DIOESTO o departamento
ECONOMICO SOB OS OUSPÍCIOS 00 ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
S' s s ^ ^ s S II M i\ R I o Pág.
Associação Comercial de São Paulo — Discursos Parliclpaçâo no lucro das emprêsas — Roberto Pinto de Sousa
'
Haverá nova superprodução mundial de algodão? — Garibaldi Dantas
^9
Os preços desde a desvalorização — Riehard Lewinsohn
3®
Pesquisas básicas económico-sociais no Brasil — Bezerra de Freitas O cacau reclama novos mercados — Moacyr Paixão
A pilhagem — Aldo Mário Azevedo A comercialização do ferro brasileiro — Geraldo Banaskiwitz
Lord Keynes e a economia moderna — Djacir Menezes
Noções gerais sôbre o imposto — José Luiz de Almeida Nogueira Pôrto A meteorologia a serviço da produção econômica — J. de Sampaio Ferraz O recuo cafeeiro — Pimentel Gomes Produtos brasileiros no mercado internacional — Cacau — Dorival Teixeira Vieira
" 8* 8' 93
Begime agrário e urbanização — Nelson Werneck Sodré
101
A moeda nos câmbios Internacionais — Mircea Buescu
106
História das idéias políticas — O movimento emancipador —
p^rçcioso de informações guardadas sOff^r víQcíbs exclusiva e diretamente aosiW -
^ ^ISTA, 51 — 9-" andar — FONE
Otávio Tarquínio de Sousa 122
Repressão ao abuso do poder econômico — José da Costa Boucinhas
128
Derrocada do Ensilhamento (1891) — Afonso de E. Taunay
133
N.o 64
MARÇO DE 1950 — ANO VI
o DIGESTO ECONOMlCO ESTA A VENDA
Câmara de TORTURAI
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de CrÇ 50,00 anuais.
^ A zona dos anéis, no interior dos motores Diesel, é uma verdadeira câmara de torturo. Em presença dos goses
quenttssimos que Forçam os anéis contro a parede dos cilindros, o lubrificante deve resistir tonto ao calor
Agente Geral para o BrasU FERNANDO CHINAGLIA
como à pressõo, sem
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
permitir a fuga dos gases
Rio de Janeiro
ou produzir residuos carbonosos.
Alagoas: Manuel Espíndola, Praça Pe dro II, 49. Maceió.
vembro. 423, Curitiba.
Amazonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento. 29. Manaus.
Bahia:
Paraná: J. Ghla^one, Rua 15 de No Pernambuco;
Ceará: J. Alaor de Albuquerque fie Cia Praça do Ferreira, 621. Fortaleza.
Piauí: Cláudio M. Tote, Tereslna.
dos Gargoyle D.T.E. Oils Ns. 3, 4e5-
Rio de Janeiro: Fernando Chlnaglla. Av, Presidente Vargas. 502, 19.o
os melhores lubrificantes existentes paro
andar.
Espírito Santo: Viuva Copolilo & FiJerônlmo Monteiro, 361, '
Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A. Goiânia.
Maranhão:
Rio
Grande do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira, 48, Natal.
motores Diesel, por mais severas que se|am os condições de serviço - e ^assegure o seu funcionamento eficiente e contínuo.
Lubrificantes
Rio Grande do Sul: Sòmente para Por
to Alegre: Octavio Sagebln, Rua
Livraria Universal. Rua
João Lisboa. 114. São Luiz. Mato
Chlnaglla.
Recife.
Alfredo J. de Souza & Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Vitória,
Fernando
Rua do Imperador, 221, 3.o andar.
Mantenha os seus motores Diesel a salvo do desgoste onormal e de supérfluas despesos de manutenção, com o uso
Grosso: Carvalho, Pinheiro
7 de .Setembro, 709. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre.
Fernando Chlnaglla, H. de Janeiro
Concessionária;
fie
Cia., Pça. da República, 20, Cuiabá.
Santa Catarina; Pedro Xnvlcr fie Cia..
Rua Felipe Schmidt. 8, Florianóp.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloeo, Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
Pará": Albano H. Martins fie Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas. Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
Cia. MUTE laRaNJEIRA Soü.
São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria
Regina
Território do Acre: -Diógenos de Oli veira, Rio Branco.
São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356• Santos- Rua itororó, 71
Ltda., Rua
João Pessoa. 137, Aracaju.
Curitiba - Rua Cruz Machado, 12
o DIGESTO ECONOMlCO ESTA A VENDA
Câmara de TORTURAI
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de CrÇ 50,00 anuais.
^ A zona dos anéis, no interior dos motores Diesel, é uma verdadeira câmara de torturo. Em presença dos goses
quenttssimos que Forçam os anéis contro a parede dos cilindros, o lubrificante deve resistir tonto ao calor
Agente Geral para o BrasU FERNANDO CHINAGLIA
como à pressõo, sem
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
permitir a fuga dos gases
Rio de Janeiro
ou produzir residuos carbonosos.
Alagoas: Manuel Espíndola, Praça Pe dro II, 49. Maceió.
vembro. 423, Curitiba.
Amazonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento. 29. Manaus.
Bahia:
Paraná: J. Ghla^one, Rua 15 de No Pernambuco;
Ceará: J. Alaor de Albuquerque fie Cia Praça do Ferreira, 621. Fortaleza.
Piauí: Cláudio M. Tote, Tereslna.
dos Gargoyle D.T.E. Oils Ns. 3, 4e5-
Rio de Janeiro: Fernando Chlnaglla. Av, Presidente Vargas. 502, 19.o
os melhores lubrificantes existentes paro
andar.
Espírito Santo: Viuva Copolilo & FiJerônlmo Monteiro, 361, '
Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A. Goiânia.
Maranhão:
Rio
Grande do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira, 48, Natal.
motores Diesel, por mais severas que se|am os condições de serviço - e ^assegure o seu funcionamento eficiente e contínuo.
Lubrificantes
Rio Grande do Sul: Sòmente para Por
to Alegre: Octavio Sagebln, Rua
Livraria Universal. Rua
João Lisboa. 114. São Luiz. Mato
Chlnaglla.
Recife.
Alfredo J. de Souza & Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Vitória,
Fernando
Rua do Imperador, 221, 3.o andar.
Mantenha os seus motores Diesel a salvo do desgoste onormal e de supérfluas despesos de manutenção, com o uso
Grosso: Carvalho, Pinheiro
7 de .Setembro, 709. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre.
Fernando Chlnaglla, H. de Janeiro
Concessionária;
fie
Cia., Pça. da República, 20, Cuiabá.
Santa Catarina; Pedro Xnvlcr fie Cia..
Rua Felipe Schmidt. 8, Florianóp.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloeo, Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
Pará": Albano H. Martins fie Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas. Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
Cia. MUTE laRaNJEIRA Soü.
São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria
Regina
Território do Acre: -Diógenos de Oli veira, Rio Branco.
São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356• Santos- Rua itororó, 71
Ltda., Rua
João Pessoa. 137, Aracaju.
Curitiba - Rua Cruz Machado, 12
TT^
Automóveis e Caminhões
Z
sa
y.
Rua Florêncio de Abreu, 85 e 93
São Paulo
e 7)i4UiSuidõ^ de: Concessionários
FERRAMENTAS PARA ARTES,
OFÍCIOS E LAVOURA « FERRAGENS
Cia. de Autcméveis Alexandre Ccrnsteln SÃO
RUA CAP. FAUSTINO LIMA, 105 Telefones:
Escrilório e vendas ... 2-8738
Secção de peças
2-4564
PARA
PAULO
Escrilórío, vendas e secção de peças
PARA CONSTRUÇÕES ♦ ARTIGOS
OFICINAS, INDÚSTRIAS,
ESTRADAS DE FERRO E LAVOURA.
OFICINAS:
RUA CLAUDINO PINTO, 55 Telefone; 2-8740 CAIXA POSTAL, 2840
MERCADORIAS DE BOA QUALIDADE FOR PREÇOS MÚOICOS
— SÃO PAULO —
UíUill|IUS^IIUIIilllUIIIiltttlUIIÜIUIUilt8IWISIIVI|IVWIlllllMIUtUllillUIIIflmilIllllUmRÍUIUiliUllUli|)miUlllllllilliülUIIÉDIUItüJtui
Esteve & Irmãos S. A
BANCO
BRASIL S. A.
RUA ALVARES PENTEADO N.o 112
COMÉRCIO E INDÚSTRIA
ALGODÃO EM RAMA
DO SÃO
PAULO
COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA DE FINANCIAMENTO.
TAXAS DAS CONTAS DE DEPÓSITO:
Usinas de beneiiciamento no interior do Estado.
Escritório Central:
Rua José Bonifácio, 278 — ll.o andar. Caixa Postal, 639 — Fone: 3-5135
Telegramas: ESTEVE — SÃO PAULO
Populares (limite de Cr$ 50.000,00)
4% a.a.
Limitados (limite de Cr$ 100.000,00) SEM LIMITE
3% a.a. 2% a.a.
Depósitos a Praso Fixo: crr a.a. 12 meses 5%
Depósitos de Aviso Prévio: 4Và% 4 % a.a. a.a.
90 dias dias eo
6 meses 4% a.a. 30 dias 3V^% a.a. Contas a Prazo Fixo, com Pagamento mensal de Juros: 12 meses
4^/^% a.a.
6 meses
• 3V^% a.a.
TT^
Automóveis e Caminhões
Z
sa
y.
Rua Florêncio de Abreu, 85 e 93
São Paulo
e 7)i4UiSuidõ^ de: Concessionários
FERRAMENTAS PARA ARTES,
OFÍCIOS E LAVOURA « FERRAGENS
Cia. de Autcméveis Alexandre Ccrnsteln SÃO
RUA CAP. FAUSTINO LIMA, 105 Telefones:
Escrilório e vendas ... 2-8738
Secção de peças
2-4564
PARA
PAULO
Escrilórío, vendas e secção de peças
PARA CONSTRUÇÕES ♦ ARTIGOS
OFICINAS, INDÚSTRIAS,
ESTRADAS DE FERRO E LAVOURA.
OFICINAS:
RUA CLAUDINO PINTO, 55 Telefone; 2-8740 CAIXA POSTAL, 2840
MERCADORIAS DE BOA QUALIDADE FOR PREÇOS MÚOICOS
— SÃO PAULO —
UíUill|IUS^IIUIIilllUIIIiltttlUIIÜIUIUilt8IWISIIVI|IVWIlllllMIUtUllillUIIIflmilIllllUmRÍUIUiliUllUli|)miUlllllllilliülUIIÉDIUItüJtui
Esteve & Irmãos S. A
BANCO
BRASIL S. A.
RUA ALVARES PENTEADO N.o 112
COMÉRCIO E INDÚSTRIA
ALGODÃO EM RAMA
DO SÃO
PAULO
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Usinas de beneiiciamento no interior do Estado.
Escritório Central:
Rua José Bonifácio, 278 — ll.o andar. Caixa Postal, 639 — Fone: 3-5135
Telegramas: ESTEVE — SÃO PAULO
Populares (limite de Cr$ 50.000,00)
4% a.a.
Limitados (limite de Cr$ 100.000,00) SEM LIMITE
3% a.a. 2% a.a.
Depósitos a Praso Fixo: crr a.a. 12 meses 5%
Depósitos de Aviso Prévio: 4Và% 4 % a.a. a.a.
90 dias dias eo
6 meses 4% a.a. 30 dias 3V^% a.a. Contas a Prazo Fixo, com Pagamento mensal de Juros: 12 meses
4^/^% a.a.
6 meses
• 3V^% a.a.
DiGm ecoNteo
Associação Comercial de São Pdiilo
I KiMDfi DOS RlldCIfiS m rutMU WBIL Publltado *ob et evtpfefet rfe
y^ONSTiTuru acon#ectmí?ít/o de alta expressão
ISSOCmClO COMERCIUDE SlO PtDU
tws incios produtores e sociais do Estado, a solenidade do posse da nova Diretoria e
FEDERAClO DD CDMÍRCID DD ESTADO DE SlO rADLO
selho Consultivo da Associação Comercial^ de São Paulo. Viveu a tradicional e presii^osa
O Digesto Ocoaómiee
s
publicará no próximo número: ECONOMIA BAIANA - Miguel CalDlzelor «uporlntendenle:
Mattlm Afíonso Xavier da SUveira
para o biênio de fevereiro de 1950 a fevereiro dc 1952. Depois de dois anos de intensa ativi dade cm benefício do comércio, da produção, da coletividade, em que logrou alcançar o
mon Sobrinho.
Diretor:
Antonlo Gonllío de Carvalho KEYNES E A ECONOMIA MODERNA
p Dlgasto Econômico, óreSo d» in
enlUlade um dos seus dias de irutior significa
ção, no ato em que transmitiu o sr. Décio Fer raz A'dc<7/5, findo o seu mandato, a presidência ao sr. Henrique Bostòs Filho, presidente eleito
aplauso e a admiração das demais classes pfO'
— Djacir Menezes.
dutoros, a Diretoria orientada pelo presidente
Décio Ferraz Novais houve por findas «í
® financel-'
atribuições, com a apresentação do rcaor
CAIXA DE CONVERSÃO - Dario de
dos seus trabalhos e das suas contas.
Almeida Magalhães.
ORAÇÃO DO SR. DÉCIO FERRAZ NOVAIS devidamente citadas, nem Del«
aoncalto. emitidoa am artffoa^alí,!
CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DA
Nesta mesma sala e perante assistência
FUGA PARA O LITORAL - Bezena
expressiva, assumia eu, há precisamente dois
de Freitas.
gnificante cargo de Presidente do Associação da São Paulo.
Na transcrlçfio de artigoa pede-se
citar
o
nome
<io
Econômico.
di
^.a
Olffeilo
PLANO QÜINQÜENAL ARGENTINO — Geraldo O. Banaskiwitz.
Aceita-se Intercâmbio com pubUcagões congêneres nacionais e eatrangelras.
ABSINATtmAS: Dlgeito Econômico
Ano (simples)
CrS 50 00
" (registrado) Kúmero do mês:
CrS 58.00 Cr$ 5 oo
Atrasado:
Cr? 8^00
«•
Redação e Administração: Tladnlo Boa Vista, 67 - 7.o andar
RUI BARBOSA, MINISTRO DA FA ZENDA — Cândido Mota Filho.
.
t
Hoje, findo'o honroso mandato, consmência tranqüila,
e Diretores,
dicado em reunião previa cie L^onse obteve a homologação de seu nome nas
,
tnmnndo-
se, dêsse modo, o 29.° Presidente desta Casa.
A LIGÀÇÃO DO PRATA AO AMAZO NAS — Emanuel Guedes.
^
O princípio, em boa hora acolhido, da constante dos valores que aqui fctn atuado, r ' sim, mais uma consagração. A observância dêsse p ceito é das mais salutares, não só porque repele o conrinuísmo, que quase sempre é estagnação, quando não retrocesso, coino porqi^ permitido uma permanente seleção de pontos altos das classes produtoras de Soo Paulo.
Se, de quando em vez — como no meu caso — se desce para a planície, seive
êsse fato de mais um marco de referência, que só exalta, por contraste, as alti tudes atingidas na já brilhante história de nossa AssocUiçõo. *
*
*
ToL 9-7499 — Caixa Postal, 240-B Sio Paulo
Transmissão de posse, esta cerimônia o é, também, de prestação de contas. Justo e necessário, portanto, qué nela se informe a twsso mandante — o comér-
DiGm ecoNteo
Associação Comercial de São Pdiilo
I KiMDfi DOS RlldCIfiS m rutMU WBIL Publltado *ob et evtpfefet rfe
y^ONSTiTuru acon#ectmí?ít/o de alta expressão
ISSOCmClO COMERCIUDE SlO PtDU
tws incios produtores e sociais do Estado, a solenidade do posse da nova Diretoria e
FEDERAClO DD CDMÍRCID DD ESTADO DE SlO rADLO
selho Consultivo da Associação Comercial^ de São Paulo. Viveu a tradicional e presii^osa
O Digesto Ocoaómiee
s
publicará no próximo número: ECONOMIA BAIANA - Miguel CalDlzelor «uporlntendenle:
Mattlm Afíonso Xavier da SUveira
para o biênio de fevereiro de 1950 a fevereiro dc 1952. Depois de dois anos de intensa ativi dade cm benefício do comércio, da produção, da coletividade, em que logrou alcançar o
mon Sobrinho.
Diretor:
Antonlo Gonllío de Carvalho KEYNES E A ECONOMIA MODERNA
p Dlgasto Econômico, óreSo d» in
enlUlade um dos seus dias de irutior significa
ção, no ato em que transmitiu o sr. Décio Fer raz A'dc<7/5, findo o seu mandato, a presidência ao sr. Henrique Bostòs Filho, presidente eleito
aplauso e a admiração das demais classes pfO'
— Djacir Menezes.
dutoros, a Diretoria orientada pelo presidente
Décio Ferraz Novais houve por findas «í
® financel-'
atribuições, com a apresentação do rcaor
CAIXA DE CONVERSÃO - Dario de
dos seus trabalhos e das suas contas.
Almeida Magalhães.
ORAÇÃO DO SR. DÉCIO FERRAZ NOVAIS devidamente citadas, nem Del«
aoncalto. emitidoa am artffoa^alí,!
CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DA
Nesta mesma sala e perante assistência
FUGA PARA O LITORAL - Bezena
expressiva, assumia eu, há precisamente dois
de Freitas.
gnificante cargo de Presidente do Associação da São Paulo.
Na transcrlçfio de artigoa pede-se
citar
o
nome
<io
Econômico.
di
^.a
Olffeilo
PLANO QÜINQÜENAL ARGENTINO — Geraldo O. Banaskiwitz.
Aceita-se Intercâmbio com pubUcagões congêneres nacionais e eatrangelras.
ABSINATtmAS: Dlgeito Econômico
Ano (simples)
CrS 50 00
" (registrado) Kúmero do mês:
CrS 58.00 Cr$ 5 oo
Atrasado:
Cr? 8^00
«•
Redação e Administração: Tladnlo Boa Vista, 67 - 7.o andar
RUI BARBOSA, MINISTRO DA FA ZENDA — Cândido Mota Filho.
.
t
Hoje, findo'o honroso mandato, consmência tranqüila,
e Diretores,
dicado em reunião previa cie L^onse obteve a homologação de seu nome nas
,
tnmnndo-
se, dêsse modo, o 29.° Presidente desta Casa.
A LIGÀÇÃO DO PRATA AO AMAZO NAS — Emanuel Guedes.
^
O princípio, em boa hora acolhido, da constante dos valores que aqui fctn atuado, r ' sim, mais uma consagração. A observância dêsse p ceito é das mais salutares, não só porque repele o conrinuísmo, que quase sempre é estagnação, quando não retrocesso, coino porqi^ permitido uma permanente seleção de pontos altos das classes produtoras de Soo Paulo.
Se, de quando em vez — como no meu caso — se desce para a planície, seive
êsse fato de mais um marco de referência, que só exalta, por contraste, as alti tudes atingidas na já brilhante história de nossa AssocUiçõo. *
*
*
ToL 9-7499 — Caixa Postal, 240-B Sio Paulo
Transmissão de posse, esta cerimônia o é, também, de prestação de contas. Justo e necessário, portanto, qué nela se informe a twsso mandante — o comér-
DiciiSTO
Econômico
DicESTo
cio de São Paulo — do que procurou a Associação fazer, na defesa de seus inte-
Econômico
7
Não podemos desconhecer que o aumento da produção, nos demais Estados e em outros países, especialmente nas colônias africanas, poderá comprometer, fun
rôsses e na solução dos cariados problemas que teve de cnfrenfnr.
Relatório pormenorizado, de tudo quanto se passoti nésie biênio, ó hoje Ww-
damentalmente, no futuro, o lugar de São Paulo como detentor da maüfr produ
tribuido a todos os presentes; cumive-ine, no entanto,,focalizar alfi^uns asfTCctos mais importantes dos assuntos aqui trotados, a fim de fixar dccidamcnic a posi ção do comercio e determinar a orientação traçada pela di<^iui Diretoria a que
ção cafeeira mundial. Indisjicnsável será uma ação de conjunto do govêmo e das
tive a honra suprema de presidir.
todo o arcabouço econômico da Nação.
classes jyrodutoras paidistas, no sentido dc prcveriir êsse mal.
Vai, assim, cumpritulo o café sua missão, já histórica, de susteniáctdo de
Os rumos que nortearam nossas atividades foram os que serviram de Inissola
Alicerce de nossa economia, ele só é cuidado como suprídor de txossas divi sas, em futição do que representa para o Tesouro público. Ainda agora, Itesita-
e orienXação a quantos, em épocas anteriores, tiveram a mercâ de dirif^ir esta As sociação e que se resumem, como já me foi dado dizer, por um lado em concorrer para o desenvolvimento da riqueza nacional, dentro dos relevantes interôsses da coletividade e, por outro, em pu}ipar pela defesa dos objetivos próprios de nossa classe — através de uma constante e cada x>ez mais ampla prestação de ser-
se em devolver à lavoura, embora indiretamente, mediante sua aplicação, no ca
pital do Banco Agrícola, o que da lavínira foi tirado, pela qiu)ta de sacrifirío.
Será acertado continuarmos com nossos reclamos, para a efetivação da re
viçoi.
forma bancária, com a criação imeduita, pelo menos, do Banco Central e dos
j de
portação e importação.
^ estavam V^''^Gctivas economia no semestre Jy-íy, peadas conw tôdasdaas fontes debrasileira, produção e deprimeiro intercâmbio. A t ^ 1 •! uo ftJiVvKfií yy# t/tl-Cíy tM/ c, HMC»* OI* «rt. brasileira travada pela carência vos c^es, e profundos, no decorrer do a,w findo.de dólares, teve que sofrer no Por outro lado.
m/snt
1
'^^i^^^^fom-se as nossas exportações estacionárias principal-
ntu:> L monetários com vários de nossos habituais compradores, «í/j. ^ f j J^çechs a usar, como nós mesmos o fizemos, de restrições de com^ /'?! f '^^^hbrar suas balanças comerciais com o Brasil. Èsse fato e ainda j dolorosa da evidente desproporção dos nossos preços de custo, no a
flagrante inferioridade, fren-
^astonado, n^/oTíipÕes indiscrimiiuiâas de impostos, os ônus que as leis sociais n<w a par de métodos arcaicos de cultura e produção, colocaram-nos 1
^^ j
Bancos Agrícola e de Exportação e Importação — o primeiro, sistcnuitiziindo os métodos de crédito; o seginido, atendendo à lavoitra — base indiscutível da eco nomia nacional — e o terceiro, traçando diretrizes seguras para o comércio de ex *
l
*
"A licença prévia — disse eu e»i meu relatório dc 1949 — e
desajuste internacional, provocado pelos jyroblemas dc após-gucrra. E rcgn teiramente contrárw aos princípios e ao iixterôsse de nossa cconomui,
perklado .sempre se baseou na liberdade de comércio, quer interna, quer e. mente. Reconhecemos, todavia, que ao Cocênw não cabe outra ^
disciplinar as nossas importações, orientando-as quanto à txaturo^ e annti as, quatido fyieciso, a fim de serem evitadas, no futuro, situações de mator viãade".
^rcado internacional. Como se ainda não bastasse, as re-
7^ ^ easa obra ^de '^reíw de pança produção competitiva sdelra completaram verdadeiro aéreo 'da nossa economia.com a braÊsse o panorama geral, até mais de meado do ano. A estiagem prolongada, que vigorou em seterrdjro e outubro, determinou uim completa suhvers^ no valor do café, ocasionando, assim, uma evidente mo-
firmado, e assim resumido: A licença prévia ó regime qi'^ déficit em provisório, de existência transitória, só se justificando em nossas divinossa balança comercial, tendo por finalidade exclusiva "a dcfesa^^ t v^tnhríprtdn
aifioaçao no quadro de nossa economia. MuUo embora a lavoura cafeeira pouco haja lucrado, diretamente, com a alta de preços decorrente dôsse fenômeno, está ela auferindo benefícios indiretos, pelas valorizações de seu ativo e pela perspecti va de permanência de preços altos, para a safra futura, que se calcula ainda me
siderados como básicos, pelo comércio: 1 - o regime c uma
nor do que a que se findou.
As entradas maciças de numerário nos bancos, pelas liquidações de com.pro-
sas no exterior, de modo a permitir o seu meUwr aproveitamento .
essa definição de princípio, fixaram-só os seguintes^itens, que passamm tável do momeixto; 2 — cada licença deve estar condicionada à
,
de câmbio; 3 — não deve constituir proteção à indústria naciorml, defen i a mo está ela pelas tarifas aduaneiros; 4 — devem ser excluídas do regime os pro dutos de exportação, sempre que seu pagamento seja feito em moeda de curso
misses baseados no cafe, provocaram, por sua vez, um sensível desafógo para tôdà
intemacionaí.
a economia nacional.
Completando as medidas julgadas indispensáveis para do órgão controlador de nosso comércio exterior, urge, por outro lado, que as clas ses produtoras — cujos legítimos interêsses na matéria não podem de ser proclamados — tenham, na Junta do Comércio Internacional, na Comissão sultiva de Intercâmbio Comercial, uma representação que lhes permita influir,
Os saldos verificados em nossa balança comercial vêm determinando uma
compila mudança na situação das finanças públicas, acelerando a liquidação dos atrasados comerciais.
Infelizmente, não denota a atual situação cafeeira uma salutar e estável po sição do produto, senão o resultado da quase absoluta carência do mesmo, que, provocando cotações em alto nível, ciiou novos problemas.
efetivamente, nas decisões tomadas. *
*
DiciiSTO
Econômico
DicESTo
cio de São Paulo — do que procurou a Associação fazer, na defesa de seus inte-
Econômico
7
Não podemos desconhecer que o aumento da produção, nos demais Estados e em outros países, especialmente nas colônias africanas, poderá comprometer, fun
rôsses e na solução dos cariados problemas que teve de cnfrenfnr.
Relatório pormenorizado, de tudo quanto se passoti nésie biênio, ó hoje Ww-
damentalmente, no futuro, o lugar de São Paulo como detentor da maüfr produ
tribuido a todos os presentes; cumive-ine, no entanto,,focalizar alfi^uns asfTCctos mais importantes dos assuntos aqui trotados, a fim de fixar dccidamcnic a posi ção do comercio e determinar a orientação traçada pela di<^iui Diretoria a que
ção cafeeira mundial. Indisjicnsável será uma ação de conjunto do govêmo e das
tive a honra suprema de presidir.
todo o arcabouço econômico da Nação.
classes jyrodutoras paidistas, no sentido dc prcveriir êsse mal.
Vai, assim, cumpritulo o café sua missão, já histórica, de susteniáctdo de
Os rumos que nortearam nossas atividades foram os que serviram de Inissola
Alicerce de nossa economia, ele só é cuidado como suprídor de txossas divi sas, em futição do que representa para o Tesouro público. Ainda agora, Itesita-
e orienXação a quantos, em épocas anteriores, tiveram a mercâ de dirif^ir esta As sociação e que se resumem, como já me foi dado dizer, por um lado em concorrer para o desenvolvimento da riqueza nacional, dentro dos relevantes interôsses da coletividade e, por outro, em pu}ipar pela defesa dos objetivos próprios de nossa classe — através de uma constante e cada x>ez mais ampla prestação de ser-
se em devolver à lavoura, embora indiretamente, mediante sua aplicação, no ca
pital do Banco Agrícola, o que da lavínira foi tirado, pela qiu)ta de sacrifirío.
Será acertado continuarmos com nossos reclamos, para a efetivação da re
viçoi.
forma bancária, com a criação imeduita, pelo menos, do Banco Central e dos
j de
portação e importação.
^ estavam V^''^Gctivas economia no semestre Jy-íy, peadas conw tôdasdaas fontes debrasileira, produção e deprimeiro intercâmbio. A t ^ 1 •! uo ftJiVvKfií yy# t/tl-Cíy tM/ c, HMC»* OI* «rt. brasileira travada pela carência vos c^es, e profundos, no decorrer do a,w findo.de dólares, teve que sofrer no Por outro lado.
m/snt
1
'^^i^^^^fom-se as nossas exportações estacionárias principal-
ntu:> L monetários com vários de nossos habituais compradores, «í/j. ^ f j J^çechs a usar, como nós mesmos o fizemos, de restrições de com^ /'?! f '^^^hbrar suas balanças comerciais com o Brasil. Èsse fato e ainda j dolorosa da evidente desproporção dos nossos preços de custo, no a
flagrante inferioridade, fren-
^astonado, n^/oTíipÕes indiscrimiiuiâas de impostos, os ônus que as leis sociais n<w a par de métodos arcaicos de cultura e produção, colocaram-nos 1
^^ j
Bancos Agrícola e de Exportação e Importação — o primeiro, sistcnuitiziindo os métodos de crédito; o seginido, atendendo à lavoitra — base indiscutível da eco nomia nacional — e o terceiro, traçando diretrizes seguras para o comércio de ex *
l
*
"A licença prévia — disse eu e»i meu relatório dc 1949 — e
desajuste internacional, provocado pelos jyroblemas dc após-gucrra. E rcgn teiramente contrárw aos princípios e ao iixterôsse de nossa cconomui,
perklado .sempre se baseou na liberdade de comércio, quer interna, quer e. mente. Reconhecemos, todavia, que ao Cocênw não cabe outra ^
disciplinar as nossas importações, orientando-as quanto à txaturo^ e annti as, quatido fyieciso, a fim de serem evitadas, no futuro, situações de mator viãade".
^rcado internacional. Como se ainda não bastasse, as re-
7^ ^ easa obra ^de '^reíw de pança produção competitiva sdelra completaram verdadeiro aéreo 'da nossa economia.com a braÊsse o panorama geral, até mais de meado do ano. A estiagem prolongada, que vigorou em seterrdjro e outubro, determinou uim completa suhvers^ no valor do café, ocasionando, assim, uma evidente mo-
firmado, e assim resumido: A licença prévia ó regime qi'^ déficit em provisório, de existência transitória, só se justificando em nossas divinossa balança comercial, tendo por finalidade exclusiva "a dcfesa^^ t v^tnhríprtdn
aifioaçao no quadro de nossa economia. MuUo embora a lavoura cafeeira pouco haja lucrado, diretamente, com a alta de preços decorrente dôsse fenômeno, está ela auferindo benefícios indiretos, pelas valorizações de seu ativo e pela perspecti va de permanência de preços altos, para a safra futura, que se calcula ainda me
siderados como básicos, pelo comércio: 1 - o regime c uma
nor do que a que se findou.
As entradas maciças de numerário nos bancos, pelas liquidações de com.pro-
sas no exterior, de modo a permitir o seu meUwr aproveitamento .
essa definição de princípio, fixaram-só os seguintes^itens, que passamm tável do momeixto; 2 — cada licença deve estar condicionada à
,
de câmbio; 3 — não deve constituir proteção à indústria naciorml, defen i a mo está ela pelas tarifas aduaneiros; 4 — devem ser excluídas do regime os pro dutos de exportação, sempre que seu pagamento seja feito em moeda de curso
misses baseados no cafe, provocaram, por sua vez, um sensível desafógo para tôdà
intemacionaí.
a economia nacional.
Completando as medidas julgadas indispensáveis para do órgão controlador de nosso comércio exterior, urge, por outro lado, que as clas ses produtoras — cujos legítimos interêsses na matéria não podem de ser proclamados — tenham, na Junta do Comércio Internacional, na Comissão sultiva de Intercâmbio Comercial, uma representação que lhes permita influir,
Os saldos verificados em nossa balança comercial vêm determinando uma
compila mudança na situação das finanças públicas, acelerando a liquidação dos atrasados comerciais.
Infelizmente, não denota a atual situação cafeeira uma salutar e estável po sição do produto, senão o resultado da quase absoluta carência do mesmo, que, provocando cotações em alto nível, ciiou novos problemas.
efetivamente, nas decisões tomadas. *
*
nr
Digesto Econômico
Dentre as campanhas de cuja iniciativa podcmns nos vanj^Ioriar, uma das
r
DiCKSTd
ECONÒXítCO
mais importantes é a que visa ã aceleração dos nossos acordos da comércio com o exterior. Agravada a crise de dólares em tudo o mundo; entravado o comércio
Jamais se abalançaram as classes produtoras brasileiras a empreendimentos
miernacionui por êsse fato, só através de acordos de compensação foi possível
de fundo cultural.
restoheleceT muitos de nossos mercaílos. Quase toda compensação implica, é sooido, num prévio acôrdo comercial e de pagamentos, que o regtde. Daí a c^mpanha que nesse sentido encetamos e que teve, depois, a colaboração dc otUras entidades de classe. Referidos acordos estão intimamente ligados à vida das clas' ses produtoras do País e, em especial, do comércio. Vâm ôles possibilitar a ex portação de determinados artigos, em certos momentos; facilitam a importação de
A bem da verdade, somos abrigados a destacar o que, nesse campo, tem sido jeito pela Associação Comercial e Federação do Comércio, através de suas ;niblicaçõcs, denCrc as quais sohreleva notar o "Digesto Econômico". E, na rea • dadc, eo?ne/i»íí.'/3to da mais alta 7;cn6micreneí<j c do mais profundo alcance. Publicando, mensalmente, n'a média de 17 teses, do nuiis alto teor, da mais
retrós tantos, seja para a nossa subsistência, seja para a movimentação de nossa
pura pesquisa econômica, analisando, dissecando problemas brasileiros, trabalha
como nenhuma outra, para o perfeito cntrosamento do pensamento nacional, de
naustria — mas é indiscutível que, através do comércio e, às vêzcs, à custa dé-
norte a sul.
le, se concretizam.
Para as gerações atuais é u'a messe dc csfnWos. Para as futuras, um reposy tôrio magnífico, fixando decisivamente a nossa época. Sc» prestigio foi notave-
c/í f<^TBce-nos, pow, inteiramente inexplicável a diretriz adotada pelos respon.
-
tZLf nyni.
—
-
^"dnistração, ao afastar os órgãos de classe da aná-
--
mcnfe acrescido, sem dúvida, pelo fato de jamais acolher em suas páginas, qua quer estudo que visasse defesa dc infcí-csscs imediatos de uma classe. No dizer autorizado dc seu responsável, "o "Digesto Econômico obra de educação cívica, fomenta a estruturação de unui elite dc amp i
l tratados, tornando-os segredos dc Estado, quando mais nalítlL^ colahorar em sua feitura aquêles elementos que.
sur,e!n.
iOTvos aindn trmno ^oel centrnliv^f^/i U
em sua execução.
dificuldades e trojoeços, todos ôsses óbices c csr:r>mplemenio, uma desnecessária, absurda, incomprecn-
*r^tação "hSlTraí ^erá fatal. /L ® Í.'!"
SoSaofelll SoTeJTe'"'"-'
nal e forma uma escola de administração. Sua coleção constituíra uma Enciclopédia de Econoinia Brasileira".
Natural é que tarefa de tamanha envergadura venha sendo oner
que representa 43% de tódl a ""i" hurocratizaçãa
I ,
nossas entidades. Não hesitamos, porém, cm colocar a ^rviço do pensai sileiro tão significativo empreendimento, seguindo, aliás, orientação que mos de anteriores Diretorias. .^
dentro In poZoríZl do centro de contrüle. Para se ter
Compensação para êsse esforço procnranios encontrar m transfonnaçao ^
vinaortç ytn nse,
nos-ia dizer que, furante ê'^e^dotsZZ'^T^°' ""T 7®'"^ trabalho bastar7 • rinos foram realizadas exatamente vinte e nove
"Boletim'Diário" e "Carta Semanal" e'm "Diárh do Coniércio", a êlejmdojm-^
dução, tais os dirigisZs que êle se
mente doutrinária; nele são publicados, diVir/míJcnfc, cinco «ríigos ong média, esludando, analisamlo, focalizando assuntos do momento. Essas são realizações que, indiscutivelmente, nos enchem
MirZtZ eZZsuZZZé SZe^ZoZt:
""' ™
ção de jornal, muito embora sujeito à mesma orientação impessoa
desenvolmmento da_ pro-
Preços e organismos semelhante! Institutos, Comissões de mos, em regime democrático JúeZd realidade, tem razao quem diz estarSombreando mais aind^ T!ZdrZ^ ftadura econámica. rr;rort;?" mente pouco propww ao"fdcseneolvimento das iniciativas privadas. te retrato e nossa situação condensa-se nestas palavras: "A questão soM, que na valha Europa, é remltado natural da fome', ao passo q,te, entre nós, ^-<7/1
rf/x^^rkn/in
n
^/9tr\
_f
_
l
'
_
e orgw//io, pois que empreendimentos ímpares em tôâos as entida es
em
do
País. *
*
Senhores,
Sempre aqui trabalhamos em equipe. Cooperadorcs admiráveis eu ' em todo o meu período presidencial. Cirniposta, como foi, a Diretoria, e ej^ sões de todos os .setores de nossa produção, encontrei, a todo instante, a c r as lacunas da Presidência, o conselho sábio, a palavra justa- e, além de u( * o apoia, a ajuda, o amparo, de forma tal que jamais qualquer assun o quer intei'êsse de nossa classe pereceu, por falta de dedicação, trabalho ^ y Natural é que nem sempre puderam as nossas reivindicações ser atendidas; ai vitórias conseguidas, porém, foram tantas e de tal -magnitude que, na realidade,
'
,, rjue um estadista europeu qualificava, há muito, malfeitores merajs . ao tardará, talvez, que essa potência tenebrosa, evo cada pela especulação da mediocridade, venha bater a estas portas, reclamando de
a intervenção compressiva do Estado na concorrência das inclúsirias, no regime de salarios, na cotação dos preços, na distribuição do trabalho, na proteção da
o saldo positivo é magnífico.
Não podendo distinguir ou destacar, cumpre-me, a bem da verda^ e justiça, ressaltar a atuação de um companheiro que sejornmi um paraaignifl íw
ociosidade".
Cinqüenta e oito anos se passaram desde que Rui Barbosa as proferiu, ca racterizando, magistralmente, a sua e a nossa época.
Casa, exemplo vivo de abnegação e desprendimento, de esforço e renuncia. Seu nome quase rxão precisaria citá-lo, de tal modo está na consciência de todos. VuIén** .
nr
Digesto Econômico
Dentre as campanhas de cuja iniciativa podcmns nos vanj^Ioriar, uma das
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mais importantes é a que visa ã aceleração dos nossos acordos da comércio com o exterior. Agravada a crise de dólares em tudo o mundo; entravado o comércio
Jamais se abalançaram as classes produtoras brasileiras a empreendimentos
miernacionui por êsse fato, só através de acordos de compensação foi possível
de fundo cultural.
restoheleceT muitos de nossos mercaílos. Quase toda compensação implica, é sooido, num prévio acôrdo comercial e de pagamentos, que o regtde. Daí a c^mpanha que nesse sentido encetamos e que teve, depois, a colaboração dc otUras entidades de classe. Referidos acordos estão intimamente ligados à vida das clas' ses produtoras do País e, em especial, do comércio. Vâm ôles possibilitar a ex portação de determinados artigos, em certos momentos; facilitam a importação de
A bem da verdade, somos abrigados a destacar o que, nesse campo, tem sido jeito pela Associação Comercial e Federação do Comércio, através de suas ;niblicaçõcs, denCrc as quais sohreleva notar o "Digesto Econômico". E, na rea • dadc, eo?ne/i»íí.'/3to da mais alta 7;cn6micreneí<j c do mais profundo alcance. Publicando, mensalmente, n'a média de 17 teses, do nuiis alto teor, da mais
retrós tantos, seja para a nossa subsistência, seja para a movimentação de nossa
pura pesquisa econômica, analisando, dissecando problemas brasileiros, trabalha
como nenhuma outra, para o perfeito cntrosamento do pensamento nacional, de
naustria — mas é indiscutível que, através do comércio e, às vêzcs, à custa dé-
norte a sul.
le, se concretizam.
Para as gerações atuais é u'a messe dc csfnWos. Para as futuras, um reposy tôrio magnífico, fixando decisivamente a nossa época. Sc» prestigio foi notave-
c/í f<^TBce-nos, pow, inteiramente inexplicável a diretriz adotada pelos respon.
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^"dnistração, ao afastar os órgãos de classe da aná-
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mcnfe acrescido, sem dúvida, pelo fato de jamais acolher em suas páginas, qua quer estudo que visasse defesa dc infcí-csscs imediatos de uma classe. No dizer autorizado dc seu responsável, "o "Digesto Econômico obra de educação cívica, fomenta a estruturação de unui elite dc amp i
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nal e forma uma escola de administração. Sua coleção constituíra uma Enciclopédia de Econoinia Brasileira".
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Compensação para êsse esforço procnranios encontrar m transfonnaçao ^
vinaortç ytn nse,
nos-ia dizer que, furante ê'^e^dotsZZ'^T^°' ""T 7®'"^ trabalho bastar7 • rinos foram realizadas exatamente vinte e nove
"Boletim'Diário" e "Carta Semanal" e'm "Diárh do Coniércio", a êlejmdojm-^
dução, tais os dirigisZs que êle se
mente doutrinária; nele são publicados, diVir/míJcnfc, cinco «ríigos ong média, esludando, analisamlo, focalizando assuntos do momento. Essas são realizações que, indiscutivelmente, nos enchem
MirZtZ eZZsuZZZé SZe^ZoZt:
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ção de jornal, muito embora sujeito à mesma orientação impessoa
desenvolmmento da_ pro-
Preços e organismos semelhante! Institutos, Comissões de mos, em regime democrático JúeZd realidade, tem razao quem diz estarSombreando mais aind^ T!ZdrZ^ ftadura econámica. rr;rort;?" mente pouco propww ao"fdcseneolvimento das iniciativas privadas. te retrato e nossa situação condensa-se nestas palavras: "A questão soM, que na valha Europa, é remltado natural da fome', ao passo q,te, entre nós, ^-<7/1
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Senhores,
Sempre aqui trabalhamos em equipe. Cooperadorcs admiráveis eu ' em todo o meu período presidencial. Cirniposta, como foi, a Diretoria, e ej^ sões de todos os .setores de nossa produção, encontrei, a todo instante, a c r as lacunas da Presidência, o conselho sábio, a palavra justa- e, além de u( * o apoia, a ajuda, o amparo, de forma tal que jamais qualquer assun o quer intei'êsse de nossa classe pereceu, por falta de dedicação, trabalho ^ y Natural é que nem sempre puderam as nossas reivindicações ser atendidas; ai vitórias conseguidas, porém, foram tantas e de tal -magnitude que, na realidade,
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,, rjue um estadista europeu qualificava, há muito, malfeitores merajs . ao tardará, talvez, que essa potência tenebrosa, evo cada pela especulação da mediocridade, venha bater a estas portas, reclamando de
a intervenção compressiva do Estado na concorrência das inclúsirias, no regime de salarios, na cotação dos preços, na distribuição do trabalho, na proteção da
o saldo positivo é magnífico.
Não podendo distinguir ou destacar, cumpre-me, a bem da verda^ e justiça, ressaltar a atuação de um companheiro que sejornmi um paraaignifl íw
ociosidade".
Cinqüenta e oito anos se passaram desde que Rui Barbosa as proferiu, ca racterizando, magistralmente, a sua e a nossa época.
Casa, exemplo vivo de abnegação e desprendimento, de esforço e renuncia. Seu nome quase rxão precisaria citá-lo, de tal modo está na consciência de todos. VuIén** .
10
DiOIÍ^STO
Dicestíi Econômico
EcOKÒMtCO
nas atitudes c intcligéucUi nas realizações; de Ihancza no trato e habilidade coordenar opiniõe.s distantes, dc modo a. possibilitar manifestações utuinimes, in
rante oito anos, constantemente, Joaquim de Campos Sales, sem medir sacrificic3, ttido dexi de si à direção da entidade, sem nada pedir. Por êle faço chegar a todos os demais colegas o mais sincero, o mais cordial e verdadeiro "obrigado". Graças a um entendimento perfeito, qtie perdura de há muito, tivemos ao
dispensáveis ao forialecimento das nossas causas.
... ,
fíc,vM»iw. sr. Décio Ferraz Navais, cm vossa obra e em vossa personolidaae,
nosso lado, numa cooperação altatnente fecunda para o.s objetivos conuiris da classe, a Diretoria da Federação do Comércio do Estculo de São Patdo. Que fi que consignado neste passo, ao lado do nosso agradecimento, o-nosso voto paro
os relexxintes serviços daqueles que vos antecederam, dignos todos, por tantos tulos de serem erigidos em paradigma de seus contimiadorcs.
Ao nível dôsses valores é que fui elevado por desvanecedora confiança
que se rrmntenha por muitos e muitos lusiros tão profícua reciprocidade de ação. Igual reconhecimento devo ao brilhante corpo de assessores que, durante to
comércio jHiuUsta.
do o meu mandato, trouxe d Presidência o seu corusellio e suas luzes, disctdindo e
apesar dc pouco afeito às grandes aliitudcs, sinto-me tranqüilo e conpai e, i só porque estou .seguro do mérilo dos companheiros que recebcin comtgo a^ ir çâo desta Casa, como porque conto com a valiosa cooperação da Federação Comércio e a solidariedade dtis demais organizações representativas da pr ^ çâo, tão bem expressa pela encorajadora presença nesta solenidade dos seus ma
Honrado muito mais do que o mereço, não mc arreçeio confe$sm-v s q
cscmrecendo todos os projetos e leis, todas as questões técnicas que à Diretoria cabta encaminhar e resolver.
^ Vai também um agradecimento muito sincero ao exemplar quadro dc funciode*seu olhou para sacrifícios pessoais no cumprimento exofo Ms
íf!
legítimos c ilustres dirigentes.
Ms Ms
Sf. Presidente Henrique Bostas Filho
Ms
sJs
Mííltiplo.s, comple.xos e delicados são os problemas que se « ^
nos tradir^nfJ'^^^^ f moi rprí>hí>r„i.. ^
nw: rprphor,,!., 'P 'i
mais uíS*'a^sifa
I
perturbadora conjuntura política que vivemos, e que dia a
mãos transmito o facho que recebi. Como
sua sombra, cada vez com maior intensidade, no campo ^onómt PaíJ, tirando aos homens a visão nítida e objetiva dos problemas e a
helenicos, '-u.iiqrra-nos, cumpre-nos, aa todos toaos quontos, qtiantos, sucessivamente, va-
'í"® simboliza nossas convicções e princípios, zelar por ela.
mo ideal é o
tornar cada vez mais brilhante, mais pura,
constante seqüência de depositário.^, animado.'; do mes-
da protluçãa, não podemos deixar de erguer nossa voz até
SenJiOT Presidente Décio Navais,
hem-estar socüd., " , / • CWUlZã, , J rrlnhn liç As características peculiares às diversas regiões do giom, _ ..nifnrmes e
\
hoje tão alta invesiidura.
nHo
tat, se nece.ssãrio fâr, para que os superiores intcrêsses da economia sejam esmagados nos entrcchoques das lutas políticas. ãos temas As relações entre o F.stado e as classes produtoras „ Jicmens mais palpitantes do mundo de hoje. Da harmonia entre os gov ^^ da produção — é convicção geral dependem em grande pari , f a
de determinação e de fé.
ORAÇaO do novo presidente, SR. HENRIQUE BASTOS FILHO encena
p
vel 'serenidade para deliberar. , Não será possível fugir às suas conseqüências. Responsáveis p ^
e eterno,' numa SirmatuT^^ espírito do bandeirante que se pcqicíua, impávido '
mojeia Jnrinl do
significa e da responsabilidade qM
çÕes e a cada época, afastam a possibilidade de^ se adotarem .
Comercial de São Paulo, que que de vós recebo
imutáveis de conduta; e, embora e.xistam princípios gerais 9"^
J oosíom
resolver o
iiiterêsse.rZ°úJ^'^se!^am "pj^etír defcisor dcs -io-.y77 projetar sua açao em todos 'os setores da vtda na cional.
ser respeitados no mundo inteiro, compete, a cada nação equact
c- Paulo, concorre nn'^ cotn do SãoBrasil. Paulo Sao para aPoulo, grandeza
fueado seus esforços na solução dos nossos mais importantes prohemas COS e sociais e o País inteiro, sem dúvida, vem-se ressentindo dos penosos ef
nrohlema com fórmulas próprias e fle.xíveis, em função do
e
.mn^npntn
•
No Brasil, infelizmente, govêrno e classes produtoras nem semp
trabalha, luta e progride. Com
^ A poucos^ passos C<wa está o Pátio do Colégio, onde o je.míta lançou o naqtwla manha de 25 de janetro de 1554, exprime no teu dinamismo e nas suas
núcleo prtmeu-o da cid^e. O nome que, em hcémÂagem ao apóstolo, recebeu
Propugnemos um melhor entendimento entre os homens de govêmo e os ho mens de emprêsa.
realizações o ciclópico destino desta terra.
Apelemos para o Executivo e o Legislativo. Que êles nos oiçam.
Çuanta dedicação, quanto sacrifício, quanta renúncia, aos que dirigiram MSsa Associação, para conseguir, sem quebra de tradições e princípios, manter seu
Se, até há pouco tempo, careciam as classes produtoras de elementos^ para oferecer contribuições téaxicas à altura da importânciq dos problemas nacumais,
ritmo de crescimento paralelo ao da terra que lhe serve de berço í Destes homens que admiro e respeito, procuraremos, meus companheiros e eu, seguir o exemplo. Exemplo que nos lega Décio Ferraz Novais, de equilíbrio
o mesmo hoje não se dá.
., ,
Adultas, fortes, conscientes do que delas deve o Brasil e^erar, as &itidades jJe jüasse romperam os liames que as prendiam aos pequenos interesses de grupo, «í,.
XÜ»?
10
DiOIÍ^STO
Dicestíi Econômico
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rante oito anos, constantemente, Joaquim de Campos Sales, sem medir sacrificic3, ttido dexi de si à direção da entidade, sem nada pedir. Por êle faço chegar a todos os demais colegas o mais sincero, o mais cordial e verdadeiro "obrigado". Graças a um entendimento perfeito, qtie perdura de há muito, tivemos ao
dispensáveis ao forialecimento das nossas causas.
... ,
fíc,vM»iw. sr. Décio Ferraz Navais, cm vossa obra e em vossa personolidaae,
nosso lado, numa cooperação altatnente fecunda para o.s objetivos conuiris da classe, a Diretoria da Federação do Comércio do Estculo de São Patdo. Que fi que consignado neste passo, ao lado do nosso agradecimento, o-nosso voto paro
os relexxintes serviços daqueles que vos antecederam, dignos todos, por tantos tulos de serem erigidos em paradigma de seus contimiadorcs.
Ao nível dôsses valores é que fui elevado por desvanecedora confiança
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comércio jHiuUsta.
do o meu mandato, trouxe d Presidência o seu corusellio e suas luzes, disctdindo e
apesar dc pouco afeito às grandes aliitudcs, sinto-me tranqüilo e conpai e, i só porque estou .seguro do mérilo dos companheiros que recebcin comtgo a^ ir çâo desta Casa, como porque conto com a valiosa cooperação da Federação Comércio e a solidariedade dtis demais organizações representativas da pr ^ çâo, tão bem expressa pela encorajadora presença nesta solenidade dos seus ma
Honrado muito mais do que o mereço, não mc arreçeio confe$sm-v s q
cscmrecendo todos os projetos e leis, todas as questões técnicas que à Diretoria cabta encaminhar e resolver.
^ Vai também um agradecimento muito sincero ao exemplar quadro dc funciode*seu olhou para sacrifícios pessoais no cumprimento exofo Ms
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legítimos c ilustres dirigentes.
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Sf. Presidente Henrique Bostas Filho
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mais uíS*'a^sifa
I
perturbadora conjuntura política que vivemos, e que dia a
mãos transmito o facho que recebi. Como
sua sombra, cada vez com maior intensidade, no campo ^onómt PaíJ, tirando aos homens a visão nítida e objetiva dos problemas e a
helenicos, '-u.iiqrra-nos, cumpre-nos, aa todos toaos quontos, qtiantos, sucessivamente, va-
'í"® simboliza nossas convicções e princípios, zelar por ela.
mo ideal é o
tornar cada vez mais brilhante, mais pura,
constante seqüência de depositário.^, animado.'; do mes-
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SenJiOT Presidente Décio Navais,
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tat, se nece.ssãrio fâr, para que os superiores intcrêsses da economia sejam esmagados nos entrcchoques das lutas políticas. ãos temas As relações entre o F.stado e as classes produtoras „ Jicmens mais palpitantes do mundo de hoje. Da harmonia entre os gov ^^ da produção — é convicção geral dependem em grande pari , f a
de determinação e de fé.
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Comercial de São Paulo, que que de vós recebo
imutáveis de conduta; e, embora e.xistam princípios gerais 9"^
J oosíom
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iiiterêsse.rZ°úJ^'^se!^am "pj^etír defcisor dcs -io-.y77 projetar sua açao em todos 'os setores da vtda na cional.
ser respeitados no mundo inteiro, compete, a cada nação equact
c- Paulo, concorre nn'^ cotn do SãoBrasil. Paulo Sao para aPoulo, grandeza
fueado seus esforços na solução dos nossos mais importantes prohemas COS e sociais e o País inteiro, sem dúvida, vem-se ressentindo dos penosos ef
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No Brasil, infelizmente, govêrno e classes produtoras nem semp
trabalha, luta e progride. Com
^ A poucos^ passos C<wa está o Pátio do Colégio, onde o je.míta lançou o naqtwla manha de 25 de janetro de 1554, exprime no teu dinamismo e nas suas
núcleo prtmeu-o da cid^e. O nome que, em hcémÂagem ao apóstolo, recebeu
Propugnemos um melhor entendimento entre os homens de govêmo e os ho mens de emprêsa.
realizações o ciclópico destino desta terra.
Apelemos para o Executivo e o Legislativo. Que êles nos oiçam.
Çuanta dedicação, quanto sacrifício, quanta renúncia, aos que dirigiram MSsa Associação, para conseguir, sem quebra de tradições e princípios, manter seu
Se, até há pouco tempo, careciam as classes produtoras de elementos^ para oferecer contribuições téaxicas à altura da importânciq dos problemas nacumais,
ritmo de crescimento paralelo ao da terra que lhe serve de berço í Destes homens que admiro e respeito, procuraremos, meus companheiros e eu, seguir o exemplo. Exemplo que nos lega Décio Ferraz Novais, de equilíbrio
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de criadora, não sc transforme em meio de destruição e decadência. Para que
mantiveram-se acima do partidarismo político, apareIJiaram-se, aprimoraram o seu
ela não sarrifique inutilmente os homens em troca da ^iniíM^ro de uma compensa-
sistema de trabalho e encontram-se, afinal, aptas a dar aos rcs^jonsávcis pelos des tinos nacionais a colaboração honesta e eficiente, duradoura e valiosa, que âles
^ ^Essas ns razões por que tanto insisto »fl rjcccssíí/íírfe de um entendimento efe
não podem dispensar. *
*
°
iendemrf ^nind'
que
intervenção estatal nos negócios privados, con-
pTodução, tanto proclamamos e com tanto ardor de-
os TrhlcíphJ^' coletivos, ao mesmo tem^ conlraditoriamenie os desprestigiamos, solicitando Xté Zde cL Jl "W" ecoJómiJ e sokd do Pois.
a intervenrãn dn rrS i
sos extremos pode e de7e^n^^F ? P/imazia da iniciativa privada P Em que cado Estado ? São perPunías n,,^ 1 ; ^ 9"^ consiste a ação supletiva dências de quem as res^JT definições, de acordo com as ten-
sos pontos de vista e
^ tempo de darmos uniformidade aos nos-
mola re,;!uTdZ oZllr:Z'''l ^"1°" Terei a honra r/L
^
"P"'
"P""^
dizem de perto ao interôsse do povo brasileiro.
de todos os setores da prollclle paulista em seu coniurUo e enc^l
rá à Diretoria hoje émpossada^mt^u
.com o apoio de homens anseios e as dificiddades da economia ''egiões do Estado, o que possibilita-
so de São Paulo e do Brasil
rnalhor conduzam ao progres-
e definir nosso pensamento sôhre
uniformizar
cia do Poder Público na ôrdZ eToXZa. Não sou dos que se intimidam da naãr^
sou dos que pensam que fora do terren^inr'!-
fá-lo mole todo o mil qJe faz flZZV
tivo, permanente c em bases objetivas, entre os homens da com os governantes. I'oc/()í> os esforços, nós os dedicaremos à obra wgen triólica do aproximar ainda mais os representantes de todos os íc ores
*
Imperativa e urgente é a tarefa de traçar as linhas-mestras de uma sã políti ca econômica, fixando normas que possibilitem a consecução de um progresso superiormente planejado. Mister se faz que com a maior precisão se definam preceitos compatíveis com o regime em que pretendemos viver. A liberdade de empreendimento, a ação supletiva e complementar do Es-
•
^
. 7 . r.
,
»t-
Estado. Nao
13
Dícksto Econômico
Digesto Econômico
i í
dades econômicas e de todos os quadrantes do País, para quer dos líderes da produção brasileira, ao dirigir-se aos
. «Ku
possa repetir o que rocon/emcn/c acentuou um deles cm mcmorace não sou eu. Eu so»ios «(í.v". *
*
:Sí
Desnorteado, dchatc-se o Brasil no angustiante labirinto
cíats; é o pauperismo; é a enfermidade; é o analfabetismo; e o P ^ ^ butâria; é a dificuldade de comunicações; ó ^Tròciim dar-lhes soencontramos de outros povos. E, considerando-os isolados, p luções incompletas, inoperantes e agravadoras do mal. ^^rência de produTodos âstes são sintomas de uma enfermidade ^orfos os hraçõo, âmago da nossos males, para a qual deve voltor-sc ao í sileiros.
não nos faltariam
Com um alto Índico de produção em bases econo > meios para elevar o nível intelectual e físico de nosso povo,
proporcioL^fõcs pnra ir nar-lhe melhores condições de vido. As estradas rasgariam compebuscar a produção onde ela se encontrasse. O opcrfm. im j^ tente, mais saudável, desinteressar-se-ia das ideologias extr frimento e da miséria, e avultaria o Brasil no seu distante, romper Essa visão edênica de um Brasil melhor nuhernios encontrar os
03 fronteiras do sonho e converter-se em realidade, se s meios de aumentar e aperfeiçoar nossa produção.^ Como fazê-lo, porém, se sentimos que o fenômeno ^ motivo e é resultado? Como encontrar wna brecha P^'^ luta pelo aumento da produção, se o circuito de causa e 7 impenetrável ?
A produção é escassa porque resulta de uma
^ conseqüência, é possa iniciar a ^ compacto, quase de um homem en-
y
impostos, pesa-
fermiço e inculto, de um meio onde o crédito e dtficil e
Horol ZTITzoZTJT^" coasplexotãoe ativas misterioso;defesa tão j seus ^ferlsp. inipd' P^^^^^P^ntioos; closses trabalhistas de interêsses imediatos, que só um aspoder superior e estranho a cadanahomem isolado, mas resultante & vontade coletiva, pode e deve disciplinar os iniéresses
dos e em contínua elevação. , , 'j ãn trabalhador e instruí-lo, se Mas, como fertilizar o solo, ctiidar da saúde do
^^ jnnfhto e encaminha-los para as trühas da civilização, do progresso e do bem-
as condições econômicas não o permitem? enriqueciComo conseguir crédito extenso e barato, se somen perecê-lo? dos com o acumulo de reservas, através das gerações, po impedir a asfixia Como sustar a marcha ascensional dos ' recwíueí para executar uma
O planejamento da economia cabe ao Estado. Só êle, liberto das ItmUações do tempo, pode lançar ma presença para além. dos interêsses momentâneos, pro
da produção, se o Estado neccsstío de uma receita ap nolítica de amparo e estímulo à economia nocíofiuí r
análvie ãi.
jetando-se no futuro, de modo a assegurar às gerações vindouras as condições de
^ Essa intJdependência de nossos problemas torna complexa stm anãlm. d-
Vida que desejaríamos para nos mesmos.
fícil sua solução.
Mas de que cuidados e precauções não deve o Estado cercar sua ação, pa
ra que ela não conduza a resultados opostos aos visados I Para que ela, em lugar
Por onde começar ?
., ,
Não nos detenhamos na indecisão. O essencial é
Ç •
" 1". i iiiiwjBPWiii j-f* ■ .' 12
de criadora, não sc transforme em meio de destruição e decadência. Para que
mantiveram-se acima do partidarismo político, apareIJiaram-se, aprimoraram o seu
ela não sarrifique inutilmente os homens em troca da ^iniíM^ro de uma compensa-
sistema de trabalho e encontram-se, afinal, aptas a dar aos rcs^jonsávcis pelos des tinos nacionais a colaboração honesta e eficiente, duradoura e valiosa, que âles
^ ^Essas ns razões por que tanto insisto »fl rjcccssíí/íírfe de um entendimento efe
não podem dispensar. *
*
°
iendemrf ^nind'
que
intervenção estatal nos negócios privados, con-
pTodução, tanto proclamamos e com tanto ardor de-
os TrhlcíphJ^' coletivos, ao mesmo tem^ conlraditoriamenie os desprestigiamos, solicitando Xté Zde cL Jl "W" ecoJómiJ e sokd do Pois.
a intervenrãn dn rrS i
sos extremos pode e de7e^n^^F ? P/imazia da iniciativa privada P Em que cado Estado ? São perPunías n,,^ 1 ; ^ 9"^ consiste a ação supletiva dências de quem as res^JT definições, de acordo com as ten-
sos pontos de vista e
^ tempo de darmos uniformidade aos nos-
mola re,;!uTdZ oZllr:Z'''l ^"1°" Terei a honra r/L
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"P"'
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dizem de perto ao interôsse do povo brasileiro.
de todos os setores da prollclle paulista em seu coniurUo e enc^l
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.com o apoio de homens anseios e as dificiddades da economia ''egiões do Estado, o que possibilita-
so de São Paulo e do Brasil
rnalhor conduzam ao progres-
e definir nosso pensamento sôhre
uniformizar
cia do Poder Público na ôrdZ eToXZa. Não sou dos que se intimidam da naãr^
sou dos que pensam que fora do terren^inr'!-
fá-lo mole todo o mil qJe faz flZZV
tivo, permanente c em bases objetivas, entre os homens da com os governantes. I'oc/()í> os esforços, nós os dedicaremos à obra wgen triólica do aproximar ainda mais os representantes de todos os íc ores
*
Imperativa e urgente é a tarefa de traçar as linhas-mestras de uma sã políti ca econômica, fixando normas que possibilitem a consecução de um progresso superiormente planejado. Mister se faz que com a maior precisão se definam preceitos compatíveis com o regime em que pretendemos viver. A liberdade de empreendimento, a ação supletiva e complementar do Es-
•
^
. 7 . r.
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Estado. Nao
13
Dícksto Econômico
Digesto Econômico
i í
dades econômicas e de todos os quadrantes do País, para quer dos líderes da produção brasileira, ao dirigir-se aos
. «Ku
possa repetir o que rocon/emcn/c acentuou um deles cm mcmorace não sou eu. Eu so»ios «(í.v". *
*
:Sí
Desnorteado, dchatc-se o Brasil no angustiante labirinto
cíats; é o pauperismo; é a enfermidade; é o analfabetismo; e o P ^ ^ butâria; é a dificuldade de comunicações; ó ^Tròciim dar-lhes soencontramos de outros povos. E, considerando-os isolados, p luções incompletas, inoperantes e agravadoras do mal. ^^rência de produTodos âstes são sintomas de uma enfermidade ^orfos os hraçõo, âmago da nossos males, para a qual deve voltor-sc ao í sileiros.
não nos faltariam
Com um alto Índico de produção em bases econo > meios para elevar o nível intelectual e físico de nosso povo,
proporcioL^fõcs pnra ir nar-lhe melhores condições de vido. As estradas rasgariam compebuscar a produção onde ela se encontrasse. O opcrfm. im j^ tente, mais saudável, desinteressar-se-ia das ideologias extr frimento e da miséria, e avultaria o Brasil no seu distante, romper Essa visão edênica de um Brasil melhor nuhernios encontrar os
03 fronteiras do sonho e converter-se em realidade, se s meios de aumentar e aperfeiçoar nossa produção.^ Como fazê-lo, porém, se sentimos que o fenômeno ^ motivo e é resultado? Como encontrar wna brecha P^'^ luta pelo aumento da produção, se o circuito de causa e 7 impenetrável ?
A produção é escassa porque resulta de uma
^ conseqüência, é possa iniciar a ^ compacto, quase de um homem en-
y
impostos, pesa-
fermiço e inculto, de um meio onde o crédito e dtficil e
Horol ZTITzoZTJT^" coasplexotãoe ativas misterioso;defesa tão j seus ^ferlsp. inipd' P^^^^^P^ntioos; closses trabalhistas de interêsses imediatos, que só um aspoder superior e estranho a cadanahomem isolado, mas resultante & vontade coletiva, pode e deve disciplinar os iniéresses
dos e em contínua elevação. , , 'j ãn trabalhador e instruí-lo, se Mas, como fertilizar o solo, ctiidar da saúde do
^^ jnnfhto e encaminha-los para as trühas da civilização, do progresso e do bem-
as condições econômicas não o permitem? enriqueciComo conseguir crédito extenso e barato, se somen perecê-lo? dos com o acumulo de reservas, através das gerações, po impedir a asfixia Como sustar a marcha ascensional dos ' recwíueí para executar uma
O planejamento da economia cabe ao Estado. Só êle, liberto das ItmUações do tempo, pode lançar ma presença para além. dos interêsses momentâneos, pro
da produção, se o Estado neccsstío de uma receita ap nolítica de amparo e estímulo à economia nocíofiuí r
análvie ãi.
jetando-se no futuro, de modo a assegurar às gerações vindouras as condições de
^ Essa intJdependência de nossos problemas torna complexa stm anãlm. d-
Vida que desejaríamos para nos mesmos.
fícil sua solução.
Mas de que cuidados e precauções não deve o Estado cercar sua ação, pa
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Por onde começar ?
., ,
Não nos detenhamos na indecisão. O essencial é
Ç •
14
Dioksto Econômico
15
Dick^to Econômico
Ewo política da capitalização do País exige, contudo, o complemento de pro Entendo que o primeiro passo é a conquista de capitais. Dos três fatôres da produção, um, o Brasil possui em abundância: a natureza; outro, lhe é apenas escasso: o trabalho; rrms do último sofre de extrema carência: o capital.
Comece^nos por de. Formandco e alraindo-o de fora.
aiu>
^
reservas nas emprôsas, pois das nada mais são
mulem •íptI ntt^ ^
Dcixcmws que os lucros se acti-
receita'
Publico os desbaste e desestiniule na sua avidez de
ra
nosso povo o hábito de utilizar-se de Bancos ;«i-
lrsTd'aeií ZfffT"'"-'' lica, são i madeslas po,^Z"Z "^ivdf.r' tos de crédito, constitLm o-, nacional.
1
'
insi^üfic^mics fôrça hidráu-
cslabdectmen-
grandes capitais, decisivos na construção da riqueza
èa^<^ritiàorTdFdetodta°S^^ adequada, veitamento econômico e social do dinhebo 'IT Aa obtençãobancária do máximo apropletorãde capital^^m"ht nossas fronteiras, no País dimínandn 'h(Aplicação. Facilitemos as inversões estrangeiros afuge^tmiZZZ': ristraçao de tendências excessivamente í^' ,1 socialhantri n„p nacionalistos ou
o sentZó de
América Imí^
para
cSo~
<issustadiços, tão timoratos em suas inversões na ^
^
falta. ^ ^ ^ranfes não nos interessam. Capitais de aventura não nos fazem
set ^m-dncSZT seaiiZf
" aplicações duradouras e construtivas, êsses devem
</e remuneração do dinheiro, hoje, em nossa terra, são índice
*npi ■ carência nãofatôres: podemosocuidar meiro incentivar um de eseus capitalde aumentar a tprodução, ^ > sem epri
Assim como no comboio marítimo a velocidade do conjunto é dada pela da
niüade menos veloz, na produção, seu volume est'á condicionado ao fator mais escasso,
'
E que temos feito para corrigir o mal? Quase nada I
_ Nenhum estímulo à vinda de capitais estrangeiros nem tampouco à forma-
Çao de capitais nacionais. Nota-se mesmo alarmante tendência regressiva nos aumentos de capital As sociedades anônimas do Rio de Janeiro e de São Paula, por exemplo, que, em 1948, tiveram em conjunto um aumento de capital de quaro mi e meio de contos, em 1949, só acusaram uma elevação de três milhões.
ni -"i de registrar-se, em 1944, um totalcm de 1949, um. milhão e quinhentos milFederal, contos depois nos aumentos de capital, verificou-se, uma queda para um milhão, cento e cinqüenta mil, não obstante o alto índice de deprecxaçac da moeda.
vidências paralelos que permitam dela tirar o jum-tmo de proveito. Capital simnfica equipamento industrial c agrícola, e as poucas divisas de que dispomos devem ser poupadas pura esse fim. Procuremos nao cercear as
importações- de bens de produção, pois somente com o reequipamento de'nossas emprôsas teremos meios para produzir em condições de igualdade com outros po vos e enfrentar vantajosamente a concorrência internacional. Por bem compreender o benefício que poderia advir para o ais, to de licença prévia, nunca uoz autorizada se levantou do seio
ciai,, contra a ncccsMaJc .lâ,sa conuOlc. PO'r''FT rcZZct"Z
prejuízos por êlc ocasionados as nossas aliouhides mdwidm^ deturpaL orientJção. para que a licença préca nao çóes nem se cristalize em regime permanente, cia que t-, r^'^J" acobertar neIxceção; aue não venha a transformar-sc em gociatas de aventureiros ou de aproveitadores de - varl que o sacrifício tUlade de pnxjiôsUo de nossos governos e je divisas, não reclamado do povo, e especialmente do comercio pela escassez ae
4
resulte em pura perda.
O Brasil precisa preparar-se
austera. Nossa economia encontra-se em estado de emerg frentar com âninw forte as renúncias que nos forem impostas i i ,
^
aZnhã, nós mesmos, nossos filhas c nossos netos, possamos vwer uma tida "^"'o"73c>ín do País está a e.xigi-lo de cach um se. Nem aquêles que mais duramente sofrem áa obra de reos trabalhadores em geral - pois serão os grandes beneficiários construção de nossa economia. j ■ , „ hulLmensável, irá prejudicar o O pouco que se der agora, alem do e país. muito que se dará depois, se fortalecida a estrutura prospeHDesinteressado do aplauso das massas, n j^ras do País deverão
dade, não me arreceio de afirmar que as classes trabatiuidoras ao vartícivar dos sacrifícios que a todos tocam. Um dos motivos pelos quais a produção
,
. riymvefir. resultante, em
van-
tajosamente, nos mercados internacionais, e o seu eleva ^ 11^ Ilação social e irMhista um tanto prematu ra e sob alguns ásj^ectos prejudicial ao própria
alcançadas
Longe de mim a idéia de insurgir-me contra as n c as garantias asseguradas aos cooperadores
pretendef, para o trabalhadoi-, um retrocesso às peno a
ieriores ao advento das leis do trabalho. Afimw
^n,.os uma pausa, de uão
"47,3
entorpecer sua marcha ascendente e cu]os benefícios
Lonee de mim de vida an-
temvo de ia-
encargos capazes de roletividade
proZção com os males que poderiam acarretar para tôda a f O empregador nacional paga, hoje, dezesseis mes s
des-
,
indpniM
serviço, sem contar os ônus iAetos representados pela estabúiãade, indeniza-
14
Dioksto Econômico
15
Dick^to Econômico
Ewo política da capitalização do País exige, contudo, o complemento de pro Entendo que o primeiro passo é a conquista de capitais. Dos três fatôres da produção, um, o Brasil possui em abundância: a natureza; outro, lhe é apenas escasso: o trabalho; rrms do último sofre de extrema carência: o capital.
Comece^nos por de. Formandco e alraindo-o de fora.
aiu>
^
reservas nas emprôsas, pois das nada mais são
mulem •íptI ntt^ ^
Dcixcmws que os lucros se acti-
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Publico os desbaste e desestiniule na sua avidez de
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nosso povo o hábito de utilizar-se de Bancos ;«i-
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1
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insi^üfic^mics fôrça hidráu-
cslabdectmen-
grandes capitais, decisivos na construção da riqueza
èa^<^ritiàorTdFdetodta°S^^ adequada, veitamento econômico e social do dinhebo 'IT Aa obtençãobancária do máximo apropletorãde capital^^m"ht nossas fronteiras, no País dimínandn 'h(Aplicação. Facilitemos as inversões estrangeiros afuge^tmiZZZ': ristraçao de tendências excessivamente í^' ,1 socialhantri n„p nacionalistos ou
o sentZó de
América Imí^
para
cSo~
<issustadiços, tão timoratos em suas inversões na ^
^
falta. ^ ^ ^ranfes não nos interessam. Capitais de aventura não nos fazem
set ^m-dncSZT seaiiZf
" aplicações duradouras e construtivas, êsses devem
</e remuneração do dinheiro, hoje, em nossa terra, são índice
*npi ■ carência nãofatôres: podemosocuidar meiro incentivar um de eseus capitalde aumentar a tprodução, ^ > sem epri
Assim como no comboio marítimo a velocidade do conjunto é dada pela da
niüade menos veloz, na produção, seu volume est'á condicionado ao fator mais escasso,
'
E que temos feito para corrigir o mal? Quase nada I
_ Nenhum estímulo à vinda de capitais estrangeiros nem tampouco à forma-
Çao de capitais nacionais. Nota-se mesmo alarmante tendência regressiva nos aumentos de capital As sociedades anônimas do Rio de Janeiro e de São Paula, por exemplo, que, em 1948, tiveram em conjunto um aumento de capital de quaro mi e meio de contos, em 1949, só acusaram uma elevação de três milhões.
ni -"i de registrar-se, em 1944, um totalcm de 1949, um. milhão e quinhentos milFederal, contos depois nos aumentos de capital, verificou-se, uma queda para um milhão, cento e cinqüenta mil, não obstante o alto índice de deprecxaçac da moeda.
vidências paralelos que permitam dela tirar o jum-tmo de proveito. Capital simnfica equipamento industrial c agrícola, e as poucas divisas de que dispomos devem ser poupadas pura esse fim. Procuremos nao cercear as
importações- de bens de produção, pois somente com o reequipamento de'nossas emprôsas teremos meios para produzir em condições de igualdade com outros po vos e enfrentar vantajosamente a concorrência internacional. Por bem compreender o benefício que poderia advir para o ais, to de licença prévia, nunca uoz autorizada se levantou do seio
ciai,, contra a ncccsMaJc .lâ,sa conuOlc. PO'r''FT rcZZct"Z
prejuízos por êlc ocasionados as nossas aliouhides mdwidm^ deturpaL orientJção. para que a licença préca nao çóes nem se cristalize em regime permanente, cia que t-, r^'^J" acobertar neIxceção; aue não venha a transformar-sc em gociatas de aventureiros ou de aproveitadores de - varl que o sacrifício tUlade de pnxjiôsUo de nossos governos e je divisas, não reclamado do povo, e especialmente do comercio pela escassez ae
4
resulte em pura perda.
O Brasil precisa preparar-se
austera. Nossa economia encontra-se em estado de emerg frentar com âninw forte as renúncias que nos forem impostas i i ,
^
aZnhã, nós mesmos, nossos filhas c nossos netos, possamos vwer uma tida "^"'o"73c>ín do País está a e.xigi-lo de cach um se. Nem aquêles que mais duramente sofrem áa obra de reos trabalhadores em geral - pois serão os grandes beneficiários construção de nossa economia. j ■ , „ hulLmensável, irá prejudicar o O pouco que se der agora, alem do e país. muito que se dará depois, se fortalecida a estrutura prospeHDesinteressado do aplauso das massas, n j^ras do País deverão
dade, não me arreceio de afirmar que as classes trabatiuidoras ao vartícivar dos sacrifícios que a todos tocam. Um dos motivos pelos quais a produção
,
. riymvefir. resultante, em
van-
tajosamente, nos mercados internacionais, e o seu eleva ^ 11^ Ilação social e irMhista um tanto prematu ra e sob alguns ásj^ectos prejudicial ao própria
alcançadas
Longe de mim a idéia de insurgir-me contra as n c as garantias asseguradas aos cooperadores
pretendef, para o trabalhadoi-, um retrocesso às peno a
ieriores ao advento das leis do trabalho. Afimw
^n,.os uma pausa, de uão
"47,3
entorpecer sua marcha ascendente e cu]os benefícios
Lonee de mim de vida an-
temvo de ia-
encargos capazes de roletividade
proZção com os males que poderiam acarretar para tôda a f O empregador nacional paga, hoje, dezesseis mes s
des-
,
indpniM
serviço, sem contar os ônus iAetos representados pela estabúiãade, indeniza-
II.jfljfi vi|4i
--
16
TH-« • A
Digiísto Econômico
ção. segurou contra acidentes, segurança e higiene do trabalho e outros. Somente
as IcK de férias, da repouso semanal remuperado e de previdônda e assistência social, representam, em cada ano, quatro meses de salário.
Participação no lucro da emp
Por sua vez, as estatísticas demonstram de modo irretorquível que a ctiroa
Roberto Pinto de Souza
de crescimento da remuneração já ultrapassou a do custo de vida. o que vale que o sahmo real do trabalhador brasileiro foi não apenas conservado
(Autor de "Ensaio sôbre a filosofia de Kant")
através da con/untura de mflação, como até mesmo aumentado.
salário real tenha o trabalhador melhorado o
^ do
"W/5 alto teor educativo e assistendal, as ciasfl uma atitude negativUsta. Os servAços sociais e
"ÍI?
ior^ílí^^^nr}
^
comércio, criados por sua iniciativa e
re«/tSí/foe5 que fã têm provado, eloqüentemente, o valor *
atenção e nosso estudo ^^^6^m/>
!}í
^"1/05 problemas estão a reclamar nossa
para irás os neny-ndnr^ l^torxa caminha agora com um passo acelerado deixando
a direção dos ecordeciJotos
A Cor-ísTiTuiçÃo de 1946 estabeleceu o princípio da participação dos tra balhadores no lucro da emprêsa, e a fim de regular c.s.so dispositivo constitucional foram aprescntado.s, a Gamara Federal, vários projetos. Como era de se espe rar, esses projetos provocaram largas dis
século vem ragendo as atividades econô micas, foi denominado de livre empreen dimento ou de li\Te iniciativa privada e
definido como a organização econômica
baseada na propriedade privada e na li berdade de iniciativa particular, que
produz para o mercado, num regime de
cussões em todos os campos interessa
livre concorrência, com a finalidade de
dos, tomando-se assunto palpitante. Co mo estudioso dos problemas econômicos pátrios, não nos furtamos à oportunidade de ventilar tão momentosa questão. Va mos faze-lo, tratando em primeiro lugar,
obter lucros.
Princípios /tinc/amcnífl/s. O pensa mento econômico do sistema de li\Te empreendimento baseia-se em quatro
princípios fundamentais. Os tres primei
ros são o alicerce sôbre o qual se assenta do aspecto teórico e depois da participa ção nos lucros, em face da conjuntura •todo o edifício da teoria, enquanto o
último é o ponto de partida da política.
econômica brasileira.
Êstes princípios são :
rrecuiarrws acelerar nosso passo ainda mais do que a História para não ser
Asjyeto teórico
1) o individualismo ;
2) a identificação dos interêsses na Sistema econômico da livre iniciativa
privada. A vida econômica desenvol Üi
Nossa geraçao vive uma época singular da história da humanidade: espectadota e atara em duas guerras sangrentas como outras nunca o foram; contempo-
rânea do advento do comunismo e do fascismo; artífice de um aprimoramento
técnico nunca sonhado e de uma aproximação da verdade cientifica que quase al cança as ultimas perguntas que os homens se fazem através dos séculos - nossa geraçao, maríirizada e heróica, tem algo mais a fazer: Preparar o futuro para que a herança dos homens de amanhã não seja apenas sangue e caos. Leguemos
ãos que virão um mundo melhor. Um mundo de segurança e de fartura, funda mentos da paz e da fraternidade.
ve-se dentro de um sistema de relações
jurídico-sociais, que dá às atividades econômicas uma determinada estrutura,
3) o mecanismo automático da com petição ;
.4) a liberdade econômica.
denominada sistema econômico. Èste é
O primeiro, tomando como fonte as
comumente definido como o conjunto das relações e instituições jurídicas e
idéias liberais indmdualistas que de um
sociais, que caracterizam a vida econô mica de uma determinada sociedade, lo
calizada no tempo e no espaço. A vitória dos princípios liberais, no final do século XVIII, levou à constitui
ção de um
tyíüwii...
troca ;
novo sistema
econômico,
lado, através do cristianismo, atribuem
grande valor à pessoa humana e de ou tro, através da influencia da física newtoniana nos estudos sociais,
tratam o
homem como sendo uma unidade, passa a considerar o indivíduo como o agente
responsável por tôda atividade econômi
pois aboliu as instituições que regiam a
ca e sôbre a sua iniciatÍA'a assenta o
economia artesanal, alterando "ipso fac-
processo de produção, de circulação e
to" todo o antigo conjunto de relações.
de repartição de riquezas. Esta fun
Êsse novo sistema, que há mais de um
ção decorre da suposição de que o ho
II.jfljfi vi|4i
--
16
TH-« • A
Digiísto Econômico
ção. segurou contra acidentes, segurança e higiene do trabalho e outros. Somente
as IcK de férias, da repouso semanal remuperado e de previdônda e assistência social, representam, em cada ano, quatro meses de salário.
Participação no lucro da emp
Por sua vez, as estatísticas demonstram de modo irretorquível que a ctiroa
Roberto Pinto de Souza
de crescimento da remuneração já ultrapassou a do custo de vida. o que vale que o sahmo real do trabalhador brasileiro foi não apenas conservado
(Autor de "Ensaio sôbre a filosofia de Kant")
através da con/untura de mflação, como até mesmo aumentado.
salário real tenha o trabalhador melhorado o
^ do
"W/5 alto teor educativo e assistendal, as ciasfl uma atitude negativUsta. Os servAços sociais e
"ÍI?
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^
comércio, criados por sua iniciativa e
re«/tSí/foe5 que fã têm provado, eloqüentemente, o valor *
atenção e nosso estudo ^^^6^m/>
!}í
^"1/05 problemas estão a reclamar nossa
para irás os neny-ndnr^ l^torxa caminha agora com um passo acelerado deixando
a direção dos ecordeciJotos
A Cor-ísTiTuiçÃo de 1946 estabeleceu o princípio da participação dos tra balhadores no lucro da emprêsa, e a fim de regular c.s.so dispositivo constitucional foram aprescntado.s, a Gamara Federal, vários projetos. Como era de se espe rar, esses projetos provocaram largas dis
século vem ragendo as atividades econô micas, foi denominado de livre empreen dimento ou de li\Te iniciativa privada e
definido como a organização econômica
baseada na propriedade privada e na li berdade de iniciativa particular, que
produz para o mercado, num regime de
cussões em todos os campos interessa
livre concorrência, com a finalidade de
dos, tomando-se assunto palpitante. Co mo estudioso dos problemas econômicos pátrios, não nos furtamos à oportunidade de ventilar tão momentosa questão. Va mos faze-lo, tratando em primeiro lugar,
obter lucros.
Princípios /tinc/amcnífl/s. O pensa mento econômico do sistema de li\Te empreendimento baseia-se em quatro
princípios fundamentais. Os tres primei
ros são o alicerce sôbre o qual se assenta do aspecto teórico e depois da participa ção nos lucros, em face da conjuntura •todo o edifício da teoria, enquanto o
último é o ponto de partida da política.
econômica brasileira.
Êstes princípios são :
rrecuiarrws acelerar nosso passo ainda mais do que a História para não ser
Asjyeto teórico
1) o individualismo ;
2) a identificação dos interêsses na Sistema econômico da livre iniciativa
privada. A vida econômica desenvol Üi
Nossa geraçao vive uma época singular da história da humanidade: espectadota e atara em duas guerras sangrentas como outras nunca o foram; contempo-
rânea do advento do comunismo e do fascismo; artífice de um aprimoramento
técnico nunca sonhado e de uma aproximação da verdade cientifica que quase al cança as ultimas perguntas que os homens se fazem através dos séculos - nossa geraçao, maríirizada e heróica, tem algo mais a fazer: Preparar o futuro para que a herança dos homens de amanhã não seja apenas sangue e caos. Leguemos
ãos que virão um mundo melhor. Um mundo de segurança e de fartura, funda mentos da paz e da fraternidade.
ve-se dentro de um sistema de relações
jurídico-sociais, que dá às atividades econômicas uma determinada estrutura,
3) o mecanismo automático da com petição ;
.4) a liberdade econômica.
denominada sistema econômico. Èste é
O primeiro, tomando como fonte as
comumente definido como o conjunto das relações e instituições jurídicas e
idéias liberais indmdualistas que de um
sociais, que caracterizam a vida econô mica de uma determinada sociedade, lo
calizada no tempo e no espaço. A vitória dos princípios liberais, no final do século XVIII, levou à constitui
ção de um
tyíüwii...
troca ;
novo sistema
econômico,
lado, através do cristianismo, atribuem
grande valor à pessoa humana e de ou tro, através da influencia da física newtoniana nos estudos sociais,
tratam o
homem como sendo uma unidade, passa a considerar o indivíduo como o agente
responsável por tôda atividade econômi
pois aboliu as instituições que regiam a
ca e sôbre a sua iniciatÍA'a assenta o
economia artesanal, alterando "ipso fac-
processo de produção, de circulação e
to" todo o antigo conjunto de relações.
de repartição de riquezas. Esta fun
Êsse novo sistema, que há mais de um
ção decorre da suposição de que o ho
Dir:K.STo
18
Econômico
mem, como ser racional, é o mais apto
não .só que a troca U'\'a a uma identifi
a escolher a profissão para a qual se
cação natural dos intcrêssos. como pro
acha mais habilitado, a
procurar o
melhor emprego para o seu capital, a
T
Dic Digesto Económic:()
19
micas, para se realizarem plenamente, requerem a maior mobilidade i>ossível
ve a .sati.sfação do maior numero jxissí-
dos fatores de produção. Daí a necessi dade imperiosa da existência do livre
vel de necessidades humanas. Esta har
produção (trabalhadores, capitalistas e proprietários) vendem os ser\'iços dôsses
elementos aos empreendedores e gastam o dinlieiro na compra dos bens e serWços produzidos pelos empreendedores.
utilizar da melhor forma os recursos na-
monia natural dos inlcrêsses provenien
empreendimento e da liberdade contra
turai': e
tes do cscambo é involuntária c objetiva,
tual, condiç-õcs "sine qua non" de toda
quantidade de mercadorias de que ne
o resulta apenas do entrelaçamento na
a vida econômica, assumindo o Estado
za o funcionamento desse sistema, \a-
cessita. Portanto, é quem melhor pode
tural das atividades indi\'idnais, prove
a posição neutra de dirimente de tx)n-
utilizar os elementos de produção a fim
nientes da divisão do tral>aIho.
flitos e garantidor da liberdade.
mos fazer duas simplificações; 1) que todas as e.xplorações econômicas se acham integradas, c 2) que o Estado
a conhecer a qualidade e a
de obter o maior rendimento possível.
O terceiro apresenta um duplo aspeto.
Além disso, o indivíduo possui uma for
Primeiro : a competição c a mola que
ça poderosíssima a mover a sua inicia
leva os indivíduos a utilizarem toda a
tiva : o interesse pessoal. Êste empresta à vida econômica não só uma energia
sua força física e intelectual para \'encer, forçando-os a desenvolverem e a
incomparável, como fornece elementos
aprimorarem, não só as qualidades indi
excelentes de organização. Daí as ativi
viduais, como os scr\'iço.s e os produtos
dades econômicas, dirigidas pela inicia tiva particular e impulsionadas pelo in teresse pessoal, atingirem o maior grau possível de produtividade e organização. Entretanto, para a atuação da iniciativa
que levam ao grande mercado, que é a vida econômica. Segundo : confere à economia
um
mecanismo
natural
de
equilíbrio, através do jogo da oferta e da procura, pois c esta que estabelece,
particular o do interesse
do um lado, eficiência na
pessoal c necessária a exis
organização e poupança nos recursos, e de outro,
tência da propriedade pri vada. Sem esta, aquelas duas perdem o seu vigor,
pois só atuam com efi ciência, quando os agen tes econômicos são movi
adata a produção ao con sumo G regula os preços.
Êstes princípios, no en tanto, só funcionam ple namente quando existe a
dos pela obtenção do maiov ganho monetário possível. A propriedade
terreno
apresenta-se assim, como
bra a atuação natural dos
corolário do princípio in
mesmos : cerceada a ini
dividualista, fornecendo a êste a sua base jurídica.
nmis ampla liberdade no
uma teoria econômica individualista e
não inter\'éin na vida econômica. Fica
liberalista, quo se expressa através de
mos assim apenas com duas espécies de
Uma norma de ação, a re.spon.sabilidade
mercados, o dos elementos da produ ção e o dos bens c .serviços para consu
individual;
de uma força,
o interesse
pessoal; de um quadro jurídico, a pro priedade privada o a liberdade conti^atual; de um processo natural de identi ficação dos interesses individuais, a tro ca; de um mecanismo
automático de
equilíbrio, a livre concorrência;
e de
Uma política, a não intervenção do Es tado no campo econômico.
Esta teoria foi formulada, pela pri meira vez com rigor, cm 1776 por A. Smith c desde
então tem orientado o
pensamento e a vida econômica do Oci dente.
mo. E' necessário porém acrescentar
mos mais um ponto: a única fonte de renda dos consumidores é a venda do ser\'iço dos seus elementos de produção. Desta maneira verifica-se uma circula
ção perfeita do poder de compra do con sumidor para o empreendedor e deste para o dono dos elementos da produção. E' o que se denomina "a roda da ri queza". Numa economia estaciomíria, êste morímento é constante não sô no volu
me como na composição, apresentandose sob quatro aspetos : para o consumi
preendimento. (1). Adotados os princí
dor representa o custo de vida e lucro da empresa, para o empreendedor é o
Mecanismo cln sistema de liore em
pios liberais, o centro da vida econômi
custo da produção e a renda do consu
ca deslocou-se do senhor feudal e dás
midor.
Tratando-se de uma economia dinâ mica êste quadro apresenta poucas mo
ciativa e o interês.se individuais, as ati
corporações para o homem livre, e o as peto que êste assumiu no campo das realizaçõe.s práticas foi o do empreende
vidades econômicas perdem a força que
dor. Daí a denominação de sistema do
as impulsiona; a troca não podendo ser
livre empreendimento ou liberdade de iniciativa, cujas características são as seguintes: os donos dos elementos da
rece um novo elemento,
econômico,
pois
qualquer intervenção que
O segundo, conjugando a análise da natureza humana feita pelo utilitarismo
feita livremente, desaparece a possibili
— o máximo de satisfação com o mínimo
dade da realização natural dos- interês-
de esforço — e a análise da relação de troca em economia — as partes, ao tro
ses; a competição não atuando, o meca nismo automático do ajustamento eco
carem, estabelecem uma equivalência
nômico deixa de existir.
entre as utilidades
siderar, ainda, que as atividades econó-
trocadas — conclui
í
Êsscs princípios põem-nos em face de
A fim de examinarmos com mais clare
Temos a con
(1) Seguimos para a exposição désse me canismo o capítulo
de
Stigler em
"Theory of Price" sôbre o mesmo as sunto.
dificações. No lado""do consumidor apa a poupança,
que é cedida aos empreendedores me diante o pagamento de juros ou dividen dos. Para o empreendedor, de outro lado, representa novos investimentos,
que se traduzem em exploração de no vos produtos ou desenvolvimento da em presa já existente. Estas novas aplica-
Dir:K.STo
18
Econômico
mem, como ser racional, é o mais apto
não .só que a troca U'\'a a uma identifi
a escolher a profissão para a qual se
cação natural dos intcrêssos. como pro
acha mais habilitado, a
procurar o
melhor emprego para o seu capital, a
T
Dic Digesto Económic:()
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micas, para se realizarem plenamente, requerem a maior mobilidade i>ossível
ve a .sati.sfação do maior numero jxissí-
dos fatores de produção. Daí a necessi dade imperiosa da existência do livre
vel de necessidades humanas. Esta har
produção (trabalhadores, capitalistas e proprietários) vendem os ser\'iços dôsses
elementos aos empreendedores e gastam o dinlieiro na compra dos bens e serWços produzidos pelos empreendedores.
utilizar da melhor forma os recursos na-
monia natural dos inlcrêsses provenien
empreendimento e da liberdade contra
turai': e
tes do cscambo é involuntária c objetiva,
tual, condiç-õcs "sine qua non" de toda
quantidade de mercadorias de que ne
o resulta apenas do entrelaçamento na
a vida econômica, assumindo o Estado
za o funcionamento desse sistema, \a-
cessita. Portanto, é quem melhor pode
tural das atividades indi\'idnais, prove
a posição neutra de dirimente de tx)n-
utilizar os elementos de produção a fim
nientes da divisão do tral>aIho.
flitos e garantidor da liberdade.
mos fazer duas simplificações; 1) que todas as e.xplorações econômicas se acham integradas, c 2) que o Estado
a conhecer a qualidade e a
de obter o maior rendimento possível.
O terceiro apresenta um duplo aspeto.
Além disso, o indivíduo possui uma for
Primeiro : a competição c a mola que
ça poderosíssima a mover a sua inicia
leva os indivíduos a utilizarem toda a
tiva : o interesse pessoal. Êste empresta à vida econômica não só uma energia
sua força física e intelectual para \'encer, forçando-os a desenvolverem e a
incomparável, como fornece elementos
aprimorarem, não só as qualidades indi
excelentes de organização. Daí as ativi
viduais, como os scr\'iço.s e os produtos
dades econômicas, dirigidas pela inicia tiva particular e impulsionadas pelo in teresse pessoal, atingirem o maior grau possível de produtividade e organização. Entretanto, para a atuação da iniciativa
que levam ao grande mercado, que é a vida econômica. Segundo : confere à economia
um
mecanismo
natural
de
equilíbrio, através do jogo da oferta e da procura, pois c esta que estabelece,
particular o do interesse
do um lado, eficiência na
pessoal c necessária a exis
organização e poupança nos recursos, e de outro,
tência da propriedade pri vada. Sem esta, aquelas duas perdem o seu vigor,
pois só atuam com efi ciência, quando os agen tes econômicos são movi
adata a produção ao con sumo G regula os preços.
Êstes princípios, no en tanto, só funcionam ple namente quando existe a
dos pela obtenção do maiov ganho monetário possível. A propriedade
terreno
apresenta-se assim, como
bra a atuação natural dos
corolário do princípio in
mesmos : cerceada a ini
dividualista, fornecendo a êste a sua base jurídica.
nmis ampla liberdade no
uma teoria econômica individualista e
não inter\'éin na vida econômica. Fica
liberalista, quo se expressa através de
mos assim apenas com duas espécies de
Uma norma de ação, a re.spon.sabilidade
mercados, o dos elementos da produ ção e o dos bens c .serviços para consu
individual;
de uma força,
o interesse
pessoal; de um quadro jurídico, a pro priedade privada o a liberdade conti^atual; de um processo natural de identi ficação dos interesses individuais, a tro ca; de um mecanismo
automático de
equilíbrio, a livre concorrência;
e de
Uma política, a não intervenção do Es tado no campo econômico.
Esta teoria foi formulada, pela pri meira vez com rigor, cm 1776 por A. Smith c desde
então tem orientado o
pensamento e a vida econômica do Oci dente.
mo. E' necessário porém acrescentar
mos mais um ponto: a única fonte de renda dos consumidores é a venda do ser\'iço dos seus elementos de produção. Desta maneira verifica-se uma circula
ção perfeita do poder de compra do con sumidor para o empreendedor e deste para o dono dos elementos da produção. E' o que se denomina "a roda da ri queza". Numa economia estaciomíria, êste morímento é constante não sô no volu
me como na composição, apresentandose sob quatro aspetos : para o consumi
preendimento. (1). Adotados os princí
dor representa o custo de vida e lucro da empresa, para o empreendedor é o
Mecanismo cln sistema de liore em
pios liberais, o centro da vida econômi
custo da produção e a renda do consu
ca deslocou-se do senhor feudal e dás
midor.
Tratando-se de uma economia dinâ mica êste quadro apresenta poucas mo
ciativa e o interês.se individuais, as ati
corporações para o homem livre, e o as peto que êste assumiu no campo das realizaçõe.s práticas foi o do empreende
vidades econômicas perdem a força que
dor. Daí a denominação de sistema do
as impulsiona; a troca não podendo ser
livre empreendimento ou liberdade de iniciativa, cujas características são as seguintes: os donos dos elementos da
rece um novo elemento,
econômico,
pois
qualquer intervenção que
O segundo, conjugando a análise da natureza humana feita pelo utilitarismo
feita livremente, desaparece a possibili
— o máximo de satisfação com o mínimo
dade da realização natural dos- interês-
de esforço — e a análise da relação de troca em economia — as partes, ao tro
ses; a competição não atuando, o meca nismo automático do ajustamento eco
carem, estabelecem uma equivalência
nômico deixa de existir.
entre as utilidades
siderar, ainda, que as atividades econó-
trocadas — conclui
í
Êsscs princípios põem-nos em face de
A fim de examinarmos com mais clare
Temos a con
(1) Seguimos para a exposição désse me canismo o capítulo
de
Stigler em
"Theory of Price" sôbre o mesmo as sunto.
dificações. No lado""do consumidor apa a poupança,
que é cedida aos empreendedores me diante o pagamento de juros ou dividen dos. Para o empreendedor, de outro lado, representa novos investimentos,
que se traduzem em exploração de no vos produtos ou desenvolvimento da em presa já existente. Estas novas aplica-
Dicesto Econômico
20
Econômico
21
ções de capital produzem, por sua vez,
outra.s indústrias
renda suficiente, não só para pagar os
por outra,
juros e dividendos como, dentro de um certo prazo, para repor o novo capital
procurados; b) entre os empreendedo res que produzem o mesmo artigo, os meios de produção se distribuem de acôrdo com o grau de eficiência de cada
ta ligeira cxposiç.ão teórica vemos que
mento
empreendedor; c) cada empreendedor é
o elemento c'.sscncial do sistema de ini
investido. Assím, a economia novamen
te adquire o seu equilíbrio. Feita esta ligeira exposição do siste ma do livre empreendimento, vejamos o processo por êle utilizado na solução do problema econômico, isto é, como deter mina : 1) as qualidades e quantidades dos bens e serviços que devem ser pro
menos lucrativas, ou
Dicesto
cujos produtos são menos
tais, que por sua vez trazem a possibi
tegral na estrutura
lidade de melhoria de técnica, como de
niente da utilização de novas formas de
exploração dc no\os produtos.
energia, da mecanização da produção e
econômica prove
dos meios de transporte, da utilização A função do emjueetidcdor. Por es
dos recursos do Novo Mundo e do au
fomiidúvel da produção e do
levado a substituir, a fim de obter maior
ciativa privada é o empreendedor, isto
consumo. E' que senhor de nova técni ca e da livre disposição de seu trabalho
lucro, os serviç-os dos elementos de pro
é, o agente qiic realiza a combinação
e propriedade, pode tirar partido de to
dução de menor custo pelos de maior custo. Daí podemos eonclnír que, se os
dos elementos econômicos
capital e terra) a fim de produzir e sa
pirações e capacidade de organização,
(trabalho,
das as possibilidades e, com as suas as
recursos estão sendo utilizados onde po
tisfazer as necessidades humanas, e co
criação e invenção, construir a nova es
duzidos; 2) a distribuição dos elementos
dem dar a maior remuneração, se estão
trutura econômica.
da produção entre a.s inúmeras indús
sendo empregados com eficiência nestes
mo tal, êle exerce duas grandes fun ções: 1) a de motor das atividades eco
empreendimentos, c se estão sendo usa dos na produção das mercadorias mais
nômicas e 2) a de criador e inovador da vida econômica.
procuradas pelos consumidores, o volu me da produção será o maior possível.
A empresa. O elemento de que se utilizou ^para. realizar tôdatTcfo essaíir» transjm ...i.mesV formação foi a emprêsa. Esta ao mes
conjugar capital, trabalho
trias e setores de produção; 3) a repar tição das mercadorias e serviços entre os membros da economia; 4) as medi
das a serem tomadas a fim de manter e expandir o sistema econômico. No sistema em exame, as atividades
econômicas são exercidas livremente pe lo empreendedor, cabendo-lhe, por tanto, tomar todas as decisões e o faz servindo-se apenas do movimento dos
preços. Vamos supor, a fim de simplifi car a exposição, que todos os preços são determinados pela livre concorrência.
1. Controle de produção. Os empre endedores, podendo livremente produzir êste ou aquele bem ou serviço, vão de dicar-se
naturalmente à produção da
queles bens ou serviços, cujo preço de venda (relativamente às despesas da sua
produção) é mais elevado, portanto, os bens e serviços mais procurados.
2. Organização da produção, a) Os bens e serviços de preço de venda mais
elevado permitem ao empreendedor pa gar mais para os serviços dos elementos de produção, atraindo assim para a sua
emprêsa os elementos de produção de
Como força motora a sua função é de e elementos naturais e de
3. Repartição do produto. A renda
pô-los a serviço da econo mia, de assumir os riscos
.
mo tempo que e uma en^
tidade jurídica (po'S ® constituída por um con trato e funciona por con
do consumidor, como vimos atrás, pro vém da venda dos serviços dos seus ele
da produção, de decidir o
tratos de compra e venda
mentos de produção,
montante depende, de um lado, dos ti
que deve ser produzido e em que quantidade e de
téria-prima, capital e pro-
pos e da soma dos recursos produtivos que o consumidor possui e os preços que
ção e o consumo.
dutos), é também uma entidade econô mica a técnica (isto é, toma poss.vel a
Como inovador é o responsável pelo progresso econômico, pois se caracteriza por estar sempre à procura de coisas
acordo com uma técnica a fim de pro duzir econòmicamente um bem).
portanto o seu
estes recursos alcançam no mercado e,
de outro, dos preços dos bens e servi ços de consumo.
estabelecer as relações entre a produ
novas, continuamente insatisfeito com a
4. Progresso econômico. E' eviden te que o progresso econômico não de
situação presente, com o quadro atual
corre do mecanismo dos preços. Contu do, êstes exercem grande influência sô-
de vida. Daí ter sido por excelência o
bre a expansão econômica através da taxa dos juros, que controla a forma
capaz de perceber
da produção, com o seu próprio modo inventor, o revolucionador, o indivíduo
as necessidades da
coletividade e criar bens cada vez mais
de trabalho, energia, ma
conjugação dos fatôres de P"duçao de A emprêsa exerce função essencial na
organização econômica moderna, que o desenvolvimento da técnica veio
permitir a produção em larga escala, e esta requer para a sua efetuação volume
considerável de capital e trabalho. A única maneira de se os conseguir foi a sociedade industrial ou comercial, daí o
ção e os investimentos de capitais. Para haver desenvolvimento econômico
ajustados à sua satisfação, ir ainda além mesmo a criar necessidades
grande desenvolrimentc destas nos sécu
é preciso que as inversões de capitais sejam produtivas, a fim de oferecerem boa taxa de juros. Quanto mais esta
pela invenção de novos bens e de sua
los XIX e XX. Dessa forma, a emprê
O século em que pôde atuar livremen
lançaram mão os empreendedores para
for elevada, mais incentiva a poupança, aumentando a formação de novos capi
te marcou o início de nova fase histó
conjugar, na quantidade necessária, os elementos de produção exigidos pelos
e chegar difusão.
rica, pois se processou modificação in
sa apresenta-se como o meio de que
Dicesto Econômico
20
Econômico
21
ções de capital produzem, por sua vez,
outra.s indústrias
renda suficiente, não só para pagar os
por outra,
juros e dividendos como, dentro de um certo prazo, para repor o novo capital
procurados; b) entre os empreendedo res que produzem o mesmo artigo, os meios de produção se distribuem de acôrdo com o grau de eficiência de cada
ta ligeira cxposiç.ão teórica vemos que
mento
empreendedor; c) cada empreendedor é
o elemento c'.sscncial do sistema de ini
investido. Assím, a economia novamen
te adquire o seu equilíbrio. Feita esta ligeira exposição do siste ma do livre empreendimento, vejamos o processo por êle utilizado na solução do problema econômico, isto é, como deter mina : 1) as qualidades e quantidades dos bens e serviços que devem ser pro
menos lucrativas, ou
Dicesto
cujos produtos são menos
tais, que por sua vez trazem a possibi
tegral na estrutura
lidade de melhoria de técnica, como de
niente da utilização de novas formas de
exploração dc no\os produtos.
energia, da mecanização da produção e
econômica prove
dos meios de transporte, da utilização A função do emjueetidcdor. Por es
dos recursos do Novo Mundo e do au
fomiidúvel da produção e do
levado a substituir, a fim de obter maior
ciativa privada é o empreendedor, isto
consumo. E' que senhor de nova técni ca e da livre disposição de seu trabalho
lucro, os serviç-os dos elementos de pro
é, o agente qiic realiza a combinação
e propriedade, pode tirar partido de to
dução de menor custo pelos de maior custo. Daí podemos eonclnír que, se os
dos elementos econômicos
capital e terra) a fim de produzir e sa
pirações e capacidade de organização,
(trabalho,
das as possibilidades e, com as suas as
recursos estão sendo utilizados onde po
tisfazer as necessidades humanas, e co
criação e invenção, construir a nova es
duzidos; 2) a distribuição dos elementos
dem dar a maior remuneração, se estão
trutura econômica.
da produção entre a.s inúmeras indús
sendo empregados com eficiência nestes
mo tal, êle exerce duas grandes fun ções: 1) a de motor das atividades eco
empreendimentos, c se estão sendo usa dos na produção das mercadorias mais
nômicas e 2) a de criador e inovador da vida econômica.
procuradas pelos consumidores, o volu me da produção será o maior possível.
A empresa. O elemento de que se utilizou ^para. realizar tôdatTcfo essaíir» transjm ...i.mesV formação foi a emprêsa. Esta ao mes
conjugar capital, trabalho
trias e setores de produção; 3) a repar tição das mercadorias e serviços entre os membros da economia; 4) as medi
das a serem tomadas a fim de manter e expandir o sistema econômico. No sistema em exame, as atividades
econômicas são exercidas livremente pe lo empreendedor, cabendo-lhe, por tanto, tomar todas as decisões e o faz servindo-se apenas do movimento dos
preços. Vamos supor, a fim de simplifi car a exposição, que todos os preços são determinados pela livre concorrência.
1. Controle de produção. Os empre endedores, podendo livremente produzir êste ou aquele bem ou serviço, vão de dicar-se
naturalmente à produção da
queles bens ou serviços, cujo preço de venda (relativamente às despesas da sua
produção) é mais elevado, portanto, os bens e serviços mais procurados.
2. Organização da produção, a) Os bens e serviços de preço de venda mais
elevado permitem ao empreendedor pa gar mais para os serviços dos elementos de produção, atraindo assim para a sua
emprêsa os elementos de produção de
Como força motora a sua função é de e elementos naturais e de
3. Repartição do produto. A renda
pô-los a serviço da econo mia, de assumir os riscos
.
mo tempo que e uma en^
tidade jurídica (po'S ® constituída por um con trato e funciona por con
do consumidor, como vimos atrás, pro vém da venda dos serviços dos seus ele
da produção, de decidir o
tratos de compra e venda
mentos de produção,
montante depende, de um lado, dos ti
que deve ser produzido e em que quantidade e de
téria-prima, capital e pro-
pos e da soma dos recursos produtivos que o consumidor possui e os preços que
ção e o consumo.
dutos), é também uma entidade econô mica a técnica (isto é, toma poss.vel a
Como inovador é o responsável pelo progresso econômico, pois se caracteriza por estar sempre à procura de coisas
acordo com uma técnica a fim de pro duzir econòmicamente um bem).
portanto o seu
estes recursos alcançam no mercado e,
de outro, dos preços dos bens e servi ços de consumo.
estabelecer as relações entre a produ
novas, continuamente insatisfeito com a
4. Progresso econômico. E' eviden te que o progresso econômico não de
situação presente, com o quadro atual
corre do mecanismo dos preços. Contu do, êstes exercem grande influência sô-
de vida. Daí ter sido por excelência o
bre a expansão econômica através da taxa dos juros, que controla a forma
capaz de perceber
da produção, com o seu próprio modo inventor, o revolucionador, o indivíduo
as necessidades da
coletividade e criar bens cada vez mais
de trabalho, energia, ma
conjugação dos fatôres de P"duçao de A emprêsa exerce função essencial na
organização econômica moderna, que o desenvolvimento da técnica veio
permitir a produção em larga escala, e esta requer para a sua efetuação volume
considerável de capital e trabalho. A única maneira de se os conseguir foi a sociedade industrial ou comercial, daí o
ção e os investimentos de capitais. Para haver desenvolvimento econômico
ajustados à sua satisfação, ir ainda além mesmo a criar necessidades
grande desenvolrimentc destas nos sécu
é preciso que as inversões de capitais sejam produtivas, a fim de oferecerem boa taxa de juros. Quanto mais esta
pela invenção de novos bens e de sua
los XIX e XX. Dessa forma, a emprê
O século em que pôde atuar livremen
lançaram mão os empreendedores para
for elevada, mais incentiva a poupança, aumentando a formação de novos capi
te marcou o início de nova fase histó
conjugar, na quantidade necessária, os elementos de produção exigidos pelos
e chegar difusão.
rica, pois se processou modificação in
sa apresenta-se como o meio de que
y-
D10E.STO Econômico
Dicesto Econômico
22
novos processos de fabricação. Ela é. portanto, uma forma de produção que permite a combinação dos fatôres de produção cedidos por diversos agentes econômicos, a fim de vender no merca
do bens ou serviços e obter lucro.
A constituição de uma empresa c fa
deixa dü tomar parte nos seus negócios
gr:ive."5 ropcrcii.ssões na vicia econômica.
Social e os chamados Seguros Sociais,
e não é sub.slituída por outra de igual
Terminado o conflito de 1914-18, a po
como o do Plano Bcvcridgc.
valor.
lítica monetária inglesa orientou-se no O grande efeito benéfico dessas instisentido de procurar restabelecer a libra - tuições foi o ter chamado a si as incum bências sociais dos empreendimentos esterlina na sua antiga paridadc-ouro em relação ao dólar americano. Para alcan econômicos, afastando por êsse meio as reivindicações operárias das empresas, ja çar êsse objetivo, foi necessário fi.\ar a
Além disso, o empreendedor só
pode fazer o seu empreendimento cami nhar, quando age livremente, pois só as sim está capacitado a dar orientação se
ras relações que ocorrem, muito difíceis.
gura às transações da firma. Foi pen sando na função do empreendedor e no papel que c.vcrce nu vida econômica que os clássicos pediram ampla liberda
Não é empreendedor quem quer, mas quem reúne os atributos necessários. Is so explica a razão pela qual muitos não
de, a fim de o homem de negócio jxj-
ram dcsastroso.s para a economia ingle
der dar o melhor de si na realização das suas atividades. Foi nesse sentido tam
sa, verificando-se
to muito complexo, e o seu funciona mento e administração, dadas as inúme
conseguem levar avante os seus empre endimentos.
Campo econômico e campo social. A empresa
c, incontestàvelmente, obra
pessoal do empreendedor, pois a sua
balhadores de uma fonna indireta, a fim
constituição exige primeiro a criação de
atuação do suas atividades.
algum produto novo ou a introdução de
legislação social envol\'e, na sua aplica ção, um problema econômico muito sé
uma nova maneira de se produzir o mes
flagrante antagonismo. O primeiro ten de sempre a estabilizar as atividades
de capital e mão-de-obra, a natureza do
econômicas, através dos direitos e garan
mercado consumidor, a quantidade a ser
produzida, a forma das relações contra tuais; terceiro, realização do plano, ou melhor dar vida à emprêsa, fazendo-a funcionar, dar lucro e prosperar. A terceira é a função mais difícil. Há
uma série enorme de imponderáveis na
.íl
E' que a
mo bem; elaboração do plano, isto é, tomar todas as decisões no que concerne à técnica a ser utilizada, a quantidade
líbrio.
nismos superiores — os Institutos. Sistema de livre iniciativa e legisla
Os resultados dc.s.sa medida fo
ção social. A conclusão que .se pode | tirar das idéias expostas, é que existe j oposição fonnal entre o sistema econo- ^ mico da livre iniciativa particular e a Is" ^ gislação social que age diretamente bre as atiridades econômicas. A razao
dos. A cau.sa fundamental, porém, dêsso desequilíbrio econômico e social
c ób\1a ; o empreendedor não pode diri gir os seus negócios segundo a orienta ção ditada pela conjuntura econômica,
nica,
mas a grande oposição
movida
pelas "Trade Unions" a qualquer alte ração nos ordenados e direitos operá rios. A elevada paridade do esterlinoexigia acentuada redução de preços e
I
mites das mesmas para recair em orga
bretudo com relação à dos Estados Uni
não foi a alta cotação da moeda britâ
rio, pois entre o social e o econômico há
tias concedidos à massa operária, en quanto o segundo tende continuamente • à transformação, à evolução provenien
que tnis reivindicações escapam aos li
em conseqüência a queda das exportações, o aumento pro gressivo do número de desempregados, grcxcs generalizadas, mal-estar social e grande atraso da técnica industrial, so
bém, que os modernos economistas e le gisladores procuraram proteger os tra de não perturbarem a ação dos empreendedore.s', criando empecilhos à li\'re
taxa cambial num nível apreciàvelmente mais elevado do que o da taxa de equi
custo, portanto a compressão de ordena dos e regalias, a fim de situar bem as
uma vez que está circunscrito à.s exigên cias da lei trabalhista e à intromissão de seus empregados nos negócios de sua
emprêsa. As leis que regulam os preços, a renda dos consumidores e produtores, a formação de capitais, a moeda eo
mercadorias inglesas no mercado inter
crédito são inexoráveis num regime de liberdade, e colhem os empreendedores
te das modificações incessantes, não só
nacional.
que não se submetem aos seus ditames.
da técnica de produção e de trabalho,
les, incapaz de produzir qualquer modi ficação no sistema social, baqueou, e
Ora, a legislação social, atuando direta mente, impede que os empreendedores
assim,
se adatem às exigências dessas leis eco
como do próprio modo de vida. Em virtude de.ssa oposição, faz-se ne
vida de uma emprêsa, só contornada
cessário um cuidado muito atento na
por qualidades especiais de empreendedore.s, como espírito de iniciativa, de ar rojo ou prudência, capacidade de orga
implantação de leis sociais, pois estas podem afetar com tamanha intensidade
A economia do País de Ga
não podendo sua estabilização
monetária resistir ao embate das circuns
nômicas, tomando impossível o pro.sse-
tâncias, desmoronou, passando então o
guimento das atividades de suas em
povo inglês a sofrer a maior depressão
presas.
o sistema da produção, a ponto de cer
da sua existência.
nização e administração, capacidade de
cear o seu
previsão, conhecimento de mercado, lar
ga experiência do ramo de negócios, re
Para ilustrar êsse tópico, podemos citar o exemplo da Inglaterra, onde a ação
Em face dessas experiências, procura ram os economistas desligar, tanto quan to possível, o campo social do econômi
lações pessoais e muitas outros atributos. A emprêsa existe em função da pessoa que a dirige, daí ser comum ela regre dir ou estacionar quando essa pessoa
das "Trade Unions", forçando o campo
co, criando uma esfera neutra, onde en
têm ação: os preços, a renda, a fonna-
social ao mesmp tempo em que a libra so valorizava, para sofrer em seguida a subsequente depreciação, determinou
tão pudessem desenvolver-se as garan
ção de capitais, a moeda e o crédito são controlados pelo Estado e obedecem ^ política econômica planejada.
desenvolvimento natural.
tias e proteções operárias.
para isso ■itL átc. .
Fundaram os Institutos de Previdência
Só numa economia socializada é pos
sível a ingerência direta do campo so
cial sõbre o econômico, porque, em tal sistema, as leis acima apontadas não
y-
D10E.STO Econômico
Dicesto Econômico
22
novos processos de fabricação. Ela é. portanto, uma forma de produção que permite a combinação dos fatôres de produção cedidos por diversos agentes econômicos, a fim de vender no merca
do bens ou serviços e obter lucro.
A constituição de uma empresa c fa
deixa dü tomar parte nos seus negócios
gr:ive."5 ropcrcii.ssões na vicia econômica.
Social e os chamados Seguros Sociais,
e não é sub.slituída por outra de igual
Terminado o conflito de 1914-18, a po
como o do Plano Bcvcridgc.
valor.
lítica monetária inglesa orientou-se no O grande efeito benéfico dessas instisentido de procurar restabelecer a libra - tuições foi o ter chamado a si as incum bências sociais dos empreendimentos esterlina na sua antiga paridadc-ouro em relação ao dólar americano. Para alcan econômicos, afastando por êsse meio as reivindicações operárias das empresas, ja çar êsse objetivo, foi necessário fi.\ar a
Além disso, o empreendedor só
pode fazer o seu empreendimento cami nhar, quando age livremente, pois só as sim está capacitado a dar orientação se
ras relações que ocorrem, muito difíceis.
gura às transações da firma. Foi pen sando na função do empreendedor e no papel que c.vcrce nu vida econômica que os clássicos pediram ampla liberda
Não é empreendedor quem quer, mas quem reúne os atributos necessários. Is so explica a razão pela qual muitos não
de, a fim de o homem de negócio jxj-
ram dcsastroso.s para a economia ingle
der dar o melhor de si na realização das suas atividades. Foi nesse sentido tam
sa, verificando-se
to muito complexo, e o seu funciona mento e administração, dadas as inúme
conseguem levar avante os seus empre endimentos.
Campo econômico e campo social. A empresa
c, incontestàvelmente, obra
pessoal do empreendedor, pois a sua
balhadores de uma fonna indireta, a fim
constituição exige primeiro a criação de
atuação do suas atividades.
algum produto novo ou a introdução de
legislação social envol\'e, na sua aplica ção, um problema econômico muito sé
uma nova maneira de se produzir o mes
flagrante antagonismo. O primeiro ten de sempre a estabilizar as atividades
de capital e mão-de-obra, a natureza do
econômicas, através dos direitos e garan
mercado consumidor, a quantidade a ser
produzida, a forma das relações contra tuais; terceiro, realização do plano, ou melhor dar vida à emprêsa, fazendo-a funcionar, dar lucro e prosperar. A terceira é a função mais difícil. Há
uma série enorme de imponderáveis na
.íl
E' que a
mo bem; elaboração do plano, isto é, tomar todas as decisões no que concerne à técnica a ser utilizada, a quantidade
líbrio.
nismos superiores — os Institutos. Sistema de livre iniciativa e legisla
Os resultados dc.s.sa medida fo
ção social. A conclusão que .se pode | tirar das idéias expostas, é que existe j oposição fonnal entre o sistema econo- ^ mico da livre iniciativa particular e a Is" ^ gislação social que age diretamente bre as atiridades econômicas. A razao
dos. A cau.sa fundamental, porém, dêsso desequilíbrio econômico e social
c ób\1a ; o empreendedor não pode diri gir os seus negócios segundo a orienta ção ditada pela conjuntura econômica,
nica,
mas a grande oposição
movida
pelas "Trade Unions" a qualquer alte ração nos ordenados e direitos operá rios. A elevada paridade do esterlinoexigia acentuada redução de preços e
I
mites das mesmas para recair em orga
bretudo com relação à dos Estados Uni
não foi a alta cotação da moeda britâ
rio, pois entre o social e o econômico há
tias concedidos à massa operária, en quanto o segundo tende continuamente • à transformação, à evolução provenien
que tnis reivindicações escapam aos li
em conseqüência a queda das exportações, o aumento pro gressivo do número de desempregados, grcxcs generalizadas, mal-estar social e grande atraso da técnica industrial, so
bém, que os modernos economistas e le gisladores procuraram proteger os tra de não perturbarem a ação dos empreendedore.s', criando empecilhos à li\'re
taxa cambial num nível apreciàvelmente mais elevado do que o da taxa de equi
custo, portanto a compressão de ordena dos e regalias, a fim de situar bem as
uma vez que está circunscrito à.s exigên cias da lei trabalhista e à intromissão de seus empregados nos negócios de sua
emprêsa. As leis que regulam os preços, a renda dos consumidores e produtores, a formação de capitais, a moeda eo
mercadorias inglesas no mercado inter
crédito são inexoráveis num regime de liberdade, e colhem os empreendedores
te das modificações incessantes, não só
nacional.
que não se submetem aos seus ditames.
da técnica de produção e de trabalho,
les, incapaz de produzir qualquer modi ficação no sistema social, baqueou, e
Ora, a legislação social, atuando direta mente, impede que os empreendedores
assim,
se adatem às exigências dessas leis eco
como do próprio modo de vida. Em virtude de.ssa oposição, faz-se ne
vida de uma emprêsa, só contornada
cessário um cuidado muito atento na
por qualidades especiais de empreendedore.s, como espírito de iniciativa, de ar rojo ou prudência, capacidade de orga
implantação de leis sociais, pois estas podem afetar com tamanha intensidade
A economia do País de Ga
não podendo sua estabilização
monetária resistir ao embate das circuns
nômicas, tomando impossível o pro.sse-
tâncias, desmoronou, passando então o
guimento das atividades de suas em
povo inglês a sofrer a maior depressão
presas.
o sistema da produção, a ponto de cer
da sua existência.
nização e administração, capacidade de
cear o seu
previsão, conhecimento de mercado, lar
ga experiência do ramo de negócios, re
Para ilustrar êsse tópico, podemos citar o exemplo da Inglaterra, onde a ação
Em face dessas experiências, procura ram os economistas desligar, tanto quan to possível, o campo social do econômi
lações pessoais e muitas outros atributos. A emprêsa existe em função da pessoa que a dirige, daí ser comum ela regre dir ou estacionar quando essa pessoa
das "Trade Unions", forçando o campo
co, criando uma esfera neutra, onde en
têm ação: os preços, a renda, a fonna-
social ao mesmp tempo em que a libra so valorizava, para sofrer em seguida a subsequente depreciação, determinou
tão pudessem desenvolver-se as garan
ção de capitais, a moeda e o crédito são controlados pelo Estado e obedecem ^ política econômica planejada.
desenvolvimento natural.
tias e proteções operárias.
para isso ■itL átc. .
Fundaram os Institutos de Previdência
Só numa economia socializada é pos
sível a ingerência direta do campo so
cial sõbre o econômico, porque, em tal sistema, as leis acima apontadas não
-y
tryt
Dicesto Econômico
['ivftfn DicfiSTo Econômico
24
25
V
agravado
pela conjuntura econômica,
Participação nos lucros. De tôdas as leis sociais, a que mais diretamente
a incongruência entre a vida econômica baseada em in-stitiiições liberais e a lei
atinge a administração da emprôsa e a
que, de um lado. tem levado, através da inflação, a um rápido desgaste no va
social intervcncionisla.
que mais suscita conflitos entre patrões e operários é a de participação nos lu
lor das economia.s acumuladas c de ou
lisar a participação clo.s lucros cm face da conjuntura econômica brasileira.
Hesta-nos ana
cros.
E' que as atividades comerciais e fi
tro, pela preferência acentuada em in
versões não produtivas, tem dificultado
cela de participação do empregado, que exceda de metade o respecti\'0 salário anual.
, ao eniunerar os casos Porém,
em que o empregado pode levantar, no todo ou em parte, o depósito que tiver em poder do empregador, inclui entre
sobremaneira a formação de capitais. Se • êlcs os de falta ou deficiência na parti
eífica e exclusivamente econômicas da
Formação c inversões de capitais. E' verdade secliça que o Brasil é um país de economia prc-capitalista. As publi
empresa, uma vez que são os elementos
cações científicas internacionais, quan
poderosos efeito.s, estaremos tomando di ficílima a acumulação de capitais na
do classificam as diferentes nações, sob
cionais.
tuação da emprêsa fôr precária, justa
mente quando ela não obtiver lucro ou
ca, não hesitam ein classificar o Brasil
De fato, o lucro da empresa já sofre entre nós uma redução de 15%, prove
entre os países prô-capitalistas e sub
niente do impõ.sto sobre a renda.
desenvolvidos.
somarmos a esse desconto os 30% da
nanceiras são as atividades direta, espe-
fundamentais do cálculo econômico pa ra o conjunto dos negócios do empreen dimento. Dessa forma, o exercício des
sas atividades implica no e.xercício da
própria administração da emprêsa.
O lucro é o resultado da combinação dessas atividades e, portanto, a partici pação envolve, em rigor, ingerência na administração. A lei pode não a con
ceder expressamente, contudo, implici tamente ela o faz, pois o empreendedor tem sempre a vigilância e os protestos de seus operários a cercear a sua liberdade de administrar.
o ponto de vista da estrutura econômi
Num país subcapitalízíxdo como o nos so não é possível falar-se em participa ção nos lucros.
A razão ô muito sim
geiro bosquejo teórico dos princípios do sistema da livre iniciativa, só podemos concluir pela inaplicabilidade da partici
cipação em lucros dos exercícios seguin
mais um, a participação nos lucros, de
tes. Essa disposição da lei praticamen
j>ois justamente nos anos em que a si
Se
participação nos lucros (segundo o pro jeto Sarazate), e mais uma parcela de lucros para os sócios, verificaremos que
ples. As rií^uezas potenciais só podem
mais da metade
ser utilizadas mediante a sua exploração
tem de ser desviada das atividades re
segundo moldes técnicos. , Êstes, contu do, para serem empregados, requerem
produtivas para atender a tais encargos. E' preciso notar ainda que as emprêsas são obrigadas a realizar esse mon tante em dinheiro, o que traz sérios em baraços, pois o lucro nunca é apurado
soma fabulosa de capital.
E essa é a
razão principal por que nos mantemos
Por tudo que ficou exposto neste li
a esses fatores adversos acroscentannos
num nível econômico tão baixo, a des
peito de tantas possibilidades e riquezas potenciais. Daí a procura desesperada
em moeda,
de capitais para investimentos em servi
do lucro da emprêsa
mas em investimentos na
própria emprêsa, em créditos, em esto
te anula a medida saneadora anterior,
o tiver insignificante, ou mesmo quando tenha sofrido vultoso prejuízo é que te rá de desembolsar elevadas quantias,
para atender aos saques feitos pelos em pregados em suas contas de participa ção nos lucros.
Se a participação nos lucros exerce tais efeitos maléficos na formação de
capitais nacionais, não deixa de atuar
desfavoràvelmente, também, no tocante à entrada de capitais estrangeiros. Anscos e de difícil atração, é preciso que exista um clima favoráx-el nas nações
que dêles necessitam, para que procu
rem aplicações no exterior. Se o século -XIX foi propício a largas aplicações de
pação dos lucros num país cuja vida econômica se acha organizada segundo
ços públicos, meios de transjxxrte, apro
ques, etc. Sendo forçada a pagar em dinheiro, terá muitas vezes que recor
veitamento de potencial bidráulíco, e.x-
rer a operações ruinosas, a fim de obter
volvidas da época, isto se deveu ao b-
as instituições dêsse sistema.
ploração de recursos minerais, agricul
a quantia necessária.
vre movimento de mercadorias e traballio na esfera intemacionál. Hoje, po
Conjuntura e participação Não achamos necessário nos estender
mos mais
sôbre as relações
entre os
princípios do sistema econômico liberal e a legislação social de intromissão di reta nas atividades econômicas do em
preendedor, figura central do referido sistema. Na pequena explanação que fizemos, apontamos os pontos básicos e estes já nos dão idéia precisa sobre
tura intensiva e industrialização de pro
Infelizmente, o lucro assim distribuí
dutos primários obtidos no país. Os capitais necessários à nossa evolu
do não volta mais para a emprêsa. E' gasto em bens de consumo e dessa for ma contribui para a descapitalização da emprêsa, que terá de se recuperar pela elevação de preços, por economias pre judiciais ou pela especulação. O deputado Paulo Sarazate percebeu a gravidade dessa descapitalização e procurou contomá-la, fixando o conge
ção econômica terão de ser formados no próprio país ou, então, vir do estrangei ro. Os primeiros representam uma con
tribuição importante, indispensável, principalmente em face das enormes di ficuldades para a vinda clç capitais es trangeiros. Infelizmente, a fraca acu mulação de capitais é um dos males crônicos
da economia brasileira.
Mal
lamento, em poder da emprêsa, da par
capitais europeus em regiões subdesen
rém, as circunstâncias são bem diver sas : a entravar a circulação de produ tos e trabalhadores e.xiste imensa corti
na de exigências alfandegárias e legais de tendências nacionalistas. Se a estas se somarem as exigências sociais, ' tais como as da legislação social brasileira,
espantam-se os capitais estrangeiros em lugar de se os atrair. Pense agora o leitor no que acontecerá, se fôr aprova-
'
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Dicesto Econômico
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V
agravado
pela conjuntura econômica,
Participação nos lucros. De tôdas as leis sociais, a que mais diretamente
a incongruência entre a vida econômica baseada em in-stitiiições liberais e a lei
atinge a administração da emprôsa e a
que, de um lado. tem levado, através da inflação, a um rápido desgaste no va
social intervcncionisla.
que mais suscita conflitos entre patrões e operários é a de participação nos lu
lor das economia.s acumuladas c de ou
lisar a participação clo.s lucros cm face da conjuntura econômica brasileira.
Hesta-nos ana
cros.
E' que as atividades comerciais e fi
tro, pela preferência acentuada em in
versões não produtivas, tem dificultado
cela de participação do empregado, que exceda de metade o respecti\'0 salário anual.
, ao eniunerar os casos Porém,
em que o empregado pode levantar, no todo ou em parte, o depósito que tiver em poder do empregador, inclui entre
sobremaneira a formação de capitais. Se • êlcs os de falta ou deficiência na parti
eífica e exclusivamente econômicas da
Formação c inversões de capitais. E' verdade secliça que o Brasil é um país de economia prc-capitalista. As publi
empresa, uma vez que são os elementos
cações científicas internacionais, quan
poderosos efeito.s, estaremos tomando di ficílima a acumulação de capitais na
do classificam as diferentes nações, sob
cionais.
tuação da emprêsa fôr precária, justa
mente quando ela não obtiver lucro ou
ca, não hesitam ein classificar o Brasil
De fato, o lucro da empresa já sofre entre nós uma redução de 15%, prove
entre os países prô-capitalistas e sub
niente do impõ.sto sobre a renda.
desenvolvidos.
somarmos a esse desconto os 30% da
nanceiras são as atividades direta, espe-
fundamentais do cálculo econômico pa ra o conjunto dos negócios do empreen dimento. Dessa forma, o exercício des
sas atividades implica no e.xercício da
própria administração da emprêsa.
O lucro é o resultado da combinação dessas atividades e, portanto, a partici pação envolve, em rigor, ingerência na administração. A lei pode não a con
ceder expressamente, contudo, implici tamente ela o faz, pois o empreendedor tem sempre a vigilância e os protestos de seus operários a cercear a sua liberdade de administrar.
o ponto de vista da estrutura econômi
Num país subcapitalízíxdo como o nos so não é possível falar-se em participa ção nos lucros.
A razão ô muito sim
geiro bosquejo teórico dos princípios do sistema da livre iniciativa, só podemos concluir pela inaplicabilidade da partici
cipação em lucros dos exercícios seguin
mais um, a participação nos lucros, de
tes. Essa disposição da lei praticamen
j>ois justamente nos anos em que a si
Se
participação nos lucros (segundo o pro jeto Sarazate), e mais uma parcela de lucros para os sócios, verificaremos que
ples. As rií^uezas potenciais só podem
mais da metade
ser utilizadas mediante a sua exploração
tem de ser desviada das atividades re
segundo moldes técnicos. , Êstes, contu do, para serem empregados, requerem
produtivas para atender a tais encargos. E' preciso notar ainda que as emprêsas são obrigadas a realizar esse mon tante em dinheiro, o que traz sérios em baraços, pois o lucro nunca é apurado
soma fabulosa de capital.
E essa é a
razão principal por que nos mantemos
Por tudo que ficou exposto neste li
a esses fatores adversos acroscentannos
num nível econômico tão baixo, a des
peito de tantas possibilidades e riquezas potenciais. Daí a procura desesperada
em moeda,
de capitais para investimentos em servi
do lucro da emprêsa
mas em investimentos na
própria emprêsa, em créditos, em esto
te anula a medida saneadora anterior,
o tiver insignificante, ou mesmo quando tenha sofrido vultoso prejuízo é que te rá de desembolsar elevadas quantias,
para atender aos saques feitos pelos em pregados em suas contas de participa ção nos lucros.
Se a participação nos lucros exerce tais efeitos maléficos na formação de
capitais nacionais, não deixa de atuar
desfavoràvelmente, também, no tocante à entrada de capitais estrangeiros. Anscos e de difícil atração, é preciso que exista um clima favoráx-el nas nações
que dêles necessitam, para que procu
rem aplicações no exterior. Se o século -XIX foi propício a largas aplicações de
pação dos lucros num país cuja vida econômica se acha organizada segundo
ços públicos, meios de transjxxrte, apro
ques, etc. Sendo forçada a pagar em dinheiro, terá muitas vezes que recor
veitamento de potencial bidráulíco, e.x-
rer a operações ruinosas, a fim de obter
volvidas da época, isto se deveu ao b-
as instituições dêsse sistema.
ploração de recursos minerais, agricul
a quantia necessária.
vre movimento de mercadorias e traballio na esfera intemacionál. Hoje, po
Conjuntura e participação Não achamos necessário nos estender
mos mais
sôbre as relações
entre os
princípios do sistema econômico liberal e a legislação social de intromissão di reta nas atividades econômicas do em
preendedor, figura central do referido sistema. Na pequena explanação que fizemos, apontamos os pontos básicos e estes já nos dão idéia precisa sobre
tura intensiva e industrialização de pro
Infelizmente, o lucro assim distribuí
dutos primários obtidos no país. Os capitais necessários à nossa evolu
do não volta mais para a emprêsa. E' gasto em bens de consumo e dessa for ma contribui para a descapitalização da emprêsa, que terá de se recuperar pela elevação de preços, por economias pre judiciais ou pela especulação. O deputado Paulo Sarazate percebeu a gravidade dessa descapitalização e procurou contomá-la, fixando o conge
ção econômica terão de ser formados no próprio país ou, então, vir do estrangei ro. Os primeiros representam uma con
tribuição importante, indispensável, principalmente em face das enormes di ficuldades para a vinda clç capitais es trangeiros. Infelizmente, a fraca acu mulação de capitais é um dos males crônicos
da economia brasileira.
Mal
lamento, em poder da emprêsa, da par
capitais europeus em regiões subdesen
rém, as circunstâncias são bem diver sas : a entravar a circulação de produ tos e trabalhadores e.xiste imensa corti
na de exigências alfandegárias e legais de tendências nacionalistas. Se a estas se somarem as exigências sociais, ' tais como as da legislação social brasileira,
espantam-se os capitais estrangeiros em lugar de se os atrair. Pense agora o leitor no que acontecerá, se fôr aprova-
'
l
"1
Dicesto EcoNóxnco
20
da a ]ei sôbre a participação nos lucros.
bá, como o afirma também a mesma au
Criará, forçosamente, um clima de agi tação social, que impossibilitará a entra da de capitais. Daí a aprovação do pro
toridade, outras fontes de financiamen
jeto de participação nos lucros conver ter-se em verdadeiro crime à economia
brasileira, pois terá criado a maior bar reira à vinda de capitais estrangeiros, forçando o desenvolvimento econômico
do Brasil a marchar a passos vagarosos, submetendo a população de um país tão rico a viver pobremente.
A economia brasileira vem passando por uma fase de intensa racionaliza
ção técnica. Informações pormenoriza
das, provenientes de empresas de todos
os ramos, demonstram que as disponibi lidades acumuladas entre 1943 e 1948 foram em boa parte utilizadas na im portação de equipamentos.
Mas, quais têm sido as fontes de fi nanciamento dessa expansão ? Trata-se na maioria dos casos, de mero autofi-
nanciamento das empresas, que para tal se têm utilizado de suas próprias reser vas financeiras. E' um método que se impõe, dadá a própria estnitura das companhias, que, apesar de serem socie
dades anônimas, possuem número restrito de acionistas, pertencentes, às ve zes, a uma só família. Diante disso, di
minui o interesse do mercado de capi
tais pelas empresas e por seus planos de expansão.
Afirmou o novo presidente da Asso ciação Comercial de São Paulo que são
to. Em primeiro lugar, as empresas privadas poderiam recorrer à subscrição
pública de capitaisj em segundo lugar, o País poderia apelar para a colabora ção dos capitais estrangeiros. Como poderemos fazê-lo, com o espantalho da participação nos lucros ? Além disso, esse espantalho agirá fortemente sôbre
as- inversões para a racionalização técni ca de produção, cerceando-a.
Aumento de poder aquisitivo e infla ção. E* um erro pensar que se melho ram ar, condições de vida do trabalha dor concedendo-lhe
maior salário ou
maior poder aquisitivo. A mellioria real provém do aumento de produção. Se esta não se verificar, a elevação de sa
lários criará inflação, o que não só anulq
a quantia a mais que o trabalhador per cebe, como exerce funestas conseqüên cias na vida econômica nacional.
A elevação de salários, para produzir efeitos, deVe ser conscqiiência do au mento de produção e não conseqüência de lei. Isto porque o aumento de pro dução vem sempre acompanhado de melhoria de técnica, o que eleva a pro
dução "per capita", diminuindo o preço de custo e, portanto, o de venda. Esta diminuição dc preços já por si implica em elevação do salário real e quando
conjugada
com o aumento do salário
nominal melliora em muito as condi
deduzidas as possibilidades de autofi-
ções de vida dos trabalhadores. E' esta
íianciamento das empresas econômicas, se podendo conceber expansão
a razão por que são os Estados Unidos
o país dos salários altos por e.xcelência,
^aior de suas atividades
e do melhor nível de vida do proleta
mediante a
^tilização, apenas, dos lucros acumula
dos durante alguns anos. Eis uma áfir^daçao que não se po'de contraditar. Mas
riado .
Infelizmente, a nossa política tem se
guido caminho oposto.
A sua maior
*
Dicesto Econômico
2■ 7
preocupação tem sido o aumento nomi nal de salário, agravando cada vez mais a inflação.
tacionamento da produção.
Segundo,
acelerará o ritmo inflacioniuio.
Primeiro, fpram os airnien-
tos gerais de todos os ordenados, inclu
sive os dos funcionários públicos, depois-o pagamento dos domingos e feria dos, equivalente a 20 % de aumento ge ral do vencimentos por todo esse Bra sil afora, estendendo-se, por equidade
A eme da produção brasileira. A produção brasileira atravessa uma crise de largas proporções. A guerra criou uma série
enorme de desajustamentos,
provenientes, uns, do desenxoh-iinento desconfomie dos vários setores econô
micos,
outros, da grande especulação
e hierarquia, dos diaristas aos mensalistas. Agora, cogita o Congresso de con ceder novos aumentos através da parti
rante o conflito, êsses desajustamentos
cipação no.s lucros.
não foram notados; cessadas porém as
Enquanto esses aumentos de salários se verificam, que se passa no terreno da produção ? Segundo "Conjuntura Eco nômica", o jianorama industrial do Bra
se ressentindo de tôda a anormali
hostilidades, aos poucos a economia foi-
sil caracterizou-se, no decorrer de 1949,
pela tendência à estabilização da pro dução, que se manteve, de modo geral, ao nível da do ano anterior. A agricul
tura, contudo,
apresentou relativo au
mento, pois a área cultivada elevou-se em 3,9^, passando de 16.219 mil hec
tares em 1948
que se verificou no período bélico. Du
para 16.858 mil
em
dade do seu progresso, agravada
pela situação econômica internacio
nal. De início, foi a grande alteração que se processou no comércio interna cional, ditada pela carência de dólares.
Depois, o desequilíbrio colossal, deter
minado pela cessação brusca da éxfKir' tação de certas matérias-primas e arti gos manufaturados. Posteriomiente, a
política de cerceamento do crédito. Fi nalmente a concorrência estrangeira.
Estes transtomos formaram uma si
1949. Entretanto, os rendimentos agrí colas por hectare, sobretudo em São
tuação econômica muito delicada. As
Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Gran
relações econômicas dos vários setores
de, não foram, de modo geral, satisfa tórios.
da população
ação pode alterá-las completamente.
o estacionamento de nossa
Dessa forma, a melhor maneira de per
Em face do aumento brasileira,
da produção são tênues e qualquer fa tor que possua grande amplitude de
vações de salários, a incremento da in
mitir que a situação se normalize, é dei xar que a economia brasileira se desen
flação .
volva livremente, pois assim os fatores
produção eqiüvale a regresso, e as ele Estas considerações nos levam a con
cluir que a projetada participação nos lucros exercerá na conjuntura econômi
ca brasileira um duplo efeito maléfico, Primeiro, desencorajará as inversões de capitais nacionais e estrangeiros na pro dução, determinando diminuição ou es
encontram a sua rota segura.
Ora, a participação nos lucros é o
elemento mais perturbador do livre j&go das forças econômicas, uma vez que vai exacerbar os desajustamentos que ora se verificam.
O mais forte elemento
para isso é o enorme antagonismo q^®
l
"1
Dicesto EcoNóxnco
20
da a ]ei sôbre a participação nos lucros.
bá, como o afirma também a mesma au
Criará, forçosamente, um clima de agi tação social, que impossibilitará a entra da de capitais. Daí a aprovação do pro
toridade, outras fontes de financiamen
jeto de participação nos lucros conver ter-se em verdadeiro crime à economia
brasileira, pois terá criado a maior bar reira à vinda de capitais estrangeiros, forçando o desenvolvimento econômico
do Brasil a marchar a passos vagarosos, submetendo a população de um país tão rico a viver pobremente.
A economia brasileira vem passando por uma fase de intensa racionaliza
ção técnica. Informações pormenoriza
das, provenientes de empresas de todos
os ramos, demonstram que as disponibi lidades acumuladas entre 1943 e 1948 foram em boa parte utilizadas na im portação de equipamentos.
Mas, quais têm sido as fontes de fi nanciamento dessa expansão ? Trata-se na maioria dos casos, de mero autofi-
nanciamento das empresas, que para tal se têm utilizado de suas próprias reser vas financeiras. E' um método que se impõe, dadá a própria estnitura das companhias, que, apesar de serem socie
dades anônimas, possuem número restrito de acionistas, pertencentes, às ve zes, a uma só família. Diante disso, di
minui o interesse do mercado de capi
tais pelas empresas e por seus planos de expansão.
Afirmou o novo presidente da Asso ciação Comercial de São Paulo que são
to. Em primeiro lugar, as empresas privadas poderiam recorrer à subscrição
pública de capitaisj em segundo lugar, o País poderia apelar para a colabora ção dos capitais estrangeiros. Como poderemos fazê-lo, com o espantalho da participação nos lucros ? Além disso, esse espantalho agirá fortemente sôbre
as- inversões para a racionalização técni ca de produção, cerceando-a.
Aumento de poder aquisitivo e infla ção. E* um erro pensar que se melho ram ar, condições de vida do trabalha dor concedendo-lhe
maior salário ou
maior poder aquisitivo. A mellioria real provém do aumento de produção. Se esta não se verificar, a elevação de sa
lários criará inflação, o que não só anulq
a quantia a mais que o trabalhador per cebe, como exerce funestas conseqüên cias na vida econômica nacional.
A elevação de salários, para produzir efeitos, deVe ser conscqiiência do au mento de produção e não conseqüência de lei. Isto porque o aumento de pro dução vem sempre acompanhado de melhoria de técnica, o que eleva a pro
dução "per capita", diminuindo o preço de custo e, portanto, o de venda. Esta diminuição dc preços já por si implica em elevação do salário real e quando
conjugada
com o aumento do salário
nominal melliora em muito as condi
deduzidas as possibilidades de autofi-
ções de vida dos trabalhadores. E' esta
íianciamento das empresas econômicas, se podendo conceber expansão
a razão por que são os Estados Unidos
o país dos salários altos por e.xcelência,
^aior de suas atividades
e do melhor nível de vida do proleta
mediante a
^tilização, apenas, dos lucros acumula
dos durante alguns anos. Eis uma áfir^daçao que não se po'de contraditar. Mas
riado .
Infelizmente, a nossa política tem se
guido caminho oposto.
A sua maior
*
Dicesto Econômico
2■ 7
preocupação tem sido o aumento nomi nal de salário, agravando cada vez mais a inflação.
tacionamento da produção.
Segundo,
acelerará o ritmo inflacioniuio.
Primeiro, fpram os airnien-
tos gerais de todos os ordenados, inclu
sive os dos funcionários públicos, depois-o pagamento dos domingos e feria dos, equivalente a 20 % de aumento ge ral do vencimentos por todo esse Bra sil afora, estendendo-se, por equidade
A eme da produção brasileira. A produção brasileira atravessa uma crise de largas proporções. A guerra criou uma série
enorme de desajustamentos,
provenientes, uns, do desenxoh-iinento desconfomie dos vários setores econô
micos,
outros, da grande especulação
e hierarquia, dos diaristas aos mensalistas. Agora, cogita o Congresso de con ceder novos aumentos através da parti
rante o conflito, êsses desajustamentos
cipação no.s lucros.
não foram notados; cessadas porém as
Enquanto esses aumentos de salários se verificam, que se passa no terreno da produção ? Segundo "Conjuntura Eco nômica", o jianorama industrial do Bra
se ressentindo de tôda a anormali
hostilidades, aos poucos a economia foi-
sil caracterizou-se, no decorrer de 1949,
pela tendência à estabilização da pro dução, que se manteve, de modo geral, ao nível da do ano anterior. A agricul
tura, contudo,
apresentou relativo au
mento, pois a área cultivada elevou-se em 3,9^, passando de 16.219 mil hec
tares em 1948
que se verificou no período bélico. Du
para 16.858 mil
em
dade do seu progresso, agravada
pela situação econômica internacio
nal. De início, foi a grande alteração que se processou no comércio interna cional, ditada pela carência de dólares.
Depois, o desequilíbrio colossal, deter
minado pela cessação brusca da éxfKir' tação de certas matérias-primas e arti gos manufaturados. Posteriomiente, a
política de cerceamento do crédito. Fi nalmente a concorrência estrangeira.
Estes transtomos formaram uma si
1949. Entretanto, os rendimentos agrí colas por hectare, sobretudo em São
tuação econômica muito delicada. As
Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Gran
relações econômicas dos vários setores
de, não foram, de modo geral, satisfa tórios.
da população
ação pode alterá-las completamente.
o estacionamento de nossa
Dessa forma, a melhor maneira de per
Em face do aumento brasileira,
da produção são tênues e qualquer fa tor que possua grande amplitude de
vações de salários, a incremento da in
mitir que a situação se normalize, é dei xar que a economia brasileira se desen
flação .
volva livremente, pois assim os fatores
produção eqiüvale a regresso, e as ele Estas considerações nos levam a con
cluir que a projetada participação nos lucros exercerá na conjuntura econômi
ca brasileira um duplo efeito maléfico, Primeiro, desencorajará as inversões de capitais nacionais e estrangeiros na pro dução, determinando diminuição ou es
encontram a sua rota segura.
Ora, a participação nos lucros é o
elemento mais perturbador do livre j&go das forças econômicas, uma vez que vai exacerbar os desajustamentos que ora se verificam.
O mais forte elemento
para isso é o enorme antagonismo q^®
as
Dicesto Econ6.mico ■
vai criar entre patrões e empregados. Numa fase de crise não se devem insu
flar oposições, mas aproximações e acor
dos que não se coadunam com a agita
um golpe desorganizador, cujos <'fcitos alcançarão a paz social interna, nccc.s-
ção criada pela participação nos lucros.
Estamos numa fase de ajustamentos e
Votada a referida lei, as conseqüências
construções que necessita de um cli
impossibilitarão
ma encorajador e não demagógico.
a volta da econoínia
brasileira à normalidade, eis que o pro jeto, no seu artigo 31, reconhece que as condições económico-sociais, em que o regime de participação deve estar ba
seado, não são conhecidas e manda que o Ministério do Trabalho proceda a um inquérito, cujos resultados serão envia
^^haverá nova superprodução
sáría ao restabelecimento da estrutura econômica brasileira em Ijascs .sólidas.
Mundial
algodão?
José Garibaldi Dantas
hz muito tempo, há cvrea de uma ciécíirla. (, nuindo alcodoi-iro se en-
Coticlmão
^ ....... as \oltas »..vu 1 . contrava com uma das mais
Em face da teoria e da conjuntura econômica brasileira, não ó possível admítír-.se a participação no.s lucros, pois
^,ící.c A
\
•
K
senas crises de sua historia. Apesar A aumento do A eousunio tias I fi • do fabricas, a
produção crescia em rii.no mais acele-
íado,
^j ^
. j
O autor ao Jpresente ^ j ai estudojé chefe »«i do Departamento de Algodão da Bolsa de » c- S ; c • í» hícrcadoríos dc Soo Paulo , n- e Supcrtntcn' • ,.
'''
Eslados Unidos, defendia o
^ompa.hnu co,,u> , cgo- ..
dos ao Congresso, evidentemente para
so teòrícamente
correções futuras.
econômicas e políticas brasileiras, obje
quemas tumnciaros, preços muumo.s pa-
tivamente, é impossível sem o .saerifício do progresso da economia nacional.
o progrrss V,. „e„„n.lo de'^7 eslo.iues, o m- P'0 conhecidas, às quais nm ilustre ^
Ora, as concessões trabalhistas não
são experiências, que se fazem gratuita mente num país.
São atos irreversí
veis. Suas condições representam aba
los sociais, de repercussões prolongadas. Se um inquérito é indispensável, se um
melhor conhecimento do problema pre cisa ser alcançado, que o inquérito seja anterior à lei.
Em lugar de emendar e votar, a me
lhor solução e o Congresso ordenar que se realize o inquérito preliminar, fixando-lhe prazo de um ano, e assim terá contribuído, com o seu patriotismo e inteligência, para que a economia brasi leira não sofra golpe tão forte.
princípios
vai de encontro aos
,' •
^
que norteiam as ati\'idades
A re.spon.sabilidade do Lcgislatiso é enorme, principalmente no momento presente, quando nos encontramos nu ma fase de grandes trnnsforinaçíües. U'a medida ruim podo ter conseqüências fu nestas. A conjuntura econômica c po lítica está a exigir muita serenidade, es
tudo 6 reflexão
dos senhores deputa
dos, antes de votar as leis.
A Consti
tuição de 1946, elaborada numa fase de
transição e de lutas, contém muitos pre ceitos que precisam ser revistos.
O da
participação no lucro é um deles. Acha
mos mais prudente deixar o projeto dor
govêrno- fimnrw federal,• atn.vés de *vários es- ^ • cioíiflts jL
Uvrr-.A^
ve) de cotações nao caia, como em ou-
latura, de rever a Constituição c escoi-
desferir-se sôbre a economia brasileira
opostos à realidade brasileira.
dos
princípios
flagrantemente
^
nos meios produtores, c.spccíal desâni
mo, nem dcsinterôsse pela cultura da
preciosa fibra. E nos demais países. outras fôrça.s c outras causas impeliam a produção algodocira a grandes alturas.
35 745.000 fardos. No mesmo perioJq „ consumo internacional não uUrapn.ssava 27.573.000. Só ai, em uma safra, sobraram quase 10.000.000 de
Na estação do 1937/38, os Estados
fardos. Some-se isso ao que vinha so-
Unidos colheram a maior safra da his-
brando dc outras estações, e ter-se-á
tória, ou sejam 18.412.000 fardos de 500 libras. Nesse ano — o em vista especialmente dessa safra gigantesca — a
idéia clara da grave si^ação que então defrontava o mundo algodoeiro,^ traduzida nos excessos ou "cany-over de um
produção mundial elevou-se a
outro ano :
"CARRY-OVER" MUNDIAL DE ALGODÃO
sões da Câmara e tratar, em outra legis má-la
algodão
trás épocas, o por isso não se verificava,
mir o sono do esquecimento nus comis
Ao contrário, se o Congresso não reisístir às pressões demagógicas e imedia tas, que inspiram o projeto, veremos
■
r-
do Algodão, tnirmiíe a gu(?rra, .® t «-s fases mais dranudicas e nem òcíu,
Volume em fardos dc 500
Estação
libras-pêso
1934/38 (média de cinco anos)
17.351.000
1937/38
22.702.000
1938/39
'
1939/40
. 21.638.000 ^
20.262.000
Ês.se tremendo "cariy-over" pesava mais nas costas norte-americanas do que
1934/38 (média de cinco anos), do total apontado achavam-se nos Estados
nas do resto do mundo,
Unidos 58 por cento.
pois só em
Nos anos subse-
f
»»
^
as
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vai criar entre patrões e empregados. Numa fase de crise não se devem insu
flar oposições, mas aproximações e acor
dos que não se coadunam com a agita
um golpe desorganizador, cujos <'fcitos alcançarão a paz social interna, nccc.s-
ção criada pela participação nos lucros.
Estamos numa fase de ajustamentos e
Votada a referida lei, as conseqüências
construções que necessita de um cli
impossibilitarão
ma encorajador e não demagógico.
a volta da econoínia
brasileira à normalidade, eis que o pro jeto, no seu artigo 31, reconhece que as condições económico-sociais, em que o regime de participação deve estar ba
seado, não são conhecidas e manda que o Ministério do Trabalho proceda a um inquérito, cujos resultados serão envia
^^haverá nova superprodução
sáría ao restabelecimento da estrutura econômica brasileira em Ijascs .sólidas.
Mundial
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José Garibaldi Dantas
hz muito tempo, há cvrea de uma ciécíirla. (, nuindo alcodoi-iro se en-
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^ompa.hnu co,,u> , cgo- ..
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quemas tumnciaros, preços muumo.s pa-
tivamente, é impossível sem o .saerifício do progresso da economia nacional.
o progrrss V,. „e„„n.lo de'^7 eslo.iues, o m- P'0 conhecidas, às quais nm ilustre ^
Ora, as concessões trabalhistas não
são experiências, que se fazem gratuita mente num país.
São atos irreversí
veis. Suas condições representam aba
los sociais, de repercussões prolongadas. Se um inquérito é indispensável, se um
melhor conhecimento do problema pre cisa ser alcançado, que o inquérito seja anterior à lei.
Em lugar de emendar e votar, a me
lhor solução e o Congresso ordenar que se realize o inquérito preliminar, fixando-lhe prazo de um ano, e assim terá contribuído, com o seu patriotismo e inteligência, para que a economia brasi leira não sofra golpe tão forte.
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vai de encontro aos
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que norteiam as ati\'idades
A re.spon.sabilidade do Lcgislatiso é enorme, principalmente no momento presente, quando nos encontramos nu ma fase de grandes trnnsforinaçíües. U'a medida ruim podo ter conseqüências fu nestas. A conjuntura econômica c po lítica está a exigir muita serenidade, es
tudo 6 reflexão
dos senhores deputa
dos, antes de votar as leis.
A Consti
tuição de 1946, elaborada numa fase de
transição e de lutas, contém muitos pre ceitos que precisam ser revistos.
O da
participação no lucro é um deles. Acha
mos mais prudente deixar o projeto dor
govêrno- fimnrw federal,• atn.vés de *vários es- ^ • cioíiflts jL
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latura, de rever a Constituição c escoi-
desferir-se sôbre a economia brasileira
opostos à realidade brasileira.
dos
princípios
flagrantemente
^
nos meios produtores, c.spccíal desâni
mo, nem dcsinterôsse pela cultura da
preciosa fibra. E nos demais países. outras fôrça.s c outras causas impeliam a produção algodocira a grandes alturas.
35 745.000 fardos. No mesmo perioJq „ consumo internacional não uUrapn.ssava 27.573.000. Só ai, em uma safra, sobraram quase 10.000.000 de
Na estação do 1937/38, os Estados
fardos. Some-se isso ao que vinha so-
Unidos colheram a maior safra da his-
brando dc outras estações, e ter-se-á
tória, ou sejam 18.412.000 fardos de 500 libras. Nesse ano — o em vista especialmente dessa safra gigantesca — a
idéia clara da grave si^ação que então defrontava o mundo algodoeiro,^ traduzida nos excessos ou "cany-over de um
produção mundial elevou-se a
outro ano :
"CARRY-OVER" MUNDIAL DE ALGODÃO
sões da Câmara e tratar, em outra legis má-la
algodão
trás épocas, o por isso não se verificava,
mir o sono do esquecimento nus comis
Ao contrário, se o Congresso não reisístir às pressões demagógicas e imedia tas, que inspiram o projeto, veremos
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r-
do Algodão, tnirmiíe a gu(?rra, .® t «-s fases mais dranudicas e nem òcíu,
Volume em fardos dc 500
Estação
libras-pêso
1934/38 (média de cinco anos)
17.351.000
1937/38
22.702.000
1938/39
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1939/40
. 21.638.000 ^
20.262.000
Ês.se tremendo "cariy-over" pesava mais nas costas norte-americanas do que
1934/38 (média de cinco anos), do total apontado achavam-se nos Estados
nas do resto do mundo,
Unidos 58 por cento.
pois só em
Nos anos subse-
f
»»
^
DifiK-srí) EcoNó.\nco
quentes, a posição ainda pio rou mais para os Estados Unidos, pois essa porcentafoi aumentando gradualmente até atingir 65 e 62 por cento respectivamente.
A ameaça
Não havia, então, c.vagèro, cin afirniar-.sc qu«'. enquanto
no.s Estados Unitios, o algo dão decaía porque lhe falta va, em hoa dose, apoio téc nico, ou mais exatamente, en
de novo aumento dos esto
quanto o ní\el de produtivi
ques sobrantes levou então o governo dos Estados Uni
dade não registrava melhoria considcrã\'cI c. por isso mes
dos, sob pressão de seus le
mo, o custo de produção su
gisladores, clientes do voto do
Partido Democrata, produtor de algodão, a, primeiramente, tentar resolver o problema do excesso, através da coopera ção internacional. Em setem
bro de 1939, sob a presidên cia do secretário da Agricul tura, Henry Wallace, reali
zou-se em Washington a pri meira
Conferência
Interna
cional do Algodão. Coube-
me presidir a Delegação do Brasil a esse convênio. Essa reunião era, na rea
bia a olhos vislo.s, São Paulo
entrava em fase que se pode ria chamar dc "revolução al
Dicesto Econó.nuco
Infelizmente, e apesar da simpatia e da
O dilema estava lançado : Cooperação
boa vontade (pie .sempre cultivei para
ou Caos.
com os Estados Unidos — terra onde Rz
Essa Conferência Internacional reunia.
meu estágio de especialização e terminei meus estudos agronômicos superiores —
j>orém, apenas países produtores. Os consumidores não se achavam presentes.
não foi nunca possível no.s entendermos. As bases que então nos eram apre.sentadas, partindo de períodos históricos
E nem todos os produtores se fizeram representar. Alguns julgavam-se cartas fora do baralho, por serem então pouco
desinteressantes para o Brasil, não a.s pude aceitar. E exposta a situação ao governo do Brasil e ãs classes algodoei-
importantes. Era o caso da Argentina.
ras, sempre achei apoio a essa recusa.
nunca davam opinião e não se compro
durou até 1944, foram exce
em que pesem certas afirma
Outros, como a Rússia, compareciam
mais para saber o que todos faziam, mas metiam. Mais do que tais atitudes, con
godoeira". Nessa fase, que lentes os resultados apurados. O nosso custo de produção —
31
Coojjcração oii Caos
Ante a impos.sil5Ílidade de ação entre
tribuiu, como era natural, para o pouco êxito da reunião, a situação internacio
nal. O mundo pegara fogo. E nin
guém sabia para onde se marchava, tal
tivas em contrário — era en
apenas alguns países, resolveu-se, aliás acerlaclamente, que se o problema de
o ímpeto com que a Alemanha derruba
tão .substancialmente inferior ao norte-americano. E como
vesse ser encaminhado para o terreno das restrições de produção, somente
nações européias.
na batalha econômica, ven ce, na maioria das vezes,
com a cooperação de todos se poderia tentar alguma coisa positiva. Exigir
quem produz mais barato o
que apenas alguns países fize.ssem sacri
mesmo artigo, tudo fazia pen
fícios, ajudando provàvelmcnte a man ter nível razoável ou animador de pre ços, para que outros ficassem lixTes, era
va todas as barreiras e tomava conta das
Para que se não perdesse essa pri ra internacional, lançaram-se as b^es meira tentativa de cooperação algodoei
dc uma entidade permanente -- O Co mitê Consultivo Internacional de Algo
lidade, seqüência de várias tentativas de solução do problema, unilateralmen-
der para São Paulo o fiel da balança da
te, entre o Brasil e Estados Unidos, principalmente. Quase diria: entre os Estados Unidos e São Paulo. Temia-
sionava os norte-americanos, cujos téc
história econômica. Infelizmente, a do
nicos, talvez por excesso de zelo, exage ravam as possibilidades de nossa expan são, e por isso criaram uma atmosfera se não hostil, pelo menos temerosa da produção brasileira. Fui escolhido, por várias vêzes, por deferência especial do govêmo brasileiro, e, especialmente, pela
café estava ainda bem viva para que a
uniões, apresentando dados novos da si
pudéssemos esquecer. O discurso inaugural da Conferência
fera de ação não somente produtores,
Internacional de Algodão, realizada em setembro de 1939, nos primeiros dias da
dão.
se então, mais do que qualquer outro centro novo, o que se ampliava, com grande ímpeto, entusiasmo e dinamis mo, no Estado de São Paulo. A ex pansão algodoeira paulista fôra, con
forme tantas vezes se tem provado,
decisão algodoeira.
E era isso que evidentemente impres
estulticia e falta de conhecimento de
Segunda Conflagração Mundial, foi pro
confiança dos ilustres titulares das pas
ferido pelo secretário Wallace e se inti tulava "Cooperação pu Caos". Ou se
o em escala não pequena — fruto de
tas da Agricultura e do Exterior, minis
entrava em acordo — era essa a tese —
tros Fernando Costa e Oswaldo Aranha,
amadurecido labor técnico, traduzido em
para discutir em Washington aspetos de nossa produção algodoeira e possibilida
para se impedir, pelo esforço de todos, a agravação da superprodução, e dai po
conseqüência, em grande parte, da crise cafeeira de 1930, mas também —
trabalhos de melhoramento do algodão, quer quanto à produtividade, quer quanto à qualidade das fibras, realizado pelos nossos técnicos.
des de uma ação comum, em benefício
geral, entre os dois mais visados centros algodoeiros — Brasil e Estados Unidos.
dão, com sede em Washington, o qual se incumbiria de acompanhar a marcha dos acontecimentos e de convocar re tuação, e envidando trazer para sua es
mas igualmente consumidores de algo Várias conferências foram realizadas, acrescidas dessa vez de representantes
das nações consumidoras.
Tive igual
mente a honra de comparecer a quase tôdas. Mas, nada de útil, nem de prá
deria sair alguma coisa semelhante ao
tico se pôde fazer, quer durante, quer logo após a guerra, porque a situação
que já se aplicara ao açúcar, com êxito,
tomou rumos
moderadamente animador, ou então se
dos que prevaleciam quando nasceu ou
cairia na guerra dos preços e mercados.
completamente diversos
DifiK-srí) EcoNó.\nco
quentes, a posição ainda pio rou mais para os Estados Unidos, pois essa porcentafoi aumentando gradualmente até atingir 65 e 62 por cento respectivamente.
A ameaça
Não havia, então, c.vagèro, cin afirniar-.sc qu«'. enquanto
no.s Estados Unitios, o algo dão decaía porque lhe falta va, em hoa dose, apoio téc nico, ou mais exatamente, en
de novo aumento dos esto
quanto o ní\el de produtivi
ques sobrantes levou então o governo dos Estados Uni
dade não registrava melhoria considcrã\'cI c. por isso mes
dos, sob pressão de seus le
mo, o custo de produção su
gisladores, clientes do voto do
Partido Democrata, produtor de algodão, a, primeiramente, tentar resolver o problema do excesso, através da coopera ção internacional. Em setem
bro de 1939, sob a presidên cia do secretário da Agricul tura, Henry Wallace, reali
zou-se em Washington a pri meira
Conferência
Interna
cional do Algodão. Coube-
me presidir a Delegação do Brasil a esse convênio. Essa reunião era, na rea
bia a olhos vislo.s, São Paulo
entrava em fase que se pode ria chamar dc "revolução al
Dicesto Econó.nuco
Infelizmente, e apesar da simpatia e da
O dilema estava lançado : Cooperação
boa vontade (pie .sempre cultivei para
ou Caos.
com os Estados Unidos — terra onde Rz
Essa Conferência Internacional reunia.
meu estágio de especialização e terminei meus estudos agronômicos superiores —
j>orém, apenas países produtores. Os consumidores não se achavam presentes.
não foi nunca possível no.s entendermos. As bases que então nos eram apre.sentadas, partindo de períodos históricos
E nem todos os produtores se fizeram representar. Alguns julgavam-se cartas fora do baralho, por serem então pouco
desinteressantes para o Brasil, não a.s pude aceitar. E exposta a situação ao governo do Brasil e ãs classes algodoei-
importantes. Era o caso da Argentina.
ras, sempre achei apoio a essa recusa.
nunca davam opinião e não se compro
durou até 1944, foram exce
em que pesem certas afirma
Outros, como a Rússia, compareciam
mais para saber o que todos faziam, mas metiam. Mais do que tais atitudes, con
godoeira". Nessa fase, que lentes os resultados apurados. O nosso custo de produção —
31
Coojjcração oii Caos
Ante a impos.sil5Ílidade de ação entre
tribuiu, como era natural, para o pouco êxito da reunião, a situação internacio
nal. O mundo pegara fogo. E nin
guém sabia para onde se marchava, tal
tivas em contrário — era en
apenas alguns países, resolveu-se, aliás acerlaclamente, que se o problema de
o ímpeto com que a Alemanha derruba
tão .substancialmente inferior ao norte-americano. E como
vesse ser encaminhado para o terreno das restrições de produção, somente
nações européias.
na batalha econômica, ven ce, na maioria das vezes,
com a cooperação de todos se poderia tentar alguma coisa positiva. Exigir
quem produz mais barato o
que apenas alguns países fize.ssem sacri
mesmo artigo, tudo fazia pen
fícios, ajudando provàvelmcnte a man ter nível razoável ou animador de pre ços, para que outros ficassem lixTes, era
va todas as barreiras e tomava conta das
Para que se não perdesse essa pri ra internacional, lançaram-se as b^es meira tentativa de cooperação algodoei
dc uma entidade permanente -- O Co mitê Consultivo Internacional de Algo
lidade, seqüência de várias tentativas de solução do problema, unilateralmen-
der para São Paulo o fiel da balança da
te, entre o Brasil e Estados Unidos, principalmente. Quase diria: entre os Estados Unidos e São Paulo. Temia-
sionava os norte-americanos, cujos téc
história econômica. Infelizmente, a do
nicos, talvez por excesso de zelo, exage ravam as possibilidades de nossa expan são, e por isso criaram uma atmosfera se não hostil, pelo menos temerosa da produção brasileira. Fui escolhido, por várias vêzes, por deferência especial do govêmo brasileiro, e, especialmente, pela
café estava ainda bem viva para que a
uniões, apresentando dados novos da si
pudéssemos esquecer. O discurso inaugural da Conferência
fera de ação não somente produtores,
Internacional de Algodão, realizada em setembro de 1939, nos primeiros dias da
dão.
se então, mais do que qualquer outro centro novo, o que se ampliava, com grande ímpeto, entusiasmo e dinamis mo, no Estado de São Paulo. A ex pansão algodoeira paulista fôra, con
forme tantas vezes se tem provado,
decisão algodoeira.
E era isso que evidentemente impres
estulticia e falta de conhecimento de
Segunda Conflagração Mundial, foi pro
confiança dos ilustres titulares das pas
ferido pelo secretário Wallace e se inti tulava "Cooperação pu Caos". Ou se
o em escala não pequena — fruto de
tas da Agricultura e do Exterior, minis
entrava em acordo — era essa a tese —
tros Fernando Costa e Oswaldo Aranha,
amadurecido labor técnico, traduzido em
para discutir em Washington aspetos de nossa produção algodoeira e possibilida
para se impedir, pelo esforço de todos, a agravação da superprodução, e dai po
conseqüência, em grande parte, da crise cafeeira de 1930, mas também —
trabalhos de melhoramento do algodão, quer quanto à produtividade, quer quanto à qualidade das fibras, realizado pelos nossos técnicos.
des de uma ação comum, em benefício
geral, entre os dois mais visados centros algodoeiros — Brasil e Estados Unidos.
dão, com sede em Washington, o qual se incumbiria de acompanhar a marcha dos acontecimentos e de convocar re tuação, e envidando trazer para sua es
mas igualmente consumidores de algo Várias conferências foram realizadas, acrescidas dessa vez de representantes
das nações consumidoras.
Tive igual
mente a honra de comparecer a quase tôdas. Mas, nada de útil, nem de prá
deria sair alguma coisa semelhante ao
tico se pôde fazer, quer durante, quer logo após a guerra, porque a situação
que já se aplicara ao açúcar, com êxito,
tomou rumos
moderadamente animador, ou então se
dos que prevaleciam quando nasceu ou
cairia na guerra dos preços e mercados.
completamente diversos
Dicesto Econômico
33
nacional <lc algoilão, i-onsubstanciada na tnlidaclc já citada, li' qnc a guerra,
mercio intcnjacional dessa matéria-pri
ration" — entidade criada para receber e colocar os estoques oficiais norte-ame ricanos — possuía, no citado ano ou es tação, algodão suficiente para consumo
ma, estimulou de tal maneira o consu
de um ano. E as safras continuavam a
mo de algodão eiu alguns países, antes carregadcts de estotpies <pie os deglutiu
às restrições de áreas, mas em nível sufi
a ponto de, algfins anos após, ler-sc co
cientemente forte para não permitir a
gitado sèriainciile da "fome de algo
extinção completa ou acentuada dessas
dão".
sobras.
apesar de pràlicauionte asfixiar o co
A guerra mtnulial o os estoques de algodão A produção algodocira caiu em al
guns países, sob a dvipla influencia de
tados Unidos pareciam irritar-se quando
mentícios.
Mas, em que pesem tais providências, em 1941 o "carry-over" nos Estados Unidos ainda era elevadíssimo, com
12.166.000 fardos, dos quais 6.057.000 pertencentes ao govêmo fe deral que os recebera ou os adquirira, através das várias formas de assistência
í.
de guerra com e.xportação fácil, os Es percebiam que o Brasil conseguia, por êstes ou aquêles processos, vender a quase totalidade de suas colheitas, pe o
cretos dos respectivos governos, reduzi ram as áreas algodoeiras e aumentaram as de trigo, arroz e outros gêneros ali
o
Com sobras de tal amplitude pela frente, c não contando durante os anos
falando, e da necessidade de aumentar
desfavoráveis,
as áreas agrícolas destinadas às la\'Ouras de gêneros de primeira ncccs.sidade. Ha via, então, muito algodão c pouca comi da. Por. isso, a índia c o Egito, por de
g t>5s
O sttbsidio à exportação e o Brasil
climatèricamentc
anos
f
proccssar-sc, em menor volume, devido
menos até fins de 1942. A capacidade
de penetração do algodão brasüeiro era
tão impressionante que ale no Canada fomos bater. Quem então escrevendo melhor trabalho sobre essa situaçao ioi
ôsse príncipe do jornalismo brasileiro que é Assis Chateaubriand. Os meios algodoeíros norte-americanos haviam admitido tudo, na competição interna--
cional, mas nunca a perda de um mer cado que lhes ficava às portas, como é
o' Canadá, para competidor distante, co
mo o Brasil, ou melhor,, o Estado de
ali postas em prática, para assegurar aos lavradores margem razoável de preços, durante a emergência da guerra mun
São Paulo.
dial.
rito do observação e animado pitoresco
Isso já era, porém, quase uma solu ção, para a pior crise que se registrara nos Estados Unidos, que foi a de 1939,
quando os estoques em todas as mãos,
Foi o Canadá — di-lo Assis Cha teaubriand — com aquele seu fino espí
— que fêz extravasar a taça da pa ciência
norte-americana.
E, infeliz
mente, a medida encontrada para ven cer a crise, medida que sempre reputei
no fim da estação, subiam a 13.033.000
contrária à tradição liberal norte-ameri
fardos, sendo 11.045.000 do govêmo. Sòmente a "Commodity Credit Corpo-
cana, foi o subsídio à exportação .mi
Dicesto Econômico
33
nacional <lc algoilão, i-onsubstanciada na tnlidaclc já citada, li' qnc a guerra,
mercio intcnjacional dessa matéria-pri
ration" — entidade criada para receber e colocar os estoques oficiais norte-ame ricanos — possuía, no citado ano ou es tação, algodão suficiente para consumo
ma, estimulou de tal maneira o consu
de um ano. E as safras continuavam a
mo de algodão eiu alguns países, antes carregadcts de estotpies <pie os deglutiu
às restrições de áreas, mas em nível sufi
a ponto de, algfins anos após, ler-sc co
cientemente forte para não permitir a
gitado sèriainciile da "fome de algo
extinção completa ou acentuada dessas
dão".
sobras.
apesar de pràlicauionte asfixiar o co
A guerra mtnulial o os estoques de algodão A produção algodocira caiu em al
guns países, sob a dvipla influencia de
tados Unidos pareciam irritar-se quando
mentícios.
Mas, em que pesem tais providências, em 1941 o "carry-over" nos Estados Unidos ainda era elevadíssimo, com
12.166.000 fardos, dos quais 6.057.000 pertencentes ao govêmo fe deral que os recebera ou os adquirira, através das várias formas de assistência
í.
de guerra com e.xportação fácil, os Es percebiam que o Brasil conseguia, por êstes ou aquêles processos, vender a quase totalidade de suas colheitas, pe o
cretos dos respectivos governos, reduzi ram as áreas algodoeiras e aumentaram as de trigo, arroz e outros gêneros ali
o
Com sobras de tal amplitude pela frente, c não contando durante os anos
falando, e da necessidade de aumentar
desfavoráveis,
as áreas agrícolas destinadas às la\'Ouras de gêneros de primeira ncccs.sidade. Ha via, então, muito algodão c pouca comi da. Por. isso, a índia c o Egito, por de
g t>5s
O sttbsidio à exportação e o Brasil
climatèricamentc
anos
f
proccssar-sc, em menor volume, devido
menos até fins de 1942. A capacidade
de penetração do algodão brasüeiro era
tão impressionante que ale no Canada fomos bater. Quem então escrevendo melhor trabalho sobre essa situaçao ioi
ôsse príncipe do jornalismo brasileiro que é Assis Chateaubriand. Os meios algodoeíros norte-americanos haviam admitido tudo, na competição interna--
cional, mas nunca a perda de um mer cado que lhes ficava às portas, como é
o' Canadá, para competidor distante, co
mo o Brasil, ou melhor,, o Estado de
ali postas em prática, para assegurar aos lavradores margem razoável de preços, durante a emergência da guerra mun
São Paulo.
dial.
rito do observação e animado pitoresco
Isso já era, porém, quase uma solu ção, para a pior crise que se registrara nos Estados Unidos, que foi a de 1939,
quando os estoques em todas as mãos,
Foi o Canadá — di-lo Assis Cha teaubriand — com aquele seu fino espí
— que fêz extravasar a taça da pa ciência
norte-americana.
E, infeliz
mente, a medida encontrada para ven cer a crise, medida que sempre reputei
no fim da estação, subiam a 13.033.000
contrária à tradição liberal norte-ameri
fardos, sendo 11.045.000 do govêmo. Sòmente a "Commodity Credit Corpo-
cana, foi o subsídio à exportação .mi
DicESTO Econômico
34
pois, com a inoperáncia das meías-me-
didas, altamente agressivo, a ponto de representar verdadeiro ataque ao algo
dão brasileiro. Em vão, protestou o Brasil, A tôdas as reuniões algodoeiras
Lembro-me, quando discuti nu Con ferência dos Chanceleres, na Cidade do Mé.xico, em 1943, à qual e.stive presen
repvidio da Confiítência de .\nuecv. mas
te, na qualidade de técnico, como o de legado do Departamentu da Agricultura
será contada oportunamente.
que assisti ou em que tomei parte, na
dos Estados Unidos,
qualidade de delegado do Brasil, sem
irritou-se, a ponto de perder aquela se
pre ataquei vigorosamente essa medida.
renidade e calma que por tanto tempo
Não era possível — pensava, e nisw pen savam comigo os dirigentes da política
Leslie \\'hcelcr,
lhe deram \anlagens nas intrincadas con ferências algodoeiras. lias ia então aprc.senlado u'a moção, que já contava
brasileira de algodão — admítír-se qual quer tentativa de acordo, como se dese java em Wasliington, quando pesava sô-
com o apoio da Comissão onde trabalha
re todos os países participantes essa es pada de Daniccles que era o subsídio.
Wheeler insurgiu-.sc contra a moção e não sei a quem coube a parte melhor na
Condicionamos qualquer atitude conciJatóna à eliminação de uma arma, rjuc o próprio governo dos Estados Unidos, por intermédio do então subsecretário do
Departamento de Estado, Dean Acheson, o mesmo que hoje dirige a política
exterior dessa grande nação, julgava a
va, condenando
discussão travada.
o
subsídio.
Leslio
Lembro-me apenas
que disse mais do que o aconselharia a prudência cm debates internacionais. Mas, ao sair dessa reunião, dois velhos
amigos que ali estavam. Armando de Armda Pereira e Valentim Bouças, vie
ram abraçar-me, cm .sinal de simpatia e
menos adequada das providências a se rem tomadas pelo seu governo, pela ine
solidariedade à minha atitude.
vitável reação que certamente provo
vesse excedido as normas das discussões
Foi um
grande confôrto, para quem tal\'ez ti
caria, como de fato provocou, por toda
protocolares.
a parte.
A moção que apresentei foi substituí da por uma de caráter mais geral, que
Afastados de mercados que conquis
35
DicEsn» Eco.nó.nuco
tamos, lisamente, na dura, mas sadia concorrência comercial, fomos perdendo terreno, tanto mais rapidamente quanto
consta dos Anais da Conferência de
se avizinhava o fim da tremenda con
ton. A condenação ao subsídio, tomada
Chapulíepec, apresentada pelo delega do dos Estados Unidos, Willíam Clay-
iníclizmcnto consagrad*» na (ionfercncia do Havana.
A sua \ida não acabou e-
Custou aos norte-americanos dezenas
de milhões de dólares, mas com êle ven ceram a partida.
Acumulam-sc coloques no Brasil Trancados os mercados de consumo
estrangeiro, e bafejada pelas condições
satisfatórias do tempo, a produção bra sileira, melhor diria, a produção do al godão do São Paulo, não podendo escoar-se, começou a rcpresar-.sc perigo samente. Não ha\'cndo então, nos anos
do 1942 em diante, senão fracos com
pradores, começou o governo federal do Brasil, na esclarecida e brilhante ge.stão do minislTO Souza Costa, a intervir no meio algodoeiro, alra\'és dos vários dccreto.s de financiamento, de caráter es
pecial, pelos quais todo e (pialqiier de tentor dessa mercadoria, desde que den tro de condições previstas, poderia ser assistido pelos empréstimos e, posterior mente, entregar, se assim lhe convicsse,
a mercadoria apcnhada ao governo do Foi assim o govêmo federal se subs
em caráter geral, se não apareceu, co
gadora da impressionante máquina de
mo desejaria, na rudeza de minha falta de tato diplomático, consta, porém, de forma indireta, das atas daquele grande
nou-se o maior recebodor de algodão de algumas safras, mormente depois de ter
conclave.
o ministro
aguerrido espírito combativo de seus soldados e marinheiros.
Em alguns anos da guerra, exporta
Mas, o subsídio continuou e contínua.
mos mais para o exterior do que os Es barcador de algodão, tomou o cetro que
Foi sendo despojado de agressividade, ã medida que os competidcres perderam seu ímpeto de penetração. Hoje, sub
pertencia a Houston-. E isso evidente
siste simbolicamente, como arma poten
mente não agradava aos meios algo-
cial, à espera de dias de mais necessá ria aplicação. E continua, apesar do
tados Unidos. Santos, como pôrto em-
doeiros norte-americanos.
tituindo aos compradores normais. Tor
bases
ta britânico de fama mundial, Dudley Mandcll, no qual se afirmava que as
compras de algodão do São Paulo, fei tas pelo govêmo da Inglaterra, ser\'iam
para atenuar os prejuízos sofridos com o subsidio dado aos algodões da índia e
do Egito, o ilustre ÜUilar da pasta da Fazenda não teve mais nenhuma hesita
ção. Ficou inteiramente ao lado dos que pediam a alta do financiamento. E assim, recebemos, em duas safras, so mente cm São Paulo, mais de 1.300.000 fardos e. no Norte e Nordeste, de .... 250.000 a 300.000.
Os "clefautes broncos" do "corryooed' mundial
Assim como se julgava
pelo menos difícil, desfazer-se o goser no brasileiro dos estoques que
cebendo, em 1943 c 1944 também predominars,. em outros pa.ses, a mesma
dávida sobre outros estoques. Em uma das reuniões internacionais, em que to-
'>1
Í.1
mei parte c à qual compareceu o senhor
Fla^1o Rodrigues, como representante
da União dos Lavradores de Algodão de
Brasil.
flagração mundial, com a vitória esma produção dos Estados Unidos e do
mostrei, porém, ao ministro Souza Cos ta um quadro elaborado pelo economis
de
Souza Costa melhorado as
financiamento.
Muitos ele
São Paulo, o pessimismo era tao acen
tuado. por parte dos delegados da índia, Egito e Estados Unidos, que tive grande dificuldade em modificar, na qualidade
de membro da Comissão de Redação, uma nota a ser divulgada sobre a situa
mentos do governo de então eram con
ção geral dessa matéria-prima. Os de
trários à elevação das bases de finan
mais delegados julgavam crítica a situa ção. A meu ver, porém, a situação não se afigurava tão séria, pois, em vista de fatores e causas já aqui descritos, ~
ciamento, entre 1943 c 1944, porque te miam a inflação e porque julgavam que a guerra duraria ainda muitos anos e o governo federal não conseguiria desfa
zer-se dos estoques recebidos. Quando
a
DicESTO Econômico
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pois, com a inoperáncia das meías-me-
didas, altamente agressivo, a ponto de representar verdadeiro ataque ao algo
dão brasileiro. Em vão, protestou o Brasil, A tôdas as reuniões algodoeiras
Lembro-me, quando discuti nu Con ferência dos Chanceleres, na Cidade do Mé.xico, em 1943, à qual e.stive presen
repvidio da Confiítência de .\nuecv. mas
te, na qualidade de técnico, como o de legado do Departamentu da Agricultura
será contada oportunamente.
que assisti ou em que tomei parte, na
dos Estados Unidos,
qualidade de delegado do Brasil, sem
irritou-se, a ponto de perder aquela se
pre ataquei vigorosamente essa medida.
renidade e calma que por tanto tempo
Não era possível — pensava, e nisw pen savam comigo os dirigentes da política
Leslie \\'hcelcr,
lhe deram \anlagens nas intrincadas con ferências algodoeiras. lias ia então aprc.senlado u'a moção, que já contava
brasileira de algodão — admítír-se qual quer tentativa de acordo, como se dese java em Wasliington, quando pesava sô-
com o apoio da Comissão onde trabalha
re todos os países participantes essa es pada de Daniccles que era o subsídio.
Wheeler insurgiu-.sc contra a moção e não sei a quem coube a parte melhor na
Condicionamos qualquer atitude conciJatóna à eliminação de uma arma, rjuc o próprio governo dos Estados Unidos, por intermédio do então subsecretário do
Departamento de Estado, Dean Acheson, o mesmo que hoje dirige a política
exterior dessa grande nação, julgava a
va, condenando
discussão travada.
o
subsídio.
Leslio
Lembro-me apenas
que disse mais do que o aconselharia a prudência cm debates internacionais. Mas, ao sair dessa reunião, dois velhos
amigos que ali estavam. Armando de Armda Pereira e Valentim Bouças, vie
ram abraçar-me, cm .sinal de simpatia e
menos adequada das providências a se rem tomadas pelo seu governo, pela ine
solidariedade à minha atitude.
vitável reação que certamente provo
vesse excedido as normas das discussões
Foi um
grande confôrto, para quem tal\'ez ti
caria, como de fato provocou, por toda
protocolares.
a parte.
A moção que apresentei foi substituí da por uma de caráter mais geral, que
Afastados de mercados que conquis
35
DicEsn» Eco.nó.nuco
tamos, lisamente, na dura, mas sadia concorrência comercial, fomos perdendo terreno, tanto mais rapidamente quanto
consta dos Anais da Conferência de
se avizinhava o fim da tremenda con
ton. A condenação ao subsídio, tomada
Chapulíepec, apresentada pelo delega do dos Estados Unidos, Willíam Clay-
iníclizmcnto consagrad*» na (ionfercncia do Havana.
A sua \ida não acabou e-
Custou aos norte-americanos dezenas
de milhões de dólares, mas com êle ven ceram a partida.
Acumulam-sc coloques no Brasil Trancados os mercados de consumo
estrangeiro, e bafejada pelas condições
satisfatórias do tempo, a produção bra sileira, melhor diria, a produção do al godão do São Paulo, não podendo escoar-se, começou a rcpresar-.sc perigo samente. Não ha\'cndo então, nos anos
do 1942 em diante, senão fracos com
pradores, começou o governo federal do Brasil, na esclarecida e brilhante ge.stão do minislTO Souza Costa, a intervir no meio algodoeiro, alra\'és dos vários dccreto.s de financiamento, de caráter es
pecial, pelos quais todo e (pialqiier de tentor dessa mercadoria, desde que den tro de condições previstas, poderia ser assistido pelos empréstimos e, posterior mente, entregar, se assim lhe convicsse,
a mercadoria apcnhada ao governo do Foi assim o govêmo federal se subs
em caráter geral, se não apareceu, co
gadora da impressionante máquina de
mo desejaria, na rudeza de minha falta de tato diplomático, consta, porém, de forma indireta, das atas daquele grande
nou-se o maior recebodor de algodão de algumas safras, mormente depois de ter
conclave.
o ministro
aguerrido espírito combativo de seus soldados e marinheiros.
Em alguns anos da guerra, exporta
Mas, o subsídio continuou e contínua.
mos mais para o exterior do que os Es barcador de algodão, tomou o cetro que
Foi sendo despojado de agressividade, ã medida que os competidcres perderam seu ímpeto de penetração. Hoje, sub
pertencia a Houston-. E isso evidente
siste simbolicamente, como arma poten
mente não agradava aos meios algo-
cial, à espera de dias de mais necessá ria aplicação. E continua, apesar do
tados Unidos. Santos, como pôrto em-
doeiros norte-americanos.
tituindo aos compradores normais. Tor
bases
ta britânico de fama mundial, Dudley Mandcll, no qual se afirmava que as
compras de algodão do São Paulo, fei tas pelo govêmo da Inglaterra, ser\'iam
para atenuar os prejuízos sofridos com o subsidio dado aos algodões da índia e
do Egito, o ilustre ÜUilar da pasta da Fazenda não teve mais nenhuma hesita
ção. Ficou inteiramente ao lado dos que pediam a alta do financiamento. E assim, recebemos, em duas safras, so mente cm São Paulo, mais de 1.300.000 fardos e. no Norte e Nordeste, de .... 250.000 a 300.000.
Os "clefautes broncos" do "corryooed' mundial
Assim como se julgava
pelo menos difícil, desfazer-se o goser no brasileiro dos estoques que
cebendo, em 1943 c 1944 também predominars,. em outros pa.ses, a mesma
dávida sobre outros estoques. Em uma das reuniões internacionais, em que to-
'>1
Í.1
mei parte c à qual compareceu o senhor
Fla^1o Rodrigues, como representante
da União dos Lavradores de Algodão de
Brasil.
flagração mundial, com a vitória esma produção dos Estados Unidos e do
mostrei, porém, ao ministro Souza Cos ta um quadro elaborado pelo economis
de
Souza Costa melhorado as
financiamento.
Muitos ele
São Paulo, o pessimismo era tao acen
tuado. por parte dos delegados da índia, Egito e Estados Unidos, que tive grande dificuldade em modificar, na qualidade
de membro da Comissão de Redação, uma nota a ser divulgada sobre a situa
mentos do governo de então eram con
ção geral dessa matéria-prima. Os de
trários à elevação das bases de finan
mais delegados julgavam crítica a situa ção. A meu ver, porém, a situação não se afigurava tão séria, pois, em vista de fatores e causas já aqui descritos, ~
ciamento, entre 1943 c 1944, porque te miam a inflação e porque julgavam que a guerra duraria ainda muitos anos e o governo federal não conseguiria desfa
zer-se dos estoques recebidos. Quando
a
Dicksto Kí^onó.mico
30
da seria de o consumo retomar o ritmo
O algodão não deu prejuízos ao govêrno
antigo. Fui então contrário não somente a essa apreciação pessimista da situação, como igualmente contrário a medidas no
federal
vas de restrição, sem primeiramente se verificar o comportamento das novas sa fras, principalmente as dos Estados Uni
Distínguidf) com a função clc Supe
Djcesto Econômico
Essa fase de penúria dc algodão, que permitiu o escoamento dos estoques re presados durante a guerra, c (pie asse gurou margem acentuada de lucros, já
rintendente do ScTiiço (Io Controle da
terminou há dois anos.
Comissão de Financiamento da Produ
A "revolução
Apesar da melhoria das condições do consumo mundial, as no\ as safras ja lhe
são visivelmente superiores. E o ciclo da superprodução poderá — ao que pa
rece — repetir-se, com os mesmos fenô
dos que então pareciam ter entrado no ciclo de magras colheitas.
de Financiaincnlo da Produção, presi
E de fato, assim aconteceu. Em 1945 e 1946, as colheitas norte-americanas
bido dc receber c colocar o.s estoques
recebidos pelo goièrno federal, no Sul e
algodoeira" dos Estados Unidos, de ba se eminentemente tecnológica, c a normalizaç>ão da produção aliincnlar estão permitindo a produção dc safras de grandes proporções, cm áreas menores, com ajuda de maquinaria aperfeiçoada,
caíram a 8.972.000 e 8.582.000 far
no Norte do país, procurei .sempre
inclusive colheita mecânica,
dos, respectivamente. Eram as meno res de que se tinha lembrança nos úUi-
dispor desses algodões, nas épocas cm que não pudessem prejudicar os inte
que foram colhidas nos Estados Unidos,
^'^E* o que analisarei em pró.ximo es
nos dois últimos anos.
tudo.
nios tempos.
resses dos produtores e comerciantes, isto é, nos períodos das enlre-safras.
Também caíram, nesse
período, as demais safras, inclusive as
ção, que é o órgão técnico da Comissão
dida pelo ministro da Fazenda, incum
nossas, por coincidência que até faz su
Nunca fui favorável
por a existência de "ciclos mundiais" de
ciças, porque reputo prudente colo car esses estoques em parcelas mode radas. Várias proiidèncias foram to
maior e menor produção.
Os chamados "elefantes brancos"
às
\'enda,s
ma
mundiais foram minguando, até atingi
madas nesse sentido, de comum acordo
rem, em 1946/47, 1947/48 e 1948/49,
com as classes interessadas.
níveis abai.xo -dos normais. Dc fato, o
neira, nem prejudicou o governo fede ral o comércio normal, nem enfraque ceu a sua política de vendas. Ao con trário : a prudência foi-lhe propícia, porque, prolongando a venda dos esto ques pôde ter o que \'endcr, quando ha
"cany-over" mundial de algodão ante rior à guerra (média de 1934 a 1939) era de 17.35L.000, enquanto que o dos três anos ou safras citadas não passa. va de 17.094.000, 13.890.000 e 14.902.000, respectivamente.
Dessa ma
via escassez relativa, tirando proveito da
Em 1943 e 1946, as safras mundiais
alta então re.sultante e ajudando o co
dessa matéria-prima não ultrapassaram 19.890.000 e 21.151.000 fardos, en
ritmo de atividades, de outra forma qua
quanto o consumo, já em parte restabe
lecido das dificuldades da guena, pas sara a 25.893.000 e 26.406.000.' Terminara assim o ciclo da superpro dução do algodão, com a eliminação dos estoques exces-sivos, resultado do alimento do consumo e da redução das
mércio interno e externo a manter certo
se impossível. Os que não acreditavam pudesse o govêmo fedéral dispor vantajosamente dos estoques recebidos, ou os que eram contrários à sua participação, com
receio de outras complicações,
ficarão
safras.
certamente surpreendidos, quando sou berem que as vendas dessas sobras pro porcionaram elevados lucros líquidos,
Com isso, veio a alta dos preços, crian do-se, durante algum tempo, o receio do falta de algodão.
em nenhuma outra operação dessa na tureza afeta aos poderes públicos.
como talvez não
se tenham registrado
como as
menos c sintomas dos anteriores.
IIa\crá, porém, nova superprodução do algodão ?
.
Como conduzir a economia algodoei
ra brasileira nessa outra fase, tendo em vista as novas condições de concorren* P
Dicksto Kí^onó.mico
30
da seria de o consumo retomar o ritmo
O algodão não deu prejuízos ao govêrno
antigo. Fui então contrário não somente a essa apreciação pessimista da situação, como igualmente contrário a medidas no
federal
vas de restrição, sem primeiramente se verificar o comportamento das novas sa fras, principalmente as dos Estados Uni
Distínguidf) com a função clc Supe
Djcesto Econômico
Essa fase de penúria dc algodão, que permitiu o escoamento dos estoques re presados durante a guerra, c (pie asse gurou margem acentuada de lucros, já
rintendente do ScTiiço (Io Controle da
terminou há dois anos.
Comissão de Financiamento da Produ
A "revolução
Apesar da melhoria das condições do consumo mundial, as no\ as safras ja lhe
são visivelmente superiores. E o ciclo da superprodução poderá — ao que pa
rece — repetir-se, com os mesmos fenô
dos que então pareciam ter entrado no ciclo de magras colheitas.
de Financiaincnlo da Produção, presi
E de fato, assim aconteceu. Em 1945 e 1946, as colheitas norte-americanas
bido dc receber c colocar o.s estoques
recebidos pelo goièrno federal, no Sul e
algodoeira" dos Estados Unidos, de ba se eminentemente tecnológica, c a normalizaç>ão da produção aliincnlar estão permitindo a produção dc safras de grandes proporções, cm áreas menores, com ajuda de maquinaria aperfeiçoada,
caíram a 8.972.000 e 8.582.000 far
no Norte do país, procurei .sempre
inclusive colheita mecânica,
dos, respectivamente. Eram as meno res de que se tinha lembrança nos úUi-
dispor desses algodões, nas épocas cm que não pudessem prejudicar os inte
que foram colhidas nos Estados Unidos,
^'^E* o que analisarei em pró.ximo es
nos dois últimos anos.
tudo.
nios tempos.
resses dos produtores e comerciantes, isto é, nos períodos das enlre-safras.
Também caíram, nesse
período, as demais safras, inclusive as
ção, que é o órgão técnico da Comissão
dida pelo ministro da Fazenda, incum
nossas, por coincidência que até faz su
Nunca fui favorável
por a existência de "ciclos mundiais" de
ciças, porque reputo prudente colo car esses estoques em parcelas mode radas. Várias proiidèncias foram to
maior e menor produção.
Os chamados "elefantes brancos"
às
\'enda,s
ma
mundiais foram minguando, até atingi
madas nesse sentido, de comum acordo
rem, em 1946/47, 1947/48 e 1948/49,
com as classes interessadas.
níveis abai.xo -dos normais. Dc fato, o
neira, nem prejudicou o governo fede ral o comércio normal, nem enfraque ceu a sua política de vendas. Ao con trário : a prudência foi-lhe propícia, porque, prolongando a venda dos esto ques pôde ter o que \'endcr, quando ha
"cany-over" mundial de algodão ante rior à guerra (média de 1934 a 1939) era de 17.35L.000, enquanto que o dos três anos ou safras citadas não passa. va de 17.094.000, 13.890.000 e 14.902.000, respectivamente.
Dessa ma
via escassez relativa, tirando proveito da
Em 1943 e 1946, as safras mundiais
alta então re.sultante e ajudando o co
dessa matéria-prima não ultrapassaram 19.890.000 e 21.151.000 fardos, en
ritmo de atividades, de outra forma qua
quanto o consumo, já em parte restabe
lecido das dificuldades da guena, pas sara a 25.893.000 e 26.406.000.' Terminara assim o ciclo da superpro dução do algodão, com a eliminação dos estoques exces-sivos, resultado do alimento do consumo e da redução das
mércio interno e externo a manter certo
se impossível. Os que não acreditavam pudesse o govêmo fedéral dispor vantajosamente dos estoques recebidos, ou os que eram contrários à sua participação, com
receio de outras complicações,
ficarão
safras.
certamente surpreendidos, quando sou berem que as vendas dessas sobras pro porcionaram elevados lucros líquidos,
Com isso, veio a alta dos preços, crian do-se, durante algum tempo, o receio do falta de algodão.
em nenhuma outra operação dessa na tureza afeta aos poderes públicos.
como talvez não
se tenham registrado
como as
menos c sintomas dos anteriores.
IIa\crá, porém, nova superprodução do algodão ?
.
Como conduzir a economia algodoei
ra brasileira nessa outra fase, tendo em vista as novas condições de concorren* P
Q/ Dicesto Econômico
39
(\7
Os pre$os desde a desvalorixaçao
do.
Uni ligeiro recuo das e.xporlações
terior. Em Berlim, â quarta parte do
para os Estudos Unidos foi logo com
operariado ficou sem ocupação.
pensado por \endas maiores a outros países, em particular à América Latina.
Na França, a regressão atingiu sobre tudo as indústrias tê.xtil c do papel. Co
Mas, as cmprèsas européias tornaram-se mais prudentes, reduziram suas compras
e das numerosas outras moedas que a acompanharam. E' claro que os gover
recuo na Europa manifestou-se no mes mo momento cm qtjc, nos Estados Uni
dos, já apareciam os primeiros sinais de melhoria. Mas, essa coincidência, apa
de matérias-primas c sua produção para
mo sempre, as empresas francesas evi taram despedir seus operários, de modo que o número dos desempregados na
evitar a acuimilação de estoques.
estalistica ficou ainda módico.
nos que executaram essa penosa opera
rentemente contraditória, nada tem de
particular,
Richard Lewinsohn \
PsTÃo visíveis agora os primeiroa re sultados da desvalorização da libra
ção se mostram contentes. Em parti
cular, o chanceler do Erário britânico, sir" Stafford Cripps, que, ainda há no
ve meses, era o adversário mais obstina
do da modificação da taxa cambial, tor nou-se um apologista da desvalorização. Há, porém, o testemunho de observa
dores menos interessados, e êstcs são, em geral, menos entusiastas. O relató
rio mais importante a respeito foi elabo
rado e publicado pela ONU, mais precúamente pela "Divisão de Pesquisas e
Em
as aquisições nos Estados
Entre
tanto, mais de 200.000 operários fica ram limitados a trabalho parcial. Curio
nos
Unidos foram muito limitadas. O déficit
grandes moxámento.s cíclicas, mudanças
da balança comercial dos dez principais
da conjuntura dc tim lado do Atlântico
países da Europa Oci
se refletem, após um intervalo de cerca
dental com
de seis meses, do outro lado.
Unidos passou de l.OOÜ
relatório da
milhões
textualmente acerca da situação euiopéia, no
c.xtraordinário.
Freqüentemente,
Medido na pcrccntagcm da produção ou em outros índices estatísticos, o re
cuo no continente europeu não foi mais
veemente que o mo\-iincnto precedente nos Estados Unidos. Mas, a reação psi
do
os Estados dólares
no
segundo trimestre de 19-18 para 660 milhões
samente, n situação foi muito melhor no país pelo qual se princi piou a desvalorização. O
terceiro
ONU
trimestre
diz
de
no terceiro — do punlo
1949 : "Entre os impor
de
tantes países da Europa Ocidental, o Reino Uni do é o único onde o re cente desenvolvimento na
vista
cambial,
Planejamento da Comissão Econômica para a Europa" dessa organização. En
cológica foi diferente. Os europeus são — o com boa razão ! — em geral menos otimistas que os americanos. Um líder da indústria norte-americana que,
bial da Europa nas vésperas da desva
indústiia pode ser considerado como in
contra-se no número 3 do novo "Eco-
princípio do Ano Novo, não tivesse feito
lorização fóssc desesperada. Era menos
teiramente satisfatório .
nomic Bulletin for Europe", editado em janeiro de 1950 pela sucursal da ONU
declarações cheias de confiança no futu
tensa que nos meses e anos anteriores.
ro, teria sido considerada como um ini
Ora, a política das restrições e pre cauções teve uma influência prejudicial
em Genebra.
Destaca-se não somente
migo da prosperidade.
no
Um líder da
pela sua rica documentação, como tam
economia na Europa que,
bém pela sua clareza e franqueza. E* um trabalho primoroso que merece a
ocasião, não insistisse nas enormes difi
atenção de todos os estudiosos da eco nomia mundial.
O caminho para a crise
na mesma
O fato de a Inglaterra ter dado o si partes do globo fazia, às vezes, esque cer um outro fato de grande relevância: em meados do ano passado, a situação econômica no continente europeu sofre um forte recuo, semelhante ao movimen
comum.
Seria, pois, ciTÒhco afir mar que a situação cam
sôbre os mercados internos dos respecti
culdades do presente o nas incertezas
do futuro, ficaria suspeito de ser um homem pouco consciencioso. Essa di vergência na mentalidade já e.xistia an tes da guerra, mas é hoje ainda mais marcada.
nal para a desvalorização em todas as
pouco
um
sucesso
A baixa dos preços nos Estados Uni dos não foi apreciada na Europa como um alívio para os países pobres de dó lares, mas provocou sérias preocupa-
vos países. A produção industrial so freu, em quase todos os países do con tinente europeu, no terceiro trimestre de 1949, um reverso. A produção de aço di
Mas, o abastecimento foi, em toda a parte, normal. O racionamento mostrou-
encomendas,
mas considerável para a
se inútil e foi abolido, com exceção de
Europa, onde a indústria siderúrgica se
alguns produtos importados, como, por
esforça para evitar oscilações bruscas na
exemplo, o café.
sensível na Bélgica e na Alemanha. O numero de desempregados na Alemanha
Efetivamente, a
Ocidental elevou-se a 1.300.000, contra
e.xportação européia
Ji
europeu, não só para o homem mas também para o gado. Por isso e em
portante nos Estados Unidos, onde a produção se adapta, cada semana, às
tação, que receiam uma competição mais aguda nos mercados internacionais. continua num nível relativamente eleva-
em 1948, com exceção da batata, ali mento de primeira ordem no continente
conseqüência de uina sêca prolongada, prevê-se uma redução dos rebanhos.
produção. O recuo foi particularmente
to regressivo que se tinha produzido,
A* situação agrícola era, em geral, me lhor. As safras foram boas, maiores que
minuiu de 5% — percentagem pouco im
çes, sobretudo nas indústrias de e.vpor-
seis meses antes, nos Estados Unidos. O
Tal era, em linhas gerais, a situação da indústria e do comércio na Europa.
650.000 no mesmo período do ano an
Baixa nos mercados internacionais Precisa-se levar em conta esses fatos
para julgar os efeitos da desvalorização.
Q/ Dicesto Econômico
39
(\7
Os pre$os desde a desvalorixaçao
do.
Uni ligeiro recuo das e.xporlações
terior. Em Berlim, â quarta parte do
para os Estudos Unidos foi logo com
operariado ficou sem ocupação.
pensado por \endas maiores a outros países, em particular à América Latina.
Na França, a regressão atingiu sobre tudo as indústrias tê.xtil c do papel. Co
Mas, as cmprèsas européias tornaram-se mais prudentes, reduziram suas compras
e das numerosas outras moedas que a acompanharam. E' claro que os gover
recuo na Europa manifestou-se no mes mo momento cm qtjc, nos Estados Uni
dos, já apareciam os primeiros sinais de melhoria. Mas, essa coincidência, apa
de matérias-primas c sua produção para
mo sempre, as empresas francesas evi taram despedir seus operários, de modo que o número dos desempregados na
evitar a acuimilação de estoques.
estalistica ficou ainda módico.
nos que executaram essa penosa opera
rentemente contraditória, nada tem de
particular,
Richard Lewinsohn \
PsTÃo visíveis agora os primeiroa re sultados da desvalorização da libra
ção se mostram contentes. Em parti
cular, o chanceler do Erário britânico, sir" Stafford Cripps, que, ainda há no
ve meses, era o adversário mais obstina
do da modificação da taxa cambial, tor nou-se um apologista da desvalorização. Há, porém, o testemunho de observa
dores menos interessados, e êstcs são, em geral, menos entusiastas. O relató
rio mais importante a respeito foi elabo
rado e publicado pela ONU, mais precúamente pela "Divisão de Pesquisas e
Em
as aquisições nos Estados
Entre
tanto, mais de 200.000 operários fica ram limitados a trabalho parcial. Curio
nos
Unidos foram muito limitadas. O déficit
grandes moxámento.s cíclicas, mudanças
da balança comercial dos dez principais
da conjuntura dc tim lado do Atlântico
países da Europa Oci
se refletem, após um intervalo de cerca
dental com
de seis meses, do outro lado.
Unidos passou de l.OOÜ
relatório da
milhões
textualmente acerca da situação euiopéia, no
c.xtraordinário.
Freqüentemente,
Medido na pcrccntagcm da produção ou em outros índices estatísticos, o re
cuo no continente europeu não foi mais
veemente que o mo\-iincnto precedente nos Estados Unidos. Mas, a reação psi
do
os Estados dólares
no
segundo trimestre de 19-18 para 660 milhões
samente, n situação foi muito melhor no país pelo qual se princi piou a desvalorização. O
terceiro
ONU
trimestre
diz
de
no terceiro — do punlo
1949 : "Entre os impor
de
tantes países da Europa Ocidental, o Reino Uni do é o único onde o re cente desenvolvimento na
vista
cambial,
Planejamento da Comissão Econômica para a Europa" dessa organização. En
cológica foi diferente. Os europeus são — o com boa razão ! — em geral menos otimistas que os americanos. Um líder da indústria norte-americana que,
bial da Europa nas vésperas da desva
indústiia pode ser considerado como in
contra-se no número 3 do novo "Eco-
princípio do Ano Novo, não tivesse feito
lorização fóssc desesperada. Era menos
teiramente satisfatório .
nomic Bulletin for Europe", editado em janeiro de 1950 pela sucursal da ONU
declarações cheias de confiança no futu
tensa que nos meses e anos anteriores.
ro, teria sido considerada como um ini
Ora, a política das restrições e pre cauções teve uma influência prejudicial
em Genebra.
Destaca-se não somente
migo da prosperidade.
no
Um líder da
pela sua rica documentação, como tam
economia na Europa que,
bém pela sua clareza e franqueza. E* um trabalho primoroso que merece a
ocasião, não insistisse nas enormes difi
atenção de todos os estudiosos da eco nomia mundial.
O caminho para a crise
na mesma
O fato de a Inglaterra ter dado o si partes do globo fazia, às vezes, esque cer um outro fato de grande relevância: em meados do ano passado, a situação econômica no continente europeu sofre um forte recuo, semelhante ao movimen
comum.
Seria, pois, ciTÒhco afir mar que a situação cam
sôbre os mercados internos dos respecti
culdades do presente o nas incertezas
do futuro, ficaria suspeito de ser um homem pouco consciencioso. Essa di vergência na mentalidade já e.xistia an tes da guerra, mas é hoje ainda mais marcada.
nal para a desvalorização em todas as
pouco
um
sucesso
A baixa dos preços nos Estados Uni dos não foi apreciada na Europa como um alívio para os países pobres de dó lares, mas provocou sérias preocupa-
vos países. A produção industrial so freu, em quase todos os países do con tinente europeu, no terceiro trimestre de 1949, um reverso. A produção de aço di
Mas, o abastecimento foi, em toda a parte, normal. O racionamento mostrou-
encomendas,
mas considerável para a
se inútil e foi abolido, com exceção de
Europa, onde a indústria siderúrgica se
alguns produtos importados, como, por
esforça para evitar oscilações bruscas na
exemplo, o café.
sensível na Bélgica e na Alemanha. O numero de desempregados na Alemanha
Efetivamente, a
Ocidental elevou-se a 1.300.000, contra
e.xportação européia
Ji
europeu, não só para o homem mas também para o gado. Por isso e em
portante nos Estados Unidos, onde a produção se adapta, cada semana, às
tação, que receiam uma competição mais aguda nos mercados internacionais. continua num nível relativamente eleva-
em 1948, com exceção da batata, ali mento de primeira ordem no continente
conseqüência de uina sêca prolongada, prevê-se uma redução dos rebanhos.
produção. O recuo foi particularmente
to regressivo que se tinha produzido,
A* situação agrícola era, em geral, me lhor. As safras foram boas, maiores que
minuiu de 5% — percentagem pouco im
çes, sobretudo nas indústrias de e.vpor-
seis meses antes, nos Estados Unidos. O
Tal era, em linhas gerais, a situação da indústria e do comércio na Europa.
650.000 no mesmo período do ano an
Baixa nos mercados internacionais Precisa-se levar em conta esses fatos
para julgar os efeitos da desvalorização.
I
Diceato Econômico
40
«,-1.
41
Dicesto Econômico
talvez o mais especulativo
sobretudo metais, sofreram logo depois
E o cacau provém, em
da desvalorização uma baixa em dólar, mas subiram em moedas desvalorizadas.
A grande revolução cambial, que se ini
primeira fase clc lun mfjvimcnto descen
esquisito,
ciou dia 18 de setembro de 1949, com
dente da conjuntura. Ioda\'ia, os pre ços de muitas matérias-primas e produ
entre todos.
no decorrer de dois meses, a lodo o con
tos manufaturados já se adiavam em
não desvalorizaram c têm seu principal
tinente europeu ao oeste da órbita so viética, com exceção da Suíça, não re
declínio, e era muito provável que sem
mercado nos Estados Unidos. Além dis
a desvalorização a baixa teria c-ontinuado. Essa tendência, aliás, não se limita
a desvalorização da libra e se estendeu,
parle, de países da .América Latina que
à Europa. No Canadá, na índia, no
so, sua alta, desde o mês de setembro, não ultrapassou os limites de uma rea ção, após uma queda extraordinaria
numa grave crise, como a desvaloriza
Egito, o custo da vida acusou, nas vés
mente forte.
ção da libra em 1931. As taxas cam
peras da desvalorização, um decréscimo,
sultou numa violenta inflação, como a queda do marco alemão em 1923, nem
biais foram alteradas quando a maioria dos países europeus, após vários anos de forte recuperação, se achava apenas na
e os preços de exportação estavam cain do cm tôda a parte. O quadro seguinte
dá alguns exemplos désse movimento.
Mercadoria
1948
desvalorizaram, os seus preços ficaram
igualmente inalterados mediante tabcla1949
-1949
dezembro
junho
agôsto
Manteiga Algodão
323 506 271 414
274 483 267
280 448 264
323
Juta
557
491
Portugal
Geral Geral Geral
Suécia
Papel
312 396 324 222
310 388 271 210
324 477 267 368
Austrália
Bélgica Dinamarca
Egito índia Irlanda Holanda
grupo de bens Lã
Aço
carvão, ficaram nos Estados Unidos vir tualmente estáveis, enquanto na Ingla terra e cm outros países europeus que
índices de Preços de Exportação ( ® ) (1937 = 100; em moeda nacional) País
Um outro grupo tle produtos, entre êles os principais gêneros alimentícios, trigo, açúcar, como também o fumo e o
mento e graças à disciplina da popula
ção. Um terceiro grupo de produtos,
Holanda
""30,2%-" Produtos
alta apenas para três produtos; café, pi menta e cacau.
ção, já se verificou, em alguns países, Uma ligeira reação que era, porém, de
sob esse aspecto cambial, surpreenden
A alta do café não é,
te, pois o café provém de países que
caráter meramente especulativo, em vista
não desvalorizaram e vai, na maior par
da incerteza monetária.
A repercussão da própria desvaloriza ção sobre os preços, nos mercados inter
te, aos Estados Unidos que também não desvalorizaram. E', portanto, um co mércio dentro da zona de moeda está
nacionais, foi, no seu conjunto, até ago ra, relativamente jnódica e muito irre
ta-se de dois produtos exportados em
gular. São, decerto, raríssimos' os pro
larga escala, por países que desvalori zaram. Mas, a pimenta é um produto
dutos cujos preços subiram. Fazendo-
vel. Quanto à pimenta e ao cacau, tra
guerra, quando práticamente todos cs produtos importantes estavam tabelados. O quadro seguinte, estabelecido pelos serviços da ONU, é bem instrutivo a respeito.
Bélgica
França
12,3%
"22,3 %
ares,
Inclateira I Est. Unidos ""30,5% I 0%
1"' Outubro |
meüia
|
99
100
100
104
104
101
86
78
72
72
70
78
( B
102
100
100
100
100
100
( A Milho ( ( B
71
88
78
78
69
69
214
169
100
100
106
( A Café (
149
148
78
78
73
-
(B ( A Cacau (
100
99
-
100
100
(B
70
87
-
'69
69
( A
últimas semanas antes da desvaloriza
Outubro meclia
Fundo Monetário Internacional.
se o cálculo em dólares, verifica-se uma
o gêneros de primeira necessidade dife rem, não somente entre os países da zo na do dólar c os da área do esterlino, como também entre cs países que des valorizaram muito mais que durante a
(Base : fins de agosto de 1949 — 1 ' Preços em moeda nacional; B == preços em % = percentagem da desvalorização j
(" ) Fonte: "International Financiai Statisties", nov. 49, publicado pelo Como se vê, a baixa dos preços, em relação aos de 1948, foi universal. Nas
O primeiro efeito da desvalorização sòbre os preços é, pois, uma confusão enorme. Os preços das matérias-primas
índices de preços por atacado após a desM^rízaçÕo
261
203
Preços múltiplos
Trigo (
-
-
........ '.. ..
102 1 105
85
94
182
196
114
123
-
I
Diceato Econômico
40
«,-1.
41
Dicesto Econômico
talvez o mais especulativo
sobretudo metais, sofreram logo depois
E o cacau provém, em
da desvalorização uma baixa em dólar, mas subiram em moedas desvalorizadas.
A grande revolução cambial, que se ini
primeira fase clc lun mfjvimcnto descen
esquisito,
ciou dia 18 de setembro de 1949, com
dente da conjuntura. Ioda\'ia, os pre ços de muitas matérias-primas e produ
entre todos.
no decorrer de dois meses, a lodo o con
tos manufaturados já se adiavam em
não desvalorizaram c têm seu principal
tinente europeu ao oeste da órbita so viética, com exceção da Suíça, não re
declínio, e era muito provável que sem
mercado nos Estados Unidos. Além dis
a desvalorização a baixa teria c-ontinuado. Essa tendência, aliás, não se limita
a desvalorização da libra e se estendeu,
parle, de países da .América Latina que
à Europa. No Canadá, na índia, no
so, sua alta, desde o mês de setembro, não ultrapassou os limites de uma rea ção, após uma queda extraordinaria
numa grave crise, como a desvaloriza
Egito, o custo da vida acusou, nas vés
mente forte.
ção da libra em 1931. As taxas cam
peras da desvalorização, um decréscimo,
sultou numa violenta inflação, como a queda do marco alemão em 1923, nem
biais foram alteradas quando a maioria dos países europeus, após vários anos de forte recuperação, se achava apenas na
e os preços de exportação estavam cain do cm tôda a parte. O quadro seguinte
dá alguns exemplos désse movimento.
Mercadoria
1948
desvalorizaram, os seus preços ficaram
igualmente inalterados mediante tabcla1949
-1949
dezembro
junho
agôsto
Manteiga Algodão
323 506 271 414
274 483 267
280 448 264
323
Juta
557
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Portugal
Geral Geral Geral
Suécia
Papel
312 396 324 222
310 388 271 210
324 477 267 368
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Egito índia Irlanda Holanda
grupo de bens Lã
Aço
carvão, ficaram nos Estados Unidos vir tualmente estáveis, enquanto na Ingla terra e cm outros países europeus que
índices de Preços de Exportação ( ® ) (1937 = 100; em moeda nacional) País
Um outro grupo tle produtos, entre êles os principais gêneros alimentícios, trigo, açúcar, como também o fumo e o
mento e graças à disciplina da popula
ção. Um terceiro grupo de produtos,
Holanda
""30,2%-" Produtos
alta apenas para três produtos; café, pi menta e cacau.
ção, já se verificou, em alguns países, Uma ligeira reação que era, porém, de
sob esse aspecto cambial, surpreenden
A alta do café não é,
te, pois o café provém de países que
caráter meramente especulativo, em vista
não desvalorizaram e vai, na maior par
da incerteza monetária.
A repercussão da própria desvaloriza ção sobre os preços, nos mercados inter
te, aos Estados Unidos que também não desvalorizaram. E', portanto, um co mércio dentro da zona de moeda está
nacionais, foi, no seu conjunto, até ago ra, relativamente jnódica e muito irre
ta-se de dois produtos exportados em
gular. São, decerto, raríssimos' os pro
larga escala, por países que desvalori zaram. Mas, a pimenta é um produto
dutos cujos preços subiram. Fazendo-
vel. Quanto à pimenta e ao cacau, tra
guerra, quando práticamente todos cs produtos importantes estavam tabelados. O quadro seguinte, estabelecido pelos serviços da ONU, é bem instrutivo a respeito.
Bélgica
França
12,3%
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Inclateira I Est. Unidos ""30,5% I 0%
1"' Outubro |
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|
99
100
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100
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últimas semanas antes da desvaloriza
Outubro meclia
Fundo Monetário Internacional.
se o cálculo em dólares, verifica-se uma
o gêneros de primeira necessidade dife rem, não somente entre os países da zo na do dólar c os da área do esterlino, como também entre cs países que des valorizaram muito mais que durante a
(Base : fins de agosto de 1949 — 1 ' Preços em moeda nacional; B == preços em % = percentagem da desvalorização j
(" ) Fonte: "International Financiai Statisties", nov. 49, publicado pelo Como se vê, a baixa dos preços, em relação aos de 1948, foi universal. Nas
O primeiro efeito da desvalorização sòbre os preços é, pois, uma confusão enorme. Os preços das matérias-primas
índices de preços por atacado após a desM^rízaçÕo
261
203
Preços múltiplos
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105
100
100
100
100
100
100
regra também é desmentida por várias
ra manter seus preços de exportação em
o dólar. O chamado "preço mundial" e
dólar num nível tão elevado quanto
possível, ao passo que os países que não desvalorizaram são freqüentemente obri gados a baixar seus preços para manter sua posição nos mercados exteriores. Mas, essa política convergente ainda não conduziu a uma unificação dos preços.
outros métodos dc classificação e hierar
(B
concorrência. 70
92
78
100
100
100
í B
70
88
78
í A Borracha( C B
113
( A
u'a moeda determinada e dificultam as
sim a aproximação dos preços mediante
Carvão ( 78
69
69
100
134
69
93
j 107 I 122 1
126
100
103
103 .
Fuel Oil (
79
108 —
84
78 1
83
84
100
100
Num setor, porém, os países que des
Como nota o relatório da ONU, os fa
que francês e de algumas famosas mar 94
96
Fonte : "United Nations, Economic BuUetin for Europe", janeiro de 1950.
e.xceçõcs. E, além disso, o preço muda imediatamente se o e.xportador paga em moeda estável mas menos "dura" que
lioje mais do que nunca uma palax-ra sem significação concreta.
.
As repercussões da desvalorização sôbre os preços poderiam ser
os países que reduziram a sua taxa cambial tivessem obüdo desta maneira,
Hão um perfeito equilíbrio, pelo me
nos uma melhoi^a substancial de sua balança comercial. Mas isso nao se deu. A balança comercial da Inglaterra acu
sou para os primeiros nove meses do ano passado um déficit de 350 milhões de hbras. o que correspondia antes de 18 de
setembro a 1.400 millioes de dólares. No nuarto semestre, O déficit do comércio exterior inglês elevou-se em 188 mlMes de libras — montante que, a nova ta.ta
cambial, representa 526 milhões de dó valorizaram conseguiram manter inte lares, muito mais, em média mensal, gralmente os preços antigos em dólar. bricantes de uísque escocês, de conha
87
canos recebem a mercadoria de 20 a 25 % mais barata cm dólar que antes da desvalorização do esterlino. Mas, essa
As divergências de preços não são muito menores para os produtos de ex portação. Naturalmente, todos os paí ses que desvalorizíiram esforçam-se pa
monopólios em favor de um país ou de
(B
verifica uma tendência no sentido opos to. Na média, parece que os exporta dores inglôses aumentaram seus preços
libras, de 10%, de modo que os ameri
mente a discrepância dos preços, criam
__
cessidade. Há muitos casos cm que se
divergências dos preços nos países vizi
quização do câmbio reforçam natural Madeira(
produtos de lu.xo seriam mais resistentes do que os de produtos de primeira ne
da economia interna. Mas, por isso, as
O sistema de licenças prévias, acordos bilaterais, as taxas múltiplas e todos os
Zinco( (B
modificações dos preços tabelados foram introduzidas, não sòniente em função das variações nos mercados livres, mas
rio, em vários casos, ainda acentuadas.
_
Estanho (
novas
nhos não foram reduzidas, pelo contrá
1
(A Cobre ( (B
Dicesto EcoNÓNnco
Desde o môs de novembro, Est. Unidos
22,3 % 0% 1 1 1 1 31/X|30/XI| .3I/XI.30/XI 31/X 30/XI
135
Algodão (
Econômico
cas de perfumes guardam na e.xportação de seus produtos para os Estados Uni dos o preço em moeda forte que existia antes da desvalorização. Não se pode
que antes da desvalorização. O resul
tado é semelhante para os países do continente europeu. Só a França acusa uma balança comercial grandemente melhorada, mas essa melhoria já come çou vários meses antes da desvaloriza
deduzir dessas observações uma regra e
ção e, por conseguinte, não pode ser considerada como repercussão específica
afirmar, por exemplo, que os preços de
da nova taxa cambial.
42
Digesto
[ Bélgica
(
30,2%
1
12,3%
1
Outubro média
1
Outubro
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média
Holanda X^iOuUiOS
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também para adatar os preços dc im portação ãs necessidades ou interésses
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de venda para os Estados Unidos, em
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ra manter seus preços de exportação em
o dólar. O chamado "preço mundial" e
dólar num nível tão elevado quanto
possível, ao passo que os países que não desvalorizaram são freqüentemente obri gados a baixar seus preços para manter sua posição nos mercados exteriores. Mas, essa política convergente ainda não conduziu a uma unificação dos preços.
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Carvão ( 78
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Fuel Oil (
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Num setor, porém, os países que des
Como nota o relatório da ONU, os fa
que francês e de algumas famosas mar 94
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Fonte : "United Nations, Economic BuUetin for Europe", janeiro de 1950.
e.xceçõcs. E, além disso, o preço muda imediatamente se o e.xportador paga em moeda estável mas menos "dura" que
lioje mais do que nunca uma palax-ra sem significação concreta.
.
As repercussões da desvalorização sôbre os preços poderiam ser
os países que reduziram a sua taxa cambial tivessem obüdo desta maneira,
Hão um perfeito equilíbrio, pelo me
nos uma melhoi^a substancial de sua balança comercial. Mas isso nao se deu. A balança comercial da Inglaterra acu
sou para os primeiros nove meses do ano passado um déficit de 350 milhões de hbras. o que correspondia antes de 18 de
setembro a 1.400 millioes de dólares. No nuarto semestre, O déficit do comércio exterior inglês elevou-se em 188 mlMes de libras — montante que, a nova ta.ta
cambial, representa 526 milhões de dó valorizaram conseguiram manter inte lares, muito mais, em média mensal, gralmente os preços antigos em dólar. bricantes de uísque escocês, de conha
87
canos recebem a mercadoria de 20 a 25 % mais barata cm dólar que antes da desvalorização do esterlino. Mas, essa
As divergências de preços não são muito menores para os produtos de ex portação. Naturalmente, todos os paí ses que desvalorizíiram esforçam-se pa
monopólios em favor de um país ou de
(B
verifica uma tendência no sentido opos to. Na média, parece que os exporta dores inglôses aumentaram seus preços
libras, de 10%, de modo que os ameri
mente a discrepância dos preços, criam
__
cessidade. Há muitos casos cm que se
divergências dos preços nos países vizi
quização do câmbio reforçam natural Madeira(
produtos de lu.xo seriam mais resistentes do que os de produtos de primeira ne
da economia interna. Mas, por isso, as
O sistema de licenças prévias, acordos bilaterais, as taxas múltiplas e todos os
Zinco( (B
modificações dos preços tabelados foram introduzidas, não sòniente em função das variações nos mercados livres, mas
rio, em vários casos, ainda acentuadas.
_
Estanho (
novas
nhos não foram reduzidas, pelo contrá
1
(A Cobre ( (B
Dicesto EcoNÓNnco
Desde o môs de novembro, Est. Unidos
22,3 % 0% 1 1 1 1 31/X|30/XI| .3I/XI.30/XI 31/X 30/XI
135
Algodão (
Econômico
cas de perfumes guardam na e.xportação de seus produtos para os Estados Uni dos o preço em moeda forte que existia antes da desvalorização. Não se pode
que antes da desvalorização. O resul
tado é semelhante para os países do continente europeu. Só a França acusa uma balança comercial grandemente melhorada, mas essa melhoria já come çou vários meses antes da desvaloriza
deduzir dessas observações uma regra e
ção e, por conseguinte, não pode ser considerada como repercussão específica
afirmar, por exemplo, que os preços de
da nova taxa cambial.
4-1
Dicesto
Econômico
Em tCMÍos os países onde o déficit tende a diminuir um pouco, desde a desvalorização, a diminuição provém do
periência já feita nas des\'al<irizaç'ões an tes da guerra: as manipulações da taxa cambial tèin, na mi-lbor das hipóteses,
lado da importação, e não cGi exporta
um efeito restritivo, mas não estimulati-
ção. Confirma-se, mais uma vez, a ex
vo para o comércio exterior.
linsirns eiuiiui I(h Vr- >lirÍ(4ÍN I Bezeura de Freitas
T^Junca será demasiado aludir à necessidadc da criação dc órgãos téc nicos c adminislralivüs destinados a
promover pcscpiisas e coletas de dados sôbrc as nossas condi<,"õcs econômicas
e sociais.
Quase tudo tpio possuímos
sôbre ôsscs o outros assuntos traz a mar
ca do anacronismo, da insuficiência, da falta dc método, da ausência de ordem o clarczii. indu/.indo-nos, por fim, ao
recurso das aproximações e paralelos com os países que dispõem de elemen
tos positivos sobre as suas atividades gerais.
Acrescente-se a isso a secura dos da
dos estatísticos oficiais, apresentados
sem notas explicativas, sem fórmulas analíticas, sem esclarecimentos dc qual quer espécie, deixando, muitas vezes, os estudiosos cm dificuldades do inter
c.xamcs pessoais, efetuados no interior do Brasil, tendo assim verificado em to dos os sentidos as condições do nosso i
habitut rural, o professor Nicholls dis- J correu, em trcs palestras sucessivas, so- i
bro as pesquisas básicas económico-sociais no pais. Documentário precioso. moderno, rico de sugestões, unia auten- ^ tica introdução ao estudo da economia . nacional. No seu conceito, "deveria ser • ■ o primeiro objetivo das pesquisas cicn- . tífic-as tanto físicas como sociais, reaiizav um inventiirio preciso dos recuisos básicos, físicos e econômicos Anesar de algumas pequenas tçntati%as
ÍS sido feitas. maior conliecimen o de fatos bas^ Qí\ ccononiiu ^
^
pretação, ou mesmo, na contingôncia dc
rrád:
moradas como medida supletiva.
IrTvado, no BrasU. Os cientistas sociais
empreender unia série de pesquisas de
Rovestem-se, assim, de grande signi
ficação os trabalhos aqui realizados, por alguns especialistas estrangeiros, com o caráter
de mera contribuição
para o
nosso progresso moral c material, caben do, nesse sentido, ressaltar as esplêndi das conferências pronunciadas na Fa culdade Nacional de Filosofia, pelo pro
fessor William Nicholls, da Universidade de Vandeibilt. E' um "expert" dotada de espírito lógico, penetrante, claro,
que sabe formular as premissas da rea lidade paxa extrair conclusões indiscu tíveis.
Depois de se haver documentado, através de inquéritos, investigações e
tel e agrícola, tanto pábbco quanto
'if
americanos, interessados em pesquisas
no Brasil, logo se sentenr frustrados, pe
la ausência de dados básicos _e senes il ^
precisas de estatlstieas, que sao obti- ; ■!. dos com facilidade, nos Estados Um- |(|
dos' Neste pais, além de ser mdispen- ^ í sável maior auxílio financeiro, existe . necessidade absoluta de grande número de técnicos, devidamente treinados e fa- :í miliarizados com as teorias e métodos
de estatística, mais recentes. Nos Es- ' lados Unidos, nestes últimos anos, rápi- , '
do progresso está sendo alcançado em
estatística aplicada, especialmente em estatísticas sociais e particularmente no
f ,
desenvolvimento de técnicas da teoria
j
4-1
Dicesto
Econômico
Em tCMÍos os países onde o déficit tende a diminuir um pouco, desde a desvalorização, a diminuição provém do
periência já feita nas des\'al<irizaç'ões an tes da guerra: as manipulações da taxa cambial tèin, na mi-lbor das hipóteses,
lado da importação, e não cGi exporta
um efeito restritivo, mas não estimulati-
ção. Confirma-se, mais uma vez, a ex
vo para o comércio exterior.
linsirns eiuiiui I(h Vr- >lirÍ(4ÍN I Bezeura de Freitas
T^Junca será demasiado aludir à necessidadc da criação dc órgãos téc nicos c adminislralivüs destinados a
promover pcscpiisas e coletas de dados sôbrc as nossas condi<,"õcs econômicas
e sociais.
Quase tudo tpio possuímos
sôbre ôsscs o outros assuntos traz a mar
ca do anacronismo, da insuficiência, da falta dc método, da ausência de ordem o clarczii. indu/.indo-nos, por fim, ao
recurso das aproximações e paralelos com os países que dispõem de elemen
tos positivos sobre as suas atividades gerais.
Acrescente-se a isso a secura dos da
dos estatísticos oficiais, apresentados
sem notas explicativas, sem fórmulas analíticas, sem esclarecimentos dc qual quer espécie, deixando, muitas vezes, os estudiosos cm dificuldades do inter
c.xamcs pessoais, efetuados no interior do Brasil, tendo assim verificado em to dos os sentidos as condições do nosso i
habitut rural, o professor Nicholls dis- J correu, em trcs palestras sucessivas, so- i
bro as pesquisas básicas económico-sociais no pais. Documentário precioso. moderno, rico de sugestões, unia auten- ^ tica introdução ao estudo da economia . nacional. No seu conceito, "deveria ser • ■ o primeiro objetivo das pesquisas cicn- . tífic-as tanto físicas como sociais, reaiizav um inventiirio preciso dos recuisos básicos, físicos e econômicos Anesar de algumas pequenas tçntati%as
ÍS sido feitas. maior conliecimen o de fatos bas^ Qí\ ccononiiu ^
^
pretação, ou mesmo, na contingôncia dc
rrád:
moradas como medida supletiva.
IrTvado, no BrasU. Os cientistas sociais
empreender unia série de pesquisas de
Rovestem-se, assim, de grande signi
ficação os trabalhos aqui realizados, por alguns especialistas estrangeiros, com o caráter
de mera contribuição
para o
nosso progresso moral c material, caben do, nesse sentido, ressaltar as esplêndi das conferências pronunciadas na Fa culdade Nacional de Filosofia, pelo pro
fessor William Nicholls, da Universidade de Vandeibilt. E' um "expert" dotada de espírito lógico, penetrante, claro,
que sabe formular as premissas da rea lidade paxa extrair conclusões indiscu tíveis.
Depois de se haver documentado, através de inquéritos, investigações e
tel e agrícola, tanto pábbco quanto
'if
americanos, interessados em pesquisas
no Brasil, logo se sentenr frustrados, pe
la ausência de dados básicos _e senes il ^
precisas de estatlstieas, que sao obti- ; ■!. dos com facilidade, nos Estados Um- |(|
dos' Neste pais, além de ser mdispen- ^ í sável maior auxílio financeiro, existe . necessidade absoluta de grande número de técnicos, devidamente treinados e fa- :í miliarizados com as teorias e métodos
de estatística, mais recentes. Nos Es- ' lados Unidos, nestes últimos anos, rápi- , '
do progresso está sendo alcançado em
estatística aplicada, especialmente em estatísticas sociais e particularmente no
f ,
desenvolvimento de técnicas da teoria
j
40
DicESTo
Econômico
47
Dxcesto Econômico
da amostra, visando absoluta precisão e relativa economia".
O professor William Nicholls não ps-
Sitcrifício demasiado para as suas dire trizes gerais, o profcs.siir Nicbolls indi
tabelece paralelo entre o nosso país e a América do Norte, objetivando acentuar o nosso grau de inferioridade nesses as
ca a solução prática: a dc que tais pes quisas .sejam roaliz-idas pur organiza ções privadas, por F:iculdades de Uni versidades e por órgãos públicos. Na
suntos; mas, ressalta o nosso descuido,
realidade, "o funcionainento eficaz da
nossa indiferença, a diminuta importân
Democracia e.slá dependente da cons
cia que damos às transcendentes ques tões de pesquisa e estatística, o que constitui, ao mesmo tempo, um erro e uma anomalia: "Se se obtiver um mais
completo e preciso co
tante crítica construtiva,
do pesquisas, independentes e compe tentes, das medidas governamentais ado tadas no momento".
Nos domínios da pes quisa científica no Brasil,
nhecimento da natureza e da amplitude dos recursos econômicos
básicos
por técnicos
o
do
mestre
fixou,
^ Brasil, ficará êste muito
de
entre
Vandorbilt outras
im
pressões dignas do nosso
^ melhor aparelhado para
maior interesse, a que se
"poder explorar completa
lhe afigurou mais urgente no plano das relações eco
mente as vastas possibili
dades que as pesquisas oferecem no campo das
nômicas internacionais, ou
ciências sociais, no senti do de determinar os meios
dustrialização
de utilizar êsses recursos, para obter o
seja, a necessidade da in intensiva e
extensiva do país. O Bra
que protegem os monopólios internos e o alto preço dos produtos industriais,
produzem, certamente, grandes prejuí zos aos consvnnidores.
Assim mesmo, a
não ser que se tenham por base pes quisas seguras, são essas, justamente, as
políticas que ocorrem, tanto no Brasil, como em qiialqncr oulro país". O atraso da nossa economia se csi-
dencla de tal forma qiio dispensa maio
res explanações, bastando, nesse senti do, assinalar que ela se enconti~a atual mente no nicsmo
cm que se en
contrava a americana, tui secunda me
cados e de mobilidade, pela qual consi deráveis recursos humanos podem ser transferidos da agricultura para outros
einprcgo.s, onde suas contribuições pro dutivas c ganhos seriam grandemente aumentados.
E' de preferência nesta
direção, e não no apoio público aos pre
ços do produtos, fixados arbitrariamente cm m\e\s elevados, que se encontra a
solução das calamidades da agricultiira. As pesquisas nas ciências sociais podem contribuir muito para o dcsenvobnuen-
to de políticas governamentais, constru tivas, dessa espécie .
o, esluctos realizados pelo pesquisa dor Wiiiiam Niciroiis sôbre as cond.çoes sas determinantes da asccnsao industrial econômicas do Brasil, seus conce.tos, norte-americana: a) o espírito forte de sua criHca construtiva, seus pianos ain empreendimento de negócios na Amô- pios c bem delineados devem ser nrecU-
tade do séctdo XIX. O professor Wil liam Nicbolls fixa com clareza as cau
rien; b) a força política da classe mé dia. Outro ponto que deve ser referido com destaque particular ; os Estados Unidos, ensina o professor Nicbolls, fo
-it'
Los pelos lr-„!,;í'rstrt5 mente empenWos na
meiuc ...«r---: , .,
^
Êle nos de
cr» baixo padrao de viaa. e seu enmonslra, rar,-, ceu otimismo campo da
ram contemplados com vima riqueza maravilhosa de matérias-primas, mas is
trizes da economia pública e adotar as modificações institucionais necessárias à colimação dessas relevantes finalidades.
mento, depende dos Estados Unidos em
':tXrr o píane^mento de pesqni-
produtos indushiais, incluindo mesmo gêneros alimentícios e outro.s, relativa
to teria sido de pouco valor sc não fos sem a eficiência da organização e o de-
Devemos reafirmar,, novamente, que a necessidade de técnicos, adequadamente preparados em pesquisas, nunca poderá
dem de muito aquilo que seria de pre sumir. Muitos dôsses produtos pode
sas esieirá' estndos das tendências pro seis da procura, tanto estrangeira »mo nacional, dos produtos agncoias ,
máximo de renda, estabelecer as dire
ser excessivamente realçada. Minha im
pressão é a de que o ensino superior, no Brasil - ainda que muito mais elevado do que nos Estados Unidos, no sentido de cultura geral, letras e filosofia - em seu sistema de educação tem sido me
nos bem sucedido, em incutir em seus diplomados a atitude científica, essen
sil, conforme o seu e.xpressivo depoi
mente simples, em proporções tpie exce
.senvolvimento do fator humano. * 5}; *
riam ser fabricados em nosso meio. Ora,
Não basta, entretanto, a industrializjição, que, por si só, apresenta um pro
em seu próprio interêsse, "como segun
blema
da linha de defesa, quanto ao problema do estabilidade, o Brasil deveria promo ver eficientemente sua industrialização
Toma-se indispensável a inversão de ca
pois que, criando uma economia racional
que muito contribuiria "para revigorar
mais estável,
também diminuirá,
até
certo ponto, seu extremo grau de de
decisivo para a nossa riquezii.
cado munaiai.
»
de nutrição, da dieta brasileira mais tr- j,.
pica, deveriam ser feitos para determi- ■ >
os produtos, cujo consumo domesti- i pitais para o bem da savide, nutrição, nar cò carece ser estimulado, e a respectiva moradia e educação do povo, inversão
produção intensificada. A atenção da ,, deve ser dedicada à formação a produtividade industrial de grande pesquisa de diretrizes governamentais condizen parle da futura geração". Ao Indo.dê.s-
cial às pesquisas qualitativas e quanti
pendência, em relação aos níveis de em
ses imensos problemas, temos de en
tativas aplicadas". E, defendendo a tese de que a educação brasileira devia ser desenvolvida naquele sentido, sem
prego e preços, do resto do mundo".
Acrescenta, no entanto, o pesquisador norte-americano que "as políticas go
frentar a tarefa da organização da agri cultura, "em unidades de tamanhos
vernamentais estritamente nacionalistas,
brasileiros e sua posição relativa no niet- j| eado mundial. Estndos das debciêncas .L
mais eficientes"; temos de considerar a
"necessidade de créditos agrícolas ade
quados, facilidades de serviços de mer
tes com o objetivo de uma dieta mais
equilibrada e de uma agricultura mais di-|
versificada, no Brasil. Aqui, as pesquisas .
e o planejamento devem ser especial«-icnfe» iMp!- r»r> d(=>cfnvnl\nr."i?ntn daOUClaS .
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DicESTo
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Dxcesto Econômico
da amostra, visando absoluta precisão e relativa economia".
O professor William Nicholls não ps-
Sitcrifício demasiado para as suas dire trizes gerais, o profcs.siir Nicbolls indi
tabelece paralelo entre o nosso país e a América do Norte, objetivando acentuar o nosso grau de inferioridade nesses as
ca a solução prática: a dc que tais pes quisas .sejam roaliz-idas pur organiza ções privadas, por F:iculdades de Uni versidades e por órgãos públicos. Na
suntos; mas, ressalta o nosso descuido,
realidade, "o funcionainento eficaz da
nossa indiferença, a diminuta importân
Democracia e.slá dependente da cons
cia que damos às transcendentes ques tões de pesquisa e estatística, o que constitui, ao mesmo tempo, um erro e uma anomalia: "Se se obtiver um mais
completo e preciso co
tante crítica construtiva,
do pesquisas, independentes e compe tentes, das medidas governamentais ado tadas no momento".
Nos domínios da pes quisa científica no Brasil,
nhecimento da natureza e da amplitude dos recursos econômicos
básicos
por técnicos
o
do
mestre
fixou,
^ Brasil, ficará êste muito
de
entre
Vandorbilt outras
im
pressões dignas do nosso
^ melhor aparelhado para
maior interesse, a que se
"poder explorar completa
lhe afigurou mais urgente no plano das relações eco
mente as vastas possibili
dades que as pesquisas oferecem no campo das
nômicas internacionais, ou
ciências sociais, no senti do de determinar os meios
dustrialização
de utilizar êsses recursos, para obter o
seja, a necessidade da in intensiva e
extensiva do país. O Bra
que protegem os monopólios internos e o alto preço dos produtos industriais,
produzem, certamente, grandes prejuí zos aos consvnnidores.
Assim mesmo, a
não ser que se tenham por base pes quisas seguras, são essas, justamente, as
políticas que ocorrem, tanto no Brasil, como em qiialqncr oulro país". O atraso da nossa economia se csi-
dencla de tal forma qiio dispensa maio
res explanações, bastando, nesse senti do, assinalar que ela se enconti~a atual mente no nicsmo
cm que se en
contrava a americana, tui secunda me
cados e de mobilidade, pela qual consi deráveis recursos humanos podem ser transferidos da agricultura para outros
einprcgo.s, onde suas contribuições pro dutivas c ganhos seriam grandemente aumentados.
E' de preferência nesta
direção, e não no apoio público aos pre
ços do produtos, fixados arbitrariamente cm m\e\s elevados, que se encontra a
solução das calamidades da agricultiira. As pesquisas nas ciências sociais podem contribuir muito para o dcsenvobnuen-
to de políticas governamentais, constru tivas, dessa espécie .
o, esluctos realizados pelo pesquisa dor Wiiiiam Niciroiis sôbre as cond.çoes sas determinantes da asccnsao industrial econômicas do Brasil, seus conce.tos, norte-americana: a) o espírito forte de sua criHca construtiva, seus pianos ain empreendimento de negócios na Amô- pios c bem delineados devem ser nrecU-
tade do séctdo XIX. O professor Wil liam Nicbolls fixa com clareza as cau
rien; b) a força política da classe mé dia. Outro ponto que deve ser referido com destaque particular ; os Estados Unidos, ensina o professor Nicbolls, fo
-it'
Los pelos lr-„!,;í'rstrt5 mente empenWos na
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^
Êle nos de
cr» baixo padrao de viaa. e seu enmonslra, rar,-, ceu otimismo campo da
ram contemplados com vima riqueza maravilhosa de matérias-primas, mas is
trizes da economia pública e adotar as modificações institucionais necessárias à colimação dessas relevantes finalidades.
mento, depende dos Estados Unidos em
':tXrr o píane^mento de pesqni-
produtos indushiais, incluindo mesmo gêneros alimentícios e outro.s, relativa
to teria sido de pouco valor sc não fos sem a eficiência da organização e o de-
Devemos reafirmar,, novamente, que a necessidade de técnicos, adequadamente preparados em pesquisas, nunca poderá
dem de muito aquilo que seria de pre sumir. Muitos dôsses produtos pode
sas esieirá' estndos das tendências pro seis da procura, tanto estrangeira »mo nacional, dos produtos agncoias ,
máximo de renda, estabelecer as dire
ser excessivamente realçada. Minha im
pressão é a de que o ensino superior, no Brasil - ainda que muito mais elevado do que nos Estados Unidos, no sentido de cultura geral, letras e filosofia - em seu sistema de educação tem sido me
nos bem sucedido, em incutir em seus diplomados a atitude científica, essen
sil, conforme o seu e.xpressivo depoi
mente simples, em proporções tpie exce
.senvolvimento do fator humano. * 5}; *
riam ser fabricados em nosso meio. Ora,
Não basta, entretanto, a industrializjição, que, por si só, apresenta um pro
em seu próprio interêsse, "como segun
blema
da linha de defesa, quanto ao problema do estabilidade, o Brasil deveria promo ver eficientemente sua industrialização
Toma-se indispensável a inversão de ca
pois que, criando uma economia racional
que muito contribuiria "para revigorar
mais estável,
também diminuirá,
até
certo ponto, seu extremo grau de de
decisivo para a nossa riquezii.
cado munaiai.
»
de nutrição, da dieta brasileira mais tr- j,.
pica, deveriam ser feitos para determi- ■ >
os produtos, cujo consumo domesti- i pitais para o bem da savide, nutrição, nar cò carece ser estimulado, e a respectiva moradia e educação do povo, inversão
produção intensificada. A atenção da ,, deve ser dedicada à formação a produtividade industrial de grande pesquisa de diretrizes governamentais condizen parle da futura geração". Ao Indo.dê.s-
cial às pesquisas qualitativas e quanti
pendência, em relação aos níveis de em
ses imensos problemas, temos de en
tativas aplicadas". E, defendendo a tese de que a educação brasileira devia ser desenvolvida naquele sentido, sem
prego e preços, do resto do mundo".
Acrescenta, no entanto, o pesquisador norte-americano que "as políticas go
frentar a tarefa da organização da agri cultura, "em unidades de tamanhos
vernamentais estritamente nacionalistas,
brasileiros e sua posição relativa no niet- j| eado mundial. Estndos das debciêncas .L
mais eficientes"; temos de considerar a
"necessidade de créditos agrícolas ade
quados, facilidades de serviços de mer
tes com o objetivo de uma dieta mais
equilibrada e de uma agricultura mais di-|
versificada, no Brasil. Aqui, as pesquisas .
e o planejamento devem ser especial«-icnfe» iMp!- r»r> d(=>cfnvnl\nr."i?ntn daOUClaS .
48
Dxcesto Econômico
onde o funcionamento institucional produção, mercados e transportes nno
alcançaram, ainda, o nível de tíIT
;./= j
agrícolas. Igualmente importaCf
tornam as pesquisas, nas veliias agrícolas, para determinar as altem!^^^ mais desejáveis, no sistema ri
j
..^ melhor »no s,forma depr„;:;:dTdeí,Sta;'f: utilizar o m • '
I de preços, incentivorX n
2% undcr erratic ctdtivation, the cotm-
Washington, srs. George Wythe, Royce
trxj last year liad to speud ncarltj $200
portantes, e de todo procedentes, foram
A Wight c Hiirolcl M. Midkiff, que
mtilion on foods iinports {chicfltj tvhcat)
feitas à margem dos dados cslatísticos
a nedlcss duiin
acima. A primeira tendente a demons trar que os Estados Unidos, que já se
Spiegel, da Universidade Católica da
pos.siua
do que os
bicionam a elaboração e oferta de fór
da imprensa aos pnidutorcs brasileiros
mulas salvadoras. Eles se documenta
quo não dispuserem dc máquinas ou dc
ram, o quanto possível, sôbre as nossas
meios de transporte para os seus pro
atividades econômicas, o. oferecendo-nos
dutos: a formação de cooperativas para a utilização conjunta dc máquinas e
sôbre as nossas
necessidades agrárias:
"Se apenas 4% (quatro por cento) da
suntos. Devemos citar "The BrazUúin
Estados norte-americanos
existentes em todo o no.sso país. Dai, sem dúvida, o con.sclho dirigido atra\és
cendade Mm que o professor Nicbòus eicpoe c defende as suas idéias e opiniõe administrativa, sendo, por isso mesmo, nsarcadas de unpressionante agude^; simplicidade sem a intenção de íerbas oportuna a reprodução do que há pou nossas vaidades, mas de nos alertar pL co, o "Time", de Nova York, afirmou
Economy", do professor Henry William
afirmou recentemente
lidades, da mesma forma que não am
diçõesdomeioedomomrtoem"" vivemos. Desde logo, observa-se^ sTn
vir-nos de base e orientação nesses as
absoluta auto-suficíência com relação à
norte-americana,
maior número de tratores
ciais, sociais, políticas - podem ser var ridas ou ignoradas". De um modo ge ral, as publicações norte-americanas re velam profundo conhecimento da nossa situação econômica, financeira, social e
nicos e analistas dos Estados Unidos sôbre a economia trasileira podem ser
da agricultura,
publicação
des
onde as tradições e práticas - comer
Outros trabalhos, produzidos por téc
aludindo à necessitladc da mecanização
pa desde a passada guerra, assumiram, em nossos dias, uma posição de quase
Outra
ções de otimi.smo excessivo ou de e.xaltação incondicional das no.s.sas possibi
aludidas palestras restringem-s ao'n"''
área do Brasil fossem devidamente cul
tivados, o país teria alimentos suficientes para si mesnío. Com menos de 2% (dois por cento) de cultivo irregular, o país, no ano passado, teve de despender qua se duzentos milhões dc dólares com a im
portação de alimentos (especialmente trigo), um escoamento desnecessário na balança de trocas intémacionais".
O
texto original é este : "If Orxly 4% Of
América, e "An Expanding Econorny",
its land were properly cultivated, Bto-
da autoria de três funcionários da admi
zil could feed itself.
With less thãn
14 % da mesma. Duas ob.ser\ açõcs im
tinham tomado independentes da Euro
pg. 21).
sitos meramente apologcticos. preocupa-
' digestões despretensiosas, advertem que "ó perigoso para o estrangeiro ir ao Bra sil com a idóia de que é um país novo, questões e controvérsias h-ni.7 '
* * *
ge hahincc". ("Time", julho de 1949,
panding Economy" não revelam propó
créditos agrícolas, para
ra o temvel amanhã do mundo mo-
its forcign — cxchan-
que um só município dc um dos gran
cessidade de ajustamentos". Certo
so ambiente, às nossas cousas k.
49
nacional e internacional de
nistração
tornando-se, assim difícil sua altera SaUenta por fim, o profes7or ' tanibéni estiveram cm nosso país, em missão particular, a fim de estradar a es™ de Va„d.bnt trulura sociológica e psicológica da eco deveria ser dada à tarefa nar informações detalhadas aL mnT' nomia nacional. Tanto quanto dissemos com referência às palestras do professor toreg, sôbre mercados a fim ri William Nicholi.s, os autores de "An Ex 'ar sea eficiência no;
protegê-.os conta „s n^^ aos locais, na aquisição
Dicesto EcoNÔNirco
veículos.
Dc outro lado. a guerra de 19391945 alterou, sob todos os aspectos, a
conjuntura econômica mundial. Trans
formou-se a composição do quadro das
importações c exportações. No caso do Brasil, verifica-se que, cm 1939, sòmcntc 0,9 % dc nossa exportação se com
punham de artigos manufalurados. Em 194V, nossa exportação de manufatura
produção do Velho Mundo, mas conti nuam dependendo do fornecimento dos produtos tropicais. Segunda, a concor rência que nos farão, brevemente, os produtos coloniais de alguns países eu ropeus. poderá ser arfasadora para o Brasil, pelo volume da produção, pelo baixo custo da agricultura nas regiões
coloniais e ainda pela superioridade téc nica dessas culturas. Tudo isso signifi
ca que, tanto a nossa agricultura como a nossa indústria, ameaçadas, como se encontram, em face dos fenômenos in dicados, devem traçar, desde logo, as bases de uma política de defesa econô mica da nacionalidade. E aqui entram, além dos fatores de organização pròpnamcnte dita, os fatòres relacionados com
a pesquisa, a indagação, o inquérito, nos têrmos propostos pelo professor William Nicholls, como necessidades básicas pa
dos Tibiu para 77 % da exportação total. ra a expansão da nossa econdmia inter Por outro lado, enquanto, antes da guerra, nossas exportações para a Euro
pa representaram 46 % da exportação total, e a exportação para os Estados Unidos, 36,7%. depois da guerra, em 1947, do total de nossa exportação ape
nas 30% foram para a Europa destínando-se à América do Norte 40,6% e pa ra a América do Sul. que antes só ab sorvia 7% de nossa exportação, seguiram
na e externa.
O método
comparativo encerra um
valor discutível. Serve apenas como sub sídio. Importa, antes de tudo, balan cear os nossos recursos, verificar a fun
do o que possuímos, para, em seguida, enfrentarmos
os
nossos
concorrentes,
que são muitos, bem aparelliados e po derosos.
48
Dxcesto Econômico
onde o funcionamento institucional produção, mercados e transportes nno
alcançaram, ainda, o nível de tíIT
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agrícolas. Igualmente importaCf
tornam as pesquisas, nas veliias agrícolas, para determinar as altem!^^^ mais desejáveis, no sistema ri
j
..^ melhor »no s,forma depr„;:;:dTdeí,Sta;'f: utilizar o m • '
I de preços, incentivorX n
2% undcr erratic ctdtivation, the cotm-
Washington, srs. George Wythe, Royce
trxj last year liad to speud ncarltj $200
portantes, e de todo procedentes, foram
A Wight c Hiirolcl M. Midkiff, que
mtilion on foods iinports {chicfltj tvhcat)
feitas à margem dos dados cslatísticos
a nedlcss duiin
acima. A primeira tendente a demons trar que os Estados Unidos, que já se
Spiegel, da Universidade Católica da
pos.siua
do que os
bicionam a elaboração e oferta de fór
da imprensa aos pnidutorcs brasileiros
mulas salvadoras. Eles se documenta
quo não dispuserem dc máquinas ou dc
ram, o quanto possível, sôbre as nossas
meios de transporte para os seus pro
atividades econômicas, o. oferecendo-nos
dutos: a formação de cooperativas para a utilização conjunta dc máquinas e
sôbre as nossas
necessidades agrárias:
"Se apenas 4% (quatro por cento) da
suntos. Devemos citar "The BrazUúin
Estados norte-americanos
existentes em todo o no.sso país. Dai, sem dúvida, o con.sclho dirigido atra\és
cendade Mm que o professor Nicbòus eicpoe c defende as suas idéias e opiniõe administrativa, sendo, por isso mesmo, nsarcadas de unpressionante agude^; simplicidade sem a intenção de íerbas oportuna a reprodução do que há pou nossas vaidades, mas de nos alertar pL co, o "Time", de Nova York, afirmou
Economy", do professor Henry William
afirmou recentemente
lidades, da mesma forma que não am
diçõesdomeioedomomrtoem"" vivemos. Desde logo, observa-se^ sTn
vir-nos de base e orientação nesses as
absoluta auto-suficíência com relação à
norte-americana,
maior número de tratores
ciais, sociais, políticas - podem ser var ridas ou ignoradas". De um modo ge ral, as publicações norte-americanas re velam profundo conhecimento da nossa situação econômica, financeira, social e
nicos e analistas dos Estados Unidos sôbre a economia trasileira podem ser
da agricultura,
publicação
des
onde as tradições e práticas - comer
Outros trabalhos, produzidos por téc
aludindo à necessitladc da mecanização
pa desde a passada guerra, assumiram, em nossos dias, uma posição de quase
Outra
ções de otimi.smo excessivo ou de e.xaltação incondicional das no.s.sas possibi
aludidas palestras restringem-s ao'n"''
área do Brasil fossem devidamente cul
tivados, o país teria alimentos suficientes para si mesnío. Com menos de 2% (dois por cento) de cultivo irregular, o país, no ano passado, teve de despender qua se duzentos milhões dc dólares com a im
portação de alimentos (especialmente trigo), um escoamento desnecessário na balança de trocas intémacionais".
O
texto original é este : "If Orxly 4% Of
América, e "An Expanding Econorny",
its land were properly cultivated, Bto-
da autoria de três funcionários da admi
zil could feed itself.
With less thãn
14 % da mesma. Duas ob.ser\ açõcs im
tinham tomado independentes da Euro
pg. 21).
sitos meramente apologcticos. preocupa-
' digestões despretensiosas, advertem que "ó perigoso para o estrangeiro ir ao Bra sil com a idóia de que é um país novo, questões e controvérsias h-ni.7 '
* * *
ge hahincc". ("Time", julho de 1949,
panding Economy" não revelam propó
créditos agrícolas, para
ra o temvel amanhã do mundo mo-
its forcign — cxchan-
que um só município dc um dos gran
cessidade de ajustamentos". Certo
so ambiente, às nossas cousas k.
49
nacional e internacional de
nistração
tornando-se, assim difícil sua altera SaUenta por fim, o profes7or ' tanibéni estiveram cm nosso país, em missão particular, a fim de estradar a es™ de Va„d.bnt trulura sociológica e psicológica da eco deveria ser dada à tarefa nar informações detalhadas aL mnT' nomia nacional. Tanto quanto dissemos com referência às palestras do professor toreg, sôbre mercados a fim ri William Nicholi.s, os autores de "An Ex 'ar sea eficiência no;
protegê-.os conta „s n^^ aos locais, na aquisição
Dicesto EcoNÔNirco
veículos.
Dc outro lado. a guerra de 19391945 alterou, sob todos os aspectos, a
conjuntura econômica mundial. Trans
formou-se a composição do quadro das
importações c exportações. No caso do Brasil, verifica-se que, cm 1939, sòmcntc 0,9 % dc nossa exportação se com
punham de artigos manufalurados. Em 194V, nossa exportação de manufatura
produção do Velho Mundo, mas conti nuam dependendo do fornecimento dos produtos tropicais. Segunda, a concor rência que nos farão, brevemente, os produtos coloniais de alguns países eu ropeus. poderá ser arfasadora para o Brasil, pelo volume da produção, pelo baixo custo da agricultura nas regiões
coloniais e ainda pela superioridade téc nica dessas culturas. Tudo isso signifi
ca que, tanto a nossa agricultura como a nossa indústria, ameaçadas, como se encontram, em face dos fenômenos in dicados, devem traçar, desde logo, as bases de uma política de defesa econô mica da nacionalidade. E aqui entram, além dos fatores de organização pròpnamcnte dita, os fatòres relacionados com
a pesquisa, a indagação, o inquérito, nos têrmos propostos pelo professor William Nicholls, como necessidades básicas pa
dos Tibiu para 77 % da exportação total. ra a expansão da nossa econdmia inter Por outro lado, enquanto, antes da guerra, nossas exportações para a Euro
pa representaram 46 % da exportação total, e a exportação para os Estados Unidos, 36,7%. depois da guerra, em 1947, do total de nossa exportação ape
nas 30% foram para a Europa destínando-se à América do Norte 40,6% e pa ra a América do Sul. que antes só ab sorvia 7% de nossa exportação, seguiram
na e externa.
O método
comparativo encerra um
valor discutível. Serve apenas como sub sídio. Importa, antes de tudo, balan cear os nossos recursos, verificar a fun
do o que possuímos, para, em seguida, enfrentarmos
os
nossos
concorrentes,
que são muitos, bem aparelliados e po derosos.
Dioesto Econômico
O cacau reclama novos mercados
51
bilhões de cruzeiros, o <pio corresponde,
apenas na economia baiana, ma.s tam
nas exportações eslaclnais, a 317 do
bém na nacional.
O quadro abaixo é expressivo e dis
total em pêso e a STi etn valor. Tra Moacyr Paixão
\7em no momento o cacau nacional — especificamente o cacau baiano, que representa 96% da produção do País — atravessando uma situação noca,
de aparente reequilíbrío, de superação da última grave crise em que se afun dou. Melhora a procura do produto nos mercados e os seus preços retomam ní veis satisfatórios. Já em dezembro a In glaterra, figurando novamente como revendedora do cacau nacional, nos adqui
)I
tar a onda cie otimismo, não abando
preços do produto e a perspectiva de colocação dos estoques não podem ser
tomadas como índice de segurança e estabilidade da economia cacaueira, coisâ
comendas do produto, da safra em curso.
possível de conquistar .sòmente à base de uma nova política de comércio diri
baianos e dos demais setores que de
gida no sentido dos amplos mercados
pendem, direta ou indiretamente, da
da Europa Oriental.
economia cacaueira, inclusive o Poder
Público, estava na ameaça de que se prolongasse o retraimento dos nossos clientes internacionais, interessados na rebaixa dos preços dessa amêndoa. Co mo escoar as futuras colheitas?
Como
impedir que as sobras subam a 1 milhão
de sacos? Discutia-se muito o assunto mas raros se lembravam de que a me
lhor solução ao problema estava em romper com o monopólio dos mercados íradicionais, sobretudo dos Estados Uni-
<íos, cuja capacidade de absorção do nosso produto se reduzia cada vez mais,
diante das próprias condições da econo mia americana, em marcha ainda va
garosa, mas já evidente, para uma crise cíclica de enormes proporções.
Anos
nando a realidade do problema cacauei-
ro, que é cH>niplexo e cheio de tristes experiências, cujas lições devem agora ser recolhidas e corajosamente aplica das. O desafôgo ê passageiro, simples fruto da c.speculação de negociantes inglêses. Essa nova tendência altista nos
riu 250 mil sacos e firmou vultosas en
O maior mêdo dos cacauicultores
ta-se, assim, de mu produto líder, não
Posição do cacau na ecoiiotnia baiana
A participação do cacau baiano
quadros da produção mundial consegui» atingir a 29% em 1947, ano recordeSem que esse fato nos envaideça " porque o cacau é lavoura tipicamenl» colonial, predominante em regiões atra sadas, como a Costa do Ouro e a Ni
géria — de qualquer maneira êle nos coloca em destaque, dá-nos uma posi ção saliente nos mercados externos do produto. Em 1948 o cacau ocupou o terceiro
As perspectivas eram nebulosas, até que a Inglaterra, e em menor escala a Holanda, alargando as suas compras de
posto na lista das exportações brasileiras, figurando como importante fator de di visas. Segundo elementos fornecidos pela Bôlsa de Mercadorias da Bahia,
cacau baiano, nos trouxeram o desafogo
vendemos ao exterior, nesse ano, 71,1
já assinalado. Contudo, é essencial evi
mil toneladas de cacau, no valor de 1,1
19-15 19-10 1947 1948
pensa maiores comentiúrios:
Exporlação buiana
Exportação de cacau
(Em Cr§ 1.000)
(Em Cr? 1.000)
924.160,1 1.757.191,2 1.887.733,8 2.078.296,8
708.935,9 918.110,4 1.065.212,4
133.003,6
O cacau 6 a grande lavoura da Bahia,
o seu produto-rci. embora não avan cemos ao ponto de confundir o.s interêsses dos cacauicultores c mesmo do pro
duto com os da generalidade do povo baiano — como é hábito fazer. A área dominante do cacau, ao sul do Estado,
abrange 15 municípios e cu\olvc no cír
%
25 40 48 51
Estado". Posição assim abson'enle só a da carnaúba em relação á economia do Piauí. Nem o café possui em São Paulo fôrça idêntica, nem o açúcar em Pernambuco ou Alagoas, nem a bor racha na Amazônia ou a pecuária em
Goiás, embora figurem como piodutosrei locais.
culo das atividades cacauicultoias talvez
400 mil pessoas. Constituem as unida des de produção 23 mil fazendas dos
Na composição dos produtores predomi na a grande propriedade
mais diversos tamanhos.
O informe mais positivo sobre o pa pel do produto, sôbre o destaque da sua posição na economia e nas finanças baia nas, fê-lo o Governador Mangabeira na
Dos elementos que nos dá o sr. Tosta Filho para o .exame da composi ção dos produtores de cacau (
do Ação Econômica para o Estado da
mensagem lida à ocasião da abertura dos trabalhos na Câmara Legislativa, eiii 1949, ao declarar que o cacau "contri
Bahia", 1948), elaboramos o quadro abaixo, revelando o grau de concentração a que atingiu a produção cacauei
bui com mais de 60% das rendas do
ra.
Produção
% do total
Agrupamento da propriedade (1)
Núniero
% do total
Pequenas
20.216 2.230 648
87 10
1.990.0
26
2.119.1
3
3.176,1
29 45
Médias Grandes
(Em 1.000 arr.)
Isso coloca os grandes fazendeiros —
Italicio Tavares, 30 mil — no centro dos
como Wildberg & Cia., que colhem cêrca de 200 mil iarrôbas; Marinho Falcão, colhendo só em Itabuna a mé
negócios do cacau, ditando as diretrizes da política cacaueira e absorvendo as
dia de 60 mil; Correia Ribeiro, 40 mil;
suas maiores vantagens.
Dioesto Econômico
O cacau reclama novos mercados
51
bilhões de cruzeiros, o <pio corresponde,
apenas na economia baiana, ma.s tam
nas exportações eslaclnais, a 317 do
bém na nacional.
O quadro abaixo é expressivo e dis
total em pêso e a STi etn valor. Tra Moacyr Paixão
\7em no momento o cacau nacional — especificamente o cacau baiano, que representa 96% da produção do País — atravessando uma situação noca,
de aparente reequilíbrío, de superação da última grave crise em que se afun dou. Melhora a procura do produto nos mercados e os seus preços retomam ní veis satisfatórios. Já em dezembro a In glaterra, figurando novamente como revendedora do cacau nacional, nos adqui
)I
tar a onda cie otimismo, não abando
preços do produto e a perspectiva de colocação dos estoques não podem ser
tomadas como índice de segurança e estabilidade da economia cacaueira, coisâ
comendas do produto, da safra em curso.
possível de conquistar .sòmente à base de uma nova política de comércio diri
baianos e dos demais setores que de
gida no sentido dos amplos mercados
pendem, direta ou indiretamente, da
da Europa Oriental.
economia cacaueira, inclusive o Poder
Público, estava na ameaça de que se prolongasse o retraimento dos nossos clientes internacionais, interessados na rebaixa dos preços dessa amêndoa. Co mo escoar as futuras colheitas?
Como
impedir que as sobras subam a 1 milhão
de sacos? Discutia-se muito o assunto mas raros se lembravam de que a me
lhor solução ao problema estava em romper com o monopólio dos mercados íradicionais, sobretudo dos Estados Uni-
<íos, cuja capacidade de absorção do nosso produto se reduzia cada vez mais,
diante das próprias condições da econo mia americana, em marcha ainda va
garosa, mas já evidente, para uma crise cíclica de enormes proporções.
Anos
nando a realidade do problema cacauei-
ro, que é cH>niplexo e cheio de tristes experiências, cujas lições devem agora ser recolhidas e corajosamente aplica das. O desafôgo ê passageiro, simples fruto da c.speculação de negociantes inglêses. Essa nova tendência altista nos
riu 250 mil sacos e firmou vultosas en
O maior mêdo dos cacauicultores
ta-se, assim, de mu produto líder, não
Posição do cacau na ecoiiotnia baiana
A participação do cacau baiano
quadros da produção mundial consegui» atingir a 29% em 1947, ano recordeSem que esse fato nos envaideça " porque o cacau é lavoura tipicamenl» colonial, predominante em regiões atra sadas, como a Costa do Ouro e a Ni
géria — de qualquer maneira êle nos coloca em destaque, dá-nos uma posi ção saliente nos mercados externos do produto. Em 1948 o cacau ocupou o terceiro
As perspectivas eram nebulosas, até que a Inglaterra, e em menor escala a Holanda, alargando as suas compras de
posto na lista das exportações brasileiras, figurando como importante fator de di visas. Segundo elementos fornecidos pela Bôlsa de Mercadorias da Bahia,
cacau baiano, nos trouxeram o desafogo
vendemos ao exterior, nesse ano, 71,1
já assinalado. Contudo, é essencial evi
mil toneladas de cacau, no valor de 1,1
19-15 19-10 1947 1948
pensa maiores comentiúrios:
Exporlação buiana
Exportação de cacau
(Em Cr§ 1.000)
(Em Cr? 1.000)
924.160,1 1.757.191,2 1.887.733,8 2.078.296,8
708.935,9 918.110,4 1.065.212,4
133.003,6
O cacau 6 a grande lavoura da Bahia,
o seu produto-rci. embora não avan cemos ao ponto de confundir o.s interêsses dos cacauicultores c mesmo do pro
duto com os da generalidade do povo baiano — como é hábito fazer. A área dominante do cacau, ao sul do Estado,
abrange 15 municípios e cu\olvc no cír
%
25 40 48 51
Estado". Posição assim abson'enle só a da carnaúba em relação á economia do Piauí. Nem o café possui em São Paulo fôrça idêntica, nem o açúcar em Pernambuco ou Alagoas, nem a bor racha na Amazônia ou a pecuária em
Goiás, embora figurem como piodutosrei locais.
culo das atividades cacauicultoias talvez
400 mil pessoas. Constituem as unida des de produção 23 mil fazendas dos
Na composição dos produtores predomi na a grande propriedade
mais diversos tamanhos.
O informe mais positivo sobre o pa pel do produto, sôbre o destaque da sua posição na economia e nas finanças baia nas, fê-lo o Governador Mangabeira na
Dos elementos que nos dá o sr. Tosta Filho para o .exame da composi ção dos produtores de cacau (
do Ação Econômica para o Estado da
mensagem lida à ocasião da abertura dos trabalhos na Câmara Legislativa, eiii 1949, ao declarar que o cacau "contri
Bahia", 1948), elaboramos o quadro abaixo, revelando o grau de concentração a que atingiu a produção cacauei
bui com mais de 60% das rendas do
ra.
Produção
% do total
Agrupamento da propriedade (1)
Núniero
% do total
Pequenas
20.216 2.230 648
87 10
1.990.0
26
2.119.1
3
3.176,1
29 45
Médias Grandes
(Em 1.000 arr.)
Isso coloca os grandes fazendeiros —
Italicio Tavares, 30 mil — no centro dos
como Wildberg & Cia., que colhem cêrca de 200 mil iarrôbas; Marinho Falcão, colhendo só em Itabuna a mé
negócios do cacau, ditando as diretrizes da política cacaueira e absorvendo as
dia de 60 mil; Correia Ribeiro, 40 mil;
suas maiores vantagens.
52
Nas épocas de queda dos preços do produto, esses grandes fazendeiros dis
Dicesto
Ecoxdxíico
Dicesto Econômico
põem, evidentemente, de maiores meios
presentam o aparéllu) e as condições de opressão c miséria nas fazendas. O padrão de vida dessas massas piora,
para defender-se, o que não sucede aos
toma-foniia ainda mais grave, às épocas
Nos anos de 1937-39, quando Hitlcr
pequenos lavradores e às vezes aos mé
de rclrnimento no.s mercados, porque
montava os seus estoques de gêneros como base para a agressão às nações democráticas, a Alemanha surgiui no
dios. A situação dos pequenos cacauicukores, sobretudo, é de permanente mal-estar. Sem crédito bancário oficial, precisam apelar para os capitais usii-
rários manejados pelos intermediários,
pelos grandes fazendeiros "partidistas" ou pelas próprias firmas exportadoras, em troca de pesada bagagem de com
promissos. Passam afinal a simples agentes de seus credores no processo da produção e freqüentemente
preços do produto, resultam do jôgo dc negócios clèssos compradores pode rosos.
então os .salários sofrem bat.xas vertigi
nosas, dá-.se t) desemprego c surgem no\as niíidiilicladcs de espoliação do tra
mercado mundial como forte cliente do
balho, algumas grosseiras e tipicamente
duas vezes reajustada, para acompanhar a tendência allista dos preços de gêne ros e serviços no mercado interno.
Apenas os cacauicultores nunca obtive ram um reajuslamenlo ponderável e as nossas colheitas, de 1943 a li)46, atin
caída dos preços do cacau, foi largamen te adotada nas fa/.endas a norma de des
tando 12% do total cias nossas expor
inglês estava sendo vendido na média
contar entre 3 a 5 cruzeiros cada sema
tações. No mesmo período (3 anos) os Estados Unidos nos compraram 259,8 mil toneladas, correspondendo a 71% do
dc 90 cruzeiros. Só após a t(^rminação
na, nos salários do empregado, mantendo
uma reserva que passava "legalmente" às mãos do fazendeiro caso o
cacau vendido ao exterior.
trabalhad{)r abandonasse as co
do roubo legal de suas co
lheitas antes do fim da safra.
lheitas e de suas terras. A experiência vem demons trando que nas ocasiões de
nosso cacau, senão essa de apêndice dos
Essas relações de produção, mesmo rapidamente obseiva-
mercados do dólar. Vale lembrar que durante a 11 Grande Guerra, época em
V
das, dão-nos a amplitude dos
que o mundo mais tinha fome de cacau,
'
interês.ses
nosso produto atravessou um regime de absurda sujeição aos preços-teto fi
mercados se retraem e os
Ct)m o cncau sucedeu fenômeno idênti co ao da borracha, cuja cotação foi por
Brasil na aquisição do cacau baiano. Suas compras, apesar de tudo, só che garam a 45,4 mil toneladas, repre.scn-
^:cmi-.se^vis. Assim, ein 1949. com a de
caem vitimas dos "caxixes",
crise do produto, quando os
cesso inflncionário que envolveu o País.
mais
envolvidos na
preços diminuem, uma par-
cacau.
cela dessas pequenas pro
Nunca houve outra posição para o
diretamente
economia do
xados nos acordos de Washington.
E levam-nos à com
O
giram o preço máximo de 40 cruzeiros a arroba, enquanto o produtq colonial dos acordos é que o cacau baiano passou a uma fase de ascensão rápida de preços, indo em abril de 1947 à ordem de 120 cruzeiros por arroba.
Nos iltimos 3 anos do após-guerra
i\U5
unn«»v.j
-
-
.
(período 1946-48), numa fase de negócios normalizados, a ^ fados Unidos como pais comprador do
priedades é arrastada na voragem e absorvida pelos com
relação ao produto — de cré
aparentemente fixos, mas na realidade
cacau nacional apresentou o seguinte
dito, comercial, econômica de
depreciados a cada dia, diante do pro-
andamento:
petidores mais fortes, Quem
um modo geral — até aqui
no, são os grandes contingen tes de trabalhadores sem terra — cêrca
Anos
arrasta ao aniquilamento as
Exportação total (ton.) .
verdadeiras forças da produ
de 120 mil durante as safras - que se
ção cacaueira.
1947
130.460 99.041
vêem obrigados a alugar nas fazendas a
Os negócios do cacau durante a guerra
1948
71.681
sua fôrça de trabalho. A mão-de-obra
empregada no cacau, mesmo perceben
1946
Assim, constata-se o aprofundamento
A economia cacaueira do País está
Exportação p. E.V.A. (ton.) 76.355
58
65.204 53.554
65 74
sez de divisas (problema europeu dos balanços de pagamentos deficitários em relação ao Brasil) ou devido ao empo brecimento das massas, pela queda do
inteiramente amarrada aos clientes ame-
do salários (variáveis de 9 a 14 cru zeiros por dia), não atua numa ordem de coisas capitalista; na realidade, não
de nossa dependência aos mercados
ricano.s, à frente deles a Cocoa Com-
ianques, e mais, caracteriza-se a queda
pany o Reshwood Company, ligadas ao que parece ao truste Cocoa Trade
nOs volumes de venda do cacau nacio
se libertou das peias semifeudais nas
nal, fenômeno resultante do próprio de clínio do poder aquisitivo dos compra dores tradicionais do produto. Tanto os
também o caso dos Estados Unidos.
relações de produção, predominantes
Gommíttee, que controla aproximada mente 45% da produção mundial de ca
noutras regiões agrárias do País. O barracão, o regime de "porteira fe
cau e 80% das importações dos Estados
Estados Unidos como os países da Eu
tudioso da economia cacaueira: "A re
Bôlsa de
ropa, nossos clientes, estão numa fase de
tração dos mercados tradicionais é fato
chada", os vales, o visgo do cacau re-
Nova York, a marcha dos níveis de
retração das importações, ou por escas-
consumado.
Unidos.
As tendências da
1
Bi'
mercados
"ceilling príce" era um acordo de preços
adotada, afunda na miséria e
á'
A crise americana nos aponta novos
preensão de que a política em
mais diretamente sofre, con tudo, ao estouro do fenôme
M
salário real dos consumidores, que é
Apreciando êsse quadro, disse um es Esperar dêles uina solu- ,:VÍ
52
Nas épocas de queda dos preços do produto, esses grandes fazendeiros dis
Dicesto
Ecoxdxíico
Dicesto Econômico
põem, evidentemente, de maiores meios
presentam o aparéllu) e as condições de opressão c miséria nas fazendas. O padrão de vida dessas massas piora,
para defender-se, o que não sucede aos
toma-foniia ainda mais grave, às épocas
Nos anos de 1937-39, quando Hitlcr
pequenos lavradores e às vezes aos mé
de rclrnimento no.s mercados, porque
montava os seus estoques de gêneros como base para a agressão às nações democráticas, a Alemanha surgiui no
dios. A situação dos pequenos cacauicukores, sobretudo, é de permanente mal-estar. Sem crédito bancário oficial, precisam apelar para os capitais usii-
rários manejados pelos intermediários,
pelos grandes fazendeiros "partidistas" ou pelas próprias firmas exportadoras, em troca de pesada bagagem de com
promissos. Passam afinal a simples agentes de seus credores no processo da produção e freqüentemente
preços do produto, resultam do jôgo dc negócios clèssos compradores pode rosos.
então os .salários sofrem bat.xas vertigi
nosas, dá-.se t) desemprego c surgem no\as niíidiilicladcs de espoliação do tra
mercado mundial como forte cliente do
balho, algumas grosseiras e tipicamente
duas vezes reajustada, para acompanhar a tendência allista dos preços de gêne ros e serviços no mercado interno.
Apenas os cacauicultores nunca obtive ram um reajuslamenlo ponderável e as nossas colheitas, de 1943 a li)46, atin
caída dos preços do cacau, foi largamen te adotada nas fa/.endas a norma de des
tando 12% do total cias nossas expor
inglês estava sendo vendido na média
contar entre 3 a 5 cruzeiros cada sema
tações. No mesmo período (3 anos) os Estados Unidos nos compraram 259,8 mil toneladas, correspondendo a 71% do
dc 90 cruzeiros. Só após a t(^rminação
na, nos salários do empregado, mantendo
uma reserva que passava "legalmente" às mãos do fazendeiro caso o
cacau vendido ao exterior.
trabalhad{)r abandonasse as co
do roubo legal de suas co
lheitas antes do fim da safra.
lheitas e de suas terras. A experiência vem demons trando que nas ocasiões de
nosso cacau, senão essa de apêndice dos
Essas relações de produção, mesmo rapidamente obseiva-
mercados do dólar. Vale lembrar que durante a 11 Grande Guerra, época em
V
das, dão-nos a amplitude dos
que o mundo mais tinha fome de cacau,
'
interês.ses
nosso produto atravessou um regime de absurda sujeição aos preços-teto fi
mercados se retraem e os
Ct)m o cncau sucedeu fenômeno idênti co ao da borracha, cuja cotação foi por
Brasil na aquisição do cacau baiano. Suas compras, apesar de tudo, só che garam a 45,4 mil toneladas, repre.scn-
^:cmi-.se^vis. Assim, ein 1949. com a de
caem vitimas dos "caxixes",
crise do produto, quando os
cesso inflncionário que envolveu o País.
mais
envolvidos na
preços diminuem, uma par-
cacau.
cela dessas pequenas pro
Nunca houve outra posição para o
diretamente
economia do
xados nos acordos de Washington.
E levam-nos à com
O
giram o preço máximo de 40 cruzeiros a arroba, enquanto o produtq colonial dos acordos é que o cacau baiano passou a uma fase de ascensão rápida de preços, indo em abril de 1947 à ordem de 120 cruzeiros por arroba.
Nos iltimos 3 anos do após-guerra
i\U5
unn«»v.j
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.
(período 1946-48), numa fase de negócios normalizados, a ^ fados Unidos como pais comprador do
priedades é arrastada na voragem e absorvida pelos com
relação ao produto — de cré
aparentemente fixos, mas na realidade
cacau nacional apresentou o seguinte
dito, comercial, econômica de
depreciados a cada dia, diante do pro-
andamento:
petidores mais fortes, Quem
um modo geral — até aqui
no, são os grandes contingen tes de trabalhadores sem terra — cêrca
Anos
arrasta ao aniquilamento as
Exportação total (ton.) .
verdadeiras forças da produ
de 120 mil durante as safras - que se
ção cacaueira.
1947
130.460 99.041
vêem obrigados a alugar nas fazendas a
Os negócios do cacau durante a guerra
1948
71.681
sua fôrça de trabalho. A mão-de-obra
empregada no cacau, mesmo perceben
1946
Assim, constata-se o aprofundamento
A economia cacaueira do País está
Exportação p. E.V.A. (ton.) 76.355
58
65.204 53.554
65 74
sez de divisas (problema europeu dos balanços de pagamentos deficitários em relação ao Brasil) ou devido ao empo brecimento das massas, pela queda do
inteiramente amarrada aos clientes ame-
do salários (variáveis de 9 a 14 cru zeiros por dia), não atua numa ordem de coisas capitalista; na realidade, não
de nossa dependência aos mercados
ricano.s, à frente deles a Cocoa Com-
ianques, e mais, caracteriza-se a queda
pany o Reshwood Company, ligadas ao que parece ao truste Cocoa Trade
nOs volumes de venda do cacau nacio
se libertou das peias semifeudais nas
nal, fenômeno resultante do próprio de clínio do poder aquisitivo dos compra dores tradicionais do produto. Tanto os
também o caso dos Estados Unidos.
relações de produção, predominantes
Gommíttee, que controla aproximada mente 45% da produção mundial de ca
noutras regiões agrárias do País. O barracão, o regime de "porteira fe
cau e 80% das importações dos Estados
Estados Unidos como os países da Eu
tudioso da economia cacaueira: "A re
Bôlsa de
ropa, nossos clientes, estão numa fase de
tração dos mercados tradicionais é fato
chada", os vales, o visgo do cacau re-
Nova York, a marcha dos níveis de
retração das importações, ou por escas-
consumado.
Unidos.
As tendências da
1
Bi'
mercados
"ceilling príce" era um acordo de preços
adotada, afunda na miséria e
á'
A crise americana nos aponta novos
preensão de que a política em
mais diretamente sofre, con tudo, ao estouro do fenôme
M
salário real dos consumidores, que é
Apreciando êsse quadro, disse um es Esperar dêles uina solu- ,:VÍ
54
Dicesto
ção à altura do nosso problema seria suicídio, ou política de avestruz. Es
Econômico
baiano disponível, em cada ano. Em bora a Inglaterra já venha colocando parte de sua produção colonial na Eu ropa Oriental, existem ali amplos mer
tamos num período de crise, no início
mesmo de uma crise que ameaça ser a mais devastadora da história do cacau na Baliia." ("Existem mercados à es
cados, ainda não saturados, oferecendo condições favoráveis ao nosso cacau. A
pera do cacau baiano", Gilberto Paim, Itabuna, 1949). E realmente, tudo nos
Tchccoslüváquia, a Polônia, a Hungria, a ÜRSS, a Ruinânia, a Bulgária etc., são
leva a entender que o aprofundamento
da crise econômica nos países capitalis
tas, e especificamente da crise cíclica
os preços e soprando com maior vigor a catástrofe.
vos mercados, amplos e suficientemente
Podere
da de cada homem, desde que adquire
de consumidores potenciais dessas novas
grau de bondade ou de malvadeza que
democracias, à base de nm comércio de
)hes é inerente.
mas noutros setores fundamentais do nosso comércio exterior.
estáveis, capazes de absorver o cacau
cidir entre o bem e o mal. A vi
do que uma sucessão dc decisões para o bem ou para o mal. Se cada pessoa enfrenta êsse fado, a própria humani dade não podo evitá-lo. As decisões coletivas também são marcadas pelo
compensação que só virá ajudar a su peração das nossas dificuldades, não só especificamente no caso do cacau,
É preciso descobrir uma saída, ime diatamente, dessa situação. Tentar no-
Py pnópwo da natureza humana de a razão e a consciência, nada mais é
mos levar nosso produto aos 3CX) milhões
caueira nacional, baixando ainda mais
Aldo M. Aze\tedo
sen\ülvÍmcnto, não sujeita às crises pe
troca comercial com o Brasil.
parcela considerável da produção ca-
PILHAGEM
países dc economia em processo de deriódicas, e que em várias oportunidades têm procurado estabelecer acordos de
americana, reduzindo o campo das tro cas internacionais, poderá paralisar uma
A
Na já longa história do homem, acu mularam-se casos que bem comprovam as afirmações iniciais. Mas, os que mais .
impressionam ao observador imparcial são os relacionados com as grandes ca lamidades, as epidemias, os terremo
tos, as inundações, as guerras e revolu
ções. Nesses grandes momentos histó ricos, predominam inicialmente, em regra, os sentimentos nobres de solida riedade humana. Mas, depois de certa duração, ou quando os cataclismos e.xcedem os limites da capacidade de sofrimento, é comum o súbito predo mínio dos sentimentos baixos do egoís mo, da sensualidade.
O movimento
bons, que se mobilizam para auxiliar as vítimas, proteger os incapacitados, e garantir os bens e propriedades aban donados. Mas, vencendo essa tendêii' cia dominante do sentimento de carida de inicial, logo surge o sentimento
egoísta, que serve de fundamento para a organização das fôrças malvadas, aparecendo pouco a pouco, num des cendo de ousadias impunes, os indiví duos que as constituirão. A ordem de sucessão é sempre es». Mas, tal seja a extensão ou a atuaçao das fôrças do" mal, pode ocorrer uma terceira fase de reação das forças l>enéficas, que anulem aquelas, interrom
pendo a devastação. Por que êsse mo
vimento de pêndulo, de um para outro lado ?
O homem é livre para escolher... * * *
No ponto em que se encontra atual mente, a humanidade deve decidir en tre o bem e o mal, entre a religião da caridade e a religião da pilhagem, en
de fôrças malignas.
o latrocínio de cadávere.s das vítimas
tro 03 com-Deus e os sem-Deus, entre a liberdade de escoUier e a escraviza-
do terremotos ou de desastres, a pi lhagem de igrejas e de museus nas
o decorrer dos últimos anos,
um mesmo fenômeno, cujas raízes .se prolongam pelas profundezas da alma humana, até os nossos primeiros ante passados, em repetição impressionante i ii ii
A princípio, portanto, há imediata reação solidarizantc dos elementos
ulterior eclosão
revoluções — são aspectos diversos de
II I
do socorro e de proteção ao pró.vimo.
iniciado para o bem é abafado pela O saque das cidades abandonadas por fugitivos da guerra ou da peste,
M
— e geralmente ocorrem em seguida aos primeiros gestos em direção oposta,
ção do corpo e do pensamento. Com desven
daram-se duas fôrças antagônicas po derosas, organizadas, penetrantes no mais profundo da pessoa humana: a Igreja Católica e o Comunismo. Sâo
54
Dicesto
ção à altura do nosso problema seria suicídio, ou política de avestruz. Es
Econômico
baiano disponível, em cada ano. Em bora a Inglaterra já venha colocando parte de sua produção colonial na Eu ropa Oriental, existem ali amplos mer
tamos num período de crise, no início
mesmo de uma crise que ameaça ser a mais devastadora da história do cacau na Baliia." ("Existem mercados à es
cados, ainda não saturados, oferecendo condições favoráveis ao nosso cacau. A
pera do cacau baiano", Gilberto Paim, Itabuna, 1949). E realmente, tudo nos
Tchccoslüváquia, a Polônia, a Hungria, a ÜRSS, a Ruinânia, a Bulgária etc., são
leva a entender que o aprofundamento
da crise econômica nos países capitalis
tas, e especificamente da crise cíclica
os preços e soprando com maior vigor a catástrofe.
vos mercados, amplos e suficientemente
Podere
da de cada homem, desde que adquire
de consumidores potenciais dessas novas
grau de bondade ou de malvadeza que
democracias, à base de nm comércio de
)hes é inerente.
mas noutros setores fundamentais do nosso comércio exterior.
estáveis, capazes de absorver o cacau
cidir entre o bem e o mal. A vi
do que uma sucessão dc decisões para o bem ou para o mal. Se cada pessoa enfrenta êsse fado, a própria humani dade não podo evitá-lo. As decisões coletivas também são marcadas pelo
compensação que só virá ajudar a su peração das nossas dificuldades, não só especificamente no caso do cacau,
É preciso descobrir uma saída, ime diatamente, dessa situação. Tentar no-
Py pnópwo da natureza humana de a razão e a consciência, nada mais é
mos levar nosso produto aos 3CX) milhões
caueira nacional, baixando ainda mais
Aldo M. Aze\tedo
sen\ülvÍmcnto, não sujeita às crises pe
troca comercial com o Brasil.
parcela considerável da produção ca-
PILHAGEM
países dc economia em processo de deriódicas, e que em várias oportunidades têm procurado estabelecer acordos de
americana, reduzindo o campo das tro cas internacionais, poderá paralisar uma
A
Na já longa história do homem, acu mularam-se casos que bem comprovam as afirmações iniciais. Mas, os que mais .
impressionam ao observador imparcial são os relacionados com as grandes ca lamidades, as epidemias, os terremo
tos, as inundações, as guerras e revolu
ções. Nesses grandes momentos histó ricos, predominam inicialmente, em regra, os sentimentos nobres de solida riedade humana. Mas, depois de certa duração, ou quando os cataclismos e.xcedem os limites da capacidade de sofrimento, é comum o súbito predo mínio dos sentimentos baixos do egoís mo, da sensualidade.
O movimento
bons, que se mobilizam para auxiliar as vítimas, proteger os incapacitados, e garantir os bens e propriedades aban donados. Mas, vencendo essa tendêii' cia dominante do sentimento de carida de inicial, logo surge o sentimento
egoísta, que serve de fundamento para a organização das fôrças malvadas, aparecendo pouco a pouco, num des cendo de ousadias impunes, os indiví duos que as constituirão. A ordem de sucessão é sempre es». Mas, tal seja a extensão ou a atuaçao das fôrças do" mal, pode ocorrer uma terceira fase de reação das forças l>enéficas, que anulem aquelas, interrom
pendo a devastação. Por que êsse mo
vimento de pêndulo, de um para outro lado ?
O homem é livre para escolher... * * *
No ponto em que se encontra atual mente, a humanidade deve decidir en tre o bem e o mal, entre a religião da caridade e a religião da pilhagem, en
de fôrças malignas.
o latrocínio de cadávere.s das vítimas
tro 03 com-Deus e os sem-Deus, entre a liberdade de escoUier e a escraviza-
do terremotos ou de desastres, a pi lhagem de igrejas e de museus nas
o decorrer dos últimos anos,
um mesmo fenômeno, cujas raízes .se prolongam pelas profundezas da alma humana, até os nossos primeiros ante passados, em repetição impressionante i ii ii
A princípio, portanto, há imediata reação solidarizantc dos elementos
ulterior eclosão
revoluções — são aspectos diversos de
II I
do socorro e de proteção ao pró.vimo.
iniciado para o bem é abafado pela O saque das cidades abandonadas por fugitivos da guerra ou da peste,
M
— e geralmente ocorrem em seguida aos primeiros gestos em direção oposta,
ção do corpo e do pensamento. Com desven
daram-se duas fôrças antagônicas po derosas, organizadas, penetrantes no mais profundo da pessoa humana: a Igreja Católica e o Comunismo. Sâo
pi
58
DiCh:.STO
logias que se chocam, são duas atitu
des que se defrontam cm competição, para a conquista do homem : — uma
para salvá-lo; outra para perdê-lo. A questão, como é de ver, desdobrase em múltiplos temas de ordem social,
nela compreendidos os problemas polítiros, psicológicos, espirituais e econô
Econónüco
57
Dicesto Econômico
querem vingar-se de qualquer modo,
netraçãü, vai quebrando os escrúpulos
descontando em um terceiro, num jô-
dos uUimo.s elementos de resistCuicia e,
go de "passc-adiante", o qwc sofreu.
dentro de algum tempo, a "regra" pas
(O fato, como é sabido, alcança outros setores da vida social c coleti\'a, prin
sa a ser a fraude, o sul.ònu). o ludi
cipalmente o político, que, cm muitas oportunidades, determina o processo econômico).
brio.
A mentalidatlf cigana, do forasteiro
que viaja continuamente, trocando de cliente cada dia sem o repelir "jamais,
micos. Numerosos hojiiens que ainda guardam sinceridade no pensar e no agir procuram uma "saída" para a si
O exemplo também sofre a ação da gravidade, c desce inesisth'elmente, com grande força [Xítcnctal, contagian
domina as transações.
tregue.
^ue nunca se efetivam e esperanças
do as multidões. Se os "grandes" não fazem cerimônia para arrecadar tudo o que está ao alcance da mão, por que
leiros: — "qualquer semelhança entre
então os mais necessitados, os que pas
a amostra
sam privações incontáveis e cotidianas, não podem repetir o gesto ?. . . Conta giados, estimulados reciprocamente, há a corrida que se desenvolve de modo positivo e crescente, generalizando-se por tòdas as camadas da população o espírito da ganância. Ganhar cada vez
coincidência..."
tuação de perplexidade em que se en contram, confundidos por promessas Se desvanecem como fumaça de
cigarro. A angústia ô generalizada, a insatisfaço é o sentimento mais coem qualquer parte do mundo,
ara abordar tôdas as questões susci^ as pelo assunto, seiía preciso escre ver um hvTo. Restringimo-nos, por con
seguinte. aos aspectos econômicos. * * *
mais, em troca de um serviço cada vez
As amostras são
atrativos que nada garantem quanto à identiclado do artigo \ondido a ser en Como dizia, humoristicamen-
te, certo importador dc produtos brasi e
o fornecimento é
mera
Acontece que a es
cassez de mercadorias que ocorreu du rante a última guerra já está para ter minar, o hoje cm dia, com a recons trução dos países devastados, a con corrência é o caminho inevitável, em
bora menos cômodo dc percorrer. Num mercado foinecedor em com
menor — passa a ser o delicioso ideal
petição, é sabido, sai vitorioso aquêle
guerras mundiais de 1914 e 1939 era
dc cada um.
tivesse mais estreitamente o sentimen-
trabalhadores das cidades e dos cam
que vende o melhor por menor preço e o qnc, seguindo essa linha de condu ta, consegue estabelecer uma clientela
Após dois morticínios marcantes das de presumir-se que a humanidade man-
Chefes de emprêsas, al
tos empregados, funcionários públicos,
pois de algumas pmvas sintomáticas
pos, militares e civis de tôdas as cate gorias — uma verdadeira multidão se entrega à "pilhagem" de uma posição,
tradicional que não o abandonará por
recer a reação maligna, e hoje ninguém mais pode negar que atravessamos um penedo de egoísmo exacerbado, às es-
de um salário ou ordenado, ou de uma
situação mellior e mais cômoda.
porque seu passado não assegurou uma freguesia, constante e fiel. Temos vivi do de "ciclos". Ciclo do açúcar, da
, to da salidariedade. Infelizmente, de tendentes para o bem, começou a apa
câncaras, sem o menor escrúpulo, pre lúdio de uma atitude de franca pilha gem geral.
>}<
borracha, do
íH *
, ;• As
atividades
econômicas,
"siderúrgicas". Quem não se defender
é assaltado ou ludibriado, engrossando
da nas altas camadas, na razão da ex
as fileiras das vitimas que, por sua vez,
tensão e da profundidade de sua pe-
cia desenfreada, dos "panamás" e das
ca-.
fé, etc. . >
porém,
"não agüentam desafôro"... Elas re agem dentro do próprio sistema criado pelo homem que, agora, pretende frau dá-lo, forçando condições artificiais pa ra produzir os desejados efeitos para seu benefício pessoal. A corrida inicia
Na economia nacional e mundial, o fenômeno se acentua claramente, dei xando a descoberto a fúria da ganân
motivos insignificanlc.s. Ainda, nesse sentido, o Brasil le\'a desvantagem,
i líf./j! .í 'n lirt i I
A Igreja Cató°
,.j-
mo quartel do século passado, \eni c mando contra as desigualdades e mjus
Üças economíoas. Se cs nossos homens de negócio, os nossos ijolíticos respon sáveis pela orientação da leg' açao s ciai, os nossos estadistas e lideres par tidários, tivc.>;.«^ciQ seguido, ao
longe, as recomendações das ene cas pontifícias relativas à or en nómica, certamente seria,outro o p.
f ,e'S de,„. o falhado. »do.an. '^"Tntecrado na empresa como uipa paroulra atitude cm reluçao aos seu .
ciado" patrão. Bepo.tando uo^«a^b^^ lhador a "pr.ssoa humana , de sen semeV ante de contambém seguiria
^^^üiares e
duta em relaç o a • subordiuados Juerárq
_
gstreitando>
SC os interesses o ^'c^esultacomunidade de esfoiço jiplicaçao dos. Do me.su.o ^^edade sodesses pnncipi-- "f
i
.-erviços pu-
cial na vida eco.iômica .^^gjjatamente blicos do Estnu . ^ra^
a mais
"U-cando-se acima
rqmdtuer ôuv; in.emsse o bem da rcs das rcs das aKvidade.sativioai t. )
humanas, f •„i quer t)c rnais
natureza privada, qner ° '.'_
descabelados rtescaoeiauuí, escândalos —
^
.
^
me, em sucessão impressionante. N Rociatas as mais indecorosas se toma ram públicas. Co no impdir que os menores, os mais Uao.os econoimcamen-
te, os menos informados moralmente.
Ti
pi
58
DiCh:.STO
logias que se chocam, são duas atitu
des que se defrontam cm competição, para a conquista do homem : — uma
para salvá-lo; outra para perdê-lo. A questão, como é de ver, desdobrase em múltiplos temas de ordem social,
nela compreendidos os problemas polítiros, psicológicos, espirituais e econô
Econónüco
57
Dicesto Econômico
querem vingar-se de qualquer modo,
netraçãü, vai quebrando os escrúpulos
descontando em um terceiro, num jô-
dos uUimo.s elementos de resistCuicia e,
go de "passc-adiante", o qwc sofreu.
dentro de algum tempo, a "regra" pas
(O fato, como é sabido, alcança outros setores da vida social c coleti\'a, prin
sa a ser a fraude, o sul.ònu). o ludi
cipalmente o político, que, cm muitas oportunidades, determina o processo econômico).
brio.
A mentalidatlf cigana, do forasteiro
que viaja continuamente, trocando de cliente cada dia sem o repelir "jamais,
micos. Numerosos hojiiens que ainda guardam sinceridade no pensar e no agir procuram uma "saída" para a si
O exemplo também sofre a ação da gravidade, c desce inesisth'elmente, com grande força [Xítcnctal, contagian
domina as transações.
tregue.
^ue nunca se efetivam e esperanças
do as multidões. Se os "grandes" não fazem cerimônia para arrecadar tudo o que está ao alcance da mão, por que
leiros: — "qualquer semelhança entre
então os mais necessitados, os que pas
a amostra
sam privações incontáveis e cotidianas, não podem repetir o gesto ?. . . Conta giados, estimulados reciprocamente, há a corrida que se desenvolve de modo positivo e crescente, generalizando-se por tòdas as camadas da população o espírito da ganância. Ganhar cada vez
coincidência..."
tuação de perplexidade em que se en contram, confundidos por promessas Se desvanecem como fumaça de
cigarro. A angústia ô generalizada, a insatisfaço é o sentimento mais coem qualquer parte do mundo,
ara abordar tôdas as questões susci^ as pelo assunto, seiía preciso escre ver um hvTo. Restringimo-nos, por con
seguinte. aos aspectos econômicos. * * *
mais, em troca de um serviço cada vez
As amostras são
atrativos que nada garantem quanto à identiclado do artigo \ondido a ser en Como dizia, humoristicamen-
te, certo importador dc produtos brasi e
o fornecimento é
mera
Acontece que a es
cassez de mercadorias que ocorreu du rante a última guerra já está para ter minar, o hoje cm dia, com a recons trução dos países devastados, a con corrência é o caminho inevitável, em
bora menos cômodo dc percorrer. Num mercado foinecedor em com
menor — passa a ser o delicioso ideal
petição, é sabido, sai vitorioso aquêle
guerras mundiais de 1914 e 1939 era
dc cada um.
tivesse mais estreitamente o sentimen-
trabalhadores das cidades e dos cam
que vende o melhor por menor preço e o qnc, seguindo essa linha de condu ta, consegue estabelecer uma clientela
Após dois morticínios marcantes das de presumir-se que a humanidade man-
Chefes de emprêsas, al
tos empregados, funcionários públicos,
pois de algumas pmvas sintomáticas
pos, militares e civis de tôdas as cate gorias — uma verdadeira multidão se entrega à "pilhagem" de uma posição,
tradicional que não o abandonará por
recer a reação maligna, e hoje ninguém mais pode negar que atravessamos um penedo de egoísmo exacerbado, às es-
de um salário ou ordenado, ou de uma
situação mellior e mais cômoda.
porque seu passado não assegurou uma freguesia, constante e fiel. Temos vivi do de "ciclos". Ciclo do açúcar, da
, to da salidariedade. Infelizmente, de tendentes para o bem, começou a apa
câncaras, sem o menor escrúpulo, pre lúdio de uma atitude de franca pilha gem geral.
>}<
borracha, do
íH *
, ;• As
atividades
econômicas,
"siderúrgicas". Quem não se defender
é assaltado ou ludibriado, engrossando
da nas altas camadas, na razão da ex
as fileiras das vitimas que, por sua vez,
tensão e da profundidade de sua pe-
cia desenfreada, dos "panamás" e das
ca-.
fé, etc. . >
porém,
"não agüentam desafôro"... Elas re agem dentro do próprio sistema criado pelo homem que, agora, pretende frau dá-lo, forçando condições artificiais pa ra produzir os desejados efeitos para seu benefício pessoal. A corrida inicia
Na economia nacional e mundial, o fenômeno se acentua claramente, dei xando a descoberto a fúria da ganân
motivos insignificanlc.s. Ainda, nesse sentido, o Brasil le\'a desvantagem,
i líf./j! .í 'n lirt i I
A Igreja Cató°
,.j-
mo quartel do século passado, \eni c mando contra as desigualdades e mjus
Üças economíoas. Se cs nossos homens de negócio, os nossos ijolíticos respon sáveis pela orientação da leg' açao s ciai, os nossos estadistas e lideres par tidários, tivc.>;.«^ciQ seguido, ao
longe, as recomendações das ene cas pontifícias relativas à or en nómica, certamente seria,outro o p.
f ,e'S de,„. o falhado. »do.an. '^"Tntecrado na empresa como uipa paroulra atitude cm reluçao aos seu .
ciado" patrão. Bepo.tando uo^«a^b^^ lhador a "pr.ssoa humana , de sen semeV ante de contambém seguiria
^^^üiares e
duta em relaç o a • subordiuados Juerárq
_
gstreitando>
SC os interesses o ^'c^esultacomunidade de esfoiço jiplicaçao dos. Do me.su.o ^^edade sodesses pnncipi-- "f
i
.-erviços pu-
cial na vida eco.iômica .^^gjjatamente blicos do Estnu . ^ra^
a mais
"U-cando-se acima
rqmdtuer ôuv; in.emsse o bem da rcs das rcs das aKvidade.sativioai t. )
humanas, f •„i quer t)c rnais
natureza privada, qner ° '.'_
descabelados rtescaoeiauuí, escândalos —
^
.
^
me, em sucessão impressionante. N Rociatas as mais indecorosas se toma ram públicas. Co no impdir que os menores, os mais Uao.os econoimcamen-
te, os menos informados moralmente.
Ti
II
Dicesto Econômico
58
lambem não descambassem pelas fáceis veredas da orgia dos ganhos ilimita dos
,
O resultado está aí às nossas vistas, aqui, no Brasil, na Europa, na Améri ca, na China, em toda parte.. < Não é preciso descrevê-lo.
Há mais de iini .sétulu (jue se tornou popular a expressão "Capital o Tra balho" para representar a.s duas forças antagônicas da economia da produção.
Pelo menos quatro acepções diversas, mas não adversas, podem ser apontadas
A reação do mal, porém, encontrou sua organização na ideologia comunisI ta. Não só por ser o comunismo um
ma] em si, mas porque o comunismo pre
um derivado do trabalho que, por con a) o "ato" de trabalhar; b) — o "trabalhador";
Infclizinentc, o binômio se tornou um
lugar comum, .sem que, entretanto, haja um perfeito acordo quanto ao .seu sen
c) — a "energia" despendida no trabalho;
me a necessidade de distinguir aqueles
chavão... Incentivar essas forças
dois fatores tradicionais que, na ver
maléficas, desintegrantes da sociedade,
dade, se entrelaçam continuamente, num
destniidoras da solidariedade do homem
processo de reprodução succssi\a, tor nando-se tècnicamente impossível esta
que não a aproveitasse. Assim, pode
mos observar que as coisas vão correndo
sui des roulettes" para o comunismo, qm e no mundo inteiro.
WÊ .«"apor ^
organizada para se ccn-
efetivamente ao comunismo é a
Igreja Católica. Entretanto, embora se digam católiTOs, os nossos homens de negócios ainda não se capacitaram da situação que pretendem dominar me diante os velhos expedientes já desmo ralizados. Uma frente única, católica
na a serviço do homem.
O trabalhador, por seu lado, pode ser entendido como um operário indivi dualmente ou a coletividade operária,
ou ainda todos os que trabalham em
belecer o predomínio de um sôbre
são "primazia do trabalho sôbre o ca pital" para .situar a posição relativa des sas fôrças econômicas. Não obstante parecer-me bastante compreensível essa afirmação, há, todavia, o perigo de ser vir de estímulo para o aumento da di vergência social das duas fôrças quC;
re.speíto das fôrças malignas desenca
preensão nítida da doutrina social cris
deadas sôbre o mundo de hoje, preci
tã e um desejo coletivo sincero de apli
samos fazer uma pausa para considerar
cá-la à realidade da vida cotidiana. Dois obstáculos, portanto, devem ser sobrepujados: — a incompreensão, de
alguns aspectos técnicos do problema do "Capital e Trabalho". *
^ ^ ^
na" com tôdas as suas qualidades de
que participam ati\'amente da emprêsa,
a) b) c)
a riqueza economizada;
a propriedade, o local e ^ instrumentos de trabalho;
econômica. Não há, então, a preocupa
dono de ações, que nada conhece dos do diretor ou gerente que, por dever de ofício, estão diàriamente em contato com ns ■ "pessoas humanas" de seus auxiliares executivos. Também ela não procura a forma em que se apresenta o "capital". Essas minúcias interessam a técnica da produção econômica, mas
o "dono" do capital;
não interferem com o conceito cristão do os
d) - a "pessoa humana" do capi talista.
Como ó sabido e surge à menor re
J
Para a Igreja Católica, o que impor ta realmente é a situação confrontante
ção de distinguir o capitalista apenas
íjt
"trabalho", no binômio referido?
entra em relações com a outra pessoa
a Igreja Católica tem em vista, ao re
tro diversas acepções:
Que é trabalho? Que se entende por
o significado da pessoa humana que
ferir-se ao "trabalho" no binômio men cionado, é por certo a "pessoa huma
E, que é capital? Paralelamente, podemos destacar qua
Nessa altura de nossa meditação a
O dono do capital também pode ser en tendido como um patrão individualiza do ou os acionistas de uma sociedade anônima, coletivamente. Mas ainda tem
das pessoas humanas - capital e traba lho - que s® associam para a produção
consciência.
Amoroso Lima, pretendemos anular.
quinas. ferramentas, matérias-primas etc.
dor.
corpo e de espírito, de inteligência e de
nós todos, inclusive o insigne mestre
Essa riqueza economizada, fruto do trabalho precedente, toma" várias for mas: — dinheiro, terras, instalações, má
carregados da direção, isto é, o "patrão". trabalho, seja êste de um homem, de um animal ou da máquina. Mas, o que
mentos em escritos pontifícios, a expres
cia", que me parece mais apropriada).
humana, esta na qualidade de trabalha
energia despendida, quando se fala do
O ilustre pensador e líder católico Tristão de Atliayde adotou, com funda
seguinte, deve ter "precedência". (Ao vocábulo "primazia", de Tristão de Athayde, prefiro a expressão "precedên
um empreendimento, inclusive os en
Igualmente, há quem pense logo na
outro.
anticomunista, poderia ser estabelecida perfeitamente, se houvesse uma com
um lado, e a insinceridade, de outro.
Ora, rigorosamente, o "ato" de tra balhar tanto pode ser realizado por um homem como por um animal ou máqui
Não há, a meu ver, motivo para man
Quanto pior, melhor" — já se tomou para com o seu próximo — eis a grande oportunidade do comunismo ateu. E, evemos reconhecer, seria uma inépcia
balhador.
rentemente "inimigas".
biente atual lhe é inteiramente propício.
cisa explorar o mal para vencer. O am--
— a "pessoa humana" do tra
rias acepções, de significado diverso, contèm-se nac|uelas duas pala\ras apa ter-se tão prejudicial preconceito. Dentro da própria doutrina católica, o conceito superior de "empresa" supri
produto não foi dissipado. Sob êsse ponto do vista puramente econômico e técnico, o capital tem de reconhecer-se
desde logo:
tido e à definição de seu coneeito. Vá * * í}S
59
Dicesto Econômico
homem, da "pessoa humana" que possui os instrumentos da produção — o capital — que entra em relações imediatas e
contínuas com o outro homem, a "pes soa humana" que colabora com sua in
flexão, a riqueza economizada nada mais
teligência e seus braços para realizar a
6 do que "um trabalho anterior", cujo
produção.
II
Dicesto Econômico
58
lambem não descambassem pelas fáceis veredas da orgia dos ganhos ilimita dos
,
O resultado está aí às nossas vistas, aqui, no Brasil, na Europa, na Améri ca, na China, em toda parte.. < Não é preciso descrevê-lo.
Há mais de iini .sétulu (jue se tornou popular a expressão "Capital o Tra balho" para representar a.s duas forças antagônicas da economia da produção.
Pelo menos quatro acepções diversas, mas não adversas, podem ser apontadas
A reação do mal, porém, encontrou sua organização na ideologia comunisI ta. Não só por ser o comunismo um
ma] em si, mas porque o comunismo pre
um derivado do trabalho que, por con a) o "ato" de trabalhar; b) — o "trabalhador";
Infclizinentc, o binômio se tornou um
lugar comum, .sem que, entretanto, haja um perfeito acordo quanto ao .seu sen
c) — a "energia" despendida no trabalho;
me a necessidade de distinguir aqueles
chavão... Incentivar essas forças
dois fatores tradicionais que, na ver
maléficas, desintegrantes da sociedade,
dade, se entrelaçam continuamente, num
destniidoras da solidariedade do homem
processo de reprodução succssi\a, tor nando-se tècnicamente impossível esta
que não a aproveitasse. Assim, pode
mos observar que as coisas vão correndo
sui des roulettes" para o comunismo, qm e no mundo inteiro.
WÊ .«"apor ^
organizada para se ccn-
efetivamente ao comunismo é a
Igreja Católica. Entretanto, embora se digam católiTOs, os nossos homens de negócios ainda não se capacitaram da situação que pretendem dominar me diante os velhos expedientes já desmo ralizados. Uma frente única, católica
na a serviço do homem.
O trabalhador, por seu lado, pode ser entendido como um operário indivi dualmente ou a coletividade operária,
ou ainda todos os que trabalham em
belecer o predomínio de um sôbre
são "primazia do trabalho sôbre o ca pital" para .situar a posição relativa des sas fôrças econômicas. Não obstante parecer-me bastante compreensível essa afirmação, há, todavia, o perigo de ser vir de estímulo para o aumento da di vergência social das duas fôrças quC;
re.speíto das fôrças malignas desenca
preensão nítida da doutrina social cris
deadas sôbre o mundo de hoje, preci
tã e um desejo coletivo sincero de apli
samos fazer uma pausa para considerar
cá-la à realidade da vida cotidiana. Dois obstáculos, portanto, devem ser sobrepujados: — a incompreensão, de
alguns aspectos técnicos do problema do "Capital e Trabalho". *
^ ^ ^
na" com tôdas as suas qualidades de
que participam ati\'amente da emprêsa,
a) b) c)
a riqueza economizada;
a propriedade, o local e ^ instrumentos de trabalho;
econômica. Não há, então, a preocupa
dono de ações, que nada conhece dos do diretor ou gerente que, por dever de ofício, estão diàriamente em contato com ns ■ "pessoas humanas" de seus auxiliares executivos. Também ela não procura a forma em que se apresenta o "capital". Essas minúcias interessam a técnica da produção econômica, mas
o "dono" do capital;
não interferem com o conceito cristão do os
d) - a "pessoa humana" do capi talista.
Como ó sabido e surge à menor re
J
Para a Igreja Católica, o que impor ta realmente é a situação confrontante
ção de distinguir o capitalista apenas
íjt
"trabalho", no binômio referido?
entra em relações com a outra pessoa
a Igreja Católica tem em vista, ao re
tro diversas acepções:
Que é trabalho? Que se entende por
o significado da pessoa humana que
ferir-se ao "trabalho" no binômio men cionado, é por certo a "pessoa huma
E, que é capital? Paralelamente, podemos destacar qua
Nessa altura de nossa meditação a
O dono do capital também pode ser en tendido como um patrão individualiza do ou os acionistas de uma sociedade anônima, coletivamente. Mas ainda tem
das pessoas humanas - capital e traba lho - que s® associam para a produção
consciência.
Amoroso Lima, pretendemos anular.
quinas. ferramentas, matérias-primas etc.
dor.
corpo e de espírito, de inteligência e de
nós todos, inclusive o insigne mestre
Essa riqueza economizada, fruto do trabalho precedente, toma" várias for mas: — dinheiro, terras, instalações, má
carregados da direção, isto é, o "patrão". trabalho, seja êste de um homem, de um animal ou da máquina. Mas, o que
mentos em escritos pontifícios, a expres
cia", que me parece mais apropriada).
humana, esta na qualidade de trabalha
energia despendida, quando se fala do
O ilustre pensador e líder católico Tristão de Atliayde adotou, com funda
seguinte, deve ter "precedência". (Ao vocábulo "primazia", de Tristão de Athayde, prefiro a expressão "precedên
um empreendimento, inclusive os en
Igualmente, há quem pense logo na
outro.
anticomunista, poderia ser estabelecida perfeitamente, se houvesse uma com
um lado, e a insinceridade, de outro.
Ora, rigorosamente, o "ato" de tra balhar tanto pode ser realizado por um homem como por um animal ou máqui
Não há, a meu ver, motivo para man
Quanto pior, melhor" — já se tomou para com o seu próximo — eis a grande oportunidade do comunismo ateu. E, evemos reconhecer, seria uma inépcia
balhador.
rentemente "inimigas".
biente atual lhe é inteiramente propício.
cisa explorar o mal para vencer. O am--
— a "pessoa humana" do tra
rias acepções, de significado diverso, contèm-se nac|uelas duas pala\ras apa ter-se tão prejudicial preconceito. Dentro da própria doutrina católica, o conceito superior de "empresa" supri
produto não foi dissipado. Sob êsse ponto do vista puramente econômico e técnico, o capital tem de reconhecer-se
desde logo:
tido e à definição de seu coneeito. Vá * * í}S
59
Dicesto Econômico
homem, da "pessoa humana" que possui os instrumentos da produção — o capital — que entra em relações imediatas e
contínuas com o outro homem, a "pes soa humana" que colabora com sua in
flexão, a riqueza economizada nada mais
teligência e seus braços para realizar a
6 do que "um trabalho anterior", cujo
produção.
DiciiSTO
* * ♦
Ora, a análise que acabamos de fa zer serve, além disso, para demonstrar
um fato que nem sempre é bem com preendido pelos sociólogos: — assim como o trabalho é capaz de gerar ca-
pital, êstfí é um gerador de trabalho.
Realmente, é o trabalho que produz àquele excesso a ser posto de lado, na orma de poupanças e economias, que
se tr^shirmará um dia em capital. É
c trabalho que produz os instrumentos 6 trah '^ho e as instalações, que virão
^ ser o capital aplicado na produção, o trabalho que se cristaliza nas grany^üias elétricas, fonte de energia da k
tista, é uma perfeita continuidade, des de o seu início como operário até atin
gir os altos postos da direção. A meu ver, a emprc.sa econômica se
compõe de "capital c trabalho", do mesmo modo que a humanidade se com põe de "mulheres c homens". Há, apenas, uma precedência do trabalho cm relação ao capital, como houve uma precedência do homcrn em relação à mulher. Discutir qual é o mais impor
tante, ou o que deve dominar, pareceme inútil e contraproducente, para quem deseja harmonizar. jfi
*
DlGIiSTO Eco.nómico
61
Dos governos, pouco se poderia es perar na atxial (uiu-rgcncia. Os homens públicos de hoje, com as naturais ex ceções, tanibcrn estão sofrendo do mesmo mal geral, que é epidêmico.
amigos e protegidos, incluindo-se êlcs mesmos. A êsse respeito, podor-sc-iam escrever páginas e páginas... Mas, o
assunto escapa dos objcti\'os deste mo destíssimo comenlário ã margem do mundo de hoje. Deixarei, contudo,
O segundo passo para conseguir a
como já observou Gustave Bessière em
sua .sempre atual "L'arithmétique à Lusage des hommes Detat", trabalho
tretanto, deve ser modificada por um imenso trabalho de persuasão e de for
harmonia e o equilíbrio é o combate
mentalidade atualmente em voga, en
mação moral.
Mas, se
* -Ai
Aqui aparece novamente a Igrnja Ca No fundo, portanto, a crise do mundo
da .Ie pagando os salários dos trabalha-
de conquistar êsse triunfo sobre o egoís
moderno é de má formação.
na parte que foi consumida no exer-
mo humano, incutindo em cada "pes
CJCiO.
soa humana" o sentimento da responsa bilidade sobrenatural e o espírito de
des fôrças morais, como as da religião do Cristo, poderão agir eficazniente em
Há ainda mais: - o diretor da fá-
' brica, seja dono ou não, pertence ao conjunto do pessoas humanas partici pantes da empresa. A distinção que se
faz ccmumente, além de impertinente, agrava a situação de desacordo reinante na sociedade. A carreira, de mui-
de nossos industriais, para negar
concedeu ii criatura...
Mas, o homem ainda é livre para escolher.. . At * *
Depois da ligeira solidariedade pro
vocada pelas terríveis de-s^aças da úl tima guerra, cinco ou seis anos pas sados. os homens se esqueceram dos
laços que o$ congregam e dos sentimen
tos que os unem. Outros moveis os conduziram à inversão de propósitos, ate
que chegamos ao triste e.spetaculo dos nossos dias.
Em pouoo tempo, uma
mudança radical se processou O mun do devastado pela guerra, pela fome e
tólica como a maior organização capaz
I flores que construíram essas máquinas
são
referiu a um escândalo administrativo
ficar provado que é culpado, então é porque está inocento. ..' Pobre país, onde há afirmações dessa paradoxal espéciel
preciações das máquinas, está na ver-
comunistas
diência parcial e condicional. O co munismo, mais do que um deus verda deiro, quer a pessoa humana em sua totalidade, inclusive a liberdade de pen sar e de agir, que Deus generosamente
registrada a observação feita por um muito digno juiz de direito, quando se
estar envolvido na patifaria.
cristalizado precedentemente. Quando o con'ad(>r de uma emprésa faz as de
maiorais
maior eficiência, o conuinisino não admi
que estão prevenidas, ou que aguardam
bricas, as máquinas-ferramentas, são,
düs
glorificadas c adoradas como as de quaisquer outras religiões. Para sua to concorrentes, nem aceita uma obe
o momento propício para surripiar al gumas vantagem à custa da outra. A
jíbalhador, vale dizer, pela multiplica
ção (Io trabalho. Os motores das fá-
lossais
dições fraquejam diante da onda dc ganâncias. Daí o apro\ eitarem-se das posições para distribuir favores aos seus
frontal à insinceridade, ou, para ser máis claro, à desonestidade. Não é pos sível haver boas relações entre pessoas
aumento da produtividade do
palham-se pelo mundo afora (íomo o ritual do uma religião. As imagens co
Êles são sêres humanos e nessas con
recente, para afirmar, amargamente: "So ôle conseguir provar sua inocên cia, é porque então sc apropriou dos dinhciros públicos... Só com muito recurso é que ôle poderá provar não
motores industriais... V •• o capital, em tôdas as suas formas, positie concretizada na produção econômica
\'
concretamenle êsse preconceito separa
contemporânea que moví-
Bj.
p
Econômico
Só gran
tal caso.
pela miséria, é o campo indigno de despojados de seus últimos haveres;
uma colossal pilhagem. Moribundos sao
crianças desarvoradas são conduzidas
para a perdição ou para o trabalho
forçado; obras de arte e preciosidades históricas são levadas, sem a menor ce
caridade — a maior virtude, no dizer
O comunismo, que principiou pela
do grande São Paulo. As demais fôrças
negação da religião, para depois passar
rimônia, para as mansões dos potenta
educadoras — a imprensa e o rádio —
à'sua perseguição desabrida, transfor mou-se pouco a pouco em verdadeira religião. Seus adeptos mais representa
cracia, o saque se realiza de outro mo
estão inteiramente dominadas pelo mes
mo espírito mercantil, pela ânsia de ganho, procurando assim "vender" o que o público (<x)itadoI) aparentemen te mais deseja...
tivos são fanáticos que tudo sacrificam
pela ideologia anticristã. Seus proces sos, pouco a pouco pradronizados, es-
dos soviéticos... No mundo da demo
do: — os ricos e poderosos procuram re tirar o mais possível das classes desfa vorecidas, reduzindo-lhes os ganhos, cobraodo-lhes os mais altos preços, exi-
DiciiSTO
* * ♦
Ora, a análise que acabamos de fa zer serve, além disso, para demonstrar
um fato que nem sempre é bem com preendido pelos sociólogos: — assim como o trabalho é capaz de gerar ca-
pital, êstfí é um gerador de trabalho.
Realmente, é o trabalho que produz àquele excesso a ser posto de lado, na orma de poupanças e economias, que
se tr^shirmará um dia em capital. É
c trabalho que produz os instrumentos 6 trah '^ho e as instalações, que virão
^ ser o capital aplicado na produção, o trabalho que se cristaliza nas grany^üias elétricas, fonte de energia da k
tista, é uma perfeita continuidade, des de o seu início como operário até atin
gir os altos postos da direção. A meu ver, a emprc.sa econômica se
compõe de "capital c trabalho", do mesmo modo que a humanidade se com põe de "mulheres c homens". Há, apenas, uma precedência do trabalho cm relação ao capital, como houve uma precedência do homcrn em relação à mulher. Discutir qual é o mais impor
tante, ou o que deve dominar, pareceme inútil e contraproducente, para quem deseja harmonizar. jfi
*
DlGIiSTO Eco.nómico
61
Dos governos, pouco se poderia es perar na atxial (uiu-rgcncia. Os homens públicos de hoje, com as naturais ex ceções, tanibcrn estão sofrendo do mesmo mal geral, que é epidêmico.
amigos e protegidos, incluindo-se êlcs mesmos. A êsse respeito, podor-sc-iam escrever páginas e páginas... Mas, o
assunto escapa dos objcti\'os deste mo destíssimo comenlário ã margem do mundo de hoje. Deixarei, contudo,
O segundo passo para conseguir a
como já observou Gustave Bessière em
sua .sempre atual "L'arithmétique à Lusage des hommes Detat", trabalho
tretanto, deve ser modificada por um imenso trabalho de persuasão e de for
harmonia e o equilíbrio é o combate
mentalidade atualmente em voga, en
mação moral.
Mas, se
* -Ai
Aqui aparece novamente a Igrnja Ca No fundo, portanto, a crise do mundo
da .Ie pagando os salários dos trabalha-
de conquistar êsse triunfo sobre o egoís
moderno é de má formação.
na parte que foi consumida no exer-
mo humano, incutindo em cada "pes
CJCiO.
soa humana" o sentimento da responsa bilidade sobrenatural e o espírito de
des fôrças morais, como as da religião do Cristo, poderão agir eficazniente em
Há ainda mais: - o diretor da fá-
' brica, seja dono ou não, pertence ao conjunto do pessoas humanas partici pantes da empresa. A distinção que se
faz ccmumente, além de impertinente, agrava a situação de desacordo reinante na sociedade. A carreira, de mui-
de nossos industriais, para negar
concedeu ii criatura...
Mas, o homem ainda é livre para escolher.. . At * *
Depois da ligeira solidariedade pro
vocada pelas terríveis de-s^aças da úl tima guerra, cinco ou seis anos pas sados. os homens se esqueceram dos
laços que o$ congregam e dos sentimen
tos que os unem. Outros moveis os conduziram à inversão de propósitos, ate
que chegamos ao triste e.spetaculo dos nossos dias.
Em pouoo tempo, uma
mudança radical se processou O mun do devastado pela guerra, pela fome e
tólica como a maior organização capaz
I flores que construíram essas máquinas
são
referiu a um escândalo administrativo
ficar provado que é culpado, então é porque está inocento. ..' Pobre país, onde há afirmações dessa paradoxal espéciel
preciações das máquinas, está na ver-
comunistas
diência parcial e condicional. O co munismo, mais do que um deus verda deiro, quer a pessoa humana em sua totalidade, inclusive a liberdade de pen sar e de agir, que Deus generosamente
registrada a observação feita por um muito digno juiz de direito, quando se
estar envolvido na patifaria.
cristalizado precedentemente. Quando o con'ad(>r de uma emprésa faz as de
maiorais
maior eficiência, o conuinisino não admi
que estão prevenidas, ou que aguardam
bricas, as máquinas-ferramentas, são,
düs
glorificadas c adoradas como as de quaisquer outras religiões. Para sua to concorrentes, nem aceita uma obe
o momento propício para surripiar al gumas vantagem à custa da outra. A
jíbalhador, vale dizer, pela multiplica
ção (Io trabalho. Os motores das fá-
lossais
dições fraquejam diante da onda dc ganâncias. Daí o apro\ eitarem-se das posições para distribuir favores aos seus
frontal à insinceridade, ou, para ser máis claro, à desonestidade. Não é pos sível haver boas relações entre pessoas
aumento da produtividade do
palham-se pelo mundo afora (íomo o ritual do uma religião. As imagens co
Êles são sêres humanos e nessas con
recente, para afirmar, amargamente: "So ôle conseguir provar sua inocên cia, é porque então sc apropriou dos dinhciros públicos... Só com muito recurso é que ôle poderá provar não
motores industriais... V •• o capital, em tôdas as suas formas, positie concretizada na produção econômica
\'
concretamenle êsse preconceito separa
contemporânea que moví-
Bj.
p
Econômico
Só gran
tal caso.
pela miséria, é o campo indigno de despojados de seus últimos haveres;
uma colossal pilhagem. Moribundos sao
crianças desarvoradas são conduzidas
para a perdição ou para o trabalho
forçado; obras de arte e preciosidades históricas são levadas, sem a menor ce
caridade — a maior virtude, no dizer
O comunismo, que principiou pela
do grande São Paulo. As demais fôrças
negação da religião, para depois passar
rimônia, para as mansões dos potenta
educadoras — a imprensa e o rádio —
à'sua perseguição desabrida, transfor mou-se pouco a pouco em verdadeira religião. Seus adeptos mais representa
cracia, o saque se realiza de outro mo
estão inteiramente dominadas pelo mes
mo espírito mercantil, pela ânsia de ganho, procurando assim "vender" o que o público (<x)itadoI) aparentemen te mais deseja...
tivos são fanáticos que tudo sacrificam
pela ideologia anticristã. Seus proces sos, pouco a pouco pradronizados, es-
dos soviéticos... No mundo da demo
do: — os ricos e poderosos procuram re tirar o mais possível das classes desfa vorecidas, reduzindo-lhes os ganhos, cobraodo-lhes os mais altos preços, exi-
m 62
Dici-^stí) Econômico
gindo juros de agiotagem, impondo-lhes •não houver uma reação benigna. Aindí tributos pesados... Como contrapar ó tempo, penso eu, para salvar as ri tida, os assalariados de tâdas as catego- quezas espirituais que a humanidade gias promovem movimentos e greves para a elevação de seus rendimentos,
jado,..
Vejamos, pois, o que irá acontecer, se
CfcavLUX) O. Banaskiwitz
acumulou durante séculos e séculos de
existência e sofrimento.
Os que têm
reduzindo simultâneamentc a produção, olho.s cie \CT e ou\idos de ou\ir — sc deixando destruir a matéria-prima com não estiverem demasiadamente ocupados que trabalham, ou estragando a máqui com 03 lucros da hora que passa — na que os auxilia em seu ganha-pão. ganhar, sem trabalhar, é o alvo dese
'A comercialização do ferro brasileiro
ainda podem retroceder na meta que os leva ao abi.smo.
Mas, enxergarão? Escutarão? Espe remos que .sim...
|Íesa.sce a confiança no Vale do Rio * Doce. As pcrspccli\as são de que
liaverá por acjui plclora de cruzeiros : o CongrcíSo votou uma "injeção" de 240
milhões, o "Ex-Imporl Bank" concede
rá, finalmente, os 150 miliiõcs prometi dos há tanto teiujio, c uma comissão dc deputados e senadores, de passagem por esta zona, antecipou, profèticamente, fu turas concessões, anunciando que as
obras projetadas não poderão ser con cluídas sem novos créditos de 400 mi lhões de cruzeiros.
Esta generosidade
financeira é de
molde a estimular vigorosamente o di namismo verbal dos que sonham com
\ Companhia Siderúrgica Nacional, que
por sua vez, drenou nada menos de quatro bilhões de cruzeiros. Foi por falta de dinheiro que não fo ram devidamente assentados, no passa
do, os trilhos ao longo do trajeto Colatina-Pedro Nolasco, da Estrada de Fer ro Vitória-Minas, e ainda pelo mesmo motivo é que não foram até agora, ins talados os equipamentos mecânicos ne
cessários á exploração do pico de Cauê o a correia transportadora do minério a
Itabira. correia e equipamentos obtidos, com dificuldades, em 1943, durante ple no bloqueio marítimo. Foi ainda por falta dc dinheiro em 1946 e 1947. que,
atender as necessidades de "500 mun dos durante 500 anos" com a hematita
do total de 600 quilômetros de escadas
de Itabira e de seus arredores; e os
tros estão até hoje em condições de su-
brasileiros amigos
de estatísticas mos
tram-se satisfeitos com esta nova e gi
gantesca empresa de propriedade do Estado, que, pelo menos do ponto de vista financeiro, pode colocar-se entre as grandes do mundo. Com uma capi talização do quase dois bilhões de cru zeiros, a Companhia do Vale do Rio Doce figura dignamente ao lado da
da ferro existentes, apenas 145 quilôme portar trens
de 1.500 toneladas , . de j cara
ffa que correspondem ao mimmo de peso
previsto pelos estudos concluídos em
1942. Com as verbas concedidas cresceram, 0 mesmo triplicaram. as extrações ^ de
minérios e as exportações pelo porto de Vitória. Se não, vejamos :
Minério de Ferro
em milhares de toneladas
Produção da mina
Exportação via
de Cauê
Vitória
média mensal de 1944
11.767
média mensal de
14.803
11.934 14.803
1947
1948 :
fevereiro
22.658 23.258
março
25.547
janeiro
..■
. y.j
•
. ..
' I, r líiViiinihnÉntái'!!*^^ n
27.710
18.635 18.907
m 62
Dici-^stí) Econômico
gindo juros de agiotagem, impondo-lhes •não houver uma reação benigna. Aindí tributos pesados... Como contrapar ó tempo, penso eu, para salvar as ri tida, os assalariados de tâdas as catego- quezas espirituais que a humanidade gias promovem movimentos e greves para a elevação de seus rendimentos,
jado,..
Vejamos, pois, o que irá acontecer, se
CfcavLUX) O. Banaskiwitz
acumulou durante séculos e séculos de
existência e sofrimento.
Os que têm
reduzindo simultâneamentc a produção, olho.s cie \CT e ou\idos de ou\ir — sc deixando destruir a matéria-prima com não estiverem demasiadamente ocupados que trabalham, ou estragando a máqui com 03 lucros da hora que passa — na que os auxilia em seu ganha-pão. ganhar, sem trabalhar, é o alvo dese
'A comercialização do ferro brasileiro
ainda podem retroceder na meta que os leva ao abi.smo.
Mas, enxergarão? Escutarão? Espe remos que .sim...
|Íesa.sce a confiança no Vale do Rio * Doce. As pcrspccli\as são de que
liaverá por acjui plclora de cruzeiros : o CongrcíSo votou uma "injeção" de 240
milhões, o "Ex-Imporl Bank" concede
rá, finalmente, os 150 miliiõcs prometi dos há tanto teiujio, c uma comissão dc deputados e senadores, de passagem por esta zona, antecipou, profèticamente, fu turas concessões, anunciando que as
obras projetadas não poderão ser con cluídas sem novos créditos de 400 mi lhões de cruzeiros.
Esta generosidade
financeira é de
molde a estimular vigorosamente o di namismo verbal dos que sonham com
\ Companhia Siderúrgica Nacional, que
por sua vez, drenou nada menos de quatro bilhões de cruzeiros. Foi por falta de dinheiro que não fo ram devidamente assentados, no passa
do, os trilhos ao longo do trajeto Colatina-Pedro Nolasco, da Estrada de Fer ro Vitória-Minas, e ainda pelo mesmo motivo é que não foram até agora, ins talados os equipamentos mecânicos ne
cessários á exploração do pico de Cauê o a correia transportadora do minério a
Itabira. correia e equipamentos obtidos, com dificuldades, em 1943, durante ple no bloqueio marítimo. Foi ainda por falta dc dinheiro em 1946 e 1947. que,
atender as necessidades de "500 mun dos durante 500 anos" com a hematita
do total de 600 quilômetros de escadas
de Itabira e de seus arredores; e os
tros estão até hoje em condições de su-
brasileiros amigos
de estatísticas mos
tram-se satisfeitos com esta nova e gi
gantesca empresa de propriedade do Estado, que, pelo menos do ponto de vista financeiro, pode colocar-se entre as grandes do mundo. Com uma capi talização do quase dois bilhões de cru zeiros, a Companhia do Vale do Rio Doce figura dignamente ao lado da
da ferro existentes, apenas 145 quilôme portar trens
de 1.500 toneladas , . de j cara
ffa que correspondem ao mimmo de peso
previsto pelos estudos concluídos em
1942. Com as verbas concedidas cresceram, 0 mesmo triplicaram. as extrações ^ de
minérios e as exportações pelo porto de Vitória. Se não, vejamos :
Minério de Ferro
em milhares de toneladas
Produção da mina
Exportação via
de Cauê
Vitória
média mensal de 1944
11.767
média mensal de
14.803
11.934 14.803
1947
1948 :
fevereiro
22.658 23.258
março
25.547
janeiro
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' I, r líiViiinihnÉntái'!!*^^ n
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Dioivsto
6-1
abril
Econômico
maio
26.133 35.588
35.Üyd 33.714
junho julho agôslo
39.392 38.678 44.653
25.724 37.040 50.446
Felizmente, cresceram paralelamente os preços de venda dos minérios, pas
sando
de 97 cruzeiros por tonelada
Sejamos, ainda aqui, realistas. Faça* mos "tabula rasa" ch.- todos os descabi
cia de pedidos registrados nos últimos meses do primeiro semestre de 1948,
dos superlalivos cniií que nos habiluaT)io.s a nos referir às ri{piezas potenciais do país, e examinemos, friamente, o.s da dos do problema. Só assim poderemos estabelecer, com pleno conhecimento de
provenientes da Bélgica, da Inglaterra,
causa, a orientação a seguir para o apro
FOB Vitória em 1947, a 152 cruzeiros
em fins de agosto de 1948. E a afluên
do Canadá, inspira os comentaristas,
veitamento racional do nossos materiais
que se referem com convicção às gran diosas perspectivas futuras. Enfim, ante
"estratégicos".
tantas
A iV//.yi'íío Abhiuk, o "Balhichfin Stecl"
promessas
todos>se consolam,
benevolentemente, do passado pouco glorioso da região. Duvidamos, porém, de certos vôos da imaginação, pois são pouco adatáveis às
e uma Proposta Ahsuda
Seguiram-se atentamente, no Vale do Rio Doce,
as atividades da Comissão
realidades dêste mundo. Para que se
Mista Brasileiro-Norte-Amoricana, em
.sejam valorizar e aproveitar-a hematita
penhada no estudo dos problemas económico-financeiros do país. Não se
torne realidade à pretensão dos que de-
de Itabíra, é preciso que provemos pri
sabe em que se baseiam os rumores o
Dioesto Econômico
çáo das possi\'cis reser\as petrolíferas nacionais. "Ilá minérios em tal quan tidade, que dará para todo o mundo" — eis a opinião corrente entre as ptipulações do Vale do Rio Doce. Com i.sso concordam as pessoas que conhecem
a região desde a infância. Conhecem êlas a transformação promos ida na ex tração de minérios pelos equipamentos
nortc-amcricano.s já instalados e mostram-sc impacientes ante a lentidão das providências íitc agora tomadas pela Companhia do Vale do Rio Doce no sentido da completa mecanização dos trabalhos de exploração das suas jazidas. A mesma impaciência manifesta a po pulação, em face dos pequenos progres
mamente, nesta pequena cidade, pare ce dar razão aos otimistas.
A auto-es-
truda Rio-Bahia, cujos trabalhos de construção prosseguem febrilmente, será um fator -de progresso para a re
gião e desde já os caminhões podem tra
fegar diretamente de Governador Va ladares à Capital Federal.
Mas a grande base da fé inquebranlávcl dos habihmtes dêste norte mineiro c o ferro. Crê-se firmemente no gran
dioso futuro dessa matcria-prima nacio nal. A fé não desapareceu nem mesmo
durante os anos de 1945-47, quando a falta de dinheiro obrigou à interrupção
sos que se vão assinalando na transfor
dc boa parte dos trabalhos da compa
mação da Estrada dc Ferro Vitória-Mi-
nhia concessionária das minas de Itabira
nas, destinada a transportar, para o por to de exportação, o minério dc ferro ex
e à dispensa do seu pessoal. Jamais se duvidou, seja em Governador ^^
traído em Itabira e seus ancdores.
O
desejo das populações do Vale do Rio Doce é que aquela viu férrea se Ivansfoimc numa espécie de "Paulista" do
res, seja em Aimorés, seja em outras lo
calidades, de que seriam transpostas as dificuldades momentâneas que se opu nham à exploração. , w -
centro brasileiro. E' notável — digamos
O interesse demonstrado pela Missão
ria e Itabira, convenceu-se de que o sr.
de passagem — a reputação dc que goza cm tôda a parte a grande via férrea
Abbink não é tomado como uma mtrusao
prejudicial aos interesses vitais do pais.
Abbink e seus cons-elheiros se interes
bandeirante, apontada, em todo o país,
Sente-se, aqui, que o Brasil precisa, pa
meiro possuir tanta energia, previsão o savoir faire" quanto os exploradores de minas do Mesabi Rangé, Kininavaara, Longwy ou Manitnaya. Só assim con-
sam menos por um inventário das ri-,
.seguiremos estabelecer no Vale do Rio
quezas potenciais* do Brasil, do que pe*
Doce forças produtoras de primeira or
como a melhor es trada de ferro brasi
Ia extração de minérios dc ferro em alta escala. A concessão, para isso, dc um
leira.
crédito de 7,5 milhões dc dólares pelu
enraizada
dem.
Governador Valadares. E o rápido cres
cimento que se vem verificando, idti-
respeito, mas todo o mundo, entre Vitó
As reservas de Minas Gerais são imiwrtantes e colocam-se, em volume, lo
"E.x-Import Bank" contribuiu, certamen
go após as da Rússia e dos Estados Uni
há fumaça sem fogo" — disse-me uni
te, para alimentar essa expectativa. "Não
dos, e o teor metálico dos minérios per
ferroviíirio em Aimorés — "c se os nor
mite que êles sejam cla.ssifícados entre
te-americanos gastam dinheiro assim, é
cs melhores do mundo. Mas não seja mos simplistas a ponto de supor que es
porque querem
mesmo comprar nosso
minério".
está
ra o apro\'eitamenlo * da fabulosa
profundamente
cos ianques. Mas es
a" aspira
ção de ver transfor mada
numa
verda
•/
não vai ao ponto
aceitar de bom gra
na, a medíocre" Vitó Efetiva
mente, mais que em
sa boa vontade em aceitar a colaboração dos norte-americanos
deira "Paulista", efi ciente 8 ultramoderria - Minas.
riqueza
que é o ferro, da cooperação dos dinâmi
Aqui, porém,
/
Wi lJk\.
do a proposta feita pelo sr. Valentim
ses fatos imponham à siderurgia mun dial â obrigação de abastecer-se nas
tom de acusação que vem caracterizan
pensa-se que não te
bink, -no sentido de
minas de Itabira...
do certos debates em torno da explora-
rá fim o progresso de
se entregar inteira-
Não tem, essa observação, © ríspido
outro lugar qualquer,
JÁ
Bouças à Missão Ab
Dioivsto
6-1
abril
Econômico
maio
26.133 35.588
35.Üyd 33.714
junho julho agôslo
39.392 38.678 44.653
25.724 37.040 50.446
Felizmente, cresceram paralelamente os preços de venda dos minérios, pas
sando
de 97 cruzeiros por tonelada
Sejamos, ainda aqui, realistas. Faça* mos "tabula rasa" ch.- todos os descabi
cia de pedidos registrados nos últimos meses do primeiro semestre de 1948,
dos superlalivos cniií que nos habiluaT)io.s a nos referir às ri{piezas potenciais do país, e examinemos, friamente, o.s da dos do problema. Só assim poderemos estabelecer, com pleno conhecimento de
provenientes da Bélgica, da Inglaterra,
causa, a orientação a seguir para o apro
FOB Vitória em 1947, a 152 cruzeiros
em fins de agosto de 1948. E a afluên
do Canadá, inspira os comentaristas,
veitamento racional do nossos materiais
que se referem com convicção às gran diosas perspectivas futuras. Enfim, ante
"estratégicos".
tantas
A iV//.yi'íío Abhiuk, o "Balhichfin Stecl"
promessas
todos>se consolam,
benevolentemente, do passado pouco glorioso da região. Duvidamos, porém, de certos vôos da imaginação, pois são pouco adatáveis às
e uma Proposta Ahsuda
Seguiram-se atentamente, no Vale do Rio Doce,
as atividades da Comissão
realidades dêste mundo. Para que se
Mista Brasileiro-Norte-Amoricana, em
.sejam valorizar e aproveitar-a hematita
penhada no estudo dos problemas económico-financeiros do país. Não se
torne realidade à pretensão dos que de-
de Itabíra, é preciso que provemos pri
sabe em que se baseiam os rumores o
Dioesto Econômico
çáo das possi\'cis reser\as petrolíferas nacionais. "Ilá minérios em tal quan tidade, que dará para todo o mundo" — eis a opinião corrente entre as ptipulações do Vale do Rio Doce. Com i.sso concordam as pessoas que conhecem
a região desde a infância. Conhecem êlas a transformação promos ida na ex tração de minérios pelos equipamentos
nortc-amcricano.s já instalados e mostram-sc impacientes ante a lentidão das providências íitc agora tomadas pela Companhia do Vale do Rio Doce no sentido da completa mecanização dos trabalhos de exploração das suas jazidas. A mesma impaciência manifesta a po pulação, em face dos pequenos progres
mamente, nesta pequena cidade, pare ce dar razão aos otimistas.
A auto-es-
truda Rio-Bahia, cujos trabalhos de construção prosseguem febrilmente, será um fator -de progresso para a re
gião e desde já os caminhões podem tra
fegar diretamente de Governador Va ladares à Capital Federal.
Mas a grande base da fé inquebranlávcl dos habihmtes dêste norte mineiro c o ferro. Crê-se firmemente no gran
dioso futuro dessa matcria-prima nacio nal. A fé não desapareceu nem mesmo
durante os anos de 1945-47, quando a falta de dinheiro obrigou à interrupção
sos que se vão assinalando na transfor
dc boa parte dos trabalhos da compa
mação da Estrada dc Ferro Vitória-Mi-
nhia concessionária das minas de Itabira
nas, destinada a transportar, para o por to de exportação, o minério dc ferro ex
e à dispensa do seu pessoal. Jamais se duvidou, seja em Governador ^^
traído em Itabira e seus ancdores.
O
desejo das populações do Vale do Rio Doce é que aquela viu férrea se Ivansfoimc numa espécie de "Paulista" do
res, seja em Aimorés, seja em outras lo
calidades, de que seriam transpostas as dificuldades momentâneas que se opu nham à exploração. , w -
centro brasileiro. E' notável — digamos
O interesse demonstrado pela Missão
ria e Itabira, convenceu-se de que o sr.
de passagem — a reputação dc que goza cm tôda a parte a grande via férrea
Abbink não é tomado como uma mtrusao
prejudicial aos interesses vitais do pais.
Abbink e seus cons-elheiros se interes
bandeirante, apontada, em todo o país,
Sente-se, aqui, que o Brasil precisa, pa
meiro possuir tanta energia, previsão o savoir faire" quanto os exploradores de minas do Mesabi Rangé, Kininavaara, Longwy ou Manitnaya. Só assim con-
sam menos por um inventário das ri-,
.seguiremos estabelecer no Vale do Rio
quezas potenciais* do Brasil, do que pe*
Doce forças produtoras de primeira or
como a melhor es trada de ferro brasi
Ia extração de minérios dc ferro em alta escala. A concessão, para isso, dc um
leira.
crédito de 7,5 milhões dc dólares pelu
enraizada
dem.
Governador Valadares. E o rápido cres
cimento que se vem verificando, idti-
respeito, mas todo o mundo, entre Vitó
As reservas de Minas Gerais são imiwrtantes e colocam-se, em volume, lo
"E.x-Import Bank" contribuiu, certamen
go após as da Rússia e dos Estados Uni
há fumaça sem fogo" — disse-me uni
te, para alimentar essa expectativa. "Não
dos, e o teor metálico dos minérios per
ferroviíirio em Aimorés — "c se os nor
mite que êles sejam cla.ssifícados entre
te-americanos gastam dinheiro assim, é
cs melhores do mundo. Mas não seja mos simplistas a ponto de supor que es
porque querem
mesmo comprar nosso
minério".
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ra o apro\'eitamenlo * da fabulosa
profundamente
cos ianques. Mas es
a" aspira
ção de ver transfor mada
numa
verda
•/
não vai ao ponto
aceitar de bom gra
na, a medíocre" Vitó Efetiva
mente, mais que em
sa boa vontade em aceitar a colaboração dos norte-americanos
deira "Paulista", efi ciente 8 ultramoderria - Minas.
riqueza
que é o ferro, da cooperação dos dinâmi
Aqui, porém,
/
Wi lJk\.
do a proposta feita pelo sr. Valentim
ses fatos imponham à siderurgia mun dial â obrigação de abastecer-se nas
tom de acusação que vem caracterizan
pensa-se que não te
bink, -no sentido de
minas de Itabira...
do certos debates em torno da explora-
rá fim o progresso de
se entregar inteira-
Não tem, essa observação, © ríspido
outro lugar qualquer,
JÁ
Bouças à Missão Ab
iqi|i ,1 Ji.i , 1
l 66
p
^1 II miip
Dicksto Econónoco
ramente à "Bethlehem Steel" a explora
Findos esses cí)iilratos, a borracha pas
ção dos minérios de Itabira, com a con
sou a enfrentar todos os rigores da com petição internacional, sem que os pro-
seqüente dissolução da Companhia do Vale do Rio Doce". Chegou até essas paragens o rumor de que o antigo con
dutore.s amazonenses e.stivcssem prepa
rados para isso.
Bem sabemos quanto
novista fizera essa absurda proposta à
custa ao Tesouro Nacional cada quilo de lx)rraclia atualmente exportada aos
Missão Abbink.
mercados externos.
selheiro amador do nacionalismo estado-
Não se deve permitir que o mes * **
,
Como veremos mais adiante, grandes esperanças podem ser depositadas na Companhia do Vale do Rio Doce. Não podemos, entretanto, deixar de assina lar que, a seis anos de distância da da ta de fundação da grande empresa, é di
fícil, ainda hoje, compreender de que modo os dirigentes do Estado Novo conceberam a comercialização do ferro
de Minas Gerais. As jazidas, decanta das pela propaganda oficial como das mais ricas do mundo, e que são real mente de extraordinário valor, foram
tomadas como base de um programa para a exploração anual de 1.500.000
toneladas, quantidade pequena em con fronto com as proporções do comércio mundial de minérios de ferro e em ab
soluta desproporção com o valor das reservas efetivamente existentes e com
o custo das instalações necessárias para 'o encaminhamento do minério extraído aos portos de exportação. E' necessário evitar que se rcproduza
no Vale do Rio Doce o drama da explo ração da borracha amazônica durante a guerra. Houve quem não hesitasse em
mo aconteça com os minérios, pois, em
tais regimes de iniprc\asão, nos.sas ri quezas potenciais não podem senão con verter-se em pesadas cargas para a co munidade. Os defensores daquilo que
passou a cliamar-se "u aventura da bor racha" cosluma\am alegar a necessida
de em que nos adiávamos de auxiliar nossos aliados, fomeccndo-lhes as ma
térias-primas estratégicas de que tinham precisão. A êsse objetivo deviam subordinar-sc, na ocasião, quaisquer con
siderações do ordem econômica.
Des de, porém, que o assunto seja examina do sem o palavreado tão comum nos "saudosos" tempos ditatoriais, verificase que o Brasil realizou um imenso esfòrço, e exigiu sacrifícios inenarráveis
de uma parcela do .sua população para fornecer aos seus aliados, a preços des proporcionais, um décimo, ou nem isso, da borracha que lhes prometera I Tendo surgido em tempo de tais improvisões, não é de admirar que a Com panhia do Vale do Rio Doce nascesse sem orientação. Só após a sua funda ção é que se começaram a estudar as condições técnicas da Estrada de Ferro Vítória-Minas,
natural
transportadora
enviar para os confins do Amazonas de
do minério a ser produzido. Desse mo
zenas de milhares de trabalhadore.s, sub metendo-os a sacrifícios físicos sem
do, custosos materiais importados conti
igual, e tudo isso para que ? Para aten der a compromissos assumidos em con
espera de instalação. E até hoje, tra
tratos de dois a três anos de duração!
nuam, vários anos após a aquisição, à balhos elementares não chegaram nem mesmo a ser iniciados, como o do le-
67
Digesto Econónuco
xamtamcnto do território compreendido
na concessão da antiga
"Itabira Iron
Oro".
Assim, as primeiras prc\ãsõcs, estabe lecidas sòbrc dados inexatos, eomeça-
ram a ser desmentidas pelos fatos e os
substancialmente os inglôses e norteamericanos. E, na linguagem militar em
voga na época, o relatório de 1944 afir mava, como os comandos de tropas em
retirada: "Os trab.ilho.s de construção correram normalmente, dentro do de-
primeiros relatórios da companhia ofe
scnNolvimcnto pre\ islo e com resultados
recem um edificante exemplo da dis crepância que geralmente existe entre as promessas e as realizações dos gover nos discricionários, discrepância oculta da pelos superlativos da propaganda ofi cial quando sc refere aos programas de
satisfatórios".
administração. O Relatório de 19-13 falava em "ter
minação dos trabalhos dentro dc 12 me
ses". Em face do que ainda hoje resta
O relatório de 1945 já é menos lo-
quaz. pois a guerra acabara, e haviam sido anulados os contrates de fornecimen
to sòbrc os quais tudo se vinha cons truindo c se esboroara o "Estado Novo .
No ano seguinte as exportações de mi nérios caíam a 0,2% do que se previa em
1942 c o Congresso se mostrava relu tante em continuar a conceder, sem
por fazer, é de supor qiic o profeta da quele documento confundiu meses com anos... Rendamos-lhc justiça, porém, pelo outro método, que ele descobriu,
base, o financiamento exigido pelo em
de medir os serviços realizados... pe
Valo do Rio Doce, sendo necessários 'dois anos dc argumenta^es para se conseguir novos créditos do Congres_so.
las despesas feitas : "O vulto dc todos os serviços reali
zados pela Companhia — diz o documen to — poderá ser avaliado "também" pelo valor de 109 milhões de cruzeiros, despendidos nas diversas construções". Trata-sc, inegàvelmente, dc um novo
ponto de vista na consideração, dos pro gressos alcançados por uma institui ção. ..
Mas como era difícil ao relatório ne
gar a lentidão com que progrediam os trabalhos, procurou desviar a atenção da opinião pública com alegações como a de que a conclusão das obras repre sentaria "o avanço norte da civilização
industrial", o que, na época, fazia calar qualquer crítica... Entrementes, abria-se na Europa a se
gunda frente e as hostilidades aproxima vam-se visivelmente do fim, sem que
os minérios de Itabira pudessem ajudar
preendimento.
Um difícil período começou, assim,
para os remanescentes da Companhia do
Mas isso se deu já sob nova orientação, novas diretrizes c tendo-se em mente
concepção mais realista das possibilida
des de troca de nossos minérios com carvão estrangeiro, com o que estaría
mos em condições de alimentar a side rurgia nacional.
Na parte das realizações práticas, essa empresa, durante o "Estado Novo", representou um rosário de obras inaca badas. Desse modo, perdemos outros trinta meses, sem atingir a projetada
produção de 1.500.000 toneladas de mi nérios. E somente nestes quatro anos se
rá possível a extração de 3 a 4 millrões de toneladas anuais, volume considerado
como bom início para o aproveitamento econômico das minas de Itabira. Seeundo diferentes historiadores dn
iqi|i ,1 Ji.i , 1
l 66
p
^1 II miip
Dicksto Econónoco
ramente à "Bethlehem Steel" a explora
Findos esses cí)iilratos, a borracha pas
ção dos minérios de Itabira, com a con
sou a enfrentar todos os rigores da com petição internacional, sem que os pro-
seqüente dissolução da Companhia do Vale do Rio Doce". Chegou até essas paragens o rumor de que o antigo con
dutore.s amazonenses e.stivcssem prepa
rados para isso.
Bem sabemos quanto
novista fizera essa absurda proposta à
custa ao Tesouro Nacional cada quilo de lx)rraclia atualmente exportada aos
Missão Abbink.
mercados externos.
selheiro amador do nacionalismo estado-
Não se deve permitir que o mes * **
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Como veremos mais adiante, grandes esperanças podem ser depositadas na Companhia do Vale do Rio Doce. Não podemos, entretanto, deixar de assina lar que, a seis anos de distância da da ta de fundação da grande empresa, é di
fícil, ainda hoje, compreender de que modo os dirigentes do Estado Novo conceberam a comercialização do ferro
de Minas Gerais. As jazidas, decanta das pela propaganda oficial como das mais ricas do mundo, e que são real mente de extraordinário valor, foram
tomadas como base de um programa para a exploração anual de 1.500.000
toneladas, quantidade pequena em con fronto com as proporções do comércio mundial de minérios de ferro e em ab
soluta desproporção com o valor das reservas efetivamente existentes e com
o custo das instalações necessárias para 'o encaminhamento do minério extraído aos portos de exportação. E' necessário evitar que se rcproduza
no Vale do Rio Doce o drama da explo ração da borracha amazônica durante a guerra. Houve quem não hesitasse em
mo aconteça com os minérios, pois, em
tais regimes de iniprc\asão, nos.sas ri quezas potenciais não podem senão con verter-se em pesadas cargas para a co munidade. Os defensores daquilo que
passou a cliamar-se "u aventura da bor racha" cosluma\am alegar a necessida
de em que nos adiávamos de auxiliar nossos aliados, fomeccndo-lhes as ma
térias-primas estratégicas de que tinham precisão. A êsse objetivo deviam subordinar-sc, na ocasião, quaisquer con
siderações do ordem econômica.
Des de, porém, que o assunto seja examina do sem o palavreado tão comum nos "saudosos" tempos ditatoriais, verificase que o Brasil realizou um imenso esfòrço, e exigiu sacrifícios inenarráveis
de uma parcela do .sua população para fornecer aos seus aliados, a preços des proporcionais, um décimo, ou nem isso, da borracha que lhes prometera I Tendo surgido em tempo de tais improvisões, não é de admirar que a Com panhia do Vale do Rio Doce nascesse sem orientação. Só após a sua funda ção é que se começaram a estudar as condições técnicas da Estrada de Ferro Vítória-Minas,
natural
transportadora
enviar para os confins do Amazonas de
do minério a ser produzido. Desse mo
zenas de milhares de trabalhadore.s, sub metendo-os a sacrifícios físicos sem
do, custosos materiais importados conti
igual, e tudo isso para que ? Para aten der a compromissos assumidos em con
espera de instalação. E até hoje, tra
tratos de dois a três anos de duração!
nuam, vários anos após a aquisição, à balhos elementares não chegaram nem mesmo a ser iniciados, como o do le-
67
Digesto Econónuco
xamtamcnto do território compreendido
na concessão da antiga
"Itabira Iron
Oro".
Assim, as primeiras prc\ãsõcs, estabe lecidas sòbrc dados inexatos, eomeça-
ram a ser desmentidas pelos fatos e os
substancialmente os inglôses e norteamericanos. E, na linguagem militar em
voga na época, o relatório de 1944 afir mava, como os comandos de tropas em
retirada: "Os trab.ilho.s de construção correram normalmente, dentro do de-
primeiros relatórios da companhia ofe
scnNolvimcnto pre\ islo e com resultados
recem um edificante exemplo da dis crepância que geralmente existe entre as promessas e as realizações dos gover nos discricionários, discrepância oculta da pelos superlativos da propaganda ofi cial quando sc refere aos programas de
satisfatórios".
administração. O Relatório de 19-13 falava em "ter
minação dos trabalhos dentro dc 12 me
ses". Em face do que ainda hoje resta
O relatório de 1945 já é menos lo-
quaz. pois a guerra acabara, e haviam sido anulados os contrates de fornecimen
to sòbrc os quais tudo se vinha cons truindo c se esboroara o "Estado Novo .
No ano seguinte as exportações de mi nérios caíam a 0,2% do que se previa em
1942 c o Congresso se mostrava relu tante em continuar a conceder, sem
por fazer, é de supor qiic o profeta da quele documento confundiu meses com anos... Rendamos-lhc justiça, porém, pelo outro método, que ele descobriu,
base, o financiamento exigido pelo em
de medir os serviços realizados... pe
Valo do Rio Doce, sendo necessários 'dois anos dc argumenta^es para se conseguir novos créditos do Congres_so.
las despesas feitas : "O vulto dc todos os serviços reali
zados pela Companhia — diz o documen to — poderá ser avaliado "também" pelo valor de 109 milhões de cruzeiros, despendidos nas diversas construções". Trata-sc, inegàvelmente, dc um novo
ponto de vista na consideração, dos pro gressos alcançados por uma institui ção. ..
Mas como era difícil ao relatório ne
gar a lentidão com que progrediam os trabalhos, procurou desviar a atenção da opinião pública com alegações como a de que a conclusão das obras repre sentaria "o avanço norte da civilização
industrial", o que, na época, fazia calar qualquer crítica... Entrementes, abria-se na Europa a se
gunda frente e as hostilidades aproxima vam-se visivelmente do fim, sem que
os minérios de Itabira pudessem ajudar
preendimento.
Um difícil período começou, assim,
para os remanescentes da Companhia do
Mas isso se deu já sob nova orientação, novas diretrizes c tendo-se em mente
concepção mais realista das possibilida
des de troca de nossos minérios com carvão estrangeiro, com o que estaría
mos em condições de alimentar a side rurgia nacional.
Na parte das realizações práticas, essa empresa, durante o "Estado Novo", representou um rosário de obras inaca badas. Desse modo, perdemos outros trinta meses, sem atingir a projetada
produção de 1.500.000 toneladas de mi nérios. E somente nestes quatro anos se
rá possível a extração de 3 a 4 millrões de toneladas anuais, volume considerado
como bom início para o aproveitamento econômico das minas de Itabira. Seeundo diferentes historiadores dn
Dicesto EcoNÓxnco
minério de ferro brasileiro, a comercia
tânico.
lização dêsse produto pelo Brasil coin cidiu com o Congresso Geológico de Estocolmo, ao qual, poucos anos antes da primeira guerra mundial, os delega dos patricios apresentaram comunica ções com dados precisos, que confirma vam os auspiciosos cálculos que, muito tempo antes, já vinham fazendo os geó logos estrangeiros sobre as imensas re
rência nos mercados mundiais, quanto às matérias-primas da grande siderurgia,
servas existentes no Estado de Minas
Gerais. Na verdade, porém, não se iniciou ainda, com tais revelações, o aproveitamento daquelas riquezas poten ciais. O mais que houve foi um mo vimento de banqueiros e homens de ne
gócios da Bôlsa de Londres, os quais, preços irrisórios, adquiriram conces
Mas, àquela época, a concor
não era ainda muito acentuada.
A Ale
manha, por exemplo, satisfazia-.se com os
minérios da
69
Dicesto Econó.nuco
Lorena e os Estados
Iron" teria, com certeza, iniciado a apli cação dc dinheiro nas zonas das ja/.idas
no.s, incrementaríamos a extração de minérios a ponto de podermos e.xportar,
do Conceição c Cauè, se não cnetinlras-
aiumlmonle, para a Grã-Bretanha, • • *
se a oposição q\íc os seus projetos des pertaram no Brasil. É indubilávcl que
prima.
as intermináveis discussões políticas tra
Unidos possuíam ainda abundantes re
vadas em tômo do caso da "Itabira Iron
cursos nos Lagos Súperiorcs e em Birmingham. Dôsso modo, a "Itabira Iron" nenhu ma atividade desenvolveu. Houve quem
Ore" impediram, no período que medeou entre a.s duas* guerras, o inicio da
afirmasse que foi o início das hostili dades, em 1914, que impediu a rápi da exploração das concessões. Não é isso muito provável; no contrario, as
ferro, o que teria sido muito proveitoso para o Brasil.
ferro cm nosso país. Desejando enqua
restava outra alternativa senão esperar
outra, que muitos pressentiam. Essa nova oportunidade surgiu (juando, cm
pela guerra, teriam estimulado as pes
plena guerra, as tropas alemãs avança
Itabira Iron Ore Gompany", para
quisas para a exploração do minério, sem excessivas considerações quanto ao seu
prospecções c explorações em dada zona do território mineiro.
preço de custo. A verdade, porém, é quo àquela época, não eram muito im
[
rios suecos de Kiruna. Ilá, na verdade,
Naquele momento, porém, não apre
periosas as necessidades da Grã-Breta
•
tava, as.sim, em condições de manter as
duas saídas, para esse ferro :. Narvick, no Atlântico, e Luléia, no Búltico. Luléia, porem, só c acessível aos navios
rotas habituais de seu
abastecimento.
durante seis meses do ano, principal
A hora do Brasil não tinba chegado
mente no verão, ao passo que Nar
minério brasileiro, pois os grandes con sumidores possuíam ainda reservas em seus próprios territórios ou, quando não podiam abastecer-se com facilidade com o produto da Argélia, da Biscaia, da Sierra Leone e de Kiruna, minérios de alto teor metálico, cujo transporte ficava a preços muito menores que os do produto procedente do longínquo Brasil.
A fundação "Itabira Iron Ore" repre sentou, portanto, antes de tudo, uma prova de previsão dos financistas da "Gity", que já divisavam as dificuldades
dos anos futuros, quando se esgotassem as habituais fontes de abastecimento da Inglaterra. Além disso, talvez tivessem o desejo de controlar uma região de inegáveis reservas potenciais, substrain-
do-a aos competidores do Império Bri-
nha. "England ruled the wawes". Es
ram sobre Narvick, na Noruega, que é
o grande porto de c.xportação dos miné-
aíndal
vick, gozando do privilégio de ser ba
Após o Tratado de Versalhes, a situa ção mudou um pouco. A Alemanha, privada das jazidas da Lorena, apare
nhada pelas correntes do "Gulf Strcam", oferece ótimas condições de navegabili dade durante o ano inteiro. Ocupando ôste porto, a Alemanha cortou a "life*
cia nos mercados mundiais à procura de
minérios de Jerro, chegando, às vezes, a disputar, asperamente, a prioridade dos
lino" do abastecimento de minério da
siderurgia britânica.
Êsse aconteci
fornecimentos aos compradores britâni
mento não deixou de alannav os meios
cos.
dirigentes da Inglaterra. Sob a pressão dos acontecimentos; a Inglaterra mostrou-se disposta a um
Ao mesmo tempo, as reservas in
ternas da Inglaterra começaram a mos
trar evidentes sinais de exaustão, pas sando a' siderurgia britânica a explorar minas de valor econômico
cada vez
menor. Dia a dia, portanto, tomava-se
mais imperiosa a necessidade de recor rer a fornecimentos estrangeiros.
'Diante disso, o grupo da "Itabira
São as mais contraditórias as estíma-
tivas até hoje publicadas sobre a poten
perdida, esta oportunidade, não nos
necessidades do consumo, aumentadas
.As rcscrvíis brasileiros
comercializ.açã(> dc nossas reservas de
sões, que entregaram, em seguida, à
sentava muito interesse a exploração do
1.500.000 toneladas daquela matéria-
gesto que jamais teria em condições normais: o de adquirir a concessão da
"Itabira Iron Ore", enlregando-a, sem ônus, ao governo brasileiro, com a sim
ples condição de lhe garantiraigs que, com o apoio de capitais norte-america-
cialidade das jazidas dc minério de drar as estatísticas concernentes às re servas dos Estados de Minas Gerais,
Bahia, Mato Grosso e São Paulo, num
quadro geral de que constassem as re servas e.xistentes também em outms par tes do mundo, verificamos que nao t
no nosso país que existe gran o co fusão. Ilá também notá^■eis ' cias nas estimativas sobre as riq minerais de outros continentes, p
muitos lugares, só tardiamente toram
realizadas prospecções comp e as, do falhas as providências, nesse tomadas em outros países. ^
'
•
tivas referentes ao Continente J ^ ^ são, visivelmente, só das P francesas do Norte e da União Sui-Atn-
cana. onde se procedeu a prospecçao mais ou menos substancial.
De qualquer modo, é mteressante rcunn, num só quadro, os dados refe
rentes às nossas prováveis reservas e as do resto do mundo. . Para a elaboração
desse quadro, procuramos obter da os mais recentes dos diferentes países. ^
bora tenhamos compilado informações provenientes de várias fontes, não te mos a pretensão de ter organizado um quadro completo. É provável que, em muitos pontos, seja possí'vel acrescentar-
Dicesto EcoNÓxnco
minério de ferro brasileiro, a comercia
tânico.
lização dêsse produto pelo Brasil coin cidiu com o Congresso Geológico de Estocolmo, ao qual, poucos anos antes da primeira guerra mundial, os delega dos patricios apresentaram comunica ções com dados precisos, que confirma vam os auspiciosos cálculos que, muito tempo antes, já vinham fazendo os geó logos estrangeiros sobre as imensas re
rência nos mercados mundiais, quanto às matérias-primas da grande siderurgia,
servas existentes no Estado de Minas
Gerais. Na verdade, porém, não se iniciou ainda, com tais revelações, o aproveitamento daquelas riquezas poten ciais. O mais que houve foi um mo vimento de banqueiros e homens de ne
gócios da Bôlsa de Londres, os quais, preços irrisórios, adquiriram conces
Mas, àquela época, a concor
não era ainda muito acentuada.
A Ale
manha, por exemplo, satisfazia-.se com os
minérios da
69
Dicesto Econó.nuco
Lorena e os Estados
Iron" teria, com certeza, iniciado a apli cação dc dinheiro nas zonas das ja/.idas
no.s, incrementaríamos a extração de minérios a ponto de podermos e.xportar,
do Conceição c Cauè, se não cnetinlras-
aiumlmonle, para a Grã-Bretanha, • • *
se a oposição q\íc os seus projetos des pertaram no Brasil. É indubilávcl que
prima.
as intermináveis discussões políticas tra
Unidos possuíam ainda abundantes re
vadas em tômo do caso da "Itabira Iron
cursos nos Lagos Súperiorcs e em Birmingham. Dôsso modo, a "Itabira Iron" nenhu ma atividade desenvolveu. Houve quem
Ore" impediram, no período que medeou entre a.s duas* guerras, o inicio da
afirmasse que foi o início das hostili dades, em 1914, que impediu a rápi da exploração das concessões. Não é isso muito provável; no contrario, as
ferro, o que teria sido muito proveitoso para o Brasil.
ferro cm nosso país. Desejando enqua
restava outra alternativa senão esperar
outra, que muitos pressentiam. Essa nova oportunidade surgiu (juando, cm
pela guerra, teriam estimulado as pes
plena guerra, as tropas alemãs avança
Itabira Iron Ore Gompany", para
quisas para a exploração do minério, sem excessivas considerações quanto ao seu
prospecções c explorações em dada zona do território mineiro.
preço de custo. A verdade, porém, é quo àquela época, não eram muito im
[
rios suecos de Kiruna. Ilá, na verdade,
Naquele momento, porém, não apre
periosas as necessidades da Grã-Breta
•
tava, as.sim, em condições de manter as
duas saídas, para esse ferro :. Narvick, no Atlântico, e Luléia, no Búltico. Luléia, porem, só c acessível aos navios
rotas habituais de seu
abastecimento.
durante seis meses do ano, principal
A hora do Brasil não tinba chegado
mente no verão, ao passo que Nar
minério brasileiro, pois os grandes con sumidores possuíam ainda reservas em seus próprios territórios ou, quando não podiam abastecer-se com facilidade com o produto da Argélia, da Biscaia, da Sierra Leone e de Kiruna, minérios de alto teor metálico, cujo transporte ficava a preços muito menores que os do produto procedente do longínquo Brasil.
A fundação "Itabira Iron Ore" repre sentou, portanto, antes de tudo, uma prova de previsão dos financistas da "Gity", que já divisavam as dificuldades
dos anos futuros, quando se esgotassem as habituais fontes de abastecimento da Inglaterra. Além disso, talvez tivessem o desejo de controlar uma região de inegáveis reservas potenciais, substrain-
do-a aos competidores do Império Bri-
nha. "England ruled the wawes". Es
ram sobre Narvick, na Noruega, que é
o grande porto de c.xportação dos miné-
aíndal
vick, gozando do privilégio de ser ba
Após o Tratado de Versalhes, a situa ção mudou um pouco. A Alemanha, privada das jazidas da Lorena, apare
nhada pelas correntes do "Gulf Strcam", oferece ótimas condições de navegabili dade durante o ano inteiro. Ocupando ôste porto, a Alemanha cortou a "life*
cia nos mercados mundiais à procura de
minérios de Jerro, chegando, às vezes, a disputar, asperamente, a prioridade dos
lino" do abastecimento de minério da
siderurgia britânica.
Êsse aconteci
fornecimentos aos compradores britâni
mento não deixou de alannav os meios
cos.
dirigentes da Inglaterra. Sob a pressão dos acontecimentos; a Inglaterra mostrou-se disposta a um
Ao mesmo tempo, as reservas in
ternas da Inglaterra começaram a mos
trar evidentes sinais de exaustão, pas sando a' siderurgia britânica a explorar minas de valor econômico
cada vez
menor. Dia a dia, portanto, tomava-se
mais imperiosa a necessidade de recor rer a fornecimentos estrangeiros.
'Diante disso, o grupo da "Itabira
São as mais contraditórias as estíma-
tivas até hoje publicadas sobre a poten
perdida, esta oportunidade, não nos
necessidades do consumo, aumentadas
.As rcscrvíis brasileiros
comercializ.açã(> dc nossas reservas de
sões, que entregaram, em seguida, à
sentava muito interesse a exploração do
1.500.000 toneladas daquela matéria-
gesto que jamais teria em condições normais: o de adquirir a concessão da
"Itabira Iron Ore", enlregando-a, sem ônus, ao governo brasileiro, com a sim
ples condição de lhe garantiraigs que, com o apoio de capitais norte-america-
cialidade das jazidas dc minério de drar as estatísticas concernentes às re servas dos Estados de Minas Gerais,
Bahia, Mato Grosso e São Paulo, num
quadro geral de que constassem as re servas e.xistentes também em outms par tes do mundo, verificamos que nao t
no nosso país que existe gran o co fusão. Ilá também notá^■eis ' cias nas estimativas sobre as riq minerais de outros continentes, p
muitos lugares, só tardiamente toram
realizadas prospecções comp e as, do falhas as providências, nesse tomadas em outros países. ^
'
•
tivas referentes ao Continente J ^ ^ são, visivelmente, só das P francesas do Norte e da União Sui-Atn-
cana. onde se procedeu a prospecçao mais ou menos substancial.
De qualquer modo, é mteressante rcunn, num só quadro, os dados refe
rentes às nossas prováveis reservas e as do resto do mundo. . Para a elaboração
desse quadro, procuramos obter da os mais recentes dos diferentes países. ^
bora tenhamos compilado informações provenientes de várias fontes, não te mos a pretensão de ter organizado um quadro completo. É provável que, em muitos pontos, seja possí'vel acrescentar-
'J
70
DicHâTu
Econômico
cisas. Os nossos leitores não devem ter,
Podein-se mencionar cm primeiro lu-
portanto, còmo absolutamente exatos e
gíir, os óxidos, tamlxbn denominados
definitivos os dados que seguem; serx-eni, magnetitas, hcmatitas c- limonita.s; cs car«mlrelanto, para dar uma idéia da e.v.j,,,,;, figuram as sidcde mi;™ 1 f° """aAntes ' mmenos de ferro.
porém, e a
fim de facilitar a c-ompreensão do qua-
dro, assinalemos que se distinguem di-
versas formas sob as quais o ferro, ou melhor seus minérios são encontradas na
natureza.
,
,
» <■-
,
..
O•« mi-
i
denominado minctle pelos fran^ encontrado na Alsacia Lorena.
minério dc fraco teor metálico, que entretanto, apresenta interesse sob
^ ponto de vista industrial.
Dioesto
Reservas máxhiuis
Europa 1'olôiiia Suécia
URSS
Estados Unidos brasil Chile
União Sul-Africana índia
Mandchúria Austrália
.
(em milhões de toneladas)
7. -
•
Ásia América Latina Europa África Austrália
100.000 58.000
• ..
12.000 12.000 8.000 1.400 600
190.000
Êsses números referem-se únicamente às minas que já vêm sendo exploraSe a êles se acrescentarem as re-
servas potenciais exi.stentes, chega-se a estes resultados:
15% para a América
Latina e 12% para a Ásia, reduzindo-se a
52,e% 30,5%
6,4% 5,3% 4,2% 0,7% 0,3%
100,0%
porcentagem dos Estados Unidos a me nos de 25% e a da Rússia a 45%.
Pondo-se em confronto as reserx-as
F- conhecidas e as reservas prováveis,
obtém-se o seguinte quadro:
RESERVAS MUNDIAIS PROVÁVEIS DE FERRO (em milhões de toneladas)
Inglaterra
Europa
Erança
Alemanha
provadas 6.100 7.000 1.340
prováveis 6.300
teor-metal 30%
2.900
33%
8.000
Reservas máximas
em metal 1.900
35%
3.000 1.000
Áustria
300
300
38%
110
Espanha
300
1.000
48%
480
Itália
Luxemburgo Noruega
t cot'metal
em metal
28%
46 1.200
165 2.300
11.000 10.600 500 450 1.100 100 2.400
230.000
44%
85.200 20.000 1.000
55% 63% 63%
61%
22.300
2.300 190 20.600 400
1.500 1.000
55% 52% 55% 40% 30% 60%
8.000 100.000 26.000 12.600 630 1.250
100 11.300 160 450 600
'
URSS Estados Unidos
das.
prováx}eis
157 685
China
Teor em Ferro
■■
provadas
Teta! da Europa incl. ou tros paí.ses
Algéria
RESERVAS MUNDIAIS DE MINÉRIOS DE FERRO
71
Econômico
10
300 —
-
45%
— 350
33% 35%
,
.
. .
5
100 125
O.S imensos algarismos concernentes à Rússia baseiam-se em dados de Lecerf
— "O ferro no mundo", edição Payot, Paris, e em indicações dc revistas ingle
os go\'emos se lançam à e.vploração sem atenção ao preço de custo, a posição, quanto às reser\'as totais, ao seu teor
estimativas divulgadas pelo livro recen
metálico e à posição geográfica das ja zidas, se impõe como a de um dos mais importantes fornecedores futuros de mi
temente publicado pela Comissão das Alfândegas do Congresso de Washington,
Sua posição ultrapassa, provavelmente, a
sas e norte-americanas, bem como em
sôbrc o ferro e o aço no mundo.
O "Geological Surx'ey", do qual e.xtraímos os dados referentes aos Estados
Unidos, indica que, das reservas norteamericanas, apenas 5.478.000.000 de to neladas são exploráveis mecanicamente.
nérios de ferro aos mercados mundiais.
dos Estados Unidos, colocando-se o
nosso país logo após a Rússia. Nao a dúvida de que poderemos, dentro em breve, começar a e.xploraçâo em larga escala dessa riqueza potencial, que es tará em condições de substituir o ca e,
como fornecedor das cambiais de que
Embora considerações como essa percam
necessitamos para o desenvolvimento de
todo valor em tempos de guerra, onde
nosso comércio externo.
'J
70
DicHâTu
Econômico
cisas. Os nossos leitores não devem ter,
Podein-se mencionar cm primeiro lu-
portanto, còmo absolutamente exatos e
gíir, os óxidos, tamlxbn denominados
definitivos os dados que seguem; serx-eni, magnetitas, hcmatitas c- limonita.s; cs car«mlrelanto, para dar uma idéia da e.v.j,,,,;, figuram as sidcde mi;™ 1 f° """aAntes ' mmenos de ferro.
porém, e a
fim de facilitar a c-ompreensão do qua-
dro, assinalemos que se distinguem di-
versas formas sob as quais o ferro, ou melhor seus minérios são encontradas na
natureza.
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» <■-
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i
denominado minctle pelos fran^ encontrado na Alsacia Lorena.
minério dc fraco teor metálico, que entretanto, apresenta interesse sob
^ ponto de vista industrial.
Dioesto
Reservas máxhiuis
Europa 1'olôiiia Suécia
URSS
Estados Unidos brasil Chile
União Sul-Africana índia
Mandchúria Austrália
.
(em milhões de toneladas)
7. -
•
Ásia América Latina Europa África Austrália
100.000 58.000
• ..
12.000 12.000 8.000 1.400 600
190.000
Êsses números referem-se únicamente às minas que já vêm sendo exploraSe a êles se acrescentarem as re-
servas potenciais exi.stentes, chega-se a estes resultados:
15% para a América
Latina e 12% para a Ásia, reduzindo-se a
52,e% 30,5%
6,4% 5,3% 4,2% 0,7% 0,3%
100,0%
porcentagem dos Estados Unidos a me nos de 25% e a da Rússia a 45%.
Pondo-se em confronto as reserx-as
F- conhecidas e as reservas prováveis,
obtém-se o seguinte quadro:
RESERVAS MUNDIAIS PROVÁVEIS DE FERRO (em milhões de toneladas)
Inglaterra
Europa
Erança
Alemanha
provadas 6.100 7.000 1.340
prováveis 6.300
teor-metal 30%
2.900
33%
8.000
Reservas máximas
em metal 1.900
35%
3.000 1.000
Áustria
300
300
38%
110
Espanha
300
1.000
48%
480
Itália
Luxemburgo Noruega
t cot'metal
em metal
28%
46 1.200
165 2.300
11.000 10.600 500 450 1.100 100 2.400
230.000
44%
85.200 20.000 1.000
55% 63% 63%
61%
22.300
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1.500 1.000
55% 52% 55% 40% 30% 60%
8.000 100.000 26.000 12.600 630 1.250
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157 685
China
Teor em Ferro
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Teta! da Europa incl. ou tros paí.ses
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RESERVAS MUNDIAIS DE MINÉRIOS DE FERRO
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Econômico
10
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-
45%
— 350
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O.S imensos algarismos concernentes à Rússia baseiam-se em dados de Lecerf
— "O ferro no mundo", edição Payot, Paris, e em indicações dc revistas ingle
os go\'emos se lançam à e.vploração sem atenção ao preço de custo, a posição, quanto às reser\'as totais, ao seu teor
estimativas divulgadas pelo livro recen
metálico e à posição geográfica das ja zidas, se impõe como a de um dos mais importantes fornecedores futuros de mi
temente publicado pela Comissão das Alfândegas do Congresso de Washington,
Sua posição ultrapassa, provavelmente, a
sas e norte-americanas, bem como em
sôbrc o ferro e o aço no mundo.
O "Geological Surx'ey", do qual e.xtraímos os dados referentes aos Estados
Unidos, indica que, das reservas norteamericanas, apenas 5.478.000.000 de to neladas são exploráveis mecanicamente.
nérios de ferro aos mercados mundiais.
dos Estados Unidos, colocando-se o
nosso país logo após a Rússia. Nao a dúvida de que poderemos, dentro em breve, começar a e.xploraçâo em larga escala dessa riqueza potencial, que es tará em condições de substituir o ca e,
como fornecedor das cambiais de que
Embora considerações como essa percam
necessitamos para o desenvolvimento de
todo valor em tempos de guerra, onde
nosso comércio externo.
73
Dicest<i
orde Keynes e a economia moderna
Econômico
problema não está ao alcance dc "todo
apesar da receita de clínicos especializa
mundo". Realmente, o debate científi
díssimos.
co não está ao alcance dc "lodo mundo". "Todo mundo" não tem instrução para
Redarguir-se-á que o cinirgiao, para interferir, bísturi ein punho, no organis
Djacir Menezes
discutir a ação terapêutica da sulfanila-
mo humano, adquiriu, preliminarmente,
(Prof. Cat. da Faculdade Nacional cie Filosofia)
mida nem as variações do potencial mo
uma autorização, o "diploma que o habilita a mexer nas vísceras do seme lhante. Ora, em matéria econômica rei
1944. no jornal "A Manhã", escre
o tempo em baixar o vòo c o bicx) de
vemos alguns artigos sobre os te mas centrais que a análise de Lorde Key nes tinlia trazido a mais vivo debate en
águia à cata de algo mno nesta crítica. Repetimos, até certo ponto, o (jue já dis semos e o que disseram outros, a res peito da famosa "keyncsian Hcvolulion", na expressão dc Lawrcnco Klein. No fi nal das contas, a bipérbole sirva de ró
tre os economistas. Eram notas despre tensiosas, tomadas para exposição em
aula, que endereçávamos a maior pú blico, sem pretensão de descobrir opi niões ainda não vistas ou revelar verda
des desconhecidas dos devotos do autor
da 'General Theory of Emploijnienl, Interest and Money". Se voltamos a repisas êsses temas, nas páginas prestigiosas
desta revista, é com o mesmo espírito de dicoilgaçâo e críüca. No correr dôstes seis anos, mais se acirrou a discussão sobre a obra do professor de Cambridge, principalmente sôbre a
"General
Theory". que Se)'mour Harris, abrindo a introdução dum "symposium", consi dera uma "bíblia", com crescente turba
de comentadores: "a keynesiana conta
ultimamente mais palavras impressas do que Marx , confessa o ecxtnomista ame
ricano. E, no coro de apologistas que se formou e de onde saem incessantemen
te novos livros, reina a convicção de que sua teoria, alterada em tempos diversos em vários pontos, pretende remendar e
revitalizar o sistema capitalista, ajustan-
ínterêsses
cm jôgo:
humanos
tos de vista clássicos.
voráveis, isto é, que me
Sob a nomenclatura c o aparelha3uento conceituai que, vez por outra, um
tem suas pretensões em
técnico bem mtídcmo diz coisas re cheadas dc citações e.slrangeiras, a res
Portanto, 6 preciso dis tinguir. Não basta invo car as credenciais de se
peito da atrapalhada economia nacio nal, a gente encontra freqüentemente o "snobismo". Os chamados leigos es
preitam o "pavão"; uns dão de ombros, outros rcspeilam-no religiosamente, e
rência de estranhos, na atividade econômica jun
ou na deflação. E êsses
grupos apòianr os "téc
to às e.sferas governa
mentais, é, contudo, bem discutível. Rasta a sorte do ser investido em car
formas científicas.
go conveniente, com os respectivos poderes, e_o •
ter preparado cientifica mente para discutir o as sunto. É preciso também ter o espírito livre de in-
à saúde do corpo social.
junçõcs intcressciras para descobrir entre
passa de pscudo-ciôncia derramada às pressas. Acaba-se não distinguindo o
o que o verdadeiramente de interesse ge
estudioso honesto de qualquer técnico mais ou menos improvisado. Os erros
por interôsse geral. Por isso mesmo, en
fontes: na ciência desses "especialistas" e nas deformações provocadas pelos in teresses políticos, sempre atuantes. Para
muitos
deles, as
dificuldades
1. O conhecimento das leis econômicas
produção, de salário baixo, de miséria, de desemprego, são disfarçados sob ter minologia e invocação de princípios mal assimilados e compreendidos, que tudo despistam. Depois, declara-se que o
mortal feliz assume visao
econômica para Ir^cubrar medidas necessárias
outros ainda concluem que tudo is.so não
que se cometem, em matéria de econo mia, multiplicam-se, inspirados em duas
tòdas as profissões liberais: liberdade profissional. O privilegio ma, vedando a interfe
interessados na inflação
nicos" que lhes sao fa
na ainda o que desejava Comte para a ser criado pelo diplo
e bá grupos
ras, embora cm dissidência com cs pon
cientificai; servem apenas de cortina de fumaça. Problemas de de.sorganização dn
de ensinar agora nada de novo aos es pecialistas do assunto. Êles perderiam
Irá
tulo às medidas altamente conservado
do-lhe o equilíbrio.
Repetimos que não temos a vaidade
netário. Mas quando se trata dc rela ções entre fenômenos naturais c mais fá cil ver o problema nos r crdadeiros tcrnws. No caso do potencial monetário,
ral e o que se faz comumente passar contramos muitas vezes técnicos államento especializados e competentíssimos em caminho errado; e encontiamos ho
mens simples, que não leram Keynes, dando seu palpilezinbo bem certo, guia dos apenas pela intuição natural e a ex
periência da vida em sociedade. E to dos são necessários ao rumor geral da variada floresta democrática. E' natural. Os médicos também en
contram freqüentemente sarem receitas.
leigos a pas
Vezes sem conta bá
doentes que inexplicavelmente saram —
Os técnicos, que esludam a matéria, que freqüentam onde se leciona o assunto, n P deixar de estranhar o que
que SC pensa em multas areas da a™ lhe. Lsistim razões. Mas a ele ^cabe também evitar o "espínto de casta n monopólio de problemas que,_pela tor ça dos interêsses em jôgo,_ fàcilmente
Ltração pública. E não há negar que
leva a deturpação e explicação ivorcia da dos interesses públicos.
2. O monopólio sofocrático. Ironicamente, há alguns anos, o prof. Donald .Pierson, em curso que realizoú
no DASP, disse que os sociólogos, de- )! cretando que os problemas de governo
73
Dicest<i
orde Keynes e a economia moderna
Econômico
problema não está ao alcance dc "todo
apesar da receita de clínicos especializa
mundo". Realmente, o debate científi
díssimos.
co não está ao alcance dc "lodo mundo". "Todo mundo" não tem instrução para
Redarguir-se-á que o cinirgiao, para interferir, bísturi ein punho, no organis
Djacir Menezes
discutir a ação terapêutica da sulfanila-
mo humano, adquiriu, preliminarmente,
(Prof. Cat. da Faculdade Nacional cie Filosofia)
mida nem as variações do potencial mo
uma autorização, o "diploma que o habilita a mexer nas vísceras do seme lhante. Ora, em matéria econômica rei
1944. no jornal "A Manhã", escre
o tempo em baixar o vòo c o bicx) de
vemos alguns artigos sobre os te mas centrais que a análise de Lorde Key nes tinlia trazido a mais vivo debate en
águia à cata de algo mno nesta crítica. Repetimos, até certo ponto, o (jue já dis semos e o que disseram outros, a res peito da famosa "keyncsian Hcvolulion", na expressão dc Lawrcnco Klein. No fi nal das contas, a bipérbole sirva de ró
tre os economistas. Eram notas despre tensiosas, tomadas para exposição em
aula, que endereçávamos a maior pú blico, sem pretensão de descobrir opi niões ainda não vistas ou revelar verda
des desconhecidas dos devotos do autor
da 'General Theory of Emploijnienl, Interest and Money". Se voltamos a repisas êsses temas, nas páginas prestigiosas
desta revista, é com o mesmo espírito de dicoilgaçâo e críüca. No correr dôstes seis anos, mais se acirrou a discussão sobre a obra do professor de Cambridge, principalmente sôbre a
"General
Theory". que Se)'mour Harris, abrindo a introdução dum "symposium", consi dera uma "bíblia", com crescente turba
de comentadores: "a keynesiana conta
ultimamente mais palavras impressas do que Marx , confessa o ecxtnomista ame
ricano. E, no coro de apologistas que se formou e de onde saem incessantemen
te novos livros, reina a convicção de que sua teoria, alterada em tempos diversos em vários pontos, pretende remendar e
revitalizar o sistema capitalista, ajustan-
ínterêsses
cm jôgo:
humanos
tos de vista clássicos.
voráveis, isto é, que me
Sob a nomenclatura c o aparelha3uento conceituai que, vez por outra, um
tem suas pretensões em
técnico bem mtídcmo diz coisas re cheadas dc citações e.slrangeiras, a res
Portanto, 6 preciso dis tinguir. Não basta invo car as credenciais de se
peito da atrapalhada economia nacio nal, a gente encontra freqüentemente o "snobismo". Os chamados leigos es
preitam o "pavão"; uns dão de ombros, outros rcspeilam-no religiosamente, e
rência de estranhos, na atividade econômica jun
ou na deflação. E êsses
grupos apòianr os "téc
to às e.sferas governa
mentais, é, contudo, bem discutível. Rasta a sorte do ser investido em car
formas científicas.
go conveniente, com os respectivos poderes, e_o •
ter preparado cientifica mente para discutir o as sunto. É preciso também ter o espírito livre de in-
à saúde do corpo social.
junçõcs intcressciras para descobrir entre
passa de pscudo-ciôncia derramada às pressas. Acaba-se não distinguindo o
o que o verdadeiramente de interesse ge
estudioso honesto de qualquer técnico mais ou menos improvisado. Os erros
por interôsse geral. Por isso mesmo, en
fontes: na ciência desses "especialistas" e nas deformações provocadas pelos in teresses políticos, sempre atuantes. Para
muitos
deles, as
dificuldades
1. O conhecimento das leis econômicas
produção, de salário baixo, de miséria, de desemprego, são disfarçados sob ter minologia e invocação de princípios mal assimilados e compreendidos, que tudo despistam. Depois, declara-se que o
mortal feliz assume visao
econômica para Ir^cubrar medidas necessárias
outros ainda concluem que tudo is.so não
que se cometem, em matéria de econo mia, multiplicam-se, inspirados em duas
tòdas as profissões liberais: liberdade profissional. O privilegio ma, vedando a interfe
interessados na inflação
nicos" que lhes sao fa
na ainda o que desejava Comte para a ser criado pelo diplo
e bá grupos
ras, embora cm dissidência com cs pon
cientificai; servem apenas de cortina de fumaça. Problemas de de.sorganização dn
de ensinar agora nada de novo aos es pecialistas do assunto. Êles perderiam
Irá
tulo às medidas altamente conservado
do-lhe o equilíbrio.
Repetimos que não temos a vaidade
netário. Mas quando se trata dc rela ções entre fenômenos naturais c mais fá cil ver o problema nos r crdadeiros tcrnws. No caso do potencial monetário,
ral e o que se faz comumente passar contramos muitas vezes técnicos államento especializados e competentíssimos em caminho errado; e encontiamos ho
mens simples, que não leram Keynes, dando seu palpilezinbo bem certo, guia dos apenas pela intuição natural e a ex
periência da vida em sociedade. E to dos são necessários ao rumor geral da variada floresta democrática. E' natural. Os médicos também en
contram freqüentemente sarem receitas.
leigos a pas
Vezes sem conta bá
doentes que inexplicavelmente saram —
Os técnicos, que esludam a matéria, que freqüentam onde se leciona o assunto, n P deixar de estranhar o que
que SC pensa em multas areas da a™ lhe. Lsistim razões. Mas a ele ^cabe também evitar o "espínto de casta n monopólio de problemas que,_pela tor ça dos interêsses em jôgo,_ fàcilmente
Ltração pública. E não há negar que
leva a deturpação e explicação ivorcia da dos interesses públicos.
2. O monopólio sofocrático. Ironicamente, há alguns anos, o prof. Donald .Pierson, em curso que realizoú
no DASP, disse que os sociólogos, de- )! cretando que os problemas de governo
* Dicesto Econômico
74
Dicesto EcoNÓNnco
eram essencialmente técnicos, chamavam tais questões para sua alçada exclusiva. Tornavam-se, desta maneira, os candida
3. A dissidência de Keynes O que devera ser apenas advertência
tos afortunados aos postos de comando social — porque se presumiam capacita dos para o tratamento científico das perplexidades suscitadas naquele terre no. E uma teoria do monopólio sofo-
blia dü keyne.sistno, a "Ocncraí Thcory of Emploijment, Intcrcst and Mnneij". As
cràtico do poder, que já remonta a Pla
opiniões expostas por Keynes contradi
tão e passa por Comte.
zem às vezes outros pontos de vista seus.
Entre o exoterísmo dos iniciados, que se tomam, em alguns casos, donos in
tolerantes dos assuntos, e a improvisa ção dos que se metem, sem nenhum pre paro, no debate dos problemas, há uma zona intermediária — a dos que procu ram estudar, com espírito aberto a tô-
^as as sugestões e sem presunções de magister dixit", na convicção de que o processo.de aprendizado é um processo
social e 03 mestres continuam cercados pela ação estimuladora dos estudiosos.
em algumas linhas, alongou-se em cava co demorado, mas necessário. Volvamos no.ssas vistas à famosa bí
adotados cm livros anteriores. O autor
corrigiu-se; aperfeiçoou-os, dizem seus devotos. Vcrsalililidacle de opiniões, res mungam os adx'er.sários. No "Treatise of Money" há afirmativas que discrepam da
"General Thcory" — c ó o próprio Key nes quem nos mostra ns mudanças e retoques na interpretação de certos fe nômenos dentro da sociedade capita lista.
Mas o que mais tem merecido comen tários, observando-se, dc modo geral, suas análises, é sua "dissidência" dos
Porque, como disse Arbousse-Bastide, postulados da Economia Clássica, key só o autodidatismo, que não deseja cor nes considera a Economia Clássica a
rigir-se, explica psicològicamente a re pulsa ao trabalho em cooperação, des vinculando o estudioso dos interêsses vitais da comunhão humana.
Assim, entre a minoria composta por
que se constituiu com os precursores de Smith, como Petty e Steuart, e vem até
continuadcres como Stuart Mill, Edgeworth, Marshall, Pigou, e os que per manecem na linha de desenvolvimento
certa qualidade de técnicos encouraça-
da leoria ricardiana. E como ele con
dos na sua tecnicidade, aspirando ao hermetismo e negando-se a discutir os
traria certos postulados clássicos — logo passou a ser considerado como "he rético" c comparado, sob muitos aspec
temas com o "profanum vulgus" e apedeutas que entram com állure de quem vem pontificar, há os grupos ca pacitados e conscientes do seu papel no
tos, a Marx, a um "revolucionário". Mas
a que linha dissidente se liga, na ver dade ? À de Malthus, à de Gesell, à de
nonizada por títulos nem sempre bem conferidos ou presunções muitas vê-
Douglas, Hobson e outros heterodoxos. Parece que se fez um equívoco nessa determinação da posição de Keynes. Êle não c tão "perigoso" quanto se afigura. Sua posição, diante de qualquer moda lidade do socialismo, é de repulsa e
zes mal-aferidas.
condenação. Êle está, de fato, bem so-
processo social da ciência, no sadio oti
mismo do trabalho, ligados fraternal
mente contra qualquer aristocracia ca
lidárío com a descendência ortodoxa da Escola Clá.ssica - c as alterações que
de ajustar os fenômenos estudados no qiiadrt) geral da a'ivid:'.dc econômica.
introduz não se lhe opõem.
E, na determinação dos fatores que con
Tentemos verificar.
Citando o que
dicionam a vida econômica na sua to
escrevera Kicardo a Malthus .sòbrc o
talidade, êle não se coloca contra o pen
objeto da Economia Política, Keynes dá-nos alguns argumentos nesse sentido.
samento dos "clássicos" — mas distin
A Ec-onomia não seria uma investigação
da natureza
e das causas da riqueza,
gue, naquele pensamento, certas dife renças, certas hipóteses abandonadas ou
esquecidas, das quais deriva e nas quais
mas das leis que determinam a reparti
apóia uma teoria em contrário. Ai está,
ção dos produtos entre ns classes que concorrem para sua criaçao. O que, em
será Ke)'ncs um clássico quanto ao mé
outros termos, vem a ser: a Economia não estuda coisas,
bens,
natureza e
causas da riqueza, mas as relações inlerhumana.s,- que se formam a propósito dessas mesmas coisas e bens, configxirando-os como "riqueza". As interde
na realidade, o ponto controverso: não
todo ? Sua discrepância e sua crítica não se baseiam nas conseqüências reti radas em sentido diferente dos conti nuadcres?
Examinando de relance o Mercantilis mo, declara que ensinou .durante muitos
os fundamentos teóricos da dou pendências humanas efeluiun-se através anos trina do "laissez faire" - e até 1928 das coisas. As dependências também.
Idem a opressão. O exame pode sugerir muitas outras reflexões.
Estas considerações colocam-no na li nha de explicação ricardiana quanto ao
objeto da Economia Política. Pouco importa que, posteriormente, Mill. Say e outros corifeus da tradição clássica, te nham modificado aquela debmitução de objetivo feita por Ricardo. As cogita ções e interpretações teóricas de Keynes, entretanto, sobre o papel do desemprego,
a procura efetiva, a eficácia marginal do Capital, a propensão para consumir, to madas como as variáveis econômicas de finidoras fundamentais do sistema, en
quadram-se perfeitamente dentro do modo ricardiano de conceituar a Eco nomia Política.
4. As funções globais de oferta e procuro.
fôra "discípulo fiel e convencido da Es
cola Clássica", em que formara o seu espírito (p. 334). E' reabnente o que se observa nos seus livros. Por exemplo, ao fixar o con
ceito de "procura efetiva", acompanha
mos essa "formação". Aquêle conceito
começa a se esboçar na correspondência trocada entre Malthus e Ricardo, desa
parecendo, entretanto, na continuidade da discussão epistolai.
"O grande enigma da "procura efeti va" - escreve Keynes - com que luta ra Malthus, dissipou-se da literatura econômica. Nem uma só vez poderia ser encontrado em qualquer obra de Marshall, Edgeworth, do professor Pi gou, de cujas mãos a teoria clássica re cebeu mais completo acabamento" (p. 32)i Mas, segundo vislumbra o ôlho agu do de Keynes, está a arrastar-se, subterrâneamente, em Marx, em Gesell, erh
Por ser exatamente uma "teoria ge
ral", a interpretação de Keynes preten
Douglas. Então, falou na tirania ricardiana: Ri-
* Dicesto Econômico
74
Dicesto EcoNÓNnco
eram essencialmente técnicos, chamavam tais questões para sua alçada exclusiva. Tornavam-se, desta maneira, os candida
3. A dissidência de Keynes O que devera ser apenas advertência
tos afortunados aos postos de comando social — porque se presumiam capacita dos para o tratamento científico das perplexidades suscitadas naquele terre no. E uma teoria do monopólio sofo-
blia dü keyne.sistno, a "Ocncraí Thcory of Emploijment, Intcrcst and Mnneij". As
cràtico do poder, que já remonta a Pla
opiniões expostas por Keynes contradi
tão e passa por Comte.
zem às vezes outros pontos de vista seus.
Entre o exoterísmo dos iniciados, que se tomam, em alguns casos, donos in
tolerantes dos assuntos, e a improvisa ção dos que se metem, sem nenhum pre paro, no debate dos problemas, há uma zona intermediária — a dos que procu ram estudar, com espírito aberto a tô-
^as as sugestões e sem presunções de magister dixit", na convicção de que o processo.de aprendizado é um processo
social e 03 mestres continuam cercados pela ação estimuladora dos estudiosos.
em algumas linhas, alongou-se em cava co demorado, mas necessário. Volvamos no.ssas vistas à famosa bí
adotados cm livros anteriores. O autor
corrigiu-se; aperfeiçoou-os, dizem seus devotos. Vcrsalililidacle de opiniões, res mungam os adx'er.sários. No "Treatise of Money" há afirmativas que discrepam da
"General Thcory" — c ó o próprio Key nes quem nos mostra ns mudanças e retoques na interpretação de certos fe nômenos dentro da sociedade capita lista.
Mas o que mais tem merecido comen tários, observando-se, dc modo geral, suas análises, é sua "dissidência" dos
Porque, como disse Arbousse-Bastide, postulados da Economia Clássica, key só o autodidatismo, que não deseja cor nes considera a Economia Clássica a
rigir-se, explica psicològicamente a re pulsa ao trabalho em cooperação, des vinculando o estudioso dos interêsses vitais da comunhão humana.
Assim, entre a minoria composta por
que se constituiu com os precursores de Smith, como Petty e Steuart, e vem até
continuadcres como Stuart Mill, Edgeworth, Marshall, Pigou, e os que per manecem na linha de desenvolvimento
certa qualidade de técnicos encouraça-
da leoria ricardiana. E como ele con
dos na sua tecnicidade, aspirando ao hermetismo e negando-se a discutir os
traria certos postulados clássicos — logo passou a ser considerado como "he rético" c comparado, sob muitos aspec
temas com o "profanum vulgus" e apedeutas que entram com állure de quem vem pontificar, há os grupos ca pacitados e conscientes do seu papel no
tos, a Marx, a um "revolucionário". Mas
a que linha dissidente se liga, na ver dade ? À de Malthus, à de Gesell, à de
nonizada por títulos nem sempre bem conferidos ou presunções muitas vê-
Douglas, Hobson e outros heterodoxos. Parece que se fez um equívoco nessa determinação da posição de Keynes. Êle não c tão "perigoso" quanto se afigura. Sua posição, diante de qualquer moda lidade do socialismo, é de repulsa e
zes mal-aferidas.
condenação. Êle está, de fato, bem so-
processo social da ciência, no sadio oti
mismo do trabalho, ligados fraternal
mente contra qualquer aristocracia ca
lidárío com a descendência ortodoxa da Escola Clá.ssica - c as alterações que
de ajustar os fenômenos estudados no qiiadrt) geral da a'ivid:'.dc econômica.
introduz não se lhe opõem.
E, na determinação dos fatores que con
Tentemos verificar.
Citando o que
dicionam a vida econômica na sua to
escrevera Kicardo a Malthus .sòbrc o
talidade, êle não se coloca contra o pen
objeto da Economia Política, Keynes dá-nos alguns argumentos nesse sentido.
samento dos "clássicos" — mas distin
A Ec-onomia não seria uma investigação
da natureza
e das causas da riqueza,
gue, naquele pensamento, certas dife renças, certas hipóteses abandonadas ou
esquecidas, das quais deriva e nas quais
mas das leis que determinam a reparti
apóia uma teoria em contrário. Ai está,
ção dos produtos entre ns classes que concorrem para sua criaçao. O que, em
será Ke)'ncs um clássico quanto ao mé
outros termos, vem a ser: a Economia não estuda coisas,
bens,
natureza e
causas da riqueza, mas as relações inlerhumana.s,- que se formam a propósito dessas mesmas coisas e bens, configxirando-os como "riqueza". As interde
na realidade, o ponto controverso: não
todo ? Sua discrepância e sua crítica não se baseiam nas conseqüências reti radas em sentido diferente dos conti nuadcres?
Examinando de relance o Mercantilis mo, declara que ensinou .durante muitos
os fundamentos teóricos da dou pendências humanas efeluiun-se através anos trina do "laissez faire" - e até 1928 das coisas. As dependências também.
Idem a opressão. O exame pode sugerir muitas outras reflexões.
Estas considerações colocam-no na li nha de explicação ricardiana quanto ao
objeto da Economia Política. Pouco importa que, posteriormente, Mill. Say e outros corifeus da tradição clássica, te nham modificado aquela debmitução de objetivo feita por Ricardo. As cogita ções e interpretações teóricas de Keynes, entretanto, sobre o papel do desemprego,
a procura efetiva, a eficácia marginal do Capital, a propensão para consumir, to madas como as variáveis econômicas de finidoras fundamentais do sistema, en
quadram-se perfeitamente dentro do modo ricardiano de conceituar a Eco nomia Política.
4. As funções globais de oferta e procuro.
fôra "discípulo fiel e convencido da Es
cola Clássica", em que formara o seu espírito (p. 334). E' reabnente o que se observa nos seus livros. Por exemplo, ao fixar o con
ceito de "procura efetiva", acompanha
mos essa "formação". Aquêle conceito
começa a se esboçar na correspondência trocada entre Malthus e Ricardo, desa
parecendo, entretanto, na continuidade da discussão epistolai.
"O grande enigma da "procura efeti va" - escreve Keynes - com que luta ra Malthus, dissipou-se da literatura econômica. Nem uma só vez poderia ser encontrado em qualquer obra de Marshall, Edgeworth, do professor Pi gou, de cujas mãos a teoria clássica re cebeu mais completo acabamento" (p. 32)i Mas, segundo vislumbra o ôlho agu do de Keynes, está a arrastar-se, subterrâneamente, em Marx, em Gesell, erh
Por ser exatamente uma "teoria ge
ral", a interpretação de Keynes preten
Douglas. Então, falou na tirania ricardiana: Ri-
7^3
Diccsto
cardo dominou tírânicamente o pensa mento econômico do Ocidente, dando-
lhe as diretivas atuais. Mas por que Keynes não indagou das causas dessa tira
nia ? Por que não buscou ver que havia interesse" nessas explicações que se davam do desenvolvimento
dos fatos
nceítou aquela explicação: o preço da procura global se ajusta, automàtica^6nte, ao preço da oferta global. Daí partimos. Keynes relaciona o preço to tal da oferta da produção obtido com a ocupação de N homens, formando o que
chamou a função da oferta global-.
V
interseção daquelas curvas. Aquela in
.li
terseção exprime a sua "procura efeti
PIJ
va". Quando a teoria clássica assevera
que "a oferta cria a sua própria procu ra", explicava apenas, noutras pala vras que
econômicos ? Ao invés de procurar as razões históricas daquela tirania, foi
^ás de razões puramente especulativas. Quem procura, acha, diz o provérbio. Eis então uma das razões por que se
Ecokómico
IX
Coin|.enKn(;ão, «morlizai-ão, roport asiião c incldêncln ]osú Luiz de Almeida Nogueira roRTO
f (N) = F (N) H
para quaisquer valores de N. Isto é, qualquer que fosse o volume de ocupa ção.
O fenômeno sc enquadraria, de acôr-
do com a interpretação cie Ke^mes, na teoria geral da oferta e da procura de mercadorias. Ac|uclo ponto do interseção
das duas curvas dá o valor de equilíbrio da ocupação (emprégo). E' nes.se ponto que vai incidir a fôr-
posição. Mas, se é verdade que o "coice" da repercussão, isto é, a repercussão
VIMOS, em artigo anterior, quais as
do impôsto repercutido, não pode ser
as reaçries naturais dc uma pessoa
se dá com os primeiros reflexos de um
sujeita a um impôsto. Procura, em pri meiro lugar, deixar dc pagá-lo, quer pe lo abandono da atividade que deu lugar à imposição, quer pela sonegação pura o simples. Não o conseguindo, trata de fazer com que outrem suporte os en
apreciado com e.xatidão, o mesmo não tributo. Êstes podem e devem ser pre vistos e há determinadas,leis que regem
o fenômeno e que se manifestam, se nao com uma infalibilidade matemática, pelo menos com a mesma constância das de mais leis econômicas.
Depois, estabelece a outra, a função
tais da Escola Clássica, a ponto de se
^ jyrocura global, em que relaciona o
cargos, passando-o adiante na primeira oportunidade que se lhe oferecer e, se ainda isso fôr impossível, então cuida dc aumentar ou aperfeiçoar sua ativida
falar num susto branco entre os raros
repercussão, conforme o modo pelo qual
volume de ocupação N, com D, que
de dc modo a compensar o ônus a que
liberais
representa os réditos previstos para a
nos, numa "revolução" keynesiana.
ficou sujeita. Só não havendo possibili dade de qualquer dessas soluções ô que
ela se proeessa, em repercussão pera a frente, repercussão para trás e repercu
se conforma cm suportar o impôsto,
são cm supcifície.
com a conseqüente redução de sua ca pacidade aquisitiva. Estudamos já os fenômenos da eva são e da compensação e um dos aspec
que se realiza na mesma direção do pro cesso da economia, isto é, do produtor para o consumidor, do vendedor para o
Z = f (N)
ça crítica do autor, na sua celebrada
dissenção com os po.stulados fundamen
completamente
manchesteria-
produção planeada : (Continua no próximo ntUnero) D =: F (N)
Conseqüência ? O empresário busca o piaximo de lucro — e êste é dado pela
NOTA. — As citações feitas da General Theory of Employmenl, Inleresl ««a Money foram da edição de 1935 — Harcourt, Brace and Co., New York.
^ ^ *
Os financistas coshunam classificar a
A repercussão para a frente^ é aquela
comprador, do locador para o locatário, daquele que oferece aquele que zação do impôsto". Resta analisar a re enfim percussão propriamente dita, isto é, a procura. A repercussão para tras é a
tos da repercussão; a chamada "amorti
transferência do imposto a outrem, pe
que segue o caminho inverso e a reper
cussão em supeificie é a que se processa realiza um ato criador da incidência ou' sobre intermediários que irão, por sua
lo contribuinte direto, cada vez^ que se
relativo a coisa ou operação sujeita ao impôsto.
E' bastante difícil acompanhar o fe nômeno repercussão em todos os seus reflexos e conseqüências, de modo a sa conhecer, exatamente, quem, em úl tima análise, sofre os encargos da im
màüMiilé
vez, passar adiante os ônus.
Exemplos das três modalidades: 1. ) O fabricante que pagou determinado impôsto de consumo sobre seu produto e o vende a um consumidor, inclui, no preço da venda, o impôsto pago, reper-
cutindo-o, portanto, para a frente. 2.®)
7^3
Diccsto
cardo dominou tírânicamente o pensa mento econômico do Ocidente, dando-
lhe as diretivas atuais. Mas por que Keynes não indagou das causas dessa tira
nia ? Por que não buscou ver que havia interesse" nessas explicações que se davam do desenvolvimento
dos fatos
nceítou aquela explicação: o preço da procura global se ajusta, automàtica^6nte, ao preço da oferta global. Daí partimos. Keynes relaciona o preço to tal da oferta da produção obtido com a ocupação de N homens, formando o que
chamou a função da oferta global-.
V
interseção daquelas curvas. Aquela in
.li
terseção exprime a sua "procura efeti
PIJ
va". Quando a teoria clássica assevera
que "a oferta cria a sua própria procu ra", explicava apenas, noutras pala vras que
econômicos ? Ao invés de procurar as razões históricas daquela tirania, foi
^ás de razões puramente especulativas. Quem procura, acha, diz o provérbio. Eis então uma das razões por que se
Ecokómico
IX
Coin|.enKn(;ão, «morlizai-ão, roport asiião c incldêncln ]osú Luiz de Almeida Nogueira roRTO
f (N) = F (N) H
para quaisquer valores de N. Isto é, qualquer que fosse o volume de ocupa ção.
O fenômeno sc enquadraria, de acôr-
do com a interpretação cie Ke^mes, na teoria geral da oferta e da procura de mercadorias. Ac|uclo ponto do interseção
das duas curvas dá o valor de equilíbrio da ocupação (emprégo). E' nes.se ponto que vai incidir a fôr-
posição. Mas, se é verdade que o "coice" da repercussão, isto é, a repercussão
VIMOS, em artigo anterior, quais as
do impôsto repercutido, não pode ser
as reaçries naturais dc uma pessoa
se dá com os primeiros reflexos de um
sujeita a um impôsto. Procura, em pri meiro lugar, deixar dc pagá-lo, quer pe lo abandono da atividade que deu lugar à imposição, quer pela sonegação pura o simples. Não o conseguindo, trata de fazer com que outrem suporte os en
apreciado com e.xatidão, o mesmo não tributo. Êstes podem e devem ser pre vistos e há determinadas,leis que regem
o fenômeno e que se manifestam, se nao com uma infalibilidade matemática, pelo menos com a mesma constância das de mais leis econômicas.
Depois, estabelece a outra, a função
tais da Escola Clássica, a ponto de se
^ jyrocura global, em que relaciona o
cargos, passando-o adiante na primeira oportunidade que se lhe oferecer e, se ainda isso fôr impossível, então cuida dc aumentar ou aperfeiçoar sua ativida
falar num susto branco entre os raros
repercussão, conforme o modo pelo qual
volume de ocupação N, com D, que
de dc modo a compensar o ônus a que
liberais
representa os réditos previstos para a
nos, numa "revolução" keynesiana.
ficou sujeita. Só não havendo possibili dade de qualquer dessas soluções ô que
ela se proeessa, em repercussão pera a frente, repercussão para trás e repercu
se conforma cm suportar o impôsto,
são cm supcifície.
com a conseqüente redução de sua ca pacidade aquisitiva. Estudamos já os fenômenos da eva são e da compensação e um dos aspec
que se realiza na mesma direção do pro cesso da economia, isto é, do produtor para o consumidor, do vendedor para o
Z = f (N)
ça crítica do autor, na sua celebrada
dissenção com os po.stulados fundamen
completamente
manchesteria-
produção planeada : (Continua no próximo ntUnero) D =: F (N)
Conseqüência ? O empresário busca o piaximo de lucro — e êste é dado pela
NOTA. — As citações feitas da General Theory of Employmenl, Inleresl ««a Money foram da edição de 1935 — Harcourt, Brace and Co., New York.
^ ^ *
Os financistas coshunam classificar a
A repercussão para a frente^ é aquela
comprador, do locador para o locatário, daquele que oferece aquele que zação do impôsto". Resta analisar a re enfim percussão propriamente dita, isto é, a procura. A repercussão para tras é a
tos da repercussão; a chamada "amorti
transferência do imposto a outrem, pe
que segue o caminho inverso e a reper
cussão em supeificie é a que se processa realiza um ato criador da incidência ou' sobre intermediários que irão, por sua
lo contribuinte direto, cada vez^ que se
relativo a coisa ou operação sujeita ao impôsto.
E' bastante difícil acompanhar o fe nômeno repercussão em todos os seus reflexos e conseqüências, de modo a sa conhecer, exatamente, quem, em úl tima análise, sofre os encargos da im
màüMiilé
vez, passar adiante os ônus.
Exemplos das três modalidades: 1. ) O fabricante que pagou determinado impôsto de consumo sobre seu produto e o vende a um consumidor, inclui, no preço da venda, o impôsto pago, reper-
cutindo-o, portanto, para a frente. 2.®)
-7^
78
O comerciante que compra certo pro
duto do agricultor pagando o imposto de vendas e consignações, desconta des te o valor do imposto que teve de pagí*' ' .zendo, assim, repercutir o impos to ,..ira trás. 3.^) Um comerciante ataca
dista que vende a um varejista, faz re^•^rctitir sôbre este os impostos que te-
nha pago, mas o varejista, por sua vez, os descarregará sobre o consumidor ou
sôbre outro comerciante, E' o que se chama repercussão em superfície. Essa distinção não oferece grande interêsse prático. Nunca se pode saber í
Se quem.pagou, aparentemente em de
finitivo, o imposto, irá ou não reper cuti-lo sôbre outrem e, assim tôdas as repercussões poderiam ser consideradas
corno em superfície. Aquele produtor
a^ícola, que sabe que o comerciante
irá cobrar dêle o imposto que pagou sô bre as mercadorias de sua produção, * talvez tenha, previamente, majorado seus preços para compen.sar o. desconto.
O operário que é obrigado a comprar
Dicksto EcoNÓNrtco
Digesto Econômico
^ ^
portanto, dc 10%. Sôbre essas vendas, porém, é criado um impô.sto etiuivalcncie terá do considerar como incorporada
da repercussão, que foi muito bem foca lizado por Bertrand Xogaro em seu
ao preço du custo de seus produtos.
"Problèmes Contcmporains des Finan-
«et de Cr$ 1.100.000,00 c seu preço de venda, mantida a mesma margem de
cia, mas sim a tendência para o arre dondamento das quantias para maiores facilidades dc tròco e de contabilidade. Finalmente, outra causa duo ui-
Os consumidores sofreião o ônus, nao
lisando. é a circunstancia de os comer-
ccs Publiques": a chamada "dupla inci
dência", fenômeno que, do modo algum, SC pode confundir com o que é assim dc.signado comumcnte, como sinônimo" de "bitribnlação" ou dc "siiperlributa-
Nesse caso, seu preço do custo passara a
lucro dc 10%. de Cr$_ 1.210.000.00. bui para o fenômeno que \imos ana apenas dos Cr$ 100.000.00 ctirrespondentes ao impôsto, mas de mais Cr? . •
ção" e que consiste na aplicação de
10.000,00 correspondentes no lucro do
mais de um impôsto sobre a mesma base
comerciante sôbre o próprio impôsto.
dc incidência.
Oiiando se trate dc impostos "ad valo rem", sobre preço dc \'enda, êsse proces
O fenômeno da "dupla incidência"
consiste no agravamento do impôsto re
percutido, pelo contribuinte direto, au ferindo êsle, por tal forma, maior lucro. A experiência tem demonstrado que, muito freqüentemente, um impôsto sô
bre um determinado bem majora o preço de venda dêsto em muito mais do que o seu montante e isso resulta de vários motivos.
dutor 8 pelo comerciante, talvez venha a exigir salário mais elevado, a fim de arcar com esses ônus suplementares. O
dustrial fixe seu lucro em 10% do preço
comerciante que pensa estar repercutin
de custo de seus produtos. Aumentando o preço de custo em conseqüência de
Um dêles 6 resultante
determinado impôsto, claro está que o
so nunca pode dar um resultado absolu tamente
mais elevado, então
cobrir o impôsto, maior também será o impôs to a ser pago. ^
cutidos passam a re-
Outra causa da du
acrescenta, se as con
percutir e o produtor OU
damento de frações nas vendas a varejo, muitas vezes por falta do moeda divisionária. Foi. o que acon
gem de lucro, cobrar, digamos, 130
Por exemplo: um comerciante vende
ção, devemos contentar-nos com o es
normalmente mercadorias que lhe cus taram Cr$ 1.000.000,00, por Cr$ .... 1.100.000,00, com a margem de lucro,
réis pela caixa de fósforos. Como, po-
que ambos conservassem a mesma mar ròm, não havia moeda divisionária cor
respondente a essa quantia, o preço do artigo subiu para 200 réis. É um caso
i
permitirem, uma razoá
vel margem para co
brir futuros tributos e
majorações.
teceu, por exemplo, com o fósforo. No tempo em que as caixas de fósforos
cante e para o comerciante. Elevado que foi o tributo, necessário seria, para
vendedor ainda
dições do mercado o
pla incidência" é a neUssidado do arredon
de todos os efeitos e reflexos da imposi qu9 a regem.
\'ido a um imposto todos os impostos an teriormente nao reper
correspondente a êsse próprio impôsto.
tudo da primeira repercussão e das leis
porém, há necessidade de alterámos dc-
'
quanto maior fòr o preço do venda para
custavam um tostão, o impôsto de con sumo, que sôbre elas incidia, permitia sofrível margem de lucro para o fabri
pagar para refazer seus estoques. Dada a impraticabilidadò de previsão
ciante.s e produtores \ alerem-se da opor tunidade dc rever seus preços, por efeito de uma imposição, para majorá-los. Os preços têm uma tendência para a inér cia. motivo pelo qual os impostos baixos ccralmcntc não repercutem. Quando,
exalo, pois
lucro aumenta, com reflexos sôbre o preço de venda, muito embora a base percentual do lucro continue a mesma. Então, o consumidor sofrerá, não só a repercussão do impôsto, como também pagará ao vendedor a margem de lucro
aumento de suas despesas pessoais e do preço mais elevado que é obrigado a
Nem sempre é a falta de moeda di visionária que acarreta essa conseqüên
te a Cr^ 100.000.00, quantia essa que
do cálculo percentual do lucro em fun ção do preço de custo. Suponhamos que um determinado comerciante ou in
mente suportando através do maior sa
cional ao impôsto.
fenômeno, cumpre ressaltar um aspecto
todos os generos por preço mais caro,
lário que paga aos seus empregados, do
típico de repercussão mais que propor
Ante.s de entrarmos na análise dêsse
devido ao impôsto repercutido pelo pro
do todos os impostos que sôbre êle pe sam, talvez se engane,e os esteja real
79
Hí * *
A repercussão depende da natureza do impôsto e do jôgo da oferta e da procura.
^
Paul Hugon, em sua obra O Im- ■{
pôsto" analisa, com muita precisão e clareza, o fenômeno, quer em função da natiu-eza do impôsto, quer em função da matéria a êle sujeita.
,
Tendo em vista a natureza do im- JN pôsto, Hugon conclui que;
I
-7^
78
O comerciante que compra certo pro
duto do agricultor pagando o imposto de vendas e consignações, desconta des te o valor do imposto que teve de pagí*' ' .zendo, assim, repercutir o impos to ,..ira trás. 3.^) Um comerciante ataca
dista que vende a um varejista, faz re^•^rctitir sôbre este os impostos que te-
nha pago, mas o varejista, por sua vez, os descarregará sobre o consumidor ou
sôbre outro comerciante, E' o que se chama repercussão em superfície. Essa distinção não oferece grande interêsse prático. Nunca se pode saber í
Se quem.pagou, aparentemente em de
finitivo, o imposto, irá ou não reper cuti-lo sôbre outrem e, assim tôdas as repercussões poderiam ser consideradas
corno em superfície. Aquele produtor
a^ícola, que sabe que o comerciante
irá cobrar dêle o imposto que pagou sô bre as mercadorias de sua produção, * talvez tenha, previamente, majorado seus preços para compen.sar o. desconto.
O operário que é obrigado a comprar
Dicksto EcoNÓNrtco
Digesto Econômico
^ ^
portanto, dc 10%. Sôbre essas vendas, porém, é criado um impô.sto etiuivalcncie terá do considerar como incorporada
da repercussão, que foi muito bem foca lizado por Bertrand Xogaro em seu
ao preço du custo de seus produtos.
"Problèmes Contcmporains des Finan-
«et de Cr$ 1.100.000,00 c seu preço de venda, mantida a mesma margem de
cia, mas sim a tendência para o arre dondamento das quantias para maiores facilidades dc tròco e de contabilidade. Finalmente, outra causa duo ui-
Os consumidores sofreião o ônus, nao
lisando. é a circunstancia de os comer-
ccs Publiques": a chamada "dupla inci
dência", fenômeno que, do modo algum, SC pode confundir com o que é assim dc.signado comumcnte, como sinônimo" de "bitribnlação" ou dc "siiperlributa-
Nesse caso, seu preço do custo passara a
lucro dc 10%. de Cr$_ 1.210.000.00. bui para o fenômeno que \imos ana apenas dos Cr$ 100.000.00 ctirrespondentes ao impôsto, mas de mais Cr? . •
ção" e que consiste na aplicação de
10.000,00 correspondentes no lucro do
mais de um impôsto sobre a mesma base
comerciante sôbre o próprio impôsto.
dc incidência.
Oiiando se trate dc impostos "ad valo rem", sobre preço dc \'enda, êsse proces
O fenômeno da "dupla incidência"
consiste no agravamento do impôsto re
percutido, pelo contribuinte direto, au ferindo êsle, por tal forma, maior lucro. A experiência tem demonstrado que, muito freqüentemente, um impôsto sô
bre um determinado bem majora o preço de venda dêsto em muito mais do que o seu montante e isso resulta de vários motivos.
dutor 8 pelo comerciante, talvez venha a exigir salário mais elevado, a fim de arcar com esses ônus suplementares. O
dustrial fixe seu lucro em 10% do preço
comerciante que pensa estar repercutin
de custo de seus produtos. Aumentando o preço de custo em conseqüência de
Um dêles 6 resultante
determinado impôsto, claro está que o
so nunca pode dar um resultado absolu tamente
mais elevado, então
cobrir o impôsto, maior também será o impôs to a ser pago. ^
cutidos passam a re-
Outra causa da du
acrescenta, se as con
percutir e o produtor OU
damento de frações nas vendas a varejo, muitas vezes por falta do moeda divisionária. Foi. o que acon
gem de lucro, cobrar, digamos, 130
Por exemplo: um comerciante vende
ção, devemos contentar-nos com o es
normalmente mercadorias que lhe cus taram Cr$ 1.000.000,00, por Cr$ .... 1.100.000,00, com a margem de lucro,
réis pela caixa de fósforos. Como, po-
que ambos conservassem a mesma mar ròm, não havia moeda divisionária cor
respondente a essa quantia, o preço do artigo subiu para 200 réis. É um caso
i
permitirem, uma razoá
vel margem para co
brir futuros tributos e
majorações.
teceu, por exemplo, com o fósforo. No tempo em que as caixas de fósforos
cante e para o comerciante. Elevado que foi o tributo, necessário seria, para
vendedor ainda
dições do mercado o
pla incidência" é a neUssidado do arredon
de todos os efeitos e reflexos da imposi qu9 a regem.
\'ido a um imposto todos os impostos an teriormente nao reper
correspondente a êsse próprio impôsto.
tudo da primeira repercussão e das leis
porém, há necessidade de alterámos dc-
'
quanto maior fòr o preço do venda para
custavam um tostão, o impôsto de con sumo, que sôbre elas incidia, permitia sofrível margem de lucro para o fabri
pagar para refazer seus estoques. Dada a impraticabilidadò de previsão
ciante.s e produtores \ alerem-se da opor tunidade dc rever seus preços, por efeito de uma imposição, para majorá-los. Os preços têm uma tendência para a inér cia. motivo pelo qual os impostos baixos ccralmcntc não repercutem. Quando,
exalo, pois
lucro aumenta, com reflexos sôbre o preço de venda, muito embora a base percentual do lucro continue a mesma. Então, o consumidor sofrerá, não só a repercussão do impôsto, como também pagará ao vendedor a margem de lucro
aumento de suas despesas pessoais e do preço mais elevado que é obrigado a
Nem sempre é a falta de moeda di visionária que acarreta essa conseqüên
te a Cr^ 100.000.00, quantia essa que
do cálculo percentual do lucro em fun ção do preço de custo. Suponhamos que um determinado comerciante ou in
mente suportando através do maior sa
cional ao impôsto.
fenômeno, cumpre ressaltar um aspecto
todos os generos por preço mais caro,
lário que paga aos seus empregados, do
típico de repercussão mais que propor
Ante.s de entrarmos na análise dêsse
devido ao impôsto repercutido pelo pro
do todos os impostos que sôbre êle pe sam, talvez se engane,e os esteja real
79
Hí * *
A repercussão depende da natureza do impôsto e do jôgo da oferta e da procura.
^
Paul Hugon, em sua obra O Im- ■{
pôsto" analisa, com muita precisão e clareza, o fenômeno, quer em função da natiu-eza do impôsto, quer em função da matéria a êle sujeita.
,
Tendo em vista a natureza do im- JN pôsto, Hugon conclui que;
I
11 J '
1 ^H
80
Dicesto EcoNó^^co TV.^-'s
repercutem acilmente doespeciais que os gerais, e
m^ •
doelevados que os repercutem moderados,
àciimcnte
ie-f ^ P""'^Í''o caso, o contribuinte sufa f para ÍTipôsto especial maior ^«lidade se evadir de tem seu pagan o desviando seus esforços ou seu
pi
para setores não sujeitos ao gra-
Dr!^ » reduzida oferta, os preços tenderiam a subir, oa que perniida/i'
pennanecessem na atívi-
sAbr^' repercutir o impô.sto que peral' ^ ^ ^^í^^ísse. Ao passo que, sendo flÍT«f ^
não teria o contribuinte evadir do seu pa
na fterta ° ^ que ®ssimpossibilitasse não haveria adiminuição elevação
•ío impXto.
repercussão
d) de sim prcci.são no. momonto em que SC deve processar a rcpercu.s.são.
provocar a repercussão sôbre o mais
Por certo, outros fiitôv»'s influem na
Realmente o isso que sucede. Não só com relação ao impôsto, como também
É muito comum, por e.xemplo, que, no.s empréstimo.s de dinheiro, se esti
repercutem, como o impôsto dc trans
com relação a lòdas as outras parcelas que integram o custo da produção. A rigor, o problema da repercussão está contido no do valor e, portanto, no das cond{(,ôes du oferta e da procura.
missão *'cau.s;i morlis" e o imposto pre
Nenhuma razão e.xiste para se considerar
dial sobre a casa j^rópria di- residência.
separadamente o impôsto das demais parcelas que integram o custo da pro
lados |x>r quem os pagou. A ligação entre a operação e o impôsto é quase decisi\a na repercussão.
pulo que o impôsto cedular, sôbre a
renda decorrente dos juros, corra por conta do devedor, mas ninguém se lembra de fazer correr também por sua conta o impôsto complementar progres sivo.
É, aliás, mais freqüente que o contri
buinte faça repercutir o impôsto de renda que pagou como pessoa jurídica do que o que teve de suportar como
Há, por exemplo, Impostos que não
Outros existem em q»ic a repercussão é
pràticamcntc impossível, como o impôsto
dução e é curioso notar que, ao passo
de renda das pessoas físicas. Outros, ainda, em que a repercussão é fácil c
que se estuda e analisa a repercussão do
quase fatal, como são os impostos in
dos valores locativos e de lôdas as ou
Q impôsto de vendas c consignações e, finalmente, a repercussão de certos im
tras parcelas que integram as desperas gerais de uma empresa e, por conse
Sendo módico
° contribuinte direto prefere
comercial, como é o caso do nosso im-
dições relacionadas com o impôsto em
por Laufenburger ("Préois d'Economie et de Legjslation Financières"):
imni próximos estãomais cs mpostos do movimento comercial, tàcilmente serão incoqporados à transaÇao e. por conseqüência, repercutidos; ^ o) quanto mais imprecisos forem os impostos que oneram determinada tran sação, mais dificilmente eles repercutem. A e.xperiência tem demonstrado o acêrto da primeira observação. São os
impostos que pesam sôbre as ativida
des comerciais e, muito especialmente, sôbre as operações comerciais, os que
pô.stQ de vendas e consignações, por exemplo, repercutem com maior facili
dade do que os dependentes de apura ção posterior. Um contribuinte do im pôsto de renda, digamos, não tem a menor noção sôbre o aumento que deve
do consumo.
Essa-s, contudo, são as principais con
si que facilitam ou dificultam a reper cussão. .■H
*
A-
fazer no preço de seus produtos para compensar o impôsto, pois não pode
condições do seu mercado, o que vale
repercussão o objeto da imposição e as
gem de lucro líquido e nem quanto pa
dizer, as condições cm que se processam
gará de impôsto no total.
ços sujeitos ao tributo.
Vemos assim que, em função da na tureza do impôsto, a repercussão de pende;
a) da extensão de sua base de apKcação;
fc) de seu "quantum";
c) de sua relação com as operações comerciais; .
a oferta e a procura dos bens ou servi "A cada transação — escreve Hugon
Voltando, porém, ao que dizíamos de início: A repercussão depende das con dições da procura e da oferta e essas condições se e.xprimem pelo seu grau do elasticidade.
A procura de um certo artigo é elástica, quando as oscilações no preço ó ínelástica quando as oscilações de
preço não alteram sensivelmente a pro cura.
Assim sendo, os impostos que incidem sôbre bens ou serviços de procura elás tica, repercutem mais dificilmente do
que os que recaem sôbre bens ou ser viços de procura ínelástica.
Essa con
as duas partes em presença lutam
seqüência é óbvia, pois se o aumento de preços decorrente do impôsto faria
carregá-lo na outra parte que, por sua
procura õ preço é menor — o pagador do impôsto não poderia repercuti-lo,
para não pagá-lo (o impôsto): o pa gador do impôsto esforça-se por des vcz, resistirá para impedir essa reper cussão.
Dos dois,
o mais forte, do
ponto de vista econômico, conseguirá •Slliit-.'.
qüência, o custo de sua produção.
fazem oscilar inversamente a procura, e
Além dos característicos do impôsto, têm influência decisiva no fenômeno da
saber, em cada operação, qual sua mar
-impôsto, nenhuma atenção se dispensa às repercussões dos saUírios, dos fretes,
diretos cm geral e muito especialmente
sucede no Bra.sil cm relação ao impôsto
juntar PO"' maisoobos duas, financistas, apontada
fraco."
repercussão c só o estudo de cada tipo de impôsto poderia dar uma idéia mais precisa da.s condições da tributação cm si que influem no fenômeno.
Também a segunda observação é acertada. Aquôles impostos cujo mon tante aparece nítido em cada transação
^ --cia, a
Xio cie proprio, os encargos. ^ alit observações de Hugon,
Bodem pode™ se
81
postos c até determinada por lei, como
tendêSa""!?^ conseqüência resulta da
não alf
ECONÓNnCO
pessoa física.
qne Tlf'
■ o imnA.f
melhor repercutem. Ao pas.so que aquâles que incidem sôbre o indivíduo em si ou sôbre coisas ou bens estranhos às transações habituai.s-, tendem a ser supor-
OlíJESTO
reduzir a procura — e havendo menos
pois isso implicaria em aumento de preço.
11 J '
1 ^H
80
Dicesto EcoNó^^co TV.^-'s
repercutem acilmente doespeciais que os gerais, e
m^ •
doelevados que os repercutem moderados,
àciimcnte
ie-f ^ P""'^Í''o caso, o contribuinte sufa f para ÍTipôsto especial maior ^«lidade se evadir de tem seu pagan o desviando seus esforços ou seu
pi
para setores não sujeitos ao gra-
Dr!^ » reduzida oferta, os preços tenderiam a subir, oa que perniida/i'
pennanecessem na atívi-
sAbr^' repercutir o impô.sto que peral' ^ ^ ^^í^^ísse. Ao passo que, sendo flÍT«f ^
não teria o contribuinte evadir do seu pa
na fterta ° ^ que ®ssimpossibilitasse não haveria adiminuição elevação
•ío impXto.
repercussão
d) de sim prcci.são no. momonto em que SC deve processar a rcpercu.s.são.
provocar a repercussão sôbre o mais
Por certo, outros fiitôv»'s influem na
Realmente o isso que sucede. Não só com relação ao impôsto, como também
É muito comum, por e.xemplo, que, no.s empréstimo.s de dinheiro, se esti
repercutem, como o impôsto dc trans
com relação a lòdas as outras parcelas que integram o custo da produção. A rigor, o problema da repercussão está contido no do valor e, portanto, no das cond{(,ôes du oferta e da procura.
missão *'cau.s;i morlis" e o imposto pre
Nenhuma razão e.xiste para se considerar
dial sobre a casa j^rópria di- residência.
separadamente o impôsto das demais parcelas que integram o custo da pro
lados |x>r quem os pagou. A ligação entre a operação e o impôsto é quase decisi\a na repercussão.
pulo que o impôsto cedular, sôbre a
renda decorrente dos juros, corra por conta do devedor, mas ninguém se lembra de fazer correr também por sua conta o impôsto complementar progres sivo.
É, aliás, mais freqüente que o contri
buinte faça repercutir o impôsto de renda que pagou como pessoa jurídica do que o que teve de suportar como
Há, por exemplo, Impostos que não
Outros existem em q»ic a repercussão é
pràticamcntc impossível, como o impôsto
dução e é curioso notar que, ao passo
de renda das pessoas físicas. Outros, ainda, em que a repercussão é fácil c
que se estuda e analisa a repercussão do
quase fatal, como são os impostos in
dos valores locativos e de lôdas as ou
Q impôsto de vendas c consignações e, finalmente, a repercussão de certos im
tras parcelas que integram as desperas gerais de uma empresa e, por conse
Sendo módico
° contribuinte direto prefere
comercial, como é o caso do nosso im-
dições relacionadas com o impôsto em
por Laufenburger ("Préois d'Economie et de Legjslation Financières"):
imni próximos estãomais cs mpostos do movimento comercial, tàcilmente serão incoqporados à transaÇao e. por conseqüência, repercutidos; ^ o) quanto mais imprecisos forem os impostos que oneram determinada tran sação, mais dificilmente eles repercutem. A e.xperiência tem demonstrado o acêrto da primeira observação. São os
impostos que pesam sôbre as ativida
des comerciais e, muito especialmente, sôbre as operações comerciais, os que
pô.stQ de vendas e consignações, por exemplo, repercutem com maior facili
dade do que os dependentes de apura ção posterior. Um contribuinte do im pôsto de renda, digamos, não tem a menor noção sôbre o aumento que deve
do consumo.
Essa-s, contudo, são as principais con
si que facilitam ou dificultam a reper cussão. .■H
*
A-
fazer no preço de seus produtos para compensar o impôsto, pois não pode
condições do seu mercado, o que vale
repercussão o objeto da imposição e as
gem de lucro líquido e nem quanto pa
dizer, as condições cm que se processam
gará de impôsto no total.
ços sujeitos ao tributo.
Vemos assim que, em função da na tureza do impôsto, a repercussão de pende;
a) da extensão de sua base de apKcação;
fc) de seu "quantum";
c) de sua relação com as operações comerciais; .
a oferta e a procura dos bens ou servi "A cada transação — escreve Hugon
Voltando, porém, ao que dizíamos de início: A repercussão depende das con dições da procura e da oferta e essas condições se e.xprimem pelo seu grau do elasticidade.
A procura de um certo artigo é elástica, quando as oscilações no preço ó ínelástica quando as oscilações de
preço não alteram sensivelmente a pro cura.
Assim sendo, os impostos que incidem sôbre bens ou serviços de procura elás tica, repercutem mais dificilmente do
que os que recaem sôbre bens ou ser viços de procura ínelástica.
Essa con
as duas partes em presença lutam
seqüência é óbvia, pois se o aumento de preços decorrente do impôsto faria
carregá-lo na outra parte que, por sua
procura õ preço é menor — o pagador do impôsto não poderia repercuti-lo,
para não pagá-lo (o impôsto): o pa gador do impôsto esforça-se por des vcz, resistirá para impedir essa reper cussão.
Dos dois,
o mais forte, do
ponto de vista econômico, conseguirá •Slliit-.'.
qüência, o custo de sua produção.
fazem oscilar inversamente a procura, e
Além dos característicos do impôsto, têm influência decisiva no fenômeno da
saber, em cada operação, qual sua mar
-impôsto, nenhuma atenção se dispensa às repercussões dos saUírios, dos fretes,
diretos cm geral e muito especialmente
sucede no Bra.sil cm relação ao impôsto
juntar PO"' maisoobos duas, financistas, apontada
fraco."
repercussão c só o estudo de cada tipo de impôsto poderia dar uma idéia mais precisa da.s condições da tributação cm si que influem no fenômeno.
Também a segunda observação é acertada. Aquôles impostos cujo mon tante aparece nítido em cada transação
^ --cia, a
Xio cie proprio, os encargos. ^ alit observações de Hugon,
Bodem pode™ se
81
postos c até determinada por lei, como
tendêSa""!?^ conseqüência resulta da
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ECONÓNnCO
pessoa física.
qne Tlf'
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melhor repercutem. Ao pas.so que aquâles que incidem sôbre o indivíduo em si ou sôbre coisas ou bens estranhos às transações habituai.s-, tendem a ser supor-
OlíJESTO
reduzir a procura — e havendo menos
pois isso implicaria em aumento de preço.
I
a'
Dicusto Económicx)
82
Já o contrário sucede, em relato aos artigos de procura inelástica. As ele vações de preço não fazem cair sensi
velmente a procura e, assim, o pagador do imposto pode, tranqüilamente, repcrcuti-lo, sem temor de encontrar menos
compradores para seus produtos. Os gêneros de primeira necessidade, em geral, e os artigos de luxo são de procura inelástica, ao passo que os artigos de confôrto são de procura elás tica. Isso se explica porque os compra
dores de artigos de primeira necessidade fazem mais questão do artigo em si do que de seu preço; os compradores de artigos de luxo, fazem questão do artigo o não fazem questão do preço e os compradores de artigos de confôrto fa zem mais questão do preço do que do
artigo. Daí resulta que os impostos que incidem sobre gêneros de primeira ne
cessidade e mercadorias de luxo reper cutam com muito maior facilidade do
que os que recaem sôbre artigo.s de confôrto e de utilidade.
Laufenburger interpreta como sendo
melhor do que os que incidem sôbre bens ou serviços de oferta inelástica.
83
Dicesto Econômico
cus.são. O mudo pi'lu (piai se processa a oferta, cm regime dc concorrência ou de monopólio, as vantagens diferenciais
valor, ma.s incgávclmente tem*niuito de verdadeira.
lizados são de oferta mais elástica do
de determinada produção, as relações
A tendência dos economistas é para darem pouca importância ao custo da
que os produto.s agrícolas, em grande parte porque estes dependem do ciclo
entre as quantidades produzidas e .seu
produção como elemento determinante
custo íão aspectos interessantes e que
das safras ou então porque o tempo
merecem ser estudados em uniu análise
do valor. Prefere-se, em geral invocar a lei da oferta o da procura ou a utili
que mcdcia entre o plantio e a colheita não permite uma previsão das condições
mais aprofundada do (pie esta.
Em regra geral, os produtos industria
do mercado por ocasião desta. É o caso do café, por exemplo. As oscilações de seu preço não podem fa/.er com que a
dade final.
Mas, a verdade é que o
estudo do fenômeno da repercussão do
impôsto perderia lodo o interèsse se o preço de custo não tivesse influência de
* t.
oferta aumente do dia para a noite.
No que diz. respeito à oferta, porém, não só o grau de sua elasticidade deve
Assistimos, atualmente, a iiina elevação
ser levado em conta. Bertrand Nogaro
cisiva no valor dos bens e serviços.
Nogaro tira de sua tcíoria uma cxinse-
quêiK^ia pratica: a necessidade da mo
considerável dos preços désse produto
aponta um elemento novo, que é o cia
deração dos impostos que pesam sobre
sem que se verifique um corresponden
"determinação" do proçx).
Diz èlc (pie
a agricultura, já que nos preços de seus
te aumento de produção. Claro está que no presente momento
em relação aos produtos manufaturados, a oferta o a procura tendem a .se man ter em equilíbrio o que o preço dc venda ó estabelecido com rigor, inclusive a
produtos nunca se incluem os impostos. Claro está que essa afirmativa deve ser
ó possível a rcpercução de todos os im postos que pe.sam sobre o café, mas isso é função da procura e não da ofertaInversamente, os produtos industriais
são de oferta elástica. O industrial, via
do regra, pode oferecer maior ou me nor quantidade de produtos à venda c. por conseqüência, pode, com maior fa
entendida em têrmos. O preço não se
oleva em razão do impôsto, mas claro
margem de lucro. Como a iniciatii-a da
está que, em muitos casos, o preço do
fixação do preço, cabe via dc regra, ao vendedor, este, salvo excessão, in-
ainda deixa um lucro-ao produtor. Êsse
(Xirpora o impô.sto ao preço, fazendo-o portanto, repercutir. Enquanto isso o oposto verifica-se em relação aos pro
mercado dá para cobrir o impôsto e
preço, porém, seria sensivelmente o mes mo, com ou sem impôsto para os pro dutos agrícolas.
para atenuar os efeitos, socialmente in
cilidade, manobrar os preço.s para neles
dutos agrícolas em geral. O produtor
justos, da amputação dos rendimentos
incluir o impôsto. Aliás, convém obser
* * *
das classes pobres, decorrente da re
var que, como sucede na maioria dos
não conhece exatamente o preço de custo e as relações entre a oferta c a
percussão dos impostos sôbre gêneros de primeira necessidade, que o legisla dor concede isenção do impòsto de ren da para os pequenos rendimentos.
países, o produtor agrícola dispõe de
procura modificam-se constantemente.
Dessa rápida exposição sôbre o fenô meno da repercussão do impôsto po demos concluir que, de um modo geral, os impostos que repercutem mais £à-
* * *
Diz-se que a oferta de um produto é elástica, quando as oscilações de preço fazem oscilar diretamente a quantidade
da oferta, e q^® ® inelastica, quando as oscilações de preço não afetam sensi velmente as condições de oferta.
O--: impostos que incidem sôbre bens e serviços de oferta elástica repercutem
menores reservas econômicas do que o produtor industrial. Assim, este tem sempre possibilidade de esperar mais para vender seus artigos, conservando-os mais tempo em estoque até encontrar
preço que cubra, além de seu lucro, o impôsto que pagou, o que não sucede em relação ao produtor agrícola. "
É o jôgo da oferta e da procura que determina o preço, c o custo da produ
ção não desempenha nesse mecanismo um papel decisivo. Assim sendo, um
cilmente são os impostos elevados, es
elemento tão fraco do custo da produ
peciais e precisos, que tenham por base
ção como é o impôsto, não tem influên
de incidência uma operação comercial,
cia alguma no preço de venda e o im
versando sôbre artigos industriais de pri
pôsto não repercute.
meira necessidade ou de luxo.
Essa concepção de Nogaro é revolu :lí
Hí
cionária, no que diz respeito à noção de
Há ainda muitos aspectos, relaciona dos com a oferta e sua elasticidade, que têm influência no fenômeno da reperimiiii
Essa, pelo menos, é a regra geral, em bora cheia de exceções.
I
a'
Dicusto Económicx)
82
Já o contrário sucede, em relato aos artigos de procura inelástica. As ele vações de preço não fazem cair sensi
velmente a procura e, assim, o pagador do imposto pode, tranqüilamente, repcrcuti-lo, sem temor de encontrar menos
compradores para seus produtos. Os gêneros de primeira necessidade, em geral, e os artigos de luxo são de procura inelástica, ao passo que os artigos de confôrto são de procura elás tica. Isso se explica porque os compra
dores de artigos de primeira necessidade fazem mais questão do artigo em si do que de seu preço; os compradores de artigos de luxo, fazem questão do artigo o não fazem questão do preço e os compradores de artigos de confôrto fa zem mais questão do preço do que do
artigo. Daí resulta que os impostos que incidem sobre gêneros de primeira ne
cessidade e mercadorias de luxo reper cutam com muito maior facilidade do
que os que recaem sôbre artigo.s de confôrto e de utilidade.
Laufenburger interpreta como sendo
melhor do que os que incidem sôbre bens ou serviços de oferta inelástica.
83
Dicesto Econômico
cus.são. O mudo pi'lu (piai se processa a oferta, cm regime dc concorrência ou de monopólio, as vantagens diferenciais
valor, ma.s incgávclmente tem*niuito de verdadeira.
lizados são de oferta mais elástica do
de determinada produção, as relações
A tendência dos economistas é para darem pouca importância ao custo da
que os produto.s agrícolas, em grande parte porque estes dependem do ciclo
entre as quantidades produzidas e .seu
produção como elemento determinante
custo íão aspectos interessantes e que
das safras ou então porque o tempo
merecem ser estudados em uniu análise
do valor. Prefere-se, em geral invocar a lei da oferta o da procura ou a utili
que mcdcia entre o plantio e a colheita não permite uma previsão das condições
mais aprofundada do (pie esta.
Em regra geral, os produtos industria
do mercado por ocasião desta. É o caso do café, por exemplo. As oscilações de seu preço não podem fa/.er com que a
dade final.
Mas, a verdade é que o
estudo do fenômeno da repercussão do
impôsto perderia lodo o interèsse se o preço de custo não tivesse influência de
* t.
oferta aumente do dia para a noite.
No que diz. respeito à oferta, porém, não só o grau de sua elasticidade deve
Assistimos, atualmente, a iiina elevação
ser levado em conta. Bertrand Nogaro
cisiva no valor dos bens e serviços.
Nogaro tira de sua tcíoria uma cxinse-
quêiK^ia pratica: a necessidade da mo
considerável dos preços désse produto
aponta um elemento novo, que é o cia
deração dos impostos que pesam sobre
sem que se verifique um corresponden
"determinação" do proçx).
Diz èlc (pie
a agricultura, já que nos preços de seus
te aumento de produção. Claro está que no presente momento
em relação aos produtos manufaturados, a oferta o a procura tendem a .se man ter em equilíbrio o que o preço dc venda ó estabelecido com rigor, inclusive a
produtos nunca se incluem os impostos. Claro está que essa afirmativa deve ser
ó possível a rcpercução de todos os im postos que pe.sam sobre o café, mas isso é função da procura e não da ofertaInversamente, os produtos industriais
são de oferta elástica. O industrial, via
do regra, pode oferecer maior ou me nor quantidade de produtos à venda c. por conseqüência, pode, com maior fa
entendida em têrmos. O preço não se
oleva em razão do impôsto, mas claro
margem de lucro. Como a iniciatii-a da
está que, em muitos casos, o preço do
fixação do preço, cabe via dc regra, ao vendedor, este, salvo excessão, in-
ainda deixa um lucro-ao produtor. Êsse
(Xirpora o impô.sto ao preço, fazendo-o portanto, repercutir. Enquanto isso o oposto verifica-se em relação aos pro
mercado dá para cobrir o impôsto e
preço, porém, seria sensivelmente o mes mo, com ou sem impôsto para os pro dutos agrícolas.
para atenuar os efeitos, socialmente in
cilidade, manobrar os preço.s para neles
dutos agrícolas em geral. O produtor
justos, da amputação dos rendimentos
incluir o impôsto. Aliás, convém obser
* * *
das classes pobres, decorrente da re
var que, como sucede na maioria dos
não conhece exatamente o preço de custo e as relações entre a oferta c a
percussão dos impostos sôbre gêneros de primeira necessidade, que o legisla dor concede isenção do impòsto de ren da para os pequenos rendimentos.
países, o produtor agrícola dispõe de
procura modificam-se constantemente.
Dessa rápida exposição sôbre o fenô meno da repercussão do impôsto po demos concluir que, de um modo geral, os impostos que repercutem mais £à-
* * *
Diz-se que a oferta de um produto é elástica, quando as oscilações de preço fazem oscilar diretamente a quantidade
da oferta, e q^® ® inelastica, quando as oscilações de preço não afetam sensi velmente as condições de oferta.
O--: impostos que incidem sôbre bens e serviços de oferta elástica repercutem
menores reservas econômicas do que o produtor industrial. Assim, este tem sempre possibilidade de esperar mais para vender seus artigos, conservando-os mais tempo em estoque até encontrar
preço que cubra, além de seu lucro, o impôsto que pagou, o que não sucede em relação ao produtor agrícola. "
É o jôgo da oferta e da procura que determina o preço, c o custo da produ
ção não desempenha nesse mecanismo um papel decisivo. Assim sendo, um
cilmente são os impostos elevados, es
elemento tão fraco do custo da produ
peciais e precisos, que tenham por base
ção como é o impôsto, não tem influên
de incidência uma operação comercial,
cia alguma no preço de venda e o im
versando sôbre artigos industriais de pri
pôsto não repercute.
meira necessidade ou de luxo.
Essa concepção de Nogaro é revolu :lí
Hí
cionária, no que diz respeito à noção de
Há ainda muitos aspectos, relaciona dos com a oferta e sua elasticidade, que têm influência no fenômeno da reperimiiii
Essa, pelo menos, é a regra geral, em bora cheia de exceções.
,.i. iw Ht'"Ky>>^i
-I
^•0 «iprroiTTr
Dicesto Econónoco
:m)1IC3 J. DE Sampaio Ferraz
H um
autor americano contra o atra-
so em seu país da ciência aplicada, em relação ao progresso vertiginoso da ciência nos laboratórios. A fim de justificar sua crítica, foi buscar um exemplo imptessionante na seara que diz respeito
quenos folhetos parciais, para cidades,
da repartição encarregada do estudo de
regiões, Estados, acompanhados de c.xplicações simples, para que o leitor sai
tais fatores. Compete ao meteorologista
processo muito mais complexo da apUcação.
Há também que se levar em
deando, com razão, a utilidade das in
produção econômica constitui a maior
conta a inércia cio conservadorismo. O hábito, por si, ó unr tremendo entrave, e a falta de tempo ou de disposição para mexer no corredio, imobiliza o há
formações cliinatológicas, citauclo os ra
fonte da renda nacional, é lastimável
mos da indústria c do comércio benefi
êsse atraso na aplicação devida da ciên
ciados.
Como muita gente supõe que
^ maior interêsse humano, apoiando-se cm dados estatísticos, não em conside
ciência pura o ciência aplicada, 6 infini
.sòinentü a previsão rende serviços ao público cm geral, timbram aquelas organizaçüe.s em demonstrar a injustiça dessa presunção. Ainda muito recente
rações acadêmicas. Lastimava que en
tamente maior em determinados setores
mente, dizia notável climatologista in
quanto a publicidade científica c a de
glês, referindo-se ao sou país: points of contact bct-
úos "tracers" radiátivos, visando, entre Outros objetivos, esclarecer tantos pon tos ainda obscuros da fisiologia humana
da atividade profissional, e por maior número do motivos, enquadrados, cNàdentementc, os principais, no atraso ge
ral de um país novo, e no m'en ficjiisino oficial. Exemplo berrante do que afir
indu-stry are too numc-
~ apenas uns trezentos hospitais dos
mamos é o da Meteorologia, cuja apU-
carater popular alardeavam o emprego
bito.
No Brasil,
ôsse descompasso, entre
seis mil existentes nos Estados Unidos, cação em benefício da produção econó-
tomavam conhecimento clínico de pre-
Ceitos vitais da fisiologia humana, pre ceitos firmados nos laboratórios de pes
quisa, há vinte anos atrás. E citava com precisão — deixando de os aplicar
nos "operatíng roem and delivery room procedures as well as those involving
dissipar essa ignorância, ruinosa para o
ba interpretar c melhor aproveitar as estatísticas oficiais. Os grandes serviços meteorológicos estrangeiros vivem alar
(Ex-direlor do Serviço Meteorológico da União)
Á POUCO mais de dois anos, clamava
85
rnica é o assunto destas rápidas notas. Não tem sido por falta de advertên cia. Exatamente a êsse mesmo assunto,
dedicamos um capítulo especial, no nos so volume da série "Brasiliana", intitu
lado "Meteorologia Brasileira", publica do em 1935, repetindo os mesmos con-
wecn
climatology
and
rous to rccapitulate in detail, but it may be of ínterest
to
mention
.-
industries
iohich
JuJve
fotind
iooith
A situação mantém-se inalterável. Pa
cia da atmosfera.
Os governos, longe
de apoiarem condignamente êsse \ alioso recurso do ordem técnica, a favor das
classes produtoras, mal se apercebem dele, mantendo os ser\'iços meteorológi cos como repartições burocratizadas, mo destos símbolos do que deveriam ser na realidade. Desculpam-se. com a premêneia de pro blemas muito mais sé
rios a resolver, proble
mas por êles mesmos
,
criados com orientação
administrativa confusa, através de leis malatas, e
dentro do período mais desajustado por que tem atravessado esta grande
ivhilc to establish sttch contacts; they includc
farming in ali its branclies, engineering (especially electrical
power dístributiòn an telephone engi
tho pre-operative and post-operative
ceitos na nova edição de 1945. Dizía-
cares of patients". Esta ausência de aplicação de conhecimentos médicos, ^ntinuou o autor, explica porque um
mos então, isto é, há quinze anos: "De modo geral, são os dados climatoló-
gicos e as previsões de tempo que mais
ple-store trading, transport, forestry
nníco hospital de sua terra lograra em
interessam
and the gas industry".
suas salas de operações a mortalidade
São, igualmente, os elementos mais úteis à população urbana. Quando tra
O Brasil possui quase tôdas essas indú-strias, algumas em pequena escala,
neering), dyeing, manufacture of photographic goods, foodstuffs of various kinds, paper, textiles and sweets, niulti-
i
e resistente terra.
O Estado de São Paulo
possui um
Serwço Regional de Meteorologia, ór
gão da organização federal, mas, por lha faltarem verbas adequadas, suas atividades são apenas as mais rudimen
muitos outros esta taxa se elevava de 50
tamos da climatologia neste volume, in
sem dúvida. Mas, a nossa climatologia
tares. No que lhe compete realizar, dentro do que lhe faculta a meteorolo gia de nossos dias, há ainda quase tudo por fazer em prol da comunidade pau
a 80 para o mesmo número de casos
sistimos na necessidade fundamental,
para lhes ser útil, precisa ser detalhada,
lista.
cirúrgicos.
urgente, inadiável, de se desenvolver o mais possível as séries climatográficas,
clara, e acima de tudo, precisa lhes chegar às mãos. Bem poucas procura
rosas ob-servações meteorológicas funda
de forma a apresentá-las sob variados e minuciosos aspectos, tomando-as muito
rão espontâneamente o Instituto Meteo
nàriamente, indispensáveis à expansão
rológico. Muitas perdem dinheiro por culpa dos agentes atmósfericos, mas
regionais, conducentes à mais ampla
continuam na ignorância da serventia
aplicação da ciência no Estado; faltam-
mínima de 1 para 23.000, enquanto, em
E' certo que existirão em outros se tores da vida americana, análogos casos
ilustrativos dessa decolagem, talvez em parte explicável pelo progresso ultrarápido da pesquisa pura, em relação ao
o comércio e a indústria.
mais proveitosas. Ultimado êsse repo sitório, deverá êle ser divulgado em pe JIV.J
k
ra um Estado como o de São Paulo, cuja
a
fevv
it
"The
interessado e pani o Instítuto.
Falta-lhe a execução de nume
mentais, alóm das que se efetuam ordide nossos conhecimentos atmoeférico-
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Dicesto Econónoco
:m)1IC3 J. DE Sampaio Ferraz
H um
autor americano contra o atra-
so em seu país da ciência aplicada, em relação ao progresso vertiginoso da ciência nos laboratórios. A fim de justificar sua crítica, foi buscar um exemplo imptessionante na seara que diz respeito
quenos folhetos parciais, para cidades,
da repartição encarregada do estudo de
regiões, Estados, acompanhados de c.xplicações simples, para que o leitor sai
tais fatores. Compete ao meteorologista
processo muito mais complexo da apUcação.
Há também que se levar em
deando, com razão, a utilidade das in
produção econômica constitui a maior
conta a inércia cio conservadorismo. O hábito, por si, ó unr tremendo entrave, e a falta de tempo ou de disposição para mexer no corredio, imobiliza o há
formações cliinatológicas, citauclo os ra
fonte da renda nacional, é lastimável
mos da indústria c do comércio benefi
êsse atraso na aplicação devida da ciên
ciados.
Como muita gente supõe que
^ maior interêsse humano, apoiando-se cm dados estatísticos, não em conside
ciência pura o ciência aplicada, 6 infini
.sòinentü a previsão rende serviços ao público cm geral, timbram aquelas organizaçüe.s em demonstrar a injustiça dessa presunção. Ainda muito recente
rações acadêmicas. Lastimava que en
tamente maior em determinados setores
mente, dizia notável climatologista in
quanto a publicidade científica c a de
glês, referindo-se ao sou país: points of contact bct-
úos "tracers" radiátivos, visando, entre Outros objetivos, esclarecer tantos pon tos ainda obscuros da fisiologia humana
da atividade profissional, e por maior número do motivos, enquadrados, cNàdentementc, os principais, no atraso ge
ral de um país novo, e no m'en ficjiisino oficial. Exemplo berrante do que afir
indu-stry are too numc-
~ apenas uns trezentos hospitais dos
mamos é o da Meteorologia, cuja apU-
carater popular alardeavam o emprego
bito.
No Brasil,
ôsse descompasso, entre
seis mil existentes nos Estados Unidos, cação em benefício da produção econó-
tomavam conhecimento clínico de pre-
Ceitos vitais da fisiologia humana, pre ceitos firmados nos laboratórios de pes
quisa, há vinte anos atrás. E citava com precisão — deixando de os aplicar
nos "operatíng roem and delivery room procedures as well as those involving
dissipar essa ignorância, ruinosa para o
ba interpretar c melhor aproveitar as estatísticas oficiais. Os grandes serviços meteorológicos estrangeiros vivem alar
(Ex-direlor do Serviço Meteorológico da União)
Á POUCO mais de dois anos, clamava
85
rnica é o assunto destas rápidas notas. Não tem sido por falta de advertên cia. Exatamente a êsse mesmo assunto,
dedicamos um capítulo especial, no nos so volume da série "Brasiliana", intitu
lado "Meteorologia Brasileira", publica do em 1935, repetindo os mesmos con-
wecn
climatology
and
rous to rccapitulate in detail, but it may be of ínterest
to
mention
.-
industries
iohich
JuJve
fotind
iooith
A situação mantém-se inalterável. Pa
cia da atmosfera.
Os governos, longe
de apoiarem condignamente êsse \ alioso recurso do ordem técnica, a favor das
classes produtoras, mal se apercebem dele, mantendo os ser\'iços meteorológi cos como repartições burocratizadas, mo destos símbolos do que deveriam ser na realidade. Desculpam-se. com a premêneia de pro blemas muito mais sé
rios a resolver, proble
mas por êles mesmos
,
criados com orientação
administrativa confusa, através de leis malatas, e
dentro do período mais desajustado por que tem atravessado esta grande
ivhilc to establish sttch contacts; they includc
farming in ali its branclies, engineering (especially electrical
power dístributiòn an telephone engi
tho pre-operative and post-operative
ceitos na nova edição de 1945. Dizía-
cares of patients". Esta ausência de aplicação de conhecimentos médicos, ^ntinuou o autor, explica porque um
mos então, isto é, há quinze anos: "De modo geral, são os dados climatoló-
gicos e as previsões de tempo que mais
ple-store trading, transport, forestry
nníco hospital de sua terra lograra em
interessam
and the gas industry".
suas salas de operações a mortalidade
São, igualmente, os elementos mais úteis à população urbana. Quando tra
O Brasil possui quase tôdas essas indú-strias, algumas em pequena escala,
neering), dyeing, manufacture of photographic goods, foodstuffs of various kinds, paper, textiles and sweets, niulti-
i
e resistente terra.
O Estado de São Paulo
possui um
Serwço Regional de Meteorologia, ór
gão da organização federal, mas, por lha faltarem verbas adequadas, suas atividades são apenas as mais rudimen
muitos outros esta taxa se elevava de 50
tamos da climatologia neste volume, in
sem dúvida. Mas, a nossa climatologia
tares. No que lhe compete realizar, dentro do que lhe faculta a meteorolo gia de nossos dias, há ainda quase tudo por fazer em prol da comunidade pau
a 80 para o mesmo número de casos
sistimos na necessidade fundamental,
para lhes ser útil, precisa ser detalhada,
lista.
cirúrgicos.
urgente, inadiável, de se desenvolver o mais possível as séries climatográficas,
clara, e acima de tudo, precisa lhes chegar às mãos. Bem poucas procura
rosas ob-servações meteorológicas funda
de forma a apresentá-las sob variados e minuciosos aspectos, tomando-as muito
rão espontâneamente o Instituto Meteo
nàriamente, indispensáveis à expansão
rológico. Muitas perdem dinheiro por culpa dos agentes atmósfericos, mas
regionais, conducentes à mais ampla
continuam na ignorância da serventia
aplicação da ciência no Estado; faltam-
mínima de 1 para 23.000, enquanto, em
E' certo que existirão em outros se tores da vida americana, análogos casos
ilustrativos dessa decolagem, talvez em parte explicável pelo progresso ultrarápido da pesquisa pura, em relação ao
o comércio e a indústria.
mais proveitosas. Ultimado êsse repo sitório, deverá êle ser divulgado em pe JIV.J
k
ra um Estado como o de São Paulo, cuja
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interessado e pani o Instítuto.
Falta-lhe a execução de nume
mentais, alóm das que se efetuam ordide nossos conhecimentos atmoeférico-
86
Dicesto Econónoco
lhe as previsões de tempo, dia a dia, calcadas em suas próprias cartas áindíte adatadas às suas diversas regiões,
difundidas rápida e profusamente por todos os interessados; faltam-lhe os es
tudos intensos que tomem praticáveis os ensaios de prognósticos a maior prazo;
falta-lhe a preocupação precípua c má xima de educar o público, cientificar-lhe de como poderá servi-lo, e perscrutaríbe as necessidades em cada gênero de
quina govcmainciilal, técnicos extranumerários que se incumbem de orientar ou servir grandes companhias e firmas
\
O RECUO CAFEEIRO
comerciais, valendo-se, de início, de to
instituto oficial não lhe ser possível
Y ¥Á alguns anos, ti\ e oportunidade do escrever para o Digcsto Econô
atender ao crescente número de interes
mico c o Correio da Manhã, mostrando
sados.
a gravidade da situação em que se en
presteza e libcralidade.
Reconhece o
Consultas há que demandam
pesquisas e infonnações detalhadas,
contrava a nossíi laxoura cafeeira.
O Regional de Meteorologia dêste rico e operoso Estado é obrigado a ve-
mais fàcilmente realizadas por profis sionais particulares com pessoal próprio. Nem seria equitativo ampliar desmedi
tando dados estatísticos, procurei de
"s simples coleta de dados clima-
damente e encarecer o custeio do "Weather Bureau", em benefício de interêsses
atividade, agrícola, fabril e comercial.
tológicos, obtidos em sua rêde meteorológica, resumindo-os num único bole tim diário, publicado em um ou outro jornal da Capital — programa do século passado, quando nos encontramos em íiíeio do atual.
Mesmo dentro dêsses
rudimentos antiquados, não dispõe de pessoal técnico para os aproveitar con^'enientemente,
como o fizeram com
muito especializados. Daí sua tolerân cia o a multqjlicação de seus concorren tes, classe já agrupada sob a denomi nação de Associação Nacional de Me teorologistas Industriais. Quanto a nós outros, muito longe estamos de atingir essa fase dc desdobramento.
A produção econômica do Estado de
tanto sucesso os países aliados na últi-
São Paulo, como em tôda a parte, está
"la guerra, lançando mão da climato-
sempre na dependência de fatores me
gtafia existente. Arraigou-se entre nós a falsa opinião de que pouco vale de fato a climalografía, quando, muito ao
teorológicos. Urge estudar essa depen dência, saber condicioná-la e prevenila, extraindo do novo conhecimento tu do que puder ser útil ao produtor. A
contrário, bem manipulada, poderá ela até fazer as vêzes da própria previsão a
longo prazo, ainda na fase de estudos. Nos Estados Unidos, o auxílio meteo-
rológico é cada dia mais procurado e
Sua organização oficial, o "WeafHer Bureau", mal pode satisfazer, a pleno contento de tôdas as classes, as
necessidades
mais particularizadas de
industriais c comerciantes, arcando como
já arca, eficientemente, com as obriga
ções primárias de informar o publico em geral.
Nessa conjuntura, surgem
agora os consultores particulares, con tratam-se meteorologistas fora da má-
contribuição multiforme do meteorolo
gista não é um requinte técnico dispen sável, como pensará o cético. Não se limitará a práticas conducentes à redu ção do preço da produção. Concorre rá, sobretudo, para o aumento da pro
V
piMENTEL Gomes
das as observações básicas do "Weather Bureau", difundidas com a máxima
Ci
monstrar que as nossas safras cstiwam caindo rápida e assustadoramente,, en
quanto aumentavam as safras de vários
\ produtor de café está seriamente amea çada. Urgem providências urgentes e radicais, se quisermos que o nosso país conserve, nos mercados cafeeiros, a sua
antiga e invejável situação. Não pode mos esquecer que o café continua sen do o nosso mais importante fornecedor de dólares.
Vejamos alguns dados estatísticos an tes de esboçarmos um progranra.
de nossos cümpctid<5res.
A conjuntura atual, em que pese uma
ligeira reação cm alguns centros produ tores, parece-me insatisfatória e digna de merecer os maiores cuidados do Mi
nistério e das Secretarias do Agricultura, bem como das associações, dos homens
públicos e da imprensa. Não há negar que a posição do Brasil como grande
Produções cafeeiros
Em 1936/37 já tinha começado a nossa derrocada cafeeira; conforme
Brasil 1939/40, a produção mundial de café assim se distribuía entre os maio
res produtores:
Safras em sacas de 60 quilos 1936-37
Países
26.103.000
Brasil Colômbia Indonésia
4.000.000
..
2.220.000 950.000
Venezuela -
El Salvador Guatemala México
900.000
850.000 800.000
... •
Madagascar
350.000
dução, nossa única salvação econômica na quadra que atravessaiTio.s.
Congo Belga
300.000
A ciência meteorológica é ainda jo vem, mas tem já cabedal farto a aplicar em favor da produção econômica. Se não a aplicamos no Brasil, não há que culpar senão a ignorância, o desleixo e a inépcia dos governos.
Embora a nossa safra já ti vesse caído do seu ponto máxi mo, em 3 milhões de sacas, a
nhamos com que abastecer as necessidades do mundo inteiro.
A derrocada, porém, já começa
posição brasileira era de abso
ra e tendia a acentuar-se nos
luto destaque. De fato, dominá
anos seguintes, como se pode ver pelos dados a seguir;
vamos o mercado cafeeiro.
Tí
86
Dicesto Econónoco
lhe as previsões de tempo, dia a dia, calcadas em suas próprias cartas áindíte adatadas às suas diversas regiões,
difundidas rápida e profusamente por todos os interessados; faltam-lhe os es
tudos intensos que tomem praticáveis os ensaios de prognósticos a maior prazo;
falta-lhe a preocupação precípua c má xima de educar o público, cientificar-lhe de como poderá servi-lo, e perscrutaríbe as necessidades em cada gênero de
quina govcmainciilal, técnicos extranumerários que se incumbem de orientar ou servir grandes companhias e firmas
\
O RECUO CAFEEIRO
comerciais, valendo-se, de início, de to
instituto oficial não lhe ser possível
Y ¥Á alguns anos, ti\ e oportunidade do escrever para o Digcsto Econô
atender ao crescente número de interes
mico c o Correio da Manhã, mostrando
sados.
a gravidade da situação em que se en
presteza e libcralidade.
Reconhece o
Consultas há que demandam
pesquisas e infonnações detalhadas,
contrava a nossíi laxoura cafeeira.
O Regional de Meteorologia dêste rico e operoso Estado é obrigado a ve-
mais fàcilmente realizadas por profis sionais particulares com pessoal próprio. Nem seria equitativo ampliar desmedi
tando dados estatísticos, procurei de
"s simples coleta de dados clima-
damente e encarecer o custeio do "Weather Bureau", em benefício de interêsses
atividade, agrícola, fabril e comercial.
tológicos, obtidos em sua rêde meteorológica, resumindo-os num único bole tim diário, publicado em um ou outro jornal da Capital — programa do século passado, quando nos encontramos em íiíeio do atual.
Mesmo dentro dêsses
rudimentos antiquados, não dispõe de pessoal técnico para os aproveitar con^'enientemente,
como o fizeram com
muito especializados. Daí sua tolerân cia o a multqjlicação de seus concorren tes, classe já agrupada sob a denomi nação de Associação Nacional de Me teorologistas Industriais. Quanto a nós outros, muito longe estamos de atingir essa fase dc desdobramento.
A produção econômica do Estado de
tanto sucesso os países aliados na últi-
São Paulo, como em tôda a parte, está
"la guerra, lançando mão da climato-
sempre na dependência de fatores me
gtafia existente. Arraigou-se entre nós a falsa opinião de que pouco vale de fato a climalografía, quando, muito ao
teorológicos. Urge estudar essa depen dência, saber condicioná-la e prevenila, extraindo do novo conhecimento tu do que puder ser útil ao produtor. A
contrário, bem manipulada, poderá ela até fazer as vêzes da própria previsão a
longo prazo, ainda na fase de estudos. Nos Estados Unidos, o auxílio meteo-
rológico é cada dia mais procurado e
Sua organização oficial, o "WeafHer Bureau", mal pode satisfazer, a pleno contento de tôdas as classes, as
necessidades
mais particularizadas de
industriais c comerciantes, arcando como
já arca, eficientemente, com as obriga
ções primárias de informar o publico em geral.
Nessa conjuntura, surgem
agora os consultores particulares, con tratam-se meteorologistas fora da má-
contribuição multiforme do meteorolo
gista não é um requinte técnico dispen sável, como pensará o cético. Não se limitará a práticas conducentes à redu ção do preço da produção. Concorre rá, sobretudo, para o aumento da pro
V
piMENTEL Gomes
das as observações básicas do "Weather Bureau", difundidas com a máxima
Ci
monstrar que as nossas safras cstiwam caindo rápida e assustadoramente,, en
quanto aumentavam as safras de vários
\ produtor de café está seriamente amea çada. Urgem providências urgentes e radicais, se quisermos que o nosso país conserve, nos mercados cafeeiros, a sua
antiga e invejável situação. Não pode mos esquecer que o café continua sen do o nosso mais importante fornecedor de dólares.
Vejamos alguns dados estatísticos an tes de esboçarmos um progranra.
de nossos cümpctid<5res.
A conjuntura atual, em que pese uma
ligeira reação cm alguns centros produ tores, parece-me insatisfatória e digna de merecer os maiores cuidados do Mi
nistério e das Secretarias do Agricultura, bem como das associações, dos homens
públicos e da imprensa. Não há negar que a posição do Brasil como grande
Produções cafeeiros
Em 1936/37 já tinha começado a nossa derrocada cafeeira; conforme
Brasil 1939/40, a produção mundial de café assim se distribuía entre os maio
res produtores:
Safras em sacas de 60 quilos 1936-37
Países
26.103.000
Brasil Colômbia Indonésia
4.000.000
..
2.220.000 950.000
Venezuela -
El Salvador Guatemala México
900.000
850.000 800.000
... •
Madagascar
350.000
dução, nossa única salvação econômica na quadra que atravessaiTio.s.
Congo Belga
300.000
A ciência meteorológica é ainda jo vem, mas tem já cabedal farto a aplicar em favor da produção econômica. Se não a aplicamos no Brasil, não há que culpar senão a ignorância, o desleixo e a inépcia dos governos.
Embora a nossa safra já ti vesse caído do seu ponto máxi mo, em 3 milhões de sacas, a
nhamos com que abastecer as necessidades do mundo inteiro.
A derrocada, porém, já começa
posição brasileira era de abso
ra e tendia a acentuar-se nos
luto destaque. De fato, dominá
anos seguintes, como se pode ver pelos dados a seguir;
vamos o mercado cafeeiro.
Tí
iiimniPlüijir.
■ rI.*, JV<
Dicesto Econômico
88
Produção brasileira de café (em sar.as de 60 quilos)
Anoí 1939 1940 1941 1942 1943
89
Dícesto Econômico
Produção de café em toru^ladas (média anual)
raíscs
Í934-3S
10.701 .031 16.025.802
Indochina
Timor
1946
13.831 .317 15.305.574 II .•144.707 13.915.205 15.288.038
1947 1948
15.052.803 16.691.933
Congo Belga
is 400
Angola Tangamca
16'600 goo • 10 600
1944
1945
Em 1944, atingimos o fundo do vale. Desde então, há uma reação com safras
""
Filipinas
800
Total Ásia
fra pequena, talvez inferior a 14 milhões de sacas, em 1950. Enquanto tal acon
Camerum francOs
Produção de cafó em toneladas
r Total. África
(média anual) 1.380.000 251.200
1.196.000
Venezuela Bolívia
58.200 11.200
48.000
Equador
13.700
10.200
1.714.000
1.605.000
Tofal América do Suí
Guatemala México El Salvador
55.100 49.900 63.900
Cuba
31.800
República Dominicana
21.300
Haiti
20.900
Costa Rica .....'
23.300
Nicarágua
• 15.800
Porto Rico
Jamaica
(exportação)
67.800 63.000 62.100 35.300 20.500 24.000 18.300 10.800 6.300
18.000
Costa do Marlim
,
'
Havaí
4.200
000 134.U01Í
226.000
A «00
2.700
7-íno
1-300
*
o Qoo
^•000
2.306.000
2.-,50.000
Total Oceania
o.zuu
Produção jnuiulial
/
^
O aumento das safras cafeeiras afrí- As mulheres encliem os campos de la- . canas ó enorme, \'erdádeiramente amea-
voura usando apenas uma
çador. Não se deve esquecer que e.xiste o trabalho forçado nas colônias afri-
homens s5o recruta os mais " militarmentq e envia os para egi e
canas — uma forma disfarçada de escra-
distantes.
^dão - o que penuite ter braço à
•,
® j
-
Destaca-se a queda da situaçao
vontade por preços ridiculamente baixos, brasileira no merca o ca eeiro, exa pois o padrão de vida das infelizes po- niinando-se os a os^^ o ureau a
pulações é miserável. Em regra, tra- nameiicano do Gafe sobre as possi-
balham scminus, alimcntam-se pòssi- . biUdades. de exportação em 1948-49 e mamente e moram em cabanas infectas.
1949-50.
3.900 13.100
Honduras
Indonésia índia
346.000
53.000 12.400 26.600
16 300
Nova Caledònia
Brasil Colômbia
8.300
38.800
tece no Brasil, crescem as safras dos
1946-47
30.000 29.400 '
Etiópia
competidores, como podemo.s o])servar:
1934-38
_.
Uganda (exportação)
queda, infelizmente. Espera-se uma sa
Falses
-
149.000 23.900
1 Madagasx-ar
mais volumosas. Em 1949 tivemos nova
Total América Central
1946-47
19.283.855
'
303.000
327.000
123.600 16.500
19.800
4.300
9.700
América Costa Rica El Salvador
:
Guatemala Honduras
México
.....
1948-1949 272.000 1.150.000
1949-1950 , 1.075.000
870.000 65.000
870.000 65.000
675.000
675.000
iiimniPlüijir.
■ rI.*, JV<
Dicesto Econômico
88
Produção brasileira de café (em sar.as de 60 quilos)
Anoí 1939 1940 1941 1942 1943
89
Dícesto Econômico
Produção de café em toru^ladas (média anual)
raíscs
Í934-3S
10.701 .031 16.025.802
Indochina
Timor
1946
13.831 .317 15.305.574 II .•144.707 13.915.205 15.288.038
1947 1948
15.052.803 16.691.933
Congo Belga
is 400
Angola Tangamca
16'600 goo • 10 600
1944
1945
Em 1944, atingimos o fundo do vale. Desde então, há uma reação com safras
""
Filipinas
800
Total Ásia
fra pequena, talvez inferior a 14 milhões de sacas, em 1950. Enquanto tal acon
Camerum francOs
Produção de cafó em toneladas
r Total. África
(média anual) 1.380.000 251.200
1.196.000
Venezuela Bolívia
58.200 11.200
48.000
Equador
13.700
10.200
1.714.000
1.605.000
Tofal América do Suí
Guatemala México El Salvador
55.100 49.900 63.900
Cuba
31.800
República Dominicana
21.300
Haiti
20.900
Costa Rica .....'
23.300
Nicarágua
• 15.800
Porto Rico
Jamaica
(exportação)
67.800 63.000 62.100 35.300 20.500 24.000 18.300 10.800 6.300
18.000
Costa do Marlim
,
'
Havaí
4.200
000 134.U01Í
226.000
A «00
2.700
7-íno
1-300
*
o Qoo
^•000
2.306.000
2.-,50.000
Total Oceania
o.zuu
Produção jnuiulial
/
^
O aumento das safras cafeeiras afrí- As mulheres encliem os campos de la- . canas ó enorme, \'erdádeiramente amea-
voura usando apenas uma
çador. Não se deve esquecer que e.xiste o trabalho forçado nas colônias afri-
homens s5o recruta os mais " militarmentq e envia os para egi e
canas — uma forma disfarçada de escra-
distantes.
^dão - o que penuite ter braço à
•,
® j
-
Destaca-se a queda da situaçao
vontade por preços ridiculamente baixos, brasileira no merca o ca eeiro, exa pois o padrão de vida das infelizes po- niinando-se os a os^^ o ureau a
pulações é miserável. Em regra, tra- nameiicano do Gafe sobre as possi-
balham scminus, alimcntam-se pòssi- . biUdades. de exportação em 1948-49 e mamente e moram em cabanas infectas.
1949-50.
3.900 13.100
Honduras
Indonésia índia
346.000
53.000 12.400 26.600
16 300
Nova Caledònia
Brasil Colômbia
8.300
38.800
tece no Brasil, crescem as safras dos
1946-47
30.000 29.400 '
Etiópia
competidores, como podemo.s o])servar:
1934-38
_.
Uganda (exportação)
queda, infelizmente. Espera-se uma sa
Falses
-
149.000 23.900
1 Madagasx-ar
mais volumosas. Em 1949 tivemos nova
Total América Central
1946-47
19.283.855
'
303.000
327.000
123.600 16.500
19.800
4.300
9.700
América Costa Rica El Salvador
:
Guatemala Honduras
México
.....
1948-1949 272.000 1.150.000
1949-1950 , 1.075.000
870.000 65.000
870.000 65.000
675.000
675.000
90
Dicesto Econômico
América Nicarágua Cuba República Dominicana Haiti
'V..
Brasil Colômbia
Equador
1948-Wtf) 110.000 _ 170.000 373.000 15.756.000 5.650.000 252.000
\enezuela
1919-1950 260.000 _ 210.000 400.000 14.414.000 5.900.000 252.000
650.000
560.000
Beru
38.000
Outros países
50.000
50.000
25.821.000
25.214.000
Çongo Belga ^ca Oriental Inglêsa
500.000 760.000
500.000 760.000
™P'a
320.000
400.000
Madagascar
315.000
450.000
650.000
650.000
200.000
200.000
3.412.000
3.625.000
Total América África
■^ca Ocidental Francesa
•
Total África Á»ia
'
665.000
1948-1949
indonésia
1949-1950
95.000
95.000
130.000
150.000
1.000
Outros países
39.000
47.000
Produção cm sacas âc 60 quilos Países
África Oriental Inglesa
Congo Belga e Ruanda África Francesa e Madagascar Etiópia e Eritréia Angola
África Ocidental Inglêsa
Oceania Resumindo; América
47.000
E ainda há quem queira opor-se à
industrialização do Brasil. . .
Razões de nossa derrocada Por mais estranho que pareça, os
agrônomos só ultimamente estão tendo uma influência mais decisiva na cultura cafecira. Os experimentos são relativamente novos e ainda incompletos. Só nos últimos anos dispomos de varieda des próprias para terras velhas. Somos o único grande produtor que não som-
breía a quase totalidade dos seus cafè-
zais, embora o cafcoiro seja planta umhrófila e o som-
331.000
87.000 25.821.000
87.000 25.241.000
solo e o controle
3.412.000
3.625.000
houve, em regra,
273.000
331.000
87.000
87.000
29.593.000
29.257.000
Ásia
Oceania
Total
Enquanto se reduzem as pcssibilida-
40 nulj índia, mais 38 mil; Haiti, mais
des brasileiras em mais de um milhão
27 mil.
de 'sacas, a Colômbia poderá exportar
ttz
_ .
r,-
•
mais 250 mil sacas; Costa Rica, mais
173 mil; Nicarágua, mais 150 mil; Madagascar, mais 133 mil; Etiópia, mais 80 mil; República Dominicana, mais
con
273.000
África
'
•
Ha. porem, coisa mais crave,
r
....
Total África
breamento
Total Ásia
91
EcoNü^uco
38.000
665.000
Outros países
Dicesto
b
Vejamos qual será a safra africana em 1952, conforme uma revista colonial inglêsa, comparando-a com a de 1939;
corra
para
fertilização às erosões.
1.250.000 700.000 1.750.000 500.000
300.000 10.000
1.000.000 15.000
2.790.000
5.215.000
Irracionalmente cuidadas, sem se le var em consideração o controle à ero
são, a conseiA^ação da fertilidade do solo e as exigências umbrófilas do cafeeiro, as nossas lavouras têm sido la vouras de destruição que passam, ra
pidamente. do litoral para os nncoes mais afastados do interior, sempre no "cheiro do mato", arrasando, ™
cos anos, a ferülidade que a hatureza preparara em milênios.
No momento, arrasamos as úlü < florestas das regiões
voráveis a rub.acea,
<je rumo, ou passare
mos a produzir,
a
café apenas para
do
o nosso próprio
Não
qualquer contro le à erosão, dei xando-se o solo ondulado desnu do, entregue a
chuvas diluvianas. Não se cogitou, ex ceto em raros casos, de adubações or
gânicas com estrumes de curral, com postos, estrumes artificiais ou adubos verdes.
1952
1939 770.000 250.000 1.050.000 310.000
Não se usaram adubos comer
ciais, caríssimos, aliás, porque muitos dêles não são fabricados no Brasil.
consumo, dentro de um núme- • ro relativamen te muito peque no de anos. Entristece
rificar-se
ve
que
enquanto as culturas não sombreadas duram apenas umas duas décadas ou um
quarto de século produzindo bem, há um cafèzal na Venezuela, com 200 anos,
descrito no começo do século passado
por Humboldt, ainda em franca produ-
I
90
Dicesto Econômico
América Nicarágua Cuba República Dominicana Haiti
'V..
Brasil Colômbia
Equador
1948-Wtf) 110.000 _ 170.000 373.000 15.756.000 5.650.000 252.000
\enezuela
1919-1950 260.000 _ 210.000 400.000 14.414.000 5.900.000 252.000
650.000
560.000
Beru
38.000
Outros países
50.000
50.000
25.821.000
25.214.000
Çongo Belga ^ca Oriental Inglêsa
500.000 760.000
500.000 760.000
™P'a
320.000
400.000
Madagascar
315.000
450.000
650.000
650.000
200.000
200.000
3.412.000
3.625.000
Total América África
■^ca Ocidental Francesa
•
Total África Á»ia
'
665.000
1948-1949
indonésia
1949-1950
95.000
95.000
130.000
150.000
1.000
Outros países
39.000
47.000
Produção cm sacas âc 60 quilos Países
África Oriental Inglesa
Congo Belga e Ruanda África Francesa e Madagascar Etiópia e Eritréia Angola
África Ocidental Inglêsa
Oceania Resumindo; América
47.000
E ainda há quem queira opor-se à
industrialização do Brasil. . .
Razões de nossa derrocada Por mais estranho que pareça, os
agrônomos só ultimamente estão tendo uma influência mais decisiva na cultura cafecira. Os experimentos são relativamente novos e ainda incompletos. Só nos últimos anos dispomos de varieda des próprias para terras velhas. Somos o único grande produtor que não som-
breía a quase totalidade dos seus cafè-
zais, embora o cafcoiro seja planta umhrófila e o som-
331.000
87.000 25.821.000
87.000 25.241.000
solo e o controle
3.412.000
3.625.000
houve, em regra,
273.000
331.000
87.000
87.000
29.593.000
29.257.000
Ásia
Oceania
Total
Enquanto se reduzem as pcssibilida-
40 nulj índia, mais 38 mil; Haiti, mais
des brasileiras em mais de um milhão
27 mil.
de 'sacas, a Colômbia poderá exportar
ttz
_ .
r,-
•
mais 250 mil sacas; Costa Rica, mais
173 mil; Nicarágua, mais 150 mil; Madagascar, mais 133 mil; Etiópia, mais 80 mil; República Dominicana, mais
con
273.000
África
'
•
Ha. porem, coisa mais crave,
r
....
Total África
breamento
Total Ásia
91
EcoNü^uco
38.000
665.000
Outros países
Dicesto
b
Vejamos qual será a safra africana em 1952, conforme uma revista colonial inglêsa, comparando-a com a de 1939;
corra
para
fertilização às erosões.
1.250.000 700.000 1.750.000 500.000
300.000 10.000
1.000.000 15.000
2.790.000
5.215.000
Irracionalmente cuidadas, sem se le var em consideração o controle à ero
são, a conseiA^ação da fertilidade do solo e as exigências umbrófilas do cafeeiro, as nossas lavouras têm sido la vouras de destruição que passam, ra
pidamente. do litoral para os nncoes mais afastados do interior, sempre no "cheiro do mato", arrasando, ™
cos anos, a ferülidade que a hatureza preparara em milênios.
No momento, arrasamos as úlü < florestas das regiões
voráveis a rub.acea,
<je rumo, ou passare
mos a produzir,
a
café apenas para
do
o nosso próprio
Não
qualquer contro le à erosão, dei xando-se o solo ondulado desnu do, entregue a
chuvas diluvianas. Não se cogitou, ex ceto em raros casos, de adubações or
gânicas com estrumes de curral, com postos, estrumes artificiais ou adubos verdes.
1952
1939 770.000 250.000 1.050.000 310.000
Não se usaram adubos comer
ciais, caríssimos, aliás, porque muitos dêles não são fabricados no Brasil.
consumo, dentro de um núme- • ro relativamen te muito peque no de anos. Entristece
rificar-se
ve
que
enquanto as culturas não sombreadas duram apenas umas duas décadas ou um
quarto de século produzindo bem, há um cafèzal na Venezuela, com 200 anos,
descrito no começo do século passado
por Humboldt, ainda em franca produ-
I
92
Dice^to Econômico
Providências a tomar
transmigração dos sais minerais dos ho
V
rizontes superficiais do solo para os pro A situação cafeeira do Brasil é tão
fundos, e enriquecer o solo cx)in matéria
grave que se tomam necessárias provi
orgânica e azôto.
dências decisivas e urgentes, se não quisermos ver a derrocada integral de
IV — Plantar cafòzais em terras ve lhas, eni curvas do ní\cl c covas aduba
tão rica lavoura. Lembremos:
das. Inicia-se, ao mesmo tempo, o som breamento com dorancè o ingàzeiro. O
I — A restauração dos cafèzais atuais
agrônomo William Wilson Coelho de
pelo sombreamento adequado. No Es tado do Rio, o agrônomo William Wil son Coelho de Souza usa o dorancê e o
ingàzeiro, O primeiro cresce rapida mente e sombreia desde o segundo ano. O segundo cresce mais lentamente e substitui o primeiro no sombreamento definitivo.
A fazenda do agrônomo Barros Al
cântara, em Caçapava, é uma demons tração concreta de que a restauração
dos cafèzais é possível pelo sombrea mento. Seus cafèzais sombreados, em
bora plantados em terras de campo, são iguais aos melhores do norte do
Paraná e produzem mais de 90 arrôbas de café por mil pés. A sombra não é total, e sim de 50Í5,
para que não falte luz ao cafèzal. II — Fazer sulcos de contòmo em
curvas de nível para evitar, desde o início, a erosão nos cafèzais velhos. III - Fazer adubações verdes para evitar a erosão percolativa, ou seja, a
Souza aconselha plantar mudas das va riedades Bourbon, Sumatra e Murta nos
já muito conbociclos torrões. As semen tes são plantadas nos torrões.
V — Adubações dos cafèzais antigos, pelo método vitoriosamente usado pelo agrônomo Melo Morais, diretor da Es cola Superior de Agricultura "Luís de Queirós", de Piracicaba.
VII Doiuval Teixeira Vieira
CACAU constitui um dos produtos
verificar pela.<5 médias percentuais dos
tradicionais do comércio exterior do
últimos qüinqüênios.
Brasil e também um dos mais importan tes, principalmento se considerarmos que representa o esteio econômico da Bahia. No estado nativo, é natural do Vale
Amazônico, sendo produzido no Amazo nas e Pará.
Passou a ser cultivado no
% do valor total
Períodos 1914-1918
4,28
1919-1923
3.30 3,43
1924-1928
3,40 4,34 3,87 3,64
1929-1933
sul da Bahia, pela primeira vez, cm
1934-1938 1939-1943
1746, existindo, cm 1749, cerca de sete
1944-1948
mil aivores plantadas. Apesar disso, o passaram 'para que assumisse uma im
Paulo, Mato Grosso, Goiás, Espírito San to e Bahia, usando, porém, o sombrea
Cumpre acrescentar que, ao lado da e.vporlação do cacau em amêndoas, -
portante posição no mercado axterior. No começo do século XIX, o cacau da
mento desde o início como se faz com os melhores resultados no Ceará, Per
ra o exterior, do cacau em pas ,
Amazônia era o mais cotado no merca do de Londres e o cacau baiano conser
manteiga de cacau e do choco ra uma exportação de Cr$. • • —
VI — Plantar cafèzais nas terras no
vas ainda existentes no Paraná,
São
nambuco e Bahia.
seu cultivo foi lento e muitos anos se
vava-se em segundo plano. Depois das
VII — Difundir o combato à broca,
que deve ser feito sistemàticamente pe los fazendeiros.
O Ministério da Agricultura e algu
gração de nordestinos para a região ca-
1047 e em 1948, para Ci$
caueira
1 065.884.000.00 do primeiro, tivemos CrS 130.149.000,00 dos demais. For
acelerou o desbravamento das
mas Secretarias estão amparando a res
matas do sul e a produção e a exporta
ção cresceram cada vez mais. A partir
da 1.^ Grande Guerra, a exportação de cacau em amêndoas adquirira uma po
isso, a conWbuição do comérc.0 cacaueiro elevou-se para 5,69% e 5,51%,
respectivamente, do valor total da ex
sição relativamente estável, no mercado
portação brasileira.
internacional, malgrado as variações de importância de ano para ano, devidas às naturais oscilações da produção, e con seqüente oferta, e da procura.
No ano passadp, porém, de todos os produtos agrícolas exportados pelo Bra sil e atingidos pelo movimento de baixa,
sua atenção voltada para a posição mais
o cacau foi o que mais sofreu. Consi derando-se que o Estado da Bahia re presenta 93,2% da área cultivada no país, pode-se avaliar a gravidade de que
ou menos constante do produto, em re
80 reveste o problema.
Quem examinar a importância relati va, do valor da e.xporlação do cacau, tem
lação ao total exportado, como se pode -«.-'Vi
1.(M7.731.000.00 de caca^
grandes secas, ocorridas no Segundo Império e coniêço da República, a imi
tauração da lavoura cafeeira, tendo o Banco do Brasil iniciado um financia mento mais intensivo dessa cultura.
mis de considerar também a venda, pa^
TT.Qfíi ciinneSn
flp» rrÍRR.
sobrevinda
92
Dice^to Econômico
Providências a tomar
transmigração dos sais minerais dos ho
V
rizontes superficiais do solo para os pro A situação cafeeira do Brasil é tão
fundos, e enriquecer o solo cx)in matéria
grave que se tomam necessárias provi
orgânica e azôto.
dências decisivas e urgentes, se não quisermos ver a derrocada integral de
IV — Plantar cafòzais em terras ve lhas, eni curvas do ní\cl c covas aduba
tão rica lavoura. Lembremos:
das. Inicia-se, ao mesmo tempo, o som breamento com dorancè o ingàzeiro. O
I — A restauração dos cafèzais atuais
agrônomo William Wilson Coelho de
pelo sombreamento adequado. No Es tado do Rio, o agrônomo William Wil son Coelho de Souza usa o dorancê e o
ingàzeiro, O primeiro cresce rapida mente e sombreia desde o segundo ano. O segundo cresce mais lentamente e substitui o primeiro no sombreamento definitivo.
A fazenda do agrônomo Barros Al
cântara, em Caçapava, é uma demons tração concreta de que a restauração
dos cafèzais é possível pelo sombrea mento. Seus cafèzais sombreados, em
bora plantados em terras de campo, são iguais aos melhores do norte do
Paraná e produzem mais de 90 arrôbas de café por mil pés. A sombra não é total, e sim de 50Í5,
para que não falte luz ao cafèzal. II — Fazer sulcos de contòmo em
curvas de nível para evitar, desde o início, a erosão nos cafèzais velhos. III - Fazer adubações verdes para evitar a erosão percolativa, ou seja, a
Souza aconselha plantar mudas das va riedades Bourbon, Sumatra e Murta nos
já muito conbociclos torrões. As semen tes são plantadas nos torrões.
V — Adubações dos cafèzais antigos, pelo método vitoriosamente usado pelo agrônomo Melo Morais, diretor da Es cola Superior de Agricultura "Luís de Queirós", de Piracicaba.
VII Doiuval Teixeira Vieira
CACAU constitui um dos produtos
verificar pela.<5 médias percentuais dos
tradicionais do comércio exterior do
últimos qüinqüênios.
Brasil e também um dos mais importan tes, principalmento se considerarmos que representa o esteio econômico da Bahia. No estado nativo, é natural do Vale
Amazônico, sendo produzido no Amazo nas e Pará.
Passou a ser cultivado no
% do valor total
Períodos 1914-1918
4,28
1919-1923
3.30 3,43
1924-1928
3,40 4,34 3,87 3,64
1929-1933
sul da Bahia, pela primeira vez, cm
1934-1938 1939-1943
1746, existindo, cm 1749, cerca de sete
1944-1948
mil aivores plantadas. Apesar disso, o passaram 'para que assumisse uma im
Paulo, Mato Grosso, Goiás, Espírito San to e Bahia, usando, porém, o sombrea
Cumpre acrescentar que, ao lado da e.vporlação do cacau em amêndoas, -
portante posição no mercado axterior. No começo do século XIX, o cacau da
mento desde o início como se faz com os melhores resultados no Ceará, Per
ra o exterior, do cacau em pas ,
Amazônia era o mais cotado no merca do de Londres e o cacau baiano conser
manteiga de cacau e do choco ra uma exportação de Cr$. • • —
VI — Plantar cafèzais nas terras no
vas ainda existentes no Paraná,
São
nambuco e Bahia.
seu cultivo foi lento e muitos anos se
vava-se em segundo plano. Depois das
VII — Difundir o combato à broca,
que deve ser feito sistemàticamente pe los fazendeiros.
O Ministério da Agricultura e algu
gração de nordestinos para a região ca-
1047 e em 1948, para Ci$
caueira
1 065.884.000.00 do primeiro, tivemos CrS 130.149.000,00 dos demais. For
acelerou o desbravamento das
mas Secretarias estão amparando a res
matas do sul e a produção e a exporta
ção cresceram cada vez mais. A partir
da 1.^ Grande Guerra, a exportação de cacau em amêndoas adquirira uma po
isso, a conWbuição do comérc.0 cacaueiro elevou-se para 5,69% e 5,51%,
respectivamente, do valor total da ex
sição relativamente estável, no mercado
portação brasileira.
internacional, malgrado as variações de importância de ano para ano, devidas às naturais oscilações da produção, e con seqüente oferta, e da procura.
No ano passadp, porém, de todos os produtos agrícolas exportados pelo Bra sil e atingidos pelo movimento de baixa,
sua atenção voltada para a posição mais
o cacau foi o que mais sofreu. Consi derando-se que o Estado da Bahia re presenta 93,2% da área cultivada no país, pode-se avaliar a gravidade de que
ou menos constante do produto, em re
80 reveste o problema.
Quem examinar a importância relati va, do valor da e.xporlação do cacau, tem
lação ao total exportado, como se pode -«.-'Vi
1.(M7.731.000.00 de caca^
grandes secas, ocorridas no Segundo Império e coniêço da República, a imi
tauração da lavoura cafeeira, tendo o Banco do Brasil iniciado um financia mento mais intensivo dessa cultura.
mis de considerar também a venda, pa^
TT.Qfíi ciinneSn
flp» rrÍRR.
sobrevinda
94
Dicbisio Econômico
após a alta excepcional dos anos de
O cacaueiro é planta perene, exigindo
1947 e 1948, leva-nos a analisar com
um período de Irês a oito anos para a
cuidado a posição do cacau brasileiro na economia mundial. Há mesmo quem aponte o perigo de uma recuperação da
sua formação c tcni uin ciclo vital mui
to prolongado. Sua oferta aprcsenla-se
rígida, não podendo o \oliiine da pro
95
DictkSTO Econômico
cial rcprc.scnta, cin média, 112 quilos
começa imediatamente o serx-iço, abrin do uma clareira na selva para a cons
de matérias minerais retiradas do solo, representadas na sCguintc proporção:
trução de sua moradia; entra, logo após, a derrubar a mata que, em seguida, é
Iração. Cada tonelada de cacau comer
a quase nada a importância das vendas
dução crescer ou rcslringir-sc ràpidumente, conforme o comportamente dos
fosfórico c 20 quilos de azõto. Perden do, anualmente, tais cpianlidades dc
do cacau brasileiro.
preços no mercado; daí a tendência à
elementos raros, a terra logo sc esgota
economia cacaueira africana, reduzindo Êste temor não é
de todo infundado se nos recordarmos
incla.sticidade
que em 1895, por exemplo, a África contribuía apenas com 10% do cacau produzido no mundo, enquanto a Amé
amêndoas.
rica fornecia 86,5 %, cabendo o restan te à Ásia; atualmente se dá o inverso c
cerca de 68,7% de toda a produção pro vêm da África, enquanto apenas 30% cabem à América. O fato é ainda mais
importante, se o associarmos à existên
cia de planos de reorganização econômi
da oferta do
cacau cm
O cacanciro, cin bom ter
reno, começa a produzir na idade de três anos, os frutos, porém, são poucos, aumentando dc ano para ano. Sòmento com a idade de sete a oito anos se
obterá uma safra completa. A varieda
de comum só produz .safras completas a partir dc dez anos e o cacau crioulo ou fino, que alcança melhores preços, é o mais tardio, só começando a produzir
ca total do México e
com a idade de cin
da Libéria, levando
co anos,
muito em
também em conside
bora, em matas ca-
ração as possibilida
brocadas, possa pro
queimada e convenientemente prepara
60 quilos dc polassa, 10 quilos dc ácido
da para receber a mandioca, que vai ser vir de proteção ao cacaueiro contra a irradiação solar. O contratista não pode fazer mais de duas plantações de man dioca, a fim de não cansar o terreno,
e não mais produz, provocando, algu mas vezes aos poucos e muitas vezes
de sorte que a partir do terceiro ano de
ràpidamcntc, a queda da produtividade
vida só lhe resta cuidar do cacaueiro. Com cinco anos e com o aparecimento
do cacaual.
A escolha do terreno vem sendo feita
rocha, l>or um lado, c a presença dc
dos primeiros frutos, a roça é entregue ao proprietíírio, recebendo o contraHs-
certas espécies dc árvores, por outro, são consideradas boa.s garantias de fertili
Após a formação, surgem os trabalhos
mais ou menos cmpiiicamcnle; o tipo dc
ta determinada importância por ár\'ore.
de exploração agrícola propriamente di
dade.
Uma vez • demarcado o terreno, tem
início a cultura, pela- destruição do ma to, que se realiza em três etapas: roçar, derrubar, queimar. Por vôzes, dadas as
des do cacau. Por ou
duzir com três anos.
indiscutíveis vantagens do cacaueiro sombreado, deixam-se intatas as árvores
tro lado, os ingleses,
Nas condições de nos so clima, o cacau
cabrocamenlo; neste caso, a paisagem
na
Costa do Ouro,
maiores, substituindo a queimada pelo
mento" e, apesar da praga não estar completamente debelada, o recurso à subvenção, pela destruição de cacaueiros velhos e replantío, tem dado como resultado um aumento da produção africana. Para o Brasil, o problema apresenta-se sob duplo aspecto: primei
e o de safra, o mais importante em \'olumo e qualidade, de setembro a no
ro, não perder a posição de segundo
fra e o período de duração da planta,
vendedor em ordem de importância; se
com bom volume de produção, estão li
cacaual ou para a sua exploração se fa
gundo, procurar, se possível, lutar con
gados às condições do terreno, principal
zem, quase sempre, apenas verbalmente.
tra a concorrência internacional e alar
mente se considerarmos que a semente é exportada e, com ela, substâncias ferti
No caso de fazendas cm formação, o
gar o volume e o valor de suas vendas. Para se buscar a solução, indague
lizantes, subtraídas ao solo, abandonam
mos das características da oferta e da
o país. Estas devem ser compensadas pela decomposição da rocha que as for nece ou, então, repostas mediante adu-
procura deste produto, no mercado in ternacional.
te durante o ano inteiro, encontram-se frutos isolados, constituindo a chamada
colheita de catagem.
E' preciso levar
cm conta, porém, que o volume da sa
coroa cm altura conveniente P»'»
iitar o babalho da colheita, há ainda as podas de manutenção, nas quais se su
primem simplesmente os galhos mortos^
e aquêles cuja folhagem nao atoge a luz cortando-se a madeira definhada para qub não embarace a mais viçosa. cacaueiros, e o superior, pelas copas das E' comum, ainda, praticar-se o desbrotamento, muito embora os técnicos-do árvores de sombra.
temporão é obtido entre março e julho vembro; nos outro.s meses, praticamen
Além da poda de formação, capaz da
permitir um esgalhamento "ftural da
apresenta-se característica, pois distingucm-se dois andares de vegetação: o inferior, representado pela folhagem dos
contra o "vassoura-
lutam ativamente
ta que consistem na conseiv^içao da nlkntação em bom estado e na colheita.
O sistema agrário, que caracteriza as
empresas produtoras do cacau, conser va-se praticamente estagnado, tanto as sim que os contratos para formação do
Instítuto do Cacau o condenem, por ser
uma verdadeira sangria feita no cacaual.
Quanto ao trato do solo, na totalidade
das fazendas baianas limita-se tal pratica a duas limpas por ano, cortando-se a ve
getação invasora. Em casos excepcio nais, para melhorar um cacaual deca
proprietário contrata com o trabalhador," dente, em terreno endurecido, procede-
se ao afofamento geral do solo. A adubação consiste, quando muito, no aproplantio de certo niunero de árvores, con• veitamento da casca da fruta; a prática forme a área do terreno coberta de ma da colheita, porém, longe de favorecer ta virgem, que lhe é reservada. Êste comumente
chamado
contratista,
o
94
Dicbisio Econômico
após a alta excepcional dos anos de
O cacaueiro é planta perene, exigindo
1947 e 1948, leva-nos a analisar com
um período de Irês a oito anos para a
cuidado a posição do cacau brasileiro na economia mundial. Há mesmo quem aponte o perigo de uma recuperação da
sua formação c tcni uin ciclo vital mui
to prolongado. Sua oferta aprcsenla-se
rígida, não podendo o \oliiine da pro
95
DictkSTO Econômico
cial rcprc.scnta, cin média, 112 quilos
começa imediatamente o serx-iço, abrin do uma clareira na selva para a cons
de matérias minerais retiradas do solo, representadas na sCguintc proporção:
trução de sua moradia; entra, logo após, a derrubar a mata que, em seguida, é
Iração. Cada tonelada de cacau comer
a quase nada a importância das vendas
dução crescer ou rcslringir-sc ràpidumente, conforme o comportamente dos
fosfórico c 20 quilos de azõto. Perden do, anualmente, tais cpianlidades dc
do cacau brasileiro.
preços no mercado; daí a tendência à
elementos raros, a terra logo sc esgota
economia cacaueira africana, reduzindo Êste temor não é
de todo infundado se nos recordarmos
incla.sticidade
que em 1895, por exemplo, a África contribuía apenas com 10% do cacau produzido no mundo, enquanto a Amé
amêndoas.
rica fornecia 86,5 %, cabendo o restan te à Ásia; atualmente se dá o inverso c
cerca de 68,7% de toda a produção pro vêm da África, enquanto apenas 30% cabem à América. O fato é ainda mais
importante, se o associarmos à existên
cia de planos de reorganização econômi
da oferta do
cacau cm
O cacanciro, cin bom ter
reno, começa a produzir na idade de três anos, os frutos, porém, são poucos, aumentando dc ano para ano. Sòmento com a idade de sete a oito anos se
obterá uma safra completa. A varieda
de comum só produz .safras completas a partir dc dez anos e o cacau crioulo ou fino, que alcança melhores preços, é o mais tardio, só começando a produzir
ca total do México e
com a idade de cin
da Libéria, levando
co anos,
muito em
também em conside
bora, em matas ca-
ração as possibilida
brocadas, possa pro
queimada e convenientemente prepara
60 quilos dc polassa, 10 quilos dc ácido
da para receber a mandioca, que vai ser vir de proteção ao cacaueiro contra a irradiação solar. O contratista não pode fazer mais de duas plantações de man dioca, a fim de não cansar o terreno,
e não mais produz, provocando, algu mas vezes aos poucos e muitas vezes
de sorte que a partir do terceiro ano de
ràpidamcntc, a queda da produtividade
vida só lhe resta cuidar do cacaueiro. Com cinco anos e com o aparecimento
do cacaual.
A escolha do terreno vem sendo feita
rocha, l>or um lado, c a presença dc
dos primeiros frutos, a roça é entregue ao proprietíírio, recebendo o contraHs-
certas espécies dc árvores, por outro, são consideradas boa.s garantias de fertili
Após a formação, surgem os trabalhos
mais ou menos cmpiiicamcnle; o tipo dc
ta determinada importância por ár\'ore.
de exploração agrícola propriamente di
dade.
Uma vez • demarcado o terreno, tem
início a cultura, pela- destruição do ma to, que se realiza em três etapas: roçar, derrubar, queimar. Por vôzes, dadas as
des do cacau. Por ou
duzir com três anos.
indiscutíveis vantagens do cacaueiro sombreado, deixam-se intatas as árvores
tro lado, os ingleses,
Nas condições de nos so clima, o cacau
cabrocamenlo; neste caso, a paisagem
na
Costa do Ouro,
maiores, substituindo a queimada pelo
mento" e, apesar da praga não estar completamente debelada, o recurso à subvenção, pela destruição de cacaueiros velhos e replantío, tem dado como resultado um aumento da produção africana. Para o Brasil, o problema apresenta-se sob duplo aspecto: primei
e o de safra, o mais importante em \'olumo e qualidade, de setembro a no
ro, não perder a posição de segundo
fra e o período de duração da planta,
vendedor em ordem de importância; se
com bom volume de produção, estão li
cacaual ou para a sua exploração se fa
gundo, procurar, se possível, lutar con
gados às condições do terreno, principal
zem, quase sempre, apenas verbalmente.
tra a concorrência internacional e alar
mente se considerarmos que a semente é exportada e, com ela, substâncias ferti
No caso de fazendas cm formação, o
gar o volume e o valor de suas vendas. Para se buscar a solução, indague
lizantes, subtraídas ao solo, abandonam
mos das características da oferta e da
o país. Estas devem ser compensadas pela decomposição da rocha que as for nece ou, então, repostas mediante adu-
procura deste produto, no mercado in ternacional.
te durante o ano inteiro, encontram-se frutos isolados, constituindo a chamada
colheita de catagem.
E' preciso levar
cm conta, porém, que o volume da sa
coroa cm altura conveniente P»'»
iitar o babalho da colheita, há ainda as podas de manutenção, nas quais se su
primem simplesmente os galhos mortos^
e aquêles cuja folhagem nao atoge a luz cortando-se a madeira definhada para qub não embarace a mais viçosa. cacaueiros, e o superior, pelas copas das E' comum, ainda, praticar-se o desbrotamento, muito embora os técnicos-do árvores de sombra.
temporão é obtido entre março e julho vembro; nos outro.s meses, praticamen
Além da poda de formação, capaz da
permitir um esgalhamento "ftural da
apresenta-se característica, pois distingucm-se dois andares de vegetação: o inferior, representado pela folhagem dos
contra o "vassoura-
lutam ativamente
ta que consistem na conseiv^içao da nlkntação em bom estado e na colheita.
O sistema agrário, que caracteriza as
empresas produtoras do cacau, conser va-se praticamente estagnado, tanto as sim que os contratos para formação do
Instítuto do Cacau o condenem, por ser
uma verdadeira sangria feita no cacaual.
Quanto ao trato do solo, na totalidade
das fazendas baianas limita-se tal pratica a duas limpas por ano, cortando-se a ve
getação invasora. Em casos excepcio nais, para melhorar um cacaual deca
proprietário contrata com o trabalhador," dente, em terreno endurecido, procede-
se ao afofamento geral do solo. A adubação consiste, quando muito, no aproplantio de certo niunero de árvores, con• veitamento da casca da fruta; a prática forme a área do terreno coberta de ma da colheita, porém, longe de favorecer ta virgem, que lhe é reservada. Êste comumente
chamado
contratista,
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a melhoria das condições do solo, contri
Dicesto
97
Dicesto Econômico
Econômico
bui, não raro, para prejudicá-lo, A co lheita faz-se aos grupos de três homens;
são cobertas com telhados triangulares, que rolam sòbrc trilhos, para evitar que o grão, já meio sèco, se estrague. Na*s
dois dentre eles, armados de facões sus
fazendas mai.s modernas, existe uma es
desmerecer <i produto, o sistema contri
tuitamente.
pensos à ponta de uma vara, cortam os
tufa para .secagem do grão, principal mente no caso clc persistir o mau tempo.
bui para afugentar a mão-de-obra, pois
que, quando sc dá a escassez de mão-
frutos e deixam-nos cair por terra, o ter ceiro reúne estas em um amontoamento
ou "rumo", situado à beira do caminho
ou em pequena clareira acessível às mu las. Ali, dois outros quebram os frutos, jogando a massa de grãos, envolvida em polpa, em uma c-aixa de tamanho con vencional munida de varais, para ser le vantada mais fàcilmente. Esta quebra do fruto, dentro da plantação, provoca
\e\ pela qualidade dos frutos, as multas são freqüentes, fazendo com que, por \'ézes, o roceiro chegue a trabalhar gra
tar o volume tia prodvição.
Além de
que o empreiteiro dirige o pessoal e o
O material humano, necessário a to
trabalho de modo a obter o máximo de
do êstc trabalho, é em geral constituí do pelos sergipanos e sertanejos. Quan do a terra de Sergipe .sc torna ingrata, perseguida pelas sècas, seus habitantes abandonam aquele Estado por algum tempo c parle dêles se dirige ao sul da
Iticro possível. Do (pie lhe é pago por saco do cacau entregue uo deposito do
Bahia, alguns fixando-sc definitivamente
na região cacauoira.
as ra;:<'s cK- <I<'m ns ol\ imento, misturan
do maduros <• verdes, a fim de aumen
A maioria, po
lários dos Iraballiadores, aliás baixíssi
ra, melhorar o produto, baratear o cus
mos, cpiase stanprc o salário minimo, deduzidos ainda 20% para a moradia. Considerando-se cpic o custo de vida da
to c permitir melhores condições de tra
região cacuueira é um dos mais elevados no país, visto como a produção de gêne
consideravelmente ou até mesmo matan-
para o retôrno, abandona as plantações.
do-as, devido à grande quantidade de
Há, portanto, uma falta de persistência
potassa contida na casca (49%). Prefe
ros alimentícios se reduz a quase nada, devendo tudo ser importado, verifica-se
do trabalhador quo representa grande
que os trabalhadores ficam nas mãos do
mal para a lavoura. Nem sempre tam bém, os cacauicullores dispõem do pes soal adestrado, para os diversos serviços
empreiteiro, ganham pouco e nenhum
obter adubo natural, que seria poste riormente devolvido ao solo. " Uma vez cheias, as caixas sao esva
ziadas numa cama de folha de bananei
ra e os grãos são despejados em cestos, que a tropa do cacau mole conduzira a fazenda. Ali se procedem às opera ções de fermentação e secagem, para
que se obtenha a amêndoa eni condi
ções de exportação. Na fazenda, o ca cau é despejado em grandes caixas, on de fermenta de três a oito dias, sendo revolvido uma ou duas vezes por dia.
O processo de fermentação é importan tíssimo, pois dêle depende a boa ou má qualidade do produto. Uma vez fer mentado o cacau, são as amêndoas es-' tendidas em grandes tabuleiros denomi nados "barcaças", erguidos sobre pila
res de tijolos, para secagem ao sol a,
por ocasião das chuvas, as barcaças"
atrativo tem u sua profissão para que se
fixem nas fazendas. A produção local limita-se a mandioca, alguns repolhos, bananas c jacas. O arroz e o feijão, a
de conservação das plantações, colhei
tas c bencficiamento do produto. Qual quer trabalhador é indicado para esta ou aquela tarefa, resultando disso estra
batata e a carne sêca vêm de São Pau
lo, do Rio Grande do Sul, do Rio de Ja neiro. Junte-se a isto a laranja de ou
gos consideráveis, seja a destruição dos pcndúnculos dos frutos, com enormes prejuízos para a floração posterior, seja a má fermentação do produto, desmere cendo a qualidade e a boa apresentação das amêndoas, soja a negligência na se cagem. Tudo isto imporia na falta de uniformidade na qualidade do cacau, o que fuz com que o nosso produto no ex
obra grande mobilidade, prejudicando o ritmo do trabalho.
rém, quando tem notícias das chuvas c quando já ganhou dinheiro suficiente
mos" a abrir valetas e enterrá-los para
de-obra, há uma concorrência entre as
fazendas, as quais porfiam em oferecer melhores sahirios, o que dá à mão-de-
intermediário, tira éle o necessário pa ra as despesas de custeio e para os sa
o amontoamento de cascas, prejudican do as árvores vizinhas, queimando-as
re-se, porém, abandonar os antigos "ru
Além disso, cmnpre notar
tras regiões da Bahia e a aguardente de Recife c teremos completo o quadro cia dieta alimentar dos ti-abalhadores da zo na do cacau.
Êstes alimentos são ven
didos aos Iraballiadores pelo empreiteiro,
que é ao mesmo tempo empregador e comerciante.
impossível
Por essa razão, torna-se
ao trabalhador
deixar de
Para reorganizar a empresa produto balho, necessária se tomaria a assistên
cia do próprio fazendeiro, mas é comum encontrá-lo residindo fora da plantação
o entregando lôda a direção do negócio ao contratista e ao empreiteiro. Para
êlc o cacau é apenas um negócio e nao uma cultura, daí não ser de admirar o fato de a exploração apresentar-se rotineira, e os progressos
lentos. Daí também decorre o fato de o Instituto do Cacau lutar com grande dificuldade para conseguir modificar as condições técnicas das emprêsas. promo vendo o seu progresso e a melhoria do
produto. Mesmo assim, é preciso dizer-
se que grande tem sido a sua contribui
ção. Organizado sob a forma coopera tiva em 1931, realizou notáveis benefí
cios'para a região. Construiu um enor
me e moderno armazém com as mais
perfeitas instalações de ar condicionado, de transportes internos e externos, com câmaras de expurgo, luz e força elétri ca. Criou uma Carteira Hipotecária concedendo créditos que muito têm fa
terior apareça eivado de defeitos, quais
comprar dêle.
sejam grande percentagom de amên doas violetas, gréladas, mal fermentadas,
sempre o dobro dos da cidade mais pró xima e como o imigrante não tem recur
cilitado o trabalho
mofadas, etc\ Realizada a colheita pe lo processo de empreitada, os empreitei
sos ao procurar a fazenda, lança mão do crédito para se alimentar e dos seus
caueira. Vem resgatando as dívidas dos
ros tudo fazem para obter dinheiro rá
salários são deduzidas, além disso, as
até 36% de juros, para financiamento
pido, por isso colhem frutos em tôdas
dívidas. Como o colhedor é responsá-
das safras, e concede ainda empréstimos
Jk
Seus preços são quase
da exploração ca-
lavradores, que antes chegavam a pagar
96
a melhoria das condições do solo, contri
Dicesto
97
Dicesto Econômico
Econômico
bui, não raro, para prejudicá-lo, A co lheita faz-se aos grupos de três homens;
são cobertas com telhados triangulares, que rolam sòbrc trilhos, para evitar que o grão, já meio sèco, se estrague. Na*s
dois dentre eles, armados de facões sus
fazendas mai.s modernas, existe uma es
desmerecer <i produto, o sistema contri
tuitamente.
pensos à ponta de uma vara, cortam os
tufa para .secagem do grão, principal mente no caso clc persistir o mau tempo.
bui para afugentar a mão-de-obra, pois
que, quando sc dá a escassez de mão-
frutos e deixam-nos cair por terra, o ter ceiro reúne estas em um amontoamento
ou "rumo", situado à beira do caminho
ou em pequena clareira acessível às mu las. Ali, dois outros quebram os frutos, jogando a massa de grãos, envolvida em polpa, em uma c-aixa de tamanho con vencional munida de varais, para ser le vantada mais fàcilmente. Esta quebra do fruto, dentro da plantação, provoca
\e\ pela qualidade dos frutos, as multas são freqüentes, fazendo com que, por \'ézes, o roceiro chegue a trabalhar gra
tar o volume tia prodvição.
Além de
que o empreiteiro dirige o pessoal e o
O material humano, necessário a to
trabalho de modo a obter o máximo de
do êstc trabalho, é em geral constituí do pelos sergipanos e sertanejos. Quan do a terra de Sergipe .sc torna ingrata, perseguida pelas sècas, seus habitantes abandonam aquele Estado por algum tempo c parle dêles se dirige ao sul da
Iticro possível. Do (pie lhe é pago por saco do cacau entregue uo deposito do
Bahia, alguns fixando-sc definitivamente
na região cacauoira.
as ra;:<'s cK- <I<'m ns ol\ imento, misturan
do maduros <• verdes, a fim de aumen
A maioria, po
lários dos Iraballiadores, aliás baixíssi
ra, melhorar o produto, baratear o cus
mos, cpiase stanprc o salário minimo, deduzidos ainda 20% para a moradia. Considerando-se cpic o custo de vida da
to c permitir melhores condições de tra
região cacuueira é um dos mais elevados no país, visto como a produção de gêne
consideravelmente ou até mesmo matan-
para o retôrno, abandona as plantações.
do-as, devido à grande quantidade de
Há, portanto, uma falta de persistência
potassa contida na casca (49%). Prefe
ros alimentícios se reduz a quase nada, devendo tudo ser importado, verifica-se
do trabalhador quo representa grande
que os trabalhadores ficam nas mãos do
mal para a lavoura. Nem sempre tam bém, os cacauicullores dispõem do pes soal adestrado, para os diversos serviços
empreiteiro, ganham pouco e nenhum
obter adubo natural, que seria poste riormente devolvido ao solo. " Uma vez cheias, as caixas sao esva
ziadas numa cama de folha de bananei
ra e os grãos são despejados em cestos, que a tropa do cacau mole conduzira a fazenda. Ali se procedem às opera ções de fermentação e secagem, para
que se obtenha a amêndoa eni condi
ções de exportação. Na fazenda, o ca cau é despejado em grandes caixas, on de fermenta de três a oito dias, sendo revolvido uma ou duas vezes por dia.
O processo de fermentação é importan tíssimo, pois dêle depende a boa ou má qualidade do produto. Uma vez fer mentado o cacau, são as amêndoas es-' tendidas em grandes tabuleiros denomi nados "barcaças", erguidos sobre pila
res de tijolos, para secagem ao sol a,
por ocasião das chuvas, as barcaças"
atrativo tem u sua profissão para que se
fixem nas fazendas. A produção local limita-se a mandioca, alguns repolhos, bananas c jacas. O arroz e o feijão, a
de conservação das plantações, colhei
tas c bencficiamento do produto. Qual quer trabalhador é indicado para esta ou aquela tarefa, resultando disso estra
batata e a carne sêca vêm de São Pau
lo, do Rio Grande do Sul, do Rio de Ja neiro. Junte-se a isto a laranja de ou
gos consideráveis, seja a destruição dos pcndúnculos dos frutos, com enormes prejuízos para a floração posterior, seja a má fermentação do produto, desmere cendo a qualidade e a boa apresentação das amêndoas, soja a negligência na se cagem. Tudo isto imporia na falta de uniformidade na qualidade do cacau, o que fuz com que o nosso produto no ex
obra grande mobilidade, prejudicando o ritmo do trabalho.
rém, quando tem notícias das chuvas c quando já ganhou dinheiro suficiente
mos" a abrir valetas e enterrá-los para
de-obra, há uma concorrência entre as
fazendas, as quais porfiam em oferecer melhores sahirios, o que dá à mão-de-
intermediário, tira éle o necessário pa ra as despesas de custeio e para os sa
o amontoamento de cascas, prejudican do as árvores vizinhas, queimando-as
re-se, porém, abandonar os antigos "ru
Além disso, cmnpre notar
tras regiões da Bahia e a aguardente de Recife c teremos completo o quadro cia dieta alimentar dos ti-abalhadores da zo na do cacau.
Êstes alimentos são ven
didos aos Iraballiadores pelo empreiteiro,
que é ao mesmo tempo empregador e comerciante.
impossível
Por essa razão, torna-se
ao trabalhador
deixar de
Para reorganizar a empresa produto balho, necessária se tomaria a assistên
cia do próprio fazendeiro, mas é comum encontrá-lo residindo fora da plantação
o entregando lôda a direção do negócio ao contratista e ao empreiteiro. Para
êlc o cacau é apenas um negócio e nao uma cultura, daí não ser de admirar o fato de a exploração apresentar-se rotineira, e os progressos
lentos. Daí também decorre o fato de o Instituto do Cacau lutar com grande dificuldade para conseguir modificar as condições técnicas das emprêsas. promo vendo o seu progresso e a melhoria do
produto. Mesmo assim, é preciso dizer-
se que grande tem sido a sua contribui
ção. Organizado sob a forma coopera tiva em 1931, realizou notáveis benefí
cios'para a região. Construiu um enor
me e moderno armazém com as mais
perfeitas instalações de ar condicionado, de transportes internos e externos, com câmaras de expurgo, luz e força elétri ca. Criou uma Carteira Hipotecária concedendo créditos que muito têm fa
terior apareça eivado de defeitos, quais
comprar dêle.
sejam grande percentagom de amên doas violetas, gréladas, mal fermentadas,
sempre o dobro dos da cidade mais pró xima e como o imigrante não tem recur
cilitado o trabalho
mofadas, etc\ Realizada a colheita pe lo processo de empreitada, os empreitei
sos ao procurar a fazenda, lança mão do crédito para se alimentar e dos seus
caueira. Vem resgatando as dívidas dos
ros tudo fazem para obter dinheiro rá
salários são deduzidas, além disso, as
até 36% de juros, para financiamento
pido, por isso colhem frutos em tôdas
dívidas. Como o colhedor é responsá-
das safras, e concede ainda empréstimos
Jk
Seus preços são quase
da exploração ca-
lavradores, que antes chegavam a pagar
Dicesto Econóxüco
98
a longo prazo, e a juro de 6,5% para o
quando armazenado cm depósito de boa
-desenvolvimento de novas lavouras.
construção, as.soalhado c com boa co
Criou a Carteira Comercial, operando
bertura.
nos mercados internos e externos, ga-
não se perca complelamcnte, baixa de
rantidora de preços mínimos, de acôrdo
classificaçãcí, o que representa apreciá
com a situação comercial e o interesse
vel perda, por ser muito grande a queda de preç-os que disso resnUa. Não fôrn
dos consumidores. Organizou operações
de penhor agrícola para o financiamento das safras. Criou uma Estação Experi mental para o estudo científico do ca
cau, a fim de melhorar o produto, e or ganizou, além disso, um plano ferroviá rio, em plena execução, para baratea mento do custo e maior rapidez de es coamento da produção. Não obstante, é preciso que se diga que nem sempre esta assistência técnica é bem compreen dida, devendo o Instituto, além da sua
função precípua, exercer ainda a tarefa de educar os próprios beneficiados. O Banco do Brasil, também, pelo penhor agrícola, tem coadjuvado o trabalho do Instituto do Cacau, protegendo o lavra
Em caso contrário, embom
a deficiente orgaiiiz-ição do empreendi
mento, a c.xploraçáo cncaiicira poderia oferecer ótimas condições comerciais, visto ser entre as onqirèsas agrícolas,
das que melhor remuneração de capital permite.
As suas possibilidades aprcsentam-so ainda maiorc.s, quando consideramos a natureza da sua procura. Dos produtos de alimentação c ele um dos mais com
pletos : basta dizer-se que o chocolate
em tabletes se aproxima da fórmula ideal
dor contra a venda do cacau em flòr, no_
apontada pelos dictctas, bastando-nos para isso comparar qual a composição química de um alimento completo e qual a do chocolate em tabletes ; no primeiro devem estar contidas 53% de
período da entre-safra, evitando uma
substâncias hidrocarbonadas, 33 % de
verdadeira extorsão dos intermediários,
gorduras e 12% de substâncias azotadas, no segundo encontramos 56,15% de ht-
pois que, além de acarretar descontrole financeiro, o agricultor era levado a ven
der o produto do seu trabalho por 2/3 do seu verdadeiro valor.
Dissemos que a oferta é inelástíca, porém precisamos ressalvar que esta inelasticidade se verifica muito mais no
período de alta de preços, do que no período de baixa; com efeito, nestas ocasiões é possível recorrer-se à estoca-
gem, aguardando que o mercado reaja, para que se efetuem ofertas mais volu mosas. Mesmo assim, porém, não é
possível uma generalização. Se é ver dade que, dos produtos perecíveis, o cacau é o de maior resistência, é neces sário ressaltar que se conserva somente
DíOESTd
Econò.mico
tícas, porém, nos piTinilcni prcNcr uma
ses, diminuindo sensivelmente. Basta examinar o ocorrido com o valor-ouro
tendência para a inelasticidade ou seja
do cacau brasileiro,
uma relativa constância da procura, ape
meio século. De 1900 a 190/, a expor
sar das variações do preçti.
salientar que a probabilidade dêste fe
tação cacaucira desenvol\'eu-se conti nuamente, passando do índice 39,4 (ba
nômeno c ainda maior, se considerarmos
se 1937 = 100) a 105,3. Após um pe
do procura do cacau, as suas caractcrís-
Cumpre
a quase incxi.stcncia dos sucedâneos c a dificuldade nas adulterações do pro
duto. Considerando-se o cacau brasi leiro, vcrifica-sc que, no mercado intcrnãcional, a sua procura tem sido relati vamente constante c a tendência, neste ■
último século, é de um crescimento de volume transacionado, a bem dizer, con
tínuo. Nem mesmo a gvjerra de 191418, a crise do dólar de 1921, e a crise de 1929-30 foram suficientes para pro
lume das nossas vendas.
A sensível
diminuição, de 1940 para cá, e.xplica-se,
cm grande parte, devido â situação de guerra c após-guerra. Se é verdade que o comercio
com os Estados Unidos,
primeiro comprador mundial, não ficou grandemente afetado, muito sofremos com a perda de outros compradores,
11,86% de substâncias azotadas. Con vém ainda acrescentar que o chocolate
bastando dizer q\ic de tiinta e quatro mercados com que comerciávamos em
conter a teobromina, que produz ação
1934, ficamos reduzidos a doze, sendo que apenas cinco países compraram cer
tonificante
ca do 98 %
sôbx-e o sistema
nerx'OSO.
Juntando-se a isso o aroma e o sabor es pecial do produto, explica-se fàcilmente porque é ôle parte integrante da dieta alimentar de todos os povos, principal mente dos de clima frio. Ao lado de sua utilizixção como alimen
to, temos ainda as aplicações farmacológica.s, que constituem uma importante
área de consumo do produto. Não bá estudos especiais sobre o tipo
ríodo de tensão, que compreendeu todo o ano do 1908, seguiu-se uma depres são nos dois anos seguintes. O ritmo
ascencional foi logo recuperado, atinffindo-se o máximo em 1915, com o ín dice dc 151,4. A 1." Grande Guerra afetou bastante o mercado
continuando a depressão até 1921_indu-
sivc, apesar de uma forte reaçao dos 1Q1Q neutralizada por uma
queda Lis
vocar \ima considerável redução do vo
drocarbonados, 29,1 % de gorduras e
possui propriedades estimulantes, visto
exportado neste
da nossa
exportação em
1941: — Estados Unidos (87, 6%), Ar
gentina (4,2%), Rússia, (2,4%), Suécia (2%) e Finlândia (1,6%). Esta pro
gressão constante no aumento do consu mo mundial do cacau n<ão nos habilita, no entanto,' a afirmar a existência de uma grande estabilidade dos seus pre ços. Em períodos normais, dadas as condições da oferta e da procura, êstes se mantêm relativamente estáveis, mas se tomam bastante vulneráveis às cri
do após-guerra. D
prLtoq^ra erife ã!1929 agravaria.
E' cúrio» notar que o nrovimento do
comércio caucaueiro para o extenor precedia de ano e meio a grande cnpe mternacicnal. Em 1933 tóng.arnos o
ponto de liquidação da crjse bastando Ler que, enquanto em 1928 o rndrce do valor-ouro era de 191,2. bancava em 1933 a 69,4. Esta liquidação arrastouse até 1934 inclusive, tendo havido be néfica reação no ano seguinte. A par tir de 1936, porém, entramos em novo
período de depressão, que continuou até o ano de 1945, muito embora se assina lassem
alternâncias de altas e baixas
anuais. A partir de 1945, registrou-se
novo surto de expansão no mercado cacauçiro, chegando-se a atingir o alto ín-
Dicesto Econóxüco
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a longo prazo, e a juro de 6,5% para o
quando armazenado cm depósito de boa
-desenvolvimento de novas lavouras.
construção, as.soalhado c com boa co
Criou a Carteira Comercial, operando
bertura.
nos mercados internos e externos, ga-
não se perca complelamcnte, baixa de
rantidora de preços mínimos, de acôrdo
classificaçãcí, o que representa apreciá
com a situação comercial e o interesse
vel perda, por ser muito grande a queda de preç-os que disso resnUa. Não fôrn
dos consumidores. Organizou operações
de penhor agrícola para o financiamento das safras. Criou uma Estação Experi mental para o estudo científico do ca
cau, a fim de melhorar o produto, e or ganizou, além disso, um plano ferroviá rio, em plena execução, para baratea mento do custo e maior rapidez de es coamento da produção. Não obstante, é preciso que se diga que nem sempre esta assistência técnica é bem compreen dida, devendo o Instituto, além da sua
função precípua, exercer ainda a tarefa de educar os próprios beneficiados. O Banco do Brasil, também, pelo penhor agrícola, tem coadjuvado o trabalho do Instituto do Cacau, protegendo o lavra
Em caso contrário, embom
a deficiente orgaiiiz-ição do empreendi
mento, a c.xploraçáo cncaiicira poderia oferecer ótimas condições comerciais, visto ser entre as onqirèsas agrícolas,
das que melhor remuneração de capital permite.
As suas possibilidades aprcsentam-so ainda maiorc.s, quando consideramos a natureza da sua procura. Dos produtos de alimentação c ele um dos mais com
pletos : basta dizer-se que o chocolate
em tabletes se aproxima da fórmula ideal
dor contra a venda do cacau em flòr, no_
apontada pelos dictctas, bastando-nos para isso comparar qual a composição química de um alimento completo e qual a do chocolate em tabletes ; no primeiro devem estar contidas 53% de
período da entre-safra, evitando uma
substâncias hidrocarbonadas, 33 % de
verdadeira extorsão dos intermediários,
gorduras e 12% de substâncias azotadas, no segundo encontramos 56,15% de ht-
pois que, além de acarretar descontrole financeiro, o agricultor era levado a ven
der o produto do seu trabalho por 2/3 do seu verdadeiro valor.
Dissemos que a oferta é inelástíca, porém precisamos ressalvar que esta inelasticidade se verifica muito mais no
período de alta de preços, do que no período de baixa; com efeito, nestas ocasiões é possível recorrer-se à estoca-
gem, aguardando que o mercado reaja, para que se efetuem ofertas mais volu mosas. Mesmo assim, porém, não é
possível uma generalização. Se é ver dade que, dos produtos perecíveis, o cacau é o de maior resistência, é neces sário ressaltar que se conserva somente
DíOESTd
Econò.mico
tícas, porém, nos piTinilcni prcNcr uma
ses, diminuindo sensivelmente. Basta examinar o ocorrido com o valor-ouro
tendência para a inelasticidade ou seja
do cacau brasileiro,
uma relativa constância da procura, ape
meio século. De 1900 a 190/, a expor
sar das variações do preçti.
salientar que a probabilidade dêste fe
tação cacaucira desenvol\'eu-se conti nuamente, passando do índice 39,4 (ba
nômeno c ainda maior, se considerarmos
se 1937 = 100) a 105,3. Após um pe
do procura do cacau, as suas caractcrís-
Cumpre
a quase incxi.stcncia dos sucedâneos c a dificuldade nas adulterações do pro
duto. Considerando-se o cacau brasi leiro, vcrifica-sc que, no mercado intcrnãcional, a sua procura tem sido relati vamente constante c a tendência, neste ■
último século, é de um crescimento de volume transacionado, a bem dizer, con
tínuo. Nem mesmo a gvjerra de 191418, a crise do dólar de 1921, e a crise de 1929-30 foram suficientes para pro
lume das nossas vendas.
A sensível
diminuição, de 1940 para cá, e.xplica-se,
cm grande parte, devido â situação de guerra c após-guerra. Se é verdade que o comercio
com os Estados Unidos,
primeiro comprador mundial, não ficou grandemente afetado, muito sofremos com a perda de outros compradores,
11,86% de substâncias azotadas. Con vém ainda acrescentar que o chocolate
bastando dizer q\ic de tiinta e quatro mercados com que comerciávamos em
conter a teobromina, que produz ação
1934, ficamos reduzidos a doze, sendo que apenas cinco países compraram cer
tonificante
ca do 98 %
sôbx-e o sistema
nerx'OSO.
Juntando-se a isso o aroma e o sabor es pecial do produto, explica-se fàcilmente porque é ôle parte integrante da dieta alimentar de todos os povos, principal mente dos de clima frio. Ao lado de sua utilizixção como alimen
to, temos ainda as aplicações farmacológica.s, que constituem uma importante
área de consumo do produto. Não bá estudos especiais sobre o tipo
ríodo de tensão, que compreendeu todo o ano do 1908, seguiu-se uma depres são nos dois anos seguintes. O ritmo
ascencional foi logo recuperado, atinffindo-se o máximo em 1915, com o ín dice dc 151,4. A 1." Grande Guerra afetou bastante o mercado
continuando a depressão até 1921_indu-
sivc, apesar de uma forte reaçao dos 1Q1Q neutralizada por uma
queda Lis
vocar \ima considerável redução do vo
drocarbonados, 29,1 % de gorduras e
possui propriedades estimulantes, visto
exportado neste
da nossa
exportação em
1941: — Estados Unidos (87, 6%), Ar
gentina (4,2%), Rússia, (2,4%), Suécia (2%) e Finlândia (1,6%). Esta pro
gressão constante no aumento do consu mo mundial do cacau n<ão nos habilita, no entanto,' a afirmar a existência de uma grande estabilidade dos seus pre ços. Em períodos normais, dadas as condições da oferta e da procura, êstes se mantêm relativamente estáveis, mas se tomam bastante vulneráveis às cri
do após-guerra. D
prLtoq^ra erife ã!1929 agravaria.
E' cúrio» notar que o nrovimento do
comércio caucaueiro para o extenor precedia de ano e meio a grande cnpe mternacicnal. Em 1933 tóng.arnos o
ponto de liquidação da crjse bastando Ler que, enquanto em 1928 o rndrce do valor-ouro era de 191,2. bancava em 1933 a 69,4. Esta liquidação arrastouse até 1934 inclusive, tendo havido be néfica reação no ano seguinte. A par tir de 1936, porém, entramos em novo
período de depressão, que continuou até o ano de 1945, muito embora se assina lassem
alternâncias de altas e baixas
anuais. A partir de 1945, registrou-se
novo surto de expansão no mercado cacauçiro, chegando-se a atingir o alto ín-
100
Dioesto EcüNÓ>aco'
çâo deve-se à melhoria dos preços in ternacionais e não ao aumento do vo
lume exportado, \'isto como este, longe de aumentar, tem diminuído.
No ano
de 1949, assinalou-se uma queda do ca
cau, cujos preços baixaram de mais dc
■Regime agrário e urbanização
dos. E' digno dc nota o fnlo cie dimi nuir a pcrcentagcm do volume exporta do, sobre o produzido; enquanto na sa fra dc 1946-47 cxportáranios 86% de no.ssa produção, cslimnu-s(; que cm 1949 a exportação não atingiria mais dc 74 %
Nelson Werneck Sodré PROBLEMA da abolição da enfileuse,
do cacau produzido. .A política inglésa de oferecer 5 libras de compensação por
de quando em voz posto em evi dencia, e nctn sempre na melhor evi
dência, pôs em foco, há poucos anos,
neladas vendidas em 1948, por exemplo,
acre de cacaual deslTiiído, desde que afetado dc praga, e 7 lil^ras para o replantio na Costa do Ouro, seguramente contribuirá para melhorar ;i produção do primeiro fornecedor internacional c nos
51.354 destinaram-se aos Estados Uni
so maior concorrente.
40 %; mas não se pode atribuir tal que da à desvalorização
das moedas da
área da libra, como querem alguns, pri meiro porque a mesma já se verificara desde o primeiro trimestre do ano pas sado e segundo porque de 71.681 to dos, absorvendo a Europa apenas 15,8 %
Acreditamos que .somente a melhoria
do volume, equivalente a 16,7 % do va
do produto e a redução do custo, graças
lor de todo o cacau vendido. E' ver
a processos mais racionais de explora ção, permitirão conservar mercados e
dade que persiste o risco de a América do Norte desviar considerável parte da
sua procura para os fornecedores da África do Norte, beneficiados com a des valorização das suas moedas, mas se o volume de nossas vendas para a Améri
ca do Norte vem diminuindo, conforme as estatísticas do comercio internacional brasileiro registram, e se mesmo as ex
mesmo expandi-los. Não nos esqueça mos, porém, que no mercadí) cacaueiro a nossa situação é "sui generis". Em bora segundo produtor, o Brasil fornece apenas cerca de 20 % de todo o cacau comerciado uo mundo, enquanto a Cos ta do Ouro
40%.
fornece aproximadamente
Há um oligopólio Internacional,
no seu último aparecimento, a questão
do apossanicnto da torra, o mais velho dos problemas brasileiros e aquélc, pre
cisamente, em torno do qual menos te
mos progredido. Temos progredido tão pouco que, para abolir um ínstitrito ana
crônico, nocivo o retrógrado como o da enfiteusc, foi necessário entrar cm de bate. Nesse debato, o que só não é
espantoso cm nosso país, houve até quem achasse que o velhís.simo insti
Náo se pode, porém, ignorar que neste último ano dimínu.ram
nossas
vendas, mesmo nos mercados recupera-
aò aproveitamento industrial do produ to e à sua venda no mercado interno, infelizmente não muito desenvolvido.
Todos se preocuparam ern
res- um Varnhagen, menos curioso, fazerído uma breve referência. Os cro nistas, os viajantes nacionais e estrangei
Embora a enfiteuse tenha entrado em
quíssimo problema da terra, tão antigo quanto a existência brasileira. Nesse problema, cujas etapas parciais têm en
Caberá o recurso
cuparam, em história, senão com o fato
riosas.
Por outro lado o oligopsônío conduzido pelos Estados Unidos, comprador quase internacional.
ancoradas cm tempos recuadíssimos, in fluindo, sem alterações sensíveis, através de todo o tempo histórico. Essa estranha peculiaridade, que tan to nos distinguiu, não escapou aos cro
apontá-la. Um Handelman, mais hábil,
exemplo a Holanda, Itália, Suécia, Suí ça, União Belgo-Luxemburguesa. A Ale manha, provavelmente, tornará a ser um
cado
plitude, foi, entre nós, um caso singular, específico, cujas origens também estão
portante, de ver as suas idéias vito
cando nosso país na posição do satélite.
so cacau.
volutas, propriedades do Estado. O alongamento da apropriação, a sua am
político.
mercados perdidos durante a guerra, por
fraquecer a posição brasileira no mer
Caminha — não haver, no Brasil, por assim dizer, terras sem dono, terras de-
só bá gente, no Brasil, capaz de defen der qualquer idéia, como, o que é im
América do Sul ficarem reduzidas prati•camente à metade, estamos recuperando
importante mercado consumidor de nos
afirmar o contrário, senão desde Vaz de
nistas e historiógrafos mais^ argutos, e nem mesmo àqueles que nao se preo
tuto devesse ser mantido, encontrando
lenta e prolongada agonia, está longe de
exxlusivo do nosso cacau, tende a en
se pensa, embora o ufanismo nacional se venha comprazendo, há decênios, em
nôle função apreciável e dinâmica. Não
cuja condução cabe á Gold Coast and Nigerian Board, sob a égide do Depar tamento das Colônias da Inglaterra, fi
portações para os vários fregueses da
férteis são mais raros do que em geral
ser abolida, servindo ainda para chamar a atenção, pcriòdicamente, para o anti-
indagando de causas e traços definido
ros, de Brandônio a Saint Hilaire, fo
ram unanimes em apontar o generaliza do mal. Essa unanimidade no referir
um problema, ao lado da sua anÜgui-
contrado, como é natural, resistências
dade, basta para caracterizar a sua gran
bem firmados como de uma tradição que remonta aos primeiros anos da vida co
dade de seus efeitos. Não há, por certo, na evolução do povo brasileiro, um fator negativo mais poderoso do que a ano
positivas, oriundas não só do ínterêsses lonial, a que aquêles ínterêsses buscam
constantemente arrimar-se, e até aqui
com sucesso — nesse problema um dos
aspectos mais curiosos tem sido, sem
dúvida, a constatação do fato de cons tituindo um país tão extenso, em que os
trechos
de
terras
verdadeiramente
deza e importância, e também a nocivi-
malia de a terra, sendo tão extensa e
tão pobre, ter sempre um proprietário isto
é,
permanecer
permanentemente
apropriada, embora quase nunca culti vada e produtiva, e embora, em nnncp
100
Dioesto EcüNÓ>aco'
çâo deve-se à melhoria dos preços in ternacionais e não ao aumento do vo
lume exportado, \'isto como este, longe de aumentar, tem diminuído.
No ano
de 1949, assinalou-se uma queda do ca
cau, cujos preços baixaram de mais dc
■Regime agrário e urbanização
dos. E' digno dc nota o fnlo cie dimi nuir a pcrcentagcm do volume exporta do, sobre o produzido; enquanto na sa fra dc 1946-47 cxportáranios 86% de no.ssa produção, cslimnu-s(; que cm 1949 a exportação não atingiria mais dc 74 %
Nelson Werneck Sodré PROBLEMA da abolição da enfileuse,
do cacau produzido. .A política inglésa de oferecer 5 libras de compensação por
de quando em voz posto em evi dencia, e nctn sempre na melhor evi
dência, pôs em foco, há poucos anos,
neladas vendidas em 1948, por exemplo,
acre de cacaual deslTiiído, desde que afetado dc praga, e 7 lil^ras para o replantio na Costa do Ouro, seguramente contribuirá para melhorar ;i produção do primeiro fornecedor internacional c nos
51.354 destinaram-se aos Estados Uni
so maior concorrente.
40 %; mas não se pode atribuir tal que da à desvalorização
das moedas da
área da libra, como querem alguns, pri meiro porque a mesma já se verificara desde o primeiro trimestre do ano pas sado e segundo porque de 71.681 to dos, absorvendo a Europa apenas 15,8 %
Acreditamos que .somente a melhoria
do volume, equivalente a 16,7 % do va
do produto e a redução do custo, graças
lor de todo o cacau vendido. E' ver
a processos mais racionais de explora ção, permitirão conservar mercados e
dade que persiste o risco de a América do Norte desviar considerável parte da
sua procura para os fornecedores da África do Norte, beneficiados com a des valorização das suas moedas, mas se o volume de nossas vendas para a Améri
ca do Norte vem diminuindo, conforme as estatísticas do comercio internacional brasileiro registram, e se mesmo as ex
mesmo expandi-los. Não nos esqueça mos, porém, que no mercadí) cacaueiro a nossa situação é "sui generis". Em bora segundo produtor, o Brasil fornece apenas cerca de 20 % de todo o cacau comerciado uo mundo, enquanto a Cos ta do Ouro
40%.
fornece aproximadamente
Há um oligopólio Internacional,
no seu último aparecimento, a questão
do apossanicnto da torra, o mais velho dos problemas brasileiros e aquélc, pre
cisamente, em torno do qual menos te
mos progredido. Temos progredido tão pouco que, para abolir um ínstitrito ana
crônico, nocivo o retrógrado como o da enfiteusc, foi necessário entrar cm de bate. Nesse debato, o que só não é
espantoso cm nosso país, houve até quem achasse que o velhís.simo insti
Náo se pode, porém, ignorar que neste último ano dimínu.ram
nossas
vendas, mesmo nos mercados recupera-
aò aproveitamento industrial do produ to e à sua venda no mercado interno, infelizmente não muito desenvolvido.
Todos se preocuparam ern
res- um Varnhagen, menos curioso, fazerído uma breve referência. Os cro nistas, os viajantes nacionais e estrangei
Embora a enfiteuse tenha entrado em
quíssimo problema da terra, tão antigo quanto a existência brasileira. Nesse problema, cujas etapas parciais têm en
Caberá o recurso
cuparam, em história, senão com o fato
riosas.
Por outro lado o oligopsônío conduzido pelos Estados Unidos, comprador quase internacional.
ancoradas cm tempos recuadíssimos, in fluindo, sem alterações sensíveis, através de todo o tempo histórico. Essa estranha peculiaridade, que tan to nos distinguiu, não escapou aos cro
apontá-la. Um Handelman, mais hábil,
exemplo a Holanda, Itália, Suécia, Suí ça, União Belgo-Luxemburguesa. A Ale manha, provavelmente, tornará a ser um
cado
plitude, foi, entre nós, um caso singular, específico, cujas origens também estão
portante, de ver as suas idéias vito
cando nosso país na posição do satélite.
so cacau.
volutas, propriedades do Estado. O alongamento da apropriação, a sua am
político.
mercados perdidos durante a guerra, por
fraquecer a posição brasileira no mer
Caminha — não haver, no Brasil, por assim dizer, terras sem dono, terras de-
só bá gente, no Brasil, capaz de defen der qualquer idéia, como, o que é im
América do Sul ficarem reduzidas prati•camente à metade, estamos recuperando
importante mercado consumidor de nos
afirmar o contrário, senão desde Vaz de
nistas e historiógrafos mais^ argutos, e nem mesmo àqueles que nao se preo
tuto devesse ser mantido, encontrando
lenta e prolongada agonia, está longe de
exxlusivo do nosso cacau, tende a en
se pensa, embora o ufanismo nacional se venha comprazendo, há decênios, em
nôle função apreciável e dinâmica. Não
cuja condução cabe á Gold Coast and Nigerian Board, sob a égide do Depar tamento das Colônias da Inglaterra, fi
portações para os vários fregueses da
férteis são mais raros do que em geral
ser abolida, servindo ainda para chamar a atenção, pcriòdicamente, para o anti-
indagando de causas e traços definido
ros, de Brandônio a Saint Hilaire, fo
ram unanimes em apontar o generaliza do mal. Essa unanimidade no referir
um problema, ao lado da sua anÜgui-
contrado, como é natural, resistências
dade, basta para caracterizar a sua gran
bem firmados como de uma tradição que remonta aos primeiros anos da vida co
dade de seus efeitos. Não há, por certo, na evolução do povo brasileiro, um fator negativo mais poderoso do que a ano
positivas, oriundas não só do ínterêsses lonial, a que aquêles ínterêsses buscam
constantemente arrimar-se, e até aqui
com sucesso — nesse problema um dos
aspectos mais curiosos tem sido, sem
dúvida, a constatação do fato de cons tituindo um país tão extenso, em que os
trechos
de
terras
verdadeiramente
deza e importância, e também a nocivi-
malia de a terra, sendo tão extensa e
tão pobre, ter sempre um proprietário isto
é,
permanecer
permanentemente
apropriada, embora quase nunca culti vada e produtiva, e embora, em nnncp
lUI Dicesto
102
sem numerosos os grupos humanos, des
■wm ^ Econ^nhco
Dicesto
Econômico
nas Gerais, (piando se desenvob ia o for
balho assalariado. Quando a .-Abolição ocorreu, as transformações que condu- .
mo cm níveis que nada apresentaram do deslumbrante, como porque contri buiu para a perTnan«''-ncia dos espaços vazios, através dos quais, no arquipélago econômico brasileiro, não seria possível,
midável cnipreendimontü aurífcro, fica ram bem conliecidas e deixaram largos traços e c<ínseq>«éncias notórias de seu aparccimenlo. Esse <piadro comum, cie
sas evidentes da precocidade da vida
pela grandeza da tarefa, em face do bai
unia atividade rural poderosa, destinada
mas a verdade é que aquela alforria
urbana, num país pobre, em que a in dustrialização — causa notória do pri mado das cidades, nos povos matrizes da evolução humana — só de há pouco é suficiente para explicar, e explicar ape
xo nível de produção, estruturar a teia das ligações indispensáveis. Enquanto o navio de madeira e a na
a fornecer um produto de exportação,
súbita é em mas.sa, sem as medidas in
vegação a vela nos permitiram um pri
nas em parte, o adensamento humano
dor, de algum modo, dos males do monopóbo oceânico como espaço de circu
tenção, prâticamente apenas alimentar, dus gnipus ligados àquela, definiu a produção colonial c transitou para o
tituídos de posses e, por isso mesmo, vivendo em redor das cidades uma exis
tência econòmicamente vegetativa.
Tal
anomalia foi, sem dúvida, uma das cau
em tômo de alguns focos, enquanto o interior permanece, em largos trechos,
mado marítimo interessante, neutraliza-
ao líido de uma atividade rural subsi diária, destinada a fornecer a manu
período da inclepcnclcncia.
Foi, em
lação, tudo se arrastou mais ou menos,
suma, a nomia da longa e atribulada
fase em que o trabalhador agrícola se
lavoura entra em ritmo de pausa, de
tanto melhor porque a produção se des tinava, em parte considerável, a merca
pois de arrancadas promissoras, mas ca-
dos externos e distantes, quase sempre
resumia no elemento sei\àl. As necessidades da lavoura de sub
racterizadamente
interessados em mandar buscar as ma
sistência impuseram o regime de tra
térias-primas que possuíamos. Quando, porém, a produção avultou e, no esbo
balho semanal de um dia, o sábado,
deserto e improdutivo, e enquanto a sem
base
econômica
firme.
Nem só da urbanização precoce e anômala foi causa, num povo de fundo agrário evidente, essa desmedida apro priarão — mas da própria precariedade da circulação, de que vimos padecendo, de forma tão notória, e que se denun ciou tão característica e alarmante no
período da última guerra mundial, quan do o oceano permaneceu sob a ameaça submarina.
Sendo o verdadeiro e qua
se único espaço de circulação de rique za, desde os primeiros tempos da vida brasileira, aquela ameaça desarticulou o sistema nacional de intercâmbio entre
as diversas regiões, deixando à vista pro blemas de gravidade indiscutível, que 'eram também velhos problemas, sempre
em equação, mas nunca resolvidos. A circulação, evidentemente, devia sofrer desse apossamento extraordinário, absor vido por um número tão reduzido de pessoas, nâu só porque constituiu um dos fatôres do empobrecimento genera
ço de industrialização, começou a se orientar também para o mercado inter
no, o problema da circulação assumiu
as linhas alarmantes que hoje apresenta e diante das quais permanecemos impo
para ôsse fim : o escravo dava ao pro prietário seis dias de labor, c guardaxa para si, como uma concessão, que derivava, assim, da pura necessidade, um dia, quando sc entregava aos cui dados do trato que lhe cabia cultivar,
tentes, dada a precariedade de recursos
para a sua própria manutenção.
para os empreendimentos que estão li gados a uma tarefa tão gigantesca. Os quadros do" passado não diferiam muito
êsso traço cultural, vinculado ao siste
em suas características: ao lado de um
do trabalho escravo para o trabalho li vre se processasse sem medida alguma correlata, como era indispensável. Já José Bonifácio, entretanto, com
parque agrícola produtor de matériasprimas para exportação, absorvendo a
quase totalidade das atividades huma nas de uma região geográfica bem defi nida, desenvolvia-se, em nível muito
precário, uma atividade agrícola de pu
ma de produção, considerou,
Foi
que a abolição não
deixando que a transição
uma objetividade que fez honra
ao
seu espírito científico, moldado no es tudo objetivo dos problemas, tinha
ra subsistência, destinada a estabelecer
idéia de fornecer ao escravo,
a manutenção dos grupos humanos en
carta de alforria, a propriedade de uin
tregues ao trabalho rural. Por vezes, até mesmo essa lavoura de subsistência faltou, e a história da mine
ração nos aponta os períodos repetidos
lizado, apenas neutralizado pelo enri
de fome, em contraste com a riqueza
quecimento de uns poucos, e assim mes
circundante. As crises de fome; em Mi-
com a
trato que lhe assegurasse aquela ativi dade de mera subsistência que, rotos os laços entre proprietário e trabalha dor servil, desaparecia automaticamen te, luna vez que o escravo transitava,
abruptamente, para o regime de tra
ziram o País a um tipo de vida urbana
para o qual não estava realmente pre parado, já existiam, em esboço ativo —
dispensáveis que lhe acompanhassem os efeitos, contribuiu bastante para a ^ continuação de xmia tendência urbana ^
feita em grande parte com os restos de .v um mralismo precário, que vinham au- .■ mentar os grupos vcgetutivos das cida
des, e quase sempre as cidades litorâ neas.
Entre os contrastes e paradoxos em
que é fértil a vida brasileira, desde qnaso as suas origens históricas, o da precocidade da vida urbana, ate o quadro atual de predomínio dessa vada foi o mais evidente. A simples ob servação da grandeza territorial, a con
firmação estabelecida pe o primado
econômico do uma atividade rural dis persa e dispersiva, sôbre as atividades urbanas ainda não plenamente consoli
dadas. indicaram, desde logo, como a urbanização não derivara, entre nós, dos fatôres que, nos povos europeus,
por exemplo, presidiram o seu apare cimento e o seu desenvolvimento.
Do
contraste, fácil seria derivar a idéia,
realmente estranha, da falsidade de uma urbanização que não tinha prece dentes nem paralelos. Enquanto, nos
povos mais adiantados,
do ponto de
vista material, naquilo que se conven cionou chamar civilização, foi o desen
volvimento da indústria que propor cionou o advento das aglomerações ur banas desmedidas em suas proporções, e tão contrastantes com as cidades da
fase histórica anterior, que viviam de
; >, . (
I
I
lUI Dicesto
102
sem numerosos os grupos humanos, des
■wm ^ Econ^nhco
Dicesto
Econômico
nas Gerais, (piando se desenvob ia o for
balho assalariado. Quando a .-Abolição ocorreu, as transformações que condu- .
mo cm níveis que nada apresentaram do deslumbrante, como porque contri buiu para a perTnan«''-ncia dos espaços vazios, através dos quais, no arquipélago econômico brasileiro, não seria possível,
midável cnipreendimontü aurífcro, fica ram bem conliecidas e deixaram largos traços e c<ínseq>«éncias notórias de seu aparccimenlo. Esse <piadro comum, cie
sas evidentes da precocidade da vida
pela grandeza da tarefa, em face do bai
unia atividade rural poderosa, destinada
mas a verdade é que aquela alforria
urbana, num país pobre, em que a in dustrialização — causa notória do pri mado das cidades, nos povos matrizes da evolução humana — só de há pouco é suficiente para explicar, e explicar ape
xo nível de produção, estruturar a teia das ligações indispensáveis. Enquanto o navio de madeira e a na
a fornecer um produto de exportação,
súbita é em mas.sa, sem as medidas in
vegação a vela nos permitiram um pri
nas em parte, o adensamento humano
dor, de algum modo, dos males do monopóbo oceânico como espaço de circu
tenção, prâticamente apenas alimentar, dus gnipus ligados àquela, definiu a produção colonial c transitou para o
tituídos de posses e, por isso mesmo, vivendo em redor das cidades uma exis
tência econòmicamente vegetativa.
Tal
anomalia foi, sem dúvida, uma das cau
em tômo de alguns focos, enquanto o interior permanece, em largos trechos,
mado marítimo interessante, neutraliza-
ao líido de uma atividade rural subsi diária, destinada a fornecer a manu
período da inclepcnclcncia.
Foi, em
lação, tudo se arrastou mais ou menos,
suma, a nomia da longa e atribulada
fase em que o trabalhador agrícola se
lavoura entra em ritmo de pausa, de
tanto melhor porque a produção se des tinava, em parte considerável, a merca
pois de arrancadas promissoras, mas ca-
dos externos e distantes, quase sempre
resumia no elemento sei\àl. As necessidades da lavoura de sub
racterizadamente
interessados em mandar buscar as ma
sistência impuseram o regime de tra
térias-primas que possuíamos. Quando, porém, a produção avultou e, no esbo
balho semanal de um dia, o sábado,
deserto e improdutivo, e enquanto a sem
base
econômica
firme.
Nem só da urbanização precoce e anômala foi causa, num povo de fundo agrário evidente, essa desmedida apro priarão — mas da própria precariedade da circulação, de que vimos padecendo, de forma tão notória, e que se denun ciou tão característica e alarmante no
período da última guerra mundial, quan do o oceano permaneceu sob a ameaça submarina.
Sendo o verdadeiro e qua
se único espaço de circulação de rique za, desde os primeiros tempos da vida brasileira, aquela ameaça desarticulou o sistema nacional de intercâmbio entre
as diversas regiões, deixando à vista pro blemas de gravidade indiscutível, que 'eram também velhos problemas, sempre
em equação, mas nunca resolvidos. A circulação, evidentemente, devia sofrer desse apossamento extraordinário, absor vido por um número tão reduzido de pessoas, nâu só porque constituiu um dos fatôres do empobrecimento genera
ço de industrialização, começou a se orientar também para o mercado inter
no, o problema da circulação assumiu
as linhas alarmantes que hoje apresenta e diante das quais permanecemos impo
para ôsse fim : o escravo dava ao pro prietário seis dias de labor, c guardaxa para si, como uma concessão, que derivava, assim, da pura necessidade, um dia, quando sc entregava aos cui dados do trato que lhe cabia cultivar,
tentes, dada a precariedade de recursos
para a sua própria manutenção.
para os empreendimentos que estão li gados a uma tarefa tão gigantesca. Os quadros do" passado não diferiam muito
êsso traço cultural, vinculado ao siste
em suas características: ao lado de um
do trabalho escravo para o trabalho li vre se processasse sem medida alguma correlata, como era indispensável. Já José Bonifácio, entretanto, com
parque agrícola produtor de matériasprimas para exportação, absorvendo a
quase totalidade das atividades huma nas de uma região geográfica bem defi nida, desenvolvia-se, em nível muito
precário, uma atividade agrícola de pu
ma de produção, considerou,
Foi
que a abolição não
deixando que a transição
uma objetividade que fez honra
ao
seu espírito científico, moldado no es tudo objetivo dos problemas, tinha
ra subsistência, destinada a estabelecer
idéia de fornecer ao escravo,
a manutenção dos grupos humanos en
carta de alforria, a propriedade de uin
tregues ao trabalho rural. Por vezes, até mesmo essa lavoura de subsistência faltou, e a história da mine
ração nos aponta os períodos repetidos
lizado, apenas neutralizado pelo enri
de fome, em contraste com a riqueza
quecimento de uns poucos, e assim mes
circundante. As crises de fome; em Mi-
com a
trato que lhe assegurasse aquela ativi dade de mera subsistência que, rotos os laços entre proprietário e trabalha dor servil, desaparecia automaticamen te, luna vez que o escravo transitava,
abruptamente, para o regime de tra
ziram o País a um tipo de vida urbana
para o qual não estava realmente pre parado, já existiam, em esboço ativo —
dispensáveis que lhe acompanhassem os efeitos, contribuiu bastante para a ^ continuação de xmia tendência urbana ^
feita em grande parte com os restos de .v um mralismo precário, que vinham au- .■ mentar os grupos vcgetutivos das cida
des, e quase sempre as cidades litorâ neas.
Entre os contrastes e paradoxos em
que é fértil a vida brasileira, desde qnaso as suas origens históricas, o da precocidade da vida urbana, ate o quadro atual de predomínio dessa vada foi o mais evidente. A simples ob servação da grandeza territorial, a con
firmação estabelecida pe o primado
econômico do uma atividade rural dis persa e dispersiva, sôbre as atividades urbanas ainda não plenamente consoli
dadas. indicaram, desde logo, como a urbanização não derivara, entre nós, dos fatôres que, nos povos europeus,
por exemplo, presidiram o seu apare cimento e o seu desenvolvimento.
Do
contraste, fácil seria derivar a idéia,
realmente estranha, da falsidade de uma urbanização que não tinha prece dentes nem paralelos. Enquanto, nos
povos mais adiantados,
do ponto de
vista material, naquilo que se conven cionou chamar civilização, foi o desen
volvimento da indústria que propor cionou o advento das aglomerações ur banas desmedidas em suas proporções, e tão contrastantes com as cidades da
fase histórica anterior, que viviam de
; >, . (
I
I
DiCESTd 104
em grandes mercados, em centros de trocas, presidindo as rolas terrestres de
circulação ou colocando-se junto ao mar, pela mesma necessidade geográfi ca o econômica — quando a urbaniza ção apareceu, no Brasil, a indústria não
se aproximava sequer dos níveis que costumam impor o adensamento hu mano.
O desenvolvimento comercial, o es-
bôço de industrialização, impunham, sem dúvida, as transforma
ções sucessivas que alteras- •
no interior da vidii brasileira, e na gran
deza do um quadro geográfico de ca racterísticas particulares, e já anôma la pela sua própria naturi'za, seria agra-
\'ada. em têmios desinccliclos. pelo agra vamento paralelo da<piclcs fatores. Esse agravamento foi denunciado, ainda, pe
dução industrial superou a produção agrícola, fato que ocorreu há mais ou menos
lun
decênio.
Mais
grave do quo è-ssc sintoma,
e dos órgãos políticos, cen tros de trocas ou entrepostos por onde transitava a produ
lume, da produção indus trial, enquanto a produção agrícola, crescendo em va
mento, em valor e em vo
ção destinada aos mercados
lor, mercê da alta sem para
externos, elas apenas exi giam, para a manutenção de
lelo nos preços, que não so fre pausa, permanece estacionária em volume.
Parece que o simples bom-sonso tor
na admissível a idéia, que é generali zada, de que devemos fortalecer e es
dispensáveis. O esboço industrial foi,
timular a produção agrária, não só pe
sem dúvida, uma das causas do desme-
lo seu destino a mercados externos que
surado crescimento desses centros urba
são os fornecedores ainda
nos, geograficamente gravitando, em sua maior parte, para o litoral, cm face
parte das utilidades que somos obri gados a consumir, adquirindo-as com as cambiais fornecidas pela exporta
da
maior
ção — como pelas crescentes necessida
tanto, esse esboço de industrialização,
des de subsistência do nosso povo. Es
que se manteve em nível baixo por tan
sas necessidades cresceram de tal for
tos decênios, não seria suficiente para dar a êsses núcleos urbanos a grandeza
plicar, entre os quais se alinha o des-
de dimensões que logo apresentaram. Em tôrno das cidades, pelos motivos que
banos, que já não é possível admitir a
procuramos apresentar e alinhar, con
existência de zonas
gregou-se, desde logo, a massa vegeta-
tência junto aos centros de consumo.
tiva de trabalhadores que as zonaS ru
rais expeliam.
Essa translaçãc humana, processada
nhas da época afonsina, em que jaz,
aparente. A verdade é que os inlcrês-
de o momento em (pie, cm valor, a pro
apresenta-se a singularidade
do primado do oceano como espaço de circulação da riqueza. Por si só, entre
vôzes, como ocorre nas conferências e congressos econômicos, cm contraste e também cm antagonismo, industriais, lavradores e comerciantes, é apenas
faixa de contato: o levantamento da
de assistirmos ao desenvolvi
artesãos que forneceriam utilidades in
produção rural.
<es de cada um dos grupos da vida econômica brasileira têm uma larga
nal dos nossos centros urba nos. Sedes da administração
guns tipos de trabalhadores pouco di versificados, entre os quais os precários
A confxisão na verificação do qua dro da produção brasileira, pondo, por
lo desequilíbrio que se estabeleceu des
sem a fisionomia tradicio
gente pouco numerosa, al
105
Econômico
DioESTO ECONÓNrií"-0
ma, por motivos vários e fáceis de ex mcsurado crescimento dos centros ur rurais
de
subsis
Hoje, os produtos de subsistência cir criando ou agra vando problemas de distribuição.
culam largamente,
A permanecer a ter
ra, em seu apos.samento,
com as li
entretanto, não poderemos ter soluções
que passem do vago e empírico plano dos paliativos, que fazem transferir, quando é possível, uma solução impositiva, mas que, quase sempre, apenas
tran,sferem o agravamento" sucessivo do
problema.
DiCESTd 104
em grandes mercados, em centros de trocas, presidindo as rolas terrestres de
circulação ou colocando-se junto ao mar, pela mesma necessidade geográfi ca o econômica — quando a urbaniza ção apareceu, no Brasil, a indústria não
se aproximava sequer dos níveis que costumam impor o adensamento hu mano.
O desenvolvimento comercial, o es-
bôço de industrialização, impunham, sem dúvida, as transforma
ções sucessivas que alteras- •
no interior da vidii brasileira, e na gran
deza do um quadro geográfico de ca racterísticas particulares, e já anôma la pela sua própria naturi'za, seria agra-
\'ada. em têmios desinccliclos. pelo agra vamento paralelo da<piclcs fatores. Esse agravamento foi denunciado, ainda, pe
dução industrial superou a produção agrícola, fato que ocorreu há mais ou menos
lun
decênio.
Mais
grave do quo è-ssc sintoma,
e dos órgãos políticos, cen tros de trocas ou entrepostos por onde transitava a produ
lume, da produção indus trial, enquanto a produção agrícola, crescendo em va
mento, em valor e em vo
ção destinada aos mercados
lor, mercê da alta sem para
externos, elas apenas exi giam, para a manutenção de
lelo nos preços, que não so fre pausa, permanece estacionária em volume.
Parece que o simples bom-sonso tor
na admissível a idéia, que é generali zada, de que devemos fortalecer e es
dispensáveis. O esboço industrial foi,
timular a produção agrária, não só pe
sem dúvida, uma das causas do desme-
lo seu destino a mercados externos que
surado crescimento desses centros urba
são os fornecedores ainda
nos, geograficamente gravitando, em sua maior parte, para o litoral, cm face
parte das utilidades que somos obri gados a consumir, adquirindo-as com as cambiais fornecidas pela exporta
da
maior
ção — como pelas crescentes necessida
tanto, esse esboço de industrialização,
des de subsistência do nosso povo. Es
que se manteve em nível baixo por tan
sas necessidades cresceram de tal for
tos decênios, não seria suficiente para dar a êsses núcleos urbanos a grandeza
plicar, entre os quais se alinha o des-
de dimensões que logo apresentaram. Em tôrno das cidades, pelos motivos que
banos, que já não é possível admitir a
procuramos apresentar e alinhar, con
existência de zonas
gregou-se, desde logo, a massa vegeta-
tência junto aos centros de consumo.
tiva de trabalhadores que as zonaS ru
rais expeliam.
Essa translaçãc humana, processada
nhas da época afonsina, em que jaz,
aparente. A verdade é que os inlcrês-
de o momento em (pie, cm valor, a pro
apresenta-se a singularidade
do primado do oceano como espaço de circulação da riqueza. Por si só, entre
vôzes, como ocorre nas conferências e congressos econômicos, cm contraste e também cm antagonismo, industriais, lavradores e comerciantes, é apenas
faixa de contato: o levantamento da
de assistirmos ao desenvolvi
artesãos que forneceriam utilidades in
produção rural.
<es de cada um dos grupos da vida econômica brasileira têm uma larga
nal dos nossos centros urba nos. Sedes da administração
guns tipos de trabalhadores pouco di versificados, entre os quais os precários
A confxisão na verificação do qua dro da produção brasileira, pondo, por
lo desequilíbrio que se estabeleceu des
sem a fisionomia tradicio
gente pouco numerosa, al
105
Econômico
DioESTO ECONÓNrií"-0
ma, por motivos vários e fáceis de ex mcsurado crescimento dos centros ur rurais
de
subsis
Hoje, os produtos de subsistência cir criando ou agra vando problemas de distribuição.
culam largamente,
A permanecer a ter
ra, em seu apos.samento,
com as li
entretanto, não poderemos ter soluções
que passem do vago e empírico plano dos paliativos, que fazem transferir, quando é possível, uma solução impositiva, mas que, quase sempre, apenas
tran,sferem o agravamento" sucessivo do
problema.
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Dicesto Econômico
A moeda nos câmbios internacionais MmcEA Büescu
(Antigo Conselheiro Comercial da Em
baixada Riimena na Turquia).
cas atuais do comercio mundial, de re
promissórias, as ordens de
velar, sob as aparências enganadoras das pala\Tas, o sentido real dessas prá
tros instrumentos de crédito faci i a
°
ticas c du reconhecer sinceramente a.s
vemos eonser\'ar um único
pagamentos no mercado interior. ^ ^
conseqüências econômicas e políticas
fato de que as letras de cam i»
ligadas a êsto estado de coisas.
convertidas reciprocamente, e "
,
neira ilimitada. A posse
[os ESTUDOS elementares de Econo
N'mia Política, no capítulo da "moe
modalidade
de câmbio como o apanágio dum esta
do primitivo que não pode assegurar o bom funcionamento econômico e.xigído pela complexidade da \'ida moderna. Mas, desde que nós olhamos mais de perto o atual comércio internacional,
O estudo dêsse fenômeno comporta ria de princípio a exposição das circunsluncias acidentais que ocasionaram a reaparição da troca na vida moderna. Essas circunstâncias que tomam sua
fonte não sòmente na grande crise de 1929, mas também, c sobretudo, na in certeza política que caracterizou o
.
possuidor obter qu^Iq"- outra nroeja^.^ ,,
mento de sua condição.
da" ínsiste-se sôbre as desvantagens da troca e apresenta-se , essa
'¥'
câmbio em qualquer moeda pe
* ♦ *
homem para o progresso c o melhora
Antes de estudar mais de perto a si tuação atual, lembremo-nos como se faziam os pagamentos internacionais, no tempo da economia Uberal, digamos, na
6 isto porque, em resumo,
; :
sempre um direito em ouro. encontrava-se
o
cada letra de câmbio curo; êste acompanhava e fazia possível o jnoviinento de
época que hoje
cada instrumen to de pagamen
nos traz tantas
percebemos que êle é caracterizado, justamente, por um procedimento idên tico, elevado, apesar dos seus resulta dos pouco convincentes, ao nível do
"cntTc-duas-guerras", são
ga do ouro, impossibilidade do paga mento das dívidas, especulações, fuga
não eram regu
sistema universal.
moedas ní^cio-
em massa de capitais, etc.
lados por paga
nais, represen
Berdiaeff empregou
múltiplas:
queda de preços, falta de confiança, fu Paralela
nostalgias:
—
monetária
câmbios
uma vez, sem o menor sentido pejora
mente, pôr-se-iam à vista os resultados
mentos em ou
sucessivos desses fatos: restrições quan
a situação atual dos câmbios leva-nos
titativas.
ro, apesar de que tôdas as moedas ti vessem o ouro como base (o bimetalis-
contrôle
mo estando praticamente abolido) mas
(3).
por meio dum sistema engenhoso, o das
O mecanismo funcionava sem movi
letras de câmbio. Pràticamente, não ha
mento de ouro, senão para os pequenos
mais atrás ainda e seríamos autoriza
das trocas, desequilíbrio comercial, pa
dos a falar — "horrible dictii" — duma
gamentos bilaterais, redução dos câm bios comerciais, redução das investidas
estrangeiras etc.
via uma moeda internacional,
volta ao primitivismo ou ao paganismo intelectual: o homem adora hoje o que êle repudiou há muito tempo. O que se toma desanimador para os
Não nos ocupamos
porque
saldos restantes, mas o fato de que os saldos deviam ser e eram efeüvamente
disso aqui. (1).
para efetuar um pagamento devia-se ob ter a respectiva moeda nacional, e ad
mano é sobretudo o fato de que o mun do conheceu no passado as modalida
Entretanto, a simples exposição das causas acidentais da situação do co mércio mundial poderia ser considera da como uma justificativa; um aciden
des técnicas para a supressão da troca
te, como a maçã de Newton, pode às
câmbio não é uma moeda, mas um ins
— com as vantagens inerentes a essas
vezes ocasionar a descoberta duma ver
modalidades — e as abandonou.
dade. Temos, pois, o dever de subme
trumento de crédito que justamente dis pensa o emprego da moeda. (2). Não
économiques élémeniaires — Paris, 1945
era mai.s do que um mecanismo desti nado a facilitar os pagamentos interna cionais, como as duplicatas, as letras
(trad. fr.) — Paris. 1943. Considera mui to pouco importante o fato de que o ou
btímístas' e os crentes no progresso hu
Não
possuir uma fórmula pode justificar a
crença de que, no futuro, com o de
ter ao exame da razão,
seguindo o
princípio dialético cartesiano, as práti-
senvolvimento dos conhecimentos cien
tíficos, esta será finalmente descoberta; mas a volta, mesmo sob pretensões progressistas, a uma forma primitiva,
abala a confiança na capacidade do
quirir uma letra de câmbio redigida na moeda do país onde se devia fazer o.
pagamento. Efetivamente, a letra de
Société des Nations — Gonève, 1942 p.p. 39.
|.(ii *')'
pagos em ouro fazia com que cada crédito representasse uma inclusão, certa
^
para um valor ouro, portanto para um
valor cbjeHvo. (4). O curo era, em úl(3) Ch. Rist.
Précis des mécaiiismes •
— p. 286.
(4) W. Grotokopp.
Monnaie sans or
ro pagasse os "pontos" ao comércio mun dial (p. 184). E' como se dissesse que os cheques dos comerciantes estando
(1) Le réseau du commerce mondial 9 et 102 - 110. M. A. Heilperin. L'économie inlernalionale (trad. fr.) — Paris d
)
comum
tivo, a expressão "nova Idade Média";
política comercial,
1
to. O ouro, ba-
1890-1914.
Os
I
(2) Ch. Rist. Hifltolre des doclrines éco-
compensados, é pouco importante que
nomiques relallves au crédit et à Ia mon-
êles paguem os saldos em moeda após
nalo — Paris, 1938, p. 11.
compensação.
•i1
107
Dicesto Econômico
A moeda nos câmbios internacionais MmcEA Büescu
(Antigo Conselheiro Comercial da Em
baixada Riimena na Turquia).
cas atuais do comercio mundial, de re
promissórias, as ordens de
velar, sob as aparências enganadoras das pala\Tas, o sentido real dessas prá
tros instrumentos de crédito faci i a
°
ticas c du reconhecer sinceramente a.s
vemos eonser\'ar um único
pagamentos no mercado interior. ^ ^
conseqüências econômicas e políticas
fato de que as letras de cam i»
ligadas a êsto estado de coisas.
convertidas reciprocamente, e "
,
neira ilimitada. A posse
[os ESTUDOS elementares de Econo
N'mia Política, no capítulo da "moe
modalidade
de câmbio como o apanágio dum esta
do primitivo que não pode assegurar o bom funcionamento econômico e.xigído pela complexidade da \'ida moderna. Mas, desde que nós olhamos mais de perto o atual comércio internacional,
O estudo dêsse fenômeno comporta ria de princípio a exposição das circunsluncias acidentais que ocasionaram a reaparição da troca na vida moderna. Essas circunstâncias que tomam sua
fonte não sòmente na grande crise de 1929, mas também, c sobretudo, na in certeza política que caracterizou o
.
possuidor obter qu^Iq"- outra nroeja^.^ ,,
mento de sua condição.
da" ínsiste-se sôbre as desvantagens da troca e apresenta-se , essa
'¥'
câmbio em qualquer moeda pe
* ♦ *
homem para o progresso c o melhora
Antes de estudar mais de perto a si tuação atual, lembremo-nos como se faziam os pagamentos internacionais, no tempo da economia Uberal, digamos, na
6 isto porque, em resumo,
; :
sempre um direito em ouro. encontrava-se
o
cada letra de câmbio curo; êste acompanhava e fazia possível o jnoviinento de
época que hoje
cada instrumen to de pagamen
nos traz tantas
percebemos que êle é caracterizado, justamente, por um procedimento idên tico, elevado, apesar dos seus resulta dos pouco convincentes, ao nível do
"cntTc-duas-guerras", são
ga do ouro, impossibilidade do paga mento das dívidas, especulações, fuga
não eram regu
sistema universal.
moedas ní^cio-
em massa de capitais, etc.
lados por paga
nais, represen
Berdiaeff empregou
múltiplas:
queda de preços, falta de confiança, fu Paralela
nostalgias:
—
monetária
câmbios
uma vez, sem o menor sentido pejora
mente, pôr-se-iam à vista os resultados
mentos em ou
sucessivos desses fatos: restrições quan
a situação atual dos câmbios leva-nos
titativas.
ro, apesar de que tôdas as moedas ti vessem o ouro como base (o bimetalis-
contrôle
mo estando praticamente abolido) mas
(3).
por meio dum sistema engenhoso, o das
O mecanismo funcionava sem movi
letras de câmbio. Pràticamente, não ha
mento de ouro, senão para os pequenos
mais atrás ainda e seríamos autoriza
das trocas, desequilíbrio comercial, pa
dos a falar — "horrible dictii" — duma
gamentos bilaterais, redução dos câm bios comerciais, redução das investidas
estrangeiras etc.
via uma moeda internacional,
volta ao primitivismo ou ao paganismo intelectual: o homem adora hoje o que êle repudiou há muito tempo. O que se toma desanimador para os
Não nos ocupamos
porque
saldos restantes, mas o fato de que os saldos deviam ser e eram efeüvamente
disso aqui. (1).
para efetuar um pagamento devia-se ob ter a respectiva moeda nacional, e ad
mano é sobretudo o fato de que o mun do conheceu no passado as modalida
Entretanto, a simples exposição das causas acidentais da situação do co mércio mundial poderia ser considera da como uma justificativa; um aciden
des técnicas para a supressão da troca
te, como a maçã de Newton, pode às
câmbio não é uma moeda, mas um ins
— com as vantagens inerentes a essas
vezes ocasionar a descoberta duma ver
modalidades — e as abandonou.
dade. Temos, pois, o dever de subme
trumento de crédito que justamente dis pensa o emprego da moeda. (2). Não
économiques élémeniaires — Paris, 1945
era mai.s do que um mecanismo desti nado a facilitar os pagamentos interna cionais, como as duplicatas, as letras
(trad. fr.) — Paris. 1943. Considera mui to pouco importante o fato de que o ou
btímístas' e os crentes no progresso hu
Não
possuir uma fórmula pode justificar a
crença de que, no futuro, com o de
ter ao exame da razão,
seguindo o
princípio dialético cartesiano, as práti-
senvolvimento dos conhecimentos cien
tíficos, esta será finalmente descoberta; mas a volta, mesmo sob pretensões progressistas, a uma forma primitiva,
abala a confiança na capacidade do
quirir uma letra de câmbio redigida na moeda do país onde se devia fazer o.
pagamento. Efetivamente, a letra de
Société des Nations — Gonève, 1942 p.p. 39.
|.(ii *')'
pagos em ouro fazia com que cada crédito representasse uma inclusão, certa
^
para um valor ouro, portanto para um
valor cbjeHvo. (4). O curo era, em úl(3) Ch. Rist.
Précis des mécaiiismes •
— p. 286.
(4) W. Grotokopp.
Monnaie sans or
ro pagasse os "pontos" ao comércio mun dial (p. 184). E' como se dissesse que os cheques dos comerciantes estando
(1) Le réseau du commerce mondial 9 et 102 - 110. M. A. Heilperin. L'économie inlernalionale (trad. fr.) — Paris d
)
comum
tivo, a expressão "nova Idade Média";
política comercial,
1
to. O ouro, ba-
1890-1914.
Os
I
(2) Ch. Rist. Hifltolre des doclrines éco-
compensados, é pouco importante que
nomiques relallves au crédit et à Ia mon-
êles paguem os saldos em moeda após
nalo — Paris, 1938, p. 11.
compensação.
•i1
J 108
Dioesto
I iiPH
admitir tpie c^ualqucr um, indivíduo ou Estado, pode obter uma coisa sem con-
tima instância, o dinheiro internacional
pois somente uma boa rc.serva de valor
e isso mesmo desde que êle não circu lasse mais no interior do país, mas, pelo sistema do "gold exchange standard" as
diário dos câmbios, para cobrir eficaz
Iraprestação, uma verdadeira "pedra fi
mente o tempo entre a conclusão da
losofal" da cconoiuia. Mas essa idéia,
moedas continuavam sempre, para o ex
venda o o emprego nllerior cio poder
aplicável ao conjunto dos câmbios, não
de aquisição obtido; é dessa maneira que
diminui o papel técnico da moeda, que torna possível a extensão indefinida, no
terior, conversíveis em ouro.
O que temos a realçar no sistema pas sado, moedas conversíveis em ouro e
pode intervir ütilmcntc como interme
a moeda continua "um ponto entre o
moeda internacional, cumprindo suas
presente e o futuro". (5). As críticas a respeito do sistema ouro tiveram seu apogeu durante o.s momen tos difíceis clc 1929, cpianclo, â procura
funções tradicionais. Desde Aristóteles,
duma solução satisfatória, acentuou-se o
considera-se que a moeda deve ser uma
fato de que o ouro não circula\'a efeti
conversíveis entre si, é que praticamen te o ouro se apresentava como uma
109
Digesto EcoNÓNaco
Econômico
ção impõe o câmbio imediato, simultâ neo, entre duas mercadorias, pois ela elimina totalmente o elemento "tempo",
qiíe normalmente deve figurar, graças à moeda, no clcicnvolvimento e no equilí brio cias prestações e contrapreslações. O sistema do "clearing" só evita par
espaço e no tempo, do processo do câm
cialmente as dificuldades da troca. As
bio.
operações independentes, pagáveis ime diatamente pela inscrição duma soma na
Nas práticas modernas acentua-se
sobre a mercadoria (ou o serviço) a
obter por conlraparte, porque não exis tindo a possibilidade de utilizar em ou tra parte o preço realizado por uma e.x-
vendas e as compras aparecem como
conta de "clearing".
Realmente, tam
unidade de comparação de valores, um
vamente nos pagamentos internacionais,
portação, a operação torna-se perfeita
bém aqui se acentua o equilíbrio das ex portações e das importações: uma ope-
instrumento geral de câmbio e uma re serva geral de valor. No plano interna
esquecendo-se que era o elemento fun damental c|uc tornava pn.ssível todo o
sòmcnte pela realização da importação. Nas compensações diretas, as dificul
tema- é de sua essência que Operações
cional a moeda é que preenche essas
mecanismo. A solução que se adotou implicitamente foi a da abolição da
racterística; as moedas nacionais eram
moeda : o desaparecimento do ouro co
dades são evidentes: dc princípio, a ne cessidade de encontrar duas mercado rias que, no mesmo momento, interes
comparáveis entre elas sobre a base do curo, cujos valores podiam ser avaliados numa escala objetiva; as letras de câm
mo
sem igualmente às duas partes e tenham
substituição por um instrumento similar
■um valor igual.
jogaram os câmbios mundiais sob o im
nacional o problema da igualdade de
bio eram conversíveis entre si, porque
pério da troca. E' o que temos hoje.
funções e o ouro correspondia a esta ca
todas elas representavam um crédito-ouro, que era utilizável para uma aquisi ção em qualquer lugar; o crédito podia ser guardado como reserva durável, por que representava um valor objetivo, o ouro.
Não queremos fazer aqui a apologia do ouro. Muitas objeções foram levan tadas ãò sistema baseado no ouro, por
exemplo, a de que o próprio ouro era uma mercadoria, e submetido às oscila
ções que afetam a economia nacional, e que não realiza, pois, a neutralidade da moeda. De qualquer maneira, na au sência de um outro meio mais aperfei
çoado, o ouro funcionava de modo su
moeda internacional e a sua
síí
não
valor parece mais fácil (pois trata-se de grandes quantidades que podem ser equilibradas mais fàcilmente), a realiza ção complica-se pelo fato que os Esta
íH
dos pedem que as mercadorias a com
Uma vez desaparecida a moeda dos
câmbios internacionais, estes cíomeçam a parecer estranhamente com as trocas,
pensar tenham não sòmenle o mesmo
estando cada exportação ou grupo de exportação ligado a uma contraparle
portância econômica" — um entrave a mais que mostra até onde foi enfraque
do mercadoria que representa o paga mento. Evidentemente, sob não impor
cida a idéia de valor objetivo represen
ta que sistema, cada país deve final
essas condições não fazem, senão limi
mente — a menos que não receba cré
tar as possibilidades práticas de câmbio entre dois países. A necessidade de de
valor global, mas também a mesma "im
tado pelo preço. E' evidente que tôdas
ditos — ceder mercadorias ou prestar serviços para equilibrar as compras, con Compreender de outra maneira seria
resen-a de valor e isto lhe permitia ser também bom instrumento de câmbio,
atuais do comércio mundial
dos comércios correntes. Enfim, tem-se
naie (trad. fr.) — Paris, 1949 — p. 309:
a notar um outro aspecto : a compensa
A
conclusão dum acôrdo de cleanng ^ sobretudo para assegurar o eqml.b
das Ustas de "«-"'^"X/rpâgamen- M No sistema dos acordos de p t
tos, não se estabelece ^ tingentes. mas, e"' dorias devem equilibrar
fazem pagamentos para as
P
t. ^
-
na medida das importações. (Há certa
extensão cie meios de pagamento no sis-
Ll de contas
que sao sob
certas condições, transfenyeis entre êles, mas o Banco da Inglaterra é bastante restrito nas autorizações de transferen cias e de tôda maneira a Gra-Bietanha não pode mais, como antes, representar característico para a moeda, parece re
le de Templol, de l'lniérôl el de Ia mon"um laço entre o presente e o futuro".
ciações laboriosas que
tros comerciais que demonstram que os
não podem cobrir as necessidades reais
p. 329; cf. J. M. Keynes. Théorle générm-
tidos Tècnicamente o ponto de. vista da troca domina, testemunham as nego
o mesmo papel central nos câmbios
quadros
(5) Ch. Blst. Hisloire doa docirlnos «Ic.,
de ig'.u>l valor se efetuem nos dois sen
senvolver o câmbio leva, às vêzes, à or
ganização de compensações tripartidas, quadripartidas, etc., verdadeiros mons
forme a fórmula clássica de J. B. Say.
ficiente como moeda intemacinal, so
bretudo porque, melhor que qualquer Outro meio, êle representava uma boa
Sc no comércio inter
niçáo num só sentido não satisfaz ao sis
mundiais).
O elemento "tempo", de tal maneira
presentar numa certa medida, nos siste mas aqui estudados: efetivamente, os
acordos são fixados por curtas durações,
J 108
Dioesto
I iiPH
admitir tpie c^ualqucr um, indivíduo ou Estado, pode obter uma coisa sem con-
tima instância, o dinheiro internacional
pois somente uma boa rc.serva de valor
e isso mesmo desde que êle não circu lasse mais no interior do país, mas, pelo sistema do "gold exchange standard" as
diário dos câmbios, para cobrir eficaz
Iraprestação, uma verdadeira "pedra fi
mente o tempo entre a conclusão da
losofal" da cconoiuia. Mas essa idéia,
moedas continuavam sempre, para o ex
venda o o emprego nllerior cio poder
aplicável ao conjunto dos câmbios, não
de aquisição obtido; é dessa maneira que
diminui o papel técnico da moeda, que torna possível a extensão indefinida, no
terior, conversíveis em ouro.
O que temos a realçar no sistema pas sado, moedas conversíveis em ouro e
pode intervir ütilmcntc como interme
a moeda continua "um ponto entre o
moeda internacional, cumprindo suas
presente e o futuro". (5). As críticas a respeito do sistema ouro tiveram seu apogeu durante o.s momen tos difíceis clc 1929, cpianclo, â procura
funções tradicionais. Desde Aristóteles,
duma solução satisfatória, acentuou-se o
considera-se que a moeda deve ser uma
fato de que o ouro não circula\'a efeti
conversíveis entre si, é que praticamen te o ouro se apresentava como uma
109
Digesto EcoNÓNaco
Econômico
ção impõe o câmbio imediato, simultâ neo, entre duas mercadorias, pois ela elimina totalmente o elemento "tempo",
qiíe normalmente deve figurar, graças à moeda, no clcicnvolvimento e no equilí brio cias prestações e contrapreslações. O sistema do "clearing" só evita par
espaço e no tempo, do processo do câm
cialmente as dificuldades da troca. As
bio.
operações independentes, pagáveis ime diatamente pela inscrição duma soma na
Nas práticas modernas acentua-se
sobre a mercadoria (ou o serviço) a
obter por conlraparte, porque não exis tindo a possibilidade de utilizar em ou tra parte o preço realizado por uma e.x-
vendas e as compras aparecem como
conta de "clearing".
Realmente, tam
unidade de comparação de valores, um
vamente nos pagamentos internacionais,
portação, a operação torna-se perfeita
bém aqui se acentua o equilíbrio das ex portações e das importações: uma ope-
instrumento geral de câmbio e uma re serva geral de valor. No plano interna
esquecendo-se que era o elemento fun damental c|uc tornava pn.ssível todo o
sòmcnte pela realização da importação. Nas compensações diretas, as dificul
tema- é de sua essência que Operações
cional a moeda é que preenche essas
mecanismo. A solução que se adotou implicitamente foi a da abolição da
racterística; as moedas nacionais eram
moeda : o desaparecimento do ouro co
dades são evidentes: dc princípio, a ne cessidade de encontrar duas mercado rias que, no mesmo momento, interes
comparáveis entre elas sobre a base do curo, cujos valores podiam ser avaliados numa escala objetiva; as letras de câm
mo
sem igualmente às duas partes e tenham
substituição por um instrumento similar
■um valor igual.
jogaram os câmbios mundiais sob o im
nacional o problema da igualdade de
bio eram conversíveis entre si, porque
pério da troca. E' o que temos hoje.
funções e o ouro correspondia a esta ca
todas elas representavam um crédito-ouro, que era utilizável para uma aquisi ção em qualquer lugar; o crédito podia ser guardado como reserva durável, por que representava um valor objetivo, o ouro.
Não queremos fazer aqui a apologia do ouro. Muitas objeções foram levan tadas ãò sistema baseado no ouro, por
exemplo, a de que o próprio ouro era uma mercadoria, e submetido às oscila
ções que afetam a economia nacional, e que não realiza, pois, a neutralidade da moeda. De qualquer maneira, na au sência de um outro meio mais aperfei
çoado, o ouro funcionava de modo su
moeda internacional e a sua
síí
não
valor parece mais fácil (pois trata-se de grandes quantidades que podem ser equilibradas mais fàcilmente), a realiza ção complica-se pelo fato que os Esta
íH
dos pedem que as mercadorias a com
Uma vez desaparecida a moeda dos
câmbios internacionais, estes cíomeçam a parecer estranhamente com as trocas,
pensar tenham não sòmenle o mesmo
estando cada exportação ou grupo de exportação ligado a uma contraparle
portância econômica" — um entrave a mais que mostra até onde foi enfraque
do mercadoria que representa o paga mento. Evidentemente, sob não impor
cida a idéia de valor objetivo represen
ta que sistema, cada país deve final
essas condições não fazem, senão limi
mente — a menos que não receba cré
tar as possibilidades práticas de câmbio entre dois países. A necessidade de de
valor global, mas também a mesma "im
tado pelo preço. E' evidente que tôdas
ditos — ceder mercadorias ou prestar serviços para equilibrar as compras, con Compreender de outra maneira seria
resen-a de valor e isto lhe permitia ser também bom instrumento de câmbio,
atuais do comércio mundial
dos comércios correntes. Enfim, tem-se
naie (trad. fr.) — Paris, 1949 — p. 309:
a notar um outro aspecto : a compensa
A
conclusão dum acôrdo de cleanng ^ sobretudo para assegurar o eqml.b
das Ustas de "«-"'^"X/rpâgamen- M No sistema dos acordos de p t
tos, não se estabelece ^ tingentes. mas, e"' dorias devem equilibrar
fazem pagamentos para as
P
t. ^
-
na medida das importações. (Há certa
extensão cie meios de pagamento no sis-
Ll de contas
que sao sob
certas condições, transfenyeis entre êles, mas o Banco da Inglaterra é bastante restrito nas autorizações de transferen cias e de tôda maneira a Gra-Bietanha não pode mais, como antes, representar característico para a moeda, parece re
le de Templol, de l'lniérôl el de Ia mon"um laço entre o presente e o futuro".
ciações laboriosas que
tros comerciais que demonstram que os
não podem cobrir as necessidades reais
p. 329; cf. J. M. Keynes. Théorle générm-
tidos Tècnicamente o ponto de. vista da troca domina, testemunham as nego
o mesmo papel central nos câmbios
quadros
(5) Ch. Blst. Hisloire doa docirlnos «Ic.,
de ig'.u>l valor se efetuem nos dois sen
senvolver o câmbio leva, às vêzes, à or
ganização de compensações tripartidas, quadripartidas, etc., verdadeiros mons
forme a fórmula clássica de J. B. Say.
ficiente como moeda intemacinal, so
bretudo porque, melhor que qualquer Outro meio, êle representava uma boa
Sc no comércio inter
niçáo num só sentido não satisfaz ao sis
mundiais).
O elemento "tempo", de tal maneira
presentar numa certa medida, nos siste mas aqui estudados: efetivamente, os
acordos são fixados por curtas durações,
110
Dicesto Econômico
mente é preciso que sejam equilibrados
os câmbios. Mas poder-se-á dizer que
durante o ano convencional mesmo as somas inscritas em conta credora são
uma verdadeira moeda? Vamos primei ramente notar que para o e.\portador a
inscrição na conta não o faz pagar; ele
só receberá, geralmente, o pagamento depois que a conta tiver sido alimenta
da pelos pagamentos dos importadores
de mercadorias provenientes do respec tivo país. O exportador só é pago pela entrada duma mercadoria de contraparte, como numa compensação.
Deixan
do de lado a situação do comerciante
privado, esta constatação mostra que o mecanismo só é perfeito pela execução duma contraparte: a forma da troca áparece em plena luz, com a diferença de que as mercadorias não são mais li gadas individualmente, duas a duas.
posição, para o descongclamento das so
ços pelo fato da paralisação das expor
mas empatadas na conta. Êste método
tações. (7).
foi empregado com sucesso pela Alema nha nos países do sudeste europeu, que. credores de sí»mas inqx)rtantes da Ale manha, ti\'cram que engolir mercadorias secundárias desta. E' bem evidente que liá uma diferença entre a situação cria
da pelos "clearing.s"
o a dos créditos
concedidos a um país sob o regime dos câmbios livrçs.
"reserva", que se acha à disposição do primeiro. (6). Êste, que detém a mer cadoria, é favorecido; aí também, acen
de maior aos câmbios, aceitando a exis tência dos saldos e seu livre aproveita mento : durante o ano convencional, as
disponibilidades são empregadas no res
pectivo país, mas se houver saldos no fim, êstcs são liqnidado.s em ouro ou
que não havia disponibilidade na conta;
seu acordanlc, que tem a faculdade de interditar a exportação de certas merca dorias principais, impor seus direitos de
da pela necessidade do obter dófares ou ouro, que lhes permitiria uma mobili
mercadorias
secundárias.
Essas
práticas não são a csscncia do sistema,
ticam uma política especial, determina
dade maior em suas comnras e, .sobre tudo, lhes facilitaria as compras nos Es
tados Unidos, o grande fornecedor do mundo. Neste caso, é a, corrida atrás dos saldos credores — atitude cqjlicávcl num regime generalizado de bila-
ra evitar o perigo, cada acordante pro
teralismo, onde os câmbios são artificial
cura equilibrar ao máximo os câmbios,
comportamento similar de todos os paí
o que causa considerável diminuição nas trocas e uma redução de seus volumes
no tempo. Essa diminuição se dará também no caso das contas atrasadas, porque freqüentemente "o país credor só
quererá proceder a outras exportações depois da liquidação das anteriores. As vêzes o fenômeno aparece sem a
mente comprimidos.
Tendo dado o
ses, a cláusula de liquidação aparece sòmente como uma penalidade, que in cita os acordantes a serem ainda mais
prudentes no equilíbrio dos câmbios. O quo deveria trazer a mobilidade das contas não faz mais do que contribuir
obtendo um crédito do outro acordan-
portação. Isso só faz tomar mais peri lado, se o credor efetuar assim mesmo
importações para descongelar seus bens,
não haverá no país devedor de altos pre ços, a pressão necessária sòbre os pre-
Nem a moeda é um perfeito instru
dos, porque lhe falta o caráter de' ge
neralidade no sentido de ajudar a reali
zação dos câmbios entre todos os acor dantes sôbre todos os mercados mun diais - como deve ser uma verdadeira
moeda no comércio mundial. E verda
de que o câmbio é separado em dcis
tempos - venda e compra - mas como olharíamos nós, no comércio interior, as somas resultantes duma venda ou du
ma prestação de serviço, se elas não fôssem utilizáveis senão para compras
à mesma pessoa que nos pagou? Como na função de medida comum do valores, sabe-se como antes os pre
ços convencionais-eram fixados.arbitràriamente, como havia taxas múltiplas
(prática empregada ainda hoje em cer da moeda é arbitrário e não reflete mais
melhoramento do balanço comercial pe
te; em seguida, o credor fica à sua dis- ' gosa a existência dos saldos. Por outro
ela exigiu, pois, a realimentação da con
tos países), etc. Não sòmente o valor valorização no regime dos acordos.
P. 109.
executou.
Quando, mais tarde, a Suécia quis'ex portar para a Turquia, esta se opôs por
mento de câmbio, no sistema dos í^cor-
dor não ache, pois, conveniente a im
^erc© international — Paris — 1939 —
seu saldo credor; a Suécia
tribuir para a liberação do comércio mundial. Em realidade, os países pra
má fé do devedor. Pode ser que os pre ços subam no país devedor e que o cre
Le xéglme du com-
primeiro período de três meses, a Tur quia pediu a liquidação em dólares do
dcscongelamento das contas atrasadas; aí, êle pode ir de encontro à atitude do
lhante, gcncraliz;\clo e acompanhado de
tua-se a mercadoria. Explica-se assim que, no sistema dos acordos, os países procuram importar em primeiro lugar,
,(6) G. Lapierre.
sas, de três em três meses. Depois do
ta por novas exportações da Turquia).
alfândega à exportação etc., obrigar, pois, que o descongclamento seja feito
Um sistema seme
facultativa dos saldos em ouro ou divi
outras medidas adequadas, poderia con
são vistas as contas atrasadas de "clea-
te é a do devedor, não a do detentor da
se uma fónnvila mista, para dar liberda
sueco de 1947. Pre\'ia-se ai a liquidação
no menos no país devedor, deve obter o
mas elas aparecem freqüentemente no regime dos câmbios controlados. Pa
isso, no "clearing", a posição mais for
Noutros acordos comerciais, adotou-
cm divisas libras.
com
do mundial, não a um só mercado. Por
para a agravação de sua rigidez. (E.xemplo característico é o do acordo turco-
No caso que estudamos, o país cre dor, para realizar a reserva adquirida
Reserva geral de valor, a moeda de "clearing" não o ó. Basta pensar como ríóg" para fazer justiça a uma seme lhante pretensão. Reserva de valor si gnifica um poder atual e durável nas mãos do detentor e no plano internacio nal êste poder deve referir-se ao merca
Dicesto Econónuco
(7) A notar também o efeito duma des O
lo aumento das exportações e sobretudo pela redução das importações não se po de realizar porque um aumento de ex
exatamente o seu poder aquisitivo sô bre o mercado exterior, (8), mas não
se pode mais, nem mesmo fazer uma c-omparação eficiente entre. os preços
portações deve ser seguido de um outro
çerneihante de importações, para equili brar ns contas. Trata-se dum aumento em valor, mas, se a porcentagem de ma
joração das cxpoilações ultrapassa a da desvalorização,
haverá
igualmente
um
aumento quantitativo das importações.
(8) Le passage de Téconomle de guexre à Téconomie de paix — I-éie paxtie — Société des Nations — Gençve, 1943 p. 91.
110
Dicesto Econômico
mente é preciso que sejam equilibrados
os câmbios. Mas poder-se-á dizer que
durante o ano convencional mesmo as somas inscritas em conta credora são
uma verdadeira moeda? Vamos primei ramente notar que para o e.\portador a
inscrição na conta não o faz pagar; ele
só receberá, geralmente, o pagamento depois que a conta tiver sido alimenta
da pelos pagamentos dos importadores
de mercadorias provenientes do respec tivo país. O exportador só é pago pela entrada duma mercadoria de contraparte, como numa compensação.
Deixan
do de lado a situação do comerciante
privado, esta constatação mostra que o mecanismo só é perfeito pela execução duma contraparte: a forma da troca áparece em plena luz, com a diferença de que as mercadorias não são mais li gadas individualmente, duas a duas.
posição, para o descongclamento das so
ços pelo fato da paralisação das expor
mas empatadas na conta. Êste método
tações. (7).
foi empregado com sucesso pela Alema nha nos países do sudeste europeu, que. credores de sí»mas inqx)rtantes da Ale manha, ti\'cram que engolir mercadorias secundárias desta. E' bem evidente que liá uma diferença entre a situação cria
da pelos "clearing.s"
o a dos créditos
concedidos a um país sob o regime dos câmbios livrçs.
"reserva", que se acha à disposição do primeiro. (6). Êste, que detém a mer cadoria, é favorecido; aí também, acen
de maior aos câmbios, aceitando a exis tência dos saldos e seu livre aproveita mento : durante o ano convencional, as
disponibilidades são empregadas no res
pectivo país, mas se houver saldos no fim, êstcs são liqnidado.s em ouro ou
que não havia disponibilidade na conta;
seu acordanlc, que tem a faculdade de interditar a exportação de certas merca dorias principais, impor seus direitos de
da pela necessidade do obter dófares ou ouro, que lhes permitiria uma mobili
mercadorias
secundárias.
Essas
práticas não são a csscncia do sistema,
ticam uma política especial, determina
dade maior em suas comnras e, .sobre tudo, lhes facilitaria as compras nos Es
tados Unidos, o grande fornecedor do mundo. Neste caso, é a, corrida atrás dos saldos credores — atitude cqjlicávcl num regime generalizado de bila-
ra evitar o perigo, cada acordante pro
teralismo, onde os câmbios são artificial
cura equilibrar ao máximo os câmbios,
comportamento similar de todos os paí
o que causa considerável diminuição nas trocas e uma redução de seus volumes
no tempo. Essa diminuição se dará também no caso das contas atrasadas, porque freqüentemente "o país credor só
quererá proceder a outras exportações depois da liquidação das anteriores. As vêzes o fenômeno aparece sem a
mente comprimidos.
Tendo dado o
ses, a cláusula de liquidação aparece sòmente como uma penalidade, que in cita os acordantes a serem ainda mais
prudentes no equilíbrio dos câmbios. O quo deveria trazer a mobilidade das contas não faz mais do que contribuir
obtendo um crédito do outro acordan-
portação. Isso só faz tomar mais peri lado, se o credor efetuar assim mesmo
importações para descongelar seus bens,
não haverá no país devedor de altos pre ços, a pressão necessária sòbre os pre-
Nem a moeda é um perfeito instru
dos, porque lhe falta o caráter de' ge
neralidade no sentido de ajudar a reali
zação dos câmbios entre todos os acor dantes sôbre todos os mercados mun diais - como deve ser uma verdadeira
moeda no comércio mundial. E verda
de que o câmbio é separado em dcis
tempos - venda e compra - mas como olharíamos nós, no comércio interior, as somas resultantes duma venda ou du
ma prestação de serviço, se elas não fôssem utilizáveis senão para compras
à mesma pessoa que nos pagou? Como na função de medida comum do valores, sabe-se como antes os pre
ços convencionais-eram fixados.arbitràriamente, como havia taxas múltiplas
(prática empregada ainda hoje em cer da moeda é arbitrário e não reflete mais
melhoramento do balanço comercial pe
te; em seguida, o credor fica à sua dis- ' gosa a existência dos saldos. Por outro
ela exigiu, pois, a realimentação da con
tos países), etc. Não sòmente o valor valorização no regime dos acordos.
P. 109.
executou.
Quando, mais tarde, a Suécia quis'ex portar para a Turquia, esta se opôs por
mento de câmbio, no sistema dos í^cor-
dor não ache, pois, conveniente a im
^erc© international — Paris — 1939 —
seu saldo credor; a Suécia
tribuir para a liberação do comércio mundial. Em realidade, os países pra
má fé do devedor. Pode ser que os pre ços subam no país devedor e que o cre
Le xéglme du com-
primeiro período de três meses, a Tur quia pediu a liquidação em dólares do
dcscongelamento das contas atrasadas; aí, êle pode ir de encontro à atitude do
lhante, gcncraliz;\clo e acompanhado de
tua-se a mercadoria. Explica-se assim que, no sistema dos acordos, os países procuram importar em primeiro lugar,
,(6) G. Lapierre.
sas, de três em três meses. Depois do
ta por novas exportações da Turquia).
alfândega à exportação etc., obrigar, pois, que o descongclamento seja feito
Um sistema seme
facultativa dos saldos em ouro ou divi
outras medidas adequadas, poderia con
são vistas as contas atrasadas de "clea-
te é a do devedor, não a do detentor da
se uma fónnvila mista, para dar liberda
sueco de 1947. Pre\'ia-se ai a liquidação
no menos no país devedor, deve obter o
mas elas aparecem freqüentemente no regime dos câmbios controlados. Pa
isso, no "clearing", a posição mais for
Noutros acordos comerciais, adotou-
cm divisas libras.
com
do mundial, não a um só mercado. Por
para a agravação de sua rigidez. (E.xemplo característico é o do acordo turco-
No caso que estudamos, o país cre dor, para realizar a reserva adquirida
Reserva geral de valor, a moeda de "clearing" não o ó. Basta pensar como ríóg" para fazer justiça a uma seme lhante pretensão. Reserva de valor si gnifica um poder atual e durável nas mãos do detentor e no plano internacio nal êste poder deve referir-se ao merca
Dicesto Econónuco
(7) A notar também o efeito duma des O
lo aumento das exportações e sobretudo pela redução das importações não se po de realizar porque um aumento de ex
exatamente o seu poder aquisitivo sô bre o mercado exterior, (8), mas não
se pode mais, nem mesmo fazer uma c-omparação eficiente entre. os preços
portações deve ser seguido de um outro
çerneihante de importações, para equili brar ns contas. Trata-se dum aumento em valor, mas, se a porcentagem de ma
joração das cxpoilações ultrapassa a da desvalorização,
haverá
igualmente
um
aumento quantitativo das importações.
(8) Le passage de Téconomle de guexre à Téconomie de paix — I-éie paxtie — Société des Nations — Gençve, 1943 p. 91.
mmmm 112
Dicesto Eco^'ó^^rco
dos diversos países, sôbre a base de um padrão comum. A convenção de Brc-
ton-Woods ensaiou, com sucesso par cial, pôr ordem no setor da estabilidade das taxas e da comparabilidade das moedas. Mas essa situação falseia-se com o jôgo das contas bilaterais. Efeti vamente, o país A pode fazer uma com
paração objetiva entre o preço p exis tente no país B e o preço p da mesma mercadoria no país C e resolver a com
prar no país menos careiro^ entretanto,
se sua conta com o país B, mais bara-
teiro, não estiver alimentada, enquanto que a do país C o está, ele comprará de qualquer modo no C, sobretudo se tiver nesse país atrasados a descongelar. Mesmo quando, na situação atual,
dois países prevêem câmbios pagáveis em divisas libras, a necessidade de equi
librar o balanço com cada país (pelas razões mostradas mais acima a propósito dos saldos liquidáveis em divisas libras)leva o sistema a funcionar como um sim
ples acôrdo com contas congeladas, por que nenhum
dos acordantes
deixará
aparecer um saldo em benefício do ou
Êste 6 o aspecto geral dos câinl"'^^
E* e\'i-
lém intrinsecamcnle as causas duma di minuição dos câmbios, sendo a preocu
apesar do grito dos economistas liberais e dos organismos de cooperação" inter
podia fazer senão ao mais baixo nível, porque os saldos não eram mais acei
pação essencial a do equilíbrio imediato
nacional, tem-.sc a impressão de que sc
táveis, tornando-se imililizáveis ein ou
começam a esquecer
tros mercados.
Lamcntaraíu-sc
os
as de.svantagei}S
dum sistema que, sob o império de ne cessidades incontesláveis (crise econô mica e política, insegurança internacio
nal, ruptura da solidariedade etc.) c de princípios mais contestáveis, deslrói ns fundamentos do mundo civilizado. Po-
O dinheiro permitia a expansão da exportação dum país A para com o seu despejo natural fí, nté ao limite da ca pacidade do abst)rção déstc último. O saldo fa\orávcl servia ao pagamento dum .suplemento de importações prove
dial. Não era necessilrio que pagamen
tos fossem feitos em ouro; bastava sò
mente que cxisHsse nma moeda interna cional on um sistema internacional co-
mnm, graças ao qual se pudessem rea
ção pertence à "triste condição huma
B, e assim seguidamente; o equilíbrio
lizar as compensações na escala mun dial. Sem isso, o comércio está priva do de flexibilidade c amplitude e o re-
na") mas, ante essas imperfeiçõe.s, de
tinha tendência ascendente. Pelo con trário, no momento cm que o saldo não
bios mundiais. A importância desse fa
é mais
to foi realçada de
via-se precisar em qual caminho pro curar a solução e ter em vista o que se tinha a ganhar e a perder em cada cnminho escolhido. De tôda maneira, não se devia adotar o procedimento dos chi-
nese.s, do qual fala Ropke (9) que, pa ra assar o porco, fecham-no numa ca-
bana o incendeiam-na, com tudo o que
equilíbrio era impõsto também ao país
representado por uma
moeda
real, por um instnimenlo geral de cam bio, as exportações de A serão limita das pela capacidade déstc país A de absorver as mercadorias do país B. (E' o que acontecexi, por exemplo, com a Bumânia, que antes exportava grandes
quantidades de madeira aos países do
há dentro.
O ponto principal é o da conservação
política comercial impede seu pleno
se pergunta se é necessário que haj*a
íuncionamnto. Também o elemento tempo" desaparece, igualmente, nesses
moedas universalmente e ilimitávelmen-
te conversíveis, que pcrmitcoi regula mentos multilaterais. Vej"amos do novo, pois, os resultados do comércio sem moeda :
a) — Acreditou-.se que, pelas novas práticas, se poderia assegurar o equilí
Oriento Médio, mas cujo volume ulte-
rior de exportações foi limitado por sua
capacidade dc importar frutos cítricos, único produto importante de exportação dos países do Levante). E é preciso notar que o movimento repercute, fa talmente, de país a país : o país A não tendo mais um excedente com o país B,
não se permitirá mais ter um déficit com o país C, e assim por diante. Acre ditou-se, a princípio, que o sistema de
suspenderá as importações. Assim, mes mo sob esse regime, a questão é en
brio de cada moeda nacional, pôr-se a
contrar mercadorias de importação do
economia ao abrigo das oscilações exte
câmbio sem moeda permitiria a conti nuação dos balanços, tais como êles se
respectivo país, a fim de equilibrar as
riores. Chegou-se, pois, à idéia do re
apresentavam antes das restrições. Mas
exportações efetuadas. Exatamente
gulamento bilateral, de equilíbrio dos
tal não sucedeu porque a inexistência da moeda não toma mais possível o
problema da troca, um pouco menos rígido. *
A multiplicidade dos câmbios era ba
seada justamente na existência de sal dos que se compensavam no plano mun
nientes de C. O mesnío UK^cani.smo de
— ou dum mecanismo suplente — onde
^
das contas.
der-se-iam criticar muitas imperfeições do sistema anterior (porque a imperfei
ou da abolição da moeda internacional
o
iramos acima que o sistema atual coo-
rcbullaclos, mas,
no mundo atual.
tro. E verdade que aqui negoçiamos
porque de outra maneira o acordante
câmbios com cada acordante.
dente que isso provocou um estreita mento dos câmbios. O equilíbrio não se
com uma verdadeira moeda; sòmente a
câmbios: a necessidade de equilibrar os câmbios impõe o emprego contínuo e imediato das disponibilidades realizadas,
113
Dicesto Econômico
(9) W. Ròpke.
CivitoB humana
ris, s. d. — p. 38-39.
P«-
emprêgo dos saldos. Há um equilíbrio, certamente, mas descendente. Demons-
Miltado fatal é uma restrição nos câm
por nm órgão da antiga Sociedade da Nações: "La civiHzation
fondée sur «ne éoonomie
clionnant gràce à un systóme de com merco multilatéral bien determme, qu.
s'étend à tout Ic globe'. (lUh
b) - Sem moeda e com os câmbios
subdivididos por equilíbrios bilaterais, os julgamentos de valor econômico en contram-se radicalmente falsificados. E outro aspecto que temos que tomar em consideração.
Mostramos
mais acima como, nas
compensações, a exigência c as au on
dades de que as mercadorias tenliarn a
mesma "importância econômica falsi fica já o processo do cmnbio, porque uma mercadoria pode ver pesar sòbre ela o peso da má venda, pelo fato de não encontrar, no pais normahiiente comprador, uma mercadoria de impòrtância correspondente. (10) Le réseau du commeTc», mondial — p. 10.
mmmm 112
Dicesto Eco^'ó^^rco
dos diversos países, sôbre a base de um padrão comum. A convenção de Brc-
ton-Woods ensaiou, com sucesso par cial, pôr ordem no setor da estabilidade das taxas e da comparabilidade das moedas. Mas essa situação falseia-se com o jôgo das contas bilaterais. Efeti vamente, o país A pode fazer uma com
paração objetiva entre o preço p exis tente no país B e o preço p da mesma mercadoria no país C e resolver a com
prar no país menos careiro^ entretanto,
se sua conta com o país B, mais bara-
teiro, não estiver alimentada, enquanto que a do país C o está, ele comprará de qualquer modo no C, sobretudo se tiver nesse país atrasados a descongelar. Mesmo quando, na situação atual,
dois países prevêem câmbios pagáveis em divisas libras, a necessidade de equi
librar o balanço com cada país (pelas razões mostradas mais acima a propósito dos saldos liquidáveis em divisas libras)leva o sistema a funcionar como um sim
ples acôrdo com contas congeladas, por que nenhum
dos acordantes
deixará
aparecer um saldo em benefício do ou
Êste 6 o aspecto geral dos câinl"'^^
E* e\'i-
lém intrinsecamcnle as causas duma di minuição dos câmbios, sendo a preocu
apesar do grito dos economistas liberais e dos organismos de cooperação" inter
podia fazer senão ao mais baixo nível, porque os saldos não eram mais acei
pação essencial a do equilíbrio imediato
nacional, tem-.sc a impressão de que sc
táveis, tornando-se imililizáveis ein ou
começam a esquecer
tros mercados.
Lamcntaraíu-sc
os
as de.svantagei}S
dum sistema que, sob o império de ne cessidades incontesláveis (crise econô mica e política, insegurança internacio
nal, ruptura da solidariedade etc.) c de princípios mais contestáveis, deslrói ns fundamentos do mundo civilizado. Po-
O dinheiro permitia a expansão da exportação dum país A para com o seu despejo natural fí, nté ao limite da ca pacidade do abst)rção déstc último. O saldo fa\orávcl servia ao pagamento dum .suplemento de importações prove
dial. Não era necessilrio que pagamen
tos fossem feitos em ouro; bastava sò
mente que cxisHsse nma moeda interna cional on um sistema internacional co-
mnm, graças ao qual se pudessem rea
ção pertence à "triste condição huma
B, e assim seguidamente; o equilíbrio
lizar as compensações na escala mun dial. Sem isso, o comércio está priva do de flexibilidade c amplitude e o re-
na") mas, ante essas imperfeiçõe.s, de
tinha tendência ascendente. Pelo con trário, no momento cm que o saldo não
bios mundiais. A importância desse fa
é mais
to foi realçada de
via-se precisar em qual caminho pro curar a solução e ter em vista o que se tinha a ganhar e a perder em cada cnminho escolhido. De tôda maneira, não se devia adotar o procedimento dos chi-
nese.s, do qual fala Ropke (9) que, pa ra assar o porco, fecham-no numa ca-
bana o incendeiam-na, com tudo o que
equilíbrio era impõsto também ao país
representado por uma
moeda
real, por um instnimenlo geral de cam bio, as exportações de A serão limita das pela capacidade déstc país A de absorver as mercadorias do país B. (E' o que acontecexi, por exemplo, com a Bumânia, que antes exportava grandes
quantidades de madeira aos países do
há dentro.
O ponto principal é o da conservação
política comercial impede seu pleno
se pergunta se é necessário que haj*a
íuncionamnto. Também o elemento tempo" desaparece, igualmente, nesses
moedas universalmente e ilimitávelmen-
te conversíveis, que pcrmitcoi regula mentos multilaterais. Vej"amos do novo, pois, os resultados do comércio sem moeda :
a) — Acreditou-.se que, pelas novas práticas, se poderia assegurar o equilí
Oriento Médio, mas cujo volume ulte-
rior de exportações foi limitado por sua
capacidade dc importar frutos cítricos, único produto importante de exportação dos países do Levante). E é preciso notar que o movimento repercute, fa talmente, de país a país : o país A não tendo mais um excedente com o país B,
não se permitirá mais ter um déficit com o país C, e assim por diante. Acre ditou-se, a princípio, que o sistema de
suspenderá as importações. Assim, mes mo sob esse regime, a questão é en
brio de cada moeda nacional, pôr-se a
contrar mercadorias de importação do
economia ao abrigo das oscilações exte
câmbio sem moeda permitiria a conti nuação dos balanços, tais como êles se
respectivo país, a fim de equilibrar as
riores. Chegou-se, pois, à idéia do re
apresentavam antes das restrições. Mas
exportações efetuadas. Exatamente
gulamento bilateral, de equilíbrio dos
tal não sucedeu porque a inexistência da moeda não toma mais possível o
problema da troca, um pouco menos rígido. *
A multiplicidade dos câmbios era ba
seada justamente na existência de sal dos que se compensavam no plano mun
nientes de C. O mesnío UK^cani.smo de
— ou dum mecanismo suplente — onde
^
das contas.
der-se-iam criticar muitas imperfeições do sistema anterior (porque a imperfei
ou da abolição da moeda internacional
o
iramos acima que o sistema atual coo-
rcbullaclos, mas,
no mundo atual.
tro. E verdade que aqui negoçiamos
porque de outra maneira o acordante
câmbios com cada acordante.
dente que isso provocou um estreita mento dos câmbios. O equilíbrio não se
com uma verdadeira moeda; sòmente a
câmbios: a necessidade de equilibrar os câmbios impõe o emprego contínuo e imediato das disponibilidades realizadas,
113
Dicesto Econômico
(9) W. Ròpke.
CivitoB humana
ris, s. d. — p. 38-39.
P«-
emprêgo dos saldos. Há um equilíbrio, certamente, mas descendente. Demons-
Miltado fatal é uma restrição nos câm
por nm órgão da antiga Sociedade da Nações: "La civiHzation
fondée sur «ne éoonomie
clionnant gràce à un systóme de com merco multilatéral bien determme, qu.
s'étend à tout Ic globe'. (lUh
b) - Sem moeda e com os câmbios
subdivididos por equilíbrios bilaterais, os julgamentos de valor econômico en contram-se radicalmente falsificados. E outro aspecto que temos que tomar em consideração.
Mostramos
mais acima como, nas
compensações, a exigência c as au on
dades de que as mercadorias tenliarn a
mesma "importância econômica falsi fica já o processo do cmnbio, porque uma mercadoria pode ver pesar sòbre ela o peso da má venda, pelo fato de não encontrar, no pais normahiiente comprador, uma mercadoria de impòrtância correspondente. (10) Le réseau du commeTc», mondial — p. 10.
Outro método nas compensações é o
diss, les deux partios, cracheter aux meil-
de estabelecer a relação do câmbio em
leures condítions". (12). Dessa manei
mercadorias,
ra, a concorrência internacional não re
encarecendo aulomàtica-
Os
presenta mais um papel ativo; às vezes
julgamentos sáò falsos também aí, por que, se uma mercadoria é muito cara,
os fatôres políticos ou os conjuntos de força terão uma ação preponderante. Poder-se-ia dizer que o ouro prejudica
mente a contraparte menos cara.
ela deveria sofrer uma pressão no sen tido duma diminuição de seu preço de custo; se não, sua produção deve ser
abandonada (a menos que ela encontre uma "saída" no mercado interior). Na
prática das compensações, a venda du ma mercadoria produzida em condições não econômicas pode não ser impedida, desde que um país, não tendo disponibi lidades gerais de compra duma merca doria mais barata, é obrigado a comprála em compensação com uma mercado ria nacional cara, em condições prejudi ciais à exportação e à importação. Passa-se a mesma coisa nos acordos
de "clearing" ou de pagamento. Mos tramos que neste regime o fato de não ter disponibilidades numa conta ou, inversamente,
Dicesto
Dicesto Econômico
114
de ter saldos atrasados
numa outra pode ser decisivo para a direção das correntes comerciais, num
sentido mais que no outro. Não é mais o preço das mercadorias, seu valor eco nômico objetivo, que dirige a concor rência, mas a situação das contas com
os respectivos países. Assim, dá-se o caso da Suíça, que deixou de comprar trigo barato do Canadá, para comprálo mais caro na Hungria, porque tinha um "clearing" neste último país. (11). O fato foi notado por uma publica ção da Sociedade das Nações: "(les accords de "clearing" bilatéraux) empêchent nécessairement une des partíes ou,
en ce qui concerne certaines marchan-
va a relação real entre a moeda e as mercadorias, mas, como o ouro era o
metal monetário comum, as relações en tre as moedas continuavam as mesmas,
cujas taxas eram mundialmente compa ráveis. (13).
As correntes comerciais eram marcadas por julgamentos de va lor que, graças à moeda comum e aos preços comparáveis, tornavam-se real mente possíveis. Poder-se-ia considerar
Estado. Reconhecendo a necessidade das
medidas autoritárias de defesa, trata-se
duais, pois que os meios de pagamento exteriores sejam reservados a disposição
duma questão de medida e dum espíri to de cooperação internacional que de veriam presidir tôda a política comer cial. Sòbre êsse ponto falaremos mais
da autoridade estadual; é, aliás, um pon to de vista aceito por certos espíritos liberais. (18). Importa-nos somente sa
Vimos mais acima que, quando os preços sobem num pais, cs paí.ses cre
adiante.
internacional de pagamento ^ contribui
dores em conta são obrigados a comprar
a defesa da moeda, que pràticamente confinaram com a sua supressão, impli
tado.
cavam em maior inter\'enção do Esta do, maior liberdade nos seus movimen
mos as modalidades de câmbio contem
porâneas e os efeitos do bilateralismo, já
tos no mercado mundial.
nos dá a resposta. Seria preciso lem
um melhoramento no sentido de tomar
mais reais as comparações (impedindo, por exemplo, as especulações), mas não no sentido de as tornar impossíveis.
c) — Os sistemas preconizados para
nesse país para descongelar seus atrasa
dos. Dupla falsidade econômica: o país
devedor exporta apesar de seus preços elevados, e o país credor compra do que vende caro, em lugar de comprar aos que
Poderíamos
começar por perguntar-nos se essa em-
vendem barato. (14). Sem moeda, sem
prêsa estadual sôbre o comércio exterior
um instrumento
é tão desejável.
geral de câmbio, os
A controvérsia
do, poria em discussão toda a direção (12) Le passage etc. — p. 105
pianista que arrebata hoje todos os es
(13) Conforme a teoria clássica, todos os câmbios se fariam tão bem sem moe
píritos. Os perigos dessa tendência au
da. que se superpõe aos câmbios
toritária, cujas conseqüências extremas .se vêem nos países sob o jugo comu nista, foram vivamente postos à luz pe-
A
crítica no Cr. Rist. Hisloiro des doclrlnes etc., p. 149.
(14) Pensou-se que desta maneira se as
ma que reduz os câmbios, reduzindo pois
Heilperin, op. cit. — p. 168.
Cf. M. A.
jÀjk.
brarmos igualmente tudo o que foi dito (16) Cf as obras, tomadas clássicas, de L von Mises. F. A. von Hayek, W. Ropke. W. Lippmann. etc.
(17) Op. cit., pp. 18 e 36. Um pequeno
exemplo de limitação da liberdade indi
vidual pelo controle dos câmbios: a au torização das divisas para as viagens no estrangeiro. Cf. uma passagem caracte rística de Fr. Machlup. Guide à traveis le panacées économique» (trad. ír.) —
eibililés' du socialisme (F. A. von Hayek,
des essenciais".
(15) I.'économie dirigée en régime col-
a produção. Quanto às crises, notou-se que o seu remédio pode ser mais fàcilmente encontrado num regime de coo
)[
O que constatamos quando analisa
lecliviste — Éludes crifiques sur les pos-
6 curioso atribuir êsse efeito a um siste
i
para uma liberdade maior para o tes
Paris, s. d. — p. 193: "...um contrôle de divisas não pode nunca suprimir total mente a fuga dos capitais, a menos que êle seja organizado num Estado hermèticamente fechado e abafando as liberda
segurava ao menos o "full-employment";
•>
ber se o fato de não dispor dum meio
ultra
passaria de muito o quadro dêsse estu
me de compartimentaçãc.
Op. cit. — p. 91.
115
preços não lèni nuiis o papel regulador los espíritos liberais; aí nos referire quo deveriam ter iio pluuo internacio mos. (16). Acerca disso, deveríamos nal como no plano interno. Acredita refletir sôbre esta bela frase de Heilpe mos tjuo as críticas dirigidas contra o rin: "A liberdade do indivíduo, êsse planismo por sua incapacidade de re eterno sonho dos filósofos, não se tor solver o cálculo ecüvioniicx) (15) podem nou, ela própria, uma realidade ampla ser igualmente aplicadas ao comércio, mente espalhada senão depois de rela tivamente pouco tempo; hoje, ela é internacional, onde a ausência duma moeda falseia os cálculos objetiNOS e não ameaçada em nome duma liberdade ainda maior para todos". (17). permito mais julgamentos de valor ob jetivo. Deixemos de lado êsse aspecto. Admi O jogo, certamente, pode também ser tamos que os .cálculos complexos do falseado pela proteção ou por manipu problema, e sobretudo os interêsses su lações monetárias ou por outros proces periores da comunidade, iniponham o sos, pro\indo sempre da intervenção do .sacrifício de certas liberdades indivi
peração internacional do que num regi
(11) G. Lapierre.
Econômico
N. G. Piorson, L. von Mises, G. Halm, E.
(18) La passage etc., p. 90; \V. Lipp
Barone) — (trad. ír.) Paris, s. d. — pas-
mann. La cité libre (trad. fr.) — Paris,
sim e sobretudo pp. 141-145. 217-218.
3. d. — p. 266.
í
Outro método nas compensações é o
diss, les deux partios, cracheter aux meil-
de estabelecer a relação do câmbio em
leures condítions". (12). Dessa manei
mercadorias,
ra, a concorrência internacional não re
encarecendo aulomàtica-
Os
presenta mais um papel ativo; às vezes
julgamentos sáò falsos também aí, por que, se uma mercadoria é muito cara,
os fatôres políticos ou os conjuntos de força terão uma ação preponderante. Poder-se-ia dizer que o ouro prejudica
mente a contraparte menos cara.
ela deveria sofrer uma pressão no sen tido duma diminuição de seu preço de custo; se não, sua produção deve ser
abandonada (a menos que ela encontre uma "saída" no mercado interior). Na
prática das compensações, a venda du ma mercadoria produzida em condições não econômicas pode não ser impedida, desde que um país, não tendo disponibi lidades gerais de compra duma merca doria mais barata, é obrigado a comprála em compensação com uma mercado ria nacional cara, em condições prejudi ciais à exportação e à importação. Passa-se a mesma coisa nos acordos
de "clearing" ou de pagamento. Mos tramos que neste regime o fato de não ter disponibilidades numa conta ou, inversamente,
Dicesto
Dicesto Econômico
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de ter saldos atrasados
numa outra pode ser decisivo para a direção das correntes comerciais, num
sentido mais que no outro. Não é mais o preço das mercadorias, seu valor eco nômico objetivo, que dirige a concor rência, mas a situação das contas com
os respectivos países. Assim, dá-se o caso da Suíça, que deixou de comprar trigo barato do Canadá, para comprálo mais caro na Hungria, porque tinha um "clearing" neste último país. (11). O fato foi notado por uma publica ção da Sociedade das Nações: "(les accords de "clearing" bilatéraux) empêchent nécessairement une des partíes ou,
en ce qui concerne certaines marchan-
va a relação real entre a moeda e as mercadorias, mas, como o ouro era o
metal monetário comum, as relações en tre as moedas continuavam as mesmas,
cujas taxas eram mundialmente compa ráveis. (13).
As correntes comerciais eram marcadas por julgamentos de va lor que, graças à moeda comum e aos preços comparáveis, tornavam-se real mente possíveis. Poder-se-ia considerar
Estado. Reconhecendo a necessidade das
medidas autoritárias de defesa, trata-se
duais, pois que os meios de pagamento exteriores sejam reservados a disposição
duma questão de medida e dum espíri to de cooperação internacional que de veriam presidir tôda a política comer cial. Sòbre êsse ponto falaremos mais
da autoridade estadual; é, aliás, um pon to de vista aceito por certos espíritos liberais. (18). Importa-nos somente sa
Vimos mais acima que, quando os preços sobem num pais, cs paí.ses cre
adiante.
internacional de pagamento ^ contribui
dores em conta são obrigados a comprar
a defesa da moeda, que pràticamente confinaram com a sua supressão, impli
tado.
cavam em maior inter\'enção do Esta do, maior liberdade nos seus movimen
mos as modalidades de câmbio contem
porâneas e os efeitos do bilateralismo, já
tos no mercado mundial.
nos dá a resposta. Seria preciso lem
um melhoramento no sentido de tomar
mais reais as comparações (impedindo, por exemplo, as especulações), mas não no sentido de as tornar impossíveis.
c) — Os sistemas preconizados para
nesse país para descongelar seus atrasa
dos. Dupla falsidade econômica: o país
devedor exporta apesar de seus preços elevados, e o país credor compra do que vende caro, em lugar de comprar aos que
Poderíamos
começar por perguntar-nos se essa em-
vendem barato. (14). Sem moeda, sem
prêsa estadual sôbre o comércio exterior
um instrumento
é tão desejável.
geral de câmbio, os
A controvérsia
do, poria em discussão toda a direção (12) Le passage etc. — p. 105
pianista que arrebata hoje todos os es
(13) Conforme a teoria clássica, todos os câmbios se fariam tão bem sem moe
píritos. Os perigos dessa tendência au
da. que se superpõe aos câmbios
toritária, cujas conseqüências extremas .se vêem nos países sob o jugo comu nista, foram vivamente postos à luz pe-
A
crítica no Cr. Rist. Hisloiro des doclrlnes etc., p. 149.
(14) Pensou-se que desta maneira se as
ma que reduz os câmbios, reduzindo pois
Heilperin, op. cit. — p. 168.
Cf. M. A.
jÀjk.
brarmos igualmente tudo o que foi dito (16) Cf as obras, tomadas clássicas, de L von Mises. F. A. von Hayek, W. Ropke. W. Lippmann. etc.
(17) Op. cit., pp. 18 e 36. Um pequeno
exemplo de limitação da liberdade indi
vidual pelo controle dos câmbios: a au torização das divisas para as viagens no estrangeiro. Cf. uma passagem caracte rística de Fr. Machlup. Guide à traveis le panacées économique» (trad. ír.) —
eibililés' du socialisme (F. A. von Hayek,
des essenciais".
(15) I.'économie dirigée en régime col-
a produção. Quanto às crises, notou-se que o seu remédio pode ser mais fàcilmente encontrado num regime de coo
)[
O que constatamos quando analisa
lecliviste — Éludes crifiques sur les pos-
6 curioso atribuir êsse efeito a um siste
i
para uma liberdade maior para o tes
Paris, s. d. — p. 193: "...um contrôle de divisas não pode nunca suprimir total mente a fuga dos capitais, a menos que êle seja organizado num Estado hermèticamente fechado e abafando as liberda
segurava ao menos o "full-employment";
•>
ber se o fato de não dispor dum meio
ultra
passaria de muito o quadro dêsse estu
me de compartimentaçãc.
Op. cit. — p. 91.
115
preços não lèni nuiis o papel regulador los espíritos liberais; aí nos referire quo deveriam ter iio pluuo internacio mos. (16). Acerca disso, deveríamos nal como no plano interno. Acredita refletir sôbre esta bela frase de Heilpe mos tjuo as críticas dirigidas contra o rin: "A liberdade do indivíduo, êsse planismo por sua incapacidade de re eterno sonho dos filósofos, não se tor solver o cálculo ecüvioniicx) (15) podem nou, ela própria, uma realidade ampla ser igualmente aplicadas ao comércio, mente espalhada senão depois de rela tivamente pouco tempo; hoje, ela é internacional, onde a ausência duma moeda falseia os cálculos objetiNOS e não ameaçada em nome duma liberdade ainda maior para todos". (17). permito mais julgamentos de valor ob jetivo. Deixemos de lado êsse aspecto. Admi O jogo, certamente, pode também ser tamos que os .cálculos complexos do falseado pela proteção ou por manipu problema, e sobretudo os interêsses su lações monetárias ou por outros proces periores da comunidade, iniponham o sos, pro\indo sempre da intervenção do .sacrifício de certas liberdades indivi
peração internacional do que num regi
(11) G. Lapierre.
Econômico
N. G. Piorson, L. von Mises, G. Halm, E.
(18) La passage etc., p. 90; \V. Lipp
Barone) — (trad. ír.) Paris, s. d. — pas-
mann. La cité libre (trad. fr.) — Paris,
sim e sobretudo pp. 141-145. 217-218.
3. d. — p. 266.
í
Digesto EcoNÓ^aco
116
sobre a importância social da moeda no
ma concepção mnninalista da moeda (gênero Knapp), realizando, no fundo,
feitas a propósito clc.ssas práticas e de suas conscquência.s e reconhecer que a
uma moeda internacional, pennitiria a liquidação dos saldos que .são inevitá
existência
veis nos câmbios duma .sociedade viven
mesmo a aceitar o papel do ouro para
do numa larga di\ i.são do trabalho, nu ma intcrdcpindência crcsccnlc e com a salvaguarda da liliordade de escollia.
o pagamento dos saldos, contanto que
(ou dum mecanismo suplente)
mentos de liberdade que o homem ja
scmelhanles resultados.
mais inventou". (20).
Isto é plena
mente
internacional,
fosse para proveito do indivíduo ou do
técnicas podem sempre existir. Pode-se admitir que a moeda-ouro não era uma instituição perfeita, porqiio ela dei.xava
Estado. O fato de reter um instrumen
as econoniia.s nacionais sob a influência
to geral de câmbio liberta o possuidor desse poder de compra e llie dá uma
dos movimentos independentes do ouro;
autonomia maior sobre o mercado.
O
preço no mercado internacional não tra
efeito é, não somente do ponto de vista
duzem fielmente as comparações objeti
econômico, extensão dos câmbios, sua
duma moeda
internacional
evàla
As dificuldades
pode-se admitir que o.s movimentos de vas entre os custos;
consequentemente,
pode-se admitir a necessidade duma po
compensação no plano mundial, funcio namento normal dos julgamentos de va lor etc. mas, politicamente, um elemen
lítica do câmbio e rc.striçõcs sobre os movimentos dos capitais. Isso não deve
to de liberdade, no espaço e no tempo.
impedir o estabelecimento dum sistema
♦ * *
O problema que se estabelece atual mente, com uma acuídade sempre cres
cente, 6 encontrar uma solução para a carência do comércio mundial. E' verda
de que essa carência foi provocada e mantida pelo estado de insegurança po
lítica que caracterizou o mundo depois de 1914, mas, por outro lado, a inse gurança política foi forçada pela res trição dos câmbios e pelo estado de ten são determinado, no terreno econômico,
pelas recentes práticas comerciais. (21). (19) Ch. Rist. Précis etc., p. 196. (20) F A Hayek. La route de Ia ser-
vllude (trad. fr.) — Paris.^ s. d. -- p. p; neste sentido: Monnale saine on Btat ío-
lalüaire {d'après L'Ordre social de J. Rueff) ~ Paris 1947 — p. 89 et (21) Cf. E. Bevin. cité par M. A. Heil-
perin, op. cit: p. 16; do mesmo modo La poliíique commerciale enlre les deux guerres: Proposillons ínlernaiionales et polUiques naíionales — Soclété des Nations. Genève, 1942 — P- 107 -- "a se gurança econômica e o comercio multllateral são interdependentes".
117
A fim dc sair dé.ssc inip.is.c, não se devem perder du vista as constatações
mercado interno, sôbre o fato de que a moeda dá "uma prodigiosa extensão à liberdade de escolha dos produtores e dos consumidores" (19), que a moe da é "um dos mais magníficos instru
válido no plano
Dicesto Econômico
Foi e.s.sa idéia que presidiu aos planos Kcynes v \Viiilc, precursores da conven ção do Brettün-^Voods^ assiiri como a es sa própria convenção. E' sugestivo que um economista da feição de Lorde Kcy
nes -- e que preconizava o papel ativo do Estado na economia — fizesse expri mir, no preâmbulo de seu plano, o se guinte voto: "Temos necessidade dum instrumento
monetário
internacional
universalmente reconhecido, aceito en
que permita os câmbios multilaterais, que deixe inteira liberdade de escolha ao comprador e que permita a utiliza
tre nações, de tal maneira que os saldos congelados e os "clearing" bilaterais
ção universal dos bens dum país. O que
O comércio mundial sem moeda pròprianicnto dita, pode funcionar, mais ou menos, durante a guerra, porque os
importa é assegurar a cada país, dis pondo dum poder de compra (resultan do duma entrega ou duma prestação de ser\'iço), um instrumento geral de câm bio e uma reserva geral de valor, insti tuir, pois, um sistema que represente o papel da moeda no sentido verdadeiro da palavra. Como dizia Nogaro: "Le problcme de Ia monnaie internationale
SC tomem inúteis". (23).
câiTibios estavam fatalmente reduzidos,
a escolha dos acordantes não podia fun cionar plenamente, e acentuavam-se as necessidades de defesa e de abasteci
mento a todo preço, não no jôgo normal dos valores. As desvantagens eram, pois, em parte, escondidas. Em todo
mark" .se tomasse a moeda do espaço
vital alemão, que houvesse, portanto, uma moeda comum permitindo a multi plicidade dos pagamentos. Chegava fôsso
assegurada
a
supremacia
do
"reichsmark", traduzindo a hegemonia
polítíca da Alemanha. (24). Aparecendo a prosperidade, a liber dade e a segurança ligadas à noção da moeda no verdadeiro sentido da pala-
\ra, os esforços devem ser dirigidos pa ra o "realismo" da moeda. Não nos iludamos com as palavras e não fale mos mais de moeda, quando ela não existe: o mundo vive como o pato sel
vagem de Ibsen numa floresta artificial de noções, e como lá, "a floresta xingase" e o mundo já sofre as conseqüên cias. Uma discussão mais aprofundada e circunstancial, de acordo com as condi
ções atuais, poderia dizer-nos se é pre ciso guardar as restrições do cambio e dos movimentos dé capitais etc. Isto não
toca ao problema fundamental, que re
presenta a "restitutio in integram" da moeda internacional.
A questão preocupou os espíritos libe rais, desde que se fêz sentir, pelos re sultados desastrosos, a desaparição da moeda. O Plano Milhaud, antes da
ne consiste pas essentiellement dans Ta-
caso, já se sentia a necessidade dum me
guerra, não teve mais que um fraco eco,
doption d'une monnaie unique, mais plutôt dans Ia réalisaticn d'un rapport
canismo permitindo uana maior mobili
mas os esforços ulteriores, cujas mani
dade das moedas
d'échange
uma compensação geral de saldos (é o
festações mais importantes foram os pla nos Wlúte e Keynes (preconizando, um,
constant entre les diversas
unités monétaires naíionales, tel que celui qui résulterait d'un convertibilité à un taux fixe, reciproque et illimitée". (22). Êsse sistema, mesmo baseado nu-
de "clearing" por
que se começou a fazer pelo "clearing" central de Berlim). E' igualmente inte ressante notar que um autor como Grot-
kopp, detrator da moeda internacional, aceitava de boa vontade que o "reichs-
(22) Citado por G. Lapierre. op. cit., p. 193.
(23) Le passage etc., p. 114.
(24) W. Grotkopp. op. cit., p. 175 e passim. Êle critica (p. 207) os planos Whi te e Keynes porque êles limitariam a sn'
berania dos Estados. Mas tôda colabora'
ção internacional implica uma limitação semelhante; aliás, êle próprio a precoir4 za quando se trata do papel preponrt rante do "reichsmark".
nae-
Digesto EcoNÓ^aco
116
sobre a importância social da moeda no
ma concepção mnninalista da moeda (gênero Knapp), realizando, no fundo,
feitas a propósito clc.ssas práticas e de suas conscquência.s e reconhecer que a
uma moeda internacional, pennitiria a liquidação dos saldos que .são inevitá
existência
veis nos câmbios duma .sociedade viven
mesmo a aceitar o papel do ouro para
do numa larga di\ i.são do trabalho, nu ma intcrdcpindência crcsccnlc e com a salvaguarda da liliordade de escollia.
o pagamento dos saldos, contanto que
(ou dum mecanismo suplente)
mentos de liberdade que o homem ja
scmelhanles resultados.
mais inventou". (20).
Isto é plena
mente
internacional,
fosse para proveito do indivíduo ou do
técnicas podem sempre existir. Pode-se admitir que a moeda-ouro não era uma instituição perfeita, porqiio ela dei.xava
Estado. O fato de reter um instrumen
as econoniia.s nacionais sob a influência
to geral de câmbio liberta o possuidor desse poder de compra e llie dá uma
dos movimentos independentes do ouro;
autonomia maior sobre o mercado.
O
preço no mercado internacional não tra
efeito é, não somente do ponto de vista
duzem fielmente as comparações objeti
econômico, extensão dos câmbios, sua
duma moeda
internacional
evàla
As dificuldades
pode-se admitir que o.s movimentos de vas entre os custos;
consequentemente,
pode-se admitir a necessidade duma po
compensação no plano mundial, funcio namento normal dos julgamentos de va lor etc. mas, politicamente, um elemen
lítica do câmbio e rc.striçõcs sobre os movimentos dos capitais. Isso não deve
to de liberdade, no espaço e no tempo.
impedir o estabelecimento dum sistema
♦ * *
O problema que se estabelece atual mente, com uma acuídade sempre cres
cente, 6 encontrar uma solução para a carência do comércio mundial. E' verda
de que essa carência foi provocada e mantida pelo estado de insegurança po
lítica que caracterizou o mundo depois de 1914, mas, por outro lado, a inse gurança política foi forçada pela res trição dos câmbios e pelo estado de ten são determinado, no terreno econômico,
pelas recentes práticas comerciais. (21). (19) Ch. Rist. Précis etc., p. 196. (20) F A Hayek. La route de Ia ser-
vllude (trad. fr.) — Paris.^ s. d. -- p. p; neste sentido: Monnale saine on Btat ío-
lalüaire {d'après L'Ordre social de J. Rueff) ~ Paris 1947 — p. 89 et (21) Cf. E. Bevin. cité par M. A. Heil-
perin, op. cit: p. 16; do mesmo modo La poliíique commerciale enlre les deux guerres: Proposillons ínlernaiionales et polUiques naíionales — Soclété des Nations. Genève, 1942 — P- 107 -- "a se gurança econômica e o comercio multllateral são interdependentes".
117
A fim dc sair dé.ssc inip.is.c, não se devem perder du vista as constatações
mercado interno, sôbre o fato de que a moeda dá "uma prodigiosa extensão à liberdade de escolha dos produtores e dos consumidores" (19), que a moe da é "um dos mais magníficos instru
válido no plano
Dicesto Econômico
Foi e.s.sa idéia que presidiu aos planos Kcynes v \Viiilc, precursores da conven ção do Brettün-^Voods^ assiiri como a es sa própria convenção. E' sugestivo que um economista da feição de Lorde Kcy
nes -- e que preconizava o papel ativo do Estado na economia — fizesse expri mir, no preâmbulo de seu plano, o se guinte voto: "Temos necessidade dum instrumento
monetário
internacional
universalmente reconhecido, aceito en
que permita os câmbios multilaterais, que deixe inteira liberdade de escolha ao comprador e que permita a utiliza
tre nações, de tal maneira que os saldos congelados e os "clearing" bilaterais
ção universal dos bens dum país. O que
O comércio mundial sem moeda pròprianicnto dita, pode funcionar, mais ou menos, durante a guerra, porque os
importa é assegurar a cada país, dis pondo dum poder de compra (resultan do duma entrega ou duma prestação de ser\'iço), um instrumento geral de câm bio e uma reserva geral de valor, insti tuir, pois, um sistema que represente o papel da moeda no sentido verdadeiro da palavra. Como dizia Nogaro: "Le problcme de Ia monnaie internationale
SC tomem inúteis". (23).
câiTibios estavam fatalmente reduzidos,
a escolha dos acordantes não podia fun cionar plenamente, e acentuavam-se as necessidades de defesa e de abasteci
mento a todo preço, não no jôgo normal dos valores. As desvantagens eram, pois, em parte, escondidas. Em todo
mark" .se tomasse a moeda do espaço
vital alemão, que houvesse, portanto, uma moeda comum permitindo a multi plicidade dos pagamentos. Chegava fôsso
assegurada
a
supremacia
do
"reichsmark", traduzindo a hegemonia
polítíca da Alemanha. (24). Aparecendo a prosperidade, a liber dade e a segurança ligadas à noção da moeda no verdadeiro sentido da pala-
\ra, os esforços devem ser dirigidos pa ra o "realismo" da moeda. Não nos iludamos com as palavras e não fale mos mais de moeda, quando ela não existe: o mundo vive como o pato sel
vagem de Ibsen numa floresta artificial de noções, e como lá, "a floresta xingase" e o mundo já sofre as conseqüên cias. Uma discussão mais aprofundada e circunstancial, de acordo com as condi
ções atuais, poderia dizer-nos se é pre ciso guardar as restrições do cambio e dos movimentos dé capitais etc. Isto não
toca ao problema fundamental, que re
presenta a "restitutio in integram" da moeda internacional.
A questão preocupou os espíritos libe rais, desde que se fêz sentir, pelos re sultados desastrosos, a desaparição da moeda. O Plano Milhaud, antes da
ne consiste pas essentiellement dans Ta-
caso, já se sentia a necessidade dum me
guerra, não teve mais que um fraco eco,
doption d'une monnaie unique, mais plutôt dans Ia réalisaticn d'un rapport
canismo permitindo uana maior mobili
mas os esforços ulteriores, cujas mani
dade das moedas
d'échange
uma compensação geral de saldos (é o
festações mais importantes foram os pla nos Wlúte e Keynes (preconizando, um,
constant entre les diversas
unités monétaires naíionales, tel que celui qui résulterait d'un convertibilité à un taux fixe, reciproque et illimitée". (22). Êsse sistema, mesmo baseado nu-
de "clearing" por
que se começou a fazer pelo "clearing" central de Berlim). E' igualmente inte ressante notar que um autor como Grot-
kopp, detrator da moeda internacional, aceitava de boa vontade que o "reichs-
(22) Citado por G. Lapierre. op. cit., p. 193.
(23) Le passage etc., p. 114.
(24) W. Grotkopp. op. cit., p. 175 e passim. Êle critica (p. 207) os planos Whi te e Keynes porque êles limitariam a sn'
berania dos Estados. Mas tôda colabora'
ção internacional implica uma limitação semelhante; aliás, êle próprio a precoir4 za quando se trata do papel preponrt rante do "reichsmark".
nae-
Dicesto Econômico
118
.umr. \-erdadeira moeda intemãcíonal, o
herdade. (26).
A rnocda, que rcpre-
oulro o "clearing" mundial), são tradu
•scnta
zidos, em parte, na convenç-ão de Brct-
prosperidade, mas também um instru
ton-Woods. Infelizmente, as condições
mento de liberdade, deve ser salva.
não sòincnle unia
condição de
Dicesto Econòacco
dependentes da existência ou da ausên
fatos são interdependentes e a solução
cia dum sistema geral de rcuulamento:
deverá dirigir-se a ambos os fatos dé
o pêso da reconslrução o as necc.ssidadcs
uma vez, visando uin resultado satisfa
de crédito (às <iuais rcs}X)nden o Plano
tório. •Somente por um esforço de soli
Marshall), a falta dc saídas ou de fon
dariedade e renúncias recíprocas, po
Haverá sempre problemas a le*
ma moeda internacional ou duma insti
tes do íibasteennento, o desequilíbrio fi nanceiro etc. Da mesma maneira, ft po
laboração e a segurança. No nosso do
solver, onde os interesses contraditórios
tuição internacional tendo as funções da
sição preponderante dos Estados Uni
da liberdade do comércio e da salva
dos, como grande fornecedor mundial,
inadequadas do momento não permiti ram a adoção duma medida radical, to
cando no ponto decisivo: a criação du
moeda. Pensou-se sobretudo nas neces
sidades de crédito para a reconstituição e -- um primeiro passo para a solução central — o estabelecimento de relações constantes entre as moedas.
Mas, nós
o vimos, enquanto a moeda não existir
realmente no plano internacional, essas relações
serão constantemente falsea
das. As soluções a virem poderão ba sear-se no quadro inicial de BrettonWoods (25), ou numa nova organiza ção similar. A principal coisa a fazer será sempre a realização da moeda nas suas funções essenciais. Para empregar a linguagem matemática, se a moeda não é uma condição suficiente, ela o é
E\ iclfnlcnicntc. isso não resolverá-tô-
das as dificuldades do comércio mun
dial.
guarda da estabilidade interior, da eco nomia nacional e da harmonia interna
cional, imporão soluções de compromis sos. Êsses problemas existiam também sob o regime do ouro e as soluções empregadas nem sempre eram satisfa tórias. (27).
Mas nessa época não se
tocava nessa realidade primordial que é a moeda. O papel do político, no pla no internacional como no plano nacio
nal, é de encontrar o caminho do equi líbrio entre as diferentes tendências; es
Essa posição, de princípio, entra no
quadro do que se chama "liberalismo ativo", um liberalismo que compreende a intervenção estatal ou superestatal sòmente no sentido de melhorar o funcio
namento das instituições liberais. Pode-
se criticar com justa razão o falso libe ralismo do "laissez-faire"; isso não pro
vista o que renuncia do outro lado ® não deverá sacrificar os fundamentos da
sociedade ao nome duma quimera de ralismo ativo corresponde a esta fór mula.
Tôda essa discussão tem certamente
um caráter puramente dialético. E* um princípio que defendemos, não é uma técnica que expomos. Poder-se-á sem pre objetar que a carência do comércio mundial tem também outras causas, in-
va de modo algum que a solução justa deve ser tomada mas no sentido
contra o liberalismo, duma boa organização
dêste, no sentido da criação das condi
ções perfeitas para uma verdadeira li-
principal compradora, preenchia melhor Q papel central. Prossognindo na aná lise. poder-se-A mostrar que o equilí brio seria possível, cm parte, pela am
pliação dos investimentos americanos no estrangeiro,
(26) Cf. as obras citadas de von Mises, Hayek, Ropke, Lippmann, Rueff. etc. Um
o que acarretaria
outros
problemas dos dois lados.
colhendo um caminho, êle terá bem à
pretensões científicas. A noção de libe
necessária.
ao mesmo tempo ípio principal credcM-, toma difícil o equilíbrio mundial dos balanços, mesmo sem o protecionismo aduaneiro americano; nisto, a Inglaterra tio antes do 1914, grande credora e
des provêm da crise de confiança, ligaJa à crise política mundial. A regula mentação do comércio mundial, a cir culação da moeda internacional, assim corno o estabelecimento das medidas vi-sando eliminar os outros impediment0S dos câmbios, estão em função da solidariedade, da confiança reciproca e
do espírito de colaboração, com o que serão animados os países, no futuro. (28). E* útil notar essa coincidência da au
sência, duma parte, de um sistema geral dc câmbios, e de outra parte, da soli Os doís
apêlo no sentido do liberalismo ativo, em
(23) R. Mossé. L© syslème monélaíre
(27) Sôbre a crítica do protecionismo
de Brellon-Woods et les grand» problè-
mes de l'après-guerre — Paris, 1048, —
adt.aneiro do ponto de vista dos julgainentos de valor, v. Fr. Machlup. op. cit.,
passim.
p. 185.
regime de igualdade jurídica das con dições; enquanto que, sem a moeda, estando a liberdade de escolha limitada, a renúncia faz-se para o proveito dum só acordante, às vêzes sob o império da fôrça.
No fundo, no estado de imperfeição do mundo, sobrehido no qne concerne
às relações internacionais, o ouro nao fazia mais do que suprir, duma solidariedade e de confiança,
representava um elemento ' ictivo de ligação nas relaç-oes comer
Dessa^maneirn, cada contratante-
estava coberto de riscos, ao menos em
parte (porque havia sempre os nscos de desvalorização, de falência, de nao execução dos contratos etc.); nisso a moeda internacional, como a intenor,
era "um bem que responde à necessida de de certeza". (30). Um mundo per feito, baseado numa confiança perfeita, não teria necessidade dum instrumento
geral de câmbio, porque cada um acei taria as moedas nacionais estrangeiras
como sua própria moeda, confiaria nos Estados como o faz em seu próprio país. Não pareceria isso um começo de pais.
Dario de AJme-ida Magalhães — Evoluç&o política e constitucional do Brasil — "Digesto Econômico", dezembro de 1949 — p. 30.
mínio, as renúncias no quadro do resta belecimento da moeda eqüivalerão ® uma. liberdade maior para todo.s, a um
imperfeita, mas satisfatória, ^
Em grande parte, tõdas as dificulda
dariedade das nações. (29).
der-se-á restabelecer a confiança, a co
(28) Uma proposta para uma organi
zação melhor do comércio, mundial, fim-
federação mundial ?
Na sua ausência.
dada sôbre a colaboração e a solidarie dade, em Djacir Menezes — Eqüidade nas trocas Iníemaeionais — "Digesto Econô mico", out. - nov. 1949.
(29) W. liippmann, op. cit., p. 266. o*.
(30) N. P. Rosenstein-Rodan, citado por Ch. Rlst, HUtoire etc., p. 336.
Dicesto Econômico
118
.umr. \-erdadeira moeda intemãcíonal, o
herdade. (26).
A rnocda, que rcpre-
oulro o "clearing" mundial), são tradu
•scnta
zidos, em parte, na convenç-ão de Brct-
prosperidade, mas também um instru
ton-Woods. Infelizmente, as condições
mento de liberdade, deve ser salva.
não sòincnle unia
condição de
Dicesto Econòacco
dependentes da existência ou da ausên
fatos são interdependentes e a solução
cia dum sistema geral de rcuulamento:
deverá dirigir-se a ambos os fatos dé
o pêso da reconslrução o as necc.ssidadcs
uma vez, visando uin resultado satisfa
de crédito (às <iuais rcs}X)nden o Plano
tório. •Somente por um esforço de soli
Marshall), a falta dc saídas ou de fon
dariedade e renúncias recíprocas, po
Haverá sempre problemas a le*
ma moeda internacional ou duma insti
tes do íibasteennento, o desequilíbrio fi nanceiro etc. Da mesma maneira, ft po
laboração e a segurança. No nosso do
solver, onde os interesses contraditórios
tuição internacional tendo as funções da
sição preponderante dos Estados Uni
da liberdade do comércio e da salva
dos, como grande fornecedor mundial,
inadequadas do momento não permiti ram a adoção duma medida radical, to
cando no ponto decisivo: a criação du
moeda. Pensou-se sobretudo nas neces
sidades de crédito para a reconstituição e -- um primeiro passo para a solução central — o estabelecimento de relações constantes entre as moedas.
Mas, nós
o vimos, enquanto a moeda não existir
realmente no plano internacional, essas relações
serão constantemente falsea
das. As soluções a virem poderão ba sear-se no quadro inicial de BrettonWoods (25), ou numa nova organiza ção similar. A principal coisa a fazer será sempre a realização da moeda nas suas funções essenciais. Para empregar a linguagem matemática, se a moeda não é uma condição suficiente, ela o é
E\ iclfnlcnicntc. isso não resolverá-tô-
das as dificuldades do comércio mun
dial.
guarda da estabilidade interior, da eco nomia nacional e da harmonia interna
cional, imporão soluções de compromis sos. Êsses problemas existiam também sob o regime do ouro e as soluções empregadas nem sempre eram satisfa tórias. (27).
Mas nessa época não se
tocava nessa realidade primordial que é a moeda. O papel do político, no pla no internacional como no plano nacio
nal, é de encontrar o caminho do equi líbrio entre as diferentes tendências; es
Essa posição, de princípio, entra no
quadro do que se chama "liberalismo ativo", um liberalismo que compreende a intervenção estatal ou superestatal sòmente no sentido de melhorar o funcio
namento das instituições liberais. Pode-
se criticar com justa razão o falso libe ralismo do "laissez-faire"; isso não pro
vista o que renuncia do outro lado ® não deverá sacrificar os fundamentos da
sociedade ao nome duma quimera de ralismo ativo corresponde a esta fór mula.
Tôda essa discussão tem certamente
um caráter puramente dialético. E* um princípio que defendemos, não é uma técnica que expomos. Poder-se-á sem pre objetar que a carência do comércio mundial tem também outras causas, in-
va de modo algum que a solução justa deve ser tomada mas no sentido
contra o liberalismo, duma boa organização
dêste, no sentido da criação das condi
ções perfeitas para uma verdadeira li-
principal compradora, preenchia melhor Q papel central. Prossognindo na aná lise. poder-se-A mostrar que o equilí brio seria possível, cm parte, pela am
pliação dos investimentos americanos no estrangeiro,
(26) Cf. as obras citadas de von Mises, Hayek, Ropke, Lippmann, Rueff. etc. Um
o que acarretaria
outros
problemas dos dois lados.
colhendo um caminho, êle terá bem à
pretensões científicas. A noção de libe
necessária.
ao mesmo tempo ípio principal credcM-, toma difícil o equilíbrio mundial dos balanços, mesmo sem o protecionismo aduaneiro americano; nisto, a Inglaterra tio antes do 1914, grande credora e
des provêm da crise de confiança, ligaJa à crise política mundial. A regula mentação do comércio mundial, a cir culação da moeda internacional, assim corno o estabelecimento das medidas vi-sando eliminar os outros impediment0S dos câmbios, estão em função da solidariedade, da confiança reciproca e
do espírito de colaboração, com o que serão animados os países, no futuro. (28). E* útil notar essa coincidência da au
sência, duma parte, de um sistema geral dc câmbios, e de outra parte, da soli Os doís
apêlo no sentido do liberalismo ativo, em
(23) R. Mossé. L© syslème monélaíre
(27) Sôbre a crítica do protecionismo
de Brellon-Woods et les grand» problè-
mes de l'après-guerre — Paris, 1048, —
adt.aneiro do ponto de vista dos julgainentos de valor, v. Fr. Machlup. op. cit.,
passim.
p. 185.
regime de igualdade jurídica das con dições; enquanto que, sem a moeda, estando a liberdade de escolha limitada, a renúncia faz-se para o proveito dum só acordante, às vêzes sob o império da fôrça.
No fundo, no estado de imperfeição do mundo, sobrehido no qne concerne
às relações internacionais, o ouro nao fazia mais do que suprir, duma solidariedade e de confiança,
representava um elemento ' ictivo de ligação nas relaç-oes comer
Dessa^maneirn, cada contratante-
estava coberto de riscos, ao menos em
parte (porque havia sempre os nscos de desvalorização, de falência, de nao execução dos contratos etc.); nisso a moeda internacional, como a intenor,
era "um bem que responde à necessida de de certeza". (30). Um mundo per feito, baseado numa confiança perfeita, não teria necessidade dum instrumento
geral de câmbio, porque cada um acei taria as moedas nacionais estrangeiras
como sua própria moeda, confiaria nos Estados como o faz em seu próprio país. Não pareceria isso um começo de pais.
Dario de AJme-ida Magalhães — Evoluç&o política e constitucional do Brasil — "Digesto Econômico", dezembro de 1949 — p. 30.
mínio, as renúncias no quadro do resta belecimento da moeda eqüivalerão ® uma. liberdade maior para todo.s, a um
imperfeita, mas satisfatória, ^
Em grande parte, tõdas as dificulda
dariedade das nações. (29).
der-se-á restabelecer a confiança, a co
(28) Uma proposta para uma organi
zação melhor do comércio, mundial, fim-
federação mundial ?
Na sua ausência.
dada sôbre a colaboração e a solidarie dade, em Djacir Menezes — Eqüidade nas trocas Iníemaeionais — "Digesto Econô mico", out. - nov. 1949.
(29) W. liippmann, op. cit., p. 266. o*.
(30) N. P. Rosenstein-Rodan, citado por Ch. Rlst, HUtoire etc., p. 336.
imijMPJii
|| M
99^
Dicksto
120
11 1^1
Econó.nuco 121
Dicesto Eí^ünó.mico
dever-se-ia assegurar objetivamente a
damentais tradicionais, e espanta-se, em seguida, dos resultados funestos, para os
ceitos, porque ela atrairia consigo o res
paz enquanto
Estados e os indivíduos.
tabelecimento
tàvelmente, seus meios de pagamento.
O que parece nece.ssário agora é uma filosofia social que substitua as noções
câmbios inlcniacionais, da dc liberdade econômica no sentido dc liberdade de
internacionais, dei.vando a universalida de da moeda, tomam o caráter de me
Num caso ou noutro, haveria uma ver dadeira moeda internacional, um instru
no seu sentido real, tradicional.
escolha, de di\i.são de trabalho interna
filosofia arrastaria uma política adequa
mento geral de aquisição, de câmbio e
da, uma ação prática visando a realiza
existência da moeda, ou pelo ouro ou
por um sistema no qual os Estados se obrigassem a aceitar, recíproca e üimi-
do reserva.
Essa
ção efetiva, na vida social, dessas no
ções. Sem essa ação de grande enver
gadura, assistiremos sempre à confusão
* *
da noção de valor nos
cional, de cípiilibrio real entre as produ ções dos diferentes países, de coopera
ção econômica internacional, dc prospe ridade, enfim, de paz — porque não se pode dar um conteúdo real ú noção de
as relações econômicas
didas contínuas de separação e de "de fesa" contra as outras. A reposição da noção de moeda internacional no seu conteúdo real é. no fim de contas, in
terdependente da solidariedade interna cional — supremo sonho do nosso mun do. Lutar por uma é lutar pela outra.
das idéias sôbre as quais deve assentar-
O despojamento do conteúdo da no ção da moeda não é um fenômeno iso
se o inundo civilizado: liberdade, igual democracia,
dade, justiça, legalidade,
cooperação internacional etc. (31). Nos paí.scs dc regime conuinista, onde es-
lado. E' um aspecto da crise geral das noções tradicionais que formam os fun
sa confusão
damentos de nossa civilização e que as
extremas, empregam-se sempre as idéias
seguraram durante séculos o admirável progresso da humanidade em todos os
tradicionais, mas elas não têm nenhum conteúdo -- e os resultados desastrosos
domínios; econômico, social, político e moral. As fricções e os desequilíbrios,
são conhecidos.
que a grande revolução industrial oca sionou, levaram os homens de ciência, como os homens de ação,
a procurar
novas fórmulas, novos esquemas para a
organização da humanidade. Em lugar de procurar uma melhor aplicação dos conceitos tradicionais, a reforma dirigiu-
se para uma pretensa "reconsideração
é levada a conseqüências
Se para q resto
mundo a crise das idéias
do
tradicionais
não aparece como naqueles países, sob
o aspecto de extrema gravidade, podese sempre dizer, valio.samcnte para todos,
como na fábula de La Fontaine, que : "Ils n'en mouraient pas tous, mais tous étaient frappés". No quadro dêsse restabelecimento das idéias tradicionais, a reclassificação da
destes, o que eqüivaleu à sua total des
moeda no comércio
truição. O resultado foi pura e simples
uma medida de primeira importância,
mente o caos. E como se continuassem
com repercussões sôbre os outros con-
internacional será
a usar os mesmos conceitos que na prá
tica não funcionavam mais, o caos foi atribuído aos mesmos conceitos e perse-
verou-se, sob essa falsa justificativa, na
sua aniquilação. Nenhuma das noções tradicionais guardou seu sentido real, profundo - elas não são mais do que "words, words, words", como dizia o triste príncipe d*Elseneur. E o mundo continua a tomar medida após medida, em contradição com os princípios hm-
(31) Um exemplo de conivisão em R. Laune — La démocratle — Paris, 1933 — Éle considera que a partilha de fortuna
é uma partilha do liberdade (p. 152), co mo se aiJ&ualdade das fortunas trouxes se uma distribuição mais perfeita de li berdade, o que é inexato, como se cons tata .nas sociedades comunistas. F. A.
Hayek (La routo do Ia servilude, p. 25), fêz justiça a essa confusão entre a liber dade, simplesmente, e a "liberdade eco
nômica", que não é mais do que um eu femismo para "poder". •
V
• A«àk,i>j.nibé>Éà'.i'..-, i.....
.
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Econó.nuco 121
Dicesto Eí^ünó.mico
dever-se-ia assegurar objetivamente a
damentais tradicionais, e espanta-se, em seguida, dos resultados funestos, para os
ceitos, porque ela atrairia consigo o res
paz enquanto
Estados e os indivíduos.
tabelecimento
tàvelmente, seus meios de pagamento.
O que parece nece.ssário agora é uma filosofia social que substitua as noções
câmbios inlcniacionais, da dc liberdade econômica no sentido dc liberdade de
internacionais, dei.vando a universalida de da moeda, tomam o caráter de me
Num caso ou noutro, haveria uma ver dadeira moeda internacional, um instru
no seu sentido real, tradicional.
escolha, de di\i.são de trabalho interna
filosofia arrastaria uma política adequa
mento geral de aquisição, de câmbio e
da, uma ação prática visando a realiza
existência da moeda, ou pelo ouro ou
por um sistema no qual os Estados se obrigassem a aceitar, recíproca e üimi-
do reserva.
Essa
ção efetiva, na vida social, dessas no
ções. Sem essa ação de grande enver
gadura, assistiremos sempre à confusão
* *
da noção de valor nos
cional, de cípiilibrio real entre as produ ções dos diferentes países, de coopera
ção econômica internacional, dc prospe ridade, enfim, de paz — porque não se pode dar um conteúdo real ú noção de
as relações econômicas
didas contínuas de separação e de "de fesa" contra as outras. A reposição da noção de moeda internacional no seu conteúdo real é. no fim de contas, in
terdependente da solidariedade interna cional — supremo sonho do nosso mun do. Lutar por uma é lutar pela outra.
das idéias sôbre as quais deve assentar-
O despojamento do conteúdo da no ção da moeda não é um fenômeno iso
se o inundo civilizado: liberdade, igual democracia,
dade, justiça, legalidade,
cooperação internacional etc. (31). Nos paí.scs dc regime conuinista, onde es-
lado. E' um aspecto da crise geral das noções tradicionais que formam os fun
sa confusão
damentos de nossa civilização e que as
extremas, empregam-se sempre as idéias
seguraram durante séculos o admirável progresso da humanidade em todos os
tradicionais, mas elas não têm nenhum conteúdo -- e os resultados desastrosos
domínios; econômico, social, político e moral. As fricções e os desequilíbrios,
são conhecidos.
que a grande revolução industrial oca sionou, levaram os homens de ciência, como os homens de ação,
a procurar
novas fórmulas, novos esquemas para a
organização da humanidade. Em lugar de procurar uma melhor aplicação dos conceitos tradicionais, a reforma dirigiu-
se para uma pretensa "reconsideração
é levada a conseqüências
Se para q resto
mundo a crise das idéias
do
tradicionais
não aparece como naqueles países, sob
o aspecto de extrema gravidade, podese sempre dizer, valio.samcnte para todos,
como na fábula de La Fontaine, que : "Ils n'en mouraient pas tous, mais tous étaient frappés". No quadro dêsse restabelecimento das idéias tradicionais, a reclassificação da
destes, o que eqüivaleu à sua total des
moeda no comércio
truição. O resultado foi pura e simples
uma medida de primeira importância,
mente o caos. E como se continuassem
com repercussões sôbre os outros con-
internacional será
a usar os mesmos conceitos que na prá
tica não funcionavam mais, o caos foi atribuído aos mesmos conceitos e perse-
verou-se, sob essa falsa justificativa, na
sua aniquilação. Nenhuma das noções tradicionais guardou seu sentido real, profundo - elas não são mais do que "words, words, words", como dizia o triste príncipe d*Elseneur. E o mundo continua a tomar medida após medida, em contradição com os princípios hm-
(31) Um exemplo de conivisão em R. Laune — La démocratle — Paris, 1933 — Éle considera que a partilha de fortuna
é uma partilha do liberdade (p. 152), co mo se aiJ&ualdade das fortunas trouxes se uma distribuição mais perfeita de li berdade, o que é inexato, como se cons tata .nas sociedades comunistas. F. A.
Hayek (La routo do Ia servilude, p. 25), fêz justiça a essa confusão entre a liber dade, simplesmente, e a "liberdade eco
nômica", que não é mais do que um eu femismo para "poder". •
V
• A«àk,i>j.nibé>Éà'.i'..-, i.....
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'^•!J iinmi iip." 1^
DiGESTO ECONÓ^^CO
História das idéias políticas O movimento cman<*i|inclor Otávio Tarquínio dk Sousa
O TÊNUE e que mal entrara definido.asentimentonatívista, formar-se desde os primeiros tempos da sociedade aqui estabelecida depois da conquista portuguesa, assume aspetos mais posi tivos a partir das décadas iniciais do século XVII. Fatôres de origem vária, como os choques de interesse entre co merciantes e senhores de engenho, estes na maior parte nascidos na terra, aque
les quase sempre portugueses, uns cre
conjurados, o còncgo Luís Vieira da Silva: lá figuram Condillac e Montesquicu, a Enciclupéclia, o inevitável Mably c numerosas obras de ciências naturais, história, geografia, viagens etc., todas em língua francesa. Ainda não deflagrara na França a Grande Revo
lução c já nas Minas Gerais, imbuídos das mesmas leituras, os homens mais
representativos intentavam uma luta de libertação. Mas se a influência ideoló
dores, outros devedores; diferenças ra
gica era antes francesa, o exemplo que
ciais com a superioridade atribuída ao
impressionava os conspiradores mineiros
branco colonizador em detrimento da
vinha da América do Norte. Todos ou
grande maioria da população; novos es tilos de vida impostos pelas condições do
quase todos os que depuseram nos autos
meio; identificação com a terra tantas
vimento aludem ao entusiasmo de Ti-
da devassa aberta contra o frustrado mo
vêzes defendida contra invasores cobi-
radenteg, seu herói máximo, pelos acon
çosos — tudo isso determinou a eclosão
tecimentos cia emancipação norte-ame
do sentimento nacional já bem carateri-
ricana.
zado nos fins da centúria sétecentista.
José Antônio de Melo, Tiradentes falou
Malgrado o isolamento em que a
Ao tenente de cavalaria paga
no que "sucedeu de fresco na América Inglesa"; com o capitão Vicente Vieira
começou esta a sofrer a influência mais
da Mota teve conversa idêntica, assim como com José de Vasconcelos Parada e
dos sucessos políticos da Europa e da
Sousa e Francisco Xavier Machado. Ao último, exibindo um livro em francês
América, repercutindo no pensamento e na ação dos seus naturais os ecos da
titutivas dos Estados Unidos da Amé
independência norte-americana e da Re
rica", pediu que lhe traduzisse um ca
volução Francesa.
pítulo, recorrendo também a Simão Pires
Será fácil descobrir
nas figuras mais ilustres da Inconfidên cia Mineira contatos com filósofos e
pensadores franceses. Basta percorrer a
lista de livros seqüestrados a um dos
cúrios", e mais papeis vindos de França
gio das idéias que eles propagavam. Pouco numerosos por certo, êsscs 1í>tos eram disputados, como o dicionário da língua francesa dc que Tiradentes pos suía um exemplar, emprestado primeiro a Salvador Carvallio do Amaral Gurgel e vendido depois a um padre Francisco, com botíca na ponte do Rosário.
c vendidos nos cais de desembarque, s
Quando as notícias da Revolução Francesa atravessaram os mares foi para
que continha a "coleção das leis cons
mada pelo marquês de Pombal, ^ em outros lugares, como na Faculdade de Medicina de Montpellier. Dos envol vidos na devassa fluminense de 1/94, Manoel Inácio da Silva Ah arenga or
da Sé, aferrado à obediência da me
em Filosofia, em 1793,
trópole, dizia inquieto a Manoel Pereira Landim que "meio Rio de Janeiro esta va perdido e libertino". Libertino e
mara-se em Direito, em Coimbm. no
Fonseca, o futuro marquês de Mar ca
Jacinto José da Silva esm a .
em Montpellier. De diplomados ainda no
"
° nehs no-
perdido porque aqui havia muita gente ímpia, de opiniões hete rodoxas em matéria reli
giosa, muita gente sôfre ga pela liberdade política pregada por filósofos e posta em prática pelos revolucionários' da França. A devassa instaurada
no Rio, no mesmo ano
líricas duas ou três deze
nas de homens, como o
citado Silva Alvarenga. Alexandre Rodrigues Fer reira Antônio Rodngues VeloU de Oliveira, José Vieira Couto, José da Silva Lisboa, Antônio de Morais Silva, José Arouche de Toledo Rendon,
da 1794, por ordem do , vice-rei conde de Rezende, desco nu
Antônio Pereirn de Sousa Caldas, Luís
vários entusiastas da Revolução France
Ferreira, Antônio Luís Pereira da Cunha, José Alves Maciel, João Evan gelista de Faria Lobato, Manoel Ferrei
sa, e o mais extraordinário é que não oi
só entre intelectuais, professores, pp® a^ gente humilde, oficiais mecânicos e a
1
bom número dc brasileiros já se aven
lurava a ir estudar na Europa, a maio ria na Universidade de Coimbra, re or
ano de 1776. Mariano
médicos e advogados, mas no meio
Sardinha para que lhe transladasse para o português trechos de bvros em inglês que diziam respeito a coisas da América. Não havia rigor policial que evitasse a
escondidas, por marinheiros ingleses. Na segunda metade do século XVIII,
ela que se voltou de preferencia a curio sidade de quantos no Brasil principia ram a ter sonhos de emancipação. Em 1794, o padre José de Oliveira, organista
escritores da . Europa e
metrópole ciumenta mantinha a colônia, ou menos próxima, mais ou menos re tardada, dos movimentos de idéias e
entrada clandestina dc livros e o contá
balbadores manuais, marceneiros, sapa teiros, ourives, entalhadores, torneiros,
gravadores, alfaiates. Uns e outrosjeram
"apaixonados dos Franceses', P'^ jneiros, mais cultos, liam Ma y e
Raynal, todos buscavam obter Mer-
José de Carvalho e Melo, Gervas.o Fures ra da Câmara Betliencourt e Sá, Luís
Nicolau Fagundes Nicolau Fagundes Varela, Vareia, juse José de uc Fran i-mnco Xifj,— Hp ça Miranda, r-ív^T-ionn Cípriano Tosé José Barata Barata de Almeida, Manoel Jacinto Nogueira da
Gama, Toão Severiano Maciel da Costa,
'^•!J iinmi iip." 1^
DiGESTO ECONÓ^^CO
História das idéias políticas O movimento cman<*i|inclor Otávio Tarquínio dk Sousa
O TÊNUE e que mal entrara definido.asentimentonatívista, formar-se desde os primeiros tempos da sociedade aqui estabelecida depois da conquista portuguesa, assume aspetos mais posi tivos a partir das décadas iniciais do século XVII. Fatôres de origem vária, como os choques de interesse entre co merciantes e senhores de engenho, estes na maior parte nascidos na terra, aque
les quase sempre portugueses, uns cre
conjurados, o còncgo Luís Vieira da Silva: lá figuram Condillac e Montesquicu, a Enciclupéclia, o inevitável Mably c numerosas obras de ciências naturais, história, geografia, viagens etc., todas em língua francesa. Ainda não deflagrara na França a Grande Revo
lução c já nas Minas Gerais, imbuídos das mesmas leituras, os homens mais
representativos intentavam uma luta de libertação. Mas se a influência ideoló
dores, outros devedores; diferenças ra
gica era antes francesa, o exemplo que
ciais com a superioridade atribuída ao
impressionava os conspiradores mineiros
branco colonizador em detrimento da
vinha da América do Norte. Todos ou
grande maioria da população; novos es tilos de vida impostos pelas condições do
quase todos os que depuseram nos autos
meio; identificação com a terra tantas
vimento aludem ao entusiasmo de Ti-
da devassa aberta contra o frustrado mo
vêzes defendida contra invasores cobi-
radenteg, seu herói máximo, pelos acon
çosos — tudo isso determinou a eclosão
tecimentos cia emancipação norte-ame
do sentimento nacional já bem carateri-
ricana.
zado nos fins da centúria sétecentista.
José Antônio de Melo, Tiradentes falou
Malgrado o isolamento em que a
Ao tenente de cavalaria paga
no que "sucedeu de fresco na América Inglesa"; com o capitão Vicente Vieira
começou esta a sofrer a influência mais
da Mota teve conversa idêntica, assim como com José de Vasconcelos Parada e
dos sucessos políticos da Europa e da
Sousa e Francisco Xavier Machado. Ao último, exibindo um livro em francês
América, repercutindo no pensamento e na ação dos seus naturais os ecos da
titutivas dos Estados Unidos da Amé
independência norte-americana e da Re
rica", pediu que lhe traduzisse um ca
volução Francesa.
pítulo, recorrendo também a Simão Pires
Será fácil descobrir
nas figuras mais ilustres da Inconfidên cia Mineira contatos com filósofos e
pensadores franceses. Basta percorrer a
lista de livros seqüestrados a um dos
cúrios", e mais papeis vindos de França
gio das idéias que eles propagavam. Pouco numerosos por certo, êsscs 1í>tos eram disputados, como o dicionário da língua francesa dc que Tiradentes pos suía um exemplar, emprestado primeiro a Salvador Carvallio do Amaral Gurgel e vendido depois a um padre Francisco, com botíca na ponte do Rosário.
c vendidos nos cais de desembarque, s
Quando as notícias da Revolução Francesa atravessaram os mares foi para
que continha a "coleção das leis cons
mada pelo marquês de Pombal, ^ em outros lugares, como na Faculdade de Medicina de Montpellier. Dos envol vidos na devassa fluminense de 1/94, Manoel Inácio da Silva Ah arenga or
da Sé, aferrado à obediência da me
em Filosofia, em 1793,
trópole, dizia inquieto a Manoel Pereira Landim que "meio Rio de Janeiro esta va perdido e libertino". Libertino e
mara-se em Direito, em Coimbm. no
Fonseca, o futuro marquês de Mar ca
Jacinto José da Silva esm a .
em Montpellier. De diplomados ainda no
"
° nehs no-
perdido porque aqui havia muita gente ímpia, de opiniões hete rodoxas em matéria reli
giosa, muita gente sôfre ga pela liberdade política pregada por filósofos e posta em prática pelos revolucionários' da França. A devassa instaurada
no Rio, no mesmo ano
líricas duas ou três deze
nas de homens, como o
citado Silva Alvarenga. Alexandre Rodrigues Fer reira Antônio Rodngues VeloU de Oliveira, José Vieira Couto, José da Silva Lisboa, Antônio de Morais Silva, José Arouche de Toledo Rendon,
da 1794, por ordem do , vice-rei conde de Rezende, desco nu
Antônio Pereirn de Sousa Caldas, Luís
vários entusiastas da Revolução France
Ferreira, Antônio Luís Pereira da Cunha, José Alves Maciel, João Evan gelista de Faria Lobato, Manoel Ferrei
sa, e o mais extraordinário é que não oi
só entre intelectuais, professores, pp® a^ gente humilde, oficiais mecânicos e a
1
bom número dc brasileiros já se aven
lurava a ir estudar na Europa, a maio ria na Universidade de Coimbra, re or
ano de 1776. Mariano
médicos e advogados, mas no meio
Sardinha para que lhe transladasse para o português trechos de bvros em inglês que diziam respeito a coisas da América. Não havia rigor policial que evitasse a
escondidas, por marinheiros ingleses. Na segunda metade do século XVIII,
ela que se voltou de preferencia a curio sidade de quantos no Brasil principia ram a ter sonhos de emancipação. Em 1794, o padre José de Oliveira, organista
escritores da . Europa e
metrópole ciumenta mantinha a colônia, ou menos próxima, mais ou menos re tardada, dos movimentos de idéias e
entrada clandestina dc livros e o contá
balbadores manuais, marceneiros, sapa teiros, ourives, entalhadores, torneiros,
gravadores, alfaiates. Uns e outrosjeram
"apaixonados dos Franceses', P'^ jneiros, mais cultos, liam Ma y e
Raynal, todos buscavam obter Mer-
José de Carvalho e Melo, Gervas.o Fures ra da Câmara Betliencourt e Sá, Luís
Nicolau Fagundes Nicolau Fagundes Varela, Vareia, juse José de uc Fran i-mnco Xifj,— Hp ça Miranda, r-ív^T-ionn Cípriano Tosé José Barata Barata de Almeida, Manoel Jacinto Nogueira da
Gama, Toão Severiano Maciel da Costa,
124
Dicesto Econômico
•
Digksto Econômico
12.Õ
rador La Pérouse, mas com o \ erdadeiro
rcm cm igualdade c abundância". E
que, em outras circunstâncias, teriam
fim de introduzir "o espírito de liberda
João dc Deus e muitos outros queriam
Francisco Ribeiro de Andrada, Pedro
de que reinava na França". O certo é
nada menos do q"^ instaurar no "conti
José da Costa Barros, Estevão Ribeiro de
que livros e papéis públicos de propa
caráter francamente revolucionário. Tal foi a abertura dos portos ao comércio
nente do Brasil nm govêrno dc igual
universal (de comê^-o, na verdade, ao
Rezende, sem falar em José Bonifácio,
ganda chegavam à Bahia, ao Rio, a
dade, entrando nêle brancos, pardos c
comércio britânico); tal foi o levanta
que só volveria ao Brasil cm 1819 para ser o grande ministro da Independência, e Hipólito José Pereira da Costa que,
Pernambuco, a Minas Cc-rais. A mesma
pretos .sem distinação de còres. somen
Carta Regia de 1792, que ordena\a vi
te de capacidade paru mandar c go
gilância com o navio Lc Dí7ígenf, dizia
mento da proibição que pesava sôbre as indústrias. Ao lado disso, montou-se,
vernar".
depois, de sofrer em Portugal as injúrias
peça a peça, nem sempre da melhor
que a Constituição Francesa (a de 1791,
Esmagado cm embrião esse surto li
do Santo Ofício, ficaria em Londres a
evidentemente) já estava traduzida cm espanhol e português.
bertário baiano, nem por is.so é menos
maneira, lUíis ainda assim estimulando condições de vida autônoma, toda a má
sintomático do progresso das novas idéias entro nós. Aliás, desde os fins
quina necessária à existência de um Es tado serviços.públicos e instituições cul-
do século XVIII c ate antes, não nos
tlirais tribunais de justiça", Banco do Brasil' Impressão Regia, Biblioteca Pú blica' Academia Real Militar, escolas
Silva, José Joaquim Carneiro cie Cam pos, Custódio Gonçalves Ledo, Martim
redigir o seu Correio Brasiliense. Atuan do nas letras, nas funções judiciárias, nas profissões liberais, nos cargos de administração, esses e outros brasileiros
Na Bahia, havia, cm 1798, muita gente interessada no desenvolvimento da
política européia c, a c.xcmplo do Rio
faltavam notáveis figuras dc intelectuais,
sendo que os homens da maior inteli gência e cultura em Portugal tinham origem brasileira. As obms dos enci clopedistas, os episódios da Revolução
contribuíram para a formação de um
dc Janeiro, gente das mais diversas
ambiente mais esclarecido, para que se
condições sociais. Com efeito, o padre
tornasse possível um pouco mais tarde
Francisco Agostinho Gomes era um le
o triunfo das idéias e reivindicações
trado no melhor sentido, forte em es
abafadas pelos dominadores da terra.
tudos filosóficos e científicos, possuidor dc boa biblioteca c lendo \'íirias lín
Francesa, a emancipação americana, em suma, todo o movimento dc idéias e os
coercível, em breve se teria a prova,
guas. Homem culto também na antiga
principais fatos políticos do mundo oci
a despeito de contradições aparentes, no fluxo e refluxo dos acontecimentos da
capital do Brasil c prosélito das dou
dental
trinas econômicas de Adam Smith, po
marcada influência.
Europa e do resto da América. No Bra sil, não obstante a severidade da Justiça
dia ser apontado José da Silva Lisboa, embora detestando a Revolução Fran
mília real portuguesa para o Brasil, em 1807, imprimiu aspetos novos e talvez
Real, que deu a Tiradentes o ensejo de
cesa.
demonstrar tôdas as dimensões da sua
por temperamento a uma ação revolu
imprevistos ao desenrolar dos sucessos da emancipação brasileira. Ao invés de
grande alma, sem embargo de persegui
cionária permanente era o baiano Ci-
Que se tratava de um movimento in-
ções, espionagens, prisões, castigos, "os abomináveis princípios franceses , como os tachou D. Rodrigo de Sousa Coutinho, não deixaram jamais de conquis
Enfeitiçado por esta e inclinado
priano Barata, médico e jornalista que começaria a freqüentar prisões por aquele tempo e não descontinuaria até
os dias da Regência. Mas nada prova mais que os "abomináveis princípios
continuaram
a
e.xerccr
aqui
A \inda da fa
adotarmos, como os demais povos do continente, a forma republicana de go verno, teríamos uma monarquia "stii ge-
nerLs" que se apoiaria menos em qual-
. quer princípio legitimista do que no con
julgamento dos conjurados mineiros e da devassa contra os "libertinos' do
franceses" haviam conquistado terreno
mais vasto do que a sua infiltração em
sentimento popular. Por força do po derio inglês nos mares e da tutela que sôbre os negócios de Portugal e de seus
Rio, descobria-se, na Bahia, novo gru
homens do povo, inclusive escravos. A
domínios vinha há muito exercendo a
repressão ao gorado movimento baiano
Grã-Bretanha, gravitaríamos mais es
tar adeptos. Poucos anos depois do
po de simpatizantes da Revolução da
de 1798 foi quase que especificamente
treitamente na órbita da ação política
porfiava em impedir a disseminação en tre nós das idéias que tanto o alarma
ao delito de "francesia", de querer ser
e comercial dêsse país.
como os franceses, nas idéias, nas rei
denunciadores da diferenciação dos in-
vam. Já em 1792 vinham de Lisboa re comendações para ^giar o navio Di-
vindicações políticas e até na maneira
terêsses pròpriamente brasileiros se tor nariam evidentes. Mal cfiegado ao Bra sil, o príncipe regente D- João viu-se na contingência de decretar medidas
França. Em vão o governo português
lígcní, mandado para cá sob o pretexto de procurar nos mares do Sul o explo-
de trajar. João de Deus Nascimento, pardo livre, alfaiate, preconizava que "todos se fizessem franceses para vivç-
Mas os fatos
médico-cirui-gicas, fábrica de pólvora e vários outros estabelecimentos. Sem du vida sob certos pontos de vista, o Bra sil terá ficado mais português, mais pró
ximo culturalmente de Portugal; mas, nela abertura dos portos em consequen-
k. dos tratados do 1810 com a Graketanha, modificaru. eshlos de v.da, adknria novos l.ibitos, novas modas, tomar-se-ia mais europeu ou ma,s cosniopolita.
j
T -
Embora a presença de D. João, com o. seus benefícios e as suas vantagens,
conseguisse criar um ambiente de conformiU e simpatia em mmtos dos ele
mentos mais ponderáveis da popukção brasileira, nem por isso se paralisara o
processo de nossa emancipação, no seu
sicrnificado mais profundo. A melhor p?ova estará na Revolução Pernambu cana de 1817. Nela se repetiram alguns dos'móveis determinantes da luta que uma centiiria antes, se travara entre os "mascates" ào Recife e os "aristocratas" de Olinda. Êstes, com um cunho nativista bastante nítido, já naquela época tomavam consciência da oposição entre sfiiis interesses e os dos comerciantes
124
Dicesto Econômico
•
Digksto Econômico
12.Õ
rador La Pérouse, mas com o \ erdadeiro
rcm cm igualdade c abundância". E
que, em outras circunstâncias, teriam
fim de introduzir "o espírito de liberda
João dc Deus e muitos outros queriam
Francisco Ribeiro de Andrada, Pedro
de que reinava na França". O certo é
nada menos do q"^ instaurar no "conti
José da Costa Barros, Estevão Ribeiro de
que livros e papéis públicos de propa
caráter francamente revolucionário. Tal foi a abertura dos portos ao comércio
nente do Brasil nm govêrno dc igual
universal (de comê^-o, na verdade, ao
Rezende, sem falar em José Bonifácio,
ganda chegavam à Bahia, ao Rio, a
dade, entrando nêle brancos, pardos c
comércio britânico); tal foi o levanta
que só volveria ao Brasil cm 1819 para ser o grande ministro da Independência, e Hipólito José Pereira da Costa que,
Pernambuco, a Minas Cc-rais. A mesma
pretos .sem distinação de còres. somen
Carta Regia de 1792, que ordena\a vi
te de capacidade paru mandar c go
gilância com o navio Lc Dí7ígenf, dizia
mento da proibição que pesava sôbre as indústrias. Ao lado disso, montou-se,
vernar".
depois, de sofrer em Portugal as injúrias
peça a peça, nem sempre da melhor
que a Constituição Francesa (a de 1791,
Esmagado cm embrião esse surto li
do Santo Ofício, ficaria em Londres a
evidentemente) já estava traduzida cm espanhol e português.
bertário baiano, nem por is.so é menos
maneira, lUíis ainda assim estimulando condições de vida autônoma, toda a má
sintomático do progresso das novas idéias entro nós. Aliás, desde os fins
quina necessária à existência de um Es tado serviços.públicos e instituições cul-
do século XVIII c ate antes, não nos
tlirais tribunais de justiça", Banco do Brasil' Impressão Regia, Biblioteca Pú blica' Academia Real Militar, escolas
Silva, José Joaquim Carneiro cie Cam pos, Custódio Gonçalves Ledo, Martim
redigir o seu Correio Brasiliense. Atuan do nas letras, nas funções judiciárias, nas profissões liberais, nos cargos de administração, esses e outros brasileiros
Na Bahia, havia, cm 1798, muita gente interessada no desenvolvimento da
política européia c, a c.xcmplo do Rio
faltavam notáveis figuras dc intelectuais,
sendo que os homens da maior inteli gência e cultura em Portugal tinham origem brasileira. As obms dos enci clopedistas, os episódios da Revolução
contribuíram para a formação de um
dc Janeiro, gente das mais diversas
ambiente mais esclarecido, para que se
condições sociais. Com efeito, o padre
tornasse possível um pouco mais tarde
Francisco Agostinho Gomes era um le
o triunfo das idéias e reivindicações
trado no melhor sentido, forte em es
abafadas pelos dominadores da terra.
tudos filosóficos e científicos, possuidor dc boa biblioteca c lendo \'íirias lín
Francesa, a emancipação americana, em suma, todo o movimento dc idéias e os
coercível, em breve se teria a prova,
guas. Homem culto também na antiga
principais fatos políticos do mundo oci
a despeito de contradições aparentes, no fluxo e refluxo dos acontecimentos da
capital do Brasil c prosélito das dou
dental
trinas econômicas de Adam Smith, po
marcada influência.
Europa e do resto da América. No Bra sil, não obstante a severidade da Justiça
dia ser apontado José da Silva Lisboa, embora detestando a Revolução Fran
mília real portuguesa para o Brasil, em 1807, imprimiu aspetos novos e talvez
Real, que deu a Tiradentes o ensejo de
cesa.
demonstrar tôdas as dimensões da sua
por temperamento a uma ação revolu
imprevistos ao desenrolar dos sucessos da emancipação brasileira. Ao invés de
grande alma, sem embargo de persegui
cionária permanente era o baiano Ci-
Que se tratava de um movimento in-
ções, espionagens, prisões, castigos, "os abomináveis princípios franceses , como os tachou D. Rodrigo de Sousa Coutinho, não deixaram jamais de conquis
Enfeitiçado por esta e inclinado
priano Barata, médico e jornalista que começaria a freqüentar prisões por aquele tempo e não descontinuaria até
os dias da Regência. Mas nada prova mais que os "abomináveis princípios
continuaram
a
e.xerccr
aqui
A \inda da fa
adotarmos, como os demais povos do continente, a forma republicana de go verno, teríamos uma monarquia "stii ge-
nerLs" que se apoiaria menos em qual-
. quer princípio legitimista do que no con
julgamento dos conjurados mineiros e da devassa contra os "libertinos' do
franceses" haviam conquistado terreno
mais vasto do que a sua infiltração em
sentimento popular. Por força do po derio inglês nos mares e da tutela que sôbre os negócios de Portugal e de seus
Rio, descobria-se, na Bahia, novo gru
homens do povo, inclusive escravos. A
domínios vinha há muito exercendo a
repressão ao gorado movimento baiano
Grã-Bretanha, gravitaríamos mais es
tar adeptos. Poucos anos depois do
po de simpatizantes da Revolução da
de 1798 foi quase que especificamente
treitamente na órbita da ação política
porfiava em impedir a disseminação en tre nós das idéias que tanto o alarma
ao delito de "francesia", de querer ser
e comercial dêsse país.
como os franceses, nas idéias, nas rei
denunciadores da diferenciação dos in-
vam. Já em 1792 vinham de Lisboa re comendações para ^giar o navio Di-
vindicações políticas e até na maneira
terêsses pròpriamente brasileiros se tor nariam evidentes. Mal cfiegado ao Bra sil, o príncipe regente D- João viu-se na contingência de decretar medidas
França. Em vão o governo português
lígcní, mandado para cá sob o pretexto de procurar nos mares do Sul o explo-
de trajar. João de Deus Nascimento, pardo livre, alfaiate, preconizava que "todos se fizessem franceses para vivç-
Mas os fatos
médico-cirui-gicas, fábrica de pólvora e vários outros estabelecimentos. Sem du vida sob certos pontos de vista, o Bra sil terá ficado mais português, mais pró
ximo culturalmente de Portugal; mas, nela abertura dos portos em consequen-
k. dos tratados do 1810 com a Graketanha, modificaru. eshlos de v.da, adknria novos l.ibitos, novas modas, tomar-se-ia mais europeu ou ma,s cosniopolita.
j
T -
Embora a presença de D. João, com o. seus benefícios e as suas vantagens,
conseguisse criar um ambiente de conformiU e simpatia em mmtos dos ele
mentos mais ponderáveis da popukção brasileira, nem por isso se paralisara o
processo de nossa emancipação, no seu
sicrnificado mais profundo. A melhor p?ova estará na Revolução Pernambu cana de 1817. Nela se repetiram alguns dos'móveis determinantes da luta que uma centiiria antes, se travara entre os "mascates" ào Recife e os "aristocratas" de Olinda. Êstes, com um cunho nativista bastante nítido, já naquela época tomavam consciência da oposição entre sfiiis interesses e os dos comerciantes
l
de 1817, o algodão sucedera ao açúcar
de Condorcet e da crença no progresso
como o maior negócio do nordeste, mas isso -pouco afetava as relações entre os
coisas da França que na sede do gover
proprietários territoriais e a gente do
no republicano do Recife havia, sobre
comércio. Os revolucionários da marca
a mesa em tôrno da qual se reuniam
de Domingos José Martins, comerciante
seus chefes, e.xemplares das Constitui
brasileiro e representativo de uma in cipiente burguesia nacional, não conse guiram coisa alguma contra os interes ses da grande propriedade rural. O pro pósito desta era conquistar o poder pa
ções Francesas de 1791, 1793 e 1795.
ra suprimir as imposições e os ve.xames
por Azeredo Coutinho foi como um vi veiro de eclesiásticos e leigos predispos
do comércio monopolista, mas, campan do embora de liberal, opunha-se tenaz mente à menor veleidade de extinção do trabalho escravo. Tal foi o clamor susci
movimento de 1817 o refle.xo em Per nambuco das doutrinas e dos aconteci
No hospital do Paraíso, o padre
com uma dúzia de assinantes. As teo
de 1817 não hesitaram em baixar uma
rias de Roussoau chegaram a fundamen
proclamaçáo considerando intocável o
tar pastorais da Igreja, como a do deão Manoel Vieira do Lcmo.s Sampaio, go vernador do bispado, que sustentou em 1817 não Ser a revolução republicana
execrando instituto, à vista do princípio
de que "a base de tôda sociedade re gular era a inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade".
A despeito disso, a exemplo do que ocorrera em Minas, Rio e Bahia, as
idéias políticas e os acontecimentos da Revolução Francesa atuaram ostensiva mente em Pernambuco. L. F. de Tolle-
A
Maçonaría continuou a prosperar mais
ou menos abertamente em r-íírios luga res do Brasil, inclusive no Rio de Janei ro, bem perto do príncipe D. João, pois no seu círculo de ser\'íçais não faltou
quem freqüentasse as "lojas" criadas na Côrto, e só por ahxrrá de 1818, depois da revolução pernambucana, mandadas
fechar, para se reabrirem nos dias pró ximos da Independência.
sistiam, porque a dinastia faltando pri meiro às suas obrigações desligara os povos da lealdade jurada.
algodão, testemunha que, desembarcado
política européia, simpatizantes da
depois uma "escola democrática".
se num contrato bilateral, não mais sub
Instituídas no Brasil talvez ainda nos
em
próprio engenho Suassuna, latifúndio de
contrária ao Evangelho, visto como os direitos da Casa dc Bragança, baseando-
últimos anos setecentistas, (na Bahia, em Pernambuco, no Rio), foram as so
Olinda, sofreu minucioso interrogatório de dois frades, maníacos de assuntos de
Por serem realmente
poderosos escaparam os Cavalcanti do castigo infligido a alguns dos inconfi-
nizou uma biblioteca pública iniciada
narc, francês dedicado ao comércio de no Recife em fins de 1816 e indo jan
um dos Cavalcanti, que fundaram logo
idéias francesas.
João Ribeiro, antccipando-sc cm inicia
gressistas falaram em emancipação dos^ negros, que os dirigentes republicanos
curam o mal dc idéias: soltos, foi no
rou pouco, logo dis.solvido em 1801, quando a justiça Real cuidou descobrir
liaviam associado di\-ersos padres e se nhores dc engenho, principalmente da família Cavalcanti, composta de ricos proprietários rurais, cujos sentimentos nativistas se exacerbaram ao choque das
tos à aceitação do espírito revolucioná
tivas de popularização da cultura, orga
o literárias. O areópago de Itambé du
parte. ■ A Manoel de Arruda Câmara se
mentos europeus. O seminário fundado
rio.
sob o disfarce de academias cientificas
propagar as no\as doutrinas
nele scqua/.cs de luiia república inde pendente em Pernambuco, .sob a prote ção do primeiro-cònsul Napoleão Bona-
Aliás, datava de vários ajios antes do
127
dentes mineiros e baianos, o que não lhe poupou todavia cerca de quatro anos de reclusão. Mas prisões nunca
ciara na Maçouaria o, de volta ao Bra.sil,
resolveu
humano. Tal era a preocupação com as
tado, quando alguns patriotas mais pro
tar no convento de Santa Teresa,
Diof.sto Econômico
Digesto Econômico
128
ciedades secretas o grande foco de ir
.» •' 1
radiação revolucionária. O areópago de Xtambé, de que se originaram as acade mias Suassuna e Paraíso, teve como ins
Grande Revolução e conhecedores dos seus mínimos sucessos. Os pernambuca nos, frades ou não, liam com avidez li vros franceses, de preferência dos filo
pirador o sábio Manoel de Arruda Câ mara, carmelita secularlzado por breve pontifício, médico pela Faculdade de
sofes do século XVIII. O padre João Ri
bra e partidário devotado das idéias po
beiro, por exemplo, pareceu a Tollenare alucinado por essas leituras, fanático
líticas francesas.
Montpellier com passagem
por Coim
Arruda Câmara desde
o tempo de sua estada na Europa se ini% it.
l
de 1817, o algodão sucedera ao açúcar
de Condorcet e da crença no progresso
como o maior negócio do nordeste, mas isso -pouco afetava as relações entre os
coisas da França que na sede do gover
proprietários territoriais e a gente do
no republicano do Recife havia, sobre
comércio. Os revolucionários da marca
a mesa em tôrno da qual se reuniam
de Domingos José Martins, comerciante
seus chefes, e.xemplares das Constitui
brasileiro e representativo de uma in cipiente burguesia nacional, não conse guiram coisa alguma contra os interes ses da grande propriedade rural. O pro pósito desta era conquistar o poder pa
ções Francesas de 1791, 1793 e 1795.
ra suprimir as imposições e os ve.xames
por Azeredo Coutinho foi como um vi veiro de eclesiásticos e leigos predispos
do comércio monopolista, mas, campan do embora de liberal, opunha-se tenaz mente à menor veleidade de extinção do trabalho escravo. Tal foi o clamor susci
movimento de 1817 o refle.xo em Per nambuco das doutrinas e dos aconteci
No hospital do Paraíso, o padre
com uma dúzia de assinantes. As teo
de 1817 não hesitaram em baixar uma
rias de Roussoau chegaram a fundamen
proclamaçáo considerando intocável o
tar pastorais da Igreja, como a do deão Manoel Vieira do Lcmo.s Sampaio, go vernador do bispado, que sustentou em 1817 não Ser a revolução republicana
execrando instituto, à vista do princípio
de que "a base de tôda sociedade re gular era a inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade".
A despeito disso, a exemplo do que ocorrera em Minas, Rio e Bahia, as
idéias políticas e os acontecimentos da Revolução Francesa atuaram ostensiva mente em Pernambuco. L. F. de Tolle-
A
Maçonaría continuou a prosperar mais
ou menos abertamente em r-íírios luga res do Brasil, inclusive no Rio de Janei ro, bem perto do príncipe D. João, pois no seu círculo de ser\'íçais não faltou
quem freqüentasse as "lojas" criadas na Côrto, e só por ahxrrá de 1818, depois da revolução pernambucana, mandadas
fechar, para se reabrirem nos dias pró ximos da Independência.
sistiam, porque a dinastia faltando pri meiro às suas obrigações desligara os povos da lealdade jurada.
algodão, testemunha que, desembarcado
política européia, simpatizantes da
depois uma "escola democrática".
se num contrato bilateral, não mais sub
Instituídas no Brasil talvez ainda nos
em
próprio engenho Suassuna, latifúndio de
contrária ao Evangelho, visto como os direitos da Casa dc Bragança, baseando-
últimos anos setecentistas, (na Bahia, em Pernambuco, no Rio), foram as so
Olinda, sofreu minucioso interrogatório de dois frades, maníacos de assuntos de
Por serem realmente
poderosos escaparam os Cavalcanti do castigo infligido a alguns dos inconfi-
nizou uma biblioteca pública iniciada
narc, francês dedicado ao comércio de no Recife em fins de 1816 e indo jan
um dos Cavalcanti, que fundaram logo
idéias francesas.
João Ribeiro, antccipando-sc cm inicia
gressistas falaram em emancipação dos^ negros, que os dirigentes republicanos
curam o mal dc idéias: soltos, foi no
rou pouco, logo dis.solvido em 1801, quando a justiça Real cuidou descobrir
liaviam associado di\-ersos padres e se nhores dc engenho, principalmente da família Cavalcanti, composta de ricos proprietários rurais, cujos sentimentos nativistas se exacerbaram ao choque das
tos à aceitação do espírito revolucioná
tivas de popularização da cultura, orga
o literárias. O areópago de Itambé du
parte. ■ A Manoel de Arruda Câmara se
mentos europeus. O seminário fundado
rio.
sob o disfarce de academias cientificas
propagar as no\as doutrinas
nele scqua/.cs de luiia república inde pendente em Pernambuco, .sob a prote ção do primeiro-cònsul Napoleão Bona-
Aliás, datava de vários ajios antes do
127
dentes mineiros e baianos, o que não lhe poupou todavia cerca de quatro anos de reclusão. Mas prisões nunca
ciara na Maçouaria o, de volta ao Bra.sil,
resolveu
humano. Tal era a preocupação com as
tado, quando alguns patriotas mais pro
tar no convento de Santa Teresa,
Diof.sto Econômico
Digesto Econômico
128
ciedades secretas o grande foco de ir
.» •' 1
radiação revolucionária. O areópago de Xtambé, de que se originaram as acade mias Suassuna e Paraíso, teve como ins
Grande Revolução e conhecedores dos seus mínimos sucessos. Os pernambuca nos, frades ou não, liam com avidez li vros franceses, de preferência dos filo
pirador o sábio Manoel de Arruda Câ mara, carmelita secularlzado por breve pontifício, médico pela Faculdade de
sofes do século XVIII. O padre João Ri
bra e partidário devotado das idéias po
beiro, por exemplo, pareceu a Tollenare alucinado por essas leituras, fanático
líticas francesas.
Montpellier com passagem
por Coim
Arruda Câmara desde
o tempo de sua estada na Europa se ini% it.
mm
■v . Jf-"'
Repressão ao abuso do poder econômico ^ José da Costa Boucínhas A Constituição de 1946 determina
culos jurídicos (• políticos dc nosso
par i de
^
proçK), mas cm caso " con uniidor c.xcrce o
5Ó tolerada como estimulada, por ser
considerada a única fomia racional de
Seu "poder cconóinicH)" obrigando a
produção e distribuição.
baixa dos prcç-os, a ponto dc muitas ve zes oS produtos .serem ví-ndidos abaixo do custo. Nessas condições, o abuso
Aldc Sampaio, ao comentar o projeto
pt )clcr
econômico
niar.ifeslar-sc-ia
A esse re.spcito esclarece o deputado
122: "No Brasil, os fatos narrados, quer
o.s naturais, quer os abusi\os, estão ain
no Seu artigo 148; "A lei reprimirá
país".
tôda e qualquer forma de abuso do poder econômico, inclusive as uniões ou agrupamentos de empresas indi
sempre qoc se procurasse forçar o apa
diz ainda, o mc-smo deputado, "resu-
recimento dc situações dc desequilíbrio
da na infância, pela razão mesma de ser entre nós, o capital, o mais deficien
miam-se no seguinte: o deerelo-lei es
não quer dizer que não existam; embo^
tureza, que tenham por fim dominar
tabelecia a repressão aclminislnitiva dos tiustes, cartéis e de todas atpielus com
com proveito para uma das parles. En
viduais ou sociais, seja qual for a na os mercados nacionais, eliminar a
binações que visavam dominar o mer
concorrência e aumentar arbitraria mente os lucros".
cado nacional. Era contra a tradição do
No sentido de regulamentar o dispo
"O.s argumentos de ordem jurídica",
judiciarismo americano". Escjueceu-se, o nobre deputado, em suas consideruç-ões, de incluir as obje-
sitivo constitucional o deputado Aga-
ções de ordem econômica apresentadas
menon Magalhães apresentou um proje
ao decreto-lei n.® 7.666, no sentido de fazer ver a desnecessidade, — inutili
to de lei que tomou o n.® 122, de 1948. ílsse projeto sofreu várias modificações nas Comissões Técnicas da Câmara Fe
deral e foi objeto de um substitutivo
apresentado pela Comissão de Industria e Comércio,. — que serve, atualmente de base para as discussões. Deve-se dizer, de passagem, que o
projeto Agamenon nada mais é do que a reprodução, ligeiramente atenuada, do decreto-lei n.® 7.666, de 22 de junho de •1945, sancionado ao-tempo em que esse
deputado era Ministro da Justiça, e que
tanta celeuma provocou, sendo, poste riormente, revogado. No discurso com que apresentou o
novo projeto, o deputado Agamenon faz referência às críticas levantadas contra
o decreto-lei n° 7.666, classificando os
argumentos em duas ordens: "uns, so bro a inoportunidade política, pois na
quela época se abria o problema da su
dade e pernicíosidade da lei, nos termos cm que se encontrava redigida, cujos abjeti\os jamais seriam alcançados com a aplicação das medidas propostas. Sob êsse ponto de vista o projeto 122 mereceu detido e.vame do deputado Aldc
Sampaio, consubstanciado no voto em
separado, onde chama a atenção seus pares "não só pelo que êle de artificial no nosso meio; como subversão que faz dos conceitos
dos tem
pela que
servem de base à elaboração das leis;
senão ainda pela forma que reveste de servir como o maior insti-umento de pre potência que possa imaginar nas mãos de um grupo político". Para reprimir os abusos seria ne cessário, preliminarmente, caracterizar o
que seja "poder econômico". Ora, o poder econômico decorre da simples pre sença no mercado competitivo tanto do
d<í
tretanto, n íei procura sempre proteger
o mais fraco, o consumidor, no caso das
ra a própria deficiência de recursos ^ja
comp<'liV"''^ econômicas, que geralmen
o óbice natural à existência de grandes
áção coordenada, a não ser cm casos em
via de ação; abusos que, ainda assim,
te age no mercado indi\ iclualinente, .sem
que .s<' organizn em cooperativas de con.sumo.
Partindo deste pressuposto vários paí
ses Icin" procurado coibir os abusos do
poder econômico, através de legislação adcíiuada.
entretanto,
A verdade,
c
que,
na
Na economia ca
pitalista a "concentração
"comer
D aí
não
drástica do mundo con
Êsse fenômeno, em franc
tra práticas quase imperceptíveis seus re.sultados, e que, deixando de lado as manifestações de procedência inter
nacional, por pouco se limitam, no nível
senvolvimento em países
zados, não chegou, entretanto, a < ,
bastante atrasado de
em
pretenda fazer a lei mais
ção é um imperativo, a não ser q" ^ queira produzir cm condições ' encontra em
As mais freqüentes, ^se
que esparsas, manifc.stações desse gê nero são constituídas pela modalidade do cartel
ser compreensível que--Se
tegração das empresas com o objetivo de redu ção dos custos do produ
D Brasil
sos dificulta abranger todo o território nacional.
de
econômica", isto é, a in
ráveis.
a extensão do país reduz em possibili dade, pois a precariedade dos recur
conserxações momentâ neas, que se conhecem sob a designação inglesa
sido quase que inope rantes.
abusos perniciosos à sociedade, por esta
acidental, resultante de
prática, essas leis têm
'o
y'"Xssa
A repressão aos efeitos concentração dofronta-se com dificuldades, a começar pela ca da forma de abuso do p
produtor como do consumidor. Num mo
ecLómlco, sendo certo, ainda, que em
de natureza jurídica, argumentos pon
mento do escassez, desfruta o produtor,
alcuns países, como na Ingiate.-i
deráveis, que impressionaram os cír
ou vendedor, de condições propícias
cessão presidencial; outros, argumentos
te dos agentes econômicos. Isto, porem,
Alemanha, a formação de cartéis íui - a
econômico em que nos encontramos, aos ataques entre concorrentes sem reper-
cus.são maléfica contra a população, a qual, inversamente, sofre cm grande
parte as conseqüências da subdivisão
excessiva das atividades, em varies se tores de nossa vida econômica. Na ela boração da lei há mister não desprezar a
influência dos fatos reai-s, tudo, porém,
sem a preocupação de criar um colete
mm
■v . Jf-"'
Repressão ao abuso do poder econômico ^ José da Costa Boucínhas A Constituição de 1946 determina
culos jurídicos (• políticos dc nosso
par i de
^
proçK), mas cm caso " con uniidor c.xcrce o
5Ó tolerada como estimulada, por ser
considerada a única fomia racional de
Seu "poder cconóinicH)" obrigando a
produção e distribuição.
baixa dos prcç-os, a ponto dc muitas ve zes oS produtos .serem ví-ndidos abaixo do custo. Nessas condições, o abuso
Aldc Sampaio, ao comentar o projeto
pt )clcr
econômico
niar.ifeslar-sc-ia
A esse re.spcito esclarece o deputado
122: "No Brasil, os fatos narrados, quer
o.s naturais, quer os abusi\os, estão ain
no Seu artigo 148; "A lei reprimirá
país".
tôda e qualquer forma de abuso do poder econômico, inclusive as uniões ou agrupamentos de empresas indi
sempre qoc se procurasse forçar o apa
diz ainda, o mc-smo deputado, "resu-
recimento dc situações dc desequilíbrio
da na infância, pela razão mesma de ser entre nós, o capital, o mais deficien
miam-se no seguinte: o deerelo-lei es
não quer dizer que não existam; embo^
tureza, que tenham por fim dominar
tabelecia a repressão aclminislnitiva dos tiustes, cartéis e de todas atpielus com
com proveito para uma das parles. En
viduais ou sociais, seja qual for a na os mercados nacionais, eliminar a
binações que visavam dominar o mer
concorrência e aumentar arbitraria mente os lucros".
cado nacional. Era contra a tradição do
No sentido de regulamentar o dispo
"O.s argumentos de ordem jurídica",
judiciarismo americano". Escjueceu-se, o nobre deputado, em suas consideruç-ões, de incluir as obje-
sitivo constitucional o deputado Aga-
ções de ordem econômica apresentadas
menon Magalhães apresentou um proje
ao decreto-lei n.® 7.666, no sentido de fazer ver a desnecessidade, — inutili
to de lei que tomou o n.® 122, de 1948. ílsse projeto sofreu várias modificações nas Comissões Técnicas da Câmara Fe
deral e foi objeto de um substitutivo
apresentado pela Comissão de Industria e Comércio,. — que serve, atualmente de base para as discussões. Deve-se dizer, de passagem, que o
projeto Agamenon nada mais é do que a reprodução, ligeiramente atenuada, do decreto-lei n.® 7.666, de 22 de junho de •1945, sancionado ao-tempo em que esse
deputado era Ministro da Justiça, e que
tanta celeuma provocou, sendo, poste riormente, revogado. No discurso com que apresentou o
novo projeto, o deputado Agamenon faz referência às críticas levantadas contra
o decreto-lei n° 7.666, classificando os
argumentos em duas ordens: "uns, so bro a inoportunidade política, pois na
quela época se abria o problema da su
dade e pernicíosidade da lei, nos termos cm que se encontrava redigida, cujos abjeti\os jamais seriam alcançados com a aplicação das medidas propostas. Sob êsse ponto de vista o projeto 122 mereceu detido e.vame do deputado Aldc
Sampaio, consubstanciado no voto em
separado, onde chama a atenção seus pares "não só pelo que êle de artificial no nosso meio; como subversão que faz dos conceitos
dos tem
pela que
servem de base à elaboração das leis;
senão ainda pela forma que reveste de servir como o maior insti-umento de pre potência que possa imaginar nas mãos de um grupo político". Para reprimir os abusos seria ne cessário, preliminarmente, caracterizar o
que seja "poder econômico". Ora, o poder econômico decorre da simples pre sença no mercado competitivo tanto do
d<í
tretanto, n íei procura sempre proteger
o mais fraco, o consumidor, no caso das
ra a própria deficiência de recursos ^ja
comp<'liV"''^ econômicas, que geralmen
o óbice natural à existência de grandes
áção coordenada, a não ser cm casos em
via de ação; abusos que, ainda assim,
te age no mercado indi\ iclualinente, .sem
que .s<' organizn em cooperativas de con.sumo.
Partindo deste pressuposto vários paí
ses Icin" procurado coibir os abusos do
poder econômico, através de legislação adcíiuada.
entretanto,
A verdade,
c
que,
na
Na economia ca
pitalista a "concentração
"comer
D aí
não
drástica do mundo con
Êsse fenômeno, em franc
tra práticas quase imperceptíveis seus re.sultados, e que, deixando de lado as manifestações de procedência inter
nacional, por pouco se limitam, no nível
senvolvimento em países
zados, não chegou, entretanto, a < ,
bastante atrasado de
em
pretenda fazer a lei mais
ção é um imperativo, a não ser q" ^ queira produzir cm condições ' encontra em
As mais freqüentes, ^se
que esparsas, manifc.stações desse gê nero são constituídas pela modalidade do cartel
ser compreensível que--Se
tegração das empresas com o objetivo de redu ção dos custos do produ
D Brasil
sos dificulta abranger todo o território nacional.
de
econômica", isto é, a in
ráveis.
a extensão do país reduz em possibili dade, pois a precariedade dos recur
conserxações momentâ neas, que se conhecem sob a designação inglesa
sido quase que inope rantes.
abusos perniciosos à sociedade, por esta
acidental, resultante de
prática, essas leis têm
'o
y'"Xssa
A repressão aos efeitos concentração dofronta-se com dificuldades, a começar pela ca da forma de abuso do p
produtor como do consumidor. Num mo
ecLómlco, sendo certo, ainda, que em
de natureza jurídica, argumentos pon
mento do escassez, desfruta o produtor,
alcuns países, como na Ingiate.-i
deráveis, que impressionaram os cír
ou vendedor, de condições propícias
cessão presidencial; outros, argumentos
te dos agentes econômicos. Isto, porem,
Alemanha, a formação de cartéis íui - a
econômico em que nos encontramos, aos ataques entre concorrentes sem reper-
cus.são maléfica contra a população, a qual, inversamente, sofre cm grande
parte as conseqüências da subdivisão
excessiva das atividades, em varies se tores de nossa vida econômica. Na ela boração da lei há mister não desprezar a
influência dos fatos reai-s, tudo, porém,
sem a preocupação de criar um colete
13Q
Dich.s ro Ecoxómico
de ferro pelo qual se haja de moldar a ação dos homens em todas as suas ati
vidades econômicas, como pretende o projeto em estudo".
Do ponto de vista econômico não
nos arreceamos de afirmar que a trans
formação em lei do projeto 122 somen te podená prejudicar nosso desenvolvi mento.
Seria, pelo menos, mais uma
demonstração inequívoca da falta de rumos quanto à nossa política econômi
ca, pois tais são os óbices opostos às
atividades econômicas que poucos se aventurariam a inverter novos c-apítaís
cimento nacional. Êssc liomein é apresentado como um "proveitador quando, na verdade, seu esforço anô nimo, sua luta dlíiria ein busca de melhores condições de produção são decisivos para a melhoria do padrão de
vida da população. Entretanto, aque le que procura garantir sua Iranqviilidade sob as asas agasalliacloras do Estado
comodamente instalado num emprego público que requer menor esforço des fruta toda a consideração e merece o maior amparo...
E' necessário combater essa menta
em empresas de grande vulto. E' ne
lidade para que não venhamos, daqui
cessário, de uma vez para sempre, es
a algum tempo, a nos constituir num país de conformistas e de burocratas.
clarecer até que ponto a lí%Te iniciativa pode e é chamada a colaborar no de
O projeto 122 cuida da criação' da
senvolvimento do país, pois de outra
Comissão
Administrativa da
Defesa
forma deveríamos enveredar pela inter
Econômica, como orgão encarregado
venção crescente do Estado na vida
de praticar todos os atos relacionados
econômica, o que no caso do Brasil, se
com a apuração de abusos do poder
ria verdadeira loucura.
econômico e aplicação de penalidades, que, na realiclaclo, se resumem a \ima'
Estamos sin
ceramente convencidos que devem ser
abolidos os entraves que vedarti ou di ficultam a participação do capital e da atividade privados, nacionais ou e.strangeiros, na exploração dos nossos recursos econômicos. O primado da livre iniciativa deve ser restabelecido
no Brasil, não porque possa favorecer a alguns privilegiados, mas porque ne cessitamos que todos e cada um dos
única, isto é, a intervenção nas emprê.sas. O substitutivo da Comissão dc In dústria e Comércio procurou atenuar a enorme soma de podcres atribuídos
a esta Comissão que, no projeto inicial, assumia forma'que se poderia caracte rizar como "abuso de poder do Esta do'-';
Apesar de atenuadas, ainda são ex brasileiros se compenetrem da impor cessivas as atribuições afetas à CADE tância do seu trabalho para o bem co-' pelo substitutivo. Por outro lado a mum. Criou-se ambiente de descon penalidade única, sem gradação de
fiança, sob o reflexo de fatôres de or
acôrdo com a gravidade da falta' re
dem externa, vígorantes em países de
presentada pela intervenção, não pare
formação totalmente diversa da nossa, a ponto de já não sabermos como apre
ce ser a mais acertada, pois, em mui
tos casos, corresponderia ao desapare
ciar o esforço do homem empreende
cimento de empresas, com danos mui-
dor, daquele que, sem o amparo do Es
to maiores para a econonua nacional
tado, dedica todos os esforços, no se
do que aqueles que se pretende evitar.
tor da sua atividade, para o engrande-
Há a considerarl ainda, que a irregu-
Dioksto
Econômico
laridaclc pode referir-se a um determi nado setor da cmprè.sa. o que não jus tificaria, cm (|ualcjner caso, a interven ção total. Mais sábia a esse respeito é a lei das sociedades por ações, que co-
/
(§ único, art. 7.° do substitutivo Alde Sampaio). Além disso o projeto 122 e o substiliilivo da Comissão de Indústria e Co
mércio atribuem à CADE funções que nada tèin a ver com a possível repres
minu penas para os diretores responsá veis pela prática de atos contrários aos
são do abuso do poder econômico, co
interesses da empresa ou de terceiros.
mo por exemplo :
Pnneni-se, assim, os responsáveis pelos atos 8 não a empresa que tem persona
lidade distinta da dos seus dirigentes,
e que, de qualquer forma, nunca po deria ter sido constituída para a práti ca de atos ilícitos.
A
atuação da
CADE, mesmo no
substitutivo, é verdadeiramente inqui-
sitorial. Basta que receba uma denún
cia de pessoa fisíca ou jurídica subscri ta por duas testemunhas idôneas c com as firmas reconhecidas (art. 15, letra
c) para que seja instaurado o processo, no decorrer do qual serão procedidas "tôdas as investigações necessárias ao esclarecimento dos atos ou fatos de
nunciados, podendo determinar inqui rições de testemunhas, exames periciais e vistorias" (art. 16). Nessas condi ções qual a empresa que estará a co berto do risco de ser denunciada por
a) — investigar os preços, em rela ção nos custos de produç<ão
para os efeitos previstos no artigo 2."^ desta lei (substitu tivo), determinando as provi
dências que lhe parecem ne cessárias para evitar a per turbação do mercado ou a
exploração dos consumidores (art. II, letra g) j • b) - conceder ou negar licença pa
ra e.xportação- ou importação
de produtos ou mercadorias, no
caso de empresas in cursas na lei (art. 11, letra h);
c) — propor ao Presidente da Re pública
desapropriação
do
acervo de empresas, grupos
ou associações, de qualquer natureza, quê tenham incidi
desafetos e quantos prejuízos não so frerá até que fique provada a -sua ino
do nas sanções desta lei (art.
cência ? Aos denunciantes nada ocor
fiscalizar a administração das empresas de economia mista
ro, mesmo que a denúncia seja infun dada e nem sequer se exige dos mes mos provem o alegado ou tenham um direito ou interesse lesado. Muito me lhor, então, seria adotar o disposto no
substitutivo apresentado pelo deputado Alde Sampaio, que a este respeito re-
2a: "O procedimento mediante denun cia só será instaurado quando o denun ciante especifique os fatos ou atos im
putados ao denunciado, com indicação de prova testemunhai ou documental".
12, letra b);
e daa ,que pertençam ao patrimônio liaoional, examinan
do os seus balanços e relató rios anuais, e sugerindo ao Presidente da República -
providências que devam ser
tomadas (art. 12, letra c) • e) — propor ao Presidente da Re!
pública a adoção de normas
.destinadas a p&dronizar as
13Q
Dich.s ro Ecoxómico
de ferro pelo qual se haja de moldar a ação dos homens em todas as suas ati
vidades econômicas, como pretende o projeto em estudo".
Do ponto de vista econômico não
nos arreceamos de afirmar que a trans
formação em lei do projeto 122 somen te podená prejudicar nosso desenvolvi mento.
Seria, pelo menos, mais uma
demonstração inequívoca da falta de rumos quanto à nossa política econômi
ca, pois tais são os óbices opostos às
atividades econômicas que poucos se aventurariam a inverter novos c-apítaís
cimento nacional. Êssc liomein é apresentado como um "proveitador quando, na verdade, seu esforço anô nimo, sua luta dlíiria ein busca de melhores condições de produção são decisivos para a melhoria do padrão de
vida da população. Entretanto, aque le que procura garantir sua Iranqviilidade sob as asas agasalliacloras do Estado
comodamente instalado num emprego público que requer menor esforço des fruta toda a consideração e merece o maior amparo...
E' necessário combater essa menta
em empresas de grande vulto. E' ne
lidade para que não venhamos, daqui
cessário, de uma vez para sempre, es
a algum tempo, a nos constituir num país de conformistas e de burocratas.
clarecer até que ponto a lí%Te iniciativa pode e é chamada a colaborar no de
O projeto 122 cuida da criação' da
senvolvimento do país, pois de outra
Comissão
Administrativa da
Defesa
forma deveríamos enveredar pela inter
Econômica, como orgão encarregado
venção crescente do Estado na vida
de praticar todos os atos relacionados
econômica, o que no caso do Brasil, se
com a apuração de abusos do poder
ria verdadeira loucura.
econômico e aplicação de penalidades, que, na realiclaclo, se resumem a \ima'
Estamos sin
ceramente convencidos que devem ser
abolidos os entraves que vedarti ou di ficultam a participação do capital e da atividade privados, nacionais ou e.strangeiros, na exploração dos nossos recursos econômicos. O primado da livre iniciativa deve ser restabelecido
no Brasil, não porque possa favorecer a alguns privilegiados, mas porque ne cessitamos que todos e cada um dos
única, isto é, a intervenção nas emprê.sas. O substitutivo da Comissão dc In dústria e Comércio procurou atenuar a enorme soma de podcres atribuídos
a esta Comissão que, no projeto inicial, assumia forma'que se poderia caracte rizar como "abuso de poder do Esta do'-';
Apesar de atenuadas, ainda são ex brasileiros se compenetrem da impor cessivas as atribuições afetas à CADE tância do seu trabalho para o bem co-' pelo substitutivo. Por outro lado a mum. Criou-se ambiente de descon penalidade única, sem gradação de
fiança, sob o reflexo de fatôres de or
acôrdo com a gravidade da falta' re
dem externa, vígorantes em países de
presentada pela intervenção, não pare
formação totalmente diversa da nossa, a ponto de já não sabermos como apre
ce ser a mais acertada, pois, em mui
tos casos, corresponderia ao desapare
ciar o esforço do homem empreende
cimento de empresas, com danos mui-
dor, daquele que, sem o amparo do Es
to maiores para a econonua nacional
tado, dedica todos os esforços, no se
do que aqueles que se pretende evitar.
tor da sua atividade, para o engrande-
Há a considerarl ainda, que a irregu-
Dioksto
Econômico
laridaclc pode referir-se a um determi nado setor da cmprè.sa. o que não jus tificaria, cm (|ualcjner caso, a interven ção total. Mais sábia a esse respeito é a lei das sociedades por ações, que co-
/
(§ único, art. 7.° do substitutivo Alde Sampaio). Além disso o projeto 122 e o substiliilivo da Comissão de Indústria e Co
mércio atribuem à CADE funções que nada tèin a ver com a possível repres
minu penas para os diretores responsá veis pela prática de atos contrários aos
são do abuso do poder econômico, co
interesses da empresa ou de terceiros.
mo por exemplo :
Pnneni-se, assim, os responsáveis pelos atos 8 não a empresa que tem persona
lidade distinta da dos seus dirigentes,
e que, de qualquer forma, nunca po deria ter sido constituída para a práti ca de atos ilícitos.
A
atuação da
CADE, mesmo no
substitutivo, é verdadeiramente inqui-
sitorial. Basta que receba uma denún
cia de pessoa fisíca ou jurídica subscri ta por duas testemunhas idôneas c com as firmas reconhecidas (art. 15, letra
c) para que seja instaurado o processo, no decorrer do qual serão procedidas "tôdas as investigações necessárias ao esclarecimento dos atos ou fatos de
nunciados, podendo determinar inqui rições de testemunhas, exames periciais e vistorias" (art. 16). Nessas condi ções qual a empresa que estará a co berto do risco de ser denunciada por
a) — investigar os preços, em rela ção nos custos de produç<ão
para os efeitos previstos no artigo 2."^ desta lei (substitu tivo), determinando as provi
dências que lhe parecem ne cessárias para evitar a per turbação do mercado ou a
exploração dos consumidores (art. II, letra g) j • b) - conceder ou negar licença pa
ra e.xportação- ou importação
de produtos ou mercadorias, no
caso de empresas in cursas na lei (art. 11, letra h);
c) — propor ao Presidente da Re pública
desapropriação
do
acervo de empresas, grupos
ou associações, de qualquer natureza, quê tenham incidi
desafetos e quantos prejuízos não so frerá até que fique provada a -sua ino
do nas sanções desta lei (art.
cência ? Aos denunciantes nada ocor
fiscalizar a administração das empresas de economia mista
ro, mesmo que a denúncia seja infun dada e nem sequer se exige dos mes mos provem o alegado ou tenham um direito ou interesse lesado. Muito me lhor, então, seria adotar o disposto no
substitutivo apresentado pelo deputado Alde Sampaio, que a este respeito re-
2a: "O procedimento mediante denun cia só será instaurado quando o denun ciante especifique os fatos ou atos im
putados ao denunciado, com indicação de prova testemunhai ou documental".
12, letra b);
e daa ,que pertençam ao patrimônio liaoional, examinan
do os seus balanços e relató rios anuais, e sugerindo ao Presidente da República -
providências que devam ser
tomadas (art. 12, letra c) • e) — propor ao Presidente da Re!
pública a adoção de normas
.destinadas a p&dronizar as
Dicesto Econónqco
132
escritas das empresas vincula
das por meio de ajustes ou
jeto 122 representaria a supressão com
acôrdos (art. 12, letra d).
pleta da liberdade de comércio e de iniciativa, pois seriam tantos os entra ves opostos às empresas que impossí vel seria o seu funcionamento normal
Não é difícil verificar que a maioria dessas funções nada tem a ver com a
repressão ao abuso do poder econômi co, sendo que algumas já estão afetas B outros organismos e outras escapam inteiramente da alçada da CADE. No
ta-se que, sob o manto da CADE, se procurou criar um superorganismo com
amplos poderes de intervenção na 'vi
da econômica e nas empresas, e um absoluto desprezo pelo principio da li berdade de iniciativa, consagrado na Constituição.
A própria repressão aos abusos do poder econômico, prevista na Consti tuição, deve ser considerada como um
meio para restabelecer a igualdade que a todos é assegurada pela Carta Magna, de forma que os mais fracos não se jam subjugados pelos mais fortes. Por isso mesmo as Classes Produtoras, mui
Derrocada do Ensilhamento (1891]
A aplicação dos dispositivos do pro
II
Afonso de E. Taunay
'pai ainta
Há a considerar, ainda, os perigos quo poderiam advir do reflexo de injunções política.s junto à CADE. No Brasil, país reconhecido como um çJqs de costumes políticos menos evoluídos seria verdadeira calamidade o funcio namento da CADE. Não haveria voz que não silenciasse por fôrça dos artmmentos ínquisiloriais desse órgão.
Em face do atual estágio da econo
mia nacional não se justifica qualquer lei e.spccial para coibir os abusos do poder econômico. Medidas nesse sen
tido já foram tomadas e estão em ple no vigor, por fôrça da lei que reprime cs "crimes contra a economia popu lar", e que visa, diretamente, a prote
k oito bancos e 294 outras
sociedades anônimas haviam arqui
vado estatutos na lunta Comercial do Rio de Janeiro em l'«90; cinqüenta e um bancos e 255 companhias e empresas
vindo à luz cm 1891. Assim nos do.s milésimos vira a pniça fluminense o
1
nascedouro de 89 bancos e 549 com panhias!
Quantas dcsta,s entidades terão resU-
movimento teve a venda de fundos pú' blicos, mal atingindo vinte mil contos. Entro as debêntures, tomara inacre
ditáveis proporções o vulto das transa ções realizadas com as da Companhia Geral de Estradas de Ferro. Nada me nos de 4.607.914 destes títulos foram negociados, quer os de £11,5 quer os de £ 20! Esta desenfreada especulação
corròra paralelamente à das ações do BancxD de Crédito Universal, cujas ope
tidu aos tiros mortais desferidos, a -3 rações não gozavam de grande credito, de novembro de 1891. das torres do pelo contnírio pois não passava de aneA,uU,aUn, eonbnme e,^^^ da Companhia Geral. De tal banco
apareceram em pregões da Bôlsa
S7ouc"àrnnnto
certamente. menos de 767.230 açoesl ^ E realmente os pregões da Bôlsa, cm Ao passo que sôbre os titubs dos^ dezembro deste ano, bem e oquen , velhos bancos flnminenses, üdos como
to antes da promulgação da Constitui ção, já advertiam, na Carta Econômica
ção do consumidor. Não vemos neces
documentam a agonia desta
sidade de qualquer outra providônci»
de sociedades anônimas em gran e pa
de Teresôpolis :
gãos, que outra poisa não representam
Banco do Comércio, Rural e Hipotecáno, • rnmercial. houvera mínimo movimento de transações (2.180. 1-672, e 3.591 ' ações), frenética agitaçao cercara os
do Rio de Janeiro em 1891. 'scre retrospectisla comercial do ^ Comércio, para êstc milésimo, os'
do Ensilhamento- Negociaram-se nada ' menos de 495.044 ações do Banco da'
"Rcoonliecendo que formas mono-
polísticas de fato podem contribuir para o melhor aparelhamento técni co, embora muitas vêzes se tomeni
nocivas ao equilíbrio .«>ctai, reco mendam que o E.^ítado exerça ação fiscalizadora a rim de evitar que tais
organizasoes limitem o comércio, eliijiiiiem
totalmente
a
concorrência,
elevem os preços, retardem o desen volvimento econômico e prejudiquem a segurança nacional".
e muito menos da criação de novos ór senão a tendência íntervencionista do
Estado na esfera econômica. O fato de a Constituição fazer referencia ao as
sunto, em seu artigo 148, não implica, necessariamente, em. nova legislação.
criadas para fins pouco cscrupulosos ou pelo delírio do otimismo alucinado. Enorme fora o movimento da Bôlsa
tam talvez nem a centésima par
se sentido somente servirá para' retar
transações realizadas durante o an ,
dar ainda mais o nosso desenvolvimen to econômico, contribuindo, ao mesmo
mente as vendas realizadas na i
enfraquecer o espírito de iniciativa.
República e 102.253 do Banco do Bra- ; sil, que se vira fagocltado pelo antigo
rismos que piiblicamos nao repr
No momento, qualquer movimento nes
tempo, para afugentar o capital es trangeiro, de que tanto necessitamos, e
valores de tôda segurança, como os do
ações, debêntures, etc"-
da
Bôlsa. Tão diversos e rápidos foram os desdobramentos, bônus, chama as
e
capital, redução de capital etc. duran.te o ano que, para fornecer uma ideia. mesmo aproximada, destas Operações, iiTin vnlnme.
PoUCO
■R F. U. B. E. Sintoma curioso do bomsenso de, uma época de vertigem; dos títulos dos velhos e grandes bancos tradicionais apenas se haviam negociado 10.242.
Dos bancos nascidos com o Ensi
lhamento, "os bancos da jogatina", des tacavam-se dentre outros pela fúria das transações, os de
Dicesto Econónqco
132
escritas das empresas vincula
das por meio de ajustes ou
jeto 122 representaria a supressão com
acôrdos (art. 12, letra d).
pleta da liberdade de comércio e de iniciativa, pois seriam tantos os entra ves opostos às empresas que impossí vel seria o seu funcionamento normal
Não é difícil verificar que a maioria dessas funções nada tem a ver com a
repressão ao abuso do poder econômi co, sendo que algumas já estão afetas B outros organismos e outras escapam inteiramente da alçada da CADE. No
ta-se que, sob o manto da CADE, se procurou criar um superorganismo com
amplos poderes de intervenção na 'vi
da econômica e nas empresas, e um absoluto desprezo pelo principio da li berdade de iniciativa, consagrado na Constituição.
A própria repressão aos abusos do poder econômico, prevista na Consti tuição, deve ser considerada como um
meio para restabelecer a igualdade que a todos é assegurada pela Carta Magna, de forma que os mais fracos não se jam subjugados pelos mais fortes. Por isso mesmo as Classes Produtoras, mui
Derrocada do Ensilhamento (1891]
A aplicação dos dispositivos do pro
II
Afonso de E. Taunay
'pai ainta
Há a considerar, ainda, os perigos quo poderiam advir do reflexo de injunções política.s junto à CADE. No Brasil, país reconhecido como um çJqs de costumes políticos menos evoluídos seria verdadeira calamidade o funcio namento da CADE. Não haveria voz que não silenciasse por fôrça dos artmmentos ínquisiloriais desse órgão.
Em face do atual estágio da econo
mia nacional não se justifica qualquer lei e.spccial para coibir os abusos do poder econômico. Medidas nesse sen
tido já foram tomadas e estão em ple no vigor, por fôrça da lei que reprime cs "crimes contra a economia popu lar", e que visa, diretamente, a prote
k oito bancos e 294 outras
sociedades anônimas haviam arqui
vado estatutos na lunta Comercial do Rio de Janeiro em l'«90; cinqüenta e um bancos e 255 companhias e empresas
vindo à luz cm 1891. Assim nos do.s milésimos vira a pniça fluminense o
1
nascedouro de 89 bancos e 549 com panhias!
Quantas dcsta,s entidades terão resU-
movimento teve a venda de fundos pú' blicos, mal atingindo vinte mil contos. Entro as debêntures, tomara inacre
ditáveis proporções o vulto das transa ções realizadas com as da Companhia Geral de Estradas de Ferro. Nada me nos de 4.607.914 destes títulos foram negociados, quer os de £11,5 quer os de £ 20! Esta desenfreada especulação
corròra paralelamente à das ações do BancxD de Crédito Universal, cujas ope
tidu aos tiros mortais desferidos, a -3 rações não gozavam de grande credito, de novembro de 1891. das torres do pelo contnírio pois não passava de aneA,uU,aUn, eonbnme e,^^^ da Companhia Geral. De tal banco
apareceram em pregões da Bôlsa
S7ouc"àrnnnto
certamente. menos de 767.230 açoesl ^ E realmente os pregões da Bôlsa, cm Ao passo que sôbre os titubs dos^ dezembro deste ano, bem e oquen , velhos bancos flnminenses, üdos como
to antes da promulgação da Constitui ção, já advertiam, na Carta Econômica
ção do consumidor. Não vemos neces
documentam a agonia desta
sidade de qualquer outra providônci»
de sociedades anônimas em gran e pa
de Teresôpolis :
gãos, que outra poisa não representam
Banco do Comércio, Rural e Hipotecáno, • rnmercial. houvera mínimo movimento de transações (2.180. 1-672, e 3.591 ' ações), frenética agitaçao cercara os
do Rio de Janeiro em 1891. 'scre retrospectisla comercial do ^ Comércio, para êstc milésimo, os'
do Ensilhamento- Negociaram-se nada ' menos de 495.044 ações do Banco da'
"Rcoonliecendo que formas mono-
polísticas de fato podem contribuir para o melhor aparelhamento técni co, embora muitas vêzes se tomeni
nocivas ao equilíbrio .«>ctai, reco mendam que o E.^ítado exerça ação fiscalizadora a rim de evitar que tais
organizasoes limitem o comércio, eliijiiiiem
totalmente
a
concorrência,
elevem os preços, retardem o desen volvimento econômico e prejudiquem a segurança nacional".
e muito menos da criação de novos ór senão a tendência íntervencionista do
Estado na esfera econômica. O fato de a Constituição fazer referencia ao as
sunto, em seu artigo 148, não implica, necessariamente, em. nova legislação.
criadas para fins pouco cscrupulosos ou pelo delírio do otimismo alucinado. Enorme fora o movimento da Bôlsa
tam talvez nem a centésima par
se sentido somente servirá para' retar
transações realizadas durante o an ,
dar ainda mais o nosso desenvolvimen to econômico, contribuindo, ao mesmo
mente as vendas realizadas na i
enfraquecer o espírito de iniciativa.
República e 102.253 do Banco do Bra- ; sil, que se vira fagocltado pelo antigo
rismos que piiblicamos nao repr
No momento, qualquer movimento nes
tempo, para afugentar o capital es trangeiro, de que tanto necessitamos, e
valores de tôda segurança, como os do
ações, debêntures, etc"-
da
Bôlsa. Tão diversos e rápidos foram os desdobramentos, bônus, chama as
e
capital, redução de capital etc. duran.te o ano que, para fornecer uma ideia. mesmo aproximada, destas Operações, iiTin vnlnme.
PoUCO
■R F. U. B. E. Sintoma curioso do bomsenso de, uma época de vertigem; dos títulos dos velhos e grandes bancos tradicionais apenas se haviam negociado 10.242.
Dos bancos nascidos com o Ensi
lhamento, "os bancos da jogatina", des tacavam-se dentre outros pela fúria das transações, os de
134
Dicesto Econômico
1891
Crédito Móvel Crédito Popular Pari?: e Rio
União Ibero-Americaná
163.000 146.303 293.780
;
220.853
Nacional
130.438
Construtor
1481260
Crédito Rural
70.800
Estados Unidos do Brasil
95.^^5
Sul-Americano
66.889
Regional de Minas Bra.sil-Norte América
7q (jqj) gg 705
135
DmKSTo Econômico
1890
solidez do algumas, como a Argiis Flu
235.578
cm que o avanço da cultura cafecini to mara formidável, exagerado surto. As companhias de seguros contra fogo também se tornaram pouco interessantes
Das grandes companhias líderes do En
59.000 334.527
aos bolsistas de 1891, apesar da extrema
silhamento destacaram-se as seguintes:
150.208 26.765
299.154 203..589 6.250
.52.280
k'
minense. Pouco mais de 3.000 ações de suas onze unidades foram negociadas.
com 367.860 açõe.s negociadas
Melhoramentos no Brasil ... Itiiciadora de Melhoramentos Obra.s Hidráulicas
219.915
"
136.834 81.018 43.010 51.715
Obra.i Públicas
Locadora Imigratória Evoneas Fluniincnso
I
Do.s 82 Bancos cujos títulos se apre goavam na Bolsa do Rio de Janeiro,
venderam-se nada nienos de 3.160.662
ações, por intermédio dos corretores ofi
de 22 empresas mudaram de possuidores em 1891. Fato interessante: o desinte
resse absoluto pela po.sse de títulos de fábricas. Apenas pouco mais de cinco
ciais. Muito maior deve ter sido o vulto
mil ações de 10 companhias se negocia
de tais negócios por não haver documen
ram, 'Dos títulos de empresas de nave
tos dos realizados pela zangonagem.
gação houve maior procura; pertj de
Esta efetuava, então, colossal número de
38.000 se venderam, sendo que 37 9u
transações, como frisava o retrospcctista do Jornal do Comércio.
. Do.s títulos ferroviários lançados à
do Lóide Brasileiro, aliás fagocitudo por outra empresa, figurando entre os gran-
de.s líderes do Ensilhamento a de ORrn«
fornalha da jogatina, alcançaram a pri
Públicas do Brasil.
mazia, como era de esperar, os da Com-
Em São Paulo dera-se enorme maioração dos títulos da Companhia Paulista
pnhia Geral de Estradas de Ferro do Brasil. Dela negociaram-se 417.092 açõe.:. Seguia-se-lhe uma empresa cujos trilhos cortaVaín ou pretendiam cortar uma das menos pnídutivas zonas do país: a Víação Férrea Saptrcaí, com a
sua linha litorânea pela Gávea e a Barra da Tijuca em demanda de Itacurussá, Mangaratiba e Angra dos Reis. Nada menos de 330.903 das suas ações pas saram pelo vórtice do Ensilhamento, as sim como as 158.475 de urna Compa
de Estradas dc Ferro, que com o' valor
nominal de 200 mil réis viram-se cotado.s a conto de réis. Embora excessiva
era tal majoração muito mais explicável de quo a ocorrida no Rio de Janeiro csjm os títulos de ferrovias que cortavam zo
nas improdutivas ou desertas ou que pretendiam cHDlocar trilbo.s em terras da mais acidentada topografia. Neste caso se encontrava certa inexplicável línhá de
Petrópolis a Va.s.souras, da qual, à bôca
E convém lembrar que diversa.s de
tais omprcsa.s ainda emiriam debènturcs
em profusão, como as Obras Públicas,
dc que se venderam muitos milhares e a Evoneas. Mai.s de dois m.lhoes de de títulos dc monos de centena e meia
em 1891, entre o ápice da jogatina e a
A vibração
dos tiros do AquUlabarv fêz
deínurTcómo os castelos do c.artas da
derrocada trazida pela queda do go-
vêrno Deodoro-Lucena. mo
1891
248$ a 310$
404$ a 308$ 200$ a 150$
Bancos
Bra.sil Agrícola
33$ a,,.74$ 43$ a 62$
V*.
Brasil-Norto América Conslruto-,
Credito
^ 231$
L. p,udo
Crédito Real de Sao Paulo Crédito Estados Unidos do Brasil Lavoura o Comercio Nacional do Brasil
•
44$ 51$ a
. *"*
União de São Paulo
sapê e carrapatos, e linha até hoje por
uma zona de população tão escassa, que
se construir, até mesmo no trecho de
dela se podia dizer que se achava de
Crédito Garantido
Pati a Petrópolis pelas cumiadas dos Órgão.s. Pelo menos a Paulista tinha
Regional de Minas Portugal-Biasíl
diante de si o magnífico sertão paulista,
Crédito Popular
Mais de 1.200.000 ações ferroviárias
frontos das cotações entre os máximos e
mos.
Estreito a Chopim, que pretendia servir •
espertalhões operavam as tão faladas chimicas.
Ensilhamento,. foram então transferidos, os mínimos dos valores atribuídos aos áciais e pelos corretores, oficiais e osnumerosissiseus esta- mais afamados lindos da Bolsa canoca 1 de zangões dos-maiores
conhecemos e 46.400 de outra, a do
serta.
ções que a sabedoria popular qualificava de arapucas e no âmbito das quais os Nada mais eloqüente do que os con
cprèsas, cogumcte
pequena, se dizia destinar-se ao trans porte da produção abundante da zona:
nhia Noite-Oeste, cüjà localização não
clássica comparação, a imensa maioria
destas organizações e pseudo-organiza-
a 100$
150$ a 104$
168$ a 224$
320$ a 225$
62$. a 125$
225$ a 110$
73$ a 143$
200$ a 140$
52$ a 140$
80$ 233$ a 62$
25$ a
União Íbero-Americana Sul-Americana
•
Paris e Rio
*
80$
40$
106$ a 125$
41$ a 43$ 40$ a 81$ 118$ ã 125$
Lavoura de São Paulo
• ••.••
35$
310$ a 128$ 126$ a 20$ 90S a 20$
162$ a 71$ 158$ a 104$
205$ a 60$ 60$ a 16$
97$ a 25$ 140$ a 110$ 178$ a 72$
134
Dicesto Econômico
1891
Crédito Móvel Crédito Popular Pari?: e Rio
União Ibero-Americaná
163.000 146.303 293.780
;
220.853
Nacional
130.438
Construtor
1481260
Crédito Rural
70.800
Estados Unidos do Brasil
95.^^5
Sul-Americano
66.889
Regional de Minas Bra.sil-Norte América
7q (jqj) gg 705
135
DmKSTo Econômico
1890
solidez do algumas, como a Argiis Flu
235.578
cm que o avanço da cultura cafecini to mara formidável, exagerado surto. As companhias de seguros contra fogo também se tornaram pouco interessantes
Das grandes companhias líderes do En
59.000 334.527
aos bolsistas de 1891, apesar da extrema
silhamento destacaram-se as seguintes:
150.208 26.765
299.154 203..589 6.250
.52.280
k'
minense. Pouco mais de 3.000 ações de suas onze unidades foram negociadas.
com 367.860 açõe.s negociadas
Melhoramentos no Brasil ... Itiiciadora de Melhoramentos Obra.s Hidráulicas
219.915
"
136.834 81.018 43.010 51.715
Obra.i Públicas
Locadora Imigratória Evoneas Fluniincnso
I
Do.s 82 Bancos cujos títulos se apre goavam na Bolsa do Rio de Janeiro,
venderam-se nada nienos de 3.160.662
ações, por intermédio dos corretores ofi
de 22 empresas mudaram de possuidores em 1891. Fato interessante: o desinte
resse absoluto pela po.sse de títulos de fábricas. Apenas pouco mais de cinco
ciais. Muito maior deve ter sido o vulto
mil ações de 10 companhias se negocia
de tais negócios por não haver documen
ram, 'Dos títulos de empresas de nave
tos dos realizados pela zangonagem.
gação houve maior procura; pertj de
Esta efetuava, então, colossal número de
38.000 se venderam, sendo que 37 9u
transações, como frisava o retrospcctista do Jornal do Comércio.
. Do.s títulos ferroviários lançados à
do Lóide Brasileiro, aliás fagocitudo por outra empresa, figurando entre os gran-
de.s líderes do Ensilhamento a de ORrn«
fornalha da jogatina, alcançaram a pri
Públicas do Brasil.
mazia, como era de esperar, os da Com-
Em São Paulo dera-se enorme maioração dos títulos da Companhia Paulista
pnhia Geral de Estradas de Ferro do Brasil. Dela negociaram-se 417.092 açõe.:. Seguia-se-lhe uma empresa cujos trilhos cortaVaín ou pretendiam cortar uma das menos pnídutivas zonas do país: a Víação Férrea Saptrcaí, com a
sua linha litorânea pela Gávea e a Barra da Tijuca em demanda de Itacurussá, Mangaratiba e Angra dos Reis. Nada menos de 330.903 das suas ações pas saram pelo vórtice do Ensilhamento, as sim como as 158.475 de urna Compa
de Estradas dc Ferro, que com o' valor
nominal de 200 mil réis viram-se cotado.s a conto de réis. Embora excessiva
era tal majoração muito mais explicável de quo a ocorrida no Rio de Janeiro csjm os títulos de ferrovias que cortavam zo
nas improdutivas ou desertas ou que pretendiam cHDlocar trilbo.s em terras da mais acidentada topografia. Neste caso se encontrava certa inexplicável línhá de
Petrópolis a Va.s.souras, da qual, à bôca
E convém lembrar que diversa.s de
tais omprcsa.s ainda emiriam debènturcs
em profusão, como as Obras Públicas,
dc que se venderam muitos milhares e a Evoneas. Mai.s de dois m.lhoes de de títulos dc monos de centena e meia
em 1891, entre o ápice da jogatina e a
A vibração
dos tiros do AquUlabarv fêz
deínurTcómo os castelos do c.artas da
derrocada trazida pela queda do go-
vêrno Deodoro-Lucena. mo
1891
248$ a 310$
404$ a 308$ 200$ a 150$
Bancos
Bra.sil Agrícola
33$ a,,.74$ 43$ a 62$
V*.
Brasil-Norto América Conslruto-,
Credito
^ 231$
L. p,udo
Crédito Real de Sao Paulo Crédito Estados Unidos do Brasil Lavoura o Comercio Nacional do Brasil
•
44$ 51$ a
. *"*
União de São Paulo
sapê e carrapatos, e linha até hoje por
uma zona de população tão escassa, que
se construir, até mesmo no trecho de
dela se podia dizer que se achava de
Crédito Garantido
Pati a Petrópolis pelas cumiadas dos Órgão.s. Pelo menos a Paulista tinha
Regional de Minas Portugal-Biasíl
diante de si o magnífico sertão paulista,
Crédito Popular
Mais de 1.200.000 ações ferroviárias
frontos das cotações entre os máximos e
mos.
Estreito a Chopim, que pretendia servir •
espertalhões operavam as tão faladas chimicas.
Ensilhamento,. foram então transferidos, os mínimos dos valores atribuídos aos áciais e pelos corretores, oficiais e osnumerosissiseus esta- mais afamados lindos da Bolsa canoca 1 de zangões dos-maiores
conhecemos e 46.400 de outra, a do
serta.
ções que a sabedoria popular qualificava de arapucas e no âmbito das quais os Nada mais eloqüente do que os con
cprèsas, cogumcte
pequena, se dizia destinar-se ao trans porte da produção abundante da zona:
nhia Noite-Oeste, cüjà localização não
clássica comparação, a imensa maioria
destas organizações e pseudo-organiza-
a 100$
150$ a 104$
168$ a 224$
320$ a 225$
62$. a 125$
225$ a 110$
73$ a 143$
200$ a 140$
52$ a 140$
80$ 233$ a 62$
25$ a
União Íbero-Americana Sul-Americana
•
Paris e Rio
*
80$
40$
106$ a 125$
41$ a 43$ 40$ a 81$ 118$ ã 125$
Lavoura de São Paulo
• ••.••
35$
310$ a 128$ 126$ a 20$ 90S a 20$
162$ a 71$ 158$ a 104$
205$ a 60$ 60$ a 16$
97$ a 25$ 140$ a 110$ 178$ a 72$
Dicksto Econômico
130
Convém recordar que muitos dos estabelecímentos, cujos papéis andavam
e quantos não teriam as cotações dos títulos reduzidas a uma situação de
em pregão no ano de 1890, já haviam
rastosl
■encerrado a efêmera existência em 1891. E muitos dos que apareciam nas listas das b-ansações, ne.ste milésimo, estavam em situação a mais precaría em fins de
xDq algumas companhias, cnipresas e qnejandas .sociedades anônimas Hdedo Ensilhameiito, c também interessante fazer-se um quadro dos avatares
sÇuantos não desapareceriam em 1892
do rolar no despenhadciro do descrédito.
Melhoramentos no Brasil Obras Públicas Empreiteira
Evoncas FJuminen.se Iniciadora de Melhoramentos . .. . Lavoura e Colonização Metropolitana Metropolitana Paulista Nacional de Construções . .. ... . Nova Era Rural Obras Hidráulicas Obras Públicas Promotora de Indústrias
1891
160$000 a 300$000 55§0ü0 a 84$000 — —
750$0{)0 a 40.$5(K) 3Ô{)$0()Ü a 40$ü00 2305000 a 805000
a
60$000 — — — — 505000 37$000 205000 62$000
a a a a
—
Territorial, Construtora Minas de S. Jerônimo
—
405000 a 1005000 a 1755000
E. de F. Sapc.iM Estreito a Chopim Petrópolis a Vassouras Norte de S. Paulo Teresópoli.s • Lóide Brasileiro E. de F. Leopoldina
1605000 "7 445000 375000 55^000 1725000 57$000
E. de F. Norte-Oeste
-
a a a a a a
1805000 -i jOSOOO 495000 635000 2455000 1555000 "
74S()0() 10()Ç(KJ() 30üS()()() 2705000 1105000 8-lS()00 655000 65$()00 1405000
a a a a a a a a a
20o5Ü00 a
7$üOU 205000 805000 18.5000 395000 155000 155000 85000 35.50()o d3500()
405000
Ig^SOO a 1105000 /«cQnnn ^5000 ' 105000 34S000 a rsooo 655000 a I55000
2705000 ai 80$000 635000 a ' 43$000
Caracterizando o que havia sido o ano de 1891, escreveu Antonio Pereira
"O espetáculo de tantos milagres de fortuna operado.s na Bídsa e patenteai
1
1 i 1 c do Jor Tntlongos anos 1*foi• o r^dator-chefe ml do Comercio I . ^
cstticionnocis no líirgo clc Suo Froncísco
"Todos jogaram: o negociante, o mé-
q q bairro do Catete, produziu o mais
Leitão, provecto jornalista, que durante
dioü, o jurisconsulto, o funcionário publíco, o corretor, o zangão, com pouco pecúlio próprio, com muito pecúlio
ao
137 ^
ções, viu-sc, de improviso, arvorado em
lação dos prazeres, estimulando as am-
•dirctor de altas finanças. "Cada cidadão descurou de seu ofí-
bições desmedidas de riquezas, sem atenção aos processos para atíngir aos
cio -para j<Jgar e a praça do Kio de Ja-
fins, foram poderoso e lamentável ins-
neiro metamorlo.seovi-sx*, num abrir e fechar de olhos, em um cassino dc Monte
trumento dc corrupção de costumes, ponto de %asta material, elas ira-
Carlo, üoin a diferença, porém, de ha-
portaram em desvalorização do instru-
ver em Mônaco um .só príncipe e muito
mento das trocas e. portanto em pertur-
regime no Cassino e aqui serem mui-
bação e danos para o Estado e para
tos os príncipes e abundarem as falca-
1890
45Ç000 — — — — 415000 27$000 135000 445000
Dicesto Econômico
carruagens
^ milionários de deslizando pela rua do Lavradio
assombroso efeito da contaminação do delírio das grandezas. "Cada cidadão foi um incorporador e
tôdas as classes sociais. "A depravação refletiu logo na taxa • No dizer de Verediano de Carvalho . g,-,mbio internacional e o decUnio foram estas palavras, impressas no api-
de Lorde King e
•ce do Ensilhameiito, em princípios de
^
medida de des-
1891, a primeira voz estigmatizadora
valorização de nosso meio circulante".
do tresvario que na im, .inflacíonista, r
, t j • j roli O cambio sobre Londres \aera de
prensa brasileira se fez ouvir.
, o-jao/ir .> iiríi/oi
Sintetizando os desastres do Ensilha- dão, em dois anos de 27d^l6 a lldl/21 mento, escreveu 1»Antonio Carlos de "xTrt An- EniiArealmente nada mais Mntastador do ^ • •«. n confronto de taxas cambiais dos
ri rnrla • oracia
irrespondíveis uic 1
conceitos; ^
No
ponto de vista moral, as emissões, des-
pertando e animando o luxo e a osten-
que o dn comrumu u j ti, mpcp-s nnarto trimestre no triemo de .7
meses ao qua
1889 a 1891.
Meses ^ t Outubro
1391 I4d 1/2
1890 22d 15/16 ^
1889 27d 7/16 9/16 27d
Sezcmtro ! : ! !! i! !! i! i i! i :
12d
21d 7/8
25d 13/16
Q rreço do soberano atingira cotações, àquele tempo, estarrecedoras, jamaia ^
verificadas nos fastos financeiros do país. Meses 1891
16$440
1890 10$460
ISSO 8$TOO
■ 205000
^105970
9$290
n„tubro
2"vembro
gSbro
19Í200
10$370
8p0
Naqueles anos em que imperava ver.dadeira mística cambial," em que as vi-
entre as nações que não tinham fínanças avariadas. Assim, o descalabro fí- '
uão havia argumento mais grave a se
mos quanto era então comum ouvir-se
^inbança.s de paridade entre o mil réis .0 27 dinhciros constilaiíam real tabu, irrogar à incapacidade dos ministros'da
nanoeiro do país afligia profundametite o espírito público. E bem nos lembra-
Fazenda do que êste confronto das ta-
do Curupaití presenciara o Brasil tal
xas do mercado de moedas. Existia en-
mergulho cambial!
tiiimcnto do jogo.
larnps das r^-^ndes
uma bodega, nas mais limitadas propor-
tão magnífica harmonia entre as oscimoedas universais
t
observar que nem nos dias do desastre
alheio, com as diferenças do ágio e quadiretor de banco e companhias. Quem se todos com a caução do próprio ins- , ontem não tinha capacidade para dirigir
,
^
^
Falavam os saudosistas de que mesmt. nr.r r.rasião dáste terrível revA^
..
Dicksto Econômico
130
Convém recordar que muitos dos estabelecímentos, cujos papéis andavam
e quantos não teriam as cotações dos títulos reduzidas a uma situação de
em pregão no ano de 1890, já haviam
rastosl
■encerrado a efêmera existência em 1891. E muitos dos que apareciam nas listas das b-ansações, ne.ste milésimo, estavam em situação a mais precaría em fins de
xDq algumas companhias, cnipresas e qnejandas .sociedades anônimas Hdedo Ensilhameiito, c também interessante fazer-se um quadro dos avatares
sÇuantos não desapareceriam em 1892
do rolar no despenhadciro do descrédito.
Melhoramentos no Brasil Obras Públicas Empreiteira
Evoncas FJuminen.se Iniciadora de Melhoramentos . .. . Lavoura e Colonização Metropolitana Metropolitana Paulista Nacional de Construções . .. ... . Nova Era Rural Obras Hidráulicas Obras Públicas Promotora de Indústrias
1891
160$000 a 300$000 55§0ü0 a 84$000 — —
750$0{)0 a 40.$5(K) 3Ô{)$0()Ü a 40$ü00 2305000 a 805000
a
60$000 — — — — 505000 37$000 205000 62$000
a a a a
—
Territorial, Construtora Minas de S. Jerônimo
—
405000 a 1005000 a 1755000
E. de F. Sapc.iM Estreito a Chopim Petrópolis a Vassouras Norte de S. Paulo Teresópoli.s • Lóide Brasileiro E. de F. Leopoldina
1605000 "7 445000 375000 55^000 1725000 57$000
E. de F. Norte-Oeste
-
a a a a a a
1805000 -i jOSOOO 495000 635000 2455000 1555000 "
74S()0() 10()Ç(KJ() 30üS()()() 2705000 1105000 8-lS()00 655000 65$()00 1405000
a a a a a a a a a
20o5Ü00 a
7$üOU 205000 805000 18.5000 395000 155000 155000 85000 35.50()o d3500()
405000
Ig^SOO a 1105000 /«cQnnn ^5000 ' 105000 34S000 a rsooo 655000 a I55000
2705000 ai 80$000 635000 a ' 43$000
Caracterizando o que havia sido o ano de 1891, escreveu Antonio Pereira
"O espetáculo de tantos milagres de fortuna operado.s na Bídsa e patenteai
1
1 i 1 c do Jor Tntlongos anos 1*foi• o r^dator-chefe ml do Comercio I . ^
cstticionnocis no líirgo clc Suo Froncísco
"Todos jogaram: o negociante, o mé-
q q bairro do Catete, produziu o mais
Leitão, provecto jornalista, que durante
dioü, o jurisconsulto, o funcionário publíco, o corretor, o zangão, com pouco pecúlio próprio, com muito pecúlio
ao
137 ^
ções, viu-sc, de improviso, arvorado em
lação dos prazeres, estimulando as am-
•dirctor de altas finanças. "Cada cidadão descurou de seu ofí-
bições desmedidas de riquezas, sem atenção aos processos para atíngir aos
cio -para j<Jgar e a praça do Kio de Ja-
fins, foram poderoso e lamentável ins-
neiro metamorlo.seovi-sx*, num abrir e fechar de olhos, em um cassino dc Monte
trumento dc corrupção de costumes, ponto de %asta material, elas ira-
Carlo, üoin a diferença, porém, de ha-
portaram em desvalorização do instru-
ver em Mônaco um .só príncipe e muito
mento das trocas e. portanto em pertur-
regime no Cassino e aqui serem mui-
bação e danos para o Estado e para
tos os príncipes e abundarem as falca-
1890
45Ç000 — — — — 415000 27$000 135000 445000
Dicesto Econômico
carruagens
^ milionários de deslizando pela rua do Lavradio
assombroso efeito da contaminação do delírio das grandezas. "Cada cidadão foi um incorporador e
tôdas as classes sociais. "A depravação refletiu logo na taxa • No dizer de Verediano de Carvalho . g,-,mbio internacional e o decUnio foram estas palavras, impressas no api-
de Lorde King e
•ce do Ensilhameiito, em princípios de
^
medida de des-
1891, a primeira voz estigmatizadora
valorização de nosso meio circulante".
do tresvario que na im, .inflacíonista, r
, t j • j roli O cambio sobre Londres \aera de
prensa brasileira se fez ouvir.
, o-jao/ir .> iiríi/oi
Sintetizando os desastres do Ensilha- dão, em dois anos de 27d^l6 a lldl/21 mento, escreveu 1»Antonio Carlos de "xTrt An- EniiArealmente nada mais Mntastador do ^ • •«. n confronto de taxas cambiais dos
ri rnrla • oracia
irrespondíveis uic 1
conceitos; ^
No
ponto de vista moral, as emissões, des-
pertando e animando o luxo e a osten-
que o dn comrumu u j ti, mpcp-s nnarto trimestre no triemo de .7
meses ao qua
1889 a 1891.
Meses ^ t Outubro
1391 I4d 1/2
1890 22d 15/16 ^
1889 27d 7/16 9/16 27d
Sezcmtro ! : ! !! i! !! i! i i! i :
12d
21d 7/8
25d 13/16
Q rreço do soberano atingira cotações, àquele tempo, estarrecedoras, jamaia ^
verificadas nos fastos financeiros do país. Meses 1891
16$440
1890 10$460
ISSO 8$TOO
■ 205000
^105970
9$290
n„tubro
2"vembro
gSbro
19Í200
10$370
8p0
Naqueles anos em que imperava ver.dadeira mística cambial," em que as vi-
entre as nações que não tinham fínanças avariadas. Assim, o descalabro fí- '
uão havia argumento mais grave a se
mos quanto era então comum ouvir-se
^inbança.s de paridade entre o mil réis .0 27 dinhciros constilaiíam real tabu, irrogar à incapacidade dos ministros'da
nanoeiro do país afligia profundametite o espírito público. E bem nos lembra-
Fazenda do que êste confronto das ta-
do Curupaití presenciara o Brasil tal
xas do mercado de moedas. Existia en-
mergulho cambial!
tiiimcnto do jogo.
larnps das r^-^ndes
uma bodega, nas mais limitadas propor-
tão magnífica harmonia entre as oscimoedas universais
t
observar que nem nos dias do desastre
alheio, com as diferenças do ágio e quadiretor de banco e companhias. Quem se todos com a caução do próprio ins- , ontem não tinha capacidade para dirigir
,
^
^
Falavam os saudosistas de que mesmt. nr.r r.rasião dáste terrível revA^
..
138
DifíESTO Econômico
nossas armas, na luta contra a tirania
re.spcito de tais alegações. Permanecia o
lopezca, viera a taxa abaixo de 14 di-
temor de que o governo brasileiro não
nheirns. -
pusesse "um cravo à engrtMiagcm das
E só por horas, lembruva-se! Reagi ra logo o mil réis ! Certo é que o Marechal Floríano Pei
máquinas fabricadoras de tado".
xoto encontrou muito penosa sucessão,
jeto em terceira
provocada sobretudo pela situação fi nanceira. Bastava a bai.xa cambial pa ra trazer grande desequilíbrio ao orçaniento da República, por exigir reforço na remessa de fundos para Londres
a fim de se atender ao serviço da dívida externa e refôrço equivalente a um au mento de cem por cento. O golpe de Estado de 3 de novem
bro viera interromper a discussão da lei do orçamento no Congresso Nacional. Por grande maioria aprovara a Câmara, a 19 de outubro, um dispositivo limitan do as emissões do Banco da República e rejeitando o dispositivo que facultava aos bancos regionais completar as suas. Acaloradíssimos haviam sido os debate.s
suscitados pelos trâmites do projeto, que
papel pin
A 3 de novembro, achava-.se o pro discussão no Senado tendo dado já ensejo a que Rui Barbosa pronunciasse célebre cliscur.so, defenden do o seu programa e atuação conio Mi nistro da Fazenda.
Desta notável peça oratória diz An tônio Carlos de Andrada : "Sen mérito no tocante a eloqüência, ao primor da forma, à fòrça, a habilidade de dialéti ca c aos extraordinários recursos de
grande orador é excepcional. Mas quan to à es.sência da questão monetária te ria de ser mais tarde vantajosamente
destruída, não só pelas orações que no cunso dos debates, lhe seriam opostas
como, sobretudo, pela fòrça dos fatos' sponsabilio.,u. ..-eauí porérn, não "A responsabilidade recaía nnr^r« só sôbre o Primeiro-Minislro da Fazen
da da República, como também, è em
sendo então remetido ao Senado.
grande parte, sôbre os que, ainda na presidência do Marechal Deodoro da
Esta atitude da segunda casa do Con gresso, afirma o retrospectista do Jornal
Fonseca, a ele imediatamente haviam sucedido na direção do Ministério das
do Comércio para 1891, impressionara bem a opinião pública sensata, merecen do vivos aplausos da maior parte da im
Finança.s".
riano Peixoto em convocar o Parlamen
prensa carioca.
to. A 18 de dezembro reuniram-se as
a 28 de outubro recebera redação final
Apenas empossado, apressou-se Flo-
Refletira favoravelmente "no Exterior,
Câmaras sendo então lida a mensagem
a ponto de provocar melhoria de' câm bio que no decorrer de outubro subira do 13 a 15 5/8 d. O Barão de Lucena, havia pouco, telegrafara à Casa Rothschild, descreven do de modo otimista a situação política 6 financeira do país, mas o corre.spon-
do recém-empossado Vice-Presidente da
suas maiores preocupações. Povos novos
dente do Jornal do Comércio, em Lon
o onerados de dívidas nunca poderiam
dres, logo depois, afirmava que na ca, pitai inglesa havia muito ceticismo a
República.
Afirmou que a administração da Fa zenda Pública, com a mais severa eco
nomia e a melhor fiscalização no empre go das rendas do Estado, seria uma de ser felizes e nada aumentava tanto os compromissos dos Estados quanto as
Dicesto Econômico
13&
despesas desproporcionadas ao vulto dos recursos económico.s da Nação, às fôr-
Era de crer que a grande safra anun ciada para 1892 ainda não atuaria para
ças vivas do trabalho, das indústrias e
a elevação da taxa cambial.
do comércio. Dai nascia o desequilíbrio dos orçamentos, o mal-estar social e por fim a miséria. Esperava que fiscaliza da e economizada a fazenda pública, mantida a ordem no país, a paz com as nações estrangeiras, animado o trabalho
agrícola e industrial, reorganizado o re gime bancário, que tanto .se descon
O câmbio, dizia o Marechal Floriano,
caíra gnidativamente, por forma tão pertina? e caprichosa, que todas as provi dências administrativas haviam falhado
em suas diversas aplicações.
Prosseguia a tendência à baixa. E' que a alta finança mundial andava sob a iijiprcssão dos quase dois anos de in-
trolara, ocorreria seguramente, graças
sânia financeira assoladora e pouco con
aos abundantes recur.sos do solo, a valo
fiante em que o país entrasse nos bons
rização progressi\'u do meio circulante, agora depreciado para as pernnitas in
rumos de uma política sadia.
ternacionais. Assini .se fortificaria o cré dito do Brasil no Interior e no Exterior.
O seu antecessor
enviara ao Parla
Mostrou-se o Vice-Presidente dotado' de certa dose de otimismo. Podia a si
tuação do Tesouro tornar-se favorável,
cm prazo não afastado, por meio da
mento uma mensagem propondo-se de monstrar as causas da crise perturbado
compressão de despesas. Daí fatalmen
ra do movimento comercial e industrial
do crédito nacional no Exterior.
do país e, ao mesmo tempo, estudar as
As primeiras medidas tomadas pelo novo governo ha^^am causado a melhor impressão. Entre elas a que confiara a pasta da Fazenda ao Conselheiro Ro
condições econômicas e financeiras en
tão dominantes, expendendo idéias de onde decorrera a proposta de medidas capazes de remover os graxe.s embaracos que afligiam as clu.sse.s produtoras. As dificul<^^^®® apontadas pelo Marc hai Deodoro, em setembro de 1891.
^ invcí» de se atalharem, agravado.
fio
haviam-se
Entretanto, a situação econômica era satisfatória. Houvera' considerável su perávit de e.xportação sôbre a importa ção, dando um saldo-papel de 95.140 contos que a baixa cambial viera porém reduzir notavelmente quando avaliado em ouro.
te decorreria a alta cambial e a elevação
drigues Alves. Antes. é.ste estadista servira interina
mente o Ministro da Agricultura, Dr. Antão Gonçalves de Faria, que se apres sara em sustar a ordem do Barão de Lu
cena, para que os saldos do Tesouro Nacional fossem depositados no Banco de Crédito Universal.
Era este, como
dissemos, uma sucursal da Companhia Geral de Estradas de Ferro e a gíria bolsista carioca o alcunhara a Padaria
porque dele se viam em número incon tável, as "fornadas", das debêntures de
Ao café devia-se este saldo, pois con correra com 67,7 % da exportação na
í 11,5 6 £ 20 de tal emprêsa.
cional em 1890. Entretanto, apesar da alta em 1891 do valor papel da saca, do 37$168 para 52$888, baixara o sen
ra fraudulenta e escandalosamente ina-
preço-ouro de £ 3,49 para £ 3,26.
do.
Boquejava-se, aliás, que a emissão fô-
jorada quanto à segunda série, sobretu Como resultado de tal boato de-
138
DifíESTO Econômico
nossas armas, na luta contra a tirania
re.spcito de tais alegações. Permanecia o
lopezca, viera a taxa abaixo de 14 di-
temor de que o governo brasileiro não
nheirns. -
pusesse "um cravo à engrtMiagcm das
E só por horas, lembruva-se! Reagi ra logo o mil réis ! Certo é que o Marechal Floríano Pei
máquinas fabricadoras de tado".
xoto encontrou muito penosa sucessão,
jeto em terceira
provocada sobretudo pela situação fi nanceira. Bastava a bai.xa cambial pa ra trazer grande desequilíbrio ao orçaniento da República, por exigir reforço na remessa de fundos para Londres
a fim de se atender ao serviço da dívida externa e refôrço equivalente a um au mento de cem por cento. O golpe de Estado de 3 de novem
bro viera interromper a discussão da lei do orçamento no Congresso Nacional. Por grande maioria aprovara a Câmara, a 19 de outubro, um dispositivo limitan do as emissões do Banco da República e rejeitando o dispositivo que facultava aos bancos regionais completar as suas. Acaloradíssimos haviam sido os debate.s
suscitados pelos trâmites do projeto, que
papel pin
A 3 de novembro, achava-.se o pro discussão no Senado tendo dado já ensejo a que Rui Barbosa pronunciasse célebre cliscur.so, defenden do o seu programa e atuação conio Mi nistro da Fazenda.
Desta notável peça oratória diz An tônio Carlos de Andrada : "Sen mérito no tocante a eloqüência, ao primor da forma, à fòrça, a habilidade de dialéti ca c aos extraordinários recursos de
grande orador é excepcional. Mas quan to à es.sência da questão monetária te ria de ser mais tarde vantajosamente
destruída, não só pelas orações que no cunso dos debates, lhe seriam opostas
como, sobretudo, pela fòrça dos fatos' sponsabilio.,u. ..-eauí porérn, não "A responsabilidade recaía nnr^r« só sôbre o Primeiro-Minislro da Fazen
da da República, como também, è em
sendo então remetido ao Senado.
grande parte, sôbre os que, ainda na presidência do Marechal Deodoro da
Esta atitude da segunda casa do Con gresso, afirma o retrospectista do Jornal
Fonseca, a ele imediatamente haviam sucedido na direção do Ministério das
do Comércio para 1891, impressionara bem a opinião pública sensata, merecen do vivos aplausos da maior parte da im
Finança.s".
riano Peixoto em convocar o Parlamen
prensa carioca.
to. A 18 de dezembro reuniram-se as
a 28 de outubro recebera redação final
Apenas empossado, apressou-se Flo-
Refletira favoravelmente "no Exterior,
Câmaras sendo então lida a mensagem
a ponto de provocar melhoria de' câm bio que no decorrer de outubro subira do 13 a 15 5/8 d. O Barão de Lucena, havia pouco, telegrafara à Casa Rothschild, descreven do de modo otimista a situação política 6 financeira do país, mas o corre.spon-
do recém-empossado Vice-Presidente da
suas maiores preocupações. Povos novos
dente do Jornal do Comércio, em Lon
o onerados de dívidas nunca poderiam
dres, logo depois, afirmava que na ca, pitai inglesa havia muito ceticismo a
República.
Afirmou que a administração da Fa zenda Pública, com a mais severa eco
nomia e a melhor fiscalização no empre go das rendas do Estado, seria uma de ser felizes e nada aumentava tanto os compromissos dos Estados quanto as
Dicesto Econômico
13&
despesas desproporcionadas ao vulto dos recursos económico.s da Nação, às fôr-
Era de crer que a grande safra anun ciada para 1892 ainda não atuaria para
ças vivas do trabalho, das indústrias e
a elevação da taxa cambial.
do comércio. Dai nascia o desequilíbrio dos orçamentos, o mal-estar social e por fim a miséria. Esperava que fiscaliza da e economizada a fazenda pública, mantida a ordem no país, a paz com as nações estrangeiras, animado o trabalho
agrícola e industrial, reorganizado o re gime bancário, que tanto .se descon
O câmbio, dizia o Marechal Floriano,
caíra gnidativamente, por forma tão pertina? e caprichosa, que todas as provi dências administrativas haviam falhado
em suas diversas aplicações.
Prosseguia a tendência à baixa. E' que a alta finança mundial andava sob a iijiprcssão dos quase dois anos de in-
trolara, ocorreria seguramente, graças
sânia financeira assoladora e pouco con
aos abundantes recur.sos do solo, a valo
fiante em que o país entrasse nos bons
rização progressi\'u do meio circulante, agora depreciado para as pernnitas in
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O seu antecessor
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cm prazo não afastado, por meio da
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tão dominantes, expendendo idéias de onde decorrera a proposta de medidas capazes de remover os graxe.s embaracos que afligiam as clu.sse.s produtoras. As dificul<^^^®® apontadas pelo Marc hai Deodoro, em setembro de 1891.
^ invcí» de se atalharem, agravado.
fio
haviam-se
Entretanto, a situação econômica era satisfatória. Houvera' considerável su perávit de e.xportação sôbre a importa ção, dando um saldo-papel de 95.140 contos que a baixa cambial viera porém reduzir notavelmente quando avaliado em ouro.
te decorreria a alta cambial e a elevação
drigues Alves. Antes. é.ste estadista servira interina
mente o Ministro da Agricultura, Dr. Antão Gonçalves de Faria, que se apres sara em sustar a ordem do Barão de Lu
cena, para que os saldos do Tesouro Nacional fossem depositados no Banco de Crédito Universal.
Era este, como
dissemos, uma sucursal da Companhia Geral de Estradas de Ferro e a gíria bolsista carioca o alcunhara a Padaria
porque dele se viam em número incon tável, as "fornadas", das debêntures de
Ao café devia-se este saldo, pois con correra com 67,7 % da exportação na
í 11,5 6 £ 20 de tal emprêsa.
cional em 1890. Entretanto, apesar da alta em 1891 do valor papel da saca, do 37$168 para 52$888, baixara o sen
ra fraudulenta e escandalosamente ina-
preço-ouro de £ 3,49 para £ 3,26.
do.
Boquejava-se, aliás, que a emissão fô-
jorada quanto à segunda série, sobretu Como resultado de tal boato de-
HO
correra fragorosa baixa nas cotações de ambos os títulos, os dé £ 11,5 que eram
preferenciais, rolaram de 110$000 a 20$000; os de í 20 de I50$000 a 3$000!
E 1892 presenciaria maior baixa ain da, como oportunamente veremos. As-
nómico
sim, a medida tomada por jg Faria viera salvar o Erário nacional de não pcrjucno prejuízo e causara ótima impressão na opinião pública sensata e cansada de tamanha desordem finao ceira.
tíiniiirmif
t/o Wiiriro <to lirusil. "o liio dc Jancir . ^
ivo BAXCO DO BRASIL r> em numerosas orsanizarões bancárias Cf
as IWáquinas Burroughs
facilitam o trabalho e .st«ip/(/7cnm « contahiUdaile'. y.r,TLCos nas repartições, nos f;randcs
NOS comerciais ^ industriais, onde esctltóUos dos problemas
^ ^'nnfabilidade. tornam-se indispensáveis "^^/uínL comerciais especializadas. _
""4 o Govêrno, o comércio e a lndu=.a resolver os seus problemas de ccnmfdade é tarefa da Burrou^hs: acon-
tf'.-, f ^ '«
com experiência, o sistema de
?ràbãmo QUe maiscon.ém a de.e.m.n.do
serviço; fornecendo as máquinas que faraó êsse serviço mais eficientemente: dispon do dum serviço mecânico eficiente para manter as suas máquinas em perfeito fun cionamento permanentemente: dispondo
sempre de completo estoque de peças sobressalentes... concorrendo, finalmente,
para o progresso e expansão do comércio c da indústria e para o bom funciona mento dos serviços públicos.
i-f A bxjrroughs do brasil, i\c , ,
andar — Tt-U.: 23-1690
'safZa:- l:::^õíau.andd. Sl.so,.re,aJa
23-269S?
TrU. 6..990 6-69
AGENTES EM:
^
n Horíaontc - Catnpoe - Sanloa - ll«\.rú - P. Alpgrc - Pelota»'
Recife - Salvador - Manau.- B.
. c„rilibu
ONDE HÁ NEGÓCIOS HÁ MÁQUINAS f,f
••
Burroughs
Máquinas do somar, calcular, de contabilidade e de estatística ■ Caixa» repistradoras • Servido de Manutenção - j4cejSÚrio«;
HO
correra fragorosa baixa nas cotações de ambos os títulos, os dé £ 11,5 que eram
preferenciais, rolaram de 110$000 a 20$000; os de í 20 de I50$000 a 3$000!
E 1892 presenciaria maior baixa ain da, como oportunamente veremos. As-
nómico
sim, a medida tomada por jg Faria viera salvar o Erário nacional de não pcrjucno prejuízo e causara ótima impressão na opinião pública sensata e cansada de tamanha desordem finao ceira.
tíiniiirmif
t/o Wiiriro <to lirusil. "o liio dc Jancir . ^
ivo BAXCO DO BRASIL r> em numerosas orsanizarões bancárias Cf
as IWáquinas Burroughs
facilitam o trabalho e .st«ip/(/7cnm « contahiUdaile'. y.r,TLCos nas repartições, nos f;randcs
NOS comerciais ^ industriais, onde esctltóUos dos problemas
^ ^'nnfabilidade. tornam-se indispensáveis "^^/uínL comerciais especializadas. _
""4 o Govêrno, o comércio e a lndu=.a resolver os seus problemas de ccnmfdade é tarefa da Burrou^hs: acon-
tf'.-, f ^ '«
com experiência, o sistema de
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sempre de completo estoque de peças sobressalentes... concorrendo, finalmente,
para o progresso e expansão do comércio c da indústria e para o bom funciona mento dos serviços públicos.
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nr
Ã
ACUCAR
SEGUROS:
Píratíninga
—
ÁLCOOL
Incêndio — Transportes Terrestres e
Companhia Nacional de Se guros Gerais e Acidentes do
Marítimos — Acidentes do Trabalho —
Trabalho.
Acidentes Pessoais — Responsabilidade Civil e Fidelidade.
VA
CAPITAL E RESERVAS;
TELEFONES:
CrS 16.922.006,70
CCMPANHIA
UXINA
U N U N GA SOCIEDADE ANÔNIMA
Diretoria - Gerência - Contabilidade
4-7B57
Seguros de Incêndio
4-7855
Seguros de Ac. do Trabalho — Pes soais — Responsabilidade Civil i Fidelidade
Sede:
Seguro de Transportes e Caixa ....
R. Xavier de Toledo, 14 SÃO PAULO
Ambulatório e Serviço Medico Departamento Legal
4-2542
Escritório Central: R. DR. FALCÃO FILHO, 56 lO.o andar — salas 1053/5/61
4-7856
End. Telegr.: "SOHRAB"
4-1546
Telefone: 2-7288 SÃO PAULO
4-7856
Usina:
End. Telegr.: "USINA"
Estação Vassununga - C. P. (Estado de São Paulo)
DARIO DE ALMEIDA MAGALHÃES VÍTOR NUNES LEAL ADVOGADOS
J. FLORIANO DE TOLEDO CORRETOR DE IMÓVEIS RUA SÃO BENTO, 45 - 5.o ANDAR - SALAS 512-3-4 I'
'•
TELEFONES: 2-1421
Rua Senador Dantas, 20 — 15.o andar — salas 1507/9 RIO DE JANEIRO
E
2-7380
—
SÃO
PAULO
nr
Ã
ACUCAR
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Companhia Nacional de Se guros Gerais e Acidentes do
Marítimos — Acidentes do Trabalho —
Trabalho.
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Diretoria - Gerência - Contabilidade
4-7B57
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Seguros de Ac. do Trabalho — Pes soais — Responsabilidade Civil i Fidelidade
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Seguro de Transportes e Caixa ....
R. Xavier de Toledo, 14 SÃO PAULO
Ambulatório e Serviço Medico Departamento Legal
4-2542
Escritório Central: R. DR. FALCÃO FILHO, 56 lO.o andar — salas 1053/5/61
4-7856
End. Telegr.: "SOHRAB"
4-1546
Telefone: 2-7288 SÃO PAULO
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Estação Vassununga - C. P. (Estado de São Paulo)
DARIO DE ALMEIDA MAGALHÃES VÍTOR NUNES LEAL ADVOGADOS
J. FLORIANO DE TOLEDO CORRETOR DE IMÓVEIS RUA SÃO BENTO, 45 - 5.o ANDAR - SALAS 512-3-4 I'
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TELEFONES: 2-1421
Rua Senador Dantas, 20 — 15.o andar — salas 1507/9 RIO DE JANEIRO
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SÃO
PAULO
PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR
q
T IGESTO
DIGESTO
ECONOMICO
ECONOMICO
SOB OS BUSPÍCIOS 00 ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Preciso nos informações, sóbrio e- ohfetivo noí comentários, cômodo e elefante íuj apresenta
ção, o Digesto Econômico, dando aos setis
leitores um panorartw mensal do inundo dos negócios, circula numa classe de alto poder aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essàs
S U M ií R 1 o O ^as!l cria uma frola de nolroleiros — Richard Lewinsolui Rochas basálllcas, como falor dc riqueza — S. Fróos de Abreu A economia baiana — Miguel Calmon
l?-""^/
Havera nova supep-produção de algodão? — J. Garibaldi Dantas
23''.*
Conceito do conjuntura econômica — Roberto Pinto de Sousa
30// ,
NÓMico são lidos, iuvariàvehnente, por um pro
Algumas diretrizes necessárias à industrialização no após-guerra — Aldo Mário de Azevedo
// 3Sy
vável comprador.
As areias monazíllcas — Horócio Lafer Causas e conseqüências da fuga para o litoral — Bezerra de Freitas
razões, os anúncios inseridos no Diciísto EcO'
Os bens dos súditos do eixo — Raul Fernandes
•
Esta revista é puhlicfula mensalmente pela Edi-
Perfil de um publicista — Antonio Gontijo de Carvalho
tôra Comercial Lida., sob os auspícios da Asso ciação Comercial de São Paulo e da Federação
Produtos brasileiros no mercado internacional — Cera de Carnaúba —
do Comércio do Estado de São Paulo.
ll"y ^
O plano qüinqüenal argentino — Geraldo O. Banaskiwitz Keynes e a economia moderna — Djacir Menezes
Dorival Teixeira Vieira
58 V 71 / y,
82x / /
88"^ 95-7
A ab:íUção e a estruturo econômica do Brasil — Nelson Werneck Sodré
loo '
Rui e a abolição — Américo Jacobina Lacombe Rui Barbosa, ministro da Fazenda — Cândido Mota Filho
105^/ 12o/
História das idéias políticas — O movimento emancipador —
>
Otávio Tarquínio de Sousa 123/^
A pecuária — Pimentel Gomes Túmulo aberto de gente viva — Barres Ferreira
EDITORA
COMERCIAL
LIMITADA
HUA BOA VISTA, 51. 9.0 ANDAB - TEL. 3-1112 - RAMAL 19 - SAO PAULO I
N.o 65 — ABRIL DE 1950 — ANO VI À*.
130' 135.