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AQU/ ESLÍ O
ponio mílGifo Um simples botão
garante
milhares de cópias nítidas pelo
P44tU-^fac PI ■»
zs"."'", SUMÁRIA S/mf.«. No Pr/nf-F/x, o bofão pofenfeocío
Fáff.
o ar comprimido poro aníinfomenfo por sís* ■ femo pneumdfico é o garantia de mi/har«( de cóp/a« nfddas e uniformes de um mesmo sfenc/i. Mais do que um dup//cacíor* cJp/o de func/onamenfo infeiramenfe novo
que o forno uma verdadeira máquina im
pressora para escritórios. Garantido por 5 demonstração
9 19
Cheques compensados — Ricliard Lewinsohn
99
O Instituto da Hiléla amazônica, seus cb}oitvos e planos
Print-Fix eiectro-automáfico tem um prirt'
anos. Peça-nos uma compromisso.
O futuro do regimo federativo braslloiro — BraslHo Machado Neto Temas c problemas em debate — Darlo de Almeida Magalhães
sem
ÚNICOS IMPORTADORES I
Paulo E. de Berrèdo Carneiro
38
A Lei do inquiUnato o o conceito cristão da propriedade — Roland Corblsler ... . Lei do InquiUnato — Antônio de Sampaio Dória Plano de recuperação econômica o fomento da produção — Roberto Pinto de Souza O sistema tribulério do Brasil — Paul Hugon O destino da padronização orçamentária — Arlzio de Viana
49 99 64 TI 79
A participação no lucro das empresas — Clóvis Leite Ribeiro
84
Análise dos mercados — Dorival Teixeira Vieira
89
Noções gorais sôbre impôsto — Jo.sê Luiz de Almeida Nogueira Pòrto ImproBsõos sõbrc a zona assolada no Vale do Paraíba — L. A. Costâ Pinto
33 101
O Tratado do Melhuen — Nelson Werneck Sodrê
105
Empresas concessionárias de serviços públicos — Alde Sampaio
114
Importar teorias ou resolver problemas? — Djnclr Menezes
ORfiANIZaCAO
199
Descantrnrzaçao indusirial — Pimcntci Gomes
M comiou I COKTAtlUOADI MICAMZASA ITD*.|
Produção agrícola o reforma agrária — Edgar Teixeira Leite
SAO PAULO - Rua do Carmo, 29 • Lo)a • Ttli. 2-1066 e 2-0526
Augusto Comto e o malthusianlsmo — Ivan Lins
CURITIBA - Rua 15 de Novembro, 575 ■ 3.» - Tel. 4^
Subsídio parlamentar — Otávio Tarquínio de Sousa Os caminhos da socialização — Cândido Mota Filho
RIO DE MNEIRO - Rua Oebret, 79 - A - Loja - Tel. M-6767
BELO HORIZONTE - Av. Afonso Peno, 526- 11.» Tel. 2-19<a
aicon»
N.o 54 — MAIO DE
1949
122
-
ANO V
125 129 193
o DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao pi oço de Cr$ 5,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
Longa Vida
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de CrS 50,00 anuais.
para as suas
máquinas... Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Arenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
0 Cada gdla dos lubrificantes
Rio de Janeiro
Garqoyle. suportando os pressões em AUgoat: Manuei Espíndola, Prava Pe dro n, 49, Maceió.
Apusodu: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29. Manaus.
Paraná: J Ghi.igiiotie. Rua 15 de No vembro. 423. Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Chlnaalta
Rua do Imperador. 221. 3.o andar' Recife.
Bahia;
Alfredo J. de Souza St Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.
Cearê; J. AJaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621. Fortaleza. Espirito Santo: Viuva Copolilo St Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 301. Vitória.
Rio de Janeiro: Fernando Chlnaglia Av Presidente Vargas. 502, 19 o
as Pisçcis das suas máquinas. Asseçrurô*lbes uma produtiva ■^ô loiiga vida útil, adotando desde
já os princípios da
andar.
Rio Orando do Norte: Luís Rumão Avenida Tavares Lira, 48. Natal.
Goiás; João Manarlno. Rua Setenta A. Goiânia.
Maranhao:
Piaui: Cláudio M. Tote. Teresina.
serviço e resistindo durante longo tempo à ação maléfica do calor, do oxigênio da umidade e da poeira, contribui para preservar do desgaste
Livraria Universal. Rua
João Lisboa. 114. São Luiz.
Mato Grosso: Carvalho. Pinheiro Se
Cia., Pça. da República. 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Veiloso, Avenida dos Andradas. 330, Belo Horizonte.
Rio Grando do Sul: Sòmente para Por. to Aleerv: Octavio Sagebln. Rua
7 do Setembro. 781), Porto Alegre Para locais fora do Porto Alegre Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia
Hua Felipe Sehmidt. O. FlorianópV
Sâo Paulo: A Intelectual. Ltda., Via duto Santa Eflgênia, 281. S. Paulo.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém,
Sorgipe: Livraria Regina Ltda.. Rua
Paraíba: Loja das Revistas. Rua Ba
Território do Acre; Diógenes de Oli
rão do Triunfo. 510-A, João Pessoa
Lubrificantes
Fernando Chinaglia. R. de Janeiro'
João Pessoa. 137, Aracaju. veira. Rio Branco.
Concessionária:
CIA. MATE LARANJEIRA S. A. S. Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 • Santos - Rua Ilororó, 71 Curitiba - Rua Cruz Machado, 12 - 1..° and.
CP-A SS
o DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao pi oço de Cr$ 5,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
Longa Vida
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de CrS 50,00 anuais.
para as suas
máquinas... Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Arenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
0 Cada gdla dos lubrificantes
Rio de Janeiro
Garqoyle. suportando os pressões em AUgoat: Manuei Espíndola, Prava Pe dro n, 49, Maceió.
Apusodu: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29. Manaus.
Paraná: J Ghi.igiiotie. Rua 15 de No vembro. 423. Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Chlnaalta
Rua do Imperador. 221. 3.o andar' Recife.
Bahia;
Alfredo J. de Souza St Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.
Cearê; J. AJaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621. Fortaleza. Espirito Santo: Viuva Copolilo St Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 301. Vitória.
Rio de Janeiro: Fernando Chlnaglia Av Presidente Vargas. 502, 19 o
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andar.
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Goiás; João Manarlno. Rua Setenta A. Goiânia.
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Piaui: Cláudio M. Tote. Teresina.
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Livraria Universal. Rua
João Lisboa. 114. São Luiz.
Mato Grosso: Carvalho. Pinheiro Se
Cia., Pça. da República. 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Veiloso, Avenida dos Andradas. 330, Belo Horizonte.
Rio Grando do Sul: Sòmente para Por. to Aleerv: Octavio Sagebln. Rua
7 do Setembro. 781), Porto Alegre Para locais fora do Porto Alegre Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia
Hua Felipe Sehmidt. O. FlorianópV
Sâo Paulo: A Intelectual. Ltda., Via duto Santa Eflgênia, 281. S. Paulo.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém,
Sorgipe: Livraria Regina Ltda.. Rua
Paraíba: Loja das Revistas. Rua Ba
Território do Acre; Diógenes de Oli
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Lubrificantes
Fernando Chinaglia. R. de Janeiro'
João Pessoa. 137, Aracaju. veira. Rio Branco.
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Entre os oleos nacionaes
esta conquistando a preferenda de todas as donas de casa, o
r.... UtiliZâ dS dItdS
[qualidades nutritivas do óleo de amendoim e acresrenta lhes, gra
tas a refinatSo e desodorizatão dentifUa, por um processo espe
UM CIGARRO DE LUXO TIPO AMERICANO
PRODUTO SUDAN S/A
cial, um sabor tradicio nal de agrado ao paladar brasileiro. "Yandi" é extrema
mente economico e .de fácil digestão.
Entre os oleos nacionaes
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UM CIGARRO DE LUXO TIPO AMERICANO
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mente economico e .de fácil digestão.
^mrr
PRODUTOS DE PETROLEO Cada máquina; em qualquer setor da indústria ou da agricultura, constitui sempre um problema dife rente de lubrificaçõo. Shell tem o maior prazer em orientar seus clientes na es
colha do tipo de combusfivel Nossos
»õ trobolliom <om av*onieniOi da Io. ordem e fozendos
coda
pré-cncolhídov rigoroíomente tclecionodas
pelo qwolidodo. em podronoge moderno» c dislinio». tH. 7007-A
•ku
RUA 24 DE MAIO, 70 ?0
FONE 4.8191 IRamgUl-S.Paulo
ou
lubrif cante in-, dicado para
a
coso.
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PRODUTOS DE PETROLEO Cada máquina; em qualquer setor da indústria ou da agricultura, constitui sempre um problema dife rente de lubrificaçõo. Shell tem o maior prazer em orientar seus clientes na es
colha do tipo de combusfivel Nossos
»õ trobolliom <om av*onieniOi da Io. ordem e fozendos
coda
pré-cncolhídov rigoroíomente tclecionodas
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RUA 24 DE MAIO, 70 ?0
FONE 4.8191 IRamgUl-S.Paulo
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Dined usd
6ES9-Z 0UOía|9i - o LI • 8S1 'QiBpea Oiaqn ena S3o5nj)suo^ - Djn4S{inbJV - oijoijusBuj
-n s sinuoN la 'c oiaua 1VÍDÍÍ3WOD 3 VyOinaiSNOD
-Hiqoin
ap OB]Hat BUin epç; 'sooiuoa; a soj^aqu a3uj soso.iaunu 'oiuauiBq.ajBdB oxaid
lizs-fr •aNOda^ai — sz 'oihoso avHaNao oouyi 'l€;sod os|oqui33j ©led ssssauid'^
a Bjjai ap cui O0S"e xuBjaAouiaJ 'scjoq
0^nYd OYS
■uioo a osoiiriA 1 ogsua^xa ap roj)ain OEB'Z
B uiB j§u};b ant) scDB sa ,.ujBJBiu8[d,, 000"0i
9P
Boafo uia
'anb suauioii ooi
ap siELu sopBSaJduia uibjoj— oiriBd ogs
a BJOínjjsuoo «lad soppiSaa sn^o-squBj -JB soiínui sop u n ap saojaone sou çg
siBSSOtoo sooaBUi — opeuJJ: ojuauiio sp ap oiuauiBjUBAai o BJBd sopez
Bu 'v 'S saeaoifli ap 'V opsa iBp.iaui03
-edjgojd o a oíuauifAtOAtiascp o JB;sai.e e
ia:40H op opijipa o — B^siinud icudea
essou sp os
//YUI31HaW3S„ :*i6aiaj. 'pug
orauYA a oqyoyxy HOd SYawaA vavHisisaw voavw
'sajopBATfina sajoq^aiu
sop sojco^} e SBôixBTJo ep safuatu -as ap 'sajopmqixísip a sajopaijoduii
ionv o uvâNVDiv vavd
S3XN13W3S
3 Oo cr
O
•VaXT 'YiSOO 28 OiNaWIOSYN aa
^0 3°
'iiiniiiiiiiniiniiiiiiHiinimiiiiiiniminhimíHniiiiniíniíniiniitiirTiiiiinnitftffliiBKHidiiínmniiffmMHiHiiifíifflmtiintmKiiiiamiiiiiinia
SOOIQÇN S003UJ UOd ]ODOI1UnO UOB 30 S0IU00tl3U]N
VHAOAVT
a
4
oHHaa aa svavHxsa
'SVIHXSO-aJMI
'SVMIOiaO
1
VHVd
SOOIXHV » SaoOílHXSNOO VHVd SNaovHHaa » vnnoAva a soioido
'saxav
VHVd
svxNawvHHaa
S
:0p p'dVQpw^rit^i>^ 9 oiupd; oHg — C6 ® S8 'neiqv
ViaH3\o
opuaiotj htih
^«■■V S SN33Vil!l]J "SIIIOIM I
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Bu 'v 'S saeaoifli ap 'V opsa iBp.iaui03
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^«■■V S SN33Vil!l]J "SIIIOIM I
n C futuro do reííime federativo brasileiro
DIGESTO ECONdHICO B ■(INDO DOS N16ÚCI08 miH PMOHkWl MENSAL
BnASÍLio Macii.mxd Neto
Publicado sob os auspícios do
ASSDCIOCAO CDMERCIAIDE SAO PAULO
NÃO se transpõe o limiar desta gene
★
• da
FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DD
rosa terra de Minas Gerais, tão ein-
bebida de tradições magníficas c tão
ESTADO DE SAO PAULO
enobrecida por lutas memoráveis que influiram decisivamente na moldagem da nossa fisionomia social e política,
Dirotor superinlendenie: Martim Aifonso Xavier da Silveira
O Digosto Econômico TEMAS E PROBLEMAS EM DEBATE
♦
Editôra Comercial Ltda.
— Dario dè Almeida Magalhães. PROBLEMA
♦
DA
PRODUTIVIDADE
mito de puro e ardente patriotismo.
ça dc todos os secretários do Govênxo,
A CULTURA ECONÔMICA NO BRA
conceitos emitidos em artigos assi
SIL — Reinaldo Gonçalves.
nados. ♦
Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Dlgesto Econômico. ♦
O
TRATADO
cações congêneres nacionais e es
METHUEN" -
Nelson Werneck Sodré.
HISTÓRIA
Aceita-se Intercâmbio com publi
DE
ECONÔMICA
Arinos de Melo Franco.
trangeiras.
mineira, que recebeu Pedro I a dobre
Afonso
Dlgesto Econômico Ano (simples) Cr$ 50,00 " (registrado) CrS 58,00 Número do mês: Atrasado:
CrS ^^5
5,00 8.00
♦
tes páginas do civismo brasileiro.
pitais, pacata cidade de funcionários e
♦ ♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦
são crescente dos seus destinos, os lonees luminosos do futuro, o Brasil, na
sua natureza, na sua história, atahiia do H bU.l ll.ui.">--."> — --
■
,
progresso mineiro, a cujos pes se me
estudantes, que modorrava sob um céu de eterna primavera, hoje, metrópole es-
antollm dcsdobrar-se o cenário das eras,
tuante de vida, orgulhosa de seu acervo cultural, rica pelo nível de seu progrcs50 — ao contemplar do avião o hori zonte longínquo que a Serra dos Currais emoldura de linhas
só pelo que de real se me depara na visão profética do grande Lidador. A cidade das rosas fala-me do passado que se foi, longínquo
suaves e graciosas, ressoaram-
me aos ouvidos as palavras de Rui em uma das memoráveis seu verbo inigualável. "Da curva levemente ondu
★
altas autoridades e numeroso auditório.
"habitat" da nossa raça pelo gênio do Condestavel da Liberdade, ona esplêndido face do planeta, a pátria na expan escreveu uma das mais belas e vibran
campanhas imortalizadas pelo
ASSINATURAS:
vernador Milton Campos, com a presen
de finados e, neste século, arrebatado
Ao retomar à vossa encantadora Belo Horizonte — ontem, a caçula das ca
FISCAL — Paul Hugon.
A dlreçSo não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos
p. passado, na Associação Comercial de Belo Horizonte, c presidida pelo si-. Go
tacto com a destemida e altiva gente
O Dlgealo Econômico^ ôrg5o de Intormaçõea econômicas e financei ras, é publicado mensalmente pela
Machado Neto, presidente da Assem bléia Legislativa do Estado de São Paulo c da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, em 21 de abril
sem que perpasse pelo coraçao um frê E esta emoção se avoluma, no con-
publicará no próximo número:
Diretor:
Antonio Gontxjo do Carvalho
Cotifcrôucia proferida pelo sr. BrasíUo
lada destas lombas, cujo pla nalto as vossas longas avenidas parece cortarem de estradas para a azulada vas
das idéias e das cousas.
Belo Horizonte não me sacode a alma
de trinta anos. "dos dias des
preocupados em que, estudan
te, aqui vivi, das amizades va liosas que tanto influenciaram a minha formação moral, e que
recordo com saudade, das ho ras em que impregnei o meu
tidão que nos circunda, n impressão
espírito dc culto à tradição e dc amor ao direito, sentimentos tão profunda mente arraigados na alma mineira. na minha?), que Artur Ribeiro dirigia
que me domina, maravilhado, não é a
Na vossa escola (por que não direi
Redação e Administração:
do panorama local. Não é o horizonte
Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar
da modesta aldeia colonial de Curral
com zelo e competência, ouvi Francisco
TeL 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
d'El Rey, que se rasga à minha contem plação, mas o da ünensidade brasileira:
Público, de cunho filosofico, com cita-
São Paulo
Campos em fu gurantes lições de Direito
n C futuro do reííime federativo brasileiro
DIGESTO ECONdHICO B ■(INDO DOS N16ÚCI08 miH PMOHkWl MENSAL
BnASÍLio Macii.mxd Neto
Publicado sob os auspícios do
ASSDCIOCAO CDMERCIAIDE SAO PAULO
NÃO se transpõe o limiar desta gene
★
• da
FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DD
rosa terra de Minas Gerais, tão ein-
bebida de tradições magníficas c tão
ESTADO DE SAO PAULO
enobrecida por lutas memoráveis que influiram decisivamente na moldagem da nossa fisionomia social e política,
Dirotor superinlendenie: Martim Aifonso Xavier da Silveira
O Digosto Econômico TEMAS E PROBLEMAS EM DEBATE
♦
Editôra Comercial Ltda.
— Dario dè Almeida Magalhães. PROBLEMA
♦
DA
PRODUTIVIDADE
mito de puro e ardente patriotismo.
ça dc todos os secretários do Govênxo,
A CULTURA ECONÔMICA NO BRA
conceitos emitidos em artigos assi
SIL — Reinaldo Gonçalves.
nados. ♦
Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Dlgesto Econômico. ♦
O
TRATADO
cações congêneres nacionais e es
METHUEN" -
Nelson Werneck Sodré.
HISTÓRIA
Aceita-se Intercâmbio com publi
DE
ECONÔMICA
Arinos de Melo Franco.
trangeiras.
mineira, que recebeu Pedro I a dobre
Afonso
Dlgesto Econômico Ano (simples) Cr$ 50,00 " (registrado) CrS 58,00 Número do mês: Atrasado:
CrS ^^5
5,00 8.00
♦
tes páginas do civismo brasileiro.
pitais, pacata cidade de funcionários e
♦ ♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦
são crescente dos seus destinos, os lonees luminosos do futuro, o Brasil, na
sua natureza, na sua história, atahiia do H bU.l ll.ui.">--."> — --
■
,
progresso mineiro, a cujos pes se me
estudantes, que modorrava sob um céu de eterna primavera, hoje, metrópole es-
antollm dcsdobrar-se o cenário das eras,
tuante de vida, orgulhosa de seu acervo cultural, rica pelo nível de seu progrcs50 — ao contemplar do avião o hori zonte longínquo que a Serra dos Currais emoldura de linhas
só pelo que de real se me depara na visão profética do grande Lidador. A cidade das rosas fala-me do passado que se foi, longínquo
suaves e graciosas, ressoaram-
me aos ouvidos as palavras de Rui em uma das memoráveis seu verbo inigualável. "Da curva levemente ondu
★
altas autoridades e numeroso auditório.
"habitat" da nossa raça pelo gênio do Condestavel da Liberdade, ona esplêndido face do planeta, a pátria na expan escreveu uma das mais belas e vibran
campanhas imortalizadas pelo
ASSINATURAS:
vernador Milton Campos, com a presen
de finados e, neste século, arrebatado
Ao retomar à vossa encantadora Belo Horizonte — ontem, a caçula das ca
FISCAL — Paul Hugon.
A dlreçSo não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos
p. passado, na Associação Comercial de Belo Horizonte, c presidida pelo si-. Go
tacto com a destemida e altiva gente
O Dlgealo Econômico^ ôrg5o de Intormaçõea econômicas e financei ras, é publicado mensalmente pela
Machado Neto, presidente da Assem bléia Legislativa do Estado de São Paulo c da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, em 21 de abril
sem que perpasse pelo coraçao um frê E esta emoção se avoluma, no con-
publicará no próximo número:
Diretor:
Antonio Gontxjo do Carvalho
Cotifcrôucia proferida pelo sr. BrasíUo
lada destas lombas, cujo pla nalto as vossas longas avenidas parece cortarem de estradas para a azulada vas
das idéias e das cousas.
Belo Horizonte não me sacode a alma
de trinta anos. "dos dias des
preocupados em que, estudan
te, aqui vivi, das amizades va liosas que tanto influenciaram a minha formação moral, e que
recordo com saudade, das ho ras em que impregnei o meu
tidão que nos circunda, n impressão
espírito dc culto à tradição e dc amor ao direito, sentimentos tão profunda mente arraigados na alma mineira. na minha?), que Artur Ribeiro dirigia
que me domina, maravilhado, não é a
Na vossa escola (por que não direi
Redação e Administração:
do panorama local. Não é o horizonte
Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar
da modesta aldeia colonial de Curral
com zelo e competência, ouvi Francisco
TeL 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
d'El Rey, que se rasga à minha contem plação, mas o da ünensidade brasileira:
Público, de cunho filosofico, com cita-
São Paulo
Campos em fu gurantes lições de Direito
11
Dicesto Econômico 10
Digksto Econónuco
encontrou até o momento perfeita inte ções de MiceUi, cuja obra, do formato
de missal, só era compulsada por Antô nio Villasboas, o primeiro aluno da tur ma, que a trazia sempre à mão, para
consôlo e amparo dos colegas menos aplicados; cm Direito Romano, o assíduo e meticuloso Gudesteu Pires, não dos-
mêntindo sua linhagem de humanista,
filho de Mestre Auré'io, o tradutor da Evangelina", desvendava os segredos da ciência de Gaio e Papiniano; Bemardino íle Lima, já de idade avançada, com voz sumida e tremula, vulgarizava com se
gurança Macleod, o economista da moda;
Lincoln Prates, preciso e didata, ensi nava a teoria geral do Direito Civil,
balizando suas aulas pelo tratado clássi-
^ CO de Clóvis Bevilacqua.
Que geração brilhante vim encontrar Escola de Afonso Pena, no já distante ano de 1920! Jovial mas equilibrada,
discreta e acolhedora, despretensiosa po
rém com alto senso do dever, ela vivia fascinada pelos encantos próprios da mocidade mas com o espírito avidamente voltado para ao grandes e eternas in terrogações.
e permanentemente preocupado com os
gração na vida brasileira.
destinos da pátria comum. Assim, procurando retribuir à altura o
No plano jurídico, é certo que desde
Adicional", escondendo-se nessa frase o
o Ato Adicional começamos a caminhar
honroso e desvunecodor convite da.prestigio.sa Associação Comercial dèstc gran
do Império. A transformação dos Con
tringindo suas franquias. E em 10 de julho do 1837 surgiu por fim o projeto,
terra.
Alegra-me a alma a certeza de que
não tem sentido a famosa invocação de
^rancisco Otaviano, sonhador fantasiade po'ítico, que as antologias ainda Acolhem apenas como modôlo de ele-
gãncia e pureza de linguagem.
Hoje, como ontem, vive nesta nobre
Minas Gerais um povo sempre em busca
da solução para os problemas brasileiros
para o regime federalüo, mesmo dentro
de Estado, melhor forma não encontrei
selhos Gerais das Províncias em Câmaras
do que procurar escolher, para tcnw desta conferência, assunto digno do
distribuição das rendas públicas em na
vossa cultura, e capaz, por .si só, do despertar o vosso interesse. E entre eles nenhum me parcf;ou mais adequado e
atual do que o futuro do nosso regime federativo.
Preso a lima linhagem de homens que, cm gerações sucessivas, tem procurado
dar ao Paí.s, modesta, mas devotadamen te, sua contribuição ã nossa vida pública, sinto, de minha parte, pela voz do san
Legislativas divididas em dois ramos; a cionais e provinciais, repartindo cm con seqüência o poder tributário entre o Parlamento sediado na Corte e o das Províncias; a. criação dos intendentes municipais, que "seriam para o Municí pio o que fosse o Presidente nas Provmcias" — eis aí traços inconfundíveis de uma estrutura federativa, a se esboçarem de modo já bem visível. Foi um minei
ro José Cesário de Miranda Ribeiro,
desejo de frustrar-lhe os objetivos, res convertido depois de longos debates na lei n." 105, de 12 de maio de 1840. Êsse
diploma legal interpretativo é, pois, um esforço de reação contra o espírito descentralizador, que se manifestou também em outro terreno, através da lei de 3 de dezembro de 1841, e se completou com a lei de 22 de agosto de 1860, que,
segundo Amaro Cavalcanti, teve por es copo único tirar às pro%'íncias qualquer veleidade de autonomia.
Apesar de todos esses reveses, porém, a luta pelo regime federativo nunca es moreceu, a\aiítando entre os seus episó
gue c por inclinação pessoal, o fascí
Visconde de Uberaba, quem projetou no
nio dos problemas políticos, econômicos
impregnado de federalismo. O substi a tentativa de Nabuco em 1885, na foi acompanhado por 37 outros ^ tutivo que ofereceu ao projeto do Ap oual Adicional apresentado i^ela Comissão parlamentares, renovada sem resultado. W parlamentar, encarregada desse ü-abalho, em 1888, e coroando-se com a campa e integrada por ele próprio, Paula Souza nha do Diário de Notícias, empreendi e Costa Carvalho, foi aceito como base da por Rui Barbosa, de tão funda re para a reforma constitucional de 1834. percussão, inclusive nos meios militares.
e .sociais, que nesta hora mais que nunca
desafiam a argúcia dos brasileiros. Dentro desse estado de espírito, uma
interrogação inquictante com freqüência me tem assaltado, sobretudo depois que, por fôrça do cargo de Presidente da
Milton Campos, Gustavo Cap.inema Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo, Negrão de Lima, Abgar Renault, Ca' fui levado a estudar, paciente e minu briel Passos, Pedro Aleixo, Fausto Alvim ciosamente, as causas, remotas e recen Afrânio de Carvalho, João Pinheiro Filho tes, das atuais e tantos outros, honraram na vida pú- mento paulista. dificuldades do orça ofica a Casa Comum e se engrandece ram servindo à nossa gente e à nossa
1836 se começou a falar na necessidade de "interpretar as-disposições do Ato
Quais as causas que têm dificultado e
constinuam a dificultar, na prática a realização do federalismo entre nós? Lançando um olhar retrospectivo, ve rificamos que desde os primórdios da nacionalidade, mesmo em tempos an
teriores à conquista da emancipação po lítica, o federaUsmo repontou como um
âmbito nacional o espirito de sua terra, dios o manifesto republicano de 1870,
Entretanto, cumpre lembrar as difi
Tudo isto para não falar nos dois gran
culdades que tiveram de ser vencidas,
des movimentos anteriores, que foram a
para que ela viesse finalmente a ser
aprovada, a 12 de agosto de 1834. Aurelino Leal, na sua obra clássica, alinhou todos esses tropeços, com abundancia de pormenores o de documentação. Para resumi-los, basta recordar a frase celebre de Bernardo de Vasconcelos, o "Mirabeau brasileiro" como o chamava Armitage, ao passar às mãos de seus pares o his tórico documento, em seu tê.xto deiinitivo; "Entrego-lhes o código da anar quia do Brasil".
ideal permanentemente acariciado pelo
Muito não tardou para que esse pri
nosso povo, que entretanto, mau grado
meiro esfôrço, no sentido da federação, sofresse a sua contrapartida. Desde
todos os esforços despendidos, muitas vezes através da própria violência, não
Confederação do Equador e a Revolução Farroupilha.
Sobrevindo a República, a Carta de 1891 cristalizou essa aspiração, sob o
ponto de vista legal. Mas o govêmo do Floriano, de certa forma, foi uma
reação à idéia descentralizadora, porque cs regimes de fôrça, por sua índole, arrebatam todo o poder para o centro.
Dêste ligeiro resumo da marcha do federalismo em nosso país, pode-se con
cluir que, embora aspiração coletiva, contínua e obstinadamente afirmada, ele
só tem conseguido abrir caminho atra vés de resistências profundas, manifes-
11
Dicesto Econômico 10
Digksto Econónuco
encontrou até o momento perfeita inte ções de MiceUi, cuja obra, do formato
de missal, só era compulsada por Antô nio Villasboas, o primeiro aluno da tur ma, que a trazia sempre à mão, para
consôlo e amparo dos colegas menos aplicados; cm Direito Romano, o assíduo e meticuloso Gudesteu Pires, não dos-
mêntindo sua linhagem de humanista,
filho de Mestre Auré'io, o tradutor da Evangelina", desvendava os segredos da ciência de Gaio e Papiniano; Bemardino íle Lima, já de idade avançada, com voz sumida e tremula, vulgarizava com se
gurança Macleod, o economista da moda;
Lincoln Prates, preciso e didata, ensi nava a teoria geral do Direito Civil,
balizando suas aulas pelo tratado clássi-
^ CO de Clóvis Bevilacqua.
Que geração brilhante vim encontrar Escola de Afonso Pena, no já distante ano de 1920! Jovial mas equilibrada,
discreta e acolhedora, despretensiosa po
rém com alto senso do dever, ela vivia fascinada pelos encantos próprios da mocidade mas com o espírito avidamente voltado para ao grandes e eternas in terrogações.
e permanentemente preocupado com os
gração na vida brasileira.
destinos da pátria comum. Assim, procurando retribuir à altura o
No plano jurídico, é certo que desde
Adicional", escondendo-se nessa frase o
o Ato Adicional começamos a caminhar
honroso e desvunecodor convite da.prestigio.sa Associação Comercial dèstc gran
do Império. A transformação dos Con
tringindo suas franquias. E em 10 de julho do 1837 surgiu por fim o projeto,
terra.
Alegra-me a alma a certeza de que
não tem sentido a famosa invocação de
^rancisco Otaviano, sonhador fantasiade po'ítico, que as antologias ainda Acolhem apenas como modôlo de ele-
gãncia e pureza de linguagem.
Hoje, como ontem, vive nesta nobre
Minas Gerais um povo sempre em busca
da solução para os problemas brasileiros
para o regime federalüo, mesmo dentro
de Estado, melhor forma não encontrei
selhos Gerais das Províncias em Câmaras
do que procurar escolher, para tcnw desta conferência, assunto digno do
distribuição das rendas públicas em na
vossa cultura, e capaz, por .si só, do despertar o vosso interesse. E entre eles nenhum me parcf;ou mais adequado e
atual do que o futuro do nosso regime federativo.
Preso a lima linhagem de homens que, cm gerações sucessivas, tem procurado
dar ao Paí.s, modesta, mas devotadamen te, sua contribuição ã nossa vida pública, sinto, de minha parte, pela voz do san
Legislativas divididas em dois ramos; a cionais e provinciais, repartindo cm con seqüência o poder tributário entre o Parlamento sediado na Corte e o das Províncias; a. criação dos intendentes municipais, que "seriam para o Municí pio o que fosse o Presidente nas Provmcias" — eis aí traços inconfundíveis de uma estrutura federativa, a se esboçarem de modo já bem visível. Foi um minei
ro José Cesário de Miranda Ribeiro,
desejo de frustrar-lhe os objetivos, res convertido depois de longos debates na lei n." 105, de 12 de maio de 1840. Êsse
diploma legal interpretativo é, pois, um esforço de reação contra o espírito descentralizador, que se manifestou também em outro terreno, através da lei de 3 de dezembro de 1841, e se completou com a lei de 22 de agosto de 1860, que,
segundo Amaro Cavalcanti, teve por es copo único tirar às pro%'íncias qualquer veleidade de autonomia.
Apesar de todos esses reveses, porém, a luta pelo regime federativo nunca es moreceu, a\aiítando entre os seus episó
gue c por inclinação pessoal, o fascí
Visconde de Uberaba, quem projetou no
nio dos problemas políticos, econômicos
impregnado de federalismo. O substi a tentativa de Nabuco em 1885, na foi acompanhado por 37 outros ^ tutivo que ofereceu ao projeto do Ap oual Adicional apresentado i^ela Comissão parlamentares, renovada sem resultado. W parlamentar, encarregada desse ü-abalho, em 1888, e coroando-se com a campa e integrada por ele próprio, Paula Souza nha do Diário de Notícias, empreendi e Costa Carvalho, foi aceito como base da por Rui Barbosa, de tão funda re para a reforma constitucional de 1834. percussão, inclusive nos meios militares.
e .sociais, que nesta hora mais que nunca
desafiam a argúcia dos brasileiros. Dentro desse estado de espírito, uma
interrogação inquictante com freqüência me tem assaltado, sobretudo depois que, por fôrça do cargo de Presidente da
Milton Campos, Gustavo Cap.inema Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo, Negrão de Lima, Abgar Renault, Ca' fui levado a estudar, paciente e minu briel Passos, Pedro Aleixo, Fausto Alvim ciosamente, as causas, remotas e recen Afrânio de Carvalho, João Pinheiro Filho tes, das atuais e tantos outros, honraram na vida pú- mento paulista. dificuldades do orça ofica a Casa Comum e se engrandece ram servindo à nossa gente e à nossa
1836 se começou a falar na necessidade de "interpretar as-disposições do Ato
Quais as causas que têm dificultado e
constinuam a dificultar, na prática a realização do federalismo entre nós? Lançando um olhar retrospectivo, ve rificamos que desde os primórdios da nacionalidade, mesmo em tempos an
teriores à conquista da emancipação po lítica, o federaUsmo repontou como um
âmbito nacional o espirito de sua terra, dios o manifesto republicano de 1870,
Entretanto, cumpre lembrar as difi
Tudo isto para não falar nos dois gran
culdades que tiveram de ser vencidas,
des movimentos anteriores, que foram a
para que ela viesse finalmente a ser
aprovada, a 12 de agosto de 1834. Aurelino Leal, na sua obra clássica, alinhou todos esses tropeços, com abundancia de pormenores o de documentação. Para resumi-los, basta recordar a frase celebre de Bernardo de Vasconcelos, o "Mirabeau brasileiro" como o chamava Armitage, ao passar às mãos de seus pares o his tórico documento, em seu tê.xto deiinitivo; "Entrego-lhes o código da anar quia do Brasil".
ideal permanentemente acariciado pelo
Muito não tardou para que esse pri
nosso povo, que entretanto, mau grado
meiro esfôrço, no sentido da federação, sofresse a sua contrapartida. Desde
todos os esforços despendidos, muitas vezes através da própria violência, não
Confederação do Equador e a Revolução Farroupilha.
Sobrevindo a República, a Carta de 1891 cristalizou essa aspiração, sob o
ponto de vista legal. Mas o govêmo do Floriano, de certa forma, foi uma
reação à idéia descentralizadora, porque cs regimes de fôrça, por sua índole, arrebatam todo o poder para o centro.
Dêste ligeiro resumo da marcha do federalismo em nosso país, pode-se con
cluir que, embora aspiração coletiva, contínua e obstinadamente afirmada, ele
só tem conseguido abrir caminho atra vés de resistências profundas, manifes-
T»
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T-"
12
^
Dicesto EcoxÓNnco Dicesto EcoNÓ^^co
tadas, ora como obstáculos à sua ado-
federalista há, também, fôrças intem.as
Çao, ora como movimentos retrocessivos.
as quais, se não corrigidas ou pelo me
francês que os conflitos de interesse en
som dÚNida têm agido no sentido cen
Mesmo depois de definitivamente ado tada pe!a nossa primeira Constituição
nos atenuadas, levam, com o tempo, à centralizíição, acarretando a sua morte? Ou, no caso brasileiro, o fenômeno é de
tre indivíduos de Estaclos-mcmbros dife rentes, resolvidos, com dificuldade, quan
tureza política e de caráter econômico.
republicana, a idéia federativa continuou
a encontrar, para efetivar-se, os maio
res embaraços, decorrentes principal-
i^ente do temor de levar a concepç-ão doutrinária que a informa até as suas ultimas conseqüências práticas. Resul ta daí, entre outros males, uma desconfonnídade evidente. entre a nossa supe-
tado-membro para outro, determinam,
prio federalismo?
com o correr dos dias, uma tendência
Nao há dúvida quo a primeira dessas interrogações encerra uma parcela de verdade. Durand, em magnífico estu
no sentido da unificação do Direito,
do sobre o assunto demonstra com efeito
As relações internacionais são outro
í:
restrutura política,de
que certas causas Ia.
ordem federativa, e n nossa infra-estru
tura
económico-fí-
nanceira, que ainda padece de manifes to vício centraliza dor.
porgunla inquietanformulada
de
início: quais as cau sas que impedem a completa instau ração do federalis mo no Brasil?
Mas, já agora, ou tras interrogações so mam-se à primeira.
Resultará a tendência centralizadora, através do tempo, de uma decorrência .intrínseca e inelutável do próprio re
/
o Império se organizou, a divisão do
os nações. São cau sas que residem in-
País em Províncias, ao invés de assentarse nas bases econômicas e sociais, decor
União joga com interêsses vultoso.s das
nos
sociais,
centralização?
Será que, como ocbr-
rc com o liberalismo econômico, em
que forças goradas no seu seio, se não controladas, acabam eliminando a con
corrência, base do sistema, no regime
convenções
internacionais, a
unidades federativas que, por isso mes
mo, são levadas a disputar as boas gra
ças do Poder Central ou a viver à sua
rentes das primitivas Capitanias, desen
volvidas e pujantes, veio, antes, repousar ^
em critérios mais ou menos arbitrários sem grande respeito pela realidade.
Entretanto, ó preciso não esquecer
por vencer as nor
que Durand, jurista antes de tudo, talvez haja visto o problema do plano único
foco na Assembléia Nacional ~ não será
mas jurídicas, estru turais, amortecendo-
do Direito. Gurvitch e Brocard, o pri meiro predominantemente sociólogo e o
Ihes a fôrça descentralizadora. Assim, o "patriotismo do Estado-membro", foj-, te' de início, com o
andar do tempo cede lugar a um "patriotismo nacional" — as expressões são
cularistas.
l\
vés de
Por outro lado - e as nossas palavras não devem ser entendidas como tomada
nam
fatalmente,
ulterior processo federativo, não pode vingar. A conseqüência foi a centraliza ção, nos Governos Gerais, perdendo-se, assim, aquela primeira base histórica para a futura federação brasileira. Quando sobreveio a Independência e
ente público soberano, único a dispor do
dêle — que consolida a consciência de um todo maior — a Nação — diante do qual devem ceder os interêsses parü-
conduzí-lo,
cialmente tentado pela Metrópole, que teria sido princípio magnífico para um
"treaty-making power". Destarte, atra
gime federativo? Haverá contradições na essência desse regime, que termí por
poderoso fator centralizador. Todos os interêsses dos Estados-mcmbros com o
que herdamos da velha mentalidade por tuguesa. O sistema das Capitanias, ini
tralismo, sejam quais forem a época ou
relacionadas com as necessidades da con vivência,, cujo poder determinante acaba
ses fatos renova a
adjetivo.
Entre os primeiros, cumpre mencionar
a tradição profundamente centraliz,'.dora
exterior têm, forçosamente, de ser de fendidos e apurados através da União, o
agregados
rena e objetiva dês-
quer no campo substantivo, quer no
São êles, sobretudo, de na
tentes conduzem as federações ao cen-
trinsecamente
A observação se
te,
do as normas de Direito Material c de Direito Formal são variáveis do um Es-
alribuir-.se antes a certas peculiaridades do que a contingência essencial do pró-
tralizador.
Os partidos nacionais, por seu lado,
completam essa obra, transplantando pa
ra o plano federal problemas políticos
locais.
Observa outrossim o citado pensador
sombra.
de posição em face do problema ora em o presidencialismo — ou pelo menos a
segundo mais economista, demonstram, a
nossa maneira de aplicá-lo — fator de centralização? A indiscutível vocação
seu turno, que causas sociais e econômi
gime presidencialista, não terá respon
cas podem contrabalançar as jurídicas, produzindo um equilíbrio em que o cen tro logre sua consolidação, sem detri mento dos Estados-membros e dos mu nicípios.
absorvente do Poder Executivo, no re
sabilidade no e\idenle processo centra
lizador que sofre o País? A atuação das nossas fôrças armadas no .período republicano, por seu turno,
atuantes, umas mais, outras menos, em
quer com Floriano, quer através de ou pecialmente em 1937, intervindo na vi^ pública, não tem resultado numa poli-
derativas.
entre outros fatos, na perda de autono
De qualquer forma, todavia, ai es.tao
algumas causas manifestas do amorteci mento
do. espírito
descentralizador,
qualquer país estruturado em bases fe
Naturalmente, elas têm feito sentir
o seu poder determinante no Brasil,
tras manifestações, como em 1930 e es
tica centralizadora, que se concretizou, mia das milícias estaduais e na susten
tação de um regime que, pela sua pró-
Mas ó preciso, em nosso caso, procurar
pna natureza, quase fêz desaparecer o
outros fatores, peculiares a nós, que
nosso federalismo?
^
T»
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Dicesto EcoxÓNnco Dicesto EcoNÓ^^co
tadas, ora como obstáculos à sua ado-
federalista há, também, fôrças intem.as
Çao, ora como movimentos retrocessivos.
as quais, se não corrigidas ou pelo me
francês que os conflitos de interesse en
som dÚNida têm agido no sentido cen
Mesmo depois de definitivamente ado tada pe!a nossa primeira Constituição
nos atenuadas, levam, com o tempo, à centralizíição, acarretando a sua morte? Ou, no caso brasileiro, o fenômeno é de
tre indivíduos de Estaclos-mcmbros dife rentes, resolvidos, com dificuldade, quan
tureza política e de caráter econômico.
republicana, a idéia federativa continuou
a encontrar, para efetivar-se, os maio
res embaraços, decorrentes principal-
i^ente do temor de levar a concepç-ão doutrinária que a informa até as suas ultimas conseqüências práticas. Resul ta daí, entre outros males, uma desconfonnídade evidente. entre a nossa supe-
tado-membro para outro, determinam,
prio federalismo?
com o correr dos dias, uma tendência
Nao há dúvida quo a primeira dessas interrogações encerra uma parcela de verdade. Durand, em magnífico estu
no sentido da unificação do Direito,
do sobre o assunto demonstra com efeito
As relações internacionais são outro
í:
restrutura política,de
que certas causas Ia.
ordem federativa, e n nossa infra-estru
tura
económico-fí-
nanceira, que ainda padece de manifes to vício centraliza dor.
porgunla inquietanformulada
de
início: quais as cau sas que impedem a completa instau ração do federalis mo no Brasil?
Mas, já agora, ou tras interrogações so mam-se à primeira.
Resultará a tendência centralizadora, através do tempo, de uma decorrência .intrínseca e inelutável do próprio re
/
o Império se organizou, a divisão do
os nações. São cau sas que residem in-
País em Províncias, ao invés de assentarse nas bases econômicas e sociais, decor
União joga com interêsses vultoso.s das
nos
sociais,
centralização?
Será que, como ocbr-
rc com o liberalismo econômico, em
que forças goradas no seu seio, se não controladas, acabam eliminando a con
corrência, base do sistema, no regime
convenções
internacionais, a
unidades federativas que, por isso mes
mo, são levadas a disputar as boas gra
ças do Poder Central ou a viver à sua
rentes das primitivas Capitanias, desen
volvidas e pujantes, veio, antes, repousar ^
em critérios mais ou menos arbitrários sem grande respeito pela realidade.
Entretanto, ó preciso não esquecer
por vencer as nor
que Durand, jurista antes de tudo, talvez haja visto o problema do plano único
foco na Assembléia Nacional ~ não será
mas jurídicas, estru turais, amortecendo-
do Direito. Gurvitch e Brocard, o pri meiro predominantemente sociólogo e o
Ihes a fôrça descentralizadora. Assim, o "patriotismo do Estado-membro", foj-, te' de início, com o
andar do tempo cede lugar a um "patriotismo nacional" — as expressões são
cularistas.
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vés de
Por outro lado - e as nossas palavras não devem ser entendidas como tomada
nam
fatalmente,
ulterior processo federativo, não pode vingar. A conseqüência foi a centraliza ção, nos Governos Gerais, perdendo-se, assim, aquela primeira base histórica para a futura federação brasileira. Quando sobreveio a Independência e
ente público soberano, único a dispor do
dêle — que consolida a consciência de um todo maior — a Nação — diante do qual devem ceder os interêsses parü-
conduzí-lo,
cialmente tentado pela Metrópole, que teria sido princípio magnífico para um
"treaty-making power". Destarte, atra
gime federativo? Haverá contradições na essência desse regime, que termí por
poderoso fator centralizador. Todos os interêsses dos Estados-mcmbros com o
que herdamos da velha mentalidade por tuguesa. O sistema das Capitanias, ini
tralismo, sejam quais forem a época ou
relacionadas com as necessidades da con vivência,, cujo poder determinante acaba
ses fatos renova a
adjetivo.
Entre os primeiros, cumpre mencionar
a tradição profundamente centraliz,'.dora
exterior têm, forçosamente, de ser de fendidos e apurados através da União, o
agregados
rena e objetiva dês-
quer no campo substantivo, quer no
São êles, sobretudo, de na
tentes conduzem as federações ao cen-
trinsecamente
A observação se
te,
do as normas de Direito Material c de Direito Formal são variáveis do um Es-
alribuir-.se antes a certas peculiaridades do que a contingência essencial do pró-
tralizador.
Os partidos nacionais, por seu lado,
completam essa obra, transplantando pa
ra o plano federal problemas políticos
locais.
Observa outrossim o citado pensador
sombra.
de posição em face do problema ora em o presidencialismo — ou pelo menos a
segundo mais economista, demonstram, a
nossa maneira de aplicá-lo — fator de centralização? A indiscutível vocação
seu turno, que causas sociais e econômi
gime presidencialista, não terá respon
cas podem contrabalançar as jurídicas, produzindo um equilíbrio em que o cen tro logre sua consolidação, sem detri mento dos Estados-membros e dos mu nicípios.
absorvente do Poder Executivo, no re
sabilidade no e\idenle processo centra
lizador que sofre o País? A atuação das nossas fôrças armadas no .período republicano, por seu turno,
atuantes, umas mais, outras menos, em
quer com Floriano, quer através de ou pecialmente em 1937, intervindo na vi^ pública, não tem resultado numa poli-
derativas.
entre outros fatos, na perda de autono
De qualquer forma, todavia, ai es.tao
algumas causas manifestas do amorteci mento
do. espírito
descentralizador,
qualquer país estruturado em bases fe
Naturalmente, elas têm feito sentir
o seu poder determinante no Brasil,
tras manifestações, como em 1930 e es
tica centralizadora, que se concretizou, mia das milícias estaduais e na susten
tação de um regime que, pela sua pró-
Mas ó preciso, em nosso caso, procurar
pna natureza, quase fêz desaparecer o
outros fatores, peculiares a nós, que
nosso federalismo?
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nPFW'
14
Dicfsto Econômico
15
Digesto Econóauco
A recente adoção de partidos nacio nais obrigatórios, vedadas as organiza
e político, entre suas unidades, x*em criando óbices grax íssiinos ú obra cons
ções políticas estaduais e mesmo muni
dique a existência, nos seus orçamentos,
titucional, entre nós.
de déficits crônicos, quase sem solução
quatro poderosos pilares: o imposto sô-
do continuidade. E esse estado Jç coi sas ocorre apesar de visí\'el suficiência econômica, que vem garantindo a cons
o impôsto do consumo e o do sêlo fe deral, dos quai.s se pode dizer, sobre
tância do crescimento das arrecadações. Com efeito, analisando-sc a Receita da União, dos Estados, do Distrito bederal e dos Municípios, verifica-se que,
de seu crescimento é inelástica e contí nua; a tributação municipal tem hoje a
cipais, mais acordes com o regime fe
derativo, não irá agravar a situação, criando novos e maiores obstáculos ao processo descentralizador?
Aí estão alguns problemas que deixo
à ponderada meditação, à inteligência viva e ao reconhecido espírito público dos homens de Minas Gerais. Mas, a nosso ver, 6 cm causas de
ordem económico-financcira que repou sam os maiores obstáculos à p'ena rea
lização do regime federativo brasileiro. Entre nós, os fatôres econômicos, ao in
vés de contra-restarem as causas jurídi cas que, como já assinalamos, tendem à
centralização, muito ao contrário auxi liam-nas.
O nosso desenvolvimento econômico —
de todos é sabido — se processou espe cialmente na faixa do litoral. Enquanto, de início, a orla praiana se desenvol
via, só em tempo ulterior alguns pontos do planalto atingiram expressão econômi ca. Daí resultou a existência de um
longo litoral mais ou menos próspero, posto ao lado de imensos vácuos nó
interior.
Mas, mesmo em zonas que
progrediram, a expansão foi desarticula da e caracterizou-se por um nocivo iso
lamento. Os centros de maior poder econômico cresceram separados por falta de transportes e de outros meíÕs de comunicação. Vários dêles chegaram a ter mais contactos com o exterior do que com os demais centros do País.
Êsse fenômeno de desequilíbrio do poder econômico, entre as nossas di versas regiões, e de ^eu insulamento, re dundando numa infra-estrutura econômi
ca, difícil e precária, para uma estru
tura federal estável que pressupõe um relativo equilíbrio do poder econômico
É com razão, portanto, que já fci dito que "o fermento mais forte de dis solução existente no País está no dese
quilíbrio econômico que se obser\'a, não só entre os Estados, mas sobretudo entre
as diversas áreas regionais". Desde 1891, todos são concordes em
afirmar corresponder a nossa organiza
ção financeira, especialmente no que toca à discriminação das rendas públicas, mais ao princípio de governo unitário
a partir deste século, a sua expansão vem sendo contínua. Basta dizer que,
constituições na fase republicana, dar
um remédio ao mal de todos conhecido c por todos proclamado. Vamos recorrer ao argumento irres pondível dos números.
Tomando para confronto os anos de
1889 e 1941, vemos a Receita proporcio nal da União nos Estadas passar de 43%
para 60% da renda global; enquanto suas despesas, nas unidades federativas
caíram de 34% para 13% dos gastos to tais.
O inverso verificou-se no Distrito Fe deral, onde a Receita da União decresceu sempre naquele período, vindo de
50% para 33% da arrecadação geral, ao mesmo tempo em que as despesas evo
luíram em sentido contrário, pois de 47% em 1889, alcançaram 83% em 1941.
Não é assim de admirar que ò exa me, ainda que sumário, da composição da Receita e da Despesa das adminis trações estaduais através dos anos, in
o de indústrias c profissões e o predial, também de bases certas e rendimentos
tra! o impôsto sobre vendas e consigna ções extremamente sensível aos movi
em quin2x; anos.
hoje, conseguir-se, através de quatro
garanti-la o impôsto territorial urbano,
do País alcançou 758 milhões e 688 mu
municipais, descentralizando as receitas
ral nesse sentido, não foi possível até
tudo dos três primeiros, que a curva
«eguros; os orçamentos estaduais, toda
66 milhões e 693 mil cruzeiros, acusan
— fato estranho! — apesar do acôrdo ge
bro a renda, o.s direitos de importação,
enquanto em 1914 a arrecadação total
do que á forma federativa. Não há quem divirja, quanto ú necessidade de SC fortalecerem as finanças estaduais e e redistribuindo as funções. No entanto
A Receita da União assenta sôbre
cruzeiros, em 1929 atingiu 4 bilhões. do o aumento extraordinário de 436%
Apesar do traumatismo violento so
frido pela economia nacional com a crise de 1929, houve, nos dez anos se
guintes, um aumento de 138% na Re ceita federal; de 1939 a 1946, ela apre sentou um índice de expansão de 177%; 6 no último triênio deve ter dado mais um salto, que se pode estimar - pois as cifras exatas ainda não são conliecidas — em cêrca de 100%.
Ao fisco federal tem tocado, cada vez mais, a parte do leão. Enquanto entre
1914 e 1929 a sua Receita aumentou de quatro vezes, a dos Estados e Distnto - Federal de cinco, e a dos Municípios de três vezes e meia, entre 1930 e 1940
via contam com uma iinica -xaga mes
mentos das respectivas conjuntiiras eco
nômicas. O de e.xportaçao de rendi mento mais modesto, tendera fatalmente
a desaparecer, como já ocorreu em al
guns Estados, posto no mdex, dada a ^ sua nocividade, pelos economistas de IH todas as escolas.
Infelizmente, os fatôres demográficos, segundo revela o último recenseamento, SC deixados à sua tendência natural, ja mais concorrerão para corrigir tal estado de coisas.
Observando-se a evolução demográ fica nacional, verifica-se que os Esta dos do Sul (São Paulo, Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul) e os do centro-oeste (Mato Grosso e Goias) fo
União foi de 589%, enquanto os Estados
ram os que varam sua população crescer, proporcionalmente ao total do Pais, con quanto os Estados do Pará, Maranhao,
com uma elevação de apenas 112% e
buco. Alagoas, Sergipe. Bahia e mesmo
o crescimento da renda tributária da
Municípios tiveram de se contentar
317%, respectivamente.
Êsse desequilíbrio ainda mais se agra'.va com o exame da discriminação tri butária, ora em vigor, que vem provar
Ceará Rio Grande do Norte, Pernam
Minas CeraiST tiveram seus índices de
mográficos reduzidos; tal fenômeno sig
nifica que uma parte ponderável dos habitantes do Brasil deslocou-se para o
. sul, aumentando a capacidade produtora a solidez e estabilidade do orçamento federal, possivelmente dos municipais, daquela zona e desfalcando a das re giões de onde provieram. contra a insegurança e fragilidade das
leis de meios dos Estados.
Daí o fato de a arrecadação dos im-
^
nPFW'
14
Dicfsto Econômico
15
Digesto Econóauco
A recente adoção de partidos nacio nais obrigatórios, vedadas as organiza
e político, entre suas unidades, x*em criando óbices grax íssiinos ú obra cons
ções políticas estaduais e mesmo muni
dique a existência, nos seus orçamentos,
titucional, entre nós.
de déficits crônicos, quase sem solução
quatro poderosos pilares: o imposto sô-
do continuidade. E esse estado Jç coi sas ocorre apesar de visí\'el suficiência econômica, que vem garantindo a cons
o impôsto do consumo e o do sêlo fe deral, dos quai.s se pode dizer, sobre
tância do crescimento das arrecadações. Com efeito, analisando-sc a Receita da União, dos Estados, do Distrito bederal e dos Municípios, verifica-se que,
de seu crescimento é inelástica e contí nua; a tributação municipal tem hoje a
cipais, mais acordes com o regime fe
derativo, não irá agravar a situação, criando novos e maiores obstáculos ao processo descentralizador?
Aí estão alguns problemas que deixo
à ponderada meditação, à inteligência viva e ao reconhecido espírito público dos homens de Minas Gerais. Mas, a nosso ver, 6 cm causas de
ordem económico-financcira que repou sam os maiores obstáculos à p'ena rea
lização do regime federativo brasileiro. Entre nós, os fatôres econômicos, ao in
vés de contra-restarem as causas jurídi cas que, como já assinalamos, tendem à
centralização, muito ao contrário auxi liam-nas.
O nosso desenvolvimento econômico —
de todos é sabido — se processou espe cialmente na faixa do litoral. Enquanto, de início, a orla praiana se desenvol
via, só em tempo ulterior alguns pontos do planalto atingiram expressão econômi ca. Daí resultou a existência de um
longo litoral mais ou menos próspero, posto ao lado de imensos vácuos nó
interior.
Mas, mesmo em zonas que
progrediram, a expansão foi desarticula da e caracterizou-se por um nocivo iso
lamento. Os centros de maior poder econômico cresceram separados por falta de transportes e de outros meíÕs de comunicação. Vários dêles chegaram a ter mais contactos com o exterior do que com os demais centros do País.
Êsse fenômeno de desequilíbrio do poder econômico, entre as nossas di versas regiões, e de ^eu insulamento, re dundando numa infra-estrutura econômi
ca, difícil e precária, para uma estru
tura federal estável que pressupõe um relativo equilíbrio do poder econômico
É com razão, portanto, que já fci dito que "o fermento mais forte de dis solução existente no País está no dese
quilíbrio econômico que se obser\'a, não só entre os Estados, mas sobretudo entre
as diversas áreas regionais". Desde 1891, todos são concordes em
afirmar corresponder a nossa organiza
ção financeira, especialmente no que toca à discriminação das rendas públicas, mais ao princípio de governo unitário
a partir deste século, a sua expansão vem sendo contínua. Basta dizer que,
constituições na fase republicana, dar
um remédio ao mal de todos conhecido c por todos proclamado. Vamos recorrer ao argumento irres pondível dos números.
Tomando para confronto os anos de
1889 e 1941, vemos a Receita proporcio nal da União nos Estadas passar de 43%
para 60% da renda global; enquanto suas despesas, nas unidades federativas
caíram de 34% para 13% dos gastos to tais.
O inverso verificou-se no Distrito Fe deral, onde a Receita da União decresceu sempre naquele período, vindo de
50% para 33% da arrecadação geral, ao mesmo tempo em que as despesas evo
luíram em sentido contrário, pois de 47% em 1889, alcançaram 83% em 1941.
Não é assim de admirar que ò exa me, ainda que sumário, da composição da Receita e da Despesa das adminis trações estaduais através dos anos, in
o de indústrias c profissões e o predial, também de bases certas e rendimentos
tra! o impôsto sobre vendas e consigna ções extremamente sensível aos movi
em quin2x; anos.
hoje, conseguir-se, através de quatro
garanti-la o impôsto territorial urbano,
do País alcançou 758 milhões e 688 mu
municipais, descentralizando as receitas
ral nesse sentido, não foi possível até
tudo dos três primeiros, que a curva
«eguros; os orçamentos estaduais, toda
66 milhões e 693 mil cruzeiros, acusan
— fato estranho! — apesar do acôrdo ge
bro a renda, o.s direitos de importação,
enquanto em 1914 a arrecadação total
do que á forma federativa. Não há quem divirja, quanto ú necessidade de SC fortalecerem as finanças estaduais e e redistribuindo as funções. No entanto
A Receita da União assenta sôbre
cruzeiros, em 1929 atingiu 4 bilhões. do o aumento extraordinário de 436%
Apesar do traumatismo violento so
frido pela economia nacional com a crise de 1929, houve, nos dez anos se
guintes, um aumento de 138% na Re ceita federal; de 1939 a 1946, ela apre sentou um índice de expansão de 177%; 6 no último triênio deve ter dado mais um salto, que se pode estimar - pois as cifras exatas ainda não são conliecidas — em cêrca de 100%.
Ao fisco federal tem tocado, cada vez mais, a parte do leão. Enquanto entre
1914 e 1929 a sua Receita aumentou de quatro vezes, a dos Estados e Distnto - Federal de cinco, e a dos Municípios de três vezes e meia, entre 1930 e 1940
via contam com uma iinica -xaga mes
mentos das respectivas conjuntiiras eco
nômicas. O de e.xportaçao de rendi mento mais modesto, tendera fatalmente
a desaparecer, como já ocorreu em al
guns Estados, posto no mdex, dada a ^ sua nocividade, pelos economistas de IH todas as escolas.
Infelizmente, os fatôres demográficos, segundo revela o último recenseamento, SC deixados à sua tendência natural, ja mais concorrerão para corrigir tal estado de coisas.
Observando-se a evolução demográ fica nacional, verifica-se que os Esta dos do Sul (São Paulo, Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul) e os do centro-oeste (Mato Grosso e Goias) fo
União foi de 589%, enquanto os Estados
ram os que varam sua população crescer, proporcionalmente ao total do Pais, con quanto os Estados do Pará, Maranhao,
com uma elevação de apenas 112% e
buco. Alagoas, Sergipe. Bahia e mesmo
o crescimento da renda tributária da
Municípios tiveram de se contentar
317%, respectivamente.
Êsse desequilíbrio ainda mais se agra'.va com o exame da discriminação tri butária, ora em vigor, que vem provar
Ceará Rio Grande do Norte, Pernam
Minas CeraiST tiveram seus índices de
mográficos reduzidos; tal fenômeno sig
nifica que uma parte ponderável dos habitantes do Brasil deslocou-se para o
. sul, aumentando a capacidade produtora a solidez e estabilidade do orçamento federal, possivelmente dos municipais, daquela zona e desfalcando a das re giões de onde provieram. contra a insegurança e fragilidade das
leis de meios dos Estados.
Daí o fato de a arrecadação dos im-
^
16
Dicesto EcONÓànco
Dicesto Econômico
poderá modificA-la".'
encontra-se, pelo menos na última dé cada, uma realização de despesas pú blicas muito superior às fixadas. O mais sério c que a diferença da De.spc.sa efe tiva c muito mais que proporcional ao
postos de renda e de consumo, pelo
mesma natureza
menos, concentrar-se cada vez mais nos
Êsse di.spositivo inadequado e perigoso
Estados do Sul, diminuindo proporcio nalmente a progressão do que o Go\'crno Federal retira das zonas que sc des
"não passou dc.sperccbído aos constituin
povoam.
Disposições Transitórias."
A verificação dessa anomalia
fornece argumentos que reforçam a po sição do Centro e as restrições à autono
mia estadual se fazem em nome da jus tiça na distribuição, buscando o recquilíbrio através da execução orçamentária. A situação financeira dos Estados, no
futuro próximo, aparece ainda mais
grave, daSa a possibilidade de alarga mento de sua base tributária estar garroteada, na prática, pelo art. 21 da Constituição Federal, que manda os
Estados entregarem a maior parte da renda de outros tributos que venham a
tes, os qiiai.s, (unbora tardiamente, tenta
ram abranclar-lhc o rigor no Ato das
Carta de 1934, ou ter-se inspirado na proposta feita em 1933 pela Comissão Constitucional do Itamarati, a saber manter a discriminação das rendas na Constituição, mas com a obrigação dc
cruzeiros além das receitas orçadas, gas taram-se 7 bilhões c 372 milhões de cru
zeiros acima das despesas fixadas.
uma revisão qüinqüenal."
A
lhores. Dia virá, portanto, em que a lei fixando a distribuição dos impostos, dei
balho do Professor Papl Hugon, profun
xará o texto de uma Constituição' para
do conhecedor da nossa situação eco nômica e financeira, publicado em nú
tomar-se lei ordinária, fácil de rever quando a evolução econômica o achar
mero recente do magnífico suplemento do jornal "O Estado de São Paulo". Diz ele, examinando o sistema de discrimi nação limitatíva adotado pela Carta
oportuno," — concluo o Prof. Hugon. previsões
nito no Brasil, dá em resultado não só uma mulHplicidade de serviços que, em
lugar de atendeç^ prejudicam o interesse coletivo, como também a um desperdí cio- de recursos, que poderiam ser melhor
acentuam os males já apontados. Elas
nienteá, e inconvenientes graves, que po
se refletem claramente nos dados que
dem resumir-se nestas palawas: excesso de rigidez; a discriminação dos impostos
vamos alinhar.
foi cristalizada pelo texto constitucional. Esta rigidez toma-se tanto mais incô
constante, na União, nos Estados e nos
economia brasileira por um período de
Receita.
transformações profundas e, portanto, de evolução rápida. Ademais, a situação econômica mundial é incerta, variável,
quando se trata de matéria de recursos, ficam aquém da realidade. Isto seria
não permitindo, portanto, previsões a longo prazo. "Ora, fixada constitucionalmente a dis criminação das rendas, só outra lei da
res, em geral, não,são demasiadamcule otimistas; mas a mesma falha sé verifica
aquela vantagem.
As médias anuais acusam 65%, 93%
o 56% de crescimento, respectivamente.
Com regularidade
Aos dados jiiridicos, históricos e esta
1
aos verdadeiros princípios federativos. A última é a de que, para a existên cia de um verdadeiro federalismo — e aí
i
Dessa fomia, o nosso atual desequilíbrio
A tendência apresentada pelas três administrações foi a mesma, porém o seu ritmo acentuou-se mais nos estaduais. Em 40 anos, a despesa da União elevouse de 2.621%, a dos Estados e a do Dis trito Federal de 3.741% e a dos Municí pios de 2r.239%.
no tocante às despesas, o que anula
ceitas, para que ela realmente se ajuste
petência.
871%.
um bem, signlfícando que os legislado
mais a fundo e procurar corrigir a sua discriminação de atribuições e de re
econômica entre as unidades federativas.
despesas públicas no País atingiu a
As previsões orçamentárias,
-sionomia política, mas é preciso descer
está a tarefa mais árdua — toma-se in
Entre 1915 e 1946, o aumento das
Municípios, a existência de um e.\cedente de arrecadação sobro o orçamento da
A segunda é a de que não basta mo dificar a Constituição atual, na sua fi-
aproveitados se obedecessem a nm plano
censional muito maior que o da Receita.
Nos últimos anos, surge como uma.
deral, e dos esforços feitos no sentido
racional de aplicação. Geram-se, assim, confusões, e provocam-se atritos de com Talvez repouse nesses fatos a expan são quase incrivel dos nossos gastos públicos, que apresenta um ritmo as-
orçamentárias que
sões que dão o que pensar. A primeira é a de que, no Brasil, até o presente momento, a despeito da pro mulgação de quatro Constituições repu blicanas, que consagraram o Estado Fe afirmar, com base na realidade, que xâvemos de fato num regime federativo.
Por outro lado, a distribuição imper
Passando a outra ordem de idéias, quero referír-me agora às falhas de
analisando, chega-se a algumas conclu
nifesta, neste superávit da Receita, em
feita de funções entre os três poderes
"As soluções mais simples são as me
mas nece.ssários sempre que a objethidade se impõe no exame dc problemas envolvendo matéria como a que vimos
de sua efetivação, não podemos ainda
do regime federativo, seu defeito congê
tensiosos comentários qUe venho fazen do, ao desejo de me referir a um tra
tísticos, talvez monótonos estes. últimos,
vitalidade econômica da Nação se ma
relação à previsão, mas se exaure dian te de uma despesa real que ultrapassa em muito os limites prefixados.
"A .solução atual é, por certo, excessi vamente rígida c estática. Além disso, o Ato Transitório, procurando abrandar essa rigidez, toma-a obscura e comnlicada."
moda quanto é fato estar passando a
exemplo, enquanto se recolheram aos co fres públicos 3 bilhões e 756 milhões de
ter adotado solução semelhante à <U
decretar, à União e aos Municípios. Não resisto, a esta altura dos despre
Magna em vigor, que "tem seus ínconve-
excesso de arrecadação. Em 1946, por
"Os legisladores de 1946 poderiam
nossas
17
dispensável uma relativa equivalência — expresso eloqüentemente pela verifi cação de que a zona sul e parte da região leste do País fornecem 82,6% dos meios orçamentários à União — pre
cisa desaparecer, porque é índice assus tador da ausência de uma ação plane
jada capaz de tonificar e e.xpandir barmônicamente a nossa econornia, atuan
do especialmente nas regiões ainda inex ploradas, pouco desenvolvidas ou deca dentes, de modo a conseguír-se um
certo grau de homogeneidade da infraestrutura econômica — imica base só
lida e estável para a Federação. Para essa obra gigantesca e benemé
rita, que não depende de alguns ho mens, mas do trabalho intenso e conti-
16
Dicesto EcONÓànco
Dicesto Econômico
poderá modificA-la".'
encontra-se, pelo menos na última dé cada, uma realização de despesas pú blicas muito superior às fixadas. O mais sério c que a diferença da De.spc.sa efe tiva c muito mais que proporcional ao
postos de renda e de consumo, pelo
mesma natureza
menos, concentrar-se cada vez mais nos
Êsse di.spositivo inadequado e perigoso
Estados do Sul, diminuindo proporcio nalmente a progressão do que o Go\'crno Federal retira das zonas que sc des
"não passou dc.sperccbído aos constituin
povoam.
Disposições Transitórias."
A verificação dessa anomalia
fornece argumentos que reforçam a po sição do Centro e as restrições à autono
mia estadual se fazem em nome da jus tiça na distribuição, buscando o recquilíbrio através da execução orçamentária. A situação financeira dos Estados, no
futuro próximo, aparece ainda mais
grave, daSa a possibilidade de alarga mento de sua base tributária estar garroteada, na prática, pelo art. 21 da Constituição Federal, que manda os
Estados entregarem a maior parte da renda de outros tributos que venham a
tes, os qiiai.s, (unbora tardiamente, tenta
ram abranclar-lhc o rigor no Ato das
Carta de 1934, ou ter-se inspirado na proposta feita em 1933 pela Comissão Constitucional do Itamarati, a saber manter a discriminação das rendas na Constituição, mas com a obrigação dc
cruzeiros além das receitas orçadas, gas taram-se 7 bilhões c 372 milhões de cru
zeiros acima das despesas fixadas.
uma revisão qüinqüenal."
A
lhores. Dia virá, portanto, em que a lei fixando a distribuição dos impostos, dei
balho do Professor Papl Hugon, profun
xará o texto de uma Constituição' para
do conhecedor da nossa situação eco nômica e financeira, publicado em nú
tomar-se lei ordinária, fácil de rever quando a evolução econômica o achar
mero recente do magnífico suplemento do jornal "O Estado de São Paulo". Diz ele, examinando o sistema de discrimi nação limitatíva adotado pela Carta
oportuno," — concluo o Prof. Hugon. previsões
nito no Brasil, dá em resultado não só uma mulHplicidade de serviços que, em
lugar de atendeç^ prejudicam o interesse coletivo, como também a um desperdí cio- de recursos, que poderiam ser melhor
acentuam os males já apontados. Elas
nienteá, e inconvenientes graves, que po
se refletem claramente nos dados que
dem resumir-se nestas palawas: excesso de rigidez; a discriminação dos impostos
vamos alinhar.
foi cristalizada pelo texto constitucional. Esta rigidez toma-se tanto mais incô
constante, na União, nos Estados e nos
economia brasileira por um período de
Receita.
transformações profundas e, portanto, de evolução rápida. Ademais, a situação econômica mundial é incerta, variável,
quando se trata de matéria de recursos, ficam aquém da realidade. Isto seria
não permitindo, portanto, previsões a longo prazo. "Ora, fixada constitucionalmente a dis criminação das rendas, só outra lei da
res, em geral, não,são demasiadamcule otimistas; mas a mesma falha sé verifica
aquela vantagem.
As médias anuais acusam 65%, 93%
o 56% de crescimento, respectivamente.
Com regularidade
Aos dados jiiridicos, históricos e esta
1
aos verdadeiros princípios federativos. A última é a de que, para a existên cia de um verdadeiro federalismo — e aí
i
Dessa fomia, o nosso atual desequilíbrio
A tendência apresentada pelas três administrações foi a mesma, porém o seu ritmo acentuou-se mais nos estaduais. Em 40 anos, a despesa da União elevouse de 2.621%, a dos Estados e a do Dis trito Federal de 3.741% e a dos Municí pios de 2r.239%.
no tocante às despesas, o que anula
ceitas, para que ela realmente se ajuste
petência.
871%.
um bem, signlfícando que os legislado
mais a fundo e procurar corrigir a sua discriminação de atribuições e de re
econômica entre as unidades federativas.
despesas públicas no País atingiu a
As previsões orçamentárias,
-sionomia política, mas é preciso descer
está a tarefa mais árdua — toma-se in
Entre 1915 e 1946, o aumento das
Municípios, a existência de um e.\cedente de arrecadação sobro o orçamento da
A segunda é a de que não basta mo dificar a Constituição atual, na sua fi-
aproveitados se obedecessem a nm plano
censional muito maior que o da Receita.
Nos últimos anos, surge como uma.
deral, e dos esforços feitos no sentido
racional de aplicação. Geram-se, assim, confusões, e provocam-se atritos de com Talvez repouse nesses fatos a expan são quase incrivel dos nossos gastos públicos, que apresenta um ritmo as-
orçamentárias que
sões que dão o que pensar. A primeira é a de que, no Brasil, até o presente momento, a despeito da pro mulgação de quatro Constituições repu blicanas, que consagraram o Estado Fe afirmar, com base na realidade, que xâvemos de fato num regime federativo.
Por outro lado, a distribuição imper
Passando a outra ordem de idéias, quero referír-me agora às falhas de
analisando, chega-se a algumas conclu
nifesta, neste superávit da Receita, em
feita de funções entre os três poderes
"As soluções mais simples são as me
mas nece.ssários sempre que a objethidade se impõe no exame dc problemas envolvendo matéria como a que vimos
de sua efetivação, não podemos ainda
do regime federativo, seu defeito congê
tensiosos comentários qUe venho fazen do, ao desejo de me referir a um tra
tísticos, talvez monótonos estes. últimos,
vitalidade econômica da Nação se ma
relação à previsão, mas se exaure dian te de uma despesa real que ultrapassa em muito os limites prefixados.
"A .solução atual é, por certo, excessi vamente rígida c estática. Além disso, o Ato Transitório, procurando abrandar essa rigidez, toma-a obscura e comnlicada."
moda quanto é fato estar passando a
exemplo, enquanto se recolheram aos co fres públicos 3 bilhões e 756 milhões de
ter adotado solução semelhante à <U
decretar, à União e aos Municípios. Não resisto, a esta altura dos despre
Magna em vigor, que "tem seus ínconve-
excesso de arrecadação. Em 1946, por
"Os legisladores de 1946 poderiam
nossas
17
dispensável uma relativa equivalência — expresso eloqüentemente pela verifi cação de que a zona sul e parte da região leste do País fornecem 82,6% dos meios orçamentários à União — pre
cisa desaparecer, porque é índice assus tador da ausência de uma ação plane
jada capaz de tonificar e e.xpandir barmônicamente a nossa econornia, atuan
do especialmente nas regiões ainda inex ploradas, pouco desenvolvidas ou deca dentes, de modo a conseguír-se um
certo grau de homogeneidade da infraestrutura econômica — imica base só
lida e estável para a Federação. Para essa obra gigantesca e benemé
rita, que não depende de alguns ho mens, mas do trabalho intenso e conti-
18
Dicesto
Econômico
nuado de todo um povo, é imprescindí
de solidariedade c caminhem mais uma
vel que os dois Estados de maior aden samento demográfico e de cuja união
vez lado a lado, a fim dc contribuírem, decisivamente, para a concretização des
de vistas tantos benefícios já colheu a
ses ideais dc que dependem tão de perto
nossa Pátria, conjuguem já e já os seus esforços, reforcem de novo os seus elos
cional, mas o próprio destino do Brasil.
Temas e problemas em debate Dario de
Almeida Magalhães
Desenvolvimento das dreas economicamente
não só o futuro do regime fedemtivo na
atrasadas
O Presidente Truman marcou o ato-
sito do chefe do governo americano foi
da vitória eleitoral que alcançou, com
vaga, no que diz respeito à extensão do programa, aos seus objetivos imediatos,
um discurso audacioso em planos e pro
jetos, afinado, pelo tom de que se re vestiu, com o espírito arrojado das pro messas lançadas no povo americano pelo candidato, que a essa decisão na cam
panha, na sua última fase, deveu o triunfo, em que ninguém acreditava. O sucessor de Roosevelt tomou nas mãos
a bandeira de reformas que engrande
cera a ação do glorioso estadista, cuja herança lhe coube em hora culminante;
e ampliando o sentido renovador da po lítica do "New Deal" no "Fair Deal",
quis ainda Truman dilatar-lhe o alcance rio plano exterior. O sucesso do Plano
tados Unidos para um novo período, uma parcela substancial das próprias
neiro deste ano, ao receber, com as
responsabilidades do gov^mo do mundo. Como "quarto ponto" dessa síntese do
passo que as ceras dêsse tipo já conhecidas, perdem a sua. fle
em tambores de metal ou de fibra, de 400 libras de j- capacidade. •» t *=
'
ciado por quem o foi, representava, sem dúvida, um plano seriamente considera do. O Plano Marshall também fôra lan
çado num discurso mais ou menos im
preciso, e hoje é uma "realidade grandio-
sa oc* — uma iniciativa sem ^precedentes,
pela sua envergadura e alcance, nos anais da lústória da cooperação econômi ca e política entre as nações. O "bold new prograni", anunciado por Truman no ato""festivo de sua investi-
militar-chdl do ex-secretário do Estado
samento de papel, porquanto o seu maior grau de flexibilidade possibilita o seu emprêgo na fabricação de pacotes para gêneros alimentícios e papel encerado. Suo menos quebradiços e, dessa forma, tendem a evitar a penetração da unidade. As
xibilidade a 30 graus. O novo produto está senão vendido em vagões-tanques ou
xima, ou remota. Apesar disso, enun
ação governamental que ele traçou na histórica oração proferida em 20 de ja
responsabilidades da presidência dos Es
!
á forma ou meios de sua realização pró
dura no govêmo, foi, por isso mesmo — pelo precedente do plano que consagrou
que se refere a dureza, adesividaae e flexibilidade a baixas fem.peraftírf7.ç. Os novos produtos destinam-se esjjecialmente às indústrias de papel e proccs-
Unas mais flexíveis e mais adesivas, sem aumentar a percentagem de óleo. ^ companhia acima referida informou que as novas ceras constituem o me lhoramento njais impoi-tante no gênero, desde que se iniciou a produção comercial das ceras micro-cristalinas, há mais de vinte anos. Durante as experiências dc laboratório, a "S/V Magnowax" reteve a sua flexibilidade a 15 graus Farcnhcii
enunciado em termos gerais, de maneira
so "quarto ponto" do esquema básico da
Marshall inspirou, sem dúvida, o famo
A Socony-VacuumOil Companij acaba de anunciar a produção de um novo }- 7^7 superiores dosconhecidas como "S/V que oprescnm qualidades tipos tradicionais dêsseMagnowaxes", produto, es^iecialmenle no
O pensamento, ou melhor, o propó
de sua posse, depois da esplendi
plano dos trabalhos que cabia aos Es tados Unidos desenvolver nos dias cor rentes, mencionou Truman "um arro
jado novo programa a fim de tornar os . frutos do nosso progresso científico e industrial proveitoso para o desenvolvi mento e o crescimento das áreas atrasa das".
para a posteridade a nobre figura de — saudado com alvorôço e júbilo pelos
países e povos situados naquelas regiões que ainda não receberam os benefícios da cúilízação, e que viram logo na
ajuda prometida a oportunidade sonha da para desenvolver proficuamente a e.x-
ploração das suas riquezas e elevar em conseqüência, pela incorporação da téc nica moderna, o "standard de vida da humanidade que ali vegeta no atraso e
no esgotamento paulatino das riquezas naturais do meio e das resistências or
gânicas que as endemias consomem. A promessa de Truman foi festejada
18
Dicesto
Econômico
nuado de todo um povo, é imprescindí
de solidariedade c caminhem mais uma
vel que os dois Estados de maior aden samento demográfico e de cuja união
vez lado a lado, a fim dc contribuírem, decisivamente, para a concretização des
de vistas tantos benefícios já colheu a
ses ideais dc que dependem tão de perto
nossa Pátria, conjuguem já e já os seus esforços, reforcem de novo os seus elos
cional, mas o próprio destino do Brasil.
Temas e problemas em debate Dario de
Almeida Magalhães
Desenvolvimento das dreas economicamente
não só o futuro do regime fedemtivo na
atrasadas
O Presidente Truman marcou o ato-
sito do chefe do governo americano foi
da vitória eleitoral que alcançou, com
vaga, no que diz respeito à extensão do programa, aos seus objetivos imediatos,
um discurso audacioso em planos e pro
jetos, afinado, pelo tom de que se re vestiu, com o espírito arrojado das pro messas lançadas no povo americano pelo candidato, que a essa decisão na cam
panha, na sua última fase, deveu o triunfo, em que ninguém acreditava. O sucessor de Roosevelt tomou nas mãos
a bandeira de reformas que engrande
cera a ação do glorioso estadista, cuja herança lhe coube em hora culminante;
e ampliando o sentido renovador da po lítica do "New Deal" no "Fair Deal",
quis ainda Truman dilatar-lhe o alcance rio plano exterior. O sucesso do Plano
tados Unidos para um novo período, uma parcela substancial das próprias
neiro deste ano, ao receber, com as
responsabilidades do gov^mo do mundo. Como "quarto ponto" dessa síntese do
passo que as ceras dêsse tipo já conhecidas, perdem a sua. fle
em tambores de metal ou de fibra, de 400 libras de j- capacidade. •» t *=
'
ciado por quem o foi, representava, sem dúvida, um plano seriamente considera do. O Plano Marshall também fôra lan
çado num discurso mais ou menos im
preciso, e hoje é uma "realidade grandio-
sa oc* — uma iniciativa sem ^precedentes,
pela sua envergadura e alcance, nos anais da lústória da cooperação econômi ca e política entre as nações. O "bold new prograni", anunciado por Truman no ato""festivo de sua investi-
militar-chdl do ex-secretário do Estado
samento de papel, porquanto o seu maior grau de flexibilidade possibilita o seu emprêgo na fabricação de pacotes para gêneros alimentícios e papel encerado. Suo menos quebradiços e, dessa forma, tendem a evitar a penetração da unidade. As
xibilidade a 30 graus. O novo produto está senão vendido em vagões-tanques ou
xima, ou remota. Apesar disso, enun
ação governamental que ele traçou na histórica oração proferida em 20 de ja
responsabilidades da presidência dos Es
!
á forma ou meios de sua realização pró
dura no govêmo, foi, por isso mesmo — pelo precedente do plano que consagrou
que se refere a dureza, adesividaae e flexibilidade a baixas fem.peraftírf7.ç. Os novos produtos destinam-se esjjecialmente às indústrias de papel e proccs-
Unas mais flexíveis e mais adesivas, sem aumentar a percentagem de óleo. ^ companhia acima referida informou que as novas ceras constituem o me lhoramento njais impoi-tante no gênero, desde que se iniciou a produção comercial das ceras micro-cristalinas, há mais de vinte anos. Durante as experiências dc laboratório, a "S/V Magnowax" reteve a sua flexibilidade a 15 graus Farcnhcii
enunciado em termos gerais, de maneira
so "quarto ponto" do esquema básico da
Marshall inspirou, sem dúvida, o famo
A Socony-VacuumOil Companij acaba de anunciar a produção de um novo }- 7^7 superiores dosconhecidas como "S/V que oprescnm qualidades tipos tradicionais dêsseMagnowaxes", produto, es^iecialmenle no
O pensamento, ou melhor, o propó
de sua posse, depois da esplendi
plano dos trabalhos que cabia aos Es tados Unidos desenvolver nos dias cor rentes, mencionou Truman "um arro
jado novo programa a fim de tornar os . frutos do nosso progresso científico e industrial proveitoso para o desenvolvi mento e o crescimento das áreas atrasa das".
para a posteridade a nobre figura de — saudado com alvorôço e júbilo pelos
países e povos situados naquelas regiões que ainda não receberam os benefícios da cúilízação, e que viram logo na
ajuda prometida a oportunidade sonha da para desenvolver proficuamente a e.x-
ploração das suas riquezas e elevar em conseqüência, pela incorporação da téc nica moderna, o "standard de vida da humanidade que ali vegeta no atraso e
no esgotamento paulatino das riquezas naturais do meio e das resistências or
gânicas que as endemias consomem. A promessa de Truman foi festejada
20
Dicesto Econômico
por muitos como um novo Plano Mar
shall, destinado a beneficiar, com larga distribuição de dólares, as nações "mar ginais", deserdadas da fortuna e da téc
nica, até agora condenadas à condição
inferior de fornecedores de matérias-pri mas e de produtores de gêneros agríco las e artigos industriais em bases econòmicamente onerosas, e desfavoráveis, portanto, à própria riqueza coletiva.
Como os países da" Europa Ocidental,
As nações atrasadas, que formam co mo "gatas-borralhciias" no seio da co
munidade universal, têm direitos legíti
ceberam a \isitã de delegações desse gênero. O mais está resers-ado à ini
mos a reivindicar e o fazem cm nome
ciativa particular, aos capitalistas e com
dos retardados.
da segurança coletiva e do próprio re
panhias privadas. E da cooperação dessa natureza os dois exemplos até agora in
A cooperação dos Estados Unidos ao
desenvolvimento de tais países seria, por enquanto, concretizíida através do capi tal privado e da assistência e dos con-
solhos técnicos de especialistas capazes pela sua experiência e capacidade de
orientar o estudo e a solução dos pro
Estados Unidos com 17 bilhões de dó
pitalistas e empresas americanas depen
"da sub-vida, da penúria e das priva ções, as nações — no todo ou em grande parte ainda não incorporadas à civili-
^ção atual — haveriam de receber tam bém uma assistência substancial, técnica, em máquinas, em
em
blemas locais. E a colaboração dos ca
O Pre.sidente Truman, a cujo pensa
como coordenador dos assuntos inter-
colocado oficialmente o problema, com a sua autoridade ímpar, haveria bem de medir a responsabilidade que assumiu, as ambições e reclamações que iria pro vocar, e as dificuldades que deveria en
americanos durante a recente guerra. O primeiro dirigiu as vistas para a Libéria, e nesta república da África conduz os negócios dc uma poderosa considerados fabulosos. Segundo expõe,
" Se a execução do Plano Marshall sus citou vivas reações o embaraços na Eu
em artigo do magazine do "New York
que é, agora mais do que nunca, suspi-
ropa, nos velhos países feridos no seu
R. Espry (indicado como autoridade no
orgulho de receberem uma tutela (em bora generosa e útil, mas sempre uma
assunto — "as nações atrasadas"), a
caz, e atraído pelo lucro, e não por ra zões sentimentais.
vas que o Plano Marshall objetivava deter ou anu
D
de
seus
interpretação dos propósi
sem grandes_tTadiçõcs históricas; se êsses
tos dos Estados Unidos em
velhos países, atingidos na sua secular vaidade, porém seguros de si, da sua
de suas subsidiárias pelos nacionais. E
face das nações econòmicamente atrasadas foi vasta
madureza e força, não se acomodaram,
e justificada. A idéia fôra
senão pelas circunstâncias prementes, à
iniciativas se registram no Brasil e na Venezuela, objetivando o desenvolvi
posta em termos de negó
ajuda, que inevitàvelmente -restringe e
mento dos métodos de trabalho agrícola,
cio, como era natural que
arranha os pruridos de soberania e do
sobretudo neste último país, cujo pro"
o fôsse; 6 à luz de tal cri
auto-comando, que esperar das nações
tério, fôra sagazmente de
blema de alimentação tem sido objeto da cooperação do consórcio que organi zou, e que opera em bases mercantis. A iniciativa privada em empreendi mentos da natureza dos previstos no "quarto ponto" do "Fair Deal" de Tru man há de ser precária e restrita, uma vez que os rendimentos que oferecem para os vastos capitais necessários hão de ser a longo prazo, e muitos sob for ma indireta. A cooperação imaginada,
fendida a iniciativa, pela dupla razão
vastadora.
de que com o desenvolvimento dos paí ses atrasados abrir-se-iam novos e vas
cano", do medo de uma companhia, de
tíssimos mercados aos excessos^ de produ
um colaborador
ção que os Estados Unidos irão en
mais poderoso e rico?
moldes do Plano Marshall, de auxilio direto e imediato em recursos financei
ros ou equipamentos. Os encargos que os Estados Unidos haviam tomado com
o auxílio à Europa até 1951, não lhes permitiam novas inversões em outras
companhia de Stettinius 'trabalha em cooperação com o govêrno da Libéria e possibilita a compra gradual do capital
tutela) do um país de outro continente,
atrasadas, com seu complexo colonial, com a desconfiança que a sua fraqueza suscita diante do "imperialismo •ameri
ponto" de seu discurso, era uma promes sa para ser cumprida, não, porém, nos
Times",, de 6 de março último, Willard
A decepção diante dessa
miséria das populações, o meio propício para expansão fácil e de porém, se desfizeram. O audacioso pro grama de Truman, esboçado no "quarto
empresa empenhada em desenvolver os recursos naturais do país, que são
propósitos.
contra as forças subversi
Essas esperanças ou expectativas cedo,
velt, e Nelson Rockefeller, que serviu
mento generoso cabe o mérito dc haver
que daqueles: dependeria, em última análise, das garantias, da segurança e do interôsse proporcionados ao capital —
dida política de defesa
riam, na ignorância e na
dicados são os de Edward R. Stettinius,
antigo Secretário de Estado de Roose-
nos incorporamos.
frentar, no desenvolvimento
da mesma forma, uma me
regiões atrasadas, encontra
gime que se pretende defender, como integrante do tipo de civilização cm que
Haiti, Brasil, México recentemente re
deria (foi logo acentuado) muito mais dos paí.ses interessados em obtô-la do
capitais, que representasse,
lar na Europa e que, nas
21
áreas — foi a explicação que se apresen tou aos que se adiantaram cm plcitenr a efetiva c pronta ajuda da nação ameri cana aos seus países situados na área
que se dispuseram a resistir ao domínio comunista, estão sendo ajudados pelos
lares, aquelas outras nações muito mais necessitadas de tal auxílio, para saírem
Dicesto EcoNó^^co
frentar fatalmente, dentro em breve, e
se saneariam socialmente imensas popu lações que, no estado atual em que vege tam, são presas fáceis das doutrinas
subversivas. E bastaria o exemplo da China para abrir a compreensão do povo americano ao rendoso negócio que se lhe estava propondo.
tão
desmedidamente
Quanto à ação oficial dos Estados Unidos, no que respeita ao anunciado auxílio ao progresso das regiões atrasa das, ela se tem limitado, até aqui, efeti vamente, ás missões de técnicos — finan
cistas sobretudo — que estudam e opi nam sôbre os problemas que lhes são apresentados.
quanto a Nelson Rockefeller, as suas
de caráter político, no mais alto sentido da expressão, há de ser normalmente ta refa de governos, ou de organismos in ternacionais adequados.
20
Dicesto Econômico
por muitos como um novo Plano Mar
shall, destinado a beneficiar, com larga distribuição de dólares, as nações "mar ginais", deserdadas da fortuna e da téc
nica, até agora condenadas à condição
inferior de fornecedores de matérias-pri mas e de produtores de gêneros agríco las e artigos industriais em bases econòmicamente onerosas, e desfavoráveis, portanto, à própria riqueza coletiva.
Como os países da" Europa Ocidental,
As nações atrasadas, que formam co mo "gatas-borralhciias" no seio da co
munidade universal, têm direitos legíti
ceberam a \isitã de delegações desse gênero. O mais está resers-ado à ini
mos a reivindicar e o fazem cm nome
ciativa particular, aos capitalistas e com
dos retardados.
da segurança coletiva e do próprio re
panhias privadas. E da cooperação dessa natureza os dois exemplos até agora in
A cooperação dos Estados Unidos ao
desenvolvimento de tais países seria, por enquanto, concretizíida através do capi tal privado e da assistência e dos con-
solhos técnicos de especialistas capazes pela sua experiência e capacidade de
orientar o estudo e a solução dos pro
Estados Unidos com 17 bilhões de dó
pitalistas e empresas americanas depen
"da sub-vida, da penúria e das priva ções, as nações — no todo ou em grande parte ainda não incorporadas à civili-
^ção atual — haveriam de receber tam bém uma assistência substancial, técnica, em máquinas, em
em
blemas locais. E a colaboração dos ca
O Pre.sidente Truman, a cujo pensa
como coordenador dos assuntos inter-
colocado oficialmente o problema, com a sua autoridade ímpar, haveria bem de medir a responsabilidade que assumiu, as ambições e reclamações que iria pro vocar, e as dificuldades que deveria en
americanos durante a recente guerra. O primeiro dirigiu as vistas para a Libéria, e nesta república da África conduz os negócios dc uma poderosa considerados fabulosos. Segundo expõe,
" Se a execução do Plano Marshall sus citou vivas reações o embaraços na Eu
em artigo do magazine do "New York
que é, agora mais do que nunca, suspi-
ropa, nos velhos países feridos no seu
R. Espry (indicado como autoridade no
orgulho de receberem uma tutela (em bora generosa e útil, mas sempre uma
assunto — "as nações atrasadas"), a
caz, e atraído pelo lucro, e não por ra zões sentimentais.
vas que o Plano Marshall objetivava deter ou anu
D
de
seus
interpretação dos propósi
sem grandes_tTadiçõcs históricas; se êsses
tos dos Estados Unidos em
velhos países, atingidos na sua secular vaidade, porém seguros de si, da sua
de suas subsidiárias pelos nacionais. E
face das nações econòmicamente atrasadas foi vasta
madureza e força, não se acomodaram,
e justificada. A idéia fôra
senão pelas circunstâncias prementes, à
iniciativas se registram no Brasil e na Venezuela, objetivando o desenvolvi
posta em termos de negó
ajuda, que inevitàvelmente -restringe e
mento dos métodos de trabalho agrícola,
cio, como era natural que
arranha os pruridos de soberania e do
sobretudo neste último país, cujo pro"
o fôsse; 6 à luz de tal cri
auto-comando, que esperar das nações
tério, fôra sagazmente de
blema de alimentação tem sido objeto da cooperação do consórcio que organi zou, e que opera em bases mercantis. A iniciativa privada em empreendi mentos da natureza dos previstos no "quarto ponto" do "Fair Deal" de Tru man há de ser precária e restrita, uma vez que os rendimentos que oferecem para os vastos capitais necessários hão de ser a longo prazo, e muitos sob for ma indireta. A cooperação imaginada,
fendida a iniciativa, pela dupla razão
vastadora.
de que com o desenvolvimento dos paí ses atrasados abrir-se-iam novos e vas
cano", do medo de uma companhia, de
tíssimos mercados aos excessos^ de produ
um colaborador
ção que os Estados Unidos irão en
mais poderoso e rico?
moldes do Plano Marshall, de auxilio direto e imediato em recursos financei
ros ou equipamentos. Os encargos que os Estados Unidos haviam tomado com
o auxílio à Europa até 1951, não lhes permitiam novas inversões em outras
companhia de Stettinius 'trabalha em cooperação com o govêrno da Libéria e possibilita a compra gradual do capital
tutela) do um país de outro continente,
atrasadas, com seu complexo colonial, com a desconfiança que a sua fraqueza suscita diante do "imperialismo •ameri
ponto" de seu discurso, era uma promes sa para ser cumprida, não, porém, nos
Times",, de 6 de março último, Willard
A decepção diante dessa
miséria das populações, o meio propício para expansão fácil e de porém, se desfizeram. O audacioso pro grama de Truman, esboçado no "quarto
empresa empenhada em desenvolver os recursos naturais do país, que são
propósitos.
contra as forças subversi
Essas esperanças ou expectativas cedo,
velt, e Nelson Rockefeller, que serviu
mento generoso cabe o mérito dc haver
que daqueles: dependeria, em última análise, das garantias, da segurança e do interôsse proporcionados ao capital —
dida política de defesa
riam, na ignorância e na
dicados são os de Edward R. Stettinius,
antigo Secretário de Estado de Roose-
nos incorporamos.
frentar, no desenvolvimento
da mesma forma, uma me
regiões atrasadas, encontra
gime que se pretende defender, como integrante do tipo de civilização cm que
Haiti, Brasil, México recentemente re
deria (foi logo acentuado) muito mais dos paí.ses interessados em obtô-la do
capitais, que representasse,
lar na Europa e que, nas
21
áreas — foi a explicação que se apresen tou aos que se adiantaram cm plcitenr a efetiva c pronta ajuda da nação ameri cana aos seus países situados na área
que se dispuseram a resistir ao domínio comunista, estão sendo ajudados pelos
lares, aquelas outras nações muito mais necessitadas de tal auxílio, para saírem
Dicesto EcoNó^^co
frentar fatalmente, dentro em breve, e
se saneariam socialmente imensas popu lações que, no estado atual em que vege tam, são presas fáceis das doutrinas
subversivas. E bastaria o exemplo da China para abrir a compreensão do povo americano ao rendoso negócio que se lhe estava propondo.
tão
desmedidamente
Quanto à ação oficial dos Estados Unidos, no que respeita ao anunciado auxílio ao progresso das regiões atrasa das, ela se tem limitado, até aqui, efeti vamente, ás missões de técnicos — finan
cistas sobretudo — que estudam e opi nam sôbre os problemas que lhes são apresentados.
quanto a Nelson Rockefeller, as suas
de caráter político, no mais alto sentido da expressão, há de ser normalmente ta refa de governos, ou de organismos in ternacionais adequados.
Dicesto EcosÓNnco
22
Dicesto Econômico
Muitas obras grandiosas vêm sendo mencionadas como enquadradas no Pla no Truman (e já objeto de estudos). No artigo referido anteriormente se citam algumas a serem realizadas no Vale do Jordão, no Iraque, no Irã, no Afganistão, no Egito, envoK-endo irrigação, grandes
que represente qualquer interferência do poder estrangeiro na vida econômica c política interna do país assistido, senão dentro dos limites que a cooperação justifique. Por tôdas essas razões, o normal é
23
americanos no exterior, de 8 bilhões cm
perialismo econômico.
1929, SC reduziram a 3 bilhões em 1938. Com a devastação econômica da Europa, decorrente da xiUinia guerra, a situação
que ser enfrentados. Agora já estão pos
centrais elétricas, saneamento e estradas.
que, nas circunstâncias atuais, o plano de ajuda aos países atrasados seja exe
Na África, os ingleses e norte-america nos, em articulação, empreendem gran
cutado por uma organização de ordem
se agravou, no que diz rc.speito u depen dência dos capitais americanos; só estes podem manter o fluxo de negócios inter nacionais até que o equilíbrio se re.stau-
internacional, integrado na ONU. E foi
des obras do mesmo gênero. A recen te descoberta do antricido — específico
certamente levado por tal espírito que o delegado americano Willard Thorp, em
re lentamente.
contra a moléstia do sono — abriu a pos
fevereiro último, apresentou o assunto
Isto é: os Estados Uni
dos, que sempre preferiram o desenvol
Terão, todavia,
tos em pauta. E para os países, como o nosso, que necessitam de técnica e de
capitais para elevar o nível de vida da população, a questão é fundamental sob todos os pontos: pelo que podemos lu
crar, e (principalmente, talvez) pelos riscos que corremos, se os benefícios da cooperação se desviarem para outras
vimento de um mercado interno de imen
áreas situadas em igu.al latitude, onde
as nossas produções básicas possam ser fomenUrdas com os outros meios mais
sibilidade do aproveitamento de uma área
oficialmente à consideração do Con
quatro vêzes maior do que a Argentina
sa envergadura, precisam considerar a expansão dos seus investimentos no ex
para a criação de gado. Da África pro
selho Econômico e Social das Nações Unidas; c êste Conselho, acolhendo a
curam igualmente os ingleses obter o
sugestão, deliberou que a matéria será
terior como uma necessidade vital para a economia universal, e, portanto, da
e.xpulsar, pela concorrência, dos merca-
abastecimento de óleos e gorduras.
objeto de deliberação da próxima reu
sua própria —
dós internacionais.
A índia e a China, pela sua vastidão e imensas massas humanas, são dois
nião em Genebra, em julho vindouro, "a fim de estabelecer um programa de
campos em que a cooperação imaginada
cooperação técnica para o desenvob-i-
encontrará um sorvedouro de recursos.
mento econômico, os métodos de finan
E que dizer da América Latina, tão
próxima dos Estados Unidos, e com eles solidária nas horas em que a unidade americana é uma peça importante no
jôgo da política internacional? Ê claro que precisa, e muito, da ajuda idêntica
à que agora está reerguendo e moderni zando os instrumentos de trabalho da Europa.
A era colonial já está vencida. Ê im
ciar esse programa e sugerir meios de ar ticular a sua planificação e execução". Dessa maneira, a idéia apresentada
pelo Presidente Truman passou a ser
numa
ilha fabulosamente rica cercada por um mundo arruinado.
Os problemas dos ínvestiríjentos, as
sos homens de govêmo e dos estudiosos mais esclarecidos e mais vigilantes na
s OBJETIVOS políticos do plano Mar shall foram plenamente atingidos.
áreas atrasadas há de contar, nesta qua
Ao assinalar-se, em abril último, o pri
dra sobretudo, com a riqueza dos Esti\-
possível retomar aos quadros econômi cos do século passado, em que a Ingla terra, monopolizando os capitais e a téc
meiro aniversário do início da execução
dos Unidos.
do vastíssimo programa de cooperação,
nica, mantinha o seu império colonial co mo fornecedor de matérias-primas e
da 1.''^ guerra mundial — acentuou re
comprador de produtos acabados. Os capitais e a técnica também se expan
terra, a França e a Alemanha invertiam
traduzir o triunfo alcançado pela ação norte-americana no campo da política
grandes capitais no exterior.
internacional.
diram, e tiveram necessidade de emi
dois conflitos mundiais essa expansão de capitais se enfraqueceu profimdamente.
ajuda planejada foi,.conforme se procla
A Europa ocidental deixou de exportá-
grar, e acabaram, êles próprio.s, por que
brar o prestígio da metrópole. Hoje, a cooperação há de ser prestada com ou tro espírito, com verdadeiro e.spírito de colaboração, com garantias, porém sem
centemente o "Econoinist" — a Ingla Entre os
defesa dos verdadeiros interêsses na cionais.
Primeiro ano de execução do Plano Marshall
o
nação em condições de cooperar valio samente ém tarefa desse gênero. Antes
sobre êle se fi.xem as atenções dos nos
suscita são sérios e vários, desdobrandose numa gama numerosa entre o. nacio nalismo exacerbado e os riscos do im
qualquer plano de desenvolvimento das Não há nenhuma outra
A transcendência do problema para nós supera qualquer outro, e impõe que
questões que a cooperação planejada
agora \im programa objetivamente pro posto à O.N.U. Não há dúvida de que a execução de
não podem eles ""ter a
veleidade de se tran.sformarem
modernos de trabalho, ameaçando-nos
destinado a reerguer econòraicamente a
Europa ocidental, a assinatura do "Pacto do Atlântico" por si só bastaria para O intento manifesto da
petaculares se alimentavam justamente desses fatores de desordeni e mal-estar
que urgia debelar. Os últimos resulta dos eleitorais apresentados nos focos em que a ação comunista se mostrou mais
eficiente e adquiriu maior profundidade mostram que o saneamento da econo mia é o antídoto eficaz que os Estados Unidos estão nrinistrando aos países de
bilitados pela guerra, e pela anarquia interna que ela trou-xe.
peration Act", manter "a liberdade in
Se a cifra fabulosa das inversões as sustou o contribuinte americano, hoje não há senão os obstinados que não per
los. Suspenderam-se os empréstimos ex
dividual e as instituições Iíntcs" na Eu
cebem que o negócio, que Mr. Hoffman
ternos. Os Estados Unidos não tomaram,
ropa, pela restauração da prosperidade
administra com o mesmo dinamismo com
porém, o lugar vago: .os Investimèntos
econômica. O perigo a enfrentar era a expansão soviética, cujas conquistas es
que serviu à prosperidade da Companhia
mou no preâmbulo do "European Coo-
"Studebaker", é um negócio altamen-
Dicesto EcosÓNnco
22
Dicesto Econômico
Muitas obras grandiosas vêm sendo mencionadas como enquadradas no Pla no Truman (e já objeto de estudos). No artigo referido anteriormente se citam algumas a serem realizadas no Vale do Jordão, no Iraque, no Irã, no Afganistão, no Egito, envoK-endo irrigação, grandes
que represente qualquer interferência do poder estrangeiro na vida econômica c política interna do país assistido, senão dentro dos limites que a cooperação justifique. Por tôdas essas razões, o normal é
23
americanos no exterior, de 8 bilhões cm
perialismo econômico.
1929, SC reduziram a 3 bilhões em 1938. Com a devastação econômica da Europa, decorrente da xiUinia guerra, a situação
que ser enfrentados. Agora já estão pos
centrais elétricas, saneamento e estradas.
que, nas circunstâncias atuais, o plano de ajuda aos países atrasados seja exe
Na África, os ingleses e norte-america nos, em articulação, empreendem gran
cutado por uma organização de ordem
se agravou, no que diz rc.speito u depen dência dos capitais americanos; só estes podem manter o fluxo de negócios inter nacionais até que o equilíbrio se re.stau-
internacional, integrado na ONU. E foi
des obras do mesmo gênero. A recen te descoberta do antricido — específico
certamente levado por tal espírito que o delegado americano Willard Thorp, em
re lentamente.
contra a moléstia do sono — abriu a pos
fevereiro último, apresentou o assunto
Isto é: os Estados Uni
dos, que sempre preferiram o desenvol
Terão, todavia,
tos em pauta. E para os países, como o nosso, que necessitam de técnica e de
capitais para elevar o nível de vida da população, a questão é fundamental sob todos os pontos: pelo que podemos lu
crar, e (principalmente, talvez) pelos riscos que corremos, se os benefícios da cooperação se desviarem para outras
vimento de um mercado interno de imen
áreas situadas em igu.al latitude, onde
as nossas produções básicas possam ser fomenUrdas com os outros meios mais
sibilidade do aproveitamento de uma área
oficialmente à consideração do Con
quatro vêzes maior do que a Argentina
sa envergadura, precisam considerar a expansão dos seus investimentos no ex
para a criação de gado. Da África pro
selho Econômico e Social das Nações Unidas; c êste Conselho, acolhendo a
curam igualmente os ingleses obter o
sugestão, deliberou que a matéria será
terior como uma necessidade vital para a economia universal, e, portanto, da
e.xpulsar, pela concorrência, dos merca-
abastecimento de óleos e gorduras.
objeto de deliberação da próxima reu
sua própria —
dós internacionais.
A índia e a China, pela sua vastidão e imensas massas humanas, são dois
nião em Genebra, em julho vindouro, "a fim de estabelecer um programa de
campos em que a cooperação imaginada
cooperação técnica para o desenvob-i-
encontrará um sorvedouro de recursos.
mento econômico, os métodos de finan
E que dizer da América Latina, tão
próxima dos Estados Unidos, e com eles solidária nas horas em que a unidade americana é uma peça importante no
jôgo da política internacional? Ê claro que precisa, e muito, da ajuda idêntica
à que agora está reerguendo e moderni zando os instrumentos de trabalho da Europa.
A era colonial já está vencida. Ê im
ciar esse programa e sugerir meios de ar ticular a sua planificação e execução". Dessa maneira, a idéia apresentada
pelo Presidente Truman passou a ser
numa
ilha fabulosamente rica cercada por um mundo arruinado.
Os problemas dos ínvestiríjentos, as
sos homens de govêmo e dos estudiosos mais esclarecidos e mais vigilantes na
s OBJETIVOS políticos do plano Mar shall foram plenamente atingidos.
áreas atrasadas há de contar, nesta qua
Ao assinalar-se, em abril último, o pri
dra sobretudo, com a riqueza dos Esti\-
possível retomar aos quadros econômi cos do século passado, em que a Ingla terra, monopolizando os capitais e a téc
meiro aniversário do início da execução
dos Unidos.
do vastíssimo programa de cooperação,
nica, mantinha o seu império colonial co mo fornecedor de matérias-primas e
da 1.''^ guerra mundial — acentuou re
comprador de produtos acabados. Os capitais e a técnica também se expan
terra, a França e a Alemanha invertiam
traduzir o triunfo alcançado pela ação norte-americana no campo da política
grandes capitais no exterior.
internacional.
diram, e tiveram necessidade de emi
dois conflitos mundiais essa expansão de capitais se enfraqueceu profimdamente.
ajuda planejada foi,.conforme se procla
A Europa ocidental deixou de exportá-
grar, e acabaram, êles próprio.s, por que
brar o prestígio da metrópole. Hoje, a cooperação há de ser prestada com ou tro espírito, com verdadeiro e.spírito de colaboração, com garantias, porém sem
centemente o "Econoinist" — a Ingla Entre os
defesa dos verdadeiros interêsses na cionais.
Primeiro ano de execução do Plano Marshall
o
nação em condições de cooperar valio samente ém tarefa desse gênero. Antes
sobre êle se fi.xem as atenções dos nos
suscita são sérios e vários, desdobrandose numa gama numerosa entre o. nacio nalismo exacerbado e os riscos do im
qualquer plano de desenvolvimento das Não há nenhuma outra
A transcendência do problema para nós supera qualquer outro, e impõe que
questões que a cooperação planejada
agora \im programa objetivamente pro posto à O.N.U. Não há dúvida de que a execução de
não podem eles ""ter a
veleidade de se tran.sformarem
modernos de trabalho, ameaçando-nos
destinado a reerguer econòraicamente a
Europa ocidental, a assinatura do "Pacto do Atlântico" por si só bastaria para O intento manifesto da
petaculares se alimentavam justamente desses fatores de desordeni e mal-estar
que urgia debelar. Os últimos resulta dos eleitorais apresentados nos focos em que a ação comunista se mostrou mais
eficiente e adquiriu maior profundidade mostram que o saneamento da econo mia é o antídoto eficaz que os Estados Unidos estão nrinistrando aos países de
bilitados pela guerra, e pela anarquia interna que ela trou-xe.
peration Act", manter "a liberdade in
Se a cifra fabulosa das inversões as sustou o contribuinte americano, hoje não há senão os obstinados que não per
los. Suspenderam-se os empréstimos ex
dividual e as instituições Iíntcs" na Eu
cebem que o negócio, que Mr. Hoffman
ternos. Os Estados Unidos não tomaram,
ropa, pela restauração da prosperidade
administra com o mesmo dinamismo com
porém, o lugar vago: .os Investimèntos
econômica. O perigo a enfrentar era a expansão soviética, cujas conquistas es
que serviu à prosperidade da Companhia
mou no preâmbulo do "European Coo-
"Studebaker", é um negócio altamen-
Digesto Econômico
24
25
Dicesto Econômico
te rendoso, antes de tudo porque é a arma de defesa e sobrevivência do "ame-
rican-way-of-life", que merece bem os sacrifícios que custa, pelo menos aos olhos do cidadão americano consciente
da superioridade do seu nível do vida em relação aos outros povos.
Os resultados econômicos, para a re construção do mundo e sustentação do
regime a que os Estados Unidos per tencem, e de que são hoje a garantia,
fixadas em cifras que exprimiam os ní veis a serem alcançados nos quatro anos i de realização do programa.
Quanto ao aumento da produção agrí cola c industrial, o resultado apresen tado pelos 19 países participantes do Plano Mar.shall, neste primeiro ano, é muito favorável. Em 1947, a produção industrial na Europa ocidental, incluin do a bizonia, foi em mais dc 20íf infe
f
í
tínuar na extravagante dependência da
tudo de modo a obter-se a redução do
importação do carvão americano — as
custo e o aumento da produção por ho
sinala o órgão londrino.
mem.
Em compensação, a atividade da in dústria sidenirgica em todos os países da Europa Ocidental surpreendeu os
pessimistas. Nos 12 meses dc 1948, o progresso foi grande, assinalou um gran de avanço em relação a 1947; e tôdas
rior «á de 1938. O trabalho de soergxu-
as necessidades estariam atendidas com
mento cm 1948 foi, porém, profícuo
a própria produção local se elas se hou
o curador e o guardião supremo — não foram menos fecundos que os resultados
pois que cm 10 das nações principais
políticos. E nem estes se alcançariam
incluídas no p'ano, o índice médio do
sem aquêles. É o que se conclui do exame a que procedeu, com
aumento de produção industrial foi pre
vessem mantido nas bases registradãs há dez anos atrás. As e.xigências de aço e de produtos de aço são agora,
a objetividade habitual, o
que cm muitos casos supe
porém, muito maiores, e a capacidade de produção neste setor precisa ampliar-
"Economist" nas edições
rou os níveis de 1937
se sensivelmente.
de 2. 9 e 16 de abril.
que foi para parte da Eu
Para atingir o alvo pre
cisamente de 20%, sendo
visto como resultado final
ropa mais próspero que 1938. ^
do plano a executar-se de
E, relativamente, o mais
1948 a 1951, isto é, resta
belecer o equilíbrio e a saúde econômica da Euro
pa Ocidental, de modo que, a partir de 1952, ela se pudesse sustentar nos
próprios pés, apoiada nu ma
estrutura
econômica
reabilitada — nos termos dos propósitos enunciados por Marshall no seu discurso proferido em Harvard, em 5 de junho'de 1947 _ a cooperação dos recursos nor te-americanos deveria ser aplicada pelos
no último ano foi registnx-
mo o único país industrial do grupo Marshall cm ní vel de atividade econômica considera velmente inferior à de antes da guerra Assinala o "Economist" que essa -res surreição econômica é tanto mais ex
pressiva quanto se considere que a pri>,
1939, mesmo com a vigorosa expansão
e das finanças.
da produção alemã. No abastecimento de carvão, no au
dentes, e o esforço recuperador se verifi caria por etapas precisamente definidas e
te de si.
mento da produção por homem e na redução do custo da tonelada, resido uíxx.
problema capital, sob pena de se con-
corresimndem aos do incremento da produção. O insucesso neste campo — comenta o "Economist" — não se deve
imputar ã axisência de boas intenções ou de esforços sérios, e sim, porém, às
dificuldades e à magnitude do próprio
problema. Os progressos realizados fo ram, apesar disso, dignos de louvor e de certa forma animadores; se bem que
sejam indisfarçàvelmente insignificantes em face do que cumpria e ainda cum pre alcançar. Os 19 países participantes do Plano Marshall lograram reduzir o déficit to tal de $7.800 milhões em 1947 para $5.500 milhões em 1948, ao mesmo
tempo que baixaram o déficit comercial com os Estados Unidos de cerca de 30% _ de $4.200 para $3.200 milhões. A situação se modificou favxjiàvelinen-
Também as colheitas agrícolas em ' te, mais pela abstenção de importa
monetária. Em contraste, a Itália se apresentou co
estabilização da moeda, dos orçamentos Os três alvos deveriam ser perseguidos
possíveis excedentes ô problema que os países interessados têm agora dian
do na Áustria e na Ale manha, depois da refonna
cio internacional em bases multilaterais;
simultâneamente porque são interdepen
ses de 1948 que já surgiu o receio de saturação dos mercados da Europa oci dental; e a necessidade de exportar os
alto índice de recupenição
dução de car\'ão — normalmente a base da atividade das usinas — continua defi ciente, e.stanclo longe de alcançar, mx Europa ocidental, os níveis anteriores a
16 (depois 19) países assistidos em três fins precisos: aumento da produção in dustrial e agrícola; expansão do comér
A produção dc bens de consumo se
expandiu de tal forma nos últimos me
No que se refere ao comércio inter nacional, os resviltados oferecidos não
1948 foram consicleráveis, permitindo um abastecimento de gêneros alimentí
V
cios em nível geral superior a 10% ao alcançado há uma década atrás. Relativamente à produção — conclui o "Economist", depois de indicar essas cifras que falam por si mesmas — o
ções do que pelo aumento da .exportação; em nove dos principais países integra
dos no plano, esta cresceu cerca de 32%, e aquelas apenas 9%. E no comér cio entre si, os países beneficiários rea lizaram importações em total correspon
dente a perto de 65% do nível anterior à guerra. A situação, se não é boa, seria catas
Plano Marshall, no seu primeiro ano de execução, representou notável sucesso. De 1947 para 1948, em suma, o nível
Plano Marshall, nas proporções gene
mercadorias fabricadaá são em número
rosas em que foi concedido no xíltimo
de produção subiu sensivelmente, e as
-pelo menos igual ao registrado antes
da guerra. As perspectivas para 1949 não se apresentam, todavia, igualmente
trófica se não houx'esse o auxílio do
ano — comenta o prestigioso jornal in glês.
As importações financiadas pelo orga
favoráveis; a expansão provavelmente
nismo de assistência provieram, na sua
será detida na sua velocidade, se não se verificarem modificações revolucionárias
tal, alcançando, de janeiro a novembro
no setor da produção siderúrgica, sobre-
de 1948, as seguintes quotas, quanto aos
quase totalidade, do hemisfério ociden
Digesto Econômico
24
25
Dicesto Econômico
te rendoso, antes de tudo porque é a arma de defesa e sobrevivência do "ame-
rican-way-of-life", que merece bem os sacrifícios que custa, pelo menos aos olhos do cidadão americano consciente
da superioridade do seu nível do vida em relação aos outros povos.
Os resultados econômicos, para a re construção do mundo e sustentação do
regime a que os Estados Unidos per tencem, e de que são hoje a garantia,
fixadas em cifras que exprimiam os ní veis a serem alcançados nos quatro anos i de realização do programa.
Quanto ao aumento da produção agrí cola c industrial, o resultado apresen tado pelos 19 países participantes do Plano Mar.shall, neste primeiro ano, é muito favorável. Em 1947, a produção industrial na Europa ocidental, incluin do a bizonia, foi em mais dc 20íf infe
f
í
tínuar na extravagante dependência da
tudo de modo a obter-se a redução do
importação do carvão americano — as
custo e o aumento da produção por ho
sinala o órgão londrino.
mem.
Em compensação, a atividade da in dústria sidenirgica em todos os países da Europa Ocidental surpreendeu os
pessimistas. Nos 12 meses dc 1948, o progresso foi grande, assinalou um gran de avanço em relação a 1947; e tôdas
rior «á de 1938. O trabalho de soergxu-
as necessidades estariam atendidas com
mento cm 1948 foi, porém, profícuo
a própria produção local se elas se hou
o curador e o guardião supremo — não foram menos fecundos que os resultados
pois que cm 10 das nações principais
políticos. E nem estes se alcançariam
incluídas no p'ano, o índice médio do
sem aquêles. É o que se conclui do exame a que procedeu, com
aumento de produção industrial foi pre
vessem mantido nas bases registradãs há dez anos atrás. As e.xigências de aço e de produtos de aço são agora,
a objetividade habitual, o
que cm muitos casos supe
porém, muito maiores, e a capacidade de produção neste setor precisa ampliar-
"Economist" nas edições
rou os níveis de 1937
se sensivelmente.
de 2. 9 e 16 de abril.
que foi para parte da Eu
Para atingir o alvo pre
cisamente de 20%, sendo
visto como resultado final
ropa mais próspero que 1938. ^
do plano a executar-se de
E, relativamente, o mais
1948 a 1951, isto é, resta
belecer o equilíbrio e a saúde econômica da Euro
pa Ocidental, de modo que, a partir de 1952, ela se pudesse sustentar nos
próprios pés, apoiada nu ma
estrutura
econômica
reabilitada — nos termos dos propósitos enunciados por Marshall no seu discurso proferido em Harvard, em 5 de junho'de 1947 _ a cooperação dos recursos nor te-americanos deveria ser aplicada pelos
no último ano foi registnx-
mo o único país industrial do grupo Marshall cm ní vel de atividade econômica considera velmente inferior à de antes da guerra Assinala o "Economist" que essa -res surreição econômica é tanto mais ex
pressiva quanto se considere que a pri>,
1939, mesmo com a vigorosa expansão
e das finanças.
da produção alemã. No abastecimento de carvão, no au
dentes, e o esforço recuperador se verifi caria por etapas precisamente definidas e
te de si.
mento da produção por homem e na redução do custo da tonelada, resido uíxx.
problema capital, sob pena de se con-
corresimndem aos do incremento da produção. O insucesso neste campo — comenta o "Economist" — não se deve
imputar ã axisência de boas intenções ou de esforços sérios, e sim, porém, às
dificuldades e à magnitude do próprio
problema. Os progressos realizados fo ram, apesar disso, dignos de louvor e de certa forma animadores; se bem que
sejam indisfarçàvelmente insignificantes em face do que cumpria e ainda cum pre alcançar. Os 19 países participantes do Plano Marshall lograram reduzir o déficit to tal de $7.800 milhões em 1947 para $5.500 milhões em 1948, ao mesmo
tempo que baixaram o déficit comercial com os Estados Unidos de cerca de 30% _ de $4.200 para $3.200 milhões. A situação se modificou favxjiàvelinen-
Também as colheitas agrícolas em ' te, mais pela abstenção de importa
monetária. Em contraste, a Itália se apresentou co
estabilização da moeda, dos orçamentos Os três alvos deveriam ser perseguidos
possíveis excedentes ô problema que os países interessados têm agora dian
do na Áustria e na Ale manha, depois da refonna
cio internacional em bases multilaterais;
simultâneamente porque são interdepen
ses de 1948 que já surgiu o receio de saturação dos mercados da Europa oci dental; e a necessidade de exportar os
alto índice de recupenição
dução de car\'ão — normalmente a base da atividade das usinas — continua defi ciente, e.stanclo longe de alcançar, mx Europa ocidental, os níveis anteriores a
16 (depois 19) países assistidos em três fins precisos: aumento da produção in dustrial e agrícola; expansão do comér
A produção dc bens de consumo se
expandiu de tal forma nos últimos me
No que se refere ao comércio inter nacional, os resviltados oferecidos não
1948 foram consicleráveis, permitindo um abastecimento de gêneros alimentí
V
cios em nível geral superior a 10% ao alcançado há uma década atrás. Relativamente à produção — conclui o "Economist", depois de indicar essas cifras que falam por si mesmas — o
ções do que pelo aumento da .exportação; em nove dos principais países integra
dos no plano, esta cresceu cerca de 32%, e aquelas apenas 9%. E no comér cio entre si, os países beneficiários rea lizaram importações em total correspon
dente a perto de 65% do nível anterior à guerra. A situação, se não é boa, seria catas
Plano Marshall, no seu primeiro ano de execução, representou notável sucesso. De 1947 para 1948, em suma, o nível
Plano Marshall, nas proporções gene
mercadorias fabricadaá são em número
rosas em que foi concedido no xíltimo
de produção subiu sensivelmente, e as
-pelo menos igual ao registrado antes
da guerra. As perspectivas para 1949 não se apresentam, todavia, igualmente
trófica se não houx'esse o auxílio do
ano — comenta o prestigioso jornal in glês.
As importações financiadas pelo orga
favoráveis; a expansão provavelmente
nismo de assistência provieram, na sua
será detida na sua velocidade, se não se verificarem modificações revolucionárias
tal, alcançando, de janeiro a novembro
no setor da produção siderúrgica, sobre-
de 1948, as seguintes quotas, quanto aos
quase totalidade, do hemisfério ociden
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DIn KSTO Econósnco CO
»
27
Dicesto Econômico
fornecedores: 6456 dos Estados Unidos,
O terceiro übjcti\o do Plano Murshul
17% do Canadá e 9% da América Latina.
— o saneamento econômica dos países assistidos, pelo combate à inflação, o equilíbrio orçamentário c a redução dos
A contribuição dos países articulados no p'ano para o desenvolvimento em
foi igual: de todos, porém, o que pres
preços da produção — diz respeito ao cerne, à estrutura de lodo o programa;
tou mais decepcionante colaboração foi
sem alcançar tais resultados todos os
a França, cujas exportações só paga ram 44% das importações registradas no ano passado — resultado cujas causas principais são a inflação e a bai.xa pro
sacrifícios serão perdidos e a desordem
conjunto do comércio internacional não
dutividade da indústria francesa — cau sas contra as quais agora luta eficaz
mente o governo, assistido pelas auto
ridades americanas que administram a execução do programa de cooperação.
A bizonia acusou um progresso notável,
em 1948, na sua contribuição ao comer
cio externo. Quanto à Inglaterra, do regime de déficit em 1947, passou ao de superávit na balança comercial geral, no último semestre do ano findo.
As
trocas em dólares, com o hemisfério oci
dental, indicam a redução do déficit de
$2.400 milhões em 1947 para $1.100 milhões em 1948. A Bélgica, o Luxem
burgo e a Holanda conseguiram igual mente reduzir os déficits verificados no comércio com a "área do dólar". A Itália logrou também aumentar a sua exportação de cêrca de 50% em 1948 e diminuir o seu déficit para com os Estados Unidos; mas foi um resultado transitório, e não a conquista de mer cado permanente. A Itália necessita, para o seu equilíbrio, do incremento de suas trocas com a Alemanha; mas, de maneira geral, o seu problema básico, para alcançar melhoras estáveis, está na
redução dos preços. E quanto à Suécia,
o seu déficit de dólares — o, único que perturba o seu comércio internacional —
caiu consideravelmente de 1947 para 1948, devido ao corte de 70% de suas importações dos Estados Unidos.
1
primeiro ano de execução foi plenamen
i
em expansão destruirá as melhores in tenções c as mais quantiosas inversões.
Sob ésse aspecto, dc uinu maneira geral, as 19 nações, no primeiro ano de
execução do P'ano, ao menos consegui ram conter a inflação - é a súmula que o estudo do "Economist" apresenta. A Inglaterra, a Noruega, a Suécia e os Países Baixos se destacaram nos e^:forçüs feitos com esse objetivo, com em
prego dc métodos dc controle de preços o de absorção drástica da renda nacio nal. Em outros países, com o uso dos processos anti-infiacionários clássicos — elevação dos juros, restrição do crédito e não concessão de subsídios para a Vs-
tipu^ação de preços - surgiu a ameaça do desemprego e aguda pressão defla-
cionária: a Bélgica e a Itália seguiram esta trilha.
Nenhum país, relativamente, apresen ta, todavia, os índices de recuperação oferecidos pela Alemanha, depois da re forma monetária, com um regime de mais liberdade de produção e de preços.
Também a França, sob esse aspecto do saneamento econômico, nos últimos meses tem dado provas de transforma ção sensível; as colheitas são extrema
mente favoráveis, e o governo, com fir meza, prossegue na sua política de equi líbrio orçamentário, inspirando a sua
orientação a confiança que se exprimiu no êxito do recente empréstimo de re construção e na estabilidade que o mi nistério vem demonstrando.
O exame de conjunto do.s resultados do Plano Marshall mostra que o seu
J
te frutuoso.
Nos Estados Unidos, êssc
sucesso significou a anulação de tôdas as resistências que se pretendeu
opor à concessão dos novos créditos, para a segunda etapa prevista. A maio ria e.smagadora do Senado ja acudiu aos apelos de Hoffman - o administra dor do gigantesco empreendimento des tinado a restaurar a estabilidade econô mica do mundo. E sem dúvida, a opi
econômico orgânico, em que se anulem ao máximo as barreiras, para o estabe lecimento dc uma unidade tanto quan
to possível completa, que abra a todos um mercado cujos 200 milhões de con sumidores contrabalancem os 140 mi lhões dos Estados Unidos - (processo tão bem estudado por Barbara Ward no seu recente Uvto "The West at Bay",
que tanto sucesso vem alcançando) prossegue com eficiência, mostrando que o veMio continente não se conforma com a decadência, e que, sob uma grave
comum, é ainda capaz de lutar nião do país sabe que os seus bilhões" ameaça para sobre\aver, na solidariedade e na de dólares estão sendo proveitosamente compreensão mútuas, dando ao mundo empregados. E o processo de integra ção da Europa ocidental num sistema um belo e salutar exemplo.
Amplia-se o seguro social nos Estados Unidos S E as resistências no Con
impulso aos Estados Unidos no rumo
gresso não lograrem vitó
do socialismo".
ria (e a própria maioria democrática, infiltrada pe los conservadores do sul,
tem oposto embargos às iniciativas mais arrojadas
de Truman), o seguro social nos Esta
dos Unidos vai ser consideràvelmente
ampliado. O plano elaborado pelo Govômo, e já submetido ao Parlarnento,
segue na esteira do gabinete socialista inglês: — se não dá tão larga assistên cia, e apresenta menor tom revolucio nário, não esconde, todavia, a sua filia ção à mesma política socializante, que vai progressivamente reduzindo as prer rogativas ferrenhas e os desequilíbrios dó capitalismo. E é em face de projetos dessa natureza que "Fortune" se anima a afirmar, como o fez no seu número de março "último, que a administração Truman "sem o admitir — talvez mesmo A
Calcula-se que, atualmente, para uma
população de 140 milhões, apenas 30 milhões estão amparados pelo seguro social. As contribuições estipuladas
para atender a esses encargos são redu zidas: 1% dos salários, até o salário li mite de 3.000 dólares, pagas igualmente
pelo empregador e pelo empregado. As pensões dos trabalhadores aposentados com mais de 65 anos não são superiores a 85 dólares mensais. Além disso, o Govêmo Federal auxilia os velhos, os
cegos e suas famílias, com 50 dólares por mês e mais 27 dólares pelo primei ro filho, e 18 dólares por cada um dos outros.
O seguro social como existe nas bases indicadas (e estas só dizem respeito ao auxüio federal, pois há além disso também as contribuições e ser\ãços lo
cais, sem falar nas instituições privadas) é considerado deficiente. A proposta go-
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Dicesto Econômico
fornecedores: 6456 dos Estados Unidos,
O terceiro übjcti\o do Plano Murshul
17% do Canadá e 9% da América Latina.
— o saneamento econômica dos países assistidos, pelo combate à inflação, o equilíbrio orçamentário c a redução dos
A contribuição dos países articulados no p'ano para o desenvolvimento em
foi igual: de todos, porém, o que pres
preços da produção — diz respeito ao cerne, à estrutura de lodo o programa;
tou mais decepcionante colaboração foi
sem alcançar tais resultados todos os
a França, cujas exportações só paga ram 44% das importações registradas no ano passado — resultado cujas causas principais são a inflação e a bai.xa pro
sacrifícios serão perdidos e a desordem
conjunto do comércio internacional não
dutividade da indústria francesa — cau sas contra as quais agora luta eficaz
mente o governo, assistido pelas auto
ridades americanas que administram a execução do programa de cooperação.
A bizonia acusou um progresso notável,
em 1948, na sua contribuição ao comer
cio externo. Quanto à Inglaterra, do regime de déficit em 1947, passou ao de superávit na balança comercial geral, no último semestre do ano findo.
As
trocas em dólares, com o hemisfério oci
dental, indicam a redução do déficit de
$2.400 milhões em 1947 para $1.100 milhões em 1948. A Bélgica, o Luxem
burgo e a Holanda conseguiram igual mente reduzir os déficits verificados no comércio com a "área do dólar". A Itália logrou também aumentar a sua exportação de cêrca de 50% em 1948 e diminuir o seu déficit para com os Estados Unidos; mas foi um resultado transitório, e não a conquista de mer cado permanente. A Itália necessita, para o seu equilíbrio, do incremento de suas trocas com a Alemanha; mas, de maneira geral, o seu problema básico, para alcançar melhoras estáveis, está na
redução dos preços. E quanto à Suécia,
o seu déficit de dólares — o, único que perturba o seu comércio internacional —
caiu consideravelmente de 1947 para 1948, devido ao corte de 70% de suas importações dos Estados Unidos.
1
primeiro ano de execução foi plenamen
i
em expansão destruirá as melhores in tenções c as mais quantiosas inversões.
Sob ésse aspecto, dc uinu maneira geral, as 19 nações, no primeiro ano de
execução do P'ano, ao menos consegui ram conter a inflação - é a súmula que o estudo do "Economist" apresenta. A Inglaterra, a Noruega, a Suécia e os Países Baixos se destacaram nos e^:forçüs feitos com esse objetivo, com em
prego dc métodos dc controle de preços o de absorção drástica da renda nacio nal. Em outros países, com o uso dos processos anti-infiacionários clássicos — elevação dos juros, restrição do crédito e não concessão de subsídios para a Vs-
tipu^ação de preços - surgiu a ameaça do desemprego e aguda pressão defla-
cionária: a Bélgica e a Itália seguiram esta trilha.
Nenhum país, relativamente, apresen ta, todavia, os índices de recuperação oferecidos pela Alemanha, depois da re forma monetária, com um regime de mais liberdade de produção e de preços.
Também a França, sob esse aspecto do saneamento econômico, nos últimos meses tem dado provas de transforma ção sensível; as colheitas são extrema
mente favoráveis, e o governo, com fir meza, prossegue na sua política de equi líbrio orçamentário, inspirando a sua
orientação a confiança que se exprimiu no êxito do recente empréstimo de re construção e na estabilidade que o mi nistério vem demonstrando.
O exame de conjunto do.s resultados do Plano Marshall mostra que o seu
J
te frutuoso.
Nos Estados Unidos, êssc
sucesso significou a anulação de tôdas as resistências que se pretendeu
opor à concessão dos novos créditos, para a segunda etapa prevista. A maio ria e.smagadora do Senado ja acudiu aos apelos de Hoffman - o administra dor do gigantesco empreendimento des tinado a restaurar a estabilidade econô mica do mundo. E sem dúvida, a opi
econômico orgânico, em que se anulem ao máximo as barreiras, para o estabe lecimento dc uma unidade tanto quan
to possível completa, que abra a todos um mercado cujos 200 milhões de con sumidores contrabalancem os 140 mi lhões dos Estados Unidos - (processo tão bem estudado por Barbara Ward no seu recente Uvto "The West at Bay",
que tanto sucesso vem alcançando) prossegue com eficiência, mostrando que o veMio continente não se conforma com a decadência, e que, sob uma grave
comum, é ainda capaz de lutar nião do país sabe que os seus bilhões" ameaça para sobre\aver, na solidariedade e na de dólares estão sendo proveitosamente compreensão mútuas, dando ao mundo empregados. E o processo de integra ção da Europa ocidental num sistema um belo e salutar exemplo.
Amplia-se o seguro social nos Estados Unidos S E as resistências no Con
impulso aos Estados Unidos no rumo
gresso não lograrem vitó
do socialismo".
ria (e a própria maioria democrática, infiltrada pe los conservadores do sul,
tem oposto embargos às iniciativas mais arrojadas
de Truman), o seguro social nos Esta
dos Unidos vai ser consideràvelmente
ampliado. O plano elaborado pelo Govômo, e já submetido ao Parlarnento,
segue na esteira do gabinete socialista inglês: — se não dá tão larga assistên cia, e apresenta menor tom revolucio nário, não esconde, todavia, a sua filia ção à mesma política socializante, que vai progressivamente reduzindo as prer rogativas ferrenhas e os desequilíbrios dó capitalismo. E é em face de projetos dessa natureza que "Fortune" se anima a afirmar, como o fez no seu número de março "último, que a administração Truman "sem o admitir — talvez mesmo A
Calcula-se que, atualmente, para uma
população de 140 milhões, apenas 30 milhões estão amparados pelo seguro social. As contribuições estipuladas
para atender a esses encargos são redu zidas: 1% dos salários, até o salário li mite de 3.000 dólares, pagas igualmente
pelo empregador e pelo empregado. As pensões dos trabalhadores aposentados com mais de 65 anos não são superiores a 85 dólares mensais. Além disso, o Govêmo Federal auxilia os velhos, os
cegos e suas famílias, com 50 dólares por mês e mais 27 dólares pelo primei ro filho, e 18 dólares por cada um dos outros.
O seguro social como existe nas bases indicadas (e estas só dizem respeito ao auxüio federal, pois há além disso também as contribuições e ser\ãços lo
cais, sem falar nas instituições privadas) é considerado deficiente. A proposta go-
Dicesto
Dicesto Econômico
vemamental pretende amplíá-Io conside-
texto de quo se iria criar "um sistema
ràvelmente, O seu primeiro objetivo é
burocrático, destruidor do sistema ame
incorporar no sistema de seguro social
ricano".
mais 20 milhões de trabalhadores dêle
até agora não participantes: agricuitofes, artesãos, pequenos comerciantes,
profissionais liberais, empregados do mésticos etc. O benefício máximo men
sal, segundo o projeto, deve ser elevado de 85 para 150 dólares, e, da mesma forma, o auxího mínimo precisa ser majorado, proporcionalmente, em função do tempo de serviço e dos encargos de família. E ,para acudír aos aumentos previstos, a contribuição, tanto do ope
rário como do patrão, será majorada para a quota de 1,5% do salário, a partir de
de julho de 1949, e para 2%, a par tir de 1.0 de janeiro de 1950, com um novo limito de salário mensal fixado em
4.800 dólares. Também as prestações, em caso de doença, são elevadas ao mí
nimo de 8 dólares por semaua, poden
do a
assistência, em tais casos, pro
longar-se durante 26 semanas.
Além dessas inovações, o projeto de reforma do seguro social estabelece uma participação do Govêmo Federal nos en cargos suportados pelos Estados em fa vor dos indigentes, atingindo tal auxí lio a percentagem de 40 a 75% do custo
total dos programas de assistência dos Estados, de acordo com a renda de cada um.
A . iniciativa presidencial mereceu
Econômico
29
segurar agora nos Estados Unidos, como
atuais das condições sanitárias, entre
se fêz no ano passado na Inglaterra, é
regiões de nível econômico diferente.
o direito à saúde, o direito à vida sadia,
O combate à socialização planejada
como o primeiro dos direitos de que o homem precisa desfrutar para ser socialmento útil e poder cumprir o
se fundamenta na superioridade do sis
seu destino de trabalho. Como expres são de regime democrático e dc justiça
dard" dos seniços médicos. O pro gresso dêsses serviços nos Estados Uni
social, não pode ser precedido de ne
saúde de cada um e da comunhão. É
dos causa admiração e inveja ao mun do inteiro. Por que alterar substancial mente a sua organização, submetendo-a a métodos que lhe podem comprome ter a eficiência e o aperfeiçoamento
gresso, a iniciativa da criação do serM-
claro que o "busílis" da questão reside
constantes?
ço nacional dç saúde. Êste projeto, sim.
nos meios, na maneira de obter recursos
A base do projeto procura ser de auto-
financiamento, nos termos ein que o re sumimos: — os recursos serão obtidos
com a contribuição máxima igual, do empregador e do empregado, correspon dente a 2% do salário. Os segurados
que trabalham por conta própria paga
rão uma contribuição única de 25%.
Em complemento a esse plano, Tru
man acaba dc renovar, perante o* Con
í
nhum outro o dever que ao Estado in
cumbe, quanto à assistência que a to dos lhe cabe prestar, em benefício da
tema atual da atividade privada como estímulo à elevação constante do "stan
A assistência médica concedida pelo
ó que apresenta cor revolucionária,'e an tes mesmo de ser agora posto em pau
para realizar um programa tão sedutor e de tão profundo sentido de solidarie
versos — trará muitos vícios e mcon\'e-
ta, desencadeou uma vigorosa hostili dade nos círculos mais sensíveis a essas mudanças de hábitos c esquemas. A idéia da assistência médica sociali zada (compreendendo também a assis
dade humana.
nientes graves, como o abuso da pro
tência hospitalar e dentária).— trai lo«»o
a sua ligação com o projeto que b ai5- • nistro trabalhista inglês Ancurin Bevan concebeu e pês em execução, vencéndo
tôdas as resistências que se lhe surgi ram no caminho.
Sabe-se quo o custo da assistência
de saúde prestada pelo Estado ao ci-. dadão inglês excedeu de muitas vêzcs os cálculos prévios. Esta circunstância, se .serviu de base a críticas severas ao govêrno socialista, foi, de outro lado, apresentada como argumento decisi\-o
As objeções e críticas nos Estado.s Unidos, diante da iniciativa governa
Estado — acentuam os que Uie são ad cura dos serviços; renda insuficiente
dos profissionais; excessivo encargo eco
mental, já se manifestaram, e serão ain
nômico para a nação; e burccratização
da mais fortes e cerradas do que na
dos trabalhos, reduzindo o rendimento
Inglaterra.
Mas o alcance político da
medida/ levará de vencida os obstáculos,
que vêm sobretudo de certas associa ções médicas e dos que se alarmam,
que os próprios médicos podem ofere cer em favor dos clientes.
Porém, os argumentos impressionan
aliás com inteira razão, em face do cres
tes daqueles que defendem a proposta governamental, pelo menos em tese, se
cimento incontido da burocracia e da
enunciam nestas cifras: anualmente mor
redução do campo de iniciativa privada.
rem 325.000 americanos por falta ou
Os que advogam o projeto governa
deficiência de assistência médica; cada
mental lhe indicam as vantagens incon
ano, a nação perde 4.300.000 homens-
testáveis: o seguro de saiide é o único meio de' proporcionar assistência médica "adequada a mais da metade do povo
ano
de
trabalho, em
conseqüência
de más condições de saúde.
O plano sujeito pela administração
americano; afastando-se o problema in
Truman ao estudo do Congresso asse
dividual do pagamento do médico, en
gura aos profissionais e aos hospitais o direito de participarem, ou não, do ser
unia crítica inicial: a de não ter enfren
em favor do serviço criado, pois a
tado, antes do aumento proposto, a so
afluência de doentes indicou que a as
lução do problema básico da simplifi
sistência correspondeu a uma necessi
a medicina preventiva; assegurundo-se
cação da máquina e dos processos de aplicação do seguro social. Truman já esperava as maiores resis tências ao programa; e assim^ saiu logo
dade urgente: a grande massa não cui
base financeira à assistência médica, es-
dava da saúde comprometida por não dispor de meios; logo que o Estado lhe
timula-se o aumento do número de mé
merecer mais confiança, comp estes o
dicos; o tratamento será mais comple to e eficiente, uma vez que o médico
podem rejeitar. As despesas é que são pagas pelo Estado. Os profissionais não
a denunciá-las, atribuindo-as á reação
sa para livrar-se dos males de que pade
poderá realizá-lo sem preocupação de
são obrigados, entretanto, a se conver
dos interesses particulares empenhados em impedir a nova legislação, sob prç.
assegurou tratamento, acorreu pressurocia sem remédio ao seu alcance.
jEm verdade, q que se procura
coraja-se o tratamento pronto, e, assim,
viço nacional. O doente pode escolher o médico, o dentista ou hospital que lhe
despesas, em função dos recursos do
ter em funcionários públicos; e os seus
doente;
salários também variarão, de acôrdo com
extinguir-se-ão
desigualdades
Dicesto
Dicesto Econômico
vemamental pretende amplíá-Io conside-
texto de quo se iria criar "um sistema
ràvelmente, O seu primeiro objetivo é
burocrático, destruidor do sistema ame
incorporar no sistema de seguro social
ricano".
mais 20 milhões de trabalhadores dêle
até agora não participantes: agricuitofes, artesãos, pequenos comerciantes,
profissionais liberais, empregados do mésticos etc. O benefício máximo men
sal, segundo o projeto, deve ser elevado de 85 para 150 dólares, e, da mesma forma, o auxího mínimo precisa ser majorado, proporcionalmente, em função do tempo de serviço e dos encargos de família. E ,para acudír aos aumentos previstos, a contribuição, tanto do ope
rário como do patrão, será majorada para a quota de 1,5% do salário, a partir de
de julho de 1949, e para 2%, a par tir de 1.0 de janeiro de 1950, com um novo limito de salário mensal fixado em
4.800 dólares. Também as prestações, em caso de doença, são elevadas ao mí
nimo de 8 dólares por semaua, poden
do a
assistência, em tais casos, pro
longar-se durante 26 semanas.
Além dessas inovações, o projeto de reforma do seguro social estabelece uma participação do Govêmo Federal nos en cargos suportados pelos Estados em fa vor dos indigentes, atingindo tal auxí lio a percentagem de 40 a 75% do custo
total dos programas de assistência dos Estados, de acordo com a renda de cada um.
A . iniciativa presidencial mereceu
Econômico
29
segurar agora nos Estados Unidos, como
atuais das condições sanitárias, entre
se fêz no ano passado na Inglaterra, é
regiões de nível econômico diferente.
o direito à saúde, o direito à vida sadia,
O combate à socialização planejada
como o primeiro dos direitos de que o homem precisa desfrutar para ser socialmento útil e poder cumprir o
se fundamenta na superioridade do sis
seu destino de trabalho. Como expres são de regime democrático e dc justiça
dard" dos seniços médicos. O pro gresso dêsses serviços nos Estados Uni
social, não pode ser precedido de ne
saúde de cada um e da comunhão. É
dos causa admiração e inveja ao mun do inteiro. Por que alterar substancial mente a sua organização, submetendo-a a métodos que lhe podem comprome ter a eficiência e o aperfeiçoamento
gresso, a iniciativa da criação do serM-
claro que o "busílis" da questão reside
constantes?
ço nacional dç saúde. Êste projeto, sim.
nos meios, na maneira de obter recursos
A base do projeto procura ser de auto-
financiamento, nos termos ein que o re sumimos: — os recursos serão obtidos
com a contribuição máxima igual, do empregador e do empregado, correspon dente a 2% do salário. Os segurados
que trabalham por conta própria paga
rão uma contribuição única de 25%.
Em complemento a esse plano, Tru
man acaba dc renovar, perante o* Con
í
nhum outro o dever que ao Estado in
cumbe, quanto à assistência que a to dos lhe cabe prestar, em benefício da
tema atual da atividade privada como estímulo à elevação constante do "stan
A assistência médica concedida pelo
ó que apresenta cor revolucionária,'e an tes mesmo de ser agora posto em pau
para realizar um programa tão sedutor e de tão profundo sentido de solidarie
versos — trará muitos vícios e mcon\'e-
ta, desencadeou uma vigorosa hostili dade nos círculos mais sensíveis a essas mudanças de hábitos c esquemas. A idéia da assistência médica sociali zada (compreendendo também a assis
dade humana.
nientes graves, como o abuso da pro
tência hospitalar e dentária).— trai lo«»o
a sua ligação com o projeto que b ai5- • nistro trabalhista inglês Ancurin Bevan concebeu e pês em execução, vencéndo
tôdas as resistências que se lhe surgi ram no caminho.
Sabe-se quo o custo da assistência
de saúde prestada pelo Estado ao ci-. dadão inglês excedeu de muitas vêzcs os cálculos prévios. Esta circunstância, se .serviu de base a críticas severas ao govêrno socialista, foi, de outro lado, apresentada como argumento decisi\-o
As objeções e críticas nos Estado.s Unidos, diante da iniciativa governa
Estado — acentuam os que Uie são ad cura dos serviços; renda insuficiente
dos profissionais; excessivo encargo eco
mental, já se manifestaram, e serão ain
nômico para a nação; e burccratização
da mais fortes e cerradas do que na
dos trabalhos, reduzindo o rendimento
Inglaterra.
Mas o alcance político da
medida/ levará de vencida os obstáculos,
que vêm sobretudo de certas associa ções médicas e dos que se alarmam,
que os próprios médicos podem ofere cer em favor dos clientes.
Porém, os argumentos impressionan
aliás com inteira razão, em face do cres
tes daqueles que defendem a proposta governamental, pelo menos em tese, se
cimento incontido da burocracia e da
enunciam nestas cifras: anualmente mor
redução do campo de iniciativa privada.
rem 325.000 americanos por falta ou
Os que advogam o projeto governa
deficiência de assistência médica; cada
mental lhe indicam as vantagens incon
ano, a nação perde 4.300.000 homens-
testáveis: o seguro de saiide é o único meio de' proporcionar assistência médica "adequada a mais da metade do povo
ano
de
trabalho, em
conseqüência
de más condições de saúde.
O plano sujeito pela administração
americano; afastando-se o problema in
Truman ao estudo do Congresso asse
dividual do pagamento do médico, en
gura aos profissionais e aos hospitais o direito de participarem, ou não, do ser
unia crítica inicial: a de não ter enfren
em favor do serviço criado, pois a
tado, antes do aumento proposto, a so
afluência de doentes indicou que a as
lução do problema básico da simplifi
sistência correspondeu a uma necessi
a medicina preventiva; assegurundo-se
cação da máquina e dos processos de aplicação do seguro social. Truman já esperava as maiores resis tências ao programa; e assim^ saiu logo
dade urgente: a grande massa não cui
base financeira à assistência médica, es-
dava da saúde comprometida por não dispor de meios; logo que o Estado lhe
timula-se o aumento do número de mé
merecer mais confiança, comp estes o
dicos; o tratamento será mais comple to e eficiente, uma vez que o médico
podem rejeitar. As despesas é que são pagas pelo Estado. Os profissionais não
a denunciá-las, atribuindo-as á reação
sa para livrar-se dos males de que pade
poderá realizá-lo sem preocupação de
são obrigados, entretanto, a se conver
dos interesses particulares empenhados em impedir a nova legislação, sob prç.
assegurou tratamento, acorreu pressurocia sem remédio ao seu alcance.
jEm verdade, q que se procura
coraja-se o tratamento pronto, e, assim,
viço nacional. O doente pode escolher o médico, o dentista ou hospital que lhe
despesas, em função dos recursos do
ter em funcionários públicos; e os seus
doente;
salários também variarão, de acôrdo com
extinguir-se-ão
desigualdades
Dicesto Econômico Dicesto
30
31
Econónuco
as restrições da importação por parte
agrícola. O projeto era produzir para o mercado interno todos cs produtos,
considerado o mais arrojado de quan tos Tniman até agora apresentou, pelo que fere diretamente, no cerne, o siste
dos compradores, alterou-se substancial
isto é, formar uma autarquia integral.
mente a situação. A necessidade de im
nientemente, sem prejuízo da remune
ma americano. Certamente, será tenaz
ração dos médicos que para ali forem
mente combatido; mas que será, afinal,
lado, atingiu a base da política de in dependência comercial em face da po
Para suprir a falta de carvão pela energia hidrelétrica, trinta grandes bar ragens foram projetadas na cordilheira
designados.
aprovado (depois talvez de atenuações
derosa nação do Norte. E em 1947 já
Apesar de pretender conservar cerLa folga, uma margem razoável de liberda de ao traballio privado, o projeto de na
nos pontos mais agudos) é o prognóstico
o sa'do das trocas entre a Argentina o
que formulam os mais seguros observa dores da poMtica dos Estados Unidos.
os
lamento dos saldos cm moedas fracas c
a localidade, a capacidade e cs trabalhos efetivamente prestados, de modo que a população de zonas mais afastadas e mais pobres possa ser atendida conve
cionalização da assistência
médica 6
Planos e realidades A GOHA que o governo Perón foi obrigado a curvar-se diante da reali
com as dificuldades c as deficiências de
quase todos os países, sangrados peUa
dade, e a mudar, com os dirigentes da
guerra, em
execução de seu soberbo plano qüinqüe nal, os rumos de sua política econômica,
Veio, porém, uma ditadura orgulhosa e dinâmica, cheia de p'anos majestosos e
é oportuno proceder a um balanço do que foi projetado e do que foi feito,
concepções delirantes; e o resultado foi malbaratar grjmdc parte dos benefícios
confrontando o quadro geral apresen tado pela Argentina em 1942 — quando se firmou a sua ascensão para o apogeu
larmente
de prosperidade — e o que oferece ago ra, em pleno colapso de uma situação quase sem paralelo no mundo. A êsse exame procedeu, alinhando cifras e da
maior ou
menor escala.
propiciados pelas circunstâncias singu favoráveis,
criando,
além
disso, pontos de atrito e prevenções que prejudicaram de maneira sensível a po sição internacional da Argentina, mor mente em face dos Estados Unidos.
O programa básico, de intenso co
portar dos Estados Unidos, por outro
desfavorável
dinàriamcnte a mão-de-obra, e reduriram o rendimento do trabalho de cerca
E no ano de 1948, a.s suas importações
de 30%, nunia quadra em que os gran
do mercado ianque continuaram a cres cer em valor, em virtude das compras
des empreendimentos públicos mobiliza
efetuadas para as instalações industriais. O estoque de ouro e as divisas es trangeiras dos ban
níveis.
Estados
Unidos
era
to das rodovias, o programa • oficial
biu a 4.657 mi lhões cm 1945 e 6.000 milhões em
1946, caiu a 2.795
mercante
milhões, em 31 de
inexistente
dezembro de 1948.
1938) e as linhas
Enquanto isto, a circulação fiduciária dc 1.735 milhões em 1943 se elevava a 6.686 milhões em
acentuava o desequilíbrio no orçamento
.sas proletárias pela melhoria das suas
nacional, com déficits crescentes.
Orientando-se por uma linha de ação
condições de vida, e a coordenação da economia sul-americana em tôrno da po
dustrial^ a ser executado de 1947 a
e as mais vantajosas operações no co mércio internacional com um mundo
em carência e aflito, clamando,' para não morrer, por tudo aquilo que ela produz bm abundância. Era a grande oportunidade para consolidar duradou ramente uma situação econômica real
mente sadia e vigorosa, em contraste
das influências e dependências estran geiras. O controle severo do comércio inter
nacional permitiu ao govêmo dispor
para suas realizações da quase totali dade dos saldos acumulados pela cxpor.tação a preços altíssimos, e dos quais a maior parte era apropriada pelo Estado. Mas com o fim do conflito, o congc-
bancários dobravam em 3 anos.
i
cuidou de desen volver a marinha
grande indústria, a atração das mas-
za excepcional, realizando as melhores
estradas de ferro nacionalizadas e do desenvolvimen
pesos em 1938, su
de "Information e Documentation" de 19 e 26 de março.
da pela técnica, com a plena liberação
No setor dos transportes, ao lado das
1.880 milhões de
fins de 1948, enquanto os depósitos
derosa economia argentina, transforma
vam a totalidade dos operários dispo
cos oficiais que, de
lorido nacionalista, objetivava a forma ção de uma autarquia pela criação da
servou a sua neutralidade, e pôde assim, durante o conflito, acumular uma rique
As leis sociais e os aumentos cons
tantes de sa'ários encareceram e.xtraor-
àquela em cêrca de 2 milhões de pesos.
dos ilustrativos, Jean Malabard, formu lando as suas conclusões nos números
realista e proveitosa, a Argentina con
dos Andes.
E se
O programa de desenvolvimento in
1951, previa um crescimento de volume
(quase até
aereas.
No setor agrícola, mau grado as que das registradas nas colheitas principais durante dois anos, a posição se conserva forte, embora os preços impostos pela concorrência sejam mais modestos. E o rebanho é de primeira grandeza: 41 milhões de bovinos, 51 milliões de ovi
nos, com a terceira produção mundial
;
em lã e couro. A preocupação que se
j
de 43,3% de matérias-primas e 50% de
tornou dominante, em consonância com
produção de energia. Fortemente pro tegido e amparado, ou promovido dire
o plano geral em execução, foi a da
tamente pelo capital oficial, o progresso da indiistria foi de molde a apresentar uma cifra de fabricação que supera à
para exportação.
produção do solo — o que altera a fi
trànsformação dos produtos agrícolas O programa lançado foi excessiva mente grandioso. A retração dos mer cados, que se normalizam, e a carên
sionomia econômica da Argentina, até
cia de dólares, impuseram ao govêmo
1938 de caráter quase exclusivamente
Perón (sem dúvida muito a contra-gôs-
Dicesto Econômico Dicesto
30
31
Econónuco
as restrições da importação por parte
agrícola. O projeto era produzir para o mercado interno todos cs produtos,
considerado o mais arrojado de quan tos Tniman até agora apresentou, pelo que fere diretamente, no cerne, o siste
dos compradores, alterou-se substancial
isto é, formar uma autarquia integral.
mente a situação. A necessidade de im
nientemente, sem prejuízo da remune
ma americano. Certamente, será tenaz
ração dos médicos que para ali forem
mente combatido; mas que será, afinal,
lado, atingiu a base da política de in dependência comercial em face da po
Para suprir a falta de carvão pela energia hidrelétrica, trinta grandes bar ragens foram projetadas na cordilheira
designados.
aprovado (depois talvez de atenuações
derosa nação do Norte. E em 1947 já
Apesar de pretender conservar cerLa folga, uma margem razoável de liberda de ao traballio privado, o projeto de na
nos pontos mais agudos) é o prognóstico
o sa'do das trocas entre a Argentina o
que formulam os mais seguros observa dores da poMtica dos Estados Unidos.
os
lamento dos saldos cm moedas fracas c
a localidade, a capacidade e cs trabalhos efetivamente prestados, de modo que a população de zonas mais afastadas e mais pobres possa ser atendida conve
cionalização da assistência
médica 6
Planos e realidades A GOHA que o governo Perón foi obrigado a curvar-se diante da reali
com as dificuldades c as deficiências de
quase todos os países, sangrados peUa
dade, e a mudar, com os dirigentes da
guerra, em
execução de seu soberbo plano qüinqüe nal, os rumos de sua política econômica,
Veio, porém, uma ditadura orgulhosa e dinâmica, cheia de p'anos majestosos e
é oportuno proceder a um balanço do que foi projetado e do que foi feito,
concepções delirantes; e o resultado foi malbaratar grjmdc parte dos benefícios
confrontando o quadro geral apresen tado pela Argentina em 1942 — quando se firmou a sua ascensão para o apogeu
larmente
de prosperidade — e o que oferece ago ra, em pleno colapso de uma situação quase sem paralelo no mundo. A êsse exame procedeu, alinhando cifras e da
maior ou
menor escala.
propiciados pelas circunstâncias singu favoráveis,
criando,
além
disso, pontos de atrito e prevenções que prejudicaram de maneira sensível a po sição internacional da Argentina, mor mente em face dos Estados Unidos.
O programa básico, de intenso co
portar dos Estados Unidos, por outro
desfavorável
dinàriamcnte a mão-de-obra, e reduriram o rendimento do trabalho de cerca
E no ano de 1948, a.s suas importações
de 30%, nunia quadra em que os gran
do mercado ianque continuaram a cres cer em valor, em virtude das compras
des empreendimentos públicos mobiliza
efetuadas para as instalações industriais. O estoque de ouro e as divisas es trangeiras dos ban
níveis.
Estados
Unidos
era
to das rodovias, o programa • oficial
biu a 4.657 mi lhões cm 1945 e 6.000 milhões em
1946, caiu a 2.795
mercante
milhões, em 31 de
inexistente
dezembro de 1948.
1938) e as linhas
Enquanto isto, a circulação fiduciária dc 1.735 milhões em 1943 se elevava a 6.686 milhões em
acentuava o desequilíbrio no orçamento
.sas proletárias pela melhoria das suas
nacional, com déficits crescentes.
Orientando-se por uma linha de ação
condições de vida, e a coordenação da economia sul-americana em tôrno da po
dustrial^ a ser executado de 1947 a
e as mais vantajosas operações no co mércio internacional com um mundo
em carência e aflito, clamando,' para não morrer, por tudo aquilo que ela produz bm abundância. Era a grande oportunidade para consolidar duradou ramente uma situação econômica real
mente sadia e vigorosa, em contraste
das influências e dependências estran geiras. O controle severo do comércio inter
nacional permitiu ao govêmo dispor
para suas realizações da quase totali dade dos saldos acumulados pela cxpor.tação a preços altíssimos, e dos quais a maior parte era apropriada pelo Estado. Mas com o fim do conflito, o congc-
bancários dobravam em 3 anos.
i
cuidou de desen volver a marinha
grande indústria, a atração das mas-
za excepcional, realizando as melhores
estradas de ferro nacionalizadas e do desenvolvimen
pesos em 1938, su
de "Information e Documentation" de 19 e 26 de março.
da pela técnica, com a plena liberação
No setor dos transportes, ao lado das
1.880 milhões de
fins de 1948, enquanto os depósitos
derosa economia argentina, transforma
vam a totalidade dos operários dispo
cos oficiais que, de
lorido nacionalista, objetivava a forma ção de uma autarquia pela criação da
servou a sua neutralidade, e pôde assim, durante o conflito, acumular uma rique
As leis sociais e os aumentos cons
tantes de sa'ários encareceram e.xtraor-
àquela em cêrca de 2 milhões de pesos.
dos ilustrativos, Jean Malabard, formu lando as suas conclusões nos números
realista e proveitosa, a Argentina con
dos Andes.
E se
O programa de desenvolvimento in
1951, previa um crescimento de volume
(quase até
aereas.
No setor agrícola, mau grado as que das registradas nas colheitas principais durante dois anos, a posição se conserva forte, embora os preços impostos pela concorrência sejam mais modestos. E o rebanho é de primeira grandeza: 41 milhões de bovinos, 51 milliões de ovi
nos, com a terceira produção mundial
;
em lã e couro. A preocupação que se
j
de 43,3% de matérias-primas e 50% de
tornou dominante, em consonância com
produção de energia. Fortemente pro tegido e amparado, ou promovido dire
o plano geral em execução, foi a da
tamente pelo capital oficial, o progresso da indiistria foi de molde a apresentar uma cifra de fabricação que supera à
para exportação.
produção do solo — o que altera a fi
trànsformação dos produtos agrícolas O programa lançado foi excessiva mente grandioso. A retração dos mer cados, que se normalizam, e a carên
sionomia econômica da Argentina, até
cia de dólares, impuseram ao govêmo
1938 de caráter quase exclusivamente
Perón (sem dúvida muito a contra-gôs-
Dicesto Econóndco
32
to) uma revisão dos seus projetos e uma
readaptação drástica à realidade. A ajuda americana agora se faz urgente. O peso se desvalorizou sensivelmente. O Estado há de se retrair, seguindo uma politica mais liberal, mais prudente, menos aventurosa e mais modesta nas
suas aspiraç-ões. Só assim .se conserva rá a parte estável e .sadia do que foi
Cheques compensados
realizado com tantos sacrifícios para o
RICHAUD LewINSOHíN
povo argentino — cuja prosperidade só
pode ser estímulo, e redundar em co operação benéfica aos outros povos do continente.
vALOH dos cbcqucs compensados ultrapa.s-sou cm 1948, pela primeira vez na história bancária do Brasil, du-
Econômica", acusou, de 194/ para 1948,
zonto.s bilhões de cruzeiros. Do acordo com a estatística do Banco do Bra.sil,
èssc acréscimo com o valor dos cheques
foram compcnsado.s, no ano pas.sado, che
ques num total de 204.128 milhões de
t
cruzeiros, contra 184.272 milhões de cru zeiros no ano anterior. Ê um número
impressionante, /C também o acréscimo parece á primeira vista importante. Ve
compensados, chega-se à conclusão de que o total dos cheques compensados representou, cm 1948, no mercado in terno, um poder aquisitivo menor que o do ano anterior. Mas, indiscutbelmente, o comércio exterior e, em particular, as
Valor dos cheques c nível dos preços
volume físico, o fator decisivo.
movimento dos preços.
Certamente, os
cheques compensados abrangem numero sos pagamentos de caráter puramente fi nanceiro c independente da variação dos
preço.s, por exemplo pagamento de juros, mas a grande maioria das transações por
cheque c, sem dúvida, direta ou indi retamente relacionada com o movimento
de mercadorias, cujo valor depende, além do volume físico, da alta ou baixa
dos preço.s. Não parece apropriado utili zar como base da comparação o índice do custo da vida, que registra apenas o
movimento dos preços, no comércio de varejo, pois nesse domínio pagamento
suDiu de 31,9 por cento para 32,3 por cento.
Confrontando
exportações, constituem grande parte das operações que se refletem no movimen
ca quando considerada ouí relação ao
semanas mais recentes, desceram mais de 837.000 libras, estabelecendo.se naquela data em 45.288.134 libras. As reservas de esterlino acusaram um decréscimo dc 1.440.000 libras, tendo-se fixado em 23.936.167 libras. A circulação de notas baixou aproximadamente 1.552.000 libras, estabelecendo-se em 61.559.257 libras iVo au tanto, a proporção geral das reservas de ouro para com as responsabilidades públicas
um aumento dc 14,5%.
rifica-se, do um ano para outro, um aumento dc 20 bilhões ou seja de 10,8%.
Entretanto, a progressão é mais módi
As reservas de ouro e de esterlino do Banco emissor sul-africano baixaram du rante a semana finda em 21 de janeiro. As reservas de ouro, que subiram nestas
O único índice regularmente publicado
dos preços por atacado, o da "Conjuntura
por cheque compensado representa uma parcela insignificante. Os cheques com pensado.'; servem em primeiro lugar como meio dc pagamento para a indiistria e o comércio atacadista, e o -valor de seu
movimento depende, por conseguinte, do nível dos preços por atacado.
to dos cheques compensados. Nesse se tor também, os preços são, ao lado do Aparentemente, os preços internos por atacado e os do comércio exterior acusa
ram no ano passado uma tendência opos ta: enquanto os primeiros continuavam a subir, os segundos teriam sofrido uma baixa considerável. Tal é, pelo menos,
a conclusão a que se chega com o mé
todo simples de di\idir o valor lotai das exportações ou importações pelas respecti\'as quantidades e de considerar o resultado, o preço médio ^or tonelada, como verdadeiro índice dos preços. Ain
da que freqüentemente aplicado, tratase de um método nitidamente errôneo
ou, em todo caso, inexpressivo. É de grande interesse para a navegação e outros serviços de transporte conhecer a
quantidade global das exportaçõe.s le das importações, mas, para avaliar o mo vimento dos preços no comercio exterior,
a quantidade global e um metro fala cioso, pois o valor depende, sobretudo, da composição das exportações e impor tações. Alguns produtos pesados, em
Dicesto Econóndco
32
to) uma revisão dos seus projetos e uma
readaptação drástica à realidade. A ajuda americana agora se faz urgente. O peso se desvalorizou sensivelmente. O Estado há de se retrair, seguindo uma politica mais liberal, mais prudente, menos aventurosa e mais modesta nas
suas aspiraç-ões. Só assim .se conserva rá a parte estável e .sadia do que foi
Cheques compensados
realizado com tantos sacrifícios para o
RICHAUD LewINSOHíN
povo argentino — cuja prosperidade só
pode ser estímulo, e redundar em co operação benéfica aos outros povos do continente.
vALOH dos cbcqucs compensados ultrapa.s-sou cm 1948, pela primeira vez na história bancária do Brasil, du-
Econômica", acusou, de 194/ para 1948,
zonto.s bilhões de cruzeiros. Do acordo com a estatística do Banco do Bra.sil,
èssc acréscimo com o valor dos cheques
foram compcnsado.s, no ano pas.sado, che
ques num total de 204.128 milhões de
t
cruzeiros, contra 184.272 milhões de cru zeiros no ano anterior. Ê um número
impressionante, /C também o acréscimo parece á primeira vista importante. Ve
compensados, chega-se à conclusão de que o total dos cheques compensados representou, cm 1948, no mercado in terno, um poder aquisitivo menor que o do ano anterior. Mas, indiscutbelmente, o comércio exterior e, em particular, as
Valor dos cheques c nível dos preços
volume físico, o fator decisivo.
movimento dos preços.
Certamente, os
cheques compensados abrangem numero sos pagamentos de caráter puramente fi nanceiro c independente da variação dos
preço.s, por exemplo pagamento de juros, mas a grande maioria das transações por
cheque c, sem dúvida, direta ou indi retamente relacionada com o movimento
de mercadorias, cujo valor depende, além do volume físico, da alta ou baixa
dos preço.s. Não parece apropriado utili zar como base da comparação o índice do custo da vida, que registra apenas o
movimento dos preços, no comércio de varejo, pois nesse domínio pagamento
suDiu de 31,9 por cento para 32,3 por cento.
Confrontando
exportações, constituem grande parte das operações que se refletem no movimen
ca quando considerada ouí relação ao
semanas mais recentes, desceram mais de 837.000 libras, estabelecendo.se naquela data em 45.288.134 libras. As reservas de esterlino acusaram um decréscimo dc 1.440.000 libras, tendo-se fixado em 23.936.167 libras. A circulação de notas baixou aproximadamente 1.552.000 libras, estabelecendo-se em 61.559.257 libras iVo au tanto, a proporção geral das reservas de ouro para com as responsabilidades públicas
um aumento dc 14,5%.
rifica-se, do um ano para outro, um aumento dc 20 bilhões ou seja de 10,8%.
Entretanto, a progressão é mais módi
As reservas de ouro e de esterlino do Banco emissor sul-africano baixaram du rante a semana finda em 21 de janeiro. As reservas de ouro, que subiram nestas
O único índice regularmente publicado
dos preços por atacado, o da "Conjuntura
por cheque compensado representa uma parcela insignificante. Os cheques com pensado.'; servem em primeiro lugar como meio dc pagamento para a indiistria e o comércio atacadista, e o -valor de seu
movimento depende, por conseguinte, do nível dos preços por atacado.
to dos cheques compensados. Nesse se tor também, os preços são, ao lado do Aparentemente, os preços internos por atacado e os do comércio exterior acusa
ram no ano passado uma tendência opos ta: enquanto os primeiros continuavam a subir, os segundos teriam sofrido uma baixa considerável. Tal é, pelo menos,
a conclusão a que se chega com o mé
todo simples de di\idir o valor lotai das exportações ou importações pelas respecti\'as quantidades e de considerar o resultado, o preço médio ^or tonelada, como verdadeiro índice dos preços. Ain
da que freqüentemente aplicado, tratase de um método nitidamente errôneo
ou, em todo caso, inexpressivo. É de grande interesse para a navegação e outros serviços de transporte conhecer a
quantidade global das exportaçõe.s le das importações, mas, para avaliar o mo vimento dos preços no comercio exterior,
a quantidade global e um metro fala cioso, pois o valor depende, sobretudo, da composição das exportações e impor tações. Alguns produtos pesados, em
Digesto Econômico
34
particular os da mineração, contam muito
automóveis e rádios. Em quantidade, o
mais para à quantidade do que outros artigos de valor várias vêzes mais ele
decréscimo da importação desses produ
vado.
Êsse raciocínio acha-se novamente con
tos foi apenas de 6.000 toneladas — um milésimo da importação total — mas ou seja dc 2% do valor total.
exterior em 1948. Com o método acima
Diante desses fatos, parece-nos pouco provável que o movimento dos preços
ano de 1947, o valor médio da tonelada
exportada baixou de 5.601 para 4.658
cruzeiros, ou seja de 18,9%, e o valor
no comércio exterior pudesse ter e.xercido uma influência compressiva sôbre o va'or dos checiues compensados. Mas, é ver
médio da tonelada importada de 3.185 para 3.086 cruzeiros, ou seja de 3,1%.
dade que em 1948 faltou o estímulo
Ora, examinando a evolução em seus
sados recebeu nos anos anteriores do
pormenores, observa-se que a grande
mudança nas exportações provém prin cipalmente de dois produtos. Quase metade do vultoso acréscimo da quanti
dade total exportada refere-se ao minério de ferro, cujas exportações passaram de 196.737 para 599.289 toneladas. Os pre ços subiram, também, de 28%, mas o efei
to sôbre o valor total das exportações ficou módico. Enquanto a quantidade do minério de ferro representava, no ano passado, 13%, seu valor de 61 mi
lhões de cruzeiros constituía apenas 0,3% das exportações. O segundo fator que repercutiu no va lor médio da exportação foi o dos teci
dos. A e.xpertação de tecidos de algo dão baixou em 1948, em quantidade, de dois terços. A despeito dessa queda brutal, a diminuição foi apenas de 11.000 toneladas, ou seja a térça parte
de um por cento da quantidade total ex portada em 1947. Mas em valor o recuo
foi de 773 milhões de cruzeiros, mon tante que conta mesmo num total de 21 bilhões.
Do lado da importação, a aparente
diminuição do preço médio revela-se também como ilusão. A ligeira diferença
em relação ao preço médio por tonela
da resulta em particular da restrição para
Digesto Econômico
L Anos
em valor, de 400 milhões de cruzeiros
firmado pelos resultados do comércio descrito, verifíca-se q.ue. eiri relação ao
f
que o movimento dos cheques compen comércio exterior.
De 1942 a 1947 o valor global do comércio exterior — ex
i
Quantidade (em 1.000 unidades)
1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944
1.886 2.080 2.215 2.626 2.660 3.349
4.096 4.802 5.509 5.672 6.152
1945 1946 1947 1948
Valor
Valor médio por
(em milhões de cruzeiros)
(em cruzeiros)
cheque
129.850 165.816
17.560 16.505 16.002 18.118 21.576 26.179 27.867 27.041 30.099
'184.272
32.488
204.128
32.338
33.118 34.331 35.444 47.577 57.392 87.673 114.142
portação e importação no seu conjunto — não cessara de crescer. Ainda em 1947, verificou-se uma ascensão verti cal, de 31 para 44 bilhões de cruzeiros.
Em 1948, o intercâmbio mercantil com ò estrangeiro atingiu apenas 43 bilhões.
Na hipótese de que cada transação do
comércio exterior determina dois pag\ mantos por cheque, na média iguais i\o
valor da mercadoria exportada ou impor
o quadro evidencia que de 1938 a 1948 a quantidade dos cheques compen sados aumentou de 226%, o valor glo bal dc 516% e, por conseguinte, o valor médio por cheque apenas de 78%, en
quanto os preços, no mesmo período, pelo menos triplicaram. O valor mé
tremamente alto, em comparação com os países onde o cheque compensado serve também para pequenos pagamentos no comércio varejista e de salários.
Há diferenças características quanto Entre as 13 Câmaras de Compensação que funcio ao valor médio por cheque.
dio por cheque ficava, portanto, conti
nam no"Birasil, a de Belo Horizonte acusa
tada, a diferença para menos, de 1947
nuamente atrasado em relação à alta dos
o menor valor médio, com cerca de
para 1948, de um bilhão no comércio
preço.s.
14.000 cnizeiros por cheque.
exterior, representaria para o movimen to de cheques compensados uma dimi nuição de 2 bilhões de cruzeiros.
Tal fenômeno nada tem de surpreen dente. É natural que os primeiros a
movimento total, da Câmara de Belo
adotar o uso do cheque foram
Mas o
Horizonte mostra que o uso do cheque é em Minas Gerais ainda pouco
Quantidade e valor médio dos cheques
as grandes empresas, com vul
desenvolvido.
O fenômeno de, no ano passado, o valor dos cheques compensados não ter aumentado mais, e provàvelraento menos que o nível dos preços por ata
tosos pagamentos. Aos poucos,
valor apenas 4% do total do
seguiram-se as menores, cujo
pais', percentagem muito pe
cado, não significa que o uso do cheque teria entrado numa fase de estagnação. Pelo contrário, a quantidade dos cheques
Representa em
movimento comercial, e conse
quena em relação à população
quentemente os
e à importância econômica des
pagamentos,
são mais limitados.
O ano
de 1948 foi, porém, um dos
se grande Estado.
Do valor total dos cheques
raros períodos nos quais o valor médio
compensados, 84,9% do total — contra
compensados mostra que a utilização do cheque como^meio de pagamento conti nua a se ampliar. O quadro seguinte
sofreu uma ligeira dirninuição. Parece uma indicação de que o cheque com
86,1% no ano anterior — distribuiram-se
pensado conquistou agora novos meios
neiro, de São Paulo e de Santos. Entre
mostra a evolução dos cheques compen
sociais, com pagamentos relativamente
ôsses três grandes, São Paulo é. a praça
sados na última década:
módicos.
com a maior quantidade (2.68í).000) e
Todavia, a média de 2.338
cruzeiros ainda representa um valor ex
entre três Câmaras: as do Rio de Ja
o menor valor médio (cêrca de 25.000
Digesto Econômico
34
particular os da mineração, contam muito
automóveis e rádios. Em quantidade, o
mais para à quantidade do que outros artigos de valor várias vêzes mais ele
decréscimo da importação desses produ
vado.
Êsse raciocínio acha-se novamente con
tos foi apenas de 6.000 toneladas — um milésimo da importação total — mas ou seja dc 2% do valor total.
exterior em 1948. Com o método acima
Diante desses fatos, parece-nos pouco provável que o movimento dos preços
ano de 1947, o valor médio da tonelada
exportada baixou de 5.601 para 4.658
cruzeiros, ou seja de 18,9%, e o valor
no comércio exterior pudesse ter e.xercido uma influência compressiva sôbre o va'or dos checiues compensados. Mas, é ver
médio da tonelada importada de 3.185 para 3.086 cruzeiros, ou seja de 3,1%.
dade que em 1948 faltou o estímulo
Ora, examinando a evolução em seus
sados recebeu nos anos anteriores do
pormenores, observa-se que a grande
mudança nas exportações provém prin cipalmente de dois produtos. Quase metade do vultoso acréscimo da quanti
dade total exportada refere-se ao minério de ferro, cujas exportações passaram de 196.737 para 599.289 toneladas. Os pre ços subiram, também, de 28%, mas o efei
to sôbre o valor total das exportações ficou módico. Enquanto a quantidade do minério de ferro representava, no ano passado, 13%, seu valor de 61 mi
lhões de cruzeiros constituía apenas 0,3% das exportações. O segundo fator que repercutiu no va lor médio da exportação foi o dos teci
dos. A e.xpertação de tecidos de algo dão baixou em 1948, em quantidade, de dois terços. A despeito dessa queda brutal, a diminuição foi apenas de 11.000 toneladas, ou seja a térça parte
de um por cento da quantidade total ex portada em 1947. Mas em valor o recuo
foi de 773 milhões de cruzeiros, mon tante que conta mesmo num total de 21 bilhões.
Do lado da importação, a aparente
diminuição do preço médio revela-se também como ilusão. A ligeira diferença
em relação ao preço médio por tonela
da resulta em particular da restrição para
Digesto Econômico
L Anos
em valor, de 400 milhões de cruzeiros
firmado pelos resultados do comércio descrito, verifíca-se q.ue. eiri relação ao
f
que o movimento dos cheques compen comércio exterior.
De 1942 a 1947 o valor global do comércio exterior — ex
i
Quantidade (em 1.000 unidades)
1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944
1.886 2.080 2.215 2.626 2.660 3.349
4.096 4.802 5.509 5.672 6.152
1945 1946 1947 1948
Valor
Valor médio por
(em milhões de cruzeiros)
(em cruzeiros)
cheque
129.850 165.816
17.560 16.505 16.002 18.118 21.576 26.179 27.867 27.041 30.099
'184.272
32.488
204.128
32.338
33.118 34.331 35.444 47.577 57.392 87.673 114.142
portação e importação no seu conjunto — não cessara de crescer. Ainda em 1947, verificou-se uma ascensão verti cal, de 31 para 44 bilhões de cruzeiros.
Em 1948, o intercâmbio mercantil com ò estrangeiro atingiu apenas 43 bilhões.
Na hipótese de que cada transação do
comércio exterior determina dois pag\ mantos por cheque, na média iguais i\o
valor da mercadoria exportada ou impor
o quadro evidencia que de 1938 a 1948 a quantidade dos cheques compen sados aumentou de 226%, o valor glo bal dc 516% e, por conseguinte, o valor médio por cheque apenas de 78%, en
quanto os preços, no mesmo período, pelo menos triplicaram. O valor mé
tremamente alto, em comparação com os países onde o cheque compensado serve também para pequenos pagamentos no comércio varejista e de salários.
Há diferenças características quanto Entre as 13 Câmaras de Compensação que funcio ao valor médio por cheque.
dio por cheque ficava, portanto, conti
nam no"Birasil, a de Belo Horizonte acusa
tada, a diferença para menos, de 1947
nuamente atrasado em relação à alta dos
o menor valor médio, com cerca de
para 1948, de um bilhão no comércio
preço.s.
14.000 cnizeiros por cheque.
exterior, representaria para o movimen to de cheques compensados uma dimi nuição de 2 bilhões de cruzeiros.
Tal fenômeno nada tem de surpreen dente. É natural que os primeiros a
movimento total, da Câmara de Belo
adotar o uso do cheque foram
Mas o
Horizonte mostra que o uso do cheque é em Minas Gerais ainda pouco
Quantidade e valor médio dos cheques
as grandes empresas, com vul
desenvolvido.
O fenômeno de, no ano passado, o valor dos cheques compensados não ter aumentado mais, e provàvelraento menos que o nível dos preços por ata
tosos pagamentos. Aos poucos,
valor apenas 4% do total do
seguiram-se as menores, cujo
pais', percentagem muito pe
cado, não significa que o uso do cheque teria entrado numa fase de estagnação. Pelo contrário, a quantidade dos cheques
Representa em
movimento comercial, e conse
quena em relação à população
quentemente os
e à importância econômica des
pagamentos,
são mais limitados.
O ano
de 1948 foi, porém, um dos
se grande Estado.
Do valor total dos cheques
raros períodos nos quais o valor médio
compensados, 84,9% do total — contra
compensados mostra que a utilização do cheque como^meio de pagamento conti nua a se ampliar. O quadro seguinte
sofreu uma ligeira dirninuição. Parece uma indicação de que o cheque com
86,1% no ano anterior — distribuiram-se
pensado conquistou agora novos meios
neiro, de São Paulo e de Santos. Entre
mostra a evolução dos cheques compen
sociais, com pagamentos relativamente
ôsses três grandes, São Paulo é. a praça
sados na última década:
módicos.
com a maior quantidade (2.68í).000) e
Todavia, a média de 2.338
cruzeiros ainda representa um valor ex
entre três Câmaras: as do Rio de Ja
o menor valor médio (cêrca de 25.000
IDioest<)
cruzeiros por cheque), o que permite a conclusão de que o uso do cheque em São Paulo já encontrou ampla extensão nas emprêsas industriais 'e comerciais de
de Compensação. Mas é evidente <luo
esse "total" representa apenas parte do
verdadeiro total. Mesmo que a rede das Càmara.s fòssc inai.s densa do que é na
menor vu'to. No Rio de Janeiro o valoi
realidade, parte substancial ficaria foru
médio fica, com 36.000 cruzeiros, acima
de seu alcance.
da média do país. Quanto ao va'ür glo bal, a Câmara do Rio de Janeiro figura ainda em primeiro lugar, com 78.767 milhões de cruzeiros, contra 68.894 mi lhões em São Paulo. Mas a diferença entre o movimento das duas capitais vai diminuindo: em 1947 a relação foi de
128:100 e em 1948 apenas de 177:100.
A terceira grande Câmara, a de Santos, tem uma posição particular, não somen te por seu vulto extraordinário (24..538
do verificado cm São Paulo. O fato ex plica-se pela preponderância do comér cio exterior nos negócios de Santos. Em
particular, as exportações de café refle-
tem-se no valor dos cheques compensa dos em Santos, mês por mês, com uma precisão quase matemática. Entretanto
é de se observar que o movimento de cheques em Santos não foi sensivelmen te atingido pe'o decréscimo no valor
global do comércio exterior no ano pas sado. O valor dos cheques compensados cm Santos aumentou, em 1948, de 10%,
ou seja quase na mesma proporção que o movimento total do país. Compemação interna cios bancos
Falando até aqui no total dos cheques conipensado.s, leferimo-nos sunienle ao
volume que passa através das Câmaras
tr.
^ Seletivas.
37
No Rio de Janeiro, por
^■"^cinplo, apenas um lêrço dos bancos inscrito na Câmara de CompensaOs outros dois terços precisam,
O prof. Eugênio Gudín diz, em seus "Princípios de Economia Monetária" (2.® edição, 1947, pjig. 142), que "cm São Paulo o xalor de cheques que entram
guando querem fazer compensar cheques
na compensação é inferior a 50% do va'òr
pela local, do -endosso por por um f - Câmara —
emitido, ao passo que cm Santos essa
"^nco inscrito, e em nmilos casos prefc-
porcentagem é dc mais de 90%".
mente à compensação pelas Câmaras e
''em evitar csso ^.aminho.
Rio dc Janeiro, a pcrcentagem dos com
não entram, pí)r conseguinte, na estatís tica. O primeiro, e proviwclmentc o
'^^ras de Compensação é, não somente
Dois grandes .setores escapam virttial-.
ntais importante, concerne aos cheques compensados pelos próprios bancos. Se
o depositante cie um banco lança um
choque a favor dc outro depositante do mesmo banco, seria absurdo cn\ iá-lo à
Câmara de Comiícnsação. A compensa ção faz-.se pelo próprio banco, por sim ples escritura nas contas dos dois clientes.
milhões de cruzeiros, ou sejam 12,25? do total do país), mas sobretudo pelo valor Essa operação se repete diáriamente cenmédio muito elevado. O valor global dc .tenas de vêzes, notaclamcntc nos grandes quase 2o bilhões de cruzeiros refere-se bancos cpic truballiam com uma ròdè a 282.000 cheques compensados apenas, do agências. Atinge não somente os no ano passado. O valor médio atingiu, pois, 87.000 cruzeiros, mais que o triplo
t^tciiiSTo Econômico
pagamentos menores, liias os de vulto máximo, como os entre o Tesouro Na» cional, as autarcpuas federais e as em
presas de economia mista, qvie lôdas mantêm contas no Banco do Brasil,
É de lamentar que nem o Banco do
Brasil nem os outios bancos importantes fizessem ou publicassem até agora le vantamentos, a esse respeito, que per
mitissem pelo menos avaliar, grosso ?nOfZo, o volume dessas operações do
A categoria dos não inscritos nas Cànúmero, como também quanto ao
^^Ontantc dos seus depósitos, muito im portante. Não dispomos do estatística
-ôbre êsse assunto, mas pode-se fazer
dôle uma idéia aproximativa. Os balan-ÇOs e balancetes do Banco do Brasil dis-
No
pensados, inclusive dos cheques que se liquidam por auto-compensação dentro do próprio banco, oscilaria em tomo de 50%.
Não sabemo.s se essas percentagens
.«ão válidas ainda hoje, mas é certo que
a parte dos cheques paga no balcão, em numerário, c importante.
A redução dessa parcela a favor da
bnguem duas categorias de depósito.s
compen.^^ação significaria já um grande
sitos Bancários dc compensação de che
culante, e em particular para o encaixe
ques" e elevou-se cm 31 de dezembro
cm numeríuáo dos bancos.
bancários: a primeira chunia-sc "depó
de 1948 em 1.490 niilliõcs de cruzeiros.
alívio para o volume teta' do meio cir Mas. alem
disso, as possibilidades de ampliar o
bancários à vista", foi, na mesma data,
campo dos cheques compensados ainda são quase ilimitadas. Inúmeros pagn-
a .3.382 milhões de cruzeiros.
para outros objetivos, poderão ser efe
A segunda, chamada "outros depósitos
mais que duas vezes maior, elevando-sé A pri-
nieira categoria abrange as contas dos bancos inscritos na Câmara de Compen
sação, e a segunda, maior, os bancos rião inscritos.
Ê preciso lembrar, enfim, que grande parto dos cheques emitidos não chega à
compensação, mas o saqueada no balcão.
mentos de mercadoriab, de sahmos, ou
tuados por cheques compensados se o pagador insistir um pouco no sentido de o beneficiado abrir uma conta num
banco e aceitar essa forma ""de paga
mento.
É um conselho, não para in
comodar os recebedores, e sim, para ra cionalizar nosso sistema de pagamento. ,
aiito-compcn.sação. Todavia, não bá dú
vida de que êsse volume é importantíssi mo e tende a aumentar com a conceixtração bancária, mediante o sistema do agências.
Um segundo setor fica cm geral involunlàriamente fora das Câmaras. Ain-
,^a que as Camaras de Compensação se
jam de.stinadas a facilitar a movimei\lação de choques, elas não aceitam, por motixos de segurança, iodos o.s banCOS como fregueses. São mesmo bastan.
'J
IDioest<)
cruzeiros por cheque), o que permite a conclusão de que o uso do cheque em São Paulo já encontrou ampla extensão nas emprêsas industriais 'e comerciais de
de Compensação. Mas é evidente <luo
esse "total" representa apenas parte do
verdadeiro total. Mesmo que a rede das Càmara.s fòssc inai.s densa do que é na
menor vu'to. No Rio de Janeiro o valoi
realidade, parte substancial ficaria foru
médio fica, com 36.000 cruzeiros, acima
de seu alcance.
da média do país. Quanto ao va'ür glo bal, a Câmara do Rio de Janeiro figura ainda em primeiro lugar, com 78.767 milhões de cruzeiros, contra 68.894 mi lhões em São Paulo. Mas a diferença entre o movimento das duas capitais vai diminuindo: em 1947 a relação foi de
128:100 e em 1948 apenas de 177:100.
A terceira grande Câmara, a de Santos, tem uma posição particular, não somen te por seu vulto extraordinário (24..538
do verificado cm São Paulo. O fato ex plica-se pela preponderância do comér cio exterior nos negócios de Santos. Em
particular, as exportações de café refle-
tem-se no valor dos cheques compensa dos em Santos, mês por mês, com uma precisão quase matemática. Entretanto
é de se observar que o movimento de cheques em Santos não foi sensivelmen te atingido pe'o decréscimo no valor
global do comércio exterior no ano pas sado. O valor dos cheques compensados cm Santos aumentou, em 1948, de 10%,
ou seja quase na mesma proporção que o movimento total do país. Compemação interna cios bancos
Falando até aqui no total dos cheques conipensado.s, leferimo-nos sunienle ao
volume que passa através das Câmaras
tr.
^ Seletivas.
37
No Rio de Janeiro, por
^■"^cinplo, apenas um lêrço dos bancos inscrito na Câmara de CompensaOs outros dois terços precisam,
O prof. Eugênio Gudín diz, em seus "Princípios de Economia Monetária" (2.® edição, 1947, pjig. 142), que "cm São Paulo o xalor de cheques que entram
guando querem fazer compensar cheques
na compensação é inferior a 50% do va'òr
pela local, do -endosso por por um f - Câmara —
emitido, ao passo que cm Santos essa
"^nco inscrito, e em nmilos casos prefc-
porcentagem é dc mais de 90%".
mente à compensação pelas Câmaras e
''em evitar csso ^.aminho.
Rio dc Janeiro, a pcrcentagem dos com
não entram, pí)r conseguinte, na estatís tica. O primeiro, e proviwclmentc o
'^^ras de Compensação é, não somente
Dois grandes .setores escapam virttial-.
ntais importante, concerne aos cheques compensados pelos próprios bancos. Se
o depositante cie um banco lança um
choque a favor dc outro depositante do mesmo banco, seria absurdo cn\ iá-lo à
Câmara de Comiícnsação. A compensa ção faz-.se pelo próprio banco, por sim ples escritura nas contas dos dois clientes.
milhões de cruzeiros, ou sejam 12,25? do total do país), mas sobretudo pelo valor Essa operação se repete diáriamente cenmédio muito elevado. O valor global dc .tenas de vêzes, notaclamcntc nos grandes quase 2o bilhões de cruzeiros refere-se bancos cpic truballiam com uma ròdè a 282.000 cheques compensados apenas, do agências. Atinge não somente os no ano passado. O valor médio atingiu, pois, 87.000 cruzeiros, mais que o triplo
t^tciiiSTo Econômico
pagamentos menores, liias os de vulto máximo, como os entre o Tesouro Na» cional, as autarcpuas federais e as em
presas de economia mista, qvie lôdas mantêm contas no Banco do Brasil,
É de lamentar que nem o Banco do
Brasil nem os outios bancos importantes fizessem ou publicassem até agora le vantamentos, a esse respeito, que per
mitissem pelo menos avaliar, grosso ?nOfZo, o volume dessas operações do
A categoria dos não inscritos nas Cànúmero, como também quanto ao
^^Ontantc dos seus depósitos, muito im portante. Não dispomos do estatística
-ôbre êsse assunto, mas pode-se fazer
dôle uma idéia aproximativa. Os balan-ÇOs e balancetes do Banco do Brasil dis-
No
pensados, inclusive dos cheques que se liquidam por auto-compensação dentro do próprio banco, oscilaria em tomo de 50%.
Não sabemo.s se essas percentagens
.«ão válidas ainda hoje, mas é certo que
a parte dos cheques paga no balcão, em numerário, c importante.
A redução dessa parcela a favor da
bnguem duas categorias de depósito.s
compen.^^ação significaria já um grande
sitos Bancários dc compensação de che
culante, e em particular para o encaixe
ques" e elevou-se cm 31 de dezembro
cm numeríuáo dos bancos.
bancários: a primeira chunia-sc "depó
de 1948 em 1.490 niilliõcs de cruzeiros.
alívio para o volume teta' do meio cir Mas. alem
disso, as possibilidades de ampliar o
bancários à vista", foi, na mesma data,
campo dos cheques compensados ainda são quase ilimitadas. Inúmeros pagn-
a .3.382 milhões de cruzeiros.
para outros objetivos, poderão ser efe
A segunda, chamada "outros depósitos
mais que duas vezes maior, elevando-sé A pri-
nieira categoria abrange as contas dos bancos inscritos na Câmara de Compen
sação, e a segunda, maior, os bancos rião inscritos.
Ê preciso lembrar, enfim, que grande parto dos cheques emitidos não chega à
compensação, mas o saqueada no balcão.
mentos de mercadoriab, de sahmos, ou
tuados por cheques compensados se o pagador insistir um pouco no sentido de o beneficiado abrir uma conta num
banco e aceitar essa forma ""de paga
mento.
É um conselho, não para in
comodar os recebedores, e sim, para ra cionalizar nosso sistema de pagamento. ,
aiito-compcn.sação. Todavia, não bá dú
vida de que êsse volume é importantíssi mo e tende a aumentar com a conceixtração bancária, mediante o sistema do agências.
Um segundo setor fica cm geral involunlàriamente fora das Câmaras. Ain-
,^a que as Camaras de Compensação se
jam de.stinadas a facilitar a movimei\lação de choques, elas não aceitam, por motixos de segurança, iodos o.s banCOS como fregueses. São mesmo bastan.
'J
Dicesto Econômico
;mio; -t Paulo E. de BEnnÊDo Cauneiuo
'yoDos OS homens de ciência do Brasil que se têm voltado para os proble
mas da Amazônia, quer do ponto de vista das suas terras, dos seus rios, da
sua floresta, do seu clima, quer da sua população, sabem das imensas dificulda
des que se opõem ao conhecimento exa to do seu meio físico e das condições de
adaptação do homem a ôle.
Naturalistas brasileiros e estrangeiros, à porfia, percorreram durante dois sé
culos essa vasta região que abrange {■
as zonas florestais e as bacias drenadas
39
na região equatorial, exige, para o seu estudo, a cooperação dc numerosos es
aprovado, muito havendo contribuído pa
pecialistas e vultosas disponibilidades fi nanceiras. Nenhum país poderá em
ram, ao longo dos debates, q Embaixa
preender isoladamente semelhante tare
Miguel Osório de Almeida, Olímpio da
fa; ela é, por sua natureza e por suas determinantes geográficas, essencialmen
Fonseca e Carlos Chagas Filho, delega dos do Brasil àquela reunião.
te internacional, interessando, pelas suas "repercussões, o mundo inteiro.
Doccnte livre cia Escola Naciotial da
Do ponto de vista puramente cientí fico, poderia ser localizndo o Instituto
Engenharia, Chefe cia Divisão cio
tituto cie Tecnologia, o clr. Paulo E tfa
Berrêclo Carneiro remeteu cio Paris, onda exerce as funções cie delegado permonan-.
objeto de inúmeros comentários, crn virtude do parecer contrário apresenta do pelo eminente dõputado Artuí- Bcr-
dor Muniz de Aragão e os Professores
Foi então decidida a convocação de
unia comissão de peritos, a reunir-se em Belém, no mês de agosto de 1947, para
dehnear os objetivos e os planos de tra
que propus tanto na Hiléia Asiática, co
balho do futuro Instituto, à luz dos pro
mo na Hiléia Africana ou
blemas e das necessidades da Amazônia.
na
Hiléia
Amazônica, pois as características nieso-
teJunto à Unesco, para o "Digcsto Ectyl nómico", o artigo que. ora publico,na^ O assunto da Hiléia Amazônica tem suÍc»
ra isso o empenho com que o sustenta
Preliminarmente submeti ao Institu
lógicas de umas e outras são muito afins. Indiquei, porém, desde logo, a preferên cia pela Hiléia Amazônica cm virtudo
to Brasileiro de Educação, Ciência e
da e.xtensa e rica área, quase totalmen
via apresentado à Unesco. O Presiden
te desconhecida, que o Brasil nela pos
Cultura, presidido pelo eminente jurista Doutor Levi Carneiro, o projeto que ha
te do IBECC convocou para esse fim uma Mesa Redonda em que figuraram
para o vale amazônico, desde os An
nardfis à Comissão de Segurança
suí. Imprimi, assim, ao projeto, um sen
des até o Atlântico. E essa-imensa área
Nacional.
tido nitidamente brasileiro, com ramifi
cêrca de trinta cientistas brasileiros, re
cações pelos Estados sul-americanos nos
tropical, caracterizada por fatôrcs climá ticos e biológicos específicos, denominou
Humboldt Hiléia. Ela abrange trechos de países distintos, tais como o Brasil, a Bolívia, o Peru, o Equador, a Colôm bia, a Venezuela e as três Guianas. Reproduzem-se condições de meio seme
lhantes nas zonas equatoriais da África
e da Ásia. Seguindo-se a classificação de Humboldt, há a considerar paralela
mente, à Hiléia Amazônica, a Hiléia Africana e a Hiléia Asiática, onde, mutatis mutandis, põem-se problemas aná
logos.
Foi com essa visão de conjunto que tomei a iniciativa de propor à. Comissão de Ciências Naturais da Unesco, reuni
da em Londres, em maio de 1946, a criação de um Instituto Internacional
destinado ao estudo ecológico da Hiléia Amazônica em tôda a sua amplitude.
Desprovido de qualquer sentido político,
o Instituto que sugeri revestiu desde lo-
trabalhos e explorações a empreender
presentando os nossos principais institu tos de pesquisa e centros de ensino. O apoio sem reservas que recebeu então o projeto de criação do Instituto da Hiléia
pelo Instituto, com a colaboração cien
não se limitou aos meios científicos: —
tífica c financeira dos demais Estados amazônicos nê!e associados, será o Bra
o ilustre Presidente da Comissão Parla mentar de Valorização do Amazonas,
sos vizinhos.
go a mais alta significação científica tanto pela importância da faixa terrcs' tre que se propõe estudar como pela xirl gencia dos melhoramentos a introduzi" nas condições de vida das populações T i ela vinculadas. Instituto de pesquiJ pura, abrangendo o homeni e o meio ! empreenderá éle, necessariamente, in\ es' Í
Hgações relativas ao solo, à flora á f
]
na, h geografia física e humana, â antro" pologia, à etnografia, à nutrição, à higic" ne o à educação. No intuito de contrir buir ao desenvolvimento dos recurso"
1 "
■«
naturais que a zona tropical oferece, foi
também encarado o problema da pródu- ' ção econômica dessa região, isto é, -r j sua agricultura, silvicultura, piscicultura I e indústria animal. ' ^ A variedade dos problemas suscitados :í
por esse complexo indivisível de plantas, j animais e sociedades • humanas, situado
à
Dêsso modo, o primeiro
país a se beneficiar, do conjunto dos
sil.
Para tornar mais preciso esse in
Deputado Leopoldo Perez, sancionou
tuito propus, igualmente, que a sede do
com a autoridade do seu nome e do seu
Instituto da Hiléia fòsse fixada em Ma
cargo o plano aprovado pelo IBECC.
naus, no coração da Amazônia brasilei ra, em estreita e íntima conexão com o
Incumbido pelo Covêmo brasileiro de organizar a nossa delegação à Conferên cia Científica de Belém, parti, com an tecedência, para Cuiabá e Manaus, a
Museu Goeldí de Belém e o Instituto
Agronômico do Norte.
Graças ao apoio que desde o início lhe deu o eminente Ministro das Rela
ções Exteriores de então, o Senhor Dou tor João Neves da Fontoura, pude apre
sentar o projeto de criação do Instituto
fim de consultar os 'governadores de Mato Grosso e do Amazonas sobre o
programa em elaboração.
Em Cuiabá,
além do governador do Estado, Doutor Arnaldo Estêvão de Figueiredo, e do seu
co, reunida em Paris no mês de novem
secretário-geral, obti\'e audiência do Re verendo Bispo Dom Aquino Correia e
bro de 1946, em nome do Brasil.
do General Cândido Rondon. Dessas al
Amplamente discutido nessa ocasião, foi o esquema que sugeri unanimemente
beu o projeto aplausos e louvores, tendo
à Primeira Conferência Geral da Unes
tas personalidades matogrossenses rece
Dicesto Econômico
;mio; -t Paulo E. de BEnnÊDo Cauneiuo
'yoDos OS homens de ciência do Brasil que se têm voltado para os proble
mas da Amazônia, quer do ponto de vista das suas terras, dos seus rios, da
sua floresta, do seu clima, quer da sua população, sabem das imensas dificulda
des que se opõem ao conhecimento exa to do seu meio físico e das condições de
adaptação do homem a ôle.
Naturalistas brasileiros e estrangeiros, à porfia, percorreram durante dois sé
culos essa vasta região que abrange {■
as zonas florestais e as bacias drenadas
39
na região equatorial, exige, para o seu estudo, a cooperação dc numerosos es
aprovado, muito havendo contribuído pa
pecialistas e vultosas disponibilidades fi nanceiras. Nenhum país poderá em
ram, ao longo dos debates, q Embaixa
preender isoladamente semelhante tare
Miguel Osório de Almeida, Olímpio da
fa; ela é, por sua natureza e por suas determinantes geográficas, essencialmen
Fonseca e Carlos Chagas Filho, delega dos do Brasil àquela reunião.
te internacional, interessando, pelas suas "repercussões, o mundo inteiro.
Doccnte livre cia Escola Naciotial da
Do ponto de vista puramente cientí fico, poderia ser localizndo o Instituto
Engenharia, Chefe cia Divisão cio
tituto cie Tecnologia, o clr. Paulo E tfa
Berrêclo Carneiro remeteu cio Paris, onda exerce as funções cie delegado permonan-.
objeto de inúmeros comentários, crn virtude do parecer contrário apresenta do pelo eminente dõputado Artuí- Bcr-
dor Muniz de Aragão e os Professores
Foi então decidida a convocação de
unia comissão de peritos, a reunir-se em Belém, no mês de agosto de 1947, para
dehnear os objetivos e os planos de tra
que propus tanto na Hiléia Asiática, co
balho do futuro Instituto, à luz dos pro
mo na Hiléia Africana ou
blemas e das necessidades da Amazônia.
na
Hiléia
Amazônica, pois as características nieso-
teJunto à Unesco, para o "Digcsto Ectyl nómico", o artigo que. ora publico,na^ O assunto da Hiléia Amazônica tem suÍc»
ra isso o empenho com que o sustenta
Preliminarmente submeti ao Institu
lógicas de umas e outras são muito afins. Indiquei, porém, desde logo, a preferên cia pela Hiléia Amazônica cm virtudo
to Brasileiro de Educação, Ciência e
da e.xtensa e rica área, quase totalmen
via apresentado à Unesco. O Presiden
te desconhecida, que o Brasil nela pos
Cultura, presidido pelo eminente jurista Doutor Levi Carneiro, o projeto que ha
te do IBECC convocou para esse fim uma Mesa Redonda em que figuraram
para o vale amazônico, desde os An
nardfis à Comissão de Segurança
suí. Imprimi, assim, ao projeto, um sen
des até o Atlântico. E essa-imensa área
Nacional.
tido nitidamente brasileiro, com ramifi
cêrca de trinta cientistas brasileiros, re
cações pelos Estados sul-americanos nos
tropical, caracterizada por fatôrcs climá ticos e biológicos específicos, denominou
Humboldt Hiléia. Ela abrange trechos de países distintos, tais como o Brasil, a Bolívia, o Peru, o Equador, a Colôm bia, a Venezuela e as três Guianas. Reproduzem-se condições de meio seme
lhantes nas zonas equatoriais da África
e da Ásia. Seguindo-se a classificação de Humboldt, há a considerar paralela
mente, à Hiléia Amazônica, a Hiléia Africana e a Hiléia Asiática, onde, mutatis mutandis, põem-se problemas aná
logos.
Foi com essa visão de conjunto que tomei a iniciativa de propor à. Comissão de Ciências Naturais da Unesco, reuni
da em Londres, em maio de 1946, a criação de um Instituto Internacional
destinado ao estudo ecológico da Hiléia Amazônica em tôda a sua amplitude.
Desprovido de qualquer sentido político,
o Instituto que sugeri revestiu desde lo-
trabalhos e explorações a empreender
presentando os nossos principais institu tos de pesquisa e centros de ensino. O apoio sem reservas que recebeu então o projeto de criação do Instituto da Hiléia
pelo Instituto, com a colaboração cien
não se limitou aos meios científicos: —
tífica c financeira dos demais Estados amazônicos nê!e associados, será o Bra
o ilustre Presidente da Comissão Parla mentar de Valorização do Amazonas,
sos vizinhos.
go a mais alta significação científica tanto pela importância da faixa terrcs' tre que se propõe estudar como pela xirl gencia dos melhoramentos a introduzi" nas condições de vida das populações T i ela vinculadas. Instituto de pesquiJ pura, abrangendo o homeni e o meio ! empreenderá éle, necessariamente, in\ es' Í
Hgações relativas ao solo, à flora á f
]
na, h geografia física e humana, â antro" pologia, à etnografia, à nutrição, à higic" ne o à educação. No intuito de contrir buir ao desenvolvimento dos recurso"
1 "
■«
naturais que a zona tropical oferece, foi
também encarado o problema da pródu- ' ção econômica dessa região, isto é, -r j sua agricultura, silvicultura, piscicultura I e indústria animal. ' ^ A variedade dos problemas suscitados :í
por esse complexo indivisível de plantas, j animais e sociedades • humanas, situado
à
Dêsso modo, o primeiro
país a se beneficiar, do conjunto dos
sil.
Para tornar mais preciso esse in
Deputado Leopoldo Perez, sancionou
tuito propus, igualmente, que a sede do
com a autoridade do seu nome e do seu
Instituto da Hiléia fòsse fixada em Ma
cargo o plano aprovado pelo IBECC.
naus, no coração da Amazônia brasilei ra, em estreita e íntima conexão com o
Incumbido pelo Covêmo brasileiro de organizar a nossa delegação à Conferên cia Científica de Belém, parti, com an tecedência, para Cuiabá e Manaus, a
Museu Goeldí de Belém e o Instituto
Agronômico do Norte.
Graças ao apoio que desde o início lhe deu o eminente Ministro das Rela
ções Exteriores de então, o Senhor Dou tor João Neves da Fontoura, pude apre
sentar o projeto de criação do Instituto
fim de consultar os 'governadores de Mato Grosso e do Amazonas sobre o
programa em elaboração.
Em Cuiabá,
além do governador do Estado, Doutor Arnaldo Estêvão de Figueiredo, e do seu
co, reunida em Paris no mês de novem
secretário-geral, obti\'e audiência do Re verendo Bispo Dom Aquino Correia e
bro de 1946, em nome do Brasil.
do General Cândido Rondon. Dessas al
Amplamente discutido nessa ocasião, foi o esquema que sugeri unanimemente
beu o projeto aplausos e louvores, tendo
à Primeira Conferência Geral da Unes
tas personalidades matogrossenses rece
l-
!*7" ^
Dicesto Econômico Dicesto Econômico
Sido designado o Doutor ^íi^ixcl Pcrnam-
íiuco Filho, ConHiltor do Banco dn
Borracha, para representar o Estado e Mato Grosso na Conferência de Belcin. De Cuiabá prossegui viagem Manaus, com escalas em São Lms de
Cáceres, Forte Príncipe da Beira e 1 orto Ve^ho. Na capital amazonense o in
teresse com que o governador do Esta do, Doutor Leopoldo Neves, acolheu o plano do Instituto, foi integralmente par
tilhado pelas suas classes produtoras _e pela imprensa. A convite da Associação
Comercial, expus à sua diretoria as fina lidades e a estrutura do centro de estu
dos tropicais em vi-a de criação. O seu Presidente, Senhor J. G. Araújo, depms de submeter a debate a minha exposição,
Ern Belém, foi exlrcmanionle cordial
a recepção dada pelo Govêmo e pelo ferência Internacional. Aí promovi, igualmente, ampla difusão dos objetivos
ganização de Alimentação e Agricultura,
racha e Professor da Faculdade de Di
da Organização Mundial do Saúde e da
visados com a criação do In.stitulo da Hi
Unesco.
reito dc Belém, o Dr. Leoncio de Salignac o Sousa, Procurador-geral do Esta
léia. Em artigos, assinalei a imensa di
vida que tem a ci\ ilízação moderna jxira com a Amazônia, salientando a signifi cação moral que reveste o projeto da Une.sco, através do qual serão mobilizi^do.s% em favor da Hiléia, a ciência e técnica das nações que tantos beneficíos já buuriram dela. A imprensa dc Belém, como a de Manaus, independen temente da .sua atitude govornament \l ou oposicionista, apoiou calorosamente a iniciativa cia instalação do Instituto
Amazônico e acompa
Comercial do Amazo
penho os longos tr-í
nhou com vivo
nas ao projeto do Ins
talhos da Comisào
tituto Internacional da
Cacntifica Internacio
Hiléia. Em entrevis
nal.
A sessão inaugural da
tido e os propósitos
presidida pelo gover
da Conferência a rea-
nador do Pará, presença das altas au
Belém,
com o intuito de pro vocar, sobre o assun
to, o mais amplo mo-
Conferência
toridades civis e mi litares da União e do Estado. Em todos os
viiiicnto de opinião pública. Desde logo
encontros
nianifestovr-me o go
Moura Carvalho, d^v..
vernador do Amazo
monslrou ele o de
com
o
que
governador
nas o seu vivo empenho em ver insta
sejo de emprestar ao projeto do Institu,
lada em Manaus a sede do futuro Insti
to o mais amplo apoio oficial.
tuto, oferecendo, para isso, os terrenos ne disposição do novo Centro de pesquisas, para os seus estudos botânicos e zoológi
Compareceram à Conferência Cienti fica de Belém delegados da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, dvxi Estados Unidos da América do Norte,
cos, uma reserva florestal de J.00 km2, às
da França, da Grã-Bretanha, do Peru e
margens do Igarapé do Pas.sarinho, dis tante 15 quilômetros de Manaus.
da Venezuela, além de representantes do Instituto Inter-Americano dc Agiàcul-
cessários no parque da cidade, e pondo à
Não poderia ler sido mais satisfatório o resultado dos trabalhos i-ealizados numa atmosfera dc mútua compreensão c con
fiança. Mais uma vez o valor dc xmificação dos métodos científicos foi pôsto à prova, com pleno êxito. Tanto nos prob'emas de ciências naturais, puras e aplicadas, como nos de ciências sociais, nutrição e medicina, as conclusões for muladas pelas subcomissões foram ado tadas imãnimemente pela Conferência. Nem SC tornou preciso, pnra tanto, ro-
correr-se a concessões ou compromissos.
A fôrça inerente às soluções inspiradas pelo espírito científico criou uma com pleta harmonia de vistas.
A delegação do Brasil que tive a hon ra de chefiar, nessa ocasião, compunha-
tas pelo jornais e pelo rádio, divulguei o sen em
de índios do Pará, o Dr. Miguel Pernam buco Filho, Consultor do Banco da Bor
partição Sanitária Pan-Americana, da Or
hipotecou a solidarie dade da Associaç-ão-
lizar-;se
tura, da União Pan-Ainericana, da Re
povo paraen.sc aos delegados à Con
se de personalidades do mais eminente destaque, figurando nela o Comandante Braz Dias de Aguiar, então Chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Li mites, a Senhora Heloísa Alberto Tor
res, Diretora do Museu Nacional e Mem bro do Conselho de Proteção aos índios,
o Dr. Felisberto Camargo, Diretor do Instituto Agronômico cio Norte, o Pro fessor Heitor Fróes, Diretor do Departa
mento Nacional cie Educação c Saúde do Ministério cLa Educação, o Dr. Cristó vão Leite dc Castro, Secretário-geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Es tatística, o Dr. Melo Leitão, Professor de Zoologia da Escola Nacional de Agro nomia, o Dr. Descartes Garcia Paula, Chefe de Divisão do Instituto Nacional de Tecnologia, o Professor Oliveira Pin to, Diretor do Departamento de Zoologia dc São Paulo, o Dr. Eurico de Melo Cardoso Fernandes, Diretor da Inspetoria
do do Amazona.s, e o Coronel J^oaquim Ccsário da Silva. Diretor da Divisão de
Segurança do Território Federal de Gua-
poré. A elevação moral e os conheci mentos científicos e técnicos dos diver
sos delegados imprimiram aos debates cm torno" do projeto de criação do Insti tuto da- uréia o caráter construtivo que
era de desejar, pondo em evidência que,
pela sua própria estrutura,-será o Insti tuto um elo de amizade e cooperação
cnti-e os países amazônicos, uma fonte permanente dc cultura na vasta região que elegeu para seu campo de ativadaclc, um precioso instrumento de estudo c proteção da natureza tropical, com o intuito de tomá-la cada vez mais favo rável à fi.xação do homem.
Desde logo ofereceram - vários dos
países amazônicos a colaboração dos seus laboratórios, estações biológicas, biblio tecas, museus, parque florestais e postos dc estudos indianistas, pondo à dispo sição do futuro Instituto locais de traba lho e acomodações,- mapas cartográficos e aerofotogramas. O representante do Govêrno peruano ofereceu o concurso do Museu Amazonense, na cidade de
Iqxiitos. O Delegado da Co'ômbia, em termos semelhantes, pôs à di.sposição do Instituto da Hiléia o "Centro de Es
túdios Indigenistas" em Sibundoy.
O
delegado francês fêz proposta análoga em relação ao Instituto Pasteur de Caiena.
A delegação brasileira, movida pelo
desejo de assegurar propícias condições de existência ao Instituto Internacional da Hiléia, ofereceu a colaboração de centros de trabalho e o concurso técnico
l-
!*7" ^
Dicesto Econômico Dicesto Econômico
Sido designado o Doutor ^íi^ixcl Pcrnam-
íiuco Filho, ConHiltor do Banco dn
Borracha, para representar o Estado e Mato Grosso na Conferência de Belcin. De Cuiabá prossegui viagem Manaus, com escalas em São Lms de
Cáceres, Forte Príncipe da Beira e 1 orto Ve^ho. Na capital amazonense o in
teresse com que o governador do Esta do, Doutor Leopoldo Neves, acolheu o plano do Instituto, foi integralmente par
tilhado pelas suas classes produtoras _e pela imprensa. A convite da Associação
Comercial, expus à sua diretoria as fina lidades e a estrutura do centro de estu
dos tropicais em vi-a de criação. O seu Presidente, Senhor J. G. Araújo, depms de submeter a debate a minha exposição,
Ern Belém, foi exlrcmanionle cordial
a recepção dada pelo Govêmo e pelo ferência Internacional. Aí promovi, igualmente, ampla difusão dos objetivos
ganização de Alimentação e Agricultura,
racha e Professor da Faculdade de Di
da Organização Mundial do Saúde e da
visados com a criação do In.stitulo da Hi
Unesco.
reito dc Belém, o Dr. Leoncio de Salignac o Sousa, Procurador-geral do Esta
léia. Em artigos, assinalei a imensa di
vida que tem a ci\ ilízação moderna jxira com a Amazônia, salientando a signifi cação moral que reveste o projeto da Une.sco, através do qual serão mobilizi^do.s% em favor da Hiléia, a ciência e técnica das nações que tantos beneficíos já buuriram dela. A imprensa dc Belém, como a de Manaus, independen temente da .sua atitude govornament \l ou oposicionista, apoiou calorosamente a iniciativa cia instalação do Instituto
Amazônico e acompa
Comercial do Amazo
penho os longos tr-í
nhou com vivo
nas ao projeto do Ins
talhos da Comisào
tituto Internacional da
Cacntifica Internacio
Hiléia. Em entrevis
nal.
A sessão inaugural da
tido e os propósitos
presidida pelo gover
da Conferência a rea-
nador do Pará, presença das altas au
Belém,
com o intuito de pro vocar, sobre o assun
to, o mais amplo mo-
Conferência
toridades civis e mi litares da União e do Estado. Em todos os
viiiicnto de opinião pública. Desde logo
encontros
nianifestovr-me o go
Moura Carvalho, d^v..
vernador do Amazo
monslrou ele o de
com
o
que
governador
nas o seu vivo empenho em ver insta
sejo de emprestar ao projeto do Institu,
lada em Manaus a sede do futuro Insti
to o mais amplo apoio oficial.
tuto, oferecendo, para isso, os terrenos ne disposição do novo Centro de pesquisas, para os seus estudos botânicos e zoológi
Compareceram à Conferência Cienti fica de Belém delegados da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, dvxi Estados Unidos da América do Norte,
cos, uma reserva florestal de J.00 km2, às
da França, da Grã-Bretanha, do Peru e
margens do Igarapé do Pas.sarinho, dis tante 15 quilômetros de Manaus.
da Venezuela, além de representantes do Instituto Inter-Americano dc Agiàcul-
cessários no parque da cidade, e pondo à
Não poderia ler sido mais satisfatório o resultado dos trabalhos i-ealizados numa atmosfera dc mútua compreensão c con
fiança. Mais uma vez o valor dc xmificação dos métodos científicos foi pôsto à prova, com pleno êxito. Tanto nos prob'emas de ciências naturais, puras e aplicadas, como nos de ciências sociais, nutrição e medicina, as conclusões for muladas pelas subcomissões foram ado tadas imãnimemente pela Conferência. Nem SC tornou preciso, pnra tanto, ro-
correr-se a concessões ou compromissos.
A fôrça inerente às soluções inspiradas pelo espírito científico criou uma com pleta harmonia de vistas.
A delegação do Brasil que tive a hon ra de chefiar, nessa ocasião, compunha-
tas pelo jornais e pelo rádio, divulguei o sen em
de índios do Pará, o Dr. Miguel Pernam buco Filho, Consultor do Banco da Bor
partição Sanitária Pan-Americana, da Or
hipotecou a solidarie dade da Associaç-ão-
lizar-;se
tura, da União Pan-Ainericana, da Re
povo paraen.sc aos delegados à Con
se de personalidades do mais eminente destaque, figurando nela o Comandante Braz Dias de Aguiar, então Chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Li mites, a Senhora Heloísa Alberto Tor
res, Diretora do Museu Nacional e Mem bro do Conselho de Proteção aos índios,
o Dr. Felisberto Camargo, Diretor do Instituto Agronômico cio Norte, o Pro fessor Heitor Fróes, Diretor do Departa
mento Nacional cie Educação c Saúde do Ministério cLa Educação, o Dr. Cristó vão Leite dc Castro, Secretário-geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Es tatística, o Dr. Melo Leitão, Professor de Zoologia da Escola Nacional de Agro nomia, o Dr. Descartes Garcia Paula, Chefe de Divisão do Instituto Nacional de Tecnologia, o Professor Oliveira Pin to, Diretor do Departamento de Zoologia dc São Paulo, o Dr. Eurico de Melo Cardoso Fernandes, Diretor da Inspetoria
do do Amazona.s, e o Coronel J^oaquim Ccsário da Silva. Diretor da Divisão de
Segurança do Território Federal de Gua-
poré. A elevação moral e os conheci mentos científicos e técnicos dos diver
sos delegados imprimiram aos debates cm torno" do projeto de criação do Insti tuto da- uréia o caráter construtivo que
era de desejar, pondo em evidência que,
pela sua própria estrutura,-será o Insti tuto um elo de amizade e cooperação
cnti-e os países amazônicos, uma fonte permanente dc cultura na vasta região que elegeu para seu campo de ativadaclc, um precioso instrumento de estudo c proteção da natureza tropical, com o intuito de tomá-la cada vez mais favo rável à fi.xação do homem.
Desde logo ofereceram - vários dos
países amazônicos a colaboração dos seus laboratórios, estações biológicas, biblio tecas, museus, parque florestais e postos dc estudos indianistas, pondo à dispo sição do futuro Instituto locais de traba lho e acomodações,- mapas cartográficos e aerofotogramas. O representante do Govêrno peruano ofereceu o concurso do Museu Amazonense, na cidade de
Iqxiitos. O Delegado da Co'ômbia, em termos semelhantes, pôs à di.sposição do Instituto da Hiléia o "Centro de Es
túdios Indigenistas" em Sibundoy.
O
delegado francês fêz proposta análoga em relação ao Instituto Pasteur de Caiena.
A delegação brasileira, movida pelo
desejo de assegurar propícias condições de existência ao Instituto Internacional da Hiléia, ofereceu a colaboração de centros de trabalho e o concurso técnico
42
Dicesto Econômico
de vários especialistas empenhados em pesquisas na região amazônica. Merece
especial destaque, pe^a importância que tem, a contribuição do Instituto Agronô mico do Norte, do Museu Gocldi e do
Conselho Nacional de Geografia c EstatísHca. O primeiro, com sede em Belém, será o órgão consultivo e executivo dos planos de pesquisas agrícolas elabora dos de comum acordo com o Instituto da
Hiléia. Possui o Instituto Agronômico do Norte uma biblioteca dotada de cer ca de 240 revistas científicas em cole
ções completas e atualizadas, abrangen
do os principais ramos de Histó
ria Natural, rela
Estatística, representado na Confcrvncia de Belém polo seu Secrctiuio-rreral.
Dr. Cristóvão Leito de Castro, ofercceii o concurso dos scjís geógrafos na Ama zônia que fornecerão os dados aerofoli>-
gráficos necessários às pesquisas pedológicas indispensáveis às demais investiga ções previstas.
O Institiiio BrasÍ'ciro de Educação I Ciência o Cultura tomou a iniciati\-a d' i propor a Comis.são Parlamentar' de Va lorização Econômica do Va^e AmazòiCíco que atribuísse 5% da soma atualmen».^
arrecadada nos termos do Art. igg çj ^ Constituição Fe
deral, às despesas
cionados com as
de instalação, de
pesquisas agronô
equipamento
micas, e vultosa
coleção de livros
técnicos, no valor de cerca de meio milhão de dóla res.
Os seus la
boratórios, pro vidos de todos os recursos
moder
nos, foram espe cialmente
cons
pesquisas
o
.do^
centros do Insti
tuto da Hilün lo
calizados em terntório brasileiro lissa quantia po deria ser anual"lente confiad x íio Instituto Rrx
sileiro de Edu.^ cação. Ciência o CulturaAspara ser contròle. primei
truídos para pesquisas de química, ge aplicada T 7 sob T o seu nética, citologia, botânica e fitopatologia. -ras obras a empreender com tais recu^ Os campos de experimentação agrícola
que fazem parte' do Instituto Agronômico servirão igualmente de base de estudo
para vários problemas inscritos no pro
sos seriam a construção de nova sed > para o Museu Goeldi, cm Belém o criação de um horto botânico e dc u,-»í parque zoológico providos de herbários
'^'Jtros, o Museu Nacional, o Jardim Bo-
se inter\'alo estudaram a composição e
^dnico, o Instituto'Os\aldü Cruz, o Ins^bato Biológico de São Paulo, o Museu
flechas.
Paulista, o Instituto Agronômico -cie Cam
no esclarecimento da constituição e dos
pinas e os diversos centros de pesquisas nossas Universidades. Ao lado das
investigação que diretamente cmpreenterá desse modo o Instituto da Hiléia
® papel de coordenador das explorações e estudos que se venham a realizar na re gião amazônica.
Promoverá êle, nesse
sentido, o concurso das instituições de
<^iência pura existentes nos mais adian
tituto Pastcur de Paris, o Museu do Ho-
niem, o Jardin des Plantes e, na Ingla terra, a Universidade de Cambridge, en tre outras.
Ao invés das explorações esporádicas c sem conexão que durante dois séculos estudaram em condições extremamente
precárias a Hiléia Amazônica, disporemos do uma rede permanente de ins
tituições nacionais e estrangeiras cola borando através dos seus melhores es
pecialistas para a solução dos problemas edáficos, climáticos e bióticos dessa região.
forços com que foi levado a têrmo o estudo dp curare. Os primeiros traba
em 1828, por Boussingault e Roulin. Só
das nos problemas de ecologia tropical. No Brasil, essa cooperação visan\, entro
gredientes naturais introduzidos pelos ín dios na sua fabricação e, finalmente, a discordância de técnicas utilizadas em
tal pesquisa. Com a criação do Insti tuto Internacional da Hiléia Amazônica,
problemas dessa natureza terão rápida solução, já pelas facilidades trazidas à
sas bioquímicas e fisiológicas realiza
das em comum por equipes altamente I qualificadas. A existência, em Manaus, de labora tórios, herbários, hortos, parques zoo
lógicos, coleções etnográficas, estações biológicas, assegurará às explorações que venham a empreender na Amazônia o Museu Nacional, o Jardim Botânico, o
Instituto Biológico de São Paulo, ou
qualquer outro centro de pesquT^ do Brasil, condições de trabalho até agora
impossíveis de obter e que não só atrai rão freqüentes expedições, mas facili-
ração da Amazônia brasileira, criar-se-á
Não se limitará, porém, a colabomção do Instituto da Hiléia, às organizações
tânicas, zoológicas, etnográficas e arqueo lógicas que possui. O Conselho Nacional de Geografia e
obstáculos para a determinação dos in
mento, bastaria citar, entre muitos ou tros a lentidão e a dispersão de es
portância prática de um tal aparelha-
léia Amazônica.
sociará ao Instituto da Hiléia para o estu do e o desenvolvimento das coleções bo
efeitos do curare a extrema dificulda de de coleta de amostras autênticas, os
- tarão de muito a sua missão, garantindo-
lhos químicos sôbre êle foram realizados
científicas existentes na Amazônia. Estender-sc-á ela, sob a forma de acordos bilaterais, a todas as Instituições cienti ficas nacionais ou estrangeiras inlcrcssa-
Contribuiu para essa delonga
Se fôsse preciso pôr em relevo a im
e iaboratórios -em Manaus.
com o Governo do Estado do Pará, se as
as propriedades do famoso veneno de
tados centros científicos do mundo, tais como a Smithsonian Institution, o Museu • colheita e classificação do material de estudo, já pela coordenação das pesqui de História Natural de Nova York, o Ins
grama do Instituto Internacional da Hi O Museu Gocldi, mediante acordo
43
I^iOEsTO. Econômico
um século mais tarde foi possível isolar os seus princípios ativos, com os tra balhos de Harold King sôbre as Menis-
Ihes acrescida eficiência e continuidade nos esforços reahzados. No próprio co assim um dos maiores núcleos de inves
tigação científica do mundo, onde se sucederão, em períodos de estágio, os
maiores especialistas em pedologia, bo• tânica, fitopatologia, genética, entomolo-
gia, ornitologia, pârasitologia, fisiologia, etnografia etc. Dentro de alguns anos
espécies do gênero Stnjchnos, mau gra
ter-se-á tornado a capital amazônica um foco de cultura e progresso, levando à
do o grande número de eminentes natu ralistas, químicos e físiologistas que nes-
neiros daquelas remotas paragens o au-
permücias e os meus próprios em várias
estóica população de audaciosos pio
42
Dicesto Econômico
de vários especialistas empenhados em pesquisas na região amazônica. Merece
especial destaque, pe^a importância que tem, a contribuição do Instituto Agronô mico do Norte, do Museu Gocldi e do
Conselho Nacional de Geografia c EstatísHca. O primeiro, com sede em Belém, será o órgão consultivo e executivo dos planos de pesquisas agrícolas elabora dos de comum acordo com o Instituto da
Hiléia. Possui o Instituto Agronômico do Norte uma biblioteca dotada de cer ca de 240 revistas científicas em cole
ções completas e atualizadas, abrangen
do os principais ramos de Histó
ria Natural, rela
Estatística, representado na Confcrvncia de Belém polo seu Secrctiuio-rreral.
Dr. Cristóvão Leito de Castro, ofercceii o concurso dos scjís geógrafos na Ama zônia que fornecerão os dados aerofoli>-
gráficos necessários às pesquisas pedológicas indispensáveis às demais investiga ções previstas.
O Institiiio BrasÍ'ciro de Educação I Ciência o Cultura tomou a iniciati\-a d' i propor a Comis.são Parlamentar' de Va lorização Econômica do Va^e AmazòiCíco que atribuísse 5% da soma atualmen».^
arrecadada nos termos do Art. igg çj ^ Constituição Fe
deral, às despesas
cionados com as
de instalação, de
pesquisas agronô
equipamento
micas, e vultosa
coleção de livros
técnicos, no valor de cerca de meio milhão de dóla res.
Os seus la
boratórios, pro vidos de todos os recursos
moder
nos, foram espe cialmente
cons
pesquisas
o
.do^
centros do Insti
tuto da Hilün lo
calizados em terntório brasileiro lissa quantia po deria ser anual"lente confiad x íio Instituto Rrx
sileiro de Edu.^ cação. Ciência o CulturaAspara ser contròle. primei
truídos para pesquisas de química, ge aplicada T 7 sob T o seu nética, citologia, botânica e fitopatologia. -ras obras a empreender com tais recu^ Os campos de experimentação agrícola
que fazem parte' do Instituto Agronômico servirão igualmente de base de estudo
para vários problemas inscritos no pro
sos seriam a construção de nova sed > para o Museu Goeldi, cm Belém o criação de um horto botânico e dc u,-»í parque zoológico providos de herbários
'^'Jtros, o Museu Nacional, o Jardim Bo-
se inter\'alo estudaram a composição e
^dnico, o Instituto'Os\aldü Cruz, o Ins^bato Biológico de São Paulo, o Museu
flechas.
Paulista, o Instituto Agronômico -cie Cam
no esclarecimento da constituição e dos
pinas e os diversos centros de pesquisas nossas Universidades. Ao lado das
investigação que diretamente cmpreenterá desse modo o Instituto da Hiléia
® papel de coordenador das explorações e estudos que se venham a realizar na re gião amazônica.
Promoverá êle, nesse
sentido, o concurso das instituições de
<^iência pura existentes nos mais adian
tituto Pastcur de Paris, o Museu do Ho-
niem, o Jardin des Plantes e, na Ingla terra, a Universidade de Cambridge, en tre outras.
Ao invés das explorações esporádicas c sem conexão que durante dois séculos estudaram em condições extremamente
precárias a Hiléia Amazônica, disporemos do uma rede permanente de ins
tituições nacionais e estrangeiras cola borando através dos seus melhores es
pecialistas para a solução dos problemas edáficos, climáticos e bióticos dessa região.
forços com que foi levado a têrmo o estudo dp curare. Os primeiros traba
em 1828, por Boussingault e Roulin. Só
das nos problemas de ecologia tropical. No Brasil, essa cooperação visan\, entro
gredientes naturais introduzidos pelos ín dios na sua fabricação e, finalmente, a discordância de técnicas utilizadas em
tal pesquisa. Com a criação do Insti tuto Internacional da Hiléia Amazônica,
problemas dessa natureza terão rápida solução, já pelas facilidades trazidas à
sas bioquímicas e fisiológicas realiza
das em comum por equipes altamente I qualificadas. A existência, em Manaus, de labora tórios, herbários, hortos, parques zoo
lógicos, coleções etnográficas, estações biológicas, assegurará às explorações que venham a empreender na Amazônia o Museu Nacional, o Jardim Botânico, o
Instituto Biológico de São Paulo, ou
qualquer outro centro de pesquT^ do Brasil, condições de trabalho até agora
impossíveis de obter e que não só atrai rão freqüentes expedições, mas facili-
ração da Amazônia brasileira, criar-se-á
Não se limitará, porém, a colabomção do Instituto da Hiléia, às organizações
tânicas, zoológicas, etnográficas e arqueo lógicas que possui. O Conselho Nacional de Geografia e
obstáculos para a determinação dos in
mento, bastaria citar, entre muitos ou tros a lentidão e a dispersão de es
portância prática de um tal aparelha-
léia Amazônica.
sociará ao Instituto da Hiléia para o estu do e o desenvolvimento das coleções bo
efeitos do curare a extrema dificulda de de coleta de amostras autênticas, os
- tarão de muito a sua missão, garantindo-
lhos químicos sôbre êle foram realizados
científicas existentes na Amazônia. Estender-sc-á ela, sob a forma de acordos bilaterais, a todas as Instituições cienti ficas nacionais ou estrangeiras inlcrcssa-
Contribuiu para essa delonga
Se fôsse preciso pôr em relevo a im
e iaboratórios -em Manaus.
com o Governo do Estado do Pará, se as
as propriedades do famoso veneno de
tados centros científicos do mundo, tais como a Smithsonian Institution, o Museu • colheita e classificação do material de estudo, já pela coordenação das pesqui de História Natural de Nova York, o Ins
grama do Instituto Internacional da Hi O Museu Gocldi, mediante acordo
43
I^iOEsTO. Econômico
um século mais tarde foi possível isolar os seus princípios ativos, com os tra balhos de Harold King sôbre as Menis-
Ihes acrescida eficiência e continuidade nos esforços reahzados. No próprio co assim um dos maiores núcleos de inves
tigação científica do mundo, onde se sucederão, em períodos de estágio, os
maiores especialistas em pedologia, bo• tânica, fitopatologia, genética, entomolo-
gia, ornitologia, pârasitologia, fisiologia, etnografia etc. Dentro de alguns anos
espécies do gênero Stnjchnos, mau gra
ter-se-á tornado a capital amazônica um foco de cultura e progresso, levando à
do o grande número de eminentes natu ralistas, químicos e físiologistas que nes-
neiros daquelas remotas paragens o au-
permücias e os meus próprios em várias
estóica população de audaciosos pio
Dicesto EcoNÒMiro
xílío técnico e econômico de que ca
rece para o definitivo triunfo contra os obstáculos de um meio hostil e de uma
ação governamental precária e intermi tente.
O objetivo final do Instituto da IIIléia será propiciar ao homem amazônico, na sua faina ingente, o máximo de re cursos que a civiMzação moderna está em condições de oferecer-lhe, como justa retribuição à tenacidade ».; ix inteli
gência de que deu provas no po\oamento daquela extensa e solitária ampli dão, na colheita do seu látex e das suas castanhas, na cultura do seu cacau e da
sua juta, na utíMzação das suas madeiras, na indústria das suas essências, e na
paciente descoberta das suas plantas me dicinais e tóxicas.
A Comissão Científica do Belém apre sentou à Unesco e aos governos amazômcos um plano minucioso dos estudos a serem confiados ao Instituto Interna
cional da Hiléia no domínio das ciên
cias naturais, das ciências sociais, da nutrição c da medicina. Sem pretender enumerá-los todos, cuniprc-me citar al guns desses projetos: 1) estabelecer
centros de pesquisas de pedologia c geografia física em Belém, Manaus, Iquitos e Caiena; 2) instalar um herbá rio de referência com uma biblioteca especializada em Manaus; 3) organi zar explorações botânicas que cubram de maneira progressiva e sistemática a to
talidade da Hiléia Amazônica, com o
fim de coligir plantas de interôsse econômico, reunir documentos e
in
formações sôbre as práticas etnobotánicas dos povos aborígenes e coletar amostras vegetais e daclos científicos ca
pazes de orientar os estudos florísticos,
fitogeográficos e taxinômicos; 4) criar nm jardim botânico para experimentação
e trabalhos práticos em Manau.s; 5) com
pletar o inventário fauníslíco da ro£»lào c estabelecer uma coleção de referência cm Manaus; 6) c-studar pormenorizadamentc-as rí-lações entre a fauna do alti
plano arcnítico do Norte c a da planí cie amazônica; 7) estudar a ecologia dos peixes de água doce; 8) investigar meios de cnninVe e destruição das lerinitas e saúxas; 9) estudar as melhores ccndiçoc:s de utilização racional d--.^ imensas reservas florestais; 10) examinar a possibilidade de introdução de -n •
rnai5; de raça apropriados para u re^-Võ
equatorial uinida, com particular inttS SC pela criação de búfalos aquáücos do raças boxinas de sangue indiano o.,* niui.s SC adaptam às condições mcsobW
eus da Hiléia; 11) orientar, em "colaW raçao com os países c órgãos t.Vr,; associados, a .sc'cção ou liibridação T'''
raças de animais, a exemplo da oi realizada em King Ranch, „□ Te. criando noxas raças apropriadas giao; 12) promover a instalação d-
boralórios destinados à produção de
emas, soros e medicamentos para . vclcrinária.s. a fim de atender às
sidadcs especificas e imediatas da Am zônia; 13) iniciar, em algumas cid-uU^ típicas da Hiléia Amazônica, inquêrito^^ sociais, tão completos quanto possível a fim de fixar as suas característm antropo.ügicas, a sua feigão cultural econômica, o seu gênero de atividad
o seu regime alimentar, estado sanitário etc; 14) promover os inquéritos e esto dos necessários à criação de tipos de Iw bitaçao e planos urbanísticos adaptado as condições climáticas e nos recursos naturais da região amazônica; 15) es tudar a po.ssibilidade de utilizar, pura a educação fundamental das populações amazônicas, caravanas compostas de sal nitaristas, etnólogos, agrônomos e pro fessores, apareMiados com os recurscis
DicESTo Econômico
modernos de projcçoos fixa.s c moxeis,
Comissão de Ciências Naturais c em
discos, rádio etc.; 10) incentivar, cm
plenário, o programa elaborado pela Co
mento do cultura popular, mediante a
deVgações sul-americanas congregaram-
tecas o dc museus educati\'Os, formados
obter da assembléia um crédito de cem
com os elementos naturais locais e cer
preparalorio.s indispensáveis à criação
todos os países amazônicos, inn movi
criação progressiva c ampla dc biblio
cados dc hortos c acpiávios, ligando-sc êsse;; diversos centros uns aos outros
pela correspondência c permuta de do
cumentos c coleções; 17) sugerir planos tendentes à criação dc escolas técnicas
especializadas cm química indu.strial, agricultura c higiene, indispensáveis ao
desenvolvimento econômico c social da Hiléia
anaUsar as cau
sas de dcpopulrtção dos centros indígenas
amazônicos e os recursos aplicáveis para
sustar o seu prosseguimento; 19) estudar os elementos folclóricos c lingüísticos d()s diversos grupos indígenas; 20) inxesticar os meios dc preservar as populações
indígenas das contaminações infecciosas resultantes de contactos com civilizados portadores de germe em relação aos quais SC encontram em estado de menor resistência; 21) empreender pesquisas
bioquímicas sobre as plantas comestíveis,
medicinais e tó.xicas da Hiléia; 22) co laborar no estudo comparativo da fisio-
logia humana e animal em diferentes la titudes e altitudes.
Esta simples enumeração é suficiente para indicar o espírito e a amplUude do programa traçado .pela Comissão Científica de Belém para o Instituto In ternacional da Hiléia. Tudo nele ex prime o propósito de criar, pelos meios técnicos e científicos ao nosso alcance, um ambiente material e cultural favorá vel ao desenvolvimento econômico e so
missão Científica dc Belém.
Todas as
se para sustentar o projeto apresentado e mil dólares para o custeio dos trabalhos do Instituto da Hiléia Amazônica. A de legação brasileira que me coube presi dir era então composta dos Professores Antônio Carneiro Leão, Carlos Chagas Filho. Lourenço Filho e Fernando Tude dc Souza. Esforçamo-nos todos, com o máximo zílo, em conseguir a adoção,
pela Confcrcncíã, do plano recomenda do pelo Govêrno brasileiro. O professor Carlos Chagas Filho foi o líder autori
zado e brilhante dos debates que então se desenrolaram. As reserx-as que faziam a
alguns países à aprovação do projeto
cederam ante a sua fundamentada argu mentação de biologista, habituado, por
suas próprias pesquisas e por tradições dc família, ao trato das questões ama zônicas. Através dele, pleiteavam a
criação do Instituto da Hiléia dois dos
mais ilustres e devotados estudiosos dos
seus problemas: Carlos e Evandro Chagas. . .
Votado o projeto, por unanimidade,
com a dotação de cem mil dólares, foi convocada para abril de 1948 uma reu
nião final em Iquitos, destinada à ela
boração e à assinatura, da convenção in ternacional criando o Instituto da Hiléia Amazônica.
Representaram o Brasil, em Iquitos, a Diretora do Museu Nacional, Senhora Heloísa Alberto Tòrres, o Diretor do Ins tituto Agronômico do Norte, Dr.
cial da Amazônia.
berto CaiAargo, um eminente jurista, Dr.
Por ocasião da Segunda Conferência Geral da Unesco, reunida no México, em novembro de 1947, foi discutido, na
grafia e Estatística, Dr. Lúcio de Castro
Lineu de Albuquerque Melo, lun repre sentante do Conselho Nacional de Geo
Dicesto EcoNÒMiro
xílío técnico e econômico de que ca
rece para o definitivo triunfo contra os obstáculos de um meio hostil e de uma
ação governamental precária e intermi tente.
O objetivo final do Instituto da IIIléia será propiciar ao homem amazônico, na sua faina ingente, o máximo de re cursos que a civiMzação moderna está em condições de oferecer-lhe, como justa retribuição à tenacidade ».; ix inteli
gência de que deu provas no po\oamento daquela extensa e solitária ampli dão, na colheita do seu látex e das suas castanhas, na cultura do seu cacau e da
sua juta, na utíMzação das suas madeiras, na indústria das suas essências, e na
paciente descoberta das suas plantas me dicinais e tóxicas.
A Comissão Científica do Belém apre sentou à Unesco e aos governos amazômcos um plano minucioso dos estudos a serem confiados ao Instituto Interna
cional da Hiléia no domínio das ciên
cias naturais, das ciências sociais, da nutrição c da medicina. Sem pretender enumerá-los todos, cuniprc-me citar al guns desses projetos: 1) estabelecer
centros de pesquisas de pedologia c geografia física em Belém, Manaus, Iquitos e Caiena; 2) instalar um herbá rio de referência com uma biblioteca especializada em Manaus; 3) organi zar explorações botânicas que cubram de maneira progressiva e sistemática a to
talidade da Hiléia Amazônica, com o
fim de coligir plantas de interôsse econômico, reunir documentos e
in
formações sôbre as práticas etnobotánicas dos povos aborígenes e coletar amostras vegetais e daclos científicos ca
pazes de orientar os estudos florísticos,
fitogeográficos e taxinômicos; 4) criar nm jardim botânico para experimentação
e trabalhos práticos em Manau.s; 5) com
pletar o inventário fauníslíco da ro£»lào c estabelecer uma coleção de referência cm Manaus; 6) c-studar pormenorizadamentc-as rí-lações entre a fauna do alti
plano arcnítico do Norte c a da planí cie amazônica; 7) estudar a ecologia dos peixes de água doce; 8) investigar meios de cnninVe e destruição das lerinitas e saúxas; 9) estudar as melhores ccndiçoc:s de utilização racional d--.^ imensas reservas florestais; 10) examinar a possibilidade de introdução de -n •
rnai5; de raça apropriados para u re^-Võ
equatorial uinida, com particular inttS SC pela criação de búfalos aquáücos do raças boxinas de sangue indiano o.,* niui.s SC adaptam às condições mcsobW
eus da Hiléia; 11) orientar, em "colaW raçao com os países c órgãos t.Vr,; associados, a .sc'cção ou liibridação T'''
raças de animais, a exemplo da oi realizada em King Ranch, „□ Te. criando noxas raças apropriadas giao; 12) promover a instalação d-
boralórios destinados à produção de
emas, soros e medicamentos para . vclcrinária.s. a fim de atender às
sidadcs especificas e imediatas da Am zônia; 13) iniciar, em algumas cid-uU^ típicas da Hiléia Amazônica, inquêrito^^ sociais, tão completos quanto possível a fim de fixar as suas característm antropo.ügicas, a sua feigão cultural econômica, o seu gênero de atividad
o seu regime alimentar, estado sanitário etc; 14) promover os inquéritos e esto dos necessários à criação de tipos de Iw bitaçao e planos urbanísticos adaptado as condições climáticas e nos recursos naturais da região amazônica; 15) es tudar a po.ssibilidade de utilizar, pura a educação fundamental das populações amazônicas, caravanas compostas de sal nitaristas, etnólogos, agrônomos e pro fessores, apareMiados com os recurscis
DicESTo Econômico
modernos de projcçoos fixa.s c moxeis,
Comissão de Ciências Naturais c em
discos, rádio etc.; 10) incentivar, cm
plenário, o programa elaborado pela Co
mento do cultura popular, mediante a
deVgações sul-americanas congregaram-
tecas o dc museus educati\'Os, formados
obter da assembléia um crédito de cem
com os elementos naturais locais e cer
preparalorio.s indispensáveis à criação
todos os países amazônicos, inn movi
criação progressiva c ampla dc biblio
cados dc hortos c acpiávios, ligando-sc êsse;; diversos centros uns aos outros
pela correspondência c permuta de do
cumentos c coleções; 17) sugerir planos tendentes à criação dc escolas técnicas
especializadas cm química indu.strial, agricultura c higiene, indispensáveis ao
desenvolvimento econômico c social da Hiléia
anaUsar as cau
sas de dcpopulrtção dos centros indígenas
amazônicos e os recursos aplicáveis para
sustar o seu prosseguimento; 19) estudar os elementos folclóricos c lingüísticos d()s diversos grupos indígenas; 20) inxesticar os meios dc preservar as populações
indígenas das contaminações infecciosas resultantes de contactos com civilizados portadores de germe em relação aos quais SC encontram em estado de menor resistência; 21) empreender pesquisas
bioquímicas sobre as plantas comestíveis,
medicinais e tó.xicas da Hiléia; 22) co laborar no estudo comparativo da fisio-
logia humana e animal em diferentes la titudes e altitudes.
Esta simples enumeração é suficiente para indicar o espírito e a amplUude do programa traçado .pela Comissão Científica de Belém para o Instituto In ternacional da Hiléia. Tudo nele ex prime o propósito de criar, pelos meios técnicos e científicos ao nosso alcance, um ambiente material e cultural favorá vel ao desenvolvimento econômico e so
missão Científica dc Belém.
Todas as
se para sustentar o projeto apresentado e mil dólares para o custeio dos trabalhos do Instituto da Hiléia Amazônica. A de legação brasileira que me coube presi dir era então composta dos Professores Antônio Carneiro Leão, Carlos Chagas Filho. Lourenço Filho e Fernando Tude dc Souza. Esforçamo-nos todos, com o máximo zílo, em conseguir a adoção,
pela Confcrcncíã, do plano recomenda do pelo Govêrno brasileiro. O professor Carlos Chagas Filho foi o líder autori
zado e brilhante dos debates que então se desenrolaram. As reserx-as que faziam a
alguns países à aprovação do projeto
cederam ante a sua fundamentada argu mentação de biologista, habituado, por
suas próprias pesquisas e por tradições dc família, ao trato das questões ama zônicas. Através dele, pleiteavam a
criação do Instituto da Hiléia dois dos
mais ilustres e devotados estudiosos dos
seus problemas: Carlos e Evandro Chagas. . .
Votado o projeto, por unanimidade,
com a dotação de cem mil dólares, foi convocada para abril de 1948 uma reu
nião final em Iquitos, destinada à ela
boração e à assinatura, da convenção in ternacional criando o Instituto da Hiléia Amazônica.
Representaram o Brasil, em Iquitos, a Diretora do Museu Nacional, Senhora Heloísa Alberto Tòrres, o Diretor do Ins tituto Agronômico do Norte, Dr.
cial da Amazônia.
berto CaiAargo, um eminente jurista, Dr.
Por ocasião da Segunda Conferência Geral da Unesco, reunida no México, em novembro de 1947, foi discutido, na
grafia e Estatística, Dr. Lúcio de Castro
Lineu de Albuquerque Melo, lun repre sentante do Conselho Nacional de Geo
46
Soares,, e um representante do Serviço Especial de Saúde Pública do Ministério da Educação, Dr. César de Andrade.
Enviaram delegações à Conferência a
Bolívia, o Brasil, a Colômbia, o Equador, a França, a Itália, os Países Baixos, o
Peru e a Venezuela. Depois de amplo debate e minuciosa revisão do têxto ini
cial, sugerido como base de trabalho
pela Unesco, assinaram a Convenção as
delegações de todos os países representa dos,"ad referendum" dos respectivos go vernos, com exceção da França, cujo de
legado, o Professor Paul Riv^t, tinha poderes para sancioná-la definitivamente.
A Convenção de Iquítos constituí um marco de excepcional significação na
i
cooperação científica internacional. Pela
primeira vez na história conjugam-se os
esforços de várias nações para o estudo sistemático de uma imensa área do globo terrestre, no intuito de preparar racional mente as condições para o seu desen
volvimento. Os países associados nessa obra comum conservam intacta a sua
soberania em face do Instituto, cujas atividades, dentro do território de cada
Estado, serão determinadas após prévia consulta ao mesmo e mediante seu con
sentimento, nos têrmos do Art. 2.® § c
da Convenção. Êste é o preceito funda mental que regula as relações entre o Instituto da Hiléia e os Estados amazô-
nicos, subordinando-o às leis, regula mentos e autoridades dos mesmos. Con-
cilía-se, assim, o concurso de todos com
a irrestrita independência de cada qual. Nada poderá, portanto, empreender o
Instituto, em território brasileiro, seja uma exploração, seja a montagem de um labo ratório ou de um museu, a aquisição de um terreno para construção de locais de
trabalho, ou a instalação de um campo experimental, sem prévia e formal auto rização do nosso Govêrno. A União e
■,
Dicesto EcoNÓ.vnco
os Estados manterão um controle abso
luto sôbre tôdas as operações confiadas ao Instituto da Hiléia, podendo em qual quer momento modificá-las ou suspen dê-las. Nenhum dos países amazônicos associados pela Convenção do Instituto da Hiléia aliena em favor dôle bens de
qualquer espécie, móveis ou imóveis, ou lhe outorga em sou território poderes ou privilégios que se não* enquadrem nas legislações respectivas. Cumpre ainda assinalar que o Institu
to não haurirá, em caso algum, proveito das descobertas que fizer. Reverterão
elas, integralmente, aos Estados em cujos territórios tenham sido realizadas.
As finalidades e funções do Instituto Hiléia vêm claramente definidas no
Artigo 1.° da Convenção:
"Os Estados contratantes, por
melo da presente convenção,
criam o Instituto Internacional dá
Hiléia Amazônica, com o objeto
de promover, conduzir, coordenar e divulgar os estudos sôbre a mencionada zona geográfica, que será oportunamente delimitada.
b) Para realizar seu propósito o Ins
47
DiGESTO Econômico
L
(
científica realizados na região'e
zônicos.
estabelecer e manter coleções
sul-amcricano, a admissão eventual de
para estudo; IV — dar assi.stcncia técnica aos Es
tados membros c às organiza
ções científicas, visando tmia ação individual ou conjunta, de
conformidade com o propósito
exposto no inciso a.
Dependerá dêsses países, geo-
gràficamcnte vinculados no continente
qualquer outro Estado no quadro do Instituto. A maioria de dois terços exi
gida para esse fim consolida as garan tias intencionalmente dadas aos Estados o territórios sul-americanos. Não há,
aliás nenhum indício de que tenda a
aumentar o número dos países atual
ções do Instituto Internacional da Hiléia
mente associados no plano de pesquisas do Instituto da Hiléia. Quanto ás or
ções cristalinas do seu texto constitucio nal. Revestem tôdas elas o caráter de
cozará das atribuições e das prerrogati vas de membro do Instituto. Poderão
Tais são as únicas c c.xclusivas atribui
Amazônica, de acôrdo com as prescri
pura investigação c estudo, cabendo aos
Estados amazônicos a eventual utilização econômica ou social dos seus resultados. De acôrdo com o Artigo 3.°, § b, sao membros de direito do Instituto da Hi léia os Estados signatários da Conven
ção de Iquitos que venham a ratificá-.a. Êsses Estados são em número de nove: Bolívia Brasil, Colômbia, Equador,
França, Itália, Países Baixos, Peru e Venezuela. Desses nove Estados, oito assumiram desde logo os compromissos
ganizações internacionais, nenhuma delas com êle colaborar em determinados estu dos e trabalhos, mas sem qualquer in
tromissão na sua administração, e sem
direito de- voto. Cumpre ainda salientar que o Instituto só adquirua exist^cia legal depois da ratificação da sua Con venção por cinco Estados amazônicos
que comporão, assim, o seu núcleo ini
cial. O InsÜtuto da Hiléia, quando vier a constituir-se, será uma organização autônoma, pan-amazônica, sem nenhuma
subordinação à Unesco, às Na^es Uni
das ou a qualquer das suas agências es pecializadas. O órgão exclusivo de di-
pessoas interessados em estudos
financeiros necessários ao custeio da Co missão Preparatória criada em Iquitos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, França, Países Baixos, Peru e Venezxiela. Para que outros países possam posterior mente aderir ao Instituto, duas condições
científicos, pesquisas, e levan
são necessárias:
tamento de dados de caráter-
a) Serem filiados às Nações Unidas ou às suas agências especializadas. . b) Serem acertos pelo Conselho do
tamente científicos dos trabalhos do
tituto terá as seguintes funções: I — estabelecer, fomentar e manter
colaboração efetiva entre go
vernos, organizações, grupos e
científico,
relativos
à
Hiléia
Amazônica;
II - dirigir e organizar estudos, le vantamentos e pesquisas cien
tíficas na região e preparar re
Instituto por maioria de dois ter ços dos seus votos.
latórios sôbre a mesma; publicar e difundir informações relativas aos estudos, levanta
Sendo o Conselho composto de repre sentantes dos Estados membros, compor
mentos e pesquisas de ordem
I(^uitos, oito dos quais são Estados ama-
tará êle, de início, no máximo, os nove
Estados signatários da Convenção de
íeção do Instituto da Hiléia será o seu
Conselho, formado pelos representantes dos Estados membros. A função da Unesco em relação ao Instituto será pu ramente consultiva, nos domínios estri mesmo.
Em mensagem ao Congresso Nacional,
submeteu Sua Excelência o Senhor Pre
sidente da República à ratificação do Po der Legislativo o projeto da Convenção assinada em Iquitos pelos delegados do Brasil Senhora Heloísa Alberto Torres e Professor Linneu de Albuquerque Mello tendo emitiao opinião favorável a mesma a Comissão de Diplomacia da
46
Soares,, e um representante do Serviço Especial de Saúde Pública do Ministério da Educação, Dr. César de Andrade.
Enviaram delegações à Conferência a
Bolívia, o Brasil, a Colômbia, o Equador, a França, a Itália, os Países Baixos, o
Peru e a Venezuela. Depois de amplo debate e minuciosa revisão do têxto ini
cial, sugerido como base de trabalho
pela Unesco, assinaram a Convenção as
delegações de todos os países representa dos,"ad referendum" dos respectivos go vernos, com exceção da França, cujo de
legado, o Professor Paul Riv^t, tinha poderes para sancioná-la definitivamente.
A Convenção de Iquítos constituí um marco de excepcional significação na
i
cooperação científica internacional. Pela
primeira vez na história conjugam-se os
esforços de várias nações para o estudo sistemático de uma imensa área do globo terrestre, no intuito de preparar racional mente as condições para o seu desen
volvimento. Os países associados nessa obra comum conservam intacta a sua
soberania em face do Instituto, cujas atividades, dentro do território de cada
Estado, serão determinadas após prévia consulta ao mesmo e mediante seu con
sentimento, nos têrmos do Art. 2.® § c
da Convenção. Êste é o preceito funda mental que regula as relações entre o Instituto da Hiléia e os Estados amazô-
nicos, subordinando-o às leis, regula mentos e autoridades dos mesmos. Con-
cilía-se, assim, o concurso de todos com
a irrestrita independência de cada qual. Nada poderá, portanto, empreender o
Instituto, em território brasileiro, seja uma exploração, seja a montagem de um labo ratório ou de um museu, a aquisição de um terreno para construção de locais de
trabalho, ou a instalação de um campo experimental, sem prévia e formal auto rização do nosso Govêrno. A União e
■,
Dicesto EcoNÓ.vnco
os Estados manterão um controle abso
luto sôbre tôdas as operações confiadas ao Instituto da Hiléia, podendo em qual quer momento modificá-las ou suspen dê-las. Nenhum dos países amazônicos associados pela Convenção do Instituto da Hiléia aliena em favor dôle bens de
qualquer espécie, móveis ou imóveis, ou lhe outorga em sou território poderes ou privilégios que se não* enquadrem nas legislações respectivas. Cumpre ainda assinalar que o Institu
to não haurirá, em caso algum, proveito das descobertas que fizer. Reverterão
elas, integralmente, aos Estados em cujos territórios tenham sido realizadas.
As finalidades e funções do Instituto Hiléia vêm claramente definidas no
Artigo 1.° da Convenção:
"Os Estados contratantes, por
melo da presente convenção,
criam o Instituto Internacional dá
Hiléia Amazônica, com o objeto
de promover, conduzir, coordenar e divulgar os estudos sôbre a mencionada zona geográfica, que será oportunamente delimitada.
b) Para realizar seu propósito o Ins
47
DiGESTO Econômico
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(
científica realizados na região'e
zônicos.
estabelecer e manter coleções
sul-amcricano, a admissão eventual de
para estudo; IV — dar assi.stcncia técnica aos Es
tados membros c às organiza
ções científicas, visando tmia ação individual ou conjunta, de
conformidade com o propósito
exposto no inciso a.
Dependerá dêsses países, geo-
gràficamcnte vinculados no continente
qualquer outro Estado no quadro do Instituto. A maioria de dois terços exi
gida para esse fim consolida as garan tias intencionalmente dadas aos Estados o territórios sul-americanos. Não há,
aliás nenhum indício de que tenda a
aumentar o número dos países atual
ções do Instituto Internacional da Hiléia
mente associados no plano de pesquisas do Instituto da Hiléia. Quanto ás or
ções cristalinas do seu texto constitucio nal. Revestem tôdas elas o caráter de
cozará das atribuições e das prerrogati vas de membro do Instituto. Poderão
Tais são as únicas c c.xclusivas atribui
Amazônica, de acôrdo com as prescri
pura investigação c estudo, cabendo aos
Estados amazônicos a eventual utilização econômica ou social dos seus resultados. De acôrdo com o Artigo 3.°, § b, sao membros de direito do Instituto da Hi léia os Estados signatários da Conven
ção de Iquitos que venham a ratificá-.a. Êsses Estados são em número de nove: Bolívia Brasil, Colômbia, Equador,
França, Itália, Países Baixos, Peru e Venezuela. Desses nove Estados, oito assumiram desde logo os compromissos
ganizações internacionais, nenhuma delas com êle colaborar em determinados estu dos e trabalhos, mas sem qualquer in
tromissão na sua administração, e sem
direito de- voto. Cumpre ainda salientar que o Instituto só adquirua exist^cia legal depois da ratificação da sua Con venção por cinco Estados amazônicos
que comporão, assim, o seu núcleo ini
cial. O InsÜtuto da Hiléia, quando vier a constituir-se, será uma organização autônoma, pan-amazônica, sem nenhuma
subordinação à Unesco, às Na^es Uni
das ou a qualquer das suas agências es pecializadas. O órgão exclusivo de di-
pessoas interessados em estudos
financeiros necessários ao custeio da Co missão Preparatória criada em Iquitos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, França, Países Baixos, Peru e Venezxiela. Para que outros países possam posterior mente aderir ao Instituto, duas condições
científicos, pesquisas, e levan
são necessárias:
tamento de dados de caráter-
a) Serem filiados às Nações Unidas ou às suas agências especializadas. . b) Serem acertos pelo Conselho do
tamente científicos dos trabalhos do
tituto terá as seguintes funções: I — estabelecer, fomentar e manter
colaboração efetiva entre go
vernos, organizações, grupos e
científico,
relativos
à
Hiléia
Amazônica;
II - dirigir e organizar estudos, le vantamentos e pesquisas cien
tíficas na região e preparar re
Instituto por maioria de dois ter ços dos seus votos.
latórios sôbre a mesma; publicar e difundir informações relativas aos estudos, levanta
Sendo o Conselho composto de repre sentantes dos Estados membros, compor
mentos e pesquisas de ordem
I(^uitos, oito dos quais são Estados ama-
tará êle, de início, no máximo, os nove
Estados signatários da Convenção de
íeção do Instituto da Hiléia será o seu
Conselho, formado pelos representantes dos Estados membros. A função da Unesco em relação ao Instituto será pu ramente consultiva, nos domínios estri mesmo.
Em mensagem ao Congresso Nacional,
submeteu Sua Excelência o Senhor Pre
sidente da República à ratificação do Po der Legislativo o projeto da Convenção assinada em Iquitos pelos delegados do Brasil Senhora Heloísa Alberto Torres e Professor Linneu de Albuquerque Mello tendo emitiao opinião favorável a mesma a Comissão de Diplomacia da
7^
Digiísto Ecoxómico
Camara dos Deputados, a 12 de novem bro de 1948. Por deliberação da Conussão de Segurança Nacional da Câ
mara, foi em seguida enviada a Convenvap ao exame do Eslado-Maior das
Forças Armadas, devendo voltar ao Con gresso assim que lhe seja apresentado o parecer pedido.
Felicitam-se os propugnadores do pro
jeto de criação do Instituto da I-Iiléia Amazônica com essa consulta feita ao -.upremo órgão das nossas Forças Navais e ^ - 1 itares. Nasceu à luz do dia o projeto
jÜL
submetido à ratificação do Poder -Çgislutlvo. Durante três anos foi pu-
biicamente discutido e apoiado. Nos jor
nais, nas revistas, em Mesas Redondas de
tecmcos e cientistas, no seio ,das classes conservadoras, na Comissão Parlamentar ^ alonzaçãü Econômica do Vale Ama zônico, no Estado-Maior do Exército, por toda a patte apresentei a deHdo exame
o início o patrocinou, Icvá-lo n bom ter mo se não correspondesse èle às necessi
dades e às aspirações do nosso país, cla ramente exprcs.sas pclu.s \ozes autori
zadas do.s seu.s legítimos representantes, .sejam civis sejam militares. Dirige o Itamarati um homem dó Estado que é ao mesmo tempo uni jurista de renome
mundial. Fiado na lionra c no patrio tismo dos bra.s[leiros que assumiram as responsabilidades desse priijcto, o Minis tro Raul Fernandes concedeu-llie o seu prestigioso apoio. Ao Congresso Nacio nal caberá cm última instância decidir do destino que llie será reser\-ado. Nao seria o Instituto Internacional da
Ilileia Amazônica uma iniciativa de progresso e inovação se não achasse
obstáculos e oposições. Pagaram igual
A lei do inquilinato e o conceito cristão da propriedade UoL.vxn ConuisiEu
OPUOJETO de lei sôbre a locação dos prédios urbanos, aprovado pela Câ mara Federal e cni discussão no Senado,
tem sido comcntaclo e criticado, não só
pelas entidades de classe e órgãos sin dicais, em memoriais e representações
envíado.s aos poclcre.s competentes da
República, como também pela impren.sa, cm numerosos editoriais, artigos de fundo e pareceres assinado.s. A celeuma que o referido projeto
tação do.s seu.s escravos, a livre navega ção dos seus rios, encontraram no passa do os mesmos objetores, e as críticas
pria população dos grandes ceptros ur
blico e submetidos à sua livre aprecia-
e à prosperidade do nosso sertanejo, e
aspecto de uma questão social, ga
transformado o nosso inferno verde em hahitat propício a uma civilização tro pical, os aleives e ataques terão caído
lamidade pública.
tcrio das Relações Exteriores, que desde
no olvido.
O Brasil de amanhã reco
nhecera os que ^ hoje o ser\aram com destemor e devoção.
micos ou classes sociais, mas a pró banos dò país.
rização da moeda coincidiu com um
Dc dez anos para cá, com o exodo dos trabalhadores rurais c o afluxo de
nível de valorização imobiliária nunca
consideráveis levas de imigrantes cshan-
geiros provocado pelas condições da guerra na Europa, o problema da habita ção nas grandes cidades tornou-se tão sério e tão alarmante que assumiu o
nhando quase as proporções de uma caAinda não nos esquecemos dos últimos anòs da guerra, durante os quais, em
plena vertigem da inflação e da espe
culação imobiliária, fortunas se fizeram do dia para a noite, no jôgo dos condo mínios, das incorporações, das "luvas" o do câmbio negro. Prédios de aparta mentos ou de escritórios, residências par
tf',"..
habitações
para serem revendidos, poticos meses de pois, com cem, duzentos e trezentos por cento de lucro. O ápice da desvalo
conliecimento científico da Amazônia tiver aberto novos horizontes à saúde
ção. Valerá como obra nacional o Ins tituto da Hiléia Amazônica na medida do apoio que encontrar em todos os rneios do Brasil. Nem aceitaria o Minis-
torno da momenfoso problema das
que interessa não apenas grupos econô
s objetivos, os planos e a estrutura do Instituto projetado. Todos os documen tos a ele referentes, desde a proposta micial que apresentei à Comissão de Ciências Naturais da Unesco, em Lon dres, em maio de 1946, as inten-ençoes dos Delegados brasileiros às confe rências da Une.sco em Paris e no Méx-ico o relatório da Comissão Científica de Belem, até o Ato Internacional assi
nado em Iquitos; estão ao alcance do pú
publicá-lo em homenagem ao autor e com o intuito de abrir um debate cm
SSSS%ítS%SSS%%S%%%S%S%SS%S!t
importância do problema em debate,
Internacional da Hiléia Amazônica são nioldadas no mesmo e.spírlto. Quando, dentro de alguns anos^ o
Rohind Corbisier. Se bem que a direção
(Io "Digcsto Econômico" divirja em vário.v fundamentos dêssc ensaio, resolveu
vem suscitando revela a gravidade e a
tributo todas as conquistas sociais. A in.stalação da primeira imprensa no Bra sil, a abertura dos seus portos, a liber
qu^ hoje se levantam contra o Instituto
o (trligo que oro iíii-crimos cm uos&as cohinas c da hvra do ilustre escritor
registrado cm nossa história. Os proprielários de imóveis, beneficiando-se. da
concentração urbana e, portanto, do trabalho dos outros, mesmo que nada fizessem, amanheciam todos os diaS mais ricos, o valor dos seus bens multi-
plicando-se em proporção geométrica, na medida em que aumentava a neces sidade c a procura cie prédios, de casas e de tenenos.
Os imóveis converteram-se assim em
mercadoria, semelhante a qualquer ou tra, ficando o seu valor na dependên cia cias bruscas e \'iolentas oscilações da
oferta e da procura.
A multiplicação
dos escritórios de corretagem e das bòl-
sas de imóveis, propiciando o enriqueci
ticulares, lotes de terrenos, eram com
mento de um sem número dc interme
prados no mercado imobiliário, não para
diários, era não só o índice do cresci
fins de moradia ou de construção, mas .
mento urbano como também o sintonia
7^
Digiísto Ecoxómico
Camara dos Deputados, a 12 de novem bro de 1948. Por deliberação da Conussão de Segurança Nacional da Câ
mara, foi em seguida enviada a Convenvap ao exame do Eslado-Maior das
Forças Armadas, devendo voltar ao Con gresso assim que lhe seja apresentado o parecer pedido.
Felicitam-se os propugnadores do pro
jeto de criação do Instituto da I-Iiléia Amazônica com essa consulta feita ao -.upremo órgão das nossas Forças Navais e ^ - 1 itares. Nasceu à luz do dia o projeto
jÜL
submetido à ratificação do Poder -Çgislutlvo. Durante três anos foi pu-
biicamente discutido e apoiado. Nos jor
nais, nas revistas, em Mesas Redondas de
tecmcos e cientistas, no seio ,das classes conservadoras, na Comissão Parlamentar ^ alonzaçãü Econômica do Vale Ama zônico, no Estado-Maior do Exército, por toda a patte apresentei a deHdo exame
o início o patrocinou, Icvá-lo n bom ter mo se não correspondesse èle às necessi
dades e às aspirações do nosso país, cla ramente exprcs.sas pclu.s \ozes autori
zadas do.s seu.s legítimos representantes, .sejam civis sejam militares. Dirige o Itamarati um homem dó Estado que é ao mesmo tempo uni jurista de renome
mundial. Fiado na lionra c no patrio tismo dos bra.s[leiros que assumiram as responsabilidades desse priijcto, o Minis tro Raul Fernandes concedeu-llie o seu prestigioso apoio. Ao Congresso Nacio nal caberá cm última instância decidir do destino que llie será reser\-ado. Nao seria o Instituto Internacional da
Ilileia Amazônica uma iniciativa de progresso e inovação se não achasse
obstáculos e oposições. Pagaram igual
A lei do inquilinato e o conceito cristão da propriedade UoL.vxn ConuisiEu
OPUOJETO de lei sôbre a locação dos prédios urbanos, aprovado pela Câ mara Federal e cni discussão no Senado,
tem sido comcntaclo e criticado, não só
pelas entidades de classe e órgãos sin dicais, em memoriais e representações
envíado.s aos poclcre.s competentes da
República, como também pela impren.sa, cm numerosos editoriais, artigos de fundo e pareceres assinado.s. A celeuma que o referido projeto
tação do.s seu.s escravos, a livre navega ção dos seus rios, encontraram no passa do os mesmos objetores, e as críticas
pria população dos grandes ceptros ur
blico e submetidos à sua livre aprecia-
e à prosperidade do nosso sertanejo, e
aspecto de uma questão social, ga
transformado o nosso inferno verde em hahitat propício a uma civilização tro pical, os aleives e ataques terão caído
lamidade pública.
tcrio das Relações Exteriores, que desde
no olvido.
O Brasil de amanhã reco
nhecera os que ^ hoje o ser\aram com destemor e devoção.
micos ou classes sociais, mas a pró banos dò país.
rização da moeda coincidiu com um
Dc dez anos para cá, com o exodo dos trabalhadores rurais c o afluxo de
nível de valorização imobiliária nunca
consideráveis levas de imigrantes cshan-
geiros provocado pelas condições da guerra na Europa, o problema da habita ção nas grandes cidades tornou-se tão sério e tão alarmante que assumiu o
nhando quase as proporções de uma caAinda não nos esquecemos dos últimos anòs da guerra, durante os quais, em
plena vertigem da inflação e da espe
culação imobiliária, fortunas se fizeram do dia para a noite, no jôgo dos condo mínios, das incorporações, das "luvas" o do câmbio negro. Prédios de aparta mentos ou de escritórios, residências par
tf',"..
habitações
para serem revendidos, poticos meses de pois, com cem, duzentos e trezentos por cento de lucro. O ápice da desvalo
conliecimento científico da Amazônia tiver aberto novos horizontes à saúde
ção. Valerá como obra nacional o Ins tituto da Hiléia Amazônica na medida do apoio que encontrar em todos os rneios do Brasil. Nem aceitaria o Minis-
torno da momenfoso problema das
que interessa não apenas grupos econô
s objetivos, os planos e a estrutura do Instituto projetado. Todos os documen tos a ele referentes, desde a proposta micial que apresentei à Comissão de Ciências Naturais da Unesco, em Lon dres, em maio de 1946, as inten-ençoes dos Delegados brasileiros às confe rências da Une.sco em Paris e no Méx-ico o relatório da Comissão Científica de Belem, até o Ato Internacional assi
nado em Iquitos; estão ao alcance do pú
publicá-lo em homenagem ao autor e com o intuito de abrir um debate cm
SSSS%ítS%SSS%%S%%%S%S%SS%S!t
importância do problema em debate,
Internacional da Hiléia Amazônica são nioldadas no mesmo e.spírlto. Quando, dentro de alguns anos^ o
Rohind Corbisier. Se bem que a direção
(Io "Digcsto Econômico" divirja em vário.v fundamentos dêssc ensaio, resolveu
vem suscitando revela a gravidade e a
tributo todas as conquistas sociais. A in.stalação da primeira imprensa no Bra sil, a abertura dos seus portos, a liber
qu^ hoje se levantam contra o Instituto
o (trligo que oro iíii-crimos cm uos&as cohinas c da hvra do ilustre escritor
registrado cm nossa história. Os proprielários de imóveis, beneficiando-se. da
concentração urbana e, portanto, do trabalho dos outros, mesmo que nada fizessem, amanheciam todos os diaS mais ricos, o valor dos seus bens multi-
plicando-se em proporção geométrica, na medida em que aumentava a neces sidade c a procura cie prédios, de casas e de tenenos.
Os imóveis converteram-se assim em
mercadoria, semelhante a qualquer ou tra, ficando o seu valor na dependên cia cias bruscas e \'iolentas oscilações da
oferta e da procura.
A multiplicação
dos escritórios de corretagem e das bòl-
sas de imóveis, propiciando o enriqueci
ticulares, lotes de terrenos, eram com
mento de um sem número dc interme
prados no mercado imobiliário, não para
diários, era não só o índice do cresci
fins de moradia ou de construção, mas .
mento urbano como também o sintonia
50
51
Dicesto Econômico
DicESTo Econômico
quilinato, de 29 de agosto de 19-16,
eloqüente de uma situação de anorma
são os verdadeiros criadores da riqueza
I
de atividade econômica, é compensada
lidade e de desequilíbrio que prefigurava a crise na qual presentemente nos
nacional, c os comerciantes, que dis
í-,
pela estabilidade e segurança do ne
bem como o anteprojeto que a modifi
ca, em discussão no Senado da Repúbli
encontramos.
quando não podem atender aos seus
gócio. Um menor, um incapaz, um retardado mental, não poderá dirigir
Num país preservado pela situação geográfica de qualquer perigo de invasão
ou de ataque, com as mais amplas pers pectivas de futuro, onde as grandes ci dades têm crescido segundo uma curxa
tribuem e fazem circular essa riqueza, compromissos o não conseguem prorroga
ção dos vencimentos requerem falência ou concordata. Os proprietários de imó veis, porém, os que são apenas proprie
l
uma fazenda, organizar uma fábrica, su perintender um escritório comercial. Mas poderá, perfeitamente, ser proprie tário de imóveis e viver sòmcnle de suas
tários de imóveis e vi\'em dos seus ren
rendas. Não precisará nem mesmo en
dimentos', estão a salvo de .todas cs&is incertezas c não dependem senão dos
trar em contato direto com os inquilinos e locatários. Firmas especializadas, me
moradores e inquilinos, possuindo um
diante porcentagem, se incumbirão de
rantidas de aplicação do dinheiro, pois
bem que se distingue dos outros por
receber os aluguéis que serão entregues
a margem de risco que apresenta 6 mí nima, senão pràticamente nula. A desvalorização dos imóveis, nas ci
ser absolutamente indispensável, e.xcluin-
ou creditados pontualmente todo fim
do pela própria natureza qualquer re dução na sua procura. Correm os imó veis apenas o risco da desapropriação e do aumento dos impostos territoriais e urbanos. Afastadas as hipóteses de aci dentes naturais e de danos provocados pela guerra, gozam de uma situação
de mês. O mesmo acontecerá com os inválido.s, as \áúvas, os velhos, enfim
sempre ascendente, a inversão de capi tais em negócios imobiliários é, sem dú vida, uma das formas mais seguras e ga
dades em que a maioria dos prédios é de construção recente, não pode ser com
parada ao esgotamento das terras agrí colas, ao desgaste do equipamento das
indústrias, e ao encalhe e depreciação de mercadorias, inevitável em qualquer ramo de comércio. A agricultura, sujei ta às variações do tempo, às geadas, às pragas, ao braço humano escasso e in
certo, corre riscos enormes que só po dem ser compensados pela política de crédito e pelas moratórias periódicas. A
indústria, dependendo das rnatérias-primas, de técnicos e operários especializa dos, da importação de maquinismos e da concorrência dos produtos estrangeiros, •também enfrenta riscos e dificuldades
que, em certas circunstâncias, podem compronieter o seu desenvolvimento e
todos os que nunca puderam ou então não podem mais traba
ca, \isam, senão resolver o problema da
habitação, pelo menos impedir que se torne ainda mais grave, enquanto se
tomam as medidas e providências que deverão preparar a sua solução definiti va.
*
Ao decreto-lei de 1946, que proíbe a majoração de aluguéis, e ao anteproje to que suspende por um ano as ações de despejo, têm sido feitas numerosas crí ticas em que são invocados dois argumentos principais: um de ordem jurídica, outro de ordem
lhar.
econômica.
Se as operações imobiliárias são, em regra, bons negócios, em
privilegiada, sendo, talvez, senão a me
*
De acôrdo com os que invo cam o argumento jurídico, a proibição dò aumento de alu e a suspensão dos despe
lhor, pelo menos a mais segura das for
virtude das garantias que apre sentam, melhores e ainda mais
mas de aplicação do dinheiro.
seguros se tornam nos países novos e
guéis
nas cidades que se acham em pleno crescimento e expansão.' Acontece, po
jos implicaria não só numa restri
rém, que o crescimento das cidades, sob o ponto de vista do aumento da popula ção, pode não ser acompanhado por um
ção do direito de propriedade, tal como se acha definido e- assegu rado pela
aumento paralelo do número de prédios
seu artigo 141, parágrafo 16.
Não resta dúvida de que a inversão do capitais na agricultura, na indústria
e no comércio, pode proporcionar lu
cros muito mais vultosos e compcns-adores. Os riscos dessa inversão, porém, são sempre imprevisíveis, não dependen
c construções residenciais.
do nem da competência humana, nem das somas aplicadas, nem da natureza do
negócio, mas de um conjunto de fa-
tôres e circunstâncias que, pela própria
í
O cresci
mento demográfico, determinado simultâneamente pelo êxodo das populações do interior, pela importação de imigran
ção,
mas
numa
verdadeira
elimina
Constituição Federal, em
Sem entrar no méritõ da questão, fi cam na preliriiinar, alegando a inconstitu-
cionalidade do anteprojeto, o e.\ame dos outros aspectos do problema sendo prejudicado por essa nrgüição inicial de
complexidade, torna impossível o seu it\ventáilo exaustivo e antecipado. Não
tes e pelo próprio desenvolvimento da população urbana, sendo superior ao
pendendo imediatamente da capacidade aquisitiva do grande público, variável e
só as modificações da política econô mica interna repercutem na agricultura,
festado advogados, consultores jurídicos e professôres de Direito.
flutuante, também está à mercê de to
na indústria e no comércio, mas também
ritmo das construções, provoca, inevitàvelmente, uma ruptura de equilibrío en tro a oferta e a procura de imóveis, na
das as incertezas da situação econômica e financeira, sendo o primeiro a refletir, a sofrer as conseqüências da crise, da
as variações dos mercados internacionais
qual consiste õ .problema ou a crise da
tucional referente ao direito de proprie
e a política econômica e financeira dos
habitação.
dade. O têxto do parágrafo 16 do arti go 141 é o seguinte: "E' garantido o di reito de propriedade, salvo o caso de desapropriação por necessidade ou utili
mesmo a sua existência. O comércio, de
retração de crédito e da escassez de di nheiro.
Os agricultores e os industriais, que
O problema tem, portanto, origens
governos estrangeiros. Se os imóveis rendem normalmente
de 10 a 14 por cento, essa renda, infe rior ao lucro médio das outras fonnas
econômicas e sociais e, de todos os seus
%
aspectos, o menos importante é o as pecto jurídico, pois a nova lei do in-
nulidade.
Nesse sentido têm-se mani
Vejamos, porém, o dispositivo consti
dade pública, ou por interêsse social,
50
51
Dicesto Econômico
DicESTo Econômico
quilinato, de 29 de agosto de 19-16,
eloqüente de uma situação de anorma
são os verdadeiros criadores da riqueza
I
de atividade econômica, é compensada
lidade e de desequilíbrio que prefigurava a crise na qual presentemente nos
nacional, c os comerciantes, que dis
í-,
pela estabilidade e segurança do ne
bem como o anteprojeto que a modifi
ca, em discussão no Senado da Repúbli
encontramos.
quando não podem atender aos seus
gócio. Um menor, um incapaz, um retardado mental, não poderá dirigir
Num país preservado pela situação geográfica de qualquer perigo de invasão
ou de ataque, com as mais amplas pers pectivas de futuro, onde as grandes ci dades têm crescido segundo uma curxa
tribuem e fazem circular essa riqueza, compromissos o não conseguem prorroga
ção dos vencimentos requerem falência ou concordata. Os proprietários de imó veis, porém, os que são apenas proprie
l
uma fazenda, organizar uma fábrica, su perintender um escritório comercial. Mas poderá, perfeitamente, ser proprie tário de imóveis e viver sòmcnle de suas
tários de imóveis e vi\'em dos seus ren
rendas. Não precisará nem mesmo en
dimentos', estão a salvo de .todas cs&is incertezas c não dependem senão dos
trar em contato direto com os inquilinos e locatários. Firmas especializadas, me
moradores e inquilinos, possuindo um
diante porcentagem, se incumbirão de
rantidas de aplicação do dinheiro, pois
bem que se distingue dos outros por
receber os aluguéis que serão entregues
a margem de risco que apresenta 6 mí nima, senão pràticamente nula. A desvalorização dos imóveis, nas ci
ser absolutamente indispensável, e.xcluin-
ou creditados pontualmente todo fim
do pela própria natureza qualquer re dução na sua procura. Correm os imó veis apenas o risco da desapropriação e do aumento dos impostos territoriais e urbanos. Afastadas as hipóteses de aci dentes naturais e de danos provocados pela guerra, gozam de uma situação
de mês. O mesmo acontecerá com os inválido.s, as \áúvas, os velhos, enfim
sempre ascendente, a inversão de capi tais em negócios imobiliários é, sem dú vida, uma das formas mais seguras e ga
dades em que a maioria dos prédios é de construção recente, não pode ser com
parada ao esgotamento das terras agrí colas, ao desgaste do equipamento das
indústrias, e ao encalhe e depreciação de mercadorias, inevitável em qualquer ramo de comércio. A agricultura, sujei ta às variações do tempo, às geadas, às pragas, ao braço humano escasso e in
certo, corre riscos enormes que só po dem ser compensados pela política de crédito e pelas moratórias periódicas. A
indústria, dependendo das rnatérias-primas, de técnicos e operários especializa dos, da importação de maquinismos e da concorrência dos produtos estrangeiros, •também enfrenta riscos e dificuldades
que, em certas circunstâncias, podem compronieter o seu desenvolvimento e
todos os que nunca puderam ou então não podem mais traba
ca, \isam, senão resolver o problema da
habitação, pelo menos impedir que se torne ainda mais grave, enquanto se
tomam as medidas e providências que deverão preparar a sua solução definiti va.
*
Ao decreto-lei de 1946, que proíbe a majoração de aluguéis, e ao anteproje to que suspende por um ano as ações de despejo, têm sido feitas numerosas crí ticas em que são invocados dois argumentos principais: um de ordem jurídica, outro de ordem
lhar.
econômica.
Se as operações imobiliárias são, em regra, bons negócios, em
privilegiada, sendo, talvez, senão a me
*
De acôrdo com os que invo cam o argumento jurídico, a proibição dò aumento de alu e a suspensão dos despe
lhor, pelo menos a mais segura das for
virtude das garantias que apre sentam, melhores e ainda mais
mas de aplicação do dinheiro.
seguros se tornam nos países novos e
guéis
nas cidades que se acham em pleno crescimento e expansão.' Acontece, po
jos implicaria não só numa restri
rém, que o crescimento das cidades, sob o ponto de vista do aumento da popula ção, pode não ser acompanhado por um
ção do direito de propriedade, tal como se acha definido e- assegu rado pela
aumento paralelo do número de prédios
seu artigo 141, parágrafo 16.
Não resta dúvida de que a inversão do capitais na agricultura, na indústria
e no comércio, pode proporcionar lu
cros muito mais vultosos e compcns-adores. Os riscos dessa inversão, porém, são sempre imprevisíveis, não dependen
c construções residenciais.
do nem da competência humana, nem das somas aplicadas, nem da natureza do
negócio, mas de um conjunto de fa-
tôres e circunstâncias que, pela própria
í
O cresci
mento demográfico, determinado simultâneamente pelo êxodo das populações do interior, pela importação de imigran
ção,
mas
numa
verdadeira
elimina
Constituição Federal, em
Sem entrar no méritõ da questão, fi cam na preliriiinar, alegando a inconstitu-
cionalidade do anteprojeto, o e.\ame dos outros aspectos do problema sendo prejudicado por essa nrgüição inicial de
complexidade, torna impossível o seu it\ventáilo exaustivo e antecipado. Não
tes e pelo próprio desenvolvimento da população urbana, sendo superior ao
pendendo imediatamente da capacidade aquisitiva do grande público, variável e
só as modificações da política econô mica interna repercutem na agricultura,
festado advogados, consultores jurídicos e professôres de Direito.
flutuante, também está à mercê de to
na indústria e no comércio, mas também
ritmo das construções, provoca, inevitàvelmente, uma ruptura de equilibrío en tro a oferta e a procura de imóveis, na
das as incertezas da situação econômica e financeira, sendo o primeiro a refletir, a sofrer as conseqüências da crise, da
as variações dos mercados internacionais
qual consiste õ .problema ou a crise da
tucional referente ao direito de proprie
e a política econômica e financeira dos
habitação.
dade. O têxto do parágrafo 16 do arti go 141 é o seguinte: "E' garantido o di reito de propriedade, salvo o caso de desapropriação por necessidade ou utili
mesmo a sua existência. O comércio, de
retração de crédito e da escassez de di nheiro.
Os agricultores e os industriais, que
O problema tem, portanto, origens
governos estrangeiros. Se os imóveis rendem normalmente
de 10 a 14 por cento, essa renda, infe rior ao lucro médio das outras fonnas
econômicas e sociais e, de todos os seus
%
aspectos, o menos importante é o as pecto jurídico, pois a nova lei do in-
nulidade.
Nesse sentido têm-se mani
Vejamos, porém, o dispositivo consti
dade pública, ou por interêsse social,
. »,'«. "pnv.wv^l
Dk;estp
Eci>NÒNncx>
nossos pais, a casa cm que passamos a
Díci-STO
Econômico
infância c a adolescência, não é qvialqucr
A restrição estabelecida pelo têxlo constitucional implica, como já \imos, a
comum. "Ninguém põe em diu ida — es creve o sociólogo Cb. Antoinc, em seu
coisa de distante e de separado de i\ó>.
adoção dc um critério que estabelece, ou
"Cours d'Econonno Sociale" — que o po
melhor, define um conceito dc proprie
der civil possa limitar o uso do direito
deve entender exatamente por inlercssc
ma.s é (1 próprio cenário cla nossa vida, lao qual nó.s mesmos c o nosso passado estamos conservados, como a lembrança tlc certas lioras e épocas da existência pode estar guardada nas notas de xinvx
social?
melodia ou no perfuine cpie se despren
mediante prévia e justa indenização em dinheiro".
Prevendo a desapropriação por neces
sidade ou. utilidade pública, ou ainda por .interêsse social, a Constituição não esta
rá, por ventura, estabelecendo um Hmite ao direito de propriedade? E o (juc se Não será o interesse do maior
classes? E se esse interesse social justifica
de de uma flor. "A propriedade ê alnaa escreve Oswaid Spengler, em "Anos de cisivos". Estimá-la por seu valor om
a desapropriação, não deverá também
dinheiro é um êrro ou uma profanação
justificar uma restrição temporária, não ao próprio direito de propriedade, mas
Mas quem ainda hoje compreende
número, que deve prevalecer sobre os interesses particulares, de gnipos ou de
apenas ao seu exercício?
O anteprojeto atentaria contra o di reito de propriedade ou contra uma cer
ta concepção desse direito, que, por coincidência, protege e legitima os in teresses de uma determinada classe social.
Nao nos parece líquida, nem evidente, a inconstitucionalidade do anteprojeto. Parece-nos, ao contrário, perfeitamente discutível. Será um problema de inter pretação saber em que sentido deve ser
entendido o interêsse social que, além da necessidade ou utilidade pública, au toriza e torna possível a desapropriação. O.que é claro é que q texto constitucio nal estabelece o critério em função do qual o direito de propriedade pode so frer restrições e limitações.
Se considerarmos o que a casa própria,
Quem tem olhos e sentimentos pura ^>rccber a diferença interna, quase metafi.sica, entre os bens c o dinheiro? Qs bens autênticos .são algo a cpie estamos vinculados como um guerreiro a armas, as (piais são levadas nor ele
mo propriedade mtvansmissível, •
1
1
%
^
,
túmulo. A propriedade é algo què pode ser o.xprcsso cm dinheiro, nias oi\^
constitui um vínculo cuja destruição f. \ a própria \'ida."
À luz dessa compreensão, desse senti monto profundo do que á propriedade
pode significar como objeto de inJstr mável valor, não ó claro que a desapu>. priação pode representar uma perda, xnn sacrifício que dinheiro algum poderá compensar? No entanto, o nosso direito pçsitivo, em seu estatuto fundamental preve e regulamenta esse sacrifício das
particulare.s, desde que esteja em jó^nà
a residência, o lar, podem significar co mo valor estimativo para seus donos e
um interêsse superior que será o iixitx.
Inibitantes, será fácil compreender que
rêsse da própria sociedade.
nenhuma indenização, por mais justa
Ora, se, em nome desse interêsse so cial, se justifica a desapropriação,
.. que seja, poderá compensar o sacrifício de uma desapropriação por interêsse ou
rece-nos que, com mais razão ainda,
dade, suborclinanclo-a ao interêsse pú
de propriedade no interêsse evidente da
blico e social. Sc o Estado existe para
,sociedade; é o que faz, por exemplo, quando cobra o imposto."
promoxer o bem comum, sempre que hou\'cr uin choque entre inlerêsses parti culares e inlerêsses eoleti\o.s, o Estado deverá intervir a fim de subordinar os
primeiros aos segundo.s, em nome da pnipria justiça que lhe cabe realizar. Só em'função do conceito pagão e
pricho ou egoísmo, ma^ de acordo com
utendi, frucndi et abutendi", que se
postos pela sua .natureza - de ser racio nal o social. Êsses deveres morais que
tomou de certo modo o conceito liberal
e capitalista da propriedade, é que .se poderia alegar a inconstitucionalidade do anteprojeto cm questão. Sòmente na ci dade antiga, porém, cuja organi zação estava assentada na desi
gualdade fundamental dos lio-
temos em relação aos nossos semelhan tes constituem um limite, também na
tural, ao direito de propriedade. Nenhum de nós goza de um di
reito absoluto de propriedade, ob- \ serva Berdiaeff, mesmo cm re
niens e na escravidão, c que o
lação aos objetos de uso pessoal,
direito de propriedade poderia as
como a pena, por exemplo, com . a qual estou escrevendo este tra
sumir o caráter de direito absolu
to, sem limitação alguma, nem de
balho; não posso dispor dela co
ordem moral nem de ordem jurídica.
mo bem entender, segundo o meu ca-
Mas, por hipótese, os princípios so
l^riclio, c não tenho o direito de quebrála gratuitamente, sem razão. A proprie dade é conferida ao homem para que
bre os quais repousa a nossa carta mag-
níi são os princípios democráticos, que
supõem a igualdade essencial do.s ho mens em face da lei, conferindo a to
dos, pelo menos em_ tese, as mesmas
oportunidades de realização e felicida de. Dentro, pois, dos regimes democrático.s, cujas raízes históricas e religiosas se encontram no cristianismo, o direito de
propriedade não pode uem .deve ser en
tendido no .sentido romano, mas no sen
tido cristão, de um direito relativo e so
deve justificar-sc qualquer medida (pH\ sem chegar ao limite extremo da desa
pelo Estado mas pela natureza, nem por
propriação^ acautele o interêsse públi
isso deixa de estar subordinado ao in
co, restringindo temporariamente o exer cício do direito de propriedade.
teresse social, ou, para usar a expressão consagrada pela sociologia cristã, ao bem
. A casa em que viveram nossos avós e
coisas materiais, não conforme o seu ca
os deveres e obrigações que lhe são im
utilidade pública. Porque uma coisa é sumível valor em dinheiro.
tural, em virtude dessa mesma lei na tural o liomem deve usar dos bens e das
romano da propriedade, do "potcstas
a propriedade, a terra, o chão, a, casa, e
outra, completamente diversa, o seu pre
Pois, Sc o direito de propriedade é. um direito decorrente da própria lei na
cial, que embora conferido ao homem não
a use e a valorize, em seu benefício e
também no da comunidade, pois, em caso contrário, perderia moralmente o di
reito a ela.
A nossa legislação prevê,
aliás, a possibilidade de interditar' os
pródigos,^ isto é,- aqueles que se compor tam como irresponsáveis em relação aos
próprios bens e riquezas, dilapidando ura patrimônio que, embora lhes pertença, pertence também à comunidade. O que diria a nossa consciência moral de um homem que, numa situação de penúria ou de escassez de alimentos, em
lugar de \'endê-las aos que dele preci sassem, por preços razoáveis, os destruís-
. »,'«. "pnv.wv^l
Dk;estp
Eci>NÒNncx>
nossos pais, a casa cm que passamos a
Díci-STO
Econômico
infância c a adolescência, não é qvialqucr
A restrição estabelecida pelo têxlo constitucional implica, como já \imos, a
comum. "Ninguém põe em diu ida — es creve o sociólogo Cb. Antoinc, em seu
coisa de distante e de separado de i\ó>.
adoção dc um critério que estabelece, ou
"Cours d'Econonno Sociale" — que o po
melhor, define um conceito dc proprie
der civil possa limitar o uso do direito
deve entender exatamente por inlercssc
ma.s é (1 próprio cenário cla nossa vida, lao qual nó.s mesmos c o nosso passado estamos conservados, como a lembrança tlc certas lioras e épocas da existência pode estar guardada nas notas de xinvx
social?
melodia ou no perfuine cpie se despren
mediante prévia e justa indenização em dinheiro".
Prevendo a desapropriação por neces
sidade ou. utilidade pública, ou ainda por .interêsse social, a Constituição não esta
rá, por ventura, estabelecendo um Hmite ao direito de propriedade? E o (juc se Não será o interesse do maior
classes? E se esse interesse social justifica
de de uma flor. "A propriedade ê alnaa escreve Oswaid Spengler, em "Anos de cisivos". Estimá-la por seu valor om
a desapropriação, não deverá também
dinheiro é um êrro ou uma profanação
justificar uma restrição temporária, não ao próprio direito de propriedade, mas
Mas quem ainda hoje compreende
número, que deve prevalecer sobre os interesses particulares, de gnipos ou de
apenas ao seu exercício?
O anteprojeto atentaria contra o di reito de propriedade ou contra uma cer
ta concepção desse direito, que, por coincidência, protege e legitima os in teresses de uma determinada classe social.
Nao nos parece líquida, nem evidente, a inconstitucionalidade do anteprojeto. Parece-nos, ao contrário, perfeitamente discutível. Será um problema de inter pretação saber em que sentido deve ser
entendido o interêsse social que, além da necessidade ou utilidade pública, au toriza e torna possível a desapropriação. O.que é claro é que q texto constitucio nal estabelece o critério em função do qual o direito de propriedade pode so frer restrições e limitações.
Se considerarmos o que a casa própria,
Quem tem olhos e sentimentos pura ^>rccber a diferença interna, quase metafi.sica, entre os bens c o dinheiro? Qs bens autênticos .são algo a cpie estamos vinculados como um guerreiro a armas, as (piais são levadas nor ele
mo propriedade mtvansmissível, •
1
1
%
^
,
túmulo. A propriedade é algo què pode ser o.xprcsso cm dinheiro, nias oi\^
constitui um vínculo cuja destruição f. \ a própria \'ida."
À luz dessa compreensão, desse senti monto profundo do que á propriedade
pode significar como objeto de inJstr mável valor, não ó claro que a desapu>. priação pode representar uma perda, xnn sacrifício que dinheiro algum poderá compensar? No entanto, o nosso direito pçsitivo, em seu estatuto fundamental preve e regulamenta esse sacrifício das
particulare.s, desde que esteja em jó^nà
a residência, o lar, podem significar co mo valor estimativo para seus donos e
um interêsse superior que será o iixitx.
Inibitantes, será fácil compreender que
rêsse da própria sociedade.
nenhuma indenização, por mais justa
Ora, se, em nome desse interêsse so cial, se justifica a desapropriação,
.. que seja, poderá compensar o sacrifício de uma desapropriação por interêsse ou
rece-nos que, com mais razão ainda,
dade, suborclinanclo-a ao interêsse pú
de propriedade no interêsse evidente da
blico e social. Sc o Estado existe para
,sociedade; é o que faz, por exemplo, quando cobra o imposto."
promoxer o bem comum, sempre que hou\'cr uin choque entre inlerêsses parti culares e inlerêsses eoleti\o.s, o Estado deverá intervir a fim de subordinar os
primeiros aos segundo.s, em nome da pnipria justiça que lhe cabe realizar. Só em'função do conceito pagão e
pricho ou egoísmo, ma^ de acordo com
utendi, frucndi et abutendi", que se
postos pela sua .natureza - de ser racio nal o social. Êsses deveres morais que
tomou de certo modo o conceito liberal
e capitalista da propriedade, é que .se poderia alegar a inconstitucionalidade do anteprojeto cm questão. Sòmente na ci dade antiga, porém, cuja organi zação estava assentada na desi
gualdade fundamental dos lio-
temos em relação aos nossos semelhan tes constituem um limite, também na
tural, ao direito de propriedade. Nenhum de nós goza de um di
reito absoluto de propriedade, ob- \ serva Berdiaeff, mesmo cm re
niens e na escravidão, c que o
lação aos objetos de uso pessoal,
direito de propriedade poderia as
como a pena, por exemplo, com . a qual estou escrevendo este tra
sumir o caráter de direito absolu
to, sem limitação alguma, nem de
balho; não posso dispor dela co
ordem moral nem de ordem jurídica.
mo bem entender, segundo o meu ca-
Mas, por hipótese, os princípios so
l^riclio, c não tenho o direito de quebrála gratuitamente, sem razão. A proprie dade é conferida ao homem para que
bre os quais repousa a nossa carta mag-
níi são os princípios democráticos, que
supõem a igualdade essencial do.s ho mens em face da lei, conferindo a to
dos, pelo menos em_ tese, as mesmas
oportunidades de realização e felicida de. Dentro, pois, dos regimes democrático.s, cujas raízes históricas e religiosas se encontram no cristianismo, o direito de
propriedade não pode uem .deve ser en
tendido no .sentido romano, mas no sen
tido cristão, de um direito relativo e so
deve justificar-sc qualquer medida (pH\ sem chegar ao limite extremo da desa
pelo Estado mas pela natureza, nem por
propriação^ acautele o interêsse públi
isso deixa de estar subordinado ao in
co, restringindo temporariamente o exer cício do direito de propriedade.
teresse social, ou, para usar a expressão consagrada pela sociologia cristã, ao bem
. A casa em que viveram nossos avós e
coisas materiais, não conforme o seu ca
os deveres e obrigações que lhe são im
utilidade pública. Porque uma coisa é sumível valor em dinheiro.
tural, em virtude dessa mesma lei na tural o liomem deve usar dos bens e das
romano da propriedade, do "potcstas
a propriedade, a terra, o chão, a, casa, e
outra, completamente diversa, o seu pre
Pois, Sc o direito de propriedade é. um direito decorrente da própria lei na
cial, que embora conferido ao homem não
a use e a valorize, em seu benefício e
também no da comunidade, pois, em caso contrário, perderia moralmente o di
reito a ela.
A nossa legislação prevê,
aliás, a possibilidade de interditar' os
pródigos,^ isto é,- aqueles que se compor tam como irresponsáveis em relação aos
próprios bens e riquezas, dilapidando ura patrimônio que, embora lhes pertença, pertence também à comunidade. O que diria a nossa consciência moral de um homem que, numa situação de penúria ou de escassez de alimentos, em
lugar de \'endê-las aos que dele preci sassem, por preços razoáveis, os destruís-
Digesto
54
Econômico
Dicksto Econômico
se ou inutilizasse? Do ponto de vista ético ou moral, portanto, o direito de propriedade é um direito ao uso e nun ca ao abuso, e só se justifica pelos seus
modo comum, isto 6, deve beneficiar a
resultados criadores, devendo ser limita
os necessitados, os indigentes, por exem plo, em virtude do seu direito à vida, tem o direito de reclamar, de c.xigir o
do pelo interesse social ou pelo bem co mum.
O fim próximo ou imediato do direi to de propriedade é proporcionar aos ho
Desta doutrina decorrem algumas con seqüências importantes.
<1
Os miseráveis,
que é indispensável i\ conservação da própria c.xisténcia. Nos casos de extre
(
realizo o fim para o qual existe, que é
durante um prazo limitado, em nome de
o de proporcionar ao conjunto das pes
interêsses superiores que são os da
soas humanas que a constituem os meios e recursos indispensáveis ao seu desen
própria comunidade. Não é possí\el compreender as medi
volvimento tí plena realização. Não no.s parece honesto nem coeren
das tomadas pelos poderes públicos si-
te apelar para os princípios e valores cristãos quando se trata do justificar a
mens os meios indispensáveis à sua ple
ma necessidade, guerras, calamidades
defesa de nossos interesses e privilégios,
na realização. Não se compreende, pois,
púbhca.s etc., todos os bens se tomam
e esquccê-los, em seguida, quando são
que possa constituir um monopólio de
comuns. Além disso, impõc-sc, também
os interesses e os dircito.s dos outros que
grupos ou classes nem que, "por outro
o dever de assistência, de amparo, de sócorro, a todos os que dele precisarem. Os limites pr^òpriamcnte jurídicos da propriedade decorrem, pois, dos direitos dos nossos semelhantes e do interesse
estão em jõgo. Por que só nos lembra
lado, possa ser exercido sem limites nem
restrições, em prejuízo da comunidade.
i
todos".
55
O direito propriedade tem, pois, também, um fim indireto ou remoto, de natureza social, que se acha clara mente definido pelos teólogos, filósofos e sociólogos cristãos, e em alguns do cumentos célebres como as encíclicas
"Rerum N|ovarum" e "Quadragósimo Ano". Naquela carta. Leão XIII escre ve o seguinte: "Embora dividida em propriedades privadas, a terra não deixa de servir à comum utilidade de todos
uma vez que ninguém há que não se
alimente dos produtos do campo". E mais adiante, interpretando o pensa mento de Santo Thomaz de Aquino, es tabelece o princípio fundamental que deve regular a matéria: se a proprieda de é exclusiva e particular, o seu uso deve ser comum e social. "Sob esse as
social. Es.sas limitações, que visam ga rantir a existência ou o exercício dêsses
direitos, contra qualquer abuso ou aten
tado, constituem o regime legal da pro
priedade. A esse respeito, escreve ainda
Ch. Antoine: "Que o regime da pro
priedade esteja cm oposição ao grau de civilização ou à vida econômica do país que esteja em contradição com a lei
moral e com o direito natural, então, não será mais a expressão da ordem mas da própria desordem social. Devemos
puramente jurídi
co, uma vez que não passam do reflexo ou da conseqüência de uma situação econômica c social, tão grave o tão sé
ria, que e.xige do go\'êmo pro\ddèncias drásticas e urgentes, desnecessárias em tempos normais. A lei em aprêço está longe de nos
sentimos ameaçados pelos movimentos de
parecer impecável. Inclui erros e injus
esquerda? Se soubéssemos i*ealmente o que ó o cristianismo, empreenderíamos
tiças eridentes, como, por e.xemplo, não
desde já as reformas estruturais c urgen
tes que a nossa sociedade está há tanto tempo reclamando," inclusive as que se referem à propriedade e ao sistema de produção e distribuição da riqueza. Entre o individualismo, que se esque ce dos direitos sociais e do bem comum
permitir o aumento progressivo dos alu guéis, de acôrdo com uma tabela pre fixada, a fim de que fôssem gradualmen
te majorados, reajustando-se, aos pou-
COS, ao níx'el atual dos valores imobiliá- W nos.
Essa proibição é lesiva ao proprietá rio e prejudicial ao inquilino, criando
para afirmar apenas o direito absoluto de propriedade e o correspondente de
uma situação artificial e injusta, fazen
ver do Estado de protegê-la, e o socia lismo, que confisca os direitos individuais
zentos e trezentos por cento continuem
em favor da sociedade, subordinando
na ocasião em que foram alugados. Pre
do com que prédios valorizados de du a render o que rendiam há vários anos,
declarar mau um regime de proprieda
totalmente a propriedade ao poder pú
judicial aos inquilinos porque obriga
de que torna ilusório, para o maior nú mero, o direito natural de adquirir «
blico, situa->se D pensamento cristão, dc acôrdo com o qual o Estado deve
os proprietários a se desfazerem dos
propriedade; injusto um regime que fa vorece a propriedade de um pequeno
pecto, o homem não deve considerar as coisas exteriores como particulares, mas. como comuns, de tal modo que os ou
coletividade; e condenável um regime que não garante suficientemente a pro
tros possam participar delas em caso de
priedade honestamente adquirida".
necessidade." E Jacques Maritain, um
dos mais lúcidos e autorizados intérpre
Não é, pois, o arbítrio de um poder injusto e irresponsável que impõe limi
tes do pensamento social cristão, escreve,
tes ao direito de propriedade, mas um
número de cidadãos em detrimento da
no mesmo sentido em seu "Du Régime
direito superior aos interêsses- e conve
Temporel et de Ia Liberté": "Em rela
niências particulares, isto é, o direito e o dever do Estado de promover o bem
ção à propriedade, a tese de Santo Tho maz é que o seu uso deve ser de certo
mos da civilização cristã quando nos
timndo-as no plano
comum, fazendo com que a sociedade
garantir e proteger o direito de proprie
prédios a fim de realizar o capital empre gado 6 aplicá-lo em negócios mais com
dade, procurando conciliar o seu uso com as superiores exigências do bem
pensadores, quando, para o inqmlino, seria preferível pagar um aluguel acresci
comum.
do de cem por cento ou mais, e conti íií
Sjí
nuar ocupando a casa em que reside. Imperfeita é também a lei por não prever certos casos especiais em que a
O argumento jurídico parece-nos, por
proibição do aumento de aluguel é de
tanto, improcedente. A lei do inquilinato e o anteprojeto que a modifica não atentam contra o direito da proprieda
uma clamorosa injustiça. Êsscs serão os
de, tal* como a nossa, constituição o de
ver, com as rendas provenientes do alu-
fine e assegura, pois não eliminam êsse direito, mas apenas restringem o seu uso.
guel de imóveis. A lei peca, sem dú vida, por uma generalização exçessiva,
casos das viiivas, dos inválidos, doen
tes, velhos que contem apenas, para -vi
Digesto
54
Econômico
Dicksto Econômico
se ou inutilizasse? Do ponto de vista ético ou moral, portanto, o direito de propriedade é um direito ao uso e nun ca ao abuso, e só se justifica pelos seus
modo comum, isto 6, deve beneficiar a
resultados criadores, devendo ser limita
os necessitados, os indigentes, por exem plo, em virtude do seu direito à vida, tem o direito de reclamar, de c.xigir o
do pelo interesse social ou pelo bem co mum.
O fim próximo ou imediato do direi to de propriedade é proporcionar aos ho
Desta doutrina decorrem algumas con seqüências importantes.
<1
Os miseráveis,
que é indispensável i\ conservação da própria c.xisténcia. Nos casos de extre
(
realizo o fim para o qual existe, que é
durante um prazo limitado, em nome de
o de proporcionar ao conjunto das pes
interêsses superiores que são os da
soas humanas que a constituem os meios e recursos indispensáveis ao seu desen
própria comunidade. Não é possí\el compreender as medi
volvimento tí plena realização. Não no.s parece honesto nem coeren
das tomadas pelos poderes públicos si-
te apelar para os princípios e valores cristãos quando se trata do justificar a
mens os meios indispensáveis à sua ple
ma necessidade, guerras, calamidades
defesa de nossos interesses e privilégios,
na realização. Não se compreende, pois,
púbhca.s etc., todos os bens se tomam
e esquccê-los, em seguida, quando são
que possa constituir um monopólio de
comuns. Além disso, impõc-sc, também
os interesses e os dircito.s dos outros que
grupos ou classes nem que, "por outro
o dever de assistência, de amparo, de sócorro, a todos os que dele precisarem. Os limites pr^òpriamcnte jurídicos da propriedade decorrem, pois, dos direitos dos nossos semelhantes e do interesse
estão em jõgo. Por que só nos lembra
lado, possa ser exercido sem limites nem
restrições, em prejuízo da comunidade.
i
todos".
55
O direito propriedade tem, pois, também, um fim indireto ou remoto, de natureza social, que se acha clara mente definido pelos teólogos, filósofos e sociólogos cristãos, e em alguns do cumentos célebres como as encíclicas
"Rerum N|ovarum" e "Quadragósimo Ano". Naquela carta. Leão XIII escre ve o seguinte: "Embora dividida em propriedades privadas, a terra não deixa de servir à comum utilidade de todos
uma vez que ninguém há que não se
alimente dos produtos do campo". E mais adiante, interpretando o pensa mento de Santo Thomaz de Aquino, es tabelece o princípio fundamental que deve regular a matéria: se a proprieda de é exclusiva e particular, o seu uso deve ser comum e social. "Sob esse as
social. Es.sas limitações, que visam ga rantir a existência ou o exercício dêsses
direitos, contra qualquer abuso ou aten
tado, constituem o regime legal da pro
priedade. A esse respeito, escreve ainda
Ch. Antoine: "Que o regime da pro
priedade esteja cm oposição ao grau de civilização ou à vida econômica do país que esteja em contradição com a lei
moral e com o direito natural, então, não será mais a expressão da ordem mas da própria desordem social. Devemos
puramente jurídi
co, uma vez que não passam do reflexo ou da conseqüência de uma situação econômica c social, tão grave o tão sé
ria, que e.xige do go\'êmo pro\ddèncias drásticas e urgentes, desnecessárias em tempos normais. A lei em aprêço está longe de nos
sentimos ameaçados pelos movimentos de
parecer impecável. Inclui erros e injus
esquerda? Se soubéssemos i*ealmente o que ó o cristianismo, empreenderíamos
tiças eridentes, como, por e.xemplo, não
desde já as reformas estruturais c urgen
tes que a nossa sociedade está há tanto tempo reclamando," inclusive as que se referem à propriedade e ao sistema de produção e distribuição da riqueza. Entre o individualismo, que se esque ce dos direitos sociais e do bem comum
permitir o aumento progressivo dos alu guéis, de acôrdo com uma tabela pre fixada, a fim de que fôssem gradualmen
te majorados, reajustando-se, aos pou-
COS, ao níx'el atual dos valores imobiliá- W nos.
Essa proibição é lesiva ao proprietá rio e prejudicial ao inquilino, criando
para afirmar apenas o direito absoluto de propriedade e o correspondente de
uma situação artificial e injusta, fazen
ver do Estado de protegê-la, e o socia lismo, que confisca os direitos individuais
zentos e trezentos por cento continuem
em favor da sociedade, subordinando
na ocasião em que foram alugados. Pre
do com que prédios valorizados de du a render o que rendiam há vários anos,
declarar mau um regime de proprieda
totalmente a propriedade ao poder pú
judicial aos inquilinos porque obriga
de que torna ilusório, para o maior nú mero, o direito natural de adquirir «
blico, situa->se D pensamento cristão, dc acôrdo com o qual o Estado deve
os proprietários a se desfazerem dos
propriedade; injusto um regime que fa vorece a propriedade de um pequeno
pecto, o homem não deve considerar as coisas exteriores como particulares, mas. como comuns, de tal modo que os ou
coletividade; e condenável um regime que não garante suficientemente a pro
tros possam participar delas em caso de
priedade honestamente adquirida".
necessidade." E Jacques Maritain, um
dos mais lúcidos e autorizados intérpre
Não é, pois, o arbítrio de um poder injusto e irresponsável que impõe limi
tes do pensamento social cristão, escreve,
tes ao direito de propriedade, mas um
número de cidadãos em detrimento da
no mesmo sentido em seu "Du Régime
direito superior aos interêsses- e conve
Temporel et de Ia Liberté": "Em rela
niências particulares, isto é, o direito e o dever do Estado de promover o bem
ção à propriedade, a tese de Santo Tho maz é que o seu uso deve ser de certo
mos da civilização cristã quando nos
timndo-as no plano
comum, fazendo com que a sociedade
garantir e proteger o direito de proprie
prédios a fim de realizar o capital empre gado 6 aplicá-lo em negócios mais com
dade, procurando conciliar o seu uso com as superiores exigências do bem
pensadores, quando, para o inqmlino, seria preferível pagar um aluguel acresci
comum.
do de cem por cento ou mais, e conti íií
Sjí
nuar ocupando a casa em que reside. Imperfeita é também a lei por não prever certos casos especiais em que a
O argumento jurídico parece-nos, por
proibição do aumento de aluguel é de
tanto, improcedente. A lei do inquilinato e o anteprojeto que a modifica não atentam contra o direito da proprieda
uma clamorosa injustiça. Êsscs serão os
de, tal* como a nossa, constituição o de
ver, com as rendas provenientes do alu-
fine e assegura, pois não eliminam êsse direito, mas apenas restringem o seu uso.
guel de imóveis. A lei peca, sem dú vida, por uma generalização exçessiva,
casos das viiivas, dos inválidos, doen
tes, velhos que contem apenas, para -vi
,^VV- - S' -
<
Dicesto Econômico 56
Dicesto
omitindo casos e situações especiais que, sem constituirem a maioria, mesmo assim
deveriam ter sido previstos pelo legisla
dor. A suspensão indiscriminada dos despejos também pode acarretar graves injustiças, legabzando situações de abuso e de exploração. Mas, reconhecendo as imperfeições cia
lei, nem por isso deixamos de aprová-la
Econômico
apesar dos erros que contém, é justa em princípio, na medida em que procu ra conter a cspccidação e o egoísmo dos proprietários que, se não encontras
sem mais nenhum obstáculo, poriam as .suas casas em leilão, con\efténdo a ne
cessidade e o direito de morar num pri vilégio do.s abastadí)s c dos ricos.
Justificam-se medidas excepcionais cni
em princípio, pois verificamos cpie a in tenção, o espírito que presidiu à sua ela
relação ao problema da moradia porque a necessidade de residir, de ter um\
boração, foi o de atender a uma situa
casa para morar, ao contrário das ou
ção de excepcional gravidade e proteger aqueles que só dos poderes públicos podem esperar garantias e amparo. Os
proprietários,
aliás, talvez em seu maior número, nunca
pode usar as mesmas roupas durante o ano todo, pode não ter criado algum; o
que não pode c ficar ao relenlo, é dei xar de ter um teto c quatro paredes onde se abrigue.
Êsse nos parece o aspecto essencial do problema. Os proprietários, na pior
das hipóteses, podem deixar de ganhar o que ganhariam .se lhes fôsse permitido aumentar os aluguéis das suas casas. Os inquilinos dcspejado.s, porém, vèem-.so
recursos, são obrigados a tomar casas
adiamento ou de com
menores e muito mais distantes, por pre
pressão.
ços cinco ou .seis vêzos superiores nos
A procura
.inelasticidade
nuir,
diminuindo
Sc esta
(pie anteriormente paga\am.
O aspecto econômico do problema es tá na desproporção entre o xalor dos
aluguéis atuais e o preço dos gêneros de primeira necessidade, e os ordenados c
fora", sem documentos
população.
estampilhados, a dife rença dos aluguéis le galmente permitidos, ou as "luvas", pagas
não clecresce ou au
orçamentos médiü.s. Um profes.sor, por exemplo, que ganhava, bá oito anos, dois
menta, a procura con
mil cruzeiros xior mês, e pagava qua
em uma só ou em vá
mente.
cia das "luvas", como condição de trans
tinua a mesma ou so eleva proporcional E' possível reduzir a alimentação, a rou pa, o número de em pregados, as despesas gerais com trans porte c divertimentos, o consumo cia água, do gás, da luz, do telefone. Tódas e.ssas nece.ssidades e gastos são sus ceptíveis de compressão, a procura dos bens e mercadorias correspondentes sen do, portanto, variável e elástica. Com
ferência ou.renovação de contratos, tor nou-se um expediente normal, compen sando, para os proprietários e senhorios,
relação à casa, acontece o contrário. Po
a impossibilidade de aumentar os alu
lha, mais próxima ou mais distante, mas precisamos sempre morar. Uma família
guéis que a lei havia congelado.
A legislação do in<^uilinato, portanto.
á \ida do homem e da família humana, a uma mercadoria qualquer, sujeita, na determinação do seu valor, ao mecanis
excluindo qualquer possibilidade de
total. Só pode dimi
prédios residenciais existentes, a exigên
Só por inconsciência é possível com parar a casa de moradia*, indispensável
camente se reajustem, embora com o sacrifício de milhares e milhares de sêres humanos, é alentar contra a própria ins
burlando os rigores da lei e recebendo "por
Sendo enorme a desproporção entie os
pre indiferentes.
procura que os humilha e desespera, pois, continuando a dispor dos mesmos
tras ncce.ssidadcs Inimanas, apresenlu
unia
que precisavam morar e o número dos
frimentos alheios nos deixam quase sem
sempre um aspecto urgente e inadiável
pulos em defender-se,
de cobrar.
ter para onde ir, onde se abrigar. Tan to ó verdade que as vicissitudes e so
mo cego da oferta e da procura. De sejar que as casas sejam postas em lei lão, para que os seus preçxis automàti-
cm relação aos preC dios re.sidcnciais, é de
buída ao longo dos meses que durasse o contrato, correspon deria à soma que se achavam no direito
bitamente despejada, jogada na rua, sem
do súbito postos na rua, sem ter para onde ir, condenados ao calvário de uma
tiveram muitos escrú
rias vezes, e cuja im portância total, distrí-
rcpresenta para uma família ver-se su
demos morar numa casa maior ou menor, mais barata ou mais cara, nova ou ve-"
pode fazer uma única refeição por dw,
trocentos cruzeiros de aluguel, isto é,
um quinto de seu ordenado, estará ga nhando atualmente três ou quatro mil cruzeiros mensais, mas deverá pagar,
por uma casa equivalente à que ocupa va, dois mil ou dois mil e quinhentos cruzeiros, isto é, mais da metade do seu ordenado.
Se a vida encareceu, de um modo ge ral, cinco ou seis vêzes mais e se os
tituição da família e preparar a revolu- ^ ção social'.
Não procede também, em principio, a alegação de que a lei do inquilinato fa vorece os inquilinos contra os proprie tários, pois se o Estado interfere nas re lações sociais é para proteger os fra cos, que são os únicos a precisar de
amparo. Nesse sentido, escreve ainda Leão XIII: "A classe rica faz das suas
riquezas uma espécie de baluarte e tem menos necessidade da tutela publica.
A classe indigente, ao contrário, sem ri
quezas que a ponham a salvo das in
justiças, conta principalmente com a pro teção do Estado. Que o Estado se faça,
pois, .sob um particularíssiino titulo, a providência dos trabalhadores que em geral pertencem à classe pobre .
As estatísticas demonstram, por outro
orçamentos médios apenas duplicaram ou triplicaram, é compreensível que o pro
lado, que os bairros mais populosos, de
blema da moradia tenha assumido o. as
portanto, em que bá maior número de
pecto de uma questão social que So mente o Governo está em condições de resolver. Os que estão com a faca e o queijo na mão, fruindo de uma si tuação privilegiada, não podem sentir, não podem compreender o desastre que-
maior clensidade demográfica, aqueles,
casas, são os bairros operários.
E a
quem pertencem as vilas, os quartei rões inteiros de casas construídas em sé
rie, nas proximidades das fábricas e das indústrias? Não pertencem, certamente,
,^VV- - S' -
<
Dicesto Econômico 56
Dicesto
omitindo casos e situações especiais que, sem constituirem a maioria, mesmo assim
deveriam ter sido previstos pelo legisla
dor. A suspensão indiscriminada dos despejos também pode acarretar graves injustiças, legabzando situações de abuso e de exploração. Mas, reconhecendo as imperfeições cia
lei, nem por isso deixamos de aprová-la
Econômico
apesar dos erros que contém, é justa em princípio, na medida em que procu ra conter a cspccidação e o egoísmo dos proprietários que, se não encontras
sem mais nenhum obstáculo, poriam as .suas casas em leilão, con\efténdo a ne
cessidade e o direito de morar num pri vilégio do.s abastadí)s c dos ricos.
Justificam-se medidas excepcionais cni
em princípio, pois verificamos cpie a in tenção, o espírito que presidiu à sua ela
relação ao problema da moradia porque a necessidade de residir, de ter um\
boração, foi o de atender a uma situa
casa para morar, ao contrário das ou
ção de excepcional gravidade e proteger aqueles que só dos poderes públicos podem esperar garantias e amparo. Os
proprietários,
aliás, talvez em seu maior número, nunca
pode usar as mesmas roupas durante o ano todo, pode não ter criado algum; o
que não pode c ficar ao relenlo, é dei xar de ter um teto c quatro paredes onde se abrigue.
Êsse nos parece o aspecto essencial do problema. Os proprietários, na pior
das hipóteses, podem deixar de ganhar o que ganhariam .se lhes fôsse permitido aumentar os aluguéis das suas casas. Os inquilinos dcspejado.s, porém, vèem-.so
recursos, são obrigados a tomar casas
adiamento ou de com
menores e muito mais distantes, por pre
pressão.
ços cinco ou .seis vêzos superiores nos
A procura
.inelasticidade
nuir,
diminuindo
Sc esta
(pie anteriormente paga\am.
O aspecto econômico do problema es tá na desproporção entre o xalor dos
aluguéis atuais e o preço dos gêneros de primeira necessidade, e os ordenados c
fora", sem documentos
população.
estampilhados, a dife rença dos aluguéis le galmente permitidos, ou as "luvas", pagas
não clecresce ou au
orçamentos médiü.s. Um profes.sor, por exemplo, que ganhava, bá oito anos, dois
menta, a procura con
mil cruzeiros xior mês, e pagava qua
em uma só ou em vá
mente.
cia das "luvas", como condição de trans
tinua a mesma ou so eleva proporcional E' possível reduzir a alimentação, a rou pa, o número de em pregados, as despesas gerais com trans porte c divertimentos, o consumo cia água, do gás, da luz, do telefone. Tódas e.ssas nece.ssidades e gastos são sus ceptíveis de compressão, a procura dos bens e mercadorias correspondentes sen do, portanto, variável e elástica. Com
ferência ou.renovação de contratos, tor nou-se um expediente normal, compen sando, para os proprietários e senhorios,
relação à casa, acontece o contrário. Po
a impossibilidade de aumentar os alu
lha, mais próxima ou mais distante, mas precisamos sempre morar. Uma família
guéis que a lei havia congelado.
A legislação do in<^uilinato, portanto.
á \ida do homem e da família humana, a uma mercadoria qualquer, sujeita, na determinação do seu valor, ao mecanis
excluindo qualquer possibilidade de
total. Só pode dimi
prédios residenciais existentes, a exigên
Só por inconsciência é possível com parar a casa de moradia*, indispensável
camente se reajustem, embora com o sacrifício de milhares e milhares de sêres humanos, é alentar contra a própria ins
burlando os rigores da lei e recebendo "por
Sendo enorme a desproporção entie os
pre indiferentes.
procura que os humilha e desespera, pois, continuando a dispor dos mesmos
tras ncce.ssidadcs Inimanas, apresenlu
unia
que precisavam morar e o número dos
frimentos alheios nos deixam quase sem
sempre um aspecto urgente e inadiável
pulos em defender-se,
de cobrar.
ter para onde ir, onde se abrigar. Tan to ó verdade que as vicissitudes e so
mo cego da oferta e da procura. De sejar que as casas sejam postas em lei lão, para que os seus preçxis automàti-
cm relação aos preC dios re.sidcnciais, é de
buída ao longo dos meses que durasse o contrato, correspon deria à soma que se achavam no direito
bitamente despejada, jogada na rua, sem
do súbito postos na rua, sem ter para onde ir, condenados ao calvário de uma
tiveram muitos escrú
rias vezes, e cuja im portância total, distrí-
rcpresenta para uma família ver-se su
demos morar numa casa maior ou menor, mais barata ou mais cara, nova ou ve-"
pode fazer uma única refeição por dw,
trocentos cruzeiros de aluguel, isto é,
um quinto de seu ordenado, estará ga nhando atualmente três ou quatro mil cruzeiros mensais, mas deverá pagar,
por uma casa equivalente à que ocupa va, dois mil ou dois mil e quinhentos cruzeiros, isto é, mais da metade do seu ordenado.
Se a vida encareceu, de um modo ge ral, cinco ou seis vêzes mais e se os
tituição da família e preparar a revolu- ^ ção social'.
Não procede também, em principio, a alegação de que a lei do inquilinato fa vorece os inquilinos contra os proprie tários, pois se o Estado interfere nas re lações sociais é para proteger os fra cos, que são os únicos a precisar de
amparo. Nesse sentido, escreve ainda Leão XIII: "A classe rica faz das suas
riquezas uma espécie de baluarte e tem menos necessidade da tutela publica.
A classe indigente, ao contrário, sem ri
quezas que a ponham a salvo das in
justiças, conta principalmente com a pro teção do Estado. Que o Estado se faça,
pois, .sob um particularíssiino titulo, a providência dos trabalhadores que em geral pertencem à classe pobre .
As estatísticas demonstram, por outro
orçamentos médios apenas duplicaram ou triplicaram, é compreensível que o pro
lado, que os bairros mais populosos, de
blema da moradia tenha assumido o. as
portanto, em que bá maior número de
pecto de uma questão social que So mente o Governo está em condições de resolver. Os que estão com a faca e o queijo na mão, fruindo de uma si tuação privilegiada, não podem sentir, não podem compreender o desastre que-
maior clensidade demográfica, aqueles,
casas, são os bairros operários.
E a
quem pertencem as vilas, os quartei rões inteiros de casas construídas em sé
rie, nas proximidades das fábricas e das indústrias? Não pertencem, certamente,
58
Digesto Econóaoco
aos operários que nelas residem. Tam pouco à classe média, aos comerciários,
juízo, uma vez que o anteprojeto suspen
aos funcionários públicos, aos professôres, aos pequenos comerciantes que,
estatísticas mais recentes provam que
quando são proprietários, possuem ape nas a própria casa em que moram. Per tencem aos industriais, aos capitalistas,
às grandes companhias, aos grandes pro prietários. Se, portanto, éstes constituem uma minoria, enquanto os inquilinos re presentam a imensa maioria, não pode
mos dei.xar de aprovar, em princípio, no espírito que a anima, uma legisla ção que visa proteger e amparar os in quilinos, mesmo com um relativo e tem porário sacrifício dos proprietários.
ATC
de os despejos apenas por um ano. As
as construções cm São Paulo, em plena vigência dá lei do inquilinato, se manliveram num ritmo de crescimento cons
tante, embaraçadas, às vêzcs, por obstá culos do outra ordem, tais como falta de materiais, dificuldade de mão-de-obra de transportes etc.
'
Alegar que o prazo de suspensão dos despejos .será prorrogado quando se e.xtinguir ó abandonar o terreno dos fatos e da observação para penetrar no domí nio incerto das hipóteses e das conjeturas
A lei do_ inquilinato c o anteprojeto
Antônio de Sampaio Dóiua
(Professor da Faculdade do Direito de São Paulo e e.x-Ministro da Justiça)
Está nestes termos concebido o projeto do lei, já no Senado, depois de apro
vado pela Câmara dos Deputados, sôbre despejos:
flexível das constituições.
como os do Presidente, são limitados. Li
subseqüentes ao mês vencido.
proprietário de dispor livremente das
se explicam e justificam pela gravidade
casas^ que lhe pertencem, comprometerá o estímulo e o interôsse pela construção de prédios de aluguel, agravando ainda
da situaçao em que nos encontramos
A solução definitiva estaria na cons trução de casas para os operários e para
"Art. 2.° — Revogam-se as dispo sições em contrário."
ver. O argumento parece improceden te, pois as casas que estão sendo aca
badas de construir são submetidas a vistoria e avaliação, tendo os seus alu guéis fixados na proporção de seu custo e valor.
E como os contratos de locação têm a
duração normal de dois anos, os proprie tários que alugarem suas casas por ôsse prazo estarão a salvo de qualquer pre
a classe rnédia, por meio de uma políti ca de crédito e financiamento a lonco prazo que, através dos bancos imobiliá
rios, companhias de seguro, autarquias caixas econômicas e institutos oficiais*
tornasse possível a todos a aquisição da' casa própria.
Pois a propriedade privada, a casa pa ra morar, não deve ser o privilétrio de uma classe nem o monopólio do Estado
mas um direito e uma esperança de todos aquêles que trabalham e lutam.
No govêmo da lei, que adotamos, pfeferiu-se, para evitar as improvisações legislativas, o sistema rígido ao sistema
prazo de um ano, a propositura de qualquer ação de despejo, bem
em discussão no Senado não resolvem
mais o problema que se pretende resol
da lei.
"Ãrt. 1° — Fica suspensa, pelo
Alegam ainda, os que combatem o anteprojeto, que a suspensão dos despe jos irá provocar uma baixa no ritmo das construç-ões, uma vez que, impedindo o
evidentemente, o problema da habitação! Constituem medidas de emergência quê
se o govêmo de homens, pelo govêrno
como tôda c qualquer ação em
curso, salvo por falta de paga mento do aluguel ate 10 dias
Simultâneamente, jaz no Congresso ou
tro projeto, mais antigo, em reforma da lei do inquilinato, o Decreto-lei n.° 9.669, de 29 de agosto de 1946. Mas será que a lei do inquilinato e os
projetos de sua reforma, como o que acima se transcreve, se harmonizam com
os princípios que a Constituição de 1946 consagra?
No tempo da ditadura, sob a outorga da Carta de 1937, a intervenção dcsnbusada do Estado no domínio econômi co e da liberdade dos contratos,
era de praxe. Dispunha o Go verno, a seu arbítrio, da proprie
dade alheia, e limitava ou supri mia as liberdades individuais, co
mo lhe desse na gana. Os tribu nais aplicavam sem titubear os decretosleis que expedisse, como imperativos sagrados. Mas de 18 de setembro de 1946 para
cá, o regiijie se transmudou. Substitiiiu-
Mercê desta
preferência, os poderes do Congresso, mitados pelos cânones da Constituição.
Já não assistem à Câmara dos Deputados, A nem à dos Senadores, poderes absolutos,^
para estatuírem as leis que lhes dêem na j
telha, como no Parlamento britânico, e, j
até, embora com menos amplitude, no
Congresso dos Estados Unidos, cuja constituição, posto que rígida, não aper ta demais os poderes congressuais, como
a nossa, esparramada e analítica. O poder legislativo, entre nós, cessa dian
te de certos princípios constitucionais, e , dos direitos individuais, que o artigo 141 da Constituição enumera. Tudo qu®
o Congresso delibere contra estes direi tos e aquêles princípios é abuso cie rijandato, e, pois, nulo e nenhum. Daí o problema da ínconstitucionalidade das leis, como, em menor escvil»'» nos -Estados Unidos, e desconhecido in teiramente na Inglaterra, e nos
países de poder pessoal e de cons tituições flexíveis.
Não e neces-
[sàriamente e sempre aplicável
pelos tribunais tôda e qualquer lei, só porque tenha sido, ou traga o rótulo de lei.
Sua aplicabilidade depende de sua conformidade com a lei constitucional. A Constituição de 1946, como a de 1891, adotou certos princípios que os
58
Digesto Econóaoco
aos operários que nelas residem. Tam pouco à classe média, aos comerciários,
juízo, uma vez que o anteprojeto suspen
aos funcionários públicos, aos professôres, aos pequenos comerciantes que,
estatísticas mais recentes provam que
quando são proprietários, possuem ape nas a própria casa em que moram. Per tencem aos industriais, aos capitalistas,
às grandes companhias, aos grandes pro prietários. Se, portanto, éstes constituem uma minoria, enquanto os inquilinos re presentam a imensa maioria, não pode
mos dei.xar de aprovar, em princípio, no espírito que a anima, uma legisla ção que visa proteger e amparar os in quilinos, mesmo com um relativo e tem porário sacrifício dos proprietários.
ATC
de os despejos apenas por um ano. As
as construções cm São Paulo, em plena vigência dá lei do inquilinato, se manliveram num ritmo de crescimento cons
tante, embaraçadas, às vêzcs, por obstá culos do outra ordem, tais como falta de materiais, dificuldade de mão-de-obra de transportes etc.
'
Alegar que o prazo de suspensão dos despejos .será prorrogado quando se e.xtinguir ó abandonar o terreno dos fatos e da observação para penetrar no domí nio incerto das hipóteses e das conjeturas
A lei do_ inquilinato c o anteprojeto
Antônio de Sampaio Dóiua
(Professor da Faculdade do Direito de São Paulo e e.x-Ministro da Justiça)
Está nestes termos concebido o projeto do lei, já no Senado, depois de apro
vado pela Câmara dos Deputados, sôbre despejos:
flexível das constituições.
como os do Presidente, são limitados. Li
subseqüentes ao mês vencido.
proprietário de dispor livremente das
se explicam e justificam pela gravidade
casas^ que lhe pertencem, comprometerá o estímulo e o interôsse pela construção de prédios de aluguel, agravando ainda
da situaçao em que nos encontramos
A solução definitiva estaria na cons trução de casas para os operários e para
"Art. 2.° — Revogam-se as dispo sições em contrário."
ver. O argumento parece improceden te, pois as casas que estão sendo aca
badas de construir são submetidas a vistoria e avaliação, tendo os seus alu guéis fixados na proporção de seu custo e valor.
E como os contratos de locação têm a
duração normal de dois anos, os proprie tários que alugarem suas casas por ôsse prazo estarão a salvo de qualquer pre
a classe rnédia, por meio de uma políti ca de crédito e financiamento a lonco prazo que, através dos bancos imobiliá
rios, companhias de seguro, autarquias caixas econômicas e institutos oficiais*
tornasse possível a todos a aquisição da' casa própria.
Pois a propriedade privada, a casa pa ra morar, não deve ser o privilétrio de uma classe nem o monopólio do Estado
mas um direito e uma esperança de todos aquêles que trabalham e lutam.
No govêmo da lei, que adotamos, pfeferiu-se, para evitar as improvisações legislativas, o sistema rígido ao sistema
prazo de um ano, a propositura de qualquer ação de despejo, bem
em discussão no Senado não resolvem
mais o problema que se pretende resol
da lei.
"Ãrt. 1° — Fica suspensa, pelo
Alegam ainda, os que combatem o anteprojeto, que a suspensão dos despe jos irá provocar uma baixa no ritmo das construç-ões, uma vez que, impedindo o
evidentemente, o problema da habitação! Constituem medidas de emergência quê
se o govêmo de homens, pelo govêrno
como tôda c qualquer ação em
curso, salvo por falta de paga mento do aluguel ate 10 dias
Simultâneamente, jaz no Congresso ou
tro projeto, mais antigo, em reforma da lei do inquilinato, o Decreto-lei n.° 9.669, de 29 de agosto de 1946. Mas será que a lei do inquilinato e os
projetos de sua reforma, como o que acima se transcreve, se harmonizam com
os princípios que a Constituição de 1946 consagra?
No tempo da ditadura, sob a outorga da Carta de 1937, a intervenção dcsnbusada do Estado no domínio econômi co e da liberdade dos contratos,
era de praxe. Dispunha o Go verno, a seu arbítrio, da proprie
dade alheia, e limitava ou supri mia as liberdades individuais, co
mo lhe desse na gana. Os tribu nais aplicavam sem titubear os decretosleis que expedisse, como imperativos sagrados. Mas de 18 de setembro de 1946 para
cá, o regiijie se transmudou. Substitiiiu-
Mercê desta
preferência, os poderes do Congresso, mitados pelos cânones da Constituição.
Já não assistem à Câmara dos Deputados, A nem à dos Senadores, poderes absolutos,^
para estatuírem as leis que lhes dêem na j
telha, como no Parlamento britânico, e, j
até, embora com menos amplitude, no
Congresso dos Estados Unidos, cuja constituição, posto que rígida, não aper ta demais os poderes congressuais, como
a nossa, esparramada e analítica. O poder legislativo, entre nós, cessa dian
te de certos princípios constitucionais, e , dos direitos individuais, que o artigo 141 da Constituição enumera. Tudo qu®
o Congresso delibere contra estes direi tos e aquêles princípios é abuso cie rijandato, e, pois, nulo e nenhum. Daí o problema da ínconstitucionalidade das leis, como, em menor escvil»'» nos -Estados Unidos, e desconhecido in teiramente na Inglaterra, e nos
países de poder pessoal e de cons tituições flexíveis.
Não e neces-
[sàriamente e sempre aplicável
pelos tribunais tôda e qualquer lei, só porque tenha sido, ou traga o rótulo de lei.
Sua aplicabilidade depende de sua conformidade com a lei constitucional. A Constituição de 1946, como a de 1891, adotou certos princípios que os
60
Dioestc) TtcoNÓ!»nco
tribunais não podem deixar de aplicar. Esses princípios não podem ser revoga
dos ou alterados pelo processo ordiná rio de elaboração legislativa. O artigo 217 da Constituição estabelece o proces so de emenda ou reforma da Constitui
ção. Todo o qualquer projeto de lei, pois, que seguir o processo ordinário de ela
boração legislativa, estabelecido nos ar tigos 68 e seguintes da Constituição, não exime os tribunais de aplicarem os mandamentos, não emendados, nem re formados, da Constituição.
Mais. As leis em que semelhantes pro jetos se transformem não devem ser
aphcadas pelos juizes. Na realidade, não chegaram a ser leis
dc verdade. Porque aos homens que as conceberam e as vo taram, faltava com
petência constitucio
nal para as esta
tuírem.
O que, a
despeito das e.xorbi-
tâncias
legislativas,
continua de pé, são
as normas que a Constituição consagre. Ora, entre estas normas, sobressai a do artigo 141 § 2.° da Constituição de
1946, assim redigida: "A lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada." A doutrina de que não há direito ad quirido contra os interesses da Nação,
no artigo 11 § quando vedava à União c aos Estados prescrever leis re troativas.
E SC act)ntccer (pie, im-sino de boa-
fc, clab()re o Congresso, e sancione o
Executivo, uma lei (jiie prejudique di reito adquirido?
E se votar o Congresso, eoin a sanção
do Presidente, uma lei com o propósi
to dc negar eficácia à coisa julgada? E SC deliberar o Congresso, .st-m veto presidencial, uma lei que invalide ato jurídico perfeito?
O artigo 141 § 2." da ConsÜtuiçüo
tituição, a esta contrária, o como sc não existisse.
O juiz que aplicar uma lei contrária a qualquer mandamento da Constituição, desrespeita a Constituição duas \èzes: a primeira, deixando dc aplicar a norma constitucional, que a lei ordinária con trarie, e a segunda desprezando o arti
go 2Í7 da Constituição, sobre emendas
formado, ou resogado por semelhantes
que limitam a competência ao Congresso, negando-lhe autoridade para legislar con tra os direitos fundamentais •(Ío homem
ordinária não prejtidieará o direito ad quirido. o ato jurídi co perfeito e a eoi^;^
julgada, é imperati vo que os juizes não
podem
deixar
de
aplicar.
E' assim o regime das constituições
e da sociedade.
Ora, que traz, cm seu bojo, o
projeto da lei que su.spendc, por um ano, a propositura das ações de despejo, e interrompe, pelo mesmo prazo, as que estiverem em curso?
Em verdade, o desrespeito a dois prin
por isto, moveu a ação, agora em curso,
c, quem sabe, na fase da e.xocução. Trata-se de' um direito adquirido, o
dc reaver o locador o que é seu, do po der dc quem ilegalmente o detém, e.
nalguns casos, dc coisa julgada (em es sência,' reconhecimento judiciário de um direito adquirido). Podo a lei, contra o § 2.° do artigo 141 da Constituição, prejudicar, <mm a
suspensão, por um ano, da ação de des pejo, com que se faz vingar o direito in contestável, embora contestado, pode a
lei prejudicar © direito adquirido, e, na fase da execução, prejudicar a coisa jul
gada? É como SC se perguntasse: pode o
juiz ignorar, ou não aplicar, o preceito do § 2.^, artigo 141 da Constituição? A pergunta seria em si afrontosa à magistratura. Entre a lei ordinária, que prejudique direi to adquirido, e a proibição cons titucional de prejudicar a lei o direito adquirido, o destino da lei, (mentira de si mesma) está traçado: a
1'icam elos, pois entre dois imperativos: o constitucional'
cípios constitucionais.
Constituição prevalecerá.
que proíbe à lei ordinária prejudicar o
O princípio do § 2° do artigo 141 da
Mas não é só. Em sua substância, a
Constituição Federal, que proíbe ã lei
lei do inquilinato já foi revogada a 18
dena seja prejudicado dheUo adquirido Em fins de 1948, a .5.--' Câmara do Tribunal dc Justiça de São Paulo lavrou um acórdão que vale por uma lição de
prejudicar o direito adquirido e a coisa julgada.
de setembro de 1946. Em rigor, nem seria preciso alegarem as partes esta
direito adquirido, e o logislati\o, que or
direito público. Decidiu que o artigo da lei do inquilinato, o artigo 25, que sxi. jeita ao arbitramento dos prefeitos o alu
guel dos prédios urbanos, não pode ser aplicado, depois da Constituição de 1946. por incompatível com os princípios que
oposição entre direitp e interêsse .geral é não-senso, como luz que escureça ou
esta Constituição consigna.
treva que luza. Bem andaram os cons
acórdão, foi a supremacia da Constitui
pio que a Constituição dc 1891 firmara
pela Constituição irrcmcdià\elmente re vogada, e qualquer lei posterior à Cons
ou reformas constitucionais.
é leviana. O supremo interesse na Nação ó o respeito aos direitos adquiridos, co mo aos fundamentais. A hipótese de
tituintes de 1946, restaurando o princí
Realmente, qualquer lei anterior à Constituição, colidenlc com ela, ficou
ninguiim dira que fitpie emendado, re lei.---. Quer dizer: o preceito do que a Uq
61
Dicesto Econômico
O que se firmou, nesse memorável
ção sôbre as leis ordinárias,. que a pre cedam, ou lhe sucedam.
E o princípio do § 16 do artigo 141 da Constituição Federal, que só permi te a desapropriação mediante indeniza ção justa em dinheiro. Nas ações de despejo, o locador se
supõe com o direito de reaver o que é .seu, do poder do locatário que o retém. Pode acontecer que esteja enganado na
revogação, para que não a aplicassem os juizes. Não se trata, rigorosamente, de uma lei inconstitucional, mas de um
decreto da ditadura, revogado pela or dem nova, que a Constituição de 1946 inaugurou. Veja-se porque.^
O § 16 do artigo 141, da Constitui
suposição de ter o direito que pleiteie.
ção, assegurou a inviolabilidade do direi
Mas pode, igualmente, estar cheio de ra
to de propriedade, nestes termos:
zões. A ação, se não perder o tino.nem
a imparcialidade, não dá nem tira direi to, mas apenas o verifica. Suponha-se
que o locador o tem líquido e certo, o,
"É garantido o direito de proprie
dade, salvo o caso de desapro priação por necessidade de utili'-
60
Dioestc) TtcoNÓ!»nco
tribunais não podem deixar de aplicar. Esses princípios não podem ser revoga
dos ou alterados pelo processo ordiná rio de elaboração legislativa. O artigo 217 da Constituição estabelece o proces so de emenda ou reforma da Constitui
ção. Todo o qualquer projeto de lei, pois, que seguir o processo ordinário de ela
boração legislativa, estabelecido nos ar tigos 68 e seguintes da Constituição, não exime os tribunais de aplicarem os mandamentos, não emendados, nem re formados, da Constituição.
Mais. As leis em que semelhantes pro jetos se transformem não devem ser
aphcadas pelos juizes. Na realidade, não chegaram a ser leis
dc verdade. Porque aos homens que as conceberam e as vo taram, faltava com
petência constitucio
nal para as esta
tuírem.
O que, a
despeito das e.xorbi-
tâncias
legislativas,
continua de pé, são
as normas que a Constituição consagre. Ora, entre estas normas, sobressai a do artigo 141 § 2.° da Constituição de
1946, assim redigida: "A lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada." A doutrina de que não há direito ad quirido contra os interesses da Nação,
no artigo 11 § quando vedava à União c aos Estados prescrever leis re troativas.
E SC act)ntccer (pie, im-sino de boa-
fc, clab()re o Congresso, e sancione o
Executivo, uma lei (jiie prejudique di reito adquirido?
E se votar o Congresso, eoin a sanção
do Presidente, uma lei com o propósi
to dc negar eficácia à coisa julgada? E SC deliberar o Congresso, .st-m veto presidencial, uma lei que invalide ato jurídico perfeito?
O artigo 141 § 2." da ConsÜtuiçüo
tituição, a esta contrária, o como sc não existisse.
O juiz que aplicar uma lei contrária a qualquer mandamento da Constituição, desrespeita a Constituição duas \èzes: a primeira, deixando dc aplicar a norma constitucional, que a lei ordinária con trarie, e a segunda desprezando o arti
go 2Í7 da Constituição, sobre emendas
formado, ou resogado por semelhantes
que limitam a competência ao Congresso, negando-lhe autoridade para legislar con tra os direitos fundamentais •(Ío homem
ordinária não prejtidieará o direito ad quirido. o ato jurídi co perfeito e a eoi^;^
julgada, é imperati vo que os juizes não
podem
deixar
de
aplicar.
E' assim o regime das constituições
e da sociedade.
Ora, que traz, cm seu bojo, o
projeto da lei que su.spendc, por um ano, a propositura das ações de despejo, e interrompe, pelo mesmo prazo, as que estiverem em curso?
Em verdade, o desrespeito a dois prin
por isto, moveu a ação, agora em curso,
c, quem sabe, na fase da e.xocução. Trata-se de' um direito adquirido, o
dc reaver o locador o que é seu, do po der dc quem ilegalmente o detém, e.
nalguns casos, dc coisa julgada (em es sência,' reconhecimento judiciário de um direito adquirido). Podo a lei, contra o § 2.° do artigo 141 da Constituição, prejudicar, <mm a
suspensão, por um ano, da ação de des pejo, com que se faz vingar o direito in contestável, embora contestado, pode a
lei prejudicar © direito adquirido, e, na fase da execução, prejudicar a coisa jul
gada? É como SC se perguntasse: pode o
juiz ignorar, ou não aplicar, o preceito do § 2.^, artigo 141 da Constituição? A pergunta seria em si afrontosa à magistratura. Entre a lei ordinária, que prejudique direi to adquirido, e a proibição cons titucional de prejudicar a lei o direito adquirido, o destino da lei, (mentira de si mesma) está traçado: a
1'icam elos, pois entre dois imperativos: o constitucional'
cípios constitucionais.
Constituição prevalecerá.
que proíbe à lei ordinária prejudicar o
O princípio do § 2° do artigo 141 da
Mas não é só. Em sua substância, a
Constituição Federal, que proíbe ã lei
lei do inquilinato já foi revogada a 18
dena seja prejudicado dheUo adquirido Em fins de 1948, a .5.--' Câmara do Tribunal dc Justiça de São Paulo lavrou um acórdão que vale por uma lição de
prejudicar o direito adquirido e a coisa julgada.
de setembro de 1946. Em rigor, nem seria preciso alegarem as partes esta
direito adquirido, e o logislati\o, que or
direito público. Decidiu que o artigo da lei do inquilinato, o artigo 25, que sxi. jeita ao arbitramento dos prefeitos o alu
guel dos prédios urbanos, não pode ser aplicado, depois da Constituição de 1946. por incompatível com os princípios que
oposição entre direitp e interêsse .geral é não-senso, como luz que escureça ou
esta Constituição consigna.
treva que luza. Bem andaram os cons
acórdão, foi a supremacia da Constitui
pio que a Constituição dc 1891 firmara
pela Constituição irrcmcdià\elmente re vogada, e qualquer lei posterior à Cons
ou reformas constitucionais.
é leviana. O supremo interesse na Nação ó o respeito aos direitos adquiridos, co mo aos fundamentais. A hipótese de
tituintes de 1946, restaurando o princí
Realmente, qualquer lei anterior à Constituição, colidenlc com ela, ficou
ninguiim dira que fitpie emendado, re lei.---. Quer dizer: o preceito do que a Uq
61
Dicesto Econômico
O que se firmou, nesse memorável
ção sôbre as leis ordinárias,. que a pre cedam, ou lhe sucedam.
E o princípio do § 16 do artigo 141 da Constituição Federal, que só permi te a desapropriação mediante indeniza ção justa em dinheiro. Nas ações de despejo, o locador se
supõe com o direito de reaver o que é .seu, do poder do locatário que o retém. Pode acontecer que esteja enganado na
revogação, para que não a aplicassem os juizes. Não se trata, rigorosamente, de uma lei inconstitucional, mas de um
decreto da ditadura, revogado pela or dem nova, que a Constituição de 1946 inaugurou. Veja-se porque.^
O § 16 do artigo 141, da Constitui
suposição de ter o direito que pleiteie.
ção, assegurou a inviolabilidade do direi
Mas pode, igualmente, estar cheio de ra
to de propriedade, nestes termos:
zões. A ação, se não perder o tino.nem
a imparcialidade, não dá nem tira direi to, mas apenas o verifica. Suponha-se
que o locador o tem líquido e certo, o,
"É garantido o direito de proprie
dade, salvo o caso de desapro priação por necessidade de utili'-
UI411..ÍJIII1W Jil
IJpffliU 63
Díoesto Econômico Dicesto EcoNÔNnco
62
dade pública, ou por Interesse so»ucial, mediante prévia e justa in
Não. Não SC podem dar a dois arti gos, no mesmo corpo de leis, intelioèn-
denização em dinheiro."
cia.s que se repelem. Numa codificação
Ora, a propriedade é, pelo menos, a utilização da cousa, e a livre disposição dela. Garantir o direito de propriedade é garantir, primeiro, o uso e o gozo da cousa possuída, e, não menos, o direito de transferi-la a outrem.
De nenhum
desses dois elementos
pode o titular ser desfalcado senão numa hipótese, e mediante uma condição.
A hipótese é a da necessidade ou uti lidade pública, ou o interê.sse social.
E a condição é a indenização justa em dinheiro.
Ninguém, neste país civilizado, per de o que tenha, senão por necessidade ou utilidade pública, ou por ínterêsse social, mas sempre recebendo cm di
tuição, e, sobretudo, numa constituiç-ã<>
autoriza a interpretações que anulem o
"O uso da propriedade será con dicionado ao bem-estar social."
priedade ao bem-estar social abrisse portas à subtração do que é alheio, sem
indenização justa em dinheiro, o legis lador que o tivesse lançado em norma devia estar louco. Acabara de garan
tir, no artigo 141, o direito de proprie dade, e, logo após, no artigo 147, desgarantia o direito de propriedade com permitir desfalque ao patrimônio alheio, sem a indenização indenização iüsta jüsta em em dinheírn dinheiro, que, momentos antes, assegurara.
artigo 141 § 16 da mesma Constituição. Antes, para atalhar tamanha irreverên cia à iei das leis, advertiu expressamente:
interesse .social, da desapropriação
só com observância do disposto no artigo 141 § 16, poderá a lei promover a justa distribuição da propriedade.
diante justa indenização em dinheiro
ao mesmo tempo, a negação deshx VV rantia com admitir, no condicionanientv> do uso da propriedade ao bena-cst
E quando, no artigo anterior, o artigo 146 permite à União intervir,, mediante lei especial, no domínio econômico, a
social, a desapropriação sem indcnh?^ ção justa em dinheiro.
Constituição cerrou as portas a qualquer dúvida sôbre a seriedade com que ga rantia o direito de propriedade, ad\cr-
A harmonia, na sistemática de.
Constituição, repele o desconchavo dar a um texto interpretação que rod
tíndo:
sepultando-o nos escombros do si
Esta injúria não se pode atribuir
e o de não prejudicar a lei o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Quando, pois, a lei (como pretende o projeto da suspensão dos despejos) obriga o proprietário, o locador, a ceder a outrem o uso de seus prédios por alu
guéis que não ajustou IhTemente com o locatário, a lei está prejudicando o direito certo e incontestável da proprie
dade, direito adquirido que, pelo § 2
do artigo 141 da Constituição, não pode a lei prejudicar.
Nem o projeto de lei (quando se converta em lei), nem a lei do inquüinato, anterior à Constituição e por ela revogada, podem ser aplicados pelos Tri bunais, senão admitindo a desapropria
nessa Constituição."
constituintes de 1946. O mesmo
transviada, teve a cautela de acres tar:
ão
da Constituição consigna.
disposto no artigo 141^ jf jg mover a justa distribuição da
^
Tendo, no artigo, condicionado o da propriedade ao bem-estar socia^
em seguida mostra o mesmo artigo cotuo há de a lei fazer respeitada a condiç.v^ que impunha. Poderá a lei, incdut,l^. justa indenização em dinheiro, pn,)nH-»ver, para que tenham todos igual o^v^rtunidade, a justa distribuição da j-nx>priedade alheia, mas pagando o sou *
seu dono. Nunca assaltando o alhe^
As interven
ções do Estado, sejam mediante lei, se jam mediante resoluções administrativas, nunca podem ser feitas para satisfazer
"A lei poderá, com ohservâncui d > . Prvvpriedade com igual oportun\rf.
recebe.
Acima de tudo, o asseguramento dos direitos fundamentais, que o artigo 141
CtMl-
para todos."
guém ser desapropriado do que é seu, mediante justa indenização em dinheiro,
ção de parte da propriedade, o uSo dos terêsse público e por limite os di * prédios, sem justa indenização em di reitos fundamentais, assegurados nheiro. É indenizado com o aluguel que
*nos-
mo.
interêsscs individuais, e jamais contra os direitos fundamentais, como o de só al
"A intervenção terá por base o in-
nriedadfi rom ífTnol
Se o condicionamento do uso da pro
da propriedade ;iü bem-estar social, não
por norma gcrah a garantia do direitò de propriedade, com a exceção, restrita à necessidade ou utilidade pública ou -lO
147, que abriria ensejo a esta suposj
Constituição, que reza:
desfraldar a bandeira generosa, ou ape
liberal, seria irracional cstabelccer-so
ser desapropriado, ou desfalcado em
A alegação se baseia no artigo 147 da
O artigo 147 da Constituição, com nas humana, do condicionamento do uso
a ruínas outro texto do mesmo
parte do que é seu, sem justa indeniza
prive alguém da utilização do que é seu, sem ju.sta indenização em dinheiro.
de lei.s, um artigo não pode ter a \irtudo de anular ovitro. Numa consti
nheiro o preço do que perde. Alega-se, de quando em quando, que, estando o uso da propriedade condicio nado ao bem-estar social, pode alguém ção em dinheiro.
como seria, ou será, sempre que a lei'
Mas aluguel aquém do justo
valor que é obrigado por loi a ceder. Salvo razões que destruam o que aí está, a lei do inquilinato está revogada
pela Constituição, e será inconstitucional a lei sobre sitspensõo das ações de des pejo.
I X
A produção de aço nos Estados Unidos elevou-se .a mais de 8 milhões de outro país, em 1948, exceto a Inglaterra e a Rússia. O Jmtituto Norte-Americano de Ferro e Aço informou que^a produção de janeiro subiu ao total ae toneladas, notando-se que houve um aunwnto de 401.000 toneladas sobre a pro dução de dezembro de 1948 e cêrca de 700.000 toneladas sobre janetro do mesmo Os altos fornos trabalharam numa média de 100,1% de sua capacidade. A pro
toneladas durante o mês de janeiro, ultrapassando a produção total de qualquer
dução de janeiro vem demonstrar a capacidde de a indústria produzir muno mats aço em 1949 do que em 1948.
« .
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Díoesto Econômico Dicesto EcoNÔNnco
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dade pública, ou por Interesse so»ucial, mediante prévia e justa in
Não. Não SC podem dar a dois arti gos, no mesmo corpo de leis, intelioèn-
denização em dinheiro."
cia.s que se repelem. Numa codificação
Ora, a propriedade é, pelo menos, a utilização da cousa, e a livre disposição dela. Garantir o direito de propriedade é garantir, primeiro, o uso e o gozo da cousa possuída, e, não menos, o direito de transferi-la a outrem.
De nenhum
desses dois elementos
pode o titular ser desfalcado senão numa hipótese, e mediante uma condição.
A hipótese é a da necessidade ou uti lidade pública, ou o interê.sse social.
E a condição é a indenização justa em dinheiro.
Ninguém, neste país civilizado, per de o que tenha, senão por necessidade ou utilidade pública, ou por ínterêsse social, mas sempre recebendo cm di
tuição, e, sobretudo, numa constituiç-ã<>
autoriza a interpretações que anulem o
"O uso da propriedade será con dicionado ao bem-estar social."
priedade ao bem-estar social abrisse portas à subtração do que é alheio, sem
indenização justa em dinheiro, o legis lador que o tivesse lançado em norma devia estar louco. Acabara de garan
tir, no artigo 141, o direito de proprie dade, e, logo após, no artigo 147, desgarantia o direito de propriedade com permitir desfalque ao patrimônio alheio, sem a indenização indenização iüsta jüsta em em dinheírn dinheiro, que, momentos antes, assegurara.
artigo 141 § 16 da mesma Constituição. Antes, para atalhar tamanha irreverên cia à iei das leis, advertiu expressamente:
interesse .social, da desapropriação
só com observância do disposto no artigo 141 § 16, poderá a lei promover a justa distribuição da propriedade.
diante justa indenização em dinheiro
ao mesmo tempo, a negação deshx VV rantia com admitir, no condicionanientv> do uso da propriedade ao bena-cst
E quando, no artigo anterior, o artigo 146 permite à União intervir,, mediante lei especial, no domínio econômico, a
social, a desapropriação sem indcnh?^ ção justa em dinheiro.
Constituição cerrou as portas a qualquer dúvida sôbre a seriedade com que ga rantia o direito de propriedade, ad\cr-
A harmonia, na sistemática de.
Constituição, repele o desconchavo dar a um texto interpretação que rod
tíndo:
sepultando-o nos escombros do si
Esta injúria não se pode atribuir
e o de não prejudicar a lei o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Quando, pois, a lei (como pretende o projeto da suspensão dos despejos) obriga o proprietário, o locador, a ceder a outrem o uso de seus prédios por alu
guéis que não ajustou IhTemente com o locatário, a lei está prejudicando o direito certo e incontestável da proprie
dade, direito adquirido que, pelo § 2
do artigo 141 da Constituição, não pode a lei prejudicar.
Nem o projeto de lei (quando se converta em lei), nem a lei do inquüinato, anterior à Constituição e por ela revogada, podem ser aplicados pelos Tri bunais, senão admitindo a desapropria
nessa Constituição."
constituintes de 1946. O mesmo
transviada, teve a cautela de acres tar:
ão
da Constituição consigna.
disposto no artigo 141^ jf jg mover a justa distribuição da
^
Tendo, no artigo, condicionado o da propriedade ao bem-estar socia^
em seguida mostra o mesmo artigo cotuo há de a lei fazer respeitada a condiç.v^ que impunha. Poderá a lei, incdut,l^. justa indenização em dinheiro, pn,)nH-»ver, para que tenham todos igual o^v^rtunidade, a justa distribuição da j-nx>priedade alheia, mas pagando o sou *
seu dono. Nunca assaltando o alhe^
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ções do Estado, sejam mediante lei, se jam mediante resoluções administrativas, nunca podem ser feitas para satisfazer
"A lei poderá, com ohservâncui d > . Prvvpriedade com igual oportun\rf.
recebe.
Acima de tudo, o asseguramento dos direitos fundamentais, que o artigo 141
CtMl-
para todos."
guém ser desapropriado do que é seu, mediante justa indenização em dinheiro,
ção de parte da propriedade, o uSo dos terêsse público e por limite os di * prédios, sem justa indenização em di reitos fundamentais, assegurados nheiro. É indenizado com o aluguel que
*nos-
mo.
interêsscs individuais, e jamais contra os direitos fundamentais, como o de só al
"A intervenção terá por base o in-
nriedadfi rom ífTnol
Se o condicionamento do uso da pro
da propriedade ;iü bem-estar social, não
por norma gcrah a garantia do direitò de propriedade, com a exceção, restrita à necessidade ou utilidade pública ou -lO
147, que abriria ensejo a esta suposj
Constituição, que reza:
desfraldar a bandeira generosa, ou ape
liberal, seria irracional cstabelccer-so
ser desapropriado, ou desfalcado em
A alegação se baseia no artigo 147 da
O artigo 147 da Constituição, com nas humana, do condicionamento do uso
a ruínas outro texto do mesmo
parte do que é seu, sem justa indeniza
prive alguém da utilização do que é seu, sem ju.sta indenização em dinheiro.
de lei.s, um artigo não pode ter a \irtudo de anular ovitro. Numa consti
nheiro o preço do que perde. Alega-se, de quando em quando, que, estando o uso da propriedade condicio nado ao bem-estar social, pode alguém ção em dinheiro.
como seria, ou será, sempre que a lei'
Mas aluguel aquém do justo
valor que é obrigado por loi a ceder. Salvo razões que destruam o que aí está, a lei do inquilinato está revogada
pela Constituição, e será inconstitucional a lei sobre sitspensõo das ações de des pejo.
I X
A produção de aço nos Estados Unidos elevou-se .a mais de 8 milhões de outro país, em 1948, exceto a Inglaterra e a Rússia. O Jmtituto Norte-Americano de Ferro e Aço informou que^a produção de janeiro subiu ao total ae toneladas, notando-se que houve um aunwnto de 401.000 toneladas sobre a pro dução de dezembro de 1948 e cêrca de 700.000 toneladas sobre janetro do mesmo Os altos fornos trabalharam numa média de 100,1% de sua capacidade. A pro
toneladas durante o mês de janeiro, ultrapassando a produção total de qualquer
dução de janeiro vem demonstrar a capacidde de a indústria produzir muno mats aço em 1949 do que em 1948.
« .
Gõ
Dicestü Econômico
Plano de recuperação econômica, e fomento da produção Roderto Pinto de Souza
^ós, brasileiros, temos o mau costume
víapios convencer justamente do contj-l-
rais e econômicos à nossa curta existên
río: o nosso atraso decorre da «rand» >" Ihicc brasileira. ^^ De falo, f h a vanos caraclcristieov-
cia histórica. Usamos sempre o mesmo refrão: "o Brasil é um pais ainda-muito jovem", e com isso vamos desculpando
atuais
da nossa .sociedade e economi»
os defeitos e embalando-nos em doce
que sao ainda os mesmos do
comodismo.
colonial, e se atenlarmos um pouco n-,
No entanto, nada há de mai.s falso
do que ôste dito ultra-usual. Somos um país velho, e essa velhice é a única
para certos ,í)roblemas brasileiros liojc, veremos que eles já haviam
í
de produção o caráter senú-eolonial da
tituir os cpie se achavam em crise, a fiip
nossa economia. Subsiste ainda na téc
dc manter a estabilidade ecíonómica. A
nica e no regime de trabalho. Talvez mais na primeira do cpie no último, sen" do êste, apenas, mais uma forma residuária cjue pròpriamentc a e.stnitura
real do truballio agrícola. Na primeira,
contudo, o progresso foi muito lento. Utilizamos ainda o processo agrícola que os nossos antepassados implantaram e difundiram no primeiro século da colo nização. As queimadas de inatas para a instalação dc novas culturas .são um
do sido
postos em equação há mais de séc í
procura de outros elementos para subs
exemplo bem típico da pi-rmanèneia do
polieultura entrou á conjugar-se com a monocultura cafceira e nlgodoeira. Mas, infelizmente, essa alteração não corre
parale'a com uma transformação bem acentuada na técnica e no regime de trabalho, que apresenta, em suas linhas
gerais, os mesmos característicos cente nários.
É verdade que \'elhas regiões, como o Vale do Paraíba, se reno\-am com uma
agropecuária já mais avançada, e novas áreas surgem com a "mise en valem"
atraso da técnica. Gs liangüès, a rodu-
de terras até então não cultivadas — as
cVágua, o pilão, o uioujo'o, os moinhos
responsável por todos os descalabros que
c meio. Ê que ainda não nos Iíntuh"
rudimentares, são outros tantos exemplos,
zonas pioneiras do Estado de São Paulo. — que refletem bem a passagem do
se verificam neste Brasil.
inteiramente dos elementos retrA.rl. •ntos retrógi
dos muitos que existem.
ciclo colonial — latifúndio, cultura ex
Esta afirmação, assim a queima-rou
da fase colonial.
Assim. -.0044
iia^cciiiOs
O regime de trabalho rural, em algu
nascemos
pa, talvez tenha deixado o leitor um
fornecer produtos tropicais ao coiíi 1
pouco surpreso; por isso vou convidá-lo
europeu e até ò dia de hoje
_
'rcio
conseguimos livrar deste ostigm-^.
ali pelas imediações do Largo da Sé, da rua Florêncio de Abreu, da Praça do
nossa economia hodicrna se constitl •
Correio, onde se podem ver ainda os
oscilações do comércio internacional Infelizmente, não reside apena.s ,•
que tome o ônibus de Cotia e atravesse
Mboy, Carapicuíba, Itapecerica, ou, en tão, se estiver com disposição, que faça
uma viagem de automóvel ou jardineira até Guaratinguetá e observe bem tôdas
aquelas cidades do Vale do Paraíba, como Moji das Cruzes, Caçapava, Pindamonhangaba, Nossa Senhora da Apa
mas zonas mais atrasadas <!(j Brasil, não se diferen cia muito cio da eseru\'i-
a dar uma volta pelo centro da cidade,
restos do São Paulo antigo, e logo se certificará do que di.sse. Entretanto, sc tiver permanecido alguma dúvida, peço
produtos de exportação, reflctind^^
do as
dão, sob as formas exte riores do chamado "tra balho livre", cuja mani festação é o salário. L'm
o nosso velho ranço histórico. O
simples olliar numa fa
sistema de produção agrícola alüal veste a mesma feição avoenga: a
zenda de café re\'ela èsle
nocultura.
Esta, entretanto
ro
~
aspecto colonial: a casa
Uiu-
grande (hoje a sede), o
da colonização, não dependeu cxclusK-^^^
mente da vontade dos nossos niaiol^^'*" foi antes uma imposição das condi^^^''';
terreiro de café, e as co
lônias, dispostas como senzalas.
cpiase
naturais do meio, do atraso da técni do único gênero de cultura realir^v^V
lhor, de alguns anos para
nesta.s terras tropicais, que exigiam agricultura extensiva e, sobreUido,
cá, é que se processa uma alteração na estrutura econômica brasileira, principal
Só atualmente, ou me
tensiva, atra.so de técnica — para o novo
ciclo de estrutura capita lista mais ax'ançada. As
chamadas
pioneiras
surgem
zonas
com
um aspecto inteiramente
di\ er.so da velha organi zação' agrícola colonial; nela, as relações homemtrrru não revestem aque la forma bárbara de uti
lização do solo do perío do colonial, forma que levou á destruição das ri quezas naturais brasilei ras.
Nessas zonas se inau
mas fotografias de São Salvador ou de •guraram com o ciclo das navegações
persistência das novas condições cria
Recife, e se convencerá da falsidade da
as grandes descobertas marítimas. Ho
das pela guerra ativa a remodelação total
K. as condições não são as mesmas; cutr^v! tanto, o regime monocultor ainda per
cias bases produtivas. De L.C- fato, a crise uw:,u de uc 1929 apressou ow
gura um sistema de propriedade, a pe quena, de polieultura. O colono imi grante, que amealhou as suas economias, e agora as transforma em sítios, em fazendolas, aparece numa organização camponesa de pequenos proprietários. Mas a téciiíca não a transformou. É a
ao mesmo tempo que deteianinou a
tifundios cafeeiros, presa de resto aOS
recida. Mas, se não quiser se dar .ta manho incômodo, é suficiente ver algu juventude brasileira. Na verdade, o 'erro reside no veso de
estarmos continuamente a repetir que 'ítV
somos um povo jovem, quando nos de-
de atribuir os erros e atrasos cultu
Mas, não sobre\i\e aix-nas no sistema
,
condições gerais do mundo, que sc iuau^
dura.
mente no E.stado de São Paulo, onde a
parcelamento das grandes propriedades,
mesma que apreendeu, nos grandes la-
Gõ
Dicestü Econômico
Plano de recuperação econômica, e fomento da produção Roderto Pinto de Souza
^ós, brasileiros, temos o mau costume
víapios convencer justamente do contj-l-
rais e econômicos à nossa curta existên
río: o nosso atraso decorre da «rand» >" Ihicc brasileira. ^^ De falo, f h a vanos caraclcristieov-
cia histórica. Usamos sempre o mesmo refrão: "o Brasil é um pais ainda-muito jovem", e com isso vamos desculpando
atuais
da nossa .sociedade e economi»
os defeitos e embalando-nos em doce
que sao ainda os mesmos do
comodismo.
colonial, e se atenlarmos um pouco n-,
No entanto, nada há de mai.s falso
do que ôste dito ultra-usual. Somos um país velho, e essa velhice é a única
para certos ,í)roblemas brasileiros liojc, veremos que eles já haviam
í
de produção o caráter senú-eolonial da
tituir os cpie se achavam em crise, a fiip
nossa economia. Subsiste ainda na téc
dc manter a estabilidade ecíonómica. A
nica e no regime de trabalho. Talvez mais na primeira do cpie no último, sen" do êste, apenas, mais uma forma residuária cjue pròpriamentc a e.stnitura
real do truballio agrícola. Na primeira,
contudo, o progresso foi muito lento. Utilizamos ainda o processo agrícola que os nossos antepassados implantaram e difundiram no primeiro século da colo nização. As queimadas de inatas para a instalação dc novas culturas .são um
do sido
postos em equação há mais de séc í
procura de outros elementos para subs
exemplo bem típico da pi-rmanèneia do
polieultura entrou á conjugar-se com a monocultura cafceira e nlgodoeira. Mas, infelizmente, essa alteração não corre
parale'a com uma transformação bem acentuada na técnica e no regime de trabalho, que apresenta, em suas linhas
gerais, os mesmos característicos cente nários.
É verdade que \'elhas regiões, como o Vale do Paraíba, se reno\-am com uma
agropecuária já mais avançada, e novas áreas surgem com a "mise en valem"
atraso da técnica. Gs liangüès, a rodu-
de terras até então não cultivadas — as
cVágua, o pilão, o uioujo'o, os moinhos
responsável por todos os descalabros que
c meio. Ê que ainda não nos Iíntuh"
rudimentares, são outros tantos exemplos,
zonas pioneiras do Estado de São Paulo. — que refletem bem a passagem do
se verificam neste Brasil.
inteiramente dos elementos retrA.rl. •ntos retrógi
dos muitos que existem.
ciclo colonial — latifúndio, cultura ex
Esta afirmação, assim a queima-rou
da fase colonial.
Assim. -.0044
iia^cciiiOs
O regime de trabalho rural, em algu
nascemos
pa, talvez tenha deixado o leitor um
fornecer produtos tropicais ao coiíi 1
pouco surpreso; por isso vou convidá-lo
europeu e até ò dia de hoje
_
'rcio
conseguimos livrar deste ostigm-^.
ali pelas imediações do Largo da Sé, da rua Florêncio de Abreu, da Praça do
nossa economia hodicrna se constitl •
Correio, onde se podem ver ainda os
oscilações do comércio internacional Infelizmente, não reside apena.s ,•
que tome o ônibus de Cotia e atravesse
Mboy, Carapicuíba, Itapecerica, ou, en tão, se estiver com disposição, que faça
uma viagem de automóvel ou jardineira até Guaratinguetá e observe bem tôdas
aquelas cidades do Vale do Paraíba, como Moji das Cruzes, Caçapava, Pindamonhangaba, Nossa Senhora da Apa
mas zonas mais atrasadas <!(j Brasil, não se diferen cia muito cio da eseru\'i-
a dar uma volta pelo centro da cidade,
restos do São Paulo antigo, e logo se certificará do que di.sse. Entretanto, sc tiver permanecido alguma dúvida, peço
produtos de exportação, reflctind^^
do as
dão, sob as formas exte riores do chamado "tra balho livre", cuja mani festação é o salário. L'm
o nosso velho ranço histórico. O
simples olliar numa fa
sistema de produção agrícola alüal veste a mesma feição avoenga: a
zenda de café re\'ela èsle
nocultura.
Esta, entretanto
ro
~
aspecto colonial: a casa
Uiu-
grande (hoje a sede), o
da colonização, não dependeu cxclusK-^^^
mente da vontade dos nossos niaiol^^'*" foi antes uma imposição das condi^^^''';
terreiro de café, e as co
lônias, dispostas como senzalas.
cpiase
naturais do meio, do atraso da técni do único gênero de cultura realir^v^V
lhor, de alguns anos para
nesta.s terras tropicais, que exigiam agricultura extensiva e, sobreUido,
cá, é que se processa uma alteração na estrutura econômica brasileira, principal
Só atualmente, ou me
tensiva, atra.so de técnica — para o novo
ciclo de estrutura capita lista mais ax'ançada. As
chamadas
pioneiras
surgem
zonas
com
um aspecto inteiramente
di\ er.so da velha organi zação' agrícola colonial; nela, as relações homemtrrru não revestem aque la forma bárbara de uti
lização do solo do perío do colonial, forma que levou á destruição das ri quezas naturais brasilei ras.
Nessas zonas se inau
mas fotografias de São Salvador ou de •guraram com o ciclo das navegações
persistência das novas condições cria
Recife, e se convencerá da falsidade da
as grandes descobertas marítimas. Ho
das pela guerra ativa a remodelação total
K. as condições não são as mesmas; cutr^v! tanto, o regime monocultor ainda per
cias bases produtivas. De L.C- fato, a crise uw:,u de uc 1929 apressou ow
gura um sistema de propriedade, a pe quena, de polieultura. O colono imi grante, que amealhou as suas economias, e agora as transforma em sítios, em fazendolas, aparece numa organização camponesa de pequenos proprietários. Mas a téciiíca não a transformou. É a
ao mesmo tempo que deteianinou a
tifundios cafeeiros, presa de resto aOS
recida. Mas, se não quiser se dar .ta manho incômodo, é suficiente ver algu juventude brasileira. Na verdade, o 'erro reside no veso de
estarmos continuamente a repetir que 'ítV
somos um povo jovem, quando nos de-
de atribuir os erros e atrasos cultu
Mas, não sobre\i\e aix-nas no sistema
,
condições gerais do mundo, que sc iuau^
dura.
mente no E.stado de São Paulo, onde a
parcelamento das grandes propriedades,
mesma que apreendeu, nos grandes la-
68
Dicesto Econóxuco
níveis país.
baixos
de industrialização
do
Podemos concluir, portanto, que sonios um país amarrado a um largo pas
sado colonial, que lhe legou uma he rança prenhe de processos já caducos,
dos quais não nos conseguimos ainda livrar, e que são o responsável pela si tuação em que nos encontramos. Assistimos, felizmente, agora, a uma remodelação, onde a estrutura e a for mação econômica semi-coloniais vão aos
poucos se fendendo, para dar lugar a uma nova etapa de desenvolvimento, que se alicerçará nos moldes do trave-
jamento universal da economia.
Daí as instabiÜdades presentes, resul tantes da adaptação necessária do Brasil uo ritmo econômico universal.
O mo
mento está exigindo um exame acurado
do pretérito, das forças e contingências que alicerçaram o arcabouço brasileiro, e
é da ignorância dêle que decorrem mui tos dos erros e não de sermos um país jovem.
Felizmente, êsse espírito de renova ção da nossa economia, através do es
tudo do passado e da adaptação da técnica moderna à realidade da estrutu
ra econômica, já ganhou forma na inte
ligência dos nossos políticos de escol. Aí está para atestar, além do Plano Salte, o magnífico "Plano de Recupera ção Econômica e Fomento da Produção" do Estado de Minas Gerais.
Já o havíamos lido, quando tivemos a felicidade de ouvir a brilhante exposição que do mesmo fêz o autor, Dr. Américo Giannetti, Secretário da Agricultura, In dústria e Comércio do vizinho Estado,
em ação os acortudíssinios p^incini•^s
dos Matignon", do "Gcb Mir Vier Jahres
"Sem um programa de trabalhe que
Zeit", do "Gosplan", veremos que foram
viso ao progresso econômico e social, não poderá o go\êrno de um Estado
vida e assim recuperar o atraso que se verifica em muitos campos da economJ> da terra de Tiradentes.
No momento em que as classes pmdu toras dc São Paulo estão pondo equíição os seus problemas, a fin^j
ou fins políticos ou fins sociais, e taHcz só o russo tenha sido dc construção
bem administrar os negócios públicos,
econômica. Ora, estos fins visavam ou a
nem atender aos legítimos reclamos do
solução da crise tremenda cm que se
povo. E quando povo e Estado se acham esgotados, em conseqüência da
encontravam os Estados' Unidos, França e Rússia, ou a preparação para a guerra no caso da Alemanha c da Itália. Já por
aí se pode ver que não procuravam uma construção econômica. Era natural, por tanto, que o Estado agisse "á ontrance",
atuação prolongada de fatôres negati vos, mais imperioso se toma que o Go
verno fixe as normas de ação,.corajosas o seguras, que lhe possibiMtem conduzir com firmeza os interesses coletivos e au
passando por cima dos interesses parti
mentar a capacidade de reação das for
não poderia ter sido mais oportuna'^^' magnífica palestra do Dr. Giarujott'^ Dela poderão as classes representativa da economia paulista tirar inúmeras í"! ções. E, se não fòsse por demais *-
culares e, por vezes, esmagando êsses
ças produtoras." Cumpre destacar que essas normas de ação fLxadas pelo govêmo de Minas não são de maneira nenhuma teóricas, mas
tenso, analisaríamos aqui todos os
senta sob aspecto inteiramente diverso.
apresentá-los á Conferência de Ara
abordados pelo ilustre conferencist^'^ Contudo, vamos tomar a liberdad H salientar alguns aspectos gerais,' de apontar a sua importância.'
mesmo motivo desceremos também^" análise do que • já foi realizj\do
próprios interêsses, cm vista de fim mais alto, a salvação da economia na cional.
Ora, o caso do plano mineiro se apre
aliás já é por demais suficiente pa'í^t mostrar a importância e o carinho q o governo mineiro empresta ao plímjf Alguns leitores poderão estranhar
Portanto, já não se trata de salvar a
denominação "Plano de Recuperaç-àò Econômica", pois a palavra "plano" costuma sugerir a de intervencionismo daí a suspeita que sempre permanece* quando ela é pronunciada. Isto porqxio os planejamentos, que até o momento presente foram realizados, se revestiram de fôrça estatal coercitiva, em conflito direto' com as iniciativas e liberdades individuais. Quando se examina êsses planos, é preciso considerar as condi ções econômicas do momento e os fins
a que se destinam, fato de que, no entanto, sempre se esqueceram os seus adversários. Na verdade, se atentarmos para o fim do "New Deal", dos "Açor-
so alicerçam em bases práticas e de acôrdo com os recursos econômicos do
É suficiente obser\'ar as obras Visa a organização da economia num' Éstado. previstas na segunda parte do Plano,
sentido construtivo, ou melhor, dar aos oito milhões de miíiciros um nível dc vida mais alto. Porém, êsse padrão de vida sô pode ser elevado por meio do aumento da jprodução. que traz um
na Associação Comercial de São Paulo.
rência convencidos, por tudo que lá
67
firmados no plano c colhidos os resuU^»dos dos que já se encontram cm vi^s de realização, poderão as Altorosas alcan çar, cm breve espaço de tempo àua renda estadual e elevado padrão de
E devo confessar que saímos da confe
ouvimos e nos foi demonstrado por al garismos, de que uma vez convertidos
Dicesto Eco^*ó^^co
para se abalizar das possibilidades de suas realizações e dos efeitos benéficos que as mesmas terão na estrutura econô
mica mineira, afastando a rotina e o em-
benefício tríplice; maiores proventos pa
pirismo que tanto prejudicam a pro
ra os produtores, maiores salários para os operários e menor custo' de vida.
exceção, os da era colonial.
economia, mas de fazer uma economia.
Na realização dessa não haverá, por certo, nom é necessário, um inter\'encionismo estatal. A função do Govêmo
é apenas de organizar, de estudar, de empreender obras que pelo vulto ultra passem as possibilidades partícuiares, co-
dução, principalmente a agrária cujos métodos são ainda hoje, com pequena
Tão arisado andou o govêmo minei ro na elnboraçao do plano, que não se dpcuidou ao traçar o programa de ação, de dispô-lo de molde a forçar a coope ração de tôdas as classes produtoras Êsse aspecto e sumamente importante' pois temos ^nvido até agora no mais
de transportes. Em todos estes campos, não há lugar para a intervenção estatal
perfeito isolaconismo econômico dai a nossa história mostrar uma evolução nor linhas quebradas e o presente uma es trutura econômica desartículada em mie fôrças produtoras agem isoladamente sem paralelismo e direção, e, o que é
o supressão da iniciativa particular. Daí o acerto da primeira consideração da
vezes, umas com
"Exposição Preliminar":
dessa maneira a destruição df.
as indústrias de base, eletrificação, estradas de ferro, de organizar o crédito de maneira a facilitá-lo a todos que dêle necessitem, dc desenvolver os meios
pior, opondo-se e lutando, não raras as outras
V
ae SI mes-
68
Dicesto Econóxuco
níveis país.
baixos
de industrialização
do
Podemos concluir, portanto, que sonios um país amarrado a um largo pas
sado colonial, que lhe legou uma he rança prenhe de processos já caducos,
dos quais não nos conseguimos ainda livrar, e que são o responsável pela si tuação em que nos encontramos. Assistimos, felizmente, agora, a uma remodelação, onde a estrutura e a for mação econômica semi-coloniais vão aos
poucos se fendendo, para dar lugar a uma nova etapa de desenvolvimento, que se alicerçará nos moldes do trave-
jamento universal da economia.
Daí as instabiÜdades presentes, resul tantes da adaptação necessária do Brasil uo ritmo econômico universal.
O mo
mento está exigindo um exame acurado
do pretérito, das forças e contingências que alicerçaram o arcabouço brasileiro, e
é da ignorância dêle que decorrem mui tos dos erros e não de sermos um país jovem.
Felizmente, êsse espírito de renova ção da nossa economia, através do es
tudo do passado e da adaptação da técnica moderna à realidade da estrutu
ra econômica, já ganhou forma na inte
ligência dos nossos políticos de escol. Aí está para atestar, além do Plano Salte, o magnífico "Plano de Recupera ção Econômica e Fomento da Produção" do Estado de Minas Gerais.
Já o havíamos lido, quando tivemos a felicidade de ouvir a brilhante exposição que do mesmo fêz o autor, Dr. Américo Giannetti, Secretário da Agricultura, In dústria e Comércio do vizinho Estado,
em ação os acortudíssinios p^incini•^s
dos Matignon", do "Gcb Mir Vier Jahres
"Sem um programa de trabalhe que
Zeit", do "Gosplan", veremos que foram
viso ao progresso econômico e social, não poderá o go\êrno de um Estado
vida e assim recuperar o atraso que se verifica em muitos campos da economJ> da terra de Tiradentes.
No momento em que as classes pmdu toras dc São Paulo estão pondo equíição os seus problemas, a fin^j
ou fins políticos ou fins sociais, e taHcz só o russo tenha sido dc construção
bem administrar os negócios públicos,
econômica. Ora, estos fins visavam ou a
nem atender aos legítimos reclamos do
solução da crise tremenda cm que se
povo. E quando povo e Estado se acham esgotados, em conseqüência da
encontravam os Estados' Unidos, França e Rússia, ou a preparação para a guerra no caso da Alemanha c da Itália. Já por
aí se pode ver que não procuravam uma construção econômica. Era natural, por tanto, que o Estado agisse "á ontrance",
atuação prolongada de fatôres negati vos, mais imperioso se toma que o Go
verno fixe as normas de ação,.corajosas o seguras, que lhe possibiMtem conduzir com firmeza os interesses coletivos e au
passando por cima dos interesses parti
mentar a capacidade de reação das for
não poderia ter sido mais oportuna'^^' magnífica palestra do Dr. Giarujott'^ Dela poderão as classes representativa da economia paulista tirar inúmeras í"! ções. E, se não fòsse por demais *-
culares e, por vezes, esmagando êsses
ças produtoras." Cumpre destacar que essas normas de ação fLxadas pelo govêmo de Minas não são de maneira nenhuma teóricas, mas
tenso, analisaríamos aqui todos os
senta sob aspecto inteiramente diverso.
apresentá-los á Conferência de Ara
abordados pelo ilustre conferencist^'^ Contudo, vamos tomar a liberdad H salientar alguns aspectos gerais,' de apontar a sua importância.'
mesmo motivo desceremos também^" análise do que • já foi realizj\do
próprios interêsses, cm vista de fim mais alto, a salvação da economia na cional.
Ora, o caso do plano mineiro se apre
aliás já é por demais suficiente pa'í^t mostrar a importância e o carinho q o governo mineiro empresta ao plímjf Alguns leitores poderão estranhar
Portanto, já não se trata de salvar a
denominação "Plano de Recuperaç-àò Econômica", pois a palavra "plano" costuma sugerir a de intervencionismo daí a suspeita que sempre permanece* quando ela é pronunciada. Isto porqxio os planejamentos, que até o momento presente foram realizados, se revestiram de fôrça estatal coercitiva, em conflito direto' com as iniciativas e liberdades individuais. Quando se examina êsses planos, é preciso considerar as condi ções econômicas do momento e os fins
a que se destinam, fato de que, no entanto, sempre se esqueceram os seus adversários. Na verdade, se atentarmos para o fim do "New Deal", dos "Açor-
so alicerçam em bases práticas e de acôrdo com os recursos econômicos do
É suficiente obser\'ar as obras Visa a organização da economia num' Éstado. previstas na segunda parte do Plano,
sentido construtivo, ou melhor, dar aos oito milhões de miíiciros um nível dc vida mais alto. Porém, êsse padrão de vida sô pode ser elevado por meio do aumento da jprodução. que traz um
na Associação Comercial de São Paulo.
rência convencidos, por tudo que lá
67
firmados no plano c colhidos os resuU^»dos dos que já se encontram cm vi^s de realização, poderão as Altorosas alcan çar, cm breve espaço de tempo àua renda estadual e elevado padrão de
E devo confessar que saímos da confe
ouvimos e nos foi demonstrado por al garismos, de que uma vez convertidos
Dicesto Eco^*ó^^co
para se abalizar das possibilidades de suas realizações e dos efeitos benéficos que as mesmas terão na estrutura econô
mica mineira, afastando a rotina e o em-
benefício tríplice; maiores proventos pa
pirismo que tanto prejudicam a pro
ra os produtores, maiores salários para os operários e menor custo' de vida.
exceção, os da era colonial.
economia, mas de fazer uma economia.
Na realização dessa não haverá, por certo, nom é necessário, um inter\'encionismo estatal. A função do Govêmo
é apenas de organizar, de estudar, de empreender obras que pelo vulto ultra passem as possibilidades partícuiares, co-
dução, principalmente a agrária cujos métodos são ainda hoje, com pequena
Tão arisado andou o govêmo minei ro na elnboraçao do plano, que não se dpcuidou ao traçar o programa de ação, de dispô-lo de molde a forçar a coope ração de tôdas as classes produtoras Êsse aspecto e sumamente importante' pois temos ^nvido até agora no mais
de transportes. Em todos estes campos, não há lugar para a intervenção estatal
perfeito isolaconismo econômico dai a nossa história mostrar uma evolução nor linhas quebradas e o presente uma es trutura econômica desartículada em mie fôrças produtoras agem isoladamente sem paralelismo e direção, e, o que é
o supressão da iniciativa particular. Daí o acerto da primeira consideração da
vezes, umas com
"Exposição Preliminar":
dessa maneira a destruição df.
as indústrias de base, eletrificação, estradas de ferro, de organizar o crédito de maneira a facilitá-lo a todos que dêle necessitem, dc desenvolver os meios
pior, opondo-se e lutando, não raras as outras
V
ae SI mes-
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Díoesto Econômico
09
Díoesto Econíjmico
economias, aumentam progressivamente suas iinportaç-ões e exportações.
mas ou retardando o seu desenvolvimen to. O resultado dessa síntese de -anta
homem, tão anárquicas no Brasil. Estas
dos solos de acordo com as condições fí
nasceram entre nós sob o sigiu) da cul
sicas e econômicas, planos que sc desti
gonismo se expressa no paradoxo de sermos um país essencialmente agrícola, que não tem meios para alimentar su
tura extensiva e devastadora c do atraso
nam à utilização dos solos para um longo
da técnica, residindo nisso, talvez, o
período, e não somente em função de iima
para a brasileira, - veremos repetir-se o
maior fator do empobrecimento das nos
economia especulativa c Irunsilória.
mesíno fenômeno: o Estado de economia
ficientemente os seus filhos.
sas terras e deslocamento incessante das
É verdade que não se pode culpar ninguém pela situação em que se en
populações rurais. Daí ser o programa de realizações agrícolas de suma impor
contra a economia brasileira.
tância e, creio, o problema fundamental
Es.sa organização agrícohi americana nos dá a amostra perfeita do que deve .ser o planejamento, quando feito no sen
A visão
dos problemas e o rumo que devem seguir as atividades econômicas resumem em si uma política, e, por isso, só po
não só de Minas como do Brasil.
dem ser empreendidos por pessoas que
po, que ilustra a promctedora obra agrí
estejam acima dos interesses indi\aduais e cujos conhecimentos econômicos abranjam não só o ritmo da nossa economia como o da.economia internacional.
O
govémo mineiro percebeu claramente essa questão fundamental c procurou re solvê-la com o bom-senso característico
dos seus homens, colocando a recupera ção agrícola 'como centro das demais atividades. É que a tecnizíição c racio nalização agrícola não reside apenas na adoção de métodos científicos, mas na utilização de instrumentos, máquinas,
produtos químicos no combate às pragas, adubos e inúineros outros elementos
que só a indiislria pode fornecer, o que torna indispensável perfeito entendimen
to e cooperação entre as duas forças
Os Estados Unidos, sempre ricos em exemplos, nos oferecem um, nesse cam cola do governo cie Minas.
Em face do esgotamento dos solos, da tremenda erosão, das migraçõc.s intcrnas e das crises rurais, os agrônomos americanos julgaram aconscMiávol inter
vir na vida rural, a fim de dirigi-la a meMiores resultados o menores desgastes. Para obterem esse fim constituíram, na maioria dos condados rurais, "comitês" que reuniam representantes da adminis
andou muito acerta-=
relatórios, as sugestões e as reivindica ções dos locais. É,
volume total.
O caso mais doloroso p o de Pernam
gàvelmcnte, que a sua economia cada vez mais sc está fechando em torno do
cionais. É quo o comércio interestadual
Paulo diminuem sensivelmente de -ano.
piu-a ano, enquanto as Importações .se guem rumo contrário, o que prova, inc-
se intensifica à medida (jiic se eleva o
açúcar, em delrimcntó das demais ati
número dos produtos que tudas as re
vidades produtivas.
giões fornecem ao mercado nacional.
Minas, devido a sua posição geográ fica o orientação do rio' São Francisco, • exerce no sistema de íntei-comumcaç-ocs
Portanto, o escopo de uma sadia política econômica deveria ser a intensificação
do comércio inter-regional através do
alguns produtos.
tem em cada Estado, centralizando os
tata a quase exclusividade dç açúcar no
beneficiar as atividades econômicas na
mento de mapas topográficos, a manu tenção de estradas, o aperfeiçoamento da rede elétrica, as necessidades de mão-
econômicas, visto uma ser complemento
Estados monocultores açiicareiros apre
sentam outro aspecto, pelo qual sc cons
buco, pois as suas e.xportações para São
aumento das mercadorias, que as várias
da outra.
mais diversificada é o que maior volume
importa c e.xporta. Já as estatísticas dos
erguinionto econômico. Èssc esforço de conjugação dos elonientos produtivos trará grande diversifi cação na econoinia mineira, o (juc virá
tração, de cientistas c dós agricultores. O papel desses "comitês" de condado é examinar tudo cpie possa inlcvessar à vida e à produção rural, como o levanta
de-obra e a defesa econômica da pro dução. "Comitês" do mesmo tipo exis
No terreno da agricultura, o
tido de SC construir uma economia: co
laboração democrática e científica entre os diversos elcincnlos interessados no i'e-
Se passarmos da esfera internacional
parcela-s do território nacional seriam ca pazes de fornecer, e não a fixação da.s regiões na produção exclusiva de apenas E\qi'ica-se, assim, o inlerêsse que tem
o resto do país na diversificação da economia mineira, uma vez que trará forçosamente o incremento da importa
ção e exportação de matérias-primas e
outros produtos dos demais Estados. O comportamento comercial das vá rias regiões de uma nação não é diverso do realizado pelo comércio internacional.
entre o norte e o sul papel rcleuaute. E.SS.1 ftmção, Ho cnlanlo. te-ra cltaada
a uma escala muito maior, desde (luc
se processe a diversificação da sua eco nomia, Então, de centro geográfico na cional, passará a exercer função de cen
tro convergente e oonjugador das ativi dades econóimcas brasileiras. Nesse momento terá Minas o seu verdadeiro papel na federação.
Acreditamos, em face da oportunida de das obras previstas e da forma prá tica como são encarados no Piano os
do, pois fêz prece
pois, um sistema de
der à racionalização
agrícola um perfeito
colaboração entre os diversos elementos
estudo das condições
interessados na eco
Cada unidade, no total das trocas na
problemas econômicos do vizinho Esta- . do. que não está muito longe o dia em que a terra de Calógeras desempenhará a
do solo e a determi
nomia rural e é ao
cionais, desempenha a mesma função
sua verdadeira missão.
nação da carta agro-
mesmo tempo uma organização coorde
que cada país exerce nas trocas interna cionais.
que só com o passar dos anos se con segue alicerçar uma economia rígida, de
geologica do Estado, o que faz prever acentuada
melhoria
uas relações terra-
nada, pois tende a organizar planos de exploração racional
A crença de
Ora, a formação liistôrica do comér cio internacional nos çnsina que <à me
corre do fato de ser o desenvolvimento
dida que os países diversificam suas
séculos. Hoje o adiantamento da téc-
econômico do Ocidente um processo de
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Díoesto Econíjmico
economias, aumentam progressivamente suas iinportaç-ões e exportações.
mas ou retardando o seu desenvolvimen to. O resultado dessa síntese de -anta
homem, tão anárquicas no Brasil. Estas
dos solos de acordo com as condições fí
nasceram entre nós sob o sigiu) da cul
sicas e econômicas, planos que sc desti
gonismo se expressa no paradoxo de sermos um país essencialmente agrícola, que não tem meios para alimentar su
tura extensiva e devastadora c do atraso
nam à utilização dos solos para um longo
da técnica, residindo nisso, talvez, o
período, e não somente em função de iima
para a brasileira, - veremos repetir-se o
maior fator do empobrecimento das nos
economia especulativa c Irunsilória.
mesíno fenômeno: o Estado de economia
ficientemente os seus filhos.
sas terras e deslocamento incessante das
É verdade que não se pode culpar ninguém pela situação em que se en
populações rurais. Daí ser o programa de realizações agrícolas de suma impor
contra a economia brasileira.
tância e, creio, o problema fundamental
Es.sa organização agrícohi americana nos dá a amostra perfeita do que deve .ser o planejamento, quando feito no sen
A visão
dos problemas e o rumo que devem seguir as atividades econômicas resumem em si uma política, e, por isso, só po
não só de Minas como do Brasil.
dem ser empreendidos por pessoas que
po, que ilustra a promctedora obra agrí
estejam acima dos interesses indi\aduais e cujos conhecimentos econômicos abranjam não só o ritmo da nossa economia como o da.economia internacional.
O
govémo mineiro percebeu claramente essa questão fundamental c procurou re solvê-la com o bom-senso característico
dos seus homens, colocando a recupera ção agrícola 'como centro das demais atividades. É que a tecnizíição c racio nalização agrícola não reside apenas na adoção de métodos científicos, mas na utilização de instrumentos, máquinas,
produtos químicos no combate às pragas, adubos e inúineros outros elementos
que só a indiislria pode fornecer, o que torna indispensável perfeito entendimen
to e cooperação entre as duas forças
Os Estados Unidos, sempre ricos em exemplos, nos oferecem um, nesse cam cola do governo cie Minas.
Em face do esgotamento dos solos, da tremenda erosão, das migraçõc.s intcrnas e das crises rurais, os agrônomos americanos julgaram aconscMiávol inter
vir na vida rural, a fim de dirigi-la a meMiores resultados o menores desgastes. Para obterem esse fim constituíram, na maioria dos condados rurais, "comitês" que reuniam representantes da adminis
andou muito acerta-=
relatórios, as sugestões e as reivindica ções dos locais. É,
volume total.
O caso mais doloroso p o de Pernam
gàvelmcnte, que a sua economia cada vez mais sc está fechando em torno do
cionais. É quo o comércio interestadual
Paulo diminuem sensivelmente de -ano.
piu-a ano, enquanto as Importações .se guem rumo contrário, o que prova, inc-
se intensifica à medida (jiic se eleva o
açúcar, em delrimcntó das demais ati
número dos produtos que tudas as re
vidades produtivas.
giões fornecem ao mercado nacional.
Minas, devido a sua posição geográ fica o orientação do rio' São Francisco, • exerce no sistema de íntei-comumcaç-ocs
Portanto, o escopo de uma sadia política econômica deveria ser a intensificação
do comércio inter-regional através do
alguns produtos.
tem em cada Estado, centralizando os
tata a quase exclusividade dç açúcar no
beneficiar as atividades econômicas na
mento de mapas topográficos, a manu tenção de estradas, o aperfeiçoamento da rede elétrica, as necessidades de mão-
econômicas, visto uma ser complemento
Estados monocultores açiicareiros apre
sentam outro aspecto, pelo qual sc cons
buco, pois as suas e.xportações para São
aumento das mercadorias, que as várias
da outra.
mais diversificada é o que maior volume
importa c e.xporta. Já as estatísticas dos
erguinionto econômico. Èssc esforço de conjugação dos elonientos produtivos trará grande diversifi cação na econoinia mineira, o (juc virá
tração, de cientistas c dós agricultores. O papel desses "comitês" de condado é examinar tudo cpie possa inlcvessar à vida e à produção rural, como o levanta
de-obra e a defesa econômica da pro dução. "Comitês" do mesmo tipo exis
No terreno da agricultura, o
tido de SC construir uma economia: co
laboração democrática e científica entre os diversos elcincnlos interessados no i'e-
Se passarmos da esfera internacional
parcela-s do território nacional seriam ca pazes de fornecer, e não a fixação da.s regiões na produção exclusiva de apenas E\qi'ica-se, assim, o inlerêsse que tem
o resto do país na diversificação da economia mineira, uma vez que trará forçosamente o incremento da importa
ção e exportação de matérias-primas e
outros produtos dos demais Estados. O comportamento comercial das vá rias regiões de uma nação não é diverso do realizado pelo comércio internacional.
entre o norte e o sul papel rcleuaute. E.SS.1 ftmção, Ho cnlanlo. te-ra cltaada
a uma escala muito maior, desde (luc
se processe a diversificação da sua eco nomia, Então, de centro geográfico na cional, passará a exercer função de cen
tro convergente e oonjugador das ativi dades econóimcas brasileiras. Nesse momento terá Minas o seu verdadeiro papel na federação.
Acreditamos, em face da oportunida de das obras previstas e da forma prá tica como são encarados no Piano os
do, pois fêz prece
pois, um sistema de
der à racionalização
agrícola um perfeito
colaboração entre os diversos elementos
estudo das condições
interessados na eco
Cada unidade, no total das trocas na
problemas econômicos do vizinho Esta- . do. que não está muito longe o dia em que a terra de Calógeras desempenhará a
do solo e a determi
nomia rural e é ao
cionais, desempenha a mesma função
sua verdadeira missão.
nação da carta agro-
mesmo tempo uma organização coorde
que cada país exerce nas trocas interna cionais.
que só com o passar dos anos se con segue alicerçar uma economia rígida, de
geologica do Estado, o que faz prever acentuada
melhoria
uas relações terra-
nada, pois tende a organizar planos de exploração racional
A crença de
Ora, a formação liistôrica do comér cio internacional nos çnsina que <à me
corre do fato de ser o desenvolvimento
dida que os países diversificam suas
séculos. Hoje o adiantamento da téc-
econômico do Ocidente um processo de
70
nica afastou o fator tempo. A possibi
Digesto Econômico
país. E não exageramos em dizer que
lidade de uma tecnização c racionali
ôsso "Plano" deveria servir de modelo
zação rápida da vida econômica traçará os destinos dêste século. Países de gran
aos demais governos estaduais, de forma a realizar, no Brasil, uma obra de reer-
de extensão e de população numerosa,
guimento econômico e fomento da pro
Paul Hucon
que até agora vegetavam numa econo
dução, de acôrdo com as necessidades
(Professor da Universidade de São Paulo
mia primitiva, poderão, em curto prazo, remediar essa deficiência. Ácbamo-nos, pois, em face de uma tendência podero sa — científica, técnica e econômica;
e das Faculdades de Direito da França)
problemas. Foi o que sàbiamente fêz o
e peculiaridades das várias regiões da nação. Infelizmente, só o govêmo mi neiro cogitou desses assuntos da mais alta relevância; a política doméstica tem preocupado mais aos administrado res estaduais do que a política dos in
govêmo de Minas.
teresses reais da coletividade.
urge orientá-la, para a solução de nossos
Por essas considerações, .pode o leitor ver que o "Plano de Recuperação Eco nômica e Fomento da Produção" foi ela
borado por quem está bem a par do pro gresso científico e da realidade econômi
ca não sô de Minas Gerais como do
Daí a
importância do atual plano mineiro, que bem pode ser erigido cm política brasileira, a fim de assegurar a verda deira transformação de nossa economia
colonial em economia tecnizada e pro
$ist<í
I — O problema da distribuição Sôbre o sistema tributário brasileiro o
,A organização adequada das fi
professor Paul Hugon escreveu para o
nanças públicas constitui atual mente, para muitas nações, o ele tinua sendo o fator essencial de
"Digesto Econômico" uma série de três artigos, dos quais "O problema da dis tribuição" é o pri]nciro. Os demais versam sôbre "O problema da produtivi dade fiscal" e "O problema da justiça
prosperidade e progresso econômi
fiscal".
mento decisivo de reformas eco
nômicas e sociais. Para tôdas con
co.
gressista.
O atual sistema tributário brasileiro é regulamentado pela Constituição fe deral de 1946, que conservou em sua
organização geral uma tradição tribu
tária constituída progressivamente sob urna forma independente, desde o sé culo XIX.
Introduziu, porém, certas
modificações na distribuição dos impos tos entre as diferentes unidades admi
Essa organização tributária apresenta um certo número de problemas princi
pais, que vamos examinar de um modo do ponto de vista da distribuição, da produtividade e da equidade dos im
geral, considerando-os, sucessivamente, postos.
O problema da distribuição dos impostos no sistema brasileiro
nistrativas da Nação — União, Estados
(Distrito Federal)
Municípios — bem
como alterações na organização técni
O problema da distribuição de im postos entre as diferentes unidades admi
ca de certos impostos. De acôrdo com essa Constituição,
nistrativas da Federação e, em finanças
apresentamos o seguinte quadro:
solver.
Antes da guerra, muitas das^ pequenas fábricas da Grã-Bretanha não estavam diretamente interessadas no comércio de exportação e não estavam hem a par dás formalidades dêsse modo de atividade. ■ No entanto, ràpidàmente retificaram as deficiências que porventura pudessem existir nesse aspecto — declarou Sir Leonard Browett, diretor do Sindicato Nacional de Fabricantes Britânicos. De fato, os fabricantes britânicos realizam numerosas viagens de estudos pelo estrangeiro, sendo um dos resultados mais evidentes o aumento das exportações britânicas para um nível de 140 por cento, em relação às de 1938. "Êsse proces
1 — Impostos que constituem o atual sistema tributário do Brasil e sua dis tribuição entre a União, os Estados e
fatôres muito diversos e variáveis: do desenvolvimento econômico em uma de
so — continuou Sir Leonard — prosseguirá até os mercados externos receberem
3 — A parte que, sôbre o montante
as melhores mercadorias que a Grã-Bretanha pode fabricar."
Essa distribuição depende de
terminada época; da maior ou menor
produzido por êsses impostos, de acôr
homogeneidade econômica das diferen tes regiões de um país; da orientação da política geral e administrativa (centra lização ou descentralização administra
do com os resultados obtidos em 1946.
tiva).
os Municípios. 2 — Rendimento, em porcentagem,
total dos impostos, cabe a cada uma das três unidades administrativas do País. :.u
públicas, um dos mais difíceis de se re
Essa diversidade de condições eco
nômicas e políticas, predominantes no
70
nica afastou o fator tempo. A possibi
Digesto Econômico
país. E não exageramos em dizer que
lidade de uma tecnização c racionali
ôsso "Plano" deveria servir de modelo
zação rápida da vida econômica traçará os destinos dêste século. Países de gran
aos demais governos estaduais, de forma a realizar, no Brasil, uma obra de reer-
de extensão e de população numerosa,
guimento econômico e fomento da pro
Paul Hucon
que até agora vegetavam numa econo
dução, de acôrdo com as necessidades
(Professor da Universidade de São Paulo
mia primitiva, poderão, em curto prazo, remediar essa deficiência. Ácbamo-nos, pois, em face de uma tendência podero sa — científica, técnica e econômica;
e das Faculdades de Direito da França)
problemas. Foi o que sàbiamente fêz o
e peculiaridades das várias regiões da nação. Infelizmente, só o govêmo mi neiro cogitou desses assuntos da mais alta relevância; a política doméstica tem preocupado mais aos administrado res estaduais do que a política dos in
govêmo de Minas.
teresses reais da coletividade.
urge orientá-la, para a solução de nossos
Por essas considerações, .pode o leitor ver que o "Plano de Recuperação Eco nômica e Fomento da Produção" foi ela
borado por quem está bem a par do pro gresso científico e da realidade econômi
ca não sô de Minas Gerais como do
Daí a
importância do atual plano mineiro, que bem pode ser erigido cm política brasileira, a fim de assegurar a verda deira transformação de nossa economia
colonial em economia tecnizada e pro
$ist<í
I — O problema da distribuição Sôbre o sistema tributário brasileiro o
,A organização adequada das fi
professor Paul Hugon escreveu para o
nanças públicas constitui atual mente, para muitas nações, o ele tinua sendo o fator essencial de
"Digesto Econômico" uma série de três artigos, dos quais "O problema da dis tribuição" é o pri]nciro. Os demais versam sôbre "O problema da produtivi dade fiscal" e "O problema da justiça
prosperidade e progresso econômi
fiscal".
mento decisivo de reformas eco
nômicas e sociais. Para tôdas con
co.
gressista.
O atual sistema tributário brasileiro é regulamentado pela Constituição fe deral de 1946, que conservou em sua
organização geral uma tradição tribu
tária constituída progressivamente sob urna forma independente, desde o sé culo XIX.
Introduziu, porém, certas
modificações na distribuição dos impos tos entre as diferentes unidades admi
Essa organização tributária apresenta um certo número de problemas princi
pais, que vamos examinar de um modo do ponto de vista da distribuição, da produtividade e da equidade dos im
geral, considerando-os, sucessivamente, postos.
O problema da distribuição dos impostos no sistema brasileiro
nistrativas da Nação — União, Estados
(Distrito Federal)
Municípios — bem
como alterações na organização técni
O problema da distribuição de im postos entre as diferentes unidades admi
ca de certos impostos. De acôrdo com essa Constituição,
nistrativas da Federação e, em finanças
apresentamos o seguinte quadro:
solver.
Antes da guerra, muitas das^ pequenas fábricas da Grã-Bretanha não estavam diretamente interessadas no comércio de exportação e não estavam hem a par dás formalidades dêsse modo de atividade. ■ No entanto, ràpidàmente retificaram as deficiências que porventura pudessem existir nesse aspecto — declarou Sir Leonard Browett, diretor do Sindicato Nacional de Fabricantes Britânicos. De fato, os fabricantes britânicos realizam numerosas viagens de estudos pelo estrangeiro, sendo um dos resultados mais evidentes o aumento das exportações britânicas para um nível de 140 por cento, em relação às de 1938. "Êsse proces
1 — Impostos que constituem o atual sistema tributário do Brasil e sua dis tribuição entre a União, os Estados e
fatôres muito diversos e variáveis: do desenvolvimento econômico em uma de
so — continuou Sir Leonard — prosseguirá até os mercados externos receberem
3 — A parte que, sôbre o montante
as melhores mercadorias que a Grã-Bretanha pode fabricar."
Essa distribuição depende de
terminada época; da maior ou menor
produzido por êsses impostos, de acôr
homogeneidade econômica das diferen tes regiões de um país; da orientação da política geral e administrativa (centra lização ou descentralização administra
do com os resultados obtidos em 1946.
tiva).
os Municípios. 2 — Rendimento, em porcentagem,
total dos impostos, cabe a cada uma das três unidades administrativas do País. :.u
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União: 38,85
jogos e diversões, turismo. Iiospedagcm, tabacos ....
Bebidas alcoólicas,
econômico
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versão de capitais ,4,6
Transmissão e in
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Loterias
saúde
Selo educação e
cola e industrial 42,2
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(1) - Os impostos "extra-discriminação" deverão ser extintos gradativamcnte, no prazo de 4 anos, a
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Indústrias e pro
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União: 38,85
jogos e diversões, turismo. Iiospedagcm, tabacos ....
Bebidas alcoólicas,
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(1) - Os impostos "extra-discriminação" deverão ser extintos gradativamcnte, no prazo de 4 anos, a
da, janeiro de 1948, Rio.
Fontes: Constituição de 1946 e Boletim do Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazen
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lendimento
do
de
fundos para o es
12,3
14,5
31,9
Renda
porcentagem Transferência
Impostos
41,3
Consumo
UNIÃO
G
74
Dicesto Econômico Digesto EcoNÓNnco
Mas, para que essa última vantagem se tome efetiva, é preciso seja a distri
buição limitativa determinada pela Cons tituição, precedida de uma séria sistematização dos impostos. Êsse esforço
de sistematização foi empreendido bá já uma dezena de anos, sob a direção da Secretaria do Conselho Técnico de
Economia e Finanças do Ministério da Fazenda; os resultados desse trabalho im prescindível foram utilizados, em 1939
e 1940, pelos Decretos-leis n.° 1.804,
de 24 de novembro de 1939 e n.9 2.416, de 17 de julho de 1940, aprovando o código de regras financeiras para os Es tados e os Municípios. Enormè foi o esfôrço de saneamento e clarificação tri
Essa modificação loma-sc, pois, di setor siderúrgico. E com o incremento
dem geral e por razões «especiais relati
tempo a circulação material e imaterial
cípios fundamentais, preponderantes em
das riquezas: jamais houve tanta urgên cia na solução do problema das rodo
matéria de repartição dos impostos. Convém, em primeiro lugar, sejam os
vias e das estradas de ferro, dos bancos e do crédito. O mercado interno se de
impostos de bases mais amplas da com petência da unidade administrativa de
dencia através do desenvoUdmento do
da produção, desenvolve-se ao mesmo
vamente ao Brasil.
Por razões de ordem geral, porque vivemos numa época de conjuntura eco nômica mundial muito instável, com va riações rápidas e profundas, cuja evolu
No plano fiscal tôdas essas transforma
Na medida em que certos setores" da economia brasileira estão sujeitos a re percussões dessa conjuntura mundial, a
ções, que diàriamente estão ocorrendo sob nossos olhos - umas lentas, ràpidaniente outras - têm repercussões ime
produtividade de certos impostos pode
diatas e necessárias. A matéria tributá vel se modifica, quer do ponto de vis ta da sua importância, quer- da sua
ser grandemente afetada de um dia para outro, impondo-se assim a sua ur
tes de impostos, taxas e re
ção só se fará lenta e difi
ceitas que, graças ao trabalho
cilmente.
realizado sob a direção da
e municipais enfeixados em
apenas 19 rubricas padronizadas.
^ Nessas condições é atualmente pos sível precisar realmente os impostos e, sobretudo, compará-los. Isso permitiu à Constituição de 1946 fazer a distribuição dos impostos com conhecimento de causa. Mas ao lado dessas vantagens incon testáveis apresenta, o sistema de impos
duzir, nos momentos oportunos, moditicações na distribuição dos impostos en tre a União, os Estados e os Municípios. Ora, o sistema constitucional de agora é excessivamente rígido, estático e oristalizado: não pode acompanhar e auxthar uma economia que na hora atual está essencialmente em movimento, é dinâ
Razões especiais relativa mente ao Brasil acentuam
. Secretaria do Conselho Téc
nico, foram reduzidas a 57,
qualidade, e também se desloca. A capacidade de contribuição das pessoas jurídicas e físicas evolui. Indispensável, pois, se torna intro
caráter constitucional dessa distribuição, uma redistribui
2.200 denominações diferen
ainda mais a importância desse inconveniente. Com efeito, a economia nacional encontra-se atualmente num período de transformações profundas e, por conse guinte, em uma fase de rápida evolução. Após três séculos de economia colo
nial e um século, de economia indepen
dente agrícola-comercial, conhece agora
\
mica e evolutiva.
evolução, quanto antes possível, debando
plexa".
a lei que determinar o modo de distri
Agricultura, comércio e indústria tor nam-se atividades econômicas comple-
buição dos impostos de pertencer ao
se, e de fato se resumem, na rigidez ex
mentares e equivalentes: a agricultura
cessiva do sistema de distribuição.
fornece à indústria parte de sua mão-
função do interôsse econômico.
Êsses inconvenientes podem resumir-
Desde que a repartição de impostos entre a União, os Estados e os Municí
de-obra e por isso mesmo tem de lançar mão de uma produção mais científica
pios é fixada pela Constituição, só por uma reforma da Constituição se pode
fase "qualitativa" decisiva, na qual pro
modifiçá-la.
cura assegurar seu futuro e sua indepen-
e mecanizada;
Essas razões se prendem a dois prin
os países federados resen'am à União os impostos de importação ou o impos to sobre o consumo-em geral. A expe riência mostra ainda que se obtêrn me lhores resultados, do impôsto sôbre a
renda quanto mais ampla for a sua base. Ora, quando as rendas dos con tribuintes - pessoas físicas ou F^dicas
ultrapassam, os Hmites municipais ^taduais e mesmo nacionais, toma-se mais
difícil localizar e controlar esses ren^mentos e só a administração cential su
prema pode superar eficazmente . essa dificuldade.
A distribuição feita em função da base " mais ou manos ampla do imposto coj^-
titui o princípio da oonvemêncui tnbntária.
Mas o problema da distribuição se
complica, porque essa regra de conve-
E' de se desejar que nesse domínio sa ' niência se desdobra em um outro prm-
crifiquem os legisladores a tradição à
o Brasil meio século de "economia com
tos considerado, graves inconvenientes.
a União, os Estados e os Municípios.
maior importância. E' assim que todos
senvolve.
ção é difícil de ser prevista.
butária realizado: basta dizer que an-' gente redistribuição. Todavia, dado o tes de 1939 havia cerca de
sendo os impostos estaduais
tes da distribuição dos impostos entre
fícil, e só pode ser feita em intervalos relativamente longos. Ora, isso é perigoso, por razões de or
cípio igualmentê importante - o pnncípio da suficiência - que exige seja
atribuído certo mimero de impostos a cada uma das unidades administrativas,
tôxto da Constituição para se tomar uma
na proporção de suas despesas.
lei ordinária, fácil de ser alterada em
A boa solução do problema da dis tribuição depende, pois, da conciliação
O ponto de vista fundamental da distribuição
a indústria está numa
Êsse defeito de rigidez pode ser apre ciado em tôda sua extensão ao se exa
minarem as próprias razões determinan
dos princípios de conveniência e de suficiência.
Pràticamente essa conciliação nem
sempre é fácil, seja em razão do desen volvimento histórico da tributação na-
74
Dicesto Econômico Digesto EcoNÓNnco
Mas, para que essa última vantagem se tome efetiva, é preciso seja a distri
buição limitativa determinada pela Cons tituição, precedida de uma séria sistematização dos impostos. Êsse esforço
de sistematização foi empreendido bá já uma dezena de anos, sob a direção da Secretaria do Conselho Técnico de
Economia e Finanças do Ministério da Fazenda; os resultados desse trabalho im prescindível foram utilizados, em 1939
e 1940, pelos Decretos-leis n.° 1.804,
de 24 de novembro de 1939 e n.9 2.416, de 17 de julho de 1940, aprovando o código de regras financeiras para os Es tados e os Municípios. Enormè foi o esfôrço de saneamento e clarificação tri
Essa modificação loma-sc, pois, di setor siderúrgico. E com o incremento
dem geral e por razões «especiais relati
tempo a circulação material e imaterial
cípios fundamentais, preponderantes em
das riquezas: jamais houve tanta urgên cia na solução do problema das rodo
matéria de repartição dos impostos. Convém, em primeiro lugar, sejam os
vias e das estradas de ferro, dos bancos e do crédito. O mercado interno se de
impostos de bases mais amplas da com petência da unidade administrativa de
dencia através do desenvoUdmento do
da produção, desenvolve-se ao mesmo
vamente ao Brasil.
Por razões de ordem geral, porque vivemos numa época de conjuntura eco nômica mundial muito instável, com va riações rápidas e profundas, cuja evolu
No plano fiscal tôdas essas transforma
Na medida em que certos setores" da economia brasileira estão sujeitos a re percussões dessa conjuntura mundial, a
ções, que diàriamente estão ocorrendo sob nossos olhos - umas lentas, ràpidaniente outras - têm repercussões ime
produtividade de certos impostos pode
diatas e necessárias. A matéria tributá vel se modifica, quer do ponto de vis ta da sua importância, quer- da sua
ser grandemente afetada de um dia para outro, impondo-se assim a sua ur
tes de impostos, taxas e re
ção só se fará lenta e difi
ceitas que, graças ao trabalho
cilmente.
realizado sob a direção da
e municipais enfeixados em
apenas 19 rubricas padronizadas.
^ Nessas condições é atualmente pos sível precisar realmente os impostos e, sobretudo, compará-los. Isso permitiu à Constituição de 1946 fazer a distribuição dos impostos com conhecimento de causa. Mas ao lado dessas vantagens incon testáveis apresenta, o sistema de impos
duzir, nos momentos oportunos, moditicações na distribuição dos impostos en tre a União, os Estados e os Municípios. Ora, o sistema constitucional de agora é excessivamente rígido, estático e oristalizado: não pode acompanhar e auxthar uma economia que na hora atual está essencialmente em movimento, é dinâ
Razões especiais relativa mente ao Brasil acentuam
. Secretaria do Conselho Téc
nico, foram reduzidas a 57,
qualidade, e também se desloca. A capacidade de contribuição das pessoas jurídicas e físicas evolui. Indispensável, pois, se torna intro
caráter constitucional dessa distribuição, uma redistribui
2.200 denominações diferen
ainda mais a importância desse inconveniente. Com efeito, a economia nacional encontra-se atualmente num período de transformações profundas e, por conse guinte, em uma fase de rápida evolução. Após três séculos de economia colo
nial e um século, de economia indepen
dente agrícola-comercial, conhece agora
\
mica e evolutiva.
evolução, quanto antes possível, debando
plexa".
a lei que determinar o modo de distri
Agricultura, comércio e indústria tor nam-se atividades econômicas comple-
buição dos impostos de pertencer ao
se, e de fato se resumem, na rigidez ex
mentares e equivalentes: a agricultura
cessiva do sistema de distribuição.
fornece à indústria parte de sua mão-
função do interôsse econômico.
Êsses inconvenientes podem resumir-
Desde que a repartição de impostos entre a União, os Estados e os Municí
de-obra e por isso mesmo tem de lançar mão de uma produção mais científica
pios é fixada pela Constituição, só por uma reforma da Constituição se pode
fase "qualitativa" decisiva, na qual pro
modifiçá-la.
cura assegurar seu futuro e sua indepen-
e mecanizada;
Essas razões se prendem a dois prin
os países federados resen'am à União os impostos de importação ou o impos to sobre o consumo-em geral. A expe riência mostra ainda que se obtêrn me lhores resultados, do impôsto sôbre a
renda quanto mais ampla for a sua base. Ora, quando as rendas dos con tribuintes - pessoas físicas ou F^dicas
ultrapassam, os Hmites municipais ^taduais e mesmo nacionais, toma-se mais
difícil localizar e controlar esses ren^mentos e só a administração cential su
prema pode superar eficazmente . essa dificuldade.
A distribuição feita em função da base " mais ou manos ampla do imposto coj^-
titui o princípio da oonvemêncui tnbntária.
Mas o problema da distribuição se
complica, porque essa regra de conve-
E' de se desejar que nesse domínio sa ' niência se desdobra em um outro prm-
crifiquem os legisladores a tradição à
o Brasil meio século de "economia com
tos considerado, graves inconvenientes.
a União, os Estados e os Municípios.
maior importância. E' assim que todos
senvolve.
ção é difícil de ser prevista.
butária realizado: basta dizer que an-' gente redistribuição. Todavia, dado o tes de 1939 havia cerca de
sendo os impostos estaduais
tes da distribuição dos impostos entre
fícil, e só pode ser feita em intervalos relativamente longos. Ora, isso é perigoso, por razões de or
cípio igualmentê importante - o pnncípio da suficiência - que exige seja
atribuído certo mimero de impostos a cada uma das unidades administrativas,
tôxto da Constituição para se tomar uma
na proporção de suas despesas.
lei ordinária, fácil de ser alterada em
A boa solução do problema da dis tribuição depende, pois, da conciliação
O ponto de vista fundamental da distribuição
a indústria está numa
Êsse defeito de rigidez pode ser apre ciado em tôda sua extensão ao se exa
minarem as próprias razões determinan
dos princípios de conveniência e de suficiência.
Pràticamente essa conciliação nem
sempre é fácil, seja em razão do desen volvimento histórico da tributação na-
^-,'.1JJ»-
«Vk"
76
de de certos impostos, seja em con seqüência das transformações operadas nessa produtividade e decorrentes da
evolução da conjuntura econômica mun dial e nacional.
Quanto ao Brasil, verifica-se que:
Dicfsto EcoNÓ.xrrco
vário.s anos de política do "New Deal" tivessem aumentado as dc.spe.sas da eco nomia dirigida do Governo central, as municipalidades recebiam ainda 41,5% do total dos impostos do país, os Estados 21,9% e a União 36,6%.
1.®) — O princípio da conveniência ó aplicado de modo satisfatório, obser
No Canadá, cm 1940, as numicipalidadcs tinham 24% do totul dos impostos,
vando o sistema brasileiro, no seu con
as províncias 15% c a União 61%.
junto, em função desse princípio e à semelhança dos outros sistemas tributá-
•rios estrangeiros, bases de tributação sc.
H i•
gundo as unidades administrativas.
Vê-se, por conseguinte, que antes da guerra o.s municípios dos Etsados Uni
dos e do Canadá di.spunham dc receitas tributárias relativamente importantes
2°) — em contraposição, observa-se , permitindo-lhes estabelecer, cm bases
1^ ser essa distribuição dos impostos no V Brasil objeto de sérias críticas, quando I
encarada sob o angulo do princípio da
sólidas, .sya atividade econômica e social Depois dc 1940, cm conseqüência das
suficiência.
de.spesns extraordinárias da guerra, au
Essas críticas geralmente aparecem quando so obser\'am os resultados dessa
distribuição em porcentagem. Em 1940, por e.xemplo, a parte que cabia aos municípios, no total dos im postos do País, era apenas de 9%; a dos Estados de 33% e a da União de
Essa desproporção aparece muito mais
forte quando se estabelece a compara ção entre a distribuição feita no Bra
sil e a existente em outros países federa dos.
Nos Estados Unidos, em 1938, os mu
nicípios recebiam 38% do total dos im postos; os Estados 27% e a União 40%.
mentou consideravelmente em todos os países a parte dos impostos pertencen
te à União, em detrimento dos impostos municipais.
E' assim que nos Estados Unidos em 1948, os impostos federais represen
tavam 74,5% do total; os impostos dos
Estados 14,5% e os dos municípios 11% No Brasil acentuou-.se essa má distri
buição dos impostos. Em 1946 percebia a União 57,51% e
os Estados 36%, enquanto aos municípios tocavam apenas 5,89% do total dos im postos do País.
Houve mesmo um tempo, na América
E para bem apreciar a importância real dessa redução das receitas munici
do Norte, cm que os impostos dos mu
pais, convém não esquecer que, admi-
nicípios eram muito .superiores aos dos
tindo-se uma queda do poder aquisiti
Estados e aqs da União.
Em 1913 os impostos municipais re presentavam 55,7% do total, os estaduais não iam além de 13,7% e os da União
atingiam a 30,6%; em 1932, os primeiros representavam 57,9%, os segundos 20,1% e os terceiros 22%; em 1936, ainda que
vo do cruzeiro de 350 a 400%, entre 1940
o 1948, essas representam as receitas pro venientes de impostos aproximadamente
a metade daquelas de que os municípios dispunham em 1940... "
Cònscia do papel econômico, social e
político de primeira ordem que os mu-
77
Dicf-sto Econümtco
nicípios devem de.sempenhar numa naç-ão democrática, fez a Constituição de 1946 um sério esforço no sentido dc lhes tornar mais favorável a distribuição dos impo.stos.
Com esse intuito, delerniinou se trans ferisse às finanças municipais um cer
nicípío. Só êle forneceu, em 1946, 51,5% de sua receita tributiiria.
Ora, de 1940
a 1946, a sua receita de 380 subiu ape nas a -758 milhões de cruzeiros, quer
dizer, do índice 100 ao índice 199.
O impôsto de licença - 3." dos im postos municipais - produziu 143 milhões
de cinzeiros em 1940 e 200 milhões em J946 (do índice 100 índice 140). assim que, daqui por diante, serão be O impôsto predial, no decurso do neficiadas com o recolhimejito da /(>■ . „,esmo período, subio de 124 a apeno., Udiãade do iinpõsto de indú.strias e pro- 233 milbões (do índice 100 rio nid.ce fi.s.sões e, em certas condiçõe.s, cie 1ÜX^ 1881- o impôsto territorial urbano, dc da arrecadação anual do impclsto de renda. Determinou, igualmente, parti de jogos e diversões, de 15 1/cipassem cm certa proporção dos impos oa impôsto 30 milhões (100 a 198). tos futuros da União e dos Estados e, Durante o mesmo período, a maior em dadas condições, do excedente da tri
to número de impostos existentes. E
C;escua'38nimiões(delOOalO^^^^^
butação estadual sobre a local.
Outras críticas foram formuladas, re
parte ' os impostos da União quadru-
^íicou (consuL: de 100 a 380i «do: de
lativamente à eficácia dessa nova distri
100 o 422) ou mesmo se
ttees maior (renda: de 100 a 75o). ^^te . buição. pois; evidente que. seja em virtude Alguns pensam apresentar a historia daE-mltéria sôbre a qual incidem, seja da tributação brasileira numerosos exem
em razão de sua crganizaç:.o lecmca. os
plos que nos permitem duvidar aceitem a União e os Estados, integialmente, a
obrigação constitucional de entregar aos municípios as quotas tributárias.
Outros julgam, ainda, que grande par
impostos municipais u.ão permitem se
èTpme um aumento stibstauc.al de produtividade.
Sem dúvida, em 1947 e em 1948, a
distribuição dos impostos, de ocôrdo
te das receitas novas atribuídas aos município.s é aleatória, desde que estas es
oi as disposições da nova Co.ist.tm-
tão subordinadas à criação de futuros
um ligeiro acié-sdmo de lend.nientc.
impostos.
Outros, enfim, considerando apenas os
impostos realmente distribuído.s aos nmnicípios, observam que são imposto.s de pequeno rendimento, pouco susceptíveis de corresponder de fato ao desenvolvi
mento das atividades e dos encargos
municipais.
Êste último argumento, particularmen
te, nos parece justo. O imposto de in dústrias e profissões, por exemplo, é o principal imposto de que ^dispõe o inu-
o.ão tornou possível flòsse registrado
E- assim que. levando em conta es- , timativas provisórias. ^'"Viniiu-se os im
postos municipais, em 1947. a 6 5« do
total dos impostos nacionais (5,8% em 1946) e em 1948 a 7,6%. Mas ÔSSC.S aumentos são muito fracos, sobretudo se se considerarem as perdiw sofridas pelos municípios após 1940,
em conseqüência da redução do valor real de suas receitas.
Vê-se, pois, por êste exemplo tirado
^
^-,'.1JJ»-
«Vk"
76
de de certos impostos, seja em con seqüência das transformações operadas nessa produtividade e decorrentes da
evolução da conjuntura econômica mun dial e nacional.
Quanto ao Brasil, verifica-se que:
Dicfsto EcoNÓ.xrrco
vário.s anos de política do "New Deal" tivessem aumentado as dc.spe.sas da eco nomia dirigida do Governo central, as municipalidades recebiam ainda 41,5% do total dos impostos do país, os Estados 21,9% e a União 36,6%.
1.®) — O princípio da conveniência ó aplicado de modo satisfatório, obser
No Canadá, cm 1940, as numicipalidadcs tinham 24% do totul dos impostos,
vando o sistema brasileiro, no seu con
as províncias 15% c a União 61%.
junto, em função desse princípio e à semelhança dos outros sistemas tributá-
•rios estrangeiros, bases de tributação sc.
H i•
gundo as unidades administrativas.
Vê-se, por conseguinte, que antes da guerra o.s municípios dos Etsados Uni
dos e do Canadá di.spunham dc receitas tributárias relativamente importantes
2°) — em contraposição, observa-se , permitindo-lhes estabelecer, cm bases
1^ ser essa distribuição dos impostos no V Brasil objeto de sérias críticas, quando I
encarada sob o angulo do princípio da
sólidas, .sya atividade econômica e social Depois dc 1940, cm conseqüência das
suficiência.
de.spesns extraordinárias da guerra, au
Essas críticas geralmente aparecem quando so obser\'am os resultados dessa
distribuição em porcentagem. Em 1940, por e.xemplo, a parte que cabia aos municípios, no total dos im postos do País, era apenas de 9%; a dos Estados de 33% e a da União de
Essa desproporção aparece muito mais
forte quando se estabelece a compara ção entre a distribuição feita no Bra
sil e a existente em outros países federa dos.
Nos Estados Unidos, em 1938, os mu
nicípios recebiam 38% do total dos im postos; os Estados 27% e a União 40%.
mentou consideravelmente em todos os países a parte dos impostos pertencen
te à União, em detrimento dos impostos municipais.
E' assim que nos Estados Unidos em 1948, os impostos federais represen
tavam 74,5% do total; os impostos dos
Estados 14,5% e os dos municípios 11% No Brasil acentuou-.se essa má distri
buição dos impostos. Em 1946 percebia a União 57,51% e
os Estados 36%, enquanto aos municípios tocavam apenas 5,89% do total dos im postos do País.
Houve mesmo um tempo, na América
E para bem apreciar a importância real dessa redução das receitas munici
do Norte, cm que os impostos dos mu
pais, convém não esquecer que, admi-
nicípios eram muito .superiores aos dos
tindo-se uma queda do poder aquisiti
Estados e aqs da União.
Em 1913 os impostos municipais re presentavam 55,7% do total, os estaduais não iam além de 13,7% e os da União
atingiam a 30,6%; em 1932, os primeiros representavam 57,9%, os segundos 20,1% e os terceiros 22%; em 1936, ainda que
vo do cruzeiro de 350 a 400%, entre 1940
o 1948, essas representam as receitas pro venientes de impostos aproximadamente
a metade daquelas de que os municípios dispunham em 1940... "
Cònscia do papel econômico, social e
político de primeira ordem que os mu-
77
Dicf-sto Econümtco
nicípios devem de.sempenhar numa naç-ão democrática, fez a Constituição de 1946 um sério esforço no sentido dc lhes tornar mais favorável a distribuição dos impo.stos.
Com esse intuito, delerniinou se trans ferisse às finanças municipais um cer
nicípío. Só êle forneceu, em 1946, 51,5% de sua receita tributiiria.
Ora, de 1940
a 1946, a sua receita de 380 subiu ape nas a -758 milhões de cruzeiros, quer
dizer, do índice 100 ao índice 199.
O impôsto de licença - 3." dos im postos municipais - produziu 143 milhões
de cinzeiros em 1940 e 200 milhões em J946 (do índice 100 índice 140). assim que, daqui por diante, serão be O impôsto predial, no decurso do neficiadas com o recolhimejito da /(>■ . „,esmo período, subio de 124 a apeno., Udiãade do iinpõsto de indú.strias e pro- 233 milbões (do índice 100 rio nid.ce fi.s.sões e, em certas condiçõe.s, cie 1ÜX^ 1881- o impôsto territorial urbano, dc da arrecadação anual do impclsto de renda. Determinou, igualmente, parti de jogos e diversões, de 15 1/cipassem cm certa proporção dos impos oa impôsto 30 milhões (100 a 198). tos futuros da União e dos Estados e, Durante o mesmo período, a maior em dadas condições, do excedente da tri
to número de impostos existentes. E
C;escua'38nimiões(delOOalO^^^^^
butação estadual sobre a local.
Outras críticas foram formuladas, re
parte ' os impostos da União quadru-
^íicou (consuL: de 100 a 380i «do: de
lativamente à eficácia dessa nova distri
100 o 422) ou mesmo se
ttees maior (renda: de 100 a 75o). ^^te . buição. pois; evidente que. seja em virtude Alguns pensam apresentar a historia daE-mltéria sôbre a qual incidem, seja da tributação brasileira numerosos exem
em razão de sua crganizaç:.o lecmca. os
plos que nos permitem duvidar aceitem a União e os Estados, integialmente, a
obrigação constitucional de entregar aos municípios as quotas tributárias.
Outros julgam, ainda, que grande par
impostos municipais u.ão permitem se
èTpme um aumento stibstauc.al de produtividade.
Sem dúvida, em 1947 e em 1948, a
distribuição dos impostos, de ocôrdo
te das receitas novas atribuídas aos município.s é aleatória, desde que estas es
oi as disposições da nova Co.ist.tm-
tão subordinadas à criação de futuros
um ligeiro acié-sdmo de lend.nientc.
impostos.
Outros, enfim, considerando apenas os
impostos realmente distribuído.s aos nmnicípios, observam que são imposto.s de pequeno rendimento, pouco susceptíveis de corresponder de fato ao desenvolvi
mento das atividades e dos encargos
municipais.
Êste último argumento, particularmen
te, nos parece justo. O imposto de in dústrias e profissões, por exemplo, é o principal imposto de que ^dispõe o inu-
o.ão tornou possível flòsse registrado
E- assim que. levando em conta es- , timativas provisórias. ^'"Viniiu-se os im
postos municipais, em 1947. a 6 5« do
total dos impostos nacionais (5,8% em 1946) e em 1948 a 7,6%. Mas ÔSSC.S aumentos são muito fracos, sobretudo se se considerarem as perdiw sofridas pelos municípios após 1940,
em conseqüência da redução do valor real de suas receitas.
Vê-se, pois, por êste exemplo tirado
^
'wjír
78
Digesto Econômico
do quadro dos impostos municipais, que o princípio da suficiência está longe de ser satisfeito.
E essa observação, determinada por ^ ponto de vista fundamental da distri-
uição, confirma e reforça a crítica que
fizemos a essa distribuição, encarada do ponto de vista formal, a saber: os de
feitos da suficiência, graves porque po-
dom comprometer a atividade econômi ca e social essencial de uma das uni Arízio de Viana
dades administrativas da federação, de
veriam ser corrigidos, se possível, progressivamente, no momento oportuno,
de acordo com as condições especiais da
A PADRONIZAÇÃO dos orçamcntos es
evolução econômica, ao invés de estarem sujeitos às delongas e formalidades de
mente obrigatória.
uma reforma da Constituição.
parágrafo único, confirmou-as, especifica mente quando se referiu à administração financeira e à elaboração orçamentária
taduais e municipais não é legal
O Decreto-lei n.
2.416, de 17 de julho de 1940, que apro vou a codificação das normas financeiras
dos Estados e Municípios. As normas aprovadas pelo Decreto-
para os Estados e Municípios, perdeu a vigência, automàtícamente, após a pro mulgação da Constituição Federal de
lei n ° 2 416 correspondem, portanto,
1946 e das Constituições Estaduais sub
aos mandamentos constilucicnais. Subslanoialmente não entram em coníhlo com êles. Mas sofrem de um vicio for
mal que
seqüentes.
ZoTtt^nou
Cada Estado ou Município poderá,
por intermédio dos seus órgãos legis ativos, baixar uma lei estadual ou
cipal reproduzindo todas as disposições fundamentais do Decreto-lei n.° 2.
•
Mas, não podem reconhecer a validade
r dos Istados Estados e Munic^. ''ÕJ EstTos Estados M
„a de de P?der poder t^riTulena liberdade 1
"rorgSrèo™ 'entenderem os
jurídica desse diploma, nem invoca-lo,
seÃços administrativos Estão suapenas, ãs Umllaçces impostas pe-
seus atos, sob pena de renunciarern ou
as ConsHtuiçóes Estaduais e em ma téria do elaboração orçamentaria aos
oficialmente, para a fundamentação dos comprometerem a própria autonomia.
Contudo, é preciso distinguir: o que
S^cípics estabeleeidos nos arts, 73 a
perdeu a vigência, o que deixou de ser ?5 dL Constituição Federal, que abas, compulsório, foi o ato formal que man tôdas aque'as Constítuiçoes reproduzein. dou executar aquelas normas. Conquan Podem por conseguinte adotar, se quito deixassem, conseqüentemente, de ser ferem novos modelos de orçamentos e objeto de imperativo legal, não perde balanços, bem como.regras de contabiram, entretanto, a qualidade substancial dos princípios em que se assentam, nem a condição de praxe definitivamen A rapidez e a extensão do desannr^yr^acumulados pela Areentina desde iQddA
T 1 América Latina, 'esclarecê 7""ÚeTlu ® caíram de $1,2 bilião, no fim da guerra
t ^
' t grandes saldos em divisas
Ar. história financeira da Tcsertxis em ouro e
sem PTecerlp.ntfis: n/l
estimadas em $196 mühões em agôsto de 1948 í
óe $35 mahões (não incluindo as feserva!em este±^ recentes dao-rma como isso, cobranças dos débitos argentinos por^aní t^ Enquanto
segundo o citado jornal, se fazem rium nível ^treZS?n/Já^^^ norte-amencanos, pagamentos demolarem maá de um ano Há gentinas não pagas nos Estados Unidos eram calculadas em $275 milhõZ.
te incorporada à boa gestão financeira. Os princípios de que promanam foram consagrados pelas novas Constituições. São as regras de anualidade, unidade, universalidade, discriminação, exclusmdade, controle e antecipação. A Constitui
ção Federal consolidou-se nos arts. 73 a 75; no artigo 18, ressa'vou-as, de um modo geral, quando dispôs que os Esta dos reger-se-iam pelas Constituições e leis que adotassem e, no artigo 22 e seu
íidade pública difereptes das prescritas pelo Decreto-lei n. 2.416.
Será licito admitn-se que êsse deoretoJel ainda »breriva e produza efei-
tos, em virtude do ^- 5. n. XV, etea
b da Constituição Federal, que atnbm
competência à União para legislar sôbre norriuis gerais de direito financeiro? Em primeiro lugar seria necessário definir: em que consiste o direito fi nanceiro?
E- por enquanto uma inovação cons titucional; uma ficção; um quase-nada
'wjír
78
Digesto Econômico
do quadro dos impostos municipais, que o princípio da suficiência está longe de ser satisfeito.
E essa observação, determinada por ^ ponto de vista fundamental da distri-
uição, confirma e reforça a crítica que
fizemos a essa distribuição, encarada do ponto de vista formal, a saber: os de
feitos da suficiência, graves porque po-
dom comprometer a atividade econômi ca e social essencial de uma das uni Arízio de Viana
dades administrativas da federação, de
veriam ser corrigidos, se possível, progressivamente, no momento oportuno,
de acordo com as condições especiais da
A PADRONIZAÇÃO dos orçamcntos es
evolução econômica, ao invés de estarem sujeitos às delongas e formalidades de
mente obrigatória.
uma reforma da Constituição.
parágrafo único, confirmou-as, especifica mente quando se referiu à administração financeira e à elaboração orçamentária
taduais e municipais não é legal
O Decreto-lei n.
2.416, de 17 de julho de 1940, que apro vou a codificação das normas financeiras
dos Estados e Municípios. As normas aprovadas pelo Decreto-
para os Estados e Municípios, perdeu a vigência, automàtícamente, após a pro mulgação da Constituição Federal de
lei n ° 2 416 correspondem, portanto,
1946 e das Constituições Estaduais sub
aos mandamentos constilucicnais. Subslanoialmente não entram em coníhlo com êles. Mas sofrem de um vicio for
mal que
seqüentes.
ZoTtt^nou
Cada Estado ou Município poderá,
por intermédio dos seus órgãos legis ativos, baixar uma lei estadual ou
cipal reproduzindo todas as disposições fundamentais do Decreto-lei n.° 2.
•
Mas, não podem reconhecer a validade
r dos Istados Estados e Munic^. ''ÕJ EstTos Estados M
„a de de P?der poder t^riTulena liberdade 1
"rorgSrèo™ 'entenderem os
jurídica desse diploma, nem invoca-lo,
seÃços administrativos Estão suapenas, ãs Umllaçces impostas pe-
seus atos, sob pena de renunciarern ou
as ConsHtuiçóes Estaduais e em ma téria do elaboração orçamentaria aos
oficialmente, para a fundamentação dos comprometerem a própria autonomia.
Contudo, é preciso distinguir: o que
S^cípics estabeleeidos nos arts, 73 a
perdeu a vigência, o que deixou de ser ?5 dL Constituição Federal, que abas, compulsório, foi o ato formal que man tôdas aque'as Constítuiçoes reproduzein. dou executar aquelas normas. Conquan Podem por conseguinte adotar, se quito deixassem, conseqüentemente, de ser ferem novos modelos de orçamentos e objeto de imperativo legal, não perde balanços, bem como.regras de contabiram, entretanto, a qualidade substancial dos princípios em que se assentam, nem a condição de praxe definitivamen A rapidez e a extensão do desannr^yr^acumulados pela Areentina desde iQddA
T 1 América Latina, 'esclarecê 7""ÚeTlu ® caíram de $1,2 bilião, no fim da guerra
t ^
' t grandes saldos em divisas
Ar. história financeira da Tcsertxis em ouro e
sem PTecerlp.ntfis: n/l
estimadas em $196 mühões em agôsto de 1948 í
óe $35 mahões (não incluindo as feserva!em este±^ recentes dao-rma como isso, cobranças dos débitos argentinos por^aní t^ Enquanto
segundo o citado jornal, se fazem rium nível ^treZS?n/Já^^^ norte-amencanos, pagamentos demolarem maá de um ano Há gentinas não pagas nos Estados Unidos eram calculadas em $275 milhõZ.
te incorporada à boa gestão financeira. Os princípios de que promanam foram consagrados pelas novas Constituições. São as regras de anualidade, unidade, universalidade, discriminação, exclusmdade, controle e antecipação. A Constitui
ção Federal consolidou-se nos arts. 73 a 75; no artigo 18, ressa'vou-as, de um modo geral, quando dispôs que os Esta dos reger-se-iam pelas Constituições e leis que adotassem e, no artigo 22 e seu
íidade pública difereptes das prescritas pelo Decreto-lei n. 2.416.
Será licito admitn-se que êsse deoretoJel ainda »breriva e produza efei-
tos, em virtude do ^- 5. n. XV, etea
b da Constituição Federal, que atnbm
competência à União para legislar sôbre norriuis gerais de direito financeiro? Em primeiro lugar seria necessário definir: em que consiste o direito fi nanceiro?
E- por enquanto uma inovação cons titucional; uma ficção; um quase-nada
IPWiij.iii li 80
Dicicsto Econômico
jurídico, sem atns e fatos que o posiH-
Di(n-:si'o
SI
Econômico
um dísposití\'() a.ssccuralório cl:i padro
mesmo í»s mais inlransigeiiles cristãos
mai.s de trinta.
de princípio, uma fra.sc à espera dc clc-
nização com toda.s as letras c sem a menor sombra de dn% ida. Se cie .sofreu
novos da democracia: a racionalizítção
.scnxolviinentó. ..
alguma decepção, fèz boa cara à má
vcm; tahez uma intenção, um embrião
Conta o Sr. Afonso Alniiro que, du rante a elaboração constitucional, várias
emendas foram propostas e aprowidas, no sentido de ficar declarado, expressa mente, no texto da Constituição o se
fortuna c tratou de afastar qualquer aparência de desilusão ao manifestar,
em sua narrativa, a convicção de que.
conforme os elementos liistóricos que apontava, a Constituição "não só ad
guinte: "os padrões orçamentários fi
xados mediante convenção entre a União e os Estados serão obrigatórios em todo o pais". Esta, aliás, é a redação do art.
mitiu comi), efetivamente, consagrou o princípio da padronização orçamentária".
Numa tese, publicada no Boletim do
136 do Projeto final, elaborado e am
Conselho Técnico de Economia e Fi
plamente divulgado pela Grande Co
de formular a seguinte pergunta, que o
nanças, de março de 1944, tive ocasião
missão ou Comissão Constitucional da
Assembléia Nacional Constituinte.
A esse texto acrescentou-se, deI incluir-se a palavra "Município.s".
,
pois, uma emenda com o fim de
A Comissão dos 37, incumbida
da redação final da Constituição
entendeu, porém, que, uma vez aprova
Sv. Afonso Almiro transcreveu no mes mo trecho do seu livro:
"Serão os Estados e Municípios,
depois que a estes forem, regu larmente, outorgadas as respecti vas Constituições, obrigados a respeitar esta legislação (referia-
da a disposição que figura, atualmente no art. 5.° n.® XV, letra h (competência
me ao Decreto-lei n.° 2.416, de 1940) unificadora dos seus processos orçamen
da União para legislar sôbre normas de
Em seguida antecipei a resposta que, hoje, não vejo motivo para modificar: "Tanto a Constituição Federal como
direito financeiro) não havia necessida
de, por lhe parecer redundante, de re-
^produzir o antigo dispositivo que sal vaguardava, expressamente, a padroni zação orçamentária.
O depoimento .do Sr. Afonso Alniiro, registrado no seu livro "Técnica Orça mentária" pág. 21, está documentado com a citação dos Díário.s da Assembléia n.° 66, de 16-5-46 e n.° 75 de 28-5-46. Êsse autor c o Chefe da Divisão do Conselho Técnico de Economia e Fi-
nançás encarregada da implantação e de
fesa da padronização. Seu depoimento não é, portanto, um comentário à distân
cia, mas um testemunho de quem acom panhou, com o maior empenho, os tra balhos da Constituinte e fornecéu-Ihe
todos os elementos para que aprovasse
tários?"
as Constituições Estaduais e leis de or
ganização municipal deverão consagrar o postulado da padronização dós orça mentos. Se não o fizerem, todo o esforço despendido tornar-se-á'inútil."
Talvez tenha havido um pouco de ênfase nesta expressão final: "tornar-se-
á inútil". Poderíamos substituí-la por:
"tornar-se-á ameaçado".
Ora, estávamos, então, em princípios de 1944, um pouco longe, ainda, do ad vento da reconstitucionalização do país. Mas, acreditávamos no caráter transitó
rio da Ditadura e preocupava-nos o des tino que pudessem ler algumas de suas úteis realizações, justamente num setor a que não podem recusar apoio nem
Uma tarefa desse \uIto
Ninguém
jamais poderia ser realizada, com ê.víto. sem o concurso de e.specialisla.s, conbo-
ousará obscurceer as realizações alcan çadas nesse setor, nem tampouco negar
.serviços financeiros das unidades admi-
(pie a obra de padronização orçamentá
nistrati\'as interessadas.
dos -serviços administralisos.
ria dos Estados c Municípios ,se tenha processado por uma forma eminente mente democrática. Ela resultou de con venções sucessivas, cm que tomaram
parte delegações técnicas dc todo.s os Estados- e Municípios.
A lei federal
apenas homologou e tornou eficazes as resoluções aprovadas nessas conferências, onde os delegados dos governos locais debateram o fizeram prevalecer as nor
mas inspiradas, exchisivamente, pelo in teresse público, pela experiência direta mente adquirida no ríato dos negócios administrativos e pelas lições da técnica moderna.
Em 1938 reuniram-se os Secre
tários da Fazenda dos Estados,
com o propósito de cuidarem, jun to ao govêtno central, de proble mas financeiros daquelas unidades da federação. Tiveram, entretan
ccdore.s c representantes autorizados dos Com efeito, foi isso o que se fèz. Es-
tudou-se um padrão provisório que, e"m seguida, passou a ser adotado, a tífulo dc e.xpcríència, durante um e.xercicio, pelos Estados e Municípios. Convocouse uma reunião dos seus representantes"
para discutirem os resultados da e.xperiência e sugerirem as providências que
lhes parecc.ssem úteis. Assim, instalouse a I Conferência de Técnicos em Con tabilidade Pública e Assuntos Fazendarios dos Estados e Municípios em 19JJ. e as suas deliberações foram por ela me.ma encaminhadas ao Govêmo Fe deral com o pedido de que
disse um ato que Hies desse for ça de lei. Êsse ato governamental consistiu em transformar o ante
projeto elaborado pela própria Conferência no Decreto-lei n.°
1 804, de 24 de novembro daque
to, naquela época, tão grandes dificul
le ano, que aprovou as resoluções to
dades em encontrar um denominador
comum e capaz de possibilitar-lhes o es tudo comparativo das finanças estaduais
para reexame do assunto. No ano se guinte, em 1940, reuniu-se a II Confe
que resolveram aceitar esta evidente e de-
rência e, de acôrdo com idêntico pro
soladora conclusão: se pretendiam tratar cie interesses comuns usavam expressões
aperfeiçoadas as normas anteriormente
tão diferentes que seria impossível um entendimento satisfatório.
Verificaram,
então, que o meio mais prático para á remoção das dificuldades seria traduzir os diversos orçamentos estaduais e muni
cipais num orçamento típico, em que às operações idênticas fossem atribuídas de nominações uniformes.
Basta lembrar
madas e convocou nova Conferência
cedimento, foram criticadas, revistas e
experimentadas. As deliberações foram convertidas, então, no Decreto-lei n.° 2.416 que, por sua vez, previu a reali zação de uma III Conferência, destinada a prosseguir nos estudos relativos aos serviços de contabilidade e administra ção financeira dos Estados e Municípios. Não se pode, portanto, imaginar pro
f|ue a discriminação tributária abrangia
cesso mais democrático para o estabe
niais dc 2.000 rulrricas que, após a pa dronização, foram reduzidas a pouco
lecimento de regras uniformes que per mitam aos .governos locais administrar
IPWiij.iii li 80
Dicicsto Econômico
jurídico, sem atns e fatos que o posiH-
Di(n-:si'o
SI
Econômico
um dísposití\'() a.ssccuralório cl:i padro
mesmo í»s mais inlransigeiiles cristãos
mai.s de trinta.
de princípio, uma fra.sc à espera dc clc-
nização com toda.s as letras c sem a menor sombra de dn% ida. Se cie .sofreu
novos da democracia: a racionalizítção
.scnxolviinentó. ..
alguma decepção, fèz boa cara à má
vcm; tahez uma intenção, um embrião
Conta o Sr. Afonso Alniiro que, du rante a elaboração constitucional, várias
emendas foram propostas e aprowidas, no sentido de ficar declarado, expressa mente, no texto da Constituição o se
fortuna c tratou de afastar qualquer aparência de desilusão ao manifestar,
em sua narrativa, a convicção de que.
conforme os elementos liistóricos que apontava, a Constituição "não só ad
guinte: "os padrões orçamentários fi
xados mediante convenção entre a União e os Estados serão obrigatórios em todo o pais". Esta, aliás, é a redação do art.
mitiu comi), efetivamente, consagrou o princípio da padronização orçamentária".
Numa tese, publicada no Boletim do
136 do Projeto final, elaborado e am
Conselho Técnico de Economia e Fi
plamente divulgado pela Grande Co
de formular a seguinte pergunta, que o
nanças, de março de 1944, tive ocasião
missão ou Comissão Constitucional da
Assembléia Nacional Constituinte.
A esse texto acrescentou-se, deI incluir-se a palavra "Município.s".
,
pois, uma emenda com o fim de
A Comissão dos 37, incumbida
da redação final da Constituição
entendeu, porém, que, uma vez aprova
Sv. Afonso Almiro transcreveu no mes mo trecho do seu livro:
"Serão os Estados e Municípios,
depois que a estes forem, regu larmente, outorgadas as respecti vas Constituições, obrigados a respeitar esta legislação (referia-
da a disposição que figura, atualmente no art. 5.° n.® XV, letra h (competência
me ao Decreto-lei n.° 2.416, de 1940) unificadora dos seus processos orçamen
da União para legislar sôbre normas de
Em seguida antecipei a resposta que, hoje, não vejo motivo para modificar: "Tanto a Constituição Federal como
direito financeiro) não havia necessida
de, por lhe parecer redundante, de re-
^produzir o antigo dispositivo que sal vaguardava, expressamente, a padroni zação orçamentária.
O depoimento .do Sr. Afonso Alniiro, registrado no seu livro "Técnica Orça mentária" pág. 21, está documentado com a citação dos Díário.s da Assembléia n.° 66, de 16-5-46 e n.° 75 de 28-5-46. Êsse autor c o Chefe da Divisão do Conselho Técnico de Economia e Fi-
nançás encarregada da implantação e de
fesa da padronização. Seu depoimento não é, portanto, um comentário à distân
cia, mas um testemunho de quem acom panhou, com o maior empenho, os tra balhos da Constituinte e fornecéu-Ihe
todos os elementos para que aprovasse
tários?"
as Constituições Estaduais e leis de or
ganização municipal deverão consagrar o postulado da padronização dós orça mentos. Se não o fizerem, todo o esforço despendido tornar-se-á'inútil."
Talvez tenha havido um pouco de ênfase nesta expressão final: "tornar-se-
á inútil". Poderíamos substituí-la por:
"tornar-se-á ameaçado".
Ora, estávamos, então, em princípios de 1944, um pouco longe, ainda, do ad vento da reconstitucionalização do país. Mas, acreditávamos no caráter transitó
rio da Ditadura e preocupava-nos o des tino que pudessem ler algumas de suas úteis realizações, justamente num setor a que não podem recusar apoio nem
Uma tarefa desse \uIto
Ninguém
jamais poderia ser realizada, com ê.víto. sem o concurso de e.specialisla.s, conbo-
ousará obscurceer as realizações alcan çadas nesse setor, nem tampouco negar
.serviços financeiros das unidades admi-
(pie a obra de padronização orçamentá
nistrati\'as interessadas.
dos -serviços administralisos.
ria dos Estados c Municípios ,se tenha processado por uma forma eminente mente democrática. Ela resultou de con venções sucessivas, cm que tomaram
parte delegações técnicas dc todo.s os Estados- e Municípios.
A lei federal
apenas homologou e tornou eficazes as resoluções aprovadas nessas conferências, onde os delegados dos governos locais debateram o fizeram prevalecer as nor
mas inspiradas, exchisivamente, pelo in teresse público, pela experiência direta mente adquirida no ríato dos negócios administrativos e pelas lições da técnica moderna.
Em 1938 reuniram-se os Secre
tários da Fazenda dos Estados,
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ccdore.s c representantes autorizados dos Com efeito, foi isso o que se fèz. Es-
tudou-se um padrão provisório que, e"m seguida, passou a ser adotado, a tífulo dc e.xpcríència, durante um e.xercicio, pelos Estados e Municípios. Convocouse uma reunião dos seus representantes"
para discutirem os resultados da e.xperiência e sugerirem as providências que
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projeto elaborado pela própria Conferência no Decreto-lei n.°
1 804, de 24 de novembro daque
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le ano, que aprovou as resoluções to
dades em encontrar um denominador
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para reexame do assunto. No ano se guinte, em 1940, reuniu-se a II Confe
que resolveram aceitar esta evidente e de-
rência e, de acôrdo com idêntico pro
soladora conclusão: se pretendiam tratar cie interesses comuns usavam expressões
aperfeiçoadas as normas anteriormente
tão diferentes que seria impossível um entendimento satisfatório.
Verificaram,
então, que o meio mais prático para á remoção das dificuldades seria traduzir os diversos orçamentos estaduais e muni
cipais num orçamento típico, em que às operações idênticas fossem atribuídas de nominações uniformes.
Basta lembrar
madas e convocou nova Conferência
cedimento, foram criticadas, revistas e
experimentadas. As deliberações foram convertidas, então, no Decreto-lei n.° 2.416 que, por sua vez, previu a reali zação de uma III Conferência, destinada a prosseguir nos estudos relativos aos serviços de contabilidade e administra ção financeira dos Estados e Municípios. Não se pode, portanto, imaginar pro
f|ue a discriminação tributária abrangia
cesso mais democrático para o estabe
niais dc 2.000 rulrricas que, após a pa dronização, foram reduzidas a pouco
lecimento de regras uniformes que per mitam aos .governos locais administrar
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Digesto EcoNÓ^^co 83
Digesto Econômico
livremente as suas finanças. Apenas se convencionou observar princípios tradi
Qual é o segredo de sua resistência e inalterabilidacle nesses quase dez anos
cionalmente aceitos como os mais reco
de contínua aplicação, num país em que
mendáveis à eficiência e à clareza na
se legisla copiosamente? Suponho que, se algum segredo possuem, deve ser sim
gestão da riqueza pública. O órgão fe deral que interveio nessas Conferências
plesmente aquele que sempre assegu
foi o Conselho Técnico de Economia e
rou o caráter de permanência das leis:
Finanças, do Ministério da Fazenda.
o profundo senso da conveniência pú
Mas limitou-se a desempenhar função meramente coordenadora e de coopera
blica livremente reconhecida e procla mada. Mas, desde quando êsse milenar
ção técnica, quer durante a instalação e
requisito legal passou a constituir segrê-
o funcionamento das sessões, quer, pos
do?
teriormente, como órgão centralizador de consultas e distribuidor de informa ções.
As vantagens da padroniza ção, unanimemente reconheci
das e aceitas com o maior entu
siasmo, jamais foram vistas sob
o aspecto de uma imposição ditatorial.
Atribuir-lhes esse
suposto sentido seria tão ocio so quanto negar, por exemplo, as con
quistas do direito comum, no século pas sado, entre os povos livres, sòmente por que adotaram o Código Napoleão. Não se pode condenar uma obra por causa do seu autor. Ao contrário, condena-se
ou absolve-se alguém, justamente, pelas obras que realiza. Dentre as obras que
Não resultou o decreto-lei, hoje ino perante, de uma inspiração providen cial de um homem ou de uma elite. Resultou de um esfôr-
ço coletivo. Os intérpretes da conveniência públioa, justifi cativa de sua elaboração e ex
pedição, foram
os
próprios
cutida, é a da forma de aprovação
vada e divulgada constam os seguin
Nacional, fundada nas deliberações da
futura ni Conferência e no artigo 5.®, XV, b da Constituição, que assegura à
numérico e do esquema de classificação de receita e despesa; III — Ret>i.são dos padrões de orçamentos e quadros ana líticos; IV — Revisão dos padrões de balanços e demonstrativos anexos; V —
Interpretação das normas e aplicação dqs padrões aprovados; VI — ILlaboração da estatística financeira dos Estados e Mu nicípios; VII — Os órgãos autárquicos e autônomos em face da estatística
financeira; VIII — Aspectos econô
dos Municípios.
sas unidades no conjunto nacional a que se acham indissolúvelmente ligadas. As
regras que teòricamente estudaram, pràticamente experimentaram e, afinal, juri
dicamente concatenaram num código co mum, satisfaziam, plenamente, as exigên
gura essa notável conquista da padroni zação orçamentária, que outros povos, geralmente apontados como modelos de progresso administrativo, ainda não con seguiram acrescentar às suas instituições. A despeito de tudo isso, não é legal mente obrigatória a padronização, por que a Constituição Federal e as Consti
recíproco e fortaleciam a unidade nacio nal. Seus próprios redatores puseramnas em execução, incorporaram-nas ao USO; trailsmitiram-nas intactas aos seus
sucessores. Hoje, mais fortes pelo víncu
lo do tácito consenso, que lhes assegu rou fecunda aplicação, do que pela so lenidade do ato jurídico que, formal mente, as implantou, resistiram e hão,
certamente, de resistir a qualquer ten tativa desagregadora.
Anuncia-se, para breve, uma Confe rência no Rio, de representantes dos Es-
Será necessária uma lei do Congresso
tes temas: I — Atualização dos nomias
versas unidades administrativas do país,
dos interesses isolados das di
dessas normas.
em vigor e possível dahoração de um anteprojeto de lei ruicional de contabili dade pública; II - Revisão do Código
não perderam de vista a integração des
agentes dela porque, no trato
cias locais, favoreciam o entendimento
fase de reajustamento constitucional?
tados e Municípios, para revê-las e, na turalmente, ajustá-las à nova organiza ção constitucionah Da agenda já apro
micos do orçamento; IX — Planos plurienais e sua repercussão no orçamento; X — Assuntos peculiares
avultam no ativo do regime passado fi
tuições estaduais deixaram de perfilhála. Mas, por que teria ela resistido, na prática, pacificamente, à ânsia de reno vação que empolgou o país durante a
V
Diante da nossa desautorizada ex
periência pessoal, colhida nos trabalhos de uma extinta comissão, encarregada,
em outros temjios, de preparar as bases dessa III Conferência, segundo o dispos to no Decreto-lei n.° 2.416, a qual co ordenou as emendas e as sugestões en
viadas pelos interessados, imaginamos que poucas sejam as alterações substan ciais que venham a sofrer as normas
União competência para legislar sôbre normas de direito financeiro? Ou será bastante um "Convênio" dos
Estados e Municípios, ratificável, exclusi
vamente, por atos dos poderes legislati vos dessas entidades?
A primeira alternativa importaria, necessàriamente, na adaptação do Orça mento Geral da República aos modelos
padronizados para os Estados e Muni cípios. Do contrário, dificilmente poder-se-ia reconhecer competência na
União para legislar sôbre normas que
lhe parecessem boas para as administra ções estaduais e municipais e inconve nientes à administração federal.
. A segunda alternativa favoreceria a
possível conveniência da União de esquivar-se à adaptação compulsória do seu processo orçamentário aq_dos Esta dos e Múnicípios e acentuaria a autono
mia destes, quanto ao direito de legisla rem sôbre cs atos de sua própria admi- nistração.
Qualquer delas, porém, homologando, pela melhor forma jurídica, aquilo que podemos considerar a melhor institui
cipal questão, preliminar e essencial, que, embora não conste da agen
ção consuetudinária de nossa adminis tração financeira, revigorará uma esplên dida conquista da racionalização admi
da, não poderá
nistrativa do Brasil.
atualmente em uso. Entretanto, a prin
deixar de ser dis
82
Digesto EcoNÓ^^co 83
Digesto Econômico
livremente as suas finanças. Apenas se convencionou observar princípios tradi
Qual é o segredo de sua resistência e inalterabilidacle nesses quase dez anos
cionalmente aceitos como os mais reco
de contínua aplicação, num país em que
mendáveis à eficiência e à clareza na
se legisla copiosamente? Suponho que, se algum segredo possuem, deve ser sim
gestão da riqueza pública. O órgão fe deral que interveio nessas Conferências
plesmente aquele que sempre assegu
foi o Conselho Técnico de Economia e
rou o caráter de permanência das leis:
Finanças, do Ministério da Fazenda.
o profundo senso da conveniência pú
Mas limitou-se a desempenhar função meramente coordenadora e de coopera
blica livremente reconhecida e procla mada. Mas, desde quando êsse milenar
ção técnica, quer durante a instalação e
requisito legal passou a constituir segrê-
o funcionamento das sessões, quer, pos
do?
teriormente, como órgão centralizador de consultas e distribuidor de informa ções.
As vantagens da padroniza ção, unanimemente reconheci
das e aceitas com o maior entu
siasmo, jamais foram vistas sob
o aspecto de uma imposição ditatorial.
Atribuir-lhes esse
suposto sentido seria tão ocio so quanto negar, por exemplo, as con
quistas do direito comum, no século pas sado, entre os povos livres, sòmente por que adotaram o Código Napoleão. Não se pode condenar uma obra por causa do seu autor. Ao contrário, condena-se
ou absolve-se alguém, justamente, pelas obras que realiza. Dentre as obras que
Não resultou o decreto-lei, hoje ino perante, de uma inspiração providen cial de um homem ou de uma elite. Resultou de um esfôr-
ço coletivo. Os intérpretes da conveniência públioa, justifi cativa de sua elaboração e ex
pedição, foram
os
próprios
cutida, é a da forma de aprovação
vada e divulgada constam os seguin
Nacional, fundada nas deliberações da
futura ni Conferência e no artigo 5.®, XV, b da Constituição, que assegura à
numérico e do esquema de classificação de receita e despesa; III — Ret>i.são dos padrões de orçamentos e quadros ana líticos; IV — Revisão dos padrões de balanços e demonstrativos anexos; V —
Interpretação das normas e aplicação dqs padrões aprovados; VI — ILlaboração da estatística financeira dos Estados e Mu nicípios; VII — Os órgãos autárquicos e autônomos em face da estatística
financeira; VIII — Aspectos econô
dos Municípios.
sas unidades no conjunto nacional a que se acham indissolúvelmente ligadas. As
regras que teòricamente estudaram, pràticamente experimentaram e, afinal, juri
dicamente concatenaram num código co mum, satisfaziam, plenamente, as exigên
gura essa notável conquista da padroni zação orçamentária, que outros povos, geralmente apontados como modelos de progresso administrativo, ainda não con seguiram acrescentar às suas instituições. A despeito de tudo isso, não é legal mente obrigatória a padronização, por que a Constituição Federal e as Consti
recíproco e fortaleciam a unidade nacio nal. Seus próprios redatores puseramnas em execução, incorporaram-nas ao USO; trailsmitiram-nas intactas aos seus
sucessores. Hoje, mais fortes pelo víncu
lo do tácito consenso, que lhes assegu rou fecunda aplicação, do que pela so lenidade do ato jurídico que, formal mente, as implantou, resistiram e hão,
certamente, de resistir a qualquer ten tativa desagregadora.
Anuncia-se, para breve, uma Confe rência no Rio, de representantes dos Es-
Será necessária uma lei do Congresso
tes temas: I — Atualização dos nomias
versas unidades administrativas do país,
dos interesses isolados das di
dessas normas.
em vigor e possível dahoração de um anteprojeto de lei ruicional de contabili dade pública; II - Revisão do Código
não perderam de vista a integração des
agentes dela porque, no trato
cias locais, favoreciam o entendimento
fase de reajustamento constitucional?
tados e Municípios, para revê-las e, na turalmente, ajustá-las à nova organiza ção constitucionah Da agenda já apro
micos do orçamento; IX — Planos plurienais e sua repercussão no orçamento; X — Assuntos peculiares
avultam no ativo do regime passado fi
tuições estaduais deixaram de perfilhála. Mas, por que teria ela resistido, na prática, pacificamente, à ânsia de reno vação que empolgou o país durante a
V
Diante da nossa desautorizada ex
periência pessoal, colhida nos trabalhos de uma extinta comissão, encarregada,
em outros temjios, de preparar as bases dessa III Conferência, segundo o dispos to no Decreto-lei n.° 2.416, a qual co ordenou as emendas e as sugestões en
viadas pelos interessados, imaginamos que poucas sejam as alterações substan ciais que venham a sofrer as normas
União competência para legislar sôbre normas de direito financeiro? Ou será bastante um "Convênio" dos
Estados e Municípios, ratificável, exclusi
vamente, por atos dos poderes legislati vos dessas entidades?
A primeira alternativa importaria, necessàriamente, na adaptação do Orça mento Geral da República aos modelos
padronizados para os Estados e Muni cípios. Do contrário, dificilmente poder-se-ia reconhecer competência na
União para legislar sôbre normas que
lhe parecessem boas para as administra ções estaduais e municipais e inconve nientes à administração federal.
. A segunda alternativa favoreceria a
possível conveniência da União de esquivar-se à adaptação compulsória do seu processo orçamentário aq_dos Esta dos e Múnicípios e acentuaria a autono
mia destes, quanto ao direito de legisla rem sôbre cs atos de sua própria admi- nistração.
Qualquer delas, porém, homologando, pela melhor forma jurídica, aquilo que podemos considerar a melhor institui
cipal questão, preliminar e essencial, que, embora não conste da agen
ção consuetudinária de nossa adminis tração financeira, revigorará uma esplên dida conquista da racionalização admi
da, não poderá
nistrativa do Brasil.
atualmente em uso. Entretanto, a prin
deixar de ser dis
85
Dicesto Econômico
A participação no lucro das empresas
agra\'anicnli) das lulas de classe, que
do Trabalho, nos quais são geralmente
coii.stiluíam o inslrunieuto das. rci\indi-
importas ao empregador obrigações uni
Clovis Leite Ribetug
cações sociais c o fundamento das teo
laterais.
rias socialistas do século passado. Tòdas
cial e trabalhista se explica diante do
as lutas e conquistas, no campo social, desde a primeira metade cio século XIX
sob forma direta pelo n.° IV
que em qualquer país sc tenha encon trado uma solução plenamente satisfató ria. Na França, na Inglaterra, na Ale
cio art. 157 . da Constituição
manha, nos Estados Unidos, na Argen
Federal, vem sendo objeto de vários projetos de regulamenta ção, apresentados ao Congres
tina, na Bolívia, no Uruguai, a partici
impregnadas dèssc espírito de irredutível oposição entre o capital o o tralialho. No Brasil, o regime semi-feuclal, im-
PARTICIPAÇÃO no lucro das
empresas, tornada obrigatória
tr
so Nacional.
O mais recente desses projetos, ado
tado com algumas alterações pela Comis são de Legislação Social da Câmara dos
Deputados, é o do deputado Paulo Sarasate. Êsse projeto toma obrigatória dis I
tribuição anual, entre os empregados da empresa, de 30% dos lucros lícjuidos, conceituados como tal os tributáveis pela Divisão do Imposto de Renda, após de dução do imposto e de 8% sobre a soma
pação tem caráter facultativo, constituin
do insignificante minoria a.s empresas que a concedem. A constituição mexicana se
limita a determinar que a fixação do tipo de salário mínimo c da participa ção nos lucros se faça por meio de co missões especiais municipais. Únicamente em dois países, Chile e Venezuela, a
participação nos lucros é obrigatória e
do capital realizado e das reservas admi tidas pela legislação do imposto de ren
direta, atingindo no Chile a 20% e na Venezuela a 10% dos lucros líquidos. O insucesso quase geral da institui ção causa à primeira vista certa estra nheza. Aparentemente, deveria ser a participação no lucro das emprêsas a
da.
forma mais adequada, do ponto de vista
A distribuição se faz, segundo o
até os nossos dias, estão profiindaniento
perante até 1930, reduziu ao mínimo as po.ssihilidades de reivindicações sociais.
o resultado de lentas conquistas, através
de lutns cjue duraram decênios. Entretanlõ, toda nossa legislação trabalhista .se
inspirou nesse espírito de lula de classe c do antagonismo entro o capital e o
causas de seu insucesso.
as nossas leis sociais e
assiduidade e à eficiência; os quatro pri
Essa causa talvez resida na profun da contradição entre a participação nos
pendente de exclusivo critério do em
contemporâneo. Nossas instituições so ciais são ainda uma herança do século
pregador.
passado, resultante das lutas de classe,
A apresentação do projeto à Comissão de Legislação Social foi precedida de
do cujo sangue e lágrimas nasceram. O capitalismo moderno, no clima de liberalismo individualista surgido da Re
certas considerações e de sucinta análi
se do que, relativamente a matéria, tem sido feito nas legislações de outros países. Êsse exame da evolução da ideia da
participação dos empregados no lucro das
volução Francesa, tratando o trabalho
como mercadoria, criou profundo anta gonismo entre o trabalhador e o capi talista e reduziu a remuneração do tra
emprêsas é extremamente interessante.
balho aos limites mínimos impostos pelos
Mostra que, desde côrca de um século, o problema vem sendo debatido, .sfem
imperativos das forças econômicas.
Dessa posição decorreu o crescente
gativas e vantagens mínimas decorrentes dc sua essência humana.
Ora, a participação dos empregados
pírito inteiramente diverso. Pressupõe uma forma nova de capitalismo social, substituídos pelos iiilerêsses sociais, no funcionamento das emprêsas de natureza
econômica. Pressupõe a supressão da luta de classes e a harmonização de todos os fatores da produção. Pressupõe em
suma, um regime de perfeita comunidade de capital e trabalho na empresa, conforme su
traballio, como fatores
de produção. Em todas
possível' de 10 ciuotas, é subjeHvo, de
contra as forças econômicas as prerro
em que os interesses individuais sejam
trabalho. Cumpre, portanto, indagar das
e das reivindicações sociais no mundo
fatores econômicos, compreendc-se que, sendo uma mercadoria humana, o Estado inlervenha no sentido de lhe assegurar
evolução social cio pais, outorgando, de cima para baixo, medidas de proteção trabaMústa, cjue em outros países foram
porcionais ao salário do .empregado, à antigüidade, aos encargos de família, à
lucros e o espírito inspirador das lutas
cloria. Se o trabalho é uim mercadoria,
cujo preço depende exclusi\amente dos
no lucro das empresas pressupõe um es
social c econômico, de remuneração de
possível de 50 quotas, são de natureza • objetiva, e o último, no total máximo
conceito capitalista do trabalho-merca-
Mas, a partir da rci"olução de 1930. nossa cvülqção nósse sentido se precipitou bruscamente, através de uma série de decretos ditatoriais, r|uc aceleraram a
projeto, por um sistema de quotas pro
meiros fatores, que totalizam um máximo
Essa feição da legislação so
gere G. R- em sua obra
"Aspectos do Capitalis
trabalhistas, o trabalha
mo Moderno-', como sc-
dor é encarado como ví
tima' de exploração do empregador, contra a
qual se exerce a inter venção do Estado nas
atividades privadas, com o objetivo de amenizar
ac|uela exploração e ciar jio trabalhador direitos, aos
quais
raramente
correspondem obrigações.
A leitura atenta dos dispositivos da Coii-solidação das Leis do Trabalho mos tra a evidência dessa situação, no re
gime de salários; de duração do tra balho, de férias, de estabilidade, de or
ganização o funcionamento da Justiça
lução para os problemas
£
do capitalismo contem porâneo. Colocado nestes têr-
inos o problema, tornase evidente que a par
ticipação direta no luci-o das empresas, entendida cm sentido integral,
com sua decorrência lógica de participa
ção na administração, só pode ser a úl tima etapa de um longo processo de socialização cios meios de produção e distribuição dos bens e de uma completa tiansformação do capitalismo individua lista em capitalismo social.
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Dicesto Econômico
A participação no lucro das empresas
agra\'anicnli) das lulas de classe, que
do Trabalho, nos quais são geralmente
coii.stiluíam o inslrunieuto das. rci\indi-
importas ao empregador obrigações uni
Clovis Leite Ribetug
cações sociais c o fundamento das teo
laterais.
rias socialistas do século passado. Tòdas
cial e trabalhista se explica diante do
as lutas e conquistas, no campo social, desde a primeira metade cio século XIX
sob forma direta pelo n.° IV
que em qualquer país sc tenha encon trado uma solução plenamente satisfató ria. Na França, na Inglaterra, na Ale
cio art. 157 . da Constituição
manha, nos Estados Unidos, na Argen
Federal, vem sendo objeto de vários projetos de regulamenta ção, apresentados ao Congres
tina, na Bolívia, no Uruguai, a partici
impregnadas dèssc espírito de irredutível oposição entre o capital o o tralialho. No Brasil, o regime semi-feuclal, im-
PARTICIPAÇÃO no lucro das
empresas, tornada obrigatória
tr
so Nacional.
O mais recente desses projetos, ado
tado com algumas alterações pela Comis são de Legislação Social da Câmara dos
Deputados, é o do deputado Paulo Sarasate. Êsse projeto toma obrigatória dis I
tribuição anual, entre os empregados da empresa, de 30% dos lucros lícjuidos, conceituados como tal os tributáveis pela Divisão do Imposto de Renda, após de dução do imposto e de 8% sobre a soma
pação tem caráter facultativo, constituin
do insignificante minoria a.s empresas que a concedem. A constituição mexicana se
limita a determinar que a fixação do tipo de salário mínimo c da participa ção nos lucros se faça por meio de co missões especiais municipais. Únicamente em dois países, Chile e Venezuela, a
participação nos lucros é obrigatória e
do capital realizado e das reservas admi tidas pela legislação do imposto de ren
direta, atingindo no Chile a 20% e na Venezuela a 10% dos lucros líquidos. O insucesso quase geral da institui ção causa à primeira vista certa estra nheza. Aparentemente, deveria ser a participação no lucro das emprêsas a
da.
forma mais adequada, do ponto de vista
A distribuição se faz, segundo o
até os nossos dias, estão profiindaniento
perante até 1930, reduziu ao mínimo as po.ssihilidades de reivindicações sociais.
o resultado de lentas conquistas, através
de lutns cjue duraram decênios. Entretanlõ, toda nossa legislação trabalhista .se
inspirou nesse espírito de lula de classe c do antagonismo entro o capital e o
causas de seu insucesso.
as nossas leis sociais e
assiduidade e à eficiência; os quatro pri
Essa causa talvez resida na profun da contradição entre a participação nos
pendente de exclusivo critério do em
contemporâneo. Nossas instituições so ciais são ainda uma herança do século
pregador.
passado, resultante das lutas de classe,
A apresentação do projeto à Comissão de Legislação Social foi precedida de
do cujo sangue e lágrimas nasceram. O capitalismo moderno, no clima de liberalismo individualista surgido da Re
certas considerações e de sucinta análi
se do que, relativamente a matéria, tem sido feito nas legislações de outros países. Êsse exame da evolução da ideia da
participação dos empregados no lucro das
volução Francesa, tratando o trabalho
como mercadoria, criou profundo anta gonismo entre o trabalhador e o capi talista e reduziu a remuneração do tra
emprêsas é extremamente interessante.
balho aos limites mínimos impostos pelos
Mostra que, desde côrca de um século, o problema vem sendo debatido, .sfem
imperativos das forças econômicas.
Dessa posição decorreu o crescente
gativas e vantagens mínimas decorrentes dc sua essência humana.
Ora, a participação dos empregados
pírito inteiramente diverso. Pressupõe uma forma nova de capitalismo social, substituídos pelos iiilerêsses sociais, no funcionamento das emprêsas de natureza
econômica. Pressupõe a supressão da luta de classes e a harmonização de todos os fatores da produção. Pressupõe em
suma, um regime de perfeita comunidade de capital e trabalho na empresa, conforme su
traballio, como fatores
de produção. Em todas
possível' de 10 ciuotas, é subjeHvo, de
contra as forças econômicas as prerro
em que os interesses individuais sejam
trabalho. Cumpre, portanto, indagar das
e das reivindicações sociais no mundo
fatores econômicos, compreendc-se que, sendo uma mercadoria humana, o Estado inlervenha no sentido de lhe assegurar
evolução social cio pais, outorgando, de cima para baixo, medidas de proteção trabaMústa, cjue em outros países foram
porcionais ao salário do .empregado, à antigüidade, aos encargos de família, à
lucros e o espírito inspirador das lutas
cloria. Se o trabalho é uim mercadoria,
cujo preço depende exclusi\amente dos
no lucro das empresas pressupõe um es
social c econômico, de remuneração de
possível de 50 quotas, são de natureza • objetiva, e o último, no total máximo
conceito capitalista do trabalho-merca-
Mas, a partir da rci"olução de 1930. nossa cvülqção nósse sentido se precipitou bruscamente, através de uma série de decretos ditatoriais, r|uc aceleraram a
projeto, por um sistema de quotas pro
meiros fatores, que totalizam um máximo
Essa feição da legislação so
gere G. R- em sua obra
"Aspectos do Capitalis
trabalhistas, o trabalha
mo Moderno-', como sc-
dor é encarado como ví
tima' de exploração do empregador, contra a
qual se exerce a inter venção do Estado nas
atividades privadas, com o objetivo de amenizar
ac|uela exploração e ciar jio trabalhador direitos, aos
quais
raramente
correspondem obrigações.
A leitura atenta dos dispositivos da Coii-solidação das Leis do Trabalho mos tra a evidência dessa situação, no re
gime de salários; de duração do tra balho, de férias, de estabilidade, de or
ganização o funcionamento da Justiça
lução para os problemas
£
do capitalismo contem porâneo. Colocado nestes têr-
inos o problema, tornase evidente que a par
ticipação direta no luci-o das empresas, entendida cm sentido integral,
com sua decorrência lógica de participa
ção na administração, só pode ser a úl tima etapa de um longo processo de socialização cios meios de produção e distribuição dos bens e de uma completa tiansformação do capitalismo individua lista em capitalismo social.
4
Dicesto EcoNó»aco
que objetivam a melhoria das condições
Para que o empregado participe di reta e efetivamente nos lucros e na di
reção das empresas é mister conceberse a empresa como uma perfeita co munidade de capital e trabalho, harmo
niosamente conjugados.
87
Dicesto Econômico
86
Ora, o Brasil
está ainda muito distante desse ideal.
Aliás, nenhum dos países do mundo oci dental, onde o capitalismo se mantém como sistema jurídico de estruturação
das forças econômicas, atingiu ainda
proteção das leis trabalhistas, nem deve ser alegada como pretê.xto para que os trabalhadores sejam impedidos de reivindicar melhoria de .salário".
Com tal espírito não é possívél cogi tar-se da participação nos lucros e na direção das empresas, de forma integral, como solução paru a socialização do ca pitalismo, em um regime de harmoni zação do trabalho e do capital, na co munidade da empresa. E qualquer ou
e plashcidade para se ajustarem à rea
técnicas do trabalho e do m\'el de vida dos traballiadores.
lidade brasileira, sem riscos de defor mação de nossa evolução econômica.
Na impossibilidade de realizarmos no Brasil a participação direta e integral, etapa de um longo processo de sociali
A parhcipação.integral nos lucros, de corrente de completa integração dos em-' pregados na emprêsa. é um objetivo lon gínquo, que só pode ser atingido por
zação, o que nos cabe é fazer regula
via indireta, através de uma série de
que só pode ser concebida como \'iUima mentar o i?receito constitucional com sabedoria e prudência, aproveitando in
teligentemente a experiência das múl tiplas formas de participação facultati va que a realidade nos apresenta, sem a preocupação de realizar obra defi
medidas que incentivem um movimen
to espontâneo das emprêsas nesse sen tido. Igualmente, o aprimoramento téc nico e a melhoria dfts condições de vi da do trabalhador, u que se dedicam ins
essa etapa. Aqui, como alhures, ainda se mantém a irredutível oposição entre
tra forma de participação nos lucros não
o capital e o trabalho, em um sistema
tateando cuidadosamente
indústria e pelo comércio, como o SE-
jurídico de capitalismo privado. Ainda o espirito da luta de classes é o que
nas um subre-salário, se fôr concedida sob forma direta, ou uma extensão dos benefícios sociais, se o fôr de forma
nas névoas do problema, guiados pelo conhecimento experimental de nossa rea
continuar a cargo de instituições dessa
inspira as atitudes dos trabalhadores em
indireta.
lidade social e econômica.
face das empresas, de que são assalaria dos.
Nessas condições, a participação no lucro, nos termos em que está preceituada em nossa Constituição, representará uma nova e poderosa arma para a luta
de classes e um fator de agravamento da oposição entre o trabalho e o capital. A atitude dos trabalhadores ení face
do dispositivo constitucional, cuja regu lamentação é atualmente objeto de deba
tes no Congresso Nacional, se inspira inequivocamente nesse espírito. Em 1946, ho Congresso Nacional dos
Trabalhadores do Brasil, foi aprovada uma declaração que expressa nitidamen te a desconfiança das massas trabalha
será pròpriamente participação, mas ape
De qualquer forma, porém, por que se
nitiva, mas
A anáhse do que vem sendo feito es
considere o problema, nada se deverá
pontaneamente por muitas emprêsas no
fazer sem um cuidadoso estudo da rea
Brasil revela que a participação nos
lidade brasileira. Bastantes erros temos
lucros objetiva dois resultados princi
cometido, com o processo de legislar de cima para baixo, concedendo medi das por decreto e procurando amoldar a realidade à lei, em vez de deduzir a lei da realidade.
pais: o de integrar na comunidade da emprêsa um pequeno número de anti
gos empregados, cuja dedicação e efi ciência foram provados por muitos anos
de labor, e o de incentivar a produtivida
tituições espontaneamente criadas pela NAI, SESI, SENAC e SESC, devem natureza, como forma indireta de par
ticipação nos lucros, animada e desen volvida, em todo o país, pelos poderes públicos. Resta a participação direta, extensiva a todos os trabalhadores, nos têrmos do
dispositivo constitucional, que nos cum
pre regulamentar, se não chegarmos à conclusão de sua absoluta inviabilidade^
hipótese em que se tomará imperiosa a
Ora, o que a nossa realidade tem de
de e premiar o esforço dos demais.
necessidade de revisão do têxto constitu
monstrado é que existe aqui a participa
Êsse, objetivo representa um movimen to no sentido da solução dos problemas
cional.
não se transforme em perigosa aventu
ra, há de ser feita atendendo à realida
ção nos lucros, com caráter facultativo
Tal regulamentação, para que
sob formas as mais diversas. Há a par
sociais do capitalismo e do problema eco
ticipação direta nos lucros e na direção
nômico consistente na imperiosa neces
de brasileira, repetimos. Há de ter em
restringida a um pequeno número de em pregados integrados na comunidade da empresa, por parte de certas socieda
sidade de aumento da eficiência técni
consideração nosso incipiente desenvol
ca e da produtividade de nossos tra
vimento econômico, nossa premente ne
balhadores, como única forma de al
cessidade de acumulação de capitais na
des de que aqueles empregados partici
cançarmos uma real elevação do nível
pam efetivamente, como quotistas ou
de vida de nossa população.
cionais e de importação de capitais es trangeiros, as exigências de aumento de produtividade da mão-de-obra brasilei ra, para eficente reerguimento da pro dução agropeciuíria conjugada com si
doras e, sua disposição no sentido de lutar pela manutenção de todas as prer rogativas que lhes foram asseguradas pela legislação trabalhista, transforman do a participação nos lucros em uma
tulo de estímulo e prêmio, a critério do
ser orientada a regulamentação da participação"nos lucros, não com uma mira
nova prerrogativa e num instrumento de
empregador, nas empresas que distri
buem anualmente entre seus emprega
culosa lei que da noite para o dia resol
luta de classes. Essa declaração foi re
digida nos seguintes têrmos: "A partici pação nos lucros não é um contrato de sociedade; não tira ao trabalhador o ca ráter de assalariado, nem o direito à
acionistas e diretores. Há a participa ção direta nos lucros, concedida a tí
E', portanto, nesse sentido que deve
verá todos êsses problemas, mas com
multânea industrialização do país e, além disso, a necessidade não menos
dos uma parte dos lucros, sob forma de gratificação. E há a participação indi
uma série de leis e iniciativas governa
imperiosa de lograrmos uma certa esta
reta naquelas emprêsas em que uma par
mentais, que atendam à imensa comple
xidade do problema e tçnham suficien-
bilização de salários e preços, para por mos finalmente côbro à espiral inflado-
te do lucro é invertida em realizações
Dicesto EcoNó»aco
que objetivam a melhoria das condições
Para que o empregado participe di reta e efetivamente nos lucros e na di
reção das empresas é mister conceberse a empresa como uma perfeita co munidade de capital e trabalho, harmo
niosamente conjugados.
87
Dicesto Econômico
86
Ora, o Brasil
está ainda muito distante desse ideal.
Aliás, nenhum dos países do mundo oci dental, onde o capitalismo se mantém como sistema jurídico de estruturação
das forças econômicas, atingiu ainda
proteção das leis trabalhistas, nem deve ser alegada como pretê.xto para que os trabalhadores sejam impedidos de reivindicar melhoria de .salário".
Com tal espírito não é possívél cogi tar-se da participação nos lucros e na direção das empresas, de forma integral, como solução paru a socialização do ca pitalismo, em um regime de harmoni zação do trabalho e do capital, na co munidade da empresa. E qualquer ou
e plashcidade para se ajustarem à rea
técnicas do trabalho e do m\'el de vida dos traballiadores.
lidade brasileira, sem riscos de defor mação de nossa evolução econômica.
Na impossibilidade de realizarmos no Brasil a participação direta e integral, etapa de um longo processo de sociali
A parhcipação.integral nos lucros, de corrente de completa integração dos em-' pregados na emprêsa. é um objetivo lon gínquo, que só pode ser atingido por
zação, o que nos cabe é fazer regula
via indireta, através de uma série de
que só pode ser concebida como \'iUima mentar o i?receito constitucional com sabedoria e prudência, aproveitando in
teligentemente a experiência das múl tiplas formas de participação facultati va que a realidade nos apresenta, sem a preocupação de realizar obra defi
medidas que incentivem um movimen
to espontâneo das emprêsas nesse sen tido. Igualmente, o aprimoramento téc nico e a melhoria dfts condições de vi da do trabalhador, u que se dedicam ins
essa etapa. Aqui, como alhures, ainda se mantém a irredutível oposição entre
tra forma de participação nos lucros não
o capital e o trabalho, em um sistema
tateando cuidadosamente
indústria e pelo comércio, como o SE-
jurídico de capitalismo privado. Ainda o espirito da luta de classes é o que
nas um subre-salário, se fôr concedida sob forma direta, ou uma extensão dos benefícios sociais, se o fôr de forma
nas névoas do problema, guiados pelo conhecimento experimental de nossa rea
continuar a cargo de instituições dessa
inspira as atitudes dos trabalhadores em
indireta.
lidade social e econômica.
face das empresas, de que são assalaria dos.
Nessas condições, a participação no lucro, nos termos em que está preceituada em nossa Constituição, representará uma nova e poderosa arma para a luta
de classes e um fator de agravamento da oposição entre o trabalho e o capital. A atitude dos trabalhadores ení face
do dispositivo constitucional, cuja regu lamentação é atualmente objeto de deba
tes no Congresso Nacional, se inspira inequivocamente nesse espírito. Em 1946, ho Congresso Nacional dos
Trabalhadores do Brasil, foi aprovada uma declaração que expressa nitidamen te a desconfiança das massas trabalha
será pròpriamente participação, mas ape
De qualquer forma, porém, por que se
nitiva, mas
A anáhse do que vem sendo feito es
considere o problema, nada se deverá
pontaneamente por muitas emprêsas no
fazer sem um cuidadoso estudo da rea
Brasil revela que a participação nos
lidade brasileira. Bastantes erros temos
lucros objetiva dois resultados princi
cometido, com o processo de legislar de cima para baixo, concedendo medi das por decreto e procurando amoldar a realidade à lei, em vez de deduzir a lei da realidade.
pais: o de integrar na comunidade da emprêsa um pequeno número de anti
gos empregados, cuja dedicação e efi ciência foram provados por muitos anos
de labor, e o de incentivar a produtivida
tituições espontaneamente criadas pela NAI, SESI, SENAC e SESC, devem natureza, como forma indireta de par
ticipação nos lucros, animada e desen volvida, em todo o país, pelos poderes públicos. Resta a participação direta, extensiva a todos os trabalhadores, nos têrmos do
dispositivo constitucional, que nos cum
pre regulamentar, se não chegarmos à conclusão de sua absoluta inviabilidade^
hipótese em que se tomará imperiosa a
Ora, o que a nossa realidade tem de
de e premiar o esforço dos demais.
necessidade de revisão do têxto constitu
monstrado é que existe aqui a participa
Êsse, objetivo representa um movimen to no sentido da solução dos problemas
cional.
não se transforme em perigosa aventu
ra, há de ser feita atendendo à realida
ção nos lucros, com caráter facultativo
Tal regulamentação, para que
sob formas as mais diversas. Há a par
sociais do capitalismo e do problema eco
ticipação direta nos lucros e na direção
nômico consistente na imperiosa neces
de brasileira, repetimos. Há de ter em
restringida a um pequeno número de em pregados integrados na comunidade da empresa, por parte de certas socieda
sidade de aumento da eficiência técni
consideração nosso incipiente desenvol
ca e da produtividade de nossos tra
vimento econômico, nossa premente ne
balhadores, como única forma de al
cessidade de acumulação de capitais na
des de que aqueles empregados partici
cançarmos uma real elevação do nível
pam efetivamente, como quotistas ou
de vida de nossa população.
cionais e de importação de capitais es trangeiros, as exigências de aumento de produtividade da mão-de-obra brasilei ra, para eficente reerguimento da pro dução agropeciuíria conjugada com si
doras e, sua disposição no sentido de lutar pela manutenção de todas as prer rogativas que lhes foram asseguradas pela legislação trabalhista, transforman do a participação nos lucros em uma
tulo de estímulo e prêmio, a critério do
ser orientada a regulamentação da participação"nos lucros, não com uma mira
nova prerrogativa e num instrumento de
empregador, nas empresas que distri
buem anualmente entre seus emprega
culosa lei que da noite para o dia resol
luta de classes. Essa declaração foi re
digida nos seguintes têrmos: "A partici pação nos lucros não é um contrato de sociedade; não tira ao trabalhador o ca ráter de assalariado, nem o direito à
acionistas e diretores. Há a participa ção direta nos lucros, concedida a tí
E', portanto, nesse sentido que deve
verá todos êsses problemas, mas com
multânea industrialização do país e, além disso, a necessidade não menos
dos uma parte dos lucros, sob forma de gratificação. E há a participação indi
uma série de leis e iniciativas governa
imperiosa de lograrmos uma certa esta
reta naquelas emprêsas em que uma par
mentais, que atendam à imensa comple
xidade do problema e tçnham suficien-
bilização de salários e preços, para por mos finalmente côbro à espiral inflado-
te do lucro é invertida em realizações
!|ii I I.. MxPjPVMip Díc:l;sto Econômico"
88
nisla, que perturba a uüvitladu econô
(^tiunlo à forma de dislribuição a«)S
mica e dissolve os costumes. Há de ter
empregados, é mister ler cm conta que,
em consideração a tremenda complexi dade do problema, decorrente da extre ma variedade das empresas, de.sdc as
deve a participação nos lucros ter um .sentido econômico de incentivo e prê
que apresentam avultados lucros às mar ginais, desde as que já consolidaram sua
posição às que estão ainda em fase de organização, desde aquelas em que a porcentagem de lucro é elevada em pro porção com o número de traballiadore.s, às em que é ínfima ou negativa tal porcentagem. E, principalmente, há de ter em consideração o que a experiência nos vem ensinando, isto é, que a partici-
'pação direta nos lucros, para não se tor
nar fator de perturbação econômica, há de ser concedida com o caráter de in
centivo à produtividade e de prê mio ao
esforço
e
à *dedicação
do
trabalhador.
Dessas premissas decorre a conclu
são de que a porcentagem de partici pação nos lucros, que o texto constitricional deixou a cargo do legislador ordi nário, deve ser fixada tendo em conside
ração as emprêsas marginais, cuja ma nutenção e necessidade de desenvolvi
mento poderiam tornar-se impossíveis com a fixação de porcentagem mais alta.
Nessas condições, a porcentagem fi
mais do qiu' um ato do justiça social, mio ao trabalho.
sC
encontraria
nm
critério
chjetivo para medida da eficiência; essa só pode ser adequadamente apreciada pelo critério subjetivo dos dirigentes da empresa.
ANÁLISE DOS MERCADOS DoluvAi. TnixraiiA Viiiuc-v
Dai decorre quí- a
distribuição da participação nos lucros deve fazer-se atendendo principalmen te a eficiência do empregado. Ora, di ficilmente
r
O projeto Sarasate estabele
ce um sistema algo complexo dc distri buição cm função dos elementos, salário,
antigüidade, encargos dc família, assi duidade e eficiância, sob forma dc quo tas cm número de 50, das quais corres pondem 10 à eficiência, apreciada sub jetivamente pelo empregador. Entende mos que seria conveniente dar a estas últimas valor correspondente a 50!?, segundo critérios objetivos, e 50% se gundo a apreciação subjetiva dos diri gentes da empresa. Tal regulamentação estaria muito lon ge de representar uma solução perfeita para o problema, capaz de atender às mil peculiaridades e à extrema varieda de das empresa.s. Seria, entretanto, uma
A análise dos mercados, ou seja, o es tudo dos moviniento.s. da oferta e
da procura, vem cada vez mais assumin do um aspecto prático. Principalmen te a partir das Escolas Hedonistas — os Marginalistas por um lado e a Es cola Matemática por outro — cles'ocan-
do-sc o problema do conheeimeiüo da
\'ida econômica do plano material cta
produção para (5 plano humano, proces sou-se um maior ajustamento cia ciên cia à realidade, o se contribuiu para o maior desenvolvimento da metodologia
aplicada à ciência econômica. O de ...
I..
nomisla permitiram cnie se tornasse mais
preciso o problema da determinação da oferta eria c c da uu procura.
A análise das possibilidades de varia
ção de uma e de outra a luineípio caa
nível de vida decorre do progresso de nossa economia. Somente o estudo das
lucro das empresas só poderia encontrar
estatísticas
diante a revisão do texto constitucional,
initido antes a obtenção de um rendi mento, em dinheiro, que lhes possibilita
média de lucro que as empresas costu
do sorte a torná-la facultativa ou indire
va xjagur o preço pedido pelos bens ou
mam dar a seus empregados, sob forma
ta, liinilando-.se a ação do Estado a criar as condições favoráveis ao seu desenvol
serviços procurados. Admitindo-se, por hipótese, que um
vimento espontâneo, segundo as peculia ridades dc cada cmprôsa. -
Xireçü zero, a quantidade pela qual a x^ro-
à
porcentagem
de gratificação de fim de ano, poderá indicar qual deva ser . a porcentagem
tornada obrigatória por lei.
uma solução plenamente satisfatória me
Ao ccmtrano,-a oltrta,
b
-
do condições, variaria no
i
niiÁle t.òraeioeinio, esforeo Ám rninimo resnllado. .nnito claro e snnples. JZu no enlanlo, eontestaçoeç. por af.rn!'"; ser demasiado abstrato, loa.nde daipiele raciocínio ou as falhas do
plano econômico, sempre se traduzia pe o emprego do mínimo esfòrço. No caso da procura, o esfôrçü do com prador tradiizia-sc no preço que de veria pagar, vima \ez que êste exprimia parce'as cie seu próprio serviço prestado ou bem produzido, as quais liaviam x^er-
referentes
teria acentiuulas x^referências pe.o bem
ou não poderia dispor de poder de com pra suficiente paru udquin-lo: e mes!„„ Cl»., o pracur,>ssc.,n adqu,r.r,.m quantidaclü,s-menores igualdade
tência de um comportamento ciue, no
cação do dispositivo constitucional, se feita com suficiente prudência, como uma experiência cujos resultados o tem
próprios traballiadores," cuja elevação do
te dos compradores eventuais ou nao
do à realidade.
atenda à média das possibilidades das
po demonstraria. Porque a verdade é que a participação dos empregados no
cura se restringiria, visto como uma par
puramentü hij)Otética; admitia-se a exis
la obtenção de renclimento máximt» eom
nômico do país e, conseqüentemente, aos
eventuais. À medida em que os x^reço-s
crescessem, unidade por unidade, a pro-
te o nso da matemática e da estatística como anxiliares indispensáveis ao eco-
forma de tomar menos perigosa a apli
tornar nefasta ao desenvolvimento eco
cessidades do conjunto de consumidores
senvolvimento do método e principalmen
xada em lei ordinária há de ser tal que
empresas marginais, de sorte a não se
finila, muito embora pràticamcnte encon trasse um limite, o da saturação das ne
determinado bem fosse procurado ao f-nra sr. traduziria seria teoricamente ""i-
,
Biiscou-se, então, denumsliar a valida
esMuenía e consecxüentes oorreçoes que a teoria deveria sofrer. Dai surgirem as tentativas cie determinação estatística da procura e da oferta.
O problema ciue se vem colocando e sério o de difícil solução. Em geral, os economistas ou estatísticos trabalham com preços contratados, de compra e venda realizadas, de sorte que deparam
com preços resultantes do encontro de uma procura e uma oferta particulares, em cada momento e local. Duas ordens de estudos vêm sendo realizadas. Por um lado, tenta-se anali-
!|ii I I.. MxPjPVMip Díc:l;sto Econômico"
88
nisla, que perturba a uüvitladu econô
(^tiunlo à forma de dislribuição a«)S
mica e dissolve os costumes. Há de ter
empregados, é mister ler cm conta que,
em consideração a tremenda complexi dade do problema, decorrente da extre ma variedade das empresas, de.sdc as
deve a participação nos lucros ter um .sentido econômico de incentivo e prê
que apresentam avultados lucros às mar ginais, desde as que já consolidaram sua
posição às que estão ainda em fase de organização, desde aquelas em que a porcentagem de lucro é elevada em pro porção com o número de traballiadore.s, às em que é ínfima ou negativa tal porcentagem. E, principalmente, há de ter em consideração o que a experiência nos vem ensinando, isto é, que a partici-
'pação direta nos lucros, para não se tor
nar fator de perturbação econômica, há de ser concedida com o caráter de in
centivo à produtividade e de prê mio ao
esforço
e
à *dedicação
do
trabalhador.
Dessas premissas decorre a conclu
são de que a porcentagem de partici pação nos lucros, que o texto constitricional deixou a cargo do legislador ordi nário, deve ser fixada tendo em conside
ração as emprêsas marginais, cuja ma nutenção e necessidade de desenvolvi
mento poderiam tornar-se impossíveis com a fixação de porcentagem mais alta.
Nessas condições, a porcentagem fi
mais do qiu' um ato do justiça social, mio ao trabalho.
sC
encontraria
nm
critério
chjetivo para medida da eficiência; essa só pode ser adequadamente apreciada pelo critério subjetivo dos dirigentes da empresa.
ANÁLISE DOS MERCADOS DoluvAi. TnixraiiA Viiiuc-v
Dai decorre quí- a
distribuição da participação nos lucros deve fazer-se atendendo principalmen te a eficiência do empregado. Ora, di ficilmente
r
O projeto Sarasate estabele
ce um sistema algo complexo dc distri buição cm função dos elementos, salário,
antigüidade, encargos dc família, assi duidade e eficiância, sob forma dc quo tas cm número de 50, das quais corres pondem 10 à eficiência, apreciada sub jetivamente pelo empregador. Entende mos que seria conveniente dar a estas últimas valor correspondente a 50!?, segundo critérios objetivos, e 50% se gundo a apreciação subjetiva dos diri gentes da empresa. Tal regulamentação estaria muito lon ge de representar uma solução perfeita para o problema, capaz de atender às mil peculiaridades e à extrema varieda de das empresa.s. Seria, entretanto, uma
A análise dos mercados, ou seja, o es tudo dos moviniento.s. da oferta e
da procura, vem cada vez mais assumin do um aspecto prático. Principalmen te a partir das Escolas Hedonistas — os Marginalistas por um lado e a Es cola Matemática por outro — cles'ocan-
do-sc o problema do conheeimeiüo da
\'ida econômica do plano material cta
produção para (5 plano humano, proces sou-se um maior ajustamento cia ciên cia à realidade, o se contribuiu para o maior desenvolvimento da metodologia
aplicada à ciência econômica. O de ...
I..
nomisla permitiram cnie se tornasse mais
preciso o problema da determinação da oferta eria c c da uu procura.
A análise das possibilidades de varia
ção de uma e de outra a luineípio caa
nível de vida decorre do progresso de nossa economia. Somente o estudo das
lucro das empresas só poderia encontrar
estatísticas
diante a revisão do texto constitucional,
initido antes a obtenção de um rendi mento, em dinheiro, que lhes possibilita
média de lucro que as empresas costu
do sorte a torná-la facultativa ou indire
va xjagur o preço pedido pelos bens ou
mam dar a seus empregados, sob forma
ta, liinilando-.se a ação do Estado a criar as condições favoráveis ao seu desenvol
serviços procurados. Admitindo-se, por hipótese, que um
vimento espontâneo, segundo as peculia ridades dc cada cmprôsa. -
Xireçü zero, a quantidade pela qual a x^ro-
à
porcentagem
de gratificação de fim de ano, poderá indicar qual deva ser . a porcentagem
tornada obrigatória por lei.
uma solução plenamente satisfatória me
Ao ccmtrano,-a oltrta,
b
-
do condições, variaria no
i
niiÁle t.òraeioeinio, esforeo Ám rninimo resnllado. .nnito claro e snnples. JZu no enlanlo, eontestaçoeç. por af.rn!'"; ser demasiado abstrato, loa.nde daipiele raciocínio ou as falhas do
plano econômico, sempre se traduzia pe o emprego do mínimo esfòrço. No caso da procura, o esfôrçü do com prador tradiizia-sc no preço que de veria pagar, vima \ez que êste exprimia parce'as cie seu próprio serviço prestado ou bem produzido, as quais liaviam x^er-
referentes
teria acentiuulas x^referências pe.o bem
ou não poderia dispor de poder de com pra suficiente paru udquin-lo: e mes!„„ Cl»., o pracur,>ssc.,n adqu,r.r,.m quantidaclü,s-menores igualdade
tência de um comportamento ciue, no
cação do dispositivo constitucional, se feita com suficiente prudência, como uma experiência cujos resultados o tem
próprios traballiadores," cuja elevação do
te dos compradores eventuais ou nao
do à realidade.
atenda à média das possibilidades das
po demonstraria. Porque a verdade é que a participação dos empregados no
cura se restringiria, visto como uma par
puramentü hij)Otética; admitia-se a exis
la obtenção de renclimento máximt» eom
nômico do país e, conseqüentemente, aos
eventuais. À medida em que os x^reço-s
crescessem, unidade por unidade, a pro-
te o nso da matemática e da estatística como anxiliares indispensáveis ao eco-
forma de tomar menos perigosa a apli
tornar nefasta ao desenvolvimento eco
cessidades do conjunto de consumidores
senvolvimento do método e principalmen
xada em lei ordinária há de ser tal que
empresas marginais, de sorte a não se
finila, muito embora pràticamcnte encon trasse um limite, o da saturação das ne
determinado bem fosse procurado ao f-nra sr. traduziria seria teoricamente ""i-
,
Biiscou-se, então, denumsliar a valida
esMuenía e consecxüentes oorreçoes que a teoria deveria sofrer. Dai surgirem as tentativas cie determinação estatística da procura e da oferta.
O problema ciue se vem colocando e sério o de difícil solução. Em geral, os economistas ou estatísticos trabalham com preços contratados, de compra e venda realizadas, de sorte que deparam
com preços resultantes do encontro de uma procura e uma oferta particulares, em cada momento e local. Duas ordens de estudos vêm sendo realizadas. Por um lado, tenta-se anali-
Dicesto Econômico 90
Digesto EcoNÓAaco
cura, num mesmo momento, em diversos
locais — estudo estático, portanto; por outro lado, indaga-se da influência do
fator tempo sobre aqueles fenômenos — determinação dinâmica. Para cada .tipo de análise, há um grupo de processos; os mais empregados, porém, são a análise de
orçamentos familiares, para determinação
estática das curvas de oferta e procura e a análise das cotações de mercado, em
largo período de tempo, fornecendo ele mentos para o estudo dinâmico.
Para que qualquer um dos processos utilizados na análise da oferta e da
procura ofereça resultados satisfatórios, necessário se torna tomar uma série de
cuidados, pois há fatores que condicionam o mercado, agindo sôbre o mecanis-
I ,mo da formação de pre ços, e seu desconhecimen
Ções do valor da moeda contribuem, ao
ríodo, porque parte das transações Se
efetua sob contrato a termo; é preciso levar em conta, tão somente, transa ções contratadas e realizadas dentro do
período em que se vai efetuar a pes quisa. Cumpre, ainda, distinguir entre transações normais e operações de reten-
são dc estoque, para a alta ou para a baixa, porque os preços resultantes de manobras de bôlsa, longe de nos dar a fisionomia normal dos fatos, contribui rão para desvirtuá-la. Tomando-se um
largo período de tempo, bá épocas nor mais e anormais, nas transações mercan
1888 a 1893, devido h profunda perturbação da economia brasileira, oca
'
dos a tomar é o de se
área e qual a importância
do mesmo; o pequeno • mercado não será repre sentativo de uma procura ou oferta típicas de um determinado
bem. Brescianí Turroni, por exemplo, tentando determinar a oferta e procura do algodão, analisou o mercado egípcio; seus resultados, porém, nenhum valor , tiveram, porque êsse autor não escolheu
um mercado típico, de proporções su ficientes para dar, com boa aproximação, uma relação funcional entre preços e
quantidades, capaz de permitir a deter minação das curvas gerais da oferta e
da procura do algodão. Em segundo lugar, necessário se tor na limitar o período de tempo, não con
siderando todos os preços dentro do pe-
o
índice monetário, capaz dc corrigir uma
,
sim das alterações do valor da moeda.
As relações de complementaridade e substituição entre mercadorias, por seu
eliminar, tam
a 1919, dfe 1930 a 1934 e
1940 a 1945, o primeiro devido à guer
ra européia, o segundo por efeito da
crise internacional de 1929, de tão pro funda repercussão na economia interna cional, "e o último afetado pela última guerra, que tornou anormal o movimen
to do mercado internacional brasileiro. É preciso ainda considerarmos outros fatôres interferentes nos movimentos mercantfs, como seja o estado da moeda. Se
é verdade que em certos países, confor me os períodos estudados, a relativa es
tabilidade do poder de compra da moe da toma pouco significativa a alteração dos resultados, noutros, as fortes flutua-
conhecimento é indispensável para a boa
lise cstáHca quanto à dinâmica; outras,
porém, são específicas de cada grupo. Como hipóteses comuns, poderemos des
tacar quatro.
las — saber se um produto qualquer,
A primeira delas é a de que existe uma rotina no comportamento humano; os pesquisadores conscientes partem üo
cuja oferta o procura se quer determi nar, ocupa lugar de destaque na escala
num mesmo mercado, os homens sao
da oferta ou procura de certos bens, o
de preferência do.s consumidores; se ad mite substitutos próximos; se guarda re
lações de instrumentalidade -ou comple
prima para obtenção de outros bens.
cessário
mecanicamente,
compreensão dos resultados. Algumas destas hipóteses são comuns tanto à aná
compradores e vendedores, nem das quantidades disponíveis no mercado, e
encilhamento; seria ne
bém, os períodos de 1914
estatístico
lise das curvas de oferta e procura, cujo
da República e posterior
escravatura, proclamação
método
pois existem hipóteses subjacentes à aná
possível alta aparente do preço, resultan
mentaridade com outros bens; se se des tina ao consumo mediato ou, ainda, se serve total ou parcialmente de matéria-
sionada pela libertação da-
Não é possível, por isso, empregar-se
te não do encontro das vontades de
que mostra a necessidade de considerá-
to implicará numa falsa
do a considerar, qual a
semos fazer qualquer análise de merca do, seria necessária a utilização de um
brasileiro, no período de 1880 a 1945, necessário seria subdividi-lo em outros menores, eliminando-se,
sível interpretarem-se os resultados nu méricos da pesquisa.
lado, podem influir nas características,
além disso, . o período
estabelecer qual o merca
cessivos, seja no mesmo momento, entre
ao contrário, que o histórico do produto
seja feito antes, sem o que não será pos
áreas internacionais. Se, no Brasil, quisés
tis. Assim, por exemplo, se fôssemos de terminar a oferta e procura do café
interpretação da pesquisa. O primeiro dos cuida-
contrário, para impedir a comparabilidado de resultados, seja em momentos su
economia, não é auto-suficiente; exige,
For último, convém ainda não esque
cer de um dos mais importantes fatô
res que escapam a todo e qualquer contrôle matemático: a capacidade de pre visão humana. Com efeito, o homem,
princípio de que, em longa duraçao,
conduzidos pelos mesmos hábitos de con sumo; há uma rotina que o produtor co nhece, ou que pressente, para poder di
rigir sua produção, no senb^o de reali zar vendas satisfatórias. Do lado do consumidor, pode-se afirmar que, mesmo
em caso de mudanças de habites, estes evoluirão lenta e gradaüvamente nao
sendo regra as mutações nas escalas de preferência.
A segunda hipótese consiste em afir mar que as quantidades consumidas sao
conforme tenha um horizonte econômi
o reflexo desta rotina. Com efeito, se
ções, imprescindíveis para quem queira enveredar pelo caminho difícil da aná
cendo este fenômeno, não verão utilida
co mais amplo ou mais restrito, realiza •o comportamento humano se faz de tal rá operações a prazo ou à vista, formará maneira que os hábitos de consumo são mni^r ou menor quantidade de estoques, comuns e evoluem lenta e gradativamenampliará ou restringirá suas compras ou te, não haverá alterações sensíveis nas quantidades procuradas pelos eventuais vendas e alterará, desta forma, as condi compradores, em períodos curtos de tem ções de mercado. po. Por seií turno, os vendedores, conhe Da observação de tôdas essas condi lise dos mercados, pode-se concluir que o método estatístico, quando aplicado à
de em oferecer quantidades superiores às reveladas pela constância das escalas Ap nrfiffitência.
Dicesto Econômico 90
Digesto EcoNÓAaco
cura, num mesmo momento, em diversos
locais — estudo estático, portanto; por outro lado, indaga-se da influência do
fator tempo sobre aqueles fenômenos — determinação dinâmica. Para cada .tipo de análise, há um grupo de processos; os mais empregados, porém, são a análise de
orçamentos familiares, para determinação
estática das curvas de oferta e procura e a análise das cotações de mercado, em
largo período de tempo, fornecendo ele mentos para o estudo dinâmico.
Para que qualquer um dos processos utilizados na análise da oferta e da
procura ofereça resultados satisfatórios, necessário se torna tomar uma série de
cuidados, pois há fatores que condicionam o mercado, agindo sôbre o mecanis-
I ,mo da formação de pre ços, e seu desconhecimen
Ções do valor da moeda contribuem, ao
ríodo, porque parte das transações Se
efetua sob contrato a termo; é preciso levar em conta, tão somente, transa ções contratadas e realizadas dentro do
período em que se vai efetuar a pes quisa. Cumpre, ainda, distinguir entre transações normais e operações de reten-
são dc estoque, para a alta ou para a baixa, porque os preços resultantes de manobras de bôlsa, longe de nos dar a fisionomia normal dos fatos, contribui rão para desvirtuá-la. Tomando-se um
largo período de tempo, bá épocas nor mais e anormais, nas transações mercan
1888 a 1893, devido h profunda perturbação da economia brasileira, oca
'
dos a tomar é o de se
área e qual a importância
do mesmo; o pequeno • mercado não será repre sentativo de uma procura ou oferta típicas de um determinado
bem. Brescianí Turroni, por exemplo, tentando determinar a oferta e procura do algodão, analisou o mercado egípcio; seus resultados, porém, nenhum valor , tiveram, porque êsse autor não escolheu
um mercado típico, de proporções su ficientes para dar, com boa aproximação, uma relação funcional entre preços e
quantidades, capaz de permitir a deter minação das curvas gerais da oferta e
da procura do algodão. Em segundo lugar, necessário se tor na limitar o período de tempo, não con
siderando todos os preços dentro do pe-
o
índice monetário, capaz dc corrigir uma
,
sim das alterações do valor da moeda.
As relações de complementaridade e substituição entre mercadorias, por seu
eliminar, tam
a 1919, dfe 1930 a 1934 e
1940 a 1945, o primeiro devido à guer
ra européia, o segundo por efeito da
crise internacional de 1929, de tão pro funda repercussão na economia interna cional, "e o último afetado pela última guerra, que tornou anormal o movimen
to do mercado internacional brasileiro. É preciso ainda considerarmos outros fatôres interferentes nos movimentos mercantfs, como seja o estado da moeda. Se
é verdade que em certos países, confor me os períodos estudados, a relativa es
tabilidade do poder de compra da moe da toma pouco significativa a alteração dos resultados, noutros, as fortes flutua-
conhecimento é indispensável para a boa
lise cstáHca quanto à dinâmica; outras,
porém, são específicas de cada grupo. Como hipóteses comuns, poderemos des
tacar quatro.
las — saber se um produto qualquer,
A primeira delas é a de que existe uma rotina no comportamento humano; os pesquisadores conscientes partem üo
cuja oferta o procura se quer determi nar, ocupa lugar de destaque na escala
num mesmo mercado, os homens sao
da oferta ou procura de certos bens, o
de preferência do.s consumidores; se ad mite substitutos próximos; se guarda re
lações de instrumentalidade -ou comple
prima para obtenção de outros bens.
cessário
mecanicamente,
compreensão dos resultados. Algumas destas hipóteses são comuns tanto à aná
compradores e vendedores, nem das quantidades disponíveis no mercado, e
encilhamento; seria ne
bém, os períodos de 1914
estatístico
lise das curvas de oferta e procura, cujo
da República e posterior
escravatura, proclamação
método
pois existem hipóteses subjacentes à aná
possível alta aparente do preço, resultan
mentaridade com outros bens; se se des tina ao consumo mediato ou, ainda, se serve total ou parcialmente de matéria-
sionada pela libertação da-
Não é possível, por isso, empregar-se
te não do encontro das vontades de
que mostra a necessidade de considerá-
to implicará numa falsa
do a considerar, qual a
semos fazer qualquer análise de merca do, seria necessária a utilização de um
brasileiro, no período de 1880 a 1945, necessário seria subdividi-lo em outros menores, eliminando-se,
sível interpretarem-se os resultados nu méricos da pesquisa.
lado, podem influir nas características,
além disso, . o período
estabelecer qual o merca
cessivos, seja no mesmo momento, entre
ao contrário, que o histórico do produto
seja feito antes, sem o que não será pos
áreas internacionais. Se, no Brasil, quisés
tis. Assim, por exemplo, se fôssemos de terminar a oferta e procura do café
interpretação da pesquisa. O primeiro dos cuida-
contrário, para impedir a comparabilidado de resultados, seja em momentos su
economia, não é auto-suficiente; exige,
For último, convém ainda não esque
cer de um dos mais importantes fatô
res que escapam a todo e qualquer contrôle matemático: a capacidade de pre visão humana. Com efeito, o homem,
princípio de que, em longa duraçao,
conduzidos pelos mesmos hábitos de con sumo; há uma rotina que o produtor co nhece, ou que pressente, para poder di
rigir sua produção, no senb^o de reali zar vendas satisfatórias. Do lado do consumidor, pode-se afirmar que, mesmo
em caso de mudanças de habites, estes evoluirão lenta e gradaüvamente nao
sendo regra as mutações nas escalas de preferência.
A segunda hipótese consiste em afir mar que as quantidades consumidas sao
conforme tenha um horizonte econômi
o reflexo desta rotina. Com efeito, se
ções, imprescindíveis para quem queira enveredar pelo caminho difícil da aná
cendo este fenômeno, não verão utilida
co mais amplo ou mais restrito, realiza •o comportamento humano se faz de tal rá operações a prazo ou à vista, formará maneira que os hábitos de consumo são mni^r ou menor quantidade de estoques, comuns e evoluem lenta e gradativamenampliará ou restringirá suas compras ou te, não haverá alterações sensíveis nas quantidades procuradas pelos eventuais vendas e alterará, desta forma, as condi compradores, em períodos curtos de tem ções de mercado. po. Por seií turno, os vendedores, conhe Da observação de tôdas essas condi lise dos mercados, pode-se concluir que o método estatístico, quando aplicado à
de em oferecer quantidades superiores às reveladas pela constância das escalas Ap nrfiffitência.
DicnsTO
92
Eo(.)Nó.mu:o
r
A terceira hipótese, complemento cia anterior, é a de que os preços traduzem
procura interdependam em pe{pienos inttír\'alos, desde que haja constância dc
a rotina do consumo; se os hábitos são
condições, a varíabilidade dc cada uma
constantes, as relações entre preços c cjuantidades também o serão, o que ecjui-
delas poderá ser considerada independen te da outra, não ha\-cndo por isso in
vale a dizer-se que a elasticidade da
fluência recíproca das respectivas elasli-
Fiuali«la<]os «Io ímpôslo
oferta e da procura, dentro de um perío
cidades; 2.") dadas as quantidades de um bem o seu preço, os preços dc to das as outras mercadorias terão, sôbre aquê'c, um efeito mínimo c, portanto,
0*i*iuicíra paríc)
do razoável, é por séu turno constante. A última hipótese, por fim, é a de cjue, embora a relação funcional entre as variáveis preços e ciuantidade seja des conhecida, poderá ser encontrada, gra ças a uma equação empírica, com razoá vel grau de aproximação. O maior pro blema consiste em achar uma equação que mais se aproxime da realidade.
O processo dos orçamentos familiares,
para análise estática do mercado, exige a formulação de outras hipóteses espe
cíficas, mais restritivas: l.'*) a de que
sua aplicabilidade, porcpie, subjacente à sua formulação, encontra-se um racio
cínio dedutivo, implicando na completa
tamentos que não sc explicam lògicamcn-
to humano que, não raro, ocupam o priaos limites desta análise estatística q
gados por relações de complementarida
Daí podermos concluir qiu' o método estatístico ó apenas um auxiliar eficien te para a compreensão do que pode ha ver de racional e passível de medida no plano econômico. A conjugação da niatemática e da estatística nos conduz
bens ou serviços, aumente, é sinal de que ção ao rendimento.
A determinação dinâmica da oferta e
pacidade contributiva de cada membro dem com essa idéia, mesmo a daqueles <iue vêem no imposto não só uma fina
à mesma rotina; 3.^) em curta duração, apenas as séries de preços dos bens li
os preços dos bens baixaram, cm rela,-
dosado de acordo com a ca
to, fatòrcs outros mais afeli\os, conípor-
vida econômica. Tais fatôres escapam
geral dos preços, porque, desde que o
simples meio do coleta de fundos para atender às des pesas coletivas c deve ser da coletividade.
como os hábitos são comuns e obedecem
rendimento real, medido em têrmos de
clássica, o impòsto é um
racionalidade do coniportamenlo huma no, no phino econômico, llá, no entan
mciro plano entre os determinantes da
dos rendimentos eqüivale a uma baixa
E acordo com a concepção
Como se vd, as hipóteses restr[ti\as
do mesmo mercado, são idênticas, visto
mais bens não têm acentuado efeito so bre a sua utilidade; 4.^) um aumento
josÉ Luiz DE Almeida Nogueiua Pükto
<)ue conferem wilidadc às análises teó ricas dos mercados, reduzem de muito
■ to, fatôres não racionais do coniportanieii-
e procura se quer determinar, influem na utilidade do mesmo; os preços dos de
II
desprezível.
a utilidade de um bem depende de sua quanüdade; 2.^) que tôdas as funções da utilidade de um mesmo bem, dentro
de ou substituição àquele cuja oferta
Noções gerais sôbre Imposto
por vezes, a invalidam.
a esquemas siinplificadores do mecanis
mo do mercado, extremamente úteis mas não suficientes. Por isso afivma-se quo tais métodos, quando aplicados à de terminação da oferta e procura, ou a
qualque4- outro setor da economia, são extremamente delicados, dependendo
mais do • pesquisador do que do próprio
Todas as definições, de resto, coinci lidade fiscal, mus, também, uma arma econômica.
Se observarmos, porém, qualquer sis tema tributário, constataremos que mui
tas modalidades de impostos são incom
renda, de acordo com a natureza da ati vidade, nem sempre correspondem* a um objeUvo de justiça fiscal, pois que ren dimentos obtidos com igual quantidade do trabalho, são tributados por alíquo tas diferentes.
Tudo isso, porque o impôsto, que a
princípio fora concebido como simples auxÜiar passivo da economia na ex
pressão ã<.'. 'Unifembourgcr ( ) acabou
por se emancipar e sc transformar cm fator ativo da economia dirigida.
O impôsto, absor\-endo uma parle dos bens ou da renda de cada um, tem, forçosamente, repercussões no econômico, de há muito cons c ^ c
patíveis com o princípio da capacidade
e analisadas. A redução
contributiva ou com o simples objetivo
preços, as repercussões na pioduçao, qüências fatais de qualquer sistema
de proporcionar arrecadação aos cofres públicos. Os direitos protecionistas, co brados nas alfândegas de todos os países,
são um exemplo típico dêsse fato. Em alguns casos, êles são tão elevados que impedem a importação e, assim, nao
sitivo da população, a influencia nos no comércio e no consumo, sao conse tributário.
Sempre, porém, que o impôsto não al tere a situação relatíva dos membros
atendem à finalidade de proporcionar arrecadação. Outras vezes suo os adi cionais de impôsto de renda cobrados de solteiros, de casais sem filhos ou com um só filho e que não visam atender
da coletividade, ele é um imposto nou tro" visando atender aos seus objetivos
dadão, pois que as diferenças de ônus
se se tirasse igual pêso dos dois pratos
apenas à capacidade contributiva do ci
da procura, mediante a análise das sé ries temporais, além das quatro hipóte ses básicas, já apontadas, exigem o le
instrumento. É um bom utensílio,-se bem
manejado, mas poderá tornar-se péssimo
vantamento de mais duas hipóteses es
feres, pelas correspóndentes reduções na
se quem dele usar não tiver o mínimo
pecíficas: 1.^) que, embora oferta e
renda bruta.
necessário de prudência e habilidade.
bases de tributação pelo imposto de
já foram compensadas, nos casais proli
puramente fiscais. Após a coleta, cada membro da coletividade tera menos,
mas, em relação aos seus concidadãos, conserva a mesma posição relativa, como da mesma balança, mantendo-a em equi líbrio. Êsse é o ideal da justiça tribu-
Também as diferentes («) Finances Comparées,
DicnsTO
92
Eo(.)Nó.mu:o
r
A terceira hipótese, complemento cia anterior, é a de que os preços traduzem
procura interdependam em pe{pienos inttír\'alos, desde que haja constância dc
a rotina do consumo; se os hábitos são
condições, a varíabilidade dc cada uma
constantes, as relações entre preços c cjuantidades também o serão, o que ecjui-
delas poderá ser considerada independen te da outra, não ha\-cndo por isso in
vale a dizer-se que a elasticidade da
fluência recíproca das respectivas elasli-
Fiuali«la<]os «Io ímpôslo
oferta e da procura, dentro de um perío
cidades; 2.") dadas as quantidades de um bem o seu preço, os preços dc to das as outras mercadorias terão, sôbre aquê'c, um efeito mínimo c, portanto,
0*i*iuicíra paríc)
do razoável, é por séu turno constante. A última hipótese, por fim, é a de cjue, embora a relação funcional entre as variáveis preços e ciuantidade seja des conhecida, poderá ser encontrada, gra ças a uma equação empírica, com razoá vel grau de aproximação. O maior pro blema consiste em achar uma equação que mais se aproxime da realidade.
O processo dos orçamentos familiares,
para análise estática do mercado, exige a formulação de outras hipóteses espe
cíficas, mais restritivas: l.'*) a de que
sua aplicabilidade, porcpie, subjacente à sua formulação, encontra-se um racio
cínio dedutivo, implicando na completa
tamentos que não sc explicam lògicamcn-
to humano que, não raro, ocupam o priaos limites desta análise estatística q
gados por relações de complementarida
Daí podermos concluir qiu' o método estatístico ó apenas um auxiliar eficien te para a compreensão do que pode ha ver de racional e passível de medida no plano econômico. A conjugação da niatemática e da estatística nos conduz
bens ou serviços, aumente, é sinal de que ção ao rendimento.
A determinação dinâmica da oferta e
pacidade contributiva de cada membro dem com essa idéia, mesmo a daqueles <iue vêem no imposto não só uma fina
à mesma rotina; 3.^) em curta duração, apenas as séries de preços dos bens li
os preços dos bens baixaram, cm rela,-
dosado de acordo com a ca
to, fatòrcs outros mais afeli\os, conípor-
vida econômica. Tais fatôres escapam
geral dos preços, porque, desde que o
simples meio do coleta de fundos para atender às des pesas coletivas c deve ser da coletividade.
como os hábitos são comuns e obedecem
rendimento real, medido em têrmos de
clássica, o impòsto é um
racionalidade do coniportamenlo huma no, no phino econômico, llá, no entan
mciro plano entre os determinantes da
dos rendimentos eqüivale a uma baixa
E acordo com a concepção
Como se vd, as hipóteses restr[ti\as
do mesmo mercado, são idênticas, visto
mais bens não têm acentuado efeito so bre a sua utilidade; 4.^) um aumento
josÉ Luiz DE Almeida Nogueiua Pükto
<)ue conferem wilidadc às análises teó ricas dos mercados, reduzem de muito
■ to, fatôres não racionais do coniportanieii-
e procura se quer determinar, influem na utilidade do mesmo; os preços dos de
II
desprezível.
a utilidade de um bem depende de sua quanüdade; 2.^) que tôdas as funções da utilidade de um mesmo bem, dentro
de ou substituição àquele cuja oferta
Noções gerais sôbre Imposto
por vezes, a invalidam.
a esquemas siinplificadores do mecanis
mo do mercado, extremamente úteis mas não suficientes. Por isso afivma-se quo tais métodos, quando aplicados à de terminação da oferta e procura, ou a
qualque4- outro setor da economia, são extremamente delicados, dependendo
mais do • pesquisador do que do próprio
Todas as definições, de resto, coinci lidade fiscal, mus, também, uma arma econômica.
Se observarmos, porém, qualquer sis tema tributário, constataremos que mui
tas modalidades de impostos são incom
renda, de acordo com a natureza da ati vidade, nem sempre correspondem* a um objeUvo de justiça fiscal, pois que ren dimentos obtidos com igual quantidade do trabalho, são tributados por alíquo tas diferentes.
Tudo isso, porque o impôsto, que a
princípio fora concebido como simples auxÜiar passivo da economia na ex
pressão ã<.'. 'Unifembourgcr ( ) acabou
por se emancipar e sc transformar cm fator ativo da economia dirigida.
O impôsto, absor\-endo uma parle dos bens ou da renda de cada um, tem, forçosamente, repercussões no econômico, de há muito cons c ^ c
patíveis com o princípio da capacidade
e analisadas. A redução
contributiva ou com o simples objetivo
preços, as repercussões na pioduçao, qüências fatais de qualquer sistema
de proporcionar arrecadação aos cofres públicos. Os direitos protecionistas, co brados nas alfândegas de todos os países,
são um exemplo típico dêsse fato. Em alguns casos, êles são tão elevados que impedem a importação e, assim, nao
sitivo da população, a influencia nos no comércio e no consumo, sao conse tributário.
Sempre, porém, que o impôsto não al tere a situação relatíva dos membros
atendem à finalidade de proporcionar arrecadação. Outras vezes suo os adi cionais de impôsto de renda cobrados de solteiros, de casais sem filhos ou com um só filho e que não visam atender
da coletividade, ele é um imposto nou tro" visando atender aos seus objetivos
dadão, pois que as diferenças de ônus
se se tirasse igual pêso dos dois pratos
apenas à capacidade contributiva do ci
da procura, mediante a análise das sé ries temporais, além das quatro hipóte ses básicas, já apontadas, exigem o le
instrumento. É um bom utensílio,-se bem
manejado, mas poderá tornar-se péssimo
vantamento de mais duas hipóteses es
feres, pelas correspóndentes reduções na
se quem dele usar não tiver o mínimo
pecíficas: 1.^) que, embora oferta e
renda bruta.
necessário de prudência e habilidade.
bases de tributação pelo imposto de
já foram compensadas, nos casais proli
puramente fiscais. Após a coleta, cada membro da coletividade tera menos,
mas, em relação aos seus concidadãos, conserva a mesma posição relativa, como da mesma balança, mantendo-a em equi líbrio. Êsse é o ideal da justiça tribu-
Também as diferentes («) Finances Comparées,
Digesto. Ecoxómico
94
táría; não modificar a situação de cada
pôsto pode fazer-se sentir, desviando
contribuinte em relação aos demais;
para novos rumos as tendências que o
não perturbar o exercício de nenhuma atividade, mas apenas, discretamente, re
Estado julgue prejudiciais à coletividade. Mormente em épocas cie guerra, de
tirar um pouso de cada uma, com o
crises, de inflação, o imposto é usado
mínimo de subversão na ordem econô
como poderosa arma econômica, capaz de modificar a conjuntura. O primeiro
mica e social.
Bem cedo, porém, se deram conta
impôsto .sôbre lucros extraordinários no
os governantes de que, através de um processo suave, como o impôsto, e com o qual o povo }á estava conformado, po
lizar" a inflação, pela absorção de parte
deriam intervir na ordem social e eco
nômica, modificando situações injustas
ou procurando obter conseqüências eco nômicas que lhes parecessem vantajosas
para a-nação. Uma ligeira alteração na pressão tributária de um lado, e um correspondente afrouxamento no outro, seriam capazes de determinar movimentos econórrtícos benéficos ou prejudiciais. A economia, como uma massa plástica,
corresponde dòcilmente às diferenças de pressão tributária, e essa conseqüência
não poderia passar despercebida aos go
Brasil foi uma tentativa do se "esteri do meio circulante. Na Inglaterra a "income tax", constitui uma das bases da política econômica. Em quase todos os países do mundo, enfim, a tributa ção desempenhou durante a guerra um papel de orientação e controle da eco
nomia, reduzindo os efeitos da inflação obrigando a reservas para o período dê
depressão que se previa para o apósguerra, desviando capitais para as ativi
dades cujo desenvolvimento consulta va aos interesses nacionais. * * *
todas as manifestações da atividade hu
As duas condições básicas para qu© um impôsto seja "boin", do ponto de
mana.
vista social e financeiro, são a sua ius-
Toma-se necessário incentivar a in
Fácil.
Basta
tributar pesadamente os produtos estran geiros de modo a desestimular sua im portação e a facilitar a colocação dos produtos nacionais no mercado interno. A agricultura esta sendo abandonada? Nada melhor do que isentá-la de im postos 8 onerar as demais atividades. A
população é escassa e e generalizada a prática de restrição à natalidade? Um sistema de pesada tributação sobre sol
tiça e sua produtividade.
butação pesadíssima sôbre os capitais ou
aduaneiros e outras modalidades de im
sôbre as heranças, durante algum tem
posição, longe de serem improdutivos,
proporcionam, ao contrário, apreciável arrecadação.
Assim é, realmente, em alguns casos, a saber:
l.o) IQuando a finalidade política,
numa subversão do processo psicológico normal, é que serve de pretexto para maior imposição e, conseqüentemente,
maior arrecadação. E' o que sucede no Brasil, por exemplo, com os adicionais de impôsto de renda sôbre solteiros ou casais sem filhos ou com um só filho. Positivamente, . esses tímidos adicionais de 15%, 10% e 5% sôbre o impôsto, não conduzem ninguém ao casamento ou à
mento nunca fiscal. mente
da população, portanto, não será alcançado atra%'és dessa medida Em tal caso, o impôsto é plena produtivo e a finalidade-pretêxto
nunca alcançada.
A pesada tributação do impôsto de
Impôsto justo é aquele dosado de acordo com a capacidade contributiva
que proporciona uma arrecadação sátis-
social de combate ao vício, pois que o
do cidadão; impôsto produtivo é aquele fatória aos cofres públicos.
Já vimos que o impôsto de fins extrafíscais, propositalmente ignora e contra
ria a primeira condição, justamente para obter um reajuste nas condições econô micas ou sociais em novas bases. Terá
êle, também, como conseqüência, pre judicar o princípio da produtividade
mílias numerosas, resolve o problema.
essénciais para que o impôsto
E assim, em todos os setores da or
elevados sôbre sucessões, as pesadas alí
afastando-se, assim, dos dois requisitos seia
"bom"? ^ Laufembourger afirma que, nem sem-
dificação das condições econômicas ou
sociais por êle visadas. E' cloro que se fôr aplicada uma tri
quotas do impôsto do renda, os direitos
consumo sobre bebidas e fumo tam
teiros, casais sem filhos ou de pequena prole, combinado com prêmios às fa dem econômica e social a ação do im
pre, a finalidade política do impôsto ex Os impostos
clui sua produtividade.
proliferação. O fim social de cresci
vernantes, ávidos de governar o mais
possível e de submeter ào seu domínio
dustrialização do país?
• 95
Dicesto EcoNÓ>nco
bém não visa, como pode parecer a al
gum observador superficial, um fim impôsto não é tão alto que impeça ou restrinja o consumo desses produtos. Basta ver que o fósforo, por e.xemplo, é tributado mais pesadamente do que o fumo c do que as bebidas alcoólicas, sen do, como é, um artigo de neces sidade. Trata-se, no caso, de sim
ples objetivo fiscal de arrecadação e o aparente objetivo social é apenas
po essa tributação produzirá abundante arrecadação, até que todos os capitais te nham sido absorvidos pelo Estado ou que
toda uma geração tenlia desaparecido. O efeito econômico e social da tribu
tação, nem sempre se obtém instantanea mente. A regra é mesmo a de uma lenta evolução da conjuntura. No caso
de tributação de heranças, por exemplo, é necessário o espaço de nada menos de
uma geração para que seus efeitos so ciais e econômicos se façam sentir.
A imposição de pesados direitos adua
neiros sôbre produtos insubstituíveis, dos quais não exista produção nacional, proporcionará grande arrecadaçao e
que se instalem no país fábricas desses produtos, mas, a partir desse momento, cessará de produzir.
Suponhamos que em uma cidade qual quer haja grande carência de habita ções e que o poder público deseje incen tivar as construções. Para isso, lançara pesados tributos sôbre os terrenos nao construídos, obrigando os proprietários a edificar ou a vendê-los a outros que
possam, ou -queiram fazê-lo. Ate que isso aconteça, o impôsto ^ sem duvida será produtivo, mas deixará de se-lo lo
go que o objetivo políüco seja alcançado,
pois então não mais existirão terrenos não edificados.
Por essa razão, pode-se afirmar que
todo impôsto que tenha uma finalidade positivamente social ou econômica, ten
uma boa desculpa para uma imposição
de a ser improdutivo logo que alcance
pesada.
seu objetivo.
0..°) Quando o impôsto é novo e ain
da não houve tempo suficiente para mo
**
Digesto. Ecoxómico
94
táría; não modificar a situação de cada
pôsto pode fazer-se sentir, desviando
contribuinte em relação aos demais;
para novos rumos as tendências que o
não perturbar o exercício de nenhuma atividade, mas apenas, discretamente, re
Estado julgue prejudiciais à coletividade. Mormente em épocas cie guerra, de
tirar um pouso de cada uma, com o
crises, de inflação, o imposto é usado
mínimo de subversão na ordem econô
como poderosa arma econômica, capaz de modificar a conjuntura. O primeiro
mica e social.
Bem cedo, porém, se deram conta
impôsto .sôbre lucros extraordinários no
os governantes de que, através de um processo suave, como o impôsto, e com o qual o povo }á estava conformado, po
lizar" a inflação, pela absorção de parte
deriam intervir na ordem social e eco
nômica, modificando situações injustas
ou procurando obter conseqüências eco nômicas que lhes parecessem vantajosas
para a-nação. Uma ligeira alteração na pressão tributária de um lado, e um correspondente afrouxamento no outro, seriam capazes de determinar movimentos econórrtícos benéficos ou prejudiciais. A economia, como uma massa plástica,
corresponde dòcilmente às diferenças de pressão tributária, e essa conseqüência
não poderia passar despercebida aos go
Brasil foi uma tentativa do se "esteri do meio circulante. Na Inglaterra a "income tax", constitui uma das bases da política econômica. Em quase todos os países do mundo, enfim, a tributa ção desempenhou durante a guerra um papel de orientação e controle da eco
nomia, reduzindo os efeitos da inflação obrigando a reservas para o período dê
depressão que se previa para o apósguerra, desviando capitais para as ativi
dades cujo desenvolvimento consulta va aos interesses nacionais. * * *
todas as manifestações da atividade hu
As duas condições básicas para qu© um impôsto seja "boin", do ponto de
mana.
vista social e financeiro, são a sua ius-
Toma-se necessário incentivar a in
Fácil.
Basta
tributar pesadamente os produtos estran geiros de modo a desestimular sua im portação e a facilitar a colocação dos produtos nacionais no mercado interno. A agricultura esta sendo abandonada? Nada melhor do que isentá-la de im postos 8 onerar as demais atividades. A
população é escassa e e generalizada a prática de restrição à natalidade? Um sistema de pesada tributação sobre sol
tiça e sua produtividade.
butação pesadíssima sôbre os capitais ou
aduaneiros e outras modalidades de im
sôbre as heranças, durante algum tem
posição, longe de serem improdutivos,
proporcionam, ao contrário, apreciável arrecadação.
Assim é, realmente, em alguns casos, a saber:
l.o) IQuando a finalidade política,
numa subversão do processo psicológico normal, é que serve de pretexto para maior imposição e, conseqüentemente,
maior arrecadação. E' o que sucede no Brasil, por exemplo, com os adicionais de impôsto de renda sôbre solteiros ou casais sem filhos ou com um só filho. Positivamente, . esses tímidos adicionais de 15%, 10% e 5% sôbre o impôsto, não conduzem ninguém ao casamento ou à
mento nunca fiscal. mente
da população, portanto, não será alcançado atra%'és dessa medida Em tal caso, o impôsto é plena produtivo e a finalidade-pretêxto
nunca alcançada.
A pesada tributação do impôsto de
Impôsto justo é aquele dosado de acordo com a capacidade contributiva
que proporciona uma arrecadação sátis-
social de combate ao vício, pois que o
do cidadão; impôsto produtivo é aquele fatória aos cofres públicos.
Já vimos que o impôsto de fins extrafíscais, propositalmente ignora e contra
ria a primeira condição, justamente para obter um reajuste nas condições econô micas ou sociais em novas bases. Terá
êle, também, como conseqüência, pre judicar o princípio da produtividade
mílias numerosas, resolve o problema.
essénciais para que o impôsto
E assim, em todos os setores da or
elevados sôbre sucessões, as pesadas alí
afastando-se, assim, dos dois requisitos seia
"bom"? ^ Laufembourger afirma que, nem sem-
dificação das condições econômicas ou
sociais por êle visadas. E' cloro que se fôr aplicada uma tri
quotas do impôsto do renda, os direitos
consumo sobre bebidas e fumo tam
teiros, casais sem filhos ou de pequena prole, combinado com prêmios às fa dem econômica e social a ação do im
pre, a finalidade política do impôsto ex Os impostos
clui sua produtividade.
proliferação. O fim social de cresci
vernantes, ávidos de governar o mais
possível e de submeter ào seu domínio
dustrialização do país?
• 95
Dicesto EcoNÓ>nco
bém não visa, como pode parecer a al
gum observador superficial, um fim impôsto não é tão alto que impeça ou restrinja o consumo desses produtos. Basta ver que o fósforo, por e.xemplo, é tributado mais pesadamente do que o fumo c do que as bebidas alcoólicas, sen do, como é, um artigo de neces sidade. Trata-se, no caso, de sim
ples objetivo fiscal de arrecadação e o aparente objetivo social é apenas
po essa tributação produzirá abundante arrecadação, até que todos os capitais te nham sido absorvidos pelo Estado ou que
toda uma geração tenlia desaparecido. O efeito econômico e social da tribu
tação, nem sempre se obtém instantanea mente. A regra é mesmo a de uma lenta evolução da conjuntura. No caso
de tributação de heranças, por exemplo, é necessário o espaço de nada menos de
uma geração para que seus efeitos so ciais e econômicos se façam sentir.
A imposição de pesados direitos adua
neiros sôbre produtos insubstituíveis, dos quais não exista produção nacional, proporcionará grande arrecadaçao e
que se instalem no país fábricas desses produtos, mas, a partir desse momento, cessará de produzir.
Suponhamos que em uma cidade qual quer haja grande carência de habita ções e que o poder público deseje incen tivar as construções. Para isso, lançara pesados tributos sôbre os terrenos nao construídos, obrigando os proprietários a edificar ou a vendê-los a outros que
possam, ou -queiram fazê-lo. Ate que isso aconteça, o impôsto ^ sem duvida será produtivo, mas deixará de se-lo lo
go que o objetivo políüco seja alcançado,
pois então não mais existirão terrenos não edificados.
Por essa razão, pode-se afirmar que
todo impôsto que tenha uma finalidade positivamente social ou econômica, ten
uma boa desculpa para uma imposição
de a ser improdutivo logo que alcance
pesada.
seu objetivo.
0..°) Quando o impôsto é novo e ain
da não houve tempo suficiente para mo
**
DiciísTo Econômico
Sucede, porém, que, na prática, rara
se presta tanto a essa intervenção como
mente o Estado lança mão de todo o po
o imposto, atra\-cs de sua ação indireta,
derio do imposto como arma econômi
freqüentemente sua\'e, moldando os ru
ca, de modo a obter um resultado abso
mos da economia da nação. de acordo
luto.
com os planos dos govcmante.s. Assim sendo, quando tal arma for usada, deve
Limita-se, nas mais das vezes, a
espicaçar levemente certos aspectos da economia ou da organização social para obter um rcsu'tado parcial. Nenhum
Estado, para aumentar a população do
sê-lo eficientemente, de modo a se ob terem, os resultados visados.
Um imposto como o nosso, sobre sol
território, impõe aos solteiros ou casais estéreis uma tributação tal que não lhes
filho, encerra uma pura injustiça fiscal,
sobrem meios de subsistência, e muito
pois que sua única justificati\'a para des
teiros, casaLs sem filhos ou com um só
intervenção do Estado em todos os se tores da vida econômica e em muitos
da vida social.
Quer atuando sôbre a
produção ou sôbre a circulação, a repar tição ou o consumo da riqueza, sôbre
a população ou sôbre o meio circulan te, o imposto, quando adequadamente utilizado, conduz sempre ao fim pre
tendido, mormente quando sua ação
seja coadjuvada por outras medidas econômicas auxiliares.
poucos impõem tarifas aduaneiras real
prezar o principio da tributação em
mente proibitivas.
função da capacidade cnntributixa esta
Vejamos os principais tipos de inter venção na ordem econômica e social por
Em verdade, todos os governos pro curam agir com certa suavidade, não só para evitar bruscas subversões na
ria em seus fins sociais, e estes nunca
meio do impôsto.
serão alcançados atraxés dc uma tribu-
ca, como também para não prejudicar irrcmedià-
vclmente a produtividadido imposto. Será,
essa
cautelosa
Ação sôbre a produção
laçãíi tão módica.
ordem .social c econômi
O imposto
â
financeiro
A ação do impôsto sôbre a produção
d e V c, iniludh ebnente, obedecer aos requi.sitos da
pode visar:
justiça e da produtivida de. O imposto de fins extra-fiscais deve, iuilii-
contra a concorrência estrangeira;
política fiscal e econô
divelmente, procurar al
mica, a mais adequada?
cançar o fim \isado. Eo-
ma produção.
aqui na apreciação das vantagens e inconveuien-'
le.s ou na legitimidade ou não da iiiter\enção do Estado na ordem econó-
.mica, quer por meio do imposto, qncr por qualquer outro meio. Esse proble ma, pela SLui amplíhide, não comporta lima análise superficial. . Uma coisa,
porém, é certa: neste século, ninguém mais, nem os mais ferrenhos partidários do liberalismo, admitem que o Estado
tenha apenas uma fimçao de produtor de segurança, nem que sua atitude, face à economia da nação, deva ser a do "laissez faire, laissez passer".
Admitida que seja a intervenção do Es tado na ordem econôhiica, com maior
ou menor intensidade, não importa, de vemos reconhecer que nenhuma arma
ra disso, n sistema tribu * * *
ao.s seus requisitos próprios c procuran
do alcançar seu objetivo. Essa separa ção, de resto, daria aos governantes uma visão mais nítida dos problemas e con
tribuiria para unia melhor compreensão do regime tributário.
Isso, porém, nunca existiu na prática e daí resultam a ba^búrdía e a injustiça em toclo.s os sistema.s tributiixios e reper cussões perniciosas do impôsto na^vicla econômica de todos os países. H: íU 5!;
O impôsto é usado como veículo dá
fortemente industrializadas e dos eco nomistas de gabinete. Êstes, longe da realidade das coisas, se comprazem em
raciocínios lógicos, jogando com as con
seqüências da lei da oferta e da pro cura para provar a excelência de sua doutrina.
Talvez por isso mesmo, em
teoria, o livre-cambismo sempre levou de vencida o protecionismo. Suas con clusões, aparentando uma
taUna, têm empo'gado o esp.nto dos mais eminentes economistas. Criou-se, também, uma
toetos aduaneiros um benef.oro
apenas para os industriais, e estes, nao sabendo muitas vêzes justificar o am
paro que seus produtos recebem e ain
P®"
la leitura de jornais e conversas de café, entem-se quase culpados por essa pr^
O ideai, portanto, seria
cconómico-social, cada uma obedecendo
to que tem sido exaustivamente discuti do em farta literatura econômica e po lítica. Convém dizer, contudo, que o livre-cambismo é a teoria das nações
da imbuídos pela condcção
tário será defeituoso.
o de .SC e.stabclecer nos .sistema.s tribu tários duas categorias distintas de im postos: o imposto financeiro v o imposto
cutirem os méritos e deméritos do livre-câmbio e do protecionismo, assim-
pular em favor do livre-cambio. Comer a) a proteção à produção nacional dantes, agricultores e consumidores veem
b) a proteção a certos ramos da pro dução nacional contra outros da mes
Não nos cabe entrar
97
Digesto Econômico
A primeira dessas finalidades pode ser alcançada através dos direitos adua neiros, hoje considerados pela Carta de Havana e pelo Tratado de Tarifas como a única forma lícita de proteção à^pro dução nacional contra a concorrência estrangeira.
Êsse processo de intervenção na or dem econômica, por meio do impôsto,
é o mais generalizado e o mais tradi cional. Desde o mercantilismo na Fran
ça, que vem sendo usado com maior ou menor intensidade, tendo dado lugar a
acirradas polêmicas entre economistas o pôsto, mesmo, em perigo, a paz entre nações.
Não é aqui lugar próprio para se dis
Srsem^e capacitarem de que, em sua atividade, está o poder pubhco pro
tegendo tôda a economia nacional e pre
parando uma nação melhor para -as ge
rações futuras.
Ao passo que os economistas se deigumentos e o povo pelo seu mteresse
xan, levar pela lógica a^parente dos ar
imediato na compra de produtos estran geiros bons e baratos, as nações se
orientam pelo interesse em dormnar econòmicamente o mundo. Na Co^erencia de Havana, por exemplo, as delega
ções dos países altamente industriali zados, como os Estados Unidos, bate ram-se tenazmente por uma política universal livrè-cambista, ao passo que
DiciísTo Econômico
Sucede, porém, que, na prática, rara
se presta tanto a essa intervenção como
mente o Estado lança mão de todo o po
o imposto, atra\-cs de sua ação indireta,
derio do imposto como arma econômi
freqüentemente sua\'e, moldando os ru
ca, de modo a obter um resultado abso
mos da economia da nação. de acordo
luto.
com os planos dos govcmante.s. Assim sendo, quando tal arma for usada, deve
Limita-se, nas mais das vezes, a
espicaçar levemente certos aspectos da economia ou da organização social para obter um rcsu'tado parcial. Nenhum
Estado, para aumentar a população do
sê-lo eficientemente, de modo a se ob terem, os resultados visados.
Um imposto como o nosso, sobre sol
território, impõe aos solteiros ou casais estéreis uma tributação tal que não lhes
filho, encerra uma pura injustiça fiscal,
sobrem meios de subsistência, e muito
pois que sua única justificati\'a para des
teiros, casaLs sem filhos ou com um só
intervenção do Estado em todos os se tores da vida econômica e em muitos
da vida social.
Quer atuando sôbre a
produção ou sôbre a circulação, a repar tição ou o consumo da riqueza, sôbre
a população ou sôbre o meio circulan te, o imposto, quando adequadamente utilizado, conduz sempre ao fim pre
tendido, mormente quando sua ação
seja coadjuvada por outras medidas econômicas auxiliares.
poucos impõem tarifas aduaneiras real
prezar o principio da tributação em
mente proibitivas.
função da capacidade cnntributixa esta
Vejamos os principais tipos de inter venção na ordem econômica e social por
Em verdade, todos os governos pro curam agir com certa suavidade, não só para evitar bruscas subversões na
ria em seus fins sociais, e estes nunca
meio do impôsto.
serão alcançados atraxés dc uma tribu-
ca, como também para não prejudicar irrcmedià-
vclmente a produtividadido imposto. Será,
essa
cautelosa
Ação sôbre a produção
laçãíi tão módica.
ordem .social c econômi
O imposto
â
financeiro
A ação do impôsto sôbre a produção
d e V c, iniludh ebnente, obedecer aos requi.sitos da
pode visar:
justiça e da produtivida de. O imposto de fins extra-fiscais deve, iuilii-
contra a concorrência estrangeira;
política fiscal e econô
divelmente, procurar al
mica, a mais adequada?
cançar o fim \isado. Eo-
ma produção.
aqui na apreciação das vantagens e inconveuien-'
le.s ou na legitimidade ou não da iiiter\enção do Estado na ordem econó-
.mica, quer por meio do imposto, qncr por qualquer outro meio. Esse proble ma, pela SLui amplíhide, não comporta lima análise superficial. . Uma coisa,
porém, é certa: neste século, ninguém mais, nem os mais ferrenhos partidários do liberalismo, admitem que o Estado
tenha apenas uma fimçao de produtor de segurança, nem que sua atitude, face à economia da nação, deva ser a do "laissez faire, laissez passer".
Admitida que seja a intervenção do Es tado na ordem econôhiica, com maior
ou menor intensidade, não importa, de vemos reconhecer que nenhuma arma
ra disso, n sistema tribu * * *
ao.s seus requisitos próprios c procuran
do alcançar seu objetivo. Essa separa ção, de resto, daria aos governantes uma visão mais nítida dos problemas e con
tribuiria para unia melhor compreensão do regime tributário.
Isso, porém, nunca existiu na prática e daí resultam a ba^búrdía e a injustiça em toclo.s os sistema.s tributiixios e reper cussões perniciosas do impôsto na^vicla econômica de todos os países. H: íU 5!;
O impôsto é usado como veículo dá
fortemente industrializadas e dos eco nomistas de gabinete. Êstes, longe da realidade das coisas, se comprazem em
raciocínios lógicos, jogando com as con
seqüências da lei da oferta e da pro cura para provar a excelência de sua doutrina.
Talvez por isso mesmo, em
teoria, o livre-cambismo sempre levou de vencida o protecionismo. Suas con clusões, aparentando uma
taUna, têm empo'gado o esp.nto dos mais eminentes economistas. Criou-se, também, uma
toetos aduaneiros um benef.oro
apenas para os industriais, e estes, nao sabendo muitas vêzes justificar o am
paro que seus produtos recebem e ain
P®"
la leitura de jornais e conversas de café, entem-se quase culpados por essa pr^
O ideai, portanto, seria
cconómico-social, cada uma obedecendo
to que tem sido exaustivamente discuti do em farta literatura econômica e po lítica. Convém dizer, contudo, que o livre-cambismo é a teoria das nações
da imbuídos pela condcção
tário será defeituoso.
o de .SC e.stabclecer nos .sistema.s tribu tários duas categorias distintas de im postos: o imposto financeiro v o imposto
cutirem os méritos e deméritos do livre-câmbio e do protecionismo, assim-
pular em favor do livre-cambio. Comer a) a proteção à produção nacional dantes, agricultores e consumidores veem
b) a proteção a certos ramos da pro dução nacional contra outros da mes
Não nos cabe entrar
97
Digesto Econômico
A primeira dessas finalidades pode ser alcançada através dos direitos adua neiros, hoje considerados pela Carta de Havana e pelo Tratado de Tarifas como a única forma lícita de proteção à^pro dução nacional contra a concorrência estrangeira.
Êsse processo de intervenção na or dem econômica, por meio do impôsto,
é o mais generalizado e o mais tradi cional. Desde o mercantilismo na Fran
ça, que vem sendo usado com maior ou menor intensidade, tendo dado lugar a
acirradas polêmicas entre economistas o pôsto, mesmo, em perigo, a paz entre nações.
Não é aqui lugar próprio para se dis
Srsem^e capacitarem de que, em sua atividade, está o poder pubhco pro
tegendo tôda a economia nacional e pre
parando uma nação melhor para -as ge
rações futuras.
Ao passo que os economistas se deigumentos e o povo pelo seu mteresse
xan, levar pela lógica a^parente dos ar
imediato na compra de produtos estran geiros bons e baratos, as nações se
orientam pelo interesse em dormnar econòmicamente o mundo. Na Co^erencia de Havana, por exemplo, as delega
ções dos países altamente industriali zados, como os Estados Unidos, bate ram-se tenazmente por uma política universal livrè-cambista, ao passo que
Dicesto
98
as nações agrícolas lutaram pe'a proteção aduaneira. Daí resultou um texto con
traditório: ao passo que ps princípios enunciados refletiam uma tendência li-
vre-cambisla, as excessões aos princípios conduziam ao protecionismo.
'que o impósto a cs.sa finalidade, regulan do as importações em função da utilida de dos produtos c das disponibilidades cambiais no exterior.
Vemos, assim, que os direitos adua neiros, considerados em conjunto, têm
uma iTÍplicc finalidade: a fiscal, a de proteção à produção nacional e a de
:5s ^ sií
Os direitos aduaneiros, denominação
genénca_, nrm sempre .são de natureza
protecionista, o que vale dizer que êsse imposto nem sempre tem finalidade econômica, visando, müitas vezes, ob
jetivos puramente fiscais.
Econômico
dificultar o desperdício-de divisas estran
tomóveis, como sobre tôdas as outras
mercadorias das quais não exista produ ção nacional, tem por única finalidade
proporcionar arrecadação ao erário. Em "muitos casos, também, a finalida de é. simultaneamente econômica e fis
cal, mas não protecionista. E' o caso,
por exemplo, da incidência de pesados direitos sobre objetos de arte, jóias, per
Para que uma tarifa aduaneira seja çar a finalldde visada, cia deve:
a) incidir sobre produto estrangeiro do qual exista similar nacional;
guns países reforcem essa proteção
por meio de impostos internos. E o que sucede no Brasil, por
o imposto- de consumo, que mcide sôos direitos aduaneiros não dependem, brc produtos nacionais para sua aplicação, de prévia inclusão mesma espécie, com ahquotas d.feren no orçamento. Êles podem ser criados
tes, numa disfarçada proteção a.pro
ou majorados a qualquer tempo, não
dução nacional.
só no Brasil como em muitos outros
países. Isso porque sua finalidade é
^
Se a razão^da prodToTsua procedência não pode ter
de certo artigo, para conquistar merca-
Sr internacionais dos quais o Brasil
do.s externos, passa a vende-lo por preço ínfimo, inferior ao seu custo de produ ção, com o intuito de afastar ou esma
foi signatário.
nacional, e tampouco apenas obter uma se assim fôsse, a uma taxa menor, cor
Deve, ainda, a tarifa protecionista, ser estabelecida por um prazo previamente fixado, tão dilatado que permita à in
responderia provavelmente- maior arre cadação pelo aumento do volume das
feiçoar a ponto de poder competir em
em dia, o sistema de licença previa de importação, adotado por muitos países, inclusive pelo Brasil, atende melhoi- do
pe'os tratados internacionais, como a Carta de Havana, é a tributação adua neira. Isso não impede, porém, que al
assegure seu desenvolvimento; c) tributar o produto estrangeiro eni
produção.
das em estéreis artigos de luxo.^ Hoje
^ ijí
o instrumento típico de proteção à
produção nacional e o único admissível
no país. e contar com um mínimo de apare'hagem e equipamento técnico que
tão desinteressante para a economia
visas no exterior não sejam malbarata-
Dessa forma, sacrifica-se inutilmente
í}!
teCo, todos os artigos estrangeiros sao
como utilizar matérias-primas produzidas
compensar' as diferenças de custo de
cu'tar a importação desses artigos res
da prévia inclusão no orçamento para criação ou elevação de impostos.
tipicamente econômica, e tal arma, mui tas vezes, precisa ser usada imediata mente, para impedir graves perturba ções na economia nacional. E' o que sucede, por exemplo, no caso dos "dum-
b) proteger a produção nacional que tenha condições naturais de viabilidade
nacional, muitas vezes inexistente ou en
tringindo o seu consumo, para que as di
estrangeiro será sempre compensada pe la tarifa protecionista.
Contrariamente aos demais impostos,
tipicamente protecionista e possa alcan
Justifica-se, assjm, a e.xceção aberta para os direitos aduaneiros, da regra
a reduzir o custo da produção e a aper
feiçoar 0.S produtos, pois sabe que a di ferença entre seu custo e o do produtor
industrialização do país.
na uma e onde começa outra.
pelo menos, tanto quanto baste para
importações. O que se pretende é difi-
sua técnica e seu equipamento de modo
o consumidor e protela-se de muito a
fumes e artigos de luxo em gera'. Nesses casos, não se visa proteger a indústria
arrecadação para os cofres públicos, pois
tecionistas. Daí resulta que o produtor nacional não se interessa em aperfeiçoar
muitos casos, distinguir-.se onde termi
A nossa ta
cional. Quando incide, porém, sobre au
de redução progressiva nas tarifas pro
geiras ccm a importação de artigos su pérfluos, sendo quase impossível, em
rifa aduaneira, tributando tecidos de al
godão, por exemplo, tem uma finalida de econômica de proteger a indústria na
Digesto Econômico
dústria nacional se desenvolver e aper igualdade de condições com a produção
estrangeira, mas não tão longo que tire
ao produtor nacional o estímulo para aperfeiçoar suas instalações e seus mé todos de produção. Não é isso, porém, o que se faz no
Brasil.
A proteção é dada por tempo
ilimitado, sem ao. menos uma escala
pings": um determinado país, produtor
gar os concorrentes. Alcançado êsse ob jetivo, eleva novamente os preços e tor na-se único foi-necédor do artigo. . Ora,
i
a menor influência na tributação, ^n-
Xtados mais pesadamente do que os
correspondentes de produção nuijia flagrante desobediência a üata-
^ ^ ^
A ação do impôsto, protegendo deter
ras em tanto quanto baste para com
minados ramos da produção nacional contra loutros, visa distribuir melhor lis forças econômicas da naçiio, de modo
da, imediata pela sua própria natureza,
minado setor da produção atraiam para êle todos os capitais, técnicos e operá
para impedir essa manobra desleal, o único meio é e'evar as tarifas aduanei
pensar a redução de preço determinada pelo produtor estrangeiro. Essa medi
li evitar que os lucros elevados de deter
não pode depender de prévia inclusão no orçamento para vigorar no exercício seguinte, pois que até lá tôdas as fá
rios, com o conseqüente abandono de outros ramos que também interessam à nação. Pela aDoOição de parte apreciá
bricas nacionais produtoras do artigo terão desaparecido.
vidade e correspondente isenção de im-
vel dos lucros de certos setores' de ati
Dicesto
98
as nações agrícolas lutaram pe'a proteção aduaneira. Daí resultou um texto con
traditório: ao passo que ps princípios enunciados refletiam uma tendência li-
vre-cambisla, as excessões aos princípios conduziam ao protecionismo.
'que o impósto a cs.sa finalidade, regulan do as importações em função da utilida de dos produtos c das disponibilidades cambiais no exterior.
Vemos, assim, que os direitos adua neiros, considerados em conjunto, têm
uma iTÍplicc finalidade: a fiscal, a de proteção à produção nacional e a de
:5s ^ sií
Os direitos aduaneiros, denominação
genénca_, nrm sempre .são de natureza
protecionista, o que vale dizer que êsse imposto nem sempre tem finalidade econômica, visando, müitas vezes, ob
jetivos puramente fiscais.
Econômico
dificultar o desperdício-de divisas estran
tomóveis, como sobre tôdas as outras
mercadorias das quais não exista produ ção nacional, tem por única finalidade
proporcionar arrecadação ao erário. Em "muitos casos, também, a finalida de é. simultaneamente econômica e fis
cal, mas não protecionista. E' o caso,
por exemplo, da incidência de pesados direitos sobre objetos de arte, jóias, per
Para que uma tarifa aduaneira seja çar a finalldde visada, cia deve:
a) incidir sobre produto estrangeiro do qual exista similar nacional;
guns países reforcem essa proteção
por meio de impostos internos. E o que sucede no Brasil, por
o imposto- de consumo, que mcide sôos direitos aduaneiros não dependem, brc produtos nacionais para sua aplicação, de prévia inclusão mesma espécie, com ahquotas d.feren no orçamento. Êles podem ser criados
tes, numa disfarçada proteção a.pro
ou majorados a qualquer tempo, não
dução nacional.
só no Brasil como em muitos outros
países. Isso porque sua finalidade é
^
Se a razão^da prodToTsua procedência não pode ter
de certo artigo, para conquistar merca-
Sr internacionais dos quais o Brasil
do.s externos, passa a vende-lo por preço ínfimo, inferior ao seu custo de produ ção, com o intuito de afastar ou esma
foi signatário.
nacional, e tampouco apenas obter uma se assim fôsse, a uma taxa menor, cor
Deve, ainda, a tarifa protecionista, ser estabelecida por um prazo previamente fixado, tão dilatado que permita à in
responderia provavelmente- maior arre cadação pelo aumento do volume das
feiçoar a ponto de poder competir em
em dia, o sistema de licença previa de importação, adotado por muitos países, inclusive pelo Brasil, atende melhoi- do
pe'os tratados internacionais, como a Carta de Havana, é a tributação adua neira. Isso não impede, porém, que al
assegure seu desenvolvimento; c) tributar o produto estrangeiro eni
produção.
das em estéreis artigos de luxo.^ Hoje
^ ijí
o instrumento típico de proteção à
produção nacional e o único admissível
no país. e contar com um mínimo de apare'hagem e equipamento técnico que
tão desinteressante para a economia
visas no exterior não sejam malbarata-
Dessa forma, sacrifica-se inutilmente
í}!
teCo, todos os artigos estrangeiros sao
como utilizar matérias-primas produzidas
compensar' as diferenças de custo de
cu'tar a importação desses artigos res
da prévia inclusão no orçamento para criação ou elevação de impostos.
tipicamente econômica, e tal arma, mui tas vezes, precisa ser usada imediata mente, para impedir graves perturba ções na economia nacional. E' o que sucede, por exemplo, no caso dos "dum-
b) proteger a produção nacional que tenha condições naturais de viabilidade
nacional, muitas vezes inexistente ou en
tringindo o seu consumo, para que as di
estrangeiro será sempre compensada pe la tarifa protecionista.
Contrariamente aos demais impostos,
tipicamente protecionista e possa alcan
Justifica-se, assjm, a e.xceção aberta para os direitos aduaneiros, da regra
a reduzir o custo da produção e a aper
feiçoar 0.S produtos, pois sabe que a di ferença entre seu custo e o do produtor
industrialização do país.
na uma e onde começa outra.
pelo menos, tanto quanto baste para
importações. O que se pretende é difi-
sua técnica e seu equipamento de modo
o consumidor e protela-se de muito a
fumes e artigos de luxo em gera'. Nesses casos, não se visa proteger a indústria
arrecadação para os cofres públicos, pois
tecionistas. Daí resulta que o produtor nacional não se interessa em aperfeiçoar
muitos casos, distinguir-.se onde termi
A nossa ta
cional. Quando incide, porém, sobre au
de redução progressiva nas tarifas pro
geiras ccm a importação de artigos su pérfluos, sendo quase impossível, em
rifa aduaneira, tributando tecidos de al
godão, por exemplo, tem uma finalida de econômica de proteger a indústria na
Digesto Econômico
dústria nacional se desenvolver e aper igualdade de condições com a produção
estrangeira, mas não tão longo que tire
ao produtor nacional o estímulo para aperfeiçoar suas instalações e seus mé todos de produção. Não é isso, porém, o que se faz no
Brasil.
A proteção é dada por tempo
ilimitado, sem ao. menos uma escala
pings": um determinado país, produtor
gar os concorrentes. Alcançado êsse ob jetivo, eleva novamente os preços e tor na-se único foi-necédor do artigo. . Ora,
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a menor influência na tributação, ^n-
Xtados mais pesadamente do que os
correspondentes de produção nuijia flagrante desobediência a üata-
^ ^ ^
A ação do impôsto, protegendo deter
ras em tanto quanto baste para com
minados ramos da produção nacional contra loutros, visa distribuir melhor lis forças econômicas da naçiio, de modo
da, imediata pela sua própria natureza,
minado setor da produção atraiam para êle todos os capitais, técnicos e operá
para impedir essa manobra desleal, o único meio é e'evar as tarifas aduanei
pensar a redução de preço determinada pelo produtor estrangeiro. Essa medi
li evitar que os lucros elevados de deter
não pode depender de prévia inclusão no orçamento para vigorar no exercício seguinte, pois que até lá tôdas as fá
rios, com o conseqüente abandono de outros ramos que também interessam à nação. Pela aDoOição de parte apreciá
bricas nacionais produtoras do artigo terão desaparecido.
vidade e correspondente isenção de im-
vel dos lucros de certos setores' de ati
mrw^-^í
DiCESTO
100
EcONÓNtlCO
postos para outros,'pode-se obter um
pôsto de renda, goza essa atividade,
equilíbrio satisfatório da economia do país.
pais de indústrias e profissões o de licen
ainda, de isenção de impostos munici
Impressões sõbre a zona assolada no Vaie do Paraíba llirevcs notas de viagem)
Não e.viste no Brasil um imposto típico
ça, na grande maioria dos municípios e,
dessa categoria. Entretanto, a diferença
em vários Estados, de isenção do im-
L. A. Costa Pinto
de tributação pelo imposto de renda
pôsto indireto de vendas e consignações, além de não estarem seus produtos su jeitos ao imposto de consumo.
(Universidade do Btasil
entre os lucros obtidos em atividades comerciais e industriais e os obtidos na
produÇião agrícola e pastoril, poderia ser considerada como uma tentativa pa ra desviar "o empreendimento privado para as atividades agrícolas. Não se sabe, porém, se foi esse o objetivo da
Êsse favoritismo fiscal
Instituto de Economia)
resulta não
só de razões técnicas, pela impossibili
dade de se ímporem ao produtor agrícola
.OS primeiros dias de ja
as formalidades, escrituração e sistemas
neiro passado, integrando
lei ou se se tributou mais pesadamente o
de contrôle necessários para impedir a evasão do imposto, como também do
uma caravana de técnicos,
empreendimnto comercial e o indus
propósito de compensar, por ès.se meio,
trial exclusivamente porque a organiza ção dessas atividades permite um contro le melhor dos lucros, através de sua es crituração e contabilidade,
Ahás, Laufembourger acentua que essa tendência é universal e resulta de
razões de ordem técnica.
O certo é,
porem, que em quase todos os países nota-se uma tendência ini'udível de am
paro à agricutura através de isenções
fiscais e alíquotas módicas do imposto sôbro a renda e mesmo de isenções de
impostos indiretos sobre ã produção agrí cola.
No Brasil, além da situação privile giada da agrjcultura em relação ao im-
%
os menores lucros e os grandes riscos
que proporciona o empreendimento agrí cola.
Outras modalidades da ação do impôsto, visando desviar as forças econô micas de um setor para outro, são en
contradas nas legislações municipais. Ora são isenções temporárias para fábricas que.se instalem no município, ora fa vores fiscais a hotéis, quando rua falta
se faça sentir nas cidades, ora outros benefícios da mesma natureza.
A seguir, serão abordados outros as pectos da ação econômica e social do imposto, a começar por sua ação sôbre
a circulação da riqueza.
que tinha por finalidade sugerir as bases de um plano de recuperação eco
nômica da região assola da do Vale do Paraíba, percorremos
grande parte do território mineiro que mais diretamente sofreu o impacto do cataclisma tremendo.
E' de se perguntar que papel podia ter alguém qüe se dedica ao estudo das relações humanas numa equipe de en genheiros agrônomos, médicos, técnicos em florestamento, em erosão, em drena
gem, em regime de rios e de chuvas, co mo aqueles, e dos mais ilustres, que com
punham a comissão de estudos que per correu os vales do rios Pírapetinga, Aven
tureiro e Angu, é os municípios e vilas
que a partir da noite fatídica de 15 de dezembro
.O número de acidentes fatais nas rodovias da Grã-Bretanha, no ano ^yassado
estavam
tran.sforiTiados
em
montão de escombros. Já no relatório da comissão,- entretanto, pode-se ver o lar go capítulo aberto à sociologia das ca
foi o mais baixo registrado noâ últimos 20 anos. Ao anuncid-lo, o Ministério dos Transportes acrescentou que êsses acidentes não passaram de 4.500. Os dados te.
lamidades, em que o problema se con-
velam diminuição progressiva no número de pessoas mortas em acidentes rodovid-
procuraremos destacar a significação so
rios nos últimos dez anos. Também se observou no ano passado uma diminuição do número de pessoas feridas. Pouco menos de 149.000 foram feridas leva ou sèriamente, o que representa 12.000 menos que em 1947. Comentarulo âsses dados, o secretário parlamentar do referido Ministério anun
ciou que, no mesmo período, o número de automóveis licenciados passou do 2.500.000 para nuiis de 3.600.000. NÕo há dúvida, pois, que a queda no número de acidentes fatais é notável.
tituíu (1); aqui, nestas notas esparsas,
cial e humana de alguns dos aspectos (1) Vd. "Relatório da Comissão de Es
tudo para a Recuperação Econômica da Região Assolada no Vale do Paraíba", Rio de Janeiro. 1949.
fundamentais da catástrofe. Em verdade, não tememos afirmar que sem acurada visão sociológica jamais se compreen
derá a origem profunda do que ocorreu, nem as razões que fizeram as chuvas, tão desejadas, se transformarem em ca lamidade desoladora; muito menos se
compreenderá também, sem que se des taque êsse aspecto sociológii^, o pen-
go de uma trágica repetição do fenôme no ou, ainda, os óbices e as dificuldad^
IlU L/U>
viP
^
^
.
que surgem de parte das própnas viti mas cunuH mas contra os remédios de — efeito realmente eficaz que a ciêncm mente eiicaz que u
-r
^
comenda, com o cbjeHvo de sanar q mal desde sua origem.
E' êsse perigo permanente ^ repeti ção do fenômeno que toma também per manente a discussão das
que o predeterminaram e que lhe mul tiplicaram os efeitos, atualizando, dêste modo, o que hoje ainda se disser e repe tir, como análise e como aviso, quando o manto do esquecimento ja vai amorte cendo os últimos ecos da catástrofe. II
A população local logo denominou de "tromba dágua" a precipitação pluvial que foi a causa .imediata dos estragos materiais, econômicos e humanos de que foi vítima. A imprensa do país, em suas manchetes e reportagens, espalhou por
toda parte qssa.impressão. Tècnicamente,- porém, — como estã clemonstrado
jj-
mrw^-^í
DiCESTO
100
EcONÓNtlCO
postos para outros,'pode-se obter um
pôsto de renda, goza essa atividade,
equilíbrio satisfatório da economia do país.
pais de indústrias e profissões o de licen
ainda, de isenção de impostos munici
Impressões sõbre a zona assolada no Vaie do Paraíba llirevcs notas de viagem)
Não e.viste no Brasil um imposto típico
ça, na grande maioria dos municípios e,
dessa categoria. Entretanto, a diferença
em vários Estados, de isenção do im-
L. A. Costa Pinto
de tributação pelo imposto de renda
pôsto indireto de vendas e consignações, além de não estarem seus produtos su jeitos ao imposto de consumo.
(Universidade do Btasil
entre os lucros obtidos em atividades comerciais e industriais e os obtidos na
produÇião agrícola e pastoril, poderia ser considerada como uma tentativa pa ra desviar "o empreendimento privado para as atividades agrícolas. Não se sabe, porém, se foi esse o objetivo da
Êsse favoritismo fiscal
Instituto de Economia)
resulta não
só de razões técnicas, pela impossibili
dade de se ímporem ao produtor agrícola
.OS primeiros dias de ja
as formalidades, escrituração e sistemas
neiro passado, integrando
lei ou se se tributou mais pesadamente o
de contrôle necessários para impedir a evasão do imposto, como também do
uma caravana de técnicos,
empreendimnto comercial e o indus
propósito de compensar, por ès.se meio,
trial exclusivamente porque a organiza ção dessas atividades permite um contro le melhor dos lucros, através de sua es crituração e contabilidade,
Ahás, Laufembourger acentua que essa tendência é universal e resulta de
razões de ordem técnica.
O certo é,
porem, que em quase todos os países nota-se uma tendência ini'udível de am
paro à agricutura através de isenções
fiscais e alíquotas módicas do imposto sôbro a renda e mesmo de isenções de
impostos indiretos sobre ã produção agrí cola.
No Brasil, além da situação privile giada da agrjcultura em relação ao im-
%
os menores lucros e os grandes riscos
que proporciona o empreendimento agrí cola.
Outras modalidades da ação do impôsto, visando desviar as forças econô micas de um setor para outro, são en
contradas nas legislações municipais. Ora são isenções temporárias para fábricas que.se instalem no município, ora fa vores fiscais a hotéis, quando rua falta
se faça sentir nas cidades, ora outros benefícios da mesma natureza.
A seguir, serão abordados outros as pectos da ação econômica e social do imposto, a começar por sua ação sôbre
a circulação da riqueza.
que tinha por finalidade sugerir as bases de um plano de recuperação eco
nômica da região assola da do Vale do Paraíba, percorremos
grande parte do território mineiro que mais diretamente sofreu o impacto do cataclisma tremendo.
E' de se perguntar que papel podia ter alguém qüe se dedica ao estudo das relações humanas numa equipe de en genheiros agrônomos, médicos, técnicos em florestamento, em erosão, em drena
gem, em regime de rios e de chuvas, co mo aqueles, e dos mais ilustres, que com
punham a comissão de estudos que per correu os vales do rios Pírapetinga, Aven
tureiro e Angu, é os municípios e vilas
que a partir da noite fatídica de 15 de dezembro
.O número de acidentes fatais nas rodovias da Grã-Bretanha, no ano ^yassado
estavam
tran.sforiTiados
em
montão de escombros. Já no relatório da comissão,- entretanto, pode-se ver o lar go capítulo aberto à sociologia das ca
foi o mais baixo registrado noâ últimos 20 anos. Ao anuncid-lo, o Ministério dos Transportes acrescentou que êsses acidentes não passaram de 4.500. Os dados te.
lamidades, em que o problema se con-
velam diminuição progressiva no número de pessoas mortas em acidentes rodovid-
procuraremos destacar a significação so
rios nos últimos dez anos. Também se observou no ano passado uma diminuição do número de pessoas feridas. Pouco menos de 149.000 foram feridas leva ou sèriamente, o que representa 12.000 menos que em 1947. Comentarulo âsses dados, o secretário parlamentar do referido Ministério anun
ciou que, no mesmo período, o número de automóveis licenciados passou do 2.500.000 para nuiis de 3.600.000. NÕo há dúvida, pois, que a queda no número de acidentes fatais é notável.
tituíu (1); aqui, nestas notas esparsas,
cial e humana de alguns dos aspectos (1) Vd. "Relatório da Comissão de Es
tudo para a Recuperação Econômica da Região Assolada no Vale do Paraíba", Rio de Janeiro. 1949.
fundamentais da catástrofe. Em verdade, não tememos afirmar que sem acurada visão sociológica jamais se compreen
derá a origem profunda do que ocorreu, nem as razões que fizeram as chuvas, tão desejadas, se transformarem em ca lamidade desoladora; muito menos se
compreenderá também, sem que se des taque êsse aspecto sociológii^, o pen-
go de uma trágica repetição do fenôme no ou, ainda, os óbices e as dificuldad^
IlU L/U>
viP
^
^
.
que surgem de parte das própnas viti mas cunuH mas contra os remédios de — efeito realmente eficaz que a ciêncm mente eiicaz que u
-r
^
comenda, com o cbjeHvo de sanar q mal desde sua origem.
E' êsse perigo permanente ^ repeti ção do fenômeno que toma também per manente a discussão das
que o predeterminaram e que lhe mul tiplicaram os efeitos, atualizando, dêste modo, o que hoje ainda se disser e repe tir, como análise e como aviso, quando o manto do esquecimento ja vai amorte cendo os últimos ecos da catástrofe. II
A população local logo denominou de "tromba dágua" a precipitação pluvial que foi a causa .imediata dos estragos materiais, econômicos e humanos de que foi vítima. A imprensa do país, em suas manchetes e reportagens, espalhou por
toda parte qssa.impressão. Tècnicamente,- porém, — como estã clemonstrado
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.1 1 11
11 finiiLip 103
Digfsto Econômico Dicesto
102
Econômico
do não clc\'iam ser usadív; ainda que
que floriu e frutifícou. Quando a terra cansava, a produção diminuía e os lu cros acusavam o prejuízo. Foice, fogo e
de salvaguarda do cotidiano secular, da
tivessem 2 ou 3%", terras onde o café é colhido "de rastro", como nos informou
De ponta a ponta o vale foi percorrido,
entendermos a expressão no seu verda
rotina de uma forma social de ocupação
iim colono na região.
deiro sentido de "coluna dágua, dotada de rápido movimento rotatório", nem se
e exploração predatória da terra. Dai a
Extraordinária, em suma, em seu ca-
necessidade dc encontrar uma causa de
rátcv predatório, é a forma social de ocupação e exploração dá terra naquela
H. Stemberg, que integrou nossa co
de e repetidas por tòda a população lo cal, um típico meconvimo dc defesa, pro
missão de estudos — a expressão é errô
cesso inconsciente de aulo-justificação,
nea: tromba dágua não houve, nem se
no excelente relatório do geógrafo Prof.
se pretende indicar que houve a queda brusca e compacta de uma massa lí quida de colossal envergadura. Percor rendo a região, como fizemos, qualquer
leigo de pronto repele qualquer das duas hipóteses por absurdas, pois a paisagem dramática e subvertida que restou, na impressão geral como nos mínimos de
talhes, revela, em depoimentos flagrantes, que o fenômeno atmosférico foi de ou tro tipo.
Não era difícil constatar que a idéia
de tromba dágua, no espírito da popu
lação local, significava chuvas, de certo modo súbitas, de grandes proporções,
natureza física, de caráter catastrófico,
de origem imprevisível, de localização
região, que alterou o quadro ecológico
inatingível, de repcrcus.sões dramáticas e de condicionamento inevitável — sobre cujos ombros, dc proporções cósmicas,
da cóniunidade, desfez o equilíbrio bió■ tico, não devolveu à terra o que dela retirou, preparando assim, històricamen-
pudesse ser lançada a culpa de um pro
te, no plano econômico, social e cultural, todos os fatores que tornaram as chuvas que o homem pediu aos céus, em preces e clamores públicos, uma calamidade que éle 'amenla amargamente, sem saber identificar em si mesmo o grande culpa
blema sócio-económico, historicamente
explicável, tècnicamente rcmediáve', pre visível, explicável em tôrmus sociolóciCOS das relações dos homens com o meio
e das relações dos homens entre si, no
quadro ecológico em que se desenro lou mais um capítulo, não o último, do
Isto é o que tinham em mente: não ar gumentavam racionalmente, emprestando
primeiro dia da coionização.
tornam
a
III
tromba
dágua, do ponto de vista meteo rológico, um fenômeno absoluta mente típico. O de que precisavam — e aqui se abre um verda- • "fe deiro laboratório de psicologia só
cia' — era de um "bode expiatório",
algo físico, não social nem humano, algo de certo modo inevitável e distante, não
femediável ou previsível, algo extraordi nário, não rotineiro ou cotidiano — algo
conjuntural e não estrutural — que fosse apontado como causa responsável do ocorrido, sem agravar a consciência co letiva de culpa. Sem forçar a realidade, qualquer
IV
ção e o uso devastador do capital-terra
e do capital-homem neste país, desde o
tecnicamente
do... da "tromba dágua".
drama inacabado que tem .sido a ocupa
donde resultaram tremendos estragos. ao ocorrido os característicos que
diu o Prof. Sternberg — o cultivo de terras "cujo dec'ive ultrapassa 90%, quan
Foi verificado, no serviço competente,
que o ocorrido em dezembro de 1948 na Zona da Mata teve precedentes, na mesma região, nos
anos pretéritos de 1926 e 1906. Chover, choveu; não resta dú
vida que cbovcu muito. Mas é preciso que se diga que não cho veu extraordínàriamente. Extraor dinária foi a ausência de revesti mento vegeta' do solo que devolverse à
Já se tem, portanto, no gráfico re presentativo da tragédia humana
Mais foice, mais fogo, mais café.
em demanda de novas terras mais para o sul.
Atrás ficava a terra devastada. E para utilizá-la as alternativas eram diversas.
Nas encostas progrediam os pastos onde antes estavam os cafèzais e foi por isso
que numa região de pecuária a perda de gado foi relatívamente tão pequena na última enchente: os rebanhos estavam
nas partes mais altas do terreno. Na
várzea faziam-se roças de nulho e arroz. Estas ficaram soterradas sob a areia, a
lama, or troncos de árvores gigantescas. Por aí, extravasando os leitos rasos e estreitos dos rios, correram as águas com
violência, o arrasado era peh 'adiante. Foram contadas 52 pontes des
enchente e ia aumentar os estragos
truídas na região. Os nos, camente estreitos, passaram a
correr em leitos extraordinários de dezenas de metros de largura, com um ou dois palmos, dgumas vêzes, de profundidade. Noutros
pontos, as roças transformadas em
leitos, xdam-se despontar na super
dêste país, três pontos de referen cia para traçar a curva calamitosa da
fície da água barrenta as cabeças dos
pequenez dos homen.s ante a grandeza
milharais.
dos problemas que lhes cabe resober.
atmosfera, mesmo durante as chuvas, por evaporação, a elevada porcentagem de agua de que é capaz; extraordinária foí
V
a quantidade de escombros e detritos
O Va''e do Paraíba, região que hoje vive notadamente da pecuária e deri-
que correu com as águas, e que causa^ ram mais estragos do que as próprias água^; extraordinária foi a fnten.sidade da
zona, em certa época florescente, de fa
erosão permitida por um solo indefe-o e
zendas de café.
devastado em todas as condições naturais
café.
vado.s, principalmente lactícínios, foi A mata foi derrubada, o fogo avançou
obsei>'ador treinado no estudo de tais
ou técnicas que lhe asseguram proteção
calcinando tudo.
p-cblemas sentia, nas explicações dadas ao fenômeno pe os líderes da comunida-
contra o desgaste erosivo; extraordinário foi verificar-se — como verificou e me-
pela foice e pelo fogo plantou-se café,
Na ten-a desbravada
No alto dos morros, nos picos, naque
las terras que os primeiros plantadores abandonaram por acharem inacessíveis e que deixaram para trás, saindo a procura do outras terras adiante - ai, os que ficaram plantaram o café, nas ladeiras, nas vertentes, grimpadas no declive. Es sa terra declivosa, fácil de erodir, es
pecialmente quando se planta sem obe
decer às curvas de nível e sem a preo
cupação de terracear a plantação — estava pronta a sofrer, despida de todas.
. .
.1 1 11
11 finiiLip 103
Digfsto Econômico Dicesto
102
Econômico
do não clc\'iam ser usadív; ainda que
que floriu e frutifícou. Quando a terra cansava, a produção diminuía e os lu cros acusavam o prejuízo. Foice, fogo e
de salvaguarda do cotidiano secular, da
tivessem 2 ou 3%", terras onde o café é colhido "de rastro", como nos informou
De ponta a ponta o vale foi percorrido,
entendermos a expressão no seu verda
rotina de uma forma social de ocupação
iim colono na região.
deiro sentido de "coluna dágua, dotada de rápido movimento rotatório", nem se
e exploração predatória da terra. Dai a
Extraordinária, em suma, em seu ca-
necessidade dc encontrar uma causa de
rátcv predatório, é a forma social de ocupação e exploração dá terra naquela
H. Stemberg, que integrou nossa co
de e repetidas por tòda a população lo cal, um típico meconvimo dc defesa, pro
missão de estudos — a expressão é errô
cesso inconsciente de aulo-justificação,
nea: tromba dágua não houve, nem se
no excelente relatório do geógrafo Prof.
se pretende indicar que houve a queda brusca e compacta de uma massa lí quida de colossal envergadura. Percor rendo a região, como fizemos, qualquer
leigo de pronto repele qualquer das duas hipóteses por absurdas, pois a paisagem dramática e subvertida que restou, na impressão geral como nos mínimos de
talhes, revela, em depoimentos flagrantes, que o fenômeno atmosférico foi de ou tro tipo.
Não era difícil constatar que a idéia
de tromba dágua, no espírito da popu
lação local, significava chuvas, de certo modo súbitas, de grandes proporções,
natureza física, de caráter catastrófico,
de origem imprevisível, de localização
região, que alterou o quadro ecológico
inatingível, de repcrcus.sões dramáticas e de condicionamento inevitável — sobre cujos ombros, dc proporções cósmicas,
da cóniunidade, desfez o equilíbrio bió■ tico, não devolveu à terra o que dela retirou, preparando assim, històricamen-
pudesse ser lançada a culpa de um pro
te, no plano econômico, social e cultural, todos os fatores que tornaram as chuvas que o homem pediu aos céus, em preces e clamores públicos, uma calamidade que éle 'amenla amargamente, sem saber identificar em si mesmo o grande culpa
blema sócio-económico, historicamente
explicável, tècnicamente rcmediáve', pre visível, explicável em tôrmus sociolóciCOS das relações dos homens com o meio
e das relações dos homens entre si, no
quadro ecológico em que se desenro lou mais um capítulo, não o último, do
Isto é o que tinham em mente: não ar gumentavam racionalmente, emprestando
primeiro dia da coionização.
tornam
a
III
tromba
dágua, do ponto de vista meteo rológico, um fenômeno absoluta mente típico. O de que precisavam — e aqui se abre um verda- • "fe deiro laboratório de psicologia só
cia' — era de um "bode expiatório",
algo físico, não social nem humano, algo de certo modo inevitável e distante, não
femediável ou previsível, algo extraordi nário, não rotineiro ou cotidiano — algo
conjuntural e não estrutural — que fosse apontado como causa responsável do ocorrido, sem agravar a consciência co letiva de culpa. Sem forçar a realidade, qualquer
IV
ção e o uso devastador do capital-terra
e do capital-homem neste país, desde o
tecnicamente
do... da "tromba dágua".
drama inacabado que tem .sido a ocupa
donde resultaram tremendos estragos. ao ocorrido os característicos que
diu o Prof. Sternberg — o cultivo de terras "cujo dec'ive ultrapassa 90%, quan
Foi verificado, no serviço competente,
que o ocorrido em dezembro de 1948 na Zona da Mata teve precedentes, na mesma região, nos
anos pretéritos de 1926 e 1906. Chover, choveu; não resta dú
vida que cbovcu muito. Mas é preciso que se diga que não cho veu extraordínàriamente. Extraor dinária foi a ausência de revesti mento vegeta' do solo que devolverse à
Já se tem, portanto, no gráfico re presentativo da tragédia humana
Mais foice, mais fogo, mais café.
em demanda de novas terras mais para o sul.
Atrás ficava a terra devastada. E para utilizá-la as alternativas eram diversas.
Nas encostas progrediam os pastos onde antes estavam os cafèzais e foi por isso
que numa região de pecuária a perda de gado foi relatívamente tão pequena na última enchente: os rebanhos estavam
nas partes mais altas do terreno. Na
várzea faziam-se roças de nulho e arroz. Estas ficaram soterradas sob a areia, a
lama, or troncos de árvores gigantescas. Por aí, extravasando os leitos rasos e estreitos dos rios, correram as águas com
violência, o arrasado era peh 'adiante. Foram contadas 52 pontes des
enchente e ia aumentar os estragos
truídas na região. Os nos, camente estreitos, passaram a
correr em leitos extraordinários de dezenas de metros de largura, com um ou dois palmos, dgumas vêzes, de profundidade. Noutros
pontos, as roças transformadas em
leitos, xdam-se despontar na super
dêste país, três pontos de referen cia para traçar a curva calamitosa da
fície da água barrenta as cabeças dos
pequenez dos homen.s ante a grandeza
milharais.
dos problemas que lhes cabe resober.
atmosfera, mesmo durante as chuvas, por evaporação, a elevada porcentagem de agua de que é capaz; extraordinária foí
V
a quantidade de escombros e detritos
O Va''e do Paraíba, região que hoje vive notadamente da pecuária e deri-
que correu com as águas, e que causa^ ram mais estragos do que as próprias água^; extraordinária foi a fnten.sidade da
zona, em certa época florescente, de fa
erosão permitida por um solo indefe-o e
zendas de café.
devastado em todas as condições naturais
café.
vado.s, principalmente lactícínios, foi A mata foi derrubada, o fogo avançou
obsei>'ador treinado no estudo de tais
ou técnicas que lhe asseguram proteção
calcinando tudo.
p-cblemas sentia, nas explicações dadas ao fenômeno pe os líderes da comunida-
contra o desgaste erosivo; extraordinário foi verificar-se — como verificou e me-
pela foice e pelo fogo plantou-se café,
Na ten-a desbravada
No alto dos morros, nos picos, naque
las terras que os primeiros plantadores abandonaram por acharem inacessíveis e que deixaram para trás, saindo a procura do outras terras adiante - ai, os que ficaram plantaram o café, nas ladeiras, nas vertentes, grimpadas no declive. Es sa terra declivosa, fácil de erodir, es
pecialmente quando se planta sem obe
decer às curvas de nível e sem a preo
cupação de terracear a plantação — estava pronta a sofrer, despida de todas.
Dicr^To Econômico
104
as suas defesas naturais e desajustada
pela forma de cultivo, as "gostosas den tadas" da erosão.
Essas roças, peque
dos e clamores dos líderes das comuni dades assoladas? Em face do ocorrido e de suas causas
O tratado de Methuen 11 - Antecedentes
nas glebas parceladas pelos antigos do
profundas — recuperar, reconstruir signi
nos, muitas vezes como meio de recons
fica renovar, reestruturar.
tituir seus cabedais ameaçados pelo es
condições que e.xistiam na madrugada de
gotamento do solo, eram o sustento dos
l^i-SGOSTOSA a nobreza lusa da expe-
colonos e sitiantes, que hoje, apavorados,
15 de dezembro de 1948 significará fa talmente a reconstituição do quadro eco
tentam emigrar da terra malsinada. A
lógico em que o problema se originou.
em sua maior parte — processou-se a
configuração dêsse problema da "falta de
Nunca o binômio homem-meío teve o
braços" na mente dos proprietários da
seu equilíbrio tão violentado como na'
região assume formas diversas, algumas bem surpreendentes, especialmente no que diz respeito a certas medidas que-
agricultura irracional que caracteriza o
Restauração, com D. João IV duvidoso ante as vantagens que lhe poderiam advir da posse do trono, em confronto
alguns recomendaram para evitar a eva
Nunca um problema regional reprodu ziu tão bem as grandes linhas extremas
são da força de trabalho. "Nada de auxílio direto ao colono"
— era o que pensavam. "Isto pode até tomar-se um mal. O problema do co
lono quem deve solucionar é o pro prietário. Êle é quem deve receber os auxílios e há distribuí-los de modo tal
que a dádiva servirá, inclusive, de meio de fixar o colono à terra, impedindo a evasão. Do contrário, os colonos toma
rão o auxílio como estímulo para partir em busca de outras regiões onde preten derão recomeçar a vida, talvez não mais
sistema de plantações dos países tropi cais, de que o Brasil é exemplo típico. de um problema para o. qual marcha a agricultura nacional como um todo. Não se poderia desejar prova experimental
mais evidente da interdependência que
com as que já gozava, e com aquelas que lhe poderiam ser colhidas de um possível acordo com pretendentes, mais poderosos. Longe se estava, no tempo como nas circunstancias, da época do
primeiro rei de seu nome, o mestre de Aviz, rebelando-se sòlidamente apoiado numa pequena nobreza' altiva e operosa
e num grupo mercantil dinâmico e pode
solução que o problema oferece dese nham-se no próprio bojo da tragédia te lúrica e sociológica daquela zona e da
excelentes, nem encontrava ambiente em
quela gente.
domínio espanhol —.sob cujas caracte rísticas se csfacelara grande parte do pa VII
Pensariam assim os colonos? Em face de um caso agudo como
Recuperarl Reconstruir! Que significação poderão ter êsses bra-
riência castelhana — a que anuíra,
existe entre êsses aspectos fundamentais da associação humana: as instituições econômicas, a organização social e o re vestimento cultural. As perspectivas de
como colonos. Eis o perigo."
VI
Nelson Werneck Sodre
A volta às
aquê'e, se a mentalidade homeoj)ática superar a mentalidade cirúrgica, chegará o dia em que o "hinterland" brasileiro sé transformará num grande Vale do Paraíba.
roso. A Re.stauração se processaria sob côres bem diferentes. O herdeiro do Condestável nem tinha méritos pessoais
que os exercitasse.
Tratava-se, para a emancipação do
trimônio português — de estabelecer • alianças que possibilitassem uma posi ção firme ante o vizinho perigoso. Tais alianças surgiam, naturalmente, entre- os
inimigos da Espanha: a França, em pri meiro lugar, em guerra com Felipe IV — e a Holanda. As cortes de I64I acudijíam com o fornecimento de soldados e numerário. Aquêles em número reduzi
do, pois, numa população de dois mi
tuguêsas, cifrava-se em dois milhões de cruzados. Restava o auxílio das alian
ças; sem elas, teria sido impossível man ter-se o reino, em face do espanhol.
Aproveitar-se-ia a rivalidade entre a
França e a Casa de Áustria e. através de coordenada e intensa ação diplomática, buscar-se-ia obter homens, na\'ios, arma
mento, para os choques militares, e novas
condições para um comércio que deveria fornecer, também, bases financeiras ao precário tesouro real.
Assim, foram firmados tratados com a
França, com a Suécia, com a Holanda e cora a Inglaterra. Tratados «stabelecidos sob a pressão de
difíceis e atribulados, deixavam Portu
gal quase sempre em posição desfavo rável
Assim, aquêle assinado com a
Holanda - que dominava,
uma companhia de comercio, a zona açucareira do Brasü - e que nao im
pediu continuassem os batavos a sua tarefa de desagregação do impeno por
tuguês e de ruína do seu sistema de
tràico. Firmado em 1641, deu lugar
a reclamações por parte da Inglaterra, contribuindo para que o tratado com esta firmado, no ano seguinte, contivesse dis positivos que asseguravam a prepon
derância britânica nos negocios lusos. Uma de suas cláusulas esclarecia que os
ínglêses estavam "persuadidos, pela con
lhões de habitantes, grande parte da
fiança da amizade que tem existido en tre os predecessores dos mesmos reis, que
e na índia, em lutas difíceis. Êste, de
o Sereníssimo Rei de Portugal não con cederia a outra nação mais amplos di reitos, imunidades e privilégios que os
porção válida já se empenhara, no Brasil árduo levantamento, em face da situa
ção precária de tôdas as atividades por-
Dicr^To Econômico
104
as suas defesas naturais e desajustada
pela forma de cultivo, as "gostosas den tadas" da erosão.
Essas roças, peque
dos e clamores dos líderes das comuni dades assoladas? Em face do ocorrido e de suas causas
O tratado de Methuen 11 - Antecedentes
nas glebas parceladas pelos antigos do
profundas — recuperar, reconstruir signi
nos, muitas vezes como meio de recons
fica renovar, reestruturar.
tituir seus cabedais ameaçados pelo es
condições que e.xistiam na madrugada de
gotamento do solo, eram o sustento dos
l^i-SGOSTOSA a nobreza lusa da expe-
colonos e sitiantes, que hoje, apavorados,
15 de dezembro de 1948 significará fa talmente a reconstituição do quadro eco
tentam emigrar da terra malsinada. A
lógico em que o problema se originou.
em sua maior parte — processou-se a
configuração dêsse problema da "falta de
Nunca o binômio homem-meío teve o
braços" na mente dos proprietários da
seu equilíbrio tão violentado como na'
região assume formas diversas, algumas bem surpreendentes, especialmente no que diz respeito a certas medidas que-
agricultura irracional que caracteriza o
Restauração, com D. João IV duvidoso ante as vantagens que lhe poderiam advir da posse do trono, em confronto
alguns recomendaram para evitar a eva
Nunca um problema regional reprodu ziu tão bem as grandes linhas extremas
são da força de trabalho. "Nada de auxílio direto ao colono"
— era o que pensavam. "Isto pode até tomar-se um mal. O problema do co
lono quem deve solucionar é o pro prietário. Êle é quem deve receber os auxílios e há distribuí-los de modo tal
que a dádiva servirá, inclusive, de meio de fixar o colono à terra, impedindo a evasão. Do contrário, os colonos toma
rão o auxílio como estímulo para partir em busca de outras regiões onde preten derão recomeçar a vida, talvez não mais
sistema de plantações dos países tropi cais, de que o Brasil é exemplo típico. de um problema para o. qual marcha a agricultura nacional como um todo. Não se poderia desejar prova experimental
mais evidente da interdependência que
com as que já gozava, e com aquelas que lhe poderiam ser colhidas de um possível acordo com pretendentes, mais poderosos. Longe se estava, no tempo como nas circunstancias, da época do
primeiro rei de seu nome, o mestre de Aviz, rebelando-se sòlidamente apoiado numa pequena nobreza' altiva e operosa
e num grupo mercantil dinâmico e pode
solução que o problema oferece dese nham-se no próprio bojo da tragédia te lúrica e sociológica daquela zona e da
excelentes, nem encontrava ambiente em
quela gente.
domínio espanhol —.sob cujas caracte rísticas se csfacelara grande parte do pa VII
Pensariam assim os colonos? Em face de um caso agudo como
Recuperarl Reconstruir! Que significação poderão ter êsses bra-
riência castelhana — a que anuíra,
existe entre êsses aspectos fundamentais da associação humana: as instituições econômicas, a organização social e o re vestimento cultural. As perspectivas de
como colonos. Eis o perigo."
VI
Nelson Werneck Sodre
A volta às
aquê'e, se a mentalidade homeoj)ática superar a mentalidade cirúrgica, chegará o dia em que o "hinterland" brasileiro sé transformará num grande Vale do Paraíba.
roso. A Re.stauração se processaria sob côres bem diferentes. O herdeiro do Condestável nem tinha méritos pessoais
que os exercitasse.
Tratava-se, para a emancipação do
trimônio português — de estabelecer • alianças que possibilitassem uma posi ção firme ante o vizinho perigoso. Tais alianças surgiam, naturalmente, entre- os
inimigos da Espanha: a França, em pri meiro lugar, em guerra com Felipe IV — e a Holanda. As cortes de I64I acudijíam com o fornecimento de soldados e numerário. Aquêles em número reduzi
do, pois, numa população de dois mi
tuguêsas, cifrava-se em dois milhões de cruzados. Restava o auxílio das alian
ças; sem elas, teria sido impossível man ter-se o reino, em face do espanhol.
Aproveitar-se-ia a rivalidade entre a
França e a Casa de Áustria e. através de coordenada e intensa ação diplomática, buscar-se-ia obter homens, na\'ios, arma
mento, para os choques militares, e novas
condições para um comércio que deveria fornecer, também, bases financeiras ao precário tesouro real.
Assim, foram firmados tratados com a
França, com a Suécia, com a Holanda e cora a Inglaterra. Tratados «stabelecidos sob a pressão de
difíceis e atribulados, deixavam Portu
gal quase sempre em posição desfavo rável
Assim, aquêle assinado com a
Holanda - que dominava,
uma companhia de comercio, a zona açucareira do Brasü - e que nao im
pediu continuassem os batavos a sua tarefa de desagregação do impeno por
tuguês e de ruína do seu sistema de
tràico. Firmado em 1641, deu lugar
a reclamações por parte da Inglaterra, contribuindo para que o tratado com esta firmado, no ano seguinte, contivesse dis positivos que asseguravam a prepon
derância britânica nos negocios lusos. Uma de suas cláusulas esclarecia que os
ínglêses estavam "persuadidos, pela con
lhões de habitantes, grande parte da
fiança da amizade que tem existido en tre os predecessores dos mesmos reis, que
e na índia, em lutas difíceis. Êste, de
o Sereníssimo Rei de Portugal não con cederia a outra nação mais amplos di reitos, imunidades e privilégios que os
porção válida já se empenhara, no Brasil árduo levantamento, em face da situa
ção precária de tôdas as atividades por-
107
Digesto Econômico 106
Digesto EcoN6^uco
aquêle comércio, estava desenvolvendo
novas condições, onerosas para Portugal,
que conceder aos súditos de El-Rei da
quando do tratado de janeiro de 1642.
automàticamentc a sua marinha mercan
tiveram lugar.
Grã-Bretanha".
Lançado na conquista das rotas comer ciais, para o que era indispensável a
te.
dote, prendas como Tânger e a ilha e
Era a consagração do
direito de nação mais favorecida — e extensivo às possessões africanas. (10) A
interconêiicia
da
revolução
de
Cromwell, de tão fundas repercussões na expansão mercantil britânica, aceleraria
consideravelmente o processo de subor
dinação lusa aos interesses daquela ex pansão. Èle se rçfletiria particularmen te no tratado de 1654, cuja importância, no que diz respeito às redações comer ciais anglo-lusas, foi ainda maior do
que aquêle que Methuen assinaria meio século depois. (11)
O acordo luso-holandês de 1641, cujas condiç-ões foram tão desfavoráveis a
supremacia naval, mercante como militar, Cromwell, a pretexto do auxílio presta do pelos portugueses à esquadra realis
protocolo, sem vigência, ou de vi gência unilateral — continha uma cláusula que afetava de perto a
sor dêsse binômio singular.
os interesses lusos no Oriente, contra a
cobiça bátava. A cada ano, aumentava
ainda aos inglêses negociarem por conta
podiam os lusos ir buscar as embar
vice-versa. Excluíam-se dessa concessão
cações de que necessitassem.
Continha mais, o tratado de 1654, um
artigo secreto pelo qual se havia estipu lado que "as fazendas, mercadorias in glesas e manufaturas, na sua avaliação a pagar direitos, nunca excedam de 23% e sejam favorccidamente avaliados, con
haja movimento de se levantar a ava liação, por razão de subir o verdadeiro
Methuen — e cujo não cumprimento o
pôrto de Bombaim, cedida esta para que os inglêses mais fàcilmente defendessem o número de negociantes brit;lnicQS estabe*ecidos no reino. O último tratado
acusação de suborno a pessoas nele en
' colocaria em situação de mero
gada à outra. Em 1654, Portugal en trava coríTo peça no mecanismo propul
ta dos súditos de Carlos I, impôs que daí por diante, somente à Inglaterra
forme o regimento da Alfândega e das
volvidas — caso que se repetiria, em
antigas leis do reino, e dado o caso que valor da fazenda ou mercadoria
SC não
fará senão por consentimento e em presença de dois mercadores in gleses, residentes e moradores em
própria de Portugal pura o Brasih e os gêneros que consliluíani monopólio da companliia de comércio, azeite, vinho, farinlia e bacalhau,- c o pau-brasil, que constituía monopólio da coroa lusa. Fa
geral e em particu'ar no dos vinho
to quando fossem confiscados pelo Santo
tassem, por compra ou fretamento fora
do país.
Tal cláusula afetava, de um
lado, as condições de defesa militar, pela situação ultramarina das posses lusas, das quais lhe advinham recursos e mer cadorias comerciáveis; de outro lado, as
condições do tráfego marítimo.
Ora,
mais estrangeiros e interessados, como
mercadores e como estrangeiros. A orientação britânica da época consis tia na proteção à navegação e aos lani-
antes do acordo de 1654, fôra lançado
ficios — e o tratado de 1654 compreen
já o Ato de Navegação, verdadeira base
dia esses dois aspectos fundamentais conservando-se secreta a parte que toca
que fundanientou a expansão mercantil
britânica. Exigiram, pois, os ingleses, igual favor, com o que contemporizou quanto pôde a corte de D. João IV,
va aos panos.
Re.servava-se a marinha
britânica o monopólio do comércio in glês com os outros países. Expandindo
nestes indo até à fabncaçao, oi
lônia inglêsa em Portugal | era
do tratado. Foi encarregado de conse
além do mais elástico. Tal cláu sula seria referida no Tratado as entradas de panos se fariam "como era costume até o tempo em que fo ram proibidos pelas leis". Ficava a pauta alfandegária sujeita ao arbíiTio e dependente de particulares, além do
Sua influência, no
Resistiu quanto possível D. João IV à" imposições, protelando a ratificação
se achava consíderàve^mente en
particulares, dos navios de que necessi
nhos.
(14) Na época em que Methuen
não alcançasse resultado, o pró
de Methuen, quando mencionasse que
havia fundado no PÔrto o primeiro sin
Ofício os bens de algum devedor.
ingleses". (12)
dia aos holandeses a faculdade de pro
mílias em cada um desses portos. Em
conseqüência do tratado anterior, ja se
substituía-se o juiz conservador. Aos cre dores inglêses assegurava-se o pagamen
navegação, setor em que Portugal
verem as frotas do Brasil, e mesmo os
Janeiro, com a limitação de quatro fa
dicato inglês, designado por feiforuj a destinado a realizar a exportação de ^a-
gui-la o cônsul Maynard e, como
Era um regime preferencial,
permitia-lhes residência nos portos da índia, sem limite de tempo e de número, e nos de Pernambuco, Bahia e Rio de
cultava ainda aos ing-eses o direito de navegar para a índia e África portu guesa, podendo lá demorar e negociar. Ao juiz privativo, mantido desde 1367,
Portugal, eleitos pelo cônsul do«
fraquecido. Essa cláusula conce
Levava a infanta, no
Mas o mencionado tratado facultava
Portugal que se levantou no país a 1703, quando do documento firmado por
Uma cousa estava estreitamente li
o tratado que tomou o seu rosa.
denando às forças navais que to
massem à sua conta o problema. (13) Não foi necessário ir às últimas — e o
tratado entrou em vigor. A respeito de outro caso, mas com aplicação a este,
diria Pombal, um século depois, quando se tratava de deter, com tarifas a'fande-
tante - e entregue, em sua
maior parte, ao comercio dos ^nhos. Depois disso, nao cessou
prio subsecretário de Estado, Meadows, esteve em Portugal, para esse fim. Como nada ficasse resolvido ainda, Cromwell ape lou para a razão extrema, or
Mais do que
de crescer, alastrou-se para outros setoresecomerciais.
Além das cláusulas preferenciais os ti.itados anglo-lusos an-
teriores- ao de 1703. em parh-
cular aquêle que foi firmado em 10 de
mOm de à 1654, continham d.sposmvos ielativos navegaç.áo que afetavam pro fundamente o comércio português. A obra de espansão da marinha mercante britânica ia sendo levada a efeito com
uma persistência singular, fundada no
gárias, a entrada de mercadorias de país poderoso, que "assim seria se o direito
sistema de monopólio do transporte co
governasse o mundo, mas, por nossos pecados, governa a força". Em 1661, com o casamento da* filha de D. João IV com o rei Carlos II,
e nos acordos internacionais do tempo. Sem meios próprios para o transporte
mercial, no incenHvo a constniçao naval
de sua produção destinada ao mercado
107
Digesto Econômico 106
Digesto EcoN6^uco
aquêle comércio, estava desenvolvendo
novas condições, onerosas para Portugal,
que conceder aos súditos de El-Rei da
quando do tratado de janeiro de 1642.
automàticamentc a sua marinha mercan
tiveram lugar.
Grã-Bretanha".
Lançado na conquista das rotas comer ciais, para o que era indispensável a
te.
dote, prendas como Tânger e a ilha e
Era a consagração do
direito de nação mais favorecida — e extensivo às possessões africanas. (10) A
interconêiicia
da
revolução
de
Cromwell, de tão fundas repercussões na expansão mercantil britânica, aceleraria
consideravelmente o processo de subor
dinação lusa aos interesses daquela ex pansão. Èle se rçfletiria particularmen te no tratado de 1654, cuja importância, no que diz respeito às redações comer ciais anglo-lusas, foi ainda maior do
que aquêle que Methuen assinaria meio século depois. (11)
O acordo luso-holandês de 1641, cujas condiç-ões foram tão desfavoráveis a
supremacia naval, mercante como militar, Cromwell, a pretexto do auxílio presta do pelos portugueses à esquadra realis
protocolo, sem vigência, ou de vi gência unilateral — continha uma cláusula que afetava de perto a
sor dêsse binômio singular.
os interesses lusos no Oriente, contra a
cobiça bátava. A cada ano, aumentava
ainda aos inglêses negociarem por conta
podiam os lusos ir buscar as embar
vice-versa. Excluíam-se dessa concessão
cações de que necessitassem.
Continha mais, o tratado de 1654, um
artigo secreto pelo qual se havia estipu lado que "as fazendas, mercadorias in glesas e manufaturas, na sua avaliação a pagar direitos, nunca excedam de 23% e sejam favorccidamente avaliados, con
haja movimento de se levantar a ava liação, por razão de subir o verdadeiro
Methuen — e cujo não cumprimento o
pôrto de Bombaim, cedida esta para que os inglêses mais fàcilmente defendessem o número de negociantes brit;lnicQS estabe*ecidos no reino. O último tratado
acusação de suborno a pessoas nele en
' colocaria em situação de mero
gada à outra. Em 1654, Portugal en trava coríTo peça no mecanismo propul
ta dos súditos de Carlos I, impôs que daí por diante, somente à Inglaterra
forme o regimento da Alfândega e das
volvidas — caso que se repetiria, em
antigas leis do reino, e dado o caso que valor da fazenda ou mercadoria
SC não
fará senão por consentimento e em presença de dois mercadores in gleses, residentes e moradores em
própria de Portugal pura o Brasih e os gêneros que consliluíani monopólio da companliia de comércio, azeite, vinho, farinlia e bacalhau,- c o pau-brasil, que constituía monopólio da coroa lusa. Fa
geral e em particu'ar no dos vinho
to quando fossem confiscados pelo Santo
tassem, por compra ou fretamento fora
do país.
Tal cláusula afetava, de um
lado, as condições de defesa militar, pela situação ultramarina das posses lusas, das quais lhe advinham recursos e mer cadorias comerciáveis; de outro lado, as
condições do tráfego marítimo.
Ora,
mais estrangeiros e interessados, como
mercadores e como estrangeiros. A orientação britânica da época consis tia na proteção à navegação e aos lani-
antes do acordo de 1654, fôra lançado
ficios — e o tratado de 1654 compreen
já o Ato de Navegação, verdadeira base
dia esses dois aspectos fundamentais conservando-se secreta a parte que toca
que fundanientou a expansão mercantil
britânica. Exigiram, pois, os ingleses, igual favor, com o que contemporizou quanto pôde a corte de D. João IV,
va aos panos.
Re.servava-se a marinha
britânica o monopólio do comércio in glês com os outros países. Expandindo
nestes indo até à fabncaçao, oi
lônia inglêsa em Portugal | era
do tratado. Foi encarregado de conse
além do mais elástico. Tal cláu sula seria referida no Tratado as entradas de panos se fariam "como era costume até o tempo em que fo ram proibidos pelas leis". Ficava a pauta alfandegária sujeita ao arbíiTio e dependente de particulares, além do
Sua influência, no
Resistiu quanto possível D. João IV à" imposições, protelando a ratificação
se achava consíderàve^mente en
particulares, dos navios de que necessi
nhos.
(14) Na época em que Methuen
não alcançasse resultado, o pró
de Methuen, quando mencionasse que
havia fundado no PÔrto o primeiro sin
Ofício os bens de algum devedor.
ingleses". (12)
dia aos holandeses a faculdade de pro
mílias em cada um desses portos. Em
conseqüência do tratado anterior, ja se
substituía-se o juiz conservador. Aos cre dores inglêses assegurava-se o pagamen
navegação, setor em que Portugal
verem as frotas do Brasil, e mesmo os
Janeiro, com a limitação de quatro fa
dicato inglês, designado por feiforuj a destinado a realizar a exportação de ^a-
gui-la o cônsul Maynard e, como
Era um regime preferencial,
permitia-lhes residência nos portos da índia, sem limite de tempo e de número, e nos de Pernambuco, Bahia e Rio de
cultava ainda aos ing-eses o direito de navegar para a índia e África portu guesa, podendo lá demorar e negociar. Ao juiz privativo, mantido desde 1367,
Portugal, eleitos pelo cônsul do«
fraquecido. Essa cláusula conce
Levava a infanta, no
Mas o mencionado tratado facultava
Portugal que se levantou no país a 1703, quando do documento firmado por
Uma cousa estava estreitamente li
o tratado que tomou o seu rosa.
denando às forças navais que to
massem à sua conta o problema. (13) Não foi necessário ir às últimas — e o
tratado entrou em vigor. A respeito de outro caso, mas com aplicação a este,
diria Pombal, um século depois, quando se tratava de deter, com tarifas a'fande-
tante - e entregue, em sua
maior parte, ao comercio dos ^nhos. Depois disso, nao cessou
prio subsecretário de Estado, Meadows, esteve em Portugal, para esse fim. Como nada ficasse resolvido ainda, Cromwell ape lou para a razão extrema, or
Mais do que
de crescer, alastrou-se para outros setoresecomerciais.
Além das cláusulas preferenciais os ti.itados anglo-lusos an-
teriores- ao de 1703. em parh-
cular aquêle que foi firmado em 10 de
mOm de à 1654, continham d.sposmvos ielativos navegaç.áo que afetavam pro fundamente o comércio português. A obra de espansão da marinha mercante britânica ia sendo levada a efeito com
uma persistência singular, fundada no
gárias, a entrada de mercadorias de país poderoso, que "assim seria se o direito
sistema de monopólio do transporte co
governasse o mundo, mas, por nossos pecados, governa a força". Em 1661, com o casamento da* filha de D. João IV com o rei Carlos II,
e nos acordos internacionais do tempo. Sem meios próprios para o transporte
mercial, no incenHvo a constniçao naval
de sua produção destinada ao mercado
T7^
108
Digesto EcoNó^^co
externo, obrigada a prover-se de navios
déssemos extrair por nós mesmos as ma
nos estaleiros ingleses," quando de cons trução, ou nas suas companhias, quando de afretamento, subordinando-se aos fre tes que o transporte marítimo de outra
nufaturas de Inglaterra, e exportar cora
liberdade os frutos do nosso continente,
Djacir Menezes
claro está que não padeceríamos tão
(Prof. da Universidade do Brasil)
injustos enganos". (17)
bandeira'obrigava, e aos direitos extor sivos que pagavam os de sua bandeira, quando levassem mercadorias nacionais
a portos britânicos, grandes distribuido res delas — ficava a produção lusa numa
inquestionável subordinação, de que lhe advinham prejuízos, altas de preços nos mercados consumidores ingleses, tolhen
Importar teorias ou resolver problemas? i
(10) — Para o estudo dos tratados que consolidaram a obra da restauração da autonomia portuguesa, convém consultar-
José Ferreira Borges de Castro. Coleção de tratados, convenções, contratos o atos públicos; Dupeyron, Histoiro dos nógoclations commerciales et marítimos de in
l^E CEUTO tempo para cá desandamos a copiar idéias e hábitos da Amé rica do Norte. As chamadas elites inte
lectuais desviaram os olhos da França
para a grande pátria de Lincoln. Esta
Franco au XVII et au XVIU siécle; Car
mos trocando de tnodêlo.
los Roma du Bocage, Subsídios para
mais fácil a imitação da superfície, a
Sempre é
sos olhos estavam fixados no panorama
ianque, onde organismos econômicos co
lossais cresciam tentacularmente, j^ojetando-se no plano internacional. Esses organismos Hnham diante de .si proble mas complexos de drganizaçao de com petição, de informações, empenhados que estav.im nas grandes batalhas dos mer
do as possibilidades de concorrência
estudo das relações exteriores do Portu
cópia do que é mais exterior numa cul
(15)
Prestage,
tura. Importamos, com os múltiplos contactos civilizadores (rádios, imprensa, li vros), tudo o que mais avultava na nossa admiração de parvenus. Intelec
capacíssimo - e pediam às mr.vers.dades
tuais nacionais passaram às pressas pelas
zem as universidades de
"A carga para a volta faltava — es
creve um historiógrafo moderno — o que não espanta, sendo os carregadores so mente ingleses.
E, além disso, na
gal em seguida à As
restauração;
Edgard
relações diplomáticas
ds
Portugal com a França, Inglaterra e Ho
landa. de 1640 a 1668; e a já citada com' pilação do Visconde de Caix de Saint
Aymour, Recueíl des Instructions donnéeã aux ambassadeurs et ministres do France (11-) — "The treaty of 1654 may be con'
união de interêsses locais, toda a es pécie de embaraços se levantava: dificul
sidered as marking the zenith of the on
dades para carregar, recusa dos seguros,
The commercial relations of EnolanH
glish ascendency over Portugal"
Em v
M. Shillington e A. B. WalHs Chapman
os estivadores quando iam para bordo.
Portugal. ^ (12) José Ferreira Borges de Ca<!t,-o. Coleção de tratados, convenções, conÍ
Em semelhantes condições, o remédio
tos e atos públicos,
proposto,. da exportação e importação
por Carlyle. Carta de 6 de maio de (14) — Francisco Antônio Corrêa- mi
e até sucedia serem apedrejados no cais
em navios nacionais, não pôde nunca
efetuar-se. Ingleses da Inglaterra man davam fazendas inglesas, por navios in
gleses, aos ingleses de Portugalj e de cá mandavam êstes, nos mesmos navios, ó vinho que compravam e o ouro que recebiam." (16)
Essa subordinação é que levou Pombal a verificar como era difícil a situação
comercial do Reino, escrevendo: "Se pu- ^
*ura-
(13) — Cartas de Cromwell, publir-»rf„ tória econômica de Portugal.
'
admiráveis universidades ianq_ues e desabrocharam ein técnicos, nas frondes co
padas da administração pública. Uma admiração de basbaques, sem qualquer senso crítico para discriminar o que nos
servia, dominou a maioria ávida de dar um pulo na terra de Tio Sam.
As apro.ximações econômicas, inevitá
cados mundiais. Era evidente
eisavam de nm Estado-Ma.or econômico
roldara^SrSuSes
ccn»^
Nossos fins são diferentes. Temos que defender uma "f^araÍ 4
ameaças
;JéTas-p^imal evi-
tir rjossas fontes de m»® fcando a sangria
mtemacioiiais. ^ern q
o desenvolvimento ag
p,eços
i„dustTÍaUzar
Temos
fazer progredir nos'^ j j mterêsse
(15) — "O impòsto de tonelagem gví gido aos portuguOses montava ao trinió
veis nesse desenvolvimento de relações internacionais, facultaram as viagens de
nhos conduzidos nas embarcações daoup Ifes havia o acréscimo de quase 15 onr CGntrt na nAiifa Ha alfândega". a1 f «^9^ cento pauta da Em Jn^í
intercâmbio — o que trouxe, e
interêsses superfelados.
claro, muitos benefícios ao nosso próprio país. Entretanto, a par
Ze falam alto em seu nome e
do que pagavam of inglêses. Para os^ Lúcio do Azevedo:
Épocas de Porluc^
econômico.
(16) — João Lúcio de Azevedo: Énoeas de Portugal econômico.
(17) — Causas da ruina do comórcdo português. códice 683.
Ms. da Coleção Pombalino "«uia,
do que existe de aproveitável, convém apontar a influência pro cedente das camadas intelectuais
— que constituem as antenas mais altas da população.
Vejamos na esfera da ciência econô mica.
Quando organizamos nosso ensino su perior de economia — dominou-nos o ideal do técnico. Nem sempre atende mos a que era„um ensino incipiente,
feito para os quadros de um capitalismo industrial nascente e semi-asfixiado. Nos
Tb-nebc d^sse amalgafa'am baixo em outros nomes etc. Temos - pera resumo tudo nue possuir um espirito autouomo,
de pesquis.a e não êsse mero embasba-
ImLlo" para a ciência importada e que
nos leva a macaqueamentos funestos ou irrisórios.
A maneira como foi tratado o problema de inflação comporta algumas con siderações.
É justo que abramos as dexidas exce ções; mas a maioria dos especialistas,
T7^
108
Digesto EcoNó^^co
externo, obrigada a prover-se de navios
déssemos extrair por nós mesmos as ma
nos estaleiros ingleses," quando de cons trução, ou nas suas companhias, quando de afretamento, subordinando-se aos fre tes que o transporte marítimo de outra
nufaturas de Inglaterra, e exportar cora
liberdade os frutos do nosso continente,
Djacir Menezes
claro está que não padeceríamos tão
(Prof. da Universidade do Brasil)
injustos enganos". (17)
bandeira'obrigava, e aos direitos extor sivos que pagavam os de sua bandeira, quando levassem mercadorias nacionais
a portos britânicos, grandes distribuido res delas — ficava a produção lusa numa
inquestionável subordinação, de que lhe advinham prejuízos, altas de preços nos mercados consumidores ingleses, tolhen
Importar teorias ou resolver problemas? i
(10) — Para o estudo dos tratados que consolidaram a obra da restauração da autonomia portuguesa, convém consultar-
José Ferreira Borges de Castro. Coleção de tratados, convenções, contratos o atos públicos; Dupeyron, Histoiro dos nógoclations commerciales et marítimos de in
l^E CEUTO tempo para cá desandamos a copiar idéias e hábitos da Amé rica do Norte. As chamadas elites inte
lectuais desviaram os olhos da França
para a grande pátria de Lincoln. Esta
Franco au XVII et au XVIU siécle; Car
mos trocando de tnodêlo.
los Roma du Bocage, Subsídios para
mais fácil a imitação da superfície, a
Sempre é
sos olhos estavam fixados no panorama
ianque, onde organismos econômicos co
lossais cresciam tentacularmente, j^ojetando-se no plano internacional. Esses organismos Hnham diante de .si proble mas complexos de drganizaçao de com petição, de informações, empenhados que estav.im nas grandes batalhas dos mer
do as possibilidades de concorrência
estudo das relações exteriores do Portu
cópia do que é mais exterior numa cul
(15)
Prestage,
tura. Importamos, com os múltiplos contactos civilizadores (rádios, imprensa, li vros), tudo o que mais avultava na nossa admiração de parvenus. Intelec
capacíssimo - e pediam às mr.vers.dades
tuais nacionais passaram às pressas pelas
zem as universidades de
"A carga para a volta faltava — es
creve um historiógrafo moderno — o que não espanta, sendo os carregadores so mente ingleses.
E, além disso, na
gal em seguida à As
restauração;
Edgard
relações diplomáticas
ds
Portugal com a França, Inglaterra e Ho
landa. de 1640 a 1668; e a já citada com' pilação do Visconde de Caix de Saint
Aymour, Recueíl des Instructions donnéeã aux ambassadeurs et ministres do France (11-) — "The treaty of 1654 may be con'
união de interêsses locais, toda a es pécie de embaraços se levantava: dificul
sidered as marking the zenith of the on
dades para carregar, recusa dos seguros,
The commercial relations of EnolanH
glish ascendency over Portugal"
Em v
M. Shillington e A. B. WalHs Chapman
os estivadores quando iam para bordo.
Portugal. ^ (12) José Ferreira Borges de Ca<!t,-o. Coleção de tratados, convenções, conÍ
Em semelhantes condições, o remédio
tos e atos públicos,
proposto,. da exportação e importação
por Carlyle. Carta de 6 de maio de (14) — Francisco Antônio Corrêa- mi
e até sucedia serem apedrejados no cais
em navios nacionais, não pôde nunca
efetuar-se. Ingleses da Inglaterra man davam fazendas inglesas, por navios in
gleses, aos ingleses de Portugalj e de cá mandavam êstes, nos mesmos navios, ó vinho que compravam e o ouro que recebiam." (16)
Essa subordinação é que levou Pombal a verificar como era difícil a situação
comercial do Reino, escrevendo: "Se pu- ^
*ura-
(13) — Cartas de Cromwell, publir-»rf„ tória econômica de Portugal.
'
admiráveis universidades ianq_ues e desabrocharam ein técnicos, nas frondes co
padas da administração pública. Uma admiração de basbaques, sem qualquer senso crítico para discriminar o que nos
servia, dominou a maioria ávida de dar um pulo na terra de Tio Sam.
As apro.ximações econômicas, inevitá
cados mundiais. Era evidente
eisavam de nm Estado-Ma.or econômico
roldara^SrSuSes
ccn»^
Nossos fins são diferentes. Temos que defender uma "f^araÍ 4
ameaças
;JéTas-p^imal evi-
tir rjossas fontes de m»® fcando a sangria
mtemacioiiais. ^ern q
o desenvolvimento ag
p,eços
i„dustTÍaUzar
Temos
fazer progredir nos'^ j j mterêsse
(15) — "O impòsto de tonelagem gví gido aos portuguOses montava ao trinió
veis nesse desenvolvimento de relações internacionais, facultaram as viagens de
nhos conduzidos nas embarcações daoup Ifes havia o acréscimo de quase 15 onr CGntrt na nAiifa Ha alfândega". a1 f «^9^ cento pauta da Em Jn^í
intercâmbio — o que trouxe, e
interêsses superfelados.
claro, muitos benefícios ao nosso próprio país. Entretanto, a par
Ze falam alto em seu nome e
do que pagavam of inglêses. Para os^ Lúcio do Azevedo:
Épocas de Porluc^
econômico.
(16) — João Lúcio de Azevedo: Énoeas de Portugal econômico.
(17) — Causas da ruina do comórcdo português. códice 683.
Ms. da Coleção Pombalino "«uia,
do que existe de aproveitável, convém apontar a influência pro cedente das camadas intelectuais
— que constituem as antenas mais altas da população.
Vejamos na esfera da ciência econô mica.
Quando organizamos nosso ensino su perior de economia — dominou-nos o ideal do técnico. Nem sempre atende mos a que era„um ensino incipiente,
feito para os quadros de um capitalismo industrial nascente e semi-asfixiado. Nos
Tb-nebc d^sse amalgafa'am baixo em outros nomes etc. Temos - pera resumo tudo nue possuir um espirito autouomo,
de pesquis.a e não êsse mero embasba-
ImLlo" para a ciência importada e que
nos leva a macaqueamentos funestos ou irrisórios.
A maneira como foi tratado o problema de inflação comporta algumas con siderações.
É justo que abramos as dexidas exce ções; mas a maioria dos especialistas,
110
Digksto
pavão doutrinária mais vistosa — Keynes, Machlup, Robertscn - arrancada da'cau
da dum grande nome, vinha apontar, em letras eruditas, os ma'es nacionais e
os remédios preconÍ2uidos por lá. Não tínhamos estatísticas capazes de informaçõe. exatas sôbrc uma série de dados —
mas gritou-se da mesma forma, como se operassem aqui, na mesma correlação e intensidade, os fatores existentes num meio bancário c industrial extremamente desenvolvido. •
Aprendamos nossa própria hisíóría Claro que as teorias não caem do céu
por descuido: são os homens mais capa zes que, observando determinado cam
po de fenômenos, formulam hipóteses, submetem-nas às e.xperiências ou obser vações posteriores, e elaboram interpre tações mais amplas. No campo dos fe nômenos econômicos dá-se o mesmo. O
material com que trabalham os econ07 mistas é complexo. Vem de várias fonl tes: relatórios e balanços de ban cos e de emprêsas, relatórios de
ministérios mais ligados à ativi dade econômica, estatísticas de
produção e de consumo organi zadas pelas repartições competen tes, inquéritos le análises de institutos de
pesquisas, estatísticas de salários, do mo vimento .monetário e bancário, entrada
6 saída de capitais, boletins do comércio exterior
etc.
A exatidão das fontes dêsse material é
um fator importante para a fidelidade das conclusões.
Como não podíamos ter informações e
dados com a exatidão desejável, o es
tudioso ficava muitas vezes em conjeturas aproximativas.
Alguns dêles, com a cabeça recheada
das teorias em voga, buscavam os fatos
Econónuco
com que justificar o que lhes eslava na cabeça. Era o inverso: não estudavam
fatos do meio econômico brasileiro para irulttzir uma teoria sobre as causas infla-
cionárias — mas, com a mente preocupa da por teorias formuladas por outros, catavam exemplos que a apoiassem. Isso acontece muito na nossa histó ria política, financeira e econômica. Quando os teóricos ingleses, no sé
culo passado, elaboraram para a GrãBretanha a justificativa teórica da liber dade de trocas internacionais, do livrecambismo, apoiando-o na escola clássi ca — em países econòmícamente atra-
.sador. como o Brasil, sem- indústria, sem burgue.sia avançada, sem interesses noi morcados externos, surgiram doutrinadores que repetiram aquelas fórmulas como dogmas abstratos da ciência econômica Eram proposições abstratas que se deviüm implantar em toda. parte, urhi ei nrbi. Ciência era assim mesmo — uni versal e sem fronteiras... Não coni preenderam que se tratava de uma ciên cia histórica, formulando leis his« tòrícamente variáveis, segundo a
fase da civilização atingida. Que as leis reguladoras de trocas nu
ma sociedade mercantil diferiam das leis de uma sociedade de competição oligopolí.stica. Esqueceram outras noções fundamentais. Hesultado"'^ Copiava-se e repet{a.-se — pela única ra zão de que lá fora diziam isso.
Com a política monetária do ouro foi a mesma coisa.
A luta para que o Brasil tivesse uma moeda-ouro foi impressionante. Já tra tamos do assunto nas páginas desta nic.sma revista.
A maioria dos nossos fi
nancistas que atingia posição política de governo preocupava-se logo em sanear
no.ssa moeda adotando q princípio cor rente de que o ouro era a verdadeira
111
DiGEsro Econômico
moeda. Entretanto, isso era pregado em
nações industrialmente desenvolvidas, be neficiadas pelo intercâmbio mundial. Es tas facilmente acumulavam o metal fino nas arcas dos seus bancos.
Não era
conveniente aos interesses de tais nações,
que esse ouro ficasse estagnado nos seus ci>fres-fortes. Convinha-lhes que se tor
nasse, cada vez mais, o instrumento da movimentação internacional da riqueza.
Dessarte, disseminaram nesse sentido teo rias e doutrinas, fazendo crer que a
saúde monetária dependia da garantia
áurea. A própria circulação interna das mercadorias, para êsscs teóricos, depen dia do lastro metálico.
Vários países, cujas condições eco nômicas eram completamente outras, tentaram lieròicamente seguir tais con
selhos, a fim de regenerar suas moedas — com resultados absolutamente inúteis.
Tornava-se preciso abandonar êsses exemplos e pensar com a própria ca beça. Distingamos, entretanto, o fasci nado com o doutrinarismo de fora e o
interessado no doutrinarismo estrariho.
Pràticamente, porem, o resultado é o mesmo.
promoção inflacionária e até no coman dar de tôda a vida econômica — teorias
que, a nosso ver, e na maioria dos casos, não passam de justificativas apologéticas confeccionadas pelos teóricos do banr
CO centra! e em função da política de seus países.
.
.
,
,
Mas retomemos o fio simples dessas reflexões.
,
. ^
Quando o nível geral dos preços internos subiu, num ritmo quo desmoralizava OS processos adotados para sofrea-io a e.mlicação, que brotou das penas avi sadas se baseava na teoria quantitativa
da moeda, com as correções sugeridas
pelos monetaristas mais modernos A •má'ise do fenômeno raramente abiang" o exame de outros pnsmas, como por exemplo, a hipótese de ser a massa do meio circulante
- dos preçus
mercadon^
_est._
cSrem"'circuial.o, logo, pela pro- .
'X. linba de a que se
^
da economia b asile
_ reapareceriam
produção e
as eondiçoes de atra
F
Tin dPii âmbito se cleparana
Ainda a inflação
Não se ■ pode negar que a inflação, nos países do Ocidente, já bem asseme-
lliados pela obra do desenvolvimento
todos aquiles desetpmMos que
£^Úma1é.Í™
dependências
de preços e o excesso „
.avpmo o, entre nós, a
Pitou-se, por ext-m]-'-",
»
social e econômico, oferece, nas linhas gerais, os mesmos caracteres. A curva inflacionária, porém, obedece a fatores variáveis de país a país. E dada a irri-
teoria do emprego pleoa. tentando pro var a alta dos preços - quando nossa economia não oferece as condições pos
portància da rede bancária nos fenô menos de multiplicação da moeda - o
pra dos fatores produtivos principal
fator decisivo reside na regulação do
ocasiona, como primum movens, a majo-
crédito pelos respectivos institutos. Não^
precisamos entrar agora em exposição de
teorias correntes que acentuam a in fluência dos organismos bancários na
tuladas; não é a concorrência na com
mente no mercado de trabalho, que
ração dos preços. .
Por último, não faltou quem se lemj "Cl iStvxi
110
Digksto
pavão doutrinária mais vistosa — Keynes, Machlup, Robertscn - arrancada da'cau
da dum grande nome, vinha apontar, em letras eruditas, os ma'es nacionais e
os remédios preconÍ2uidos por lá. Não tínhamos estatísticas capazes de informaçõe. exatas sôbrc uma série de dados —
mas gritou-se da mesma forma, como se operassem aqui, na mesma correlação e intensidade, os fatores existentes num meio bancário c industrial extremamente desenvolvido. •
Aprendamos nossa própria hisíóría Claro que as teorias não caem do céu
por descuido: são os homens mais capa zes que, observando determinado cam
po de fenômenos, formulam hipóteses, submetem-nas às e.xperiências ou obser vações posteriores, e elaboram interpre tações mais amplas. No campo dos fe nômenos econômicos dá-se o mesmo. O
material com que trabalham os econ07 mistas é complexo. Vem de várias fonl tes: relatórios e balanços de ban cos e de emprêsas, relatórios de
ministérios mais ligados à ativi dade econômica, estatísticas de
produção e de consumo organi zadas pelas repartições competen tes, inquéritos le análises de institutos de
pesquisas, estatísticas de salários, do mo vimento .monetário e bancário, entrada
6 saída de capitais, boletins do comércio exterior
etc.
A exatidão das fontes dêsse material é
um fator importante para a fidelidade das conclusões.
Como não podíamos ter informações e
dados com a exatidão desejável, o es
tudioso ficava muitas vezes em conjeturas aproximativas.
Alguns dêles, com a cabeça recheada
das teorias em voga, buscavam os fatos
Econónuco
com que justificar o que lhes eslava na cabeça. Era o inverso: não estudavam
fatos do meio econômico brasileiro para irulttzir uma teoria sobre as causas infla-
cionárias — mas, com a mente preocupa da por teorias formuladas por outros, catavam exemplos que a apoiassem. Isso acontece muito na nossa histó ria política, financeira e econômica. Quando os teóricos ingleses, no sé
culo passado, elaboraram para a GrãBretanha a justificativa teórica da liber dade de trocas internacionais, do livrecambismo, apoiando-o na escola clássi ca — em países econòmícamente atra-
.sador. como o Brasil, sem- indústria, sem burgue.sia avançada, sem interesses noi morcados externos, surgiram doutrinadores que repetiram aquelas fórmulas como dogmas abstratos da ciência econômica Eram proposições abstratas que se deviüm implantar em toda. parte, urhi ei nrbi. Ciência era assim mesmo — uni versal e sem fronteiras... Não coni preenderam que se tratava de uma ciên cia histórica, formulando leis his« tòrícamente variáveis, segundo a
fase da civilização atingida. Que as leis reguladoras de trocas nu
ma sociedade mercantil diferiam das leis de uma sociedade de competição oligopolí.stica. Esqueceram outras noções fundamentais. Hesultado"'^ Copiava-se e repet{a.-se — pela única ra zão de que lá fora diziam isso.
Com a política monetária do ouro foi a mesma coisa.
A luta para que o Brasil tivesse uma moeda-ouro foi impressionante. Já tra tamos do assunto nas páginas desta nic.sma revista.
A maioria dos nossos fi
nancistas que atingia posição política de governo preocupava-se logo em sanear
no.ssa moeda adotando q princípio cor rente de que o ouro era a verdadeira
111
DiGEsro Econômico
moeda. Entretanto, isso era pregado em
nações industrialmente desenvolvidas, be neficiadas pelo intercâmbio mundial. Es tas facilmente acumulavam o metal fino nas arcas dos seus bancos.
Não era
conveniente aos interesses de tais nações,
que esse ouro ficasse estagnado nos seus ci>fres-fortes. Convinha-lhes que se tor
nasse, cada vez mais, o instrumento da movimentação internacional da riqueza.
Dessarte, disseminaram nesse sentido teo rias e doutrinas, fazendo crer que a
saúde monetária dependia da garantia
áurea. A própria circulação interna das mercadorias, para êsscs teóricos, depen dia do lastro metálico.
Vários países, cujas condições eco nômicas eram completamente outras, tentaram lieròicamente seguir tais con
selhos, a fim de regenerar suas moedas — com resultados absolutamente inúteis.
Tornava-se preciso abandonar êsses exemplos e pensar com a própria ca beça. Distingamos, entretanto, o fasci nado com o doutrinarismo de fora e o
interessado no doutrinarismo estrariho.
Pràticamente, porem, o resultado é o mesmo.
promoção inflacionária e até no coman dar de tôda a vida econômica — teorias
que, a nosso ver, e na maioria dos casos, não passam de justificativas apologéticas confeccionadas pelos teóricos do banr
CO centra! e em função da política de seus países.
.
.
,
,
Mas retomemos o fio simples dessas reflexões.
,
. ^
Quando o nível geral dos preços internos subiu, num ritmo quo desmoralizava OS processos adotados para sofrea-io a e.mlicação, que brotou das penas avi sadas se baseava na teoria quantitativa
da moeda, com as correções sugeridas
pelos monetaristas mais modernos A •má'ise do fenômeno raramente abiang" o exame de outros pnsmas, como por exemplo, a hipótese de ser a massa do meio circulante
- dos preçus
mercadon^
_est._
cSrem"'circuial.o, logo, pela pro- .
'X. linba de a que se
^
da economia b asile
_ reapareceriam
produção e
as eondiçoes de atra
F
Tin dPii âmbito se cleparana
Ainda a inflação
Não se ■ pode negar que a inflação, nos países do Ocidente, já bem asseme-
lliados pela obra do desenvolvimento
todos aquiles desetpmMos que
£^Úma1é.Í™
dependências
de preços e o excesso „
.avpmo o, entre nós, a
Pitou-se, por ext-m]-'-",
»
social e econômico, oferece, nas linhas gerais, os mesmos caracteres. A curva inflacionária, porém, obedece a fatores variáveis de país a país. E dada a irri-
teoria do emprego pleoa. tentando pro var a alta dos preços - quando nossa economia não oferece as condições pos
portància da rede bancária nos fenô menos de multiplicação da moeda - o
pra dos fatores produtivos principal
fator decisivo reside na regulação do
ocasiona, como primum movens, a majo-
crédito pelos respectivos institutos. Não^
precisamos entrar agora em exposição de
teorias correntes que acentuam a in fluência dos organismos bancários na
tuladas; não é a concorrência na com
mente no mercado de trabalho, que
ração dos preços. .
Por último, não faltou quem se lemj "Cl iStvxi
J.
'V
112
Digesto Econômico
como órgãos propulsores da inflação.
555.508.935,10 — o que revela que fo
Observando-se estatisticamente o movi
ram contratos liipotecários de mais alto
valor (em 1943, 584 contratos somavam
mento, suas carteiras de títulos, segun do os relatórios publicados, não concor rem para a ascensão dos preços que ca racterizam o processo inflacionário. A
tuação que então atravessávamos. Não
fiscalização de aplicação de empréstimos restringiu aquela possível influência, que
se pode inferir daqueles dados grande influência no processo infacionário, co
apenas Cr$ 86.044-383,00). Daí por diante, oscilações explicáveis com a si
desaparece quase em confronto com ou
mo se tentou fazer, em detrimento de
tros fatores. As exigências estipuladas para contrair empréstimos hipotecários
fatores de maior monta, que ficaram à sombra.
do interôsse nacional, na sua mais ampla
a constelação de instituto.s* para-estataia e já funcionando e já salvando a econo
generalidade. A vida econômica do país está sob a influência dos organismos de
mia; ora a falta de transporte e de ener gia, e a cachoeira de Paulo Afonso sai
crédito — nuis daí não se segue
rá, num decreto, derramando eletricida
fique sujeãa às suas exigâncias. Pelo contrário: tais organismos é que se de vem sujeitar à produção nacional e
de pelo Nordeste maravilhado; ora se labuta, na aguda inspiração de salvar o país, um plano de auto-financíamento que recolha as energias de si mesmo e
estudo deve ser feito do ponto de vista
melhor servir necessidades do pais.
Na primeira linha de consideração de
cerceiam, até certo ponto, atividades es
Resumindo —• não pensamos que se
tais fenôíneno.s deve estar a produção
peculativas que pudessem promover al
possa atribuir papel inflacionário a fatôres mal caracterizados em fuce de tan tos outros organismos dentro da rêde
acacianice da afirmação feita aqui. ■ Se
terações capazes dc agravar a crise
econômica e financeira do país. As me didas adotadas, limitando o máximo de
Cr$ 1.500.000,00 para cada empréstimo destinado a financiar edifícios
em condomínio; restringindo a
Cr$ 200.000,00 o máximo para cada tomada de apartamento; excluindo-se as lojas e cômodos destinados a outros fins que não os de moradia, entre outras providên cias, arredaram as Caixas Econômicas de
concorrer, através do mercado de cré dito, para a alta de preços, confluindo
bancária.
E há outros elementos de
certa evidência.
Que papel representarão, por exemplo, os e.speculadcres, que Roberto Simonsen denunciou nu ma memorável entrevista conce
dida a "Diretrizes", ainda ao tem
po do Estado Novo? Aliás, o saudoso senador apontou friamente as
causas da inflação na majoração dos pre ços de base, matérias-primas e produtos
Um problenui fundamental: o da
transformados. Dava como certa a in tervenção dos especuladores. O eminen te economista, em pleno ano de 1943 mostrava, com dados exatos, os recordes
produção
dos ganhos resultantes da situação excep
ao lado dos organismos bancários (°).
cional da guerra — e da inexperiência e No Congresso das Caixas Econômi cas Federais, o relatório de 1942 acusa
va o total de Cr.$ 1.775.872.377,50
para empréstimos hipotecários, do que se retirava a importância de Cr$ .... 112.946.038,20 para empréstimos agro-
industriais já concedidos.
O total aci
ma, porém, somava as concessões feitas
várias outras exageradas, para explicar nosso processo inflacionário. E isso ain da não foi estudado com os fundamentos estatísticos e a profundidade de análise econômica que seria de desejar. Porque se faz necessária a análise
No ano de 1944, realmente, o número de contratos aumenta de 118 sobre o ano
dêsses fenômenos sem adoção de um critério bancário, mercantil ou moneta-
anterior e a importância correspondente
nacional. E não nos venham argüir da
nos lembrarmos das repetidas declara ções, artigos, discursos, entrevistas ou
salte tôdas as dificuldades; ora...
Através de tantos oras, uma verdade vai-se evidenciando: a de que todos
esses problemas são interdependências do problema centralíssimo da produção. No processo de produção residem as causas
palpites, que caem de lábios e penas de responsabilidade, nesta -adorável repú blica de técnicos, a afirmação deixa de ser acaciana para se tomar quase revolu cionária. Vez por outra, um cidadão
fundamentais de todos os erros que se
descobre, ao dar o laço da gravata, o caminho da salvação técnica da pátria — e não sopita o impulso generoso: corre
de tributação, os gravames em artigos de base, os desequilíbrios de preços etc. Todos os que falam, parcialmente, em
vêm cometendo pelos anos afora. Ê no processo produtivo que se originam o po der de compra da moeda, as desigual dades na repartição da renda, os erros
logo à sacada, ainda comovido, ainda causas isoladas, devem ourir, umdos a dando o laço, e clama pelas medidas. . sinfonia dolorosa do problema total e Assim, ora a causa de todos os males é a carência do padrão-ouro e toma-se
fundamental...
imperioso cunhar logo o cruzeiro-ouro
para que nademos no mar da felicidade; ora a fundação do Banco Central, cria
do pelas mágicas legislativas, com tôda
... A caixa Econômica Federal do Rio seus depósitos,
««o.
insuficiência da legislação fiscal, além de outras causas. Em suma, ao lado das causas habitualmente esquecidas — Jiã
desde junho de 1931 a junho de 1947.
a esse aumento é de Cr$
113
Digésto EcoNÓNnco
rista, refletindo o ângulo de simpatias de determinado grupo econômico: — o
a • ^7y,tTiA p o aumento da procura de Com o desaparecimento da ^aorca-se çom o objetivo de apro~ máquinas tipográficas no ajios-gu^a, ajtóm trinta fábricas com
veitar essa situaçao para sua própria
bilhões de liras,
cinco .ml mil operários e uma produção no
jo^s exportou màq-máquinas tipo1948, Assim é que durante tbda certejo total gráficas, na importância de 783.000.000 de 'Lmares. tenha atingido atingido mais mais que que oo exportações em 1948, inclusive máquinas auxtltare ,
&
q
""^Vpkncipais importadores foram a Arge^Zn^f0.000.000 f U^) a lugosUnia (114.000.000 de liras), o Brasil {96.000.000 de Uras), e o Benelux ...... (91.000.000 de liras).
J.
'V
112
Digesto Econômico
como órgãos propulsores da inflação.
555.508.935,10 — o que revela que fo
Observando-se estatisticamente o movi
ram contratos liipotecários de mais alto
valor (em 1943, 584 contratos somavam
mento, suas carteiras de títulos, segun do os relatórios publicados, não concor rem para a ascensão dos preços que ca racterizam o processo inflacionário. A
tuação que então atravessávamos. Não
fiscalização de aplicação de empréstimos restringiu aquela possível influência, que
se pode inferir daqueles dados grande influência no processo infacionário, co
apenas Cr$ 86.044-383,00). Daí por diante, oscilações explicáveis com a si
desaparece quase em confronto com ou
mo se tentou fazer, em detrimento de
tros fatores. As exigências estipuladas para contrair empréstimos hipotecários
fatores de maior monta, que ficaram à sombra.
do interôsse nacional, na sua mais ampla
a constelação de instituto.s* para-estataia e já funcionando e já salvando a econo
generalidade. A vida econômica do país está sob a influência dos organismos de
mia; ora a falta de transporte e de ener gia, e a cachoeira de Paulo Afonso sai
crédito — nuis daí não se segue
rá, num decreto, derramando eletricida
fique sujeãa às suas exigâncias. Pelo contrário: tais organismos é que se de vem sujeitar à produção nacional e
de pelo Nordeste maravilhado; ora se labuta, na aguda inspiração de salvar o país, um plano de auto-financíamento que recolha as energias de si mesmo e
estudo deve ser feito do ponto de vista
melhor servir necessidades do pais.
Na primeira linha de consideração de
cerceiam, até certo ponto, atividades es
Resumindo —• não pensamos que se
tais fenôíneno.s deve estar a produção
peculativas que pudessem promover al
possa atribuir papel inflacionário a fatôres mal caracterizados em fuce de tan tos outros organismos dentro da rêde
acacianice da afirmação feita aqui. ■ Se
terações capazes dc agravar a crise
econômica e financeira do país. As me didas adotadas, limitando o máximo de
Cr$ 1.500.000,00 para cada empréstimo destinado a financiar edifícios
em condomínio; restringindo a
Cr$ 200.000,00 o máximo para cada tomada de apartamento; excluindo-se as lojas e cômodos destinados a outros fins que não os de moradia, entre outras providên cias, arredaram as Caixas Econômicas de
concorrer, através do mercado de cré dito, para a alta de preços, confluindo
bancária.
E há outros elementos de
certa evidência.
Que papel representarão, por exemplo, os e.speculadcres, que Roberto Simonsen denunciou nu ma memorável entrevista conce
dida a "Diretrizes", ainda ao tem
po do Estado Novo? Aliás, o saudoso senador apontou friamente as
causas da inflação na majoração dos pre ços de base, matérias-primas e produtos
Um problenui fundamental: o da
transformados. Dava como certa a in tervenção dos especuladores. O eminen te economista, em pleno ano de 1943 mostrava, com dados exatos, os recordes
produção
dos ganhos resultantes da situação excep
ao lado dos organismos bancários (°).
cional da guerra — e da inexperiência e No Congresso das Caixas Econômi cas Federais, o relatório de 1942 acusa
va o total de Cr.$ 1.775.872.377,50
para empréstimos hipotecários, do que se retirava a importância de Cr$ .... 112.946.038,20 para empréstimos agro-
industriais já concedidos.
O total aci
ma, porém, somava as concessões feitas
várias outras exageradas, para explicar nosso processo inflacionário. E isso ain da não foi estudado com os fundamentos estatísticos e a profundidade de análise econômica que seria de desejar. Porque se faz necessária a análise
No ano de 1944, realmente, o número de contratos aumenta de 118 sobre o ano
dêsses fenômenos sem adoção de um critério bancário, mercantil ou moneta-
anterior e a importância correspondente
nacional. E não nos venham argüir da
nos lembrarmos das repetidas declara ções, artigos, discursos, entrevistas ou
salte tôdas as dificuldades; ora...
Através de tantos oras, uma verdade vai-se evidenciando: a de que todos
esses problemas são interdependências do problema centralíssimo da produção. No processo de produção residem as causas
palpites, que caem de lábios e penas de responsabilidade, nesta -adorável repú blica de técnicos, a afirmação deixa de ser acaciana para se tomar quase revolu cionária. Vez por outra, um cidadão
fundamentais de todos os erros que se
descobre, ao dar o laço da gravata, o caminho da salvação técnica da pátria — e não sopita o impulso generoso: corre
de tributação, os gravames em artigos de base, os desequilíbrios de preços etc. Todos os que falam, parcialmente, em
vêm cometendo pelos anos afora. Ê no processo produtivo que se originam o po der de compra da moeda, as desigual dades na repartição da renda, os erros
logo à sacada, ainda comovido, ainda causas isoladas, devem ourir, umdos a dando o laço, e clama pelas medidas. . sinfonia dolorosa do problema total e Assim, ora a causa de todos os males é a carência do padrão-ouro e toma-se
fundamental...
imperioso cunhar logo o cruzeiro-ouro
para que nademos no mar da felicidade; ora a fundação do Banco Central, cria
do pelas mágicas legislativas, com tôda
... A caixa Econômica Federal do Rio seus depósitos,
««o.
insuficiência da legislação fiscal, além de outras causas. Em suma, ao lado das causas habitualmente esquecidas — Jiã
desde junho de 1931 a junho de 1947.
a esse aumento é de Cr$
113
Digésto EcoNÓNnco
rista, refletindo o ângulo de simpatias de determinado grupo econômico: — o
a • ^7y,tTiA p o aumento da procura de Com o desaparecimento da ^aorca-se çom o objetivo de apro~ máquinas tipográficas no ajios-gu^a, ajtóm trinta fábricas com
veitar essa situaçao para sua própria
bilhões de liras,
cinco .ml mil operários e uma produção no
jo^s exportou màq-máquinas tipo1948, Assim é que durante tbda certejo total gráficas, na importância de 783.000.000 de 'Lmares. tenha atingido atingido mais mais que que oo exportações em 1948, inclusive máquinas auxtltare ,
&
q
""^Vpkncipais importadores foram a Arge^Zn^f0.000.000 f U^) a lugosUnia (114.000.000 de liras), o Brasil {96.000.000 de Uras), e o Benelux ...... (91.000.000 de liras).
Digesto
de transformação a seu próprio
EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
cargo;
c)—à exploração de riquezas e bens naturais feita sem garan
Alde Sampaio
tia dc exclusividade de forne
cimento, muito embora consti
projeto de lei que regula o regime das empresas
O ilustre professor e parlamentar, neste
ccncessionárias «de servi
artigo, faz substanciosa crítica ao Artigo
ços públicos define, pelo Artigo 2."^, o que se deva
tua naturalmente monopólio completo ou parcial. Pela letra a faz-se ver que não obede
4.° do Projeto n° 1035, que regula o re gime das empresas concessionárias de
considerar como empresas
cem aos preceitos do Projeto em causa e não são, portanto, empresas concessio
serviços públicos
nárias de serviço público, aquelas em
concessionárias de servi
ços públicos, para assim desde logo limi
presas que se destinam a serviços de na
tar o âmbito de ação do Artigo 151 da
tureza coletiva, que para funcionar se
Carta Constitucional.
Empresas concessionárias de. serviços
públicos, pelo Artigo 2° do Projeto, são aquelas que gozíim de um privilégio de exploração dado pelo poder público, me
autorização prévia de funcionamento poi-
submetam a um processo de autorização, que permanecem sob regime de fiscali zação do poder público, mus às quais
parte do poder público.
Para evitar dúvidas quanto às emprè-
falta aquela condição primordial do
direitos e deveres para ambas as partes,
sas que se dedicam a essas atividades econômicas, se estariam ou não incluídas na definição do Artigo 2.°, o Projeto fêz pelo Artigo 4.°, remissão dessas emprê-
sendo intrínseco à exploração o forne
sas, caracterizando-as pelos fins a que
cimento, ao público, de bens ou de ser
se destinam e pela forma diversa em
as companhias de navegação, as compa
viços. Está êsse Artigo 2°, no Projeto,
que efetuam a exploração.
redigido da seguinte forma:
Nesse propósito, enumera o Artitro 4P três classes de empresas, distinguidas pelas letras a, b e c. Acha-se êle no Projeto, redigido da seguinte for
nhias de seguros etc. Pe'a letra b, são isentas da inclusão na lei que vier regular os serviços pú blicos concedidos aquelas empresas que têm por fim o aproveitamento de ri
diante um contrato onde se firmarão
Art. 2." — Empresas concessionárias
de serviços públicos são aquelas que, por contrato com o poder público, mediante privilégio ou prerrogativa de exclusividade assegurados por lei, ex
ploram com fins lucrativos o forne cimento de serviços ou de bens de
utilidade geral ou de necessidade co mum, à disposição de quem quer que, indistintamente, queira deles utilizar-se.
privilégio concedido por contrato. Encontram-se nessa categoria as em
presas de serviços de ônibus nas cida
des, os colégios de ensino particular,
quezas naturaí.s e estão subordinadas a
ma:
autorização dada pelo poder público pa ra êsse aproveitamento. Muitas dessas
Art. 4.° — Excluir-se-<ão do regime da presente lei, apesar de que para funcionar dependam de autorização
riquezas servem exclusivamente como ma
téria-prima, tal é o caso do calcáreo pa ra fabricação de cal ou de cimento; ou tras servem de instrumento de produção:
do poder público competente, as em presas destinadas:
interferem no processo de fabricar, mas não .Se incorporam ao produto acabado;
a) — à exploração de serviços co letivos sem garantia de exclusi
tal é o caso do carvão e, sobretudo, o
Acontece, porém, que na vida política
vidade, ainda que submetidas
caso das quedas dágua.
de hoje o Estado passou a interferir, com grande amplitude, nas atividades
ao regime de fiscalização do poder público;
econômicas; não só diretamente, fiscali-
b) — ao aproveitamento de riquezas
zando-as no seu desempenho, como exi gindo que se exerçam dentro de deter minadas condições, o que obriga a uma
e bens naturais, tais como os
Como as riquezas naturais, em grande número, são de quantidade reduzida, a tendência política moderna tem sido em conservá-las sob a guarda do poder pú
minérios e as quedas dágua, quando para fins indiretos ou
Constitucional, pelo Artigo 153, faz dé-
blico.
J
115
Econômico
Nesse propósito, a nossa Carta
pender o seu aproveitamento de autori zação ou de concessão dada pelo poder federal.
Ora, a letra b do Artigo 4.°'do Projeto não tem outro intuito senão ressabar an
tecipadamente que os aproveitamentos
das riquezas naturais, quando feitos sob. a forma de elementos para a produção de outros bens ou ser\'iços, não consti
tuem forma de empresas concessionárias
de serviços públicos, pe.o fato elementar
de que essas riquezas não são oferecidas ao público, são simp'.es agentes ou ele mentos de produção,
O poder público autoriza uma empre sa a uülizar-se de uma miná de car\'ão; ou de turfa, ou de lenhito, como com
bustível paru uma operação industrial qualquer. E' evidente que êste aprovei tamento não constitui por si um sen tço
público, pois que não interessa ao pub.i-
co em geral. Trata-se, portanto, de uma simples autorização, que pode ate .:car sob as vistas do Govêmo em resguardo de outros interesses, mas a empresa que utiliza o combustível para tms a seu
cargo não será, por êsse motivo, urna em-
prêla concessionária de serviço publico.
O mesmo dir-se-ia quanto ao calcareo
como minério e às outras matenas-primas naturais.
Se o poder público, porém entende que por deficiência de minas de carvao ó do interesse geral do pais que. o car
vão seja distribuído ao publico sob a ação direta do Governo, segundo as suas determinações e sem desigualdades pre ferenciais, pode êle, o poder publico, fa-: zer extrair o carvão sob regime de pri
vilégio e não só autorizar a exploração do seu fornecimento mas concede-la s.ob
regime de exclusividade de fornecimento. A companhia que fosse encarregada do serviço seria uma empresa concessioná ria de serviço público, inteiramente
Digesto
de transformação a seu próprio
EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
cargo;
c)—à exploração de riquezas e bens naturais feita sem garan
Alde Sampaio
tia dc exclusividade de forne
cimento, muito embora consti
projeto de lei que regula o regime das empresas
O ilustre professor e parlamentar, neste
ccncessionárias «de servi
artigo, faz substanciosa crítica ao Artigo
ços públicos define, pelo Artigo 2."^, o que se deva
tua naturalmente monopólio completo ou parcial. Pela letra a faz-se ver que não obede
4.° do Projeto n° 1035, que regula o re gime das empresas concessionárias de
considerar como empresas
cem aos preceitos do Projeto em causa e não são, portanto, empresas concessio
serviços públicos
nárias de serviço público, aquelas em
concessionárias de servi
ços públicos, para assim desde logo limi
presas que se destinam a serviços de na
tar o âmbito de ação do Artigo 151 da
tureza coletiva, que para funcionar se
Carta Constitucional.
Empresas concessionárias de. serviços
públicos, pelo Artigo 2° do Projeto, são aquelas que gozíim de um privilégio de exploração dado pelo poder público, me
autorização prévia de funcionamento poi-
submetam a um processo de autorização, que permanecem sob regime de fiscali zação do poder público, mus às quais
parte do poder público.
Para evitar dúvidas quanto às emprè-
falta aquela condição primordial do
direitos e deveres para ambas as partes,
sas que se dedicam a essas atividades econômicas, se estariam ou não incluídas na definição do Artigo 2.°, o Projeto fêz pelo Artigo 4.°, remissão dessas emprê-
sendo intrínseco à exploração o forne
sas, caracterizando-as pelos fins a que
cimento, ao público, de bens ou de ser
se destinam e pela forma diversa em
as companhias de navegação, as compa
viços. Está êsse Artigo 2°, no Projeto,
que efetuam a exploração.
redigido da seguinte forma:
Nesse propósito, enumera o Artitro 4P três classes de empresas, distinguidas pelas letras a, b e c. Acha-se êle no Projeto, redigido da seguinte for
nhias de seguros etc. Pe'a letra b, são isentas da inclusão na lei que vier regular os serviços pú blicos concedidos aquelas empresas que têm por fim o aproveitamento de ri
diante um contrato onde se firmarão
Art. 2." — Empresas concessionárias
de serviços públicos são aquelas que, por contrato com o poder público, mediante privilégio ou prerrogativa de exclusividade assegurados por lei, ex
ploram com fins lucrativos o forne cimento de serviços ou de bens de
utilidade geral ou de necessidade co mum, à disposição de quem quer que, indistintamente, queira deles utilizar-se.
privilégio concedido por contrato. Encontram-se nessa categoria as em
presas de serviços de ônibus nas cida
des, os colégios de ensino particular,
quezas naturaí.s e estão subordinadas a
ma:
autorização dada pelo poder público pa ra êsse aproveitamento. Muitas dessas
Art. 4.° — Excluir-se-<ão do regime da presente lei, apesar de que para funcionar dependam de autorização
riquezas servem exclusivamente como ma
téria-prima, tal é o caso do calcáreo pa ra fabricação de cal ou de cimento; ou tras servem de instrumento de produção:
do poder público competente, as em presas destinadas:
interferem no processo de fabricar, mas não .Se incorporam ao produto acabado;
a) — à exploração de serviços co letivos sem garantia de exclusi
tal é o caso do carvão e, sobretudo, o
Acontece, porém, que na vida política
vidade, ainda que submetidas
caso das quedas dágua.
de hoje o Estado passou a interferir, com grande amplitude, nas atividades
ao regime de fiscalização do poder público;
econômicas; não só diretamente, fiscali-
b) — ao aproveitamento de riquezas
zando-as no seu desempenho, como exi gindo que se exerçam dentro de deter minadas condições, o que obriga a uma
e bens naturais, tais como os
Como as riquezas naturais, em grande número, são de quantidade reduzida, a tendência política moderna tem sido em conservá-las sob a guarda do poder pú
minérios e as quedas dágua, quando para fins indiretos ou
Constitucional, pelo Artigo 153, faz dé-
blico.
J
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Econômico
Nesse propósito, a nossa Carta
pender o seu aproveitamento de autori zação ou de concessão dada pelo poder federal.
Ora, a letra b do Artigo 4.°'do Projeto não tem outro intuito senão ressabar an
tecipadamente que os aproveitamentos
das riquezas naturais, quando feitos sob. a forma de elementos para a produção de outros bens ou ser\'iços, não consti
tuem forma de empresas concessionárias
de serviços públicos, pe.o fato elementar
de que essas riquezas não são oferecidas ao público, são simp'.es agentes ou ele mentos de produção,
O poder público autoriza uma empre sa a uülizar-se de uma miná de car\'ão; ou de turfa, ou de lenhito, como com
bustível paru uma operação industrial qualquer. E' evidente que êste aprovei tamento não constitui por si um sen tço
público, pois que não interessa ao pub.i-
co em geral. Trata-se, portanto, de uma simples autorização, que pode ate .:car sob as vistas do Govêmo em resguardo de outros interesses, mas a empresa que utiliza o combustível para tms a seu
cargo não será, por êsse motivo, urna em-
prêla concessionária de serviço publico.
O mesmo dir-se-ia quanto ao calcareo
como minério e às outras matenas-primas naturais.
Se o poder público, porém entende que por deficiência de minas de carvao ó do interesse geral do pais que. o car
vão seja distribuído ao publico sob a ação direta do Governo, segundo as suas determinações e sem desigualdades pre ferenciais, pode êle, o poder publico, fa-: zer extrair o carvão sob regime de pri
vilégio e não só autorizar a exploração do seu fornecimento mas concede-la s.ob
regime de exclusividade de fornecimento. A companhia que fosse encarregada do serviço seria uma empresa concessioná ria de serviço público, inteiramente
Digesto Econókqco
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dentro da definição do Artigo 2." do
O caso, porém, que tom dado moti
Projeto.
vos de divergência, é o de fornecimen
Fato semelhante, que t^m suscitado, porém, desentendimentos, ocorre com as
luz e força, pois que envolve questão
quedas dágua como riqueza natural. O poder público dá em aproveitamento uma
queda dágua que vai servir como ins
trumento de produção. O beneficiado com a autorização pode utilizar direta
mente a queda dágüa através de uma roda dágua ou de uma turbina e é esse o processo em uso nos primitivos enge nhos de açúcar e nas insta'ações rudi mentares de moinhos de milho e de ca
fé e até em fábricas de. tecido de gran de porte; ou, o que constitui a revolu ção de nossa época, transforma a ener gia da queda dágua em energia elétrica, e a utiliza sob essa forma mais maleável e mais eficiente.
to geral de eletricidade ao público para legislativa de saber-se qual seja a au toridade concedente do ser\açò.
Uma companhia faz o aproveitamento
do uma queda dágua, transforma a ener gia mecânica da queda dágua cm ener gia elétrica e, como fato comum, ilu mina a cidade e fornece, por venda, ele
tricidade como bem de consumo à po pulação.
Diz-se: se o aproveitamento da queda dágua é patrimônio do poder federal e
seu aproveitamento dêle depende, então o fornecimento da eletricidade de\'«
Têm, porém, surgido' dúvidas entre
viço que vai ser fornecido ao público. O poder federal pode negar aproveita mento de uma queda dágua para êsse
fim, mas se dá a permissão, dá exclusi vidade como fonte primária que nada tem que ver com o serviço, que é de índole local e deve estar sob o zêlo da • autoridade local. O Tato de fornecimen
to de eletricidade para uma cidade nada difere, sob êsse aspecto, dos serviços de abastecimento dágua. Se uma cidade se abastece dágua por captação feita num dente do poder federal; e, quando muito,
Há, porém, os seus conformes. gua, que não constitui bem de
para quem quer que seja.
da eletricidade, seja térmica ou seja pro veniente de uma queda dágua, não es tá em causa, porque não constitui o ser
der federal.
ra fins de indústria própria, sob a forma direta de energia mecâ
dido, como serviço de proveito pessoal
são. A fonte primária de fornecimento
também estar .subordinado ao próprio po Como já fizemos ver, o patrimô nio do poder federal é a queda dá
nica ou sob a forma transforma
Econômico
rio navegável, de patrimônio, portanto, da União, não fica com o serviço depen
E' evidente que o aproveita mento de uma queda dágua pa
da em energia elétrica, não cons titui serviço público, tal como é enten
DicESTO
fornecimento ao público. O apro veitamento da queda dágua não pode, jamais, constituir por si um
serviço público da natureza dos que es tamos considerando. O serviço público quando exista, nascerá das transforma ções realizadas para um fim que se teve
as autoridades municipais necessitariam
solicitar do poder federal qu'e autorize o emprego da água.
O mesmo se diria quanto ao carvão,
que no exemplo anterior admitimos para o serviço público requerido, caso o po der público quisesse ser o fornecedor único. A mina sendo patrimônio federal e o carvão constituindo um bem ampla
mente deslocável, o poder federal pode ria distribuí-lo na qualidade de comer
os interpretadores das nossas leis, quando o aproveitamento da queda dágua se faz mediante a transformação em energia
em vista preencher. Não há, na verda
de, e a expressão coerente que a designa constitui erro científico, energia hidre
saria a ser o poder contratante do forne
elétrica e esta energia se destina a -ser
létrica que pertencesse ao patrimônio da
a esfera municipal.
viço público concedido. Se se trata, por exemplo, de um ser
União e esta se reservasse o direito de
viço de transportes urbanos de bondes
existe é o interêsse de uma população
distribuí-la ao público. De fato, o que
movidos por eletricidade, é claro que o
em receber para consumo o fornecimen
serviçtí se consubstancia no uso do veí culo e a queda dágua que lhe serve de fonte motora é um simples instrumento de ação. A companhia que a explora é concessionária do serviço de transporte e não concessionária do aproveitamento
to de energia elétrica, e cabe ao poder
da queda dáguá.
ce o direito de dar o serviço em conces-
que governa essa população o direito de satlsfazê-la nos seus desejos. Se o in
ciante, mas se assim o fizesse, não pas-'
cimento de gás de iluminação, invadindo Há, porém, como dissemos, os seus conformes. Se a União, dispondo de uma
queda dágua, quer transformar a enerr
gia mecânica em energia elétrica e ofe recer, indistintamente, a todos os grupos
117
cular, sob a forma de concessão. O ser viço público, no caso, consiste na distri
buição geral da eletricidade, para cum primento do qual o poder público se utiliza de uma queda dágua de seu pa trimônio como fonte primáriá de pro dução. E' o caso da Cachoeira de Paulo Afon
so, em perspectiva de ser aproveitada pe lo Governo Federal, para servir dc fon te de abastecimento de energia elétrica
a e.xtensa região nordestina.
O poder
federal, porém, não pode invadir as
cidades e povoados do Interior, à reve lia dos Prefeitos e das Câmaras Munici
pais, e impor a iluminação das cidades e o fornecimento de eletricidade ao pú
blico, por distribuição de fios nas ruas e nas casas. A despeito de sua hierar
quia, há de submeter-se, como forne cedor industrial, a um contrato em que
uma das partes sejam as autoridades locaís; como também, a despeito de sua
hierarquia política, não poderá invali
dar contratos existentes, pferecendo for
necimento de eletricidade onde outras
empresas já o fazem, sob garantia de ex clusividade.
Em resumo, no que se refere à letra
h do Artigo 4.° do Projeto, há que dis
tinguir-se o serviço público que se ca racteriza por si mesmo, da fonte produ tiva que fornece os elementos com que se conseguem os bens, produtos ou ser viços que vao ser oferecidos. A letra c do mesmo artigo-4.° do Pro
jeto tem por fim fazer a distinção entre o monopólio natural, que é um fato eco nômico, do privilégio, que constitui um
fato político-jurídico. O poder público
terêsse é local e as dificuldades de abas
locais e a quem-quer que seja, energia elétrica para qualquer fim, nada obsta a que. assim o faça, e se não deseja fa
tecimento em livre concorrência são lo
zer com os seus próprios funcionários
tório nacional com deficiência tão gran
cais, é óbvio que ao poder local perten
como serviço oficial, pode dar o desem penho do serviço a uma empresa parti
de que a exploração se tome a única no País; mas, se o poder que dá a permis-
pode autorizar a exploração de um bem natural, êste bem pode existir no terri
Digesto Econókqco
116
dentro da definição do Artigo 2." do
O caso, porém, que tom dado moti
Projeto.
vos de divergência, é o de fornecimen
Fato semelhante, que t^m suscitado, porém, desentendimentos, ocorre com as
luz e força, pois que envolve questão
quedas dágua como riqueza natural. O poder público dá em aproveitamento uma
queda dágua que vai servir como ins
trumento de produção. O beneficiado com a autorização pode utilizar direta
mente a queda dágüa através de uma roda dágua ou de uma turbina e é esse o processo em uso nos primitivos enge nhos de açúcar e nas insta'ações rudi mentares de moinhos de milho e de ca
fé e até em fábricas de. tecido de gran de porte; ou, o que constitui a revolu ção de nossa época, transforma a ener gia da queda dágua em energia elétrica, e a utiliza sob essa forma mais maleável e mais eficiente.
to geral de eletricidade ao público para legislativa de saber-se qual seja a au toridade concedente do ser\açò.
Uma companhia faz o aproveitamento
do uma queda dágua, transforma a ener gia mecânica da queda dágua cm ener gia elétrica e, como fato comum, ilu mina a cidade e fornece, por venda, ele
tricidade como bem de consumo à po pulação.
Diz-se: se o aproveitamento da queda dágua é patrimônio do poder federal e
seu aproveitamento dêle depende, então o fornecimento da eletricidade de\'«
Têm, porém, surgido' dúvidas entre
viço que vai ser fornecido ao público. O poder federal pode negar aproveita mento de uma queda dágua para êsse
fim, mas se dá a permissão, dá exclusi vidade como fonte primária que nada tem que ver com o serviço, que é de índole local e deve estar sob o zêlo da • autoridade local. O Tato de fornecimen
to de eletricidade para uma cidade nada difere, sob êsse aspecto, dos serviços de abastecimento dágua. Se uma cidade se abastece dágua por captação feita num dente do poder federal; e, quando muito,
Há, porém, os seus conformes. gua, que não constitui bem de
para quem quer que seja.
da eletricidade, seja térmica ou seja pro veniente de uma queda dágua, não es tá em causa, porque não constitui o ser
der federal.
ra fins de indústria própria, sob a forma direta de energia mecâ
dido, como serviço de proveito pessoal
são. A fonte primária de fornecimento
também estar .subordinado ao próprio po Como já fizemos ver, o patrimô nio do poder federal é a queda dá
nica ou sob a forma transforma
Econômico
rio navegável, de patrimônio, portanto, da União, não fica com o serviço depen
E' evidente que o aproveita mento de uma queda dágua pa
da em energia elétrica, não cons titui serviço público, tal como é enten
DicESTO
fornecimento ao público. O apro veitamento da queda dágua não pode, jamais, constituir por si um
serviço público da natureza dos que es tamos considerando. O serviço público quando exista, nascerá das transforma ções realizadas para um fim que se teve
as autoridades municipais necessitariam
solicitar do poder federal qu'e autorize o emprego da água.
O mesmo se diria quanto ao carvão,
que no exemplo anterior admitimos para o serviço público requerido, caso o po der público quisesse ser o fornecedor único. A mina sendo patrimônio federal e o carvão constituindo um bem ampla
mente deslocável, o poder federal pode ria distribuí-lo na qualidade de comer
os interpretadores das nossas leis, quando o aproveitamento da queda dágua se faz mediante a transformação em energia
em vista preencher. Não há, na verda
de, e a expressão coerente que a designa constitui erro científico, energia hidre
saria a ser o poder contratante do forne
elétrica e esta energia se destina a -ser
létrica que pertencesse ao patrimônio da
a esfera municipal.
viço público concedido. Se se trata, por exemplo, de um ser
União e esta se reservasse o direito de
viço de transportes urbanos de bondes
existe é o interêsse de uma população
distribuí-la ao público. De fato, o que
movidos por eletricidade, é claro que o
em receber para consumo o fornecimen
serviçtí se consubstancia no uso do veí culo e a queda dágua que lhe serve de fonte motora é um simples instrumento de ação. A companhia que a explora é concessionária do serviço de transporte e não concessionária do aproveitamento
to de energia elétrica, e cabe ao poder
da queda dáguá.
ce o direito de dar o serviço em conces-
que governa essa população o direito de satlsfazê-la nos seus desejos. Se o in
ciante, mas se assim o fizesse, não pas-'
cimento de gás de iluminação, invadindo Há, porém, como dissemos, os seus conformes. Se a União, dispondo de uma
queda dágua, quer transformar a enerr
gia mecânica em energia elétrica e ofe recer, indistintamente, a todos os grupos
117
cular, sob a forma de concessão. O ser viço público, no caso, consiste na distri
buição geral da eletricidade, para cum primento do qual o poder público se utiliza de uma queda dágua de seu pa trimônio como fonte primáriá de pro dução. E' o caso da Cachoeira de Paulo Afon
so, em perspectiva de ser aproveitada pe lo Governo Federal, para servir dc fon te de abastecimento de energia elétrica
a e.xtensa região nordestina.
O poder
federal, porém, não pode invadir as
cidades e povoados do Interior, à reve lia dos Prefeitos e das Câmaras Munici
pais, e impor a iluminação das cidades e o fornecimento de eletricidade ao pú
blico, por distribuição de fios nas ruas e nas casas. A despeito de sua hierar
quia, há de submeter-se, como forne cedor industrial, a um contrato em que
uma das partes sejam as autoridades locaís; como também, a despeito de sua
hierarquia política, não poderá invali
dar contratos existentes, pferecendo for
necimento de eletricidade onde outras
empresas já o fazem, sob garantia de ex clusividade.
Em resumo, no que se refere à letra
h do Artigo 4.° do Projeto, há que dis
tinguir-se o serviço público que se ca racteriza por si mesmo, da fonte produ tiva que fornece os elementos com que se conseguem os bens, produtos ou ser viços que vao ser oferecidos. A letra c do mesmo artigo-4.° do Pro
jeto tem por fim fazer a distinção entre o monopólio natural, que é um fato eco nômico, do privilégio, que constitui um
fato político-jurídico. O poder público
terêsse é local e as dificuldades de abas
locais e a quem-quer que seja, energia elétrica para qualquer fim, nada obsta a que. assim o faça, e se não deseja fa
tecimento em livre concorrência são lo
zer com os seus próprios funcionários
tório nacional com deficiência tão gran
cais, é óbvio que ao poder local perten
como serviço oficial, pode dar o desem penho do serviço a uma empresa parti
de que a exploração se tome a única no País; mas, se o poder que dá a permis-
pode autorizar a exploração de um bem natural, êste bem pode existir no terri
Diciísto
118
EcoNÓxnco
são de aproveitamento não faz um con trato como parte interessada no forneci
geral em regime de monopólio, total ou
mento e não dá exclusividade de forne
funcionar, de autorização do poder pú
cimento ao público, a evp'oração não constitui serviço público da naturezii dos
blico para o aproveitamento da matéria-
parcial, e haverem necessitado, antes do
prima.
que são realizados pelas empresas con
São essas as razões que justificam os
cessionárias, tal como definidas no Arti
dois dispositivos do Projeto: o Artigo 2.° definindo o que se deva entender por empresas concessionárias de serviço pú bico; o Artigo 4." enumerando aquelas
go 2° do Projeto.
E' o que parcialmente ocorre com as empresas de águas minerais; o que por circunstância?- provenientes dos próprios fatos se deu, durante a guerra, com a
empresa produtora de alumínio em Minas Gerais, que, autorizada a explorar uma mina de bauxita, passou a ser fornece dora única do mercado; e é também o
que parcia'mente ocorre com a empresa
produtora de canos por centrifugação, que por efeito de patente tem o mono pólio do fornecimento desses canos.
PiMENTEL Comes
opinião de um economista ilustre, autor de um
dos melhores livros
que se publicaram após a Segunda Guerra Mundial — Prokopovícz — a ra
empresas »que, por algumas condições, poderiam parecer . incursas no Arti go 2.", mas que, sob exame mais
zão fundamental dos conflitos econômi
cos e das guerras que a humanidade sofreu desde 1880, é o desenvolvimento
perfeito, não se admitiria que fos
liipertrófico da indústria manufatureira,
sem
desenvolvimento que não corresponde de
incluídas.
Ainda nos casos concretos, para afas
tar qualquer divergência, o Projeto, pe lo Arl-igo 9.°, atribui ao poder pvtblico a'faculdade de, ante os termos do Artigo
prêsas são concessionárias de serviços pú
2.® 0 do Artigo 4.°, declarar se se trata ou não de serviço público, sujeito ao regime de concessão prescrito pelo Ar
blicos por fornecerem bens de utilidade
tigo 151 da Carta Constitucional.
Ninguém dirá, po-ém. nue essas em-
r
Descentralização industrial
maneira alguma aos recursos naturais
i
limitados dos países da Europa ociden tal bem como ao adensamento demo
gráfico dos mesmos países. A hipertro
fia industrial da Europa ocidental fa2ia-sc assim, em detrimento das outras
nações, países relegados à pobreza e for necedores de matérias-primas e gêneros alimentícios. Ê natural que os detentores da indústria se opusessem sempre que possível e por todos os meios à indus trialização dos países do economia atra sada, pois tal era libertá-los da explora ção, da verdadeira escravidão econômica
a que estavam .sujeitos. A industrializa ção que se processa cada vez mais ra
pidamente nas outras partes do mundo, industrialização que vai fazendo a Eu ropa recuar dia a dia, lenta mas inexoràvelmenle, constitui uma das questões O relatójio anual da Custa do Ouro revela que, embora as exportações tenham aumentado de um milhão de libras, em 1947, no ano anterior caiu o volume do cacau produzido de 221.000 t^eladas para 162.000. A causa principal do decUnio
consistiu na doença que ataca os cacaueiros sob a forma de inchação dos galhos. Isso põe em evidência a oportunidade das medidas preconizadas pelo Departamento das Colônias, o govêrno da Costa do Ouro e o recente relatório divulgado por irês cientistas internacionais, figurando entre as medidas preconizadas a do corte das arvores atingidas pela doença. Êsse método, inicialmente, não foi bem acolhido e pode ter contribuído para a deflagração de desordens. Mas as partes interessadas lançaram uma campanha de propaganda destinada a justificar a necessidade da providência drástica como único meio possível de salvar as demais plantações.
mai.':
interessantes
e
poi.s da Primeira Guerra Mundial e muito principalmente depois da segunda. Neumann-Spallart, um economista ale mão, porém, constatava, em 1885, as mo dificações que se iniciavam,'6 com es
tranha perspicácia previa o que esta mos vendo atualmente. Afirmava êle, naque'a época recuada, que a suprema cia econômica da Grã-Bretanha decres-
cía progressivamente. O centro de cul tura material que se encontrava nas Ilhas há uin século, deslocava-se progressiva
mente para o continente europeu. Ade mais, o que era mais grave, parte das fôrças culturais européias atravessava os mare.? e se localizava a'liures, de prefe rência na América do Norte.
Quarenta anos após Neumann-Spallart^
O orofessor Kousté escrevia que d.sde
o fim do século XIX quase todos os^parses do Novo Mundo tendem de modo crLcente a adquirir nma independenca industriai tão multiiatera! quanto possí
vel" Seguiam èies o exemplo dos Es-
. j TT„;4nc quanto ao tados Unidos, oelo pe menos ^ desenvol-
próprio abastecimento.
Este aesenvoi
Cimento se manifesta nao somente no México, Brasi'. Cinie e Argentina, como também no Austrália, Nova Mandia e União Sul-Atricana . Descreve então os pro
importantes dos dia.s
cessos pe'os quais se
em que vivemos. Grandes modificações
estão industrializando cada vez "mais acele radamente os países de economia retarda
econômicas e políticas tendem
a
dar, em
poucos anos,.nova es trutura ao Mundo. Os
valores se deslocam, de forma cada mais acentuada
vez de-
da, chamados, pelos
europeus, coloniais e semi-coloniais, fazen do da palavra "colô-
Diciísto
118
EcoNÓxnco
são de aproveitamento não faz um con trato como parte interessada no forneci
geral em regime de monopólio, total ou
mento e não dá exclusividade de forne
funcionar, de autorização do poder pú
cimento ao público, a evp'oração não constitui serviço público da naturezii dos
blico para o aproveitamento da matéria-
parcial, e haverem necessitado, antes do
prima.
que são realizados pelas empresas con
São essas as razões que justificam os
cessionárias, tal como definidas no Arti
dois dispositivos do Projeto: o Artigo 2.° definindo o que se deva entender por empresas concessionárias de serviço pú bico; o Artigo 4." enumerando aquelas
go 2° do Projeto.
E' o que parcialmente ocorre com as empresas de águas minerais; o que por circunstância?- provenientes dos próprios fatos se deu, durante a guerra, com a
empresa produtora de alumínio em Minas Gerais, que, autorizada a explorar uma mina de bauxita, passou a ser fornece dora única do mercado; e é também o
que parcia'mente ocorre com a empresa
produtora de canos por centrifugação, que por efeito de patente tem o mono pólio do fornecimento desses canos.
PiMENTEL Comes
opinião de um economista ilustre, autor de um
dos melhores livros
que se publicaram após a Segunda Guerra Mundial — Prokopovícz — a ra
empresas »que, por algumas condições, poderiam parecer . incursas no Arti go 2.", mas que, sob exame mais
zão fundamental dos conflitos econômi
cos e das guerras que a humanidade sofreu desde 1880, é o desenvolvimento
perfeito, não se admitiria que fos
liipertrófico da indústria manufatureira,
sem
desenvolvimento que não corresponde de
incluídas.
Ainda nos casos concretos, para afas
tar qualquer divergência, o Projeto, pe lo Arl-igo 9.°, atribui ao poder pvtblico a'faculdade de, ante os termos do Artigo
prêsas são concessionárias de serviços pú
2.® 0 do Artigo 4.°, declarar se se trata ou não de serviço público, sujeito ao regime de concessão prescrito pelo Ar
blicos por fornecerem bens de utilidade
tigo 151 da Carta Constitucional.
Ninguém dirá, po-ém. nue essas em-
r
Descentralização industrial
maneira alguma aos recursos naturais
i
limitados dos países da Europa ociden tal bem como ao adensamento demo
gráfico dos mesmos países. A hipertro
fia industrial da Europa ocidental fa2ia-sc assim, em detrimento das outras
nações, países relegados à pobreza e for necedores de matérias-primas e gêneros alimentícios. Ê natural que os detentores da indústria se opusessem sempre que possível e por todos os meios à indus trialização dos países do economia atra sada, pois tal era libertá-los da explora ção, da verdadeira escravidão econômica
a que estavam .sujeitos. A industrializa ção que se processa cada vez mais ra
pidamente nas outras partes do mundo, industrialização que vai fazendo a Eu ropa recuar dia a dia, lenta mas inexoràvelmenle, constitui uma das questões O relatójio anual da Custa do Ouro revela que, embora as exportações tenham aumentado de um milhão de libras, em 1947, no ano anterior caiu o volume do cacau produzido de 221.000 t^eladas para 162.000. A causa principal do decUnio
consistiu na doença que ataca os cacaueiros sob a forma de inchação dos galhos. Isso põe em evidência a oportunidade das medidas preconizadas pelo Departamento das Colônias, o govêrno da Costa do Ouro e o recente relatório divulgado por irês cientistas internacionais, figurando entre as medidas preconizadas a do corte das arvores atingidas pela doença. Êsse método, inicialmente, não foi bem acolhido e pode ter contribuído para a deflagração de desordens. Mas as partes interessadas lançaram uma campanha de propaganda destinada a justificar a necessidade da providência drástica como único meio possível de salvar as demais plantações.
mai.':
interessantes
e
poi.s da Primeira Guerra Mundial e muito principalmente depois da segunda. Neumann-Spallart, um economista ale mão, porém, constatava, em 1885, as mo dificações que se iniciavam,'6 com es
tranha perspicácia previa o que esta mos vendo atualmente. Afirmava êle, naque'a época recuada, que a suprema cia econômica da Grã-Bretanha decres-
cía progressivamente. O centro de cul tura material que se encontrava nas Ilhas há uin século, deslocava-se progressiva
mente para o continente europeu. Ade mais, o que era mais grave, parte das fôrças culturais européias atravessava os mare.? e se localizava a'liures, de prefe rência na América do Norte.
Quarenta anos após Neumann-Spallart^
O orofessor Kousté escrevia que d.sde
o fim do século XIX quase todos os^parses do Novo Mundo tendem de modo crLcente a adquirir nma independenca industriai tão multiiatera! quanto possí
vel" Seguiam èies o exemplo dos Es-
. j TT„;4nc quanto ao tados Unidos, oelo pe menos ^ desenvol-
próprio abastecimento.
Este aesenvoi
Cimento se manifesta nao somente no México, Brasi'. Cinie e Argentina, como também no Austrália, Nova Mandia e União Sul-Atricana . Descreve então os pro
importantes dos dia.s
cessos pe'os quais se
em que vivemos. Grandes modificações
estão industrializando cada vez "mais acele radamente os países de economia retarda
econômicas e políticas tendem
a
dar, em
poucos anos,.nova es trutura ao Mundo. Os
valores se deslocam, de forma cada mais acentuada
vez de-
da, chamados, pelos
europeus, coloniais e semi-coloniais, fazen do da palavra "colô-
■*
Dicesto Econômico
120
Dicesto
cessando.
em fase de industrialização — índia, Ceüão, Ásia soviética, Mandchúria, Ca
nadá, Egito, Peru, Colômbia, Cuba Ilustremos com alguns dados a des-
1800 1850 1880 1913 1921 1929 . 1932 1937
1940
Grã-Bretanha
lOQ
indústria da hulha, considerando-se como
França Bé'gica
100 100
Alemanha
100
Alemanha, Suíça e Suécia.
Países
Países
industriais
agrícolas
europeus
europeus
24,0 17,1
96,6 81,0 69,1 45,1 34,4
19,7
39,0
2,5 5.7 4.8 6,8 9,6
22,1
42,5
12,0
18,5
39,3
16,6
36,1
87,1 60,2 44,2
A Grã-Bretanha perde primeiramente para a Europa ocidental.
Estados Unidos
europeus
1,7 9,8
—
■
Outros
países não 1,7 4.3 7.6 11,5 10,0
20,9
42,6 47,3
41,4
11,5
14,0
33,9 34,2
17,0
34,1
12.8
'
O
«e os números índices atingissem 194",
sivamente, em proveito dos países agrí
Examinemos, agora, o que está acon
tecendo com a indústria de tecelagem de algodão.
Países
Países
industriais
agrícolas
europeus
europeus
60,0
40,0
50,0
76,1
8,7 6,0 13,1
Anos
Grã-Bretan^
1800 1850
40,0
1880
43,2
1913 1921
13.2
71,6 44,9
7,1
42,1
1929 1932
7,8
9,1
1937
8,2
38,7 44,4 35,8
O fenômeno
em vez de terminar em 1940.
observado
na
indústria
da hulha repete-se na tecelagem e é idêntico ao da produção de ferro e aço. Convém, agora, para confirmar a tese,
alinhar algiins números índices do dS'
7,1 12,4
Estados Unidos
133 104 ■ 81 90
208
133 167 123 136
165
117
133
151
155
313
dustrial mais importante que a agrí cola. Em 1920, a agricultura contabum com 70% das rendas nacionais e a indus
120, em 1938; 1939, em Í940; 171 em
1942, e 246 em 1946. A produção das
tria com 30%; em 1946 a agncidtura descera a 40% e a indus^a subira a
indústrias básicas aumentou espetacular
retardamento que a agricultura tem tido
mente: 100 média das médias mensais
de 1935-1936; 272, em 1943; 303, em
60%
Deve-se a este fato, em par ,
filtimamente no BrasÜ.
Faz-se mister continuar caaa
_
1944; 290, em 1945; 416, em 1946;
aceleradamente
primeiro trimestre de 1948.
País sem se esquecer, porem, a agncul
525, em- 1947; 630, média mensal do Um dos resultados do sxirto industriei brasileiro foi tomar-se a produção in-
a
W essencinl ae progresso do
Brasil.
Outros
países rxõo europeus
— —
13.0 21,3 40.0
45,0 •
2,2 1,1 2,0 5,8
43,9
5,0
25,3
22,5
7,8
20.6
36.1
7.5
senvolvimento industrial de alguns países, considerando 100 a produção do 1929.
Infelizmente, os dados são incomple tos:
112 •118 128
78
10®
industrial do país em 1935, ter-se-á
seu índice, posteriormente, diminuído em
e da Exiropa Ocidental decresce progres
.'
1942
126 98
100 100
Há para o Brasil uns números alenta-
movimento se mostraria mais acentuado
portância industrial dos Estados Unidos
. .. .
1940
76
100 100 100 100 100 100 100
dores. Considerando-se 100 a produção
Esta vê o
favor dos Estados Unidos. Hoje, a im
.
U. R. S. S.-
12,5
colas europeus e dos não europeus.
Itália Rumânia Holanda Estados Unidos Canadá ." Nova Zelândia União Sul-Africana
México Chile
6,8
1938 115
1929
Vejamos, de início, os nú
meros índices da descentralização da países industriais europeus a Grã-Breta nha, o Eire, França, Bélgica, Holanda,
etc.
Grã-Bretanha
121
Econômico
centralização econômica que se vem pro
nia" sinônimo de atraso. Outros países, porém, além dos citados, se encontram
Anos
-7;
Parcela do crédito no calor de 53.278 000
'""'^CoSr
394.000 dólares - Inseticidas, 94.000
Ti&í": Si'
^^.OOO d&ro, - petréleo
^ 4^0 000 dólares à Itália,
"
■*
Dicesto Econômico
120
Dicesto
cessando.
em fase de industrialização — índia, Ceüão, Ásia soviética, Mandchúria, Ca
nadá, Egito, Peru, Colômbia, Cuba Ilustremos com alguns dados a des-
1800 1850 1880 1913 1921 1929 . 1932 1937
1940
Grã-Bretanha
lOQ
indústria da hulha, considerando-se como
França Bé'gica
100 100
Alemanha
100
Alemanha, Suíça e Suécia.
Países
Países
industriais
agrícolas
europeus
europeus
24,0 17,1
96,6 81,0 69,1 45,1 34,4
19,7
39,0
2,5 5.7 4.8 6,8 9,6
22,1
42,5
12,0
18,5
39,3
16,6
36,1
87,1 60,2 44,2
A Grã-Bretanha perde primeiramente para a Europa ocidental.
Estados Unidos
europeus
1,7 9,8
—
■
Outros
países não 1,7 4.3 7.6 11,5 10,0
20,9
42,6 47,3
41,4
11,5
14,0
33,9 34,2
17,0
34,1
12.8
'
O
«e os números índices atingissem 194",
sivamente, em proveito dos países agrí
Examinemos, agora, o que está acon
tecendo com a indústria de tecelagem de algodão.
Países
Países
industriais
agrícolas
europeus
europeus
60,0
40,0
50,0
76,1
8,7 6,0 13,1
Anos
Grã-Bretan^
1800 1850
40,0
1880
43,2
1913 1921
13.2
71,6 44,9
7,1
42,1
1929 1932
7,8
9,1
1937
8,2
38,7 44,4 35,8
O fenômeno
em vez de terminar em 1940.
observado
na
indústria
da hulha repete-se na tecelagem e é idêntico ao da produção de ferro e aço. Convém, agora, para confirmar a tese,
alinhar algiins números índices do dS'
7,1 12,4
Estados Unidos
133 104 ■ 81 90
208
133 167 123 136
165
117
133
151
155
313
dustrial mais importante que a agrí cola. Em 1920, a agricultura contabum com 70% das rendas nacionais e a indus
120, em 1938; 1939, em Í940; 171 em
1942, e 246 em 1946. A produção das
tria com 30%; em 1946 a agncidtura descera a 40% e a indus^a subira a
indústrias básicas aumentou espetacular
retardamento que a agricultura tem tido
mente: 100 média das médias mensais
de 1935-1936; 272, em 1943; 303, em
60%
Deve-se a este fato, em par ,
filtimamente no BrasÜ.
Faz-se mister continuar caaa
_
1944; 290, em 1945; 416, em 1946;
aceleradamente
primeiro trimestre de 1948.
País sem se esquecer, porem, a agncul
525, em- 1947; 630, média mensal do Um dos resultados do sxirto industriei brasileiro foi tomar-se a produção in-
a
W essencinl ae progresso do
Brasil.
Outros
países rxõo europeus
— —
13.0 21,3 40.0
45,0 •
2,2 1,1 2,0 5,8
43,9
5,0
25,3
22,5
7,8
20.6
36.1
7.5
senvolvimento industrial de alguns países, considerando 100 a produção do 1929.
Infelizmente, os dados são incomple tos:
112 •118 128
78
10®
industrial do país em 1935, ter-se-á
seu índice, posteriormente, diminuído em
e da Exiropa Ocidental decresce progres
.'
1942
126 98
100 100
Há para o Brasil uns números alenta-
movimento se mostraria mais acentuado
portância industrial dos Estados Unidos
. .. .
1940
76
100 100 100 100 100 100 100
dores. Considerando-se 100 a produção
Esta vê o
favor dos Estados Unidos. Hoje, a im
.
U. R. S. S.-
12,5
colas europeus e dos não europeus.
Itália Rumânia Holanda Estados Unidos Canadá ." Nova Zelândia União Sul-Africana
México Chile
6,8
1938 115
1929
Vejamos, de início, os nú
meros índices da descentralização da países industriais europeus a Grã-Breta nha, o Eire, França, Bélgica, Holanda,
etc.
Grã-Bretanha
121
Econômico
centralização econômica que se vem pro
nia" sinônimo de atraso. Outros países, porém, além dos citados, se encontram
Anos
-7;
Parcela do crédito no calor de 53.278 000
'""'^CoSr
394.000 dólares - Inseticidas, 94.000
Ti&í": Si'
^^.OOO d&ro, - petréleo
^ 4^0 000 dólares à Itália,
"
Dicesto
Produção agrícola e reforma agrária (Secretário da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro) ção, durante cerca de dois séculos. A
agrária, que estão sendo discuti
erosão — a terrível "doença do solo" —
é o fator decisivo, que provoca outros,
rios órgãos do Governo. O problema se
que são apena.s conseqüências.
Uma
relaciona intimamente com o da produ
delas é o êxodo rural, que tem afastado
ção, julgando alguns que o desapareci mento da grande propriedade determina ria de pronto o seu aumento, atribuindo
cerca de seisccntos mil braços, dos mais ativos e capazes, das zonas rurais e que, integrados nas indústrias e outras atividades urbanas, determinam o au mento impressionante das favelas e o
encontra.
A produção agrícola do país — exami
agravamento das condições sociais, in
nada em seu conjunto — é de declínio,
clusive de ordem pública, nas capitais e principais centros demográficos do país. Assim, o êxodo rural é uma conseqüên
salvo poucos produtos, e em regiões que começam a ser exploradas.
Nas velhas
regiões, ocupadas outrora pela cultura
cafeeirai o declínio assume proporções alarmantes. Basta lembrar o café, que em menos de dois decênios, de vinte e sete e até trinta milhões de sacas, baixou a doze, com tendência a ser ainda mais reduzida.
Também o mesmo se dá com o algo dão, os cereais, que alguns centros ou
trora produtores, vizinhos da capital do país, estão importando do Rio Grande do Sul e do Paraná, via São Paulo.
Êsse declínio não se limita a regiões velhas; mesmo em terras em exploração há menos de meio século, como as do norte do Paraná, o fenômeno ocorre., Na
última mensagem do Governador Lupion, há uma página de alto patriotismo, a respeito desta situação, que precisa e deve ser meditada. E' a que sé refe re à ameaça que paira sôbre a cultura, ca-
feeira daquele próspero Estado. A principal causa — a mais decisiva —
é o desaparecimento da fertilidade natu
a
soberania nacio
uma reforma agrária, retalhando cerca de dois milhões cie propriedades agríco
dos no Parlamento e em estudo em vá
ao latifúndio o declínio em que ela se
econômica e com nal.
Um dos remédios indicados é o de
Edcah Telxeiha Leite
Jii^Á vários projetos sôbre a reforma
123
Econômico
cia, um efeito, c não uma causa: a terra
com sua produtividade reduzida, ou mes mo inteiramente anulada, não dá ao la vrador resultado compensador., As co lheitas se encerram com prejuízo e o
-lavrador abandona a terra e segue para as cidades, tentado pela miragem de al
las, distribuindo-as pelos nossos patrícios
E' preciso não esquecer, também a política trabalhista exclusivamente urba na, de cortejamento às populações citadinas e relegamento ao abandono dos
telamento da grande propriedade agrí cola, que mesmo desorganizada con-citui o arcabouço sôbre que repousa a economia nacional.
O receio tem seu fundamento no aluai
E' medida por demais simplista, por
regime de agricultura rotineira e exten siva, onde os plantios se sucedem sem
que por si só não resolve, antes agrava ria a situação. Na verdade, se se diNT-
tirado pelas colheitas e também pela ero
que cultivam terra alheia.
dissc- uma propriedade com baixa ferti lidade e se a entregasse,
pura e simplesmente, a di versos colonos, parceiros e meeiros, a situação conti nuaria a mesma. Seria ne
cessário um conjunto de medidas — assistência financeira, assis
tência técnica, largo emprego de corre
que'se restitua ao solo o que dêle foi
são, nas terras inclinadas. Quando a terra se cansa, o agricultor a deixa em
pausa e vai procurar em nova gleba ter renos melhores.
Com a lavoura extensiva — é a ex
periência de todos os tempos — são ne cessários dez a quinze vêzes mais terras
para o sustento de cem homens, do que na produção intensiva, que se ba cipalmente na restituição ao solo do
tivos e fertilizantes, c também maquina ria — para que realizassem o que pre
seia, sob o ponto de vista técnico, prin
tendem os propugnádores do combate
que lhe foi retirado.
ao latifúndio.
Poderíamos realizar de pronto esta re volução técnica, quando nao ternos cre
Mas, como atingir êsse
objetivo, que importaria em medidas que nem para escasso número de proprieda des ora em cultivo são realizáveis?
Devemos, por todos os motivo.s — de
tos salários.
de Maio poderá ocorrer com o desman
ordem moral, de estabilidade social e po lítica — facilitar o acesso à terra, de mi
dito agrícola organizado; quando nao conseguimos adquirir hábitos de aprovei tamento de resíduos para a ferblizagao do nosso solo; quando a nossa tradição agrícola é ainda a do mais primitivo metodo de cultivo da terra; quando o esfor
trabalhadores rurais, que constituem en
lhões de nossos patrícios. Receio, porém, que a medida, realiza da de chotre, sem que se possa atender
tretanto, sessent» por cento da massa ativa do país.
tornariam eficiente, redunde em maior
vrador está, por assim di
desorganização para a produção.
zer no seu início? No Brasil há 1.500.000 pro
Se é o desaparecimen to da fertilidade natural do solo a causa vuiter da decadência agrícola — é
esse fator que devemos encarar, decidida e cora josamente, promovendo o
estudo do problema e
procurando resolvê-lo, pois diz muito
ral do-solo, pela sua insensata explora-. de perto com ,a nossa, independência
efetivamente aos diversos tatôres que a
Devemos
e.xaminar
o
assunto, com
a mais rigorosa atenção. Temos, na his tória de nossa economia, um e.xemplo
que não deve ser esquecido. A" liber tação em massa, dos escravos, importou
ço humano é escassamente auxiliado pela máquina - apenas 445.000 arados para dois milhões de propriedades - quando a as.sistência direta ao la
priedades em que se pra tica apenas a monocultura,
de que a enxada é o símbolo.
dem moral — e encarado por este pris
Nas lavouras mais organizadas do pais — onde não é possível o nomadiimo das culturas, por serem culturas permanentes,
ma
como no caso do café e outros, adstrito à
em profunda desorganização da produção agrícola. Salvo sob seu aspecto de or o resultado obtido é o mais com
pensador — o que ocorreu com o Treze
mmn nn rflna-np-annrfir
Dicesto
Produção agrícola e reforma agrária (Secretário da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro) ção, durante cerca de dois séculos. A
agrária, que estão sendo discuti
erosão — a terrível "doença do solo" —
é o fator decisivo, que provoca outros,
rios órgãos do Governo. O problema se
que são apena.s conseqüências.
Uma
relaciona intimamente com o da produ
delas é o êxodo rural, que tem afastado
ção, julgando alguns que o desapareci mento da grande propriedade determina ria de pronto o seu aumento, atribuindo
cerca de seisccntos mil braços, dos mais ativos e capazes, das zonas rurais e que, integrados nas indústrias e outras atividades urbanas, determinam o au mento impressionante das favelas e o
encontra.
A produção agrícola do país — exami
agravamento das condições sociais, in
nada em seu conjunto — é de declínio,
clusive de ordem pública, nas capitais e principais centros demográficos do país. Assim, o êxodo rural é uma conseqüên
salvo poucos produtos, e em regiões que começam a ser exploradas.
Nas velhas
regiões, ocupadas outrora pela cultura
cafeeirai o declínio assume proporções alarmantes. Basta lembrar o café, que em menos de dois decênios, de vinte e sete e até trinta milhões de sacas, baixou a doze, com tendência a ser ainda mais reduzida.
Também o mesmo se dá com o algo dão, os cereais, que alguns centros ou
trora produtores, vizinhos da capital do país, estão importando do Rio Grande do Sul e do Paraná, via São Paulo.
Êsse declínio não se limita a regiões velhas; mesmo em terras em exploração há menos de meio século, como as do norte do Paraná, o fenômeno ocorre., Na
última mensagem do Governador Lupion, há uma página de alto patriotismo, a respeito desta situação, que precisa e deve ser meditada. E' a que sé refe re à ameaça que paira sôbre a cultura, ca-
feeira daquele próspero Estado. A principal causa — a mais decisiva —
é o desaparecimento da fertilidade natu
a
soberania nacio
uma reforma agrária, retalhando cerca de dois milhões cie propriedades agríco
dos no Parlamento e em estudo em vá
ao latifúndio o declínio em que ela se
econômica e com nal.
Um dos remédios indicados é o de
Edcah Telxeiha Leite
Jii^Á vários projetos sôbre a reforma
123
Econômico
cia, um efeito, c não uma causa: a terra
com sua produtividade reduzida, ou mes mo inteiramente anulada, não dá ao la vrador resultado compensador., As co lheitas se encerram com prejuízo e o
-lavrador abandona a terra e segue para as cidades, tentado pela miragem de al
las, distribuindo-as pelos nossos patrícios
E' preciso não esquecer, também a política trabalhista exclusivamente urba na, de cortejamento às populações citadinas e relegamento ao abandono dos
telamento da grande propriedade agrí cola, que mesmo desorganizada con-citui o arcabouço sôbre que repousa a economia nacional.
O receio tem seu fundamento no aluai
E' medida por demais simplista, por
regime de agricultura rotineira e exten siva, onde os plantios se sucedem sem
que por si só não resolve, antes agrava ria a situação. Na verdade, se se diNT-
tirado pelas colheitas e também pela ero
que cultivam terra alheia.
dissc- uma propriedade com baixa ferti lidade e se a entregasse,
pura e simplesmente, a di versos colonos, parceiros e meeiros, a situação conti nuaria a mesma. Seria ne
cessário um conjunto de medidas — assistência financeira, assis
tência técnica, largo emprego de corre
que'se restitua ao solo o que dêle foi
são, nas terras inclinadas. Quando a terra se cansa, o agricultor a deixa em
pausa e vai procurar em nova gleba ter renos melhores.
Com a lavoura extensiva — é a ex
periência de todos os tempos — são ne cessários dez a quinze vêzes mais terras
para o sustento de cem homens, do que na produção intensiva, que se ba cipalmente na restituição ao solo do
tivos e fertilizantes, c também maquina ria — para que realizassem o que pre
seia, sob o ponto de vista técnico, prin
tendem os propugnádores do combate
que lhe foi retirado.
ao latifúndio.
Poderíamos realizar de pronto esta re volução técnica, quando nao ternos cre
Mas, como atingir êsse
objetivo, que importaria em medidas que nem para escasso número de proprieda des ora em cultivo são realizáveis?
Devemos, por todos os motivo.s — de
tos salários.
de Maio poderá ocorrer com o desman
ordem moral, de estabilidade social e po lítica — facilitar o acesso à terra, de mi
dito agrícola organizado; quando nao conseguimos adquirir hábitos de aprovei tamento de resíduos para a ferblizagao do nosso solo; quando a nossa tradição agrícola é ainda a do mais primitivo metodo de cultivo da terra; quando o esfor
trabalhadores rurais, que constituem en
lhões de nossos patrícios. Receio, porém, que a medida, realiza da de chotre, sem que se possa atender
tretanto, sessent» por cento da massa ativa do país.
tornariam eficiente, redunde em maior
vrador está, por assim di
desorganização para a produção.
zer no seu início? No Brasil há 1.500.000 pro
Se é o desaparecimen to da fertilidade natural do solo a causa vuiter da decadência agrícola — é
esse fator que devemos encarar, decidida e cora josamente, promovendo o
estudo do problema e
procurando resolvê-lo, pois diz muito
ral do-solo, pela sua insensata explora-. de perto com ,a nossa, independência
efetivamente aos diversos tatôres que a
Devemos
e.xaminar
o
assunto, com
a mais rigorosa atenção. Temos, na his tória de nossa economia, um e.xemplo
que não deve ser esquecido. A" liber tação em massa, dos escravos, importou
ço humano é escassamente auxiliado pela máquina - apenas 445.000 arados para dois milhões de propriedades - quando a as.sistência direta ao la
priedades em que se pra tica apenas a monocultura,
de que a enxada é o símbolo.
dem moral — e encarado por este pris
Nas lavouras mais organizadas do pais — onde não é possível o nomadiimo das culturas, por serem culturas permanentes,
ma
como no caso do café e outros, adstrito à
em profunda desorganização da produção agrícola. Salvo sob seu aspecto de or o resultado obtido é o mais com
pensador — o que ocorreu com o Treze
mmn nn rflna-np-annrfir
-r • Digesto
124
— se esboça uma reação, no sentido da
^ Econômico
dos de recursos técnicos, de recursos fi
reconstituíção da fertilidade do solo, pelo
nanceiros, pequenas úreas, muitas delas
emprego de métodos adequados, entre os quais o do uso de fertilizantes.
de terras esgotadas, onde iriam \iver
Êsse movimento é deveras auspicioso,
uma vida de bai.xo padrão, porque a baixa produtividade não lhes permitiria
e será o início da salvação da produção nacional, que precisa e deve ser ampa
senão uma economia precária.
rada e estimulada.
cola, construtiva, e não uma reforma
O objetivo de todos responsáveis pela alimentação do nosso povo — problema que depende do aumento da produção
agrária destrutiva. O objetivo a colimar é aumentar a produção o não diminuí-lá ainda
e também da redução do seu custo —
mais.
será obtido por uma reforma agrícola
E aumento de produção só se poderá obter com a "organização da produção"
bem encaminhada e orientada.
Êste 'será o caminho da salvação e
não a reforma agrária, com simples parcelamento da terra, entregando a mi
lhares de nossos patrícios, desampara
Temos de realizar uma revolução agrí
o que não se poderá realizar com refor
mas planejadas do astral para o astral ainda que sob o signo da melhor das intenções.
Auqusto Comte e o malthusianismo ^
... T Ivan Lins
Darwin e o liberalismo econômico
jO lado de uma fé absolu ta na liberdade, caracte rizou-se a economia po
lítica, na primeira metade do século XIX, por certa
dimeza diante das misé
rias do povo, cujas desgraças, segundo Malthus, são devidas a ele próprio, à sua imprevidência e aos seus vícios. Não. trepidava Dunoyer -em sustentar que "ó bom haver, na sociedade, lugares in
feriores onde possam cair as famíhas
ri
ziriam à superpopulação e à fome uni-versal, até que de novo se restabelecesse
o equilíbrio entre o índice demográfico e os recursos alímentares. - Sendo, con
soante a regra de Malthus, o número de seres que nascem superior ao que
a terra poderia nutrir, deve produzir-se concluía Darwin — furiosa compe
tição, da qual resultará a contínua eliminação dos mais fracos e a so brevivência dos mais fortes ou mais aptos.
Razão de ser da grande voga do Darwinismo
que se conduzem mal e donde só possam
reerguer-se à custa de procederem bem. a miséria é êsse terrível inferno .
A escola liberal — registram Gide e Rist — estava prestes a acolher coni entusiasmo aquele que ia chegar Darwin — o qual sustentaria ser a se
Numa sociedade, como a do tempo
do naturalista inglês, onde eram evi dentes as vantagens daqueles a quem o acaso fornecia as melliores armas para a
• luta da vida, a teoria da seleção narrai, é, do triunfo do mais apto, devia leção dos melhores, pela eliminação dos isto ser acolhida, e na,realidade o foi, como incapazes, a condição necessária do pro bem-vinda - frisa Delage "Nao trazia gresso da espécie e que se não demasiado caro por êste preço. A fé ela uma justificatíva cientifica ao estado na virtude da concorrência é já a glo- social da atualidade e uma resposta, baseada em fatos,' contraria a todas as rificação do *'struggle for life". Confessava, aliás, o próprio Darwin, haver sido levado à teoria da seleção
Logrando atingir todos os objetivos prefixados para o término do ano recém-
findo, o comércio exportador da Grã-Bretanha bateu todos os recordes. Segundo
os dados estatísticos correspondentes a dezembro, os quais acabam de ser revelados
pelo Ministério da Indústria e Comércio, os embarques para o estrangeiro efetuados no último mês de 1948 eqüivaleram a 152 por cento da média mensal atingida em 1938,'corre^ondendo, assim, a 2 por cento acima do nível que havia sido fixado como objetivo para o fim do ano. O valor das exportações de dezembro ascemlcu a
natural pela leitura de Malthus, no qual já se encontra a expressão "luta pela vida".
Das elucubrações de Malthus
se concluía que a miséria das classes proletárias tenderia a agravar-se de mo do incessante, caso não fossem os seus
£ 145.700.000, cifra inferior em £ 1.400.000 ao máximo alcançado em nocembro.
elementos providencialmente dizimados
Contudo, como dezembro teve menos dias úteis que novembro, a média diária do valor das exportações experimentou um aumento de 3 por cento. O valor total das exportações de 1948 foi de £ 1.583.000.000, ou seja, mais £ 445.000.000 que cm
fatores de destruição. Todos os sistemas
1947 e mais do triplo do total de 1938.
pelas doenças, pelas guerras e outros
sQciais capazes de eliminar a miséria das massas proletárias fatalmente condu
reivindicações humanitárias.
que es
em quem. de longe em longe, vago re morso pesava na consciência ante o egoísmo de seu proceder, encontravam nesse ponto de vista uma justificativa
cienrifica de sua atitude: se os fracos eram esmagados, não coirespondia isto, tal -qual ocorria em tôda a natureza viva. aos próprios interêsses da socie-
dade?" . i.'■ ' i Não espanta, pois, hajam os discípulos do naturalista inglês invadido a ciência
social, que passou a ser por êles consi-
-r • Digesto
124
— se esboça uma reação, no sentido da
^ Econômico
dos de recursos técnicos, de recursos fi
reconstituíção da fertilidade do solo, pelo
nanceiros, pequenas úreas, muitas delas
emprego de métodos adequados, entre os quais o do uso de fertilizantes.
de terras esgotadas, onde iriam \iver
Êsse movimento é deveras auspicioso,
uma vida de bai.xo padrão, porque a baixa produtividade não lhes permitiria
e será o início da salvação da produção nacional, que precisa e deve ser ampa
senão uma economia precária.
rada e estimulada.
cola, construtiva, e não uma reforma
O objetivo de todos responsáveis pela alimentação do nosso povo — problema que depende do aumento da produção
agrária destrutiva. O objetivo a colimar é aumentar a produção o não diminuí-lá ainda
e também da redução do seu custo —
mais.
será obtido por uma reforma agrícola
E aumento de produção só se poderá obter com a "organização da produção"
bem encaminhada e orientada.
Êste 'será o caminho da salvação e
não a reforma agrária, com simples parcelamento da terra, entregando a mi
lhares de nossos patrícios, desampara
Temos de realizar uma revolução agrí
o que não se poderá realizar com refor
mas planejadas do astral para o astral ainda que sob o signo da melhor das intenções.
Auqusto Comte e o malthusianismo ^
... T Ivan Lins
Darwin e o liberalismo econômico
jO lado de uma fé absolu ta na liberdade, caracte rizou-se a economia po
lítica, na primeira metade do século XIX, por certa
dimeza diante das misé
rias do povo, cujas desgraças, segundo Malthus, são devidas a ele próprio, à sua imprevidência e aos seus vícios. Não. trepidava Dunoyer -em sustentar que "ó bom haver, na sociedade, lugares in
feriores onde possam cair as famíhas
ri
ziriam à superpopulação e à fome uni-versal, até que de novo se restabelecesse
o equilíbrio entre o índice demográfico e os recursos alímentares. - Sendo, con
soante a regra de Malthus, o número de seres que nascem superior ao que
a terra poderia nutrir, deve produzir-se concluía Darwin — furiosa compe
tição, da qual resultará a contínua eliminação dos mais fracos e a so brevivência dos mais fortes ou mais aptos.
Razão de ser da grande voga do Darwinismo
que se conduzem mal e donde só possam
reerguer-se à custa de procederem bem. a miséria é êsse terrível inferno .
A escola liberal — registram Gide e Rist — estava prestes a acolher coni entusiasmo aquele que ia chegar Darwin — o qual sustentaria ser a se
Numa sociedade, como a do tempo
do naturalista inglês, onde eram evi dentes as vantagens daqueles a quem o acaso fornecia as melliores armas para a
• luta da vida, a teoria da seleção narrai, é, do triunfo do mais apto, devia leção dos melhores, pela eliminação dos isto ser acolhida, e na,realidade o foi, como incapazes, a condição necessária do pro bem-vinda - frisa Delage "Nao trazia gresso da espécie e que se não demasiado caro por êste preço. A fé ela uma justificatíva cientifica ao estado na virtude da concorrência é já a glo- social da atualidade e uma resposta, baseada em fatos,' contraria a todas as rificação do *'struggle for life". Confessava, aliás, o próprio Darwin, haver sido levado à teoria da seleção
Logrando atingir todos os objetivos prefixados para o término do ano recém-
findo, o comércio exportador da Grã-Bretanha bateu todos os recordes. Segundo
os dados estatísticos correspondentes a dezembro, os quais acabam de ser revelados
pelo Ministério da Indústria e Comércio, os embarques para o estrangeiro efetuados no último mês de 1948 eqüivaleram a 152 por cento da média mensal atingida em 1938,'corre^ondendo, assim, a 2 por cento acima do nível que havia sido fixado como objetivo para o fim do ano. O valor das exportações de dezembro ascemlcu a
natural pela leitura de Malthus, no qual já se encontra a expressão "luta pela vida".
Das elucubrações de Malthus
se concluía que a miséria das classes proletárias tenderia a agravar-se de mo do incessante, caso não fossem os seus
£ 145.700.000, cifra inferior em £ 1.400.000 ao máximo alcançado em nocembro.
elementos providencialmente dizimados
Contudo, como dezembro teve menos dias úteis que novembro, a média diária do valor das exportações experimentou um aumento de 3 por cento. O valor total das exportações de 1948 foi de £ 1.583.000.000, ou seja, mais £ 445.000.000 que cm
fatores de destruição. Todos os sistemas
1947 e mais do triplo do total de 1938.
pelas doenças, pelas guerras e outros
sQciais capazes de eliminar a miséria das massas proletárias fatalmente condu
reivindicações humanitárias.
que es
em quem. de longe em longe, vago re morso pesava na consciência ante o egoísmo de seu proceder, encontravam nesse ponto de vista uma justificativa
cienrifica de sua atitude: se os fracos eram esmagados, não coirespondia isto, tal -qual ocorria em tôda a natureza viva. aos próprios interêsses da socie-
dade?" . i.'■ ' i Não espanta, pois, hajam os discípulos do naturalista inglês invadido a ciência
social, que passou a ser por êles consi-
Dicesto
126
EcoNÓxaco
derada mera aplicação dos princípios
desde a antropofagia primitiva até os
darwinistas.
nossos dias.
E o abuso que dêles se fez foi geral: chegaram muitos a condenar as obras de assistência e amparo aos doentes, po
bres 8 velhos, repudiando tôda solidarie dade humana e pregando a justiça da fôrça, da violência e do egoísmo como outras tantas afirmativas de uma verda de natural inevitável.
A seleção natural e o nazismo
E, destarte, a seleção natural inspirou as mais brutais e monstruosas concep ções: a do super-homem de Nietszche e a da correspondente supressão dos in
feriores.
E a idéia de que o Estado
não deve intervir para proteger os dé
beis em face dos que, em conseqüência da luta pela vida, se mostraram mais aptos, vencendo, enriquecendo-se e for
Esqutciam-se de que, não só pela sua organização intrínseca, mas ainda pelo fato de agregar-se em sociedade, rece bendo, mi'enarmcnte, os benefícios daí
resultantes, não pode o homem, como
elemento integrante de um organismo coletivo, ser considerado um animal co
mo qualquer outro. Mesmo que a lei da seleção, no sim ples campo zoo'ógico, estivesse acima do qualquer restrição, bastaria a conlinuidade social para fundamentalmente modificá-la no caso humano, onde cada geração, na imagem do autor dos "De-
verea e Perigos Biológicos", aparece sus pensa sôbre os ombros de um gigante
formado pelas gerações anteriores e cuja estatura cresce de modo ininterrupto Não podem, por conseguinte, as leis bio lógicas cio procedimento humano deixar
de diferir cada vez mais das do pro
mando as classes privilegiadas, passou,
ceder dos outros animais. Foi o desco
desde então, a ser defendida sob a más
nhecimento desta verdade que levou os doutrinadores do nazi-fascismo à aber
cara da ciência. Dela se originou o paradoxo a que aludia Grasset: .se, em todos os tempos, houve bárbaros e cri minosos; se, em todas as guerras, houve
pfhagens e felonias, jamais, como em nossos dias, aqueles que deviam ser os representantes da ciência, do pensamento e do direito, haviarii ainda proclamado,
ração de justificarem as tiranias e opres sões contra os povos mais fracos, dei
xando parecer que é ilusória e quiinérica qualquer esperança de progresso da mo
ralidade social.
Proclamava Spengler
como se sabe, que "o homem é um ani mal de presa e que a guerra é o estado
solenemente, de suas cátedras, a fata lidade desses crimes, assumindo-lhes a
normal da humanidade". E o racismo na observação de Rcnan, não visa senãc)
responsabilidade e ensinando aberta
substituir as guerras imperialistas da his
mente a doutrina do mais revoltante
tória pelas guerras zoológicas da pré-
cinismo.
história.
Em vez de auxiliarem' o advento de uma era melhor, mais bela e mais feliz,
127
Digesto Econômico
verniz científico, o cmpirismo metafísico. E, realmente. Sob o aspecto teórico,
doutoralmente pregavam o inexorável re trocesso às pr meiras etapas da selvageria humana, suprimindo todos os progressos
evidenciara Augusto Comte que a argu
morais lentapien'e acumulados, através
mentação sofistica e talvez culposa dè
de oceanos de lágrimas e de sangue,
Malthus apenas dissimulava, sob delgado
Entretanto, já na "Política Positiva".
a ciência de tal modo transforma a agri
lei geral que, no conjunto dos sêre.s vivos,
cultura e a indústria que o rendimento do trabaMio liuniano entra rapidamente
toma a fecunclidade tanto menor quanto
a cre.,cer, adquirindo proporções tais que
-jicstrou o economista inglês ignorar a
mais elevada é a espécie. Não é, por
tanto, verdade que a população huma na cresça geomètricamente, enquanto as
subsistêncià',: apenas aumentam em pro porção aritmética. O contrário é o que
é real. Os vegetais e animais inferiores, de que. o homem se nutre, reproduzemse em proporção muito maior do que ê'e próprio. Se as esjDécies, consideradas como "coincdoros", crescem em propor
ção geométrica, por que, encaradas como "comestíveis", isto é, servindo de mente ao homem, hão de apenas cres cer aritmèticamente?
Diante das con
dições especiais criadas pelo evolver so cial, pode a espécie humana aumentar os seus . meios
de
subsistência
muito além do que o exige o crescimento da respectiva popu
lação, pelo menos até remoto por
vir.
É o que ainda assinalava
Augusto Comte dizendo que, con
siderada sob o aspecto históri co, era a teoria de Malthus dire
tamente infirmada pelo contínuo acrés cimo da população humana durante os
acaba por não admitir qualquer compa ração, qualitativa ou quantitativa, com as diminutas possibiiiciades do homem
primitive, quando ainda integrado em so
ciedades rudimentares.
"Outrora — registra Rockefeller — eram necessários, nos Estados Unidos, dois acricultores para produzir os viveres im
prescindíveis a um habitante da cidade; hoje dois operários agrários podem ali mentar dezesseis. Há um século eram precisos 100 dias de trabalho para a obtenção de uma tonelada de trigo; hoje bastam 18 horas, isto é. ao mesmo tempo
de trabalJio, correspondem 140 vezes mais ^ p
sendo pôáto em prática, sobretudo nos Estados Unidos, curioso processe de vegetação sem so-o
(Soilless groivth of plants). Des
tina-se ao cultivo de vegetais de
ciclo evohitivo rápido, como cer tas flores e hortaliças (folhas,
béroute e frutos), inclusive o m.lho. díspensando-se o solo. Os vegetais sao
íelados numa solução de sa.s nutr,en ou na areia embeb.da, de tempos fartura universal igualmente aumentado. tes em' tempos, das substancias adequadas, Refuta, portanto, o Positivismo a ve trinta últimos séculos, embora haja a
racidade do teorema de Malthus, quan
do estendido ao campo social, paten teando não ser o fenômeno do cresci
mento sociológico idêntico ao do cres cimento biológico.
Comte e Malthus
da produção dos alimentos, por e.vemplo,
A vegetação sem solo Estão os fenômenos sociais subordina
dos aos biológicos, mas não se cingem
apenas a eles. Sob o aspecto material
através de um disposíüvo automabco.
Para êsse tipo de cultura sao exigidos apenas tanques, tabnkrros, ou vasos, cs
quais são colocados em qualquer lugar
- terraços, praias, paredes etc - desde
nua recebam sol ou luz artificial O aspecto mais interessante e que'o desen
volvimento, a robustez e a produção
passam a ser muito maiores do que na vegetação ccmum. A planta qu-, normalmente, no solo, exige Ires meses para ^^4-
Dicesto
126
EcoNÓxaco
derada mera aplicação dos princípios
desde a antropofagia primitiva até os
darwinistas.
nossos dias.
E o abuso que dêles se fez foi geral: chegaram muitos a condenar as obras de assistência e amparo aos doentes, po
bres 8 velhos, repudiando tôda solidarie dade humana e pregando a justiça da fôrça, da violência e do egoísmo como outras tantas afirmativas de uma verda de natural inevitável.
A seleção natural e o nazismo
E, destarte, a seleção natural inspirou as mais brutais e monstruosas concep ções: a do super-homem de Nietszche e a da correspondente supressão dos in
feriores.
E a idéia de que o Estado
não deve intervir para proteger os dé
beis em face dos que, em conseqüência da luta pela vida, se mostraram mais aptos, vencendo, enriquecendo-se e for
Esqutciam-se de que, não só pela sua organização intrínseca, mas ainda pelo fato de agregar-se em sociedade, rece bendo, mi'enarmcnte, os benefícios daí
resultantes, não pode o homem, como
elemento integrante de um organismo coletivo, ser considerado um animal co
mo qualquer outro. Mesmo que a lei da seleção, no sim ples campo zoo'ógico, estivesse acima do qualquer restrição, bastaria a conlinuidade social para fundamentalmente modificá-la no caso humano, onde cada geração, na imagem do autor dos "De-
verea e Perigos Biológicos", aparece sus pensa sôbre os ombros de um gigante
formado pelas gerações anteriores e cuja estatura cresce de modo ininterrupto Não podem, por conseguinte, as leis bio lógicas cio procedimento humano deixar
de diferir cada vez mais das do pro
mando as classes privilegiadas, passou,
ceder dos outros animais. Foi o desco
desde então, a ser defendida sob a más
nhecimento desta verdade que levou os doutrinadores do nazi-fascismo à aber
cara da ciência. Dela se originou o paradoxo a que aludia Grasset: .se, em todos os tempos, houve bárbaros e cri minosos; se, em todas as guerras, houve
pfhagens e felonias, jamais, como em nossos dias, aqueles que deviam ser os representantes da ciência, do pensamento e do direito, haviarii ainda proclamado,
ração de justificarem as tiranias e opres sões contra os povos mais fracos, dei
xando parecer que é ilusória e quiinérica qualquer esperança de progresso da mo
ralidade social.
Proclamava Spengler
como se sabe, que "o homem é um ani mal de presa e que a guerra é o estado
solenemente, de suas cátedras, a fata lidade desses crimes, assumindo-lhes a
normal da humanidade". E o racismo na observação de Rcnan, não visa senãc)
responsabilidade e ensinando aberta
substituir as guerras imperialistas da his
mente a doutrina do mais revoltante
tória pelas guerras zoológicas da pré-
cinismo.
história.
Em vez de auxiliarem' o advento de uma era melhor, mais bela e mais feliz,
127
Digesto Econômico
verniz científico, o cmpirismo metafísico. E, realmente. Sob o aspecto teórico,
doutoralmente pregavam o inexorável re trocesso às pr meiras etapas da selvageria humana, suprimindo todos os progressos
evidenciara Augusto Comte que a argu
morais lentapien'e acumulados, através
mentação sofistica e talvez culposa dè
de oceanos de lágrimas e de sangue,
Malthus apenas dissimulava, sob delgado
Entretanto, já na "Política Positiva".
a ciência de tal modo transforma a agri
lei geral que, no conjunto dos sêre.s vivos,
cultura e a indústria que o rendimento do trabaMio liuniano entra rapidamente
toma a fecunclidade tanto menor quanto
a cre.,cer, adquirindo proporções tais que
-jicstrou o economista inglês ignorar a
mais elevada é a espécie. Não é, por
tanto, verdade que a população huma na cresça geomètricamente, enquanto as
subsistêncià',: apenas aumentam em pro porção aritmética. O contrário é o que
é real. Os vegetais e animais inferiores, de que. o homem se nutre, reproduzemse em proporção muito maior do que ê'e próprio. Se as esjDécies, consideradas como "coincdoros", crescem em propor
ção geométrica, por que, encaradas como "comestíveis", isto é, servindo de mente ao homem, hão de apenas cres cer aritmèticamente?
Diante das con
dições especiais criadas pelo evolver so cial, pode a espécie humana aumentar os seus . meios
de
subsistência
muito além do que o exige o crescimento da respectiva popu
lação, pelo menos até remoto por
vir.
É o que ainda assinalava
Augusto Comte dizendo que, con
siderada sob o aspecto históri co, era a teoria de Malthus dire
tamente infirmada pelo contínuo acrés cimo da população humana durante os
acaba por não admitir qualquer compa ração, qualitativa ou quantitativa, com as diminutas possibiiiciades do homem
primitive, quando ainda integrado em so
ciedades rudimentares.
"Outrora — registra Rockefeller — eram necessários, nos Estados Unidos, dois acricultores para produzir os viveres im
prescindíveis a um habitante da cidade; hoje dois operários agrários podem ali mentar dezesseis. Há um século eram precisos 100 dias de trabalho para a obtenção de uma tonelada de trigo; hoje bastam 18 horas, isto é. ao mesmo tempo
de trabalJio, correspondem 140 vezes mais ^ p
sendo pôáto em prática, sobretudo nos Estados Unidos, curioso processe de vegetação sem so-o
(Soilless groivth of plants). Des
tina-se ao cultivo de vegetais de
ciclo evohitivo rápido, como cer tas flores e hortaliças (folhas,
béroute e frutos), inclusive o m.lho. díspensando-se o solo. Os vegetais sao
íelados numa solução de sa.s nutr,en ou na areia embeb.da, de tempos fartura universal igualmente aumentado. tes em' tempos, das substancias adequadas, Refuta, portanto, o Positivismo a ve trinta últimos séculos, embora haja a
racidade do teorema de Malthus, quan
do estendido ao campo social, paten teando não ser o fenômeno do cresci
mento sociológico idêntico ao do cres cimento biológico.
Comte e Malthus
da produção dos alimentos, por e.vemplo,
A vegetação sem solo Estão os fenômenos sociais subordina
dos aos biológicos, mas não se cingem
apenas a eles. Sob o aspecto material
através de um disposíüvo automabco.
Para êsse tipo de cultura sao exigidos apenas tanques, tabnkrros, ou vasos, cs
quais são colocados em qualquer lugar
- terraços, praias, paredes etc - desde
nua recebam sol ou luz artificial O aspecto mais interessante e que'o desen
volvimento, a robustez e a produção
passam a ser muito maiores do que na vegetação ccmum. A planta qu-, normalmente, no solo, exige Ires meses para ^^4-
Digesto EcoNó^aco
128
desenvolver-se, pode, em muitos casos,
glucose) tanto pode provir da inversão
ço do tempo. Um tomateiro, por exem
do açúcar comum de cana ou beterraba,
plo, que via de regra atinge a uma altu
como (e c, economicamente, o indica
ra de xim metro a dois, e, excepcional mente, a um pouco mais, pelo procçsso em apreço pode alcançar cêrca de sete metros, aumentando, proporcionalmente,
do) da sacarificação de glucídios quais quer: amido, celulose etc. A celulose
a sua fratifícaçâo. A CTxaçw sem pasto Mas, não é só. De modo ainda mais
profundo vem a ciência revolucionando
a produção alimentar. Ao lado da vege tação sem solo, vem tendo desenvol
vimento, a partir da última guerra, e
PROPÓSITO do recente aumento do
Q esta, assoberbada de problemas, pouco
é rifada, como se sabe, de resíduos de
madeira, palhas de cereais etc. Daí dizer-se,- zombeteiramente, que os ale mães, durante a guerra, pediam, nos
de escândalo causou, não só pela ma
e.xperiente de sua missão e sem confian ça nos governantes, não acudia com os
restaurantes, um bife de imbuía, de pe
concedidas em proveito próprio, vale a
muito se assemelham às leveduras. Pela
sua composição química, que é quase puramente proteica, êsses micro-organismos lembram a carne, havendo sido o
produto dêles resultante denominado (ainda que impròpriamente) carne siur.
tética. As leveduras são, em geral, obti das como subprodutos do fabrico do ál cool e da cerveja, enquanto as tórulas (mais indicadas para o consumo culiná
remédios necessários.
Os ministros in
clinavam-se de preferência pela imposi ção de novos tributos, ao passo que os
deputados (fato em verdade raro) instavam por economias. Na forma do arti-
j j
para o desenvolvimento da levedura de que se fizera a carne sintética...
O Primeiro Reinado chegava ao seu fim
go 39 da Constituição de 1824, os
deputados venceriam o subsídio pecu-
.j
O desenvolvimento dos micro-orgams-
fundas do malògro era a calamitosa si tuação financeira. D. João VI, de cuja
te, em cada unidade de "criação".
veduras {Saccharomyces cerevisiae) e tórulas (Torula utüis, ou Torula sp) que
nifesta inconstitucionalídade, como pe la excessiva majoração das vantagens
pena rememorar o que de semelhante ocorreu na legislatura inicial do Império.
sem pasto.
Trata-se da cultura de mi-
A
roba, ou de jacarandú, de acordo com a procedência da serragem que servira
por analogia, poderíamos chamar criação cro-organismos para fins alimentares: le
OrÁvio Tabquínio de Sousa
subsídio parlamentar, que tão gran
mos, em fortíssimas colônias, se processa em poucos dias, no fim dos quais se faz a colheita. Semeaduras e colheitas su cessivas podem ser feitas, indefinidamen
está em voga em alguns países, espe cialmente nos Estados Unidos, o que,
Subsídio parlamentar
O açúcar para este fim (especialmente a
ter o seu crescimento reduzido a um têr-
São as leveduras, ou tórulas, repeti mos, de grande riqueza nutritiva, eqüi valendo hs carnes como fontes de pro teínas, e superando os alimentos comuns pela sua elevada taxa de vitaminas do complexo B.
O local preferido para a criação das tórulas e leveduras são os terraços, os galpões e as adegas. Confirma-se, assim, com a vegetação
sem solo e a criação sem pasto, q que
rio) têm de ser adrede cultivadas. Tal
sustentava Condorcet, isto é, possuir a terra a capacidade de nutrir tôda a hu
cultura ou criação se processa em tan
manidade, porque a ciência lhe acres
ques ou demas, contendo uma solução
cerá, de modo imprevisível, os meios de
aquosa de açúcares e sais nutrientes.
produção,
prematiiro ê uma das causas mais pro
passagem pelo Brasil tantos benefícios ficaram, deixara em péssimo estado o Tesouro Público. Assumindo a regência
em 1821, D. Pedro procurara enfrentar com coragem' as dificuldades e, num
belo gesto, principiou por cortar as des
j
niilrio taxado na última sessão da le- |
gislatura, sendo o dos senadores, de acôrdo com o artigo 51, cinqüenta por
cento mais elevado. Cabia à sessão de 1829 fixar o subsídio para a legislatura
que coríieçaria em 1830, e pelo menos trinta e cinco dentre os deputados haviam sido reeleitos. Pois muitos destes
,
pesas de sua casa. Pouco depois, Martím
quiseram dar um grande exemplo: re-
Francisco, na pasta da Fazenda, iniciou
diizir o subsidio parlamentar, aliviando
^
uma administração da mai.s rigorosa pro
um pouco Qs cofres públicos.
,
bidade. Mas a independência^ não sa levou a cabo sem grandes dispêndios, a
matéria, que era a de ordenados e pen-
que se seguiram "os gastos enormes com
sões foi o seguinte, lido na sessão de' 27 de maio de 1829: "Artigo 1.*^ - Os
a guerra do Sul, os empréstimos extejnos ruinosos, as veleidades da criação de uma corte faustosa e os desperdícios
de empregados ineptos. Em 1829 SC aproximava-se do auge: a bem
O projeto da comissão incumbida da
deputados da próxima* seguinte legisla
tura vencerão de subsidio 20$000 por
dia, nos quatro meses de cada sessão ordinária,- contando-se do dia em que
se apresentarem na respectiva Gamara,
dizer já não circulavam ouro e prata, e a. moeda, cada dia mais desvalo rizada, era representada por cobre e
em cada ano. Artigo 2° - O conse lheiro de Estado ou ministro de Estado,
papel imundo. Cobre em quantidade alarmante, algumas vêzes verdadeiro,
ao mesmo tempo o ordenado do empre
outras falso.
Pedro I insistia, nas suas falas do tro
no,- por providências urgentes, mas os
Ministérios, que se sucediam, não se
ajustavam aos sentimentos da Câmara,
'
que for deputado ou senador, perceberá
go com o subsídio do corpo legislativo; se, porem, porém, reunir as três funções, nao não vencerá o ordenado de consellieiro de Estado. Artigo 3.° — Todos os venci
mentos de qualquer, outro emprego, be-
,
Digesto EcoNó^aco
128
desenvolver-se, pode, em muitos casos,
glucose) tanto pode provir da inversão
ço do tempo. Um tomateiro, por exem
do açúcar comum de cana ou beterraba,
plo, que via de regra atinge a uma altu
como (e c, economicamente, o indica
ra de xim metro a dois, e, excepcional mente, a um pouco mais, pelo procçsso em apreço pode alcançar cêrca de sete metros, aumentando, proporcionalmente,
do) da sacarificação de glucídios quais quer: amido, celulose etc. A celulose
a sua fratifícaçâo. A CTxaçw sem pasto Mas, não é só. De modo ainda mais
profundo vem a ciência revolucionando
a produção alimentar. Ao lado da vege tação sem solo, vem tendo desenvol
vimento, a partir da última guerra, e
PROPÓSITO do recente aumento do
Q esta, assoberbada de problemas, pouco
é rifada, como se sabe, de resíduos de
madeira, palhas de cereais etc. Daí dizer-se,- zombeteiramente, que os ale mães, durante a guerra, pediam, nos
de escândalo causou, não só pela ma
e.xperiente de sua missão e sem confian ça nos governantes, não acudia com os
restaurantes, um bife de imbuía, de pe
concedidas em proveito próprio, vale a
muito se assemelham às leveduras. Pela
sua composição química, que é quase puramente proteica, êsses micro-organismos lembram a carne, havendo sido o
produto dêles resultante denominado (ainda que impròpriamente) carne siur.
tética. As leveduras são, em geral, obti das como subprodutos do fabrico do ál cool e da cerveja, enquanto as tórulas (mais indicadas para o consumo culiná
remédios necessários.
Os ministros in
clinavam-se de preferência pela imposi ção de novos tributos, ao passo que os
deputados (fato em verdade raro) instavam por economias. Na forma do arti-
j j
para o desenvolvimento da levedura de que se fizera a carne sintética...
O Primeiro Reinado chegava ao seu fim
go 39 da Constituição de 1824, os
deputados venceriam o subsídio pecu-
.j
O desenvolvimento dos micro-orgams-
fundas do malògro era a calamitosa si tuação financeira. D. João VI, de cuja
te, em cada unidade de "criação".
veduras {Saccharomyces cerevisiae) e tórulas (Torula utüis, ou Torula sp) que
nifesta inconstitucionalídade, como pe la excessiva majoração das vantagens
pena rememorar o que de semelhante ocorreu na legislatura inicial do Império.
sem pasto.
Trata-se da cultura de mi-
A
roba, ou de jacarandú, de acordo com a procedência da serragem que servira
por analogia, poderíamos chamar criação cro-organismos para fins alimentares: le
OrÁvio Tabquínio de Sousa
subsídio parlamentar, que tão gran
mos, em fortíssimas colônias, se processa em poucos dias, no fim dos quais se faz a colheita. Semeaduras e colheitas su cessivas podem ser feitas, indefinidamen
está em voga em alguns países, espe cialmente nos Estados Unidos, o que,
Subsídio parlamentar
O açúcar para este fim (especialmente a
ter o seu crescimento reduzido a um têr-
São as leveduras, ou tórulas, repeti mos, de grande riqueza nutritiva, eqüi valendo hs carnes como fontes de pro teínas, e superando os alimentos comuns pela sua elevada taxa de vitaminas do complexo B.
O local preferido para a criação das tórulas e leveduras são os terraços, os galpões e as adegas. Confirma-se, assim, com a vegetação
sem solo e a criação sem pasto, q que
rio) têm de ser adrede cultivadas. Tal
sustentava Condorcet, isto é, possuir a terra a capacidade de nutrir tôda a hu
cultura ou criação se processa em tan
manidade, porque a ciência lhe acres
ques ou demas, contendo uma solução
cerá, de modo imprevisível, os meios de
aquosa de açúcares e sais nutrientes.
produção,
prematiiro ê uma das causas mais pro
passagem pelo Brasil tantos benefícios ficaram, deixara em péssimo estado o Tesouro Público. Assumindo a regência
em 1821, D. Pedro procurara enfrentar com coragem' as dificuldades e, num
belo gesto, principiou por cortar as des
j
niilrio taxado na última sessão da le- |
gislatura, sendo o dos senadores, de acôrdo com o artigo 51, cinqüenta por
cento mais elevado. Cabia à sessão de 1829 fixar o subsídio para a legislatura
que coríieçaria em 1830, e pelo menos trinta e cinco dentre os deputados haviam sido reeleitos. Pois muitos destes
,
pesas de sua casa. Pouco depois, Martím
quiseram dar um grande exemplo: re-
Francisco, na pasta da Fazenda, iniciou
diizir o subsidio parlamentar, aliviando
^
uma administração da mai.s rigorosa pro
um pouco Qs cofres públicos.
,
bidade. Mas a independência^ não sa levou a cabo sem grandes dispêndios, a
matéria, que era a de ordenados e pen-
que se seguiram "os gastos enormes com
sões foi o seguinte, lido na sessão de' 27 de maio de 1829: "Artigo 1.*^ - Os
a guerra do Sul, os empréstimos extejnos ruinosos, as veleidades da criação de uma corte faustosa e os desperdícios
de empregados ineptos. Em 1829 SC aproximava-se do auge: a bem
O projeto da comissão incumbida da
deputados da próxima* seguinte legisla
tura vencerão de subsidio 20$000 por
dia, nos quatro meses de cada sessão ordinária,- contando-se do dia em que
se apresentarem na respectiva Gamara,
dizer já não circulavam ouro e prata, e a. moeda, cada dia mais desvalo rizada, era representada por cobre e
em cada ano. Artigo 2° - O conse lheiro de Estado ou ministro de Estado,
papel imundo. Cobre em quantidade alarmante, algumas vêzes verdadeiro,
ao mesmo tempo o ordenado do empre
outras falso.
Pedro I insistia, nas suas falas do tro
no,- por providências urgentes, mas os
Ministérios, que se sucediam, não se
ajustavam aos sentimentos da Câmara,
'
que for deputado ou senador, perceberá
go com o subsídio do corpo legislativo; se, porem, porém, reunir as três funções, nao não vencerá o ordenado de consellieiro de Estado. Artigo 3.° — Todos os venci
mentos de qualquer, outro emprego, be-
,
130
Dicesto Econômico
gislativo para virem desempenhar a mis
nefício, aposentação ou reforma, cessam interinamente enquanto durarem as fun ções do corpo legislativo; salvo se o
são com que a nação os honrou. Qual c o ordenado de empregado público
deputado ou senador não quiser re ceber o subsídio. Artigo 4.° — Os
que corresponde a 2ü$000 por dia? Se, pois*, nem mesmo os empregados que
deputados perceberão, por uma vez, na
têm ordenados, que vivem deles, não
legislatura, uma indenização para as
têm uma tão exorbitante paga por seu
despesas de vinda e volta, que lhes será arbitrada pelos presidentes em conselho,
trabalho, como há de ter o deputado
em atenção à distância donde saírem, e
facilidade da viagem. Artigo 5.° — Fi cam derrogadas tôdas as leis e disposi ções
em
contrario."
Castro
e
Silva,
Os deputados que vinhaní das provín cias, alguns fazendo longas e difíceis viagens, não chegavam ao Rio atraídos
deputado que se especia
por uma vida mais agra
dável e brilhante: o que
ceiros e ocuparia durante
os empolgava era na ver dade o propósito de con
a Regência a pasta da Fa
solidar o regime represen tativo que se instituíra, tornando-o tanto quanto possível realidade. E' co nhecida a passagem do li-
mantendo o subsídio fixa
do pela lei de 26 de mar ço de 1824 e determinando que o pagamento se fizesse pelo Tesouro PúbÜco da
vro de "Wa^sh, que aqui esteve durante o reinado de Pedro I, acôrca da vi.sita que fêz à casa onde
Corte.
Na sessão de 6 de junho entrou em discussão o pro jeto e logo pediu a palavra para combatê-lo Bernardo
moravam Pereira de
Vasconcelos. O jovem mineiro, que se tomara em breve tempo um dos deputa dos mais em evidência, disse de partida que o subsídio marcado no projeto era excessivo: em lugar de 20$000 devem
Vasconcelos e
outros deputados mineiros: o reverendo inglês ficou edificado com a modéstia a simplicidade, a austera pobreza dos parlamentares desse tempo.
Comó acontece boje, havia então quem visse no Parlamento uma inutilidade dis
os membros do corpo diplomático legis
pendiosa. Existirão sempre os pregoei-
lativo ter 8$000 por dia durante todo o tempo em que o Parlamento funcionar. (Porque nos tempos remotos do Impé
ros do mando sem contraste e o absolu-
rio nada recebiam deputados e senadores durante as prorrogações). E avançou uma opinião que causará hoje certo es
tismo acabara havia pouco tempo. Vas concelos prevenia a acusação: "Sabe-se que os servis, ôstes sevandijas que nos querem ligar ao cepo antigo, Xílamam
continuamente contra os 20S000 que
panto, quando se pretende transformar
vence cada. um dos senhores deputados e
mandatos eletivos em cobiçados emprêgos públicos; "Subsídio não quer di zer ordenado, é ajuda de custo, é auxí
zou a Nação com os trabalhos das Câ
lio que se dá aos membros do corpo le-
pouco mais tarde aceitaria uma pasta
não advertem quantos 20SOOO economi
maras legislativas."'
Silva Mala, que
131
de ministro e seria por isso derrotado em Minas, embora disputando a reelei ção no governo e estando o monarca em viagem pe'a província, foi aparente mente mais paroinionioso do que Vas V J
que não tem ordenado, mas siip subsídio ou auxílio para poder viver nu Còrte?"
lizaria em assuntos finan
zenda, apresentou emenda
•Digesto EcoNÓ^^co
i
concelos: propôs o subsídio diário de 6$400, mas entendia que os deputados, detentores de cargos públicos, deviam
de ironia. Começando por dizer que va com com 10 10 ou ou 20S000 de se contentava 20$000 ^de
subsídio, opôs . à "demagogia de Lino Coutinho argumentos irrecusáveis: "Não nos sustentamos com boas palavras, não nos ahmentamos com lionras. Quem qui ser ser\ir de graça, tem a liberdade de
rejeitar o seu subsídio. Eu estou pron to a fazê-lo, e isto é que eu queria ver
conservar "seus ordenados, pensões, côngruas etc". Vasconcelos desistiu de sua
praticar para então mostrarmos a gene
emenda e adotou a de Maia.
rosidade e desinteresse que tanto incul-
Outro
deputado mineiro, o irrequieto padre Jo sé Custódio Dias, aderiu também ao subsídio menor, discordando entretan to de sua acumulação com os proventos
de outras funções. Rcpugnava-lhe essa desigualdade, parecendo-lhe que a mes ma indenização — não passava disso o
subsídio — assegurada aos deputados que abandonavam o cultivo
de suas lavouras, devia bastar
cam alguns senhores dèputados. Quan do o pagador vier com o subsídio, digase — Eu não quero receber nada... Eu
tenho patriotismo, mas também conhe
ço que nem todos os senhores deputados podem serrir de graça: vejo que o sub sídio apenas chega para viver mui par camente: o Rio de Janeiro é insuportá vel a respeito de despe.sas". Outro deputado que-inter veio nos debates foi Diogo
aos demais. Mais radical era o baiano
Lino Coutinho, médico que desertara a clínica em sua
terra para tomar assento na
Câmara eletiva: "Enquanto uós não tivermos deputados sem receberem dinheiro, não vamos bem.
E citou os exemplos da Inglaterra, onde os deputados não tinham nenhuma es pécie de subsídio, antes gastavam mui to dinheiro com a eleição, e dos Esta
dos Unidos, onde só se lhes abonava uma pequena ajuda de custo para a
viagem. Não percebia o orador baiano que, a prevalecer tal critério, o manda to legislativo se tornaria monopólio dos homens ricos e expressão genuína dos
Antônio Feijó. Com^ o seu
feitio pessoal e o gôsto de iniciativas próprias, o futuro
Regente não aceitou nenhu ma das propostas feitas e sacou a sua: subsídio de
lOSOOO por dia, opção entre o ordena do e o subsídio para os deputados que fòssem funcionários, e uma ajuda de custo de viagem, conforme a distancia. Talvez a emenda de Feijó fosse a mais razoável, conciliando a terrível situa
ção do Tesouro com as necessidades dos parlamentares. Mas o certo é que não prevaleceu. A discussão continuou em dias subseqüentes, falando novamente Vasconcelos, firme no seu principio
Cunha Ma
muito verdadeiro de que subsídio é au
tos, espírito lúcido, militar ilustre, ob
xílio e não ordenado, e mais Cruz Fer
servador atento das coisas brasileiras,
reira, Paula Cavalcanti, Custódio Dias,
como provam os Untos que publicou,
Lino Coutinho, José Bento, Nunes Pires.
foi uma voz de bom-senso nesse debate,
Surgiram alguns dos motivos hoje ale gados para a majoração do subsidio. Em
interêsses de uma classe.
um bom-senso a que não faltou um grão
130
Dicesto Econômico
gislativo para virem desempenhar a mis
nefício, aposentação ou reforma, cessam interinamente enquanto durarem as fun ções do corpo legislativo; salvo se o
são com que a nação os honrou. Qual c o ordenado de empregado público
deputado ou senador não quiser re ceber o subsídio. Artigo 4.° — Os
que corresponde a 2ü$000 por dia? Se, pois*, nem mesmo os empregados que
deputados perceberão, por uma vez, na
têm ordenados, que vivem deles, não
legislatura, uma indenização para as
têm uma tão exorbitante paga por seu
despesas de vinda e volta, que lhes será arbitrada pelos presidentes em conselho,
trabalho, como há de ter o deputado
em atenção à distância donde saírem, e
facilidade da viagem. Artigo 5.° — Fi cam derrogadas tôdas as leis e disposi ções
em
contrario."
Castro
e
Silva,
Os deputados que vinhaní das provín cias, alguns fazendo longas e difíceis viagens, não chegavam ao Rio atraídos
deputado que se especia
por uma vida mais agra
dável e brilhante: o que
ceiros e ocuparia durante
os empolgava era na ver dade o propósito de con
a Regência a pasta da Fa
solidar o regime represen tativo que se instituíra, tornando-o tanto quanto possível realidade. E' co nhecida a passagem do li-
mantendo o subsídio fixa
do pela lei de 26 de mar ço de 1824 e determinando que o pagamento se fizesse pelo Tesouro PúbÜco da
vro de "Wa^sh, que aqui esteve durante o reinado de Pedro I, acôrca da vi.sita que fêz à casa onde
Corte.
Na sessão de 6 de junho entrou em discussão o pro jeto e logo pediu a palavra para combatê-lo Bernardo
moravam Pereira de
Vasconcelos. O jovem mineiro, que se tomara em breve tempo um dos deputa dos mais em evidência, disse de partida que o subsídio marcado no projeto era excessivo: em lugar de 20$000 devem
Vasconcelos e
outros deputados mineiros: o reverendo inglês ficou edificado com a modéstia a simplicidade, a austera pobreza dos parlamentares desse tempo.
Comó acontece boje, havia então quem visse no Parlamento uma inutilidade dis
os membros do corpo diplomático legis
pendiosa. Existirão sempre os pregoei-
lativo ter 8$000 por dia durante todo o tempo em que o Parlamento funcionar. (Porque nos tempos remotos do Impé
ros do mando sem contraste e o absolu-
rio nada recebiam deputados e senadores durante as prorrogações). E avançou uma opinião que causará hoje certo es
tismo acabara havia pouco tempo. Vas concelos prevenia a acusação: "Sabe-se que os servis, ôstes sevandijas que nos querem ligar ao cepo antigo, Xílamam
continuamente contra os 20S000 que
panto, quando se pretende transformar
vence cada. um dos senhores deputados e
mandatos eletivos em cobiçados emprêgos públicos; "Subsídio não quer di zer ordenado, é ajuda de custo, é auxí
zou a Nação com os trabalhos das Câ
lio que se dá aos membros do corpo le-
pouco mais tarde aceitaria uma pasta
não advertem quantos 20SOOO economi
maras legislativas."'
Silva Mala, que
131
de ministro e seria por isso derrotado em Minas, embora disputando a reelei ção no governo e estando o monarca em viagem pe'a província, foi aparente mente mais paroinionioso do que Vas V J
que não tem ordenado, mas siip subsídio ou auxílio para poder viver nu Còrte?"
lizaria em assuntos finan
zenda, apresentou emenda
•Digesto EcoNÓ^^co
i
concelos: propôs o subsídio diário de 6$400, mas entendia que os deputados, detentores de cargos públicos, deviam
de ironia. Começando por dizer que va com com 10 10 ou ou 20S000 de se contentava 20$000 ^de
subsídio, opôs . à "demagogia de Lino Coutinho argumentos irrecusáveis: "Não nos sustentamos com boas palavras, não nos ahmentamos com lionras. Quem qui ser ser\ir de graça, tem a liberdade de
rejeitar o seu subsídio. Eu estou pron to a fazê-lo, e isto é que eu queria ver
conservar "seus ordenados, pensões, côngruas etc". Vasconcelos desistiu de sua
praticar para então mostrarmos a gene
emenda e adotou a de Maia.
rosidade e desinteresse que tanto incul-
Outro
deputado mineiro, o irrequieto padre Jo sé Custódio Dias, aderiu também ao subsídio menor, discordando entretan to de sua acumulação com os proventos
de outras funções. Rcpugnava-lhe essa desigualdade, parecendo-lhe que a mes ma indenização — não passava disso o
subsídio — assegurada aos deputados que abandonavam o cultivo
de suas lavouras, devia bastar
cam alguns senhores dèputados. Quan do o pagador vier com o subsídio, digase — Eu não quero receber nada... Eu
tenho patriotismo, mas também conhe
ço que nem todos os senhores deputados podem serrir de graça: vejo que o sub sídio apenas chega para viver mui par camente: o Rio de Janeiro é insuportá vel a respeito de despe.sas". Outro deputado que-inter veio nos debates foi Diogo
aos demais. Mais radical era o baiano
Lino Coutinho, médico que desertara a clínica em sua
terra para tomar assento na
Câmara eletiva: "Enquanto uós não tivermos deputados sem receberem dinheiro, não vamos bem.
E citou os exemplos da Inglaterra, onde os deputados não tinham nenhuma es pécie de subsídio, antes gastavam mui to dinheiro com a eleição, e dos Esta
dos Unidos, onde só se lhes abonava uma pequena ajuda de custo para a
viagem. Não percebia o orador baiano que, a prevalecer tal critério, o manda to legislativo se tornaria monopólio dos homens ricos e expressão genuína dos
Antônio Feijó. Com^ o seu
feitio pessoal e o gôsto de iniciativas próprias, o futuro
Regente não aceitou nenhu ma das propostas feitas e sacou a sua: subsídio de
lOSOOO por dia, opção entre o ordena do e o subsídio para os deputados que fòssem funcionários, e uma ajuda de custo de viagem, conforme a distancia. Talvez a emenda de Feijó fosse a mais razoável, conciliando a terrível situa
ção do Tesouro com as necessidades dos parlamentares. Mas o certo é que não prevaleceu. A discussão continuou em dias subseqüentes, falando novamente Vasconcelos, firme no seu principio
Cunha Ma
muito verdadeiro de que subsídio é au
tos, espírito lúcido, militar ilustre, ob
xílio e não ordenado, e mais Cruz Fer
servador atento das coisas brasileiras,
reira, Paula Cavalcanti, Custódio Dias,
como provam os Untos que publicou,
Lino Coutinho, José Bento, Nunes Pires.
foi uma voz de bom-senso nesse debate,
Surgiram alguns dos motivos hoje ale gados para a majoração do subsidio. Em
interêsses de uma classe.
um bom-senso a que não faltou um grão
Digesto EcoNÓiaco
132
1948 por exemplo, foi entendido que um deputado devia ganhar tanto quanto iim ministro do SupYemo Tribunal Fe-
deraL Ern 1829, houve quem dissesse: "Como hão de ter os membros do Su
premo Tribunal de Justiça dez mil cru zados de ordenado e os deputados hão de vencer uma menor quantia para as suas despesas?" Em 1948 não se che gou à acumulação de subsídio com os proventos de outras funções. Já em 1829, embora a Câmara dos Deputados aprovasse em segunda discussão o artigo 3.® do projeto, que vedava aquela acumulação, na terceira foi aprovada a
permissão de perceber subsídio junta mente com aposentadoria, tenças ou pensões.
Afinal, a Câmara remeteu ao Senado o projeto com o subsídio diário de
20$000. Senado e Câmara não se en
tendiam bem, esta vibrante de aspirações
liberais, aquele apurado talvez demais no papel, que lhe descobriu Benjamin Franklin, do pires que arrefece o calor da xícara fumcgante. E os senadores emendaram a proposição da Câmara,
os CAMINHOS DA SOCIALIZAÇÃO CÂNDIDO Mota Filho
aumentando ainda mais as vantagens dos parlamentares. Quando, de volta,
O,s
foram lidas na Câmara as emendas do Senado, Vasconcelos declarou irritado
para poupar a vergonha à maioria do
Senado,- melhor era até não imprimi-las
sequer; a nação, estava pobre, carrega da de dívidas, mas os senadores não
tores e de au
a
mentar
Socializaçao vão fican
que seria melhor rejeitá-las desde logo como contrárias ao interesse nacional e
e dos agricul
caminhos para
I
do, aos pou cos, desimpedi dos. Um esfôrço minúsculo, que era um carreirozinho, desembocou, em nossos
numa estrada larga e batida,
admitiam economias. E satirizou os mar
ela passam os socialistas de todos
queses que atribuíam apenas aos dema
^natizes e, também, os que não são
gogos os males do Brasil. De nada va
leram as objurgatórias de Bernardo de Vasconcelos: a Câmara, com protestos
semelhantes aos que há poucos meses presenciamos, aceitou gostosamente as emendas do Senado.
f°^ialistas. Nela se sente à vontade um
'^dividualista de quatro costados, como Aristocrata de sepa indiscutida.
^^quanto os stalinistas dão à luta um
^cntido trágico de conquista de um mun® resistente, que está disposto a en•^ota-los de armas na mão, os outros
Se movimentam à frente do prole-
Ariado fazem um amplo gesto de envlmento, oferecendo à nova classe
9^6 <j0 emancipa as oferendas de sua 'plornacia e do seu espírito defensivo, ^sim, depois da guerra de 1914, cheSAnios a uma posição singular: a socia-
hzação se faz por dois esforços conjunque se confundem afinal.
De um
lado temos a socialização facultada pela política preventiva dos elementos conser vadores, com a criação das instituições de previdência e assistência social, com o reconhecimento, pelo Estado, através
Foi iniciada por uma emprêsa norte-americana a produção a frio de borracha sintética, nas novas usinas de Naugatuk, pertencentes ao govêrno. A produção por êsse processo, em que o congelamento da matéria-prima terá papel importante, será de 2.500 toneladas anuais.
suas
aptidões técni cas produtoras, adotará
leis
que visem a sua proteção"! A elevação do nível de vida do ho mem que trabalha é, por certo, uma e.-dgêncía do momento histórico e um im
perativo da justiça social. Porém, essa elevação transborda-se, em grande volu
me, para a campo político, e é o "leit motiv" -dos comícios eleitorais, o tema
das conversas elegantes e dos grandes capitães de indústria. Assim como Fre derico da Prússia se dizia, no tempo em
que a burocracia burguesa minava a or ganização da Alemanha feudal, que era
êle um simples funcionário do Império, assim, hoje, capitães de indústria, com a experiência de navegação de so, se confessam modestos trabalhadores. , Ao estudar a evolução social, Werner
Sambart mostra que o trabalhador é ho
je o "enfant gaté" da sociedade contem porânea e que é, assim, mimado por gregos e troianos.
Quando se alastrou a revolução liberal, "o povo" era, em si mesmo, o herói po lítico, o deus "ex machina" das reivin dicações sociais.
Agora, porém, é o "trabalhador" quem
de suas cartas constitucionais, dos di reitos sociais, ao lado dos direitos indi
o substitui.
viduais. A própria Constitriíção chinesa, de um país tão diversificado do Ociden
valor cívico, e a vida jurídica procura abastecer-se na espontaneidade das cria
O valor social substitui o
te, estabeleceu, no artigo 52, a regra da
ções das massas, mostrando a fragilida
proteção ao trabalho e ao trabalhador,
de do direito formal.
afirmando que "o Estado, a fim de
Com êsse trábalhismo, que marcha na
elevar o nível de vida dos trabalhadores
frente dos acontecimentos, marcliam suas
Digesto EcoNÓiaco
132
1948 por exemplo, foi entendido que um deputado devia ganhar tanto quanto iim ministro do SupYemo Tribunal Fe-
deraL Ern 1829, houve quem dissesse: "Como hão de ter os membros do Su
premo Tribunal de Justiça dez mil cru zados de ordenado e os deputados hão de vencer uma menor quantia para as suas despesas?" Em 1948 não se che gou à acumulação de subsídio com os proventos de outras funções. Já em 1829, embora a Câmara dos Deputados aprovasse em segunda discussão o artigo 3.® do projeto, que vedava aquela acumulação, na terceira foi aprovada a
permissão de perceber subsídio junta mente com aposentadoria, tenças ou pensões.
Afinal, a Câmara remeteu ao Senado o projeto com o subsídio diário de
20$000. Senado e Câmara não se en
tendiam bem, esta vibrante de aspirações
liberais, aquele apurado talvez demais no papel, que lhe descobriu Benjamin Franklin, do pires que arrefece o calor da xícara fumcgante. E os senadores emendaram a proposição da Câmara,
os CAMINHOS DA SOCIALIZAÇÃO CÂNDIDO Mota Filho
aumentando ainda mais as vantagens dos parlamentares. Quando, de volta,
O,s
foram lidas na Câmara as emendas do Senado, Vasconcelos declarou irritado
para poupar a vergonha à maioria do
Senado,- melhor era até não imprimi-las
sequer; a nação, estava pobre, carrega da de dívidas, mas os senadores não
tores e de au
a
mentar
Socializaçao vão fican
que seria melhor rejeitá-las desde logo como contrárias ao interesse nacional e
e dos agricul
caminhos para
I
do, aos pou cos, desimpedi dos. Um esfôrço minúsculo, que era um carreirozinho, desembocou, em nossos
numa estrada larga e batida,
admitiam economias. E satirizou os mar
ela passam os socialistas de todos
queses que atribuíam apenas aos dema
^natizes e, também, os que não são
gogos os males do Brasil. De nada va
leram as objurgatórias de Bernardo de Vasconcelos: a Câmara, com protestos
semelhantes aos que há poucos meses presenciamos, aceitou gostosamente as emendas do Senado.
f°^ialistas. Nela se sente à vontade um
'^dividualista de quatro costados, como Aristocrata de sepa indiscutida.
^^quanto os stalinistas dão à luta um
^cntido trágico de conquista de um mun® resistente, que está disposto a en•^ota-los de armas na mão, os outros
Se movimentam à frente do prole-
Ariado fazem um amplo gesto de envlmento, oferecendo à nova classe
9^6 <j0 emancipa as oferendas de sua 'plornacia e do seu espírito defensivo, ^sim, depois da guerra de 1914, cheSAnios a uma posição singular: a socia-
hzação se faz por dois esforços conjunque se confundem afinal.
De um
lado temos a socialização facultada pela política preventiva dos elementos conser vadores, com a criação das instituições de previdência e assistência social, com o reconhecimento, pelo Estado, através
Foi iniciada por uma emprêsa norte-americana a produção a frio de borracha sintética, nas novas usinas de Naugatuk, pertencentes ao govêrno. A produção por êsse processo, em que o congelamento da matéria-prima terá papel importante, será de 2.500 toneladas anuais.
suas
aptidões técni cas produtoras, adotará
leis
que visem a sua proteção"! A elevação do nível de vida do ho mem que trabalha é, por certo, uma e.-dgêncía do momento histórico e um im
perativo da justiça social. Porém, essa elevação transborda-se, em grande volu
me, para a campo político, e é o "leit motiv" -dos comícios eleitorais, o tema
das conversas elegantes e dos grandes capitães de indústria. Assim como Fre derico da Prússia se dizia, no tempo em
que a burocracia burguesa minava a or ganização da Alemanha feudal, que era
êle um simples funcionário do Império, assim, hoje, capitães de indústria, com a experiência de navegação de so, se confessam modestos trabalhadores. , Ao estudar a evolução social, Werner
Sambart mostra que o trabalhador é ho
je o "enfant gaté" da sociedade contem porânea e que é, assim, mimado por gregos e troianos.
Quando se alastrou a revolução liberal, "o povo" era, em si mesmo, o herói po lítico, o deus "ex machina" das reivin dicações sociais.
Agora, porém, é o "trabalhador" quem
de suas cartas constitucionais, dos di reitos sociais, ao lado dos direitos indi
o substitui.
viduais. A própria Constitriíção chinesa, de um país tão diversificado do Ociden
valor cívico, e a vida jurídica procura abastecer-se na espontaneidade das cria
O valor social substitui o
te, estabeleceu, no artigo 52, a regra da
ções das massas, mostrando a fragilida
proteção ao trabalho e ao trabalhador,
de do direito formal.
afirmando que "o Estado, a fim de
Com êsse trábalhismo, que marcha na
elevar o nível de vida dos trabalhadores
frente dos acontecimentos, marcliam suas
^ «T n."V^'
Digesto EcoNÓNaco
134
AZULEJOS. LADRILHOS, TELHAS.
fôrças auxiliares, com o amesquinhamento, cada vez maior, da vida privada e do direito privado. . O que diz Garcia Morente, no seu en
saio sobre a vida privada, é uma repeti ção, em termos filosóficos, do que já tinha escrito Ortega y Gasset, no seu
"anarquia legal" não é outra coisa se não essa conquista da legalidade pelos impulsos revolucionários dos nossos dias. A consagração dos princípios do "dirigismo", feita de uma forma direta ou
disfarçada, sc completa, no campo do direito privado, com o "dirigismo contra
famoso livro "A rebelião das massas". O sentido coletivista da vida abriu as
tual".
janelas de todas as casãs e mostrou-às,
bos aos interêsses do Estado, o que eqüivale dizer ao interêsse coletivo e às exigências dos serviços públicos. Quando, no fim do século passado, a sociologia apareceu como a mais suges tiva manifestação do espírito renovador da modernidade, René Worms, prefa ciando a "Sociologie et Poliiique" de Gumplowicz, escrevia, concluindo: — "Ia Sociologie doit devenir le flambeau de
identificando-as com todos os fenômenos
da vida em comiun. O que ocorre é um acontecimento social. O Estado está em
toda parte, mostra-se intrometido e .exi gente e, quando 'assim não procede, a própria energia social assim o exige. . Quem está, na discrição de seu lar,
cercado pela vida afetiva da família e
abre, para uma estação qualquer, o "dial" de seu aparelho de rádio, sente, naturalmente, a sua superioridade por sôbre os seus antepassados, tendo junto de si, sem maiores esforços, as múltiplas
Com ê^e não cx-iste mais acordo
de vontades, mas a subordinação de am
zes envolvem-no de tal maneira no jogo
senão uma forma de solidariedade da ciên
ticiário, ou melhor, um prisioneiro da
vida pública,,do acontecimento e dos fa tos políticos.
Quando Julíen Benda disse que vive mos num século político e, principalmen te, vivemos sob o signo do "ódio políti co", traduziu essa ofensiva contra o privatismo, contra a vida liberal tecida den
tre! do respeito primordial, à propriedade
privada e  livre iniciativa individual. Essa invasão do lar pelo interêsse pú
blico se faz ainda pela solidariedade da legalidade à revolução. A lei, visando, em nossos dias, ao in vés de acautelar os interêsses fundamen
tais da sociedade, expressar as condições de vida, se tornou um veículo da revo
lução.
E o que os juristas chamam
FnANCO
MATERIAIS PARA CONSTRUÇÕES
Fone. 4-2039 — Caixa Postal. 5926
SAO PAULO
rua OLINDA N.o 162
Ela, efetivamente, se aperfeiçoou muito, quer como ciência de espírito, quer como ciência da natureza. Porém, todo o seu aperfeiçoamento não tem sido outra coisa
êle se toma assim um prisioneiro do no
ISAAC y.
Ia Politiqiie".
vozes do mundo. Entretanto, essas vo
e no entrêcho dos interesses coletivos que
ARTIGOS SANITÁRIOS. ETC.
I DEPOSITÁRIO DE artigos PARA PINTURA
cia à marcha da socialização crescente. Essa convergência que se nota, a olhos
FUNDhDO
nus, para o caminho da socialização, pa ra onde desembocam hoje a política, o direito, a moral, a economia e as ciên cias — deve, por certo, despertar a ener
l! »0~1 ,...Qn
gia dos espíritos livres, para que tudo isso, a pretêxto de verdade e de justiça,
S1°»00>
RUR
não leve a pobre humanidade,- tão sofri da 0 tão desapontada, a perder as liber
Bontffícto
nauLO
SECÇÃO artística E PAPELARIA
dades conquistadas no transcurso da vi da histórica da civilização.
SECÇÃO DE PINTURA
O homem moderno, que assim cami nha para a socialização, em nome das
SECÇÃO DE PINCÉIS
exigências do equiUbrio social, precisa também ser defendido, sem nenhum pre conceito individualista, em nome dos di reitos da liberdade, das razões de ser dos
TELEFONE: 2-1285 — CAIXA POSTAL; 2870
valores peculiares, do seu espírito, de seu destino como pessoa e como.inteligência. ,IL..
^ «T n."V^'
Digesto EcoNÓNaco
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AZULEJOS. LADRILHOS, TELHAS.
fôrças auxiliares, com o amesquinhamento, cada vez maior, da vida privada e do direito privado. . O que diz Garcia Morente, no seu en
saio sobre a vida privada, é uma repeti ção, em termos filosóficos, do que já tinha escrito Ortega y Gasset, no seu
"anarquia legal" não é outra coisa se não essa conquista da legalidade pelos impulsos revolucionários dos nossos dias. A consagração dos princípios do "dirigismo", feita de uma forma direta ou
disfarçada, sc completa, no campo do direito privado, com o "dirigismo contra
famoso livro "A rebelião das massas". O sentido coletivista da vida abriu as
tual".
janelas de todas as casãs e mostrou-às,
bos aos interêsses do Estado, o que eqüivale dizer ao interêsse coletivo e às exigências dos serviços públicos. Quando, no fim do século passado, a sociologia apareceu como a mais suges tiva manifestação do espírito renovador da modernidade, René Worms, prefa ciando a "Sociologie et Poliiique" de Gumplowicz, escrevia, concluindo: — "Ia Sociologie doit devenir le flambeau de
identificando-as com todos os fenômenos
da vida em comiun. O que ocorre é um acontecimento social. O Estado está em
toda parte, mostra-se intrometido e .exi gente e, quando 'assim não procede, a própria energia social assim o exige. . Quem está, na discrição de seu lar,
cercado pela vida afetiva da família e
abre, para uma estação qualquer, o "dial" de seu aparelho de rádio, sente, naturalmente, a sua superioridade por sôbre os seus antepassados, tendo junto de si, sem maiores esforços, as múltiplas
Com ê^e não cx-iste mais acordo
de vontades, mas a subordinação de am
zes envolvem-no de tal maneira no jogo
senão uma forma de solidariedade da ciên
ticiário, ou melhor, um prisioneiro da
vida pública,,do acontecimento e dos fa tos políticos.
Quando Julíen Benda disse que vive mos num século político e, principalmen te, vivemos sob o signo do "ódio políti co", traduziu essa ofensiva contra o privatismo, contra a vida liberal tecida den
tre! do respeito primordial, à propriedade
privada e  livre iniciativa individual. Essa invasão do lar pelo interêsse pú
blico se faz ainda pela solidariedade da legalidade à revolução. A lei, visando, em nossos dias, ao in vés de acautelar os interêsses fundamen
tais da sociedade, expressar as condições de vida, se tornou um veículo da revo
lução.
E o que os juristas chamam
FnANCO
MATERIAIS PARA CONSTRUÇÕES
Fone. 4-2039 — Caixa Postal. 5926
SAO PAULO
rua OLINDA N.o 162
Ela, efetivamente, se aperfeiçoou muito, quer como ciência de espírito, quer como ciência da natureza. Porém, todo o seu aperfeiçoamento não tem sido outra coisa
êle se toma assim um prisioneiro do no
ISAAC y.
Ia Politiqiie".
vozes do mundo. Entretanto, essas vo
e no entrêcho dos interesses coletivos que
ARTIGOS SANITÁRIOS. ETC.
I DEPOSITÁRIO DE artigos PARA PINTURA
cia à marcha da socialização crescente. Essa convergência que se nota, a olhos
FUNDhDO
nus, para o caminho da socialização, pa ra onde desembocam hoje a política, o direito, a moral, a economia e as ciên cias — deve, por certo, despertar a ener
l! »0~1 ,...Qn
gia dos espíritos livres, para que tudo isso, a pretêxto de verdade e de justiça,
S1°»00>
RUR
não leve a pobre humanidade,- tão sofri da 0 tão desapontada, a perder as liber
Bontffícto
nauLO
SECÇÃO artística E PAPELARIA
dades conquistadas no transcurso da vi da histórica da civilização.
SECÇÃO DE PINTURA
O homem moderno, que assim cami nha para a socialização, em nome das
SECÇÃO DE PINCÉIS
exigências do equiUbrio social, precisa também ser defendido, sem nenhum pre conceito individualista, em nome dos di reitos da liberdade, das razões de ser dos
TELEFONE: 2-1285 — CAIXA POSTAL; 2870
valores peculiares, do seu espírito, de seu destino como pessoa e como.inteligência. ,IL..
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V
ARMAZÉNS DE FAZENDAS E ARMARINHO POR ATACADO Caixa Postal/ 120 — Endereço Telegrafico: "RAUJOCOSTA"
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Rraujo Gosta E Gia. RUA
BRIGADEIRO
T, OBIAS
N.o
503
■-V. .
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