DIGESTO ECONÔMICO, número 65, abril 1950

Page 1

PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR NO

DICESTO

nOMico Preciso nas informações, sóbrio e- objetivo noy comentários, cômodo e elegante na apresenta

ção, o Dicesto Econóauco, dando aos setts

leitores um panorama mensal do mundo dos

negócios, circula numa classe de alto poder

sumario o Brasil cria uma frota de petroleiros — Richard Lewinsohn

aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essas

Rochas baaállicas, como fator dc riqueza — S. Fróes de Abreu A economia baiana — Miguel Calmon Haverá nova super-produçao de algodão? — J. Garibaldi Dantas

razões, os anúncios inseridos no Dicesto Eco-

Alqumas diretrizes necessárias à industrialização no após-guerra —

!!'!!!!!!!!!

li-^ • 17-^ 23>V

Conceito do conjuntura econômica — Roberto Pinto de Sousa

30// ■

NÓMico são lidos, invariàvelmeníe, por um pro. vável comprador.

^ . Os bens dos súditos do eixo — Raul Fernandes

OBV

Esta revista é publicada mensalmente pela Editôra Comercial Lida., sob os ausjncios da Asso

Perfil de um publicista — Antonio Gontijo de Carvalho

Itr

O plano qüinqüenal argentino — Geraldo O. Banaskiwitz

82//

//-

Aldo Mário de Azevedo

As areias monaziticas — Horácio Lafor Causas e conseqüências da fuga para o litoral — Bezerra de Freitas

^

Produtos brasileiros no mercado internacional — Cera de Carnaúba — Dorival Teixeira Vieira

/:

SS-W 95-vJ

ciação Comercial de São Paulo e da Federação

A abolição e a estrutura econômica do Brasil — Nelson Werneck Sodré

do Comércio do Estado de São Paulo.

Rui e a abolição — Américo Jacobina Lacombe

lOS'/ ^

Rui Barbosa, ministro da Fazenda — Cândido Mota Filho

12o/

Keynes o a economia moderna — Djacir Menezes

100

História das idéias políticas — O movimento emancipador —

Otávio Tarquínio de Sousa 123«

EDITORA

'

SQV 71'/

COMERCIAL

A pecuária — Pimentel Gomes

130'

Túmulo aberto de gente viva — Barres Ferreira

135 ^

LIMITADA

RUA BOA VISTA. 51. 9.0 ANDAR - TEL. 3-1112 - RAMAL 13 - SAO PAULO I

I «.O 65 — ABRIL DE 1950 — ANO VI


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O DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ Â VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 5,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.

Agenis Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o ondcx Rio de Janeiro

&

Alagoai: Manuel Espíndola, Praça Pe dro U, 49. Maceió.

Amasonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.

Paraná: J. Ghiagnone. Rua 19 de No vembro, 423. Curitiba. Pernambuco:

Fernando

Chinaglia,

Rua do Imperador, 221, 3.o andar. Recife.

Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia.. R, Saldanha da Gama, 6, Salvador.

Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.

Ceará; J. Alaor de Albuquerque fie Cia. Praça do Ferreira. 621, Fortaleza.

Rio de Janeiro; Fernando Chinaglia. Av. Presidente Vargas, 502, 19.o

a u

andar.

Espirito Santo: Viuva CopoUlo fie Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro. 361,

Rio Grande do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal.

Vitória.

Goiás: João Manarino, Rua Setenta A. Goiânia.

Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua

7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Maranhác:

Livraria Universal, Rua

João Lisboa, 114. São Luiz.

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro &

Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.

Pará: Albano H. Martins fie Cia.. Tra

vessa Campos Sales, 85/89, Belém. •Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.

construção, contribuindo para engran

Santa Catarina: Pedro Xavier Sc Cia.. Rua Felipe Schmidt, 8, Florianóp.

Enquanto a população aumenta acen tuando o nosso índice de vitalidade, as

São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via

construções aceleram seu ritmo, desde

decer e aformosear a Capital e o País, Estamos aptos a construir em qualquer

duto Santa Eflgênia, 281, S. Paulo.

a pequenina casa longínqua do operário

ponto do território nacional.

Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua

até o imponente arranha-céu. Nossos técnicos, artistas e operários têm con

João Pessoa, 137, Aracaju.

Território do Acre: Dlógenes de Oli veira, Rio Branco.

CONSTRUTORA E COMERCIAL

n. DE MORBES S.ü.

tribuído em todos os setores dessa expansão, contando-se por centenas os

Engenharia - Arquitetura • Construções

edifícios de classe de nossa autoria e

Rna Libero Badarb, 158 • 16.0 • Telefone 2-6539


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Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o ondcx Rio de Janeiro

&

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Amasonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.

Paraná: J. Ghiagnone. Rua 19 de No vembro, 423. Curitiba. Pernambuco:

Fernando

Chinaglia,

Rua do Imperador, 221, 3.o andar. Recife.

Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia.. R, Saldanha da Gama, 6, Salvador.

Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.

Ceará; J. Alaor de Albuquerque fie Cia. Praça do Ferreira. 621, Fortaleza.

Rio de Janeiro; Fernando Chinaglia. Av. Presidente Vargas, 502, 19.o

a u

andar.

Espirito Santo: Viuva CopoUlo fie Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro. 361,

Rio Grande do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal.

Vitória.

Goiás: João Manarino, Rua Setenta A. Goiânia.

Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua

7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Maranhác:

Livraria Universal, Rua

João Lisboa, 114. São Luiz.

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro &

Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.

Pará: Albano H. Martins fie Cia.. Tra

vessa Campos Sales, 85/89, Belém. •Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.

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Enquanto a população aumenta acen tuando o nosso índice de vitalidade, as

São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via

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decer e aformosear a Capital e o País, Estamos aptos a construir em qualquer

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a pequenina casa longínqua do operário

ponto do território nacional.

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ir.-^

MATRIZ:

CÓDIGOS

Rio de Janeiro

Benlley's, A. B. C. Sth.,

FILIAIS;

Acme, Mascote 1.^ e 2.*,

Saníos

Ribeiro, Borges e

Belo Horizonte

Particulares.

Rua Miguel Carlos, 67. SÃO PAULO

BRASIL

End. Telegr.; "Betha" - Tel.; 4-5181 (Rede Interna) - Cx. P., 3281

na vida não há rf seguncla época

CEREAIS — MADEIRAS — SEGUROS

IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES

BANCO CRUZEIRO 00 SUL DE SÃO PAULO S. A.

não ha dessas chances. Por Isso,

CAPITAL E RESERVAS: 54.000.000,00

vemos como é importante o

MATRIZ — SAO PAULO RUA

DA

QUITANDA

14 4

End. Telegr.: "BANCRUZE" TEL. 6-7157 — 58 — 53 — 50 — com Ramais internos FILIAL: RIO DE JANEIRO RUA

DA

A 2a. época é uma grande Instituição. No vida, no-entretanto,

CANDELARIA,

4

AGÊNCIAS

Avaré — Central (H. Sto. André - Capital) — Cerqueira César — Conchas — Fartura — Franca — Gália — Garça — Herculândia — Ipauçú — Ipiranga

(Capital) — Leme — Miguelónolis — Mogí das Cruzes — Patrocínio do Sapucai Penha (Capital) — Pinheiros (Capital) — Pirajui — Pompéia — Presidente Bernardes — QuLnlana — Rancharia — Santo Amaro (Capital) —

aproveitamento dos estudos Nos aulas práticas, verifiquem as qualidades de funcionamento

das máquinas AIlis-Chalmers que sempre lhes garantirão distinção.

No Futura vida ogricolo, SOTEMA estará âs suas ordens para toda a

assistência que lhe possa ser utlI.

Santos. Escritórios:

Guarulhos — Itapecerica da Serra — Mandurl e PongaL Em vias de abertura:

Belém — Jabaquara — Tucuruvi — São Caetano do Sul BONS

SERVIÇOS

BANCÁRIOS

SOCIEDADE TÉCNICA DE MATERIAIS LTDA.

SOTEIMA

SÂO PAULO: Rua Libero Badoró, 92 — Tel. 3-4136 CURITIBA: Avenida João Pessoa, 103


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14 4

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lonr

oium EcniiiíMico

O Brasil cria uma frota de petroleiros

9 MUKQO DOS HECÚCiOS lUM PlHORUl UERSIl Pubficado «ob oi oaip/c/o* do

Richard Lewinsohn

assaciQClO COMERCIUOE SÍO PAULO

flOERACtO DO COMERCIO DO

Diretor:

Antonlo Gonlijo de Carvalho

O Digesto Ecouòmioo publicará no próximo número: CAIXA DE CONVERSÃO - Dario de

O Digesto Econâmleo< órgSo de in formações econômicas e financei

Almeida Magalhães,

ras. é publicado mensalmente pela Editora Comercial Lida.

COMÉRCIO INTERNACIONAL - Roberto Pinto de Souíui.

A. direção nao se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

PRODUTOS BRASILEIROS NO MER

CADO INTERNACIONAL - Dorival Teixeira Vieira.

Na transcrlç&o de artigos pede-se citar o nome do Dlgesto

NOÇÕES GERAIS SÕBRE O IMPôS-

Econômico.

TO — José Luiz de Almeida Nogueira Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras. ASSINATURAS:

(registrado)

possuindo frota de dois e meio milhões do toneladas. A quase totalidade dessas

o seu dinheiro na foragem onde a pos

duas frotas consistia em navios-tanques,

sibilidade de sucesso era, na melhor das

Cr$ 50,00

Cri 58.00

Número do mês:

Cr$

5.00

Atrasado:

Cr$

8.00

Redação a Administração: viaduto Boa Vista, *7 - 7.o andar IsL «-74I8 — Caixa Postal, 340-B São Paulo

destinados a transportar o petróleo cru extraído dos campos petrolíferos de.ssas companhias c de suas subsidiárias ás suas próprias refinarias ou a refinarias

cats", aventureiros que arriscavam todo

hipóteses, de 1 para 4. Êles próprios limitavam-se à organização do transpor

te, da refinagem e da distribuição, en trando na produção somente quando a.

cio terceiro.?, e o petróleo refinado aos

existência de ricos depósitos — não nu

países e localidades consumidores.

ma região mas num determinado ponto

A posição das grandes companhias no transporte não é uniforme. Parcial mente, transportam o petróleo, oriundo de seus depósitos subterrâneos e refina do por elas, a fim de distribuí-lo aos

— ficava comprovada. Foi desta maneira que procedeu John

países consumidores, como é até agora a regra para o Brasil; parcialmente, o

transporte marítimo abrange os produ tos derivados, mas a atividade das com que; parcialmente, como ocorre na maio

Dlgesto Econômico

A produção de

petróleo em terrenos novos sempre foi

navegação, e sim a duas companhias de petróleo — a "Standard Oil Co. of New Jersey" e a "Shcll", cada uma

panhias termina no porto de desembar

Porto.

ção hoje existente.

— no passado mais ainda do que hoje — um empreendimento caro e muito es peculativo, e os homens^ mais sensatos preferiam deixari essa parte aos "wild

tenciam mais ãs grandes companhias de

Dlrelor superintendente: Marlim Aífonso XaTler da Silveira

"

lÁ antes da segunda guerra mundial, a.s maiores frotas mercantes não per

ESTADO DE StO PAULO

Ano (simples)

1

ria dos países europeus, é apenas trans portado o petróleo cru, e a distribuição fica com outras organizações. Em todo caso, as grandes companhias petrolífe ras funcionam sempre em ampla escala como armadores, e com boa razão, pois

o transporte do petróleo e dos seus de rivados é um negócio lucrativo e relati vamente seguro.

Para várias das maiores companhias

petrolíferas, o transporte de petróleo foi o ponto de partida de toda a organiza

D. Rockefeller ao criar, já quase um

século atrás, a primeira grande organiza

ção de petróleo nos Estados Unidos,

que ulterionnente se transformou na "Standard Oil". O segundo grande gru po mundial, a "Shell", saiu diretamente de negócios de transporte. Seu núcleo foi a "Shell Transport and Trading Co.", fundada em fins do século passado

pelo inglês Marcus Samuel que, alguns anos mais tarde, ligou sua empresa a

uma companhia holandesa de petróleo, a "Royal Dutch". * * *

A política brasileira de petróleo que visa primeiro à criação de uma frota nacional de petroleiros e de refinarias no próprio país, antes da exploração das suas principais reser\'as petrolíferas,


lonr

oium EcniiiíMico

O Brasil cria uma frota de petroleiros

9 MUKQO DOS HECÚCiOS lUM PlHORUl UERSIl Pubficado «ob oi oaip/c/o* do

Richard Lewinsohn

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Diretor:

Antonlo Gonlijo de Carvalho

O Digesto Ecouòmioo publicará no próximo número: CAIXA DE CONVERSÃO - Dario de

O Digesto Econâmleo< órgSo de in formações econômicas e financei

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A. direção nao se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

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CADO INTERNACIONAL - Dorival Teixeira Vieira.

Na transcrlç&o de artigos pede-se citar o nome do Dlgesto

NOÇÕES GERAIS SÕBRE O IMPôS-

Econômico.

TO — José Luiz de Almeida Nogueira Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras. ASSINATURAS:

(registrado)

possuindo frota de dois e meio milhões do toneladas. A quase totalidade dessas

o seu dinheiro na foragem onde a pos

duas frotas consistia em navios-tanques,

sibilidade de sucesso era, na melhor das

Cr$ 50,00

Cri 58.00

Número do mês:

Cr$

5.00

Atrasado:

Cr$

8.00

Redação a Administração: viaduto Boa Vista, *7 - 7.o andar IsL «-74I8 — Caixa Postal, 340-B São Paulo

destinados a transportar o petróleo cru extraído dos campos petrolíferos de.ssas companhias c de suas subsidiárias ás suas próprias refinarias ou a refinarias

cats", aventureiros que arriscavam todo

hipóteses, de 1 para 4. Êles próprios limitavam-se à organização do transpor

te, da refinagem e da distribuição, en trando na produção somente quando a.

cio terceiro.?, e o petróleo refinado aos

existência de ricos depósitos — não nu

países e localidades consumidores.

ma região mas num determinado ponto

A posição das grandes companhias no transporte não é uniforme. Parcial mente, transportam o petróleo, oriundo de seus depósitos subterrâneos e refina do por elas, a fim de distribuí-lo aos

— ficava comprovada. Foi desta maneira que procedeu John

países consumidores, como é até agora a regra para o Brasil; parcialmente, o

transporte marítimo abrange os produ tos derivados, mas a atividade das com que; parcialmente, como ocorre na maio

Dlgesto Econômico

A produção de

petróleo em terrenos novos sempre foi

navegação, e sim a duas companhias de petróleo — a "Standard Oil Co. of New Jersey" e a "Shcll", cada uma

panhias termina no porto de desembar

Porto.

ção hoje existente.

— no passado mais ainda do que hoje — um empreendimento caro e muito es peculativo, e os homens^ mais sensatos preferiam deixari essa parte aos "wild

tenciam mais ãs grandes companhias de

Dlrelor superintendente: Marlim Aífonso XaTler da Silveira

"

lÁ antes da segunda guerra mundial, a.s maiores frotas mercantes não per

ESTADO DE StO PAULO

Ano (simples)

1

ria dos países europeus, é apenas trans portado o petróleo cru, e a distribuição fica com outras organizações. Em todo caso, as grandes companhias petrolífe ras funcionam sempre em ampla escala como armadores, e com boa razão, pois

o transporte do petróleo e dos seus de rivados é um negócio lucrativo e relati vamente seguro.

Para várias das maiores companhias

petrolíferas, o transporte de petróleo foi o ponto de partida de toda a organiza

D. Rockefeller ao criar, já quase um

século atrás, a primeira grande organiza

ção de petróleo nos Estados Unidos,

que ulterionnente se transformou na "Standard Oil". O segundo grande gru po mundial, a "Shell", saiu diretamente de negócios de transporte. Seu núcleo foi a "Shell Transport and Trading Co.", fundada em fins do século passado

pelo inglês Marcus Samuel que, alguns anos mais tarde, ligou sua empresa a

uma companhia holandesa de petróleo, a "Royal Dutch". * * *

A política brasileira de petróleo que visa primeiro à criação de uma frota nacional de petroleiros e de refinarias no próprio país, antes da exploração das suas principais reser\'as petrolíferas,


1 Dioksto Econômico

' Dioicsto Econômico

como se vê, nada tem de inédito e

Vários países, tais como a Xoiueg.%

de audacioso. Está baseada na expe riência e na tradição da indústria pe

e a Suécia, que não pos'uetn fontes de

trolífera.

território nacional, especializaram-se co

A frota mundial de petroleiros

De fato, a maioria dos países econo micamente avançados já criou, nas úl timas décadas, suas próprias frotas de petroleiros — independentemente do fato de possuírem ou não no país, nas colô nias ou, sob seu contrôle financeiro, em

produçãí), nem dentro nem hira de seu

Brasil China

caratcrístico da CNoliição recente ó. po

Poitiigal

rém, a tendência do todo.s os países avan çados em Iran.sportar em seus próprios

Finlândia Grécia

navios o petróleo cni oti refinado de que necessitam. Gom outras pahu-ras, é o consumo é não a produção que determi

os Estados Unidos e a Inglaterra — pos

rante a guerra c nos primeiros ano.s de

suem também as maiores frotas, no con

após-guerra exigiu um forte aumento do navios-tanqucs. Malgrado as perdas

frotas dos outros países segundo o con trôle financeiro, pois muitos navios na vegando sob outras bandeiras pertencem

Tonelagem de carga

navios

em l.OOO toneladas

Bélgica

98 58

57 46 45 44 39 33 21

4

6 4

5

Uruguai Honduras

2 2

Suíça

2

17 11

Ciiilc

na, cada vez mais, a bandeira dos pe troleiros.

ainda maior se .se discriminassem as

Número de

24 5 7

Venezuela

mo armadores de petroleiros c transpor tam sob sua bandeira petróleo por conta de terceiros, em grande quantidade. O

terceiros países, campos petrolíferos. Decerto, os dois países que controlam a maior parte da produção mundial —

junto, cerca de dois terços da tonelagem mundial de petroleiros, e essa parte seria

Países

70^ dos óleos combustíveis — das Antilhas Holandesas, onde se encontram as

As necessidades do Brasil

O enorme acréscimo do consumo du

consideráveis causadas pela guerra sub marina, a frota mundial de petroleiros

pa.s.sou, de 1939 a 1948, de 17 milhões de toneladas para 23,8 milhões, c atual mente a tonelagem mundial deveria

A posição do Brasil era, como mostra

O quadro acima, bem módica.

Entre

os países armadores de petroleiros, o Brasil figurava no 16.°» lugar, com 7 navios de uma • capacidade global de 57.000 toneladas apenas — tonelagem completamente inadequada ao nosso consumo que, já na época, alcançava 3,2

grandes refinarias que destilam o pe tróleo cru da Venezuela. O restante provém do países da mesma região, em particular da Venezuela, de Trinidad e

dos Estados Unidos, quer dizer de paí ses distantes 5.000 a 7.000 quilômetros

dos principais centros de consumo — São Paulo e Distrito Federal. Para esta

a subsidiários dos grandes grupos nor

ter ultrapassado 25 milhões. O quadro

milhões de toneladas ao ano. Também

te-americanos e inglêses.

seguinte mostra a distribuição, segundo os países da bandeira, da frota mundial de petroleiros, existentes em 1948: Tonelagem de carga Número de

a quantidade dos navios deixava muito

média, de 6 dólares por tonelada.

a desejar. A maioria constituída de ta

despesa com a importação de 3.248.000 toneladas de petróleo em 1948 atingiu, por conseguinte, quase 20 milhões de dólares, ou sejam 17%

.Mas, fica

ainda apreciável parcela fora do do mínio deles.

Países

navios

em 1.000 toneladas

Estados Unidos

772

10.857

Inglaterra Norueg'^ ....

482 188

5.139

Panamá

157

Holanda

....

84.

Argentina

30 44 43 29

Siiécí".

França Itália Rússia

24

Espanha

21

Dinamarca ... México ......

11 12

2.407 1.976

571 506

manho pequeno e de construção velha,

utilizável apenas para a cabotagem. Pràticamente, a totalidade

do petróleo de que ó país precisava devia, portanto, ser importada

erh navios estrangeiros. O custo desse trans

distância, o custo do transporte é, eiri A

da despesa total com a importação de produtos

petrolíferos, que se ele vou

no

mesmo ano

a

2.129 milhões de cru-

zeiroâ, ou sejam 115

50-''

porte é muito elevado e constitui um encargo

435

pesado para a balança

■ Nos primeiros

231 219

de pagamentos, pois é

meses de 1949, a im

pagável em dólares. O

portação dos diversos produtos petrolíferos —

178 149 117

Brasil recebe seu pe tróleo na maior parte — 80^ da gasobna e

milhões de dólares.

dez

gasolina, Fuel e Diesel, lubrificantes e querose-

J


1 Dioksto Econômico

' Dioicsto Econômico

como se vê, nada tem de inédito e

Vários países, tais como a Xoiueg.%

de audacioso. Está baseada na expe riência e na tradição da indústria pe

e a Suécia, que não pos'uetn fontes de

trolífera.

território nacional, especializaram-se co

A frota mundial de petroleiros

De fato, a maioria dos países econo micamente avançados já criou, nas úl timas décadas, suas próprias frotas de petroleiros — independentemente do fato de possuírem ou não no país, nas colô nias ou, sob seu contrôle financeiro, em

produçãí), nem dentro nem hira de seu

Brasil China

caratcrístico da CNoliição recente ó. po

Poitiigal

rém, a tendência do todo.s os países avan çados em Iran.sportar em seus próprios

Finlândia Grécia

navios o petróleo cni oti refinado de que necessitam. Gom outras pahu-ras, é o consumo é não a produção que determi

os Estados Unidos e a Inglaterra — pos

rante a guerra c nos primeiros ano.s de

suem também as maiores frotas, no con

após-guerra exigiu um forte aumento do navios-tanqucs. Malgrado as perdas

frotas dos outros países segundo o con trôle financeiro, pois muitos navios na vegando sob outras bandeiras pertencem

Tonelagem de carga

navios

em l.OOO toneladas

Bélgica

98 58

57 46 45 44 39 33 21

4

6 4

5

Uruguai Honduras

2 2

Suíça

2

17 11

Ciiilc

na, cada vez mais, a bandeira dos pe troleiros.

ainda maior se .se discriminassem as

Número de

24 5 7

Venezuela

mo armadores de petroleiros c transpor tam sob sua bandeira petróleo por conta de terceiros, em grande quantidade. O

terceiros países, campos petrolíferos. Decerto, os dois países que controlam a maior parte da produção mundial —

junto, cerca de dois terços da tonelagem mundial de petroleiros, e essa parte seria

Países

70^ dos óleos combustíveis — das Antilhas Holandesas, onde se encontram as

As necessidades do Brasil

O enorme acréscimo do consumo du

consideráveis causadas pela guerra sub marina, a frota mundial de petroleiros

pa.s.sou, de 1939 a 1948, de 17 milhões de toneladas para 23,8 milhões, c atual mente a tonelagem mundial deveria

A posição do Brasil era, como mostra

O quadro acima, bem módica.

Entre

os países armadores de petroleiros, o Brasil figurava no 16.°» lugar, com 7 navios de uma • capacidade global de 57.000 toneladas apenas — tonelagem completamente inadequada ao nosso consumo que, já na época, alcançava 3,2

grandes refinarias que destilam o pe tróleo cru da Venezuela. O restante provém do países da mesma região, em particular da Venezuela, de Trinidad e

dos Estados Unidos, quer dizer de paí ses distantes 5.000 a 7.000 quilômetros

dos principais centros de consumo — São Paulo e Distrito Federal. Para esta

a subsidiários dos grandes grupos nor

ter ultrapassado 25 milhões. O quadro

milhões de toneladas ao ano. Também

te-americanos e inglêses.

seguinte mostra a distribuição, segundo os países da bandeira, da frota mundial de petroleiros, existentes em 1948: Tonelagem de carga Número de

a quantidade dos navios deixava muito

média, de 6 dólares por tonelada.

a desejar. A maioria constituída de ta

despesa com a importação de 3.248.000 toneladas de petróleo em 1948 atingiu, por conseguinte, quase 20 milhões de dólares, ou sejam 17%

.Mas, fica

ainda apreciável parcela fora do do mínio deles.

Países

navios

em 1.000 toneladas

Estados Unidos

772

10.857

Inglaterra Norueg'^ ....

482 188

5.139

Panamá

157

Holanda

....

84.

Argentina

30 44 43 29

Siiécí".

França Itália Rússia

24

Espanha

21

Dinamarca ... México ......

11 12

2.407 1.976

571 506

manho pequeno e de construção velha,

utilizável apenas para a cabotagem. Pràticamente, a totalidade

do petróleo de que ó país precisava devia, portanto, ser importada

erh navios estrangeiros. O custo desse trans

distância, o custo do transporte é, eiri A

da despesa total com a importação de produtos

petrolíferos, que se ele vou

no

mesmo ano

a

2.129 milhões de cru-

zeiroâ, ou sejam 115

50-''

porte é muito elevado e constitui um encargo

435

pesado para a balança

■ Nos primeiros

231 219

de pagamentos, pois é

meses de 1949, a im

pagável em dólares. O

portação dos diversos produtos petrolíferos —

178 149 117

Brasil recebe seu pe tróleo na maior parte — 80^ da gasobna e

milhões de dólares.

dez

gasolina, Fuel e Diesel, lubrificantes e querose-

J


Dic;i-sto Econó.níiço

ne — já atingiu 2.828 mil toneladas, o que faz prever, para o ano todo, uma importação de 3,4 milhões de tonela

das, e uma despesa com o transporte acima de 20 milhões de dólares.

Sem

dúvida, o consumo e a importação de petróleo, enquanto não houver grande acréscimo da produção nacional, con

tinuarão aumentando. Consequentemen te, precisa-se contar com uma de.spesa crescente para o transporte.

Êsse fator é, em st mesmo, um argu mento dos mais fortes para justificar a

criação de uma frota nacional de pe troleiros, que possa suprimir ou reduzir a despesa em divisas para êsse fim. Além dis.so, existem outras razõe.s, não menos importantes. A falta de petro

leiros era, durante a guerra, a princi pal causa da escassez de petróleo no Brasil. . A matéria-prima também era

imediata dc uma fruta de petroleiros. A aquisição de na\ií).s-tan'iues não deve ria ser adiada até realizar-se a produ ção nacional de petróleo em grande escala, nem até clu-gar-se ao funciona

mento completo da grande refinaria, cuja conslnição e instalação demanda rão pelo menos 3 a 4 anos. Em par

9

Dir.i-.iiro Econômico

extraordinária do primeiro trimestre de

mitadas a um só país.

Foi uma con

1949.

corrência internacional.

Todas as em

A lei foi sancionada em 13 de

março do mesmo ano, e entrou, sob d número 650, nos anais da história eco nômica do Brasil.

Em comparação com o original cK)nsubstanciado no Plano SALTE, a lei

n." 650 acusa algumas alterações impor

meios fixados em 1.178 milhões de cru

zeiros, pareceu indispen.sável limitar a tonelagem da frota de petroleiros a um

como também as condições das firmas construtoras foram nitidamente favorá

em dólares. O custo dos investimentos

mínimo de 180.000 toneladas de carga.

veis à realização do programa brasileiro.

iniciais não ultrapassa a capacidade do Brasil; absorvo apenas uma parte módi ca das reservas cambiais existentes cm libras, coroas .suecas, coro:is dinamar

Êsse total devia ser distribuído em 10

Mostrou-se que tanto o momento quauto

petroleiros de 16.500 toneladas cada

o lugar da concorrência foram bem es

um, e o restante numa série de pequenos

colhidos. A desvalorização da.libra, da

petroleiros, de 1.200 a 2.000 toneladas

coroa sueca e das outras moedas euro

quesas, francos belgas o oulnis moedas

cada um, para a c:ibotagem.

tantes.

Para realizar os vários projetos

reunidos nesta lei — entre outros a cons

trução da grande refinaria de petróleo para 45.000 barris diários — com os

paíse.s que possuem grandes estaleiros para a construção de na\'ios-tanqnes.

Já poucas semanas após a sanção da

O Plano SALTE, no seu anexo 4 ~

lei n.° 650, foi nomeada uma comissão

dústria e de seus transportes rodoviários

Subsctoi" Petróleo — ja contem o es.i^en-

para a aquisição de petrcdeiros, sob a

em combustíveis e gasolina teria sido muito mais fácil. Ora, em tempo de pa* também, uma frota petroleira pró pria é elemento de segurança que prote ge o país contra altas demasiadas no mercado de fretes, contra represálias ou Outras discriminações, que os armadores

cial do programa agora em execução.

presidência do engenheiro Mario Bitton-

O programa a respeito diz textualmente: "Aquisição de 15 petroleiro.^ de 15.000

couri Sampaio, diretor-geral do D.A.S.P. e coordenador do Plano SALTE.

tonelada.s- cada um, ou tonclagem lotai

preparativos, em particular os estudos

equivalente. Orçamento: 700 milbõcs

do mercado de petroleitos, já antes ini ciados, foram intensificados e conduzi ram à constatação que a Suécia ofere cia as melhores condições para a rapida realizaçiio do programa brasileiro. De

de cruzeiro.s."

Quando os debates sobre o Plano

estrangeiro.^ poderiam aplicar, sob qual

SALTE no Congres.so se prolongaram, o

quer pretexto em prejuízo da economia

Executivo considerou indisponsáxel se

Plano SALTE e Lei n.° 650 Tais considerações determinaram, aos autores do Plano SALTE, o propósito

do dar, dentro do plano econômico geral, um lugar de destaque à criação

parar os projetos mais nrèentcís — e entro êles o programa dos ptiroleiros — do plano geral, para acelerar execução, destes. Assim, a aquisição de navios petroleiros, junto com a construção de refinarias de petróleo e de 90 locomo tivas, foi incorporada em projeto de lei. que o Congresso votou na sua sessão

péias possibilitou grande redução de pre ços, calculados em cnizeiros. Os gran des navios de 16.500 toneladas que ain

não conversíveis, mas utilizáveis em

nacional.

O afluxo à concorrência ultrapassou

petroleiros c possí\'el em moedas com pensadas, que o Bra.sil as possui em grande quantidade, enquanto que a des pesa com o transporte de petróleo em navio-: estrangeiros deve ser efetuada

ticular, a situação cambial exige umq solução sem demora. A aqiii.'-ição dos

escassa, mas não na mesma proporção

próprios, o abastecimento de sua in

mundo inteiro o programa brasileiro en controu o mais vivo interesse.

todas as e.xpectativas. Os maiores esta leiros enviaram seus representantes a Estocolmo. Doze países participaram da concorrência, entregando 106 ofertas. Não somente a quantidade das ofertas

que oa meios de transporte. Se o Brasil

tivesse, à sua di.sposição, petroleiros

baixadas e legações brasileiras nos países construtores dixailgaram as condições, e pode-se dizer, sem exagero, que no

A execução do programa

Os

da custavam, pouco meses antes, o equi

valente a três milhões de dólares, foram

oferecidos a pouco mais de dois milhões,

e para os pequenos petroleiros a baixa dos preços ia até 50%. Os prazos de construção — questãp importantíssima para o Brasil — foram também mais convenientes do que na

época quando fora estabelecido o pro grama de compras. As grandes enco mendas de construção, que se acumu

acordo com os trabalhos preliminares,

laram nos primeiros anos de após-guerra, estavam praticamente e.xecutadas, os es

foi elaborado um edital — publicado a

taleiros têm, por conseguinte, mais es

5 de novembro de 1949 no Diário Ofi

paço disponível e podem iniciar imedia

cial — para uma concorrência pública a ser realizada em Estocolmo, na pre

tamente a construção dos navios brasi leiros. Assim, não é mais necessário re

sença dos membros da comissão, na

correr-se à aquisição de petroleiros já em

segunda quinzena de novembro de 1949.

serviço, como foi previsto no primeiro

Naturalmente, as ofertas não foram li

programa, elaborado em 1948.


Dic;i-sto Econó.níiço

ne — já atingiu 2.828 mil toneladas, o que faz prever, para o ano todo, uma importação de 3,4 milhões de tonela

das, e uma despesa com o transporte acima de 20 milhões de dólares.

Sem

dúvida, o consumo e a importação de petróleo, enquanto não houver grande acréscimo da produção nacional, con

tinuarão aumentando. Consequentemen te, precisa-se contar com uma de.spesa crescente para o transporte.

Êsse fator é, em st mesmo, um argu mento dos mais fortes para justificar a

criação de uma frota nacional de pe troleiros, que possa suprimir ou reduzir a despesa em divisas para êsse fim. Além dis.so, existem outras razõe.s, não menos importantes. A falta de petro

leiros era, durante a guerra, a princi pal causa da escassez de petróleo no Brasil. . A matéria-prima também era

imediata dc uma fruta de petroleiros. A aquisição de na\ií).s-tan'iues não deve ria ser adiada até realizar-se a produ ção nacional de petróleo em grande escala, nem até clu-gar-se ao funciona

mento completo da grande refinaria, cuja conslnição e instalação demanda rão pelo menos 3 a 4 anos. Em par

9

Dir.i-.iiro Econômico

extraordinária do primeiro trimestre de

mitadas a um só país.

Foi uma con

1949.

corrência internacional.

Todas as em

A lei foi sancionada em 13 de

março do mesmo ano, e entrou, sob d número 650, nos anais da história eco nômica do Brasil.

Em comparação com o original cK)nsubstanciado no Plano SALTE, a lei

n." 650 acusa algumas alterações impor

meios fixados em 1.178 milhões de cru

zeiros, pareceu indispen.sável limitar a tonelagem da frota de petroleiros a um

como também as condições das firmas construtoras foram nitidamente favorá

em dólares. O custo dos investimentos

mínimo de 180.000 toneladas de carga.

veis à realização do programa brasileiro.

iniciais não ultrapassa a capacidade do Brasil; absorvo apenas uma parte módi ca das reservas cambiais existentes cm libras, coroas .suecas, coro:is dinamar

Êsse total devia ser distribuído em 10

Mostrou-se que tanto o momento quauto

petroleiros de 16.500 toneladas cada

o lugar da concorrência foram bem es

um, e o restante numa série de pequenos

colhidos. A desvalorização da.libra, da

petroleiros, de 1.200 a 2.000 toneladas

coroa sueca e das outras moedas euro

quesas, francos belgas o oulnis moedas

cada um, para a c:ibotagem.

tantes.

Para realizar os vários projetos

reunidos nesta lei — entre outros a cons

trução da grande refinaria de petróleo para 45.000 barris diários — com os

paíse.s que possuem grandes estaleiros para a construção de na\'ios-tanqnes.

Já poucas semanas após a sanção da

O Plano SALTE, no seu anexo 4 ~

lei n.° 650, foi nomeada uma comissão

dústria e de seus transportes rodoviários

Subsctoi" Petróleo — ja contem o es.i^en-

para a aquisição de petrcdeiros, sob a

em combustíveis e gasolina teria sido muito mais fácil. Ora, em tempo de pa* também, uma frota petroleira pró pria é elemento de segurança que prote ge o país contra altas demasiadas no mercado de fretes, contra represálias ou Outras discriminações, que os armadores

cial do programa agora em execução.

presidência do engenheiro Mario Bitton-

O programa a respeito diz textualmente: "Aquisição de 15 petroleiro.^ de 15.000

couri Sampaio, diretor-geral do D.A.S.P. e coordenador do Plano SALTE.

tonelada.s- cada um, ou tonclagem lotai

preparativos, em particular os estudos

equivalente. Orçamento: 700 milbõcs

do mercado de petroleitos, já antes ini ciados, foram intensificados e conduzi ram à constatação que a Suécia ofere cia as melhores condições para a rapida realizaçiio do programa brasileiro. De

de cruzeiro.s."

Quando os debates sobre o Plano

estrangeiro.^ poderiam aplicar, sob qual

SALTE no Congres.so se prolongaram, o

quer pretexto em prejuízo da economia

Executivo considerou indisponsáxel se

Plano SALTE e Lei n.° 650 Tais considerações determinaram, aos autores do Plano SALTE, o propósito

do dar, dentro do plano econômico geral, um lugar de destaque à criação

parar os projetos mais nrèentcís — e entro êles o programa dos ptiroleiros — do plano geral, para acelerar execução, destes. Assim, a aquisição de navios petroleiros, junto com a construção de refinarias de petróleo e de 90 locomo tivas, foi incorporada em projeto de lei. que o Congresso votou na sua sessão

péias possibilitou grande redução de pre ços, calculados em cnizeiros. Os gran des navios de 16.500 toneladas que ain

não conversíveis, mas utilizáveis em

nacional.

O afluxo à concorrência ultrapassou

petroleiros c possí\'el em moedas com pensadas, que o Bra.sil as possui em grande quantidade, enquanto que a des pesa com o transporte de petróleo em navio-: estrangeiros deve ser efetuada

ticular, a situação cambial exige umq solução sem demora. A aqiii.'-ição dos

escassa, mas não na mesma proporção

próprios, o abastecimento de sua in

mundo inteiro o programa brasileiro en controu o mais vivo interesse.

todas as e.xpectativas. Os maiores esta leiros enviaram seus representantes a Estocolmo. Doze países participaram da concorrência, entregando 106 ofertas. Não somente a quantidade das ofertas

que oa meios de transporte. Se o Brasil

tivesse, à sua di.sposição, petroleiros

baixadas e legações brasileiras nos países construtores dixailgaram as condições, e pode-se dizer, sem exagero, que no

A execução do programa

Os

da custavam, pouco meses antes, o equi

valente a três milhões de dólares, foram

oferecidos a pouco mais de dois milhões,

e para os pequenos petroleiros a baixa dos preços ia até 50%. Os prazos de construção — questãp importantíssima para o Brasil — foram também mais convenientes do que na

época quando fora estabelecido o pro grama de compras. As grandes enco mendas de construção, que se acumu

acordo com os trabalhos preliminares,

laram nos primeiros anos de após-guerra, estavam praticamente e.xecutadas, os es

foi elaborado um edital — publicado a

taleiros têm, por conseguinte, mais es

5 de novembro de 1949 no Diário Ofi

paço disponível e podem iniciar imedia

cial — para uma concorrência pública a ser realizada em Estocolmo, na pre

tamente a construção dos navios brasi leiros. Assim, não é mais necessário re

sença dos membros da comissão, na

correr-se à aquisição de petroleiros já em

segunda quinzena de novembro de 1949.

serviço, como foi previsto no primeiro

Naturalmente, as ofertas não foram li

programa, elaborado em 1948.


Dicesto Econômico

Mantendo-se estritamente nos dispo sitivos da concorrência, a comissão bra

síveis : os suecos em coroas suecas, os ingleses em libras esterlinas, os holande

sileira inaugurou, ainda em Estocolmo, negociações diretas com as firmas que

ses e os japoneses cm cnr/.eiros. Todos

tinham feito as ofertas mais interessantes e conseguiu melhorar ainda mais as

dos já existentes nas respi-ctivas moedas,

condições para o Brasil. Desta maneira, podiam ser adquiridos no decorrer de poucas semanas 21 navios — 12 grandes e 9 menores — num total de 225.000

toneladas, com uma despesa muito in ferior à originalmente prevista. A Suécia fornecerá 6 navios de 16.500

toneladas cada um.

Um deles, cuja

ccnstnição estava precisamente termina

da no momento da concorrência, foi imediatamente entregue ao Brasil e re-

rebeu, num porto sueco, o nome de 'Presidente Dutra". Já fez, sob ban deira brasileira, sua primeira viagem ao Brasil, trazendo 15.000 toneladas de gasolina. A construção do.ç outros na vios suecos será terminada dentro de dois"anos.

As condições são semelhantes na In

glaterra, que nos fornecerá 4 navios, igualmente de 16.500 toneladas cada

Nem tim só dólar será empregado para êssü fim. Quando o dólar aparece nos contratos, figura apenas como moeda de

referência e não como meio de paga mento efetivo.

A .dc.spesa total com a afpiisição dessa

ta um papel de destaque no estudo dos fatores da produção nacional. Sua presença em grandes áreas do Brasil meridional facultou a formação dos solos

de 600 milhões do cnr/.eiros, equivalen tes a 33 milhões de dólares. Com essa frota poderão ser transportados, se não a

veram grandes culturas como a do café cola e a da uva — a maior das nossas

totalidade das importações de petróleo,

culturas de clima temperado.

pelo menos dois terços, ou sejam 2 mi lhões c 500 mil toneladas ao ano. Eco

nomizaremos anualmente cerca de 15 milhões de dólares efetivos. Quer dizer que, cm pouco mais de dois anos, tôda a despesa cm divisas .será amortiziida da forma mais favorável: i^agamos em moe das compensadas c guardamos a moeda dura e escassa, o dólar. Parte das eco

nomias feitas graças à redução do preços dos petroleiros será aplicada na aquisi

taleiros escoceses, perto de Glasgow.

paros.

para re

Dois navios, ainda- maiores, de 20.000

Em suma, o Brasil terá, num prazo

toneladas cada um, serão construídos na

bem' curto, uma frota de petroleiros mo-

vios serão pagos em moedas, não conver

r.ASALTo c uma rocha que represen-

mais férteis do País onde se desenvol

ção de um dique flutuante,

com entrega particularmente rápida. E preciso salientar que todos os na

S. Fróes Abreu

frota de 225.000 tí»ne]adas é de cerca

um, a serem construídos nos famosos es

Holanda, e nove pequenos petroleiros, de 2.000 toneladas cada um, no Japão,

As rochas basálticas como fator de riqueza

os pagamentos serão feitos mediante .sal

demíssimos, adequada às suas necessi

dades, com todo o equipamento auxiliar indi.spensável e, quanto ao custo, provà-

— a mais sólida fonte de produção agrí

mismo, mostrando a extensão das áreas

onde se podem encontrar terras boas, resultantes d<i decomposição de hasaltos e diabâsios.

Nenhuma outra rocha ou mineral con

Nem o ouro das betas do E.spinhaço,

nem os diamantes das chapadas do .ser tão, nem tampouco o ferro e o manga nês de Minas Gerais proporcionaram ao

Brasil elementos de riqueza comparáveis ao dos solos de terra-ro.xa, resultantes

da transformação dos lençóis de basalto

logias conseqüentes à identidade de origem. A área de derrames basúlticos, só no

sul do Brasil, abrange cerca de 900.000

km2; no seu todo alcança 1.200.000

kma, cobrindo também parte do leste

e das intrusões do diabásio, nos Esta

paraguaio e argentino e parte do oeste

dos do Sul.

do. Uruguai.

Em período geológico antigo,- no im* cio da era secundária, parte da Améri ca do Sul, onde hoje é a bacia do Prata, foi teatro de grande atividade ígnea. Derrames

consideráveis

de rochas

eruptivas cobriram a superfície e tam bém se intrometeram através das cama

velmente, será a frotn mais barata do

das profundas do solo, aí se resfriando lentamente.

O magma básico, expelido do interior

Figura entre as áreas de derrames basálticos maiores do mundo, sendo provàvehnente a maior de todas.

Conhecidas na literatura geológica

por trapp do Paraná, meláfiro, augitoporfiritas, basalto, basaltito, diabásio ou dolerito, de aCôrdo com os detalhes de estrutura e composição mineralógica, essas rochas eruptivas são pobres em süica e formadas por feldspatos calco-

diversas, ora ràpidamente, ora lenta

sódicos e minerais ferro-magnesianos. Merecem estudos detalhados e aten

mente e em espaço limitado, dando assim origem a rochas de textura di

cha-mater dos melhores solos, nas áreas

da crosta, consolidou-se em condições

ferente, de arranjo mineralógico va riável, mas no fundo gerando rochas que guardam entre si estreitas ana.v.

se, pois o texto, se bem. que condene o ufanismo dos brasileiros, prega sadio oti

tribuiu tanto para a riqueza do Brasil.

mundo.

. A-", ii.i

Èstc esttido do nosso eminente cola

borador lui de despertar grande interês-

ções especiais porque constituem a ro-

mais propícias ao povoamento do Brasil, A decomposição dos basaltos — termo

''


Dicesto Econômico

Mantendo-se estritamente nos dispo sitivos da concorrência, a comissão bra

síveis : os suecos em coroas suecas, os ingleses em libras esterlinas, os holande

sileira inaugurou, ainda em Estocolmo, negociações diretas com as firmas que

ses e os japoneses cm cnr/.eiros. Todos

tinham feito as ofertas mais interessantes e conseguiu melhorar ainda mais as

dos já existentes nas respi-ctivas moedas,

condições para o Brasil. Desta maneira, podiam ser adquiridos no decorrer de poucas semanas 21 navios — 12 grandes e 9 menores — num total de 225.000

toneladas, com uma despesa muito in ferior à originalmente prevista. A Suécia fornecerá 6 navios de 16.500

toneladas cada um.

Um deles, cuja

ccnstnição estava precisamente termina

da no momento da concorrência, foi imediatamente entregue ao Brasil e re-

rebeu, num porto sueco, o nome de 'Presidente Dutra". Já fez, sob ban deira brasileira, sua primeira viagem ao Brasil, trazendo 15.000 toneladas de gasolina. A construção do.ç outros na vios suecos será terminada dentro de dois"anos.

As condições são semelhantes na In

glaterra, que nos fornecerá 4 navios, igualmente de 16.500 toneladas cada

Nem tim só dólar será empregado para êssü fim. Quando o dólar aparece nos contratos, figura apenas como moeda de

referência e não como meio de paga mento efetivo.

A .dc.spesa total com a afpiisição dessa

ta um papel de destaque no estudo dos fatores da produção nacional. Sua presença em grandes áreas do Brasil meridional facultou a formação dos solos

de 600 milhões do cnr/.eiros, equivalen tes a 33 milhões de dólares. Com essa frota poderão ser transportados, se não a

veram grandes culturas como a do café cola e a da uva — a maior das nossas

totalidade das importações de petróleo,

culturas de clima temperado.

pelo menos dois terços, ou sejam 2 mi lhões c 500 mil toneladas ao ano. Eco

nomizaremos anualmente cerca de 15 milhões de dólares efetivos. Quer dizer que, cm pouco mais de dois anos, tôda a despesa cm divisas .será amortiziida da forma mais favorável: i^agamos em moe das compensadas c guardamos a moeda dura e escassa, o dólar. Parte das eco

nomias feitas graças à redução do preços dos petroleiros será aplicada na aquisi

taleiros escoceses, perto de Glasgow.

paros.

para re

Dois navios, ainda- maiores, de 20.000

Em suma, o Brasil terá, num prazo

toneladas cada um, serão construídos na

bem' curto, uma frota de petroleiros mo-

vios serão pagos em moedas, não conver

r.ASALTo c uma rocha que represen-

mais férteis do País onde se desenvol

ção de um dique flutuante,

com entrega particularmente rápida. E preciso salientar que todos os na

S. Fróes Abreu

frota de 225.000 tí»ne]adas é de cerca

um, a serem construídos nos famosos es

Holanda, e nove pequenos petroleiros, de 2.000 toneladas cada um, no Japão,

As rochas basálticas como fator de riqueza

os pagamentos serão feitos mediante .sal

demíssimos, adequada às suas necessi

dades, com todo o equipamento auxiliar indi.spensável e, quanto ao custo, provà-

— a mais sólida fonte de produção agrí

mismo, mostrando a extensão das áreas

onde se podem encontrar terras boas, resultantes d<i decomposição de hasaltos e diabâsios.

Nenhuma outra rocha ou mineral con

Nem o ouro das betas do E.spinhaço,

nem os diamantes das chapadas do .ser tão, nem tampouco o ferro e o manga nês de Minas Gerais proporcionaram ao

Brasil elementos de riqueza comparáveis ao dos solos de terra-ro.xa, resultantes

da transformação dos lençóis de basalto

logias conseqüentes à identidade de origem. A área de derrames basúlticos, só no

sul do Brasil, abrange cerca de 900.000

km2; no seu todo alcança 1.200.000

kma, cobrindo também parte do leste

e das intrusões do diabásio, nos Esta

paraguaio e argentino e parte do oeste

dos do Sul.

do. Uruguai.

Em período geológico antigo,- no im* cio da era secundária, parte da Améri ca do Sul, onde hoje é a bacia do Prata, foi teatro de grande atividade ígnea. Derrames

consideráveis

de rochas

eruptivas cobriram a superfície e tam bém se intrometeram através das cama

velmente, será a frotn mais barata do

das profundas do solo, aí se resfriando lentamente.

O magma básico, expelido do interior

Figura entre as áreas de derrames basálticos maiores do mundo, sendo provàvehnente a maior de todas.

Conhecidas na literatura geológica

por trapp do Paraná, meláfiro, augitoporfiritas, basalto, basaltito, diabásio ou dolerito, de aCôrdo com os detalhes de estrutura e composição mineralógica, essas rochas eruptivas são pobres em süica e formadas por feldspatos calco-

diversas, ora ràpidamente, ora lenta

sódicos e minerais ferro-magnesianos. Merecem estudos detalhados e aten

mente e em espaço limitado, dando assim origem a rochas de textura di

cha-mater dos melhores solos, nas áreas

da crosta, consolidou-se em condições

ferente, de arranjo mineralógico va riável, mas no fundo gerando rochas que guardam entre si estreitas ana.v.

se, pois o texto, se bem. que condene o ufanismo dos brasileiros, prega sadio oti

tribuiu tanto para a riqueza do Brasil.

mundo.

. A-", ii.i

Èstc esttido do nosso eminente cola

borador lui de despertar grande interês-

ções especiais porque constituem a ro-

mais propícias ao povoamento do Brasil, A decomposição dos basaltos — termo

''


12 Digksto Ec{)nómico

todos 9S,tipos de rochas geradas pelo magma básico - originou as terras-roxas, de riqueza proverbial, sustentáculo

da cultura do café em São Paulo e no Paraná.

As áreas de terra-roxa, no Brasil, es

e mesmo seixos da rocha-mater quase

\'er.sos tipos de terra-roxa e faz consi

nica, que com êles se combina, reten- é;

com .sua rigidez original. A grande riqueza que o basaito deu ao

derações muito interessantes.

do-os em forma de bumatos.

Brasil foi o solo de terra-roxa que fa

assunto. Discípulo do eminente pedólogo aieinâo Paulo Vageler cuja reputa

cultou a expansão da lavoura cafeeira,

O referido truballio é obra clássica no

tão localizadas em parte de São Paulo Triângulo Mineiro, sul de Goiás, lestesul de Mato Grosso, noroeste do Para ná,.oeste de Santa Catarina, e norte e oeste do Rio Grande do Sul. (Vide ma

com o alto rendimento por pé de café, superando de muito as antigas áreas de

ção é internacional, tendo freqüentado

cultura nas cncosta.s da .serra do Mar

da Galifórnia, e tendo acompanhado Vageler pelo interior, quando a serviço do governo brasileiro, Setzer pôde dis

pa anexo).

queza aos minerais constituintes da rocha-mater; a.s eruptivas básicas contêm

por dum acervo de dados e observações

fósforo sob a forma dc apatitu (fosfato' de cálcio), contêm potássio, cálcio, ma-

fundamental no estudo dos solos de São

gnésio, ferro, manganês c titânio nos di-

Para Setzer, a própria terra-roxa é um solo medíocre logo qvie perde a

Em algumas áreas as terras-roxas têm merecido a atenção dos técnicos em Ciência do Solo, por exemplo, em Sãó Paulo, que já conta com muitos traba lhos executados no Ins tituto Agronômico de

o Mantiqueira.

Êssc solo tão privilegiado deve sua ri

>'ersos feldspatos e minerais acessórios. De um modo geral os basaltos têm suficiente

Campinas (Daferl, Pai va Neto e outros). Nou

tras, porém, provàvelmentc,

nunca

teor de potá.s.sio para as

. /j

neces.sidade.s das plantas e têm bastante fós-

foram

foro e cálcio, o que não

objeto de estudos acu

rados ou pelo menos, nunca foram divulga dor, nesse caso está a

acontece com os gra-

deles resultantes.

O conceito dc rique

maior parte dos terrenos

za do solo é um tema

situados em Goiás, Mato

Nem em todos os lugares os basaltos sofreram as mesmas ações, de modo a

bastante complexo e não depende apenas da composição química; embora a riqueza de elementos quími cos seja essencial, a capacidade cie assi milação pelas plantas é função de muitos

gerar solos semelhantes. As condições

fatores. Alberto Betim Pais Leme via na

climáticas influentes na formação do

constituição

solo agiram sôbre as lavas basálticas de

grande superioridade .sobre os outros ti pos de solo. José Setzer, no seu grande

Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.'

13

Dir.isrti Econômico

cur.sos de pedologia na Universidade

próprias que faz de sou livro uma obra Paulo.

Por isso, por mais ricas que seiam as

terras-roxas virgens, elas podem empo brecer estraordinàriamente e tanto mais,

quanto mais húmus perderem". Dêssc modo, Setzer põe abaixo o con- . ceito de terras inesgotáveis que tanto entusiasma os que não conhecem a si tuação real das cousas no Brasil.

Lamentàvelmente, apesar do desen volvimento dos estudos científicos em

todos os .setores da produção, mostran do a realidade brasileira e indicando os

meios adequados para debelar as nossas

maior parte da matéria orgânica, o que

deficiências, ainda perdura o ufanismo

dos ingênuos cronistas coloniais. • Quantos não acreditam boje que as

mostra a necessidade inadiável dum tra

nossas teira.s são as mais ricas do mun

balho do assistência aos scilos, mesmo

do, que as nossas jazidas são as mais possantes, que o nosso petróleo é o mais cobiçado I — versões atualizadas do qua dro pintado por Rocha Pitta: "felicíssi

tratando-se dos tip<xs mais ricos ao nos so alcance.

Numa exposição clara e sucinta, aquele autor assim define a situação das

mo terreno,

terras-roxas, erii face do esgotamento da matéria orgânica : — "Pelo teor de ele mentos químicos que nutrem as plantas, o diabásio é uma rocha riquissima. O

são frutos, em cujo centro tudo são te souros, em cujas montanhas e costas tu

em cuja superfície tudo

do são aromas". ..

snlo por ela gerado no clima úmido é

A pequena corrente realista, dos ho mens que estudam a terra e os proble

também rico,

mas brasileiros, desaparece diluída no

mas somente enquanto

virgem. A explicação disso, ern linhas gerai;',, é simples. A'decomposição das

livros de ensino primário, depois nos dis

rochas dc muito baixo teor de sílica e

cursos festivos,

mar de falso patriotismo, pregado nos nas conferências, nos

lugares. Dai, terem sido formadas em

livro "Os solos do Estado de São Pau

rápida e produz enorme quantidade de 'artigos de jornais e principalmente nos sesquióxidos de alumínio c ferro. Êsses comícios populares. óxidos metálicos, evidentemente, não O empolgante ufanismo ilude a mopossuem afinidade quíinica para com os

certos trechos, espessas camadas de ter-

lo" C), estuda minuciosamente os dí-

catiônios. alcalinos e alcalino-terrosos,

modo um tanto diferente nos diversos

física da terra-roxa uma

m porosa, sem detritos rochosos, en

que são a base da riqueza agrícola do

quanto noutros pontos, a rocha, apenas

solo.

superficiamente alterada, apresenta uma terra-roxa ainda com pequenos detritos

do minerais parcialmente decompostos

(*) — Os solos do Estado de São Paulo. Publicação n.o 6 da Série A-"Livro". Ins tituto Brasileiro de Geografia e Estatísti ca. Conselho Nacional de Geografia. Rio de Janeiro, 1949.

Êstes catiônios abandonam a ro

cha decomposta e o solo, evacuados pe las águas drenadas. O único fator que pode retê-los no solo é a matéria orgâ

cidadc e a leva ao desânimo e à deso

lação, mais tarde, quando depara com as agruras do meio.

* No que se refere às práticas de utili zação do solo, êsse engrandecimento exagerado prejudica enormemente por-


12 Digksto Ec{)nómico

todos 9S,tipos de rochas geradas pelo magma básico - originou as terras-roxas, de riqueza proverbial, sustentáculo

da cultura do café em São Paulo e no Paraná.

As áreas de terra-roxa, no Brasil, es

e mesmo seixos da rocha-mater quase

\'er.sos tipos de terra-roxa e faz consi

nica, que com êles se combina, reten- é;

com .sua rigidez original. A grande riqueza que o basaito deu ao

derações muito interessantes.

do-os em forma de bumatos.

Brasil foi o solo de terra-roxa que fa

assunto. Discípulo do eminente pedólogo aieinâo Paulo Vageler cuja reputa

cultou a expansão da lavoura cafeeira,

O referido truballio é obra clássica no

tão localizadas em parte de São Paulo Triângulo Mineiro, sul de Goiás, lestesul de Mato Grosso, noroeste do Para ná,.oeste de Santa Catarina, e norte e oeste do Rio Grande do Sul. (Vide ma

com o alto rendimento por pé de café, superando de muito as antigas áreas de

ção é internacional, tendo freqüentado

cultura nas cncosta.s da .serra do Mar

da Galifórnia, e tendo acompanhado Vageler pelo interior, quando a serviço do governo brasileiro, Setzer pôde dis

pa anexo).

queza aos minerais constituintes da rocha-mater; a.s eruptivas básicas contêm

por dum acervo de dados e observações

fósforo sob a forma dc apatitu (fosfato' de cálcio), contêm potássio, cálcio, ma-

fundamental no estudo dos solos de São

gnésio, ferro, manganês c titânio nos di-

Para Setzer, a própria terra-roxa é um solo medíocre logo qvie perde a

Em algumas áreas as terras-roxas têm merecido a atenção dos técnicos em Ciência do Solo, por exemplo, em Sãó Paulo, que já conta com muitos traba lhos executados no Ins tituto Agronômico de

o Mantiqueira.

Êssc solo tão privilegiado deve sua ri

>'ersos feldspatos e minerais acessórios. De um modo geral os basaltos têm suficiente

Campinas (Daferl, Pai va Neto e outros). Nou

tras, porém, provàvelmentc,

nunca

teor de potá.s.sio para as

. /j

neces.sidade.s das plantas e têm bastante fós-

foram

foro e cálcio, o que não

objeto de estudos acu

rados ou pelo menos, nunca foram divulga dor, nesse caso está a

acontece com os gra-

deles resultantes.

O conceito dc rique

maior parte dos terrenos

za do solo é um tema

situados em Goiás, Mato

Nem em todos os lugares os basaltos sofreram as mesmas ações, de modo a

bastante complexo e não depende apenas da composição química; embora a riqueza de elementos quími cos seja essencial, a capacidade cie assi milação pelas plantas é função de muitos

gerar solos semelhantes. As condições

fatores. Alberto Betim Pais Leme via na

climáticas influentes na formação do

constituição

solo agiram sôbre as lavas basálticas de

grande superioridade .sobre os outros ti pos de solo. José Setzer, no seu grande

Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.'

13

Dir.isrti Econômico

cur.sos de pedologia na Universidade

próprias que faz de sou livro uma obra Paulo.

Por isso, por mais ricas que seiam as

terras-roxas virgens, elas podem empo brecer estraordinàriamente e tanto mais,

quanto mais húmus perderem". Dêssc modo, Setzer põe abaixo o con- . ceito de terras inesgotáveis que tanto entusiasma os que não conhecem a si tuação real das cousas no Brasil.

Lamentàvelmente, apesar do desen volvimento dos estudos científicos em

todos os .setores da produção, mostran do a realidade brasileira e indicando os

meios adequados para debelar as nossas

maior parte da matéria orgânica, o que

deficiências, ainda perdura o ufanismo

dos ingênuos cronistas coloniais. • Quantos não acreditam boje que as

mostra a necessidade inadiável dum tra

nossas teira.s são as mais ricas do mun

balho do assistência aos scilos, mesmo

do, que as nossas jazidas são as mais possantes, que o nosso petróleo é o mais cobiçado I — versões atualizadas do qua dro pintado por Rocha Pitta: "felicíssi

tratando-se dos tip<xs mais ricos ao nos so alcance.

Numa exposição clara e sucinta, aquele autor assim define a situação das

mo terreno,

terras-roxas, erii face do esgotamento da matéria orgânica : — "Pelo teor de ele mentos químicos que nutrem as plantas, o diabásio é uma rocha riquissima. O

são frutos, em cujo centro tudo são te souros, em cujas montanhas e costas tu

em cuja superfície tudo

do são aromas". ..

snlo por ela gerado no clima úmido é

A pequena corrente realista, dos ho mens que estudam a terra e os proble

também rico,

mas brasileiros, desaparece diluída no

mas somente enquanto

virgem. A explicação disso, ern linhas gerai;',, é simples. A'decomposição das

livros de ensino primário, depois nos dis

rochas dc muito baixo teor de sílica e

cursos festivos,

mar de falso patriotismo, pregado nos nas conferências, nos

lugares. Dai, terem sido formadas em

livro "Os solos do Estado de São Pau

rápida e produz enorme quantidade de 'artigos de jornais e principalmente nos sesquióxidos de alumínio c ferro. Êsses comícios populares. óxidos metálicos, evidentemente, não O empolgante ufanismo ilude a mopossuem afinidade quíinica para com os

certos trechos, espessas camadas de ter-

lo" C), estuda minuciosamente os dí-

catiônios. alcalinos e alcalino-terrosos,

modo um tanto diferente nos diversos

física da terra-roxa uma

m porosa, sem detritos rochosos, en

que são a base da riqueza agrícola do

quanto noutros pontos, a rocha, apenas

solo.

superficiamente alterada, apresenta uma terra-roxa ainda com pequenos detritos

do minerais parcialmente decompostos

(*) — Os solos do Estado de São Paulo. Publicação n.o 6 da Série A-"Livro". Ins tituto Brasileiro de Geografia e Estatísti ca. Conselho Nacional de Geografia. Rio de Janeiro, 1949.

Êstes catiônios abandonam a ro

cha decomposta e o solo, evacuados pe las águas drenadas. O único fator que pode retê-los no solo é a matéria orgâ

cidadc e a leva ao desânimo e à deso

lação, mais tarde, quando depara com as agruras do meio.

* No que se refere às práticas de utili zação do solo, êsse engrandecimento exagerado prejudica enormemente por-


15

Digesto Econômico 14

Dici-;sto

que tende a arrefecer as medidas acau-

teladoras da riqueza do solo.

Os exemplos dos danos causados pela utilização desordenada do solo, sem fer tilização, sem rotação e sem medidas

Ec<)n6?viico

dado compreender e sentir que o solo

teira pura os planaltos inesozóicos do in-

da opulôncia eterna da terra é desmen

é um recurso natural precioso que se es

[crior.

tida pelas zonas agrícolas mais vellias que meio século. No entanto pouco so

gota rapidamente. Já os nossos indíge nas davam mostras disso com a migra

ção das suas roças, c ainda hoje, a agri

O Paraná está presenciando em nossos dias um "rush" pela conquista da ter ra-roxa ainda virgem de culturas, farta

cultura se desloca, na conquista dos so

de matéria húmica e de produtividade

los virgens.

incomparável.

faz pela sua conservação. Isso acontece, aliás, em todos os países onde a educa ção c a cultura não estão bastante dis

contra a erosão, estão aos nosso.s olhos

em todos os Estados do Brasil. A idéia

seminadas, a ponto de fazer a coletivi-

E' preciso incutir no espirito da co

letividade que o solo, encarado como fíitor essencial da produção de alimentos,

grandes culturas de cereais e de vinha

csgota-se continuamente, diminui de va

a oeste do Estado, em topografia me

lor após cada colheita c termina "aca bando", reduzindo-se a zero, se não lhe dispensarmos o trato conveniente. Temos bem nítido o e.xcmplo do caie,

deixando, por onde passou, apenas solos esgotados, de pouca produtividade para os que hoje os jwssueni. Os solos graníticos e gnáissicos das encostas da Man tiqueira e da Serra do Mar estão hoje reduzidos a pastagens pobres, pisadas por um gado magro que faz trabalho de conservação do solo com suas trilhas

muio

«nMM

cm curva de nível.

cufi/rtiA

O café, iniciando seu roteiro na cida

de do Rio de Janeiro, na chácara dos Barbonos, junto às colinas de gnais de

Porto iWila

composto, por onde hoje corre a rua

riMlAWOU»

Évaristo da Veiga foi esgotar os solos da mesma origem no Estado do Rio, norte LEGENDA

.yyy :.y

''M70-ALC48e

Ívv^^-J 0A$ALTf «ífflAS ÍHu^ru^AS BA4<CA4 &lAtAU0hl^riKCij

&AD MUKL

de São Paulo e sul de Minas, tomando

grande incremento quando descobriu as

AAtNjroBoTactrú ásv(2í&

J Í6H

(.OCA(S P(

EaufTiVA) AA«|C

CTfrACS NA$ COuNAS I KOMTANKAV AR^uCANAS

escala

1:3000 000

(9C^ROOu(Ào PATC<A^ Oú *^AfA .

PtiA

OmW K 6COtOO'A C AlfNMAAOAlA

f'- '042} ^ 'TMlAbrti

Em Santa Catarina, os solos derivados dos basaltos e mehlfiros alimentam as

áreas de terra-roxa no interior de São Paulo.

Um dos fatores favoráveis ao grande

nos fa\orável que em São Paulo e norte do Paraná. No Rio Grande do Sul, a

região colonial do planalto também goza cio privilégio da terra-roxa, para'manter em farta produção os vinhedos de Ca-

via:; c Bento Gonçalves. Na região co lonial do planalto gaúcho, bem como no planalto catarinense, as condições topo gráficas da área basáltica não são tão favoráveis quanto as de São Paulo e Paraná, pois em muitos trechos os frag mentos da rocha dificultam o trabalho.

Contudo, constituem uma dos impor tantes áreas de colonização agrícola do

país. Uin olhar lançado sobre o mapa que estampamos acjui permite admitirse a existência de consideráveis exten sões de terra-roxa em áreas ainda não

ocupadas pelos agricultores, áreas ainda sob a forma de campos naturais ou de reservas florestais, constituindo rarefa-

ções demográficas de menos de 2 habi tantes por km2, .segundo o recenseamentü de 1940.

desenvolvimento da cultura do café no

Somente a presença da eruptiva bási

Brasil foi portanto a natureza do solo.

ca não é condição suficiente para a exis

Os solos derivados dos basaltos e dia-

tência dum solo de qualidades excepcio-

básicos, proporcionando uma produti vidade mais elevada, numa topografia

nais, nem tampouco para a atração do colonos. No Estado do Maranhão, na

depositados nos intervalos dos grandes derrames, os solos resultantes fre

mais fácil, estimularam a cultura em São

região de Grajaú, há grandes extensões

qüentemente contêm terra-roxa misturada ao solo arenoso.

Paulo e no Paraná deslocando o interês-

de rochas basálticas e no entanto, tem-

se das colinas arqueanas da faixa cos

se ali o exemplo de uma das regiões maia

Êste mapa mostra a distribuição das áreas de rochas eruptivas básicas e «e arenito Botucatu no sul do Brasil. Como algrms desses arenitos foram

,

São comuns,

^Jicostas dos vales, as manchas de terra-roxa nuras, derivadas das erupti-

as acamadas entre os arenitos. Observe-se a extensão das áreas onde ainda é provável encontrar solos de boa qualidade.


15

Digesto Econômico 14

Dici-;sto

que tende a arrefecer as medidas acau-

teladoras da riqueza do solo.

Os exemplos dos danos causados pela utilização desordenada do solo, sem fer tilização, sem rotação e sem medidas

Ec<)n6?viico

dado compreender e sentir que o solo

teira pura os planaltos inesozóicos do in-

da opulôncia eterna da terra é desmen

é um recurso natural precioso que se es

[crior.

tida pelas zonas agrícolas mais vellias que meio século. No entanto pouco so

gota rapidamente. Já os nossos indíge nas davam mostras disso com a migra

ção das suas roças, c ainda hoje, a agri

O Paraná está presenciando em nossos dias um "rush" pela conquista da ter ra-roxa ainda virgem de culturas, farta

cultura se desloca, na conquista dos so

de matéria húmica e de produtividade

los virgens.

incomparável.

faz pela sua conservação. Isso acontece, aliás, em todos os países onde a educa ção c a cultura não estão bastante dis

contra a erosão, estão aos nosso.s olhos

em todos os Estados do Brasil. A idéia

seminadas, a ponto de fazer a coletivi-

E' preciso incutir no espirito da co

letividade que o solo, encarado como fíitor essencial da produção de alimentos,

grandes culturas de cereais e de vinha

csgota-se continuamente, diminui de va

a oeste do Estado, em topografia me

lor após cada colheita c termina "aca bando", reduzindo-se a zero, se não lhe dispensarmos o trato conveniente. Temos bem nítido o e.xcmplo do caie,

deixando, por onde passou, apenas solos esgotados, de pouca produtividade para os que hoje os jwssueni. Os solos graníticos e gnáissicos das encostas da Man tiqueira e da Serra do Mar estão hoje reduzidos a pastagens pobres, pisadas por um gado magro que faz trabalho de conservação do solo com suas trilhas

muio

«nMM

cm curva de nível.

cufi/rtiA

O café, iniciando seu roteiro na cida

de do Rio de Janeiro, na chácara dos Barbonos, junto às colinas de gnais de

Porto iWila

composto, por onde hoje corre a rua

riMlAWOU»

Évaristo da Veiga foi esgotar os solos da mesma origem no Estado do Rio, norte LEGENDA

.yyy :.y

''M70-ALC48e

Ívv^^-J 0A$ALTf «ífflAS ÍHu^ru^AS BA4<CA4 &lAtAU0hl^riKCij

&AD MUKL

de São Paulo e sul de Minas, tomando

grande incremento quando descobriu as

AAtNjroBoTactrú ásv(2í&

J Í6H

(.OCA(S P(

EaufTiVA) AA«|C

CTfrACS NA$ COuNAS I KOMTANKAV AR^uCANAS

escala

1:3000 000

(9C^ROOu(Ào PATC<A^ Oú *^AfA .

PtiA

OmW K 6COtOO'A C AlfNMAAOAlA

f'- '042} ^ 'TMlAbrti

Em Santa Catarina, os solos derivados dos basaltos e mehlfiros alimentam as

áreas de terra-roxa no interior de São Paulo.

Um dos fatores favoráveis ao grande

nos fa\orável que em São Paulo e norte do Paraná. No Rio Grande do Sul, a

região colonial do planalto também goza cio privilégio da terra-roxa, para'manter em farta produção os vinhedos de Ca-

via:; c Bento Gonçalves. Na região co lonial do planalto gaúcho, bem como no planalto catarinense, as condições topo gráficas da área basáltica não são tão favoráveis quanto as de São Paulo e Paraná, pois em muitos trechos os frag mentos da rocha dificultam o trabalho.

Contudo, constituem uma dos impor tantes áreas de colonização agrícola do

país. Uin olhar lançado sobre o mapa que estampamos acjui permite admitirse a existência de consideráveis exten sões de terra-roxa em áreas ainda não

ocupadas pelos agricultores, áreas ainda sob a forma de campos naturais ou de reservas florestais, constituindo rarefa-

ções demográficas de menos de 2 habi tantes por km2, .segundo o recenseamentü de 1940.

desenvolvimento da cultura do café no

Somente a presença da eruptiva bási

Brasil foi portanto a natureza do solo.

ca não é condição suficiente para a exis

Os solos derivados dos basaltos e dia-

tência dum solo de qualidades excepcio-

básicos, proporcionando uma produti vidade mais elevada, numa topografia

nais, nem tampouco para a atração do colonos. No Estado do Maranhão, na

depositados nos intervalos dos grandes derrames, os solos resultantes fre

mais fácil, estimularam a cultura em São

região de Grajaú, há grandes extensões

qüentemente contêm terra-roxa misturada ao solo arenoso.

Paulo e no Paraná deslocando o interês-

de rochas basálticas e no entanto, tem-

se das colinas arqueanas da faixa cos

se ali o exemplo de uma das regiões maia

Êste mapa mostra a distribuição das áreas de rochas eruptivas básicas e «e arenito Botucatu no sul do Brasil. Como algrms desses arenitos foram

,

São comuns,

^Jicostas dos vales, as manchas de terra-roxa nuras, derivadas das erupti-

as acamadas entre os arenitos. Observe-se a extensão das áreas onde ainda é provável encontrar solos de boa qualidade.


16

pobres e menos desenvolvidas do Brasil. CJomo fonte de riqueza mineral devese ao basalto e sobretudo às variedades

amigdalóídes (meláfiros) a maior parte das ametistas, topázios queimados e ágatas do Brasil. Explorados no vale do

rio do Peixe, e em vários pontos do Rio Grande do Sul, há importante.s centros de produção e lapidação em Quaraim. Livramento, Palmeira, Lajeado e Sole dade. Cobre nativo é freqüentemente encontrado em basaltos no Paraná (Gua

rapuava), Rio Grande do Sul (Qua raim) e no Maranhão (Grajaú), porém essas ocorrências não parecem ter signi ficação econômica.

Petróico gro.sso e betumes também são encontrados em vesículas e fraturas

de basaltos, na região de Cruz Macha do no Paraná e Rio Bonito em Santa Ca

tarina. Tais achados sugerem pesqui.sas

de petróleo, nessas áreas, mas a presen ça dos grandes derrames eruptivos cria problemas difíceis ao pesquisador. As intrusões de diabásio nas camadas

penno-carboniferas em São Paulo, Pa

Dir.ic.sT(>

presença de

Econômico

,V A ECONOMIA BAIANA)

"cavalos de pedra" nas

frentes de ataque c o mclamorfismo im primido ao carvão, que varia dum pe

Miguiíl Calmon

(Prnfessoi da Escola Politécnica da

queno abaixamento do teor de mutéria.s

Bahia) ,

voláteis até a completa inulilização do combustível. Êsses mal(^s•, entretanto, desaparecem diante do elemento de ríquezix que as terras-roxas proporcionam

aos que lavram a terra. E' graças aos solos derivados das ro

chas cruptiva.s básicas que prospera' a

A uuF-SE, no cenário nacional, o debato sôbrc comentários apresentados pelo Sr. Glycon Paiva'no "Digesto Eco nômico" dc dezembro último. A autori dade do cHjmcutarista e os dados que

maior parte das culturas no sul do

alinha, demonstrando a

Brasil,

econóniica que a Bahia atrave.ssa, devem

Para o venerando prof. Tvvenhofel,

catcdrático de Geologia na Universida

de do Wisconsin e conhecido pelo seu "Treatise on Sedimentation", o solo do

ponto de vista agrícola c o recurso mi

tnifcrmidade

ter ecoado profundamente entre os es-

tudioso.s do.s problemas nacionais, surprcendendo-os com as conclusões que alcança.

Decerto, deveria caber a um

baiano o dever de apontar ao país os

dos os aspectos desfavoráveis que apre senta a sua economia. Essa evasão da

população, a deficiência de indústrias, a propensão à monocultura, ulém de ou tras, são refle.xos do empobrecimento da

.sua população, conseqüente de um co mércio deficitário.

E' importante, pois, pesquisar as cau- .

sas que deram origem a êsse estado de cousas, dado que é conhecida a pros

peridade que logrou a Bahia durante o perícido colonial e mesmo no Império. As suas riquezas naturais proporciona

neral mais valioso duma nação, mas

graves problemas que atingiam aquela

nunca devemos esnuocer (pie é uma ri

parcclu da Federação, reclamando as me

ram naquela época, meios suficientes à

didas e o amparo de que carecia. Con tudo ó compreensível nosso pudor em

riquezas permanecerem praticamente

queza que se deteriora ràpidumente quando não recebe um trataniento ade quado. Os solos são bens naturais es-

gotáveis, cuja importância para o Ho

mem é equivalente às bacias carboníferas, aos campos de petróleo, às jazi

raná, Santa Catarina e Rio Grande do

das mincraús c outros recursos naturais

Sul também trouxeram problemas difí

indispensáveis ao progres.so e à própria

ceis aos míneradores de carvão, com a

sobrevivência do Homem civilizado.

terra e à gente.

Hoje, apesar dessas

revelar ao país a pobreza que nos asso

intactas, já não desfrutam os baianos,

berba; daí a razão de termos desenvol

no cenário econômico brasileiro, o ex

vido uma extensa campanha jimto aos podercs públicos federais, reclamando um auxilio intensivo, campanha essa,

único suscetível de dar explicações à atual

objeto de tão severas críticas em virtude do nosso silêncio sobre as causas que a

se verificou na Bahia qvialquer volume

motivaram.

Já agora ventilado o assunto para o país, em estudo merecedor de real aca

cepcional posto de outrora. Sem dúvida, ò aspecto sociológico é o

conjuntura da economia baiana. Nunca ponderável de imigração, suscetível de modificar a mentalidade ecíonómica do homem da terra, já cristalizada, através

tamento, podem os baianos discuti-lo e

do gerações, no conservadorismo dos

apresentar os seus pontos de vista paru

senhores de engenho.

solução dos graves problemas que têm de enfrentar, mesmo porque retardar o

aventura e a audácia

nosso pronunciamento seria admitir a ignorância de tão grave conjuntura e o

ambição do imigrante, que não tein pas

integral despreparo para enfrentá-la.

se coadunam com a mentalidade con

Sem dúvida, o empobrecimento pro

gressivo que se observa na Bahia, em conseqüência do cléBcit na sua balança

comercial, ó

puru expliPtir to=

O espírito de nos empreendi

mentos são características inerentes da

sado e só en.xerga o futuro, e que não servadora, onde o passado prepondera. O declínio da economia baiana situa-

se no século passado, quando não nos ptçparamos para substituir adequada-


16

pobres e menos desenvolvidas do Brasil. CJomo fonte de riqueza mineral devese ao basalto e sobretudo às variedades

amigdalóídes (meláfiros) a maior parte das ametistas, topázios queimados e ágatas do Brasil. Explorados no vale do

rio do Peixe, e em vários pontos do Rio Grande do Sul, há importante.s centros de produção e lapidação em Quaraim. Livramento, Palmeira, Lajeado e Sole dade. Cobre nativo é freqüentemente encontrado em basaltos no Paraná (Gua

rapuava), Rio Grande do Sul (Qua raim) e no Maranhão (Grajaú), porém essas ocorrências não parecem ter signi ficação econômica.

Petróico gro.sso e betumes também são encontrados em vesículas e fraturas

de basaltos, na região de Cruz Macha do no Paraná e Rio Bonito em Santa Ca

tarina. Tais achados sugerem pesqui.sas

de petróleo, nessas áreas, mas a presen ça dos grandes derrames eruptivos cria problemas difíceis ao pesquisador. As intrusões de diabásio nas camadas

penno-carboniferas em São Paulo, Pa

Dir.ic.sT(>

presença de

Econômico

,V A ECONOMIA BAIANA)

"cavalos de pedra" nas

frentes de ataque c o mclamorfismo im primido ao carvão, que varia dum pe

Miguiíl Calmon

(Prnfessoi da Escola Politécnica da

queno abaixamento do teor de mutéria.s

Bahia) ,

voláteis até a completa inulilização do combustível. Êsses mal(^s•, entretanto, desaparecem diante do elemento de ríquezix que as terras-roxas proporcionam

aos que lavram a terra. E' graças aos solos derivados das ro

chas cruptiva.s básicas que prospera' a

A uuF-SE, no cenário nacional, o debato sôbrc comentários apresentados pelo Sr. Glycon Paiva'no "Digesto Eco nômico" dc dezembro último. A autori dade do cHjmcutarista e os dados que

maior parte das culturas no sul do

alinha, demonstrando a

Brasil,

econóniica que a Bahia atrave.ssa, devem

Para o venerando prof. Tvvenhofel,

catcdrático de Geologia na Universida

de do Wisconsin e conhecido pelo seu "Treatise on Sedimentation", o solo do

ponto de vista agrícola c o recurso mi

tnifcrmidade

ter ecoado profundamente entre os es-

tudioso.s do.s problemas nacionais, surprcendendo-os com as conclusões que alcança.

Decerto, deveria caber a um

baiano o dever de apontar ao país os

dos os aspectos desfavoráveis que apre senta a sua economia. Essa evasão da

população, a deficiência de indústrias, a propensão à monocultura, ulém de ou tras, são refle.xos do empobrecimento da

.sua população, conseqüente de um co mércio deficitário.

E' importante, pois, pesquisar as cau- .

sas que deram origem a êsse estado de cousas, dado que é conhecida a pros

peridade que logrou a Bahia durante o perícido colonial e mesmo no Império. As suas riquezas naturais proporciona

neral mais valioso duma nação, mas

graves problemas que atingiam aquela

nunca devemos esnuocer (pie é uma ri

parcclu da Federação, reclamando as me

ram naquela época, meios suficientes à

didas e o amparo de que carecia. Con tudo ó compreensível nosso pudor em

riquezas permanecerem praticamente

queza que se deteriora ràpidumente quando não recebe um trataniento ade quado. Os solos são bens naturais es-

gotáveis, cuja importância para o Ho

mem é equivalente às bacias carboníferas, aos campos de petróleo, às jazi

raná, Santa Catarina e Rio Grande do

das mincraús c outros recursos naturais

Sul também trouxeram problemas difí

indispensáveis ao progres.so e à própria

ceis aos míneradores de carvão, com a

sobrevivência do Homem civilizado.

terra e à gente.

Hoje, apesar dessas

revelar ao país a pobreza que nos asso

intactas, já não desfrutam os baianos,

berba; daí a razão de termos desenvol

no cenário econômico brasileiro, o ex

vido uma extensa campanha jimto aos podercs públicos federais, reclamando um auxilio intensivo, campanha essa,

único suscetível de dar explicações à atual

objeto de tão severas críticas em virtude do nosso silêncio sobre as causas que a

se verificou na Bahia qvialquer volume

motivaram.

Já agora ventilado o assunto para o país, em estudo merecedor de real aca

cepcional posto de outrora. Sem dúvida, ò aspecto sociológico é o

conjuntura da economia baiana. Nunca ponderável de imigração, suscetível de modificar a mentalidade ecíonómica do homem da terra, já cristalizada, através

tamento, podem os baianos discuti-lo e

do gerações, no conservadorismo dos

apresentar os seus pontos de vista paru

senhores de engenho.

solução dos graves problemas que têm de enfrentar, mesmo porque retardar o

aventura e a audácia

nosso pronunciamento seria admitir a ignorância de tão grave conjuntura e o

ambição do imigrante, que não tein pas

integral despreparo para enfrentá-la.

se coadunam com a mentalidade con

Sem dúvida, o empobrecimento pro

gressivo que se observa na Bahia, em conseqüência do cléBcit na sua balança

comercial, ó

puru expliPtir to=

O espírito de nos empreendi

mentos são características inerentes da

sado e só en.xerga o futuro, e que não servadora, onde o passado prepondera. O declínio da economia baiana situa-

se no século passado, quando não nos ptçparamos para substituir adequada-


mr 18

Dicksto Econômico Dicksto

mente o braço escravo;

porém a fase mais aguda justamente agora se apre senta, quando o Brasil se desenvolveu no campo industrial. Mais avultados se tornaram os nossos problemas de eco

nomia colonial em face da pressão e.\pansionista dos centros de produção in dustriais. Passamos a comprar mais, en quanto continuávamos a vender a mes

ma cousa. O empobrecimento seria fa tal. Feli/^mente para nós outros, tive mos o.s dados do Recenscamento, onde nos foi possível -

Todos esses fatores ad\'er.so.s- explicam o regime inonocullor para a produção

exaustão econômica é, sem dúvida, o

agrícola. O cacau era o eivo da econo

iDrccimento da população omite total mente a iniciativa privada no processo dc expansão econômica o o próprio po der público fica á míngua de recursos, para solucionar todos os problemas que

mia Ijaiuna, pois a sua zona de produ ção, vizinha ao litoral, encontrava fácil e.scoamento pela via marítima. Em con

seqüência, o regime tributário do Estado

acarretando

desfavorável

repercussão

sobre as condições sanitárias da nossa

capital. E tudo isso vem sendo comba tido num grande programa de saúde

ra encontrar meios de atender aos re

corrigir o anacronismo de sua balança

pública, onde não faltou a colaboração

comercial, desenvolvendo as suas atuais

do governo federal, de maneira que os

clamos do extenso território quo pi)ssuí-

fontes do rocoitay já que, difícil seria,

índice.s de mortalidade da tuberculose

apcsar dc tudo,

no momento, a criação de novas, na es

são mais baixos. O serviço de drenagem

com

cala reclamada pelas necessidades eco

e saneamento dos vales c baixadas ex-

nômicas. Em dois setores importantes

tingiu praticamente a malária. Desen-

isto podo ser realizado dentro dos re cursos disponíveis — a capital e o in

volve-.se a construção do serviço de es

mos,

povoado. volumosa

população.

Eram, bem

do: a própria

os

Associação Co tomou

a si a iniciativa

promover

tes, e a falta do serviço de esgotos pro vocava moléstias do aparelho digestivo,

nba-se á Bahia promover os meios de

nomia do Esta

mesa

nesse extcmiínio. A malária envolvia tôda a cidade com os seus braços tentaculares, minando a saúde do.s habitan

a sua efetivação reclama. Assim, impii-

vassalava a eco

de

ponlo nevrálgico da questão. O empo-

tinha de ser dos mais deficientes, agra vando a escassa produção existente, pa

midade que a-

u'a

' '•

pois,

sombrios problemas

terior. Como todos sabem. Salvador, a

nuc enfrenta vam os baianos

nossa vclba capital, que acaba de come morar seu.s quatro séculos de existência, é rica cm motivos para proporcionar o

na

sua

luta

pela subsistên cia, motivando

re

desenvolvimento da indústria turística.

Suas belas igrejas, os especiais efeitos panorâmicos, um grande e rico folclore,

gotos que, a par da campanha sanitária empreendida, está extirpando o tifo, co mo moléstia epidêmica em Salvador. Por outro lado, a Prefeitura contratou

a execução de um plano de urbanismo

que embora não concluído, pela morte prematura do seu autor, (poucos deta

donda para o debate de problemas de

acentuado volume de aquisições fora do

tal magnitude. E foram-sc alinhando os

Estado, como frisou o Sr. Glycon Paiva. Sem dúvida, achamos dc fundamen tal importância a proposta veiculada pelo Sr. Glycon Paiva para a constitui

sua cozinha de renome internacional, a

ção dc uma comissão de estudos que

uma das mais intensas e gratuitas pro

terístico e com valor histórico, merece

pagandas.

ser preservado.

dados que demonstravam a verdadeira

calamidade que recaía sobre a Bahia: O analfabetismo atingia índice dos mais elevados do país. A malária e a tuber culose minavam a saúde do traballiador

capaz de produzir a riqueza. A popula ção, mal distribuída pelo território do

pos.sa encontrar os remédios adequados para uma situação tão grave. Contudo,

riqueza e a variedade de um grande mercado de "coisas" do nosso período colonial tem sido ultimamente objeto de

já estamoí: pondo em prática uma série

Aproveitá-la, tran.sformando a cidade num grande centro de turismo, é o que

concentrava-se nas zonas de

de providências destinadas a minorar os

estamos paulatinamente realizando, para

mais fácil acesso e de solo mais rico e

efeitos da conjuntura que atravessamos. Naturalmente, as soluções que estamos

obtermos uma das fontes mais próspe ras para o enriquecimento que preten

dando são em caráter restrito, visando apenas aos aspectos mais prementes da

demos.

Estado,

produtivo. As dificuldades na obtenção

de energia agravavam o problema. Os transporte.s, numa deficiência clamorosa, poi.s apenas po.ssuíamos uma rede rodo

viária restrita, que tem por polo a capi tal, mal se expandiam pela zona do Re côncavo, enquanto as ferrovias lançadas por zonas sem maior interesse económi-

co, pouco serviço prestavam à produção,

aferír com exa tidão a enfer

mercial

19

Econômico

crise.

De maneira geral, as iniciativas que

Para tanto, impunha-se uma tarefa quase sobre-humana que, mercê de Deus, vai sendo vencida.

O primeiro

se estão desenvolvendo na Bahia visam

setor a atacar dizia respeito à saúde da

promover a modificação do atual regimo deficitário na balançfi í;()iii(ncial. A

população. Tínhamos índices de morta lidade do.s mais elevados no Brasil, ca

bendo à tuberculose

papel destacado

lhes faltam e estão sendo concluídos), revela a mão insígne do prof. Mario Leal Ferreira. Com ele, está a cidade

habilitada

a regular a sua expansão,

respeitando o que de tradicional, carac Cuidou-se ainda, com a cooperação

do particulares, de preparar hospeda gem condigna aos que nos visitam, rea lizando a construção

de um moderno

hotel que, pelo desejo nosso, será uma síntese da hospitalidade baiana. Isto sem falar nas obras públicas de embelezamento da cidade, criação do novas áreas de expansão, preparo do

passeios onde o deleite paisagístico pro porcione ao turista o complemento ade quado às visitas aos monumentos hist6-

«


mr 18

Dicksto Econômico Dicksto

mente o braço escravo;

porém a fase mais aguda justamente agora se apre senta, quando o Brasil se desenvolveu no campo industrial. Mais avultados se tornaram os nossos problemas de eco

nomia colonial em face da pressão e.\pansionista dos centros de produção in dustriais. Passamos a comprar mais, en quanto continuávamos a vender a mes

ma cousa. O empobrecimento seria fa tal. Feli/^mente para nós outros, tive mos o.s dados do Recenscamento, onde nos foi possível -

Todos esses fatores ad\'er.so.s- explicam o regime inonocullor para a produção

exaustão econômica é, sem dúvida, o

agrícola. O cacau era o eivo da econo

iDrccimento da população omite total mente a iniciativa privada no processo dc expansão econômica o o próprio po der público fica á míngua de recursos, para solucionar todos os problemas que

mia Ijaiuna, pois a sua zona de produ ção, vizinha ao litoral, encontrava fácil e.scoamento pela via marítima. Em con

seqüência, o regime tributário do Estado

acarretando

desfavorável

repercussão

sobre as condições sanitárias da nossa

capital. E tudo isso vem sendo comba tido num grande programa de saúde

ra encontrar meios de atender aos re

corrigir o anacronismo de sua balança

pública, onde não faltou a colaboração

comercial, desenvolvendo as suas atuais

do governo federal, de maneira que os

clamos do extenso território quo pi)ssuí-

fontes do rocoitay já que, difícil seria,

índice.s de mortalidade da tuberculose

apcsar dc tudo,

no momento, a criação de novas, na es

são mais baixos. O serviço de drenagem

com

cala reclamada pelas necessidades eco

e saneamento dos vales c baixadas ex-

nômicas. Em dois setores importantes

tingiu praticamente a malária. Desen-

isto podo ser realizado dentro dos re cursos disponíveis — a capital e o in

volve-.se a construção do serviço de es

mos,

povoado. volumosa

população.

Eram, bem

do: a própria

os

Associação Co tomou

a si a iniciativa

promover

tes, e a falta do serviço de esgotos pro vocava moléstias do aparelho digestivo,

nba-se á Bahia promover os meios de

nomia do Esta

mesa

nesse extcmiínio. A malária envolvia tôda a cidade com os seus braços tentaculares, minando a saúde do.s habitan

a sua efetivação reclama. Assim, impii-

vassalava a eco

de

ponlo nevrálgico da questão. O empo-

tinha de ser dos mais deficientes, agra vando a escassa produção existente, pa

midade que a-

u'a

' '•

pois,

sombrios problemas

terior. Como todos sabem. Salvador, a

nuc enfrenta vam os baianos

nossa vclba capital, que acaba de come morar seu.s quatro séculos de existência, é rica cm motivos para proporcionar o

na

sua

luta

pela subsistên cia, motivando

re

desenvolvimento da indústria turística.

Suas belas igrejas, os especiais efeitos panorâmicos, um grande e rico folclore,

gotos que, a par da campanha sanitária empreendida, está extirpando o tifo, co mo moléstia epidêmica em Salvador. Por outro lado, a Prefeitura contratou

a execução de um plano de urbanismo

que embora não concluído, pela morte prematura do seu autor, (poucos deta

donda para o debate de problemas de

acentuado volume de aquisições fora do

tal magnitude. E foram-sc alinhando os

Estado, como frisou o Sr. Glycon Paiva. Sem dúvida, achamos dc fundamen tal importância a proposta veiculada pelo Sr. Glycon Paiva para a constitui

sua cozinha de renome internacional, a

ção dc uma comissão de estudos que

uma das mais intensas e gratuitas pro

terístico e com valor histórico, merece

pagandas.

ser preservado.

dados que demonstravam a verdadeira

calamidade que recaía sobre a Bahia: O analfabetismo atingia índice dos mais elevados do país. A malária e a tuber culose minavam a saúde do traballiador

capaz de produzir a riqueza. A popula ção, mal distribuída pelo território do

pos.sa encontrar os remédios adequados para uma situação tão grave. Contudo,

riqueza e a variedade de um grande mercado de "coisas" do nosso período colonial tem sido ultimamente objeto de

já estamoí: pondo em prática uma série

Aproveitá-la, tran.sformando a cidade num grande centro de turismo, é o que

concentrava-se nas zonas de

de providências destinadas a minorar os

estamos paulatinamente realizando, para

mais fácil acesso e de solo mais rico e

efeitos da conjuntura que atravessamos. Naturalmente, as soluções que estamos

obtermos uma das fontes mais próspe ras para o enriquecimento que preten

dando são em caráter restrito, visando apenas aos aspectos mais prementes da

demos.

Estado,

produtivo. As dificuldades na obtenção

de energia agravavam o problema. Os transporte.s, numa deficiência clamorosa, poi.s apenas po.ssuíamos uma rede rodo

viária restrita, que tem por polo a capi tal, mal se expandiam pela zona do Re côncavo, enquanto as ferrovias lançadas por zonas sem maior interesse económi-

co, pouco serviço prestavam à produção,

aferír com exa tidão a enfer

mercial

19

Econômico

crise.

De maneira geral, as iniciativas que

Para tanto, impunha-se uma tarefa quase sobre-humana que, mercê de Deus, vai sendo vencida.

O primeiro

se estão desenvolvendo na Bahia visam

setor a atacar dizia respeito à saúde da

promover a modificação do atual regimo deficitário na balançfi í;()iii(ncial. A

população. Tínhamos índices de morta lidade do.s mais elevados no Brasil, ca

bendo à tuberculose

papel destacado

lhes faltam e estão sendo concluídos), revela a mão insígne do prof. Mario Leal Ferreira. Com ele, está a cidade

habilitada

a regular a sua expansão,

respeitando o que de tradicional, carac Cuidou-se ainda, com a cooperação

do particulares, de preparar hospeda gem condigna aos que nos visitam, rea lizando a construção

de um moderno

hotel que, pelo desejo nosso, será uma síntese da hospitalidade baiana. Isto sem falar nas obras públicas de embelezamento da cidade, criação do novas áreas de expansão, preparo do

passeios onde o deleite paisagístico pro porcione ao turista o complemento ade quado às visitas aos monumentos hist6-

«


20

Dicesto Econômico

Assim, pretendemos ver nossa velha capital

transformada num

centro de

atração turística que proporcione, não

só à Bahia como ao país,

proventos

quantiosos para a sua economia.

No interior, outra seria a campanha.

Educação, saúde pública, transportes, produção de energia, imigração, desen volvimento da produção etc. Todos es ses aspetos abordados de maneira inten

expansão em virtude da cletrificaç*ão e duplicação das linhas no tronco de che gada à capital.

Outro setor onde os índices se apre-

longo período scní miscigenação estra nha, está na imigração. Imigração que

nos c quase proibida, pelo seu alto custo à terra, hostil pelo clima e pela reduzi

onde a vizinhança da zona árida do nor

da escala do desenvolvimento econômi

co. No momento em que no Brasil, zonas mais prósperas c de clima mais ameno reclamam braços e mais braços, difícil

ela tem quase o monopólio no,Brasil da

deste restringia as fontc.s de produção hidrelétrica. A capital estava por assim dizer impedida de um desenvolvimento

processasse o desenvolvimento da pro

ção de energia elétrica.

A descob(?rta

dução.

do petróleo, em zona vizinha à capital,

O incremento da aifabetização que se tinha revelado na Bahia, pelo censo de "íO, como um dos mais baixos do Brasil,

trou.xe novas perspectivas para o esta

belecimento de uma próspera indústria, em virtude da acessibilidade do com

e pelos problemas da fixação do homem

será entrarmos na concorrência e sair mos vitoriosos.

Não obstante, vem-se

desenvolvendo em escala

apreciável o

estabelecimento de colônias de imigran

tes, aproveitando as zonas mais ele\ndas do Estado que, polo seu clima ameno e

condições geográficas, vão permitir que se inaugure um vasto programa para a

bustível. E por outro lado, vai gerar im

no que Anísio Teixeira desenvolveu com

formação de nova mentalidade para o

portante volume de energia elétrica, com

o auxílio do Ministério da Educação.

baiano.

o que se fará a eletrificação ferroviária

Hospitais espalharam-se pelo Estado

entra em crise o cacau. Nesse setor, so

e.xpansão econômica era o da energia,

industrial compatível com o progresso moderno, em virtude da escassa produ

o a malaria está \irtualmente extinta na região do São Francisco, num dos mais

cam. Daí resulta uma verdadeira para lisação na xnda do Estado toda vez que bretudo, é que se impõe a organização de uma comissão de estudos, como suge re o Sr. Glycon Paiva, pois a Bahia é,

.sentavam inteiramente desfavoráveis à

siva, porém abrangendo áreas restritas, justamente aquelas onde mais rápido se

foi solucionado adequadamente no pla

Dicesto Econômico

acima mencionada e um substancial au

xílio ao consumo da capital, ate que a Cachoeira de Paulo Afonso po.ssa aten

Para o fim, propositadamente, dei.\ei o setor da produção a fim de encerrar esta.s desataviadas enumerações do que

sem dúvida, um Estado de grandes po tenciais econômicos. No setor agrícola

produção do cacau e do fumo destina dos a ex-portação para o exterior. E' grande produtora de mamona e outras oleoginosas e no setor de fibras tem pa pel importante na produção brasileira. Vem-se desenvolvendo com êxito a pro dução de cereai.s, notadamente milho, e as suas essências florestais, peculiares

ao habitai baiano, nos permitem admi tir a criação de futuras indústrias ma-

deireiras de importância para o país. O Estado tem condições especiais pa ra o criatório, o que lhe projKjrciona

der aos .seus objetivos. Aí então estare

foi possível aos baianos promover para

mos abastecidos em larga e.scala e aptos

reabilitar seu toiTão no consenso nacio

grande.s rebanhos pecuários. Certa zona mostra-se propícia ao criatório de ca

nal. Tivemos presente, como ponto fun damental para a recuperação econômica, que não seria possível qualquer progra

campo para o desenvolvimento de ativi

intensos planos de dedetização iá desen volvidos no país. As estradas de rodagem, de pavimen

a desenvolver uma expansão econômica

tação adequada ao transporte da pro

fundada na atividade industrial.

dução, ramificaram-se pelas zonas pro dutivas do Estado, dando origem a no

rio;:, na investigação que .sc fizer sobre

vos mícleos populacionais de vertiginoso

as causas da estagnação econômica que

crescimento. Por seu turno, o governo

se verificou na Bahia, terá que se fun dar na formação social e nas origens da

comercial era sintomático e impunha-se,

em que a Bahia já vem se fazendo no-

consequentemente, a sua correção como

tada.

mentalidade econômica cjue se desen

ponto de partida para qualquer plano destinado a criar a prosperidade no Es

Ar. reservas minerais do Estado são de extraordinário valor e um estudo real

tado. Não cogitamos, e nem podería

das suas possibilidades permitirá um am

mos, de uma substancial modificação no

plo aproveitamento dessas riquezas,

federal concluiu a ligação Rio-Bahia e nos transportes ferroviários vem promo vendo

a construção de vários

que, embora

trechos

de diminuta quilometra

gem, têm a grande virtude de estabele cer a interligação

das várias ferrovias

existentes e, até então, totalmente isola

das. Os transportes da nossa principal ferrovia, a Leste Brasileiro, cuja capa cidade já havia sido alcançada em vir tude do emprêgo da lenha como com bustível, vão encontrar novo surto de

Sem dúvida, um dos aspectos mais sé

volveu no homem baiano. Esta apreciá\e! evasão de brjtço.s que continuamente vem ocorrendo, despovoando os sertões da Bahia, aliás já pèssimamente atendi

dos sob o aspecto demográfico, explica

ma a se alicerçar numa população em

empobrecimento. O déficit da balança

.sistema monocultor que ainda predomi na no Estado. Preocupa-nos a influên

a luta dos espíritos aventureiros contra

cia que o cacau tem na economia baia na e que chega a alcançar 60 %, pois os

a mentalidade

prinos, razão pela qual possuímos o maior rebanho brasileiro. Há, portanto,

dades econômicas nesse setor, especial

mente na produção de couros e peles,

Porém onde, certamente, mais amplos se mostram os horizontes para o desen volvimento econômico da Bahia, está no

efeitos dos ciclos econômicos não encon

setor industrial. A descoberta do petró

minante. Certamente, a solução que ate

tram uma economia alicerçada na mul

leo e a sua industrialização, que dentro

nuará os efeitos dessa estratificação do

tiplicidade da produção, para amortecer

em pouco será uma realidade, com a re

espirito burguês,

os inevitáveis choques que êles provo

finaria de Mataripe e com o potencial

conservadora então do

conseqüente de ura


20

Dicesto Econômico

Assim, pretendemos ver nossa velha capital

transformada num

centro de

atração turística que proporcione, não

só à Bahia como ao país,

proventos

quantiosos para a sua economia.

No interior, outra seria a campanha.

Educação, saúde pública, transportes, produção de energia, imigração, desen volvimento da produção etc. Todos es ses aspetos abordados de maneira inten

expansão em virtude da cletrificaç*ão e duplicação das linhas no tronco de che gada à capital.

Outro setor onde os índices se apre-

longo período scní miscigenação estra nha, está na imigração. Imigração que

nos c quase proibida, pelo seu alto custo à terra, hostil pelo clima e pela reduzi

onde a vizinhança da zona árida do nor

da escala do desenvolvimento econômi

co. No momento em que no Brasil, zonas mais prósperas c de clima mais ameno reclamam braços e mais braços, difícil

ela tem quase o monopólio no,Brasil da

deste restringia as fontc.s de produção hidrelétrica. A capital estava por assim dizer impedida de um desenvolvimento

processasse o desenvolvimento da pro

ção de energia elétrica.

A descob(?rta

dução.

do petróleo, em zona vizinha à capital,

O incremento da aifabetização que se tinha revelado na Bahia, pelo censo de "íO, como um dos mais baixos do Brasil,

trou.xe novas perspectivas para o esta

belecimento de uma próspera indústria, em virtude da acessibilidade do com

e pelos problemas da fixação do homem

será entrarmos na concorrência e sair mos vitoriosos.

Não obstante, vem-se

desenvolvendo em escala

apreciável o

estabelecimento de colônias de imigran

tes, aproveitando as zonas mais ele\ndas do Estado que, polo seu clima ameno e

condições geográficas, vão permitir que se inaugure um vasto programa para a

bustível. E por outro lado, vai gerar im

no que Anísio Teixeira desenvolveu com

formação de nova mentalidade para o

portante volume de energia elétrica, com

o auxílio do Ministério da Educação.

baiano.

o que se fará a eletrificação ferroviária

Hospitais espalharam-se pelo Estado

entra em crise o cacau. Nesse setor, so

e.xpansão econômica era o da energia,

industrial compatível com o progresso moderno, em virtude da escassa produ

o a malaria está \irtualmente extinta na região do São Francisco, num dos mais

cam. Daí resulta uma verdadeira para lisação na xnda do Estado toda vez que bretudo, é que se impõe a organização de uma comissão de estudos, como suge re o Sr. Glycon Paiva, pois a Bahia é,

.sentavam inteiramente desfavoráveis à

siva, porém abrangendo áreas restritas, justamente aquelas onde mais rápido se

foi solucionado adequadamente no pla

Dicesto Econômico

acima mencionada e um substancial au

xílio ao consumo da capital, ate que a Cachoeira de Paulo Afonso po.ssa aten

Para o fim, propositadamente, dei.\ei o setor da produção a fim de encerrar esta.s desataviadas enumerações do que

sem dúvida, um Estado de grandes po tenciais econômicos. No setor agrícola

produção do cacau e do fumo destina dos a ex-portação para o exterior. E' grande produtora de mamona e outras oleoginosas e no setor de fibras tem pa pel importante na produção brasileira. Vem-se desenvolvendo com êxito a pro dução de cereai.s, notadamente milho, e as suas essências florestais, peculiares

ao habitai baiano, nos permitem admi tir a criação de futuras indústrias ma-

deireiras de importância para o país. O Estado tem condições especiais pa ra o criatório, o que lhe projKjrciona

der aos .seus objetivos. Aí então estare

foi possível aos baianos promover para

mos abastecidos em larga e.scala e aptos

reabilitar seu toiTão no consenso nacio

grande.s rebanhos pecuários. Certa zona mostra-se propícia ao criatório de ca

nal. Tivemos presente, como ponto fun damental para a recuperação econômica, que não seria possível qualquer progra

campo para o desenvolvimento de ativi

intensos planos de dedetização iá desen volvidos no país. As estradas de rodagem, de pavimen

a desenvolver uma expansão econômica

tação adequada ao transporte da pro

fundada na atividade industrial.

dução, ramificaram-se pelas zonas pro dutivas do Estado, dando origem a no

rio;:, na investigação que .sc fizer sobre

vos mícleos populacionais de vertiginoso

as causas da estagnação econômica que

crescimento. Por seu turno, o governo

se verificou na Bahia, terá que se fun dar na formação social e nas origens da

comercial era sintomático e impunha-se,

em que a Bahia já vem se fazendo no-

consequentemente, a sua correção como

tada.

mentalidade econômica cjue se desen

ponto de partida para qualquer plano destinado a criar a prosperidade no Es

Ar. reservas minerais do Estado são de extraordinário valor e um estudo real

tado. Não cogitamos, e nem podería

das suas possibilidades permitirá um am

mos, de uma substancial modificação no

plo aproveitamento dessas riquezas,

federal concluiu a ligação Rio-Bahia e nos transportes ferroviários vem promo vendo

a construção de vários

que, embora

trechos

de diminuta quilometra

gem, têm a grande virtude de estabele cer a interligação

das várias ferrovias

existentes e, até então, totalmente isola

das. Os transportes da nossa principal ferrovia, a Leste Brasileiro, cuja capa cidade já havia sido alcançada em vir tude do emprêgo da lenha como com bustível, vão encontrar novo surto de

Sem dúvida, um dos aspectos mais sé

volveu no homem baiano. Esta apreciá\e! evasão de brjtço.s que continuamente vem ocorrendo, despovoando os sertões da Bahia, aliás já pèssimamente atendi

dos sob o aspecto demográfico, explica

ma a se alicerçar numa população em

empobrecimento. O déficit da balança

.sistema monocultor que ainda predomi na no Estado. Preocupa-nos a influên

a luta dos espíritos aventureiros contra

cia que o cacau tem na economia baia na e que chega a alcançar 60 %, pois os

a mentalidade

prinos, razão pela qual possuímos o maior rebanho brasileiro. Há, portanto,

dades econômicas nesse setor, especial

mente na produção de couros e peles,

Porém onde, certamente, mais amplos se mostram os horizontes para o desen volvimento econômico da Bahia, está no

efeitos dos ciclos econômicos não encon

setor industrial. A descoberta do petró

minante. Certamente, a solução que ate

tram uma economia alicerçada na mul

leo e a sua industrialização, que dentro

nuará os efeitos dessa estratificação do

tiplicidade da produção, para amortecer

em pouco será uma realidade, com a re

espirito burguês,

os inevitáveis choques que êles provo

finaria de Mataripe e com o potencial

conservadora então do

conseqüente de ura


iip ' w 22

hidrelétrico a »er proporcionado por Paulo Afonso, são fatores altamente pro pícios à instalação de um parque in dustrial, que poderá ser subsidiário do de S. Paulo, encurtando destarte o

transporte das utilidades necessárias às mais remotas plagas do Norte brasileiro. Tanto pelos transportes interiores como pela via marítima, situa-se a Bahia em especial posição para atender aos recla mos de todo o Norte.

Dic;i-:sto Ec^onómcco

E então a Bahia retomará a sua po

haverA

nova DE

sição na economia nacional, destacada

superprodução

ALGODÀO?

como foi no passado, prestando ao país a parcela do seu trabalho profícuo, cor

II

rigindo desni\elanH-ntos econômicos en

José Garibaj-di üantas

tre as várias regiões do país e fa\ orccen-

do a manutenção dos princípios da uni

Pahkck inevitável nova superprodução

tes: à redução das novas áreas locais e

dade nacional, sem dúvida, um dos mo

à limitação mundial da produção.

tivos de mais justa satisfação (|uc pode-

mundial de algodão. De fato, as safras previstas paru a estação em cur

■remos ter na formação da nossa nacio

so, 19-19/.Õ0, devem atingir mais de

Reduzem os Estados Unidos as noixis

30.000.000 de fardos, enquanto que o

áreas algodociras

nalidade .

consumo de todos os centros têxteis não

ultrapassará, no citado período, 28.000.000.

Haveria assim sobra con

siderável dc 3.000.000 de fardos, mas é

neco..ssárin levar em conta que, por en

Em meados de dezembro do ano pas sado, como é ali de lei, o secretário da

Agricultura dos Estados Unidos, Senhor Brcnann, promoveu, na "cotton-bclt", o

quanto, os estoques que passam de

primeiro plebiscito da nova era ou ciclo

uma para outra estação são ainda rela tivamente pequenos. O excesso da pro

da produção norte-americana de algodão.

dução sòbrc o consumo mundial vai ser

oferta e da procura dessa matéria-primà regi.stra desequilíbrio acentuado — como

vindo para refazer os estoques que se

haviam liquidado, durante os anos ante riores de relativa escassez.

Do ex"posto,

conclui-se que, mesmo com produção superior ao consumo, o suprimento não

é exagerado, e o que sobra vai ajudan do a refazer as lacunas anteriores.

Mas, a situação pode não ser a mes ma, em futuro próximo. Se no ano corrente, ainda não se pode considerar excessivo ou cm superprodução o supri mento mundial de algodão, já a mesma coisa não ocorrerá, na próxima estação,

a de 1950/51, a qual se inicia prati camente com o plantio e colheita das safras do hemisfério setentrional, mar

cados para meses próximos.

A superprodução, pois, parece inevi tável.

Para corrigir-lhe os perigos, os Estados Unidos estão recon-endo a dois expedien

Pela lei em vigor, quando a situação da ó o caso atual — o governo pode realizar

plebiscitos entre os lavradores de algo

dão, para se determinar se a maioria opta pela redução das áreas, com manutenção dos atuais níveis de garantia de preços mínimos (90% da "paridade") ou se

prefere plantar livremente, desistindo, porém, dessa garantia tão elevada. O re ferendo agrário foi realizado, com com-

parecimento de milhões de lavradores. A maioria votou a favor da redução da^ áreas e da manutenção da garantia ci

tada. Aparentemente, o problema estaria resolvido, se a situação algodoeira norteamericana não se tivesse complicado sen sivelmente com as últimas tendências

ali observadas.

É fato conhecido que

o eixo econômico dessa lavoura se des

loca das margens do Mississipi, para as terras irrigadas do oeste da Califórnia que não eram, havia alguns anos, região de


iip ' w 22

hidrelétrico a »er proporcionado por Paulo Afonso, são fatores altamente pro pícios à instalação de um parque in dustrial, que poderá ser subsidiário do de S. Paulo, encurtando destarte o

transporte das utilidades necessárias às mais remotas plagas do Norte brasileiro. Tanto pelos transportes interiores como pela via marítima, situa-se a Bahia em especial posição para atender aos recla mos de todo o Norte.

Dic;i-:sto Ec^onómcco

E então a Bahia retomará a sua po

haverA

nova DE

sição na economia nacional, destacada

superprodução

ALGODÀO?

como foi no passado, prestando ao país a parcela do seu trabalho profícuo, cor

II

rigindo desni\elanH-ntos econômicos en

José Garibaj-di üantas

tre as várias regiões do país e fa\ orccen-

do a manutenção dos princípios da uni

Pahkck inevitável nova superprodução

tes: à redução das novas áreas locais e

dade nacional, sem dúvida, um dos mo

à limitação mundial da produção.

tivos de mais justa satisfação (|uc pode-

mundial de algodão. De fato, as safras previstas paru a estação em cur

■remos ter na formação da nossa nacio

so, 19-19/.Õ0, devem atingir mais de

Reduzem os Estados Unidos as noixis

30.000.000 de fardos, enquanto que o

áreas algodociras

nalidade .

consumo de todos os centros têxteis não

ultrapassará, no citado período, 28.000.000.

Haveria assim sobra con

siderável dc 3.000.000 de fardos, mas é

neco..ssárin levar em conta que, por en

Em meados de dezembro do ano pas sado, como é ali de lei, o secretário da

Agricultura dos Estados Unidos, Senhor Brcnann, promoveu, na "cotton-bclt", o

quanto, os estoques que passam de

primeiro plebiscito da nova era ou ciclo

uma para outra estação são ainda rela tivamente pequenos. O excesso da pro

da produção norte-americana de algodão.

dução sòbrc o consumo mundial vai ser

oferta e da procura dessa matéria-primà regi.stra desequilíbrio acentuado — como

vindo para refazer os estoques que se

haviam liquidado, durante os anos ante riores de relativa escassez.

Do ex"posto,

conclui-se que, mesmo com produção superior ao consumo, o suprimento não

é exagerado, e o que sobra vai ajudan do a refazer as lacunas anteriores.

Mas, a situação pode não ser a mes ma, em futuro próximo. Se no ano corrente, ainda não se pode considerar excessivo ou cm superprodução o supri mento mundial de algodão, já a mesma coisa não ocorrerá, na próxima estação,

a de 1950/51, a qual se inicia prati camente com o plantio e colheita das safras do hemisfério setentrional, mar

cados para meses próximos.

A superprodução, pois, parece inevi tável.

Para corrigir-lhe os perigos, os Estados Unidos estão recon-endo a dois expedien

Pela lei em vigor, quando a situação da ó o caso atual — o governo pode realizar

plebiscitos entre os lavradores de algo

dão, para se determinar se a maioria opta pela redução das áreas, com manutenção dos atuais níveis de garantia de preços mínimos (90% da "paridade") ou se

prefere plantar livremente, desistindo, porém, dessa garantia tão elevada. O re ferendo agrário foi realizado, com com-

parecimento de milhões de lavradores. A maioria votou a favor da redução da^ áreas e da manutenção da garantia ci

tada. Aparentemente, o problema estaria resolvido, se a situação algodoeira norteamericana não se tivesse complicado sen sivelmente com as últimas tendências

ali observadas.

É fato conhecido que

o eixo econômico dessa lavoura se des

loca das margens do Mississipi, para as terras irrigadas do oeste da Califórnia que não eram, havia alguns anos, região de


24

DictSTO Eco^•ó^^co

importância na produção algodoeira. A irrigação em larga escala supriu a defi

alguns anos a 180 libras de pliiniu, en quanto que atualmente, cm média de

existentes à bóa aceitação dos algodões ''irrigados" desapareceram recentemente,

anos recentes já se ele\a a (juasc 280

pois os fiandeiros estão aceitando mais

libras.

Es.sa elevação impressionante do len-

liberalmente lotes dessa procedência, por

dimcnto médio, por unidade de super

lhes ter notado melhoria acentuada dos

áreas antigas. Essas diminuições terão

fície plantada, é uma verdadeira revo lução e assenta raízes na ação combina da da técnica agronômica e da mecani zação rural. A di.sseminação dcj trator dos proce.ssos mecânicos dc cultivo e

de ser feitas em função de áreas de anos passados, o que toma e.vcessiva-

res variedades para as diversas regiões

mente forte a incidência nas regiões no vas. Outras, como o Texas, quei.xam-se

do país, emparelhando-se com a nova arrancada para as terras irrigadas do.

caraclere;; físicos.

O referendo de dezembro do ano pas sado estabelece reduções acentuadas das

collicita, ao lado da criação de melho

igualmente da providência, porque se acham em fase de fraca expansão e de queda dos custos de produção, pelo uso

simas; es.sa combinação de fatores fa

extensivo da maquinaria.

cessão de anos relativamente benéficos

Para corrigir os rigores da lei citada, e adatar a redução de 'área às neces

sidades das regiões novas ou das mais avançadas em mecanizaç<ão, estão cor

rendo pela Câmara e Senado dos Esta

dos Unidos vários projetos, todos obje tivando ampliar a área oficial.

Oeste, onde as colheitas são abundantís

voráveis, ajudados ainda nnr uma su

à cultura do algodão, resultou na com pleta modificação da fisionomia econô

mica algodoeira norte-americana. O seu cu.sto de produção não baixou tao rapi damente quanto se pensaria, porquanto o braço rural tem subido fortemente,

mas, a julgar pelos últimos trabalhos ofi ciais, vai-se mantendo relativamente es

A revolução algodoeira nos Estados Unidos — fruto da tecnologia e da industrialização

tável, enquanto o do.s demais países sobe assustadoramente.

O fato de terem os

norte-americanos con.seguido refrear a tendência de elevação do custo de pro

A redução das áreas talvez não seja a resposta à necessidade de diminuir as

safras, porque a lavoura de algodão

Econômico

"acre" naquele país, não chegava cm

E os entraves antes

ciência de chuvas.

Dir.ESTd

dução, quando tudo ali é mais caro, re presenta a melhor garantia dc seus la vradores, na competição de dias cjue se

norte-americana vem passando, nos últi mos anos, por modificações de tal ampli

anunciam com côres negras.

tude que a colocam no grau de pro

nizada a lavoura de algodão daquele

nunciada modificação, julgada por al guns observadores quase revolucionária. De fato, antes da introdução de novos métodos de cultivo, colheita e melho

país, pois que as colhedeiras mecânicas são caras e exigem certos cuidados técni cos em seu manuseio e aplicação, mas só o fato de se haver provado a possibi

ria de sementes, a produção média, por

lidade de mecanizar a atividade mais

Não está ainda completamente meca

O yi

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24

DictSTO Eco^•ó^^co

importância na produção algodoeira. A irrigação em larga escala supriu a defi

alguns anos a 180 libras de pliiniu, en quanto que atualmente, cm média de

existentes à bóa aceitação dos algodões ''irrigados" desapareceram recentemente,

anos recentes já se ele\a a (juasc 280

pois os fiandeiros estão aceitando mais

libras.

Es.sa elevação impressionante do len-

liberalmente lotes dessa procedência, por

dimcnto médio, por unidade de super

lhes ter notado melhoria acentuada dos

áreas antigas. Essas diminuições terão

fície plantada, é uma verdadeira revo lução e assenta raízes na ação combina da da técnica agronômica e da mecani zação rural. A di.sseminação dcj trator dos proce.ssos mecânicos dc cultivo e

de ser feitas em função de áreas de anos passados, o que toma e.vcessiva-

res variedades para as diversas regiões

mente forte a incidência nas regiões no vas. Outras, como o Texas, quei.xam-se

do país, emparelhando-se com a nova arrancada para as terras irrigadas do.

caraclere;; físicos.

O referendo de dezembro do ano pas sado estabelece reduções acentuadas das

collicita, ao lado da criação de melho

igualmente da providência, porque se acham em fase de fraca expansão e de queda dos custos de produção, pelo uso

simas; es.sa combinação de fatores fa

extensivo da maquinaria.

cessão de anos relativamente benéficos

Para corrigir os rigores da lei citada, e adatar a redução de 'área às neces

sidades das regiões novas ou das mais avançadas em mecanizaç<ão, estão cor

rendo pela Câmara e Senado dos Esta

dos Unidos vários projetos, todos obje tivando ampliar a área oficial.

Oeste, onde as colheitas são abundantís

voráveis, ajudados ainda nnr uma su

à cultura do algodão, resultou na com pleta modificação da fisionomia econô

mica algodoeira norte-americana. O seu cu.sto de produção não baixou tao rapi damente quanto se pensaria, porquanto o braço rural tem subido fortemente,

mas, a julgar pelos últimos trabalhos ofi ciais, vai-se mantendo relativamente es

A revolução algodoeira nos Estados Unidos — fruto da tecnologia e da industrialização

tável, enquanto o do.s demais países sobe assustadoramente.

O fato de terem os

norte-americanos con.seguido refrear a tendência de elevação do custo de pro

A redução das áreas talvez não seja a resposta à necessidade de diminuir as

safras, porque a lavoura de algodão

Econômico

"acre" naquele país, não chegava cm

E os entraves antes

ciência de chuvas.

Dir.ESTd

dução, quando tudo ali é mais caro, re presenta a melhor garantia dc seus la vradores, na competição de dias cjue se

norte-americana vem passando, nos últi mos anos, por modificações de tal ampli

anunciam com côres negras.

tude que a colocam no grau de pro

nizada a lavoura de algodão daquele

nunciada modificação, julgada por al guns observadores quase revolucionária. De fato, antes da introdução de novos métodos de cultivo, colheita e melho

país, pois que as colhedeiras mecânicas são caras e exigem certos cuidados técni cos em seu manuseio e aplicação, mas só o fato de se haver provado a possibi

ria de sementes, a produção média, por

lidade de mecanizar a atividade mais

Não está ainda completamente meca

O yi

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Dickstci

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27

Econômico

Digií:sto Econômico

atrasada da vida agrícola do pais, com o emprego de engenhos altamente espe cializados, eliminou o receio de uma

ameaça iminente, por parte dos países onde o braço e as terras são mais ba ratos.

Os Estados Unidos já não temem tanto

o Brasil, como em dias passados, porque estão convictos de que, nas novas terras

irrigadas, ou nas mais antigas, desde que devidamente mecanizadas, tratadas contra os estragos de pragas, adubadas

liberalmente e servidas por sementes de

godoeira de 1950/51, liaverá nos Esta

dos Unidos, cm todas as mãos, cerca de T.500.000 a 8.000.000 de fardos, dos quais provàvelmentc 5.000.000 perten

pluma, desceu-se a 150.000, há três

exatamente à cultura natural do algodão,

anos.

mas o México que surge agora, com a maior jrotençialidade dos últimos tempos. Produzia esse país, há menos de seis

Mas, de.ssa data em diante, va-

mo.s subindo. Ti\'einos 220.000, no ano

passado. E vamos agora para 300.000. Maior teria sido a previsão do ano em

cerão à "Commodity Credit Corporation", que é o órgão oficial dc compra o recebimentos de.ssa matéria-prima, não é menos e.xato que oulras nações ^mpetidoras, atualmente desprovidas de so

curso, em São Paulo, se regime tonen-

cial dc chuvas, aliado à .semeadura ex

tremamente tardia, não Iín cssc reduzido acenluadamcnle a po.ssibilidade de ex pansão. Pela venda de sementes, que é indicativa da "intenção dc plantar", São Paulo teria, neste ano, a sua maior safra, pois foram distribuídas mais de 900.000

bras,^ enveredam pelo mesmo caminlio. Há dez anos, um técnico do governo dos Estados Unidos, senhor Spilmann, que exercia as funções de especialista de

elevara mais, podendo enfrentar a con^rrência do Brasil, especialmente de São Paulo, e mais recentemente, desse novo centro algodoeiro de rara poten

algodão, com sede no Consulado daque le país, em São Paulo, mandava para o

sacas aos lavradores, contra 890.000, no

Departamento dc Agricultura as provas de um trabalho que, não sabemos por

nem císloques de \ulto, porque tudo

cialidade que se criou no México, com capitais norte-americanos, em grande

estudo que era, sem talvez o querer, o

melhor qualidade, o seu custo não se

parte.

anc recorde de

1944.

Se não temo.s, por eiK^uanto, sobras, quanto se acumulara durante os anos do guerra já .se liquidou, não é menos exato que em vista do aumen to prová\'cl das safras próxi

que, até. hoje não foi publicado. Êsse maior elogio à extraordinária arrancada

algodoeira paulista, classificava a expan

mas, evidente na "intenção de

são aqui registada, como a mais rápida

plantar" já referida, podemos

já realizada, nessa especialidade, em qualquer parte do mundo. Vimos com amigos cópias desse valio

voltar a ter essas .sobras, e,

Com menores áreas e menos gente, é possível hoje colher mais algodão, O problema da qualidade, que era sem pre mais baixa, na colheita mecânica, vai desaparecendo, com a invenção dos

so trabalho e lamentamos não ter sido,

de competição e luta, a que

superdescaroçadores" há dias anuncia-

ao que saibamos, divulgado, como me

nos referimos na primeira par

recia. Ficou, porém, a constatação, por

te deste estudo.

â- Êsses novos aparelhos limpam por

wmpleto partidas cheias de íôlhas secas, deixando-as em condições satisfatórias,

^dendo assim enfrentar, em qualida de, os algodões colhidos à mão.

O desafio da máquina, da engenhosidade mecânica dos norte-americanos, à cultura menos industrializada de outros países, é a grande ameaça que hoje paira nos ares.

elemento insuspeito dos meios técnicos Várias causas reduziram o ritmo ex-

Anos a fio

pitais norte-americanos, atraídos pelo braço mais barato, e pela segurança do plantio livre, estão-se canalizando para o Mé.vico. A região típica de algodão

dêsse pais assemelha-se à do Texas, pois lhe fica vizinha. Braços ali abundam. Os Estados Unidos e o México nem

sempre acham formula fácil para trazer êsses braços, para a colheita do Texas. Em tais condições, por que não pro

duzir o algodão no próprio território me.xicano? A tentação transformou-se ago ra em realidade.

tusiasmo, a ponto de, há três ou quatro

A safra

deste ano será ali de 950.000

fardos. A do ano próximo não ficará aquém de l.lOO.OOO fardos.

Uma nova zona al

consequentemente, defrontarnos com os mesmos problemas

dial criou-se a.ssim, em um abril e fechar de olhos.

A expansão mexicana re

cente é tão espetaculosa que

já um senador dos Estados

os Estados Unidos que amea

Wi

çam o mundo cí)m nova su

r\.\

exato ser do sua responsabi lidade, em maior escala, essa situação, pois que a presente

raram dessa expansão muito de seu en

Não era competidor que se Mas, grandes recursos e ca

godoeira de importância mun

perprodução, se bem que seja

de condiçÕe.s desfavoráveis de tempo ti

anos, parecer quase condenada a pro dução algodoeira de nosso meio. Sò-

.safra de 16.000.000 de fardos

mente uma organização forte, como a

mesmo papel da de 18.000.000, da primira fase de excessos.

desempenhou, para isso, o

\'' L

Unidos, Clinton

Anderson,

que exerceu altas funções na

governo norte-americano, afir mava recentemente, ao dis

cursar perante a Associação

de Algodão do Texas: "Este jam de olho com o Méxicol" Casos dessa ordem estão-se

passando, sucedidos, mais recentemente,

Mas, outros centros novos já sa alinham. Não é a Argen-

multiplicando. O mundo saiu da fase de penúria de algo dão para a de abundância. É verdade que há um déficit

por outros de reação e recuperação.

tma, cujo clima não se presta

tremendo nas reais necéssida-

Novos centros de produção e competição

levantada em São Paulo, poderia resistir

algodoeira mundial

a tal embate. Os anos de desânimo estão

Se é exato que em 1.° de agosto próximo, quando começará a estação al

algodão. temesse.

Desta vez, não são apenas

internacionais de algodão. pansionista de São Paulo.

anos, entre 350.000 a 400.000 fardos de

Depois de safras de 462.000 toneladas de .4.


Dickstci

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Econômico

Digií:sto Econômico

atrasada da vida agrícola do pais, com o emprego de engenhos altamente espe cializados, eliminou o receio de uma

ameaça iminente, por parte dos países onde o braço e as terras são mais ba ratos.

Os Estados Unidos já não temem tanto

o Brasil, como em dias passados, porque estão convictos de que, nas novas terras

irrigadas, ou nas mais antigas, desde que devidamente mecanizadas, tratadas contra os estragos de pragas, adubadas

liberalmente e servidas por sementes de

godoeira de 1950/51, liaverá nos Esta

dos Unidos, cm todas as mãos, cerca de T.500.000 a 8.000.000 de fardos, dos quais provàvelmentc 5.000.000 perten

pluma, desceu-se a 150.000, há três

exatamente à cultura natural do algodão,

anos.

mas o México que surge agora, com a maior jrotençialidade dos últimos tempos. Produzia esse país, há menos de seis

Mas, de.ssa data em diante, va-

mo.s subindo. Ti\'einos 220.000, no ano

passado. E vamos agora para 300.000. Maior teria sido a previsão do ano em

cerão à "Commodity Credit Corporation", que é o órgão oficial dc compra o recebimentos de.ssa matéria-prima, não é menos e.xato que oulras nações ^mpetidoras, atualmente desprovidas de so

curso, em São Paulo, se regime tonen-

cial dc chuvas, aliado à .semeadura ex

tremamente tardia, não Iín cssc reduzido acenluadamcnle a po.ssibilidade de ex pansão. Pela venda de sementes, que é indicativa da "intenção dc plantar", São Paulo teria, neste ano, a sua maior safra, pois foram distribuídas mais de 900.000

bras,^ enveredam pelo mesmo caminlio. Há dez anos, um técnico do governo dos Estados Unidos, senhor Spilmann, que exercia as funções de especialista de

elevara mais, podendo enfrentar a con^rrência do Brasil, especialmente de São Paulo, e mais recentemente, desse novo centro algodoeiro de rara poten

algodão, com sede no Consulado daque le país, em São Paulo, mandava para o

sacas aos lavradores, contra 890.000, no

Departamento dc Agricultura as provas de um trabalho que, não sabemos por

nem císloques de \ulto, porque tudo

cialidade que se criou no México, com capitais norte-americanos, em grande

estudo que era, sem talvez o querer, o

melhor qualidade, o seu custo não se

parte.

anc recorde de

1944.

Se não temo.s, por eiK^uanto, sobras, quanto se acumulara durante os anos do guerra já .se liquidou, não é menos exato que em vista do aumen to prová\'cl das safras próxi

que, até. hoje não foi publicado. Êsse maior elogio à extraordinária arrancada

algodoeira paulista, classificava a expan

mas, evidente na "intenção de

são aqui registada, como a mais rápida

plantar" já referida, podemos

já realizada, nessa especialidade, em qualquer parte do mundo. Vimos com amigos cópias desse valio

voltar a ter essas .sobras, e,

Com menores áreas e menos gente, é possível hoje colher mais algodão, O problema da qualidade, que era sem pre mais baixa, na colheita mecânica, vai desaparecendo, com a invenção dos

so trabalho e lamentamos não ter sido,

de competição e luta, a que

superdescaroçadores" há dias anuncia-

ao que saibamos, divulgado, como me

nos referimos na primeira par

recia. Ficou, porém, a constatação, por

te deste estudo.

â- Êsses novos aparelhos limpam por

wmpleto partidas cheias de íôlhas secas, deixando-as em condições satisfatórias,

^dendo assim enfrentar, em qualida de, os algodões colhidos à mão.

O desafio da máquina, da engenhosidade mecânica dos norte-americanos, à cultura menos industrializada de outros países, é a grande ameaça que hoje paira nos ares.

elemento insuspeito dos meios técnicos Várias causas reduziram o ritmo ex-

Anos a fio

pitais norte-americanos, atraídos pelo braço mais barato, e pela segurança do plantio livre, estão-se canalizando para o Mé.vico. A região típica de algodão

dêsse pais assemelha-se à do Texas, pois lhe fica vizinha. Braços ali abundam. Os Estados Unidos e o México nem

sempre acham formula fácil para trazer êsses braços, para a colheita do Texas. Em tais condições, por que não pro

duzir o algodão no próprio território me.xicano? A tentação transformou-se ago ra em realidade.

tusiasmo, a ponto de, há três ou quatro

A safra

deste ano será ali de 950.000

fardos. A do ano próximo não ficará aquém de l.lOO.OOO fardos.

Uma nova zona al

consequentemente, defrontarnos com os mesmos problemas

dial criou-se a.ssim, em um abril e fechar de olhos.

A expansão mexicana re

cente é tão espetaculosa que

já um senador dos Estados

os Estados Unidos que amea

Wi

çam o mundo cí)m nova su

r\.\

exato ser do sua responsabi lidade, em maior escala, essa situação, pois que a presente

raram dessa expansão muito de seu en

Não era competidor que se Mas, grandes recursos e ca

godoeira de importância mun

perprodução, se bem que seja

de condiçÕe.s desfavoráveis de tempo ti

anos, parecer quase condenada a pro dução algodoeira de nosso meio. Sò-

.safra de 16.000.000 de fardos

mente uma organização forte, como a

mesmo papel da de 18.000.000, da primira fase de excessos.

desempenhou, para isso, o

\'' L

Unidos, Clinton

Anderson,

que exerceu altas funções na

governo norte-americano, afir mava recentemente, ao dis

cursar perante a Associação

de Algodão do Texas: "Este jam de olho com o Méxicol" Casos dessa ordem estão-se

passando, sucedidos, mais recentemente,

Mas, outros centros novos já sa alinham. Não é a Argen-

multiplicando. O mundo saiu da fase de penúria de algo dão para a de abundância. É verdade que há um déficit

por outros de reação e recuperação.

tma, cujo clima não se presta

tremendo nas reais necéssida-

Novos centros de produção e competição

levantada em São Paulo, poderia resistir

algodoeira mundial

a tal embate. Os anos de desânimo estão

Se é exato que em 1.° de agosto próximo, quando começará a estação al

algodão. temesse.

Desta vez, não são apenas

internacionais de algodão. pansionista de São Paulo.

anos, entre 350.000 a 400.000 fardos de

Depois de safras de 462.000 toneladas de .4.


28

Dicesto Econômico

DioESTd

Econômico

29

des de adequado vestuário para o mun do. Na prática, porém, a expansão do

porque

agravamento das condiçõc.s normais de

Dc qualquer maneira, o .subsídio é uma c.s-pada de Damocle.s suspensa per-

consumo de tecidos avança- menos rà-

venda.

Vai-sc forçar a penetração de

manentemenlí? sobre o centro algpdoeiro

pidamente do que se pensava, máxime

algodões do centros antigos e novos, por todos os meios imagináveis. O sub

das novas regiões. É verdade que essa arma só se voltou, com maior veemên

sídio à exportação, criado pelo Con

cia, quando da expansão do algodão de

pela luta. Não se desiste à toa das gran

gresso dos Estados Unidos, está ainda

São Paulo, no.s mercados do Canadá.

des realizações econômicas levantadas

em se levando em conta a não menos

espetaculosa expansão da produção e aplicação do "rayon" e derivados. Por estes e aqueles motivos, é que

não

superprodução

sem

libras, tal como o café o é de dólares,

esquecidos de que sem algodão pouca coisa permanente e de \Tilto temos para negociar com a Exiropa? Certamente, que teremos de optar

pensamos ter o mundo entrado não exa

em vigor, algo fortalecido pela tibieza com que a questão foi abordada e prà

lutar pelo direito de manter grandes sa

tamente ainda na fase de superprodução característica, mas pelo menos em seus

Agora mesmo,o México está invadindo os mercados do sou poderoso vizinho, inun

ticamente aprovada na Conferência de

dando as fábricas canadenses com algo

fras não somente para atender às ne-

Havana.

dões de suas últimas safras, mas não se

cesíiidadcs do consumo interno das fá bricas brasileiras, como ainda para asse

pródromos.

Na primeira e mais recente fase, a que coincidiu com o início da segunda con

flagração mundial, o Brasil, e especial mente o Estado de São Paulo, apresen tavam uma extraordinária

vitalidade.

Estávamos na fase de animação que caracterisai a época mais intensa de qual quer grande movimento expansionista.

O subsídio à exj>ortação dos Estados Unidos e a Conferência de Havana

fala, e nem se grita contra es.sa invasão. Ate agtíra, ao ciiic saibamos, não houve

Os delegados norte-americanos não conseguiram fazer passar, tal como de sejavam, o sul)sídio ã exportação, do pro dutos agrícolas em regime de sobras,

o algodão mexicano no Canadá a mesma

midores da Europa e Ásia. indispensá-

arma tremenda com que se de,sarmou a expansão paulista dos anos imediatamen te após a segunda conflagração mundial. Ma.s, isso ó certamente segredo de Es tado que não nos compete deslindar.

veis à estabilidade c expansão dos res

na grande Conferência de Annecy, mas

Nossas safras ainda não haviam .sido tocadas por anos a fio de dissabores. Produzia-se bem e por baixo custo. Em tais condições, a nossa capacidade de

foram mais felizes cm Havana. Ali fi

competição era formidável.

É verdade que e.s.sa medida não será

Já não se nota hoje a mesma coisa. Se não mudannos de métodos de cultu- • ra, comercio e produção, vamos entrar

na segunda grande corrida algodoeira dos tempos recentes com "handicaps" tre mendo.^.

com tanta argúcia e suor. Teremos de

cou pràticamente assegurado, e desta vez com aprovação geral, o princípio • do subsídio, contra o qual tanto se ba teram inúmeras delegações brasileiras.

imposta, sem certas "demarches". Tentar-se-á, preliminarmente, conforme

nenhuma tentati\'a de aplicar-jc contra

pectivos intercâmbios comerciais. Para lutar, porém, por essa realização econômica, é necessário fazer um exa

me retrospectivo, apurando erros e in

troduzindo tudo quanto a e.vperiência Haverá nova tentativa de cooperação

algodoeira internacional A doença da superprodução se avizi

nha e para combatê-la estão-se ultiman do as mesmas panacóias de outras oca siões. Fala-se em que haverá no pró

consta dos anais dessa conferência, um

ximo 22 de maio, nos Estados Unidos,

acordo internacional. Se os diversos paí ses interessados não o aceitarem, poder-

uma Conferência Internacional de Al

se-á recorrer ao subsidio, como arma

gurar sobra.s com as quais obteremos

libra.s e outras moedas dos países consu

godão, para tratar do a.ssunto. O Bra sil certamente se representará, pois que faz parte do seu órgão técnico, respon sável por essa convocação, o Comitê

nossa e dc outros povos aconselhar, como necessário à maior segurança do nosso novo ciclo algodoeiro.

Temos, pois, necessidade urgente de

uma política algodoeira, de um progra ma básico, capaz de elevar-nos do nível inferior a que descemos, com o qual

possam os nossos delegados comparecer a qualquer conferência, de cabeça er guida, confiantes em sua força, como

última etapa do presente estudo. No momento, o que cumpre re.ssaltar

aceita

é a aproximação de dias de borrasca.

fundamente a própria naturezti e filo sofia da política econômica e comer

como estamos, sem aquela confiança de

cial dos Estados Unidos, como, alias, já

outras épocas, sem aquele "aplomb" que nos garantia de antemão alguns trunfos

em anos já passados. Essa política algodoeira, cuja urgên cia dispensa maiores comentários, será objeto da terceira e última parte do presente estudo. No próximo número divulgaremos a terceira parte deste trabalho, sob o tí tulo:

Mas, essas c>ogitações farão parte da

Entramos na nova liça, tal como em

normal, diríamos melhor, como arma mundialmente.

Isso evidente

mente é um absurdo, porque afeta pro

Executivo Internacional do Algodão. Mas, como iremos lá? Enfraquecidos,

1939 e 1940, pràticamente sem estoques a vender, o que é bom sinal. Mas, en

o havia proclamado o hoje secretario de

tramos hoje enfraquecido.s, econòmica-

Estado norte-americano, senhor Dean

nas discussões internacionais? Ou pre

mente falando, pela sucessão de anos

Acheson, quando exercia as funções de

feriremos desistir da luta, e ficarmos, na

maus, de 1945 em diante.

subsecretário da mesma entidade, por

obscuridade, repetindo safrazinhas sem

godoeira para o Brasil — em face da

ocasião da aprovação dessa medida pelo Congresso dos Estados Unidos.

importância, esquecidos de que o al godão é a nossa fábrica principal de

ficação da competição".

Os- meios algodoeiros internacionais

sabem que a competição se aproxima,

"Necessid<ide de uma nova política al

superprodução iminente e da intensi


28

Dicesto Econômico

DioESTd

Econômico

29

des de adequado vestuário para o mun do. Na prática, porém, a expansão do

porque

agravamento das condiçõc.s normais de

Dc qualquer maneira, o .subsídio é uma c.s-pada de Damocle.s suspensa per-

consumo de tecidos avança- menos rà-

venda.

Vai-sc forçar a penetração de

manentemenlí? sobre o centro algpdoeiro

pidamente do que se pensava, máxime

algodões do centros antigos e novos, por todos os meios imagináveis. O sub

das novas regiões. É verdade que essa arma só se voltou, com maior veemên

sídio à exportação, criado pelo Con

cia, quando da expansão do algodão de

pela luta. Não se desiste à toa das gran

gresso dos Estados Unidos, está ainda

São Paulo, no.s mercados do Canadá.

des realizações econômicas levantadas

em se levando em conta a não menos

espetaculosa expansão da produção e aplicação do "rayon" e derivados. Por estes e aqueles motivos, é que

não

superprodução

sem

libras, tal como o café o é de dólares,

esquecidos de que sem algodão pouca coisa permanente e de \Tilto temos para negociar com a Exiropa? Certamente, que teremos de optar

pensamos ter o mundo entrado não exa

em vigor, algo fortalecido pela tibieza com que a questão foi abordada e prà

lutar pelo direito de manter grandes sa

tamente ainda na fase de superprodução característica, mas pelo menos em seus

Agora mesmo,o México está invadindo os mercados do sou poderoso vizinho, inun

ticamente aprovada na Conferência de

dando as fábricas canadenses com algo

fras não somente para atender às ne-

Havana.

dões de suas últimas safras, mas não se

cesíiidadcs do consumo interno das fá bricas brasileiras, como ainda para asse

pródromos.

Na primeira e mais recente fase, a que coincidiu com o início da segunda con

flagração mundial, o Brasil, e especial mente o Estado de São Paulo, apresen tavam uma extraordinária

vitalidade.

Estávamos na fase de animação que caracterisai a época mais intensa de qual quer grande movimento expansionista.

O subsídio à exj>ortação dos Estados Unidos e a Conferência de Havana

fala, e nem se grita contra es.sa invasão. Ate agtíra, ao ciiic saibamos, não houve

Os delegados norte-americanos não conseguiram fazer passar, tal como de sejavam, o sul)sídio ã exportação, do pro dutos agrícolas em regime de sobras,

o algodão mexicano no Canadá a mesma

midores da Europa e Ásia. indispensá-

arma tremenda com que se de,sarmou a expansão paulista dos anos imediatamen te após a segunda conflagração mundial. Ma.s, isso ó certamente segredo de Es tado que não nos compete deslindar.

veis à estabilidade c expansão dos res

na grande Conferência de Annecy, mas

Nossas safras ainda não haviam .sido tocadas por anos a fio de dissabores. Produzia-se bem e por baixo custo. Em tais condições, a nossa capacidade de

foram mais felizes cm Havana. Ali fi

competição era formidável.

É verdade que e.s.sa medida não será

Já não se nota hoje a mesma coisa. Se não mudannos de métodos de cultu- • ra, comercio e produção, vamos entrar

na segunda grande corrida algodoeira dos tempos recentes com "handicaps" tre mendo.^.

com tanta argúcia e suor. Teremos de

cou pràticamente assegurado, e desta vez com aprovação geral, o princípio • do subsídio, contra o qual tanto se ba teram inúmeras delegações brasileiras.

imposta, sem certas "demarches". Tentar-se-á, preliminarmente, conforme

nenhuma tentati\'a de aplicar-jc contra

pectivos intercâmbios comerciais. Para lutar, porém, por essa realização econômica, é necessário fazer um exa

me retrospectivo, apurando erros e in

troduzindo tudo quanto a e.vperiência Haverá nova tentativa de cooperação

algodoeira internacional A doença da superprodução se avizi

nha e para combatê-la estão-se ultiman do as mesmas panacóias de outras oca siões. Fala-se em que haverá no pró

consta dos anais dessa conferência, um

ximo 22 de maio, nos Estados Unidos,

acordo internacional. Se os diversos paí ses interessados não o aceitarem, poder-

uma Conferência Internacional de Al

se-á recorrer ao subsidio, como arma

gurar sobra.s com as quais obteremos

libra.s e outras moedas dos países consu

godão, para tratar do a.ssunto. O Bra sil certamente se representará, pois que faz parte do seu órgão técnico, respon sável por essa convocação, o Comitê

nossa e dc outros povos aconselhar, como necessário à maior segurança do nosso novo ciclo algodoeiro.

Temos, pois, necessidade urgente de

uma política algodoeira, de um progra ma básico, capaz de elevar-nos do nível inferior a que descemos, com o qual

possam os nossos delegados comparecer a qualquer conferência, de cabeça er guida, confiantes em sua força, como

última etapa do presente estudo. No momento, o que cumpre re.ssaltar

aceita

é a aproximação de dias de borrasca.

fundamente a própria naturezti e filo sofia da política econômica e comer

como estamos, sem aquela confiança de

cial dos Estados Unidos, como, alias, já

outras épocas, sem aquele "aplomb" que nos garantia de antemão alguns trunfos

em anos já passados. Essa política algodoeira, cuja urgên cia dispensa maiores comentários, será objeto da terceira e última parte do presente estudo. No próximo número divulgaremos a terceira parte deste trabalho, sob o tí tulo:

Mas, essas c>ogitações farão parte da

Entramos na nova liça, tal como em

normal, diríamos melhor, como arma mundialmente.

Isso evidente

mente é um absurdo, porque afeta pro

Executivo Internacional do Algodão. Mas, como iremos lá? Enfraquecidos,

1939 e 1940, pràticamente sem estoques a vender, o que é bom sinal. Mas, en

o havia proclamado o hoje secretario de

tramos hoje enfraquecido.s, econòmica-

Estado norte-americano, senhor Dean

nas discussões internacionais? Ou pre

mente falando, pela sucessão de anos

Acheson, quando exercia as funções de

feriremos desistir da luta, e ficarmos, na

maus, de 1945 em diante.

subsecretário da mesma entidade, por

obscuridade, repetindo safrazinhas sem

godoeira para o Brasil — em face da

ocasião da aprovação dessa medida pelo Congresso dos Estados Unidos.

importância, esquecidos de que o al godão é a nossa fábrica principal de

ficação da competição".

Os- meios algodoeiros internacionais

sabem que a competição se aproxima,

"Necessid<ide de uma nova política al

superprodução iminente e da intensi


r Díoiisio

^Conceito de conjuntura econômica Roberto Pinto de Souza

,\

Economia Política, ciência que

vem despertando ultimamente grande in teresse, preenchendo com constância de

susada as primeiras páginas dos jornais 6 determinando o aparecimento de um sem-número de revistas técnicas e uma

bibliografia especializada incalcuUivel^ é conhecimento elaborado muito recen

temente.

Além disso, o seu apareci

mento, como sistcmatização científica,

coincidiu com a eclosão de fatores sociais,

econômicos e ideológicos muito espe ciais — a revolução liberal, a revolução mdustrial, o iluniinismo - que marcaram

o inicio de nova fase histórica, em que os conceitos de iniciativa social e contro

le social deram lugar a conceitos de iniciativa individual e controle indivi

dual. Em face de influências tão pode rosas não pôde fugir ao imjJerativo das mesmas, daí ter trazido, desde o berço, um característico particular: o de ser a

ciência do liberalismo econômico, ou meUior a ciência de uma sociedade econô

mica onde se verificam condições espe ciais de psicologia, de liberdade e de mercado.

Tal marca original determinou a ela

A onde e.visve numa sociedade lúpotélica,

desajustamentos econômicos sô haveriam

elementos econômicos quantitativos e ex

de pr.~ccssar-sc depois da guerra de

teriores do liomeni.

14-18. Quando surgiram, foi o Estado chamado a intervir. De fato, se fizer-

Walras separa assim nitidamente a

mo.s um exame das razões do cntranha-

mente científica, é o campo propício

líbrio.

para o emprego do método matemático

mento do Estado na vida econômica, ve remos que foram sempre, ou no mais

Essa concepção sobre os fatos econô

mico;: encontrou, durante o século pas sado, grande apoio na realidade, pois, se bem não imperasse plena liberdade, havia pelo menos liberdade suficiente para imprimir à vida econômica uma

dose de elasticidade acoinodatícia, que assegurava, à quase totalidade das mer

cadorias produzidas, preços cjue não sô cobriam seu custo de produção, como proporcionavam lucro razoá\'el.

Dava

emprego à maioria das pessoas que o procuravam, e proporcionava a todos a possi]>ilidade de continuarem comprando os produtos a que se achavam acostuma

dos. Em face de tal grau de elasticida de e ajustamento, que favorecia a esta bilidade econômica, não era necessária a

intervenção reguladora do Estado. Daí a idéia de que a arte econômica, ou mellior, a política econômica escapava ao alcance da ciência. Essa política, devia o homem de governo realizar empiricamente, pois à ciência cabia apenas des crever o mecanismo que governava as

forças econômicas e firmar os seus prin

e mais distanciada da realidade, termi

seus elementos fundamentais: é a ciên

cípios. É ainda em Walras que vamos en contrar melhor conceituada essa concep ção. Para esse economista, o fenômeno econômico deve, ao ser estudado, apar tar-se fundamentalmente do conjunto so

cia que se guia pelos princípios hedo-

ciológico de que faz parte. Para cons

nisticos do "homo economicus", que vi-

truir uma ciência exata, o esforço deve

final do século XIX já possui todos os

dc uma política econômica. Os grandes

preços e das (juantichicles, isto é, sobre os

Economia Pura — que, sendo inteira

boração- de uma ciência pura, que, à

líbrio econômico de Walras e ParetOh No

recaii exclusivamente sòbrc o estudo dos

31

tc plena liberdade e onde as forças eco nômicas tendem fatalmente para o equi

medida que evolui, se torna mais teórica nando com a construção do magnífico edifício da teoria matemática do equi

Econômico

— da Economia Aplicada e Social, que

comporta considerações do tempo c de

lugar, o que implica na interferência de

das vezes, as circunstâncias aflitivas e de penúria em que se achavam todas as classes dos países que o determinaram.

A primeira define-a

E, na maioria das vezes, não agiu o

como sendo essencialmente a teor:., da

Estado dc "motu próprio", mas solicita do pelos próprios particulares. Assim é

elementos morais.

determinação dos pieç^os sob o rc';inie hipotético da livre concorrência abso

quo o governo francês se viu forçado a

luta. É, portanto, a ciência que estuda as relações naturais que se estabelecem

a.ss,uniii' os déficits das estradas de ferro

entro os diferentes elementos da rique

passou nos Estados Unidos, onde, pela

za social, quando os homens não inter

"Reconstrution Finance Corporation", as

vém, por um ato da vontade, para mo

estradas de ferro entraram definitiva

dificar essas relações. A segunda, estu

mente na fase de serviço público. Idên tico fim tiveram tôdas as companhias de

do país, a partir de 1927. O mesmo se

dando os fatos econômicos reais, intro duz na Economia Pura os dados concre

navegação, tanto aéreas como marítimas,

tos e variáveis da realidade e determina

no mundo todo.

a influência que exercem sobre as leis, da Economia Pura.

No setor da agricultura, o Estado foi

solicitado a tomar medidas protetoras

planos complementares, correspondentes

contra o excesso de produção, que le vava a uma baixa continua dos preços. Ê o "Farm Board" e o "Agricultural Adjustament Acl" nos Estados Unidos;

a dois momentos diversos da análise.

á o armazenamento do trigo e do vinho

Essa distinção ficou consagrada. To

dos os economistas passaram a admitir a divisão da ciência econômica em dois

Contudo, o esforço de todoç os econo

na França; é a revalorização do café

mistas vai dirigir-se para a elaboração

no Brasil.

da ciência pura, relegando para plano

O desemprego em massa, nos países

secundário a aplicada. A arte econômi

industriais europeus e nos Estados Uni-

ca não seduz.

do.s, forçou-os a empreender grandes construções nacionais, para colocar os

A realidade é mutável

por demais e não se pode apreendê-la

em todas as suas transformações. Culpa não lhes cabe, pois os métodos de pes quisa e tratamento das realidades eco

como medidas protetoras a "Emergency

nômicas ainda não haviam sido elabora

nistration", a "Civil Work Administra-

dos, gatinhavam apenas. Ê verdade que não havia necessidade

tion", nos Estados Unidos; a "Special Áreas Act", na Inglaterra; a construção

milhões de sem-trabalho. Podemos citar

Work Relief", a "Work's Progress Admi-


r Díoiisio

^Conceito de conjuntura econômica Roberto Pinto de Souza

,\

Economia Política, ciência que

vem despertando ultimamente grande in teresse, preenchendo com constância de

susada as primeiras páginas dos jornais 6 determinando o aparecimento de um sem-número de revistas técnicas e uma

bibliografia especializada incalcuUivel^ é conhecimento elaborado muito recen

temente.

Além disso, o seu apareci

mento, como sistcmatização científica,

coincidiu com a eclosão de fatores sociais,

econômicos e ideológicos muito espe ciais — a revolução liberal, a revolução mdustrial, o iluniinismo - que marcaram

o inicio de nova fase histórica, em que os conceitos de iniciativa social e contro

le social deram lugar a conceitos de iniciativa individual e controle indivi

dual. Em face de influências tão pode rosas não pôde fugir ao imjJerativo das mesmas, daí ter trazido, desde o berço, um característico particular: o de ser a

ciência do liberalismo econômico, ou meUior a ciência de uma sociedade econô

mica onde se verificam condições espe ciais de psicologia, de liberdade e de mercado.

Tal marca original determinou a ela

A onde e.visve numa sociedade lúpotélica,

desajustamentos econômicos sô haveriam

elementos econômicos quantitativos e ex

de pr.~ccssar-sc depois da guerra de

teriores do liomeni.

14-18. Quando surgiram, foi o Estado chamado a intervir. De fato, se fizer-

Walras separa assim nitidamente a

mo.s um exame das razões do cntranha-

mente científica, é o campo propício

líbrio.

para o emprego do método matemático

mento do Estado na vida econômica, ve remos que foram sempre, ou no mais

Essa concepção sobre os fatos econô

mico;: encontrou, durante o século pas sado, grande apoio na realidade, pois, se bem não imperasse plena liberdade, havia pelo menos liberdade suficiente para imprimir à vida econômica uma

dose de elasticidade acoinodatícia, que assegurava, à quase totalidade das mer

cadorias produzidas, preços cjue não sô cobriam seu custo de produção, como proporcionavam lucro razoá\'el.

Dava

emprego à maioria das pessoas que o procuravam, e proporcionava a todos a possi]>ilidade de continuarem comprando os produtos a que se achavam acostuma

dos. Em face de tal grau de elasticida de e ajustamento, que favorecia a esta bilidade econômica, não era necessária a

intervenção reguladora do Estado. Daí a idéia de que a arte econômica, ou mellior, a política econômica escapava ao alcance da ciência. Essa política, devia o homem de governo realizar empiricamente, pois à ciência cabia apenas des crever o mecanismo que governava as

forças econômicas e firmar os seus prin

e mais distanciada da realidade, termi

seus elementos fundamentais: é a ciên

cípios. É ainda em Walras que vamos en contrar melhor conceituada essa concep ção. Para esse economista, o fenômeno econômico deve, ao ser estudado, apar tar-se fundamentalmente do conjunto so

cia que se guia pelos princípios hedo-

ciológico de que faz parte. Para cons

nisticos do "homo economicus", que vi-

truir uma ciência exata, o esforço deve

final do século XIX já possui todos os

dc uma política econômica. Os grandes

preços e das (juantichicles, isto é, sobre os

Economia Pura — que, sendo inteira

boração- de uma ciência pura, que, à

líbrio econômico de Walras e ParetOh No

recaii exclusivamente sòbrc o estudo dos

31

tc plena liberdade e onde as forças eco nômicas tendem fatalmente para o equi

medida que evolui, se torna mais teórica nando com a construção do magnífico edifício da teoria matemática do equi

Econômico

— da Economia Aplicada e Social, que

comporta considerações do tempo c de

lugar, o que implica na interferência de

das vezes, as circunstâncias aflitivas e de penúria em que se achavam todas as classes dos países que o determinaram.

A primeira define-a

E, na maioria das vezes, não agiu o

como sendo essencialmente a teor:., da

Estado dc "motu próprio", mas solicita do pelos próprios particulares. Assim é

elementos morais.

determinação dos pieç^os sob o rc';inie hipotético da livre concorrência abso

quo o governo francês se viu forçado a

luta. É, portanto, a ciência que estuda as relações naturais que se estabelecem

a.ss,uniii' os déficits das estradas de ferro

entro os diferentes elementos da rique

passou nos Estados Unidos, onde, pela

za social, quando os homens não inter

"Reconstrution Finance Corporation", as

vém, por um ato da vontade, para mo

estradas de ferro entraram definitiva

dificar essas relações. A segunda, estu

mente na fase de serviço público. Idên tico fim tiveram tôdas as companhias de

do país, a partir de 1927. O mesmo se

dando os fatos econômicos reais, intro duz na Economia Pura os dados concre

navegação, tanto aéreas como marítimas,

tos e variáveis da realidade e determina

no mundo todo.

a influência que exercem sobre as leis, da Economia Pura.

No setor da agricultura, o Estado foi

solicitado a tomar medidas protetoras

planos complementares, correspondentes

contra o excesso de produção, que le vava a uma baixa continua dos preços. Ê o "Farm Board" e o "Agricultural Adjustament Acl" nos Estados Unidos;

a dois momentos diversos da análise.

á o armazenamento do trigo e do vinho

Essa distinção ficou consagrada. To

dos os economistas passaram a admitir a divisão da ciência econômica em dois

Contudo, o esforço de todoç os econo

na França; é a revalorização do café

mistas vai dirigir-se para a elaboração

no Brasil.

da ciência pura, relegando para plano

O desemprego em massa, nos países

secundário a aplicada. A arte econômi

industriais europeus e nos Estados Uni-

ca não seduz.

do.s, forçou-os a empreender grandes construções nacionais, para colocar os

A realidade é mutável

por demais e não se pode apreendê-la

em todas as suas transformações. Culpa não lhes cabe, pois os métodos de pes quisa e tratamento das realidades eco

como medidas protetoras a "Emergency

nômicas ainda não haviam sido elabora

nistration", a "Civil Work Administra-

dos, gatinhavam apenas. Ê verdade que não havia necessidade

tion", nos Estados Unidos; a "Special Áreas Act", na Inglaterra; a construção

milhões de sem-trabalho. Podemos citar

Work Relief", a "Work's Progress Admi-


?

32

Diohsio Econômico

das estradas de rodagem e os 3.767 mi lhões de R M para outras obras, na Ale

manha. Ao lado dessas grandes realiza ções, os governos empreenderam ainda uma política de aumento de salários, como por exemplo os códigos de Roose-

velt e os acordos Matignon, com o fito de refazer q poder aquisitivo dos Iraba-

adores, ao mesmo tempo que proçuravam elevar os preços dos produtos agrí^

melhorar a capacidade

aquisitiva dos agricultores, principalmen te Os pequenos, cuio poder aquisiti

vo nos Estados Unidos havia decaído

de 50%. A própria Inglaterra, que ape nas obtém de suas terras 10% dos pro ntos agrícolas que consome, tentou - uma revalorização agrícola com os "Mar-

desvalorizíiç-ões, a uma depreciação de

do, ainda não puderam, acpiéles que .se

ensinamentos olqètivos da estatística e a

dedicam

experiência dos homens dc Estado. "La conjoncture constitue un véritable car-

estatais, mas esta.s iá mostram que as inpelas .situaç-ões econômicas históricas, principahnente no após-guerra, quando impérios econômicos desapareceram para dar lugar a outros impérios, (jiiando a afetou profundamente as fortunas e alte rou a.s classes sociais.

o;: interê.sses coletivos.

cuja finalidade consistia em pagar, medir e conservar valores, vemos a infiltração

'do Estado que, para atenuar as oscila

tica?

Em face do

imen.so caos econômico presente e na ausência de um entendimento comum, as mesmas para, num "tour de furcc", agru par todos os seus recursos c encaminhá-

econômica, ou melhor, tra

conhecimentos pertinentes

çar as perspectivas do mo

aos vários ramos das ciên

vimento

econômico.

Ê,

cias que estudam as ativi

portanto,

um misto

de

dades econômicas, isto é,

ciência e de arte, de co

entre estatística e ciência

nhecimentos

econômica;

entre

i

ciência

econômica e política eco

Todos esses interyencionismos estatais

seguro.s. As três maiores experiências — o New Deal, o v^ano de Hitler e o

política econóniica. A mar

econômica;:

das

.sentar

que SC encontra a econo

mica, pois a estatística se

tantes, as quai.s, aliadas ao desenvobi-

ucantonou

a

no aperfeiçoa

mento dos seus métodos de coleta de

rio um processo .especial.

objetivo da vida econômica, deram nova

cia econômica permaneceu uma constru

vol\'e-se em três fases:

orientação à Economia Política aplica da, mostrando p. necessidade imperiosa de c-onstruir-se uma política segura no

ção essencialmente teórica e abstrata.

seguiu-se política contrária ao desligar

lhor .servir os interesses gerais da co

a libra do ouro, que pode variar em re

letividade e os destinos da nação.

lação às

outras moedas sem nenhuma

restrição, chegando nas suas contínuas

A grande tarefa atual é realizar a aproximação dessas três orientações di

versas — política,

econômicas, a fim destas poderem me

econômica.

estatística,

ciência

Nesta altura é que inter

vém a conjuntura.

em

mo.

dador. e artifícios de cálculos para de puração dos me.smos, enquanto a ciên

controle c" encadeamento das atividades

situação

mia dp país e as suas perspecthas no futuro próxi

teóricas à política econô

Qosplun — trouxeram experiências impor

43 a 49 miligramas, e aboliu, em se guida, o limite inferior. Na Inglaterra,

suas

do até agora paralela, daí

quisa e construção teórica dos institutos e.specialmcntc criados para o estuda

oscilai o franco em relação ao ouro, de

das

faltarem bases objetivas e

valor metálico correspondente, dimiconferiram ao dólar uma nova relação, inferior à antiga em 39,94%. A França fixou os limites entre os quais podia

atividades

e

.relações, a fim dc apre-

mento da estatística e ao e.sfórço de pes

Assim, os Estados Unidos

e

ceituã-la como o estudo

objetivo

ções cíclicas, interferiu diretamente no nuindo-o.

teóricos

pragmáticos. Podemos con-

nômica; entre estatística e cha de.ssas ciências tem si

foram feitos sem princípios orientadores

Não; é a ciência da economia

aplicada, cujo objeto é esclarecer a ação

falta de coordenação dos

por desarticular a ordem econômica ela

contram.

tinos econômicos nacionais e internacio nais.

Será então a conjuntura uma polí

A razão para êssc estado de coisas devemos procurar, .segundo Vincent, na

A nova guerra de 39-4.5, surgindo num estado de coisas já conturbado, terminou

de custo dos produtos tanto agrícolas

tions, historiens aussi", na frase de Vin-

cenf. É uma ciência de conjugação e dc síntese, que está destinada a desem penhar papel muito importante nos des

forma, o homem de Estado permanece impotente para dirigir com segurança a

vida econômica, obrigando-a a servir

los para solução da crise em que sc en

statíciens, économistes et hommes d'ac-

mcntos econômicos fundamentais. Dessa

inflação, elevada a somas astronômicas,

borada no século XIX.

refour ou sont appelés à se recontrer

Faltam, para tal, infonnaçõcs estatísti cas amplas c bem coordenadas e conhe cimentos precisos sobre o.s encadea-

gercncia.s governamentais foram forçadas

periência Bruning, e pela França a ex periência Lavai, para diminuir o preço

No campo da moeda, que no libera

a êssc estudo, construir um

corpo assente dc idéias, com relação a êsse novo aspecto da Economia Política.

Poderíamor; citar imiila.s intcr\'cnvões

nações tiveram que se voltar sòbre si

lismo era considerada como neutra e

A

40% em relação ao dólar.

Gting Schemes". No mesmo sentido, ainda vamos encontrar a política da de flação seguida pela Alemanha, a ex

como industriais.

Drci:sT(» Econômico

A missão que lhe

Para realizar o levantamento das con

dições econômicas nacionais é necessá

Êste descn-

1 — a descrição dos fatos, principal mente sob o aspecto numérico;

2 — a procura c]a causa ou da ex plicação; 3 — a elaboração de previsões ou de perspectivas.

destinaram os modernos economistas foi

a de conjugar os conhecimentos abstra to» da economia política pura com os

Esta nova orientação foi denomina

da "planejamento econômico". Contu\

'.■.àtA

As etapas acima não são particulares à conjuntura. São o caminho natural de


?

32

Diohsio Econômico

das estradas de rodagem e os 3.767 mi lhões de R M para outras obras, na Ale

manha. Ao lado dessas grandes realiza ções, os governos empreenderam ainda uma política de aumento de salários, como por exemplo os códigos de Roose-

velt e os acordos Matignon, com o fito de refazer q poder aquisitivo dos Iraba-

adores, ao mesmo tempo que proçuravam elevar os preços dos produtos agrí^

melhorar a capacidade

aquisitiva dos agricultores, principalmen te Os pequenos, cuio poder aquisiti

vo nos Estados Unidos havia decaído

de 50%. A própria Inglaterra, que ape nas obtém de suas terras 10% dos pro ntos agrícolas que consome, tentou - uma revalorização agrícola com os "Mar-

desvalorizíiç-ões, a uma depreciação de

do, ainda não puderam, acpiéles que .se

ensinamentos olqètivos da estatística e a

dedicam

experiência dos homens dc Estado. "La conjoncture constitue un véritable car-

estatais, mas esta.s iá mostram que as inpelas .situaç-ões econômicas históricas, principahnente no após-guerra, quando impérios econômicos desapareceram para dar lugar a outros impérios, (jiiando a afetou profundamente as fortunas e alte rou a.s classes sociais.

o;: interê.sses coletivos.

cuja finalidade consistia em pagar, medir e conservar valores, vemos a infiltração

'do Estado que, para atenuar as oscila

tica?

Em face do

imen.so caos econômico presente e na ausência de um entendimento comum, as mesmas para, num "tour de furcc", agru par todos os seus recursos c encaminhá-

econômica, ou melhor, tra

conhecimentos pertinentes

çar as perspectivas do mo

aos vários ramos das ciên

vimento

econômico.

Ê,

cias que estudam as ativi

portanto,

um misto

de

dades econômicas, isto é,

ciência e de arte, de co

entre estatística e ciência

nhecimentos

econômica;

entre

i

ciência

econômica e política eco

Todos esses interyencionismos estatais

seguro.s. As três maiores experiências — o New Deal, o v^ano de Hitler e o

política econóniica. A mar

econômica;:

das

.sentar

que SC encontra a econo

mica, pois a estatística se

tantes, as quai.s, aliadas ao desenvobi-

ucantonou

a

no aperfeiçoa

mento dos seus métodos de coleta de

rio um processo .especial.

objetivo da vida econômica, deram nova

cia econômica permaneceu uma constru

vol\'e-se em três fases:

orientação à Economia Política aplica da, mostrando p. necessidade imperiosa de c-onstruir-se uma política segura no

ção essencialmente teórica e abstrata.

seguiu-se política contrária ao desligar

lhor .servir os interesses gerais da co

a libra do ouro, que pode variar em re

letividade e os destinos da nação.

lação às

outras moedas sem nenhuma

restrição, chegando nas suas contínuas

A grande tarefa atual é realizar a aproximação dessas três orientações di

versas — política,

econômicas, a fim destas poderem me

econômica.

estatística,

ciência

Nesta altura é que inter

vém a conjuntura.

em

mo.

dador. e artifícios de cálculos para de puração dos me.smos, enquanto a ciên

controle c" encadeamento das atividades

situação

mia dp país e as suas perspecthas no futuro próxi

teóricas à política econô

Qosplun — trouxeram experiências impor

43 a 49 miligramas, e aboliu, em se guida, o limite inferior. Na Inglaterra,

suas

do até agora paralela, daí

quisa e construção teórica dos institutos e.specialmcntc criados para o estuda

oscilai o franco em relação ao ouro, de

das

faltarem bases objetivas e

valor metálico correspondente, dimiconferiram ao dólar uma nova relação, inferior à antiga em 39,94%. A França fixou os limites entre os quais podia

atividades

e

.relações, a fim dc apre-

mento da estatística e ao e.sfórço de pes

Assim, os Estados Unidos

e

ceituã-la como o estudo

objetivo

ções cíclicas, interferiu diretamente no nuindo-o.

teóricos

pragmáticos. Podemos con-

nômica; entre estatística e cha de.ssas ciências tem si

foram feitos sem princípios orientadores

Não; é a ciência da economia

aplicada, cujo objeto é esclarecer a ação

falta de coordenação dos

por desarticular a ordem econômica ela

contram.

tinos econômicos nacionais e internacio nais.

Será então a conjuntura uma polí

A razão para êssc estado de coisas devemos procurar, .segundo Vincent, na

A nova guerra de 39-4.5, surgindo num estado de coisas já conturbado, terminou

de custo dos produtos tanto agrícolas

tions, historiens aussi", na frase de Vin-

cenf. É uma ciência de conjugação e dc síntese, que está destinada a desem penhar papel muito importante nos des

forma, o homem de Estado permanece impotente para dirigir com segurança a

vida econômica, obrigando-a a servir

los para solução da crise em que sc en

statíciens, économistes et hommes d'ac-

mcntos econômicos fundamentais. Dessa

inflação, elevada a somas astronômicas,

borada no século XIX.

refour ou sont appelés à se recontrer

Faltam, para tal, infonnaçõcs estatísti cas amplas c bem coordenadas e conhe cimentos precisos sobre o.s encadea-

gercncia.s governamentais foram forçadas

periência Bruning, e pela França a ex periência Lavai, para diminuir o preço

No campo da moeda, que no libera

a êssc estudo, construir um

corpo assente dc idéias, com relação a êsse novo aspecto da Economia Política.

Poderíamor; citar imiila.s intcr\'cnvões

nações tiveram que se voltar sòbre si

lismo era considerada como neutra e

A

40% em relação ao dólar.

Gting Schemes". No mesmo sentido, ainda vamos encontrar a política da de flação seguida pela Alemanha, a ex

como industriais.

Drci:sT(» Econômico

A missão que lhe

Para realizar o levantamento das con

dições econômicas nacionais é necessá

Êste descn-

1 — a descrição dos fatos, principal mente sob o aspecto numérico;

2 — a procura c]a causa ou da ex plicação; 3 — a elaboração de previsões ou de perspectivas.

destinaram os modernos economistas foi

a de conjugar os conhecimentos abstra to» da economia política pura com os

Esta nova orientação foi denomina

da "planejamento econômico". Contu\

'.■.àtA

As etapas acima não são particulares à conjuntura. São o caminho natural de


34

Dicr-isro EcoNÓMicti

tôda ciência. Assim tôdas começam pela descrição dos fatos para depois intentar a explicação c-ausal.

Para a descrição

dos fatos econômicos se utili2m a con juntura da contabilidade nacional. Esta

permite realizar, não só a classificação

dos fenômenos econômicos, como tam

bém salientar a importância de cada um no conjunto das atividades produtivas e consumptiva.s, uma vez nue permite de

finir 6 agrupar as principai.s \ariávei.s econômicas e apontar as relações neces sárias que apresentam. Vai ainda mais

longe, decompondo as variáveis segundo

sição ou concatonaçãi) de categorias iso-

dução. Esta converte-sc em renda gas

teriof.

laduii, fazendo ab.straçã(> das flutuações do.s valore.s, dos proçxjs e das intcr-rç-

são) o, novamente, cm renda investida e

As previsõc.s são condicionais, apoiundü-se em hipóteses verossímeis. Nem

poderia .ser dc outra forma, pois estão

subordinadas a fatos políticos, sociais, jurídicos, estruturais ele., intimamente relacionados e exercendo influências mú

procura das causas que estão agindo so bre as atividades econômicas, forçan-

clo-as a seguir esta ou aquela orientação. Indubitavelmente esta é a fase mais

delicada da pesquisa. As dificuldades para constatar o encadeamento das cau

sas e efeitos são inúmeras, pois no cam po social a comple.xídade dos fenôme

\áda econômica em ecpiilíhrio c sem movimento.

A segunda reconhece o caráter cs.senc fatôres do processo econômico.

zenda queira calcular tpial será a pro

o serviços deteruiinaram uma série de

dução brasileira no corrente ano.

relações entre os indivíduos que se expres,sam em unidade-\ alnr, que por sua

realizar esse cálculo é preciso conhecer

créditos destinados a financiar as ativi

Terminada a descrição minuciosa da

os valores produzidos cm renda perce

bida, que se converte outra vez em renda gasta. Todas essas inter-rclações consti

Ê, portanto, o estudo da

Tomemos um exemplo para esclarecer. Suponhamos que <> Ministério da Fa

do, pequena burguesia, classe média,

vida econômica pode a conjuntura em preender a explicação, ou melhor, a

laçõcs entic a produção, a di.stribuição e

terdependência entre as diversas etapas

Para

dades produtoras, as matérias-primas e a energia disponíveis, a possibilidade de importação de novos equipamentos, bem como de muitas matérias-primas necesSiuias à produção nacional etc. Conhe cidos todos esses elementos, o Ministério

estará apto a calcular o montante da IJrodução nacional. Êste cômputo, en tretanto, nada tem de absoluto, pois to

tuem o circuito econômico, que é o pro cesso constante da atividade produti^^á. Na estática, os elementos do circui te" são considerados in\-ariáveis. A mar

A

cha do raciocínio consiste em considerar

produção e o inlercánibio de mercadorias

\ariá\-el um elemento apenas c verifi car quais as alterações que cs.sa varia ção introduz no circuito. Na dinâmica, os elementos do circuito são considera-

vez so traduz em quantidade de moe

do.s mutáveis, pois na rída real esses

da, daí tomar-so esta o denominador

elementos estão em progresso ou re-

comum cio processo econômico. Na vida

gre.s.sãe contínua,

real esses \alores nunca são constantes,

oscilam ininterruptamente.

Essas osci

lações constituem o objeto próprio da dinâmica.

Esta é, jxutanto, o estudo

Por cs,sa ligeira conccituação da es tática e da dinâmica \ emos que a con

juntura é o estado da dinâmica econômi ca, enquanto a economia pura e o da

da vida econômica cm clcson\olvimcnto,

estática.

em

dc pagamento, em instrumento de com

econômicas, o seu estudo é complexo, difícil. Necessita de métodos que ainda não foram elaborados integralmente, co

pra, dc crédito, dc poupança, de inves

mo a estatística, a contabilidade nacio

timentos, de salários, de dividendos, de

nal e o método dos modelos. Amin- . ciam-sc, é verdade, grandes resultados

mutação.

A moeda se metamorfoseia em meio

dos esses fatôres podem variar no cor rer do ano, como de fato variam, modi ficando extraordináriamente o resultado

juros etc.

final. O que a previsão estabelece são as linhas gerais da evolução econômica

dução, distribuição c consumo) mani festam-se mediante a circulação da moe

no futuro imediato, de.sde que não haja

ta (para fins de consumo ou do inver

o consumo.

cialmente mutá\'cl da economia e a in

tuas.

a quantidade de mão-de-obra disponível em cada setor da produção, o valor do.s

ç-ões jurídicas etc.).

35

relação causai constatada na fase aii-

o ramo de atividade (indústria, agricul tura, comércio, importação, exportação etc.), as categorias sociais (operaria classe abastada), a estrutura econômica (organização financeira, técnica, rela-

Dicksto EcoNÓxnco

Por seu lado, os elementos

estruturais do processo econômico (pro

da em uma série de formas e denomina

Como ciência de mutações

no futuro. Por isso, costumam os econo

mistas dizer que o problema atual da ciência econômica é construir a dinâmi ca e os seus métodos próprios de pes- . j

nos é enorme, o que impossibilita uma

alterações acentuadas que modifiquem n

ções, tais como inversõe.s, salários, divi

quisa. O caminho a percorrer é longo,

visão nítida sobre a marcha dos aconte

marcha dos acontecimentos econômicos.

dendos, juros etc., em virtude das quais cs valores produzidos se convertem em renda, percebida pelos fatôres de pro

mas é o único que permite elevar o co

cimentos.

Contudo, sempre é possível

Pelo desenvolvimento da pesquisa e

apontar ás tendências fundamentais e os

explicação causai da conjuntura, estamos vendo que ela se move num campo di

fatôres que estão atuando com maior intensidade, obrigando a vida econômica a seguir determinado rumo.

De posse do encadeamento de cau sas e efeitos pode a conjuntura estabe lecer as previsões. Naturalmente, estas não são absolutas, pois não é absoluta a

nhecimento econômico ao nível reque

rido pela ação econômica.

verso do da economia .pura. Existem duas maneiras fundamentais de conce-ber-se a realidade econômica: a estáti

ca e a dinâmica. A primeira concebe a economia como se se desenvolvesse num

campo ideal e abstraio, como a superpoiÉÍPikí'-fiiT


34

Dicr-isro EcoNÓMicti

tôda ciência. Assim tôdas começam pela descrição dos fatos para depois intentar a explicação c-ausal.

Para a descrição

dos fatos econômicos se utili2m a con juntura da contabilidade nacional. Esta

permite realizar, não só a classificação

dos fenômenos econômicos, como tam

bém salientar a importância de cada um no conjunto das atividades produtivas e consumptiva.s, uma vez nue permite de

finir 6 agrupar as principai.s \ariávei.s econômicas e apontar as relações neces sárias que apresentam. Vai ainda mais

longe, decompondo as variáveis segundo

sição ou concatonaçãi) de categorias iso-

dução. Esta converte-sc em renda gas

teriof.

laduii, fazendo ab.straçã(> das flutuações do.s valore.s, dos proçxjs e das intcr-rç-

são) o, novamente, cm renda investida e

As previsõc.s são condicionais, apoiundü-se em hipóteses verossímeis. Nem

poderia .ser dc outra forma, pois estão

subordinadas a fatos políticos, sociais, jurídicos, estruturais ele., intimamente relacionados e exercendo influências mú

procura das causas que estão agindo so bre as atividades econômicas, forçan-

clo-as a seguir esta ou aquela orientação. Indubitavelmente esta é a fase mais

delicada da pesquisa. As dificuldades para constatar o encadeamento das cau

sas e efeitos são inúmeras, pois no cam po social a comple.xídade dos fenôme

\áda econômica em ecpiilíhrio c sem movimento.

A segunda reconhece o caráter cs.senc fatôres do processo econômico.

zenda queira calcular tpial será a pro

o serviços deteruiinaram uma série de

dução brasileira no corrente ano.

relações entre os indivíduos que se expres,sam em unidade-\ alnr, que por sua

realizar esse cálculo é preciso conhecer

créditos destinados a financiar as ativi

Terminada a descrição minuciosa da

os valores produzidos cm renda perce

bida, que se converte outra vez em renda gasta. Todas essas inter-rclações consti

Ê, portanto, o estudo da

Tomemos um exemplo para esclarecer. Suponhamos que <> Ministério da Fa

do, pequena burguesia, classe média,

vida econômica pode a conjuntura em preender a explicação, ou melhor, a

laçõcs entic a produção, a di.stribuição e

terdependência entre as diversas etapas

Para

dades produtoras, as matérias-primas e a energia disponíveis, a possibilidade de importação de novos equipamentos, bem como de muitas matérias-primas necesSiuias à produção nacional etc. Conhe cidos todos esses elementos, o Ministério

estará apto a calcular o montante da IJrodução nacional. Êste cômputo, en tretanto, nada tem de absoluto, pois to

tuem o circuito econômico, que é o pro cesso constante da atividade produti^^á. Na estática, os elementos do circui te" são considerados in\-ariáveis. A mar

A

cha do raciocínio consiste em considerar

produção e o inlercánibio de mercadorias

\ariá\-el um elemento apenas c verifi car quais as alterações que cs.sa varia ção introduz no circuito. Na dinâmica, os elementos do circuito são considera-

vez so traduz em quantidade de moe

do.s mutáveis, pois na rída real esses

da, daí tomar-so esta o denominador

elementos estão em progresso ou re-

comum cio processo econômico. Na vida

gre.s.sãe contínua,

real esses \alores nunca são constantes,

oscilam ininterruptamente.

Essas osci

lações constituem o objeto próprio da dinâmica.

Esta é, jxutanto, o estudo

Por cs,sa ligeira conccituação da es tática e da dinâmica \ emos que a con

juntura é o estado da dinâmica econômi ca, enquanto a economia pura e o da

da vida econômica cm clcson\olvimcnto,

estática.

em

dc pagamento, em instrumento de com

econômicas, o seu estudo é complexo, difícil. Necessita de métodos que ainda não foram elaborados integralmente, co

pra, dc crédito, dc poupança, de inves

mo a estatística, a contabilidade nacio

timentos, de salários, de dividendos, de

nal e o método dos modelos. Amin- . ciam-sc, é verdade, grandes resultados

mutação.

A moeda se metamorfoseia em meio

dos esses fatôres podem variar no cor rer do ano, como de fato variam, modi ficando extraordináriamente o resultado

juros etc.

final. O que a previsão estabelece são as linhas gerais da evolução econômica

dução, distribuição c consumo) mani festam-se mediante a circulação da moe

no futuro imediato, de.sde que não haja

ta (para fins de consumo ou do inver

o consumo.

cialmente mutá\'cl da economia e a in

tuas.

a quantidade de mão-de-obra disponível em cada setor da produção, o valor do.s

ç-ões jurídicas etc.).

35

relação causai constatada na fase aii-

o ramo de atividade (indústria, agricul tura, comércio, importação, exportação etc.), as categorias sociais (operaria classe abastada), a estrutura econômica (organização financeira, técnica, rela-

Dicksto EcoNÓxnco

Por seu lado, os elementos

estruturais do processo econômico (pro

da em uma série de formas e denomina

Como ciência de mutações

no futuro. Por isso, costumam os econo

mistas dizer que o problema atual da ciência econômica é construir a dinâmi ca e os seus métodos próprios de pes- . j

nos é enorme, o que impossibilita uma

alterações acentuadas que modifiquem n

ções, tais como inversõe.s, salários, divi

quisa. O caminho a percorrer é longo,

visão nítida sobre a marcha dos aconte

marcha dos acontecimentos econômicos.

dendos, juros etc., em virtude das quais cs valores produzidos se convertem em renda, percebida pelos fatôres de pro

mas é o único que permite elevar o co

cimentos.

Contudo, sempre é possível

Pelo desenvolvimento da pesquisa e

apontar ás tendências fundamentais e os

explicação causai da conjuntura, estamos vendo que ela se move num campo di

fatôres que estão atuando com maior intensidade, obrigando a vida econômica a seguir determinado rumo.

De posse do encadeamento de cau sas e efeitos pode a conjuntura estabe lecer as previsões. Naturalmente, estas não são absolutas, pois não é absoluta a

nhecimento econômico ao nível reque

rido pela ação econômica.

verso do da economia .pura. Existem duas maneiras fundamentais de conce-ber-se a realidade econômica: a estáti

ca e a dinâmica. A primeira concebe a economia como se se desenvolvesse num

campo ideal e abstraio, como a superpoiÉÍPikí'-fiiT


Dickstci Econômico

ALGUMAS DIRETRIZES NECESSÁRIAS

À INDUSTRIALIZAÇÃO NO APÓS-GUERRA Aldo M. Azevedo

A

NÃO SER para espíritos partidários, cuja visão unilateral e defeituosa

O Mercado luterno

4. Neste momento, o fator essencial o decisivo para a formação do verda deiro mercado interno é o poder aquisi tivo de sua população. Maior "poder

desenvolvimento

aquisitivo" não provém somente do fa

pela guerra a ponto

acelerado

sários para que nossa pátria se situe no

o poder, a faculdade de adquirir deter

lugar que todos aspiramos, entre as-po-

minada quantidade dc bens,

derosas nações.

2. Antes de mais nada, cumpre de

alimentos, vestuários ou qualcjuer outra forma de propriedade que cia mesma

finir claramente os objetivos visados pe

produziu, Ou que receba em troca do

lo novo surto de industrialiímção, fixan do, ao mesmo tempo, as condições e

que produziu.

meio.s adequados para atingi-los. E' a

finalidade desta pequena te.se, na qual

te o nivcl geral dos salários c ordenados.

a causa precípua que permitiu essa pe

objetos,

5. Dessa última concepção, que é a verdadeira, resulta conseqüente c lògicamentc que, para aumentar o poder aqui

serão também expostos, singela e sucin tamente, os principais fatores influentes

sitivo, é necessário preencher as duas, ou pelo menos, uma das seguintes condi

nos resultados colimados, em análise fria

ções : —

e tanto quanto possível despida de pre conceitos ou de qualquer restrição sub

a) — aumentar os salários e ordena dos ;

jetiva.

b) — diminuir os preços das'utilida

Os objetivos

des.

netração c expansão notá\el. 12. Estamos todos de- acckdo sobre

jam : —

a conveniência de ser mantido e, possi

8.

Digamos que, cm certo momen

velmente, ampliado ès.se mercado. Isto Salários c ordenados ...

não significa que devemos procurar es tabelecer contratos bilaterais, ou qual quer outra forma compulsória de tran sações. Sou dos que somente acredi tam na solidez das condições efetiva-

100

Preço das utilidades ...

100

Quantidade consumida. .

100

Poder aquisitivo

100

9. Sc, por qualquer razão, baixa rem os preç-os das utilida des para 80, imediatamen

brasileira

6. Estou certo de que, i^ara o lado do aumento do-ganho da população

devem ser, a meu ver, dois : — 1-° — a formação e ampliação de um mercado interno, que absorva pelo me-

obreira, não haverá futuramente grandes possibilidades, a não ser que, como ve

temporânea

industrialização

no.s 75 % da produção

industrial na

cional ;

taneamente a melhoria de produtivida

2.° — a manutenção e ampliação pau

nho seria fator de inflação, som a me

latina dos mercados externos para pro

nor vantagem, pela formação da chjuna-

dutos industriais.

da "bola de neve". -f

.1. ..

•,

petição internacional. 13.

dos 100 (constante) po

recorrer

derão absorver uma quan tidade 125. Isto significa .«iinplosmcntc que uma

condições verdadeiramen luta e vencer na concòr-

Assim, teremos de

baixa geral de 20 % nos

rència mundial : —

às duas únicas

te capazes de sustentar a

preço.s das coisas pode a) — preços baixos ;

provocar um aumento de

25 % no consumo, o que vale dizer, um aumento de 25% no poder aquisitivo. 10. Essa questão dos preços das utilidades é tão mais importante,

se

b) — boa qualidade dos produtos. Exáminemos mais de perto essas cir cunstâncias necessárias.

considerarmos que ela ainda aparece co Preços Baixos

ção do problema concernente ao mer cado externo. O Mercado Externo

remos adiante, seja conseguida simul de. De outro modo, o aumento de ga

mente econômicas no concerto e na har monização final da com

te os salários o ordena

mo a alternativa mais viável na resolu

3. Os objetivos primários da con

de dos produtos industriais brasileiros,

to, os índices do mercado brasileiro se

netários, por um aumento do ganho; re sulta, realmente, cia relação cjuc indica

orientado, para que dêle resultem os be nefícios esperados e, na verdade, neces

conhecer lealmente que, na maioria dos casos, foi a falta de concoiTència, mais

do que o bom preço ou a boa qualida

certo momento, de maiores recursos mo

mantido bem

dos) ocupou lugar destacado em nossa estatística dc exportação. Devemo.s re

cado ideal frente uma baixa geral de preços, desde que se mantenha constan

to de uma dada população dispor, ein

de alcançar alto

ritmo, que precisa ser

7. Resta, entretanto, o recurso da

diminuição dos preços dos produtos in dustriais. E' fácil compreender c de monstrar como SC comportaria um mer

impede apreciação objetiva dos problebas brasileiros, há generalizada crença de que o futiuo do Brasil será agora mais do que nunca uma função de seu industrial,

37

11. O Brasil conquistou, durante guerra, xaliosos mercados externos para seus produtos industriais. Ao con

a

trário do que sempre acontecera ante riormente, um produto industrial (teci-

14. Verifica-se, pois, que a condi ção "preços baixos" figura tanto para a formação e ampliação de um mercado interno, como para a manutenção e am pliação do mercado externo. Nesse ponto, por conseguinte, de\'em ser con centrados os nossos esforços, se quiser

mos cumprir efetivamente nosso dever dü industriais.


Dickstci Econômico

ALGUMAS DIRETRIZES NECESSÁRIAS

À INDUSTRIALIZAÇÃO NO APÓS-GUERRA Aldo M. Azevedo

A

NÃO SER para espíritos partidários, cuja visão unilateral e defeituosa

O Mercado luterno

4. Neste momento, o fator essencial o decisivo para a formação do verda deiro mercado interno é o poder aquisi tivo de sua população. Maior "poder

desenvolvimento

aquisitivo" não provém somente do fa

pela guerra a ponto

acelerado

sários para que nossa pátria se situe no

o poder, a faculdade de adquirir deter

lugar que todos aspiramos, entre as-po-

minada quantidade dc bens,

derosas nações.

2. Antes de mais nada, cumpre de

alimentos, vestuários ou qualcjuer outra forma de propriedade que cia mesma

finir claramente os objetivos visados pe

produziu, Ou que receba em troca do

lo novo surto de industrialiímção, fixan do, ao mesmo tempo, as condições e

que produziu.

meio.s adequados para atingi-los. E' a

finalidade desta pequena te.se, na qual

te o nivcl geral dos salários c ordenados.

a causa precípua que permitiu essa pe

objetos,

5. Dessa última concepção, que é a verdadeira, resulta conseqüente c lògicamentc que, para aumentar o poder aqui

serão também expostos, singela e sucin tamente, os principais fatores influentes

sitivo, é necessário preencher as duas, ou pelo menos, uma das seguintes condi

nos resultados colimados, em análise fria

ções : —

e tanto quanto possível despida de pre conceitos ou de qualquer restrição sub

a) — aumentar os salários e ordena dos ;

jetiva.

b) — diminuir os preços das'utilida

Os objetivos

des.

netração c expansão notá\el. 12. Estamos todos de- acckdo sobre

jam : —

a conveniência de ser mantido e, possi

8.

Digamos que, cm certo momen

velmente, ampliado ès.se mercado. Isto Salários c ordenados ...

não significa que devemos procurar es tabelecer contratos bilaterais, ou qual quer outra forma compulsória de tran sações. Sou dos que somente acredi tam na solidez das condições efetiva-

100

Preço das utilidades ...

100

Quantidade consumida. .

100

Poder aquisitivo

100

9. Sc, por qualquer razão, baixa rem os preç-os das utilida des para 80, imediatamen

brasileira

6. Estou certo de que, i^ara o lado do aumento do-ganho da população

devem ser, a meu ver, dois : — 1-° — a formação e ampliação de um mercado interno, que absorva pelo me-

obreira, não haverá futuramente grandes possibilidades, a não ser que, como ve

temporânea

industrialização

no.s 75 % da produção

industrial na

cional ;

taneamente a melhoria de produtivida

2.° — a manutenção e ampliação pau

nho seria fator de inflação, som a me

latina dos mercados externos para pro

nor vantagem, pela formação da chjuna-

dutos industriais.

da "bola de neve". -f

.1. ..

•,

petição internacional. 13.

dos 100 (constante) po

recorrer

derão absorver uma quan tidade 125. Isto significa .«iinplosmcntc que uma

condições verdadeiramen luta e vencer na concòr-

Assim, teremos de

baixa geral de 20 % nos

rència mundial : —

às duas únicas

te capazes de sustentar a

preço.s das coisas pode a) — preços baixos ;

provocar um aumento de

25 % no consumo, o que vale dizer, um aumento de 25% no poder aquisitivo. 10. Essa questão dos preços das utilidades é tão mais importante,

se

b) — boa qualidade dos produtos. Exáminemos mais de perto essas cir cunstâncias necessárias.

considerarmos que ela ainda aparece co Preços Baixos

ção do problema concernente ao mer cado externo. O Mercado Externo

remos adiante, seja conseguida simul de. De outro modo, o aumento de ga

mente econômicas no concerto e na har monização final da com

te os salários o ordena

mo a alternativa mais viável na resolu

3. Os objetivos primários da con

de dos produtos industriais brasileiros,

to, os índices do mercado brasileiro se

netários, por um aumento do ganho; re sulta, realmente, cia relação cjuc indica

orientado, para que dêle resultem os be nefícios esperados e, na verdade, neces

conhecer lealmente que, na maioria dos casos, foi a falta de concoiTència, mais

do que o bom preço ou a boa qualida

certo momento, de maiores recursos mo

mantido bem

dos) ocupou lugar destacado em nossa estatística dc exportação. Devemo.s re

cado ideal frente uma baixa geral de preços, desde que se mantenha constan

to de uma dada população dispor, ein

de alcançar alto

ritmo, que precisa ser

7. Resta, entretanto, o recurso da

diminuição dos preços dos produtos in dustriais. E' fácil compreender c de monstrar como SC comportaria um mer

impede apreciação objetiva dos problebas brasileiros, há generalizada crença de que o futiuo do Brasil será agora mais do que nunca uma função de seu industrial,

37

11. O Brasil conquistou, durante guerra, xaliosos mercados externos para seus produtos industriais. Ao con

a

trário do que sempre acontecera ante riormente, um produto industrial (teci-

14. Verifica-se, pois, que a condi ção "preços baixos" figura tanto para a formação e ampliação de um mercado interno, como para a manutenção e am pliação do mercado externo. Nesse ponto, por conseguinte, de\'em ser con centrados os nossos esforços, se quiser

mos cumprir efetivamente nosso dever dü industriais.


■ I, ■' II iv-wipppfpir

w Digesto

38

Econômico

Dicesto Econóxíico 15.

As duas outras condições, res

pectivamente

qualidade",

"altos salários" e "boa

podem

ser

consideradas

acessórias. (Felizmente, elas são irmãs

gêmeas, raramente aparecendo separa das : — o bom produto remunera bem o

sil, o comércio internacional deverá ser

baseadí!, no após-guerra, cm intenso in tercâmbio de produtos industriais pre-

da precariedade de corresponder a uma fração apenui' da \'ida da humanidade.

ferentemente porque são os que deixam atrás de si, nas mãos dos produtores (inclusive os operários) mais elevado

periências levadas a cabo, sob inauditos

23.

pelo contrário, as próprias ex

sacrifícios materiais e morais, por êsses

trabalhador; o trabalhador bem pago produz bem e bom. . .). 16. No mundo de após-guerta, de pauperado pela destruição de patrimô

poder aquisitivo, que constituirá real mente, o reforço indi.spcnsável para a

audaciosos condutores de homens, ser

constituição, não sòmcntc do nosso mer

dado

cado interno, mas, também paru a rea

continuamente e por tempo indetermi

nios seculares,

bilitação dos velhos mercados europeus. •19. De fato é fácil obser\'ar que os

nado.

resultado do

trabalho

'contínuo de muitas gerações, esgotado pelas inflações que aqui e ali anemiaram as economias nacionais — nesse mundo

em ruínas, faminto e maltrapilho,

na

realidade indigente mas ansioso por me lhorar, só poderão figurar produtos a

baixo preço; o que, porém, não significa que devam ser de baixa qualidade. 17.

-Não será, entretanto, unicamen

paiscs mais industrializados são os que

melhor mercado interno possuem c que, por isso mesmo, maior intercâmbio po

zaram as classes sociais, além de estarem

dustrialização das regiões retardatárias.

queremo.s construir

um

vida ínfimo, terá de ser resolvido logo,

0 sua solução está principalmente na in 21.

Essa industrialização,

que im

plica forçosamente na educação técnica rápida e precisa e no fornecimento de aparelhagem e ferramentas de alta efi ciência, proporcionará, em pouco tempo,

Terra, após os horrores e morticínios da última conflagração. Serão êles os pri

o aumento da produtividade, que trará, por sua vez, o aumento do poder aqui sitivo e do padrão de vida das regiões

meiros a limitarem seus lucros e oferece

mais atrasadas.

22.

Erram os que ainda pensam em

populações devastadas necessitam urgen

termos da "auto-suficiência" como ideal nacionalista. Na verdade, a solidarie

temente .

dade econômica das nações e muito mais Comércio Internacional

18. Especialmente para as nações da formação e idade econômica do Bra

poderosa do que os sonhos e planos in dividualistas de alguns chefes temporá rios, cujo domínio e acerto, por mais extensos e duráveis que sejam, sofrem

de auto-suficiência

maior e mais variada

fôr a produção de cada nação, tanto me lhor para o intercâmbio internacional. Quanto mais produtivos e melhor remu

25.

"mundo melhor" — o problema das mas sas empobrecidas, dotadas de padrão de

corrência pacífica, os artigos de que as

Quanto

militar e social efetivas e duradouras, se

preços para a baixa geral. Os próprios produtores dos grandes países indus triais, quase todos participantes ativos do.s sofrimentos e privações que solidari

rem por preços accessíveis, na livre con

24.

nerados

sinceramente

puderam contar, foram contagiados pro fundamente pelo espírito de comunidade humana, que tardiamente se espraia pela

do sistema

dem apresentar entre regiões e com as demais nações do globo. 20. Se desejamos condições de paz

te o fator "consumidor" que levará os

munidos de novos processos e técnicas, com abundância de pessoal habilitado e altamente treinado, como nunca dantes

viram para demonstrar a impraticabili-

forem os povos

constituintes

dessas nações, tanto melhor para o in tercâmbio entre os indivíduos, entre as

regiões e entre os países. Nenhuma dessas condições fa

voráveis poderá ser atingida sem o fator

industrialização em larga escala, inclu sive a industrialização da própria agri cultura, cuja produção diversificada e' em fase de intensificação terá de obede

cer,

também entre nós, aos processos

modernos

mecanizados e empregando,

ao máximo, os recursos da ciência, se

não quisermos sofrer o desgôsto de vêla desaparecer ou passar para plano se cundário na economia brasileira.

Condições e meios

26.

Para alcançar os objetivos ali

nhados e discutidos inicialmente, cum

pre agora indicar as condições e meios apropriados, que teremos de dispor e ordenar.

Êles não são imaginados por

prazer ; pelo contrário, são impostos, por assim dizer, a nós mesmos.

27.

taí, conio essenciais, os seguintes fatôres indispensáveis ao bom è.xito da indus

trialização brasileira no após-guerra: —

A) — Fatôres dependentes não da indústria propriamente dita : — 1.° — Estabilidade política, le gislativa e monetiíria ; 2.® — Ambiente fiscal favorá-

\'el;

3.° — Transportes fáceis e mó dicos no custo;

B) — Fatôres dependentes da pró pria indústria : — , 4.® — Pessoal habilitado;

5.° — Aparelhamento e insta lações eficientes;

6.® — Processos simplificados. Vejamos râpidamcnte cada um. Estabilidade Política

28. Sem estabilidade política — e ai se entende não apenas a continuidade

constitucional e legal do govêmo, mas, realmente, a estabilidade da legislação formal e normativa que mais de perto

tange à vida econômica das emprêsas, (como a legislação monetária, fiscal e trabalhista) e, ainda, a estabilidade so

cial, (o que implica no reconhecimento e respeito aos direitos dos indivíduos e das classes por êles formadas) — não pode haver clima para qualquer desen volvimento industrial do país.

29. Basta- considerar que amplia ções de indústrias e.xistentes, ou investi

De um ponto de vista superior,

mentos de capitais em novos empreen

sem particularizar casos concretos, nem

dimentos exigem, naturalmente, certa se

ficar acima da realidade, podemos apon-

gurança de previsão dos elementos^ e fa-


■ I, ■' II iv-wipppfpir

w Digesto

38

Econômico

Dicesto Econóxíico 15.

As duas outras condições, res

pectivamente

qualidade",

"altos salários" e "boa

podem

ser

consideradas

acessórias. (Felizmente, elas são irmãs

gêmeas, raramente aparecendo separa das : — o bom produto remunera bem o

sil, o comércio internacional deverá ser

baseadí!, no após-guerra, cm intenso in tercâmbio de produtos industriais pre-

da precariedade de corresponder a uma fração apenui' da \'ida da humanidade.

ferentemente porque são os que deixam atrás de si, nas mãos dos produtores (inclusive os operários) mais elevado

periências levadas a cabo, sob inauditos

23.

pelo contrário, as próprias ex

sacrifícios materiais e morais, por êsses

trabalhador; o trabalhador bem pago produz bem e bom. . .). 16. No mundo de após-guerta, de pauperado pela destruição de patrimô

poder aquisitivo, que constituirá real mente, o reforço indi.spcnsável para a

audaciosos condutores de homens, ser

constituição, não sòmcntc do nosso mer

dado

cado interno, mas, também paru a rea

continuamente e por tempo indetermi

nios seculares,

bilitação dos velhos mercados europeus. •19. De fato é fácil obser\'ar que os

nado.

resultado do

trabalho

'contínuo de muitas gerações, esgotado pelas inflações que aqui e ali anemiaram as economias nacionais — nesse mundo

em ruínas, faminto e maltrapilho,

na

realidade indigente mas ansioso por me lhorar, só poderão figurar produtos a

baixo preço; o que, porém, não significa que devam ser de baixa qualidade. 17.

-Não será, entretanto, unicamen

paiscs mais industrializados são os que

melhor mercado interno possuem c que, por isso mesmo, maior intercâmbio po

zaram as classes sociais, além de estarem

dustrialização das regiões retardatárias.

queremo.s construir

um

vida ínfimo, terá de ser resolvido logo,

0 sua solução está principalmente na in 21.

Essa industrialização,

que im

plica forçosamente na educação técnica rápida e precisa e no fornecimento de aparelhagem e ferramentas de alta efi ciência, proporcionará, em pouco tempo,

Terra, após os horrores e morticínios da última conflagração. Serão êles os pri

o aumento da produtividade, que trará, por sua vez, o aumento do poder aqui sitivo e do padrão de vida das regiões

meiros a limitarem seus lucros e oferece

mais atrasadas.

22.

Erram os que ainda pensam em

populações devastadas necessitam urgen

termos da "auto-suficiência" como ideal nacionalista. Na verdade, a solidarie

temente .

dade econômica das nações e muito mais Comércio Internacional

18. Especialmente para as nações da formação e idade econômica do Bra

poderosa do que os sonhos e planos in dividualistas de alguns chefes temporá rios, cujo domínio e acerto, por mais extensos e duráveis que sejam, sofrem

de auto-suficiência

maior e mais variada

fôr a produção de cada nação, tanto me lhor para o intercâmbio internacional. Quanto mais produtivos e melhor remu

25.

"mundo melhor" — o problema das mas sas empobrecidas, dotadas de padrão de

corrência pacífica, os artigos de que as

Quanto

militar e social efetivas e duradouras, se

preços para a baixa geral. Os próprios produtores dos grandes países indus triais, quase todos participantes ativos do.s sofrimentos e privações que solidari

rem por preços accessíveis, na livre con

24.

nerados

sinceramente

puderam contar, foram contagiados pro fundamente pelo espírito de comunidade humana, que tardiamente se espraia pela

do sistema

dem apresentar entre regiões e com as demais nações do globo. 20. Se desejamos condições de paz

te o fator "consumidor" que levará os

munidos de novos processos e técnicas, com abundância de pessoal habilitado e altamente treinado, como nunca dantes

viram para demonstrar a impraticabili-

forem os povos

constituintes

dessas nações, tanto melhor para o in tercâmbio entre os indivíduos, entre as

regiões e entre os países. Nenhuma dessas condições fa

voráveis poderá ser atingida sem o fator

industrialização em larga escala, inclu sive a industrialização da própria agri cultura, cuja produção diversificada e' em fase de intensificação terá de obede

cer,

também entre nós, aos processos

modernos

mecanizados e empregando,

ao máximo, os recursos da ciência, se

não quisermos sofrer o desgôsto de vêla desaparecer ou passar para plano se cundário na economia brasileira.

Condições e meios

26.

Para alcançar os objetivos ali

nhados e discutidos inicialmente, cum

pre agora indicar as condições e meios apropriados, que teremos de dispor e ordenar.

Êles não são imaginados por

prazer ; pelo contrário, são impostos, por assim dizer, a nós mesmos.

27.

taí, conio essenciais, os seguintes fatôres indispensáveis ao bom è.xito da indus

trialização brasileira no após-guerra: —

A) — Fatôres dependentes não da indústria propriamente dita : — 1.° — Estabilidade política, le gislativa e monetiíria ; 2.® — Ambiente fiscal favorá-

\'el;

3.° — Transportes fáceis e mó dicos no custo;

B) — Fatôres dependentes da pró pria indústria : — , 4.® — Pessoal habilitado;

5.° — Aparelhamento e insta lações eficientes;

6.® — Processos simplificados. Vejamos râpidamcnte cada um. Estabilidade Política

28. Sem estabilidade política — e ai se entende não apenas a continuidade

constitucional e legal do govêmo, mas, realmente, a estabilidade da legislação formal e normativa que mais de perto

tange à vida econômica das emprêsas, (como a legislação monetária, fiscal e trabalhista) e, ainda, a estabilidade so

cial, (o que implica no reconhecimento e respeito aos direitos dos indivíduos e das classes por êles formadas) — não pode haver clima para qualquer desen volvimento industrial do país.

29. Basta- considerar que amplia ções de indústrias e.xistentes, ou investi

De um ponto de vista superior,

mentos de capitais em novos empreen

sem particularizar casos concretos, nem

dimentos exigem, naturalmente, certa se

ficar acima da realidade, podemos apon-

gurança de previsão dos elementos^ e fa-


Dici:sTn

tôres ccndicionantes dos resultados es

perados. 30.

Se esses elementos e fatores, ou

Econômico

41

DifUi-STo Econômico

a. pre(.-o.s mais acessíveis, de macpiinismo;; mais aperfeiçoados, de que a pró

em última análise, seja pago por um in divíduo ou uma entidade particular;

pria indústria nacional necessita.

sempre será o conjunto constituinte da

Essa

de transimrtes, tanto internos como ex

ternos, ficaremos presa de condições insuportáveis o asfixiantes para a indus

parte importante dèlcs, forem varíávei.s

questão indica qiie não liá sistema de la- .

"unidade econômica" nacional que res

trialização que pretendemos implantar

c incertos, repousarem em palpites e aca sos, ou dependerem de circunstâncias

rifns fi.vo c imutável que satisfaça a eco

ponderá à tributação e oferecerá os re

c desenvolver.

nomia industrial de unia nação.

cursos necessários à sua satisfação.

aleatória;; e fortuitas, nada poderá ser

3o. A proteção aduaneira deve .so frer uma evolução paralela à da econo mia do país. Tarifas altamente prote cionistas se juslificajn na fase inicial da

dades primárias qne precisam ser aqui relembradas. Os que solicitam fre qüentemente o amparo oficial para seus

industrialização.

previsto ou calculado como probabilida de. O risco espantará os mais ousados. Nada feito. Ambiente Fiscal

39.

Essas são,

sensatamente,

44. O transporte é uma indústria. ver

interêssc;: momentâneos (c êlcs são tao

país adquire novas capacidades produ

numenisos. ..)'c.squecem-se quase sem

nossa economia.

À proporção

(pie o

31 . Por ser de grande influencia, devemos destacar o ambiente fiscal, tan to do ponto de vi.sta da oneração à ati

toras, novas técnicas, e avança pouco a

pouco na escala das indústrias de grau superior, é forçado a abrir mão, paula

que também o E.stado costuma co

vidade econômica,

tinamente, da proteção aduaneira, cm

benefício do próprio

40. Podemos compreender, portan to, como c por que a proteção que as alfândegas oferecem à produção nacio nal precisa ser também encarada e ava liada em função do ônus que impõe a

mente por meio dos impostos, como também do ponto de vista da proteção que lhe pode dar ou retirar através de tarifas alfandegárias, por e.xemplo. 32. O imposto de importação, que tem sido tão discutido e interpretado tão diversamente, não é, como geral

mente SC jjensa, uma simples forma de proteção e de arrecadação de tributos. Sua função é muito mais complexa o .snia repercussão muito mais profunda. 33.

O estudo das tarifas aduatiei-

ras revela que elas podem atuar de mo do inteiramente variado, segundo a ipaior incidência se realiza sobre as ma

térias-primas ou sobre os produtos ma

desenvolvimento

de sua economia. (E.ssa afirmação não implica, porém, cm dispensar as prote ções contra os

"dumpings"

e outros

proce.s.sos da guerra econômica). 36. Lembremo-nos, nesta altura, do que não_ bá proteção oficial ou não que nada custe... Toda intervenção estatal na economia e na sociedade, como fator

normativo e regulador, custa a existên

cia de uma organização burocrática,-pa ra cujo sustento deverão ser fornecidos

senvolvimento industrial. Mesmo as ta

vidade

econômica, criará simultãnea-

mentü o êmus de seu custo, que recaíra diretamente sobre um ou outro grupo

de entidades ou agrupamentos econômi co.-!,. mas, que, realmente, será afinal pa go por todo o conjunto da economia na cional.

38. Não bá inipôsto ou ônus qpej

paração do pessoal execuli\o, cm todos os empreendimentos,' foi geralmente re conhecida, tanto nos meios oficiais como

particulares. Antigamente, êsse proce dimento era aplicado unicamente nas atividades militares e desportivas.

Transportes

46.

Mas, hoje em dia, há o mais

completo acendo quanto à vantagem de Constituindo o sistema de trans-

estender essa disposição às atividades

porte.s o aparelho circulatório do país, e

profissionais de natureza econômica, es pecialmente as industriais, que s<ão mais receptivas de inovações e cujo pessoal, pela divisão do trabalho e estabilidade dc emprego, encontra condições ótimas para a especialização. 47. Especialização significa tieina-

41.

sendo a economia

o metabolismo que

mente, se cuide de proporcionar vias e

37. E assim, a proteção de deter

43. Felizmente, de ijoucos unos pa ra cá, a necessidade imperiosa da pre

pria produção protegida q^articipa.

tram à vista.

minada indústria, ou de determinado se

Pessoal

economia do país, ônus de que u pró

fontes produtoras, (pio e onde se encon

Êstcs serão retirado.s das

tor industrial, ou ainda de qualquer ati

a proteção concedida à indústria mecâ nica nacional, que impediria a entrada

brar bs seus serviços.

mantém o seu organismo vivo, é eviden te que se não pode cogitar de aumentar esse metabolismo sem que, paralela

os recurso.s.

nufaturados. As tarifas protecionistas dos produtos primários contrariam o de rifas sobre os produtos manufaturados podem, em certos casos, atuar em sen tido contrário á industrialização em ge ral, ou contra determinadas indústrias. 34. Haja vista o que acontece com

entre nós, essa indústria de transportes está na dependência imediata das deci sões do governo e de sua atitude em re lação a esse problema fundamental de

pre do reverso da medallia, isto é, de

direta ou indireta

Mas, dadas as circunstancias ocorrentes

meios de tran.sportes adequados, o que vale dizer rápidos e baratos. 42. Nenhuma nação tem sofrido tanto ein sua evolução, pela deficiência

de transportes, como o Brasil. Não ca be aqui, nesta ligeira síntese, a indica ção das causas dêsse fato, o que, aliás, já tem sido objeto de estudos bastante completos e conclusivos.

43. A verdade é que, se continuarajus çom ü nosso prccaríssimo sistema

mento contínuo e conhecimento xninu-

cioso da técnica, habilitação e aperfei çoamento executivo, rapidez realizíidora, segurança e economia de material e de tempo, em uma palavra: — produtivi dade.

48.

Nesse sentido, o que vem sendo

realizado pelo SENAI será fator indis cutível de extraordinários benefícios, e

seu c.xemplc, estabelecendo" cursos rápi-


Dici:sTn

tôres ccndicionantes dos resultados es

perados. 30.

Se esses elementos e fatores, ou

Econômico

41

DifUi-STo Econômico

a. pre(.-o.s mais acessíveis, de macpiinismo;; mais aperfeiçoados, de que a pró

em última análise, seja pago por um in divíduo ou uma entidade particular;

pria indústria nacional necessita.

sempre será o conjunto constituinte da

Essa

de transimrtes, tanto internos como ex

ternos, ficaremos presa de condições insuportáveis o asfixiantes para a indus

parte importante dèlcs, forem varíávei.s

questão indica qiie não liá sistema de la- .

"unidade econômica" nacional que res

trialização que pretendemos implantar

c incertos, repousarem em palpites e aca sos, ou dependerem de circunstâncias

rifns fi.vo c imutável que satisfaça a eco

ponderá à tributação e oferecerá os re

c desenvolver.

nomia industrial de unia nação.

cursos necessários à sua satisfação.

aleatória;; e fortuitas, nada poderá ser

3o. A proteção aduaneira deve .so frer uma evolução paralela à da econo mia do país. Tarifas altamente prote cionistas se juslificajn na fase inicial da

dades primárias qne precisam ser aqui relembradas. Os que solicitam fre qüentemente o amparo oficial para seus

industrialização.

previsto ou calculado como probabilida de. O risco espantará os mais ousados. Nada feito. Ambiente Fiscal

39.

Essas são,

sensatamente,

44. O transporte é uma indústria. ver

interêssc;: momentâneos (c êlcs são tao

país adquire novas capacidades produ

numenisos. ..)'c.squecem-se quase sem

nossa economia.

À proporção

(pie o

31 . Por ser de grande influencia, devemos destacar o ambiente fiscal, tan to do ponto de vi.sta da oneração à ati

toras, novas técnicas, e avança pouco a

pouco na escala das indústrias de grau superior, é forçado a abrir mão, paula

que também o E.stado costuma co

vidade econômica,

tinamente, da proteção aduaneira, cm

benefício do próprio

40. Podemos compreender, portan to, como c por que a proteção que as alfândegas oferecem à produção nacio nal precisa ser também encarada e ava liada em função do ônus que impõe a

mente por meio dos impostos, como também do ponto de vista da proteção que lhe pode dar ou retirar através de tarifas alfandegárias, por e.xemplo. 32. O imposto de importação, que tem sido tão discutido e interpretado tão diversamente, não é, como geral

mente SC jjensa, uma simples forma de proteção e de arrecadação de tributos. Sua função é muito mais complexa o .snia repercussão muito mais profunda. 33.

O estudo das tarifas aduatiei-

ras revela que elas podem atuar de mo do inteiramente variado, segundo a ipaior incidência se realiza sobre as ma

térias-primas ou sobre os produtos ma

desenvolvimento

de sua economia. (E.ssa afirmação não implica, porém, cm dispensar as prote ções contra os

"dumpings"

e outros

proce.s.sos da guerra econômica). 36. Lembremo-nos, nesta altura, do que não_ bá proteção oficial ou não que nada custe... Toda intervenção estatal na economia e na sociedade, como fator

normativo e regulador, custa a existên

cia de uma organização burocrática,-pa ra cujo sustento deverão ser fornecidos

senvolvimento industrial. Mesmo as ta

vidade

econômica, criará simultãnea-

mentü o êmus de seu custo, que recaíra diretamente sobre um ou outro grupo

de entidades ou agrupamentos econômi co.-!,. mas, que, realmente, será afinal pa go por todo o conjunto da economia na cional.

38. Não bá inipôsto ou ônus qpej

paração do pessoal execuli\o, cm todos os empreendimentos,' foi geralmente re conhecida, tanto nos meios oficiais como

particulares. Antigamente, êsse proce dimento era aplicado unicamente nas atividades militares e desportivas.

Transportes

46.

Mas, hoje em dia, há o mais

completo acendo quanto à vantagem de Constituindo o sistema de trans-

estender essa disposição às atividades

porte.s o aparelho circulatório do país, e

profissionais de natureza econômica, es pecialmente as industriais, que s<ão mais receptivas de inovações e cujo pessoal, pela divisão do trabalho e estabilidade dc emprego, encontra condições ótimas para a especialização. 47. Especialização significa tieina-

41.

sendo a economia

o metabolismo que

mente, se cuide de proporcionar vias e

37. E assim, a proteção de deter

43. Felizmente, de ijoucos unos pa ra cá, a necessidade imperiosa da pre

pria produção protegida q^articipa.

tram à vista.

minada indústria, ou de determinado se

Pessoal

economia do país, ônus de que u pró

fontes produtoras, (pio e onde se encon

Êstcs serão retirado.s das

tor industrial, ou ainda de qualquer ati

a proteção concedida à indústria mecâ nica nacional, que impediria a entrada

brar bs seus serviços.

mantém o seu organismo vivo, é eviden te que se não pode cogitar de aumentar esse metabolismo sem que, paralela

os recurso.s.

nufaturados. As tarifas protecionistas dos produtos primários contrariam o de rifas sobre os produtos manufaturados podem, em certos casos, atuar em sen tido contrário á industrialização em ge ral, ou contra determinadas indústrias. 34. Haja vista o que acontece com

entre nós, essa indústria de transportes está na dependência imediata das deci sões do governo e de sua atitude em re lação a esse problema fundamental de

pre do reverso da medallia, isto é, de

direta ou indireta

Mas, dadas as circunstancias ocorrentes

meios de tran.sportes adequados, o que vale dizer rápidos e baratos. 42. Nenhuma nação tem sofrido tanto ein sua evolução, pela deficiência

de transportes, como o Brasil. Não ca be aqui, nesta ligeira síntese, a indica ção das causas dêsse fato, o que, aliás, já tem sido objeto de estudos bastante completos e conclusivos.

43. A verdade é que, se continuarajus çom ü nosso prccaríssimo sistema

mento contínuo e conhecimento xninu-

cioso da técnica, habilitação e aperfei çoamento executivo, rapidez realizíidora, segurança e economia de material e de tempo, em uma palavra: — produtivi dade.

48.

Nesse sentido, o que vem sendo

realizado pelo SENAI será fator indis cutível de extraordinários benefícios, e

seu c.xemplc, estabelecendo" cursos rápi-


IIIK 43

Dicesto Eco.Nóxnco

dos de "limadores" ou de "torneiros", ao

invés dos antigos longos cursos de "fer reiros" ou de "mecânicos", irá forçosa

mente alastrar-se por outras iniciativas

análogas tal a evidência dos excelentes resultados apresentados. 49. Mas, convenhamos que há ainda

tarefa imensa a ser cumprida. E para realizá-la, toda a indústria deverá mobi

eficionlo, a fim dc podermos reduzir ao mínimo o custo da produção. 53. Nesse ponto, cnlrclanto. surge

um problema sério: devimos dar pre ferência ao apurclliamcnto c maquinisnio dc produção nacional, ou ao de im

portação do estrangeiro ? .54. Para responder a essa pergunta, outra questão de\ crá ser preliminarmen

lizar-se sem restrições, apoiando ampla

te decidida: — as nações

mente as iniciativas corajosas, abrindolhes um crédito de confiança o de re cursos, principalmente às que partem de

como os Estados Unidos c a Inglaterra,

homens valorosos, conceituados e com

pos mais modernos, antc.s dc reconstruí

industriais,

estarão cm condições e com disposições para nos fornecerem máquinas dos ti

petentes, iluminados por um idealismo

rem suas próprias e as velhas indústrias

construtor, como é o caso do Rev. Padre

arrasadas da Europa ? Não é êsse tam

Roberto Sabóia de Medeiros.

bém um problema que nos interessa dc porto, não somente como país compra

50. Porque, além de tudo, há con veniência em despender na educação profissional, que é também uma semeadura que retribui cem por um. O su primento simultâneo de instrução técni

cipadamente o rumo que tomarão, no após-guerra, certas tendências hoje ape

ca e melhor salário contribuirá sem dú

nas perceptíveis. Apesar dos clarões de

dor de máquinas, mas, como exportador que precisa dos mercados europeus ? 55.

E' muito difícil conhecer ante

vida para propiciar as duas condições

esperança que iluminam tôdas as faces

necessárias e suficientes no que diz res

da Terra, o futuro da economia mun

peito ao pessoal: — maior produtividade e mais alto salário, do que resulta, como já vimos, maior poder aquisitivo.

devido às inclinações socializantes e normativas que os governos de países

dial ainda é um mistério, principalmente mais conservadores estão revelando.

Aparelhamento

56. De qualquer forma, porém, de vemos estar prevenidos e, possivelmen

te, preparados para atender às prová

51. Sem ferramentas apropriadas, o melhor artífice pouco poderá fazer. Por

veis modalidades

isso, seria insuficiente cuidar somente de

dessas tendências.

aperfeiçoar o pessoal neste surto da in

por sua indústria manufatureira, deve

dustrialização brasileira, que será uma característica da segunda guerra m\m-

habilitar-se a t —

dial.

52. Aliás, vencida,

essa questão é matéria

e todos estão de acordo em

relação à necessidade de nos aparelhar

mos com o que houver de melhor e mais

de

desenvolvimento

Portanto, o Brasil,

a) — reaparelhar completamente, com maquinaria do tipo mais eficiente, seu parque industrial, principalmente o se tor constituído pela velha indústria têxül ;

b) — desenvolver, segundo os pro-

43

Dígf-sto Econômico

cessüs

mais econômicos e atualizados,

60. No entanto, podem-se indicar,

desde já, pelo menos duas diretrizes re

suas indústrias básicas, químicas e de construção dc máquinas .e motores, de modo a torná-las capazes de suprir,

comendáveis

eventualmente e em futuro próximo, o

vidade produtora : —

parque fabril nacional com as matériasprimas, produtos e aparelhamentos que não possamos importar dos países mais

dos analíticos, dos processos e opera

e necessárias para qual

quer tipo de indústria e, quiçá, de ati a) — simplificação, por meio de estu ções elementares, suprimindo os movi mentos inúteis e as voltas desnecessá

adiantados.

57. Evidentemente, a segunda re comendação é feita com todas as caute

rias ;

b) — estabelecimento e adoção, tanto

las, visto como reconhecemos que sem

quanto possível, de "normas" e "espe

pre seria preferível a aquisição, nos paí

cificações",

ses superindustrializados, de máquinas e

reduzindo-se,

ao mesmo

tempo, os tipos e padrões ao mínimo.

instrumentos de construção poiiiplexa e Stiííwírio e Conclusões

de alta precisão, cuja produção entre nós seria antieconômica, considerando a

61. — I — Os objetivos primários da

deficiência de nossas condições técnicas c a falta de vastos mercados que supor

fase atual da industrialização brasileira

tam sua fabricação em série, única con

devem ser : —

dição \aável.

a) — formação e ampliação de um O Processo

poderoso mercado interno ; b) - manutenção e ampliação dos

58. A última guerra revolucionou completamente os proce^ssos de fabrica ção e, principalmente, os de montagem. O uso generalizado de materiais plásti

62. — II — Para alcançar ràpida-

cos, de madeira compensada, o reagru-

mente a formação do mercado interno e

pamento de operações, o emprêgo de transportadores mecânicos, do "ôlho elé trico", etc. provocaram economias de

sua ampliação é indispensável a existên

tempo e de trabalho inacreditáveis.

verdadeiramente

(Ver os exemplos na

montagem de aviões, etc.). 59.. Não é possível mais conceber o emprêgo, em escala industrial, de certos processos e métodos antiquados e tradi cionais, com a única justificativa de que foram usados, com bom proveito, pelos nossos avós. Todos os ensinamentos ofe

mercados externos.

cia de uni mais alto poder aquisitivo da

população brasileira. 63. — III — O mais alto poder

aquisitivo pode ser atingido pela ocor rência simultânea ou alternativa de duas condições : —

a) — altos salários; b) — baixos preços. 64.

— IV — Dificilmente será su

recidos pela guerra — e êles são nume

portado al^um novo aumento de salários

rosos — deverão ser por nós aproveita dos, cada um no respectivo setor.

em futuro próximo, sem agravar ainda

mais a inflação de preços, a não ser qiu

1


IIIK 43

Dicesto Eco.Nóxnco

dos de "limadores" ou de "torneiros", ao

invés dos antigos longos cursos de "fer reiros" ou de "mecânicos", irá forçosa

mente alastrar-se por outras iniciativas

análogas tal a evidência dos excelentes resultados apresentados. 49. Mas, convenhamos que há ainda

tarefa imensa a ser cumprida. E para realizá-la, toda a indústria deverá mobi

eficionlo, a fim dc podermos reduzir ao mínimo o custo da produção. 53. Nesse ponto, cnlrclanto. surge

um problema sério: devimos dar pre ferência ao apurclliamcnto c maquinisnio dc produção nacional, ou ao de im

portação do estrangeiro ? .54. Para responder a essa pergunta, outra questão de\ crá ser preliminarmen

lizar-se sem restrições, apoiando ampla

te decidida: — as nações

mente as iniciativas corajosas, abrindolhes um crédito de confiança o de re cursos, principalmente às que partem de

como os Estados Unidos c a Inglaterra,

homens valorosos, conceituados e com

pos mais modernos, antc.s dc reconstruí

industriais,

estarão cm condições e com disposições para nos fornecerem máquinas dos ti

petentes, iluminados por um idealismo

rem suas próprias e as velhas indústrias

construtor, como é o caso do Rev. Padre

arrasadas da Europa ? Não é êsse tam

Roberto Sabóia de Medeiros.

bém um problema que nos interessa dc porto, não somente como país compra

50. Porque, além de tudo, há con veniência em despender na educação profissional, que é também uma semeadura que retribui cem por um. O su primento simultâneo de instrução técni

cipadamente o rumo que tomarão, no após-guerra, certas tendências hoje ape

ca e melhor salário contribuirá sem dú

nas perceptíveis. Apesar dos clarões de

dor de máquinas, mas, como exportador que precisa dos mercados europeus ? 55.

E' muito difícil conhecer ante

vida para propiciar as duas condições

esperança que iluminam tôdas as faces

necessárias e suficientes no que diz res

da Terra, o futuro da economia mun

peito ao pessoal: — maior produtividade e mais alto salário, do que resulta, como já vimos, maior poder aquisitivo.

devido às inclinações socializantes e normativas que os governos de países

dial ainda é um mistério, principalmente mais conservadores estão revelando.

Aparelhamento

56. De qualquer forma, porém, de vemos estar prevenidos e, possivelmen

te, preparados para atender às prová

51. Sem ferramentas apropriadas, o melhor artífice pouco poderá fazer. Por

veis modalidades

isso, seria insuficiente cuidar somente de

dessas tendências.

aperfeiçoar o pessoal neste surto da in

por sua indústria manufatureira, deve

dustrialização brasileira, que será uma característica da segunda guerra m\m-

habilitar-se a t —

dial.

52. Aliás, vencida,

essa questão é matéria

e todos estão de acordo em

relação à necessidade de nos aparelhar

mos com o que houver de melhor e mais

de

desenvolvimento

Portanto, o Brasil,

a) — reaparelhar completamente, com maquinaria do tipo mais eficiente, seu parque industrial, principalmente o se tor constituído pela velha indústria têxül ;

b) — desenvolver, segundo os pro-

43

Dígf-sto Econômico

cessüs

mais econômicos e atualizados,

60. No entanto, podem-se indicar,

desde já, pelo menos duas diretrizes re

suas indústrias básicas, químicas e de construção dc máquinas .e motores, de modo a torná-las capazes de suprir,

comendáveis

eventualmente e em futuro próximo, o

vidade produtora : —

parque fabril nacional com as matériasprimas, produtos e aparelhamentos que não possamos importar dos países mais

dos analíticos, dos processos e opera

e necessárias para qual

quer tipo de indústria e, quiçá, de ati a) — simplificação, por meio de estu ções elementares, suprimindo os movi mentos inúteis e as voltas desnecessá

adiantados.

57. Evidentemente, a segunda re comendação é feita com todas as caute

rias ;

b) — estabelecimento e adoção, tanto

las, visto como reconhecemos que sem

quanto possível, de "normas" e "espe

pre seria preferível a aquisição, nos paí

cificações",

ses superindustrializados, de máquinas e

reduzindo-se,

ao mesmo

tempo, os tipos e padrões ao mínimo.

instrumentos de construção poiiiplexa e Stiííwírio e Conclusões

de alta precisão, cuja produção entre nós seria antieconômica, considerando a

61. — I — Os objetivos primários da

deficiência de nossas condições técnicas c a falta de vastos mercados que supor

fase atual da industrialização brasileira

tam sua fabricação em série, única con

devem ser : —

dição \aável.

a) — formação e ampliação de um O Processo

poderoso mercado interno ; b) - manutenção e ampliação dos

58. A última guerra revolucionou completamente os proce^ssos de fabrica ção e, principalmente, os de montagem. O uso generalizado de materiais plásti

62. — II — Para alcançar ràpida-

cos, de madeira compensada, o reagru-

mente a formação do mercado interno e

pamento de operações, o emprêgo de transportadores mecânicos, do "ôlho elé trico", etc. provocaram economias de

sua ampliação é indispensável a existên

tempo e de trabalho inacreditáveis.

verdadeiramente

(Ver os exemplos na

montagem de aviões, etc.). 59.. Não é possível mais conceber o emprêgo, em escala industrial, de certos processos e métodos antiquados e tradi cionais, com a única justificativa de que foram usados, com bom proveito, pelos nossos avós. Todos os ensinamentos ofe

mercados externos.

cia de uni mais alto poder aquisitivo da

população brasileira. 63. — III — O mais alto poder

aquisitivo pode ser atingido pela ocor rência simultânea ou alternativa de duas condições : —

a) — altos salários; b) — baixos preços. 64.

— IV — Dificilmente será su

recidos pela guerra — e êles são nume

portado al^um novo aumento de salários

rosos — deverão ser por nós aproveita dos, cada um no respectivo setor.

em futuro próximo, sem agravar ainda

mais a inflação de preços, a não ser qiu

1


44

Dtr.RSTn Ef:o\6Mtro

DifíKSTo EcoNôxnco

ítaja simultâneo aumento de produtivi

sidadcs, coordenada ao fornecimento de

te, para um lado e para outro, em mo

dade.

aparclbamento e maquinaria eficiente.

vimento pcndular. 78. — XVIII — A proteção sempre

65.

— V — Por outro lado, é pos.sí-

ve! baixar consideravelmente os preços

das utilidades industriais, o cpie, por si mesmo, exercerá marcada influencia na

72.

— XII — Quanto melhor remu-

rierado.s e mai.s produtivos forem o.s po

Icin sido, é e será onerosa, comando,

vos e nações, tanto melhor, mais \'olu-

portanto, às próprias entidades produto

elevação imediata do poder aquisitivo. ,66. — VI — Para manter e ampliar

moso, mais interdependente e inultide-

ras, em conjunto, decidir sobre a con

pendentc se tornará o comércio nuindial.

veniência dc ser criada ou suprimida

o mercado externo, deverão concorrer

referidas, há a considerar dois grupos de fatores c meios essenciais para o bom êxito da industrialização (pie se pro

também duas condições simultâneas ou ítltemativas, a saber : —

• a) — baixos preços ; b) — boa qualidade. 67. — vn — A condição "baixos preços" c comum para a existência e permanência, tanto dos mercados inter nos como externos, para a produção in dustrial brasileira.

68. ~ VIII — Os consumidores do

interior do Brasil, assim como os dos

países devastados pela guerra ou pela inflação,

Refinadamente industrializados, que so freram em toda a plenitude os efeitos da última guerra, serão os primeiros a ofe recer produtos de boa qualidade a pre ços baixos, graças aos aperfeiçoamentos da técnica de produção. — X — A melhoria das condi

ções de vida das populaçõe.s de baixo teo.' dc consumo e de produção será fundamental para assegurar a permanên cia de uma futura paz militar e, princi palmente, de ordem social. 71.

— XI — Para êsse fim, será

— XIII — Além das condições

qualquer espécie de proteção e respecti vo ônus fi.scal, que é como sua sombra inseparável.

79. — XIX — Sem um sistema de

transportes eficientes e abrangendo ex-

cessa : —

tensamcntü o território nacional, nao po

a) — dependentes dc elementos es tranhos à indústria ;

tc o nível de industrialização que o mo

b) — dependentes da indústria prò-

mento comporta e o futuro reclama.

deremos pensar em atingir pròximamen80. - XX - Se não fôr melhorado

príamente dita.

e pôsto em condições de atender à dis 74. — XIV — No primeiro grupo en

tribuição rápida e barata das mercado

possibilidade e conveniência de adqui rir maquinismos

novos no estrangeiro

ou no país.

84. — XXIV^ — De qualquer modo, necessário se torna que a indústria bra-. .«ileíra possa contar, eventualmente, com

suprimentos de produtos básicos e de maquinismos de fabricação nacional. 85.

— XXV — Cumpre, finalmente,

à indústria adotar os mais avançados

processos e técnicas descobertos durante a guerra, para a manufatura em larga escala, meio mais efetivo de baratear a

produção. 86. — XXVI — Para êsse fim, po rém, é preciso que as nossas indústrias

!•") ~ e.stabilidade iDolítica ;

mento maior de nossas atividades in

SC e.specializem, distribuindo e concen trando a produção em poucos tipos, obe dientes a normas e padrões simplifica

2.°) -A ambiente fiscal;

dustriais.

dos.

quadram-se : —

rias, o sistema circulatório de nossa eco

nomia aniquilará qualquer desenvolvi

não estão absolutamente em

condições de pagar preços altos pelas mercadorias que procuram. 69. — IX — Os produtores, notadamente os dos países supercapitalizados e

"^6-

73.

83. — XXIII — Nessa questão, cumpre decidir objetivamente sôbre a

— transportes.

75. — XV — No outro grupo, pode mos incluir : —

81. — XXI - Cabe à indústria, par ticularmente e como uma importante classe econômica, prover, promover e realizar acele/adamente ensino e aper

feiçoamento profissionais, sem o que não 4°) — pessoal; 5.°) — aparelhamento ; 6.°) — processo.

poderá sustentar a competição nos mer

cados externos, nem oferecer melhor ga nho aos seus obreiros.

82. - XXII - Também é da res

76. — XVI — Ninguém duvida que a estabilidade política, no sentido mais lato, é fator imprescindível ao desen volvimento econômico de quahpier país. 77.

_ XVII —

Também

é

fácil

compreender que um "ambiente fiscal" favorável, tanto no que concerne à

imposição de ônus, como à concessão de

proteção, deve ser estabelecido objetiva

condição indispensável a adequação do

mente, sem afastar-se muito da média

ensino profissional às nossas reais neces-

virtuosa, nem inclinar-se, indecisamen-

ponsabilidade da indústria aparelliar-se

com d que há de mais eficiente em má quinas e equipamentos que reduzem o custo de produção, permitindo assim bai xar o,s preços de venda dutos.

de seus pro

87.

— XXVII — O desenvolvimen

to bem sucedido da industrialização brasileira está sempre condicionado à

formação de um poderoso mercado in

terno, que permita a fabricação em massa e em série, cxmdição final dos baixos

preços de venda. 88. — XXVIII — Em conclusão : Estamos metidos em círculo fechado,

cuja saída só poderá ser encontrada pela tangente da elevação do poder aquisiti vo interno, que depende, como foi visto, diretamente da imediata baixa geral dos preços.


44

Dtr.RSTn Ef:o\6Mtro

DifíKSTo EcoNôxnco

ítaja simultâneo aumento de produtivi

sidadcs, coordenada ao fornecimento de

te, para um lado e para outro, em mo

dade.

aparclbamento e maquinaria eficiente.

vimento pcndular. 78. — XVIII — A proteção sempre

65.

— V — Por outro lado, é pos.sí-

ve! baixar consideravelmente os preços

das utilidades industriais, o cpie, por si mesmo, exercerá marcada influencia na

72.

— XII — Quanto melhor remu-

rierado.s e mai.s produtivos forem o.s po

Icin sido, é e será onerosa, comando,

vos e nações, tanto melhor, mais \'olu-

portanto, às próprias entidades produto

elevação imediata do poder aquisitivo. ,66. — VI — Para manter e ampliar

moso, mais interdependente e inultide-

ras, em conjunto, decidir sobre a con

pendentc se tornará o comércio nuindial.

veniência dc ser criada ou suprimida

o mercado externo, deverão concorrer

referidas, há a considerar dois grupos de fatores c meios essenciais para o bom êxito da industrialização (pie se pro

também duas condições simultâneas ou ítltemativas, a saber : —

• a) — baixos preços ; b) — boa qualidade. 67. — vn — A condição "baixos preços" c comum para a existência e permanência, tanto dos mercados inter nos como externos, para a produção in dustrial brasileira.

68. ~ VIII — Os consumidores do

interior do Brasil, assim como os dos

países devastados pela guerra ou pela inflação,

Refinadamente industrializados, que so freram em toda a plenitude os efeitos da última guerra, serão os primeiros a ofe recer produtos de boa qualidade a pre ços baixos, graças aos aperfeiçoamentos da técnica de produção. — X — A melhoria das condi

ções de vida das populaçõe.s de baixo teo.' dc consumo e de produção será fundamental para assegurar a permanên cia de uma futura paz militar e, princi palmente, de ordem social. 71.

— XI — Para êsse fim, será

— XIII — Além das condições

qualquer espécie de proteção e respecti vo ônus fi.scal, que é como sua sombra inseparável.

79. — XIX — Sem um sistema de

transportes eficientes e abrangendo ex-

cessa : —

tensamcntü o território nacional, nao po

a) — dependentes dc elementos es tranhos à indústria ;

tc o nível de industrialização que o mo

b) — dependentes da indústria prò-

mento comporta e o futuro reclama.

deremos pensar em atingir pròximamen80. - XX - Se não fôr melhorado

príamente dita.

e pôsto em condições de atender à dis 74. — XIV — No primeiro grupo en

tribuição rápida e barata das mercado

possibilidade e conveniência de adqui rir maquinismos

novos no estrangeiro

ou no país.

84. — XXIV^ — De qualquer modo, necessário se torna que a indústria bra-. .«ileíra possa contar, eventualmente, com

suprimentos de produtos básicos e de maquinismos de fabricação nacional. 85.

— XXV — Cumpre, finalmente,

à indústria adotar os mais avançados

processos e técnicas descobertos durante a guerra, para a manufatura em larga escala, meio mais efetivo de baratear a

produção. 86. — XXVI — Para êsse fim, po rém, é preciso que as nossas indústrias

!•") ~ e.stabilidade iDolítica ;

mento maior de nossas atividades in

SC e.specializem, distribuindo e concen trando a produção em poucos tipos, obe dientes a normas e padrões simplifica

2.°) -A ambiente fiscal;

dustriais.

dos.

quadram-se : —

rias, o sistema circulatório de nossa eco

nomia aniquilará qualquer desenvolvi

não estão absolutamente em

condições de pagar preços altos pelas mercadorias que procuram. 69. — IX — Os produtores, notadamente os dos países supercapitalizados e

"^6-

73.

83. — XXIII — Nessa questão, cumpre decidir objetivamente sôbre a

— transportes.

75. — XV — No outro grupo, pode mos incluir : —

81. — XXI - Cabe à indústria, par ticularmente e como uma importante classe econômica, prover, promover e realizar acele/adamente ensino e aper

feiçoamento profissionais, sem o que não 4°) — pessoal; 5.°) — aparelhamento ; 6.°) — processo.

poderá sustentar a competição nos mer

cados externos, nem oferecer melhor ga nho aos seus obreiros.

82. - XXII - Também é da res

76. — XVI — Ninguém duvida que a estabilidade política, no sentido mais lato, é fator imprescindível ao desen volvimento econômico de quahpier país. 77.

_ XVII —

Também

é

fácil

compreender que um "ambiente fiscal" favorável, tanto no que concerne à

imposição de ônus, como à concessão de

proteção, deve ser estabelecido objetiva

condição indispensável a adequação do

mente, sem afastar-se muito da média

ensino profissional às nossas reais neces-

virtuosa, nem inclinar-se, indecisamen-

ponsabilidade da indústria aparelliar-se

com d que há de mais eficiente em má quinas e equipamentos que reduzem o custo de produção, permitindo assim bai xar o,s preços de venda dutos.

de seus pro

87.

— XXVII — O desenvolvimen

to bem sucedido da industrialização brasileira está sempre condicionado à

formação de um poderoso mercado in

terno, que permita a fabricação em massa e em série, cxmdição final dos baixos

preços de venda. 88. — XXVIII — Em conclusão : Estamos metidos em círculo fechado,

cuja saída só poderá ser encontrada pela tangente da elevação do poder aquisiti vo interno, que depende, como foi visto, diretamente da imediata baixa geral dos preços.


m

-

Digestí»

Isto só ocorreu cnt 1945,

nos à saúde etc.), as perdas materiais re

com a cessação do conflito na Europa.

sultantes do afundamento dc navios mer

Portanto, praticamente, o prazo útil para os órgãos propostos a esta tarefa — a Comis.são dc Reparações, Agência de

cantes, as cargas desses navios e outras

Defesa Econômica do Banco do Bra.sil

objetos de uso pessoal.

dcnlz;içõc.s.

Os bens dos súditos do Eixo antes de tudo, agradecer ao DEvo, Senado a oportunidade que me dá, e a honra que me faz, cunvocando-me

a prestar informações sobre o projeto originário da Câmara dos Deputados, referente à sorte dos bens sob custódia

ou liquidação do Covêmo, para fazer face ao pagamento das indenizações de guerra.

E ensejo, não só para prestar ao Se

nado as informações com que deseja se

O "Digeslü Econômico" Icm a honra de in.serir em nuas- colunas a notável

exposição verbal feita j)cl<) Ministro das Relações Exteriores, embaixador Raul Fernandes, tw Senado Federal, sôbre o mcmentoso assunto "Os bens dos súdi'

ias do. eixo".

O sr. Raul Fernandes,

antigo embaixador do Brasil na Conferôncia da Paz, delegado em várias as sembléias da Sociedade das Nações, ex-

habilitar para decidir com acerto tão

consultor-geral da República, é, sem dú vida. dos mais reputados internaciona-

melindroso assunto, mas, ainda, opor

listas do continente americano.

tunidade dada ao Ministro de Estado responsá\'el por esta questão, de dar !\

Câmara Alta — e através dela à opi nião pública — esclarecimentos sôbre a

íição, às vezes tão mal julgada, do poder e.xecutivo, neste momento.

Inúmeras vezes foi o Governo acusado

de ter descurado, longamente, a regula

c o próprio Ministério das Relações Ex teriores — correu a partir dc 1945; e dois anos depois, ou pouco mais, eu já me apressíwa em les ar ao Sr. Presidente da República, apoiado nos dados gerais reunido.s por êsses órgãos da administra ção, não só um plano dc pagamentos, es tabelecendo as prioridades que me pa

receram justas, como um plano de liqui dação, plano êstc que contemplava, a meu ver, dc maneira satisfatória, os in teressados de u'a ma.ssa considerável dc credores de várias categorias.

O Sr. Presidente da República apro

ditos pessoais ou depósitos bancários que realizassem.

vou o plano que lhe submeti. Em men sagem enviada à Câmara dos Deputados,

Ora, a verdade é que a impressão

em meados de 1948, ofereceu projeto

de demora e.xcessiva resulta do fato de que o Govêrno começou, como era de

do lei segundo o qual, reservados os bens italianos — a respeito dos quais havia projeto dc negociar acordo para libera

tentar os credores de reparações, os

seu dever, a agir com a maior energia e decisão no assunto, desde cjue as re lações diplomáticas foram interrompidas

indivíduos cujos bens estão presos e,

com as nações do Éixo; e redobrou seus

no acordo de 8 de outubro recente, já

eventualmente, possam ser liberados, e a economia do país que sofre, evidente

cuidados, como era necessário, desde que o estado de beligerâiicia foi procla

mente, por tão longa indisponibilidade de

mado. Isto remonta ao ano de 1942.

aprovado pela Câmara e ora sujeito ao exame do Senado — propunha a libe ração integral dos bens dos alemães re sidentes no Brasil e, igualmente, dos japoneses também residentes no Brasil.

mentação da matéria, de modò a descon

tão grandes valores e pela retração na

tural das grandes colônias estrangeiras, interessadas no assunto, a se aventura.rem no seu comércio, na sua indústi-ia o

É ilusório contar, desde então, o prazo dentro do qual os órgãos competentes poderiam preparar elementos pai-a uma solução das questões pendentes. Era

47

Econômico

ção total, mediante vantagens substan

ciais para o Brasil, plano que resultou

Reservavam-se os bens dos japoneses re.sidentes no exterior para regulamentação,

pequenas indenizações de tripulantes que não perderam a \ idu mus sòmente É certo que o Estado, èlc próprio, é credor de soma vultosa, por muitas des

pesas que fez paru a defesa nacional; mas o Governo, mui sàbiamente, — e digo com insiispcição, porque se trata

de ato do Govêrno ditatorial, ao qual nunca dei apoio, mas reconheço que pro cedeu com rigor e senso — separou entre os bens ex-inimigos alguns que incorporou, direta e imediatamente, ao Patrimônio Nacional. Com êsses bens, o Govêrno, .segundo o projeto oferecido à Câmara dos Deputados, se indeniza de seus créditos, alguns de naturezii co

mercial e outros resultantes de operações do guerra contra as potências do Eixo. Ê corto que a margem de remanescen

tes incorporados ao patrimônio da União

pelo Govêrno estará longe de cobrir os gastos de guerra e os seus créditos co merciais por annamentos pagos e não

recebidos; mas a soma dessas duas par celas é tão grande que em caso nenhimi os bens, mesmo liquidados totalmente poderiam cobri-la. A solução adotada pelo Govêrno bra

sileiro em nada difere da seguida pelas demais nações. Nenhuma delas pode reaver sequer percentagem mínima apre

ciável dos créditos de reparação a que tem direito. Além disso, é sabido qxie

conflilo pudéssemos ter uma idéia do ^'olume dos danos ressarcíveis por meio

depois do tratado de paz, que, um dia ou outro, deverá dispor sôbre o assunto. Quanto aos bens dos alemães residen

ro não circulam por serem entesouradas por súditos das nações ex-inimigas do

dos penliores tomados pelo Brasil.

tes no exterior, estes ficaram passíveis

flagração, mereceu, por parte de todos os Governos, tratamento muito liberal

Brasil, pelo receio de sofrerem medidas de retenção ou custódia sôbre os cré-

se poderia levantar um quadro dos va lores disponíveis para fazer face às in-

do pagar os danos e bastavam para in denizar quase cem por cento dos danos individuais físicos (perdas de vida, da

na sua lavoura.

Diz-se mesmo — e creio que é ver

dade — que grande.s somas de dinhei

inevitável que só depois de tenninado o

Por outro lado, só nesta oportunidade

os acordos com a Itália foram generosos. Cobeligerante, na última fase da con

Apenas foi obrigada pelo Tratado de Paz, a pagar importantes reparações à


m

-

Digestí»

Isto só ocorreu cnt 1945,

nos à saúde etc.), as perdas materiais re

com a cessação do conflito na Europa.

sultantes do afundamento dc navios mer

Portanto, praticamente, o prazo útil para os órgãos propostos a esta tarefa — a Comis.são dc Reparações, Agência de

cantes, as cargas desses navios e outras

Defesa Econômica do Banco do Bra.sil

objetos de uso pessoal.

dcnlz;içõc.s.

Os bens dos súditos do Eixo antes de tudo, agradecer ao DEvo, Senado a oportunidade que me dá, e a honra que me faz, cunvocando-me

a prestar informações sobre o projeto originário da Câmara dos Deputados, referente à sorte dos bens sob custódia

ou liquidação do Covêmo, para fazer face ao pagamento das indenizações de guerra.

E ensejo, não só para prestar ao Se

nado as informações com que deseja se

O "Digeslü Econômico" Icm a honra de in.serir em nuas- colunas a notável

exposição verbal feita j)cl<) Ministro das Relações Exteriores, embaixador Raul Fernandes, tw Senado Federal, sôbre o mcmentoso assunto "Os bens dos súdi'

ias do. eixo".

O sr. Raul Fernandes,

antigo embaixador do Brasil na Conferôncia da Paz, delegado em várias as sembléias da Sociedade das Nações, ex-

habilitar para decidir com acerto tão

consultor-geral da República, é, sem dú vida. dos mais reputados internaciona-

melindroso assunto, mas, ainda, opor

listas do continente americano.

tunidade dada ao Ministro de Estado responsá\'el por esta questão, de dar !\

Câmara Alta — e através dela à opi nião pública — esclarecimentos sôbre a

íição, às vezes tão mal julgada, do poder e.xecutivo, neste momento.

Inúmeras vezes foi o Governo acusado

de ter descurado, longamente, a regula

c o próprio Ministério das Relações Ex teriores — correu a partir dc 1945; e dois anos depois, ou pouco mais, eu já me apressíwa em les ar ao Sr. Presidente da República, apoiado nos dados gerais reunido.s por êsses órgãos da administra ção, não só um plano dc pagamentos, es tabelecendo as prioridades que me pa

receram justas, como um plano de liqui dação, plano êstc que contemplava, a meu ver, dc maneira satisfatória, os in teressados de u'a ma.ssa considerável dc credores de várias categorias.

O Sr. Presidente da República apro

ditos pessoais ou depósitos bancários que realizassem.

vou o plano que lhe submeti. Em men sagem enviada à Câmara dos Deputados,

Ora, a verdade é que a impressão

em meados de 1948, ofereceu projeto

de demora e.xcessiva resulta do fato de que o Govêrno começou, como era de

do lei segundo o qual, reservados os bens italianos — a respeito dos quais havia projeto dc negociar acordo para libera

tentar os credores de reparações, os

seu dever, a agir com a maior energia e decisão no assunto, desde cjue as re lações diplomáticas foram interrompidas

indivíduos cujos bens estão presos e,

com as nações do Éixo; e redobrou seus

no acordo de 8 de outubro recente, já

eventualmente, possam ser liberados, e a economia do país que sofre, evidente

cuidados, como era necessário, desde que o estado de beligerâiicia foi procla

mente, por tão longa indisponibilidade de

mado. Isto remonta ao ano de 1942.

aprovado pela Câmara e ora sujeito ao exame do Senado — propunha a libe ração integral dos bens dos alemães re sidentes no Brasil e, igualmente, dos japoneses também residentes no Brasil.

mentação da matéria, de modò a descon

tão grandes valores e pela retração na

tural das grandes colônias estrangeiras, interessadas no assunto, a se aventura.rem no seu comércio, na sua indústi-ia o

É ilusório contar, desde então, o prazo dentro do qual os órgãos competentes poderiam preparar elementos pai-a uma solução das questões pendentes. Era

47

Econômico

ção total, mediante vantagens substan

ciais para o Brasil, plano que resultou

Reservavam-se os bens dos japoneses re.sidentes no exterior para regulamentação,

pequenas indenizações de tripulantes que não perderam a \ idu mus sòmente É certo que o Estado, èlc próprio, é credor de soma vultosa, por muitas des

pesas que fez paru a defesa nacional; mas o Governo, mui sàbiamente, — e digo com insiispcição, porque se trata

de ato do Govêrno ditatorial, ao qual nunca dei apoio, mas reconheço que pro cedeu com rigor e senso — separou entre os bens ex-inimigos alguns que incorporou, direta e imediatamente, ao Patrimônio Nacional. Com êsses bens, o Govêrno, .segundo o projeto oferecido à Câmara dos Deputados, se indeniza de seus créditos, alguns de naturezii co

mercial e outros resultantes de operações do guerra contra as potências do Eixo. Ê corto que a margem de remanescen

tes incorporados ao patrimônio da União

pelo Govêrno estará longe de cobrir os gastos de guerra e os seus créditos co merciais por annamentos pagos e não

recebidos; mas a soma dessas duas par celas é tão grande que em caso nenhimi os bens, mesmo liquidados totalmente poderiam cobri-la. A solução adotada pelo Govêrno bra

sileiro em nada difere da seguida pelas demais nações. Nenhuma delas pode reaver sequer percentagem mínima apre

ciável dos créditos de reparação a que tem direito. Além disso, é sabido qxie

conflilo pudéssemos ter uma idéia do ^'olume dos danos ressarcíveis por meio

depois do tratado de paz, que, um dia ou outro, deverá dispor sôbre o assunto. Quanto aos bens dos alemães residen

ro não circulam por serem entesouradas por súditos das nações ex-inimigas do

dos penliores tomados pelo Brasil.

tes no exterior, estes ficaram passíveis

flagração, mereceu, por parte de todos os Governos, tratamento muito liberal

Brasil, pelo receio de sofrerem medidas de retenção ou custódia sôbre os cré-

se poderia levantar um quadro dos va lores disponíveis para fazer face às in-

do pagar os danos e bastavam para in denizar quase cem por cento dos danos individuais físicos (perdas de vida, da

na sua lavoura.

Diz-se mesmo — e creio que é ver

dade — que grande.s somas de dinhei

inevitável que só depois de tenninado o

Por outro lado, só nesta oportunidade

os acordos com a Itália foram generosos. Cobeligerante, na última fase da con

Apenas foi obrigada pelo Tratado de Paz, a pagar importantes reparações à


Dif;i-STo Ec(>NÓMif.t)

Digksiü Econômico

49

Kússia, à Grécia, à higoslávia c à Etió

param de atos dc guerra contra o Brasil.

tais c chegou ao Senado, onde depende

pia.

As três últimas sofreram agressão

Seriam eles reduzidos à mais completa

direta da Itália; a Rússia tomou a parte

è.sse meio, que reputo excessivo, os re cursos para pagar aos credores as repa

do leão, por motivo das duas divisões italianas que combateram na frente da

miséria, à maior penúria. Todos os seus bens, móveis, imóveis, títulos e dinhei ro .seriam pcrdido.s. O resultado seria

agora dc deliberação. - É .sobre ésle projeto e a respeito das emendas oferecidas na sua elaboração

legislativa, que o Senado deseja infor

Ucrânia.

o Brasil ver-.sc a braços com u'a massa

mações do Ministro dc Estado.

de centenas de milhares de mendigos, criando um problema social de solução dificílima. Além disso, esse rigor intro duziria na massa alienígena a descon fiança, da qual não se curaria durante

Devo dizer que, parecendo-mc incon veniente o projeto da Câmara, cumpre ressalvar que as suas deficiências devem ser imputadas à circunstância de que, ao tempo da sua elaboração, os dados concretos em que devia ser fundado ainda não esla\ ain coligidos. Êsses da

rações, isto é, depois de sacrificar gran de parle da propriedade rural e parte importante da urbana, traça regras sôbrc a ériação do Fundo de Indenização e

Todos os demais países reservaram-.se apenas a possibilidade de se indenizii-

rem com bens italianos retidos nos pró prios territórios. Os Estados Unidos, ge nerosamente, liberaram todos o.s bens

italianos mediante o pagamento de cinco milhões de dólares; e a Inglaterra fez o mesmo por sete milhões de libras es terlinas.

O Brasil, seguindo a mesma orientação, levado, com maior razão, pelos interes

ses, quer culturais, quer econômicos que nos ligam à Itália, liberou os bens de italianos residente.s no exterior mediante a compensação valiosa de obter do Go verno italiano o financiamento de imi gração italiana no montante de tre

decênios, senão séculos.

Creio que, tudo ponderado, foi pru dente a solução alvitrada. Quanto aos bens de italianos residentes no Brasil, ja o governo os liberara integralmente por Decreto n.^ 7.723, dc 10 de julho

tavam ainda apurados. no temor de desfalcar demais o fundo de

dc 1945. Tal a economia do projeto

indenizações, o projeto não libera os

ramente, os prejuízos por danos físicos

enviado à Câmara dos Deputados com Mensagem presidencial.

bens rurais dc alemães, e quanto aos

individuais, em segundo lugar os prejuí

imóveis urbanos, a liberação é apenas

zos materiais e, em terceiro lugar, os

parcial, pois só será feita contra paga

danos sofridos pelo Estado.

mento cm dinheiro de uma soma equiva

necessário, em muitos casos seria im

O projeto, como digo, está superado pelas circunstâncias, e cria um regime de liquidação e reparações em grande detrimento desses estrangeiros, que o

possível dadas as dificuldades de cré dito na época atual e de provável ine

suas possibilidades, salvar da ruína com

Sucedeu que, por prenicncia da opi nião pública manifestada em reclamos

estava já em fase adiantada de elabo

aumentar a indenização re.sultante da

ração quando a Mensagem presidencial

já referida incorporação de bens ao pa

chegou à Câmara. A promessa que o

trimônio nacional. Creio que esto sa

governo havia recebido era de que o seu projeto poderia ser aproveitado e ofe recido como emenda ao que estava em andamento; a Câmara escolheria, entre as duas soluções, aquela que lhe pare

tos milhões de cruzeiros, para diminuir o volume dos encargos só poderia fazê-lo

liquidando totalmente a propriedade ger

legais decorrentes de decretos-leí expedi- • do.s anteriormente, com força, portanto, legislati\ a, já criou o Fundo, jú'deter minou os bens que nêle devem ser ver

centenas de milhões de cruzeiros para

porque se o Governo tomasse à Ale manha mais cem, duzentos ou trezen

Nesse ponto, está superado, porque o poder executivo, usando das faculdades

tidos, já organizou o plano do pagamen to, estabelecendo a ordem de priorida de entre os credores, a saber: primei

que chegavam de vários setores do país. nlguns Deputado.s se anteciparam em formular projetos indivi(áuais. Um dêles

crifício é mais aparente do que real-

respectivo plano.

dos ainda não eram conhecidos, não es

A liquidação total dos haveres alemães poderia deixar ao Governo duas ou três

zentos milhões de cruzeiros.

O projeto, depois de procurar, por

cesse mais acertada.

Dêssc vicio de origem resultou que,

lente a quinze anuidades do impôsto predial. Tal pagamento, além de des

xistência de economias em razão das restrições econômicas que sofreram os proprietários durante tantos anos. Além disso, o projeto é contraditório e inexequível nesta parte, pois ao mes

mo tempo que fixa o prazo de alguns meses para essa liberação mediante pa gamento parcial, manda que a Agência Especial de Defesa Econômica proce

Governo deveria, no extremo limite de

pleta, quando possa fazê-lo sem prejuí zo das vítimas brasileiras, cujos direitos passam, evidentemente, em primeiro lugaí. Isso o Governo pensa ter feito, encon trando nos bens dos alemães residentes

no exterior a soma equivalente às repara ções já relacionadas pela Comissão com

em

Por motivos, porém, que desconheço e não me cumpre averiguar, a Mensagem presidencial não foi objeto de delibera ção, nem pelas Comissões nem pelo ple

comunhão de fortuna com os brasileiros,

nário. Morreu na Câmara, de onde saiu

Quanto à propriedade rural seria intei ramente perdida, como já frisei, redu

ítquí radicados há dezenas de anos, c

o projeto de iniciativa individual de

zindo à mendicância os colonos em Santa

são imigrantes sóbrios, trabalhadores o

ilustre deputado por São Paulo, proje

Catarina, no Rio Grande do Sul, em

to de xdsta da constitucionalidade — fez

ordeiros, que, nem de longe, partici

to esse que correu os trâmites regimen-

Paraná, nu Espírito Santo e alhures.

S. Exa. considerações sobre a política

mânica no Brasil. Ficaria, assim, preju dicada a grande colônia teuta em nossa terra, cujos componentes vivem

da "à venda imediata" desses bens urbanoá.

•I

petente.

Na Comissão de Constituição e Jus tiça, desta Casa, o digno relator, Senador Waldemar Pedrosa, elaborou brilhante

parecer.

Não entrando no mérito do

projeto -- porque só o examinou do pon


Dif;i-STo Ec(>NÓMif.t)

Digksiü Econômico

49

Kússia, à Grécia, à higoslávia c à Etió

param de atos dc guerra contra o Brasil.

tais c chegou ao Senado, onde depende

pia.

As três últimas sofreram agressão

Seriam eles reduzidos à mais completa

direta da Itália; a Rússia tomou a parte

è.sse meio, que reputo excessivo, os re cursos para pagar aos credores as repa

do leão, por motivo das duas divisões italianas que combateram na frente da

miséria, à maior penúria. Todos os seus bens, móveis, imóveis, títulos e dinhei ro .seriam pcrdido.s. O resultado seria

agora dc deliberação. - É .sobre ésle projeto e a respeito das emendas oferecidas na sua elaboração

legislativa, que o Senado deseja infor

Ucrânia.

o Brasil ver-.sc a braços com u'a massa

mações do Ministro dc Estado.

de centenas de milhares de mendigos, criando um problema social de solução dificílima. Além disso, esse rigor intro duziria na massa alienígena a descon fiança, da qual não se curaria durante

Devo dizer que, parecendo-mc incon veniente o projeto da Câmara, cumpre ressalvar que as suas deficiências devem ser imputadas à circunstância de que, ao tempo da sua elaboração, os dados concretos em que devia ser fundado ainda não esla\ ain coligidos. Êsses da

rações, isto é, depois de sacrificar gran de parle da propriedade rural e parte importante da urbana, traça regras sôbrc a ériação do Fundo de Indenização e

Todos os demais países reservaram-.se apenas a possibilidade de se indenizii-

rem com bens italianos retidos nos pró prios territórios. Os Estados Unidos, ge nerosamente, liberaram todos o.s bens

italianos mediante o pagamento de cinco milhões de dólares; e a Inglaterra fez o mesmo por sete milhões de libras es terlinas.

O Brasil, seguindo a mesma orientação, levado, com maior razão, pelos interes

ses, quer culturais, quer econômicos que nos ligam à Itália, liberou os bens de italianos residente.s no exterior mediante a compensação valiosa de obter do Go verno italiano o financiamento de imi gração italiana no montante de tre

decênios, senão séculos.

Creio que, tudo ponderado, foi pru dente a solução alvitrada. Quanto aos bens de italianos residentes no Brasil, ja o governo os liberara integralmente por Decreto n.^ 7.723, dc 10 de julho

tavam ainda apurados. no temor de desfalcar demais o fundo de

dc 1945. Tal a economia do projeto

indenizações, o projeto não libera os

ramente, os prejuízos por danos físicos

enviado à Câmara dos Deputados com Mensagem presidencial.

bens rurais dc alemães, e quanto aos

individuais, em segundo lugar os prejuí

imóveis urbanos, a liberação é apenas

zos materiais e, em terceiro lugar, os

parcial, pois só será feita contra paga

danos sofridos pelo Estado.

mento cm dinheiro de uma soma equiva

necessário, em muitos casos seria im

O projeto, como digo, está superado pelas circunstâncias, e cria um regime de liquidação e reparações em grande detrimento desses estrangeiros, que o

possível dadas as dificuldades de cré dito na época atual e de provável ine

suas possibilidades, salvar da ruína com

Sucedeu que, por prenicncia da opi nião pública manifestada em reclamos

estava já em fase adiantada de elabo

aumentar a indenização re.sultante da

ração quando a Mensagem presidencial

já referida incorporação de bens ao pa

chegou à Câmara. A promessa que o

trimônio nacional. Creio que esto sa

governo havia recebido era de que o seu projeto poderia ser aproveitado e ofe recido como emenda ao que estava em andamento; a Câmara escolheria, entre as duas soluções, aquela que lhe pare

tos milhões de cruzeiros, para diminuir o volume dos encargos só poderia fazê-lo

liquidando totalmente a propriedade ger

legais decorrentes de decretos-leí expedi- • do.s anteriormente, com força, portanto, legislati\ a, já criou o Fundo, jú'deter minou os bens que nêle devem ser ver

centenas de milhões de cruzeiros para

porque se o Governo tomasse à Ale manha mais cem, duzentos ou trezen

Nesse ponto, está superado, porque o poder executivo, usando das faculdades

tidos, já organizou o plano do pagamen to, estabelecendo a ordem de priorida de entre os credores, a saber: primei

que chegavam de vários setores do país. nlguns Deputado.s se anteciparam em formular projetos indivi(áuais. Um dêles

crifício é mais aparente do que real-

respectivo plano.

dos ainda não eram conhecidos, não es

A liquidação total dos haveres alemães poderia deixar ao Governo duas ou três

zentos milhões de cruzeiros.

O projeto, depois de procurar, por

cesse mais acertada.

Dêssc vicio de origem resultou que,

lente a quinze anuidades do impôsto predial. Tal pagamento, além de des

xistência de economias em razão das restrições econômicas que sofreram os proprietários durante tantos anos. Além disso, o projeto é contraditório e inexequível nesta parte, pois ao mes

mo tempo que fixa o prazo de alguns meses para essa liberação mediante pa gamento parcial, manda que a Agência Especial de Defesa Econômica proce

Governo deveria, no extremo limite de

pleta, quando possa fazê-lo sem prejuí zo das vítimas brasileiras, cujos direitos passam, evidentemente, em primeiro lugaí. Isso o Governo pensa ter feito, encon trando nos bens dos alemães residentes

no exterior a soma equivalente às repara ções já relacionadas pela Comissão com

em

Por motivos, porém, que desconheço e não me cumpre averiguar, a Mensagem presidencial não foi objeto de delibera ção, nem pelas Comissões nem pelo ple

comunhão de fortuna com os brasileiros,

nário. Morreu na Câmara, de onde saiu

Quanto à propriedade rural seria intei ramente perdida, como já frisei, redu

ítquí radicados há dezenas de anos, c

o projeto de iniciativa individual de

zindo à mendicância os colonos em Santa

são imigrantes sóbrios, trabalhadores o

ilustre deputado por São Paulo, proje

Catarina, no Rio Grande do Sul, em

to de xdsta da constitucionalidade — fez

ordeiros, que, nem de longe, partici

to esse que correu os trâmites regimen-

Paraná, nu Espírito Santo e alhures.

S. Exa. considerações sobre a política

mânica no Brasil. Ficaria, assim, preju dicada a grande colônia teuta em nossa terra, cujos componentes vivem

da "à venda imediata" desses bens urbanoá.

•I

petente.

Na Comissão de Constituição e Jus tiça, desta Casa, o digno relator, Senador Waldemar Pedrosa, elaborou brilhante

parecer.

Não entrando no mérito do

projeto -- porque só o examinou do pon


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m

sa

Digesto Econômico

seguida pelo Govêrno, a qual condena com grande idealismo e generosidade,

lançado pelo Govêrno do 1942, porque

Digesto Econômico

51

os danos previsíveis então não tinham comparação com os que decorreriam da segunda Grande Guerra. Sobre os na

lhe licença para formulá-lo em memo

rida Comissão, sustentando o bom direi

rial. S. Exa. aceitou com pra/.cr êste oferecimento o, mcsmt> a bordo, apre

de Paz. O Presidente da Comissão de

em tempo de guerra, tomando-a imune

vios alemães refugiados cm portos do

sentei-lhe um memorial defendendo o

clarou-me que o memorial seria entre

aos prejuízos desta decorrentes para os

Brasil o aqui delidos na ocasião do rom pimento da.s hostilidades, um vínculo se

por não respeitar as regras consagradas,

que defendem a propriedade privada

Estados vitoriosos.

Creio que S. Exa. íoi injusto para com

o Governo de então, A medida que

ponto de vista do Itamarati c demons trando que o Govêrno não pretendia confiscar propriedades inimigas; não qui.sera pagar-se com bens particulares do ínijnigo. Apenas, na falta de outro re curso, constituíra penhor com o qual

No fim de quinze dias, fui convo cado pelo Presidente da Delegação belga,

êste estaria subrogado na obrigação de pagar os rc.spectivos valores aos pro

se indenizaria, sc necessário, proporcio nando, porém, ação regressiva contra o

antigo Presidente do Conselho e pessoa

prietários, aos quais caberia ação re

Estado alemão. A Conferência de Versalhes sancionou

lançou como garantia das reparações de

vidas. Essa propriedade parlicular ga

estudo a legislação do tempo de guerra,

rantia o crédito do Brasil contra o Es

eu mo pergunto que conselheiros tão

tado alemão, mas com a ressalva de que

avisados teve o Governo a inspirá-lo na elaboração desses decretos, todos real

mente muito bem concebidos, muito pru dentes e muito vigilantes na defesa dos

reais interesses brasileiros, comprome tidos naquela enorme convulsão interna cional.

A orientação do Govêrno se traduzia em constituir um penhor geral lançado sôbre a propriedade inimiga no Brasil como garantia de reparação aos que a ela tivessem direito, o que se apuraria depois de terminado o conflito.

Êste expediente é censurado pelo re lator, que lhe contrapõe a doutrina clás sica de Direito Internacional, tornando

imune a propriedade privada à respon sabilidade de gueiTa, e cita, a respeito, o procedimento do Ministro Nilo Peçanha. Li esta passagem quase como cen

sura pessoal a mim, que divergiria nesta emergência desse grande Ministro, de quem fui, não só grande amigo e corre ligionário político, mas, também, discí pulo, e de cujas sábias lições procuro não me afastar.

Tenho bem vivo na

memória o que Nilo Peçanha fez para defender o Brasil na emergência da pri

to do Brasil em face do próprio Tratado

gressiva contra esse Estado. O Brasil nao encontrava outro meio de cobrir-se

dos prejuízos da agressão alemã. Recordo-me bem de. q\ie, nomeada a delegação brasileira à Confcrêiícia de Paris — da qual tive a honra de ser nrembro — seu chefe, o Dr. Epitácio

Pc.ssoa, que era sobretudo um grande

êsse procedimento, e estabeleceu, como regra geral, que os beligerantes vitoriosos lançariam mão dos bens sob custódia em seus territórios, para se pagarem, com

seus valores, obrigando-se, porém, a

gue à Delegacia da Bélgica, pois se tra tava de interesses belgas, uma vez que

êsses bens se achavam separados para satisfazer seu crédito.

Mr. Theuris, ilustre homem de Estado,

de grande autoridade, que me disse: "Recebi seu memorial; submeti-o ao es tudo dos meus consultores e tenho o

desgosto de llie comunicar..." aí enipalideci, pois previ uma decisão con trária e sem apelação, uma vez que a Comissão era soberana — " — que os

restituír ò saldo aos respectivos proprie

mesmos lhe deram cem por cento de

tários.

razão. Os narios pertencem ao Brasil".

jurista, foi chamado comigo ao Catetc

Devo ainda referir que a Comissão de

Telegrafei imediatamente ao Dr. Epi

para, em reunião ministerial, compor o programa a sustentar na Conferência da

Reparações, criada com poderes latís-

tácio Pessoa, já então Presidente da Re

simos para interpretar e executar, sem apêlo, o Tratado de Paz no tocante às

incluiu meu telegrama na sua Mensa

reparações de guerra, deu particular atenção ao crédito da Bélgica, à qual

gem ao Congresso Nacional, bem como agradecimentos, sobretudo à correção da Delegação belga.

Paz. Nessa ocasião, fêz crítica vee mente á ação do Ministério do Exterior, no assunto.

Dizia êlc que o Ministro

havia erradoj não tendo passado os na

vios em Tribunal de Presas, não po deríamos conservá-los como proprieda de nossa. A Conferência, cm sua opi nião, não sancionaria esse procedimen to e o Brasil ficaria sem os navios e sem

as potências haviam concedido priori dade no pagamento, em razão dos so frimentos por que passou êsse país e da conduta heróica do seu povo e do seu rei.

'

E para formar o capital que faria face

pública, o qual, à guisa de girándola,

Vê, portanto, o eminente Senador Valdemar Pedrosa que o Presidente Ge-

túlio Vargas não se apartou do prece dente de 1914; 6 a verdade é que todos

os tratados de paz, desde a primeira

o pagamento do que lhe era devido,

a êsse pagamento, designou várias clas

conflagração até a segunda, consagra

Ouvi calado, embora discordasse de S

ses de bens, inclusive navios apreendidos

ram a mesma regra.

Exa. porque o momento não era para debates técnicos. Durante a viagem,

em jíortos estrangeiros e pertencentes a alemães.

É uma infelicidade dos tempos que estamos vivendo; mas é preciso reco

que fizemos juntos, repetindo-me o Dr.

Aí se compreendiam os navios retidos

nhecê-la. A doutrina da imunidade dos

meira Conflagração Mundial. Lançou

Epitácio Pessoa o seu ponto de vista,

ôle, também, um vínculo sôbje ccrla

sempre traduzindo censuras acerbas ao

pelo Brasil. Era eu, então, Delegado do Brasil na

bens privados em tempo de guerra foi assentada e consagrada no Congresso de

propriedade particular alemã, no Brasil.

Ministi'o do Exterior de então, expus meu modo de ver discordante, pedindo-

Comissão de Reparações, depois de ter

Berlim de 1856, com a conliecida discor

minada minha tarefa na Conferência da

dância da Inglaterra, quanto à proprie dade no mar. A Inglaterra nunca cedeu

Não teve, é certo, a extensão do vínculo

Paz.

Apresentei um memorial à refe

J


flv ■ '< ' ' "f

m

sa

Digesto Econômico

seguida pelo Govêrno, a qual condena com grande idealismo e generosidade,

lançado pelo Govêrno do 1942, porque

Digesto Econômico

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os danos previsíveis então não tinham comparação com os que decorreriam da segunda Grande Guerra. Sobre os na

lhe licença para formulá-lo em memo

rida Comissão, sustentando o bom direi

rial. S. Exa. aceitou com pra/.cr êste oferecimento o, mcsmt> a bordo, apre

de Paz. O Presidente da Comissão de

em tempo de guerra, tomando-a imune

vios alemães refugiados cm portos do

sentei-lhe um memorial defendendo o

clarou-me que o memorial seria entre

aos prejuízos desta decorrentes para os

Brasil o aqui delidos na ocasião do rom pimento da.s hostilidades, um vínculo se

por não respeitar as regras consagradas,

que defendem a propriedade privada

Estados vitoriosos.

Creio que S. Exa. íoi injusto para com

o Governo de então, A medida que

ponto de vista do Itamarati c demons trando que o Govêrno não pretendia confiscar propriedades inimigas; não qui.sera pagar-se com bens particulares do ínijnigo. Apenas, na falta de outro re curso, constituíra penhor com o qual

No fim de quinze dias, fui convo cado pelo Presidente da Delegação belga,

êste estaria subrogado na obrigação de pagar os rc.spectivos valores aos pro

se indenizaria, sc necessário, proporcio nando, porém, ação regressiva contra o

antigo Presidente do Conselho e pessoa

prietários, aos quais caberia ação re

Estado alemão. A Conferência de Versalhes sancionou

lançou como garantia das reparações de

vidas. Essa propriedade parlicular ga

estudo a legislação do tempo de guerra,

rantia o crédito do Brasil contra o Es

eu mo pergunto que conselheiros tão

tado alemão, mas com a ressalva de que

avisados teve o Governo a inspirá-lo na elaboração desses decretos, todos real

mente muito bem concebidos, muito pru dentes e muito vigilantes na defesa dos

reais interesses brasileiros, comprome tidos naquela enorme convulsão interna cional.

A orientação do Govêrno se traduzia em constituir um penhor geral lançado sôbre a propriedade inimiga no Brasil como garantia de reparação aos que a ela tivessem direito, o que se apuraria depois de terminado o conflito.

Êste expediente é censurado pelo re lator, que lhe contrapõe a doutrina clás sica de Direito Internacional, tornando

imune a propriedade privada à respon sabilidade de gueiTa, e cita, a respeito, o procedimento do Ministro Nilo Peçanha. Li esta passagem quase como cen

sura pessoal a mim, que divergiria nesta emergência desse grande Ministro, de quem fui, não só grande amigo e corre ligionário político, mas, também, discí pulo, e de cujas sábias lições procuro não me afastar.

Tenho bem vivo na

memória o que Nilo Peçanha fez para defender o Brasil na emergência da pri

to do Brasil em face do próprio Tratado

gressiva contra esse Estado. O Brasil nao encontrava outro meio de cobrir-se

dos prejuízos da agressão alemã. Recordo-me bem de. q\ie, nomeada a delegação brasileira à Confcrêiícia de Paris — da qual tive a honra de ser nrembro — seu chefe, o Dr. Epitácio

Pc.ssoa, que era sobretudo um grande

êsse procedimento, e estabeleceu, como regra geral, que os beligerantes vitoriosos lançariam mão dos bens sob custódia em seus territórios, para se pagarem, com

seus valores, obrigando-se, porém, a

gue à Delegacia da Bélgica, pois se tra tava de interesses belgas, uma vez que

êsses bens se achavam separados para satisfazer seu crédito.

Mr. Theuris, ilustre homem de Estado,

de grande autoridade, que me disse: "Recebi seu memorial; submeti-o ao es tudo dos meus consultores e tenho o

desgosto de llie comunicar..." aí enipalideci, pois previ uma decisão con trária e sem apelação, uma vez que a Comissão era soberana — " — que os

restituír ò saldo aos respectivos proprie

mesmos lhe deram cem por cento de

tários.

razão. Os narios pertencem ao Brasil".

jurista, foi chamado comigo ao Catetc

Devo ainda referir que a Comissão de

Telegrafei imediatamente ao Dr. Epi

para, em reunião ministerial, compor o programa a sustentar na Conferência da

Reparações, criada com poderes latís-

tácio Pessoa, já então Presidente da Re

simos para interpretar e executar, sem apêlo, o Tratado de Paz no tocante às

incluiu meu telegrama na sua Mensa

reparações de guerra, deu particular atenção ao crédito da Bélgica, à qual

gem ao Congresso Nacional, bem como agradecimentos, sobretudo à correção da Delegação belga.

Paz. Nessa ocasião, fêz crítica vee mente á ação do Ministério do Exterior, no assunto.

Dizia êlc que o Ministro

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vios em Tribunal de Presas, não po deríamos conservá-los como proprieda de nossa. A Conferência, cm sua opi nião, não sancionaria esse procedimen to e o Brasil ficaria sem os navios e sem

as potências haviam concedido priori dade no pagamento, em razão dos so frimentos por que passou êsse país e da conduta heróica do seu povo e do seu rei.

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E para formar o capital que faria face

pública, o qual, à guisa de girándola,

Vê, portanto, o eminente Senador Valdemar Pedrosa que o Presidente Ge-

túlio Vargas não se apartou do prece dente de 1914; 6 a verdade é que todos

os tratados de paz, desde a primeira

o pagamento do que lhe era devido,

a êsse pagamento, designou várias clas

conflagração até a segunda, consagra

Ouvi calado, embora discordasse de S

ses de bens, inclusive navios apreendidos

ram a mesma regra.

Exa. porque o momento não era para debates técnicos. Durante a viagem,

em jíortos estrangeiros e pertencentes a alemães.

É uma infelicidade dos tempos que estamos vivendo; mas é preciso reco

que fizemos juntos, repetindo-me o Dr.

Aí se compreendiam os navios retidos

nhecê-la. A doutrina da imunidade dos

meira Conflagração Mundial. Lançou

Epitácio Pessoa o seu ponto de vista,

ôle, também, um vínculo sôbje ccrla

sempre traduzindo censuras acerbas ao

pelo Brasil. Era eu, então, Delegado do Brasil na

bens privados em tempo de guerra foi assentada e consagrada no Congresso de

propriedade particular alemã, no Brasil.

Ministi'o do Exterior de então, expus meu modo de ver discordante, pedindo-

Comissão de Reparações, depois de ter

Berlim de 1856, com a conliecida discor

minada minha tarefa na Conferência da

dância da Inglaterra, quanto à proprie dade no mar. A Inglaterra nunca cedeu

Não teve, é certo, a extensão do vínculo

Paz.

Apresentei um memorial à refe

J


f -T»*

52

DifiESTo Econômico

neste ponto, pois o mar é o seu campo

Dicicsto Ernxóxrrco

.5.J

ríor c com os bcn.s incorporados dire

de indenizixção c acarretando prejuízos

tamente ao patrimônio nacional.

para os súditos bnxsileiro,s.

Tal doutrina só era possível e foi acatada, porque a guerra de então era

Oj; tratado.s de paz c o de Versalhes, bem como os celebrados conteniporàncamente em Ncuilly, Sévres, Trianon c Saint Gcrmain — estabeleceram a mes

dor Ferreira dc Sousa, conhecendo o

sejável no substitutivo do Senador Fer

ma regra: cada Estado liquida os bens

de exércitos. Os civis não se imiscuíam

que apreendeu, paga-se dos seus cré

projeto governamental, fc-lo seu. osposou-lhc os preceitos e a]mesent(m, como substitutivo, as mesmas regras constan tes dêsse projeto com algumas altera

reira dc Souza é aquele que dispõe que a.s sobras — sc sobr.is houver — depois dc pagas as reparações;, sejam distribuí das entre o.s sócio.s de sociedades liqui

ções felizes. Há, apenas, dois pontos a respeito dos quais faço re.serva, pedindo

dadas.

ram a mesma regra em relação à Itália,

Rumãnía, Bulgária c Hungria. O mes

a atenção de S. Exa. para os motivos

estabelecem que as sobras, se houver,

que me levam a discordar de sua opi

serão rcstituidas aos donos.

de ação e só aí ela fere o inimigo a fundo.

nela; não sofriam com ela. Era natural, portanto, que seus bens nada sofressem.

Em 1914, porém, tudo se subverteu. O

mundo foi surpreendido com o apare cimento de armas novas e terríveis: a

conscrição se estendeu a tôda a popu lação; homens e mulheres foram cha mados ao serviço militar. Os subma-

nnos revolucionaram a guerra marítima; as regras de contrabando também foram

alteradas: quase tudo passou a ser ma terial estratégico, até os artigos aparente mente mais inocentes, mesmo gêneros

alimentícios. Em suma, os países se encontraram em face da chamada guer

ditos se por outro modo não receber in denização, e rcstitui o saldo. Na última guerra, os assinados em Paris, consagra

mo far-se-á certamente com a Alemanha

o com o Japão.

nião.

Estou de acordo, cm tese, com a dou

trina do parecer.

Julgo que é um re

trocesso lamentável, mas as circunstan

cias tristes do tempo que vivemos im põem aos Governos, esta conduta.

A

ela se dobraram o Presidente Wenceslau

Brás e seu Ministro Nilo Pcçanha, e do

ra total. Civis e militares se mobiliza

mesmo modo o Presidente Vargas, conr

ram, cada qual em seu setor.

seus ministros c conselheiros.

Para o avião e o submarino não bá meios de discriminar entre a

propriedade privada e a pro priedade pública. O subma rino ataca às escuras.

Não há

mais sequer o aviso prévio, de

rigor anteriormente. Na primei

ra guerra, ainda se concediam alguns minutos para o salvamento dos tripulan

Tanto quanto possível, porém, é dever de um país, sobretudo como o Brasil, que não dispensa o concurso es trangeiro, em braços, técnicas e capitais, não desencorajar, de modo algum, êsse auxílio. Tôda política violenta contra a pro priedade inimiga é de molde a entorpecer

Por sorte, o meu ilustre amigo Sena

a colaboração

nesse

ter

O primeiro refere-se à liberação dos bens dc alemães residentes na Ale-

manlia, que tenham .sido objeto dc su

O outro preceito que me parece inde

Os tratados de paz, todos sem exceção, Presumo

que, com a Alemanha, não se disporá de outro modo. Outra solução importaria em confisco puro e simples, sem ne

cessão para cônjuges brasileiro.s ou fi

nhuma justificativa. Faço, assim, um apêlo ao meu nobre

lhos brasileiros. Parece-me haver nisso certo exagero injusto, porque a regra do

expungir do .seu texto ê.sses dois precei-

Direito comum, que não admite exceção

to.s, que reputo pouco convenientes.

em nenhum caso, c que o patrimônio dc

cada um responde pelos seus encargos, razão por que, aberta uma .sucessão, a herança c o que resta: — "Deduclo aere alieno"; isto é, pagas as dívidas, retira

do o que pertence a terceiros, o que

ajnigo e correligionário para, se possível, Quanto ao mais do seu projeto e brillianlíssima fundamentação, estou de

pleno acordo. Tanto quanto posso, mo desto Secretiírio de Estado que sou, do mesmo, ouso, não só pedir a atenção

do Senado para o substitutivo, mas, tam

resta é a herança. Por isso, os bcrdeí-

bém, encarecer a sua aprovação, como

ros aceitam a herança a beneficio de

(I que mais consulta aos interesses nacionais, liberando cem por cento a propriedade inimiga dos residentes no

inventário.

Sc esta ó a regra do Direito comum, que não tem exceção em caso algum,

Brasil e pagando, integralmente, as re

tes, perdendo-se a carga. Na guerra ' Que propôs o Presidente Dutra à Ga atual, torpedeia-se sem aviso, porque mara? — Que se liberasse cem por cento

ainda que o credor seja um onzenário e o cie cujus tenha sido de posses media

parações dc que os brasileiros são credo-

este acarreta riscos mortais para o ata

a propriedade inimiga japonesa e alemã,

nas, como abrigar essa e.xceção em caso

cante.

salvo os bens de alemães residentes na

É impossível, portanto, discriminar propriedade pública e privada, e os

me sôbre as emendas oferecidas ao pro jeto no plenário do Senado e que se en

particulares perdem tanto ou mais que

Alemanha e que se relegasse para o tra tado de paz o destino dos bens japonêses pertencentes a sociedades ou in

de súdito inimigo, cujos bens estejam destinados a ressarcir prejuízos injusta

os governos.

Se a propriedade particular é forço.samente violada pelos belígerante.s, não é possível imunidade recíproca.

reno.

re.s.

Sou chamado, também, a pronunciar-

mente cometidos contra brasileiros? Ga-

contram consubstanciadas num avulso,

divíduos residentes no Japão, isto sem

da exceção que se fizer representará di minuição de pagamento no Brasil.

aliás impresso com muitos erros o que toma, em alguns pontos, ininteligível o

prejuízo do pagamento integral das re parações, apenas com os valores per

Parece-me, portanto, que essa exone ração é excessiva, diminuindo, em pro

texto.

tencentes a alemães residentes no exte-

porções que não posso precisar, o fundo

A primeira que encontro é a emen da ao nrt. 18, dos ilustres Senadores


f -T»*

52

DifiESTo Econômico

neste ponto, pois o mar é o seu campo

Dicicsto Ernxóxrrco

.5.J

ríor c com os bcn.s incorporados dire

de indenizixção c acarretando prejuízos

tamente ao patrimônio nacional.

para os súditos bnxsileiro,s.

Tal doutrina só era possível e foi acatada, porque a guerra de então era

Oj; tratado.s de paz c o de Versalhes, bem como os celebrados conteniporàncamente em Ncuilly, Sévres, Trianon c Saint Gcrmain — estabeleceram a mes

dor Ferreira dc Sousa, conhecendo o

sejável no substitutivo do Senador Fer

ma regra: cada Estado liquida os bens

de exércitos. Os civis não se imiscuíam

que apreendeu, paga-se dos seus cré

projeto governamental, fc-lo seu. osposou-lhc os preceitos e a]mesent(m, como substitutivo, as mesmas regras constan tes dêsse projeto com algumas altera

reira dc Souza é aquele que dispõe que a.s sobras — sc sobr.is houver — depois dc pagas as reparações;, sejam distribuí das entre o.s sócio.s de sociedades liqui

ções felizes. Há, apenas, dois pontos a respeito dos quais faço re.serva, pedindo

dadas.

ram a mesma regra em relação à Itália,

Rumãnía, Bulgária c Hungria. O mes

a atenção de S. Exa. para os motivos

estabelecem que as sobras, se houver,

que me levam a discordar de sua opi

serão rcstituidas aos donos.

de ação e só aí ela fere o inimigo a fundo.

nela; não sofriam com ela. Era natural, portanto, que seus bens nada sofressem.

Em 1914, porém, tudo se subverteu. O

mundo foi surpreendido com o apare cimento de armas novas e terríveis: a

conscrição se estendeu a tôda a popu lação; homens e mulheres foram cha mados ao serviço militar. Os subma-

nnos revolucionaram a guerra marítima; as regras de contrabando também foram

alteradas: quase tudo passou a ser ma terial estratégico, até os artigos aparente mente mais inocentes, mesmo gêneros

alimentícios. Em suma, os países se encontraram em face da chamada guer

ditos se por outro modo não receber in denização, e rcstitui o saldo. Na última guerra, os assinados em Paris, consagra

mo far-se-á certamente com a Alemanha

o com o Japão.

nião.

Estou de acordo, cm tese, com a dou

trina do parecer.

Julgo que é um re

trocesso lamentável, mas as circunstan

cias tristes do tempo que vivemos im põem aos Governos, esta conduta.

A

ela se dobraram o Presidente Wenceslau

Brás e seu Ministro Nilo Pcçanha, e do

ra total. Civis e militares se mobiliza

mesmo modo o Presidente Vargas, conr

ram, cada qual em seu setor.

seus ministros c conselheiros.

Para o avião e o submarino não bá meios de discriminar entre a

propriedade privada e a pro priedade pública. O subma rino ataca às escuras.

Não há

mais sequer o aviso prévio, de

rigor anteriormente. Na primei

ra guerra, ainda se concediam alguns minutos para o salvamento dos tripulan

Tanto quanto possível, porém, é dever de um país, sobretudo como o Brasil, que não dispensa o concurso es trangeiro, em braços, técnicas e capitais, não desencorajar, de modo algum, êsse auxílio. Tôda política violenta contra a pro priedade inimiga é de molde a entorpecer

Por sorte, o meu ilustre amigo Sena

a colaboração

nesse

ter

O primeiro refere-se à liberação dos bens dc alemães residentes na Ale-

manlia, que tenham .sido objeto dc su

O outro preceito que me parece inde

Os tratados de paz, todos sem exceção, Presumo

que, com a Alemanha, não se disporá de outro modo. Outra solução importaria em confisco puro e simples, sem ne

cessão para cônjuges brasileiro.s ou fi

nhuma justificativa. Faço, assim, um apêlo ao meu nobre

lhos brasileiros. Parece-me haver nisso certo exagero injusto, porque a regra do

expungir do .seu texto ê.sses dois precei-

Direito comum, que não admite exceção

to.s, que reputo pouco convenientes.

em nenhum caso, c que o patrimônio dc

cada um responde pelos seus encargos, razão por que, aberta uma .sucessão, a herança c o que resta: — "Deduclo aere alieno"; isto é, pagas as dívidas, retira

do o que pertence a terceiros, o que

ajnigo e correligionário para, se possível, Quanto ao mais do seu projeto e brillianlíssima fundamentação, estou de

pleno acordo. Tanto quanto posso, mo desto Secretiírio de Estado que sou, do mesmo, ouso, não só pedir a atenção

do Senado para o substitutivo, mas, tam

resta é a herança. Por isso, os bcrdeí-

bém, encarecer a sua aprovação, como

ros aceitam a herança a beneficio de

(I que mais consulta aos interesses nacionais, liberando cem por cento a propriedade inimiga dos residentes no

inventário.

Sc esta ó a regra do Direito comum, que não tem exceção em caso algum,

Brasil e pagando, integralmente, as re

tes, perdendo-se a carga. Na guerra ' Que propôs o Presidente Dutra à Ga atual, torpedeia-se sem aviso, porque mara? — Que se liberasse cem por cento

ainda que o credor seja um onzenário e o cie cujus tenha sido de posses media

parações dc que os brasileiros são credo-

este acarreta riscos mortais para o ata

a propriedade inimiga japonesa e alemã,

nas, como abrigar essa e.xceção em caso

cante.

salvo os bens de alemães residentes na

É impossível, portanto, discriminar propriedade pública e privada, e os

me sôbre as emendas oferecidas ao pro jeto no plenário do Senado e que se en

particulares perdem tanto ou mais que

Alemanha e que se relegasse para o tra tado de paz o destino dos bens japonêses pertencentes a sociedades ou in

de súdito inimigo, cujos bens estejam destinados a ressarcir prejuízos injusta

os governos.

Se a propriedade particular é forço.samente violada pelos belígerante.s, não é possível imunidade recíproca.

reno.

re.s.

Sou chamado, também, a pronunciar-

mente cometidos contra brasileiros? Ga-

contram consubstanciadas num avulso,

divíduos residentes no Japão, isto sem

da exceção que se fizer representará di minuição de pagamento no Brasil.

aliás impresso com muitos erros o que toma, em alguns pontos, ininteligível o

prejuízo do pagamento integral das re parações, apenas com os valores per

Parece-me, portanto, que essa exone ração é excessiva, diminuindo, em pro

texto.

tencentes a alemães residentes no exte-

porções que não posso precisar, o fundo

A primeira que encontro é a emen da ao nrt. 18, dos ilustres Senadores


Digesto

Econômico

55

DiGESTO Econômico

54

ter no Fundo do Indenizaçãu os bens

emenda, filhos de alemães, gozam de

dêssos "soit di.sant" brasileiros.

dupla nacionalidade; são brasileiros pelo

Ivo D'Aquino, Francisco GallotH, Mathias Olímpio, Adalberto Ribeiro, Ro

sócio solidário; mas isto nada tem qae

dolfo de Miranda e Lúcio Corrêa.

O tc.xto restringe a contribuição para o Fundo de Indenização ao valor consig nado nos contratos ou nos títulos a apu

em mandado de .segurança, pelo que

Parágrafo único — "Os sócios bra sileiros e, na falta dêstes, os sócios

rar.

remetiam

escapará ao pagamento das reparações.

dinárias.

estrangeiros residentes no Brasil, te rão preferência para aquisição das

A segunda emenda é mais concisa, porém, mais grave. Apre.scntam-na os mesmos signatários.

uma ação em juízo com as mesmas razõe.s. A União conte.stou, apresentando

vôr com os meus ha\-eres sociais.

Dispõe:

cotas de capital e sociedade de pes soas ou de responsabilidade limitada, mediante pagamento dos respectivos

Fazendo algumas considerações a res

peito, peço desculpas a tão distintos Se nadores, por exprimir divergência t^ni

valores expressos nos títulos, contra tos ou livros sociais, sendo a trans

pontos de vi.sta que esposam.

ferência feita pela Agência Especial

elementos implicados na questão, tal vez não tivessem formulado a emenda.

vendo sócios brasileiros, nem estran

Nutro a esperança de que, depois de

geiros, residentes no Brasil, que dese

conhecê-los, se apressem em retirá-la.

jem adquirir as citadas cotas, serão

A fundamentação da emenda consiste em

elas alienadas pela forma do artigo acima e para os fins de que dispõe

mandar que os bens, direitos e ações pertencentes a bra.sileiros, em socieda

o artigo 2.°".

des mandadas liquidar sejam também li berados. Baseia-se em consideração de

Ora, há que distinguir entre socieda

sidentes no estrangeiro. Se se trata das

primeiras, já o substitutivo Ferreira de Souza as libera integralmente. Não há questão. Se se trata de sociedade com sócios residentes no estrangeiro, então a faculdade de resgatar cotas pelo seu va

Estou

certo de que, se conhecessem todos os

de Defesa Econômica, após os exa mes que julgar necessários. Não ha

des de pessoas residentes no Brasil, mesmo estrangeiras, e as de pessoas re

O excesso pertencerá ao dono e

ordem constitucional. Argumenta que, pela Carta de 1937, tal como foi emen

dada pela lei constitucional n.° 5, os bens de brasileiros em caso algum poderiam sofrer medida desta ordem. A dispo sição, diz-se, podia ser aplicada, constitucionalmente, a estrangeiros, com a

suspensão de garantias em tempo de

regular e injusta porque posso ter um

guerra. Sendo, porém, bens de brasi leiros, podiam apenas ser postos em custódia, mas nunca liquidados nem con

capital de cinqüenta mil cruzeiros e êste, numa liquidação, valer 50 vezes mais. Os

fiscados. É tese constitucional, já le vada à consideração do poder judiciário.

meus haveres

medem

Nada menos de duas vezes, o Supremo

pelo meu capital. Meu capital mede minha responsabilidade inicial na socie

Tribunal a refugou em mandado de

lor contábil nós leva a uma situação ir

dade.

sociais não se

É limitada se eu for mero co-

manditárío, é extensível, se eu for um

segurança. Muitos dos votos entraram na questão de mérito e entenderam que o Governo não errara ao mandar inver..

.

.

' O

Outros

votos, sem entrar na questão de mérito,

nascimento, de acordo com a nossa

julgaram que o direito alegado não era tão líquido que pude.sse ser reconhecido

Constituição; e alemães pelas leis ale mãs do? anos de 1935 c 1936, chamadas do proteção do sangue e da honra, as

os requerentes às lides or

Foi o (juc eles fizeram. Propuseram argumentos valioso.s.

A cansa correrá

seus tramites e será julgada conforme o Direito, pelas instâncias competentes, a

menos que o Senado aprove esta emen

da. Então, o pleito será trancado pelo Legislativo. Não se tratando de ques

tão em que o direito seja tão liquido e certo e se ofereça tão extreme de qual

quer dúvida que possa ser liquidada des de logo, parece-me de bom aviso deixar que o poder judiciário cumpra a sua

quais fazem alemão o filho de alemão, onde quer que nasça. Essa dupla nacionalidade é fenôme

no freqüente. Constitui um problema para as chancelarias e quase sempre é um tormento para os indivíduos que o sofrem.

No Brasil Rrasil um indivíduo c bra-

Enlietanto, se viaja para a França, Inglaterra ou Portugal, pode ser

.silcirc.

francês, inglês ou português. É, então,

chamado ao serviço militar e se, na épo ca oportuna, não se apresentou, pode ser

■ punido como refratário. O indivíduo éin tais condições não

pode sair do Brasil som se arriscar a surpresas.

Dará razão a quem a tiver e

Tais anomalias têm sido corrigidas

é possível que êsses senhores venham a

através de acordos internacionais. Com

ter ganho de causa, mas a hipótese

a Inglaterra, por exemplo, possuímos um pacto firmado não há muito, discri minando e limitando os deveres a que

inis.são.

contrária também deve admitir-se.

É preciso ouvirmos os interessados e só judicialmente poderemos ouvi-los. Não é legislativamente que deveremos proce der. Além disso, como informação de

se encontram sujeitas essas pessoas com

dupla' nacionalidade. Com a Alemanha, porém, não seria

fato — que acredito impressionará o

fácil celebrarmos convênio dessa natu

espírito generoso e justo dos nobres Se nadores, movidos por motivos puramen te jurídicos — quero informar que, na defesa da União Federal, se incorpora

reza. A meu ver, seria mesmo inope

ram documentos e informações muito

\'aliosas, prestadas pelos liquidantes das sociedades de que se trata. São ques

tões de fato, que, também, podem ser

rante. A mentalidade alemã é de todos conliecida. O alemão é homem de senti

mento cívico sem paralelo, profimdamente impregnado de fanatismo por sua pátria de origem. Assim, quando êle tem duas nacionalidades, luna lhe é imposta. Nasceu no Brasil — c brasileiro; mas,

controvertidas, e as partes terão ampla

de coração só é alemão e procede como

oportunidade de opor contestação e pro-

alemão.

\'as em contrário, se as tiverem. Os brasileiros beneficiados com a

No caso vertente, foi o que aconteceu, Não desejo entrar nas minudências da


Digesto

Econômico

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DiGESTO Econômico

54

ter no Fundo do Indenizaçãu os bens

emenda, filhos de alemães, gozam de

dêssos "soit di.sant" brasileiros.

dupla nacionalidade; são brasileiros pelo

Ivo D'Aquino, Francisco GallotH, Mathias Olímpio, Adalberto Ribeiro, Ro

sócio solidário; mas isto nada tem qae

dolfo de Miranda e Lúcio Corrêa.

O tc.xto restringe a contribuição para o Fundo de Indenização ao valor consig nado nos contratos ou nos títulos a apu

em mandado de .segurança, pelo que

Parágrafo único — "Os sócios bra sileiros e, na falta dêstes, os sócios

rar.

remetiam

escapará ao pagamento das reparações.

dinárias.

estrangeiros residentes no Brasil, te rão preferência para aquisição das

A segunda emenda é mais concisa, porém, mais grave. Apre.scntam-na os mesmos signatários.

uma ação em juízo com as mesmas razõe.s. A União conte.stou, apresentando

vôr com os meus ha\-eres sociais.

Dispõe:

cotas de capital e sociedade de pes soas ou de responsabilidade limitada, mediante pagamento dos respectivos

Fazendo algumas considerações a res

peito, peço desculpas a tão distintos Se nadores, por exprimir divergência t^ni

valores expressos nos títulos, contra tos ou livros sociais, sendo a trans

pontos de vi.sta que esposam.

ferência feita pela Agência Especial

elementos implicados na questão, tal vez não tivessem formulado a emenda.

vendo sócios brasileiros, nem estran

Nutro a esperança de que, depois de

geiros, residentes no Brasil, que dese

conhecê-los, se apressem em retirá-la.

jem adquirir as citadas cotas, serão

A fundamentação da emenda consiste em

elas alienadas pela forma do artigo acima e para os fins de que dispõe

mandar que os bens, direitos e ações pertencentes a bra.sileiros, em socieda

o artigo 2.°".

des mandadas liquidar sejam também li berados. Baseia-se em consideração de

Ora, há que distinguir entre socieda

sidentes no estrangeiro. Se se trata das

primeiras, já o substitutivo Ferreira de Souza as libera integralmente. Não há questão. Se se trata de sociedade com sócios residentes no estrangeiro, então a faculdade de resgatar cotas pelo seu va

Estou

certo de que, se conhecessem todos os

de Defesa Econômica, após os exa mes que julgar necessários. Não ha

des de pessoas residentes no Brasil, mesmo estrangeiras, e as de pessoas re

O excesso pertencerá ao dono e

ordem constitucional. Argumenta que, pela Carta de 1937, tal como foi emen

dada pela lei constitucional n.° 5, os bens de brasileiros em caso algum poderiam sofrer medida desta ordem. A dispo sição, diz-se, podia ser aplicada, constitucionalmente, a estrangeiros, com a

suspensão de garantias em tempo de

regular e injusta porque posso ter um

guerra. Sendo, porém, bens de brasi leiros, podiam apenas ser postos em custódia, mas nunca liquidados nem con

capital de cinqüenta mil cruzeiros e êste, numa liquidação, valer 50 vezes mais. Os

fiscados. É tese constitucional, já le vada à consideração do poder judiciário.

meus haveres

medem

Nada menos de duas vezes, o Supremo

pelo meu capital. Meu capital mede minha responsabilidade inicial na socie

Tribunal a refugou em mandado de

lor contábil nós leva a uma situação ir

dade.

sociais não se

É limitada se eu for mero co-

manditárío, é extensível, se eu for um

segurança. Muitos dos votos entraram na questão de mérito e entenderam que o Governo não errara ao mandar inver..

.

.

' O

Outros

votos, sem entrar na questão de mérito,

nascimento, de acordo com a nossa

julgaram que o direito alegado não era tão líquido que pude.sse ser reconhecido

Constituição; e alemães pelas leis ale mãs do? anos de 1935 c 1936, chamadas do proteção do sangue e da honra, as

os requerentes às lides or

Foi o (juc eles fizeram. Propuseram argumentos valioso.s.

A cansa correrá

seus tramites e será julgada conforme o Direito, pelas instâncias competentes, a

menos que o Senado aprove esta emen

da. Então, o pleito será trancado pelo Legislativo. Não se tratando de ques

tão em que o direito seja tão liquido e certo e se ofereça tão extreme de qual

quer dúvida que possa ser liquidada des de logo, parece-me de bom aviso deixar que o poder judiciário cumpra a sua

quais fazem alemão o filho de alemão, onde quer que nasça. Essa dupla nacionalidade é fenôme

no freqüente. Constitui um problema para as chancelarias e quase sempre é um tormento para os indivíduos que o sofrem.

No Brasil Rrasil um indivíduo c bra-

Enlietanto, se viaja para a França, Inglaterra ou Portugal, pode ser

.silcirc.

francês, inglês ou português. É, então,

chamado ao serviço militar e se, na épo ca oportuna, não se apresentou, pode ser

■ punido como refratário. O indivíduo éin tais condições não

pode sair do Brasil som se arriscar a surpresas.

Dará razão a quem a tiver e

Tais anomalias têm sido corrigidas

é possível que êsses senhores venham a

através de acordos internacionais. Com

ter ganho de causa, mas a hipótese

a Inglaterra, por exemplo, possuímos um pacto firmado não há muito, discri minando e limitando os deveres a que

inis.são.

contrária também deve admitir-se.

É preciso ouvirmos os interessados e só judicialmente poderemos ouvi-los. Não é legislativamente que deveremos proce der. Além disso, como informação de

se encontram sujeitas essas pessoas com

dupla' nacionalidade. Com a Alemanha, porém, não seria

fato — que acredito impressionará o

fácil celebrarmos convênio dessa natu

espírito generoso e justo dos nobres Se nadores, movidos por motivos puramen te jurídicos — quero informar que, na defesa da União Federal, se incorpora

reza. A meu ver, seria mesmo inope

ram documentos e informações muito

\'aliosas, prestadas pelos liquidantes das sociedades de que se trata. São ques

tões de fato, que, também, podem ser

rante. A mentalidade alemã é de todos conliecida. O alemão é homem de senti

mento cívico sem paralelo, profimdamente impregnado de fanatismo por sua pátria de origem. Assim, quando êle tem duas nacionalidades, luna lhe é imposta. Nasceu no Brasil — c brasileiro; mas,

controvertidas, e as partes terão ampla

de coração só é alemão e procede como

oportunidade de opor contestação e pro-

alemão.

\'as em contrário, se as tiverem. Os brasileiros beneficiados com a

No caso vertente, foi o que aconteceu, Não desejo entrar nas minudências da


w 56

Digestc) Econômico

questão, pois cia se encontra subme tida ao poder judiciário c, certamente, os

fatos ai serão apreciados. O debate le gislativo não seria, pois, recomendável.

Não c demais, porém, informar (pie en tre os documentos oferecidos' pelo Govêmo da União con.stam provas conclu dentes de que tais indivíduos, nascidos no Brasil, mas filhos de alemães, de tal modo procederam como alemães, contra o nosso país, durante a guerra, que dois

dos principais gerentes de companhias, um cm Pernambuco, outro no Rio de

Janeiro foram condenados a penas de \'inte e vinte e cinco anos, respectiva mente, por crime de atentado contra a

segurança do Estado. Um sòc\o de uma

das firmas prestou serviço militar na Alemanha. O filho de um outro sócio mereceu de tal forma a proteção do Estado alemão que, quando tivemos de negociar a troca de missões diplomáti cas, nos encontramos diante de grave di

ficuldade. Tiníramos de doze a quinze

diplomatas internados na Alemanha para serem trocados por cônsules e embaixa

dores no Brasil. Aquele país nos apre sentou uma lista de mais de cem pessoas a serem repatriadas. Havia até um con

denado pelo Tribunal de Segurança Na cional, o qual se encontrava em cum

primento de pena. Foi-nos preciso li bertá-lo para solver a dificuldade. Fi gurava na lista o filho do sócio brasi leiro a que acima me referi.

Ora, êles ofereceram inúmeras provas de opção entre as duas' nacionalidadés, e que em bom direito se possa reconhe cer que, brasileiros à força, repudiaram ■ esta nacionalidade para só conservar a outra.

Há, ainda, argumento de fato que milita contra u emenda.

Dedicadas como foraiii à sua terra, à

sua pátria, essas pessoas, beneficiandose dc inna cláusida que já é de estilo nos tratados de pa/, terão regresso contra o Estado alemão para se indenizarem.

Quanto aos bens que Ibcs seriam rcs-

Dickstí» Econômico nente Senador Hamilton Nogueira, <iue

ratificação do Senado, e por outro niodo

merece citaçao:

nao podemos adquiri-los. Quanto á Faculdade de Filosofia, o

"Acresccnte-se onde convier:

Covêrao italiano concordou em que ela fôsse mantida na Casa dTtália, mediante

condições a ajustar até que, dentro de

Art. . • • Passa à plena propricda.de e definitiva posse do Círculo Militiir cie Jui^c dc Fora, sem qualquer ônus para è.ste, o imóvel (prédio e terreno) sito à Avenida Barão de

dade, irregularmente constituída. Se e verdade que na Casa dTtália funciona vam certas repartições diplomáticas, co

dida aos credores por dano físico pes

Rio Branco n.° 2.585, onde funcio nava a "Casa dTtália" na cidade de

também o é que em 4/5 do edifício fun

soal, não deixaria aos demais credores

Juiz dc Fora.

tituídos, em \irlude dessa emenda, a

Comissão competente do Banco do Bra sil orça-os em 160 a 180 niilh(")es de

cruzeiros. O dosfalcpic do Fundo de Indenização, dada a prioridade conce mais de 30 u 40 por cento das indcnizaç(5es a que tem direito. Assim, libera

mos bens de indivíduos com dupla na cionalidade, que tèin a mais completa segurança de indenização por um dos

Estados de que .são súditos, cm detri

mento de brasileiros que não terão para quem apelar. Não farão cpialquer apelo, seguramente, para os cofres do Tesouro, porcjuc a União não tem (jualípier res

ponsabilidade pelo pagamento de da nos de guerra.

Dizem os signatários da emenda (]iic

Ari. - .• Nas mesmas condições se

processará com referencia aos mó veis c utensílios que, conforme ata

do entrega lavrada no dia 17 dc junho de 1942, foram também entre gues ao Círculo Militar". Do mesmo modo se dispõe com rela

ção à Casa dTtália, no Rio de Janei ro, onde funciona a Faculdade de Fi losofia.

Devo dizer que isso já foi objeto de ac('irdo com o Govêrno italiano.

mara dos Deputados e não atinam com

êsse acíjrdo, as Casas dTtália são rcstituída.s, inclusive as que pertenceju ao Estado italiano, sem prejuízo da obri

Ignoro as razões da Gamara; ma,s de

mo consulados e escritórios de adidos, cionavam sociedades e instituições que

esse texto já figurou no projeto da Câ

a razão por que não foi aprovado.

prazo razoável, abra mão dessa proprie

Por

nada tinham c«m os serviços consula

res ou diplomáticos. A propriedade, as sim, não pode ser mantida pelo Govêr

no italiano, que terá a possibilidade de renunciar ao seu direito por diversos meios, tais como dádiva, alienação ou

outra qualquer maneira. O no.sso Co\êrno, nes.sa ocasião, poderá ser licihm-

te, u fim de manter a Faculdade de Filosofia, que, entre tempo, aí se con.serwrá mediante o já referido ajuste.

Assim, agradeceria aos signatários das Emendas n.os 4 e 5 se consentissem em retirá-las.

Chego, assim, ao fim das informações

que estava obrigado a prestar ao Sena

gação, reconhecida pelo Governo ita liano, de alienar por qualquer modo as que não forem sede de repartição con sular ou diplomática. Aliás, o próprio

legislativo, mas também — como dis.se

Tratado de Paz obriga á restituição dos

deixar patente à opinião pública que o

unânime cja Câmara dos Deputados, in

edifícios que abrigavam instituições re

Governo não se descuidou nunca dêsse

clusive com apoio dos deputados iniciadores da medida, os quais se apres

ligiosas ou filanti-ópicas.

problema; ao revés disso, cuidou de pô-lo perante o poder legislativo em termos concretos e que lhe pareceram os mais prudentes, tão logo os dados ne

vem ser as que estou expendcndo, co

nhecidas, aliás, de muitos deputados. Certamente, porém, um fato deve levar uo espírito dos senadores razões serias em favor dessa resolução: a votação

O Tratado não autoriza qualquer go

saram em retirá-la. Para que a votação

verno a confiscar ês.ses bens.

fosse unânime deviam ter havido sérias

trário, obriga a restituí-los.

Ao con

razões.

Não posso encenar minha exposição

A aquisição desses bens está aberta ao

5cm fazer referencia à emenda do cmi-

Governo pelo convênio ora sujeito á

do c fi-lo com o máximo prazer, não só como deferência a esta Casa do poder no inicio — porque tinha interesse em

cessários foram apurados. Não cabe ao

Govêrno a responsabilidade pela demora da solução do as.sunto,


w 56

Digestc) Econômico

questão, pois cia se encontra subme tida ao poder judiciário c, certamente, os

fatos ai serão apreciados. O debate le gislativo não seria, pois, recomendável.

Não c demais, porém, informar (pie en tre os documentos oferecidos' pelo Govêmo da União con.stam provas conclu dentes de que tais indivíduos, nascidos no Brasil, mas filhos de alemães, de tal modo procederam como alemães, contra o nosso país, durante a guerra, que dois

dos principais gerentes de companhias, um cm Pernambuco, outro no Rio de

Janeiro foram condenados a penas de \'inte e vinte e cinco anos, respectiva mente, por crime de atentado contra a

segurança do Estado. Um sòc\o de uma

das firmas prestou serviço militar na Alemanha. O filho de um outro sócio mereceu de tal forma a proteção do Estado alemão que, quando tivemos de negociar a troca de missões diplomáti cas, nos encontramos diante de grave di

ficuldade. Tiníramos de doze a quinze

diplomatas internados na Alemanha para serem trocados por cônsules e embaixa

dores no Brasil. Aquele país nos apre sentou uma lista de mais de cem pessoas a serem repatriadas. Havia até um con

denado pelo Tribunal de Segurança Na cional, o qual se encontrava em cum

primento de pena. Foi-nos preciso li bertá-lo para solver a dificuldade. Fi gurava na lista o filho do sócio brasi leiro a que acima me referi.

Ora, êles ofereceram inúmeras provas de opção entre as duas' nacionalidadés, e que em bom direito se possa reconhe cer que, brasileiros à força, repudiaram ■ esta nacionalidade para só conservar a outra.

Há, ainda, argumento de fato que milita contra u emenda.

Dedicadas como foraiii à sua terra, à

sua pátria, essas pessoas, beneficiandose dc inna cláusida que já é de estilo nos tratados de pa/, terão regresso contra o Estado alemão para se indenizarem.

Quanto aos bens que Ibcs seriam rcs-

Dickstí» Econômico nente Senador Hamilton Nogueira, <iue

ratificação do Senado, e por outro niodo

merece citaçao:

nao podemos adquiri-los. Quanto á Faculdade de Filosofia, o

"Acresccnte-se onde convier:

Covêrao italiano concordou em que ela fôsse mantida na Casa dTtália, mediante

condições a ajustar até que, dentro de

Art. . • • Passa à plena propricda.de e definitiva posse do Círculo Militiir cie Jui^c dc Fora, sem qualquer ônus para è.ste, o imóvel (prédio e terreno) sito à Avenida Barão de

dade, irregularmente constituída. Se e verdade que na Casa dTtália funciona vam certas repartições diplomáticas, co

dida aos credores por dano físico pes

Rio Branco n.° 2.585, onde funcio nava a "Casa dTtália" na cidade de

também o é que em 4/5 do edifício fun

soal, não deixaria aos demais credores

Juiz dc Fora.

tituídos, em \irlude dessa emenda, a

Comissão competente do Banco do Bra sil orça-os em 160 a 180 niilh(")es de

cruzeiros. O dosfalcpic do Fundo de Indenização, dada a prioridade conce mais de 30 u 40 por cento das indcnizaç(5es a que tem direito. Assim, libera

mos bens de indivíduos com dupla na cionalidade, que tèin a mais completa segurança de indenização por um dos

Estados de que .são súditos, cm detri

mento de brasileiros que não terão para quem apelar. Não farão cpialquer apelo, seguramente, para os cofres do Tesouro, porcjuc a União não tem (jualípier res

ponsabilidade pelo pagamento de da nos de guerra.

Dizem os signatários da emenda (]iic

Ari. - .• Nas mesmas condições se

processará com referencia aos mó veis c utensílios que, conforme ata

do entrega lavrada no dia 17 dc junho de 1942, foram também entre gues ao Círculo Militar". Do mesmo modo se dispõe com rela

ção à Casa dTtália, no Rio de Janei ro, onde funciona a Faculdade de Fi losofia.

Devo dizer que isso já foi objeto de ac('irdo com o Govêrno italiano.

mara dos Deputados e não atinam com

êsse acíjrdo, as Casas dTtália são rcstituída.s, inclusive as que pertenceju ao Estado italiano, sem prejuízo da obri

Ignoro as razões da Gamara; ma,s de

mo consulados e escritórios de adidos, cionavam sociedades e instituições que

esse texto já figurou no projeto da Câ

a razão por que não foi aprovado.

prazo razoável, abra mão dessa proprie

Por

nada tinham c«m os serviços consula

res ou diplomáticos. A propriedade, as sim, não pode ser mantida pelo Govêr

no italiano, que terá a possibilidade de renunciar ao seu direito por diversos meios, tais como dádiva, alienação ou

outra qualquer maneira. O no.sso Co\êrno, nes.sa ocasião, poderá ser licihm-

te, u fim de manter a Faculdade de Filosofia, que, entre tempo, aí se con.serwrá mediante o já referido ajuste.

Assim, agradeceria aos signatários das Emendas n.os 4 e 5 se consentissem em retirá-las.

Chego, assim, ao fim das informações

que estava obrigado a prestar ao Sena

gação, reconhecida pelo Governo ita liano, de alienar por qualquer modo as que não forem sede de repartição con sular ou diplomática. Aliás, o próprio

legislativo, mas também — como dis.se

Tratado de Paz obriga á restituição dos

deixar patente à opinião pública que o

unânime cja Câmara dos Deputados, in

edifícios que abrigavam instituições re

Governo não se descuidou nunca dêsse

clusive com apoio dos deputados iniciadores da medida, os quais se apres

ligiosas ou filanti-ópicas.

problema; ao revés disso, cuidou de pô-lo perante o poder legislativo em termos concretos e que lhe pareceram os mais prudentes, tão logo os dados ne

vem ser as que estou expendcndo, co

nhecidas, aliás, de muitos deputados. Certamente, porém, um fato deve levar uo espírito dos senadores razões serias em favor dessa resolução: a votação

O Tratado não autoriza qualquer go

saram em retirá-la. Para que a votação

verno a confiscar ês.ses bens.

fosse unânime deviam ter havido sérias

trário, obriga a restituí-los.

Ao con

razões.

Não posso encenar minha exposição

A aquisição desses bens está aberta ao

5cm fazer referencia à emenda do cmi-

Governo pelo convênio ora sujeito á

do c fi-lo com o máximo prazer, não só como deferência a esta Casa do poder no inicio — porque tinha interesse em

cessários foram apurados. Não cabe ao

Govêrno a responsabilidade pela demora da solução do as.sunto,


w"^m

mnüPPRHf

••'■''TV • •■■

Digesto Econômico

V í

\

\

AS AREIAS

MONAZÍTICAS

preendcrcmos a complexidade dos fe nômenos que pre.sidcm a eclosão das

Têm as gerações hodiernas, mais cul tas, obrigações e possibilidades que as

indústrias.

outras não conheceram.

Os vestustos conceitos de que os dó-

Horácio Lafeh

A

^^OTÒRIAMENTE a naturcza foi arbi trária na distribuição de seus bens :

excesso de água num hemisfério; nou tro, imensos desertos; florestas adiante

adiante, geleiras eternas; aqui planícies e pântanos; longe, cordilheiras indevas-

saveis. . . E como não houvesse equida de na herança mineral, certas nações ou

distritos dominam uns tantos elementos, minérios,

combustíveis ou fontes de

energia, e o resto do mundo deles per manece dependente. O Canadá, por exemplo, monopoliza o níquel. A China, o antimônio o o dingstênio. O México'

fí prata. Possui o Chile incomensuráveis nitreiras e mais cobre que a Eurásia e

O operoso deputado paulista tratou com a habitual mcsirui do problema da exportação dos ru)ssos minerais raros. Em plenário, exibiu amostras de urâ nio já produzidas no Urasil, que assim se coloca entre os primeiros países do mundo, a contarem com elemento de ta

manho valor, não só do ponto de vista econômico como militar.

O texto desta oração, por 'ser exten so e técnico, deixou de ser lido na tri

buna.

Dada a relevância da matéria,

a direção desta Revisiá resolveu inserir

cm suas colunas o trabalho na íntegra.

a Oceania reunidas. BÜrma é a pátria dos rubis. Ceilão, a das safiras, Colôm

bia, a das esmeraldas. Falar em jade é relembrar a China. O âmbar fóssil vem do Mar do Norte, Das mãos da Bolívia e Malaia sai o estanho. Produz o Texas mais en.\ofre que o mundo restante Estados Unidos, Venezuela e Arábia ar

59

licos louros constituem

que os anglo-saxõcs nascem utilitaristas o ninguém lhes vence cm pertinácia, que os mediteiTaneos, mais inteligentes, são naturalmente dispersivos, e que abaixo dêlcs se estratificam os negros e demais raças inferiores — não resistem à mais leve crítica c não devem ser in

vocados como explicação do atraso das nações pouco desenvolvidas. — Que fizeram os britânicos em Bar bado.;, Trinidad Oa dinamarque-

Guiana

Inglesa ?

serto de Alainogordo como bíblico presságio anunciou ao mundo o advento da

Era Atômica,

batizada de sangue em

Hiroshima e Nagasaqui, denunciaram os

cientistas que dois metais menores — o urânio e o tório — pela possibilidade de se cindirem ao impacto do.s neutrons li

berando energia, estavam fadados a re presentar em futuro próximo papéis aná

logos aos que desempenharam o carvão e o petróleo na Era da Máquina a Vapor. Com a

fissão

do isótopo 235 do urânio, plutônío, e

nã? Os america

urânio 233 deri

nos

Pôrto

vado do tório,

fran-

conseguiu

em

dá, a Noruega, a Suécia e a Suíça em unidades industriais.

0656.1

Não obstante a

e

Quando, em 16 de julho de 1945, a nuvem de fogo que pairou sobre o de

.ses na" Groenlân dia ? Os holan deses em Suri-

Rico ?

abundância de alumínio, os depósitos de

raça superior,

Os na

meteu

Caiena

As

Pro

quebrar

as cadeias que o

c em Haiti ?

bauxita, seu único minério, concentram-

do do

jungiam à Terra

divergên

e, mais feliz do

se em poucas regiões; e como seu ex

cias

clusivo processo de fabricação c o termoeletrolítico, só alguns países o conse

observadas

nos

que ícaro, está

diferentes

po

prestes a atingir

guem economicamente. E o • que é mais curioso: o fundente natural que

vos, em relação

tornou a eletrometalurgía do alumínio viável — a criolita — até hoje só foi en

mento industrial, cingem-se, no fundo,

ceu, sòzinha, metade da produção mun

contrada, em quantidades comerciais, no

mais educada uma coletividade, mais

À temperatura de dez ou unte milhões de graus, for necida pela espolêtn de urânio 235 ou plutônio, esperam os físicos fundir, na

dial de tantalita. Ao monopólio carvoei-

nela ressaltam as fôrças coercitivas, o

superbomba de hidrogênio,

espírito de 'colaboração sem o qual as

de massa unitária, do deutério, do trí-

os Estados Unidos e a Rússia a lide

fiorde de Arlcsuk, na Groenlândia. Constituem estes exemplos bela e ex pressiva lição dos geólogos aos econo

rança do mundo. — Como teria podido,

mistas .

voram-se em magnatas do petróleo. Du

rante a última guerra, todos os segredos militares controlavam-se com o quartzo do Brasil, e a serra da Borborema forne

ro devem a Grã-Bretanha, a Alemanha,

a Inglaterra, dominar os mares sem suas inesgotáveis hulheiras ? Pela falta de carvão e petróleo, esboroou-se o efê mero império de Mussolini. A conquista da energia elétrica transformou o Cana-

E se acrescentarmos ao determinismo

geológico, os impedimentos geográficos — distância, clima, acidentes orográficos obstando ao transporte — e mais as intrincadas dificuldades políticas, com-

ao

à.s

de

reação

o Sol.

desenvolvi

deficiências

educacionais.

Quanto

os átomos

sociedades empacam, sem o qual a fôr-

cio e dos isótopos 6 e 7 do lítio, produ

ça viva das massas anula o pensamento criador dos escóis, sem o qual tôdas as

zindo verdadeira energia estelar.

energias se perdem, como se perde na queda livre a força das cachoeiras, nas

para a construção de reatores nucleares

vossorocas o húmus, e no mar revolto

são o urânio e o tório para escorvar as reações atômicas.

os batéis desgovernados.

Mas, seja para fabricar bombas, seja com objetivos pacíficos, insubstituíveis


w"^m

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Digesto Econômico

V í

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AS AREIAS

MONAZÍTICAS

preendcrcmos a complexidade dos fe nômenos que pre.sidcm a eclosão das

Têm as gerações hodiernas, mais cul tas, obrigações e possibilidades que as

indústrias.

outras não conheceram.

Os vestustos conceitos de que os dó-

Horácio Lafeh

A

^^OTÒRIAMENTE a naturcza foi arbi trária na distribuição de seus bens :

excesso de água num hemisfério; nou tro, imensos desertos; florestas adiante

adiante, geleiras eternas; aqui planícies e pântanos; longe, cordilheiras indevas-

saveis. . . E como não houvesse equida de na herança mineral, certas nações ou

distritos dominam uns tantos elementos, minérios,

combustíveis ou fontes de

energia, e o resto do mundo deles per manece dependente. O Canadá, por exemplo, monopoliza o níquel. A China, o antimônio o o dingstênio. O México'

fí prata. Possui o Chile incomensuráveis nitreiras e mais cobre que a Eurásia e

O operoso deputado paulista tratou com a habitual mcsirui do problema da exportação dos ru)ssos minerais raros. Em plenário, exibiu amostras de urâ nio já produzidas no Urasil, que assim se coloca entre os primeiros países do mundo, a contarem com elemento de ta

manho valor, não só do ponto de vista econômico como militar.

O texto desta oração, por 'ser exten so e técnico, deixou de ser lido na tri

buna.

Dada a relevância da matéria,

a direção desta Revisiá resolveu inserir

cm suas colunas o trabalho na íntegra.

a Oceania reunidas. BÜrma é a pátria dos rubis. Ceilão, a das safiras, Colôm

bia, a das esmeraldas. Falar em jade é relembrar a China. O âmbar fóssil vem do Mar do Norte, Das mãos da Bolívia e Malaia sai o estanho. Produz o Texas mais en.\ofre que o mundo restante Estados Unidos, Venezuela e Arábia ar

59

licos louros constituem

que os anglo-saxõcs nascem utilitaristas o ninguém lhes vence cm pertinácia, que os mediteiTaneos, mais inteligentes, são naturalmente dispersivos, e que abaixo dêlcs se estratificam os negros e demais raças inferiores — não resistem à mais leve crítica c não devem ser in

vocados como explicação do atraso das nações pouco desenvolvidas. — Que fizeram os britânicos em Bar bado.;, Trinidad Oa dinamarque-

Guiana

Inglesa ?

serto de Alainogordo como bíblico presságio anunciou ao mundo o advento da

Era Atômica,

batizada de sangue em

Hiroshima e Nagasaqui, denunciaram os

cientistas que dois metais menores — o urânio e o tório — pela possibilidade de se cindirem ao impacto do.s neutrons li

berando energia, estavam fadados a re presentar em futuro próximo papéis aná

logos aos que desempenharam o carvão e o petróleo na Era da Máquina a Vapor. Com a

fissão

do isótopo 235 do urânio, plutônío, e

nã? Os america

urânio 233 deri

nos

Pôrto

vado do tório,

fran-

conseguiu

em

dá, a Noruega, a Suécia e a Suíça em unidades industriais.

0656.1

Não obstante a

e

Quando, em 16 de julho de 1945, a nuvem de fogo que pairou sobre o de

.ses na" Groenlân dia ? Os holan deses em Suri-

Rico ?

abundância de alumínio, os depósitos de

raça superior,

Os na

meteu

Caiena

As

Pro

quebrar

as cadeias que o

c em Haiti ?

bauxita, seu único minério, concentram-

do do

jungiam à Terra

divergên

e, mais feliz do

se em poucas regiões; e como seu ex

cias

clusivo processo de fabricação c o termoeletrolítico, só alguns países o conse

observadas

nos

que ícaro, está

diferentes

po

prestes a atingir

guem economicamente. E o • que é mais curioso: o fundente natural que

vos, em relação

tornou a eletrometalurgía do alumínio viável — a criolita — até hoje só foi en

mento industrial, cingem-se, no fundo,

ceu, sòzinha, metade da produção mun

contrada, em quantidades comerciais, no

mais educada uma coletividade, mais

À temperatura de dez ou unte milhões de graus, for necida pela espolêtn de urânio 235 ou plutônio, esperam os físicos fundir, na

dial de tantalita. Ao monopólio carvoei-

nela ressaltam as fôrças coercitivas, o

superbomba de hidrogênio,

espírito de 'colaboração sem o qual as

de massa unitária, do deutério, do trí-

os Estados Unidos e a Rússia a lide

fiorde de Arlcsuk, na Groenlândia. Constituem estes exemplos bela e ex pressiva lição dos geólogos aos econo

rança do mundo. — Como teria podido,

mistas .

voram-se em magnatas do petróleo. Du

rante a última guerra, todos os segredos militares controlavam-se com o quartzo do Brasil, e a serra da Borborema forne

ro devem a Grã-Bretanha, a Alemanha,

a Inglaterra, dominar os mares sem suas inesgotáveis hulheiras ? Pela falta de carvão e petróleo, esboroou-se o efê mero império de Mussolini. A conquista da energia elétrica transformou o Cana-

E se acrescentarmos ao determinismo

geológico, os impedimentos geográficos — distância, clima, acidentes orográficos obstando ao transporte — e mais as intrincadas dificuldades políticas, com-

ao

à.s

de

reação

o Sol.

desenvolvi

deficiências

educacionais.

Quanto

os átomos

sociedades empacam, sem o qual a fôr-

cio e dos isótopos 6 e 7 do lítio, produ

ça viva das massas anula o pensamento criador dos escóis, sem o qual tôdas as

zindo verdadeira energia estelar.

energias se perdem, como se perde na queda livre a força das cachoeiras, nas

para a construção de reatores nucleares

vossorocas o húmus, e no mar revolto

são o urânio e o tório para escorvar as reações atômicas.

os batéis desgovernados.

Mas, seja para fabricar bombas, seja com objetivos pacíficos, insubstituíveis


60

Dícifsro Econômico

Digicsto

Econômico

amarelas terão, sem dú\'ida, regis

canadense, na maior part<' industrializa

dímio ele.) contendo dc 1 a 20% do óxi

zados lioje cm dia, vejamos o <iue, para

da em Chalk River.

do dc tório c pcrccntagens menores de

nosso proveito, se sabe dêles.

Quanto ao Brasil, .sabe-se que em inú meros diques dc pcgmatito de Minas

urânio.

Gerais, Rio de faneiro. Espírito Santo,

nhecimento, mesmo superficial, das

"É intuiti\'0 que um negócio como êstc só pode ser resoKido, com pro veito para o Estado, depois dc ostixr

E por falar nesses metais tão focali

Conhecem-se, em todo o mundo, ape nas três grandes fontes de urânio que

trada este fato: a Administração Pvi-

blica, até a(pii, tem resolvido sôbre

Ocorre em cristais, nos pegma

êsse importanlc assunto, sem ter co

titos, c sob a forma de areia, nas praias

são, em ordem de importância, o distri

Bahia, Pernambuc<;, Paraíba, Rio Gran

e leitos dc rios, acompanhada de ilmenita, rutilo, zirconita, granada c outros

to de Shinkolobwe no Catanga, Congo

de do Norte e Ceará ocorrem csporàdi- •

minerais densos.

sua.s verdadeiras condições.

Estendem-se as jazidas indianas no litoral que \ai do cabo Comoriin a

a mina El Dorado no Grande

camento óxidos cojnplcxos conliccidos

Lago do Urso, Canadá; e a histórica re gião mineira dc Jachymov, na fronteira

dos míneraiogistas pelos nomes de policrasitas, .samar.skita, euxenita, fergusonita, djalmaíta etc., com teores de 1 a

Quilon, na província de Tra\ancorc. São depósitos excepcionalmente grandes, com

o Govêrno convenientemente apare- "

da Tchecoslováquia com a

17%

trezcnto.s milhões de toneladas de ilme-

resultantes do seu estudo completo,

Belga;

Alemanha

Oriental.

Informações transmitidas da Alema

nha Ocidental mencionam que cem

mil trabalhadores operam no Erzgebirgü, tanto do lado da Boêmia como na Saxônia, extraindo minério de urânio para a Rússia. Os Estados Unidos obtêm a maior

de urânio.

Segundo o engenheiro Mário Pinto (Conmnicação â Academia Brasileira de

Ciências em 14 dc agosto dc 1945). a uranita de Picuí, na Paraíba, c a pechblenda dc Parelha.s,

Rio Grande do

Norte, chegam a conter 60% do referido metal,

parte do urânio, que utilizam na fabri

Com uma exploração intcnsixa dos

cação de explosivos atômicos, do Ca

pegmatitos, julga o professor Othon If. Leonardos (Herald Tribune, 5 de fe

nadá e Congo Belga. Os contratos de fornecimento foram assinados durante

vereiro de 1946) possí\ el produzir-.so no'

a guerra e são de natureza secreta. De 1944 para cá vêm os Estados Uni do.': importando de 9.000 a 12.000 to

Brasil umas cem toneladas anuais de

minério com 10% de-urânio. Na opi nião do professor Costa Ribeiro, a prospccção dessas jazidas é relati\'amentc fá

nita o dois milhões de toneladas de

tanto técnico como econômico.

nionazita.

manda a prudência instintiva que.

Rio, até Pôrto Seguro, na Balúa. As notícias leigas de que êsses depósito.s milhões

de

toneladas de areia

monazítica têm sido desmentidas pelos técnico.s.

Para estes, nossas reservas co

nhecidas somam tão poucti que êles sc

afligem pela exportação descontrolada, alegando que já embarcamos mais miné rio do que aquele que lemos, agora,

tanga, anualmente. A.S' possibilidades de urânio nos Es

cil com o contador de Geigcr, que já está sendo fabricado no Departamento

tando do assunto.

tados Unidos são limitadas.

e no Instituto Nacional de Tecnologia.

Não obs

tante, contavam-se, em setembro de

1949, no Planalto do Colorado, 287 ope

rações, empregando 720 mineiros e 170 motoristas,

A Comissão de Energia Atômica e.s-

dc Física da Universidade de São Paulo Em referencia à monazita — pràtica-

mento o único minério de tório — a

situação é a seguinte: duas regiões, uma na índia, outra no Brasil, monopolizix-

ram ate hoje a produção dêsse raro mi

os interes.sados ou os que lhes defen dem os interesses as fontes exclusivas onde se deve ir beber êsses elemen to.'? dc informação."

\'ai da barra do Paraíba, no Estado do

retêm

Em memorá\'el artigo sôbre "As areias monazíticas", estampado no número 6 dos Anaí.s da Escola de Minas, o en

E

mesmo com a sua boa-fé, não sefam

Os jazimcntos brasileiros mais impor tantes situam-se na orla marítima que

para industrializar. Não é de hoje que a Câmara vem tra

neladas de minério de urânio do Ca

lhado com todos os esclarecimentos

A história du extração e exportação de areias monazíticas é tão cheia de

peripécias, que daria matéria para gros so volume.

Mas um ligeiro esbôço re-

tro.spectivo torna-se imprescindível para

a perfeita compreensão do problema, que continua a exigir dos poderes públi cos solução adequada às necessidades de nossa indústria.

Data de 1884 a descoberta divulgada -por John Gordon, exportador de madei ras da Bahia, de que as praias de Cara

genheiro Arrojado Lisboa, escandalizado

velas a Prado mostravam-se, em certas

com a confusão que reinava no Congres

marés, atapetadas de um mineral ama

so, em 1902, nas discussões sôbre mo nazita. exclama: "Em verdade, dificilmente se en

relo, muito denso, que os professores Derbv c Gorceix verificaram ser mona zita,

■$ 3,50 per libra de óxido de urânio

nério. Localizam-se as demais ocor rências no Ceilão, Indonésia, Estados

contrará matéria que tenha sido mais

Espírito prático, tratou Gordon de

contida nos minérios de primeira classe e

Unidos, Noruega, Austrália etc. e, com

revolvida nesta última dúzia de anos,

paga, ainda, uma quantia secreta, que aparentemente é de 5 dólares por libra,

exclusão da primeira, x>arecem ser de in-

sempre afastada da sua linica e na

conseguir mercado para aquele minério, o que não deve ter sido fácil, pois não

teiêsse

tural solução.

tabeleceu uma remuneração mínima de

pelo minera] do Congo Belga. Faz-se silêncio sôbre a atiud produção

secundário,

A monazita é um fosfato dc terras ra

ras (cério, lantânio, rí^odímio, praseo- ' ,

"Oi que têm acompanhado essa tão decantada questão das areias

havia, então, procura maior pelas terras raras, nem aplicação qualquer para o tório.


60

Dícifsro Econômico

Digicsto

Econômico

amarelas terão, sem dú\'ida, regis

canadense, na maior part<' industrializa

dímio ele.) contendo dc 1 a 20% do óxi

zados lioje cm dia, vejamos o <iue, para

da em Chalk River.

do dc tório c pcrccntagens menores de

nosso proveito, se sabe dêles.

Quanto ao Brasil, .sabe-se que em inú meros diques dc pcgmatito de Minas

urânio.

Gerais, Rio de faneiro. Espírito Santo,

nhecimento, mesmo superficial, das

"É intuiti\'0 que um negócio como êstc só pode ser resoKido, com pro veito para o Estado, depois dc ostixr

E por falar nesses metais tão focali

Conhecem-se, em todo o mundo, ape nas três grandes fontes de urânio que

trada este fato: a Administração Pvi-

blica, até a(pii, tem resolvido sôbre

Ocorre em cristais, nos pegma

êsse importanlc assunto, sem ter co

titos, c sob a forma de areia, nas praias

são, em ordem de importância, o distri

Bahia, Pernambuc<;, Paraíba, Rio Gran

e leitos dc rios, acompanhada de ilmenita, rutilo, zirconita, granada c outros

to de Shinkolobwe no Catanga, Congo

de do Norte e Ceará ocorrem csporàdi- •

minerais densos.

sua.s verdadeiras condições.

Estendem-se as jazidas indianas no litoral que \ai do cabo Comoriin a

a mina El Dorado no Grande

camento óxidos cojnplcxos conliccidos

Lago do Urso, Canadá; e a histórica re gião mineira dc Jachymov, na fronteira

dos míneraiogistas pelos nomes de policrasitas, .samar.skita, euxenita, fergusonita, djalmaíta etc., com teores de 1 a

Quilon, na província de Tra\ancorc. São depósitos excepcionalmente grandes, com

o Govêrno convenientemente apare- "

da Tchecoslováquia com a

17%

trezcnto.s milhões de toneladas de ilme-

resultantes do seu estudo completo,

Belga;

Alemanha

Oriental.

Informações transmitidas da Alema

nha Ocidental mencionam que cem

mil trabalhadores operam no Erzgebirgü, tanto do lado da Boêmia como na Saxônia, extraindo minério de urânio para a Rússia. Os Estados Unidos obtêm a maior

de urânio.

Segundo o engenheiro Mário Pinto (Conmnicação â Academia Brasileira de

Ciências em 14 dc agosto dc 1945). a uranita de Picuí, na Paraíba, c a pechblenda dc Parelha.s,

Rio Grande do

Norte, chegam a conter 60% do referido metal,

parte do urânio, que utilizam na fabri

Com uma exploração intcnsixa dos

cação de explosivos atômicos, do Ca

pegmatitos, julga o professor Othon If. Leonardos (Herald Tribune, 5 de fe

nadá e Congo Belga. Os contratos de fornecimento foram assinados durante

vereiro de 1946) possí\ el produzir-.so no'

a guerra e são de natureza secreta. De 1944 para cá vêm os Estados Uni do.': importando de 9.000 a 12.000 to

Brasil umas cem toneladas anuais de

minério com 10% de-urânio. Na opi nião do professor Costa Ribeiro, a prospccção dessas jazidas é relati\'amentc fá

nita o dois milhões de toneladas de

tanto técnico como econômico.

nionazita.

manda a prudência instintiva que.

Rio, até Pôrto Seguro, na Balúa. As notícias leigas de que êsses depósito.s milhões

de

toneladas de areia

monazítica têm sido desmentidas pelos técnico.s.

Para estes, nossas reservas co

nhecidas somam tão poucti que êles sc

afligem pela exportação descontrolada, alegando que já embarcamos mais miné rio do que aquele que lemos, agora,

tanga, anualmente. A.S' possibilidades de urânio nos Es

cil com o contador de Geigcr, que já está sendo fabricado no Departamento

tando do assunto.

tados Unidos são limitadas.

e no Instituto Nacional de Tecnologia.

Não obs

tante, contavam-se, em setembro de

1949, no Planalto do Colorado, 287 ope

rações, empregando 720 mineiros e 170 motoristas,

A Comissão de Energia Atômica e.s-

dc Física da Universidade de São Paulo Em referencia à monazita — pràtica-

mento o único minério de tório — a

situação é a seguinte: duas regiões, uma na índia, outra no Brasil, monopolizix-

ram ate hoje a produção dêsse raro mi

os interes.sados ou os que lhes defen dem os interesses as fontes exclusivas onde se deve ir beber êsses elemen to.'? dc informação."

\'ai da barra do Paraíba, no Estado do

retêm

Em memorá\'el artigo sôbre "As areias monazíticas", estampado no número 6 dos Anaí.s da Escola de Minas, o en

E

mesmo com a sua boa-fé, não sefam

Os jazimcntos brasileiros mais impor tantes situam-se na orla marítima que

para industrializar. Não é de hoje que a Câmara vem tra

neladas de minério de urânio do Ca

lhado com todos os esclarecimentos

A história du extração e exportação de areias monazíticas é tão cheia de

peripécias, que daria matéria para gros so volume.

Mas um ligeiro esbôço re-

tro.spectivo torna-se imprescindível para

a perfeita compreensão do problema, que continua a exigir dos poderes públi cos solução adequada às necessidades de nossa indústria.

Data de 1884 a descoberta divulgada -por John Gordon, exportador de madei ras da Bahia, de que as praias de Cara

genheiro Arrojado Lisboa, escandalizado

velas a Prado mostravam-se, em certas

com a confusão que reinava no Congres

marés, atapetadas de um mineral ama

so, em 1902, nas discussões sôbre mo nazita. exclama: "Em verdade, dificilmente se en

relo, muito denso, que os professores Derbv c Gorceix verificaram ser mona zita,

■$ 3,50 per libra de óxido de urânio

nério. Localizam-se as demais ocor rências no Ceilão, Indonésia, Estados

contrará matéria que tenha sido mais

Espírito prático, tratou Gordon de

contida nos minérios de primeira classe e

Unidos, Noruega, Austrália etc. e, com

revolvida nesta última dúzia de anos,

paga, ainda, uma quantia secreta, que aparentemente é de 5 dólares por libra,

exclusão da primeira, x>arecem ser de in-

sempre afastada da sua linica e na

conseguir mercado para aquele minério, o que não deve ter sido fácil, pois não

teiêsse

tural solução.

tabeleceu uma remuneração mínima de

pelo minera] do Congo Belga. Faz-se silêncio sôbre a atiud produção

secundário,

A monazita é um fosfato dc terras ra

ras (cério, lantânio, rí^odímio, praseo- ' ,

"Oi que têm acompanhado essa tão decantada questão das areias

havia, então, procura maior pelas terras raras, nem aplicação qualquer para o tório.


■9

m-

02

Digesto

Econômico

Auer von Welsbacb, de utilização das

Gordon consegue, por despacho do De legado Fiscal na Bahia, do 19 de ja

terras raras para aumentar o poder ilu-

neiro de 189S, o aforamento de uma

niinante da chama de gás. A princípio

fai.xa de marinha com '1.851 de compri mento c 33 metros do largura, cm Co-

Data de 1885 a primeira patente do

esses sais são obtidos de minério.s suecos. Mas com o oferecimento da nionazita do

Brasil, são feitas experiências coroadas

de sucesso, principalmente pelo tório, razão da nova patente datada de 1886. O bico Auer com os véus de nitrato

de tório toma-se de tal modo popular que as encomendas de monazita feitas a Gordon crescem continuamente.

Mas só em 1890. pelas denúncias da imprensa, tomou o Governo da Bahia

conhecimento de que umas quinze mil toneladas de areia monazítica já haviam sido exportadas clandestinamente como lastfo de navios. Envia o Govêmo baia

no o engenheiro Henrique Praguer, para ijivestigar na Europa os mercados pos síveis para a monazita.

Nenhum efei-

to prático tiveram, entretanto, as pro\'idênciaf oficiais.

Passado o alarde, consegue John Gor don, em 1896, concessão da Câmara

Municipal de Prado, e do Governo Es tadual, para extrair nionazita nos terre nos devoIuto.s e de marinha, e de par'ticulares adquire o direito de minerar

moxatiba, onde se encontravam os mais

ricos depósitos de; mnna/ita do Brasil,

])icF.sTü Econômico

sitos se refazem eontiimamento com as

\agas, Por outro lado. a descoberta, cm 1898, pelos irmãos Aníbal c Dioclécio Borges, dos ricos depósitos de Guaiapari, atrai a atenção dc Gordon para o

zenda

novamente

ein

concorrência

a

extração, pelo período de seis anos, da monazita existente em terrenos de ma

rinha.

É vencedora a proposta do en

genheiro Maurício Isralson, representan te da firma Augusto C. de Freitas, de

Espírita Santo.

Em 1889, Carlos Schnilzpahn desco

Hamburgo, que oferece pagar ao Go

c nos anos que se seguem inteu.sifica a

bre monazita entre o rio São Mateus e

extração do areia. Em 1898, o Go\êrno da Bahia deu

a barra do Mocuri, c obtém concessão

te a 40% do preço da monazita nos mercados europeus, para um mínimo

concessões para extração de nionazita

do Estado para extrair minério nesse trecho do litoral, e outra da Câmara da

de 1.200 toneladas anuais.

a

Ribeiro

Manoel

&

Cia,.

Duarte.

S.

S.

Scbindlcr

e

SimiiUàncamcutc, o

Conselheiro Luís Viana, governador do Estado, manda o dr. Alfredo dc Brito

estudar na Europa o mellior aproveita

mento dn dito minério. Apura esse mé dico que, cm \úrtiide da.s exportações exageradas do Gordon, o preço da mo nazita, que fora dc £ 85 na primeira \'enda, baixara a £30 em 1893, a £22

em 1895, caindo até £8 em 1897. Em 1900 as concessões estaduais ca

ducam. O preço da monazita se res tabelece. Mas como a nata dos depó•sitos já ba\'ia sido extraída, o custo de produção aumenta. • Toma-se necessário concentrar melhor as areias para econo

mizar as despesas dc frete.

Barra do São Mateus para minerar nos

terrenos

da

municipalidade.

Gordon,

porém, não dcseja\'a concorrentes no lucrativo negócio, e de suas insinuações

vêmo Brasileiro uma quantia equivalen

Prepostos de Isralson, os irmãos Ma noel Barbosa Pereira Borges é Dioclé

cio Barbosa Borges dirigem a extração

resulta a lei n." 741, de 21 dc dezem

de monazita nas marinhas do Espírito Santo. As primeiras c.xportações foram

bro de 1906, que cslabelccc a autorida de do Govêrno Federal para conceder

feitas em 1900, para Hamburgo. No Primeiro Convênio do Tório, rea

lavra de areia monazítica nos terrenos

lizado na Alemanha em 1902, é fi

de marinha, do domínio da União.

xado o preço da monazita em £ 30 a tonelada, na base de 5 % de óxido de

Premido pelas reclamações dos inte ressados, resoI\-e, em 1901, o niinistro

Joaquim Murtinho, abrir concorrência para a exploração, pelo prazo de dez anos, de monazita nas marinhas da Bahia e Espírito Santo.

tório. Mas como a luta comercial entre

John Gordon e Augusto de Freitas ameaça os negócios, é convocado o Se

gundo Convênio do Tório, o qual de cide que o fornecimento das 1.500 to

Entram na competição John Gordon, João Maria da Silva Jr. e a firma Carlos

neladas de monazita consumida pelas in dústrias européias e norte-americanas se

Schnitzpalm & Cia. que é a vitoriosa.

ria repartido igualmente entre os dois

produtores brasileiios.

Parcos os dados relativos a essa fase

Instala Gondon na ponta de Comn•xatiba lavadores e separadores magné ticos e continua a exportar o minério até

Mas como não presta caução no prazo

estipulado, a concessão ó declarada ca duca por despacho dc 21 de junho de

bretudo, do minério doméstico, produzi

da mineração de Gordon no sul da

1916, quando assina, cm 16 de dezom-

1902.

do na Caroliua do Norte, Carolina do

em suas terras.

IJaliia.

Sabe-se apenas que, em 1895,

brc/p na Procuradoria Geral da F-az<?n-

deram entrada no porto de Hamburgo

da Pública, a desistência do aforamento

tcrio da

S.OOO

toneladas

de

areia

monazítica

InteqDrctando a lei n.° 741, o MinisFazenda tenta embargar a

A indiistria americana se supre, so

Sul, Idaho e Virgínia.

A produção foi

sempre baixa; de 250 toneladas anuais, cm média, no período 1893-1902.

das marinhas dn Prado, em troca do di

lavra de Gordon.

bra.sileira.

reito de extrair e exportar areias numa

dificuldade,

novo contrato

Para evitar que outras firmas ope

Enquanto Gordon exporta, sem peías, a monazita do Prado, clama a i.npren-

outra faixa marítima de igual extensão,

com o Govêrno da Bahia para explorar

rem no Brasil, Gordon e Freitas abarro

por ele indicada. íá se .achava, então, prâticaniente exaurida a jazida de Comoxatiba. Mas

monazita cm terrenos devolutos.

tam os mercados.

mo a fiscalização é nula, continua a

sa contra as inconveniências dos embarfjues.

Sendo federal a jurisdição dos

terrenos de marinha, a lavra de Como-

êle encobre a verdade com a mistifica

xatiba é apontada como irregular.

ção, muito repetida, de que os depó-

Mas

Mas êle contorna a

celebrando

E co

operar nas praias, onde a remoção das areias' é mais fácil e não deixa vestígios.

Em 1903, pàe o Ministério da Fa

Assim é que, em

1904, chegam em Hamburgo 9.000 to neladas de monazita, suficientes para o consumo europeu durante vários anos.

Gordon continua a fazer tudo o que


■9

m-

02

Digesto

Econômico

Auer von Welsbacb, de utilização das

Gordon consegue, por despacho do De legado Fiscal na Bahia, do 19 de ja

terras raras para aumentar o poder ilu-

neiro de 189S, o aforamento de uma

niinante da chama de gás. A princípio

fai.xa de marinha com '1.851 de compri mento c 33 metros do largura, cm Co-

Data de 1885 a primeira patente do

esses sais são obtidos de minério.s suecos. Mas com o oferecimento da nionazita do

Brasil, são feitas experiências coroadas

de sucesso, principalmente pelo tório, razão da nova patente datada de 1886. O bico Auer com os véus de nitrato

de tório toma-se de tal modo popular que as encomendas de monazita feitas a Gordon crescem continuamente.

Mas só em 1890. pelas denúncias da imprensa, tomou o Governo da Bahia

conhecimento de que umas quinze mil toneladas de areia monazítica já haviam sido exportadas clandestinamente como lastfo de navios. Envia o Govêmo baia

no o engenheiro Henrique Praguer, para ijivestigar na Europa os mercados pos síveis para a monazita.

Nenhum efei-

to prático tiveram, entretanto, as pro\'idênciaf oficiais.

Passado o alarde, consegue John Gor don, em 1896, concessão da Câmara

Municipal de Prado, e do Governo Es tadual, para extrair nionazita nos terre nos devoIuto.s e de marinha, e de par'ticulares adquire o direito de minerar

moxatiba, onde se encontravam os mais

ricos depósitos de; mnna/ita do Brasil,

])icF.sTü Econômico

sitos se refazem eontiimamento com as

\agas, Por outro lado. a descoberta, cm 1898, pelos irmãos Aníbal c Dioclécio Borges, dos ricos depósitos de Guaiapari, atrai a atenção dc Gordon para o

zenda

novamente

ein

concorrência

a

extração, pelo período de seis anos, da monazita existente em terrenos de ma

rinha.

É vencedora a proposta do en

genheiro Maurício Isralson, representan te da firma Augusto C. de Freitas, de

Espírita Santo.

Em 1889, Carlos Schnilzpahn desco

Hamburgo, que oferece pagar ao Go

c nos anos que se seguem inteu.sifica a

bre monazita entre o rio São Mateus e

extração do areia. Em 1898, o Go\êrno da Bahia deu

a barra do Mocuri, c obtém concessão

te a 40% do preço da monazita nos mercados europeus, para um mínimo

concessões para extração de nionazita

do Estado para extrair minério nesse trecho do litoral, e outra da Câmara da

de 1.200 toneladas anuais.

a

Ribeiro

Manoel

&

Cia,.

Duarte.

S.

S.

Scbindlcr

e

SimiiUàncamcutc, o

Conselheiro Luís Viana, governador do Estado, manda o dr. Alfredo dc Brito

estudar na Europa o mellior aproveita

mento dn dito minério. Apura esse mé dico que, cm \úrtiide da.s exportações exageradas do Gordon, o preço da mo nazita, que fora dc £ 85 na primeira \'enda, baixara a £30 em 1893, a £22

em 1895, caindo até £8 em 1897. Em 1900 as concessões estaduais ca

ducam. O preço da monazita se res tabelece. Mas como a nata dos depó•sitos já ba\'ia sido extraída, o custo de produção aumenta. • Toma-se necessário concentrar melhor as areias para econo

mizar as despesas dc frete.

Barra do São Mateus para minerar nos

terrenos

da

municipalidade.

Gordon,

porém, não dcseja\'a concorrentes no lucrativo negócio, e de suas insinuações

vêmo Brasileiro uma quantia equivalen

Prepostos de Isralson, os irmãos Ma noel Barbosa Pereira Borges é Dioclé

cio Barbosa Borges dirigem a extração

resulta a lei n." 741, de 21 dc dezem

de monazita nas marinhas do Espírito Santo. As primeiras c.xportações foram

bro de 1906, que cslabelccc a autorida de do Govêrno Federal para conceder

feitas em 1900, para Hamburgo. No Primeiro Convênio do Tório, rea

lavra de areia monazítica nos terrenos

lizado na Alemanha em 1902, é fi

de marinha, do domínio da União.

xado o preço da monazita em £ 30 a tonelada, na base de 5 % de óxido de

Premido pelas reclamações dos inte ressados, resoI\-e, em 1901, o niinistro

Joaquim Murtinho, abrir concorrência para a exploração, pelo prazo de dez anos, de monazita nas marinhas da Bahia e Espírito Santo.

tório. Mas como a luta comercial entre

John Gordon e Augusto de Freitas ameaça os negócios, é convocado o Se

gundo Convênio do Tório, o qual de cide que o fornecimento das 1.500 to

Entram na competição John Gordon, João Maria da Silva Jr. e a firma Carlos

neladas de monazita consumida pelas in dústrias européias e norte-americanas se

Schnitzpalm & Cia. que é a vitoriosa.

ria repartido igualmente entre os dois

produtores brasileiios.

Parcos os dados relativos a essa fase

Instala Gondon na ponta de Comn•xatiba lavadores e separadores magné ticos e continua a exportar o minério até

Mas como não presta caução no prazo

estipulado, a concessão ó declarada ca duca por despacho dc 21 de junho de

bretudo, do minério doméstico, produzi

da mineração de Gordon no sul da

1916, quando assina, cm 16 de dezom-

1902.

do na Caroliua do Norte, Carolina do

em suas terras.

IJaliia.

Sabe-se apenas que, em 1895,

brc/p na Procuradoria Geral da F-az<?n-

deram entrada no porto de Hamburgo

da Pública, a desistência do aforamento

tcrio da

S.OOO

toneladas

de

areia

monazítica

InteqDrctando a lei n.° 741, o MinisFazenda tenta embargar a

A indiistria americana se supre, so

Sul, Idaho e Virgínia.

A produção foi

sempre baixa; de 250 toneladas anuais, cm média, no período 1893-1902.

das marinhas dn Prado, em troca do di

lavra de Gordon.

bra.sileira.

reito de extrair e exportar areias numa

dificuldade,

novo contrato

Para evitar que outras firmas ope

Enquanto Gordon exporta, sem peías, a monazita do Prado, clama a i.npren-

outra faixa marítima de igual extensão,

com o Govêrno da Bahia para explorar

rem no Brasil, Gordon e Freitas abarro

por ele indicada. íá se .achava, então, prâticaniente exaurida a jazida de Comoxatiba. Mas

monazita cm terrenos devolutos.

tam os mercados.

mo a fiscalização é nula, continua a

sa contra as inconveniências dos embarfjues.

Sendo federal a jurisdição dos

terrenos de marinha, a lavra de Como-

êle encobre a verdade com a mistifica

xatiba é apontada como irregular.

ção, muito repetida, de que os depó-

Mas

Mas êle contorna a

celebrando

E co

operar nas praias, onde a remoção das areias' é mais fácil e não deixa vestígios.

Em 1903, pàe o Ministério da Fa

Assim é que, em

1904, chegam em Hamburgo 9.000 to neladas de monazita, suficientes para o consumo europeu durante vários anos.

Gordon continua a fazer tudo o que


Dicrsto Econômico

u seu alcance para evitar «s Iraba-

Ihos dos irmãos Borges em Guaraparí. Adquire terrenos confrontantes com os

ela concessão de Isralson e procura em bargar a extração da monazíta, denunoiando que ela está sendo feita fora dos

terrenos de marinlia demarcados 'pela comissão estadual.

Por portaria de 28 de Fevereiro de

1903, o Ministro José Leopoldo de Bulliões Jardim designou uma comissão che fiada pelo engenheiro Teodósio Silveira da Mota para demarcar os terrenos do

domínio da União c cubar as jazidas de areia monazitica nêles existentes. Desempenhando-se da missão no de correr de 1903, apresenta o eng. Silvei ra da Mota magnífico relatório, secun

do o qual fica apurado que as principais

poderia

coIIut, sem

ofensa á jinsla rcnuincração do Iralxilho dos criadores desta riqueza. Ê a própria organização da indústria da monazita no Brasil que cumpre mo dificar.

"Das criticas, por vèzos acerbas, mas sempre justas, feitas òm 1902 pelo dr. Miguel Li.sboa contra o sin

gular desconhecimento deste proble ma, patenteado pelo.s auxiliares pro fissionais do Ministério da Fazenda,

sobre os quais recai a responsabili dade dos erros técnicos até hoje ain da não resgatados senão em parte, algumas já produziram seu.s efeitos benéfico.^t.

"Já se mandou proceder á demar

jazidas situadas no litoral ao sul de

cação dos terreno.s de marinha, prin

Vitória encerram uma reserva global de 89.227 toneladas de areia bruta, equi

surgido..,

valentes a 49.354 toneladas de monazita pura.

cipal causa dos conflitos qucs têm "Os dois mais graves defeitos da

solução adotada pelo governo fe

Verifica a mesma comissão que não

deral... residem na eliminação da

só Isralson, mas também Gordon vêm extraindo monazita nas marinhas de Guarapari, com autorização do Minis

concorrência real para produzir-se o

tro da Fazenda.

Do inigualável Calógeras são os con ceitos seguintes, extraídos do seu mo

i

zoàvelmcntc

numental estudo "As Minas do Brasil e suas Legislação", datado de 1904: "... Urge estudarmos os meios de

aproveitar o monopólio natural que possuímos como produtores de mo nazita. Do grande serviço prestado

gênero, e em não pnnnover o apro veitamento industrial da.s jazidas den tro do nosso país."

Argumentando que a venda da mo nazita "in natura" se presta u falsifica ção do preços, Calógeras conclui que o meio de corrigir o mal está em sub.s-

Dicesto Econômico

65

mente, e a má distribuição econômi

de neodímio, de lantánio etc.). O

ca déssc lucro.

primeiro motivo não procede: se, para obter-se o tório, na Alemanha

"Para caracterizar a ação oficial

nesta questão da monazita de 1894 até hoje, basta dizer que, tendo,

importam areias onde êle existe na

após á elaboração industrial, o valor

do 2:800$000 um só dos produtos

importar, para o mesmo fim, as subs tâncias químicas necessárias às rea

obtidos pelo aproveitamento da to

ções, em quantidade ponderai muito

nelada de areias monazíticas, nenlm-

ma providência foi tomada, estan

do elas ao alcance dos poderes pú blicos, para elevar acima de 60$00(), no máximo, a cota que fica no Bra

proporção de 4%, não poderemos nós

menor?"

Depois dc confessar que "o único obstáculo está cm possuir exatamente, e em prática corrente, os processos de se paração das terras raras", conclui:

Tudo indica a urgência, portan

sil ...

"Foi jDor assim pensar que na im prensa diária, um engenheiro estu dioso, o dr. Miguel Lisboa, levantou

to, de sairmos do limbo de erros em que tem penado a questão da mo nazita brasileira, e uma única solu

o primeiro protesto fundamentado

ção lógica, econômica e científica se

contra a série de dispautérios que iam

impõe para o caso: nacionalizar esta

sendo cometidos neste assunto. Obe

indústria."

decendo à mesmo orientação cientí

fica, uma voz autorizada se fez ouvir

Notem bem, ilustres senhores depu tados, que, há já quase meio século, a

no Congresso Federal, a do eminen

opinião desta Casa, orientada por Fran

te deputado Francisco Sá, engenhei ro de minas, conhecedor do proble

cisco Sá e Pandiá Calógeras, era a de

ma.

monazita em bruto, industrializá-la no país, e exportar os produtos elaborados.

Ainda nessa mesma ordem de

idéia, e para atender à magnitude dos interesses nacionais em jogo, uma emenda foi apresentada ao or

çamento da indústria," e hoje figu ra na lei da despesa para o exer

que devíamos obstar os embarques da Continuemos, .porém, a acompanhar cs negócios de areia monazitica.

'Em 1907 e.xpira o Acordo do Tório e, em 1910, o contrato de Maurício Isral

tituir a venda do produto bruto pela da substancia química correspondente já

cício corrente, subscrita pelo mes mo deputado, pelo dr. Sérgio Sabóia e pelo autor do presente trabalho, mandando proceder aos estudos ne

elaborada."

cessários para a nacionalização da in

È.spírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia;

dústria do tório.

con-trói engenhos de concentração magnética em Guarapari e Itapemirim e remete a monazita beneficiada para a sua usina química de Clichy.

"Outros motivos ainda levam

a

ao Brasil com a descoberta e a valo

advogar essa transformação indus

rização dos bancos monazíticos, quem lucra por enquanto, são o descobri

trial, tão necessária aos interesses da coletividade brasileira: entre êles es

dor, os contratantes com o Tesouro, e êste, em certa escala. A coletivi

sil aufere da exploração destes mi

dade não aufere os lucros que ra-

nérios, feita como está sendo atual-

tão o insignificante lucro que o Bra

"Contra êste modo de proceder tem-se argumentado com a dificul

dade de importação de matériasprimas para a elaboração das areias 6 com a dificuldade de mercado para os produtos acessórios (sais de cérío,

son.

A partir de 1906, a "Societé Minière et Industrièlle Franco-Brésilíenne" ad quire glebas particulares no litoral do

Associado com Freitas e os irmãos

Borges, adquire Isralson propriedades em Piúma e continua a exportar o mi-


Dicrsto Econômico

u seu alcance para evitar «s Iraba-

Ihos dos irmãos Borges em Guaraparí. Adquire terrenos confrontantes com os

ela concessão de Isralson e procura em bargar a extração da monazíta, denunoiando que ela está sendo feita fora dos

terrenos de marinlia demarcados 'pela comissão estadual.

Por portaria de 28 de Fevereiro de

1903, o Ministro José Leopoldo de Bulliões Jardim designou uma comissão che fiada pelo engenheiro Teodósio Silveira da Mota para demarcar os terrenos do

domínio da União c cubar as jazidas de areia monazitica nêles existentes. Desempenhando-se da missão no de correr de 1903, apresenta o eng. Silvei ra da Mota magnífico relatório, secun

do o qual fica apurado que as principais

poderia

coIIut, sem

ofensa á jinsla rcnuincração do Iralxilho dos criadores desta riqueza. Ê a própria organização da indústria da monazita no Brasil que cumpre mo dificar.

"Das criticas, por vèzos acerbas, mas sempre justas, feitas òm 1902 pelo dr. Miguel Li.sboa contra o sin

gular desconhecimento deste proble ma, patenteado pelo.s auxiliares pro fissionais do Ministério da Fazenda,

sobre os quais recai a responsabili dade dos erros técnicos até hoje ain da não resgatados senão em parte, algumas já produziram seu.s efeitos benéfico.^t.

"Já se mandou proceder á demar

jazidas situadas no litoral ao sul de

cação dos terreno.s de marinha, prin

Vitória encerram uma reserva global de 89.227 toneladas de areia bruta, equi

surgido..,

valentes a 49.354 toneladas de monazita pura.

cipal causa dos conflitos qucs têm "Os dois mais graves defeitos da

solução adotada pelo governo fe

Verifica a mesma comissão que não

deral... residem na eliminação da

só Isralson, mas também Gordon vêm extraindo monazita nas marinhas de Guarapari, com autorização do Minis

concorrência real para produzir-se o

tro da Fazenda.

Do inigualável Calógeras são os con ceitos seguintes, extraídos do seu mo

i

zoàvelmcntc

numental estudo "As Minas do Brasil e suas Legislação", datado de 1904: "... Urge estudarmos os meios de

aproveitar o monopólio natural que possuímos como produtores de mo nazita. Do grande serviço prestado

gênero, e em não pnnnover o apro veitamento industrial da.s jazidas den tro do nosso país."

Argumentando que a venda da mo nazita "in natura" se presta u falsifica ção do preços, Calógeras conclui que o meio de corrigir o mal está em sub.s-

Dicesto Econômico

65

mente, e a má distribuição econômi

de neodímio, de lantánio etc.). O

ca déssc lucro.

primeiro motivo não procede: se, para obter-se o tório, na Alemanha

"Para caracterizar a ação oficial

nesta questão da monazita de 1894 até hoje, basta dizer que, tendo,

importam areias onde êle existe na

após á elaboração industrial, o valor

do 2:800$000 um só dos produtos

importar, para o mesmo fim, as subs tâncias químicas necessárias às rea

obtidos pelo aproveitamento da to

ções, em quantidade ponderai muito

nelada de areias monazíticas, nenlm-

ma providência foi tomada, estan

do elas ao alcance dos poderes pú blicos, para elevar acima de 60$00(), no máximo, a cota que fica no Bra

proporção de 4%, não poderemos nós

menor?"

Depois dc confessar que "o único obstáculo está cm possuir exatamente, e em prática corrente, os processos de se paração das terras raras", conclui:

Tudo indica a urgência, portan

sil ...

"Foi jDor assim pensar que na im prensa diária, um engenheiro estu dioso, o dr. Miguel Lisboa, levantou

to, de sairmos do limbo de erros em que tem penado a questão da mo nazita brasileira, e uma única solu

o primeiro protesto fundamentado

ção lógica, econômica e científica se

contra a série de dispautérios que iam

impõe para o caso: nacionalizar esta

sendo cometidos neste assunto. Obe

indústria."

decendo à mesmo orientação cientí

fica, uma voz autorizada se fez ouvir

Notem bem, ilustres senhores depu tados, que, há já quase meio século, a

no Congresso Federal, a do eminen

opinião desta Casa, orientada por Fran

te deputado Francisco Sá, engenhei ro de minas, conhecedor do proble

cisco Sá e Pandiá Calógeras, era a de

ma.

monazita em bruto, industrializá-la no país, e exportar os produtos elaborados.

Ainda nessa mesma ordem de

idéia, e para atender à magnitude dos interesses nacionais em jogo, uma emenda foi apresentada ao or

çamento da indústria," e hoje figu ra na lei da despesa para o exer

que devíamos obstar os embarques da Continuemos, .porém, a acompanhar cs negócios de areia monazitica.

'Em 1907 e.xpira o Acordo do Tório e, em 1910, o contrato de Maurício Isral

tituir a venda do produto bruto pela da substancia química correspondente já

cício corrente, subscrita pelo mes mo deputado, pelo dr. Sérgio Sabóia e pelo autor do presente trabalho, mandando proceder aos estudos ne

elaborada."

cessários para a nacionalização da in

È.spírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia;

dústria do tório.

con-trói engenhos de concentração magnética em Guarapari e Itapemirim e remete a monazita beneficiada para a sua usina química de Clichy.

"Outros motivos ainda levam

a

ao Brasil com a descoberta e a valo

advogar essa transformação indus

rização dos bancos monazíticos, quem lucra por enquanto, são o descobri

trial, tão necessária aos interesses da coletividade brasileira: entre êles es

dor, os contratantes com o Tesouro, e êste, em certa escala. A coletivi

sil aufere da exploração destes mi

dade não aufere os lucros que ra-

nérios, feita como está sendo atual-

tão o insignificante lucro que o Bra

"Contra êste modo de proceder tem-se argumentado com a dificul

dade de importação de matériasprimas para a elaboração das areias 6 com a dificuldade de mercado para os produtos acessórios (sais de cérío,

son.

A partir de 1906, a "Societé Minière et Industrièlle Franco-Brésilíenne" ad quire glebas particulares no litoral do

Associado com Freitas e os irmãos

Borges, adquire Isralson propriedades em Piúma e continua a exportar o mi-


'W

m

Dici-isTo Econômico

69

tiério pura H-uinburgo, [ité 1913, cpianclo

ras extraídos da monazita, jxissou-se a

oii prc(,-()S decrescentes dii monazita tor

fabricar as ligas pírofóricas dos isquei

nam o negócio desinteressante. Daí por

ros.

diante a "Sociétc Franco-Brésilienne"

aplicado nos \"éus incand<'seenlc.s para as

exporta, • sozinha, monazita, para fia própria, até 1923, quando deixou o Brasil de figurar como produtor daquele

lâmpadas a ga.scjliiia e <[uero.sene, para

minério.

lúrgicas do cério.

Desde a Primeira Guerra Mundial que

Continua o nitrato de tório a ser

tirar o brillio do "rayon", etc.

São,

enfim, numerosas as aplicações meta

DicrsTo Eoonô.mico

dc não ter jamais conseguido conhecer-

nazita e minérios uranífcros. Seus com

lhos os térmo.s.

panheiros pensam da mesma maneira.

Os americanos, <pu« não pudcTain ja

Nao imporia o preço açucarado que as

mais produzir monazita a monos tio

indústrias nllramarinas possam oferecer

$ 200 a tonelada, mesmo ao tempo dos baixf).s salários no ctunéço do século, fi

pelos nossos minérios. O urânio 235 custa hoje mais do que o ouro c certa

xaram, durante a guena, o preço da

mente o valor do tório ultrapassará amanhã o dos metais preciosos.

monazita, na l>asc de 5 a 5,99 % de

torno dc 3.500 a 4.000 toiteladas anual

lenlim Bouça.s, o Departamento Nacional

Assim também pensa a Comissão de Minerais Estratégicos do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo coro

elétrica a procura dos véus incandescen-

mente.

cia Produção Mineral, com base cm por

nel Bcmardino Con-ca de Matos.

tc.s de tório diminuiu mas novás apli

dústrias de terras raras na Alemanha.

cações das terras raras mantém as ne

.4ustria, França, Inglaterra, Tchecosloxáíjuia, Portugal o Estados Unidos. A

taria da Coordenação da Mobilização Econômica, conseguiu clexar o preço

ilmeníticas do Espírito Sajito", publica

da monazita até $ 250, valor que figura

da no boletim 83 da Divisão de Fo

os Estados Unidos haviam desistido da mineração da monazita.

Com o desenvolvimento da iluminação

cessidades de monazita.

Passando a c.xportar ilmeníta em gran de escala, dispõe a índia, agora, de quantidades cumulativas de monazita,

obtida como subproduto, por preços que não poderiam ser conseguidos cm ne nhuma outra parte. Além disso, a mo nazita do Travancore encerra em mé

dia 9 a 30% de torina, quando o minério brasileiro contém de 5 a 6% dessa base.

Ante.s da Segunda Guerra, o consu

oxido de tório, em S32. Mas, não obs

mo mundial dc monazila osci)a\a em

tante o coinénio iissinado pelo Sr. Va-

Sedia\ani-so as principais in

Na monografia "Areias monazíticas e

indústria americana ora, etilão, inodcs-

nof: contratos aprox-ados para 1950.

mento da Produção Mineral, conclui o

la, com o consumo médio anual de 855

engenheiro Rcsk Frahya, com a aprox'a-

estoque de guerra, a média da impor

Na realidade, o aumento de preço so mente SC tornou possíx cl porque o go\'êrno independente da índia rcx'ogando o con\'énio firmado pelo Príncipe dc

tação subiu a quase 4.000 toneladas.

Travancore, proibiu lolnlmente a expor

plorações, não \'ão além de "50.000 to

lUceando que o tório pudesse ser desviado para armas atômicas, acH)rdaram, cm 1945, americanos e ingleses, no sentido de que a Grã-Bretanha e os

tação dc monazita em bruto. O motivo que levou os físicos india

neladas c que, por conseguinte, as ex

toneladas no período 3931-39. Mas nos quatro anos seguintes, \ísai;do fazer

nos a pleitearem essa proibição foi a convicção dos mesmos, inclusive do fa

ç.ãü do diretor Alberto Erichsen, que as po,ssibilidades monazíticas daquele Esta do, inclusive dos rcicitos das antigas ex

portações deveriam ser restringidas ao máximo dc 1.000 toneladas anuais.

Somam os embarques da aveia mona-

Do ponto de vista do tório vale, pois, o produto indiano quase o dobro do bra

Estados Unidos fariam contratos hábeis,

moso professor Homi J. Bhabha, diretor

zítica no decurso de 1895 a 1949,

sileiro.

re.spectivamenle com a índia o o Brasil,

da Comissão do Energia Atômica, que

do fornecimento exclusivo de monazita.

recentemente realizou conferências no

78.215 toneladas. As remessas anterio res foram estimadas cm 15.000. Donde

Somente em 1937 reiniciou, o Brasil, as exportações de monazita, mercê do

Brasil, de que o emprego do tório nos

o total de pouco mais de 93.000 tone

ladas. A exportação indiana no período

crescente interesse pelo cério. Seu fluo-

Conforme re\'ela o "E&MJ Metal and Mineral Markets", de 19 cie itinho de

reto torna-se impre.scindível como esta

1947, o Governo do Estado de Tra\'an-

reatores nucleares muito concorrerá para transformar o país numa grande nação

bilizador do arco elétrico nos carvões

core assinou acordo com o Coxérno bri

industrial.

dos holofotes de guerra e projetores cinematográficos; Substitui o oxido de cério, o vermelho inglês no polimento

tânico para fornecimento anual de 9.000 toneladas dc monazita, durante um (piin-

de vidros óticos, e os óxidos dc estanho

A exportação de monazita do Brasil

e zircônio como opaclficador nos esmal tes. O' lantânio encontra aplicação em

para os Estados Unidos continuou sen do feita, ao que parece, com base nos

lentes fotográficas de alta refringência,

chamados Acordos de Washington, tra

6 o neoclíniiü como corante azul de

tados cujos termos o Conselho Nacional

vidro;; ótico.s e artísticos. Com o miscli-

de Minas e Metalurgia reclama terem sido feitos sem o seu pronunciamento, e

metal, conjunto dos metais de terras ra-

Cjuônio,

Não desconhece a Câmara que os

1911-38 foi de 34.593 toneladas." Se considerarmos, com base nos estu

dos dos geólogos Luciano de Morais, ■

nossos mais destacados físicos comun

Othon Leonardos, Fróes dc Abreu e ou-

gam as mesmas idéias dc seus colegas

tros, que a reserx'a de monazita dos Es- '' tados da Bahia e Rio de Janeiro é menor

indianos.

O Professor Marcelo Damy de Souza

que a do Espírito Santo, forçoso é con- i

Santos, que acaba de construir o e,stir-

cluir qne já exportamos metade de nOvSsa .)

pendo betatron da Universidade de São

reserx'a primitiva, e que nos resta menos '•

Paulo, nas enti^evistas que deu aos jor

de 100.000 toneladas, em depósitos po- \

nais paulistanos, declara que, desde

bres, de custo dc extração elevado.

1945, não devíamos ter consentido na

Fora das praias e restingas existe ma-

exportação de uma só grama de mo

terial recuperável cm certos rios, mas 'J


'W

m

Dici-isTo Econômico

69

tiério pura H-uinburgo, [ité 1913, cpianclo

ras extraídos da monazita, jxissou-se a

oii prc(,-()S decrescentes dii monazita tor

fabricar as ligas pírofóricas dos isquei

nam o negócio desinteressante. Daí por

ros.

diante a "Sociétc Franco-Brésilienne"

aplicado nos \"éus incand<'seenlc.s para as

exporta, • sozinha, monazita, para fia própria, até 1923, quando deixou o Brasil de figurar como produtor daquele

lâmpadas a ga.scjliiia e <[uero.sene, para

minério.

lúrgicas do cério.

Desde a Primeira Guerra Mundial que

Continua o nitrato de tório a ser

tirar o brillio do "rayon", etc.

São,

enfim, numerosas as aplicações meta

DicrsTo Eoonô.mico

dc não ter jamais conseguido conhecer-

nazita e minérios uranífcros. Seus com

lhos os térmo.s.

panheiros pensam da mesma maneira.

Os americanos, <pu« não pudcTain ja

Nao imporia o preço açucarado que as

mais produzir monazita a monos tio

indústrias nllramarinas possam oferecer

$ 200 a tonelada, mesmo ao tempo dos baixf).s salários no ctunéço do século, fi

pelos nossos minérios. O urânio 235 custa hoje mais do que o ouro c certa

xaram, durante a guena, o preço da

mente o valor do tório ultrapassará amanhã o dos metais preciosos.

monazita, na l>asc de 5 a 5,99 % de

torno dc 3.500 a 4.000 toiteladas anual

lenlim Bouça.s, o Departamento Nacional

Assim também pensa a Comissão de Minerais Estratégicos do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo coro

elétrica a procura dos véus incandescen-

mente.

cia Produção Mineral, com base cm por

nel Bcmardino Con-ca de Matos.

tc.s de tório diminuiu mas novás apli

dústrias de terras raras na Alemanha.

cações das terras raras mantém as ne

.4ustria, França, Inglaterra, Tchecosloxáíjuia, Portugal o Estados Unidos. A

taria da Coordenação da Mobilização Econômica, conseguiu clexar o preço

ilmeníticas do Espírito Sajito", publica

da monazita até $ 250, valor que figura

da no boletim 83 da Divisão de Fo

os Estados Unidos haviam desistido da mineração da monazita.

Com o desenvolvimento da iluminação

cessidades de monazita.

Passando a c.xportar ilmeníta em gran de escala, dispõe a índia, agora, de quantidades cumulativas de monazita,

obtida como subproduto, por preços que não poderiam ser conseguidos cm ne nhuma outra parte. Além disso, a mo nazita do Travancore encerra em mé

dia 9 a 30% de torina, quando o minério brasileiro contém de 5 a 6% dessa base.

Ante.s da Segunda Guerra, o consu

oxido de tório, em S32. Mas, não obs

mo mundial dc monazila osci)a\a em

tante o coinénio iissinado pelo Sr. Va-

Sedia\ani-so as principais in

Na monografia "Areias monazíticas e

indústria americana ora, etilão, inodcs-

nof: contratos aprox-ados para 1950.

mento da Produção Mineral, conclui o

la, com o consumo médio anual de 855

engenheiro Rcsk Frahya, com a aprox'a-

estoque de guerra, a média da impor

Na realidade, o aumento de preço so mente SC tornou possíx cl porque o go\'êrno independente da índia rcx'ogando o con\'énio firmado pelo Príncipe dc

tação subiu a quase 4.000 toneladas.

Travancore, proibiu lolnlmente a expor

plorações, não \'ão além de "50.000 to

lUceando que o tório pudesse ser desviado para armas atômicas, acH)rdaram, cm 1945, americanos e ingleses, no sentido de que a Grã-Bretanha e os

tação dc monazita em bruto. O motivo que levou os físicos india

neladas c que, por conseguinte, as ex

toneladas no período 3931-39. Mas nos quatro anos seguintes, \ísai;do fazer

nos a pleitearem essa proibição foi a convicção dos mesmos, inclusive do fa

ç.ãü do diretor Alberto Erichsen, que as po,ssibilidades monazíticas daquele Esta do, inclusive dos rcicitos das antigas ex

portações deveriam ser restringidas ao máximo dc 1.000 toneladas anuais.

Somam os embarques da aveia mona-

Do ponto de vista do tório vale, pois, o produto indiano quase o dobro do bra

Estados Unidos fariam contratos hábeis,

moso professor Homi J. Bhabha, diretor

zítica no decurso de 1895 a 1949,

sileiro.

re.spectivamenle com a índia o o Brasil,

da Comissão do Energia Atômica, que

do fornecimento exclusivo de monazita.

recentemente realizou conferências no

78.215 toneladas. As remessas anterio res foram estimadas cm 15.000. Donde

Somente em 1937 reiniciou, o Brasil, as exportações de monazita, mercê do

Brasil, de que o emprego do tório nos

o total de pouco mais de 93.000 tone

ladas. A exportação indiana no período

crescente interesse pelo cério. Seu fluo-

Conforme re\'ela o "E&MJ Metal and Mineral Markets", de 19 cie itinho de

reto torna-se impre.scindível como esta

1947, o Governo do Estado de Tra\'an-

reatores nucleares muito concorrerá para transformar o país numa grande nação

bilizador do arco elétrico nos carvões

core assinou acordo com o Coxérno bri

industrial.

dos holofotes de guerra e projetores cinematográficos; Substitui o oxido de cério, o vermelho inglês no polimento

tânico para fornecimento anual de 9.000 toneladas dc monazita, durante um (piin-

de vidros óticos, e os óxidos dc estanho

A exportação de monazita do Brasil

e zircônio como opaclficador nos esmal tes. O' lantânio encontra aplicação em

para os Estados Unidos continuou sen do feita, ao que parece, com base nos

lentes fotográficas de alta refringência,

chamados Acordos de Washington, tra

6 o neoclíniiü como corante azul de

tados cujos termos o Conselho Nacional

vidro;; ótico.s e artísticos. Com o miscli-

de Minas e Metalurgia reclama terem sido feitos sem o seu pronunciamento, e

metal, conjunto dos metais de terras ra-

Cjuônio,

Não desconhece a Câmara que os

1911-38 foi de 34.593 toneladas." Se considerarmos, com base nos estu

dos dos geólogos Luciano de Morais, ■

nossos mais destacados físicos comun

Othon Leonardos, Fróes dc Abreu e ou-

gam as mesmas idéias dc seus colegas

tros, que a reserx'a de monazita dos Es- '' tados da Bahia e Rio de Janeiro é menor

indianos.

O Professor Marcelo Damy de Souza

que a do Espírito Santo, forçoso é con- i

Santos, que acaba de construir o e,stir-

cluir qne já exportamos metade de nOvSsa .)

pendo betatron da Universidade de São

reserx'a primitiva, e que nos resta menos '•

Paulo, nas enti^evistas que deu aos jor

de 100.000 toneladas, em depósitos po- \

nais paulistanos, declara que, desde

bres, de custo dc extração elevado.

1945, não devíamos ter consentido na

Fora das praias e restingas existe ma-

exportação de uma só grama de mo

terial recuperável cm certos rios, mas 'J


'V

68

*

Dicesto Eco^•ó^^co Dicesto

em quantidades restritas. E quanto à

até recentemente eram importados, re

monazita das barreiras, a opinião dos técnicos é de que ela só será explorável

sultando em outra economia de divisas.

quando o valor do minério tornar-se tão alto que justifique sua recuperação na quelas rochas.

finados de terras raras o o mischmetal, o ganho em di\'isas será triplicado. Mas para que o velho sonho de Arro jado Li.sboa e Calógcras .se concretize em

Desde 1945 não consente o Conselho

dè Segurança Nacional embarques de

minérios de urânio e tório para a Europa — medida prudente para evitar que ele mentos físseís possam cair nas mãos da União Soviética. Mas continuam as remessas particulares para os Estados Unidos.

Em entrevistas concedidas à "Folha

da Manhã" de São Paulo, e ao "O Globo" do Rio de Janeiro, o secretário

da Comissão de Minerais Estratégicos revela que os americanos insistem na

aquisição de monazita "in natura", por que o minério em bruto entra livre de

direitos naquele país, enquanto os sais derivados pagam o equivalente a 35í "ad valorem".

Mas frisa o mesmo informante: temos,

desde julho de 1949, duas usinas quí micas para tratamento da monazita fun

Quando estivermos preparando sais re

tôda a .sua plenitude, mister se faz que o Congresso promulgue lei proibindo totalmente a e.vportação. Do contrário a indústria nacional, que já tem contra si o elevadíssimo preço dos ácidos — cêrca de dez vezes mais que o valor pago

Deverá a lei definir claramente as

atribuições dos órgãos que devem con

presas que realmente pretendem indus

trializar o minério no país. É o que, aliás, já fêz o Ministério da Agricultura . ao permitir a transferência das jazidas

trolar £) comercio e a induslrializíição não

da "Atlântica", subsidiária da "E. I. du

só dos elementos físscis c seus minérios,

Pont de Neomurs", para a "Fomil", subsidiária de "Lindsay Light & Chemical Co." que ficou, assim, obrigada a

mas de todos os outros minérios cuja exportação deva ser controlada, para que a fiscalização possa ser eficiente. Do contrário continuaremos a ter embarques

montar usina química entre nós. A exportação dos elementos físseis só

irregulares, como os ocorridos cnim certa

deverá ser permitida em casos especiais,

quantidade do monazita do Comoxatiba,

pelos industriais estadunidenses — não poderá concorrer no maior mercado de

que foi la\Tadu clandestinamente _e ex portada em fins de 1945 e começo dc

de com os armamentos.

terras raras, que são os Estados Unidos,

1946 para a Argentina c a Inglaterra.

com os produtores locais, pois a pauta alfandegária americana é proibitiva

Embora alguns países, como a Argen tina e o México, tenham preferido nacio nalizar as jazidas de urânio e tório, a opinião unânime dc nossos tccnico.s é de que, havendo iá no Brasil muitas mi

para os sais de cério.

Neste mesmo sentido, vários deputados fizeram-se

ouvir

ultimamente, tendo

alguns deles apresentado projeto de lei sôbre a exportação de minerais de urânio e tório. Tais projetos têm sido discuti dos na Comissão de Indústria e Comér

cio e seria de desejar pudessem chegar, os seus autores, a acordo, para facilida

de do plenário. Estou informado de que alguns de meus ilustres colegas têm pro

duzir respectivamente cloreto e sulfato

de cerio, que vêm sendo exportados para

curado, como eu,, ouvir a opinião dos técnicos oficiais e de professores univer

a Europa. Enquanto a tonelada de mo-

sitários.

Como há a maior urgência na vota

150 a 200 dólares, sòineute os sais pri mários. de terras raras, produzido.s pelas indústrias paulistas, dão agora, ao Brasil, 1.200 dólares de divisas. Ficam no país os valiosos resíduos de tório, à dispo sição do Conselho de Segurança Nacio

respeito do projeto que cria o Conse lho Nacional de Pesquisa, convocar os

nal, para aplicação futura. Por sua vez

especialistas e com êles redigir as emen

o fósforo, recuperado sob a forma de

das necessárias, ou refundir num só os

fosfato de sódio, está sendo transforma

vários projetos, o qual, deixando de,re presentar pontos de vista pessoais, po-

do em detergentes e outros produtos que

dcria caminhar mais rapidamente nas duas Casas do Legislativo.

09

como o da defesa do Hemisfério, de go\êmo para go\'êmo, tal como se proce

cionando em São Paulo - a da Orquima e a da Oximetal. Conseguem elas pro

naziita embarcada em 1949 rendeu de

Econômico

ção do projeto e convirá que o mesmo atenda amplamente a todas as faces do problema, seria o caso de a dita Comis são, repetindo o que fez há pouco a

Mas, se com tais medidas estarão de fendidos os interêsses de ordem estra

tégica, mister c não esquecer que a in dústria nacional de terras raras, cuja

importância econômica c desnecessário encarecei, não ficará segura sem que o

nas de monazita dc propriedade priva da e concessões outorgadas a particula

nosso Govèrno promo\a entendimentos

res — que só podem ser desapropriadas com imensa despesa para o Tesouro ~ e estando já bastante desenvolvida a in

comerciais com a índia, pois sem êles

dústria das terras raras, seria contia-

poderíamos ser mais uma \ez lançados completamente fora do mercado. Exportando mil toneladas de ilmenita, p*or dia, pode o Travancore dispor

producenle a nacionalização dessas in-

anualmente de milhares de toneladas

dústria.s. Como nos Estados Unidos, a mineração e a industrialização dos mi

de monazita, obtida como subproduto, a -um custo que poderá ser escriturado como nulo. Visando ao aproveitamento

nerais radíativo.s poderão continuar aqui, como iniciativa privada, mas per feitamente controlada pelo Governo. Insistem os geólogos que impossível seria tirar das mãos dos particulares a

imediato do tório, construiu o Govêmo

hindu uma usina química que será inau

gurada em breve. Disporá, portanto, a índia, de sais de terras raras sem apli

pesquisa e lavra dc minerais de urânio,

cação imediata no país, que poderão ser

pois que os mesmos ocorrem acessòríajnentc nas milhares de jazidas pegmatiticas que estão produzindo feldspato, caolim, quartzo, mica, berilo, topázio, tantalita, apatita etc.

exportados por preço qualquev. Tenho informações seguras de que vá

assunto com seus colegas hindus e todos

O que se poderá fazer com acerto a respeito das minas de monazita é dar

entre os dois governos seria utilíssimo

preferência para sua concessão às em-

para as duas partes. Não há necessida-

rios técnicos e cientistas nacionais já discutiram, em reuniões internacionais, o

estão de acordo que um entendimento

•ií


'V

68

*

Dicesto Eco^•ó^^co Dicesto

em quantidades restritas. E quanto à

até recentemente eram importados, re

monazita das barreiras, a opinião dos técnicos é de que ela só será explorável

sultando em outra economia de divisas.

quando o valor do minério tornar-se tão alto que justifique sua recuperação na quelas rochas.

finados de terras raras o o mischmetal, o ganho em di\'isas será triplicado. Mas para que o velho sonho de Arro jado Li.sboa e Calógcras .se concretize em

Desde 1945 não consente o Conselho

dè Segurança Nacional embarques de

minérios de urânio e tório para a Europa — medida prudente para evitar que ele mentos físseís possam cair nas mãos da União Soviética. Mas continuam as remessas particulares para os Estados Unidos.

Em entrevistas concedidas à "Folha

da Manhã" de São Paulo, e ao "O Globo" do Rio de Janeiro, o secretário

da Comissão de Minerais Estratégicos revela que os americanos insistem na

aquisição de monazita "in natura", por que o minério em bruto entra livre de

direitos naquele país, enquanto os sais derivados pagam o equivalente a 35í "ad valorem".

Mas frisa o mesmo informante: temos,

desde julho de 1949, duas usinas quí micas para tratamento da monazita fun

Quando estivermos preparando sais re

tôda a .sua plenitude, mister se faz que o Congresso promulgue lei proibindo totalmente a e.vportação. Do contrário a indústria nacional, que já tem contra si o elevadíssimo preço dos ácidos — cêrca de dez vezes mais que o valor pago

Deverá a lei definir claramente as

atribuições dos órgãos que devem con

presas que realmente pretendem indus

trializar o minério no país. É o que, aliás, já fêz o Ministério da Agricultura . ao permitir a transferência das jazidas

trolar £) comercio e a induslrializíição não

da "Atlântica", subsidiária da "E. I. du

só dos elementos físscis c seus minérios,

Pont de Neomurs", para a "Fomil", subsidiária de "Lindsay Light & Chemical Co." que ficou, assim, obrigada a

mas de todos os outros minérios cuja exportação deva ser controlada, para que a fiscalização possa ser eficiente. Do contrário continuaremos a ter embarques

montar usina química entre nós. A exportação dos elementos físseis só

irregulares, como os ocorridos cnim certa

deverá ser permitida em casos especiais,

quantidade do monazita do Comoxatiba,

pelos industriais estadunidenses — não poderá concorrer no maior mercado de

que foi la\Tadu clandestinamente _e ex portada em fins de 1945 e começo dc

de com os armamentos.

terras raras, que são os Estados Unidos,

1946 para a Argentina c a Inglaterra.

com os produtores locais, pois a pauta alfandegária americana é proibitiva

Embora alguns países, como a Argen tina e o México, tenham preferido nacio nalizar as jazidas de urânio e tório, a opinião unânime dc nossos tccnico.s é de que, havendo iá no Brasil muitas mi

para os sais de cério.

Neste mesmo sentido, vários deputados fizeram-se

ouvir

ultimamente, tendo

alguns deles apresentado projeto de lei sôbre a exportação de minerais de urânio e tório. Tais projetos têm sido discuti dos na Comissão de Indústria e Comér

cio e seria de desejar pudessem chegar, os seus autores, a acordo, para facilida

de do plenário. Estou informado de que alguns de meus ilustres colegas têm pro

duzir respectivamente cloreto e sulfato

de cerio, que vêm sendo exportados para

curado, como eu,, ouvir a opinião dos técnicos oficiais e de professores univer

a Europa. Enquanto a tonelada de mo-

sitários.

Como há a maior urgência na vota

150 a 200 dólares, sòineute os sais pri mários. de terras raras, produzido.s pelas indústrias paulistas, dão agora, ao Brasil, 1.200 dólares de divisas. Ficam no país os valiosos resíduos de tório, à dispo sição do Conselho de Segurança Nacio

respeito do projeto que cria o Conse lho Nacional de Pesquisa, convocar os

nal, para aplicação futura. Por sua vez

especialistas e com êles redigir as emen

o fósforo, recuperado sob a forma de

das necessárias, ou refundir num só os

fosfato de sódio, está sendo transforma

vários projetos, o qual, deixando de,re presentar pontos de vista pessoais, po-

do em detergentes e outros produtos que

dcria caminhar mais rapidamente nas duas Casas do Legislativo.

09

como o da defesa do Hemisfério, de go\êmo para go\'êmo, tal como se proce

cionando em São Paulo - a da Orquima e a da Oximetal. Conseguem elas pro

naziita embarcada em 1949 rendeu de

Econômico

ção do projeto e convirá que o mesmo atenda amplamente a todas as faces do problema, seria o caso de a dita Comis são, repetindo o que fez há pouco a

Mas, se com tais medidas estarão de fendidos os interêsses de ordem estra

tégica, mister c não esquecer que a in dústria nacional de terras raras, cuja

importância econômica c desnecessário encarecei, não ficará segura sem que o

nas de monazita dc propriedade priva da e concessões outorgadas a particula

nosso Govèrno promo\a entendimentos

res — que só podem ser desapropriadas com imensa despesa para o Tesouro ~ e estando já bastante desenvolvida a in

comerciais com a índia, pois sem êles

dústria das terras raras, seria contia-

poderíamos ser mais uma \ez lançados completamente fora do mercado. Exportando mil toneladas de ilmenita, p*or dia, pode o Travancore dispor

producenle a nacionalização dessas in-

anualmente de milhares de toneladas

dústria.s. Como nos Estados Unidos, a mineração e a industrialização dos mi

de monazita, obtida como subproduto, a -um custo que poderá ser escriturado como nulo. Visando ao aproveitamento

nerais radíativo.s poderão continuar aqui, como iniciativa privada, mas per feitamente controlada pelo Governo. Insistem os geólogos que impossível seria tirar das mãos dos particulares a

imediato do tório, construiu o Govêmo

hindu uma usina química que será inau

gurada em breve. Disporá, portanto, a índia, de sais de terras raras sem apli

pesquisa e lavra dc minerais de urânio,

cação imediata no país, que poderão ser

pois que os mesmos ocorrem acessòríajnentc nas milhares de jazidas pegmatiticas que estão produzindo feldspato, caolim, quartzo, mica, berilo, topázio, tantalita, apatita etc.

exportados por preço qualquev. Tenho informações seguras de que vá

assunto com seus colegas hindus e todos

O que se poderá fazer com acerto a respeito das minas de monazita é dar

entre os dois governos seria utilíssimo

preferência para sua concessão às em-

para as duas partes. Não há necessida-

rios técnicos e cientistas nacionais já discutiram, em reuniões internacionais, o

estão de acordo que um entendimento

•ií


IP*

nr

Dicesto Econômico

Causas e consequenrias da iuga para o litoral de assinatura de convênios secretos,

dcriam ser revistos cada três ou cinco

porque ambos os países se orgulliam,de

anos para reajuslamcnlo dos intcrêsses

ser democracias.

individuais.

Como a idéia é uni

camente a de regularizar o mercado in ternacional em base de cquanimidade,

não há que arrcccar-sc de manobras de interesse reslrito para a elevação clesnaesurada dos preços, pois a própria in dústria necessita de conservar baixos os preços das terras raras para que os mercados aumentem. Ao invés de sim

ples acordos diplomáticos, poder-sc-ia promover entendimentos como os das

velhas convenções alemãs do tório, cm q«e todos os industriais interessados, produtores e cónsuniidores acertassem

um programa comum. Os convênios po-

Esta c, scnliorcs deputados, a minha

Bicziaiu.v i>K EmziTAs

I — E'ilruíui(i agrária amcrôtiica

modesta contribuição ao estudo do mag

no problema da industrialização de uma importante matéria-prima riue não .sou

bemos ate hoje aproveitar condignamenle.

Não há, nas idéias aqui cxpcndidas, originalidade, pois, como viram os meus

colegas, não fiz mais do c[uc atualizar os patrióticos clamores dos vultos que no comêço do século tanto honraram

esta Casa, c reunir argumentos insofis máveis da nova geração cie técnicos, a quem rendo as minlias homenagens.

O estudo da história econômica e so

tários, tanto no Império como na Repú

a causa fundamental das más condições

blica.

físicas c mcjrais da nossa população c, sem dúvida, a estrutura da nossa orga-

nízíição agrária. Pràticamente. está tudo por faz.er. Na realidade, conquistamos a

essa tese. Argumentou-se, com acerto, QUC "a situação do povo brasileiro, em face da sua organização agrícola — e somos um país agrícola, pois a maioria

nossa independência política, liberta-

dos nosso.s trabalhadores ainda se em

mo-nos do jugo colonial, mas não evo luímos sob o ponto de vista agrário, por isso que conservamos, em tòda a linha, os erros, precH)nceitos e abusõcs deste último período. O país, que se voltara inteiramente

Esclareceremos

mais

adiante,

prega na agricultura, vivendo no campo 28.000.000 (vinte e oito inilliões) de

brasileiros — a situação do pov^o brasi

leiro dã Monarquia até hoje, sob o

aspeto agrário, não apresenta progresso

que permita a êsse povo beneficiar-se, realmente, dos frutos do seu trabalho".

mo e.xterior, não se afastou dessa orien

Eqüivale afirmar que as nossas conquis tas agrárias têm sido demasiado lentas, não nos permitindo assim formular con

tação, antes a agravou, c de tal forma

clusões otimistas ou assinalar as con

que, ainda liojc, não possuímos um gran de e apreciável mercado interno. Nossos mercados, no interior c no exterior, são

quistas do trabalho agrícola sôbre a industrialização. As dificuldades são imensas. Dificuldades de ordem social,

inoperantes, preeárioa, incertos, tanto

de natureza técnica, de caráter intelec

como conseqüência da falta de pesqui

tual. Na esfera da industrialização, es

sas sistemáticas, como em virtude da

tamos em face de problemas que devem

inexistência do transportes para o livre escoamento da produção nacional. Essa desordem econômica, a que in felizmente se vieram somar outros fa

sei' enfrentados com espírito de lufa,

coragem, decisão, e. nesse sentido, cum pre fixar o valor-homem — reconhecen do a sua falta de cchicnção técnica, que

tores ligados à nossa vida de relação —

o coloca em posição de inferioridade na

a deficiência da instrução pública no regime monárqxrico, a corrida para os cargos burocráticos, a exploração lati

escala internacional — o baixo nível do

fundiária, a existência de milhares de

pressão da falta de uma sólida e equili brada política econômica. Mas, se a

indivíduos sem profissão definida — de

,

do fazendeiros, comerciantes e proprie

cial do Brasil permite-nos verificar que

— no Norte, no Centro o no Sul — para a produção agríecíla extr'aliva o de matérias-primas destinadas ao consu

• i

falo, longe de favorecer a massa do povo brasileiro, favoreceu a uma elite

seu salário, suas dramáticas necessidades morais e materiais, tudo isso como ex

terminou, como era lógico, um "pro

criso é de salário em geral, se a menta

gresso de classes", um progresso que, de

lidade dominante em diversos círculos do


IP*

nr

Dicesto Econômico

Causas e consequenrias da iuga para o litoral de assinatura de convênios secretos,

dcriam ser revistos cada três ou cinco

porque ambos os países se orgulliam,de

anos para reajuslamcnlo dos intcrêsses

ser democracias.

individuais.

Como a idéia é uni

camente a de regularizar o mercado in ternacional em base de cquanimidade,

não há que arrcccar-sc de manobras de interesse reslrito para a elevação clesnaesurada dos preços, pois a própria in dústria necessita de conservar baixos os preços das terras raras para que os mercados aumentem. Ao invés de sim

ples acordos diplomáticos, poder-sc-ia promover entendimentos como os das

velhas convenções alemãs do tório, cm q«e todos os industriais interessados, produtores e cónsuniidores acertassem

um programa comum. Os convênios po-

Esta c, scnliorcs deputados, a minha

Bicziaiu.v i>K EmziTAs

I — E'ilruíui(i agrária amcrôtiica

modesta contribuição ao estudo do mag

no problema da industrialização de uma importante matéria-prima riue não .sou

bemos ate hoje aproveitar condignamenle.

Não há, nas idéias aqui cxpcndidas, originalidade, pois, como viram os meus

colegas, não fiz mais do c[uc atualizar os patrióticos clamores dos vultos que no comêço do século tanto honraram

esta Casa, c reunir argumentos insofis máveis da nova geração cie técnicos, a quem rendo as minlias homenagens.

O estudo da história econômica e so

tários, tanto no Império como na Repú

a causa fundamental das más condições

blica.

físicas c mcjrais da nossa população c, sem dúvida, a estrutura da nossa orga-

nízíição agrária. Pràticamente. está tudo por faz.er. Na realidade, conquistamos a

essa tese. Argumentou-se, com acerto, QUC "a situação do povo brasileiro, em face da sua organização agrícola — e somos um país agrícola, pois a maioria

nossa independência política, liberta-

dos nosso.s trabalhadores ainda se em

mo-nos do jugo colonial, mas não evo luímos sob o ponto de vista agrário, por isso que conservamos, em tòda a linha, os erros, precH)nceitos e abusõcs deste último período. O país, que se voltara inteiramente

Esclareceremos

mais

adiante,

prega na agricultura, vivendo no campo 28.000.000 (vinte e oito inilliões) de

brasileiros — a situação do pov^o brasi

leiro dã Monarquia até hoje, sob o

aspeto agrário, não apresenta progresso

que permita a êsse povo beneficiar-se, realmente, dos frutos do seu trabalho".

mo e.xterior, não se afastou dessa orien

Eqüivale afirmar que as nossas conquis tas agrárias têm sido demasiado lentas, não nos permitindo assim formular con

tação, antes a agravou, c de tal forma

clusões otimistas ou assinalar as con

que, ainda liojc, não possuímos um gran de e apreciável mercado interno. Nossos mercados, no interior c no exterior, são

quistas do trabalho agrícola sôbre a industrialização. As dificuldades são imensas. Dificuldades de ordem social,

inoperantes, preeárioa, incertos, tanto

de natureza técnica, de caráter intelec

como conseqüência da falta de pesqui

tual. Na esfera da industrialização, es

sas sistemáticas, como em virtude da

tamos em face de problemas que devem

inexistência do transportes para o livre escoamento da produção nacional. Essa desordem econômica, a que in felizmente se vieram somar outros fa

sei' enfrentados com espírito de lufa,

coragem, decisão, e. nesse sentido, cum pre fixar o valor-homem — reconhecen do a sua falta de cchicnção técnica, que

tores ligados à nossa vida de relação —

o coloca em posição de inferioridade na

a deficiência da instrução pública no regime monárqxrico, a corrida para os cargos burocráticos, a exploração lati

escala internacional — o baixo nível do

fundiária, a existência de milhares de

pressão da falta de uma sólida e equili brada política econômica. Mas, se a

indivíduos sem profissão definida — de

,

do fazendeiros, comerciantes e proprie

cial do Brasil permite-nos verificar que

— no Norte, no Centro o no Sul — para a produção agríecíla extr'aliva o de matérias-primas destinadas ao consu

• i

falo, longe de favorecer a massa do povo brasileiro, favoreceu a uma elite

seu salário, suas dramáticas necessidades morais e materiais, tudo isso como ex

terminou, como era lógico, um "pro

criso é de salário em geral, se a menta

gresso de classes", um progresso que, de

lidade dominante em diversos círculos do


•í

72

i*-

Dícesto Econômico* Digesto

país apóia a estrutura econômica colo

causas profundas da singular organiza

nial, devemos admitir que a desorgani zação agrícola também nos enche das mais justificadas apreensões, porquanto a diminuição do número de operários ru rais determina lògicamcntc a diminuição

ção da propriedade agrícola no Brasil. As classes operárias rurais scntcm-se de samparadas, sem estímulo, sem assistên

de alimentos necessários ao consumo da

cia pública ou pri\ada. siliiação que adquiro tonalidades ainda mais dramáti cas quando apreciadas cm face da re

população industrial.

muneração

II — Exprea-sivo clepoimenfn de um técnico

A tradição aristocrática das classes

proprietárias contra o trabalho braçal, que leve suas origens na escravidão, o

desenvolvimento da monocultura, o ser

atribuída

ao

traballiador

agrícola. "E verdade, observa o pro fessor NicholLs, que muitos fazendeiros vêm revelando considerável iiilerc.sse pe los problenlas clc liabitação, saúde c bem-estar de seus trabalhadores.

En

tretanto, c evidente que qualquer me lhoria nas condições sociai.s, físicas e

mentais das clas.scs que labutam no cam

dade de Vanderbilt, que definiu, da quela forma, a nossa sociologia rural, acentuou, com agudeza a disparidade entre o nosso desenvolvimento histórico

e o dos Estados Unidos, onde o padrão das pequenas propriedades agrícolas, a oposição crescente aos proprietários au

sentes e o controle financeiro pelos ca pitalistas do Este tomaram-se parte da tradição política americana. O depoimento do professor Nicholis reveste-se de incontestável transcendên

cia. Êle trouxe novos argumentos ao debate suscitado nos círculos técnicos, no parlamenta e na imprensa sôbre o

êxodo, a fuga da população rural para os centros urbanos. Não se limitou o "scholar" norte-americano a um exa

me de superfície, procurou conhecer as

de que as fazendas, no Brasil, são, ge

sintetizada.^:

ralmente, de proprietários que vivem au sentes, de famílias ricas e com outras

renda.s, obtidas fora da agricultura. Como resultado, não existe a mesma

pressão constante para a realização de cálculos econômicos de custo mínimo e

de lucro máximo, ao.s quais se vê força do o pequeno produtor, quo vive uni camente de sua renda própria.- Em vá-

a) aproveitamento

conveniente

da

maioria dos trabalhadores das fa

zendas que, por estarem sempre disponíveis, a pouc-o custo,

são

empregados em tôda espécie de serviços, não essenciais ;

b) uma reforma de terras, planejada

a longo prazo e baseada no co

ria.s grandes fazendas, no Estado de São

nhecimento

ideologias políticas ;

científico e não em

pequenos lotes de terras; iá houve pe

interior dg país, induzem-nos à triste

de São Paulo".

conclusão de que a nossa economia in terna ainda se ressente dos graves erros

d) estudo sistemático de dois proble

da Colônia c do período monárquico, muitos dos quais, a despeito dos esforÇO.S parlamentares e das numerosas pro

transporte e crédito; e) mecanização em larga escala, se a agricultura quiser atingir um nível desejável de eficiência produtiva.

Além disso, exLste ausência qua.se com pleta de oportunidade econômica, para os trabalhadores mais capazes, de subi

dúvida, fatôres históricos importantes,

outro lado, devemos mencionar o fato

\eis às nossas condições agrárias e que muito poderão contribuir paru conter a fuga para o litoral, podem ser assim

quena iniciativa nesse sentido, no Estado

po, infelizmente ainda é bastante lenta.

maior trabalho por parte dos lavrado res, 'e o tremendo prestígio social de que originaram a grande classe dos atuais donos de fazendas no Brasil. O professor William Nicholis, da Universi

rente.s à.s suas propriedadc.s rurais. O professor William Nicholhs observa: "Por

Paulo, encontrei fazendeiros que me in formaram que não cultiva\'am outros produtos mais lucrativos porque os re sultados não compensam o esforço e o trabalho e.vigidos". As observações registradas pelo pro fessor Nicholis, na sua viagem através do

viço individual de collieitas, que requer

que gozam os proprietários -são, sem

Econónuc®

rem na escala social a posições de su pervisores, gerentes e proprietários de

As escolas práticas de agricultura, com a finalidade de educar os filhos dos

trabalhadores do campo, ou mesmo pre parar orientadores de trabalho, após a conclusão do curso, devem ser dissemi

nadas por todo o país, pelo que repre sentam como elemento de fixação do

homem à terra, como instrumento de civismo, de cultura e de aperfeiçoa mento profissional. No Brasil, o fazendeiro, o criador de

gado e o grande proprietário rural não

vidências administrativas, ainda subsis tem, num verdadeiro desafio às nossas

elites.

Se tomamos as advertências do

autorizado

técnico da Universidade de

Vanderbilt, como ponto central destas considerações, assim procedemos pelo fato de ali tratar-se não de mera expla nação das nossas

doutrinas ou teorias

de uma fascinante tentativa de introdu

domínios, a extensão das suas terras, cs

ção dos métodos modernos de pesquisa em nosso país, à semelhança do que se

confiam os fazendeiras a solução de to- ^ do.s os ca.so.s, de tôdas as questões refe-

terra sôbre bases racionais, por

quanto os solos bons e maus pa recem, antes, estar indiscriminada mente misturadas geograficamente,

sendo que os mais férteis ficam logo exaustos pelo uso contínuo ; mas de máxima importância —

De outro lado, seguindo as lições do

professor William Nicholis, dever-se-á atender à mobilização de um número

sempre crescente de trabalhadores fora da agricultura, o que poderia ser pro movido por medidas positivas, como :

econômicas aplicadas à agricultura, mas

conhecem, em regra, os seus próprios

limites dos seus latifúndios, porque tudo está entregue ao Administrador. A ôste

c) a conservação do solo e uso da

a) uma rápida expansão de apoio pú blico à educação rural, saúde, nu

do Norte e parte da América Central. As medidas indicadas pelo "expert"

trição e moradia, de modo que o vigor e a produtividade da futura geração brasileira correspondam aos requisitos de uma sociedade

norte-americano, como as mais ajusfá-

industrial;

pratica com êxito em tôda a América

:


•í

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i*-

Dícesto Econômico* Digesto

país apóia a estrutura econômica colo

causas profundas da singular organiza

nial, devemos admitir que a desorgani zação agrícola também nos enche das mais justificadas apreensões, porquanto a diminuição do número de operários ru rais determina lògicamcntc a diminuição

ção da propriedade agrícola no Brasil. As classes operárias rurais scntcm-se de samparadas, sem estímulo, sem assistên

de alimentos necessários ao consumo da

cia pública ou pri\ada. siliiação que adquiro tonalidades ainda mais dramáti cas quando apreciadas cm face da re

população industrial.

muneração

II — Exprea-sivo clepoimenfn de um técnico

A tradição aristocrática das classes

proprietárias contra o trabalho braçal, que leve suas origens na escravidão, o

desenvolvimento da monocultura, o ser

atribuída

ao

traballiador

agrícola. "E verdade, observa o pro fessor NicholLs, que muitos fazendeiros vêm revelando considerável iiilerc.sse pe los problenlas clc liabitação, saúde c bem-estar de seus trabalhadores.

En

tretanto, c evidente que qualquer me lhoria nas condições sociai.s, físicas e

mentais das clas.scs que labutam no cam

dade de Vanderbilt, que definiu, da quela forma, a nossa sociologia rural, acentuou, com agudeza a disparidade entre o nosso desenvolvimento histórico

e o dos Estados Unidos, onde o padrão das pequenas propriedades agrícolas, a oposição crescente aos proprietários au

sentes e o controle financeiro pelos ca pitalistas do Este tomaram-se parte da tradição política americana. O depoimento do professor Nicholis reveste-se de incontestável transcendên

cia. Êle trouxe novos argumentos ao debate suscitado nos círculos técnicos, no parlamenta e na imprensa sôbre o

êxodo, a fuga da população rural para os centros urbanos. Não se limitou o "scholar" norte-americano a um exa

me de superfície, procurou conhecer as

de que as fazendas, no Brasil, são, ge

sintetizada.^:

ralmente, de proprietários que vivem au sentes, de famílias ricas e com outras

renda.s, obtidas fora da agricultura. Como resultado, não existe a mesma

pressão constante para a realização de cálculos econômicos de custo mínimo e

de lucro máximo, ao.s quais se vê força do o pequeno produtor, quo vive uni camente de sua renda própria.- Em vá-

a) aproveitamento

conveniente

da

maioria dos trabalhadores das fa

zendas que, por estarem sempre disponíveis, a pouc-o custo,

são

empregados em tôda espécie de serviços, não essenciais ;

b) uma reforma de terras, planejada

a longo prazo e baseada no co

ria.s grandes fazendas, no Estado de São

nhecimento

ideologias políticas ;

científico e não em

pequenos lotes de terras; iá houve pe

interior dg país, induzem-nos à triste

de São Paulo".

conclusão de que a nossa economia in terna ainda se ressente dos graves erros

d) estudo sistemático de dois proble

da Colônia c do período monárquico, muitos dos quais, a despeito dos esforÇO.S parlamentares e das numerosas pro

transporte e crédito; e) mecanização em larga escala, se a agricultura quiser atingir um nível desejável de eficiência produtiva.

Além disso, exLste ausência qua.se com pleta de oportunidade econômica, para os trabalhadores mais capazes, de subi

dúvida, fatôres históricos importantes,

outro lado, devemos mencionar o fato

\eis às nossas condições agrárias e que muito poderão contribuir paru conter a fuga para o litoral, podem ser assim

quena iniciativa nesse sentido, no Estado

po, infelizmente ainda é bastante lenta.

maior trabalho por parte dos lavrado res, 'e o tremendo prestígio social de que originaram a grande classe dos atuais donos de fazendas no Brasil. O professor William Nicholis, da Universi

rente.s à.s suas propriedadc.s rurais. O professor William Nicholhs observa: "Por

Paulo, encontrei fazendeiros que me in formaram que não cultiva\'am outros produtos mais lucrativos porque os re sultados não compensam o esforço e o trabalho e.vigidos". As observações registradas pelo pro fessor Nicholis, na sua viagem através do

viço individual de collieitas, que requer

que gozam os proprietários -são, sem

Econónuc®

rem na escala social a posições de su pervisores, gerentes e proprietários de

As escolas práticas de agricultura, com a finalidade de educar os filhos dos

trabalhadores do campo, ou mesmo pre parar orientadores de trabalho, após a conclusão do curso, devem ser dissemi

nadas por todo o país, pelo que repre sentam como elemento de fixação do

homem à terra, como instrumento de civismo, de cultura e de aperfeiçoa mento profissional. No Brasil, o fazendeiro, o criador de

gado e o grande proprietário rural não

vidências administrativas, ainda subsis tem, num verdadeiro desafio às nossas

elites.

Se tomamos as advertências do

autorizado

técnico da Universidade de

Vanderbilt, como ponto central destas considerações, assim procedemos pelo fato de ali tratar-se não de mera expla nação das nossas

doutrinas ou teorias

de uma fascinante tentativa de introdu

domínios, a extensão das suas terras, cs

ção dos métodos modernos de pesquisa em nosso país, à semelhança do que se

confiam os fazendeiras a solução de to- ^ do.s os ca.so.s, de tôdas as questões refe-

terra sôbre bases racionais, por

quanto os solos bons e maus pa recem, antes, estar indiscriminada mente misturadas geograficamente,

sendo que os mais férteis ficam logo exaustos pelo uso contínuo ; mas de máxima importância —

De outro lado, seguindo as lições do

professor William Nicholis, dever-se-á atender à mobilização de um número

sempre crescente de trabalhadores fora da agricultura, o que poderia ser pro movido por medidas positivas, como :

econômicas aplicadas à agricultura, mas

conhecem, em regra, os seus próprios

limites dos seus latifúndios, porque tudo está entregue ao Administrador. A ôste

c) a conservação do solo e uso da

a) uma rápida expansão de apoio pú blico à educação rural, saúde, nu

do Norte e parte da América Central. As medidas indicadas pelo "expert"

trição e moradia, de modo que o vigor e a produtividade da futura geração brasileira correspondam aos requisitos de uma sociedade

norte-americano, como as mais ajusfá-

industrial;

pratica com êxito em tôda a América

:


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I i .i!Mi|ip||| Dioesto EcoN'{')>nco

Digi:sto Eco^•ó^acQ

74

b) manutenção c expansão cie em

pregos industriais remunerados e estáveis;

c) industrialização de áreas, com ex cesso de mão-de-obra rural;

d) disseminação, em larga escala, de

informações sobre empregos, com auxílio financeiro para mudanças ; cj) eliminação de, barreiras contra no

vos trabalhadores por organiza ções trabalhistas.

Insiste o severo técnico norte-ameri

cano na tese de que os lideres da agri

cultura brasilcir;x deveriam preparar planos de estudo,

tcrmo.s dc medidas de salvação nacional.

Aceito o princípio dc cpie todas as medidas . propugnadas sc revestem dc igual importância cm nossa vida econô mica fi social, não seria, entretanto, desaiTuzoaclo, destacar duas iniciativas dig nas da maior atenção — a formação de

um campo dc pesquisa.-,- sobro as diretri zes oficiais a serem adotadas para a agricultura c a expansão do apoio público à educação rural abrangendo saúde, nu trição e moradia.

Assim tem, aliás, procedido não só os Estados Unidos como algumas nações americanas c a maioria dos países euro

peus bem constitiiídos sob o pon to de vista agrá

para , empreendi mentos rurais que não só resultem no bem-estar da

agricultura também

rio. No Brasil, já se

mas estimu

lem outras- ativi

demons suficiente

mente

que

das

dades econômicas

tem

trado

causas

uma da

elevação do custo

quando o proble ma de desempre

da vida ó a queda

go geral ameaçar Escolas, hospi1tais, estradas de ferro, estradas de rocia

gem, desenvolvimento de vales de rios, irrigação, eletrificação, conservação do solo, reflorestamento e construção cie

de produção, mo tivada, em parte pela cleslocação, du rante os últimos vinte anos, de grandes massas demográficas dos campos para as cidades, com conseqüente crise de mãode-obra na industria agropecuária. Acrescente-se a falta de corrente imigra

moradias constituem necessidades pe culiares e de especial interesse para a

tória para compensar a perda daqueles

agricultura.

trabalhadores, falta que só ultimamente

E' evidente, porém, que essas nume

começa a ser sanada, em ritmo, aliás,

rosas e complexas necessidades da nos sa agricultura somente poderão ser aten didas mediante a formação de equipes de técnicos e a mobilização de largos

III — Deslocamento em massa

capitais, públicos e particulares — tare

sil era de 10.900.000 e a da zona rural

fa permanente, traballio sem data de

dc 30.300.000. De acordo com os da

conclusão — devendo, entretanto, êsses

do:. elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, baseando-se

empreendimentos

ser enfrentados em

insatisfatório.

Em 1940 a população urbana do Bra

nos informes de suas (piinhculus agcn-

forme assinalamos, na queda da produ

ciíis, a estimativa dessas duas classes, cm 1948, ó a seguinte: população urbana, 14.900.000; "rural, 33.800.000. Êsse

ção o isso é tudo. T?ouco adianta, pouco representa comparati\amente, a cnunxe-

ração de outras causas, a exposição dra

desequilíbrio, num espaço de apenas oito

mática do outras conseqüências de or

anos, significa que a população rural dc.sceu dc 73'.í pí\n\ 69%. O aumento aparente da população rural foi devido

dem psicológica, moral c social. As em

exclusi\'aniente ao fator natalidade, en

quanto que o aumento vertiginoso das populações ciladinas foi obra, quase que por completo, do acréscimo das popu lações marginais. O;: dados numéricos expostos atestam

o movimento dessa migração e foram

presas ferro\i;mas, em certas zonas, já não encontram produtos para transpor tar. Lavouras estagnadas tornam mais

densixs as necessidades gerais. A vida nos centros urbanos, cm p.articiüar nas

capitais-, constitui, sob muitos aspetos, um sacrifício ti-emcndo. Um técnico em assuntos econômicos,

coligidos através dc informes recebidos estatísticos e sociológicos, o Sr. Rafael das agéncia.s municipais do I. B. G. E., Xavier, advertiu, em recente conferên disseminadas por todo o interior do cia sobre "O Município, posto avançado país, cm número que supera a casa dos • da civilizixção rural": "Cumpre, assim, 500, o que significa que esses postos c urgentemente, reforçar, estimular, abrangem mais da metade do total dos movimentar o quadro das atividades ru nossos municípios. E prossegue o êxo rais, pela assistência efetiva aos Muni do, em ritmo acelerado, do interior para e costa, indicando a aproximação de dias ainda mais árduos e difíceis.

XV — Consequôncias

Os efeitos perniciosos da fuga das"po pulações rurais têm-se feito sentir, con

cípios". Em suma, ou revitalizamos o Município, integrando-o nas funções bem definidas pelo sr. Rafael Xavier, e,

assim, poderemos também conter o êxo do, ou nos divorciaremos das realidades fundamentais dà tena e do povo.


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I i .i!Mi|ip||| Dioesto EcoN'{')>nco

Digi:sto Eco^•ó^acQ

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b) manutenção c expansão cie em

pregos industriais remunerados e estáveis;

c) industrialização de áreas, com ex cesso de mão-de-obra rural;

d) disseminação, em larga escala, de

informações sobre empregos, com auxílio financeiro para mudanças ; cj) eliminação de, barreiras contra no

vos trabalhadores por organiza ções trabalhistas.

Insiste o severo técnico norte-ameri

cano na tese de que os lideres da agri

cultura brasilcir;x deveriam preparar planos de estudo,

tcrmo.s dc medidas de salvação nacional.

Aceito o princípio dc cpie todas as medidas . propugnadas sc revestem dc igual importância cm nossa vida econô mica fi social, não seria, entretanto, desaiTuzoaclo, destacar duas iniciativas dig nas da maior atenção — a formação de

um campo dc pesquisa.-,- sobro as diretri zes oficiais a serem adotadas para a agricultura c a expansão do apoio público à educação rural abrangendo saúde, nu trição e moradia.

Assim tem, aliás, procedido não só os Estados Unidos como algumas nações americanas c a maioria dos países euro

peus bem constitiiídos sob o pon to de vista agrá

para , empreendi mentos rurais que não só resultem no bem-estar da

agricultura também

rio. No Brasil, já se

mas estimu

lem outras- ativi

demons suficiente

mente

que

das

dades econômicas

tem

trado

causas

uma da

elevação do custo

quando o proble ma de desempre

da vida ó a queda

go geral ameaçar Escolas, hospi1tais, estradas de ferro, estradas de rocia

gem, desenvolvimento de vales de rios, irrigação, eletrificação, conservação do solo, reflorestamento e construção cie

de produção, mo tivada, em parte pela cleslocação, du rante os últimos vinte anos, de grandes massas demográficas dos campos para as cidades, com conseqüente crise de mãode-obra na industria agropecuária. Acrescente-se a falta de corrente imigra

moradias constituem necessidades pe culiares e de especial interesse para a

tória para compensar a perda daqueles

agricultura.

trabalhadores, falta que só ultimamente

E' evidente, porém, que essas nume

começa a ser sanada, em ritmo, aliás,

rosas e complexas necessidades da nos sa agricultura somente poderão ser aten didas mediante a formação de equipes de técnicos e a mobilização de largos

III — Deslocamento em massa

capitais, públicos e particulares — tare

sil era de 10.900.000 e a da zona rural

fa permanente, traballio sem data de

dc 30.300.000. De acordo com os da

conclusão — devendo, entretanto, êsses

do:. elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, baseando-se

empreendimentos

ser enfrentados em

insatisfatório.

Em 1940 a população urbana do Bra

nos informes de suas (piinhculus agcn-

forme assinalamos, na queda da produ

ciíis, a estimativa dessas duas classes, cm 1948, ó a seguinte: população urbana, 14.900.000; "rural, 33.800.000. Êsse

ção o isso é tudo. T?ouco adianta, pouco representa comparati\amente, a cnunxe-

ração de outras causas, a exposição dra

desequilíbrio, num espaço de apenas oito

mática do outras conseqüências de or

anos, significa que a população rural dc.sceu dc 73'.í pí\n\ 69%. O aumento aparente da população rural foi devido

dem psicológica, moral c social. As em

exclusi\'aniente ao fator natalidade, en

quanto que o aumento vertiginoso das populações ciladinas foi obra, quase que por completo, do acréscimo das popu lações marginais. O;: dados numéricos expostos atestam

o movimento dessa migração e foram

presas ferro\i;mas, em certas zonas, já não encontram produtos para transpor tar. Lavouras estagnadas tornam mais

densixs as necessidades gerais. A vida nos centros urbanos, cm p.articiüar nas

capitais-, constitui, sob muitos aspetos, um sacrifício ti-emcndo. Um técnico em assuntos econômicos,

coligidos através dc informes recebidos estatísticos e sociológicos, o Sr. Rafael das agéncia.s municipais do I. B. G. E., Xavier, advertiu, em recente conferên disseminadas por todo o interior do cia sobre "O Município, posto avançado país, cm número que supera a casa dos • da civilizixção rural": "Cumpre, assim, 500, o que significa que esses postos c urgentemente, reforçar, estimular, abrangem mais da metade do total dos movimentar o quadro das atividades ru nossos municípios. E prossegue o êxo rais, pela assistência efetiva aos Muni do, em ritmo acelerado, do interior para e costa, indicando a aproximação de dias ainda mais árduos e difíceis.

XV — Consequôncias

Os efeitos perniciosos da fuga das"po pulações rurais têm-se feito sentir, con

cípios". Em suma, ou revitalizamos o Município, integrando-o nas funções bem definidas pelo sr. Rafael Xavier, e,

assim, poderemos também conter o êxo do, ou nos divorciaremos das realidades fundamentais dà tena e do povo.


vn 1 • 77

Dicesto Econômico

'.:t.GÍ£;ta

T

Antonio Gontijo ük Carvalho

vam, redigindo, nu primavera da rida, editoriais que repercutiam, vazados «em

contendo extensas e brilhantes conside

rações sobre organização municipal, e o

bom vernáculo, cuidadoso, como sem

que concluiu pela nulidade, por motivo

pre o foi» do asseio e correção no escre

de coação, da renúncia de vários escri

^^MiGos e admiradores de Dario de

ve?, um dos característicos das lumino

vães de uma comarca mineira lógo após

Almeida Magalhães resolveram enfeíxar em volume alguns dos trabalhos que o seu talento de escritor semeou

sas sentenças de seu Pai. E' que nele "a inteireza do espírito começa por se ca

a Revolução de 30.

racterizar nò escrúpulo da linguagem". Assume a direção efcti\'a daquele jor nal em plena campanha da Aliança Li beral, que fêz de Minas inteira um bra seiro, assoprado pelo verbo de Antônio

a profissão de advogado, haurindo as lições de Orozimbo Nonato, que o tinha

em revistas e periódicos.

Visa a homenagem dar-lhes não só

feição mais duradoura como difundir idéias do sadia brasilidade.

Incumbiram-me de descrever, à gui sa de prefácio e em ligeiro escôrço, o -seu "curriculum vitae" e bosquejar o ambiente que propiciou ao vigoroso ar

"Tenuis e perfis" 6 o titulo do próxi' mo livro de Dario dc Almeida Maga lhães.

Trata-se de uma coletânea de

ensaios e discursos, dos quais uma gran de parte está arquivada em páginas da nossa revista.

O prefácio que ora publicamos é da

Filho de um grande juiz que alçou ao pínáculo a justiça mineira, Dario de Almeida Magalhães, desde os aibores da

vida acadêmica, deu aos contemporâ neos a medida da envergadura das asas,

honrando o nome que herdara. Re.spirando os ares da casa paterna, impregna dos dos salutares exemplos de austeri dade c estudo, a sua inteligência, quan do aluno de Direito, absorvia-se na exe

gese de tc.\tos de copiosa jurisprudência dos tribunais; o contato com a estuante juventude belo-horizontina, em fase culminante da história brasileira, estimu

lava-o para as lutas cívicas. E' a expli cação de coexistirem, ainda hoje, em seu

sa de Afonso Pena" ~ títulos que lhe

Homem, não tardaram as desilusões.

gra» do movimento constitucionalista de

granjearam o renome de aluno distinto

Vendo os ideais, pelos quais se batera, não vi

na turma.

Mendes Pimentel e Orozimbo Nonato,

32 não o empolgasse, determinando-lhe o retor

no às atividades políticas.

O devoto do livro o impelia para o magistério; Estudante de Direito, en sinava História Universal no Colégio Ar

gorarem entre os novos

naldo : vocação para o professorado que a conquista do grau de bacliarel em Di

meida Magalhães de an

ge

tigos correligionários pa

Constituinte Federal. Da

ra dedicar-se, novamen

rio de Almeida Maga

te, às lides do Direito.

lhães, autor do manifesto

reito não arrefeceu.

Rccém-formado.

lecionou a disciplina de Sociologia no curso complementar do Ginásio Oficial.

Seguia a esteira de Rafael Magalhães, preclaro lente de Processo Civil, a ca deira de mais difícil desempenho no

Curso Jurídico Superior, no conceito de Francisco Morato, porque "só logrará

professá-la com utilidade quem conhe cer a jurisprudência em todos os mean

entusiasmo, o jurista e o homem público. O político fê-lo, na Faculdade, "Pre

sidente do Centro Acadêmico". O apli

alunos.

cado ao Direito leva-o a obter das mãos

mais movimentados

escritórios da capital mineira. Estava talhado a vencer, com rapidez, na advocacia, quem, discípulo dileto de recebera, sobretudo, a influência mar cante de Rafael Magalliães, se o defla

lavra de nosso Diretor.

dros". Dario de Almeida Magalhães, severo como examinador, contrastava com o Pai, todo indulgência para com os

espírito,, com a mesma intensidade de

como dedicado e prestante auxiliar, à frente de um dos

pugna tremenda e desigual, manejando um florete. Abatido o adversário, que em defesa da legalidade, naqueles dias ocíduos de outubro, se portou como um

tista do raciocínio proferir orações e es crever ensaios de límpida forma c de alto pensamento.

Carlos, o arguto temoneiro que venceu

Exerceu, no foro de Belo Horizonte,

O político torna-o jornalista.

Cola

desveladas de Mendes Pimentel o "Prê

borou no "Estado de Minas", onde Pe

mio Rio Branco", galardão raro da "Ca-

dro Aleixo e Milton Campos pontifica-

detentores

do

O Partido Republicano .

poder,

Mineiro, que se solidari

afastou-se Dario de Al

zara com Sião Paulo, ele

seis

deputados

à

que ^recomendava os no mes dos aspirantes ao su

Como auxiliar do Ad-

vogado-Ceral do Estado,

cargo que Milton Campos assumiu a se

frágio do eleitorado, é dos preferidos.

guir, e no exercício interino das fun ções de Advogado-Ceral, em não curto

Renuncia, porém, sem consulta, em fa

estágio, em substituição a Pedro Batis ta Martins, sorriu-lhe a fortuna de po

vor de Carneiro de Rezende, de quem fôra oficial de gabinete na Secretaria das Finanças, que o convidara para fi

der evidenciar, em jovem de vinte e três

gurar na chapa de deputados e, sendo

anos, espírito amadurecido, emitindo pareceres de boa suma jurídica, e opondose, quando necessário, aos maiorais da

candidato, não conseguira eleger-se. Preferindo os imperativos da amizade

política, com franqueza e altivez. Me

às seduções do poder, dá assim, logo no início da carreira política, exemplo ra

recem registro especial:

ro de desprendimento, tanto mais nobre

o referente a

processo de interêsse da Companhia Hidro-Elétrica Cataguazes-Leopoldiila,

quanto menos sensível à percepção dos coetâneos. ' ««TpXpV -U'

<íuJ

CSi4


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Dicesto Econômico

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T

Antonio Gontijo ük Carvalho

vam, redigindo, nu primavera da rida, editoriais que repercutiam, vazados «em

contendo extensas e brilhantes conside

rações sobre organização municipal, e o

bom vernáculo, cuidadoso, como sem

que concluiu pela nulidade, por motivo

pre o foi» do asseio e correção no escre

de coação, da renúncia de vários escri

^^MiGos e admiradores de Dario de

ve?, um dos característicos das lumino

vães de uma comarca mineira lógo após

Almeida Magalhães resolveram enfeíxar em volume alguns dos trabalhos que o seu talento de escritor semeou

sas sentenças de seu Pai. E' que nele "a inteireza do espírito começa por se ca

a Revolução de 30.

racterizar nò escrúpulo da linguagem". Assume a direção efcti\'a daquele jor nal em plena campanha da Aliança Li beral, que fêz de Minas inteira um bra seiro, assoprado pelo verbo de Antônio

a profissão de advogado, haurindo as lições de Orozimbo Nonato, que o tinha

em revistas e periódicos.

Visa a homenagem dar-lhes não só

feição mais duradoura como difundir idéias do sadia brasilidade.

Incumbiram-me de descrever, à gui sa de prefácio e em ligeiro escôrço, o -seu "curriculum vitae" e bosquejar o ambiente que propiciou ao vigoroso ar

"Tenuis e perfis" 6 o titulo do próxi' mo livro de Dario dc Almeida Maga lhães.

Trata-se de uma coletânea de

ensaios e discursos, dos quais uma gran de parte está arquivada em páginas da nossa revista.

O prefácio que ora publicamos é da

Filho de um grande juiz que alçou ao pínáculo a justiça mineira, Dario de Almeida Magalhães, desde os aibores da

vida acadêmica, deu aos contemporâ neos a medida da envergadura das asas,

honrando o nome que herdara. Re.spirando os ares da casa paterna, impregna dos dos salutares exemplos de austeri dade c estudo, a sua inteligência, quan do aluno de Direito, absorvia-se na exe

gese de tc.\tos de copiosa jurisprudência dos tribunais; o contato com a estuante juventude belo-horizontina, em fase culminante da história brasileira, estimu

lava-o para as lutas cívicas. E' a expli cação de coexistirem, ainda hoje, em seu

sa de Afonso Pena" ~ títulos que lhe

Homem, não tardaram as desilusões.

gra» do movimento constitucionalista de

granjearam o renome de aluno distinto

Vendo os ideais, pelos quais se batera, não vi

na turma.

Mendes Pimentel e Orozimbo Nonato,

32 não o empolgasse, determinando-lhe o retor

no às atividades políticas.

O devoto do livro o impelia para o magistério; Estudante de Direito, en sinava História Universal no Colégio Ar

gorarem entre os novos

naldo : vocação para o professorado que a conquista do grau de bacliarel em Di

meida Magalhães de an

ge

tigos correligionários pa

Constituinte Federal. Da

ra dedicar-se, novamen

rio de Almeida Maga

te, às lides do Direito.

lhães, autor do manifesto

reito não arrefeceu.

Rccém-formado.

lecionou a disciplina de Sociologia no curso complementar do Ginásio Oficial.

Seguia a esteira de Rafael Magalhães, preclaro lente de Processo Civil, a ca deira de mais difícil desempenho no

Curso Jurídico Superior, no conceito de Francisco Morato, porque "só logrará

professá-la com utilidade quem conhe cer a jurisprudência em todos os mean

entusiasmo, o jurista e o homem público. O político fê-lo, na Faculdade, "Pre

sidente do Centro Acadêmico". O apli

alunos.

cado ao Direito leva-o a obter das mãos

mais movimentados

escritórios da capital mineira. Estava talhado a vencer, com rapidez, na advocacia, quem, discípulo dileto de recebera, sobretudo, a influência mar cante de Rafael Magalliães, se o defla

lavra de nosso Diretor.

dros". Dario de Almeida Magalhães, severo como examinador, contrastava com o Pai, todo indulgência para com os

espírito,, com a mesma intensidade de

como dedicado e prestante auxiliar, à frente de um dos

pugna tremenda e desigual, manejando um florete. Abatido o adversário, que em defesa da legalidade, naqueles dias ocíduos de outubro, se portou como um

tista do raciocínio proferir orações e es crever ensaios de límpida forma c de alto pensamento.

Carlos, o arguto temoneiro que venceu

Exerceu, no foro de Belo Horizonte,

O político torna-o jornalista.

Cola

desveladas de Mendes Pimentel o "Prê

borou no "Estado de Minas", onde Pe

mio Rio Branco", galardão raro da "Ca-

dro Aleixo e Milton Campos pontifica-

detentores

do

O Partido Republicano .

poder,

Mineiro, que se solidari

afastou-se Dario de Al

zara com Sião Paulo, ele

seis

deputados

à

que ^recomendava os no mes dos aspirantes ao su

Como auxiliar do Ad-

vogado-Ceral do Estado,

cargo que Milton Campos assumiu a se

frágio do eleitorado, é dos preferidos.

guir, e no exercício interino das fun ções de Advogado-Ceral, em não curto

Renuncia, porém, sem consulta, em fa

estágio, em substituição a Pedro Batis ta Martins, sorriu-lhe a fortuna de po

vor de Carneiro de Rezende, de quem fôra oficial de gabinete na Secretaria das Finanças, que o convidara para fi

der evidenciar, em jovem de vinte e três

gurar na chapa de deputados e, sendo

anos, espírito amadurecido, emitindo pareceres de boa suma jurídica, e opondose, quando necessário, aos maiorais da

candidato, não conseguira eleger-se. Preferindo os imperativos da amizade

política, com franqueza e altivez. Me

às seduções do poder, dá assim, logo no início da carreira política, exemplo ra

recem registro especial:

ro de desprendimento, tanto mais nobre

o referente a

processo de interêsse da Companhia Hidro-Elétrica Cataguazes-Leopoldiila,

quanto menos sensível à percepção dos coetâneos. ' ««TpXpV -U'

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-

Digksto

8

Com atividade precípua e ininterrupl-i

no jornalismo, transfere-se para o Rio de Janeiro. Benjamim da Câmara Federal,

Econômico

do papel destacado por si-iis pronuncia

republicanos ser dc Lafaíelo ou do Vis

mentos cm favor da liberdade, da ordem

conde dc Oino I^roto.

jurídica, dos direitos do advogado. \E

para a qual fora eleito, ingres.sa na Co missão de Justiça e preside a Comissão Especial encarregada de elaborar "a lei orgânica da imprensa". Em plenário,

ticipação cio Durio de Almeida Maga lhães. Os votos que proferiu, no eclipse

impressiona seus pares com os discursos

do Direito, traçaram roteiros do dever

ardorosos em defesa de Antônio Carlos,

tôdas essas manifestações ou foram de iniciativa, on contaram com a ativa par

para o advogado, na defesa dos interês-

a cujo grupo se filiou, em franci rebel dia contra o Palácio da Liberdade. Em penha desusado esforço, na tribuna e jia

í;cs coletivos e individuais. A análise do

imprensa, em prol da candídatma dc

dadeira democracia,

Armando de Sales 0]i\'eira à Presidên

cia da República, como membro funda

dor do Partido Democrata Progressista, orientado pelo Andrada insigne. Amos

tra do prestígio intelectual conquistado

pelo jo\em político é □ fato de ter sido

autor do programa do novel Partido, que recruta\'a na direção homens experimen tados na vida pública e de \ alia cultural.

E' que sempre foi refletido, de juízo assente de.sde a mais verde adolescência.

Com o golpe de Estado de 1937, en-

DiOESTd Eciünó.mico

caso Sobral Pinto, inserto neste volume,

ó lição dc coragem cívica, define a ver atc.stado de "so

branceria da classe", na opinião consa-

gradora dc Mendes Pimtmtol. O Manifesto Mineiro, documento his

tórico, pelo significado, pelo prestígio

O pseudônimo do Dario dc Almeida

Magalhães revelava uma intenção, que o preâmbulo da carta confirmava: o autor queria exprimir menos a sua opi nião do que transmitir o sentimento co letivo, sob a forma de clamor popular

nea, mas a campanha aberta pela elei ção presidencial só veio a irromper qua se um ano depois, ou seja em fevereiro dc 1945.

Muita cousa constitui acontecimentos. Há ad

ro na afirmativa de que

provisão

dc

mo de luta e de tanta vibração patrióti

t:a dc Timandro" — assim se crismara

ca.

Representando, no Conselho Fede

ral da Ordem dos Advogados, a Seção de Minas, investidora eletiva dc elevada

dignidade, sua atuação naquele órgão foi das mais eficientes, pela facúndia, espírito polêmico, assiduidade, bravura c tirocínio de assembléias. Nos primór-

se formularam

sobre a identidade do

Militar", com cabimento podcr-sc-á di

do Almeida Magalhães.

Saliente o papel que lhe coube na

autò;, oculto sob o pseudônimo com que Sales Tones Homem assinara o fa

campanha do Brigadeiro Eduardo Go

moso "Libelo do Povo".

pricbor.. em que c fértil a nossa débil de

Atribuíram,

uns, sua autoria, a João Mangabeira. A Afonso Pena Júnior, outros.

Renovava-se a curiosidade despertada

mes . Não obstante, por um desses camocracia, não SC elegeu deputado pelo seu Estado Natal, o que acarretou sen-

tou5 afinal, a derrocada do Estado No vo, o Conselho Federal xla Ordem trans

com a publicação das cartas políticas

.sível desfalque cultural da bancada mi neira, esplendente, outrora, com "O Jar

assinadas — Frederico de S — na Revista

dim da Infância".

formou-se em trincheira de antiditato-

do Portugal, de autoria dc Eduardo Prado e que a princípio supunham os

Não SC desinteressou, porém, da vida pública. Pelas colunas do "Correio

dios da agitação política de que resul-

riais o levitas da justiça, desempenhan

atmosfera moral cm que surgiram. O ar-

tigo, porém, pode ficar, como documen to do homem, como modêlo dc jornalís tica, como cstalão de

lógica, de linguagem, de erudição, de saber".

Paradigmas no gênero, são os que, dc forma escoiToita, publicou no "Correio

Paulistano",

£(M)rc a "A autoria da

passagem dc Batista Pe

zer: o Junius que flagelara o governo de Jorge III na Inglaterra, estimulando as energias abatidas, ressuscitara em Dario

Várias conjcctura.s

n impressão que ditou os artigos, a atua lidade palpitante a que obedeceram, a

me. Recordando-sc uma

tar fé de ofício rcveladora de tanto ani

aquêle documento.

gundo Ramalliü Ortigão. "E' exato —

a impressão causada por êssc panfleto foi enor

ra dc então, General Eurico Dutra. Muito se comentou, na época, a "Cav-

• da direção de grande rede de jornais, raros homens públicos poderão apresen

Dario do Almeida Magalhães não pos

sui a "supcrfieialidadc profissional", que

alcance. Náo bá exage

reira em relação a Eduardo Prado e os "Fastos da Ditadura

fileira-se entre os que combatem a nova

ti'avaram cm torno da futura Constitui ção.

observou elegante escritor — que passa

dali se disseminou pelos Estados) um panfleto em forma dc carta, vibrante e veemente, dirigido ao Ministro da Guer

situação. Se bem lioiuesse se afastado

analisou com serenidade,

competência e lucidez os debates que se

A carta é do período cm (pie já se assinalava muita impaciência subterrâ

resultado da fusão cio escrito por êle Franco c Odilon Braga. Em abril de 1944 — em plena dita dura — começou a circular no Rio (o

sob o mesmo pseudônimo de

"Timandro",

caracteriza o homem de imprensa, se

vertências de profimdíí

Virgílio de Melo

meses,

— o de verdadeiro "libelo do povo".

das assinaturas, pela repercussão que obteve, pela iniliiência que exerceu, foi propo.sto com os dc

Paulistano", diariamente, durante vários

Arte

de

Furtar",

era

louvor à obra raonumental e definitiva de

Afonso Pena Júnior, e "Flor do pânta no", cm que, com invulgar energia, pro-

fligou um escândalo administrativo. Neste volume, em que se recolhem ar

tigos dispersos, lançados de Washington, o leitor verificará o acerto daquela ob servação .

Com o incidente ocorrido na indica

ção do seu nome para Ministro da Edu cação e Saúde, abandona u direção na cional do Partido Republicano, para con

sagrar-se à advocacia c ao publicismo.'

ri

Dario de Almeida Magalliílães é advo- '

gado de realce na capital do Pais. Exer- >|

cc a profissão com a maior probidade. v Examina as questões que lhe são çntre- o


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Com atividade precípua e ininterrupl-i

no jornalismo, transfere-se para o Rio de Janeiro. Benjamim da Câmara Federal,

Econômico

do papel destacado por si-iis pronuncia

republicanos ser dc Lafaíelo ou do Vis

mentos cm favor da liberdade, da ordem

conde dc Oino I^roto.

jurídica, dos direitos do advogado. \E

para a qual fora eleito, ingres.sa na Co missão de Justiça e preside a Comissão Especial encarregada de elaborar "a lei orgânica da imprensa". Em plenário,

ticipação cio Durio de Almeida Maga lhães. Os votos que proferiu, no eclipse

impressiona seus pares com os discursos

do Direito, traçaram roteiros do dever

ardorosos em defesa de Antônio Carlos,

tôdas essas manifestações ou foram de iniciativa, on contaram com a ativa par

para o advogado, na defesa dos interês-

a cujo grupo se filiou, em franci rebel dia contra o Palácio da Liberdade. Em penha desusado esforço, na tribuna e jia

í;cs coletivos e individuais. A análise do

imprensa, em prol da candídatma dc

dadeira democracia,

Armando de Sales 0]i\'eira à Presidên

cia da República, como membro funda

dor do Partido Democrata Progressista, orientado pelo Andrada insigne. Amos

tra do prestígio intelectual conquistado

pelo jo\em político é □ fato de ter sido

autor do programa do novel Partido, que recruta\'a na direção homens experimen tados na vida pública e de \ alia cultural.

E' que sempre foi refletido, de juízo assente de.sde a mais verde adolescência.

Com o golpe de Estado de 1937, en-

DiOESTd Eciünó.mico

caso Sobral Pinto, inserto neste volume,

ó lição dc coragem cívica, define a ver atc.stado de "so

branceria da classe", na opinião consa-

gradora dc Mendes Pimtmtol. O Manifesto Mineiro, documento his

tórico, pelo significado, pelo prestígio

O pseudônimo do Dario dc Almeida

Magalhães revelava uma intenção, que o preâmbulo da carta confirmava: o autor queria exprimir menos a sua opi nião do que transmitir o sentimento co letivo, sob a forma de clamor popular

nea, mas a campanha aberta pela elei ção presidencial só veio a irromper qua se um ano depois, ou seja em fevereiro dc 1945.

Muita cousa constitui acontecimentos. Há ad

ro na afirmativa de que

provisão

dc

mo de luta e de tanta vibração patrióti

t:a dc Timandro" — assim se crismara

ca.

Representando, no Conselho Fede

ral da Ordem dos Advogados, a Seção de Minas, investidora eletiva dc elevada

dignidade, sua atuação naquele órgão foi das mais eficientes, pela facúndia, espírito polêmico, assiduidade, bravura c tirocínio de assembléias. Nos primór-

se formularam

sobre a identidade do

Militar", com cabimento podcr-sc-á di

do Almeida Magalhães.

Saliente o papel que lhe coube na

autò;, oculto sob o pseudônimo com que Sales Tones Homem assinara o fa

campanha do Brigadeiro Eduardo Go

moso "Libelo do Povo".

pricbor.. em que c fértil a nossa débil de

Atribuíram,

uns, sua autoria, a João Mangabeira. A Afonso Pena Júnior, outros.

Renovava-se a curiosidade despertada

mes . Não obstante, por um desses camocracia, não SC elegeu deputado pelo seu Estado Natal, o que acarretou sen-

tou5 afinal, a derrocada do Estado No vo, o Conselho Federal xla Ordem trans

com a publicação das cartas políticas

.sível desfalque cultural da bancada mi neira, esplendente, outrora, com "O Jar

assinadas — Frederico de S — na Revista

dim da Infância".

formou-se em trincheira de antiditato-

do Portugal, de autoria dc Eduardo Prado e que a princípio supunham os

Não SC desinteressou, porém, da vida pública. Pelas colunas do "Correio

dios da agitação política de que resul-

riais o levitas da justiça, desempenhan

atmosfera moral cm que surgiram. O ar-

tigo, porém, pode ficar, como documen to do homem, como modêlo dc jornalís tica, como cstalão de

lógica, de linguagem, de erudição, de saber".

Paradigmas no gênero, são os que, dc forma escoiToita, publicou no "Correio

Paulistano",

£(M)rc a "A autoria da

passagem dc Batista Pe

zer: o Junius que flagelara o governo de Jorge III na Inglaterra, estimulando as energias abatidas, ressuscitara em Dario

Várias conjcctura.s

n impressão que ditou os artigos, a atua lidade palpitante a que obedeceram, a

me. Recordando-sc uma

tar fé de ofício rcveladora de tanto ani

aquêle documento.

gundo Ramalliü Ortigão. "E' exato —

a impressão causada por êssc panfleto foi enor

ra dc então, General Eurico Dutra. Muito se comentou, na época, a "Cav-

• da direção de grande rede de jornais, raros homens públicos poderão apresen

Dario do Almeida Magalhães não pos

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alcance. Náo bá exage

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ti'avaram cm torno da futura Constitui ção.

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situação. Se bem lioiuesse se afastado

analisou com serenidade,

competência e lucidez os debates que se

A carta é do período cm (pie já se assinalava muita impaciência subterrâ

resultado da fusão cio escrito por êle Franco c Odilon Braga. Em abril de 1944 — em plena dita dura — começou a circular no Rio (o

sob o mesmo pseudônimo de

"Timandro",

caracteriza o homem de imprensa, se

vertências de profimdíí

Virgílio de Melo

meses,

— o de verdadeiro "libelo do povo".

das assinaturas, pela repercussão que obteve, pela iniliiência que exerceu, foi propo.sto com os dc

Paulistano", diariamente, durante vários

Arte

de

Furtar",

era

louvor à obra raonumental e definitiva de

Afonso Pena Júnior, e "Flor do pânta no", cm que, com invulgar energia, pro-

fligou um escândalo administrativo. Neste volume, em que se recolhem ar

tigos dispersos, lançados de Washington, o leitor verificará o acerto daquela ob servação .

Com o incidente ocorrido na indica

ção do seu nome para Ministro da Edu cação e Saúde, abandona u direção na cional do Partido Republicano, para con

sagrar-se à advocacia c ao publicismo.'

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Dario de Almeida Magalliílães é advo- '

gado de realce na capital do Pais. Exer- >|

cc a profissão com a maior probidade. v Examina as questões que lhe são çntre- o


80

Dicrsto EcoNÓKnco

gues, com o máximo cuidado e minú

Dicesto Económic*

81

cia, investigando a doutrina e a juris

que .se defrontam como expressão de.

se com os doutrinndores.

duas mcntalidadcs inassiniilávcls. Sobre-

prudência com ânimo de pesquisador. Quando emite parcceres, função mais

tudo no terreno econômico, no que diz

que a Economia Política é muito inais arte e empirismo do que ciência, aceita,

surgem.

respeito aos problemas de governo, as

nas suas observações, a .supremacia dos.

repercussões dos acontecimentos e fe

fatos Mibrc os princípio.s abstratos em que se pretende enquadrá-los.

da exemplos de idealismo que, imitados, hão de dar a todos os que se preocupam

aparentada com a judicalura do que com a advocacia, o empcnlio em tudo escol-

drinhaí, antes de formular juízo defini tivo, chega a e.xtremos: convicção de

quem ler, por exemplo, o irrespondível parecer

sobre a natureza jurídica do

SESl.

Suas qualidades primaciais como vin-

dicador do Direito são a tenacidade inquebrantável e a inconformidade com

exigências infundadas da máquina judi ciaria. Com que denôdo enche páginas

^ e paginas, sem ser proli.xo, para defen

der o direito de não fazer o que a lei

nao obriga, ainda quando irrisório, para o constituinte, o interesse envolvido na lido!

Realizou Dario de Almeida Maga

lhães, com êxito, uma conferência sôbre "A experiência Roosevelt" no Instituto de Economia das entidades de classe do comércio de São Paulo. A direção do

"Oigesto Econômico", desejando discubi" nes.se men.sário os magnos problemas do momento, tais como os apresentam os mais autorizados instrumentos de di

nômenos verificados cm cada país sô bre os outros são intensas, imediatas, e

Entendendo

Não foram poucos os ensaios que es

cada um de nós sofre na sua própria

creveu para o "Digcsto Econômico", sob

existência indi\'idual.

Acompanhar a vida daquelas naç-ões

a denominação genérica de "Temas c problemas em debate". A súmula do

cuja presença domina o cenário do mundo é, assim, uma necessidade de

seu pensamento sôbre a falibilidade da ciência econômica está, todavia, con

ordem espiritual e .social de que nenhum

mais estimulante.s par* as gerações que O Educador exalta Homens. Desven

com o futuro da nossa terra a certeza

do valor da nossa raça. E' a mais bela •lição deste livro.

No c.xercíoio honesto da profissão de advogado, professor e jornalista, há um característico comum que lhe confere o melhor titulo dc nobreza e o mais alto

homem hoje pode libertar-se sem gra

densada em "A Crise e as suas inter

padrão de dignidade :

pretações",

ves riscos.

eminentemente social. Todas as três, cm

não caducam.

Há uma identidade funda

mental dc fenômenos c problemas, a cujo desdobramento devemos estar aten tos, para recolhermos as lições do uma

experiência indispensável às decisões

repleno de verdades que

O "Digesto Econômico" acolheu as

a sua função

essência, constituem "munus" público. O advogado, litigando no pretório,

conferências que na íntegia vêm repro

dirimindo as controvérsias, editando ou

duzidas neste volume.

interpretando a lei, o que busca não é

O curso sôbre a evolução constitucio

impor à vida a imobilidade do texto le-

que precisamos tomar, tendo em conta,

nal e política do Brasil foi realizado na

naturalmente, as peculiaridades irredu tíveis de cada país!'.

Universidade de Montevidéu. Apresen

tante movimento, forma e alma de to

tando o quadro da aludida evolução —

das as rirtudes, sem a qual seria im

desdobrada em cerca de 130 anos —

possível a sociedade humana.

Recorreu-se às luzes, à experiência, à

acuidade de Dario de Almeida Maga

perante público estrangeiro, era neces

lhães, que se projetara, com aquele es tudo esmerado, como a pessoa indicada

sário ao dídata atender a duas cir

para debater, esclarecer e criticar os fe

rais, os traços culminantes; e ao mesmo tempo dar certas informações elemen

nômenos econômicos e políticos do dia.

cunstâncias : só oferecer as linhas ge

galj mas aquela justiça, viva e em cons

Não há como diferençar-se,

tares, sem as quais a matéria escaparia

trias teriam

com objetividade e brilho da missão que

à compreensão dos ouvinte.s, não fami

suas vertentes originais.

Desincumbiu-se

o

diserto

ensaísta

distin

guir-se o professor do jornalista, no alto magistério que ambos exercem. Por eles as nacionalidades vivem e progridem. Silenciosos ou corruptos, as pá poluídas e estancadas as

vulgação e de análise dos outros países,

se lhe atribuiu. Do ângulo de homem

liarizados com a História do Brasil. Ob

assim se pronunciou :

de governo, com a irresistível vocação

"A interpenetração e a interdepen dência da vida e dos problemas de tôdas as nações são, em nossos dias, cada

teve a leitura desses trabalhos aplauso.s dos mais autorizados jurisconsultos uru

guaios, como Eduardo Couture e Are-

foi fiel à sua vocação profunda, o que

chaga. Êste assinalou, em discurso, que-

Vez mais sensíveis e profundas. Vivenios no plano internacional, malgrado os

da coisa pública que o individualiza, analisou problemas vitais, como os do petróleo, comunismo, trabalhismo, sin dicalismo, intervenção do Estado, segu ros, preços e salários. Plano Marshall,

jurisprudência, ao professorado e ao jor nalismo, Dario de Almeida Magalhães dá à sua existência alevantada e afir mativa autenticidade.

surtos violentos dos nacionalismos exa

nacionalização de indústrias.

Sem ser

í) constituciohalísta bra.sileiro luzira na cátedra da Faculdade.

cerbados que ainda persistem. Política,

um teórico'ou especialista em Economia

social e econòmicarhente, vivemos, real-

Política, pôs aguda inteligência, las-

niente, num "mundo só", não obstan

treada de rica e variada leitura, a ser viço da interpretação dos fatos, sem en-

A vida dos brasileiros eminentes, em outras páginas, evocada com tanta alma, com aquela "eloqüência lógica" de que fala Charpentier, contém ensinamentos cívicos dos mais preciosos e constitui

leaj--se nas doutrinas nem impressionar-

alimento espiritual indispensável,, dos

te a inquietadora separação das supre mas fôrças de comando em dois blocos,

Ao dedicar a atividade profissional à

Quem lhe traçar a biografia e, por tanto, unificar em um sistema as varia

ções de sua vida — essa é no dizer de

Ortega y Gasset a arte do biógrafo — verá surgir, na sua figura e na sua obra, o perfil e a ação de um legítimo homem público.


80

Dicrsto EcoNÓKnco

gues, com o máximo cuidado e minú

Dicesto Económic*

81

cia, investigando a doutrina e a juris

que .se defrontam como expressão de.

se com os doutrinndores.

duas mcntalidadcs inassiniilávcls. Sobre-

prudência com ânimo de pesquisador. Quando emite parcceres, função mais

tudo no terreno econômico, no que diz

que a Economia Política é muito inais arte e empirismo do que ciência, aceita,

surgem.

respeito aos problemas de governo, as

nas suas observações, a .supremacia dos.

repercussões dos acontecimentos e fe

fatos Mibrc os princípio.s abstratos em que se pretende enquadrá-los.

da exemplos de idealismo que, imitados, hão de dar a todos os que se preocupam

aparentada com a judicalura do que com a advocacia, o empcnlio em tudo escol-

drinhaí, antes de formular juízo defini tivo, chega a e.xtremos: convicção de

quem ler, por exemplo, o irrespondível parecer

sobre a natureza jurídica do

SESl.

Suas qualidades primaciais como vin-

dicador do Direito são a tenacidade inquebrantável e a inconformidade com

exigências infundadas da máquina judi ciaria. Com que denôdo enche páginas

^ e paginas, sem ser proli.xo, para defen

der o direito de não fazer o que a lei

nao obriga, ainda quando irrisório, para o constituinte, o interesse envolvido na lido!

Realizou Dario de Almeida Maga

lhães, com êxito, uma conferência sôbre "A experiência Roosevelt" no Instituto de Economia das entidades de classe do comércio de São Paulo. A direção do

"Oigesto Econômico", desejando discubi" nes.se men.sário os magnos problemas do momento, tais como os apresentam os mais autorizados instrumentos de di

nômenos verificados cm cada país sô bre os outros são intensas, imediatas, e

Entendendo

Não foram poucos os ensaios que es

cada um de nós sofre na sua própria

creveu para o "Digcsto Econômico", sob

existência indi\'idual.

Acompanhar a vida daquelas naç-ões

a denominação genérica de "Temas c problemas em debate". A súmula do

cuja presença domina o cenário do mundo é, assim, uma necessidade de

seu pensamento sôbre a falibilidade da ciência econômica está, todavia, con

ordem espiritual e .social de que nenhum

mais estimulante.s par* as gerações que O Educador exalta Homens. Desven

com o futuro da nossa terra a certeza

do valor da nossa raça. E' a mais bela •lição deste livro.

No c.xercíoio honesto da profissão de advogado, professor e jornalista, há um característico comum que lhe confere o melhor titulo dc nobreza e o mais alto

homem hoje pode libertar-se sem gra

densada em "A Crise e as suas inter

padrão de dignidade :

pretações",

ves riscos.

eminentemente social. Todas as três, cm

não caducam.

Há uma identidade funda

mental dc fenômenos c problemas, a cujo desdobramento devemos estar aten tos, para recolhermos as lições do uma

experiência indispensável às decisões

repleno de verdades que

O "Digesto Econômico" acolheu as

a sua função

essência, constituem "munus" público. O advogado, litigando no pretório,

conferências que na íntegia vêm repro

dirimindo as controvérsias, editando ou

duzidas neste volume.

interpretando a lei, o que busca não é

O curso sôbre a evolução constitucio

impor à vida a imobilidade do texto le-

que precisamos tomar, tendo em conta,

nal e política do Brasil foi realizado na

naturalmente, as peculiaridades irredu tíveis de cada país!'.

Universidade de Montevidéu. Apresen

tante movimento, forma e alma de to

tando o quadro da aludida evolução —

das as rirtudes, sem a qual seria im

desdobrada em cerca de 130 anos —

possível a sociedade humana.

Recorreu-se às luzes, à experiência, à

acuidade de Dario de Almeida Maga

perante público estrangeiro, era neces

lhães, que se projetara, com aquele es tudo esmerado, como a pessoa indicada

sário ao dídata atender a duas cir

para debater, esclarecer e criticar os fe

rais, os traços culminantes; e ao mesmo tempo dar certas informações elemen

nômenos econômicos e políticos do dia.

cunstâncias : só oferecer as linhas ge

galj mas aquela justiça, viva e em cons

Não há como diferençar-se,

tares, sem as quais a matéria escaparia

trias teriam

com objetividade e brilho da missão que

à compreensão dos ouvinte.s, não fami

suas vertentes originais.

Desincumbiu-se

o

diserto

ensaísta

distin

guir-se o professor do jornalista, no alto magistério que ambos exercem. Por eles as nacionalidades vivem e progridem. Silenciosos ou corruptos, as pá poluídas e estancadas as

vulgação e de análise dos outros países,

se lhe atribuiu. Do ângulo de homem

liarizados com a História do Brasil. Ob

assim se pronunciou :

de governo, com a irresistível vocação

"A interpenetração e a interdepen dência da vida e dos problemas de tôdas as nações são, em nossos dias, cada

teve a leitura desses trabalhos aplauso.s dos mais autorizados jurisconsultos uru

guaios, como Eduardo Couture e Are-

foi fiel à sua vocação profunda, o que

chaga. Êste assinalou, em discurso, que-

Vez mais sensíveis e profundas. Vivenios no plano internacional, malgrado os

da coisa pública que o individualiza, analisou problemas vitais, como os do petróleo, comunismo, trabalhismo, sin dicalismo, intervenção do Estado, segu ros, preços e salários. Plano Marshall,

jurisprudência, ao professorado e ao jor nalismo, Dario de Almeida Magalhães dá à sua existência alevantada e afir mativa autenticidade.

surtos violentos dos nacionalismos exa

nacionalização de indústrias.

Sem ser

í) constituciohalísta bra.sileiro luzira na cátedra da Faculdade.

cerbados que ainda persistem. Política,

um teórico'ou especialista em Economia

social e econòmicarhente, vivemos, real-

Política, pôs aguda inteligência, las-

niente, num "mundo só", não obstan

treada de rica e variada leitura, a ser viço da interpretação dos fatos, sem en-

A vida dos brasileiros eminentes, em outras páginas, evocada com tanta alma, com aquela "eloqüência lógica" de que fala Charpentier, contém ensinamentos cívicos dos mais preciosos e constitui

leaj--se nas doutrinas nem impressionar-

alimento espiritual indispensável,, dos

te a inquietadora separação das supre mas fôrças de comando em dois blocos,

Ao dedicar a atividade profissional à

Quem lhe traçar a biografia e, por tanto, unificar em um sistema as varia

ções de sua vida — essa é no dizer de

Ortega y Gasset a arte do biógrafo — verá surgir, na sua figura e na sua obra, o perfil e a ação de um legítimo homem público.


Dicesto Econômico

tores da xida nacional, começando pelo

Citamos êsse trecho apenas a título

o ?l\m QIJ1^QIJE^/\L /\RGE^TI^O

Tuclhoranienlo do falor demográfico, mediante a extensão dos serviços sociais, a

documental. Notemos, entrelanto, que u aspiração de ver realizada uma pátria

Geraldo O. Banaskiw riv,

imigração orientada, a elelrificação do mcio rural, a proteção das indústrias nascentes por intermédio de adeêpiadas tarifas alfandegárias, o reaparelbamcnto do.s meios dc transporte, a criação dc

soberana e senhora do seu destino económico é também inerente a todos os brasileiros. Fiéis à nossa tradição liberal, esperamos que nosso país consiga essa independência por meios que dei-

forçaremos por traçar aqui, o mais exa

ii.'a marinha mercante e dc uma frota aérea, inclu.si\c uma ampla refonna agrária. Procurando resol\'er êsses problemas, nossa vizinha do Sul quer libcrtar-sc da

xcm à economia privada posição bem maior que a prevista no plano argentino. Percorrendo as 127 páginas da mensagcm presidencial que apresentou o

tamente possível, as inlcnçoe.s desse Pla no Qüinqüenal.

dependência econômica do seu país, si-

Plano Qüinqüenal ao Congresso argen-

tuação que perturba o e.spírito de seus

tino, nota-se a preponderância dos pro-

clirigcntcs.

blcmas militares, que parecem estar na

Ooi5 A DENOMINAÇÃO cic "PaíSCS A. B.

C." a terminologia

política euro-

pcia dc antes da guerra de.signa\'a a parX te meridional da América Latina, o Bra

tar o especial inteièsse dos brasileiros, que há alguns decênios discutem o me,Ihor meio de chegar-se a uma rápida industriali/^ação.

Por isso o cuidadoso

sil, a Argentina c o Chile, como a área

estudo dos métodos adotados pela Ar

mais adiantada do nossí) Continente. E

gentina facultará algumas lições à nossa própria evolução. Dêsse modo nos es

do fato, os três países evidenciavam, pe la sua posição geográfica, total ou par cialmente situada na zona temperada, uma relativa similitude nos seus proble mas econômicos, permitindo aos espe

cialistas considerá-los em conjunto, nas

A inclusão do Chile,

o menor dos

paí.ses do "A. B. C.", do ponto dc vista

Quando o Plano Qüinqüenal foi apre-

base de todas as medidas de ordem eco-

geográfico, neste estudo, justiííca-se pe

scntado ao Congresso, o coronel Peron

que prevaleceu até o começo das hosti

la conclusão de um acordo comercial en

declarou cnfáticameiitc: — "Em 1810

lidades na Europa, foi modificado pela política muito individual adotada pela

tre os governos dc Santiago e dc Buenos Aires, suprimindo parcialmente as bar

oblí\emos nossa autonomia

agora vamos realizar nossa indepondên-

um país constitui seu poderio militar e

reiras alfandegárias, de modo a dar um passo decisivo para a rcalizi^çao da po

cia econômica. Ao comparar essas duas

a cuidadosa leitura do texto inspira uma

formas xdc independência não sei qual

certa comparação com as manifestações

suas apreciações.

Êsse modo de ver,

Argentina nos idtimos seis anos, disso ciando nitidamente sua evolução da do

Brasil e Chile. Essa tendência argentina manifesta-se

na

lítica da "Cordilheira Livre", aspiração íntima, mas ain-

política e

nóinica consideradas, Sob diferentes variações encontra-se o

axioma de que o potencial industrial de

das dua.s ô melhor. No Parlamento dc

de Von der Beck, por ocasião de sua vi-

um país estrangeiro, dizia uni legislador que a Argentina era a melhor colònia dc seu país, pois se governa\'a a si

sita a Washington, em 1947, quando êle falava em uma hegemonia de fato que o seu país exerceria sobre o Continente

progressiva liqui

da não satisfeita,

dação da dívida

de todos os go

externa, no res

vernos cbilenos c

mesma. E isso era a verdade, infeliz-

sul-americano, baseando-se nas seguin-

gato das estradas de ferro e de ou

argentinos desde

mente..

tes cifras:

o

tros serviços pú

blicos entregues a entidades

geiras

e,

cipalmente

estran

prin

transformação do

país, que de de

começo

do

(em porcentagem)

O plano argen tino, que i^revê a

despesa de 30 bi lhões de cruzeiros

(6.662,7

de

milhões

pesos) num

na parece não querer limitar-se nesse

período de 5 anos, entrou em \igor em janeiro de 1948, e introduz nas estatísti

rumo, porque o seu govôvno agora pre

cas da economia latino-americana alga-

tende acelerar a industrialização do pais

rismo.s de elevação até agora desconheci da. É inútil registrar que a amplitude do projeto c tal que atinge todos os SC-

vedor passou a credor. Mas a Argenti

mediante o Plano Qüinqüenal. Não seria preciso mais para desper-

Atividade econômica argentina cotnparada com a de tôdo a América do'Sul

.século.

Argentina

América do Sul

1) Comércio exterior 2) Consumo de petróleo

37% 50%

53% 50%

.3) Passageiros e fretes transportados por via férrea

45%

4) Caminhões c automóveis 5) Reservas-ouro declaradas

55% 60%

6) Produção de lã

55% '

45% 40%

•. .

68%

32%

7) Produção de trigo e cereais 8) Produção de carne

60% 56 %

40% 44 %

, 55%

45%

44%

56%

9) Consumo de papel de impressão ... 10) Atividades postais e telefônicas e nú mero de T. S. F

^


Dicesto Econômico

tores da xida nacional, começando pelo

Citamos êsse trecho apenas a título

o ?l\m QIJ1^QIJE^/\L /\RGE^TI^O

Tuclhoranienlo do falor demográfico, mediante a extensão dos serviços sociais, a

documental. Notemos, entrelanto, que u aspiração de ver realizada uma pátria

Geraldo O. Banaskiw riv,

imigração orientada, a elelrificação do mcio rural, a proteção das indústrias nascentes por intermédio de adeêpiadas tarifas alfandegárias, o reaparelbamcnto do.s meios dc transporte, a criação dc

soberana e senhora do seu destino económico é também inerente a todos os brasileiros. Fiéis à nossa tradição liberal, esperamos que nosso país consiga essa independência por meios que dei-

forçaremos por traçar aqui, o mais exa

ii.'a marinha mercante e dc uma frota aérea, inclu.si\c uma ampla refonna agrária. Procurando resol\'er êsses problemas, nossa vizinha do Sul quer libcrtar-sc da

xcm à economia privada posição bem maior que a prevista no plano argentino. Percorrendo as 127 páginas da mensagcm presidencial que apresentou o

tamente possível, as inlcnçoe.s desse Pla no Qüinqüenal.

dependência econômica do seu país, si-

Plano Qüinqüenal ao Congresso argen-

tuação que perturba o e.spírito de seus

tino, nota-se a preponderância dos pro-

clirigcntcs.

blcmas militares, que parecem estar na

Ooi5 A DENOMINAÇÃO cic "PaíSCS A. B.

C." a terminologia

política euro-

pcia dc antes da guerra de.signa\'a a parX te meridional da América Latina, o Bra

tar o especial inteièsse dos brasileiros, que há alguns decênios discutem o me,Ihor meio de chegar-se a uma rápida industriali/^ação.

Por isso o cuidadoso

sil, a Argentina c o Chile, como a área

estudo dos métodos adotados pela Ar

mais adiantada do nossí) Continente. E

gentina facultará algumas lições à nossa própria evolução. Dêsse modo nos es

do fato, os três países evidenciavam, pe la sua posição geográfica, total ou par cialmente situada na zona temperada, uma relativa similitude nos seus proble mas econômicos, permitindo aos espe

cialistas considerá-los em conjunto, nas

A inclusão do Chile,

o menor dos

paí.ses do "A. B. C.", do ponto dc vista

Quando o Plano Qüinqüenal foi apre-

base de todas as medidas de ordem eco-

geográfico, neste estudo, justiííca-se pe

scntado ao Congresso, o coronel Peron

que prevaleceu até o começo das hosti

la conclusão de um acordo comercial en

declarou cnfáticameiitc: — "Em 1810

lidades na Europa, foi modificado pela política muito individual adotada pela

tre os governos dc Santiago e dc Buenos Aires, suprimindo parcialmente as bar

oblí\emos nossa autonomia

agora vamos realizar nossa indepondên-

um país constitui seu poderio militar e

reiras alfandegárias, de modo a dar um passo decisivo para a rcalizi^çao da po

cia econômica. Ao comparar essas duas

a cuidadosa leitura do texto inspira uma

formas xdc independência não sei qual

certa comparação com as manifestações

suas apreciações.

Êsse modo de ver,

Argentina nos idtimos seis anos, disso ciando nitidamente sua evolução da do

Brasil e Chile. Essa tendência argentina manifesta-se

na

lítica da "Cordilheira Livre", aspiração íntima, mas ain-

política e

nóinica consideradas, Sob diferentes variações encontra-se o

axioma de que o potencial industrial de

das dua.s ô melhor. No Parlamento dc

de Von der Beck, por ocasião de sua vi-

um país estrangeiro, dizia uni legislador que a Argentina era a melhor colònia dc seu país, pois se governa\'a a si

sita a Washington, em 1947, quando êle falava em uma hegemonia de fato que o seu país exerceria sobre o Continente

progressiva liqui

da não satisfeita,

dação da dívida

de todos os go

externa, no res

vernos cbilenos c

mesma. E isso era a verdade, infeliz-

sul-americano, baseando-se nas seguin-

gato das estradas de ferro e de ou

argentinos desde

mente..

tes cifras:

o

tros serviços pú

blicos entregues a entidades

geiras

e,

cipalmente

estran

prin

transformação do

país, que de de

começo

do

(em porcentagem)

O plano argen tino, que i^revê a

despesa de 30 bi lhões de cruzeiros

(6.662,7

de

milhões

pesos) num

na parece não querer limitar-se nesse

período de 5 anos, entrou em \igor em janeiro de 1948, e introduz nas estatísti

rumo, porque o seu govôvno agora pre

cas da economia latino-americana alga-

tende acelerar a industrialização do pais

rismo.s de elevação até agora desconheci da. É inútil registrar que a amplitude do projeto c tal que atinge todos os SC-

vedor passou a credor. Mas a Argenti

mediante o Plano Qüinqüenal. Não seria preciso mais para desper-

Atividade econômica argentina cotnparada com a de tôdo a América do'Sul

.século.

Argentina

América do Sul

1) Comércio exterior 2) Consumo de petróleo

37% 50%

53% 50%

.3) Passageiros e fretes transportados por via férrea

45%

4) Caminhões c automóveis 5) Reservas-ouro declaradas

55% 60%

6) Produção de lã

55% '

45% 40%

•. .

68%

32%

7) Produção de trigo e cereais 8) Produção de carne

60% 56 %

40% 44 %

, 55%

45%

44%

56%

9) Consumo de papel de impressão ... 10) Atividades postais e telefônicas e nú mero de T. S. F

^


84

Dicbsto Econômico

Se o blefe do antigo chefe do Estadomaior argentino podia ser ignorado por motivo da escolha arbitrária oii, mesmo,

da falsidade das estatísticas, quem ana lisa o Plano Qüinqüenal tem a impressão

de que essa tentativa de economia pla nejada contém os mesmos elementos mencionados na declaração de Von der Beck.

Mudando o sentido da declaração de

Wasliington, pode-se dizer que ela ex pressa menos um fato do que um obje tivo — o de erigir a hegemonia argenti

na no Continente — e que o Plano Qüin qüenal seria o instrumento para realizar esse objetivo. Nos comentários oficiais

não se formula essa associação de idéias,

como aliás, os adeptos de Peron rejei tam - pelo menos formalmente - qual quer ligação com Von der Beck. A opo sição argentina não toca nas conseqüên cias políticas e militares do problema, contentando-se somente em criticar a iniciativa do governo no âmbito finan

ceiro, mas isso com um vigor que não deixa dúvida de que fala em nome de muitos argentinos, que não partilham o entusiasmo orientado para a realização

da independência econômica. Recentemente "La Nacion" assim se

expressou, fazendo alusão indireta ao Plano Qüinqüenal : Frente a Ia creciente intervención

dei Estado en Ias actividades privadas,

que en nuestro país caracteriza a Ia épo ca actual, cabe perguntar si ella signifi ca um mayor bienestar para sus habi tantes o, por el contrario, determina una menor capacidad de los mismos para satisfazer sus necesidades. Un rápido examen de Ia situacion de Ia Republica

permite afirmar, sin duda alguna que "Ias consecuencias de esta intervención

son prejudiciales",

y que- si cl Estado

persiste en perturbar los processos do producion y distribucion de bienes, me diante el desarollo do una accion absor-

bente que llega basta al monopolio, se originará dentro de uii plazo relati\-amcnle corto una situacion de serias con

secuencias políticas y sociales. El retro

cesso de lu iniciativa privada significa reducir cl ritmo de Ia producion, que primeo disminuye y luego se paraliza". Essa crítica visa à política econômica argentina em tôdas as suas manifesta ções, mesmo nas que não foram mencio

nadas. O libelo do grande órgão libe~ ral platino contra as fõrças intcrvencionistas do Estado, que procuram transfor mar progressivamente todos os setores da economia privada cm repartições pú blicas, teve enorme repercussão nos meios industriais e comerciais da Repú blica vizinha. Êles sentem diretamente as conseqüências dessa política, codifica

da no Plano Qüinqüenal, pela limitação dos seus próprios direitos, c receiam, instintivamente, complicações interna cionais. O nome de Von der Beck está

no espírito de todos. Definida a atitude da oposição argen tina perante o Plano Qüinqüenal, lirnitar-nos-emos, em seguida, a tratar dos

principais setores econômicos mencionadcs, na proporção das realizações e das possibilidades do nosso próprio pais. As fontes de energia

Como a industrialização não podo progredir sem um aumento paralelo do volume de energia disponível, as redu

zidas possibilidades de ampliar a produ ção petrolífera argentina incitaram os autores do Plano Qüinqüenal a conside-

DioEsrn

Econômico

rar o maior apro\'eItameiito das fôrças hidráulicas, como ponto essencial do Plano. Impõe-se, poróm, uma compa

85

gia, do que a República Argentina. Até certo ponto, isso é verdade; mas, não se

ração, nesse sentido, com o nosso país :

podo dizer que a nossa posição seja mais favorável que a da República vizi

Os combustíveis representam 16 ÍS do

nha a respeito de fontes de energia.

valor total das importações argentinas. No Brasil, essa poi-centagem não vai

além dc 9,5 i? . Desse confronto poder-

Ao contrário, o que se dá é que o Brasil é ainda um grande consumi dor de lenha, ao passo que a Argen

se-ia concluir que o Brasil depende me

tina consome sobretudo carvão e pe

nos d(j estrangeiro cm matéria dc ener

tróleo :

1'ontes de energia utilizadas na produção nacional Argentina

Brasil

Petróleo

36,2%

Carvão Lenha

23,2%

6,0% 8,7%

20,9%

84,0 %

Resíduos Gás natural

Energia hidrelétrica Vários

A lenha ó um combustível primitivo c acarreta a destruição das florestas, re-

'presenlando assim, freqüentemente, uma e.xploração parasitária dos recursos que a natureza pôs à disposição do homem.

10,8% 5,3% 0,3% 3,3%

1,3% —

neste setor é sensivelmente idêntica no

Brasil e na Argentina. Em 1937, a vizi

nha República produzia quase o dôbro do Brasil, mas nestes últimos anos, nos

A ela coube importante papel no início

so país conseguiu desfazer o atraso em que se achava. Entre 1937 e 1947, foi

da industrialização de todos os países europeus, mas seu uso foi-se reduzindo

de 115% o aumento da produção de energia elétrica no Brasil, índice que

até que passou a representar uma fra ção mínima das fontes de energia utili

no-americanos. Entretanto em números

zadas pela indústria. Portanto, deste ponto de vista, o confronto do consumo do energia no Brasil e na Argentina não c favorável ao nosso país.

ultrapassa o da maioria dos países lati absolutos, tanto a produção da Argenti na como a nossa é ainda inferior à do México.

O aumento do consumo de eletricida

A preponderância da lenha asseguranos, por enquanto, maior independência do estrangeiro, mas o prímitivismo que

tina foi o seguinte, entre 1937-1947 ;

seu consumo representa está fadado a

Aumento do Consumo dc Eletricidade

desaparecer.

Examinemos agora a questão da ener gia elétrica. Segundo os dados a res

peito, reunidos pela O.N.U, a produção

de nos principais países da América La

(entre 1937 e 1947) Mundo América Latina

+ -}-

72% 74%

'irttiiiiKir i i '^


84

Dicbsto Econômico

Se o blefe do antigo chefe do Estadomaior argentino podia ser ignorado por motivo da escolha arbitrária oii, mesmo,

da falsidade das estatísticas, quem ana lisa o Plano Qüinqüenal tem a impressão

de que essa tentativa de economia pla nejada contém os mesmos elementos mencionados na declaração de Von der Beck.

Mudando o sentido da declaração de

Wasliington, pode-se dizer que ela ex pressa menos um fato do que um obje tivo — o de erigir a hegemonia argenti

na no Continente — e que o Plano Qüin qüenal seria o instrumento para realizar esse objetivo. Nos comentários oficiais

não se formula essa associação de idéias,

como aliás, os adeptos de Peron rejei tam - pelo menos formalmente - qual quer ligação com Von der Beck. A opo sição argentina não toca nas conseqüên cias políticas e militares do problema, contentando-se somente em criticar a iniciativa do governo no âmbito finan

ceiro, mas isso com um vigor que não deixa dúvida de que fala em nome de muitos argentinos, que não partilham o entusiasmo orientado para a realização

da independência econômica. Recentemente "La Nacion" assim se

expressou, fazendo alusão indireta ao Plano Qüinqüenal : Frente a Ia creciente intervención

dei Estado en Ias actividades privadas,

que en nuestro país caracteriza a Ia épo ca actual, cabe perguntar si ella signifi ca um mayor bienestar para sus habi tantes o, por el contrario, determina una menor capacidad de los mismos para satisfazer sus necesidades. Un rápido examen de Ia situacion de Ia Republica

permite afirmar, sin duda alguna que "Ias consecuencias de esta intervención

son prejudiciales",

y que- si cl Estado

persiste en perturbar los processos do producion y distribucion de bienes, me diante el desarollo do una accion absor-

bente que llega basta al monopolio, se originará dentro de uii plazo relati\-amcnle corto una situacion de serias con

secuencias políticas y sociales. El retro

cesso de lu iniciativa privada significa reducir cl ritmo de Ia producion, que primeo disminuye y luego se paraliza". Essa crítica visa à política econômica argentina em tôdas as suas manifesta ções, mesmo nas que não foram mencio

nadas. O libelo do grande órgão libe~ ral platino contra as fõrças intcrvencionistas do Estado, que procuram transfor mar progressivamente todos os setores da economia privada cm repartições pú blicas, teve enorme repercussão nos meios industriais e comerciais da Repú blica vizinha. Êles sentem diretamente as conseqüências dessa política, codifica

da no Plano Qüinqüenal, pela limitação dos seus próprios direitos, c receiam, instintivamente, complicações interna cionais. O nome de Von der Beck está

no espírito de todos. Definida a atitude da oposição argen tina perante o Plano Qüinqüenal, lirnitar-nos-emos, em seguida, a tratar dos

principais setores econômicos mencionadcs, na proporção das realizações e das possibilidades do nosso próprio pais. As fontes de energia

Como a industrialização não podo progredir sem um aumento paralelo do volume de energia disponível, as redu

zidas possibilidades de ampliar a produ ção petrolífera argentina incitaram os autores do Plano Qüinqüenal a conside-

DioEsrn

Econômico

rar o maior apro\'eItameiito das fôrças hidráulicas, como ponto essencial do Plano. Impõe-se, poróm, uma compa

85

gia, do que a República Argentina. Até certo ponto, isso é verdade; mas, não se

ração, nesse sentido, com o nosso país :

podo dizer que a nossa posição seja mais favorável que a da República vizi

Os combustíveis representam 16 ÍS do

nha a respeito de fontes de energia.

valor total das importações argentinas. No Brasil, essa poi-centagem não vai

além dc 9,5 i? . Desse confronto poder-

Ao contrário, o que se dá é que o Brasil é ainda um grande consumi dor de lenha, ao passo que a Argen

se-ia concluir que o Brasil depende me

tina consome sobretudo carvão e pe

nos d(j estrangeiro cm matéria dc ener

tróleo :

1'ontes de energia utilizadas na produção nacional Argentina

Brasil

Petróleo

36,2%

Carvão Lenha

23,2%

6,0% 8,7%

20,9%

84,0 %

Resíduos Gás natural

Energia hidrelétrica Vários

A lenha ó um combustível primitivo c acarreta a destruição das florestas, re-

'presenlando assim, freqüentemente, uma e.xploração parasitária dos recursos que a natureza pôs à disposição do homem.

10,8% 5,3% 0,3% 3,3%

1,3% —

neste setor é sensivelmente idêntica no

Brasil e na Argentina. Em 1937, a vizi

nha República produzia quase o dôbro do Brasil, mas nestes últimos anos, nos

A ela coube importante papel no início

so país conseguiu desfazer o atraso em que se achava. Entre 1937 e 1947, foi

da industrialização de todos os países europeus, mas seu uso foi-se reduzindo

de 115% o aumento da produção de energia elétrica no Brasil, índice que

até que passou a representar uma fra ção mínima das fontes de energia utili

no-americanos. Entretanto em números

zadas pela indústria. Portanto, deste ponto de vista, o confronto do consumo do energia no Brasil e na Argentina não c favorável ao nosso país.

ultrapassa o da maioria dos países lati absolutos, tanto a produção da Argenti na como a nossa é ainda inferior à do México.

O aumento do consumo de eletricida

A preponderância da lenha asseguranos, por enquanto, maior independência do estrangeiro, mas o prímitivismo que

tina foi o seguinte, entre 1937-1947 ;

seu consumo representa está fadado a

Aumento do Consumo dc Eletricidade

desaparecer.

Examinemos agora a questão da ener gia elétrica. Segundo os dados a res

peito, reunidos pela O.N.U, a produção

de nos principais países da América La

(entre 1937 e 1947) Mundo América Latina

+ -}-

72% 74%

'irttiiiiKir i i '^


)IIM

«VPiPP^ Dicesto Econômico

80

87

DlCliSTO Ecünó>uco

Argentina

53 ít

+

Brasil ...

115%

Nícxico ..

93%

E' intcrcssanle èslc oiilro confronto cio clcscn\'olvíiTifnto do consumo de ele

tricidade nos Irès países :

Con-simio dc energia elétrica Médias mensais — (em milhões de kwh) Argentina

rior a posição do Brasil. Mas precisamos ct)nsiderar fpie a prodvição de eletrici dade nos dois países resulta de proces-

no maior consumo do setor-industrial,

so.s diferentes: na Argentina, a produ

gia pela indústria é, na Argentina, 15% inferiof ao do Brasil, segundo as cstima-

ção provém, sobretudo, de nsina.s ténni-

Brasil

A/c'.v»cí>

Mundo

83 93 101

207

29.930 30.280 33.140

cas; entre nós de usinas hidráulicas :

Ante.s da guerra : 1937

' 183

1938 1939

205

209

205

254

279

1948

169 183

276 300

204

331

Conc/íí-sões

46.030 51.280 55.950

Hidrelétrica

Argentina

81 %

19%

Os princípios que vêm sendo postos cm prótica no terreno econômico pelo

México .

46%

54%

governo de Buenos Aires não são prò-

..

priamenlc novos; na América Latina, cidade,

;,.

255

fevereiro março

253

abril maio

193 221 220 218

274

junho

231 228

82%

Portanto, em sua produção de eletri

1949 :

janeiro

363 ) 344 ) 382 ) 349 ) 369 ) 355 )

li\as publicadas por "Thc Stalist". Eis uma indicação perfeitamente aceitável-

Térm ica 18 %

Brasil .....

mado isoladamente, o consumo de ener

Produção dc eletricidade

Depois da guerra : 1946 1947

mas no da agricultura mecanizada. To

a Argentina consome grande

quantidade de carvão c petróleo. Para que o confronto entre o Brasil e aquele país SC torne, mais exato, é preciso des

58.710

57.210

{") Dados trimestrais.

porém, a Argentina é o primeiro país a aplicá-los em larga escala. Seria, sem dúvida algiuna, interes sante estabelecer um confronto com o

progresso da industrialização no Brasil,

contar éssc consumo. Melhor ainda, po

quc^ tem obedecido a métodos bem dife

de considerar-se

rentes.

apenas o volume de

eletricidade hidrelétrica produzida no

Apesar dos nossos projetos dc plani-

vizinho país. Deste modo, chega-se à seguinte conclusão: o consumo de car

ficação, ainda permanece alto entre nós o grau de liberdade de ação da econo

vão é idêntico nos dois países; no con-

mia privada, o que permite largueza de

E' interessante assinalar que os nú

A revista "VVorld Petrolemn" publica,

.sumo dc petróleo, a Argentina predomi

movimentos ao livre empreendimento.

meros do quadro supra, no que se refe

na, c no consumo dc eletricidade cabe-

rem ao Brasilj concernem apenas ao con

em seu número de janeiro de 1949, es timativas segundo as quais o consumo

nos o primeiro posto.

Poucos países, atualmente, fornecem melhor ambiente que o Brasil á livre

sumo de São Paulo e Rio. Ora, como o

anual argentino c dc 52 milhões dc

Sem nos aventurarmos a um confron

iniciativa.

O confronto entre os dois

tambores. O consumo brasilciio nao vai

to das três fontes dc energia, tendo por

países revela as diferenças existentes en

1949 o Brasil consumia tanta eletricida

além de 20 milhões de tambores. Do confronto das trés grandes fontes

base as calorias representadas por cada uma delas, cremos poder estimar as dis

fins econômicos deixando que os acon

de quanto a Argentina.

de energia obtcm-sc os seguintes índices

ponibilidades energéticas da Argentina

Portanto, em matéria de eletricidade, equilibram-se as situações das duas na ções. O mesmo se pode dizer do car-

do consumo :

como sendo 10% maiores que as do Bra

^'ão, cujo consumo se eleva a 3,3 mi

Eletricidade

resto do país consome cerca de 20 % do total nacional, pode-se dizer que em

sil, mas com nítida tendência dc aumen

tre um pais que procura atingir seus tecimentos sigam livremente seu curso e um outro que subordina inteiramente a economia privada às exigências dos

Brasil

to no nosso país. A atual superioridade

planos concebidos nos gabinetes de três

lOÚ

100

da República platina reside, aliás, não

Ministérios.

lhões de toneladas em nosso país e a

Carvão

.. •

100

100

cerca de 3,8 milhões dc toneladas na

Petróleo ..

100

40

República Argentina. E quanto ao petróleo ? Neste setor, é incontestável a superioridade argentina.

O observador apressado concluiria, do exame do quadro supra, que é infe-

Argentina

1*lt 1 1


)IIM

«VPiPP^ Dicesto Econômico

80

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DlCliSTO Ecünó>uco

Argentina

53 ít

+

Brasil ...

115%

Nícxico ..

93%

E' intcrcssanle èslc oiilro confronto cio clcscn\'olvíiTifnto do consumo de ele

tricidade nos Irès países :

Con-simio dc energia elétrica Médias mensais — (em milhões de kwh) Argentina

rior a posição do Brasil. Mas precisamos ct)nsiderar fpie a prodvição de eletrici dade nos dois países resulta de proces-

no maior consumo do setor-industrial,

so.s diferentes: na Argentina, a produ

gia pela indústria é, na Argentina, 15% inferiof ao do Brasil, segundo as cstima-

ção provém, sobretudo, de nsina.s ténni-

Brasil

A/c'.v»cí>

Mundo

83 93 101

207

29.930 30.280 33.140

cas; entre nós de usinas hidráulicas :

Ante.s da guerra : 1937

' 183

1938 1939

205

209

205

254

279

1948

169 183

276 300

204

331

Conc/íí-sões

46.030 51.280 55.950

Hidrelétrica

Argentina

81 %

19%

Os princípios que vêm sendo postos cm prótica no terreno econômico pelo

México .

46%

54%

governo de Buenos Aires não são prò-

..

priamenlc novos; na América Latina, cidade,

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fevereiro março

253

abril maio

193 221 220 218

274

junho

231 228

82%

Portanto, em sua produção de eletri

1949 :

janeiro

363 ) 344 ) 382 ) 349 ) 369 ) 355 )

li\as publicadas por "Thc Stalist". Eis uma indicação perfeitamente aceitável-

Térm ica 18 %

Brasil .....

mado isoladamente, o consumo de ener

Produção dc eletricidade

Depois da guerra : 1946 1947

mas no da agricultura mecanizada. To

a Argentina consome grande

quantidade de carvão c petróleo. Para que o confronto entre o Brasil e aquele país SC torne, mais exato, é preciso des

58.710

57.210

{") Dados trimestrais.

porém, a Argentina é o primeiro país a aplicá-los em larga escala. Seria, sem dúvida algiuna, interes sante estabelecer um confronto com o

progresso da industrialização no Brasil,

contar éssc consumo. Melhor ainda, po

quc^ tem obedecido a métodos bem dife

de considerar-se

rentes.

apenas o volume de

eletricidade hidrelétrica produzida no

Apesar dos nossos projetos dc plani-

vizinho país. Deste modo, chega-se à seguinte conclusão: o consumo de car

ficação, ainda permanece alto entre nós o grau de liberdade de ação da econo

vão é idêntico nos dois países; no con-

mia privada, o que permite largueza de

E' interessante assinalar que os nú

A revista "VVorld Petrolemn" publica,

.sumo dc petróleo, a Argentina predomi

movimentos ao livre empreendimento.

meros do quadro supra, no que se refe

na, c no consumo dc eletricidade cabe-

rem ao Brasilj concernem apenas ao con

em seu número de janeiro de 1949, es timativas segundo as quais o consumo

nos o primeiro posto.

Poucos países, atualmente, fornecem melhor ambiente que o Brasil á livre

sumo de São Paulo e Rio. Ora, como o

anual argentino c dc 52 milhões dc

Sem nos aventurarmos a um confron

iniciativa.

O confronto entre os dois

tambores. O consumo brasilciio nao vai

to das três fontes dc energia, tendo por

países revela as diferenças existentes en

1949 o Brasil consumia tanta eletricida

além de 20 milhões de tambores. Do confronto das trés grandes fontes

base as calorias representadas por cada uma delas, cremos poder estimar as dis

fins econômicos deixando que os acon

de quanto a Argentina.

de energia obtcm-sc os seguintes índices

ponibilidades energéticas da Argentina

Portanto, em matéria de eletricidade, equilibram-se as situações das duas na ções. O mesmo se pode dizer do car-

do consumo :

como sendo 10% maiores que as do Bra

^'ão, cujo consumo se eleva a 3,3 mi

Eletricidade

resto do país consome cerca de 20 % do total nacional, pode-se dizer que em

sil, mas com nítida tendência dc aumen

tre um pais que procura atingir seus tecimentos sigam livremente seu curso e um outro que subordina inteiramente a economia privada às exigências dos

Brasil

to no nosso país. A atual superioridade

planos concebidos nos gabinetes de três

lOÚ

100

da República platina reside, aliás, não

Ministérios.

lhões de toneladas em nosso país e a

Carvão

.. •

100

100

cerca de 3,8 milhões dc toneladas na

Petróleo ..

100

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República Argentina. E quanto ao petróleo ? Neste setor, é incontestável a superioridade argentina.

O observador apressado concluiria, do exame do quadro supra, que é infe-

Argentina

1*lt 1 1


Dioesto Econômico

o\

Produtos brasileiros

internacional

89

No comêço dèstf .século, u cora dc

sâo estranhas as cOndiçôes do mercado

carnaúba não chegava a fornecer 0,5?

internacional. O declínio da posição do produto é muito mais grave e tanto maior cuidado merece quanto se apre senta como um dos produtos funda

do valor total exportado; sua importân cia, porém, foi crescendo gradativamen-

Vllt - C^ra de Carnndba

te, contribuindo, no último ano, com

Dorjval Teixeira Vieira

1,77%. A distribuição percentual, por ciuinquênio.s, melhor nos elucida sôbre

mentais da economia dos Estados nor

o. aumento da sua importância no con junto de exportações.

Rio Grande do Norte.

CARNAUBEIRA, pelo valor e varieda

de de seus produtos, é a mais im portante palmeira do Brasil. Humboldt

chegou a denominá-la "árvore da vida", visto que toda uma coletividade pode \aver do uso de seus produtos. Seus frutos, além de permitirem a alimenta

ção de suínos, caprinos e bovinos, po

dem ainda alimentar o próprio homem. Com a.s suas amêndoas obtêm-se óleo

substâncias albuminóides e resinosas e quando torradas e pulverizadas, constituem um dos sucedâneos do café. A

folha verde da carnaubeira pode ser usada como forragem e seu pecíolo pres ta-se a vários usos domésticos: rolhas, talas, madeira para portas e janelas, cer cas e cancelas, giraus, armadilhas para peixes, armações para gaiolas, peneiras, samburás, escovas, vassouras e até mes mo mobílias rústicas; as fibras, forneci

da fôlha \tTde, dotada de grande re sistência, fabricam-.se cordas, rèdes, tar-

beira morre de velha, constitui boa ma

caibros e tábuas, com que se constróem

1925-1929

currais, calhas, postes, trapiches, pontilliões, traves, barrotes, forros e es

toque. O cerne da palmeira é boa ma deira para' marcenaria, permitindo a utilizada como depuratívo, no tratamento

1920-1924 1930-1934

0,59 0,59 1,01 0,55 0,69 0,78

na África, não deram resultado satisfa

tório pois as carnaubeiras ou não pro duziam cêra ou produziam-na em quan tidade não comercial. Atualmente, po ^

1.83

1940-1944 1945-1949

3,26

e.xistència de cêras sintéticas que come

1,96

çam a concorrer com o produto brasi

Neste quadro nota-se que a impor-' tância do comércio exportador da cêra

mais, quando um acidente qualquer inu tiliza uma das palmeiras, seus restos po

do carnaúba vem aumentando gradativamente, na medida cm que se multipli cam suas aplicações industriais. Mere cem particular atenção, os aumentos

lorias.

O produto principal da carnaubeira, porém, é a cêra exti-aída de suas fôlhas. Além de ser usada no consumo interno

percentuais verificados tanto na primeira quanto na segunda guerra mundial, em que as respectivas percentagens foram o dôbro do qüinqüênio anterior. Os pe ríodos de após-guerra, no entanto, in dicam uma diminuição da importância

adere ao solo, evitando o aparecimen

desde há longo tempo, pois já no início

to de ervas daninhas, facilitando a pe

dn século XIX se conhecia o preparo de velas de cêra de carnaúba, aos pou cos foi o produto sendo introduzido no mercado internacional e, alargando-se o número de suas aplicações industriais, constitui ■ hoje matéria-prima indispensá

cH^mércio da cêra de carnaúba vem di

vel a certos ramos da atividade econô

minuindo de importância e a isso não

netração de água e anulando a erosão,

além de enriquecer o terreno em mâtéria orgânica e sais minerais. Sua pa lha fornece ainda matéria-prima para o fabrico de papel, pois uma vez reti rada a cêra, a fôlha ainda possui de 25% a 33^ de teor de celulose. • Da fibra

mica. •

.A' ,:

rém, a produção Ç o comércio desta ma téria-prima se vêem ameaçados pela

1935-1939

dc moléstias cutâneas e sífilís. Além do

dem ser utilizados como lenha de fácil

pois o Brasil gozava de um monopólio jiatural, visto serem necessárias condi

fora do país. Tentati\as de transplante,

obtenção de mobílias finas; sua raiz é

nos, surrões, esteiras, forros de canga-

Utilizada na cobertura de terrenos,

1905-1909 1910-1914

lidade quando tratada com água sal gada, permitindo a obtenção de ripas,

combustão e ótimo rendimento, pois ao queimar fornece grande número de ca

casas.

Médias percent uais do total da exportação

ções ambientais específicas, inexistente.s

1915-1919

das pelas folhas, são empregadas na fa bricação de chapéus, alaios, bolsas, abalhas e até mesmo para cobertura de

Períodos

almofadas. O estipe, quando a carnau deira de construção, de grande durabi

No passado, a posição da cera de car naúba na economia mundial fôra ímpar,

rafas e mantas para cavalo. Os resíduos das fôlhas, que forneceram cera, são empregados na feitura dc colchões e

destinos, particularmente Piauí, Ceará e

dc exportação daquele produto .nordes tino.

Após um extraordinário surto de ex

pansão,,devido às condições excepcional mente favoráveis da última guerra, o

leiro. Para melhor compreendermos o fenômeno, interessante será analisar as características do mercado, seja no que

se refere à procura, seja no que diz res peito à oferta. Embora não existam cálculos rigoro

sos sôbre o grau de elasticidade da pro cura da cêra de carnaúba, é possível, mediante uma análise qualitativa, chegar

à afirmação de que a mesma é inelástica, visto ser o produto matéria-prima indispensável, por vezes insubstituível, a fodo um conjunto de importantes in dústrias. Começando por ser utilizada para o fabrico de velas, passou aos pou cos a ter outras aplicações industriais : empregam-na na fabricação de vernize.s especiais e de graxas, no preparo de couros e nos encerados;

na indústria

farmacêutica é usada para a produção de emplastros e unguentos, na indústria de


Dioesto Econômico

o\

Produtos brasileiros

internacional

89

No comêço dèstf .século, u cora dc

sâo estranhas as cOndiçôes do mercado

carnaúba não chegava a fornecer 0,5?

internacional. O declínio da posição do produto é muito mais grave e tanto maior cuidado merece quanto se apre senta como um dos produtos funda

do valor total exportado; sua importân cia, porém, foi crescendo gradativamen-

Vllt - C^ra de Carnndba

te, contribuindo, no último ano, com

Dorjval Teixeira Vieira

1,77%. A distribuição percentual, por ciuinquênio.s, melhor nos elucida sôbre

mentais da economia dos Estados nor

o. aumento da sua importância no con junto de exportações.

Rio Grande do Norte.

CARNAUBEIRA, pelo valor e varieda

de de seus produtos, é a mais im portante palmeira do Brasil. Humboldt

chegou a denominá-la "árvore da vida", visto que toda uma coletividade pode \aver do uso de seus produtos. Seus frutos, além de permitirem a alimenta

ção de suínos, caprinos e bovinos, po

dem ainda alimentar o próprio homem. Com a.s suas amêndoas obtêm-se óleo

substâncias albuminóides e resinosas e quando torradas e pulverizadas, constituem um dos sucedâneos do café. A

folha verde da carnaubeira pode ser usada como forragem e seu pecíolo pres ta-se a vários usos domésticos: rolhas, talas, madeira para portas e janelas, cer cas e cancelas, giraus, armadilhas para peixes, armações para gaiolas, peneiras, samburás, escovas, vassouras e até mes mo mobílias rústicas; as fibras, forneci

da fôlha \tTde, dotada de grande re sistência, fabricam-.se cordas, rèdes, tar-

beira morre de velha, constitui boa ma

caibros e tábuas, com que se constróem

1925-1929

currais, calhas, postes, trapiches, pontilliões, traves, barrotes, forros e es

toque. O cerne da palmeira é boa ma deira para' marcenaria, permitindo a utilizada como depuratívo, no tratamento

1920-1924 1930-1934

0,59 0,59 1,01 0,55 0,69 0,78

na África, não deram resultado satisfa

tório pois as carnaubeiras ou não pro duziam cêra ou produziam-na em quan tidade não comercial. Atualmente, po ^

1.83

1940-1944 1945-1949

3,26

e.xistència de cêras sintéticas que come

1,96

çam a concorrer com o produto brasi

Neste quadro nota-se que a impor-' tância do comércio exportador da cêra

mais, quando um acidente qualquer inu tiliza uma das palmeiras, seus restos po

do carnaúba vem aumentando gradativamente, na medida cm que se multipli cam suas aplicações industriais. Mere cem particular atenção, os aumentos

lorias.

O produto principal da carnaubeira, porém, é a cêra exti-aída de suas fôlhas. Além de ser usada no consumo interno

percentuais verificados tanto na primeira quanto na segunda guerra mundial, em que as respectivas percentagens foram o dôbro do qüinqüênio anterior. Os pe ríodos de após-guerra, no entanto, in dicam uma diminuição da importância

adere ao solo, evitando o aparecimen

desde há longo tempo, pois já no início

to de ervas daninhas, facilitando a pe

dn século XIX se conhecia o preparo de velas de cêra de carnaúba, aos pou cos foi o produto sendo introduzido no mercado internacional e, alargando-se o número de suas aplicações industriais, constitui ■ hoje matéria-prima indispensá

cH^mércio da cêra de carnaúba vem di

vel a certos ramos da atividade econô

minuindo de importância e a isso não

netração de água e anulando a erosão,

além de enriquecer o terreno em mâtéria orgânica e sais minerais. Sua pa lha fornece ainda matéria-prima para o fabrico de papel, pois uma vez reti rada a cêra, a fôlha ainda possui de 25% a 33^ de teor de celulose. • Da fibra

mica. •

.A' ,:

rém, a produção Ç o comércio desta ma téria-prima se vêem ameaçados pela

1935-1939

dc moléstias cutâneas e sífilís. Além do

dem ser utilizados como lenha de fácil

pois o Brasil gozava de um monopólio jiatural, visto serem necessárias condi

fora do país. Tentati\as de transplante,

obtenção de mobílias finas; sua raiz é

nos, surrões, esteiras, forros de canga-

Utilizada na cobertura de terrenos,

1905-1909 1910-1914

lidade quando tratada com água sal gada, permitindo a obtenção de ripas,

combustão e ótimo rendimento, pois ao queimar fornece grande número de ca

casas.

Médias percent uais do total da exportação

ções ambientais específicas, inexistente.s

1915-1919

das pelas folhas, são empregadas na fa bricação de chapéus, alaios, bolsas, abalhas e até mesmo para cobertura de

Períodos

almofadas. O estipe, quando a carnau deira de construção, de grande durabi

No passado, a posição da cera de car naúba na economia mundial fôra ímpar,

rafas e mantas para cavalo. Os resíduos das fôlhas, que forneceram cera, são empregados na feitura dc colchões e

destinos, particularmente Piauí, Ceará e

dc exportação daquele produto .nordes tino.

Após um extraordinário surto de ex

pansão,,devido às condições excepcional mente favoráveis da última guerra, o

leiro. Para melhor compreendermos o fenômeno, interessante será analisar as características do mercado, seja no que

se refere à procura, seja no que diz res peito à oferta. Embora não existam cálculos rigoro

sos sôbre o grau de elasticidade da pro cura da cêra de carnaúba, é possível, mediante uma análise qualitativa, chegar

à afirmação de que a mesma é inelástica, visto ser o produto matéria-prima indispensável, por vezes insubstituível, a fodo um conjunto de importantes in dústrias. Começando por ser utilizada para o fabrico de velas, passou aos pou cos a ter outras aplicações industriais : empregam-na na fabricação de vernize.s especiais e de graxas, no preparo de couros e nos encerados;

na indústria

farmacêutica é usada para a produção de emplastros e unguentos, na indústria de


Dicesto Econômico

90

91 J

Dicesto Econômico

perfumarias, na produção de sabonetes, na indústria elétrica como isolante para

Na última guerra, foi também utiliza da pela indústria dc armamentos, prin

cabos.

cipalmente lias peças dc artilharia de grande precisão c .sensibilidade. Ao la

E' ainda utilizada nos cilindros

e discos para fonógrufos e no enccramento o Ilustração da madeira. Com o

do desta multiplicidade de usos, refor

aparecimento

çando a inclaslicidadc,

da ináfpiina dc escrever

tornou-se indispcnsá\'el à produção dc papel-carbono, sendo que esta indústria ainda não encontrou nenhum substituto vantajoso para a cera de carnaúba na

feitura de papel-carbono de primeira qualidade,, não obstante os esforços que vem despendendo para sua substituição. Com a grande expansão que sofreu a

indústria automobilística, seu emprego aumentou extraordinariamente; os polimentos cerosos, indispensá-

vei.s à boa conservação da pin tura dos carro.s, são feito.s à base de cêra e não obstante a -

utilização, nos últimos anos,

grande dificuldade em obter sucedâneos cia ccTU, para uma sctíc de aplicaç^õcs. Esta rigiclez da procura fazia prever a possibilidade dc manlcr-.sc, por longo tempo, um monopólio dc exportação, com garantia dc preços altos c concliçoos

A'! emulsões ccrosas para polimento, tanto de automóveis quanto de mobí lias ou outras obras de marcenaria, só apresentam alto padrão do qualidade quando fabricadas com cêra de carnaú ba, poi.s o seu emprego prolonga a du rabilidade do polimento. Daí, a prefe rência dos consumidores para as emulções fabricadas com a matéria-prima bra sileira, a despeito do seu maior preço. Desde a guerra de 1914, os quími

cos conseguiram retirar ácido pícrico da cêra de carnaúba, passando então a ter

mais uma dupla aplicação: por um lado permitir a fabricação de unguentos con

tra queimaduias c, por outro, fornecer

Para produzir, a carnaubeira nece.ssita clima cpionte; cspontàncamenlc^ .só c en contrada pouco acima do nível do mar, pois SC verifica (pie nas zonas allus, dc 100 metros ou mais, não há carnaubais,

a clo.spcito da identidade de clima. So

gularidade da distribuição das várias pal meiras, ora muito próximas, ora muito afastadas. Além disso, a falta de trato

impede culturas intercalares que facili tariam a \ida do h-aballuulor rural, for-

nccendn-llic vívercs, indispcnsáieis à sua existência.

Não .scudo isto possível, ocorre com a

região dos carnaubais, cm parte, o mes mo que com a zona do cacau ou da bor

mente as zonas semi-áridas ou sub-iimi-

racha: a maior parte cios gêneros de pri

palmente .SC considerarmos <pie a oferta,

da.s' permitem quc^ a carnaubeira na.sça e.spontàncamcnte e produza bastante cê

tras regiões.

ao contrário, é extra-clástica. A obser

ra. Brola c so descn\'ol\ c bem em solos

de \enda excepcionalmente boas, princi vação de uma luta infrutífera, seja por parte dos consumidores, para dispensar o produto, seja por parle dc produtores estran geiros para formar planta ções artificiais em outras zo

de outras cêras naturais, ve rifica-se, que a dc carnaúba apresenta maior rendimento.

encontra-se a

naubcíras cuconlram-.sc no Maranbão, Piauí, Ceará, Pio Grande do NorLe, Pa raíba, Babia c Pernambuco. Há outras menorc.s cm Alagoas e Sergipe.

nas, e.xiíliea o fato dc os pro dutores nacionais,

até aqui,

\irem exploiando esta rique za natural muito empirieamcnte. Talvez por isso mesmo, encorajaram-se pescpii.sas químicas no sentido do obU'iem-se produtos sintélico.s idênticos, uma vez

que tentativas feitas com produtos naturah; indicavam a impossibilidade de encontrar-.sc um sucedâneo da cêra de carnaúba.

Apesar dc; tudo, a análise dos proces sos dc produção, permitindo alterações fundamentais da técnica dc e.xploração, nos anima a prcx-er uma boa resistência

c, talvez mesmo, a eliminação daquela indústria paralela. Sendo produto nati vo, a palmeira é geralmente encontrada formando florestas densas e liomogêneas,

matéria-prima indispensável para o fa brico de pólvora de grande poder explo

longas, acompanbanclo os baixios e va les dos principais cursos dágua do Nor

sivo.

deste. As maiores concentrações de car-

TIíBb'

argilo-silicosos, arcjados c sempre pro fundos. E' necessário que a sêca física

ou fisiológica estimule a palmeira a pro duzir cêra, como medida de defesa con

tra a evaporação do suas fòlba.s. Por is so, os solos rasos ou pantanosos não

permitem a obtenção dc cêra. A gran de resistência da ]ílanta faz com que

meira necessidade é importada do ou O custo de.vida não é,

porém, tão elevado porque a própria carnaubeira, como já tivemos ocasião de apontar, fornece subprodutos de uso do méstico, utilizjidos diretamente pelo.s que

liabitam aquela região. E' forçoso, po rém, admitir que a sua dieta se toma muito limitada o o seu nível de vida-é forçosamente baixo.

Os fat(kcs de produção cia empresa

pois sua rusticidadc c cxtraordiniuia.

que explora cera rcduzejn-se a bem poucos, limitando-se quase que aos ne

E' verdade, porém, que com ela se verifica o mesmo que já vimos oconer

cessários à extração e beneficiamento da cêra. O corte ou cx)lheita da fi)lha, pou

com a borracha e o cacau. A plantação aumenta o rendimento da

co sujeito a variações sazonais, é proce dido por meio de uma foice, presa a

produção c facilita o empreendimento, principalmente se considerarmos que os

cada palmeira, 7 a 15 palmas. Cortadas

normalmente não haja tratos culturais

sistemática

carnaubais nativos vêm sendo depreda dos, tendentes portanto, a sofrer dimi nuição ou, pelo menos, propensos a se

uma vara muito longa. Colhem-se, dc as fôlhas, em dia de .sol, são estas trans

portadas, quase sempre em lombo de

manterem estáticos, sem crescimento. As

burro, para o local da secagem, um ter reiro primitivo de barro seco, bem var

necessidades do con.sumo, por outro la

rido. A utiliza(;'.ão destes terreiros não

do. aumentam cada % ez mais. Fácil será

pavimentados prejudica, cm grande par te, o produto a obter, pois que a terra pode aderir ás fôlhas, aumentando as impurezas contidas na cêra beneficiada.

pois compreender-sc a conveniência dc um desenvolvimento racional da planta ção. O camaubal nativo, não exigindo sequer trato cultural, encontrando-se já formado, diminui exlraordinàriamente o

Além disso, não existe processo algum de cobertura áo terreiro, no caso de in

custo do produto, mas, por outro lado, dificulta a extração da cêra pela irre

tempéries. Nas regiões produtoras há ventos fortes que, durante a secageni.


Dicesto Econômico

90

91 J

Dicesto Econômico

perfumarias, na produção de sabonetes, na indústria elétrica como isolante para

Na última guerra, foi também utiliza da pela indústria dc armamentos, prin

cabos.

cipalmente lias peças dc artilharia de grande precisão c .sensibilidade. Ao la

E' ainda utilizada nos cilindros

e discos para fonógrufos e no enccramento o Ilustração da madeira. Com o

do desta multiplicidade de usos, refor

aparecimento

çando a inclaslicidadc,

da ináfpiina dc escrever

tornou-se indispcnsá\'el à produção dc papel-carbono, sendo que esta indústria ainda não encontrou nenhum substituto vantajoso para a cera de carnaúba na

feitura de papel-carbono de primeira qualidade,, não obstante os esforços que vem despendendo para sua substituição. Com a grande expansão que sofreu a

indústria automobilística, seu emprego aumentou extraordinariamente; os polimentos cerosos, indispensá-

vei.s à boa conservação da pin tura dos carro.s, são feito.s à base de cêra e não obstante a -

utilização, nos últimos anos,

grande dificuldade em obter sucedâneos cia ccTU, para uma sctíc de aplicaç^õcs. Esta rigiclez da procura fazia prever a possibilidade dc manlcr-.sc, por longo tempo, um monopólio dc exportação, com garantia dc preços altos c concliçoos

A'! emulsões ccrosas para polimento, tanto de automóveis quanto de mobí lias ou outras obras de marcenaria, só apresentam alto padrão do qualidade quando fabricadas com cêra de carnaú ba, poi.s o seu emprego prolonga a du rabilidade do polimento. Daí, a prefe rência dos consumidores para as emulções fabricadas com a matéria-prima bra sileira, a despeito do seu maior preço. Desde a guerra de 1914, os quími

cos conseguiram retirar ácido pícrico da cêra de carnaúba, passando então a ter

mais uma dupla aplicação: por um lado permitir a fabricação de unguentos con

tra queimaduias c, por outro, fornecer

Para produzir, a carnaubeira nece.ssita clima cpionte; cspontàncamenlc^ .só c en contrada pouco acima do nível do mar, pois SC verifica (pie nas zonas allus, dc 100 metros ou mais, não há carnaubais,

a clo.spcito da identidade de clima. So

gularidade da distribuição das várias pal meiras, ora muito próximas, ora muito afastadas. Além disso, a falta de trato

impede culturas intercalares que facili tariam a \ida do h-aballuulor rural, for-

nccendn-llic vívercs, indispcnsáieis à sua existência.

Não .scudo isto possível, ocorre com a

região dos carnaubais, cm parte, o mes mo que com a zona do cacau ou da bor

mente as zonas semi-áridas ou sub-iimi-

racha: a maior parte cios gêneros de pri

palmente .SC considerarmos <pie a oferta,

da.s' permitem quc^ a carnaubeira na.sça e.spontàncamcnte e produza bastante cê

tras regiões.

ao contrário, é extra-clástica. A obser

ra. Brola c so descn\'ol\ c bem em solos

de \enda excepcionalmente boas, princi vação de uma luta infrutífera, seja por parte dos consumidores, para dispensar o produto, seja por parle dc produtores estran geiros para formar planta ções artificiais em outras zo

de outras cêras naturais, ve rifica-se, que a dc carnaúba apresenta maior rendimento.

encontra-se a

naubcíras cuconlram-.sc no Maranbão, Piauí, Ceará, Pio Grande do NorLe, Pa raíba, Babia c Pernambuco. Há outras menorc.s cm Alagoas e Sergipe.

nas, e.xiíliea o fato dc os pro dutores nacionais,

até aqui,

\irem exploiando esta rique za natural muito empirieamcnte. Talvez por isso mesmo, encorajaram-se pescpii.sas químicas no sentido do obU'iem-se produtos sintélico.s idênticos, uma vez

que tentativas feitas com produtos naturah; indicavam a impossibilidade de encontrar-.sc um sucedâneo da cêra de carnaúba.

Apesar dc; tudo, a análise dos proces sos dc produção, permitindo alterações fundamentais da técnica dc e.xploração, nos anima a prcx-er uma boa resistência

c, talvez mesmo, a eliminação daquela indústria paralela. Sendo produto nati vo, a palmeira é geralmente encontrada formando florestas densas e liomogêneas,

matéria-prima indispensável para o fa brico de pólvora de grande poder explo

longas, acompanbanclo os baixios e va les dos principais cursos dágua do Nor

sivo.

deste. As maiores concentrações de car-

TIíBb'

argilo-silicosos, arcjados c sempre pro fundos. E' necessário que a sêca física

ou fisiológica estimule a palmeira a pro duzir cêra, como medida de defesa con

tra a evaporação do suas fòlba.s. Por is so, os solos rasos ou pantanosos não

permitem a obtenção dc cêra. A gran de resistência da ]ílanta faz com que

meira necessidade é importada do ou O custo de.vida não é,

porém, tão elevado porque a própria carnaubeira, como já tivemos ocasião de apontar, fornece subprodutos de uso do méstico, utilizjidos diretamente pelo.s que

liabitam aquela região. E' forçoso, po rém, admitir que a sua dieta se toma muito limitada o o seu nível de vida-é forçosamente baixo.

Os fat(kcs de produção cia empresa

pois sua rusticidadc c cxtraordiniuia.

que explora cera rcduzejn-se a bem poucos, limitando-se quase que aos ne

E' verdade, porém, que com ela se verifica o mesmo que já vimos oconer

cessários à extração e beneficiamento da cêra. O corte ou cx)lheita da fi)lha, pou

com a borracha e o cacau. A plantação aumenta o rendimento da

co sujeito a variações sazonais, é proce dido por meio de uma foice, presa a

produção c facilita o empreendimento, principalmente se considerarmos que os

cada palmeira, 7 a 15 palmas. Cortadas

normalmente não haja tratos culturais

sistemática

carnaubais nativos vêm sendo depreda dos, tendentes portanto, a sofrer dimi nuição ou, pelo menos, propensos a se

uma vara muito longa. Colhem-se, dc as fôlhas, em dia de .sol, são estas trans

portadas, quase sempre em lombo de

manterem estáticos, sem crescimento. As

burro, para o local da secagem, um ter reiro primitivo de barro seco, bem var

necessidades do con.sumo, por outro la

rido. A utiliza(;'.ão destes terreiros não

do. aumentam cada % ez mais. Fácil será

pavimentados prejudica, cm grande par te, o produto a obter, pois que a terra pode aderir ás fôlhas, aumentando as impurezas contidas na cêra beneficiada.

pois compreender-sc a conveniência dc um desenvolvimento racional da planta ção. O camaubal nativo, não exigindo sequer trato cultural, encontrando-se já formado, diminui exlraordinàriamente o

Além disso, não existe processo algum de cobertura áo terreiro, no caso de in

custo do produto, mas, por outro lado, dificulta a extração da cêra pela irre

tempéries. Nas regiões produtoras há ventos fortes que, durante a secageni.


I

Dícesto Eco^•ó^^co

provocam o desprendimento de 20í a

30% da cera, que caí ao chão e se per de totalmente. A chuva, o chuvísco ou

a neblina, umedeccndo as fôlhas, facili tam a aderência da poeira, aumentando a percentagem de desperdícios e fazendo

baixar a qualidade da eêra aproveitada. Quando o grau de secagem é conside

rado suficiente, retiram-se as folhas dos terreiros e transportam-se para locais fe

chados, geralmente um quarto ou sala do próprio prédio da moradia. . Aí se

procede à batedura, fazendo com que a

boa qualidade do produto porque a fu são .se Paz a fogo direto, sem regulariza ção da temperatura, provocímdo pre juízo para a contextura e coloiação da

cera. Uma vez fundida, é ela do.spejada cm pequenas vasilhas ou folhas, \ariá\'eis em fcitio c profundidade de uma para outra região o de um para outro prodtitor. Hesfriando-se, forma pães de nias.sa de coloração careada e quebradiça.

Os e.xportadore.s, adquirindo dos pro dutores a cêra, procedem à sua classifi

cêra, sob forma de pó finíssimo e alvo se. desprenda da fôlha e caia no chão!

cação, que hoje obedece ao disposto

em geral de piso de tijolo. O processo de sua obtenção pela batedura é anti

1940: tipo 1, ou primeira, tipo 2 ou

econômico, porque além da

no decreto 6.197 do 20 de agôslo de mediana, tipo 3 ou gorda, tipo 4 ou gor

parte^ da cêra perdida por

durosa; a classificação obc-

influência do vento no terreiro, sendo as palmas arras

dece à tolerância máxima dc

tadas dêste para o quarto de bater, parte da cêra perdese no transporte; outra parle não se desprende das fôlhas

incompletamente secas e por fim, per de-se parte da cêra obtida, que fica en

tre as frinchas dos tijolos. Êstes, por sua vez, sujeitos a um desgaste contí

nuo, soltam pó que se adiciona à cêra, prejudicando-lhe a . qualidade. Além disso, a batedura fragmenta tecido.s ve getais e a própria palha se reúne às im purezas.

A cêra em pó, de mistura com poeira, restos de palha, por vezes até areia, é colocada em vasos de barro, com um

pouco dágua e algum sal de azedas e le vada ao fogo. Funde-se, então, a uma temperatura de 85 graus centígrado.s e o líquido quente é coado em panos gros.sos ou em prensas de madeira espe ciais. Ainda aqui a rotina prejudica a

impurezas, inclusive umída-

■ • :

de. O tipo 1 ou de primeira é constituído pela cera de côr amarela mais ou menos

DrcESTo EcoNÓ^nco

93

denominação "abaixo do padrão" ou "re-

fugo" o poderá conter até 4% de impu rezas, inclu.sive umidade.

acompanhando o ritmo dos preços e fa zendo oscilar a produção para mais ou para menos, de acôrdo com a extra-elas-

O problema da classificação é muito

sério, por influir considerávelmente no preço médio do produto. Entre a cêra da melhor qualidade e a cêra de tipo 4 há uma diferença que chega a atingir 50%. Por isso, os exportadores costumam

rebencficiar o produto, adquirido a pre ços baixo.s, mediante nova fusão e nova

coagem, adicionando um pouco de ácido oxálico ou outro reagente. Êstes rebene-

ficiamentos se fazem com o emprego de máquinas em condições especiais. Ocor re, porem, que neste caso o empirismo

da exploração prejudica o produtor, em favor do intermediário, não raro agente de firmas estrangeiras que se instalam

ticidnde da oferta, vem sendo sentido de

há muito pelos compradores, os quais, não raro, reclamara contra irregularida

de dos fornecimentos. Dizem êles que por vêzes é esta irregularidade que os leva a procurar produtos sintéticos, su cedâneos, pois que a falta de matériaprima perturba o ritmo da produção in dustrial. As cêras sintéticas, ultima mente, apresentam preços inferiores aos

da carnaúba, mas quando no início das tentativas de produção de sintéticos os preços eram superiores aos do produto natural. Entretanto, o sucedâneo encon

trava saída por falta de um fornecimen

to regular do produto. Hoje, a situação é mais grave para a produção nacional

para obter matéria-prima em condições mais favoráveis para os mercados consu

porque as emprêsas produtoras de cêras

midores.

sintéticas estão acelerando o ritmo de

A inelasticidade da oferta é também

sua produção e melhorando a qualidade do produto. Enquanto em 1948, por exemplo, a cêra gorda, parda, era cota da para embarque no Brasil, FOB por tos brasileiros, a 60 cents, as cêras sinté ticas podiam ser obtidas pelo preço de

clara, proveniente do pó,

muito grande porque o pvoduto*acabado

exli'aíclo de "ôliio", lendo a

tolerância máxima de 1 % de impurezas;

apresenta grandes possibilidades de ar mazenamento, por não se deteriorar e

o tipo 2, ou mediano, é constituído pela cêra de cor amarela, mais ou menos acinzentada, provenionl-e do pó extraído de "ôlho", tendo a tolerância máxima

seu alto ponto de fusão. Se o preço não é conveniente, nem mesmo a extração precisa ser feita, pois sendo a palmeira

27 a 50 cents, conforme o tipo. A eco

de 1,5 X. O tipo 3, ou gorda, é consti

perene e dotada do grande resistência,

numerosos casos, compensa a quebra de

tuído pela cera gorda ou clara, de côr castanha mais ou menos carregada, ama relada ou esverdeada, proveniente do pó extraído de "palha", lendo a tolerância máxima de 2%; o tipo 4, ou gordurosa, é constituído pela cêra gorda ou gordu rosa comum, de coloração escura, tirante

a negro, proveniente do pó extraído dè "palha", com a tolerância máxima de

2,5%. A cêra de carnaúba que pela sua qualidade não alcançar qualquer dos ti pos especificados será classificada com a y

resistir grandemente ao calor, devido ao

■ permanecerá o produto inalterado,

até

extração conveniente. Tanto isto é ver

dade que as estatísticas de produção da

nomia representada pelo sucedâneo, em padrão de qualidade do produto aca bado. Além disso, a saída certa da produção da cêra sintética estimula as

cêra dc carnaúba apresentam uma gran

indústrias químicas norte-americanas no

de

sentido de melhorar as técnicas de pro

irregularidade,

acompanhando

o

movimento de preços internacionais. Se êstes aumentam e se tomam compensa

dução, Isto é tanto mais grave quanto os Estados Unidos se apresentam como o

dores, acelera-se o processo de extra

nosso maior comprador, tendo, na última

ção; se baixam diminui-se o ritmo da

década, em média, adquirido cerca de

produção, podendo-se mesmo momenlâ-

80 % da exportação nacional. A GrãBretanha, como segundo comprador, em

neamente abandoná-la.

^ste comportamento do produtor,

1948, absorveu apenas 10% da exporta-


I

Dícesto Eco^•ó^^co

provocam o desprendimento de 20í a

30% da cera, que caí ao chão e se per de totalmente. A chuva, o chuvísco ou

a neblina, umedeccndo as fôlhas, facili tam a aderência da poeira, aumentando a percentagem de desperdícios e fazendo

baixar a qualidade da eêra aproveitada. Quando o grau de secagem é conside

rado suficiente, retiram-se as folhas dos terreiros e transportam-se para locais fe

chados, geralmente um quarto ou sala do próprio prédio da moradia. . Aí se

procede à batedura, fazendo com que a

boa qualidade do produto porque a fu são .se Paz a fogo direto, sem regulariza ção da temperatura, provocímdo pre juízo para a contextura e coloiação da

cera. Uma vez fundida, é ela do.spejada cm pequenas vasilhas ou folhas, \ariá\'eis em fcitio c profundidade de uma para outra região o de um para outro prodtitor. Hesfriando-se, forma pães de nias.sa de coloração careada e quebradiça.

Os e.xportadore.s, adquirindo dos pro dutores a cêra, procedem à sua classifi

cêra, sob forma de pó finíssimo e alvo se. desprenda da fôlha e caia no chão!

cação, que hoje obedece ao disposto

em geral de piso de tijolo. O processo de sua obtenção pela batedura é anti

1940: tipo 1, ou primeira, tipo 2 ou

econômico, porque além da

no decreto 6.197 do 20 de agôslo de mediana, tipo 3 ou gorda, tipo 4 ou gor

parte^ da cêra perdida por

durosa; a classificação obc-

influência do vento no terreiro, sendo as palmas arras

dece à tolerância máxima dc

tadas dêste para o quarto de bater, parte da cêra perdese no transporte; outra parle não se desprende das fôlhas

incompletamente secas e por fim, per de-se parte da cêra obtida, que fica en

tre as frinchas dos tijolos. Êstes, por sua vez, sujeitos a um desgaste contí

nuo, soltam pó que se adiciona à cêra, prejudicando-lhe a . qualidade. Além disso, a batedura fragmenta tecido.s ve getais e a própria palha se reúne às im purezas.

A cêra em pó, de mistura com poeira, restos de palha, por vezes até areia, é colocada em vasos de barro, com um

pouco dágua e algum sal de azedas e le vada ao fogo. Funde-se, então, a uma temperatura de 85 graus centígrado.s e o líquido quente é coado em panos gros.sos ou em prensas de madeira espe ciais. Ainda aqui a rotina prejudica a

impurezas, inclusive umída-

■ • :

de. O tipo 1 ou de primeira é constituído pela cera de côr amarela mais ou menos

DrcESTo EcoNÓ^nco

93

denominação "abaixo do padrão" ou "re-

fugo" o poderá conter até 4% de impu rezas, inclu.sive umidade.

acompanhando o ritmo dos preços e fa zendo oscilar a produção para mais ou para menos, de acôrdo com a extra-elas-

O problema da classificação é muito

sério, por influir considerávelmente no preço médio do produto. Entre a cêra da melhor qualidade e a cêra de tipo 4 há uma diferença que chega a atingir 50%. Por isso, os exportadores costumam

rebencficiar o produto, adquirido a pre ços baixo.s, mediante nova fusão e nova

coagem, adicionando um pouco de ácido oxálico ou outro reagente. Êstes rebene-

ficiamentos se fazem com o emprego de máquinas em condições especiais. Ocor re, porem, que neste caso o empirismo

da exploração prejudica o produtor, em favor do intermediário, não raro agente de firmas estrangeiras que se instalam

ticidnde da oferta, vem sendo sentido de

há muito pelos compradores, os quais, não raro, reclamara contra irregularida

de dos fornecimentos. Dizem êles que por vêzes é esta irregularidade que os leva a procurar produtos sintéticos, su cedâneos, pois que a falta de matériaprima perturba o ritmo da produção in dustrial. As cêras sintéticas, ultima mente, apresentam preços inferiores aos

da carnaúba, mas quando no início das tentativas de produção de sintéticos os preços eram superiores aos do produto natural. Entretanto, o sucedâneo encon

trava saída por falta de um fornecimen

to regular do produto. Hoje, a situação é mais grave para a produção nacional

para obter matéria-prima em condições mais favoráveis para os mercados consu

porque as emprêsas produtoras de cêras

midores.

sintéticas estão acelerando o ritmo de

A inelasticidade da oferta é também

sua produção e melhorando a qualidade do produto. Enquanto em 1948, por exemplo, a cêra gorda, parda, era cota da para embarque no Brasil, FOB por tos brasileiros, a 60 cents, as cêras sinté ticas podiam ser obtidas pelo preço de

clara, proveniente do pó,

muito grande porque o pvoduto*acabado

exli'aíclo de "ôliio", lendo a

tolerância máxima de 1 % de impurezas;

apresenta grandes possibilidades de ar mazenamento, por não se deteriorar e

o tipo 2, ou mediano, é constituído pela cêra de cor amarela, mais ou menos acinzentada, provenionl-e do pó extraído de "ôlho", tendo a tolerância máxima

seu alto ponto de fusão. Se o preço não é conveniente, nem mesmo a extração precisa ser feita, pois sendo a palmeira

27 a 50 cents, conforme o tipo. A eco

de 1,5 X. O tipo 3, ou gorda, é consti

perene e dotada do grande resistência,

numerosos casos, compensa a quebra de

tuído pela cera gorda ou clara, de côr castanha mais ou menos carregada, ama relada ou esverdeada, proveniente do pó extraído de "palha", lendo a tolerância máxima de 2%; o tipo 4, ou gordurosa, é constituído pela cêra gorda ou gordu rosa comum, de coloração escura, tirante

a negro, proveniente do pó extraído dè "palha", com a tolerância máxima de

2,5%. A cêra de carnaúba que pela sua qualidade não alcançar qualquer dos ti pos especificados será classificada com a y

resistir grandemente ao calor, devido ao

■ permanecerá o produto inalterado,

até

extração conveniente. Tanto isto é ver

dade que as estatísticas de produção da

nomia representada pelo sucedâneo, em padrão de qualidade do produto aca bado. Além disso, a saída certa da produção da cêra sintética estimula as

cêra dc carnaúba apresentam uma gran

indústrias químicas norte-americanas no

de

sentido de melhorar as técnicas de pro

irregularidade,

acompanhando

o

movimento de preços internacionais. Se êstes aumentam e se tomam compensa

dução, Isto é tanto mais grave quanto os Estados Unidos se apresentam como o

dores, acelera-se o processo de extra

nosso maior comprador, tendo, na última

ção; se baixam diminui-se o ritmo da

década, em média, adquirido cerca de

produção, podendo-se mesmo momenlâ-

80 % da exportação nacional. A GrãBretanha, como segundo comprador, em

neamente abandoná-la.

^ste comportamento do produtor,

1948, absorveu apenas 10% da exporta-


Dicusto Econômico

94

ção brasileira, enquanto os Estados Uni dos adquiriram 77% do valor exportado.

Johnson de Fortah /u,

O" demais 13% se distribuíram por 24

aparelhos mecânicos para heneficiamcn-

fregueses, sendo que os mais importan tes compradores foram Austrália, Argen

to d<) produto, di-sde a secagem até a classificação do pó, exporlando-o para

tina, União Sul-Africana c Alemanha.

Devido às condições excepcionalmen te favoráveis tanto da oferta como da procura, a cera de carnaúba se tem apre

Maranguape, unia usina moderna com

Os lucros deste be

neficiamento são extraordinários, pois o naubais, compra a.s folhas dos produto res vizinhos, em grande quantidade e a

tir de 1933, o que não se deu com a maioria dos produtos nacionais. As cri

DjAcm Menezes

(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia) yi s conclusões dc Keynes, indicadas

estão as linhas-mestras da construção

resumiclamontc no artigo anterior

teórica dc Keynes. Não é a desulilidadc marginal do trabalho que condiciona o

empresa, além de possuir grandes car-

sistência às crises econômicas.

peito da grande csise dc 1929 e 1930, já entrava em franca recuperação a par

II

os Estados Unidos, onde se faz o apro\ eitamcnto direto.

sentado como um produto de grande re A des

Keynes e a economia moderna

montando, cm

preços baixos.

A produção de cèra pode ainda ser extraordinàriamenln aumentada, pela

desta revista, são formuladas assim:

a) Os recursos, custos c réditos (ói-

comc) — ingresso real ou monetário — dependem" do volume dc emprego N.

• número de indivíduos ocupados, mas a

propensão para consumir e o coeficiente dc novas inversões.

Se há insuficiência na procura efetiva

tam do fato dc as plantas serem mais vi

b) A relação entre o ingresso da comunidade c o que se prevê gastar no consumo — que será designado por D — passa a depender da psicologia da

gorosas, produzindo meliior, o de a dis

comunidade.

tribuição das palmeiras se fazer racio

real existente" (pág. 30). E.n conse-

nalmente, tudo isto barateando o custo

O conjunto de tais condições p.sícológicas neste caso ó chamado por Keynes

do extração c aumentando o rendimento.

de propensão peru consumir {propensiltj

período do guerra de 1914 a 1918, co

Além disso, c possível estabelecer cul

to consume),

mo durante o conflito de 1939 a 1945.

turas intcrcalares, aumcntando-se a ren

rio real de equilíbrio será maior que a desntilkladü margim.l do nível de emprego de equilíbrio .

E' preciso, porém, não esquecer o sé rio perigo dos sucedâneos, o que não

da do produtor e baratoando-se o custo do vida do operário agrícola.

ocorria no passado. Parece-nos, no en tanto, que vcncô-lo tomar-se-á muito

naúba c um excelente exemplo demons

fácil, dadas as possibilidades de melho ria das técnicas de produção. Pelos pro

trativo de que nenhum monopólio, üjesnio natural, pode persistir indefinida

tos previstos, representados por Dl; se gundo, dos gastos com novas im-ersões, representados por D2. O total dos dois gastos é D, que exprime a procura efe tiva.

ses de 1921 c a que atualmente alravcs:'a a carnaúba devcm-sc antes a fenôme

nos de reconversão do período dc guer ra para o de paz, visto como as aplica ções bélicas do produto permitiram um forte surto de expansão, tanto durante o

formação dc carnauhaís de cultura. As vantagens do carnaiihal cultixado resul

O estudo do comércio da cèra dc car

cessos rotineiros até agora utiizados é de

mente; é certo iniciar-so a concorrência

supôr-se que cêrca de 40 % a 50% da produção sejam desperdiçados. Êste des perdício pode .ser facilmente eliminado, pelo aperfeiçoamento da produção de cèra e pela racionalização da cultura. Quanto ao beneficiamento, basta lem

dos sucedâneos e, neste caso, a vinica

brar o que vem fazendo a Companhia

mércio.

maneira de se os vencer ó atraxés do barateamento do custo e aumento do

c)

O volume N — número de tralya-»

Ihadorcs que os empresários decidem emi^regar

dependé: primeiro, dos gas

d) Se

- que Ricardo c-onsiderava impossível — O' descmprégo reduzir-se-á, tornandose inferior A oferta da fòrga de üabalho

potencialmente mobilizável pelo salário

quência disso, observa-se que o salá

A produção real afasta-se então da prodhçãc potencial. O afastamento se rá tanto maior quanto mais noa for a comunidade. E aí Keynes nos da a cha ve má«rica do paradoxo : a razão da po breza aumentar quando u riqueza crescei Nessa maviosa e.xplicação, as desigualda des econômicas não resultam de injusti

ças sociais, de monopólios ou coisas se D X D = D = f(N),

melhantes. Na comunidade pobre, por

exemplo, qualquer pequena inversão •

volume de produção, a tal ponto que o

sucedâneo .seja sufocado e não se tor

e sendo D função de 2V, conforme se

promove o emprego completo dos re

nem convenientes sua produção e co

afirmou no item h, então a inversão re

cursos. Ela, a comunidade, consome a

ferida se deduzirá da diferença entre a

niaioi parte da produção. Na rica, as coisas passam-se diversamente-. As opor

'

função da oferta global e Dl.

e) O volume de emprego passa a depender da função de oferta global, da propensão para consumir e da inversão. Na essência e esquemàticamente, aí ■ .Aiiri

tunidades de inversão precisam crescer a

fim de manter o x'olume correspondente do emprego. E se por acaso assim não ocorre ? Se as oportunidades não esti-


Dicusto Econômico

94

ção brasileira, enquanto os Estados Uni dos adquiriram 77% do valor exportado.

Johnson de Fortah /u,

O" demais 13% se distribuíram por 24

aparelhos mecânicos para heneficiamcn-

fregueses, sendo que os mais importan tes compradores foram Austrália, Argen

to d<) produto, di-sde a secagem até a classificação do pó, exporlando-o para

tina, União Sul-Africana c Alemanha.

Devido às condições excepcionalmen te favoráveis tanto da oferta como da procura, a cera de carnaúba se tem apre

Maranguape, unia usina moderna com

Os lucros deste be

neficiamento são extraordinários, pois o naubais, compra a.s folhas dos produto res vizinhos, em grande quantidade e a

tir de 1933, o que não se deu com a maioria dos produtos nacionais. As cri

DjAcm Menezes

(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia) yi s conclusões dc Keynes, indicadas

estão as linhas-mestras da construção

resumiclamontc no artigo anterior

teórica dc Keynes. Não é a desulilidadc marginal do trabalho que condiciona o

empresa, além de possuir grandes car-

sistência às crises econômicas.

peito da grande csise dc 1929 e 1930, já entrava em franca recuperação a par

II

os Estados Unidos, onde se faz o apro\ eitamcnto direto.

sentado como um produto de grande re A des

Keynes e a economia moderna

montando, cm

preços baixos.

A produção de cèra pode ainda ser extraordinàriamenln aumentada, pela

desta revista, são formuladas assim:

a) Os recursos, custos c réditos (ói-

comc) — ingresso real ou monetário — dependem" do volume dc emprego N.

• número de indivíduos ocupados, mas a

propensão para consumir e o coeficiente dc novas inversões.

Se há insuficiência na procura efetiva

tam do fato dc as plantas serem mais vi

b) A relação entre o ingresso da comunidade c o que se prevê gastar no consumo — que será designado por D — passa a depender da psicologia da

gorosas, produzindo meliior, o de a dis

comunidade.

tribuição das palmeiras se fazer racio

real existente" (pág. 30). E.n conse-

nalmente, tudo isto barateando o custo

O conjunto de tais condições p.sícológicas neste caso ó chamado por Keynes

do extração c aumentando o rendimento.

de propensão peru consumir {propensiltj

período do guerra de 1914 a 1918, co

Além disso, c possível estabelecer cul

to consume),

mo durante o conflito de 1939 a 1945.

turas intcrcalares, aumcntando-se a ren

rio real de equilíbrio será maior que a desntilkladü margim.l do nível de emprego de equilíbrio .

E' preciso, porém, não esquecer o sé rio perigo dos sucedâneos, o que não

da do produtor e baratoando-se o custo do vida do operário agrícola.

ocorria no passado. Parece-nos, no en tanto, que vcncô-lo tomar-se-á muito

naúba c um excelente exemplo demons

fácil, dadas as possibilidades de melho ria das técnicas de produção. Pelos pro

trativo de que nenhum monopólio, üjesnio natural, pode persistir indefinida

tos previstos, representados por Dl; se gundo, dos gastos com novas im-ersões, representados por D2. O total dos dois gastos é D, que exprime a procura efe tiva.

ses de 1921 c a que atualmente alravcs:'a a carnaúba devcm-sc antes a fenôme

nos de reconversão do período dc guer ra para o de paz, visto como as aplica ções bélicas do produto permitiram um forte surto de expansão, tanto durante o

formação dc carnauhaís de cultura. As vantagens do carnaiihal cultixado resul

O estudo do comércio da cèra dc car

cessos rotineiros até agora utiizados é de

mente; é certo iniciar-so a concorrência

supôr-se que cêrca de 40 % a 50% da produção sejam desperdiçados. Êste des perdício pode .ser facilmente eliminado, pelo aperfeiçoamento da produção de cèra e pela racionalização da cultura. Quanto ao beneficiamento, basta lem

dos sucedâneos e, neste caso, a vinica

brar o que vem fazendo a Companhia

mércio.

maneira de se os vencer ó atraxés do barateamento do custo e aumento do

c)

O volume N — número de tralya-»

Ihadorcs que os empresários decidem emi^regar

dependé: primeiro, dos gas

d) Se

- que Ricardo c-onsiderava impossível — O' descmprégo reduzir-se-á, tornandose inferior A oferta da fòrga de üabalho

potencialmente mobilizável pelo salário

quência disso, observa-se que o salá

A produção real afasta-se então da prodhçãc potencial. O afastamento se rá tanto maior quanto mais noa for a comunidade. E aí Keynes nos da a cha ve má«rica do paradoxo : a razão da po breza aumentar quando u riqueza crescei Nessa maviosa e.xplicação, as desigualda des econômicas não resultam de injusti

ças sociais, de monopólios ou coisas se D X D = D = f(N),

melhantes. Na comunidade pobre, por

exemplo, qualquer pequena inversão •

volume de produção, a tal ponto que o

sucedâneo .seja sufocado e não se tor

e sendo D função de 2V, conforme se

promove o emprego completo dos re

nem convenientes sua produção e co

afirmou no item h, então a inversão re

cursos. Ela, a comunidade, consome a

ferida se deduzirá da diferença entre a

niaioi parte da produção. Na rica, as coisas passam-se diversamente-. As opor

'

função da oferta global e Dl.

e) O volume de emprego passa a depender da função de oferta global, da propensão para consumir e da inversão. Na essência e esquemàticamente, aí ■ .Aiiri

tunidades de inversão precisam crescer a

fim de manter o x'olume correspondente do emprego. E se por acaso assim não ocorre ? Se as oportunidades não esti-


Dicesto Econó&iíco

90

Dhíksto Eí^oNí^íMíno

Que \antageni retira Keynes daquele

inulani as invçrsóes? Entáo entra ein ce

\ a.s, que estão no plano da economia.

de infornKiçãi) para o estudo cio compov-

na o princípio regulador da "procura efetíva" : reduz-sc a produção real. A

Do resultado, saem algumas díscordàncías entre o seu sistema e a Escola Clás sica; o sai também outro estoque mais

lamento cios fenômenos eoleti\os. .\ teo

raciocinii' ?

ria cie Keynes é formulada em conceitos macroeconômicos — para falar a lingua gem de Ilabi-rlcr. Aliás, fôra Ragnar Frisch Cjuem primcirq aludira a micro-

uma relação definida entre ingressos e im estimentü, entre emprego total e em

comunidade empobrece.

sumir; acumulação do capital; diminui

aperfeiçoado de conceitos, necessários às suas explicações. Força é convir que cm muitos pontos c uma descrição de

ção da taxa de inversão. Tais fenôme

licadíssima e sutil, mas à superfície dos

Keynes aponta então os efeitos: debi litação da propensão marginal para con

nos se ligam, na opi

\

nião do autor, a três

questões, que constituem

clássica. Seu estudo gi consequentemente,

em tômo dôsses temas :

a) Análise da pro pensão para consumir;

b) determinação da

-- ^. .. \^

eficiência marginal do capital;

c) formulação

Sugere Keynes que a

hipótese da igualdade entre o preço de pro

as lacunas da tradição ra,

fenômenos.

lam exatamente a especiosa fragilidade da sua construção teórica, malgrado o valor parcial que oferecem certos pontos de sua análise.

As relações formadas

històricamente no curso do processo pro

Isto é, quanto se absorve

no consumo e quanto se aplica no inves

tanto, a posiçfu) de Keynes, e respectiAU

timento.

teoria clássica.

êle se arma para contrariar, analisando a teoria do juro, a tradição clássica. En tão proclama que preenclieii uma lacuna das teorias clássicas. A taxa de juro e.xplíca\a-se à luz da teoria do valor c

ção dos que pertencem às camadas-mais pobres, quer dizer, a classe trabalhado ra c alguns outros contingentes, os rédi tos que os indix iduos percebem não se

E' uni

"postulatum". E tôda var daquele "postula

são para consumir". Com é-s.se critério,

Exemplificando ; com exce

acabam totalmente no consumo diário.

Trata-se, portanto, de indivíduos per tencentes a camadas da população que se acham socialmente em 'condições de

à luz das teorias monetárias, som cone

acumular. Se o consumo aumenta à me

explicação da taxa de

juro, a explicação do desemprôgo, a teo

xão doutrinária que as unificasse dentro do uma interpretação luumonizadora e

sam, entretanto, uma proporção maior

ria quantitativa da moeda, a apologéti-

geral.

de crescimento. De onde se conclui que

ca do "laissez faire".

Essas refle.xões de Keyne.s, introdu zindo no estudo do sistema econômico aquelas variáveis "psicológicas", reve

vestimento.

Não se poderá compreender, entre

do". Nêle se baseou a

teoria da taxa de juro. O campo delimitado pelos clássicos

cm certo instante, entre consumo e in

e.xposição, sem tomar como ponto de j^artida o cpie èlc denomina a "propen

da Economia vai deri

da

A lei }).sicoI<)gica c o rédito

prego dedicado a investimentos. Por es,sa forma, pretende saber como se repar te' o aumento da produção, observado

cura c o preço de ofer ta da produção 6 o axioma das paralelas na

® construção ricardiana

/

análisc e macroanálisc neste assunto.

A que .segue: pennite-lhe estabelecer

Examinando ràpidamente o que Key

dida que aumentam os réditos, êstes acu um rédito maior exprime mn consumo

Keynes declara que não quer cair nos

ne.s denominou de propensão para con-

relativamente menor; a recíproca tam

mesmos enganos. Êle pretende explicar

mmíT, fator psicológico "determinado pelo meio social e político e as caracte rísticas nacionais (pág. 335), percebese que é uma relação iuncional entre

bém é verdadeira.

formulação de como se dividirá o acTés-

certo nível de réditos, que ó medido cm

cimo do ingresso ou rédito entre o con

unidades de salário" e depende da par

sumo e a poupança.

o sislema econômico como um todo, for

mulando relações compreensíveis entre grandezas complexas, cujos conceitos elabora caprichosamente : a eficiência marginal do capital, a propensão para consumir, a taxa de juros, que são as

Aqui está onde desemboca a lei psi cológica de Kevne.s: faculta-lhe uma

ticipação das classes no prcjcesso produ

dutivo, que constituem o terreno de es

variáveis independentes do sistema; e o

tudo delimitado desde Smith e Ricardo,

tivo, c o gasto de consumo que referidos

réditos permitem.

desaparecem ou mascaram-se em frente

volume de emprego e o ingresso nacio nal (rédito) medido cm unidades de sa

ao keynesismo. Êle aprofunda escolàs-

lário, que representam as variáveis • de.

alargam seu padrão de vida. Essas duas

total de uma

ticamente os problemas mais sérios, bus

pendentes.

^'ariáveis, porém, não aumentam na mes

igual à totalidade dos gastos. Sucede

ma proporçcão (pág. 96). Daí retira o autor o conceito de propensão marginal para consumir, que será a relação entre

rédito total; há, portanto, outros gastos

os acréscimos verificados naquelas duas

tros gastos que se chama ínuesflmenfo.

réditos aumentam, os seus beneficiários

cando outras raízes. Desenvolve uma Já notara Haberler, com acêrto, qup ginástica sutil, estudando interdepen essas grandezas, tomadas para definir a dências entre variáveis, que estão no es vida econômica, não se reduziam a conpírito dos que decidem a aplicação dos ;ceitos individuais, embora os fatos indi capitais, misturadas a variáveis objeti- viduais sejam, no seu parecer, a fonte ã i.

Potipança, consumo, investimento

Isto é, quando os

grandezas consideradas.

Ora — reflete Keynes — o ingresso comunidade

deve ser

que o consumo diário não dá cabo do dc natureza diferente.

E' a êsses ou

"Os gastos em consumo, durante


Dicesto Econó&iíco

90

Dhíksto Eí^oNí^íMíno

Que \antageni retira Keynes daquele

inulani as invçrsóes? Entáo entra ein ce

\ a.s, que estão no plano da economia.

de infornKiçãi) para o estudo cio compov-

na o princípio regulador da "procura efetíva" : reduz-sc a produção real. A

Do resultado, saem algumas díscordàncías entre o seu sistema e a Escola Clás sica; o sai também outro estoque mais

lamento cios fenômenos eoleti\os. .\ teo

raciocinii' ?

ria cie Keynes é formulada em conceitos macroeconômicos — para falar a lingua gem de Ilabi-rlcr. Aliás, fôra Ragnar Frisch Cjuem primcirq aludira a micro-

uma relação definida entre ingressos e im estimentü, entre emprego total e em

comunidade empobrece.

sumir; acumulação do capital; diminui

aperfeiçoado de conceitos, necessários às suas explicações. Força é convir que cm muitos pontos c uma descrição de

ção da taxa de inversão. Tais fenôme

licadíssima e sutil, mas à superfície dos

Keynes aponta então os efeitos: debi litação da propensão marginal para con

nos se ligam, na opi

\

nião do autor, a três

questões, que constituem

clássica. Seu estudo gi consequentemente,

em tômo dôsses temas :

a) Análise da pro pensão para consumir;

b) determinação da

-- ^. .. \^

eficiência marginal do capital;

c) formulação

Sugere Keynes que a

hipótese da igualdade entre o preço de pro

as lacunas da tradição ra,

fenômenos.

lam exatamente a especiosa fragilidade da sua construção teórica, malgrado o valor parcial que oferecem certos pontos de sua análise.

As relações formadas

històricamente no curso do processo pro

Isto é, quanto se absorve

no consumo e quanto se aplica no inves

tanto, a posiçfu) de Keynes, e respectiAU

timento.

teoria clássica.

êle se arma para contrariar, analisando a teoria do juro, a tradição clássica. En tão proclama que preenclieii uma lacuna das teorias clássicas. A taxa de juro e.xplíca\a-se à luz da teoria do valor c

ção dos que pertencem às camadas-mais pobres, quer dizer, a classe trabalhado ra c alguns outros contingentes, os rédi tos que os indix iduos percebem não se

E' uni

"postulatum". E tôda var daquele "postula

são para consumir". Com é-s.se critério,

Exemplificando ; com exce

acabam totalmente no consumo diário.

Trata-se, portanto, de indivíduos per tencentes a camadas da população que se acham socialmente em 'condições de

à luz das teorias monetárias, som cone

acumular. Se o consumo aumenta à me

explicação da taxa de

juro, a explicação do desemprôgo, a teo

xão doutrinária que as unificasse dentro do uma interpretação luumonizadora e

sam, entretanto, uma proporção maior

ria quantitativa da moeda, a apologéti-

geral.

de crescimento. De onde se conclui que

ca do "laissez faire".

Essas refle.xões de Keyne.s, introdu zindo no estudo do sistema econômico aquelas variáveis "psicológicas", reve

vestimento.

Não se poderá compreender, entre

do". Nêle se baseou a

teoria da taxa de juro. O campo delimitado pelos clássicos

cm certo instante, entre consumo e in

e.xposição, sem tomar como ponto de j^artida o cpie èlc denomina a "propen

da Economia vai deri

da

A lei }).sicoI<)gica c o rédito

prego dedicado a investimentos. Por es,sa forma, pretende saber como se repar te' o aumento da produção, observado

cura c o preço de ofer ta da produção 6 o axioma das paralelas na

® construção ricardiana

/

análisc e macroanálisc neste assunto.

A que .segue: pennite-lhe estabelecer

Examinando ràpidamente o que Key

dida que aumentam os réditos, êstes acu um rédito maior exprime mn consumo

Keynes declara que não quer cair nos

ne.s denominou de propensão para con-

relativamente menor; a recíproca tam

mesmos enganos. Êle pretende explicar

mmíT, fator psicológico "determinado pelo meio social e político e as caracte rísticas nacionais (pág. 335), percebese que é uma relação iuncional entre

bém é verdadeira.

formulação de como se dividirá o acTés-

certo nível de réditos, que ó medido cm

cimo do ingresso ou rédito entre o con

unidades de salário" e depende da par

sumo e a poupança.

o sislema econômico como um todo, for

mulando relações compreensíveis entre grandezas complexas, cujos conceitos elabora caprichosamente : a eficiência marginal do capital, a propensão para consumir, a taxa de juros, que são as

Aqui está onde desemboca a lei psi cológica de Kevne.s: faculta-lhe uma

ticipação das classes no prcjcesso produ

dutivo, que constituem o terreno de es

variáveis independentes do sistema; e o

tudo delimitado desde Smith e Ricardo,

tivo, c o gasto de consumo que referidos

réditos permitem.

desaparecem ou mascaram-se em frente

volume de emprego e o ingresso nacio nal (rédito) medido cm unidades de sa

ao keynesismo. Êle aprofunda escolàs-

lário, que representam as variáveis • de.

alargam seu padrão de vida. Essas duas

total de uma

ticamente os problemas mais sérios, bus

pendentes.

^'ariáveis, porém, não aumentam na mes

igual à totalidade dos gastos. Sucede

ma proporçcão (pág. 96). Daí retira o autor o conceito de propensão marginal para consumir, que será a relação entre

rédito total; há, portanto, outros gastos

os acréscimos verificados naquelas duas

tros gastos que se chama ínuesflmenfo.

réditos aumentam, os seus beneficiários

cando outras raízes. Desenvolve uma Já notara Haberler, com acêrto, qup ginástica sutil, estudando interdepen essas grandezas, tomadas para definir a dências entre variáveis, que estão no es vida econômica, não se reduziam a conpírito dos que decidem a aplicação dos ;ceitos individuais, embora os fatos indi capitais, misturadas a variáveis objeti- viduais sejam, no seu parecer, a fonte ã i.

Potipança, consumo, investimento

Isto é, quando os

grandezas consideradas.

Ora — reflete Keynes — o ingresso comunidade

deve ser

que o consumo diário não dá cabo do dc natureza diferente.

E' a êsses ou

"Os gastos em consumo, durante


DiCRsTf» EcOSÓX!I«>

Dicjisre Econômico

qualquer períotlo, dcvetn sígiiificur o • valor dos artigos \'endid(is aos consuniidorei" — adverte Keynes. E Ie\anta a

questão: — como distinguir entre o consumidor-comprador c o consuniidor-in-

versionista ? Para éle, o critério deve ser

"o ponto em que se há de traçar a di

visória entre o consumidor e o empre sário". (pág. 62). A poupança, que resulta dos consu

midores individuais ao conser\arem os excedentes do rédito sobre os gastos em consumo, e o inceslimento, que resulta

dos gastos dos empresários individuais, — serão quantidades iguais ? Evidentemente, sim.

Resume o autor nessas cquivalénciasRédito = consumo "mais" inxesii

mento.

"ixesti-

Poupança = rédito "menos" con sumo.

Logo,

Poupança = investimento.

grado as advertências de Mallhus, dis sidente de Ricardo, (pie Kevnes agon\

empregados. Haverá, entre êsse in\es-

cobro de elogios.

timenlo de ocupação,

Aquele rédito total relaeionu-se cont a ocupação tola! — e o grau de forças de trabaliio empenliado no processo produtivo é unia função a mais, no conjunto das outras grandezas escolhi das para caracterizar o sisl(nna. Exprimindo melhor: entre ocupação,

obscr\ados, que o autor procura enqua

drar miin corpo geral de princípios teó ricos. E Keynes deseja integrar tam bém, nessa interpretação ampla, as flu

tivo nestas b'nhas.

A primeira igualdade acima estabele cida está a mostrar-nos um dos intuitos principais de Keynes: o de examinar as forças que condiciònam o nível do divi dendo nacional (nível de ocupação ou

da vida econômica), partindo da hipó tese de que, com o mesmo volume de recursos, podem produzir-se diversos

existente.

to de onde, no seu parecer, procede o engano.

Para êlc. a ilusão tem suas origens

ral, pois é impossível ao banco rcaliziir qualquer investimento sem uma poupan ça preliminar.

"Ninguém pode poíipar sem adquirir

da perda de valor do ativo

O que se verifica é um gasto no con sumo presente, aditado ao rédito pre

sente. Todas as poupanças individuais somadas devem pois ser iguais aos in\eslimcntos novos que se realizam. Posta a questão nestes termos, como o

faz Ke)'ncs, torna-se impossível admi tir que se possa fafeer novos investimen tos sem poupança anterior, meramente

ã custa de criação de crédito bancário

tuações cíclicas da \i(la econômica, a

um bem (asset), quer em moeda efeti

existente.

teoria do desemprego, da taxa de juro,

va, quer cm forma de dí\ida, quer em

que um crédito bancário adicional pro

num quadro doutrinário que ultrapasse

forma dc bens capitais {"capital good.i")

o da' Economia Clássica.

— o ninguém podo adquirir um bem que dantes não possuía, a menos que : ou SC produza outro novo, de Nalor igual, ou alguém se desprenda dc um bem de valor igual ao que prèviainentc possuía", (págs. 81-82, "Gene

porciona acréscimo de investimento, mas advirá aumento de rédito, que excederá

Ao comentar a

"J^ote on lhe Deçc-

forçada era o mesmo que Bentham de

minúcias, desnecessárias ao nosso obje

hipótese

pação incompleta — c considera o pon

em seu banco, há uma transação bilate

entre os fciuimenos

incentivada por Robertson, acabou imis'entre investimento projetado e investi mento realizado, respectivamente "e.v ant^' e "c.r pou". Mas não desçamos a

seu consumo sôbre o rédito, afastada a

conceito benthamniano no caso de ocu

damentais importantes, (pie traduzem as

a "pariod anahjsUi", a análise de tempo

, cuindo sutile2as, como seja a distinção

Kevnes pensa que ê preciso estudar o

bem determiná\-el ?

interdependências

lopmenl of Doctrine of jorced síioiiig", escrita pelo prof. Hayek, recorda-nos Keynes que o conceito clc poupança

Essa igualdade entre poupança e in vestimento foi vivamente criticada — e

sentosouranicnto de soma igual por al guém. Neste caso, há um excesso de

na própria engrenagem do sistema ban cário. Quando A deposita certa soma

consumo e in\'estiniento, liá relações fun

Isto é, ou há investimento ou há dc-

alguma relação

nominara de fnigalidadc forçada. Êle resultaria do aumento da quantidade de dinheiro em relação à quantidade de coisas expostas à \'enda, quando todos os

braços

estivessem

ral Theory").

O raciocínio busca mostrar

normalmente ao do aumento dos inves

timentos feitos. A poupança relaciona-se ao investimento e vice-versa. Mas não SC conclui, erroneamente, que, poupan

do, o indivíduo aumenta o investimento, embora aumente sua riqueza individual.

\antajosainenle

ocupados. Assim, não podendo aumen tar o rédito real, o investimento ocasio

nal e adicional operaria uma privação forçada.

Keynes pretende ampliar essa idéia ãs situações em que ainda não se verificou a ocupação plena. O aumento de fc^rça de trabalho, em dado equipamento

produtivo, acarreta alguma diminuição

níveis de atividade econômica — hipó

no salário real dos que estão atualmente empregados. Mas há um aumento de

tese que a tradição clássica negou, mal

investimento, simultâneo ao aumento de

(\<i


DiCRsTf» EcOSÓX!I«>

Dicjisre Econômico

qualquer períotlo, dcvetn sígiiificur o • valor dos artigos \'endid(is aos consuniidorei" — adverte Keynes. E Ie\anta a

questão: — como distinguir entre o consumidor-comprador c o consuniidor-in-

versionista ? Para éle, o critério deve ser

"o ponto em que se há de traçar a di

visória entre o consumidor e o empre sário". (pág. 62). A poupança, que resulta dos consu

midores individuais ao conser\arem os excedentes do rédito sobre os gastos em consumo, e o inceslimento, que resulta

dos gastos dos empresários individuais, — serão quantidades iguais ? Evidentemente, sim.

Resume o autor nessas cquivalénciasRédito = consumo "mais" inxesii

mento.

"ixesti-

Poupança = rédito "menos" con sumo.

Logo,

Poupança = investimento.

grado as advertências de Mallhus, dis sidente de Ricardo, (pie Kevnes agon\

empregados. Haverá, entre êsse in\es-

cobro de elogios.

timenlo de ocupação,

Aquele rédito total relaeionu-se cont a ocupação tola! — e o grau de forças de trabaliio empenliado no processo produtivo é unia função a mais, no conjunto das outras grandezas escolhi das para caracterizar o sisl(nna. Exprimindo melhor: entre ocupação,

obscr\ados, que o autor procura enqua

drar miin corpo geral de princípios teó ricos. E Keynes deseja integrar tam bém, nessa interpretação ampla, as flu

tivo nestas b'nhas.

A primeira igualdade acima estabele cida está a mostrar-nos um dos intuitos principais de Keynes: o de examinar as forças que condiciònam o nível do divi dendo nacional (nível de ocupação ou

da vida econômica), partindo da hipó tese de que, com o mesmo volume de recursos, podem produzir-se diversos

existente.

to de onde, no seu parecer, procede o engano.

Para êlc. a ilusão tem suas origens

ral, pois é impossível ao banco rcaliziir qualquer investimento sem uma poupan ça preliminar.

"Ninguém pode poíipar sem adquirir

da perda de valor do ativo

O que se verifica é um gasto no con sumo presente, aditado ao rédito pre

sente. Todas as poupanças individuais somadas devem pois ser iguais aos in\eslimcntos novos que se realizam. Posta a questão nestes termos, como o

faz Ke)'ncs, torna-se impossível admi tir que se possa fafeer novos investimen tos sem poupança anterior, meramente

ã custa de criação de crédito bancário

tuações cíclicas da \i(la econômica, a

um bem (asset), quer em moeda efeti

existente.

teoria do desemprego, da taxa de juro,

va, quer cm forma de dí\ida, quer em

que um crédito bancário adicional pro

num quadro doutrinário que ultrapasse

forma dc bens capitais {"capital good.i")

o da' Economia Clássica.

— o ninguém podo adquirir um bem que dantes não possuía, a menos que : ou SC produza outro novo, de Nalor igual, ou alguém se desprenda dc um bem de valor igual ao que prèviainentc possuía", (págs. 81-82, "Gene

porciona acréscimo de investimento, mas advirá aumento de rédito, que excederá

Ao comentar a

"J^ote on lhe Deçc-

forçada era o mesmo que Bentham de

minúcias, desnecessárias ao nosso obje

hipótese

pação incompleta — c considera o pon

em seu banco, há uma transação bilate

entre os fciuimenos

incentivada por Robertson, acabou imis'entre investimento projetado e investi mento realizado, respectivamente "e.v ant^' e "c.r pou". Mas não desçamos a

seu consumo sôbre o rédito, afastada a

conceito benthamniano no caso de ocu

damentais importantes, (pie traduzem as

a "pariod anahjsUi", a análise de tempo

, cuindo sutile2as, como seja a distinção

Kevnes pensa que ê preciso estudar o

bem determiná\-el ?

interdependências

lopmenl of Doctrine of jorced síioiiig", escrita pelo prof. Hayek, recorda-nos Keynes que o conceito clc poupança

Essa igualdade entre poupança e in vestimento foi vivamente criticada — e

sentosouranicnto de soma igual por al guém. Neste caso, há um excesso de

na própria engrenagem do sistema ban cário. Quando A deposita certa soma

consumo e in\'estiniento, liá relações fun

Isto é, ou há investimento ou há dc-

alguma relação

nominara de fnigalidadc forçada. Êle resultaria do aumento da quantidade de dinheiro em relação à quantidade de coisas expostas à \'enda, quando todos os

braços

estivessem

ral Theory").

O raciocínio busca mostrar

normalmente ao do aumento dos inves

timentos feitos. A poupança relaciona-se ao investimento e vice-versa. Mas não SC conclui, erroneamente, que, poupan

do, o indivíduo aumenta o investimento, embora aumente sua riqueza individual.

\antajosainenle

ocupados. Assim, não podendo aumen tar o rédito real, o investimento ocasio

nal e adicional operaria uma privação forçada.

Keynes pretende ampliar essa idéia ãs situações em que ainda não se verificou a ocupação plena. O aumento de fc^rça de trabalho, em dado equipamento

produtivo, acarreta alguma diminuição

níveis de atividade econômica — hipó

no salário real dos que estão atualmente empregados. Mas há um aumento de

tese que a tradição clássica negou, mal

investimento, simultâneo ao aumento de

(\<i


ni *J. ii ifi

101

Dicesto Econômico 1

A

-

AliOLTÇAO E A ESTEETURA ECONÔMICA

DO

niíASIL

encontravain-sc no campo o na cidade, embora mais na cidade do que no cam

po, como c natural.

Nklson WivnNiiCK SooHÍ:

Dentro da aparente placidez do Se

gundo Império, o mais longo período

ENHUM tejiia sc*r\e melhor à análise

mente apreciado, o jogo da ehxjuéncia

do processo histórico brasileiro do (juc o do sistema servil, mormente cm sua fase final, aquela que se caracteri

obscureccu, cpiando não cfUifundiu, as

contínuo da no.ssa história, a economia brasileira sofreu importantes transforma

suas grandes linbas. tornando-as confi-

ções, cpic se traduziram dc várias for

nantcs com os arbitrários sentimentos a

mas, econômicas c soiiais, na luta par tidária ou no declínio da estrutura rí

N

zou pela luta abolicionista.

Nenhum,

também, e infelizmente, tem servidí) melhor, pelo seu jogo de contrastes e pelo vigor de suas còres. ao labor ocioso

de uma subliteratura, algumas vézes com pretensões a história, desviando-se. assim, na visão de quase todos, c pronagand„.,,,

..n.Iatenm CO „m problem. que foi, na

verdade, delicado e complexo, mas que

(|ue se inclinam, por aiisència de um

método

interpreta ti\o. todos aqueles

(juc, incapa7.e.s de ir ao fundo do assun to, se deixam conduzir à mercê das

contingências da oratória comum, quan

do nfio ao de uma oratória em que qualfjucr tema se torna mais difuso do que a e.speciilação mais transcendente. Não vamos, aqui, apreciar o sistema servi! em todos os .seus aspectos e em

SC f.l.oii sempre a condicõe,s cpie só uma viHio objetiva e realista poderia discri-

seu funcionamento, para no.s ocuparmos

mmar o balancear.

apenas da luta abolicionista, última de

O sistema servil foi, sem dúvida unvt das peças essenciais do tipo de produ ção elaborado no período colonial. Mas não tendo sido a única, entrelaçando-sò com outras, só poderia ser compreendi da, em seu alcance c em seu desenvol vimento, através do levantamento do quadro geral em que apareceu e fun cionou. Êsse quadro nunca foi tão con fuso como na fa.sc em que as condi ções do meio propiciaram o advento e o processo da luta abolicionista, envol vendo grandes, complexos e divergentes interêsses, agravados com o jôgo parti dário, ao qual jamais se adatou perfeitãmente.

Era natural que fosse levada

ao quadro das competições dos partidos

tradicionais, na ânsia reformista que im punha, e que era mesmo inevitável.

Nesse quadro, entretanto, moldura pou co propícia, em que tem sido habitual

suas etapas, cm que desaguaram, final mente, não só os seiis contrastes, como

os fatores elaborados no.s seus qualni séculos de domínio absoluto, espaço de tempo cm que afetou, de maneira con siderável, a fisionomia econômica e so cial do Brasil.

Quando essa lutu toma Unhas defini das e encontra ambiente propício ao seu

desenvolvimento, que nunca se fez sem tropeços, porque ate a última hora ela afetava ponderáveis interêsses, é bem verdade que as novas condições da pn)dução já se haviam incompatibilizi\do com o sistema servil.

Nem só em outros

países isso acontecera, a ponto de so

ter formado já uma nítida mentalidade antiescravagista, como no próprio Brasil os fatores contrários à escravidão ha

viam conseguido estrulairar forças capa zes de empreender a luta para a fina lização de sua vigência. Essas fôrças ..

....

.

comércio, mas naquela que deria de senvolver enormemcnte atividades ou

tras, — meramente ancilares. a princí

pio, depois com linhas próprias, como a do clero, a militar e a das letras, tôdas contribuintes, e em número acentuado,

gida da família, no aparecimento e forta lecimento de atividades quase desconhe cida;; oo. amcsquinbadas. entre cla.s, como das mas rdevanlc.s, a comercial, cm qvie elementos nacionais neutralizavam o an

tigo predomínio luso. O dcscn\'ol\ imento dhs relações de troca, fundamentado desde o advento das tarifas de Alves Branco, contribuíra para quebrar o velho e tradicional desequilíbrio, oriunda da fase colonial, entre o campo e a cida de entre a gente do campo, detentora

da'riqueza c do poder, e a gente da ci dade, dependente dessa riqueza e desse

poder. Configurando o panorama ha bitual da vida ativa dos engenhos c fazenda.s, ao lado da viáti monótona e triste dos centros urbanos, Iodos oriun dos quase da etapa primitiva em que a

mecessidade dc defesa e embarque da produção impusera o seu es calonamento ao longo da costa c em zonas em que

dos quadros partidários. A centralização imperial, a estrutura ção de uma fôrça armada nacional, em

contraposição às manifestações de pode rio militar dos senhores da terra, as cri

ses da lavoura, que punham os elemen tos agrários na dependência dos finan ciamentos ou de um sistema bancário

em elaboração, ou de particulares lubano.s, na fase em que a riqueza passa

"das mãos criadoras para as mãos cre

doras", o encarecimcnto da mão-de-obra servil, com as suas fontes quase esgota das, as .solicitações da mobilidade hori zontal da produção, atraída para o centro-sul e aí estabelecida com firmeza,

são fatôres ou sintomas da profunda alteração que se processava no organis mo social e na estrutura brasileira da

produção. Tôdas essas fôrças novas, ^

que confluíam no crescente fortaleci-| mento do poderio burguês, estavam mcompatibilizadas com o sistema servil e contribuíram decisivamente para a ace-,

leração do progresso abolicioni.sta, em que estavam fundamente interessadas. A

confluíssem rios fáceis, pro

tais forças, deviam somar-se

pícios ao transporte por

as que já elaboravam o es-

água. Gestuva-se, assim, na inti midade brasileira, uma nova classe, a burguesia, ascen

bôço do parque industrial

dente à medida que os ele mentos agrários declinavani.

naturais dos fornecedores de

brasileiro, e, com uma im

portância sem par, as que derivavam

manufaturas externas, viva

mente empenhados em subs

Essa classe não só se ali

cerçava na gente ligada ao

das imposições

7^

tituir

considerável

massa

Jl


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encontravain-sc no campo o na cidade, embora mais na cidade do que no cam

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Nklson WivnNiiCK SooHÍ:

Dentro da aparente placidez do Se

gundo Império, o mais longo período

ENHUM tejiia sc*r\e melhor à análise

mente apreciado, o jogo da ehxjuéncia

do processo histórico brasileiro do (juc o do sistema servil, mormente cm sua fase final, aquela que se caracteri

obscureccu, cpiando não cfUifundiu, as

contínuo da no.ssa história, a economia brasileira sofreu importantes transforma

suas grandes linbas. tornando-as confi-

ções, cpic se traduziram dc várias for

nantcs com os arbitrários sentimentos a

mas, econômicas c soiiais, na luta par tidária ou no declínio da estrutura rí

N

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Nenhum,

também, e infelizmente, tem servidí) melhor, pelo seu jogo de contrastes e pelo vigor de suas còres. ao labor ocioso

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verdade, delicado e complexo, mas que

(|ue se inclinam, por aiisència de um

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contingências da oratória comum, quan

do nfio ao de uma oratória em que qualfjucr tema se torna mais difuso do que a e.speciilação mais transcendente. Não vamos, aqui, apreciar o sistema servi! em todos os .seus aspectos e em

SC f.l.oii sempre a condicõe,s cpie só uma viHio objetiva e realista poderia discri-

seu funcionamento, para no.s ocuparmos

mmar o balancear.

apenas da luta abolicionista, última de

O sistema servil foi, sem dúvida unvt das peças essenciais do tipo de produ ção elaborado no período colonial. Mas não tendo sido a única, entrelaçando-sò com outras, só poderia ser compreendi da, em seu alcance c em seu desenvol vimento, através do levantamento do quadro geral em que apareceu e fun cionou. Êsse quadro nunca foi tão con fuso como na fa.sc em que as condi ções do meio propiciaram o advento e o processo da luta abolicionista, envol vendo grandes, complexos e divergentes interêsses, agravados com o jôgo parti dário, ao qual jamais se adatou perfeitãmente.

Era natural que fosse levada

ao quadro das competições dos partidos

tradicionais, na ânsia reformista que im punha, e que era mesmo inevitável.

Nesse quadro, entretanto, moldura pou co propícia, em que tem sido habitual

suas etapas, cm que desaguaram, final mente, não só os seiis contrastes, como

os fatores elaborados no.s seus qualni séculos de domínio absoluto, espaço de tempo cm que afetou, de maneira con siderável, a fisionomia econômica e so cial do Brasil.

Quando essa lutu toma Unhas defini das e encontra ambiente propício ao seu

desenvolvimento, que nunca se fez sem tropeços, porque ate a última hora ela afetava ponderáveis interêsses, é bem verdade que as novas condições da pn)dução já se haviam incompatibilizi\do com o sistema servil.

Nem só em outros

países isso acontecera, a ponto de so

ter formado já uma nítida mentalidade antiescravagista, como no próprio Brasil os fatores contrários à escravidão ha

viam conseguido estrulairar forças capa zes de empreender a luta para a fina lização de sua vigência. Essas fôrças ..

....

.

comércio, mas naquela que deria de senvolver enormemcnte atividades ou

tras, — meramente ancilares. a princí

pio, depois com linhas próprias, como a do clero, a militar e a das letras, tôdas contribuintes, e em número acentuado,

gida da família, no aparecimento e forta lecimento de atividades quase desconhe cida;; oo. amcsquinbadas. entre cla.s, como das mas rdevanlc.s, a comercial, cm qvie elementos nacionais neutralizavam o an

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da'riqueza c do poder, e a gente da ci dade, dependente dessa riqueza e desse

poder. Configurando o panorama ha bitual da vida ativa dos engenhos c fazenda.s, ao lado da viáti monótona e triste dos centros urbanos, Iodos oriun dos quase da etapa primitiva em que a

mecessidade dc defesa e embarque da produção impusera o seu es calonamento ao longo da costa c em zonas em que

dos quadros partidários. A centralização imperial, a estrutura ção de uma fôrça armada nacional, em

contraposição às manifestações de pode rio militar dos senhores da terra, as cri

ses da lavoura, que punham os elemen tos agrários na dependência dos finan ciamentos ou de um sistema bancário

em elaboração, ou de particulares lubano.s, na fase em que a riqueza passa

"das mãos criadoras para as mãos cre

doras", o encarecimcnto da mão-de-obra servil, com as suas fontes quase esgota das, as .solicitações da mobilidade hori zontal da produção, atraída para o centro-sul e aí estabelecida com firmeza,

são fatôres ou sintomas da profunda alteração que se processava no organis mo social e na estrutura brasileira da

produção. Tôdas essas fôrças novas, ^

que confluíam no crescente fortaleci-| mento do poderio burguês, estavam mcompatibilizadas com o sistema servil e contribuíram decisivamente para a ace-,

leração do progresso abolicioni.sta, em que estavam fundamente interessadas. A

confluíssem rios fáceis, pro

tais forças, deviam somar-se

pícios ao transporte por

as que já elaboravam o es-

água. Gestuva-se, assim, na inti midade brasileira, uma nova classe, a burguesia, ascen

bôço do parque industrial

dente à medida que os ele mentos agrários declinavani.

naturais dos fornecedores de

brasileiro, e, com uma im

portância sem par, as que derivavam

manufaturas externas, viva

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Essa classe não só se ali

cerçava na gente ligada ao

das imposições

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tituir

considerável

massa

Jl


HR"'

'«n J I ■

Dk;kst() EcoNÓMtuo

iniUWi|.aiPini Drr.F-STo Econômico

destituída du poder aquisitivo por clien

Bonifácio ba\'ia adlviuluulo e ate escri

ausência

condições fundamentais

A absorção dos.elementos tornados

tela tanto quanto possível correspon

to, cm documentos públicos, as dire

disponncis com a abolição, realmente,

das

trizes exatas do caso. Rui Barbosa, em

para a Iransição de um sislema a outro. Não podendo, pois, passar ao tipo de

A consciência da impossibilidade da

plena campanha, num documento parla

trabalhador a salário, o escravo perma

vosse, entre nós, na época, uma ativida

permanência eterna do sistema servil foi uma cousa notória, desde o início do

mentar, doi.xou clara, também, a orien

necia desorientado, depois da einbria-

dente.

só seria possível, ou nas cidades, se Iwu-

tação a seguir. O mesmo se pode dizer

guês do triunfo.

século XIX, entre nós. Na luta para

de Joarpiim Nabuco f|UO, apesar de tu

SC mostravam demasiado enfraquecidas,

deter a onda abolicionista, quando essa

multuar, com a sua poderosa oratória, o andamento objetivo do processo, verifi

como na província do Rio dc Janeiro,

de industrial compatível com tamanha massa de trabalhadores, ou nos campos, so houvesse também um sistema de pro dução apto a desempenhar èsse papel,

desviava-sc a massa do trabalhadores,

o que reria, de tôda forma, um contra-

cou, cm páginas pensadas e nítidas, a

agora em di.sptmibilidade, para consti scnso histórico, pois então a abolição tuir' o grupo desocup.ado, em tomo das. teria sido efetivada mais cedo. Não grandes cidades, uinnenlando a popula houve, como ocorreu nos Estados Unição dos centros urbanos o oferecendo, .dos, em período anterior, a vigência de

consciôncia começou a transformar-se em certeza absoluta, a tática dos escra-

vagistas firmou-se, de uma forma par ticular e acentuada, em uma transferên

cia constante do assunto, mais do que na negativa formal, na oposição siste

mática ou na atitude de enfrentar o pro-

^ blema. Tratava-se, pois, de uma quesI tao de oportunidade, de gradação dé medidas preliminares, de seriação de re formas. Porque a abolição era inevitá vel, 6 os próprios adversários da medi

da sabiam bem disso, ainda aquêles que dependiam do sistema de trabalho ser

vil e não haviam tomado medida algu

ma de transição para a vigência de no vos processos.

A \'isão do tema deformava-se, entre tanto, quando a corrente abolicionista

cLareza da solução.

Nada, entretanto,

conseguiu demover a arrancada do am

Quando as lavouras

biento confuso e apaixonado em que foi colocada a campanha, c que deflagraria

num Brasil ainda bastante colonial em

no golpe de treze de maio, arrasador

sui*. estrutura econômica, o quadro sin

para alguns e pü.sitivumentc amargura do para os próprios beneficiados. Se,

do da Iransição para o regime indus

gular que a Inglaterra apresentara, quan

cm algumas regiões, foi possível a assi

trial c conseqüente empobrecimento dos

milação dos escravos libertados, pelo'

campos.

sistema vigente de produção, como nas

À burguesia urbana, incompatibilizadu com o sistema ser\'il, como uma parte

zonas paulistas dc produção cufeeira

lai:; possibilidades. Lá, ao libertar-se, o escravo encontrou as condiçõe,s de tran

sição necessárias. J^oi naturalmente absorvido na nova estrutura de trabalho,

c tornou-se, por isso mesmo, além de outras condições peculiares àquele meio, um elemento diferenciado. E não teria sido esstr a razão do seu acentuado es

mais nova, — em quase tôdas as demais não havia condições que propiciassem,

da própria lavoura, faltaram a capacida

pírito de grupo e de classe, dentro de

pela ordem natural das cousas, essa as•similação.

de c o interesse para presidir a transfor

uma sociedade que lhe permitiu a tran

mação feita com tanta violência, dandoIho orientação compatível, orientação já

sição de um sistema a outro de trabalho?

do aniquilamento, como fôrça organiza da, do grupo escravo, responsáveis pela

Entre nós, não seriam essas condições

punha o problema em termos de ética,

blema, o seu ponto sensível, a sua es

6 os oponentes invocavam o direito de

sência. Tratava-se, sem dúvida, de al

pensada e exposta por José Bonifácio, quando propusera, mais de meio século antes, a entrega de pequenas sesmarias

propriedade, em sua plenitude. Um e

terar, em seus fundamentos, a estrutura

aos libertos. A incompreensão do quadro

raça e outra?

do trabalho. A libertação, em si mes

geral, a tendência e.ni separar, como cou

ma, alterando-o, no plano ético, em nada afetava, entretanto, aquela estrutura. Os

servil, com a permanência da grande

sas distintas, numa estrutura única, as

outro grupo estavam contribuindo, de

maneira decisiva, para que a solução fi casse anqjutada de seus efeitos mais salutares e acabasse desaguando cm um impasse clamoroso, apesar da amargura dos vencidos e das alegrias dos vence dores, na data em que a liberdade en

controu guarida na lei. Poucos viram, com serenidade e com

realismo, os aspectos definitivos do pro blema, e os têrmos em que se devia colocar a sua solução, quando chegasse o momento de decisão última.

José

Êsse o aspecto fundamental do pro

caso», citados e frisados, propositada

mente, depois da abolição pelos que a ela se haviam oposto, de escravos nu merosos que permaneciam trabalhando nas lavouras de origem, ou que ficavam, de qualquer modo, gravitando, sem es

peça.'; essenciais: o sistema servil, de um lado; a grande projDriedade, de outro; admitindo que a abolição, libertando um dos elementos, re.solvia tudo, causou

o traumatismo mais áspero da nossa evolução econômica e social, deixando

tímulo o sem iniciativa, em torno da

sem aplicação uma força de trabalho que, aproveitada, poderia fecundamente

própria fazenda ou engenho em que

demonstrar a sua capacidade e não se

haviam sido o elemento de trabalho, de

estiolar, entregue a si mesma, no quadro geral de descalabro a que ficou rele gado o negro liberto.

monstram, não o aspecto sentimental que so pretendeu fixar, como regra, mas a

ausência aparente de choque entre uma A extinção do sistema

propriedade, não seria um contra-senso? O binômio terra-escmvo, subitamente

rompido, dei.xaria conseqüências trau

mática», cujos reflexos ainda hoje assis timos.

Analfabeto, doente, incapaz para

qualquer tipo de trabalho que exigisse algo mais do que a força dos braços, o escravo estava incompatibilizado com qualquer esforço no sentido de ascender, e só encontrava obstáculos em seu ca

minho. Desamparado, esquecido ou


HR"'

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Dk;kst() EcoNÓMtuo

iniUWi|.aiPini Drr.F-STo Econômico

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tela tanto quanto possível correspon

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para a Iransição de um sislema a outro. Não podendo, pois, passar ao tipo de

A consciência da impossibilidade da

plena campanha, num documento parla

trabalhador a salário, o escravo perma

vosse, entre nós, na época, uma ativida

permanência eterna do sistema servil foi uma cousa notória, desde o início do

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guês do triunfo.

século XIX, entre nós. Na luta para

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deter a onda abolicionista, quando essa

multuar, com a sua poderosa oratória, o andamento objetivo do processo, verifi

como na província do Rio dc Janeiro,

de industrial compatível com tamanha massa de trabalhadores, ou nos campos, so houvesse também um sistema de pro dução apto a desempenhar èsse papel,

desviava-sc a massa do trabalhadores,

o que reria, de tôda forma, um contra-

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agora em di.sptmibilidade, para consti scnso histórico, pois então a abolição tuir' o grupo desocup.ado, em tomo das. teria sido efetivada mais cedo. Não grandes cidades, uinnenlando a popula houve, como ocorreu nos Estados Unição dos centros urbanos o oferecendo, .dos, em período anterior, a vigência de

consciôncia começou a transformar-se em certeza absoluta, a tática dos escra-

vagistas firmou-se, de uma forma par ticular e acentuada, em uma transferên

cia constante do assunto, mais do que na negativa formal, na oposição siste

mática ou na atitude de enfrentar o pro-

^ blema. Tratava-se, pois, de uma quesI tao de oportunidade, de gradação dé medidas preliminares, de seriação de re formas. Porque a abolição era inevitá vel, 6 os próprios adversários da medi

da sabiam bem disso, ainda aquêles que dependiam do sistema de trabalho ser

vil e não haviam tomado medida algu

ma de transição para a vigência de no vos processos.

A \'isão do tema deformava-se, entre tanto, quando a corrente abolicionista

cLareza da solução.

Nada, entretanto,

conseguiu demover a arrancada do am

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biento confuso e apaixonado em que foi colocada a campanha, c que deflagraria

num Brasil ainda bastante colonial em

no golpe de treze de maio, arrasador

sui*. estrutura econômica, o quadro sin

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do da Iransição para o regime indus

gular que a Inglaterra apresentara, quan

cm algumas regiões, foi possível a assi

trial c conseqüente empobrecimento dos

milação dos escravos libertados, pelo'

campos.

sistema vigente de produção, como nas

À burguesia urbana, incompatibilizadu com o sistema ser\'il, como uma parte

zonas paulistas dc produção cufeeira

lai:; possibilidades. Lá, ao libertar-se, o escravo encontrou as condiçõe,s de tran

sição necessárias. J^oi naturalmente absorvido na nova estrutura de trabalho,

c tornou-se, por isso mesmo, além de outras condições peculiares àquele meio, um elemento diferenciado. E não teria sido esstr a razão do seu acentuado es

mais nova, — em quase tôdas as demais não havia condições que propiciassem,

da própria lavoura, faltaram a capacida

pírito de grupo e de classe, dentro de

pela ordem natural das cousas, essa as•similação.

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uma sociedade que lhe permitiu a tran

mação feita com tanta violência, dandoIho orientação compatível, orientação já

sição de um sistema a outro de trabalho?

do aniquilamento, como fôrça organiza da, do grupo escravo, responsáveis pela

Entre nós, não seriam essas condições

punha o problema em termos de ética,

blema, o seu ponto sensível, a sua es

6 os oponentes invocavam o direito de

sência. Tratava-se, sem dúvida, de al

pensada e exposta por José Bonifácio, quando propusera, mais de meio século antes, a entrega de pequenas sesmarias

propriedade, em sua plenitude. Um e

terar, em seus fundamentos, a estrutura

aos libertos. A incompreensão do quadro

raça e outra?

do trabalho. A libertação, em si mes

geral, a tendência e.ni separar, como cou

ma, alterando-o, no plano ético, em nada afetava, entretanto, aquela estrutura. Os

servil, com a permanência da grande

sas distintas, numa estrutura única, as

outro grupo estavam contribuindo, de

maneira decisiva, para que a solução fi casse anqjutada de seus efeitos mais salutares e acabasse desaguando cm um impasse clamoroso, apesar da amargura dos vencidos e das alegrias dos vence dores, na data em que a liberdade en

controu guarida na lei. Poucos viram, com serenidade e com

realismo, os aspectos definitivos do pro blema, e os têrmos em que se devia colocar a sua solução, quando chegasse o momento de decisão última.

José

Êsse o aspecto fundamental do pro

caso», citados e frisados, propositada

mente, depois da abolição pelos que a ela se haviam oposto, de escravos nu merosos que permaneciam trabalhando nas lavouras de origem, ou que ficavam, de qualquer modo, gravitando, sem es

peça.'; essenciais: o sistema servil, de um lado; a grande projDriedade, de outro; admitindo que a abolição, libertando um dos elementos, re.solvia tudo, causou

o traumatismo mais áspero da nossa evolução econômica e social, deixando

tímulo o sem iniciativa, em torno da

sem aplicação uma força de trabalho que, aproveitada, poderia fecundamente

própria fazenda ou engenho em que

demonstrar a sua capacidade e não se

haviam sido o elemento de trabalho, de

estiolar, entregue a si mesma, no quadro geral de descalabro a que ficou rele gado o negro liberto.

monstram, não o aspecto sentimental que so pretendeu fixar, como regra, mas a

ausência aparente de choque entre uma A extinção do sistema

propriedade, não seria um contra-senso? O binômio terra-escmvo, subitamente

rompido, dei.xaria conseqüências trau

mática», cujos reflexos ainda hoje assis timos.

Analfabeto, doente, incapaz para

qualquer tipo de trabalho que exigisse algo mais do que a força dos braços, o escravo estava incompatibilizado com qualquer esforço no sentido de ascender, e só encontrava obstáculos em seu ca

minho. Desamparado, esquecido ou


i\mti i

.IJI -

104

amesquinhado, acumulou-se t-m torno das cidades, em grande parte, e aí permaneceu, através dos anos, sem en contrar da parte do poder público, uma providência que lhe abrisse novas perspectivas. Na situação inicial, como

Dicksto

-1»'

Econômico

Joarjuirii Nabueo, como já luiNiam cha mado a Rio Branco, \o/.cs enfim que

conseguiram a manntençru) da grande

E

RU

propriedade, da grande exploração e.xtrutiva c a eti rnidadc de estranhas ins

tituições, como a enfiteuse, \erdadeÍros

naquela que se seguiu, e ([ue não o elevou em cousa alguma, o escravo não

baluartes de um sistema (pie não cede

chegou sequer a compreender as velhas vozes da reação, que tão naturais nos soam hoje, e que chamavam "comunis

está, ainda boje, xidlio, colonial, her

ta" a Rui Barbosa, a Sousa Dantas, a

os contemporâneos.

ria e que, por extraordinário (pio pareça, mético, tenaz e inteiriço na sua estru

tura, em pleno século XX, a desafiar

A

ABOLICAO

AMiímico Jacodina Lací^mbe C«»nfcrên4*ia r«^alixalln pelo operoso e brllliaiitr diretor da "'Casa de liai"' na Faeuldnile de Ilireito de Suo l*nnlo. sob os

anspieioi^ do Instituto do.s Advo^iado.s de São l*aiilo. E* cm priiiieirn iiiib«» piibiloada pela nossa Itcvista.

SiijAM as minhas primeiras palavras neste recinto lu.stórico, uma vi\'a.

taremo.s sempre ao scr\iço destes princí pios aos quai.s São Paulo se declara ser

sincera c profunda homenagem a São

vido; fiel e fer\'oroso.

Paulo pela grande lição dada ao Brasil

O centenário foi um grande aconte cimento. Parccc-mc, senhores, que não

neste ano, centenário do Rni Barbosa. Dc fato, cm ncnlmm ponto do País hou ve exemplo dc tão unânim(\ tão intensa

e tão espontânea demonstração de ca rinho c dc culto pela figura definiti\amentc consagrada como patrono, não só de uma classe, como de toda a naciona lidade brasileira. No arqui\o que es tamos organizando das celebrações do centenário, nenhum Estado do Brasil

deveremos considerá-lo um encerramen

to de obrigações, uma quitação de dí vida para com o grande vulto. Parece-me que não deveremos considerá-lo senão como uma etapa vencida: a da consagra ção. O vulto de Rui deverá agora assu

mir outro aspecto — o do estudo em profundidade da .suas obras e dos pro

apresenta, dc fato, massa dc celebrações comparável ao deste, quer pela extensão geográfica do movimento que empolgou

blemas por êle versados à luz das suas soluçõp.i, pai-a criticá-las, interpretá-las, e adaptá-las. Sua glória e sua fixação na' galeria dos valores permanentes da

tôdas as classes da população, (pier pela

nacionalidade estão assentadas definitiva-

significação c a repercussão das mani

mentü na nossa consciência. Urge agora

festações.

construir à sombra de seu patrocínio, um

\

Bem hajam, pois, o.s paulistas, que

• 1 1

mantêm tão viva a chama do culto por

monumento cientifico, que será a anáUso da sua imensa produção. Para isso

um grande homem, nascido fora do suas

estamos contribuindo na medida de nos

mente os ideais da sociedade de que

sas forças (X)m a publicação de suas obras. Sabem os que nos tem acompa

foi um expoente.

nhado e au.xiliado, como o meu bene

fronteiras, mas que encarnou tão cabal

A minha primeira declaração, pois,

mérito amigo Sr. Gontijo de Carvalho,

será a de que a repartição que tenho a honra de dirigir — ou melhor o centro de cultura cívica em que trabalho — pro

o que significa essa busca nos arquivos

curará sempre servir e honrar a esses

dos tiibunais, nos arquivos públicos e particulares, nas velhas folhas e revistas extintas e nas raras coleções de antigos

Ideais aos quais acabastes de prestar tão

memoriais forenses, nas velhas coleções

comovente voto de fidelidade.

de documentos e recortes como as

Lá es-


i\mti i

.IJI -

104

amesquinhado, acumulou-se t-m torno das cidades, em grande parte, e aí permaneceu, através dos anos, sem en contrar da parte do poder público, uma providência que lhe abrisse novas perspectivas. Na situação inicial, como

Dicksto

-1»'

Econômico

Joarjuirii Nabueo, como já luiNiam cha mado a Rio Branco, \o/.cs enfim que

conseguiram a manntençru) da grande

E

RU

propriedade, da grande exploração e.xtrutiva c a eti rnidadc de estranhas ins

tituições, como a enfiteuse, \erdadeÍros

naquela que se seguiu, e ([ue não o elevou em cousa alguma, o escravo não

baluartes de um sistema (pie não cede

chegou sequer a compreender as velhas vozes da reação, que tão naturais nos soam hoje, e que chamavam "comunis

está, ainda boje, xidlio, colonial, her

ta" a Rui Barbosa, a Sousa Dantas, a

os contemporâneos.

ria e que, por extraordinário (pio pareça, mético, tenaz e inteiriço na sua estru

tura, em pleno século XX, a desafiar

A

ABOLICAO

AMiímico Jacodina Lací^mbe C«»nfcrên4*ia r«^alixalln pelo operoso e brllliaiitr diretor da "'Casa de liai"' na Faeuldnile de Ilireito de Suo l*nnlo. sob os

anspieioi^ do Instituto do.s Advo^iado.s de São l*aiilo. E* cm priiiieirn iiiib«» piibiloada pela nossa Itcvista.

SiijAM as minhas primeiras palavras neste recinto lu.stórico, uma vi\'a.

taremo.s sempre ao scr\iço destes princí pios aos quai.s São Paulo se declara ser

sincera c profunda homenagem a São

vido; fiel e fer\'oroso.

Paulo pela grande lição dada ao Brasil

O centenário foi um grande aconte cimento. Parccc-mc, senhores, que não

neste ano, centenário do Rni Barbosa. Dc fato, cm ncnlmm ponto do País hou ve exemplo dc tão unânim(\ tão intensa

e tão espontânea demonstração de ca rinho c dc culto pela figura definiti\amentc consagrada como patrono, não só de uma classe, como de toda a naciona lidade brasileira. No arqui\o que es tamos organizando das celebrações do centenário, nenhum Estado do Brasil

deveremos considerá-lo um encerramen

to de obrigações, uma quitação de dí vida para com o grande vulto. Parece-me que não deveremos considerá-lo senão como uma etapa vencida: a da consagra ção. O vulto de Rui deverá agora assu

mir outro aspecto — o do estudo em profundidade da .suas obras e dos pro

apresenta, dc fato, massa dc celebrações comparável ao deste, quer pela extensão geográfica do movimento que empolgou

blemas por êle versados à luz das suas soluçõp.i, pai-a criticá-las, interpretá-las, e adaptá-las. Sua glória e sua fixação na' galeria dos valores permanentes da

tôdas as classes da população, (pier pela

nacionalidade estão assentadas definitiva-

significação c a repercussão das mani

mentü na nossa consciência. Urge agora

festações.

construir à sombra de seu patrocínio, um

\

Bem hajam, pois, o.s paulistas, que

• 1 1

mantêm tão viva a chama do culto por

monumento cientifico, que será a anáUso da sua imensa produção. Para isso

um grande homem, nascido fora do suas

estamos contribuindo na medida de nos

mente os ideais da sociedade de que

sas forças (X)m a publicação de suas obras. Sabem os que nos tem acompa

foi um expoente.

nhado e au.xiliado, como o meu bene

fronteiras, mas que encarnou tão cabal

A minha primeira declaração, pois,

mérito amigo Sr. Gontijo de Carvalho,

será a de que a repartição que tenho a honra de dirigir — ou melhor o centro de cultura cívica em que trabalho — pro

o que significa essa busca nos arquivos

curará sempre servir e honrar a esses

dos tiibunais, nos arquivos públicos e particulares, nas velhas folhas e revistas extintas e nas raras coleções de antigos

Ideais aos quais acabastes de prestar tão

memoriais forenses, nas velhas coleções

comovente voto de fidelidade.

de documentos e recortes como as

Lá es-


■•! 100

DioKsro Ecíjnómico

Ramos Paz c Salvador dc Mc-ndonça, no

mn caráter de pr()\ isório, de lenlalivn,

Ríc, aqui em São Pauli>, na Bahia c

c|ue só poderá ser confirmada quando a publicação, ao menos das coleções

outros estados (alé do Paraná onde Rui

Drcr'-:r«

.WI !|

EcoNÓNíiro

10"

Cilaremor". por seruu mais caracteristicüi, estes dois:

Quando, cm 1889, os republicanos .sc

nunca estê\e, já fui obrigado a obter a remessa de alguns autos). Tudo isso

mais importantes, nos permitir uma visão

submeteram a \ima proibição da poli

para elaborar afinal um catálogo apro ximadamente duplo do que se acha pu blicado c organizar, como já organiza mos, cerca de oitenta tomos dos quais

panoráiniea da ali\ida(lo <Jiúmoda e mi

cia no sentido dc não realizarem um

lagrosa do autor.

trinta e dois já vieram a lume.

se da maior produção Brasil, seguramente uma mundo, que atingirá a centenas de tomos. Êste

Trataintelectual do das maiores do cêrca de duas monumento dc

ciência e de literatura não será senão a base de uma série de pes quisas, que certamente

serão provocadas por tão importante manancial. Os estudos deverão ser con

feridos c refeitos à vista

de um material que mo dificará substancialmente as informações acerca de

grande número de pro blemas. Parte ponderosa das críticas feitas ao fa moso teommo do escritor

irá desaparecer com o aparecimento em massa imponente de uma das

mais vivas e realistas obras parlamenta res do mundo. Outros estudos ganharão elementos para reforço ou modificação de pontos de vista. Novas publicações, em forma de ementários, repertórios e índices, auxiliarão a consulta. É para esta finalidade mais próxima que pa rece dever convergirem nossos esforços;

não os devemos dispersar se quisermos ter um monumento à altura de nossa cultura e de nossa dedicação à causa. Todos os estudos ruísticos têm assim

O quo ou.so afirmar, portanto, aqui, acêrca da ati\idade dc Rui Barbosa em

face do problema servii, \ai tudo mar cado com esse .sinal do transitório, do provi.sório, sujeito a uma contrasteaç-ão posterior diante cio material definitivo.

Mas não é possí\'el, em face das ma nifestações de Rui Barbosa diante do

problema cia escra\idão, indagar de como teria ele vencido uma dificuldade ineren te ao .seu temperamento

quia terá perdido o último titulo pos- " sível dc uma forma de govêmo à estima das almas honestas."

Homem de tais con\ icções não pode

comício, a voz dc Rui Barbosa protestou

ria ser bom conspirador. Por isso não foi ele chamado a tomar parte na trama

imediatamento pelo "Diário do Noti

revolucioni\ria e foi afastado do mo\i-

mcnlo militar, que o apanhou dc sur-

cias":

"Dando conta ao público, na tarde

dü anteontem, da entrevista a que fora chamado com o Chefe de Polícia", de

prêsa, como prova a nota manuscrita no artigo inédito que preparava pixra o dia 16 de novembro, e que publicamos no

clarou um dos tribunos republicanos que aceitíiva o aviso policial, isto é, que se

tomo VIII da série Queda do Impà-io.

conformava

por ocasião da resistência ao govèmo Floriano em 1893. O "Jornal do Brasil"

com

a

ordem

arbitnlria,

constrangido pela situação do povo, ainda não preparado para a reação eficaz e armada."

Atitude

semelhante vai assumir êle

acusava diáriamente o governa da pos

São cste.s os termos que provocam a

tergação e do desrespeito às normas le gais. Do modo algum aceita, porém,

indignação cio jurista: "Parecem-nos mestres fracos no seu magistério os <juc

seu redator-chcfe, a responsabilidade de

propor o recurso à violência. Eis como

convicto da eficácia da

tão

facilmente se deixam enredar em

se refere à sua atitude a 21 de maio:

intervenção dos órgãos normais da aplicação da

tais

teias

lei.

armada."

e ssencialmente jiirídico — isto

ó

essencialmente

.

So há. realmente, um

de

aranha."

E

continua:

"Não está prestes o po\'o "para a reação

Mas dai não se segue que o

não esteja para a reação eficaz." "Nem

traço marcante do espi

sempre a mais eficaz reação é a reação

ri to de Rui Barbosa é

armada; nem a reação armada se absol

blemas políticos — a con

ve, quando há outra reação eficaz." E adiante: "Desde que os propagandistas da República estão certos de que a po

vicção da suficiência da

lícia abusa da sua autoridade, incumbe-

esse: o da crença na so

lução legalista dos pro aplicação das normas legais para ns grandes transformações pleiteadas. A sua

lhes resistir ao crime com a lei, ensinan

do prãticamente ao povo que a justiça

"Somos legalistas acima de tudo e a

despeito de tudo... Fora do terreno jurídico nossa inspiração procurará beber sempre na ciência, nos exemplos libe rais, no respeito às boas praxes antigas,

na simpatia pelas inovações benfazejas, conciliando, quando possível, o gênio da tradição inteligente com a prática do progresso cauteloso." Analisando, a 23 de maio, a situação,

cada vez mais grave, criada pelas con tínuas infrações legais, Rui Barbosa ex-

posição é invariávelniente essa, por mais

protege o direito, que o banco dos réus

probra os membros do Congresso quase

excitados que estivessem os espíritos. Êle não se abalançava a dar um passo

SC fez píira todos os delinqüentes, e

tanto quanto o poder executivo, exata

que cada cidadão traz em si mesmo,

fora do caminho da lei, ou mesmo a

contra os atentados oficiais, um instru

desconfiar do sistema legal vigente, sem que tivessem sido esgotados todos os recursos judiciários. Poderíamos, aqui, enumerar vários passos da sua biogra fia, em que esse aspecto do seu tem peramento se revelou,

mento de repressão mais poderoso que o ferro. Enquanto não experimentardes

mente por não oporem ao govêmo a resistência legal, abdicarem dos meios que a Constituição lhes oferecia para

êsso recurso, não tendes o direito de o

renunciar; até poi-que, se, tentado, vier manifestar que a prostituição oficial inva diu a magistrattira judiciária, a monar-

a defesa das institxúções:

"Destituído, até, desse espírito de so lidariedade fundamental, que traduz o

princípio da própria conservação na vida coletiva, (o congresso) não soube zelar


■•! 100

DioKsro Ecíjnómico

Ramos Paz c Salvador dc Mc-ndonça, no

mn caráter de pr()\ isório, de lenlalivn,

Ríc, aqui em São Pauli>, na Bahia c

c|ue só poderá ser confirmada quando a publicação, ao menos das coleções

outros estados (alé do Paraná onde Rui

Drcr'-:r«

.WI !|

EcoNÓNíiro

10"

Cilaremor". por seruu mais caracteristicüi, estes dois:

Quando, cm 1889, os republicanos .sc

nunca estê\e, já fui obrigado a obter a remessa de alguns autos). Tudo isso

mais importantes, nos permitir uma visão

submeteram a \ima proibição da poli

para elaborar afinal um catálogo apro ximadamente duplo do que se acha pu blicado c organizar, como já organiza mos, cerca de oitenta tomos dos quais

panoráiniea da ali\ida(lo <Jiúmoda e mi

cia no sentido dc não realizarem um

lagrosa do autor.

trinta e dois já vieram a lume.

se da maior produção Brasil, seguramente uma mundo, que atingirá a centenas de tomos. Êste

Trataintelectual do das maiores do cêrca de duas monumento dc

ciência e de literatura não será senão a base de uma série de pes quisas, que certamente

serão provocadas por tão importante manancial. Os estudos deverão ser con

feridos c refeitos à vista

de um material que mo dificará substancialmente as informações acerca de

grande número de pro blemas. Parte ponderosa das críticas feitas ao fa moso teommo do escritor

irá desaparecer com o aparecimento em massa imponente de uma das

mais vivas e realistas obras parlamenta res do mundo. Outros estudos ganharão elementos para reforço ou modificação de pontos de vista. Novas publicações, em forma de ementários, repertórios e índices, auxiliarão a consulta. É para esta finalidade mais próxima que pa rece dever convergirem nossos esforços;

não os devemos dispersar se quisermos ter um monumento à altura de nossa cultura e de nossa dedicação à causa. Todos os estudos ruísticos têm assim

O quo ou.so afirmar, portanto, aqui, acêrca da ati\idade dc Rui Barbosa em

face do problema servii, \ai tudo mar cado com esse .sinal do transitório, do provi.sório, sujeito a uma contrasteaç-ão posterior diante cio material definitivo.

Mas não é possí\'el, em face das ma nifestações de Rui Barbosa diante do

problema cia escra\idão, indagar de como teria ele vencido uma dificuldade ineren te ao .seu temperamento

quia terá perdido o último titulo pos- " sível dc uma forma de govêmo à estima das almas honestas."

Homem de tais con\ icções não pode

comício, a voz dc Rui Barbosa protestou

ria ser bom conspirador. Por isso não foi ele chamado a tomar parte na trama

imediatamento pelo "Diário do Noti

revolucioni\ria e foi afastado do mo\i-

mcnlo militar, que o apanhou dc sur-

cias":

"Dando conta ao público, na tarde

dü anteontem, da entrevista a que fora chamado com o Chefe de Polícia", de

prêsa, como prova a nota manuscrita no artigo inédito que preparava pixra o dia 16 de novembro, e que publicamos no

clarou um dos tribunos republicanos que aceitíiva o aviso policial, isto é, que se

tomo VIII da série Queda do Impà-io.

conformava

por ocasião da resistência ao govèmo Floriano em 1893. O "Jornal do Brasil"

com

a

ordem

arbitnlria,

constrangido pela situação do povo, ainda não preparado para a reação eficaz e armada."

Atitude

semelhante vai assumir êle

acusava diáriamente o governa da pos

São cste.s os termos que provocam a

tergação e do desrespeito às normas le gais. Do modo algum aceita, porém,

indignação cio jurista: "Parecem-nos mestres fracos no seu magistério os <juc

seu redator-chcfe, a responsabilidade de

propor o recurso à violência. Eis como

convicto da eficácia da

tão

facilmente se deixam enredar em

se refere à sua atitude a 21 de maio:

intervenção dos órgãos normais da aplicação da

tais

teias

lei.

armada."

e ssencialmente jiirídico — isto

ó

essencialmente

.

So há. realmente, um

de

aranha."

E

continua:

"Não está prestes o po\'o "para a reação

Mas dai não se segue que o

não esteja para a reação eficaz." "Nem

traço marcante do espi

sempre a mais eficaz reação é a reação

ri to de Rui Barbosa é

armada; nem a reação armada se absol

blemas políticos — a con

ve, quando há outra reação eficaz." E adiante: "Desde que os propagandistas da República estão certos de que a po

vicção da suficiência da

lícia abusa da sua autoridade, incumbe-

esse: o da crença na so

lução legalista dos pro aplicação das normas legais para ns grandes transformações pleiteadas. A sua

lhes resistir ao crime com a lei, ensinan

do prãticamente ao povo que a justiça

"Somos legalistas acima de tudo e a

despeito de tudo... Fora do terreno jurídico nossa inspiração procurará beber sempre na ciência, nos exemplos libe rais, no respeito às boas praxes antigas,

na simpatia pelas inovações benfazejas, conciliando, quando possível, o gênio da tradição inteligente com a prática do progresso cauteloso." Analisando, a 23 de maio, a situação,

cada vez mais grave, criada pelas con tínuas infrações legais, Rui Barbosa ex-

posição é invariávelniente essa, por mais

protege o direito, que o banco dos réus

probra os membros do Congresso quase

excitados que estivessem os espíritos. Êle não se abalançava a dar um passo

SC fez píira todos os delinqüentes, e

tanto quanto o poder executivo, exata

que cada cidadão traz em si mesmo,

fora do caminho da lei, ou mesmo a

contra os atentados oficiais, um instru

desconfiar do sistema legal vigente, sem que tivessem sido esgotados todos os recursos judiciários. Poderíamos, aqui, enumerar vários passos da sua biogra fia, em que esse aspecto do seu tem peramento se revelou,

mento de repressão mais poderoso que o ferro. Enquanto não experimentardes

mente por não oporem ao govêmo a resistência legal, abdicarem dos meios que a Constituição lhes oferecia para

êsso recurso, não tendes o direito de o

renunciar; até poi-que, se, tentado, vier manifestar que a prostituição oficial inva diu a magistrattira judiciária, a monar-

a defesa das institxúções:

"Destituído, até, desse espírito de so lidariedade fundamental, que traduz o

princípio da própria conservação na vida coletiva, (o congresso) não soube zelar


109

Dicksto Eí:r»Nc')Mico Dicestí) Econ'ómico

ao menos a sua integridade orgânica, e curvou-sc, submisso, satisfeito, bcndí-

cado apela para a imprensa.

zcntc, ao braço férreo da ditadura, que

ciando a violência pelo seu jornal Rui

lhe penetrava no seio, armado de raios

Barbosa, cm meio a ruído já inquietante da rebelião íjuc sc aproxima, aconsellia ainda tranqüilamente o recurso

contra a independência de seus mem

bros. O govêrno pode passar sobre èle

da polícia. O redator do órgão sacrifi Denun

como um triunfador, cspalliando, na

justiça:

carreira da sua vitória mal sofrcada, graças e proscriçõcs entre os seus juizes, convertidos em testemunhas maltratadas

"A redação da iolha \iolenlada se

de sua impotência, ou feslejadores humi lhados de sua exaiitoração." E adiante:

"Ainda há para as nossas enfermida

des, portanto, uma inefá\el medicina; — é a reivindicação polo próprio Con gresso que os deixara cair, de seus foros constitucionais, o uso franco e resoluto

I de sua autoridade, a volta determinada e persistente u lei."

E ainda a 26 de maio. (luando a si tuação se tomava cada vez mais tensa;

"O estímulí) momentâneo determinado pelo regresso à lei é o vmico remédio . - contra essa espécie de perturbações. Os

que pactuam com a ilegalidade, por

guiu, em nosso fraco entender, o menos aconselhá\'el dos rumos, na direção que deu à sua defesa. Apelar para a im prensa é acreditar aluda na acústica da

publicidade, numa época cm que quase todos os seus ocos expiraram. Pro\ocar

a tribuna do Congresso é dedilhar o

teclado do um órgão quase surdo. A eloqüência política perdeu as suas ilusõc.;. É uma artista num cenário deser

to. Será quando muito Demóstenes en saiando a voz impotente ao borborinho

dn mar, para futuros triunfos. Os pa triotas mais eminentes puseram a surdi

na à sua palavra, por não turvar o re pouso à magistratura suprema da repú blica, doente que convém envoKer em pasta de algodão, para não se lhe partir

mellior intencionados que sejam, pac

com algum abalo mais \i\() o fio da

tuam \'irtualmente com a desordem'

vida,

eternizando-a."

A 14 de jiinho ainda, referíndo-sc à

revolução rio-grandense, para qual de-

"E na hipótese, que poderia fazer o Congresso? Levantar um requerimento,

vex-iam \-oltar-se naturalmente as suas

c e.qiedi-lo ao governo. Mas qual foi o mal, que se curou com esta pana-

simpatias, ainda condena o, recurso à

ceia?

violência:

"Na lide jornalística, a que ora nos consagramos, somos a todo transe le galista: queremos a Constituição segura, a União forte, o poder rijo na órbita de suas funções."

A 19 de junho, à beira das maiores violências, quando a polícia já não me dia os excessos, um jornal é empastelado em Pernambuco pelos apaniguados

"Redator da "Gazela da Tarde", nosso

caminho seria outro. A polícia pernam

bucana violou um dos direitos, que a constituição federal afiança.

Nós re

correríamos aos tribunais federais, pelas

ações competentes- procuraríamos segu rar-nos no gozo da nossa propriedade,

obrigando-a sob a manutenção judicial, c, consumada a violência, processaría

mos criminalmente a polícia violenta.

Tentemos a justiça: apesar de tudo, é

ma reprodutiva, e que vivia e.\clusiva-

talvez, onde ainda se })ossa encontrar o

mente do traballio, foi sempre um in

comêço do remédio".

dependente em face dos poderosos.

E que essa crença no apêlo judiciário não era um simples ecniselho para dcscncargo dc consciência, mas nma con vicção profunda, pro\a-o o fato de ter

o próprio Rui, i>or sua \ ez. rccofrido à justiça logo alguns meses após cm prol dos presos c dos demitidos ilegalmente, através dos hal)eas-corpus dcnegados, mas vitoriosamente, dc falo, através da ação ordinária qne \eio a constituir a

primeira grande conquista da ordem

vocação jurídica èle a teria rece

bido pròximamento de sua própria fa mília. Desde que fixada no Brasil, a gente Barbosa, ao que parece militar e nax eganle, .se encaminhara tôda no sen tido do fòro.

Bisneto de um escrivão

dc notas, Rui Barbosa tinha dois tios

matemos magistrados e entre os paren

tes próximos quatro ministros do Supre mo Tribunal e sete desembargadores.

O próprio pai, doutor em medicina,

constitucional no Bi"asil.

escrevera sobre sistema penitenciário a

Esta mentalidade judiciáxia, crente na ordem legal estabelecida, c confian te na ação dos tribunais, ainda nos mo-

tcso de doutoramento, exercera a admi

inento.s dc maior perigo nacional, fa zem de Rui Barbosa o expoente de nossos advogados, não no sentido só de

sua prceminência, mas no sentido de sua

nistração d(> ensino e, nos últinxos anos exercia com brilho a advocacia perante a Relação da Bahia. Com estes dois elementos \'amos ago

ra examinar a atitude de Rui em face do

problema servil. Como reagiria o seu

assim resolutamexite como um aposto-

intransigente legalismo cm face de uma instituição que se apresentava com todos

lado.

os avisos de uma perfeita incorporação

convicção, de sua fé na missão exei*cida Esta mentalidade tantas vezes pi"Ova-

legal ao país. Realmente, arraigada as

da, ü que não se abala diante das mais gra^•es ameaças, é o resultado de uma

tradições, à lei e aos costumes e tendo se incorporado às mais respeitáveis fon

dupla influência, quer me parecer: a formação pessoal, num meio de juiistas

instituição que se incrustara em nossos

— e a ascensão da classe média, de que Rui foi o mais esplêndido expoente, como observou recentemente, em confe rência no Itamarati, o professor San

tiago Dantas. Classe média essa que começou a surgir no princípio do século,

quando o aumento do comércio con

tes da propriedade brasileira era uma hábitos e leis.

O panorama era temeroso.

Diante

dêle, um sábio conhecedor dos meandros da legislação, talvez o nos,so maior eru

dito estudioso do tema, recuara timida

mente e não ousara sequer votar a lei do ventx*e-li\Te, apesar de ser o autor

centrou nas grandes cidades uma po

do maior manancial de dados legis

pulação ativa, culta e liberta da sub

lativos fornecidos aos abolicionistas —

missão ao Único capital existente então

Refiro-me a Agostinho Marques Perdi

entre os ricos: a terra.

gão Mallieiro,

Rui Barbosa que se gabava de não ter um tostão aplicado em cousa algu

cionàriamente a ordem estabelecida se

Tratava-se aqui de enfrentar revolu-


109

Dicksto Eí:r»Nc')Mico Dicestí) Econ'ómico

ao menos a sua integridade orgânica, e curvou-sc, submisso, satisfeito, bcndí-

cado apela para a imprensa.

zcntc, ao braço férreo da ditadura, que

ciando a violência pelo seu jornal Rui

lhe penetrava no seio, armado de raios

Barbosa, cm meio a ruído já inquietante da rebelião íjuc sc aproxima, aconsellia ainda tranqüilamente o recurso

contra a independência de seus mem

bros. O govêrno pode passar sobre èle

da polícia. O redator do órgão sacrifi Denun

como um triunfador, cspalliando, na

justiça:

carreira da sua vitória mal sofrcada, graças e proscriçõcs entre os seus juizes, convertidos em testemunhas maltratadas

"A redação da iolha \iolenlada se

de sua impotência, ou feslejadores humi lhados de sua exaiitoração." E adiante:

"Ainda há para as nossas enfermida

des, portanto, uma inefá\el medicina; — é a reivindicação polo próprio Con gresso que os deixara cair, de seus foros constitucionais, o uso franco e resoluto

I de sua autoridade, a volta determinada e persistente u lei."

E ainda a 26 de maio. (luando a si tuação se tomava cada vez mais tensa;

"O estímulí) momentâneo determinado pelo regresso à lei é o vmico remédio . - contra essa espécie de perturbações. Os

que pactuam com a ilegalidade, por

guiu, em nosso fraco entender, o menos aconselhá\'el dos rumos, na direção que deu à sua defesa. Apelar para a im prensa é acreditar aluda na acústica da

publicidade, numa época cm que quase todos os seus ocos expiraram. Pro\ocar

a tribuna do Congresso é dedilhar o

teclado do um órgão quase surdo. A eloqüência política perdeu as suas ilusõc.;. É uma artista num cenário deser

to. Será quando muito Demóstenes en saiando a voz impotente ao borborinho

dn mar, para futuros triunfos. Os pa triotas mais eminentes puseram a surdi

na à sua palavra, por não turvar o re pouso à magistratura suprema da repú blica, doente que convém envoKer em pasta de algodão, para não se lhe partir

mellior intencionados que sejam, pac

com algum abalo mais \i\() o fio da

tuam \'irtualmente com a desordem'

vida,

eternizando-a."

A 14 de jiinho ainda, referíndo-sc à

revolução rio-grandense, para qual de-

"E na hipótese, que poderia fazer o Congresso? Levantar um requerimento,

vex-iam \-oltar-se naturalmente as suas

c e.qiedi-lo ao governo. Mas qual foi o mal, que se curou com esta pana-

simpatias, ainda condena o, recurso à

ceia?

violência:

"Na lide jornalística, a que ora nos consagramos, somos a todo transe le galista: queremos a Constituição segura, a União forte, o poder rijo na órbita de suas funções."

A 19 de junho, à beira das maiores violências, quando a polícia já não me dia os excessos, um jornal é empastelado em Pernambuco pelos apaniguados

"Redator da "Gazela da Tarde", nosso

caminho seria outro. A polícia pernam

bucana violou um dos direitos, que a constituição federal afiança.

Nós re

correríamos aos tribunais federais, pelas

ações competentes- procuraríamos segu rar-nos no gozo da nossa propriedade,

obrigando-a sob a manutenção judicial, c, consumada a violência, processaría

mos criminalmente a polícia violenta.

Tentemos a justiça: apesar de tudo, é

ma reprodutiva, e que vivia e.\clusiva-

talvez, onde ainda se })ossa encontrar o

mente do traballio, foi sempre um in

comêço do remédio".

dependente em face dos poderosos.

E que essa crença no apêlo judiciário não era um simples ecniselho para dcscncargo dc consciência, mas nma con vicção profunda, pro\a-o o fato de ter

o próprio Rui, i>or sua \ ez. rccofrido à justiça logo alguns meses após cm prol dos presos c dos demitidos ilegalmente, através dos hal)eas-corpus dcnegados, mas vitoriosamente, dc falo, através da ação ordinária qne \eio a constituir a

primeira grande conquista da ordem

vocação jurídica èle a teria rece

bido pròximamento de sua própria fa mília. Desde que fixada no Brasil, a gente Barbosa, ao que parece militar e nax eganle, .se encaminhara tôda no sen tido do fòro.

Bisneto de um escrivão

dc notas, Rui Barbosa tinha dois tios

matemos magistrados e entre os paren

tes próximos quatro ministros do Supre mo Tribunal e sete desembargadores.

O próprio pai, doutor em medicina,

constitucional no Bi"asil.

escrevera sobre sistema penitenciário a

Esta mentalidade judiciáxia, crente na ordem legal estabelecida, c confian te na ação dos tribunais, ainda nos mo-

tcso de doutoramento, exercera a admi

inento.s dc maior perigo nacional, fa zem de Rui Barbosa o expoente de nossos advogados, não no sentido só de

sua prceminência, mas no sentido de sua

nistração d(> ensino e, nos últinxos anos exercia com brilho a advocacia perante a Relação da Bahia. Com estes dois elementos \'amos ago

ra examinar a atitude de Rui em face do

problema servil. Como reagiria o seu

assim resolutamexite como um aposto-

intransigente legalismo cm face de uma instituição que se apresentava com todos

lado.

os avisos de uma perfeita incorporação

convicção, de sua fé na missão exei*cida Esta mentalidade tantas vezes pi"Ova-

legal ao país. Realmente, arraigada as

da, ü que não se abala diante das mais gra^•es ameaças, é o resultado de uma

tradições, à lei e aos costumes e tendo se incorporado às mais respeitáveis fon

dupla influência, quer me parecer: a formação pessoal, num meio de juiistas

instituição que se incrustara em nossos

— e a ascensão da classe média, de que Rui foi o mais esplêndido expoente, como observou recentemente, em confe rência no Itamarati, o professor San

tiago Dantas. Classe média essa que começou a surgir no princípio do século,

quando o aumento do comércio con

tes da propriedade brasileira era uma hábitos e leis.

O panorama era temeroso.

Diante

dêle, um sábio conhecedor dos meandros da legislação, talvez o nos,so maior eru

dito estudioso do tema, recuara timida

mente e não ousara sequer votar a lei do ventx*e-li\Te, apesar de ser o autor

centrou nas grandes cidades uma po

do maior manancial de dados legis

pulação ativa, culta e liberta da sub

lativos fornecidos aos abolicionistas —

missão ao Único capital existente então

Refiro-me a Agostinho Marques Perdi

entre os ricos: a terra.

gão Mallieiro,

Rui Barbosa que se gabava de não ter um tostão aplicado em cousa algu

cionàriamente a ordem estabelecida se

Tratava-se aqui de enfrentar revolu-


Diof-sto Econômico

, .111

Dior.sic» Econômico

cularmentc, ferindo frontalmentc iini

direito garantido por t<kla a organiziição jurídica do Império. Ao lacl.) disse, tôda a formaçrio moral, toda a cullma liberal e todos os sentimentos cristãos do Rui impelem-no ao abolicionismo.

Veremos, assim, como nas principais intervent^ões no grande tema, Rui Bar

mente — "qui- são lí\ri s todo.s os.africanr;?; importados daquela data cm dian

te" — donde sc ciincluí que o govèmo tem obrigação de \'crificar cscrupulosamenlc os títulos dos senhores, e proceder

proinisso pi-ranli- a loja e assinar, cm papel avulso, nina promessa de liberdade cloj: filhos das siuis escravas; dc modo

famosa, .Ângelo Agostini transforma num

na forma do decreto sem a escravidão

dos do Império a declaração de liber-

remédio

introduzida de contrabando; 2.", porque

cladü, c:a.so os signatários falhassem à

Dantas, em junta médica composta dos

coordenadas de seu espírito: o espirito

palavra solenemente, empenhada. É o plano de um advogado; ó uma solução estudara em Sessões sucessi\as em am

O marco inicial de sua campanha

aciuela cm que sc acba\a nas colônias francesas e inglesas." "Foi o Sr. Rui 'Barbosa", diz Osório Duquc-Estrada em sua obra clássica

cal Paulistano. O texto completo é, in felizmente, desconhecido. A única coisa que nos resta é um magro resumo dos j rnais da epoca, e que faremos publicar em breve no volume 1." das Ohras Comphtao, já no prelo. Após o exame

"o primeiro abolicionista que, baseado

que vão inintoiTuptamente até o final

ral e econômica do país aborda o orador a questão legal - apelando para a lei de 7 de novembro de 1831 - lei caduca e hipócrita, aprovada sem nenhuma con

que terminou com a conquista dc 13

jundico e legalista - e o espírito liabolicionista c a conferência realizada a 12 de setembro do 1869 no Clube Radi

da questão e a análise da situação mo

vicção por um parlamento desejoso de

satisfazer às exigências da Inglaterra, ma:; que ia se transformar no instrumen

to da demolição do edifício escravista pelas conseqüências imprevisíveis do seu

mesmo abandono. Sirva esta lição para o.s que não crêem na eficácia das leis. "A emancipação", diz o orador, "é

muito mais fácil em nosso país do que em todos aqueles onde se tem efetuado

até hoje: — I.'', porque uma jxirç<ã<) imensa da propriedade servi) existente entre nós (mais de um terço) além de

ilegítima, como tôda a escravidão, é também ilegal, em virtude da lei de 7

do novembro de 1831, e do regulamen to re.spcclivo, que declaram expressa-

É esse projeto que numa caricatura

que a loja pudesse obter dos magistra

a população cscra\a no Brasil sc acha para com a população livre em uma proporção incoinpuràvelniente inferior

bosa ficará fiel a essas duas grandes

tógrafos, como ainda das provas tipo gráficas do projeto.

nu lei de 7 de novembro de 1931, pro

forense para o problema que a loja biento de entusiasmo cívico.

Não poderei agora acompanhar "paripassu as atividades abolicionistas de Rui

da campanha. Tal esquema já foi ela

clamou desde 1869 a ilegalidade da e.s-

borado, com a competência costumeira,

cravidão no Brasil, fornecendo o prin

pelo professor Homero Pires. Desejaria

cipal argumento de que se ser\'iram mais tarde os propugandistas radicais de

1880, no inicio da fase revolucionária

somente focalizar êstc aspecto caracterislico da visão ruiana do problema. A deflagração do problema na Câ

proposto

pelo

Conselheiro

grandes estadistas do Império, para sabação do Estado brasileiro, então, como sempre, considerado em estado desesperador, Aos grandes inflamados propagandistas êstc grave acontecimento de iniciarse a solução legal do problema por pe quenas etapas, é certo, mas qne signi ficavam o encaminhamento da questão

gradualmente à paz, e talvez à salvação (Io Império, pareceu ridículo: É o que disse Nabuco dois anos

depois: "Eu confesso que quando ou\i o programa do ministério Dantas, tive vontade de rir."

E no entanto trata

Foi esta demonstração que deu ori gem ao famoso .^logati da Confederação

mara dos Deputados em 1879, pelos seus amigos Jerônimo Sodré e Joaquim Nabiico, não o atrai desde logo para o

va-se da última oportunidade do gover no realizar a grande transformação sem arranhões na sua estrutura jurídica,

Abolicionista — A Escravidão é «mi

grupo parlamentar abolicionista.

ainda que fazendo grandes concessões

diversas manifestações públicas, porém,

em seus interesses.

eiii 1881, a propósito de Castro Alves,

Na sua articulação o deputado Rui Barbosa cumpriu à risca os compromis sos do acadêmico de São Paulo de 15 anos antes. As concessões eram de fato

dc maio de 1888."

roubo.

Era afinal a escravidão que passava a ser ínquinada de estar fora da lei —

Tratava-se, é bem verdade, de uma

pobre lei hipócrita, feita para inglês t>cr — Mas era sempre uma lei e por ela Hui Barbosa reúne o seu entusiasmo pela liberdade da raça à feição estritamento legalista de seu temperamento. Quando no ano seguinte êle apresenta à Loja América o seu projeto que vai causar tão grande sensação c provocar enfim a queda do venerável Antônio Carlos, ainda é a arma judiciária que êle quer montar para o combate à instituição nefanda.

Cada maçom deveria assumir um com-

Em

c na circular ao cloitoraclo, em 1882,

a propósito do Marquês de Pombal, re velara-se fiel aos ideais da mocidade.

oportunidade dc realizar, com suas pró

pequenas, mas um registro rigoroso da propriedade escrava cancelaria defini-

prias mãos o ideal da mocidade: En quadrar o problema em linlias legisla

ti\^amente da lista negra a maior parte dos que, libertados pela lei de 1831

tivas, batizá-lo, conduzir, enfim legal mente a questão servil para uma solução

porque naturais da África, apareciam

Mas em 1884 depara-se, afinal, uma

gradual e pacífica.

perante as próprias autoridades como privados da liberdade.

Essa a suprema importância do cha

Os interêsses escravistas sentiram bem

mado projeto Dantas que é afinal o pro

sensivelmente o golpe que a medida

jeto Rui Barbosa, conforme esfá exu berantemente provado pela publicação aiio fizemos no volume XI das Obras

aparentemente simples representaria para a propriedade servil'. Daí a agitação. Essa drenagem dos falsos escravos se

Completas do fac-símile não só dos au-

ria muito mais grave que a libertação


Diof-sto Econômico

, .111

Dior.sic» Econômico

cularmentc, ferindo frontalmentc iini

direito garantido por t<kla a organiziição jurídica do Império. Ao lacl.) disse, tôda a formaçrio moral, toda a cullma liberal e todos os sentimentos cristãos do Rui impelem-no ao abolicionismo.

Veremos, assim, como nas principais intervent^ões no grande tema, Rui Bar

mente — "qui- são lí\ri s todo.s os.africanr;?; importados daquela data cm dian

te" — donde sc ciincluí que o govèmo tem obrigação de \'crificar cscrupulosamenlc os títulos dos senhores, e proceder

proinisso pi-ranli- a loja e assinar, cm papel avulso, nina promessa de liberdade cloj: filhos das siuis escravas; dc modo

famosa, .Ângelo Agostini transforma num

na forma do decreto sem a escravidão

dos do Império a declaração de liber-

remédio

introduzida de contrabando; 2.", porque

cladü, c:a.so os signatários falhassem à

Dantas, em junta médica composta dos

coordenadas de seu espírito: o espirito

palavra solenemente, empenhada. É o plano de um advogado; ó uma solução estudara em Sessões sucessi\as em am

O marco inicial de sua campanha

aciuela cm que sc acba\a nas colônias francesas e inglesas." "Foi o Sr. Rui 'Barbosa", diz Osório Duquc-Estrada em sua obra clássica

cal Paulistano. O texto completo é, in felizmente, desconhecido. A única coisa que nos resta é um magro resumo dos j rnais da epoca, e que faremos publicar em breve no volume 1." das Ohras Comphtao, já no prelo. Após o exame

"o primeiro abolicionista que, baseado

que vão inintoiTuptamente até o final

ral e econômica do país aborda o orador a questão legal - apelando para a lei de 7 de novembro de 1831 - lei caduca e hipócrita, aprovada sem nenhuma con

que terminou com a conquista dc 13

jundico e legalista - e o espírito liabolicionista c a conferência realizada a 12 de setembro do 1869 no Clube Radi

da questão e a análise da situação mo

vicção por um parlamento desejoso de

satisfazer às exigências da Inglaterra, ma:; que ia se transformar no instrumen

to da demolição do edifício escravista pelas conseqüências imprevisíveis do seu

mesmo abandono. Sirva esta lição para o.s que não crêem na eficácia das leis. "A emancipação", diz o orador, "é

muito mais fácil em nosso país do que em todos aqueles onde se tem efetuado

até hoje: — I.'', porque uma jxirç<ã<) imensa da propriedade servi) existente entre nós (mais de um terço) além de

ilegítima, como tôda a escravidão, é também ilegal, em virtude da lei de 7

do novembro de 1831, e do regulamen to re.spcclivo, que declaram expressa-

É esse projeto que numa caricatura

que a loja pudesse obter dos magistra

a população cscra\a no Brasil sc acha para com a população livre em uma proporção incoinpuràvelniente inferior

bosa ficará fiel a essas duas grandes

tógrafos, como ainda das provas tipo gráficas do projeto.

nu lei de 7 de novembro de 1931, pro

forense para o problema que a loja biento de entusiasmo cívico.

Não poderei agora acompanhar "paripassu as atividades abolicionistas de Rui

da campanha. Tal esquema já foi ela

clamou desde 1869 a ilegalidade da e.s-

borado, com a competência costumeira,

cravidão no Brasil, fornecendo o prin

pelo professor Homero Pires. Desejaria

cipal argumento de que se ser\'iram mais tarde os propugandistas radicais de

1880, no inicio da fase revolucionária

somente focalizar êstc aspecto caracterislico da visão ruiana do problema. A deflagração do problema na Câ

proposto

pelo

Conselheiro

grandes estadistas do Império, para sabação do Estado brasileiro, então, como sempre, considerado em estado desesperador, Aos grandes inflamados propagandistas êstc grave acontecimento de iniciarse a solução legal do problema por pe quenas etapas, é certo, mas qne signi ficavam o encaminhamento da questão

gradualmente à paz, e talvez à salvação (Io Império, pareceu ridículo: É o que disse Nabuco dois anos

depois: "Eu confesso que quando ou\i o programa do ministério Dantas, tive vontade de rir."

E no entanto trata

Foi esta demonstração que deu ori gem ao famoso .^logati da Confederação

mara dos Deputados em 1879, pelos seus amigos Jerônimo Sodré e Joaquim Nabiico, não o atrai desde logo para o

va-se da última oportunidade do gover no realizar a grande transformação sem arranhões na sua estrutura jurídica,

Abolicionista — A Escravidão é «mi

grupo parlamentar abolicionista.

ainda que fazendo grandes concessões

diversas manifestações públicas, porém,

em seus interesses.

eiii 1881, a propósito de Castro Alves,

Na sua articulação o deputado Rui Barbosa cumpriu à risca os compromis sos do acadêmico de São Paulo de 15 anos antes. As concessões eram de fato

dc maio de 1888."

roubo.

Era afinal a escravidão que passava a ser ínquinada de estar fora da lei —

Tratava-se, é bem verdade, de uma

pobre lei hipócrita, feita para inglês t>cr — Mas era sempre uma lei e por ela Hui Barbosa reúne o seu entusiasmo pela liberdade da raça à feição estritamento legalista de seu temperamento. Quando no ano seguinte êle apresenta à Loja América o seu projeto que vai causar tão grande sensação c provocar enfim a queda do venerável Antônio Carlos, ainda é a arma judiciária que êle quer montar para o combate à instituição nefanda.

Cada maçom deveria assumir um com-

Em

c na circular ao cloitoraclo, em 1882,

a propósito do Marquês de Pombal, re velara-se fiel aos ideais da mocidade.

oportunidade dc realizar, com suas pró

pequenas, mas um registro rigoroso da propriedade escrava cancelaria defini-

prias mãos o ideal da mocidade: En quadrar o problema em linlias legisla

ti\^amente da lista negra a maior parte dos que, libertados pela lei de 1831

tivas, batizá-lo, conduzir, enfim legal mente a questão servil para uma solução

porque naturais da África, apareciam

Mas em 1884 depara-se, afinal, uma

gradual e pacífica.

perante as próprias autoridades como privados da liberdade.

Essa a suprema importância do cha

Os interêsses escravistas sentiram bem

mado projeto Dantas que é afinal o pro

sensivelmente o golpe que a medida

jeto Rui Barbosa, conforme esfá exu berantemente provado pela publicação aiio fizemos no volume XI das Obras

aparentemente simples representaria para a propriedade servil'. Daí a agitação. Essa drenagem dos falsos escravos se

Completas do fac-símile não só dos au-

ria muito mais grave que a libertação


I UW

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DIGESTí.»

Dicesto Econômico

113

EC0N(')MIC0

nos míseros sexagenários que rej)rescn-

fer-sc-ão contra vós. Dc cada uma delas ;

na sua exprcs.são mais absoluta, mais

pilhagem, cedendo aos impulsos do ins

.tava antes na expressão de Nabucò, o perdão dos Shylocks ao escravo do úl timo pcdaq-o de carne que llie é devido. O parecer dc Rui Barbosa sobre o

o espírito libertador rccrgucr-sc-á mais 1

sombria, mais clc\astadora. porque en tão, no canijio cia hila. a resistência

tinto animal, único princípio de vida consciente, que a condição senil não

estará

destrói. E vós — com lodo êsse patri

projeto, de que fora o próprio aiUnr,

poderost:, mais exigente, mais afoito, j recncarnado cm um plano mais amplo. A.s concessões moderadas, (jue hoje recusardes, amanhã já não satisfarão a

caso talvez único no parlamento, é o 'ninguém. Ouçam os nobres deputados compêndio dessa orientação jurídica da a história, que não mente. questão. Daí a intransigência de Rui "Isso que vós dcfcndeis com zêlo vio em não contemporizar com o princípio da lente' do fanatismo, c nós respeitamos indenização.

"O principio da indeniziição", dirá

ele mais tarde, "ficava repudiado para sempre, rotos com èle os famosos títulos

dc senliorio da raça branca sòbre a negra. Essa intuição eliminou em um

desmoralizada, o

aboliciotüsmQ

servido pelos da oholição — êssc, o pior dos ábolicionismos, sois vós: é a reação (pU' \ éis representais, om cklio

à e.xpcriêneia. à Immanidado, ao futuro." O projeto .Sarai\a dispensou, porém, na matricula dos esera\<ís a declaração

seh certas reservas, por confiança re

ção privilegiada, transitória. amaldiç>oa-

da procedência dêles. Encampou, por consecpiència, e íroalizou a .situação ir regular em (|m- se ba.^-eaca o relator do projeto Dantas para se opor irredutnel-

fletida nas soluções pacíficas e concilia doras, não é um direito: c uma situa

cla em todas as consciências, a que nin

incntc a (ptaUjuei indenização. O pro-

guém, neste país, dá mais vinte anos

jcto-monstro, como o chamaram indigna

entre o ódio e a esperança. Um níquel

de duração, c que, com certeza, não

dos Nabuco, Rui e todos os abolicionis

•sequer, por cada velho, imploravam os inimigos do projeto, e dcporemo.s as

transporá as fronteiras deste século.

tas, tran.sformou assim num jiibileu dos

"Pois bem! Sc êsse privilégio efêmero

relâmpago o futuro, e travou a pugna armas. Nem um real, dizíamos nós, ou o princípio está perdido."

Precisamente porque a indenização seria o reconhecimento da legalidade do direito ao escravo e era diante dêsse falso princípio que Rui Barbosa re cuava.

O falso espírito conservador e o.s

tràn.sfuga.s liberais derrubaram o projeto Danta.s, diante do qual já não mais sor ria Nabuco que por êle se bateu deno-

dadamente ao lado de Rui o todos os

fiéis abolicionistas que sentiram a gra vidade da situação. Era a oportunida de das classes dirigentes chefiarem o.s

acontecimentos que se perdia. Daí por diante era o caminho da revolução, por mais mascarado de fórmulas legais que S(í apresentasse;

Ninguém q predisse com mais exa tidão que o próprio Rui no discurso na Câmara a 28 de julho cie 1884: "As vossas vitórias aparentes rcver-

traficantes

caduco, agonizante, não transigir; e se enfatuar em sonoras invocações ao di reito e à justiça, cm que mais pru dente seria abster-se dc falar; se não der ouvidos senão ao demônio da de mência, com que uma espécie de cons

às migallia.s dos \'osso.s tesoiros, per

mo sob a sua feição desinteresseira, ge

1

tinuar a saquear de almas a .'Vfrica... cominai.s. no papel, a ignominia e o cas

tigo de pirataria aos flibusteiro.s, que desrespeitem a vossa palaxxa... vós o estipulais com o outro continente; e, não obstante, vós mesmo.s. vós, nág indi\íduos dispersos, mas vós nação, vo.s

govêrno, vós Estado, \ós monarquia miiximo, cobrindo, aos olhos do mundo, com a improbidade nacional aos salteadores do tratado de 1826 e da lei de

"O africano, cpie lance mão violenta

a razão e o patrioti.smo, estaremos absol-

tia da vossa opniência, vós vos compromeleis, perante a Europa, a não con

Daí por diante o tom das ciueixas dc Pxii scjbe cxtraovdinàriamcnte de ponto. Em 1885 clamava êle contra a lega lização do crime. "1831 era a prescrição dos piratas," — dizia êle — "1885 é a

em tôrno da questão.

terá sido o operário exclusivo. Nós, ante

à feitura da vossa vontade, que criais

os códigos para proteção da \ ossa honra, que dispondes dos tribunais para garan

constitucional, vós vos fazeis o pirata

tário e imagina um combate judiciário

pitular com as honras da guerra. "Mas então, da sua ruína êle mesmo

nopolizar-\'OS, que constituis o direito

abolicionistas.

E logo em seguida contrapõe a si tuação legal do escravo à do proprie

tentativas pacificadoras opuser a perti nácia de um non pns-sumufi implacável, — tempo virá cm que seja tardo para ca

"O abolicionismo — não o abolicionis

aparentemente

glorifícação dos piratas."

por uma crise instanlânea; se ás nossas

vido.s de toda a responsabilidade; por

tentati\a

simples, mas gra\-e da solução dos

piração providencial parece seduzir para o abismo as causas fadadas a perecer

que o projeto c a emancipação, a adian tada, mas previdente e compcnsadora.

a

mônio de sentimentos morais que a

vossa civiliz:ição se ensoberboce de mo-

1831.

. .

,

"E depois nos dizeis; isto e uma pro priedade sagrada. Se entre os escraxos e evadidos das mãos dos trafican

tes c as garras do tráfico renascido puscrdes a inviolabilidade de vossas ca sas, sereis arrastados aos tribunais co mo roubadores do allieio. "Pois bem: nós vos desafiamos a que

petra um roubo, transgredindo um di

u façais. Essa lei calunia a nação: os

reito que não conhece, desconhecendo

nossos tribunais ainda se não compõem

um código para cuja elaboração não contribuiu, arrastando uma justiça orga nizada pelos seus carrascos, aventuran-

compusessem, o mais caro desafôgo da

do-sc, unidade miserável, contra a mul

de feitores de escravos: e, quando se nossa consciência seria açoitar-lhes as faces com o nosso desprezo. Víndel nós vos desafiamos. A justiça acusado-

nerosa e simpática ao coração humano

tidão, a polícia e a riqueza da popula ção opressora, rebelando-se contra um

— mas o abolicionismo inconsciente e,

meio social, que aos olhos do e.scra\o,

ccmo se a perseguisse a imagem do cal-

portanto, sem mérito; o abolicionismo,

não pode simbolizar senão o ódio e a

ceta; porque nossos filhos, que nos hão

ra há de sair dessas audiências enfiada,


I UW

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DIGESTí.»

Dicesto Econômico

113

EC0N(')MIC0

nos míseros sexagenários que rej)rescn-

fer-sc-ão contra vós. Dc cada uma delas ;

na sua exprcs.são mais absoluta, mais

pilhagem, cedendo aos impulsos do ins

.tava antes na expressão de Nabucò, o perdão dos Shylocks ao escravo do úl timo pcdaq-o de carne que llie é devido. O parecer dc Rui Barbosa sobre o

o espírito libertador rccrgucr-sc-á mais 1

sombria, mais clc\astadora. porque en tão, no canijio cia hila. a resistência

tinto animal, único princípio de vida consciente, que a condição senil não

estará

destrói. E vós — com lodo êsse patri

projeto, de que fora o próprio aiUnr,

poderost:, mais exigente, mais afoito, j recncarnado cm um plano mais amplo. A.s concessões moderadas, (jue hoje recusardes, amanhã já não satisfarão a

caso talvez único no parlamento, é o 'ninguém. Ouçam os nobres deputados compêndio dessa orientação jurídica da a história, que não mente. questão. Daí a intransigência de Rui "Isso que vós dcfcndeis com zêlo vio em não contemporizar com o princípio da lente' do fanatismo, c nós respeitamos indenização.

"O principio da indeniziição", dirá

ele mais tarde, "ficava repudiado para sempre, rotos com èle os famosos títulos

dc senliorio da raça branca sòbre a negra. Essa intuição eliminou em um

desmoralizada, o

aboliciotüsmQ

servido pelos da oholição — êssc, o pior dos ábolicionismos, sois vós: é a reação (pU' \ éis representais, om cklio

à e.xpcriêneia. à Immanidado, ao futuro." O projeto .Sarai\a dispensou, porém, na matricula dos esera\<ís a declaração

seh certas reservas, por confiança re

ção privilegiada, transitória. amaldiç>oa-

da procedência dêles. Encampou, por consecpiència, e íroalizou a .situação ir regular em (|m- se ba.^-eaca o relator do projeto Dantas para se opor irredutnel-

fletida nas soluções pacíficas e concilia doras, não é um direito: c uma situa

cla em todas as consciências, a que nin

incntc a (ptaUjuei indenização. O pro-

guém, neste país, dá mais vinte anos

jcto-monstro, como o chamaram indigna

entre o ódio e a esperança. Um níquel

de duração, c que, com certeza, não

dos Nabuco, Rui e todos os abolicionis

•sequer, por cada velho, imploravam os inimigos do projeto, e dcporemo.s as

transporá as fronteiras deste século.

tas, tran.sformou assim num jiibileu dos

"Pois bem! Sc êsse privilégio efêmero

relâmpago o futuro, e travou a pugna armas. Nem um real, dizíamos nós, ou o princípio está perdido."

Precisamente porque a indenização seria o reconhecimento da legalidade do direito ao escravo e era diante dêsse falso princípio que Rui Barbosa re cuava.

O falso espírito conservador e o.s

tràn.sfuga.s liberais derrubaram o projeto Danta.s, diante do qual já não mais sor ria Nabuco que por êle se bateu deno-

dadamente ao lado de Rui o todos os

fiéis abolicionistas que sentiram a gra vidade da situação. Era a oportunida de das classes dirigentes chefiarem o.s

acontecimentos que se perdia. Daí por diante era o caminho da revolução, por mais mascarado de fórmulas legais que S(í apresentasse;

Ninguém q predisse com mais exa tidão que o próprio Rui no discurso na Câmara a 28 de julho cie 1884: "As vossas vitórias aparentes rcver-

traficantes

caduco, agonizante, não transigir; e se enfatuar em sonoras invocações ao di reito e à justiça, cm que mais pru dente seria abster-se dc falar; se não der ouvidos senão ao demônio da de mência, com que uma espécie de cons

às migallia.s dos \'osso.s tesoiros, per

mo sob a sua feição desinteresseira, ge

1

tinuar a saquear de almas a .'Vfrica... cominai.s. no papel, a ignominia e o cas

tigo de pirataria aos flibusteiro.s, que desrespeitem a vossa palaxxa... vós o estipulais com o outro continente; e, não obstante, vós mesmo.s. vós, nág indi\íduos dispersos, mas vós nação, vo.s

govêrno, vós Estado, \ós monarquia miiximo, cobrindo, aos olhos do mundo, com a improbidade nacional aos salteadores do tratado de 1826 e da lei de

"O africano, cpie lance mão violenta

a razão e o patrioti.smo, estaremos absol-

tia da vossa opniência, vós vos compromeleis, perante a Europa, a não con

Daí por diante o tom das ciueixas dc Pxii scjbe cxtraovdinàriamcnte de ponto. Em 1885 clamava êle contra a lega lização do crime. "1831 era a prescrição dos piratas," — dizia êle — "1885 é a

em tôrno da questão.

terá sido o operário exclusivo. Nós, ante

à feitura da vossa vontade, que criais

os códigos para proteção da \ ossa honra, que dispondes dos tribunais para garan

constitucional, vós vos fazeis o pirata

tário e imagina um combate judiciário

pitular com as honras da guerra. "Mas então, da sua ruína êle mesmo

nopolizar-\'OS, que constituis o direito

abolicionistas.

E logo em seguida contrapõe a si tuação legal do escravo à do proprie

tentativas pacificadoras opuser a perti nácia de um non pns-sumufi implacável, — tempo virá cm que seja tardo para ca

"O abolicionismo — não o abolicionis

aparentemente

glorifícação dos piratas."

por uma crise instanlânea; se ás nossas

vido.s de toda a responsabilidade; por

tentati\a

simples, mas gra\-e da solução dos

piração providencial parece seduzir para o abismo as causas fadadas a perecer

que o projeto c a emancipação, a adian tada, mas previdente e compcnsadora.

a

mônio de sentimentos morais que a

vossa civiliz:ição se ensoberboce de mo-

1831.

. .

,

"E depois nos dizeis; isto e uma pro priedade sagrada. Se entre os escraxos e evadidos das mãos dos trafican

tes c as garras do tráfico renascido puscrdes a inviolabilidade de vossas ca sas, sereis arrastados aos tribunais co mo roubadores do allieio. "Pois bem: nós vos desafiamos a que

petra um roubo, transgredindo um di

u façais. Essa lei calunia a nação: os

reito que não conhece, desconhecendo

nossos tribunais ainda se não compõem

um código para cuja elaboração não contribuiu, arrastando uma justiça orga nizada pelos seus carrascos, aventuran-

compusessem, o mais caro desafôgo da

do-sc, unidade miserável, contra a mul

de feitores de escravos: e, quando se nossa consciência seria açoitar-lhes as faces com o nosso desprezo. Víndel nós vos desafiamos. A justiça acusado-

nerosa e simpática ao coração humano

tidão, a polícia e a riqueza da popula ção opressora, rebelando-se contra um

— mas o abolicionismo inconsciente e,

meio social, que aos olhos do e.scra\o,

ccmo se a perseguisse a imagem do cal-

portanto, sem mérito; o abolicionismo,

não pode simbolizar senão o ódio e a

ceta; porque nossos filhos, que nos hão

ra há de sair dessas audiências enfiada,


DiOF-STri

114

de redcav, iiao carecerão (|uc llio diga

projeto Rui — .SC (ivcssí- sido aplicado

mos, para sentirem que êsse c o mais

integralmente! — Como o grande pensa dor social rjuc era Nabuco íòra dema-

nobre exemplo da \'ida de seus pais; c

o órgão do libelo público não terá pala vras com que nos replique, quando lhe

bradarmos: - Estão trocados os luga res entre nós e vós. Nós somos a cons ciência cristã e a consciência nacio

nal... o saque sois vós, o safjuc ungi do em instituição legal; porque os incobridores oficiais dos furtos cometi

dos contra a lei de 7 de novembro, a

ciganagem que ainda se quer locuple tar com os sobejos de 20 anos de con

trabando humano, incorre em tríplice I ■

roubo: roubo moral de centenas de mi

lhares de liberdades; roubo de lesa-pútria contra a honra "nacional, penhorada

nos tratados; mas também roubo direto

positivo, material, pecuniário, do capital m^álico que essa soma de cativei ros ilegais representa."

Era- sempre, como se vê o equacionamento da questão em fórmulas judiciá rias. Ê o mesmo homem que visará defender perante os tribunais a propaganda republicana perante u monar

quia — e a liberdade de imprensa pe rante a ditadura florianista.

Rui Barbosa teve o desprazer de ver cumpridas as suas profecias. A abdica ção precipitou-se pelas- formas da re

sistência às ordens do governo desautorado.

Comentando o ano político de 1887

115

cia fará a :ibnlição :int<'s do prazo que

evitar que a nação pagasse o que não

êste projeto lho assina". — Prexalcceu

dovia.

quivo.s da escravidão. É a última trin

tério reformador, em 1895. ajuazava pa

cheira em que o já então Ministro da Fazenda da República \ai sustentar o

dos

a resistência, a des^-x-ito clc tudo. .. E, não obstante, a abolição, que o minis

íifcitos de um regulamenlo! O movimento atingia o sen têrmo.

ra 1892, vem a se eoneluir em 1888 ou

Mie; não era dirigido mais polo gover

1889. Negou-.se então a um ministério liberal; o agora já conservadores a disjni-

.siaclo céplico

por sorrir diante

no que perdera o timão. Era uma re solução cm regra.

taiu. Fazia-se longo x^razo, e hoje aceita-.se instantânea".

"A caladiipa que se dcspenlm de São Paulo", coinenlii Rui, "não permite crer que o têrmo da transição exceda o mea

E já no ano de 1888, a Bahia, às vés

peras de 13 de maio, eomcntaxa a derro

do do 1889. Fazendas, municípios, ci dades, distritos, províncias inteiras \-êm

ta das instituições na .solução do jiroblemu servil.

agrcgar-sc, de momento em momento à montanlia vitoriosa rjue rola.

"Fazendo da aboliçãt) uma emx)reita-

da entregue ao i^arlido reator, a coroa enfraciiioccu substancialmente a autori

das duas grandes metrópoles da escra vidão, a mais inteligente, a mais enér gica, a mais opulenta, lançou o seu

dade das futuras i-)vetensõcs à resis tência; e bem x^ouco \ ü quem não x^er-

pêso na balança; c esse peso liá de preponderar ao da outra, morosa, oficlj] explorada pela politicagem cleiioial dos

chefes conservadores. São Paulo arras

cebe a gravidade do gclx^e republica N

no que cia cándidamcnte desfechou nos

próprios interêsses, lexando o elemento

tará o Rio. O negro, que se está li

conservador até a.s fronteiras da refor ma social. A rcsxjonsabilidade do arro

bertando a si .próprio na primeira, há

jo não toca nos inimigo.s da ordem, nem

de emancipar-sc a si mesnío na .segun

da. Quando o fragor da vontade dos cativos, como a voz cias grandes tUmas

reboar pelas margens do Paraiba, talvez

nao sobre mais tempo aos senhores pa ra fundarem a Libertadora fluminense" "Que incomensurávcl extensão transjwsta em trinta meses", comenta ainda

Rui. "Em 1885 o ministério Dantas por pedir a abolição para daí u noue

num panfleto raro, em que analisa agu

anos, era apedrejado, sitiado de em

damente os acontecimentos finais do

boscada, recusando os seus adversários

Império, Rui Barbosa ainda se manifes ta pessimisticamente sobre a abolição,

dar-lhe batalha no campo da sua idéia, por medo ao prestígio dela, x^ara irem

A nova matrícula reduzirá o número

derrotá-lo em uma cilada, em um inct-

de escravos, com todos os seus defei tos, à metade! Que efeito.s não teria produzido a lei Dantas — ou melhor

EG.f)N*()MTCO

Dígesto Ec()NÓ>aco

dento parlamentar.

Os x)ropugnadore.<

do pi:)jelo de 15 de julho diziam então para os da guerrilha: "A vossa resistên-

o princípio reformador

esx>erar

essa cooperação inaudita. "Os que encarregam da abolição de

pois dc tê-la estigmatizado como roubo, c preconiz-ido a xoropriedade servil como a instituição das instituições, perderam a comx^otência x>ora representar a tradi

ção". Estava, x^ois, vitoriosa, mas não atra

Refiro-me à famosa queima dos ar-

mesmo combate do estudante de direi

to de trinta anos pass-ados. É um capítulo mal interpretado da história republicana que precisa ser es tudado severa e sinceramente, mas no

seu quadro exato e não nas deforma ções com que é apresentado. A primeira referência que encontra mos ao fato é a que ocoiTe em Nina

Rodrigues, na sua obra clássica Os Afri canos no Brasil — Fala o mestre baian(v._;1

cm decreto que ordenando a destruiçãodos XJíipóis da escravidão cometera uma piedosa, mas ingênua mentira históric-a. Em nota de l>é de página assinala a sua fonte: Circular do Ministério da Fa zenda, n.° 29, de 13 de maio de 1891,

mandando queimar os artigos da escra vidão. "As conseqüências desse ato, co menta Nina Rodrigues, foram "a destrui

ção englobada de todos os documentos relativos à imigração da raça negra que deviam existir nas repartições aduanei ras. Pelo menos na alfândega deste estado (a Bahia) não existe mais ne nhum". Daí passou a queixa a quase

todos os trabalhos modernos que ver sam o mesmo assunto, sempre cora re

vés dos caminhos que Rui teria prefe

ferência à mesma fonte citada por Ni na Rodrigues, a circular do baiano con-

rido, a sua tese intransigentemente anti-

sellieiro Rui Barbosa, n.° 29, de 13 de

indenizacionista.

maio de 1891. Ora, já aí começara os

Não x^udemos encerrar esta síntese

equívocos. Era 13 de maio de 1891 já -

sem aludir, ainda uma voz, a um episó dio pouco esclarecido da vida de Rui Barbosa e que se prende a esta cam panha jurídica — e êste empenho de

zenda, cargo que deixara desde 20 de janeiro. O despacho de Rui Barbosa

não era Rui Barbosa ministro da Fa

acerca do assunto é de 14 de dezem-


DiOF-STri

114

de redcav, iiao carecerão (|uc llio diga

projeto Rui — .SC (ivcssí- sido aplicado

mos, para sentirem que êsse c o mais

integralmente! — Como o grande pensa dor social rjuc era Nabuco íòra dema-

nobre exemplo da \'ida de seus pais; c

o órgão do libelo público não terá pala vras com que nos replique, quando lhe

bradarmos: - Estão trocados os luga res entre nós e vós. Nós somos a cons ciência cristã e a consciência nacio

nal... o saque sois vós, o safjuc ungi do em instituição legal; porque os incobridores oficiais dos furtos cometi

dos contra a lei de 7 de novembro, a

ciganagem que ainda se quer locuple tar com os sobejos de 20 anos de con

trabando humano, incorre em tríplice I ■

roubo: roubo moral de centenas de mi

lhares de liberdades; roubo de lesa-pútria contra a honra "nacional, penhorada

nos tratados; mas também roubo direto

positivo, material, pecuniário, do capital m^álico que essa soma de cativei ros ilegais representa."

Era- sempre, como se vê o equacionamento da questão em fórmulas judiciá rias. Ê o mesmo homem que visará defender perante os tribunais a propaganda republicana perante u monar

quia — e a liberdade de imprensa pe rante a ditadura florianista.

Rui Barbosa teve o desprazer de ver cumpridas as suas profecias. A abdica ção precipitou-se pelas- formas da re

sistência às ordens do governo desautorado.

Comentando o ano político de 1887

115

cia fará a :ibnlição :int<'s do prazo que

evitar que a nação pagasse o que não

êste projeto lho assina". — Prexalcceu

dovia.

quivo.s da escravidão. É a última trin

tério reformador, em 1895. ajuazava pa

cheira em que o já então Ministro da Fazenda da República \ai sustentar o

dos

a resistência, a des^-x-ito clc tudo. .. E, não obstante, a abolição, que o minis

íifcitos de um regulamenlo! O movimento atingia o sen têrmo.

ra 1892, vem a se eoneluir em 1888 ou

Mie; não era dirigido mais polo gover

1889. Negou-.se então a um ministério liberal; o agora já conservadores a disjni-

.siaclo céplico

por sorrir diante

no que perdera o timão. Era uma re solução cm regra.

taiu. Fazia-se longo x^razo, e hoje aceita-.se instantânea".

"A caladiipa que se dcspenlm de São Paulo", coinenlii Rui, "não permite crer que o têrmo da transição exceda o mea

E já no ano de 1888, a Bahia, às vés

peras de 13 de maio, eomcntaxa a derro

do do 1889. Fazendas, municípios, ci dades, distritos, províncias inteiras \-êm

ta das instituições na .solução do jiroblemu servil.

agrcgar-sc, de momento em momento à montanlia vitoriosa rjue rola.

"Fazendo da aboliçãt) uma emx)reita-

da entregue ao i^arlido reator, a coroa enfraciiioccu substancialmente a autori

das duas grandes metrópoles da escra vidão, a mais inteligente, a mais enér gica, a mais opulenta, lançou o seu

dade das futuras i-)vetensõcs à resis tência; e bem x^ouco \ ü quem não x^er-

pêso na balança; c esse peso liá de preponderar ao da outra, morosa, oficlj] explorada pela politicagem cleiioial dos

chefes conservadores. São Paulo arras

cebe a gravidade do gclx^e republica N

no que cia cándidamcnte desfechou nos

próprios interêsses, lexando o elemento

tará o Rio. O negro, que se está li

conservador até a.s fronteiras da refor ma social. A rcsxjonsabilidade do arro

bertando a si .próprio na primeira, há

jo não toca nos inimigo.s da ordem, nem

de emancipar-sc a si mesnío na .segun

da. Quando o fragor da vontade dos cativos, como a voz cias grandes tUmas

reboar pelas margens do Paraiba, talvez

nao sobre mais tempo aos senhores pa ra fundarem a Libertadora fluminense" "Que incomensurávcl extensão transjwsta em trinta meses", comenta ainda

Rui. "Em 1885 o ministério Dantas por pedir a abolição para daí u noue

num panfleto raro, em que analisa agu

anos, era apedrejado, sitiado de em

damente os acontecimentos finais do

boscada, recusando os seus adversários

Império, Rui Barbosa ainda se manifes ta pessimisticamente sobre a abolição,

dar-lhe batalha no campo da sua idéia, por medo ao prestígio dela, x^ara irem

A nova matrícula reduzirá o número

derrotá-lo em uma cilada, em um inct-

de escravos, com todos os seus defei tos, à metade! Que efeito.s não teria produzido a lei Dantas — ou melhor

EG.f)N*()MTCO

Dígesto Ec()NÓ>aco

dento parlamentar.

Os x)ropugnadore.<

do pi:)jelo de 15 de julho diziam então para os da guerrilha: "A vossa resistên-

o princípio reformador

esx>erar

essa cooperação inaudita. "Os que encarregam da abolição de

pois dc tê-la estigmatizado como roubo, c preconiz-ido a xoropriedade servil como a instituição das instituições, perderam a comx^otência x>ora representar a tradi

ção". Estava, x^ois, vitoriosa, mas não atra

Refiro-me à famosa queima dos ar-

mesmo combate do estudante de direi

to de trinta anos pass-ados. É um capítulo mal interpretado da história republicana que precisa ser es tudado severa e sinceramente, mas no

seu quadro exato e não nas deforma ções com que é apresentado. A primeira referência que encontra mos ao fato é a que ocoiTe em Nina

Rodrigues, na sua obra clássica Os Afri canos no Brasil — Fala o mestre baian(v._;1

cm decreto que ordenando a destruiçãodos XJíipóis da escravidão cometera uma piedosa, mas ingênua mentira históric-a. Em nota de l>é de página assinala a sua fonte: Circular do Ministério da Fa zenda, n.° 29, de 13 de maio de 1891,

mandando queimar os artigos da escra vidão. "As conseqüências desse ato, co menta Nina Rodrigues, foram "a destrui

ção englobada de todos os documentos relativos à imigração da raça negra que deviam existir nas repartições aduanei ras. Pelo menos na alfândega deste estado (a Bahia) não existe mais ne nhum". Daí passou a queixa a quase

todos os trabalhos modernos que ver sam o mesmo assunto, sempre cora re

vés dos caminhos que Rui teria prefe

ferência à mesma fonte citada por Ni na Rodrigues, a circular do baiano con-

rido, a sua tese intransigentemente anti-

sellieiro Rui Barbosa, n.° 29, de 13 de

indenizacionista.

maio de 1891. Ora, já aí começara os

Não x^udemos encerrar esta síntese

equívocos. Era 13 de maio de 1891 já -

sem aludir, ainda uma voz, a um episó dio pouco esclarecido da vida de Rui Barbosa e que se prende a esta cam panha jurídica — e êste empenho de

zenda, cargo que deixara desde 20 de janeiro. O despacho de Rui Barbosa

não era Rui Barbosa ministro da Fa

acerca do assunto é de 14 de dezem-


DicfcisiT) l-^coNÓMiro

lia

bro de 1890.

ir

Dií;ks«t(' Et;c)NóMico

A circular n.° 29, de 13

de maio do ano seguinte foi subscrita pelo conselheiro Trislão dc Alencar Ara-

mann, e o presidente da Confederação abolicioni.sta João Clapp.

vai.s ricos de material .s(Mire escravidão

rém, é \aga. Oa úUinto.s ducumcnton da

à e.spcra dc pestpiisadores. E' o que há algum tempo me confirmaxa, quan

lembrou, com o espírito de e.vatidão que

escravidão não poderiam exidentomente

to à Amazônia, o seu emérito conhece

o caracteri2:a, o sr. Otávio Tarquínío de

ter sido destruídos totalmente.

Souza analisando o assunto.

preciso destruir a correspondência ofi

ripe, seu sucessor na pasta, como já o

Para medir tôda a extensão, do inaleficio seria necessário conhecer a rela

ção das peças que foram entregues ao fogo em obediência à ordem ministe

rial, cousa que até agora não se publicou quer na capital, quer nas províncias. Du vidamos até que em todas cias a or-

A expressão da placa de bronze, po Seria

cial, as atas das câmaras municipais, n.s inumeráxeis pleitos judiciários versando

dor que c o no.sso colega Sr. Artur Cé sar Ferreira Heis.

Não se dexe, pois. perder a esperan

ça dc xer surgir em dados positivos, muitos ensaios que as dosalentadoras ex

Note-se o trecho final que denota a intenção bem pouco lírica, ou retórica, da medida.

Tratava-se de evitar um

contragolpe dos antigos senhores de es cravos, conseguindo a posteríori, a inde nização que os últimos projetos lhes ne gavam. Indenização monstruosa, por

que uma parte ponderável dêsses escra vos eram africanos c legalmente escm-

sobre escravos, os testamentos, os inven tários, sem falar na legislação. M^jj ^

pressões de Nina Rodrigues julgax ain pa

evidente que nada disso foi quei mado. Numa visita que fizemos expres

ra sempre impossíxeis. Sem querer diminuir, porém, a gra vidade do gíílpo trazido à historiografia,

do dezembro de 1831.

vejamos se é po.s.sível enlrcxer a sua.

roltara-sc a falar em

explicação. A idéia da destruição dos papéis da

c que Rui analisara longamente no Uiu-

vizirdos, já que haxiain aportado ao Brasil posteriomiente á lei

Feita a abolição, porém, cm 188^

quivos está desfalcada, pelo bicho e pelo deslei.xo, de peças fundamentais.

samente para êssc fim ao Arquixo Na cional, conduzidos pelo .seu digno e in cansável diretor Dr. Viíhena de Morais verificamos pessoalmente a existência dc montanhas de lixros e documentos sò-

escravidão ó muito antiga.

No Rio, contudo, sabemos que houve

i)re o assunto, com os (piais se poderão

curioso que nos pareça hoje, quando \i-

rio^ de Noticias", apelava P"» » servadores no sentido de ^

queima. O despacho dc Rui Barbosa determinava a requisição dos livros da

realizar importantíssimas pesquisas.

vemos numa salutar obsessão do do cumento, foi defendida por cuhninân-

propostos candidatos que nao _ "reconhecido o direito a indenização

tesouraria da Fazenda, livros e documen tos existentes nas repartições do Mi

do devc! ter sido os livros de registro

cias da inteligência e da cultura no Bra

dos escravos, para o efeito do pagamen to dos impostos e os livros de entradas nas alfândegas. 0.s elementos estatístiCO.S do.s primeiros con.stam, porém, dos relatórios dos ministros e pre.sidentes de províncias. A perda principal vem a

sil. E veremos em brcx e por que. Quem

x'alor. da extinta propriedade servil, homen-S que tomem a peito a repaiaçao a

I dem tenha sido cumprida. Com fogo, ou sem fogo, a maioria dos nossos ar

nistério da Fazenda, matrículas de es cravos, dos ingênuo.s, dos filhos li\Tes de mulher escrava e libertos. Uma co missão, no mesmo ato designada, diri giria tal arrecadaç<ão procedendo, em

seguida à queima da casa de máquinas ' da Alfândega desta capital. Uma placa de bronze existente nas oficinas do Lóide Brasileiro, contém de fato, esta inscrição assaz lacônica: "13 de maio de 1891. Aqui foram in-

O que 0.S- estudiosos hão de ter perdi

primeiro a enuncia dc público é Joa quim Nabuco na Câmara dos Depu

injustiça sofrida."

tados em discurso de 24 de julho de

problema apelando para os empréstimos

1888, quando lê uma representação de

ser pois, dos livros alfandegários, pre

constituintes seus, para que "os livros do matrícula geral dos escra\'0.s do Im

cisamente aqueles a que se referiu Ni

pério sejam cancelados ou inutilizados

na Rodrigues. Há porém, outros acer

de modo a que não possa mais haver

vos que permaneceram intactos o que

pedido de indenização."

poderão fornecer elementos essenciais ao

"O orador se associa a este pedido",

estudo do assunto. Assim no Arquixo

dizem o.s anais, "com tanto mais con vicção quanto, se os escravos ti\'esscm

Público da Bahia, no arquix-o da Pre

cendiados os últimos documentos da

feitura do Salvador e no da Câmara Es

escravidão no Brasil". O noticiário da

imprensa da época é abundante e entu

tadual da Balúa encontrou o Sr. Luís Viana Filho elementos preciosos com

siástico. — Assinala os nomes dos fun

que elaborou o seu excelente ensaio so

cionários que tomaram parte no patrió tico gesto, estando presente o inspetor da Alfândega, o engenheiro Sattamini, guarda-mor Comandante Adolfo Hassel-

Por mais

bre o Nsgro na B(dii(i, que mereceu tão amplos e merecidos louvores do Sr. Gil berto Freire. Em todos os recantos do

Brasil jazem preciosos depósitos arqui-

manifeitto Paulino de 8 de julho de 1889,

sido de.sapropriados pelo Estado para seu uso, dexla ele dar indenização; mas

como prejuízo resulta simplesmente de

O ministério Ouro Prêto eontornara o

á lavoura. "É o mesmo Proteu^, co mentara Rui no "Diário de Noticias ,

"sob transfigurações variadas, com a di ferença em favor do sr. Paulino de Sou sa que a indenização direta estaria su bordinada. na sua distribuição, a um

critério positivo, proporcionando suas reparações à importância do ano. Pois bem, em pleno governo provisó rio, organizou-se um banco que tm ia por finalidade exatamente a indenização

teresses que são modificados por cada

dos antigos senhores de escravos, ou seus herdeiros, dos prejuízos causados pela lei de 13 de maio. Era nova trans figuração do Proteu. com a agravante

tarifa que votamos, ou por cada altera

de vir tal emorêsa encabeçada poi ele-

uma modificação da nossa lei, se passas

se neste caso o princípio da indenização,

teríamos de indenizar todos aqueles in ção que fazemos nas leis do Império".


DicfcisiT) l-^coNÓMiro

lia

bro de 1890.

ir

Dií;ks«t(' Et;c)NóMico

A circular n.° 29, de 13

de maio do ano seguinte foi subscrita pelo conselheiro Trislão dc Alencar Ara-

mann, e o presidente da Confederação abolicioni.sta João Clapp.

vai.s ricos de material .s(Mire escravidão

rém, é \aga. Oa úUinto.s ducumcnton da

à e.spcra dc pestpiisadores. E' o que há algum tempo me confirmaxa, quan

lembrou, com o espírito de e.vatidão que

escravidão não poderiam exidentomente

to à Amazônia, o seu emérito conhece

o caracteri2:a, o sr. Otávio Tarquínío de

ter sido destruídos totalmente.

Souza analisando o assunto.

preciso destruir a correspondência ofi

ripe, seu sucessor na pasta, como já o

Para medir tôda a extensão, do inaleficio seria necessário conhecer a rela

ção das peças que foram entregues ao fogo em obediência à ordem ministe

rial, cousa que até agora não se publicou quer na capital, quer nas províncias. Du vidamos até que em todas cias a or-

A expressão da placa de bronze, po Seria

cial, as atas das câmaras municipais, n.s inumeráxeis pleitos judiciários versando

dor que c o no.sso colega Sr. Artur Cé sar Ferreira Heis.

Não se dexe, pois. perder a esperan

ça dc xer surgir em dados positivos, muitos ensaios que as dosalentadoras ex

Note-se o trecho final que denota a intenção bem pouco lírica, ou retórica, da medida.

Tratava-se de evitar um

contragolpe dos antigos senhores de es cravos, conseguindo a posteríori, a inde nização que os últimos projetos lhes ne gavam. Indenização monstruosa, por

que uma parte ponderável dêsses escra vos eram africanos c legalmente escm-

sobre escravos, os testamentos, os inven tários, sem falar na legislação. M^jj ^

pressões de Nina Rodrigues julgax ain pa

evidente que nada disso foi quei mado. Numa visita que fizemos expres

ra sempre impossíxeis. Sem querer diminuir, porém, a gra vidade do gíílpo trazido à historiografia,

do dezembro de 1831.

vejamos se é po.s.sível enlrcxer a sua.

roltara-sc a falar em

explicação. A idéia da destruição dos papéis da

c que Rui analisara longamente no Uiu-

vizirdos, já que haxiain aportado ao Brasil posteriomiente á lei

Feita a abolição, porém, cm 188^

quivos está desfalcada, pelo bicho e pelo deslei.xo, de peças fundamentais.

samente para êssc fim ao Arquixo Na cional, conduzidos pelo .seu digno e in cansável diretor Dr. Viíhena de Morais verificamos pessoalmente a existência dc montanhas de lixros e documentos sò-

escravidão ó muito antiga.

No Rio, contudo, sabemos que houve

i)re o assunto, com os (piais se poderão

curioso que nos pareça hoje, quando \i-

rio^ de Noticias", apelava P"» » servadores no sentido de ^

queima. O despacho dc Rui Barbosa determinava a requisição dos livros da

realizar importantíssimas pesquisas.

vemos numa salutar obsessão do do cumento, foi defendida por cuhninân-

propostos candidatos que nao _ "reconhecido o direito a indenização

tesouraria da Fazenda, livros e documen tos existentes nas repartições do Mi

do devc! ter sido os livros de registro

cias da inteligência e da cultura no Bra

dos escravos, para o efeito do pagamen to dos impostos e os livros de entradas nas alfândegas. 0.s elementos estatístiCO.S do.s primeiros con.stam, porém, dos relatórios dos ministros e pre.sidentes de províncias. A perda principal vem a

sil. E veremos em brcx e por que. Quem

x'alor. da extinta propriedade servil, homen-S que tomem a peito a repaiaçao a

I dem tenha sido cumprida. Com fogo, ou sem fogo, a maioria dos nossos ar

nistério da Fazenda, matrículas de es cravos, dos ingênuo.s, dos filhos li\Tes de mulher escrava e libertos. Uma co missão, no mesmo ato designada, diri giria tal arrecadaç<ão procedendo, em

seguida à queima da casa de máquinas ' da Alfândega desta capital. Uma placa de bronze existente nas oficinas do Lóide Brasileiro, contém de fato, esta inscrição assaz lacônica: "13 de maio de 1891. Aqui foram in-

O que 0.S- estudiosos hão de ter perdi

primeiro a enuncia dc público é Joa quim Nabuco na Câmara dos Depu

injustiça sofrida."

tados em discurso de 24 de julho de

problema apelando para os empréstimos

1888, quando lê uma representação de

ser pois, dos livros alfandegários, pre

constituintes seus, para que "os livros do matrícula geral dos escra\'0.s do Im

cisamente aqueles a que se referiu Ni

pério sejam cancelados ou inutilizados

na Rodrigues. Há porém, outros acer

de modo a que não possa mais haver

vos que permaneceram intactos o que

pedido de indenização."

poderão fornecer elementos essenciais ao

"O orador se associa a este pedido",

estudo do assunto. Assim no Arquixo

dizem o.s anais, "com tanto mais con vicção quanto, se os escravos ti\'esscm

Público da Bahia, no arquix-o da Pre

cendiados os últimos documentos da

feitura do Salvador e no da Câmara Es

escravidão no Brasil". O noticiário da

imprensa da época é abundante e entu

tadual da Balúa encontrou o Sr. Luís Viana Filho elementos preciosos com

siástico. — Assinala os nomes dos fun

que elaborou o seu excelente ensaio so

cionários que tomaram parte no patrió tico gesto, estando presente o inspetor da Alfândega, o engenheiro Sattamini, guarda-mor Comandante Adolfo Hassel-

Por mais

bre o Nsgro na B(dii(i, que mereceu tão amplos e merecidos louvores do Sr. Gil berto Freire. Em todos os recantos do

Brasil jazem preciosos depósitos arqui-

manifeitto Paulino de 8 de julho de 1889,

sido de.sapropriados pelo Estado para seu uso, dexla ele dar indenização; mas

como prejuízo resulta simplesmente de

O ministério Ouro Prêto eontornara o

á lavoura. "É o mesmo Proteu^, co mentara Rui no "Diário de Noticias ,

"sob transfigurações variadas, com a di ferença em favor do sr. Paulino de Sou sa que a indenização direta estaria su bordinada. na sua distribuição, a um

critério positivo, proporcionando suas reparações à importância do ano. Pois bem, em pleno governo provisó rio, organizou-se um banco que tm ia por finalidade exatamente a indenização

teresses que são modificados por cada

dos antigos senhores de escravos, ou seus herdeiros, dos prejuízos causados pela lei de 13 de maio. Era nova trans figuração do Proteu. com a agravante

tarifa que votamos, ou por cada altera

de vir tal emorêsa encabeçada poi ele-

uma modificação da nossa lei, se passas

se neste caso o princípio da indenização,

teríamos de indenizar todos aqueles in ção que fazemos nas leis do Império".


118

Dion-STO Econômico

e mili^a^e^T que então pesavam seria mente na opinião governamental.

nunciou as .seguintes e expressivas pala vras: "Na República brasileira ninguém

Liguemos os fatos. Em novembro, dissemos nós, comparecem os organiza dores de tal banco perante o ministério

irmãos; fazendo bandeira política e es

da Fazenda. O despacho do ministro

corta-lhes qualquer esperança de sohí^

ção pacífica. Ei-lo; "Mais justo seria, e melhor se consultaria o sentimento na

cional se se pudesse descobrir meio de indenizar os ex-escravos não onerando o tesouro. Indeferido. 11 de novembro de

1890". Tal despacho apareceu na im

prensa a 12."O País" publicou-o na pri meira página, fazendo-o preceder de uma nota vibrante. A Confederação Abolicio nista fez imprimir tal despacho em le

tras de ouro, numa espécie de diploma, c ofereceu-o solenemente ao ministro

num documento que ainda se encontra na Casa de Rui Barbosa.

Os interessados agitaram-se. Em cor respondência trocada com Anfriso Fia

lho, um dos componentes- do grupo indenizacionista vê-se como o ministro te mia a reação dos interessados.

A ordem de destruição dos livros de

registro dos escravos, exatamente aque les sobre os quais se poderia basear qual quer processo de indenização, encerra definitivamente uma questão que pode ria conduzir-nos a uma vergonha infini

tamente mais grave do que esta lamen tável, mas — diante das circunstâncias, — eficaz defesa da fazenda e da honra

nacional.

Era exatamente o plano de Nabuco em 1888.

^iá': o grande abolicionista João Clapp, no discurso na cerimônia da quei ma dos documentos, tal como consta da

narrativa do "Diário de Notícias", pro-

Dicií:.st«

considerar uma crise de retórica do dis

cípulo de Vieira, quando o ministro da Fazenda agiu em harmonia eom lòda a imprensa c todos os grandes líderes do

mais poderia continuar a infamar seus peculações

mercantis

de

semelhante

momento.

crise".

Neste, poi.s, como cm todos os inci dente:: de sua x ida, foi o jurista que di

Como SC vê não há só retórica o liris

mo nesse ato revestido do literatura pa ra disfarçar o golpe que se descarrega

rigiu a atividade de Rui Barbosa. Me

Por ter entendido assim os aconteci mentos que não podiam ser, no momen

to, claramente c.xpostos, é que a reper cussão da ordem de destruição foi a mais favorável possíx-el. Poderia citar

aqui os inúmeros comentários de quase todos os jornais. E mais ainda. Estava reunida a Constituinte republicana. A

2ü de dezembro, seis dias após o despacJio de Rui, foi aprovada a seguinte mo

ção: "O Congresso Nacional congratula-sQ com o Gòvêrno Provisório por ter mandado fazer eliminar dos arquivos na cionais os últimos vestígios du escravi dão no Brasil". Seus signatários são as maiores figuras daquele conclave e al

guns dos maiores expoentes da política da 1.^ República: Aníbal Falcão, Barbo sa Lima, Serzedelo Correia, Pedro Ve lho, Epítácio Pessoa, Teodureto Souto, Pais de Carvalho, Lauro Müller, Aristides Milton, Marciano de Magalhães, Au gusto de Freitas, Alexandre Stockler,

Dionísio Cerqucira, conde de Figueire do, Virgílio Damásio, Antônio Azeredo, Joaquim Murtinho, Lauro Sodré, Índio

do Brasil, Lopes Trovão, Artur Rios, J. J. Seabra, Custódio de Melo, conseÜieiro Mayrink, José Mariano, Pedro Américo, Zama, André Cavalcanti, João Barbalho e Meira Vasconcelos.

Não se compreende pois que se repi la sempre êste episódio somente para

J.

sa classe no Brasil nunca respirou onde quer que estivesse, outro ar que não fôssc o do direito — o dos tribunais. —

É mais do que o pabono de uma classe é a própria encarnação do espírito des ta Casa e dè.ste clima em que se armou

para os combates forenses e políticos e ao qual se referiu tantas vezes aplicando-

cultura, ou da abolição ou da Fazenda,

Ihe a velha e gloriosa divisa — "São Paulo — ensina o direito e pratica a li

sempre advogado — o patrono de nos

berdade."

lhor ainda, o advogado, advogado da

va em ponderosos interesses.

119

Ec<)NÓMit;o


118

Dion-STO Econômico

e mili^a^e^T que então pesavam seria mente na opinião governamental.

nunciou as .seguintes e expressivas pala vras: "Na República brasileira ninguém

Liguemos os fatos. Em novembro, dissemos nós, comparecem os organiza dores de tal banco perante o ministério

irmãos; fazendo bandeira política e es

da Fazenda. O despacho do ministro

corta-lhes qualquer esperança de sohí^

ção pacífica. Ei-lo; "Mais justo seria, e melhor se consultaria o sentimento na

cional se se pudesse descobrir meio de indenizar os ex-escravos não onerando o tesouro. Indeferido. 11 de novembro de

1890". Tal despacho apareceu na im

prensa a 12."O País" publicou-o na pri meira página, fazendo-o preceder de uma nota vibrante. A Confederação Abolicio nista fez imprimir tal despacho em le

tras de ouro, numa espécie de diploma, c ofereceu-o solenemente ao ministro

num documento que ainda se encontra na Casa de Rui Barbosa.

Os interessados agitaram-se. Em cor respondência trocada com Anfriso Fia

lho, um dos componentes- do grupo indenizacionista vê-se como o ministro te mia a reação dos interessados.

A ordem de destruição dos livros de

registro dos escravos, exatamente aque les sobre os quais se poderia basear qual quer processo de indenização, encerra definitivamente uma questão que pode ria conduzir-nos a uma vergonha infini

tamente mais grave do que esta lamen tável, mas — diante das circunstâncias, — eficaz defesa da fazenda e da honra

nacional.

Era exatamente o plano de Nabuco em 1888.

^iá': o grande abolicionista João Clapp, no discurso na cerimônia da quei ma dos documentos, tal como consta da

narrativa do "Diário de Notícias", pro-

Dicií:.st«

considerar uma crise de retórica do dis

cípulo de Vieira, quando o ministro da Fazenda agiu em harmonia eom lòda a imprensa c todos os grandes líderes do

mais poderia continuar a infamar seus peculações

mercantis

de

semelhante

momento.

crise".

Neste, poi.s, como cm todos os inci dente:: de sua x ida, foi o jurista que di

Como SC vê não há só retórica o liris

mo nesse ato revestido do literatura pa ra disfarçar o golpe que se descarrega

rigiu a atividade de Rui Barbosa. Me

Por ter entendido assim os aconteci mentos que não podiam ser, no momen

to, claramente c.xpostos, é que a reper cussão da ordem de destruição foi a mais favorável possíx-el. Poderia citar

aqui os inúmeros comentários de quase todos os jornais. E mais ainda. Estava reunida a Constituinte republicana. A

2ü de dezembro, seis dias após o despacJio de Rui, foi aprovada a seguinte mo

ção: "O Congresso Nacional congratula-sQ com o Gòvêrno Provisório por ter mandado fazer eliminar dos arquivos na cionais os últimos vestígios du escravi dão no Brasil". Seus signatários são as maiores figuras daquele conclave e al

guns dos maiores expoentes da política da 1.^ República: Aníbal Falcão, Barbo sa Lima, Serzedelo Correia, Pedro Ve lho, Epítácio Pessoa, Teodureto Souto, Pais de Carvalho, Lauro Müller, Aristides Milton, Marciano de Magalhães, Au gusto de Freitas, Alexandre Stockler,

Dionísio Cerqucira, conde de Figueire do, Virgílio Damásio, Antônio Azeredo, Joaquim Murtinho, Lauro Sodré, Índio

do Brasil, Lopes Trovão, Artur Rios, J. J. Seabra, Custódio de Melo, conseÜieiro Mayrink, José Mariano, Pedro Américo, Zama, André Cavalcanti, João Barbalho e Meira Vasconcelos.

Não se compreende pois que se repi la sempre êste episódio somente para

J.

sa classe no Brasil nunca respirou onde quer que estivesse, outro ar que não fôssc o do direito — o dos tribunais. —

É mais do que o pabono de uma classe é a própria encarnação do espírito des ta Casa e dè.ste clima em que se armou

para os combates forenses e políticos e ao qual se referiu tantas vezes aplicando-

cultura, ou da abolição ou da Fazenda,

Ihe a velha e gloriosa divisa — "São Paulo — ensina o direito e pratica a li

sempre advogado — o patrono de nos

berdade."

lhor ainda, o advogado, advogado da

va em ponderosos interesses.

119

Ec<)NÓMit;o


Dicksto

Rui Barbosíi,

H

1 1;' í 3

í I(

Econômico

preensÍNcl. Vcrificou-sv, desde logo, que a prosperidade da nação e.sta\a in

'a/cnrin

timamente ligada aos problemas do seu

CÂNDIDO Mota Filho

govêmo. A moeda tornou-se um dos faMOVIMENTO de emancipação burRuesa, iniciado no Renascimento, forneceu, ao Estado, o homem novo, li bertado dos privilégios feudais. Êsse

tôres essenc iais

blema dos impostos — é èle o estadista

da \ ida econômica e

originário, sem" dú\ ida, dos no\'as cená

Irou.xe consigo a maior e a mais podero

rios abertos no Renascimento. Daí por

sa influência do Estado, no mundo dos

homem econômico. A luta despe-se de

diante não sc concebe eonio estadista senão acpiOlc cpie compreende bem os \alores econômicos o sabe nuninicntar

negócios públicos e particulares. (Char

seu aspecto bélico, porque a força não

as finanças públicas.

homem novo foi fundamentalmente o

está mais com o privilégio do sangue,

t-Jnico mcio dc a^raclar-.se a "luut le

mas vai mudando de morada e mostra-

monde et son père" está em decifrar n.s temas econômicos, em aliciar os en

se como força econômica, movimentada pelo dinheiro.

Desde então, há um entrelaçamento visível entre a política e o dinheiro, e a atoosfera que se aspira daí por dian

les Cclier — "Oroit Pubiic et \'ie Économiciuc").

Quando l^ui Barbosa assumiu o Mi

cargos dn.s governos, que são, afinal, os

nistério da Faz.enda, na República ainda indecisa e pcriclitanlo, o homem dc Es tado devia atra\'cssar as dificuldades da economia pvibHca o dominar, dc pronto,

encargos dos governados.

os problemas financeiros.

O Estado, por mais reduzida que fos se a sua atividade, assumia compromis

terna e interna do país de\eiia ser com

te é de paz e de ordem,

sos imensos.

de equilíbrio c recato, pa

preendida no seu

^

vencer os males da po breza .

O Estado, que toma seu

entrelaçamento para

cjue a direção governamental não per

Não só fa

zia a paz e a guerra, co-

ra que o homem possa

A vida ex

mo ainda era obrigado a manter o serviço de polí cia, de higiene pública, de

turbasse a livro iniciativa.

Num país de economia dependente, sem vínculos profundos, onde era ne cessário

"animar para não perecer",

instrução, enfim, um caro

que fazia da República um regime dc

aspecto unitário com as

e complexo aparelhamen-

monarquias absolutas, é o

to administrativo.

liberdades democráticas, que abandona ra, de há pouco, o trabalho escravo pa ra se organizar em bases dc trabalha livre; que trazia, além de tudo isso, os

palco da atividade econô

E, com o correr dos

mica, a vida de luta dos

j,

tempos, èsses encargos

comerciantes o mercado

;

públicos foram aumentan

res. Daí a política colber-

belecendo que no Estado, sô a boa po

do, assumindo, realmente, proporções inesperadas, com o desenvolvimento do capitalismo,

ção de um ministro da Fazenda de\'eria .ser de sacrifício e de coragem. Como dominar a pobreza econômica e a desor

lítica é que dará as boas finanças.

com o entrelaçamento internacional dos

dem financeira, som contrariar, som en

interesses econômicos.

frentar os ambiciosos e afoitos, os interesseiros e descontentes ?

teana que se segue, esta

Colbert é o financista, como homem

de Estado, o novo tipo do homem po lítico, cuja astúcia não se move sô no campo da conquista da opinião, mas no campo cheio de perigos da economia pública. Quando êle se esforça para a criação de um parque industrial francês 011 quando ele enfrenta, como um dos problemas essenciais do go\'êmo, o pro

pesados encargos da Monarquia, a posi

Em pleno liberalismo, quando se acre

Rui Barbosa era o teórico e o autor

ditava na realização da fórmula "míni

da Constituição.

mo de go\erno para o máximo de ini

ciativa", o Estado já aparecia carrega do de compromisso.s, Em pouco tempo, a famosa lei Le Chapelíer, que proibia as associações em nome da liberdade econômica, tornou-se exótica e inconi-

i

A sua cultura alarga

ra-se, nutrida pelos mestres do Direito Público americano e pelo doutrinarísmo europeu de Bagheot e de Guisot. Po rém, no governo baseado no sufrágio popular e no dogma da divisão de poderes, — êle via crescer a imensidade da

situação financeira do pflís e ao mesmo

tempo a sua desordem econômica. Na leitura que fiz do interes.sante li\ro de Humberto Bastos - "Rui Barbo

sa, ministro da independência econômi ca do Brasil" - eiic-ontro bem nítida a

posição de Rui no início da vida econô financeira da República. mico-

"Na vkh política, diz o autof, ha o fato definitivo qnc mostra como Rm

tentou aproveitar o período discricioná rio do go\ êmo provisório para aplicar as

suas reformas econômicas c financeiras .

E, mais alem, acrescenta; - A posi ção de Rui Barbosa, a sua pressa em complementar a revolução repu com um elenco de leis de „ovérmico c finoncciro, na «gcnca do feove

no provisório, discricionànamente P» tanto, era a prova eloqüente e

lismo".

.'

Êsse "realismo" nao era bem \is o nem compreendido. Nem era

para .eus adversários,^

Sete

inexperiência de rrm teonco de g tmele

A luta contra Rui Barbosa fot, antes

de tudo, do espirito preconceb.do que dominar; a me^diocridade repubbcarnr, O quadro das dificuldades q"e ^e apre sentavam ao governo "f,.,

cár.el na evolução dos «eontecuner ^

do pais, exigia para essa rrred.ocndade

uma solução imediatista e nao mrra so lução de profundidade. Rmeraoteórico livresco que aumenta\a,

pública, as dificuldades da onarquia. No entanto, o que preocupava seu espi rito, suas horas de meditação e e u a,

era assegurar as bases permanen es ^a República, que decorriam, em ®

parte, de sua estrutura econômica. Nao poucas vantagens, escrevia Rui, ia\era

em naççnmmç dns condlçõcs de pais ex-


Dicksto

Rui Barbosíi,

H

1 1;' í 3

í I(

Econômico

preensÍNcl. Vcrificou-sv, desde logo, que a prosperidade da nação e.sta\a in

'a/cnrin

timamente ligada aos problemas do seu

CÂNDIDO Mota Filho

govêmo. A moeda tornou-se um dos faMOVIMENTO de emancipação burRuesa, iniciado no Renascimento, forneceu, ao Estado, o homem novo, li bertado dos privilégios feudais. Êsse

tôres essenc iais

blema dos impostos — é èle o estadista

da \ ida econômica e

originário, sem" dú\ ida, dos no\'as cená

Irou.xe consigo a maior e a mais podero

rios abertos no Renascimento. Daí por

sa influência do Estado, no mundo dos

homem econômico. A luta despe-se de

diante não sc concebe eonio estadista senão acpiOlc cpie compreende bem os \alores econômicos o sabe nuninicntar

negócios públicos e particulares. (Char

seu aspecto bélico, porque a força não

as finanças públicas.

homem novo foi fundamentalmente o

está mais com o privilégio do sangue,

t-Jnico mcio dc a^raclar-.se a "luut le

mas vai mudando de morada e mostra-

monde et son père" está em decifrar n.s temas econômicos, em aliciar os en

se como força econômica, movimentada pelo dinheiro.

Desde então, há um entrelaçamento visível entre a política e o dinheiro, e a atoosfera que se aspira daí por dian

les Cclier — "Oroit Pubiic et \'ie Économiciuc").

Quando l^ui Barbosa assumiu o Mi

cargos dn.s governos, que são, afinal, os

nistério da Faz.enda, na República ainda indecisa e pcriclitanlo, o homem dc Es tado devia atra\'cssar as dificuldades da economia pvibHca o dominar, dc pronto,

encargos dos governados.

os problemas financeiros.

O Estado, por mais reduzida que fos se a sua atividade, assumia compromis

terna e interna do país de\eiia ser com

te é de paz e de ordem,

sos imensos.

de equilíbrio c recato, pa

preendida no seu

^

vencer os males da po breza .

O Estado, que toma seu

entrelaçamento para

cjue a direção governamental não per

Não só fa

zia a paz e a guerra, co-

ra que o homem possa

A vida ex

mo ainda era obrigado a manter o serviço de polí cia, de higiene pública, de

turbasse a livro iniciativa.

Num país de economia dependente, sem vínculos profundos, onde era ne cessário

"animar para não perecer",

instrução, enfim, um caro

que fazia da República um regime dc

aspecto unitário com as

e complexo aparelhamen-

monarquias absolutas, é o

to administrativo.

liberdades democráticas, que abandona ra, de há pouco, o trabalho escravo pa ra se organizar em bases dc trabalha livre; que trazia, além de tudo isso, os

palco da atividade econô

E, com o correr dos

mica, a vida de luta dos

j,

tempos, èsses encargos

comerciantes o mercado

;

públicos foram aumentan

res. Daí a política colber-

belecendo que no Estado, sô a boa po

do, assumindo, realmente, proporções inesperadas, com o desenvolvimento do capitalismo,

ção de um ministro da Fazenda de\'eria .ser de sacrifício e de coragem. Como dominar a pobreza econômica e a desor

lítica é que dará as boas finanças.

com o entrelaçamento internacional dos

dem financeira, som contrariar, som en

interesses econômicos.

frentar os ambiciosos e afoitos, os interesseiros e descontentes ?

teana que se segue, esta

Colbert é o financista, como homem

de Estado, o novo tipo do homem po lítico, cuja astúcia não se move sô no campo da conquista da opinião, mas no campo cheio de perigos da economia pública. Quando êle se esforça para a criação de um parque industrial francês 011 quando ele enfrenta, como um dos problemas essenciais do go\'êmo, o pro

pesados encargos da Monarquia, a posi

Em pleno liberalismo, quando se acre

Rui Barbosa era o teórico e o autor

ditava na realização da fórmula "míni

da Constituição.

mo de go\erno para o máximo de ini

ciativa", o Estado já aparecia carrega do de compromisso.s, Em pouco tempo, a famosa lei Le Chapelíer, que proibia as associações em nome da liberdade econômica, tornou-se exótica e inconi-

i

A sua cultura alarga

ra-se, nutrida pelos mestres do Direito Público americano e pelo doutrinarísmo europeu de Bagheot e de Guisot. Po rém, no governo baseado no sufrágio popular e no dogma da divisão de poderes, — êle via crescer a imensidade da

situação financeira do pflís e ao mesmo

tempo a sua desordem econômica. Na leitura que fiz do interes.sante li\ro de Humberto Bastos - "Rui Barbo

sa, ministro da independência econômi ca do Brasil" - eiic-ontro bem nítida a

posição de Rui no início da vida econô financeira da República. mico-

"Na vkh política, diz o autof, ha o fato definitivo qnc mostra como Rm

tentou aproveitar o período discricioná rio do go\ êmo provisório para aplicar as

suas reformas econômicas c financeiras .

E, mais alem, acrescenta; - A posi ção de Rui Barbosa, a sua pressa em complementar a revolução repu com um elenco de leis de „ovérmico c finoncciro, na «gcnca do feove

no provisório, discricionànamente P» tanto, era a prova eloqüente e

lismo".

.'

Êsse "realismo" nao era bem \is o nem compreendido. Nem era

para .eus adversários,^

Sete

inexperiência de rrm teonco de g tmele

A luta contra Rui Barbosa fot, antes

de tudo, do espirito preconceb.do que dominar; a me^diocridade repubbcarnr, O quadro das dificuldades q"e ^e apre sentavam ao governo "f,.,

cár.el na evolução dos «eontecuner ^

do pais, exigia para essa rrred.ocndade

uma solução imediatista e nao mrra so lução de profundidade. Rmeraoteórico livresco que aumenta\a,

pública, as dificuldades da onarquia. No entanto, o que preocupava seu espi rito, suas horas de meditação e e u a,

era assegurar as bases permanen es ^a República, que decorriam, em ®

parte, de sua estrutura econômica. Nao poucas vantagens, escrevia Rui, ia\era

em naççnmmç dns condlçõcs de pais ex-


122

Dior-sto Ecoxóxnr.o I

clusivaniente

consumidor, en» matéria

Preto, Rui Barbosa conseguiu, inclusive

industrial, a país produtor. O nosso er

graças ao seu prestígio pessoal junto a

ro tem sido aplicar ao Estado, em gran de escala, o sistema em geral seguido

Deodoro da Fonseca, estabelecer a uni

dade dos componentes do governo pro

pelos ricos agrícolas: — produzir muito

visório, em tòrno dc suas reformas.

café, tratar exclusivamente do café, ain da que hajam de comprar tudo o mais, inclusive os gêneros de primeira neces

sidade, que êles mesmo facilmente po deriam produzir".

A democracia seria afirmati\a, uma vez que conseguisse aumentar a fortuna

nacional. Mas a resistência apresenta va-se na política interna do país e nos próprios círculos financeiros internacio

nais. "Os entraves de ordem externa, escrevo Humberto Bastos, désdobrandose entre nós por fôrça dos seus tentácu los \'isíveis e invisíveis, coube a Rui Bar bosa tentar remover, dando à vida na cional "impulso heróico", mesmo contra a vontade de seus companheiros de Mi nistério".

A luta de Rui era, de fato, descomu nal. Numa carta que lhe foi enviada de Londres, Pedro d'Araujo Beltrão da va noticia da disposição dos bancos in gleses e franceses de fecharem as suas portas, como protesto e recurso para a inter\'enção diplomática. Açoitado de

todos os lados, mesmo por alguns cole gas de gabinete, notadamente Demétrio Ribeiro, ministro da Agricultura, fisca lizado de perto pelo Visconde de Ouro

História das idéias políticas O movimento emnncipaclor II

Mas, o csfórço gigantesco de Rui,

Ot.Wio TMtQCÍMO DE SoUSA

cheio dc lances dramáticos, começou de.sdc logo a mostrar seus resultados be

néficos. O preço do café subiu, logo em 1890 e, com êle, o do cacau o o da

borracha; ampliou-se, graças u óle, a industrialização, os invcstimento.s toma ram ritmo mais intenso, o meio circulan

pnocESSO da emancipação brasileira amadurecera durante o reinado de

D. João.

ibüii

de ressentimentos contra

nós e mal dissimulava o seu sentido an-

Iran.sfercncia da sede do go\êrno portu guês para o Rio du Janeiro deram aos

Ilusão que durou quase todo o ano de

elementos mais esclarecidos da popula

tibrasileiro, pôde iludir a muita gente.

te se desdobrou e aumentou a imigração. 'E' realmente admirá\ el constatar, es

ção a certeza dc que se encerrara a fase

1821 e da qual participaram os maiores liomens do Brasil de então. O regime de

colonial.

reino unido a Portugal e Algan^es, em

creve Humberto Bastos, como a capaci

zembro de 1815, elevando o Bra.sil à ca

dade administrativa de Rui Barbosa abrangia todas as necessidades nacionais

e se lançava à solução delas sem estreitismos regionalistas ou personalistas". Para compreender-se a atuação de Rui, como ministro da Fazenda, é ne cessário situá-lo no seu tempo e no seu meio. E vê-lo «üo apenas como um es tudioso de assuntos econômicos e finan ceiros, mas, como estadista, como ho

mem de govêrno de uma democracia, como orientador de um sistema politicna

cuja estrutura jurídica fôra composta por êle.

E visto assim,,Rui Barbosa leva para frente a bandeira da independência eco nômica do país.

A carta de lei de 16 de de

tegoria de reino unido aos de Portugal

pó de igualdade, era uma solução que em geral satisfazia, salvo a um pequeno

e Algarves, concedeu-nos

grupo de espírito antilu-

pacificamente todas ou quase tôdas as caracterís

sitano mais irredutível, ou

ticas dc tun país soberano.

vencido da superioridade da forma republicana de

mais

Já não éramos apenas uma' "

teòricamente con

colônia rica, mas uma na

go\'êrno. Essa posição

ção jovem que se empare

lhava à antiga metrópole.

confonnísta ou oj^wrtunista não seria só de tímidos

Por outro lado, a presença

ou

conservadores:

as

grandes figuras da época

do D. João no Brasil con correu de maneira deci

a adotaram e dela só se

siva para fortalecer a uni dade nacional, posta à prova no momento da Revolução do Pôrto, de 1820. De início, o movimento constitucionalista de Portugal ecoou en tre nó.s favoràvelmente. Havia, sobre

demoveram forçadas pela evidência dos fatos. Pro

va irretorquível estará na aceitação do mandato de deputado às Cortes de Lis

boa por parte de numerosos brasileiros, alguns até com passado de revolucioná rios e republicanos. Em Londres, Hipó-

lante do que o espírito nacional. Mui

lito da Costa escrevia no'"Correio Brasiliet^e": "Desejávamos ter uma voz de

tos dos leitores entusiastas dos filósofos da Ilustração seriam mais liberais e

trovão parfi inculcar a utilidade desta medida, para persuadir a importância

constítucíonalistas do que brasileiros e

desta união e declamar contra tôdas as

americanos;

medidas que tiveram oposta tendência". No Rio de Janeiro, um moço de pouco

como diria

Euclides da

Cunha, mais do que representantes do seu país, representantes do seu tempo. I■

nha toldada

As conquistas resultantes da

tudo entre intelectuais, um "espírito da época", porventura mais ativo e vigi

fíShr,.'

Por isso, a rcN^olução portuguesa, que vi-

mais de vinte anos, então modesto cai-


122

Dior-sto Ecoxóxnr.o I

clusivaniente

consumidor, en» matéria

Preto, Rui Barbosa conseguiu, inclusive

industrial, a país produtor. O nosso er

graças ao seu prestígio pessoal junto a

ro tem sido aplicar ao Estado, em gran de escala, o sistema em geral seguido

Deodoro da Fonseca, estabelecer a uni

dade dos componentes do governo pro

pelos ricos agrícolas: — produzir muito

visório, em tòrno dc suas reformas.

café, tratar exclusivamente do café, ain da que hajam de comprar tudo o mais, inclusive os gêneros de primeira neces

sidade, que êles mesmo facilmente po deriam produzir".

A democracia seria afirmati\a, uma vez que conseguisse aumentar a fortuna

nacional. Mas a resistência apresenta va-se na política interna do país e nos próprios círculos financeiros internacio

nais. "Os entraves de ordem externa, escrevo Humberto Bastos, désdobrandose entre nós por fôrça dos seus tentácu los \'isíveis e invisíveis, coube a Rui Bar bosa tentar remover, dando à vida na cional "impulso heróico", mesmo contra a vontade de seus companheiros de Mi nistério".

A luta de Rui era, de fato, descomu nal. Numa carta que lhe foi enviada de Londres, Pedro d'Araujo Beltrão da va noticia da disposição dos bancos in gleses e franceses de fecharem as suas portas, como protesto e recurso para a inter\'enção diplomática. Açoitado de

todos os lados, mesmo por alguns cole gas de gabinete, notadamente Demétrio Ribeiro, ministro da Agricultura, fisca lizado de perto pelo Visconde de Ouro

História das idéias políticas O movimento emnncipaclor II

Mas, o csfórço gigantesco de Rui,

Ot.Wio TMtQCÍMO DE SoUSA

cheio dc lances dramáticos, começou de.sdc logo a mostrar seus resultados be

néficos. O preço do café subiu, logo em 1890 e, com êle, o do cacau o o da

borracha; ampliou-se, graças u óle, a industrialização, os invcstimento.s toma ram ritmo mais intenso, o meio circulan

pnocESSO da emancipação brasileira amadurecera durante o reinado de

D. João.

ibüii

de ressentimentos contra

nós e mal dissimulava o seu sentido an-

Iran.sfercncia da sede do go\êrno portu guês para o Rio du Janeiro deram aos

Ilusão que durou quase todo o ano de

elementos mais esclarecidos da popula

tibrasileiro, pôde iludir a muita gente.

te se desdobrou e aumentou a imigração. 'E' realmente admirá\ el constatar, es

ção a certeza dc que se encerrara a fase

1821 e da qual participaram os maiores liomens do Brasil de então. O regime de

colonial.

reino unido a Portugal e Algan^es, em

creve Humberto Bastos, como a capaci

zembro de 1815, elevando o Bra.sil à ca

dade administrativa de Rui Barbosa abrangia todas as necessidades nacionais

e se lançava à solução delas sem estreitismos regionalistas ou personalistas". Para compreender-se a atuação de Rui, como ministro da Fazenda, é ne cessário situá-lo no seu tempo e no seu meio. E vê-lo «üo apenas como um es tudioso de assuntos econômicos e finan ceiros, mas, como estadista, como ho

mem de govêrno de uma democracia, como orientador de um sistema politicna

cuja estrutura jurídica fôra composta por êle.

E visto assim,,Rui Barbosa leva para frente a bandeira da independência eco nômica do país.

A carta de lei de 16 de de

tegoria de reino unido aos de Portugal

pó de igualdade, era uma solução que em geral satisfazia, salvo a um pequeno

e Algarves, concedeu-nos

grupo de espírito antilu-

pacificamente todas ou quase tôdas as caracterís

sitano mais irredutível, ou

ticas dc tun país soberano.

vencido da superioridade da forma republicana de

mais

Já não éramos apenas uma' "

teòricamente con

colônia rica, mas uma na

go\'êrno. Essa posição

ção jovem que se empare

lhava à antiga metrópole.

confonnísta ou oj^wrtunista não seria só de tímidos

Por outro lado, a presença

ou

conservadores:

as

grandes figuras da época

do D. João no Brasil con correu de maneira deci

a adotaram e dela só se

siva para fortalecer a uni dade nacional, posta à prova no momento da Revolução do Pôrto, de 1820. De início, o movimento constitucionalista de Portugal ecoou en tre nó.s favoràvelmente. Havia, sobre

demoveram forçadas pela evidência dos fatos. Pro

va irretorquível estará na aceitação do mandato de deputado às Cortes de Lis

boa por parte de numerosos brasileiros, alguns até com passado de revolucioná rios e republicanos. Em Londres, Hipó-

lante do que o espírito nacional. Mui

lito da Costa escrevia no'"Correio Brasiliet^e": "Desejávamos ter uma voz de

tos dos leitores entusiastas dos filósofos da Ilustração seriam mais liberais e

trovão parfi inculcar a utilidade desta medida, para persuadir a importância

constítucíonalistas do que brasileiros e

desta união e declamar contra tôdas as

americanos;

medidas que tiveram oposta tendência". No Rio de Janeiro, um moço de pouco

como diria

Euclides da

Cunha, mais do que representantes do seu país, representantes do seu tempo. I■

nha toldada

As conquistas resultantes da

tudo entre intelectuais, um "espírito da época", porventura mais ativo e vigi

fíShr,.'

Por isso, a rcN^olução portuguesa, que vi-

mais de vinte anos, então modesto cai-


Digesio Econômico

124

I£c:c>n6mic;ci

riam nomes já conhecidos ou (jup depois

gênero), vendendo 1ím'os que vinham da Europa,

nião domiilante, filiava-se à mesma cor

ganhariam fama — José Bonifácio, Mariano José Pereira cia Fonseca, Domingos Borges de Barros. Silvestre Pinheiro

rente .

Ferreira. O "Correio BrasiUeusc", im

xeiro de livraria, depois grande jornalista e grande político — Evaristo da Veiga —

refletindo, sem dúvida, a média da opi Assim pensava também, na sua

transfoini.w am-.se em agentes

125"

Os escritores da época da Indepen dência, apreciados de um angulo mais

do propaganda do pensamento político e

estritamente literário ou estético, têm si

literário em voga, anima\am a \ida in-

do tachados de niodíocre.s. Na verdade,

Icleclual do país. \'ida intoloclual que, embora xoltada prim ipalmento para os succ.ssos políticos, c em grande parte a

nenhum dvle.s trouxe ou sequer anun ciou nada de novo e por is,so se pode' dizer que, sendo predecessores, não fo

experiência de sábio, o grande José Bo nifácio, e não discrepariam até o mo

presso na Inglaterra, circulava também

mento em que os sucessos a todos ultra

proibição da polícia, c era lido até por D. João. Um gênero de comércio, que

serviço da causa da emancipação nacio

ram precursores do Roinanti,smo. Pre

certamente não se conhecera antes, co

nal. tôda se impregnava de influências

curopc'ias. sem exeluir .jis portugiiêsas.

cursores do Romantismo seriam muito mais BasíÜo da Gama e Santa Rita Du

Um dos nossos mais honestos historia

rão do que josé Bonifácio ou Francisco

dores literários obseiaon cpie entre o úl timo decênio do século XVIIT e o ter ceiro do XIX lioinc- na poesia bra.silei-

dando a história da literatura brasileira,

passassem, os patriotas do grupo da Ma-

çonaria, Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Januário da Cunlia

Barbosa. Ainda depois do episódio do Fico e até às vésperas do ato formal da

Independência, subsistiu essa atitude, provavelmente nos últimos tempos em atenção apenas aos melindres filiais de D. Pedro.

Bem examinada a situação, é de ad mirar a obra de paciência, tato e sabe

doria, em que se empenharam os homens

no Brasil,

iludindo mais ou menos «

meçou a tornar-se comum — as livra

rias. No tempo da Independência, quem cpiisesse comprar livros sempre , os en contraria . Obras outrora reputadas no

civas, dc Rousseau c Voltaire, Mably e Raynal. traduções francesas de autores ingleses o alemães não seria impossí\'el achar. No Rio de Janeiro, havia diver sas lojas — a de. Manoel Joaquim da Sil

ra, por exc-mplo, uma paralisação do movimento cpie ammcia\a a sua autonomia, e até uma Nolta ao areadismo

portuguê.s.

Mas.

de Melo Frantx). Quem, a não ser estu

lorá ainda a poesia de frei Francisco de São Carlos? Êste franciscano, que era bom pregador, nunca saiu do Brasil. Do seu poema mais falado, "A Assunção

como

da Santíssima Virgem",

va Porto, na rua cia Quitanda, esquinu

nucr que seja, vida inte

disse José Veríssimo: "é

cie São Pedro (que passaria a ser entre

lectual em ritmo cro.scen-

uma das mais insulsas e

te, que ia dos li\ros para os jornais. para as lojas

aborridas produções da

niaçônicas, para o.s clubes

é do princípio ao fim pro.saico..."

sé de Carvalho, a de Francisco Nicolan

políticos, atingia as igre jas, os conventos, o de pois chegaria aos conselhos do govèrno

Mandillo, a cio francês Paul Marliu, pri

da família real portuguesa, ao invés da

e às assembléias. O período crítico da

meiro na rua do Ouvidor e depois na

perseguição antes sofrida pelos prelos, muitos livros passaram a ser aqui im

rua dos Pescadores 14, a do Francisco

nossa separação do Portugal impôs aos intelectuais a necessidade de uma ação

Luís Saturnino cia Veiga, pai de Evaris

pressos, livros didáticos, literários, his tóricos, obras de José da Silva Lisboa,

intensa, que melhor se concretizaria no

to, na rua cia Alfândega 395, a de Jasé

jornalismo dc combate c propaganda,

Antônio da Silva, na rua Direita 112, a

poi o tempo de "O Revérbero Con^ít-

de frei Francisco de São Carlos, de Silva Belfort, de Navarro de Andrade, de Ai res do Casal, de monsenhor Pizarro e

de Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda 115, c mais outras na ma

ttícional Fluminense", de Januário da

Direita 60, na rua da Quitanda 36, na

Ledo, de "A Malagueta", de Luís Au

rua da Ajuda 102, defronte ao convento e especializada cm livros religiosas, na ma

na melancolia de um modesto emprego

traduções até de Voltaire. Desde 1808

gusto May, de "O Espelho", de Aiaújo Guimarães, seguidos depois por "O T(i'

nota lírica, perceptível em alguns dos

mais inteligentes do tempo. Porque a verdade c que nenhum ignorava ou ora

indiferente às reivindicações políticas e sociais dos doutrinadores do século XVin, nenhum transigiria com a eman cipação do seu país. As idéias renova doras tinham angariado largo número de

adeptos no Brasil. Depois da chegada

aparecera a "Gazeta do Rio de Janeiro", e cinco anos mais tarde surgiria a pri

1823 c 1827 a livraria dos irmãos João Pedro c Evaristo da Veiga), a de Jernnimo Gonçalves Guimarães, na rua dn Sabão 357, a de João Batista dos San

tos, na nm cia Cadeia, a de Cipriano Jo

Cunha Barbosa

o Joaquim Gonçalves

nossa poesia... o poema Convém, to

davia, apontar-lhe o mé

rito de ter procurado pintar paisagens p coisas brasileiras, cantando "a doce man

ga" c "os canis à saúde tão prestantes". Mais digno de interesse será certamente Jo.sc Elói Otôni, através de uma longa vida a que não faltou aventura, éom via gens à Europa, estadas em Portugal, Es

panha e Itália, convívio de poetas e fre qüência dc salões literários, para acabar burocrático. Otôni possuía uma tênue

dos Latoeiros 12, que anunciava livros

maio", de inspiração dos irmãos Andra-

de "medicina, cirurgia, história, literatu

poemas perdidos na sua abundante pro

meira revista "literária, política e mer

da e da "Sentinela da Beira do Mar da

cantil", fundada por Manoel Ferreira de Araújo Guimarães, sugestivamente intiíulada "P Patriota" e na quaj cplabora-

ra, artes, ciências, jurisprudência etc". Todas essas livrarias (poucas provà-

dução.

praia Grande", acusados de incendiários

Mas, voltando aos frades que, nos dias

e de provocarem o golpe de Estado da

inquietos da nossa libertação política,

dissolução da Constituinte.

não se confinaram

velmente fariam o comércio exclusivp do

. I

nas celas e foram


Digesio Econômico

124

I£c:c>n6mic;ci

riam nomes já conhecidos ou (jup depois

gênero), vendendo 1ím'os que vinham da Europa,

nião domiilante, filiava-se à mesma cor

ganhariam fama — José Bonifácio, Mariano José Pereira cia Fonseca, Domingos Borges de Barros. Silvestre Pinheiro

rente .

Ferreira. O "Correio BrasiUeusc", im

xeiro de livraria, depois grande jornalista e grande político — Evaristo da Veiga —

refletindo, sem dúvida, a média da opi Assim pensava também, na sua

transfoini.w am-.se em agentes

125"

Os escritores da época da Indepen dência, apreciados de um angulo mais

do propaganda do pensamento político e

estritamente literário ou estético, têm si

literário em voga, anima\am a \ida in-

do tachados de niodíocre.s. Na verdade,

Icleclual do país. \'ida intoloclual que, embora xoltada prim ipalmento para os succ.ssos políticos, c em grande parte a

nenhum dvle.s trouxe ou sequer anun ciou nada de novo e por is,so se pode' dizer que, sendo predecessores, não fo

experiência de sábio, o grande José Bo nifácio, e não discrepariam até o mo

presso na Inglaterra, circulava também

mento em que os sucessos a todos ultra

proibição da polícia, c era lido até por D. João. Um gênero de comércio, que

serviço da causa da emancipação nacio

ram precursores do Roinanti,smo. Pre

certamente não se conhecera antes, co

nal. tôda se impregnava de influências

curopc'ias. sem exeluir .jis portugiiêsas.

cursores do Romantismo seriam muito mais BasíÜo da Gama e Santa Rita Du

Um dos nossos mais honestos historia

rão do que josé Bonifácio ou Francisco

dores literários obseiaon cpie entre o úl timo decênio do século XVIIT e o ter ceiro do XIX lioinc- na poesia bra.silei-

dando a história da literatura brasileira,

passassem, os patriotas do grupo da Ma-

çonaria, Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Januário da Cunlia

Barbosa. Ainda depois do episódio do Fico e até às vésperas do ato formal da

Independência, subsistiu essa atitude, provavelmente nos últimos tempos em atenção apenas aos melindres filiais de D. Pedro.

Bem examinada a situação, é de ad mirar a obra de paciência, tato e sabe

doria, em que se empenharam os homens

no Brasil,

iludindo mais ou menos «

meçou a tornar-se comum — as livra

rias. No tempo da Independência, quem cpiisesse comprar livros sempre , os en contraria . Obras outrora reputadas no

civas, dc Rousseau c Voltaire, Mably e Raynal. traduções francesas de autores ingleses o alemães não seria impossí\'el achar. No Rio de Janeiro, havia diver sas lojas — a de. Manoel Joaquim da Sil

ra, por exc-mplo, uma paralisação do movimento cpie ammcia\a a sua autonomia, e até uma Nolta ao areadismo

portuguê.s.

Mas.

de Melo Frantx). Quem, a não ser estu

lorá ainda a poesia de frei Francisco de São Carlos? Êste franciscano, que era bom pregador, nunca saiu do Brasil. Do seu poema mais falado, "A Assunção

como

da Santíssima Virgem",

va Porto, na rua cia Quitanda, esquinu

nucr que seja, vida inte

disse José Veríssimo: "é

cie São Pedro (que passaria a ser entre

lectual em ritmo cro.scen-

uma das mais insulsas e

te, que ia dos li\ros para os jornais. para as lojas

aborridas produções da

niaçônicas, para o.s clubes

é do princípio ao fim pro.saico..."

sé de Carvalho, a de Francisco Nicolan

políticos, atingia as igre jas, os conventos, o de pois chegaria aos conselhos do govèrno

Mandillo, a cio francês Paul Marliu, pri

da família real portuguesa, ao invés da

e às assembléias. O período crítico da

meiro na rua do Ouvidor e depois na

perseguição antes sofrida pelos prelos, muitos livros passaram a ser aqui im

rua dos Pescadores 14, a do Francisco

nossa separação do Portugal impôs aos intelectuais a necessidade de uma ação

Luís Saturnino cia Veiga, pai de Evaris

pressos, livros didáticos, literários, his tóricos, obras de José da Silva Lisboa,

intensa, que melhor se concretizaria no

to, na rua cia Alfândega 395, a de Jasé

jornalismo dc combate c propaganda,

Antônio da Silva, na rua Direita 112, a

poi o tempo de "O Revérbero Con^ít-

de frei Francisco de São Carlos, de Silva Belfort, de Navarro de Andrade, de Ai res do Casal, de monsenhor Pizarro e

de Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda 115, c mais outras na ma

ttícional Fluminense", de Januário da

Direita 60, na rua da Quitanda 36, na

Ledo, de "A Malagueta", de Luís Au

rua da Ajuda 102, defronte ao convento e especializada cm livros religiosas, na ma

na melancolia de um modesto emprego

traduções até de Voltaire. Desde 1808

gusto May, de "O Espelho", de Aiaújo Guimarães, seguidos depois por "O T(i'

nota lírica, perceptível em alguns dos

mais inteligentes do tempo. Porque a verdade c que nenhum ignorava ou ora

indiferente às reivindicações políticas e sociais dos doutrinadores do século XVin, nenhum transigiria com a eman cipação do seu país. As idéias renova doras tinham angariado largo número de

adeptos no Brasil. Depois da chegada

aparecera a "Gazeta do Rio de Janeiro", e cinco anos mais tarde surgiria a pri

1823 c 1827 a livraria dos irmãos João Pedro c Evaristo da Veiga), a de Jernnimo Gonçalves Guimarães, na rua dn Sabão 357, a de João Batista dos San

tos, na nm cia Cadeia, a de Cipriano Jo

Cunha Barbosa

o Joaquim Gonçalves

nossa poesia... o poema Convém, to

davia, apontar-lhe o mé

rito de ter procurado pintar paisagens p coisas brasileiras, cantando "a doce man

ga" c "os canis à saúde tão prestantes". Mais digno de interesse será certamente Jo.sc Elói Otôni, através de uma longa vida a que não faltou aventura, éom via gens à Europa, estadas em Portugal, Es

panha e Itália, convívio de poetas e fre qüência dc salões literários, para acabar burocrático. Otôni possuía uma tênue

dos Latoeiros 12, que anunciava livros

maio", de inspiração dos irmãos Andra-

de "medicina, cirurgia, história, literatu

poemas perdidos na sua abundante pro

meira revista "literária, política e mer

da e da "Sentinela da Beira do Mar da

cantil", fundada por Manoel Ferreira de Araújo Guimarães, sugestivamente intiíulada "P Patriota" e na quaj cplabora-

ra, artes, ciências, jurisprudência etc". Todas essas livrarias (poucas provà-

dução.

praia Grande", acusados de incendiários

Mas, voltando aos frades que, nos dias

e de provocarem o golpe de Estado da

inquietos da nossa libertação política,

dissolução da Constituinte.

não se confinaram

velmente fariam o comércio exclusivp do

. I

nas celas e foram


Dir.KSTo Dh;i;vi(»

126

mais do século do que do cuUo divino

Antòiiiíj Carlos para a polílica. Também

— e sem falar de frei Francisco de San

liomcin da Igreja, e.xchiícli) com razão dos

ta Teresa de Jesus Sampaio, ator de pri

meiro plano no episódio do Fico, que a um viajante francês pareceu "rhommo

le plus savant du Brésil" - que grande natureza não foi a desse frei Joaquim do Amor Divino Caneca, jornalista, orador, poeta e sobretudo político militante! Ler ainda hoje o Typhis Pernamhtícano é sumamente proveitoso para o estudo da

época da Independência, quando no

Brasil havia quem morresse por amor de suas idéias.^

Ao cônego Januário da Cunha Bar

manuais literários por não ter .'^ido es

critor, mas fpic era um xcrdadciro in^telcctiial, e mais digno de nota ainda

porque, num tempo de frades orgulho sos como Mont'AK'crnc e padres ami gos da publicidade como Januário, sou

be ser

modesto e recolhido, cumpre

mencionar mais uma vez o baiano Fran

cisco Agostinho Comes.

deputado às

Cortes d(? Lisboa. Iiichiindo-se no pe queno número dos ([ue se recusaram a

assinar a Constituição t[uo nos cpieriam impingir os porliiguèscs, companheiro de

bosa, também colaborador sempre lem brado da obra de nossa emancipação, falta sem dúvida a auréola, o prestígio

Fcijó c de Antônio Carlo.s na fuga para a Inglaterra, conhecia tôdas as línguas

com que nos chegou o nome de frei Ca

tim, esliicloii

neca, glorificado pelo martírio, ou mes mo de frei Sampaio ou de frei Francisco

Economia Política e, possuindo fortuna,

do São Carlos. Talvez seja porque, nu'ma vida que se prolongou muito além da fase heróica da nacionalidade, desceu

a lutas mesquinhas de campanário e positivamente não teve flama nem som

bra de originalidade. Se ninguém o es

vivas européias, além do Grego c do La Botânica,

Minovalogia,

custeou na Europa a educação de \ ários rapazes ao mesmo passo que fez doa

Ainda haverá quem o leia não apenas como estudo obrigatório de literatura.

Foi o orador máximo do seu tempo, e tão teatral no púlpito que o ator João Caetano corria a ouvi-lo, a fim de apren der a arte nem sempre fácil da declainação. Estaria para a oratória sacra como

lítico dc feitio tx)nscrvador, doi.xou o no-

frades

liberdade e

ino ligado à criação dos cursos jurídicos

morrendo por ela como por uma causa

entre nós, c seus "Anais da Procíncia de São Pedro" ainda hoje se lêem com

apaixonados pela

santa: mas homens dc Igreja voltados para estudos menos brilhantes, para tra

proveito. Quanto às "Memórias" que es

balhos de pe.scpiisa e erudição. Nome que se impõe logo é o de monsenhor Pi-

creveu, têm escasso valor literário e in-

zarro (José do Sousa Azevedo Pizarm e Araújo) cujas "Memórias Históricas

cheias de infonnaçõcs úteis à história e

do Rio dc. Janeiro r das Proclndas ane

ferem.

lerêsse humano

quase nulo, embora

ao conhecimento dos fatos a que se re

xas à jurisdição do Vicc-Rci do Estado

Homem de saber variado e profundo,

do Brasil" l<-m, aos olhos dos estudiosos

grande no seu tempo, foi Jo.se da Silva Lisboa, de[>ois visconde de Cairu. Ju rista, economista, historiador, cronista,

dc hoje, muito mais mérito o importân cia do que pareceu a Silvio Romoro. O

estilo será monéitono e pesadão, o mé todo da obra, b;i.stanlc precário; mas a riqueza de documentos e inforinaç-ões dá-lhe acentuado valor.

Qiuiso o mo.smo se pode dizer do pa dre Luís Gonçalves dos Santos e de suas "Memórias para sercir a História do

político, parlamentar, familiar das letras clássicas, antigo professor em Coimbra de Grego e Hebraico, realizou a contra dição de ser um pregoeiro apai.xonado do liberalismo econômico e, ao mesmo

tempo, iK)r ódio e incompreensão dos sucessos da Revolução Francesa, adotar,

No tempo da Independência, já ti nham \ida pública e de\em ser citados

girico e por vézes excessivo e correrá à

conta menos dc pendores áulicos do que

tória, ricos de dados e informações, pa

do ufanismo predominante então, de terminado pelas reformas e criações do

decem do vício do louvor irrestrito aos

reinado cie D. João VI. O padre Luís Gonçalves do.s Santos, por alcunha padre

lectualmente um áulico. Bastante dife

Perereca, foi polemista ágil, tendo en frentado Feijó quando este sustentou

Furtado de Mendonça, que teve para

como expressões características do de senvolvimento intelectual Ijiasileiro, um monsenhor Muniz Tavares, revolucioná

ocorre é frei Francisco de Mont'Alvernc.

José Feliciano Fernandes Pinheiro. Po

fins df) .século WÍIl; nfui .só padres e

cm matéria política, um liberalismo mais minguado c restrito. Seus livros de his

rio e depois historiador honesto de uma

literatura, arranjando e arrumando ins

ticos e a par ilas iif)\ itlaJes literárias dos

Reino do Brasil". Já aqui o tom panc-

quecerá como jornalista do "Revérbero

titutos e asilos, compêndios e antologias. Outro homem da Igreja cujo nome

127

ções para obras dc interesse colcti\o.

Con^tucional", como poeta ninguém o recordará. Seu lugar é entre aqueles que têm vocação para donas de casa da

Econômico

I-Iiionómico

das revoluções dc que participou, um padro Diogo Antônio Fcijó, autor de tratados dc lógica e dc gramática lati na, aiie depois se fixaria como uma das

figura.s máximas do Brasil, um padre Jo.sc Bento Leite Ferreira do Melo, jorna lista, político, deputado e senador do Império. Outros e muitos outros padres podem ser evocados num levantamento da vida intelectual na época da Inde pendência. No clero de então estariam algun.s dos mais altos padrões de cultu ra e saber entre brasileiros. E não só

eclesiásticos seduzidos pelos ideais poli-

de.sinteressadamcnl-e a necessidade da abolição do cclibato clerical. Historia

dor, ou, como aliás os precedentes, mais pròpriamenie ci"Onista — já agora fora das fileiras do clero — cujo nome não pode ficar no esquecimento

é Baltasar

da Silva Lisboa. Posto que sem a exten são da cultura de seu irmão José da Sil

governantes do tempo. Caini era inte rente foi Hipólito José da Costa Pereira

provar-lhe a tempera e deixar-Uie no espírito sulcos de alcance ainda não es tudado, uma viagem aos Estados Uni dos nos fins do século XVIII, outra a

Inglaterra no alvorecer do XIX, e alguns anos de prisão. Pai do jornalismo brasi leiro, embora em Londres publicasse o seu jornal, que durou de 1808 a 1822, fez do "Correio Brasiliensc" como que

va Lisboa, era espírito sério, homem de

um curso ou escola das necessidades e

bons estudos,

dos anseios da pátria nascente, infatigá-

que deixou uma

obra

considerável. Convém também não omi

vel no sen amor

tir o futuro visconde de São Leopoldo,

crítica.

e na lucidez de sua


Dir.KSTo Dh;i;vi(»

126

mais do século do que do cuUo divino

Antòiiiíj Carlos para a polílica. Também

— e sem falar de frei Francisco de San

liomcin da Igreja, e.xchiícli) com razão dos

ta Teresa de Jesus Sampaio, ator de pri

meiro plano no episódio do Fico, que a um viajante francês pareceu "rhommo

le plus savant du Brésil" - que grande natureza não foi a desse frei Joaquim do Amor Divino Caneca, jornalista, orador, poeta e sobretudo político militante! Ler ainda hoje o Typhis Pernamhtícano é sumamente proveitoso para o estudo da

época da Independência, quando no

Brasil havia quem morresse por amor de suas idéias.^

Ao cônego Januário da Cunha Bar

manuais literários por não ter .'^ido es

critor, mas fpic era um xcrdadciro in^telcctiial, e mais digno de nota ainda

porque, num tempo de frades orgulho sos como Mont'AK'crnc e padres ami gos da publicidade como Januário, sou

be ser

modesto e recolhido, cumpre

mencionar mais uma vez o baiano Fran

cisco Agostinho Comes.

deputado às

Cortes d(? Lisboa. Iiichiindo-se no pe queno número dos ([ue se recusaram a

assinar a Constituição t[uo nos cpieriam impingir os porliiguèscs, companheiro de

bosa, também colaborador sempre lem brado da obra de nossa emancipação, falta sem dúvida a auréola, o prestígio

Fcijó c de Antônio Carlo.s na fuga para a Inglaterra, conhecia tôdas as línguas

com que nos chegou o nome de frei Ca

tim, esliicloii

neca, glorificado pelo martírio, ou mes mo de frei Sampaio ou de frei Francisco

Economia Política e, possuindo fortuna,

do São Carlos. Talvez seja porque, nu'ma vida que se prolongou muito além da fase heróica da nacionalidade, desceu

a lutas mesquinhas de campanário e positivamente não teve flama nem som

bra de originalidade. Se ninguém o es

vivas européias, além do Grego c do La Botânica,

Minovalogia,

custeou na Europa a educação de \ ários rapazes ao mesmo passo que fez doa

Ainda haverá quem o leia não apenas como estudo obrigatório de literatura.

Foi o orador máximo do seu tempo, e tão teatral no púlpito que o ator João Caetano corria a ouvi-lo, a fim de apren der a arte nem sempre fácil da declainação. Estaria para a oratória sacra como

lítico dc feitio tx)nscrvador, doi.xou o no-

frades

liberdade e

ino ligado à criação dos cursos jurídicos

morrendo por ela como por uma causa

entre nós, c seus "Anais da Procíncia de São Pedro" ainda hoje se lêem com

apaixonados pela

santa: mas homens dc Igreja voltados para estudos menos brilhantes, para tra

proveito. Quanto às "Memórias" que es

balhos de pe.scpiisa e erudição. Nome que se impõe logo é o de monsenhor Pi-

creveu, têm escasso valor literário e in-

zarro (José do Sousa Azevedo Pizarm e Araújo) cujas "Memórias Históricas

cheias de infonnaçõcs úteis à história e

do Rio dc. Janeiro r das Proclndas ane

ferem.

lerêsse humano

quase nulo, embora

ao conhecimento dos fatos a que se re

xas à jurisdição do Vicc-Rci do Estado

Homem de saber variado e profundo,

do Brasil" l<-m, aos olhos dos estudiosos

grande no seu tempo, foi Jo.se da Silva Lisboa, de[>ois visconde de Cairu. Ju rista, economista, historiador, cronista,

dc hoje, muito mais mérito o importân cia do que pareceu a Silvio Romoro. O

estilo será monéitono e pesadão, o mé todo da obra, b;i.stanlc precário; mas a riqueza de documentos e inforinaç-ões dá-lhe acentuado valor.

Qiuiso o mo.smo se pode dizer do pa dre Luís Gonçalves dos Santos e de suas "Memórias para sercir a História do

político, parlamentar, familiar das letras clássicas, antigo professor em Coimbra de Grego e Hebraico, realizou a contra dição de ser um pregoeiro apai.xonado do liberalismo econômico e, ao mesmo

tempo, iK)r ódio e incompreensão dos sucessos da Revolução Francesa, adotar,

No tempo da Independência, já ti nham \ida pública e de\em ser citados

girico e por vézes excessivo e correrá à

conta menos dc pendores áulicos do que

tória, ricos de dados e informações, pa

do ufanismo predominante então, de terminado pelas reformas e criações do

decem do vício do louvor irrestrito aos

reinado cie D. João VI. O padre Luís Gonçalves do.s Santos, por alcunha padre

lectualmente um áulico. Bastante dife

Perereca, foi polemista ágil, tendo en frentado Feijó quando este sustentou

Furtado de Mendonça, que teve para

como expressões características do de senvolvimento intelectual Ijiasileiro, um monsenhor Muniz Tavares, revolucioná

ocorre é frei Francisco de Mont'Alvernc.

José Feliciano Fernandes Pinheiro. Po

fins df) .século WÍIl; nfui .só padres e

cm matéria política, um liberalismo mais minguado c restrito. Seus livros de his

rio e depois historiador honesto de uma

literatura, arranjando e arrumando ins

ticos e a par ilas iif)\ itlaJes literárias dos

Reino do Brasil". Já aqui o tom panc-

quecerá como jornalista do "Revérbero

titutos e asilos, compêndios e antologias. Outro homem da Igreja cujo nome

127

ções para obras dc interesse colcti\o.

Con^tucional", como poeta ninguém o recordará. Seu lugar é entre aqueles que têm vocação para donas de casa da

Econômico

I-Iiionómico

das revoluções dc que participou, um padro Diogo Antônio Fcijó, autor de tratados dc lógica e dc gramática lati na, aiie depois se fixaria como uma das

figura.s máximas do Brasil, um padre Jo.sc Bento Leite Ferreira do Melo, jorna lista, político, deputado e senador do Império. Outros e muitos outros padres podem ser evocados num levantamento da vida intelectual na época da Inde pendência. No clero de então estariam algun.s dos mais altos padrões de cultu ra e saber entre brasileiros. E não só

eclesiásticos seduzidos pelos ideais poli-

de.sinteressadamcnl-e a necessidade da abolição do cclibato clerical. Historia

dor, ou, como aliás os precedentes, mais pròpriamenie ci"Onista — já agora fora das fileiras do clero — cujo nome não pode ficar no esquecimento

é Baltasar

da Silva Lisboa. Posto que sem a exten são da cultura de seu irmão José da Sil

governantes do tempo. Caini era inte rente foi Hipólito José da Costa Pereira

provar-lhe a tempera e deixar-Uie no espírito sulcos de alcance ainda não es tudado, uma viagem aos Estados Uni dos nos fins do século XVIII, outra a

Inglaterra no alvorecer do XIX, e alguns anos de prisão. Pai do jornalismo brasi leiro, embora em Londres publicasse o seu jornal, que durou de 1808 a 1822, fez do "Correio Brasiliensc" como que

va Lisboa, era espírito sério, homem de

um curso ou escola das necessidades e

bons estudos,

dos anseios da pátria nascente, infatigá-

que deixou uma

obra

considerável. Convém também não omi

vel no sen amor

tir o futuro visconde de São Leopoldo,

crítica.

e na lucidez de sua


Dicf-tsro

128

Econômico

Dicesto

129

Ec:í)Nó^^co

luíntc, cujos nomes já tinham surgido

cionado.s lu-stc i-nsaio, ninguém .se con\-

dar a emancipação do Brasil, não seria

em fases preparatórias da Independên

para a José Rc)nifác-it>. lliunem de ciên

terior dos acontecimentos, julgavam pos sível e natural a criação de um Impé-^

possível

rio Constitucional sem adotar nenhuma

Da geração que teve a glória de aju deixar em silencio o depois

cia ou só SC firmaram nos seus anos de

cia, iníneraiogista. químico, b:)tánico, ho

marquês de Maricá, Mariano José Pe

cisivos: Felipe Palroni, Maciel Parente,

mem público, estadista, administrador,

reira da Fonseca. Envolvido, quando moço, na devassa do conde de Resende

D. Romuuldo de Seixas,

parlamentar, homem de letras, pensador, poeta, crítico — clí\idin quase igualmen

fácio para logo se convenceu de que es sa era a grande questão a enfrentar.

te os anos de sua vida entre os séculos XVIH e XIX, em plena mocidacle no

Todo.s os.males económico.s, sociais, po-

contra os libertinos do Rio, acusado na

quela época de adepto de Rousseau, tomar-se-ia mais tarde um pensador mais que medíocre, moralista sem origi nalidade, cujo valor principal estaria em haver introduzido o gênero entre nós,

Manoel do

Maseinicnto Castro e Siba, padre José Martiiiiano de .Mencar, Cipriano Bara ta, Nicolau Pereira dos Campos \'crgueiro,

Montezunui,

I^elisberlo

Caldeira

primeiro para rec«'bcr-lho mais vivamen

Hrant Pontes, Miguel Calmou, João Se-

te a.s influências, já com o espírito ama

\erian() Maciel da Costa, Manoel Fer

durecido no segundo, para tomar uma

reira da Câmara Bétheneonrt e Sá, sá

se em plano diferente colocarmos a obra

bio que foi companheiro de José Boni

de um Matias Aires, de qualidade literá ria tão superior. Intelectuais do tempo

fácio na excursão científica pela Euro pa, Pedro do Araújo Lima, futuro mar quês de Olinda, regente do Império, e

da Independência foram ainda Vilela Barbosa, matemático e militar, mais tar

de marquês de Paranaguá, em política Pedro I na dissolução da Constituinte,

e, como poeta, antes melífluo, daquele

formação da sociedade brasileira de en

lirismo ameno que, bem examinado, ca rece de substancia; Domingos Borges de

tão. Uns serão mais a\'ançados, outros

Barres, baiano, visconde da Pedra Bran

por exemplo,

ca (José Bonifácio para lembrar-lhe o sangue misturado chamou-o de Pedra Parda), valendo

mais como uma boa

média de homem letrado, viajado, de boas maneiras e vida elegante, do que propriamente como poeta e escritor; o dicionarista Antônio de Morais Silva, de

indiscutível autoridade, brasileiro que sabia mais Português do que os portuguêses mais cultos do seu tempo, mas antes hostil ou indiferente aos sucessos

políticos, por misantropia, doenças e re ceio de comprometer os seus interesses

de senhor de engenho. Entre intelectuais devem ser incluí

mento. Nas lutas da Inclepenclência, te

ve, mais que qualquer outro, uma \Ísão global d(ís acontoeiinonlos. Preservar com a emancipação a unidade bra.rilcira

finalmente a trindadi- Andraclina. Den

tre esses homens, alguns serão mais ti picamente representativos das correntes e dos intcrêsscs políticos em conflito na

autoritário e conservador, instrumento de

posição antes dc livre exame c julga

mais conservadores,

menos favorecidos da população brasi

alterações de naturez;\ social e econômi

co. Enquanto todos ou quase todos os dirigentes do momento, impressionados do preferência pelo .ado meramente ex

aos senhores dc engenho pernambuca nos, encarnará a poderosa burguesia rural dos proprietários territoriais, em cujo benefício sc operou a transferência de -poder conseqüente à ruptura dos la ços com a antiga metrópole. Progressis tas serão os Andrada, Martim Francis

co, mineralogista e administrador das finanças públicas e Antônio Carlos, ora dor comparado a Castelar pelo barao de Penedo que a ambos ouviu, defensor

dos, uns realmente cultos, outros apenas superficialmente tocados pelas idéias do tempo, muitos désses deputados às Cor

e principal autor do projeto de Consti tuição elaborado pela Assembléia de

tes de Lisboa ou à Assembléia Consti-

1823. Mas de todos quantos foram men-

máximo do Brasil nas Cortes de Lisboa

Aíi

blica, predominariam os intevê.sses dos senhores de engenho e fazendeiros em

penhados na exploração latifundiária da terra, tendo a seu serviço os trafi nância.

propriedade e trabalho, de profundas

leira. Já Pedro de Araújo Lima, ligado

tituinte sobro a escravatura. Apeado do

poder em grande parte por esposar essí\s idéias, exilado, prescrito da vida pú

quico. Como liomcm cio seu tempo, queria a liberdade, queria uma Consti

tava ; via a necessidade dc uma refor ma dc estrutura, de um novo sistema de

democráticas da classe média em ascen são nos centros urbanos e dos elementos

vel "Representação" à Assembléia Cons

cantes de escravos, ricos comerciantes

tuição, pleiteava quanto possível um re

Cipriano Barata,

líticxvs e morais do regime do trabalho

scrvil, expôs e condenou na sua notá

foi o seu mais alto escopo e daí .suas transigéncias com o princípio monár

gime representatiX'0. Isso, entretanto, que a outros parecia tudo, não lhe bas

exprimirá as aspirações

medida contra a escravidão, José Boni

portugueses, implacáveis na sua ga A obra máxima dos homens desse 1

tempo foi uma construção política - a Independência sem esfacelamento, a li berdade sem prejuízo da unidade. Obra

que compensou com largueza a menor importância liteníria da geração aqui tão do relance estudada, cujos dons artísti cos absorvidos pela atividade política, se concentraram na criação de uma pá- ,, tria livre, grande e unida.


Dicf-tsro

128

Econômico

Dicesto

129

Ec:í)Nó^^co

luíntc, cujos nomes já tinham surgido

cionado.s lu-stc i-nsaio, ninguém .se con\-

dar a emancipação do Brasil, não seria

em fases preparatórias da Independên

para a José Rc)nifác-it>. lliunem de ciên

terior dos acontecimentos, julgavam pos sível e natural a criação de um Impé-^

possível

rio Constitucional sem adotar nenhuma

Da geração que teve a glória de aju deixar em silencio o depois

cia ou só SC firmaram nos seus anos de

cia, iníneraiogista. químico, b:)tánico, ho

marquês de Maricá, Mariano José Pe

cisivos: Felipe Palroni, Maciel Parente,

mem público, estadista, administrador,

reira da Fonseca. Envolvido, quando moço, na devassa do conde de Resende

D. Romuuldo de Seixas,

parlamentar, homem de letras, pensador, poeta, crítico — clí\idin quase igualmen

fácio para logo se convenceu de que es sa era a grande questão a enfrentar.

te os anos de sua vida entre os séculos XVIH e XIX, em plena mocidacle no

Todo.s os.males económico.s, sociais, po-

contra os libertinos do Rio, acusado na

quela época de adepto de Rousseau, tomar-se-ia mais tarde um pensador mais que medíocre, moralista sem origi nalidade, cujo valor principal estaria em haver introduzido o gênero entre nós,

Manoel do

Maseinicnto Castro e Siba, padre José Martiiiiano de .Mencar, Cipriano Bara ta, Nicolau Pereira dos Campos \'crgueiro,

Montezunui,

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primeiro para rec«'bcr-lho mais vivamen

Hrant Pontes, Miguel Calmou, João Se-

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\erian() Maciel da Costa, Manoel Fer

durecido no segundo, para tomar uma

reira da Câmara Bétheneonrt e Sá, sá

se em plano diferente colocarmos a obra

bio que foi companheiro de José Boni

de um Matias Aires, de qualidade literá ria tão superior. Intelectuais do tempo

fácio na excursão científica pela Euro pa, Pedro do Araújo Lima, futuro mar quês de Olinda, regente do Império, e

da Independência foram ainda Vilela Barbosa, matemático e militar, mais tar

de marquês de Paranaguá, em política Pedro I na dissolução da Constituinte,

e, como poeta, antes melífluo, daquele

formação da sociedade brasileira de en

lirismo ameno que, bem examinado, ca rece de substancia; Domingos Borges de

tão. Uns serão mais a\'ançados, outros

Barres, baiano, visconde da Pedra Bran

por exemplo,

ca (José Bonifácio para lembrar-lhe o sangue misturado chamou-o de Pedra Parda), valendo

mais como uma boa

média de homem letrado, viajado, de boas maneiras e vida elegante, do que propriamente como poeta e escritor; o dicionarista Antônio de Morais Silva, de

indiscutível autoridade, brasileiro que sabia mais Português do que os portuguêses mais cultos do seu tempo, mas antes hostil ou indiferente aos sucessos

políticos, por misantropia, doenças e re ceio de comprometer os seus interesses

de senhor de engenho. Entre intelectuais devem ser incluí

mento. Nas lutas da Inclepenclência, te

ve, mais que qualquer outro, uma \Ísão global d(ís acontoeiinonlos. Preservar com a emancipação a unidade bra.rilcira

finalmente a trindadi- Andraclina. Den

tre esses homens, alguns serão mais ti picamente representativos das correntes e dos intcrêsscs políticos em conflito na

autoritário e conservador, instrumento de

posição antes dc livre exame c julga

mais conservadores,

menos favorecidos da população brasi

alterações de naturez;\ social e econômi

co. Enquanto todos ou quase todos os dirigentes do momento, impressionados do preferência pelo .ado meramente ex

aos senhores dc engenho pernambuca nos, encarnará a poderosa burguesia rural dos proprietários territoriais, em cujo benefício sc operou a transferência de -poder conseqüente à ruptura dos la ços com a antiga metrópole. Progressis tas serão os Andrada, Martim Francis

co, mineralogista e administrador das finanças públicas e Antônio Carlos, ora dor comparado a Castelar pelo barao de Penedo que a ambos ouviu, defensor

dos, uns realmente cultos, outros apenas superficialmente tocados pelas idéias do tempo, muitos désses deputados às Cor

e principal autor do projeto de Consti tuição elaborado pela Assembléia de

tes de Lisboa ou à Assembléia Consti-

1823. Mas de todos quantos foram men-

máximo do Brasil nas Cortes de Lisboa

Aíi

blica, predominariam os intevê.sses dos senhores de engenho e fazendeiros em

penhados na exploração latifundiária da terra, tendo a seu serviço os trafi nância.

propriedade e trabalho, de profundas

leira. Já Pedro de Araújo Lima, ligado

tituinte sobro a escravatura. Apeado do

poder em grande parte por esposar essí\s idéias, exilado, prescrito da vida pú

quico. Como liomcm cio seu tempo, queria a liberdade, queria uma Consti

tava ; via a necessidade dc uma refor ma dc estrutura, de um novo sistema de

democráticas da classe média em ascen são nos centros urbanos e dos elementos

vel "Representação" à Assembléia Cons

cantes de escravos, ricos comerciantes

tuição, pleiteava quanto possível um re

Cipriano Barata,

líticxvs e morais do regime do trabalho

scrvil, expôs e condenou na sua notá

foi o seu mais alto escopo e daí .suas transigéncias com o princípio monár

gime representatiX'0. Isso, entretanto, que a outros parecia tudo, não lhe bas

exprimirá as aspirações

medida contra a escravidão, José Boni

portugueses, implacáveis na sua ga A obra máxima dos homens desse 1

tempo foi uma construção política - a Independência sem esfacelamento, a li berdade sem prejuízo da unidade. Obra

que compensou com largueza a menor importância liteníria da geração aqui tão do relance estudada, cujos dons artísti cos absorvidos pela atividade política, se concentraram na criação de uma pá- ,, tria livre, grande e unida.


mmm

7A

Dioesto

RECUARIA

Ihão.

Econômico

131

Portugal tem uns 800 mil bo

Pimentel Gomes

destaque. Asininos aos mi-

Países

1 Jm dos capítulos mais interessantes do Plano SALTE refere-se à produ

Somos, também grandes criadores dc eqüinos:

\V

A nossa .situação quanto a asininos é

"bem pior, embora ainda seja de bastante

vinos.

Países

nos, cm 1946

lhares, em 1946

Eqüinos aos mi

Milhares de bovi Países

lhares cm 1945

ção animal. Muito temos feito neste se

China própria

6.150

Mü.víco (1940)

2.342

índia e Paquistão (1937)

2.000

Uniguai

8.297

Uníão Soviéticu

que ocupamos entre os países produto

Itália

6.900

Argentina (1945)

7.473

Turquia

1.620

res. Tão grandes são, porém, as nossas possibilidades, que temos, ainda, um longo caminho a percorrer. Examinemos rapidamente a nossa

Tanganica (1945) Madagascar

6.067

Estados Unidos

7.251

Bmsfl

1.373

Pérsia (1937)

1.180

tor, como

prova a situação destacada

Síãn

5.941

"5.311

10.800

Brasil

6.768

índia 0 Paquistão

3.843

União Sul-Africana (1937)

863

2.511

Egito (1945) Espanha (1942)

851 795 660

Nova Zelândia

4.667

México (1ÍM4)

África Ocidental France.sa

4.446

França

2.351

2.208

atual situação, os rumos que os técnicos lhe estão dando c o alvo que podemos

E.spanha (1942)

4.152

Alemanha

atingir.

Irlanda

4.146

Canadá

2.20U

União Soviética (1935) Haiti (1935)

Kênia

3.í)84 3.931

Mandchúria (1936)

1.840

Mandchúria (1936)

Polônia

1.729

Itália

3.910

Colômbia Austrália

1.279

1.265

Tchecoslováq uia

Países -pecuaristas

Ocupamos uma posição de muito relêvo, no Mundo, quanto à pecuária. Em 1946, apenas a índia, os Estados Unidos

Polônia Cuba

3.884

Birmânia Dinamarca

3.780

Japão

1.049

3.167

Turquia

1.038

e a União Soviética tinham mais bovi

Venezuela (1938)

3.091

nos do que nós.

Paraguai

3.005

Pérsia (1938) Rodésia Meridional (1944)

2.920

Nigéria (1937)

2.869

Milhares de bovi Países

índia e Paquistão Estados Unido.s

nos, em 1946

160.030

2.872

Suécia

2.868

Sudão Anglo-Egípcio

2.700

Rumánia (1945) Bolívia (1945)

2.439

Indochina (1938)

2.400

França

81.050 46.800 46.357 34.030 19.828 13.982 15.030

Austrália

13.874

Marrocos

União Sul-Afric. (1943)

2.222 2.125

Finlândia

1.673

Colômbia

13.068 13.000

11.815

Angola (1945) Hungria

1.120

México (1944)

União Soviética Brasil

Argentina Cliina Alemanha

Canadá

Reino Unido

Turquia

2.484

Chile

2.386

Uganda (1945)

2.294

Áustria Holanda

2.204

1.104

9.764

Os outros países restantes têm bori-

nos em quantidades inferiores a um lal-

627 520 509

Os outros países têm menos de 500 mil muares. Portugal tem 245 mil. O dado soviético refere-se a asininos e

Todos os outros países possuem nie-

muares.

Estamos numa posição de muito des

no.*: dc um milhão de eqüinos. Somos, talvez, o maior criador de

muares do Mundo, como podemos ver pelos dados abaixo:

taque quanto à criação de suínos, em bora pudéssemos ocupar posto muito melhor, pois as nossas possibilidades são

Brasil

2.951

Estados Unidos

2.773

e.xtraordinàriamente grandes. TÔda a vastíssima área do país oferece boas condições à suinocultura. Em.tôda ela temos hoje, bem aclimatadas, excelentes raças pro\'enientes da Europa e dos Es

China própria

2.114

tados Unidos, além das nacionais, como

Espanha (1942)

1.119

por exemplo, as raças Piau, Pirapitínga,

Países

Muares,aos mi lhares, em 1946

México (1940)

933

Mandchúria (1938)

565

Colômbia (1944)

537

Argentina (1942)

509

Itália

250

9.665 9.629

Argentina (1942)

702

Os outros países têm menos de 250

mil muares. Portugal tem 123 mil.

Canastrão, Canastra, Caruncho e Tatu. Países

Suínos, aos milhares, em 1946

Estados Unidos

56.901 .

Cliina própria

48.549

Brasil

23.814

União Soviética

8.600


mmm

7A

Dioesto

RECUARIA

Ihão.

Econômico

131

Portugal tem uns 800 mil bo

Pimentel Gomes

destaque. Asininos aos mi-

Países

1 Jm dos capítulos mais interessantes do Plano SALTE refere-se à produ

Somos, também grandes criadores dc eqüinos:

\V

A nossa .situação quanto a asininos é

"bem pior, embora ainda seja de bastante

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Países

nos, cm 1946

lhares, em 1946

Eqüinos aos mi

Milhares de bovi Países

lhares cm 1945

ção animal. Muito temos feito neste se

China própria

6.150

Mü.víco (1940)

2.342

índia e Paquistão (1937)

2.000

Uniguai

8.297

Uníão Soviéticu

que ocupamos entre os países produto

Itália

6.900

Argentina (1945)

7.473

Turquia

1.620

res. Tão grandes são, porém, as nossas possibilidades, que temos, ainda, um longo caminho a percorrer. Examinemos rapidamente a nossa

Tanganica (1945) Madagascar

6.067

Estados Unidos

7.251

Bmsfl

1.373

Pérsia (1937)

1.180

tor, como

prova a situação destacada

Síãn

5.941

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10.800

Brasil

6.768

índia 0 Paquistão

3.843

União Sul-Africana (1937)

863

2.511

Egito (1945) Espanha (1942)

851 795 660

Nova Zelândia

4.667

México (1ÍM4)

África Ocidental France.sa

4.446

França

2.351

2.208

atual situação, os rumos que os técnicos lhe estão dando c o alvo que podemos

E.spanha (1942)

4.152

Alemanha

atingir.

Irlanda

4.146

Canadá

2.20U

União Soviética (1935) Haiti (1935)

Kênia

3.í)84 3.931

Mandchúria (1936)

1.840

Mandchúria (1936)

Polônia

1.729

Itália

3.910

Colômbia Austrália

1.279

1.265

Tchecoslováq uia

Países -pecuaristas

Ocupamos uma posição de muito relêvo, no Mundo, quanto à pecuária. Em 1946, apenas a índia, os Estados Unidos

Polônia Cuba

3.884

Birmânia Dinamarca

3.780

Japão

1.049

3.167

Turquia

1.038

e a União Soviética tinham mais bovi

Venezuela (1938)

3.091

nos do que nós.

Paraguai

3.005

Pérsia (1938) Rodésia Meridional (1944)

2.920

Nigéria (1937)

2.869

Milhares de bovi Países

índia e Paquistão Estados Unido.s

nos, em 1946

160.030

2.872

Suécia

2.868

Sudão Anglo-Egípcio

2.700

Rumánia (1945) Bolívia (1945)

2.439

Indochina (1938)

2.400

França

81.050 46.800 46.357 34.030 19.828 13.982 15.030

Austrália

13.874

Marrocos

União Sul-Afric. (1943)

2.222 2.125

Finlândia

1.673

Colômbia

13.068 13.000

11.815

Angola (1945) Hungria

1.120

México (1944)

União Soviética Brasil

Argentina Cliina Alemanha

Canadá

Reino Unido

Turquia

2.484

Chile

2.386

Uganda (1945)

2.294

Áustria Holanda

2.204

1.104

9.764

Os outros países restantes têm bori-

nos em quantidades inferiores a um lal-

627 520 509

Os outros países têm menos de 500 mil muares. Portugal tem 245 mil. O dado soviético refere-se a asininos e

Todos os outros países possuem nie-

muares.

Estamos numa posição de muito des

no.*: dc um milhão de eqüinos. Somos, talvez, o maior criador de

muares do Mundo, como podemos ver pelos dados abaixo:

taque quanto à criação de suínos, em bora pudéssemos ocupar posto muito melhor, pois as nossas possibilidades são

Brasil

2.951

Estados Unidos

2.773

e.xtraordinàriamente grandes. TÔda a vastíssima área do país oferece boas condições à suinocultura. Em.tôda ela temos hoje, bem aclimatadas, excelentes raças pro\'enientes da Europa e dos Es

China própria

2.114

tados Unidos, além das nacionais, como

Espanha (1942)

1.119

por exemplo, as raças Piau, Pirapitínga,

Países

Muares,aos mi lhares, em 1946

México (1940)

933

Mandchúria (1938)

565

Colômbia (1944)

537

Argentina (1942)

509

Itália

250

9.665 9.629

Argentina (1942)

702

Os outros países têm menos de 250

mil muares. Portugal tem 123 mil.

Canastrão, Canastra, Caruncho e Tatu. Países

Suínos, aos milhares, em 1946

Estados Unidos

56.901 .

Cliina própria

48.549

Brasil

23.814

União Soviética

8.600


132

Dicesto Eccnókcico DioESTd

Suínos,aos milhaPaíses

res, cm 1946

Países

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está-se tornando alarmante. Mesmo as

33.975

sim, muito precisamos fazer para de

senvolver a criação de ovinos em regiões ainda quase despovoadas desta espécie,

Iiigoshuna (1939)

Turíjiiia Espanha

25.000 23.528 22.000

como Goiás c Mato Grosso.

Itália

1.300

Reino Unido

20.000

Síria

1.257

África do Sudoeste (1943)

1.058

8.407

Nova Zelândia

Mandchúria (1938)

5.336

Uniguai

França

5.278

México (1940.)

5.068 5.000

Canachá

Filipinas (1938X Indochina (1938)

4.973

Brasil

15.542

Peru (1942)

13.730

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Itália

3.318 3.000

Tchecoslováquia

2.914

China própria Iraque Bulgária

Iugoslávia

2.733

Itália

Colômbia

1945)

4.910 3.558

133

Ovinos, aos iniiha

Alemanha

Argentina Espanha (1942)

Econômico

10.860 8.087

Não é boa, também, a nossa posição quanto a caprinos. Caprinos, aos miPatses

Ihares, em 1946

Caprinos, aos mi lhares, em 1946

Países

Venezuela (1937)

1.866 1.365

Os outros países têm menos de um milhão de caprinos. O fato de serem os caprinos respon

Índia o Paquistão (1937) 51.158

8.000

Turquia

16.625

7.982

China própria

13.249

7.400

União Soviética (1937)

cia, na Espanha e noutros países, conso-

9.300

la-nos, pela relativa modéstia do nosso

sabilizados por grandes erosões na Gré

2.500

França

7.197

Brasil

7.363

1.955

Argélia

6.000

7.200

r.849

Grécia

6.000

Marrocc.s (1942) Pérsia (1944)

Além das raças nacionais, e.xistem, em

7.000

1.768

Chile

5.900

México (1940)

nosso país, cabras das raças Toggemburg,

6.843

1.625

Runiània (1945)

5.628

União Sul-Africana (1938)

6.193

Saanen, Nubiana e Anglo-Nubiana.

Áustria

1.494

Iugoslávia

4.800

Espanha (1942)

6.109

Austrália

1.426

4.489 3.959

Indoné.sia (1940)

5.950.

Nigéria (1938)

5.561

3.890

Kênia (1938)

4.500

vino brasileiro em 13.500.000 cabeças, assim distribuídas:

Reino Unido Formosa

Dinamarca

Coréia (1937)

Hungria

1.327

México (1942) Bolívia (1943)

Indonésia

1.267

Portugal (1940)

Portugal (1940)

rebanho.

A pecuária brasileira Em 1890, estimava-se o rebanho bo

1.177

Síria

3.260

Estados Unidos (1945)

3.943

Suécia

1.1,65

Somália Britânica (1939)

3.000

Grécia

3.130

Japão (1938)

1.140

Tunísia (1945)

2.978

Argélia

3.000

Holanda

1.040

Canadá

2.942

Argentino (1942)

2.838

1.000.000

Kônia

2.805

Tanganica (1945)

Minas Gerais

2.753

Goiás

1.000.000

Os outros países têm menos de um milhão de suínos.

Quanto a ovinos, a nossa sitiiação é satisfatória. Em todo caso, deveríamos

6.000.000

Mato Grosso

3.000.000

Sudão Anglo-Egípcio

2.500

Alemanha (1943)

2.330

Irlanda

Iraque

Paraná e Santa Catarina

2.423 2.160

2.250

Uganda (1945)

2.144

2.156

Somália Britânica (1939) Sudão Anglo-Egípcio Tunísia (1945)

São Paulo Outros Estados

2.000 1.940

Tanganica (1945) Nigéria (1938)

fazer muito mais do que estamos fa zendo. Vejamos porém, os números.

Rio Grande do Sul

Os outros países têm menos de dois

800.000

700.000 1.000.000

2.000

Comparemos agora a distribuição dos bovinos no Brasil, em 1916 e 1946.

milhões de ovinos.

Ovinos, aos milhaAustrália/

96.396

Consolcmo-nos em face do nosso pe queno rebanho de ovinos levando em consideração que os grandes rebanhos

União Soviética

69.400

concorrem muito para a erosão, pois

Acre

Argentina

53.000

os carneiros cortam a grama rente ao

índia e Paquistão (1936)

41.063

solo, desprotegendo-o contra as águas

Amazonas Rio Branco

Estados Unidos

38.571

das grandes chuvas. A situação das pastagens australianas, superpovoadas,

Países

res, em 1946

União Sul-Africana (1943)27.888

Bovinos

Guaporé

1916

1946

13.210 113.210

28.540

....

2.660

Pará

578.620

Amapá ...... líorte

. ■.

139.410 138.240 768.740

50.460 ,< V

,

7.050.040

1.128.050


132

Dicesto Eccnókcico DioESTd

Suínos,aos milhaPaíses

res, cm 1946

Países

rrs, cm 1946

está-se tornando alarmante. Mesmo as

33.975

sim, muito precisamos fazer para de

senvolver a criação de ovinos em regiões ainda quase despovoadas desta espécie,

Iiigoshuna (1939)

Turíjiiia Espanha

25.000 23.528 22.000

como Goiás c Mato Grosso.

Itália

1.300

Reino Unido

20.000

Síria

1.257

África do Sudoeste (1943)

1.058

8.407

Nova Zelândia

Mandchúria (1938)

5.336

Uniguai

França

5.278

México (1940.)

5.068 5.000

Canachá

Filipinas (1938X Indochina (1938)

4.973

Brasil

15.542

Peru (1942)

13.730

"Marrocos

Itália

3.318 3.000

Tchecoslováquia

2.914

China própria Iraque Bulgária

Iugoslávia

2.733

Itália

Colômbia

1945)

4.910 3.558

133

Ovinos, aos iniiha

Alemanha

Argentina Espanha (1942)

Econômico

10.860 8.087

Não é boa, também, a nossa posição quanto a caprinos. Caprinos, aos miPatses

Ihares, em 1946

Caprinos, aos mi lhares, em 1946

Países

Venezuela (1937)

1.866 1.365

Os outros países têm menos de um milhão de caprinos. O fato de serem os caprinos respon

Índia o Paquistão (1937) 51.158

8.000

Turquia

16.625

7.982

China própria

13.249

7.400

União Soviética (1937)

cia, na Espanha e noutros países, conso-

9.300

la-nos, pela relativa modéstia do nosso

sabilizados por grandes erosões na Gré

2.500

França

7.197

Brasil

7.363

1.955

Argélia

6.000

7.200

r.849

Grécia

6.000

Marrocc.s (1942) Pérsia (1944)

Além das raças nacionais, e.xistem, em

7.000

1.768

Chile

5.900

México (1940)

nosso país, cabras das raças Toggemburg,

6.843

1.625

Runiània (1945)

5.628

União Sul-Africana (1938)

6.193

Saanen, Nubiana e Anglo-Nubiana.

Áustria

1.494

Iugoslávia

4.800

Espanha (1942)

6.109

Austrália

1.426

4.489 3.959

Indoné.sia (1940)

5.950.

Nigéria (1938)

5.561

3.890

Kênia (1938)

4.500

vino brasileiro em 13.500.000 cabeças, assim distribuídas:

Reino Unido Formosa

Dinamarca

Coréia (1937)

Hungria

1.327

México (1942) Bolívia (1943)

Indonésia

1.267

Portugal (1940)

Portugal (1940)

rebanho.

A pecuária brasileira Em 1890, estimava-se o rebanho bo

1.177

Síria

3.260

Estados Unidos (1945)

3.943

Suécia

1.1,65

Somália Britânica (1939)

3.000

Grécia

3.130

Japão (1938)

1.140

Tunísia (1945)

2.978

Argélia

3.000

Holanda

1.040

Canadá

2.942

Argentino (1942)

2.838

1.000.000

Kônia

2.805

Tanganica (1945)

Minas Gerais

2.753

Goiás

1.000.000

Os outros países têm menos de um milhão de suínos.

Quanto a ovinos, a nossa sitiiação é satisfatória. Em todo caso, deveríamos

6.000.000

Mato Grosso

3.000.000

Sudão Anglo-Egípcio

2.500

Alemanha (1943)

2.330

Irlanda

Iraque

Paraná e Santa Catarina

2.423 2.160

2.250

Uganda (1945)

2.144

2.156

Somália Britânica (1939) Sudão Anglo-Egípcio Tunísia (1945)

São Paulo Outros Estados

2.000 1.940

Tanganica (1945) Nigéria (1938)

fazer muito mais do que estamos fa zendo. Vejamos porém, os números.

Rio Grande do Sul

Os outros países têm menos de dois

800.000

700.000 1.000.000

2.000

Comparemos agora a distribuição dos bovinos no Brasil, em 1916 e 1946.

milhões de ovinos.

Ovinos, aos milhaAustrália/

96.396

Consolcmo-nos em face do nosso pe queno rebanho de ovinos levando em consideração que os grandes rebanhos

União Soviética

69.400

concorrem muito para a erosão, pois

Acre

Argentina

53.000

os carneiros cortam a grama rente ao

índia e Paquistão (1936)

41.063

solo, desprotegendo-o contra as águas

Amazonas Rio Branco

Estados Unidos

38.571

das grandes chuvas. A situação das pastagens australianas, superpovoadas,

Países

res, em 1946

União Sul-Africana (1943)27.888

Bovinos

Guaporé

1916

1946

13.210 113.210

28.540

....

2.660

Pará

578.620

Amapá ...... líorte

. ■.

139.410 138.240 768.740

50.460 ,< V

,

7.050.040

1.128.050


DiGESTo Econômico

IQ^S

B o \' I N o s

1916

Maranhão Piauí

706.700 894.870

Ceará

529.580

Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

362.750 371.310 599.600

Alagoas

277.500

Nordeste Sergipe

5.620.460

298.560

331.380 3.776.920 10.178.770 392.870

2.850.310

Minas Gerais

6.342.600

E^írito Santo

176.230

Rio de Janeiro

_

• ;

1.005.730 1.099.260 1.333.640 478.910 556.680 819.730 306.510

3.742.110

Bahia

Distrito Federal

1946

988.230

17.430

5.500

9.685.130

15.673.670

1.792.880

6.208.100

.587.890 562.300

600.000 1.115.000

Rio Grande do Sul

6.657.940

9.034.830

Sul

9.601.010

16.957.930

São Paulo Paraná Santa Catarina

!.

Mato Grosso

2.717.550

Goiás

1.934.830

3.220.040 3.765.810

Centro-Oeste

4.652.380

6.985.850

28.962.180

46.357.740

Brasil

Houve um substancial aumento no nú-

Pará

40.624.000

Maranhão

10.044.000

O Rio Grande do Sul estaria super-

povoado de bovinos. A oomissão admite que um quilôme

Piauí

7.479.000

Ceará

4.597.000

tro quadrado -pode alimentar 30 bovi

Rio Grande do Norte

1.591.000

Paraíba

1.688.000

nos e tem razões muito sólidas para isto. Tomando em consideração apenas 20

Pernambuco

2.910.000

Bahia

16.192.000

Minas Gerai.s

17.459.000

Rio de Janeiro

1.277.000

São Paulo

7.416.000

Paraná

5.481.000

Santa Catarina

2.434.000

Rio Grande do Sul

8.474.000

Mato Grosso

37.877.000

Goiás

18.673.000

bosanos por quilômetro quadrado, o Brasil, sem otimismo exagerado, poderia

possuir ims 170 milhões de boxanos, o que mostra a imensidade de nossas pos sibilidades.

Em 1916, tínhamos 6.065.230 eqüi

nos, 3.221.910 asininos e muares, 6.919-550 caprinos, 7.204.920 ovinos e 17.529.210 suínos. Estudaremos, em outro artigo, os m-

mo.s que estão sendo seguidos para o meUioramento e o aumento de nossa

Total

184.216.000

pecuária.

ano passado, por exemplo, noticiaram que

mero de bovinos entre 1916 e 1946.

dezenas de reprodutorçs zebuínos via-'

Atualmente, devemos ter uns 50,milhões de bovinos. Há, porém, a considerar que o nosso rebanho melhorou tanto em

jaram, por via aérea, de Uberaba para ríq Branco, capital do Acre, adquiridos pelo Coronel José Guiomard dos Santos,

qualidade quanto em peso e produção

governador do Território,

leiteira — que o rebanho atual deve valer

Dicesto Econômico

i-.

_

muito mais do dobro do rebanho de

^ comissão brasileira que organizou a

1916. Talvez valha até três vezes mais.

seção pecuaria do Plano SALTE calcula

E o melhoramento continua em progres-

da seguinte maneira a capacidade para

são geométrica, invadindo os recantos

bovinos de alguns dos Estados; frações

mais afastados do país. Os jornais do

de milhar desprezadas; —■■,

I ,

■ '


DiGESTo Econômico

IQ^S

B o \' I N o s

1916

Maranhão Piauí

706.700 894.870

Ceará

529.580

Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

362.750 371.310 599.600

Alagoas

277.500

Nordeste Sergipe

5.620.460

298.560

331.380 3.776.920 10.178.770 392.870

2.850.310

Minas Gerais

6.342.600

E^írito Santo

176.230

Rio de Janeiro

_

• ;

1.005.730 1.099.260 1.333.640 478.910 556.680 819.730 306.510

3.742.110

Bahia

Distrito Federal

1946

988.230

17.430

5.500

9.685.130

15.673.670

1.792.880

6.208.100

.587.890 562.300

600.000 1.115.000

Rio Grande do Sul

6.657.940

9.034.830

Sul

9.601.010

16.957.930

São Paulo Paraná Santa Catarina

!.

Mato Grosso

2.717.550

Goiás

1.934.830

3.220.040 3.765.810

Centro-Oeste

4.652.380

6.985.850

28.962.180

46.357.740

Brasil

Houve um substancial aumento no nú-

Pará

40.624.000

Maranhão

10.044.000

O Rio Grande do Sul estaria super-

povoado de bovinos. A oomissão admite que um quilôme

Piauí

7.479.000

Ceará

4.597.000

tro quadrado -pode alimentar 30 bovi

Rio Grande do Norte

1.591.000

Paraíba

1.688.000

nos e tem razões muito sólidas para isto. Tomando em consideração apenas 20

Pernambuco

2.910.000

Bahia

16.192.000

Minas Gerai.s

17.459.000

Rio de Janeiro

1.277.000

São Paulo

7.416.000

Paraná

5.481.000

Santa Catarina

2.434.000

Rio Grande do Sul

8.474.000

Mato Grosso

37.877.000

Goiás

18.673.000

bosanos por quilômetro quadrado, o Brasil, sem otimismo exagerado, poderia

possuir ims 170 milhões de boxanos, o que mostra a imensidade de nossas pos sibilidades.

Em 1916, tínhamos 6.065.230 eqüi

nos, 3.221.910 asininos e muares, 6.919-550 caprinos, 7.204.920 ovinos e 17.529.210 suínos. Estudaremos, em outro artigo, os m-

mo.s que estão sendo seguidos para o meUioramento e o aumento de nossa

Total

184.216.000

pecuária.

ano passado, por exemplo, noticiaram que

mero de bovinos entre 1916 e 1946.

dezenas de reprodutorçs zebuínos via-'

Atualmente, devemos ter uns 50,milhões de bovinos. Há, porém, a considerar que o nosso rebanho melhorou tanto em

jaram, por via aérea, de Uberaba para ríq Branco, capital do Acre, adquiridos pelo Coronel José Guiomard dos Santos,

qualidade quanto em peso e produção

governador do Território,

leiteira — que o rebanho atual deve valer

Dicesto Econômico

i-.

_

muito mais do dobro do rebanho de

^ comissão brasileira que organizou a

1916. Talvez valha até três vezes mais.

seção pecuaria do Plano SALTE calcula

E o melhoramento continua em progres-

da seguinte maneira a capacidade para

são geométrica, invadindo os recantos

bovinos de alguns dos Estados; frações

mais afastados do país. Os jornais do

de milhar desprezadas; —■■,

I ,

■ '


Digesto

TUMULO ABERTO DE GENTE VIVA

Era a antiga rota selecentista.

mica do planalto. E, constituindo desnorteante contraste, as cidades litorâ neas, cujos nomes ressoam na história e

cujos monumentos falam aos visitantes, contando passadas grandezas, são as mais esquecidas, as mais abandonadas.

Nelas a vida urbana conserva um in cômodo primitivismo.

A malária de um lado e a falta de comunicações de outro entravaram a expansão de extensa faixa do território

paulista, compreendia entre a Serra do Mar e a franja espumosa do Atlântico. E', no entanto, de espantosa fertilida de, graças à espessa camada de húmus que a erosão acumulou durante sécu

los. Há cem anos havia por ali grande prosperidade. São Sebastião, no litoral norte, tinha maior renda do que o mu nicípio de Santos. Ubatuba era um dos mais

procurados portos para dar escoamento às sa fras abundantes do Va

pleno esplendor dos ba rões do império e do café.

"C"

■:

"

terras ilus

tres, continuamente ci tadas nas crônicas, e onde

Anchieta

vegação que transitava pelo rio Ribeira e seus afluentes. O ptjcia Vicente de

A Sorocabana, recentemente, colabo

rou com tres barcos que possuía no rio Paraná. A situação apenas melhorou, longe de sua definitiva solução.

Carvalho era seu diretor.

Depois, tudo ali entrou em declínio. Vários navios ficaram imprestáveis. Ou

Barcos com freqüência e obedecendo

tros afundaram. E aquela gente ficou

cada vez pior, sem condução de espé-

a horários rigorosos são deveres primá

cio alguma. Agora, fala-se na construção de uma

Mas nos últimos tempos

rios de uma companhia concessionária.

1

Trata-se

todos que por ali vi\cm. Da sua ne cessidade e da situação daquela gente tivemos noção cm recente viagem que

la Companhia de Navegação Fluvial Sul

por ali fizemos.

foram-se alastrando o desânimo, a po

rodovia que irá até Curitiba.

tráfego das várias linhas exploradas pe

de uma estrada muita reclamada por

Paulista. Sem

meios

fáceis

de

comunicação

breza e a doença. índice expressivo de tal situação é fornecido pelos gráficos

A situação atual

do Serviço Sanitário com relação ao nú

O que se ouve por ali são desolados

mero de pessoas que morrem sem assis

queixumes; muita doen

tência médica.

ça e bananais, o que se encontra, ao longo do

Como é quase impossível enterrar um cadáver sem atestado de óbito, pode

ramal

saber-se a

da

Sorocabana

o

acervo de uma em-

consulta.

cessão da Companhia das Docas. A fer

de muita

rovia destinava-se a ser uma moderna

abundância, mas onde se entocaiara a

linha de penetração que, pelo vale do

malária, dizimadora daquela pobre gen te esquecida.

Ribeira, atingiria o Paraná, prosseguindo até alcançar Assunção, no Paraguai.

Ficou abandonado no leito ou

Se a resistência orgânica

não ajudou, o infeliz morre, malgrado

J.

tras indagações não inter.es.sam à fa mília.

Para a^'aliar-se a situação de abando

no, basta dizer que no município de

Iguape, dos .641 óbitos registrados, 544 figuravam como causas não especifica das, ou seja sem assistência médica. Em Xiririca. dos 291 apenas 18 tiveram "causa mortis" identificada. Em Jacupi-

ranga, a mesma situação: 175 óbitos e 158 causas de morte desconhecidas. Em Cananéia, 113 óbitos e apenas 15 com assistência médica. Até em Itanhaem,

embora esteja tão próxima de Santbs a situação não é muito diferente: dos 131 óbitos verificados. 12V foram registra dos tendo como origem "causas nao es pedficadas ou mal

ralmente ó a maltóa que abre grandes clareiras na já escassa densidade d gráfica local.

O D. D. T. e a luta contra a malãna O D. D. T. surge hoje como um raio

de fulgente esperança. A malária, que sempre lavrara nestas regiões endemica-

mente. tinha ciclos fatídicos. De cinco

em cinco anos ressurgia, com uma persis

tência demoníaca e com uma regulari dade terrífica. Apesar da luta encetada

contra tais surtos, êles irrompiam inespe radamente, alcançando as povoações de

Itapiranga, Itaberá, Itaoca. Outras vêzes, propagavam-se por todo o Ribeira e seus afluentes. A malária era, assim, o pavor

do litoral sul, A gente do planalto temia descer às velhas cidades, próximas do os esforços da benzedeira e os chás das mar. Pessoas que tinham passado temmil e uma ervas que tomou. Quando ■ poradas de férias em Itanhaém haviam voltado com a terrível "terça maligna", as panacéias domésticas não deram re que pode matar fulminantemente. Foi sultado nem as promessas aos santos

na esteira.

Santos, abaixo da con

Itanhaém, Cananéia, Xiriríca, Iguape,

Acontece,

a dizer que o defunto fechou os olhos sem médico presente ou sem qualquer

em

em zona de amplos vales,

"causa mortis".

porém, que naquela extensa área, que abrange quatro grandes municípios, fal tam clínicos. Então, no registro de óbi tos é posta a legenda de "causa mortis" "ignorada ou desconhecida". Eqüivale

prêsa londrina que se propôs, há muitos anos, construir armazéns

viveu.

nem havia

mais navios para os 624 quilômetros de

uma linba de cota bai xa, sujeita a inundaSÕ^§» P.. constituiu

O litoral sul era cons

tituído de

No começo deste século ali prospe rava uma excelente companhia de na

que tem a denomina ção Santos-Juquiá. E'

le do Paraíba, então no

Depois

de Juquiá, existem rodovias precárias e os navios, que descem o rio do me.smo nome até lU-gistro, já no Ribeira, donde prosseguem até Iguape, no Mar Peque no, desaparelbíidüs.

Barbos Ferreira

VJTa regiões no Fstado cjue ainda es tão segregadas da expansão econô

EcoNó^aco

surtiram efeito, a morte sobreveio. Ou

j


Digesto

TUMULO ABERTO DE GENTE VIVA

Era a antiga rota selecentista.

mica do planalto. E, constituindo desnorteante contraste, as cidades litorâ neas, cujos nomes ressoam na história e

cujos monumentos falam aos visitantes, contando passadas grandezas, são as mais esquecidas, as mais abandonadas.

Nelas a vida urbana conserva um in cômodo primitivismo.

A malária de um lado e a falta de comunicações de outro entravaram a expansão de extensa faixa do território

paulista, compreendia entre a Serra do Mar e a franja espumosa do Atlântico. E', no entanto, de espantosa fertilida de, graças à espessa camada de húmus que a erosão acumulou durante sécu

los. Há cem anos havia por ali grande prosperidade. São Sebastião, no litoral norte, tinha maior renda do que o mu nicípio de Santos. Ubatuba era um dos mais

procurados portos para dar escoamento às sa fras abundantes do Va

pleno esplendor dos ba rões do império e do café.

"C"

■:

"

terras ilus

tres, continuamente ci tadas nas crônicas, e onde

Anchieta

vegação que transitava pelo rio Ribeira e seus afluentes. O ptjcia Vicente de

A Sorocabana, recentemente, colabo

rou com tres barcos que possuía no rio Paraná. A situação apenas melhorou, longe de sua definitiva solução.

Carvalho era seu diretor.

Depois, tudo ali entrou em declínio. Vários navios ficaram imprestáveis. Ou

Barcos com freqüência e obedecendo

tros afundaram. E aquela gente ficou

cada vez pior, sem condução de espé-

a horários rigorosos são deveres primá

cio alguma. Agora, fala-se na construção de uma

Mas nos últimos tempos

rios de uma companhia concessionária.

1

Trata-se

todos que por ali vi\cm. Da sua ne cessidade e da situação daquela gente tivemos noção cm recente viagem que

la Companhia de Navegação Fluvial Sul

por ali fizemos.

foram-se alastrando o desânimo, a po

rodovia que irá até Curitiba.

tráfego das várias linhas exploradas pe

de uma estrada muita reclamada por

Paulista. Sem

meios

fáceis

de

comunicação

breza e a doença. índice expressivo de tal situação é fornecido pelos gráficos

A situação atual

do Serviço Sanitário com relação ao nú

O que se ouve por ali são desolados

mero de pessoas que morrem sem assis

queixumes; muita doen

tência médica.

ça e bananais, o que se encontra, ao longo do

Como é quase impossível enterrar um cadáver sem atestado de óbito, pode

ramal

saber-se a

da

Sorocabana

o

acervo de uma em-

consulta.

cessão da Companhia das Docas. A fer

de muita

rovia destinava-se a ser uma moderna

abundância, mas onde se entocaiara a

linha de penetração que, pelo vale do

malária, dizimadora daquela pobre gen te esquecida.

Ribeira, atingiria o Paraná, prosseguindo até alcançar Assunção, no Paraguai.

Ficou abandonado no leito ou

Se a resistência orgânica

não ajudou, o infeliz morre, malgrado

J.

tras indagações não inter.es.sam à fa mília.

Para a^'aliar-se a situação de abando

no, basta dizer que no município de

Iguape, dos .641 óbitos registrados, 544 figuravam como causas não especifica das, ou seja sem assistência médica. Em Xiririca. dos 291 apenas 18 tiveram "causa mortis" identificada. Em Jacupi-

ranga, a mesma situação: 175 óbitos e 158 causas de morte desconhecidas. Em Cananéia, 113 óbitos e apenas 15 com assistência médica. Até em Itanhaem,

embora esteja tão próxima de Santbs a situação não é muito diferente: dos 131 óbitos verificados. 12V foram registra dos tendo como origem "causas nao es pedficadas ou mal

ralmente ó a maltóa que abre grandes clareiras na já escassa densidade d gráfica local.

O D. D. T. e a luta contra a malãna O D. D. T. surge hoje como um raio

de fulgente esperança. A malária, que sempre lavrara nestas regiões endemica-

mente. tinha ciclos fatídicos. De cinco

em cinco anos ressurgia, com uma persis

tência demoníaca e com uma regulari dade terrífica. Apesar da luta encetada

contra tais surtos, êles irrompiam inespe radamente, alcançando as povoações de

Itapiranga, Itaberá, Itaoca. Outras vêzes, propagavam-se por todo o Ribeira e seus afluentes. A malária era, assim, o pavor

do litoral sul, A gente do planalto temia descer às velhas cidades, próximas do os esforços da benzedeira e os chás das mar. Pessoas que tinham passado temmil e uma ervas que tomou. Quando ■ poradas de férias em Itanhaém haviam voltado com a terrível "terça maligna", as panacéias domésticas não deram re que pode matar fulminantemente. Foi sultado nem as promessas aos santos

na esteira.

Santos, abaixo da con

Itanhaém, Cananéia, Xiriríca, Iguape,

Acontece,

a dizer que o defunto fechou os olhos sem médico presente ou sem qualquer

em

em zona de amplos vales,

"causa mortis".

porém, que naquela extensa área, que abrange quatro grandes municípios, fal tam clínicos. Então, no registro de óbi tos é posta a legenda de "causa mortis" "ignorada ou desconhecida". Eqüivale

prêsa londrina que se propôs, há muitos anos, construir armazéns

viveu.

nem havia

mais navios para os 624 quilômetros de

uma linba de cota bai xa, sujeita a inundaSÕ^§» P.. constituiu

O litoral sul era cons

tituído de

No começo deste século ali prospe rava uma excelente companhia de na

que tem a denomina ção Santos-Juquiá. E'

le do Paraíba, então no

Depois

de Juquiá, existem rodovias precárias e os navios, que descem o rio do me.smo nome até lU-gistro, já no Ribeira, donde prosseguem até Iguape, no Mar Peque no, desaparelbíidüs.

Barbos Ferreira

VJTa regiões no Fstado cjue ainda es tão segregadas da expansão econô

EcoNó^aco

surtiram efeito, a morte sobreveio. Ou

j


Dicesto EcoNÓ.Kflco

138

anunciaram os grandes sucessos do D. D. T., que ganhara a mais decisiva ba talha do Pacífico, nas selvas das ilhas dos mares do Sul.

O D. D. T. fizera

maravilhas; fora o niais fascinante dos feiticeiros.

O Serviço de Combate à Malária co

meçou o seu emprego sistemático e con

trolado.

Dividiu ampla área em seto

res e iniciou a pulverização regular das

em meio, paru a engenharia sanitária

e munnurejantc, que descia pela encos

concluir. Faltam elementos para permitir o deslocanumto fluvial do pessoal do D. D. T. E é por isso que a maior parle dos doentes procedo de casas isoladas, de lugares distantes on de ranchos tem porários, ergtiido.s às margens de um

ta abaixo.

riacho ou canal, onde apenas vai uma

barcaça de tempos a tempos, para car regar cachos de bananas, o forte da

habitações, todos os se

prodíição daquela terra

mestres. Os resutados ob

saturada

tidos foram os mais ani

madores. Em Santos, o número de doentes no

vos que, em 1947, fora

de 540, baixou para 39. Em São Vicente, a que da foi espetacular, de

139 Dicesto Econômico

de humidade.

Devido a reparações do emergência,

Exemplo típico do abandono em qjie tem sido mantido o litoral é dado pela histórica ci

dência do dois frades que montam guarda àqueles destroços c aguardam que o governo ou a fé dos católicos •re constituam o que foi cutrora um belo convento. A igreja é pequena. Tem um pequeno átrio onde se vêem nomes de pessoas que por ali passaram e os

ali,

o interior do templo,

porque a

agua desce livremente, nos dias de chu va, do alto do telhado.

Nos altares, os

"estrelas" dc Hollywood, conferindo-lhes

de não fora possível chegar, porque o

minação em pedra e caL As vetustas casas do velho largo da igreja foram, em grande parte, deforma

serviço não possui os meios de trans

das na fina sobriedade do seu estilo.

barbudos. Nas santas há a preocupa ção do decoro na roupagem. Em baixo, no largo da igreja, ergue-

porte necessários.

Mas a boa vontade

supriu, em parte, a escassez de maqui

Puseram platibandas em substituição

cionahsta nem de ordem

pio do trabalho intensivo...

aqui e

santeiros não iam buscar os modelos às

morava em lugares muito distantes on

neraUzada de resignação e

comum ouvir-se a boa gente luga^ res mais prósperos queixar-se forasteiros. A razão P""^'P''\"'Vensu-

dada do musgo que manclui,

mais parece uma recri-

E tudo isso em gente que

Em conseqüência de tal estado de

coisas, formou-se uma mentalidade g

ram aos recém-chegados o

santos têm a nobre expressão das ima gens do século XVII, quando ainda os

nhaém, de 392 para 79.

Solidão

corações entrelaçados na maciez avclu-

dade de Itanhacm, que

956 para 80 e, em Ita-

mais isolada do que o Guarujá, que es na ponta da ilha de Santo Amaro.

foi possível transformar um canto da quela vastidão vazia em modesta resi

registraram na cal das paredes. ItfinJiaém

Itunhaém, enúwra no continente,

ro.stc.s

bonito.s ou esculpindo

atléticos.

^

íum-se, então, desabafos como e t.. _. A gente aqui balhar como na

tar que venham por a

nossas terras. Por

evãconta das

.ZTdesLoV

que se localizou em ""i vendo a lavoura local, e oin

corpos

Os santos são màsculamcnte

t"abàlho que^rne-

aos beirais acolhedores, janelas tipo "standard" ao invés das antigas "gui

sc, bem ao centro, a secular matriz, eni

lhotinas" que .se harmonizavam na aus

cuja

construção: 1761. E".idêntica aos vellios

poràdicamente e vivem o resto do tem-

do o litoral. Não excede trezentos qui

tera simplicidade das linhas antigas. O velho convento fica no alto, no pín-

templos de todo o litoral,

L no interior de suas choupanas no

lômetros de extensão. Começa no alto

caro de um morro que é ao mesmo tem

num barroco modesto, de uma simpli

meio do mato. Uma vez ou outra vao

da serra, na estação Evangelista de Sousa, do ramal de Mairinque, abrange

po um monolito. Os anos e o abando

cidade lírica.

ao mar, na faina de colher peixes. Es

no transformaram-no numa ruína. De

a ilha de São Vicente e de Santo Ama

sabou o telhado; apodreceu o soalho;

ro, e desce até Itanhaém. Foi feito o

ta, nem sempre é possível, em face da falta de recursos naquele imenso ema

as janelas despregaram-se dos encauxes. Sòmente resta, por amor de Deus, o conjunto de alvenaria. O mosteiro é uma ruína em pé. As janelas bem tra balhadas parecem olhar o visitante com

ranhado de canais, riachos e charcos que constituem a baixada santista,- e que lem

a fixidez mórbida de pupilas cegas. Em baixo, há uma pia de pedra artisticamen

bra a definição euclidiana da última página do gênesis, por isso' deixada ainda

te lavrada mas onde a fonte secou; foii*

de rodagem, não raro se verifica com

te de onde brotava antes água límpida.

pleto i^lamento por vários ,dias. Então,

naria.

A área submetida a controle é am

pla, mas muito restrita em relação a to

levantamento, de tôdas as casas, mas se a vontade de cobrir todo o setor é mui

porta principal se lê a data da in.spirados

Eis ali uma grande cidade de outrora,

—-e,

peitos pe.scadores que só

colhem dois robalos grandes e vao ofe

onde só muito recentemente chegou o telefone e que, às vêzes, fica inteira

recê-los aos hotéis do Gonzaga. Isso acontece geralmente às sexta-feiras, por

mente isolada. Quando cliove torrencialmente o ramal de Juquiá nuo oferece

ra de pescado para atender as exigên

transporte seguro e as marés altas blo queiam, até junto das dunas, a passa gem pela praia, aos automóveis e ôni bus.

i

japonês

E como não e.xiste uma estrada

que sabem de antemão a grande procu cias dos turistas do planalto. Fazem o

seu preço: um bom robalo rende cem cruzeiros.

E assim vão vivendo.. .• niiR

ns

r-f>rrn

na solidão


Dicesto EcoNÓ.Kflco

138

anunciaram os grandes sucessos do D. D. T., que ganhara a mais decisiva ba talha do Pacífico, nas selvas das ilhas dos mares do Sul.

O D. D. T. fizera

maravilhas; fora o niais fascinante dos feiticeiros.

O Serviço de Combate à Malária co

meçou o seu emprego sistemático e con

trolado.

Dividiu ampla área em seto

res e iniciou a pulverização regular das

em meio, paru a engenharia sanitária

e munnurejantc, que descia pela encos

concluir. Faltam elementos para permitir o deslocanumto fluvial do pessoal do D. D. T. E é por isso que a maior parle dos doentes procedo de casas isoladas, de lugares distantes on de ranchos tem porários, ergtiido.s às margens de um

ta abaixo.

riacho ou canal, onde apenas vai uma

barcaça de tempos a tempos, para car regar cachos de bananas, o forte da

habitações, todos os se

prodíição daquela terra

mestres. Os resutados ob

saturada

tidos foram os mais ani

madores. Em Santos, o número de doentes no

vos que, em 1947, fora

de 540, baixou para 39. Em São Vicente, a que da foi espetacular, de

139 Dicesto Econômico

de humidade.

Devido a reparações do emergência,

Exemplo típico do abandono em qjie tem sido mantido o litoral é dado pela histórica ci

dência do dois frades que montam guarda àqueles destroços c aguardam que o governo ou a fé dos católicos •re constituam o que foi cutrora um belo convento. A igreja é pequena. Tem um pequeno átrio onde se vêem nomes de pessoas que por ali passaram e os

ali,

o interior do templo,

porque a

agua desce livremente, nos dias de chu va, do alto do telhado.

Nos altares, os

"estrelas" dc Hollywood, conferindo-lhes

de não fora possível chegar, porque o

minação em pedra e caL As vetustas casas do velho largo da igreja foram, em grande parte, deforma

serviço não possui os meios de trans

das na fina sobriedade do seu estilo.

barbudos. Nas santas há a preocupa ção do decoro na roupagem. Em baixo, no largo da igreja, ergue-

porte necessários.

Mas a boa vontade

supriu, em parte, a escassez de maqui

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morava em lugares muito distantes on

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comum ouvir-se a boa gente luga^ res mais prósperos queixar-se forasteiros. A razão P""^'P''\"'Vensu-

dada do musgo que manclui,

mais parece uma recri-

E tudo isso em gente que

Em conseqüência de tal estado de

coisas, formou-se uma mentalidade g

ram aos recém-chegados o

santos têm a nobre expressão das ima gens do século XVII, quando ainda os

nhaém, de 392 para 79.

Solidão

corações entrelaçados na maciez avclu-

dade de Itanhacm, que

956 para 80 e, em Ita-

mais isolada do que o Guarujá, que es na ponta da ilha de Santo Amaro.

foi possível transformar um canto da quela vastidão vazia em modesta resi

registraram na cal das paredes. ItfinJiaém

Itunhaém, enúwra no continente,

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íum-se, então, desabafos como e t.. _. A gente aqui balhar como na

tar que venham por a

nossas terras. Por

evãconta das

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Os santos são màsculamcnte

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sc, bem ao centro, a secular matriz, eni

lhotinas" que .se harmonizavam na aus

cuja

construção: 1761. E".idêntica aos vellios

poràdicamente e vivem o resto do tem-

do o litoral. Não excede trezentos qui

tera simplicidade das linhas antigas. O velho convento fica no alto, no pín-

templos de todo o litoral,

L no interior de suas choupanas no

lômetros de extensão. Começa no alto

caro de um morro que é ao mesmo tem

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meio do mato. Uma vez ou outra vao

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ta, nem sempre é possível, em face da falta de recursos naquele imenso ema

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na solidão


T

Serrarias Almeida Porto S/A MADEIRAS

TELHADOS

1 a

ESQUADRIAS

í;

CAIXAS SOALHO

DE

TACOS

ssí bUSI

SERRARIA JAGUARÉ — Pres. Allino — Esí. de SSo Paulo

SERRARIA PARAGUAÇU — Paraguaçu Paulista — Est. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Rolandia — EsL do Paraná

SERRARIA STA. GtnLHERMINA — Arapongas — Est. do Paraná Escritório central

Rua Mons. Andrade, 318 Caixa Postal 792

SERRARIA ALIANÇA ~

intoma)

Endereço telegraflco:

SAO PAULO

"MADEIHAL'

Os trabalhos complexos do Ministério da Fazenda sâo simplificados e facilitados

por MÁQUINAS BURROUGHS!

EMPRESA

por todo o Brasil, nos ministérios e repar

dade, há mais de 60 anos famosas ei* todo

tições públicas, em grandes e pequenos

o mundo.

estabelecimentos industriais e comerciais, milhares de Máquinas Burroughs se en

Precisas e fáceis de operar, as Máquinas Burroughs economizam também tempo e

contram em trabalho.

trabalho. E são, por tudo Isso, vitais para

Há mais de 400 modelos Burroughs pai'a

qualquer organização moderna onde se lide

diferentes finalidades. Contabilidade, es

DE

tatística, faturamento, folhas de paga

mento, inúmeros serviços realizam-se com

Transportes Minas Gerais Lida. RIO DE JANEIRO: RUA SAO JANUÁRIO. 74 ★ FONE: 28-3377 SAO PAULO: RUA HIPÓDROMOi, 1465 ★ FONE: 9-1111 BELO HORIZONTE: RUA ARAPÉ, 115 * FONE: 2-7347

NITERÓI; TRAVESSA LUIZ PAULINO. 29 ★

SANTOS; RUA VISCONDE DO RIO BRANCO. 12

FONE: 2-1355

FONE: 6-535 (Prov.)

grande rapidez e absoluta precisão com o auxílio dessas máquinas de extrema utili

com cifias. Simplificando os trabalhos de contabilidade e estatística, as Máquinas Burroughs são um elemento indispensável ao progresso e expansão do comércio e ao bom andamento dos serviços públicos.

CIA. BURROUGHS DO BRASIL, IIMC. Rio de Janeiro s Ruo VlBCondc de Inhuúmo,* 134-12." andur S. Paulo: Largo do Paissnndú. Sl-sobreloja ♦ Agcntca em lodo o Brnail llcpresentaatee em Portugal: Kobinson Bor<ÍBlcy & C". Ltd., Coi-. <io Sod<é, Lisboa. Máqnina» de «omar, calcular, de contabilidade e de. Míntíífírn • Cairax rpfíinirnilorait - Sorvido do Manutenção ■ Aresfáriou,

i


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Há mais de 400 modelos Burroughs pai'a

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i


DARIO DE ALMEIDA MAGALHÃES

VÍTOR NUNES LEAL

CIA.

UNIÃO

DOS

ADVOGADOS

REFINADORES — AÇÚCAR E CAFÉ -

X

FUNDADA EM 1910 CAPITAL: CrS 50.000.000,00 Rua Senador Dantas. 20

15.o andar — salas ISQ7/9

RIO DE JANEIRO

8. BORGES DE FIGUEIREDO, 237 CAIXA POSTAL, n.o G95 SÃO PAULO

Q-

♦♦ ♦«

éíAiãú'1

Refinaria de Açúcar

TODOS bons produtos são imitados, mas omq imitação

Torrefação e Moagem

é sempr® uma imitação e nunco

de Café

ginal. "PARQUETINA" está

noderé superar o produto ori

sendo imitada^ mas nunca igua

lada/ montem o seu renome ha ♦♦ ♦♦

FRANCISCO

APRÍGIO

DOS

CAMPOS

SANTOS

ADVOGADOS

diretoria José Ferraz de Camargo

Comp. QtfiHict "OUAS INCORiS*"

Mário d'Almeida

Caixa Postal SI 41

íris Miguel Rolundo Armando Pereira Viariz Rua Araújo Pôrlo Alegre, 70 — Salas 318/319 Telefone: 42-9110 — RIO DE JANEIRO

yó anos. E' a única verdadeira céra períeita para um lar n»* derno e elegante.

Hanns Malt

José Antônio Rosas

SAO PAULO


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U I GC S I U ANUNCIAR

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DIGESTO

ECONOMICO SOB D.!.nspic»isiu ASSOCUÇÍO COMEBCMl K SAO PmO

t na FEBEBAUÍO DO COMEBCIO DO KTADP DE SAO PAULO

ECONOMICO Preciso Tuis inforin/ições, sóbrio e

I

SUMARIO

comentários, cômodo e elegante na apresenta

/

Pág./j

ção, o Digesto Ecoxómico, dando aos s us

leitores U7n panorama mensal do mundo dos ■negócios, circula numa classe de alto V c;t

aquisitivo e elevado padrão de vida- ^

^

razões, os amincios inseridos no

A balança "^'^ària e o problema do crédUo ^breu A rôfornta ^^""borracha .inlética - S. Fro^ de ^re^ 6 pVlVólao o ^-^õnVoWim"onto da África — ^-"íJiVeg ".T"'. ^ i Os planou »J5 pla_^B -- e -a economici ^conoml^mod^rnA luuutjiaa. — __ jj. oariDaiui __ Garibaldl I-ord Kern^Ace da situaç&o mundial ^ Roberto Pinto de Soma

O BrasU^n.

Basaa pa^L^?gamxaç&o o técnica Menlalidado, o\9^ _ Carlos Alberto

NÓMico são lidos, invariàvelmerríe, vável comprador.

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