegando à Amazônia cerca de mÜ

438.008

944.644

dos em tòmo das cidades principais,

nos últimos dois anos, chegaram ou es

91.100

Êm 1940 Belém era a sétima cidade brasileira, com 164 mil habitantes. Ma naus era a décima sexta, com 66 mil habitantes. Os cálculos mais recentes dão a Belém mais de 200 mil habitantes

que o visitam, de Belterra e Fordlandia, grandes, excelentes dependências do Ins

.79.768

Brasil

favoràvelmentc os técnicos estrangeiros

ritoriais bastante operosos.

Circunscrições

Rio Branco

instalado e que vem trabalhando a con tento, de modo a impressionar muito

rios. Amapá e Acre têm fomentos ter

1900, 1940 e 1947:

Acre

O Ministério da Agricultura dispõe, na Amazônia, do Instituto Agronômico do Norte, em Belém, magnifícamente

nos, melhoraria considerávelmcnte o pre cário abastecimento da cidade guajarina.

111

Digesto Econômico

selva, ligando Belém aos campos goia

brasilei

ras, e a que menos come carne. En-

1

de ferro e navegações marítima e flu vial — deveriam gastar mais de três me ses. Faz-se mister repetir a façanlia algumas vezes, e não esquecer o Terri tório de Rio Branco, cujos campos, pra

primeira vez, doze toneladas de semen tes de juta e o Banco do Brasil está financiando a produção. Se se aproveitar convenientemente a semente distribuída, teremos safra que nos bastará.

Incrementam-se as lavouras de arroz,

mandioca e feijão. Inicia-se uma cam

panha em prol do plantio de seringuei ras de alta linhagem e de cacaueiros selecionados, de modo a aproveitar uma ecologia que é, para estas culturas, muito

O ressurgimento econômico da Amazônia

ticamente abandonados, são vastíssimos.

Há uma Comissão Parlamentar de

O gado holandês, nas colônias agríco las, adaptou-se ao cliiTm amazônico, mantendo-se com bom aspecto e produ zindo bastante leite. O que se deseja,

fato se traballiar nesse sentido.

porém, é criar grandes rebanhos híbri

mentar de Valorização do Vale do Ama-

Valorização do Vale do Amazonas que está organizando um plano que deve ser muito amplo, pois grandes são as suas possibilidades financeiras.

favorável.

A Amazônia está em condições de abastecer o mundo com cacau, se de

E há um plano da Comissão Parla


110

Dicesto Eco.nónüco

Em 1940 não existiam os Territórios

de Amapá, Rio Branco e Guaporé, que estavam incluídos em áreas do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Os dados in

cluem, assim, tôda a Amazônia, pois o trecho de Guaporé que fazia parte de Mato Grosso -praticamente não tinha gado.

Os rebanhos, em 1940, eram escas sos, mesmo levando-se em consideração a escassa população da ama. Importavam-se, como ainda agora, bovinos bo-

hvianos para o abastecimento de pelo

menos o sul do Acre e o Guaporé. As bolivianas al-

» -^-Xsi^datm^rb^ bT-ana.™L:mSrr 'telm Belém,'ddas """" maiores cidades

carne por dia, o bclo-horizontino tem

1-30, o paulistano 135, o curitibano 147, o porto-alcgrcnsc 147, o goianense 151, o salvadorenho 116 e o fortaleziense

113, o bclcncnse dispõe apenas de 11 gramas. É uma grande miséria. Muito melhor alimentado 6 o baré (liabitante

dc Manaus), rpie tem 69 gramas de carne por dia, graça.s à pequena criação

da Ilha Carciro c aos campos naturais do alto Rio Branco.

Belém, muito ma! abastecida por Ma rajó c o baixo Amazonas, está receben

do cume goiana transportada cm avião. Se se abrisse uma estrada atra\"és da

qnanfo o carioca tem 138 gramas de

Não encerremos ôstes números ■ sera

examinar dados sôbre a populaçcâo da Amazônia

1900

em

três

datas

diferentes:

1947

1940

Guaporé -

24.200

,

....

Amazonas

Pará ......

Amapá ....

249.756

e a Manaus cerca de 100 mil.

tituto; de duas colônias agrícolas, uma no Pará e outra no Amazonas; das gran

jas Santa Lúcia e Ariri, no município de Belém; da Fazenda de Criação em Soure, Marajó; e de dependências outras e diversas em tôdas as circunscrições da Amazônia, inclusive postos agropecuá

445.356 17.318.556

Na parte pecuária, o plano consiste em melhorar os rebanhos pela introdução,

em grande escala, de reprodutores zebuínos e holandeses, os primeiros des tinados à produção de carne e os segun dos à de leite. Com esta finalidade,

comxms no estuário.

Se houver um grande esforço em prol da pecuária, podem-se pelo menos tri plicar os atuais rebanhos em três anos, melhorando-lhes de muito a qualidade,

o que redunda num progresso muito maior.

A Amazônia terá a came e o leite que tanto lhe faltam, e haverá uma sobra

para continuar a exportação para as Guianas e alargá-la até às Antilhas, superpovoadas. Fomenta-se a produção de juta, pro co do Norte distribuiu aos juteiros, pela

O Amapá, o Acre e a

Ilha de Marajó receberam quase todos êles. No Acre, chegaram até mesmo umas duas dezenas de novilliotes zebui-

nos de avião, um grande avião da

quando pelos meios normais — estradas

47.100.000

trechos anfíbios da Amazônia, bastante

reprodutores.

13.700

236.315

Em Belterra está-se fazendo notável

criação de búfalos, bons produtores de carne e leite. Ê o gado apropriado aos

curando-se bastar às necessidades brasi

F.A.B. Levaram dez horas entre Ube raba e Rio Branco, capital do Acre,

24.600

sangue zebu para conseguir-Se gado muito forte e grande produtor de leite.

leiras. Êste ano, o Instituto Agronômi

483.700

1.053.900

cruzando-os com o zebu, que lhes dara mais rusticidade. As experiências já realizadas indicam que basta 1/8 de

tão chegando à Amazônia cerca de mÜ

438.008

944.644

dos em tòmo das cidades principais,

nos últimos dois anos, chegaram ou es

91.100

Êm 1940 Belém era a sétima cidade brasileira, com 164 mil habitantes. Ma naus era a décima sexta, com 66 mil habitantes. Os cálculos mais recentes dão a Belém mais de 200 mil habitantes

que o visitam, de Belterra e Fordlandia, grandes, excelentes dependências do Ins

.79.768

Brasil

favoràvelmentc os técnicos estrangeiros

ritoriais bastante operosos.

Circunscrições

Rio Branco

instalado e que vem trabalhando a con tento, de modo a impressionar muito

rios. Amapá e Acre têm fomentos ter

1900, 1940 e 1947:

Acre

O Ministério da Agricultura dispõe, na Amazônia, do Instituto Agronômico do Norte, em Belém, magnifícamente

nos, melhoraria considerávelmcnte o pre cário abastecimento da cidade guajarina.

111

Digesto Econômico

selva, ligando Belém aos campos goia

brasilei

ras, e a que menos come carne. En-

1

de ferro e navegações marítima e flu vial — deveriam gastar mais de três me ses. Faz-se mister repetir a façanlia algumas vezes, e não esquecer o Terri tório de Rio Branco, cujos campos, pra

primeira vez, doze toneladas de semen tes de juta e o Banco do Brasil está financiando a produção. Se se aproveitar convenientemente a semente distribuída, teremos safra que nos bastará.

Incrementam-se as lavouras de arroz,

mandioca e feijão. Inicia-se uma cam

panha em prol do plantio de seringuei ras de alta linhagem e de cacaueiros selecionados, de modo a aproveitar uma ecologia que é, para estas culturas, muito

O ressurgimento econômico da Amazônia

ticamente abandonados, são vastíssimos.

Há uma Comissão Parlamentar de

O gado holandês, nas colônias agríco las, adaptou-se ao cliiTm amazônico, mantendo-se com bom aspecto e produ zindo bastante leite. O que se deseja,

fato se traballiar nesse sentido.

porém, é criar grandes rebanhos híbri

mentar de Valorização do Vale do Ama-

Valorização do Vale do Amazonas que está organizando um plano que deve ser muito amplo, pois grandes são as suas possibilidades financeiras.

favorável.

A Amazônia está em condições de abastecer o mundo com cacau, se de

E há um plano da Comissão Parla


112

DroBSTo EcoN<S.Nnco

zonas, em cooperação com técnicos do

Serviço Florestal do Ministério da Agri cultura, para a exploração das flores tas amazônicas pelos processos mais mo

dernos, projetando-se serrarias, fábricas do compensados, de móveis, de celu lose, fibras, isolantes etc.

O mundo tem fome dc produtos flo A Amazônia é pelo menos a segunda maior rcscr\'a florestal que ain da existe. Os proccs.sos atuais tomaram pos.sívcl aproveitar da floresta equa torial, ao inxcs dos antigos 10%.

Aspectos da influência francesa no Brasil

restais.

Ota\io Tarquinho de Sousa transferência

da

famí

naturais, história, geografia, viagens etc.,

.sob

todas cm língua francesa.

os conselhos e a

proteção britãniea, em cuja órbita de há mui

to gravitava Portugal.

Ao tratado de

menos imbuídos dos princípios revolucio

guiram-se, assinados no Rio de Janeiro,

Eram os "libertinos" a que se referia assustado o padre José de Oliveira. E

os tratados de 1810.

entre os libertinos se contavam não só

O ato inicial de

quase curatela britânica.

Mas não só

os ingleses entraram então em maior contato com a antiga colônia lusa. To

maram vulto por exemplo as relações comerciais com os Estados Unidos e,

S

aZ

dos Estadí Estados Unidos. Mr. FinletterI TeTl^LnÍT f'''''' tztl ^ pela Z que os dtanuintes seriam pagos contrapart^ em esterlinos correspondentes rts subvenções feitas pelos Estados Unidos àn Cra-Bretanha. K.ra-oreiunna, de ue acordo ucorao com com oo Programa Programa de de RectíperaçL Recupera^ Européia. Cinco por cento desse fundo se destinam ao pagamento das despesas administrativas aa da Administração de Recuperação Européia no Reino Unido e outras finalidades claramente especipcadas inclusive compras de matérias-primas de que há escassez fia

r\ífY*ii'nG'r'f\nrirk

ff

.

__

1

.

-

m

<

para os estoques ao do governo govêrno americano. A venda de borracha, feita àa 9Q de setembro se. pelo Ministério do Comercio aos Estados Unidos, foi a transação dôssc tipo.

cia de convenlículos de homens mais ou

nários que comailsionavam a França.

vêrno de D. João no Brasil foram de

tanha de grande qimntidade de diãmantel ZlZ ■ £

A de\'assa

mandada instaurar no Rio, em 1794, pe lo conde de Rezende, apurou a existên

nômico britânico, precedido de vários outros animados do mesmo espírito, se

lera a franqueá-los de preferência aos ingleses, e os primeiros anos de go

1

Mably e numerosas obras de ciências

Methuen, in.strumento de domínio eco

abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das nações amigas, já eqüiva

í

dillac e Montesquieu, a Enciclopédia,

lia real portuguêsa pa ra o Brasil operou-se

membros da Sociedade Literária, o poe ta e professor régio de retórica Silva Al varenga, o Dr. Jacinto Silva, médico for

mado em Montpellier. o então jo\'em Mariano José Pereira da Fonseca, depois marquês de Maricá, o professor de gra mática latina João Manso Pereira, o es

tudante José Antônio de Almeida, o fran cês jacó Munnier, mas também pe,ssoas do povo, marceneiros, sapateiros, enta-

das nações européias, a França fez logo depois da queda de Napoleão constan tes esforços para obter entre nós um lu

Ihadores.

gar considerável.

"Mercúrios" vendidos furtivamente no

A influência francesa, nem sempre com bom êxito, disputava a primazia à britânica. Menos feliz na expansão co mercial, que nã.o lograra emparelhar

cais da cidade por marinheiros ingle ses. Libertino simplório era o rábula Veloso, pardo, que na porta da botica de Vitorino José de Sousa exclamou um dia: "Tomara já ver-nie em Fran

com a Inglaterra, a França ganhava ter

reno pela irradiação de suas idéias po

ça

líticas.

de!"

Não será difícil descobrir a mar

ca de filósofos e pensadores políticos franceses em algumas das figuras mais ilustres da Inconfidência Mineira, bas tando uma vista d'olhos no catálogo

dos livros seqüestrados ao cônego Luís Vieira da Silva, onde se arrolam Con-

Nas mãos dos mais letrados

dissimulavam-se Ihios de Raynal, de Mably, de Rousseau, e exemplares dos

para

gozar

da

minha

liberda

Não só ao Rio chegavam os ecos da grande Revolução. Em Cachoeiras de

Maoacu, o pa^é Francisco de Sousa Pinto reputava muito bom "o govêrno atual da França". Na Bahia não falta

ram também adeptos dos "abomináveis


112

DroBSTo EcoN<S.Nnco

zonas, em cooperação com técnicos do

Serviço Florestal do Ministério da Agri cultura, para a exploração das flores tas amazônicas pelos processos mais mo

dernos, projetando-se serrarias, fábricas do compensados, de móveis, de celu lose, fibras, isolantes etc.

O mundo tem fome dc produtos flo A Amazônia é pelo menos a segunda maior rcscr\'a florestal que ain da existe. Os proccs.sos atuais tomaram pos.sívcl aproveitar da floresta equa torial, ao inxcs dos antigos 10%.

Aspectos da influência francesa no Brasil

restais.

Ota\io Tarquinho de Sousa transferência

da

famí

naturais, história, geografia, viagens etc.,

.sob

todas cm língua francesa.

os conselhos e a

proteção britãniea, em cuja órbita de há mui

to gravitava Portugal.

Ao tratado de

menos imbuídos dos princípios revolucio

guiram-se, assinados no Rio de Janeiro,

Eram os "libertinos" a que se referia assustado o padre José de Oliveira. E

os tratados de 1810.

entre os libertinos se contavam não só

O ato inicial de

quase curatela britânica.

Mas não só

os ingleses entraram então em maior contato com a antiga colônia lusa. To

maram vulto por exemplo as relações comerciais com os Estados Unidos e,

S

aZ

dos Estadí Estados Unidos. Mr. FinletterI TeTl^LnÍT f'''''' tztl ^ pela Z que os dtanuintes seriam pagos contrapart^ em esterlinos correspondentes rts subvenções feitas pelos Estados Unidos àn Cra-Bretanha. K.ra-oreiunna, de ue acordo ucorao com com oo Programa Programa de de RectíperaçL Recupera^ Européia. Cinco por cento desse fundo se destinam ao pagamento das despesas administrativas aa da Administração de Recuperação Européia no Reino Unido e outras finalidades claramente especipcadas inclusive compras de matérias-primas de que há escassez fia

r\ífY*ii'nG'r'f\nrirk

ff

.

__

1

.

-

m

<

para os estoques ao do governo govêrno americano. A venda de borracha, feita àa 9Q de setembro se. pelo Ministério do Comercio aos Estados Unidos, foi a transação dôssc tipo.

cia de convenlículos de homens mais ou

nários que comailsionavam a França.

vêrno de D. João no Brasil foram de

tanha de grande qimntidade de diãmantel ZlZ ■ £

A de\'assa

mandada instaurar no Rio, em 1794, pe lo conde de Rezende, apurou a existên

nômico britânico, precedido de vários outros animados do mesmo espírito, se

lera a franqueá-los de preferência aos ingleses, e os primeiros anos de go

1

Mably e numerosas obras de ciências

Methuen, in.strumento de domínio eco

abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das nações amigas, já eqüiva

í

dillac e Montesquieu, a Enciclopédia,

lia real portuguêsa pa ra o Brasil operou-se

membros da Sociedade Literária, o poe ta e professor régio de retórica Silva Al varenga, o Dr. Jacinto Silva, médico for

mado em Montpellier. o então jo\'em Mariano José Pereira da Fonseca, depois marquês de Maricá, o professor de gra mática latina João Manso Pereira, o es

tudante José Antônio de Almeida, o fran cês jacó Munnier, mas também pe,ssoas do povo, marceneiros, sapateiros, enta-

das nações européias, a França fez logo depois da queda de Napoleão constan tes esforços para obter entre nós um lu

Ihadores.

gar considerável.

"Mercúrios" vendidos furtivamente no

A influência francesa, nem sempre com bom êxito, disputava a primazia à britânica. Menos feliz na expansão co mercial, que nã.o lograra emparelhar

cais da cidade por marinheiros ingle ses. Libertino simplório era o rábula Veloso, pardo, que na porta da botica de Vitorino José de Sousa exclamou um dia: "Tomara já ver-nie em Fran

com a Inglaterra, a França ganhava ter

reno pela irradiação de suas idéias po

ça

líticas.

de!"

Não será difícil descobrir a mar

ca de filósofos e pensadores políticos franceses em algumas das figuras mais ilustres da Inconfidência Mineira, bas tando uma vista d'olhos no catálogo

dos livros seqüestrados ao cônego Luís Vieira da Silva, onde se arrolam Con-

Nas mãos dos mais letrados

dissimulavam-se Ihios de Raynal, de Mably, de Rousseau, e exemplares dos

para

gozar

da

minha

liberda

Não só ao Rio chegavam os ecos da grande Revolução. Em Cachoeiras de

Maoacu, o pa^é Francisco de Sousa Pinto reputava muito bom "o govêrno atual da França". Na Bahia não falta

ram também adeptos dos "abomináveis


DrCESTO ECONÓNfICO

114

DiCESTO ECONÓJkÜCO

princípios franceses", como os tachou

revolucionário por temperamento e vo

trajar é francês; muito brevemente verá

D. Rodrigo de Sousa Coutinho.

cação, futuro jornalista das suce3si\*as Seniinelas da Liberdade, que por amor

vossa

do .suas convicções começaria a conhe

franceses não foram os revolucionários de 1817, em Pernambuco. A esse res

O

governo da metrópole vigiava, a fim de impedir a disseminação no Brasil das

mercê

tudo

francês".

Menos influenciados pelos princípios

115

niências políticas do momento, atitude negativa no tocante à abolição da es

cravidão. Os métodos dos padres do Oratório substituíram os jesuíticos e do seminário saíram muitas figuras de eclesiásticos e leigos de espírito revo

1792, uma carta régia recomendava

cer as prisões do Brasil nos fins do sécu lo XVIII e continuaria a frcqueniá-las

muito cuidado com

por longas temporadas até os dias da

peito, c deveras significativo o teste munho de Tollenare. Mal desembarcado,

lucionário.

Regência.

era o francês convidado para jantar no

fundamentavam pastorais da Igreja, co

Nada mais curioso na conjuração baia na de 1798 do que a participação de um grande número de homens do povo,

convento dc Santa Teresa, em Olinda,

mo a do deão Manuel Vieira de Lemos

onde o crivaram de perguntas, num in

Sampaio, governador do bispado, que

terrogatório ao qual "nenhuma das cir

sustentou em 1817 não ser a revolução

ras o mesmo espírito de liberdade que

escravos inchi.sive, influenciados pelos

cunstâncias da Revolução Francesa foi

reina neste país" (França), dizia a or

acontecimentos da Rev(jIução francesa.

republicana contrária ao Evangelho, vis to que os direitos da Casa de Bragan

idéias que tanto o alarma%'am.

Em

o navio Le Dil'

ligent, mandado para cá sob a alegação de procurar nos mares do Sul o explo rador La Pérouse. Isso era "um pretex to para introduzir nas colônias estrangei

estranha". O comerciante de algodão assombrou-se com a "erudição e desejo de saber" que o guardião e um seu com

As

teorias

de

Rousseau

dem régia, acrescentando que a Consti

Os boletins c cartazes espalhados pela

tuição Francesa já estava traduzida em

cidade do Salvador diziam: "Animai-

português 8 espanhol. Não obstante, as

vos, povo baianensc (sic), que está pa ra chegar o tempo feliz de nossa liber

panheiro de hábito revelaram, concluin

ter a dinastia faltado primeiro às suas

do: "a política européia era a sua ma

obrigações.

dade, o tempo cm que todos serão iguais". Ou então: "A

nia..." Segundo o mesmo testemunho, no mosteiro de São Bento as obras fran

Grandes focos revolucionários eram as sociedades secretas cedo criadas em

notícias

dos

sucessos

revolucionários

chegavam à Bahia, como chegavam ao Rio, a Pernambuco e

outros lugares do Bra

liberdade consiste no es

sil. Papéis públicos e li

tado feliz, no estado

vros atravessavam o mar

livre de abatimento...".

e com êles idéias e dou

Os adeplo.s da conju-

trinas. Havia na Bahia

ra queriam ser "fran

gente interessada no de senvolvimento da políti ca européia, gente que lia gazetas inglesas, cor

ceses".

Conversando

com Joaquim José da Veiga, denunciante do

cesas eram as mais procuradas, sobre

tudo os escritos que encerravam "o có digo hoje desacreditado entre nós da

filosofia do século XVIII". O padre João Ribeiro pareceu a Tollenare aluci nado pelos filósofos franceses, embebi-

do de Condorcet e da crença no pro gresso do espírito humano. E não era

de

só o grande padre que vivia pensando

Deus do Nascimento,

nos exemplos da França: na sede do

sa de novidades. Lem

pardo livre, alfaiate,

governo revolucionário havia, sôbre a

bre-se, entre outros, o

cabo do regimento de

mesa em tômo da qual se reuniam os

reios da Europa, curio

. movimento, João

padre Francisco Agostinho Gomes, letra

milícia, disse que *'convinha que todos

dirigentes da República, as Constitui

do no melhor sentido, forte em estudos

se fizessem franceses para viverem em

ções francesas de 1791, 93 e 95,

filosóficos e científicos, conhecedor de

igualdade e abundância", c até parece que procurava vestir-se segundo a mo da de França. E' o que se conclui do

movimento de 1817, a repercussão em

várias línguas e ao mesmo tempo tão modesto e tímido que, defendendo-o

da acusação de ter dado um banquete

depoimento de Francisco Xavier de

de carne em sexta-feira da Paixão e

Almeida, nos autos da devassa: "por

de ser sectário dos princípios jacobinos, D. Fernando José de Portugal mandava

çados uns chinelins com bico muito

dizer para Lisboa que era "excessiva mente atado, incapaz de qualquer em-

prêsa que requeresse resolução e de sembaraço"; ou então Cipriano Barata,

que o dito João de Deus trazia cal

comprido e a entrada, muito baixa, e cal

ções tão apertados que vinha muito descomposto, lho estranhou a testemunha, ao que respondeu — "Cale a bôca, êste

Datava, aliás, de vários anos antes do Pernambuco das idéias e dos sucessos

políticos da Europa, embora houvesse, como observou Tollenare, muitas cabeças girando por causa da federação norteamericana. Convém não esquecer a ação exercida pelo seminário de Azeredo Cou

tinho, transformado em centro de pre gação liberal, a despeito de o bispo ilus tre assumir, provàvelmente por conve

ça se baseavam em contrato bilateral

de que se desobrigaram os povos por

Pernambuco. O Areópago de Itambe, que teria dado ensejo às academias Suassuna e Paraíso, dataria dos der

radeiros anos setecehtistas, inspirando seu aparecimento o sábio Manoel Ar

ruda da Câmara, carmelita secularizado

por breve pontifício, médico pela facul dade de Montpellier com passagem por Coimbra e adepto entusiasta das idéias

francesas. Arruda da Câmara, iniciado na maçonaria ao tempo de sua estada

na Europa, adiava o despotismo e pre tendia propagar a liberdade no BrasU por intermédio de sociedades secretas de

índole política, sob a capa de acade mias científicas e literárias. À sombra

das lojas maçônicas viveram homens co

mo Domingos José Martins, espírito-santense que foi comerciante na Bahia e

on res, e e.xibía um cinismo jacobino que arrepiava o reacionário Tollenare;

ou como Antônio Gonçalves da Cruz, o

Cabuga, mulato ilustre e viajado em cuja casa se viam em lugar de honra os re

tratos das figuras mais notáveis da Re-


DrCESTO ECONÓNfICO

114

DiCESTO ECONÓJkÜCO

princípios franceses", como os tachou

revolucionário por temperamento e vo

trajar é francês; muito brevemente verá

D. Rodrigo de Sousa Coutinho.

cação, futuro jornalista das suce3si\*as Seniinelas da Liberdade, que por amor

vossa

do .suas convicções começaria a conhe

franceses não foram os revolucionários de 1817, em Pernambuco. A esse res

O

governo da metrópole vigiava, a fim de impedir a disseminação no Brasil das

mercê

tudo

francês".

Menos influenciados pelos princípios

115

niências políticas do momento, atitude negativa no tocante à abolição da es

cravidão. Os métodos dos padres do Oratório substituíram os jesuíticos e do seminário saíram muitas figuras de eclesiásticos e leigos de espírito revo

1792, uma carta régia recomendava

cer as prisões do Brasil nos fins do sécu lo XVIII e continuaria a frcqueniá-las

muito cuidado com

por longas temporadas até os dias da

peito, c deveras significativo o teste munho de Tollenare. Mal desembarcado,

lucionário.

Regência.

era o francês convidado para jantar no

fundamentavam pastorais da Igreja, co

Nada mais curioso na conjuração baia na de 1798 do que a participação de um grande número de homens do povo,

convento dc Santa Teresa, em Olinda,

mo a do deão Manuel Vieira de Lemos

onde o crivaram de perguntas, num in

Sampaio, governador do bispado, que

terrogatório ao qual "nenhuma das cir

sustentou em 1817 não ser a revolução

ras o mesmo espírito de liberdade que

escravos inchi.sive, influenciados pelos

cunstâncias da Revolução Francesa foi

reina neste país" (França), dizia a or

acontecimentos da Rev(jIução francesa.

republicana contrária ao Evangelho, vis to que os direitos da Casa de Bragan

idéias que tanto o alarma%'am.

Em

o navio Le Dil'

ligent, mandado para cá sob a alegação de procurar nos mares do Sul o explo rador La Pérouse. Isso era "um pretex to para introduzir nas colônias estrangei

estranha". O comerciante de algodão assombrou-se com a "erudição e desejo de saber" que o guardião e um seu com

As

teorias

de

Rousseau

dem régia, acrescentando que a Consti

Os boletins c cartazes espalhados pela

tuição Francesa já estava traduzida em

cidade do Salvador diziam: "Animai-

português 8 espanhol. Não obstante, as

vos, povo baianensc (sic), que está pa ra chegar o tempo feliz de nossa liber

panheiro de hábito revelaram, concluin

ter a dinastia faltado primeiro às suas

do: "a política européia era a sua ma

obrigações.

dade, o tempo cm que todos serão iguais". Ou então: "A

nia..." Segundo o mesmo testemunho, no mosteiro de São Bento as obras fran

Grandes focos revolucionários eram as sociedades secretas cedo criadas em

notícias

dos

sucessos

revolucionários

chegavam à Bahia, como chegavam ao Rio, a Pernambuco e

outros lugares do Bra

liberdade consiste no es

sil. Papéis públicos e li

tado feliz, no estado

vros atravessavam o mar

livre de abatimento...".

e com êles idéias e dou

Os adeplo.s da conju-

trinas. Havia na Bahia

ra queriam ser "fran

gente interessada no de senvolvimento da políti ca européia, gente que lia gazetas inglesas, cor

ceses".

Conversando

com Joaquim José da Veiga, denunciante do

cesas eram as mais procuradas, sobre

tudo os escritos que encerravam "o có digo hoje desacreditado entre nós da

filosofia do século XVIII". O padre João Ribeiro pareceu a Tollenare aluci nado pelos filósofos franceses, embebi-

do de Condorcet e da crença no pro gresso do espírito humano. E não era

de

só o grande padre que vivia pensando

Deus do Nascimento,

nos exemplos da França: na sede do

sa de novidades. Lem

pardo livre, alfaiate,

governo revolucionário havia, sôbre a

bre-se, entre outros, o

cabo do regimento de

mesa em tômo da qual se reuniam os

reios da Europa, curio

. movimento, João

padre Francisco Agostinho Gomes, letra

milícia, disse que *'convinha que todos

dirigentes da República, as Constitui

do no melhor sentido, forte em estudos

se fizessem franceses para viverem em

ções francesas de 1791, 93 e 95,

filosóficos e científicos, conhecedor de

igualdade e abundância", c até parece que procurava vestir-se segundo a mo da de França. E' o que se conclui do

movimento de 1817, a repercussão em

várias línguas e ao mesmo tempo tão modesto e tímido que, defendendo-o

da acusação de ter dado um banquete

depoimento de Francisco Xavier de

de carne em sexta-feira da Paixão e

Almeida, nos autos da devassa: "por

de ser sectário dos princípios jacobinos, D. Fernando José de Portugal mandava

çados uns chinelins com bico muito

dizer para Lisboa que era "excessiva mente atado, incapaz de qualquer em-

prêsa que requeresse resolução e de sembaraço"; ou então Cipriano Barata,

que o dito João de Deus trazia cal

comprido e a entrada, muito baixa, e cal

ções tão apertados que vinha muito descomposto, lho estranhou a testemunha, ao que respondeu — "Cale a bôca, êste

Datava, aliás, de vários anos antes do Pernambuco das idéias e dos sucessos

políticos da Europa, embora houvesse, como observou Tollenare, muitas cabeças girando por causa da federação norteamericana. Convém não esquecer a ação exercida pelo seminário de Azeredo Cou

tinho, transformado em centro de pre gação liberal, a despeito de o bispo ilus tre assumir, provàvelmente por conve

ça se baseavam em contrato bilateral

de que se desobrigaram os povos por

Pernambuco. O Areópago de Itambe, que teria dado ensejo às academias Suassuna e Paraíso, dataria dos der

radeiros anos setecehtistas, inspirando seu aparecimento o sábio Manoel Ar

ruda da Câmara, carmelita secularizado

por breve pontifício, médico pela facul dade de Montpellier com passagem por Coimbra e adepto entusiasta das idéias

francesas. Arruda da Câmara, iniciado na maçonaria ao tempo de sua estada

na Europa, adiava o despotismo e pre tendia propagar a liberdade no BrasU por intermédio de sociedades secretas de

índole política, sob a capa de acade mias científicas e literárias. À sombra

das lojas maçônicas viveram homens co

mo Domingos José Martins, espírito-santense que foi comerciante na Bahia e

on res, e e.xibía um cinismo jacobino que arrepiava o reacionário Tollenare;

ou como Antônio Gonçalves da Cruz, o

Cabuga, mulato ilustre e viajado em cuja casa se viam em lugar de honra os re

tratos das figuras mais notáveis da Re-


Dicksto

116

volução Francesa e da Independência americana.

Econômico

rua do Oii\'ídor, no Rio, povoada de lo

jas francesas, parecia a Ilyppolile Taunay e Férdinand Dímiís igual ou muito

OrcnKSTO

EfíONÓMICO

costumes brasileiros, por um francês que cm carta ao jornal 'Echo se encobria

A imensa maioria dos que compunham as chamadas profissões liberais viria sob a sedução das idéias, do pensamento,

semelhante à sua \'i\ienne. em Paris.

.sol) a inicial K, Evaristo deu um número extraordinário da Aurora Fluminense,

Havia então na capital do Império al

revidando com acrimônia: "Que espé

cia com os nossos escritores, jornalistas

França, conhecedores de sua literatura

faiates franceses, como César, estabele

cies dc capitais nos têm trazido os seus patrícios? Que negociantes, que especu

e homens públicos. Se o Império pre

política e dos fatos de sua história mais

cido no canto da rua da Cadeia n.° 91.

glês, foi através da França, de tradu

Feita a emancipação do Brasil, na Constituinte icunida em 1823 eram nu

merosos os

deputados afeiçoados à

do espírito francês. O mesmo aconte

tendeu arremedar o parlamentarismo in

Dissolvida a Assembléia, não

participando em anúncio no Diárío do

faltou à Carta outorgada por Pedro I o

Rio de Janeiro "ao rc.speitávcl público que há pouco lhe clicgara da França um

ladores, que grandes capitalistas têm vindo aqui estabelecer-se? Serão ôsses que enfeitam a rua do Ouvidor com os

torga, já na adoção do Poder Modera

lindo e escolhido sorlimcnto de fazen

seu bonitos armazéns de modas c nou-

ra em matéria política. Lútos e revis

dor, defendido por Benjamin Constant,

das das dc melhor gosto e próprias para uso dos senhores no tempo do verão ;

vcoutéesP

tas da França invadiram tôdas as biblio

recente.

influxo francês, já no próprio ato da ou cujas obras o jovem monarca atentamen

te lera. Embora simples comerciantes, mas nem por isso deixando de ser agen tes eficazes da influência de sua terra,

havia cabeleireiros como Desmarais, es

tabelecido na rua do Ouvidor, chapeleiros como F. Richard, tinturciros como

surgiram no Rio vários

Louís Bemard; havia

franceses com lojas de livros ou tipografias, como J. B. Bompard, Paul

Martiii,

Cremière,

jardineiros especializa dos, como Charlemagnc e Romieiix, dispostos a darem feição francesa

M. S.

Cogez

e

aos jardins que i^^^ aparecendo nas vivên

Plancher, vendendo as obras que apareciam em

tigos e modernos. Mas

cias para os lados do Catete, de Botafogo, do Engenho Velho, do An-

à

daraí; havia até jorna

França de autores an influência

francesa

de ordem intelectual e

listas como A. M. Jour-

literária, que suplanta

dan, ainé, redator do

ria as demais entre nós

Diário do Rio.

no decorrer do século XIX, acompanha

Todos esses franceses (e também os

riam outras no tocante a hábitos, costu

numerosos ingleses trazendo sob certos

mes, estilos de vida.

Se os bacharéis

que se formavam em Olinda e São Pau lo e os médicos que se doutoravam no Rio e na Bahia liam livros franceses — livros técnicos e científicos, romance e

pontos-de-vista contribuição mais impor

tante) concorriam para que o Rio de Janeiro se tornasse aos olhos de Maria Graham a mais européia das cidades brasileiras, comparada a Sa]\'adür e a

poesia — suas futuras mulheres e filhas

Recife.

só se vestiam segundo a moda de Paris, só se penteavam como as parisienses. A moda de Paris chegava às vêzes com

influência francesa, exercida até sob a égide de Vênus mercenária, que não

algum atraso, mas era observada e se guida com olhos atentos. Já nos pri meiros anos do reinado de Pedro I a

Serão os cabeleireiros, alfaia

ções francesas, que chegou a ver algu ma coisa do que se passava na Ing'ater-

tes, pcrfumadores e dentistas, todos de

tecas, ocupando a maior parte de suas

Paris? Serão as damas do Palais Royal (quelqu'unes comme au n.® 113) que, além dos seus safados encantos, passas sem também para o Rio de Janeiro es

Segundo Reinado cuja única leitura era

estantes.

Vale lepbrar o estadista do

a Reoue des Deux Mondes. Livros fran ceses e de iodas as literaturas traduzi

sas ritjuezas e fundos?"

dos em francês. Quem se presumisse de

O grande jornalista estava sendo in justo, ou melhor, não tinha distancia pa ra avaliar o que seria a influência fran cesa no Brasil do século XIX. Não pro viria ela apenas das boutiqucs da rua do Ouvidor e dos seus cabeleireiros, al faiates e modistas. A despeito da su premacia britânica nas finanças e no co mércio de vulto, a França polarizou por

culto ou fino havia de falar bem ou mal

(muitas vêzes bem) a língua francesa. Decrescendo a partir das últimas déca das do século XIX, depois da derrota de 1870, a influência francesa continuou

todavia a mais forte até as pro.ximidades da primeira grande guerra, a des peito da implantação, em 1889, da Re pública presidencial de feitio norte-ame

assim dizer as nossas atividades intelec

ricano (que se tingiu do positivismo de

tuais, que, à força de refletirem os mo

Comte), para realmente sofrer quase que

delos franceses, emprestaram a -certas faces de nossa vida o sentido de cópia

um colapso nos últimos trinta anos, quando os Estados Unidos entraram a disputar em nossa vida não só o

servil ou má tradução.

Os livros fran

ceses, os autores franceses, os poetas

papel que a França representava,

franceses, os romancistas franceses, lo

senão itambém o que tocava à In

graram entre nós surpreendente difusão.

glaterra.

De tal modo se fazia sentir a

tardou a suscitar a reação de alguns brasileiros ciosos de certos padrões tra dicionais. Evaristo da Veiga foi um

dêles. A propósito da sátira feita aos

Anuncm o "Financial Times", citando estatísticas publicadas em Cmíberra que a produção de ouro na Austrália sofreu um decréscimo de nove nnr rentò no transcurso do primeiro semestre do corrente anò. A quantidade tafnl obtida no mesmo semestre atingiu 392.243 ancas.

nnm


Dicksto

116

volução Francesa e da Independência americana.

Econômico

rua do Oii\'ídor, no Rio, povoada de lo

jas francesas, parecia a Ilyppolile Taunay e Férdinand Dímiís igual ou muito

OrcnKSTO

EfíONÓMICO

costumes brasileiros, por um francês que cm carta ao jornal 'Echo se encobria

A imensa maioria dos que compunham as chamadas profissões liberais viria sob a sedução das idéias, do pensamento,

semelhante à sua \'i\ienne. em Paris.

.sol) a inicial K, Evaristo deu um número extraordinário da Aurora Fluminense,

Havia então na capital do Império al

revidando com acrimônia: "Que espé

cia com os nossos escritores, jornalistas

França, conhecedores de sua literatura

faiates franceses, como César, estabele

cies dc capitais nos têm trazido os seus patrícios? Que negociantes, que especu

e homens públicos. Se o Império pre

política e dos fatos de sua história mais

cido no canto da rua da Cadeia n.° 91.

glês, foi através da França, de tradu

Feita a emancipação do Brasil, na Constituinte icunida em 1823 eram nu

merosos os

deputados afeiçoados à

do espírito francês. O mesmo aconte

tendeu arremedar o parlamentarismo in

Dissolvida a Assembléia, não

participando em anúncio no Diárío do

faltou à Carta outorgada por Pedro I o

Rio de Janeiro "ao rc.speitávcl público que há pouco lhe clicgara da França um

ladores, que grandes capitalistas têm vindo aqui estabelecer-se? Serão ôsses que enfeitam a rua do Ouvidor com os

torga, já na adoção do Poder Modera

lindo e escolhido sorlimcnto de fazen

seu bonitos armazéns de modas c nou-

ra em matéria política. Lútos e revis

dor, defendido por Benjamin Constant,

das das dc melhor gosto e próprias para uso dos senhores no tempo do verão ;

vcoutéesP

tas da França invadiram tôdas as biblio

recente.

influxo francês, já no próprio ato da ou cujas obras o jovem monarca atentamen

te lera. Embora simples comerciantes, mas nem por isso deixando de ser agen tes eficazes da influência de sua terra,

havia cabeleireiros como Desmarais, es

tabelecido na rua do Ouvidor, chapeleiros como F. Richard, tinturciros como

surgiram no Rio vários

Louís Bemard; havia

franceses com lojas de livros ou tipografias, como J. B. Bompard, Paul

Martiii,

Cremière,

jardineiros especializa dos, como Charlemagnc e Romieiix, dispostos a darem feição francesa

M. S.

Cogez

e

aos jardins que i^^^ aparecendo nas vivên

Plancher, vendendo as obras que apareciam em

tigos e modernos. Mas

cias para os lados do Catete, de Botafogo, do Engenho Velho, do An-

à

daraí; havia até jorna

França de autores an influência

francesa

de ordem intelectual e

listas como A. M. Jour-

literária, que suplanta

dan, ainé, redator do

ria as demais entre nós

Diário do Rio.

no decorrer do século XIX, acompanha

Todos esses franceses (e também os

riam outras no tocante a hábitos, costu

numerosos ingleses trazendo sob certos

mes, estilos de vida.

Se os bacharéis

que se formavam em Olinda e São Pau lo e os médicos que se doutoravam no Rio e na Bahia liam livros franceses — livros técnicos e científicos, romance e

pontos-de-vista contribuição mais impor

tante) concorriam para que o Rio de Janeiro se tornasse aos olhos de Maria Graham a mais européia das cidades brasileiras, comparada a Sa]\'adür e a

poesia — suas futuras mulheres e filhas

Recife.

só se vestiam segundo a moda de Paris, só se penteavam como as parisienses. A moda de Paris chegava às vêzes com

influência francesa, exercida até sob a égide de Vênus mercenária, que não

algum atraso, mas era observada e se guida com olhos atentos. Já nos pri meiros anos do reinado de Pedro I a

Serão os cabeleireiros, alfaia

ções francesas, que chegou a ver algu ma coisa do que se passava na Ing'ater-

tes, pcrfumadores e dentistas, todos de

tecas, ocupando a maior parte de suas

Paris? Serão as damas do Palais Royal (quelqu'unes comme au n.® 113) que, além dos seus safados encantos, passas sem também para o Rio de Janeiro es

Segundo Reinado cuja única leitura era

estantes.

Vale lepbrar o estadista do

a Reoue des Deux Mondes. Livros fran ceses e de iodas as literaturas traduzi

sas ritjuezas e fundos?"

dos em francês. Quem se presumisse de

O grande jornalista estava sendo in justo, ou melhor, não tinha distancia pa ra avaliar o que seria a influência fran cesa no Brasil do século XIX. Não pro viria ela apenas das boutiqucs da rua do Ouvidor e dos seus cabeleireiros, al faiates e modistas. A despeito da su premacia britânica nas finanças e no co mércio de vulto, a França polarizou por

culto ou fino havia de falar bem ou mal

(muitas vêzes bem) a língua francesa. Decrescendo a partir das últimas déca das do século XIX, depois da derrota de 1870, a influência francesa continuou

todavia a mais forte até as pro.ximidades da primeira grande guerra, a des peito da implantação, em 1889, da Re pública presidencial de feitio norte-ame

assim dizer as nossas atividades intelec

ricano (que se tingiu do positivismo de

tuais, que, à força de refletirem os mo

Comte), para realmente sofrer quase que

delos franceses, emprestaram a -certas faces de nossa vida o sentido de cópia

um colapso nos últimos trinta anos, quando os Estados Unidos entraram a disputar em nossa vida não só o

servil ou má tradução.

Os livros fran

ceses, os autores franceses, os poetas

papel que a França representava,

franceses, os romancistas franceses, lo

senão itambém o que tocava à In

graram entre nós surpreendente difusão.

glaterra.

De tal modo se fazia sentir a

tardou a suscitar a reação de alguns brasileiros ciosos de certos padrões tra dicionais. Evaristo da Veiga foi um

dêles. A propósito da sátira feita aos

Anuncm o "Financial Times", citando estatísticas publicadas em Cmíberra que a produção de ouro na Austrália sofreu um decréscimo de nove nnr rentò no transcurso do primeiro semestre do corrente anò. A quantidade tafnl obtida no mesmo semestre atingiu 392.243 ancas.

nnm


I |i i|i

Digesto Econômico

em

Financiamento dã construção e conservação de estradas Guilherme Moojen

119

mãos de particulares, mas muitos

São Paulo, a arrecadação da taxa de

das a exploração do pedágio nas condi ções mencionadas, estabelecem que es.sas pontes se tornarão propriedade pú

pedágio vem sendo, em média, de Cr$ 1.300.000,00 por mês, o que dará uma arrecadação provável de 15 milhões de

blica depois de um certo número de

cruzeiros, no corrente ano. O custo total da obra está avaliado em 340 mi

anos.

I Tma das mais importantes questões

O autor dêste trabalho, Diretor do Ca-

de ordem prática e teórica em ma téria de financiamento de estradas de rodagem, inquestionàvelmente, é o de determinar-se, uma ;vez conhecido o

hinete de Estudos Econômicos e Finan

custo de cada projeto, qual a parte que deverá ser paga por aquêles que se be

ceiros da Secretaria da Fazenda do Es

tado do Rio Grande do Sul c Professor da Cadeira de Ciôncia das Finanças da Faculdade de Ciâncias Políticas e £co-

rodovia, que liga o pôrto de Santos a

contratos, que garantem a pessoas priva

A construção de modernas pontes exige um grande investimento de ca pita! e o pedágio é um poderoso meio de financiamento para essas construções de vulto. Nas pontes, o pedágio é fá cil de ser cobrado.

Entre nós é de se

lhões de cruzeiros.

Os 15 milhões a

serem arrecadados pelos dois postos de cobrança existentes na referida rodovia, descontadas as despesas de administra

ção, não darão para pagar nem os juros anuais das operações de crédito levanta das para financiamento da rodoria em

neficiam com a estrada e qual a que de

nómicas de Pôrto Alegre, estôve recen

supor que todos o pagariam de bom gra

temente nos Estados Unidos da Améri

verá ser paga por outras fontes de re

ca do Norte, estudando, a conoitc do

ceita.

Departamento de Estado, a organização

financeira estadual e municipal.

do, pois a sua receita possibilitaria a construção, em pouco tempo, de gran de número de pontes, em passagem de rios, em que o viajante é obrigado a esperar considerável espaço de tempo pelas antigas balsas, as quais são moro

A taxa de pedágio

sas, inseguras e não dão passagem em

atravessará uma zona em que estão

épocas de grandes chuvas. Além de to

concentrados mais de 2/3 dos veíciJos a

Geralmente tem tido boa aceitação o princípio de que as despesas com a cons trução e conservação das estradas de ro

dagem devem ser pagas por aquêles que se beneficiam com o melhoramento.

Pode-se dizer, em linhas gerais, que a construção ou a conservação de uma

estrada traz três ordens de benefícios:

1) aos proprietários de veículos que usam a estrada;

2) aos proprietários de terras vizinhas

à estrada, as quais, em regra ge ral, são valorizadas com êsse me lhoramento;

3) de ordem social, isto é, para tôda a coletividade.

Nestas três fontes, pois, pode o Esta do buscar os meios de que necessita para

O pedágio, conhecido nos Estados Uni

dos por "toll roads", segundo Auslin F. Macdonald, em seu livro "Anierlcan

State Govemment", pág. 498, foi muito

usado naquele país antes da era dn construção das estradas de ferro, isto é,

no tempo das diligências. O século XX surgiu como um verdadeiro renascimen to em matéria de construção de estra

das de rodagem. Todavia, êsse notá\el movimento não ocasionou a volta ao

uso do pedágio, porque o público apren deu, com a experiência do passado, que

dos esses inconvenientes, o motorista é

obrigado a pagar o barqueiro pelo ser viço prestado de travessia, importância essa que poderia ser paga a título de pedágio, a fim de cobrir a despesa de construção de novas pontes que viessem a substituir as balsas.

O pedágio é muito difícil de ser co

brado, na prática. Em estradas ramifi cadas como as nossas, uma grande parte dos motoristas se evadiria ao pagamen to do mesmo, o que contraria o princí pio da generalidade do imposto.

aprêço. E' de esperar-se, entretanto, que nos pró.ximos anos o tráfego na Via Anchieia seja consideravelmente aumenta

do, fornecendo destarte meios de paga mentos para amortização de parte do in vestimento principal. A Via Anchieta motor e.xistentes no Brasil.

Para se ter

uma idéia do tráfego já existente na re-

fèrida ria, basta dizer que, no mês de maio findo, transitaram, na mesma, 84.242 veículos a motor. E' de acredi

tar-se que a cobrança do pedágio em estradas como essa, diretas e com grande tráfego, tenha sucesso. Contribuição de melhoria A contribuição de melhoria baseia-se

no princípio de que todo aquêle que

receber um benefício especial do poder publico, em virtude de obras públicas, deve contribuir para o pagamento das despesas do custo dessas obras, na pro

o financiamento da construção e conser

as estradas devem ser meio livre de co

vação de suas estradas. Na prática, as

duas primeiras fontes mencionadas po

municação e via com maus olhos o sis tema em apreço. O mesmo, entretanto,

A cobrança do pedágio é praticável nas estradas diretas, principalmente na entrada e saída de grandes cidades. Mas

dem, em geral, ser atingidas por tributos, tais como: taxa de pedágio, contribuição

não poderá ser afirmado com relação às pontes, que nos E. U. A., na sua maio

as estradas diretas constituem exceção,

porção do benefício recebido.

entre nós. Assim, o pedágio está dando

de melhoria, taxa sobre combustíveis

ria, foram e são financiadas, em gran

brança da contribuição de melhoria é inteiramente aplicável ao nosso meio pa

líquidos, principalmente sôbre a gaso

de parte, pela cobrança da taxa de pe dágio. Atualmente, a maioria das pon tes em que o pedágio ó cobrado está

lina, taxa de registro de veículos, taxa de licença etc.

bons resultados na chamada Via An-

A co

chieta, que atravessa uma zona mon tanhosa, acidentadíssima. No trecho,

ra o financiamento de grande parte das

já entregue ao tráfego, dessa moderna

cipalmente daquelas que atravessam co-

despesas de construção de estradas, prin


I |i i|i

Digesto Econômico

em

Financiamento dã construção e conservação de estradas Guilherme Moojen

119

mãos de particulares, mas muitos

São Paulo, a arrecadação da taxa de

das a exploração do pedágio nas condi ções mencionadas, estabelecem que es.sas pontes se tornarão propriedade pú

pedágio vem sendo, em média, de Cr$ 1.300.000,00 por mês, o que dará uma arrecadação provável de 15 milhões de

blica depois de um certo número de

cruzeiros, no corrente ano. O custo total da obra está avaliado em 340 mi

anos.

I Tma das mais importantes questões

O autor dêste trabalho, Diretor do Ca-

de ordem prática e teórica em ma téria de financiamento de estradas de rodagem, inquestionàvelmente, é o de determinar-se, uma ;vez conhecido o

hinete de Estudos Econômicos e Finan

custo de cada projeto, qual a parte que deverá ser paga por aquêles que se be

ceiros da Secretaria da Fazenda do Es

tado do Rio Grande do Sul c Professor da Cadeira de Ciôncia das Finanças da Faculdade de Ciâncias Políticas e £co-

rodovia, que liga o pôrto de Santos a

contratos, que garantem a pessoas priva

A construção de modernas pontes exige um grande investimento de ca pita! e o pedágio é um poderoso meio de financiamento para essas construções de vulto. Nas pontes, o pedágio é fá cil de ser cobrado.

Entre nós é de se

lhões de cruzeiros.

Os 15 milhões a

serem arrecadados pelos dois postos de cobrança existentes na referida rodovia, descontadas as despesas de administra

ção, não darão para pagar nem os juros anuais das operações de crédito levanta das para financiamento da rodoria em

neficiam com a estrada e qual a que de

nómicas de Pôrto Alegre, estôve recen

supor que todos o pagariam de bom gra

temente nos Estados Unidos da Améri

verá ser paga por outras fontes de re

ca do Norte, estudando, a conoitc do

ceita.

Departamento de Estado, a organização

financeira estadual e municipal.

do, pois a sua receita possibilitaria a construção, em pouco tempo, de gran de número de pontes, em passagem de rios, em que o viajante é obrigado a esperar considerável espaço de tempo pelas antigas balsas, as quais são moro

A taxa de pedágio

sas, inseguras e não dão passagem em

atravessará uma zona em que estão

épocas de grandes chuvas. Além de to

concentrados mais de 2/3 dos veíciJos a

Geralmente tem tido boa aceitação o princípio de que as despesas com a cons trução e conservação das estradas de ro

dagem devem ser pagas por aquêles que se beneficiam com o melhoramento.

Pode-se dizer, em linhas gerais, que a construção ou a conservação de uma

estrada traz três ordens de benefícios:

1) aos proprietários de veículos que usam a estrada;

2) aos proprietários de terras vizinhas

à estrada, as quais, em regra ge ral, são valorizadas com êsse me lhoramento;

3) de ordem social, isto é, para tôda a coletividade.

Nestas três fontes, pois, pode o Esta do buscar os meios de que necessita para

O pedágio, conhecido nos Estados Uni

dos por "toll roads", segundo Auslin F. Macdonald, em seu livro "Anierlcan

State Govemment", pág. 498, foi muito

usado naquele país antes da era dn construção das estradas de ferro, isto é,

no tempo das diligências. O século XX surgiu como um verdadeiro renascimen to em matéria de construção de estra

das de rodagem. Todavia, êsse notá\el movimento não ocasionou a volta ao

uso do pedágio, porque o público apren deu, com a experiência do passado, que

dos esses inconvenientes, o motorista é

obrigado a pagar o barqueiro pelo ser viço prestado de travessia, importância essa que poderia ser paga a título de pedágio, a fim de cobrir a despesa de construção de novas pontes que viessem a substituir as balsas.

O pedágio é muito difícil de ser co

brado, na prática. Em estradas ramifi cadas como as nossas, uma grande parte dos motoristas se evadiria ao pagamen to do mesmo, o que contraria o princí pio da generalidade do imposto.

aprêço. E' de esperar-se, entretanto, que nos pró.ximos anos o tráfego na Via Anchieia seja consideravelmente aumenta

do, fornecendo destarte meios de paga mentos para amortização de parte do in vestimento principal. A Via Anchieta motor e.xistentes no Brasil.

Para se ter

uma idéia do tráfego já existente na re-

fèrida ria, basta dizer que, no mês de maio findo, transitaram, na mesma, 84.242 veículos a motor. E' de acredi

tar-se que a cobrança do pedágio em estradas como essa, diretas e com grande tráfego, tenha sucesso. Contribuição de melhoria A contribuição de melhoria baseia-se

no princípio de que todo aquêle que

receber um benefício especial do poder publico, em virtude de obras públicas, deve contribuir para o pagamento das despesas do custo dessas obras, na pro

o financiamento da construção e conser

as estradas devem ser meio livre de co

vação de suas estradas. Na prática, as

duas primeiras fontes mencionadas po

municação e via com maus olhos o sis tema em apreço. O mesmo, entretanto,

A cobrança do pedágio é praticável nas estradas diretas, principalmente na entrada e saída de grandes cidades. Mas

dem, em geral, ser atingidas por tributos, tais como: taxa de pedágio, contribuição

não poderá ser afirmado com relação às pontes, que nos E. U. A., na sua maio

as estradas diretas constituem exceção,

porção do benefício recebido.

entre nós. Assim, o pedágio está dando

de melhoria, taxa sobre combustíveis

ria, foram e são financiadas, em gran

brança da contribuição de melhoria é inteiramente aplicável ao nosso meio pa

líquidos, principalmente sôbre a gaso

de parte, pela cobrança da taxa de pe dágio. Atualmente, a maioria das pon tes em que o pedágio ó cobrado está

lina, taxa de registro de veículos, taxa de licença etc.

bons resultados na chamada Via An-

A co

chieta, que atravessa uma zona mon tanhosa, acidentadíssima. No trecho,

ra o financiamento de grande parte das

já entregue ao tráfego, dessa moderna

cipalmente daquelas que atravessam co-

despesas de construção de estradas, prin


Dícf.sto EcoNÓNnoo

120

munidades densamente povoadas e em franco desenvolvimento.

Essa fonte de receita foi muito usa

da, nos Estados Unidos, no passado, na época em que se iniciaram as constru

ções de estradas em grande escala. Atualmente, ainda as leis de numerosos

Estados, prin-ipalmente do Sul e Oeste dos E.U.A., estabelecem que, tôda vez

121

Dick-sto Econômico

A exigência da contribuição de me lhoria foi c.stabe'ccida, no Estado do

classe, nas sucessivas zonas, a ta.xa c

é taxada, independentemente de sua des. tinação; em outros, a gasolina destinada

Rio Grande do Sul, jx;Iü Decreto-lei n." 5, de 14 de fevereiro dc 1940. Igno

de 2,5 por mil, calculada sobre o valor

a fins industriais e a outros consumos,

do fôro das terras marginais, 2 por mil,

que não os de veículos a motor, é isen

1,5 por mil e 0,5 por mil; para as de segunda c'asse a taxa é de, respectiva

ta do tributo.

trado em execução. O enião Conselhei

ro do Departamento Administrativo do

mente, .3,75. 3, 2.25 c 0.75 por mil; e

Estado, Sr. Gaston Englcrl. comentan do em parecer o projeto que originou a lei cm aprêço, declarou: "Os nossos pro

para as de terceira classe a taxa é, res pectivamente, dc 5, 4, 3 e 1 por mil.

gasolina e lubrificantes é da competên cia privativa da União, a qual distribui

Assim, para as estradas dc primeira

ramos o motivo de não ter o mesmo en

Entre nós a cobrança da ta.\a sôbre

48% dessa receita aos Estados e 12% aos

será, no todo ou em parte, financiada pela contribuição de melhoria, a qual in cidirá sôbre as propriedades valorizadas pela estrada. Alguns dêsses Estados ba

suas contribuições estão tendo "boa"

aplicação, d(? modo (|uc facih'tcm a cir

Municípios. Essa fonte de receita é de gues Luiz, IDirctor dc Vialidad da Re grande futuro. Contudo, não devemos pública do Uruguai, pronunciada na So esperar demasiado dela, pois temos ain ciedade de Engenharia do Rio Grande da reduzido número de v^eículos a motor do Sul, por ocasião da Segunda Reunião, em opemção. Segundo as estatísticas, o

seiam a contribuição de melhoria no

culação de nossas riquezas".

das Administrações Rodoviárias, Pòrto

nosso pais tem mais ou menos em circu

O Uruguai, desdi' 1928, vem cobrando contribuição de melhoria com visível su cesso, para o financiamento de parte das despesas da construção de estradas. O processo usado naquele país consiste cni

Alegre, maio de 1948).

lação 300 mil v-eículos a motor; os Esta

que uma estrada nova é construída, ela

inteiro valor da propriedade; outros, numa parte do valor. Parece que to

dos concordam em que a contribuição em aprêço não deve exceder ao valor do

melhoramento acrescentado à proprieda de.

dutores não SC recusarão a contribuir pa ra êssc fim, desde que vejam que as

estabelecer a zona de influência de cada es

í

(Cfr. Conferência Eng. M. L. Rodri

Tdxaa .sobre gasolina e lubrificantes

dos Unidos têm 30 milhões, isto é, 100 vezes mais. Para que se lenha uma idéia

As taxas sobre a gasolina e sobre o re

da produção de gasolina nos Estados

gistro de veículos são a principal fonte

Unidos com relação ao nosso consumo, é

de receita de todos os Departamentos de

o bastante que se tenha em vista que o

Estradas dc Rodagem do.s Estados Uni

Brasil não consome, em um ano inteiro,

dos.

a gasolina que os Estados Unidos pro

pressão de que esta mos vivendo a época que os E.U.A. vive

trada e depois e.xigir contribuição de me-

llioria dos proprietá

ra a construção de estradas, em 1919 o

rios vícinais na razão

ram há muitos decê

inversa

Estado de Oregon votou uma lei criando a taxa sôbre a gasolina, na base de um centavo por galão. Esta taxa iniciou

Com relação a es tradas, temos a im

nios atrás, isto é, naquele período em que deram os primeiros passos para a cons

trução de estradas permanentes. Naque la época, a contribuição de melhoria erá

da

distância

de suas terras da estrada. As zonas dc influência são c'as.sificadas em quatro

categorias: a primeira vai dc zero me tro a três mil metros; a segunda de três

Procurando no\"a fonte de receita pa

uma das maiores transformações nas fi nanças governamentais americanas, pois os demais Estados, um a um, até o úl

duzem em apenas uma hora! Somos contrário • a essas comparações gerais,

mas somos levado a fazê-las para demontrar que não devemos esperar de masiado das taxas incidentes sôbre a

gasolina. Taxa de registrõ dc veíciãos

uma importante fonte de receita para o financiamento de estradas. Hoje, essa

mil a seis mil metros; a terceira de seis

timo foram adotando a taxa em aprêço.

mil a dez mil, e finalmente, a quarta vai

Presentemente, nos Estados membros da

fonte de receita para a finalidade aci ma está quase relegada aos Estados do Sul e Oeste, que são menos desenvolvi

de dez mil a quarenta mil metros.

União Americana as taxas incidentes sô

a taxa de registro de veículos. Não há

bre a gasolina variam de um a sete cen

uniformidade, entre os Estados, com relação à base sôbre a qual deve incidir

dos. Eis porque somos entusiastas da adoção, entre nós, da contribuição de melhoria, para o financiamento da cons trução de estradas, princípio aliás em boa hora aceito pela nossa última Cons tituição Federal e adotado pela maio ria das constituições estaduais e leis

orgânicas municipais.

De outro lado, as estradas, naquele pais, foram classificadas, quanto à sua pavi mentação, cm três c'asses: à primeira

tavos por ga^ão. Esta taxa é cobrada, em geral, do atacadista. O Govêmo Fe

Todos os Estados americanos cobram

o tributo em apreço, nem mesmo sôbre as taxas a serem cobradas em geral.

classe pertencem as estradas pavimenta das com "macadam", ou solos estabiliza dos; à segunda, as asfaltadas; e, à tercei ra, as pavimentadas com concreto. A ta

bre o galão de gasolina, a qual é cobrada do produtor ou do importador. Essa ta

xa cobrada a título de contribuição de

xa, como se infere, é convenientemente

b) a capacidade {mais usada para

melhoria decresce de acordo com a zona,

paga, fáci' de coletar e fácil de adminis trar. Em alguns Estados, tôda a gasolina

c) o peso bruto;

a distância e a classe da estrada.

deral, por sua vez, também arrecada uma taxa uniforme de um e meio centavo sô

Os Estados tomam para base as taxas de registro de veículos:

a) o valor dos mesmos; caminhões);


Dícf.sto EcoNÓNnoo

120

munidades densamente povoadas e em franco desenvolvimento.

Essa fonte de receita foi muito usa

da, nos Estados Unidos, no passado, na época em que se iniciaram as constru

ções de estradas em grande escala. Atualmente, ainda as leis de numerosos

Estados, prin-ipalmente do Sul e Oeste dos E.U.A., estabelecem que, tôda vez

121

Dick-sto Econômico

A exigência da contribuição de me lhoria foi c.stabe'ccida, no Estado do

classe, nas sucessivas zonas, a ta.xa c

é taxada, independentemente de sua des. tinação; em outros, a gasolina destinada

Rio Grande do Sul, jx;Iü Decreto-lei n." 5, de 14 de fevereiro dc 1940. Igno

de 2,5 por mil, calculada sobre o valor

a fins industriais e a outros consumos,

do fôro das terras marginais, 2 por mil,

que não os de veículos a motor, é isen

1,5 por mil e 0,5 por mil; para as de segunda c'asse a taxa é de, respectiva

ta do tributo.

trado em execução. O enião Conselhei

ro do Departamento Administrativo do

mente, .3,75. 3, 2.25 c 0.75 por mil; e

Estado, Sr. Gaston Englcrl. comentan do em parecer o projeto que originou a lei cm aprêço, declarou: "Os nossos pro

para as de terceira classe a taxa é, res pectivamente, dc 5, 4, 3 e 1 por mil.

gasolina e lubrificantes é da competên cia privativa da União, a qual distribui

Assim, para as estradas dc primeira

ramos o motivo de não ter o mesmo en

Entre nós a cobrança da ta.\a sôbre

48% dessa receita aos Estados e 12% aos

será, no todo ou em parte, financiada pela contribuição de melhoria, a qual in cidirá sôbre as propriedades valorizadas pela estrada. Alguns dêsses Estados ba

suas contribuições estão tendo "boa"

aplicação, d(? modo (|uc facih'tcm a cir

Municípios. Essa fonte de receita é de gues Luiz, IDirctor dc Vialidad da Re grande futuro. Contudo, não devemos pública do Uruguai, pronunciada na So esperar demasiado dela, pois temos ain ciedade de Engenharia do Rio Grande da reduzido número de v^eículos a motor do Sul, por ocasião da Segunda Reunião, em opemção. Segundo as estatísticas, o

seiam a contribuição de melhoria no

culação de nossas riquezas".

das Administrações Rodoviárias, Pòrto

nosso pais tem mais ou menos em circu

O Uruguai, desdi' 1928, vem cobrando contribuição de melhoria com visível su cesso, para o financiamento de parte das despesas da construção de estradas. O processo usado naquele país consiste cni

Alegre, maio de 1948).

lação 300 mil v-eículos a motor; os Esta

que uma estrada nova é construída, ela

inteiro valor da propriedade; outros, numa parte do valor. Parece que to

dos concordam em que a contribuição em aprêço não deve exceder ao valor do

melhoramento acrescentado à proprieda de.

dutores não SC recusarão a contribuir pa ra êssc fim, desde que vejam que as

estabelecer a zona de influência de cada es

í

(Cfr. Conferência Eng. M. L. Rodri

Tdxaa .sobre gasolina e lubrificantes

dos Unidos têm 30 milhões, isto é, 100 vezes mais. Para que se lenha uma idéia

As taxas sobre a gasolina e sobre o re

da produção de gasolina nos Estados

gistro de veículos são a principal fonte

Unidos com relação ao nosso consumo, é

de receita de todos os Departamentos de

o bastante que se tenha em vista que o

Estradas dc Rodagem do.s Estados Uni

Brasil não consome, em um ano inteiro,

dos.

a gasolina que os Estados Unidos pro

pressão de que esta mos vivendo a época que os E.U.A. vive

trada e depois e.xigir contribuição de me-

llioria dos proprietá

ra a construção de estradas, em 1919 o

rios vícinais na razão

ram há muitos decê

inversa

Estado de Oregon votou uma lei criando a taxa sôbre a gasolina, na base de um centavo por galão. Esta taxa iniciou

Com relação a es tradas, temos a im

nios atrás, isto é, naquele período em que deram os primeiros passos para a cons

trução de estradas permanentes. Naque la época, a contribuição de melhoria erá

da

distância

de suas terras da estrada. As zonas dc influência são c'as.sificadas em quatro

categorias: a primeira vai dc zero me tro a três mil metros; a segunda de três

Procurando no\"a fonte de receita pa

uma das maiores transformações nas fi nanças governamentais americanas, pois os demais Estados, um a um, até o úl

duzem em apenas uma hora! Somos contrário • a essas comparações gerais,

mas somos levado a fazê-las para demontrar que não devemos esperar de masiado das taxas incidentes sôbre a

gasolina. Taxa de registrõ dc veíciãos

uma importante fonte de receita para o financiamento de estradas. Hoje, essa

mil a seis mil metros; a terceira de seis

timo foram adotando a taxa em aprêço.

mil a dez mil, e finalmente, a quarta vai

Presentemente, nos Estados membros da

fonte de receita para a finalidade aci ma está quase relegada aos Estados do Sul e Oeste, que são menos desenvolvi

de dez mil a quarenta mil metros.

União Americana as taxas incidentes sô

a taxa de registro de veículos. Não há

bre a gasolina variam de um a sete cen

uniformidade, entre os Estados, com relação à base sôbre a qual deve incidir

dos. Eis porque somos entusiastas da adoção, entre nós, da contribuição de melhoria, para o financiamento da cons trução de estradas, princípio aliás em boa hora aceito pela nossa última Cons tituição Federal e adotado pela maio ria das constituições estaduais e leis

orgânicas municipais.

De outro lado, as estradas, naquele pais, foram classificadas, quanto à sua pavi mentação, cm três c'asses: à primeira

tavos por ga^ão. Esta taxa é cobrada, em geral, do atacadista. O Govêmo Fe

Todos os Estados americanos cobram

o tributo em apreço, nem mesmo sôbre as taxas a serem cobradas em geral.

classe pertencem as estradas pavimenta das com "macadam", ou solos estabiliza dos; à segunda, as asfaltadas; e, à tercei ra, as pavimentadas com concreto. A ta

bre o galão de gasolina, a qual é cobrada do produtor ou do importador. Essa ta

xa cobrada a título de contribuição de

xa, como se infere, é convenientemente

b) a capacidade {mais usada para

melhoria decresce de acordo com a zona,

paga, fáci' de coletar e fácil de adminis trar. Em alguns Estados, tôda a gasolina

c) o peso bruto;

a distância e a classe da estrada.

deral, por sua vez, também arrecada uma taxa uniforme de um e meio centavo sô

Os Estados tomam para base as taxas de registro de veículos:

a) o valor dos mesmos; caminhões);


122

t

'

d) o peso líquido (mais usada para

o Estado de Nova York, cm 1920, co

automóveis); e) a fôrça (H. P.);

bria uma terça parle das despesas com a

f) a quilometragem; ou g)' combinam duas ou mais dessas ba ses.

De conformidade com estudos reali zados pelo Bureau of Publíc Roads e duas comissões da National Tax Association, os principais fatôres a serem considerados ao se tributar um veículo

são: l.o) o número de milhas que êle

construção c conservação das suas estra das com a receita da taxa acima.

No Brasil o registro de veículos é cobrado, cm geral, pelos Estados, não tendo a sua receita destinação espedaí. Licença para circulação No Brasil, èsse tributo c cobrado pelos

municípios sob o título dc impòsto de li perfaz; 2.°) o pêso impôsto à superfície cença (licença circulação) e inci da estrada pelo veículo e sua carga; de sobre os veículos cm geral. Como a 3°) o modo pelo qual a carga é distri licença para circulação, entre nós, é co buída, isto é, se em quatro

rodas

brada a título de

com

imposto, a sua ar

dois eixos, ou em

recadação não tem

seis rodas com três

destinação especial.

eixos; 4.°) o tipo de

Nos Estados Uni

pneus com os quais

dos, esse tributo é

o veículo está equi pado (pneus pròpriamente ditos, bor

arrecadado em ge

ral pelos Estados, sendo o produto,

racha maçica ou me.

tal).

Um

sistema

que neghgencie qualquer um dos qua

com raras exceções,

destinado ao fundo de construção de estradas.

tro fatôres acima não é eqüitativo; um que tente incluir mais fatôres torna-se dificultoso. (In "Taxation in Minnesota",

Recursos

por Roy G. Blakey, pág. 382). Não há nos Estados americanos uni

Finanças Públicas aconselha que não é

formidade quanto à aplicação das impor

ordinários

e

extraordinários

A grande maioria dos estudiosos de

Estados elas são empregadas obrigatò-

boa política orçamentária lançar mão de recursos ordinários para o financiamen to de grandes projetos, pois isso onera ria demasiado o contribuinte e prejudi

riamente na construção/e conservação de

caria o desenvolvimento de outros ser

estradas. Em alguns poucos Estados elas

viços que também estão a cargo do Es

tâncias recebidas a título da "Motor Vehicle Tax". Na grande maioria dos

são desviadas para outros propósitos.

tado e que estão também clamando por

Por exemplo, o Estado de Flórida desti

maiores verbas.

na a receita da "Motor Vehicle Tax"

Ê princípio , universalmente aceito que financiar despesas ordinárias por

para formar o fundo escolar, (^órgia é alguns outros Estados destinam parte dêsste irarpôsto também para escolas.

Dicesto

Dicesto Econónhco

meio de empréstimo constituí ruinosa po-

lítica financeira.

As despesas de ma-

1

123

Econômico

nutenção e reconstrução de estradas são

o nosso, <X)m um enorme número de anal

tipicamente dc.spcsas ordinárias e, como tais, devem, normalmente, correr pela

fabetos e com grande falta de estradas,

.receita ordinária. Seria admissível, talvez, o recurso ex

traordinário, quando uma reconstrução de estradas implicar em melhoramento, substancial e permanente de uma velha estrada, a ponto de tomá-la como nova. Não seria conscntâneo financiar-se a

deve sofrer restrições.

O uso exclusivo de recursos ordinários

para o financiamento de estradas retarda ria injustificàvelmente o descnvohlmento de um sistema rodoviário determinado,

privando destarte a comunidade, por um largo número de anos, das vantagens que a mesma poderia usufruir imediata

simples conservação das estradas e.xis-

mente de um aperfeiçoado sistema de

tentes com recursos extraordinários, pois

comunicações.

não seria lícito onerar as gerações futu

ras com dcspc.sas puramente de opera ções que só a atual aproveita, as quais iriam constituir um peso morto nos orça mentos dos exercícios vindouros.

Nem mesmo para a construção de pe

quenas estradas se justifica o recurso ao empréstimo. Num grande orçamento mui.

Um tardio desenvolvimento da cons

trução de estradas adequadas ocasiona: l.o) lun alto custo de conseivação;

2.®) excessivas despesas de custeio pa ra os veículos era operação; e 3.®) entrave ao desenvoKimento das atividades econômicas e sociais

por assim dizer, ordinárias, principalmen

em geral. A moderna estrada para automó\'eis e caminhões é, em grande parte, um in

te quando se atentar para o crescimen

vestimento permanente.

to vegetativo dos serviços, pois parale

princípio, o empréstimo para fmancáar

tas despesas de obra nova se tomam,

Baseado neste

lamente a este se supõe um crescimen

a construção de estradas é tècnicamente

to vegetativo da receita pública.

recomendável.

Mais

estradas significam maiores meios de cir culação da riqueza; mais escolas, mais gastos com a saiide pública, significam maior número de cidadãos aptos para a produção e, (Conseqüentemente, maior

Para a construção de estradas perma nentes, isto é, de estradas que irão bene

ficiar populações por um largo número de anos no futuro, seria, pois, recomen dável o recorrer-se ao crédito, a prazos

número de contribuintes para o erário

nunca superiores ao de duração da es

público.

trada.

Exemplificando essa espécie de obra

A Comissão de técnicos, nomeada pe

nova financiável por recursos ordinários

la Associação Nacional de Administra

o Prof. Harold M. Groves, em seu livro

"Financing Govemment" pág. 559, es creveu: "Por exemplo, uma grande cida de tem uma contínua necessidade de

ampliação de edifícios escolares. Consti tui política financeira sadia pagar êsses investimentos pelos recursos do orçamen to anual". Todavia, a aplicação do prin. cípio em aprêço, em países novos como

dores de Impostos, com sede em Chicago, para estudar meios de financiamento pa-"

i-a a construção de estradas, concluiu que. durante o período inicial de construção de um melliorado sistema de estradas,

em Estados densamente povoadas e em franco crescimento e em Estados onde a imediata constmção de melhores estradas

é urgente, não seria prudente tentar


122

t

'

d) o peso líquido (mais usada para

o Estado de Nova York, cm 1920, co

automóveis); e) a fôrça (H. P.);

bria uma terça parle das despesas com a

f) a quilometragem; ou g)' combinam duas ou mais dessas ba ses.

De conformidade com estudos reali zados pelo Bureau of Publíc Roads e duas comissões da National Tax Association, os principais fatôres a serem considerados ao se tributar um veículo

são: l.o) o número de milhas que êle

construção c conservação das suas estra das com a receita da taxa acima.

No Brasil o registro de veículos é cobrado, cm geral, pelos Estados, não tendo a sua receita destinação espedaí. Licença para circulação No Brasil, èsse tributo c cobrado pelos

municípios sob o título dc impòsto de li perfaz; 2.°) o pêso impôsto à superfície cença (licença circulação) e inci da estrada pelo veículo e sua carga; de sobre os veículos cm geral. Como a 3°) o modo pelo qual a carga é distri licença para circulação, entre nós, é co buída, isto é, se em quatro

rodas

brada a título de

com

imposto, a sua ar

dois eixos, ou em

recadação não tem

seis rodas com três

destinação especial.

eixos; 4.°) o tipo de

Nos Estados Uni

pneus com os quais

dos, esse tributo é

o veículo está equi pado (pneus pròpriamente ditos, bor

arrecadado em ge

ral pelos Estados, sendo o produto,

racha maçica ou me.

tal).

Um

sistema

que neghgencie qualquer um dos qua

com raras exceções,

destinado ao fundo de construção de estradas.

tro fatôres acima não é eqüitativo; um que tente incluir mais fatôres torna-se dificultoso. (In "Taxation in Minnesota",

Recursos

por Roy G. Blakey, pág. 382). Não há nos Estados americanos uni

Finanças Públicas aconselha que não é

formidade quanto à aplicação das impor

ordinários

e

extraordinários

A grande maioria dos estudiosos de

Estados elas são empregadas obrigatò-

boa política orçamentária lançar mão de recursos ordinários para o financiamen to de grandes projetos, pois isso onera ria demasiado o contribuinte e prejudi

riamente na construção/e conservação de

caria o desenvolvimento de outros ser

estradas. Em alguns poucos Estados elas

viços que também estão a cargo do Es

tâncias recebidas a título da "Motor Vehicle Tax". Na grande maioria dos

são desviadas para outros propósitos.

tado e que estão também clamando por

Por exemplo, o Estado de Flórida desti

maiores verbas.

na a receita da "Motor Vehicle Tax"

Ê princípio , universalmente aceito que financiar despesas ordinárias por

para formar o fundo escolar, (^órgia é alguns outros Estados destinam parte dêsste irarpôsto também para escolas.

Dicesto

Dicesto Econónhco

meio de empréstimo constituí ruinosa po-

lítica financeira.

As despesas de ma-

1

123

Econômico

nutenção e reconstrução de estradas são

o nosso, <X)m um enorme número de anal

tipicamente dc.spcsas ordinárias e, como tais, devem, normalmente, correr pela

fabetos e com grande falta de estradas,

.receita ordinária. Seria admissível, talvez, o recurso ex

traordinário, quando uma reconstrução de estradas implicar em melhoramento, substancial e permanente de uma velha estrada, a ponto de tomá-la como nova. Não seria conscntâneo financiar-se a

deve sofrer restrições.

O uso exclusivo de recursos ordinários

para o financiamento de estradas retarda ria injustificàvelmente o descnvohlmento de um sistema rodoviário determinado,

privando destarte a comunidade, por um largo número de anos, das vantagens que a mesma poderia usufruir imediata

simples conservação das estradas e.xis-

mente de um aperfeiçoado sistema de

tentes com recursos extraordinários, pois

comunicações.

não seria lícito onerar as gerações futu

ras com dcspc.sas puramente de opera ções que só a atual aproveita, as quais iriam constituir um peso morto nos orça mentos dos exercícios vindouros.

Nem mesmo para a construção de pe

quenas estradas se justifica o recurso ao empréstimo. Num grande orçamento mui.

Um tardio desenvolvimento da cons

trução de estradas adequadas ocasiona: l.o) lun alto custo de conseivação;

2.®) excessivas despesas de custeio pa ra os veículos era operação; e 3.®) entrave ao desenvoKimento das atividades econômicas e sociais

por assim dizer, ordinárias, principalmen

em geral. A moderna estrada para automó\'eis e caminhões é, em grande parte, um in

te quando se atentar para o crescimen

vestimento permanente.

to vegetativo dos serviços, pois parale

princípio, o empréstimo para fmancáar

tas despesas de obra nova se tomam,

Baseado neste

lamente a este se supõe um crescimen

a construção de estradas é tècnicamente

to vegetativo da receita pública.

recomendável.

Mais

estradas significam maiores meios de cir culação da riqueza; mais escolas, mais gastos com a saiide pública, significam maior número de cidadãos aptos para a produção e, (Conseqüentemente, maior

Para a construção de estradas perma nentes, isto é, de estradas que irão bene

ficiar populações por um largo número de anos no futuro, seria, pois, recomen dável o recorrer-se ao crédito, a prazos

número de contribuintes para o erário

nunca superiores ao de duração da es

público.

trada.

Exemplificando essa espécie de obra

A Comissão de técnicos, nomeada pe

nova financiável por recursos ordinários

la Associação Nacional de Administra

o Prof. Harold M. Groves, em seu livro

"Financing Govemment" pág. 559, es creveu: "Por exemplo, uma grande cida de tem uma contínua necessidade de

ampliação de edifícios escolares. Consti tui política financeira sadia pagar êsses investimentos pelos recursos do orçamen to anual". Todavia, a aplicação do prin. cípio em aprêço, em países novos como

dores de Impostos, com sede em Chicago, para estudar meios de financiamento pa-"

i-a a construção de estradas, concluiu que. durante o período inicial de construção de um melliorado sistema de estradas,

em Estados densamente povoadas e em franco crescimento e em Estados onde a imediata constmção de melhores estradas

é urgente, não seria prudente tentar


124

Dicksto Econónoco

Dicesto Econômico

125

financiar a construção das estradas cm

consei^'ado deveria ser somado á.s des

apreço, ou de grande parle delas, com

para a construção de uma estrada, além

pesas da construção, isto é. ao investi

a receita ordinária, (in "Proceedings of lhe National Tax Association", 1924 pátr 413-431).

Dentro dôsse princípio, nos Estados

Unidos muitos Estados, para construção

de suas estradas no passado, e alguns ainda no presente, emitiram e cslão emi

tindo apólices a longo prazo, as quais são resgatadas gradaHvamente, com a re ceita da.s taxas que incidem sôbre com

bustíveis, lubrificantes, registro de veí culos e

propriedades

adjacentes.

mento inicial; o mesmo dc\-cria aconte

cer com as despc.sas de administração, pois ambas são suplementos do primeiro.

Qual c a zona que será beneficiada pela estrada?

Infelizmente dá-.se. entre nós, pouca

Quem irá construí-la? O Govêmo?

comparativo dos custos de construção c

Por empreitada não seria mais barato? De que modo será ela construída? De cimento, de asfalto, de "macadam", ou, .simplesmente, de terra batida? Suponhamo.s que a verba disponível

conservação dos diferentes tipos, tendose sempre em vista a possibilidade da

para a construção seja pequena. Deve mos decidir logo pela forma mais barata?

se poderão utilizar além dos automó\-ei.s.

importância ao fator custo da estrada e, por cs.se motivo, num paí.s imenso como o nosso, contamos com uin mimeio

de quilômetros de estradas trafcgá\*ci5 verdadeiramente irrisório.

Quando os relatóriiis fificiais afirmam riue o País, o Estado ou o Município gastou tantos mi-

Segundo Alfred G.

liiões eni con.siniçâo

Buehler, em seu livro

e conscr\'açào de cs-

"Public Finance", pág.

'traclas,

logo

nos

93, os Estados america

ocorrem as pergun

nos gastam mais de uma quarta parte de seus or çamentos ordinários em

tas: Que parte des

sa importância fui

estradas; os Municípios

sas

não estão longe dessa

administração, isto ê.

cifra. Os governos gas

em

tam mais em estradas,

jDcssoal

nos Estados Unidos, do que em edu

nhando funções bu-

atribuícla as despt^

puramente de despesas

ctim

desempe

i'Ocráticas, funcionários, engenheiros, ofi ciais de gabinete, escriturários, dalilõgra-

cação.

O modo de construção e, principal mente, o tipo de revestimento da estrada

cie outras coÍsa.s, dever-se-ia ter em vista o seguinte:

Custo das estradas

fos, contínuos, serventes etc., com mate

Tão importante como o financiamento de estradas é o problema do custo das mesmas. A Comissão de Pesquisas Tríbutárias, nomeada pela 40.® Legislatura

Que parte dessa importância foi despen dida com pessoal e material efeti\'amen-

rial de escritório de caráter permanente ou de consumo, com despesas diversas?

te empregados no planejamento, cons trução e conservação das estradas? E. finalmente, a mais importante: Quantos

Mas, concluímos, após estudos, que ns despesas de conservação dessa estra

da nos anos seguintes seria muito gran de. Em face dessas despesas de conscr\'ação, não seria mais econômico construir-sc essa mesma estrada de cimento ou de "macadam"?

Verificaríamos, depois, que a verba é insuficiente para a construção da estra da do cimento ou "macadam".

Mas se

usássemos essa verba disponível e conse-

guissemos mais numerário a crédito, não

deveriam ser decididos somente depois de bem conhecidos os resullados de pes

quisas locais com respeito ao estudo

utilização econômica do

material de

construção existente nas redondezas da

estrada, bem como os veículos que dela

Couchisõo

Uma boa estrada, além de facilitar a

circulação das pessoas e das riquezas de iima zona qualquer, não só valoriza as

terras adjacentes e resulta em grande segurança e economia para cada veicu

lo que nela transita, economia de pneus, mo'as, gasolina, tempo etc., mas tam

bém traz confôrto e prazer para os auto- ^

mobilistas. Isto eqüivale a dizer que o ■

seria mais barato, em última análise,

Estado investindo milhões de cruzeiros em construção e conservação de estradas,

construirmos uma estrada mais duradou

os proprietários de terras ganharão mi

ra e que melhor pudesse atender às ne cessidades do tráfego? E, assim por diante, muitas conjeturas se poderiam fazer sobre o caso em apreço.

De outro lado, as despesas de conser

lhões de cruzeiros e os proprietários dos veículos que vão utilizar a estrada eco nomizarão milhões de cruzeiros. E" de

se supor, pois, que os proprietários das terras paguem de boa vontade a con

vação de estradas deveriam ser suficien

tribuição de melhoria e os automobilis* tas paguem, do mesmo modo, as taxa =

tes de modo a mantê-las no estado em

sôbre a gasolina, lubrificantes, registro, e

do Estado de Texas, em 1928, concluiu que "o custo normal para a conserva ção de uma estrada não pavimentada era quatro vezes maior do que o de uma estrada pavimentada". ("Report of the Tax Survey Committee", pág. 438,

rnento construídos ou conservados com o

Estado do Texas, 1929).

.tradas deveriam ser efetuadas somente

ser construída ou melhorada sem imedia

trução de estradas, o que possibilitaria um desenvolvimento dos projetos atuais

Não resta dúvida que, tecnicamente, o custo de cada quilômetro de estrada

após sérios e exaustivos estridos. Ao planejar-se, por exemplo, uma despesa

tas providências no sentido de conser

de construção de estradas, e muitas vê-

vá-la sempre em ótimas condições.

zes a sua extensão.

quilômetros de estradas foram real-

dinheiro em apreço e qual a qualidade dessas estradas?

As despesas com a construção de cs-

que foram construídas, pois uma ade quada conservação não só mantém a

pedágio. De outro lado, todas essas re ceitas reunidas poderão constituir um

estrada sempre em satisfatórias condi ções de uso, mas preserva o capital ne

fundo destinado ao pagamento de juros

la investido inicialmente.

Nenhuma estrada de rodagem deveria

e amortização gradativa de empréstimos destinados ao financiamento da cons


124

Dicksto Econónoco

Dicesto Econômico

125

financiar a construção das estradas cm

consei^'ado deveria ser somado á.s des

apreço, ou de grande parle delas, com

para a construção de uma estrada, além

pesas da construção, isto é. ao investi

a receita ordinária, (in "Proceedings of lhe National Tax Association", 1924 pátr 413-431).

Dentro dôsse princípio, nos Estados

Unidos muitos Estados, para construção

de suas estradas no passado, e alguns ainda no presente, emitiram e cslão emi

tindo apólices a longo prazo, as quais são resgatadas gradaHvamente, com a re ceita da.s taxas que incidem sôbre com

bustíveis, lubrificantes, registro de veí culos e

propriedades

adjacentes.

mento inicial; o mesmo dc\-cria aconte

cer com as despc.sas de administração, pois ambas são suplementos do primeiro.

Qual c a zona que será beneficiada pela estrada?

Infelizmente dá-.se. entre nós, pouca

Quem irá construí-la? O Govêmo?

comparativo dos custos de construção c

Por empreitada não seria mais barato? De que modo será ela construída? De cimento, de asfalto, de "macadam", ou, .simplesmente, de terra batida? Suponhamo.s que a verba disponível

conservação dos diferentes tipos, tendose sempre em vista a possibilidade da

para a construção seja pequena. Deve mos decidir logo pela forma mais barata?

se poderão utilizar além dos automó\-ei.s.

importância ao fator custo da estrada e, por cs.se motivo, num paí.s imenso como o nosso, contamos com uin mimeio

de quilômetros de estradas trafcgá\*ci5 verdadeiramente irrisório.

Quando os relatóriiis fificiais afirmam riue o País, o Estado ou o Município gastou tantos mi-

Segundo Alfred G.

liiões eni con.siniçâo

Buehler, em seu livro

e conscr\'açào de cs-

"Public Finance", pág.

'traclas,

logo

nos

93, os Estados america

ocorrem as pergun

nos gastam mais de uma quarta parte de seus or çamentos ordinários em

tas: Que parte des

sa importância fui

estradas; os Municípios

sas

não estão longe dessa

administração, isto ê.

cifra. Os governos gas

em

tam mais em estradas,

jDcssoal

nos Estados Unidos, do que em edu

nhando funções bu-

atribuícla as despt^

puramente de despesas

ctim

desempe

i'Ocráticas, funcionários, engenheiros, ofi ciais de gabinete, escriturários, dalilõgra-

cação.

O modo de construção e, principal mente, o tipo de revestimento da estrada

cie outras coÍsa.s, dever-se-ia ter em vista o seguinte:

Custo das estradas

fos, contínuos, serventes etc., com mate

Tão importante como o financiamento de estradas é o problema do custo das mesmas. A Comissão de Pesquisas Tríbutárias, nomeada pela 40.® Legislatura

Que parte dessa importância foi despen dida com pessoal e material efeti\'amen-

rial de escritório de caráter permanente ou de consumo, com despesas diversas?

te empregados no planejamento, cons trução e conservação das estradas? E. finalmente, a mais importante: Quantos

Mas, concluímos, após estudos, que ns despesas de conservação dessa estra

da nos anos seguintes seria muito gran de. Em face dessas despesas de conscr\'ação, não seria mais econômico construir-sc essa mesma estrada de cimento ou de "macadam"?

Verificaríamos, depois, que a verba é insuficiente para a construção da estra da do cimento ou "macadam".

Mas se

usássemos essa verba disponível e conse-

guissemos mais numerário a crédito, não

deveriam ser decididos somente depois de bem conhecidos os resullados de pes

quisas locais com respeito ao estudo

utilização econômica do

material de

construção existente nas redondezas da

estrada, bem como os veículos que dela

Couchisõo

Uma boa estrada, além de facilitar a

circulação das pessoas e das riquezas de iima zona qualquer, não só valoriza as

terras adjacentes e resulta em grande segurança e economia para cada veicu

lo que nela transita, economia de pneus, mo'as, gasolina, tempo etc., mas tam

bém traz confôrto e prazer para os auto- ^

mobilistas. Isto eqüivale a dizer que o ■

seria mais barato, em última análise,

Estado investindo milhões de cruzeiros em construção e conservação de estradas,

construirmos uma estrada mais duradou

os proprietários de terras ganharão mi

ra e que melhor pudesse atender às ne cessidades do tráfego? E, assim por diante, muitas conjeturas se poderiam fazer sobre o caso em apreço.

De outro lado, as despesas de conser

lhões de cruzeiros e os proprietários dos veículos que vão utilizar a estrada eco nomizarão milhões de cruzeiros. E" de

se supor, pois, que os proprietários das terras paguem de boa vontade a con

vação de estradas deveriam ser suficien

tribuição de melhoria e os automobilis* tas paguem, do mesmo modo, as taxa =

tes de modo a mantê-las no estado em

sôbre a gasolina, lubrificantes, registro, e

do Estado de Texas, em 1928, concluiu que "o custo normal para a conserva ção de uma estrada não pavimentada era quatro vezes maior do que o de uma estrada pavimentada". ("Report of the Tax Survey Committee", pág. 438,

rnento construídos ou conservados com o

Estado do Texas, 1929).

.tradas deveriam ser efetuadas somente

ser construída ou melhorada sem imedia

trução de estradas, o que possibilitaria um desenvolvimento dos projetos atuais

Não resta dúvida que, tecnicamente, o custo de cada quilômetro de estrada

após sérios e exaustivos estridos. Ao planejar-se, por exemplo, uma despesa

tas providências no sentido de conser

de construção de estradas, e muitas vê-

vá-la sempre em ótimas condições.

zes a sua extensão.

quilômetros de estradas foram real-

dinheiro em apreço e qual a qualidade dessas estradas?

As despesas com a construção de cs-

que foram construídas, pois uma ade quada conservação não só mantém a

pedágio. De outro lado, todas essas re ceitas reunidas poderão constituir um

estrada sempre em satisfatórias condi ções de uso, mas preserva o capital ne

fundo destinado ao pagamento de juros

la investido inicialmente.

Nenhuma estrada de rodagem deveria

e amortização gradativa de empréstimos destinados ao financiamento da cons


Dicesto Eco^•ó^uco

do Controle Monetário PnoF. DjACiR Menezes

(Catedrático da Universidade do Brasil)

RAÇAS a sua simplici dade e fácil compreen

mentos, superando as necessidades do

I

127

Entretanto, bastaria a consideração de

movimento por intermédio dos instru

que muitos pagamentos são realizados sem que interfira a moeda manual ou

mentos monetíírios, cujas funções já assi

efetiva para que sc percebesse a dife

numa interconeXão cambiante e comple xa. Ora, aquele poder de compra não

rença. Graças ao crédito, a quantidade dos "meios de pagamento" para liqui dação de dívidas entre os agentes que lideram o processo econômico pode de-

naladas se destacam e se desdobram,

é resultado de prescrição da autoridade monetária: êle não nasce na esfera da

definido, um complexo de funções que

lise pode ainda aprofundar mais aque

circulação. O que a autoridade emissionista pode fazer é fabricar os sinais materiais que exprime aquêle poder

seria necessário tornar mais explícitas. Não liá nisso qualquer novidade, c a

las distinções: as restrições do crédito,

aquisitivo, mas não cria jamais sua fôrça

Irving Fisher e outros

própria. Esta, que é o "poder de com

economistas modernos,

análise teórica desde muito clareou so

as mercadorias acumuladas, estagnando os mercados, o declínio da prociu-a, aumentam a necessidade de efetuar pa gamentos em moeda. Então aparecem

são, a teoria quantitati va da moeda, na for mulação que lhe deu

ganhou ràpidamente as inteligências. Passou a servir de base ao raciocínio dos que, sem longo trato com os assuntos

monetários, examinam o panorama fi nanceiro do pais à cata de remédios para os males da inflação. A maioria dos políticos eventualmente dedicados aos

debates sôbre nossa moeda e crédito, com o objetivo de formular legislativa mente uma solução, tende a adotar me

didas singelas, que se inspiram nas con siderações quantitativistas.

Assim, no fundo de todos aqueles ra ciocínios, está sempre o postulado fun

damental — o vãloT dü moeda depende de sua quantidade e de st/a velocidade

de circulação. O fator "velocidade" é, contudo, um pouco obscurecido; os da dos estatísticos informam de modo mais

preciso sobre o volume do potencial monetário.

%'olumo dc transações existentes, alribmse à moeda cm circulação, de modo in

bejamente o toma. Entretanto, nas dis cussões travadas cm torno dêlc, nestes

crescer.

Nos períodos de crise, a aná

pra", se revela em face das utilidades elaboradas no ato da troca. Do confron-

to entre a moeda, de um lado, e as

últimos anos, enlrt; nós tem sido esque cida essa preliminar. Para completo en tendimento da questão, tomamos a ini ciativa de relembrar perfunctòriamente

mais nitidamente as funções do dinhei

mercadorias e serviços, de outro, resulta

ro como meio de cOmpra e como meio de pagamento, exigidas em desiguais in-

a relação que traduz a eficácia aquisi

tensídades. E da massa total de dinhei

fonte emissora, à ordem do Estado. Ora,

as lições dos mestres.

ro existente se diferenciam as suas por ções que atendem àquelas duas funções

forma simplificada, que as variações de

Nota sôbre as funções da jrwcda "Medida de valor ou denominador co

pretende a teoria quantitativa, na sua

diferentes, discriminando-se de outras

volume do potencial monetário se cone-

porções que atendem ainda às demais

lacionam às variações de valor da moeda,

porquanto atendem a determinado volu me de transações em certo período. Para corrigir essa singeleza, que esque-

mum, meio de troca, reserva de valor

funções assumidas pelos signos monetá

ou instrumento do poupança, tais são as

rios dentro do processo de circulação da

três funções da moeda, que acabamos

riqueza.

de evidenciar em sua ordem histórica e

tiva dos sinais lançados à circulação pela

Todos os fenômenos apontados se ma

matiza demais os fenômenos estudados,

introduzem-se às vêzes raciocínios qua

em sua ordem lógica, simultáncamente"

nifestam na esfera da circulação. Como

— ensina Baudin. (1).

instrumento de poupança ou reserva de valor, conforme o discrime citado, pode

litativos. Reclamam que se considerem também os fatòres psicológicos: os há

ríamos considerar também o fato de

bitos coletivos no trato com a moeda,

A análise de

cada uma daquelas funções pode ser encontrada em qualquer compêndio da matéria, dispensando-nos dc alongá-las aqui. O que temos em vista 6 exami

tomar-se possível retirar poder de com

as praxes bancárias, a difusão maior

pra do processo geral de trocas. Ven

ou menor da moeda escriturai, a tradi

nar certas confusões e equívocos entre

dendo mercadorias, o negociante conver

ção do povo em que se observam tais

contra os inflacionistas e a inflação parte daquele pressuposto teórico. Claro que

aquelas funções aSvSinaladas à moeda o as formas que revestem o "capital-dinheiro", na argumentação corrente sobre

te-as, de sua forma mercadoria à forma

fenômenos etc. (2).

não nos propomos aqui negar aquelas evidências teóricas, mas apenas mostrar

lhor esclarecer o assunto, é conveniente

Todo o rebate que vibrou os ares

algiunas sutilezas e aspectos do proble ma, que nos distancia um bocado daque las soluções tiradas linearmente de sim

plificações lógicas excessivas, Quando se fala na abundância dos meios de paga

os malefícios da inflação. A fim de me acentuar outra função, até certo ponto

implícita nas três indicadas: a de meio de pagamento. AJguns subsumem esta função na do meio de troca ou meio de circulação.

dinheiro (continuando sempre capital). Poderá sustar novas compras, o que faz em momentos que julga oportuno. Neste

caso, as vendas superariam as compras, ficando em suspenso certo volume de "poder de compra", o que pode ser fator de desajustamento na dinâmica cir. culatória.

Tal fato não deixaria de re

percutir sôbre a massa da riqueza em

Os investimentos comandam a poupança É estranho que se abra margem àquelas ponderações sôbre aspectos qualitati\'os, que interferem na marcha dos fenômenos de forma acidental — e se

esqueçam distinções mais importantes, que se pronunciam dentro da esfera da circulação, objetivamente, como preten-


Dicesto Eco^•ó^uco

do Controle Monetário PnoF. DjACiR Menezes

(Catedrático da Universidade do Brasil)

RAÇAS a sua simplici dade e fácil compreen

mentos, superando as necessidades do

I

127

Entretanto, bastaria a consideração de

movimento por intermédio dos instru

que muitos pagamentos são realizados sem que interfira a moeda manual ou

mentos monetíírios, cujas funções já assi

efetiva para que sc percebesse a dife

numa interconeXão cambiante e comple xa. Ora, aquele poder de compra não

rença. Graças ao crédito, a quantidade dos "meios de pagamento" para liqui dação de dívidas entre os agentes que lideram o processo econômico pode de-

naladas se destacam e se desdobram,

é resultado de prescrição da autoridade monetária: êle não nasce na esfera da

definido, um complexo de funções que

lise pode ainda aprofundar mais aque

circulação. O que a autoridade emissionista pode fazer é fabricar os sinais materiais que exprime aquêle poder

seria necessário tornar mais explícitas. Não liá nisso qualquer novidade, c a

las distinções: as restrições do crédito,

aquisitivo, mas não cria jamais sua fôrça

Irving Fisher e outros

própria. Esta, que é o "poder de com

economistas modernos,

análise teórica desde muito clareou so

as mercadorias acumuladas, estagnando os mercados, o declínio da prociu-a, aumentam a necessidade de efetuar pa gamentos em moeda. Então aparecem

são, a teoria quantitati va da moeda, na for mulação que lhe deu

ganhou ràpidamente as inteligências. Passou a servir de base ao raciocínio dos que, sem longo trato com os assuntos

monetários, examinam o panorama fi nanceiro do pais à cata de remédios para os males da inflação. A maioria dos políticos eventualmente dedicados aos

debates sôbre nossa moeda e crédito, com o objetivo de formular legislativa mente uma solução, tende a adotar me

didas singelas, que se inspiram nas con siderações quantitativistas.

Assim, no fundo de todos aqueles ra ciocínios, está sempre o postulado fun

damental — o vãloT dü moeda depende de sua quantidade e de st/a velocidade

de circulação. O fator "velocidade" é, contudo, um pouco obscurecido; os da dos estatísticos informam de modo mais

preciso sobre o volume do potencial monetário.

%'olumo dc transações existentes, alribmse à moeda cm circulação, de modo in

bejamente o toma. Entretanto, nas dis cussões travadas cm torno dêlc, nestes

crescer.

Nos períodos de crise, a aná

pra", se revela em face das utilidades elaboradas no ato da troca. Do confron-

to entre a moeda, de um lado, e as

últimos anos, enlrt; nós tem sido esque cida essa preliminar. Para completo en tendimento da questão, tomamos a ini ciativa de relembrar perfunctòriamente

mais nitidamente as funções do dinhei

mercadorias e serviços, de outro, resulta

ro como meio de cOmpra e como meio de pagamento, exigidas em desiguais in-

a relação que traduz a eficácia aquisi

tensídades. E da massa total de dinhei

fonte emissora, à ordem do Estado. Ora,

as lições dos mestres.

ro existente se diferenciam as suas por ções que atendem àquelas duas funções

forma simplificada, que as variações de

Nota sôbre as funções da jrwcda "Medida de valor ou denominador co

pretende a teoria quantitativa, na sua

diferentes, discriminando-se de outras

volume do potencial monetário se cone-

porções que atendem ainda às demais

lacionam às variações de valor da moeda,

porquanto atendem a determinado volu me de transações em certo período. Para corrigir essa singeleza, que esque-

mum, meio de troca, reserva de valor

funções assumidas pelos signos monetá

ou instrumento do poupança, tais são as

rios dentro do processo de circulação da

três funções da moeda, que acabamos

riqueza.

de evidenciar em sua ordem histórica e

tiva dos sinais lançados à circulação pela

Todos os fenômenos apontados se ma

matiza demais os fenômenos estudados,

introduzem-se às vêzes raciocínios qua

em sua ordem lógica, simultáncamente"

nifestam na esfera da circulação. Como

— ensina Baudin. (1).

instrumento de poupança ou reserva de valor, conforme o discrime citado, pode

litativos. Reclamam que se considerem também os fatòres psicológicos: os há

ríamos considerar também o fato de

bitos coletivos no trato com a moeda,

A análise de

cada uma daquelas funções pode ser encontrada em qualquer compêndio da matéria, dispensando-nos dc alongá-las aqui. O que temos em vista 6 exami

tomar-se possível retirar poder de com

as praxes bancárias, a difusão maior

pra do processo geral de trocas. Ven

ou menor da moeda escriturai, a tradi

nar certas confusões e equívocos entre

dendo mercadorias, o negociante conver

ção do povo em que se observam tais

contra os inflacionistas e a inflação parte daquele pressuposto teórico. Claro que

aquelas funções aSvSinaladas à moeda o as formas que revestem o "capital-dinheiro", na argumentação corrente sobre

te-as, de sua forma mercadoria à forma

fenômenos etc. (2).

não nos propomos aqui negar aquelas evidências teóricas, mas apenas mostrar

lhor esclarecer o assunto, é conveniente

Todo o rebate que vibrou os ares

algiunas sutilezas e aspectos do proble ma, que nos distancia um bocado daque las soluções tiradas linearmente de sim

plificações lógicas excessivas, Quando se fala na abundância dos meios de paga

os malefícios da inflação. A fim de me acentuar outra função, até certo ponto

implícita nas três indicadas: a de meio de pagamento. AJguns subsumem esta função na do meio de troca ou meio de circulação.

dinheiro (continuando sempre capital). Poderá sustar novas compras, o que faz em momentos que julga oportuno. Neste

caso, as vendas superariam as compras, ficando em suspenso certo volume de "poder de compra", o que pode ser fator de desajustamento na dinâmica cir. culatória.

Tal fato não deixaria de re

percutir sôbre a massa da riqueza em

Os investimentos comandam a poupança É estranho que se abra margem àquelas ponderações sôbre aspectos qualitati\'os, que interferem na marcha dos fenômenos de forma acidental — e se

esqueçam distinções mais importantes, que se pronunciam dentro da esfera da circulação, objetivamente, como preten-


MU "jii.

rs^

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T

128

DiOESTO ECONÓNflCO

aemos acentuar há pouco. Porque, ape

sar de SC aludir às diversas fun(,ões que a moeda exerce dentro do processo ge

Dicesto Econômico

ria investido cm bcn.s e .serviç-os produti vos, no processo real da elaboração da ri_

cala, estão nas próprias emprêsas, isto é, nos próprios capitais concentrados, onde se efetua a criação da poupança produtiva, onde se criam mais elemen

qucza, diminuindo o volume de poder

ral das trocas, ao passar ao exame das conseqüências inflacíonárias e das alte rações e perturbações correlatas aos

do compra destinado ao.s bens de con sumo. Kcynes tom uni do.s seus méritos

efeitos da conjuntura, aquelas discrimina,

entre a poupança r o inccslimcnto-, via

ções são postas de lado.

129

A retirada de poder de compra sob a forma dinheiro, entretanto, é inteira

mente diferente; aquela forma simbólica

do valor não foi produzida com custos

tos encaminhados aos investimentos fu

iguais ao valor que exprime. Destarte,

subtrai-se uma quantidade de poder de

de regra parte da poupança não se des

turos. A aquisição de ações de trabalho, a aquisição de ações por poupança indi vidual dos participantes do proces.so pro.

Não se deve confundir a necessidade

tina a investimentos, ficando ociosa ou

dutivo, apreciável em épocas de prospe

respondente de bens em circulação. Era,

de poder de compra que experimenta a massa de consumidores finais, compos

aguardando con.sumo diverso. Ainda maí.s: êlc mostrou epie o investimento condicionava o poupança. A taxa de in

ridade e cm países de nível de vida

aliás, a mesma observação que muitos

alto, é c.stimulada pelas instituições de tnvestimonto adaptadas à coleta das

anos antes de Cole já havia feito Cesell.

vestimento era que incentivava a pou

poupanças fora daquela área citada.

importância dos trabalhos de Cesell nes

pança produtiva, ou a debilita\'a, e não

Mas, assim mesmo, em proporção que

vice-versa.

não autoriza grandes possibilidades. Constituem afluentes menores, que fà-

sa esfera. (4). A obser\'ação, aliás, já vem sendo feita por vários economistas que discrepavam dos postulados clássi cas nòs moldes ricardiauos, a partir de Malthus... J. H. Hobson, que se inclui

ta dos salariados em geral e de todos que vivem de ingressos oriundos do trapropriedade, com a carência

de capital-dinheiro" que sente o comer, cíante ou o industrial, para movimentar

o processo produtivo. Há diferentes pro

curas do dinheiro como meios de paga mento, como meios de compra, como capital. Pode ser conveniente, em dado

instante, interferir variadamente naque las funções, porém de mo

mais rclevanlcs ao expor a desigualdade

De qua'quer modo, o que sc deve ter sob forma monetária, oriundo das ativi

em capitais reais, que vão renovar e am

Insuficiência do poder de compra

pliar os quadros e o equi

por meras sugestões dos in

te. Sob a forma dinheiro ôle não se confunde com o

dinheiro que circula, de sempenhando outras fun ções completamente dife-

mais ao interesse público, que nem sempre se confun

rcnte.s nas mãos dos consu

de com os objetivos priva

midores, à cata de bens

dos do capital.

indispen.sáveis à existência. Ao passar para as mãos dos

A poupança, implicando

que exprimem a acumulação da riqueza.

dades produtivas, atravé.s dos mercados, pamento produtivo existen

ferir de modo a atender

ses; não seriam suficientes para forma ção do rio caudaloso dos investimentos

cesso pelo qual se transformam os capitais

do específico, e.não apenas teressados na lucratividade de suas empresas. Inter

cilmente se estancam nos verões das cri

em vista no problema referido é o pro

O poder aquisitivo manifesta-se em fa ce da quantidade das mercadorias e ser viços pelos quais se troca a moeda, como todo mundo sabe. 1

I

Ora, a diminuição

da quantidade de moeda pela sua re tirada da circulação, sob forma de pou pança, determinaria modificação no po der aquisitivo; o nível de preços vigorante se ajustará ao menor volume de

retirada de poder aquisiti vo da circulação, prepara

que trabalham, como retri

"dinheiro efetivo".

buição, e constituindo in

ria as condições para o in

gresso dc salariados — já

vestimento, que

não é mais o mesmo, per

igualava o poder de compra com a pro cura: esta investia o poder de que dispunlia em bens de produção e bens de

seria

a

criação de novos capitais. Assim falava

deu os caracteres de capital que tinha

a análise clássica. Explicavam-se as ori

quando era reservado ao pagamento do trabalho; porque deixou de ser fator da produção, fracionando-se e perdendo

gens do capital ná abstenção que permi tia acumular: desde que os gastos indi viduais não consumiam todo.s ingressos, o excedente facultaria a formação de novos capitais, sob a forma simbólica de dinheiro, isto é, poder de compra que se

aquela destinação e individualidade: passa a ser meio de compra, meio de

A econoiiiia clássica

consumo. Os custos de produção e o poder aquisitivo compensavam-se, equi-

librando-se. Os efeitos ocasionados pelo entesouramento de objetos preciosos dis persavam-se, não obstante seus custos

de produção terem ocasionado ingressos

circulação e pagamento. As fontes de

variados, como muito bem analisa G.

novos investimentos, em sua maior es-

D. H. Cole. (3).

compra do mercado, deixando, como

assinala aquele autor, a quantidade cor

Lord Ke)'nes apontou, com destaque, a

entre esses econonxistas heréticos, acre

ditava que o lucro exagerado, promoven do acumulação, realizando poupança, subtraía poder de compra da circulação, destruía poder dc compra. Major Dou glas, da mesma linhagem rebelde de

economistas, falou na destruição de po der de compra pela poupança. Ê dele o teorema a -1- h, que Cole utiliza ainda no seu último Ihio. (5).

Vem enun

ciado com mais precisão em The Mono-

pole of Credit, e pode ser resumido assim:

Os pagamentos, nas emprêsas, podem ser divididos em dois grupos: grupo o, compreendendo os salários e dividendos

e demais custos internos; e grupo b, compreendendo pagamentos a outras emprêsas pela matéria-prima, despesas de banco e outros custos e.xicrnos.

O

poder de compra distribuído aos indiví duos consta dos ingressos a; os preços, entretanto, na sua formação, resultam

de todas as despesas, portanto, de a b. Como é possível com o poder de compra gerado por a, adquirir o -j- h?


MU "jii.

rs^

jiiw

T

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DiOESTO ECONÓNflCO

aemos acentuar há pouco. Porque, ape

sar de SC aludir às diversas fun(,ões que a moeda exerce dentro do processo ge

Dicesto Econômico

ria investido cm bcn.s e .serviç-os produti vos, no processo real da elaboração da ri_

cala, estão nas próprias emprêsas, isto é, nos próprios capitais concentrados, onde se efetua a criação da poupança produtiva, onde se criam mais elemen

qucza, diminuindo o volume de poder

ral das trocas, ao passar ao exame das conseqüências inflacíonárias e das alte rações e perturbações correlatas aos

do compra destinado ao.s bens de con sumo. Kcynes tom uni do.s seus méritos

efeitos da conjuntura, aquelas discrimina,

entre a poupança r o inccslimcnto-, via

ções são postas de lado.

129

A retirada de poder de compra sob a forma dinheiro, entretanto, é inteira

mente diferente; aquela forma simbólica

do valor não foi produzida com custos

tos encaminhados aos investimentos fu

iguais ao valor que exprime. Destarte,

subtrai-se uma quantidade de poder de

de regra parte da poupança não se des

turos. A aquisição de ações de trabalho, a aquisição de ações por poupança indi vidual dos participantes do proces.so pro.

Não se deve confundir a necessidade

tina a investimentos, ficando ociosa ou

dutivo, apreciável em épocas de prospe

respondente de bens em circulação. Era,

de poder de compra que experimenta a massa de consumidores finais, compos

aguardando con.sumo diverso. Ainda maí.s: êlc mostrou epie o investimento condicionava o poupança. A taxa de in

ridade e cm países de nível de vida

aliás, a mesma observação que muitos

alto, é c.stimulada pelas instituições de tnvestimonto adaptadas à coleta das

anos antes de Cole já havia feito Cesell.

vestimento era que incentivava a pou

poupanças fora daquela área citada.

importância dos trabalhos de Cesell nes

pança produtiva, ou a debilita\'a, e não

Mas, assim mesmo, em proporção que

vice-versa.

não autoriza grandes possibilidades. Constituem afluentes menores, que fà-

sa esfera. (4). A obser\'ação, aliás, já vem sendo feita por vários economistas que discrepavam dos postulados clássi cas nòs moldes ricardiauos, a partir de Malthus... J. H. Hobson, que se inclui

ta dos salariados em geral e de todos que vivem de ingressos oriundos do trapropriedade, com a carência

de capital-dinheiro" que sente o comer, cíante ou o industrial, para movimentar

o processo produtivo. Há diferentes pro

curas do dinheiro como meios de paga mento, como meios de compra, como capital. Pode ser conveniente, em dado

instante, interferir variadamente naque las funções, porém de mo

mais rclevanlcs ao expor a desigualdade

De qua'quer modo, o que sc deve ter sob forma monetária, oriundo das ativi

em capitais reais, que vão renovar e am

Insuficiência do poder de compra

pliar os quadros e o equi

por meras sugestões dos in

te. Sob a forma dinheiro ôle não se confunde com o

dinheiro que circula, de sempenhando outras fun ções completamente dife-

mais ao interesse público, que nem sempre se confun

rcnte.s nas mãos dos consu

de com os objetivos priva

midores, à cata de bens

dos do capital.

indispen.sáveis à existência. Ao passar para as mãos dos

A poupança, implicando

que exprimem a acumulação da riqueza.

dades produtivas, atravé.s dos mercados, pamento produtivo existen

ferir de modo a atender

ses; não seriam suficientes para forma ção do rio caudaloso dos investimentos

cesso pelo qual se transformam os capitais

do específico, e.não apenas teressados na lucratividade de suas empresas. Inter

cilmente se estancam nos verões das cri

em vista no problema referido é o pro

O poder aquisitivo manifesta-se em fa ce da quantidade das mercadorias e ser viços pelos quais se troca a moeda, como todo mundo sabe. 1

I

Ora, a diminuição

da quantidade de moeda pela sua re tirada da circulação, sob forma de pou pança, determinaria modificação no po der aquisitivo; o nível de preços vigorante se ajustará ao menor volume de

retirada de poder aquisiti vo da circulação, prepara

que trabalham, como retri

"dinheiro efetivo".

buição, e constituindo in

ria as condições para o in

gresso dc salariados — já

vestimento, que

não é mais o mesmo, per

igualava o poder de compra com a pro cura: esta investia o poder de que dispunlia em bens de produção e bens de

seria

a

criação de novos capitais. Assim falava

deu os caracteres de capital que tinha

a análise clássica. Explicavam-se as ori

quando era reservado ao pagamento do trabalho; porque deixou de ser fator da produção, fracionando-se e perdendo

gens do capital ná abstenção que permi tia acumular: desde que os gastos indi viduais não consumiam todo.s ingressos, o excedente facultaria a formação de novos capitais, sob a forma simbólica de dinheiro, isto é, poder de compra que se

aquela destinação e individualidade: passa a ser meio de compra, meio de

A econoiiiia clássica

consumo. Os custos de produção e o poder aquisitivo compensavam-se, equi-

librando-se. Os efeitos ocasionados pelo entesouramento de objetos preciosos dis persavam-se, não obstante seus custos

de produção terem ocasionado ingressos

circulação e pagamento. As fontes de

variados, como muito bem analisa G.

novos investimentos, em sua maior es-

D. H. Cole. (3).

compra do mercado, deixando, como

assinala aquele autor, a quantidade cor

Lord Ke)'nes apontou, com destaque, a

entre esses econonxistas heréticos, acre

ditava que o lucro exagerado, promoven do acumulação, realizando poupança, subtraía poder de compra da circulação, destruía poder dc compra. Major Dou glas, da mesma linhagem rebelde de

economistas, falou na destruição de po der de compra pela poupança. Ê dele o teorema a -1- h, que Cole utiliza ainda no seu último Ihio. (5).

Vem enun

ciado com mais precisão em The Mono-

pole of Credit, e pode ser resumido assim:

Os pagamentos, nas emprêsas, podem ser divididos em dois grupos: grupo o, compreendendo os salários e dividendos

e demais custos internos; e grupo b, compreendendo pagamentos a outras emprêsas pela matéria-prima, despesas de banco e outros custos e.xicrnos.

O

poder de compra distribuído aos indiví duos consta dos ingressos a; os preços, entretanto, na sua formação, resultam

de todas as despesas, portanto, de a b. Como é possível com o poder de compra gerado por a, adquirir o -j- h?


>inm D»cesto EcoNÓinm

130

Haverá, por conseqüência, uma insufi

ciência continuada de poder de compra. Em outras palavras, o que se está apon tando é um desequilíbrio entre as fun ções de dinheiro como melo de circula'

çõo e como meio de poujyança. Para Silvio Gesell, utilizar o dinheiro como meio de poupança é justamente onde

está o pecado capital, que originará as perturbações econômicas mais sérias. Porque tal função não é da essência do dinheiro, na sua opinião:

"O dinheiro foi criado para facilitar

ao produtor o intercâmbio de seus pró prios produtos pelos de outros produ tores. £, pois, um meio de troca e nada

doria. que constitui ingressos que fun cionam no processo de circulação da ri

queza como c:ipit:i!. Daqueles ingressos há parcelas que se destinam a remunt'^

rações di\'crsns que, por suas destinnçôí^ próprias, tornam-se simples meio de cir culação, poder de compra determinadas.

pela poupança, com a venda sem a

I>ICE9TO ECOXÓMTCO

181

ria e com sub-rogados do dinheiro são

das, em primeira linha, dos estoques

de alto vulto nas atividades dos negó

que Se acumularam para tais finalida des segundo as ricissitudes de seu ba lanço dc pagamentos. Nos Estados Uni

cios.

Nesse estado dc coisas, o coman

do do volume monetário, coube ás ins-

tituiçüc.s crcditícias, que multiplicam a moeda como as caixas de ressonância

dos, admirável país hoje credor do uni verso ci\ili2ado, com capitais refugiados em larga proporção, o fluxo melalista

Confessamo.s a dificuldade da anáHse.

multiplicam os sons. Tudo isso condu ziu à prevalência dessas instituições so bre a comunhão econômica, procurando

porque essas categorias não podem ser

seus teóricos conferir-lhes a dignidade de

tornando os preços, se não fóssem ado

fi.xadas de modo tão rígido, passando,

controladores supremos da vida mate

fluidícamcnte, do uma fonna a outra,

rial duma nação.

tadas as medidas de "esterilização" do ouro. Suo condições excepcionais, pois

dentro da dinâmica do próprio sistema econômico.

Em conseqüência dessa evolução crescente, passou-se a ver nas superestruturas monetárias a fonte do bem e do

O gratule papel das instituições

mal que se manifestavam na economia

de crédito

das nações civilizadas do ocidente. A necessidade de centralizar o crédito,

No mundo econômico em que nve-

coordenando o sistema bancário em tor

mais". (6).

A interrupção do processo, operada

I

mos, tais fenômenos monetários esca

pariam à nossa compreensão se não le vássemos cm conta o pnpel es,sencial que

no de um órgão que efetive a política econômica cio governo, orientando-a, ge-

influiria perturbadoramente sobre a

oferta dos meios de pagamento, trans tais fatos não se verificaram era nenhum

outro país; o xaiUo de capitais é tão

crescido dentro da nação que sua expor tação começa a surgir como uma neces

sidade indeclinável para os grupos liderantes dc suas finanças. Quando os Estados Unidos abandonaram o pa drão-ouro, em 1933 (dois anos depois

da Inglaterra tê-lo feito), as cau.sas do ^

conseqüente compra, é o obstáculo que impedira o curso sereno do processo cir culatório. Raciocinando nesse diapasão, chegou a distinguir, na expressão pro

desempenha o crédito através das ins-

os desequilíbrios de preços, as crises, as

tituiçõc.s bancárias mais desenvolvidas.

instabilidadcs do valor da moeda com

cura de dinheiro, çluas necessidades de dinheiro que não se devem confundir: a

Porque é o crédito que permitiu cele ridade nos processos de circulação das

tral passou a ser • a grande panacéia.

lorizado. A lição que decorre para os

Como, porém, fios sutis teimam em prender essa política a velhas concep ções metalistas, nem toclos os teóricos do

estudiosos do funcionamento do estaláo metálico é a seguinte: o celebrado au-

tomatismo de funcionamento já teve seu

Banco Central se emanciparam do ourò

tempo. O codiecimento dos mecanis

procura de dinheiro como meio de pdrmuta e como capital. Quando o comer

ciante faz empréstimos no banco - diz Gesell — não realiza nenhuma troca:

promete devolver dinheiro. Os emprés timos do Estado, idem; dinheiro atual contra dinheiro futuro. Tal procura não é a procura de meios de circulação. Esta surge quando se oferece a mercadoria.

Para ele, só a mercadoria traduz a pro cura de dinheiro como meio circulante.

Desta maneira, o comerciante que des conta uma letra no banco, procura ca pital; e quando oferece suas mercadorias, procura meio circulante. Desconhece Gesell que o total de mercadoria que o comerciante põe

venda é capital sob a forma de merca

mercadorias, nas transformações do ca

pital dentro do quadro onde se realiza a criação de bens materiais. Permitindo cindir os atos de compra e os atos de

rou uma ilusão suplementar: a de curar

medidas dessa natureza. O Banco Cen

mesmo ato nas duas nações foram muito

diversas. O comportamento diante do ^ va'or em ouro de suas respectivas moe das foi diferente; o dólar foi des\'a-

venda, intercalando entre êles determina

como a moeda universal, a verdadeira

mos relativos à moeda, ao crédito, aos

dos períodos de tempo, abriu espaço á e.speculação e á criação de outras formas

moeda, conforme lhe chama o economis

insÜtutos bancários, às inversões e pou

ta argentino Roque Gondra.

simbólicas da riqueza.

A concentração social dos nieio,s de

produção, que o mecanismo da sociedade por ações facultou maravilhosamente, formou ês.ses organismos colossais que, passo a passo, cvolveram e permitiram u produção em escala jamais atingida pela humanidade.

A massa de papéis de

crédito que aflui aos mercados respecti vos cresceu extraordinariamente; os pa

gamentos efetuados com moeda bancá

Demoremos um pouco a análise nesse

aspecto da questão.

pança, autorizam os governos a toma

rem em mãos a direção completa da polí tica monetária, através de bancos centrais,

afastando de vez a velha ilusão dos m-

O valor do nosso papel-moeda

tahstas. A resistência contra esse ponto de vista nao é mais de ordem puramen-

Na política do padrão-ouro, a quanti

te doutrinaria. Ela nasce de interfases

dade de metal amarelo existente no

ligados à finança especulativa, mas que

Banco Central passa a determinar a

atenta contra os interêsses verdadeira-

grandeza da massa monetária que fun

mente nacionais das fontes da riqueza,

ciona como dinlieiro "efetivo". Êste so

da nossa agricultura e indústrias em de-

fre as restrições e as oscilações oriun

senvolvimento. Por que moüvos deixar

,

i


>inm D»cesto EcoNÓinm

130

Haverá, por conseqüência, uma insufi

ciência continuada de poder de compra. Em outras palavras, o que se está apon tando é um desequilíbrio entre as fun ções de dinheiro como melo de circula'

çõo e como meio de poujyança. Para Silvio Gesell, utilizar o dinheiro como meio de poupança é justamente onde

está o pecado capital, que originará as perturbações econômicas mais sérias. Porque tal função não é da essência do dinheiro, na sua opinião:

"O dinheiro foi criado para facilitar

ao produtor o intercâmbio de seus pró prios produtos pelos de outros produ tores. £, pois, um meio de troca e nada

doria. que constitui ingressos que fun cionam no processo de circulação da ri

queza como c:ipit:i!. Daqueles ingressos há parcelas que se destinam a remunt'^

rações di\'crsns que, por suas destinnçôí^ próprias, tornam-se simples meio de cir culação, poder de compra determinadas.

pela poupança, com a venda sem a

I>ICE9TO ECOXÓMTCO

181

ria e com sub-rogados do dinheiro são

das, em primeira linha, dos estoques

de alto vulto nas atividades dos negó

que Se acumularam para tais finalida des segundo as ricissitudes de seu ba lanço dc pagamentos. Nos Estados Uni

cios.

Nesse estado dc coisas, o coman

do do volume monetário, coube ás ins-

tituiçüc.s crcditícias, que multiplicam a moeda como as caixas de ressonância

dos, admirável país hoje credor do uni verso ci\ili2ado, com capitais refugiados em larga proporção, o fluxo melalista

Confessamo.s a dificuldade da anáHse.

multiplicam os sons. Tudo isso condu ziu à prevalência dessas instituições so bre a comunhão econômica, procurando

porque essas categorias não podem ser

seus teóricos conferir-lhes a dignidade de

tornando os preços, se não fóssem ado

fi.xadas de modo tão rígido, passando,

controladores supremos da vida mate

fluidícamcnte, do uma fonna a outra,

rial duma nação.

tadas as medidas de "esterilização" do ouro. Suo condições excepcionais, pois

dentro da dinâmica do próprio sistema econômico.

Em conseqüência dessa evolução crescente, passou-se a ver nas superestruturas monetárias a fonte do bem e do

O gratule papel das instituições

mal que se manifestavam na economia

de crédito

das nações civilizadas do ocidente. A necessidade de centralizar o crédito,

No mundo econômico em que nve-

coordenando o sistema bancário em tor

mais". (6).

A interrupção do processo, operada

I

mos, tais fenômenos monetários esca

pariam à nossa compreensão se não le vássemos cm conta o pnpel es,sencial que

no de um órgão que efetive a política econômica cio governo, orientando-a, ge-

influiria perturbadoramente sobre a

oferta dos meios de pagamento, trans tais fatos não se verificaram era nenhum

outro país; o xaiUo de capitais é tão

crescido dentro da nação que sua expor tação começa a surgir como uma neces

sidade indeclinável para os grupos liderantes dc suas finanças. Quando os Estados Unidos abandonaram o pa drão-ouro, em 1933 (dois anos depois

da Inglaterra tê-lo feito), as cau.sas do ^

conseqüente compra, é o obstáculo que impedira o curso sereno do processo cir culatório. Raciocinando nesse diapasão, chegou a distinguir, na expressão pro

desempenha o crédito através das ins-

os desequilíbrios de preços, as crises, as

tituiçõc.s bancárias mais desenvolvidas.

instabilidadcs do valor da moeda com

cura de dinheiro, çluas necessidades de dinheiro que não se devem confundir: a

Porque é o crédito que permitiu cele ridade nos processos de circulação das

tral passou a ser • a grande panacéia.

lorizado. A lição que decorre para os

Como, porém, fios sutis teimam em prender essa política a velhas concep ções metalistas, nem toclos os teóricos do

estudiosos do funcionamento do estaláo metálico é a seguinte: o celebrado au-

tomatismo de funcionamento já teve seu

Banco Central se emanciparam do ourò

tempo. O codiecimento dos mecanis

procura de dinheiro como meio de pdrmuta e como capital. Quando o comer

ciante faz empréstimos no banco - diz Gesell — não realiza nenhuma troca:

promete devolver dinheiro. Os emprés timos do Estado, idem; dinheiro atual contra dinheiro futuro. Tal procura não é a procura de meios de circulação. Esta surge quando se oferece a mercadoria.

Para ele, só a mercadoria traduz a pro cura de dinheiro como meio circulante.

Desta maneira, o comerciante que des conta uma letra no banco, procura ca pital; e quando oferece suas mercadorias, procura meio circulante. Desconhece Gesell que o total de mercadoria que o comerciante põe

venda é capital sob a forma de merca

mercadorias, nas transformações do ca

pital dentro do quadro onde se realiza a criação de bens materiais. Permitindo cindir os atos de compra e os atos de

rou uma ilusão suplementar: a de curar

medidas dessa natureza. O Banco Cen

mesmo ato nas duas nações foram muito

diversas. O comportamento diante do ^ va'or em ouro de suas respectivas moe das foi diferente; o dólar foi des\'a-

venda, intercalando entre êles determina

como a moeda universal, a verdadeira

mos relativos à moeda, ao crédito, aos

dos períodos de tempo, abriu espaço á e.speculação e á criação de outras formas

moeda, conforme lhe chama o economis

insÜtutos bancários, às inversões e pou

ta argentino Roque Gondra.

simbólicas da riqueza.

A concentração social dos nieio,s de

produção, que o mecanismo da sociedade por ações facultou maravilhosamente, formou ês.ses organismos colossais que, passo a passo, cvolveram e permitiram u produção em escala jamais atingida pela humanidade.

A massa de papéis de

crédito que aflui aos mercados respecti vos cresceu extraordinariamente; os pa

gamentos efetuados com moeda bancá

Demoremos um pouco a análise nesse

aspecto da questão.

pança, autorizam os governos a toma

rem em mãos a direção completa da polí tica monetária, através de bancos centrais,

afastando de vez a velha ilusão dos m-

O valor do nosso papel-moeda

tahstas. A resistência contra esse ponto de vista nao é mais de ordem puramen-

Na política do padrão-ouro, a quanti

te doutrinaria. Ela nasce de interfases

dade de metal amarelo existente no

ligados à finança especulativa, mas que

Banco Central passa a determinar a

atenta contra os interêsses verdadeira-

grandeza da massa monetária que fun

mente nacionais das fontes da riqueza,

ciona como dinlieiro "efetivo". Êste so

da nossa agricultura e indústrias em de-

fre as restrições e as oscilações oriun

senvolvimento. Por que moüvos deixar

,

i


132

Dicesto Ecokónuco

que os acasos de uma maior ou menor quantidade de ouro seja a base que de

informava para o c.xtcrior: "Na Europa

termine a maior ou menor quantidade

aumento de notas inconvcrsix"eis determinas.se um mellioramcnto sensível nas

de dinheiro efetivo?

Há muitos anos, o Visconde de Mauá escrevia no seu ensaio sôbre o nosso

meio circulante estas palavras corajosas:

Digesto Eco^íó^aco

Discutimos aqui sòmentc o aspecto interno de nossa moeda. O problema

mal se poderá compreender que nm

condições monetárias déste país". (8). Determitiação do volume monetário

"A história dêsse meio circulante nos

faz saber que, não obstante ser ê'e

papel inconversível, tem tido, não pou cas vêzes, valor muito superior ao ouro, fato único também na história finan

ceira das nações.. O que representa êssc papel, em última análise? O crédito do

Brasil representado nesses múltiplos e multiplicados elementos, que criarão a riqueza que existe e farão aparecer a

grandiosa riqueza futura, de que mais ousada compreensão não pode fixar o algarismo.(7),

"O papel de crédito firmado pela na ção brasileira não pode ser inferior a nenhum".

Atestava o grande industrial e ban

queiro que nosso país dispensara as es pécies metálicas desde a aurora de sua

vida, como nação — e que, mau grado os malsinadores que repetem lições de eco nomistas voltados sôbre quadros econô

micos onde vigoram outros interêsses, todo o desenvolvimento da riqueza do país se fazia sob os auspícios e propulsão daquele papel-moeda tão caluniado. E que em nossa história financeira andavam os teóricos tão cegos e com ouvidos tão

azoinados pela cantílena estranha que não souberam o que significava um pa pel-moeda CUJO valor subiu, anormal

133

fundamental será: de qual volume de po.

crédito, mas cujas raízes estão, na rea

tencial monetário precisamos? E para essa determinação não temos que re correr a qualquer argumentação sôbre o ouro depositado no futuro Banco Central

lidade, na esfera onde se criam os bens

ou no atual Banco do Brasil.

base para determinação das causas dos

Temos,

num certo momento, um nível de preços que revela um poder aquisitivo existen te em certa base, que está correlaciona do com outras grandezas de ordem eco-

Se volvemos a tai.s argtjmcntos arcai cos é porque em pleno Parlamento bra sileiro e em pleno moado..do século XX ainda veneráveis financistas, debatendo

nómico-financcira: volume de importa

proj'etos dc lei, demonstram preferên

lizador de nos.sos melhores empreendi mentos industriais c bancários. Julga

ção, dc exportação, moxamento de ca pitais — com o.s cIemcnto.s fundamentais de nosso balanço dc pagamentos. Há fatores mais próximos, outros mais re

mos, entretanto, que boa maioria de es-

motos.

cias metalistas j'á refutadas por Mauá. E êle olhava o meio nacional como rea

Êsso volume monetário é condi

cionado em primeira plana pela política de oferta de credito, que, por sua vez, condiciona a quantidade de dinheiro efe

tudio.so.s, em nos.sa representação popu lar, já se distanciaram dessas concepções. Todos compreendemos que são outras as determinações da política monetária e

perprodução, de desequilíbrios que .«su pomos nascer na esfera da moeda e do

tivo de que se precisa para a circulação

dc produção e consumo. Êste ponto de vista reclama melhor

obser\*ação das fòrças produtivas, como males buscados no terreno abstrato das

especulações monetárias.

E pretende

ligar as indagações sôbre o volume de

moeda e.xigido na circulação das mer cadorias.

A deflação e as indústrias: o problema teórico

As dificuldades do problema surgem ainda maiores quando se obseivam os

métodos rlv;trados para estabelecer a velocidade da moeda manual e da moe

da bancária, indispensável na determina

ção do "volume". Sabe-se que uma ^

bancária de que necessitamos. Nós te-

— opinam Hawtrey, Robertson e outros

quantidade de moeda poderá financiar ^

mo.s um sistema monetário secularmen

grandes estudiosos. As necessidades que

te desprendido de lastro metálico. As tentativas feitas ainda mais comprovam a

determinam o "quantum" de dinheiro em

üm maior número de operações se sua velocidade média aumentar. Ademais, a velocidade e a quantidade de moeda não são senão dois aspectos bem conexos

relutância e impossibilidade de contra riarmos essa tendência espontânea do no.sso desenvolvimento. Para as trocas internacionais, o ouro continua desem

penhando papel assegurado pelas potên cias interessadas no seu prestígio — mas não se pode negar que o espírito de

equidade nas trocas entre nações industriais e nações atrasadas e agrícolas ten da a recorrer a outras formas e proces

sos de ajustamentos econômicos. (9).

I

(

movimento originam-se do processo de produção, eni última análise. A esse proce.sso ajustam-se os instrumentos cria dos pelos bancos e pela autoridade mo netária. Os e.specíalístas da moeda per dem de vista as relações reais do pro

do mesmo fenonieno. Nesse ponto, o aperfeiçoamento matemático das fórmu

las conseguidas por alguns estudiosos

dei,xa-nos sempre cópticos quanto à sua

cesso e absorvem-se na reflexão das for

fidelidade no retratar as íntimas rela

mas abstratas a que atinge a riqueza

ções que constituem o processo analisa

.social, nas suas representações simbóli

do. Quanto aos depósitos bancários, por

cas: o dinheiro e as modalidades credi-

exemplo, nao é possivel estabelecer ri

tícias. O processo de produção e re produção social alargou e aprofundou sua base no crédito, que pareceu a

ção

gorosamente sua veloeidade de circula

maneira do cjue se fax com o

dmheiro efetivo. Ademais, esses depó

mente, em dado instante, acima do

Apesar de tudo que invocamos, pro jeta-se a nossa moeda-ouro, o cruzei-

ouro..• Noutras palavras, as e.xigências da circulação da riqueza eram de

ro-ouro — em meio da maior seriedade!

muitos ser o motor da vida econômica. A maioria das transações movimenta-se

E uma vasta gargalhada não sacode êste

sob ação dos meios criados artificialmen

que, muitas vêzes, escapam ao registro

tal ordem que se presenciavam fenô

país numa convulsão dolorosa de riso!

te, estendendo as áreas de compras e

estatístico.

vendas além das necessidades da socie

Apesar de tudo, é praticamente possí vel paibr de certa estrutura de preços

menos raros. E um comerciante estran

geiro, observando o fato em nossa praça.

* *

dade.

Aparqçem possibilidades de su

sitos sao de natureza diversa - e compensam-se, e circulam em circunstâncias


132

Dicesto Ecokónuco

que os acasos de uma maior ou menor quantidade de ouro seja a base que de

informava para o c.xtcrior: "Na Europa

termine a maior ou menor quantidade

aumento de notas inconvcrsix"eis determinas.se um mellioramcnto sensível nas

de dinheiro efetivo?

Há muitos anos, o Visconde de Mauá escrevia no seu ensaio sôbre o nosso

meio circulante estas palavras corajosas:

Digesto Eco^íó^aco

Discutimos aqui sòmentc o aspecto interno de nossa moeda. O problema

mal se poderá compreender que nm

condições monetárias déste país". (8). Determitiação do volume monetário

"A história dêsse meio circulante nos

faz saber que, não obstante ser ê'e

papel inconversível, tem tido, não pou cas vêzes, valor muito superior ao ouro, fato único também na história finan

ceira das nações.. O que representa êssc papel, em última análise? O crédito do

Brasil representado nesses múltiplos e multiplicados elementos, que criarão a riqueza que existe e farão aparecer a

grandiosa riqueza futura, de que mais ousada compreensão não pode fixar o algarismo.(7),

"O papel de crédito firmado pela na ção brasileira não pode ser inferior a nenhum".

Atestava o grande industrial e ban

queiro que nosso país dispensara as es pécies metálicas desde a aurora de sua

vida, como nação — e que, mau grado os malsinadores que repetem lições de eco nomistas voltados sôbre quadros econô

micos onde vigoram outros interêsses, todo o desenvolvimento da riqueza do país se fazia sob os auspícios e propulsão daquele papel-moeda tão caluniado. E que em nossa história financeira andavam os teóricos tão cegos e com ouvidos tão

azoinados pela cantílena estranha que não souberam o que significava um pa pel-moeda CUJO valor subiu, anormal

133

fundamental será: de qual volume de po.

crédito, mas cujas raízes estão, na rea

tencial monetário precisamos? E para essa determinação não temos que re correr a qualquer argumentação sôbre o ouro depositado no futuro Banco Central

lidade, na esfera onde se criam os bens

ou no atual Banco do Brasil.

base para determinação das causas dos

Temos,

num certo momento, um nível de preços que revela um poder aquisitivo existen te em certa base, que está correlaciona do com outras grandezas de ordem eco-

Se volvemos a tai.s argtjmcntos arcai cos é porque em pleno Parlamento bra sileiro e em pleno moado..do século XX ainda veneráveis financistas, debatendo

nómico-financcira: volume de importa

proj'etos dc lei, demonstram preferên

lizador de nos.sos melhores empreendi mentos industriais c bancários. Julga

ção, dc exportação, moxamento de ca pitais — com o.s cIemcnto.s fundamentais de nosso balanço dc pagamentos. Há fatores mais próximos, outros mais re

mos, entretanto, que boa maioria de es-

motos.

cias metalistas j'á refutadas por Mauá. E êle olhava o meio nacional como rea

Êsso volume monetário é condi

cionado em primeira plana pela política de oferta de credito, que, por sua vez, condiciona a quantidade de dinheiro efe

tudio.so.s, em nos.sa representação popu lar, já se distanciaram dessas concepções. Todos compreendemos que são outras as determinações da política monetária e

perprodução, de desequilíbrios que .«su pomos nascer na esfera da moeda e do

tivo de que se precisa para a circulação

dc produção e consumo. Êste ponto de vista reclama melhor

obser\*ação das fòrças produtivas, como males buscados no terreno abstrato das

especulações monetárias.

E pretende

ligar as indagações sôbre o volume de

moeda e.xigido na circulação das mer cadorias.

A deflação e as indústrias: o problema teórico

As dificuldades do problema surgem ainda maiores quando se obseivam os

métodos rlv;trados para estabelecer a velocidade da moeda manual e da moe

da bancária, indispensável na determina

ção do "volume". Sabe-se que uma ^

bancária de que necessitamos. Nós te-

— opinam Hawtrey, Robertson e outros

quantidade de moeda poderá financiar ^

mo.s um sistema monetário secularmen

grandes estudiosos. As necessidades que

te desprendido de lastro metálico. As tentativas feitas ainda mais comprovam a

determinam o "quantum" de dinheiro em

üm maior número de operações se sua velocidade média aumentar. Ademais, a velocidade e a quantidade de moeda não são senão dois aspectos bem conexos

relutância e impossibilidade de contra riarmos essa tendência espontânea do no.sso desenvolvimento. Para as trocas internacionais, o ouro continua desem

penhando papel assegurado pelas potên cias interessadas no seu prestígio — mas não se pode negar que o espírito de

equidade nas trocas entre nações industriais e nações atrasadas e agrícolas ten da a recorrer a outras formas e proces

sos de ajustamentos econômicos. (9).

I

(

movimento originam-se do processo de produção, eni última análise. A esse proce.sso ajustam-se os instrumentos cria dos pelos bancos e pela autoridade mo netária. Os e.specíalístas da moeda per dem de vista as relações reais do pro

do mesmo fenonieno. Nesse ponto, o aperfeiçoamento matemático das fórmu

las conseguidas por alguns estudiosos

dei,xa-nos sempre cópticos quanto à sua

cesso e absorvem-se na reflexão das for

fidelidade no retratar as íntimas rela

mas abstratas a que atinge a riqueza

ções que constituem o processo analisa

.social, nas suas representações simbóli

do. Quanto aos depósitos bancários, por

cas: o dinheiro e as modalidades credi-

exemplo, nao é possivel estabelecer ri

tícias. O processo de produção e re produção social alargou e aprofundou sua base no crédito, que pareceu a

ção

gorosamente sua veloeidade de circula

maneira do cjue se fax com o

dmheiro efetivo. Ademais, esses depó

mente, em dado instante, acima do

Apesar de tudo que invocamos, pro jeta-se a nossa moeda-ouro, o cruzei-

ouro..• Noutras palavras, as e.xigências da circulação da riqueza eram de

ro-ouro — em meio da maior seriedade!

muitos ser o motor da vida econômica. A maioria das transações movimenta-se

E uma vasta gargalhada não sacode êste

sob ação dos meios criados artificialmen

que, muitas vêzes, escapam ao registro

tal ordem que se presenciavam fenô

país numa convulsão dolorosa de riso!

te, estendendo as áreas de compras e

estatístico.

vendas além das necessidades da socie

Apesar de tudo, é praticamente possí vel paibr de certa estrutura de preços

menos raros. E um comerciante estran

geiro, observando o fato em nossa praça.

* *

dade.

Aparqçem possibilidades de su

sitos sao de natureza diversa - e compensam-se, e circulam em circunstâncias


104

Dicesto

Eco.sóNnco Dicesto

Econômico

existente, de certo potencial monetário, e,

e ajustado em bases diversas os ingres

ceferis paribus, admitir um nível para

sos dos que trabalham, conduziu a ou tra situação de equilíbrio dentro do con

tes. tais

junto das fõrças produti\'as. Reduzir o

tária e crcditícia.

corrigir os excessos ou servir de base a reformas que não serão arbitrárias, prevenindo inflações ou deflações à fHi-

trance. Poderemos saber qual o dinheiro necessário para uma situação determina da, já conhecida a existente.

135

Daí a necessidade de. atender a diferenças numa política mone Neste instante, em

meio circulante não é solução — mas o

que tantas inteligências meditam o pro

desenvolvimento das fôrças produtivas, no terreno industrial c no agrícola, onde

blema no Brasil, às vé,speras de um Banco Central — c oportuno chamar a

as medidas reclamadas não suo as de

Depois de certo tempo, mesmo com uma quantidade abundante (ou, a grosso

dução industrial de São Paulo pede

atenção para essas diretivas de política financeira, relegando corajosamente as velhas qucstiúncidas melalistas para ra

modo, julgada abundante) de dinheiro

auxílio do Governo, sob a ameaça de

ciocinar

passamos a falar, no Brasil, dos efeitos

declinar c perder mercados internos e externos — estamos beirando um pe

dadeiros termos em que deve .ser põsto o problema. Não nos iludamos mais com

maléficos da inflação. Não seremo.s nós que nos atreveremos a negar-lhes os ma

lefícios: as transferências de poder aquisiüvo operadas com sacrifício imenso do nosso povo são bem evidentes, com todos

os distúrbios causados. Mas, sustada a inflação ou amortecido o seu ritmo, an dam ainda os seus adversários a bradar pela cruzada deflacionista como remé dio simplório para a cura dos estra gos que deixou.

E justamente aí é que reside o engano essencial.

Todos os que vivem de rendas fixas,

os credores em geral, a esperarem pa gamentos em moeda, desejariam decerto uma moeda de alto poder aquisitivo, que lhes puses

qualquer política monetária. Se a pro

ríodo de depressão.

Uma redução na

tras nações.

o enfraquecimento da produção, agra varão ainda mais o desequilíbrio. Con

dustrial poderá ser vítima de qualquer má compreensão dos problemas de cré dito — e os estudiosos tem o dever de

nível de produção, mai.s se restringe a procura, reflexo da redução anterior da

não se deixarem enganar na determina

oferta, que por sua vez ainda mais decai. O panorama já foi descrito a cores fortes para que nos detenhnmos cm repetir-lhe os contornos e as linta.s.

Lcuis Baudin, La Monnale.

Ce .que

tout le monde devrait en savoir. Li-

Si

Stoo,

Presente y Futuro dei

Eco^omico,

(4) Kejnes General Theory of Employ-

menl. Interest and Money. Harcourt, Brace and Co., New York Nouveaux

Cou-

Economique aux 2-a ed.. Lcs edi-

1^3 ^^'"at-Montchrestien. Paris, Economico

Editado Gesell, Buenos I. Aires, 1936.por E. F-

(7) Visconde de Mauâ. O meio circulan te do Brasü. m Autobiografia, ediç5o

de C. Gans, Zélio Valverde. Rio. 1942. (8) Idem, ibidem.

abordamos no artigo anterior desta Revista, sob o título

brairie de Medicis, Paris, 1945.

titativa da moeda, mesmo na fpnna

que'lhe deu Físher e que c a base dos que analisam

ber uma moeda melhor do

meios de pagamentos em

que emprestaram. £ste poder aquisitivo, que nasce

face do volume de transa

da produção nacional, se ria portanto dela extraído, se se procedesse uma redução dos ins

confundem ou deí.xam na

sombra as diversas funções e formas

trumentos de permuta.

do dinheiro, que é objeto de procuras

tendo modificado a estrutura dos preços

(1)

Normas de Política Mone tária. Pongetti. 2.a ed.. Rio. 1937.

De tôdas as considerações que vimos

o tema da inflação; fre

que estão fora do setor monetário), já

ção teórica de problemas que tàc de perto tocam o bem-estar nacional.

dc Sampaio. Lições de Economia Cif® de Economia ReparlUiva. Edi^ra Atlas. Rio, 1944. — Nogueira

fazendo, queremos ressaltar apenas o raciocínio simplificado, da teoria quan

qüentemente, sob a expres são geral — excessos de

dade, o excesso de dinheiro oriundo das emissões sucessivas (exigidas por causas

Toda nossa produção in

seqüência; quando mais se deprime o

do que o anterior. Os

Mas, na reali

teorias que servem a interesses de ou

oferta do dinheiro e f) destunprêgo, com

se em mão um poder maior prestamistas querem rece

cientificamente sôbre os ver

(2) R Gudin. Princípios de Economia Mondaria. 2,a ed.. Agir, Rio. - Al-

ções (de onde mferem a desvalorização do dinheiro)

diferentes, ora como meio de paga

mento, ora como poder de compra, ora como capital. Sob ,'íessas diferen tes formas, há signifioados diferen-

A desvalorização do peso mexicano será seguida por um drdf^ nas importações e, possivelmente, por medidas governamentais tcndentcs*^n • -lir o fuga de capitais do México. Em 1947, os depósitos de residentes no Màlío nos bancos dos Estmdos Unidos, cresceram de § 70 mühões. Esperam as autoridades Quo um peso mais barato auxiliará as exportações e o comércio turístico c conseguirá contrabalançar a drenagem de dólares causada por uma balança dc comórcio^^desfavorável com os Estados Unidos.

i-.


104

Dicesto

Eco.sóNnco Dicesto

Econômico

existente, de certo potencial monetário, e,

e ajustado em bases diversas os ingres

ceferis paribus, admitir um nível para

sos dos que trabalham, conduziu a ou tra situação de equilíbrio dentro do con

tes. tais

junto das fõrças produti\'as. Reduzir o

tária e crcditícia.

corrigir os excessos ou servir de base a reformas que não serão arbitrárias, prevenindo inflações ou deflações à fHi-

trance. Poderemos saber qual o dinheiro necessário para uma situação determina da, já conhecida a existente.

135

Daí a necessidade de. atender a diferenças numa política mone Neste instante, em

meio circulante não é solução — mas o

que tantas inteligências meditam o pro

desenvolvimento das fôrças produtivas, no terreno industrial c no agrícola, onde

blema no Brasil, às vé,speras de um Banco Central — c oportuno chamar a

as medidas reclamadas não suo as de

Depois de certo tempo, mesmo com uma quantidade abundante (ou, a grosso

dução industrial de São Paulo pede

atenção para essas diretivas de política financeira, relegando corajosamente as velhas qucstiúncidas melalistas para ra

modo, julgada abundante) de dinheiro

auxílio do Governo, sob a ameaça de

ciocinar

passamos a falar, no Brasil, dos efeitos

declinar c perder mercados internos e externos — estamos beirando um pe

dadeiros termos em que deve .ser põsto o problema. Não nos iludamos mais com

maléficos da inflação. Não seremo.s nós que nos atreveremos a negar-lhes os ma

lefícios: as transferências de poder aquisiüvo operadas com sacrifício imenso do nosso povo são bem evidentes, com todos

os distúrbios causados. Mas, sustada a inflação ou amortecido o seu ritmo, an dam ainda os seus adversários a bradar pela cruzada deflacionista como remé dio simplório para a cura dos estra gos que deixou.

E justamente aí é que reside o engano essencial.

Todos os que vivem de rendas fixas,

os credores em geral, a esperarem pa gamentos em moeda, desejariam decerto uma moeda de alto poder aquisitivo, que lhes puses

qualquer política monetária. Se a pro

ríodo de depressão.

Uma redução na

tras nações.

o enfraquecimento da produção, agra varão ainda mais o desequilíbrio. Con

dustrial poderá ser vítima de qualquer má compreensão dos problemas de cré dito — e os estudiosos tem o dever de

nível de produção, mai.s se restringe a procura, reflexo da redução anterior da

não se deixarem enganar na determina

oferta, que por sua vez ainda mais decai. O panorama já foi descrito a cores fortes para que nos detenhnmos cm repetir-lhe os contornos e as linta.s.

Lcuis Baudin, La Monnale.

Ce .que

tout le monde devrait en savoir. Li-

Si

Stoo,

Presente y Futuro dei

Eco^omico,

(4) Kejnes General Theory of Employ-

menl. Interest and Money. Harcourt, Brace and Co., New York Nouveaux

Cou-

Economique aux 2-a ed.. Lcs edi-

1^3 ^^'"at-Montchrestien. Paris, Economico

Editado Gesell, Buenos I. Aires, 1936.por E. F-

(7) Visconde de Mauâ. O meio circulan te do Brasü. m Autobiografia, ediç5o

de C. Gans, Zélio Valverde. Rio. 1942. (8) Idem, ibidem.

abordamos no artigo anterior desta Revista, sob o título

brairie de Medicis, Paris, 1945.

titativa da moeda, mesmo na fpnna

que'lhe deu Físher e que c a base dos que analisam

ber uma moeda melhor do

meios de pagamentos em

que emprestaram. £ste poder aquisitivo, que nasce

face do volume de transa

da produção nacional, se ria portanto dela extraído, se se procedesse uma redução dos ins

confundem ou deí.xam na

sombra as diversas funções e formas

trumentos de permuta.

do dinheiro, que é objeto de procuras

tendo modificado a estrutura dos preços

(1)

Normas de Política Mone tária. Pongetti. 2.a ed.. Rio. 1937.

De tôdas as considerações que vimos

o tema da inflação; fre

que estão fora do setor monetário), já

ção teórica de problemas que tàc de perto tocam o bem-estar nacional.

dc Sampaio. Lições de Economia Cif® de Economia ReparlUiva. Edi^ra Atlas. Rio, 1944. — Nogueira

fazendo, queremos ressaltar apenas o raciocínio simplificado, da teoria quan

qüentemente, sob a expres são geral — excessos de

dade, o excesso de dinheiro oriundo das emissões sucessivas (exigidas por causas

Toda nossa produção in

seqüência; quando mais se deprime o

do que o anterior. Os

Mas, na reali

teorias que servem a interesses de ou

oferta do dinheiro e f) destunprêgo, com

se em mão um poder maior prestamistas querem rece

cientificamente sôbre os ver

(2) R Gudin. Princípios de Economia Mondaria. 2,a ed.. Agir, Rio. - Al-

ções (de onde mferem a desvalorização do dinheiro)

diferentes, ora como meio de paga

mento, ora como poder de compra, ora como capital. Sob ,'íessas diferen tes formas, há signifioados diferen-

A desvalorização do peso mexicano será seguida por um drdf^ nas importações e, possivelmente, por medidas governamentais tcndentcs*^n • -lir o fuga de capitais do México. Em 1947, os depósitos de residentes no Màlío nos bancos dos Estmdos Unidos, cresceram de § 70 mühões. Esperam as autoridades Quo um peso mais barato auxiliará as exportações e o comércio turístico c conseguirá contrabalançar a drenagem de dólares causada por uma balança dc comórcio^^desfavorável com os Estados Unidos.

i-.


137

OiGEsTo Eco^:ó^^co

Que é um problema social ? (3íotaK sóbri' concoilo

koIuv^cm)

L. A. Costa Pinto

(Da Universidade do Brasil) O mundo inflacionado de

problemas em que vive mos — especialmente neste país, em que sua multiplicidade ofereço

exemplares de quase tôdas as idades históricas conhecidas —

ouvir falar de problemas sociais é coisa que acontece durante as vinte e quatro

horas do dia. Em tôda parte, a qual quer hora, qualquer troca de idéias,

qualquer conversa entre amigos, qual quer leitura de jomal, nos mantém em contacto com carradas de problemas so

ciais

que todos discutem, procuram

solucionar, ou entender, ou explicar. Fatos e circunstâncias, de natureza dís

par, de caracterização múltipla, encon tram entre si, dentro da pluralidade de fatôres que os condicionam, um traço comum; é o de serem problemas so ciais.

Mas, então, se assim acontece, que é

um problema social? — eis a pergunta que lògicamente se impõe. Bem, já agora, com certa humildade

e consciência de culpa, todos "nós" que opinamos, discutimos, doutrinamos, solucionamos e, não raro, agravamos problemas sociais — devemos confessar que a pergunta' ainda não nos ocorreu à mente... Ora, um problema social!

como condição do equilíbrio e da con tinuidade da organização sócia"'. E para tomar clara sua conccíluação, estabele

devem ser entendidos como castigo, ou como algo que cai do céu por descuido: ■ são as próprias situações sociais, em seu processus, que se transfomiam em pro blemas — a partir de um ponto, dizemos

ce a seguinte comparação com o orga nismo biológico: assim como no corpo

nós, a ser dialèticamente determinado

por meio da análise histórica e funcional

Humano existem funções desempenhadas por diversos órgãos sem que êle pense

de todos os fatôres envohentes,

sôbre cada uma delas c delibere antes

resultam de situações normais que em

gem daquele conto famoso sôbre o que

de cada uma se exercer — também no

era plebiscito. ..

corpo social muitos aspectos básicos e

seu processo de desenvolrimento obri gam a sociedade a pensar em si mesma,

Como tantas vezes acontece nes mais

diversos campos do conhecimento hu- mano, êsse conceito tão largamente usa

institucionais da sociedade funcionam,

natural e normalmente, sem que resul

tem, necessáriamentc, dc um esforço

Nesse sentido os problemas sociais

\'oltando sua atenção para as causas dos problemas e procurando resolvê-los. De outro lado, porém, êsse modo dc entender a questão mantém-se num

do, e aparentemente tão ób\'io para os leigos, tem absorvido as atenções e o

consciente e deliberado dos indivíduos envoKndos nessas situações sociais. Um

tempo dc muitos que, por vocação e profissão, dedicaram a vida no estudo dos problemas do homem e da socieda de. E a verdade é que, mesmo entre

indivíduo, normalmente, não pensa e delibera antes do cada inspiração ou

logista, pois considera os problemas so

expiração e quando acaso a respiração

os especialistas, ainda se não firmou acôrdo definitivo sôbre o significado exato que deve ter a e.xpressão.

dando esfôrço e tomando consciente e

que o grupo toma consciência dêles, ou seja, a partir de uma circunstância que geralmente só ocorre num estado já bem

Sôbre o assunto, em verdade, não

existe unanimidade de opiniões entre os sociólogos e dessa variedade de concei tos existentes devemos nos servir pam analisar o assunto. De resto, muito mais

importante do que estabelecer e deco rar uma definição acadêmica, dessas que nada definem — é a discussão de vários

pontos-de-vista, procurando tirar dêles as luzes que acaso podem oferecer. E nosso objetivo não é encontrar a fórmula mágica que vai evitar ao leitor o esforço de pensar. É antes uma ten tativa de, sem definir, discutir proposi

ções que possam contribuir para um pensamento racional sôbre o assunto.

blema social? Um problema social é.. .

Para provar, alinhemos em seguida

Não resta a menor dúvida de que a

toma conhecimento e procura resolver

cnmente encarados, nân devem ser des

ligados de seu contexto estrutural, nlo

maioria das pessoas que emitem opiniões .s(MDrc problemas sociais tem .sôbre o as sunto idéias tão claras quanto o persona

Bolasl Quem não sabe que é um pro um problema sociall

Para o Professor Emorj* Bogardus, por exemplo, problemas sociais são aquela.s situações sociais de que o grupo

algumas opiniões sôbre o conceito em questão.

deixa de ser feita naturalmente, deman

plano excessivamente formal e psicociais sòmente a partir do momento em

deliberada a função de respirar, defron tamos uma situação patológica — um

adiantado de seu desenvohimenio. Em

prohlema — exigindo tratamento e cura. Do mesmo modo, segundo Bogardus, na sociedade e dentro de cada padrão

verdade, no momento em que o gnipo

de organização social, as diversas esfe

social toma consciência de um problema êsse problema já existe na estrutura so cial, já que o fato sempre preexiste à idéia. Ademais, em estruturas comple

ras sociais se entrosam e funcionam em

xas, como o é a da sociedade contem

harmonia, como modo de ser da socie dade, sem que o grupo a cada momento

porânea, antes de todos os membros do grupo começarem a pensar nos problemas que afetam a todos, já luna parte do grupo há muito tempo \'em tomando consciência de que o problema existe. Referir a conceituação de problema so cial a fatôres desse tipo, meramente ideais, como fiiz Bogardus, afigura-se,

seja obrigado a tomar consciência dos processos que, dentro dêle, se desenro lam. Quando isso acontece é que a'go deixa de funcionar e as situações sociais

transformam-se em problemas, passando a exigir, também, tratamento e cura.

Analisada de um ponto-de-vista for mal, a opinião de Bogardus, que joga com os conceitos de situação e proble ma, chama a nossa atenção para o fato de que os problemas sociais, sociològi-

portanto, um ponto-de-vista e.\cessiva-

mente acadêmico, que se pode prestar, inclusive, ao mascaramento de alguns

dos grandes problemas sociais contem porâneos, dos quais muitos grupos po-


137

OiGEsTo Eco^:ó^^co

Que é um problema social ? (3íotaK sóbri' concoilo

koIuv^cm)

L. A. Costa Pinto

(Da Universidade do Brasil) O mundo inflacionado de

problemas em que vive mos — especialmente neste país, em que sua multiplicidade ofereço

exemplares de quase tôdas as idades históricas conhecidas —

ouvir falar de problemas sociais é coisa que acontece durante as vinte e quatro

horas do dia. Em tôda parte, a qual quer hora, qualquer troca de idéias,

qualquer conversa entre amigos, qual quer leitura de jomal, nos mantém em contacto com carradas de problemas so

ciais

que todos discutem, procuram

solucionar, ou entender, ou explicar. Fatos e circunstâncias, de natureza dís

par, de caracterização múltipla, encon tram entre si, dentro da pluralidade de fatôres que os condicionam, um traço comum; é o de serem problemas so ciais.

Mas, então, se assim acontece, que é

um problema social? — eis a pergunta que lògicamente se impõe. Bem, já agora, com certa humildade

e consciência de culpa, todos "nós" que opinamos, discutimos, doutrinamos, solucionamos e, não raro, agravamos problemas sociais — devemos confessar que a pergunta' ainda não nos ocorreu à mente... Ora, um problema social!

como condição do equilíbrio e da con tinuidade da organização sócia"'. E para tomar clara sua conccíluação, estabele

devem ser entendidos como castigo, ou como algo que cai do céu por descuido: ■ são as próprias situações sociais, em seu processus, que se transfomiam em pro blemas — a partir de um ponto, dizemos

ce a seguinte comparação com o orga nismo biológico: assim como no corpo

nós, a ser dialèticamente determinado

por meio da análise histórica e funcional

Humano existem funções desempenhadas por diversos órgãos sem que êle pense

de todos os fatôres envohentes,

sôbre cada uma delas c delibere antes

resultam de situações normais que em

gem daquele conto famoso sôbre o que

de cada uma se exercer — também no

era plebiscito. ..

corpo social muitos aspectos básicos e

seu processo de desenvolrimento obri gam a sociedade a pensar em si mesma,

Como tantas vezes acontece nes mais

diversos campos do conhecimento hu- mano, êsse conceito tão largamente usa

institucionais da sociedade funcionam,

natural e normalmente, sem que resul

tem, necessáriamentc, dc um esforço

Nesse sentido os problemas sociais

\'oltando sua atenção para as causas dos problemas e procurando resolvê-los. De outro lado, porém, êsse modo dc entender a questão mantém-se num

do, e aparentemente tão ób\'io para os leigos, tem absorvido as atenções e o

consciente e deliberado dos indivíduos envoKndos nessas situações sociais. Um

tempo dc muitos que, por vocação e profissão, dedicaram a vida no estudo dos problemas do homem e da socieda de. E a verdade é que, mesmo entre

indivíduo, normalmente, não pensa e delibera antes do cada inspiração ou

logista, pois considera os problemas so

expiração e quando acaso a respiração

os especialistas, ainda se não firmou acôrdo definitivo sôbre o significado exato que deve ter a e.xpressão.

dando esfôrço e tomando consciente e

que o grupo toma consciência dêles, ou seja, a partir de uma circunstância que geralmente só ocorre num estado já bem

Sôbre o assunto, em verdade, não

existe unanimidade de opiniões entre os sociólogos e dessa variedade de concei tos existentes devemos nos servir pam analisar o assunto. De resto, muito mais

importante do que estabelecer e deco rar uma definição acadêmica, dessas que nada definem — é a discussão de vários

pontos-de-vista, procurando tirar dêles as luzes que acaso podem oferecer. E nosso objetivo não é encontrar a fórmula mágica que vai evitar ao leitor o esforço de pensar. É antes uma ten tativa de, sem definir, discutir proposi

ções que possam contribuir para um pensamento racional sôbre o assunto.

blema social? Um problema social é.. .

Para provar, alinhemos em seguida

Não resta a menor dúvida de que a

toma conhecimento e procura resolver

cnmente encarados, nân devem ser des

ligados de seu contexto estrutural, nlo

maioria das pessoas que emitem opiniões .s(MDrc problemas sociais tem .sôbre o as sunto idéias tão claras quanto o persona

Bolasl Quem não sabe que é um pro um problema sociall

Para o Professor Emorj* Bogardus, por exemplo, problemas sociais são aquela.s situações sociais de que o grupo

algumas opiniões sôbre o conceito em questão.

deixa de ser feita naturalmente, deman

plano excessivamente formal e psicociais sòmente a partir do momento em

deliberada a função de respirar, defron tamos uma situação patológica — um

adiantado de seu desenvohimenio. Em

prohlema — exigindo tratamento e cura. Do mesmo modo, segundo Bogardus, na sociedade e dentro de cada padrão

verdade, no momento em que o gnipo

de organização social, as diversas esfe

social toma consciência de um problema êsse problema já existe na estrutura so cial, já que o fato sempre preexiste à idéia. Ademais, em estruturas comple

ras sociais se entrosam e funcionam em

xas, como o é a da sociedade contem

harmonia, como modo de ser da socie dade, sem que o grupo a cada momento

porânea, antes de todos os membros do grupo começarem a pensar nos problemas que afetam a todos, já luna parte do grupo há muito tempo \'em tomando consciência de que o problema existe. Referir a conceituação de problema so cial a fatôres desse tipo, meramente ideais, como fiiz Bogardus, afigura-se,

seja obrigado a tomar consciência dos processos que, dentro dêle, se desenro lam. Quando isso acontece é que a'go deixa de funcionar e as situações sociais

transformam-se em problemas, passando a exigir, também, tratamento e cura.

Analisada de um ponto-de-vista for mal, a opinião de Bogardus, que joga com os conceitos de situação e proble ma, chama a nossa atenção para o fato de que os problemas sociais, sociològi-

portanto, um ponto-de-vista e.\cessiva-

mente acadêmico, que se pode prestar, inclusive, ao mascaramento de alguns

dos grandes problemas sociais contem porâneos, dos quais muitos grupos po-


fíTS^-' 138

DfCESTO EcONÓJkOCO 139

Dicesto Econômico

dcm estar interessados em não tomar

significar uma alteração do padrão dc

consciência, indo, não raro, ao ponto de

c-omportamento dominante em determi

negar qué existam.

nada época, pois dessa forma estaríamos

Procurando estabelecer o conceito de U ^UllUCllU UC

desorganização social - mais amplo que o de problema sócia', pois a primeira resulta do agravamento, multiplicação e irresolução dos segundos - o Profes sor Herbert Blumer define-a como

"aquela situação em que uma sociedade, diante de seus problemas, perde a capa cidade de restabelecer o comportamen to anterior".

O conceito de Blumer envolve ques tões de valor metodológico relevante, à nossa consideração.

Tôda sociedade, por definição, gera

dentro de sua estrutura, uma certa ore.\prime em valores

ciats, estes se impondo por meio dos mecanismos de conírôle social, que de terminam e sancionam o comportamento dos indivíduos membros da sociedade. Dai se conclui que os padrões de comprtamentos que se impõem aos mem

bros de uma sociedade são sempre re sultantes de um tipo determinado e es

tabelecido de estrutura e organização social e fazem parte integrante do siste-

ma de valores dessa sociedade. Nesse

sistema de valores está expresso o que a sociedade considera útil e desejável, o bom e o mau, o certo e' o errado o justo e o injusto, o conveniente e o incon

veniente — para o tipo de organização social a que o sistema de valores se refere. Se assim é, somente à cus

arbitràriamcnte decretando que as nor mas e sanções \'igoranlcs cm certa épo

to exercem sobre os indivíduos membros

alterações que se processam na estru

ca são modelos perfeitos e válidos inde

de um grupo.

tura da sociedade pela qual são gerados. Ê o que se verifica com maior preci são ainda no conceito proposto pelos Professores Stuart Queen e J. Gruener, insuficiente em seu enquadramento teó

finidamente, e imperfeito tudo o que alterar aquele paradigma ou dêle se

Ainda nesta categoria de conceitos, que

Desse ponto-de-vista, o conceito de

portamento são resultados e indícios de

pecam pelo formalismo acadêmico e pelo vício psicologista da formulação, in

rico, embora extremamente útil como hi

clui-se a bela sentença de II. G. Cooley,

para quem surge o problema social tòda

blemas concretos. Êste ponto-de-vista baseia-se na noção de participação so

vez que "desaparece a hamionia entre a

cial.

comportamento, a opinião de Blumer

natureza humana e as instituições so

ciais" — conceito que apresenta o êrro

tem implícita a noção de que as formas anteriores de comportamento conservem

essencial de apresentar a natureza hu mana e as instituições sociais como rea

sempre o poder quase fantástico de solu

lidades independentes, com vida própria,

cionar os problemas — que, entretanto, muitos dôlcs, podem resultar precisa mente da incapacidade dessas formas de comportamento de regularem a conduta individual diante de novas situações sociais, inexistentes ao tempo em que

foram engendradas pela sociedade para atenderem a necessidades sociais de tipo diverso. Por isso mesmo, em tais cir cunstâncias, todo esforço insistentemen

J'

i

solução para os problemas de crise, só resulta num agravamento da desorga nização social que pretendem solucio nar. Para os novos e grandes males, só os novos e grandes re

tes membros de uma sociedade não

to pretende explicar, onde a unidade essencial de todas as suas partes compo característico fundamen

tal <jue não pode ser de nenhuma for

oferecem os Professôres Thomas e Znaníeck. Para

objetivos, que limitam sua capacidade de estabelecer, manter e multiplicar contactos^ c comunicações; outros ainda, pnização social apresentar limitações

intrínsecas à igualdade de participações — o fato é que é extremamente desigual o modo e a intensidade com que os

alguns estudos concretos e particulares sôbre os efeitos psico-sociais deste ou

benefícios da vida social. O surdo-mu-

daquele problema social — devem, en limitar

suas

aspirações

de

membros da sociedade participam dos do, a criança abandonada, a meretiiz, o operáno desempregado, o membro de uma raça considerada inferior pelos ou tros membros do

de não fazerem a devida ênfase no as

ceeo, o imigrante. o sen,l, „ grupo,„otJeomtsuüco

pecto estrutural dos problemas sociais,

ete. - apresentam Hpos sociais de m-

encobrindo, poítanto, a circunstância básica de que, quando falamos em de sorganização social, queremos nos re

ferir a um certo tipo de organização' 1^' lÍI>V "

jos, aspirações; outros por motivos mais

reçam aspectos parciais do campo de estudos em questão e possam servir de excelentes hipóteses de trabalho para

teoria geral dos problemas sociais, pois apresentam, como lacuna comum, o fato

toma de desorganização da

e de seus benefícios. Alguns por dife- 4 renças de hábitos, temperamento, dese- *

e estes são a maioria, pelo fato de a or-

ma obscurecido.

tretanto,

F

sócio-cultural a que pertence. Ê fácil verificar que, nesse sentido, os diferen

parncipam participam ae de modo igual da vida social ^

médios — e não os anteriores,

ceito de problema social que

Chama-se participação social a inten

sidade, a natureza e a categoria dos contactos do indivíduo com o grupo

em harmonia, ali cm desarmonía, tudo muito bem engendrado mas assaz dis tante da realidade social que o concei

Tôdas essas concepções, embora escla

te feito pelas camadas dirigentes para

pótese de pesquisa em tomo de pro

evoluindo uma i\ revelia da outra, aqui

nentes é um

restabelecer as formas anteriores, como

poderíamos estabelecer que

sociedade, tudo aquilo que

vem a ser, em última análise, aquela

ças que se operam nos padrõe.s de com

Blumer apresenta, portanto, uma lacuna visceral. Além disso, considerando pro blema social aquela situação em face da (jual o grupo perde a capacidade de restabelecer os padrões anteriores de

é fenômeno patológico, sin

tação do espírito científico

Êssc enfraquecimento

incapacidade de restabelecer o compor tamento anterior a que se refere Blumer.

afastar.

como pretende o professor de Chicago. Algo semelhante ao pro posto por Blumer é o con

ta de uma flagrante violen-

que se desorganiza, e que as mudan

êles a desorganização social se caracte riza como enfraquecimento da pressão <jue as normas sociais de comportamen

Aviduos que têm limitado o seu poder de partrcpação em uma. algumas, ou

todas as esferas da r ida social - bem-

estar, educação, segurança, cultura, r.-


fíTS^-' 138

DfCESTO EcONÓJkOCO 139

Dicesto Econômico

dcm estar interessados em não tomar

significar uma alteração do padrão dc

consciência, indo, não raro, ao ponto de

c-omportamento dominante em determi

negar qué existam.

nada época, pois dessa forma estaríamos

Procurando estabelecer o conceito de U ^UllUCllU UC

desorganização social - mais amplo que o de problema sócia', pois a primeira resulta do agravamento, multiplicação e irresolução dos segundos - o Profes sor Herbert Blumer define-a como

"aquela situação em que uma sociedade, diante de seus problemas, perde a capa cidade de restabelecer o comportamen to anterior".

O conceito de Blumer envolve ques tões de valor metodológico relevante, à nossa consideração.

Tôda sociedade, por definição, gera

dentro de sua estrutura, uma certa ore.\prime em valores

ciats, estes se impondo por meio dos mecanismos de conírôle social, que de terminam e sancionam o comportamento dos indivíduos membros da sociedade. Dai se conclui que os padrões de comprtamentos que se impõem aos mem

bros de uma sociedade são sempre re sultantes de um tipo determinado e es

tabelecido de estrutura e organização social e fazem parte integrante do siste-

ma de valores dessa sociedade. Nesse

sistema de valores está expresso o que a sociedade considera útil e desejável, o bom e o mau, o certo e' o errado o justo e o injusto, o conveniente e o incon

veniente — para o tipo de organização social a que o sistema de valores se refere. Se assim é, somente à cus

arbitràriamcnte decretando que as nor mas e sanções \'igoranlcs cm certa épo

to exercem sobre os indivíduos membros

alterações que se processam na estru

ca são modelos perfeitos e válidos inde

de um grupo.

tura da sociedade pela qual são gerados. Ê o que se verifica com maior preci são ainda no conceito proposto pelos Professores Stuart Queen e J. Gruener, insuficiente em seu enquadramento teó

finidamente, e imperfeito tudo o que alterar aquele paradigma ou dêle se

Ainda nesta categoria de conceitos, que

Desse ponto-de-vista, o conceito de

portamento são resultados e indícios de

pecam pelo formalismo acadêmico e pelo vício psicologista da formulação, in

rico, embora extremamente útil como hi

clui-se a bela sentença de II. G. Cooley,

para quem surge o problema social tòda

blemas concretos. Êste ponto-de-vista baseia-se na noção de participação so

vez que "desaparece a hamionia entre a

cial.

comportamento, a opinião de Blumer

natureza humana e as instituições so

ciais" — conceito que apresenta o êrro

tem implícita a noção de que as formas anteriores de comportamento conservem

essencial de apresentar a natureza hu mana e as instituições sociais como rea

sempre o poder quase fantástico de solu

lidades independentes, com vida própria,

cionar os problemas — que, entretanto, muitos dôlcs, podem resultar precisa mente da incapacidade dessas formas de comportamento de regularem a conduta individual diante de novas situações sociais, inexistentes ao tempo em que

foram engendradas pela sociedade para atenderem a necessidades sociais de tipo diverso. Por isso mesmo, em tais cir cunstâncias, todo esforço insistentemen

J'

i

solução para os problemas de crise, só resulta num agravamento da desorga nização social que pretendem solucio nar. Para os novos e grandes males, só os novos e grandes re

tes membros de uma sociedade não

to pretende explicar, onde a unidade essencial de todas as suas partes compo característico fundamen

tal <jue não pode ser de nenhuma for

oferecem os Professôres Thomas e Znaníeck. Para

objetivos, que limitam sua capacidade de estabelecer, manter e multiplicar contactos^ c comunicações; outros ainda, pnização social apresentar limitações

intrínsecas à igualdade de participações — o fato é que é extremamente desigual o modo e a intensidade com que os

alguns estudos concretos e particulares sôbre os efeitos psico-sociais deste ou

benefícios da vida social. O surdo-mu-

daquele problema social — devem, en limitar

suas

aspirações

de

membros da sociedade participam dos do, a criança abandonada, a meretiiz, o operáno desempregado, o membro de uma raça considerada inferior pelos ou tros membros do

de não fazerem a devida ênfase no as

ceeo, o imigrante. o sen,l, „ grupo,„otJeomtsuüco

pecto estrutural dos problemas sociais,

ete. - apresentam Hpos sociais de m-

encobrindo, poítanto, a circunstância básica de que, quando falamos em de sorganização social, queremos nos re

ferir a um certo tipo de organização' 1^' lÍI>V "

jos, aspirações; outros por motivos mais

reçam aspectos parciais do campo de estudos em questão e possam servir de excelentes hipóteses de trabalho para

teoria geral dos problemas sociais, pois apresentam, como lacuna comum, o fato

toma de desorganização da

e de seus benefícios. Alguns por dife- 4 renças de hábitos, temperamento, dese- *

e estes são a maioria, pelo fato de a or-

ma obscurecido.

tretanto,

F

sócio-cultural a que pertence. Ê fácil verificar que, nesse sentido, os diferen

parncipam participam ae de modo igual da vida social ^

médios — e não os anteriores,

ceito de problema social que

Chama-se participação social a inten

sidade, a natureza e a categoria dos contactos do indivíduo com o grupo

em harmonia, ali cm desarmonía, tudo muito bem engendrado mas assaz dis tante da realidade social que o concei

Tôdas essas concepções, embora escla

te feito pelas camadas dirigentes para

pótese de pesquisa em tomo de pro

evoluindo uma i\ revelia da outra, aqui

nentes é um

restabelecer as formas anteriores, como

poderíamos estabelecer que

sociedade, tudo aquilo que

vem a ser, em última análise, aquela

ças que se operam nos padrõe.s de com

Blumer apresenta, portanto, uma lacuna visceral. Além disso, considerando pro blema social aquela situação em face da (jual o grupo perde a capacidade de restabelecer os padrões anteriores de

é fenômeno patológico, sin

tação do espírito científico

Êssc enfraquecimento

incapacidade de restabelecer o compor tamento anterior a que se refere Blumer.

afastar.

como pretende o professor de Chicago. Algo semelhante ao pro posto por Blumer é o con

ta de uma flagrante violen-

que se desorganiza, e que as mudan

êles a desorganização social se caracte riza como enfraquecimento da pressão <jue as normas sociais de comportamen

Aviduos que têm limitado o seu poder de partrcpação em uma. algumas, ou

todas as esferas da r ida social - bem-

estar, educação, segurança, cultura, r.-


140

Dicesto Económkxí

creio, govêmo etc. — em conseqüência

ponto-de-vista eslrilamcnte curativo, a

ceitos acadêmi

de fatôres que independem de sua von tade e que estão direta ou indiretamente ligados à organização social. Essas si

poMCriori.

cos

é o que aquôles autores denominam pro. bJema social.

O ponto-de-vista acima exposto apre senta-se liberto de algumas insuficiên cias apontadas nos outros anteriormente

indicados; encerra, porém, a nosso ver, algumas fraquezas passíveis de crí tica.

Se entendermos o conceito de partici pação social num sentido muito amp'Q

mclumdo todos os setores da organiza

ção social e da cultura, leremos forçosamerne de concluir - ou que existem problemas sociais absolutamente insoluveis, ou que êles só podem ser de todo solucionados num estado social anár quico, edenico, que só existe nas mi ragens dos utopístas ou nos versículos

do Gênese. O conceito de participação por conseqüência, para que não se tor

ne um conceito desligado da realidade e para que possa ser utilizado de modo

operativo, no estudo de situações sociais concretas - precisa ser referido a es

acima

postos mos

sf!

tuações de limitação da capacidade de parHcipar integralmente da vida social

_

-

*

duas

Mesmo os sociólogos acadêmicos es

141

Digesto Econômico

-

-

ex

pode

e X trair

1

• 1 y*Ml II

í —

'i/y 1"

• • 1 "j1 r 1*1

// \ ir // 1 Erdii-LlY—L.

-

ti t

-

* Cà

jL

compreensão do que existe da específico

em

«d

cada um deles, sabendo discer

nir, dêsse mor

do, o que é fundamental do que e

tão liojc* compreendendo com clareza o que jYi de há muito afirmavam os nos ortodoxos: os problemas sociais de

tais: a) os problemas sociais devem ser encarados de modo que fique desta cada sua natureza estrutiual, sua de

Êste quadro conceituai que nos per

vem ser entendidos dentro de seu con

pendência em relação às formas histó

mitirá uma análise científica dos pro

texto estrutural, ou jamais serão enten

ricas de organização econômica e so

didos.

cial, pois são estas que se desorganizam, gerando, em tôdas as esferas da socie

blemas sociais e que respeita seu tri buto mais essencial que é a dependên cia em que todos estão da estnitura da sociedade dentro da qual se manifestam

Isto que aparentemente é uma

constatação Ííü*ilmcnle acessível repre senta, porém, uma das maiores dinculdades que sc têm levantado no caminho do estudo científico dos problemas so

dade e da cultura, inclusive nos pa

flccssórfo.

drões de comportamento dos indivíduos, efeitos e repercussões; b) o estudo cien tífico dos problemas de desorganização social deve esforçar-se por estabelecer

Indica, tão sòmente, de nossa parte, a

tem impôsto ao espírito dos mais es

as bases de uma interpretação orgânica

compreensão da justa proposição de

clarecidos. Ainda recentemente, no con

é integrada no conhecimento geral da

Sociologia, reunido cm Nova York em

e operativa sôbre seu processas geral, sôbre cujo fundo possam ser destacados sem confusões nem subterfúgios, as par

dezembro de 1947, o Professor Albert

ticularidades das situações concretas e as

ciais. E só recentemente c que nos círculos acadêmicos tal constatação se

gresso anual da Sociedade Americana de

Cohen, discutindo ôsse

tema, dizia:

"Penso que a mais importante tendên cia atual no estudo dos problemas so ciais ó o reconhecimento crescente de

que êles são função da estrutura (da sociedade), do sistema social total ..." E daí a conclusão lógica a que chegou, de que, por outro lado, uma séria difi

manifestações específicas e relativas dos casos singulares. Isto significa que é nos quadros da

minação de um conceito de problema

zes de solução dentro da teia da ordem

social, bem como nos esforços organi

tipo de organização social, o que existe,

institucional existente".

inerente à sua estrutura, que limita e impede essa participação. Se assim não

É dêsse tipo, portanto, a principal dificuldade que defrontamos, ao tentar mos lançar as bases de um conceito

zados para sua solução, a beterogeneidade de fatôres que nêles intervém, para que não pareça uma miscelânea confusa

culdade ao estudo e solução de tais pro

blemas reside no fato aparentemente

científico de problema social, provada a insuficiência metodológica, para com

preender o assunto daqueles conceitoi anteriormente revistos.

Dessa crítica que fazemos aos con

ML

— não significa^ por outro lado, uma

teoria dogmática e sectária, que refor ma a realidade ao invés de explicá-la. Sutlierland, que

assim

se

resume:

sociedade tiormal que a análise de suas situações palolôgicas pode ser feita. Ai é que estão os pontos de partida e os instrumentos conceituais de trabalho

com que será possível estudar os pro organização social que encontraremos • blemas sociais, fazendo-o de um pon um ponto-de-partida objetivo para a to-de-vista estritamente científico. Para tanto há que partir, preliminar e con compreensão dos problemas de desor seqüentemente, de um conceito geral ganização social — e não compreenden do, atomisticamente, cada problema como do estnitura social, para compreender co mo, dentro dela, e como produto de seu um mundo em si mesmo; isio significa, próprio funcionamento, nascem e se ma por outro lado, que na análise e deter

etc.

perde-se inteiramente de vista o valor de qualquer esfôrço no sentido de com preender os problemas sociais e contri buir para seu remédio, mesmo de um

"iii

conclu-

simples de muitos deles "serem incapa

fôr, se o conceito de participação so cial fôr tomado em sentido absoluto,

sões fundamen

feras de organização social determina das: participação nos benefícios da vida econômica, da educação, do govêrno da comunidade, nas atividades recreativas -Então ver-se-á, dentro de cada

i

-

I•' f?

nifestam os problemas sociais.

Quando falamos em estnitura social — ressaltando o fundamental ainda que

sem perder de rísta o detalhe — referimo-nos a uma sociedade encarada do

de variáveis, de causas, de razões e de

ângulo das relações dos homens entre

motivos — precisa ser entendida den tro de um quadro geral de interpreta ção capaz de salientar o que existe de comum entre os diversos problemas "so ciais, como condição indispensável à

si e dos homens com as coisas materiais

que os cercam, relações interdependen tes e geradas històricamente, dentro de cada sociedade, pela atividade social de

produzir e reproduzir as condições es-


140

Dicesto Económkxí

creio, govêmo etc. — em conseqüência

ponto-de-vista eslrilamcnte curativo, a

ceitos acadêmi

de fatôres que independem de sua von tade e que estão direta ou indiretamente ligados à organização social. Essas si

poMCriori.

cos

é o que aquôles autores denominam pro. bJema social.

O ponto-de-vista acima exposto apre senta-se liberto de algumas insuficiên cias apontadas nos outros anteriormente

indicados; encerra, porém, a nosso ver, algumas fraquezas passíveis de crí tica.

Se entendermos o conceito de partici pação social num sentido muito amp'Q

mclumdo todos os setores da organiza

ção social e da cultura, leremos forçosamerne de concluir - ou que existem problemas sociais absolutamente insoluveis, ou que êles só podem ser de todo solucionados num estado social anár quico, edenico, que só existe nas mi ragens dos utopístas ou nos versículos

do Gênese. O conceito de participação por conseqüência, para que não se tor

ne um conceito desligado da realidade e para que possa ser utilizado de modo

operativo, no estudo de situações sociais concretas - precisa ser referido a es

acima

postos mos

sf!

tuações de limitação da capacidade de parHcipar integralmente da vida social

_

-

*

duas

Mesmo os sociólogos acadêmicos es

141

Digesto Econômico

-

-

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pode

e X trair

1

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í —

'i/y 1"

• • 1 "j1 r 1*1

// \ ir // 1 Erdii-LlY—L.

-

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* Cà

jL

compreensão do que existe da específico

em

«d

cada um deles, sabendo discer

nir, dêsse mor

do, o que é fundamental do que e

tão liojc* compreendendo com clareza o que jYi de há muito afirmavam os nos ortodoxos: os problemas sociais de

tais: a) os problemas sociais devem ser encarados de modo que fique desta cada sua natureza estrutiual, sua de

Êste quadro conceituai que nos per

vem ser entendidos dentro de seu con

pendência em relação às formas histó

mitirá uma análise científica dos pro

texto estrutural, ou jamais serão enten

ricas de organização econômica e so

didos.

cial, pois são estas que se desorganizam, gerando, em tôdas as esferas da socie

blemas sociais e que respeita seu tri buto mais essencial que é a dependên cia em que todos estão da estnitura da sociedade dentro da qual se manifestam

Isto que aparentemente é uma

constatação Ííü*ilmcnle acessível repre senta, porém, uma das maiores dinculdades que sc têm levantado no caminho do estudo científico dos problemas so

dade e da cultura, inclusive nos pa

flccssórfo.

drões de comportamento dos indivíduos, efeitos e repercussões; b) o estudo cien tífico dos problemas de desorganização social deve esforçar-se por estabelecer

Indica, tão sòmente, de nossa parte, a

tem impôsto ao espírito dos mais es

as bases de uma interpretação orgânica

compreensão da justa proposição de

clarecidos. Ainda recentemente, no con

é integrada no conhecimento geral da

Sociologia, reunido cm Nova York em

e operativa sôbre seu processas geral, sôbre cujo fundo possam ser destacados sem confusões nem subterfúgios, as par

dezembro de 1947, o Professor Albert

ticularidades das situações concretas e as

ciais. E só recentemente c que nos círculos acadêmicos tal constatação se

gresso anual da Sociedade Americana de

Cohen, discutindo ôsse

tema, dizia:

"Penso que a mais importante tendên cia atual no estudo dos problemas so ciais ó o reconhecimento crescente de

que êles são função da estrutura (da sociedade), do sistema social total ..." E daí a conclusão lógica a que chegou, de que, por outro lado, uma séria difi

manifestações específicas e relativas dos casos singulares. Isto significa que é nos quadros da

minação de um conceito de problema

zes de solução dentro da teia da ordem

social, bem como nos esforços organi

tipo de organização social, o que existe,

institucional existente".

inerente à sua estrutura, que limita e impede essa participação. Se assim não

É dêsse tipo, portanto, a principal dificuldade que defrontamos, ao tentar mos lançar as bases de um conceito

zados para sua solução, a beterogeneidade de fatôres que nêles intervém, para que não pareça uma miscelânea confusa

culdade ao estudo e solução de tais pro

blemas reside no fato aparentemente

científico de problema social, provada a insuficiência metodológica, para com

preender o assunto daqueles conceitoi anteriormente revistos.

Dessa crítica que fazemos aos con

ML

— não significa^ por outro lado, uma

teoria dogmática e sectária, que refor ma a realidade ao invés de explicá-la. Sutlierland, que

assim

se

resume:

sociedade tiormal que a análise de suas situações palolôgicas pode ser feita. Ai é que estão os pontos de partida e os instrumentos conceituais de trabalho

com que será possível estudar os pro organização social que encontraremos • blemas sociais, fazendo-o de um pon um ponto-de-partida objetivo para a to-de-vista estritamente científico. Para tanto há que partir, preliminar e con compreensão dos problemas de desor seqüentemente, de um conceito geral ganização social — e não compreenden do, atomisticamente, cada problema como do estnitura social, para compreender co mo, dentro dela, e como produto de seu um mundo em si mesmo; isio significa, próprio funcionamento, nascem e se ma por outro lado, que na análise e deter

etc.

perde-se inteiramente de vista o valor de qualquer esfôrço no sentido de com preender os problemas sociais e contri buir para seu remédio, mesmo de um

"iii

conclu-

simples de muitos deles "serem incapa

fôr, se o conceito de participação so cial fôr tomado em sentido absoluto,

sões fundamen

feras de organização social determina das: participação nos benefícios da vida econômica, da educação, do govêrno da comunidade, nas atividades recreativas -Então ver-se-á, dentro de cada

i

-

I•' f?

nifestam os problemas sociais.

Quando falamos em estnitura social — ressaltando o fundamental ainda que

sem perder de rísta o detalhe — referimo-nos a uma sociedade encarada do

de variáveis, de causas, de razões e de

ângulo das relações dos homens entre

motivos — precisa ser entendida den tro de um quadro geral de interpreta ção capaz de salientar o que existe de comum entre os diversos problemas "so ciais, como condição indispensável à

si e dos homens com as coisas materiais

que os cercam, relações interdependen tes e geradas històricamente, dentro de cada sociedade, pela atividade social de

produzir e reproduzir as condições es-


Dicesto

142

senciaís de sobrevivência do grupo. As sim conceituada, a estnittira social pode ser comparada a um edifício que tem

por base uma forma histórica de produ ção, por corpo um sistema de estrati-

ficação social e por cúpula um conjun to de insütuições cujo escopo e função fundamental é sancionar e manter, como um todo, o sistema conjugado dessas

partes mutuamente dependentes.

De toda estrutura social flui, direta e naturalmente, uma certa ordem social,

cuja forma mais complexa de expressão é um determinado sistema de valores sooais que, pela ação imperativa e ime

diata que têm sôbre a conduta individuaJ, dao a muitos a ilusão de serem e es os móveis primários e não-socialbimano

145

E('ON6i.nco

Dicesto Ecokómkxí

comportamento

Embora nitidamente distintas em suas formas e.xtemas, tôdas essas partes da organização social e da herança cultural

nao estão separadas como departamen tos estanques; dir-se-ia mesmo. conslituirem uma realidade única encarada de

angules diversos. Entre tôdas essas par tes que constituem o cadinho onde sur gem e se manifestam os problemas so ciais, o que exisíe é uma constante e permanente ação recíproca, como parte

da realidade viva, objetiva e complexa que em verdade constituem.

A observação e análise dos estágios anteriores de evolução social, bem co

mo a observação direta do que se passa na sociedade contemporânea, in dicam que o processo incoercível de mu dança e transformação a que está sub metido êsse sistema de partes interde pendentes manifesta-se em ritmo di verso em cada uma delas. O ritmo de

mudança social não é igual, nem pa ralelo ou sincrônico em tôdas as partes

abstrato e puramente teórico que se

da organização .social c da cultura. Não somente a chamada cultura mtitcriol —

de seus estudos resultam materiais c*-

processa a contradição social; é no plano

pazes de iluminar os caminhos que «-

das rclaç-õcs humanas e das instituições

tão sendo percorridos pela revolução so

que o Professor Young definiu como "os

sociais em funcionamento — a cada dia,

instrumentn.s c a forma social de utíliZií-Ios" — transforma-se cm cadência

em cada época c lugar, nas.mais diver

cial profunda, ora em processo. Ela é um leste — um teste decisivo para tudo

sas esferas da convivência e no próprio

o que compõe e existe dentro da so

mais aceVrada, e.speciahnente na so ciedade contemporânea, como também a.s diversas partes componentes da cha mada cultura rulo-matcrial — usos, cos

interior da personalidade humana —

ciedade contemporânea, inclusive, • principalmente, para a ciência da io-

que as contradições sociais funcionam como fonte geradora de problemas so ciais.

ciedade.

A forma e o modo com que se

Os problemas sociais contemporâneos

ções, arte, formas de govêmo, direito, religião, moral, idcologín.s — diferem en tre si quanto à cadência em que his

apresenta cada problema, em cada si

não podem ser observados como peças

tuação de tempo, lugar e estrutura, são as dívcr.sas formas e modos pelos quais a demora cultural se pode apresentar

de museu ou materiais de laboratórios,

toricamente .se transformam.

à própria sociedade em cuja estrutura ela foi gerada, pelo processo incoercí vel de sua transformação — o que pode

tumes, instituições, leis, normas, tradi

É nos pontos de fricção e nos mmncntos de tensão criados pelo fato de coi sas mutuamente dependentes mudarem em ritmos diferentes — que surgem e .SC desenvolvem os problemas fundamen

sociais podem existir i dentio de uma sociedade muito antes c independente mente de a sociedade tomar consciên

cia dêlcs — como pretende Bogardus; facilmente 9-

maior

evidência, que os problemas sociais re sultam sempre dessas alterações estru turais — quando temos presente que as diversas situações entre as quais a de mora cultural se estabelece e as con

se

conclui, também, que

sendo gerados pela ação de resistência

coisas do mundo físico.

tradições que entre elas se manifestam

funcionamento estavam inibidos de levar

estrutural, verifica-sc que os problemas

tórica de produção que toda estrutura social tem por base, e que é o ponto em que as tran.sformações que se ope ram nas relações humanas ligam-se àquelas que se processam em tôdas as entretanto, com

finita de situações particulares. Asoím entendidos, em sua natureza

tais da sociedade, não raro cm esferas aparentemente de.sligadas da forma his

Percebe-se,

acontecer numa escala praticamente in

à moda \itoriana com que faziam os sociólogos de outros tempos, na ilusão de que essa falsa imparcialidade enco briria o pacto ideológico que hariam assinado com a ordem social qiie estu davam e a cujas raízes do processo de

h

das formas sociais ossifícadas sôbre os

fatôres de sua transformação, os pro blemas sociais .só se podem agravar pela continuação ou restabelecimento das formas anteriores de comportamento, hístòricamente superadas — como sugar re Blumer.

1 ! m

não são abstratas nem mecânicas, mas

Hs

m

vivas e humanas. É através de relações

entre os diversos grupos que coexistem

Na

era

fecunda

e renovadora de

na sociedade, determinando a forma e

post-academicismo em que hoje vive a

o conteúdo dessas relações, que a tensão social se manifesta, de modo que a po

sociologia, sua função suprema como

sição de cada classe social ante a so

lução de um problema decorre de sua ijosíção dentro da estrutura social que o gerou. Não é, portanto, num plano

ciência se realiza na medida em que

o escalpêlo de sua análise. Com o decôro e a serenidade

que sempre fala a ciência, a sociologia boje pode anunciar, ante o corpo con gregado dos que a ela votaram as suas

preocupações - como o fèz o já citado Professor Albert Cohen no último Con

gresso Americano de Sociologia - que. numa decorrência do próprio conceito científico de problema social, as soluções

de que carecem êsses problemas exce dem os limites traçados pela ordem so cial existente.

Se é verdade que a utopia começu quando se pretende resohcr qualquer problema sem remoN'er as causas que " determinam — pode-se mais unia ;\firmar que a renovação da estrutura social é um imperativo da necessidade de encontrar soluções racionais para os grandes problemas que ela mesma gerou-


Dicesto

142

senciaís de sobrevivência do grupo. As sim conceituada, a estnittira social pode ser comparada a um edifício que tem

por base uma forma histórica de produ ção, por corpo um sistema de estrati-

ficação social e por cúpula um conjun to de insütuições cujo escopo e função fundamental é sancionar e manter, como um todo, o sistema conjugado dessas

partes mutuamente dependentes.

De toda estrutura social flui, direta e naturalmente, uma certa ordem social,

cuja forma mais complexa de expressão é um determinado sistema de valores sooais que, pela ação imperativa e ime

diata que têm sôbre a conduta individuaJ, dao a muitos a ilusão de serem e es os móveis primários e não-socialbimano

145

E('ON6i.nco

Dicesto Ecokómkxí

comportamento

Embora nitidamente distintas em suas formas e.xtemas, tôdas essas partes da organização social e da herança cultural

nao estão separadas como departamen tos estanques; dir-se-ia mesmo. conslituirem uma realidade única encarada de

angules diversos. Entre tôdas essas par tes que constituem o cadinho onde sur gem e se manifestam os problemas so ciais, o que exisíe é uma constante e permanente ação recíproca, como parte

da realidade viva, objetiva e complexa que em verdade constituem.

A observação e análise dos estágios anteriores de evolução social, bem co

mo a observação direta do que se passa na sociedade contemporânea, in dicam que o processo incoercível de mu dança e transformação a que está sub metido êsse sistema de partes interde pendentes manifesta-se em ritmo di verso em cada uma delas. O ritmo de

mudança social não é igual, nem pa ralelo ou sincrônico em tôdas as partes

abstrato e puramente teórico que se

da organização .social c da cultura. Não somente a chamada cultura mtitcriol —

de seus estudos resultam materiais c*-

processa a contradição social; é no plano

pazes de iluminar os caminhos que «-

das rclaç-õcs humanas e das instituições

tão sendo percorridos pela revolução so

que o Professor Young definiu como "os

sociais em funcionamento — a cada dia,

instrumentn.s c a forma social de utíliZií-Ios" — transforma-se cm cadência

em cada época c lugar, nas.mais diver

cial profunda, ora em processo. Ela é um leste — um teste decisivo para tudo

sas esferas da convivência e no próprio

o que compõe e existe dentro da so

mais aceVrada, e.speciahnente na so ciedade contemporânea, como também a.s diversas partes componentes da cha mada cultura rulo-matcrial — usos, cos

interior da personalidade humana —

ciedade contemporânea, inclusive, • principalmente, para a ciência da io-

que as contradições sociais funcionam como fonte geradora de problemas so ciais.

ciedade.

A forma e o modo com que se

Os problemas sociais contemporâneos

ções, arte, formas de govêmo, direito, religião, moral, idcologín.s — diferem en tre si quanto à cadência em que his

apresenta cada problema, em cada si

não podem ser observados como peças

tuação de tempo, lugar e estrutura, são as dívcr.sas formas e modos pelos quais a demora cultural se pode apresentar

de museu ou materiais de laboratórios,

toricamente .se transformam.

à própria sociedade em cuja estrutura ela foi gerada, pelo processo incoercí vel de sua transformação — o que pode

tumes, instituições, leis, normas, tradi

É nos pontos de fricção e nos mmncntos de tensão criados pelo fato de coi sas mutuamente dependentes mudarem em ritmos diferentes — que surgem e .SC desenvolvem os problemas fundamen

sociais podem existir i dentio de uma sociedade muito antes c independente mente de a sociedade tomar consciên

cia dêlcs — como pretende Bogardus; facilmente 9-

maior

evidência, que os problemas sociais re sultam sempre dessas alterações estru turais — quando temos presente que as diversas situações entre as quais a de mora cultural se estabelece e as con

se

conclui, também, que

sendo gerados pela ação de resistência

coisas do mundo físico.

tradições que entre elas se manifestam

funcionamento estavam inibidos de levar

estrutural, verifica-sc que os problemas

tórica de produção que toda estrutura social tem por base, e que é o ponto em que as tran.sformações que se ope ram nas relações humanas ligam-se àquelas que se processam em tôdas as entretanto, com

finita de situações particulares. Asoím entendidos, em sua natureza

tais da sociedade, não raro cm esferas aparentemente de.sligadas da forma his

Percebe-se,

acontecer numa escala praticamente in

à moda \itoriana com que faziam os sociólogos de outros tempos, na ilusão de que essa falsa imparcialidade enco briria o pacto ideológico que hariam assinado com a ordem social qiie estu davam e a cujas raízes do processo de

h

das formas sociais ossifícadas sôbre os

fatôres de sua transformação, os pro blemas sociais .só se podem agravar pela continuação ou restabelecimento das formas anteriores de comportamento, hístòricamente superadas — como sugar re Blumer.

1 ! m

não são abstratas nem mecânicas, mas

Hs

m

vivas e humanas. É através de relações

entre os diversos grupos que coexistem

Na

era

fecunda

e renovadora de

na sociedade, determinando a forma e

post-academicismo em que hoje vive a

o conteúdo dessas relações, que a tensão social se manifesta, de modo que a po

sociologia, sua função suprema como

sição de cada classe social ante a so

lução de um problema decorre de sua ijosíção dentro da estrutura social que o gerou. Não é, portanto, num plano

ciência se realiza na medida em que

o escalpêlo de sua análise. Com o decôro e a serenidade

que sempre fala a ciência, a sociologia boje pode anunciar, ante o corpo con gregado dos que a ela votaram as suas

preocupações - como o fèz o já citado Professor Albert Cohen no último Con

gresso Americano de Sociologia - que. numa decorrência do próprio conceito científico de problema social, as soluções

de que carecem êsses problemas exce dem os limites traçados pela ordem so cial existente.

Se é verdade que a utopia começu quando se pretende resohcr qualquer problema sem remoN'er as causas que " determinam — pode-se mais unia ;\firmar que a renovação da estrutura social é um imperativo da necessidade de encontrar soluções racionais para os grandes problemas que ela mesma gerou-


•» « f

Digesto

tado de um determinado período de negócios; êles são um meio para esti

mar futuras vendas e operações, recei

tas e gastos, lucros e perdas. Para as

grandes companliias industriais e comerciais, orçamentos representam um con

trole de suas atiWdades que hoje em dia e universalmente usado. Ademais orçamentos financeiros são indispensãveis para emprôsas que trabalham com

credito bancáno ou cujo capital cir culante e limitado.

No caso de uma companhia comercial o que deve ser previsto são: as despe sas administrativas e de vendas, a co

brança das contas a receber e o finan damento do inventário. Os problemas orçamentários de uma companhia indiis

trial são mais amplos, porém abrangení

também os de uma empresa comercial

I>urante os períodos incertos das con dições de negócios, é de grande im portância que as despesas correspondam

pre c o ponto clí* partida, inclui tantos

isso que muitas empresas ainda não es tão usando o sistema de orçamentos.

A isso respondemos que, cm primeiro lugar, os orçamentos tornam-se mais exatos com a prática e que, em segun do lugar, de\'em eventualmente ser feitos diversos orçamentos para os vários volumes possíveis de vendas. Outrossim, 6 praxe geral corrigir os orçamen tos em certos intervalos e adaptá-los às condições alteradas. Assim, êles fícani flexíveis e conservam todo o seu valor.

A possibilidade de que as vendas a serem efetuadas pro^•em ser maiores ou

menores do que as vendas prerístas náo diminui o \'alor controlador do orça

mento; o confronto ajuda a melhorar futuras estimatis^as.

ORÇAMENTO DE VENDAS

r CIA

ANO DE 194

EM MILHARES DE CRUZEIROS Ano corrente

Vendas líquidas

passado

Previsto

Aumento

Realizado [Diminuição)

Janeiro

600

650

655

'

Fevereiro

570

630

620

(10)

Março

620

660

680

20

Dezembro

680

700

730

30

TOTAL

7.800

8.300

8.500

200

5

Antes de elaborar um orçamento é necessário proceder-se a uma análi.se de

talhada do passado, para conhecer os

elementos que po.ssam influir *nos negó cios futuros. É essa uma vantagem adicional que trazem os orçamentos; © melhor conhecimento das condições eco

nômicas da emprêsa. A finalidade deste es tudo não é fazer uma ex

os nossos dízeres e demonstrações podem também ser aplicados a uma emprésa

O orçamento é orga

posição teórica e altamen te científica dos proble

de natureza comercial.

mas

Em úhima instância, todos os orça mentos são baseados em uma previsão

cado, as condições especiais dos artigos

às vendas prováveis. Para obter-se um meio de contrôle sôbre êsses Itens, pre-

fatôrcs difícci.s de calcular, que é por

de modo que, dissertando sôbre aqueles'

das vendas, a qual deve tomar em con sideração as condições gerais do mer

para-se um quadro das vendas espera

das, o qual seiATiá como padrão.

Dr. C. Robert P, Hoiiensteín

tativa para estabelecer antecipadamente o resul

145

A -- Orçamento de vendas.

Orçamentos industriais e comerciais RÇAMENTOS industriais e comerciais são uma ten

Económicx>

orçamentários,

nizado no início do exer cício. A coluna "Rea

mas

lizado"

sim fornecer às emprêsas,

é

preenchida

que ainda não estão usan

mensalmente e serve co

do o sistema de orçamen

mo base para eventuais ajustes dos or çamentos de produção, de operação e

tos, idéias e exemplos de como pô-lo em prática. Conseqüentemente, os qua

B — Orçamento de produção. Os fatôres principais que entram na computação dos custos de produção são: mão-de-obra, matéria-prima, custos indi

retos e despesas gerais. Dada a impor

financeiro.

tância da depreciação e o fato de ela

O quadro acima é bastante resumi do. É possível e até aconselhável a

fazer parte dos custos fixos — indepen dentes do grau de produção - propo

em questão, o efeito de aumento ou di minuição de programas de produção sô bre as vendas e entregas, a situação das

simples possíveis e devem ser amplia

matérias-primas, os fundos disponíveis etc. Essa previsão das vendas, que sem

dos e melhorados conforme as necessi

sua

dades da emprêsa que pretender apli

artigos negociados, os tipos de vendas

conseguinte, obtemos o seguinte quadro

cá-los.

(atacado-varejo), as regiões etc.

orçamentário de produção:

dros demonstrativos usados são os mais

subdivisão, conforme os diversos

mos mencioná-la separadamente.

Por


•» « f

Digesto

tado de um determinado período de negócios; êles são um meio para esti

mar futuras vendas e operações, recei

tas e gastos, lucros e perdas. Para as

grandes companliias industriais e comerciais, orçamentos representam um con

trole de suas atiWdades que hoje em dia e universalmente usado. Ademais orçamentos financeiros são indispensãveis para emprôsas que trabalham com

credito bancáno ou cujo capital cir culante e limitado.

No caso de uma companhia comercial o que deve ser previsto são: as despe sas administrativas e de vendas, a co

brança das contas a receber e o finan damento do inventário. Os problemas orçamentários de uma companhia indiis

trial são mais amplos, porém abrangení

também os de uma empresa comercial

I>urante os períodos incertos das con dições de negócios, é de grande im portância que as despesas correspondam

pre c o ponto clí* partida, inclui tantos

isso que muitas empresas ainda não es tão usando o sistema de orçamentos.

A isso respondemos que, cm primeiro lugar, os orçamentos tornam-se mais exatos com a prática e que, em segun do lugar, de\'em eventualmente ser feitos diversos orçamentos para os vários volumes possíveis de vendas. Outrossim, 6 praxe geral corrigir os orçamen tos em certos intervalos e adaptá-los às condições alteradas. Assim, êles fícani flexíveis e conservam todo o seu valor.

A possibilidade de que as vendas a serem efetuadas pro^•em ser maiores ou

menores do que as vendas prerístas náo diminui o \'alor controlador do orça

mento; o confronto ajuda a melhorar futuras estimatis^as.

ORÇAMENTO DE VENDAS

r CIA

ANO DE 194

EM MILHARES DE CRUZEIROS Ano corrente

Vendas líquidas

passado

Previsto

Aumento

Realizado [Diminuição)

Janeiro

600

650

655

'

Fevereiro

570

630

620

(10)

Março

620

660

680

20

Dezembro

680

700

730

30

TOTAL

7.800

8.300

8.500

200

5

Antes de elaborar um orçamento é necessário proceder-se a uma análi.se de

talhada do passado, para conhecer os

elementos que po.ssam influir *nos negó cios futuros. É essa uma vantagem adicional que trazem os orçamentos; © melhor conhecimento das condições eco

nômicas da emprêsa. A finalidade deste es tudo não é fazer uma ex

os nossos dízeres e demonstrações podem também ser aplicados a uma emprésa

O orçamento é orga

posição teórica e altamen te científica dos proble

de natureza comercial.

mas

Em úhima instância, todos os orça mentos são baseados em uma previsão

cado, as condições especiais dos artigos

às vendas prováveis. Para obter-se um meio de contrôle sôbre êsses Itens, pre-

fatôrcs difícci.s de calcular, que é por

de modo que, dissertando sôbre aqueles'

das vendas, a qual deve tomar em con sideração as condições gerais do mer

para-se um quadro das vendas espera

das, o qual seiATiá como padrão.

Dr. C. Robert P, Hoiiensteín

tativa para estabelecer antecipadamente o resul

145

A -- Orçamento de vendas.

Orçamentos industriais e comerciais RÇAMENTOS industriais e comerciais são uma ten

Económicx>

orçamentários,

nizado no início do exer cício. A coluna "Rea

mas

lizado"

sim fornecer às emprêsas,

é

preenchida

que ainda não estão usan

mensalmente e serve co

do o sistema de orçamen

mo base para eventuais ajustes dos or çamentos de produção, de operação e

tos, idéias e exemplos de como pô-lo em prática. Conseqüentemente, os qua

B — Orçamento de produção. Os fatôres principais que entram na computação dos custos de produção são: mão-de-obra, matéria-prima, custos indi

retos e despesas gerais. Dada a impor

financeiro.

tância da depreciação e o fato de ela

O quadro acima é bastante resumi do. É possível e até aconselhável a

fazer parte dos custos fixos — indepen dentes do grau de produção - propo

em questão, o efeito de aumento ou di minuição de programas de produção sô bre as vendas e entregas, a situação das

simples possíveis e devem ser amplia

matérias-primas, os fundos disponíveis etc. Essa previsão das vendas, que sem

dos e melhorados conforme as necessi

sua

dades da emprêsa que pretender apli

artigos negociados, os tipos de vendas

conseguinte, obtemos o seguinte quadro

cá-los.

(atacado-varejo), as regiões etc.

orçamentário de produção:

dros demonstrativos usados são os mais

subdivisão, conforme os diversos

mos mencioná-la separadamente.

Por


Diceato Econóxocõ

146

Dicesto Econômico

Wi

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES ANO DE 194..

CIA,

EM MILHARES DK CRUZEIROS Ano corrente

Ano

Janeiro

pasmado

Mão-de-obra

Matéria-prima Custos indiretos

Depreciação Despesas gerais

Custo de mercadoria pro

Previsto

Realizado

120

125 195

10

185 85

90 50

5

50

30

35

30

(5)

475

5

490

cada tipo de custos, como mão-de-obra, custos indiretos etc.

damos um exemplo a seguir:

alterações nas previsões, é recomendá

vel preparar quadros individuais para

ORÇAMENTO DE MATÉRIA-PRIMA

Realizado

(Diminuição)

Vendas líquidas

600

650

655

5

Mão-de-obra

120

120

Matéria-prima

125 185 90

Depreciação Despesas gerais

50 30

175 85 50 35

5 • 10

Custos indiretos

160 80

Custo de mercadoria pro duzida (vendida)

440

465

480

15

Lucro bruto

160

185

175

(10)

Despesas administrativas .. DesjDesas de vendas

50 40

50 35

55 35

Despesas totais

90

85

90

5

Lucro operativo

70

, 100

85

(15)

20 10

20 10

20

80

110

100

EM MILHARES DE CRUZEIROS

Lucro líquido Janeiro

Ano

passado

Ano corrente

Previsto

Realizado

.

(Diminuição)

450 140

510 190

510 160

Inventário-fim

590 420

700 515

670 475

(30) (30) (40)

Custo matéria-prima

170

185

195

10

Compras Soma

Com o fim de obter uma demonstra

operativas, devia-se preparar um scígundo quadro que demonstrasse as ci fras acima como porcentagens das ven das; por exemplo, no ano passado, as vendas líquidas de 600 = 100%, dão para o lucro bruto 26,7%, para o lucro

C — Orçamento das operações.

de vendas, cuja elaboração pode ser fei

Os orçamentos de vendas e de produ ção devem ser completados por orça mento® das despesas administrativas e

quadros atrás demonstrados. De todos

ta do mesmo

50 30

5 —

(5)

5

5 —

(5) (10)

Aumento

ção mais clara das alterações nas cifras Inventário-comêço

Aumento

Previsto

Outras rendas ANO DE 194

Atio corrente

Ano

passado

Outras despesas CIA

EM MIIHARtS DE CRUZEIROS

15

Tais quadros detalhados são, essencial mente, cópias do quadro principal aci ma, salvo o da matéria-prima, do qual

Para melhor controlar as causas das

ANO DE 194

Aumento

(Diminuição,

110 170 80 50

440

duzida (vendida) ....

CIA

modo como os outros

ôsses orçamentos surge então como um resumo o orçamento das operações:

jbJÉüL. I É^r ri '

operativo 11,7% e para o lucro líquido 13,3%. O lucro líquido realizado (100

sobre 655) é de 15,3%, o que prova que houve um melhoramento tanto abso

luta como relativamente, em compara ção com o ano anterior, apesar de a-

companliia nao ter • atingido a cifm prevista de 110, ou sejam 17% (de 650). D — Orçamento financeiro. Depois de ler estimado futuras ven

das, custos e lucros, pode-se proceder à

preparação da demonstração de futuros

recebimentos e pagamentos; desta ma

neira, obtem-se uma idéia da situação financeira da companhia no fim do penodo.

^

Comecemos pelo orçamento de ven

das. Pela eyeriênda sabe-se qual.

parle das vendas dos meses antenas.


Diceato Econóxocõ

146

Dicesto Econômico

Wi

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES ANO DE 194..

CIA,

EM MILHARES DK CRUZEIROS Ano corrente

Ano

Janeiro

pasmado

Mão-de-obra

Matéria-prima Custos indiretos

Depreciação Despesas gerais

Custo de mercadoria pro

Previsto

Realizado

120

125 195

10

185 85

90 50

5

50

30

35

30

(5)

475

5

490

cada tipo de custos, como mão-de-obra, custos indiretos etc.

damos um exemplo a seguir:

alterações nas previsões, é recomendá

vel preparar quadros individuais para

ORÇAMENTO DE MATÉRIA-PRIMA

Realizado

(Diminuição)

Vendas líquidas

600

650

655

5

Mão-de-obra

120

120

Matéria-prima

125 185 90

Depreciação Despesas gerais

50 30

175 85 50 35

5 • 10

Custos indiretos

160 80

Custo de mercadoria pro duzida (vendida)

440

465

480

15

Lucro bruto

160

185

175

(10)

Despesas administrativas .. DesjDesas de vendas

50 40

50 35

55 35

Despesas totais

90

85

90

5

Lucro operativo

70

, 100

85

(15)

20 10

20 10

20

80

110

100

EM MILHARES DE CRUZEIROS

Lucro líquido Janeiro

Ano

passado

Ano corrente

Previsto

Realizado

.

(Diminuição)

450 140

510 190

510 160

Inventário-fim

590 420

700 515

670 475

(30) (30) (40)

Custo matéria-prima

170

185

195

10

Compras Soma

Com o fim de obter uma demonstra

operativas, devia-se preparar um scígundo quadro que demonstrasse as ci fras acima como porcentagens das ven das; por exemplo, no ano passado, as vendas líquidas de 600 = 100%, dão para o lucro bruto 26,7%, para o lucro

C — Orçamento das operações.

de vendas, cuja elaboração pode ser fei

Os orçamentos de vendas e de produ ção devem ser completados por orça mento® das despesas administrativas e

quadros atrás demonstrados. De todos

ta do mesmo

50 30

5 —

(5)

5

5 —

(5) (10)

Aumento

ção mais clara das alterações nas cifras Inventário-comêço

Aumento

Previsto

Outras rendas ANO DE 194

Atio corrente

Ano

passado

Outras despesas CIA

EM MIIHARtS DE CRUZEIROS

15

Tais quadros detalhados são, essencial mente, cópias do quadro principal aci ma, salvo o da matéria-prima, do qual

Para melhor controlar as causas das

ANO DE 194

Aumento

(Diminuição,

110 170 80 50

440

duzida (vendida) ....

CIA

modo como os outros

ôsses orçamentos surge então como um resumo o orçamento das operações:

jbJÉüL. I É^r ri '

operativo 11,7% e para o lucro líquido 13,3%. O lucro líquido realizado (100

sobre 655) é de 15,3%, o que prova que houve um melhoramento tanto abso

luta como relativamente, em compara ção com o ano anterior, apesar de a-

companliia nao ter • atingido a cifm prevista de 110, ou sejam 17% (de 650). D — Orçamento financeiro. Depois de ler estimado futuras ven

das, custos e lucros, pode-se proceder à

preparação da demonstração de futuros

recebimentos e pagamentos; desta ma

neira, obtem-se uma idéia da situação financeira da companhia no fim do penodo.

^

Comecemos pelo orçamento de ven

das. Pela eyeriênda sabe-se qual.

parle das vendas dos meses antenas.


w•

HJ u|||P

DicESTO

148

qual a do mês corrente que pode ser provenientes de vendas à vista, emprés timos, juros etc.

ráções.

A isso são

acrescidas outras entradas de dinheiro,

A apuração dos desembolsos é geral mente mais fácil. Em sua maior parte.

Nc.sto

os pagamentos a serem feitos são conhc^

cidos no principio do mós, e para perío dos mais longos êles podem ser calcula dos de acôrdo com a previsão das opo

cobrada dentro do mês.

Dicesto

Econômico

O seguinte 6 um modélo simples de um orçíimento financeiro:

f MÊS DE

DE 194.

quadro,

a

149

previsão do mo

vimento cie caixa e cios bancos é feita

ORÇAMENTO FINANCEIRO

CIA.

JEíOonómico

EM MILHARES DE CHüZElROS

exighel o atrto prazo. O realizável a curto prazo menos o exigícri a curto

para um mcs só. Na prática, o orça mento financeiro faz-se para o mesmo período que o cios outros orçamentos, geralmente um ano. Desta maneira, a

prazo dá o capital circtãante, que re

direção

\'0 ao passivo, realizável a curto prazo,

obtém

uma

idéia de futuras

obrigações com materiais, despesas, au mentos c\'entuais da capacidade produ tiva etc., G pode tomar as suas provi

presenta a expressão mais simples e da

ta da situação financeira da emprêsa; sendo que em regra a proporção do atideveria ser de 2 para 1. Considerando os pla nos da emprêsa com req)eito a ampliações

dências para ter os fundos necessários disponíveis.

das instalações técnicas,

aumentos da capacida de produtiva, aumentos do capital registrado,

E — Balanço geral estimado. Previsto

Realizado

O trabalho final da organização dos orçamentos seria apurar os elementos

Aumento

(Diminuição)

para a estimação do balanço geral e da demonstração de lucros e perdas no fim

Disponível — comêço Caixa . Bancos

20 210

20 210

Total disponível ...

230

230

410 170 20

440 180

30 10

25

5

do exercício.

mentos já discutidos, pode-se elaborar sem dificuldade a futura demonstração de lucros e perdas como também o ati

Recebimentos

Cobrança — bancos "

— caixa

Outras vendas

Empréstimos

juros etc Outros recebimentos

Total recebimentos . Total recursos

5

5

15

20

620

670

50

850

900

50

210 190

220 190 30 15

10

vo realizável a curto prazo e o passivo

Pagamentos Fornecedores

Fls. de pagamento .

25

Contribuições sociais Impostos

15 60 30 50

Diversos

580 Caixa Bancos

Disponível —. fim Aumento (diminuição) do disponível

n

Máquinas

mos (decréscimos) e uma outra para

os algarismos projetados. Por exemplo:

Último balanço

Acréscimo

geral

(Decréscimo)

....

850.000,00

Previsto

100.000,00 140.000,00

990.000.00

5 Etc.

60

5

36 60

10

610

30

20

20

250

270

20

270

290

"20

í !■

De modo semelhante prepara-se a de monstração de lucros e perdas. F — Conclusão.

40

balanço geral. A forma mais simples para isso se ria usar o último balanço geral e acres centar duas colunas: uma para acrésci

100.000,00

Terrenos

Comissões

Fôrça, luz e água ..

Baseados sôbre os orça

política do dividendos etc., pode-se en tão proceder à preparação do futuro

60

20

Uma das conseqüências mais provei

tosas da introdução de um sistema de

orçamentos é o contrôle permanente de vendas e receitas e a sua comparação

com as despesas, para proteger a em prêsa contra prejuízos operativos e auto-


w•

HJ u|||P

DicESTO

148

qual a do mês corrente que pode ser provenientes de vendas à vista, emprés timos, juros etc.

ráções.

A isso são

acrescidas outras entradas de dinheiro,

A apuração dos desembolsos é geral mente mais fácil. Em sua maior parte.

Nc.sto

os pagamentos a serem feitos são conhc^

cidos no principio do mós, e para perío dos mais longos êles podem ser calcula dos de acôrdo com a previsão das opo

cobrada dentro do mês.

Dicesto

Econômico

O seguinte 6 um modélo simples de um orçíimento financeiro:

f MÊS DE

DE 194.

quadro,

a

149

previsão do mo

vimento cie caixa e cios bancos é feita

ORÇAMENTO FINANCEIRO

CIA.

JEíOonómico

EM MILHARES DE CHüZElROS

exighel o atrto prazo. O realizável a curto prazo menos o exigícri a curto

para um mcs só. Na prática, o orça mento financeiro faz-se para o mesmo período que o cios outros orçamentos, geralmente um ano. Desta maneira, a

prazo dá o capital circtãante, que re

direção

\'0 ao passivo, realizável a curto prazo,

obtém

uma

idéia de futuras

obrigações com materiais, despesas, au mentos c\'entuais da capacidade produ tiva etc., G pode tomar as suas provi

presenta a expressão mais simples e da

ta da situação financeira da emprêsa; sendo que em regra a proporção do atideveria ser de 2 para 1. Considerando os pla nos da emprêsa com req)eito a ampliações

dências para ter os fundos necessários disponíveis.

das instalações técnicas,

aumentos da capacida de produtiva, aumentos do capital registrado,

E — Balanço geral estimado. Previsto

Realizado

O trabalho final da organização dos orçamentos seria apurar os elementos

Aumento

(Diminuição)

para a estimação do balanço geral e da demonstração de lucros e perdas no fim

Disponível — comêço Caixa . Bancos

20 210

20 210

Total disponível ...

230

230

410 170 20

440 180

30 10

25

5

do exercício.

mentos já discutidos, pode-se elaborar sem dificuldade a futura demonstração de lucros e perdas como também o ati

Recebimentos

Cobrança — bancos "

— caixa

Outras vendas

Empréstimos

juros etc Outros recebimentos

Total recebimentos . Total recursos

5

5

15

20

620

670

50

850

900

50

210 190

220 190 30 15

10

vo realizável a curto prazo e o passivo

Pagamentos Fornecedores

Fls. de pagamento .

25

Contribuições sociais Impostos

15 60 30 50

Diversos

580 Caixa Bancos

Disponível —. fim Aumento (diminuição) do disponível

n

Máquinas

mos (decréscimos) e uma outra para

os algarismos projetados. Por exemplo:

Último balanço

Acréscimo

geral

(Decréscimo)

....

850.000,00

Previsto

100.000,00 140.000,00

990.000.00

5 Etc.

60

5

36 60

10

610

30

20

20

250

270

20

270

290

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í !■

De modo semelhante prepara-se a de monstração de lucros e perdas. F — Conclusão.

40

balanço geral. A forma mais simples para isso se ria usar o último balanço geral e acres centar duas colunas: uma para acrésci

100.000,00

Terrenos

Comissões

Fôrça, luz e água ..

Baseados sôbre os orça

política do dividendos etc., pode-se en tão proceder à preparação do futuro

60

20

Uma das conseqüências mais provei

tosas da introdução de um sistema de

orçamentos é o contrôle permanente de vendas e receitas e a sua comparação

com as despesas, para proteger a em prêsa contra prejuízos operativos e auto-


Dicesto Econónuco

150

rízar tais aumentos de despesas que

mentam ou dimintícm proporcionalmen

são justificados pelo aumento do volu

te ao volume da produção c das vendas,

me de negócios. O confronto dos alga

ao passo que outros — os chamados

rismos previstos e realizados é o melhor índice, se a política seguida pela dire ção corresponde às realidades. Quanto mais incertas forem as perspectivas do mercado, tanto mais importantes serão os orçamentos e o contrôle e.rercido por eles, o que significa que cs orçamentos são mais úteis justamente quando a sua

"custos fixos"

organização é das mais difíceis.

Com

isso desaparece o argumento de que a impossibilidade de prever vendas etc. toma os orçamentos impraticáveis. O

que é necessário são os ajustes periódi cos das previsões.

Fazendo esses ajustes, perceber-se-á logo que alguns custos e despesas au

inflexibilidade.

Rrasílin Macharln e a Academia Ernesto Leme

certa

(Discurso proferido na Faculdade de Direito de São Paulo, por ocasião dos

Uma voz analisadas e

comemorações do centenário de nascimento do Professor BrasíÜo Machado)

mostram

uma

agrupadas as despesa.s orçamentárias de acôrdo com dsse fato, o trabalho tonto

^ ANO DE 1868 foi dos mais auspicio

da preparação como do ajuste periódico

Tesouro, secretário da Relação, já dou

sos na vida da Academia. Aqui aportavam, vindos do Recife e precedi

tor em Direito, desde 1875, vem diq^u-

dos de grande fama, os estudantes do

lente substituto.

dos orçamentos tomar-sc-á mais fácil c mais exato.

Há poucas empresas cujas diretorias não possam empregar o sistema de or çamentos com vantagens. Dirigir é, es sencialmente, prever. Deve ser lembra do, porém, que o valor dos orçamentos — como de todo sistema de contrôle — depende em boa parte do uso que é feito dôles e da habilidade daqueles que os estão aplicando.

r

terceiro ano Rui Barbosa e Castro Alves,

Dos cinco concursos, que então se

que passaram a rcfulgir, como estréias de primeira grande

abriram, inscreveu-se em três — nas va gas de Joaquim

za, na turma de Ro

Augusto de Camar

drigues Alves, Afon

go, Leite Moraes e

so Pena e Joaquim

Rubino de Oliveira,

Nabuco. E, entre os

nomeados lentes ca-

quarenta e sete ra

tedrúticos.

pazes, que se matri

competidores eram

cularam no primeiro de

.da estatura de João Mendes Júnior, Dino Bueno, Brasí

e

lio dos Santos, Teó-

Brasílio Augusto

filo Dias, Leite híoraes Júnior, Joaquim

ano, estavam os no

mes

gloriosos

João

Monteiro

Machado de Olivei ra.

Viera

Seus

Manuel Carlos de

êste

das

Episcopal, que o ve

Gusmão, Lopes dos Anjos. Em todos êles logrou apro\"a-

nerando D. Antônio

ção e indicação. No

auJas do Seminário

Joaquim criara,

de em

Melo

meado lente substi

1859.

tuto, na vaga de Lei te Moraes, por de creto de 30 de junho

Concluirá os prepa ratórios

Anexo.

no

Curso

E, aos de

zenove anos e meio, quase na idade com As últimas cifras sôbre o comércio exterior dos Estados Unidos revelam as

tur nesta Casa, em 1882, o cargo de

que, vinte e sete anos mais tarde, seu

de 1883, do Govêmo

Imperial, tomou posse a 7 de juüio.

Promovido a catedrático de Direito

transformações por que está passando a economia mundial. A recuperação no es trangeiro — na agricultura, nas minas, na indústria — diminui a procura de mer cadorias norte-americanas. Ao mesmo tempo, possibilita maiores mercadorias para

filho Alcântara Machado aqui conquista

sou, meses após, com o desdobramento

os Estados Unidos importarem.

va a láurea de professor, iniciava Bra sílio a sua trajetória, nesta Faculdade.

Bacharel em ciências jurídicas e so ciais, em 1872, promotor público de Pi racicaba e Casa Branca, inspetor do

está disciplina, da qual apenas se afas tou definitivamente com a sua morte,

A escassez de dólares diminui as compras de mercadorias norte-americanas. As nações tendem a canalizar os dólares que possuem no sentido da compra de máquinas, produtos de metal e matérias-primas industriais dos Estados Unidos, ãrtigos que não podem obter em óutra parte.

Natural, a 80 de setembro de 1890, pas da cadeira de Direito Comercial, a reger ocorrida a 5 de março de 1919.


Dicesto Econónuco

150

rízar tais aumentos de despesas que

mentam ou dimintícm proporcionalmen

são justificados pelo aumento do volu

te ao volume da produção c das vendas,

me de negócios. O confronto dos alga

ao passo que outros — os chamados

rismos previstos e realizados é o melhor índice, se a política seguida pela dire ção corresponde às realidades. Quanto mais incertas forem as perspectivas do mercado, tanto mais importantes serão os orçamentos e o contrôle e.rercido por eles, o que significa que cs orçamentos são mais úteis justamente quando a sua

"custos fixos"

organização é das mais difíceis.

Com

isso desaparece o argumento de que a impossibilidade de prever vendas etc. toma os orçamentos impraticáveis. O

que é necessário são os ajustes periódi cos das previsões.

Fazendo esses ajustes, perceber-se-á logo que alguns custos e despesas au

inflexibilidade.

Rrasílin Macharln e a Academia Ernesto Leme

certa

(Discurso proferido na Faculdade de Direito de São Paulo, por ocasião dos

Uma voz analisadas e

comemorações do centenário de nascimento do Professor BrasíÜo Machado)

mostram

uma

agrupadas as despesa.s orçamentárias de acôrdo com dsse fato, o trabalho tonto

^ ANO DE 1868 foi dos mais auspicio

da preparação como do ajuste periódico

Tesouro, secretário da Relação, já dou

sos na vida da Academia. Aqui aportavam, vindos do Recife e precedi

tor em Direito, desde 1875, vem diq^u-

dos de grande fama, os estudantes do

lente substituto.

dos orçamentos tomar-sc-á mais fácil c mais exato.

Há poucas empresas cujas diretorias não possam empregar o sistema de or çamentos com vantagens. Dirigir é, es sencialmente, prever. Deve ser lembra do, porém, que o valor dos orçamentos — como de todo sistema de contrôle — depende em boa parte do uso que é feito dôles e da habilidade daqueles que os estão aplicando.

r

terceiro ano Rui Barbosa e Castro Alves,

Dos cinco concursos, que então se

que passaram a rcfulgir, como estréias de primeira grande

abriram, inscreveu-se em três — nas va gas de Joaquim

za, na turma de Ro

Augusto de Camar

drigues Alves, Afon

go, Leite Moraes e

so Pena e Joaquim

Rubino de Oliveira,

Nabuco. E, entre os

nomeados lentes ca-

quarenta e sete ra

tedrúticos.

pazes, que se matri

competidores eram

cularam no primeiro de

.da estatura de João Mendes Júnior, Dino Bueno, Brasí

e

lio dos Santos, Teó-

Brasílio Augusto

filo Dias, Leite híoraes Júnior, Joaquim

ano, estavam os no

mes

gloriosos

João

Monteiro

Machado de Olivei ra.

Viera

Seus

Manuel Carlos de

êste

das

Episcopal, que o ve

Gusmão, Lopes dos Anjos. Em todos êles logrou apro\"a-

nerando D. Antônio

ção e indicação. No

auJas do Seminário

Joaquim criara,

de em

Melo

meado lente substi

1859.

tuto, na vaga de Lei te Moraes, por de creto de 30 de junho

Concluirá os prepa ratórios

Anexo.

no

Curso

E, aos de

zenove anos e meio, quase na idade com As últimas cifras sôbre o comércio exterior dos Estados Unidos revelam as

tur nesta Casa, em 1882, o cargo de

que, vinte e sete anos mais tarde, seu

de 1883, do Govêmo

Imperial, tomou posse a 7 de juüio.

Promovido a catedrático de Direito

transformações por que está passando a economia mundial. A recuperação no es trangeiro — na agricultura, nas minas, na indústria — diminui a procura de mer cadorias norte-americanas. Ao mesmo tempo, possibilita maiores mercadorias para

filho Alcântara Machado aqui conquista

sou, meses após, com o desdobramento

os Estados Unidos importarem.

va a láurea de professor, iniciava Bra sílio a sua trajetória, nesta Faculdade.

Bacharel em ciências jurídicas e so ciais, em 1872, promotor público de Pi racicaba e Casa Branca, inspetor do

está disciplina, da qual apenas se afas tou definitivamente com a sua morte,

A escassez de dólares diminui as compras de mercadorias norte-americanas. As nações tendem a canalizar os dólares que possuem no sentido da compra de máquinas, produtos de metal e matérias-primas industriais dos Estados Unidos, ãrtigos que não podem obter em óutra parte.

Natural, a 80 de setembro de 1890, pas da cadeira de Direito Comercial, a reger ocorrida a 5 de março de 1919.


wr

Dicbsto EcoNÓ>aco

152

153

Dicesto Económjco

O ensino do Oireito Mercantíl inlcía-

ra-se nesta Faculdade com Cíemento Falcão, nomeado lente em 1830. Dou torara-se êle em Direito na Faculdade

de Paris. E arrepelava a sociedade pau listana da época, com o seu ódio doentio

aos padres e às mulheres.

dc carranca fechada c sólida cultura".

As suas preleções taqiiigrafada.s demons tram o seu preparo e o seu de\'Otamento à cátedra que exercia. E o Esbôço cia Coiifílituição Fcclcrnl, publicado em 1890, "formulado .sob a inspiração de doutrinas professadas durante alguns

das legislações a excluir do campo do Direito Mercantil.

Para se aquilatar do valor de Brasílio,

legislador; um enigma para a jurispru dência". Porque, em verdade, nêle se encerra todo o conteúdo do Direito

como professor, basta ler, quarenta anos

Mercantil.

decorridos, com as imperfeições da taquigrafia, as prclcçõcs não revistas que

Reconhecendo a estreita afinidade en tre o Direito Comercial e o Civil —

Aqui permaneceu por trinta e quatro

anos de magistério", revela o seu zêlo

dôles se encontram.

Nada dc essencial

"porque um e outro, se bem que em

anos, substituído na cátedra, em 1804, por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, talento peregrino a

de patriota e a sua familiaridade com os problemas do direito público. Quando iniciei os meus estudos nesta Faculdade, cm 1915, estava Brosílio

relações diversas, submetem o mesmo

quatro anos, exercendo as funções de

na matéria era esquecido. A exposição, do clareza transparente. Perfeito o encadeamenlo do assunto. A frase, sempre límpida e cantante. Haja vista as que proferiu sôbre o ato dc comercio, por êle conceituado

presidente do Consellio Superior do En

como "uma função orgânica de media

liano, a idéia surgira no Brasil, com Tei

sino. Fôra eleito pela Congregação, meses antes, para o cargo de diretor, no

ção especulativa entre a oferta e a pro cura das mercadorias, preordenada h circulação econômica". Constitui êsse, como destaca, um "problema insolúvel para a doutrina; um tormento para o

xeira de Freitas, na proposta para a ela

qu;e não correspondia, contudo, uma

grande dedicação às letras jurídicas. Já em Congregação de 1.° de março de 1882, ao se discutir o parecer sôbrc o projeto de fundação de uma Universi dade na Côrte, reclamava Antônio Car los se instituísse mais uma cadeira de Direito Comercial, a fira de ser o ensino da matéria realizado em dois anos con

secutivos. Impugnou sua proposta Vieira de Carvalho, por se haverem reservado três anos ao estudo do Direito Civil, não

sendo o Comercial, como entendia, se não um desdobramento daquele. Sô a reforma^ Benjamin Constant possibilitou a criação da nova cadeira, confiada a Brasílio Machado. Passou êle a dividir a responsabilidade do ensino da disci

plina cora o lente catedrático, Brasílio Rodrigues dos Santos.

Teria razão Alcântara Machado em di

Machado afastado dc sua cadeira havia

biênio 1915-1916. Recusara êssc pôsto em Wrtijde das funções que então exer

cia, manifestando, cm carta a João Men des Júnior, o imenso pesar em se con.servar arredado do convívio de seus co

legas de São Paulo. Não pude receber, assim, diretamente, suas lições, nem ter a fortuna de ouvi-lo. Nem de vê-lo.

Do esplendor dc suas aulas fala f unanimidade de seus discípulos. Pelágio Lôbo refere as que êle professou, em 1908, sôbre Direito Marítimo, conver

tendo a explanação de temas áridos em puras obras-de-arte e transformando a matéria "num torneio verbal do inesque

zer que seu pai foi quem, por assim

cível encantamento". Reynaldo Porchal

dizer, "inaugurou o ensino do Direito

assinala o "fundo sulco luminoso traça'

Mercantil na Faculdade de São Paulo", se Brasílio dos Santos, seu concorrente

do pela argumentação encantadora e pela eloqüência deliciosa de Brasílio Ma

era dois concursos, não o houvesse pre

chado", na cadeira de Direito Comer

cedido, embora de alguns meses, na re

cial.

gência de igual cadeira. Sem o brilho

nhosa evocação do mestre, rememorava

e a sedução pessoal de Brasílio Macha do, que exercia, entre os mestres, o pri

lidade dos imóveis, que o errôneo enten

mado da oratória acadêmica, era o filho

dimento de um texto de Ulpíano, no

de Gabriel Rodrigues dos Santos, na frase do próprio Aloântara, "homem

Digesto, Livro L, tit. XVI, de verborutn significatione, 66, levou o comum

E ainda esta manhã, numa cari

a sua cintilante lição sobre a comercia-

objeto, o mesmo stijcifo de Direito" — inscre^'e-se, com Cesare Vi\'ante, entre

os propugnadores da unificação do di reito priNTido. Antes de Endemann e do mestre ita

boração de um Código Geral, endereça da ao govêmo, em 1867: "Não há tipo

para essa arbitrária separação de leis, a que se deu o nome de Direito Comer-


wr

Dicbsto EcoNÓ>aco

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Dicesto Económjco

O ensino do Oireito Mercantíl inlcía-

ra-se nesta Faculdade com Cíemento Falcão, nomeado lente em 1830. Dou torara-se êle em Direito na Faculdade

de Paris. E arrepelava a sociedade pau listana da época, com o seu ódio doentio

aos padres e às mulheres.

dc carranca fechada c sólida cultura".

As suas preleções taqiiigrafada.s demons tram o seu preparo e o seu de\'Otamento à cátedra que exercia. E o Esbôço cia Coiifílituição Fcclcrnl, publicado em 1890, "formulado .sob a inspiração de doutrinas professadas durante alguns

das legislações a excluir do campo do Direito Mercantil.

Para se aquilatar do valor de Brasílio,

legislador; um enigma para a jurispru dência". Porque, em verdade, nêle se encerra todo o conteúdo do Direito

como professor, basta ler, quarenta anos

Mercantil.

decorridos, com as imperfeições da taquigrafia, as prclcçõcs não revistas que

Reconhecendo a estreita afinidade en tre o Direito Comercial e o Civil —

Aqui permaneceu por trinta e quatro

anos de magistério", revela o seu zêlo

dôles se encontram.

Nada dc essencial

"porque um e outro, se bem que em

anos, substituído na cátedra, em 1804, por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, talento peregrino a

de patriota e a sua familiaridade com os problemas do direito público. Quando iniciei os meus estudos nesta Faculdade, cm 1915, estava Brosílio

relações diversas, submetem o mesmo

quatro anos, exercendo as funções de

na matéria era esquecido. A exposição, do clareza transparente. Perfeito o encadeamenlo do assunto. A frase, sempre límpida e cantante. Haja vista as que proferiu sôbre o ato dc comercio, por êle conceituado

presidente do Consellio Superior do En

como "uma função orgânica de media

liano, a idéia surgira no Brasil, com Tei

sino. Fôra eleito pela Congregação, meses antes, para o cargo de diretor, no

ção especulativa entre a oferta e a pro cura das mercadorias, preordenada h circulação econômica". Constitui êsse, como destaca, um "problema insolúvel para a doutrina; um tormento para o

xeira de Freitas, na proposta para a ela

qu;e não correspondia, contudo, uma

grande dedicação às letras jurídicas. Já em Congregação de 1.° de março de 1882, ao se discutir o parecer sôbrc o projeto de fundação de uma Universi dade na Côrte, reclamava Antônio Car los se instituísse mais uma cadeira de Direito Comercial, a fira de ser o ensino da matéria realizado em dois anos con

secutivos. Impugnou sua proposta Vieira de Carvalho, por se haverem reservado três anos ao estudo do Direito Civil, não

sendo o Comercial, como entendia, se não um desdobramento daquele. Sô a reforma^ Benjamin Constant possibilitou a criação da nova cadeira, confiada a Brasílio Machado. Passou êle a dividir a responsabilidade do ensino da disci

plina cora o lente catedrático, Brasílio Rodrigues dos Santos.

Teria razão Alcântara Machado em di

Machado afastado dc sua cadeira havia

biênio 1915-1916. Recusara êssc pôsto em Wrtijde das funções que então exer

cia, manifestando, cm carta a João Men des Júnior, o imenso pesar em se con.servar arredado do convívio de seus co

legas de São Paulo. Não pude receber, assim, diretamente, suas lições, nem ter a fortuna de ouvi-lo. Nem de vê-lo.

Do esplendor dc suas aulas fala f unanimidade de seus discípulos. Pelágio Lôbo refere as que êle professou, em 1908, sôbre Direito Marítimo, conver

tendo a explanação de temas áridos em puras obras-de-arte e transformando a matéria "num torneio verbal do inesque

zer que seu pai foi quem, por assim

cível encantamento". Reynaldo Porchal

dizer, "inaugurou o ensino do Direito

assinala o "fundo sulco luminoso traça'

Mercantil na Faculdade de São Paulo", se Brasílio dos Santos, seu concorrente

do pela argumentação encantadora e pela eloqüência deliciosa de Brasílio Ma

era dois concursos, não o houvesse pre

chado", na cadeira de Direito Comer

cedido, embora de alguns meses, na re

cial.

gência de igual cadeira. Sem o brilho

nhosa evocação do mestre, rememorava

e a sedução pessoal de Brasílio Macha do, que exercia, entre os mestres, o pri

lidade dos imóveis, que o errôneo enten

mado da oratória acadêmica, era o filho

dimento de um texto de Ulpíano, no

de Gabriel Rodrigues dos Santos, na frase do próprio Aloântara, "homem

Digesto, Livro L, tit. XVI, de verborutn significatione, 66, levou o comum

E ainda esta manhã, numa cari

a sua cintilante lição sobre a comercia-

objeto, o mesmo stijcifo de Direito" — inscre^'e-se, com Cesare Vi\'ante, entre

os propugnadores da unificação do di reito priNTido. Antes de Endemann e do mestre ita

boração de um Código Geral, endereça da ao govêmo, em 1867: "Não há tipo

para essa arbitrária separação de leis, a que se deu o nome de Direito Comer-


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IJtcESTo 154

ou não comerciais, isto é, tanto podem ter por fim o lucro pecuniário, como ou-

tea satisfação da existência". O govôr^o, porém, repeliu o alvitre, pelo aviso de 18 de novembro de 1872. Viveu Brasüio Machado o suficiente para ver sua aspiração, por êle pregada convictamente, sobretudo na lição inau

gural de 1897, renascer, em 1911, no

projeto Inglês de Souza. Mas não al cançou a conversão de Vivante à corren e favorável à dicotomia do direito

pnvado e menos ainda a idéia do Có-

triunfante na legislação ita-

Alcântara Machado nos revela, na íografia de Brasüio, em fac simile, um dos esquemas organizados pelo pai, na preparaçao de suas aulas.

"Custavam-

e horas e horas de meditação e de estudo^ os quarenta e cinco minutos da

preleção".

De Cujácio se dizia que

esse trabalho consumia dez horas

Inteiramente em dia com a sua dis

ciplina, coisa alguma de quanto a res

peito se publicava, aqui ou no estran geiro, escapava à percepção de Brasüio Machado. Êsse o segrêdo de seu triun fo. E porque as palavras lhe brotavam aos borbotões, como a água cristalina que jorra da fonte inesgotável. As lições incomparaveis não eram apenas fruto de sua dialética de advogado, ou de sua fluência de orador; provinham, so bretudo, da sedimentação de sua cul

tura jurídica. O mestre era também um artista.

Considéravam-se as suas argüições em concurso, apavorantes; apavorantes, es

"

155

Dicesto Econômico

ou Código Comercial; pois que toos os atos da \'ida }urídica, cxceiuaos os benéficos, podem ser comerciais

V lian^

' ■?

Econômico

tá visto, para os candidatos. . . Maneiroso, suave, de polidez impecável, es-

tringia o concorrente nos anéis de ferro de sua lógica, até prostrá-lo, exânime, sem fôrça de reação.

Dizem-no quantos

o escutaram c admiraram.

Seu poder de persuasão era simples mente formidável.

Eis a causa de suas

magníficas \-itürias no fòro, sobretur do no fôro criminal. Nesta especialida

RejTinlclo Porchat. A sobriedade dos discursos do primeiro desde logo nêlc evidenciavam o orador parlamentar, por excelência; o colorido da frase, a opulência do vocabulário, o fulgor das ima gens, destacavam no segundo o artis ta insuperável da oratória acadêmica. Poderia ser colocado, entre João Montei ro e Brasüio Machado, como o mestre

de, era considerado o maior advogado brasileiro de seu tempo. E notável é que o fosse um professor de Direito

da frase e da palavra.

-Mercantil. . .

de seu enunciado, formavam um colar

Como o destino reserva

eram

Seus períodos

sempre sonoros e cantantes; mas

os vocábulos, escandidos, na perfeição

va a Cama Cerqueira, grande profes

de pérolas, cm que nenhuma desme

sor de Direito Penal, ser um dos prín

recia

cipes

oriente.

da

advocacia

eivei,

em

São

das

outras,

na

pureza de seu

« imagem do \'erbo articulado, da p«la\Ta vim, essa, nenhum artifício con

seguiu até hoje fixar". Eis o que nos falta, nos discursos de

Brasüio: a figura senhori! do orador, íi fronte larga, a cabeleira ondeantc. os olhos \i\'Os e penetrantes, dominando o auditório magnetízado. E a sua \'0z tinha tôdas as modulat.ões, ora su.nc. como o veludo, ora cortante como um

látego. Sóbrio nos gestos, suas mãos fi dalgas acompanha\'am o sentido da e.v-

pressão, dando-lhe maior força e rigor. Ora tremiam, nervosas, nos arroubos

tribunícios, ora se estendiam, blandiciosas, como muna benção.

ainda cultivava as musas, nos albôres

literária do pai e do avô revivia no eter

Ou\'indo-o, não haria quem descres se do milagre do verbo. "Foi para o fio da espada que se fez o fio da palavra",

da velhice.

no

dizia èle em sua conferência, no tri-

Paulo. . .

O poeta das Madressilvas e Perpétuas

Mas, poeta, prosador, ad

Antônio de Alcântara Machado, pro missora inteligôncia, em que a vocação enamorado

da

Beleza,

dizia nesta

vogado, mestre de Direito, jornalista, a

mesma tribuna, precisamente há \nnte

centemlrio de Anchieta, "O rugido das

sua glória mais pura ôle a obteve, em verdade, como orador. "Mágico da elo

anos, dos "períodos balançados de ora

feras no Coliseu não pode abafar a con

qüência", chama-lhe, com justeza, Reynaldo Porchat.

Alude o mestre de Direito Romano aos

dois famosos oradores, com que con

tava a Congregação de seu tempo: João Monteiro e Brasüio Machado. Colegas de turma, entraram para o corpo docente na mesma época. Alteavam-se ambos, como gigantes da mesma estatura.

João Monteiro era o mestre da pala vra.

"Podia deixar a frase manca, sem

arredondá-la em harmonia.

Mas a pa

lavra sempre escolhida e lídima, 'êle tinha o capricho de pronunciá-la com a

Quem se detém, contudo, seduzido pela carícia dos tropos incomparáveis de sua

fissão dos mártires, que ao baraço quo intima o silencio, o aposlolado cristão jamais se descuidou de opor a caridade

saudação a Carlos Gomes, sente-se ten

que intima a pregação."

tado a nele vislumbrar a eloqüência oondoreira, cujos arroubos nos evocam a poesia de Castro Alves, seu amigo e

do 11 de Agosto, em uma época de in-

companheiro e a quem assistiu, desveladamente, ao lado do padre Chico de

Irorizontes^ africanos, aparecer o sol co mo um disco sem raios, um corpo sem

dor

romântico",

do verbo de BrasíUo.

Paula, em seus tormentosos e derradei-

Os que hoje lêem os inimitáveis dis cursos de Brasüio e tiveram, também, a graça divina de ouvi-lo, enaltecem o

valor da palavra, que se eterniza, mas

máxima correção." Brasüio era o mestre

proclamam que falta a ela a sonoridade

da frase. "Podia não caprichar na dic ção de uma palavra, contanto que se não perturbasse o ritmo de uma frase pro

do

nunciada com harmonia e sonoridade." Conhecemos também na Faculdade,

em meu tempo de estudante, dois no táveis oradores: Herculano de Freitas e

instrumento, que lhe transmitia o "A es

crita — falava Manuel Carlos — sugere a idéia representada. Apesar de inerte, é

um

símbolo

que pode eternizar o

pensamento, na sua plenitude.

certezas e temores: "Não é raro, nos

fulguraçõesi - é que o vento bateu

asas sôbre o dorso dos desertos, e a

pos dias de São Paulo.

müagre da sua musicalidade.

Vêde-o agora, ornado na solenidade

Mas

areia sacudida, euchendo o espaço, pa rece quebrar em lâminas sutis e sLgumolenfas a lua do astro poderoso. Erguer, neste periodo de ansiedades pú blicas, a data de hoje acima dos liori-

zontes de nossa ráda social, é como que

refleür a imagem do sol africano uin disco sem raios, j,,,,,

fulguraçoes: - e cada um de nós podena ™r no pó que, a palas de coroei,

o gaúcho no-grandense sacode das cam-


fr,f

IJtcESTo 154

ou não comerciais, isto é, tanto podem ter por fim o lucro pecuniário, como ou-

tea satisfação da existência". O govôr^o, porém, repeliu o alvitre, pelo aviso de 18 de novembro de 1872. Viveu Brasüio Machado o suficiente para ver sua aspiração, por êle pregada convictamente, sobretudo na lição inau

gural de 1897, renascer, em 1911, no

projeto Inglês de Souza. Mas não al cançou a conversão de Vivante à corren e favorável à dicotomia do direito

pnvado e menos ainda a idéia do Có-

triunfante na legislação ita-

Alcântara Machado nos revela, na íografia de Brasüio, em fac simile, um dos esquemas organizados pelo pai, na preparaçao de suas aulas.

"Custavam-

e horas e horas de meditação e de estudo^ os quarenta e cinco minutos da

preleção".

De Cujácio se dizia que

esse trabalho consumia dez horas

Inteiramente em dia com a sua dis

ciplina, coisa alguma de quanto a res

peito se publicava, aqui ou no estran geiro, escapava à percepção de Brasüio Machado. Êsse o segrêdo de seu triun fo. E porque as palavras lhe brotavam aos borbotões, como a água cristalina que jorra da fonte inesgotável. As lições incomparaveis não eram apenas fruto de sua dialética de advogado, ou de sua fluência de orador; provinham, so bretudo, da sedimentação de sua cul

tura jurídica. O mestre era também um artista.

Considéravam-se as suas argüições em concurso, apavorantes; apavorantes, es

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Dicesto Econômico

ou Código Comercial; pois que toos os atos da \'ida }urídica, cxceiuaos os benéficos, podem ser comerciais

V lian^

' ■?

Econômico

tá visto, para os candidatos. . . Maneiroso, suave, de polidez impecável, es-

tringia o concorrente nos anéis de ferro de sua lógica, até prostrá-lo, exânime, sem fôrça de reação.

Dizem-no quantos

o escutaram c admiraram.

Seu poder de persuasão era simples mente formidável.

Eis a causa de suas

magníficas \-itürias no fòro, sobretur do no fôro criminal. Nesta especialida

RejTinlclo Porchat. A sobriedade dos discursos do primeiro desde logo nêlc evidenciavam o orador parlamentar, por excelência; o colorido da frase, a opulência do vocabulário, o fulgor das ima gens, destacavam no segundo o artis ta insuperável da oratória acadêmica. Poderia ser colocado, entre João Montei ro e Brasüio Machado, como o mestre

de, era considerado o maior advogado brasileiro de seu tempo. E notável é que o fosse um professor de Direito

da frase e da palavra.

-Mercantil. . .

de seu enunciado, formavam um colar

Como o destino reserva

eram

Seus períodos

sempre sonoros e cantantes; mas

os vocábulos, escandidos, na perfeição

va a Cama Cerqueira, grande profes

de pérolas, cm que nenhuma desme

sor de Direito Penal, ser um dos prín

recia

cipes

oriente.

da

advocacia

eivei,

em

São

das

outras,

na

pureza de seu

« imagem do \'erbo articulado, da p«la\Ta vim, essa, nenhum artifício con

seguiu até hoje fixar". Eis o que nos falta, nos discursos de

Brasüio: a figura senhori! do orador, íi fronte larga, a cabeleira ondeantc. os olhos \i\'Os e penetrantes, dominando o auditório magnetízado. E a sua \'0z tinha tôdas as modulat.ões, ora su.nc. como o veludo, ora cortante como um

látego. Sóbrio nos gestos, suas mãos fi dalgas acompanha\'am o sentido da e.v-

pressão, dando-lhe maior força e rigor. Ora tremiam, nervosas, nos arroubos

tribunícios, ora se estendiam, blandiciosas, como muna benção.

ainda cultivava as musas, nos albôres

literária do pai e do avô revivia no eter

Ou\'indo-o, não haria quem descres se do milagre do verbo. "Foi para o fio da espada que se fez o fio da palavra",

da velhice.

no

dizia èle em sua conferência, no tri-

Paulo. . .

O poeta das Madressilvas e Perpétuas

Mas, poeta, prosador, ad

Antônio de Alcântara Machado, pro missora inteligôncia, em que a vocação enamorado

da

Beleza,

dizia nesta

vogado, mestre de Direito, jornalista, a

mesma tribuna, precisamente há \nnte

centemlrio de Anchieta, "O rugido das

sua glória mais pura ôle a obteve, em verdade, como orador. "Mágico da elo

anos, dos "períodos balançados de ora

feras no Coliseu não pode abafar a con

qüência", chama-lhe, com justeza, Reynaldo Porchat.

Alude o mestre de Direito Romano aos

dois famosos oradores, com que con

tava a Congregação de seu tempo: João Monteiro e Brasüio Machado. Colegas de turma, entraram para o corpo docente na mesma época. Alteavam-se ambos, como gigantes da mesma estatura.

João Monteiro era o mestre da pala vra.

"Podia deixar a frase manca, sem

arredondá-la em harmonia.

Mas a pa

lavra sempre escolhida e lídima, 'êle tinha o capricho de pronunciá-la com a

Quem se detém, contudo, seduzido pela carícia dos tropos incomparáveis de sua

fissão dos mártires, que ao baraço quo intima o silencio, o aposlolado cristão jamais se descuidou de opor a caridade

saudação a Carlos Gomes, sente-se ten

que intima a pregação."

tado a nele vislumbrar a eloqüência oondoreira, cujos arroubos nos evocam a poesia de Castro Alves, seu amigo e

do 11 de Agosto, em uma época de in-

companheiro e a quem assistiu, desveladamente, ao lado do padre Chico de

Irorizontes^ africanos, aparecer o sol co mo um disco sem raios, um corpo sem

dor

romântico",

do verbo de BrasíUo.

Paula, em seus tormentosos e derradei-

Os que hoje lêem os inimitáveis dis cursos de Brasüio e tiveram, também, a graça divina de ouvi-lo, enaltecem o

valor da palavra, que se eterniza, mas

máxima correção." Brasüio era o mestre

proclamam que falta a ela a sonoridade

da frase. "Podia não caprichar na dic ção de uma palavra, contanto que se não perturbasse o ritmo de uma frase pro

do

nunciada com harmonia e sonoridade." Conhecemos também na Faculdade,

em meu tempo de estudante, dois no táveis oradores: Herculano de Freitas e

instrumento, que lhe transmitia o "A es

crita — falava Manuel Carlos — sugere a idéia representada. Apesar de inerte, é

um

símbolo

que pode eternizar o

pensamento, na sua plenitude.

certezas e temores: "Não é raro, nos

fulguraçõesi - é que o vento bateu

asas sôbre o dorso dos desertos, e a

pos dias de São Paulo.

müagre da sua musicalidade.

Vêde-o agora, ornado na solenidade

Mas

areia sacudida, euchendo o espaço, pa rece quebrar em lâminas sutis e sLgumolenfas a lua do astro poderoso. Erguer, neste periodo de ansiedades pú blicas, a data de hoje acima dos liori-

zontes de nossa ráda social, é como que

refleür a imagem do sol africano uin disco sem raios, j,,,,,

fulguraçoes: - e cada um de nós podena ™r no pó que, a palas de coroei,

o gaúcho no-grandense sacode das cam-


"-^««e 156

pinas do sul, essa mesma areia do de-

serto que transforma a luz em poeira de sangue, e o céu num braseiro de cin zas requeimadas". Enlevai-vos também neste milagre de

Dicesto Econômico

primeiro

prc.sídcntc

dêste

Conselho".

Mas, a \'ic]a do nobre lidador chega para, cm sua existência, as mais ele\-a-

sos de sua juventude:

não lhe sorriu a sorte, nas umas. Cou

Portugal, em face das ondas, em cujos términos só pode a mão do gênio ras gar as sombras do desconhecido, sentia ddinear-se, abrir, crescer a rota lumi

nosa de seus descobrimentos que longe

levaria a fama do seu nome, o nome de seus heróis, os heróis de sua imortalida de, a imortalidade de sau patriotismo". Eis porque era Brasílio Machado na

fra^ lapidar de Batísta Pereira, dêsses oradores que fazem da palavra a subs tância mesma da Vida e da Beleza". Em maio de 1911, assumindo, na Ca

pital Federal, as altas funções de pre sidente do Conselho Superior do En sino, criado pela reforma Rivadavia afastou-se o mestre de sua cátedra. Os derradeiros anos de sua existência fo ram, ainda assim, consumidos ao servi ço da instrução. Fêz-Ihe justiça o seu sucessor na presidência do Conselho doutor Ortiz Monteiro, ao assinalar: "A rajada de anarquia, de confusão demo

lidora do ensino federal, gerada pela

Brasílio...

go paulistano. E, como nas asas de um sonho, acudiram-lhe à memória os ver

da.s po.siçõcs.

porções sobranceiras de uma montanha;

chega mesmo a empalldecer, ante o orgulho de se sentir reriver na glória de

va ao seu tôrmo. Advogado e publicis

período, tôda a epopéia de um povo, no ciclo mais glorioso de sua existência:

branceiro à distância, sentinela a\'an-

Ê este o meu pátrio monte

Candidato a deputado,

que junto ao rio cresceu...

be-lhe, porém, por nomeação do Co-

E o monte poderia contar-lhe a his

vêmo Imperial, a presidência da prorin-

tória de sua terra e de seus avitos. Um

cia do Paraná.

Católico praticante, êlc tinha, na ba

gagem de sua.s obras pias, a própria conversão do pai. Foi um legioniírio do Direito e orn estrênuo defen.sor da

IST

çada velando pela tranqüilidade do bur

ta, lente de Direito o administrador, ocu

síntese, em que Brasílío condensa, num

"Portugal, essa nação pequenina que a Espanlm comprime, mas que o oceano alarga; essa nova Grécia dos argonautas da glória; ôsse mesquinho átomo de terra que na história ganhou as pro

Dicesto Econômico

dia, os guaianás, que habitavam o pla nalto, as,sistiram à chegada de gente estranlia, que aí vinha estabelecer uma es

Juntos dormem, agora, o eterno so no. Foram a eles juntar-se Dona Maria

Leopoldina, a Musa que inspirara ao poeta os seus mais doces carmes, Al cântara Machado e Antônio de Alcân tara Machado.

Sôbre o sepulcro, que então encerra\'a os despejos do pai e do avô, fêz Alcân tara Machado esculpir, pelo gênio de

cola e edificar uma capela. Ajudaram os índios bater os muros de taipa e ofe

Brizzolara, uma esplêndida apoteose, re

presentando a corrida de archotes, de

fé. Por i.ssoj agraciado por Sua Santida de o Papa Leão XIII, com a cniz Frf> Ecclesia et Pontífice, galardoou-o Pio X

receram aos recém-vindos os^ recursos

Lucrécio. Quando aquêle que empunha

primitivo.s de que dispunham. Os fi lhos de Banira e João Ramalho foram

éfebo toma o brandão, resoluto, e, olhos

com o título de Barão da Santa Sé. Amando cxtrcmadamentc a sua terra, quis morrer em São Paulo. Cantavam

Anchieta.

cm seus ouvidos os versos que escreve ra, nas Madressilvas:

Vinde, filhos de alóm, ver quanto é [doce

sob a curva do céu aqui sonhar... Viveria das suas rcmini.scêncías.

Co

mo Cipião, o Emiliano, poderia evo car as sombras amigas, para o assistirem no transe derradeiro — desde Antônio de

Oliveira, companliciro de Martim Afon

os primeiros discípulos do colégio de Dois séculos e meio mais tarde, da estirpe de Antônio d© Oliveira, nascia um varão, José Joaquim Machado de

Oliveira, a quem Afrânio Peixoto ape lidou "bandeirante retardado, heróico

e ilustrado" e de quem Joaquim Manuel de Macedo dizia que "a amplidão do seu peito mal chegava para as condeco rações que atestavam o seu merecimen

to". Mas, a glória de Machado de Oli veira, guerreiro, político e historiador,

a flama sagrada tomba exânime, um

postos no futuro, prossegue na caminha da. A luz que se apagou, na rida de Machado de Oliveira, reacendeu-se de novo nos olhos de Brasílio...

O tempo se incumbiu de tomar mais

perfeito o simbolismo. Nada menos de à quatro gerações nessa tumba agora se w representam e tôdas elas se assinalando por obras meritórias. Na data centenária de Brasflio, reve renciemos os mortos que repousam nesse túmulo. Porque nêle se recolhe um trecho vivo da Histtóa.

so, até José Joaquim Machado de Oli

veira, que êle reconduzira à compreen.são do Senhor. "Jusütiain cole", todos lhe diriam, e êle sempre cultivara a justiça; recomendar-lhe-iam servissem à

Pátria, antes de tudo — "tum in patria maxíma est" — e êle consagrara a sua existência à educação da juventude,

Lei Orgânica do Ensino completando a

que é sempre a esperança da nacionali

obra de destruição sistemática do sá bio Código do Ensino de 1901, fêz com,-

dade.

que melhor se evidenciassem os predica dos de cultura e de bom-senso, que ca

do que uma tarde, do terraço de sua casa, em Higienópolís, divisou Brasílio

racterizaram a ação administrativa do

o perfil do Jaraguá, que se alteava so-

Conta Antônio de Alcântara Macha

A Administração de Cooperação Econômica cancelou uma autorização ante-

Tíor

de 1.800.000 dólares para a compra de petróleo da Venezuela para a Itália.


"-^««e 156

pinas do sul, essa mesma areia do de-

serto que transforma a luz em poeira de sangue, e o céu num braseiro de cin zas requeimadas". Enlevai-vos também neste milagre de

Dicesto Econômico

primeiro

prc.sídcntc

dêste

Conselho".

Mas, a \'ic]a do nobre lidador chega para, cm sua existência, as mais ele\-a-

sos de sua juventude:

não lhe sorriu a sorte, nas umas. Cou

Portugal, em face das ondas, em cujos términos só pode a mão do gênio ras gar as sombras do desconhecido, sentia ddinear-se, abrir, crescer a rota lumi

nosa de seus descobrimentos que longe

levaria a fama do seu nome, o nome de seus heróis, os heróis de sua imortalida de, a imortalidade de sau patriotismo". Eis porque era Brasílio Machado na

fra^ lapidar de Batísta Pereira, dêsses oradores que fazem da palavra a subs tância mesma da Vida e da Beleza". Em maio de 1911, assumindo, na Ca

pital Federal, as altas funções de pre sidente do Conselho Superior do En sino, criado pela reforma Rivadavia afastou-se o mestre de sua cátedra. Os derradeiros anos de sua existência fo ram, ainda assim, consumidos ao servi ço da instrução. Fêz-Ihe justiça o seu sucessor na presidência do Conselho doutor Ortiz Monteiro, ao assinalar: "A rajada de anarquia, de confusão demo

lidora do ensino federal, gerada pela

Brasílio...

go paulistano. E, como nas asas de um sonho, acudiram-lhe à memória os ver

da.s po.siçõcs.

porções sobranceiras de uma montanha;

chega mesmo a empalldecer, ante o orgulho de se sentir reriver na glória de

va ao seu tôrmo. Advogado e publicis

período, tôda a epopéia de um povo, no ciclo mais glorioso de sua existência:

branceiro à distância, sentinela a\'an-

Ê este o meu pátrio monte

Candidato a deputado,

que junto ao rio cresceu...

be-lhe, porém, por nomeação do Co-

E o monte poderia contar-lhe a his

vêmo Imperial, a presidência da prorin-

tória de sua terra e de seus avitos. Um

cia do Paraná.

Católico praticante, êlc tinha, na ba

gagem de sua.s obras pias, a própria conversão do pai. Foi um legioniírio do Direito e orn estrênuo defen.sor da

IST

çada velando pela tranqüilidade do bur

ta, lente de Direito o administrador, ocu

síntese, em que Brasílío condensa, num

"Portugal, essa nação pequenina que a Espanlm comprime, mas que o oceano alarga; essa nova Grécia dos argonautas da glória; ôsse mesquinho átomo de terra que na história ganhou as pro

Dicesto Econômico

dia, os guaianás, que habitavam o pla nalto, as,sistiram à chegada de gente estranlia, que aí vinha estabelecer uma es

Juntos dormem, agora, o eterno so no. Foram a eles juntar-se Dona Maria

Leopoldina, a Musa que inspirara ao poeta os seus mais doces carmes, Al cântara Machado e Antônio de Alcân tara Machado.

Sôbre o sepulcro, que então encerra\'a os despejos do pai e do avô, fêz Alcân tara Machado esculpir, pelo gênio de

cola e edificar uma capela. Ajudaram os índios bater os muros de taipa e ofe

Brizzolara, uma esplêndida apoteose, re

presentando a corrida de archotes, de

fé. Por i.ssoj agraciado por Sua Santida de o Papa Leão XIII, com a cniz Frf> Ecclesia et Pontífice, galardoou-o Pio X

receram aos recém-vindos os^ recursos

Lucrécio. Quando aquêle que empunha

primitivo.s de que dispunham. Os fi lhos de Banira e João Ramalho foram

éfebo toma o brandão, resoluto, e, olhos

com o título de Barão da Santa Sé. Amando cxtrcmadamentc a sua terra, quis morrer em São Paulo. Cantavam

Anchieta.

cm seus ouvidos os versos que escreve ra, nas Madressilvas:

Vinde, filhos de alóm, ver quanto é [doce

sob a curva do céu aqui sonhar... Viveria das suas rcmini.scêncías.

Co

mo Cipião, o Emiliano, poderia evo car as sombras amigas, para o assistirem no transe derradeiro — desde Antônio de

Oliveira, companliciro de Martim Afon

os primeiros discípulos do colégio de Dois séculos e meio mais tarde, da estirpe de Antônio d© Oliveira, nascia um varão, José Joaquim Machado de

Oliveira, a quem Afrânio Peixoto ape lidou "bandeirante retardado, heróico

e ilustrado" e de quem Joaquim Manuel de Macedo dizia que "a amplidão do seu peito mal chegava para as condeco rações que atestavam o seu merecimen

to". Mas, a glória de Machado de Oli veira, guerreiro, político e historiador,

a flama sagrada tomba exânime, um

postos no futuro, prossegue na caminha da. A luz que se apagou, na rida de Machado de Oliveira, reacendeu-se de novo nos olhos de Brasílio...

O tempo se incumbiu de tomar mais

perfeito o simbolismo. Nada menos de à quatro gerações nessa tumba agora se w representam e tôdas elas se assinalando por obras meritórias. Na data centenária de Brasflio, reve renciemos os mortos que repousam nesse túmulo. Porque nêle se recolhe um trecho vivo da Histtóa.

so, até José Joaquim Machado de Oli

veira, que êle reconduzira à compreen.são do Senhor. "Jusütiain cole", todos lhe diriam, e êle sempre cultivara a justiça; recomendar-lhe-iam servissem à

Pátria, antes de tudo — "tum in patria maxíma est" — e êle consagrara a sua existência à educação da juventude,

Lei Orgânica do Ensino completando a

que é sempre a esperança da nacionali

obra de destruição sistemática do sá bio Código do Ensino de 1901, fêz com,-

dade.

que melhor se evidenciassem os predica dos de cultura e de bom-senso, que ca

do que uma tarde, do terraço de sua casa, em Higienópolís, divisou Brasílio

racterizaram a ação administrativa do

o perfil do Jaraguá, que se alteava so-

Conta Antônio de Alcântara Macha

A Administração de Cooperação Econômica cancelou uma autorização ante-

Tíor

de 1.800.000 dólares para a compra de petróleo da Venezuela para a Itália.


159

Econômico

WOODROW WILSON, evangelizador da Liga das Nações paz Rodrigo Soares Júnior

"ps treinos esporti\os. E quando parti-

Wilson, professor, é dos que se apaixo ^^pou cio agremiações consagradas ao.s nam pelas teses que expõem e náo cns-

jpgos, foi a título de árbitro ou de orga"^zador incumbido de fazer cumprir os

^^gulamcntos. Eru o homem da lei e da orientar as ati-

dos lances mais difíceis da his

tória mundial, a nação tída como a

mais prática e utilitária da nossa épo ca obedeceu com rara docllidade e dis

ciplina a um Chefe de Estado considera

do um exemplo de teórico e idealista. Woodrow Wilson, presidente dos Esta-

dos Unidos ao arrebentar a guerra de 4-1918, desde o dia em que enb or o Partido Casa Branca, candidato vence" Democrata, era julgado, por uns com muito exagêro e por ou^ com certa prevenção, um professor extraviado na políHca e um tanto fora

das realidades e das cruezas da vida pú blica norte-americana.

Alguns antecedentes de sua biografia autorizavam, de fato. a classificar Wil son conforme o tipo de um mestre ilus trado, propenso à mentalidade univer

sitária e talvez em excesso ao gênero de

trabalho e produção que ela comporta

E. sem dúvida, o presidente, filho de um pastor presbiteriano de origem escocesa e educado a ouvir sermões e comentá rios da Bíblia, sobressaía essencialmen te como um intelectual, tanto no fí

sico como nos atributos dominantes da personalidade.

Nascido, em 1856, em Staunton, na Virgínia, Woodrow Wilson passara a infância no sul e presenciara diversos episódios da Guerra de Secessão, entre outros uma cena muito significativa

qual a prisão, pelas forças nortistas, de Jefferson Davis, o presidente da

Devido à falta de es^yaç.o, o "Dlgesio Econômico" está impossibilitado de in serir, de uma só vez, em suas páginas, o estudo do Rodrigo Soares J\mÍor sòhrf

Woodrow Wilson. No próximo ntímcn' será publicada a parte fhud, justamente a que consagra à atuação do glorioso americano nos acontecimentos que cul minaram eom

a

entrada

dos Estados

Unidos na guerra e a criação da Liga das Nações

ades alheias de conformidade com os preceitos e.statutários.

Mas ê.ssc jovem esguio e míope, ossí-

^ uo freqüentador das bibliotecas e dado

cu.tivar um inglês de fatura clássica, apesar dc não des

pender fôrça atlétá-

~

.

talizam na rotina dos programas. Inte ressam-no sobremodo as instituições ame

ricanas, tanto mais que èle sente em si, como várias vêzes o declara, os senb-

mentos médios de um grande povo, cuja hi.stória êle investiga com suma paciên cia e discernimento filosófico.

Di\'ersos ensaios e trabalhos denun ciam a consciência do jovem mestre, em penhado em apurar

a gênese e a evolu

acusava os traços

ção dos costumes e

e um rijo caráter, estaqueado em con^cções bem refor

normas capitais da \ida pública norteamericana.

çadas pela tradição presbiteriana.

Não

a continuação dos

dante expansivo e popular. Impunha, porém, o respeito

institutos britânicos,

era o tipo do estu

Confederação derrotada por Lincoln. E tudo leva a crer que as imagens da

guerra coUtidas em plena infância, jun tamente com os quadros dos sofrimentos sulistas, gravaram no espírito de Woo

drow impressões indeléveis e lhe fize

ram odiar a guerra para sempre. Mais tar^e ele dirá quanto a guerra atrasa e bcslializa a espécie humana, fazendoa retroceder aos mais bai.xos níveis da animalidade.

Formado pelo pai no respeito ao tra balho intelectual e no amor aos bons

livros e à linguagem castiça, o jovem Woodrow, sob as inspirações da moral calvinista dos seus antepassados, havia de constituir um estudante de mérito

excepcional. Dedicou-se com grande zelo e proveito a um cuiso de huma nidades, após o qual se diplomou em Direito pela Universidade da Virgínia. De inteligência brilhante e de corpo débil, salientou-se'mais na oratória que

Esta se

lhe afigura em parte

adaptados a uma so ciedade nova e di

nâmica para a qual

pela firmeza da per

afluem elementos de

sonalidade.

tôdas as raças e origens, logo asso

Mal sucedido num curto estágio consa

ciados por ideais

grado à advocacia,

comuns de vida e

Wilson tomou o ru

de respeito à liber

mo consentâneo com as

suas

dade. O valor das

tendências

instituições

ameri

vocacionais, ao entrar para o magistério

canas é criar essa atmosfera propícia a

um espírito que apreciava as horas de

do e a força da América, e p„r isso in-

e lecionar jurisprudência e economia po uma ação disclplinadora e educativa, lítica na Universidade John Hopkins e, dehtro da qual podem cordialmente vi mais tarde, no colégio Wesleyan, no Con- ver e coopera milhões de pessoas de necticut. Êsse era o ambiente feito para tantas procedências diversas. É o segrêisolamento criador, durante as quais se acumulam e meditam os conhecimentos

a serem transmitidos da cátedra, pôsto em que se estabelece um nexo de viva

sòciabilidade entre o professor e os dis

cípulos e que serve para exercer profun dai" influências na alma da juventude.

Zcf pelaLtentaçáo umaris poliücardoTír-d" ade; df 7 manter a urridade Víis.as T'"'

a capacidade de prosp^I^ ° ' prÍNdlegiada,

numa terra


159

Econômico

WOODROW WILSON, evangelizador da Liga das Nações paz Rodrigo Soares Júnior

"ps treinos esporti\os. E quando parti-

Wilson, professor, é dos que se apaixo ^^pou cio agremiações consagradas ao.s nam pelas teses que expõem e náo cns-

jpgos, foi a título de árbitro ou de orga"^zador incumbido de fazer cumprir os

^^gulamcntos. Eru o homem da lei e da orientar as ati-

dos lances mais difíceis da his

tória mundial, a nação tída como a

mais prática e utilitária da nossa épo ca obedeceu com rara docllidade e dis

ciplina a um Chefe de Estado considera

do um exemplo de teórico e idealista. Woodrow Wilson, presidente dos Esta-

dos Unidos ao arrebentar a guerra de 4-1918, desde o dia em que enb or o Partido Casa Branca, candidato vence" Democrata, era julgado, por uns com muito exagêro e por ou^ com certa prevenção, um professor extraviado na políHca e um tanto fora

das realidades e das cruezas da vida pú blica norte-americana.

Alguns antecedentes de sua biografia autorizavam, de fato. a classificar Wil son conforme o tipo de um mestre ilus trado, propenso à mentalidade univer

sitária e talvez em excesso ao gênero de

trabalho e produção que ela comporta

E. sem dúvida, o presidente, filho de um pastor presbiteriano de origem escocesa e educado a ouvir sermões e comentá rios da Bíblia, sobressaía essencialmen te como um intelectual, tanto no fí

sico como nos atributos dominantes da personalidade.

Nascido, em 1856, em Staunton, na Virgínia, Woodrow Wilson passara a infância no sul e presenciara diversos episódios da Guerra de Secessão, entre outros uma cena muito significativa

qual a prisão, pelas forças nortistas, de Jefferson Davis, o presidente da

Devido à falta de es^yaç.o, o "Dlgesio Econômico" está impossibilitado de in serir, de uma só vez, em suas páginas, o estudo do Rodrigo Soares J\mÍor sòhrf

Woodrow Wilson. No próximo ntímcn' será publicada a parte fhud, justamente a que consagra à atuação do glorioso americano nos acontecimentos que cul minaram eom

a

entrada

dos Estados

Unidos na guerra e a criação da Liga das Nações

ades alheias de conformidade com os preceitos e.statutários.

Mas ê.ssc jovem esguio e míope, ossí-

^ uo freqüentador das bibliotecas e dado

cu.tivar um inglês de fatura clássica, apesar dc não des

pender fôrça atlétá-

~

.

talizam na rotina dos programas. Inte ressam-no sobremodo as instituições ame

ricanas, tanto mais que èle sente em si, como várias vêzes o declara, os senb-

mentos médios de um grande povo, cuja hi.stória êle investiga com suma paciên cia e discernimento filosófico.

Di\'ersos ensaios e trabalhos denun ciam a consciência do jovem mestre, em penhado em apurar

a gênese e a evolu

acusava os traços

ção dos costumes e

e um rijo caráter, estaqueado em con^cções bem refor

normas capitais da \ida pública norteamericana.

çadas pela tradição presbiteriana.

Não

a continuação dos

dante expansivo e popular. Impunha, porém, o respeito

institutos britânicos,

era o tipo do estu

Confederação derrotada por Lincoln. E tudo leva a crer que as imagens da

guerra coUtidas em plena infância, jun tamente com os quadros dos sofrimentos sulistas, gravaram no espírito de Woo

drow impressões indeléveis e lhe fize

ram odiar a guerra para sempre. Mais tar^e ele dirá quanto a guerra atrasa e bcslializa a espécie humana, fazendoa retroceder aos mais bai.xos níveis da animalidade.

Formado pelo pai no respeito ao tra balho intelectual e no amor aos bons

livros e à linguagem castiça, o jovem Woodrow, sob as inspirações da moral calvinista dos seus antepassados, havia de constituir um estudante de mérito

excepcional. Dedicou-se com grande zelo e proveito a um cuiso de huma nidades, após o qual se diplomou em Direito pela Universidade da Virgínia. De inteligência brilhante e de corpo débil, salientou-se'mais na oratória que

Esta se

lhe afigura em parte

adaptados a uma so ciedade nova e di

nâmica para a qual

pela firmeza da per

afluem elementos de

sonalidade.

tôdas as raças e origens, logo asso

Mal sucedido num curto estágio consa

ciados por ideais

grado à advocacia,

comuns de vida e

Wilson tomou o ru

de respeito à liber

mo consentâneo com as

suas

dade. O valor das

tendências

instituições

ameri

vocacionais, ao entrar para o magistério

canas é criar essa atmosfera propícia a

um espírito que apreciava as horas de

do e a força da América, e p„r isso in-

e lecionar jurisprudência e economia po uma ação disclplinadora e educativa, lítica na Universidade John Hopkins e, dehtro da qual podem cordialmente vi mais tarde, no colégio Wesleyan, no Con- ver e coopera milhões de pessoas de necticut. Êsse era o ambiente feito para tantas procedências diversas. É o segrêisolamento criador, durante as quais se acumulam e meditam os conhecimentos

a serem transmitidos da cátedra, pôsto em que se estabelece um nexo de viva

sòciabilidade entre o professor e os dis

cípulos e que serve para exercer profun dai" influências na alma da juventude.

Zcf pelaLtentaçáo umaris poliücardoTír-d" ade; df 7 manter a urridade Víis.as T'"'

a capacidade de prosp^I^ ° ' prÍNdlegiada,

numa terra


Para êsse teórico, portanto, a história

não se limita a uma série de fatos esque

Como adnaínístrador, de fato, investido de certa autoridade, não trepidou em

cidos 8 que apenas se rememoram para

combater praxes que lhe pareciam des

efeitos didáticos.

locadas e antidemocráticas.

Nessa tarefa investi

gadora, o letrado e o erudito acompa nham o processo de elaboração da comu nidade americana e o tecido dos acon tecimentos que se entrecruzaram e con

Revelou-

nham ao encontro de algumas reivindi

verno Congressional" atraiu a atenção da crítica,^ por se tratar de uma valiosa contribuição do esclarecimento de um

ao eminente universitário para fazé-

inecanismo governamental um tanto com plexo.

Em 1885 Wilson casou-se com EUen

^uise Axscn e obteve o lugar de pro

próceres dessa agremiação dirigiram-se

lo candidato ao governo daquela unida

Vencedor no pleito local, Wilson, da cátedra de lente passou pí^ra um cargo

da e de economia política na Universi dade de Prinoeton, um dos centros cul turais mais conhecidos no país Ali

Jersey.

exerceu o ensino por espaço de doze

te realçada em virtiide de um político

tra êle como professor de jurispiidên-

anos, escrevendo uma "História do Po vo Americano", trabalho de grande fô

Não passara despercebida no país a atuação de Woodfow Wilson, justamen

tão ativo e enérgico haver sido qualifi cado de mero teorista e pedagogo por

adversários certamente deslembrados dos|

acham explanados com grande senso

antecedentes de um Jefferson na forma- ,

crítico 8 muita clareza interpretativa os fenômenos capitais da evolução norte-

ção dos Estados Unidos.

Através dessas pesquisas e das refle

xões que elas sugerem, o ilustre professor

apreendeu as características essenciais da coletividade "yankee" e coligiu impor tantes elementos relativos à filosofia po lítica em geral e, particularmente, aos

processos de govêmo e de administra ção especificamente americanos.

Eleito presidente da Universidade de Princeton, mostrou Wilson um aspecto de seu temperamento, que-não transpa recia na função puramente professoral.

1

Na sucessão presidencial de 1912, i êsses adversários que com tanta ironia

e desprezo julgavam o político saído de uma universidade, terão ensejo de co nhecer um batalhador que levará a uma vitória sensacional a bandeira do Partido Democrático. * * *

Em 1912, a grande nação america

na frui uma prosperidade invejável e oferece aos oUios do inundo condições,

jamais atingidas por qualquer povo, de ■ adiantamento e de progresso material. Para a América, anualmente, Cxifluem

dutos e arranjavam criminosas combi nações para afastar os competidores mais fracos. Diversos inquéritos legislativos

esclarecidos da opinião e mesmo das massas populares.

pro\'arani o caráter verdadeiramente de lituoso de muitas manobras promovidas por organizações que chegaram a elevar

A muitos líderes da política ameri cana afigura-se imprescindível prosse

necessidade, só para distribuir altos di-

tarifas e preços de artigos de primeira

mento progressivo ou reformista enceta

.videndos a empresas incorporadas nos mesmos blocos de e.xploração.

do alguns anos antes, principalmente sob o governo de Theodore Roosevelt,

a sensibilidade do país em campanhas

com o fito de regulamentar o trabalho e

conduzidas sem demagogia, mas nas

rever, mediante uma legislação apropria da, os aspectos sociais e industriais da

quais se paienfeou a vitalidade do ci vismo americano, tanto mais de admi rar quanto uma parte da grande impren

dcsfalecimento, mim movi

democracia. Essas tendências denotavam manifes tamente não ser lícito confundir a li

lego e de cinco volumes, no qual se

americana.

poderosas eniidadas feriam todos os princípios de leal concorrência, flvavam e ditavam os preços de todos os prO'

guir, sem

de da União.

público em evidencia, no qual em breve se apresentaria como lutador disposto a enfrentar as máquinas políticas e a quebrar a articulação montada em New

vias férreas. A coberto dessa proteção,

de utiia indústria para a quaLnão há braços (pie sobrem.

vico cliamam a atenção dos setores mais

crático no Estado de New Jersey, os

fessor de História no Bryn Mawr CoUef' bagagem de trabalhos bastante apreciável en

açúcar, do carvão, do petróleo ou das

pelos altos salários c o desenvolvimento

falbas c lacunas s(Mire as quais alguns homem, públicos de grande espírito cí

E como as idéias que éle enunciava vi cações formuladas pelo Partido Demo

ci-ntonas do niilharos de pc.ssoas atraídas

Todavia, dentro dessas condições à primeira vista incomparúvcis, aparecem

se um político militante inclinado a de fender e propagar as suas convicções.

correram para firmar a maior democra cia do mundo. Em 1884, o livro "O Go

161

Dicusto Econômico

Dicesto Econó.mico

160

Contra êsses abusos é que se revoltou

sa se achava a sôldo dos interesses

acusados de lesar o povo.

berdade com a- faculdade irrestrita de

A campanha reformista também ti

as fíirças capitalistas movimentarem, a

nha por fim sanear muitos costumes e

seu talante, têida a vida econômica do

engrenagens riciadas da política. Ue todos os cantos do país erguiam-se jus tos clamores contra as deturpações do espírito partidário, burlado pelos "boses" e os "rings", vergonhosos instru mentos de caciquismo por meio dos quais o sufrágio universal se transfonna-

país através de "trusts" ou corporações absorventes.

Os princípios da Constituição ameri

cana, por mais favoráveis que fossem à livre iniciativa, não eram instrumentos

de opressão nem "a plutocracia, segun do a frase de Bryan, podia substituir a democracia".

va em mercado de votos e de consciên cias.

É claro que tal concepção proibia

Com o objetivo de corrigir tamanhos

confundir a prosperidade material com o materialismo de grandes interesses e

abusos, já haviam sido adotados, em diversos Estados, insHtutos destinados a

monopólios que queriam sobrepor-se ao Estado e intervir, de forma perniciosa

aumentar a participação diretà dos elei

e dominadora, na política e mesmo no

povo.

tores na escolha dos representantes do

poder judiciário. Não podiam dignamen

As principais medidas sugeridas para

te representar a nação deputados e se

neutralizar a degeneração verificadà nos

nadores apontados como advogados e mandatários dos grandes negócios do

o direito de iniciativa e o "recall". Pelo

COjos leg^lativos foram o "referendum",


Para êsse teórico, portanto, a história

não se limita a uma série de fatos esque

Como adnaínístrador, de fato, investido de certa autoridade, não trepidou em

cidos 8 que apenas se rememoram para

combater praxes que lhe pareciam des

efeitos didáticos.

locadas e antidemocráticas.

Nessa tarefa investi

gadora, o letrado e o erudito acompa nham o processo de elaboração da comu nidade americana e o tecido dos acon tecimentos que se entrecruzaram e con

Revelou-

nham ao encontro de algumas reivindi

verno Congressional" atraiu a atenção da crítica,^ por se tratar de uma valiosa contribuição do esclarecimento de um

ao eminente universitário para fazé-

inecanismo governamental um tanto com plexo.

Em 1885 Wilson casou-se com EUen

^uise Axscn e obteve o lugar de pro

próceres dessa agremiação dirigiram-se

lo candidato ao governo daquela unida

Vencedor no pleito local, Wilson, da cátedra de lente passou pí^ra um cargo

da e de economia política na Universi dade de Prinoeton, um dos centros cul turais mais conhecidos no país Ali

Jersey.

exerceu o ensino por espaço de doze

te realçada em virtiide de um político

tra êle como professor de jurispiidên-

anos, escrevendo uma "História do Po vo Americano", trabalho de grande fô

Não passara despercebida no país a atuação de Woodfow Wilson, justamen

tão ativo e enérgico haver sido qualifi cado de mero teorista e pedagogo por

adversários certamente deslembrados dos|

acham explanados com grande senso

antecedentes de um Jefferson na forma- ,

crítico 8 muita clareza interpretativa os fenômenos capitais da evolução norte-

ção dos Estados Unidos.

Através dessas pesquisas e das refle

xões que elas sugerem, o ilustre professor

apreendeu as características essenciais da coletividade "yankee" e coligiu impor tantes elementos relativos à filosofia po lítica em geral e, particularmente, aos

processos de govêmo e de administra ção especificamente americanos.

Eleito presidente da Universidade de Princeton, mostrou Wilson um aspecto de seu temperamento, que-não transpa recia na função puramente professoral.

1

Na sucessão presidencial de 1912, i êsses adversários que com tanta ironia

e desprezo julgavam o político saído de uma universidade, terão ensejo de co nhecer um batalhador que levará a uma vitória sensacional a bandeira do Partido Democrático. * * *

Em 1912, a grande nação america

na frui uma prosperidade invejável e oferece aos oUios do inundo condições,

jamais atingidas por qualquer povo, de ■ adiantamento e de progresso material. Para a América, anualmente, Cxifluem

dutos e arranjavam criminosas combi nações para afastar os competidores mais fracos. Diversos inquéritos legislativos

esclarecidos da opinião e mesmo das massas populares.

pro\'arani o caráter verdadeiramente de lituoso de muitas manobras promovidas por organizações que chegaram a elevar

A muitos líderes da política ameri cana afigura-se imprescindível prosse

necessidade, só para distribuir altos di-

tarifas e preços de artigos de primeira

mento progressivo ou reformista enceta

.videndos a empresas incorporadas nos mesmos blocos de e.xploração.

do alguns anos antes, principalmente sob o governo de Theodore Roosevelt,

a sensibilidade do país em campanhas

com o fito de regulamentar o trabalho e

conduzidas sem demagogia, mas nas

rever, mediante uma legislação apropria da, os aspectos sociais e industriais da

quais se paienfeou a vitalidade do ci vismo americano, tanto mais de admi rar quanto uma parte da grande impren

dcsfalecimento, mim movi

democracia. Essas tendências denotavam manifes tamente não ser lícito confundir a li

lego e de cinco volumes, no qual se

americana.

poderosas eniidadas feriam todos os princípios de leal concorrência, flvavam e ditavam os preços de todos os prO'

guir, sem

de da União.

público em evidencia, no qual em breve se apresentaria como lutador disposto a enfrentar as máquinas políticas e a quebrar a articulação montada em New

vias férreas. A coberto dessa proteção,

de utiia indústria para a quaLnão há braços (pie sobrem.

vico cliamam a atenção dos setores mais

crático no Estado de New Jersey, os

fessor de História no Bryn Mawr CoUef' bagagem de trabalhos bastante apreciável en

açúcar, do carvão, do petróleo ou das

pelos altos salários c o desenvolvimento

falbas c lacunas s(Mire as quais alguns homem, públicos de grande espírito cí

E como as idéias que éle enunciava vi cações formuladas pelo Partido Demo

ci-ntonas do niilharos de pc.ssoas atraídas

Todavia, dentro dessas condições à primeira vista incomparúvcis, aparecem

se um político militante inclinado a de fender e propagar as suas convicções.

correram para firmar a maior democra cia do mundo. Em 1884, o livro "O Go

161

Dicusto Econômico

Dicesto Econó.mico

160

Contra êsses abusos é que se revoltou

sa se achava a sôldo dos interesses

acusados de lesar o povo.

berdade com a- faculdade irrestrita de

A campanha reformista também ti

as fíirças capitalistas movimentarem, a

nha por fim sanear muitos costumes e

seu talante, têida a vida econômica do

engrenagens riciadas da política. Ue todos os cantos do país erguiam-se jus tos clamores contra as deturpações do espírito partidário, burlado pelos "boses" e os "rings", vergonhosos instru mentos de caciquismo por meio dos quais o sufrágio universal se transfonna-

país através de "trusts" ou corporações absorventes.

Os princípios da Constituição ameri

cana, por mais favoráveis que fossem à livre iniciativa, não eram instrumentos

de opressão nem "a plutocracia, segun do a frase de Bryan, podia substituir a democracia".

va em mercado de votos e de consciên cias.

É claro que tal concepção proibia

Com o objetivo de corrigir tamanhos

confundir a prosperidade material com o materialismo de grandes interesses e

abusos, já haviam sido adotados, em diversos Estados, insHtutos destinados a

monopólios que queriam sobrepor-se ao Estado e intervir, de forma perniciosa

aumentar a participação diretà dos elei

e dominadora, na política e mesmo no

povo.

tores na escolha dos representantes do

poder judiciário. Não podiam dignamen

As principais medidas sugeridas para

te representar a nação deputados e se

neutralizar a degeneração verificadà nos

nadores apontados como advogados e mandatários dos grandes negócios do

o direito de iniciativa e o "recall". Pelo

COjos leg^lativos foram o "referendum",


Vr

163

Dícksto Econômico

primeiro, as leis impopulares ou íiis-

^ ^ ^

peitas tinham de ser apresentadas ao

eleitorado a fim de serem aprovadas. Mediante o direito de iniciativa, uma certa porcentagem do corpo eleitoral

podia propor determinadas leis e obri gar a legís'atura a promulgá-las. Por úJ.

limo, o "recall", copiado da Suíça, con sistia num pronunciamento do eleito

rado para cassar o mandato dos elei tos e exonerar funcionários nomeados c

reputados indignos de permanecer nos cargos. Juntamente c-om o "impeach-

O embate pre.sídencial ílcivava pre

ver um empolgante encontrf) de \<íto.s e de idéias, levanclo-se cm conta a inten

ção dc os doi.s partidos encamparem propósitos muito parecidos quanto à lervenção do Estado para regidanicntar os "trusls" e promover uma legislação .social em garantia da saúde cios tra balhadores e da estabilidade dos emprego.s*.

renovação de caráter .social proccssando-

num sentido mais liberal e estabe'eciam a intervenção cada vez mais direti do povo no govêmo, em lugar da.s anti-as

cia política, já notàve'mcnle ampliada

e chefes políticos.

Graças a essa reação benéfica e enér gica

o povo limpou mu.-.os

de Estados e de Município.s, e.xpulsou máquinas muitos anos alimentadas por uma incrível exploração dos dinbeíros púbUcos e até processou criminalmente uns tantos larápios empoleírados em boas sinecuras.

Desenhava-se dessa maneira uma vasta

Se paralelamente à cxiensão da democra

política, por por on on-

maus elementos dentro da ordem e pela fdrça exclusiva do sufrágio e da educaçao ão eleitoral. Foi com tais precedentes nacional na atmosfera da — vida .-4.4. pública iiucionai

que surgiu a candidatura de Woodrow Wilson, lançada pelos democratas bani dos há muitos anos do poder, em face

ca, contrariamente as argüiçõcs dos que o pintavam como um pequeno inestre-

acusaram a segurança dos seus nimos

políticos. Pregava èle a necessidade de uma "era nova" para "elevar a rida nacional ao nível das consciências esclarecidas".

Tal conceito podia ser considerado vago e "escolar", porém o orador ultra

cscola alheio as realidades, apareceu

passou essas generalidades e sublinhou a

perante as multidões como um líder de atitudes enérgicas e um conhecedor ati questões sociais da América.

E mais funda se tomou tal impressão quando, no dia da posse, o 27.° presi dente dos Estados Unidos se dirigiu aos seus concidadãos em têrmos que foram

com o desgaste do solo pe'a erosão, a derrubada das florestas e o esgotamento das' jazidas de carvão e petró'co. Era

Republicano em conseqüência de Sc apre sentar como candidato Tbcodorc Roo-

sevelt, imprimiu à campanha da suces são de Taft um grau de veemência e

de radicalismo poucas vezes observado

comparados, pela nobreza das idéias e a

na vida pub'ica americana. Saudo.so do

ças de Lincoln e de Jefferson.

poder e ardente nas controvénsias, Roo-

mas foi derrotado na Convenção parü- •

textura da linguagem, às melhores pe A circunspecção do novo Chefe de

Estado, o timbre moral que emanava de

naturais insubstituíveis, como ocorria

um problema concreto abordado com

franqueza e por Lsso o presidente pedia o concurso de todos os patriotas que

quisessem "en.xergar um pouco além do momento presente".

.suas palavras e se aliava bem aos dotes

Avisos dessa ordem acordavam-se bem

de cultura do mestre universitário, pro

c-om as necessidades de uma nação

uma parte da delegação convencional, o vencido agremiou seus adeptos numa

jetaram sob uma luz extremamente favo

tecnológica e, mais do que qualquer ou

rável o homem propositalmente defor

tra. sujeita às contingências de um de

corrente "progressista" e elaborou uma plataforma de tendências acentuadamen-

as mofinas da poliiiquice partidária.

bora. conforme frisou o sr. Wilson, o

Nesse 4 de março de 1913. muitos americanos imparciais se aperceberam de que o país havia felizmente escolhido,

obedecer a normas mais eqüitalivas, por quanto "o monopólio em favor dos par

Taft. Declarando viciada e fraudulenta

te reformadoras, que chegaram a atrair

por parte dos adversários a denúncia de socialismo.

Por outro lado, o Partido Democrático, ao apresentar Wilson, provocou na Convenção de Baltimore uma violenta

de um partído republicano amparado

disputa de vários dias, terminada com a

em nomes prestigiosos e contando com o

escolha do eminente professor depois de um eloqüente apêlo de W. Bryan. Nas

apoio das maiores fôrças capitalistas.

que podem dc.siririr a fraternidade. Os discursos que proferiu, reunidos numa publicação largamente difundida, receberam o título expressivo de "Nova Liberdade". O candidato i\ Casa Bran

Investido na responsabilidade presi dencial, as primeiras declarações de Wilson, ao mesmo tempo que exprimiam um sincero desejo de concórdia no país.

Uma dissidência surgida no Partido

daria que optou pela reeleição do sr.

gra, um uw. "clean-up" -i- da w,»

res de grande riqueza", o poder do di nheiro. o espirito de lucro e de cupidez

cia do novo mundo.

lado do.s sentimentos populares e das

1948, ^o "slogan" do- candidato Dewey àà D — i-»ewey de se revelou — a boa saúde iiiuicu moral ao do povo americano, capaz de expurgar os

lon. pòsto que ridiciPariziido na impren sa republicana, lexantou o entusiasmo do.s seus ou\ iules e atacou "os malfeito

vam-se os relevos espirituais e as virtu des mais apreciadas na grande democni-

eleições diretas para corrigir os male fícios da política profissional.

com o voto das mulheres c o u.so das

sevelt pleiteou o sufrágio republícnnÇ.

lAo

orações clu vibrante campanha, o ex-

conveniência de o país refrear a prodigalidade com que rinha malbaratando o.s seus recursos, perigo risível no fenô meno de destruição contínua de riquezas

Como anuncia presentemente em presidência, foi uma lavagem em re-

163

Prcsidentc cia Uni\er.sidaçle de Princc-

ment", semelhantes providências repre sentavam uma evolução da democr^ía

convenções manipuladas pelos "boses"

DtcKsTí> Econômico

mado e apequenado pe'as agressões e senvolvimento econômico vertiginoso, em

para reger-lhe os desünos, um conter

râneo capaz de reatar as tradições dos

progresso e a prosperidade devessem

ticulares é indefensável e intolerável".

Pelos modos como o novo presidente

Pois na

expunlia os seus planos de govímo e os

individualidade de Woodrow Wilson, medularmente protestante e calvinista,

sentímentos que o animavam em relação ao povo e aos grandes negócios, com

modelado segundo os traços mais genuí nos do puritanismo "yankee", patentea-

renci

fundadores da nacionalidade.

nr»

rsnur»

a

1

preendeu logo o paisw quanto e'e ê'e se se curedife-

■Kiva da caricatura gizada pela opo-


Vr

163

Dícksto Econômico

primeiro, as leis impopulares ou íiis-

^ ^ ^

peitas tinham de ser apresentadas ao

eleitorado a fim de serem aprovadas. Mediante o direito de iniciativa, uma certa porcentagem do corpo eleitoral

podia propor determinadas leis e obri gar a legís'atura a promulgá-las. Por úJ.

limo, o "recall", copiado da Suíça, con sistia num pronunciamento do eleito

rado para cassar o mandato dos elei tos e exonerar funcionários nomeados c

reputados indignos de permanecer nos cargos. Juntamente c-om o "impeach-

O embate pre.sídencial ílcivava pre

ver um empolgante encontrf) de \<íto.s e de idéias, levanclo-se cm conta a inten

ção dc os doi.s partidos encamparem propósitos muito parecidos quanto à lervenção do Estado para regidanicntar os "trusls" e promover uma legislação .social em garantia da saúde cios tra balhadores e da estabilidade dos emprego.s*.

renovação de caráter .social proccssando-

num sentido mais liberal e estabe'eciam a intervenção cada vez mais direti do povo no govêmo, em lugar da.s anti-as

cia política, já notàve'mcnle ampliada

e chefes políticos.

Graças a essa reação benéfica e enér gica

o povo limpou mu.-.os

de Estados e de Município.s, e.xpulsou máquinas muitos anos alimentadas por uma incrível exploração dos dinbeíros púbUcos e até processou criminalmente uns tantos larápios empoleírados em boas sinecuras.

Desenhava-se dessa maneira uma vasta

Se paralelamente à cxiensão da democra

política, por por on on-

maus elementos dentro da ordem e pela fdrça exclusiva do sufrágio e da educaçao ão eleitoral. Foi com tais precedentes nacional na atmosfera da — vida .-4.4. pública iiucionai

que surgiu a candidatura de Woodrow Wilson, lançada pelos democratas bani dos há muitos anos do poder, em face

ca, contrariamente as argüiçõcs dos que o pintavam como um pequeno inestre-

acusaram a segurança dos seus nimos

políticos. Pregava èle a necessidade de uma "era nova" para "elevar a rida nacional ao nível das consciências esclarecidas".

Tal conceito podia ser considerado vago e "escolar", porém o orador ultra

cscola alheio as realidades, apareceu

passou essas generalidades e sublinhou a

perante as multidões como um líder de atitudes enérgicas e um conhecedor ati questões sociais da América.

E mais funda se tomou tal impressão quando, no dia da posse, o 27.° presi dente dos Estados Unidos se dirigiu aos seus concidadãos em têrmos que foram

com o desgaste do solo pe'a erosão, a derrubada das florestas e o esgotamento das' jazidas de carvão e petró'co. Era

Republicano em conseqüência de Sc apre sentar como candidato Tbcodorc Roo-

sevelt, imprimiu à campanha da suces são de Taft um grau de veemência e

de radicalismo poucas vezes observado

comparados, pela nobreza das idéias e a

na vida pub'ica americana. Saudo.so do

ças de Lincoln e de Jefferson.

poder e ardente nas controvénsias, Roo-

mas foi derrotado na Convenção parü- •

textura da linguagem, às melhores pe A circunspecção do novo Chefe de

Estado, o timbre moral que emanava de

naturais insubstituíveis, como ocorria

um problema concreto abordado com

franqueza e por Lsso o presidente pedia o concurso de todos os patriotas que

quisessem "en.xergar um pouco além do momento presente".

.suas palavras e se aliava bem aos dotes

Avisos dessa ordem acordavam-se bem

de cultura do mestre universitário, pro

c-om as necessidades de uma nação

uma parte da delegação convencional, o vencido agremiou seus adeptos numa

jetaram sob uma luz extremamente favo

tecnológica e, mais do que qualquer ou

rável o homem propositalmente defor

tra. sujeita às contingências de um de

corrente "progressista" e elaborou uma plataforma de tendências acentuadamen-

as mofinas da poliiiquice partidária.

bora. conforme frisou o sr. Wilson, o

Nesse 4 de março de 1913. muitos americanos imparciais se aperceberam de que o país havia felizmente escolhido,

obedecer a normas mais eqüitalivas, por quanto "o monopólio em favor dos par

Taft. Declarando viciada e fraudulenta

te reformadoras, que chegaram a atrair

por parte dos adversários a denúncia de socialismo.

Por outro lado, o Partido Democrático, ao apresentar Wilson, provocou na Convenção de Baltimore uma violenta

de um partído republicano amparado

disputa de vários dias, terminada com a

em nomes prestigiosos e contando com o

escolha do eminente professor depois de um eloqüente apêlo de W. Bryan. Nas

apoio das maiores fôrças capitalistas.

que podem dc.siririr a fraternidade. Os discursos que proferiu, reunidos numa publicação largamente difundida, receberam o título expressivo de "Nova Liberdade". O candidato i\ Casa Bran

Investido na responsabilidade presi dencial, as primeiras declarações de Wilson, ao mesmo tempo que exprimiam um sincero desejo de concórdia no país.

Uma dissidência surgida no Partido

daria que optou pela reeleição do sr.

gra, um uw. "clean-up" -i- da w,»

res de grande riqueza", o poder do di nheiro. o espirito de lucro e de cupidez

cia do novo mundo.

lado do.s sentimentos populares e das

1948, ^o "slogan" do- candidato Dewey àà D — i-»ewey de se revelou — a boa saúde iiiuicu moral ao do povo americano, capaz de expurgar os

lon. pòsto que ridiciPariziido na impren sa republicana, lexantou o entusiasmo do.s seus ou\ iules e atacou "os malfeito

vam-se os relevos espirituais e as virtu des mais apreciadas na grande democni-

eleições diretas para corrigir os male fícios da política profissional.

com o voto das mulheres c o u.so das

sevelt pleiteou o sufrágio republícnnÇ.

lAo

orações clu vibrante campanha, o ex-

conveniência de o país refrear a prodigalidade com que rinha malbaratando o.s seus recursos, perigo risível no fenô meno de destruição contínua de riquezas

Como anuncia presentemente em presidência, foi uma lavagem em re-

163

Prcsidentc cia Uni\er.sidaçle de Princc-

ment", semelhantes providências repre sentavam uma evolução da democr^ía

convenções manipuladas pelos "boses"

DtcKsTí> Econômico

mado e apequenado pe'as agressões e senvolvimento econômico vertiginoso, em

para reger-lhe os desünos, um conter

râneo capaz de reatar as tradições dos

progresso e a prosperidade devessem

ticulares é indefensável e intolerável".

Pelos modos como o novo presidente

Pois na

expunlia os seus planos de govímo e os

individualidade de Woodrow Wilson, medularmente protestante e calvinista,

sentímentos que o animavam em relação ao povo e aos grandes negócios, com

modelado segundo os traços mais genuí nos do puritanismo "yankee", patentea-

renci

fundadores da nacionalidade.

nr»

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1

preendeu logo o paisw quanto e'e ê'e se se curedife-

■Kiva da caricatura gizada pela opo-


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Digksto Econômico ^

Dici-isto Econó.míco

164

ç<)cs de ^\'ilson, que denotam bem as fi-

balhadores e os pequenos neg<k.io.s con

Para os tempos que se ananci >

sigão. Woocirow Wilson ía preencher to

miras morais c a claridade generosa de

dos os deveres de seu ofício com a

tra a.s grandes corjjorações.

siia consciência.

consciência de quem executa a maior

Quase que aeeleradamenle. dada a cooperação hábil c cordialmente arti

precisamos, a seu ver. de unia nova e narcença, cm que acrescentaremos ao

que mais se enaltece a produção, o

Êssc homem que vive na sociedade em

sistema atua! um estudo introspectjvo

dc nós próprios e da nossa vida mórbida

missão de confiança outorgada pelo povo. O estudioso de Direito Constitu cional e do mecanismo do "governo congres-sional" em breve leria pessoalmen

culada tmtre o sr. ^Vilson e " Congres

rendimento o a eficiência, sente-se incli

so, passaram duas leis dc suma delica deza para tòda a estrulura económirn

e nevTosada.

nado a "procurar um lugar onde con

nossos semelhantes,como irmãos, ampa

centrar a alma".

te a primeira mensagem do govêmo pe

rar a individualidade numa época em

do país: A lei "ündcrwood" o. o "I'C-

Êle salienta que "a pressa, a ansieda de, as preocupações, a necessidade dè

que morre a sinceridade.

nos especializarmos e nos tomarmos má quinas, transformaram este mundo ou-

num tempo cm que exercia ainda mo destamente o magistério e nada indica va que sonhasse a ser um dia presiden te. Entretanto, o livro tem frases de

rante o Legislativo, a fim

deral Kescr\'e Act".

de firmar o contacto direto

Mas, antes de examinar

entre os dois poderes e

esses atos, dedifiucmos um

combinar as bases de uma

atua'ízada para atender a

instante ao melhor conhe cimento da índole c das idéias desse Chefe de Es

será sem esforço que conservaremos os

uma "nova ordem".

tado.

tomaram a terra babitável".

cooperação, modernizada e

Como se requerem "leis ajustadas aos fatos da nova

ordem", o chefe do Exe cutivo interpela pessoal mente o Congresso e o exorta a estudar, no mais

curto prazo possível, ques tões que urge resolver pa ra cumprir o programa so cial dos democratas.

Muito curiosamente, iní-

cía-se uma administração e ínfensa às demoras e aos fcrmalís-

mos usuais de um Congresso, habitua do a obstruir os projetos só para su jeitá-los ao velho sistema de compro missos, temperado entre a autoridade da Câmara e do Senado.

Acontece, porém, que o Presidente se

Uma plataforma política

E, a seguir, ele se refere à vida tur-

bilhonante e febril de uma cidade, às

emergência e concessões

tiirbas esmagadoras das mas onde ra

naturalmente

mor imenso do comércio e da indústria

também nas longas preparações que pre

c partidos c desta maneira

que não proclama senão lucro e concor

cediam as crises, que iam ao combate

aumentar o número de vo

rência".

com uma serenidade de mau prcsságio para aqueles que êles atacavam."

tos. Me.smo os homens de

Em parte alguma esse filósofo e obser

princípios concordam em transigir com as necessida

vador da vida moderna descobre tran

des

conclui:

ocasionais

e

adotar

momentâ

contentar correligionários. Por isso, cabe agora sondar um pou co os arcanos da personalidade de Wilson

e descobrir-lhe as fontes psíquicas don de manam as mais puras expressões da As obras políticas, de

rar-se de muitos anos de derrotas e ostra-

sidente, pouco divulgado, "On Being

cismos.

Human", onde se encontram pensamen

compacto e instigado a agir ràpidamente por um chefe que se revela enérgico e

o seu pais na guerra.

ramente se encontram amigos, ao "cla

transaciona

casas do Congres.so e disposta a desfor Um bloco democrático assim

vidente, que retratam positivtunente o grande americano na hora de conduza

das para contentar grupos

feitio um tanto árido e técnico, revelam mais o analista do direito público e o sociólogo. Mas há um trabalho do pre

apóia na maioria conseguida nas duas

Wilson escreveu "On Beuig Human

"Os grandes capitães do mimdo — diz êle — foram homens que eram calmos em tempos de crise, que eram calmos

neos destinados a atrair ou

sensibilidade.

largos traços humanos que até agora

contem por fòrça idéias de

pontos-de-vista

excepcionalmente dinâmica

troni tão simples, e aprendemos que não

Precisamos conhecer os

até autoritário, não permite que se arras

tos revelativos de sua concepção da vida e das reações que ela provoca.' Em al gumas páginas dêsse trabalho, reprodu

tem projetos acalentados há muitos anos

zidas num livro de Sir Thomas Barclay,

e indispensáveis para amparar os tra-

colhemos interessantiíssimas considera-

qüilidade e os lazeres benéficos. "Tudo isso nos choca.

E Isso

Voltemos agora às duas leis supra

mencionadas que definem as diretivas do govêmo e o modo como êle interpre

não é humanizado".

ta a execução" de suas promessas re

E esse espírito de escol, que prega tão nobremente a humanização, preten de que "o homem foi humanizado pelo esti-ido e pelos progressos no império so

formistas. A primeira teve por obje to reduzir um protecionismo exagerado

bre si próprio". Temos que limitar estritamente as ci tações, porque a tentação é copiar o

livro. Mencione-se, porém, que o insigne professor concebe como homem ver dadeiramente humano "aquele em que se dépara um justo equilíbrio de facul dades, uma simpàtia sã, nem berradoí,

e impedir qiie êle se convertesse em "mãe da plutocracia que compra a pO' lítica", conforme a expressão de JBryan.

O incriminado protecionismo, oneroso em extremo para diversos grupos so

ciais, nomeadamente os agricultores, "farmers", béneficiava muitas indústrias

com tàrifas de favor e era constantemen

te majorado pelos congressistas obedien

nem fanático, ném fariseu, nem cré dulo derrtais na esperança,' nem dema

tes aos célebres "tmsts",

siadamente afobado na procura de um obj*etivo".

baixar algumas dessas taxas aduaneiras.

Debalde tentara o presidente Taft Muito moderado e temeroso de choques


165

Digksto Econômico ^

Dici-isto Econó.míco

164

ç<)cs de ^\'ilson, que denotam bem as fi-

balhadores e os pequenos neg<k.io.s con

Para os tempos que se ananci >

sigão. Woocirow Wilson ía preencher to

miras morais c a claridade generosa de

dos os deveres de seu ofício com a

tra a.s grandes corjjorações.

siia consciência.

consciência de quem executa a maior

Quase que aeeleradamenle. dada a cooperação hábil c cordialmente arti

precisamos, a seu ver. de unia nova e narcença, cm que acrescentaremos ao

que mais se enaltece a produção, o

Êssc homem que vive na sociedade em

sistema atua! um estudo introspectjvo

dc nós próprios e da nossa vida mórbida

missão de confiança outorgada pelo povo. O estudioso de Direito Constitu cional e do mecanismo do "governo congres-sional" em breve leria pessoalmen

culada tmtre o sr. ^Vilson e " Congres

rendimento o a eficiência, sente-se incli

so, passaram duas leis dc suma delica deza para tòda a estrulura económirn

e nevTosada.

nado a "procurar um lugar onde con

nossos semelhantes,como irmãos, ampa

centrar a alma".

te a primeira mensagem do govêmo pe

rar a individualidade numa época em

do país: A lei "ündcrwood" o. o "I'C-

Êle salienta que "a pressa, a ansieda de, as preocupações, a necessidade dè

que morre a sinceridade.

nos especializarmos e nos tomarmos má quinas, transformaram este mundo ou-

num tempo cm que exercia ainda mo destamente o magistério e nada indica va que sonhasse a ser um dia presiden te. Entretanto, o livro tem frases de

rante o Legislativo, a fim

deral Kescr\'e Act".

de firmar o contacto direto

Mas, antes de examinar

entre os dois poderes e

esses atos, dedifiucmos um

combinar as bases de uma

atua'ízada para atender a

instante ao melhor conhe cimento da índole c das idéias desse Chefe de Es

será sem esforço que conservaremos os

uma "nova ordem".

tado.

tomaram a terra babitável".

cooperação, modernizada e

Como se requerem "leis ajustadas aos fatos da nova

ordem", o chefe do Exe cutivo interpela pessoal mente o Congresso e o exorta a estudar, no mais

curto prazo possível, ques tões que urge resolver pa ra cumprir o programa so cial dos democratas.

Muito curiosamente, iní-

cía-se uma administração e ínfensa às demoras e aos fcrmalís-

mos usuais de um Congresso, habitua do a obstruir os projetos só para su jeitá-los ao velho sistema de compro missos, temperado entre a autoridade da Câmara e do Senado.

Acontece, porém, que o Presidente se

Uma plataforma política

E, a seguir, ele se refere à vida tur-

bilhonante e febril de uma cidade, às

emergência e concessões

tiirbas esmagadoras das mas onde ra

naturalmente

mor imenso do comércio e da indústria

também nas longas preparações que pre

c partidos c desta maneira

que não proclama senão lucro e concor

cediam as crises, que iam ao combate

aumentar o número de vo

rência".

com uma serenidade de mau prcsságio para aqueles que êles atacavam."

tos. Me.smo os homens de

Em parte alguma esse filósofo e obser

princípios concordam em transigir com as necessida

vador da vida moderna descobre tran

des

conclui:

ocasionais

e

adotar

momentâ

contentar correligionários. Por isso, cabe agora sondar um pou co os arcanos da personalidade de Wilson

e descobrir-lhe as fontes psíquicas don de manam as mais puras expressões da As obras políticas, de

rar-se de muitos anos de derrotas e ostra-

sidente, pouco divulgado, "On Being

cismos.

Human", onde se encontram pensamen

compacto e instigado a agir ràpidamente por um chefe que se revela enérgico e

o seu pais na guerra.

ramente se encontram amigos, ao "cla

transaciona

casas do Congres.so e disposta a desfor Um bloco democrático assim

vidente, que retratam positivtunente o grande americano na hora de conduza

das para contentar grupos

feitio um tanto árido e técnico, revelam mais o analista do direito público e o sociólogo. Mas há um trabalho do pre

apóia na maioria conseguida nas duas

Wilson escreveu "On Beuig Human

"Os grandes capitães do mimdo — diz êle — foram homens que eram calmos em tempos de crise, que eram calmos

neos destinados a atrair ou

sensibilidade.

largos traços humanos que até agora

contem por fòrça idéias de

pontos-de-vista

excepcionalmente dinâmica

troni tão simples, e aprendemos que não

Precisamos conhecer os

até autoritário, não permite que se arras

tos revelativos de sua concepção da vida e das reações que ela provoca.' Em al gumas páginas dêsse trabalho, reprodu

tem projetos acalentados há muitos anos

zidas num livro de Sir Thomas Barclay,

e indispensáveis para amparar os tra-

colhemos interessantiíssimas considera-

qüilidade e os lazeres benéficos. "Tudo isso nos choca.

E Isso

Voltemos agora às duas leis supra

mencionadas que definem as diretivas do govêmo e o modo como êle interpre

não é humanizado".

ta a execução" de suas promessas re

E esse espírito de escol, que prega tão nobremente a humanização, preten de que "o homem foi humanizado pelo esti-ido e pelos progressos no império so

formistas. A primeira teve por obje to reduzir um protecionismo exagerado

bre si próprio". Temos que limitar estritamente as ci tações, porque a tentação é copiar o

livro. Mencione-se, porém, que o insigne professor concebe como homem ver dadeiramente humano "aquele em que se dépara um justo equilíbrio de facul dades, uma simpàtia sã, nem berradoí,

e impedir qiie êle se convertesse em "mãe da plutocracia que compra a pO' lítica", conforme a expressão de JBryan.

O incriminado protecionismo, oneroso em extremo para diversos grupos so

ciais, nomeadamente os agricultores, "farmers", béneficiava muitas indústrias

com tàrifas de favor e era constantemen

te majorado pelos congressistas obedien

nem fanático, ném fariseu, nem cré dulo derrtais na esperança,' nem dema

tes aos célebres "tmsts",

siadamente afobado na procura de um obj*etivo".

baixar algumas dessas taxas aduaneiras.

Debalde tentara o presidente Taft Muito moderado e temeroso de choques


•• •

>■

166

Dicesto

políticos e de escândalos, preferiu ceder às injunçóes dos círculos protecionisLis. Ficara em suspenso a questão, de modo

que Wilson, estribado numa forte maio ria parlamentar e decidido a atender a

muitos reclamos da opinião, mandou

apressar o estudo de um projeto, devida mente revisto pelos técnicos e apresen tado sob o nome de "Lei Underwood".

Não obstante a oposição que Se coli

gou e a amplitude dos protestos que os interessados tentaram fazer ecoar na im prensa e mesmo nos meios trabalhistas

Econômico

A .segunda lei, de importância igual tema

no caso das tarifas.

e

ção anterior quanto aos artigos de luxo.

Afirmava o presidente que os operários americano.? deviam tomar-se iguais aos nieUiores do mundo, o que se daria em

condições de fabricação reguladas por uma justa concorrência. Para compensar a quebra acarretada nas receitas da união, foi instituído o

imposto de renda, na base de 1% por uma pessoa acima de 3 mil dólares e

para um casal acima de 4 mil dólares, até 20.000 dólares; pagavam 2% os ren dimentos de 20 mil a 50 mil dólares, — w

..

_•

.

j.„

-

acr

- -7

e assim progressivamente, até 6% para as

rendas acima de 500 mil dólares,

de uma rêde de negócios dirigidos pelas grandes oligarquias financeiras.

Essa legislação de primeira plana e

Cartcr Glass, deputado pela Virgínia, e o senador 0\ven, por Oklahoma, pro

tões corolárias e a inúmeros outros as

passageiras de crédito, devido (íxclu.siva-

puseram o "Federal Rc.ser\'e Act", a fa

suntos, foram despachadas pelo Con gresso em lapso muito breve. O "mestre-escola" haria feito trabalhar o poder

mente à falta de uma organização ban

mosa lei (ptc rceslruturou todo o siste

cária capaz de satisfazer ao.s pedidos de numerário para acompanhar o cres cimento dos negócio.s.

ma bancário, criando doze Bancos Fe derais dc Reserva, nos doze distritos respectivos em que ficou dividido o

Em 1007, por

causa dèsse entravamento no.s negócios

presidencial. As pautas aduaneiras da nova lei, cuidadosamente discriminadas para fixar coeficientes variáveis conforme

de alimentos, madeiras, instrumentos agrícolas, carvão, algodão e outros ar tigos. Era conservada a mesma taxa

No verão de 1913,

presas cios mesmos nomes, indicativos

Periodicamente, num país rico c prós pero se manifesta\ain pcfpicnas crises

voura e da indústria c rcdcscontá-Ios nos

zoável, mormente sôbre a importação

impelisse o estudo e a votação da lei

bancário.

sob a alegação de que muitos dispositi vos aHngiriam os salários, o projeto per

os artigos, estabeleciam, de um modo geral, uma redução para 16% em rela ção aos 40% da lei Payne-Aldrich, o que resultava num decréscimo bem ra

cias regionais não impediram que Wilson

bancária com a mesma decisão aplicada

monetário

.i,

167 ;-(

Econômico

mente considerável para a economia e a produção nacional, foi a reforma do sis

bancário.? verifica-se uma corrida dos

correu rapidamente os tramites das dis » nado cussões regimentais na Câmara e no Se e recebeu imediatamente a sanção

Dicv:st<)

, . •■

território da União.

A ôsses bancos,

muitas outras leis respeitantes a ques

legislativo 567 dias seguidos, obtendo

uma atividade parlamentar "record" que

ocupou cerca de 18.000 páginas dos

inxcítidüs de funções comparáveis ás dos banco.s centrais clássicos, se filia vam os "Bancos Associados", obrigados a subscrever 6% de seu capital e reser

Anais do Congresso!

vas para a formação do Banco Federal

mas de formação filosófica deficiente e

carecido de certas qualidades de admi

a conservar uma reserva muito alta, so

dc que dependiam. Sem entrarmos nos pormcnores dessa organização hoje bas tante conhecida no mundo inteiro, diga mos apenas que o método adotado pelos

particularmente melindrosa, Por espaço

podiam emitir à base dc títulos do Es

Estados Unidos pennítiu muito maior

de alguns anos, o México, vítima de

momentos dc prosperidade em que su

flexibilidade na distribuição do crédito e na utilização do desconto e redesconto,

por um morimento profundo de caráter

depositantes c um pânico' que fàcilmcnie se atalharia mediante a instituição do um proçesso mais flexível para operar os descontos dos títulos do comércio, da lit-

períodos de maior procura de crédito. Pela lei de 1863, os bancos, obrigados

tado, investimento pouco satisfatório nos

bia a cotação dc tais papéis. As aperluras contínuas engendradas por tal situação e que Icvantíis'am cons tantes queixas contra o pretenso "trust" de dinheiro de Nova York, induziram o governo a promover a reforma bancá ria em caráter mais radical, apesar de a lei AJdrich-Vreeland, de 1908, autorizar a emitir moeda de urgência sôbre diver

e o fácil manejo de grandes disponibili dades apoiadas num estoque crescente

de ouro, que em pouco tempo cliegou a atingir mais de um bilhão de dólares. As duas leis foram muito bem re

cebidas pela opinião pública, sobretudo

a lei "Underwood , que o presidente r

assinou dizendo: "A batalha pelo povo « pelo comércio livre, que durou toda

Um inquérito levado a efeito no Con gresso para apurar as denúncias contra o monopólio dos financistas do Este

uma longa geração, foi g^nha por fim de uma forma tão bela quanto com pleta". ^ Em outubro de 1914, o "bill" Clay-

revelara muitos

.ton, contra os trustes, adição à lei Sher-

sos títulos e valores.

abusos nesse

terreno,

mas o banqueiro Morgan, um dos mag natas do ramo, atribuiu todo o mal a um "sistema bancário mal ajustado e obsoleto".

Muitos protestos decorrentes do es pírito de conservantismo e das resistên-

man e à legislação industrial, firmou novos dispositivos para proteger as uniões operárias e proibir as práticas "unfair", irregulares, do alto capitalis mo, como as "direções entrosadas", isto é, a participação à testa de diversas em

Vejamos agora, num relance, a polí tica exterior. Sob a direção de Jeny Bryan, espírito eloqüente e generoso, nistrador, as relações com a \'izinha

República mexicana acusaram um tensão

revoluções sucessivas e até combalido

social, mudou de governos através de

agitações muito sangrentas, partidas das

lutas internas e algumas vezes, provà- '

velmente, de perturbações de origens ^ suspeifiis, custeadas por poderosas cor- ' porações estrangeiras interessadas na

posse de minas e lençóis de petróleo. ,

A tragédia mexicana, cujas eonseqüén- '

cias Se refletiam sôbre o conceito ínter- ' nacional acêrca de tôda a América La tina, atingiu o auge no incidente de

Tampico, após o qual o govêmo ame-

rioano, para exigir escusas do presiden

te Huerta. m^dou ocupar riolentamente P« ■""t.nheuos u cidade de Vem Cruz.

Foi uma aventura inelória

u ensejo à mediação de A

deu

gentina, Brasil. Chile) !

seguir, por parte do DeparK ^ ^ apartamento de


•• •

>■

166

Dicesto

políticos e de escândalos, preferiu ceder às injunçóes dos círculos protecionisLis. Ficara em suspenso a questão, de modo

que Wilson, estribado numa forte maio ria parlamentar e decidido a atender a

muitos reclamos da opinião, mandou

apressar o estudo de um projeto, devida mente revisto pelos técnicos e apresen tado sob o nome de "Lei Underwood".

Não obstante a oposição que Se coli

gou e a amplitude dos protestos que os interessados tentaram fazer ecoar na im prensa e mesmo nos meios trabalhistas

Econômico

A .segunda lei, de importância igual tema

no caso das tarifas.

e

ção anterior quanto aos artigos de luxo.

Afirmava o presidente que os operários americano.? deviam tomar-se iguais aos nieUiores do mundo, o que se daria em

condições de fabricação reguladas por uma justa concorrência. Para compensar a quebra acarretada nas receitas da união, foi instituído o

imposto de renda, na base de 1% por uma pessoa acima de 3 mil dólares e

para um casal acima de 4 mil dólares, até 20.000 dólares; pagavam 2% os ren dimentos de 20 mil a 50 mil dólares, — w

..

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j.„

-

acr

- -7

e assim progressivamente, até 6% para as

rendas acima de 500 mil dólares,

de uma rêde de negócios dirigidos pelas grandes oligarquias financeiras.

Essa legislação de primeira plana e

Cartcr Glass, deputado pela Virgínia, e o senador 0\ven, por Oklahoma, pro

tões corolárias e a inúmeros outros as

passageiras de crédito, devido (íxclu.siva-

puseram o "Federal Rc.ser\'e Act", a fa

suntos, foram despachadas pelo Con gresso em lapso muito breve. O "mestre-escola" haria feito trabalhar o poder

mente à falta de uma organização ban

mosa lei (ptc rceslruturou todo o siste

cária capaz de satisfazer ao.s pedidos de numerário para acompanhar o cres cimento dos negócio.s.

ma bancário, criando doze Bancos Fe derais dc Reserva, nos doze distritos respectivos em que ficou dividido o

Em 1007, por

causa dèsse entravamento no.s negócios

presidencial. As pautas aduaneiras da nova lei, cuidadosamente discriminadas para fixar coeficientes variáveis conforme

de alimentos, madeiras, instrumentos agrícolas, carvão, algodão e outros ar tigos. Era conservada a mesma taxa

No verão de 1913,

presas cios mesmos nomes, indicativos

Periodicamente, num país rico c prós pero se manifesta\ain pcfpicnas crises

voura e da indústria c rcdcscontá-Ios nos

zoável, mormente sôbre a importação

impelisse o estudo e a votação da lei

bancário.

sob a alegação de que muitos dispositi vos aHngiriam os salários, o projeto per

os artigos, estabeleciam, de um modo geral, uma redução para 16% em rela ção aos 40% da lei Payne-Aldrich, o que resultava num decréscimo bem ra

cias regionais não impediram que Wilson

bancária com a mesma decisão aplicada

monetário

.i,

167 ;-(

Econômico

mente considerável para a economia e a produção nacional, foi a reforma do sis

bancário.? verifica-se uma corrida dos

correu rapidamente os tramites das dis » nado cussões regimentais na Câmara e no Se e recebeu imediatamente a sanção

Dicv:st<)

, . •■

território da União.

A ôsses bancos,

muitas outras leis respeitantes a ques

legislativo 567 dias seguidos, obtendo

uma atividade parlamentar "record" que

ocupou cerca de 18.000 páginas dos

inxcítidüs de funções comparáveis ás dos banco.s centrais clássicos, se filia vam os "Bancos Associados", obrigados a subscrever 6% de seu capital e reser

Anais do Congresso!

vas para a formação do Banco Federal

mas de formação filosófica deficiente e

carecido de certas qualidades de admi

a conservar uma reserva muito alta, so

dc que dependiam. Sem entrarmos nos pormcnores dessa organização hoje bas tante conhecida no mundo inteiro, diga mos apenas que o método adotado pelos

particularmente melindrosa, Por espaço

podiam emitir à base dc títulos do Es

Estados Unidos pennítiu muito maior

de alguns anos, o México, vítima de

momentos dc prosperidade em que su

flexibilidade na distribuição do crédito e na utilização do desconto e redesconto,

por um morimento profundo de caráter

depositantes c um pânico' que fàcilmcnie se atalharia mediante a instituição do um proçesso mais flexível para operar os descontos dos títulos do comércio, da lit-

períodos de maior procura de crédito. Pela lei de 1863, os bancos, obrigados

tado, investimento pouco satisfatório nos

bia a cotação dc tais papéis. As aperluras contínuas engendradas por tal situação e que Icvantíis'am cons tantes queixas contra o pretenso "trust" de dinheiro de Nova York, induziram o governo a promover a reforma bancá ria em caráter mais radical, apesar de a lei AJdrich-Vreeland, de 1908, autorizar a emitir moeda de urgência sôbre diver

e o fácil manejo de grandes disponibili dades apoiadas num estoque crescente

de ouro, que em pouco tempo cliegou a atingir mais de um bilhão de dólares. As duas leis foram muito bem re

cebidas pela opinião pública, sobretudo

a lei "Underwood , que o presidente r

assinou dizendo: "A batalha pelo povo « pelo comércio livre, que durou toda

Um inquérito levado a efeito no Con gresso para apurar as denúncias contra o monopólio dos financistas do Este

uma longa geração, foi g^nha por fim de uma forma tão bela quanto com pleta". ^ Em outubro de 1914, o "bill" Clay-

revelara muitos

.ton, contra os trustes, adição à lei Sher-

sos títulos e valores.

abusos nesse

terreno,

mas o banqueiro Morgan, um dos mag natas do ramo, atribuiu todo o mal a um "sistema bancário mal ajustado e obsoleto".

Muitos protestos decorrentes do es pírito de conservantismo e das resistên-

man e à legislação industrial, firmou novos dispositivos para proteger as uniões operárias e proibir as práticas "unfair", irregulares, do alto capitalis mo, como as "direções entrosadas", isto é, a participação à testa de diversas em

Vejamos agora, num relance, a polí tica exterior. Sob a direção de Jeny Bryan, espírito eloqüente e generoso, nistrador, as relações com a \'izinha

República mexicana acusaram um tensão

revoluções sucessivas e até combalido

social, mudou de governos através de

agitações muito sangrentas, partidas das

lutas internas e algumas vezes, provà- '

velmente, de perturbações de origens ^ suspeifiis, custeadas por poderosas cor- ' porações estrangeiras interessadas na

posse de minas e lençóis de petróleo. ,

A tragédia mexicana, cujas eonseqüén- '

cias Se refletiam sôbre o conceito ínter- ' nacional acêrca de tôda a América La tina, atingiu o auge no incidente de

Tampico, após o qual o govêmo ame-

rioano, para exigir escusas do presiden

te Huerta. m^dou ocupar riolentamente P« ■""t.nheuos u cidade de Vem Cruz.

Foi uma aventura inelória

u ensejo à mediação de A

deu

gentina, Brasil. Chile) !

seguir, por parte do DeparK ^ ^ apartamento de


168

Dicesto Econômico

Estado, uma política de expectativa e

de cautelosa observação, à espera de um governo mais estável para regular, sem

pressões intervencionistas, as quèstões relativas aos bens e concessões dos ame ricanos no México.

Mais hábil e melhor orientada foi a

política a respeito do Canal do Panamá, que resultou num acôrdo com a Ingla

terra pessoalmente solicitado pelo pre sidente ao Senado e imediatamente con-

o4- (piandefu

cedido, atendendo a motivos secretos e a "razão de Estado".

Em amistosas relações com a Amé

rica Latina c fiéis à doutrina dc Níon-

roe, desfrutando a situação prestigiosa que o poder c a riqueza ctmfcrem aos seus eleitos, os Estados Unidos eram a terra da liberdade c do dólar.

Mas o mundo ia ser, cm 1914, asso

lado por um drama dc proporç>õcs ini magináveis.

CÂNDIDO Mota Filho

Quando a Rússia dispôs-se a fundar a sua potencialidade econômica, atra^*és dc planos iiüinqüenais, ela colocou

a economia liberal frente a um grave problema.

Esta, que se apresentava ni-

toriosamcnlc, dentro da mais segura uni

versalidade, que era assim uma verdade sem contrastes, começou a lutar numa

nova frente, cm cujo âmbito, inteira

mente desconhecido, estaria a própria sorte da civilização e dás liberdades conquistadas.

como criava dificuldades. Logo home

fora uma conquista de significado ex

èle empregado, com a.s naturais conces sões, nos países capitalistas ou, com um acôrdo inteligente entre as correntes opostas, num encontro entre a liberdade

do.

No entanto, ela, com o dirigismo

russo, estava ameaçada de perecimento. As crises periódicas, as dificuldades que

♦.

■ ■'M

surgiam dc vez em vez, resultavam do

próprio processo da expressões naturais da própria lógica do

conci^rêncta e, p^ conseguinte, de violar a Lei Sherman relativa aos trustes. O processo difere das conhecidas medidas anti-truste por exigir que as quatro grandes companhias se dividam em quatorze firmas, que serão independentes e

concorrentes. Se os tribunais derem ganho de causa ao Governo a Swift e a Armour se dissolverão em cinco diferentes companhias cada umà, e a Cudahy e a Wilson em duas outras companhias cada uma.

A providência lembra o mais famoso processo anti-truste da história — julgado

pela Suprema Corte em 1911 e no qual a Standard OU dé John D. Ròckfeller foi intimada a separar-se de suas subsidiárias e transformar-se em trinta firmas difer rentes.

.fi.-

vada e a previsão comum.

Em 1931, Stalin, que fòra um dos autores e expositores

Conferência dos eco

*

jv- ;

balanceado

ç

a

e a organização, entre a iniciati\'a pn-

nal, pronunciou, na

processo econômico, entre

quem pensasse na possibiÜdade de ser

do plano qüinqüe

economia livre, eram

O DeparUmenfo de Justiça inwiou um processo contra os quatro grandes frigoríficos - Swift, Armour Cuchhy e Wilson - acusando-os de supretsão da

tico.

iniciado do século XVIII, com o ama

cessü.s, novas possibilidades para o mun

■■■

de produção e assegurada por um pla^O previamente traçado pelo poder soric O plano qüinqüenal russo, miuneiado de forma espetaculiu, causara, de princípio, não só profunda impressão,

cepcional. Ela oferecia, pelos seus pro-

v'..' i'

próprio, a livre empresa, a propriedade privada e a responsabilidade individua • De outro lado, abrangendo a sexta part® do globo, estava o sistema comunista, adotado pela União Russa dos Sovíets, que se projetava como uma econonua so cial, baseada na socialização dos meios

A economia fôra, por muitos séculos, uma economia dirigida. O movimento

durecimento da consciência burguesa, A •

a li\'re ati\'idade ccoaóniica, o esfor^

-

oferta e a procura. E esse processo ain

nomistas

práticos,

em Moscou, um dis curso em que sus

da se mostrava com vigor no ano som

tentava que "a no\'a situação deveria corresponder a novos

brio de 1914.

métodos de traballio".

Mas, depois de 1918, quando a paz ensaiava, de novo, seus passos, por en tre os sacrifícios da guerra, dois sistemas antagônicos se defrontavam na vida econômica do ihundo. De um lado, com

um passado criador e operoso, o sistema dos • países liberais, que tinha por base

Muitos economistas e políticos libe rais viam que não se tratava só de um tema exclusivo do bolchevismo russo,

mas um tema que se aplica\'a, em todos

os seus têrmós, aos países de economia individualista. Na Alemanha, em crise, ela chegou a se transformar numa reno-


168

Dicesto Econômico

Estado, uma política de expectativa e

de cautelosa observação, à espera de um governo mais estável para regular, sem

pressões intervencionistas, as quèstões relativas aos bens e concessões dos ame ricanos no México.

Mais hábil e melhor orientada foi a

política a respeito do Canal do Panamá, que resultou num acôrdo com a Ingla

terra pessoalmente solicitado pelo pre sidente ao Senado e imediatamente con-

o4- (piandefu

cedido, atendendo a motivos secretos e a "razão de Estado".

Em amistosas relações com a Amé

rica Latina c fiéis à doutrina dc Níon-

roe, desfrutando a situação prestigiosa que o poder c a riqueza ctmfcrem aos seus eleitos, os Estados Unidos eram a terra da liberdade c do dólar.

Mas o mundo ia ser, cm 1914, asso

lado por um drama dc proporç>õcs ini magináveis.

CÂNDIDO Mota Filho

Quando a Rússia dispôs-se a fundar a sua potencialidade econômica, atra^*és dc planos iiüinqüenais, ela colocou

a economia liberal frente a um grave problema.

Esta, que se apresentava ni-

toriosamcnlc, dentro da mais segura uni

versalidade, que era assim uma verdade sem contrastes, começou a lutar numa

nova frente, cm cujo âmbito, inteira

mente desconhecido, estaria a própria sorte da civilização e dás liberdades conquistadas.

como criava dificuldades. Logo home

fora uma conquista de significado ex

èle empregado, com a.s naturais conces sões, nos países capitalistas ou, com um acôrdo inteligente entre as correntes opostas, num encontro entre a liberdade

do.

No entanto, ela, com o dirigismo

russo, estava ameaçada de perecimento. As crises periódicas, as dificuldades que

♦.

■ ■'M

surgiam dc vez em vez, resultavam do

próprio processo da expressões naturais da própria lógica do

conci^rêncta e, p^ conseguinte, de violar a Lei Sherman relativa aos trustes. O processo difere das conhecidas medidas anti-truste por exigir que as quatro grandes companhias se dividam em quatorze firmas, que serão independentes e

concorrentes. Se os tribunais derem ganho de causa ao Governo a Swift e a Armour se dissolverão em cinco diferentes companhias cada umà, e a Cudahy e a Wilson em duas outras companhias cada uma.

A providência lembra o mais famoso processo anti-truste da história — julgado

pela Suprema Corte em 1911 e no qual a Standard OU dé John D. Ròckfeller foi intimada a separar-se de suas subsidiárias e transformar-se em trinta firmas difer rentes.

.fi.-

vada e a previsão comum.

Em 1931, Stalin, que fòra um dos autores e expositores

Conferência dos eco

*

jv- ;

balanceado

ç

a

e a organização, entre a iniciati\'a pn-

nal, pronunciou, na

processo econômico, entre

quem pensasse na possibiÜdade de ser

do plano qüinqüe

economia livre, eram

O DeparUmenfo de Justiça inwiou um processo contra os quatro grandes frigoríficos - Swift, Armour Cuchhy e Wilson - acusando-os de supretsão da

tico.

iniciado do século XVIII, com o ama

cessü.s, novas possibilidades para o mun

■■■

de produção e assegurada por um pla^O previamente traçado pelo poder soric O plano qüinqüenal russo, miuneiado de forma espetaculiu, causara, de princípio, não só profunda impressão,

cepcional. Ela oferecia, pelos seus pro-

v'..' i'

próprio, a livre empresa, a propriedade privada e a responsabilidade individua • De outro lado, abrangendo a sexta part® do globo, estava o sistema comunista, adotado pela União Russa dos Sovíets, que se projetava como uma econonua so cial, baseada na socialização dos meios

A economia fôra, por muitos séculos, uma economia dirigida. O movimento

durecimento da consciência burguesa, A •

a li\'re ati\'idade ccoaóniica, o esfor^

-

oferta e a procura. E esse processo ain

nomistas

práticos,

em Moscou, um dis curso em que sus

da se mostrava com vigor no ano som

tentava que "a no\'a situação deveria corresponder a novos

brio de 1914.

métodos de traballio".

Mas, depois de 1918, quando a paz ensaiava, de novo, seus passos, por en tre os sacrifícios da guerra, dois sistemas antagônicos se defrontavam na vida econômica do ihundo. De um lado, com

um passado criador e operoso, o sistema dos • países liberais, que tinha por base

Muitos economistas e políticos libe rais viam que não se tratava só de um tema exclusivo do bolchevismo russo,

mas um tema que se aplica\'a, em todos

os seus têrmós, aos países de economia individualista. Na Alemanha, em crise, ela chegou a se transformar numa reno-


I

IJÜI I

Ocidente para o perigo do contágio mi

uma nova política, muito embora ja se soubesse das dificuldades que, na prá

seu livro "Planificação o Liberdade",

tológico, tanto mais <pie a Rússia se

procurava responder a uma pergunta que

apresentava como a realizadora de uma

deveria e.xprimir a crença de qnp o objetivo de todo govèmo, na paz como na guerra, não é a glória dos dirigen tes ou das raças, mas a felicidade do

tica, encontrara o plano soviético, prin

estava em todos os espíritos.

era nova.

homem comum.

O discurso de Stalin anunciava para êlcs

cipalmente no que se refere à indústria pesada, que não chegou a atingir nem de longe, apesar dos poderes e rigores do governo, as previsões. Por outro lado, a balança comerciai permanecera em déficit, e as estradas de ferro, em

seus adversiírios.

de.

blema de interesse público que não seja

caria a face do mundo e para tanto se

Haveria assim

um

meio

de se

nheceu de perto a vida econômica da

Rússia, chjegou a publicar por jêsse tempo um impressionante trabalho sô-

bre a crise do plano qüinqüenal.

Contudo, com as dificuldades gerais,

com as contradições patentes nos pro cessos e nas medidas dos países de eco nomia livre, faziam com que não ficas-

sem assinaladas em sua plenitude as dificuldades do plano qüinqüenal russo.

E por toda parte começou, com o espí rito de moda, a se recomendar a política

, dos planos, dos planejamentos, das direI trizes, enfim da prática da economia dirigida.

Em 1931 surgiu um plano Hoover

' para a Europa e logo a seguir, no mes-

' mo ano, um plano Hoover para a América do Sul.

Houve quem propusesse

um p'ano para a Ásia. Surgiu com isso uma teoria política de planificação e foi

olhado on considerado dentro da pla

opor à planificação totalitária uma pla nificação liberal, onde os ctuuproníispírito livre.

WL balho e a predisposição do trabalhador ^foram de certo modo negativas. O en genheiro Nicolau Bassesches, que co

nificação. A economia começou a ser olhada co

mo o foco das transformações sociais. Ela, rcvclando-sc como uma ameaça,

Lembro-me que também, nesse sen tido, Upton Sinclaír, que é literato que

sugeria freios e fiscalizações. Tendo-se

de vez em vez faz estágio na política,

mia de consumo cm economia de pro

dução, ela estava perdendo, com o cor

rer dos tempos, a sua finalidade. O ho

mancista, tinha fundado há trinta anos

naufrágio no mar das utilida

passados a "Liga por unia Democracia Industrial", que seria uma contribuição

rência

mem

estava

O Plano Marsha'1. que se organizou

para o reerguiniento da Eu

A concor

individualista

criara

sição dos Estados Unidos

um estado social de guerra

i

em vista da situação euro

do homem contra o homem e do diferenças econômicas demasiadamente acentuadas. Daí a necessidade de uma

péia. Representa uni plano mais de recuperação do que de constnição. Colocado na

em frente à economia capitalista. O mito russo foi-se tomando, dêsse modo, um

clusive os russos, a nova guerra desar

mito universal. O Conde Keyserling. respondendo a um inquérito promovido pela "Revue Belge", afirmava que não conhecia mito mais formidável que o dos faraós que ergueram as pirâmides. Nos tempos atuais, o mito do plano

ticulando em

Tudo isso, porém, vinha do ponto de

agrícola numa potência industrial. ropa, não deve i>or certo ser colocado nessa pauta. Êle é uma conseqüência cia po

nova política capaz de res taurar os valores e dc pôr termo ao perigo da exploração do homem pelo homem. Assim, depois de alguns fracassos, in

partida russo, da atitude de desafio em que se postavam cs dirigentes soviéticos,

Muitas cidades cuidaram de ter o seu.

Assumindo o poder na Inglaterra, o Partido Trabalhista organiza o seu plano.

ameaçado de

des cjue criava.

harmonizar a planificação com a demo cracia americana c com isso pretendia nianas.

nos. Cada povo cuidou de ter o seu.

A Argentina organizou o seu com o in

apresentou em 1934, quando se dirigiu

suprimir a pobreza das terras califor-

apoiaria no P'ano Beveridge. Vieram em seguida viírios outros pla

tuito de transformar um pais pastoril e

aos eleitores da Califórnia, um plano de dois anos, destinado a combater o pauperismo. Êle, que é um imaginoso ro

ao plano rooseveltiano da N. R. A. O plano de dois anos deveria também

O homem, livre da miséria, modifi

do corta forma transformado de econo

suas bases a vida dos

povos, plantou de novo o problema dos planos, como indispensável para a re construção de cada povo e para a re construção internacional.

Em 1942 Sir

dentro desses moldes de pensar que ' Henri de Man, ainda não comprometido

qüinqüenal soviético ia muito além do

William Beveridge abria o caminho, no vamente apresentando ao. Parlamento

plano faraônico, na sua audácia e na

britânico um plano de reconstrução que,

• por idéias totalitárias, sonhava um pla

.sua pretensão, muito embora exigisse um

conforme seu autor, se inspiraria nas

sacrifício de milliões de pessoas. E cba-

promessas

no para a Bélgica.

Essa crença de%eria

unir as nações vitoriosas e separá-las de

A planificação passou do plano teórico para o plano prático. Não bá mais pro

sos de construção sc bascariaiu no es

tuito de enquadrar o operariado no espírito de milícia, as condições do tra-

Tndo is.so, porém, se tornou um fato.

cava, ficava intacta a preocupação de harmonizar a planificação com a liberda

renovação do material.

Por fim, com

mava, por i.sso mesmo, a atenção do

Por entre as polemicas que provo

desgastes, reclamavam com urgência a tôdas as tentativas havidas com o in

]

171

Econômico

Quando Manheim, que é sem dúvida um extraordinário sociólogo, publicou o

vação econômica de primeira grandeza.

:

Dicf-sto

DíCKSTt) Econômico

170

da Carta do Atlântico.

Êle

ordem

internacional,

nãe

planifica, mas socorre a pro

dução de certos povos europeus, de for ma a colocá-los de novo na sua vitali dade...

E é dentro dessa atmosfera, nesse se

gundo nascimento da política dos planos, que o Brasil apresenta o seu. E êle se e.xpressa como conseqüência da volta ao país do regime constitucio nal e como uma decorrência orgânica do acôrdo feito entre os partidos polí ticos.

O Plano Salte aparece num momen

to em que se já corihece a grandeza e a miséria dos planos, que a maioria dêles


I

IJÜI I

Ocidente para o perigo do contágio mi

uma nova política, muito embora ja se soubesse das dificuldades que, na prá

seu livro "Planificação o Liberdade",

tológico, tanto mais <pie a Rússia se

procurava responder a uma pergunta que

apresentava como a realizadora de uma

deveria e.xprimir a crença de qnp o objetivo de todo govèmo, na paz como na guerra, não é a glória dos dirigen tes ou das raças, mas a felicidade do

tica, encontrara o plano soviético, prin

estava em todos os espíritos.

era nova.

homem comum.

O discurso de Stalin anunciava para êlcs

cipalmente no que se refere à indústria pesada, que não chegou a atingir nem de longe, apesar dos poderes e rigores do governo, as previsões. Por outro lado, a balança comerciai permanecera em déficit, e as estradas de ferro, em

seus adversiírios.

de.

blema de interesse público que não seja

caria a face do mundo e para tanto se

Haveria assim

um

meio

de se

nheceu de perto a vida econômica da

Rússia, chjegou a publicar por jêsse tempo um impressionante trabalho sô-

bre a crise do plano qüinqüenal.

Contudo, com as dificuldades gerais,

com as contradições patentes nos pro cessos e nas medidas dos países de eco nomia livre, faziam com que não ficas-

sem assinaladas em sua plenitude as dificuldades do plano qüinqüenal russo.

E por toda parte começou, com o espí rito de moda, a se recomendar a política

, dos planos, dos planejamentos, das direI trizes, enfim da prática da economia dirigida.

Em 1931 surgiu um plano Hoover

' para a Europa e logo a seguir, no mes-

' mo ano, um plano Hoover para a América do Sul.

Houve quem propusesse

um p'ano para a Ásia. Surgiu com isso uma teoria política de planificação e foi

olhado on considerado dentro da pla

opor à planificação totalitária uma pla nificação liberal, onde os ctuuproníispírito livre.

WL balho e a predisposição do trabalhador ^foram de certo modo negativas. O en genheiro Nicolau Bassesches, que co

nificação. A economia começou a ser olhada co

mo o foco das transformações sociais. Ela, rcvclando-sc como uma ameaça,

Lembro-me que também, nesse sen tido, Upton Sinclaír, que é literato que

sugeria freios e fiscalizações. Tendo-se

de vez em vez faz estágio na política,

mia de consumo cm economia de pro

dução, ela estava perdendo, com o cor

rer dos tempos, a sua finalidade. O ho

mancista, tinha fundado há trinta anos

naufrágio no mar das utilida

passados a "Liga por unia Democracia Industrial", que seria uma contribuição

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mem

estava

O Plano Marsha'1. que se organizou

para o reerguiniento da Eu

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individualista

criara

sição dos Estados Unidos

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em vista da situação euro

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péia. Representa uni plano mais de recuperação do que de constnição. Colocado na

em frente à economia capitalista. O mito russo foi-se tomando, dêsse modo, um

clusive os russos, a nova guerra desar

mito universal. O Conde Keyserling. respondendo a um inquérito promovido pela "Revue Belge", afirmava que não conhecia mito mais formidável que o dos faraós que ergueram as pirâmides. Nos tempos atuais, o mito do plano

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Tudo isso, porém, vinha do ponto de

agrícola numa potência industrial. ropa, não deve i>or certo ser colocado nessa pauta. Êle é uma conseqüência cia po

nova política capaz de res taurar os valores e dc pôr termo ao perigo da exploração do homem pelo homem. Assim, depois de alguns fracassos, in

partida russo, da atitude de desafio em que se postavam cs dirigentes soviéticos,

Muitas cidades cuidaram de ter o seu.

Assumindo o poder na Inglaterra, o Partido Trabalhista organiza o seu plano.

ameaçado de

des cjue criava.

harmonizar a planificação com a demo cracia americana c com isso pretendia nianas.

nos. Cada povo cuidou de ter o seu.

A Argentina organizou o seu com o in

apresentou em 1934, quando se dirigiu

suprimir a pobreza das terras califor-

apoiaria no P'ano Beveridge. Vieram em seguida viírios outros pla

tuito de transformar um pais pastoril e

aos eleitores da Califórnia, um plano de dois anos, destinado a combater o pauperismo. Êle, que é um imaginoso ro

ao plano rooseveltiano da N. R. A. O plano de dois anos deveria também

O homem, livre da miséria, modifi

do corta forma transformado de econo

suas bases a vida dos

povos, plantou de novo o problema dos planos, como indispensável para a re construção de cada povo e para a re construção internacional.

Em 1942 Sir

dentro desses moldes de pensar que ' Henri de Man, ainda não comprometido

qüinqüenal soviético ia muito além do

William Beveridge abria o caminho, no vamente apresentando ao. Parlamento

plano faraônico, na sua audácia e na

britânico um plano de reconstrução que,

• por idéias totalitárias, sonhava um pla

.sua pretensão, muito embora exigisse um

conforme seu autor, se inspiraria nas

sacrifício de milliões de pessoas. E cba-

promessas

no para a Bélgica.

Essa crença de%eria

unir as nações vitoriosas e separá-las de

A planificação passou do plano teórico para o plano prático. Não bá mais pro

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tuito de enquadrar o operariado no espírito de milícia, as condições do tra-

Tndo is.so, porém, se tornou um fato.

cava, ficava intacta a preocupação de harmonizar a planificação com a liberda

renovação do material.

Por fim, com

mava, por i.sso mesmo, a atenção do

Por entre as polemicas que provo

desgastes, reclamavam com urgência a tôdas as tentativas havidas com o in

]

171

Econômico

Quando Manheim, que é sem dúvida um extraordinário sociólogo, publicou o

vação econômica de primeira grandeza.

:

Dicf-sto

DíCKSTt) Econômico

170

da Carta do Atlântico.

Êle

ordem

internacional,

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planifica, mas socorre a pro

dução de certos povos europeus, de for ma a colocá-los de novo na sua vitali dade...

E é dentro dessa atmosfera, nesse se

gundo nascimento da política dos planos, que o Brasil apresenta o seu. E êle se e.xpressa como conseqüência da volta ao país do regime constitucio nal e como uma decorrência orgânica do acôrdo feito entre os partidos polí ticos.

O Plano Salte aparece num momen

to em que se já corihece a grandeza e a miséria dos planos, que a maioria dêles


Dioestíí Econômico '

172

se afundou no mais completo fracasso.

vemos que reclama a posição precisa do

Mostra-se quando alguns deles repre

intervencionismo do Estado e a adosár

sentam ainda a última esperança dos re

de novos métodos- de governo.

gimes totalitários e daqueles que, al

diz êle: "O enorme desenvolvimento do

mejam a socíaMzação crescente dos meios

(2laf^akü!Bas£ôs

Assim,

Com o Plano Salte, o Brasil vai tentar

aparelho estata', a nuilliplicação das re lações entre o Estado e o indivíduo, as novas contingências criadas pelas

mais uma impressionante experiência

transformações políticas e sociais, que

EM SEU NOVO ENDEREÇO

com as suas armas democráticas.

tantas contradições, perplexidades c in

RUA FLORSNCIO de ABREU, 828

de produção.

Num

país cujos partidos têm mais ou menos

certezas têm trazido á existência livre

os mesmos programas, ôsse Plano re

dos povos, na civilização contemporâ

presenta, antes de mais nada, uma con

nea, modificaram sensivelmente as anti

fissão da insuficiência de seus partidos políticos, que se entregam a um acôrdo indispensável para a realização de um plano que não cabe dentro das fron

gas concepções que, até liá bem pouco tempo, orientavam o papel dos Gover

I teiras do partidarismo.

Traçado para

abranger o Brasil, alcançando todas as suas dificuldades fundamentais, vale co mo a primeira tentativa para resolver,

era conjunto, o problema nacional bra sileiro.

Entretanto,^ logo de começo, através da leitura da exposição do Plano, sen timos a dificuldade dos seus intuitos com a estrutura constitucional brasi

leira.

Ao primeiro contacto com êle,

CORIUIS Ul T 600DTUI A alta Qual.dadc das CORREIAS EM "V ou COSICAS Goodyear vem rcprcsenianda Indiscutivelmente um pon

to cap tal na economia das nossas Indústrias, pela sua durabilidade e

mm

nos". E dá o tom político de suas con cepções afirmando, num dos tópicos: "Hoje não se pode mais admitir que o Estado tenha a sua ação cerceada ou li

excelente técnica dc t*bricarSo. Man temos estoque permanente dc corre

ias das séries A.B.C e D de todos os

tamanho» "Standarfls". Antes de

montar sua transmissão consulte-nos com reíeiénela A parte técnica, sem CORDIIIS FUNIS COOQIUR. As COR>

mitada pelo conjunto de funções ou fi

REIAS PLANAS de lona c borracha

nalidades convencionalmente considera das e.ssencíais nos tratados clássicos de

Radas largamente em nossas Indús

qualquer compromisso.

Goodyear sâo. sem dúvida, emprc

trias. mnls do que qualquer outro tipo c marca. A preferência As cor re as clc qualidade sc evidencia pc'a

direito público". Por aí se pode ver que o Plano Salte exige um reajustamento com a própria teoria da nossa Constituição e que, tor

procura sempre crescente, fodemos

fornecer qualquer tipo de correia e teremos o mAximo praier em pro porcionar A nossa distinta clientela e

r

Interessados todos ns cscloreclmcntos a respeito. As Correias TRANSPOR TADORAS E ELEVADORAS GOO-

nando-se realidade legal, poderá ser a causa de uma transfiguração radical no pais, de conseqüências imprevisíveis.

dycnr lomom-se mais baratas no cus

teio pela sua longa durabilidade.

CHIHFOS I tHIHDIS riM CORUdlI. A nossa casa .'-A

maniém estoque cm grande escala de lados os

tipos ds grampos para correias, racionais e estfonB'lros. bem como mantém um serviço

especializado na confecçAo de correias sem fim com a emenda a Mo ou vulcanliada. Fornece mos também MAQUINASPARA GRAMPEAR, POUAS. EIXOS. MANCAIS. ADESIV g c Bcccssúrtos em geral para transmissões.

CIA. FÁBIO BASTOS comIrcio I indOstru S. PAWLOi R. Flortnde de Abreu, ÍÍS - '«'•

'••e9 "NlfAr

R. d« Janeirei R. TeSfile Olonl. 81 - íel. «-«810 • C*. 2031 • End. teleo."AMHiBelo HgrUenlai R. RIe de Janeiro. 368 - RI.

A produção^ de carüão-de-pedra na Inglaterra-alcançou, no primeiro semestre dêste ano, a média semanal de 85 milhões de toneladas. . Comparada com a do ano passado, ela aumentou ligeiramente. O acréscimo, de 1.500.000 toneladas, corresponde a cerca de 1,75%. Se a produção continuar nesse ritmo, a Grã-Bretanha produzirá, em 1948, o total de 200 milhões de toneladas dêsse minério.

• C*. S"» - índ.

P. Alegctl A*. JCIIo de CoiHlho». 30- Tel. P-3038 • C». Poiial 240-

PANAM • Casa de Amiso*

U .r..


Dioestíí Econômico '

172

se afundou no mais completo fracasso.

vemos que reclama a posição precisa do

Mostra-se quando alguns deles repre

intervencionismo do Estado e a adosár

sentam ainda a última esperança dos re

de novos métodos- de governo.

gimes totalitários e daqueles que, al

diz êle: "O enorme desenvolvimento do

mejam a socíaMzação crescente dos meios

(2laf^akü!Bas£ôs

Assim,

Com o Plano Salte, o Brasil vai tentar

aparelho estata', a nuilliplicação das re lações entre o Estado e o indivíduo, as novas contingências criadas pelas

mais uma impressionante experiência

transformações políticas e sociais, que

EM SEU NOVO ENDEREÇO

com as suas armas democráticas.

tantas contradições, perplexidades c in

RUA FLORSNCIO de ABREU, 828

de produção.

Num

país cujos partidos têm mais ou menos

certezas têm trazido á existência livre

os mesmos programas, ôsse Plano re

dos povos, na civilização contemporâ

presenta, antes de mais nada, uma con

nea, modificaram sensivelmente as anti

fissão da insuficiência de seus partidos políticos, que se entregam a um acôrdo indispensável para a realização de um plano que não cabe dentro das fron

gas concepções que, até liá bem pouco tempo, orientavam o papel dos Gover

I teiras do partidarismo.

Traçado para

abranger o Brasil, alcançando todas as suas dificuldades fundamentais, vale co mo a primeira tentativa para resolver,

era conjunto, o problema nacional bra sileiro.

Entretanto,^ logo de começo, através da leitura da exposição do Plano, sen timos a dificuldade dos seus intuitos com a estrutura constitucional brasi

leira.

Ao primeiro contacto com êle,

CORIUIS Ul T 600DTUI A alta Qual.dadc das CORREIAS EM "V ou COSICAS Goodyear vem rcprcsenianda Indiscutivelmente um pon

to cap tal na economia das nossas Indústrias, pela sua durabilidade e

mm

nos". E dá o tom político de suas con cepções afirmando, num dos tópicos: "Hoje não se pode mais admitir que o Estado tenha a sua ação cerceada ou li

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procura sempre crescente, fodemos

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nando-se realidade legal, poderá ser a causa de uma transfiguração radical no pais, de conseqüências imprevisíveis.

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pongas — Bandeirantes — Bauru — Biriguí — Cambé — Campinas — Caíanduva — Cornélio Procópio — Getulina — Guararapes — Jundiaí — Lins — Londrina — Mandaguari Marilia Mirandopolis — Psnápolis — Pirajux — Promissão — Rolândia — Santo André — Santos — São Bernardo do Campo — São José do Rio Preto — Tupã e Valparaiso*

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