PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR NO
DICESTO
nOMico Preciso nas informações, sóbrio e- objetivo noy comentários, cômodo e elegante na apresenta
ção, o Dicesto Econóauco, dando aos setts
leitores um panorama mensal do mundo dos
negócios, circula numa classe de alto poder
sumario o Brasil cria uma frota de petroleiros — Richard Lewinsohn
aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essas
Rochas baaállicas, como fator dc riqueza — S. Fróes de Abreu A economia baiana — Miguel Calmon Haverá nova super-produçao de algodão? — J. Garibaldi Dantas
razões, os anúncios inseridos no Dicesto Eco-
Alqumas diretrizes necessárias à industrialização no após-guerra —
!!'!!!!!!!!!
li-^ • 17-^ 23>V
Conceito do conjuntura econômica — Roberto Pinto de Sousa
30// ■
NÓMico são lidos, invariàvelmeníe, por um pro. vável comprador.
^ . Os bens dos súditos do eixo — Raul Fernandes
OBV
Esta revista é publicada mensalmente pela Editôra Comercial Lida., sob os ausjncios da Asso
Perfil de um publicista — Antonio Gontijo de Carvalho
Itr
O plano qüinqüenal argentino — Geraldo O. Banaskiwitz
82//
//-
Aldo Mário de Azevedo
As areias monaziticas — Horácio Lafor Causas e conseqüências da fuga para o litoral — Bezerra de Freitas
^
Produtos brasileiros no mercado internacional — Cera de Carnaúba — Dorival Teixeira Vieira
/:
SS-W 95-vJ
ciação Comercial de São Paulo e da Federação
A abolição e a estrutura econômica do Brasil — Nelson Werneck Sodré
do Comércio do Estado de São Paulo.
Rui e a abolição — Américo Jacobina Lacombe
lOS'/ ^
Rui Barbosa, ministro da Fazenda — Cândido Mota Filho
12o/
Keynes o a economia moderna — Djacir Menezes
100
História das idéias políticas — O movimento emancipador —
Otávio Tarquínio de Sousa 123«
EDITORA
'
SQV 71'/
COMERCIAL
A pecuária — Pimentel Gomes
130'
Túmulo aberto de gente viva — Barres Ferreira
135 ^
LIMITADA
RUA BOA VISTA. 51. 9.0 ANDAR - TEL. 3-1112 - RAMAL 13 - SAO PAULO I
I «.O 65 — ABRIL DE 1950 — ANO VI
'I ,. fwpj
O DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ Â VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 5,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
Agenis Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o ondcx Rio de Janeiro
&
Alagoai: Manuel Espíndola, Praça Pe dro U, 49. Maceió.
Amasonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.
Paraná: J. Ghiagnone. Rua 19 de No vembro, 423. Curitiba. Pernambuco:
Fernando
Chinaglia,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar. Recife.
Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia.. R, Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.
Ceará; J. Alaor de Albuquerque fie Cia. Praça do Ferreira. 621, Fortaleza.
Rio de Janeiro; Fernando Chinaglia. Av. Presidente Vargas, 502, 19.o
a u
andar.
Espirito Santo: Viuva CopoUlo fie Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro. 361,
Rio Grande do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
Vitória.
Goiás: João Manarino, Rua Setenta A. Goiânia.
Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua
7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Maranhác:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa, 114. São Luiz.
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro &
Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
Pará: Albano H. Martins fie Cia.. Tra
vessa Campos Sales, 85/89, Belém. •Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
construção, contribuindo para engran
Santa Catarina: Pedro Xavier Sc Cia.. Rua Felipe Schmidt, 8, Florianóp.
Enquanto a população aumenta acen tuando o nosso índice de vitalidade, as
São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via
construções aceleram seu ritmo, desde
decer e aformosear a Capital e o País, Estamos aptos a construir em qualquer
duto Santa Eflgênia, 281, S. Paulo.
a pequenina casa longínqua do operário
ponto do território nacional.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
até o imponente arranha-céu. Nossos técnicos, artistas e operários têm con
João Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: Dlógenes de Oli veira, Rio Branco.
iá
CONSTRUTORA E COMERCIAL
n. DE MORBES S.ü.
tribuído em todos os setores dessa expansão, contando-se por centenas os
Engenharia - Arquitetura • Construções
edifícios de classe de nossa autoria e
Rna Libero Badarb, 158 • 16.0 • Telefone 2-6539
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O DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ Â VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 5,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
Agenis Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o ondcx Rio de Janeiro
&
Alagoai: Manuel Espíndola, Praça Pe dro U, 49. Maceió.
Amasonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.
Paraná: J. Ghiagnone. Rua 19 de No vembro, 423. Curitiba. Pernambuco:
Fernando
Chinaglia,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar. Recife.
Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia.. R, Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.
Ceará; J. Alaor de Albuquerque fie Cia. Praça do Ferreira. 621, Fortaleza.
Rio de Janeiro; Fernando Chinaglia. Av. Presidente Vargas, 502, 19.o
a u
andar.
Espirito Santo: Viuva CopoUlo fie Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro. 361,
Rio Grande do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
Vitória.
Goiás: João Manarino, Rua Setenta A. Goiânia.
Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua
7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Maranhác:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa, 114. São Luiz.
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro &
Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
Pará: Albano H. Martins fie Cia.. Tra
vessa Campos Sales, 85/89, Belém. •Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
construção, contribuindo para engran
Santa Catarina: Pedro Xavier Sc Cia.. Rua Felipe Schmidt, 8, Florianóp.
Enquanto a população aumenta acen tuando o nosso índice de vitalidade, as
São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via
construções aceleram seu ritmo, desde
decer e aformosear a Capital e o País, Estamos aptos a construir em qualquer
duto Santa Eflgênia, 281, S. Paulo.
a pequenina casa longínqua do operário
ponto do território nacional.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
até o imponente arranha-céu. Nossos técnicos, artistas e operários têm con
João Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: Dlógenes de Oli veira, Rio Branco.
iá
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n. DE MORBES S.ü.
tribuído em todos os setores dessa expansão, contando-se por centenas os
Engenharia - Arquitetura • Construções
edifícios de classe de nossa autoria e
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ir.-^
MATRIZ:
CÓDIGOS
Rio de Janeiro
Benlley's, A. B. C. Sth.,
FILIAIS;
Acme, Mascote 1.^ e 2.*,
Saníos
Ribeiro, Borges e
Belo Horizonte
Particulares.
Rua Miguel Carlos, 67. SÃO PAULO
BRASIL
End. Telegr.; "Betha" - Tel.; 4-5181 (Rede Interna) - Cx. P., 3281
na vida não há rf seguncla época
CEREAIS — MADEIRAS — SEGUROS
IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES
BANCO CRUZEIRO 00 SUL DE SÃO PAULO S. A.
não ha dessas chances. Por Isso,
CAPITAL E RESERVAS: 54.000.000,00
vemos como é importante o
MATRIZ — SAO PAULO RUA
DA
QUITANDA
14 4
End. Telegr.: "BANCRUZE" TEL. 6-7157 — 58 — 53 — 50 — com Ramais internos FILIAL: RIO DE JANEIRO RUA
DA
A 2a. época é uma grande Instituição. No vida, no-entretanto,
CANDELARIA,
4
AGÊNCIAS
Avaré — Central (H. Sto. André - Capital) — Cerqueira César — Conchas — Fartura — Franca — Gália — Garça — Herculândia — Ipauçú — Ipiranga
(Capital) — Leme — Miguelónolis — Mogí das Cruzes — Patrocínio do Sapucai Penha (Capital) — Pinheiros (Capital) — Pirajui — Pompéia — Presidente Bernardes — QuLnlana — Rancharia — Santo Amaro (Capital) —
aproveitamento dos estudos Nos aulas práticas, verifiquem as qualidades de funcionamento
das máquinas AIlis-Chalmers que sempre lhes garantirão distinção.
No Futura vida ogricolo, SOTEMA estará âs suas ordens para toda a
assistência que lhe possa ser utlI.
Santos. Escritórios:
Guarulhos — Itapecerica da Serra — Mandurl e PongaL Em vias de abertura:
Belém — Jabaquara — Tucuruvi — São Caetano do Sul BONS
SERVIÇOS
BANCÁRIOS
SOCIEDADE TÉCNICA DE MATERIAIS LTDA.
SOTEIMA
SÂO PAULO: Rua Libero Badoró, 92 — Tel. 3-4136 CURITIBA: Avenida João Pessoa, 103
ir.-^
MATRIZ:
CÓDIGOS
Rio de Janeiro
Benlley's, A. B. C. Sth.,
FILIAIS;
Acme, Mascote 1.^ e 2.*,
Saníos
Ribeiro, Borges e
Belo Horizonte
Particulares.
Rua Miguel Carlos, 67. SÃO PAULO
BRASIL
End. Telegr.; "Betha" - Tel.; 4-5181 (Rede Interna) - Cx. P., 3281
na vida não há rf seguncla época
CEREAIS — MADEIRAS — SEGUROS
IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES
BANCO CRUZEIRO 00 SUL DE SÃO PAULO S. A.
não ha dessas chances. Por Isso,
CAPITAL E RESERVAS: 54.000.000,00
vemos como é importante o
MATRIZ — SAO PAULO RUA
DA
QUITANDA
14 4
End. Telegr.: "BANCRUZE" TEL. 6-7157 — 58 — 53 — 50 — com Ramais internos FILIAL: RIO DE JANEIRO RUA
DA
A 2a. época é uma grande Instituição. No vida, no-entretanto,
CANDELARIA,
4
AGÊNCIAS
Avaré — Central (H. Sto. André - Capital) — Cerqueira César — Conchas — Fartura — Franca — Gália — Garça — Herculândia — Ipauçú — Ipiranga
(Capital) — Leme — Miguelónolis — Mogí das Cruzes — Patrocínio do Sapucai Penha (Capital) — Pinheiros (Capital) — Pirajui — Pompéia — Presidente Bernardes — QuLnlana — Rancharia — Santo Amaro (Capital) —
aproveitamento dos estudos Nos aulas práticas, verifiquem as qualidades de funcionamento
das máquinas AIlis-Chalmers que sempre lhes garantirão distinção.
No Futura vida ogricolo, SOTEMA estará âs suas ordens para toda a
assistência que lhe possa ser utlI.
Santos. Escritórios:
Guarulhos — Itapecerica da Serra — Mandurl e PongaL Em vias de abertura:
Belém — Jabaquara — Tucuruvi — São Caetano do Sul BONS
SERVIÇOS
BANCÁRIOS
SOCIEDADE TÉCNICA DE MATERIAIS LTDA.
SOTEIMA
SÂO PAULO: Rua Libero Badoró, 92 — Tel. 3-4136 CURITIBA: Avenida João Pessoa, 103
lonr
oium EcniiiíMico
O Brasil cria uma frota de petroleiros
9 MUKQO DOS HECÚCiOS lUM PlHORUl UERSIl Pubficado «ob oi oaip/c/o* do
Richard Lewinsohn
assaciQClO COMERCIUOE SÍO PAULO
★
flOERACtO DO COMERCIO DO
Diretor:
Antonlo Gonlijo de Carvalho
O Digesto Ecouòmioo publicará no próximo número: CAIXA DE CONVERSÃO - Dario de
O Digesto Econâmleo< órgSo de in formações econômicas e financei
Almeida Magalhães,
ras. é publicado mensalmente pela Editora Comercial Lida.
COMÉRCIO INTERNACIONAL - Roberto Pinto de Souíui.
A. direção nao se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
PRODUTOS BRASILEIROS NO MER
CADO INTERNACIONAL - Dorival Teixeira Vieira.
Na transcrlç&o de artigos pede-se citar o nome do Dlgesto
NOÇÕES GERAIS SÕBRE O IMPôS-
Econômico.
TO — José Luiz de Almeida Nogueira Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras. ASSINATURAS:
(registrado)
possuindo frota de dois e meio milhões do toneladas. A quase totalidade dessas
o seu dinheiro na foragem onde a pos
duas frotas consistia em navios-tanques,
sibilidade de sucesso era, na melhor das
Cr$ 50,00
Cri 58.00
Número do mês:
Cr$
5.00
Atrasado:
Cr$
8.00
Redação a Administração: viaduto Boa Vista, *7 - 7.o andar IsL «-74I8 — Caixa Postal, 340-B São Paulo
destinados a transportar o petróleo cru extraído dos campos petrolíferos de.ssas companhias c de suas subsidiárias ás suas próprias refinarias ou a refinarias
★
cats", aventureiros que arriscavam todo
hipóteses, de 1 para 4. Êles próprios limitavam-se à organização do transpor
te, da refinagem e da distribuição, en trando na produção somente quando a.
cio terceiro.?, e o petróleo refinado aos
existência de ricos depósitos — não nu
países e localidades consumidores.
ma região mas num determinado ponto
A posição das grandes companhias no transporte não é uniforme. Parcial mente, transportam o petróleo, oriundo de seus depósitos subterrâneos e refina do por elas, a fim de distribuí-lo aos
— ficava comprovada. Foi desta maneira que procedeu John
países consumidores, como é até agora a regra para o Brasil; parcialmente, o
transporte marítimo abrange os produ tos derivados, mas a atividade das com que; parcialmente, como ocorre na maio
Dlgesto Econômico
A produção de
petróleo em terrenos novos sempre foi
navegação, e sim a duas companhias de petróleo — a "Standard Oil Co. of New Jersey" e a "Shcll", cada uma
panhias termina no porto de desembar
Porto.
ção hoje existente.
— no passado mais ainda do que hoje — um empreendimento caro e muito es peculativo, e os homens^ mais sensatos preferiam deixari essa parte aos "wild
tenciam mais ãs grandes companhias de
Dlrelor superintendente: Marlim Aífonso XaTler da Silveira
"
lÁ antes da segunda guerra mundial, a.s maiores frotas mercantes não per
ESTADO DE StO PAULO
Ano (simples)
1
ria dos países europeus, é apenas trans portado o petróleo cru, e a distribuição fica com outras organizações. Em todo caso, as grandes companhias petrolífe ras funcionam sempre em ampla escala como armadores, e com boa razão, pois
o transporte do petróleo e dos seus de rivados é um negócio lucrativo e relati vamente seguro.
Para várias das maiores companhias
petrolíferas, o transporte de petróleo foi o ponto de partida de toda a organiza
D. Rockefeller ao criar, já quase um
século atrás, a primeira grande organiza
ção de petróleo nos Estados Unidos,
que ulterionnente se transformou na "Standard Oil". O segundo grande gru po mundial, a "Shell", saiu diretamente de negócios de transporte. Seu núcleo foi a "Shell Transport and Trading Co.", fundada em fins do século passado
pelo inglês Marcus Samuel que, alguns anos mais tarde, ligou sua empresa a
uma companhia holandesa de petróleo, a "Royal Dutch". * * *
A política brasileira de petróleo que visa primeiro à criação de uma frota nacional de petroleiros e de refinarias no próprio país, antes da exploração das suas principais reser\'as petrolíferas,
lonr
oium EcniiiíMico
O Brasil cria uma frota de petroleiros
9 MUKQO DOS HECÚCiOS lUM PlHORUl UERSIl Pubficado «ob oi oaip/c/o* do
Richard Lewinsohn
assaciQClO COMERCIUOE SÍO PAULO
★
flOERACtO DO COMERCIO DO
Diretor:
Antonlo Gonlijo de Carvalho
O Digesto Ecouòmioo publicará no próximo número: CAIXA DE CONVERSÃO - Dario de
O Digesto Econâmleo< órgSo de in formações econômicas e financei
Almeida Magalhães,
ras. é publicado mensalmente pela Editora Comercial Lida.
COMÉRCIO INTERNACIONAL - Roberto Pinto de Souíui.
A. direção nao se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
PRODUTOS BRASILEIROS NO MER
CADO INTERNACIONAL - Dorival Teixeira Vieira.
Na transcrlç&o de artigos pede-se citar o nome do Dlgesto
NOÇÕES GERAIS SÕBRE O IMPôS-
Econômico.
TO — José Luiz de Almeida Nogueira Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras. ASSINATURAS:
(registrado)
possuindo frota de dois e meio milhões do toneladas. A quase totalidade dessas
o seu dinheiro na foragem onde a pos
duas frotas consistia em navios-tanques,
sibilidade de sucesso era, na melhor das
Cr$ 50,00
Cri 58.00
Número do mês:
Cr$
5.00
Atrasado:
Cr$
8.00
Redação a Administração: viaduto Boa Vista, *7 - 7.o andar IsL «-74I8 — Caixa Postal, 340-B São Paulo
destinados a transportar o petróleo cru extraído dos campos petrolíferos de.ssas companhias c de suas subsidiárias ás suas próprias refinarias ou a refinarias
★
cats", aventureiros que arriscavam todo
hipóteses, de 1 para 4. Êles próprios limitavam-se à organização do transpor
te, da refinagem e da distribuição, en trando na produção somente quando a.
cio terceiro.?, e o petróleo refinado aos
existência de ricos depósitos — não nu
países e localidades consumidores.
ma região mas num determinado ponto
A posição das grandes companhias no transporte não é uniforme. Parcial mente, transportam o petróleo, oriundo de seus depósitos subterrâneos e refina do por elas, a fim de distribuí-lo aos
— ficava comprovada. Foi desta maneira que procedeu John
países consumidores, como é até agora a regra para o Brasil; parcialmente, o
transporte marítimo abrange os produ tos derivados, mas a atividade das com que; parcialmente, como ocorre na maio
Dlgesto Econômico
A produção de
petróleo em terrenos novos sempre foi
navegação, e sim a duas companhias de petróleo — a "Standard Oil Co. of New Jersey" e a "Shcll", cada uma
panhias termina no porto de desembar
Porto.
ção hoje existente.
— no passado mais ainda do que hoje — um empreendimento caro e muito es peculativo, e os homens^ mais sensatos preferiam deixari essa parte aos "wild
tenciam mais ãs grandes companhias de
Dlrelor superintendente: Marlim Aífonso XaTler da Silveira
"
lÁ antes da segunda guerra mundial, a.s maiores frotas mercantes não per
ESTADO DE StO PAULO
Ano (simples)
1
ria dos países europeus, é apenas trans portado o petróleo cru, e a distribuição fica com outras organizações. Em todo caso, as grandes companhias petrolífe ras funcionam sempre em ampla escala como armadores, e com boa razão, pois
o transporte do petróleo e dos seus de rivados é um negócio lucrativo e relati vamente seguro.
Para várias das maiores companhias
petrolíferas, o transporte de petróleo foi o ponto de partida de toda a organiza
D. Rockefeller ao criar, já quase um
século atrás, a primeira grande organiza
ção de petróleo nos Estados Unidos,
que ulterionnente se transformou na "Standard Oil". O segundo grande gru po mundial, a "Shell", saiu diretamente de negócios de transporte. Seu núcleo foi a "Shell Transport and Trading Co.", fundada em fins do século passado
pelo inglês Marcus Samuel que, alguns anos mais tarde, ligou sua empresa a
uma companhia holandesa de petróleo, a "Royal Dutch". * * *
A política brasileira de petróleo que visa primeiro à criação de uma frota nacional de petroleiros e de refinarias no próprio país, antes da exploração das suas principais reser\'as petrolíferas,
1 Dioksto Econômico
' Dioicsto Econômico
como se vê, nada tem de inédito e
Vários países, tais como a Xoiueg.%
de audacioso. Está baseada na expe riência e na tradição da indústria pe
e a Suécia, que não pos'uetn fontes de
trolífera.
território nacional, especializaram-se co
A frota mundial de petroleiros
De fato, a maioria dos países econo micamente avançados já criou, nas úl timas décadas, suas próprias frotas de petroleiros — independentemente do fato de possuírem ou não no país, nas colô nias ou, sob seu contrôle financeiro, em
produçãí), nem dentro nem hira de seu
Brasil China
caratcrístico da CNoliição recente ó. po
Poitiigal
rém, a tendência do todo.s os países avan çados em Iran.sportar em seus próprios
Finlândia Grécia
navios o petróleo cni oti refinado de que necessitam. Gom outras pahu-ras, é o consumo é não a produção que determi
os Estados Unidos e a Inglaterra — pos
rante a guerra c nos primeiros ano.s de
suem também as maiores frotas, no con
após-guerra exigiu um forte aumento do navios-tanqucs. Malgrado as perdas
frotas dos outros países segundo o con trôle financeiro, pois muitos navios na vegando sob outras bandeiras pertencem
Tonelagem de carga
navios
em l.OOO toneladas
Bélgica
98 58
57 46 45 44 39 33 21
4
6 4
5
Uruguai Honduras
2 2
Suíça
2
17 11
Ciiilc
na, cada vez mais, a bandeira dos pe troleiros.
ainda maior se .se discriminassem as
Número de
24 5 7
Venezuela
mo armadores de petroleiros c transpor tam sob sua bandeira petróleo por conta de terceiros, em grande quantidade. O
terceiros países, campos petrolíferos. Decerto, os dois países que controlam a maior parte da produção mundial —
junto, cerca de dois terços da tonelagem mundial de petroleiros, e essa parte seria
Países
70^ dos óleos combustíveis — das Antilhas Holandesas, onde se encontram as
As necessidades do Brasil
O enorme acréscimo do consumo du
consideráveis causadas pela guerra sub marina, a frota mundial de petroleiros
pa.s.sou, de 1939 a 1948, de 17 milhões de toneladas para 23,8 milhões, c atual mente a tonelagem mundial deveria
A posição do Brasil era, como mostra
O quadro acima, bem módica.
Entre
os países armadores de petroleiros, o Brasil figurava no 16.°» lugar, com 7 navios de uma • capacidade global de 57.000 toneladas apenas — tonelagem completamente inadequada ao nosso consumo que, já na época, alcançava 3,2
grandes refinarias que destilam o pe tróleo cru da Venezuela. O restante provém do países da mesma região, em particular da Venezuela, de Trinidad e
dos Estados Unidos, quer dizer de paí ses distantes 5.000 a 7.000 quilômetros
dos principais centros de consumo — São Paulo e Distrito Federal. Para esta
a subsidiários dos grandes grupos nor
ter ultrapassado 25 milhões. O quadro
milhões de toneladas ao ano. Também
te-americanos e inglêses.
seguinte mostra a distribuição, segundo os países da bandeira, da frota mundial de petroleiros, existentes em 1948: Tonelagem de carga Número de
a quantidade dos navios deixava muito
média, de 6 dólares por tonelada.
a desejar. A maioria constituída de ta
despesa com a importação de 3.248.000 toneladas de petróleo em 1948 atingiu, por conseguinte, quase 20 milhões de dólares, ou sejam 17%
.Mas, fica
ainda apreciável parcela fora do do mínio deles.
Países
navios
em 1.000 toneladas
Estados Unidos
772
10.857
Inglaterra Norueg'^ ....
482 188
5.139
Panamá
157
Holanda
....
84.
Argentina
30 44 43 29
Siiécí".
França Itália Rússia
24
Espanha
21
Dinamarca ... México ......
11 12
2.407 1.976
571 506
manho pequeno e de construção velha,
utilizável apenas para a cabotagem. Pràticamente, a totalidade
do petróleo de que ó país precisava devia, portanto, ser importada
erh navios estrangeiros. O custo desse trans
distância, o custo do transporte é, eiri A
da despesa total com a importação de produtos
petrolíferos, que se ele vou
no
mesmo ano
a
2.129 milhões de cru-
zeiroâ, ou sejam 115
50-''
porte é muito elevado e constitui um encargo
435
pesado para a balança
■ Nos primeiros
231 219
de pagamentos, pois é
meses de 1949, a im
pagável em dólares. O
portação dos diversos produtos petrolíferos —
178 149 117
Brasil recebe seu pe tróleo na maior parte — 80^ da gasobna e
milhões de dólares.
dez
gasolina, Fuel e Diesel, lubrificantes e querose-
J
1 Dioksto Econômico
' Dioicsto Econômico
como se vê, nada tem de inédito e
Vários países, tais como a Xoiueg.%
de audacioso. Está baseada na expe riência e na tradição da indústria pe
e a Suécia, que não pos'uetn fontes de
trolífera.
território nacional, especializaram-se co
A frota mundial de petroleiros
De fato, a maioria dos países econo micamente avançados já criou, nas úl timas décadas, suas próprias frotas de petroleiros — independentemente do fato de possuírem ou não no país, nas colô nias ou, sob seu contrôle financeiro, em
produçãí), nem dentro nem hira de seu
Brasil China
caratcrístico da CNoliição recente ó. po
Poitiigal
rém, a tendência do todo.s os países avan çados em Iran.sportar em seus próprios
Finlândia Grécia
navios o petróleo cni oti refinado de que necessitam. Gom outras pahu-ras, é o consumo é não a produção que determi
os Estados Unidos e a Inglaterra — pos
rante a guerra c nos primeiros ano.s de
suem também as maiores frotas, no con
após-guerra exigiu um forte aumento do navios-tanqucs. Malgrado as perdas
frotas dos outros países segundo o con trôle financeiro, pois muitos navios na vegando sob outras bandeiras pertencem
Tonelagem de carga
navios
em l.OOO toneladas
Bélgica
98 58
57 46 45 44 39 33 21
4
6 4
5
Uruguai Honduras
2 2
Suíça
2
17 11
Ciiilc
na, cada vez mais, a bandeira dos pe troleiros.
ainda maior se .se discriminassem as
Número de
24 5 7
Venezuela
mo armadores de petroleiros c transpor tam sob sua bandeira petróleo por conta de terceiros, em grande quantidade. O
terceiros países, campos petrolíferos. Decerto, os dois países que controlam a maior parte da produção mundial —
junto, cerca de dois terços da tonelagem mundial de petroleiros, e essa parte seria
Países
70^ dos óleos combustíveis — das Antilhas Holandesas, onde se encontram as
As necessidades do Brasil
O enorme acréscimo do consumo du
consideráveis causadas pela guerra sub marina, a frota mundial de petroleiros
pa.s.sou, de 1939 a 1948, de 17 milhões de toneladas para 23,8 milhões, c atual mente a tonelagem mundial deveria
A posição do Brasil era, como mostra
O quadro acima, bem módica.
Entre
os países armadores de petroleiros, o Brasil figurava no 16.°» lugar, com 7 navios de uma • capacidade global de 57.000 toneladas apenas — tonelagem completamente inadequada ao nosso consumo que, já na época, alcançava 3,2
grandes refinarias que destilam o pe tróleo cru da Venezuela. O restante provém do países da mesma região, em particular da Venezuela, de Trinidad e
dos Estados Unidos, quer dizer de paí ses distantes 5.000 a 7.000 quilômetros
dos principais centros de consumo — São Paulo e Distrito Federal. Para esta
a subsidiários dos grandes grupos nor
ter ultrapassado 25 milhões. O quadro
milhões de toneladas ao ano. Também
te-americanos e inglêses.
seguinte mostra a distribuição, segundo os países da bandeira, da frota mundial de petroleiros, existentes em 1948: Tonelagem de carga Número de
a quantidade dos navios deixava muito
média, de 6 dólares por tonelada.
a desejar. A maioria constituída de ta
despesa com a importação de 3.248.000 toneladas de petróleo em 1948 atingiu, por conseguinte, quase 20 milhões de dólares, ou sejam 17%
.Mas, fica
ainda apreciável parcela fora do do mínio deles.
Países
navios
em 1.000 toneladas
Estados Unidos
772
10.857
Inglaterra Norueg'^ ....
482 188
5.139
Panamá
157
Holanda
....
84.
Argentina
30 44 43 29
Siiécí".
França Itália Rússia
24
Espanha
21
Dinamarca ... México ......
11 12
2.407 1.976
571 506
manho pequeno e de construção velha,
utilizável apenas para a cabotagem. Pràticamente, a totalidade
do petróleo de que ó país precisava devia, portanto, ser importada
erh navios estrangeiros. O custo desse trans
distância, o custo do transporte é, eiri A
da despesa total com a importação de produtos
petrolíferos, que se ele vou
no
mesmo ano
a
2.129 milhões de cru-
zeiroâ, ou sejam 115
50-''
porte é muito elevado e constitui um encargo
435
pesado para a balança
■ Nos primeiros
231 219
de pagamentos, pois é
meses de 1949, a im
pagável em dólares. O
portação dos diversos produtos petrolíferos —
178 149 117
Brasil recebe seu pe tróleo na maior parte — 80^ da gasobna e
milhões de dólares.
dez
gasolina, Fuel e Diesel, lubrificantes e querose-
J
Dic;i-sto Econó.níiço
ne — já atingiu 2.828 mil toneladas, o que faz prever, para o ano todo, uma importação de 3,4 milhões de tonela
das, e uma despesa com o transporte acima de 20 milhões de dólares.
Sem
dúvida, o consumo e a importação de petróleo, enquanto não houver grande acréscimo da produção nacional, con
tinuarão aumentando. Consequentemen te, precisa-se contar com uma de.spesa crescente para o transporte.
Êsse fator é, em st mesmo, um argu mento dos mais fortes para justificar a
criação de uma frota nacional de pe troleiros, que possa suprimir ou reduzir a despesa em divisas para êsse fim. Além dis.so, existem outras razõe.s, não menos importantes. A falta de petro
leiros era, durante a guerra, a princi pal causa da escassez de petróleo no Brasil. . A matéria-prima também era
imediata dc uma fruta de petroleiros. A aquisição de na\ií).s-tan'iues não deve ria ser adiada até realizar-se a produ ção nacional de petróleo em grande escala, nem até clu-gar-se ao funciona
mento completo da grande refinaria, cuja conslnição e instalação demanda rão pelo menos 3 a 4 anos. Em par
9
Dir.i-.iiro Econômico
extraordinária do primeiro trimestre de
mitadas a um só país.
Foi uma con
1949.
corrência internacional.
Todas as em
A lei foi sancionada em 13 de
março do mesmo ano, e entrou, sob d número 650, nos anais da história eco nômica do Brasil.
Em comparação com o original cK)nsubstanciado no Plano SALTE, a lei
n." 650 acusa algumas alterações impor
meios fixados em 1.178 milhões de cru
zeiros, pareceu indispen.sável limitar a tonelagem da frota de petroleiros a um
como também as condições das firmas construtoras foram nitidamente favorá
em dólares. O custo dos investimentos
mínimo de 180.000 toneladas de carga.
veis à realização do programa brasileiro.
iniciais não ultrapassa a capacidade do Brasil; absorvo apenas uma parte módi ca das reservas cambiais existentes cm libras, coroas .suecas, coro:is dinamar
Êsse total devia ser distribuído em 10
Mostrou-se que tanto o momento quauto
petroleiros de 16.500 toneladas cada
o lugar da concorrência foram bem es
um, e o restante numa série de pequenos
colhidos. A desvalorização da.libra, da
petroleiros, de 1.200 a 2.000 toneladas
coroa sueca e das outras moedas euro
quesas, francos belgas o oulnis moedas
cada um, para a c:ibotagem.
tantes.
Para realizar os vários projetos
reunidos nesta lei — entre outros a cons
trução da grande refinaria de petróleo para 45.000 barris diários — com os
paíse.s que possuem grandes estaleiros para a construção de na\'ios-tanqnes.
Já poucas semanas após a sanção da
O Plano SALTE, no seu anexo 4 ~
lei n.° 650, foi nomeada uma comissão
dústria e de seus transportes rodoviários
Subsctoi" Petróleo — ja contem o es.i^en-
para a aquisição de petrcdeiros, sob a
em combustíveis e gasolina teria sido muito mais fácil. Ora, em tempo de pa* também, uma frota petroleira pró pria é elemento de segurança que prote ge o país contra altas demasiadas no mercado de fretes, contra represálias ou Outras discriminações, que os armadores
cial do programa agora em execução.
presidência do engenheiro Mario Bitton-
O programa a respeito diz textualmente: "Aquisição de 15 petroleiro.^ de 15.000
couri Sampaio, diretor-geral do D.A.S.P. e coordenador do Plano SALTE.
tonelada.s- cada um, ou tonclagem lotai
preparativos, em particular os estudos
equivalente. Orçamento: 700 milbõcs
do mercado de petroleitos, já antes ini ciados, foram intensificados e conduzi ram à constatação que a Suécia ofere cia as melhores condições para a rapida realizaçiio do programa brasileiro. De
de cruzeiro.s."
Quando os debates sobre o Plano
estrangeiro.^ poderiam aplicar, sob qual
SALTE no Congres.so se prolongaram, o
quer pretexto em prejuízo da economia
Executivo considerou indisponsáxel se
Plano SALTE e Lei n.° 650 Tais considerações determinaram, aos autores do Plano SALTE, o propósito
do dar, dentro do plano econômico geral, um lugar de destaque à criação
parar os projetos mais nrèentcís — e entro êles o programa dos ptiroleiros — do plano geral, para acelerar execução, destes. Assim, a aquisição de navios petroleiros, junto com a construção de refinarias de petróleo e de 90 locomo tivas, foi incorporada em projeto de lei. que o Congresso votou na sua sessão
péias possibilitou grande redução de pre ços, calculados em cnizeiros. Os gran des navios de 16.500 toneladas que ain
não conversíveis, mas utilizáveis em
nacional.
O afluxo à concorrência ultrapassou
petroleiros c possí\'el em moedas com pensadas, que o Bra.sil as possui em grande quantidade, enquanto que a des pesa com o transporte de petróleo em navio-: estrangeiros deve ser efetuada
ticular, a situação cambial exige umq solução sem demora. A aqiii.'-ição dos
escassa, mas não na mesma proporção
próprios, o abastecimento de sua in
mundo inteiro o programa brasileiro en controu o mais vivo interesse.
todas as e.xpectativas. Os maiores esta leiros enviaram seus representantes a Estocolmo. Doze países participaram da concorrência, entregando 106 ofertas. Não somente a quantidade das ofertas
que oa meios de transporte. Se o Brasil
tivesse, à sua di.sposição, petroleiros
baixadas e legações brasileiras nos países construtores dixailgaram as condições, e pode-se dizer, sem exagero, que no
A execução do programa
Os
da custavam, pouco meses antes, o equi
valente a três milhões de dólares, foram
oferecidos a pouco mais de dois milhões,
e para os pequenos petroleiros a baixa dos preços ia até 50%. Os prazos de construção — questãp importantíssima para o Brasil — foram também mais convenientes do que na
época quando fora estabelecido o pro grama de compras. As grandes enco mendas de construção, que se acumu
acordo com os trabalhos preliminares,
laram nos primeiros anos de após-guerra, estavam praticamente e.xecutadas, os es
foi elaborado um edital — publicado a
taleiros têm, por conseguinte, mais es
5 de novembro de 1949 no Diário Ofi
paço disponível e podem iniciar imedia
cial — para uma concorrência pública a ser realizada em Estocolmo, na pre
tamente a construção dos navios brasi leiros. Assim, não é mais necessário re
sença dos membros da comissão, na
correr-se à aquisição de petroleiros já em
segunda quinzena de novembro de 1949.
serviço, como foi previsto no primeiro
Naturalmente, as ofertas não foram li
programa, elaborado em 1948.
Dic;i-sto Econó.níiço
ne — já atingiu 2.828 mil toneladas, o que faz prever, para o ano todo, uma importação de 3,4 milhões de tonela
das, e uma despesa com o transporte acima de 20 milhões de dólares.
Sem
dúvida, o consumo e a importação de petróleo, enquanto não houver grande acréscimo da produção nacional, con
tinuarão aumentando. Consequentemen te, precisa-se contar com uma de.spesa crescente para o transporte.
Êsse fator é, em st mesmo, um argu mento dos mais fortes para justificar a
criação de uma frota nacional de pe troleiros, que possa suprimir ou reduzir a despesa em divisas para êsse fim. Além dis.so, existem outras razõe.s, não menos importantes. A falta de petro
leiros era, durante a guerra, a princi pal causa da escassez de petróleo no Brasil. . A matéria-prima também era
imediata dc uma fruta de petroleiros. A aquisição de na\ií).s-tan'iues não deve ria ser adiada até realizar-se a produ ção nacional de petróleo em grande escala, nem até clu-gar-se ao funciona
mento completo da grande refinaria, cuja conslnição e instalação demanda rão pelo menos 3 a 4 anos. Em par
9
Dir.i-.iiro Econômico
extraordinária do primeiro trimestre de
mitadas a um só país.
Foi uma con
1949.
corrência internacional.
Todas as em
A lei foi sancionada em 13 de
março do mesmo ano, e entrou, sob d número 650, nos anais da história eco nômica do Brasil.
Em comparação com o original cK)nsubstanciado no Plano SALTE, a lei
n." 650 acusa algumas alterações impor
meios fixados em 1.178 milhões de cru
zeiros, pareceu indispen.sável limitar a tonelagem da frota de petroleiros a um
como também as condições das firmas construtoras foram nitidamente favorá
em dólares. O custo dos investimentos
mínimo de 180.000 toneladas de carga.
veis à realização do programa brasileiro.
iniciais não ultrapassa a capacidade do Brasil; absorvo apenas uma parte módi ca das reservas cambiais existentes cm libras, coroas .suecas, coro:is dinamar
Êsse total devia ser distribuído em 10
Mostrou-se que tanto o momento quauto
petroleiros de 16.500 toneladas cada
o lugar da concorrência foram bem es
um, e o restante numa série de pequenos
colhidos. A desvalorização da.libra, da
petroleiros, de 1.200 a 2.000 toneladas
coroa sueca e das outras moedas euro
quesas, francos belgas o oulnis moedas
cada um, para a c:ibotagem.
tantes.
Para realizar os vários projetos
reunidos nesta lei — entre outros a cons
trução da grande refinaria de petróleo para 45.000 barris diários — com os
paíse.s que possuem grandes estaleiros para a construção de na\'ios-tanqnes.
Já poucas semanas após a sanção da
O Plano SALTE, no seu anexo 4 ~
lei n.° 650, foi nomeada uma comissão
dústria e de seus transportes rodoviários
Subsctoi" Petróleo — ja contem o es.i^en-
para a aquisição de petrcdeiros, sob a
em combustíveis e gasolina teria sido muito mais fácil. Ora, em tempo de pa* também, uma frota petroleira pró pria é elemento de segurança que prote ge o país contra altas demasiadas no mercado de fretes, contra represálias ou Outras discriminações, que os armadores
cial do programa agora em execução.
presidência do engenheiro Mario Bitton-
O programa a respeito diz textualmente: "Aquisição de 15 petroleiro.^ de 15.000
couri Sampaio, diretor-geral do D.A.S.P. e coordenador do Plano SALTE.
tonelada.s- cada um, ou tonclagem lotai
preparativos, em particular os estudos
equivalente. Orçamento: 700 milbõcs
do mercado de petroleitos, já antes ini ciados, foram intensificados e conduzi ram à constatação que a Suécia ofere cia as melhores condições para a rapida realizaçiio do programa brasileiro. De
de cruzeiro.s."
Quando os debates sobre o Plano
estrangeiro.^ poderiam aplicar, sob qual
SALTE no Congres.so se prolongaram, o
quer pretexto em prejuízo da economia
Executivo considerou indisponsáxel se
Plano SALTE e Lei n.° 650 Tais considerações determinaram, aos autores do Plano SALTE, o propósito
do dar, dentro do plano econômico geral, um lugar de destaque à criação
parar os projetos mais nrèentcís — e entro êles o programa dos ptiroleiros — do plano geral, para acelerar execução, destes. Assim, a aquisição de navios petroleiros, junto com a construção de refinarias de petróleo e de 90 locomo tivas, foi incorporada em projeto de lei. que o Congresso votou na sua sessão
péias possibilitou grande redução de pre ços, calculados em cnizeiros. Os gran des navios de 16.500 toneladas que ain
não conversíveis, mas utilizáveis em
nacional.
O afluxo à concorrência ultrapassou
petroleiros c possí\'el em moedas com pensadas, que o Bra.sil as possui em grande quantidade, enquanto que a des pesa com o transporte de petróleo em navio-: estrangeiros deve ser efetuada
ticular, a situação cambial exige umq solução sem demora. A aqiii.'-ição dos
escassa, mas não na mesma proporção
próprios, o abastecimento de sua in
mundo inteiro o programa brasileiro en controu o mais vivo interesse.
todas as e.xpectativas. Os maiores esta leiros enviaram seus representantes a Estocolmo. Doze países participaram da concorrência, entregando 106 ofertas. Não somente a quantidade das ofertas
que oa meios de transporte. Se o Brasil
tivesse, à sua di.sposição, petroleiros
baixadas e legações brasileiras nos países construtores dixailgaram as condições, e pode-se dizer, sem exagero, que no
A execução do programa
Os
da custavam, pouco meses antes, o equi
valente a três milhões de dólares, foram
oferecidos a pouco mais de dois milhões,
e para os pequenos petroleiros a baixa dos preços ia até 50%. Os prazos de construção — questãp importantíssima para o Brasil — foram também mais convenientes do que na
época quando fora estabelecido o pro grama de compras. As grandes enco mendas de construção, que se acumu
acordo com os trabalhos preliminares,
laram nos primeiros anos de após-guerra, estavam praticamente e.xecutadas, os es
foi elaborado um edital — publicado a
taleiros têm, por conseguinte, mais es
5 de novembro de 1949 no Diário Ofi
paço disponível e podem iniciar imedia
cial — para uma concorrência pública a ser realizada em Estocolmo, na pre
tamente a construção dos navios brasi leiros. Assim, não é mais necessário re
sença dos membros da comissão, na
correr-se à aquisição de petroleiros já em
segunda quinzena de novembro de 1949.
serviço, como foi previsto no primeiro
Naturalmente, as ofertas não foram li
programa, elaborado em 1948.
Dicesto Econômico
Mantendo-se estritamente nos dispo sitivos da concorrência, a comissão bra
síveis : os suecos em coroas suecas, os ingleses em libras esterlinas, os holande
sileira inaugurou, ainda em Estocolmo, negociações diretas com as firmas que
ses e os japoneses cm cnr/.eiros. Todos
tinham feito as ofertas mais interessantes e conseguiu melhorar ainda mais as
dos já existentes nas respi-ctivas moedas,
condições para o Brasil. Desta maneira, podiam ser adquiridos no decorrer de poucas semanas 21 navios — 12 grandes e 9 menores — num total de 225.000
toneladas, com uma despesa muito in ferior à originalmente prevista. A Suécia fornecerá 6 navios de 16.500
toneladas cada um.
Um deles, cuja
ccnstnição estava precisamente termina
da no momento da concorrência, foi imediatamente entregue ao Brasil e re-
rebeu, num porto sueco, o nome de 'Presidente Dutra". Já fez, sob ban deira brasileira, sua primeira viagem ao Brasil, trazendo 15.000 toneladas de gasolina. A construção do.ç outros na vios suecos será terminada dentro de dois"anos.
As condições são semelhantes na In
glaterra, que nos fornecerá 4 navios, igualmente de 16.500 toneladas cada
Nem tim só dólar será empregado para êssü fim. Quando o dólar aparece nos contratos, figura apenas como moeda de
referência e não como meio de paga mento efetivo.
A .dc.spesa total com a afpiisição dessa
ta um papel de destaque no estudo dos fatores da produção nacional. Sua presença em grandes áreas do Brasil meridional facultou a formação dos solos
de 600 milhões do cnr/.eiros, equivalen tes a 33 milhões de dólares. Com essa frota poderão ser transportados, se não a
veram grandes culturas como a do café cola e a da uva — a maior das nossas
totalidade das importações de petróleo,
culturas de clima temperado.
pelo menos dois terços, ou sejam 2 mi lhões c 500 mil toneladas ao ano. Eco
nomizaremos anualmente cerca de 15 milhões de dólares efetivos. Quer dizer que, cm pouco mais de dois anos, tôda a despesa cm divisas .será amortiziida da forma mais favorável: i^agamos em moe das compensadas c guardamos a moeda dura e escassa, o dólar. Parte das eco
nomias feitas graças à redução do preços dos petroleiros será aplicada na aquisi
taleiros escoceses, perto de Glasgow.
paros.
para re
Dois navios, ainda- maiores, de 20.000
Em suma, o Brasil terá, num prazo
toneladas cada um, serão construídos na
bem' curto, uma frota de petroleiros mo-
vios serão pagos em moedas, não conver
r.ASALTo c uma rocha que represen-
mais férteis do País onde se desenvol
ção de um dique flutuante,
com entrega particularmente rápida. E preciso salientar que todos os na
S. Fróes Abreu
frota de 225.000 tí»ne]adas é de cerca
um, a serem construídos nos famosos es
Holanda, e nove pequenos petroleiros, de 2.000 toneladas cada um, no Japão,
As rochas basálticas como fator de riqueza
os pagamentos serão feitos mediante .sal
demíssimos, adequada às suas necessi
dades, com todo o equipamento auxiliar indi.spensável e, quanto ao custo, provà-
— a mais sólida fonte de produção agrí
mismo, mostrando a extensão das áreas
onde se podem encontrar terras boas, resultantes d<i decomposição de hasaltos e diabâsios.
Nenhuma outra rocha ou mineral con
Nem o ouro das betas do E.spinhaço,
nem os diamantes das chapadas do .ser tão, nem tampouco o ferro e o manga nês de Minas Gerais proporcionaram ao
Brasil elementos de riqueza comparáveis ao dos solos de terra-ro.xa, resultantes
da transformação dos lençóis de basalto
logias conseqüentes à identidade de origem. A área de derrames basúlticos, só no
sul do Brasil, abrange cerca de 900.000
km2; no seu todo alcança 1.200.000
kma, cobrindo também parte do leste
e das intrusões do diabásio, nos Esta
paraguaio e argentino e parte do oeste
dos do Sul.
do. Uruguai.
Em período geológico antigo,- no im* cio da era secundária, parte da Améri ca do Sul, onde hoje é a bacia do Prata, foi teatro de grande atividade ígnea. Derrames
consideráveis
de rochas
eruptivas cobriram a superfície e tam bém se intrometeram através das cama
velmente, será a frotn mais barata do
das profundas do solo, aí se resfriando lentamente.
O magma básico, expelido do interior
Figura entre as áreas de derrames basálticos maiores do mundo, sendo provàvehnente a maior de todas.
Conhecidas na literatura geológica
por trapp do Paraná, meláfiro, augitoporfiritas, basalto, basaltito, diabásio ou dolerito, de aCôrdo com os detalhes de estrutura e composição mineralógica, essas rochas eruptivas são pobres em süica e formadas por feldspatos calco-
diversas, ora ràpidamente, ora lenta
sódicos e minerais ferro-magnesianos. Merecem estudos detalhados e aten
mente e em espaço limitado, dando assim origem a rochas de textura di
cha-mater dos melhores solos, nas áreas
da crosta, consolidou-se em condições
ferente, de arranjo mineralógico va riável, mas no fundo gerando rochas que guardam entre si estreitas ana.v.
se, pois o texto, se bem. que condene o ufanismo dos brasileiros, prega sadio oti
tribuiu tanto para a riqueza do Brasil.
mundo.
. A-", ii.i
Èstc esttido do nosso eminente cola
borador lui de despertar grande interês-
ções especiais porque constituem a ro-
mais propícias ao povoamento do Brasil, A decomposição dos basaltos — termo
''
Dicesto Econômico
Mantendo-se estritamente nos dispo sitivos da concorrência, a comissão bra
síveis : os suecos em coroas suecas, os ingleses em libras esterlinas, os holande
sileira inaugurou, ainda em Estocolmo, negociações diretas com as firmas que
ses e os japoneses cm cnr/.eiros. Todos
tinham feito as ofertas mais interessantes e conseguiu melhorar ainda mais as
dos já existentes nas respi-ctivas moedas,
condições para o Brasil. Desta maneira, podiam ser adquiridos no decorrer de poucas semanas 21 navios — 12 grandes e 9 menores — num total de 225.000
toneladas, com uma despesa muito in ferior à originalmente prevista. A Suécia fornecerá 6 navios de 16.500
toneladas cada um.
Um deles, cuja
ccnstnição estava precisamente termina
da no momento da concorrência, foi imediatamente entregue ao Brasil e re-
rebeu, num porto sueco, o nome de 'Presidente Dutra". Já fez, sob ban deira brasileira, sua primeira viagem ao Brasil, trazendo 15.000 toneladas de gasolina. A construção do.ç outros na vios suecos será terminada dentro de dois"anos.
As condições são semelhantes na In
glaterra, que nos fornecerá 4 navios, igualmente de 16.500 toneladas cada
Nem tim só dólar será empregado para êssü fim. Quando o dólar aparece nos contratos, figura apenas como moeda de
referência e não como meio de paga mento efetivo.
A .dc.spesa total com a afpiisição dessa
ta um papel de destaque no estudo dos fatores da produção nacional. Sua presença em grandes áreas do Brasil meridional facultou a formação dos solos
de 600 milhões do cnr/.eiros, equivalen tes a 33 milhões de dólares. Com essa frota poderão ser transportados, se não a
veram grandes culturas como a do café cola e a da uva — a maior das nossas
totalidade das importações de petróleo,
culturas de clima temperado.
pelo menos dois terços, ou sejam 2 mi lhões c 500 mil toneladas ao ano. Eco
nomizaremos anualmente cerca de 15 milhões de dólares efetivos. Quer dizer que, cm pouco mais de dois anos, tôda a despesa cm divisas .será amortiziida da forma mais favorável: i^agamos em moe das compensadas c guardamos a moeda dura e escassa, o dólar. Parte das eco
nomias feitas graças à redução do preços dos petroleiros será aplicada na aquisi
taleiros escoceses, perto de Glasgow.
paros.
para re
Dois navios, ainda- maiores, de 20.000
Em suma, o Brasil terá, num prazo
toneladas cada um, serão construídos na
bem' curto, uma frota de petroleiros mo-
vios serão pagos em moedas, não conver
r.ASALTo c uma rocha que represen-
mais férteis do País onde se desenvol
ção de um dique flutuante,
com entrega particularmente rápida. E preciso salientar que todos os na
S. Fróes Abreu
frota de 225.000 tí»ne]adas é de cerca
um, a serem construídos nos famosos es
Holanda, e nove pequenos petroleiros, de 2.000 toneladas cada um, no Japão,
As rochas basálticas como fator de riqueza
os pagamentos serão feitos mediante .sal
demíssimos, adequada às suas necessi
dades, com todo o equipamento auxiliar indi.spensável e, quanto ao custo, provà-
— a mais sólida fonte de produção agrí
mismo, mostrando a extensão das áreas
onde se podem encontrar terras boas, resultantes d<i decomposição de hasaltos e diabâsios.
Nenhuma outra rocha ou mineral con
Nem o ouro das betas do E.spinhaço,
nem os diamantes das chapadas do .ser tão, nem tampouco o ferro e o manga nês de Minas Gerais proporcionaram ao
Brasil elementos de riqueza comparáveis ao dos solos de terra-ro.xa, resultantes
da transformação dos lençóis de basalto
logias conseqüentes à identidade de origem. A área de derrames basúlticos, só no
sul do Brasil, abrange cerca de 900.000
km2; no seu todo alcança 1.200.000
kma, cobrindo também parte do leste
e das intrusões do diabásio, nos Esta
paraguaio e argentino e parte do oeste
dos do Sul.
do. Uruguai.
Em período geológico antigo,- no im* cio da era secundária, parte da Améri ca do Sul, onde hoje é a bacia do Prata, foi teatro de grande atividade ígnea. Derrames
consideráveis
de rochas
eruptivas cobriram a superfície e tam bém se intrometeram através das cama
velmente, será a frotn mais barata do
das profundas do solo, aí se resfriando lentamente.
O magma básico, expelido do interior
Figura entre as áreas de derrames basálticos maiores do mundo, sendo provàvehnente a maior de todas.
Conhecidas na literatura geológica
por trapp do Paraná, meláfiro, augitoporfiritas, basalto, basaltito, diabásio ou dolerito, de aCôrdo com os detalhes de estrutura e composição mineralógica, essas rochas eruptivas são pobres em süica e formadas por feldspatos calco-
diversas, ora ràpidamente, ora lenta
sódicos e minerais ferro-magnesianos. Merecem estudos detalhados e aten
mente e em espaço limitado, dando assim origem a rochas de textura di
cha-mater dos melhores solos, nas áreas
da crosta, consolidou-se em condições
ferente, de arranjo mineralógico va riável, mas no fundo gerando rochas que guardam entre si estreitas ana.v.
se, pois o texto, se bem. que condene o ufanismo dos brasileiros, prega sadio oti
tribuiu tanto para a riqueza do Brasil.
mundo.
. A-", ii.i
Èstc esttido do nosso eminente cola
borador lui de despertar grande interês-
ções especiais porque constituem a ro-
mais propícias ao povoamento do Brasil, A decomposição dos basaltos — termo
''
12 Digksto Ec{)nómico
todos 9S,tipos de rochas geradas pelo magma básico - originou as terras-roxas, de riqueza proverbial, sustentáculo
da cultura do café em São Paulo e no Paraná.
As áreas de terra-roxa, no Brasil, es
e mesmo seixos da rocha-mater quase
\'er.sos tipos de terra-roxa e faz consi
nica, que com êles se combina, reten- é;
com .sua rigidez original. A grande riqueza que o basaito deu ao
derações muito interessantes.
do-os em forma de bumatos.
Brasil foi o solo de terra-roxa que fa
assunto. Discípulo do eminente pedólogo aieinâo Paulo Vageler cuja reputa
cultou a expansão da lavoura cafeeira,
O referido truballio é obra clássica no
tão localizadas em parte de São Paulo Triângulo Mineiro, sul de Goiás, lestesul de Mato Grosso, noroeste do Para ná,.oeste de Santa Catarina, e norte e oeste do Rio Grande do Sul. (Vide ma
com o alto rendimento por pé de café, superando de muito as antigas áreas de
ção é internacional, tendo freqüentado
cultura nas cncosta.s da .serra do Mar
da Galifórnia, e tendo acompanhado Vageler pelo interior, quando a serviço do governo brasileiro, Setzer pôde dis
pa anexo).
queza aos minerais constituintes da rocha-mater; a.s eruptivas básicas contêm
por dum acervo de dados e observações
fósforo sob a forma dc apatitu (fosfato' de cálcio), contêm potássio, cálcio, ma-
fundamental no estudo dos solos de São
gnésio, ferro, manganês c titânio nos di-
Para Setzer, a própria terra-roxa é um solo medíocre logo qvie perde a
Em algumas áreas as terras-roxas têm merecido a atenção dos técnicos em Ciência do Solo, por exemplo, em Sãó Paulo, que já conta com muitos traba lhos executados no Ins tituto Agronômico de
o Mantiqueira.
Êssc solo tão privilegiado deve sua ri
>'ersos feldspatos e minerais acessórios. De um modo geral os basaltos têm suficiente
Campinas (Daferl, Pai va Neto e outros). Nou
tras, porém, provàvelmentc,
nunca
teor de potá.s.sio para as
. /j
neces.sidade.s das plantas e têm bastante fós-
foram
foro e cálcio, o que não
objeto de estudos acu
rados ou pelo menos, nunca foram divulga dor, nesse caso está a
acontece com os gra-
deles resultantes.
O conceito dc rique
maior parte dos terrenos
za do solo é um tema
situados em Goiás, Mato
Nem em todos os lugares os basaltos sofreram as mesmas ações, de modo a
bastante complexo e não depende apenas da composição química; embora a riqueza de elementos quími cos seja essencial, a capacidade cie assi milação pelas plantas é função de muitos
gerar solos semelhantes. As condições
fatores. Alberto Betim Pais Leme via na
climáticas influentes na formação do
constituição
solo agiram sôbre as lavas basálticas de
grande superioridade .sobre os outros ti pos de solo. José Setzer, no seu grande
Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.'
13
Dir.isrti Econômico
cur.sos de pedologia na Universidade
próprias que faz de sou livro uma obra Paulo.
Por isso, por mais ricas que seiam as
terras-roxas virgens, elas podem empo brecer estraordinàriamente e tanto mais,
quanto mais húmus perderem". Dêssc modo, Setzer põe abaixo o con- . ceito de terras inesgotáveis que tanto entusiasma os que não conhecem a si tuação real das cousas no Brasil.
Lamentàvelmente, apesar do desen volvimento dos estudos científicos em
todos os .setores da produção, mostran do a realidade brasileira e indicando os
meios adequados para debelar as nossas
maior parte da matéria orgânica, o que
deficiências, ainda perdura o ufanismo
dos ingênuos cronistas coloniais. • Quantos não acreditam boje que as
mostra a necessidade inadiável dum tra
nossas teira.s são as mais ricas do mun
balho do assistência aos scilos, mesmo
do, que as nossas jazidas são as mais possantes, que o nosso petróleo é o mais cobiçado I — versões atualizadas do qua dro pintado por Rocha Pitta: "felicíssi
tratando-se dos tip<xs mais ricos ao nos so alcance.
Numa exposição clara e sucinta, aquele autor assim define a situação das
mo terreno,
terras-roxas, erii face do esgotamento da matéria orgânica : — "Pelo teor de ele mentos químicos que nutrem as plantas, o diabásio é uma rocha riquissima. O
são frutos, em cujo centro tudo são te souros, em cujas montanhas e costas tu
em cuja superfície tudo
do são aromas". ..
snlo por ela gerado no clima úmido é
A pequena corrente realista, dos ho mens que estudam a terra e os proble
também rico,
mas brasileiros, desaparece diluída no
mas somente enquanto
virgem. A explicação disso, ern linhas gerai;',, é simples. A'decomposição das
livros de ensino primário, depois nos dis
rochas dc muito baixo teor de sílica e
cursos festivos,
mar de falso patriotismo, pregado nos nas conferências, nos
lugares. Dai, terem sido formadas em
livro "Os solos do Estado de São Pau
rápida e produz enorme quantidade de 'artigos de jornais e principalmente nos sesquióxidos de alumínio c ferro. Êsses comícios populares. óxidos metálicos, evidentemente, não O empolgante ufanismo ilude a mopossuem afinidade quíinica para com os
certos trechos, espessas camadas de ter-
lo" C), estuda minuciosamente os dí-
catiônios. alcalinos e alcalino-terrosos,
modo um tanto diferente nos diversos
física da terra-roxa uma
m porosa, sem detritos rochosos, en
que são a base da riqueza agrícola do
quanto noutros pontos, a rocha, apenas
solo.
superficiamente alterada, apresenta uma terra-roxa ainda com pequenos detritos
do minerais parcialmente decompostos
(*) — Os solos do Estado de São Paulo. Publicação n.o 6 da Série A-"Livro". Ins tituto Brasileiro de Geografia e Estatísti ca. Conselho Nacional de Geografia. Rio de Janeiro, 1949.
Êstes catiônios abandonam a ro
cha decomposta e o solo, evacuados pe las águas drenadas. O único fator que pode retê-los no solo é a matéria orgâ
cidadc e a leva ao desânimo e à deso
lação, mais tarde, quando depara com as agruras do meio.
* No que se refere às práticas de utili zação do solo, êsse engrandecimento exagerado prejudica enormemente por-
12 Digksto Ec{)nómico
todos 9S,tipos de rochas geradas pelo magma básico - originou as terras-roxas, de riqueza proverbial, sustentáculo
da cultura do café em São Paulo e no Paraná.
As áreas de terra-roxa, no Brasil, es
e mesmo seixos da rocha-mater quase
\'er.sos tipos de terra-roxa e faz consi
nica, que com êles se combina, reten- é;
com .sua rigidez original. A grande riqueza que o basaito deu ao
derações muito interessantes.
do-os em forma de bumatos.
Brasil foi o solo de terra-roxa que fa
assunto. Discípulo do eminente pedólogo aieinâo Paulo Vageler cuja reputa
cultou a expansão da lavoura cafeeira,
O referido truballio é obra clássica no
tão localizadas em parte de São Paulo Triângulo Mineiro, sul de Goiás, lestesul de Mato Grosso, noroeste do Para ná,.oeste de Santa Catarina, e norte e oeste do Rio Grande do Sul. (Vide ma
com o alto rendimento por pé de café, superando de muito as antigas áreas de
ção é internacional, tendo freqüentado
cultura nas cncosta.s da .serra do Mar
da Galifórnia, e tendo acompanhado Vageler pelo interior, quando a serviço do governo brasileiro, Setzer pôde dis
pa anexo).
queza aos minerais constituintes da rocha-mater; a.s eruptivas básicas contêm
por dum acervo de dados e observações
fósforo sob a forma dc apatitu (fosfato' de cálcio), contêm potássio, cálcio, ma-
fundamental no estudo dos solos de São
gnésio, ferro, manganês c titânio nos di-
Para Setzer, a própria terra-roxa é um solo medíocre logo qvie perde a
Em algumas áreas as terras-roxas têm merecido a atenção dos técnicos em Ciência do Solo, por exemplo, em Sãó Paulo, que já conta com muitos traba lhos executados no Ins tituto Agronômico de
o Mantiqueira.
Êssc solo tão privilegiado deve sua ri
>'ersos feldspatos e minerais acessórios. De um modo geral os basaltos têm suficiente
Campinas (Daferl, Pai va Neto e outros). Nou
tras, porém, provàvelmentc,
nunca
teor de potá.s.sio para as
. /j
neces.sidade.s das plantas e têm bastante fós-
foram
foro e cálcio, o que não
objeto de estudos acu
rados ou pelo menos, nunca foram divulga dor, nesse caso está a
acontece com os gra-
deles resultantes.
O conceito dc rique
maior parte dos terrenos
za do solo é um tema
situados em Goiás, Mato
Nem em todos os lugares os basaltos sofreram as mesmas ações, de modo a
bastante complexo e não depende apenas da composição química; embora a riqueza de elementos quími cos seja essencial, a capacidade cie assi milação pelas plantas é função de muitos
gerar solos semelhantes. As condições
fatores. Alberto Betim Pais Leme via na
climáticas influentes na formação do
constituição
solo agiram sôbre as lavas basálticas de
grande superioridade .sobre os outros ti pos de solo. José Setzer, no seu grande
Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.'
13
Dir.isrti Econômico
cur.sos de pedologia na Universidade
próprias que faz de sou livro uma obra Paulo.
Por isso, por mais ricas que seiam as
terras-roxas virgens, elas podem empo brecer estraordinàriamente e tanto mais,
quanto mais húmus perderem". Dêssc modo, Setzer põe abaixo o con- . ceito de terras inesgotáveis que tanto entusiasma os que não conhecem a si tuação real das cousas no Brasil.
Lamentàvelmente, apesar do desen volvimento dos estudos científicos em
todos os .setores da produção, mostran do a realidade brasileira e indicando os
meios adequados para debelar as nossas
maior parte da matéria orgânica, o que
deficiências, ainda perdura o ufanismo
dos ingênuos cronistas coloniais. • Quantos não acreditam boje que as
mostra a necessidade inadiável dum tra
nossas teira.s são as mais ricas do mun
balho do assistência aos scilos, mesmo
do, que as nossas jazidas são as mais possantes, que o nosso petróleo é o mais cobiçado I — versões atualizadas do qua dro pintado por Rocha Pitta: "felicíssi
tratando-se dos tip<xs mais ricos ao nos so alcance.
Numa exposição clara e sucinta, aquele autor assim define a situação das
mo terreno,
terras-roxas, erii face do esgotamento da matéria orgânica : — "Pelo teor de ele mentos químicos que nutrem as plantas, o diabásio é uma rocha riquissima. O
são frutos, em cujo centro tudo são te souros, em cujas montanhas e costas tu
em cuja superfície tudo
do são aromas". ..
snlo por ela gerado no clima úmido é
A pequena corrente realista, dos ho mens que estudam a terra e os proble
também rico,
mas brasileiros, desaparece diluída no
mas somente enquanto
virgem. A explicação disso, ern linhas gerai;',, é simples. A'decomposição das
livros de ensino primário, depois nos dis
rochas dc muito baixo teor de sílica e
cursos festivos,
mar de falso patriotismo, pregado nos nas conferências, nos
lugares. Dai, terem sido formadas em
livro "Os solos do Estado de São Pau
rápida e produz enorme quantidade de 'artigos de jornais e principalmente nos sesquióxidos de alumínio c ferro. Êsses comícios populares. óxidos metálicos, evidentemente, não O empolgante ufanismo ilude a mopossuem afinidade quíinica para com os
certos trechos, espessas camadas de ter-
lo" C), estuda minuciosamente os dí-
catiônios. alcalinos e alcalino-terrosos,
modo um tanto diferente nos diversos
física da terra-roxa uma
m porosa, sem detritos rochosos, en
que são a base da riqueza agrícola do
quanto noutros pontos, a rocha, apenas
solo.
superficiamente alterada, apresenta uma terra-roxa ainda com pequenos detritos
do minerais parcialmente decompostos
(*) — Os solos do Estado de São Paulo. Publicação n.o 6 da Série A-"Livro". Ins tituto Brasileiro de Geografia e Estatísti ca. Conselho Nacional de Geografia. Rio de Janeiro, 1949.
Êstes catiônios abandonam a ro
cha decomposta e o solo, evacuados pe las águas drenadas. O único fator que pode retê-los no solo é a matéria orgâ
cidadc e a leva ao desânimo e à deso
lação, mais tarde, quando depara com as agruras do meio.
* No que se refere às práticas de utili zação do solo, êsse engrandecimento exagerado prejudica enormemente por-
15
Digesto Econômico 14
Dici-;sto
que tende a arrefecer as medidas acau-
teladoras da riqueza do solo.
Os exemplos dos danos causados pela utilização desordenada do solo, sem fer tilização, sem rotação e sem medidas
Ec<)n6?viico
dado compreender e sentir que o solo
teira pura os planaltos inesozóicos do in-
da opulôncia eterna da terra é desmen
é um recurso natural precioso que se es
[crior.
tida pelas zonas agrícolas mais vellias que meio século. No entanto pouco so
gota rapidamente. Já os nossos indíge nas davam mostras disso com a migra
ção das suas roças, c ainda hoje, a agri
O Paraná está presenciando em nossos dias um "rush" pela conquista da ter ra-roxa ainda virgem de culturas, farta
cultura se desloca, na conquista dos so
de matéria húmica e de produtividade
los virgens.
incomparável.
faz pela sua conservação. Isso acontece, aliás, em todos os países onde a educa ção c a cultura não estão bastante dis
contra a erosão, estão aos nosso.s olhos
em todos os Estados do Brasil. A idéia
seminadas, a ponto de fazer a coletivi-
E' preciso incutir no espirito da co
letividade que o solo, encarado como fíitor essencial da produção de alimentos,
grandes culturas de cereais e de vinha
csgota-se continuamente, diminui de va
a oeste do Estado, em topografia me
lor após cada colheita c termina "aca bando", reduzindo-se a zero, se não lhe dispensarmos o trato conveniente. Temos bem nítido o e.xcmplo do caie,
deixando, por onde passou, apenas solos esgotados, de pouca produtividade para os que hoje os jwssueni. Os solos graníticos e gnáissicos das encostas da Man tiqueira e da Serra do Mar estão hoje reduzidos a pastagens pobres, pisadas por um gado magro que faz trabalho de conservação do solo com suas trilhas
muio
«nMM
cm curva de nível.
cufi/rtiA
O café, iniciando seu roteiro na cida
de do Rio de Janeiro, na chácara dos Barbonos, junto às colinas de gnais de
Porto iWila
composto, por onde hoje corre a rua
riMlAWOU»
Évaristo da Veiga foi esgotar os solos da mesma origem no Estado do Rio, norte LEGENDA
.yyy :.y
''M70-ALC48e
Ívv^^-J 0A$ALTf «ífflAS ÍHu^ru^AS BA4<CA4 &lAtAU0hl^riKCij
&AD MUKL
de São Paulo e sul de Minas, tomando
grande incremento quando descobriu as
AAtNjroBoTactrú ásv(2í&
J Í6H
(.OCA(S P(
EaufTiVA) AA«|C
CTfrACS NA$ COuNAS I KOMTANKAV AR^uCANAS
escala
1:3000 000
(9C^ROOu(Ào PATC<A^ Oú *^AfA .
PtiA
OmW K 6COtOO'A C AlfNMAAOAlA
f'- '042} ^ 'TMlAbrti
Em Santa Catarina, os solos derivados dos basaltos e mehlfiros alimentam as
áreas de terra-roxa no interior de São Paulo.
Um dos fatores favoráveis ao grande
nos fa\orável que em São Paulo e norte do Paraná. No Rio Grande do Sul, a
região colonial do planalto também goza cio privilégio da terra-roxa, para'manter em farta produção os vinhedos de Ca-
via:; c Bento Gonçalves. Na região co lonial do planalto gaúcho, bem como no planalto catarinense, as condições topo gráficas da área basáltica não são tão favoráveis quanto as de São Paulo e Paraná, pois em muitos trechos os frag mentos da rocha dificultam o trabalho.
Contudo, constituem uma dos impor tantes áreas de colonização agrícola do
país. Uin olhar lançado sobre o mapa que estampamos acjui permite admitirse a existência de consideráveis exten sões de terra-roxa em áreas ainda não
ocupadas pelos agricultores, áreas ainda sob a forma de campos naturais ou de reservas florestais, constituindo rarefa-
ções demográficas de menos de 2 habi tantes por km2, .segundo o recenseamentü de 1940.
desenvolvimento da cultura do café no
Somente a presença da eruptiva bási
Brasil foi portanto a natureza do solo.
ca não é condição suficiente para a exis
Os solos derivados dos basaltos e dia-
tência dum solo de qualidades excepcio-
básicos, proporcionando uma produti vidade mais elevada, numa topografia
nais, nem tampouco para a atração do colonos. No Estado do Maranhão, na
depositados nos intervalos dos grandes derrames, os solos resultantes fre
mais fácil, estimularam a cultura em São
região de Grajaú, há grandes extensões
qüentemente contêm terra-roxa misturada ao solo arenoso.
Paulo e no Paraná deslocando o interês-
de rochas basálticas e no entanto, tem-
se das colinas arqueanas da faixa cos
se ali o exemplo de uma das regiões maia
Êste mapa mostra a distribuição das áreas de rochas eruptivas básicas e «e arenito Botucatu no sul do Brasil. Como algrms desses arenitos foram
,
São comuns,
^Jicostas dos vales, as manchas de terra-roxa nuras, derivadas das erupti-
as acamadas entre os arenitos. Observe-se a extensão das áreas onde ainda é provável encontrar solos de boa qualidade.
15
Digesto Econômico 14
Dici-;sto
que tende a arrefecer as medidas acau-
teladoras da riqueza do solo.
Os exemplos dos danos causados pela utilização desordenada do solo, sem fer tilização, sem rotação e sem medidas
Ec<)n6?viico
dado compreender e sentir que o solo
teira pura os planaltos inesozóicos do in-
da opulôncia eterna da terra é desmen
é um recurso natural precioso que se es
[crior.
tida pelas zonas agrícolas mais vellias que meio século. No entanto pouco so
gota rapidamente. Já os nossos indíge nas davam mostras disso com a migra
ção das suas roças, c ainda hoje, a agri
O Paraná está presenciando em nossos dias um "rush" pela conquista da ter ra-roxa ainda virgem de culturas, farta
cultura se desloca, na conquista dos so
de matéria húmica e de produtividade
los virgens.
incomparável.
faz pela sua conservação. Isso acontece, aliás, em todos os países onde a educa ção c a cultura não estão bastante dis
contra a erosão, estão aos nosso.s olhos
em todos os Estados do Brasil. A idéia
seminadas, a ponto de fazer a coletivi-
E' preciso incutir no espirito da co
letividade que o solo, encarado como fíitor essencial da produção de alimentos,
grandes culturas de cereais e de vinha
csgota-se continuamente, diminui de va
a oeste do Estado, em topografia me
lor após cada colheita c termina "aca bando", reduzindo-se a zero, se não lhe dispensarmos o trato conveniente. Temos bem nítido o e.xcmplo do caie,
deixando, por onde passou, apenas solos esgotados, de pouca produtividade para os que hoje os jwssueni. Os solos graníticos e gnáissicos das encostas da Man tiqueira e da Serra do Mar estão hoje reduzidos a pastagens pobres, pisadas por um gado magro que faz trabalho de conservação do solo com suas trilhas
muio
«nMM
cm curva de nível.
cufi/rtiA
O café, iniciando seu roteiro na cida
de do Rio de Janeiro, na chácara dos Barbonos, junto às colinas de gnais de
Porto iWila
composto, por onde hoje corre a rua
riMlAWOU»
Évaristo da Veiga foi esgotar os solos da mesma origem no Estado do Rio, norte LEGENDA
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''M70-ALC48e
Ívv^^-J 0A$ALTf «ífflAS ÍHu^ru^AS BA4<CA4 &lAtAU0hl^riKCij
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de São Paulo e sul de Minas, tomando
grande incremento quando descobriu as
AAtNjroBoTactrú ásv(2í&
J Í6H
(.OCA(S P(
EaufTiVA) AA«|C
CTfrACS NA$ COuNAS I KOMTANKAV AR^uCANAS
escala
1:3000 000
(9C^ROOu(Ào PATC<A^ Oú *^AfA .
PtiA
OmW K 6COtOO'A C AlfNMAAOAlA
f'- '042} ^ 'TMlAbrti
Em Santa Catarina, os solos derivados dos basaltos e mehlfiros alimentam as
áreas de terra-roxa no interior de São Paulo.
Um dos fatores favoráveis ao grande
nos fa\orável que em São Paulo e norte do Paraná. No Rio Grande do Sul, a
região colonial do planalto também goza cio privilégio da terra-roxa, para'manter em farta produção os vinhedos de Ca-
via:; c Bento Gonçalves. Na região co lonial do planalto gaúcho, bem como no planalto catarinense, as condições topo gráficas da área basáltica não são tão favoráveis quanto as de São Paulo e Paraná, pois em muitos trechos os frag mentos da rocha dificultam o trabalho.
Contudo, constituem uma dos impor tantes áreas de colonização agrícola do
país. Uin olhar lançado sobre o mapa que estampamos acjui permite admitirse a existência de consideráveis exten sões de terra-roxa em áreas ainda não
ocupadas pelos agricultores, áreas ainda sob a forma de campos naturais ou de reservas florestais, constituindo rarefa-
ções demográficas de menos de 2 habi tantes por km2, .segundo o recenseamentü de 1940.
desenvolvimento da cultura do café no
Somente a presença da eruptiva bási
Brasil foi portanto a natureza do solo.
ca não é condição suficiente para a exis
Os solos derivados dos basaltos e dia-
tência dum solo de qualidades excepcio-
básicos, proporcionando uma produti vidade mais elevada, numa topografia
nais, nem tampouco para a atração do colonos. No Estado do Maranhão, na
depositados nos intervalos dos grandes derrames, os solos resultantes fre
mais fácil, estimularam a cultura em São
região de Grajaú, há grandes extensões
qüentemente contêm terra-roxa misturada ao solo arenoso.
Paulo e no Paraná deslocando o interês-
de rochas basálticas e no entanto, tem-
se das colinas arqueanas da faixa cos
se ali o exemplo de uma das regiões maia
Êste mapa mostra a distribuição das áreas de rochas eruptivas básicas e «e arenito Botucatu no sul do Brasil. Como algrms desses arenitos foram
,
São comuns,
^Jicostas dos vales, as manchas de terra-roxa nuras, derivadas das erupti-
as acamadas entre os arenitos. Observe-se a extensão das áreas onde ainda é provável encontrar solos de boa qualidade.
16
pobres e menos desenvolvidas do Brasil. CJomo fonte de riqueza mineral devese ao basalto e sobretudo às variedades
amigdalóídes (meláfiros) a maior parte das ametistas, topázios queimados e ágatas do Brasil. Explorados no vale do
rio do Peixe, e em vários pontos do Rio Grande do Sul, há importante.s centros de produção e lapidação em Quaraim. Livramento, Palmeira, Lajeado e Sole dade. Cobre nativo é freqüentemente encontrado em basaltos no Paraná (Gua
rapuava), Rio Grande do Sul (Qua raim) e no Maranhão (Grajaú), porém essas ocorrências não parecem ter signi ficação econômica.
Petróico gro.sso e betumes também são encontrados em vesículas e fraturas
de basaltos, na região de Cruz Macha do no Paraná e Rio Bonito em Santa Ca
tarina. Tais achados sugerem pesqui.sas
de petróleo, nessas áreas, mas a presen ça dos grandes derrames eruptivos cria problemas difíceis ao pesquisador. As intrusões de diabásio nas camadas
penno-carboniferas em São Paulo, Pa
Dir.ic.sT(>
presença de
Econômico
,V A ECONOMIA BAIANA)
"cavalos de pedra" nas
frentes de ataque c o mclamorfismo im primido ao carvão, que varia dum pe
Miguiíl Calmon
(Prnfessoi da Escola Politécnica da
queno abaixamento do teor de mutéria.s
Bahia) ,
voláteis até a completa inulilização do combustível. Êsses mal(^s•, entretanto, desaparecem diante do elemento de ríquezix que as terras-roxas proporcionam
aos que lavram a terra. E' graças aos solos derivados das ro
chas cruptiva.s básicas que prospera' a
A uuF-SE, no cenário nacional, o debato sôbrc comentários apresentados pelo Sr. Glycon Paiva'no "Digesto Eco nômico" dc dezembro último. A autori dade do cHjmcutarista e os dados que
maior parte das culturas no sul do
alinha, demonstrando a
Brasil,
econóniica que a Bahia atrave.ssa, devem
Para o venerando prof. Tvvenhofel,
catcdrático de Geologia na Universida
de do Wisconsin e conhecido pelo seu "Treatise on Sedimentation", o solo do
ponto de vista agrícola c o recurso mi
tnifcrmidade
ter ecoado profundamente entre os es-
tudioso.s do.s problemas nacionais, surprcendendo-os com as conclusões que alcança.
Decerto, deveria caber a um
baiano o dever de apontar ao país os
dos os aspectos desfavoráveis que apre senta a sua economia. Essa evasão da
população, a deficiência de indústrias, a propensão à monocultura, ulém de ou tras, são refle.xos do empobrecimento da
.sua população, conseqüente de um co mércio deficitário.
E' importante, pois, pesquisar as cau- .
sas que deram origem a êsse estado de cousas, dado que é conhecida a pros
peridade que logrou a Bahia durante o perícido colonial e mesmo no Império. As suas riquezas naturais proporciona
neral mais valioso duma nação, mas
graves problemas que atingiam aquela
nunca devemos esnuocer (pie é uma ri
parcclu da Federação, reclamando as me
ram naquela época, meios suficientes à
didas e o amparo de que carecia. Con tudo ó compreensível nosso pudor em
riquezas permanecerem praticamente
queza que se deteriora ràpidumente quando não recebe um trataniento ade quado. Os solos são bens naturais es-
gotáveis, cuja importância para o Ho
mem é equivalente às bacias carboníferas, aos campos de petróleo, às jazi
raná, Santa Catarina e Rio Grande do
das mincraús c outros recursos naturais
Sul também trouxeram problemas difí
indispensáveis ao progres.so e à própria
ceis aos míneradores de carvão, com a
sobrevivência do Homem civilizado.
terra e à gente.
Hoje, apesar dessas
revelar ao país a pobreza que nos asso
intactas, já não desfrutam os baianos,
berba; daí a razão de termos desenvol
no cenário econômico brasileiro, o ex
vido uma extensa campanha jimto aos podercs públicos federais, reclamando um auxilio intensivo, campanha essa,
único suscetível de dar explicações à atual
objeto de tão severas críticas em virtude do nosso silêncio sobre as causas que a
se verificou na Bahia qvialquer volume
motivaram.
Já agora ventilado o assunto para o país, em estudo merecedor de real aca
cepcional posto de outrora. Sem dúvida, ò aspecto sociológico é o
conjuntura da economia baiana. Nunca ponderável de imigração, suscetível de modificar a mentalidade ecíonómica do homem da terra, já cristalizada, através
tamento, podem os baianos discuti-lo e
do gerações, no conservadorismo dos
apresentar os seus pontos de vista paru
senhores de engenho.
solução dos graves problemas que têm de enfrentar, mesmo porque retardar o
aventura e a audácia
nosso pronunciamento seria admitir a ignorância de tão grave conjuntura e o
ambição do imigrante, que não tein pas
integral despreparo para enfrentá-la.
se coadunam com a mentalidade con
Sem dúvida, o empobrecimento pro
gressivo que se observa na Bahia, em conseqüência do cléBcit na sua balança
comercial, ó
puru expliPtir to=
O espírito de nos empreendi
mentos são características inerentes da
sado e só en.xerga o futuro, e que não servadora, onde o passado prepondera. O declínio da economia baiana situa-
se no século passado, quando não nos ptçparamos para substituir adequada-
16
pobres e menos desenvolvidas do Brasil. CJomo fonte de riqueza mineral devese ao basalto e sobretudo às variedades
amigdalóídes (meláfiros) a maior parte das ametistas, topázios queimados e ágatas do Brasil. Explorados no vale do
rio do Peixe, e em vários pontos do Rio Grande do Sul, há importante.s centros de produção e lapidação em Quaraim. Livramento, Palmeira, Lajeado e Sole dade. Cobre nativo é freqüentemente encontrado em basaltos no Paraná (Gua
rapuava), Rio Grande do Sul (Qua raim) e no Maranhão (Grajaú), porém essas ocorrências não parecem ter signi ficação econômica.
Petróico gro.sso e betumes também são encontrados em vesículas e fraturas
de basaltos, na região de Cruz Macha do no Paraná e Rio Bonito em Santa Ca
tarina. Tais achados sugerem pesqui.sas
de petróleo, nessas áreas, mas a presen ça dos grandes derrames eruptivos cria problemas difíceis ao pesquisador. As intrusões de diabásio nas camadas
penno-carboniferas em São Paulo, Pa
Dir.ic.sT(>
presença de
Econômico
,V A ECONOMIA BAIANA)
"cavalos de pedra" nas
frentes de ataque c o mclamorfismo im primido ao carvão, que varia dum pe
Miguiíl Calmon
(Prnfessoi da Escola Politécnica da
queno abaixamento do teor de mutéria.s
Bahia) ,
voláteis até a completa inulilização do combustível. Êsses mal(^s•, entretanto, desaparecem diante do elemento de ríquezix que as terras-roxas proporcionam
aos que lavram a terra. E' graças aos solos derivados das ro
chas cruptiva.s básicas que prospera' a
A uuF-SE, no cenário nacional, o debato sôbrc comentários apresentados pelo Sr. Glycon Paiva'no "Digesto Eco nômico" dc dezembro último. A autori dade do cHjmcutarista e os dados que
maior parte das culturas no sul do
alinha, demonstrando a
Brasil,
econóniica que a Bahia atrave.ssa, devem
Para o venerando prof. Tvvenhofel,
catcdrático de Geologia na Universida
de do Wisconsin e conhecido pelo seu "Treatise on Sedimentation", o solo do
ponto de vista agrícola c o recurso mi
tnifcrmidade
ter ecoado profundamente entre os es-
tudioso.s do.s problemas nacionais, surprcendendo-os com as conclusões que alcança.
Decerto, deveria caber a um
baiano o dever de apontar ao país os
dos os aspectos desfavoráveis que apre senta a sua economia. Essa evasão da
população, a deficiência de indústrias, a propensão à monocultura, ulém de ou tras, são refle.xos do empobrecimento da
.sua população, conseqüente de um co mércio deficitário.
E' importante, pois, pesquisar as cau- .
sas que deram origem a êsse estado de cousas, dado que é conhecida a pros
peridade que logrou a Bahia durante o perícido colonial e mesmo no Império. As suas riquezas naturais proporciona
neral mais valioso duma nação, mas
graves problemas que atingiam aquela
nunca devemos esnuocer (pie é uma ri
parcclu da Federação, reclamando as me
ram naquela época, meios suficientes à
didas e o amparo de que carecia. Con tudo ó compreensível nosso pudor em
riquezas permanecerem praticamente
queza que se deteriora ràpidumente quando não recebe um trataniento ade quado. Os solos são bens naturais es-
gotáveis, cuja importância para o Ho
mem é equivalente às bacias carboníferas, aos campos de petróleo, às jazi
raná, Santa Catarina e Rio Grande do
das mincraús c outros recursos naturais
Sul também trouxeram problemas difí
indispensáveis ao progres.so e à própria
ceis aos míneradores de carvão, com a
sobrevivência do Homem civilizado.
terra e à gente.
Hoje, apesar dessas
revelar ao país a pobreza que nos asso
intactas, já não desfrutam os baianos,
berba; daí a razão de termos desenvol
no cenário econômico brasileiro, o ex
vido uma extensa campanha jimto aos podercs públicos federais, reclamando um auxilio intensivo, campanha essa,
único suscetível de dar explicações à atual
objeto de tão severas críticas em virtude do nosso silêncio sobre as causas que a
se verificou na Bahia qvialquer volume
motivaram.
Já agora ventilado o assunto para o país, em estudo merecedor de real aca
cepcional posto de outrora. Sem dúvida, ò aspecto sociológico é o
conjuntura da economia baiana. Nunca ponderável de imigração, suscetível de modificar a mentalidade ecíonómica do homem da terra, já cristalizada, através
tamento, podem os baianos discuti-lo e
do gerações, no conservadorismo dos
apresentar os seus pontos de vista paru
senhores de engenho.
solução dos graves problemas que têm de enfrentar, mesmo porque retardar o
aventura e a audácia
nosso pronunciamento seria admitir a ignorância de tão grave conjuntura e o
ambição do imigrante, que não tein pas
integral despreparo para enfrentá-la.
se coadunam com a mentalidade con
Sem dúvida, o empobrecimento pro
gressivo que se observa na Bahia, em conseqüência do cléBcit na sua balança
comercial, ó
puru expliPtir to=
O espírito de nos empreendi
mentos são características inerentes da
sado e só en.xerga o futuro, e que não servadora, onde o passado prepondera. O declínio da economia baiana situa-
se no século passado, quando não nos ptçparamos para substituir adequada-
mr 18
Dicksto Econômico Dicksto
mente o braço escravo;
porém a fase mais aguda justamente agora se apre senta, quando o Brasil se desenvolveu no campo industrial. Mais avultados se tornaram os nossos problemas de eco
nomia colonial em face da pressão e.\pansionista dos centros de produção in dustriais. Passamos a comprar mais, en quanto continuávamos a vender a mes
ma cousa. O empobrecimento seria fa tal. Feli/^mente para nós outros, tive mos o.s dados do Recenscamento, onde nos foi possível -
Todos esses fatores ad\'er.so.s- explicam o regime inonocullor para a produção
exaustão econômica é, sem dúvida, o
agrícola. O cacau era o eivo da econo
iDrccimento da população omite total mente a iniciativa privada no processo dc expansão econômica o o próprio po der público fica á míngua de recursos, para solucionar todos os problemas que
mia Ijaiuna, pois a sua zona de produ ção, vizinha ao litoral, encontrava fácil e.scoamento pela via marítima. Em con
seqüência, o regime tributário do Estado
acarretando
desfavorável
repercussão
sobre as condições sanitárias da nossa
capital. E tudo isso vem sendo comba tido num grande programa de saúde
ra encontrar meios de atender aos re
corrigir o anacronismo de sua balança
pública, onde não faltou a colaboração
comercial, desenvolvendo as suas atuais
do governo federal, de maneira que os
clamos do extenso território quo pi)ssuí-
fontes do rocoitay já que, difícil seria,
índice.s de mortalidade da tuberculose
apcsar dc tudo,
no momento, a criação de novas, na es
são mais baixos. O serviço de drenagem
com
cala reclamada pelas necessidades eco
e saneamento dos vales c baixadas ex-
nômicas. Em dois setores importantes
tingiu praticamente a malária. Desen-
isto podo ser realizado dentro dos re cursos disponíveis — a capital e o in
volve-.se a construção do serviço de es
mos,
povoado. volumosa
população.
Eram, bem
do: a própria
os
Associação Co tomou
a si a iniciativa
promover
tes, e a falta do serviço de esgotos pro vocava moléstias do aparelho digestivo,
nba-se á Bahia promover os meios de
nomia do Esta
mesa
nesse extcmiínio. A malária envolvia tôda a cidade com os seus braços tentaculares, minando a saúde do.s habitan
a sua efetivação reclama. Assim, impii-
vassalava a eco
de
ponlo nevrálgico da questão. O empo-
tinha de ser dos mais deficientes, agra vando a escassa produção existente, pa
midade que a-
u'a
' '•
pois,
sombrios problemas
terior. Como todos sabem. Salvador, a
nuc enfrenta vam os baianos
nossa vclba capital, que acaba de come morar seu.s quatro séculos de existência, é rica cm motivos para proporcionar o
na
sua
luta
pela subsistên cia, motivando
re
desenvolvimento da indústria turística.
Suas belas igrejas, os especiais efeitos panorâmicos, um grande e rico folclore,
gotos que, a par da campanha sanitária empreendida, está extirpando o tifo, co mo moléstia epidêmica em Salvador. Por outro lado, a Prefeitura contratou
a execução de um plano de urbanismo
que embora não concluído, pela morte prematura do seu autor, (poucos deta
donda para o debate de problemas de
acentuado volume de aquisições fora do
tal magnitude. E foram-sc alinhando os
Estado, como frisou o Sr. Glycon Paiva. Sem dúvida, achamos dc fundamen tal importância a proposta veiculada pelo Sr. Glycon Paiva para a constitui
sua cozinha de renome internacional, a
ção dc uma comissão de estudos que
uma das mais intensas e gratuitas pro
terístico e com valor histórico, merece
pagandas.
ser preservado.
dados que demonstravam a verdadeira
calamidade que recaía sobre a Bahia: O analfabetismo atingia índice dos mais elevados do país. A malária e a tuber culose minavam a saúde do traballiador
capaz de produzir a riqueza. A popula ção, mal distribuída pelo território do
pos.sa encontrar os remédios adequados para uma situação tão grave. Contudo,
riqueza e a variedade de um grande mercado de "coisas" do nosso período colonial tem sido ultimamente objeto de
já estamoí: pondo em prática uma série
Aproveitá-la, tran.sformando a cidade num grande centro de turismo, é o que
concentrava-se nas zonas de
de providências destinadas a minorar os
estamos paulatinamente realizando, para
mais fácil acesso e de solo mais rico e
efeitos da conjuntura que atravessamos. Naturalmente, as soluções que estamos
obtermos uma das fontes mais próspe ras para o enriquecimento que preten
dando são em caráter restrito, visando apenas aos aspectos mais prementes da
demos.
Estado,
produtivo. As dificuldades na obtenção
de energia agravavam o problema. Os transporte.s, numa deficiência clamorosa, poi.s apenas po.ssuíamos uma rede rodo
viária restrita, que tem por polo a capi tal, mal se expandiam pela zona do Re côncavo, enquanto as ferrovias lançadas por zonas sem maior interesse económi-
■
co, pouco serviço prestavam à produção,
aferír com exa tidão a enfer
mercial
19
Econômico
crise.
De maneira geral, as iniciativas que
Para tanto, impunha-se uma tarefa quase sobre-humana que, mercê de Deus, vai sendo vencida.
O primeiro
se estão desenvolvendo na Bahia visam
setor a atacar dizia respeito à saúde da
promover a modificação do atual regimo deficitário na balançfi í;()iii(ncial. A
população. Tínhamos índices de morta lidade do.s mais elevados no Brasil, ca
bendo à tuberculose
papel destacado
lhes faltam e estão sendo concluídos), revela a mão insígne do prof. Mario Leal Ferreira. Com ele, está a cidade
habilitada
a regular a sua expansão,
respeitando o que de tradicional, carac Cuidou-se ainda, com a cooperação
do particulares, de preparar hospeda gem condigna aos que nos visitam, rea lizando a construção
de um moderno
hotel que, pelo desejo nosso, será uma síntese da hospitalidade baiana. Isto sem falar nas obras públicas de embelezamento da cidade, criação do novas áreas de expansão, preparo do
passeios onde o deleite paisagístico pro porcione ao turista o complemento ade quado às visitas aos monumentos hist6-
«
mr 18
Dicksto Econômico Dicksto
mente o braço escravo;
porém a fase mais aguda justamente agora se apre senta, quando o Brasil se desenvolveu no campo industrial. Mais avultados se tornaram os nossos problemas de eco
nomia colonial em face da pressão e.\pansionista dos centros de produção in dustriais. Passamos a comprar mais, en quanto continuávamos a vender a mes
ma cousa. O empobrecimento seria fa tal. Feli/^mente para nós outros, tive mos o.s dados do Recenscamento, onde nos foi possível -
Todos esses fatores ad\'er.so.s- explicam o regime inonocullor para a produção
exaustão econômica é, sem dúvida, o
agrícola. O cacau era o eivo da econo
iDrccimento da população omite total mente a iniciativa privada no processo dc expansão econômica o o próprio po der público fica á míngua de recursos, para solucionar todos os problemas que
mia Ijaiuna, pois a sua zona de produ ção, vizinha ao litoral, encontrava fácil e.scoamento pela via marítima. Em con
seqüência, o regime tributário do Estado
acarretando
desfavorável
repercussão
sobre as condições sanitárias da nossa
capital. E tudo isso vem sendo comba tido num grande programa de saúde
ra encontrar meios de atender aos re
corrigir o anacronismo de sua balança
pública, onde não faltou a colaboração
comercial, desenvolvendo as suas atuais
do governo federal, de maneira que os
clamos do extenso território quo pi)ssuí-
fontes do rocoitay já que, difícil seria,
índice.s de mortalidade da tuberculose
apcsar dc tudo,
no momento, a criação de novas, na es
são mais baixos. O serviço de drenagem
com
cala reclamada pelas necessidades eco
e saneamento dos vales c baixadas ex-
nômicas. Em dois setores importantes
tingiu praticamente a malária. Desen-
isto podo ser realizado dentro dos re cursos disponíveis — a capital e o in
volve-.se a construção do serviço de es
mos,
povoado. volumosa
população.
Eram, bem
do: a própria
os
Associação Co tomou
a si a iniciativa
promover
tes, e a falta do serviço de esgotos pro vocava moléstias do aparelho digestivo,
nba-se á Bahia promover os meios de
nomia do Esta
mesa
nesse extcmiínio. A malária envolvia tôda a cidade com os seus braços tentaculares, minando a saúde do.s habitan
a sua efetivação reclama. Assim, impii-
vassalava a eco
de
ponlo nevrálgico da questão. O empo-
tinha de ser dos mais deficientes, agra vando a escassa produção existente, pa
midade que a-
u'a
' '•
pois,
sombrios problemas
terior. Como todos sabem. Salvador, a
nuc enfrenta vam os baianos
nossa vclba capital, que acaba de come morar seu.s quatro séculos de existência, é rica cm motivos para proporcionar o
na
sua
luta
pela subsistên cia, motivando
re
desenvolvimento da indústria turística.
Suas belas igrejas, os especiais efeitos panorâmicos, um grande e rico folclore,
gotos que, a par da campanha sanitária empreendida, está extirpando o tifo, co mo moléstia epidêmica em Salvador. Por outro lado, a Prefeitura contratou
a execução de um plano de urbanismo
que embora não concluído, pela morte prematura do seu autor, (poucos deta
donda para o debate de problemas de
acentuado volume de aquisições fora do
tal magnitude. E foram-sc alinhando os
Estado, como frisou o Sr. Glycon Paiva. Sem dúvida, achamos dc fundamen tal importância a proposta veiculada pelo Sr. Glycon Paiva para a constitui
sua cozinha de renome internacional, a
ção dc uma comissão de estudos que
uma das mais intensas e gratuitas pro
terístico e com valor histórico, merece
pagandas.
ser preservado.
dados que demonstravam a verdadeira
calamidade que recaía sobre a Bahia: O analfabetismo atingia índice dos mais elevados do país. A malária e a tuber culose minavam a saúde do traballiador
capaz de produzir a riqueza. A popula ção, mal distribuída pelo território do
pos.sa encontrar os remédios adequados para uma situação tão grave. Contudo,
riqueza e a variedade de um grande mercado de "coisas" do nosso período colonial tem sido ultimamente objeto de
já estamoí: pondo em prática uma série
Aproveitá-la, tran.sformando a cidade num grande centro de turismo, é o que
concentrava-se nas zonas de
de providências destinadas a minorar os
estamos paulatinamente realizando, para
mais fácil acesso e de solo mais rico e
efeitos da conjuntura que atravessamos. Naturalmente, as soluções que estamos
obtermos uma das fontes mais próspe ras para o enriquecimento que preten
dando são em caráter restrito, visando apenas aos aspectos mais prementes da
demos.
Estado,
produtivo. As dificuldades na obtenção
de energia agravavam o problema. Os transporte.s, numa deficiência clamorosa, poi.s apenas po.ssuíamos uma rede rodo
viária restrita, que tem por polo a capi tal, mal se expandiam pela zona do Re côncavo, enquanto as ferrovias lançadas por zonas sem maior interesse económi-
■
co, pouco serviço prestavam à produção,
aferír com exa tidão a enfer
mercial
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Econômico
crise.
De maneira geral, as iniciativas que
Para tanto, impunha-se uma tarefa quase sobre-humana que, mercê de Deus, vai sendo vencida.
O primeiro
se estão desenvolvendo na Bahia visam
setor a atacar dizia respeito à saúde da
promover a modificação do atual regimo deficitário na balançfi í;()iii(ncial. A
população. Tínhamos índices de morta lidade do.s mais elevados no Brasil, ca
bendo à tuberculose
papel destacado
lhes faltam e estão sendo concluídos), revela a mão insígne do prof. Mario Leal Ferreira. Com ele, está a cidade
habilitada
a regular a sua expansão,
respeitando o que de tradicional, carac Cuidou-se ainda, com a cooperação
do particulares, de preparar hospeda gem condigna aos que nos visitam, rea lizando a construção
de um moderno
hotel que, pelo desejo nosso, será uma síntese da hospitalidade baiana. Isto sem falar nas obras públicas de embelezamento da cidade, criação do novas áreas de expansão, preparo do
passeios onde o deleite paisagístico pro porcione ao turista o complemento ade quado às visitas aos monumentos hist6-
«
20
Dicesto Econômico
Assim, pretendemos ver nossa velha capital
transformada num
centro de
atração turística que proporcione, não
só à Bahia como ao país,
proventos
quantiosos para a sua economia.
No interior, outra seria a campanha.
Educação, saúde pública, transportes, produção de energia, imigração, desen volvimento da produção etc. Todos es ses aspetos abordados de maneira inten
expansão em virtude da cletrificaç*ão e duplicação das linhas no tronco de che gada à capital.
Outro setor onde os índices se apre-
longo período scní miscigenação estra nha, está na imigração. Imigração que
nos c quase proibida, pelo seu alto custo à terra, hostil pelo clima e pela reduzi
onde a vizinhança da zona árida do nor
da escala do desenvolvimento econômi
co. No momento em que no Brasil, zonas mais prósperas c de clima mais ameno reclamam braços e mais braços, difícil
ela tem quase o monopólio no,Brasil da
deste restringia as fontc.s de produção hidrelétrica. A capital estava por assim dizer impedida de um desenvolvimento
processasse o desenvolvimento da pro
ção de energia elétrica.
A descob(?rta
dução.
do petróleo, em zona vizinha à capital,
O incremento da aifabetização que se tinha revelado na Bahia, pelo censo de "íO, como um dos mais baixos do Brasil,
trou.xe novas perspectivas para o esta
belecimento de uma próspera indústria, em virtude da acessibilidade do com
e pelos problemas da fixação do homem
será entrarmos na concorrência e sair mos vitoriosos.
Não obstante, vem-se
desenvolvendo em escala
apreciável o
estabelecimento de colônias de imigran
tes, aproveitando as zonas mais ele\ndas do Estado que, polo seu clima ameno e
condições geográficas, vão permitir que se inaugure um vasto programa para a
bustível. E por outro lado, vai gerar im
no que Anísio Teixeira desenvolveu com
formação de nova mentalidade para o
portante volume de energia elétrica, com
o auxílio do Ministério da Educação.
baiano.
o que se fará a eletrificação ferroviária
Hospitais espalharam-se pelo Estado
entra em crise o cacau. Nesse setor, so
e.xpansão econômica era o da energia,
industrial compatível com o progresso moderno, em virtude da escassa produ
o a malaria está \irtualmente extinta na região do São Francisco, num dos mais
cam. Daí resulta uma verdadeira para lisação na xnda do Estado toda vez que bretudo, é que se impõe a organização de uma comissão de estudos, como suge re o Sr. Glycon Paiva, pois a Bahia é,
.sentavam inteiramente desfavoráveis à
siva, porém abrangendo áreas restritas, justamente aquelas onde mais rápido se
foi solucionado adequadamente no pla
Dicesto Econômico
acima mencionada e um substancial au
xílio ao consumo da capital, ate que a Cachoeira de Paulo Afonso po.ssa aten
Para o fim, propositadamente, dei.\ei o setor da produção a fim de encerrar esta.s desataviadas enumerações do que
sem dúvida, um Estado de grandes po tenciais econômicos. No setor agrícola
produção do cacau e do fumo destina dos a ex-portação para o exterior. E' grande produtora de mamona e outras oleoginosas e no setor de fibras tem pa pel importante na produção brasileira. Vem-se desenvolvendo com êxito a pro dução de cereai.s, notadamente milho, e as suas essências florestais, peculiares
ao habitai baiano, nos permitem admi tir a criação de futuras indústrias ma-
deireiras de importância para o país. O Estado tem condições especiais pa ra o criatório, o que lhe projKjrciona
der aos .seus objetivos. Aí então estare
foi possível aos baianos promover para
mos abastecidos em larga e.scala e aptos
reabilitar seu toiTão no consenso nacio
grande.s rebanhos pecuários. Certa zona mostra-se propícia ao criatório de ca
nal. Tivemos presente, como ponto fun damental para a recuperação econômica, que não seria possível qualquer progra
campo para o desenvolvimento de ativi
intensos planos de dedetização iá desen volvidos no país. As estradas de rodagem, de pavimen
a desenvolver uma expansão econômica
tação adequada ao transporte da pro
fundada na atividade industrial.
dução, ramificaram-se pelas zonas pro dutivas do Estado, dando origem a no
rio;:, na investigação que .sc fizer sobre
vos mícleos populacionais de vertiginoso
as causas da estagnação econômica que
crescimento. Por seu turno, o governo
se verificou na Bahia, terá que se fun dar na formação social e nas origens da
comercial era sintomático e impunha-se,
em que a Bahia já vem se fazendo no-
consequentemente, a sua correção como
tada.
mentalidade econômica cjue se desen
ponto de partida para qualquer plano destinado a criar a prosperidade no Es
Ar. reservas minerais do Estado são de extraordinário valor e um estudo real
tado. Não cogitamos, e nem podería
das suas possibilidades permitirá um am
mos, de uma substancial modificação no
plo aproveitamento dessas riquezas,
federal concluiu a ligação Rio-Bahia e nos transportes ferroviários vem promo vendo
a construção de vários
que, embora
trechos
de diminuta quilometra
gem, têm a grande virtude de estabele cer a interligação
das várias ferrovias
existentes e, até então, totalmente isola
das. Os transportes da nossa principal ferrovia, a Leste Brasileiro, cuja capa cidade já havia sido alcançada em vir tude do emprêgo da lenha como com bustível, vão encontrar novo surto de
Sem dúvida, um dos aspectos mais sé
volveu no homem baiano. Esta apreciá\e! evasão de brjtço.s que continuamente vem ocorrendo, despovoando os sertões da Bahia, aliás já pèssimamente atendi
dos sob o aspecto demográfico, explica
ma a se alicerçar numa população em
empobrecimento. O déficit da balança
.sistema monocultor que ainda predomi na no Estado. Preocupa-nos a influên
a luta dos espíritos aventureiros contra
cia que o cacau tem na economia baia na e que chega a alcançar 60 %, pois os
a mentalidade
prinos, razão pela qual possuímos o maior rebanho brasileiro. Há, portanto,
dades econômicas nesse setor, especial
mente na produção de couros e peles,
Porém onde, certamente, mais amplos se mostram os horizontes para o desen volvimento econômico da Bahia, está no
efeitos dos ciclos econômicos não encon
setor industrial. A descoberta do petró
minante. Certamente, a solução que ate
tram uma economia alicerçada na mul
leo e a sua industrialização, que dentro
nuará os efeitos dessa estratificação do
tiplicidade da produção, para amortecer
em pouco será uma realidade, com a re
espirito burguês,
os inevitáveis choques que êles provo
finaria de Mataripe e com o potencial
conservadora então do
conseqüente de ura
20
Dicesto Econômico
Assim, pretendemos ver nossa velha capital
transformada num
centro de
atração turística que proporcione, não
só à Bahia como ao país,
proventos
quantiosos para a sua economia.
No interior, outra seria a campanha.
Educação, saúde pública, transportes, produção de energia, imigração, desen volvimento da produção etc. Todos es ses aspetos abordados de maneira inten
expansão em virtude da cletrificaç*ão e duplicação das linhas no tronco de che gada à capital.
Outro setor onde os índices se apre-
longo período scní miscigenação estra nha, está na imigração. Imigração que
nos c quase proibida, pelo seu alto custo à terra, hostil pelo clima e pela reduzi
onde a vizinhança da zona árida do nor
da escala do desenvolvimento econômi
co. No momento em que no Brasil, zonas mais prósperas c de clima mais ameno reclamam braços e mais braços, difícil
ela tem quase o monopólio no,Brasil da
deste restringia as fontc.s de produção hidrelétrica. A capital estava por assim dizer impedida de um desenvolvimento
processasse o desenvolvimento da pro
ção de energia elétrica.
A descob(?rta
dução.
do petróleo, em zona vizinha à capital,
O incremento da aifabetização que se tinha revelado na Bahia, pelo censo de "íO, como um dos mais baixos do Brasil,
trou.xe novas perspectivas para o esta
belecimento de uma próspera indústria, em virtude da acessibilidade do com
e pelos problemas da fixação do homem
será entrarmos na concorrência e sair mos vitoriosos.
Não obstante, vem-se
desenvolvendo em escala
apreciável o
estabelecimento de colônias de imigran
tes, aproveitando as zonas mais ele\ndas do Estado que, polo seu clima ameno e
condições geográficas, vão permitir que se inaugure um vasto programa para a
bustível. E por outro lado, vai gerar im
no que Anísio Teixeira desenvolveu com
formação de nova mentalidade para o
portante volume de energia elétrica, com
o auxílio do Ministério da Educação.
baiano.
o que se fará a eletrificação ferroviária
Hospitais espalharam-se pelo Estado
entra em crise o cacau. Nesse setor, so
e.xpansão econômica era o da energia,
industrial compatível com o progresso moderno, em virtude da escassa produ
o a malaria está \irtualmente extinta na região do São Francisco, num dos mais
cam. Daí resulta uma verdadeira para lisação na xnda do Estado toda vez que bretudo, é que se impõe a organização de uma comissão de estudos, como suge re o Sr. Glycon Paiva, pois a Bahia é,
.sentavam inteiramente desfavoráveis à
siva, porém abrangendo áreas restritas, justamente aquelas onde mais rápido se
foi solucionado adequadamente no pla
Dicesto Econômico
acima mencionada e um substancial au
xílio ao consumo da capital, ate que a Cachoeira de Paulo Afonso po.ssa aten
Para o fim, propositadamente, dei.\ei o setor da produção a fim de encerrar esta.s desataviadas enumerações do que
sem dúvida, um Estado de grandes po tenciais econômicos. No setor agrícola
produção do cacau e do fumo destina dos a ex-portação para o exterior. E' grande produtora de mamona e outras oleoginosas e no setor de fibras tem pa pel importante na produção brasileira. Vem-se desenvolvendo com êxito a pro dução de cereai.s, notadamente milho, e as suas essências florestais, peculiares
ao habitai baiano, nos permitem admi tir a criação de futuras indústrias ma-
deireiras de importância para o país. O Estado tem condições especiais pa ra o criatório, o que lhe projKjrciona
der aos .seus objetivos. Aí então estare
foi possível aos baianos promover para
mos abastecidos em larga e.scala e aptos
reabilitar seu toiTão no consenso nacio
grande.s rebanhos pecuários. Certa zona mostra-se propícia ao criatório de ca
nal. Tivemos presente, como ponto fun damental para a recuperação econômica, que não seria possível qualquer progra
campo para o desenvolvimento de ativi
intensos planos de dedetização iá desen volvidos no país. As estradas de rodagem, de pavimen
a desenvolver uma expansão econômica
tação adequada ao transporte da pro
fundada na atividade industrial.
dução, ramificaram-se pelas zonas pro dutivas do Estado, dando origem a no
rio;:, na investigação que .sc fizer sobre
vos mícleos populacionais de vertiginoso
as causas da estagnação econômica que
crescimento. Por seu turno, o governo
se verificou na Bahia, terá que se fun dar na formação social e nas origens da
comercial era sintomático e impunha-se,
em que a Bahia já vem se fazendo no-
consequentemente, a sua correção como
tada.
mentalidade econômica cjue se desen
ponto de partida para qualquer plano destinado a criar a prosperidade no Es
Ar. reservas minerais do Estado são de extraordinário valor e um estudo real
tado. Não cogitamos, e nem podería
das suas possibilidades permitirá um am
mos, de uma substancial modificação no
plo aproveitamento dessas riquezas,
federal concluiu a ligação Rio-Bahia e nos transportes ferroviários vem promo vendo
a construção de vários
que, embora
trechos
de diminuta quilometra
gem, têm a grande virtude de estabele cer a interligação
das várias ferrovias
existentes e, até então, totalmente isola
das. Os transportes da nossa principal ferrovia, a Leste Brasileiro, cuja capa cidade já havia sido alcançada em vir tude do emprêgo da lenha como com bustível, vão encontrar novo surto de
Sem dúvida, um dos aspectos mais sé
volveu no homem baiano. Esta apreciá\e! evasão de brjtço.s que continuamente vem ocorrendo, despovoando os sertões da Bahia, aliás já pèssimamente atendi
dos sob o aspecto demográfico, explica
ma a se alicerçar numa população em
empobrecimento. O déficit da balança
.sistema monocultor que ainda predomi na no Estado. Preocupa-nos a influên
a luta dos espíritos aventureiros contra
cia que o cacau tem na economia baia na e que chega a alcançar 60 %, pois os
a mentalidade
prinos, razão pela qual possuímos o maior rebanho brasileiro. Há, portanto,
dades econômicas nesse setor, especial
mente na produção de couros e peles,
Porém onde, certamente, mais amplos se mostram os horizontes para o desen volvimento econômico da Bahia, está no
efeitos dos ciclos econômicos não encon
setor industrial. A descoberta do petró
minante. Certamente, a solução que ate
tram uma economia alicerçada na mul
leo e a sua industrialização, que dentro
nuará os efeitos dessa estratificação do
tiplicidade da produção, para amortecer
em pouco será uma realidade, com a re
espirito burguês,
os inevitáveis choques que êles provo
finaria de Mataripe e com o potencial
conservadora então do
conseqüente de ura
iip ' w 22
hidrelétrico a »er proporcionado por Paulo Afonso, são fatores altamente pro pícios à instalação de um parque in dustrial, que poderá ser subsidiário do de S. Paulo, encurtando destarte o
transporte das utilidades necessárias às mais remotas plagas do Norte brasileiro. Tanto pelos transportes interiores como pela via marítima, situa-se a Bahia em especial posição para atender aos recla mos de todo o Norte.
Dic;i-:sto Ec^onómcco
E então a Bahia retomará a sua po
haverA
nova DE
sição na economia nacional, destacada
superprodução
ALGODÀO?
como foi no passado, prestando ao país a parcela do seu trabalho profícuo, cor
II
rigindo desni\elanH-ntos econômicos en
José Garibaj-di üantas
tre as várias regiões do país e fa\ orccen-
do a manutenção dos princípios da uni
Pahkck inevitável nova superprodução
tes: à redução das novas áreas locais e
dade nacional, sem dúvida, um dos mo
à limitação mundial da produção.
tivos de mais justa satisfação (|uc pode-
mundial de algodão. De fato, as safras previstas paru a estação em cur
■remos ter na formação da nossa nacio
so, 19-19/.Õ0, devem atingir mais de
Reduzem os Estados Unidos as noixis
30.000.000 de fardos, enquanto que o
áreas algodociras
nalidade .
consumo de todos os centros têxteis não
ultrapassará, no citado período, 28.000.000.
Haveria assim sobra con
siderável dc 3.000.000 de fardos, mas é
neco..ssárin levar em conta que, por en
Em meados de dezembro do ano pas sado, como é ali de lei, o secretário da
Agricultura dos Estados Unidos, Senhor Brcnann, promoveu, na "cotton-bclt", o
quanto, os estoques que passam de
primeiro plebiscito da nova era ou ciclo
uma para outra estação são ainda rela tivamente pequenos. O excesso da pro
da produção norte-americana de algodão.
dução sòbrc o consumo mundial vai ser
oferta e da procura dessa matéria-primà regi.stra desequilíbrio acentuado — como
vindo para refazer os estoques que se
haviam liquidado, durante os anos ante riores de relativa escassez.
Do ex"posto,
conclui-se que, mesmo com produção superior ao consumo, o suprimento não
é exagerado, e o que sobra vai ajudan do a refazer as lacunas anteriores.
Mas, a situação pode não ser a mes ma, em futuro próximo. Se no ano corrente, ainda não se pode considerar excessivo ou cm superprodução o supri mento mundial de algodão, já a mesma coisa não ocorrerá, na próxima estação,
a de 1950/51, a qual se inicia prati camente com o plantio e colheita das safras do hemisfério setentrional, mar
cados para meses próximos.
A superprodução, pois, parece inevi tável.
Para corrigir-lhe os perigos, os Estados Unidos estão recon-endo a dois expedien
Pela lei em vigor, quando a situação da ó o caso atual — o governo pode realizar
plebiscitos entre os lavradores de algo
dão, para se determinar se a maioria opta pela redução das áreas, com manutenção dos atuais níveis de garantia de preços mínimos (90% da "paridade") ou se
prefere plantar livremente, desistindo, porém, dessa garantia tão elevada. O re ferendo agrário foi realizado, com com-
parecimento de milhões de lavradores. A maioria votou a favor da redução da^ áreas e da manutenção da garantia ci
tada. Aparentemente, o problema estaria resolvido, se a situação algodoeira norteamericana não se tivesse complicado sen sivelmente com as últimas tendências
ali observadas.
É fato conhecido que
o eixo econômico dessa lavoura se des
loca das margens do Mississipi, para as terras irrigadas do oeste da Califórnia que não eram, havia alguns anos, região de
iip ' w 22
hidrelétrico a »er proporcionado por Paulo Afonso, são fatores altamente pro pícios à instalação de um parque in dustrial, que poderá ser subsidiário do de S. Paulo, encurtando destarte o
transporte das utilidades necessárias às mais remotas plagas do Norte brasileiro. Tanto pelos transportes interiores como pela via marítima, situa-se a Bahia em especial posição para atender aos recla mos de todo o Norte.
Dic;i-:sto Ec^onómcco
E então a Bahia retomará a sua po
haverA
nova DE
sição na economia nacional, destacada
superprodução
ALGODÀO?
como foi no passado, prestando ao país a parcela do seu trabalho profícuo, cor
II
rigindo desni\elanH-ntos econômicos en
José Garibaj-di üantas
tre as várias regiões do país e fa\ orccen-
do a manutenção dos princípios da uni
Pahkck inevitável nova superprodução
tes: à redução das novas áreas locais e
dade nacional, sem dúvida, um dos mo
à limitação mundial da produção.
tivos de mais justa satisfação (|uc pode-
mundial de algodão. De fato, as safras previstas paru a estação em cur
■remos ter na formação da nossa nacio
so, 19-19/.Õ0, devem atingir mais de
Reduzem os Estados Unidos as noixis
30.000.000 de fardos, enquanto que o
áreas algodociras
nalidade .
consumo de todos os centros têxteis não
ultrapassará, no citado período, 28.000.000.
Haveria assim sobra con
siderável dc 3.000.000 de fardos, mas é
neco..ssárin levar em conta que, por en
Em meados de dezembro do ano pas sado, como é ali de lei, o secretário da
Agricultura dos Estados Unidos, Senhor Brcnann, promoveu, na "cotton-bclt", o
quanto, os estoques que passam de
primeiro plebiscito da nova era ou ciclo
uma para outra estação são ainda rela tivamente pequenos. O excesso da pro
da produção norte-americana de algodão.
dução sòbrc o consumo mundial vai ser
oferta e da procura dessa matéria-primà regi.stra desequilíbrio acentuado — como
vindo para refazer os estoques que se
haviam liquidado, durante os anos ante riores de relativa escassez.
Do ex"posto,
conclui-se que, mesmo com produção superior ao consumo, o suprimento não
é exagerado, e o que sobra vai ajudan do a refazer as lacunas anteriores.
Mas, a situação pode não ser a mes ma, em futuro próximo. Se no ano corrente, ainda não se pode considerar excessivo ou cm superprodução o supri mento mundial de algodão, já a mesma coisa não ocorrerá, na próxima estação,
a de 1950/51, a qual se inicia prati camente com o plantio e colheita das safras do hemisfério setentrional, mar
cados para meses próximos.
A superprodução, pois, parece inevi tável.
Para corrigir-lhe os perigos, os Estados Unidos estão recon-endo a dois expedien
Pela lei em vigor, quando a situação da ó o caso atual — o governo pode realizar
plebiscitos entre os lavradores de algo
dão, para se determinar se a maioria opta pela redução das áreas, com manutenção dos atuais níveis de garantia de preços mínimos (90% da "paridade") ou se
prefere plantar livremente, desistindo, porém, dessa garantia tão elevada. O re ferendo agrário foi realizado, com com-
parecimento de milhões de lavradores. A maioria votou a favor da redução da^ áreas e da manutenção da garantia ci
tada. Aparentemente, o problema estaria resolvido, se a situação algodoeira norteamericana não se tivesse complicado sen sivelmente com as últimas tendências
ali observadas.
É fato conhecido que
o eixo econômico dessa lavoura se des
loca das margens do Mississipi, para as terras irrigadas do oeste da Califórnia que não eram, havia alguns anos, região de
24
DictSTO Eco^•ó^^co
importância na produção algodoeira. A irrigação em larga escala supriu a defi
alguns anos a 180 libras de pliiniu, en quanto que atualmente, cm média de
existentes à bóa aceitação dos algodões ''irrigados" desapareceram recentemente,
anos recentes já se ele\a a (juasc 280
pois os fiandeiros estão aceitando mais
libras.
Es.sa elevação impressionante do len-
liberalmente lotes dessa procedência, por
dimcnto médio, por unidade de super
lhes ter notado melhoria acentuada dos
áreas antigas. Essas diminuições terão
fície plantada, é uma verdadeira revo lução e assenta raízes na ação combina da da técnica agronômica e da mecani zação rural. A di.sseminação dcj trator dos proce.ssos mecânicos dc cultivo e
de ser feitas em função de áreas de anos passados, o que toma e.vcessiva-
res variedades para as diversas regiões
mente forte a incidência nas regiões no vas. Outras, como o Texas, quei.xam-se
do país, emparelhando-se com a nova arrancada para as terras irrigadas do.
caraclere;; físicos.
O referendo de dezembro do ano pas sado estabelece reduções acentuadas das
collicita, ao lado da criação de melho
igualmente da providência, porque se acham em fase de fraca expansão e de queda dos custos de produção, pelo uso
simas; es.sa combinação de fatores fa
extensivo da maquinaria.
cessão de anos relativamente benéficos
Para corrigir os rigores da lei citada, e adatar a redução de 'área às neces
sidades das regiões novas ou das mais avançadas em mecanizaç<ão, estão cor
rendo pela Câmara e Senado dos Esta
dos Unidos vários projetos, todos obje tivando ampliar a área oficial.
Oeste, onde as colheitas são abundantís
voráveis, ajudados ainda nnr uma su
à cultura do algodão, resultou na com pleta modificação da fisionomia econô
mica algodoeira norte-americana. O seu cu.sto de produção não baixou tao rapi damente quanto se pensaria, porquanto o braço rural tem subido fortemente,
mas, a julgar pelos últimos trabalhos ofi ciais, vai-se mantendo relativamente es
A revolução algodoeira nos Estados Unidos — fruto da tecnologia e da industrialização
tável, enquanto o do.s demais países sobe assustadoramente.
O fato de terem os
norte-americanos con.seguido refrear a tendência de elevação do custo de pro
A redução das áreas talvez não seja a resposta à necessidade de diminuir as
safras, porque a lavoura de algodão
Econômico
"acre" naquele país, não chegava cm
E os entraves antes
ciência de chuvas.
Dir.ESTd
dução, quando tudo ali é mais caro, re presenta a melhor garantia dc seus la vradores, na competição de dias cjue se
norte-americana vem passando, nos últi mos anos, por modificações de tal ampli
anunciam com côres negras.
tude que a colocam no grau de pro
nizada a lavoura de algodão daquele
nunciada modificação, julgada por al guns observadores quase revolucionária. De fato, antes da introdução de novos métodos de cultivo, colheita e melho
país, pois que as colhedeiras mecânicas são caras e exigem certos cuidados técni cos em seu manuseio e aplicação, mas só o fato de se haver provado a possibi
ria de sementes, a produção média, por
lidade de mecanizar a atividade mais
Não está ainda completamente meca
O yi
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24
DictSTO Eco^•ó^^co
importância na produção algodoeira. A irrigação em larga escala supriu a defi
alguns anos a 180 libras de pliiniu, en quanto que atualmente, cm média de
existentes à bóa aceitação dos algodões ''irrigados" desapareceram recentemente,
anos recentes já se ele\a a (juasc 280
pois os fiandeiros estão aceitando mais
libras.
Es.sa elevação impressionante do len-
liberalmente lotes dessa procedência, por
dimcnto médio, por unidade de super
lhes ter notado melhoria acentuada dos
áreas antigas. Essas diminuições terão
fície plantada, é uma verdadeira revo lução e assenta raízes na ação combina da da técnica agronômica e da mecani zação rural. A di.sseminação dcj trator dos proce.ssos mecânicos dc cultivo e
de ser feitas em função de áreas de anos passados, o que toma e.vcessiva-
res variedades para as diversas regiões
mente forte a incidência nas regiões no vas. Outras, como o Texas, quei.xam-se
do país, emparelhando-se com a nova arrancada para as terras irrigadas do.
caraclere;; físicos.
O referendo de dezembro do ano pas sado estabelece reduções acentuadas das
collicita, ao lado da criação de melho
igualmente da providência, porque se acham em fase de fraca expansão e de queda dos custos de produção, pelo uso
simas; es.sa combinação de fatores fa
extensivo da maquinaria.
cessão de anos relativamente benéficos
Para corrigir os rigores da lei citada, e adatar a redução de 'área às neces
sidades das regiões novas ou das mais avançadas em mecanizaç<ão, estão cor
rendo pela Câmara e Senado dos Esta
dos Unidos vários projetos, todos obje tivando ampliar a área oficial.
Oeste, onde as colheitas são abundantís
voráveis, ajudados ainda nnr uma su
à cultura do algodão, resultou na com pleta modificação da fisionomia econô
mica algodoeira norte-americana. O seu cu.sto de produção não baixou tao rapi damente quanto se pensaria, porquanto o braço rural tem subido fortemente,
mas, a julgar pelos últimos trabalhos ofi ciais, vai-se mantendo relativamente es
A revolução algodoeira nos Estados Unidos — fruto da tecnologia e da industrialização
tável, enquanto o do.s demais países sobe assustadoramente.
O fato de terem os
norte-americanos con.seguido refrear a tendência de elevação do custo de pro
A redução das áreas talvez não seja a resposta à necessidade de diminuir as
safras, porque a lavoura de algodão
Econômico
"acre" naquele país, não chegava cm
E os entraves antes
ciência de chuvas.
Dir.ESTd
dução, quando tudo ali é mais caro, re presenta a melhor garantia dc seus la vradores, na competição de dias cjue se
norte-americana vem passando, nos últi mos anos, por modificações de tal ampli
anunciam com côres negras.
tude que a colocam no grau de pro
nizada a lavoura de algodão daquele
nunciada modificação, julgada por al guns observadores quase revolucionária. De fato, antes da introdução de novos métodos de cultivo, colheita e melho
país, pois que as colhedeiras mecânicas são caras e exigem certos cuidados técni cos em seu manuseio e aplicação, mas só o fato de se haver provado a possibi
ria de sementes, a produção média, por
lidade de mecanizar a atividade mais
Não está ainda completamente meca
O yi
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Dickstci
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27
Econômico
Digií:sto Econômico
atrasada da vida agrícola do pais, com o emprego de engenhos altamente espe cializados, eliminou o receio de uma
ameaça iminente, por parte dos países onde o braço e as terras são mais ba ratos.
Os Estados Unidos já não temem tanto
o Brasil, como em dias passados, porque estão convictos de que, nas novas terras
irrigadas, ou nas mais antigas, desde que devidamente mecanizadas, tratadas contra os estragos de pragas, adubadas
liberalmente e servidas por sementes de
godoeira de 1950/51, liaverá nos Esta
dos Unidos, cm todas as mãos, cerca de T.500.000 a 8.000.000 de fardos, dos quais provàvelmentc 5.000.000 perten
pluma, desceu-se a 150.000, há três
exatamente à cultura natural do algodão,
anos.
mas o México que surge agora, com a maior jrotençialidade dos últimos tempos. Produzia esse país, há menos de seis
Mas, de.ssa data em diante, va-
mo.s subindo. Ti\'einos 220.000, no ano
passado. E vamos agora para 300.000. Maior teria sido a previsão do ano em
cerão à "Commodity Credit Corporation", que é o órgão oficial dc compra o recebimentos de.ssa matéria-prima, não é menos e.xato que oulras nações ^mpetidoras, atualmente desprovidas de so
curso, em São Paulo, se regime tonen-
cial dc chuvas, aliado à .semeadura ex
tremamente tardia, não Iín cssc reduzido acenluadamcnle a po.ssibilidade de ex pansão. Pela venda de sementes, que é indicativa da "intenção dc plantar", São Paulo teria, neste ano, a sua maior safra, pois foram distribuídas mais de 900.000
bras,^ enveredam pelo mesmo caminlio. Há dez anos, um técnico do governo dos Estados Unidos, senhor Spilmann, que exercia as funções de especialista de
elevara mais, podendo enfrentar a con^rrência do Brasil, especialmente de São Paulo, e mais recentemente, desse novo centro algodoeiro de rara poten
algodão, com sede no Consulado daque le país, em São Paulo, mandava para o
sacas aos lavradores, contra 890.000, no
Departamento dc Agricultura as provas de um trabalho que, não sabemos por
nem císloques de \ulto, porque tudo
cialidade que se criou no México, com capitais norte-americanos, em grande
estudo que era, sem talvez o querer, o
melhor qualidade, o seu custo não se
parte.
anc recorde de
1944.
Se não temo.s, por eiK^uanto, sobras, quanto se acumulara durante os anos do guerra já .se liquidou, não é menos exato que em vista do aumen to prová\'cl das safras próxi
que, até. hoje não foi publicado. Êsse maior elogio à extraordinária arrancada
algodoeira paulista, classificava a expan
mas, evidente na "intenção de
são aqui registada, como a mais rápida
plantar" já referida, podemos
já realizada, nessa especialidade, em qualquer parte do mundo. Vimos com amigos cópias desse valio
voltar a ter essas .sobras, e,
Com menores áreas e menos gente, é possível hoje colher mais algodão, O problema da qualidade, que era sem pre mais baixa, na colheita mecânica, vai desaparecendo, com a invenção dos
so trabalho e lamentamos não ter sido,
de competição e luta, a que
superdescaroçadores" há dias anuncia-
ao que saibamos, divulgado, como me
nos referimos na primeira par
recia. Ficou, porém, a constatação, por
te deste estudo.
â- Êsses novos aparelhos limpam por
wmpleto partidas cheias de íôlhas secas, deixando-as em condições satisfatórias,
^dendo assim enfrentar, em qualida de, os algodões colhidos à mão.
O desafio da máquina, da engenhosidade mecânica dos norte-americanos, à cultura menos industrializada de outros países, é a grande ameaça que hoje paira nos ares.
elemento insuspeito dos meios técnicos Várias causas reduziram o ritmo ex-
Anos a fio
pitais norte-americanos, atraídos pelo braço mais barato, e pela segurança do plantio livre, estão-se canalizando para o Mé.vico. A região típica de algodão
dêsse pais assemelha-se à do Texas, pois lhe fica vizinha. Braços ali abundam. Os Estados Unidos e o México nem
sempre acham formula fácil para trazer êsses braços, para a colheita do Texas. Em tais condições, por que não pro
duzir o algodão no próprio território me.xicano? A tentação transformou-se ago ra em realidade.
tusiasmo, a ponto de, há três ou quatro
A safra
deste ano será ali de 950.000
fardos. A do ano próximo não ficará aquém de l.lOO.OOO fardos.
Uma nova zona al
consequentemente, defrontarnos com os mesmos problemas
dial criou-se a.ssim, em um abril e fechar de olhos.
A expansão mexicana re
cente é tão espetaculosa que
já um senador dos Estados
os Estados Unidos que amea
Wi
çam o mundo cí)m nova su
r\.\
exato ser do sua responsabi lidade, em maior escala, essa situação, pois que a presente
raram dessa expansão muito de seu en
Não era competidor que se Mas, grandes recursos e ca
godoeira de importância mun
perprodução, se bem que seja
de condiçÕe.s desfavoráveis de tempo ti
anos, parecer quase condenada a pro dução algodoeira de nosso meio. Sò-
.safra de 16.000.000 de fardos
mente uma organização forte, como a
mesmo papel da de 18.000.000, da primira fase de excessos.
desempenhou, para isso, o
\'' L
Unidos, Clinton
Anderson,
que exerceu altas funções na
governo norte-americano, afir mava recentemente, ao dis
cursar perante a Associação
de Algodão do Texas: "Este jam de olho com o Méxicol" Casos dessa ordem estão-se
passando, sucedidos, mais recentemente,
Mas, outros centros novos já sa alinham. Não é a Argen-
multiplicando. O mundo saiu da fase de penúria de algo dão para a de abundância. É verdade que há um déficit
por outros de reação e recuperação.
tma, cujo clima não se presta
tremendo nas reais necéssida-
Novos centros de produção e competição
levantada em São Paulo, poderia resistir
algodoeira mundial
a tal embate. Os anos de desânimo estão
Se é exato que em 1.° de agosto próximo, quando começará a estação al
algodão. temesse.
Desta vez, não são apenas
internacionais de algodão. pansionista de São Paulo.
anos, entre 350.000 a 400.000 fardos de
Depois de safras de 462.000 toneladas de .4.
Dickstci
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Digií:sto Econômico
atrasada da vida agrícola do pais, com o emprego de engenhos altamente espe cializados, eliminou o receio de uma
ameaça iminente, por parte dos países onde o braço e as terras são mais ba ratos.
Os Estados Unidos já não temem tanto
o Brasil, como em dias passados, porque estão convictos de que, nas novas terras
irrigadas, ou nas mais antigas, desde que devidamente mecanizadas, tratadas contra os estragos de pragas, adubadas
liberalmente e servidas por sementes de
godoeira de 1950/51, liaverá nos Esta
dos Unidos, cm todas as mãos, cerca de T.500.000 a 8.000.000 de fardos, dos quais provàvelmentc 5.000.000 perten
pluma, desceu-se a 150.000, há três
exatamente à cultura natural do algodão,
anos.
mas o México que surge agora, com a maior jrotençialidade dos últimos tempos. Produzia esse país, há menos de seis
Mas, de.ssa data em diante, va-
mo.s subindo. Ti\'einos 220.000, no ano
passado. E vamos agora para 300.000. Maior teria sido a previsão do ano em
cerão à "Commodity Credit Corporation", que é o órgão oficial dc compra o recebimentos de.ssa matéria-prima, não é menos e.xato que oulras nações ^mpetidoras, atualmente desprovidas de so
curso, em São Paulo, se regime tonen-
cial dc chuvas, aliado à .semeadura ex
tremamente tardia, não Iín cssc reduzido acenluadamcnle a po.ssibilidade de ex pansão. Pela venda de sementes, que é indicativa da "intenção dc plantar", São Paulo teria, neste ano, a sua maior safra, pois foram distribuídas mais de 900.000
bras,^ enveredam pelo mesmo caminlio. Há dez anos, um técnico do governo dos Estados Unidos, senhor Spilmann, que exercia as funções de especialista de
elevara mais, podendo enfrentar a con^rrência do Brasil, especialmente de São Paulo, e mais recentemente, desse novo centro algodoeiro de rara poten
algodão, com sede no Consulado daque le país, em São Paulo, mandava para o
sacas aos lavradores, contra 890.000, no
Departamento dc Agricultura as provas de um trabalho que, não sabemos por
nem císloques de \ulto, porque tudo
cialidade que se criou no México, com capitais norte-americanos, em grande
estudo que era, sem talvez o querer, o
melhor qualidade, o seu custo não se
parte.
anc recorde de
1944.
Se não temo.s, por eiK^uanto, sobras, quanto se acumulara durante os anos do guerra já .se liquidou, não é menos exato que em vista do aumen to prová\'cl das safras próxi
que, até. hoje não foi publicado. Êsse maior elogio à extraordinária arrancada
algodoeira paulista, classificava a expan
mas, evidente na "intenção de
são aqui registada, como a mais rápida
plantar" já referida, podemos
já realizada, nessa especialidade, em qualquer parte do mundo. Vimos com amigos cópias desse valio
voltar a ter essas .sobras, e,
Com menores áreas e menos gente, é possível hoje colher mais algodão, O problema da qualidade, que era sem pre mais baixa, na colheita mecânica, vai desaparecendo, com a invenção dos
so trabalho e lamentamos não ter sido,
de competição e luta, a que
superdescaroçadores" há dias anuncia-
ao que saibamos, divulgado, como me
nos referimos na primeira par
recia. Ficou, porém, a constatação, por
te deste estudo.
â- Êsses novos aparelhos limpam por
wmpleto partidas cheias de íôlhas secas, deixando-as em condições satisfatórias,
^dendo assim enfrentar, em qualida de, os algodões colhidos à mão.
O desafio da máquina, da engenhosidade mecânica dos norte-americanos, à cultura menos industrializada de outros países, é a grande ameaça que hoje paira nos ares.
elemento insuspeito dos meios técnicos Várias causas reduziram o ritmo ex-
Anos a fio
pitais norte-americanos, atraídos pelo braço mais barato, e pela segurança do plantio livre, estão-se canalizando para o Mé.vico. A região típica de algodão
dêsse pais assemelha-se à do Texas, pois lhe fica vizinha. Braços ali abundam. Os Estados Unidos e o México nem
sempre acham formula fácil para trazer êsses braços, para a colheita do Texas. Em tais condições, por que não pro
duzir o algodão no próprio território me.xicano? A tentação transformou-se ago ra em realidade.
tusiasmo, a ponto de, há três ou quatro
A safra
deste ano será ali de 950.000
fardos. A do ano próximo não ficará aquém de l.lOO.OOO fardos.
Uma nova zona al
consequentemente, defrontarnos com os mesmos problemas
dial criou-se a.ssim, em um abril e fechar de olhos.
A expansão mexicana re
cente é tão espetaculosa que
já um senador dos Estados
os Estados Unidos que amea
Wi
çam o mundo cí)m nova su
r\.\
exato ser do sua responsabi lidade, em maior escala, essa situação, pois que a presente
raram dessa expansão muito de seu en
Não era competidor que se Mas, grandes recursos e ca
godoeira de importância mun
perprodução, se bem que seja
de condiçÕe.s desfavoráveis de tempo ti
anos, parecer quase condenada a pro dução algodoeira de nosso meio. Sò-
.safra de 16.000.000 de fardos
mente uma organização forte, como a
mesmo papel da de 18.000.000, da primira fase de excessos.
desempenhou, para isso, o
\'' L
Unidos, Clinton
Anderson,
que exerceu altas funções na
governo norte-americano, afir mava recentemente, ao dis
cursar perante a Associação
de Algodão do Texas: "Este jam de olho com o Méxicol" Casos dessa ordem estão-se
passando, sucedidos, mais recentemente,
Mas, outros centros novos já sa alinham. Não é a Argen-
multiplicando. O mundo saiu da fase de penúria de algo dão para a de abundância. É verdade que há um déficit
por outros de reação e recuperação.
tma, cujo clima não se presta
tremendo nas reais necéssida-
Novos centros de produção e competição
levantada em São Paulo, poderia resistir
algodoeira mundial
a tal embate. Os anos de desânimo estão
Se é exato que em 1.° de agosto próximo, quando começará a estação al
algodão. temesse.
Desta vez, não são apenas
internacionais de algodão. pansionista de São Paulo.
anos, entre 350.000 a 400.000 fardos de
Depois de safras de 462.000 toneladas de .4.
28
Dicesto Econômico
DioESTd
Econômico
29
des de adequado vestuário para o mun do. Na prática, porém, a expansão do
porque
agravamento das condiçõc.s normais de
Dc qualquer maneira, o .subsídio é uma c.s-pada de Damocle.s suspensa per-
consumo de tecidos avança- menos rà-
venda.
Vai-sc forçar a penetração de
manentemenlí? sobre o centro algpdoeiro
pidamente do que se pensava, máxime
algodões do centros antigos e novos, por todos os meios imagináveis. O sub
das novas regiões. É verdade que essa arma só se voltou, com maior veemên
sídio à exportação, criado pelo Con
cia, quando da expansão do algodão de
pela luta. Não se desiste à toa das gran
gresso dos Estados Unidos, está ainda
São Paulo, no.s mercados do Canadá.
des realizações econômicas levantadas
em se levando em conta a não menos
espetaculosa expansão da produção e aplicação do "rayon" e derivados. Por estes e aqueles motivos, é que
não
hú
superprodução
sem
libras, tal como o café o é de dólares,
esquecidos de que sem algodão pouca coisa permanente e de \Tilto temos para negociar com a Exiropa? Certamente, que teremos de optar
pensamos ter o mundo entrado não exa
em vigor, algo fortalecido pela tibieza com que a questão foi abordada e prà
lutar pelo direito de manter grandes sa
tamente ainda na fase de superprodução característica, mas pelo menos em seus
Agora mesmo,o México está invadindo os mercados do sou poderoso vizinho, inun
ticamente aprovada na Conferência de
dando as fábricas canadenses com algo
fras não somente para atender às ne-
Havana.
dões de suas últimas safras, mas não se
cesíiidadcs do consumo interno das fá bricas brasileiras, como ainda para asse
pródromos.
Na primeira e mais recente fase, a que coincidiu com o início da segunda con
flagração mundial, o Brasil, e especial mente o Estado de São Paulo, apresen tavam uma extraordinária
vitalidade.
Estávamos na fase de animação que caracterisai a época mais intensa de qual quer grande movimento expansionista.
O subsídio à exj>ortação dos Estados Unidos e a Conferência de Havana
fala, e nem se grita contra es.sa invasão. Ate agtíra, ao ciiic saibamos, não houve
Os delegados norte-americanos não conseguiram fazer passar, tal como de sejavam, o sul)sídio ã exportação, do pro dutos agrícolas em regime de sobras,
o algodão mexicano no Canadá a mesma
midores da Europa e Ásia. indispensá-
arma tremenda com que se de,sarmou a expansão paulista dos anos imediatamen te após a segunda conflagração mundial. Ma.s, isso ó certamente segredo de Es tado que não nos compete deslindar.
veis à estabilidade c expansão dos res
na grande Conferência de Annecy, mas
Nossas safras ainda não haviam .sido tocadas por anos a fio de dissabores. Produzia-se bem e por baixo custo. Em tais condições, a nossa capacidade de
foram mais felizes cm Havana. Ali fi
competição era formidável.
É verdade que e.s.sa medida não será
Já não se nota hoje a mesma coisa. Se não mudannos de métodos de cultu- • ra, comercio e produção, vamos entrar
na segunda grande corrida algodoeira dos tempos recentes com "handicaps" tre mendo.^.
com tanta argúcia e suor. Teremos de
cou pràticamente assegurado, e desta vez com aprovação geral, o princípio • do subsídio, contra o qual tanto se ba teram inúmeras delegações brasileiras.
imposta, sem certas "demarches". Tentar-se-á, preliminarmente, conforme
nenhuma tentati\'a de aplicar-jc contra
pectivos intercâmbios comerciais. Para lutar, porém, por essa realização econômica, é necessário fazer um exa
me retrospectivo, apurando erros e in
troduzindo tudo quanto a e.vperiência Haverá nova tentativa de cooperação
algodoeira internacional A doença da superprodução se avizi
nha e para combatê-la estão-se ultiman do as mesmas panacóias de outras oca siões. Fala-se em que haverá no pró
consta dos anais dessa conferência, um
ximo 22 de maio, nos Estados Unidos,
acordo internacional. Se os diversos paí ses interessados não o aceitarem, poder-
uma Conferência Internacional de Al
se-á recorrer ao subsidio, como arma
gurar sobra.s com as quais obteremos
libra.s e outras moedas dos países consu
godão, para tratar do a.ssunto. O Bra sil certamente se representará, pois que faz parte do seu órgão técnico, respon sável por essa convocação, o Comitê
nossa e dc outros povos aconselhar, como necessário à maior segurança do nosso novo ciclo algodoeiro.
Temos, pois, necessidade urgente de
uma política algodoeira, de um progra ma básico, capaz de elevar-nos do nível inferior a que descemos, com o qual
possam os nossos delegados comparecer a qualquer conferência, de cabeça er guida, confiantes em sua força, como
última etapa do presente estudo. No momento, o que cumpre re.ssaltar
aceita
é a aproximação de dias de borrasca.
fundamente a própria naturezti e filo sofia da política econômica e comer
como estamos, sem aquela confiança de
cial dos Estados Unidos, como, alias, já
outras épocas, sem aquele "aplomb" que nos garantia de antemão alguns trunfos
em anos já passados. Essa política algodoeira, cuja urgên cia dispensa maiores comentários, será objeto da terceira e última parte do presente estudo. No próximo número divulgaremos a terceira parte deste trabalho, sob o tí tulo:
Mas, essas c>ogitações farão parte da
Entramos na nova liça, tal como em
normal, diríamos melhor, como arma mundialmente.
Isso evidente
mente é um absurdo, porque afeta pro
Executivo Internacional do Algodão. Mas, como iremos lá? Enfraquecidos,
1939 e 1940, pràticamente sem estoques a vender, o que é bom sinal. Mas, en
o havia proclamado o hoje secretario de
tramos hoje enfraquecido.s, econòmica-
Estado norte-americano, senhor Dean
nas discussões internacionais? Ou pre
mente falando, pela sucessão de anos
Acheson, quando exercia as funções de
feriremos desistir da luta, e ficarmos, na
maus, de 1945 em diante.
subsecretário da mesma entidade, por
obscuridade, repetindo safrazinhas sem
godoeira para o Brasil — em face da
ocasião da aprovação dessa medida pelo Congresso dos Estados Unidos.
importância, esquecidos de que o al godão é a nossa fábrica principal de
ficação da competição".
Os- meios algodoeiros internacionais
sabem que a competição se aproxima,
"Necessid<ide de uma nova política al
superprodução iminente e da intensi
28
Dicesto Econômico
DioESTd
Econômico
29
des de adequado vestuário para o mun do. Na prática, porém, a expansão do
porque
agravamento das condiçõc.s normais de
Dc qualquer maneira, o .subsídio é uma c.s-pada de Damocle.s suspensa per-
consumo de tecidos avança- menos rà-
venda.
Vai-sc forçar a penetração de
manentemenlí? sobre o centro algpdoeiro
pidamente do que se pensava, máxime
algodões do centros antigos e novos, por todos os meios imagináveis. O sub
das novas regiões. É verdade que essa arma só se voltou, com maior veemên
sídio à exportação, criado pelo Con
cia, quando da expansão do algodão de
pela luta. Não se desiste à toa das gran
gresso dos Estados Unidos, está ainda
São Paulo, no.s mercados do Canadá.
des realizações econômicas levantadas
em se levando em conta a não menos
espetaculosa expansão da produção e aplicação do "rayon" e derivados. Por estes e aqueles motivos, é que
não
hú
superprodução
sem
libras, tal como o café o é de dólares,
esquecidos de que sem algodão pouca coisa permanente e de \Tilto temos para negociar com a Exiropa? Certamente, que teremos de optar
pensamos ter o mundo entrado não exa
em vigor, algo fortalecido pela tibieza com que a questão foi abordada e prà
lutar pelo direito de manter grandes sa
tamente ainda na fase de superprodução característica, mas pelo menos em seus
Agora mesmo,o México está invadindo os mercados do sou poderoso vizinho, inun
ticamente aprovada na Conferência de
dando as fábricas canadenses com algo
fras não somente para atender às ne-
Havana.
dões de suas últimas safras, mas não se
cesíiidadcs do consumo interno das fá bricas brasileiras, como ainda para asse
pródromos.
Na primeira e mais recente fase, a que coincidiu com o início da segunda con
flagração mundial, o Brasil, e especial mente o Estado de São Paulo, apresen tavam uma extraordinária
vitalidade.
Estávamos na fase de animação que caracterisai a época mais intensa de qual quer grande movimento expansionista.
O subsídio à exj>ortação dos Estados Unidos e a Conferência de Havana
fala, e nem se grita contra es.sa invasão. Ate agtíra, ao ciiic saibamos, não houve
Os delegados norte-americanos não conseguiram fazer passar, tal como de sejavam, o sul)sídio ã exportação, do pro dutos agrícolas em regime de sobras,
o algodão mexicano no Canadá a mesma
midores da Europa e Ásia. indispensá-
arma tremenda com que se de,sarmou a expansão paulista dos anos imediatamen te após a segunda conflagração mundial. Ma.s, isso ó certamente segredo de Es tado que não nos compete deslindar.
veis à estabilidade c expansão dos res
na grande Conferência de Annecy, mas
Nossas safras ainda não haviam .sido tocadas por anos a fio de dissabores. Produzia-se bem e por baixo custo. Em tais condições, a nossa capacidade de
foram mais felizes cm Havana. Ali fi
competição era formidável.
É verdade que e.s.sa medida não será
Já não se nota hoje a mesma coisa. Se não mudannos de métodos de cultu- • ra, comercio e produção, vamos entrar
na segunda grande corrida algodoeira dos tempos recentes com "handicaps" tre mendo.^.
com tanta argúcia e suor. Teremos de
cou pràticamente assegurado, e desta vez com aprovação geral, o princípio • do subsídio, contra o qual tanto se ba teram inúmeras delegações brasileiras.
imposta, sem certas "demarches". Tentar-se-á, preliminarmente, conforme
nenhuma tentati\'a de aplicar-jc contra
pectivos intercâmbios comerciais. Para lutar, porém, por essa realização econômica, é necessário fazer um exa
me retrospectivo, apurando erros e in
troduzindo tudo quanto a e.vperiência Haverá nova tentativa de cooperação
algodoeira internacional A doença da superprodução se avizi
nha e para combatê-la estão-se ultiman do as mesmas panacóias de outras oca siões. Fala-se em que haverá no pró
consta dos anais dessa conferência, um
ximo 22 de maio, nos Estados Unidos,
acordo internacional. Se os diversos paí ses interessados não o aceitarem, poder-
uma Conferência Internacional de Al
se-á recorrer ao subsidio, como arma
gurar sobra.s com as quais obteremos
libra.s e outras moedas dos países consu
godão, para tratar do a.ssunto. O Bra sil certamente se representará, pois que faz parte do seu órgão técnico, respon sável por essa convocação, o Comitê
nossa e dc outros povos aconselhar, como necessário à maior segurança do nosso novo ciclo algodoeiro.
Temos, pois, necessidade urgente de
uma política algodoeira, de um progra ma básico, capaz de elevar-nos do nível inferior a que descemos, com o qual
possam os nossos delegados comparecer a qualquer conferência, de cabeça er guida, confiantes em sua força, como
última etapa do presente estudo. No momento, o que cumpre re.ssaltar
aceita
é a aproximação de dias de borrasca.
fundamente a própria naturezti e filo sofia da política econômica e comer
como estamos, sem aquela confiança de
cial dos Estados Unidos, como, alias, já
outras épocas, sem aquele "aplomb" que nos garantia de antemão alguns trunfos
em anos já passados. Essa política algodoeira, cuja urgên cia dispensa maiores comentários, será objeto da terceira e última parte do presente estudo. No próximo número divulgaremos a terceira parte deste trabalho, sob o tí tulo:
Mas, essas c>ogitações farão parte da
Entramos na nova liça, tal como em
normal, diríamos melhor, como arma mundialmente.
Isso evidente
mente é um absurdo, porque afeta pro
Executivo Internacional do Algodão. Mas, como iremos lá? Enfraquecidos,
1939 e 1940, pràticamente sem estoques a vender, o que é bom sinal. Mas, en
o havia proclamado o hoje secretario de
tramos hoje enfraquecido.s, econòmica-
Estado norte-americano, senhor Dean
nas discussões internacionais? Ou pre
mente falando, pela sucessão de anos
Acheson, quando exercia as funções de
feriremos desistir da luta, e ficarmos, na
maus, de 1945 em diante.
subsecretário da mesma entidade, por
obscuridade, repetindo safrazinhas sem
godoeira para o Brasil — em face da
ocasião da aprovação dessa medida pelo Congresso dos Estados Unidos.
importância, esquecidos de que o al godão é a nossa fábrica principal de
ficação da competição".
Os- meios algodoeiros internacionais
sabem que a competição se aproxima,
"Necessid<ide de uma nova política al
superprodução iminente e da intensi
r Díoiisio
^Conceito de conjuntura econômica Roberto Pinto de Souza
,\
Economia Política, ciência que
vem despertando ultimamente grande in teresse, preenchendo com constância de
susada as primeiras páginas dos jornais 6 determinando o aparecimento de um sem-número de revistas técnicas e uma
bibliografia especializada incalcuUivel^ é conhecimento elaborado muito recen
temente.
Além disso, o seu apareci
mento, como sistcmatização científica,
coincidiu com a eclosão de fatores sociais,
econômicos e ideológicos muito espe ciais — a revolução liberal, a revolução mdustrial, o iluniinismo - que marcaram
o inicio de nova fase histórica, em que os conceitos de iniciativa social e contro
le social deram lugar a conceitos de iniciativa individual e controle indivi
dual. Em face de influências tão pode rosas não pôde fugir ao imjJerativo das mesmas, daí ter trazido, desde o berço, um característico particular: o de ser a
ciência do liberalismo econômico, ou meUior a ciência de uma sociedade econô
mica onde se verificam condições espe ciais de psicologia, de liberdade e de mercado.
Tal marca original determinou a ela
A onde e.visve numa sociedade lúpotélica,
desajustamentos econômicos sô haveriam
elementos econômicos quantitativos e ex
de pr.~ccssar-sc depois da guerra de
teriores do liomeni.
14-18. Quando surgiram, foi o Estado chamado a intervir. De fato, se fizer-
Walras separa assim nitidamente a
mo.s um exame das razões do cntranha-
mente científica, é o campo propício
líbrio.
para o emprego do método matemático
mento do Estado na vida econômica, ve remos que foram sempre, ou no mais
Essa concepção sobre os fatos econô
mico;: encontrou, durante o século pas sado, grande apoio na realidade, pois, se bem não imperasse plena liberdade, havia pelo menos liberdade suficiente para imprimir à vida econômica uma
dose de elasticidade acoinodatícia, que assegurava, à quase totalidade das mer
cadorias produzidas, preços cjue não sô cobriam seu custo de produção, como proporcionavam lucro razoá\'el.
Dava
emprego à maioria das pessoas que o procuravam, e proporcionava a todos a possi]>ilidade de continuarem comprando os produtos a que se achavam acostuma
dos. Em face de tal grau de elasticida de e ajustamento, que favorecia a esta bilidade econômica, não era necessária a
intervenção reguladora do Estado. Daí a idéia de que a arte econômica, ou mellior, a política econômica escapava ao alcance da ciência. Essa política, devia o homem de governo realizar empiricamente, pois à ciência cabia apenas des crever o mecanismo que governava as
forças econômicas e firmar os seus prin
e mais distanciada da realidade, termi
seus elementos fundamentais: é a ciên
cípios. É ainda em Walras que vamos en contrar melhor conceituada essa concep ção. Para esse economista, o fenômeno econômico deve, ao ser estudado, apar tar-se fundamentalmente do conjunto so
cia que se guia pelos princípios hedo-
ciológico de que faz parte. Para cons
nisticos do "homo economicus", que vi-
truir uma ciência exata, o esforço deve
final do século XIX já possui todos os
dc uma política econômica. Os grandes
preços e das (juantichicles, isto é, sobre os
Economia Pura — que, sendo inteira
boração- de uma ciência pura, que, à
líbrio econômico de Walras e ParetOh No
recaii exclusivamente sòbrc o estudo dos
31
tc plena liberdade e onde as forças eco nômicas tendem fatalmente para o equi
medida que evolui, se torna mais teórica nando com a construção do magnífico edifício da teoria matemática do equi
Econômico
— da Economia Aplicada e Social, que
comporta considerações do tempo c de
lugar, o que implica na interferência de
das vezes, as circunstâncias aflitivas e de penúria em que se achavam todas as classes dos países que o determinaram.
A primeira define-a
E, na maioria das vezes, não agiu o
como sendo essencialmente a teor:., da
Estado dc "motu próprio", mas solicita do pelos próprios particulares. Assim é
elementos morais.
determinação dos pieç^os sob o rc';inie hipotético da livre concorrência abso
quo o governo francês se viu forçado a
luta. É, portanto, a ciência que estuda as relações naturais que se estabelecem
a.ss,uniii' os déficits das estradas de ferro
entro os diferentes elementos da rique
passou nos Estados Unidos, onde, pela
za social, quando os homens não inter
"Reconstrution Finance Corporation", as
vém, por um ato da vontade, para mo
estradas de ferro entraram definitiva
dificar essas relações. A segunda, estu
mente na fase de serviço público. Idên tico fim tiveram tôdas as companhias de
do país, a partir de 1927. O mesmo se
dando os fatos econômicos reais, intro duz na Economia Pura os dados concre
navegação, tanto aéreas como marítimas,
tos e variáveis da realidade e determina
no mundo todo.
a influência que exercem sobre as leis, da Economia Pura.
No setor da agricultura, o Estado foi
solicitado a tomar medidas protetoras
planos complementares, correspondentes
contra o excesso de produção, que le vava a uma baixa continua dos preços. Ê o "Farm Board" e o "Agricultural Adjustament Acl" nos Estados Unidos;
a dois momentos diversos da análise.
á o armazenamento do trigo e do vinho
Essa distinção ficou consagrada. To
dos os economistas passaram a admitir a divisão da ciência econômica em dois
Contudo, o esforço de todoç os econo
na França; é a revalorização do café
mistas vai dirigir-se para a elaboração
no Brasil.
da ciência pura, relegando para plano
O desemprego em massa, nos países
secundário a aplicada. A arte econômi
industriais europeus e nos Estados Uni-
ca não seduz.
do.s, forçou-os a empreender grandes construções nacionais, para colocar os
A realidade é mutável
por demais e não se pode apreendê-la
em todas as suas transformações. Culpa não lhes cabe, pois os métodos de pes quisa e tratamento das realidades eco
como medidas protetoras a "Emergency
nômicas ainda não haviam sido elabora
nistration", a "Civil Work Administra-
dos, gatinhavam apenas. Ê verdade que não havia necessidade
tion", nos Estados Unidos; a "Special Áreas Act", na Inglaterra; a construção
milhões de sem-trabalho. Podemos citar
Work Relief", a "Work's Progress Admi-
r Díoiisio
^Conceito de conjuntura econômica Roberto Pinto de Souza
,\
Economia Política, ciência que
vem despertando ultimamente grande in teresse, preenchendo com constância de
susada as primeiras páginas dos jornais 6 determinando o aparecimento de um sem-número de revistas técnicas e uma
bibliografia especializada incalcuUivel^ é conhecimento elaborado muito recen
temente.
Além disso, o seu apareci
mento, como sistcmatização científica,
coincidiu com a eclosão de fatores sociais,
econômicos e ideológicos muito espe ciais — a revolução liberal, a revolução mdustrial, o iluniinismo - que marcaram
o inicio de nova fase histórica, em que os conceitos de iniciativa social e contro
le social deram lugar a conceitos de iniciativa individual e controle indivi
dual. Em face de influências tão pode rosas não pôde fugir ao imjJerativo das mesmas, daí ter trazido, desde o berço, um característico particular: o de ser a
ciência do liberalismo econômico, ou meUior a ciência de uma sociedade econô
mica onde se verificam condições espe ciais de psicologia, de liberdade e de mercado.
Tal marca original determinou a ela
A onde e.visve numa sociedade lúpotélica,
desajustamentos econômicos sô haveriam
elementos econômicos quantitativos e ex
de pr.~ccssar-sc depois da guerra de
teriores do liomeni.
14-18. Quando surgiram, foi o Estado chamado a intervir. De fato, se fizer-
Walras separa assim nitidamente a
mo.s um exame das razões do cntranha-
mente científica, é o campo propício
líbrio.
para o emprego do método matemático
mento do Estado na vida econômica, ve remos que foram sempre, ou no mais
Essa concepção sobre os fatos econô
mico;: encontrou, durante o século pas sado, grande apoio na realidade, pois, se bem não imperasse plena liberdade, havia pelo menos liberdade suficiente para imprimir à vida econômica uma
dose de elasticidade acoinodatícia, que assegurava, à quase totalidade das mer
cadorias produzidas, preços cjue não sô cobriam seu custo de produção, como proporcionavam lucro razoá\'el.
Dava
emprego à maioria das pessoas que o procuravam, e proporcionava a todos a possi]>ilidade de continuarem comprando os produtos a que se achavam acostuma
dos. Em face de tal grau de elasticida de e ajustamento, que favorecia a esta bilidade econômica, não era necessária a
intervenção reguladora do Estado. Daí a idéia de que a arte econômica, ou mellior, a política econômica escapava ao alcance da ciência. Essa política, devia o homem de governo realizar empiricamente, pois à ciência cabia apenas des crever o mecanismo que governava as
forças econômicas e firmar os seus prin
e mais distanciada da realidade, termi
seus elementos fundamentais: é a ciên
cípios. É ainda em Walras que vamos en contrar melhor conceituada essa concep ção. Para esse economista, o fenômeno econômico deve, ao ser estudado, apar tar-se fundamentalmente do conjunto so
cia que se guia pelos princípios hedo-
ciológico de que faz parte. Para cons
nisticos do "homo economicus", que vi-
truir uma ciência exata, o esforço deve
final do século XIX já possui todos os
dc uma política econômica. Os grandes
preços e das (juantichicles, isto é, sobre os
Economia Pura — que, sendo inteira
boração- de uma ciência pura, que, à
líbrio econômico de Walras e ParetOh No
recaii exclusivamente sòbrc o estudo dos
31
tc plena liberdade e onde as forças eco nômicas tendem fatalmente para o equi
medida que evolui, se torna mais teórica nando com a construção do magnífico edifício da teoria matemática do equi
Econômico
— da Economia Aplicada e Social, que
comporta considerações do tempo c de
lugar, o que implica na interferência de
das vezes, as circunstâncias aflitivas e de penúria em que se achavam todas as classes dos países que o determinaram.
A primeira define-a
E, na maioria das vezes, não agiu o
como sendo essencialmente a teor:., da
Estado dc "motu próprio", mas solicita do pelos próprios particulares. Assim é
elementos morais.
determinação dos pieç^os sob o rc';inie hipotético da livre concorrência abso
quo o governo francês se viu forçado a
luta. É, portanto, a ciência que estuda as relações naturais que se estabelecem
a.ss,uniii' os déficits das estradas de ferro
entro os diferentes elementos da rique
passou nos Estados Unidos, onde, pela
za social, quando os homens não inter
"Reconstrution Finance Corporation", as
vém, por um ato da vontade, para mo
estradas de ferro entraram definitiva
dificar essas relações. A segunda, estu
mente na fase de serviço público. Idên tico fim tiveram tôdas as companhias de
do país, a partir de 1927. O mesmo se
dando os fatos econômicos reais, intro duz na Economia Pura os dados concre
navegação, tanto aéreas como marítimas,
tos e variáveis da realidade e determina
no mundo todo.
a influência que exercem sobre as leis, da Economia Pura.
No setor da agricultura, o Estado foi
solicitado a tomar medidas protetoras
planos complementares, correspondentes
contra o excesso de produção, que le vava a uma baixa continua dos preços. Ê o "Farm Board" e o "Agricultural Adjustament Acl" nos Estados Unidos;
a dois momentos diversos da análise.
á o armazenamento do trigo e do vinho
Essa distinção ficou consagrada. To
dos os economistas passaram a admitir a divisão da ciência econômica em dois
Contudo, o esforço de todoç os econo
na França; é a revalorização do café
mistas vai dirigir-se para a elaboração
no Brasil.
da ciência pura, relegando para plano
O desemprego em massa, nos países
secundário a aplicada. A arte econômi
industriais europeus e nos Estados Uni-
ca não seduz.
do.s, forçou-os a empreender grandes construções nacionais, para colocar os
A realidade é mutável
por demais e não se pode apreendê-la
em todas as suas transformações. Culpa não lhes cabe, pois os métodos de pes quisa e tratamento das realidades eco
como medidas protetoras a "Emergency
nômicas ainda não haviam sido elabora
nistration", a "Civil Work Administra-
dos, gatinhavam apenas. Ê verdade que não havia necessidade
tion", nos Estados Unidos; a "Special Áreas Act", na Inglaterra; a construção
milhões de sem-trabalho. Podemos citar
Work Relief", a "Work's Progress Admi-
?
32
Diohsio Econômico
das estradas de rodagem e os 3.767 mi lhões de R M para outras obras, na Ale
manha. Ao lado dessas grandes realiza ções, os governos empreenderam ainda uma política de aumento de salários, como por exemplo os códigos de Roose-
velt e os acordos Matignon, com o fito de refazer q poder aquisitivo dos Iraba-
adores, ao mesmo tempo que proçuravam elevar os preços dos produtos agrí^
melhorar a capacidade
aquisitiva dos agricultores, principalmen te Os pequenos, cuio poder aquisiti
vo nos Estados Unidos havia decaído
de 50%. A própria Inglaterra, que ape nas obtém de suas terras 10% dos pro ntos agrícolas que consome, tentou - uma revalorização agrícola com os "Mar-
desvalorizíiç-ões, a uma depreciação de
do, ainda não puderam, acpiéles que .se
ensinamentos olqètivos da estatística e a
dedicam
experiência dos homens dc Estado. "La conjoncture constitue un véritable car-
estatais, mas esta.s iá mostram que as inpelas .situaç-ões econômicas históricas, principahnente no após-guerra, quando impérios econômicos desapareceram para dar lugar a outros impérios, (jiiando a afetou profundamente as fortunas e alte rou a.s classes sociais.
o;: interê.sses coletivos.
cuja finalidade consistia em pagar, medir e conservar valores, vemos a infiltração
'do Estado que, para atenuar as oscila
tica?
Em face do
imen.so caos econômico presente e na ausência de um entendimento comum, as mesmas para, num "tour de furcc", agru par todos os seus recursos c encaminhá-
econômica, ou melhor, tra
conhecimentos pertinentes
çar as perspectivas do mo
aos vários ramos das ciên
vimento
econômico.
Ê,
cias que estudam as ativi
portanto,
um misto
de
dades econômicas, isto é,
ciência e de arte, de co
entre estatística e ciência
nhecimentos
econômica;
entre
i
ciência
econômica e política eco
Todos esses interyencionismos estatais
seguro.s. As três maiores experiências — o New Deal, o v^ano de Hitler e o
política econóniica. A mar
econômica;:
das
.sentar
que SC encontra a econo
mica, pois a estatística se
tantes, as quai.s, aliadas ao desenvobi-
ucantonou
a
no aperfeiçoa
mento dos seus métodos de coleta de
rio um processo .especial.
objetivo da vida econômica, deram nova
cia econômica permaneceu uma constru
vol\'e-se em três fases:
orientação à Economia Política aplica da, mostrando p. necessidade imperiosa de c-onstruir-se uma política segura no
ção essencialmente teórica e abstrata.
seguiu-se política contrária ao desligar
lhor .servir os interesses gerais da co
a libra do ouro, que pode variar em re
letividade e os destinos da nação.
lação às
outras moedas sem nenhuma
restrição, chegando nas suas contínuas
A grande tarefa atual é realizar a aproximação dessas três orientações di
versas — política,
econômicas, a fim destas poderem me
econômica.
estatística,
ciência
Nesta altura é que inter
vém a conjuntura.
em
mo.
dador. e artifícios de cálculos para de puração dos me.smos, enquanto a ciên
controle c" encadeamento das atividades
situação
mia dp país e as suas perspecthas no futuro próxi
teóricas à política econô
Qosplun — trouxeram experiências impor
43 a 49 miligramas, e aboliu, em se guida, o limite inferior. Na Inglaterra,
suas
do até agora paralela, daí
quisa e construção teórica dos institutos e.specialmcntc criados para o estuda
oscilai o franco em relação ao ouro, de
das
faltarem bases objetivas e
valor metálico correspondente, dimiconferiram ao dólar uma nova relação, inferior à antiga em 39,94%. A França fixou os limites entre os quais podia
atividades
e
.relações, a fim dc apre-
mento da estatística e ao e.sfórço de pes
Assim, os Estados Unidos
e
ceituã-la como o estudo
objetivo
ções cíclicas, interferiu diretamente no nuindo-o.
teóricos
pragmáticos. Podemos con-
nômica; entre estatística e cha de.ssas ciências tem si
foram feitos sem princípios orientadores
Não; é a ciência da economia
aplicada, cujo objeto é esclarecer a ação
falta de coordenação dos
por desarticular a ordem econômica ela
contram.
tinos econômicos nacionais e internacio nais.
Será então a conjuntura uma polí
A razão para êssc estado de coisas devemos procurar, .segundo Vincent, na
A nova guerra de 39-4.5, surgindo num estado de coisas já conturbado, terminou
de custo dos produtos tanto agrícolas
tions, historiens aussi", na frase de Vin-
cenf. É uma ciência de conjugação e dc síntese, que está destinada a desem penhar papel muito importante nos des
forma, o homem de Estado permanece impotente para dirigir com segurança a
vida econômica, obrigando-a a servir
los para solução da crise em que sc en
statíciens, économistes et hommes d'ac-
mcntos econômicos fundamentais. Dessa
inflação, elevada a somas astronômicas,
borada no século XIX.
refour ou sont appelés à se recontrer
Faltam, para tal, infonnaçõcs estatísti cas amplas c bem coordenadas e conhe cimentos precisos sobre o.s encadea-
gercncia.s governamentais foram forçadas
periência Bruning, e pela França a ex periência Lavai, para diminuir o preço
No campo da moeda, que no libera
a êssc estudo, construir um
corpo assente dc idéias, com relação a êsse novo aspecto da Economia Política.
Poderíamor; citar imiila.s intcr\'cnvões
nações tiveram que se voltar sòbre si
lismo era considerada como neutra e
A
40% em relação ao dólar.
Gting Schemes". No mesmo sentido, ainda vamos encontrar a política da de flação seguida pela Alemanha, a ex
como industriais.
Drci:sT(» Econômico
A missão que lhe
Para realizar o levantamento das con
dições econômicas nacionais é necessá
Êste descn-
1 — a descrição dos fatos, principal mente sob o aspecto numérico;
2 — a procura c]a causa ou da ex plicação; 3 — a elaboração de previsões ou de perspectivas.
destinaram os modernos economistas foi
a de conjugar os conhecimentos abstra to» da economia política pura com os
Esta nova orientação foi denomina
da "planejamento econômico". Contu\
'.■.àtA
As etapas acima não são particulares à conjuntura. São o caminho natural de
?
32
Diohsio Econômico
das estradas de rodagem e os 3.767 mi lhões de R M para outras obras, na Ale
manha. Ao lado dessas grandes realiza ções, os governos empreenderam ainda uma política de aumento de salários, como por exemplo os códigos de Roose-
velt e os acordos Matignon, com o fito de refazer q poder aquisitivo dos Iraba-
adores, ao mesmo tempo que proçuravam elevar os preços dos produtos agrí^
melhorar a capacidade
aquisitiva dos agricultores, principalmen te Os pequenos, cuio poder aquisiti
vo nos Estados Unidos havia decaído
de 50%. A própria Inglaterra, que ape nas obtém de suas terras 10% dos pro ntos agrícolas que consome, tentou - uma revalorização agrícola com os "Mar-
desvalorizíiç-ões, a uma depreciação de
do, ainda não puderam, acpiéles que .se
ensinamentos olqètivos da estatística e a
dedicam
experiência dos homens dc Estado. "La conjoncture constitue un véritable car-
estatais, mas esta.s iá mostram que as inpelas .situaç-ões econômicas históricas, principahnente no após-guerra, quando impérios econômicos desapareceram para dar lugar a outros impérios, (jiiando a afetou profundamente as fortunas e alte rou a.s classes sociais.
o;: interê.sses coletivos.
cuja finalidade consistia em pagar, medir e conservar valores, vemos a infiltração
'do Estado que, para atenuar as oscila
tica?
Em face do
imen.so caos econômico presente e na ausência de um entendimento comum, as mesmas para, num "tour de furcc", agru par todos os seus recursos c encaminhá-
econômica, ou melhor, tra
conhecimentos pertinentes
çar as perspectivas do mo
aos vários ramos das ciên
vimento
econômico.
Ê,
cias que estudam as ativi
portanto,
um misto
de
dades econômicas, isto é,
ciência e de arte, de co
entre estatística e ciência
nhecimentos
econômica;
entre
i
ciência
econômica e política eco
Todos esses interyencionismos estatais
seguro.s. As três maiores experiências — o New Deal, o v^ano de Hitler e o
política econóniica. A mar
econômica;:
das
.sentar
que SC encontra a econo
mica, pois a estatística se
tantes, as quai.s, aliadas ao desenvobi-
ucantonou
a
no aperfeiçoa
mento dos seus métodos de coleta de
rio um processo .especial.
objetivo da vida econômica, deram nova
cia econômica permaneceu uma constru
vol\'e-se em três fases:
orientação à Economia Política aplica da, mostrando p. necessidade imperiosa de c-onstruir-se uma política segura no
ção essencialmente teórica e abstrata.
seguiu-se política contrária ao desligar
lhor .servir os interesses gerais da co
a libra do ouro, que pode variar em re
letividade e os destinos da nação.
lação às
outras moedas sem nenhuma
restrição, chegando nas suas contínuas
A grande tarefa atual é realizar a aproximação dessas três orientações di
versas — política,
econômicas, a fim destas poderem me
econômica.
estatística,
ciência
Nesta altura é que inter
vém a conjuntura.
em
mo.
dador. e artifícios de cálculos para de puração dos me.smos, enquanto a ciên
controle c" encadeamento das atividades
situação
mia dp país e as suas perspecthas no futuro próxi
teóricas à política econô
Qosplun — trouxeram experiências impor
43 a 49 miligramas, e aboliu, em se guida, o limite inferior. Na Inglaterra,
suas
do até agora paralela, daí
quisa e construção teórica dos institutos e.specialmcntc criados para o estuda
oscilai o franco em relação ao ouro, de
das
faltarem bases objetivas e
valor metálico correspondente, dimiconferiram ao dólar uma nova relação, inferior à antiga em 39,94%. A França fixou os limites entre os quais podia
atividades
e
.relações, a fim dc apre-
mento da estatística e ao e.sfórço de pes
Assim, os Estados Unidos
e
ceituã-la como o estudo
objetivo
ções cíclicas, interferiu diretamente no nuindo-o.
teóricos
pragmáticos. Podemos con-
nômica; entre estatística e cha de.ssas ciências tem si
foram feitos sem princípios orientadores
Não; é a ciência da economia
aplicada, cujo objeto é esclarecer a ação
falta de coordenação dos
por desarticular a ordem econômica ela
contram.
tinos econômicos nacionais e internacio nais.
Será então a conjuntura uma polí
A razão para êssc estado de coisas devemos procurar, .segundo Vincent, na
A nova guerra de 39-4.5, surgindo num estado de coisas já conturbado, terminou
de custo dos produtos tanto agrícolas
tions, historiens aussi", na frase de Vin-
cenf. É uma ciência de conjugação e dc síntese, que está destinada a desem penhar papel muito importante nos des
forma, o homem de Estado permanece impotente para dirigir com segurança a
vida econômica, obrigando-a a servir
los para solução da crise em que sc en
statíciens, économistes et hommes d'ac-
mcntos econômicos fundamentais. Dessa
inflação, elevada a somas astronômicas,
borada no século XIX.
refour ou sont appelés à se recontrer
Faltam, para tal, infonnaçõcs estatísti cas amplas c bem coordenadas e conhe cimentos precisos sobre o.s encadea-
gercncia.s governamentais foram forçadas
periência Bruning, e pela França a ex periência Lavai, para diminuir o preço
No campo da moeda, que no libera
a êssc estudo, construir um
corpo assente dc idéias, com relação a êsse novo aspecto da Economia Política.
Poderíamor; citar imiila.s intcr\'cnvões
nações tiveram que se voltar sòbre si
lismo era considerada como neutra e
A
40% em relação ao dólar.
Gting Schemes". No mesmo sentido, ainda vamos encontrar a política da de flação seguida pela Alemanha, a ex
como industriais.
Drci:sT(» Econômico
A missão que lhe
Para realizar o levantamento das con
dições econômicas nacionais é necessá
Êste descn-
1 — a descrição dos fatos, principal mente sob o aspecto numérico;
2 — a procura c]a causa ou da ex plicação; 3 — a elaboração de previsões ou de perspectivas.
destinaram os modernos economistas foi
a de conjugar os conhecimentos abstra to» da economia política pura com os
Esta nova orientação foi denomina
da "planejamento econômico". Contu\
'.■.àtA
As etapas acima não são particulares à conjuntura. São o caminho natural de
34
Dicr-isro EcoNÓMicti
tôda ciência. Assim tôdas começam pela descrição dos fatos para depois intentar a explicação c-ausal.
Para a descrição
dos fatos econômicos se utili2m a con juntura da contabilidade nacional. Esta
permite realizar, não só a classificação
dos fenômenos econômicos, como tam
bém salientar a importância de cada um no conjunto das atividades produtivas e consumptiva.s, uma vez nue permite de
finir 6 agrupar as principai.s \ariávei.s econômicas e apontar as relações neces sárias que apresentam. Vai ainda mais
longe, decompondo as variáveis segundo
sição ou concatonaçãi) de categorias iso-
dução. Esta converte-sc em renda gas
teriof.
laduii, fazendo ab.straçã(> das flutuações do.s valore.s, dos proçxjs e das intcr-rç-
são) o, novamente, cm renda investida e
As previsõc.s são condicionais, apoiundü-se em hipóteses verossímeis. Nem
poderia .ser dc outra forma, pois estão
subordinadas a fatos políticos, sociais, jurídicos, estruturais ele., intimamente relacionados e exercendo influências mú
procura das causas que estão agindo so bre as atividades econômicas, forçan-
clo-as a seguir esta ou aquela orientação. Indubitavelmente esta é a fase mais
delicada da pesquisa. As dificuldades para constatar o encadeamento das cau
sas e efeitos são inúmeras, pois no cam po social a comple.xídade dos fenôme
\áda econômica em ecpiilíhrio c sem movimento.
A segunda reconhece o caráter cs.senc fatôres do processo econômico.
zenda queira calcular tpial será a pro
o serviços deteruiinaram uma série de
dução brasileira no corrente ano.
relações entre os indivíduos que se expres,sam em unidade-\ alnr, que por sua
realizar esse cálculo é preciso conhecer
créditos destinados a financiar as ativi
Terminada a descrição minuciosa da
os valores produzidos cm renda perce
bida, que se converte outra vez em renda gasta. Todas essas inter-rclações consti
Ê, portanto, o estudo da
Tomemos um exemplo para esclarecer. Suponhamos que <> Ministério da Fa
do, pequena burguesia, classe média,
vida econômica pode a conjuntura em preender a explicação, ou melhor, a
laçõcs entic a produção, a di.stribuição e
terdependência entre as diversas etapas
Para
dades produtoras, as matérias-primas e a energia disponíveis, a possibilidade de importação de novos equipamentos, bem como de muitas matérias-primas necesSiuias à produção nacional etc. Conhe cidos todos esses elementos, o Ministério
estará apto a calcular o montante da IJrodução nacional. Êste cômputo, en tretanto, nada tem de absoluto, pois to
tuem o circuito econômico, que é o pro cesso constante da atividade produti^^á. Na estática, os elementos do circui te" são considerados in\-ariáveis. A mar
A
cha do raciocínio consiste em considerar
produção e o inlercánibio de mercadorias
\ariá\-el um elemento apenas c verifi car quais as alterações que cs.sa varia ção introduz no circuito. Na dinâmica, os elementos do circuito são considera-
vez so traduz em quantidade de moe
do.s mutáveis, pois na rída real esses
da, daí tomar-so esta o denominador
elementos estão em progresso ou re-
comum cio processo econômico. Na vida
gre.s.sãe contínua,
real esses \alores nunca são constantes,
oscilam ininterruptamente.
Essas osci
lações constituem o objeto próprio da dinâmica.
Esta é, jxutanto, o estudo
Por cs,sa ligeira conccituação da es tática e da dinâmica \ emos que a con
juntura é o estado da dinâmica econômi ca, enquanto a economia pura e o da
da vida econômica cm clcson\olvimcnto,
estática.
em
dc pagamento, em instrumento de com
econômicas, o seu estudo é complexo, difícil. Necessita de métodos que ainda não foram elaborados integralmente, co
pra, dc crédito, dc poupança, de inves
mo a estatística, a contabilidade nacio
timentos, de salários, de dividendos, de
nal e o método dos modelos. Amin- . ciam-sc, é verdade, grandes resultados
mutação.
A moeda se metamorfoseia em meio
dos esses fatôres podem variar no cor rer do ano, como de fato variam, modi ficando extraordináriamente o resultado
juros etc.
final. O que a previsão estabelece são as linhas gerais da evolução econômica
dução, distribuição c consumo) mani festam-se mediante a circulação da moe
no futuro imediato, de.sde que não haja
ta (para fins de consumo ou do inver
o consumo.
cialmente mutá\'cl da economia e a in
tuas.
a quantidade de mão-de-obra disponível em cada setor da produção, o valor do.s
ç-ões jurídicas etc.).
35
relação causai constatada na fase aii-
o ramo de atividade (indústria, agricul tura, comércio, importação, exportação etc.), as categorias sociais (operaria classe abastada), a estrutura econômica (organização financeira, técnica, rela-
Dicksto EcoNÓxnco
Por seu lado, os elementos
estruturais do processo econômico (pro
da em uma série de formas e denomina
Como ciência de mutações
no futuro. Por isso, costumam os econo
mistas dizer que o problema atual da ciência econômica é construir a dinâmi ca e os seus métodos próprios de pes- . j
nos é enorme, o que impossibilita uma
alterações acentuadas que modifiquem n
ções, tais como inversõe.s, salários, divi
quisa. O caminho a percorrer é longo,
visão nítida sobre a marcha dos aconte
marcha dos acontecimentos econômicos.
dendos, juros etc., em virtude das quais cs valores produzidos se convertem em renda, percebida pelos fatôres de pro
mas é o único que permite elevar o co
cimentos.
Contudo, sempre é possível
Pelo desenvolvimento da pesquisa e
apontar ás tendências fundamentais e os
explicação causai da conjuntura, estamos vendo que ela se move num campo di
fatôres que estão atuando com maior intensidade, obrigando a vida econômica a seguir determinado rumo.
De posse do encadeamento de cau sas e efeitos pode a conjuntura estabe lecer as previsões. Naturalmente, estas não são absolutas, pois não é absoluta a
nhecimento econômico ao nível reque
rido pela ação econômica.
verso do da economia .pura. Existem duas maneiras fundamentais de conce-ber-se a realidade econômica: a estáti
ca e a dinâmica. A primeira concebe a economia como se se desenvolvesse num
campo ideal e abstraio, como a superpoiÉÍPikí'-fiiT
34
Dicr-isro EcoNÓMicti
tôda ciência. Assim tôdas começam pela descrição dos fatos para depois intentar a explicação c-ausal.
Para a descrição
dos fatos econômicos se utili2m a con juntura da contabilidade nacional. Esta
permite realizar, não só a classificação
dos fenômenos econômicos, como tam
bém salientar a importância de cada um no conjunto das atividades produtivas e consumptiva.s, uma vez nue permite de
finir 6 agrupar as principai.s \ariávei.s econômicas e apontar as relações neces sárias que apresentam. Vai ainda mais
longe, decompondo as variáveis segundo
sição ou concatonaçãi) de categorias iso-
dução. Esta converte-sc em renda gas
teriof.
laduii, fazendo ab.straçã(> das flutuações do.s valore.s, dos proçxjs e das intcr-rç-
são) o, novamente, cm renda investida e
As previsõc.s são condicionais, apoiundü-se em hipóteses verossímeis. Nem
poderia .ser dc outra forma, pois estão
subordinadas a fatos políticos, sociais, jurídicos, estruturais ele., intimamente relacionados e exercendo influências mú
procura das causas que estão agindo so bre as atividades econômicas, forçan-
clo-as a seguir esta ou aquela orientação. Indubitavelmente esta é a fase mais
delicada da pesquisa. As dificuldades para constatar o encadeamento das cau
sas e efeitos são inúmeras, pois no cam po social a comple.xídade dos fenôme
\áda econômica em ecpiilíhrio c sem movimento.
A segunda reconhece o caráter cs.senc fatôres do processo econômico.
zenda queira calcular tpial será a pro
o serviços deteruiinaram uma série de
dução brasileira no corrente ano.
relações entre os indivíduos que se expres,sam em unidade-\ alnr, que por sua
realizar esse cálculo é preciso conhecer
créditos destinados a financiar as ativi
Terminada a descrição minuciosa da
os valores produzidos cm renda perce
bida, que se converte outra vez em renda gasta. Todas essas inter-rclações consti
Ê, portanto, o estudo da
Tomemos um exemplo para esclarecer. Suponhamos que <> Ministério da Fa
do, pequena burguesia, classe média,
vida econômica pode a conjuntura em preender a explicação, ou melhor, a
laçõcs entic a produção, a di.stribuição e
terdependência entre as diversas etapas
Para
dades produtoras, as matérias-primas e a energia disponíveis, a possibilidade de importação de novos equipamentos, bem como de muitas matérias-primas necesSiuias à produção nacional etc. Conhe cidos todos esses elementos, o Ministério
estará apto a calcular o montante da IJrodução nacional. Êste cômputo, en tretanto, nada tem de absoluto, pois to
tuem o circuito econômico, que é o pro cesso constante da atividade produti^^á. Na estática, os elementos do circui te" são considerados in\-ariáveis. A mar
A
cha do raciocínio consiste em considerar
produção e o inlercánibio de mercadorias
\ariá\-el um elemento apenas c verifi car quais as alterações que cs.sa varia ção introduz no circuito. Na dinâmica, os elementos do circuito são considera-
vez so traduz em quantidade de moe
do.s mutáveis, pois na rída real esses
da, daí tomar-so esta o denominador
elementos estão em progresso ou re-
comum cio processo econômico. Na vida
gre.s.sãe contínua,
real esses \alores nunca são constantes,
oscilam ininterruptamente.
Essas osci
lações constituem o objeto próprio da dinâmica.
Esta é, jxutanto, o estudo
Por cs,sa ligeira conccituação da es tática e da dinâmica \ emos que a con
juntura é o estado da dinâmica econômi ca, enquanto a economia pura e o da
da vida econômica cm clcson\olvimcnto,
estática.
em
dc pagamento, em instrumento de com
econômicas, o seu estudo é complexo, difícil. Necessita de métodos que ainda não foram elaborados integralmente, co
pra, dc crédito, dc poupança, de inves
mo a estatística, a contabilidade nacio
timentos, de salários, de dividendos, de
nal e o método dos modelos. Amin- . ciam-sc, é verdade, grandes resultados
mutação.
A moeda se metamorfoseia em meio
dos esses fatôres podem variar no cor rer do ano, como de fato variam, modi ficando extraordináriamente o resultado
juros etc.
final. O que a previsão estabelece são as linhas gerais da evolução econômica
dução, distribuição c consumo) mani festam-se mediante a circulação da moe
no futuro imediato, de.sde que não haja
ta (para fins de consumo ou do inver
o consumo.
cialmente mutá\'cl da economia e a in
tuas.
a quantidade de mão-de-obra disponível em cada setor da produção, o valor do.s
ç-ões jurídicas etc.).
35
relação causai constatada na fase aii-
o ramo de atividade (indústria, agricul tura, comércio, importação, exportação etc.), as categorias sociais (operaria classe abastada), a estrutura econômica (organização financeira, técnica, rela-
Dicksto EcoNÓxnco
Por seu lado, os elementos
estruturais do processo econômico (pro
da em uma série de formas e denomina
Como ciência de mutações
no futuro. Por isso, costumam os econo
mistas dizer que o problema atual da ciência econômica é construir a dinâmi ca e os seus métodos próprios de pes- . j
nos é enorme, o que impossibilita uma
alterações acentuadas que modifiquem n
ções, tais como inversõe.s, salários, divi
quisa. O caminho a percorrer é longo,
visão nítida sobre a marcha dos aconte
marcha dos acontecimentos econômicos.
dendos, juros etc., em virtude das quais cs valores produzidos se convertem em renda, percebida pelos fatôres de pro
mas é o único que permite elevar o co
cimentos.
Contudo, sempre é possível
Pelo desenvolvimento da pesquisa e
apontar ás tendências fundamentais e os
explicação causai da conjuntura, estamos vendo que ela se move num campo di
fatôres que estão atuando com maior intensidade, obrigando a vida econômica a seguir determinado rumo.
De posse do encadeamento de cau sas e efeitos pode a conjuntura estabe lecer as previsões. Naturalmente, estas não são absolutas, pois não é absoluta a
nhecimento econômico ao nível reque
rido pela ação econômica.
verso do da economia .pura. Existem duas maneiras fundamentais de conce-ber-se a realidade econômica: a estáti
ca e a dinâmica. A primeira concebe a economia como se se desenvolvesse num
campo ideal e abstraio, como a superpoiÉÍPikí'-fiiT
Dickstci Econômico
ALGUMAS DIRETRIZES NECESSÁRIAS
À INDUSTRIALIZAÇÃO NO APÓS-GUERRA Aldo M. Azevedo
A
NÃO SER para espíritos partidários, cuja visão unilateral e defeituosa
O Mercado luterno
4. Neste momento, o fator essencial o decisivo para a formação do verda deiro mercado interno é o poder aquisi tivo de sua população. Maior "poder
desenvolvimento
aquisitivo" não provém somente do fa
pela guerra a ponto
acelerado
sários para que nossa pátria se situe no
o poder, a faculdade de adquirir deter
lugar que todos aspiramos, entre as-po-
minada quantidade dc bens,
derosas nações.
2. Antes de mais nada, cumpre de
alimentos, vestuários ou qualcjuer outra forma de propriedade que cia mesma
finir claramente os objetivos visados pe
produziu, Ou que receba em troca do
lo novo surto de industrialiímção, fixan do, ao mesmo tempo, as condições e
que produziu.
meio.s adequados para atingi-los. E' a
finalidade desta pequena te.se, na qual
te o nivcl geral dos salários c ordenados.
a causa precípua que permitiu essa pe
objetos,
5. Dessa última concepção, que é a verdadeira, resulta conseqüente c lògicamentc que, para aumentar o poder aqui
serão também expostos, singela e sucin tamente, os principais fatores influentes
sitivo, é necessário preencher as duas, ou pelo menos, uma das seguintes condi
nos resultados colimados, em análise fria
ções : —
e tanto quanto possível despida de pre conceitos ou de qualquer restrição sub
a) — aumentar os salários e ordena dos ;
jetiva.
b) — diminuir os preços das'utilida
Os objetivos
des.
netração c expansão notá\el. 12. Estamos todos de- acckdo sobre
jam : —
a conveniência de ser mantido e, possi
8.
Digamos que, cm certo momen
velmente, ampliado ès.se mercado. Isto Salários c ordenados ...
não significa que devemos procurar es tabelecer contratos bilaterais, ou qual quer outra forma compulsória de tran sações. Sou dos que somente acredi tam na solidez das condições efetiva-
100
Preço das utilidades ...
100
Quantidade consumida. .
100
Poder aquisitivo
100
9. Sc, por qualquer razão, baixa rem os preç-os das utilida des para 80, imediatamen
brasileira
6. Estou certo de que, i^ara o lado do aumento do-ganho da população
devem ser, a meu ver, dois : — 1-° — a formação e ampliação de um mercado interno, que absorva pelo me-
obreira, não haverá futuramente grandes possibilidades, a não ser que, como ve
temporânea
industrialização
no.s 75 % da produção
industrial na
cional ;
taneamente a melhoria de produtivida
2.° — a manutenção e ampliação pau
nho seria fator de inflação, som a me
latina dos mercados externos para pro
nor vantagem, pela formação da chjuna-
dutos industriais.
da "bola de neve". -f
.1. ..
•,
petição internacional. 13.
dos 100 (constante) po
recorrer
derão absorver uma quan tidade 125. Isto significa .«iinplosmcntc que uma
condições verdadeiramen luta e vencer na concòr-
Assim, teremos de
baixa geral de 20 % nos
rència mundial : —
às duas únicas
te capazes de sustentar a
preço.s das coisas pode a) — preços baixos ;
provocar um aumento de
25 % no consumo, o que vale dizer, um aumento de 25% no poder aquisitivo. 10. Essa questão dos preços das utilidades é tão mais importante,
se
b) — boa qualidade dos produtos. Exáminemos mais de perto essas cir cunstâncias necessárias.
considerarmos que ela ainda aparece co Preços Baixos
ção do problema concernente ao mer cado externo. O Mercado Externo
remos adiante, seja conseguida simul de. De outro modo, o aumento de ga
mente econômicas no concerto e na har monização final da com
te os salários o ordena
mo a alternativa mais viável na resolu
3. Os objetivos primários da con
de dos produtos industriais brasileiros,
to, os índices do mercado brasileiro se
netários, por um aumento do ganho; re sulta, realmente, cia relação cjuc indica
orientado, para que dêle resultem os be nefícios esperados e, na verdade, neces
conhecer lealmente que, na maioria dos casos, foi a falta de concoiTència, mais
do que o bom preço ou a boa qualida
certo momento, de maiores recursos mo
mantido bem
dos) ocupou lugar destacado em nossa estatística dc exportação. Devemo.s re
cado ideal frente uma baixa geral de preços, desde que se mantenha constan
to de uma dada população dispor, ein
de alcançar alto
ritmo, que precisa ser
7. Resta, entretanto, o recurso da
diminuição dos preços dos produtos in dustriais. E' fácil compreender c de monstrar como SC comportaria um mer
impede apreciação objetiva dos problebas brasileiros, há generalizada crença de que o futiuo do Brasil será agora mais do que nunca uma função de seu industrial,
37
11. O Brasil conquistou, durante guerra, xaliosos mercados externos para seus produtos industriais. Ao con
a
trário do que sempre acontecera ante riormente, um produto industrial (teci-
14. Verifica-se, pois, que a condi ção "preços baixos" figura tanto para a formação e ampliação de um mercado interno, como para a manutenção e am pliação do mercado externo. Nesse ponto, por conseguinte, de\'em ser con centrados os nossos esforços, se quiser
mos cumprir efetivamente nosso dever dü industriais.
Dickstci Econômico
ALGUMAS DIRETRIZES NECESSÁRIAS
À INDUSTRIALIZAÇÃO NO APÓS-GUERRA Aldo M. Azevedo
A
NÃO SER para espíritos partidários, cuja visão unilateral e defeituosa
O Mercado luterno
4. Neste momento, o fator essencial o decisivo para a formação do verda deiro mercado interno é o poder aquisi tivo de sua população. Maior "poder
desenvolvimento
aquisitivo" não provém somente do fa
pela guerra a ponto
acelerado
sários para que nossa pátria se situe no
o poder, a faculdade de adquirir deter
lugar que todos aspiramos, entre as-po-
minada quantidade dc bens,
derosas nações.
2. Antes de mais nada, cumpre de
alimentos, vestuários ou qualcjuer outra forma de propriedade que cia mesma
finir claramente os objetivos visados pe
produziu, Ou que receba em troca do
lo novo surto de industrialiímção, fixan do, ao mesmo tempo, as condições e
que produziu.
meio.s adequados para atingi-los. E' a
finalidade desta pequena te.se, na qual
te o nivcl geral dos salários c ordenados.
a causa precípua que permitiu essa pe
objetos,
5. Dessa última concepção, que é a verdadeira, resulta conseqüente c lògicamentc que, para aumentar o poder aqui
serão também expostos, singela e sucin tamente, os principais fatores influentes
sitivo, é necessário preencher as duas, ou pelo menos, uma das seguintes condi
nos resultados colimados, em análise fria
ções : —
e tanto quanto possível despida de pre conceitos ou de qualquer restrição sub
a) — aumentar os salários e ordena dos ;
jetiva.
b) — diminuir os preços das'utilida
Os objetivos
des.
netração c expansão notá\el. 12. Estamos todos de- acckdo sobre
jam : —
a conveniência de ser mantido e, possi
8.
Digamos que, cm certo momen
velmente, ampliado ès.se mercado. Isto Salários c ordenados ...
não significa que devemos procurar es tabelecer contratos bilaterais, ou qual quer outra forma compulsória de tran sações. Sou dos que somente acredi tam na solidez das condições efetiva-
100
Preço das utilidades ...
100
Quantidade consumida. .
100
Poder aquisitivo
100
9. Sc, por qualquer razão, baixa rem os preç-os das utilida des para 80, imediatamen
brasileira
6. Estou certo de que, i^ara o lado do aumento do-ganho da população
devem ser, a meu ver, dois : — 1-° — a formação e ampliação de um mercado interno, que absorva pelo me-
obreira, não haverá futuramente grandes possibilidades, a não ser que, como ve
temporânea
industrialização
no.s 75 % da produção
industrial na
cional ;
taneamente a melhoria de produtivida
2.° — a manutenção e ampliação pau
nho seria fator de inflação, som a me
latina dos mercados externos para pro
nor vantagem, pela formação da chjuna-
dutos industriais.
da "bola de neve". -f
.1. ..
•,
petição internacional. 13.
dos 100 (constante) po
recorrer
derão absorver uma quan tidade 125. Isto significa .«iinplosmcntc que uma
condições verdadeiramen luta e vencer na concòr-
Assim, teremos de
baixa geral de 20 % nos
rència mundial : —
às duas únicas
te capazes de sustentar a
preço.s das coisas pode a) — preços baixos ;
provocar um aumento de
25 % no consumo, o que vale dizer, um aumento de 25% no poder aquisitivo. 10. Essa questão dos preços das utilidades é tão mais importante,
se
b) — boa qualidade dos produtos. Exáminemos mais de perto essas cir cunstâncias necessárias.
considerarmos que ela ainda aparece co Preços Baixos
ção do problema concernente ao mer cado externo. O Mercado Externo
remos adiante, seja conseguida simul de. De outro modo, o aumento de ga
mente econômicas no concerto e na har monização final da com
te os salários o ordena
mo a alternativa mais viável na resolu
3. Os objetivos primários da con
de dos produtos industriais brasileiros,
to, os índices do mercado brasileiro se
netários, por um aumento do ganho; re sulta, realmente, cia relação cjuc indica
orientado, para que dêle resultem os be nefícios esperados e, na verdade, neces
conhecer lealmente que, na maioria dos casos, foi a falta de concoiTència, mais
do que o bom preço ou a boa qualida
certo momento, de maiores recursos mo
mantido bem
dos) ocupou lugar destacado em nossa estatística dc exportação. Devemo.s re
cado ideal frente uma baixa geral de preços, desde que se mantenha constan
to de uma dada população dispor, ein
de alcançar alto
ritmo, que precisa ser
7. Resta, entretanto, o recurso da
diminuição dos preços dos produtos in dustriais. E' fácil compreender c de monstrar como SC comportaria um mer
impede apreciação objetiva dos problebas brasileiros, há generalizada crença de que o futiuo do Brasil será agora mais do que nunca uma função de seu industrial,
37
11. O Brasil conquistou, durante guerra, xaliosos mercados externos para seus produtos industriais. Ao con
a
trário do que sempre acontecera ante riormente, um produto industrial (teci-
14. Verifica-se, pois, que a condi ção "preços baixos" figura tanto para a formação e ampliação de um mercado interno, como para a manutenção e am pliação do mercado externo. Nesse ponto, por conseguinte, de\'em ser con centrados os nossos esforços, se quiser
mos cumprir efetivamente nosso dever dü industriais.
■ I, ■' II iv-wipppfpir
w Digesto
38
Econômico
Dicesto Econóxíico 15.
As duas outras condições, res
pectivamente
qualidade",
"altos salários" e "boa
podem
ser
consideradas
acessórias. (Felizmente, elas são irmãs
gêmeas, raramente aparecendo separa das : — o bom produto remunera bem o
sil, o comércio internacional deverá ser
baseadí!, no após-guerra, cm intenso in tercâmbio de produtos industriais pre-
da precariedade de corresponder a uma fração apenui' da \'ida da humanidade.
ferentemente porque são os que deixam atrás de si, nas mãos dos produtores (inclusive os operários) mais elevado
periências levadas a cabo, sob inauditos
23.
pelo contrário, as próprias ex
sacrifícios materiais e morais, por êsses
trabalhador; o trabalhador bem pago produz bem e bom. . .). 16. No mundo de após-guerta, de pauperado pela destruição de patrimô
poder aquisitivo, que constituirá real mente, o reforço indi.spcnsável para a
audaciosos condutores de homens, ser
constituição, não sòmcntc do nosso mer
dado
cado interno, mas, também paru a rea
continuamente e por tempo indetermi
nios seculares,
bilitação dos velhos mercados europeus. •19. De fato é fácil obser\'ar que os
nado.
resultado do
trabalho
'contínuo de muitas gerações, esgotado pelas inflações que aqui e ali anemiaram as economias nacionais — nesse mundo
em ruínas, faminto e maltrapilho,
na
realidade indigente mas ansioso por me lhorar, só poderão figurar produtos a
baixo preço; o que, porém, não significa que devam ser de baixa qualidade. 17.
-Não será, entretanto, unicamen
paiscs mais industrializados são os que
melhor mercado interno possuem c que, por isso mesmo, maior intercâmbio po
zaram as classes sociais, além de estarem
dustrialização das regiões retardatárias.
queremo.s construir
um
vida ínfimo, terá de ser resolvido logo,
0 sua solução está principalmente na in 21.
Essa industrialização,
que im
plica forçosamente na educação técnica rápida e precisa e no fornecimento de aparelhagem e ferramentas de alta efi ciência, proporcionará, em pouco tempo,
Terra, após os horrores e morticínios da última conflagração. Serão êles os pri
o aumento da produtividade, que trará, por sua vez, o aumento do poder aqui sitivo e do padrão de vida das regiões
meiros a limitarem seus lucros e oferece
mais atrasadas.
22.
Erram os que ainda pensam em
populações devastadas necessitam urgen
termos da "auto-suficiência" como ideal nacionalista. Na verdade, a solidarie
temente .
dade econômica das nações e muito mais Comércio Internacional
18. Especialmente para as nações da formação e idade econômica do Bra
poderosa do que os sonhos e planos in dividualistas de alguns chefes temporá rios, cujo domínio e acerto, por mais extensos e duráveis que sejam, sofrem
de auto-suficiência
maior e mais variada
fôr a produção de cada nação, tanto me lhor para o intercâmbio internacional. Quanto mais produtivos e melhor remu
25.
"mundo melhor" — o problema das mas sas empobrecidas, dotadas de padrão de
corrência pacífica, os artigos de que as
Quanto
militar e social efetivas e duradouras, se
preços para a baixa geral. Os próprios produtores dos grandes países indus triais, quase todos participantes ativos do.s sofrimentos e privações que solidari
rem por preços accessíveis, na livre con
24.
nerados
sinceramente
puderam contar, foram contagiados pro fundamente pelo espírito de comunidade humana, que tardiamente se espraia pela
do sistema
dem apresentar entre regiões e com as demais nações do globo. 20. Se desejamos condições de paz
te o fator "consumidor" que levará os
munidos de novos processos e técnicas, com abundância de pessoal habilitado e altamente treinado, como nunca dantes
viram para demonstrar a impraticabili-
forem os povos
constituintes
dessas nações, tanto melhor para o in tercâmbio entre os indivíduos, entre as
regiões e entre os países. Nenhuma dessas condições fa
voráveis poderá ser atingida sem o fator
industrialização em larga escala, inclu sive a industrialização da própria agri cultura, cuja produção diversificada e' em fase de intensificação terá de obede
cer,
também entre nós, aos processos
modernos
mecanizados e empregando,
ao máximo, os recursos da ciência, se
não quisermos sofrer o desgôsto de vêla desaparecer ou passar para plano se cundário na economia brasileira.
Condições e meios
26.
Para alcançar os objetivos ali
nhados e discutidos inicialmente, cum
pre agora indicar as condições e meios apropriados, que teremos de dispor e ordenar.
Êles não são imaginados por
prazer ; pelo contrário, são impostos, por assim dizer, a nós mesmos.
27.
taí, conio essenciais, os seguintes fatôres indispensáveis ao bom è.xito da indus
trialização brasileira no após-guerra: —
A) — Fatôres dependentes não da indústria propriamente dita : — 1.° — Estabilidade política, le gislativa e monetiíria ; 2.® — Ambiente fiscal favorá-
\'el;
3.° — Transportes fáceis e mó dicos no custo;
B) — Fatôres dependentes da pró pria indústria : — , 4.® — Pessoal habilitado;
5.° — Aparelhamento e insta lações eficientes;
6.® — Processos simplificados. Vejamos râpidamcnte cada um. Estabilidade Política
28. Sem estabilidade política — e ai se entende não apenas a continuidade
constitucional e legal do govêmo, mas, realmente, a estabilidade da legislação formal e normativa que mais de perto
tange à vida econômica das emprêsas, (como a legislação monetária, fiscal e trabalhista) e, ainda, a estabilidade so
cial, (o que implica no reconhecimento e respeito aos direitos dos indivíduos e das classes por êles formadas) — não pode haver clima para qualquer desen volvimento industrial do país.
29. Basta- considerar que amplia ções de indústrias e.xistentes, ou investi
De um ponto de vista superior,
mentos de capitais em novos empreen
sem particularizar casos concretos, nem
dimentos exigem, naturalmente, certa se
ficar acima da realidade, podemos apon-
gurança de previsão dos elementos^ e fa-
■ I, ■' II iv-wipppfpir
w Digesto
38
Econômico
Dicesto Econóxíico 15.
As duas outras condições, res
pectivamente
qualidade",
"altos salários" e "boa
podem
ser
consideradas
acessórias. (Felizmente, elas são irmãs
gêmeas, raramente aparecendo separa das : — o bom produto remunera bem o
sil, o comércio internacional deverá ser
baseadí!, no após-guerra, cm intenso in tercâmbio de produtos industriais pre-
da precariedade de corresponder a uma fração apenui' da \'ida da humanidade.
ferentemente porque são os que deixam atrás de si, nas mãos dos produtores (inclusive os operários) mais elevado
periências levadas a cabo, sob inauditos
23.
pelo contrário, as próprias ex
sacrifícios materiais e morais, por êsses
trabalhador; o trabalhador bem pago produz bem e bom. . .). 16. No mundo de após-guerta, de pauperado pela destruição de patrimô
poder aquisitivo, que constituirá real mente, o reforço indi.spcnsável para a
audaciosos condutores de homens, ser
constituição, não sòmcntc do nosso mer
dado
cado interno, mas, também paru a rea
continuamente e por tempo indetermi
nios seculares,
bilitação dos velhos mercados europeus. •19. De fato é fácil obser\'ar que os
nado.
resultado do
trabalho
'contínuo de muitas gerações, esgotado pelas inflações que aqui e ali anemiaram as economias nacionais — nesse mundo
em ruínas, faminto e maltrapilho,
na
realidade indigente mas ansioso por me lhorar, só poderão figurar produtos a
baixo preço; o que, porém, não significa que devam ser de baixa qualidade. 17.
-Não será, entretanto, unicamen
paiscs mais industrializados são os que
melhor mercado interno possuem c que, por isso mesmo, maior intercâmbio po
zaram as classes sociais, além de estarem
dustrialização das regiões retardatárias.
queremo.s construir
um
vida ínfimo, terá de ser resolvido logo,
0 sua solução está principalmente na in 21.
Essa industrialização,
que im
plica forçosamente na educação técnica rápida e precisa e no fornecimento de aparelhagem e ferramentas de alta efi ciência, proporcionará, em pouco tempo,
Terra, após os horrores e morticínios da última conflagração. Serão êles os pri
o aumento da produtividade, que trará, por sua vez, o aumento do poder aqui sitivo e do padrão de vida das regiões
meiros a limitarem seus lucros e oferece
mais atrasadas.
22.
Erram os que ainda pensam em
populações devastadas necessitam urgen
termos da "auto-suficiência" como ideal nacionalista. Na verdade, a solidarie
temente .
dade econômica das nações e muito mais Comércio Internacional
18. Especialmente para as nações da formação e idade econômica do Bra
poderosa do que os sonhos e planos in dividualistas de alguns chefes temporá rios, cujo domínio e acerto, por mais extensos e duráveis que sejam, sofrem
de auto-suficiência
maior e mais variada
fôr a produção de cada nação, tanto me lhor para o intercâmbio internacional. Quanto mais produtivos e melhor remu
25.
"mundo melhor" — o problema das mas sas empobrecidas, dotadas de padrão de
corrência pacífica, os artigos de que as
Quanto
militar e social efetivas e duradouras, se
preços para a baixa geral. Os próprios produtores dos grandes países indus triais, quase todos participantes ativos do.s sofrimentos e privações que solidari
rem por preços accessíveis, na livre con
24.
nerados
sinceramente
puderam contar, foram contagiados pro fundamente pelo espírito de comunidade humana, que tardiamente se espraia pela
do sistema
dem apresentar entre regiões e com as demais nações do globo. 20. Se desejamos condições de paz
te o fator "consumidor" que levará os
munidos de novos processos e técnicas, com abundância de pessoal habilitado e altamente treinado, como nunca dantes
viram para demonstrar a impraticabili-
forem os povos
constituintes
dessas nações, tanto melhor para o in tercâmbio entre os indivíduos, entre as
regiões e entre os países. Nenhuma dessas condições fa
voráveis poderá ser atingida sem o fator
industrialização em larga escala, inclu sive a industrialização da própria agri cultura, cuja produção diversificada e' em fase de intensificação terá de obede
cer,
também entre nós, aos processos
modernos
mecanizados e empregando,
ao máximo, os recursos da ciência, se
não quisermos sofrer o desgôsto de vêla desaparecer ou passar para plano se cundário na economia brasileira.
Condições e meios
26.
Para alcançar os objetivos ali
nhados e discutidos inicialmente, cum
pre agora indicar as condições e meios apropriados, que teremos de dispor e ordenar.
Êles não são imaginados por
prazer ; pelo contrário, são impostos, por assim dizer, a nós mesmos.
27.
taí, conio essenciais, os seguintes fatôres indispensáveis ao bom è.xito da indus
trialização brasileira no após-guerra: —
A) — Fatôres dependentes não da indústria propriamente dita : — 1.° — Estabilidade política, le gislativa e monetiíria ; 2.® — Ambiente fiscal favorá-
\'el;
3.° — Transportes fáceis e mó dicos no custo;
B) — Fatôres dependentes da pró pria indústria : — , 4.® — Pessoal habilitado;
5.° — Aparelhamento e insta lações eficientes;
6.® — Processos simplificados. Vejamos râpidamcnte cada um. Estabilidade Política
28. Sem estabilidade política — e ai se entende não apenas a continuidade
constitucional e legal do govêmo, mas, realmente, a estabilidade da legislação formal e normativa que mais de perto
tange à vida econômica das emprêsas, (como a legislação monetária, fiscal e trabalhista) e, ainda, a estabilidade so
cial, (o que implica no reconhecimento e respeito aos direitos dos indivíduos e das classes por êles formadas) — não pode haver clima para qualquer desen volvimento industrial do país.
29. Basta- considerar que amplia ções de indústrias e.xistentes, ou investi
De um ponto de vista superior,
mentos de capitais em novos empreen
sem particularizar casos concretos, nem
dimentos exigem, naturalmente, certa se
ficar acima da realidade, podemos apon-
gurança de previsão dos elementos^ e fa-
Dici:sTn
tôres ccndicionantes dos resultados es
perados. 30.
Se esses elementos e fatores, ou
Econômico
41
DifUi-STo Econômico
a. pre(.-o.s mais acessíveis, de macpiinismo;; mais aperfeiçoados, de que a pró
em última análise, seja pago por um in divíduo ou uma entidade particular;
pria indústria nacional necessita.
sempre será o conjunto constituinte da
Essa
de transimrtes, tanto internos como ex
ternos, ficaremos presa de condições insuportáveis o asfixiantes para a indus
parte importante dèlcs, forem varíávei.s
questão indica qiie não liá sistema de la- .
"unidade econômica" nacional que res
trialização que pretendemos implantar
c incertos, repousarem em palpites e aca sos, ou dependerem de circunstâncias
rifns fi.vo c imutável que satisfaça a eco
ponderá à tributação e oferecerá os re
c desenvolver.
nomia industrial de unia nação.
cursos necessários à sua satisfação.
aleatória;; e fortuitas, nada poderá ser
3o. A proteção aduaneira deve .so frer uma evolução paralela à da econo mia do país. Tarifas altamente prote cionistas se juslificajn na fase inicial da
dades primárias qne precisam ser aqui relembradas. Os que solicitam fre qüentemente o amparo oficial para seus
industrialização.
previsto ou calculado como probabilida de. O risco espantará os mais ousados. Nada feito. Ambiente Fiscal
39.
Essas são,
sensatamente,
44. O transporte é uma indústria. ver
interêssc;: momentâneos (c êlcs são tao
país adquire novas capacidades produ
numenisos. ..)'c.squecem-se quase sem
nossa economia.
À proporção
(pie o
31 . Por ser de grande influencia, devemos destacar o ambiente fiscal, tan to do ponto de vi.sta da oneração à ati
toras, novas técnicas, e avança pouco a
pouco na escala das indústrias de grau superior, é forçado a abrir mão, paula
que também o E.stado costuma co
vidade econômica,
tinamente, da proteção aduaneira, cm
benefício do próprio
40. Podemos compreender, portan to, como c por que a proteção que as alfândegas oferecem à produção nacio nal precisa ser também encarada e ava liada em função do ônus que impõe a
mente por meio dos impostos, como também do ponto de vista da proteção que lhe pode dar ou retirar através de tarifas alfandegárias, por e.xemplo. 32. O imposto de importação, que tem sido tão discutido e interpretado tão diversamente, não é, como geral
mente SC jjensa, uma simples forma de proteção e de arrecadação de tributos. Sua função é muito mais complexa o .snia repercussão muito mais profunda. 33.
O estudo das tarifas aduatiei-
ras revela que elas podem atuar de mo do inteiramente variado, segundo a ipaior incidência se realiza sobre as ma
térias-primas ou sobre os produtos ma
desenvolvimento
de sua economia. (E.ssa afirmação não implica, porém, cm dispensar as prote ções contra os
"dumpings"
e outros
proce.s.sos da guerra econômica). 36. Lembremo-nos, nesta altura, do que não_ bá proteção oficial ou não que nada custe... Toda intervenção estatal na economia e na sociedade, como fator
normativo e regulador, custa a existên
cia de uma organização burocrática,-pa ra cujo sustento deverão ser fornecidos
senvolvimento industrial. Mesmo as ta
vidade
econômica, criará simultãnea-
mentü o êmus de seu custo, que recaíra diretamente sobre um ou outro grupo
de entidades ou agrupamentos econômi co.-!,. mas, que, realmente, será afinal pa go por todo o conjunto da economia na cional.
38. Não bá inipôsto ou ônus qpej
paração do pessoal execuli\o, cm todos os empreendimentos,' foi geralmente re conhecida, tanto nos meios oficiais como
particulares. Antigamente, êsse proce dimento era aplicado unicamente nas atividades militares e desportivas.
Transportes
46.
Mas, hoje em dia, há o mais
completo acendo quanto à vantagem de Constituindo o sistema de trans-
estender essa disposição às atividades
porte.s o aparelho circulatório do país, e
profissionais de natureza econômica, es pecialmente as industriais, que s<ão mais receptivas de inovações e cujo pessoal, pela divisão do trabalho e estabilidade dc emprego, encontra condições ótimas para a especialização. 47. Especialização significa tieina-
41.
sendo a economia
o metabolismo que
mente, se cuide de proporcionar vias e
37. E assim, a proteção de deter
43. Felizmente, de ijoucos unos pa ra cá, a necessidade imperiosa da pre
pria produção protegida q^articipa.
tram à vista.
minada indústria, ou de determinado se
Pessoal
economia do país, ônus de que u pró
fontes produtoras, (pio e onde se encon
Êstcs serão retirado.s das
tor industrial, ou ainda de qualquer ati
a proteção concedida à indústria mecâ nica nacional, que impediria a entrada
brar bs seus serviços.
mantém o seu organismo vivo, é eviden te que se não pode cogitar de aumentar esse metabolismo sem que, paralela
os recurso.s.
nufaturados. As tarifas protecionistas dos produtos primários contrariam o de rifas sobre os produtos manufaturados podem, em certos casos, atuar em sen tido contrário á industrialização em ge ral, ou contra determinadas indústrias. 34. Haja vista o que acontece com
entre nós, essa indústria de transportes está na dependência imediata das deci sões do governo e de sua atitude em re lação a esse problema fundamental de
pre do reverso da medallia, isto é, de
direta ou indireta
Mas, dadas as circunstancias ocorrentes
meios de tran.sportes adequados, o que vale dizer rápidos e baratos. 42. Nenhuma nação tem sofrido tanto ein sua evolução, pela deficiência
de transportes, como o Brasil. Não ca be aqui, nesta ligeira síntese, a indica ção das causas dêsse fato, o que, aliás, já tem sido objeto de estudos bastante completos e conclusivos.
43. A verdade é que, se continuarajus çom ü nosso prccaríssimo sistema
mento contínuo e conhecimento xninu-
cioso da técnica, habilitação e aperfei çoamento executivo, rapidez realizíidora, segurança e economia de material e de tempo, em uma palavra: — produtivi dade.
48.
Nesse sentido, o que vem sendo
realizado pelo SENAI será fator indis cutível de extraordinários benefícios, e
seu c.xemplc, estabelecendo" cursos rápi-
Dici:sTn
tôres ccndicionantes dos resultados es
perados. 30.
Se esses elementos e fatores, ou
Econômico
41
DifUi-STo Econômico
a. pre(.-o.s mais acessíveis, de macpiinismo;; mais aperfeiçoados, de que a pró
em última análise, seja pago por um in divíduo ou uma entidade particular;
pria indústria nacional necessita.
sempre será o conjunto constituinte da
Essa
de transimrtes, tanto internos como ex
ternos, ficaremos presa de condições insuportáveis o asfixiantes para a indus
parte importante dèlcs, forem varíávei.s
questão indica qiie não liá sistema de la- .
"unidade econômica" nacional que res
trialização que pretendemos implantar
c incertos, repousarem em palpites e aca sos, ou dependerem de circunstâncias
rifns fi.vo c imutável que satisfaça a eco
ponderá à tributação e oferecerá os re
c desenvolver.
nomia industrial de unia nação.
cursos necessários à sua satisfação.
aleatória;; e fortuitas, nada poderá ser
3o. A proteção aduaneira deve .so frer uma evolução paralela à da econo mia do país. Tarifas altamente prote cionistas se juslificajn na fase inicial da
dades primárias qne precisam ser aqui relembradas. Os que solicitam fre qüentemente o amparo oficial para seus
industrialização.
previsto ou calculado como probabilida de. O risco espantará os mais ousados. Nada feito. Ambiente Fiscal
39.
Essas são,
sensatamente,
44. O transporte é uma indústria. ver
interêssc;: momentâneos (c êlcs são tao
país adquire novas capacidades produ
numenisos. ..)'c.squecem-se quase sem
nossa economia.
À proporção
(pie o
31 . Por ser de grande influencia, devemos destacar o ambiente fiscal, tan to do ponto de vi.sta da oneração à ati
toras, novas técnicas, e avança pouco a
pouco na escala das indústrias de grau superior, é forçado a abrir mão, paula
que também o E.stado costuma co
vidade econômica,
tinamente, da proteção aduaneira, cm
benefício do próprio
40. Podemos compreender, portan to, como c por que a proteção que as alfândegas oferecem à produção nacio nal precisa ser também encarada e ava liada em função do ônus que impõe a
mente por meio dos impostos, como também do ponto de vista da proteção que lhe pode dar ou retirar através de tarifas alfandegárias, por e.xemplo. 32. O imposto de importação, que tem sido tão discutido e interpretado tão diversamente, não é, como geral
mente SC jjensa, uma simples forma de proteção e de arrecadação de tributos. Sua função é muito mais complexa o .snia repercussão muito mais profunda. 33.
O estudo das tarifas aduatiei-
ras revela que elas podem atuar de mo do inteiramente variado, segundo a ipaior incidência se realiza sobre as ma
térias-primas ou sobre os produtos ma
desenvolvimento
de sua economia. (E.ssa afirmação não implica, porém, cm dispensar as prote ções contra os
"dumpings"
e outros
proce.s.sos da guerra econômica). 36. Lembremo-nos, nesta altura, do que não_ bá proteção oficial ou não que nada custe... Toda intervenção estatal na economia e na sociedade, como fator
normativo e regulador, custa a existên
cia de uma organização burocrática,-pa ra cujo sustento deverão ser fornecidos
senvolvimento industrial. Mesmo as ta
vidade
econômica, criará simultãnea-
mentü o êmus de seu custo, que recaíra diretamente sobre um ou outro grupo
de entidades ou agrupamentos econômi co.-!,. mas, que, realmente, será afinal pa go por todo o conjunto da economia na cional.
38. Não bá inipôsto ou ônus qpej
paração do pessoal execuli\o, cm todos os empreendimentos,' foi geralmente re conhecida, tanto nos meios oficiais como
particulares. Antigamente, êsse proce dimento era aplicado unicamente nas atividades militares e desportivas.
Transportes
46.
Mas, hoje em dia, há o mais
completo acendo quanto à vantagem de Constituindo o sistema de trans-
estender essa disposição às atividades
porte.s o aparelho circulatório do país, e
profissionais de natureza econômica, es pecialmente as industriais, que s<ão mais receptivas de inovações e cujo pessoal, pela divisão do trabalho e estabilidade dc emprego, encontra condições ótimas para a especialização. 47. Especialização significa tieina-
41.
sendo a economia
o metabolismo que
mente, se cuide de proporcionar vias e
37. E assim, a proteção de deter
43. Felizmente, de ijoucos unos pa ra cá, a necessidade imperiosa da pre
pria produção protegida q^articipa.
tram à vista.
minada indústria, ou de determinado se
Pessoal
economia do país, ônus de que u pró
fontes produtoras, (pio e onde se encon
Êstcs serão retirado.s das
tor industrial, ou ainda de qualquer ati
a proteção concedida à indústria mecâ nica nacional, que impediria a entrada
brar bs seus serviços.
mantém o seu organismo vivo, é eviden te que se não pode cogitar de aumentar esse metabolismo sem que, paralela
os recurso.s.
nufaturados. As tarifas protecionistas dos produtos primários contrariam o de rifas sobre os produtos manufaturados podem, em certos casos, atuar em sen tido contrário á industrialização em ge ral, ou contra determinadas indústrias. 34. Haja vista o que acontece com
entre nós, essa indústria de transportes está na dependência imediata das deci sões do governo e de sua atitude em re lação a esse problema fundamental de
pre do reverso da medallia, isto é, de
direta ou indireta
Mas, dadas as circunstancias ocorrentes
meios de tran.sportes adequados, o que vale dizer rápidos e baratos. 42. Nenhuma nação tem sofrido tanto ein sua evolução, pela deficiência
de transportes, como o Brasil. Não ca be aqui, nesta ligeira síntese, a indica ção das causas dêsse fato, o que, aliás, já tem sido objeto de estudos bastante completos e conclusivos.
43. A verdade é que, se continuarajus çom ü nosso prccaríssimo sistema
mento contínuo e conhecimento xninu-
cioso da técnica, habilitação e aperfei çoamento executivo, rapidez realizíidora, segurança e economia de material e de tempo, em uma palavra: — produtivi dade.
48.
Nesse sentido, o que vem sendo
realizado pelo SENAI será fator indis cutível de extraordinários benefícios, e
seu c.xemplc, estabelecendo" cursos rápi-
IIIK 43
Dicesto Eco.Nóxnco
dos de "limadores" ou de "torneiros", ao
invés dos antigos longos cursos de "fer reiros" ou de "mecânicos", irá forçosa
mente alastrar-se por outras iniciativas
análogas tal a evidência dos excelentes resultados apresentados. 49. Mas, convenhamos que há ainda
tarefa imensa a ser cumprida. E para realizá-la, toda a indústria deverá mobi
eficionlo, a fim dc podermos reduzir ao mínimo o custo da produção. 53. Nesse ponto, cnlrclanto. surge
um problema sério: devimos dar pre ferência ao apurclliamcnto c maquinisnio dc produção nacional, ou ao de im
portação do estrangeiro ? .54. Para responder a essa pergunta, outra questão de\ crá ser preliminarmen
lizar-se sem restrições, apoiando ampla
te decidida: — as nações
mente as iniciativas corajosas, abrindolhes um crédito de confiança o de re cursos, principalmente às que partem de
como os Estados Unidos c a Inglaterra,
homens valorosos, conceituados e com
pos mais modernos, antc.s dc reconstruí
industriais,
estarão cm condições e com disposições para nos fornecerem máquinas dos ti
petentes, iluminados por um idealismo
rem suas próprias e as velhas indústrias
construtor, como é o caso do Rev. Padre
arrasadas da Europa ? Não é êsse tam
Roberto Sabóia de Medeiros.
bém um problema que nos interessa dc porto, não somente como país compra
50. Porque, além de tudo, há con veniência em despender na educação profissional, que é também uma semeadura que retribui cem por um. O su primento simultâneo de instrução técni
cipadamente o rumo que tomarão, no após-guerra, certas tendências hoje ape
ca e melhor salário contribuirá sem dú
nas perceptíveis. Apesar dos clarões de
dor de máquinas, mas, como exportador que precisa dos mercados europeus ? 55.
E' muito difícil conhecer ante
vida para propiciar as duas condições
esperança que iluminam tôdas as faces
necessárias e suficientes no que diz res
da Terra, o futuro da economia mun
peito ao pessoal: — maior produtividade e mais alto salário, do que resulta, como já vimos, maior poder aquisitivo.
devido às inclinações socializantes e normativas que os governos de países
dial ainda é um mistério, principalmente mais conservadores estão revelando.
Aparelhamento
56. De qualquer forma, porém, de vemos estar prevenidos e, possivelmen
te, preparados para atender às prová
51. Sem ferramentas apropriadas, o melhor artífice pouco poderá fazer. Por
veis modalidades
isso, seria insuficiente cuidar somente de
dessas tendências.
aperfeiçoar o pessoal neste surto da in
por sua indústria manufatureira, deve
dustrialização brasileira, que será uma característica da segunda guerra m\m-
habilitar-se a t —
dial.
52. Aliás, vencida,
essa questão é matéria
e todos estão de acordo em
relação à necessidade de nos aparelhar
mos com o que houver de melhor e mais
de
desenvolvimento
Portanto, o Brasil,
a) — reaparelhar completamente, com maquinaria do tipo mais eficiente, seu parque industrial, principalmente o se tor constituído pela velha indústria têxül ;
b) — desenvolver, segundo os pro-
43
Dígf-sto Econômico
cessüs
mais econômicos e atualizados,
60. No entanto, podem-se indicar,
desde já, pelo menos duas diretrizes re
suas indústrias básicas, químicas e de construção dc máquinas .e motores, de modo a torná-las capazes de suprir,
comendáveis
eventualmente e em futuro próximo, o
vidade produtora : —
parque fabril nacional com as matériasprimas, produtos e aparelhamentos que não possamos importar dos países mais
dos analíticos, dos processos e opera
e necessárias para qual
quer tipo de indústria e, quiçá, de ati a) — simplificação, por meio de estu ções elementares, suprimindo os movi mentos inúteis e as voltas desnecessá
adiantados.
57. Evidentemente, a segunda re comendação é feita com todas as caute
rias ;
b) — estabelecimento e adoção, tanto
las, visto como reconhecemos que sem
quanto possível, de "normas" e "espe
pre seria preferível a aquisição, nos paí
cificações",
ses superindustrializados, de máquinas e
reduzindo-se,
ao mesmo
tempo, os tipos e padrões ao mínimo.
instrumentos de construção poiiiplexa e Stiííwírio e Conclusões
de alta precisão, cuja produção entre nós seria antieconômica, considerando a
61. — I — Os objetivos primários da
deficiência de nossas condições técnicas c a falta de vastos mercados que supor
fase atual da industrialização brasileira
tam sua fabricação em série, única con
devem ser : —
dição \aável.
a) — formação e ampliação de um O Processo
poderoso mercado interno ; b) - manutenção e ampliação dos
58. A última guerra revolucionou completamente os proce^ssos de fabrica ção e, principalmente, os de montagem. O uso generalizado de materiais plásti
62. — II — Para alcançar ràpida-
cos, de madeira compensada, o reagru-
mente a formação do mercado interno e
pamento de operações, o emprêgo de transportadores mecânicos, do "ôlho elé trico", etc. provocaram economias de
sua ampliação é indispensável a existên
tempo e de trabalho inacreditáveis.
verdadeiramente
(Ver os exemplos na
montagem de aviões, etc.). 59.. Não é possível mais conceber o emprêgo, em escala industrial, de certos processos e métodos antiquados e tradi cionais, com a única justificativa de que foram usados, com bom proveito, pelos nossos avós. Todos os ensinamentos ofe
mercados externos.
cia de uni mais alto poder aquisitivo da
população brasileira. 63. — III — O mais alto poder
aquisitivo pode ser atingido pela ocor rência simultânea ou alternativa de duas condições : —
a) — altos salários; b) — baixos preços. 64.
— IV — Dificilmente será su
recidos pela guerra — e êles são nume
portado al^um novo aumento de salários
rosos — deverão ser por nós aproveita dos, cada um no respectivo setor.
em futuro próximo, sem agravar ainda
mais a inflação de preços, a não ser qiu
1
IIIK 43
Dicesto Eco.Nóxnco
dos de "limadores" ou de "torneiros", ao
invés dos antigos longos cursos de "fer reiros" ou de "mecânicos", irá forçosa
mente alastrar-se por outras iniciativas
análogas tal a evidência dos excelentes resultados apresentados. 49. Mas, convenhamos que há ainda
tarefa imensa a ser cumprida. E para realizá-la, toda a indústria deverá mobi
eficionlo, a fim dc podermos reduzir ao mínimo o custo da produção. 53. Nesse ponto, cnlrclanto. surge
um problema sério: devimos dar pre ferência ao apurclliamcnto c maquinisnio dc produção nacional, ou ao de im
portação do estrangeiro ? .54. Para responder a essa pergunta, outra questão de\ crá ser preliminarmen
lizar-se sem restrições, apoiando ampla
te decidida: — as nações
mente as iniciativas corajosas, abrindolhes um crédito de confiança o de re cursos, principalmente às que partem de
como os Estados Unidos c a Inglaterra,
homens valorosos, conceituados e com
pos mais modernos, antc.s dc reconstruí
industriais,
estarão cm condições e com disposições para nos fornecerem máquinas dos ti
petentes, iluminados por um idealismo
rem suas próprias e as velhas indústrias
construtor, como é o caso do Rev. Padre
arrasadas da Europa ? Não é êsse tam
Roberto Sabóia de Medeiros.
bém um problema que nos interessa dc porto, não somente como país compra
50. Porque, além de tudo, há con veniência em despender na educação profissional, que é também uma semeadura que retribui cem por um. O su primento simultâneo de instrução técni
cipadamente o rumo que tomarão, no após-guerra, certas tendências hoje ape
ca e melhor salário contribuirá sem dú
nas perceptíveis. Apesar dos clarões de
dor de máquinas, mas, como exportador que precisa dos mercados europeus ? 55.
E' muito difícil conhecer ante
vida para propiciar as duas condições
esperança que iluminam tôdas as faces
necessárias e suficientes no que diz res
da Terra, o futuro da economia mun
peito ao pessoal: — maior produtividade e mais alto salário, do que resulta, como já vimos, maior poder aquisitivo.
devido às inclinações socializantes e normativas que os governos de países
dial ainda é um mistério, principalmente mais conservadores estão revelando.
Aparelhamento
56. De qualquer forma, porém, de vemos estar prevenidos e, possivelmen
te, preparados para atender às prová
51. Sem ferramentas apropriadas, o melhor artífice pouco poderá fazer. Por
veis modalidades
isso, seria insuficiente cuidar somente de
dessas tendências.
aperfeiçoar o pessoal neste surto da in
por sua indústria manufatureira, deve
dustrialização brasileira, que será uma característica da segunda guerra m\m-
habilitar-se a t —
dial.
52. Aliás, vencida,
essa questão é matéria
e todos estão de acordo em
relação à necessidade de nos aparelhar
mos com o que houver de melhor e mais
de
desenvolvimento
Portanto, o Brasil,
a) — reaparelhar completamente, com maquinaria do tipo mais eficiente, seu parque industrial, principalmente o se tor constituído pela velha indústria têxül ;
b) — desenvolver, segundo os pro-
43
Dígf-sto Econômico
cessüs
mais econômicos e atualizados,
60. No entanto, podem-se indicar,
desde já, pelo menos duas diretrizes re
suas indústrias básicas, químicas e de construção dc máquinas .e motores, de modo a torná-las capazes de suprir,
comendáveis
eventualmente e em futuro próximo, o
vidade produtora : —
parque fabril nacional com as matériasprimas, produtos e aparelhamentos que não possamos importar dos países mais
dos analíticos, dos processos e opera
e necessárias para qual
quer tipo de indústria e, quiçá, de ati a) — simplificação, por meio de estu ções elementares, suprimindo os movi mentos inúteis e as voltas desnecessá
adiantados.
57. Evidentemente, a segunda re comendação é feita com todas as caute
rias ;
b) — estabelecimento e adoção, tanto
las, visto como reconhecemos que sem
quanto possível, de "normas" e "espe
pre seria preferível a aquisição, nos paí
cificações",
ses superindustrializados, de máquinas e
reduzindo-se,
ao mesmo
tempo, os tipos e padrões ao mínimo.
instrumentos de construção poiiiplexa e Stiííwírio e Conclusões
de alta precisão, cuja produção entre nós seria antieconômica, considerando a
61. — I — Os objetivos primários da
deficiência de nossas condições técnicas c a falta de vastos mercados que supor
fase atual da industrialização brasileira
tam sua fabricação em série, única con
devem ser : —
dição \aável.
a) — formação e ampliação de um O Processo
poderoso mercado interno ; b) - manutenção e ampliação dos
58. A última guerra revolucionou completamente os proce^ssos de fabrica ção e, principalmente, os de montagem. O uso generalizado de materiais plásti
62. — II — Para alcançar ràpida-
cos, de madeira compensada, o reagru-
mente a formação do mercado interno e
pamento de operações, o emprêgo de transportadores mecânicos, do "ôlho elé trico", etc. provocaram economias de
sua ampliação é indispensável a existên
tempo e de trabalho inacreditáveis.
verdadeiramente
(Ver os exemplos na
montagem de aviões, etc.). 59.. Não é possível mais conceber o emprêgo, em escala industrial, de certos processos e métodos antiquados e tradi cionais, com a única justificativa de que foram usados, com bom proveito, pelos nossos avós. Todos os ensinamentos ofe
mercados externos.
cia de uni mais alto poder aquisitivo da
população brasileira. 63. — III — O mais alto poder
aquisitivo pode ser atingido pela ocor rência simultânea ou alternativa de duas condições : —
a) — altos salários; b) — baixos preços. 64.
— IV — Dificilmente será su
recidos pela guerra — e êles são nume
portado al^um novo aumento de salários
rosos — deverão ser por nós aproveita dos, cada um no respectivo setor.
em futuro próximo, sem agravar ainda
mais a inflação de preços, a não ser qiu
1
44
Dtr.RSTn Ef:o\6Mtro
DifíKSTo EcoNôxnco
ítaja simultâneo aumento de produtivi
sidadcs, coordenada ao fornecimento de
te, para um lado e para outro, em mo
dade.
aparclbamento e maquinaria eficiente.
vimento pcndular. 78. — XVIII — A proteção sempre
65.
— V — Por outro lado, é pos.sí-
ve! baixar consideravelmente os preços
das utilidades industriais, o cpie, por si mesmo, exercerá marcada influencia na
72.
— XII — Quanto melhor remu-
rierado.s e mai.s produtivos forem o.s po
Icin sido, é e será onerosa, comando,
vos e nações, tanto melhor, mais \'olu-
portanto, às próprias entidades produto
elevação imediata do poder aquisitivo. ,66. — VI — Para manter e ampliar
moso, mais interdependente e inultide-
ras, em conjunto, decidir sobre a con
pendentc se tornará o comércio nuindial.
veniência dc ser criada ou suprimida
o mercado externo, deverão concorrer
referidas, há a considerar dois grupos de fatores c meios essenciais para o bom êxito da industrialização (pie se pro
também duas condições simultâneas ou ítltemativas, a saber : —
• a) — baixos preços ; b) — boa qualidade. 67. — vn — A condição "baixos preços" c comum para a existência e permanência, tanto dos mercados inter nos como externos, para a produção in dustrial brasileira.
68. ~ VIII — Os consumidores do
interior do Brasil, assim como os dos
países devastados pela guerra ou pela inflação,
Refinadamente industrializados, que so freram em toda a plenitude os efeitos da última guerra, serão os primeiros a ofe recer produtos de boa qualidade a pre ços baixos, graças aos aperfeiçoamentos da técnica de produção. — X — A melhoria das condi
ções de vida das populaçõe.s de baixo teo.' dc consumo e de produção será fundamental para assegurar a permanên cia de uma futura paz militar e, princi palmente, de ordem social. 71.
— XI — Para êsse fim, será
— XIII — Além das condições
qualquer espécie de proteção e respecti vo ônus fi.scal, que é como sua sombra inseparável.
79. — XIX — Sem um sistema de
transportes eficientes e abrangendo ex-
cessa : —
tensamcntü o território nacional, nao po
a) — dependentes dc elementos es tranhos à indústria ;
tc o nível de industrialização que o mo
b) — dependentes da indústria prò-
mento comporta e o futuro reclama.
deremos pensar em atingir pròximamen80. - XX - Se não fôr melhorado
príamente dita.
e pôsto em condições de atender à dis 74. — XIV — No primeiro grupo en
tribuição rápida e barata das mercado
possibilidade e conveniência de adqui rir maquinismos
novos no estrangeiro
ou no país.
84. — XXIV^ — De qualquer modo, necessário se torna que a indústria bra-. .«ileíra possa contar, eventualmente, com
suprimentos de produtos básicos e de maquinismos de fabricação nacional. 85.
— XXV — Cumpre, finalmente,
à indústria adotar os mais avançados
processos e técnicas descobertos durante a guerra, para a manufatura em larga escala, meio mais efetivo de baratear a
produção. 86. — XXVI — Para êsse fim, po rém, é preciso que as nossas indústrias
!•") ~ e.stabilidade iDolítica ;
mento maior de nossas atividades in
SC e.specializem, distribuindo e concen trando a produção em poucos tipos, obe dientes a normas e padrões simplifica
2.°) -A ambiente fiscal;
dustriais.
dos.
quadram-se : —
rias, o sistema circulatório de nossa eco
nomia aniquilará qualquer desenvolvi
não estão absolutamente em
condições de pagar preços altos pelas mercadorias que procuram. 69. — IX — Os produtores, notadamente os dos países supercapitalizados e
"^6-
73.
83. — XXIII — Nessa questão, cumpre decidir objetivamente sôbre a
— transportes.
75. — XV — No outro grupo, pode mos incluir : —
81. — XXI - Cabe à indústria, par ticularmente e como uma importante classe econômica, prover, promover e realizar acele/adamente ensino e aper
feiçoamento profissionais, sem o que não 4°) — pessoal; 5.°) — aparelhamento ; 6.°) — processo.
poderá sustentar a competição nos mer
cados externos, nem oferecer melhor ga nho aos seus obreiros.
82. - XXII - Também é da res
76. — XVI — Ninguém duvida que a estabilidade política, no sentido mais lato, é fator imprescindível ao desen volvimento econômico de quahpier país. 77.
_ XVII —
Também
é
fácil
compreender que um "ambiente fiscal" favorável, tanto no que concerne à
imposição de ônus, como à concessão de
proteção, deve ser estabelecido objetiva
condição indispensável a adequação do
mente, sem afastar-se muito da média
ensino profissional às nossas reais neces-
virtuosa, nem inclinar-se, indecisamen-
ponsabilidade da indústria aparelliar-se
com d que há de mais eficiente em má quinas e equipamentos que reduzem o custo de produção, permitindo assim bai xar o,s preços de venda dutos.
de seus pro
87.
— XXVII — O desenvolvimen
to bem sucedido da industrialização brasileira está sempre condicionado à
formação de um poderoso mercado in
terno, que permita a fabricação em massa e em série, cxmdição final dos baixos
preços de venda. 88. — XXVIII — Em conclusão : Estamos metidos em círculo fechado,
cuja saída só poderá ser encontrada pela tangente da elevação do poder aquisiti vo interno, que depende, como foi visto, diretamente da imediata baixa geral dos preços.
44
Dtr.RSTn Ef:o\6Mtro
DifíKSTo EcoNôxnco
ítaja simultâneo aumento de produtivi
sidadcs, coordenada ao fornecimento de
te, para um lado e para outro, em mo
dade.
aparclbamento e maquinaria eficiente.
vimento pcndular. 78. — XVIII — A proteção sempre
65.
— V — Por outro lado, é pos.sí-
ve! baixar consideravelmente os preços
das utilidades industriais, o cpie, por si mesmo, exercerá marcada influencia na
72.
— XII — Quanto melhor remu-
rierado.s e mai.s produtivos forem o.s po
Icin sido, é e será onerosa, comando,
vos e nações, tanto melhor, mais \'olu-
portanto, às próprias entidades produto
elevação imediata do poder aquisitivo. ,66. — VI — Para manter e ampliar
moso, mais interdependente e inultide-
ras, em conjunto, decidir sobre a con
pendentc se tornará o comércio nuindial.
veniência dc ser criada ou suprimida
o mercado externo, deverão concorrer
referidas, há a considerar dois grupos de fatores c meios essenciais para o bom êxito da industrialização (pie se pro
também duas condições simultâneas ou ítltemativas, a saber : —
• a) — baixos preços ; b) — boa qualidade. 67. — vn — A condição "baixos preços" c comum para a existência e permanência, tanto dos mercados inter nos como externos, para a produção in dustrial brasileira.
68. ~ VIII — Os consumidores do
interior do Brasil, assim como os dos
países devastados pela guerra ou pela inflação,
Refinadamente industrializados, que so freram em toda a plenitude os efeitos da última guerra, serão os primeiros a ofe recer produtos de boa qualidade a pre ços baixos, graças aos aperfeiçoamentos da técnica de produção. — X — A melhoria das condi
ções de vida das populaçõe.s de baixo teo.' dc consumo e de produção será fundamental para assegurar a permanên cia de uma futura paz militar e, princi palmente, de ordem social. 71.
— XI — Para êsse fim, será
— XIII — Além das condições
qualquer espécie de proteção e respecti vo ônus fi.scal, que é como sua sombra inseparável.
79. — XIX — Sem um sistema de
transportes eficientes e abrangendo ex-
cessa : —
tensamcntü o território nacional, nao po
a) — dependentes dc elementos es tranhos à indústria ;
tc o nível de industrialização que o mo
b) — dependentes da indústria prò-
mento comporta e o futuro reclama.
deremos pensar em atingir pròximamen80. - XX - Se não fôr melhorado
príamente dita.
e pôsto em condições de atender à dis 74. — XIV — No primeiro grupo en
tribuição rápida e barata das mercado
possibilidade e conveniência de adqui rir maquinismos
novos no estrangeiro
ou no país.
84. — XXIV^ — De qualquer modo, necessário se torna que a indústria bra-. .«ileíra possa contar, eventualmente, com
suprimentos de produtos básicos e de maquinismos de fabricação nacional. 85.
— XXV — Cumpre, finalmente,
à indústria adotar os mais avançados
processos e técnicas descobertos durante a guerra, para a manufatura em larga escala, meio mais efetivo de baratear a
produção. 86. — XXVI — Para êsse fim, po rém, é preciso que as nossas indústrias
!•") ~ e.stabilidade iDolítica ;
mento maior de nossas atividades in
SC e.specializem, distribuindo e concen trando a produção em poucos tipos, obe dientes a normas e padrões simplifica
2.°) -A ambiente fiscal;
dustriais.
dos.
quadram-se : —
rias, o sistema circulatório de nossa eco
nomia aniquilará qualquer desenvolvi
não estão absolutamente em
condições de pagar preços altos pelas mercadorias que procuram. 69. — IX — Os produtores, notadamente os dos países supercapitalizados e
"^6-
73.
83. — XXIII — Nessa questão, cumpre decidir objetivamente sôbre a
— transportes.
75. — XV — No outro grupo, pode mos incluir : —
81. — XXI - Cabe à indústria, par ticularmente e como uma importante classe econômica, prover, promover e realizar acele/adamente ensino e aper
feiçoamento profissionais, sem o que não 4°) — pessoal; 5.°) — aparelhamento ; 6.°) — processo.
poderá sustentar a competição nos mer
cados externos, nem oferecer melhor ga nho aos seus obreiros.
82. - XXII - Também é da res
76. — XVI — Ninguém duvida que a estabilidade política, no sentido mais lato, é fator imprescindível ao desen volvimento econômico de quahpier país. 77.
_ XVII —
Também
é
fácil
compreender que um "ambiente fiscal" favorável, tanto no que concerne à
imposição de ônus, como à concessão de
proteção, deve ser estabelecido objetiva
condição indispensável a adequação do
mente, sem afastar-se muito da média
ensino profissional às nossas reais neces-
virtuosa, nem inclinar-se, indecisamen-
ponsabilidade da indústria aparelliar-se
com d que há de mais eficiente em má quinas e equipamentos que reduzem o custo de produção, permitindo assim bai xar o,s preços de venda dutos.
de seus pro
87.
— XXVII — O desenvolvimen
to bem sucedido da industrialização brasileira está sempre condicionado à
formação de um poderoso mercado in
terno, que permita a fabricação em massa e em série, cxmdição final dos baixos
preços de venda. 88. — XXVIII — Em conclusão : Estamos metidos em círculo fechado,
cuja saída só poderá ser encontrada pela tangente da elevação do poder aquisiti vo interno, que depende, como foi visto, diretamente da imediata baixa geral dos preços.
m
-
Digestí»
Isto só ocorreu cnt 1945,
nos à saúde etc.), as perdas materiais re
com a cessação do conflito na Europa.
sultantes do afundamento dc navios mer
Portanto, praticamente, o prazo útil para os órgãos propostos a esta tarefa — a Comis.são dc Reparações, Agência de
cantes, as cargas desses navios e outras
Defesa Econômica do Banco do Bra.sil
objetos de uso pessoal.
dcnlz;içõc.s.
Os bens dos súditos do Eixo antes de tudo, agradecer ao DEvo, Senado a oportunidade que me dá, e a honra que me faz, cunvocando-me
a prestar informações sobre o projeto originário da Câmara dos Deputados, referente à sorte dos bens sob custódia
ou liquidação do Covêmo, para fazer face ao pagamento das indenizações de guerra.
E ensejo, não só para prestar ao Se
nado as informações com que deseja se
O "Digeslü Econômico" Icm a honra de in.serir em nuas- colunas a notável
exposição verbal feita j)cl<) Ministro das Relações Exteriores, embaixador Raul Fernandes, tw Senado Federal, sôbre o mcmentoso assunto "Os bens dos súdi'
ias do. eixo".
O sr. Raul Fernandes,
antigo embaixador do Brasil na Conferôncia da Paz, delegado em várias as sembléias da Sociedade das Nações, ex-
habilitar para decidir com acerto tão
consultor-geral da República, é, sem dú vida. dos mais reputados internaciona-
melindroso assunto, mas, ainda, opor
listas do continente americano.
tunidade dada ao Ministro de Estado responsá\'el por esta questão, de dar !\
Câmara Alta — e através dela à opi nião pública — esclarecimentos sôbre a
íição, às vezes tão mal julgada, do poder e.xecutivo, neste momento.
Inúmeras vezes foi o Governo acusado
de ter descurado, longamente, a regula
c o próprio Ministério das Relações Ex teriores — correu a partir dc 1945; e dois anos depois, ou pouco mais, eu já me apressíwa em les ar ao Sr. Presidente da República, apoiado nos dados gerais reunido.s por êsses órgãos da administra ção, não só um plano dc pagamentos, es tabelecendo as prioridades que me pa
receram justas, como um plano de liqui dação, plano êstc que contemplava, a meu ver, dc maneira satisfatória, os in teressados de u'a ma.ssa considerável dc credores de várias categorias.
O Sr. Presidente da República apro
ditos pessoais ou depósitos bancários que realizassem.
vou o plano que lhe submeti. Em men sagem enviada à Câmara dos Deputados,
Ora, a verdade é que a impressão
em meados de 1948, ofereceu projeto
de demora e.xcessiva resulta do fato de que o Govêrno começou, como era de
do lei segundo o qual, reservados os bens italianos — a respeito dos quais havia projeto dc negociar acordo para libera
tentar os credores de reparações, os
seu dever, a agir com a maior energia e decisão no assunto, desde cjue as re lações diplomáticas foram interrompidas
indivíduos cujos bens estão presos e,
com as nações do Éixo; e redobrou seus
no acordo de 8 de outubro recente, já
eventualmente, possam ser liberados, e a economia do país que sofre, evidente
cuidados, como era necessário, desde que o estado de beligerâiicia foi procla
mente, por tão longa indisponibilidade de
mado. Isto remonta ao ano de 1942.
aprovado pela Câmara e ora sujeito ao exame do Senado — propunha a libe ração integral dos bens dos alemães re sidentes no Brasil e, igualmente, dos japoneses também residentes no Brasil.
mentação da matéria, de modò a descon
tão grandes valores e pela retração na
tural das grandes colônias estrangeiras, interessadas no assunto, a se aventura.rem no seu comércio, na sua indústi-ia o
É ilusório contar, desde então, o prazo dentro do qual os órgãos competentes poderiam preparar elementos pai-a uma solução das questões pendentes. Era
47
Econômico
ção total, mediante vantagens substan
ciais para o Brasil, plano que resultou
Reservavam-se os bens dos japoneses re.sidentes no exterior para regulamentação,
pequenas indenizações de tripulantes que não perderam a \ idu mus sòmente É certo que o Estado, èlc próprio, é credor de soma vultosa, por muitas des
pesas que fez paru a defesa nacional; mas o Governo, mui sàbiamente, — e digo com insiispcição, porque se trata
de ato do Govêrno ditatorial, ao qual nunca dei apoio, mas reconheço que pro cedeu com rigor e senso — separou entre os bens ex-inimigos alguns que incorporou, direta e imediatamente, ao Patrimônio Nacional. Com êsses bens, o Govêrno, .segundo o projeto oferecido à Câmara dos Deputados, se indeniza de seus créditos, alguns de naturezii co
mercial e outros resultantes de operações do guerra contra as potências do Eixo. Ê corto que a margem de remanescen
tes incorporados ao patrimônio da União
pelo Govêrno estará longe de cobrir os gastos de guerra e os seus créditos co merciais por annamentos pagos e não
recebidos; mas a soma dessas duas par celas é tão grande que em caso nenhimi os bens, mesmo liquidados totalmente poderiam cobri-la. A solução adotada pelo Govêrno bra
sileiro em nada difere da seguida pelas demais nações. Nenhuma delas pode reaver sequer percentagem mínima apre
ciável dos créditos de reparação a que tem direito. Além disso, é sabido qxie
conflilo pudéssemos ter uma idéia do ^'olume dos danos ressarcíveis por meio
depois do tratado de paz, que, um dia ou outro, deverá dispor sôbre o assunto. Quanto aos bens dos alemães residen
ro não circulam por serem entesouradas por súditos das nações ex-inimigas do
dos penliores tomados pelo Brasil.
tes no exterior, estes ficaram passíveis
flagração, mereceu, por parte de todos os Governos, tratamento muito liberal
Brasil, pelo receio de sofrerem medidas de retenção ou custódia sôbre os cré-
se poderia levantar um quadro dos va lores disponíveis para fazer face às in-
do pagar os danos e bastavam para in denizar quase cem por cento dos danos individuais físicos (perdas de vida, da
na sua lavoura.
Diz-se mesmo — e creio que é ver
dade — que grande.s somas de dinhei
inevitável que só depois de tenninado o
Por outro lado, só nesta oportunidade
os acordos com a Itália foram generosos. Cobeligerante, na última fase da con
Apenas foi obrigada pelo Tratado de Paz, a pagar importantes reparações à
■
m
-
Digestí»
Isto só ocorreu cnt 1945,
nos à saúde etc.), as perdas materiais re
com a cessação do conflito na Europa.
sultantes do afundamento dc navios mer
Portanto, praticamente, o prazo útil para os órgãos propostos a esta tarefa — a Comis.são dc Reparações, Agência de
cantes, as cargas desses navios e outras
Defesa Econômica do Banco do Bra.sil
objetos de uso pessoal.
dcnlz;içõc.s.
Os bens dos súditos do Eixo antes de tudo, agradecer ao DEvo, Senado a oportunidade que me dá, e a honra que me faz, cunvocando-me
a prestar informações sobre o projeto originário da Câmara dos Deputados, referente à sorte dos bens sob custódia
ou liquidação do Covêmo, para fazer face ao pagamento das indenizações de guerra.
E ensejo, não só para prestar ao Se
nado as informações com que deseja se
O "Digeslü Econômico" Icm a honra de in.serir em nuas- colunas a notável
exposição verbal feita j)cl<) Ministro das Relações Exteriores, embaixador Raul Fernandes, tw Senado Federal, sôbre o mcmentoso assunto "Os bens dos súdi'
ias do. eixo".
O sr. Raul Fernandes,
antigo embaixador do Brasil na Conferôncia da Paz, delegado em várias as sembléias da Sociedade das Nações, ex-
habilitar para decidir com acerto tão
consultor-geral da República, é, sem dú vida. dos mais reputados internaciona-
melindroso assunto, mas, ainda, opor
listas do continente americano.
tunidade dada ao Ministro de Estado responsá\'el por esta questão, de dar !\
Câmara Alta — e através dela à opi nião pública — esclarecimentos sôbre a
íição, às vezes tão mal julgada, do poder e.xecutivo, neste momento.
Inúmeras vezes foi o Governo acusado
de ter descurado, longamente, a regula
c o próprio Ministério das Relações Ex teriores — correu a partir dc 1945; e dois anos depois, ou pouco mais, eu já me apressíwa em les ar ao Sr. Presidente da República, apoiado nos dados gerais reunido.s por êsses órgãos da administra ção, não só um plano dc pagamentos, es tabelecendo as prioridades que me pa
receram justas, como um plano de liqui dação, plano êstc que contemplava, a meu ver, dc maneira satisfatória, os in teressados de u'a ma.ssa considerável dc credores de várias categorias.
O Sr. Presidente da República apro
ditos pessoais ou depósitos bancários que realizassem.
vou o plano que lhe submeti. Em men sagem enviada à Câmara dos Deputados,
Ora, a verdade é que a impressão
em meados de 1948, ofereceu projeto
de demora e.xcessiva resulta do fato de que o Govêrno começou, como era de
do lei segundo o qual, reservados os bens italianos — a respeito dos quais havia projeto dc negociar acordo para libera
tentar os credores de reparações, os
seu dever, a agir com a maior energia e decisão no assunto, desde cjue as re lações diplomáticas foram interrompidas
indivíduos cujos bens estão presos e,
com as nações do Éixo; e redobrou seus
no acordo de 8 de outubro recente, já
eventualmente, possam ser liberados, e a economia do país que sofre, evidente
cuidados, como era necessário, desde que o estado de beligerâiicia foi procla
mente, por tão longa indisponibilidade de
mado. Isto remonta ao ano de 1942.
aprovado pela Câmara e ora sujeito ao exame do Senado — propunha a libe ração integral dos bens dos alemães re sidentes no Brasil e, igualmente, dos japoneses também residentes no Brasil.
mentação da matéria, de modò a descon
tão grandes valores e pela retração na
tural das grandes colônias estrangeiras, interessadas no assunto, a se aventura.rem no seu comércio, na sua indústi-ia o
É ilusório contar, desde então, o prazo dentro do qual os órgãos competentes poderiam preparar elementos pai-a uma solução das questões pendentes. Era
47
Econômico
ção total, mediante vantagens substan
ciais para o Brasil, plano que resultou
Reservavam-se os bens dos japoneses re.sidentes no exterior para regulamentação,
pequenas indenizações de tripulantes que não perderam a \ idu mus sòmente É certo que o Estado, èlc próprio, é credor de soma vultosa, por muitas des
pesas que fez paru a defesa nacional; mas o Governo, mui sàbiamente, — e digo com insiispcição, porque se trata
de ato do Govêrno ditatorial, ao qual nunca dei apoio, mas reconheço que pro cedeu com rigor e senso — separou entre os bens ex-inimigos alguns que incorporou, direta e imediatamente, ao Patrimônio Nacional. Com êsses bens, o Govêrno, .segundo o projeto oferecido à Câmara dos Deputados, se indeniza de seus créditos, alguns de naturezii co
mercial e outros resultantes de operações do guerra contra as potências do Eixo. Ê corto que a margem de remanescen
tes incorporados ao patrimônio da União
pelo Govêrno estará longe de cobrir os gastos de guerra e os seus créditos co merciais por annamentos pagos e não
recebidos; mas a soma dessas duas par celas é tão grande que em caso nenhimi os bens, mesmo liquidados totalmente poderiam cobri-la. A solução adotada pelo Govêrno bra
sileiro em nada difere da seguida pelas demais nações. Nenhuma delas pode reaver sequer percentagem mínima apre
ciável dos créditos de reparação a que tem direito. Além disso, é sabido qxie
conflilo pudéssemos ter uma idéia do ^'olume dos danos ressarcíveis por meio
depois do tratado de paz, que, um dia ou outro, deverá dispor sôbre o assunto. Quanto aos bens dos alemães residen
ro não circulam por serem entesouradas por súditos das nações ex-inimigas do
dos penliores tomados pelo Brasil.
tes no exterior, estes ficaram passíveis
flagração, mereceu, por parte de todos os Governos, tratamento muito liberal
Brasil, pelo receio de sofrerem medidas de retenção ou custódia sôbre os cré-
se poderia levantar um quadro dos va lores disponíveis para fazer face às in-
do pagar os danos e bastavam para in denizar quase cem por cento dos danos individuais físicos (perdas de vida, da
na sua lavoura.
Diz-se mesmo — e creio que é ver
dade — que grande.s somas de dinhei
inevitável que só depois de tenninado o
Por outro lado, só nesta oportunidade
os acordos com a Itália foram generosos. Cobeligerante, na última fase da con
Apenas foi obrigada pelo Tratado de Paz, a pagar importantes reparações à
■
Dif;i-STo Ec(>NÓMif.t)
Digksiü Econômico
49
Kússia, à Grécia, à higoslávia c à Etió
param de atos dc guerra contra o Brasil.
tais c chegou ao Senado, onde depende
pia.
As três últimas sofreram agressão
Seriam eles reduzidos à mais completa
direta da Itália; a Rússia tomou a parte
è.sse meio, que reputo excessivo, os re cursos para pagar aos credores as repa
do leão, por motivo das duas divisões italianas que combateram na frente da
miséria, à maior penúria. Todos os seus bens, móveis, imóveis, títulos e dinhei ro .seriam pcrdido.s. O resultado seria
agora dc deliberação. - É .sobre ésle projeto e a respeito das emendas oferecidas na sua elaboração
legislativa, que o Senado deseja infor
Ucrânia.
o Brasil ver-.sc a braços com u'a massa
mações do Ministro dc Estado.
de centenas de milhares de mendigos, criando um problema social de solução dificílima. Além disso, esse rigor intro duziria na massa alienígena a descon fiança, da qual não se curaria durante
Devo dizer que, parecendo-mc incon veniente o projeto da Câmara, cumpre ressalvar que as suas deficiências devem ser imputadas à circunstância de que, ao tempo da sua elaboração, os dados concretos em que devia ser fundado ainda não esla\ ain coligidos. Êsses da
rações, isto é, depois de sacrificar gran de parle da propriedade rural e parte importante da urbana, traça regras sôbrc a ériação do Fundo de Indenização e
Todos os demais países reservaram-.se apenas a possibilidade de se indenizii-
rem com bens italianos retidos nos pró prios territórios. Os Estados Unidos, ge nerosamente, liberaram todos o.s bens
italianos mediante o pagamento de cinco milhões de dólares; e a Inglaterra fez o mesmo por sete milhões de libras es terlinas.
O Brasil, seguindo a mesma orientação, levado, com maior razão, pelos interes
ses, quer culturais, quer econômicos que nos ligam à Itália, liberou os bens de italianos residente.s no exterior mediante a compensação valiosa de obter do Go verno italiano o financiamento de imi gração italiana no montante de tre
decênios, senão séculos.
Creio que, tudo ponderado, foi pru dente a solução alvitrada. Quanto aos bens de italianos residentes no Brasil, ja o governo os liberara integralmente por Decreto n.^ 7.723, dc 10 de julho
tavam ainda apurados. no temor de desfalcar demais o fundo de
dc 1945. Tal a economia do projeto
indenizações, o projeto não libera os
ramente, os prejuízos por danos físicos
enviado à Câmara dos Deputados com Mensagem presidencial.
bens rurais dc alemães, e quanto aos
individuais, em segundo lugar os prejuí
imóveis urbanos, a liberação é apenas
zos materiais e, em terceiro lugar, os
parcial, pois só será feita contra paga
danos sofridos pelo Estado.
mento cm dinheiro de uma soma equiva
necessário, em muitos casos seria im
O projeto, como digo, está superado pelas circunstâncias, e cria um regime de liquidação e reparações em grande detrimento desses estrangeiros, que o
possível dadas as dificuldades de cré dito na época atual e de provável ine
suas possibilidades, salvar da ruína com
Sucedeu que, por prenicncia da opi nião pública manifestada em reclamos
estava já em fase adiantada de elabo
aumentar a indenização re.sultante da
ração quando a Mensagem presidencial
já referida incorporação de bens ao pa
chegou à Câmara. A promessa que o
trimônio nacional. Creio que esto sa
governo havia recebido era de que o seu projeto poderia ser aproveitado e ofe recido como emenda ao que estava em andamento; a Câmara escolheria, entre as duas soluções, aquela que lhe pare
tos milhões de cruzeiros, para diminuir o volume dos encargos só poderia fazê-lo
liquidando totalmente a propriedade ger
legais decorrentes de decretos-leí expedi- • do.s anteriormente, com força, portanto, legislati\ a, já criou o Fundo, jú'deter minou os bens que nêle devem ser ver
centenas de milhões de cruzeiros para
porque se o Governo tomasse à Ale manha mais cem, duzentos ou trezen
Nesse ponto, está superado, porque o poder executivo, usando das faculdades
tidos, já organizou o plano do pagamen to, estabelecendo a ordem de priorida de entre os credores, a saber: primei
que chegavam de vários setores do país. nlguns Deputado.s se anteciparam em formular projetos indivi(áuais. Um dêles
crifício é mais aparente do que real-
respectivo plano.
dos ainda não eram conhecidos, não es
A liquidação total dos haveres alemães poderia deixar ao Governo duas ou três
zentos milhões de cruzeiros.
O projeto, depois de procurar, por
cesse mais acertada.
Dêssc vicio de origem resultou que,
lente a quinze anuidades do impôsto predial. Tal pagamento, além de des
xistência de economias em razão das restrições econômicas que sofreram os proprietários durante tantos anos. Além disso, o projeto é contraditório e inexequível nesta parte, pois ao mes
mo tempo que fixa o prazo de alguns meses para essa liberação mediante pa gamento parcial, manda que a Agência Especial de Defesa Econômica proce
Governo deveria, no extremo limite de
pleta, quando possa fazê-lo sem prejuí zo das vítimas brasileiras, cujos direitos passam, evidentemente, em primeiro lugaí. Isso o Governo pensa ter feito, encon trando nos bens dos alemães residentes
no exterior a soma equivalente às repara ções já relacionadas pela Comissão com
em
Por motivos, porém, que desconheço e não me cumpre averiguar, a Mensagem presidencial não foi objeto de delibera ção, nem pelas Comissões nem pelo ple
comunhão de fortuna com os brasileiros,
nário. Morreu na Câmara, de onde saiu
Quanto à propriedade rural seria intei ramente perdida, como já frisei, redu
ítquí radicados há dezenas de anos, c
o projeto de iniciativa individual de
zindo à mendicância os colonos em Santa
são imigrantes sóbrios, trabalhadores o
ilustre deputado por São Paulo, proje
Catarina, no Rio Grande do Sul, em
to de xdsta da constitucionalidade — fez
ordeiros, que, nem de longe, partici
to esse que correu os trâmites regimen-
Paraná, nu Espírito Santo e alhures.
S. Exa. considerações sobre a política
mânica no Brasil. Ficaria, assim, preju dicada a grande colônia teuta em nossa terra, cujos componentes vivem
da "à venda imediata" desses bens urbanoá.
•I
petente.
Na Comissão de Constituição e Jus tiça, desta Casa, o digno relator, Senador Waldemar Pedrosa, elaborou brilhante
parecer.
Não entrando no mérito do
projeto -- porque só o examinou do pon
Zà
Dif;i-STo Ec(>NÓMif.t)
Digksiü Econômico
49
Kússia, à Grécia, à higoslávia c à Etió
param de atos dc guerra contra o Brasil.
tais c chegou ao Senado, onde depende
pia.
As três últimas sofreram agressão
Seriam eles reduzidos à mais completa
direta da Itália; a Rússia tomou a parte
è.sse meio, que reputo excessivo, os re cursos para pagar aos credores as repa
do leão, por motivo das duas divisões italianas que combateram na frente da
miséria, à maior penúria. Todos os seus bens, móveis, imóveis, títulos e dinhei ro .seriam pcrdido.s. O resultado seria
agora dc deliberação. - É .sobre ésle projeto e a respeito das emendas oferecidas na sua elaboração
legislativa, que o Senado deseja infor
Ucrânia.
o Brasil ver-.sc a braços com u'a massa
mações do Ministro dc Estado.
de centenas de milhares de mendigos, criando um problema social de solução dificílima. Além disso, esse rigor intro duziria na massa alienígena a descon fiança, da qual não se curaria durante
Devo dizer que, parecendo-mc incon veniente o projeto da Câmara, cumpre ressalvar que as suas deficiências devem ser imputadas à circunstância de que, ao tempo da sua elaboração, os dados concretos em que devia ser fundado ainda não esla\ ain coligidos. Êsses da
rações, isto é, depois de sacrificar gran de parle da propriedade rural e parte importante da urbana, traça regras sôbrc a ériação do Fundo de Indenização e
Todos os demais países reservaram-.se apenas a possibilidade de se indenizii-
rem com bens italianos retidos nos pró prios territórios. Os Estados Unidos, ge nerosamente, liberaram todos o.s bens
italianos mediante o pagamento de cinco milhões de dólares; e a Inglaterra fez o mesmo por sete milhões de libras es terlinas.
O Brasil, seguindo a mesma orientação, levado, com maior razão, pelos interes
ses, quer culturais, quer econômicos que nos ligam à Itália, liberou os bens de italianos residente.s no exterior mediante a compensação valiosa de obter do Go verno italiano o financiamento de imi gração italiana no montante de tre
decênios, senão séculos.
Creio que, tudo ponderado, foi pru dente a solução alvitrada. Quanto aos bens de italianos residentes no Brasil, ja o governo os liberara integralmente por Decreto n.^ 7.723, dc 10 de julho
tavam ainda apurados. no temor de desfalcar demais o fundo de
dc 1945. Tal a economia do projeto
indenizações, o projeto não libera os
ramente, os prejuízos por danos físicos
enviado à Câmara dos Deputados com Mensagem presidencial.
bens rurais dc alemães, e quanto aos
individuais, em segundo lugar os prejuí
imóveis urbanos, a liberação é apenas
zos materiais e, em terceiro lugar, os
parcial, pois só será feita contra paga
danos sofridos pelo Estado.
mento cm dinheiro de uma soma equiva
necessário, em muitos casos seria im
O projeto, como digo, está superado pelas circunstâncias, e cria um regime de liquidação e reparações em grande detrimento desses estrangeiros, que o
possível dadas as dificuldades de cré dito na época atual e de provável ine
suas possibilidades, salvar da ruína com
Sucedeu que, por prenicncia da opi nião pública manifestada em reclamos
estava já em fase adiantada de elabo
aumentar a indenização re.sultante da
ração quando a Mensagem presidencial
já referida incorporação de bens ao pa
chegou à Câmara. A promessa que o
trimônio nacional. Creio que esto sa
governo havia recebido era de que o seu projeto poderia ser aproveitado e ofe recido como emenda ao que estava em andamento; a Câmara escolheria, entre as duas soluções, aquela que lhe pare
tos milhões de cruzeiros, para diminuir o volume dos encargos só poderia fazê-lo
liquidando totalmente a propriedade ger
legais decorrentes de decretos-leí expedi- • do.s anteriormente, com força, portanto, legislati\ a, já criou o Fundo, jú'deter minou os bens que nêle devem ser ver
centenas de milhões de cruzeiros para
porque se o Governo tomasse à Ale manha mais cem, duzentos ou trezen
Nesse ponto, está superado, porque o poder executivo, usando das faculdades
tidos, já organizou o plano do pagamen to, estabelecendo a ordem de priorida de entre os credores, a saber: primei
que chegavam de vários setores do país. nlguns Deputado.s se anteciparam em formular projetos indivi(áuais. Um dêles
crifício é mais aparente do que real-
respectivo plano.
dos ainda não eram conhecidos, não es
A liquidação total dos haveres alemães poderia deixar ao Governo duas ou três
zentos milhões de cruzeiros.
O projeto, depois de procurar, por
cesse mais acertada.
Dêssc vicio de origem resultou que,
lente a quinze anuidades do impôsto predial. Tal pagamento, além de des
xistência de economias em razão das restrições econômicas que sofreram os proprietários durante tantos anos. Além disso, o projeto é contraditório e inexequível nesta parte, pois ao mes
mo tempo que fixa o prazo de alguns meses para essa liberação mediante pa gamento parcial, manda que a Agência Especial de Defesa Econômica proce
Governo deveria, no extremo limite de
pleta, quando possa fazê-lo sem prejuí zo das vítimas brasileiras, cujos direitos passam, evidentemente, em primeiro lugaí. Isso o Governo pensa ter feito, encon trando nos bens dos alemães residentes
no exterior a soma equivalente às repara ções já relacionadas pela Comissão com
em
Por motivos, porém, que desconheço e não me cumpre averiguar, a Mensagem presidencial não foi objeto de delibera ção, nem pelas Comissões nem pelo ple
comunhão de fortuna com os brasileiros,
nário. Morreu na Câmara, de onde saiu
Quanto à propriedade rural seria intei ramente perdida, como já frisei, redu
ítquí radicados há dezenas de anos, c
o projeto de iniciativa individual de
zindo à mendicância os colonos em Santa
são imigrantes sóbrios, trabalhadores o
ilustre deputado por São Paulo, proje
Catarina, no Rio Grande do Sul, em
to de xdsta da constitucionalidade — fez
ordeiros, que, nem de longe, partici
to esse que correu os trâmites regimen-
Paraná, nu Espírito Santo e alhures.
S. Exa. considerações sobre a política
mânica no Brasil. Ficaria, assim, preju dicada a grande colônia teuta em nossa terra, cujos componentes vivem
da "à venda imediata" desses bens urbanoá.
•I
petente.
Na Comissão de Constituição e Jus tiça, desta Casa, o digno relator, Senador Waldemar Pedrosa, elaborou brilhante
parecer.
Não entrando no mérito do
projeto -- porque só o examinou do pon
Zà
flv ■ '< ' ' "f
m
sa
Digesto Econômico
seguida pelo Govêrno, a qual condena com grande idealismo e generosidade,
lançado pelo Govêrno do 1942, porque
Digesto Econômico
51
os danos previsíveis então não tinham comparação com os que decorreriam da segunda Grande Guerra. Sobre os na
lhe licença para formulá-lo em memo
rida Comissão, sustentando o bom direi
rial. S. Exa. aceitou com pra/.cr êste oferecimento o, mcsmt> a bordo, apre
de Paz. O Presidente da Comissão de
em tempo de guerra, tomando-a imune
vios alemães refugiados cm portos do
sentei-lhe um memorial defendendo o
clarou-me que o memorial seria entre
aos prejuízos desta decorrentes para os
Brasil o aqui delidos na ocasião do rom pimento da.s hostilidades, um vínculo se
por não respeitar as regras consagradas,
que defendem a propriedade privada
Estados vitoriosos.
Creio que S. Exa. íoi injusto para com
o Governo de então, A medida que
ponto de vista do Itamarati c demons trando que o Govêrno não pretendia confiscar propriedades inimigas; não qui.sera pagar-se com bens particulares do ínijnigo. Apenas, na falta de outro re curso, constituíra penhor com o qual
No fim de quinze dias, fui convo cado pelo Presidente da Delegação belga,
êste estaria subrogado na obrigação de pagar os rc.spectivos valores aos pro
se indenizaria, sc necessário, proporcio nando, porém, ação regressiva contra o
antigo Presidente do Conselho e pessoa
prietários, aos quais caberia ação re
Estado alemão. A Conferência de Versalhes sancionou
lançou como garantia das reparações de
vidas. Essa propriedade parlicular ga
estudo a legislação do tempo de guerra,
rantia o crédito do Brasil contra o Es
eu mo pergunto que conselheiros tão
tado alemão, mas com a ressalva de que
avisados teve o Governo a inspirá-lo na elaboração desses decretos, todos real
mente muito bem concebidos, muito pru dentes e muito vigilantes na defesa dos
reais interesses brasileiros, comprome tidos naquela enorme convulsão interna cional.
A orientação do Govêrno se traduzia em constituir um penhor geral lançado sôbre a propriedade inimiga no Brasil como garantia de reparação aos que a ela tivessem direito, o que se apuraria depois de terminado o conflito.
Êste expediente é censurado pelo re lator, que lhe contrapõe a doutrina clás sica de Direito Internacional, tornando
imune a propriedade privada à respon sabilidade de gueiTa, e cita, a respeito, o procedimento do Ministro Nilo Peçanha. Li esta passagem quase como cen
sura pessoal a mim, que divergiria nesta emergência desse grande Ministro, de quem fui, não só grande amigo e corre ligionário político, mas, também, discí pulo, e de cujas sábias lições procuro não me afastar.
Tenho bem vivo na
memória o que Nilo Peçanha fez para defender o Brasil na emergência da pri
to do Brasil em face do próprio Tratado
gressiva contra esse Estado. O Brasil nao encontrava outro meio de cobrir-se
dos prejuízos da agressão alemã. Recordo-me bem de. q\ie, nomeada a delegação brasileira à Confcrêiícia de Paris — da qual tive a honra de ser nrembro — seu chefe, o Dr. Epitácio
Pc.ssoa, que era sobretudo um grande
êsse procedimento, e estabeleceu, como regra geral, que os beligerantes vitoriosos lançariam mão dos bens sob custódia em seus territórios, para se pagarem, com
seus valores, obrigando-se, porém, a
gue à Delegacia da Bélgica, pois se tra tava de interesses belgas, uma vez que
êsses bens se achavam separados para satisfazer seu crédito.
Mr. Theuris, ilustre homem de Estado,
de grande autoridade, que me disse: "Recebi seu memorial; submeti-o ao es tudo dos meus consultores e tenho o
desgosto de llie comunicar..." aí enipalideci, pois previ uma decisão con trária e sem apelação, uma vez que a Comissão era soberana — " — que os
restituír ò saldo aos respectivos proprie
mesmos lhe deram cem por cento de
tários.
razão. Os narios pertencem ao Brasil".
jurista, foi chamado comigo ao Catetc
Devo ainda referir que a Comissão de
Telegrafei imediatamente ao Dr. Epi
para, em reunião ministerial, compor o programa a sustentar na Conferência da
Reparações, criada com poderes latís-
tácio Pessoa, já então Presidente da Re
simos para interpretar e executar, sem apêlo, o Tratado de Paz no tocante às
incluiu meu telegrama na sua Mensa
reparações de guerra, deu particular atenção ao crédito da Bélgica, à qual
gem ao Congresso Nacional, bem como agradecimentos, sobretudo à correção da Delegação belga.
Paz. Nessa ocasião, fêz crítica vee mente á ação do Ministério do Exterior, no assunto.
Dizia êlc que o Ministro
havia erradoj não tendo passado os na
vios em Tribunal de Presas, não po deríamos conservá-los como proprieda de nossa. A Conferência, cm sua opi nião, não sancionaria esse procedimen to e o Brasil ficaria sem os navios e sem
as potências haviam concedido priori dade no pagamento, em razão dos so frimentos por que passou êsse país e da conduta heróica do seu povo e do seu rei.
'
E para formar o capital que faria face
pública, o qual, à guisa de girándola,
Vê, portanto, o eminente Senador Valdemar Pedrosa que o Presidente Ge-
túlio Vargas não se apartou do prece dente de 1914; 6 a verdade é que todos
os tratados de paz, desde a primeira
o pagamento do que lhe era devido,
a êsse pagamento, designou várias clas
conflagração até a segunda, consagra
Ouvi calado, embora discordasse de S
ses de bens, inclusive navios apreendidos
ram a mesma regra.
Exa. porque o momento não era para debates técnicos. Durante a viagem,
em jíortos estrangeiros e pertencentes a alemães.
É uma infelicidade dos tempos que estamos vivendo; mas é preciso reco
que fizemos juntos, repetindo-me o Dr.
Aí se compreendiam os navios retidos
nhecê-la. A doutrina da imunidade dos
meira Conflagração Mundial. Lançou
Epitácio Pessoa o seu ponto de vista,
ôle, também, um vínculo sôbje ccrla
sempre traduzindo censuras acerbas ao
pelo Brasil. Era eu, então, Delegado do Brasil na
bens privados em tempo de guerra foi assentada e consagrada no Congresso de
propriedade particular alemã, no Brasil.
Ministi'o do Exterior de então, expus meu modo de ver discordante, pedindo-
Comissão de Reparações, depois de ter
Berlim de 1856, com a conliecida discor
minada minha tarefa na Conferência da
dância da Inglaterra, quanto à proprie dade no mar. A Inglaterra nunca cedeu
Não teve, é certo, a extensão do vínculo
Paz.
Apresentei um memorial à refe
J
flv ■ '< ' ' "f
m
sa
Digesto Econômico
seguida pelo Govêrno, a qual condena com grande idealismo e generosidade,
lançado pelo Govêrno do 1942, porque
Digesto Econômico
51
os danos previsíveis então não tinham comparação com os que decorreriam da segunda Grande Guerra. Sobre os na
lhe licença para formulá-lo em memo
rida Comissão, sustentando o bom direi
rial. S. Exa. aceitou com pra/.cr êste oferecimento o, mcsmt> a bordo, apre
de Paz. O Presidente da Comissão de
em tempo de guerra, tomando-a imune
vios alemães refugiados cm portos do
sentei-lhe um memorial defendendo o
clarou-me que o memorial seria entre
aos prejuízos desta decorrentes para os
Brasil o aqui delidos na ocasião do rom pimento da.s hostilidades, um vínculo se
por não respeitar as regras consagradas,
que defendem a propriedade privada
Estados vitoriosos.
Creio que S. Exa. íoi injusto para com
o Governo de então, A medida que
ponto de vista do Itamarati c demons trando que o Govêrno não pretendia confiscar propriedades inimigas; não qui.sera pagar-se com bens particulares do ínijnigo. Apenas, na falta de outro re curso, constituíra penhor com o qual
No fim de quinze dias, fui convo cado pelo Presidente da Delegação belga,
êste estaria subrogado na obrigação de pagar os rc.spectivos valores aos pro
se indenizaria, sc necessário, proporcio nando, porém, ação regressiva contra o
antigo Presidente do Conselho e pessoa
prietários, aos quais caberia ação re
Estado alemão. A Conferência de Versalhes sancionou
lançou como garantia das reparações de
vidas. Essa propriedade parlicular ga
estudo a legislação do tempo de guerra,
rantia o crédito do Brasil contra o Es
eu mo pergunto que conselheiros tão
tado alemão, mas com a ressalva de que
avisados teve o Governo a inspirá-lo na elaboração desses decretos, todos real
mente muito bem concebidos, muito pru dentes e muito vigilantes na defesa dos
reais interesses brasileiros, comprome tidos naquela enorme convulsão interna cional.
A orientação do Govêrno se traduzia em constituir um penhor geral lançado sôbre a propriedade inimiga no Brasil como garantia de reparação aos que a ela tivessem direito, o que se apuraria depois de terminado o conflito.
Êste expediente é censurado pelo re lator, que lhe contrapõe a doutrina clás sica de Direito Internacional, tornando
imune a propriedade privada à respon sabilidade de gueiTa, e cita, a respeito, o procedimento do Ministro Nilo Peçanha. Li esta passagem quase como cen
sura pessoal a mim, que divergiria nesta emergência desse grande Ministro, de quem fui, não só grande amigo e corre ligionário político, mas, também, discí pulo, e de cujas sábias lições procuro não me afastar.
Tenho bem vivo na
memória o que Nilo Peçanha fez para defender o Brasil na emergência da pri
to do Brasil em face do próprio Tratado
gressiva contra esse Estado. O Brasil nao encontrava outro meio de cobrir-se
dos prejuízos da agressão alemã. Recordo-me bem de. q\ie, nomeada a delegação brasileira à Confcrêiícia de Paris — da qual tive a honra de ser nrembro — seu chefe, o Dr. Epitácio
Pc.ssoa, que era sobretudo um grande
êsse procedimento, e estabeleceu, como regra geral, que os beligerantes vitoriosos lançariam mão dos bens sob custódia em seus territórios, para se pagarem, com
seus valores, obrigando-se, porém, a
gue à Delegacia da Bélgica, pois se tra tava de interesses belgas, uma vez que
êsses bens se achavam separados para satisfazer seu crédito.
Mr. Theuris, ilustre homem de Estado,
de grande autoridade, que me disse: "Recebi seu memorial; submeti-o ao es tudo dos meus consultores e tenho o
desgosto de llie comunicar..." aí enipalideci, pois previ uma decisão con trária e sem apelação, uma vez que a Comissão era soberana — " — que os
restituír ò saldo aos respectivos proprie
mesmos lhe deram cem por cento de
tários.
razão. Os narios pertencem ao Brasil".
jurista, foi chamado comigo ao Catetc
Devo ainda referir que a Comissão de
Telegrafei imediatamente ao Dr. Epi
para, em reunião ministerial, compor o programa a sustentar na Conferência da
Reparações, criada com poderes latís-
tácio Pessoa, já então Presidente da Re
simos para interpretar e executar, sem apêlo, o Tratado de Paz no tocante às
incluiu meu telegrama na sua Mensa
reparações de guerra, deu particular atenção ao crédito da Bélgica, à qual
gem ao Congresso Nacional, bem como agradecimentos, sobretudo à correção da Delegação belga.
Paz. Nessa ocasião, fêz crítica vee mente á ação do Ministério do Exterior, no assunto.
Dizia êlc que o Ministro
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vios em Tribunal de Presas, não po deríamos conservá-los como proprieda de nossa. A Conferência, cm sua opi nião, não sancionaria esse procedimen to e o Brasil ficaria sem os navios e sem
as potências haviam concedido priori dade no pagamento, em razão dos so frimentos por que passou êsse país e da conduta heróica do seu povo e do seu rei.
'
E para formar o capital que faria face
pública, o qual, à guisa de girándola,
Vê, portanto, o eminente Senador Valdemar Pedrosa que o Presidente Ge-
túlio Vargas não se apartou do prece dente de 1914; 6 a verdade é que todos
os tratados de paz, desde a primeira
o pagamento do que lhe era devido,
a êsse pagamento, designou várias clas
conflagração até a segunda, consagra
Ouvi calado, embora discordasse de S
ses de bens, inclusive navios apreendidos
ram a mesma regra.
Exa. porque o momento não era para debates técnicos. Durante a viagem,
em jíortos estrangeiros e pertencentes a alemães.
É uma infelicidade dos tempos que estamos vivendo; mas é preciso reco
que fizemos juntos, repetindo-me o Dr.
Aí se compreendiam os navios retidos
nhecê-la. A doutrina da imunidade dos
meira Conflagração Mundial. Lançou
Epitácio Pessoa o seu ponto de vista,
ôle, também, um vínculo sôbje ccrla
sempre traduzindo censuras acerbas ao
pelo Brasil. Era eu, então, Delegado do Brasil na
bens privados em tempo de guerra foi assentada e consagrada no Congresso de
propriedade particular alemã, no Brasil.
Ministi'o do Exterior de então, expus meu modo de ver discordante, pedindo-
Comissão de Reparações, depois de ter
Berlim de 1856, com a conliecida discor
minada minha tarefa na Conferência da
dância da Inglaterra, quanto à proprie dade no mar. A Inglaterra nunca cedeu
Não teve, é certo, a extensão do vínculo
Paz.
Apresentei um memorial à refe
J
f -T»*
52
DifiESTo Econômico
neste ponto, pois o mar é o seu campo
Dicicsto Ernxóxrrco
.5.J
ríor c com os bcn.s incorporados dire
de indenizixção c acarretando prejuízos
tamente ao patrimônio nacional.
para os súditos bnxsileiro,s.
Tal doutrina só era possível e foi acatada, porque a guerra de então era
Oj; tratado.s de paz c o de Versalhes, bem como os celebrados conteniporàncamente em Ncuilly, Sévres, Trianon c Saint Gcrmain — estabeleceram a mes
dor Ferreira dc Sousa, conhecendo o
sejável no substitutivo do Senador Fer
ma regra: cada Estado liquida os bens
de exércitos. Os civis não se imiscuíam
que apreendeu, paga-se dos seus cré
projeto governamental, fc-lo seu. osposou-lhc os preceitos e a]mesent(m, como substitutivo, as mesmas regras constan tes dêsse projeto com algumas altera
reira dc Souza é aquele que dispõe que a.s sobras — sc sobr.is houver — depois dc pagas as reparações;, sejam distribuí das entre o.s sócio.s de sociedades liqui
ções felizes. Há, apenas, dois pontos a respeito dos quais faço re.serva, pedindo
dadas.
ram a mesma regra em relação à Itália,
Rumãnía, Bulgária c Hungria. O mes
a atenção de S. Exa. para os motivos
estabelecem que as sobras, se houver,
que me levam a discordar de sua opi
serão rcstituidas aos donos.
de ação e só aí ela fere o inimigo a fundo.
nela; não sofriam com ela. Era natural, portanto, que seus bens nada sofressem.
Em 1914, porém, tudo se subverteu. O
mundo foi surpreendido com o apare cimento de armas novas e terríveis: a
conscrição se estendeu a tôda a popu lação; homens e mulheres foram cha mados ao serviço militar. Os subma-
nnos revolucionaram a guerra marítima; as regras de contrabando também foram
alteradas: quase tudo passou a ser ma terial estratégico, até os artigos aparente mente mais inocentes, mesmo gêneros
alimentícios. Em suma, os países se encontraram em face da chamada guer
ditos se por outro modo não receber in denização, e rcstitui o saldo. Na última guerra, os assinados em Paris, consagra
mo far-se-á certamente com a Alemanha
o com o Japão.
nião.
Estou de acordo, cm tese, com a dou
trina do parecer.
Julgo que é um re
trocesso lamentável, mas as circunstan
cias tristes do tempo que vivemos im põem aos Governos, esta conduta.
A
ela se dobraram o Presidente Wenceslau
Brás e seu Ministro Nilo Pcçanha, e do
ra total. Civis e militares se mobiliza
mesmo modo o Presidente Vargas, conr
ram, cada qual em seu setor.
seus ministros c conselheiros.
Para o avião e o submarino não bá meios de discriminar entre a
propriedade privada e a pro priedade pública. O subma rino ataca às escuras.
Não há
mais sequer o aviso prévio, de
rigor anteriormente. Na primei
ra guerra, ainda se concediam alguns minutos para o salvamento dos tripulan
Tanto quanto possível, porém, é dever de um país, sobretudo como o Brasil, que não dispensa o concurso es trangeiro, em braços, técnicas e capitais, não desencorajar, de modo algum, êsse auxílio. Tôda política violenta contra a pro priedade inimiga é de molde a entorpecer
Por sorte, o meu ilustre amigo Sena
a colaboração
nesse
ter
O primeiro refere-se à liberação dos bens dc alemães residentes na Ale-
manlia, que tenham .sido objeto dc su
O outro preceito que me parece inde
Os tratados de paz, todos sem exceção, Presumo
que, com a Alemanha, não se disporá de outro modo. Outra solução importaria em confisco puro e simples, sem ne
cessão para cônjuges brasileiro.s ou fi
nhuma justificativa. Faço, assim, um apêlo ao meu nobre
lhos brasileiros. Parece-me haver nisso certo exagero injusto, porque a regra do
expungir do .seu texto ê.sses dois precei-
Direito comum, que não admite exceção
to.s, que reputo pouco convenientes.
em nenhum caso, c que o patrimônio dc
cada um responde pelos seus encargos, razão por que, aberta uma .sucessão, a herança c o que resta: — "Deduclo aere alieno"; isto é, pagas as dívidas, retira
do o que pertence a terceiros, o que
ajnigo e correligionário para, se possível, Quanto ao mais do seu projeto e brillianlíssima fundamentação, estou de
pleno acordo. Tanto quanto posso, mo desto Secretiírio de Estado que sou, do mesmo, ouso, não só pedir a atenção
do Senado para o substitutivo, mas, tam
resta é a herança. Por isso, os bcrdeí-
bém, encarecer a sua aprovação, como
ros aceitam a herança a beneficio de
(I que mais consulta aos interesses nacionais, liberando cem por cento a propriedade inimiga dos residentes no
inventário.
Sc esta ó a regra do Direito comum, que não tem exceção em caso algum,
Brasil e pagando, integralmente, as re
tes, perdendo-se a carga. Na guerra ' Que propôs o Presidente Dutra à Ga atual, torpedeia-se sem aviso, porque mara? — Que se liberasse cem por cento
ainda que o credor seja um onzenário e o cie cujus tenha sido de posses media
parações dc que os brasileiros são credo-
este acarreta riscos mortais para o ata
a propriedade inimiga japonesa e alemã,
nas, como abrigar essa e.xceção em caso
cante.
salvo os bens de alemães residentes na
É impossível, portanto, discriminar propriedade pública e privada, e os
me sôbre as emendas oferecidas ao pro jeto no plenário do Senado e que se en
particulares perdem tanto ou mais que
Alemanha e que se relegasse para o tra tado de paz o destino dos bens japonêses pertencentes a sociedades ou in
de súdito inimigo, cujos bens estejam destinados a ressarcir prejuízos injusta
os governos.
Se a propriedade particular é forço.samente violada pelos belígerante.s, não é possível imunidade recíproca.
reno.
re.s.
Sou chamado, também, a pronunciar-
mente cometidos contra brasileiros? Ga-
contram consubstanciadas num avulso,
divíduos residentes no Japão, isto sem
da exceção que se fizer representará di minuição de pagamento no Brasil.
aliás impresso com muitos erros o que toma, em alguns pontos, ininteligível o
prejuízo do pagamento integral das re parações, apenas com os valores per
Parece-me, portanto, que essa exone ração é excessiva, diminuindo, em pro
texto.
tencentes a alemães residentes no exte-
porções que não posso precisar, o fundo
A primeira que encontro é a emen da ao nrt. 18, dos ilustres Senadores
f -T»*
52
DifiESTo Econômico
neste ponto, pois o mar é o seu campo
Dicicsto Ernxóxrrco
.5.J
ríor c com os bcn.s incorporados dire
de indenizixção c acarretando prejuízos
tamente ao patrimônio nacional.
para os súditos bnxsileiro,s.
Tal doutrina só era possível e foi acatada, porque a guerra de então era
Oj; tratado.s de paz c o de Versalhes, bem como os celebrados conteniporàncamente em Ncuilly, Sévres, Trianon c Saint Gcrmain — estabeleceram a mes
dor Ferreira dc Sousa, conhecendo o
sejável no substitutivo do Senador Fer
ma regra: cada Estado liquida os bens
de exércitos. Os civis não se imiscuíam
que apreendeu, paga-se dos seus cré
projeto governamental, fc-lo seu. osposou-lhc os preceitos e a]mesent(m, como substitutivo, as mesmas regras constan tes dêsse projeto com algumas altera
reira dc Souza é aquele que dispõe que a.s sobras — sc sobr.is houver — depois dc pagas as reparações;, sejam distribuí das entre o.s sócio.s de sociedades liqui
ções felizes. Há, apenas, dois pontos a respeito dos quais faço re.serva, pedindo
dadas.
ram a mesma regra em relação à Itália,
Rumãnía, Bulgária c Hungria. O mes
a atenção de S. Exa. para os motivos
estabelecem que as sobras, se houver,
que me levam a discordar de sua opi
serão rcstituidas aos donos.
de ação e só aí ela fere o inimigo a fundo.
nela; não sofriam com ela. Era natural, portanto, que seus bens nada sofressem.
Em 1914, porém, tudo se subverteu. O
mundo foi surpreendido com o apare cimento de armas novas e terríveis: a
conscrição se estendeu a tôda a popu lação; homens e mulheres foram cha mados ao serviço militar. Os subma-
nnos revolucionaram a guerra marítima; as regras de contrabando também foram
alteradas: quase tudo passou a ser ma terial estratégico, até os artigos aparente mente mais inocentes, mesmo gêneros
alimentícios. Em suma, os países se encontraram em face da chamada guer
ditos se por outro modo não receber in denização, e rcstitui o saldo. Na última guerra, os assinados em Paris, consagra
mo far-se-á certamente com a Alemanha
o com o Japão.
nião.
Estou de acordo, cm tese, com a dou
trina do parecer.
Julgo que é um re
trocesso lamentável, mas as circunstan
cias tristes do tempo que vivemos im põem aos Governos, esta conduta.
A
ela se dobraram o Presidente Wenceslau
Brás e seu Ministro Nilo Pcçanha, e do
ra total. Civis e militares se mobiliza
mesmo modo o Presidente Vargas, conr
ram, cada qual em seu setor.
seus ministros c conselheiros.
Para o avião e o submarino não bá meios de discriminar entre a
propriedade privada e a pro priedade pública. O subma rino ataca às escuras.
Não há
mais sequer o aviso prévio, de
rigor anteriormente. Na primei
ra guerra, ainda se concediam alguns minutos para o salvamento dos tripulan
Tanto quanto possível, porém, é dever de um país, sobretudo como o Brasil, que não dispensa o concurso es trangeiro, em braços, técnicas e capitais, não desencorajar, de modo algum, êsse auxílio. Tôda política violenta contra a pro priedade inimiga é de molde a entorpecer
Por sorte, o meu ilustre amigo Sena
a colaboração
nesse
ter
O primeiro refere-se à liberação dos bens dc alemães residentes na Ale-
manlia, que tenham .sido objeto dc su
O outro preceito que me parece inde
Os tratados de paz, todos sem exceção, Presumo
que, com a Alemanha, não se disporá de outro modo. Outra solução importaria em confisco puro e simples, sem ne
cessão para cônjuges brasileiro.s ou fi
nhuma justificativa. Faço, assim, um apêlo ao meu nobre
lhos brasileiros. Parece-me haver nisso certo exagero injusto, porque a regra do
expungir do .seu texto ê.sses dois precei-
Direito comum, que não admite exceção
to.s, que reputo pouco convenientes.
em nenhum caso, c que o patrimônio dc
cada um responde pelos seus encargos, razão por que, aberta uma .sucessão, a herança c o que resta: — "Deduclo aere alieno"; isto é, pagas as dívidas, retira
do o que pertence a terceiros, o que
ajnigo e correligionário para, se possível, Quanto ao mais do seu projeto e brillianlíssima fundamentação, estou de
pleno acordo. Tanto quanto posso, mo desto Secretiírio de Estado que sou, do mesmo, ouso, não só pedir a atenção
do Senado para o substitutivo, mas, tam
resta é a herança. Por isso, os bcrdeí-
bém, encarecer a sua aprovação, como
ros aceitam a herança a beneficio de
(I que mais consulta aos interesses nacionais, liberando cem por cento a propriedade inimiga dos residentes no
inventário.
Sc esta ó a regra do Direito comum, que não tem exceção em caso algum,
Brasil e pagando, integralmente, as re
tes, perdendo-se a carga. Na guerra ' Que propôs o Presidente Dutra à Ga atual, torpedeia-se sem aviso, porque mara? — Que se liberasse cem por cento
ainda que o credor seja um onzenário e o cie cujus tenha sido de posses media
parações dc que os brasileiros são credo-
este acarreta riscos mortais para o ata
a propriedade inimiga japonesa e alemã,
nas, como abrigar essa e.xceção em caso
cante.
salvo os bens de alemães residentes na
É impossível, portanto, discriminar propriedade pública e privada, e os
me sôbre as emendas oferecidas ao pro jeto no plenário do Senado e que se en
particulares perdem tanto ou mais que
Alemanha e que se relegasse para o tra tado de paz o destino dos bens japonêses pertencentes a sociedades ou in
de súdito inimigo, cujos bens estejam destinados a ressarcir prejuízos injusta
os governos.
Se a propriedade particular é forço.samente violada pelos belígerante.s, não é possível imunidade recíproca.
reno.
re.s.
Sou chamado, também, a pronunciar-
mente cometidos contra brasileiros? Ga-
contram consubstanciadas num avulso,
divíduos residentes no Japão, isto sem
da exceção que se fizer representará di minuição de pagamento no Brasil.
aliás impresso com muitos erros o que toma, em alguns pontos, ininteligível o
prejuízo do pagamento integral das re parações, apenas com os valores per
Parece-me, portanto, que essa exone ração é excessiva, diminuindo, em pro
texto.
tencentes a alemães residentes no exte-
porções que não posso precisar, o fundo
A primeira que encontro é a emen da ao nrt. 18, dos ilustres Senadores
Digesto
Econômico
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DiGESTO Econômico
54
ter no Fundo do Indenizaçãu os bens
emenda, filhos de alemães, gozam de
dêssos "soit di.sant" brasileiros.
dupla nacionalidade; são brasileiros pelo
Ivo D'Aquino, Francisco GallotH, Mathias Olímpio, Adalberto Ribeiro, Ro
sócio solidário; mas isto nada tem qae
dolfo de Miranda e Lúcio Corrêa.
O tc.xto restringe a contribuição para o Fundo de Indenização ao valor consig nado nos contratos ou nos títulos a apu
em mandado de .segurança, pelo que
Parágrafo único — "Os sócios bra sileiros e, na falta dêstes, os sócios
rar.
remetiam
escapará ao pagamento das reparações.
dinárias.
estrangeiros residentes no Brasil, te rão preferência para aquisição das
A segunda emenda é mais concisa, porém, mais grave. Apre.scntam-na os mesmos signatários.
uma ação em juízo com as mesmas razõe.s. A União conte.stou, apresentando
vôr com os meus ha\-eres sociais.
Dispõe:
cotas de capital e sociedade de pes soas ou de responsabilidade limitada, mediante pagamento dos respectivos
Fazendo algumas considerações a res
peito, peço desculpas a tão distintos Se nadores, por exprimir divergência t^ni
valores expressos nos títulos, contra tos ou livros sociais, sendo a trans
pontos de vi.sta que esposam.
ferência feita pela Agência Especial
elementos implicados na questão, tal vez não tivessem formulado a emenda.
vendo sócios brasileiros, nem estran
Nutro a esperança de que, depois de
geiros, residentes no Brasil, que dese
conhecê-los, se apressem em retirá-la.
jem adquirir as citadas cotas, serão
A fundamentação da emenda consiste em
elas alienadas pela forma do artigo acima e para os fins de que dispõe
mandar que os bens, direitos e ações pertencentes a bra.sileiros, em socieda
o artigo 2.°".
des mandadas liquidar sejam também li berados. Baseia-se em consideração de
Ora, há que distinguir entre socieda
sidentes no estrangeiro. Se se trata das
primeiras, já o substitutivo Ferreira de Souza as libera integralmente. Não há questão. Se se trata de sociedade com sócios residentes no estrangeiro, então a faculdade de resgatar cotas pelo seu va
Estou
certo de que, se conhecessem todos os
de Defesa Econômica, após os exa mes que julgar necessários. Não ha
des de pessoas residentes no Brasil, mesmo estrangeiras, e as de pessoas re
O excesso pertencerá ao dono e
ordem constitucional. Argumenta que, pela Carta de 1937, tal como foi emen
dada pela lei constitucional n.° 5, os bens de brasileiros em caso algum poderiam sofrer medida desta ordem. A dispo sição, diz-se, podia ser aplicada, constitucionalmente, a estrangeiros, com a
suspensão de garantias em tempo de
regular e injusta porque posso ter um
guerra. Sendo, porém, bens de brasi leiros, podiam apenas ser postos em custódia, mas nunca liquidados nem con
capital de cinqüenta mil cruzeiros e êste, numa liquidação, valer 50 vezes mais. Os
fiscados. É tese constitucional, já le vada à consideração do poder judiciário.
meus haveres
medem
Nada menos de duas vezes, o Supremo
pelo meu capital. Meu capital mede minha responsabilidade inicial na socie
Tribunal a refugou em mandado de
lor contábil nós leva a uma situação ir
dade.
sociais não se
É limitada se eu for mero co-
manditárío, é extensível, se eu for um
segurança. Muitos dos votos entraram na questão de mérito e entenderam que o Governo não errara ao mandar inver..
.
.
' O
Outros
votos, sem entrar na questão de mérito,
nascimento, de acordo com a nossa
julgaram que o direito alegado não era tão líquido que pude.sse ser reconhecido
Constituição; e alemães pelas leis ale mãs do? anos de 1935 c 1936, chamadas do proteção do sangue e da honra, as
os requerentes às lides or
Foi o (juc eles fizeram. Propuseram argumentos valioso.s.
A cansa correrá
seus tramites e será julgada conforme o Direito, pelas instâncias competentes, a
menos que o Senado aprove esta emen
da. Então, o pleito será trancado pelo Legislativo. Não se tratando de ques
tão em que o direito seja tão liquido e certo e se ofereça tão extreme de qual
quer dúvida que possa ser liquidada des de logo, parece-me de bom aviso deixar que o poder judiciário cumpra a sua
quais fazem alemão o filho de alemão, onde quer que nasça. Essa dupla nacionalidade é fenôme
no freqüente. Constitui um problema para as chancelarias e quase sempre é um tormento para os indivíduos que o sofrem.
No Brasil Rrasil um indivíduo c bra-
Enlietanto, se viaja para a França, Inglaterra ou Portugal, pode ser
.silcirc.
francês, inglês ou português. É, então,
chamado ao serviço militar e se, na épo ca oportuna, não se apresentou, pode ser
■ punido como refratário. O indivíduo éin tais condições não
pode sair do Brasil som se arriscar a surpresas.
Dará razão a quem a tiver e
Tais anomalias têm sido corrigidas
é possível que êsses senhores venham a
através de acordos internacionais. Com
ter ganho de causa, mas a hipótese
a Inglaterra, por exemplo, possuímos um pacto firmado não há muito, discri minando e limitando os deveres a que
inis.são.
contrária também deve admitir-se.
É preciso ouvirmos os interessados e só judicialmente poderemos ouvi-los. Não é legislativamente que deveremos proce der. Além disso, como informação de
se encontram sujeitas essas pessoas com
dupla' nacionalidade. Com a Alemanha, porém, não seria
fato — que acredito impressionará o
fácil celebrarmos convênio dessa natu
espírito generoso e justo dos nobres Se nadores, movidos por motivos puramen te jurídicos — quero informar que, na defesa da União Federal, se incorpora
reza. A meu ver, seria mesmo inope
ram documentos e informações muito
\'aliosas, prestadas pelos liquidantes das sociedades de que se trata. São ques
tões de fato, que, também, podem ser
rante. A mentalidade alemã é de todos conliecida. O alemão é homem de senti
mento cívico sem paralelo, profimdamente impregnado de fanatismo por sua pátria de origem. Assim, quando êle tem duas nacionalidades, luna lhe é imposta. Nasceu no Brasil — c brasileiro; mas,
controvertidas, e as partes terão ampla
de coração só é alemão e procede como
oportunidade de opor contestação e pro-
alemão.
\'as em contrário, se as tiverem. Os brasileiros beneficiados com a
No caso vertente, foi o que aconteceu, Não desejo entrar nas minudências da
Digesto
Econômico
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ter no Fundo do Indenizaçãu os bens
emenda, filhos de alemães, gozam de
dêssos "soit di.sant" brasileiros.
dupla nacionalidade; são brasileiros pelo
Ivo D'Aquino, Francisco GallotH, Mathias Olímpio, Adalberto Ribeiro, Ro
sócio solidário; mas isto nada tem qae
dolfo de Miranda e Lúcio Corrêa.
O tc.xto restringe a contribuição para o Fundo de Indenização ao valor consig nado nos contratos ou nos títulos a apu
em mandado de .segurança, pelo que
Parágrafo único — "Os sócios bra sileiros e, na falta dêstes, os sócios
rar.
remetiam
escapará ao pagamento das reparações.
dinárias.
estrangeiros residentes no Brasil, te rão preferência para aquisição das
A segunda emenda é mais concisa, porém, mais grave. Apre.scntam-na os mesmos signatários.
uma ação em juízo com as mesmas razõe.s. A União conte.stou, apresentando
vôr com os meus ha\-eres sociais.
Dispõe:
cotas de capital e sociedade de pes soas ou de responsabilidade limitada, mediante pagamento dos respectivos
Fazendo algumas considerações a res
peito, peço desculpas a tão distintos Se nadores, por exprimir divergência t^ni
valores expressos nos títulos, contra tos ou livros sociais, sendo a trans
pontos de vi.sta que esposam.
ferência feita pela Agência Especial
elementos implicados na questão, tal vez não tivessem formulado a emenda.
vendo sócios brasileiros, nem estran
Nutro a esperança de que, depois de
geiros, residentes no Brasil, que dese
conhecê-los, se apressem em retirá-la.
jem adquirir as citadas cotas, serão
A fundamentação da emenda consiste em
elas alienadas pela forma do artigo acima e para os fins de que dispõe
mandar que os bens, direitos e ações pertencentes a bra.sileiros, em socieda
o artigo 2.°".
des mandadas liquidar sejam também li berados. Baseia-se em consideração de
Ora, há que distinguir entre socieda
sidentes no estrangeiro. Se se trata das
primeiras, já o substitutivo Ferreira de Souza as libera integralmente. Não há questão. Se se trata de sociedade com sócios residentes no estrangeiro, então a faculdade de resgatar cotas pelo seu va
Estou
certo de que, se conhecessem todos os
de Defesa Econômica, após os exa mes que julgar necessários. Não ha
des de pessoas residentes no Brasil, mesmo estrangeiras, e as de pessoas re
O excesso pertencerá ao dono e
ordem constitucional. Argumenta que, pela Carta de 1937, tal como foi emen
dada pela lei constitucional n.° 5, os bens de brasileiros em caso algum poderiam sofrer medida desta ordem. A dispo sição, diz-se, podia ser aplicada, constitucionalmente, a estrangeiros, com a
suspensão de garantias em tempo de
regular e injusta porque posso ter um
guerra. Sendo, porém, bens de brasi leiros, podiam apenas ser postos em custódia, mas nunca liquidados nem con
capital de cinqüenta mil cruzeiros e êste, numa liquidação, valer 50 vezes mais. Os
fiscados. É tese constitucional, já le vada à consideração do poder judiciário.
meus haveres
medem
Nada menos de duas vezes, o Supremo
pelo meu capital. Meu capital mede minha responsabilidade inicial na socie
Tribunal a refugou em mandado de
lor contábil nós leva a uma situação ir
dade.
sociais não se
É limitada se eu for mero co-
manditárío, é extensível, se eu for um
segurança. Muitos dos votos entraram na questão de mérito e entenderam que o Governo não errara ao mandar inver..
.
.
' O
Outros
votos, sem entrar na questão de mérito,
nascimento, de acordo com a nossa
julgaram que o direito alegado não era tão líquido que pude.sse ser reconhecido
Constituição; e alemães pelas leis ale mãs do? anos de 1935 c 1936, chamadas do proteção do sangue e da honra, as
os requerentes às lides or
Foi o (juc eles fizeram. Propuseram argumentos valioso.s.
A cansa correrá
seus tramites e será julgada conforme o Direito, pelas instâncias competentes, a
menos que o Senado aprove esta emen
da. Então, o pleito será trancado pelo Legislativo. Não se tratando de ques
tão em que o direito seja tão liquido e certo e se ofereça tão extreme de qual
quer dúvida que possa ser liquidada des de logo, parece-me de bom aviso deixar que o poder judiciário cumpra a sua
quais fazem alemão o filho de alemão, onde quer que nasça. Essa dupla nacionalidade é fenôme
no freqüente. Constitui um problema para as chancelarias e quase sempre é um tormento para os indivíduos que o sofrem.
No Brasil Rrasil um indivíduo c bra-
Enlietanto, se viaja para a França, Inglaterra ou Portugal, pode ser
.silcirc.
francês, inglês ou português. É, então,
chamado ao serviço militar e se, na épo ca oportuna, não se apresentou, pode ser
■ punido como refratário. O indivíduo éin tais condições não
pode sair do Brasil som se arriscar a surpresas.
Dará razão a quem a tiver e
Tais anomalias têm sido corrigidas
é possível que êsses senhores venham a
através de acordos internacionais. Com
ter ganho de causa, mas a hipótese
a Inglaterra, por exemplo, possuímos um pacto firmado não há muito, discri minando e limitando os deveres a que
inis.são.
contrária também deve admitir-se.
É preciso ouvirmos os interessados e só judicialmente poderemos ouvi-los. Não é legislativamente que deveremos proce der. Além disso, como informação de
se encontram sujeitas essas pessoas com
dupla' nacionalidade. Com a Alemanha, porém, não seria
fato — que acredito impressionará o
fácil celebrarmos convênio dessa natu
espírito generoso e justo dos nobres Se nadores, movidos por motivos puramen te jurídicos — quero informar que, na defesa da União Federal, se incorpora
reza. A meu ver, seria mesmo inope
ram documentos e informações muito
\'aliosas, prestadas pelos liquidantes das sociedades de que se trata. São ques
tões de fato, que, também, podem ser
rante. A mentalidade alemã é de todos conliecida. O alemão é homem de senti
mento cívico sem paralelo, profimdamente impregnado de fanatismo por sua pátria de origem. Assim, quando êle tem duas nacionalidades, luna lhe é imposta. Nasceu no Brasil — c brasileiro; mas,
controvertidas, e as partes terão ampla
de coração só é alemão e procede como
oportunidade de opor contestação e pro-
alemão.
\'as em contrário, se as tiverem. Os brasileiros beneficiados com a
No caso vertente, foi o que aconteceu, Não desejo entrar nas minudências da
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Digestc) Econômico
questão, pois cia se encontra subme tida ao poder judiciário c, certamente, os
fatos ai serão apreciados. O debate le gislativo não seria, pois, recomendável.
Não c demais, porém, informar (pie en tre os documentos oferecidos' pelo Govêmo da União con.stam provas conclu dentes de que tais indivíduos, nascidos no Brasil, mas filhos de alemães, de tal modo procederam como alemães, contra o nosso país, durante a guerra, que dois
dos principais gerentes de companhias, um cm Pernambuco, outro no Rio de
Janeiro foram condenados a penas de \'inte e vinte e cinco anos, respectiva mente, por crime de atentado contra a
segurança do Estado. Um sòc\o de uma
das firmas prestou serviço militar na Alemanha. O filho de um outro sócio mereceu de tal forma a proteção do Estado alemão que, quando tivemos de negociar a troca de missões diplomáti cas, nos encontramos diante de grave di
ficuldade. Tiníramos de doze a quinze
diplomatas internados na Alemanha para serem trocados por cônsules e embaixa
dores no Brasil. Aquele país nos apre sentou uma lista de mais de cem pessoas a serem repatriadas. Havia até um con
denado pelo Tribunal de Segurança Na cional, o qual se encontrava em cum
primento de pena. Foi-nos preciso li bertá-lo para solver a dificuldade. Fi gurava na lista o filho do sócio brasi leiro a que acima me referi.
Ora, êles ofereceram inúmeras provas de opção entre as duas' nacionalidadés, e que em bom direito se possa reconhe cer que, brasileiros à força, repudiaram ■ esta nacionalidade para só conservar a outra.
Há, ainda, argumento de fato que milita contra u emenda.
Dedicadas como foraiii à sua terra, à
sua pátria, essas pessoas, beneficiandose dc inna cláusida que já é de estilo nos tratados de pa/, terão regresso contra o Estado alemão para se indenizarem.
Quanto aos bens que Ibcs seriam rcs-
Dickstí» Econômico nente Senador Hamilton Nogueira, <iue
ratificação do Senado, e por outro niodo
merece citaçao:
nao podemos adquiri-los. Quanto á Faculdade de Filosofia, o
"Acresccnte-se onde convier:
Covêrao italiano concordou em que ela fôsse mantida na Casa dTtália, mediante
condições a ajustar até que, dentro de
Art. . • • Passa à plena propricda.de e definitiva posse do Círculo Militiir cie Jui^c dc Fora, sem qualquer ônus para è.ste, o imóvel (prédio e terreno) sito à Avenida Barão de
dade, irregularmente constituída. Se e verdade que na Casa dTtália funciona vam certas repartições diplomáticas, co
dida aos credores por dano físico pes
Rio Branco n.° 2.585, onde funcio nava a "Casa dTtália" na cidade de
também o é que em 4/5 do edifício fun
soal, não deixaria aos demais credores
Juiz dc Fora.
tituídos, em \irlude dessa emenda, a
Comissão competente do Banco do Bra sil orça-os em 160 a 180 niilh(")es de
cruzeiros. O dosfalcpic do Fundo de Indenização, dada a prioridade conce mais de 30 u 40 por cento das indcnizaç(5es a que tem direito. Assim, libera
mos bens de indivíduos com dupla na cionalidade, que tèin a mais completa segurança de indenização por um dos
Estados de que .são súditos, cm detri
mento de brasileiros que não terão para quem apelar. Não farão cpialquer apelo, seguramente, para os cofres do Tesouro, porcjuc a União não tem (jualípier res
ponsabilidade pelo pagamento de da nos de guerra.
Dizem os signatários da emenda (]iic
Ari. - .• Nas mesmas condições se
processará com referencia aos mó veis c utensílios que, conforme ata
do entrega lavrada no dia 17 dc junho de 1942, foram também entre gues ao Círculo Militar". Do mesmo modo se dispõe com rela
ção à Casa dTtália, no Rio de Janei ro, onde funciona a Faculdade de Fi losofia.
Devo dizer que isso já foi objeto de ac('irdo com o Govêrno italiano.
mara dos Deputados e não atinam com
êsse acíjrdo, as Casas dTtália são rcstituída.s, inclusive as que pertenceju ao Estado italiano, sem prejuízo da obri
Ignoro as razões da Gamara; ma,s de
mo consulados e escritórios de adidos, cionavam sociedades e instituições que
esse texto já figurou no projeto da Câ
a razão por que não foi aprovado.
prazo razoável, abra mão dessa proprie
Por
nada tinham c«m os serviços consula
res ou diplomáticos. A propriedade, as sim, não pode ser mantida pelo Govêr
no italiano, que terá a possibilidade de renunciar ao seu direito por diversos meios, tais como dádiva, alienação ou
outra qualquer maneira. O no.sso Co\êrno, nes.sa ocasião, poderá ser licihm-
te, u fim de manter a Faculdade de Filosofia, que, entre tempo, aí se con.serwrá mediante o já referido ajuste.
Assim, agradeceria aos signatários das Emendas n.os 4 e 5 se consentissem em retirá-las.
Chego, assim, ao fim das informações
que estava obrigado a prestar ao Sena
gação, reconhecida pelo Governo ita liano, de alienar por qualquer modo as que não forem sede de repartição con sular ou diplomática. Aliás, o próprio
legislativo, mas também — como dis.se
Tratado de Paz obriga á restituição dos
deixar patente à opinião pública que o
unânime cja Câmara dos Deputados, in
edifícios que abrigavam instituições re
Governo não se descuidou nunca dêsse
clusive com apoio dos deputados iniciadores da medida, os quais se apres
ligiosas ou filanti-ópicas.
problema; ao revés disso, cuidou de pô-lo perante o poder legislativo em termos concretos e que lhe pareceram os mais prudentes, tão logo os dados ne
vem ser as que estou expendcndo, co
nhecidas, aliás, de muitos deputados. Certamente, porém, um fato deve levar uo espírito dos senadores razões serias em favor dessa resolução: a votação
O Tratado não autoriza qualquer go
saram em retirá-la. Para que a votação
verno a confiscar ês.ses bens.
fosse unânime deviam ter havido sérias
trário, obriga a restituí-los.
Ao con
razões.
Não posso encenar minha exposição
A aquisição desses bens está aberta ao
5cm fazer referencia à emenda do cmi-
Governo pelo convênio ora sujeito á
do c fi-lo com o máximo prazer, não só como deferência a esta Casa do poder no inicio — porque tinha interesse em
cessários foram apurados. Não cabe ao
Govêrno a responsabilidade pela demora da solução do as.sunto,
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Digestc) Econômico
questão, pois cia se encontra subme tida ao poder judiciário c, certamente, os
fatos ai serão apreciados. O debate le gislativo não seria, pois, recomendável.
Não c demais, porém, informar (pie en tre os documentos oferecidos' pelo Govêmo da União con.stam provas conclu dentes de que tais indivíduos, nascidos no Brasil, mas filhos de alemães, de tal modo procederam como alemães, contra o nosso país, durante a guerra, que dois
dos principais gerentes de companhias, um cm Pernambuco, outro no Rio de
Janeiro foram condenados a penas de \'inte e vinte e cinco anos, respectiva mente, por crime de atentado contra a
segurança do Estado. Um sòc\o de uma
das firmas prestou serviço militar na Alemanha. O filho de um outro sócio mereceu de tal forma a proteção do Estado alemão que, quando tivemos de negociar a troca de missões diplomáti cas, nos encontramos diante de grave di
ficuldade. Tiníramos de doze a quinze
diplomatas internados na Alemanha para serem trocados por cônsules e embaixa
dores no Brasil. Aquele país nos apre sentou uma lista de mais de cem pessoas a serem repatriadas. Havia até um con
denado pelo Tribunal de Segurança Na cional, o qual se encontrava em cum
primento de pena. Foi-nos preciso li bertá-lo para solver a dificuldade. Fi gurava na lista o filho do sócio brasi leiro a que acima me referi.
Ora, êles ofereceram inúmeras provas de opção entre as duas' nacionalidadés, e que em bom direito se possa reconhe cer que, brasileiros à força, repudiaram ■ esta nacionalidade para só conservar a outra.
Há, ainda, argumento de fato que milita contra u emenda.
Dedicadas como foraiii à sua terra, à
sua pátria, essas pessoas, beneficiandose dc inna cláusida que já é de estilo nos tratados de pa/, terão regresso contra o Estado alemão para se indenizarem.
Quanto aos bens que Ibcs seriam rcs-
Dickstí» Econômico nente Senador Hamilton Nogueira, <iue
ratificação do Senado, e por outro niodo
merece citaçao:
nao podemos adquiri-los. Quanto á Faculdade de Filosofia, o
"Acresccnte-se onde convier:
Covêrao italiano concordou em que ela fôsse mantida na Casa dTtália, mediante
condições a ajustar até que, dentro de
Art. . • • Passa à plena propricda.de e definitiva posse do Círculo Militiir cie Jui^c dc Fora, sem qualquer ônus para è.ste, o imóvel (prédio e terreno) sito à Avenida Barão de
dade, irregularmente constituída. Se e verdade que na Casa dTtália funciona vam certas repartições diplomáticas, co
dida aos credores por dano físico pes
Rio Branco n.° 2.585, onde funcio nava a "Casa dTtália" na cidade de
também o é que em 4/5 do edifício fun
soal, não deixaria aos demais credores
Juiz dc Fora.
tituídos, em \irlude dessa emenda, a
Comissão competente do Banco do Bra sil orça-os em 160 a 180 niilh(")es de
cruzeiros. O dosfalcpic do Fundo de Indenização, dada a prioridade conce mais de 30 u 40 por cento das indcnizaç(5es a que tem direito. Assim, libera
mos bens de indivíduos com dupla na cionalidade, que tèin a mais completa segurança de indenização por um dos
Estados de que .são súditos, cm detri
mento de brasileiros que não terão para quem apelar. Não farão cpialquer apelo, seguramente, para os cofres do Tesouro, porcjuc a União não tem (jualípier res
ponsabilidade pelo pagamento de da nos de guerra.
Dizem os signatários da emenda (]iic
Ari. - .• Nas mesmas condições se
processará com referencia aos mó veis c utensílios que, conforme ata
do entrega lavrada no dia 17 dc junho de 1942, foram também entre gues ao Círculo Militar". Do mesmo modo se dispõe com rela
ção à Casa dTtália, no Rio de Janei ro, onde funciona a Faculdade de Fi losofia.
Devo dizer que isso já foi objeto de ac('irdo com o Govêrno italiano.
mara dos Deputados e não atinam com
êsse acíjrdo, as Casas dTtália são rcstituída.s, inclusive as que pertenceju ao Estado italiano, sem prejuízo da obri
Ignoro as razões da Gamara; ma,s de
mo consulados e escritórios de adidos, cionavam sociedades e instituições que
esse texto já figurou no projeto da Câ
a razão por que não foi aprovado.
prazo razoável, abra mão dessa proprie
Por
nada tinham c«m os serviços consula
res ou diplomáticos. A propriedade, as sim, não pode ser mantida pelo Govêr
no italiano, que terá a possibilidade de renunciar ao seu direito por diversos meios, tais como dádiva, alienação ou
outra qualquer maneira. O no.sso Co\êrno, nes.sa ocasião, poderá ser licihm-
te, u fim de manter a Faculdade de Filosofia, que, entre tempo, aí se con.serwrá mediante o já referido ajuste.
Assim, agradeceria aos signatários das Emendas n.os 4 e 5 se consentissem em retirá-las.
Chego, assim, ao fim das informações
que estava obrigado a prestar ao Sena
gação, reconhecida pelo Governo ita liano, de alienar por qualquer modo as que não forem sede de repartição con sular ou diplomática. Aliás, o próprio
legislativo, mas também — como dis.se
Tratado de Paz obriga á restituição dos
deixar patente à opinião pública que o
unânime cja Câmara dos Deputados, in
edifícios que abrigavam instituições re
Governo não se descuidou nunca dêsse
clusive com apoio dos deputados iniciadores da medida, os quais se apres
ligiosas ou filanti-ópicas.
problema; ao revés disso, cuidou de pô-lo perante o poder legislativo em termos concretos e que lhe pareceram os mais prudentes, tão logo os dados ne
vem ser as que estou expendcndo, co
nhecidas, aliás, de muitos deputados. Certamente, porém, um fato deve levar uo espírito dos senadores razões serias em favor dessa resolução: a votação
O Tratado não autoriza qualquer go
saram em retirá-la. Para que a votação
verno a confiscar ês.ses bens.
fosse unânime deviam ter havido sérias
trário, obriga a restituí-los.
Ao con
razões.
Não posso encenar minha exposição
A aquisição desses bens está aberta ao
5cm fazer referencia à emenda do cmi-
Governo pelo convênio ora sujeito á
do c fi-lo com o máximo prazer, não só como deferência a esta Casa do poder no inicio — porque tinha interesse em
cessários foram apurados. Não cabe ao
Govêrno a responsabilidade pela demora da solução do as.sunto,
w"^m
mnüPPRHf
••'■''TV • •■■
Digesto Econômico
V í
\
\
AS AREIAS
MONAZÍTICAS
preendcrcmos a complexidade dos fe nômenos que pre.sidcm a eclosão das
Têm as gerações hodiernas, mais cul tas, obrigações e possibilidades que as
indústrias.
outras não conheceram.
Os vestustos conceitos de que os dó-
Horácio Lafeh
A
^^OTÒRIAMENTE a naturcza foi arbi trária na distribuição de seus bens :
excesso de água num hemisfério; nou tro, imensos desertos; florestas adiante
adiante, geleiras eternas; aqui planícies e pântanos; longe, cordilheiras indevas-
saveis. . . E como não houvesse equida de na herança mineral, certas nações ou
distritos dominam uns tantos elementos, minérios,
combustíveis ou fontes de
energia, e o resto do mundo deles per manece dependente. O Canadá, por exemplo, monopoliza o níquel. A China, o antimônio o o dingstênio. O México'
fí prata. Possui o Chile incomensuráveis nitreiras e mais cobre que a Eurásia e
O operoso deputado paulista tratou com a habitual mcsirui do problema da exportação dos ru)ssos minerais raros. Em plenário, exibiu amostras de urâ nio já produzidas no Urasil, que assim se coloca entre os primeiros países do mundo, a contarem com elemento de ta
manho valor, não só do ponto de vista econômico como militar.
O texto desta oração, por 'ser exten so e técnico, deixou de ser lido na tri
buna.
Dada a relevância da matéria,
a direção desta Revisiá resolveu inserir
cm suas colunas o trabalho na íntegra.
a Oceania reunidas. BÜrma é a pátria dos rubis. Ceilão, a das safiras, Colôm
bia, a das esmeraldas. Falar em jade é relembrar a China. O âmbar fóssil vem do Mar do Norte, Das mãos da Bolívia e Malaia sai o estanho. Produz o Texas mais en.\ofre que o mundo restante Estados Unidos, Venezuela e Arábia ar
59
licos louros constituem
que os anglo-saxõcs nascem utilitaristas o ninguém lhes vence cm pertinácia, que os mediteiTaneos, mais inteligentes, são naturalmente dispersivos, e que abaixo dêlcs se estratificam os negros e demais raças inferiores — não resistem à mais leve crítica c não devem ser in
vocados como explicação do atraso das nações pouco desenvolvidas. — Que fizeram os britânicos em Bar bado.;, Trinidad Oa dinamarque-
Guiana
Inglesa ?
serto de Alainogordo como bíblico presságio anunciou ao mundo o advento da
Era Atômica,
batizada de sangue em
Hiroshima e Nagasaqui, denunciaram os
cientistas que dois metais menores — o urânio e o tório — pela possibilidade de se cindirem ao impacto do.s neutrons li
berando energia, estavam fadados a re presentar em futuro próximo papéis aná
logos aos que desempenharam o carvão e o petróleo na Era da Máquina a Vapor. Com a
fissão
do isótopo 235 do urânio, plutônío, e
nã? Os america
urânio 233 deri
nos
Pôrto
vado do tório,
fran-
conseguiu
em
dá, a Noruega, a Suécia e a Suíça em unidades industriais.
0656.1
Não obstante a
e
Quando, em 16 de julho de 1945, a nuvem de fogo que pairou sobre o de
.ses na" Groenlân dia ? Os holan deses em Suri-
Rico ?
abundância de alumínio, os depósitos de
raça superior,
Os na
meteu
Caiena
As
Pro
quebrar
as cadeias que o
c em Haiti ?
bauxita, seu único minério, concentram-
do do
jungiam à Terra
divergên
e, mais feliz do
se em poucas regiões; e como seu ex
cias
clusivo processo de fabricação c o termoeletrolítico, só alguns países o conse
observadas
nos
que ícaro, está
diferentes
po
prestes a atingir
guem economicamente. E o • que é mais curioso: o fundente natural que
vos, em relação
tornou a eletrometalurgía do alumínio viável — a criolita — até hoje só foi en
mento industrial, cingem-se, no fundo,
ceu, sòzinha, metade da produção mun
contrada, em quantidades comerciais, no
mais educada uma coletividade, mais
À temperatura de dez ou unte milhões de graus, for necida pela espolêtn de urânio 235 ou plutônio, esperam os físicos fundir, na
dial de tantalita. Ao monopólio carvoei-
nela ressaltam as fôrças coercitivas, o
superbomba de hidrogênio,
espírito de 'colaboração sem o qual as
de massa unitária, do deutério, do trí-
os Estados Unidos e a Rússia a lide
fiorde de Arlcsuk, na Groenlândia. Constituem estes exemplos bela e ex pressiva lição dos geólogos aos econo
rança do mundo. — Como teria podido,
mistas .
voram-se em magnatas do petróleo. Du
rante a última guerra, todos os segredos militares controlavam-se com o quartzo do Brasil, e a serra da Borborema forne
ro devem a Grã-Bretanha, a Alemanha,
a Inglaterra, dominar os mares sem suas inesgotáveis hulheiras ? Pela falta de carvão e petróleo, esboroou-se o efê mero império de Mussolini. A conquista da energia elétrica transformou o Cana-
E se acrescentarmos ao determinismo
geológico, os impedimentos geográficos — distância, clima, acidentes orográficos obstando ao transporte — e mais as intrincadas dificuldades políticas, com-
ao
à.s
de
reação
o Sol.
desenvolvi
deficiências
educacionais.
Quanto
os átomos
sociedades empacam, sem o qual a fôr-
cio e dos isótopos 6 e 7 do lítio, produ
ça viva das massas anula o pensamento criador dos escóis, sem o qual tôdas as
zindo verdadeira energia estelar.
energias se perdem, como se perde na queda livre a força das cachoeiras, nas
para a construção de reatores nucleares
vossorocas o húmus, e no mar revolto
são o urânio e o tório para escorvar as reações atômicas.
os batéis desgovernados.
Mas, seja para fabricar bombas, seja com objetivos pacíficos, insubstituíveis
w"^m
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Digesto Econômico
V í
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AS AREIAS
MONAZÍTICAS
preendcrcmos a complexidade dos fe nômenos que pre.sidcm a eclosão das
Têm as gerações hodiernas, mais cul tas, obrigações e possibilidades que as
indústrias.
outras não conheceram.
Os vestustos conceitos de que os dó-
Horácio Lafeh
A
^^OTÒRIAMENTE a naturcza foi arbi trária na distribuição de seus bens :
excesso de água num hemisfério; nou tro, imensos desertos; florestas adiante
adiante, geleiras eternas; aqui planícies e pântanos; longe, cordilheiras indevas-
saveis. . . E como não houvesse equida de na herança mineral, certas nações ou
distritos dominam uns tantos elementos, minérios,
combustíveis ou fontes de
energia, e o resto do mundo deles per manece dependente. O Canadá, por exemplo, monopoliza o níquel. A China, o antimônio o o dingstênio. O México'
fí prata. Possui o Chile incomensuráveis nitreiras e mais cobre que a Eurásia e
O operoso deputado paulista tratou com a habitual mcsirui do problema da exportação dos ru)ssos minerais raros. Em plenário, exibiu amostras de urâ nio já produzidas no Urasil, que assim se coloca entre os primeiros países do mundo, a contarem com elemento de ta
manho valor, não só do ponto de vista econômico como militar.
O texto desta oração, por 'ser exten so e técnico, deixou de ser lido na tri
buna.
Dada a relevância da matéria,
a direção desta Revisiá resolveu inserir
cm suas colunas o trabalho na íntegra.
a Oceania reunidas. BÜrma é a pátria dos rubis. Ceilão, a das safiras, Colôm
bia, a das esmeraldas. Falar em jade é relembrar a China. O âmbar fóssil vem do Mar do Norte, Das mãos da Bolívia e Malaia sai o estanho. Produz o Texas mais en.\ofre que o mundo restante Estados Unidos, Venezuela e Arábia ar
59
licos louros constituem
que os anglo-saxõcs nascem utilitaristas o ninguém lhes vence cm pertinácia, que os mediteiTaneos, mais inteligentes, são naturalmente dispersivos, e que abaixo dêlcs se estratificam os negros e demais raças inferiores — não resistem à mais leve crítica c não devem ser in
vocados como explicação do atraso das nações pouco desenvolvidas. — Que fizeram os britânicos em Bar bado.;, Trinidad Oa dinamarque-
Guiana
Inglesa ?
serto de Alainogordo como bíblico presságio anunciou ao mundo o advento da
Era Atômica,
batizada de sangue em
Hiroshima e Nagasaqui, denunciaram os
cientistas que dois metais menores — o urânio e o tório — pela possibilidade de se cindirem ao impacto do.s neutrons li
berando energia, estavam fadados a re presentar em futuro próximo papéis aná
logos aos que desempenharam o carvão e o petróleo na Era da Máquina a Vapor. Com a
fissão
do isótopo 235 do urânio, plutônío, e
nã? Os america
urânio 233 deri
nos
Pôrto
vado do tório,
fran-
conseguiu
em
dá, a Noruega, a Suécia e a Suíça em unidades industriais.
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Não obstante a
e
Quando, em 16 de julho de 1945, a nuvem de fogo que pairou sobre o de
.ses na" Groenlân dia ? Os holan deses em Suri-
Rico ?
abundância de alumínio, os depósitos de
raça superior,
Os na
meteu
Caiena
As
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quebrar
as cadeias que o
c em Haiti ?
bauxita, seu único minério, concentram-
do do
jungiam à Terra
divergên
e, mais feliz do
se em poucas regiões; e como seu ex
cias
clusivo processo de fabricação c o termoeletrolítico, só alguns países o conse
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nos
que ícaro, está
diferentes
po
prestes a atingir
guem economicamente. E o • que é mais curioso: o fundente natural que
vos, em relação
tornou a eletrometalurgía do alumínio viável — a criolita — até hoje só foi en
mento industrial, cingem-se, no fundo,
ceu, sòzinha, metade da produção mun
contrada, em quantidades comerciais, no
mais educada uma coletividade, mais
À temperatura de dez ou unte milhões de graus, for necida pela espolêtn de urânio 235 ou plutônio, esperam os físicos fundir, na
dial de tantalita. Ao monopólio carvoei-
nela ressaltam as fôrças coercitivas, o
superbomba de hidrogênio,
espírito de 'colaboração sem o qual as
de massa unitária, do deutério, do trí-
os Estados Unidos e a Rússia a lide
fiorde de Arlcsuk, na Groenlândia. Constituem estes exemplos bela e ex pressiva lição dos geólogos aos econo
rança do mundo. — Como teria podido,
mistas .
voram-se em magnatas do petróleo. Du
rante a última guerra, todos os segredos militares controlavam-se com o quartzo do Brasil, e a serra da Borborema forne
ro devem a Grã-Bretanha, a Alemanha,
a Inglaterra, dominar os mares sem suas inesgotáveis hulheiras ? Pela falta de carvão e petróleo, esboroou-se o efê mero império de Mussolini. A conquista da energia elétrica transformou o Cana-
E se acrescentarmos ao determinismo
geológico, os impedimentos geográficos — distância, clima, acidentes orográficos obstando ao transporte — e mais as intrincadas dificuldades políticas, com-
ao
à.s
de
reação
o Sol.
desenvolvi
deficiências
educacionais.
Quanto
os átomos
sociedades empacam, sem o qual a fôr-
cio e dos isótopos 6 e 7 do lítio, produ
ça viva das massas anula o pensamento criador dos escóis, sem o qual tôdas as
zindo verdadeira energia estelar.
energias se perdem, como se perde na queda livre a força das cachoeiras, nas
para a construção de reatores nucleares
vossorocas o húmus, e no mar revolto
são o urânio e o tório para escorvar as reações atômicas.
os batéis desgovernados.
Mas, seja para fabricar bombas, seja com objetivos pacíficos, insubstituíveis
60
Dícifsro Econômico
Digicsto
Econômico
amarelas terão, sem dú\'ida, regis
canadense, na maior part<' industrializa
dímio ele.) contendo dc 1 a 20% do óxi
zados lioje cm dia, vejamos o <iue, para
da em Chalk River.
do dc tório c pcrccntagens menores de
nosso proveito, se sabe dêles.
Quanto ao Brasil, .sabe-se que em inú meros diques dc pcgmatito de Minas
urânio.
Gerais, Rio de faneiro. Espírito Santo,
nhecimento, mesmo superficial, das
"É intuiti\'0 que um negócio como êstc só pode ser resoKido, com pro veito para o Estado, depois dc ostixr
E por falar nesses metais tão focali
Conhecem-se, em todo o mundo, ape nas três grandes fontes de urânio que
trada este fato: a Administração Pvi-
blica, até a(pii, tem resolvido sôbre
Ocorre em cristais, nos pegma
êsse importanlc assunto, sem ter co
titos, c sob a forma de areia, nas praias
são, em ordem de importância, o distri
Bahia, Pernambuc<;, Paraíba, Rio Gran
e leitos dc rios, acompanhada de ilmenita, rutilo, zirconita, granada c outros
to de Shinkolobwe no Catanga, Congo
de do Norte e Ceará ocorrem csporàdi- •
minerais densos.
sua.s verdadeiras condições.
Estendem-se as jazidas indianas no litoral que \ai do cabo Comoriin a
a mina El Dorado no Grande
camento óxidos cojnplcxos conliccidos
Lago do Urso, Canadá; e a histórica re gião mineira dc Jachymov, na fronteira
dos míneraiogistas pelos nomes de policrasitas, .samar.skita, euxenita, fergusonita, djalmaíta etc., com teores de 1 a
Quilon, na província de Tra\ancorc. São depósitos excepcionalmente grandes, com
o Govêrno convenientemente apare- "
da Tchecoslováquia com a
17%
trezcnto.s milhões de toneladas de ilme-
resultantes do seu estudo completo,
Belga;
Alemanha
Oriental.
Informações transmitidas da Alema
nha Ocidental mencionam que cem
mil trabalhadores operam no Erzgebirgü, tanto do lado da Boêmia como na Saxônia, extraindo minério de urânio para a Rússia. Os Estados Unidos obtêm a maior
de urânio.
Segundo o engenheiro Mário Pinto (Conmnicação â Academia Brasileira de
Ciências em 14 dc agosto dc 1945). a uranita de Picuí, na Paraíba, c a pechblenda dc Parelha.s,
Rio Grande do
Norte, chegam a conter 60% do referido metal,
parte do urânio, que utilizam na fabri
Com uma exploração intcnsixa dos
cação de explosivos atômicos, do Ca
pegmatitos, julga o professor Othon If. Leonardos (Herald Tribune, 5 de fe
nadá e Congo Belga. Os contratos de fornecimento foram assinados durante
vereiro de 1946) possí\ el produzir-.so no'
a guerra e são de natureza secreta. De 1944 para cá vêm os Estados Uni do.': importando de 9.000 a 12.000 to
Brasil umas cem toneladas anuais de
minério com 10% de-urânio. Na opi nião do professor Costa Ribeiro, a prospccção dessas jazidas é relati\'amentc fá
nita o dois milhões de toneladas de
tanto técnico como econômico.
nionazita.
manda a prudência instintiva que.
Rio, até Pôrto Seguro, na Balúa. As notícias leigas de que êsses depósito.s milhões
de
toneladas de areia
monazítica têm sido desmentidas pelos técnico.s.
Para estes, nossas reservas co
nhecidas somam tão poucti que êles sc
afligem pela exportação descontrolada, alegando que já embarcamos mais miné rio do que aquele que lemos, agora,
tanga, anualmente. A.S' possibilidades de urânio nos Es
cil com o contador de Geigcr, que já está sendo fabricado no Departamento
tando do assunto.
tados Unidos são limitadas.
e no Instituto Nacional de Tecnologia.
Não obs
tante, contavam-se, em setembro de
1949, no Planalto do Colorado, 287 ope
rações, empregando 720 mineiros e 170 motoristas,
A Comissão de Energia Atômica e.s-
dc Física da Universidade de São Paulo Em referencia à monazita — pràtica-
mento o único minério de tório — a
situação é a seguinte: duas regiões, uma na índia, outra no Brasil, monopolizix-
ram ate hoje a produção dêsse raro mi
os interes.sados ou os que lhes defen dem os interesses as fontes exclusivas onde se deve ir beber êsses elemen to.'? dc informação."
\'ai da barra do Paraíba, no Estado do
retêm
Em memorá\'el artigo sôbre "As areias monazíticas", estampado no número 6 dos Anaí.s da Escola de Minas, o en
E
mesmo com a sua boa-fé, não sefam
Os jazimcntos brasileiros mais impor tantes situam-se na orla marítima que
para industrializar. Não é de hoje que a Câmara vem tra
neladas de minério de urânio do Ca
lhado com todos os esclarecimentos
A história du extração e exportação de areias monazíticas é tão cheia de
peripécias, que daria matéria para gros so volume.
Mas um ligeiro esbôço re-
tro.spectivo torna-se imprescindível para
a perfeita compreensão do problema, que continua a exigir dos poderes públi cos solução adequada às necessidades de nossa indústria.
Data de 1884 a descoberta divulgada -por John Gordon, exportador de madei ras da Bahia, de que as praias de Cara
genheiro Arrojado Lisboa, escandalizado
velas a Prado mostravam-se, em certas
com a confusão que reinava no Congres
marés, atapetadas de um mineral ama
so, em 1902, nas discussões sôbre mo nazita. exclama: "Em verdade, dificilmente se en
relo, muito denso, que os professores Derbv c Gorceix verificaram ser mona zita,
■$ 3,50 per libra de óxido de urânio
nério. Localizam-se as demais ocor rências no Ceilão, Indonésia, Estados
contrará matéria que tenha sido mais
Espírito prático, tratou Gordon de
contida nos minérios de primeira classe e
Unidos, Noruega, Austrália etc. e, com
revolvida nesta última dúzia de anos,
paga, ainda, uma quantia secreta, que aparentemente é de 5 dólares por libra,
exclusão da primeira, x>arecem ser de in-
sempre afastada da sua linica e na
conseguir mercado para aquele minério, o que não deve ter sido fácil, pois não
teiêsse
tural solução.
tabeleceu uma remuneração mínima de
pelo minera] do Congo Belga. Faz-se silêncio sôbre a atiud produção
secundário,
A monazita é um fosfato dc terras ra
ras (cério, lantânio, rí^odímio, praseo- ' ,
"Oi que têm acompanhado essa tão decantada questão das areias
havia, então, procura maior pelas terras raras, nem aplicação qualquer para o tório.
60
Dícifsro Econômico
Digicsto
Econômico
amarelas terão, sem dú\'ida, regis
canadense, na maior part<' industrializa
dímio ele.) contendo dc 1 a 20% do óxi
zados lioje cm dia, vejamos o <iue, para
da em Chalk River.
do dc tório c pcrccntagens menores de
nosso proveito, se sabe dêles.
Quanto ao Brasil, .sabe-se que em inú meros diques dc pcgmatito de Minas
urânio.
Gerais, Rio de faneiro. Espírito Santo,
nhecimento, mesmo superficial, das
"É intuiti\'0 que um negócio como êstc só pode ser resoKido, com pro veito para o Estado, depois dc ostixr
E por falar nesses metais tão focali
Conhecem-se, em todo o mundo, ape nas três grandes fontes de urânio que
trada este fato: a Administração Pvi-
blica, até a(pii, tem resolvido sôbre
Ocorre em cristais, nos pegma
êsse importanlc assunto, sem ter co
titos, c sob a forma de areia, nas praias
são, em ordem de importância, o distri
Bahia, Pernambuc<;, Paraíba, Rio Gran
e leitos dc rios, acompanhada de ilmenita, rutilo, zirconita, granada c outros
to de Shinkolobwe no Catanga, Congo
de do Norte e Ceará ocorrem csporàdi- •
minerais densos.
sua.s verdadeiras condições.
Estendem-se as jazidas indianas no litoral que \ai do cabo Comoriin a
a mina El Dorado no Grande
camento óxidos cojnplcxos conliccidos
Lago do Urso, Canadá; e a histórica re gião mineira dc Jachymov, na fronteira
dos míneraiogistas pelos nomes de policrasitas, .samar.skita, euxenita, fergusonita, djalmaíta etc., com teores de 1 a
Quilon, na província de Tra\ancorc. São depósitos excepcionalmente grandes, com
o Govêrno convenientemente apare- "
da Tchecoslováquia com a
17%
trezcnto.s milhões de toneladas de ilme-
resultantes do seu estudo completo,
Belga;
Alemanha
Oriental.
Informações transmitidas da Alema
nha Ocidental mencionam que cem
mil trabalhadores operam no Erzgebirgü, tanto do lado da Boêmia como na Saxônia, extraindo minério de urânio para a Rússia. Os Estados Unidos obtêm a maior
de urânio.
Segundo o engenheiro Mário Pinto (Conmnicação â Academia Brasileira de
Ciências em 14 dc agosto dc 1945). a uranita de Picuí, na Paraíba, c a pechblenda dc Parelha.s,
Rio Grande do
Norte, chegam a conter 60% do referido metal,
parte do urânio, que utilizam na fabri
Com uma exploração intcnsixa dos
cação de explosivos atômicos, do Ca
pegmatitos, julga o professor Othon If. Leonardos (Herald Tribune, 5 de fe
nadá e Congo Belga. Os contratos de fornecimento foram assinados durante
vereiro de 1946) possí\ el produzir-.so no'
a guerra e são de natureza secreta. De 1944 para cá vêm os Estados Uni do.': importando de 9.000 a 12.000 to
Brasil umas cem toneladas anuais de
minério com 10% de-urânio. Na opi nião do professor Costa Ribeiro, a prospccção dessas jazidas é relati\'amentc fá
nita o dois milhões de toneladas de
tanto técnico como econômico.
nionazita.
manda a prudência instintiva que.
Rio, até Pôrto Seguro, na Balúa. As notícias leigas de que êsses depósito.s milhões
de
toneladas de areia
monazítica têm sido desmentidas pelos técnico.s.
Para estes, nossas reservas co
nhecidas somam tão poucti que êles sc
afligem pela exportação descontrolada, alegando que já embarcamos mais miné rio do que aquele que lemos, agora,
tanga, anualmente. A.S' possibilidades de urânio nos Es
cil com o contador de Geigcr, que já está sendo fabricado no Departamento
tando do assunto.
tados Unidos são limitadas.
e no Instituto Nacional de Tecnologia.
Não obs
tante, contavam-se, em setembro de
1949, no Planalto do Colorado, 287 ope
rações, empregando 720 mineiros e 170 motoristas,
A Comissão de Energia Atômica e.s-
dc Física da Universidade de São Paulo Em referencia à monazita — pràtica-
mento o único minério de tório — a
situação é a seguinte: duas regiões, uma na índia, outra no Brasil, monopolizix-
ram ate hoje a produção dêsse raro mi
os interes.sados ou os que lhes defen dem os interesses as fontes exclusivas onde se deve ir beber êsses elemen to.'? dc informação."
\'ai da barra do Paraíba, no Estado do
retêm
Em memorá\'el artigo sôbre "As areias monazíticas", estampado no número 6 dos Anaí.s da Escola de Minas, o en
E
mesmo com a sua boa-fé, não sefam
Os jazimcntos brasileiros mais impor tantes situam-se na orla marítima que
para industrializar. Não é de hoje que a Câmara vem tra
neladas de minério de urânio do Ca
lhado com todos os esclarecimentos
A história du extração e exportação de areias monazíticas é tão cheia de
peripécias, que daria matéria para gros so volume.
Mas um ligeiro esbôço re-
tro.spectivo torna-se imprescindível para
a perfeita compreensão do problema, que continua a exigir dos poderes públi cos solução adequada às necessidades de nossa indústria.
Data de 1884 a descoberta divulgada -por John Gordon, exportador de madei ras da Bahia, de que as praias de Cara
genheiro Arrojado Lisboa, escandalizado
velas a Prado mostravam-se, em certas
com a confusão que reinava no Congres
marés, atapetadas de um mineral ama
so, em 1902, nas discussões sôbre mo nazita. exclama: "Em verdade, dificilmente se en
relo, muito denso, que os professores Derbv c Gorceix verificaram ser mona zita,
■$ 3,50 per libra de óxido de urânio
nério. Localizam-se as demais ocor rências no Ceilão, Indonésia, Estados
contrará matéria que tenha sido mais
Espírito prático, tratou Gordon de
contida nos minérios de primeira classe e
Unidos, Noruega, Austrália etc. e, com
revolvida nesta última dúzia de anos,
paga, ainda, uma quantia secreta, que aparentemente é de 5 dólares por libra,
exclusão da primeira, x>arecem ser de in-
sempre afastada da sua linica e na
conseguir mercado para aquele minério, o que não deve ter sido fácil, pois não
teiêsse
tural solução.
tabeleceu uma remuneração mínima de
pelo minera] do Congo Belga. Faz-se silêncio sôbre a atiud produção
secundário,
A monazita é um fosfato dc terras ra
ras (cério, lantânio, rí^odímio, praseo- ' ,
"Oi que têm acompanhado essa tão decantada questão das areias
havia, então, procura maior pelas terras raras, nem aplicação qualquer para o tório.
■9
m-
02
Digesto
Econômico
Auer von Welsbacb, de utilização das
Gordon consegue, por despacho do De legado Fiscal na Bahia, do 19 de ja
terras raras para aumentar o poder ilu-
neiro de 189S, o aforamento de uma
niinante da chama de gás. A princípio
fai.xa de marinha com '1.851 de compri mento c 33 metros do largura, cm Co-
Data de 1885 a primeira patente do
esses sais são obtidos de minério.s suecos. Mas com o oferecimento da nionazita do
Brasil, são feitas experiências coroadas
de sucesso, principalmente pelo tório, razão da nova patente datada de 1886. O bico Auer com os véus de nitrato
de tório toma-se de tal modo popular que as encomendas de monazita feitas a Gordon crescem continuamente.
Mas só em 1890. pelas denúncias da imprensa, tomou o Governo da Bahia
conhecimento de que umas quinze mil toneladas de areia monazítica já haviam sido exportadas clandestinamente como lastfo de navios. Envia o Govêmo baia
no o engenheiro Henrique Praguer, para ijivestigar na Europa os mercados pos síveis para a monazita.
Nenhum efei-
to prático tiveram, entretanto, as pro\'idênciaf oficiais.
Passado o alarde, consegue John Gor don, em 1896, concessão da Câmara
Municipal de Prado, e do Governo Es tadual, para extrair nionazita nos terre nos devoIuto.s e de marinha, e de par'ticulares adquire o direito de minerar
moxatiba, onde se encontravam os mais
ricos depósitos de; mnna/ita do Brasil,
])icF.sTü Econômico
sitos se refazem eontiimamento com as
\agas, Por outro lado. a descoberta, cm 1898, pelos irmãos Aníbal c Dioclécio Borges, dos ricos depósitos de Guaiapari, atrai a atenção dc Gordon para o
zenda
novamente
ein
concorrência
a
extração, pelo período de seis anos, da monazita existente em terrenos de ma
rinha.
É vencedora a proposta do en
genheiro Maurício Isralson, representan te da firma Augusto C. de Freitas, de
Espírita Santo.
Em 1889, Carlos Schnilzpahn desco
Hamburgo, que oferece pagar ao Go
c nos anos que se seguem inteu.sifica a
bre monazita entre o rio São Mateus e
extração do areia. Em 1898, o Go\êrno da Bahia deu
a barra do Mocuri, c obtém concessão
te a 40% do preço da monazita nos mercados europeus, para um mínimo
concessões para extração de nionazita
do Estado para extrair minério nesse trecho do litoral, e outra da Câmara da
de 1.200 toneladas anuais.
a
Ribeiro
Manoel
&
Cia,.
Duarte.
S.
S.
Scbindlcr
e
SimiiUàncamcutc, o
Conselheiro Luís Viana, governador do Estado, manda o dr. Alfredo dc Brito
estudar na Europa o mellior aproveita
mento dn dito minério. Apura esse mé dico que, cm \úrtiide da.s exportações exageradas do Gordon, o preço da mo nazita, que fora dc £ 85 na primeira \'enda, baixara a £30 em 1893, a £22
em 1895, caindo até £8 em 1897. Em 1900 as concessões estaduais ca
ducam. O preço da monazita se res tabelece. Mas como a nata dos depó•sitos já ba\'ia sido extraída, o custo de produção aumenta. • Toma-se necessário concentrar melhor as areias para econo
mizar as despesas dc frete.
Barra do São Mateus para minerar nos
terrenos
da
municipalidade.
Gordon,
porém, não dcseja\'a concorrentes no lucrativo negócio, e de suas insinuações
vêmo Brasileiro uma quantia equivalen
Prepostos de Isralson, os irmãos Ma noel Barbosa Pereira Borges é Dioclé
cio Barbosa Borges dirigem a extração
resulta a lei n." 741, de 21 dc dezem
de monazita nas marinhas do Espírito Santo. As primeiras c.xportações foram
bro de 1906, que cslabelccc a autorida de do Govêrno Federal para conceder
feitas em 1900, para Hamburgo. No Primeiro Convênio do Tório, rea
lavra de areia monazítica nos terrenos
lizado na Alemanha em 1902, é fi
de marinha, do domínio da União.
xado o preço da monazita em £ 30 a tonelada, na base de 5 % de óxido de
Premido pelas reclamações dos inte ressados, resoI\-e, em 1901, o niinistro
Joaquim Murtinho, abrir concorrência para a exploração, pelo prazo de dez anos, de monazita nas marinhas da Bahia e Espírito Santo.
tório. Mas como a luta comercial entre
John Gordon e Augusto de Freitas ameaça os negócios, é convocado o Se
gundo Convênio do Tório, o qual de cide que o fornecimento das 1.500 to
Entram na competição John Gordon, João Maria da Silva Jr. e a firma Carlos
neladas de monazita consumida pelas in dústrias européias e norte-americanas se
Schnitzpalm & Cia. que é a vitoriosa.
ria repartido igualmente entre os dois
produtores brasileiios.
Parcos os dados relativos a essa fase
Instala Gondon na ponta de Comn•xatiba lavadores e separadores magné ticos e continua a exportar o minério até
Mas como não presta caução no prazo
estipulado, a concessão ó declarada ca duca por despacho dc 21 de junho de
bretudo, do minério doméstico, produzi
da mineração de Gordon no sul da
1916, quando assina, cm 16 de dezom-
1902.
do na Caroliua do Norte, Carolina do
em suas terras.
IJaliia.
Sabe-se apenas que, em 1895,
brc/p na Procuradoria Geral da F-az<?n-
deram entrada no porto de Hamburgo
da Pública, a desistência do aforamento
tcrio da
S.OOO
toneladas
de
areia
monazítica
InteqDrctando a lei n.° 741, o MinisFazenda tenta embargar a
A indiistria americana se supre, so
Sul, Idaho e Virgínia.
A produção foi
sempre baixa; de 250 toneladas anuais, cm média, no período 1893-1902.
das marinhas dn Prado, em troca do di
lavra de Gordon.
bra.sileira.
reito de extrair e exportar areias numa
dificuldade,
novo contrato
Para evitar que outras firmas ope
Enquanto Gordon exporta, sem peías, a monazita do Prado, clama a i.npren-
outra faixa marítima de igual extensão,
com o Govêrno da Bahia para explorar
rem no Brasil, Gordon e Freitas abarro
por ele indicada. íá se .achava, então, prâticaniente exaurida a jazida de Comoxatiba. Mas
monazita cm terrenos devolutos.
tam os mercados.
mo a fiscalização é nula, continua a
sa contra as inconveniências dos embarfjues.
Sendo federal a jurisdição dos
terrenos de marinha, a lavra de Como-
êle encobre a verdade com a mistifica
xatiba é apontada como irregular.
ção, muito repetida, de que os depó-
Mas
Mas êle contorna a
celebrando
E co
operar nas praias, onde a remoção das areias' é mais fácil e não deixa vestígios.
Em 1903, pàe o Ministério da Fa
Assim é que, em
1904, chegam em Hamburgo 9.000 to neladas de monazita, suficientes para o consumo europeu durante vários anos.
Gordon continua a fazer tudo o que
■9
m-
02
Digesto
Econômico
Auer von Welsbacb, de utilização das
Gordon consegue, por despacho do De legado Fiscal na Bahia, do 19 de ja
terras raras para aumentar o poder ilu-
neiro de 189S, o aforamento de uma
niinante da chama de gás. A princípio
fai.xa de marinha com '1.851 de compri mento c 33 metros do largura, cm Co-
Data de 1885 a primeira patente do
esses sais são obtidos de minério.s suecos. Mas com o oferecimento da nionazita do
Brasil, são feitas experiências coroadas
de sucesso, principalmente pelo tório, razão da nova patente datada de 1886. O bico Auer com os véus de nitrato
de tório toma-se de tal modo popular que as encomendas de monazita feitas a Gordon crescem continuamente.
Mas só em 1890. pelas denúncias da imprensa, tomou o Governo da Bahia
conhecimento de que umas quinze mil toneladas de areia monazítica já haviam sido exportadas clandestinamente como lastfo de navios. Envia o Govêmo baia
no o engenheiro Henrique Praguer, para ijivestigar na Europa os mercados pos síveis para a monazita.
Nenhum efei-
to prático tiveram, entretanto, as pro\'idênciaf oficiais.
Passado o alarde, consegue John Gor don, em 1896, concessão da Câmara
Municipal de Prado, e do Governo Es tadual, para extrair nionazita nos terre nos devoIuto.s e de marinha, e de par'ticulares adquire o direito de minerar
moxatiba, onde se encontravam os mais
ricos depósitos de; mnna/ita do Brasil,
])icF.sTü Econômico
sitos se refazem eontiimamento com as
\agas, Por outro lado. a descoberta, cm 1898, pelos irmãos Aníbal c Dioclécio Borges, dos ricos depósitos de Guaiapari, atrai a atenção dc Gordon para o
zenda
novamente
ein
concorrência
a
extração, pelo período de seis anos, da monazita existente em terrenos de ma
rinha.
É vencedora a proposta do en
genheiro Maurício Isralson, representan te da firma Augusto C. de Freitas, de
Espírita Santo.
Em 1889, Carlos Schnilzpahn desco
Hamburgo, que oferece pagar ao Go
c nos anos que se seguem inteu.sifica a
bre monazita entre o rio São Mateus e
extração do areia. Em 1898, o Go\êrno da Bahia deu
a barra do Mocuri, c obtém concessão
te a 40% do preço da monazita nos mercados europeus, para um mínimo
concessões para extração de nionazita
do Estado para extrair minério nesse trecho do litoral, e outra da Câmara da
de 1.200 toneladas anuais.
a
Ribeiro
Manoel
&
Cia,.
Duarte.
S.
S.
Scbindlcr
e
SimiiUàncamcutc, o
Conselheiro Luís Viana, governador do Estado, manda o dr. Alfredo dc Brito
estudar na Europa o mellior aproveita
mento dn dito minério. Apura esse mé dico que, cm \úrtiide da.s exportações exageradas do Gordon, o preço da mo nazita, que fora dc £ 85 na primeira \'enda, baixara a £30 em 1893, a £22
em 1895, caindo até £8 em 1897. Em 1900 as concessões estaduais ca
ducam. O preço da monazita se res tabelece. Mas como a nata dos depó•sitos já ba\'ia sido extraída, o custo de produção aumenta. • Toma-se necessário concentrar melhor as areias para econo
mizar as despesas dc frete.
Barra do São Mateus para minerar nos
terrenos
da
municipalidade.
Gordon,
porém, não dcseja\'a concorrentes no lucrativo negócio, e de suas insinuações
vêmo Brasileiro uma quantia equivalen
Prepostos de Isralson, os irmãos Ma noel Barbosa Pereira Borges é Dioclé
cio Barbosa Borges dirigem a extração
resulta a lei n." 741, de 21 dc dezem
de monazita nas marinhas do Espírito Santo. As primeiras c.xportações foram
bro de 1906, que cslabelccc a autorida de do Govêrno Federal para conceder
feitas em 1900, para Hamburgo. No Primeiro Convênio do Tório, rea
lavra de areia monazítica nos terrenos
lizado na Alemanha em 1902, é fi
de marinha, do domínio da União.
xado o preço da monazita em £ 30 a tonelada, na base de 5 % de óxido de
Premido pelas reclamações dos inte ressados, resoI\-e, em 1901, o niinistro
Joaquim Murtinho, abrir concorrência para a exploração, pelo prazo de dez anos, de monazita nas marinhas da Bahia e Espírito Santo.
tório. Mas como a luta comercial entre
John Gordon e Augusto de Freitas ameaça os negócios, é convocado o Se
gundo Convênio do Tório, o qual de cide que o fornecimento das 1.500 to
Entram na competição John Gordon, João Maria da Silva Jr. e a firma Carlos
neladas de monazita consumida pelas in dústrias européias e norte-americanas se
Schnitzpalm & Cia. que é a vitoriosa.
ria repartido igualmente entre os dois
produtores brasileiios.
Parcos os dados relativos a essa fase
Instala Gondon na ponta de Comn•xatiba lavadores e separadores magné ticos e continua a exportar o minério até
Mas como não presta caução no prazo
estipulado, a concessão ó declarada ca duca por despacho dc 21 de junho de
bretudo, do minério doméstico, produzi
da mineração de Gordon no sul da
1916, quando assina, cm 16 de dezom-
1902.
do na Caroliua do Norte, Carolina do
em suas terras.
IJaliia.
Sabe-se apenas que, em 1895,
brc/p na Procuradoria Geral da F-az<?n-
deram entrada no porto de Hamburgo
da Pública, a desistência do aforamento
tcrio da
S.OOO
toneladas
de
areia
monazítica
InteqDrctando a lei n.° 741, o MinisFazenda tenta embargar a
A indiistria americana se supre, so
Sul, Idaho e Virgínia.
A produção foi
sempre baixa; de 250 toneladas anuais, cm média, no período 1893-1902.
das marinhas dn Prado, em troca do di
lavra de Gordon.
bra.sileira.
reito de extrair e exportar areias numa
dificuldade,
novo contrato
Para evitar que outras firmas ope
Enquanto Gordon exporta, sem peías, a monazita do Prado, clama a i.npren-
outra faixa marítima de igual extensão,
com o Govêrno da Bahia para explorar
rem no Brasil, Gordon e Freitas abarro
por ele indicada. íá se .achava, então, prâticaniente exaurida a jazida de Comoxatiba. Mas
monazita cm terrenos devolutos.
tam os mercados.
mo a fiscalização é nula, continua a
sa contra as inconveniências dos embarfjues.
Sendo federal a jurisdição dos
terrenos de marinha, a lavra de Como-
êle encobre a verdade com a mistifica
xatiba é apontada como irregular.
ção, muito repetida, de que os depó-
Mas
Mas êle contorna a
celebrando
E co
operar nas praias, onde a remoção das areias' é mais fácil e não deixa vestígios.
Em 1903, pàe o Ministério da Fa
Assim é que, em
1904, chegam em Hamburgo 9.000 to neladas de monazita, suficientes para o consumo europeu durante vários anos.
Gordon continua a fazer tudo o que
Dicrsto Econômico
u seu alcance para evitar «s Iraba-
Ihos dos irmãos Borges em Guaraparí. Adquire terrenos confrontantes com os
ela concessão de Isralson e procura em bargar a extração da monazíta, denunoiando que ela está sendo feita fora dos
terrenos de marinlia demarcados 'pela comissão estadual.
Por portaria de 28 de Fevereiro de
1903, o Ministro José Leopoldo de Bulliões Jardim designou uma comissão che fiada pelo engenheiro Teodósio Silveira da Mota para demarcar os terrenos do
domínio da União c cubar as jazidas de areia monazitica nêles existentes. Desempenhando-se da missão no de correr de 1903, apresenta o eng. Silvei ra da Mota magnífico relatório, secun
do o qual fica apurado que as principais
poderia
coIIut, sem
ofensa á jinsla rcnuincração do Iralxilho dos criadores desta riqueza. Ê a própria organização da indústria da monazita no Brasil que cumpre mo dificar.
"Das criticas, por vèzos acerbas, mas sempre justas, feitas òm 1902 pelo dr. Miguel Li.sboa contra o sin
gular desconhecimento deste proble ma, patenteado pelo.s auxiliares pro fissionais do Ministério da Fazenda,
sobre os quais recai a responsabili dade dos erros técnicos até hoje ain da não resgatados senão em parte, algumas já produziram seu.s efeitos benéfico.^t.
"Já se mandou proceder á demar
jazidas situadas no litoral ao sul de
cação dos terreno.s de marinha, prin
Vitória encerram uma reserva global de 89.227 toneladas de areia bruta, equi
surgido..,
valentes a 49.354 toneladas de monazita pura.
cipal causa dos conflitos qucs têm "Os dois mais graves defeitos da
solução adotada pelo governo fe
Verifica a mesma comissão que não
deral... residem na eliminação da
só Isralson, mas também Gordon vêm extraindo monazita nas marinhas de Guarapari, com autorização do Minis
concorrência real para produzir-se o
tro da Fazenda.
Do inigualável Calógeras são os con ceitos seguintes, extraídos do seu mo
i
zoàvelmcntc
numental estudo "As Minas do Brasil e suas Legislação", datado de 1904: "... Urge estudarmos os meios de
aproveitar o monopólio natural que possuímos como produtores de mo nazita. Do grande serviço prestado
gênero, e em não pnnnover o apro veitamento industrial da.s jazidas den tro do nosso país."
Argumentando que a venda da mo nazita "in natura" se presta u falsifica ção do preços, Calógeras conclui que o meio de corrigir o mal está em sub.s-
Dicesto Econômico
65
mente, e a má distribuição econômi
de neodímio, de lantánio etc.). O
ca déssc lucro.
primeiro motivo não procede: se, para obter-se o tório, na Alemanha
"Para caracterizar a ação oficial
nesta questão da monazita de 1894 até hoje, basta dizer que, tendo,
importam areias onde êle existe na
após á elaboração industrial, o valor
do 2:800$000 um só dos produtos
importar, para o mesmo fim, as subs tâncias químicas necessárias às rea
obtidos pelo aproveitamento da to
ções, em quantidade ponderai muito
nelada de areias monazíticas, nenlm-
ma providência foi tomada, estan
do elas ao alcance dos poderes pú blicos, para elevar acima de 60$00(), no máximo, a cota que fica no Bra
proporção de 4%, não poderemos nós
menor?"
Depois dc confessar que "o único obstáculo está cm possuir exatamente, e em prática corrente, os processos de se paração das terras raras", conclui:
Tudo indica a urgência, portan
sil ...
"Foi jDor assim pensar que na im prensa diária, um engenheiro estu dioso, o dr. Miguel Lisboa, levantou
to, de sairmos do limbo de erros em que tem penado a questão da mo nazita brasileira, e uma única solu
o primeiro protesto fundamentado
ção lógica, econômica e científica se
contra a série de dispautérios que iam
impõe para o caso: nacionalizar esta
sendo cometidos neste assunto. Obe
indústria."
decendo à mesmo orientação cientí
fica, uma voz autorizada se fez ouvir
Notem bem, ilustres senhores depu tados, que, há já quase meio século, a
no Congresso Federal, a do eminen
opinião desta Casa, orientada por Fran
te deputado Francisco Sá, engenhei ro de minas, conhecedor do proble
cisco Sá e Pandiá Calógeras, era a de
ma.
monazita em bruto, industrializá-la no país, e exportar os produtos elaborados.
Ainda nessa mesma ordem de
idéia, e para atender à magnitude dos interesses nacionais em jogo, uma emenda foi apresentada ao or
çamento da indústria," e hoje figu ra na lei da despesa para o exer
que devíamos obstar os embarques da Continuemos, .porém, a acompanhar cs negócios de areia monazitica.
'Em 1907 e.xpira o Acordo do Tório e, em 1910, o contrato de Maurício Isral
tituir a venda do produto bruto pela da substancia química correspondente já
cício corrente, subscrita pelo mes mo deputado, pelo dr. Sérgio Sabóia e pelo autor do presente trabalho, mandando proceder aos estudos ne
elaborada."
cessários para a nacionalização da in
È.spírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia;
dústria do tório.
con-trói engenhos de concentração magnética em Guarapari e Itapemirim e remete a monazita beneficiada para a sua usina química de Clichy.
"Outros motivos ainda levam
a
ao Brasil com a descoberta e a valo
advogar essa transformação indus
rização dos bancos monazíticos, quem lucra por enquanto, são o descobri
trial, tão necessária aos interesses da coletividade brasileira: entre êles es
dor, os contratantes com o Tesouro, e êste, em certa escala. A coletivi
sil aufere da exploração destes mi
dade não aufere os lucros que ra-
nérios, feita como está sendo atual-
tão o insignificante lucro que o Bra
"Contra êste modo de proceder tem-se argumentado com a dificul
dade de importação de matériasprimas para a elaboração das areias 6 com a dificuldade de mercado para os produtos acessórios (sais de cérío,
son.
A partir de 1906, a "Societé Minière et Industrièlle Franco-Brésilíenne" ad quire glebas particulares no litoral do
Associado com Freitas e os irmãos
Borges, adquire Isralson propriedades em Piúma e continua a exportar o mi-
Dicrsto Econômico
u seu alcance para evitar «s Iraba-
Ihos dos irmãos Borges em Guaraparí. Adquire terrenos confrontantes com os
ela concessão de Isralson e procura em bargar a extração da monazíta, denunoiando que ela está sendo feita fora dos
terrenos de marinlia demarcados 'pela comissão estadual.
Por portaria de 28 de Fevereiro de
1903, o Ministro José Leopoldo de Bulliões Jardim designou uma comissão che fiada pelo engenheiro Teodósio Silveira da Mota para demarcar os terrenos do
domínio da União c cubar as jazidas de areia monazitica nêles existentes. Desempenhando-se da missão no de correr de 1903, apresenta o eng. Silvei ra da Mota magnífico relatório, secun
do o qual fica apurado que as principais
poderia
coIIut, sem
ofensa á jinsla rcnuincração do Iralxilho dos criadores desta riqueza. Ê a própria organização da indústria da monazita no Brasil que cumpre mo dificar.
"Das criticas, por vèzos acerbas, mas sempre justas, feitas òm 1902 pelo dr. Miguel Li.sboa contra o sin
gular desconhecimento deste proble ma, patenteado pelo.s auxiliares pro fissionais do Ministério da Fazenda,
sobre os quais recai a responsabili dade dos erros técnicos até hoje ain da não resgatados senão em parte, algumas já produziram seu.s efeitos benéfico.^t.
"Já se mandou proceder á demar
jazidas situadas no litoral ao sul de
cação dos terreno.s de marinha, prin
Vitória encerram uma reserva global de 89.227 toneladas de areia bruta, equi
surgido..,
valentes a 49.354 toneladas de monazita pura.
cipal causa dos conflitos qucs têm "Os dois mais graves defeitos da
solução adotada pelo governo fe
Verifica a mesma comissão que não
deral... residem na eliminação da
só Isralson, mas também Gordon vêm extraindo monazita nas marinhas de Guarapari, com autorização do Minis
concorrência real para produzir-se o
tro da Fazenda.
Do inigualável Calógeras são os con ceitos seguintes, extraídos do seu mo
i
zoàvelmcntc
numental estudo "As Minas do Brasil e suas Legislação", datado de 1904: "... Urge estudarmos os meios de
aproveitar o monopólio natural que possuímos como produtores de mo nazita. Do grande serviço prestado
gênero, e em não pnnnover o apro veitamento industrial da.s jazidas den tro do nosso país."
Argumentando que a venda da mo nazita "in natura" se presta u falsifica ção do preços, Calógeras conclui que o meio de corrigir o mal está em sub.s-
Dicesto Econômico
65
mente, e a má distribuição econômi
de neodímio, de lantánio etc.). O
ca déssc lucro.
primeiro motivo não procede: se, para obter-se o tório, na Alemanha
"Para caracterizar a ação oficial
nesta questão da monazita de 1894 até hoje, basta dizer que, tendo,
importam areias onde êle existe na
após á elaboração industrial, o valor
do 2:800$000 um só dos produtos
importar, para o mesmo fim, as subs tâncias químicas necessárias às rea
obtidos pelo aproveitamento da to
ções, em quantidade ponderai muito
nelada de areias monazíticas, nenlm-
ma providência foi tomada, estan
do elas ao alcance dos poderes pú blicos, para elevar acima de 60$00(), no máximo, a cota que fica no Bra
proporção de 4%, não poderemos nós
menor?"
Depois dc confessar que "o único obstáculo está cm possuir exatamente, e em prática corrente, os processos de se paração das terras raras", conclui:
Tudo indica a urgência, portan
sil ...
"Foi jDor assim pensar que na im prensa diária, um engenheiro estu dioso, o dr. Miguel Lisboa, levantou
to, de sairmos do limbo de erros em que tem penado a questão da mo nazita brasileira, e uma única solu
o primeiro protesto fundamentado
ção lógica, econômica e científica se
contra a série de dispautérios que iam
impõe para o caso: nacionalizar esta
sendo cometidos neste assunto. Obe
indústria."
decendo à mesmo orientação cientí
fica, uma voz autorizada se fez ouvir
Notem bem, ilustres senhores depu tados, que, há já quase meio século, a
no Congresso Federal, a do eminen
opinião desta Casa, orientada por Fran
te deputado Francisco Sá, engenhei ro de minas, conhecedor do proble
cisco Sá e Pandiá Calógeras, era a de
ma.
monazita em bruto, industrializá-la no país, e exportar os produtos elaborados.
Ainda nessa mesma ordem de
idéia, e para atender à magnitude dos interesses nacionais em jogo, uma emenda foi apresentada ao or
çamento da indústria," e hoje figu ra na lei da despesa para o exer
que devíamos obstar os embarques da Continuemos, .porém, a acompanhar cs negócios de areia monazitica.
'Em 1907 e.xpira o Acordo do Tório e, em 1910, o contrato de Maurício Isral
tituir a venda do produto bruto pela da substancia química correspondente já
cício corrente, subscrita pelo mes mo deputado, pelo dr. Sérgio Sabóia e pelo autor do presente trabalho, mandando proceder aos estudos ne
elaborada."
cessários para a nacionalização da in
È.spírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia;
dústria do tório.
con-trói engenhos de concentração magnética em Guarapari e Itapemirim e remete a monazita beneficiada para a sua usina química de Clichy.
"Outros motivos ainda levam
a
ao Brasil com a descoberta e a valo
advogar essa transformação indus
rização dos bancos monazíticos, quem lucra por enquanto, são o descobri
trial, tão necessária aos interesses da coletividade brasileira: entre êles es
dor, os contratantes com o Tesouro, e êste, em certa escala. A coletivi
sil aufere da exploração destes mi
dade não aufere os lucros que ra-
nérios, feita como está sendo atual-
tão o insignificante lucro que o Bra
"Contra êste modo de proceder tem-se argumentado com a dificul
dade de importação de matériasprimas para a elaboração das areias 6 com a dificuldade de mercado para os produtos acessórios (sais de cérío,
son.
A partir de 1906, a "Societé Minière et Industrièlle Franco-Brésilíenne" ad quire glebas particulares no litoral do
Associado com Freitas e os irmãos
Borges, adquire Isralson propriedades em Piúma e continua a exportar o mi-
'W
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Dici-isTo Econômico
69
tiério pura H-uinburgo, [ité 1913, cpianclo
ras extraídos da monazita, jxissou-se a
oii prc(,-()S decrescentes dii monazita tor
fabricar as ligas pírofóricas dos isquei
nam o negócio desinteressante. Daí por
ros.
diante a "Sociétc Franco-Brésilienne"
aplicado nos \"éus incand<'seenlc.s para as
exporta, • sozinha, monazita, para fia própria, até 1923, quando deixou o Brasil de figurar como produtor daquele
lâmpadas a ga.scjliiia e <[uero.sene, para
minério.
lúrgicas do cério.
Desde a Primeira Guerra Mundial que
Continua o nitrato de tório a ser
tirar o brillio do "rayon", etc.
São,
enfim, numerosas as aplicações meta
DicrsTo Eoonô.mico
dc não ter jamais conseguido conhecer-
nazita e minérios uranífcros. Seus com
lhos os térmo.s.
panheiros pensam da mesma maneira.
Os americanos, <pu« não pudcTain ja
Nao imporia o preço açucarado que as
mais produzir monazita a monos tio
indústrias nllramarinas possam oferecer
$ 200 a tonelada, mesmo ao tempo dos baixf).s salários no ctunéço do século, fi
pelos nossos minérios. O urânio 235 custa hoje mais do que o ouro c certa
xaram, durante a guena, o preço da
mente o valor do tório ultrapassará amanhã o dos metais preciosos.
monazita, na l>asc de 5 a 5,99 % de
torno dc 3.500 a 4.000 toiteladas anual
lenlim Bouça.s, o Departamento Nacional
Assim também pensa a Comissão de Minerais Estratégicos do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo coro
elétrica a procura dos véus incandescen-
mente.
cia Produção Mineral, com base cm por
nel Bcmardino Con-ca de Matos.
tc.s de tório diminuiu mas novás apli
dústrias de terras raras na Alemanha.
cações das terras raras mantém as ne
.4ustria, França, Inglaterra, Tchecosloxáíjuia, Portugal o Estados Unidos. A
taria da Coordenação da Mobilização Econômica, conseguiu clexar o preço
ilmeníticas do Espírito Sajito", publica
da monazita até $ 250, valor que figura
da no boletim 83 da Divisão de Fo
os Estados Unidos haviam desistido da mineração da monazita.
Com o desenvolvimento da iluminação
cessidades de monazita.
Passando a c.xportar ilmeníta em gran de escala, dispõe a índia, agora, de quantidades cumulativas de monazita,
obtida como subproduto, por preços que não poderiam ser conseguidos cm ne nhuma outra parte. Além disso, a mo nazita do Travancore encerra em mé
dia 9 a 30% de torina, quando o minério brasileiro contém de 5 a 6% dessa base.
Ante.s da Segunda Guerra, o consu
oxido de tório, em S32. Mas, não obs
mo mundial dc monazila osci)a\a em
tante o coinénio iissinado pelo Sr. Va-
Sedia\ani-so as principais in
Na monografia "Areias monazíticas e
indústria americana ora, etilão, inodcs-
nof: contratos aprox-ados para 1950.
mento da Produção Mineral, conclui o
la, com o consumo médio anual de 855
engenheiro Rcsk Frahya, com a aprox'a-
estoque de guerra, a média da impor
Na realidade, o aumento de preço so mente SC tornou possíx cl porque o go\'êrno independente da índia rcx'ogando o con\'énio firmado pelo Príncipe dc
tação subiu a quase 4.000 toneladas.
Travancore, proibiu lolnlmente a expor
plorações, não \'ão além de "50.000 to
lUceando que o tório pudesse ser desviado para armas atômicas, acH)rdaram, cm 1945, americanos e ingleses, no sentido de que a Grã-Bretanha e os
tação dc monazita em bruto. O motivo que levou os físicos india
neladas c que, por conseguinte, as ex
toneladas no período 3931-39. Mas nos quatro anos seguintes, \ísai;do fazer
nos a pleitearem essa proibição foi a convicção dos mesmos, inclusive do fa
ç.ãü do diretor Alberto Erichsen, que as po,ssibilidades monazíticas daquele Esta do, inclusive dos rcicitos das antigas ex
portações deveriam ser restringidas ao máximo dc 1.000 toneladas anuais.
Somam os embarques da aveia mona-
Do ponto de vista do tório vale, pois, o produto indiano quase o dobro do bra
Estados Unidos fariam contratos hábeis,
moso professor Homi J. Bhabha, diretor
zítica no decurso de 1895 a 1949,
sileiro.
re.spectivamenle com a índia o o Brasil,
da Comissão do Energia Atômica, que
do fornecimento exclusivo de monazita.
recentemente realizou conferências no
78.215 toneladas. As remessas anterio res foram estimadas cm 15.000. Donde
Somente em 1937 reiniciou, o Brasil, as exportações de monazita, mercê do
Brasil, de que o emprego do tório nos
o total de pouco mais de 93.000 tone
ladas. A exportação indiana no período
crescente interesse pelo cério. Seu fluo-
Conforme re\'ela o "E&MJ Metal and Mineral Markets", de 19 cie itinho de
reto torna-se impre.scindível como esta
1947, o Governo do Estado de Tra\'an-
reatores nucleares muito concorrerá para transformar o país numa grande nação
bilizador do arco elétrico nos carvões
core assinou acordo com o Coxérno bri
industrial.
dos holofotes de guerra e projetores cinematográficos; Substitui o oxido de cério, o vermelho inglês no polimento
tânico para fornecimento anual de 9.000 toneladas dc monazita, durante um (piin-
de vidros óticos, e os óxidos dc estanho
A exportação de monazita do Brasil
e zircônio como opaclficador nos esmal tes. O' lantânio encontra aplicação em
para os Estados Unidos continuou sen do feita, ao que parece, com base nos
lentes fotográficas de alta refringência,
chamados Acordos de Washington, tra
6 o neoclíniiü como corante azul de
tados cujos termos o Conselho Nacional
vidro;; ótico.s e artísticos. Com o miscli-
de Minas e Metalurgia reclama terem sido feitos sem o seu pronunciamento, e
metal, conjunto dos metais de terras ra-
Cjuônio,
Não desconhece a Câmara que os
1911-38 foi de 34.593 toneladas." Se considerarmos, com base nos estu
dos dos geólogos Luciano de Morais, ■
nossos mais destacados físicos comun
Othon Leonardos, Fróes dc Abreu e ou-
gam as mesmas idéias dc seus colegas
tros, que a reserx'a de monazita dos Es- '' tados da Bahia e Rio de Janeiro é menor
indianos.
O Professor Marcelo Damy de Souza
que a do Espírito Santo, forçoso é con- i
Santos, que acaba de construir o e,stir-
cluir qne já exportamos metade de nOvSsa .)
pendo betatron da Universidade de São
reserx'a primitiva, e que nos resta menos '•
Paulo, nas enti^evistas que deu aos jor
de 100.000 toneladas, em depósitos po- \
nais paulistanos, declara que, desde
bres, de custo dc extração elevado.
1945, não devíamos ter consentido na
Fora das praias e restingas existe ma-
exportação de uma só grama de mo
terial recuperável cm certos rios, mas 'J
'W
m
Dici-isTo Econômico
69
tiério pura H-uinburgo, [ité 1913, cpianclo
ras extraídos da monazita, jxissou-se a
oii prc(,-()S decrescentes dii monazita tor
fabricar as ligas pírofóricas dos isquei
nam o negócio desinteressante. Daí por
ros.
diante a "Sociétc Franco-Brésilienne"
aplicado nos \"éus incand<'seenlc.s para as
exporta, • sozinha, monazita, para fia própria, até 1923, quando deixou o Brasil de figurar como produtor daquele
lâmpadas a ga.scjliiia e <[uero.sene, para
minério.
lúrgicas do cério.
Desde a Primeira Guerra Mundial que
Continua o nitrato de tório a ser
tirar o brillio do "rayon", etc.
São,
enfim, numerosas as aplicações meta
DicrsTo Eoonô.mico
dc não ter jamais conseguido conhecer-
nazita e minérios uranífcros. Seus com
lhos os térmo.s.
panheiros pensam da mesma maneira.
Os americanos, <pu« não pudcTain ja
Nao imporia o preço açucarado que as
mais produzir monazita a monos tio
indústrias nllramarinas possam oferecer
$ 200 a tonelada, mesmo ao tempo dos baixf).s salários no ctunéço do século, fi
pelos nossos minérios. O urânio 235 custa hoje mais do que o ouro c certa
xaram, durante a guena, o preço da
mente o valor do tório ultrapassará amanhã o dos metais preciosos.
monazita, na l>asc de 5 a 5,99 % de
torno dc 3.500 a 4.000 toiteladas anual
lenlim Bouça.s, o Departamento Nacional
Assim também pensa a Comissão de Minerais Estratégicos do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo coro
elétrica a procura dos véus incandescen-
mente.
cia Produção Mineral, com base cm por
nel Bcmardino Con-ca de Matos.
tc.s de tório diminuiu mas novás apli
dústrias de terras raras na Alemanha.
cações das terras raras mantém as ne
.4ustria, França, Inglaterra, Tchecosloxáíjuia, Portugal o Estados Unidos. A
taria da Coordenação da Mobilização Econômica, conseguiu clexar o preço
ilmeníticas do Espírito Sajito", publica
da monazita até $ 250, valor que figura
da no boletim 83 da Divisão de Fo
os Estados Unidos haviam desistido da mineração da monazita.
Com o desenvolvimento da iluminação
cessidades de monazita.
Passando a c.xportar ilmeníta em gran de escala, dispõe a índia, agora, de quantidades cumulativas de monazita,
obtida como subproduto, por preços que não poderiam ser conseguidos cm ne nhuma outra parte. Além disso, a mo nazita do Travancore encerra em mé
dia 9 a 30% de torina, quando o minério brasileiro contém de 5 a 6% dessa base.
Ante.s da Segunda Guerra, o consu
oxido de tório, em S32. Mas, não obs
mo mundial dc monazila osci)a\a em
tante o coinénio iissinado pelo Sr. Va-
Sedia\ani-so as principais in
Na monografia "Areias monazíticas e
indústria americana ora, etilão, inodcs-
nof: contratos aprox-ados para 1950.
mento da Produção Mineral, conclui o
la, com o consumo médio anual de 855
engenheiro Rcsk Frahya, com a aprox'a-
estoque de guerra, a média da impor
Na realidade, o aumento de preço so mente SC tornou possíx cl porque o go\'êrno independente da índia rcx'ogando o con\'énio firmado pelo Príncipe dc
tação subiu a quase 4.000 toneladas.
Travancore, proibiu lolnlmente a expor
plorações, não \'ão além de "50.000 to
lUceando que o tório pudesse ser desviado para armas atômicas, acH)rdaram, cm 1945, americanos e ingleses, no sentido de que a Grã-Bretanha e os
tação dc monazita em bruto. O motivo que levou os físicos india
neladas c que, por conseguinte, as ex
toneladas no período 3931-39. Mas nos quatro anos seguintes, \ísai;do fazer
nos a pleitearem essa proibição foi a convicção dos mesmos, inclusive do fa
ç.ãü do diretor Alberto Erichsen, que as po,ssibilidades monazíticas daquele Esta do, inclusive dos rcicitos das antigas ex
portações deveriam ser restringidas ao máximo dc 1.000 toneladas anuais.
Somam os embarques da aveia mona-
Do ponto de vista do tório vale, pois, o produto indiano quase o dobro do bra
Estados Unidos fariam contratos hábeis,
moso professor Homi J. Bhabha, diretor
zítica no decurso de 1895 a 1949,
sileiro.
re.spectivamenle com a índia o o Brasil,
da Comissão do Energia Atômica, que
do fornecimento exclusivo de monazita.
recentemente realizou conferências no
78.215 toneladas. As remessas anterio res foram estimadas cm 15.000. Donde
Somente em 1937 reiniciou, o Brasil, as exportações de monazita, mercê do
Brasil, de que o emprego do tório nos
o total de pouco mais de 93.000 tone
ladas. A exportação indiana no período
crescente interesse pelo cério. Seu fluo-
Conforme re\'ela o "E&MJ Metal and Mineral Markets", de 19 cie itinho de
reto torna-se impre.scindível como esta
1947, o Governo do Estado de Tra\'an-
reatores nucleares muito concorrerá para transformar o país numa grande nação
bilizador do arco elétrico nos carvões
core assinou acordo com o Coxérno bri
industrial.
dos holofotes de guerra e projetores cinematográficos; Substitui o oxido de cério, o vermelho inglês no polimento
tânico para fornecimento anual de 9.000 toneladas dc monazita, durante um (piin-
de vidros óticos, e os óxidos dc estanho
A exportação de monazita do Brasil
e zircônio como opaclficador nos esmal tes. O' lantânio encontra aplicação em
para os Estados Unidos continuou sen do feita, ao que parece, com base nos
lentes fotográficas de alta refringência,
chamados Acordos de Washington, tra
6 o neoclíniiü como corante azul de
tados cujos termos o Conselho Nacional
vidro;; ótico.s e artísticos. Com o miscli-
de Minas e Metalurgia reclama terem sido feitos sem o seu pronunciamento, e
metal, conjunto dos metais de terras ra-
Cjuônio,
Não desconhece a Câmara que os
1911-38 foi de 34.593 toneladas." Se considerarmos, com base nos estu
dos dos geólogos Luciano de Morais, ■
nossos mais destacados físicos comun
Othon Leonardos, Fróes dc Abreu e ou-
gam as mesmas idéias dc seus colegas
tros, que a reserx'a de monazita dos Es- '' tados da Bahia e Rio de Janeiro é menor
indianos.
O Professor Marcelo Damy de Souza
que a do Espírito Santo, forçoso é con- i
Santos, que acaba de construir o e,stir-
cluir qne já exportamos metade de nOvSsa .)
pendo betatron da Universidade de São
reserx'a primitiva, e que nos resta menos '•
Paulo, nas enti^evistas que deu aos jor
de 100.000 toneladas, em depósitos po- \
nais paulistanos, declara que, desde
bres, de custo dc extração elevado.
1945, não devíamos ter consentido na
Fora das praias e restingas existe ma-
exportação de uma só grama de mo
terial recuperável cm certos rios, mas 'J
'V
68
*
Dicesto Eco^•ó^^co Dicesto
em quantidades restritas. E quanto à
até recentemente eram importados, re
monazita das barreiras, a opinião dos técnicos é de que ela só será explorável
sultando em outra economia de divisas.
quando o valor do minério tornar-se tão alto que justifique sua recuperação na quelas rochas.
finados de terras raras o o mischmetal, o ganho em di\'isas será triplicado. Mas para que o velho sonho de Arro jado Li.sboa e Calógcras .se concretize em
Desde 1945 não consente o Conselho
dè Segurança Nacional embarques de
minérios de urânio e tório para a Europa — medida prudente para evitar que ele mentos físseís possam cair nas mãos da União Soviética. Mas continuam as remessas particulares para os Estados Unidos.
Em entrevistas concedidas à "Folha
da Manhã" de São Paulo, e ao "O Globo" do Rio de Janeiro, o secretário
da Comissão de Minerais Estratégicos revela que os americanos insistem na
aquisição de monazita "in natura", por que o minério em bruto entra livre de
direitos naquele país, enquanto os sais derivados pagam o equivalente a 35í "ad valorem".
Mas frisa o mesmo informante: temos,
desde julho de 1949, duas usinas quí micas para tratamento da monazita fun
Quando estivermos preparando sais re
tôda a .sua plenitude, mister se faz que o Congresso promulgue lei proibindo totalmente a e.vportação. Do contrário a indústria nacional, que já tem contra si o elevadíssimo preço dos ácidos — cêrca de dez vezes mais que o valor pago
Deverá a lei definir claramente as
atribuições dos órgãos que devem con
presas que realmente pretendem indus
trializar o minério no país. É o que, aliás, já fêz o Ministério da Agricultura . ao permitir a transferência das jazidas
trolar £) comercio e a induslrializíição não
da "Atlântica", subsidiária da "E. I. du
só dos elementos físscis c seus minérios,
Pont de Neomurs", para a "Fomil", subsidiária de "Lindsay Light & Chemical Co." que ficou, assim, obrigada a
mas de todos os outros minérios cuja exportação deva ser controlada, para que a fiscalização possa ser eficiente. Do contrário continuaremos a ter embarques
montar usina química entre nós. A exportação dos elementos físseis só
irregulares, como os ocorridos cnim certa
deverá ser permitida em casos especiais,
quantidade do monazita do Comoxatiba,
pelos industriais estadunidenses — não poderá concorrer no maior mercado de
que foi la\Tadu clandestinamente _e ex portada em fins de 1945 e começo dc
de com os armamentos.
terras raras, que são os Estados Unidos,
1946 para a Argentina c a Inglaterra.
com os produtores locais, pois a pauta alfandegária americana é proibitiva
Embora alguns países, como a Argen tina e o México, tenham preferido nacio nalizar as jazidas de urânio e tório, a opinião unânime dc nossos tccnico.s é de que, havendo iá no Brasil muitas mi
para os sais de cério.
Neste mesmo sentido, vários deputados fizeram-se
ouvir
ultimamente, tendo
alguns deles apresentado projeto de lei sôbre a exportação de minerais de urânio e tório. Tais projetos têm sido discuti dos na Comissão de Indústria e Comér
cio e seria de desejar pudessem chegar, os seus autores, a acordo, para facilida
de do plenário. Estou informado de que alguns de meus ilustres colegas têm pro
duzir respectivamente cloreto e sulfato
de cerio, que vêm sendo exportados para
curado, como eu,, ouvir a opinião dos técnicos oficiais e de professores univer
a Europa. Enquanto a tonelada de mo-
sitários.
Como há a maior urgência na vota
150 a 200 dólares, sòineute os sais pri mários. de terras raras, produzido.s pelas indústrias paulistas, dão agora, ao Brasil, 1.200 dólares de divisas. Ficam no país os valiosos resíduos de tório, à dispo sição do Conselho de Segurança Nacio
respeito do projeto que cria o Conse lho Nacional de Pesquisa, convocar os
nal, para aplicação futura. Por sua vez
especialistas e com êles redigir as emen
o fósforo, recuperado sob a forma de
das necessárias, ou refundir num só os
fosfato de sódio, está sendo transforma
vários projetos, o qual, deixando de,re presentar pontos de vista pessoais, po-
do em detergentes e outros produtos que
dcria caminhar mais rapidamente nas duas Casas do Legislativo.
09
como o da defesa do Hemisfério, de go\êmo para go\'êmo, tal como se proce
cionando em São Paulo - a da Orquima e a da Oximetal. Conseguem elas pro
naziita embarcada em 1949 rendeu de
Econômico
ção do projeto e convirá que o mesmo atenda amplamente a todas as faces do problema, seria o caso de a dita Comis são, repetindo o que fez há pouco a
Mas, se com tais medidas estarão de fendidos os interêsses de ordem estra
tégica, mister c não esquecer que a in dústria nacional de terras raras, cuja
importância econômica c desnecessário encarecei, não ficará segura sem que o
nas de monazita dc propriedade priva da e concessões outorgadas a particula
nosso Govèrno promo\a entendimentos
res — que só podem ser desapropriadas com imensa despesa para o Tesouro ~ e estando já bastante desenvolvida a in
comerciais com a índia, pois sem êles
dústria das terras raras, seria contia-
poderíamos ser mais uma \ez lançados completamente fora do mercado. Exportando mil toneladas de ilmenita, p*or dia, pode o Travancore dispor
producenle a nacionalização dessas in-
anualmente de milhares de toneladas
dústria.s. Como nos Estados Unidos, a mineração e a industrialização dos mi
de monazita, obtida como subproduto, a -um custo que poderá ser escriturado como nulo. Visando ao aproveitamento
nerais radíativo.s poderão continuar aqui, como iniciativa privada, mas per feitamente controlada pelo Governo. Insistem os geólogos que impossível seria tirar das mãos dos particulares a
imediato do tório, construiu o Govêmo
hindu uma usina química que será inau
gurada em breve. Disporá, portanto, a índia, de sais de terras raras sem apli
pesquisa e lavra dc minerais de urânio,
cação imediata no país, que poderão ser
pois que os mesmos ocorrem acessòríajnentc nas milhares de jazidas pegmatiticas que estão produzindo feldspato, caolim, quartzo, mica, berilo, topázio, tantalita, apatita etc.
exportados por preço qualquev. Tenho informações seguras de que vá
assunto com seus colegas hindus e todos
O que se poderá fazer com acerto a respeito das minas de monazita é dar
entre os dois governos seria utilíssimo
preferência para sua concessão às em-
para as duas partes. Não há necessida-
rios técnicos e cientistas nacionais já discutiram, em reuniões internacionais, o
estão de acordo que um entendimento
•ií
'V
68
*
Dicesto Eco^•ó^^co Dicesto
em quantidades restritas. E quanto à
até recentemente eram importados, re
monazita das barreiras, a opinião dos técnicos é de que ela só será explorável
sultando em outra economia de divisas.
quando o valor do minério tornar-se tão alto que justifique sua recuperação na quelas rochas.
finados de terras raras o o mischmetal, o ganho em di\'isas será triplicado. Mas para que o velho sonho de Arro jado Li.sboa e Calógcras .se concretize em
Desde 1945 não consente o Conselho
dè Segurança Nacional embarques de
minérios de urânio e tório para a Europa — medida prudente para evitar que ele mentos físseís possam cair nas mãos da União Soviética. Mas continuam as remessas particulares para os Estados Unidos.
Em entrevistas concedidas à "Folha
da Manhã" de São Paulo, e ao "O Globo" do Rio de Janeiro, o secretário
da Comissão de Minerais Estratégicos revela que os americanos insistem na
aquisição de monazita "in natura", por que o minério em bruto entra livre de
direitos naquele país, enquanto os sais derivados pagam o equivalente a 35í "ad valorem".
Mas frisa o mesmo informante: temos,
desde julho de 1949, duas usinas quí micas para tratamento da monazita fun
Quando estivermos preparando sais re
tôda a .sua plenitude, mister se faz que o Congresso promulgue lei proibindo totalmente a e.vportação. Do contrário a indústria nacional, que já tem contra si o elevadíssimo preço dos ácidos — cêrca de dez vezes mais que o valor pago
Deverá a lei definir claramente as
atribuições dos órgãos que devem con
presas que realmente pretendem indus
trializar o minério no país. É o que, aliás, já fêz o Ministério da Agricultura . ao permitir a transferência das jazidas
trolar £) comercio e a induslrializíição não
da "Atlântica", subsidiária da "E. I. du
só dos elementos físscis c seus minérios,
Pont de Neomurs", para a "Fomil", subsidiária de "Lindsay Light & Chemical Co." que ficou, assim, obrigada a
mas de todos os outros minérios cuja exportação deva ser controlada, para que a fiscalização possa ser eficiente. Do contrário continuaremos a ter embarques
montar usina química entre nós. A exportação dos elementos físseis só
irregulares, como os ocorridos cnim certa
deverá ser permitida em casos especiais,
quantidade do monazita do Comoxatiba,
pelos industriais estadunidenses — não poderá concorrer no maior mercado de
que foi la\Tadu clandestinamente _e ex portada em fins de 1945 e começo dc
de com os armamentos.
terras raras, que são os Estados Unidos,
1946 para a Argentina c a Inglaterra.
com os produtores locais, pois a pauta alfandegária americana é proibitiva
Embora alguns países, como a Argen tina e o México, tenham preferido nacio nalizar as jazidas de urânio e tório, a opinião unânime dc nossos tccnico.s é de que, havendo iá no Brasil muitas mi
para os sais de cério.
Neste mesmo sentido, vários deputados fizeram-se
ouvir
ultimamente, tendo
alguns deles apresentado projeto de lei sôbre a exportação de minerais de urânio e tório. Tais projetos têm sido discuti dos na Comissão de Indústria e Comér
cio e seria de desejar pudessem chegar, os seus autores, a acordo, para facilida
de do plenário. Estou informado de que alguns de meus ilustres colegas têm pro
duzir respectivamente cloreto e sulfato
de cerio, que vêm sendo exportados para
curado, como eu,, ouvir a opinião dos técnicos oficiais e de professores univer
a Europa. Enquanto a tonelada de mo-
sitários.
Como há a maior urgência na vota
150 a 200 dólares, sòineute os sais pri mários. de terras raras, produzido.s pelas indústrias paulistas, dão agora, ao Brasil, 1.200 dólares de divisas. Ficam no país os valiosos resíduos de tório, à dispo sição do Conselho de Segurança Nacio
respeito do projeto que cria o Conse lho Nacional de Pesquisa, convocar os
nal, para aplicação futura. Por sua vez
especialistas e com êles redigir as emen
o fósforo, recuperado sob a forma de
das necessárias, ou refundir num só os
fosfato de sódio, está sendo transforma
vários projetos, o qual, deixando de,re presentar pontos de vista pessoais, po-
do em detergentes e outros produtos que
dcria caminhar mais rapidamente nas duas Casas do Legislativo.
09
como o da defesa do Hemisfério, de go\êmo para go\'êmo, tal como se proce
cionando em São Paulo - a da Orquima e a da Oximetal. Conseguem elas pro
naziita embarcada em 1949 rendeu de
Econômico
ção do projeto e convirá que o mesmo atenda amplamente a todas as faces do problema, seria o caso de a dita Comis são, repetindo o que fez há pouco a
Mas, se com tais medidas estarão de fendidos os interêsses de ordem estra
tégica, mister c não esquecer que a in dústria nacional de terras raras, cuja
importância econômica c desnecessário encarecei, não ficará segura sem que o
nas de monazita dc propriedade priva da e concessões outorgadas a particula
nosso Govèrno promo\a entendimentos
res — que só podem ser desapropriadas com imensa despesa para o Tesouro ~ e estando já bastante desenvolvida a in
comerciais com a índia, pois sem êles
dústria das terras raras, seria contia-
poderíamos ser mais uma \ez lançados completamente fora do mercado. Exportando mil toneladas de ilmenita, p*or dia, pode o Travancore dispor
producenle a nacionalização dessas in-
anualmente de milhares de toneladas
dústria.s. Como nos Estados Unidos, a mineração e a industrialização dos mi
de monazita, obtida como subproduto, a -um custo que poderá ser escriturado como nulo. Visando ao aproveitamento
nerais radíativo.s poderão continuar aqui, como iniciativa privada, mas per feitamente controlada pelo Governo. Insistem os geólogos que impossível seria tirar das mãos dos particulares a
imediato do tório, construiu o Govêmo
hindu uma usina química que será inau
gurada em breve. Disporá, portanto, a índia, de sais de terras raras sem apli
pesquisa e lavra dc minerais de urânio,
cação imediata no país, que poderão ser
pois que os mesmos ocorrem acessòríajnentc nas milhares de jazidas pegmatiticas que estão produzindo feldspato, caolim, quartzo, mica, berilo, topázio, tantalita, apatita etc.
exportados por preço qualquev. Tenho informações seguras de que vá
assunto com seus colegas hindus e todos
O que se poderá fazer com acerto a respeito das minas de monazita é dar
entre os dois governos seria utilíssimo
preferência para sua concessão às em-
para as duas partes. Não há necessida-
rios técnicos e cientistas nacionais já discutiram, em reuniões internacionais, o
estão de acordo que um entendimento
•ií
IP*
nr
Dicesto Econômico
Causas e consequenrias da iuga para o litoral de assinatura de convênios secretos,
dcriam ser revistos cada três ou cinco
porque ambos os países se orgulliam,de
anos para reajuslamcnlo dos intcrêsses
ser democracias.
individuais.
Como a idéia é uni
camente a de regularizar o mercado in ternacional em base de cquanimidade,
não há que arrcccar-sc de manobras de interesse reslrito para a elevação clesnaesurada dos preços, pois a própria in dústria necessita de conservar baixos os preços das terras raras para que os mercados aumentem. Ao invés de sim
ples acordos diplomáticos, poder-sc-ia promover entendimentos como os das
velhas convenções alemãs do tório, cm q«e todos os industriais interessados, produtores e cónsuniidores acertassem
um programa comum. Os convênios po-
Esta c, scnliorcs deputados, a minha
Bicziaiu.v i>K EmziTAs
I — E'ilruíui(i agrária amcrôtiica
modesta contribuição ao estudo do mag
no problema da industrialização de uma importante matéria-prima riue não .sou
bemos ate hoje aproveitar condignamenle.
Não há, nas idéias aqui cxpcndidas, originalidade, pois, como viram os meus
colegas, não fiz mais do c[uc atualizar os patrióticos clamores dos vultos que no comêço do século tanto honraram
esta Casa, c reunir argumentos insofis máveis da nova geração cie técnicos, a quem rendo as minlias homenagens.
O estudo da história econômica e so
tários, tanto no Império como na Repú
a causa fundamental das más condições
blica.
físicas c mcjrais da nossa população c, sem dúvida, a estrutura da nossa orga-
nízíição agrária. Pràticamente. está tudo por faz.er. Na realidade, conquistamos a
essa tese. Argumentou-se, com acerto, QUC "a situação do povo brasileiro, em face da sua organização agrícola — e somos um país agrícola, pois a maioria
nossa independência política, liberta-
dos nosso.s trabalhadores ainda se em
mo-nos do jugo colonial, mas não evo luímos sob o ponto de vista agrário, por isso que conservamos, em tòda a linha, os erros, precH)nceitos e abusõcs deste último período. O país, que se voltara inteiramente
Esclareceremos
mais
adiante,
prega na agricultura, vivendo no campo 28.000.000 (vinte e oito inilliões) de
brasileiros — a situação do pov^o brasi
leiro dã Monarquia até hoje, sob o
aspeto agrário, não apresenta progresso
que permita a êsse povo beneficiar-se, realmente, dos frutos do seu trabalho".
mo e.xterior, não se afastou dessa orien
Eqüivale afirmar que as nossas conquis tas agrárias têm sido demasiado lentas, não nos permitindo assim formular con
tação, antes a agravou, c de tal forma
clusões otimistas ou assinalar as con
que, ainda liojc, não possuímos um gran de e apreciável mercado interno. Nossos mercados, no interior c no exterior, são
quistas do trabalho agrícola sôbre a industrialização. As dificuldades são imensas. Dificuldades de ordem social,
inoperantes, preeárioa, incertos, tanto
de natureza técnica, de caráter intelec
como conseqüência da falta de pesqui
tual. Na esfera da industrialização, es
sas sistemáticas, como em virtude da
tamos em face de problemas que devem
inexistência do transportes para o livre escoamento da produção nacional. Essa desordem econômica, a que in felizmente se vieram somar outros fa
sei' enfrentados com espírito de lufa,
coragem, decisão, e. nesse sentido, cum pre fixar o valor-homem — reconhecen do a sua falta de cchicnção técnica, que
tores ligados à nossa vida de relação —
o coloca em posição de inferioridade na
a deficiência da instrução pública no regime monárqxrico, a corrida para os cargos burocráticos, a exploração lati
escala internacional — o baixo nível do
fundiária, a existência de milhares de
pressão da falta de uma sólida e equili brada política econômica. Mas, se a
indivíduos sem profissão definida — de
,
do fazendeiros, comerciantes e proprie
cial do Brasil permite-nos verificar que
— no Norte, no Centro o no Sul — para a produção agríecíla extr'aliva o de matérias-primas destinadas ao consu
• i
falo, longe de favorecer a massa do povo brasileiro, favoreceu a uma elite
seu salário, suas dramáticas necessidades morais e materiais, tudo isso como ex
terminou, como era lógico, um "pro
criso é de salário em geral, se a menta
gresso de classes", um progresso que, de
lidade dominante em diversos círculos do
IP*
nr
Dicesto Econômico
Causas e consequenrias da iuga para o litoral de assinatura de convênios secretos,
dcriam ser revistos cada três ou cinco
porque ambos os países se orgulliam,de
anos para reajuslamcnlo dos intcrêsses
ser democracias.
individuais.
Como a idéia é uni
camente a de regularizar o mercado in ternacional em base de cquanimidade,
não há que arrcccar-sc de manobras de interesse reslrito para a elevação clesnaesurada dos preços, pois a própria in dústria necessita de conservar baixos os preços das terras raras para que os mercados aumentem. Ao invés de sim
ples acordos diplomáticos, poder-sc-ia promover entendimentos como os das
velhas convenções alemãs do tório, cm q«e todos os industriais interessados, produtores e cónsuniidores acertassem
um programa comum. Os convênios po-
Esta c, scnliorcs deputados, a minha
Bicziaiu.v i>K EmziTAs
I — E'ilruíui(i agrária amcrôtiica
modesta contribuição ao estudo do mag
no problema da industrialização de uma importante matéria-prima riue não .sou
bemos ate hoje aproveitar condignamenle.
Não há, nas idéias aqui cxpcndidas, originalidade, pois, como viram os meus
colegas, não fiz mais do c[uc atualizar os patrióticos clamores dos vultos que no comêço do século tanto honraram
esta Casa, c reunir argumentos insofis máveis da nova geração cie técnicos, a quem rendo as minlias homenagens.
O estudo da história econômica e so
tários, tanto no Império como na Repú
a causa fundamental das más condições
blica.
físicas c mcjrais da nossa população c, sem dúvida, a estrutura da nossa orga-
nízíição agrária. Pràticamente. está tudo por faz.er. Na realidade, conquistamos a
essa tese. Argumentou-se, com acerto, QUC "a situação do povo brasileiro, em face da sua organização agrícola — e somos um país agrícola, pois a maioria
nossa independência política, liberta-
dos nosso.s trabalhadores ainda se em
mo-nos do jugo colonial, mas não evo luímos sob o ponto de vista agrário, por isso que conservamos, em tòda a linha, os erros, precH)nceitos e abusõcs deste último período. O país, que se voltara inteiramente
Esclareceremos
mais
adiante,
prega na agricultura, vivendo no campo 28.000.000 (vinte e oito inilliões) de
brasileiros — a situação do pov^o brasi
leiro dã Monarquia até hoje, sob o
aspeto agrário, não apresenta progresso
que permita a êsse povo beneficiar-se, realmente, dos frutos do seu trabalho".
mo e.xterior, não se afastou dessa orien
Eqüivale afirmar que as nossas conquis tas agrárias têm sido demasiado lentas, não nos permitindo assim formular con
tação, antes a agravou, c de tal forma
clusões otimistas ou assinalar as con
que, ainda liojc, não possuímos um gran de e apreciável mercado interno. Nossos mercados, no interior c no exterior, são
quistas do trabalho agrícola sôbre a industrialização. As dificuldades são imensas. Dificuldades de ordem social,
inoperantes, preeárioa, incertos, tanto
de natureza técnica, de caráter intelec
como conseqüência da falta de pesqui
tual. Na esfera da industrialização, es
sas sistemáticas, como em virtude da
tamos em face de problemas que devem
inexistência do transportes para o livre escoamento da produção nacional. Essa desordem econômica, a que in felizmente se vieram somar outros fa
sei' enfrentados com espírito de lufa,
coragem, decisão, e. nesse sentido, cum pre fixar o valor-homem — reconhecen do a sua falta de cchicnção técnica, que
tores ligados à nossa vida de relação —
o coloca em posição de inferioridade na
a deficiência da instrução pública no regime monárqxrico, a corrida para os cargos burocráticos, a exploração lati
escala internacional — o baixo nível do
fundiária, a existência de milhares de
pressão da falta de uma sólida e equili brada política econômica. Mas, se a
indivíduos sem profissão definida — de
,
do fazendeiros, comerciantes e proprie
cial do Brasil permite-nos verificar que
— no Norte, no Centro o no Sul — para a produção agríecíla extr'aliva o de matérias-primas destinadas ao consu
• i
falo, longe de favorecer a massa do povo brasileiro, favoreceu a uma elite
seu salário, suas dramáticas necessidades morais e materiais, tudo isso como ex
terminou, como era lógico, um "pro
criso é de salário em geral, se a menta
gresso de classes", um progresso que, de
lidade dominante em diversos círculos do
•í
72
i*-
Dícesto Econômico* Digesto
país apóia a estrutura econômica colo
causas profundas da singular organiza
nial, devemos admitir que a desorgani zação agrícola também nos enche das mais justificadas apreensões, porquanto a diminuição do número de operários ru rais determina lògicamcntc a diminuição
ção da propriedade agrícola no Brasil. As classes operárias rurais scntcm-se de samparadas, sem estímulo, sem assistên
de alimentos necessários ao consumo da
cia pública ou pri\ada. siliiação que adquiro tonalidades ainda mais dramáti cas quando apreciadas cm face da re
população industrial.
muneração
II — Exprea-sivo clepoimenfn de um técnico
A tradição aristocrática das classes
proprietárias contra o trabalho braçal, que leve suas origens na escravidão, o
desenvolvimento da monocultura, o ser
atribuída
ao
traballiador
agrícola. "E verdade, observa o pro fessor NicholLs, que muitos fazendeiros vêm revelando considerável iiilerc.sse pe los problenlas clc liabitação, saúde c bem-estar de seus trabalhadores.
En
tretanto, c evidente que qualquer me lhoria nas condições sociai.s, físicas e
mentais das clas.scs que labutam no cam
dade de Vanderbilt, que definiu, da quela forma, a nossa sociologia rural, acentuou, com agudeza a disparidade entre o nosso desenvolvimento histórico
e o dos Estados Unidos, onde o padrão das pequenas propriedades agrícolas, a oposição crescente aos proprietários au
sentes e o controle financeiro pelos ca pitalistas do Este tomaram-se parte da tradição política americana. O depoimento do professor Nicholis reveste-se de incontestável transcendên
cia. Êle trouxe novos argumentos ao debate suscitado nos círculos técnicos, no parlamenta e na imprensa sôbre o
êxodo, a fuga da população rural para os centros urbanos. Não se limitou o "scholar" norte-americano a um exa
me de superfície, procurou conhecer as
de que as fazendas, no Brasil, são, ge
sintetizada.^:
ralmente, de proprietários que vivem au sentes, de famílias ricas e com outras
renda.s, obtidas fora da agricultura. Como resultado, não existe a mesma
pressão constante para a realização de cálculos econômicos de custo mínimo e
de lucro máximo, ao.s quais se vê força do o pequeno produtor, quo vive uni camente de sua renda própria.- Em vá-
a) aproveitamento
conveniente
da
maioria dos trabalhadores das fa
zendas que, por estarem sempre disponíveis, a pouc-o custo,
são
empregados em tôda espécie de serviços, não essenciais ;
b) uma reforma de terras, planejada
a longo prazo e baseada no co
ria.s grandes fazendas, no Estado de São
nhecimento
ideologias políticas ;
científico e não em
pequenos lotes de terras; iá houve pe
interior dg país, induzem-nos à triste
de São Paulo".
conclusão de que a nossa economia in terna ainda se ressente dos graves erros
d) estudo sistemático de dois proble
da Colônia c do período monárquico, muitos dos quais, a despeito dos esforÇO.S parlamentares e das numerosas pro
transporte e crédito; e) mecanização em larga escala, se a agricultura quiser atingir um nível desejável de eficiência produtiva.
Além disso, exLste ausência qua.se com pleta de oportunidade econômica, para os trabalhadores mais capazes, de subi
dúvida, fatôres históricos importantes,
outro lado, devemos mencionar o fato
\eis às nossas condições agrárias e que muito poderão contribuir paru conter a fuga para o litoral, podem ser assim
quena iniciativa nesse sentido, no Estado
po, infelizmente ainda é bastante lenta.
maior trabalho por parte dos lavrado res, 'e o tremendo prestígio social de que originaram a grande classe dos atuais donos de fazendas no Brasil. O professor William Nicholis, da Universi
rente.s à.s suas propriedadc.s rurais. O professor William Nicholhs observa: "Por
Paulo, encontrei fazendeiros que me in formaram que não cultiva\'am outros produtos mais lucrativos porque os re sultados não compensam o esforço e o trabalho e.vigidos". As observações registradas pelo pro fessor Nicholis, na sua viagem através do
viço individual de collieitas, que requer
que gozam os proprietários -são, sem
Econónuc®
rem na escala social a posições de su pervisores, gerentes e proprietários de
As escolas práticas de agricultura, com a finalidade de educar os filhos dos
trabalhadores do campo, ou mesmo pre parar orientadores de trabalho, após a conclusão do curso, devem ser dissemi
nadas por todo o país, pelo que repre sentam como elemento de fixação do
homem à terra, como instrumento de civismo, de cultura e de aperfeiçoa mento profissional. No Brasil, o fazendeiro, o criador de
gado e o grande proprietário rural não
vidências administrativas, ainda subsis tem, num verdadeiro desafio às nossas
elites.
Se tomamos as advertências do
autorizado
técnico da Universidade de
Vanderbilt, como ponto central destas considerações, assim procedemos pelo fato de ali tratar-se não de mera expla nação das nossas
doutrinas ou teorias
de uma fascinante tentativa de introdu
domínios, a extensão das suas terras, cs
ção dos métodos modernos de pesquisa em nosso país, à semelhança do que se
confiam os fazendeiras a solução de to- ^ do.s os ca.so.s, de tôdas as questões refe-
terra sôbre bases racionais, por
quanto os solos bons e maus pa recem, antes, estar indiscriminada mente misturadas geograficamente,
sendo que os mais férteis ficam logo exaustos pelo uso contínuo ; mas de máxima importância —
De outro lado, seguindo as lições do
professor William Nicholis, dever-se-á atender à mobilização de um número
sempre crescente de trabalhadores fora da agricultura, o que poderia ser pro movido por medidas positivas, como :
econômicas aplicadas à agricultura, mas
conhecem, em regra, os seus próprios
limites dos seus latifúndios, porque tudo está entregue ao Administrador. A ôste
c) a conservação do solo e uso da
a) uma rápida expansão de apoio pú blico à educação rural, saúde, nu
do Norte e parte da América Central. As medidas indicadas pelo "expert"
trição e moradia, de modo que o vigor e a produtividade da futura geração brasileira correspondam aos requisitos de uma sociedade
norte-americano, como as mais ajusfá-
industrial;
pratica com êxito em tôda a América
:
•í
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i*-
Dícesto Econômico* Digesto
país apóia a estrutura econômica colo
causas profundas da singular organiza
nial, devemos admitir que a desorgani zação agrícola também nos enche das mais justificadas apreensões, porquanto a diminuição do número de operários ru rais determina lògicamcntc a diminuição
ção da propriedade agrícola no Brasil. As classes operárias rurais scntcm-se de samparadas, sem estímulo, sem assistên
de alimentos necessários ao consumo da
cia pública ou pri\ada. siliiação que adquiro tonalidades ainda mais dramáti cas quando apreciadas cm face da re
população industrial.
muneração
II — Exprea-sivo clepoimenfn de um técnico
A tradição aristocrática das classes
proprietárias contra o trabalho braçal, que leve suas origens na escravidão, o
desenvolvimento da monocultura, o ser
atribuída
ao
traballiador
agrícola. "E verdade, observa o pro fessor NicholLs, que muitos fazendeiros vêm revelando considerável iiilerc.sse pe los problenlas clc liabitação, saúde c bem-estar de seus trabalhadores.
En
tretanto, c evidente que qualquer me lhoria nas condições sociai.s, físicas e
mentais das clas.scs que labutam no cam
dade de Vanderbilt, que definiu, da quela forma, a nossa sociologia rural, acentuou, com agudeza a disparidade entre o nosso desenvolvimento histórico
e o dos Estados Unidos, onde o padrão das pequenas propriedades agrícolas, a oposição crescente aos proprietários au
sentes e o controle financeiro pelos ca pitalistas do Este tomaram-se parte da tradição política americana. O depoimento do professor Nicholis reveste-se de incontestável transcendên
cia. Êle trouxe novos argumentos ao debate suscitado nos círculos técnicos, no parlamenta e na imprensa sôbre o
êxodo, a fuga da população rural para os centros urbanos. Não se limitou o "scholar" norte-americano a um exa
me de superfície, procurou conhecer as
de que as fazendas, no Brasil, são, ge
sintetizada.^:
ralmente, de proprietários que vivem au sentes, de famílias ricas e com outras
renda.s, obtidas fora da agricultura. Como resultado, não existe a mesma
pressão constante para a realização de cálculos econômicos de custo mínimo e
de lucro máximo, ao.s quais se vê força do o pequeno produtor, quo vive uni camente de sua renda própria.- Em vá-
a) aproveitamento
conveniente
da
maioria dos trabalhadores das fa
zendas que, por estarem sempre disponíveis, a pouc-o custo,
são
empregados em tôda espécie de serviços, não essenciais ;
b) uma reforma de terras, planejada
a longo prazo e baseada no co
ria.s grandes fazendas, no Estado de São
nhecimento
ideologias políticas ;
científico e não em
pequenos lotes de terras; iá houve pe
interior dg país, induzem-nos à triste
de São Paulo".
conclusão de que a nossa economia in terna ainda se ressente dos graves erros
d) estudo sistemático de dois proble
da Colônia c do período monárquico, muitos dos quais, a despeito dos esforÇO.S parlamentares e das numerosas pro
transporte e crédito; e) mecanização em larga escala, se a agricultura quiser atingir um nível desejável de eficiência produtiva.
Além disso, exLste ausência qua.se com pleta de oportunidade econômica, para os trabalhadores mais capazes, de subi
dúvida, fatôres históricos importantes,
outro lado, devemos mencionar o fato
\eis às nossas condições agrárias e que muito poderão contribuir paru conter a fuga para o litoral, podem ser assim
quena iniciativa nesse sentido, no Estado
po, infelizmente ainda é bastante lenta.
maior trabalho por parte dos lavrado res, 'e o tremendo prestígio social de que originaram a grande classe dos atuais donos de fazendas no Brasil. O professor William Nicholis, da Universi
rente.s à.s suas propriedadc.s rurais. O professor William Nicholhs observa: "Por
Paulo, encontrei fazendeiros que me in formaram que não cultiva\'am outros produtos mais lucrativos porque os re sultados não compensam o esforço e o trabalho e.vigidos". As observações registradas pelo pro fessor Nicholis, na sua viagem através do
viço individual de collieitas, que requer
que gozam os proprietários -são, sem
Econónuc®
rem na escala social a posições de su pervisores, gerentes e proprietários de
As escolas práticas de agricultura, com a finalidade de educar os filhos dos
trabalhadores do campo, ou mesmo pre parar orientadores de trabalho, após a conclusão do curso, devem ser dissemi
nadas por todo o país, pelo que repre sentam como elemento de fixação do
homem à terra, como instrumento de civismo, de cultura e de aperfeiçoa mento profissional. No Brasil, o fazendeiro, o criador de
gado e o grande proprietário rural não
vidências administrativas, ainda subsis tem, num verdadeiro desafio às nossas
elites.
Se tomamos as advertências do
autorizado
técnico da Universidade de
Vanderbilt, como ponto central destas considerações, assim procedemos pelo fato de ali tratar-se não de mera expla nação das nossas
doutrinas ou teorias
de uma fascinante tentativa de introdu
domínios, a extensão das suas terras, cs
ção dos métodos modernos de pesquisa em nosso país, à semelhança do que se
confiam os fazendeiras a solução de to- ^ do.s os ca.so.s, de tôdas as questões refe-
terra sôbre bases racionais, por
quanto os solos bons e maus pa recem, antes, estar indiscriminada mente misturadas geograficamente,
sendo que os mais férteis ficam logo exaustos pelo uso contínuo ; mas de máxima importância —
De outro lado, seguindo as lições do
professor William Nicholis, dever-se-á atender à mobilização de um número
sempre crescente de trabalhadores fora da agricultura, o que poderia ser pro movido por medidas positivas, como :
econômicas aplicadas à agricultura, mas
conhecem, em regra, os seus próprios
limites dos seus latifúndios, porque tudo está entregue ao Administrador. A ôste
c) a conservação do solo e uso da
a) uma rápida expansão de apoio pú blico à educação rural, saúde, nu
do Norte e parte da América Central. As medidas indicadas pelo "expert"
trição e moradia, de modo que o vigor e a produtividade da futura geração brasileira correspondam aos requisitos de uma sociedade
norte-americano, como as mais ajusfá-
industrial;
pratica com êxito em tôda a América
:
ipi i
I i .i!Mi|ip||| Dioesto EcoN'{')>nco
Digi:sto Eco^•ó^acQ
74
b) manutenção c expansão cie em
pregos industriais remunerados e estáveis;
c) industrialização de áreas, com ex cesso de mão-de-obra rural;
d) disseminação, em larga escala, de
informações sobre empregos, com auxílio financeiro para mudanças ; cj) eliminação de, barreiras contra no
vos trabalhadores por organiza ções trabalhistas.
Insiste o severo técnico norte-ameri
cano na tese de que os lideres da agri
cultura brasilcir;x deveriam preparar planos de estudo,
tcrmo.s dc medidas de salvação nacional.
Aceito o princípio dc cpie todas as medidas . propugnadas sc revestem dc igual importância cm nossa vida econô mica fi social, não seria, entretanto, desaiTuzoaclo, destacar duas iniciativas dig nas da maior atenção — a formação de
um campo dc pesquisa.-,- sobro as diretri zes oficiais a serem adotadas para a agricultura c a expansão do apoio público à educação rural abrangendo saúde, nu trição e moradia.
Assim tem, aliás, procedido não só os Estados Unidos como algumas nações americanas c a maioria dos países euro
peus bem constitiiídos sob o pon to de vista agrá
para , empreendi mentos rurais que não só resultem no bem-estar da
agricultura também
rio. No Brasil, já se
mas estimu
lem outras- ativi
demons suficiente
mente
que
das
dades econômicas
tem
trado
causas
uma da
elevação do custo
quando o proble ma de desempre
da vida ó a queda
go geral ameaçar Escolas, hospi1tais, estradas de ferro, estradas de rocia
gem, desenvolvimento de vales de rios, irrigação, eletrificação, conservação do solo, reflorestamento e construção cie
de produção, mo tivada, em parte pela cleslocação, du rante os últimos vinte anos, de grandes massas demográficas dos campos para as cidades, com conseqüente crise de mãode-obra na industria agropecuária. Acrescente-se a falta de corrente imigra
moradias constituem necessidades pe culiares e de especial interesse para a
tória para compensar a perda daqueles
agricultura.
trabalhadores, falta que só ultimamente
E' evidente, porém, que essas nume
começa a ser sanada, em ritmo, aliás,
rosas e complexas necessidades da nos sa agricultura somente poderão ser aten didas mediante a formação de equipes de técnicos e a mobilização de largos
III — Deslocamento em massa
capitais, públicos e particulares — tare
sil era de 10.900.000 e a da zona rural
fa permanente, traballio sem data de
dc 30.300.000. De acordo com os da
conclusão — devendo, entretanto, êsses
do:. elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, baseando-se
empreendimentos
ser enfrentados em
insatisfatório.
Em 1940 a população urbana do Bra
nos informes de suas (piinhculus agcn-
forme assinalamos, na queda da produ
ciíis, a estimativa dessas duas classes, cm 1948, ó a seguinte: população urbana, 14.900.000; "rural, 33.800.000. Êsse
ção o isso é tudo. T?ouco adianta, pouco representa comparati\amente, a cnunxe-
ração de outras causas, a exposição dra
desequilíbrio, num espaço de apenas oito
mática do outras conseqüências de or
anos, significa que a população rural dc.sceu dc 73'.í pí\n\ 69%. O aumento aparente da população rural foi devido
dem psicológica, moral c social. As em
exclusi\'aniente ao fator natalidade, en
quanto que o aumento vertiginoso das populações ciladinas foi obra, quase que por completo, do acréscimo das popu lações marginais. O;: dados numéricos expostos atestam
o movimento dessa migração e foram
presas ferro\i;mas, em certas zonas, já não encontram produtos para transpor tar. Lavouras estagnadas tornam mais
densixs as necessidades gerais. A vida nos centros urbanos, cm p.articiüar nas
capitais-, constitui, sob muitos aspetos, um sacrifício ti-emcndo. Um técnico em assuntos econômicos,
coligidos através dc informes recebidos estatísticos e sociológicos, o Sr. Rafael das agéncia.s municipais do I. B. G. E., Xavier, advertiu, em recente conferên disseminadas por todo o interior do cia sobre "O Município, posto avançado país, cm número que supera a casa dos • da civilizixção rural": "Cumpre, assim, 500, o que significa que esses postos c urgentemente, reforçar, estimular, abrangem mais da metade do total dos movimentar o quadro das atividades ru nossos municípios. E prossegue o êxo rais, pela assistência efetiva aos Muni do, em ritmo acelerado, do interior para e costa, indicando a aproximação de dias ainda mais árduos e difíceis.
XV — Consequôncias
Os efeitos perniciosos da fuga das"po pulações rurais têm-se feito sentir, con
cípios". Em suma, ou revitalizamos o Município, integrando-o nas funções bem definidas pelo sr. Rafael Xavier, e,
assim, poderemos também conter o êxo do, ou nos divorciaremos das realidades fundamentais dà tena e do povo.
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Digi:sto Eco^•ó^acQ
74
b) manutenção c expansão cie em
pregos industriais remunerados e estáveis;
c) industrialização de áreas, com ex cesso de mão-de-obra rural;
d) disseminação, em larga escala, de
informações sobre empregos, com auxílio financeiro para mudanças ; cj) eliminação de, barreiras contra no
vos trabalhadores por organiza ções trabalhistas.
Insiste o severo técnico norte-ameri
cano na tese de que os lideres da agri
cultura brasilcir;x deveriam preparar planos de estudo,
tcrmo.s dc medidas de salvação nacional.
Aceito o princípio dc cpie todas as medidas . propugnadas sc revestem dc igual importância cm nossa vida econô mica fi social, não seria, entretanto, desaiTuzoaclo, destacar duas iniciativas dig nas da maior atenção — a formação de
um campo dc pesquisa.-,- sobro as diretri zes oficiais a serem adotadas para a agricultura c a expansão do apoio público à educação rural abrangendo saúde, nu trição e moradia.
Assim tem, aliás, procedido não só os Estados Unidos como algumas nações americanas c a maioria dos países euro
peus bem constitiiídos sob o pon to de vista agrá
para , empreendi mentos rurais que não só resultem no bem-estar da
agricultura também
rio. No Brasil, já se
mas estimu
lem outras- ativi
demons suficiente
mente
que
das
dades econômicas
tem
trado
causas
uma da
elevação do custo
quando o proble ma de desempre
da vida ó a queda
go geral ameaçar Escolas, hospi1tais, estradas de ferro, estradas de rocia
gem, desenvolvimento de vales de rios, irrigação, eletrificação, conservação do solo, reflorestamento e construção cie
de produção, mo tivada, em parte pela cleslocação, du rante os últimos vinte anos, de grandes massas demográficas dos campos para as cidades, com conseqüente crise de mãode-obra na industria agropecuária. Acrescente-se a falta de corrente imigra
moradias constituem necessidades pe culiares e de especial interesse para a
tória para compensar a perda daqueles
agricultura.
trabalhadores, falta que só ultimamente
E' evidente, porém, que essas nume
começa a ser sanada, em ritmo, aliás,
rosas e complexas necessidades da nos sa agricultura somente poderão ser aten didas mediante a formação de equipes de técnicos e a mobilização de largos
III — Deslocamento em massa
capitais, públicos e particulares — tare
sil era de 10.900.000 e a da zona rural
fa permanente, traballio sem data de
dc 30.300.000. De acordo com os da
conclusão — devendo, entretanto, êsses
do:. elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, baseando-se
empreendimentos
ser enfrentados em
insatisfatório.
Em 1940 a população urbana do Bra
nos informes de suas (piinhculus agcn-
forme assinalamos, na queda da produ
ciíis, a estimativa dessas duas classes, cm 1948, ó a seguinte: população urbana, 14.900.000; "rural, 33.800.000. Êsse
ção o isso é tudo. T?ouco adianta, pouco representa comparati\amente, a cnunxe-
ração de outras causas, a exposição dra
desequilíbrio, num espaço de apenas oito
mática do outras conseqüências de or
anos, significa que a população rural dc.sceu dc 73'.í pí\n\ 69%. O aumento aparente da população rural foi devido
dem psicológica, moral c social. As em
exclusi\'aniente ao fator natalidade, en
quanto que o aumento vertiginoso das populações ciladinas foi obra, quase que por completo, do acréscimo das popu lações marginais. O;: dados numéricos expostos atestam
o movimento dessa migração e foram
presas ferro\i;mas, em certas zonas, já não encontram produtos para transpor tar. Lavouras estagnadas tornam mais
densixs as necessidades gerais. A vida nos centros urbanos, cm p.articiüar nas
capitais-, constitui, sob muitos aspetos, um sacrifício ti-emcndo. Um técnico em assuntos econômicos,
coligidos através dc informes recebidos estatísticos e sociológicos, o Sr. Rafael das agéncia.s municipais do I. B. G. E., Xavier, advertiu, em recente conferên disseminadas por todo o interior do cia sobre "O Município, posto avançado país, cm número que supera a casa dos • da civilizixção rural": "Cumpre, assim, 500, o que significa que esses postos c urgentemente, reforçar, estimular, abrangem mais da metade do total dos movimentar o quadro das atividades ru nossos municípios. E prossegue o êxo rais, pela assistência efetiva aos Muni do, em ritmo acelerado, do interior para e costa, indicando a aproximação de dias ainda mais árduos e difíceis.
XV — Consequôncias
Os efeitos perniciosos da fuga das"po pulações rurais têm-se feito sentir, con
cípios". Em suma, ou revitalizamos o Município, integrando-o nas funções bem definidas pelo sr. Rafael Xavier, e,
assim, poderemos também conter o êxo do, ou nos divorciaremos das realidades fundamentais dà tena e do povo.
vn 1 • 77
Dicesto Econômico
'.:t.GÍ£;ta
T
Antonio Gontijo ük Carvalho
vam, redigindo, nu primavera da rida, editoriais que repercutiam, vazados «em
contendo extensas e brilhantes conside
rações sobre organização municipal, e o
bom vernáculo, cuidadoso, como sem
que concluiu pela nulidade, por motivo
pre o foi» do asseio e correção no escre
de coação, da renúncia de vários escri
^^MiGos e admiradores de Dario de
ve?, um dos característicos das lumino
vães de uma comarca mineira lógo após
Almeida Magalhães resolveram enfeíxar em volume alguns dos trabalhos que o seu talento de escritor semeou
sas sentenças de seu Pai. E' que nele "a inteireza do espírito começa por se ca
a Revolução de 30.
racterizar nò escrúpulo da linguagem". Assume a direção efcti\'a daquele jor nal em plena campanha da Aliança Li beral, que fêz de Minas inteira um bra seiro, assoprado pelo verbo de Antônio
a profissão de advogado, haurindo as lições de Orozimbo Nonato, que o tinha
em revistas e periódicos.
Visa a homenagem dar-lhes não só
feição mais duradoura como difundir idéias do sadia brasilidade.
Incumbiram-me de descrever, à gui sa de prefácio e em ligeiro escôrço, o -seu "curriculum vitae" e bosquejar o ambiente que propiciou ao vigoroso ar
"Tenuis e perfis" 6 o titulo do próxi' mo livro de Dario dc Almeida Maga lhães.
Trata-se de uma coletânea de
ensaios e discursos, dos quais uma gran de parte está arquivada em páginas da nossa revista.
O prefácio que ora publicamos é da
Filho de um grande juiz que alçou ao pínáculo a justiça mineira, Dario de Almeida Magalhães, desde os aibores da
vida acadêmica, deu aos contemporâ neos a medida da envergadura das asas,
honrando o nome que herdara. Re.spirando os ares da casa paterna, impregna dos dos salutares exemplos de austeri dade c estudo, a sua inteligência, quan do aluno de Direito, absorvia-se na exe
gese de tc.\tos de copiosa jurisprudência dos tribunais; o contato com a estuante juventude belo-horizontina, em fase culminante da história brasileira, estimu
lava-o para as lutas cívicas. E' a expli cação de coexistirem, ainda hoje, em seu
sa de Afonso Pena" ~ títulos que lhe
Homem, não tardaram as desilusões.
gra» do movimento constitucionalista de
granjearam o renome de aluno distinto
Vendo os ideais, pelos quais se batera, não vi
na turma.
Mendes Pimentel e Orozimbo Nonato,
32 não o empolgasse, determinando-lhe o retor
no às atividades políticas.
O devoto do livro o impelia para o magistério; Estudante de Direito, en sinava História Universal no Colégio Ar
gorarem entre os novos
naldo : vocação para o professorado que a conquista do grau de bacliarel em Di
meida Magalhães de an
ge
tigos correligionários pa
Constituinte Federal. Da
ra dedicar-se, novamen
rio de Almeida Maga
te, às lides do Direito.
lhães, autor do manifesto
reito não arrefeceu.
Rccém-formado.
lecionou a disciplina de Sociologia no curso complementar do Ginásio Oficial.
Seguia a esteira de Rafael Magalhães, preclaro lente de Processo Civil, a ca deira de mais difícil desempenho no
Curso Jurídico Superior, no conceito de Francisco Morato, porque "só logrará
professá-la com utilidade quem conhe cer a jurisprudência em todos os mean
entusiasmo, o jurista e o homem público. O político fê-lo, na Faculdade, "Pre
sidente do Centro Acadêmico". O apli
alunos.
cado ao Direito leva-o a obter das mãos
mais movimentados
escritórios da capital mineira. Estava talhado a vencer, com rapidez, na advocacia, quem, discípulo dileto de recebera, sobretudo, a influência mar cante de Rafael Magalliães, se o defla
lavra de nosso Diretor.
dros". Dario de Almeida Magalhães, severo como examinador, contrastava com o Pai, todo indulgência para com os
espírito,, com a mesma intensidade de
como dedicado e prestante auxiliar, à frente de um dos
pugna tremenda e desigual, manejando um florete. Abatido o adversário, que em defesa da legalidade, naqueles dias ocíduos de outubro, se portou como um
tista do raciocínio proferir orações e es crever ensaios de límpida forma c de alto pensamento.
Carlos, o arguto temoneiro que venceu
Exerceu, no foro de Belo Horizonte,
O político torna-o jornalista.
Cola
desveladas de Mendes Pimentel o "Prê
borou no "Estado de Minas", onde Pe
mio Rio Branco", galardão raro da "Ca-
dro Aleixo e Milton Campos pontifica-
detentores
do
O Partido Republicano .
poder,
Mineiro, que se solidari
afastou-se Dario de Al
zara com Sião Paulo, ele
seis
deputados
à
que ^recomendava os no mes dos aspirantes ao su
Como auxiliar do Ad-
vogado-Ceral do Estado,
cargo que Milton Campos assumiu a se
frágio do eleitorado, é dos preferidos.
guir, e no exercício interino das fun ções de Advogado-Ceral, em não curto
Renuncia, porém, sem consulta, em fa
estágio, em substituição a Pedro Batis ta Martins, sorriu-lhe a fortuna de po
vor de Carneiro de Rezende, de quem fôra oficial de gabinete na Secretaria das Finanças, que o convidara para fi
der evidenciar, em jovem de vinte e três
gurar na chapa de deputados e, sendo
anos, espírito amadurecido, emitindo pareceres de boa suma jurídica, e opondose, quando necessário, aos maiorais da
candidato, não conseguira eleger-se. Preferindo os imperativos da amizade
política, com franqueza e altivez. Me
às seduções do poder, dá assim, logo no início da carreira política, exemplo ra
recem registro especial:
ro de desprendimento, tanto mais nobre
o referente a
processo de interêsse da Companhia Hidro-Elétrica Cataguazes-Leopoldiila,
quanto menos sensível à percepção dos coetâneos. ' ««TpXpV -U'
<íuJ
CSi4
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Dicesto Econômico
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T
Antonio Gontijo ük Carvalho
vam, redigindo, nu primavera da rida, editoriais que repercutiam, vazados «em
contendo extensas e brilhantes conside
rações sobre organização municipal, e o
bom vernáculo, cuidadoso, como sem
que concluiu pela nulidade, por motivo
pre o foi» do asseio e correção no escre
de coação, da renúncia de vários escri
^^MiGos e admiradores de Dario de
ve?, um dos característicos das lumino
vães de uma comarca mineira lógo após
Almeida Magalhães resolveram enfeíxar em volume alguns dos trabalhos que o seu talento de escritor semeou
sas sentenças de seu Pai. E' que nele "a inteireza do espírito começa por se ca
a Revolução de 30.
racterizar nò escrúpulo da linguagem". Assume a direção efcti\'a daquele jor nal em plena campanha da Aliança Li beral, que fêz de Minas inteira um bra seiro, assoprado pelo verbo de Antônio
a profissão de advogado, haurindo as lições de Orozimbo Nonato, que o tinha
em revistas e periódicos.
Visa a homenagem dar-lhes não só
feição mais duradoura como difundir idéias do sadia brasilidade.
Incumbiram-me de descrever, à gui sa de prefácio e em ligeiro escôrço, o -seu "curriculum vitae" e bosquejar o ambiente que propiciou ao vigoroso ar
"Tenuis e perfis" 6 o titulo do próxi' mo livro de Dario dc Almeida Maga lhães.
Trata-se de uma coletânea de
ensaios e discursos, dos quais uma gran de parte está arquivada em páginas da nossa revista.
O prefácio que ora publicamos é da
Filho de um grande juiz que alçou ao pínáculo a justiça mineira, Dario de Almeida Magalhães, desde os aibores da
vida acadêmica, deu aos contemporâ neos a medida da envergadura das asas,
honrando o nome que herdara. Re.spirando os ares da casa paterna, impregna dos dos salutares exemplos de austeri dade c estudo, a sua inteligência, quan do aluno de Direito, absorvia-se na exe
gese de tc.\tos de copiosa jurisprudência dos tribunais; o contato com a estuante juventude belo-horizontina, em fase culminante da história brasileira, estimu
lava-o para as lutas cívicas. E' a expli cação de coexistirem, ainda hoje, em seu
sa de Afonso Pena" ~ títulos que lhe
Homem, não tardaram as desilusões.
gra» do movimento constitucionalista de
granjearam o renome de aluno distinto
Vendo os ideais, pelos quais se batera, não vi
na turma.
Mendes Pimentel e Orozimbo Nonato,
32 não o empolgasse, determinando-lhe o retor
no às atividades políticas.
O devoto do livro o impelia para o magistério; Estudante de Direito, en sinava História Universal no Colégio Ar
gorarem entre os novos
naldo : vocação para o professorado que a conquista do grau de bacliarel em Di
meida Magalhães de an
ge
tigos correligionários pa
Constituinte Federal. Da
ra dedicar-se, novamen
rio de Almeida Maga
te, às lides do Direito.
lhães, autor do manifesto
reito não arrefeceu.
Rccém-formado.
lecionou a disciplina de Sociologia no curso complementar do Ginásio Oficial.
Seguia a esteira de Rafael Magalhães, preclaro lente de Processo Civil, a ca deira de mais difícil desempenho no
Curso Jurídico Superior, no conceito de Francisco Morato, porque "só logrará
professá-la com utilidade quem conhe cer a jurisprudência em todos os mean
entusiasmo, o jurista e o homem público. O político fê-lo, na Faculdade, "Pre
sidente do Centro Acadêmico". O apli
alunos.
cado ao Direito leva-o a obter das mãos
mais movimentados
escritórios da capital mineira. Estava talhado a vencer, com rapidez, na advocacia, quem, discípulo dileto de recebera, sobretudo, a influência mar cante de Rafael Magalliães, se o defla
lavra de nosso Diretor.
dros". Dario de Almeida Magalhães, severo como examinador, contrastava com o Pai, todo indulgência para com os
espírito,, com a mesma intensidade de
como dedicado e prestante auxiliar, à frente de um dos
pugna tremenda e desigual, manejando um florete. Abatido o adversário, que em defesa da legalidade, naqueles dias ocíduos de outubro, se portou como um
tista do raciocínio proferir orações e es crever ensaios de límpida forma c de alto pensamento.
Carlos, o arguto temoneiro que venceu
Exerceu, no foro de Belo Horizonte,
O político torna-o jornalista.
Cola
desveladas de Mendes Pimentel o "Prê
borou no "Estado de Minas", onde Pe
mio Rio Branco", galardão raro da "Ca-
dro Aleixo e Milton Campos pontifica-
detentores
do
O Partido Republicano .
poder,
Mineiro, que se solidari
afastou-se Dario de Al
zara com Sião Paulo, ele
seis
deputados
à
que ^recomendava os no mes dos aspirantes ao su
Como auxiliar do Ad-
vogado-Ceral do Estado,
cargo que Milton Campos assumiu a se
frágio do eleitorado, é dos preferidos.
guir, e no exercício interino das fun ções de Advogado-Ceral, em não curto
Renuncia, porém, sem consulta, em fa
estágio, em substituição a Pedro Batis ta Martins, sorriu-lhe a fortuna de po
vor de Carneiro de Rezende, de quem fôra oficial de gabinete na Secretaria das Finanças, que o convidara para fi
der evidenciar, em jovem de vinte e três
gurar na chapa de deputados e, sendo
anos, espírito amadurecido, emitindo pareceres de boa suma jurídica, e opondose, quando necessário, aos maiorais da
candidato, não conseguira eleger-se. Preferindo os imperativos da amizade
política, com franqueza e altivez. Me
às seduções do poder, dá assim, logo no início da carreira política, exemplo ra
recem registro especial:
ro de desprendimento, tanto mais nobre
o referente a
processo de interêsse da Companhia Hidro-Elétrica Cataguazes-Leopoldiila,
quanto menos sensível à percepção dos coetâneos. ' ««TpXpV -U'
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CSi4
>■'
-
Digksto
8
Com atividade precípua e ininterrupl-i
no jornalismo, transfere-se para o Rio de Janeiro. Benjamim da Câmara Federal,
Econômico
do papel destacado por si-iis pronuncia
republicanos ser dc Lafaíelo ou do Vis
mentos cm favor da liberdade, da ordem
conde dc Oino I^roto.
jurídica, dos direitos do advogado. \E
para a qual fora eleito, ingres.sa na Co missão de Justiça e preside a Comissão Especial encarregada de elaborar "a lei orgânica da imprensa". Em plenário,
ticipação cio Durio de Almeida Maga lhães. Os votos que proferiu, no eclipse
impressiona seus pares com os discursos
do Direito, traçaram roteiros do dever
ardorosos em defesa de Antônio Carlos,
tôdas essas manifestações ou foram de iniciativa, on contaram com a ativa par
para o advogado, na defesa dos interês-
a cujo grupo se filiou, em franci rebel dia contra o Palácio da Liberdade. Em penha desusado esforço, na tribuna e jia
í;cs coletivos e individuais. A análise do
imprensa, em prol da candídatma dc
dadeira democracia,
Armando de Sales 0]i\'eira à Presidên
cia da República, como membro funda
dor do Partido Democrata Progressista, orientado pelo Andrada insigne. Amos
tra do prestígio intelectual conquistado
pelo jo\em político é □ fato de ter sido
autor do programa do novel Partido, que recruta\'a na direção homens experimen tados na vida pública e de \ alia cultural.
E' que sempre foi refletido, de juízo assente de.sde a mais verde adolescência.
Com o golpe de Estado de 1937, en-
DiOESTd Eciünó.mico
caso Sobral Pinto, inserto neste volume,
ó lição dc coragem cívica, define a ver atc.stado de "so
branceria da classe", na opinião consa-
gradora dc Mendes Pimtmtol. O Manifesto Mineiro, documento his
tórico, pelo significado, pelo prestígio
O pseudônimo do Dario dc Almeida
Magalhães revelava uma intenção, que o preâmbulo da carta confirmava: o autor queria exprimir menos a sua opi nião do que transmitir o sentimento co letivo, sob a forma de clamor popular
nea, mas a campanha aberta pela elei ção presidencial só veio a irromper qua se um ano depois, ou seja em fevereiro dc 1945.
Muita cousa constitui acontecimentos. Há ad
ro na afirmativa de que
provisão
dc
mo de luta e de tanta vibração patrióti
t:a dc Timandro" — assim se crismara
ca.
Representando, no Conselho Fede
ral da Ordem dos Advogados, a Seção de Minas, investidora eletiva dc elevada
dignidade, sua atuação naquele órgão foi das mais eficientes, pela facúndia, espírito polêmico, assiduidade, bravura c tirocínio de assembléias. Nos primór-
se formularam
sobre a identidade do
Militar", com cabimento podcr-sc-á di
do Almeida Magalhães.
Saliente o papel que lhe coube na
autò;, oculto sob o pseudônimo com que Sales Tones Homem assinara o fa
campanha do Brigadeiro Eduardo Go
moso "Libelo do Povo".
pricbor.. em que c fértil a nossa débil de
Atribuíram,
uns, sua autoria, a João Mangabeira. A Afonso Pena Júnior, outros.
Renovava-se a curiosidade despertada
mes . Não obstante, por um desses camocracia, não SC elegeu deputado pelo seu Estado Natal, o que acarretou sen-
tou5 afinal, a derrocada do Estado No vo, o Conselho Federal xla Ordem trans
com a publicação das cartas políticas
.sível desfalque cultural da bancada mi neira, esplendente, outrora, com "O Jar
assinadas — Frederico de S — na Revista
dim da Infância".
formou-se em trincheira de antiditato-
do Portugal, de autoria dc Eduardo Prado e que a princípio supunham os
Não SC desinteressou, porém, da vida pública. Pelas colunas do "Correio
dios da agitação política de que resul-
riais o levitas da justiça, desempenhan
atmosfera moral cm que surgiram. O ar-
tigo, porém, pode ficar, como documen to do homem, como modêlo dc jornalís tica, como cstalão de
lógica, de linguagem, de erudição, de saber".
Paradigmas no gênero, são os que, dc forma escoiToita, publicou no "Correio
Paulistano",
£(M)rc a "A autoria da
passagem dc Batista Pe
zer: o Junius que flagelara o governo de Jorge III na Inglaterra, estimulando as energias abatidas, ressuscitara em Dario
Várias conjcctura.s
n impressão que ditou os artigos, a atua lidade palpitante a que obedeceram, a
me. Recordando-sc uma
tar fé de ofício rcveladora de tanto ani
aquêle documento.
gundo Ramalliü Ortigão. "E' exato —
a impressão causada por êssc panfleto foi enor
ra dc então, General Eurico Dutra. Muito se comentou, na época, a "Cav-
• da direção de grande rede de jornais, raros homens públicos poderão apresen
Dario do Almeida Magalhães não pos
sui a "supcrfieialidadc profissional", que
alcance. Náo bá exage
reira em relação a Eduardo Prado e os "Fastos da Ditadura
fileira-se entre os que combatem a nova
ti'avaram cm torno da futura Constitui ção.
observou elegante escritor — que passa
dali se disseminou pelos Estados) um panfleto em forma dc carta, vibrante e veemente, dirigido ao Ministro da Guer
situação. Se bem lioiuesse se afastado
analisou com serenidade,
competência e lucidez os debates que se
A carta é do período cm (pie já se assinalava muita impaciência subterrâ
resultado da fusão cio escrito por êle Franco c Odilon Braga. Em abril de 1944 — em plena dita dura — começou a circular no Rio (o
sob o mesmo pseudônimo de
"Timandro",
caracteriza o homem de imprensa, se
vertências de profimdíí
Virgílio de Melo
meses,
— o de verdadeiro "libelo do povo".
das assinaturas, pela repercussão que obteve, pela iniliiência que exerceu, foi propo.sto com os dc
Paulistano", diariamente, durante vários
Arte
de
Furtar",
era
louvor à obra raonumental e definitiva de
Afonso Pena Júnior, e "Flor do pânta no", cm que, com invulgar energia, pro-
fligou um escândalo administrativo. Neste volume, em que se recolhem ar
tigos dispersos, lançados de Washington, o leitor verificará o acerto daquela ob servação .
Com o incidente ocorrido na indica
ção do seu nome para Ministro da Edu cação e Saúde, abandona u direção na cional do Partido Republicano, para con
sagrar-se à advocacia c ao publicismo.'
ri
Dario de Almeida Magalliílães é advo- '
gado de realce na capital do Pais. Exer- >|
cc a profissão com a maior probidade. v Examina as questões que lhe são çntre- o
>■'
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Digksto
8
Com atividade precípua e ininterrupl-i
no jornalismo, transfere-se para o Rio de Janeiro. Benjamim da Câmara Federal,
Econômico
do papel destacado por si-iis pronuncia
republicanos ser dc Lafaíelo ou do Vis
mentos cm favor da liberdade, da ordem
conde dc Oino I^roto.
jurídica, dos direitos do advogado. \E
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ticipação cio Durio de Almeida Maga lhães. Os votos que proferiu, no eclipse
impressiona seus pares com os discursos
do Direito, traçaram roteiros do dever
ardorosos em defesa de Antônio Carlos,
tôdas essas manifestações ou foram de iniciativa, on contaram com a ativa par
para o advogado, na defesa dos interês-
a cujo grupo se filiou, em franci rebel dia contra o Palácio da Liberdade. Em penha desusado esforço, na tribuna e jia
í;cs coletivos e individuais. A análise do
imprensa, em prol da candídatma dc
dadeira democracia,
Armando de Sales 0]i\'eira à Presidên
cia da República, como membro funda
dor do Partido Democrata Progressista, orientado pelo Andrada insigne. Amos
tra do prestígio intelectual conquistado
pelo jo\em político é □ fato de ter sido
autor do programa do novel Partido, que recruta\'a na direção homens experimen tados na vida pública e de \ alia cultural.
E' que sempre foi refletido, de juízo assente de.sde a mais verde adolescência.
Com o golpe de Estado de 1937, en-
DiOESTd Eciünó.mico
caso Sobral Pinto, inserto neste volume,
ó lição dc coragem cívica, define a ver atc.stado de "so
branceria da classe", na opinião consa-
gradora dc Mendes Pimtmtol. O Manifesto Mineiro, documento his
tórico, pelo significado, pelo prestígio
O pseudônimo do Dario dc Almeida
Magalhães revelava uma intenção, que o preâmbulo da carta confirmava: o autor queria exprimir menos a sua opi nião do que transmitir o sentimento co letivo, sob a forma de clamor popular
nea, mas a campanha aberta pela elei ção presidencial só veio a irromper qua se um ano depois, ou seja em fevereiro dc 1945.
Muita cousa constitui acontecimentos. Há ad
ro na afirmativa de que
provisão
dc
mo de luta e de tanta vibração patrióti
t:a dc Timandro" — assim se crismara
ca.
Representando, no Conselho Fede
ral da Ordem dos Advogados, a Seção de Minas, investidora eletiva dc elevada
dignidade, sua atuação naquele órgão foi das mais eficientes, pela facúndia, espírito polêmico, assiduidade, bravura c tirocínio de assembléias. Nos primór-
se formularam
sobre a identidade do
Militar", com cabimento podcr-sc-á di
do Almeida Magalhães.
Saliente o papel que lhe coube na
autò;, oculto sob o pseudônimo com que Sales Tones Homem assinara o fa
campanha do Brigadeiro Eduardo Go
moso "Libelo do Povo".
pricbor.. em que c fértil a nossa débil de
Atribuíram,
uns, sua autoria, a João Mangabeira. A Afonso Pena Júnior, outros.
Renovava-se a curiosidade despertada
mes . Não obstante, por um desses camocracia, não SC elegeu deputado pelo seu Estado Natal, o que acarretou sen-
tou5 afinal, a derrocada do Estado No vo, o Conselho Federal xla Ordem trans
com a publicação das cartas políticas
.sível desfalque cultural da bancada mi neira, esplendente, outrora, com "O Jar
assinadas — Frederico de S — na Revista
dim da Infância".
formou-se em trincheira de antiditato-
do Portugal, de autoria dc Eduardo Prado e que a princípio supunham os
Não SC desinteressou, porém, da vida pública. Pelas colunas do "Correio
dios da agitação política de que resul-
riais o levitas da justiça, desempenhan
atmosfera moral cm que surgiram. O ar-
tigo, porém, pode ficar, como documen to do homem, como modêlo dc jornalís tica, como cstalão de
lógica, de linguagem, de erudição, de saber".
Paradigmas no gênero, são os que, dc forma escoiToita, publicou no "Correio
Paulistano",
£(M)rc a "A autoria da
passagem dc Batista Pe
zer: o Junius que flagelara o governo de Jorge III na Inglaterra, estimulando as energias abatidas, ressuscitara em Dario
Várias conjcctura.s
n impressão que ditou os artigos, a atua lidade palpitante a que obedeceram, a
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tar fé de ofício rcveladora de tanto ani
aquêle documento.
gundo Ramalliü Ortigão. "E' exato —
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• da direção de grande rede de jornais, raros homens públicos poderão apresen
Dario do Almeida Magalhães não pos
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alcance. Náo bá exage
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ti'avaram cm torno da futura Constitui ção.
observou elegante escritor — que passa
dali se disseminou pelos Estados) um panfleto em forma dc carta, vibrante e veemente, dirigido ao Ministro da Guer
situação. Se bem lioiuesse se afastado
analisou com serenidade,
competência e lucidez os debates que se
A carta é do período cm (pie já se assinalava muita impaciência subterrâ
resultado da fusão cio escrito por êle Franco c Odilon Braga. Em abril de 1944 — em plena dita dura — começou a circular no Rio (o
sob o mesmo pseudônimo de
"Timandro",
caracteriza o homem de imprensa, se
vertências de profimdíí
Virgílio de Melo
meses,
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das assinaturas, pela repercussão que obteve, pela iniliiência que exerceu, foi propo.sto com os dc
Paulistano", diariamente, durante vários
Arte
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Furtar",
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Afonso Pena Júnior, e "Flor do pânta no", cm que, com invulgar energia, pro-
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tigos dispersos, lançados de Washington, o leitor verificará o acerto daquela ob servação .
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gado de realce na capital do Pais. Exer- >|
cc a profissão com a maior probidade. v Examina as questões que lhe são çntre- o
80
Dicrsto EcoNÓKnco
gues, com o máximo cuidado e minú
Dicesto Económic*
81
cia, investigando a doutrina e a juris
que .se defrontam como expressão de.
se com os doutrinndores.
duas mcntalidadcs inassiniilávcls. Sobre-
prudência com ânimo de pesquisador. Quando emite parcceres, função mais
tudo no terreno econômico, no que diz
que a Economia Política é muito inais arte e empirismo do que ciência, aceita,
surgem.
respeito aos problemas de governo, as
nas suas observações, a .supremacia dos.
repercussões dos acontecimentos e fe
fatos Mibrc os princípio.s abstratos em que se pretende enquadrá-los.
da exemplos de idealismo que, imitados, hão de dar a todos os que se preocupam
aparentada com a judicalura do que com a advocacia, o empcnlio em tudo escol-
drinhaí, antes de formular juízo defini tivo, chega a e.xtremos: convicção de
quem ler, por exemplo, o irrespondível parecer
sobre a natureza jurídica do
SESl.
Suas qualidades primaciais como vin-
dicador do Direito são a tenacidade inquebrantável e a inconformidade com
exigências infundadas da máquina judi ciaria. Com que denôdo enche páginas
^ e paginas, sem ser proli.xo, para defen
der o direito de não fazer o que a lei
nao obriga, ainda quando irrisório, para o constituinte, o interesse envolvido na lido!
Realizou Dario de Almeida Maga
lhães, com êxito, uma conferência sôbre "A experiência Roosevelt" no Instituto de Economia das entidades de classe do comércio de São Paulo. A direção do
"Oigesto Econômico", desejando discubi" nes.se men.sário os magnos problemas do momento, tais como os apresentam os mais autorizados instrumentos de di
nômenos verificados cm cada país sô bre os outros são intensas, imediatas, e
Entendendo
Não foram poucos os ensaios que es
cada um de nós sofre na sua própria
creveu para o "Digcsto Econômico", sob
existência indi\'idual.
Acompanhar a vida daquelas naç-ões
a denominação genérica de "Temas c problemas em debate". A súmula do
cuja presença domina o cenário do mundo é, assim, uma necessidade de
seu pensamento sôbre a falibilidade da ciência econômica está, todavia, con
ordem espiritual e .social de que nenhum
mais estimulante.s par* as gerações que O Educador exalta Homens. Desven
com o futuro da nossa terra a certeza
do valor da nossa raça. E' a mais bela •lição deste livro.
No c.xercíoio honesto da profissão de advogado, professor e jornalista, há um característico comum que lhe confere o melhor titulo dc nobreza e o mais alto
homem hoje pode libertar-se sem gra
densada em "A Crise e as suas inter
padrão de dignidade :
pretações",
ves riscos.
eminentemente social. Todas as três, cm
não caducam.
Há uma identidade funda
mental dc fenômenos c problemas, a cujo desdobramento devemos estar aten tos, para recolhermos as lições do uma
experiência indispensável às decisões
repleno de verdades que
O "Digesto Econômico" acolheu as
a sua função
essência, constituem "munus" público. O advogado, litigando no pretório,
conferências que na íntegia vêm repro
dirimindo as controvérsias, editando ou
duzidas neste volume.
interpretando a lei, o que busca não é
O curso sôbre a evolução constitucio
impor à vida a imobilidade do texto le-
que precisamos tomar, tendo em conta,
nal e política do Brasil foi realizado na
naturalmente, as peculiaridades irredu tíveis de cada país!'.
Universidade de Montevidéu. Apresen
tante movimento, forma e alma de to
tando o quadro da aludida evolução —
das as rirtudes, sem a qual seria im
desdobrada em cerca de 130 anos —
possível a sociedade humana.
Recorreu-se às luzes, à experiência, à
acuidade de Dario de Almeida Maga
perante público estrangeiro, era neces
lhães, que se projetara, com aquele es tudo esmerado, como a pessoa indicada
sário ao dídata atender a duas cir
para debater, esclarecer e criticar os fe
rais, os traços culminantes; e ao mesmo tempo dar certas informações elemen
nômenos econômicos e políticos do dia.
cunstâncias : só oferecer as linhas ge
galj mas aquela justiça, viva e em cons
Não há como diferençar-se,
tares, sem as quais a matéria escaparia
trias teriam
com objetividade e brilho da missão que
à compreensão dos ouvinte.s, não fami
suas vertentes originais.
Desincumbiu-se
o
diserto
ensaísta
distin
guir-se o professor do jornalista, no alto magistério que ambos exercem. Por eles as nacionalidades vivem e progridem. Silenciosos ou corruptos, as pá poluídas e estancadas as
vulgação e de análise dos outros países,
se lhe atribuiu. Do ângulo de homem
liarizados com a História do Brasil. Ob
assim se pronunciou :
de governo, com a irresistível vocação
"A interpenetração e a interdepen dência da vida e dos problemas de tôdas as nações são, em nossos dias, cada
teve a leitura desses trabalhos aplauso.s dos mais autorizados jurisconsultos uru
guaios, como Eduardo Couture e Are-
foi fiel à sua vocação profunda, o que
chaga. Êste assinalou, em discurso, que-
Vez mais sensíveis e profundas. Vivenios no plano internacional, malgrado os
da coisa pública que o individualiza, analisou problemas vitais, como os do petróleo, comunismo, trabalhismo, sin dicalismo, intervenção do Estado, segu ros, preços e salários. Plano Marshall,
jurisprudência, ao professorado e ao jor nalismo, Dario de Almeida Magalhães dá à sua existência alevantada e afir mativa autenticidade.
surtos violentos dos nacionalismos exa
nacionalização de indústrias.
Sem ser
í) constituciohalísta bra.sileiro luzira na cátedra da Faculdade.
cerbados que ainda persistem. Política,
um teórico'ou especialista em Economia
social e econòmicarhente, vivemos, real-
Política, pôs aguda inteligência, las-
niente, num "mundo só", não obstan
treada de rica e variada leitura, a ser viço da interpretação dos fatos, sem en-
A vida dos brasileiros eminentes, em outras páginas, evocada com tanta alma, com aquela "eloqüência lógica" de que fala Charpentier, contém ensinamentos cívicos dos mais preciosos e constitui
leaj--se nas doutrinas nem impressionar-
alimento espiritual indispensável,, dos
te a inquietadora separação das supre mas fôrças de comando em dois blocos,
Ao dedicar a atividade profissional à
Quem lhe traçar a biografia e, por tanto, unificar em um sistema as varia
ções de sua vida — essa é no dizer de
Ortega y Gasset a arte do biógrafo — verá surgir, na sua figura e na sua obra, o perfil e a ação de um legítimo homem público.
80
Dicrsto EcoNÓKnco
gues, com o máximo cuidado e minú
Dicesto Económic*
81
cia, investigando a doutrina e a juris
que .se defrontam como expressão de.
se com os doutrinndores.
duas mcntalidadcs inassiniilávcls. Sobre-
prudência com ânimo de pesquisador. Quando emite parcceres, função mais
tudo no terreno econômico, no que diz
que a Economia Política é muito inais arte e empirismo do que ciência, aceita,
surgem.
respeito aos problemas de governo, as
nas suas observações, a .supremacia dos.
repercussões dos acontecimentos e fe
fatos Mibrc os princípio.s abstratos em que se pretende enquadrá-los.
da exemplos de idealismo que, imitados, hão de dar a todos os que se preocupam
aparentada com a judicalura do que com a advocacia, o empcnlio em tudo escol-
drinhaí, antes de formular juízo defini tivo, chega a e.xtremos: convicção de
quem ler, por exemplo, o irrespondível parecer
sobre a natureza jurídica do
SESl.
Suas qualidades primaciais como vin-
dicador do Direito são a tenacidade inquebrantável e a inconformidade com
exigências infundadas da máquina judi ciaria. Com que denôdo enche páginas
^ e paginas, sem ser proli.xo, para defen
der o direito de não fazer o que a lei
nao obriga, ainda quando irrisório, para o constituinte, o interesse envolvido na lido!
Realizou Dario de Almeida Maga
lhães, com êxito, uma conferência sôbre "A experiência Roosevelt" no Instituto de Economia das entidades de classe do comércio de São Paulo. A direção do
"Oigesto Econômico", desejando discubi" nes.se men.sário os magnos problemas do momento, tais como os apresentam os mais autorizados instrumentos de di
nômenos verificados cm cada país sô bre os outros são intensas, imediatas, e
Entendendo
Não foram poucos os ensaios que es
cada um de nós sofre na sua própria
creveu para o "Digcsto Econômico", sob
existência indi\'idual.
Acompanhar a vida daquelas naç-ões
a denominação genérica de "Temas c problemas em debate". A súmula do
cuja presença domina o cenário do mundo é, assim, uma necessidade de
seu pensamento sôbre a falibilidade da ciência econômica está, todavia, con
ordem espiritual e .social de que nenhum
mais estimulante.s par* as gerações que O Educador exalta Homens. Desven
com o futuro da nossa terra a certeza
do valor da nossa raça. E' a mais bela •lição deste livro.
No c.xercíoio honesto da profissão de advogado, professor e jornalista, há um característico comum que lhe confere o melhor titulo dc nobreza e o mais alto
homem hoje pode libertar-se sem gra
densada em "A Crise e as suas inter
padrão de dignidade :
pretações",
ves riscos.
eminentemente social. Todas as três, cm
não caducam.
Há uma identidade funda
mental dc fenômenos c problemas, a cujo desdobramento devemos estar aten tos, para recolhermos as lições do uma
experiência indispensável às decisões
repleno de verdades que
O "Digesto Econômico" acolheu as
a sua função
essência, constituem "munus" público. O advogado, litigando no pretório,
conferências que na íntegia vêm repro
dirimindo as controvérsias, editando ou
duzidas neste volume.
interpretando a lei, o que busca não é
O curso sôbre a evolução constitucio
impor à vida a imobilidade do texto le-
que precisamos tomar, tendo em conta,
nal e política do Brasil foi realizado na
naturalmente, as peculiaridades irredu tíveis de cada país!'.
Universidade de Montevidéu. Apresen
tante movimento, forma e alma de to
tando o quadro da aludida evolução —
das as rirtudes, sem a qual seria im
desdobrada em cerca de 130 anos —
possível a sociedade humana.
Recorreu-se às luzes, à experiência, à
acuidade de Dario de Almeida Maga
perante público estrangeiro, era neces
lhães, que se projetara, com aquele es tudo esmerado, como a pessoa indicada
sário ao dídata atender a duas cir
para debater, esclarecer e criticar os fe
rais, os traços culminantes; e ao mesmo tempo dar certas informações elemen
nômenos econômicos e políticos do dia.
cunstâncias : só oferecer as linhas ge
galj mas aquela justiça, viva e em cons
Não há como diferençar-se,
tares, sem as quais a matéria escaparia
trias teriam
com objetividade e brilho da missão que
à compreensão dos ouvinte.s, não fami
suas vertentes originais.
Desincumbiu-se
o
diserto
ensaísta
distin
guir-se o professor do jornalista, no alto magistério que ambos exercem. Por eles as nacionalidades vivem e progridem. Silenciosos ou corruptos, as pá poluídas e estancadas as
vulgação e de análise dos outros países,
se lhe atribuiu. Do ângulo de homem
liarizados com a História do Brasil. Ob
assim se pronunciou :
de governo, com a irresistível vocação
"A interpenetração e a interdepen dência da vida e dos problemas de tôdas as nações são, em nossos dias, cada
teve a leitura desses trabalhos aplauso.s dos mais autorizados jurisconsultos uru
guaios, como Eduardo Couture e Are-
foi fiel à sua vocação profunda, o que
chaga. Êste assinalou, em discurso, que-
Vez mais sensíveis e profundas. Vivenios no plano internacional, malgrado os
da coisa pública que o individualiza, analisou problemas vitais, como os do petróleo, comunismo, trabalhismo, sin dicalismo, intervenção do Estado, segu ros, preços e salários. Plano Marshall,
jurisprudência, ao professorado e ao jor nalismo, Dario de Almeida Magalhães dá à sua existência alevantada e afir mativa autenticidade.
surtos violentos dos nacionalismos exa
nacionalização de indústrias.
Sem ser
í) constituciohalísta bra.sileiro luzira na cátedra da Faculdade.
cerbados que ainda persistem. Política,
um teórico'ou especialista em Economia
social e econòmicarhente, vivemos, real-
Política, pôs aguda inteligência, las-
niente, num "mundo só", não obstan
treada de rica e variada leitura, a ser viço da interpretação dos fatos, sem en-
A vida dos brasileiros eminentes, em outras páginas, evocada com tanta alma, com aquela "eloqüência lógica" de que fala Charpentier, contém ensinamentos cívicos dos mais preciosos e constitui
leaj--se nas doutrinas nem impressionar-
alimento espiritual indispensável,, dos
te a inquietadora separação das supre mas fôrças de comando em dois blocos,
Ao dedicar a atividade profissional à
Quem lhe traçar a biografia e, por tanto, unificar em um sistema as varia
ções de sua vida — essa é no dizer de
Ortega y Gasset a arte do biógrafo — verá surgir, na sua figura e na sua obra, o perfil e a ação de um legítimo homem público.
Dicesto Econômico
tores da xida nacional, começando pelo
Citamos êsse trecho apenas a título
o ?l\m QIJ1^QIJE^/\L /\RGE^TI^O
Tuclhoranienlo do falor demográfico, mediante a extensão dos serviços sociais, a
documental. Notemos, entrelanto, que u aspiração de ver realizada uma pátria
Geraldo O. Banaskiw riv,
imigração orientada, a elelrificação do mcio rural, a proteção das indústrias nascentes por intermédio de adeêpiadas tarifas alfandegárias, o reaparelbamcnto do.s meios dc transporte, a criação dc
soberana e senhora do seu destino económico é também inerente a todos os brasileiros. Fiéis à nossa tradição liberal, esperamos que nosso país consiga essa independência por meios que dei-
forçaremos por traçar aqui, o mais exa
ii.'a marinha mercante e dc uma frota aérea, inclu.si\c uma ampla refonna agrária. Procurando resol\'er êsses problemas, nossa vizinha do Sul quer libcrtar-sc da
xcm à economia privada posição bem maior que a prevista no plano argentino. Percorrendo as 127 páginas da mensagcm presidencial que apresentou o
tamente possível, as inlcnçoe.s desse Pla no Qüinqüenal.
dependência econômica do seu país, si-
Plano Qüinqüenal ao Congresso argen-
tuação que perturba o e.spírito de seus
tino, nota-se a preponderância dos pro-
clirigcntcs.
blcmas militares, que parecem estar na
Ooi5 A DENOMINAÇÃO cic "PaíSCS A. B.
C." a terminologia
política euro-
pcia dc antes da guerra de.signa\'a a parX te meridional da América Latina, o Bra
tar o especial inteièsse dos brasileiros, que há alguns decênios discutem o me,Ihor meio de chegar-se a uma rápida industriali/^ação.
Por isso o cuidadoso
sil, a Argentina c o Chile, como a área
estudo dos métodos adotados pela Ar
mais adiantada do nossí) Continente. E
gentina facultará algumas lições à nossa própria evolução. Dêsse modo nos es
do fato, os três países evidenciavam, pe la sua posição geográfica, total ou par cialmente situada na zona temperada, uma relativa similitude nos seus proble mas econômicos, permitindo aos espe
cialistas considerá-los em conjunto, nas
A inclusão do Chile,
o menor dos
paí.ses do "A. B. C.", do ponto dc vista
Quando o Plano Qüinqüenal foi apre-
base de todas as medidas de ordem eco-
geográfico, neste estudo, justiííca-se pe
scntado ao Congresso, o coronel Peron
que prevaleceu até o começo das hosti
la conclusão de um acordo comercial en
declarou cnfáticameiitc: — "Em 1810
lidades na Europa, foi modificado pela política muito individual adotada pela
tre os governos dc Santiago e dc Buenos Aires, suprimindo parcialmente as bar
oblí\emos nossa autonomia
agora vamos realizar nossa indepondên-
um país constitui seu poderio militar e
reiras alfandegárias, de modo a dar um passo decisivo para a rcalizi^çao da po
cia econômica. Ao comparar essas duas
a cuidadosa leitura do texto inspira uma
formas xdc independência não sei qual
certa comparação com as manifestações
suas apreciações.
Êsse modo de ver,
Argentina nos idtimos seis anos, disso ciando nitidamente sua evolução da do
Brasil e Chile. Essa tendência argentina manifesta-se
na
lítica da "Cordilheira Livre", aspiração íntima, mas ain-
política e
nóinica consideradas, Sob diferentes variações encontra-se o
axioma de que o potencial industrial de
das dua.s ô melhor. No Parlamento dc
de Von der Beck, por ocasião de sua vi-
um país estrangeiro, dizia uni legislador que a Argentina era a melhor colònia dc seu país, pois se governa\'a a si
sita a Washington, em 1947, quando êle falava em uma hegemonia de fato que o seu país exerceria sobre o Continente
progressiva liqui
da não satisfeita,
dação da dívida
de todos os go
externa, no res
vernos cbilenos c
mesma. E isso era a verdade, infeliz-
sul-americano, baseando-se nas seguin-
gato das estradas de ferro e de ou
argentinos desde
mente..
tes cifras:
o
tros serviços pú
blicos entregues a entidades
geiras
e,
cipalmente
estran
prin
nã
transformação do
país, que de de
começo
do
(em porcentagem)
O plano argen tino, que i^revê a
despesa de 30 bi lhões de cruzeiros
(6.662,7
de
milhões
pesos) num
na parece não querer limitar-se nesse
período de 5 anos, entrou em \igor em janeiro de 1948, e introduz nas estatísti
rumo, porque o seu govôvno agora pre
cas da economia latino-americana alga-
tende acelerar a industrialização do pais
rismo.s de elevação até agora desconheci da. É inútil registrar que a amplitude do projeto c tal que atinge todos os SC-
vedor passou a credor. Mas a Argenti
mediante o Plano Qüinqüenal. Não seria preciso mais para desper-
Atividade econômica argentina cotnparada com a de tôdo a América do'Sul
.século.
Argentina
América do Sul
1) Comércio exterior 2) Consumo de petróleo
37% 50%
53% 50%
.3) Passageiros e fretes transportados por via férrea
45%
4) Caminhões c automóveis 5) Reservas-ouro declaradas
55% 60%
6) Produção de lã
55% '
45% 40%
•. .
68%
32%
7) Produção de trigo e cereais 8) Produção de carne
60% 56 %
40% 44 %
, 55%
45%
44%
56%
9) Consumo de papel de impressão ... 10) Atividades postais e telefônicas e nú mero de T. S. F
^
Dicesto Econômico
tores da xida nacional, começando pelo
Citamos êsse trecho apenas a título
o ?l\m QIJ1^QIJE^/\L /\RGE^TI^O
Tuclhoranienlo do falor demográfico, mediante a extensão dos serviços sociais, a
documental. Notemos, entrelanto, que u aspiração de ver realizada uma pátria
Geraldo O. Banaskiw riv,
imigração orientada, a elelrificação do mcio rural, a proteção das indústrias nascentes por intermédio de adeêpiadas tarifas alfandegárias, o reaparelbamcnto do.s meios dc transporte, a criação dc
soberana e senhora do seu destino económico é também inerente a todos os brasileiros. Fiéis à nossa tradição liberal, esperamos que nosso país consiga essa independência por meios que dei-
forçaremos por traçar aqui, o mais exa
ii.'a marinha mercante e dc uma frota aérea, inclu.si\c uma ampla refonna agrária. Procurando resol\'er êsses problemas, nossa vizinha do Sul quer libcrtar-sc da
xcm à economia privada posição bem maior que a prevista no plano argentino. Percorrendo as 127 páginas da mensagcm presidencial que apresentou o
tamente possível, as inlcnçoe.s desse Pla no Qüinqüenal.
dependência econômica do seu país, si-
Plano Qüinqüenal ao Congresso argen-
tuação que perturba o e.spírito de seus
tino, nota-se a preponderância dos pro-
clirigcntcs.
blcmas militares, que parecem estar na
Ooi5 A DENOMINAÇÃO cic "PaíSCS A. B.
C." a terminologia
política euro-
pcia dc antes da guerra de.signa\'a a parX te meridional da América Latina, o Bra
tar o especial inteièsse dos brasileiros, que há alguns decênios discutem o me,Ihor meio de chegar-se a uma rápida industriali/^ação.
Por isso o cuidadoso
sil, a Argentina c o Chile, como a área
estudo dos métodos adotados pela Ar
mais adiantada do nossí) Continente. E
gentina facultará algumas lições à nossa própria evolução. Dêsse modo nos es
do fato, os três países evidenciavam, pe la sua posição geográfica, total ou par cialmente situada na zona temperada, uma relativa similitude nos seus proble mas econômicos, permitindo aos espe
cialistas considerá-los em conjunto, nas
A inclusão do Chile,
o menor dos
paí.ses do "A. B. C.", do ponto dc vista
Quando o Plano Qüinqüenal foi apre-
base de todas as medidas de ordem eco-
geográfico, neste estudo, justiííca-se pe
scntado ao Congresso, o coronel Peron
que prevaleceu até o começo das hosti
la conclusão de um acordo comercial en
declarou cnfáticameiitc: — "Em 1810
lidades na Europa, foi modificado pela política muito individual adotada pela
tre os governos dc Santiago e dc Buenos Aires, suprimindo parcialmente as bar
oblí\emos nossa autonomia
agora vamos realizar nossa indepondên-
um país constitui seu poderio militar e
reiras alfandegárias, de modo a dar um passo decisivo para a rcalizi^çao da po
cia econômica. Ao comparar essas duas
a cuidadosa leitura do texto inspira uma
formas xdc independência não sei qual
certa comparação com as manifestações
suas apreciações.
Êsse modo de ver,
Argentina nos idtimos seis anos, disso ciando nitidamente sua evolução da do
Brasil e Chile. Essa tendência argentina manifesta-se
na
lítica da "Cordilheira Livre", aspiração íntima, mas ain-
política e
nóinica consideradas, Sob diferentes variações encontra-se o
axioma de que o potencial industrial de
das dua.s ô melhor. No Parlamento dc
de Von der Beck, por ocasião de sua vi-
um país estrangeiro, dizia uni legislador que a Argentina era a melhor colònia dc seu país, pois se governa\'a a si
sita a Washington, em 1947, quando êle falava em uma hegemonia de fato que o seu país exerceria sobre o Continente
progressiva liqui
da não satisfeita,
dação da dívida
de todos os go
externa, no res
vernos cbilenos c
mesma. E isso era a verdade, infeliz-
sul-americano, baseando-se nas seguin-
gato das estradas de ferro e de ou
argentinos desde
mente..
tes cifras:
o
tros serviços pú
blicos entregues a entidades
geiras
e,
cipalmente
estran
prin
nã
transformação do
país, que de de
começo
do
(em porcentagem)
O plano argen tino, que i^revê a
despesa de 30 bi lhões de cruzeiros
(6.662,7
de
milhões
pesos) num
na parece não querer limitar-se nesse
período de 5 anos, entrou em \igor em janeiro de 1948, e introduz nas estatísti
rumo, porque o seu govôvno agora pre
cas da economia latino-americana alga-
tende acelerar a industrialização do pais
rismo.s de elevação até agora desconheci da. É inútil registrar que a amplitude do projeto c tal que atinge todos os SC-
vedor passou a credor. Mas a Argenti
mediante o Plano Qüinqüenal. Não seria preciso mais para desper-
Atividade econômica argentina cotnparada com a de tôdo a América do'Sul
.século.
Argentina
América do Sul
1) Comércio exterior 2) Consumo de petróleo
37% 50%
53% 50%
.3) Passageiros e fretes transportados por via férrea
45%
4) Caminhões c automóveis 5) Reservas-ouro declaradas
55% 60%
6) Produção de lã
55% '
45% 40%
•. .
68%
32%
7) Produção de trigo e cereais 8) Produção de carne
60% 56 %
40% 44 %
, 55%
45%
44%
56%
9) Consumo de papel de impressão ... 10) Atividades postais e telefônicas e nú mero de T. S. F
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84
Dicbsto Econômico
Se o blefe do antigo chefe do Estadomaior argentino podia ser ignorado por motivo da escolha arbitrária oii, mesmo,
da falsidade das estatísticas, quem ana lisa o Plano Qüinqüenal tem a impressão
de que essa tentativa de economia pla nejada contém os mesmos elementos mencionados na declaração de Von der Beck.
Mudando o sentido da declaração de
Wasliington, pode-se dizer que ela ex pressa menos um fato do que um obje tivo — o de erigir a hegemonia argenti
na no Continente — e que o Plano Qüin qüenal seria o instrumento para realizar esse objetivo. Nos comentários oficiais
não se formula essa associação de idéias,
como aliás, os adeptos de Peron rejei tam - pelo menos formalmente - qual quer ligação com Von der Beck. A opo sição argentina não toca nas conseqüên cias políticas e militares do problema, contentando-se somente em criticar a iniciativa do governo no âmbito finan
ceiro, mas isso com um vigor que não deixa dúvida de que fala em nome de muitos argentinos, que não partilham o entusiasmo orientado para a realização
da independência econômica. Recentemente "La Nacion" assim se
expressou, fazendo alusão indireta ao Plano Qüinqüenal : Frente a Ia creciente intervención
dei Estado en Ias actividades privadas,
que en nuestro país caracteriza a Ia épo ca actual, cabe perguntar si ella signifi ca um mayor bienestar para sus habi tantes o, por el contrario, determina una menor capacidad de los mismos para satisfazer sus necesidades. Un rápido examen de Ia situacion de Ia Republica
permite afirmar, sin duda alguna que "Ias consecuencias de esta intervención
son prejudiciales",
y que- si cl Estado
persiste en perturbar los processos do producion y distribucion de bienes, me diante el desarollo do una accion absor-
bente que llega basta al monopolio, se originará dentro de uii plazo relati\-amcnle corto una situacion de serias con
secuencias políticas y sociales. El retro
cesso de lu iniciativa privada significa reducir cl ritmo de Ia producion, que primeo disminuye y luego se paraliza". Essa crítica visa à política econômica argentina em tôdas as suas manifesta ções, mesmo nas que não foram mencio
nadas. O libelo do grande órgão libe~ ral platino contra as fõrças intcrvencionistas do Estado, que procuram transfor mar progressivamente todos os setores da economia privada cm repartições pú blicas, teve enorme repercussão nos meios industriais e comerciais da Repú blica vizinha. Êles sentem diretamente as conseqüências dessa política, codifica
da no Plano Qüinqüenal, pela limitação dos seus próprios direitos, c receiam, instintivamente, complicações interna cionais. O nome de Von der Beck está
no espírito de todos. Definida a atitude da oposição argen tina perante o Plano Qüinqüenal, lirnitar-nos-emos, em seguida, a tratar dos
principais setores econômicos mencionadcs, na proporção das realizações e das possibilidades do nosso próprio pais. As fontes de energia
Como a industrialização não podo progredir sem um aumento paralelo do volume de energia disponível, as redu
zidas possibilidades de ampliar a produ ção petrolífera argentina incitaram os autores do Plano Qüinqüenal a conside-
DioEsrn
Econômico
rar o maior apro\'eItameiito das fôrças hidráulicas, como ponto essencial do Plano. Impõe-se, poróm, uma compa
85
gia, do que a República Argentina. Até certo ponto, isso é verdade; mas, não se
ração, nesse sentido, com o nosso país :
podo dizer que a nossa posição seja mais favorável que a da República vizi
Os combustíveis representam 16 ÍS do
nha a respeito de fontes de energia.
valor total das importações argentinas. No Brasil, essa poi-centagem não vai
além dc 9,5 i? . Desse confronto poder-
Ao contrário, o que se dá é que o Brasil é ainda um grande consumi dor de lenha, ao passo que a Argen
se-ia concluir que o Brasil depende me
tina consome sobretudo carvão e pe
nos d(j estrangeiro cm matéria dc ener
tróleo :
1'ontes de energia utilizadas na produção nacional Argentina
Brasil
Petróleo
36,2%
Carvão Lenha
23,2%
6,0% 8,7%
20,9%
84,0 %
Resíduos Gás natural
Energia hidrelétrica Vários
A lenha ó um combustível primitivo c acarreta a destruição das florestas, re-
'presenlando assim, freqüentemente, uma e.xploração parasitária dos recursos que a natureza pôs à disposição do homem.
10,8% 5,3% 0,3% 3,3%
—
—
1,3% —
neste setor é sensivelmente idêntica no
Brasil e na Argentina. Em 1937, a vizi
nha República produzia quase o dôbro do Brasil, mas nestes últimos anos, nos
A ela coube importante papel no início
so país conseguiu desfazer o atraso em que se achava. Entre 1937 e 1947, foi
da industrialização de todos os países europeus, mas seu uso foi-se reduzindo
de 115% o aumento da produção de energia elétrica no Brasil, índice que
até que passou a representar uma fra ção mínima das fontes de energia utili
no-americanos. Entretanto em números
zadas pela indústria. Portanto, deste ponto de vista, o confronto do consumo do energia no Brasil e na Argentina não c favorável ao nosso país.
ultrapassa o da maioria dos países lati absolutos, tanto a produção da Argenti na como a nossa é ainda inferior à do México.
O aumento do consumo de eletricida
A preponderância da lenha asseguranos, por enquanto, maior independência do estrangeiro, mas o prímitivismo que
tina foi o seguinte, entre 1937-1947 ;
seu consumo representa está fadado a
Aumento do Consumo dc Eletricidade
desaparecer.
Examinemos agora a questão da ener gia elétrica. Segundo os dados a res
peito, reunidos pela O.N.U, a produção
de nos principais países da América La
(entre 1937 e 1947) Mundo América Latina
+ -}-
72% 74%
'irttiiiiKir i i '^
84
Dicbsto Econômico
Se o blefe do antigo chefe do Estadomaior argentino podia ser ignorado por motivo da escolha arbitrária oii, mesmo,
da falsidade das estatísticas, quem ana lisa o Plano Qüinqüenal tem a impressão
de que essa tentativa de economia pla nejada contém os mesmos elementos mencionados na declaração de Von der Beck.
Mudando o sentido da declaração de
Wasliington, pode-se dizer que ela ex pressa menos um fato do que um obje tivo — o de erigir a hegemonia argenti
na no Continente — e que o Plano Qüin qüenal seria o instrumento para realizar esse objetivo. Nos comentários oficiais
não se formula essa associação de idéias,
como aliás, os adeptos de Peron rejei tam - pelo menos formalmente - qual quer ligação com Von der Beck. A opo sição argentina não toca nas conseqüên cias políticas e militares do problema, contentando-se somente em criticar a iniciativa do governo no âmbito finan
ceiro, mas isso com um vigor que não deixa dúvida de que fala em nome de muitos argentinos, que não partilham o entusiasmo orientado para a realização
da independência econômica. Recentemente "La Nacion" assim se
expressou, fazendo alusão indireta ao Plano Qüinqüenal : Frente a Ia creciente intervención
dei Estado en Ias actividades privadas,
que en nuestro país caracteriza a Ia épo ca actual, cabe perguntar si ella signifi ca um mayor bienestar para sus habi tantes o, por el contrario, determina una menor capacidad de los mismos para satisfazer sus necesidades. Un rápido examen de Ia situacion de Ia Republica
permite afirmar, sin duda alguna que "Ias consecuencias de esta intervención
son prejudiciales",
y que- si cl Estado
persiste en perturbar los processos do producion y distribucion de bienes, me diante el desarollo do una accion absor-
bente que llega basta al monopolio, se originará dentro de uii plazo relati\-amcnle corto una situacion de serias con
secuencias políticas y sociales. El retro
cesso de lu iniciativa privada significa reducir cl ritmo de Ia producion, que primeo disminuye y luego se paraliza". Essa crítica visa à política econômica argentina em tôdas as suas manifesta ções, mesmo nas que não foram mencio
nadas. O libelo do grande órgão libe~ ral platino contra as fõrças intcrvencionistas do Estado, que procuram transfor mar progressivamente todos os setores da economia privada cm repartições pú blicas, teve enorme repercussão nos meios industriais e comerciais da Repú blica vizinha. Êles sentem diretamente as conseqüências dessa política, codifica
da no Plano Qüinqüenal, pela limitação dos seus próprios direitos, c receiam, instintivamente, complicações interna cionais. O nome de Von der Beck está
no espírito de todos. Definida a atitude da oposição argen tina perante o Plano Qüinqüenal, lirnitar-nos-emos, em seguida, a tratar dos
principais setores econômicos mencionadcs, na proporção das realizações e das possibilidades do nosso próprio pais. As fontes de energia
Como a industrialização não podo progredir sem um aumento paralelo do volume de energia disponível, as redu
zidas possibilidades de ampliar a produ ção petrolífera argentina incitaram os autores do Plano Qüinqüenal a conside-
DioEsrn
Econômico
rar o maior apro\'eItameiito das fôrças hidráulicas, como ponto essencial do Plano. Impõe-se, poróm, uma compa
85
gia, do que a República Argentina. Até certo ponto, isso é verdade; mas, não se
ração, nesse sentido, com o nosso país :
podo dizer que a nossa posição seja mais favorável que a da República vizi
Os combustíveis representam 16 ÍS do
nha a respeito de fontes de energia.
valor total das importações argentinas. No Brasil, essa poi-centagem não vai
além dc 9,5 i? . Desse confronto poder-
Ao contrário, o que se dá é que o Brasil é ainda um grande consumi dor de lenha, ao passo que a Argen
se-ia concluir que o Brasil depende me
tina consome sobretudo carvão e pe
nos d(j estrangeiro cm matéria dc ener
tróleo :
1'ontes de energia utilizadas na produção nacional Argentina
Brasil
Petróleo
36,2%
Carvão Lenha
23,2%
6,0% 8,7%
20,9%
84,0 %
Resíduos Gás natural
Energia hidrelétrica Vários
A lenha ó um combustível primitivo c acarreta a destruição das florestas, re-
'presenlando assim, freqüentemente, uma e.xploração parasitária dos recursos que a natureza pôs à disposição do homem.
10,8% 5,3% 0,3% 3,3%
—
—
1,3% —
neste setor é sensivelmente idêntica no
Brasil e na Argentina. Em 1937, a vizi
nha República produzia quase o dôbro do Brasil, mas nestes últimos anos, nos
A ela coube importante papel no início
so país conseguiu desfazer o atraso em que se achava. Entre 1937 e 1947, foi
da industrialização de todos os países europeus, mas seu uso foi-se reduzindo
de 115% o aumento da produção de energia elétrica no Brasil, índice que
até que passou a representar uma fra ção mínima das fontes de energia utili
no-americanos. Entretanto em números
zadas pela indústria. Portanto, deste ponto de vista, o confronto do consumo do energia no Brasil e na Argentina não c favorável ao nosso país.
ultrapassa o da maioria dos países lati absolutos, tanto a produção da Argenti na como a nossa é ainda inferior à do México.
O aumento do consumo de eletricida
A preponderância da lenha asseguranos, por enquanto, maior independência do estrangeiro, mas o prímitivismo que
tina foi o seguinte, entre 1937-1947 ;
seu consumo representa está fadado a
Aumento do Consumo dc Eletricidade
desaparecer.
Examinemos agora a questão da ener gia elétrica. Segundo os dados a res
peito, reunidos pela O.N.U, a produção
de nos principais países da América La
(entre 1937 e 1947) Mundo América Latina
+ -}-
72% 74%
'irttiiiiKir i i '^
)IIM
«VPiPP^ Dicesto Econômico
80
87
DlCliSTO Ecünó>uco
Argentina
53 ít
+
Brasil ...
115%
Nícxico ..
93%
E' intcrcssanle èslc oiilro confronto cio clcscn\'olvíiTifnto do consumo de ele
tricidade nos Irès países :
Con-simio dc energia elétrica Médias mensais — (em milhões de kwh) Argentina
rior a posição do Brasil. Mas precisamos ct)nsiderar fpie a prodvição de eletrici dade nos dois países resulta de proces-
no maior consumo do setor-industrial,
so.s diferentes: na Argentina, a produ
gia pela indústria é, na Argentina, 15% inferiof ao do Brasil, segundo as cstima-
ção provém, sobretudo, de nsina.s ténni-
Brasil
A/c'.v»cí>
Mundo
83 93 101
207
29.930 30.280 33.140
cas; entre nós de usinas hidráulicas :
Ante.s da guerra : 1937
' 183
1938 1939
205
209
205
254
279
1948
169 183
276 300
204
331
Conc/íí-sões
46.030 51.280 55.950
Hidrelétrica
Argentina
81 %
19%
Os princípios que vêm sendo postos cm prótica no terreno econômico pelo
México .
46%
54%
governo de Buenos Aires não são prò-
..
priamenlc novos; na América Latina, cidade,
;,.
■
255
fevereiro março
253
abril maio
193 221 220 218
274
junho
231 228
82%
Portanto, em sua produção de eletri
1949 :
janeiro
363 ) 344 ) 382 ) 349 ) 369 ) 355 )
li\as publicadas por "Thc Stalist". Eis uma indicação perfeitamente aceitável-
Térm ica 18 %
Brasil .....
mado isoladamente, o consumo de ener
Produção dc eletricidade
Depois da guerra : 1946 1947
mas no da agricultura mecanizada. To
a Argentina consome grande
quantidade de carvão c petróleo. Para que o confronto entre o Brasil e aquele país SC torne, mais exato, é preciso des
58.710
57.210
{") Dados trimestrais.
porém, a Argentina é o primeiro país a aplicá-los em larga escala. Seria, sem dúvida algiuna, interes sante estabelecer um confronto com o
progresso da industrialização no Brasil,
contar éssc consumo. Melhor ainda, po
quc^ tem obedecido a métodos bem dife
de considerar-se
rentes.
apenas o volume de
eletricidade hidrelétrica produzida no
Apesar dos nossos projetos dc plani-
vizinho país. Deste modo, chega-se à seguinte conclusão: o consumo de car
ficação, ainda permanece alto entre nós o grau de liberdade de ação da econo
vão é idêntico nos dois países; no con-
mia privada, o que permite largueza de
E' interessante assinalar que os nú
A revista "VVorld Petrolemn" publica,
.sumo dc petróleo, a Argentina predomi
movimentos ao livre empreendimento.
meros do quadro supra, no que se refe
na, c no consumo dc eletricidade cabe-
rem ao Brasilj concernem apenas ao con
em seu número de janeiro de 1949, es timativas segundo as quais o consumo
nos o primeiro posto.
Poucos países, atualmente, fornecem melhor ambiente que o Brasil á livre
sumo de São Paulo e Rio. Ora, como o
anual argentino c dc 52 milhões dc
Sem nos aventurarmos a um confron
iniciativa.
O confronto entre os dois
tambores. O consumo brasilciio nao vai
to das três fontes dc energia, tendo por
países revela as diferenças existentes en
1949 o Brasil consumia tanta eletricida
além de 20 milhões de tambores. Do confronto das trés grandes fontes
base as calorias representadas por cada uma delas, cremos poder estimar as dis
fins econômicos deixando que os acon
de quanto a Argentina.
de energia obtcm-sc os seguintes índices
ponibilidades energéticas da Argentina
Portanto, em matéria de eletricidade, equilibram-se as situações das duas na ções. O mesmo se pode dizer do car-
do consumo :
como sendo 10% maiores que as do Bra
^'ão, cujo consumo se eleva a 3,3 mi
Eletricidade
resto do país consome cerca de 20 % do total nacional, pode-se dizer que em
sil, mas com nítida tendência dc aumen
tre um pais que procura atingir seus tecimentos sigam livremente seu curso e um outro que subordina inteiramente a economia privada às exigências dos
Brasil
to no nosso país. A atual superioridade
planos concebidos nos gabinetes de três
lOÚ
100
da República platina reside, aliás, não
Ministérios.
lhões de toneladas em nosso país e a
Carvão
.. •
100
100
cerca de 3,8 milhões dc toneladas na
Petróleo ..
100
40
República Argentina. E quanto ao petróleo ? Neste setor, é incontestável a superioridade argentina.
O observador apressado concluiria, do exame do quadro supra, que é infe-
Argentina
•
1*lt 1 1
)IIM
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115%
Nícxico ..
93%
E' intcrcssanle èslc oiilro confronto cio clcscn\'olvíiTifnto do consumo de ele
tricidade nos Irès países :
Con-simio dc energia elétrica Médias mensais — (em milhões de kwh) Argentina
rior a posição do Brasil. Mas precisamos ct)nsiderar fpie a prodvição de eletrici dade nos dois países resulta de proces-
no maior consumo do setor-industrial,
so.s diferentes: na Argentina, a produ
gia pela indústria é, na Argentina, 15% inferiof ao do Brasil, segundo as cstima-
ção provém, sobretudo, de nsina.s ténni-
Brasil
A/c'.v»cí>
Mundo
83 93 101
207
29.930 30.280 33.140
cas; entre nós de usinas hidráulicas :
Ante.s da guerra : 1937
' 183
1938 1939
205
209
205
254
279
1948
169 183
276 300
204
331
Conc/íí-sões
46.030 51.280 55.950
Hidrelétrica
Argentina
81 %
19%
Os princípios que vêm sendo postos cm prótica no terreno econômico pelo
México .
46%
54%
governo de Buenos Aires não são prò-
..
priamenlc novos; na América Latina, cidade,
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255
fevereiro março
253
abril maio
193 221 220 218
274
junho
231 228
82%
Portanto, em sua produção de eletri
1949 :
janeiro
363 ) 344 ) 382 ) 349 ) 369 ) 355 )
li\as publicadas por "Thc Stalist". Eis uma indicação perfeitamente aceitável-
Térm ica 18 %
Brasil .....
mado isoladamente, o consumo de ener
Produção dc eletricidade
Depois da guerra : 1946 1947
mas no da agricultura mecanizada. To
a Argentina consome grande
quantidade de carvão c petróleo. Para que o confronto entre o Brasil e aquele país SC torne, mais exato, é preciso des
58.710
57.210
{") Dados trimestrais.
porém, a Argentina é o primeiro país a aplicá-los em larga escala. Seria, sem dúvida algiuna, interes sante estabelecer um confronto com o
progresso da industrialização no Brasil,
contar éssc consumo. Melhor ainda, po
quc^ tem obedecido a métodos bem dife
de considerar-se
rentes.
apenas o volume de
eletricidade hidrelétrica produzida no
Apesar dos nossos projetos dc plani-
vizinho país. Deste modo, chega-se à seguinte conclusão: o consumo de car
ficação, ainda permanece alto entre nós o grau de liberdade de ação da econo
vão é idêntico nos dois países; no con-
mia privada, o que permite largueza de
E' interessante assinalar que os nú
A revista "VVorld Petrolemn" publica,
.sumo dc petróleo, a Argentina predomi
movimentos ao livre empreendimento.
meros do quadro supra, no que se refe
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rem ao Brasilj concernem apenas ao con
em seu número de janeiro de 1949, es timativas segundo as quais o consumo
nos o primeiro posto.
Poucos países, atualmente, fornecem melhor ambiente que o Brasil á livre
sumo de São Paulo e Rio. Ora, como o
anual argentino c dc 52 milhões dc
Sem nos aventurarmos a um confron
iniciativa.
O confronto entre os dois
tambores. O consumo brasilciio nao vai
to das três fontes dc energia, tendo por
países revela as diferenças existentes en
1949 o Brasil consumia tanta eletricida
além de 20 milhões de tambores. Do confronto das trés grandes fontes
base as calorias representadas por cada uma delas, cremos poder estimar as dis
fins econômicos deixando que os acon
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de energia obtcm-sc os seguintes índices
ponibilidades energéticas da Argentina
Portanto, em matéria de eletricidade, equilibram-se as situações das duas na ções. O mesmo se pode dizer do car-
do consumo :
como sendo 10% maiores que as do Bra
^'ão, cujo consumo se eleva a 3,3 mi
Eletricidade
resto do país consome cerca de 20 % do total nacional, pode-se dizer que em
sil, mas com nítida tendência dc aumen
tre um pais que procura atingir seus tecimentos sigam livremente seu curso e um outro que subordina inteiramente a economia privada às exigências dos
Brasil
to no nosso país. A atual superioridade
planos concebidos nos gabinetes de três
lOÚ
100
da República platina reside, aliás, não
Ministérios.
lhões de toneladas em nosso país e a
Carvão
.. •
100
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cerca de 3,8 milhões dc toneladas na
Petróleo ..
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República Argentina. E quanto ao petróleo ? Neste setor, é incontestável a superioridade argentina.
O observador apressado concluiria, do exame do quadro supra, que é infe-
Argentina
•
1*lt 1 1
Dioesto Econômico
o\
Produtos brasileiros
internacional
89
No comêço dèstf .século, u cora dc
sâo estranhas as cOndiçôes do mercado
carnaúba não chegava a fornecer 0,5?
internacional. O declínio da posição do produto é muito mais grave e tanto maior cuidado merece quanto se apre senta como um dos produtos funda
do valor total exportado; sua importân cia, porém, foi crescendo gradativamen-
Vllt - C^ra de Carnndba
te, contribuindo, no último ano, com
Dorjval Teixeira Vieira
1,77%. A distribuição percentual, por ciuinquênio.s, melhor nos elucida sôbre
mentais da economia dos Estados nor
o. aumento da sua importância no con junto de exportações.
Rio Grande do Norte.
CARNAUBEIRA, pelo valor e varieda
de de seus produtos, é a mais im portante palmeira do Brasil. Humboldt
chegou a denominá-la "árvore da vida", visto que toda uma coletividade pode \aver do uso de seus produtos. Seus frutos, além de permitirem a alimenta
ção de suínos, caprinos e bovinos, po
dem ainda alimentar o próprio homem. Com a.s suas amêndoas obtêm-se óleo
substâncias albuminóides e resinosas e quando torradas e pulverizadas, constituem um dos sucedâneos do café. A
folha verde da carnaubeira pode ser usada como forragem e seu pecíolo pres ta-se a vários usos domésticos: rolhas, talas, madeira para portas e janelas, cer cas e cancelas, giraus, armadilhas para peixes, armações para gaiolas, peneiras, samburás, escovas, vassouras e até mes mo mobílias rústicas; as fibras, forneci
da fôlha \tTde, dotada de grande re sistência, fabricam-.se cordas, rèdes, tar-
beira morre de velha, constitui boa ma
caibros e tábuas, com que se constróem
1925-1929
currais, calhas, postes, trapiches, pontilliões, traves, barrotes, forros e es
toque. O cerne da palmeira é boa ma deira para' marcenaria, permitindo a utilizada como depuratívo, no tratamento
1920-1924 1930-1934
■
0,59 0,59 1,01 0,55 0,69 0,78
na África, não deram resultado satisfa
tório pois as carnaubeiras ou não pro duziam cêra ou produziam-na em quan tidade não comercial. Atualmente, po ^
1.83
1940-1944 1945-1949
3,26
e.xistència de cêras sintéticas que come
1,96
çam a concorrer com o produto brasi
Neste quadro nota-se que a impor-' tância do comércio exportador da cêra
mais, quando um acidente qualquer inu tiliza uma das palmeiras, seus restos po
do carnaúba vem aumentando gradativamente, na medida cm que se multipli cam suas aplicações industriais. Mere cem particular atenção, os aumentos
lorias.
O produto principal da carnaubeira, porém, é a cêra exti-aída de suas fôlhas. Além de ser usada no consumo interno
percentuais verificados tanto na primeira quanto na segunda guerra mundial, em que as respectivas percentagens foram o dôbro do qüinqüênio anterior. Os pe ríodos de após-guerra, no entanto, in dicam uma diminuição da importância
adere ao solo, evitando o aparecimen
desde há longo tempo, pois já no início
to de ervas daninhas, facilitando a pe
dn século XIX se conhecia o preparo de velas de cêra de carnaúba, aos pou cos foi o produto sendo introduzido no mercado internacional e, alargando-se o número de suas aplicações industriais, constitui ■ hoje matéria-prima indispensá
cH^mércio da cêra de carnaúba vem di
vel a certos ramos da atividade econô
minuindo de importância e a isso não
netração de água e anulando a erosão,
além de enriquecer o terreno em mâtéria orgânica e sais minerais. Sua pa lha fornece ainda matéria-prima para o fabrico de papel, pois uma vez reti rada a cêra, a fôlha ainda possui de 25% a 33^ de teor de celulose. • Da fibra
mica. •
.A' ,:
rém, a produção Ç o comércio desta ma téria-prima se vêem ameaçados pela
1935-1939
dc moléstias cutâneas e sífilís. Além do
dem ser utilizados como lenha de fácil
pois o Brasil gozava de um monopólio jiatural, visto serem necessárias condi
fora do país. Tentati\as de transplante,
obtenção de mobílias finas; sua raiz é
nos, surrões, esteiras, forros de canga-
Utilizada na cobertura de terrenos,
1905-1909 1910-1914
lidade quando tratada com água sal gada, permitindo a obtenção de ripas,
combustão e ótimo rendimento, pois ao queimar fornece grande número de ca
casas.
Médias percent uais do total da exportação
ções ambientais específicas, inexistente.s
1915-1919
das pelas folhas, são empregadas na fa bricação de chapéus, alaios, bolsas, abalhas e até mesmo para cobertura de
Períodos
almofadas. O estipe, quando a carnau deira de construção, de grande durabi
No passado, a posição da cera de car naúba na economia mundial fôra ímpar,
rafas e mantas para cavalo. Os resíduos das fôlhas, que forneceram cera, são empregados na feitura dc colchões e
destinos, particularmente Piauí, Ceará e
dc exportação daquele produto .nordes tino.
Após um extraordinário surto de ex
pansão,,devido às condições excepcional mente favoráveis da última guerra, o
leiro. Para melhor compreendermos o fenômeno, interessante será analisar as características do mercado, seja no que
se refere à procura, seja no que diz res peito à oferta. Embora não existam cálculos rigoro
sos sôbre o grau de elasticidade da pro cura da cêra de carnaúba, é possível, mediante uma análise qualitativa, chegar
à afirmação de que a mesma é inelástica, visto ser o produto matéria-prima indispensável, por vezes insubstituível, a fodo um conjunto de importantes in dústrias. Começando por ser utilizada para o fabrico de velas, passou aos pou cos a ter outras aplicações industriais : empregam-na na fabricação de vernize.s especiais e de graxas, no preparo de couros e nos encerados;
na indústria
farmacêutica é usada para a produção de emplastros e unguentos, na indústria de
Dioesto Econômico
o\
Produtos brasileiros
internacional
89
No comêço dèstf .século, u cora dc
sâo estranhas as cOndiçôes do mercado
carnaúba não chegava a fornecer 0,5?
internacional. O declínio da posição do produto é muito mais grave e tanto maior cuidado merece quanto se apre senta como um dos produtos funda
do valor total exportado; sua importân cia, porém, foi crescendo gradativamen-
Vllt - C^ra de Carnndba
te, contribuindo, no último ano, com
Dorjval Teixeira Vieira
1,77%. A distribuição percentual, por ciuinquênio.s, melhor nos elucida sôbre
mentais da economia dos Estados nor
o. aumento da sua importância no con junto de exportações.
Rio Grande do Norte.
CARNAUBEIRA, pelo valor e varieda
de de seus produtos, é a mais im portante palmeira do Brasil. Humboldt
chegou a denominá-la "árvore da vida", visto que toda uma coletividade pode \aver do uso de seus produtos. Seus frutos, além de permitirem a alimenta
ção de suínos, caprinos e bovinos, po
dem ainda alimentar o próprio homem. Com a.s suas amêndoas obtêm-se óleo
substâncias albuminóides e resinosas e quando torradas e pulverizadas, constituem um dos sucedâneos do café. A
folha verde da carnaubeira pode ser usada como forragem e seu pecíolo pres ta-se a vários usos domésticos: rolhas, talas, madeira para portas e janelas, cer cas e cancelas, giraus, armadilhas para peixes, armações para gaiolas, peneiras, samburás, escovas, vassouras e até mes mo mobílias rústicas; as fibras, forneci
da fôlha \tTde, dotada de grande re sistência, fabricam-.se cordas, rèdes, tar-
beira morre de velha, constitui boa ma
caibros e tábuas, com que se constróem
1925-1929
currais, calhas, postes, trapiches, pontilliões, traves, barrotes, forros e es
toque. O cerne da palmeira é boa ma deira para' marcenaria, permitindo a utilizada como depuratívo, no tratamento
1920-1924 1930-1934
■
0,59 0,59 1,01 0,55 0,69 0,78
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tório pois as carnaubeiras ou não pro duziam cêra ou produziam-na em quan tidade não comercial. Atualmente, po ^
1.83
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e.xistència de cêras sintéticas que come
1,96
çam a concorrer com o produto brasi
Neste quadro nota-se que a impor-' tância do comércio exportador da cêra
mais, quando um acidente qualquer inu tiliza uma das palmeiras, seus restos po
do carnaúba vem aumentando gradativamente, na medida cm que se multipli cam suas aplicações industriais. Mere cem particular atenção, os aumentos
lorias.
O produto principal da carnaubeira, porém, é a cêra exti-aída de suas fôlhas. Além de ser usada no consumo interno
percentuais verificados tanto na primeira quanto na segunda guerra mundial, em que as respectivas percentagens foram o dôbro do qüinqüênio anterior. Os pe ríodos de após-guerra, no entanto, in dicam uma diminuição da importância
adere ao solo, evitando o aparecimen
desde há longo tempo, pois já no início
to de ervas daninhas, facilitando a pe
dn século XIX se conhecia o preparo de velas de cêra de carnaúba, aos pou cos foi o produto sendo introduzido no mercado internacional e, alargando-se o número de suas aplicações industriais, constitui ■ hoje matéria-prima indispensá
cH^mércio da cêra de carnaúba vem di
vel a certos ramos da atividade econô
minuindo de importância e a isso não
netração de água e anulando a erosão,
além de enriquecer o terreno em mâtéria orgânica e sais minerais. Sua pa lha fornece ainda matéria-prima para o fabrico de papel, pois uma vez reti rada a cêra, a fôlha ainda possui de 25% a 33^ de teor de celulose. • Da fibra
mica. •
.A' ,:
rém, a produção Ç o comércio desta ma téria-prima se vêem ameaçados pela
1935-1939
dc moléstias cutâneas e sífilís. Além do
dem ser utilizados como lenha de fácil
pois o Brasil gozava de um monopólio jiatural, visto serem necessárias condi
fora do país. Tentati\as de transplante,
obtenção de mobílias finas; sua raiz é
nos, surrões, esteiras, forros de canga-
Utilizada na cobertura de terrenos,
1905-1909 1910-1914
lidade quando tratada com água sal gada, permitindo a obtenção de ripas,
combustão e ótimo rendimento, pois ao queimar fornece grande número de ca
casas.
Médias percent uais do total da exportação
ções ambientais específicas, inexistente.s
1915-1919
das pelas folhas, são empregadas na fa bricação de chapéus, alaios, bolsas, abalhas e até mesmo para cobertura de
Períodos
almofadas. O estipe, quando a carnau deira de construção, de grande durabi
No passado, a posição da cera de car naúba na economia mundial fôra ímpar,
rafas e mantas para cavalo. Os resíduos das fôlhas, que forneceram cera, são empregados na feitura dc colchões e
destinos, particularmente Piauí, Ceará e
dc exportação daquele produto .nordes tino.
Após um extraordinário surto de ex
pansão,,devido às condições excepcional mente favoráveis da última guerra, o
leiro. Para melhor compreendermos o fenômeno, interessante será analisar as características do mercado, seja no que
se refere à procura, seja no que diz res peito à oferta. Embora não existam cálculos rigoro
sos sôbre o grau de elasticidade da pro cura da cêra de carnaúba, é possível, mediante uma análise qualitativa, chegar
à afirmação de que a mesma é inelástica, visto ser o produto matéria-prima indispensável, por vezes insubstituível, a fodo um conjunto de importantes in dústrias. Começando por ser utilizada para o fabrico de velas, passou aos pou cos a ter outras aplicações industriais : empregam-na na fabricação de vernize.s especiais e de graxas, no preparo de couros e nos encerados;
na indústria
farmacêutica é usada para a produção de emplastros e unguentos, na indústria de
Dicesto Econômico
90
91 J
Dicesto Econômico
perfumarias, na produção de sabonetes, na indústria elétrica como isolante para
Na última guerra, foi também utiliza da pela indústria dc armamentos, prin
cabos.
cipalmente lias peças dc artilharia de grande precisão c .sensibilidade. Ao la
E' ainda utilizada nos cilindros
e discos para fonógrufos e no enccramento o Ilustração da madeira. Com o
do desta multiplicidade de usos, refor
aparecimento
çando a inclaslicidadc,
da ináfpiina dc escrever
tornou-se indispcnsá\'el à produção dc papel-carbono, sendo que esta indústria ainda não encontrou nenhum substituto vantajoso para a cera de carnaúba na
feitura de papel-carbono de primeira qualidade,, não obstante os esforços que vem despendendo para sua substituição. Com a grande expansão que sofreu a
indústria automobilística, seu emprego aumentou extraordinariamente; os polimentos cerosos, indispensá-
vei.s à boa conservação da pin tura dos carro.s, são feito.s à base de cêra e não obstante a -
utilização, nos últimos anos,
grande dificuldade em obter sucedâneos cia ccTU, para uma sctíc de aplicaç^õcs. Esta rigiclez da procura fazia prever a possibilidade dc manlcr-.sc, por longo tempo, um monopólio dc exportação, com garantia dc preços altos c concliçoos
A'! emulsões ccrosas para polimento, tanto de automóveis quanto de mobí lias ou outras obras de marcenaria, só apresentam alto padrão do qualidade quando fabricadas com cêra de carnaú ba, poi.s o seu emprego prolonga a du rabilidade do polimento. Daí, a prefe rência dos consumidores para as emulções fabricadas com a matéria-prima bra sileira, a despeito do seu maior preço. Desde a guerra de 1914, os quími
cos conseguiram retirar ácido pícrico da cêra de carnaúba, passando então a ter
mais uma dupla aplicação: por um lado permitir a fabricação de unguentos con
tra queimaduias c, por outro, fornecer
Para produzir, a carnaubeira nece.ssita clima cpionte; cspontàncamenlc^ .só c en contrada pouco acima do nível do mar, pois SC verifica (pie nas zonas allus, dc 100 metros ou mais, não há carnaubais,
a clo.spcito da identidade de clima. So
gularidade da distribuição das várias pal meiras, ora muito próximas, ora muito afastadas. Além disso, a falta de trato
impede culturas intercalares que facili tariam a \ida do h-aballuulor rural, for-
nccendn-llic vívercs, indispcnsáieis à sua existência.
Não .scudo isto possível, ocorre com a
região dos carnaubais, cm parte, o mes mo que com a zona do cacau ou da bor
mente as zonas semi-áridas ou sub-iimi-
racha: a maior parte cios gêneros de pri
palmente .SC considerarmos <pie a oferta,
da.s' permitem quc^ a carnaubeira na.sça e.spontàncamcnte e produza bastante cê
tras regiões.
ao contrário, é extra-clástica. A obser
ra. Brola c so descn\'ol\ c bem em solos
de \enda excepcionalmente boas, princi vação de uma luta infrutífera, seja por parte dos consumidores, para dispensar o produto, seja por parle dc produtores estran geiros para formar planta ções artificiais em outras zo
de outras cêras naturais, ve rifica-se, que a dc carnaúba apresenta maior rendimento.
encontra-se a
naubcíras cuconlram-.sc no Maranbão, Piauí, Ceará, Pio Grande do NorLe, Pa raíba, Babia c Pernambuco. Há outras menorc.s cm Alagoas e Sergipe.
nas, e.xiíliea o fato dc os pro dutores nacionais,
até aqui,
\irem exploiando esta rique za natural muito empirieamcnte. Talvez por isso mesmo, encorajaram-se pescpii.sas químicas no sentido do obU'iem-se produtos sintélico.s idênticos, uma vez
que tentativas feitas com produtos naturah; indicavam a impossibilidade de encontrar-.sc um sucedâneo da cêra de carnaúba.
Apesar dc; tudo, a análise dos proces sos dc produção, permitindo alterações fundamentais da técnica dc e.xploração, nos anima a prcx-er uma boa resistência
c, talvez mesmo, a eliminação daquela indústria paralela. Sendo produto nati vo, a palmeira é geralmente encontrada formando florestas densas e liomogêneas,
matéria-prima indispensável para o fa brico de pólvora de grande poder explo
longas, acompanbanclo os baixios e va les dos principais cursos dágua do Nor
sivo.
deste. As maiores concentrações de car-
TIíBb'
argilo-silicosos, arcjados c sempre pro fundos. E' necessário que a sêca física
ou fisiológica estimule a palmeira a pro duzir cêra, como medida de defesa con
tra a evaporação do suas fòlba.s. Por is so, os solos rasos ou pantanosos não
permitem a obtenção dc cêra. A gran de resistência da ]ílanta faz com que
meira necessidade é importada do ou O custo de.vida não é,
porém, tão elevado porque a própria carnaubeira, como já tivemos ocasião de apontar, fornece subprodutos de uso do méstico, utilizjidos diretamente pelo.s que
liabitam aquela região. E' forçoso, po rém, admitir que a sua dieta se toma muito limitada o o seu nível de vida-é forçosamente baixo.
Os fat(kcs de produção cia empresa
pois sua rusticidadc c cxtraordiniuia.
que explora cera rcduzejn-se a bem poucos, limitando-se quase que aos ne
E' verdade, porém, que com ela se verifica o mesmo que já vimos oconer
cessários à extração e beneficiamento da cêra. O corte ou cx)lheita da fi)lha, pou
com a borracha e o cacau. A plantação aumenta o rendimento da
co sujeito a variações sazonais, é proce dido por meio de uma foice, presa a
produção c facilita o empreendimento, principalmente se considerarmos que os
cada palmeira, 7 a 15 palmas. Cortadas
normalmente não haja tratos culturais
sistemática
carnaubais nativos vêm sendo depreda dos, tendentes portanto, a sofrer dimi nuição ou, pelo menos, propensos a se
uma vara muito longa. Colhem-se, dc as fôlhas, em dia de .sol, são estas trans
portadas, quase sempre em lombo de
manterem estáticos, sem crescimento. As
burro, para o local da secagem, um ter reiro primitivo de barro seco, bem var
necessidades do con.sumo, por outro la
rido. A utiliza(;'.ão destes terreiros não
do. aumentam cada % ez mais. Fácil será
pavimentados prejudica, cm grande par te, o produto a obter, pois que a terra pode aderir ás fôlhas, aumentando as impurezas contidas na cêra beneficiada.
pois compreender-sc a conveniência dc um desenvolvimento racional da planta ção. O camaubal nativo, não exigindo sequer trato cultural, encontrando-se já formado, diminui exlraordinàriamente o
Além disso, não existe processo algum de cobertura áo terreiro, no caso de in
custo do produto, mas, por outro lado, dificulta a extração da cêra pela irre
tempéries. Nas regiões produtoras há ventos fortes que, durante a secageni.
Dicesto Econômico
90
91 J
Dicesto Econômico
perfumarias, na produção de sabonetes, na indústria elétrica como isolante para
Na última guerra, foi também utiliza da pela indústria dc armamentos, prin
cabos.
cipalmente lias peças dc artilharia de grande precisão c .sensibilidade. Ao la
E' ainda utilizada nos cilindros
e discos para fonógrufos e no enccramento o Ilustração da madeira. Com o
do desta multiplicidade de usos, refor
aparecimento
çando a inclaslicidadc,
da ináfpiina dc escrever
tornou-se indispcnsá\'el à produção dc papel-carbono, sendo que esta indústria ainda não encontrou nenhum substituto vantajoso para a cera de carnaúba na
feitura de papel-carbono de primeira qualidade,, não obstante os esforços que vem despendendo para sua substituição. Com a grande expansão que sofreu a
indústria automobilística, seu emprego aumentou extraordinariamente; os polimentos cerosos, indispensá-
vei.s à boa conservação da pin tura dos carro.s, são feito.s à base de cêra e não obstante a -
utilização, nos últimos anos,
grande dificuldade em obter sucedâneos cia ccTU, para uma sctíc de aplicaç^õcs. Esta rigiclez da procura fazia prever a possibilidade dc manlcr-.sc, por longo tempo, um monopólio dc exportação, com garantia dc preços altos c concliçoos
A'! emulsões ccrosas para polimento, tanto de automóveis quanto de mobí lias ou outras obras de marcenaria, só apresentam alto padrão do qualidade quando fabricadas com cêra de carnaú ba, poi.s o seu emprego prolonga a du rabilidade do polimento. Daí, a prefe rência dos consumidores para as emulções fabricadas com a matéria-prima bra sileira, a despeito do seu maior preço. Desde a guerra de 1914, os quími
cos conseguiram retirar ácido pícrico da cêra de carnaúba, passando então a ter
mais uma dupla aplicação: por um lado permitir a fabricação de unguentos con
tra queimaduias c, por outro, fornecer
Para produzir, a carnaubeira nece.ssita clima cpionte; cspontàncamenlc^ .só c en contrada pouco acima do nível do mar, pois SC verifica (pie nas zonas allus, dc 100 metros ou mais, não há carnaubais,
a clo.spcito da identidade de clima. So
gularidade da distribuição das várias pal meiras, ora muito próximas, ora muito afastadas. Além disso, a falta de trato
impede culturas intercalares que facili tariam a \ida do h-aballuulor rural, for-
nccendn-llic vívercs, indispcnsáieis à sua existência.
Não .scudo isto possível, ocorre com a
região dos carnaubais, cm parte, o mes mo que com a zona do cacau ou da bor
mente as zonas semi-áridas ou sub-iimi-
racha: a maior parte cios gêneros de pri
palmente .SC considerarmos <pie a oferta,
da.s' permitem quc^ a carnaubeira na.sça e.spontàncamcnte e produza bastante cê
tras regiões.
ao contrário, é extra-clástica. A obser
ra. Brola c so descn\'ol\ c bem em solos
de \enda excepcionalmente boas, princi vação de uma luta infrutífera, seja por parte dos consumidores, para dispensar o produto, seja por parle dc produtores estran geiros para formar planta ções artificiais em outras zo
de outras cêras naturais, ve rifica-se, que a dc carnaúba apresenta maior rendimento.
encontra-se a
naubcíras cuconlram-.sc no Maranbão, Piauí, Ceará, Pio Grande do NorLe, Pa raíba, Babia c Pernambuco. Há outras menorc.s cm Alagoas e Sergipe.
nas, e.xiíliea o fato dc os pro dutores nacionais,
até aqui,
\irem exploiando esta rique za natural muito empirieamcnte. Talvez por isso mesmo, encorajaram-se pescpii.sas químicas no sentido do obU'iem-se produtos sintélico.s idênticos, uma vez
que tentativas feitas com produtos naturah; indicavam a impossibilidade de encontrar-.sc um sucedâneo da cêra de carnaúba.
Apesar dc; tudo, a análise dos proces sos dc produção, permitindo alterações fundamentais da técnica dc e.xploração, nos anima a prcx-er uma boa resistência
c, talvez mesmo, a eliminação daquela indústria paralela. Sendo produto nati vo, a palmeira é geralmente encontrada formando florestas densas e liomogêneas,
matéria-prima indispensável para o fa brico de pólvora de grande poder explo
longas, acompanbanclo os baixios e va les dos principais cursos dágua do Nor
sivo.
deste. As maiores concentrações de car-
TIíBb'
argilo-silicosos, arcjados c sempre pro fundos. E' necessário que a sêca física
ou fisiológica estimule a palmeira a pro duzir cêra, como medida de defesa con
tra a evaporação do suas fòlba.s. Por is so, os solos rasos ou pantanosos não
permitem a obtenção dc cêra. A gran de resistência da ]ílanta faz com que
meira necessidade é importada do ou O custo de.vida não é,
porém, tão elevado porque a própria carnaubeira, como já tivemos ocasião de apontar, fornece subprodutos de uso do méstico, utilizjidos diretamente pelo.s que
liabitam aquela região. E' forçoso, po rém, admitir que a sua dieta se toma muito limitada o o seu nível de vida-é forçosamente baixo.
Os fat(kcs de produção cia empresa
pois sua rusticidadc c cxtraordiniuia.
que explora cera rcduzejn-se a bem poucos, limitando-se quase que aos ne
E' verdade, porém, que com ela se verifica o mesmo que já vimos oconer
cessários à extração e beneficiamento da cêra. O corte ou cx)lheita da fi)lha, pou
com a borracha e o cacau. A plantação aumenta o rendimento da
co sujeito a variações sazonais, é proce dido por meio de uma foice, presa a
produção c facilita o empreendimento, principalmente se considerarmos que os
cada palmeira, 7 a 15 palmas. Cortadas
normalmente não haja tratos culturais
sistemática
carnaubais nativos vêm sendo depreda dos, tendentes portanto, a sofrer dimi nuição ou, pelo menos, propensos a se
uma vara muito longa. Colhem-se, dc as fôlhas, em dia de .sol, são estas trans
portadas, quase sempre em lombo de
manterem estáticos, sem crescimento. As
burro, para o local da secagem, um ter reiro primitivo de barro seco, bem var
necessidades do con.sumo, por outro la
rido. A utiliza(;'.ão destes terreiros não
do. aumentam cada % ez mais. Fácil será
pavimentados prejudica, cm grande par te, o produto a obter, pois que a terra pode aderir ás fôlhas, aumentando as impurezas contidas na cêra beneficiada.
pois compreender-sc a conveniência dc um desenvolvimento racional da planta ção. O camaubal nativo, não exigindo sequer trato cultural, encontrando-se já formado, diminui exlraordinàriamente o
Além disso, não existe processo algum de cobertura áo terreiro, no caso de in
custo do produto, mas, por outro lado, dificulta a extração da cêra pela irre
tempéries. Nas regiões produtoras há ventos fortes que, durante a secageni.
I
Dícesto Eco^•ó^^co
provocam o desprendimento de 20í a
30% da cera, que caí ao chão e se per de totalmente. A chuva, o chuvísco ou
a neblina, umedeccndo as fôlhas, facili tam a aderência da poeira, aumentando a percentagem de desperdícios e fazendo
baixar a qualidade da eêra aproveitada. Quando o grau de secagem é conside
rado suficiente, retiram-se as folhas dos terreiros e transportam-se para locais fe
chados, geralmente um quarto ou sala do próprio prédio da moradia. . Aí se
procede à batedura, fazendo com que a
boa qualidade do produto porque a fu são .se Paz a fogo direto, sem regulariza ção da temperatura, provocímdo pre juízo para a contextura e coloiação da
cera. Uma vez fundida, é ela do.spejada cm pequenas vasilhas ou folhas, \ariá\'eis em fcitio c profundidade de uma para outra região o de um para outro prodtitor. Hesfriando-se, forma pães de nias.sa de coloração careada e quebradiça.
Os e.xportadore.s, adquirindo dos pro dutores a cêra, procedem à sua classifi
cêra, sob forma de pó finíssimo e alvo se. desprenda da fôlha e caia no chão!
cação, que hoje obedece ao disposto
em geral de piso de tijolo. O processo de sua obtenção pela batedura é anti
1940: tipo 1, ou primeira, tipo 2 ou
econômico, porque além da
no decreto 6.197 do 20 de agôslo de mediana, tipo 3 ou gorda, tipo 4 ou gor
parte^ da cêra perdida por
durosa; a classificação obc-
influência do vento no terreiro, sendo as palmas arras
dece à tolerância máxima dc
tadas dêste para o quarto de bater, parte da cêra perdese no transporte; outra parle não se desprende das fôlhas
incompletamente secas e por fim, per de-se parte da cêra obtida, que fica en
tre as frinchas dos tijolos. Êstes, por sua vez, sujeitos a um desgaste contí
nuo, soltam pó que se adiciona à cêra, prejudicando-lhe a . qualidade. Além disso, a batedura fragmenta tecido.s ve getais e a própria palha se reúne às im purezas.
A cêra em pó, de mistura com poeira, restos de palha, por vezes até areia, é colocada em vasos de barro, com um
pouco dágua e algum sal de azedas e le vada ao fogo. Funde-se, então, a uma temperatura de 85 graus centígrado.s e o líquido quente é coado em panos gros.sos ou em prensas de madeira espe ciais. Ainda aqui a rotina prejudica a
impurezas, inclusive umída-
■ • :
de. O tipo 1 ou de primeira é constituído pela cera de côr amarela mais ou menos
DrcESTo EcoNÓ^nco
93
denominação "abaixo do padrão" ou "re-
fugo" o poderá conter até 4% de impu rezas, inclu.sive umidade.
acompanhando o ritmo dos preços e fa zendo oscilar a produção para mais ou para menos, de acôrdo com a extra-elas-
O problema da classificação é muito
sério, por influir considerávelmente no preço médio do produto. Entre a cêra da melhor qualidade e a cêra de tipo 4 há uma diferença que chega a atingir 50%. Por isso, os exportadores costumam
rebencficiar o produto, adquirido a pre ços baixo.s, mediante nova fusão e nova
coagem, adicionando um pouco de ácido oxálico ou outro reagente. Êstes rebene-
ficiamentos se fazem com o emprego de máquinas em condições especiais. Ocor re, porem, que neste caso o empirismo
da exploração prejudica o produtor, em favor do intermediário, não raro agente de firmas estrangeiras que se instalam
ticidnde da oferta, vem sendo sentido de
há muito pelos compradores, os quais, não raro, reclamara contra irregularida
de dos fornecimentos. Dizem êles que por vêzes é esta irregularidade que os leva a procurar produtos sintéticos, su cedâneos, pois que a falta de matériaprima perturba o ritmo da produção in dustrial. As cêras sintéticas, ultima mente, apresentam preços inferiores aos
da carnaúba, mas quando no início das tentativas de produção de sintéticos os preços eram superiores aos do produto natural. Entretanto, o sucedâneo encon
trava saída por falta de um fornecimen
to regular do produto. Hoje, a situação é mais grave para a produção nacional
para obter matéria-prima em condições mais favoráveis para os mercados consu
porque as emprêsas produtoras de cêras
midores.
sintéticas estão acelerando o ritmo de
A inelasticidade da oferta é também
sua produção e melhorando a qualidade do produto. Enquanto em 1948, por exemplo, a cêra gorda, parda, era cota da para embarque no Brasil, FOB por tos brasileiros, a 60 cents, as cêras sinté ticas podiam ser obtidas pelo preço de
clara, proveniente do pó,
muito grande porque o pvoduto*acabado
exli'aíclo de "ôliio", lendo a
tolerância máxima de 1 % de impurezas;
apresenta grandes possibilidades de ar mazenamento, por não se deteriorar e
o tipo 2, ou mediano, é constituído pela cêra de cor amarela, mais ou menos acinzentada, provenionl-e do pó extraído de "ôlho", tendo a tolerância máxima
seu alto ponto de fusão. Se o preço não é conveniente, nem mesmo a extração precisa ser feita, pois sendo a palmeira
27 a 50 cents, conforme o tipo. A eco
de 1,5 X. O tipo 3, ou gorda, é consti
perene e dotada do grande resistência,
numerosos casos, compensa a quebra de
tuído pela cera gorda ou clara, de côr castanha mais ou menos carregada, ama relada ou esverdeada, proveniente do pó extraído de "palha", lendo a tolerância máxima de 2%; o tipo 4, ou gordurosa, é constituído pela cêra gorda ou gordu rosa comum, de coloração escura, tirante
a negro, proveniente do pó extraído dè "palha", com a tolerância máxima de
2,5%. A cêra de carnaúba que pela sua qualidade não alcançar qualquer dos ti pos especificados será classificada com a y
resistir grandemente ao calor, devido ao
■ permanecerá o produto inalterado,
até
extração conveniente. Tanto isto é ver
dade que as estatísticas de produção da
nomia representada pelo sucedâneo, em padrão de qualidade do produto aca bado. Além disso, a saída certa da produção da cêra sintética estimula as
cêra dc carnaúba apresentam uma gran
indústrias químicas norte-americanas no
de
sentido de melhorar as técnicas de pro
irregularidade,
acompanhando
o
movimento de preços internacionais. Se êstes aumentam e se tomam compensa
dução, Isto é tanto mais grave quanto os Estados Unidos se apresentam como o
dores, acelera-se o processo de extra
nosso maior comprador, tendo, na última
ção; se baixam diminui-se o ritmo da
década, em média, adquirido cerca de
produção, podendo-se mesmo momenlâ-
80 % da exportação nacional. A GrãBretanha, como segundo comprador, em
neamente abandoná-la.
^ste comportamento do produtor,
1948, absorveu apenas 10% da exporta-
I
Dícesto Eco^•ó^^co
provocam o desprendimento de 20í a
30% da cera, que caí ao chão e se per de totalmente. A chuva, o chuvísco ou
a neblina, umedeccndo as fôlhas, facili tam a aderência da poeira, aumentando a percentagem de desperdícios e fazendo
baixar a qualidade da eêra aproveitada. Quando o grau de secagem é conside
rado suficiente, retiram-se as folhas dos terreiros e transportam-se para locais fe
chados, geralmente um quarto ou sala do próprio prédio da moradia. . Aí se
procede à batedura, fazendo com que a
boa qualidade do produto porque a fu são .se Paz a fogo direto, sem regulariza ção da temperatura, provocímdo pre juízo para a contextura e coloiação da
cera. Uma vez fundida, é ela do.spejada cm pequenas vasilhas ou folhas, \ariá\'eis em fcitio c profundidade de uma para outra região o de um para outro prodtitor. Hesfriando-se, forma pães de nias.sa de coloração careada e quebradiça.
Os e.xportadore.s, adquirindo dos pro dutores a cêra, procedem à sua classifi
cêra, sob forma de pó finíssimo e alvo se. desprenda da fôlha e caia no chão!
cação, que hoje obedece ao disposto
em geral de piso de tijolo. O processo de sua obtenção pela batedura é anti
1940: tipo 1, ou primeira, tipo 2 ou
econômico, porque além da
no decreto 6.197 do 20 de agôslo de mediana, tipo 3 ou gorda, tipo 4 ou gor
parte^ da cêra perdida por
durosa; a classificação obc-
influência do vento no terreiro, sendo as palmas arras
dece à tolerância máxima dc
tadas dêste para o quarto de bater, parte da cêra perdese no transporte; outra parle não se desprende das fôlhas
incompletamente secas e por fim, per de-se parte da cêra obtida, que fica en
tre as frinchas dos tijolos. Êstes, por sua vez, sujeitos a um desgaste contí
nuo, soltam pó que se adiciona à cêra, prejudicando-lhe a . qualidade. Além disso, a batedura fragmenta tecido.s ve getais e a própria palha se reúne às im purezas.
A cêra em pó, de mistura com poeira, restos de palha, por vezes até areia, é colocada em vasos de barro, com um
pouco dágua e algum sal de azedas e le vada ao fogo. Funde-se, então, a uma temperatura de 85 graus centígrado.s e o líquido quente é coado em panos gros.sos ou em prensas de madeira espe ciais. Ainda aqui a rotina prejudica a
impurezas, inclusive umída-
■ • :
de. O tipo 1 ou de primeira é constituído pela cera de côr amarela mais ou menos
DrcESTo EcoNÓ^nco
93
denominação "abaixo do padrão" ou "re-
fugo" o poderá conter até 4% de impu rezas, inclu.sive umidade.
acompanhando o ritmo dos preços e fa zendo oscilar a produção para mais ou para menos, de acôrdo com a extra-elas-
O problema da classificação é muito
sério, por influir considerávelmente no preço médio do produto. Entre a cêra da melhor qualidade e a cêra de tipo 4 há uma diferença que chega a atingir 50%. Por isso, os exportadores costumam
rebencficiar o produto, adquirido a pre ços baixo.s, mediante nova fusão e nova
coagem, adicionando um pouco de ácido oxálico ou outro reagente. Êstes rebene-
ficiamentos se fazem com o emprego de máquinas em condições especiais. Ocor re, porem, que neste caso o empirismo
da exploração prejudica o produtor, em favor do intermediário, não raro agente de firmas estrangeiras que se instalam
ticidnde da oferta, vem sendo sentido de
há muito pelos compradores, os quais, não raro, reclamara contra irregularida
de dos fornecimentos. Dizem êles que por vêzes é esta irregularidade que os leva a procurar produtos sintéticos, su cedâneos, pois que a falta de matériaprima perturba o ritmo da produção in dustrial. As cêras sintéticas, ultima mente, apresentam preços inferiores aos
da carnaúba, mas quando no início das tentativas de produção de sintéticos os preços eram superiores aos do produto natural. Entretanto, o sucedâneo encon
trava saída por falta de um fornecimen
to regular do produto. Hoje, a situação é mais grave para a produção nacional
para obter matéria-prima em condições mais favoráveis para os mercados consu
porque as emprêsas produtoras de cêras
midores.
sintéticas estão acelerando o ritmo de
A inelasticidade da oferta é também
sua produção e melhorando a qualidade do produto. Enquanto em 1948, por exemplo, a cêra gorda, parda, era cota da para embarque no Brasil, FOB por tos brasileiros, a 60 cents, as cêras sinté ticas podiam ser obtidas pelo preço de
clara, proveniente do pó,
muito grande porque o pvoduto*acabado
exli'aíclo de "ôliio", lendo a
tolerância máxima de 1 % de impurezas;
apresenta grandes possibilidades de ar mazenamento, por não se deteriorar e
o tipo 2, ou mediano, é constituído pela cêra de cor amarela, mais ou menos acinzentada, provenionl-e do pó extraído de "ôlho", tendo a tolerância máxima
seu alto ponto de fusão. Se o preço não é conveniente, nem mesmo a extração precisa ser feita, pois sendo a palmeira
27 a 50 cents, conforme o tipo. A eco
de 1,5 X. O tipo 3, ou gorda, é consti
perene e dotada do grande resistência,
numerosos casos, compensa a quebra de
tuído pela cera gorda ou clara, de côr castanha mais ou menos carregada, ama relada ou esverdeada, proveniente do pó extraído de "palha", lendo a tolerância máxima de 2%; o tipo 4, ou gordurosa, é constituído pela cêra gorda ou gordu rosa comum, de coloração escura, tirante
a negro, proveniente do pó extraído dè "palha", com a tolerância máxima de
2,5%. A cêra de carnaúba que pela sua qualidade não alcançar qualquer dos ti pos especificados será classificada com a y
resistir grandemente ao calor, devido ao
■ permanecerá o produto inalterado,
até
extração conveniente. Tanto isto é ver
dade que as estatísticas de produção da
nomia representada pelo sucedâneo, em padrão de qualidade do produto aca bado. Além disso, a saída certa da produção da cêra sintética estimula as
cêra dc carnaúba apresentam uma gran
indústrias químicas norte-americanas no
de
sentido de melhorar as técnicas de pro
irregularidade,
acompanhando
o
movimento de preços internacionais. Se êstes aumentam e se tomam compensa
dução, Isto é tanto mais grave quanto os Estados Unidos se apresentam como o
dores, acelera-se o processo de extra
nosso maior comprador, tendo, na última
ção; se baixam diminui-se o ritmo da
década, em média, adquirido cerca de
produção, podendo-se mesmo momenlâ-
80 % da exportação nacional. A GrãBretanha, como segundo comprador, em
neamente abandoná-la.
^ste comportamento do produtor,
1948, absorveu apenas 10% da exporta-
Dicusto Econômico
94
ção brasileira, enquanto os Estados Uni dos adquiriram 77% do valor exportado.
Johnson de Fortah /u,
O" demais 13% se distribuíram por 24
aparelhos mecânicos para heneficiamcn-
fregueses, sendo que os mais importan tes compradores foram Austrália, Argen
to d<) produto, di-sde a secagem até a classificação do pó, exporlando-o para
tina, União Sul-Africana c Alemanha.
Devido às condições excepcionalmen te favoráveis tanto da oferta como da procura, a cera de carnaúba se tem apre
Maranguape, unia usina moderna com
Os lucros deste be
neficiamento são extraordinários, pois o naubais, compra a.s folhas dos produto res vizinhos, em grande quantidade e a
tir de 1933, o que não se deu com a maioria dos produtos nacionais. As cri
DjAcm Menezes
(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia) yi s conclusões dc Keynes, indicadas
estão as linhas-mestras da construção
resumiclamontc no artigo anterior
teórica dc Keynes. Não é a desulilidadc marginal do trabalho que condiciona o
empresa, além de possuir grandes car-
sistência às crises econômicas.
peito da grande csise dc 1929 e 1930, já entrava em franca recuperação a par
II
os Estados Unidos, onde se faz o apro\ eitamcnto direto.
sentado como um produto de grande re A des
Keynes e a economia moderna
montando, cm
preços baixos.
A produção de cèra pode ainda ser extraordinàriamenln aumentada, pela
desta revista, são formuladas assim:
a) Os recursos, custos c réditos (ói-
comc) — ingresso real ou monetário — dependem" do volume dc emprego N.
• número de indivíduos ocupados, mas a
propensão para consumir e o coeficiente dc novas inversões.
Se há insuficiência na procura efetiva
tam do fato dc as plantas serem mais vi
b) A relação entre o ingresso da comunidade c o que se prevê gastar no consumo — que será designado por D — passa a depender da psicologia da
gorosas, produzindo meliior, o de a dis
comunidade.
tribuição das palmeiras se fazer racio
real existente" (pág. 30). E.n conse-
nalmente, tudo isto barateando o custo
O conjunto de tais condições p.sícológicas neste caso ó chamado por Keynes
do extração c aumentando o rendimento.
de propensão peru consumir {propensiltj
período do guerra de 1914 a 1918, co
Além disso, c possível estabelecer cul
to consume),
mo durante o conflito de 1939 a 1945.
turas intcrcalares, aumcntando-se a ren
rio real de equilíbrio será maior que a desntilkladü margim.l do nível de emprego de equilíbrio .
E' preciso, porém, não esquecer o sé rio perigo dos sucedâneos, o que não
da do produtor e baratoando-se o custo do vida do operário agrícola.
ocorria no passado. Parece-nos, no en tanto, que vcncô-lo tomar-se-á muito
naúba c um excelente exemplo demons
fácil, dadas as possibilidades de melho ria das técnicas de produção. Pelos pro
trativo de que nenhum monopólio, üjesnio natural, pode persistir indefinida
tos previstos, representados por Dl; se gundo, dos gastos com novas im-ersões, representados por D2. O total dos dois gastos é D, que exprime a procura efe tiva.
ses de 1921 c a que atualmente alravcs:'a a carnaúba devcm-sc antes a fenôme
nos de reconversão do período dc guer ra para o de paz, visto como as aplica ções bélicas do produto permitiram um forte surto de expansão, tanto durante o
formação dc carnauhaís de cultura. As vantagens do carnaiihal cultixado resul
O estudo do comércio da cèra dc car
cessos rotineiros até agora utiizados é de
mente; é certo iniciar-so a concorrência
supôr-se que cêrca de 40 % a 50% da produção sejam desperdiçados. Êste des perdício pode .ser facilmente eliminado, pelo aperfeiçoamento da produção de cèra e pela racionalização da cultura. Quanto ao beneficiamento, basta lem
dos sucedâneos e, neste caso, a vinica
brar o que vem fazendo a Companhia
mércio.
maneira de se os vencer ó atraxés do barateamento do custo e aumento do
c)
O volume N — número de tralya-»
Ihadorcs que os empresários decidem emi^regar
dependé: primeiro, dos gas
d) Se
- que Ricardo c-onsiderava impossível — O' descmprégo reduzir-se-á, tornandose inferior A oferta da fòrga de üabalho
potencialmente mobilizável pelo salário
quência disso, observa-se que o salá
A produção real afasta-se então da prodhçãc potencial. O afastamento se rá tanto maior quanto mais noa for a comunidade. E aí Keynes nos da a cha ve má«rica do paradoxo : a razão da po breza aumentar quando u riqueza crescei Nessa maviosa e.xplicação, as desigualda des econômicas não resultam de injusti
ças sociais, de monopólios ou coisas se D X D = D = f(N),
melhantes. Na comunidade pobre, por
exemplo, qualquer pequena inversão •
volume de produção, a tal ponto que o
sucedâneo .seja sufocado e não se tor
e sendo D função de 2V, conforme se
promove o emprego completo dos re
nem convenientes sua produção e co
afirmou no item h, então a inversão re
cursos. Ela, a comunidade, consome a
ferida se deduzirá da diferença entre a
niaioi parte da produção. Na rica, as coisas passam-se diversamente-. As opor
'
função da oferta global e Dl.
e) O volume de emprego passa a depender da função de oferta global, da propensão para consumir e da inversão. Na essência e esquemàticamente, aí ■ .Aiiri
tunidades de inversão precisam crescer a
fim de manter o x'olume correspondente do emprego. E se por acaso assim não ocorre ? Se as oportunidades não esti-
Dicusto Econômico
94
ção brasileira, enquanto os Estados Uni dos adquiriram 77% do valor exportado.
Johnson de Fortah /u,
O" demais 13% se distribuíram por 24
aparelhos mecânicos para heneficiamcn-
fregueses, sendo que os mais importan tes compradores foram Austrália, Argen
to d<) produto, di-sde a secagem até a classificação do pó, exporlando-o para
tina, União Sul-Africana c Alemanha.
Devido às condições excepcionalmen te favoráveis tanto da oferta como da procura, a cera de carnaúba se tem apre
Maranguape, unia usina moderna com
Os lucros deste be
neficiamento são extraordinários, pois o naubais, compra a.s folhas dos produto res vizinhos, em grande quantidade e a
tir de 1933, o que não se deu com a maioria dos produtos nacionais. As cri
DjAcm Menezes
(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia) yi s conclusões dc Keynes, indicadas
estão as linhas-mestras da construção
resumiclamontc no artigo anterior
teórica dc Keynes. Não é a desulilidadc marginal do trabalho que condiciona o
empresa, além de possuir grandes car-
sistência às crises econômicas.
peito da grande csise dc 1929 e 1930, já entrava em franca recuperação a par
II
os Estados Unidos, onde se faz o apro\ eitamcnto direto.
sentado como um produto de grande re A des
Keynes e a economia moderna
montando, cm
preços baixos.
A produção de cèra pode ainda ser extraordinàriamenln aumentada, pela
desta revista, são formuladas assim:
a) Os recursos, custos c réditos (ói-
comc) — ingresso real ou monetário — dependem" do volume dc emprego N.
• número de indivíduos ocupados, mas a
propensão para consumir e o coeficiente dc novas inversões.
Se há insuficiência na procura efetiva
tam do fato dc as plantas serem mais vi
b) A relação entre o ingresso da comunidade c o que se prevê gastar no consumo — que será designado por D — passa a depender da psicologia da
gorosas, produzindo meliior, o de a dis
comunidade.
tribuição das palmeiras se fazer racio
real existente" (pág. 30). E.n conse-
nalmente, tudo isto barateando o custo
O conjunto de tais condições p.sícológicas neste caso ó chamado por Keynes
do extração c aumentando o rendimento.
de propensão peru consumir {propensiltj
período do guerra de 1914 a 1918, co
Além disso, c possível estabelecer cul
to consume),
mo durante o conflito de 1939 a 1945.
turas intcrcalares, aumcntando-se a ren
rio real de equilíbrio será maior que a desntilkladü margim.l do nível de emprego de equilíbrio .
E' preciso, porém, não esquecer o sé rio perigo dos sucedâneos, o que não
da do produtor e baratoando-se o custo do vida do operário agrícola.
ocorria no passado. Parece-nos, no en tanto, que vcncô-lo tomar-se-á muito
naúba c um excelente exemplo demons
fácil, dadas as possibilidades de melho ria das técnicas de produção. Pelos pro
trativo de que nenhum monopólio, üjesnio natural, pode persistir indefinida
tos previstos, representados por Dl; se gundo, dos gastos com novas im-ersões, representados por D2. O total dos dois gastos é D, que exprime a procura efe tiva.
ses de 1921 c a que atualmente alravcs:'a a carnaúba devcm-sc antes a fenôme
nos de reconversão do período dc guer ra para o de paz, visto como as aplica ções bélicas do produto permitiram um forte surto de expansão, tanto durante o
formação dc carnauhaís de cultura. As vantagens do carnaiihal cultixado resul
O estudo do comércio da cèra dc car
cessos rotineiros até agora utiizados é de
mente; é certo iniciar-so a concorrência
supôr-se que cêrca de 40 % a 50% da produção sejam desperdiçados. Êste des perdício pode .ser facilmente eliminado, pelo aperfeiçoamento da produção de cèra e pela racionalização da cultura. Quanto ao beneficiamento, basta lem
dos sucedâneos e, neste caso, a vinica
brar o que vem fazendo a Companhia
mércio.
maneira de se os vencer ó atraxés do barateamento do custo e aumento do
c)
O volume N — número de tralya-»
Ihadorcs que os empresários decidem emi^regar
dependé: primeiro, dos gas
d) Se
- que Ricardo c-onsiderava impossível — O' descmprégo reduzir-se-á, tornandose inferior A oferta da fòrga de üabalho
potencialmente mobilizável pelo salário
quência disso, observa-se que o salá
A produção real afasta-se então da prodhçãc potencial. O afastamento se rá tanto maior quanto mais noa for a comunidade. E aí Keynes nos da a cha ve má«rica do paradoxo : a razão da po breza aumentar quando u riqueza crescei Nessa maviosa e.xplicação, as desigualda des econômicas não resultam de injusti
ças sociais, de monopólios ou coisas se D X D = D = f(N),
melhantes. Na comunidade pobre, por
exemplo, qualquer pequena inversão •
volume de produção, a tal ponto que o
sucedâneo .seja sufocado e não se tor
e sendo D função de 2V, conforme se
promove o emprego completo dos re
nem convenientes sua produção e co
afirmou no item h, então a inversão re
cursos. Ela, a comunidade, consome a
ferida se deduzirá da diferença entre a
niaioi parte da produção. Na rica, as coisas passam-se diversamente-. As opor
'
função da oferta global e Dl.
e) O volume de emprego passa a depender da função de oferta global, da propensão para consumir e da inversão. Na essência e esquemàticamente, aí ■ .Aiiri
tunidades de inversão precisam crescer a
fim de manter o x'olume correspondente do emprego. E se por acaso assim não ocorre ? Se as oportunidades não esti-
Dicesto Econó&iíco
90
Dhíksto Eí^oNí^íMíno
Que \antageni retira Keynes daquele
inulani as invçrsóes? Entáo entra ein ce
\ a.s, que estão no plano da economia.
de infornKiçãi) para o estudo cio compov-
na o princípio regulador da "procura efetíva" : reduz-sc a produção real. A
Do resultado, saem algumas díscordàncías entre o seu sistema e a Escola Clás sica; o sai também outro estoque mais
lamento cios fenômenos eoleti\os. .\ teo
raciocinii' ?
ria cie Keynes é formulada em conceitos macroeconômicos — para falar a lingua gem de Ilabi-rlcr. Aliás, fôra Ragnar Frisch Cjuem primcirq aludira a micro-
uma relação definida entre ingressos e im estimentü, entre emprego total e em
comunidade empobrece.
sumir; acumulação do capital; diminui
aperfeiçoado de conceitos, necessários às suas explicações. Força é convir que cm muitos pontos c uma descrição de
ção da taxa de inversão. Tais fenôme
licadíssima e sutil, mas à superfície dos
Keynes aponta então os efeitos: debi litação da propensão marginal para con
nos se ligam, na opi
\
nião do autor, a três
questões, que constituem
clássica. Seu estudo gi consequentemente,
em tômo dôsses temas :
a) Análise da pro pensão para consumir;
b) determinação da
-- ^. .. \^
eficiência marginal do capital;
c) formulação
Sugere Keynes que a
hipótese da igualdade entre o preço de pro
as lacunas da tradição ra,
fenômenos.
lam exatamente a especiosa fragilidade da sua construção teórica, malgrado o valor parcial que oferecem certos pontos de sua análise.
As relações formadas
històricamente no curso do processo pro
Isto é, quanto se absorve
no consumo e quanto se aplica no inves
tanto, a posiçfu) de Keynes, e respectiAU
timento.
teoria clássica.
êle se arma para contrariar, analisando a teoria do juro, a tradição clássica. En tão proclama que preenclieii uma lacuna das teorias clássicas. A taxa de juro e.xplíca\a-se à luz da teoria do valor c
ção dos que pertencem às camadas-mais pobres, quer dizer, a classe trabalhado ra c alguns outros contingentes, os rédi tos que os indix iduos percebem não se
E' uni
"postulatum". E tôda var daquele "postula
são para consumir". Com é-s.se critério,
Exemplificando ; com exce
acabam totalmente no consumo diário.
Trata-se, portanto, de indivíduos per tencentes a camadas da população que se acham socialmente em 'condições de
à luz das teorias monetárias, som cone
acumular. Se o consumo aumenta à me
explicação da taxa de
juro, a explicação do desemprôgo, a teo
xão doutrinária que as unificasse dentro do uma interpretação luumonizadora e
sam, entretanto, uma proporção maior
ria quantitativa da moeda, a apologéti-
geral.
de crescimento. De onde se conclui que
ca do "laissez faire".
Essas refle.xões de Keyne.s, introdu zindo no estudo do sistema econômico aquelas variáveis "psicológicas", reve
vestimento.
Não se poderá compreender, entre
do". Nêle se baseou a
teoria da taxa de juro. O campo delimitado pelos clássicos
cm certo instante, entre consumo e in
e.xposição, sem tomar como ponto de j^artida o cpie èlc denomina a "propen
da Economia vai deri
da
A lei }).sicoI<)gica c o rédito
prego dedicado a investimentos. Por es,sa forma, pretende saber como se repar te' o aumento da produção, observado
cura c o preço de ofer ta da produção 6 o axioma das paralelas na
® construção ricardiana
/
análisc e macroanálisc neste assunto.
A que .segue: pennite-lhe estabelecer
Examinando ràpidamente o que Key
dida que aumentam os réditos, êstes acu um rédito maior exprime mn consumo
Keynes declara que não quer cair nos
ne.s denominou de propensão para con-
relativamente menor; a recíproca tam
mesmos enganos. Êle pretende explicar
mmíT, fator psicológico "determinado pelo meio social e político e as caracte rísticas nacionais (pág. 335), percebese que é uma relação iuncional entre
bém é verdadeira.
formulação de como se dividirá o acTés-
certo nível de réditos, que ó medido cm
cimo do ingresso ou rédito entre o con
unidades de salário" e depende da par
sumo e a poupança.
o sislema econômico como um todo, for
mulando relações compreensíveis entre grandezas complexas, cujos conceitos elabora caprichosamente : a eficiência marginal do capital, a propensão para consumir, a taxa de juros, que são as
Aqui está onde desemboca a lei psi cológica de Kevne.s: faculta-lhe uma
ticipação das classes no prcjcesso produ
dutivo, que constituem o terreno de es
variáveis independentes do sistema; e o
tudo delimitado desde Smith e Ricardo,
tivo, c o gasto de consumo que referidos
réditos permitem.
desaparecem ou mascaram-se em frente
volume de emprego e o ingresso nacio nal (rédito) medido cm unidades de sa
ao keynesismo. Êle aprofunda escolàs-
lário, que representam as variáveis • de.
alargam seu padrão de vida. Essas duas
total de uma
ticamente os problemas mais sérios, bus
pendentes.
^'ariáveis, porém, não aumentam na mes
igual à totalidade dos gastos. Sucede
ma proporçcão (pág. 96). Daí retira o autor o conceito de propensão marginal para consumir, que será a relação entre
rédito total; há, portanto, outros gastos
os acréscimos verificados naquelas duas
tros gastos que se chama ínuesflmenfo.
réditos aumentam, os seus beneficiários
cando outras raízes. Desenvolve uma Já notara Haberler, com acêrto, qup ginástica sutil, estudando interdepen essas grandezas, tomadas para definir a dências entre variáveis, que estão no es vida econômica, não se reduziam a conpírito dos que decidem a aplicação dos ;ceitos individuais, embora os fatos indi capitais, misturadas a variáveis objeti- viduais sejam, no seu parecer, a fonte ã i.
Potipança, consumo, investimento
Isto é, quando os
grandezas consideradas.
Ora — reflete Keynes — o ingresso comunidade
deve ser
que o consumo diário não dá cabo do dc natureza diferente.
E' a êsses ou
"Os gastos em consumo, durante
Dicesto Econó&iíco
90
Dhíksto Eí^oNí^íMíno
Que \antageni retira Keynes daquele
inulani as invçrsóes? Entáo entra ein ce
\ a.s, que estão no plano da economia.
de infornKiçãi) para o estudo cio compov-
na o princípio regulador da "procura efetíva" : reduz-sc a produção real. A
Do resultado, saem algumas díscordàncías entre o seu sistema e a Escola Clás sica; o sai também outro estoque mais
lamento cios fenômenos eoleti\os. .\ teo
raciocinii' ?
ria cie Keynes é formulada em conceitos macroeconômicos — para falar a lingua gem de Ilabi-rlcr. Aliás, fôra Ragnar Frisch Cjuem primcirq aludira a micro-
uma relação definida entre ingressos e im estimentü, entre emprego total e em
comunidade empobrece.
sumir; acumulação do capital; diminui
aperfeiçoado de conceitos, necessários às suas explicações. Força é convir que cm muitos pontos c uma descrição de
ção da taxa de inversão. Tais fenôme
licadíssima e sutil, mas à superfície dos
Keynes aponta então os efeitos: debi litação da propensão marginal para con
nos se ligam, na opi
\
nião do autor, a três
questões, que constituem
clássica. Seu estudo gi consequentemente,
em tômo dôsses temas :
a) Análise da pro pensão para consumir;
b) determinação da
-- ^. .. \^
eficiência marginal do capital;
c) formulação
Sugere Keynes que a
hipótese da igualdade entre o preço de pro
as lacunas da tradição ra,
fenômenos.
lam exatamente a especiosa fragilidade da sua construção teórica, malgrado o valor parcial que oferecem certos pontos de sua análise.
As relações formadas
històricamente no curso do processo pro
Isto é, quanto se absorve
no consumo e quanto se aplica no inves
tanto, a posiçfu) de Keynes, e respectiAU
timento.
teoria clássica.
êle se arma para contrariar, analisando a teoria do juro, a tradição clássica. En tão proclama que preenclieii uma lacuna das teorias clássicas. A taxa de juro e.xplíca\a-se à luz da teoria do valor c
ção dos que pertencem às camadas-mais pobres, quer dizer, a classe trabalhado ra c alguns outros contingentes, os rédi tos que os indix iduos percebem não se
E' uni
"postulatum". E tôda var daquele "postula
são para consumir". Com é-s.se critério,
Exemplificando ; com exce
acabam totalmente no consumo diário.
Trata-se, portanto, de indivíduos per tencentes a camadas da população que se acham socialmente em 'condições de
à luz das teorias monetárias, som cone
acumular. Se o consumo aumenta à me
explicação da taxa de
juro, a explicação do desemprôgo, a teo
xão doutrinária que as unificasse dentro do uma interpretação luumonizadora e
sam, entretanto, uma proporção maior
ria quantitativa da moeda, a apologéti-
geral.
de crescimento. De onde se conclui que
ca do "laissez faire".
Essas refle.xões de Keyne.s, introdu zindo no estudo do sistema econômico aquelas variáveis "psicológicas", reve
vestimento.
Não se poderá compreender, entre
do". Nêle se baseou a
teoria da taxa de juro. O campo delimitado pelos clássicos
cm certo instante, entre consumo e in
e.xposição, sem tomar como ponto de j^artida o cpie èlc denomina a "propen
da Economia vai deri
da
A lei }).sicoI<)gica c o rédito
prego dedicado a investimentos. Por es,sa forma, pretende saber como se repar te' o aumento da produção, observado
cura c o preço de ofer ta da produção 6 o axioma das paralelas na
® construção ricardiana
/
análisc e macroanálisc neste assunto.
A que .segue: pennite-lhe estabelecer
Examinando ràpidamente o que Key
dida que aumentam os réditos, êstes acu um rédito maior exprime mn consumo
Keynes declara que não quer cair nos
ne.s denominou de propensão para con-
relativamente menor; a recíproca tam
mesmos enganos. Êle pretende explicar
mmíT, fator psicológico "determinado pelo meio social e político e as caracte rísticas nacionais (pág. 335), percebese que é uma relação iuncional entre
bém é verdadeira.
formulação de como se dividirá o acTés-
certo nível de réditos, que ó medido cm
cimo do ingresso ou rédito entre o con
unidades de salário" e depende da par
sumo e a poupança.
o sislema econômico como um todo, for
mulando relações compreensíveis entre grandezas complexas, cujos conceitos elabora caprichosamente : a eficiência marginal do capital, a propensão para consumir, a taxa de juros, que são as
Aqui está onde desemboca a lei psi cológica de Kevne.s: faculta-lhe uma
ticipação das classes no prcjcesso produ
dutivo, que constituem o terreno de es
variáveis independentes do sistema; e o
tudo delimitado desde Smith e Ricardo,
tivo, c o gasto de consumo que referidos
réditos permitem.
desaparecem ou mascaram-se em frente
volume de emprego e o ingresso nacio nal (rédito) medido cm unidades de sa
ao keynesismo. Êle aprofunda escolàs-
lário, que representam as variáveis • de.
alargam seu padrão de vida. Essas duas
total de uma
ticamente os problemas mais sérios, bus
pendentes.
^'ariáveis, porém, não aumentam na mes
igual à totalidade dos gastos. Sucede
ma proporçcão (pág. 96). Daí retira o autor o conceito de propensão marginal para consumir, que será a relação entre
rédito total; há, portanto, outros gastos
os acréscimos verificados naquelas duas
tros gastos que se chama ínuesflmenfo.
réditos aumentam, os seus beneficiários
cando outras raízes. Desenvolve uma Já notara Haberler, com acêrto, qup ginástica sutil, estudando interdepen essas grandezas, tomadas para definir a dências entre variáveis, que estão no es vida econômica, não se reduziam a conpírito dos que decidem a aplicação dos ;ceitos individuais, embora os fatos indi capitais, misturadas a variáveis objeti- viduais sejam, no seu parecer, a fonte ã i.
Potipança, consumo, investimento
Isto é, quando os
grandezas consideradas.
Ora — reflete Keynes — o ingresso comunidade
deve ser
que o consumo diário não dá cabo do dc natureza diferente.
E' a êsses ou
"Os gastos em consumo, durante
DiCRsTf» EcOSÓX!I«>
Dicjisre Econômico
qualquer períotlo, dcvetn sígiiificur o • valor dos artigos \'endid(is aos consuniidorei" — adverte Keynes. E Ie\anta a
questão: — como distinguir entre o consumidor-comprador c o consuniidor-in-
versionista ? Para éle, o critério deve ser
"o ponto em que se há de traçar a di
visória entre o consumidor e o empre sário". (pág. 62). A poupança, que resulta dos consu
midores individuais ao conser\arem os excedentes do rédito sobre os gastos em consumo, e o inceslimento, que resulta
dos gastos dos empresários individuais, — serão quantidades iguais ? Evidentemente, sim.
Resume o autor nessas cquivalénciasRédito = consumo "mais" inxesii
mento.
"ixesti-
Poupança = rédito "menos" con sumo.
Logo,
Poupança = investimento.
grado as advertências de Mallhus, dis sidente de Ricardo, (pie Kevnes agon\
empregados. Haverá, entre êsse in\es-
cobro de elogios.
timenlo de ocupação,
Aquele rédito total relaeionu-se cont a ocupação tola! — e o grau de forças de trabaliio empenliado no processo produtivo é unia função a mais, no conjunto das outras grandezas escolhi das para caracterizar o sisl(nna. Exprimindo melhor: entre ocupação,
obscr\ados, que o autor procura enqua
drar miin corpo geral de princípios teó ricos. E Keynes deseja integrar tam bém, nessa interpretação ampla, as flu
tivo nestas b'nhas.
A primeira igualdade acima estabele cida está a mostrar-nos um dos intuitos principais de Keynes: o de examinar as forças que condiciònam o nível do divi dendo nacional (nível de ocupação ou
da vida econômica), partindo da hipó tese de que, com o mesmo volume de recursos, podem produzir-se diversos
existente.
to de onde, no seu parecer, procede o engano.
Para êlc. a ilusão tem suas origens
ral, pois é impossível ao banco rcaliziir qualquer investimento sem uma poupan ça preliminar.
"Ninguém pode poíipar sem adquirir
da perda de valor do ativo
O que se verifica é um gasto no con sumo presente, aditado ao rédito pre
sente. Todas as poupanças individuais somadas devem pois ser iguais aos in\eslimcntos novos que se realizam. Posta a questão nestes termos, como o
faz Ke)'ncs, torna-se impossível admi tir que se possa fafeer novos investimen tos sem poupança anterior, meramente
ã custa de criação de crédito bancário
tuações cíclicas da \i(la econômica, a
um bem (asset), quer em moeda efeti
existente.
teoria do desemprego, da taxa de juro,
va, quer cm forma de dí\ida, quer em
que um crédito bancário adicional pro
num quadro doutrinário que ultrapasse
forma dc bens capitais {"capital good.i")
o da' Economia Clássica.
— o ninguém podo adquirir um bem que dantes não possuía, a menos que : ou SC produza outro novo, de Nalor igual, ou alguém se desprenda dc um bem de valor igual ao que prèviainentc possuía", (págs. 81-82, "Gene
porciona acréscimo de investimento, mas advirá aumento de rédito, que excederá
Ao comentar a
"J^ote on lhe Deçc-
forçada era o mesmo que Bentham de
minúcias, desnecessárias ao nosso obje
hipótese
pação incompleta — c considera o pon
em seu banco, há uma transação bilate
entre os fciuimenos
incentivada por Robertson, acabou imis'entre investimento projetado e investi mento realizado, respectivamente "e.v ant^' e "c.r pou". Mas não desçamos a
seu consumo sôbre o rédito, afastada a
conceito benthamniano no caso de ocu
damentais importantes, (pie traduzem as
a "pariod anahjsUi", a análise de tempo
, cuindo sutile2as, como seja a distinção
Kevnes pensa que ê preciso estudar o
bem determiná\-el ?
interdependências
lopmenl of Doctrine of jorced síioiiig", escrita pelo prof. Hayek, recorda-nos Keynes que o conceito clc poupança
Essa igualdade entre poupança e in vestimento foi vivamente criticada — e
sentosouranicnto de soma igual por al guém. Neste caso, há um excesso de
na própria engrenagem do sistema ban cário. Quando A deposita certa soma
consumo e in\'estiniento, liá relações fun
Isto é, ou há investimento ou há dc-
alguma relação
nominara de fnigalidadc forçada. Êle resultaria do aumento da quantidade de dinheiro em relação à quantidade de coisas expostas à \'enda, quando todos os
braços
estivessem
ral Theory").
O raciocínio busca mostrar
normalmente ao do aumento dos inves
timentos feitos. A poupança relaciona-se ao investimento e vice-versa. Mas não SC conclui, erroneamente, que, poupan
do, o indivíduo aumenta o investimento, embora aumente sua riqueza individual.
\antajosainenle
ocupados. Assim, não podendo aumen tar o rédito real, o investimento ocasio
nal e adicional operaria uma privação forçada.
Keynes pretende ampliar essa idéia ãs situações em que ainda não se verificou a ocupação plena. O aumento de fc^rça de trabalho, em dado equipamento
produtivo, acarreta alguma diminuição
níveis de atividade econômica — hipó
no salário real dos que estão atualmente empregados. Mas há um aumento de
tese que a tradição clássica negou, mal
investimento, simultâneo ao aumento de
(\<i
DiCRsTf» EcOSÓX!I«>
Dicjisre Econômico
qualquer períotlo, dcvetn sígiiificur o • valor dos artigos \'endid(is aos consuniidorei" — adverte Keynes. E Ie\anta a
questão: — como distinguir entre o consumidor-comprador c o consuniidor-in-
versionista ? Para éle, o critério deve ser
"o ponto em que se há de traçar a di
visória entre o consumidor e o empre sário". (pág. 62). A poupança, que resulta dos consu
midores individuais ao conser\arem os excedentes do rédito sobre os gastos em consumo, e o inceslimento, que resulta
dos gastos dos empresários individuais, — serão quantidades iguais ? Evidentemente, sim.
Resume o autor nessas cquivalénciasRédito = consumo "mais" inxesii
mento.
"ixesti-
Poupança = rédito "menos" con sumo.
Logo,
Poupança = investimento.
grado as advertências de Mallhus, dis sidente de Ricardo, (pie Kevnes agon\
empregados. Haverá, entre êsse in\es-
cobro de elogios.
timenlo de ocupação,
Aquele rédito total relaeionu-se cont a ocupação tola! — e o grau de forças de trabaliio empenliado no processo produtivo é unia função a mais, no conjunto das outras grandezas escolhi das para caracterizar o sisl(nna. Exprimindo melhor: entre ocupação,
obscr\ados, que o autor procura enqua
drar miin corpo geral de princípios teó ricos. E Keynes deseja integrar tam bém, nessa interpretação ampla, as flu
tivo nestas b'nhas.
A primeira igualdade acima estabele cida está a mostrar-nos um dos intuitos principais de Keynes: o de examinar as forças que condiciònam o nível do divi dendo nacional (nível de ocupação ou
da vida econômica), partindo da hipó tese de que, com o mesmo volume de recursos, podem produzir-se diversos
existente.
to de onde, no seu parecer, procede o engano.
Para êlc. a ilusão tem suas origens
ral, pois é impossível ao banco rcaliziir qualquer investimento sem uma poupan ça preliminar.
"Ninguém pode poíipar sem adquirir
da perda de valor do ativo
O que se verifica é um gasto no con sumo presente, aditado ao rédito pre
sente. Todas as poupanças individuais somadas devem pois ser iguais aos in\eslimcntos novos que se realizam. Posta a questão nestes termos, como o
faz Ke)'ncs, torna-se impossível admi tir que se possa fafeer novos investimen tos sem poupança anterior, meramente
ã custa de criação de crédito bancário
tuações cíclicas da \i(la econômica, a
um bem (asset), quer em moeda efeti
existente.
teoria do desemprego, da taxa de juro,
va, quer cm forma de dí\ida, quer em
que um crédito bancário adicional pro
num quadro doutrinário que ultrapasse
forma dc bens capitais {"capital good.i")
o da' Economia Clássica.
— o ninguém podo adquirir um bem que dantes não possuía, a menos que : ou SC produza outro novo, de Nalor igual, ou alguém se desprenda dc um bem de valor igual ao que prèviainentc possuía", (págs. 81-82, "Gene
porciona acréscimo de investimento, mas advirá aumento de rédito, que excederá
Ao comentar a
"J^ote on lhe Deçc-
forçada era o mesmo que Bentham de
minúcias, desnecessárias ao nosso obje
hipótese
pação incompleta — c considera o pon
em seu banco, há uma transação bilate
entre os fciuimenos
incentivada por Robertson, acabou imis'entre investimento projetado e investi mento realizado, respectivamente "e.v ant^' e "c.r pou". Mas não desçamos a
seu consumo sôbre o rédito, afastada a
conceito benthamniano no caso de ocu
damentais importantes, (pie traduzem as
a "pariod anahjsUi", a análise de tempo
, cuindo sutile2as, como seja a distinção
Kevnes pensa que ê preciso estudar o
bem determiná\-el ?
interdependências
lopmenl of Doctrine of jorced síioiiig", escrita pelo prof. Hayek, recorda-nos Keynes que o conceito clc poupança
Essa igualdade entre poupança e in vestimento foi vivamente criticada — e
sentosouranicnto de soma igual por al guém. Neste caso, há um excesso de
na própria engrenagem do sistema ban cário. Quando A deposita certa soma
consumo e in\'estiniento, liá relações fun
Isto é, ou há investimento ou há dc-
alguma relação
nominara de fnigalidadc forçada. Êle resultaria do aumento da quantidade de dinheiro em relação à quantidade de coisas expostas à \'enda, quando todos os
braços
estivessem
ral Theory").
O raciocínio busca mostrar
normalmente ao do aumento dos inves
timentos feitos. A poupança relaciona-se ao investimento e vice-versa. Mas não SC conclui, erroneamente, que, poupan
do, o indivíduo aumenta o investimento, embora aumente sua riqueza individual.
\antajosainenle
ocupados. Assim, não podendo aumen tar o rédito real, o investimento ocasio
nal e adicional operaria uma privação forçada.
Keynes pretende ampliar essa idéia ãs situações em que ainda não se verificou a ocupação plena. O aumento de fc^rça de trabalho, em dado equipamento
produtivo, acarreta alguma diminuição
níveis de atividade econômica — hipó
no salário real dos que estão atualmente empregados. Mas há um aumento de
tese que a tradição clássica negou, mal
investimento, simultâneo ao aumento de
(\<i
ni *J. ii ifi
101
Dicesto Econômico 1
A
-
AliOLTÇAO E A ESTEETURA ECONÔMICA
DO
niíASIL
encontravain-sc no campo o na cidade, embora mais na cidade do que no cam
po, como c natural.
Nklson WivnNiiCK SooHÍ:
Dentro da aparente placidez do Se
gundo Império, o mais longo período
ENHUM tejiia sc*r\e melhor à análise
mente apreciado, o jogo da ehxjuéncia
do processo histórico brasileiro do (juc o do sistema servil, mormente cm sua fase final, aquela que se caracteri
obscureccu, cpiando não cfUifundiu, as
contínuo da no.ssa história, a economia brasileira sofreu importantes transforma
suas grandes linbas. tornando-as confi-
ções, cpic se traduziram dc várias for
nantcs com os arbitrários sentimentos a
mas, econômicas c soiiais, na luta par tidária ou no declínio da estrutura rí
N
zou pela luta abolicionista.
Nenhum,
também, e infelizmente, tem servidí) melhor, pelo seu jogo de contrastes e pelo vigor de suas còres. ao labor ocioso
de uma subliteratura, algumas vézes com pretensões a história, desviando-se. assim, na visão de quase todos, c pronagand„.,,,
..n.Iatenm CO „m problem. que foi, na
verdade, delicado e complexo, mas que
(|ue se inclinam, por aiisència de um
método
interpreta ti\o. todos aqueles
(juc, incapa7.e.s de ir ao fundo do assun to, se deixam conduzir à mercê das
contingências da oratória comum, quan
do nfio ao de uma oratória em que qualfjucr tema se torna mais difuso do que a e.speciilação mais transcendente. Não vamos, aqui, apreciar o sistema servi! em todos os .seus aspectos e em
SC f.l.oii sempre a condicõe,s cpie só uma viHio objetiva e realista poderia discri-
seu funcionamento, para no.s ocuparmos
mmar o balancear.
apenas da luta abolicionista, última de
O sistema servil foi, sem dúvida unvt das peças essenciais do tipo de produ ção elaborado no período colonial. Mas não tendo sido a única, entrelaçando-sò com outras, só poderia ser compreendi da, em seu alcance c em seu desenvol vimento, através do levantamento do quadro geral em que apareceu e fun cionou. Êsse quadro nunca foi tão con fuso como na fa.sc em que as condi ções do meio propiciaram o advento e o processo da luta abolicionista, envol vendo grandes, complexos e divergentes interêsses, agravados com o jôgo parti dário, ao qual jamais se adatou perfeitãmente.
Era natural que fosse levada
ao quadro das competições dos partidos
tradicionais, na ânsia reformista que im punha, e que era mesmo inevitável.
Nesse quadro, entretanto, moldura pou co propícia, em que tem sido habitual
suas etapas, cm que desaguaram, final mente, não só os seiis contrastes, como
os fatores elaborados no.s seus qualni séculos de domínio absoluto, espaço de tempo cm que afetou, de maneira con siderável, a fisionomia econômica e so cial do Brasil.
Quando essa lutu toma Unhas defini das e encontra ambiente propício ao seu
desenvolvimento, que nunca se fez sem tropeços, porque ate a última hora ela afetava ponderáveis interêsses, é bem verdade que as novas condições da pn)dução já se haviam incompatibilizi\do com o sistema servil.
Nem só em outros
países isso acontecera, a ponto de so
ter formado já uma nítida mentalidade antiescravagista, como no próprio Brasil os fatores contrários à escravidão ha
viam conseguido estrulairar forças capa zes de empreender a luta para a fina lização de sua vigência. Essas fôrças ..
....
.
comércio, mas naquela que deria de senvolver enormemcnte atividades ou
tras, — meramente ancilares. a princí
pio, depois com linhas próprias, como a do clero, a militar e a das letras, tôdas contribuintes, e em número acentuado,
gida da família, no aparecimento e forta lecimento de atividades quase desconhe cida;; oo. amcsquinbadas. entre cla.s, como das mas rdevanlc.s, a comercial, cm qvie elementos nacionais neutralizavam o an
tigo predomínio luso. O dcscn\'ol\ imento dhs relações de troca, fundamentado desde o advento das tarifas de Alves Branco, contribuíra para quebrar o velho e tradicional desequilíbrio, oriunda da fase colonial, entre o campo e a cida de entre a gente do campo, detentora
da'riqueza c do poder, e a gente da ci dade, dependente dessa riqueza e desse
poder. Configurando o panorama ha bitual da vida ativa dos engenhos c fazenda.s, ao lado da viáti monótona e triste dos centros urbanos, Iodos oriun dos quase da etapa primitiva em que a
mecessidade dc defesa e embarque da produção impusera o seu es calonamento ao longo da costa c em zonas em que
dos quadros partidários. A centralização imperial, a estrutura ção de uma fôrça armada nacional, em
contraposição às manifestações de pode rio militar dos senhores da terra, as cri
ses da lavoura, que punham os elemen tos agrários na dependência dos finan ciamentos ou de um sistema bancário
em elaboração, ou de particulares lubano.s, na fase em que a riqueza passa
"das mãos criadoras para as mãos cre
doras", o encarecimcnto da mão-de-obra servil, com as suas fontes quase esgota das, as .solicitações da mobilidade hori zontal da produção, atraída para o centro-sul e aí estabelecida com firmeza,
são fatôres ou sintomas da profunda alteração que se processava no organis mo social e na estrutura brasileira da
produção. Tôdas essas fôrças novas, ^
que confluíam no crescente fortaleci-| mento do poderio burguês, estavam mcompatibilizadas com o sistema servil e contribuíram decisivamente para a ace-,
leração do progresso abolicioni.sta, em que estavam fundamente interessadas. A
confluíssem rios fáceis, pro
tais forças, deviam somar-se
pícios ao transporte por
as que já elaboravam o es-
água. Gestuva-se, assim, na inti midade brasileira, uma nova classe, a burguesia, ascen
bôço do parque industrial
dente à medida que os ele mentos agrários declinavani.
naturais dos fornecedores de
brasileiro, e, com uma im
portância sem par, as que derivavam
manufaturas externas, viva
mente empenhados em subs
Essa classe não só se ali
cerçava na gente ligada ao
das imposições
7^
tituir
considerável
massa
Jl
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encontravain-sc no campo o na cidade, embora mais na cidade do que no cam
po, como c natural.
Nklson WivnNiiCK SooHÍ:
Dentro da aparente placidez do Se
gundo Império, o mais longo período
ENHUM tejiia sc*r\e melhor à análise
mente apreciado, o jogo da ehxjuéncia
do processo histórico brasileiro do (juc o do sistema servil, mormente cm sua fase final, aquela que se caracteri
obscureccu, cpiando não cfUifundiu, as
contínuo da no.ssa história, a economia brasileira sofreu importantes transforma
suas grandes linbas. tornando-as confi-
ções, cpic se traduziram dc várias for
nantcs com os arbitrários sentimentos a
mas, econômicas c soiiais, na luta par tidária ou no declínio da estrutura rí
N
zou pela luta abolicionista.
Nenhum,
também, e infelizmente, tem servidí) melhor, pelo seu jogo de contrastes e pelo vigor de suas còres. ao labor ocioso
de uma subliteratura, algumas vézes com pretensões a história, desviando-se. assim, na visão de quase todos, c pronagand„.,,,
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(|ue se inclinam, por aiisència de um
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contingências da oratória comum, quan
do nfio ao de uma oratória em que qualfjucr tema se torna mais difuso do que a e.speciilação mais transcendente. Não vamos, aqui, apreciar o sistema servi! em todos os .seus aspectos e em
SC f.l.oii sempre a condicõe,s cpie só uma viHio objetiva e realista poderia discri-
seu funcionamento, para no.s ocuparmos
mmar o balancear.
apenas da luta abolicionista, última de
O sistema servil foi, sem dúvida unvt das peças essenciais do tipo de produ ção elaborado no período colonial. Mas não tendo sido a única, entrelaçando-sò com outras, só poderia ser compreendi da, em seu alcance c em seu desenvol vimento, através do levantamento do quadro geral em que apareceu e fun cionou. Êsse quadro nunca foi tão con fuso como na fa.sc em que as condi ções do meio propiciaram o advento e o processo da luta abolicionista, envol vendo grandes, complexos e divergentes interêsses, agravados com o jôgo parti dário, ao qual jamais se adatou perfeitãmente.
Era natural que fosse levada
ao quadro das competições dos partidos
tradicionais, na ânsia reformista que im punha, e que era mesmo inevitável.
Nesse quadro, entretanto, moldura pou co propícia, em que tem sido habitual
suas etapas, cm que desaguaram, final mente, não só os seiis contrastes, como
os fatores elaborados no.s seus qualni séculos de domínio absoluto, espaço de tempo cm que afetou, de maneira con siderável, a fisionomia econômica e so cial do Brasil.
Quando essa lutu toma Unhas defini das e encontra ambiente propício ao seu
desenvolvimento, que nunca se fez sem tropeços, porque ate a última hora ela afetava ponderáveis interêsses, é bem verdade que as novas condições da pn)dução já se haviam incompatibilizi\do com o sistema servil.
Nem só em outros
países isso acontecera, a ponto de so
ter formado já uma nítida mentalidade antiescravagista, como no próprio Brasil os fatores contrários à escravidão ha
viam conseguido estrulairar forças capa zes de empreender a luta para a fina lização de sua vigência. Essas fôrças ..
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comércio, mas naquela que deria de senvolver enormemcnte atividades ou
tras, — meramente ancilares. a princí
pio, depois com linhas próprias, como a do clero, a militar e a das letras, tôdas contribuintes, e em número acentuado,
gida da família, no aparecimento e forta lecimento de atividades quase desconhe cida;; oo. amcsquinbadas. entre cla.s, como das mas rdevanlc.s, a comercial, cm qvie elementos nacionais neutralizavam o an
tigo predomínio luso. O dcscn\'ol\ imento dhs relações de troca, fundamentado desde o advento das tarifas de Alves Branco, contribuíra para quebrar o velho e tradicional desequilíbrio, oriunda da fase colonial, entre o campo e a cida de entre a gente do campo, detentora
da'riqueza c do poder, e a gente da ci dade, dependente dessa riqueza e desse
poder. Configurando o panorama ha bitual da vida ativa dos engenhos c fazenda.s, ao lado da viáti monótona e triste dos centros urbanos, Iodos oriun dos quase da etapa primitiva em que a
mecessidade dc defesa e embarque da produção impusera o seu es calonamento ao longo da costa c em zonas em que
dos quadros partidários. A centralização imperial, a estrutura ção de uma fôrça armada nacional, em
contraposição às manifestações de pode rio militar dos senhores da terra, as cri
ses da lavoura, que punham os elemen tos agrários na dependência dos finan ciamentos ou de um sistema bancário
em elaboração, ou de particulares lubano.s, na fase em que a riqueza passa
"das mãos criadoras para as mãos cre
doras", o encarecimcnto da mão-de-obra servil, com as suas fontes quase esgota das, as .solicitações da mobilidade hori zontal da produção, atraída para o centro-sul e aí estabelecida com firmeza,
são fatôres ou sintomas da profunda alteração que se processava no organis mo social e na estrutura brasileira da
produção. Tôdas essas fôrças novas, ^
que confluíam no crescente fortaleci-| mento do poderio burguês, estavam mcompatibilizadas com o sistema servil e contribuíram decisivamente para a ace-,
leração do progresso abolicioni.sta, em que estavam fundamente interessadas. A
confluíssem rios fáceis, pro
tais forças, deviam somar-se
pícios ao transporte por
as que já elaboravam o es-
água. Gestuva-se, assim, na inti midade brasileira, uma nova classe, a burguesia, ascen
bôço do parque industrial
dente à medida que os ele mentos agrários declinavani.
naturais dos fornecedores de
brasileiro, e, com uma im
portância sem par, as que derivavam
manufaturas externas, viva
mente empenhados em subs
Essa classe não só se ali
cerçava na gente ligada ao
das imposições
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considerável
massa
Jl
HR"'
'«n J I ■
Dk;kst() EcoNÓMtuo
iniUWi|.aiPini Drr.F-STo Econômico
destituída du poder aquisitivo por clien
Bonifácio ba\'ia adlviuluulo e ate escri
ausência
condições fundamentais
A absorção dos.elementos tornados
tela tanto quanto possível correspon
to, cm documentos públicos, as dire
disponncis com a abolição, realmente,
das
trizes exatas do caso. Rui Barbosa, em
para a Iransição de um sislema a outro. Não podendo, pois, passar ao tipo de
A consciência da impossibilidade da
plena campanha, num documento parla
trabalhador a salário, o escravo perma
vosse, entre nós, na época, uma ativida
permanência eterna do sistema servil foi uma cousa notória, desde o início do
mentar, doi.xou clara, também, a orien
necia desorientado, depois da einbria-
dente.
só seria possível, ou nas cidades, se Iwu-
tação a seguir. O mesmo se pode dizer
guês do triunfo.
século XIX, entre nós. Na luta para
de Joarpiim Nabuco f|UO, apesar de tu
SC mostravam demasiado enfraquecidas,
deter a onda abolicionista, quando essa
multuar, com a sua poderosa oratória, o andamento objetivo do processo, verifi
como na província do Rio dc Janeiro,
de industrial compatível com tamanha massa de trabalhadores, ou nos campos, so houvesse também um sistema de pro dução apto a desempenhar èsse papel,
desviava-sc a massa do trabalhadores,
o que reria, de tôda forma, um contra-
cou, cm páginas pensadas e nítidas, a
agora em di.sptmibilidade, para consti scnso histórico, pois então a abolição tuir' o grupo desocup.ado, em tomo das. teria sido efetivada mais cedo. Não grandes cidades, uinnenlando a popula houve, como ocorreu nos Estados Unição dos centros urbanos o oferecendo, .dos, em período anterior, a vigência de
consciôncia começou a transformar-se em certeza absoluta, a tática dos escra-
vagistas firmou-se, de uma forma par ticular e acentuada, em uma transferên
cia constante do assunto, mais do que na negativa formal, na oposição siste
mática ou na atitude de enfrentar o pro-
^ blema. Tratava-se, pois, de uma quesI tao de oportunidade, de gradação dé medidas preliminares, de seriação de re formas. Porque a abolição era inevitá vel, 6 os próprios adversários da medi
da sabiam bem disso, ainda aquêles que dependiam do sistema de trabalho ser
vil e não haviam tomado medida algu
ma de transição para a vigência de no vos processos.
A \'isão do tema deformava-se, entre tanto, quando a corrente abolicionista
cLareza da solução.
Nada, entretanto,
conseguiu demover a arrancada do am
Quando as lavouras
biento confuso e apaixonado em que foi colocada a campanha, c que deflagraria
num Brasil ainda bastante colonial em
no golpe de treze de maio, arrasador
sui*. estrutura econômica, o quadro sin
para alguns e pü.sitivumentc amargura do para os próprios beneficiados. Se,
do da Iransição para o regime indus
gular que a Inglaterra apresentara, quan
cm algumas regiões, foi possível a assi
trial c conseqüente empobrecimento dos
milação dos escravos libertados, pelo'
campos.
sistema vigente de produção, como nas
À burguesia urbana, incompatibilizadu com o sistema ser\'il, como uma parte
zonas paulistas dc produção cufeeira
lai:; possibilidades. Lá, ao libertar-se, o escravo encontrou as condiçõe,s de tran
sição necessárias. J^oi naturalmente absorvido na nova estrutura de trabalho,
c tornou-se, por isso mesmo, além de outras condições peculiares àquele meio, um elemento diferenciado. E não teria sido esstr a razão do seu acentuado es
mais nova, — em quase tôdas as demais não havia condições que propiciassem,
da própria lavoura, faltaram a capacida
pírito de grupo e de classe, dentro de
pela ordem natural das cousas, essa as•similação.
de c o interesse para presidir a transfor
uma sociedade que lhe permitiu a tran
mação feita com tanta violência, dandoIho orientação compatível, orientação já
sição de um sistema a outro de trabalho?
do aniquilamento, como fôrça organiza da, do grupo escravo, responsáveis pela
Entre nós, não seriam essas condições
punha o problema em termos de ética,
blema, o seu ponto sensível, a sua es
6 os oponentes invocavam o direito de
sência. Tratava-se, sem dúvida, de al
pensada e exposta por José Bonifácio, quando propusera, mais de meio século antes, a entrega de pequenas sesmarias
propriedade, em sua plenitude. Um e
terar, em seus fundamentos, a estrutura
aos libertos. A incompreensão do quadro
raça e outra?
do trabalho. A libertação, em si mes
geral, a tendência e.ni separar, como cou
ma, alterando-o, no plano ético, em nada afetava, entretanto, aquela estrutura. Os
servil, com a permanência da grande
sas distintas, numa estrutura única, as
outro grupo estavam contribuindo, de
maneira decisiva, para que a solução fi casse anqjutada de seus efeitos mais salutares e acabasse desaguando cm um impasse clamoroso, apesar da amargura dos vencidos e das alegrias dos vence dores, na data em que a liberdade en
controu guarida na lei. Poucos viram, com serenidade e com
realismo, os aspectos definitivos do pro blema, e os têrmos em que se devia colocar a sua solução, quando chegasse o momento de decisão última.
José
Êsse o aspecto fundamental do pro
caso», citados e frisados, propositada
mente, depois da abolição pelos que a ela se haviam oposto, de escravos nu merosos que permaneciam trabalhando nas lavouras de origem, ou que ficavam, de qualquer modo, gravitando, sem es
peça.'; essenciais: o sistema servil, de um lado; a grande projDriedade, de outro; admitindo que a abolição, libertando um dos elementos, re.solvia tudo, causou
o traumatismo mais áspero da nossa evolução econômica e social, deixando
tímulo o sem iniciativa, em torno da
sem aplicação uma força de trabalho que, aproveitada, poderia fecundamente
própria fazenda ou engenho em que
demonstrar a sua capacidade e não se
haviam sido o elemento de trabalho, de
estiolar, entregue a si mesma, no quadro geral de descalabro a que ficou rele gado o negro liberto.
monstram, não o aspecto sentimental que so pretendeu fixar, como regra, mas a
ausência aparente de choque entre uma A extinção do sistema
propriedade, não seria um contra-senso? O binômio terra-escmvo, subitamente
rompido, dei.xaria conseqüências trau
mática», cujos reflexos ainda hoje assis timos.
Analfabeto, doente, incapaz para
qualquer tipo de trabalho que exigisse algo mais do que a força dos braços, o escravo estava incompatibilizado com qualquer esforço no sentido de ascender, e só encontrava obstáculos em seu ca
minho. Desamparado, esquecido ou
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para a Iransição de um sislema a outro. Não podendo, pois, passar ao tipo de
A consciência da impossibilidade da
plena campanha, num documento parla
trabalhador a salário, o escravo perma
vosse, entre nós, na época, uma ativida
permanência eterna do sistema servil foi uma cousa notória, desde o início do
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só seria possível, ou nas cidades, se Iwu-
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século XIX, entre nós. Na luta para
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SC mostravam demasiado enfraquecidas,
deter a onda abolicionista, quando essa
multuar, com a sua poderosa oratória, o andamento objetivo do processo, verifi
como na província do Rio dc Janeiro,
de industrial compatível com tamanha massa de trabalhadores, ou nos campos, so houvesse também um sistema de pro dução apto a desempenhar èsse papel,
desviava-sc a massa do trabalhadores,
o que reria, de tôda forma, um contra-
cou, cm páginas pensadas e nítidas, a
agora em di.sptmibilidade, para consti scnso histórico, pois então a abolição tuir' o grupo desocup.ado, em tomo das. teria sido efetivada mais cedo. Não grandes cidades, uinnenlando a popula houve, como ocorreu nos Estados Unição dos centros urbanos o oferecendo, .dos, em período anterior, a vigência de
consciôncia começou a transformar-se em certeza absoluta, a tática dos escra-
vagistas firmou-se, de uma forma par ticular e acentuada, em uma transferên
cia constante do assunto, mais do que na negativa formal, na oposição siste
mática ou na atitude de enfrentar o pro-
^ blema. Tratava-se, pois, de uma quesI tao de oportunidade, de gradação dé medidas preliminares, de seriação de re formas. Porque a abolição era inevitá vel, 6 os próprios adversários da medi
da sabiam bem disso, ainda aquêles que dependiam do sistema de trabalho ser
vil e não haviam tomado medida algu
ma de transição para a vigência de no vos processos.
A \'isão do tema deformava-se, entre tanto, quando a corrente abolicionista
cLareza da solução.
Nada, entretanto,
conseguiu demover a arrancada do am
Quando as lavouras
biento confuso e apaixonado em que foi colocada a campanha, c que deflagraria
num Brasil ainda bastante colonial em
no golpe de treze de maio, arrasador
sui*. estrutura econômica, o quadro sin
para alguns e pü.sitivumentc amargura do para os próprios beneficiados. Se,
do da Iransição para o regime indus
gular que a Inglaterra apresentara, quan
cm algumas regiões, foi possível a assi
trial c conseqüente empobrecimento dos
milação dos escravos libertados, pelo'
campos.
sistema vigente de produção, como nas
À burguesia urbana, incompatibilizadu com o sistema ser\'il, como uma parte
zonas paulistas dc produção cufeeira
lai:; possibilidades. Lá, ao libertar-se, o escravo encontrou as condiçõe,s de tran
sição necessárias. J^oi naturalmente absorvido na nova estrutura de trabalho,
c tornou-se, por isso mesmo, além de outras condições peculiares àquele meio, um elemento diferenciado. E não teria sido esstr a razão do seu acentuado es
mais nova, — em quase tôdas as demais não havia condições que propiciassem,
da própria lavoura, faltaram a capacida
pírito de grupo e de classe, dentro de
pela ordem natural das cousas, essa as•similação.
de c o interesse para presidir a transfor
uma sociedade que lhe permitiu a tran
mação feita com tanta violência, dandoIho orientação compatível, orientação já
sição de um sistema a outro de trabalho?
do aniquilamento, como fôrça organiza da, do grupo escravo, responsáveis pela
Entre nós, não seriam essas condições
punha o problema em termos de ética,
blema, o seu ponto sensível, a sua es
6 os oponentes invocavam o direito de
sência. Tratava-se, sem dúvida, de al
pensada e exposta por José Bonifácio, quando propusera, mais de meio século antes, a entrega de pequenas sesmarias
propriedade, em sua plenitude. Um e
terar, em seus fundamentos, a estrutura
aos libertos. A incompreensão do quadro
raça e outra?
do trabalho. A libertação, em si mes
geral, a tendência e.ni separar, como cou
ma, alterando-o, no plano ético, em nada afetava, entretanto, aquela estrutura. Os
servil, com a permanência da grande
sas distintas, numa estrutura única, as
outro grupo estavam contribuindo, de
maneira decisiva, para que a solução fi casse anqjutada de seus efeitos mais salutares e acabasse desaguando cm um impasse clamoroso, apesar da amargura dos vencidos e das alegrias dos vence dores, na data em que a liberdade en
controu guarida na lei. Poucos viram, com serenidade e com
realismo, os aspectos definitivos do pro blema, e os têrmos em que se devia colocar a sua solução, quando chegasse o momento de decisão última.
José
Êsse o aspecto fundamental do pro
caso», citados e frisados, propositada
mente, depois da abolição pelos que a ela se haviam oposto, de escravos nu merosos que permaneciam trabalhando nas lavouras de origem, ou que ficavam, de qualquer modo, gravitando, sem es
peça.'; essenciais: o sistema servil, de um lado; a grande projDriedade, de outro; admitindo que a abolição, libertando um dos elementos, re.solvia tudo, causou
o traumatismo mais áspero da nossa evolução econômica e social, deixando
tímulo o sem iniciativa, em torno da
sem aplicação uma força de trabalho que, aproveitada, poderia fecundamente
própria fazenda ou engenho em que
demonstrar a sua capacidade e não se
haviam sido o elemento de trabalho, de
estiolar, entregue a si mesma, no quadro geral de descalabro a que ficou rele gado o negro liberto.
monstram, não o aspecto sentimental que so pretendeu fixar, como regra, mas a
ausência aparente de choque entre uma A extinção do sistema
propriedade, não seria um contra-senso? O binômio terra-escmvo, subitamente
rompido, dei.xaria conseqüências trau
mática», cujos reflexos ainda hoje assis timos.
Analfabeto, doente, incapaz para
qualquer tipo de trabalho que exigisse algo mais do que a força dos braços, o escravo estava incompatibilizado com qualquer esforço no sentido de ascender, e só encontrava obstáculos em seu ca
minho. Desamparado, esquecido ou
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amesquinhado, acumulou-se t-m torno das cidades, em grande parte, e aí permaneceu, através dos anos, sem en contrar da parte do poder público, uma providência que lhe abrisse novas perspectivas. Na situação inicial, como
Dicksto
-1»'
Econômico
Joarjuirii Nabueo, como já luiNiam cha mado a Rio Branco, \o/.cs enfim que
conseguiram a manntençru) da grande
E
RU
propriedade, da grande exploração e.xtrutiva c a eti rnidadc de estranhas ins
tituições, como a enfiteuse, \erdadeÍros
naquela que se seguiu, e ([ue não o elevou em cousa alguma, o escravo não
baluartes de um sistema (pie não cede
chegou sequer a compreender as velhas vozes da reação, que tão naturais nos soam hoje, e que chamavam "comunis
está, ainda boje, xidlio, colonial, her
ta" a Rui Barbosa, a Sousa Dantas, a
os contemporâneos.
ria e que, por extraordinário (pio pareça, mético, tenaz e inteiriço na sua estru
tura, em pleno século XX, a desafiar
A
ABOLICAO
AMiímico Jacodina Lací^mbe C«»nfcrên4*ia r«^alixalln pelo operoso e brllliaiitr diretor da "'Casa de liai"' na Faeuldnile de Ilireito de Suo l*nnlo. sob os
anspieioi^ do Instituto do.s Advo^iado.s de São l*aiilo. E* cm priiiieirn iiiib«» piibiloada pela nossa Itcvista.
SiijAM as minhas primeiras palavras neste recinto lu.stórico, uma vi\'a.
taremo.s sempre ao scr\iço destes princí pios aos quai.s São Paulo se declara ser
sincera c profunda homenagem a São
vido; fiel e fer\'oroso.
Paulo pela grande lição dada ao Brasil
O centenário foi um grande aconte cimento. Parccc-mc, senhores, que não
neste ano, centenário do Rni Barbosa. Dc fato, cm ncnlmm ponto do País hou ve exemplo dc tão unânim(\ tão intensa
e tão espontânea demonstração de ca rinho c dc culto pela figura definiti\amentc consagrada como patrono, não só de uma classe, como de toda a naciona lidade brasileira. No arqui\o que es tamos organizando das celebrações do centenário, nenhum Estado do Brasil
deveremos considerá-lo um encerramen
to de obrigações, uma quitação de dí vida para com o grande vulto. Parece-me que não deveremos considerá-lo senão como uma etapa vencida: a da consagra ção. O vulto de Rui deverá agora assu
mir outro aspecto — o do estudo em profundidade da .suas obras e dos pro
apresenta, dc fato, massa dc celebrações comparável ao deste, quer pela extensão geográfica do movimento que empolgou
blemas por êle versados à luz das suas soluçõp.i, pai-a criticá-las, interpretá-las, e adaptá-las. Sua glória e sua fixação na' galeria dos valores permanentes da
tôdas as classes da população, (pier pela
nacionalidade estão assentadas definitiva-
significação c a repercussão das mani
mentü na nossa consciência. Urge agora
festações.
construir à sombra de seu patrocínio, um
\
Bem hajam, pois, o.s paulistas, que
• 1 1
mantêm tão viva a chama do culto por
monumento cientifico, que será a anáUso da sua imensa produção. Para isso
um grande homem, nascido fora do suas
estamos contribuindo na medida de nos
mente os ideais da sociedade de que
sas forças (X)m a publicação de suas obras. Sabem os que nos tem acompa
foi um expoente.
nhado e au.xiliado, como o meu bene
fronteiras, mas que encarnou tão cabal
A minha primeira declaração, pois,
mérito amigo Sr. Gontijo de Carvalho,
será a de que a repartição que tenho a honra de dirigir — ou melhor o centro de cultura cívica em que trabalho — pro
o que significa essa busca nos arquivos
curará sempre servir e honrar a esses
dos tiibunais, nos arquivos públicos e particulares, nas velhas folhas e revistas extintas e nas raras coleções de antigos
Ideais aos quais acabastes de prestar tão
memoriais forenses, nas velhas coleções
comovente voto de fidelidade.
de documentos e recortes como as
Lá es-
i\mti i
.IJI -
104
amesquinhado, acumulou-se t-m torno das cidades, em grande parte, e aí permaneceu, através dos anos, sem en contrar da parte do poder público, uma providência que lhe abrisse novas perspectivas. Na situação inicial, como
Dicksto
-1»'
Econômico
Joarjuirii Nabueo, como já luiNiam cha mado a Rio Branco, \o/.cs enfim que
conseguiram a manntençru) da grande
E
RU
propriedade, da grande exploração e.xtrutiva c a eti rnidadc de estranhas ins
tituições, como a enfiteuse, \erdadeÍros
naquela que se seguiu, e ([ue não o elevou em cousa alguma, o escravo não
baluartes de um sistema (pie não cede
chegou sequer a compreender as velhas vozes da reação, que tão naturais nos soam hoje, e que chamavam "comunis
está, ainda boje, xidlio, colonial, her
ta" a Rui Barbosa, a Sousa Dantas, a
os contemporâneos.
ria e que, por extraordinário (pio pareça, mético, tenaz e inteiriço na sua estru
tura, em pleno século XX, a desafiar
A
ABOLICAO
AMiímico Jacodina Lací^mbe C«»nfcrên4*ia r«^alixalln pelo operoso e brllliaiitr diretor da "'Casa de liai"' na Faeuldnile de Ilireito de Suo l*nnlo. sob os
anspieioi^ do Instituto do.s Advo^iado.s de São l*aiilo. E* cm priiiieirn iiiib«» piibiloada pela nossa Itcvista.
SiijAM as minhas primeiras palavras neste recinto lu.stórico, uma vi\'a.
taremo.s sempre ao scr\iço destes princí pios aos quai.s São Paulo se declara ser
sincera c profunda homenagem a São
vido; fiel e fer\'oroso.
Paulo pela grande lição dada ao Brasil
O centenário foi um grande aconte cimento. Parccc-mc, senhores, que não
neste ano, centenário do Rni Barbosa. Dc fato, cm ncnlmm ponto do País hou ve exemplo dc tão unânim(\ tão intensa
e tão espontânea demonstração de ca rinho c dc culto pela figura definiti\amentc consagrada como patrono, não só de uma classe, como de toda a naciona lidade brasileira. No arqui\o que es tamos organizando das celebrações do centenário, nenhum Estado do Brasil
deveremos considerá-lo um encerramen
to de obrigações, uma quitação de dí vida para com o grande vulto. Parece-me que não deveremos considerá-lo senão como uma etapa vencida: a da consagra ção. O vulto de Rui deverá agora assu
mir outro aspecto — o do estudo em profundidade da .suas obras e dos pro
apresenta, dc fato, massa dc celebrações comparável ao deste, quer pela extensão geográfica do movimento que empolgou
blemas por êle versados à luz das suas soluçõp.i, pai-a criticá-las, interpretá-las, e adaptá-las. Sua glória e sua fixação na' galeria dos valores permanentes da
tôdas as classes da população, (pier pela
nacionalidade estão assentadas definitiva-
significação c a repercussão das mani
mentü na nossa consciência. Urge agora
festações.
construir à sombra de seu patrocínio, um
\
Bem hajam, pois, o.s paulistas, que
• 1 1
mantêm tão viva a chama do culto por
monumento cientifico, que será a anáUso da sua imensa produção. Para isso
um grande homem, nascido fora do suas
estamos contribuindo na medida de nos
mente os ideais da sociedade de que
sas forças (X)m a publicação de suas obras. Sabem os que nos tem acompa
foi um expoente.
nhado e au.xiliado, como o meu bene
fronteiras, mas que encarnou tão cabal
A minha primeira declaração, pois,
mérito amigo Sr. Gontijo de Carvalho,
será a de que a repartição que tenho a honra de dirigir — ou melhor o centro de cultura cívica em que trabalho — pro
o que significa essa busca nos arquivos
curará sempre servir e honrar a esses
dos tiibunais, nos arquivos públicos e particulares, nas velhas folhas e revistas extintas e nas raras coleções de antigos
Ideais aos quais acabastes de prestar tão
memoriais forenses, nas velhas coleções
comovente voto de fidelidade.
de documentos e recortes como as
Lá es-
■•! 100
DioKsro Ecíjnómico
Ramos Paz c Salvador dc Mc-ndonça, no
mn caráter de pr()\ isório, de lenlalivn,
Ríc, aqui em São Pauli>, na Bahia c
c|ue só poderá ser confirmada quando a publicação, ao menos das coleções
outros estados (alé do Paraná onde Rui
Drcr'-:r«
.WI !|
EcoNÓNíiro
10"
Cilaremor". por seruu mais caracteristicüi, estes dois:
Quando, cm 1889, os republicanos .sc
nunca estê\e, já fui obrigado a obter a remessa de alguns autos). Tudo isso
mais importantes, nos permitir uma visão
submeteram a \ima proibição da poli
para elaborar afinal um catálogo apro ximadamente duplo do que se acha pu blicado c organizar, como já organiza mos, cerca de oitenta tomos dos quais
panoráiniea da ali\ida(lo <Jiúmoda e mi
cia no sentido dc não realizarem um
lagrosa do autor.
trinta e dois já vieram a lume.
se da maior produção Brasil, seguramente uma mundo, que atingirá a centenas de tomos. Êste
Trataintelectual do das maiores do cêrca de duas monumento dc
ciência e de literatura não será senão a base de uma série de pes quisas, que certamente
serão provocadas por tão importante manancial. Os estudos deverão ser con
feridos c refeitos à vista
de um material que mo dificará substancialmente as informações acerca de
grande número de pro blemas. Parte ponderosa das críticas feitas ao fa moso teommo do escritor
irá desaparecer com o aparecimento em massa imponente de uma das
mais vivas e realistas obras parlamenta res do mundo. Outros estudos ganharão elementos para reforço ou modificação de pontos de vista. Novas publicações, em forma de ementários, repertórios e índices, auxiliarão a consulta. É para esta finalidade mais próxima que pa rece dever convergirem nossos esforços;
não os devemos dispersar se quisermos ter um monumento à altura de nossa cultura e de nossa dedicação à causa. Todos os estudos ruísticos têm assim
O quo ou.so afirmar, portanto, aqui, acêrca da ati\idade dc Rui Barbosa em
face do problema servii, \ai tudo mar cado com esse .sinal do transitório, do provi.sório, sujeito a uma contrasteaç-ão posterior diante cio material definitivo.
Mas não é possí\'el, em face das ma nifestações de Rui Barbosa diante do
problema cia escra\idão, indagar de como teria ele vencido uma dificuldade ineren te ao .seu temperamento
quia terá perdido o último titulo pos- " sível dc uma forma de govêmo à estima das almas honestas."
Homem de tais con\ icções não pode
comício, a voz dc Rui Barbosa protestou
ria ser bom conspirador. Por isso não foi ele chamado a tomar parte na trama
imediatamento pelo "Diário do Noti
revolucioni\ria e foi afastado do mo\i-
mcnlo militar, que o apanhou dc sur-
cias":
"Dando conta ao público, na tarde
dü anteontem, da entrevista a que fora chamado com o Chefe de Polícia", de
prêsa, como prova a nota manuscrita no artigo inédito que preparava pixra o dia 16 de novembro, e que publicamos no
clarou um dos tribunos republicanos que aceitíiva o aviso policial, isto é, que se
tomo VIII da série Queda do Impà-io.
conformava
por ocasião da resistência ao govèmo Floriano em 1893. O "Jornal do Brasil"
com
a
ordem
arbitnlria,
constrangido pela situação do povo, ainda não preparado para a reação eficaz e armada."
Atitude
semelhante vai assumir êle
acusava diáriamente o governa da pos
São cste.s os termos que provocam a
tergação e do desrespeito às normas le gais. Do modo algum aceita, porém,
indignação cio jurista: "Parecem-nos mestres fracos no seu magistério os <juc
seu redator-chcfe, a responsabilidade de
propor o recurso à violência. Eis como
convicto da eficácia da
tão
facilmente se deixam enredar em
se refere à sua atitude a 21 de maio:
intervenção dos órgãos normais da aplicação da
tais
teias
lei.
armada."
e ssencialmente jiirídico — isto
ó
essencialmente
.
So há. realmente, um
de
aranha."
E
continua:
"Não está prestes o po\'o "para a reação
Mas dai não se segue que o
não esteja para a reação eficaz." "Nem
traço marcante do espi
sempre a mais eficaz reação é a reação
ri to de Rui Barbosa é
armada; nem a reação armada se absol
blemas políticos — a con
ve, quando há outra reação eficaz." E adiante: "Desde que os propagandistas da República estão certos de que a po
vicção da suficiência da
lícia abusa da sua autoridade, incumbe-
esse: o da crença na so
lução legalista dos pro aplicação das normas legais para ns grandes transformações pleiteadas. A sua
lhes resistir ao crime com a lei, ensinan
do prãticamente ao povo que a justiça
"Somos legalistas acima de tudo e a
despeito de tudo... Fora do terreno jurídico nossa inspiração procurará beber sempre na ciência, nos exemplos libe rais, no respeito às boas praxes antigas,
na simpatia pelas inovações benfazejas, conciliando, quando possível, o gênio da tradição inteligente com a prática do progresso cauteloso." Analisando, a 23 de maio, a situação,
cada vez mais grave, criada pelas con tínuas infrações legais, Rui Barbosa ex-
posição é invariávelniente essa, por mais
protege o direito, que o banco dos réus
probra os membros do Congresso quase
excitados que estivessem os espíritos. Êle não se abalançava a dar um passo
SC fez píira todos os delinqüentes, e
tanto quanto o poder executivo, exata
que cada cidadão traz em si mesmo,
fora do caminho da lei, ou mesmo a
contra os atentados oficiais, um instru
desconfiar do sistema legal vigente, sem que tivessem sido esgotados todos os recursos judiciários. Poderíamos, aqui, enumerar vários passos da sua biogra fia, em que esse aspecto do seu tem peramento se revelou,
mento de repressão mais poderoso que o ferro. Enquanto não experimentardes
mente por não oporem ao govêmo a resistência legal, abdicarem dos meios que a Constituição lhes oferecia para
êsso recurso, não tendes o direito de o
renunciar; até poi-que, se, tentado, vier manifestar que a prostituição oficial inva diu a magistrattira judiciária, a monar-
a defesa das institxúções:
"Destituído, até, desse espírito de so lidariedade fundamental, que traduz o
princípio da própria conservação na vida coletiva, (o congresso) não soube zelar
■•! 100
DioKsro Ecíjnómico
Ramos Paz c Salvador dc Mc-ndonça, no
mn caráter de pr()\ isório, de lenlalivn,
Ríc, aqui em São Pauli>, na Bahia c
c|ue só poderá ser confirmada quando a publicação, ao menos das coleções
outros estados (alé do Paraná onde Rui
Drcr'-:r«
.WI !|
EcoNÓNíiro
10"
Cilaremor". por seruu mais caracteristicüi, estes dois:
Quando, cm 1889, os republicanos .sc
nunca estê\e, já fui obrigado a obter a remessa de alguns autos). Tudo isso
mais importantes, nos permitir uma visão
submeteram a \ima proibição da poli
para elaborar afinal um catálogo apro ximadamente duplo do que se acha pu blicado c organizar, como já organiza mos, cerca de oitenta tomos dos quais
panoráiniea da ali\ida(lo <Jiúmoda e mi
cia no sentido dc não realizarem um
lagrosa do autor.
trinta e dois já vieram a lume.
se da maior produção Brasil, seguramente uma mundo, que atingirá a centenas de tomos. Êste
Trataintelectual do das maiores do cêrca de duas monumento dc
ciência e de literatura não será senão a base de uma série de pes quisas, que certamente
serão provocadas por tão importante manancial. Os estudos deverão ser con
feridos c refeitos à vista
de um material que mo dificará substancialmente as informações acerca de
grande número de pro blemas. Parte ponderosa das críticas feitas ao fa moso teommo do escritor
irá desaparecer com o aparecimento em massa imponente de uma das
mais vivas e realistas obras parlamenta res do mundo. Outros estudos ganharão elementos para reforço ou modificação de pontos de vista. Novas publicações, em forma de ementários, repertórios e índices, auxiliarão a consulta. É para esta finalidade mais próxima que pa rece dever convergirem nossos esforços;
não os devemos dispersar se quisermos ter um monumento à altura de nossa cultura e de nossa dedicação à causa. Todos os estudos ruísticos têm assim
O quo ou.so afirmar, portanto, aqui, acêrca da ati\idade dc Rui Barbosa em
face do problema servii, \ai tudo mar cado com esse .sinal do transitório, do provi.sório, sujeito a uma contrasteaç-ão posterior diante cio material definitivo.
Mas não é possí\'el, em face das ma nifestações de Rui Barbosa diante do
problema cia escra\idão, indagar de como teria ele vencido uma dificuldade ineren te ao .seu temperamento
quia terá perdido o último titulo pos- " sível dc uma forma de govêmo à estima das almas honestas."
Homem de tais con\ icções não pode
comício, a voz dc Rui Barbosa protestou
ria ser bom conspirador. Por isso não foi ele chamado a tomar parte na trama
imediatamento pelo "Diário do Noti
revolucioni\ria e foi afastado do mo\i-
mcnlo militar, que o apanhou dc sur-
cias":
"Dando conta ao público, na tarde
dü anteontem, da entrevista a que fora chamado com o Chefe de Polícia", de
prêsa, como prova a nota manuscrita no artigo inédito que preparava pixra o dia 16 de novembro, e que publicamos no
clarou um dos tribunos republicanos que aceitíiva o aviso policial, isto é, que se
tomo VIII da série Queda do Impà-io.
conformava
por ocasião da resistência ao govèmo Floriano em 1893. O "Jornal do Brasil"
com
a
ordem
arbitnlria,
constrangido pela situação do povo, ainda não preparado para a reação eficaz e armada."
Atitude
semelhante vai assumir êle
acusava diáriamente o governa da pos
São cste.s os termos que provocam a
tergação e do desrespeito às normas le gais. Do modo algum aceita, porém,
indignação cio jurista: "Parecem-nos mestres fracos no seu magistério os <juc
seu redator-chcfe, a responsabilidade de
propor o recurso à violência. Eis como
convicto da eficácia da
tão
facilmente se deixam enredar em
se refere à sua atitude a 21 de maio:
intervenção dos órgãos normais da aplicação da
tais
teias
lei.
armada."
e ssencialmente jiirídico — isto
ó
essencialmente
.
So há. realmente, um
de
aranha."
E
continua:
"Não está prestes o po\'o "para a reação
Mas dai não se segue que o
não esteja para a reação eficaz." "Nem
traço marcante do espi
sempre a mais eficaz reação é a reação
ri to de Rui Barbosa é
armada; nem a reação armada se absol
blemas políticos — a con
ve, quando há outra reação eficaz." E adiante: "Desde que os propagandistas da República estão certos de que a po
vicção da suficiência da
lícia abusa da sua autoridade, incumbe-
esse: o da crença na so
lução legalista dos pro aplicação das normas legais para ns grandes transformações pleiteadas. A sua
lhes resistir ao crime com a lei, ensinan
do prãticamente ao povo que a justiça
"Somos legalistas acima de tudo e a
despeito de tudo... Fora do terreno jurídico nossa inspiração procurará beber sempre na ciência, nos exemplos libe rais, no respeito às boas praxes antigas,
na simpatia pelas inovações benfazejas, conciliando, quando possível, o gênio da tradição inteligente com a prática do progresso cauteloso." Analisando, a 23 de maio, a situação,
cada vez mais grave, criada pelas con tínuas infrações legais, Rui Barbosa ex-
posição é invariávelniente essa, por mais
protege o direito, que o banco dos réus
probra os membros do Congresso quase
excitados que estivessem os espíritos. Êle não se abalançava a dar um passo
SC fez píira todos os delinqüentes, e
tanto quanto o poder executivo, exata
que cada cidadão traz em si mesmo,
fora do caminho da lei, ou mesmo a
contra os atentados oficiais, um instru
desconfiar do sistema legal vigente, sem que tivessem sido esgotados todos os recursos judiciários. Poderíamos, aqui, enumerar vários passos da sua biogra fia, em que esse aspecto do seu tem peramento se revelou,
mento de repressão mais poderoso que o ferro. Enquanto não experimentardes
mente por não oporem ao govêmo a resistência legal, abdicarem dos meios que a Constituição lhes oferecia para
êsso recurso, não tendes o direito de o
renunciar; até poi-que, se, tentado, vier manifestar que a prostituição oficial inva diu a magistrattira judiciária, a monar-
a defesa das institxúções:
"Destituído, até, desse espírito de so lidariedade fundamental, que traduz o
princípio da própria conservação na vida coletiva, (o congresso) não soube zelar
109
Dicksto Eí:r»Nc')Mico Dicestí) Econ'ómico
ao menos a sua integridade orgânica, e curvou-sc, submisso, satisfeito, bcndí-
cado apela para a imprensa.
zcntc, ao braço férreo da ditadura, que
ciando a violência pelo seu jornal Rui
lhe penetrava no seio, armado de raios
Barbosa, cm meio a ruído já inquietante da rebelião íjuc sc aproxima, aconsellia ainda tranqüilamente o recurso
contra a independência de seus mem
bros. O govêrno pode passar sobre èle
da polícia. O redator do órgão sacrifi Denun
como um triunfador, cspalliando, na
justiça:
carreira da sua vitória mal sofrcada, graças e proscriçõcs entre os seus juizes, convertidos em testemunhas maltratadas
"A redação da iolha \iolenlada se
de sua impotência, ou feslejadores humi lhados de sua exaiitoração." E adiante:
"Ainda há para as nossas enfermida
des, portanto, uma inefá\el medicina; — é a reivindicação polo próprio Con gresso que os deixara cair, de seus foros constitucionais, o uso franco e resoluto
I de sua autoridade, a volta determinada e persistente u lei."
E ainda a 26 de maio. (luando a si tuação se tomava cada vez mais tensa;
"O estímulí) momentâneo determinado pelo regresso à lei é o vmico remédio . - contra essa espécie de perturbações. Os
que pactuam com a ilegalidade, por
guiu, em nosso fraco entender, o menos aconselhá\'el dos rumos, na direção que deu à sua defesa. Apelar para a im prensa é acreditar aluda na acústica da
publicidade, numa época cm que quase todos os seus ocos expiraram. Pro\ocar
a tribuna do Congresso é dedilhar o
teclado do um órgão quase surdo. A eloqüência política perdeu as suas ilusõc.;. É uma artista num cenário deser
to. Será quando muito Demóstenes en saiando a voz impotente ao borborinho
dn mar, para futuros triunfos. Os pa triotas mais eminentes puseram a surdi
na à sua palavra, por não turvar o re pouso à magistratura suprema da repú blica, doente que convém envoKer em pasta de algodão, para não se lhe partir
mellior intencionados que sejam, pac
com algum abalo mais \i\() o fio da
tuam \'irtualmente com a desordem'
vida,
eternizando-a."
A 14 de jiinho ainda, referíndo-sc à
revolução rio-grandense, para qual de-
"E na hipótese, que poderia fazer o Congresso? Levantar um requerimento,
vex-iam \-oltar-se naturalmente as suas
c e.qiedi-lo ao governo. Mas qual foi o mal, que se curou com esta pana-
simpatias, ainda condena o, recurso à
ceia?
violência:
"Na lide jornalística, a que ora nos consagramos, somos a todo transe le galista: queremos a Constituição segura, a União forte, o poder rijo na órbita de suas funções."
A 19 de junho, à beira das maiores violências, quando a polícia já não me dia os excessos, um jornal é empastelado em Pernambuco pelos apaniguados
"Redator da "Gazela da Tarde", nosso
caminho seria outro. A polícia pernam
bucana violou um dos direitos, que a constituição federal afiança.
Nós re
correríamos aos tribunais federais, pelas
ações competentes- procuraríamos segu rar-nos no gozo da nossa propriedade,
obrigando-a sob a manutenção judicial, c, consumada a violência, processaría
mos criminalmente a polícia violenta.
Tentemos a justiça: apesar de tudo, é
ma reprodutiva, e que vivia e.\clusiva-
talvez, onde ainda se })ossa encontrar o
mente do traballio, foi sempre um in
comêço do remédio".
dependente em face dos poderosos.
E que essa crença no apêlo judiciário não era um simples ecniselho para dcscncargo dc consciência, mas nma con vicção profunda, pro\a-o o fato de ter
o próprio Rui, i>or sua \ ez. rccofrido à justiça logo alguns meses após cm prol dos presos c dos demitidos ilegalmente, através dos hal)eas-corpus dcnegados, mas vitoriosamente, dc falo, através da ação ordinária qne \eio a constituir a
primeira grande conquista da ordem
vocação jurídica èle a teria rece
bido pròximamento de sua própria fa mília. Desde que fixada no Brasil, a gente Barbosa, ao que parece militar e nax eganle, .se encaminhara tôda no sen tido do fòro.
Bisneto de um escrivão
dc notas, Rui Barbosa tinha dois tios
matemos magistrados e entre os paren
tes próximos quatro ministros do Supre mo Tribunal e sete desembargadores.
O próprio pai, doutor em medicina,
constitucional no Bi"asil.
escrevera sobre sistema penitenciário a
Esta mentalidade judiciáxia, crente na ordem legal estabelecida, c confian te na ação dos tribunais, ainda nos mo-
tcso de doutoramento, exercera a admi
inento.s dc maior perigo nacional, fa zem de Rui Barbosa o expoente de nossos advogados, não no sentido só de
sua prceminência, mas no sentido de sua
nistração d(> ensino e, nos últinxos anos exercia com brilho a advocacia perante a Relação da Bahia. Com estes dois elementos \'amos ago
ra examinar a atitude de Rui em face do
problema servil. Como reagiria o seu
assim resolutamexite como um aposto-
intransigente legalismo cm face de uma instituição que se apresentava com todos
lado.
os avisos de uma perfeita incorporação
convicção, de sua fé na missão exei*cida Esta mentalidade tantas vezes pi"Ova-
legal ao país. Realmente, arraigada as
da, ü que não se abala diante das mais gra^•es ameaças, é o resultado de uma
tradições, à lei e aos costumes e tendo se incorporado às mais respeitáveis fon
dupla influência, quer me parecer: a formação pessoal, num meio de juiistas
instituição que se incrustara em nossos
— e a ascensão da classe média, de que Rui foi o mais esplêndido expoente, como observou recentemente, em confe rência no Itamarati, o professor San
tiago Dantas. Classe média essa que começou a surgir no princípio do século,
quando o aumento do comércio con
tes da propriedade brasileira era uma hábitos e leis.
O panorama era temeroso.
Diante
dêle, um sábio conhecedor dos meandros da legislação, talvez o nos,so maior eru
dito estudioso do tema, recuara timida
mente e não ousara sequer votar a lei do ventx*e-li\Te, apesar de ser o autor
centrou nas grandes cidades uma po
do maior manancial de dados legis
pulação ativa, culta e liberta da sub
lativos fornecidos aos abolicionistas —
missão ao Único capital existente então
Refiro-me a Agostinho Marques Perdi
entre os ricos: a terra.
gão Mallieiro,
Rui Barbosa que se gabava de não ter um tostão aplicado em cousa algu
cionàriamente a ordem estabelecida se
Tratava-se aqui de enfrentar revolu-
109
Dicksto Eí:r»Nc')Mico Dicestí) Econ'ómico
ao menos a sua integridade orgânica, e curvou-sc, submisso, satisfeito, bcndí-
cado apela para a imprensa.
zcntc, ao braço férreo da ditadura, que
ciando a violência pelo seu jornal Rui
lhe penetrava no seio, armado de raios
Barbosa, cm meio a ruído já inquietante da rebelião íjuc sc aproxima, aconsellia ainda tranqüilamente o recurso
contra a independência de seus mem
bros. O govêrno pode passar sobre èle
da polícia. O redator do órgão sacrifi Denun
como um triunfador, cspalliando, na
justiça:
carreira da sua vitória mal sofrcada, graças e proscriçõcs entre os seus juizes, convertidos em testemunhas maltratadas
"A redação da iolha \iolenlada se
de sua impotência, ou feslejadores humi lhados de sua exaiitoração." E adiante:
"Ainda há para as nossas enfermida
des, portanto, uma inefá\el medicina; — é a reivindicação polo próprio Con gresso que os deixara cair, de seus foros constitucionais, o uso franco e resoluto
I de sua autoridade, a volta determinada e persistente u lei."
E ainda a 26 de maio. (luando a si tuação se tomava cada vez mais tensa;
"O estímulí) momentâneo determinado pelo regresso à lei é o vmico remédio . - contra essa espécie de perturbações. Os
que pactuam com a ilegalidade, por
guiu, em nosso fraco entender, o menos aconselhá\'el dos rumos, na direção que deu à sua defesa. Apelar para a im prensa é acreditar aluda na acústica da
publicidade, numa época cm que quase todos os seus ocos expiraram. Pro\ocar
a tribuna do Congresso é dedilhar o
teclado do um órgão quase surdo. A eloqüência política perdeu as suas ilusõc.;. É uma artista num cenário deser
to. Será quando muito Demóstenes en saiando a voz impotente ao borborinho
dn mar, para futuros triunfos. Os pa triotas mais eminentes puseram a surdi
na à sua palavra, por não turvar o re pouso à magistratura suprema da repú blica, doente que convém envoKer em pasta de algodão, para não se lhe partir
mellior intencionados que sejam, pac
com algum abalo mais \i\() o fio da
tuam \'irtualmente com a desordem'
vida,
eternizando-a."
A 14 de jiinho ainda, referíndo-sc à
revolução rio-grandense, para qual de-
"E na hipótese, que poderia fazer o Congresso? Levantar um requerimento,
vex-iam \-oltar-se naturalmente as suas
c e.qiedi-lo ao governo. Mas qual foi o mal, que se curou com esta pana-
simpatias, ainda condena o, recurso à
ceia?
violência:
"Na lide jornalística, a que ora nos consagramos, somos a todo transe le galista: queremos a Constituição segura, a União forte, o poder rijo na órbita de suas funções."
A 19 de junho, à beira das maiores violências, quando a polícia já não me dia os excessos, um jornal é empastelado em Pernambuco pelos apaniguados
"Redator da "Gazela da Tarde", nosso
caminho seria outro. A polícia pernam
bucana violou um dos direitos, que a constituição federal afiança.
Nós re
correríamos aos tribunais federais, pelas
ações competentes- procuraríamos segu rar-nos no gozo da nossa propriedade,
obrigando-a sob a manutenção judicial, c, consumada a violência, processaría
mos criminalmente a polícia violenta.
Tentemos a justiça: apesar de tudo, é
ma reprodutiva, e que vivia e.\clusiva-
talvez, onde ainda se })ossa encontrar o
mente do traballio, foi sempre um in
comêço do remédio".
dependente em face dos poderosos.
E que essa crença no apêlo judiciário não era um simples ecniselho para dcscncargo dc consciência, mas nma con vicção profunda, pro\a-o o fato de ter
o próprio Rui, i>or sua \ ez. rccofrido à justiça logo alguns meses após cm prol dos presos c dos demitidos ilegalmente, através dos hal)eas-corpus dcnegados, mas vitoriosamente, dc falo, através da ação ordinária qne \eio a constituir a
primeira grande conquista da ordem
vocação jurídica èle a teria rece
bido pròximamento de sua própria fa mília. Desde que fixada no Brasil, a gente Barbosa, ao que parece militar e nax eganle, .se encaminhara tôda no sen tido do fòro.
Bisneto de um escrivão
dc notas, Rui Barbosa tinha dois tios
matemos magistrados e entre os paren
tes próximos quatro ministros do Supre mo Tribunal e sete desembargadores.
O próprio pai, doutor em medicina,
constitucional no Bi"asil.
escrevera sobre sistema penitenciário a
Esta mentalidade judiciáxia, crente na ordem legal estabelecida, c confian te na ação dos tribunais, ainda nos mo-
tcso de doutoramento, exercera a admi
inento.s dc maior perigo nacional, fa zem de Rui Barbosa o expoente de nossos advogados, não no sentido só de
sua prceminência, mas no sentido de sua
nistração d(> ensino e, nos últinxos anos exercia com brilho a advocacia perante a Relação da Bahia. Com estes dois elementos \'amos ago
ra examinar a atitude de Rui em face do
problema servil. Como reagiria o seu
assim resolutamexite como um aposto-
intransigente legalismo cm face de uma instituição que se apresentava com todos
lado.
os avisos de uma perfeita incorporação
convicção, de sua fé na missão exei*cida Esta mentalidade tantas vezes pi"Ova-
legal ao país. Realmente, arraigada as
da, ü que não se abala diante das mais gra^•es ameaças, é o resultado de uma
tradições, à lei e aos costumes e tendo se incorporado às mais respeitáveis fon
dupla influência, quer me parecer: a formação pessoal, num meio de juiistas
instituição que se incrustara em nossos
— e a ascensão da classe média, de que Rui foi o mais esplêndido expoente, como observou recentemente, em confe rência no Itamarati, o professor San
tiago Dantas. Classe média essa que começou a surgir no princípio do século,
quando o aumento do comércio con
tes da propriedade brasileira era uma hábitos e leis.
O panorama era temeroso.
Diante
dêle, um sábio conhecedor dos meandros da legislação, talvez o nos,so maior eru
dito estudioso do tema, recuara timida
mente e não ousara sequer votar a lei do ventx*e-li\Te, apesar de ser o autor
centrou nas grandes cidades uma po
do maior manancial de dados legis
pulação ativa, culta e liberta da sub
lativos fornecidos aos abolicionistas —
missão ao Único capital existente então
Refiro-me a Agostinho Marques Perdi
entre os ricos: a terra.
gão Mallieiro,
Rui Barbosa que se gabava de não ter um tostão aplicado em cousa algu
cionàriamente a ordem estabelecida se
Tratava-se aqui de enfrentar revolu-
Diof-sto Econômico
, .111
Dior.sic» Econômico
cularmentc, ferindo frontalmentc iini
direito garantido por t<kla a organiziição jurídica do Império. Ao lacl.) disse, tôda a formaçrio moral, toda a cullma liberal e todos os sentimentos cristãos do Rui impelem-no ao abolicionismo.
Veremos, assim, como nas principais intervent^ões no grande tema, Rui Bar
mente — "qui- são lí\ri s todo.s os.africanr;?; importados daquela data cm dian
te" — donde sc ciincluí que o govèmo tem obrigação de \'crificar cscrupulosamenlc os títulos dos senhores, e proceder
proinisso pi-ranli- a loja e assinar, cm papel avulso, nina promessa de liberdade cloj: filhos das siuis escravas; dc modo
famosa, .Ângelo Agostini transforma num
na forma do decreto sem a escravidão
dos do Império a declaração de liber-
remédio
introduzida de contrabando; 2.", porque
cladü, c:a.so os signatários falhassem à
Dantas, em junta médica composta dos
coordenadas de seu espírito: o espirito
palavra solenemente, empenhada. É o plano de um advogado; ó uma solução estudara em Sessões sucessi\as em am
O marco inicial de sua campanha
aciuela cm que sc acba\a nas colônias francesas e inglesas." "Foi o Sr. Rui 'Barbosa", diz Osório Duquc-Estrada em sua obra clássica
cal Paulistano. O texto completo é, in felizmente, desconhecido. A única coisa que nos resta é um magro resumo dos j rnais da epoca, e que faremos publicar em breve no volume 1." das Ohras Comphtao, já no prelo. Após o exame
"o primeiro abolicionista que, baseado
que vão inintoiTuptamente até o final
ral e econômica do país aborda o orador a questão legal - apelando para a lei de 7 de novembro de 1831 - lei caduca e hipócrita, aprovada sem nenhuma con
que terminou com a conquista dc 13
jundico e legalista - e o espírito liabolicionista c a conferência realizada a 12 de setembro do 1869 no Clube Radi
da questão e a análise da situação mo
vicção por um parlamento desejoso de
satisfazer às exigências da Inglaterra, ma:; que ia se transformar no instrumen
to da demolição do edifício escravista pelas conseqüências imprevisíveis do seu
mesmo abandono. Sirva esta lição para o.s que não crêem na eficácia das leis. "A emancipação", diz o orador, "é
muito mais fácil em nosso país do que em todos aqueles onde se tem efetuado
até hoje: — I.'', porque uma jxirç<ã<) imensa da propriedade servi) existente entre nós (mais de um terço) além de
ilegítima, como tôda a escravidão, é também ilegal, em virtude da lei de 7
do novembro de 1831, e do regulamen to re.spcclivo, que declaram expressa-
É esse projeto que numa caricatura
que a loja pudesse obter dos magistra
a população cscra\a no Brasil sc acha para com a população livre em uma proporção incoinpuràvelniente inferior
bosa ficará fiel a essas duas grandes
tógrafos, como ainda das provas tipo gráficas do projeto.
nu lei de 7 de novembro de 1931, pro
forense para o problema que a loja biento de entusiasmo cívico.
Não poderei agora acompanhar "paripassu as atividades abolicionistas de Rui
da campanha. Tal esquema já foi ela
clamou desde 1869 a ilegalidade da e.s-
borado, com a competência costumeira,
cravidão no Brasil, fornecendo o prin
pelo professor Homero Pires. Desejaria
cipal argumento de que se ser\'iram mais tarde os propugandistas radicais de
1880, no inicio da fase revolucionária
somente focalizar êstc aspecto caracterislico da visão ruiana do problema. A deflagração do problema na Câ
proposto
pelo
Conselheiro
grandes estadistas do Império, para sabação do Estado brasileiro, então, como sempre, considerado em estado desesperador, Aos grandes inflamados propagandistas êstc grave acontecimento de iniciarse a solução legal do problema por pe quenas etapas, é certo, mas qne signi ficavam o encaminhamento da questão
gradualmente à paz, e talvez à salvação (Io Império, pareceu ridículo: É o que disse Nabuco dois anos
depois: "Eu confesso que quando ou\i o programa do ministério Dantas, tive vontade de rir."
E no entanto trata
Foi esta demonstração que deu ori gem ao famoso .^logati da Confederação
mara dos Deputados em 1879, pelos seus amigos Jerônimo Sodré e Joaquim Nabiico, não o atrai desde logo para o
va-se da última oportunidade do gover no realizar a grande transformação sem arranhões na sua estrutura jurídica,
Abolicionista — A Escravidão é «mi
grupo parlamentar abolicionista.
ainda que fazendo grandes concessões
diversas manifestações públicas, porém,
em seus interesses.
eiii 1881, a propósito de Castro Alves,
Na sua articulação o deputado Rui Barbosa cumpriu à risca os compromis sos do acadêmico de São Paulo de 15 anos antes. As concessões eram de fato
dc maio de 1888."
roubo.
Era afinal a escravidão que passava a ser ínquinada de estar fora da lei —
Tratava-se, é bem verdade, de uma
pobre lei hipócrita, feita para inglês t>cr — Mas era sempre uma lei e por ela Hui Barbosa reúne o seu entusiasmo pela liberdade da raça à feição estritamento legalista de seu temperamento. Quando no ano seguinte êle apresenta à Loja América o seu projeto que vai causar tão grande sensação c provocar enfim a queda do venerável Antônio Carlos, ainda é a arma judiciária que êle quer montar para o combate à instituição nefanda.
Cada maçom deveria assumir um com-
Em
c na circular ao cloitoraclo, em 1882,
a propósito do Marquês de Pombal, re velara-se fiel aos ideais da mocidade.
oportunidade dc realizar, com suas pró
pequenas, mas um registro rigoroso da propriedade escrava cancelaria defini-
prias mãos o ideal da mocidade: En quadrar o problema em linlias legisla
ti\^amente da lista negra a maior parte dos que, libertados pela lei de 1831
tivas, batizá-lo, conduzir, enfim legal mente a questão servil para uma solução
porque naturais da África, apareciam
Mas em 1884 depara-se, afinal, uma
gradual e pacífica.
perante as próprias autoridades como privados da liberdade.
Essa a suprema importância do cha
Os interêsses escravistas sentiram bem
mado projeto Dantas que é afinal o pro
sensivelmente o golpe que a medida
jeto Rui Barbosa, conforme esfá exu berantemente provado pela publicação aiio fizemos no volume XI das Obras
aparentemente simples representaria para a propriedade servil'. Daí a agitação. Essa drenagem dos falsos escravos se
Completas do fac-símile não só dos au-
ria muito mais grave que a libertação
Diof-sto Econômico
, .111
Dior.sic» Econômico
cularmentc, ferindo frontalmentc iini
direito garantido por t<kla a organiziição jurídica do Império. Ao lacl.) disse, tôda a formaçrio moral, toda a cullma liberal e todos os sentimentos cristãos do Rui impelem-no ao abolicionismo.
Veremos, assim, como nas principais intervent^ões no grande tema, Rui Bar
mente — "qui- são lí\ri s todo.s os.africanr;?; importados daquela data cm dian
te" — donde sc ciincluí que o govèmo tem obrigação de \'crificar cscrupulosamenlc os títulos dos senhores, e proceder
proinisso pi-ranli- a loja e assinar, cm papel avulso, nina promessa de liberdade cloj: filhos das siuis escravas; dc modo
famosa, .Ângelo Agostini transforma num
na forma do decreto sem a escravidão
dos do Império a declaração de liber-
remédio
introduzida de contrabando; 2.", porque
cladü, c:a.so os signatários falhassem à
Dantas, em junta médica composta dos
coordenadas de seu espírito: o espirito
palavra solenemente, empenhada. É o plano de um advogado; ó uma solução estudara em Sessões sucessi\as em am
O marco inicial de sua campanha
aciuela cm que sc acba\a nas colônias francesas e inglesas." "Foi o Sr. Rui 'Barbosa", diz Osório Duquc-Estrada em sua obra clássica
cal Paulistano. O texto completo é, in felizmente, desconhecido. A única coisa que nos resta é um magro resumo dos j rnais da epoca, e que faremos publicar em breve no volume 1." das Ohras Comphtao, já no prelo. Após o exame
"o primeiro abolicionista que, baseado
que vão inintoiTuptamente até o final
ral e econômica do país aborda o orador a questão legal - apelando para a lei de 7 de novembro de 1831 - lei caduca e hipócrita, aprovada sem nenhuma con
que terminou com a conquista dc 13
jundico e legalista - e o espírito liabolicionista c a conferência realizada a 12 de setembro do 1869 no Clube Radi
da questão e a análise da situação mo
vicção por um parlamento desejoso de
satisfazer às exigências da Inglaterra, ma:; que ia se transformar no instrumen
to da demolição do edifício escravista pelas conseqüências imprevisíveis do seu
mesmo abandono. Sirva esta lição para o.s que não crêem na eficácia das leis. "A emancipação", diz o orador, "é
muito mais fácil em nosso país do que em todos aqueles onde se tem efetuado
até hoje: — I.'', porque uma jxirç<ã<) imensa da propriedade servi) existente entre nós (mais de um terço) além de
ilegítima, como tôda a escravidão, é também ilegal, em virtude da lei de 7
do novembro de 1831, e do regulamen to re.spcclivo, que declaram expressa-
É esse projeto que numa caricatura
que a loja pudesse obter dos magistra
a população cscra\a no Brasil sc acha para com a população livre em uma proporção incoinpuràvelniente inferior
bosa ficará fiel a essas duas grandes
tógrafos, como ainda das provas tipo gráficas do projeto.
nu lei de 7 de novembro de 1931, pro
forense para o problema que a loja biento de entusiasmo cívico.
Não poderei agora acompanhar "paripassu as atividades abolicionistas de Rui
da campanha. Tal esquema já foi ela
clamou desde 1869 a ilegalidade da e.s-
borado, com a competência costumeira,
cravidão no Brasil, fornecendo o prin
pelo professor Homero Pires. Desejaria
cipal argumento de que se ser\'iram mais tarde os propugandistas radicais de
1880, no inicio da fase revolucionária
somente focalizar êstc aspecto caracterislico da visão ruiana do problema. A deflagração do problema na Câ
proposto
pelo
Conselheiro
grandes estadistas do Império, para sabação do Estado brasileiro, então, como sempre, considerado em estado desesperador, Aos grandes inflamados propagandistas êstc grave acontecimento de iniciarse a solução legal do problema por pe quenas etapas, é certo, mas qne signi ficavam o encaminhamento da questão
gradualmente à paz, e talvez à salvação (Io Império, pareceu ridículo: É o que disse Nabuco dois anos
depois: "Eu confesso que quando ou\i o programa do ministério Dantas, tive vontade de rir."
E no entanto trata
Foi esta demonstração que deu ori gem ao famoso .^logati da Confederação
mara dos Deputados em 1879, pelos seus amigos Jerônimo Sodré e Joaquim Nabiico, não o atrai desde logo para o
va-se da última oportunidade do gover no realizar a grande transformação sem arranhões na sua estrutura jurídica,
Abolicionista — A Escravidão é «mi
grupo parlamentar abolicionista.
ainda que fazendo grandes concessões
diversas manifestações públicas, porém,
em seus interesses.
eiii 1881, a propósito de Castro Alves,
Na sua articulação o deputado Rui Barbosa cumpriu à risca os compromis sos do acadêmico de São Paulo de 15 anos antes. As concessões eram de fato
dc maio de 1888."
roubo.
Era afinal a escravidão que passava a ser ínquinada de estar fora da lei —
Tratava-se, é bem verdade, de uma
pobre lei hipócrita, feita para inglês t>cr — Mas era sempre uma lei e por ela Hui Barbosa reúne o seu entusiasmo pela liberdade da raça à feição estritamento legalista de seu temperamento. Quando no ano seguinte êle apresenta à Loja América o seu projeto que vai causar tão grande sensação c provocar enfim a queda do venerável Antônio Carlos, ainda é a arma judiciária que êle quer montar para o combate à instituição nefanda.
Cada maçom deveria assumir um com-
Em
c na circular ao cloitoraclo, em 1882,
a propósito do Marquês de Pombal, re velara-se fiel aos ideais da mocidade.
oportunidade dc realizar, com suas pró
pequenas, mas um registro rigoroso da propriedade escrava cancelaria defini-
prias mãos o ideal da mocidade: En quadrar o problema em linlias legisla
ti\^amente da lista negra a maior parte dos que, libertados pela lei de 1831
tivas, batizá-lo, conduzir, enfim legal mente a questão servil para uma solução
porque naturais da África, apareciam
Mas em 1884 depara-se, afinal, uma
gradual e pacífica.
perante as próprias autoridades como privados da liberdade.
Essa a suprema importância do cha
Os interêsses escravistas sentiram bem
mado projeto Dantas que é afinal o pro
sensivelmente o golpe que a medida
jeto Rui Barbosa, conforme esfá exu berantemente provado pela publicação aiio fizemos no volume XI das Obras
aparentemente simples representaria para a propriedade servil'. Daí a agitação. Essa drenagem dos falsos escravos se
Completas do fac-símile não só dos au-
ria muito mais grave que a libertação
I UW
112
DIGESTí.»
Dicesto Econômico
113
EC0N(')MIC0
nos míseros sexagenários que rej)rescn-
fer-sc-ão contra vós. Dc cada uma delas ;
na sua exprcs.são mais absoluta, mais
pilhagem, cedendo aos impulsos do ins
.tava antes na expressão de Nabucò, o perdão dos Shylocks ao escravo do úl timo pcdaq-o de carne que llie é devido. O parecer dc Rui Barbosa sobre o
o espírito libertador rccrgucr-sc-á mais 1
sombria, mais clc\astadora. porque en tão, no canijio cia hila. a resistência
tinto animal, único princípio de vida consciente, que a condição senil não
estará
destrói. E vós — com lodo êsse patri
projeto, de que fora o próprio aiUnr,
poderost:, mais exigente, mais afoito, j recncarnado cm um plano mais amplo. A.s concessões moderadas, (jue hoje recusardes, amanhã já não satisfarão a
caso talvez único no parlamento, é o 'ninguém. Ouçam os nobres deputados compêndio dessa orientação jurídica da a história, que não mente. questão. Daí a intransigência de Rui "Isso que vós dcfcndeis com zêlo vio em não contemporizar com o princípio da lente' do fanatismo, c nós respeitamos indenização.
"O principio da indeniziição", dirá
ele mais tarde, "ficava repudiado para sempre, rotos com èle os famosos títulos
dc senliorio da raça branca sòbre a negra. Essa intuição eliminou em um
desmoralizada, o
aboliciotüsmQ
servido pelos da oholição — êssc, o pior dos ábolicionismos, sois vós: é a reação (pU' \ éis representais, om cklio
à e.xpcriêneia. à Immanidado, ao futuro." O projeto .Sarai\a dispensou, porém, na matricula dos esera\<ís a declaração
seh certas reservas, por confiança re
ção privilegiada, transitória. amaldiç>oa-
da procedência dêles. Encampou, por consecpiència, e íroalizou a .situação ir regular em (|m- se ba.^-eaca o relator do projeto Dantas para se opor irredutnel-
fletida nas soluções pacíficas e concilia doras, não é um direito: c uma situa
cla em todas as consciências, a que nin
incntc a (ptaUjuei indenização. O pro-
guém, neste país, dá mais vinte anos
jcto-monstro, como o chamaram indigna
entre o ódio e a esperança. Um níquel
de duração, c que, com certeza, não
dos Nabuco, Rui e todos os abolicionis
•sequer, por cada velho, imploravam os inimigos do projeto, e dcporemo.s as
transporá as fronteiras deste século.
tas, tran.sformou assim num jiibileu dos
"Pois bem! Sc êsse privilégio efêmero
relâmpago o futuro, e travou a pugna armas. Nem um real, dizíamos nós, ou o princípio está perdido."
Precisamente porque a indenização seria o reconhecimento da legalidade do direito ao escravo e era diante dêsse falso princípio que Rui Barbosa re cuava.
O falso espírito conservador e o.s
tràn.sfuga.s liberais derrubaram o projeto Danta.s, diante do qual já não mais sor ria Nabuco que por êle se bateu deno-
dadamente ao lado de Rui o todos os
fiéis abolicionistas que sentiram a gra vidade da situação. Era a oportunida de das classes dirigentes chefiarem o.s
acontecimentos que se perdia. Daí por diante era o caminho da revolução, por mais mascarado de fórmulas legais que S(í apresentasse;
Ninguém q predisse com mais exa tidão que o próprio Rui no discurso na Câmara a 28 de julho cie 1884: "As vossas vitórias aparentes rcver-
traficantes
caduco, agonizante, não transigir; e se enfatuar em sonoras invocações ao di reito e à justiça, cm que mais pru dente seria abster-se dc falar; se não der ouvidos senão ao demônio da de mência, com que uma espécie de cons
às migallia.s dos \'osso.s tesoiros, per
mo sob a sua feição desinteresseira, ge
1
tinuar a saquear de almas a .'Vfrica... cominai.s. no papel, a ignominia e o cas
tigo de pirataria aos flibusteiro.s, que desrespeitem a vossa palaxxa... vós o estipulais com o outro continente; e, não obstante, vós mesmo.s. vós, nág indi\íduos dispersos, mas vós nação, vo.s
govêrno, vós Estado, \ós monarquia miiximo, cobrindo, aos olhos do mundo, com a improbidade nacional aos salteadores do tratado de 1826 e da lei de
"O africano, cpie lance mão violenta
a razão e o patrioti.smo, estaremos absol-
tia da vossa opniência, vós vos compromeleis, perante a Europa, a não con
Daí por diante o tom das ciueixas dc Pxii scjbe cxtraovdinàriamcnte de ponto. Em 1885 clamava êle contra a lega lização do crime. "1831 era a prescrição dos piratas," — dizia êle — "1885 é a
em tôrno da questão.
terá sido o operário exclusivo. Nós, ante
à feitura da vossa vontade, que criais
os códigos para proteção da \ ossa honra, que dispondes dos tribunais para garan
constitucional, vós vos fazeis o pirata
tário e imagina um combate judiciário
pitular com as honras da guerra. "Mas então, da sua ruína êle mesmo
nopolizar-\'OS, que constituis o direito
abolicionistas.
E logo em seguida contrapõe a si tuação legal do escravo à do proprie
tentativas pacificadoras opuser a perti nácia de um non pns-sumufi implacável, — tempo virá cm que seja tardo para ca
"O abolicionismo — não o abolicionis
aparentemente
glorifícação dos piratas."
por uma crise instanlânea; se ás nossas
vido.s de toda a responsabilidade; por
tentati\a
simples, mas gra\-e da solução dos
piração providencial parece seduzir para o abismo as causas fadadas a perecer
que o projeto c a emancipação, a adian tada, mas previdente e compcnsadora.
a
mônio de sentimentos morais que a
vossa civiliz:ição se ensoberboce de mo-
1831.
. .
,
"E depois nos dizeis; isto e uma pro priedade sagrada. Se entre os escraxos e evadidos das mãos dos trafican
tes c as garras do tráfico renascido puscrdes a inviolabilidade de vossas ca sas, sereis arrastados aos tribunais co mo roubadores do allieio. "Pois bem: nós vos desafiamos a que
petra um roubo, transgredindo um di
u façais. Essa lei calunia a nação: os
reito que não conhece, desconhecendo
nossos tribunais ainda se não compõem
um código para cuja elaboração não contribuiu, arrastando uma justiça orga nizada pelos seus carrascos, aventuran-
compusessem, o mais caro desafôgo da
do-sc, unidade miserável, contra a mul
de feitores de escravos: e, quando se nossa consciência seria açoitar-lhes as faces com o nosso desprezo. Víndel nós vos desafiamos. A justiça acusado-
nerosa e simpática ao coração humano
tidão, a polícia e a riqueza da popula ção opressora, rebelando-se contra um
— mas o abolicionismo inconsciente e,
meio social, que aos olhos do e.scra\o,
ccmo se a perseguisse a imagem do cal-
portanto, sem mérito; o abolicionismo,
não pode simbolizar senão o ódio e a
ceta; porque nossos filhos, que nos hão
ra há de sair dessas audiências enfiada,
I UW
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Dicesto Econômico
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EC0N(')MIC0
nos míseros sexagenários que rej)rescn-
fer-sc-ão contra vós. Dc cada uma delas ;
na sua exprcs.são mais absoluta, mais
pilhagem, cedendo aos impulsos do ins
.tava antes na expressão de Nabucò, o perdão dos Shylocks ao escravo do úl timo pcdaq-o de carne que llie é devido. O parecer dc Rui Barbosa sobre o
o espírito libertador rccrgucr-sc-á mais 1
sombria, mais clc\astadora. porque en tão, no canijio cia hila. a resistência
tinto animal, único princípio de vida consciente, que a condição senil não
estará
destrói. E vós — com lodo êsse patri
projeto, de que fora o próprio aiUnr,
poderost:, mais exigente, mais afoito, j recncarnado cm um plano mais amplo. A.s concessões moderadas, (jue hoje recusardes, amanhã já não satisfarão a
caso talvez único no parlamento, é o 'ninguém. Ouçam os nobres deputados compêndio dessa orientação jurídica da a história, que não mente. questão. Daí a intransigência de Rui "Isso que vós dcfcndeis com zêlo vio em não contemporizar com o princípio da lente' do fanatismo, c nós respeitamos indenização.
"O principio da indeniziição", dirá
ele mais tarde, "ficava repudiado para sempre, rotos com èle os famosos títulos
dc senliorio da raça branca sòbre a negra. Essa intuição eliminou em um
desmoralizada, o
aboliciotüsmQ
servido pelos da oholição — êssc, o pior dos ábolicionismos, sois vós: é a reação (pU' \ éis representais, om cklio
à e.xpcriêneia. à Immanidado, ao futuro." O projeto .Sarai\a dispensou, porém, na matricula dos esera\<ís a declaração
seh certas reservas, por confiança re
ção privilegiada, transitória. amaldiç>oa-
da procedência dêles. Encampou, por consecpiència, e íroalizou a .situação ir regular em (|m- se ba.^-eaca o relator do projeto Dantas para se opor irredutnel-
fletida nas soluções pacíficas e concilia doras, não é um direito: c uma situa
cla em todas as consciências, a que nin
incntc a (ptaUjuei indenização. O pro-
guém, neste país, dá mais vinte anos
jcto-monstro, como o chamaram indigna
entre o ódio e a esperança. Um níquel
de duração, c que, com certeza, não
dos Nabuco, Rui e todos os abolicionis
•sequer, por cada velho, imploravam os inimigos do projeto, e dcporemo.s as
transporá as fronteiras deste século.
tas, tran.sformou assim num jiibileu dos
"Pois bem! Sc êsse privilégio efêmero
relâmpago o futuro, e travou a pugna armas. Nem um real, dizíamos nós, ou o princípio está perdido."
Precisamente porque a indenização seria o reconhecimento da legalidade do direito ao escravo e era diante dêsse falso princípio que Rui Barbosa re cuava.
O falso espírito conservador e o.s
tràn.sfuga.s liberais derrubaram o projeto Danta.s, diante do qual já não mais sor ria Nabuco que por êle se bateu deno-
dadamente ao lado de Rui o todos os
fiéis abolicionistas que sentiram a gra vidade da situação. Era a oportunida de das classes dirigentes chefiarem o.s
acontecimentos que se perdia. Daí por diante era o caminho da revolução, por mais mascarado de fórmulas legais que S(í apresentasse;
Ninguém q predisse com mais exa tidão que o próprio Rui no discurso na Câmara a 28 de julho cie 1884: "As vossas vitórias aparentes rcver-
traficantes
caduco, agonizante, não transigir; e se enfatuar em sonoras invocações ao di reito e à justiça, cm que mais pru dente seria abster-se dc falar; se não der ouvidos senão ao demônio da de mência, com que uma espécie de cons
às migallia.s dos \'osso.s tesoiros, per
mo sob a sua feição desinteresseira, ge
1
tinuar a saquear de almas a .'Vfrica... cominai.s. no papel, a ignominia e o cas
tigo de pirataria aos flibusteiro.s, que desrespeitem a vossa palaxxa... vós o estipulais com o outro continente; e, não obstante, vós mesmo.s. vós, nág indi\íduos dispersos, mas vós nação, vo.s
govêrno, vós Estado, \ós monarquia miiximo, cobrindo, aos olhos do mundo, com a improbidade nacional aos salteadores do tratado de 1826 e da lei de
"O africano, cpie lance mão violenta
a razão e o patrioti.smo, estaremos absol-
tia da vossa opniência, vós vos compromeleis, perante a Europa, a não con
Daí por diante o tom das ciueixas dc Pxii scjbe cxtraovdinàriamcnte de ponto. Em 1885 clamava êle contra a lega lização do crime. "1831 era a prescrição dos piratas," — dizia êle — "1885 é a
em tôrno da questão.
terá sido o operário exclusivo. Nós, ante
à feitura da vossa vontade, que criais
os códigos para proteção da \ ossa honra, que dispondes dos tribunais para garan
constitucional, vós vos fazeis o pirata
tário e imagina um combate judiciário
pitular com as honras da guerra. "Mas então, da sua ruína êle mesmo
nopolizar-\'OS, que constituis o direito
abolicionistas.
E logo em seguida contrapõe a si tuação legal do escravo à do proprie
tentativas pacificadoras opuser a perti nácia de um non pns-sumufi implacável, — tempo virá cm que seja tardo para ca
"O abolicionismo — não o abolicionis
aparentemente
glorifícação dos piratas."
por uma crise instanlânea; se ás nossas
vido.s de toda a responsabilidade; por
tentati\a
simples, mas gra\-e da solução dos
piração providencial parece seduzir para o abismo as causas fadadas a perecer
que o projeto c a emancipação, a adian tada, mas previdente e compcnsadora.
a
mônio de sentimentos morais que a
vossa civiliz:ição se ensoberboce de mo-
1831.
. .
,
"E depois nos dizeis; isto e uma pro priedade sagrada. Se entre os escraxos e evadidos das mãos dos trafican
tes c as garras do tráfico renascido puscrdes a inviolabilidade de vossas ca sas, sereis arrastados aos tribunais co mo roubadores do allieio. "Pois bem: nós vos desafiamos a que
petra um roubo, transgredindo um di
u façais. Essa lei calunia a nação: os
reito que não conhece, desconhecendo
nossos tribunais ainda se não compõem
um código para cuja elaboração não contribuiu, arrastando uma justiça orga nizada pelos seus carrascos, aventuran-
compusessem, o mais caro desafôgo da
do-sc, unidade miserável, contra a mul
de feitores de escravos: e, quando se nossa consciência seria açoitar-lhes as faces com o nosso desprezo. Víndel nós vos desafiamos. A justiça acusado-
nerosa e simpática ao coração humano
tidão, a polícia e a riqueza da popula ção opressora, rebelando-se contra um
— mas o abolicionismo inconsciente e,
meio social, que aos olhos do e.scra\o,
ccmo se a perseguisse a imagem do cal-
portanto, sem mérito; o abolicionismo,
não pode simbolizar senão o ódio e a
ceta; porque nossos filhos, que nos hão
ra há de sair dessas audiências enfiada,
DiOF-STri
114
de redcav, iiao carecerão (|uc llio diga
projeto Rui — .SC (ivcssí- sido aplicado
mos, para sentirem que êsse c o mais
integralmente! — Como o grande pensa dor social rjuc era Nabuco íòra dema-
nobre exemplo da \'ida de seus pais; c
o órgão do libelo público não terá pala vras com que nos replique, quando lhe
bradarmos: - Estão trocados os luga res entre nós e vós. Nós somos a cons ciência cristã e a consciência nacio
nal... o saque sois vós, o safjuc ungi do em instituição legal; porque os incobridores oficiais dos furtos cometi
dos contra a lei de 7 de novembro, a
ciganagem que ainda se quer locuple tar com os sobejos de 20 anos de con
trabando humano, incorre em tríplice I ■
roubo: roubo moral de centenas de mi
lhares de liberdades; roubo de lesa-pútria contra a honra "nacional, penhorada
nos tratados; mas também roubo direto
positivo, material, pecuniário, do capital m^álico que essa soma de cativei ros ilegais representa."
Era- sempre, como se vê o equacionamento da questão em fórmulas judiciá rias. Ê o mesmo homem que visará defender perante os tribunais a propaganda republicana perante u monar
quia — e a liberdade de imprensa pe rante a ditadura florianista.
Rui Barbosa teve o desprazer de ver cumpridas as suas profecias. A abdica ção precipitou-se pelas- formas da re
sistência às ordens do governo desautorado.
Comentando o ano político de 1887
115
cia fará a :ibnlição :int<'s do prazo que
evitar que a nação pagasse o que não
êste projeto lho assina". — Prexalcceu
dovia.
quivo.s da escravidão. É a última trin
tério reformador, em 1895. ajuazava pa
cheira em que o já então Ministro da Fazenda da República \ai sustentar o
dos
a resistência, a des^-x-ito clc tudo. .. E, não obstante, a abolição, que o minis
íifcitos de um regulamenlo! O movimento atingia o sen têrmo.
ra 1892, vem a se eoneluir em 1888 ou
Mie; não era dirigido mais polo gover
1889. Negou-.se então a um ministério liberal; o agora já conservadores a disjni-
.siaclo céplico
por sorrir diante
no que perdera o timão. Era uma re solução cm regra.
taiu. Fazia-se longo x^razo, e hoje aceita-.se instantânea".
"A caladiipa que se dcspenlm de São Paulo", coinenlii Rui, "não permite crer que o têrmo da transição exceda o mea
E já no ano de 1888, a Bahia, às vés
peras de 13 de maio, eomcntaxa a derro
do do 1889. Fazendas, municípios, ci dades, distritos, províncias inteiras \-êm
ta das instituições na .solução do jiroblemu servil.
agrcgar-sc, de momento em momento à montanlia vitoriosa rjue rola.
"Fazendo da aboliçãt) uma emx)reita-
da entregue ao i^arlido reator, a coroa enfraciiioccu substancialmente a autori
das duas grandes metrópoles da escra vidão, a mais inteligente, a mais enér gica, a mais opulenta, lançou o seu
dade das futuras i-)vetensõcs à resis tência; e bem x^ouco \ ü quem não x^er-
pêso na balança; c esse peso liá de preponderar ao da outra, morosa, oficlj] explorada pela politicagem cleiioial dos
chefes conservadores. São Paulo arras
cebe a gravidade do gclx^e republica N
no que cia cándidamcnte desfechou nos
próprios interêsses, lexando o elemento
tará o Rio. O negro, que se está li
conservador até a.s fronteiras da refor ma social. A rcsxjonsabilidade do arro
bertando a si .próprio na primeira, há
jo não toca nos inimigo.s da ordem, nem
de emancipar-sc a si mesnío na .segun
da. Quando o fragor da vontade dos cativos, como a voz cias grandes tUmas
reboar pelas margens do Paraiba, talvez
nao sobre mais tempo aos senhores pa ra fundarem a Libertadora fluminense" "Que incomensurávcl extensão transjwsta em trinta meses", comenta ainda
Rui. "Em 1885 o ministério Dantas por pedir a abolição para daí u noue
num panfleto raro, em que analisa agu
anos, era apedrejado, sitiado de em
damente os acontecimentos finais do
boscada, recusando os seus adversários
Império, Rui Barbosa ainda se manifes ta pessimisticamente sobre a abolição,
dar-lhe batalha no campo da sua idéia, por medo ao prestígio dela, x^ara irem
A nova matrícula reduzirá o número
derrotá-lo em uma cilada, em um inct-
de escravos, com todos os seus defei tos, à metade! Que efeito.s não teria produzido a lei Dantas — ou melhor
EG.f)N*()MTCO
Dígesto Ec()NÓ>aco
dento parlamentar.
Os x)ropugnadore.<
do pi:)jelo de 15 de julho diziam então para os da guerrilha: "A vossa resistên-
o princípio reformador
esx>erar
essa cooperação inaudita. "Os que encarregam da abolição de
pois dc tê-la estigmatizado como roubo, c preconiz-ido a xoropriedade servil como a instituição das instituições, perderam a comx^otência x>ora representar a tradi
ção". Estava, x^ois, vitoriosa, mas não atra
Refiro-me à famosa queima dos ar-
mesmo combate do estudante de direi
to de trinta anos pass-ados. É um capítulo mal interpretado da história republicana que precisa ser es tudado severa e sinceramente, mas no
seu quadro exato e não nas deforma ções com que é apresentado. A primeira referência que encontra mos ao fato é a que ocoiTe em Nina
Rodrigues, na sua obra clássica Os Afri canos no Brasil — Fala o mestre baian(v._;1
cm decreto que ordenando a destruiçãodos XJíipóis da escravidão cometera uma piedosa, mas ingênua mentira históric-a. Em nota de l>é de página assinala a sua fonte: Circular do Ministério da Fa zenda, n.° 29, de 13 de maio de 1891,
mandando queimar os artigos da escra vidão. "As conseqüências desse ato, co menta Nina Rodrigues, foram "a destrui
ção englobada de todos os documentos relativos à imigração da raça negra que deviam existir nas repartições aduanei ras. Pelo menos na alfândega deste estado (a Bahia) não existe mais ne nhum". Daí passou a queixa a quase
todos os trabalhos modernos que ver sam o mesmo assunto, sempre cora re
vés dos caminhos que Rui teria prefe
ferência à mesma fonte citada por Ni na Rodrigues, a circular do baiano con-
rido, a sua tese intransigentemente anti-
sellieiro Rui Barbosa, n.° 29, de 13 de
indenizacionista.
maio de 1891. Ora, já aí começara os
Não x^udemos encerrar esta síntese
equívocos. Era 13 de maio de 1891 já -
sem aludir, ainda uma voz, a um episó dio pouco esclarecido da vida de Rui Barbosa e que se prende a esta cam panha jurídica — e êste empenho de
zenda, cargo que deixara desde 20 de janeiro. O despacho de Rui Barbosa
não era Rui Barbosa ministro da Fa
acerca do assunto é de 14 de dezem-
DiOF-STri
114
de redcav, iiao carecerão (|uc llio diga
projeto Rui — .SC (ivcssí- sido aplicado
mos, para sentirem que êsse c o mais
integralmente! — Como o grande pensa dor social rjuc era Nabuco íòra dema-
nobre exemplo da \'ida de seus pais; c
o órgão do libelo público não terá pala vras com que nos replique, quando lhe
bradarmos: - Estão trocados os luga res entre nós e vós. Nós somos a cons ciência cristã e a consciência nacio
nal... o saque sois vós, o safjuc ungi do em instituição legal; porque os incobridores oficiais dos furtos cometi
dos contra a lei de 7 de novembro, a
ciganagem que ainda se quer locuple tar com os sobejos de 20 anos de con
trabando humano, incorre em tríplice I ■
roubo: roubo moral de centenas de mi
lhares de liberdades; roubo de lesa-pútria contra a honra "nacional, penhorada
nos tratados; mas também roubo direto
positivo, material, pecuniário, do capital m^álico que essa soma de cativei ros ilegais representa."
Era- sempre, como se vê o equacionamento da questão em fórmulas judiciá rias. Ê o mesmo homem que visará defender perante os tribunais a propaganda republicana perante u monar
quia — e a liberdade de imprensa pe rante a ditadura florianista.
Rui Barbosa teve o desprazer de ver cumpridas as suas profecias. A abdica ção precipitou-se pelas- formas da re
sistência às ordens do governo desautorado.
Comentando o ano político de 1887
115
cia fará a :ibnlição :int<'s do prazo que
evitar que a nação pagasse o que não
êste projeto lho assina". — Prexalcceu
dovia.
quivo.s da escravidão. É a última trin
tério reformador, em 1895. ajuazava pa
cheira em que o já então Ministro da Fazenda da República \ai sustentar o
dos
a resistência, a des^-x-ito clc tudo. .. E, não obstante, a abolição, que o minis
íifcitos de um regulamenlo! O movimento atingia o sen têrmo.
ra 1892, vem a se eoneluir em 1888 ou
Mie; não era dirigido mais polo gover
1889. Negou-.se então a um ministério liberal; o agora já conservadores a disjni-
.siaclo céplico
por sorrir diante
no que perdera o timão. Era uma re solução cm regra.
taiu. Fazia-se longo x^razo, e hoje aceita-.se instantânea".
"A caladiipa que se dcspenlm de São Paulo", coinenlii Rui, "não permite crer que o têrmo da transição exceda o mea
E já no ano de 1888, a Bahia, às vés
peras de 13 de maio, eomcntaxa a derro
do do 1889. Fazendas, municípios, ci dades, distritos, províncias inteiras \-êm
ta das instituições na .solução do jiroblemu servil.
agrcgar-sc, de momento em momento à montanlia vitoriosa rjue rola.
"Fazendo da aboliçãt) uma emx)reita-
da entregue ao i^arlido reator, a coroa enfraciiioccu substancialmente a autori
das duas grandes metrópoles da escra vidão, a mais inteligente, a mais enér gica, a mais opulenta, lançou o seu
dade das futuras i-)vetensõcs à resis tência; e bem x^ouco \ ü quem não x^er-
pêso na balança; c esse peso liá de preponderar ao da outra, morosa, oficlj] explorada pela politicagem cleiioial dos
chefes conservadores. São Paulo arras
cebe a gravidade do gclx^e republica N
no que cia cándidamcnte desfechou nos
próprios interêsses, lexando o elemento
tará o Rio. O negro, que se está li
conservador até a.s fronteiras da refor ma social. A rcsxjonsabilidade do arro
bertando a si .próprio na primeira, há
jo não toca nos inimigo.s da ordem, nem
de emancipar-sc a si mesnío na .segun
da. Quando o fragor da vontade dos cativos, como a voz cias grandes tUmas
reboar pelas margens do Paraiba, talvez
nao sobre mais tempo aos senhores pa ra fundarem a Libertadora fluminense" "Que incomensurávcl extensão transjwsta em trinta meses", comenta ainda
Rui. "Em 1885 o ministério Dantas por pedir a abolição para daí u noue
num panfleto raro, em que analisa agu
anos, era apedrejado, sitiado de em
damente os acontecimentos finais do
boscada, recusando os seus adversários
Império, Rui Barbosa ainda se manifes ta pessimisticamente sobre a abolição,
dar-lhe batalha no campo da sua idéia, por medo ao prestígio dela, x^ara irem
A nova matrícula reduzirá o número
derrotá-lo em uma cilada, em um inct-
de escravos, com todos os seus defei tos, à metade! Que efeito.s não teria produzido a lei Dantas — ou melhor
EG.f)N*()MTCO
Dígesto Ec()NÓ>aco
dento parlamentar.
Os x)ropugnadore.<
do pi:)jelo de 15 de julho diziam então para os da guerrilha: "A vossa resistên-
o princípio reformador
esx>erar
essa cooperação inaudita. "Os que encarregam da abolição de
pois dc tê-la estigmatizado como roubo, c preconiz-ido a xoropriedade servil como a instituição das instituições, perderam a comx^otência x>ora representar a tradi
ção". Estava, x^ois, vitoriosa, mas não atra
Refiro-me à famosa queima dos ar-
mesmo combate do estudante de direi
to de trinta anos pass-ados. É um capítulo mal interpretado da história republicana que precisa ser es tudado severa e sinceramente, mas no
seu quadro exato e não nas deforma ções com que é apresentado. A primeira referência que encontra mos ao fato é a que ocoiTe em Nina
Rodrigues, na sua obra clássica Os Afri canos no Brasil — Fala o mestre baian(v._;1
cm decreto que ordenando a destruiçãodos XJíipóis da escravidão cometera uma piedosa, mas ingênua mentira históric-a. Em nota de l>é de página assinala a sua fonte: Circular do Ministério da Fa zenda, n.° 29, de 13 de maio de 1891,
mandando queimar os artigos da escra vidão. "As conseqüências desse ato, co menta Nina Rodrigues, foram "a destrui
ção englobada de todos os documentos relativos à imigração da raça negra que deviam existir nas repartições aduanei ras. Pelo menos na alfândega deste estado (a Bahia) não existe mais ne nhum". Daí passou a queixa a quase
todos os trabalhos modernos que ver sam o mesmo assunto, sempre cora re
vés dos caminhos que Rui teria prefe
ferência à mesma fonte citada por Ni na Rodrigues, a circular do baiano con-
rido, a sua tese intransigentemente anti-
sellieiro Rui Barbosa, n.° 29, de 13 de
indenizacionista.
maio de 1891. Ora, já aí começara os
Não x^udemos encerrar esta síntese
equívocos. Era 13 de maio de 1891 já -
sem aludir, ainda uma voz, a um episó dio pouco esclarecido da vida de Rui Barbosa e que se prende a esta cam panha jurídica — e êste empenho de
zenda, cargo que deixara desde 20 de janeiro. O despacho de Rui Barbosa
não era Rui Barbosa ministro da Fa
acerca do assunto é de 14 de dezem-
DicfcisiT) l-^coNÓMiro
lia
bro de 1890.
ir
Dií;ks«t(' Et;c)NóMico
A circular n.° 29, de 13
de maio do ano seguinte foi subscrita pelo conselheiro Trislão dc Alencar Ara-
mann, e o presidente da Confederação abolicioni.sta João Clapp.
vai.s ricos de material .s(Mire escravidão
rém, é \aga. Oa úUinto.s ducumcnton da
à e.spcra dc pestpiisadores. E' o que há algum tempo me confirmaxa, quan
lembrou, com o espírito de e.vatidão que
escravidão não poderiam exidentomente
to à Amazônia, o seu emérito conhece
o caracteri2:a, o sr. Otávio Tarquínío de
ter sido destruídos totalmente.
Souza analisando o assunto.
preciso destruir a correspondência ofi
ripe, seu sucessor na pasta, como já o
Para medir tôda a extensão, do inaleficio seria necessário conhecer a rela
ção das peças que foram entregues ao fogo em obediência à ordem ministe
rial, cousa que até agora não se publicou quer na capital, quer nas províncias. Du vidamos até que em todas cias a or-
A expressão da placa de bronze, po Seria
cial, as atas das câmaras municipais, n.s inumeráxeis pleitos judiciários versando
dor que c o no.sso colega Sr. Artur Cé sar Ferreira Heis.
Não se dexe, pois. perder a esperan
ça dc xer surgir em dados positivos, muitos ensaios que as dosalentadoras ex
Note-se o trecho final que denota a intenção bem pouco lírica, ou retórica, da medida.
Tratava-se de evitar um
contragolpe dos antigos senhores de es cravos, conseguindo a posteríori, a inde nização que os últimos projetos lhes ne gavam. Indenização monstruosa, por
que uma parte ponderável dêsses escra vos eram africanos c legalmente escm-
sobre escravos, os testamentos, os inven tários, sem falar na legislação. M^jj ^
pressões de Nina Rodrigues julgax ain pa
evidente que nada disso foi quei mado. Numa visita que fizemos expres
ra sempre impossíxeis. Sem querer diminuir, porém, a gra vidade do gíílpo trazido à historiografia,
do dezembro de 1831.
vejamos se é po.s.sível enlrcxer a sua.
roltara-sc a falar em
explicação. A idéia da destruição dos papéis da
c que Rui analisara longamente no Uiu-
vizirdos, já que haxiain aportado ao Brasil posteriomiente á lei
Feita a abolição, porém, cm 188^
quivos está desfalcada, pelo bicho e pelo deslei.xo, de peças fundamentais.
samente para êssc fim ao Arquixo Na cional, conduzidos pelo .seu digno e in cansável diretor Dr. Viíhena de Morais verificamos pessoalmente a existência dc montanhas de lixros e documentos sò-
escravidão ó muito antiga.
No Rio, contudo, sabemos que houve
i)re o assunto, com os (piais se poderão
curioso que nos pareça hoje, quando \i-
rio^ de Noticias", apelava P"» » servadores no sentido de ^
queima. O despacho dc Rui Barbosa determinava a requisição dos livros da
realizar importantíssimas pesquisas.
vemos numa salutar obsessão do do cumento, foi defendida por cuhninân-
propostos candidatos que nao _ "reconhecido o direito a indenização
tesouraria da Fazenda, livros e documen tos existentes nas repartições do Mi
do devc! ter sido os livros de registro
cias da inteligência e da cultura no Bra
dos escravos, para o efeito do pagamen to dos impostos e os livros de entradas nas alfândegas. 0.s elementos estatístiCO.S do.s primeiros con.stam, porém, dos relatórios dos ministros e pre.sidentes de províncias. A perda principal vem a
sil. E veremos em brcx e por que. Quem
x'alor. da extinta propriedade servil, homen-S que tomem a peito a repaiaçao a
I dem tenha sido cumprida. Com fogo, ou sem fogo, a maioria dos nossos ar
nistério da Fazenda, matrículas de es cravos, dos ingênuo.s, dos filhos li\Tes de mulher escrava e libertos. Uma co missão, no mesmo ato designada, diri giria tal arrecadaç<ão procedendo, em
seguida à queima da casa de máquinas ' da Alfândega desta capital. Uma placa de bronze existente nas oficinas do Lóide Brasileiro, contém de fato, esta inscrição assaz lacônica: "13 de maio de 1891. Aqui foram in-
O que 0.S- estudiosos hão de ter perdi
primeiro a enuncia dc público é Joa quim Nabuco na Câmara dos Depu
injustiça sofrida."
tados em discurso de 24 de julho de
problema apelando para os empréstimos
1888, quando lê uma representação de
ser pois, dos livros alfandegários, pre
constituintes seus, para que "os livros do matrícula geral dos escra\'0.s do Im
cisamente aqueles a que se referiu Ni
pério sejam cancelados ou inutilizados
na Rodrigues. Há porém, outros acer
de modo a que não possa mais haver
vos que permaneceram intactos o que
pedido de indenização."
poderão fornecer elementos essenciais ao
"O orador se associa a este pedido",
estudo do assunto. Assim no Arquixo
dizem o.s anais, "com tanto mais con vicção quanto, se os escravos ti\'esscm
Público da Bahia, no arquix-o da Pre
cendiados os últimos documentos da
feitura do Salvador e no da Câmara Es
escravidão no Brasil". O noticiário da
imprensa da época é abundante e entu
tadual da Balúa encontrou o Sr. Luís Viana Filho elementos preciosos com
siástico. — Assinala os nomes dos fun
que elaborou o seu excelente ensaio so
cionários que tomaram parte no patrió tico gesto, estando presente o inspetor da Alfândega, o engenheiro Sattamini, guarda-mor Comandante Adolfo Hassel-
Por mais
bre o Nsgro na B(dii(i, que mereceu tão amplos e merecidos louvores do Sr. Gil berto Freire. Em todos os recantos do
Brasil jazem preciosos depósitos arqui-
manifeitto Paulino de 8 de julho de 1889,
sido de.sapropriados pelo Estado para seu uso, dexla ele dar indenização; mas
como prejuízo resulta simplesmente de
O ministério Ouro Prêto eontornara o
á lavoura. "É o mesmo Proteu^, co mentara Rui no "Diário de Noticias ,
"sob transfigurações variadas, com a di ferença em favor do sr. Paulino de Sou sa que a indenização direta estaria su bordinada. na sua distribuição, a um
critério positivo, proporcionando suas reparações à importância do ano. Pois bem, em pleno governo provisó rio, organizou-se um banco que tm ia por finalidade exatamente a indenização
teresses que são modificados por cada
dos antigos senhores de escravos, ou seus herdeiros, dos prejuízos causados pela lei de 13 de maio. Era nova trans figuração do Proteu. com a agravante
tarifa que votamos, ou por cada altera
de vir tal emorêsa encabeçada poi ele-
uma modificação da nossa lei, se passas
se neste caso o princípio da indenização,
teríamos de indenizar todos aqueles in ção que fazemos nas leis do Império".
DicfcisiT) l-^coNÓMiro
lia
bro de 1890.
ir
Dií;ks«t(' Et;c)NóMico
A circular n.° 29, de 13
de maio do ano seguinte foi subscrita pelo conselheiro Trislão dc Alencar Ara-
mann, e o presidente da Confederação abolicioni.sta João Clapp.
vai.s ricos de material .s(Mire escravidão
rém, é \aga. Oa úUinto.s ducumcnton da
à e.spcra dc pestpiisadores. E' o que há algum tempo me confirmaxa, quan
lembrou, com o espírito de e.vatidão que
escravidão não poderiam exidentomente
to à Amazônia, o seu emérito conhece
o caracteri2:a, o sr. Otávio Tarquínío de
ter sido destruídos totalmente.
Souza analisando o assunto.
preciso destruir a correspondência ofi
ripe, seu sucessor na pasta, como já o
Para medir tôda a extensão, do inaleficio seria necessário conhecer a rela
ção das peças que foram entregues ao fogo em obediência à ordem ministe
rial, cousa que até agora não se publicou quer na capital, quer nas províncias. Du vidamos até que em todas cias a or-
A expressão da placa de bronze, po Seria
cial, as atas das câmaras municipais, n.s inumeráxeis pleitos judiciários versando
dor que c o no.sso colega Sr. Artur Cé sar Ferreira Heis.
Não se dexe, pois. perder a esperan
ça dc xer surgir em dados positivos, muitos ensaios que as dosalentadoras ex
Note-se o trecho final que denota a intenção bem pouco lírica, ou retórica, da medida.
Tratava-se de evitar um
contragolpe dos antigos senhores de es cravos, conseguindo a posteríori, a inde nização que os últimos projetos lhes ne gavam. Indenização monstruosa, por
que uma parte ponderável dêsses escra vos eram africanos c legalmente escm-
sobre escravos, os testamentos, os inven tários, sem falar na legislação. M^jj ^
pressões de Nina Rodrigues julgax ain pa
evidente que nada disso foi quei mado. Numa visita que fizemos expres
ra sempre impossíxeis. Sem querer diminuir, porém, a gra vidade do gíílpo trazido à historiografia,
do dezembro de 1831.
vejamos se é po.s.sível enlrcxer a sua.
roltara-sc a falar em
explicação. A idéia da destruição dos papéis da
c que Rui analisara longamente no Uiu-
vizirdos, já que haxiain aportado ao Brasil posteriomiente á lei
Feita a abolição, porém, cm 188^
quivos está desfalcada, pelo bicho e pelo deslei.xo, de peças fundamentais.
samente para êssc fim ao Arquixo Na cional, conduzidos pelo .seu digno e in cansável diretor Dr. Viíhena de Morais verificamos pessoalmente a existência dc montanhas de lixros e documentos sò-
escravidão ó muito antiga.
No Rio, contudo, sabemos que houve
i)re o assunto, com os (piais se poderão
curioso que nos pareça hoje, quando \i-
rio^ de Noticias", apelava P"» » servadores no sentido de ^
queima. O despacho dc Rui Barbosa determinava a requisição dos livros da
realizar importantíssimas pesquisas.
vemos numa salutar obsessão do do cumento, foi defendida por cuhninân-
propostos candidatos que nao _ "reconhecido o direito a indenização
tesouraria da Fazenda, livros e documen tos existentes nas repartições do Mi
do devc! ter sido os livros de registro
cias da inteligência e da cultura no Bra
dos escravos, para o efeito do pagamen to dos impostos e os livros de entradas nas alfândegas. 0.s elementos estatístiCO.S do.s primeiros con.stam, porém, dos relatórios dos ministros e pre.sidentes de províncias. A perda principal vem a
sil. E veremos em brcx e por que. Quem
x'alor. da extinta propriedade servil, homen-S que tomem a peito a repaiaçao a
I dem tenha sido cumprida. Com fogo, ou sem fogo, a maioria dos nossos ar
nistério da Fazenda, matrículas de es cravos, dos ingênuo.s, dos filhos li\Tes de mulher escrava e libertos. Uma co missão, no mesmo ato designada, diri giria tal arrecadaç<ão procedendo, em
seguida à queima da casa de máquinas ' da Alfândega desta capital. Uma placa de bronze existente nas oficinas do Lóide Brasileiro, contém de fato, esta inscrição assaz lacônica: "13 de maio de 1891. Aqui foram in-
O que 0.S- estudiosos hão de ter perdi
primeiro a enuncia dc público é Joa quim Nabuco na Câmara dos Depu
injustiça sofrida."
tados em discurso de 24 de julho de
problema apelando para os empréstimos
1888, quando lê uma representação de
ser pois, dos livros alfandegários, pre
constituintes seus, para que "os livros do matrícula geral dos escra\'0.s do Im
cisamente aqueles a que se referiu Ni
pério sejam cancelados ou inutilizados
na Rodrigues. Há porém, outros acer
de modo a que não possa mais haver
vos que permaneceram intactos o que
pedido de indenização."
poderão fornecer elementos essenciais ao
"O orador se associa a este pedido",
estudo do assunto. Assim no Arquixo
dizem o.s anais, "com tanto mais con vicção quanto, se os escravos ti\'esscm
Público da Bahia, no arquix-o da Pre
cendiados os últimos documentos da
feitura do Salvador e no da Câmara Es
escravidão no Brasil". O noticiário da
imprensa da época é abundante e entu
tadual da Balúa encontrou o Sr. Luís Viana Filho elementos preciosos com
siástico. — Assinala os nomes dos fun
que elaborou o seu excelente ensaio so
cionários que tomaram parte no patrió tico gesto, estando presente o inspetor da Alfândega, o engenheiro Sattamini, guarda-mor Comandante Adolfo Hassel-
Por mais
bre o Nsgro na B(dii(i, que mereceu tão amplos e merecidos louvores do Sr. Gil berto Freire. Em todos os recantos do
Brasil jazem preciosos depósitos arqui-
manifeitto Paulino de 8 de julho de 1889,
sido de.sapropriados pelo Estado para seu uso, dexla ele dar indenização; mas
como prejuízo resulta simplesmente de
O ministério Ouro Prêto eontornara o
á lavoura. "É o mesmo Proteu^, co mentara Rui no "Diário de Noticias ,
"sob transfigurações variadas, com a di ferença em favor do sr. Paulino de Sou sa que a indenização direta estaria su bordinada. na sua distribuição, a um
critério positivo, proporcionando suas reparações à importância do ano. Pois bem, em pleno governo provisó rio, organizou-se um banco que tm ia por finalidade exatamente a indenização
teresses que são modificados por cada
dos antigos senhores de escravos, ou seus herdeiros, dos prejuízos causados pela lei de 13 de maio. Era nova trans figuração do Proteu. com a agravante
tarifa que votamos, ou por cada altera
de vir tal emorêsa encabeçada poi ele-
uma modificação da nossa lei, se passas
se neste caso o princípio da indenização,
teríamos de indenizar todos aqueles in ção que fazemos nas leis do Império".
118
Dion-STO Econômico
e mili^a^e^T que então pesavam seria mente na opinião governamental.
nunciou as .seguintes e expressivas pala vras: "Na República brasileira ninguém
Liguemos os fatos. Em novembro, dissemos nós, comparecem os organiza dores de tal banco perante o ministério
irmãos; fazendo bandeira política e es
da Fazenda. O despacho do ministro
corta-lhes qualquer esperança de sohí^
ção pacífica. Ei-lo; "Mais justo seria, e melhor se consultaria o sentimento na
cional se se pudesse descobrir meio de indenizar os ex-escravos não onerando o tesouro. Indeferido. 11 de novembro de
1890". Tal despacho apareceu na im
prensa a 12."O País" publicou-o na pri meira página, fazendo-o preceder de uma nota vibrante. A Confederação Abolicio nista fez imprimir tal despacho em le
tras de ouro, numa espécie de diploma, c ofereceu-o solenemente ao ministro
num documento que ainda se encontra na Casa de Rui Barbosa.
Os interessados agitaram-se. Em cor respondência trocada com Anfriso Fia
lho, um dos componentes- do grupo indenizacionista vê-se como o ministro te mia a reação dos interessados.
A ordem de destruição dos livros de
registro dos escravos, exatamente aque les sobre os quais se poderia basear qual quer processo de indenização, encerra definitivamente uma questão que pode ria conduzir-nos a uma vergonha infini
tamente mais grave do que esta lamen tável, mas — diante das circunstâncias, — eficaz defesa da fazenda e da honra
nacional.
Era exatamente o plano de Nabuco em 1888.
^iá': o grande abolicionista João Clapp, no discurso na cerimônia da quei ma dos documentos, tal como consta da
narrativa do "Diário de Notícias", pro-
Dicií:.st«
considerar uma crise de retórica do dis
cípulo de Vieira, quando o ministro da Fazenda agiu em harmonia eom lòda a imprensa c todos os grandes líderes do
mais poderia continuar a infamar seus peculações
mercantis
de
semelhante
momento.
crise".
Neste, poi.s, como cm todos os inci dente:: de sua x ida, foi o jurista que di
Como SC vê não há só retórica o liris
mo nesse ato revestido do literatura pa ra disfarçar o golpe que se descarrega
rigiu a atividade de Rui Barbosa. Me
Por ter entendido assim os aconteci mentos que não podiam ser, no momen
to, claramente c.xpostos, é que a reper cussão da ordem de destruição foi a mais favorável possíx-el. Poderia citar
aqui os inúmeros comentários de quase todos os jornais. E mais ainda. Estava reunida a Constituinte republicana. A
2ü de dezembro, seis dias após o despacJio de Rui, foi aprovada a seguinte mo
ção: "O Congresso Nacional congratula-sQ com o Gòvêrno Provisório por ter mandado fazer eliminar dos arquivos na cionais os últimos vestígios du escravi dão no Brasil". Seus signatários são as maiores figuras daquele conclave e al
guns dos maiores expoentes da política da 1.^ República: Aníbal Falcão, Barbo sa Lima, Serzedelo Correia, Pedro Ve lho, Epítácio Pessoa, Teodureto Souto, Pais de Carvalho, Lauro Müller, Aristides Milton, Marciano de Magalhães, Au gusto de Freitas, Alexandre Stockler,
Dionísio Cerqucira, conde de Figueire do, Virgílio Damásio, Antônio Azeredo, Joaquim Murtinho, Lauro Sodré, Índio
do Brasil, Lopes Trovão, Artur Rios, J. J. Seabra, Custódio de Melo, conseÜieiro Mayrink, José Mariano, Pedro Américo, Zama, André Cavalcanti, João Barbalho e Meira Vasconcelos.
Não se compreende pois que se repi la sempre êste episódio somente para
J.
sa classe no Brasil nunca respirou onde quer que estivesse, outro ar que não fôssc o do direito — o dos tribunais. —
É mais do que o pabono de uma classe é a própria encarnação do espírito des ta Casa e dè.ste clima em que se armou
para os combates forenses e políticos e ao qual se referiu tantas vezes aplicando-
cultura, ou da abolição ou da Fazenda,
Ihe a velha e gloriosa divisa — "São Paulo — ensina o direito e pratica a li
sempre advogado — o patrono de nos
berdade."
lhor ainda, o advogado, advogado da
va em ponderosos interesses.
119
Ec<)NÓMit;o
118
Dion-STO Econômico
e mili^a^e^T que então pesavam seria mente na opinião governamental.
nunciou as .seguintes e expressivas pala vras: "Na República brasileira ninguém
Liguemos os fatos. Em novembro, dissemos nós, comparecem os organiza dores de tal banco perante o ministério
irmãos; fazendo bandeira política e es
da Fazenda. O despacho do ministro
corta-lhes qualquer esperança de sohí^
ção pacífica. Ei-lo; "Mais justo seria, e melhor se consultaria o sentimento na
cional se se pudesse descobrir meio de indenizar os ex-escravos não onerando o tesouro. Indeferido. 11 de novembro de
1890". Tal despacho apareceu na im
prensa a 12."O País" publicou-o na pri meira página, fazendo-o preceder de uma nota vibrante. A Confederação Abolicio nista fez imprimir tal despacho em le
tras de ouro, numa espécie de diploma, c ofereceu-o solenemente ao ministro
num documento que ainda se encontra na Casa de Rui Barbosa.
Os interessados agitaram-se. Em cor respondência trocada com Anfriso Fia
lho, um dos componentes- do grupo indenizacionista vê-se como o ministro te mia a reação dos interessados.
A ordem de destruição dos livros de
registro dos escravos, exatamente aque les sobre os quais se poderia basear qual quer processo de indenização, encerra definitivamente uma questão que pode ria conduzir-nos a uma vergonha infini
tamente mais grave do que esta lamen tável, mas — diante das circunstâncias, — eficaz defesa da fazenda e da honra
nacional.
Era exatamente o plano de Nabuco em 1888.
^iá': o grande abolicionista João Clapp, no discurso na cerimônia da quei ma dos documentos, tal como consta da
narrativa do "Diário de Notícias", pro-
Dicií:.st«
considerar uma crise de retórica do dis
cípulo de Vieira, quando o ministro da Fazenda agiu em harmonia eom lòda a imprensa c todos os grandes líderes do
mais poderia continuar a infamar seus peculações
mercantis
de
semelhante
momento.
crise".
Neste, poi.s, como cm todos os inci dente:: de sua x ida, foi o jurista que di
Como SC vê não há só retórica o liris
mo nesse ato revestido do literatura pa ra disfarçar o golpe que se descarrega
rigiu a atividade de Rui Barbosa. Me
Por ter entendido assim os aconteci mentos que não podiam ser, no momen
to, claramente c.xpostos, é que a reper cussão da ordem de destruição foi a mais favorável possíx-el. Poderia citar
aqui os inúmeros comentários de quase todos os jornais. E mais ainda. Estava reunida a Constituinte republicana. A
2ü de dezembro, seis dias após o despacJio de Rui, foi aprovada a seguinte mo
ção: "O Congresso Nacional congratula-sQ com o Gòvêrno Provisório por ter mandado fazer eliminar dos arquivos na cionais os últimos vestígios du escravi dão no Brasil". Seus signatários são as maiores figuras daquele conclave e al
guns dos maiores expoentes da política da 1.^ República: Aníbal Falcão, Barbo sa Lima, Serzedelo Correia, Pedro Ve lho, Epítácio Pessoa, Teodureto Souto, Pais de Carvalho, Lauro Müller, Aristides Milton, Marciano de Magalhães, Au gusto de Freitas, Alexandre Stockler,
Dionísio Cerqucira, conde de Figueire do, Virgílio Damásio, Antônio Azeredo, Joaquim Murtinho, Lauro Sodré, Índio
do Brasil, Lopes Trovão, Artur Rios, J. J. Seabra, Custódio de Melo, conseÜieiro Mayrink, José Mariano, Pedro Américo, Zama, André Cavalcanti, João Barbalho e Meira Vasconcelos.
Não se compreende pois que se repi la sempre êste episódio somente para
J.
sa classe no Brasil nunca respirou onde quer que estivesse, outro ar que não fôssc o do direito — o dos tribunais. —
É mais do que o pabono de uma classe é a própria encarnação do espírito des ta Casa e dè.ste clima em que se armou
para os combates forenses e políticos e ao qual se referiu tantas vezes aplicando-
cultura, ou da abolição ou da Fazenda,
Ihe a velha e gloriosa divisa — "São Paulo — ensina o direito e pratica a li
sempre advogado — o patrono de nos
berdade."
lhor ainda, o advogado, advogado da
va em ponderosos interesses.
119
Ec<)NÓMit;o
Dicksto
Rui Barbosíi,
H
1 1;' í 3
í I(
Econômico
preensÍNcl. Vcrificou-sv, desde logo, que a prosperidade da nação e.sta\a in
'a/cnrin
timamente ligada aos problemas do seu
CÂNDIDO Mota Filho
govêmo. A moeda tornou-se um dos faMOVIMENTO de emancipação burRuesa, iniciado no Renascimento, forneceu, ao Estado, o homem novo, li bertado dos privilégios feudais. Êsse
tôres essenc iais
blema dos impostos — é èle o estadista
da \ ida econômica e
originário, sem" dú\ ida, dos no\'as cená
Irou.xe consigo a maior e a mais podero
rios abertos no Renascimento. Daí por
sa influência do Estado, no mundo dos
homem econômico. A luta despe-se de
diante não sc concebe eonio estadista senão acpiOlc cpie compreende bem os \alores econômicos o sabe nuninicntar
negócios públicos e particulares. (Char
seu aspecto bélico, porque a força não
as finanças públicas.
homem novo foi fundamentalmente o
está mais com o privilégio do sangue,
t-Jnico mcio dc a^raclar-.se a "luut le
mas vai mudando de morada e mostra-
monde et son père" está em decifrar n.s temas econômicos, em aliciar os en
se como força econômica, movimentada pelo dinheiro.
Desde então, há um entrelaçamento visível entre a política e o dinheiro, e a atoosfera que se aspira daí por dian
les Cclier — "Oroit Pubiic et \'ie Économiciuc").
Quando l^ui Barbosa assumiu o Mi
cargos dn.s governos, que são, afinal, os
nistério da Faz.enda, na República ainda indecisa e pcriclitanlo, o homem dc Es tado devia atra\'cssar as dificuldades da economia pvibHca o dominar, dc pronto,
encargos dos governados.
os problemas financeiros.
O Estado, por mais reduzida que fos se a sua atividade, assumia compromis
terna e interna do país de\eiia ser com
te é de paz e de ordem,
sos imensos.
de equilíbrio c recato, pa
preendida no seu
^
vencer os males da po breza .
O Estado, que toma seu
entrelaçamento para
cjue a direção governamental não per
Não só fa
zia a paz e a guerra, co-
ra que o homem possa
A vida ex
mo ainda era obrigado a manter o serviço de polí cia, de higiene pública, de
turbasse a livro iniciativa.
Num país de economia dependente, sem vínculos profundos, onde era ne cessário
"animar para não perecer",
instrução, enfim, um caro
que fazia da República um regime dc
aspecto unitário com as
e complexo aparelhamen-
monarquias absolutas, é o
to administrativo.
liberdades democráticas, que abandona ra, de há pouco, o trabalho escravo pa ra se organizar em bases dc trabalha livre; que trazia, além de tudo isso, os
palco da atividade econô
E, com o correr dos
mica, a vida de luta dos
j,
tempos, èsses encargos
comerciantes o mercado
;
públicos foram aumentan
res. Daí a política colber-
belecendo que no Estado, sô a boa po
do, assumindo, realmente, proporções inesperadas, com o desenvolvimento do capitalismo,
ção de um ministro da Fazenda de\'eria .ser de sacrifício e de coragem. Como dominar a pobreza econômica e a desor
lítica é que dará as boas finanças.
com o entrelaçamento internacional dos
dem financeira, som contrariar, som en
interesses econômicos.
frentar os ambiciosos e afoitos, os interesseiros e descontentes ?
teana que se segue, esta
Colbert é o financista, como homem
de Estado, o novo tipo do homem po lítico, cuja astúcia não se move sô no campo da conquista da opinião, mas no campo cheio de perigos da economia pública. Quando êle se esforça para a criação de um parque industrial francês 011 quando ele enfrenta, como um dos problemas essenciais do go\'êmo, o pro
pesados encargos da Monarquia, a posi
Em pleno liberalismo, quando se acre
Rui Barbosa era o teórico e o autor
ditava na realização da fórmula "míni
da Constituição.
mo de go\erno para o máximo de ini
ciativa", o Estado já aparecia carrega do de compromisso.s, Em pouco tempo, a famosa lei Le Chapelíer, que proibia as associações em nome da liberdade econômica, tornou-se exótica e inconi-
i
A sua cultura alarga
ra-se, nutrida pelos mestres do Direito Público americano e pelo doutrinarísmo europeu de Bagheot e de Guisot. Po rém, no governo baseado no sufrágio popular e no dogma da divisão de poderes, — êle via crescer a imensidade da
situação financeira do pflís e ao mesmo
tempo a sua desordem econômica. Na leitura que fiz do interes.sante li\ro de Humberto Bastos - "Rui Barbo
sa, ministro da independência econômi ca do Brasil" - eiic-ontro bem nítida a
posição de Rui no início da vida econô financeira da República. mico-
"Na vkh política, diz o autof, ha o fato definitivo qnc mostra como Rm
tentou aproveitar o período discricioná rio do go\ êmo provisório para aplicar as
suas reformas econômicas c financeiras .
E, mais alem, acrescenta; - A posi ção de Rui Barbosa, a sua pressa em complementar a revolução repu com um elenco de leis de „ovérmico c finoncciro, na «gcnca do feove
no provisório, discricionànamente P» tanto, era a prova eloqüente e
lismo".
.'
Êsse "realismo" nao era bem \is o nem compreendido. Nem era
para .eus adversários,^
Sete
inexperiência de rrm teonco de g tmele
A luta contra Rui Barbosa fot, antes
de tudo, do espirito preconceb.do que dominar; a me^diocridade repubbcarnr, O quadro das dificuldades q"e ^e apre sentavam ao governo "f,.,
cár.el na evolução dos «eontecuner ^
do pais, exigia para essa rrred.ocndade
uma solução imediatista e nao mrra so lução de profundidade. Rmeraoteórico livresco que aumenta\a,
pública, as dificuldades da onarquia. No entanto, o que preocupava seu espi rito, suas horas de meditação e e u a,
era assegurar as bases permanen es ^a República, que decorriam, em ®
parte, de sua estrutura econômica. Nao poucas vantagens, escrevia Rui, ia\era
em naççnmmç dns condlçõcs de pais ex-
•
Dicksto
Rui Barbosíi,
H
1 1;' í 3
í I(
Econômico
preensÍNcl. Vcrificou-sv, desde logo, que a prosperidade da nação e.sta\a in
'a/cnrin
timamente ligada aos problemas do seu
CÂNDIDO Mota Filho
govêmo. A moeda tornou-se um dos faMOVIMENTO de emancipação burRuesa, iniciado no Renascimento, forneceu, ao Estado, o homem novo, li bertado dos privilégios feudais. Êsse
tôres essenc iais
blema dos impostos — é èle o estadista
da \ ida econômica e
originário, sem" dú\ ida, dos no\'as cená
Irou.xe consigo a maior e a mais podero
rios abertos no Renascimento. Daí por
sa influência do Estado, no mundo dos
homem econômico. A luta despe-se de
diante não sc concebe eonio estadista senão acpiOlc cpie compreende bem os \alores econômicos o sabe nuninicntar
negócios públicos e particulares. (Char
seu aspecto bélico, porque a força não
as finanças públicas.
homem novo foi fundamentalmente o
está mais com o privilégio do sangue,
t-Jnico mcio dc a^raclar-.se a "luut le
mas vai mudando de morada e mostra-
monde et son père" está em decifrar n.s temas econômicos, em aliciar os en
se como força econômica, movimentada pelo dinheiro.
Desde então, há um entrelaçamento visível entre a política e o dinheiro, e a atoosfera que se aspira daí por dian
les Cclier — "Oroit Pubiic et \'ie Économiciuc").
Quando l^ui Barbosa assumiu o Mi
cargos dn.s governos, que são, afinal, os
nistério da Faz.enda, na República ainda indecisa e pcriclitanlo, o homem dc Es tado devia atra\'cssar as dificuldades da economia pvibHca o dominar, dc pronto,
encargos dos governados.
os problemas financeiros.
O Estado, por mais reduzida que fos se a sua atividade, assumia compromis
terna e interna do país de\eiia ser com
te é de paz e de ordem,
sos imensos.
de equilíbrio c recato, pa
preendida no seu
^
vencer os males da po breza .
O Estado, que toma seu
entrelaçamento para
cjue a direção governamental não per
Não só fa
zia a paz e a guerra, co-
ra que o homem possa
A vida ex
mo ainda era obrigado a manter o serviço de polí cia, de higiene pública, de
turbasse a livro iniciativa.
Num país de economia dependente, sem vínculos profundos, onde era ne cessário
"animar para não perecer",
instrução, enfim, um caro
que fazia da República um regime dc
aspecto unitário com as
e complexo aparelhamen-
monarquias absolutas, é o
to administrativo.
liberdades democráticas, que abandona ra, de há pouco, o trabalho escravo pa ra se organizar em bases dc trabalha livre; que trazia, além de tudo isso, os
palco da atividade econô
E, com o correr dos
mica, a vida de luta dos
j,
tempos, èsses encargos
comerciantes o mercado
;
públicos foram aumentan
res. Daí a política colber-
belecendo que no Estado, sô a boa po
do, assumindo, realmente, proporções inesperadas, com o desenvolvimento do capitalismo,
ção de um ministro da Fazenda de\'eria .ser de sacrifício e de coragem. Como dominar a pobreza econômica e a desor
lítica é que dará as boas finanças.
com o entrelaçamento internacional dos
dem financeira, som contrariar, som en
interesses econômicos.
frentar os ambiciosos e afoitos, os interesseiros e descontentes ?
teana que se segue, esta
Colbert é o financista, como homem
de Estado, o novo tipo do homem po lítico, cuja astúcia não se move sô no campo da conquista da opinião, mas no campo cheio de perigos da economia pública. Quando êle se esforça para a criação de um parque industrial francês 011 quando ele enfrenta, como um dos problemas essenciais do go\'êmo, o pro
pesados encargos da Monarquia, a posi
Em pleno liberalismo, quando se acre
Rui Barbosa era o teórico e o autor
ditava na realização da fórmula "míni
da Constituição.
mo de go\erno para o máximo de ini
ciativa", o Estado já aparecia carrega do de compromisso.s, Em pouco tempo, a famosa lei Le Chapelíer, que proibia as associações em nome da liberdade econômica, tornou-se exótica e inconi-
i
A sua cultura alarga
ra-se, nutrida pelos mestres do Direito Público americano e pelo doutrinarísmo europeu de Bagheot e de Guisot. Po rém, no governo baseado no sufrágio popular e no dogma da divisão de poderes, — êle via crescer a imensidade da
situação financeira do pflís e ao mesmo
tempo a sua desordem econômica. Na leitura que fiz do interes.sante li\ro de Humberto Bastos - "Rui Barbo
sa, ministro da independência econômi ca do Brasil" - eiic-ontro bem nítida a
posição de Rui no início da vida econô financeira da República. mico-
"Na vkh política, diz o autof, ha o fato definitivo qnc mostra como Rm
tentou aproveitar o período discricioná rio do go\ êmo provisório para aplicar as
suas reformas econômicas c financeiras .
E, mais alem, acrescenta; - A posi ção de Rui Barbosa, a sua pressa em complementar a revolução repu com um elenco de leis de „ovérmico c finoncciro, na «gcnca do feove
no provisório, discricionànamente P» tanto, era a prova eloqüente e
lismo".
.'
Êsse "realismo" nao era bem \is o nem compreendido. Nem era
para .eus adversários,^
Sete
inexperiência de rrm teonco de g tmele
A luta contra Rui Barbosa fot, antes
de tudo, do espirito preconceb.do que dominar; a me^diocridade repubbcarnr, O quadro das dificuldades q"e ^e apre sentavam ao governo "f,.,
cár.el na evolução dos «eontecuner ^
do pais, exigia para essa rrred.ocndade
uma solução imediatista e nao mrra so lução de profundidade. Rmeraoteórico livresco que aumenta\a,
pública, as dificuldades da onarquia. No entanto, o que preocupava seu espi rito, suas horas de meditação e e u a,
era assegurar as bases permanen es ^a República, que decorriam, em ®
parte, de sua estrutura econômica. Nao poucas vantagens, escrevia Rui, ia\era
em naççnmmç dns condlçõcs de pais ex-
•
122
Dior-sto Ecoxóxnr.o I
clusivaniente
consumidor, en» matéria
Preto, Rui Barbosa conseguiu, inclusive
industrial, a país produtor. O nosso er
graças ao seu prestígio pessoal junto a
ro tem sido aplicar ao Estado, em gran de escala, o sistema em geral seguido
Deodoro da Fonseca, estabelecer a uni
dade dos componentes do governo pro
pelos ricos agrícolas: — produzir muito
visório, em tòrno dc suas reformas.
café, tratar exclusivamente do café, ain da que hajam de comprar tudo o mais, inclusive os gêneros de primeira neces
sidade, que êles mesmo facilmente po deriam produzir".
A democracia seria afirmati\a, uma vez que conseguisse aumentar a fortuna
nacional. Mas a resistência apresenta va-se na política interna do país e nos próprios círculos financeiros internacio
nais. "Os entraves de ordem externa, escrevo Humberto Bastos, désdobrandose entre nós por fôrça dos seus tentácu los \'isíveis e invisíveis, coube a Rui Bar bosa tentar remover, dando à vida na cional "impulso heróico", mesmo contra a vontade de seus companheiros de Mi nistério".
A luta de Rui era, de fato, descomu nal. Numa carta que lhe foi enviada de Londres, Pedro d'Araujo Beltrão da va noticia da disposição dos bancos in gleses e franceses de fecharem as suas portas, como protesto e recurso para a inter\'enção diplomática. Açoitado de
todos os lados, mesmo por alguns cole gas de gabinete, notadamente Demétrio Ribeiro, ministro da Agricultura, fisca lizado de perto pelo Visconde de Ouro
História das idéias políticas O movimento emnncipaclor II
Mas, o csfórço gigantesco de Rui,
Ot.Wio TMtQCÍMO DE SoUSA
cheio dc lances dramáticos, começou de.sdc logo a mostrar seus resultados be
néficos. O preço do café subiu, logo em 1890 e, com êle, o do cacau o o da
borracha; ampliou-se, graças u óle, a industrialização, os invcstimento.s toma ram ritmo mais intenso, o meio circulan
pnocESSO da emancipação brasileira amadurecera durante o reinado de
D. João.
ibüii
de ressentimentos contra
nós e mal dissimulava o seu sentido an-
Iran.sfercncia da sede do go\êrno portu guês para o Rio du Janeiro deram aos
Ilusão que durou quase todo o ano de
elementos mais esclarecidos da popula
tibrasileiro, pôde iludir a muita gente.
te se desdobrou e aumentou a imigração. 'E' realmente admirá\ el constatar, es
ção a certeza dc que se encerrara a fase
1821 e da qual participaram os maiores liomens do Brasil de então. O regime de
colonial.
reino unido a Portugal e Algan^es, em
creve Humberto Bastos, como a capaci
zembro de 1815, elevando o Bra.sil à ca
dade administrativa de Rui Barbosa abrangia todas as necessidades nacionais
e se lançava à solução delas sem estreitismos regionalistas ou personalistas". Para compreender-se a atuação de Rui, como ministro da Fazenda, é ne cessário situá-lo no seu tempo e no seu meio. E vê-lo «üo apenas como um es tudioso de assuntos econômicos e finan ceiros, mas, como estadista, como ho
mem de govêrno de uma democracia, como orientador de um sistema politicna
cuja estrutura jurídica fôra composta por êle.
E visto assim,,Rui Barbosa leva para frente a bandeira da independência eco nômica do país.
A carta de lei de 16 de de
tegoria de reino unido aos de Portugal
pó de igualdade, era uma solução que em geral satisfazia, salvo a um pequeno
e Algarves, concedeu-nos
grupo de espírito antilu-
pacificamente todas ou quase tôdas as caracterís
sitano mais irredutível, ou
ticas dc tun país soberano.
vencido da superioridade da forma republicana de
mais
Já não éramos apenas uma' "
teòricamente con
colônia rica, mas uma na
go\'êrno. Essa posição
ção jovem que se empare
lhava à antiga metrópole.
confonnísta ou oj^wrtunista não seria só de tímidos
Por outro lado, a presença
ou
conservadores:
as
grandes figuras da época
do D. João no Brasil con correu de maneira deci
a adotaram e dela só se
siva para fortalecer a uni dade nacional, posta à prova no momento da Revolução do Pôrto, de 1820. De início, o movimento constitucionalista de Portugal ecoou en tre nó.s favoràvelmente. Havia, sobre
demoveram forçadas pela evidência dos fatos. Pro
va irretorquível estará na aceitação do mandato de deputado às Cortes de Lis
boa por parte de numerosos brasileiros, alguns até com passado de revolucioná rios e republicanos. Em Londres, Hipó-
lante do que o espírito nacional. Mui
lito da Costa escrevia no'"Correio Brasiliet^e": "Desejávamos ter uma voz de
tos dos leitores entusiastas dos filósofos da Ilustração seriam mais liberais e
trovão parfi inculcar a utilidade desta medida, para persuadir a importância
constítucíonalistas do que brasileiros e
desta união e declamar contra tôdas as
americanos;
medidas que tiveram oposta tendência". No Rio de Janeiro, um moço de pouco
como diria
Euclides da
Cunha, mais do que representantes do seu país, representantes do seu tempo. I■
nha toldada
As conquistas resultantes da
tudo entre intelectuais, um "espírito da época", porventura mais ativo e vigi
fíShr,.'
Por isso, a rcN^olução portuguesa, que vi-
mais de vinte anos, então modesto cai-
122
Dior-sto Ecoxóxnr.o I
clusivaniente
consumidor, en» matéria
Preto, Rui Barbosa conseguiu, inclusive
industrial, a país produtor. O nosso er
graças ao seu prestígio pessoal junto a
ro tem sido aplicar ao Estado, em gran de escala, o sistema em geral seguido
Deodoro da Fonseca, estabelecer a uni
dade dos componentes do governo pro
pelos ricos agrícolas: — produzir muito
visório, em tòrno dc suas reformas.
café, tratar exclusivamente do café, ain da que hajam de comprar tudo o mais, inclusive os gêneros de primeira neces
sidade, que êles mesmo facilmente po deriam produzir".
A democracia seria afirmati\a, uma vez que conseguisse aumentar a fortuna
nacional. Mas a resistência apresenta va-se na política interna do país e nos próprios círculos financeiros internacio
nais. "Os entraves de ordem externa, escrevo Humberto Bastos, désdobrandose entre nós por fôrça dos seus tentácu los \'isíveis e invisíveis, coube a Rui Bar bosa tentar remover, dando à vida na cional "impulso heróico", mesmo contra a vontade de seus companheiros de Mi nistério".
A luta de Rui era, de fato, descomu nal. Numa carta que lhe foi enviada de Londres, Pedro d'Araujo Beltrão da va noticia da disposição dos bancos in gleses e franceses de fecharem as suas portas, como protesto e recurso para a inter\'enção diplomática. Açoitado de
todos os lados, mesmo por alguns cole gas de gabinete, notadamente Demétrio Ribeiro, ministro da Agricultura, fisca lizado de perto pelo Visconde de Ouro
História das idéias políticas O movimento emnncipaclor II
Mas, o csfórço gigantesco de Rui,
Ot.Wio TMtQCÍMO DE SoUSA
cheio dc lances dramáticos, começou de.sdc logo a mostrar seus resultados be
néficos. O preço do café subiu, logo em 1890 e, com êle, o do cacau o o da
borracha; ampliou-se, graças u óle, a industrialização, os invcstimento.s toma ram ritmo mais intenso, o meio circulan
pnocESSO da emancipação brasileira amadurecera durante o reinado de
D. João.
ibüii
de ressentimentos contra
nós e mal dissimulava o seu sentido an-
Iran.sfercncia da sede do go\êrno portu guês para o Rio du Janeiro deram aos
Ilusão que durou quase todo o ano de
elementos mais esclarecidos da popula
tibrasileiro, pôde iludir a muita gente.
te se desdobrou e aumentou a imigração. 'E' realmente admirá\ el constatar, es
ção a certeza dc que se encerrara a fase
1821 e da qual participaram os maiores liomens do Brasil de então. O regime de
colonial.
reino unido a Portugal e Algan^es, em
creve Humberto Bastos, como a capaci
zembro de 1815, elevando o Bra.sil à ca
dade administrativa de Rui Barbosa abrangia todas as necessidades nacionais
e se lançava à solução delas sem estreitismos regionalistas ou personalistas". Para compreender-se a atuação de Rui, como ministro da Fazenda, é ne cessário situá-lo no seu tempo e no seu meio. E vê-lo «üo apenas como um es tudioso de assuntos econômicos e finan ceiros, mas, como estadista, como ho
mem de govêrno de uma democracia, como orientador de um sistema politicna
cuja estrutura jurídica fôra composta por êle.
E visto assim,,Rui Barbosa leva para frente a bandeira da independência eco nômica do país.
A carta de lei de 16 de de
tegoria de reino unido aos de Portugal
pó de igualdade, era uma solução que em geral satisfazia, salvo a um pequeno
e Algarves, concedeu-nos
grupo de espírito antilu-
pacificamente todas ou quase tôdas as caracterís
sitano mais irredutível, ou
ticas dc tun país soberano.
vencido da superioridade da forma republicana de
mais
Já não éramos apenas uma' "
teòricamente con
colônia rica, mas uma na
go\'êrno. Essa posição
ção jovem que se empare
lhava à antiga metrópole.
confonnísta ou oj^wrtunista não seria só de tímidos
Por outro lado, a presença
ou
conservadores:
as
grandes figuras da época
do D. João no Brasil con correu de maneira deci
a adotaram e dela só se
siva para fortalecer a uni dade nacional, posta à prova no momento da Revolução do Pôrto, de 1820. De início, o movimento constitucionalista de Portugal ecoou en tre nó.s favoràvelmente. Havia, sobre
demoveram forçadas pela evidência dos fatos. Pro
va irretorquível estará na aceitação do mandato de deputado às Cortes de Lis
boa por parte de numerosos brasileiros, alguns até com passado de revolucioná rios e republicanos. Em Londres, Hipó-
lante do que o espírito nacional. Mui
lito da Costa escrevia no'"Correio Brasiliet^e": "Desejávamos ter uma voz de
tos dos leitores entusiastas dos filósofos da Ilustração seriam mais liberais e
trovão parfi inculcar a utilidade desta medida, para persuadir a importância
constítucíonalistas do que brasileiros e
desta união e declamar contra tôdas as
americanos;
medidas que tiveram oposta tendência". No Rio de Janeiro, um moço de pouco
como diria
Euclides da
Cunha, mais do que representantes do seu país, representantes do seu tempo. I■
nha toldada
As conquistas resultantes da
tudo entre intelectuais, um "espírito da época", porventura mais ativo e vigi
fíShr,.'
Por isso, a rcN^olução portuguesa, que vi-
mais de vinte anos, então modesto cai-
Digesio Econômico
124
I£c:c>n6mic;ci
riam nomes já conhecidos ou (jup depois
gênero), vendendo 1ím'os que vinham da Europa,
nião domiilante, filiava-se à mesma cor
ganhariam fama — José Bonifácio, Mariano José Pereira cia Fonseca, Domingos Borges de Barros. Silvestre Pinheiro
rente .
Ferreira. O "Correio BrasiUeusc", im
xeiro de livraria, depois grande jornalista e grande político — Evaristo da Veiga —
refletindo, sem dúvida, a média da opi Assim pensava também, na sua
transfoini.w am-.se em agentes
125"
Os escritores da época da Indepen dência, apreciados de um angulo mais
do propaganda do pensamento político e
estritamente literário ou estético, têm si
literário em voga, anima\am a \ida in-
do tachados de niodíocre.s. Na verdade,
Icleclual do país. \'ida intoloclual que, embora xoltada prim ipalmento para os succ.ssos políticos, c em grande parte a
nenhum dvle.s trouxe ou sequer anun ciou nada de novo e por is,so se pode' dizer que, sendo predecessores, não fo
experiência de sábio, o grande José Bo nifácio, e não discrepariam até o mo
presso na Inglaterra, circulava também
mento em que os sucessos a todos ultra
proibição da polícia, c era lido até por D. João. Um gênero de comércio, que
serviço da causa da emancipação nacio
ram precursores do Roinanti,smo. Pre
certamente não se conhecera antes, co
nal. tôda se impregnava de influências
curopc'ias. sem exeluir .jis portugiiêsas.
cursores do Romantismo seriam muito mais BasíÜo da Gama e Santa Rita Du
Um dos nossos mais honestos historia
rão do que josé Bonifácio ou Francisco
dores literários obseiaon cpie entre o úl timo decênio do século XVIIT e o ter ceiro do XIX lioinc- na poesia bra.silei-
dando a história da literatura brasileira,
passassem, os patriotas do grupo da Ma-
çonaria, Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Januário da Cunlia
Barbosa. Ainda depois do episódio do Fico e até às vésperas do ato formal da
Independência, subsistiu essa atitude, provavelmente nos últimos tempos em atenção apenas aos melindres filiais de D. Pedro.
Bem examinada a situação, é de ad mirar a obra de paciência, tato e sabe
doria, em que se empenharam os homens
no Brasil,
iludindo mais ou menos «
meçou a tornar-se comum — as livra
rias. No tempo da Independência, quem cpiisesse comprar livros sempre , os en contraria . Obras outrora reputadas no
civas, dc Rousseau c Voltaire, Mably e Raynal. traduções francesas de autores ingleses o alemães não seria impossí\'el achar. No Rio de Janeiro, havia diver sas lojas — a de. Manoel Joaquim da Sil
ra, por exc-mplo, uma paralisação do movimento cpie ammcia\a a sua autonomia, e até uma Nolta ao areadismo
portuguê.s.
Mas.
de Melo Frantx). Quem, a não ser estu
lorá ainda a poesia de frei Francisco de São Carlos? Êste franciscano, que era bom pregador, nunca saiu do Brasil. Do seu poema mais falado, "A Assunção
como
da Santíssima Virgem",
va Porto, na rua cia Quitanda, esquinu
nucr que seja, vida inte
disse José Veríssimo: "é
cie São Pedro (que passaria a ser entre
lectual em ritmo cro.scen-
uma das mais insulsas e
te, que ia dos li\ros para os jornais. para as lojas
aborridas produções da
niaçônicas, para o.s clubes
é do princípio ao fim pro.saico..."
sé de Carvalho, a de Francisco Nicolan
políticos, atingia as igre jas, os conventos, o de pois chegaria aos conselhos do govèrno
Mandillo, a cio francês Paul Marliu, pri
da família real portuguesa, ao invés da
e às assembléias. O período crítico da
meiro na rua do Ouvidor e depois na
perseguição antes sofrida pelos prelos, muitos livros passaram a ser aqui im
rua dos Pescadores 14, a do Francisco
nossa separação do Portugal impôs aos intelectuais a necessidade de uma ação
Luís Saturnino cia Veiga, pai de Evaris
pressos, livros didáticos, literários, his tóricos, obras de José da Silva Lisboa,
intensa, que melhor se concretizaria no
to, na rua cia Alfândega 395, a de Jasé
jornalismo dc combate c propaganda,
Antônio da Silva, na rua Direita 112, a
poi o tempo de "O Revérbero Con^ít-
de frei Francisco de São Carlos, de Silva Belfort, de Navarro de Andrade, de Ai res do Casal, de monsenhor Pizarro e
de Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda 115, c mais outras na ma
ttícional Fluminense", de Januário da
Direita 60, na rua da Quitanda 36, na
Ledo, de "A Malagueta", de Luís Au
rua da Ajuda 102, defronte ao convento e especializada cm livros religiosas, na ma
na melancolia de um modesto emprego
traduções até de Voltaire. Desde 1808
gusto May, de "O Espelho", de Aiaújo Guimarães, seguidos depois por "O T(i'
nota lírica, perceptível em alguns dos
mais inteligentes do tempo. Porque a verdade c que nenhum ignorava ou ora
indiferente às reivindicações políticas e sociais dos doutrinadores do século XVin, nenhum transigiria com a eman cipação do seu país. As idéias renova doras tinham angariado largo número de
adeptos no Brasil. Depois da chegada
aparecera a "Gazeta do Rio de Janeiro", e cinco anos mais tarde surgiria a pri
1823 c 1827 a livraria dos irmãos João Pedro c Evaristo da Veiga), a de Jernnimo Gonçalves Guimarães, na rua dn Sabão 357, a de João Batista dos San
tos, na nm cia Cadeia, a de Cipriano Jo
Cunha Barbosa
o Joaquim Gonçalves
nossa poesia... o poema Convém, to
davia, apontar-lhe o mé
rito de ter procurado pintar paisagens p coisas brasileiras, cantando "a doce man
ga" c "os canis à saúde tão prestantes". Mais digno de interesse será certamente Jo.sc Elói Otôni, através de uma longa vida a que não faltou aventura, éom via gens à Europa, estadas em Portugal, Es
panha e Itália, convívio de poetas e fre qüência dc salões literários, para acabar burocrático. Otôni possuía uma tênue
dos Latoeiros 12, que anunciava livros
maio", de inspiração dos irmãos Andra-
de "medicina, cirurgia, história, literatu
poemas perdidos na sua abundante pro
meira revista "literária, política e mer
da e da "Sentinela da Beira do Mar da
cantil", fundada por Manoel Ferreira de Araújo Guimarães, sugestivamente intiíulada "P Patriota" e na quaj cplabora-
ra, artes, ciências, jurisprudência etc". Todas essas livrarias (poucas provà-
dução.
praia Grande", acusados de incendiários
Mas, voltando aos frades que, nos dias
e de provocarem o golpe de Estado da
inquietos da nossa libertação política,
dissolução da Constituinte.
não se confinaram
velmente fariam o comércio exclusivp do
. I
nas celas e foram
Digesio Econômico
124
I£c:c>n6mic;ci
riam nomes já conhecidos ou (jup depois
gênero), vendendo 1ím'os que vinham da Europa,
nião domiilante, filiava-se à mesma cor
ganhariam fama — José Bonifácio, Mariano José Pereira cia Fonseca, Domingos Borges de Barros. Silvestre Pinheiro
rente .
Ferreira. O "Correio BrasiUeusc", im
xeiro de livraria, depois grande jornalista e grande político — Evaristo da Veiga —
refletindo, sem dúvida, a média da opi Assim pensava também, na sua
transfoini.w am-.se em agentes
125"
Os escritores da época da Indepen dência, apreciados de um angulo mais
do propaganda do pensamento político e
estritamente literário ou estético, têm si
literário em voga, anima\am a \ida in-
do tachados de niodíocre.s. Na verdade,
Icleclual do país. \'ida intoloclual que, embora xoltada prim ipalmento para os succ.ssos políticos, c em grande parte a
nenhum dvle.s trouxe ou sequer anun ciou nada de novo e por is,so se pode' dizer que, sendo predecessores, não fo
experiência de sábio, o grande José Bo nifácio, e não discrepariam até o mo
presso na Inglaterra, circulava também
mento em que os sucessos a todos ultra
proibição da polícia, c era lido até por D. João. Um gênero de comércio, que
serviço da causa da emancipação nacio
ram precursores do Roinanti,smo. Pre
certamente não se conhecera antes, co
nal. tôda se impregnava de influências
curopc'ias. sem exeluir .jis portugiiêsas.
cursores do Romantismo seriam muito mais BasíÜo da Gama e Santa Rita Du
Um dos nossos mais honestos historia
rão do que josé Bonifácio ou Francisco
dores literários obseiaon cpie entre o úl timo decênio do século XVIIT e o ter ceiro do XIX lioinc- na poesia bra.silei-
dando a história da literatura brasileira,
passassem, os patriotas do grupo da Ma-
çonaria, Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Januário da Cunlia
Barbosa. Ainda depois do episódio do Fico e até às vésperas do ato formal da
Independência, subsistiu essa atitude, provavelmente nos últimos tempos em atenção apenas aos melindres filiais de D. Pedro.
Bem examinada a situação, é de ad mirar a obra de paciência, tato e sabe
doria, em que se empenharam os homens
no Brasil,
iludindo mais ou menos «
meçou a tornar-se comum — as livra
rias. No tempo da Independência, quem cpiisesse comprar livros sempre , os en contraria . Obras outrora reputadas no
civas, dc Rousseau c Voltaire, Mably e Raynal. traduções francesas de autores ingleses o alemães não seria impossí\'el achar. No Rio de Janeiro, havia diver sas lojas — a de. Manoel Joaquim da Sil
ra, por exc-mplo, uma paralisação do movimento cpie ammcia\a a sua autonomia, e até uma Nolta ao areadismo
portuguê.s.
Mas.
de Melo Frantx). Quem, a não ser estu
lorá ainda a poesia de frei Francisco de São Carlos? Êste franciscano, que era bom pregador, nunca saiu do Brasil. Do seu poema mais falado, "A Assunção
como
da Santíssima Virgem",
va Porto, na rua cia Quitanda, esquinu
nucr que seja, vida inte
disse José Veríssimo: "é
cie São Pedro (que passaria a ser entre
lectual em ritmo cro.scen-
uma das mais insulsas e
te, que ia dos li\ros para os jornais. para as lojas
aborridas produções da
niaçônicas, para o.s clubes
é do princípio ao fim pro.saico..."
sé de Carvalho, a de Francisco Nicolan
políticos, atingia as igre jas, os conventos, o de pois chegaria aos conselhos do govèrno
Mandillo, a cio francês Paul Marliu, pri
da família real portuguesa, ao invés da
e às assembléias. O período crítico da
meiro na rua do Ouvidor e depois na
perseguição antes sofrida pelos prelos, muitos livros passaram a ser aqui im
rua dos Pescadores 14, a do Francisco
nossa separação do Portugal impôs aos intelectuais a necessidade de uma ação
Luís Saturnino cia Veiga, pai de Evaris
pressos, livros didáticos, literários, his tóricos, obras de José da Silva Lisboa,
intensa, que melhor se concretizaria no
to, na rua cia Alfândega 395, a de Jasé
jornalismo dc combate c propaganda,
Antônio da Silva, na rua Direita 112, a
poi o tempo de "O Revérbero Con^ít-
de frei Francisco de São Carlos, de Silva Belfort, de Navarro de Andrade, de Ai res do Casal, de monsenhor Pizarro e
de Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda 115, c mais outras na ma
ttícional Fluminense", de Januário da
Direita 60, na rua da Quitanda 36, na
Ledo, de "A Malagueta", de Luís Au
rua da Ajuda 102, defronte ao convento e especializada cm livros religiosas, na ma
na melancolia de um modesto emprego
traduções até de Voltaire. Desde 1808
gusto May, de "O Espelho", de Aiaújo Guimarães, seguidos depois por "O T(i'
nota lírica, perceptível em alguns dos
mais inteligentes do tempo. Porque a verdade c que nenhum ignorava ou ora
indiferente às reivindicações políticas e sociais dos doutrinadores do século XVin, nenhum transigiria com a eman cipação do seu país. As idéias renova doras tinham angariado largo número de
adeptos no Brasil. Depois da chegada
aparecera a "Gazeta do Rio de Janeiro", e cinco anos mais tarde surgiria a pri
1823 c 1827 a livraria dos irmãos João Pedro c Evaristo da Veiga), a de Jernnimo Gonçalves Guimarães, na rua dn Sabão 357, a de João Batista dos San
tos, na nm cia Cadeia, a de Cipriano Jo
Cunha Barbosa
o Joaquim Gonçalves
nossa poesia... o poema Convém, to
davia, apontar-lhe o mé
rito de ter procurado pintar paisagens p coisas brasileiras, cantando "a doce man
ga" c "os canis à saúde tão prestantes". Mais digno de interesse será certamente Jo.sc Elói Otôni, através de uma longa vida a que não faltou aventura, éom via gens à Europa, estadas em Portugal, Es
panha e Itália, convívio de poetas e fre qüência dc salões literários, para acabar burocrático. Otôni possuía uma tênue
dos Latoeiros 12, que anunciava livros
maio", de inspiração dos irmãos Andra-
de "medicina, cirurgia, história, literatu
poemas perdidos na sua abundante pro
meira revista "literária, política e mer
da e da "Sentinela da Beira do Mar da
cantil", fundada por Manoel Ferreira de Araújo Guimarães, sugestivamente intiíulada "P Patriota" e na quaj cplabora-
ra, artes, ciências, jurisprudência etc". Todas essas livrarias (poucas provà-
dução.
praia Grande", acusados de incendiários
Mas, voltando aos frades que, nos dias
e de provocarem o golpe de Estado da
inquietos da nossa libertação política,
dissolução da Constituinte.
não se confinaram
velmente fariam o comércio exclusivp do
. I
nas celas e foram
Dir.KSTo Dh;i;vi(»
126
mais do século do que do cuUo divino
Antòiiiíj Carlos para a polílica. Também
— e sem falar de frei Francisco de San
liomcin da Igreja, e.xchiícli) com razão dos
ta Teresa de Jesus Sampaio, ator de pri
meiro plano no episódio do Fico, que a um viajante francês pareceu "rhommo
le plus savant du Brésil" - que grande natureza não foi a desse frei Joaquim do Amor Divino Caneca, jornalista, orador, poeta e sobretudo político militante! Ler ainda hoje o Typhis Pernamhtícano é sumamente proveitoso para o estudo da
época da Independência, quando no
Brasil havia quem morresse por amor de suas idéias.^
Ao cônego Januário da Cunha Bar
manuais literários por não ter .'^ido es
critor, mas fpic era um xcrdadciro in^telcctiial, e mais digno de nota ainda
porque, num tempo de frades orgulho sos como Mont'AK'crnc e padres ami gos da publicidade como Januário, sou
be ser
modesto e recolhido, cumpre
mencionar mais uma vez o baiano Fran
cisco Agostinho Comes.
deputado às
Cortes d(? Lisboa. Iiichiindo-se no pe queno número dos ([ue se recusaram a
assinar a Constituição t[uo nos cpieriam impingir os porliiguèscs, companheiro de
bosa, também colaborador sempre lem brado da obra de nossa emancipação, falta sem dúvida a auréola, o prestígio
Fcijó c de Antônio Carlo.s na fuga para a Inglaterra, conhecia tôdas as línguas
com que nos chegou o nome de frei Ca
tim, esliicloii
neca, glorificado pelo martírio, ou mes mo de frei Sampaio ou de frei Francisco
Economia Política e, possuindo fortuna,
do São Carlos. Talvez seja porque, nu'ma vida que se prolongou muito além da fase heróica da nacionalidade, desceu
a lutas mesquinhas de campanário e positivamente não teve flama nem som
bra de originalidade. Se ninguém o es
vivas européias, além do Grego c do La Botânica,
Minovalogia,
custeou na Europa a educação de \ ários rapazes ao mesmo passo que fez doa
Ainda haverá quem o leia não apenas como estudo obrigatório de literatura.
Foi o orador máximo do seu tempo, e tão teatral no púlpito que o ator João Caetano corria a ouvi-lo, a fim de apren der a arte nem sempre fácil da declainação. Estaria para a oratória sacra como
lítico dc feitio tx)nscrvador, doi.xou o no-
frades
liberdade e
ino ligado à criação dos cursos jurídicos
morrendo por ela como por uma causa
entre nós, c seus "Anais da Procíncia de São Pedro" ainda hoje se lêem com
apaixonados pela
santa: mas homens dc Igreja voltados para estudos menos brilhantes, para tra
proveito. Quanto às "Memórias" que es
balhos de pe.scpiisa e erudição. Nome que se impõe logo é o de monsenhor Pi-
creveu, têm escasso valor literário e in-
zarro (José do Sousa Azevedo Pizarm e Araújo) cujas "Memórias Históricas
cheias de infonnaçõcs úteis à história e
do Rio dc. Janeiro r das Proclndas ane
ferem.
lerêsse humano
quase nulo, embora
ao conhecimento dos fatos a que se re
xas à jurisdição do Vicc-Rci do Estado
Homem de saber variado e profundo,
do Brasil" l<-m, aos olhos dos estudiosos
grande no seu tempo, foi Jo.se da Silva Lisboa, de[>ois visconde de Cairu. Ju rista, economista, historiador, cronista,
dc hoje, muito mais mérito o importân cia do que pareceu a Silvio Romoro. O
estilo será monéitono e pesadão, o mé todo da obra, b;i.stanlc precário; mas a riqueza de documentos e inforinaç-ões dá-lhe acentuado valor.
Qiuiso o mo.smo se pode dizer do pa dre Luís Gonçalves dos Santos e de suas "Memórias para sercir a História do
político, parlamentar, familiar das letras clássicas, antigo professor em Coimbra de Grego e Hebraico, realizou a contra dição de ser um pregoeiro apai.xonado do liberalismo econômico e, ao mesmo
tempo, iK)r ódio e incompreensão dos sucessos da Revolução Francesa, adotar,
No tempo da Independência, já ti nham \ida pública e de\em ser citados
girico e por vézes excessivo e correrá à
conta menos dc pendores áulicos do que
tória, ricos de dados e informações, pa
do ufanismo predominante então, de terminado pelas reformas e criações do
decem do vício do louvor irrestrito aos
reinado cie D. João VI. O padre Luís Gonçalves do.s Santos, por alcunha padre
lectualmente um áulico. Bastante dife
Perereca, foi polemista ágil, tendo en frentado Feijó quando este sustentou
Furtado de Mendonça, que teve para
como expressões características do de senvolvimento intelectual Ijiasileiro, um monsenhor Muniz Tavares, revolucioná
ocorre é frei Francisco de Mont'Alvernc.
José Feliciano Fernandes Pinheiro. Po
fins df) .século WÍIl; nfui .só padres e
cm matéria política, um liberalismo mais minguado c restrito. Seus livros de his
rio e depois historiador honesto de uma
literatura, arranjando e arrumando ins
ticos e a par ilas iif)\ itlaJes literárias dos
Reino do Brasil". Já aqui o tom panc-
quecerá como jornalista do "Revérbero
titutos e asilos, compêndios e antologias. Outro homem da Igreja cujo nome
127
ções para obras dc interesse colcti\o.
Con^tucional", como poeta ninguém o recordará. Seu lugar é entre aqueles que têm vocação para donas de casa da
Econômico
I-Iiionómico
das revoluções dc que participou, um padro Diogo Antônio Fcijó, autor de tratados dc lógica e dc gramática lati na, aiie depois se fixaria como uma das
figura.s máximas do Brasil, um padre Jo.sc Bento Leite Ferreira do Melo, jorna lista, político, deputado e senador do Império. Outros e muitos outros padres podem ser evocados num levantamento da vida intelectual na época da Inde pendência. No clero de então estariam algun.s dos mais altos padrões de cultu ra e saber entre brasileiros. E não só
eclesiásticos seduzidos pelos ideais poli-
de.sinteressadamcnl-e a necessidade da abolição do cclibato clerical. Historia
dor, ou, como aliás os precedentes, mais pròpriamenie ci"Onista — já agora fora das fileiras do clero — cujo nome não pode ficar no esquecimento
é Baltasar
da Silva Lisboa. Posto que sem a exten são da cultura de seu irmão José da Sil
governantes do tempo. Caini era inte rente foi Hipólito José da Costa Pereira
provar-lhe a tempera e deixar-Uie no espírito sulcos de alcance ainda não es tudado, uma viagem aos Estados Uni dos nos fins do século XVIII, outra a
Inglaterra no alvorecer do XIX, e alguns anos de prisão. Pai do jornalismo brasi leiro, embora em Londres publicasse o seu jornal, que durou de 1808 a 1822, fez do "Correio Brasiliensc" como que
va Lisboa, era espírito sério, homem de
um curso ou escola das necessidades e
bons estudos,
dos anseios da pátria nascente, infatigá-
que deixou uma
obra
considerável. Convém também não omi
vel no sen amor
tir o futuro visconde de São Leopoldo,
crítica.
e na lucidez de sua
Dir.KSTo Dh;i;vi(»
126
mais do século do que do cuUo divino
Antòiiiíj Carlos para a polílica. Também
— e sem falar de frei Francisco de San
liomcin da Igreja, e.xchiícli) com razão dos
ta Teresa de Jesus Sampaio, ator de pri
meiro plano no episódio do Fico, que a um viajante francês pareceu "rhommo
le plus savant du Brésil" - que grande natureza não foi a desse frei Joaquim do Amor Divino Caneca, jornalista, orador, poeta e sobretudo político militante! Ler ainda hoje o Typhis Pernamhtícano é sumamente proveitoso para o estudo da
época da Independência, quando no
Brasil havia quem morresse por amor de suas idéias.^
Ao cônego Januário da Cunha Bar
manuais literários por não ter .'^ido es
critor, mas fpic era um xcrdadciro in^telcctiial, e mais digno de nota ainda
porque, num tempo de frades orgulho sos como Mont'AK'crnc e padres ami gos da publicidade como Januário, sou
be ser
modesto e recolhido, cumpre
mencionar mais uma vez o baiano Fran
cisco Agostinho Comes.
deputado às
Cortes d(? Lisboa. Iiichiindo-se no pe queno número dos ([ue se recusaram a
assinar a Constituição t[uo nos cpieriam impingir os porliiguèscs, companheiro de
bosa, também colaborador sempre lem brado da obra de nossa emancipação, falta sem dúvida a auréola, o prestígio
Fcijó c de Antônio Carlo.s na fuga para a Inglaterra, conhecia tôdas as línguas
com que nos chegou o nome de frei Ca
tim, esliicloii
neca, glorificado pelo martírio, ou mes mo de frei Sampaio ou de frei Francisco
Economia Política e, possuindo fortuna,
do São Carlos. Talvez seja porque, nu'ma vida que se prolongou muito além da fase heróica da nacionalidade, desceu
a lutas mesquinhas de campanário e positivamente não teve flama nem som
bra de originalidade. Se ninguém o es
vivas européias, além do Grego c do La Botânica,
Minovalogia,
custeou na Europa a educação de \ ários rapazes ao mesmo passo que fez doa
Ainda haverá quem o leia não apenas como estudo obrigatório de literatura.
Foi o orador máximo do seu tempo, e tão teatral no púlpito que o ator João Caetano corria a ouvi-lo, a fim de apren der a arte nem sempre fácil da declainação. Estaria para a oratória sacra como
lítico dc feitio tx)nscrvador, doi.xou o no-
frades
liberdade e
ino ligado à criação dos cursos jurídicos
morrendo por ela como por uma causa
entre nós, c seus "Anais da Procíncia de São Pedro" ainda hoje se lêem com
apaixonados pela
santa: mas homens dc Igreja voltados para estudos menos brilhantes, para tra
proveito. Quanto às "Memórias" que es
balhos de pe.scpiisa e erudição. Nome que se impõe logo é o de monsenhor Pi-
creveu, têm escasso valor literário e in-
zarro (José do Sousa Azevedo Pizarm e Araújo) cujas "Memórias Históricas
cheias de infonnaçõcs úteis à história e
do Rio dc. Janeiro r das Proclndas ane
ferem.
lerêsse humano
quase nulo, embora
ao conhecimento dos fatos a que se re
xas à jurisdição do Vicc-Rci do Estado
Homem de saber variado e profundo,
do Brasil" l<-m, aos olhos dos estudiosos
grande no seu tempo, foi Jo.se da Silva Lisboa, de[>ois visconde de Cairu. Ju rista, economista, historiador, cronista,
dc hoje, muito mais mérito o importân cia do que pareceu a Silvio Romoro. O
estilo será monéitono e pesadão, o mé todo da obra, b;i.stanlc precário; mas a riqueza de documentos e inforinaç-ões dá-lhe acentuado valor.
Qiuiso o mo.smo se pode dizer do pa dre Luís Gonçalves dos Santos e de suas "Memórias para sercir a História do
político, parlamentar, familiar das letras clássicas, antigo professor em Coimbra de Grego e Hebraico, realizou a contra dição de ser um pregoeiro apai.xonado do liberalismo econômico e, ao mesmo
tempo, iK)r ódio e incompreensão dos sucessos da Revolução Francesa, adotar,
No tempo da Independência, já ti nham \ida pública e de\em ser citados
girico e por vézes excessivo e correrá à
conta menos dc pendores áulicos do que
tória, ricos de dados e informações, pa
do ufanismo predominante então, de terminado pelas reformas e criações do
decem do vício do louvor irrestrito aos
reinado cie D. João VI. O padre Luís Gonçalves do.s Santos, por alcunha padre
lectualmente um áulico. Bastante dife
Perereca, foi polemista ágil, tendo en frentado Feijó quando este sustentou
Furtado de Mendonça, que teve para
como expressões características do de senvolvimento intelectual Ijiasileiro, um monsenhor Muniz Tavares, revolucioná
ocorre é frei Francisco de Mont'Alvernc.
José Feliciano Fernandes Pinheiro. Po
fins df) .século WÍIl; nfui .só padres e
cm matéria política, um liberalismo mais minguado c restrito. Seus livros de his
rio e depois historiador honesto de uma
literatura, arranjando e arrumando ins
ticos e a par ilas iif)\ itlaJes literárias dos
Reino do Brasil". Já aqui o tom panc-
quecerá como jornalista do "Revérbero
titutos e asilos, compêndios e antologias. Outro homem da Igreja cujo nome
127
ções para obras dc interesse colcti\o.
Con^tucional", como poeta ninguém o recordará. Seu lugar é entre aqueles que têm vocação para donas de casa da
Econômico
I-Iiionómico
das revoluções dc que participou, um padro Diogo Antônio Fcijó, autor de tratados dc lógica e dc gramática lati na, aiie depois se fixaria como uma das
figura.s máximas do Brasil, um padre Jo.sc Bento Leite Ferreira do Melo, jorna lista, político, deputado e senador do Império. Outros e muitos outros padres podem ser evocados num levantamento da vida intelectual na época da Inde pendência. No clero de então estariam algun.s dos mais altos padrões de cultu ra e saber entre brasileiros. E não só
eclesiásticos seduzidos pelos ideais poli-
de.sinteressadamcnl-e a necessidade da abolição do cclibato clerical. Historia
dor, ou, como aliás os precedentes, mais pròpriamenie ci"Onista — já agora fora das fileiras do clero — cujo nome não pode ficar no esquecimento
é Baltasar
da Silva Lisboa. Posto que sem a exten são da cultura de seu irmão José da Sil
governantes do tempo. Caini era inte rente foi Hipólito José da Costa Pereira
provar-lhe a tempera e deixar-Uie no espírito sulcos de alcance ainda não es tudado, uma viagem aos Estados Uni dos nos fins do século XVIII, outra a
Inglaterra no alvorecer do XIX, e alguns anos de prisão. Pai do jornalismo brasi leiro, embora em Londres publicasse o seu jornal, que durou de 1808 a 1822, fez do "Correio Brasiliensc" como que
va Lisboa, era espírito sério, homem de
um curso ou escola das necessidades e
bons estudos,
dos anseios da pátria nascente, infatigá-
que deixou uma
obra
considerável. Convém também não omi
vel no sen amor
tir o futuro visconde de São Leopoldo,
crítica.
e na lucidez de sua
Dicf-tsro
128
Econômico
Dicesto
129
Ec:í)Nó^^co
luíntc, cujos nomes já tinham surgido
cionado.s lu-stc i-nsaio, ninguém .se con\-
dar a emancipação do Brasil, não seria
em fases preparatórias da Independên
para a José Rc)nifác-it>. lliunem de ciên
terior dos acontecimentos, julgavam pos sível e natural a criação de um Impé-^
possível
rio Constitucional sem adotar nenhuma
Da geração que teve a glória de aju deixar em silencio o depois
cia ou só SC firmaram nos seus anos de
cia, iníneraiogista. químico, b:)tánico, ho
marquês de Maricá, Mariano José Pe
cisivos: Felipe Palroni, Maciel Parente,
mem público, estadista, administrador,
reira da Fonseca. Envolvido, quando moço, na devassa do conde de Resende
D. Romuuldo de Seixas,
parlamentar, homem de letras, pensador, poeta, crítico — clí\idin quase igualmen
fácio para logo se convenceu de que es sa era a grande questão a enfrentar.
te os anos de sua vida entre os séculos XVIH e XIX, em plena mocidacle no
Todo.s os.males económico.s, sociais, po-
contra os libertinos do Rio, acusado na
quela época de adepto de Rousseau, tomar-se-ia mais tarde um pensador mais que medíocre, moralista sem origi nalidade, cujo valor principal estaria em haver introduzido o gênero entre nós,
Manoel do
Maseinicnto Castro e Siba, padre José Martiiiiano de .Mencar, Cipriano Bara ta, Nicolau Pereira dos Campos \'crgueiro,
Montezunui,
I^elisberlo
Caldeira
primeiro para rec«'bcr-lho mais vivamen
Hrant Pontes, Miguel Calmou, João Se-
te a.s influências, já com o espírito ama
\erian() Maciel da Costa, Manoel Fer
durecido no segundo, para tomar uma
reira da Câmara Bétheneonrt e Sá, sá
se em plano diferente colocarmos a obra
bio que foi companheiro de José Boni
de um Matias Aires, de qualidade literá ria tão superior. Intelectuais do tempo
fácio na excursão científica pela Euro pa, Pedro do Araújo Lima, futuro mar quês de Olinda, regente do Império, e
da Independência foram ainda Vilela Barbosa, matemático e militar, mais tar
de marquês de Paranaguá, em política Pedro I na dissolução da Constituinte,
e, como poeta, antes melífluo, daquele
formação da sociedade brasileira de en
lirismo ameno que, bem examinado, ca rece de substancia; Domingos Borges de
tão. Uns serão mais a\'ançados, outros
Barres, baiano, visconde da Pedra Bran
por exemplo,
ca (José Bonifácio para lembrar-lhe o sangue misturado chamou-o de Pedra Parda), valendo
mais como uma boa
média de homem letrado, viajado, de boas maneiras e vida elegante, do que propriamente como poeta e escritor; o dicionarista Antônio de Morais Silva, de
indiscutível autoridade, brasileiro que sabia mais Português do que os portuguêses mais cultos do seu tempo, mas antes hostil ou indiferente aos sucessos
políticos, por misantropia, doenças e re ceio de comprometer os seus interesses
de senhor de engenho. Entre intelectuais devem ser incluí
mento. Nas lutas da Inclepenclência, te
ve, mais que qualquer outro, uma \Ísão global d(ís acontoeiinonlos. Preservar com a emancipação a unidade bra.rilcira
finalmente a trindadi- Andraclina. Den
tre esses homens, alguns serão mais ti picamente representativos das correntes e dos intcrêsscs políticos em conflito na
autoritário e conservador, instrumento de
posição antes dc livre exame c julga
mais conservadores,
menos favorecidos da população brasi
alterações de naturez;\ social e econômi
co. Enquanto todos ou quase todos os dirigentes do momento, impressionados do preferência pelo .ado meramente ex
aos senhores dc engenho pernambuca nos, encarnará a poderosa burguesia rural dos proprietários territoriais, em cujo benefício sc operou a transferência de -poder conseqüente à ruptura dos la ços com a antiga metrópole. Progressis tas serão os Andrada, Martim Francis
co, mineralogista e administrador das finanças públicas e Antônio Carlos, ora dor comparado a Castelar pelo barao de Penedo que a ambos ouviu, defensor
dos, uns realmente cultos, outros apenas superficialmente tocados pelas idéias do tempo, muitos désses deputados às Cor
e principal autor do projeto de Consti tuição elaborado pela Assembléia de
tes de Lisboa ou à Assembléia Consti-
1823. Mas de todos quantos foram men-
máximo do Brasil nas Cortes de Lisboa
Aíi
blica, predominariam os intevê.sses dos senhores de engenho e fazendeiros em
penhados na exploração latifundiária da terra, tendo a seu serviço os trafi nância.
propriedade e trabalho, de profundas
leira. Já Pedro de Araújo Lima, ligado
tituinte sobro a escravatura. Apeado do
poder em grande parte por esposar essí\s idéias, exilado, prescrito da vida pú
quico. Como liomcm cio seu tempo, queria a liberdade, queria uma Consti
tava ; via a necessidade dc uma refor ma dc estrutura, de um novo sistema de
democráticas da classe média em ascen são nos centros urbanos e dos elementos
vel "Representação" à Assembléia Cons
cantes de escravos, ricos comerciantes
tuição, pleiteava quanto possível um re
Cipriano Barata,
líticxvs e morais do regime do trabalho
scrvil, expôs e condenou na sua notá
foi o seu mais alto escopo e daí .suas transigéncias com o princípio monár
gime representatiX'0. Isso, entretanto, que a outros parecia tudo, não lhe bas
exprimirá as aspirações
medida contra a escravidão, José Boni
portugueses, implacáveis na sua ga A obra máxima dos homens desse 1
tempo foi uma construção política - a Independência sem esfacelamento, a li berdade sem prejuízo da unidade. Obra
que compensou com largueza a menor importância liteníria da geração aqui tão do relance estudada, cujos dons artísti cos absorvidos pela atividade política, se concentraram na criação de uma pá- ,, tria livre, grande e unida.
Dicf-tsro
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Econômico
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Ec:í)Nó^^co
luíntc, cujos nomes já tinham surgido
cionado.s lu-stc i-nsaio, ninguém .se con\-
dar a emancipação do Brasil, não seria
em fases preparatórias da Independên
para a José Rc)nifác-it>. lliunem de ciên
terior dos acontecimentos, julgavam pos sível e natural a criação de um Impé-^
possível
rio Constitucional sem adotar nenhuma
Da geração que teve a glória de aju deixar em silencio o depois
cia ou só SC firmaram nos seus anos de
cia, iníneraiogista. químico, b:)tánico, ho
marquês de Maricá, Mariano José Pe
cisivos: Felipe Palroni, Maciel Parente,
mem público, estadista, administrador,
reira da Fonseca. Envolvido, quando moço, na devassa do conde de Resende
D. Romuuldo de Seixas,
parlamentar, homem de letras, pensador, poeta, crítico — clí\idin quase igualmen
fácio para logo se convenceu de que es sa era a grande questão a enfrentar.
te os anos de sua vida entre os séculos XVIH e XIX, em plena mocidacle no
Todo.s os.males económico.s, sociais, po-
contra os libertinos do Rio, acusado na
quela época de adepto de Rousseau, tomar-se-ia mais tarde um pensador mais que medíocre, moralista sem origi nalidade, cujo valor principal estaria em haver introduzido o gênero entre nós,
Manoel do
Maseinicnto Castro e Siba, padre José Martiiiiano de .Mencar, Cipriano Bara ta, Nicolau Pereira dos Campos \'crgueiro,
Montezunui,
I^elisberlo
Caldeira
primeiro para rec«'bcr-lho mais vivamen
Hrant Pontes, Miguel Calmou, João Se-
te a.s influências, já com o espírito ama
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durecido no segundo, para tomar uma
reira da Câmara Bétheneonrt e Sá, sá
se em plano diferente colocarmos a obra
bio que foi companheiro de José Boni
de um Matias Aires, de qualidade literá ria tão superior. Intelectuais do tempo
fácio na excursão científica pela Euro pa, Pedro do Araújo Lima, futuro mar quês de Olinda, regente do Império, e
da Independência foram ainda Vilela Barbosa, matemático e militar, mais tar
de marquês de Paranaguá, em política Pedro I na dissolução da Constituinte,
e, como poeta, antes melífluo, daquele
formação da sociedade brasileira de en
lirismo ameno que, bem examinado, ca rece de substancia; Domingos Borges de
tão. Uns serão mais a\'ançados, outros
Barres, baiano, visconde da Pedra Bran
por exemplo,
ca (José Bonifácio para lembrar-lhe o sangue misturado chamou-o de Pedra Parda), valendo
mais como uma boa
média de homem letrado, viajado, de boas maneiras e vida elegante, do que propriamente como poeta e escritor; o dicionarista Antônio de Morais Silva, de
indiscutível autoridade, brasileiro que sabia mais Português do que os portuguêses mais cultos do seu tempo, mas antes hostil ou indiferente aos sucessos
políticos, por misantropia, doenças e re ceio de comprometer os seus interesses
de senhor de engenho. Entre intelectuais devem ser incluí
mento. Nas lutas da Inclepenclência, te
ve, mais que qualquer outro, uma \Ísão global d(ís acontoeiinonlos. Preservar com a emancipação a unidade bra.rilcira
finalmente a trindadi- Andraclina. Den
tre esses homens, alguns serão mais ti picamente representativos das correntes e dos intcrêsscs políticos em conflito na
autoritário e conservador, instrumento de
posição antes dc livre exame c julga
mais conservadores,
menos favorecidos da população brasi
alterações de naturez;\ social e econômi
co. Enquanto todos ou quase todos os dirigentes do momento, impressionados do preferência pelo .ado meramente ex
aos senhores dc engenho pernambuca nos, encarnará a poderosa burguesia rural dos proprietários territoriais, em cujo benefício sc operou a transferência de -poder conseqüente à ruptura dos la ços com a antiga metrópole. Progressis tas serão os Andrada, Martim Francis
co, mineralogista e administrador das finanças públicas e Antônio Carlos, ora dor comparado a Castelar pelo barao de Penedo que a ambos ouviu, defensor
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e principal autor do projeto de Consti tuição elaborado pela Assembléia de
tes de Lisboa ou à Assembléia Consti-
1823. Mas de todos quantos foram men-
máximo do Brasil nas Cortes de Lisboa
Aíi
blica, predominariam os intevê.sses dos senhores de engenho e fazendeiros em
penhados na exploração latifundiária da terra, tendo a seu serviço os trafi nância.
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leira. Já Pedro de Araújo Lima, ligado
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cantes de escravos, ricos comerciantes
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gime representatiX'0. Isso, entretanto, que a outros parecia tudo, não lhe bas
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mmm
7A
Dioesto
RECUARIA
Ihão.
Econômico
131
Portugal tem uns 800 mil bo
Pimentel Gomes
destaque. Asininos aos mi-
Países
1 Jm dos capítulos mais interessantes do Plano SALTE refere-se à produ
Somos, também grandes criadores dc eqüinos:
\V
A nossa .situação quanto a asininos é
"bem pior, embora ainda seja de bastante
vinos.
Países
nos, cm 1946
lhares, em 1946
Eqüinos aos mi
Milhares de bovi Países
lhares cm 1945
ção animal. Muito temos feito neste se
China própria
6.150
Mü.víco (1940)
2.342
índia e Paquistão (1937)
2.000
Uniguai
8.297
Uníão Soviéticu
que ocupamos entre os países produto
Itália
6.900
Argentina (1945)
7.473
Turquia
1.620
res. Tão grandes são, porém, as nossas possibilidades, que temos, ainda, um longo caminho a percorrer. Examinemos rapidamente a nossa
Tanganica (1945) Madagascar
6.067
Estados Unidos
7.251
Bmsfl
1.373
Pérsia (1937)
1.180
tor, como
prova a situação destacada
Síãn
5.941
"5.311
10.800
Brasil
6.768
índia 0 Paquistão
3.843
União Sul-Africana (1937)
863
2.511
Egito (1945) Espanha (1942)
851 795 660
Nova Zelândia
4.667
México (1ÍM4)
África Ocidental France.sa
4.446
França
2.351
2.208
atual situação, os rumos que os técnicos lhe estão dando c o alvo que podemos
E.spanha (1942)
4.152
Alemanha
atingir.
Irlanda
4.146
Canadá
2.20U
União Soviética (1935) Haiti (1935)
Kênia
3.í)84 3.931
Mandchúria (1936)
1.840
Mandchúria (1936)
Polônia
1.729
Itália
3.910
Colômbia Austrália
1.279
1.265
Tchecoslováq uia
Países -pecuaristas
Ocupamos uma posição de muito relêvo, no Mundo, quanto à pecuária. Em 1946, apenas a índia, os Estados Unidos
Polônia Cuba
3.884
Birmânia Dinamarca
3.780
Japão
1.049
3.167
Turquia
1.038
e a União Soviética tinham mais bovi
Venezuela (1938)
3.091
nos do que nós.
Paraguai
3.005
Pérsia (1938) Rodésia Meridional (1944)
2.920
Nigéria (1937)
2.869
Milhares de bovi Países
índia e Paquistão Estados Unido.s
nos, em 1946
160.030
2.872
Suécia
2.868
Sudão Anglo-Egípcio
2.700
Rumánia (1945) Bolívia (1945)
2.439
Indochina (1938)
2.400
França
81.050 46.800 46.357 34.030 19.828 13.982 15.030
Austrália
13.874
Marrocos
União Sul-Afric. (1943)
2.222 2.125
Finlândia
1.673
Colômbia
13.068 13.000
11.815
Angola (1945) Hungria
1.120
México (1944)
União Soviética Brasil
Argentina Cliina Alemanha
Canadá
Reino Unido
Turquia
2.484
Chile
2.386
Uganda (1945)
2.294
Áustria Holanda
2.204
1.104
9.764
Os outros países restantes têm bori-
nos em quantidades inferiores a um lal-
627 520 509
Os outros países têm menos de 500 mil muares. Portugal tem 245 mil. O dado soviético refere-se a asininos e
Todos os outros países possuem nie-
muares.
Estamos numa posição de muito des
no.*: dc um milhão de eqüinos. Somos, talvez, o maior criador de
muares do Mundo, como podemos ver pelos dados abaixo:
taque quanto à criação de suínos, em bora pudéssemos ocupar posto muito melhor, pois as nossas possibilidades são
Brasil
2.951
Estados Unidos
2.773
e.xtraordinàriamente grandes. TÔda a vastíssima área do país oferece boas condições à suinocultura. Em.tôda ela temos hoje, bem aclimatadas, excelentes raças pro\'enientes da Europa e dos Es
China própria
2.114
tados Unidos, além das nacionais, como
Espanha (1942)
1.119
por exemplo, as raças Piau, Pirapitínga,
Países
Muares,aos mi lhares, em 1946
México (1940)
933
Mandchúria (1938)
565
Colômbia (1944)
537
Argentina (1942)
509
Itália
250
9.665 9.629
Argentina (1942)
702
Os outros países têm menos de 250
mil muares. Portugal tem 123 mil.
Canastrão, Canastra, Caruncho e Tatu. Países
Suínos, aos milhares, em 1946
Estados Unidos
56.901 .
Cliina própria
48.549
Brasil
23.814
União Soviética
8.600
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Turquia
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Tanganica (1945) Madagascar
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Estados Unidos
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Pérsia (1937)
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Brasil
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Nova Zelândia
4.667
México (1ÍM4)
África Ocidental France.sa
4.446
França
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atual situação, os rumos que os técnicos lhe estão dando c o alvo que podemos
E.spanha (1942)
4.152
Alemanha
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4.146
Canadá
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Kênia
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Mandchúria (1936)
1.840
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Polônia
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Itália
3.910
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1.279
1.265
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Países -pecuaristas
Ocupamos uma posição de muito relêvo, no Mundo, quanto à pecuária. Em 1946, apenas a índia, os Estados Unidos
Polônia Cuba
3.884
Birmânia Dinamarca
3.780
Japão
1.049
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Venezuela (1938)
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Paraguai
3.005
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2.920
Nigéria (1937)
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Milhares de bovi Países
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Suécia
2.868
Sudão Anglo-Egípcio
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Rumánia (1945) Bolívia (1945)
2.439
Indochina (1938)
2.400
França
81.050 46.800 46.357 34.030 19.828 13.982 15.030
Austrália
13.874
Marrocos
União Sul-Afric. (1943)
2.222 2.125
Finlândia
1.673
Colômbia
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11.815
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1.120
México (1944)
União Soviética Brasil
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Canadá
Reino Unido
Turquia
2.484
Chile
2.386
Uganda (1945)
2.294
Áustria Holanda
2.204
1.104
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Os outros países restantes têm bori-
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Os outros países têm menos de 500 mil muares. Portugal tem 245 mil. O dado soviético refere-se a asininos e
Todos os outros países possuem nie-
muares.
Estamos numa posição de muito des
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muares do Mundo, como podemos ver pelos dados abaixo:
taque quanto à criação de suínos, em bora pudéssemos ocupar posto muito melhor, pois as nossas possibilidades são
Brasil
2.951
Estados Unidos
2.773
e.xtraordinàriamente grandes. TÔda a vastíssima área do país oferece boas condições à suinocultura. Em.tôda ela temos hoje, bem aclimatadas, excelentes raças pro\'enientes da Europa e dos Es
China própria
2.114
tados Unidos, além das nacionais, como
Espanha (1942)
1.119
por exemplo, as raças Piau, Pirapitínga,
Países
Muares,aos mi lhares, em 1946
México (1940)
933
Mandchúria (1938)
565
Colômbia (1944)
537
Argentina (1942)
509
Itália
250
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Argentina (1942)
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Os outros países têm menos de 250
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Canastrão, Canastra, Caruncho e Tatu. Países
Suínos, aos milhares, em 1946
Estados Unidos
56.901 .
Cliina própria
48.549
Brasil
23.814
União Soviética
8.600
132
Dicesto Eccnókcico DioESTd
Suínos,aos milhaPaíses
res, cm 1946
Países
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está-se tornando alarmante. Mesmo as
33.975
sim, muito precisamos fazer para de
senvolver a criação de ovinos em regiões ainda quase despovoadas desta espécie,
Iiigoshuna (1939)
Turíjiiia Espanha
25.000 23.528 22.000
como Goiás c Mato Grosso.
Itália
1.300
Reino Unido
20.000
Síria
1.257
África do Sudoeste (1943)
1.058
8.407
Nova Zelândia
Mandchúria (1938)
5.336
Uniguai
França
5.278
México (1940.)
5.068 5.000
Canachá
Filipinas (1938X Indochina (1938)
4.973
Brasil
15.542
Peru (1942)
13.730
"Marrocos
Itália
3.318 3.000
Tchecoslováquia
2.914
China própria Iraque Bulgária
Iugoslávia
2.733
Itália
Colômbia
1945)
4.910 3.558
133
Ovinos, aos iniiha
Alemanha
Argentina Espanha (1942)
Econômico
10.860 8.087
Não é boa, também, a nossa posição quanto a caprinos. Caprinos, aos miPatses
Ihares, em 1946
Caprinos, aos mi lhares, em 1946
Países
Venezuela (1937)
1.866 1.365
Os outros países têm menos de um milhão de caprinos. O fato de serem os caprinos respon
Índia o Paquistão (1937) 51.158
8.000
Turquia
16.625
7.982
China própria
13.249
7.400
União Soviética (1937)
cia, na Espanha e noutros países, conso-
9.300
la-nos, pela relativa modéstia do nosso
sabilizados por grandes erosões na Gré
2.500
França
7.197
Brasil
7.363
1.955
Argélia
6.000
7.200
r.849
Grécia
6.000
Marrocc.s (1942) Pérsia (1944)
Além das raças nacionais, e.xistem, em
7.000
1.768
Chile
5.900
México (1940)
nosso país, cabras das raças Toggemburg,
6.843
1.625
Runiània (1945)
5.628
União Sul-Africana (1938)
6.193
Saanen, Nubiana e Anglo-Nubiana.
Áustria
1.494
Iugoslávia
4.800
Espanha (1942)
6.109
Austrália
1.426
4.489 3.959
Indoné.sia (1940)
5.950.
Nigéria (1938)
5.561
3.890
Kênia (1938)
4.500
vino brasileiro em 13.500.000 cabeças, assim distribuídas:
Reino Unido Formosa
Dinamarca
Coréia (1937)
Hungria
1.327
México (1942) Bolívia (1943)
Indonésia
1.267
Portugal (1940)
Portugal (1940)
rebanho.
A pecuária brasileira Em 1890, estimava-se o rebanho bo
1.177
Síria
3.260
Estados Unidos (1945)
3.943
Suécia
1.1,65
Somália Britânica (1939)
3.000
Grécia
3.130
Japão (1938)
1.140
Tunísia (1945)
2.978
Argélia
3.000
Holanda
1.040
Canadá
2.942
Argentino (1942)
2.838
1.000.000
Kônia
2.805
Tanganica (1945)
Minas Gerais
2.753
Goiás
1.000.000
Os outros países têm menos de um milhão de suínos.
Quanto a ovinos, a nossa sitiiação é satisfatória. Em todo caso, deveríamos
6.000.000
Mato Grosso
3.000.000
Sudão Anglo-Egípcio
2.500
Alemanha (1943)
2.330
Irlanda
Iraque
Paraná e Santa Catarina
2.423 2.160
2.250
Uganda (1945)
2.144
2.156
Somália Britânica (1939) Sudão Anglo-Egípcio Tunísia (1945)
São Paulo Outros Estados
2.000 1.940
Tanganica (1945) Nigéria (1938)
fazer muito mais do que estamos fa zendo. Vejamos porém, os números.
Rio Grande do Sul
Os outros países têm menos de dois
800.000
700.000 1.000.000
2.000
Comparemos agora a distribuição dos bovinos no Brasil, em 1916 e 1946.
milhões de ovinos.
Ovinos, aos milhaAustrália/
96.396
Consolcmo-nos em face do nosso pe queno rebanho de ovinos levando em consideração que os grandes rebanhos
União Soviética
69.400
concorrem muito para a erosão, pois
Acre
Argentina
53.000
os carneiros cortam a grama rente ao
índia e Paquistão (1936)
41.063
solo, desprotegendo-o contra as águas
Amazonas Rio Branco
Estados Unidos
38.571
das grandes chuvas. A situação das pastagens australianas, superpovoadas,
Países
res, em 1946
União Sul-Africana (1943)27.888
Bovinos
Guaporé
1916
1946
13.210 113.210
28.540
....
2.660
Pará
578.620
Amapá ...... líorte
. ■.
139.410 138.240 768.740
50.460 ,< V
,
7.050.040
1.128.050
132
Dicesto Eccnókcico DioESTd
Suínos,aos milhaPaíses
res, cm 1946
Países
rrs, cm 1946
está-se tornando alarmante. Mesmo as
33.975
sim, muito precisamos fazer para de
senvolver a criação de ovinos em regiões ainda quase despovoadas desta espécie,
Iiigoshuna (1939)
Turíjiiia Espanha
25.000 23.528 22.000
como Goiás c Mato Grosso.
Itália
1.300
Reino Unido
20.000
Síria
1.257
África do Sudoeste (1943)
1.058
8.407
Nova Zelândia
Mandchúria (1938)
5.336
Uniguai
França
5.278
México (1940.)
5.068 5.000
Canachá
Filipinas (1938X Indochina (1938)
4.973
Brasil
15.542
Peru (1942)
13.730
"Marrocos
Itália
3.318 3.000
Tchecoslováquia
2.914
China própria Iraque Bulgária
Iugoslávia
2.733
Itália
Colômbia
1945)
4.910 3.558
133
Ovinos, aos iniiha
Alemanha
Argentina Espanha (1942)
Econômico
10.860 8.087
Não é boa, também, a nossa posição quanto a caprinos. Caprinos, aos miPatses
Ihares, em 1946
Caprinos, aos mi lhares, em 1946
Países
Venezuela (1937)
1.866 1.365
Os outros países têm menos de um milhão de caprinos. O fato de serem os caprinos respon
Índia o Paquistão (1937) 51.158
8.000
Turquia
16.625
7.982
China própria
13.249
7.400
União Soviética (1937)
cia, na Espanha e noutros países, conso-
9.300
la-nos, pela relativa modéstia do nosso
sabilizados por grandes erosões na Gré
2.500
França
7.197
Brasil
7.363
1.955
Argélia
6.000
7.200
r.849
Grécia
6.000
Marrocc.s (1942) Pérsia (1944)
Além das raças nacionais, e.xistem, em
7.000
1.768
Chile
5.900
México (1940)
nosso país, cabras das raças Toggemburg,
6.843
1.625
Runiània (1945)
5.628
União Sul-Africana (1938)
6.193
Saanen, Nubiana e Anglo-Nubiana.
Áustria
1.494
Iugoslávia
4.800
Espanha (1942)
6.109
Austrália
1.426
4.489 3.959
Indoné.sia (1940)
5.950.
Nigéria (1938)
5.561
3.890
Kênia (1938)
4.500
vino brasileiro em 13.500.000 cabeças, assim distribuídas:
Reino Unido Formosa
Dinamarca
Coréia (1937)
Hungria
1.327
México (1942) Bolívia (1943)
Indonésia
1.267
Portugal (1940)
Portugal (1940)
rebanho.
A pecuária brasileira Em 1890, estimava-se o rebanho bo
1.177
Síria
3.260
Estados Unidos (1945)
3.943
Suécia
1.1,65
Somália Britânica (1939)
3.000
Grécia
3.130
Japão (1938)
1.140
Tunísia (1945)
2.978
Argélia
3.000
Holanda
1.040
Canadá
2.942
Argentino (1942)
2.838
1.000.000
Kônia
2.805
Tanganica (1945)
Minas Gerais
2.753
Goiás
1.000.000
Os outros países têm menos de um milhão de suínos.
Quanto a ovinos, a nossa sitiiação é satisfatória. Em todo caso, deveríamos
6.000.000
Mato Grosso
3.000.000
Sudão Anglo-Egípcio
2.500
Alemanha (1943)
2.330
Irlanda
Iraque
Paraná e Santa Catarina
2.423 2.160
2.250
Uganda (1945)
2.144
2.156
Somália Britânica (1939) Sudão Anglo-Egípcio Tunísia (1945)
São Paulo Outros Estados
2.000 1.940
Tanganica (1945) Nigéria (1938)
fazer muito mais do que estamos fa zendo. Vejamos porém, os números.
Rio Grande do Sul
Os outros países têm menos de dois
800.000
700.000 1.000.000
2.000
Comparemos agora a distribuição dos bovinos no Brasil, em 1916 e 1946.
milhões de ovinos.
Ovinos, aos milhaAustrália/
96.396
Consolcmo-nos em face do nosso pe queno rebanho de ovinos levando em consideração que os grandes rebanhos
União Soviética
69.400
concorrem muito para a erosão, pois
Acre
Argentina
53.000
os carneiros cortam a grama rente ao
índia e Paquistão (1936)
41.063
solo, desprotegendo-o contra as águas
Amazonas Rio Branco
Estados Unidos
38.571
das grandes chuvas. A situação das pastagens australianas, superpovoadas,
Países
res, em 1946
União Sul-Africana (1943)27.888
Bovinos
Guaporé
1916
1946
13.210 113.210
28.540
....
2.660
Pará
578.620
Amapá ...... líorte
. ■.
139.410 138.240 768.740
50.460 ,< V
,
7.050.040
1.128.050
DiGESTo Econômico
IQ^S
B o \' I N o s
1916
Maranhão Piauí
706.700 894.870
Ceará
529.580
Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco
362.750 371.310 599.600
Alagoas
277.500
Nordeste Sergipe
5.620.460
298.560
331.380 3.776.920 10.178.770 392.870
2.850.310
Minas Gerais
6.342.600
E^írito Santo
176.230
Rio de Janeiro
_
• ;
1.005.730 1.099.260 1.333.640 478.910 556.680 819.730 306.510
3.742.110
Bahia
Distrito Federal
1946
988.230
17.430
5.500
9.685.130
15.673.670
1.792.880
6.208.100
.587.890 562.300
600.000 1.115.000
Rio Grande do Sul
6.657.940
9.034.830
Sul
9.601.010
16.957.930
São Paulo Paraná Santa Catarina
!.
Mato Grosso
2.717.550
Goiás
1.934.830
3.220.040 3.765.810
Centro-Oeste
4.652.380
6.985.850
28.962.180
46.357.740
Brasil
Houve um substancial aumento no nú-
Pará
40.624.000
Maranhão
10.044.000
O Rio Grande do Sul estaria super-
povoado de bovinos. A oomissão admite que um quilôme
Piauí
7.479.000
Ceará
4.597.000
tro quadrado -pode alimentar 30 bovi
Rio Grande do Norte
1.591.000
Paraíba
1.688.000
nos e tem razões muito sólidas para isto. Tomando em consideração apenas 20
Pernambuco
2.910.000
Bahia
16.192.000
Minas Gerai.s
17.459.000
Rio de Janeiro
1.277.000
São Paulo
7.416.000
Paraná
5.481.000
Santa Catarina
2.434.000
Rio Grande do Sul
8.474.000
Mato Grosso
37.877.000
Goiás
18.673.000
bosanos por quilômetro quadrado, o Brasil, sem otimismo exagerado, poderia
possuir ims 170 milhões de boxanos, o que mostra a imensidade de nossas pos sibilidades.
Em 1916, tínhamos 6.065.230 eqüi
nos, 3.221.910 asininos e muares, 6.919-550 caprinos, 7.204.920 ovinos e 17.529.210 suínos. Estudaremos, em outro artigo, os m-
mo.s que estão sendo seguidos para o meUioramento e o aumento de nossa
Total
184.216.000
pecuária.
ano passado, por exemplo, noticiaram que
mero de bovinos entre 1916 e 1946.
dezenas de reprodutorçs zebuínos via-'
Atualmente, devemos ter uns 50,milhões de bovinos. Há, porém, a considerar que o nosso rebanho melhorou tanto em
jaram, por via aérea, de Uberaba para ríq Branco, capital do Acre, adquiridos pelo Coronel José Guiomard dos Santos,
qualidade quanto em peso e produção
governador do Território,
leiteira — que o rebanho atual deve valer
Dicesto Econômico
i-.
_
muito mais do dobro do rebanho de
^ comissão brasileira que organizou a
1916. Talvez valha até três vezes mais.
seção pecuaria do Plano SALTE calcula
E o melhoramento continua em progres-
da seguinte maneira a capacidade para
são geométrica, invadindo os recantos
bovinos de alguns dos Estados; frações
mais afastados do país. Os jornais do
de milhar desprezadas; —■■,
I ,
■ '
DiGESTo Econômico
IQ^S
B o \' I N o s
1916
Maranhão Piauí
706.700 894.870
Ceará
529.580
Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco
362.750 371.310 599.600
Alagoas
277.500
Nordeste Sergipe
5.620.460
298.560
331.380 3.776.920 10.178.770 392.870
2.850.310
Minas Gerais
6.342.600
E^írito Santo
176.230
Rio de Janeiro
_
• ;
1.005.730 1.099.260 1.333.640 478.910 556.680 819.730 306.510
3.742.110
Bahia
Distrito Federal
1946
988.230
17.430
5.500
9.685.130
15.673.670
1.792.880
6.208.100
.587.890 562.300
600.000 1.115.000
Rio Grande do Sul
6.657.940
9.034.830
Sul
9.601.010
16.957.930
São Paulo Paraná Santa Catarina
!.
Mato Grosso
2.717.550
Goiás
1.934.830
3.220.040 3.765.810
Centro-Oeste
4.652.380
6.985.850
28.962.180
46.357.740
Brasil
Houve um substancial aumento no nú-
Pará
40.624.000
Maranhão
10.044.000
O Rio Grande do Sul estaria super-
povoado de bovinos. A oomissão admite que um quilôme
Piauí
7.479.000
Ceará
4.597.000
tro quadrado -pode alimentar 30 bovi
Rio Grande do Norte
1.591.000
Paraíba
1.688.000
nos e tem razões muito sólidas para isto. Tomando em consideração apenas 20
Pernambuco
2.910.000
Bahia
16.192.000
Minas Gerai.s
17.459.000
Rio de Janeiro
1.277.000
São Paulo
7.416.000
Paraná
5.481.000
Santa Catarina
2.434.000
Rio Grande do Sul
8.474.000
Mato Grosso
37.877.000
Goiás
18.673.000
bosanos por quilômetro quadrado, o Brasil, sem otimismo exagerado, poderia
possuir ims 170 milhões de boxanos, o que mostra a imensidade de nossas pos sibilidades.
Em 1916, tínhamos 6.065.230 eqüi
nos, 3.221.910 asininos e muares, 6.919-550 caprinos, 7.204.920 ovinos e 17.529.210 suínos. Estudaremos, em outro artigo, os m-
mo.s que estão sendo seguidos para o meUioramento e o aumento de nossa
Total
184.216.000
pecuária.
ano passado, por exemplo, noticiaram que
mero de bovinos entre 1916 e 1946.
dezenas de reprodutorçs zebuínos via-'
Atualmente, devemos ter uns 50,milhões de bovinos. Há, porém, a considerar que o nosso rebanho melhorou tanto em
jaram, por via aérea, de Uberaba para ríq Branco, capital do Acre, adquiridos pelo Coronel José Guiomard dos Santos,
qualidade quanto em peso e produção
governador do Território,
leiteira — que o rebanho atual deve valer
Dicesto Econômico
i-.
_
muito mais do dobro do rebanho de
^ comissão brasileira que organizou a
1916. Talvez valha até três vezes mais.
seção pecuaria do Plano SALTE calcula
E o melhoramento continua em progres-
da seguinte maneira a capacidade para
são geométrica, invadindo os recantos
bovinos de alguns dos Estados; frações
mais afastados do país. Os jornais do
de milhar desprezadas; —■■,
I ,
■ '
Digesto
TUMULO ABERTO DE GENTE VIVA
Era a antiga rota selecentista.
mica do planalto. E, constituindo desnorteante contraste, as cidades litorâ neas, cujos nomes ressoam na história e
cujos monumentos falam aos visitantes, contando passadas grandezas, são as mais esquecidas, as mais abandonadas.
Nelas a vida urbana conserva um in cômodo primitivismo.
A malária de um lado e a falta de comunicações de outro entravaram a expansão de extensa faixa do território
paulista, compreendia entre a Serra do Mar e a franja espumosa do Atlântico. E', no entanto, de espantosa fertilida de, graças à espessa camada de húmus que a erosão acumulou durante sécu
los. Há cem anos havia por ali grande prosperidade. São Sebastião, no litoral norte, tinha maior renda do que o mu nicípio de Santos. Ubatuba era um dos mais
procurados portos para dar escoamento às sa fras abundantes do Va
pleno esplendor dos ba rões do império e do café.
"C"
■:
"
terras ilus
tres, continuamente ci tadas nas crônicas, e onde
Anchieta
vegação que transitava pelo rio Ribeira e seus afluentes. O ptjcia Vicente de
A Sorocabana, recentemente, colabo
rou com tres barcos que possuía no rio Paraná. A situação apenas melhorou, longe de sua definitiva solução.
Carvalho era seu diretor.
Depois, tudo ali entrou em declínio. Vários navios ficaram imprestáveis. Ou
Barcos com freqüência e obedecendo
tros afundaram. E aquela gente ficou
cada vez pior, sem condução de espé-
a horários rigorosos são deveres primá
cio alguma. Agora, fala-se na construção de uma
Mas nos últimos tempos
rios de uma companhia concessionária.
1
Trata-se
todos que por ali vi\cm. Da sua ne cessidade e da situação daquela gente tivemos noção cm recente viagem que
la Companhia de Navegação Fluvial Sul
por ali fizemos.
foram-se alastrando o desânimo, a po
rodovia que irá até Curitiba.
tráfego das várias linhas exploradas pe
de uma estrada muita reclamada por
Paulista. Sem
meios
fáceis
de
comunicação
breza e a doença. índice expressivo de tal situação é fornecido pelos gráficos
A situação atual
do Serviço Sanitário com relação ao nú
O que se ouve por ali são desolados
mero de pessoas que morrem sem assis
queixumes; muita doen
tência médica.
ça e bananais, o que se encontra, ao longo do
Como é quase impossível enterrar um cadáver sem atestado de óbito, pode
ramal
saber-se a
da
Sorocabana
o
acervo de uma em-
consulta.
cessão da Companhia das Docas. A fer
de muita
rovia destinava-se a ser uma moderna
abundância, mas onde se entocaiara a
linha de penetração que, pelo vale do
malária, dizimadora daquela pobre gen te esquecida.
Ribeira, atingiria o Paraná, prosseguindo até alcançar Assunção, no Paraguai.
Ficou abandonado no leito ou
Se a resistência orgânica
não ajudou, o infeliz morre, malgrado
J.
tras indagações não inter.es.sam à fa mília.
Para a^'aliar-se a situação de abando
no, basta dizer que no município de
Iguape, dos .641 óbitos registrados, 544 figuravam como causas não especifica das, ou seja sem assistência médica. Em Xiririca. dos 291 apenas 18 tiveram "causa mortis" identificada. Em Jacupi-
ranga, a mesma situação: 175 óbitos e 158 causas de morte desconhecidas. Em Cananéia, 113 óbitos e apenas 15 com assistência médica. Até em Itanhaem,
embora esteja tão próxima de Santbs a situação não é muito diferente: dos 131 óbitos verificados. 12V foram registra dos tendo como origem "causas nao es pedficadas ou mal
ralmente ó a maltóa que abre grandes clareiras na já escassa densidade d gráfica local.
O D. D. T. e a luta contra a malãna O D. D. T. surge hoje como um raio
de fulgente esperança. A malária, que sempre lavrara nestas regiões endemica-
mente. tinha ciclos fatídicos. De cinco
em cinco anos ressurgia, com uma persis
tência demoníaca e com uma regulari dade terrífica. Apesar da luta encetada
contra tais surtos, êles irrompiam inespe radamente, alcançando as povoações de
Itapiranga, Itaberá, Itaoca. Outras vêzes, propagavam-se por todo o Ribeira e seus afluentes. A malária era, assim, o pavor
do litoral sul, A gente do planalto temia descer às velhas cidades, próximas do os esforços da benzedeira e os chás das mar. Pessoas que tinham passado temmil e uma ervas que tomou. Quando ■ poradas de férias em Itanhaém haviam voltado com a terrível "terça maligna", as panacéias domésticas não deram re que pode matar fulminantemente. Foi sultado nem as promessas aos santos
na esteira.
Santos, abaixo da con
Itanhaém, Cananéia, Xiriríca, Iguape,
Acontece,
a dizer que o defunto fechou os olhos sem médico presente ou sem qualquer
em
em zona de amplos vales,
"causa mortis".
porém, que naquela extensa área, que abrange quatro grandes municípios, fal tam clínicos. Então, no registro de óbi tos é posta a legenda de "causa mortis" "ignorada ou desconhecida". Eqüivale
prêsa londrina que se propôs, há muitos anos, construir armazéns
viveu.
nem havia
mais navios para os 624 quilômetros de
uma linba de cota bai xa, sujeita a inundaSÕ^§» P.. constituiu
O litoral sul era cons
tituído de
No começo deste século ali prospe rava uma excelente companhia de na
que tem a denomina ção Santos-Juquiá. E'
le do Paraíba, então no
Depois
de Juquiá, existem rodovias precárias e os navios, que descem o rio do me.smo nome até lU-gistro, já no Ribeira, donde prosseguem até Iguape, no Mar Peque no, desaparelbíidüs.
Barbos Ferreira
VJTa regiões no Fstado cjue ainda es tão segregadas da expansão econô
EcoNó^aco
surtiram efeito, a morte sobreveio. Ou
j
Digesto
TUMULO ABERTO DE GENTE VIVA
Era a antiga rota selecentista.
mica do planalto. E, constituindo desnorteante contraste, as cidades litorâ neas, cujos nomes ressoam na história e
cujos monumentos falam aos visitantes, contando passadas grandezas, são as mais esquecidas, as mais abandonadas.
Nelas a vida urbana conserva um in cômodo primitivismo.
A malária de um lado e a falta de comunicações de outro entravaram a expansão de extensa faixa do território
paulista, compreendia entre a Serra do Mar e a franja espumosa do Atlântico. E', no entanto, de espantosa fertilida de, graças à espessa camada de húmus que a erosão acumulou durante sécu
los. Há cem anos havia por ali grande prosperidade. São Sebastião, no litoral norte, tinha maior renda do que o mu nicípio de Santos. Ubatuba era um dos mais
procurados portos para dar escoamento às sa fras abundantes do Va
pleno esplendor dos ba rões do império e do café.
"C"
■:
"
terras ilus
tres, continuamente ci tadas nas crônicas, e onde
Anchieta
vegação que transitava pelo rio Ribeira e seus afluentes. O ptjcia Vicente de
A Sorocabana, recentemente, colabo
rou com tres barcos que possuía no rio Paraná. A situação apenas melhorou, longe de sua definitiva solução.
Carvalho era seu diretor.
Depois, tudo ali entrou em declínio. Vários navios ficaram imprestáveis. Ou
Barcos com freqüência e obedecendo
tros afundaram. E aquela gente ficou
cada vez pior, sem condução de espé-
a horários rigorosos são deveres primá
cio alguma. Agora, fala-se na construção de uma
Mas nos últimos tempos
rios de uma companhia concessionária.
1
Trata-se
todos que por ali vi\cm. Da sua ne cessidade e da situação daquela gente tivemos noção cm recente viagem que
la Companhia de Navegação Fluvial Sul
por ali fizemos.
foram-se alastrando o desânimo, a po
rodovia que irá até Curitiba.
tráfego das várias linhas exploradas pe
de uma estrada muita reclamada por
Paulista. Sem
meios
fáceis
de
comunicação
breza e a doença. índice expressivo de tal situação é fornecido pelos gráficos
A situação atual
do Serviço Sanitário com relação ao nú
O que se ouve por ali são desolados
mero de pessoas que morrem sem assis
queixumes; muita doen
tência médica.
ça e bananais, o que se encontra, ao longo do
Como é quase impossível enterrar um cadáver sem atestado de óbito, pode
ramal
saber-se a
da
Sorocabana
o
acervo de uma em-
consulta.
cessão da Companhia das Docas. A fer
de muita
rovia destinava-se a ser uma moderna
abundância, mas onde se entocaiara a
linha de penetração que, pelo vale do
malária, dizimadora daquela pobre gen te esquecida.
Ribeira, atingiria o Paraná, prosseguindo até alcançar Assunção, no Paraguai.
Ficou abandonado no leito ou
Se a resistência orgânica
não ajudou, o infeliz morre, malgrado
J.
tras indagações não inter.es.sam à fa mília.
Para a^'aliar-se a situação de abando
no, basta dizer que no município de
Iguape, dos .641 óbitos registrados, 544 figuravam como causas não especifica das, ou seja sem assistência médica. Em Xiririca. dos 291 apenas 18 tiveram "causa mortis" identificada. Em Jacupi-
ranga, a mesma situação: 175 óbitos e 158 causas de morte desconhecidas. Em Cananéia, 113 óbitos e apenas 15 com assistência médica. Até em Itanhaem,
embora esteja tão próxima de Santbs a situação não é muito diferente: dos 131 óbitos verificados. 12V foram registra dos tendo como origem "causas nao es pedficadas ou mal
ralmente ó a maltóa que abre grandes clareiras na já escassa densidade d gráfica local.
O D. D. T. e a luta contra a malãna O D. D. T. surge hoje como um raio
de fulgente esperança. A malária, que sempre lavrara nestas regiões endemica-
mente. tinha ciclos fatídicos. De cinco
em cinco anos ressurgia, com uma persis
tência demoníaca e com uma regulari dade terrífica. Apesar da luta encetada
contra tais surtos, êles irrompiam inespe radamente, alcançando as povoações de
Itapiranga, Itaberá, Itaoca. Outras vêzes, propagavam-se por todo o Ribeira e seus afluentes. A malária era, assim, o pavor
do litoral sul, A gente do planalto temia descer às velhas cidades, próximas do os esforços da benzedeira e os chás das mar. Pessoas que tinham passado temmil e uma ervas que tomou. Quando ■ poradas de férias em Itanhaém haviam voltado com a terrível "terça maligna", as panacéias domésticas não deram re que pode matar fulminantemente. Foi sultado nem as promessas aos santos
na esteira.
Santos, abaixo da con
Itanhaém, Cananéia, Xiriríca, Iguape,
Acontece,
a dizer que o defunto fechou os olhos sem médico presente ou sem qualquer
em
em zona de amplos vales,
"causa mortis".
porém, que naquela extensa área, que abrange quatro grandes municípios, fal tam clínicos. Então, no registro de óbi tos é posta a legenda de "causa mortis" "ignorada ou desconhecida". Eqüivale
prêsa londrina que se propôs, há muitos anos, construir armazéns
viveu.
nem havia
mais navios para os 624 quilômetros de
uma linba de cota bai xa, sujeita a inundaSÕ^§» P.. constituiu
O litoral sul era cons
tituído de
No começo deste século ali prospe rava uma excelente companhia de na
que tem a denomina ção Santos-Juquiá. E'
le do Paraíba, então no
Depois
de Juquiá, existem rodovias precárias e os navios, que descem o rio do me.smo nome até lU-gistro, já no Ribeira, donde prosseguem até Iguape, no Mar Peque no, desaparelbíidüs.
Barbos Ferreira
VJTa regiões no Fstado cjue ainda es tão segregadas da expansão econô
EcoNó^aco
surtiram efeito, a morte sobreveio. Ou
j
Dicesto EcoNÓ.Kflco
138
anunciaram os grandes sucessos do D. D. T., que ganhara a mais decisiva ba talha do Pacífico, nas selvas das ilhas dos mares do Sul.
O D. D. T. fizera
maravilhas; fora o niais fascinante dos feiticeiros.
O Serviço de Combate à Malária co
meçou o seu emprego sistemático e con
trolado.
Dividiu ampla área em seto
res e iniciou a pulverização regular das
em meio, paru a engenharia sanitária
e munnurejantc, que descia pela encos
concluir. Faltam elementos para permitir o deslocanumto fluvial do pessoal do D. D. T. E é por isso que a maior parle dos doentes procedo de casas isoladas, de lugares distantes on de ranchos tem porários, ergtiido.s às margens de um
ta abaixo.
riacho ou canal, onde apenas vai uma
barcaça de tempos a tempos, para car regar cachos de bananas, o forte da
habitações, todos os se
prodíição daquela terra
mestres. Os resutados ob
saturada
tidos foram os mais ani
madores. Em Santos, o número de doentes no
vos que, em 1947, fora
de 540, baixou para 39. Em São Vicente, a que da foi espetacular, de
139 Dicesto Econômico
de humidade.
Devido a reparações do emergência,
Exemplo típico do abandono em qjie tem sido mantido o litoral é dado pela histórica ci
dência do dois frades que montam guarda àqueles destroços c aguardam que o governo ou a fé dos católicos •re constituam o que foi cutrora um belo convento. A igreja é pequena. Tem um pequeno átrio onde se vêem nomes de pessoas que por ali passaram e os
Há
ali,
o interior do templo,
porque a
agua desce livremente, nos dias de chu va, do alto do telhado.
Nos altares, os
"estrelas" dc Hollywood, conferindo-lhes
de não fora possível chegar, porque o
minação em pedra e caL As vetustas casas do velho largo da igreja foram, em grande parte, deforma
serviço não possui os meios de trans
das na fina sobriedade do seu estilo.
barbudos. Nas santas há a preocupa ção do decoro na roupagem. Em baixo, no largo da igreja, ergue-
porte necessários.
Mas a boa vontade
supriu, em parte, a escassez de maqui
Puseram platibandas em substituição
cionahsta nem de ordem
pio do trabalho intensivo...
aqui e
santeiros não iam buscar os modelos às
morava em lugares muito distantes on
neraUzada de resignação e
comum ouvir-se a boa gente luga^ res mais prósperos queixar-se forasteiros. A razão P""^'P''\"'Vensu-
dada do musgo que manclui,
mais parece uma recri-
E tudo isso em gente que
Em conseqüência de tal estado de
coisas, formou-se uma mentalidade g
ram aos recém-chegados o
santos têm a nobre expressão das ima gens do século XVII, quando ainda os
nhaém, de 392 para 79.
Solidão
corações entrelaçados na maciez avclu-
dade de Itanhacm, que
956 para 80 e, em Ita-
mais isolada do que o Guarujá, que es na ponta da ilha de Santo Amaro.
foi possível transformar um canto da quela vastidão vazia em modesta resi
registraram na cal das paredes. ItfinJiaém
Itunhaém, enúwra no continente,
ro.stc.s
bonito.s ou esculpindo
atléticos.
^
íum-se, então, desabafos como e t.. _. A gente aqui balhar como na
tar que venham por a
nossas terras. Por
evãconta das
.ZTdesLoV
que se localizou em ""i vendo a lavoura local, e oin
corpos
Os santos são màsculamcnte
t"abàlho que^rne-
aos beirais acolhedores, janelas tipo "standard" ao invés das antigas "gui
sc, bem ao centro, a secular matriz, eni
lhotinas" que .se harmonizavam na aus
cuja
construção: 1761. E".idêntica aos vellios
poràdicamente e vivem o resto do tem-
do o litoral. Não excede trezentos qui
tera simplicidade das linhas antigas. O velho convento fica no alto, no pín-
templos de todo o litoral,
L no interior de suas choupanas no
lômetros de extensão. Começa no alto
caro de um morro que é ao mesmo tem
num barroco modesto, de uma simpli
meio do mato. Uma vez ou outra vao
da serra, na estação Evangelista de Sousa, do ramal de Mairinque, abrange
po um monolito. Os anos e o abando
cidade lírica.
ao mar, na faina de colher peixes. Es
no transformaram-no numa ruína. De
a ilha de São Vicente e de Santo Ama
sabou o telhado; apodreceu o soalho;
ro, e desce até Itanhaém. Foi feito o
ta, nem sempre é possível, em face da falta de recursos naquele imenso ema
as janelas despregaram-se dos encauxes. Sòmente resta, por amor de Deus, o conjunto de alvenaria. O mosteiro é uma ruína em pé. As janelas bem tra balhadas parecem olhar o visitante com
ranhado de canais, riachos e charcos que constituem a baixada santista,- e que lem
a fixidez mórbida de pupilas cegas. Em baixo, há uma pia de pedra artisticamen
bra a definição euclidiana da última página do gênesis, por isso' deixada ainda
te lavrada mas onde a fonte secou; foii*
de rodagem, não raro se verifica com
te de onde brotava antes água límpida.
pleto i^lamento por vários ,dias. Então,
naria.
A área submetida a controle é am
pla, mas muito restrita em relação a to
levantamento, de tôdas as casas, mas se a vontade de cobrir todo o setor é mui
porta principal se lê a data da in.spirados
Eis ali uma grande cidade de outrora,
—-e,
peitos pe.scadores que só
colhem dois robalos grandes e vao ofe
onde só muito recentemente chegou o telefone e que, às vêzes, fica inteira
recê-los aos hotéis do Gonzaga. Isso acontece geralmente às sexta-feiras, por
mente isolada. Quando cliove torrencialmente o ramal de Juquiá nuo oferece
ra de pescado para atender as exigên
transporte seguro e as marés altas blo queiam, até junto das dunas, a passa gem pela praia, aos automóveis e ôni bus.
i
japonês
E como não e.xiste uma estrada
que sabem de antemão a grande procu cias dos turistas do planalto. Fazem o
seu preço: um bom robalo rende cem cruzeiros.
E assim vão vivendo.. .• niiR
ns
r-f>rrn
na solidão
Dicesto EcoNÓ.Kflco
138
anunciaram os grandes sucessos do D. D. T., que ganhara a mais decisiva ba talha do Pacífico, nas selvas das ilhas dos mares do Sul.
O D. D. T. fizera
maravilhas; fora o niais fascinante dos feiticeiros.
O Serviço de Combate à Malária co
meçou o seu emprego sistemático e con
trolado.
Dividiu ampla área em seto
res e iniciou a pulverização regular das
em meio, paru a engenharia sanitária
e munnurejantc, que descia pela encos
concluir. Faltam elementos para permitir o deslocanumto fluvial do pessoal do D. D. T. E é por isso que a maior parle dos doentes procedo de casas isoladas, de lugares distantes on de ranchos tem porários, ergtiido.s às margens de um
ta abaixo.
riacho ou canal, onde apenas vai uma
barcaça de tempos a tempos, para car regar cachos de bananas, o forte da
habitações, todos os se
prodíição daquela terra
mestres. Os resutados ob
saturada
tidos foram os mais ani
madores. Em Santos, o número de doentes no
vos que, em 1947, fora
de 540, baixou para 39. Em São Vicente, a que da foi espetacular, de
139 Dicesto Econômico
de humidade.
Devido a reparações do emergência,
Exemplo típico do abandono em qjie tem sido mantido o litoral é dado pela histórica ci
dência do dois frades que montam guarda àqueles destroços c aguardam que o governo ou a fé dos católicos •re constituam o que foi cutrora um belo convento. A igreja é pequena. Tem um pequeno átrio onde se vêem nomes de pessoas que por ali passaram e os
Há
ali,
o interior do templo,
porque a
agua desce livremente, nos dias de chu va, do alto do telhado.
Nos altares, os
"estrelas" dc Hollywood, conferindo-lhes
de não fora possível chegar, porque o
minação em pedra e caL As vetustas casas do velho largo da igreja foram, em grande parte, deforma
serviço não possui os meios de trans
das na fina sobriedade do seu estilo.
barbudos. Nas santas há a preocupa ção do decoro na roupagem. Em baixo, no largo da igreja, ergue-
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Mas a boa vontade
supriu, em parte, a escassez de maqui
Puseram platibandas em substituição
cionahsta nem de ordem
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aqui e
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morava em lugares muito distantes on
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dada do musgo que manclui,
mais parece uma recri-
E tudo isso em gente que
Em conseqüência de tal estado de
coisas, formou-se uma mentalidade g
ram aos recém-chegados o
santos têm a nobre expressão das ima gens do século XVII, quando ainda os
nhaém, de 392 para 79.
Solidão
corações entrelaçados na maciez avclu-
dade de Itanhacm, que
956 para 80 e, em Ita-
mais isolada do que o Guarujá, que es na ponta da ilha de Santo Amaro.
foi possível transformar um canto da quela vastidão vazia em modesta resi
registraram na cal das paredes. ItfinJiaém
Itunhaém, enúwra no continente,
ro.stc.s
bonito.s ou esculpindo
atléticos.
^
íum-se, então, desabafos como e t.. _. A gente aqui balhar como na
tar que venham por a
nossas terras. Por
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Os santos são màsculamcnte
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aos beirais acolhedores, janelas tipo "standard" ao invés das antigas "gui
sc, bem ao centro, a secular matriz, eni
lhotinas" que .se harmonizavam na aus
cuja
construção: 1761. E".idêntica aos vellios
poràdicamente e vivem o resto do tem-
do o litoral. Não excede trezentos qui
tera simplicidade das linhas antigas. O velho convento fica no alto, no pín-
templos de todo o litoral,
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lômetros de extensão. Começa no alto
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r-f>rrn
na solidão
T
Serrarias Almeida Porto S/A MADEIRAS
TELHADOS
1 a
ESQUADRIAS
í;
CAIXAS SOALHO
DE
TACOS
ssí bUSI
SERRARIA JAGUARÉ — Pres. Allino — Esí. de SSo Paulo
SERRARIA PARAGUAÇU — Paraguaçu Paulista — Est. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Rolandia — EsL do Paraná
SERRARIA STA. GtnLHERMINA — Arapongas — Est. do Paraná Escritório central
Rua Mons. Andrade, 318 Caixa Postal 792
SERRARIA ALIANÇA ~
intoma)
Endereço telegraflco:
SAO PAULO
"MADEIHAL'
Os trabalhos complexos do Ministério da Fazenda sâo simplificados e facilitados
por MÁQUINAS BURROUGHS!
EMPRESA
por todo o Brasil, nos ministérios e repar
dade, há mais de 60 anos famosas ei* todo
tições públicas, em grandes e pequenos
o mundo.
estabelecimentos industriais e comerciais, milhares de Máquinas Burroughs se en
Precisas e fáceis de operar, as Máquinas Burroughs economizam também tempo e
contram em trabalho.
trabalho. E são, por tudo Isso, vitais para
Há mais de 400 modelos Burroughs pai'a
qualquer organização moderna onde se lide
diferentes finalidades. Contabilidade, es
DE
tatística, faturamento, folhas de paga
mento, inúmeros serviços realizam-se com
Transportes Minas Gerais Lida. RIO DE JANEIRO: RUA SAO JANUÁRIO. 74 ★ FONE: 28-3377 SAO PAULO: RUA HIPÓDROMOi, 1465 ★ FONE: 9-1111 BELO HORIZONTE: RUA ARAPÉ, 115 * FONE: 2-7347
NITERÓI; TRAVESSA LUIZ PAULINO. 29 ★
SANTOS; RUA VISCONDE DO RIO BRANCO. 12
★
FONE: 2-1355
FONE: 6-535 (Prov.)
grande rapidez e absoluta precisão com o auxílio dessas máquinas de extrema utili
com cifias. Simplificando os trabalhos de contabilidade e estatística, as Máquinas Burroughs são um elemento indispensável ao progresso e expansão do comércio e ao bom andamento dos serviços públicos.
CIA. BURROUGHS DO BRASIL, IIMC. Rio de Janeiro s Ruo VlBCondc de Inhuúmo,* 134-12." andur S. Paulo: Largo do Paissnndú. Sl-sobreloja ♦ Agcntca em lodo o Brnail llcpresentaatee em Portugal: Kobinson Bor<ÍBlcy & C". Ltd., Coi-. <io Sod<é, Lisboa. Máqnina» de «omar, calcular, de contabilidade e de. Míntíífírn • Cairax rpfíinirnilorait - Sorvido do Manutenção ■ Aresfáriou,
i
T
Serrarias Almeida Porto S/A MADEIRAS
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TACOS
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tições públicas, em grandes e pequenos
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Precisas e fáceis de operar, as Máquinas Burroughs economizam também tempo e
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trabalho. E são, por tudo Isso, vitais para
Há mais de 400 modelos Burroughs pai'a
qualquer organização moderna onde se lide
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i
DARIO DE ALMEIDA MAGALHÃES
VÍTOR NUNES LEAL
CIA.
UNIÃO
DOS
ADVOGADOS
REFINADORES — AÇÚCAR E CAFÉ -
X
FUNDADA EM 1910 CAPITAL: CrS 50.000.000,00 Rua Senador Dantas. 20
15.o andar — salas ISQ7/9
RIO DE JANEIRO
8. BORGES DE FIGUEIREDO, 237 CAIXA POSTAL, n.o G95 SÃO PAULO
Q-
♦♦ ♦«
éíAiãú'1
Refinaria de Açúcar
TODOS bons produtos são imitados, mas omq imitação
Torrefação e Moagem
é sempr® uma imitação e nunco
de Café
ginal. "PARQUETINA" está
noderé superar o produto ori
sendo imitada^ mas nunca igua
lada/ montem o seu renome ha ♦♦ ♦♦
FRANCISCO
APRÍGIO
DOS
CAMPOS
SANTOS
ADVOGADOS
diretoria José Ferraz de Camargo
Comp. QtfiHict "OUAS INCORiS*"
Mário d'Almeida
Caixa Postal SI 41
íris Miguel Rolundo Armando Pereira Viariz Rua Araújo Pôrlo Alegre, 70 — Salas 318/319 Telefone: 42-9110 — RIO DE JANEIRO
yó anos. E' a única verdadeira céra períeita para um lar n»* derno e elegante.
Hanns Malt
José Antônio Rosas
SAO PAULO
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Mário d'Almeida
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íris Miguel Rolundo Armando Pereira Viariz Rua Araújo Pôrlo Alegre, 70 — Salas 318/319 Telefone: 42-9110 — RIO DE JANEIRO
yó anos. E' a única verdadeira céra períeita para um lar n»* derno e elegante.
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José Antônio Rosas
SAO PAULO
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SUMARIO
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ção, o Digesto Ecoxómico, dando aos s us
leitores U7n panorama mensal do mundo dos ■negócios, circula numa classe de alto V c;t
aquisitivo e elevado padrão de vida- ^
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razões, os amincios inseridos no
A balança "^'^ària e o problema do crédUo ^breu A rôfornta ^^""borracha .inlética - S. Fro^ de ^re^ 6 pVlVólao o ^-^õnVoWim"onto da África — ^-"íJiVeg ".T"'. ^ i Os planou »J5 pla_^B -- e -a economici ^conoml^mod^rnA luuutjiaa. — __ jj. oariDaiui __ Garibaldl I-ord Kern^Ace da situaç&o mundial ^ Roberto Pinto de Soma
O BrasU^n.
Basaa pa^L^?gamxaç&o o técnica Menlalidado, o\9^ _ Carlos Alberto
NÓMico são lidos, invariàvelmerríe, vável comprador.
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política W^^fcaíeeiros - da FUosoi interesses gajbosa.donopais mundo í^osição de ^"iutica — Roland Corbisier ^«nsclência P^Munidpal — Planes EdiUcios
Esta revista ó publicada mensalmente pt^
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Bolívia - Geraldo O
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