Tfl'-
TERRAS DE ALTA QUALIDADE Vendas a prestações em pequenos e QTcndes lotes pela
C!fl. DE ÍERRfiS NORTE 00 PflRAHfl InjcriçíC' N.» 12 no Registro Gernl dc í»nrti."Cls fojiitirca de Londrina, na íorma do Lecrcto-Lci N.- joiv. de IS - 9- 192B
Vantaiota produção de: CAFS. CKRF.AIS. fumo. ALGODÃO, CANA DE AÇÚCAR, MANOiOCA, TKiCO. clc. âtrada de ferro — Otlmaa eatradns de rortagem Etplãndido serviço rodoirldrlo
AgênciaPrincipale Centro de Administração l^onclrina
DIGESTO
ECONOMICO SOB OS luspícios on ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 01 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Séde em 8âo Paulo, Rua S. Bento, 329 - S." andar - Caiy.a Postal 27 71 *
í
. NENHUM AGENTE DE VENDA ESTA AUTORtZAnO A RECEBEU DINHEIUO EM NOME DA C O M 1'A N H I A .
i S l IH A R I O
Pág./ O morcado livre de Câmbio — Rlchard Lewinsohn
v/
A Conjunlura Histórica e o Brasil — Plélio Jaguaribe
y'
Aspectos políticos dos problemas econômicos — Djacir Menezes
23^/
O custo das Leis Sociais — Dorival Teixeira Vieira
Ensino clássico o ensino técnico — Francisco Campos
33 /
Carlos Peixoto — Antônio Gontljo de Carvalho
39^
Uma {ase do transição — Nelson Worneck Sodré
56 /
Sua Majestade, o café — Geraldo O. Banaskiwitz Crise profunda na Economia Nacional — Moacyr Paixão
61^ 72^
Departamento do Economia para o Legislativo — Roberto Pinto de Sousa
J. FLORIAMO DE TOLEDO
76^
As sôcns nordestinas — Pimentel Gomes
ZO
A política do manganês — Oto Prazeres
84y
Cafó Genero do primeira necessidade — Constantino Carneiro Fraga A propriedade da terra no Brasil Colônia — José Arthur Rios
89^ 95^^
A Liberdade de iniciativa — Cândido Mota Filho
O cacau no Vale do Rio Doce — Clovis Caldeira
CORRETOR DE IMÓVEIS RUA SÃO BENTO,45 - 5.o ANDAR - SALAS 512-3-4
TELEFONES: 2-1421 E
2-7380
—
SÃO
103^
."
108y^
O pensamento econômico na Grécia — Arnóbio Graça
ü® /
Em tôrno dos tratados do 1810 — Otávio Tarqulnio de Souza
121'
PAULO ■
N.o 69 — AGOSTO DE 1950 — ANO VI
■
-T. -«v -
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA A VENDA
nos principais pontos de iomais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,OU. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
I
00 PRO^^
encomenda, bem como a receber pedidas de assinaturas, ao prcçu de Cr$ 50,00 anuais.
Agente geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, I9.o andar Rio de Janeiro
AlagoM: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 49, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Hua Joa quim Sarmento, 29, Mamus.
Paraná: J. Ghinmiono, Rua 13 de No vembro, 423. Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Chinaglia,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar, A(^A Recife .
Bahia: Alfredo J. de Souza 8t Cia., R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Piauí: Cláudio M. Tote, Tereslna.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque ti Cia.
Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia.
Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírlio Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 381, Vitória.
Av. Presidente
Vargas. 502. 19.o
andar.
ü
ASSIM SE IDEALIZA...
Rio Grande do Norte: Luís Romao. Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
ASSIM SE CONCRETIZA
Goiás: João Manarino. Rua Setenta A. Rio Grande do Sui: Sòniente para Por
Goiânia.
/^S GIGANTES de cimento armado
por todo o território nacional. E
Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
que são molivos de orgulho para todo paulista, que servem de índice do
Santa Catarina: Pedro Xavier fie Cia., Rua Felipe Schmidt. 8, Flcrlanóp.
nosso progresso c mesmo da nossa
assim, fazendo de um ideal uma es tupenda realidade, vai a gente bra sileira plasmando, com os seus arra
civilização, resultam do trabalho ár-
nha-céus, as grandes cidades da nova
São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
América.
duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo.
duo do engenheiro que, sôbre uma prancheta, faz a planta e calcula os
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Uua João Pessoa, 137, Aracaju.
c Comercial Dácio A. de Moraes S.A.
Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba
Território do Acre: Dlôgenes da Oli veira, Rio Branco.
o desenvolvimento maior de nossa
MatanhSo:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa, 114, São Luiz. Maio Groiio: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20, Cuiabá.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso, Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
to Alegre: Octavio Sagebin, Rua 7 de Setembro, 789, Porto Alegro, Para locais íora de Pôrto Alegre:
seus mínimos detalhes. A Construtora
há muito que vem coLborando para rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
terra, contando-se na sua fôlha de serviços, o levantamento de edifícios
CONSTRUTORA E COMÉRCIA?
DilCIO a. DE MORAES S. fl. Engenharia » Arquitetura - Construsóa» Rua LiUeru BiLaró, bO IQ." • le.Dimü ü-5539 São Paulo
■
-T. -«v -
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA A VENDA
nos principais pontos de iomais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,OU. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
I
00 PRO^^
encomenda, bem como a receber pedidas de assinaturas, ao prcçu de Cr$ 50,00 anuais.
Agente geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, I9.o andar Rio de Janeiro
AlagoM: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 49, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Hua Joa quim Sarmento, 29, Mamus.
Paraná: J. Ghinmiono, Rua 13 de No vembro, 423. Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Chinaglia,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar, A(^A Recife .
Bahia: Alfredo J. de Souza 8t Cia., R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Piauí: Cláudio M. Tote, Tereslna.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque ti Cia.
Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia.
Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírlio Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 381, Vitória.
Av. Presidente
Vargas. 502. 19.o
andar.
ü
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Rio Grande do Norte: Luís Romao. Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
ASSIM SE CONCRETIZA
Goiás: João Manarino. Rua Setenta A. Rio Grande do Sui: Sòniente para Por
Goiânia.
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por todo o território nacional. E
Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
que são molivos de orgulho para todo paulista, que servem de índice do
Santa Catarina: Pedro Xavier fie Cia., Rua Felipe Schmidt. 8, Flcrlanóp.
nosso progresso c mesmo da nossa
assim, fazendo de um ideal uma es tupenda realidade, vai a gente bra sileira plasmando, com os seus arra
civilização, resultam do trabalho ár-
nha-céus, as grandes cidades da nova
São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
América.
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duo do engenheiro que, sôbre uma prancheta, faz a planta e calcula os
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Uua João Pessoa, 137, Aracaju.
c Comercial Dácio A. de Moraes S.A.
Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba
Território do Acre: Dlôgenes da Oli veira, Rio Branco.
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MatanhSo:
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João Lisboa, 114, São Luiz. Maio Groiio: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20, Cuiabá.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso, Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
to Alegre: Octavio Sagebin, Rua 7 de Setembro, 789, Porto Alegro, Para locais íora de Pôrto Alegre:
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A CASA GENIN, tem a lã que V. deseja.
Companhia Siderúrgica Beígo Mineira ^^ I
S EM S I D E R Ü U G I A E M O N L E V A D E (Minas-GeraU)
Porem... recomenda AS MARCAS YPÊ E FILHINHA -
!■! ■■I
{Produtos SAMS) Programa de venda:
CASA GENIN
ferro redondo em barras E VERGALHÕES FERRO QUADRADO,
Rua São Bento, 244 — S. Paulo
ferro chato, ferro para ferraduras, cantoneiras, arame para pregos,
C\l\\ ECOXÔMICI FEDERAL DE SÃO P/\lLO Garantida pelo GovêmO Federal
aços comuns e especiais,
arame galvanizado, redondo e oval, ARAME preto RECOSIDO,
MATRIZ:
Praça da Sé, 111 — End. Tclegráíico "CAIXAFEUERAL" Depósitos populares até CrS 50.000,00 a juros de 5% ao ano,
arame farpado e grampos para cerca, capi-
tal.zados cm 30 de junho e 31 de dezembro.
ARAME COBREADO PARA MOLAS,
Empréstimos com garantias de hipotecas, jóias e objetos. Carteira da Casa Própria.
tubos pretos E GALVANIZADOS.
AGÊNCIAS NA CAPITAL
Brás — Av. Rangel Pestana, 2078 Lapa — Rua 12 de Outubro, 443
!■!
AGÊNCIAS NAS CIDADES DE:
IBI
Araraquara — Bauru — Campnas — Marília — Ourínhos — Pi nhal — Piracicaba — Ribeirão Preto — Rio Claro — Santo Andrc — São José do Rio Preto — Santos — Sorocaba — Taubaté —
Val nhos (posto de depósitos). AGÊNCIAS ECONÔMICAS POSTAIS:
Cafeiândia
Franca — Jau — Mogí Mirim — Tupã.
Agência em São Paulo: RUA BOA VISTA, 136 — 6° And. — Tel.: 3-2151 SÃO PAULO
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Agência em São Paulo: RUA BOA VISTA, 136 — 6° And. — Tel.: 3-2151 SÃO PAULO
.'-v'
DOSTOECOSÍMICO
O mercado livre de câmbio
I wMí ooj «60C1D? «M nmiUi imu fubticodo *ob 01 auipUiat da
.Mt;nrAiK) Ii\ri* de câmbio tem vá-
flDERlCiO DO COMERCIO 00
rios nomes. O mais popular, em bora não o mais exalo, é sempre "mer cado negrcí". Essa expressão data da primí!ira guerra numdial, (juando na
ESTADO DE SÍO PAULO
DIreíor tuper!Q!end«Bl«: MarlIiQ Aíiotuo Xavier de Silveira Diretor:
Anionlo Gonil]o de Carvalho
p Digeito Econômico. ôrgSo de ln> lormaçôes econômicas e flnancel-
í publicado mensalmente pela Mltora Comercial Ltda.
O Di^osto publicará no pró.ximo niiincro:
Europu as leis de racionamento eram infringidas por comerciantes que ofere
LENDO EUCLIDES — Allino Aranles.
ciam, na escuridão, morc;idori;is sujeitas ao controle das íiutoricladcs, a preços
CADO internacional — Dorival
0.5 quais o Brasil — o mercado «í\tc de
Teixeira Vieira.
tros paí.ses, uma fórmula mais elegante, o nome "mercado paralelo". Os geô-
geiras, nada tom de escuro.
O MAIS VELHO DOCUMENTÁRIO
devidamente citadas, nem pelos
MERCANTIL
DE
ESCRITURAÇÃO
E
BANCARIA
-
Afonso de Taunay.
Na transcrlçSo de artigos pede-se ciur o nome do Dlgesto Econômico.
càml>i(\ pelo menos o dc notas estran
AceJta-se intercâmbio com pubUMçoes congêneres nacionais e es trangeiras.
to.
Em
ESPLENDOR
E
DECADÊNCIA
geral.
MOEDA, INFLAÇÃO E PRODU ÇÃO — Djacir de Menezes.
lismo algum com as taxas do mercado
o \'cnda de moe
oficial. Sua característica é precisamen te a divergência completa em relação às taxas fixadas pelas autoridades monetá
das estrangeiras que fica interdi nionlo
sua
c.x-
portação sem au
torização
espe
mesmo
transa
ções cm divi,sas, acima
da
taxa
oficial, são, com certas condições,
Crí .50 00
admitidas ou to
"
CrI 58.00
leradas.
Cr$ 5.00
Atrasado:
CrÇ 8,00 ♦
RedacSo e Admlnlstraç&o: Tladulo Boa Vista, 17 > 7.o andar TeL 1-74ÍS — Caixa Postal, 240-B 8io Paulo
★
nietras talvez sorriam ao ouvir esse neo-
logismo, pois as taxas do mercado pa ralelo do câmbio não acusam parale
nao e a compra
Ano (simples) Número do mês:
líci
cial. Alem disso,
ASBINATimAS! Dlgaslo Econômico
(registrado)
É. dentro
mercado
tada, mas tão sò-
Nelson Werncck Sodré.
♦
.seja como compradores, seja como \-endedores, fazem operações nesses mer cados. Para chocar menos a sensibili
dade dos intcro.ssados, foi introduzida,
conceitos emitidos em artigos assi ♦
Porém, os adjetivos "negro" o "cin
zento" guardam uma nota pejorativa, pouco agradável para as pessoas que,
primeiro na Franç.a, em seguida em ou
PAULISTA
nados.
rios oficiais.
lanientí*. Ora. em muitos países — entre
de certos limites, um
A dlieçio nfio se responsabiliza
nou-.se um nome técnico que se encontra boje em jívros sérios e até em relató
ou om quautiilades superiores ao tubcPRODUTOS BRASILEIROS N'0 MER
♦
pelos dados cu]as fontes estejam
VI
RiciLvnn Lenvinsoiin
ir
tSSOCllClOCOHtRCULOESiOPSDU
*-r'
Para caracterizar, em particular, esta
última categoria de negócios cambiais, surgiu recentemente expressão "mer cado cinzento". Usado a princípio num sentido irônico, para transações não pròpriamente proibidas, mas também não
perfeitamente legais, a expressão tor-
rias. Via de rcg-a, são mais altas, mas lãs vezes também mais baixas. Como de monstraremos neste
artigo, o mercado paralelo também não reage paralelamen te quando as taxas oficiais são altera
das. Não obstante, o termo é hoje em dia o mais usual em
alguns países euro peus, e
populari
zou-se também no
Brasil.
Nos países anglosa.xônicos, é ainda muito
utilizado
têrmo "curb",
o
LK TV
.'-v'
DOSTOECOSÍMICO
O mercado livre de câmbio
I wMí ooj «60C1D? «M nmiUi imu fubticodo *ob 01 auipUiat da
.Mt;nrAiK) Ii\ri* de câmbio tem vá-
flDERlCiO DO COMERCIO 00
rios nomes. O mais popular, em bora não o mais exalo, é sempre "mer cado negrcí". Essa expressão data da primí!ira guerra numdial, (juando na
ESTADO DE SÍO PAULO
DIreíor tuper!Q!end«Bl«: MarlIiQ Aíiotuo Xavier de Silveira Diretor:
Anionlo Gonil]o de Carvalho
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í publicado mensalmente pela Mltora Comercial Ltda.
O Di^osto publicará no pró.ximo niiincro:
Europu as leis de racionamento eram infringidas por comerciantes que ofere
LENDO EUCLIDES — Allino Aranles.
ciam, na escuridão, morc;idori;is sujeitas ao controle das íiutoricladcs, a preços
CADO internacional — Dorival
0.5 quais o Brasil — o mercado «í\tc de
Teixeira Vieira.
tros paí.ses, uma fórmula mais elegante, o nome "mercado paralelo". Os geô-
geiras, nada tom de escuro.
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MERCANTIL
DE
ESCRITURAÇÃO
E
BANCARIA
-
Afonso de Taunay.
Na transcrlçSo de artigos pede-se ciur o nome do Dlgesto Econômico.
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AceJta-se intercâmbio com pubUMçoes congêneres nacionais e es trangeiras.
to.
Em
ESPLENDOR
E
DECADÊNCIA
geral.
MOEDA, INFLAÇÃO E PRODU ÇÃO — Djacir de Menezes.
lismo algum com as taxas do mercado
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oficial. Sua característica é precisamen te a divergência completa em relação às taxas fixadas pelas autoridades monetá
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c.x-
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mesmo
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taxa
oficial, são, com certas condições,
Crí .50 00
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Cr$ 5.00
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líci
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(registrado)
É. dentro
mercado
tada, mas tão sò-
Nelson Werncck Sodré.
♦
.seja como compradores, seja como \-endedores, fazem operações nesses mer cados. Para chocar menos a sensibili
dade dos intcro.ssados, foi introduzida,
conceitos emitidos em artigos assi ♦
Porém, os adjetivos "negro" o "cin
zento" guardam uma nota pejorativa, pouco agradável para as pessoas que,
primeiro na Franç.a, em seguida em ou
PAULISTA
nados.
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A dlieçio nfio se responsabiliza
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VI
RiciLvnn Lenvinsoiin
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Para caracterizar, em particular, esta
última categoria de negócios cambiais, surgiu recentemente expressão "mer cado cinzento". Usado a princípio num sentido irônico, para transações não pròpriamente proibidas, mas também não
perfeitamente legais, a expressão tor-
rias. Via de rcg-a, são mais altas, mas lãs vezes também mais baixas. Como de monstraremos neste
artigo, o mercado paralelo também não reage paralelamen te quando as taxas oficiais são altera
das. Não obstante, o termo é hoje em dia o mais usual em
alguns países euro peus, e
populari
zou-se também no
Brasil.
Nos países anglosa.xônicos, é ainda muito
utilizado
têrmo "curb",
o
LK TV
■WT"
Dic£sto Econômico
Dir.rsro
PREÇOS DO DÓLAR NOS MERCADOS LIVRES
teralmente, essa palavra significa "vah". "Special Frce Rate" — taxa 1í\tc es pecial — termo completamente fora de Foi introduzida na linguagem financei ra liá mais de um século, para denunciar uso no Brasil. como "curb brolcers" os corretores dissi dentes da Bolsa de Nova York, que continuam fazendo seus negocies na rua.
EcoNóxnro
Pcríoílo
Seja qual fór o têrino, o mercado lixTc de câmbio é um fato internacional c um fato importante que ninj^uém mais
Ariicnlina
Brasil
(pesos arg.)
Chile
(cruzeiros)
(pesos chil.)
(pesos unig.)
21,00 23,25 26,55
34,86 47,89
1,90
26,50
66,59
19*10 média 19*17 19-lS
-1,80
Bôlsa de Títulos de Nova Yorkv ao
Monetário Inlcrnacionai reconlieceii a
"
al,ril
9,25 9,.'5() 9.3.5 9,.50 10,30
lado do "Stock Exchange". É um mer cado perfeitamente organizado e fisca lizado, onde são negociados títulos de importantes companhias e a grande
importância dessas taxas, publicando vá rias delas regularmente no seu boletim
"
maio
9.60
mensal "International Financial Slatis-
" " "
Entretanto, já há muito tempo que a palavra perdeu seu caráter pejorativo. O "Curb Market" é a segunda grande
pode ignorar.
Em vários países, as
notadas pelos jornais, e o própri:) I*'imdo
tics".
Ê verdade que não sònu-nle it
maioria dos títulos governamentais es
terminologia como também a seleção
trangeiros.
dessas taxas é muito arbitrária.
Porém, em gíria, "curb"
guardou, nos Estados Unidos como na
Inglaterra, o sentido de negócios na nia, ao ar livre e em plena liberdade,
e é nesse sentido que o térmo é hoje utilizado também em publicações ofi• ciais, em particular as do Fundo Mo
194;.' janeiro
taxas do mercado livre são diàriamentc
Principalmente, são publicadas as ta xas livres das moedas dos países da
fewiciro
"
marçíí junho
l().*l()
agosto
10.60
seti mbro outubro noxembro dezembro 1950 janeiro
13,00
13,50 16,50 15,80 15,15
fevereiro
14.80
março
13,90
netário Internacional, para negócios
latino-americanas, sòinentc a taxa livre
cambiais no mercado livre.
do franco suíço c a da lira são mencio
nadas no Boletim do Fundo Monetário —
Como evidencia o alta do cló'ar no aproximadamente, da (-j- 50%) no Brasil e
quadro acima, a após-gucrra foi, mesma proporção no Uruguai, mas
muito mais forte na Argentina e no
As faxes registradas pelo Fundo
a última com a designação "Curb" —
Chile (-f 200%).
Monetário
c, além dis.so, com o título respeitoso de "Taxa inoficial de compra cm Nova
biais ficou pouco influenciado pela ma
Sem dúvida, o nome mais simples e mais apropriado de "mercado livre"
também tem seus inconvenientes. Já foi usado e abusado antes da guerra
para certas taxas de câmbio que nada
27,50
65.94
28,75 28,50
61.95
29,00 30,50 30,25 31,25
32,50 27,00 30,75 30,15 33,00 32,45
América Latina. Entre (js países euro
peus cujas moedas acusa\-am, até bâ pouco, maiores deságios que a.s moedas
York", a taxa livre do dólar canadense.
A taxa livre do franco francês, que fi gura na mesma publicação, não ó a \'crdadeira taxa livre que foi, temporàriamente, duas vêzes menor que a taxa oficial, mas a taxa fixada, sob controle
tinham de livres, mas eram fixadas pelas autoridades monetárias. A fim de evitar a confusão desses tipos de câmbio
do govôrno, pelos bancos auloriziidos. Limitamos, portanto, o quadro seguinte
O mais significati
vo ó que o movimento das taxas cam nutenção ou pelas mudanças das taxas oficiais. No Bradl. a taxa oficial ficou
práticamente a mesma, apenas ligeira mente alterada pela suspensão tempo rária (1946/47) do imposto sobre a transferencia de fundos para o exterioi*. No Chile as taxas múltiplas oficiais ficaram inalteradas até janeiro de 1950, quando foi criada uma nova taxa de 60,10 pesos por dólar — ao lado de
com as taxas verdadeiramente livres, o
à reprodução do movimento das taxas 1»'
Fundo Monetário Internacional recorre
vres e diferentes das ta.xas oficiais
a uma terminologia própria e pouco
diversas moedas, de acordo com os d»'
clara. Designa, por exempla, a taxa livre
entre 10,47 o 43,10. A criação da nova taxa não teve repercussão sensível sobre
dos publicados pelo Fundo Monetáfi^
a taxa do dólar no mercado livre.
do cruzeiro, em relação ao dólar, por
Internacional.
diversas outras que continuam variando
A desvalorização do pêso argentino,
60.48
60,72 64,68 71,12
81,57 93,15 96,44 99.96 102,15 98,80 97.62 96,95
Uruguai
1,90 2,38 2,50 2,32 2,25 2,25 2,28
2,65 2,64
2.77 2,85 3,60 3,10 2,60 2,85 2.78
em outubro do ano passado, provocou
uma forte alta do dólar no mercado li
vre, mas essa reação durou apenas al gumas semanas. Em seguida o dólar
desceu, pura atingir em março último
o mesmo nível em que se encontrava nas vésperas da desvalorização. Quanto ao
peso uruguaio, a reação sôbre a desvalo
rização foi semelhante: imediatamente
depms da mudança da taxa oficial, uma forte baixa do preço no mercado livre depois a volta ao nível anterior à de7; valorização.
O mercado de notas em Zurique '"dependência de movimentos no mercado livre em face da
deravalorização das taxas oficiais não é
uma particularidade das moedas da
América Latina. Fenômenos semelhan tes verificaram-se também para as moedas européias recentemente desvalori zadas.
■WT"
Dic£sto Econômico
Dir.rsro
PREÇOS DO DÓLAR NOS MERCADOS LIVRES
teralmente, essa palavra significa "vah". "Special Frce Rate" — taxa 1í\tc es pecial — termo completamente fora de Foi introduzida na linguagem financei ra liá mais de um século, para denunciar uso no Brasil. como "curb brolcers" os corretores dissi dentes da Bolsa de Nova York, que continuam fazendo seus negocies na rua.
EcoNóxnro
Pcríoílo
Seja qual fór o têrino, o mercado lixTc de câmbio é um fato internacional c um fato importante que ninj^uém mais
Ariicnlina
Brasil
(pesos arg.)
Chile
(cruzeiros)
(pesos chil.)
(pesos unig.)
21,00 23,25 26,55
34,86 47,89
1,90
26,50
66,59
19*10 média 19*17 19-lS
-1,80
Bôlsa de Títulos de Nova Yorkv ao
Monetário Inlcrnacionai reconlieceii a
"
al,ril
9,25 9,.'5() 9.3.5 9,.50 10,30
lado do "Stock Exchange". É um mer cado perfeitamente organizado e fisca lizado, onde são negociados títulos de importantes companhias e a grande
importância dessas taxas, publicando vá rias delas regularmente no seu boletim
"
maio
9.60
mensal "International Financial Slatis-
" " "
Entretanto, já há muito tempo que a palavra perdeu seu caráter pejorativo. O "Curb Market" é a segunda grande
pode ignorar.
Em vários países, as
notadas pelos jornais, e o própri:) I*'imdo
tics".
Ê verdade que não sònu-nle it
maioria dos títulos governamentais es
terminologia como também a seleção
trangeiros.
dessas taxas é muito arbitrária.
Porém, em gíria, "curb"
guardou, nos Estados Unidos como na
Inglaterra, o sentido de negócios na nia, ao ar livre e em plena liberdade,
e é nesse sentido que o térmo é hoje utilizado também em publicações ofi• ciais, em particular as do Fundo Mo
194;.' janeiro
taxas do mercado livre são diàriamentc
Principalmente, são publicadas as ta xas livres das moedas dos países da
fewiciro
"
marçíí junho
l().*l()
agosto
10.60
seti mbro outubro noxembro dezembro 1950 janeiro
13,00
13,50 16,50 15,80 15,15
fevereiro
14.80
março
13,90
netário Internacional, para negócios
latino-americanas, sòinentc a taxa livre
cambiais no mercado livre.
do franco suíço c a da lira são mencio
nadas no Boletim do Fundo Monetário —
Como evidencia o alta do cló'ar no aproximadamente, da (-j- 50%) no Brasil e
quadro acima, a após-gucrra foi, mesma proporção no Uruguai, mas
muito mais forte na Argentina e no
As faxes registradas pelo Fundo
a última com a designação "Curb" —
Chile (-f 200%).
Monetário
c, além dis.so, com o título respeitoso de "Taxa inoficial de compra cm Nova
biais ficou pouco influenciado pela ma
Sem dúvida, o nome mais simples e mais apropriado de "mercado livre"
também tem seus inconvenientes. Já foi usado e abusado antes da guerra
para certas taxas de câmbio que nada
27,50
65.94
28,75 28,50
61.95
29,00 30,50 30,25 31,25
32,50 27,00 30,75 30,15 33,00 32,45
América Latina. Entre (js países euro
peus cujas moedas acusa\-am, até bâ pouco, maiores deságios que a.s moedas
York", a taxa livre do dólar canadense.
A taxa livre do franco francês, que fi gura na mesma publicação, não ó a \'crdadeira taxa livre que foi, temporàriamente, duas vêzes menor que a taxa oficial, mas a taxa fixada, sob controle
tinham de livres, mas eram fixadas pelas autoridades monetárias. A fim de evitar a confusão desses tipos de câmbio
do govôrno, pelos bancos auloriziidos. Limitamos, portanto, o quadro seguinte
O mais significati
vo ó que o movimento das taxas cam nutenção ou pelas mudanças das taxas oficiais. No Bradl. a taxa oficial ficou
práticamente a mesma, apenas ligeira mente alterada pela suspensão tempo rária (1946/47) do imposto sobre a transferencia de fundos para o exterioi*. No Chile as taxas múltiplas oficiais ficaram inalteradas até janeiro de 1950, quando foi criada uma nova taxa de 60,10 pesos por dólar — ao lado de
com as taxas verdadeiramente livres, o
à reprodução do movimento das taxas 1»'
Fundo Monetário Internacional recorre
vres e diferentes das ta.xas oficiais
a uma terminologia própria e pouco
diversas moedas, de acordo com os d»'
clara. Designa, por exempla, a taxa livre
entre 10,47 o 43,10. A criação da nova taxa não teve repercussão sensível sobre
dos publicados pelo Fundo Monetáfi^
a taxa do dólar no mercado livre.
do cruzeiro, em relação ao dólar, por
Internacional.
diversas outras que continuam variando
A desvalorização do pêso argentino,
60.48
60,72 64,68 71,12
81,57 93,15 96,44 99.96 102,15 98,80 97.62 96,95
Uruguai
1,90 2,38 2,50 2,32 2,25 2,25 2,28
2,65 2,64
2.77 2,85 3,60 3,10 2,60 2,85 2.78
em outubro do ano passado, provocou
uma forte alta do dólar no mercado li
vre, mas essa reação durou apenas al gumas semanas. Em seguida o dólar
desceu, pura atingir em março último
o mesmo nível em que se encontrava nas vésperas da desvalorização. Quanto ao
peso uruguaio, a reação sôbre a desvalo
rização foi semelhante: imediatamente
depms da mudança da taxa oficial, uma forte baixa do preço no mercado livre depois a volta ao nível anterior à de7; valorização.
O mercado de notas em Zurique '"dependência de movimentos no mercado livre em face da
deravalorização das taxas oficiais não é
uma particularidade das moedas da
América Latina. Fenômenos semelhan tes verificaram-se também para as moedas européias recentemente desvalori zadas.
IT
I1
*
DlCESl
Dicesto EcoNÓNnco
9
Diciwro EcONÓ>aco
taxa oficial do dólar.' Desde essa época,
o preço do íló'ar livre cm Zurique os cila muito píTlo da taxa oficial.
qual o mercado livre antecipa as de-
o melhor pôsto <3e observação a esse
mundo são cliàHamcntc publicados rros
êsse aspecto, muna posição privilegiada,
absolulamintc certos. Sao ma;s indica
mento das mta-das européias que foram
nlunão e ao franco francês, tal explica
ções do que cotações. Em parlicidar, os preçcs das moedas de menor movi
oficialmente desvalorizadas etn 1949 —
ção é, sem dúvida, insuficiente.
a pescta espanhola ("taxa preferenciai")
querer atribuir nos Ixincos e particula
mento, tal o cnizxiro, acusam lelalivamcntc grandes fluluaçoe-;, f a mar
cm outubro, o xi.ing austríaco oin no
res que operam ncssê mercado dons
vembro, as outras niocvlas cm setembro.
proféticos, deve-se reconhecer que o
gem entre a taxa de compra c a taxa
Algumas, cm particular o marco alemão,
do venda difere ás vezes até 2(Kr, mar
o franco francês c o florim Imlandés
respeito é o mercado suíço, cm parlí- .grandes jornais suíços. Toda%ia, não cuiar o de Zurique. A Suíça está. sob se pode considerar ús'es dados como não somente por ser o único país eu
ropeu que não desvalorizou sua moeda desde a guerra, como também porque seus negócios cambiais gozam de plena liberdade.
Não se limitam, como na
maioria dos outros países, a casas espe cializadas em câmbio — via de regra
casas de maior vulto — mas os grandes bancos suíços tomam parte muito ati va no mercado cambial, o que lhe dá maior relêvo.
Porém, imiitv) mais curioso é o movi
gem em conscqtiència do risco de man
acu-javain já antes da desvalorizuição uma
ter as notas durante muito tempo antes
forte alta.
de encontrar um clit nle. Não obstante,
continuaram subindo depois da sna dcs-
os preços de Zurique são considerados
valoriz.ação, de 21% c 22!t> respectiva
na Europa como os mais representativos
mente, enquanto (iiie o florim. (jue foi desvuloriz.acio na proporção de G0%, fi
do mercado livre e servem como orien
Ao lado das divisas pròpriamente di
O marco e o franco Iranccs
ci}:üe.s das autoridades monetárias é vá
lida apenas cm algun.s casos. Em ou tros, como no que diz respeito ao marco Sem
movimento dos preços reflete, grosso
modo, a situação cambial dos rcíjpectivos países. O aumento ou a diminuição das reservas de ouro e de divisas cambiais, dos atrasados comerciais, a obtenção de empréstimos estrangeiros, a balança co mercial, em suma todos os elementos da
balança dc pagamentos entram no cál culo. Além disso, a inflação interna, o
há na Suíça um amplo mercado de notas
tação nas praças menos importantes. Utilizamos, portanto, é.sses preço.s para evidenciar o movimento das notas anle.s
cm francos suíços, nràticamenlo estável,
déficit orçuimcntário, o acréscimo ou de
.sofrendo apenas uma l);uxa de 8% cm
créscimo da produção têm efeitos sobre
estrangeiras, Os preços das cédulas de
e depois da desvaloriziição da libra es
relação ao dólar.
a fíumaçâo dos preços no mercado li
uns vinte países de tôdas as parles do
terlina cm setembro de 1949.
tas — transações em moeda e-critural —
cou desde o mês dc setembro, medido
A. baixa da libra cin relação ao franco
suíço foi igualmente pequena, depois
PREÇOS DE PAPEL-MOEDA NO MERCADO DE ZURIQUE
da desvalorização, ma.s neste caso o
(Em francos suíços) Paises
Unidúdes dezembro agôsto 48
Estados Unidos
Inglatena França Alemanha
Bélgica Holanda Suécia Itália
Áustria Dinamarca
Noruega
Espanha Portugal
49
I dólar
3,98
3,97
1 libra 100 francos 100 marcos 100 francos 100 florins 100 coroas 100 liras 100 xilings
12,40 .0,78 20,00 7,35
11,40
73,00
75,00 0,61
10,00 100 coroas 44,00 100 coroas 43,00 100 pesetas 11,20 100 escudos 14,70
1,07 e.s,50 8,65 106,00
outubro dezembro 49
4,33 11,10 1.13 67,30
8,63
10,25
100,00 70,00 0,85 14,20 50,00 50.00 10,00
15,25
14,50
71,00 0,67 16,00 53,00 52,00
mercado livre já antecipou a alteração da taxa oficial, c as notas inglesas guar
junho 50
49
daram um déficit dc cérca do 8% cm relação ã nova taxa oficiai cio dólar
4.32
4,29 10,05 1,10
11,15
(2,58 em vez de 2.80).
1,20
e.scandinavas,
83,00
As moedas
desvalorizadas
dc
30%,
72,00 8,60 103,00
8,50 106,50
67,00
70,75
sivelmente inferiores à nova taxa oficial.
0,66 13,50
0,63 13,50 49,00 49,00
O movimento das outras moedas tam
50,00 47,00 9,00
15,00
baixaram no mercado livro de 8-12%;
entretanto, os seus preços são ainda sen
bém ficou pouco influenciado pela clcsvaloriziição.
8,45 14,80
O critério do mercado Jiore
vro de câmbio.
Em outros casos, elementos mera
mente técnicos tornam-se decisivos. Tal
critério manifesta-se, sobretudo, na di ferenciação de diversas contas da mesma
moeda. A libra, por exemplo, não é mais inna divisa única. A Inglaterra mantém contas especiais de diversos
países, e os saldos dessas contas podem ser utilizados somente cm transações com o pais respectivo. Por conseguin te, o valor da libra não depende unica
mente da situação geral da Inglaterra, mas da posição comercial e financeira
da Grã-Bretanha em relação ao país em questão.
O negócio dessas divisas é
particularmente de:envolvido em Tanger, um dos mais importantes mercados li vres no mundo. No dia da desvaloriza
Para apreciar os
dados no quadro
setembro de 1949, no mercado
uma baixa de cerca de 8% em
fato de que os preços são expressos em francos suíços e que o próprio franco
ao dólar. Não foi uma depreciação sentido comum, pois o franco
suíço sofreu, sem ser desvalorizado, em
acusava antes um ágio em relação a
J
Em vista desses movimentos de apa rência paradoxal, surge a questão de saber qual é o critério do mercado li vre, A explicação comodista segundo a
ção do esterlino (18/9/49), as cotações
desses diversos tipos de libras inglêsas foram, dc acôrdo com o Banco Interna
cional de Tânger, as seguintes:
IT
I1
*
DlCESl
Dicesto EcoNÓNnco
9
Diciwro EcONÓ>aco
taxa oficial do dólar.' Desde essa época,
o preço do íló'ar livre cm Zurique os cila muito píTlo da taxa oficial.
qual o mercado livre antecipa as de-
o melhor pôsto <3e observação a esse
mundo são cliàHamcntc publicados rros
êsse aspecto, muna posição privilegiada,
absolulamintc certos. Sao ma;s indica
mento das mta-das européias que foram
nlunão e ao franco francês, tal explica
ções do que cotações. Em parlicidar, os preçcs das moedas de menor movi
oficialmente desvalorizadas etn 1949 —
ção é, sem dúvida, insuficiente.
a pescta espanhola ("taxa preferenciai")
querer atribuir nos Ixincos e particula
mento, tal o cnizxiro, acusam lelalivamcntc grandes fluluaçoe-;, f a mar
cm outubro, o xi.ing austríaco oin no
res que operam ncssê mercado dons
vembro, as outras niocvlas cm setembro.
proféticos, deve-se reconhecer que o
gem entre a taxa de compra c a taxa
Algumas, cm particular o marco alemão,
do venda difere ás vezes até 2(Kr, mar
o franco francês c o florim Imlandés
respeito é o mercado suíço, cm parlí- .grandes jornais suíços. Toda%ia, não cuiar o de Zurique. A Suíça está. sob se pode considerar ús'es dados como não somente por ser o único país eu
ropeu que não desvalorizou sua moeda desde a guerra, como também porque seus negócios cambiais gozam de plena liberdade.
Não se limitam, como na
maioria dos outros países, a casas espe cializadas em câmbio — via de regra
casas de maior vulto — mas os grandes bancos suíços tomam parte muito ati va no mercado cambial, o que lhe dá maior relêvo.
Porém, imiitv) mais curioso é o movi
gem em conscqtiència do risco de man
acu-javain já antes da desvalorizuição uma
ter as notas durante muito tempo antes
forte alta.
de encontrar um clit nle. Não obstante,
continuaram subindo depois da sna dcs-
os preços de Zurique são considerados
valoriz.ação, de 21% c 22!t> respectiva
na Europa como os mais representativos
mente, enquanto (iiie o florim. (jue foi desvuloriz.acio na proporção de G0%, fi
do mercado livre e servem como orien
Ao lado das divisas pròpriamente di
O marco e o franco Iranccs
ci}:üe.s das autoridades monetárias é vá
lida apenas cm algun.s casos. Em ou tros, como no que diz respeito ao marco Sem
movimento dos preços reflete, grosso
modo, a situação cambial dos rcíjpectivos países. O aumento ou a diminuição das reservas de ouro e de divisas cambiais, dos atrasados comerciais, a obtenção de empréstimos estrangeiros, a balança co mercial, em suma todos os elementos da
balança dc pagamentos entram no cál culo. Além disso, a inflação interna, o
há na Suíça um amplo mercado de notas
tação nas praças menos importantes. Utilizamos, portanto, é.sses preço.s para evidenciar o movimento das notas anle.s
cm francos suíços, nràticamenlo estável,
déficit orçuimcntário, o acréscimo ou de
.sofrendo apenas uma l);uxa de 8% cm
créscimo da produção têm efeitos sobre
estrangeiras, Os preços das cédulas de
e depois da desvaloriziição da libra es
relação ao dólar.
a fíumaçâo dos preços no mercado li
uns vinte países de tôdas as parles do
terlina cm setembro de 1949.
tas — transações em moeda e-critural —
cou desde o mês dc setembro, medido
A. baixa da libra cin relação ao franco
suíço foi igualmente pequena, depois
PREÇOS DE PAPEL-MOEDA NO MERCADO DE ZURIQUE
da desvalorização, ma.s neste caso o
(Em francos suíços) Paises
Unidúdes dezembro agôsto 48
Estados Unidos
Inglatena França Alemanha
Bélgica Holanda Suécia Itália
Áustria Dinamarca
Noruega
Espanha Portugal
49
I dólar
3,98
3,97
1 libra 100 francos 100 marcos 100 francos 100 florins 100 coroas 100 liras 100 xilings
12,40 .0,78 20,00 7,35
11,40
73,00
75,00 0,61
10,00 100 coroas 44,00 100 coroas 43,00 100 pesetas 11,20 100 escudos 14,70
1,07 e.s,50 8,65 106,00
outubro dezembro 49
4,33 11,10 1.13 67,30
8,63
10,25
100,00 70,00 0,85 14,20 50,00 50.00 10,00
15,25
14,50
71,00 0,67 16,00 53,00 52,00
mercado livre já antecipou a alteração da taxa oficial, c as notas inglesas guar
junho 50
49
daram um déficit dc cérca do 8% cm relação ã nova taxa oficiai cio dólar
4.32
4,29 10,05 1,10
11,15
(2,58 em vez de 2.80).
1,20
e.scandinavas,
83,00
As moedas
desvalorizadas
dc
30%,
72,00 8,60 103,00
8,50 106,50
67,00
70,75
sivelmente inferiores à nova taxa oficial.
0,66 13,50
0,63 13,50 49,00 49,00
O movimento das outras moedas tam
50,00 47,00 9,00
15,00
baixaram no mercado livro de 8-12%;
entretanto, os seus preços são ainda sen
bém ficou pouco influenciado pela clcsvaloriziição.
8,45 14,80
O critério do mercado Jiore
vro de câmbio.
Em outros casos, elementos mera
mente técnicos tornam-se decisivos. Tal
critério manifesta-se, sobretudo, na di ferenciação de diversas contas da mesma
moeda. A libra, por exemplo, não é mais inna divisa única. A Inglaterra mantém contas especiais de diversos
países, e os saldos dessas contas podem ser utilizados somente cm transações com o pais respectivo. Por conseguin te, o valor da libra não depende unica
mente da situação geral da Inglaterra, mas da posição comercial e financeira
da Grã-Bretanha em relação ao país em questão.
O negócio dessas divisas é
particularmente de:envolvido em Tanger, um dos mais importantes mercados li vres no mundo. No dia da desvaloriza
Para apreciar os
dados no quadro
setembro de 1949, no mercado
uma baixa de cerca de 8% em
fato de que os preços são expressos em francos suíços e que o próprio franco
ao dólar. Não foi uma depreciação sentido comum, pois o franco
suíço sofreu, sem ser desvalorizado, em
acusava antes um ágio em relação a
J
Em vista desses movimentos de apa rência paradoxal, surge a questão de saber qual é o critério do mercado li vre, A explicação comodista segundo a
ção do esterlino (18/9/49), as cotações
desses diversos tipos de libras inglêsas foram, dc acôrdo com o Banco Interna
cional de Tânger, as seguintes:
í IL Mlt.fl
Dicesto Económ^c®
10
i Conta de Tânger £ " argentina £ " belga
^ 3,32 - 3.30 ^ 3,30 _ .3..J0 5 3,70 - 3,80
£
"
£
" francesa n.® .1
holandesa transferível
$ 3,10 — 3,15
£ £ f
" espanhola " do Irã " portuguesa
$ 3,03 — 3,14 $ 3,OS — .3,lfi $ 3,45 — 3.70
£
" dinamarquesa
•$ 2,97 — 3^0.5
A conjuntura histórica e o Brasil
3 3.13 — 3.21
IIeuo Jacuahide
(Confcrâticúi rcaliziula, cm 2S de julho tí//«;no, sob os ouspícios do Instituto de Economia da Associação Comercio/ dc São Paulo e da Federação do Comercio do Estado de São Paulo) 1 — EMEnCÊNClA Naciünaj,
í;
A libra da conta brasileira tem tam-
se deveria scbrccslirriar o volume das
bém seu preço especial, bem diferente do preço geral da libra no mercado livrc.
transações nesse mercado. Embora somcm provavelmente lodo dia \';iríos nnIhõer. de dólares, são pcrpienas -cm re-
Enfim, o mercad. livre de câmbio ''^.^'..'""anSbiÔ "T""''"
observa, naturalmente, com grande "í"-'"",' H atençáe, os acontecimentos políticos in-
temacionais, A invasão da Coréia do '"""í''.'''"'
o Brasil, a despeito de suas insufi
T"'
"" «-«nier-
indica, porém, que essa fase está ul trapassada. Se c.vaininanuüs a conjun tura de nossa éjioca, \'Cieinos <iue a
passado, fôra-se tornando uma unida
aceleração dos fenômenos históricos su
de de interesses e de cultura a que não correspondia a pluralidade dos Estados .soberanos. Enquanto o desenvolvimen
S11I flp.. ^ " «a tc^orcia üo Su! deu imediatamente ensejo a um re-
internacional. Milhares de homens ..gócios em todos os poises acrcdi-
çao ao do.ar, em particular do franco
no mercado livre são mais realistas qno
c,s preços
perou a capacidade de rcajuslamento
rances. Não se deveria esperar que
as taxas oficiais, o essa convicção dá aO
vegelativo das nações. Se examinarmos nossa própria existência nacional, obser
cuo de varias moedas européias, em rc-
a opinião dos cambi:tas do mercado
livre sempre seja justa. Também não
com ou sem ra-adi„,
mórdios de.-ta centviria, em séria crise. A desproporção entre o nível cul-
ciências históricas, pode subsistia, até 'iurnl e técnico atingido pelos Estados nossos dias, como nação autônoma, por curopvus e a ordenação político-econô que nossa vitalidade vegetaliva tem bas mica inlomacional, provocou a ruptura tado para nossa auto-conservação. Tudo do equilíbrio das potências e desenca
l- rc c- rrnr.to F
cimento capitalístico, entrou, nos pri-
mercado livre sua verdadeira importáii'
varemos, confirmando essa preincncia,
cia na economia mundial.
que nossas crises se complicam umas com as outras, que nossa existência se em
bota, que o Brasil está na iminência de perder, inapelàvclmente, suas possibi
lidade:, de existência superior. As considerações que se seguem con sistem um esforço de análise da conjun
deou a guerra de 1914. A Europa, a partir da segunda metade do século
to europeu encontrou facilidades em ca
nalizar seu impulso para as áreas sub desenvolvidas do mundo, o imperialismo
colonial pôde dar vazão ao sôbie-poder dos Estados europeus. Desde que se esgotaram, contudo, as
pos;ibi!idades do imperialismo colonial,
aquele sôbre-poder levou-os a disputar
tura histórica e de nossa situação.
a hegemonia da Europa, conduzindo-os à gueira. A repartição de forças, entre
II — A coNjuNTunA msTÓniCA
as duas constelações de alianças, tomou impossível a afirmação de qualquer he gemonia, resultando a l.-"» Grande Guer
Individualismo político dos Estados
1
À cultura ocidental, de que somos modesta c vacilante expressão, mas a cujo destino estamos ligados, atravessa em nossa época um de seus momentos
de individualismo político dos grandes Estados europeus. Incapazes de ela borar uma ordenação política interna cional, voltaram a se defrontar em nova
decisivos'. O mundo formado pela Be-
lUta, mais violenta e destruidora que a
volução Francesa e consolidado, no sé culo XIX, pela criação de Estados mo
duas guerras foi o definitivo aniquíla-
dernos de base nacional e pelo enrique ... .
ra num debilitamento geral. Com isso surgiu a crise do que se poderia chamar
anterior. E a conseqüência final dejsas mento das potências européias. Nenhu-
í IL Mlt.fl
Dicesto Económ^c®
10
i Conta de Tânger £ " argentina £ " belga
^ 3,32 - 3.30 ^ 3,30 _ .3..J0 5 3,70 - 3,80
£
"
£
" francesa n.® .1
holandesa transferível
$ 3,10 — 3,15
£ £ f
" espanhola " do Irã " portuguesa
$ 3,03 — 3,14 $ 3,OS — .3,lfi $ 3,45 — 3.70
£
" dinamarquesa
•$ 2,97 — 3^0.5
A conjuntura histórica e o Brasil
3 3.13 — 3.21
IIeuo Jacuahide
(Confcrâticúi rcaliziula, cm 2S de julho tí//«;no, sob os ouspícios do Instituto de Economia da Associação Comercio/ dc São Paulo e da Federação do Comercio do Estado de São Paulo) 1 — EMEnCÊNClA Naciünaj,
í;
A libra da conta brasileira tem tam-
se deveria scbrccslirriar o volume das
bém seu preço especial, bem diferente do preço geral da libra no mercado livrc.
transações nesse mercado. Embora somcm provavelmente lodo dia \';iríos nnIhõer. de dólares, são pcrpienas -cm re-
Enfim, o mercad. livre de câmbio ''^.^'..'""anSbiÔ "T""''"
observa, naturalmente, com grande "í"-'"",' H atençáe, os acontecimentos políticos in-
temacionais, A invasão da Coréia do '"""í''.'''"'
o Brasil, a despeito de suas insufi
T"'
"" «-«nier-
indica, porém, que essa fase está ul trapassada. Se c.vaininanuüs a conjun tura de nossa éjioca, \'Cieinos <iue a
passado, fôra-se tornando uma unida
aceleração dos fenômenos históricos su
de de interesses e de cultura a que não correspondia a pluralidade dos Estados .soberanos. Enquanto o desenvolvimen
S11I flp.. ^ " «a tc^orcia üo Su! deu imediatamente ensejo a um re-
internacional. Milhares de homens ..gócios em todos os poises acrcdi-
çao ao do.ar, em particular do franco
no mercado livre são mais realistas qno
c,s preços
perou a capacidade de rcajuslamento
rances. Não se deveria esperar que
as taxas oficiais, o essa convicção dá aO
vegelativo das nações. Se examinarmos nossa própria existência nacional, obser
cuo de varias moedas européias, em rc-
a opinião dos cambi:tas do mercado
livre sempre seja justa. Também não
com ou sem ra-adi„,
mórdios de.-ta centviria, em séria crise. A desproporção entre o nível cul-
ciências históricas, pode subsistia, até 'iurnl e técnico atingido pelos Estados nossos dias, como nação autônoma, por curopvus e a ordenação político-econô que nossa vitalidade vegetaliva tem bas mica inlomacional, provocou a ruptura tado para nossa auto-conservação. Tudo do equilíbrio das potências e desenca
l- rc c- rrnr.to F
cimento capitalístico, entrou, nos pri-
mercado livre sua verdadeira importáii'
varemos, confirmando essa preincncia,
cia na economia mundial.
que nossas crises se complicam umas com as outras, que nossa existência se em
bota, que o Brasil está na iminência de perder, inapelàvclmente, suas possibi
lidade:, de existência superior. As considerações que se seguem con sistem um esforço de análise da conjun
deou a guerra de 1914. A Europa, a partir da segunda metade do século
to europeu encontrou facilidades em ca
nalizar seu impulso para as áreas sub desenvolvidas do mundo, o imperialismo
colonial pôde dar vazão ao sôbie-poder dos Estados europeus. Desde que se esgotaram, contudo, as
pos;ibi!idades do imperialismo colonial,
aquele sôbre-poder levou-os a disputar
tura histórica e de nossa situação.
a hegemonia da Europa, conduzindo-os à gueira. A repartição de forças, entre
II — A coNjuNTunA msTÓniCA
as duas constelações de alianças, tomou impossível a afirmação de qualquer he gemonia, resultando a l.-"» Grande Guer
Individualismo político dos Estados
1
À cultura ocidental, de que somos modesta c vacilante expressão, mas a cujo destino estamos ligados, atravessa em nossa época um de seus momentos
de individualismo político dos grandes Estados europeus. Incapazes de ela borar uma ordenação política interna cional, voltaram a se defrontar em nova
decisivos'. O mundo formado pela Be-
lUta, mais violenta e destruidora que a
volução Francesa e consolidado, no sé culo XIX, pela criação de Estados mo
duas guerras foi o definitivo aniquíla-
dernos de base nacional e pelo enrique ... .
ra num debilitamento geral. Com isso surgiu a crise do que se poderia chamar
anterior. E a conseqüência final dejsas mento das potências européias. Nenhu-
♦V '
DlCESTÜ licX)NáMlCO
12
ma delas logrou a hegemODÍa do con tinente. E a Europa, como unidade económico-poliüca, perdeu a hegemo nia do mundo, tomando-se tributária de novas potências.
perdrndo-s<? muitos dos N'alorcs criados e acumulados pela cultura ocidental. A crise esjjhitual
A crise que afeta as bases du vida Comparação com a Grécia
Não se pode deixar de ver uma sin gular corre-pondência entre ês:es fenô
material do Ocidente, sobretudo
da
Europa, encontra paralelo, it:j tprau ainda mais acentuado, ua perturbação
menos e os acontecimentos na Gréci4»
a partir de Pérlcles. Também a penín
O Ocidente é produto da feciindução do legado grego pelo cristianismo.
EcoNÔKnco
mesma não tarde muito.
As massas,
no seu destino sobrenatural, o não po
trata, fundamentalmente, de uma coli- '
dem, assim, consi rvar-se nos padrões culturais do Ocidente, cujos supostos ra
são entre o Ocidente e o Oriente.
dicam
numa
visão
transcendente do
Scroidão tccnicn
As perturbações materiais e espirituais que afetaram a vida ocidental li\'eram como efeito ncutializ;ir
tõdas as con
quistas mareadas pela ciência e pela téc
a Grécia se constituía numa unidade
tuída pelo espírito cientifico, nossa cul
eoonómico-cuitural e con:eguiu superar
tura passou a dirivar, perigosamente, para a negação de seus vahnes. O naturalúmo oitoccntisla marcou, no plano
De fato, o grande resultado da ciên
o depauperamento helênico e a conquis ta da península pelos macedônios e pos teriormente por Roma. Individualismo social
Se o individualismo político dos Es
das idéias, o momento crítico dessa auto-destruição.
Por coincidência, que oculta razões maLs profundas, a crise espiritual do
Ocidente atingiu seu máximo quando a Europa sc achava na plenitude de suas
potencialidades. Aí o motivo pelo qual
tados europeus os conduziu á situação
as elites culturais européias puderam su
em que ora se encontram, o individua
perar o naturalismo do século passado,
lismo social dos cidadãos deu causa a não menos graves resultados. Como é sabido, a incapacidade dos líderes da burguesia em elaborar um sistema de vida que assegurasse ao proletariado a satisfaçao de suas necessidades mínimas,
entendido êsse mínimo sob um ponto de vista histórico, levou o proletariado a se arregimentar contra as classes do
minantes, solapando as bases de seu poder. A conseqiiência da crise social foi a perturbação da economia íntima
de tôdas as nações, onde, quer persistam
no poder as classes burguesas, quer te nha este passado às mãos do proletaria do, a -vida humana ficou degradada.
abrindo novas e imensas por.spectivas para o espírito. Mas a superação dessa crise cultural não se fez sem deixar profundas cicatrizes. Quando as van guardas do pensamento ocidental aban
donavam o materialismo ''^^itoceulrista, ôssc atingia as massas, dcsorganizando-as espiritualmente. Sua mais grave conse qüência foi a causada no domínio reli
gioso. As elites ocidentais consoguiraiti»
cm certa margem, substit\iir a fé religio sa pela fé filoiófica. Embora esta não seja redutível àquela, pode-se admitir
que as elites conservem sua integrida de espiritual enquanto não se processo
uma renovação religiosa, desde que ®
nica nos últimos trezentos anos.
cia e da técnica ocidentais fõra o con trole da natureza.
Os fenômenos natu-
rai.s. graças à ciência e à técnica, foramse transformando, de ameaças, cm auxíliaros da vida.
Com as crises dos últi
mos decênios, essas vantagens desapare
ceram, porque a vida social, tornando-se caótica c problemática, adquiriu Ioda a insegurança e carregou-sc do tôdas as
ameaças que, liá trezentos anos. se ocul
tavam no mundo dos fenômenos natu rais.
A tecnificação da vida, realizada pelo afã de domínio do mundo, sc processou
à margem de qualquer controle e previ são.
Não SC elaborou uma técnica ca
paz de controlar a incursão das técnicas no âmbito da vida Iiumana.
Ri- 1
gorosnmente. um e outro não existem ,
mais. O Oriente ativo, representado pelo bloco russo, é um Oriente ocidentaliza- do, qnc licrdou a ciência e a técnica eu
mundo.
independência, que, na época em que a ameaça persa, entraram na luta pela hegemonia. O resultado dessa luta foi
iiílcrciscs o cuja forma de vida em tal ^
modo sc opõem que parece ine\'itável a ! deflagração de nova guerra. Não se '
Quando, a partir do Heuascimcnlo, a religiosidade ocidental foi sendo substi
dos-cidades, formados sob o clima da
entre duas potências antagônicas, cujos
porém, incapazes dc uma reação espe culativa, ficaram entregues ao imcdiatisino. Com isto, perderam a esperança
que desorganiza os supustos espírilvuiis de nossa cultura.
sula hclênica era um viveiro de Esta-
Du.ksio
Em com
ropéias e que se tomou perigoso justa mente por SC Inivcr integrado completa- > mente nos princípios científico-técnicos
do Ocidente. O Ocidente ati\'o, repre sentado pelo bloco americano, exprime uma cultura ocidental já decadente, desligada de seus supostos transcendentes.
Tampouco cabe dizer que o antagonismo russo-amcricano corresponda à' , luta do socialismo contra o capitalismo. ' O quadro cm que se formou essa lutai que era o da Europa democrático-libe--^ ral-capitalista, já foi profundamente al terado.
O socialismo mar.xísta, em .sua,'
aplicação soviética, tornou-se capitalis- ^ mo de Estado, monopólio dc Estado, 1 mais-\'alia de Estado. A liberdade eco nômica transformou-se em servidão to
tal. com supressão da liberdade política ' e individual. Por seu lado, a democra-'
cia liberal desapareceu, para dar lugar
a oligarquias, ao intervencionismo e à massificação.
O antagonismo russo-americano expri
seqüência, a vida humana ficou tccniíi-
me a necessidade de estabelecimento de uma ordenação político-econômica do mundo, impossível de se realizar suasò-
homem unicamente às suas dimensões
riamente pela oposição de interesses,
cada, despida de todos os valores con cretos da personalidade, reduzindo-se o sociais.
Antagonismo russo-americano
A ruína económico-política da Euro pa, sucedeu uma repartição do mundo
pela incompreensão de dois blocos de
diferente formação cultural, pela falta
recíproca de confiança, pela vontade de hegemonia. Exprime, no plano internai cional, a impotência do homem moder-
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DlCESTÜ licX)NáMlCO
12
ma delas logrou a hegemODÍa do con tinente. E a Europa, como unidade económico-poliüca, perdeu a hegemo nia do mundo, tomando-se tributária de novas potências.
perdrndo-s<? muitos dos N'alorcs criados e acumulados pela cultura ocidental. A crise esjjhitual
A crise que afeta as bases du vida Comparação com a Grécia
Não se pode deixar de ver uma sin gular corre-pondência entre ês:es fenô
material do Ocidente, sobretudo
da
Europa, encontra paralelo, it:j tprau ainda mais acentuado, ua perturbação
menos e os acontecimentos na Gréci4»
a partir de Pérlcles. Também a penín
O Ocidente é produto da feciindução do legado grego pelo cristianismo.
EcoNÔKnco
mesma não tarde muito.
As massas,
no seu destino sobrenatural, o não po
trata, fundamentalmente, de uma coli- '
dem, assim, consi rvar-se nos padrões culturais do Ocidente, cujos supostos ra
são entre o Ocidente e o Oriente.
dicam
numa
visão
transcendente do
Scroidão tccnicn
As perturbações materiais e espirituais que afetaram a vida ocidental li\'eram como efeito ncutializ;ir
tõdas as con
quistas mareadas pela ciência e pela téc
a Grécia se constituía numa unidade
tuída pelo espírito cientifico, nossa cul
eoonómico-cuitural e con:eguiu superar
tura passou a dirivar, perigosamente, para a negação de seus vahnes. O naturalúmo oitoccntisla marcou, no plano
De fato, o grande resultado da ciên
o depauperamento helênico e a conquis ta da península pelos macedônios e pos teriormente por Roma. Individualismo social
Se o individualismo político dos Es
das idéias, o momento crítico dessa auto-destruição.
Por coincidência, que oculta razões maLs profundas, a crise espiritual do
Ocidente atingiu seu máximo quando a Europa sc achava na plenitude de suas
potencialidades. Aí o motivo pelo qual
tados europeus os conduziu á situação
as elites culturais européias puderam su
em que ora se encontram, o individua
perar o naturalismo do século passado,
lismo social dos cidadãos deu causa a não menos graves resultados. Como é sabido, a incapacidade dos líderes da burguesia em elaborar um sistema de vida que assegurasse ao proletariado a satisfaçao de suas necessidades mínimas,
entendido êsse mínimo sob um ponto de vista histórico, levou o proletariado a se arregimentar contra as classes do
minantes, solapando as bases de seu poder. A conseqiiência da crise social foi a perturbação da economia íntima
de tôdas as nações, onde, quer persistam
no poder as classes burguesas, quer te nha este passado às mãos do proletaria do, a -vida humana ficou degradada.
abrindo novas e imensas por.spectivas para o espírito. Mas a superação dessa crise cultural não se fez sem deixar profundas cicatrizes. Quando as van guardas do pensamento ocidental aban
donavam o materialismo ''^^itoceulrista, ôssc atingia as massas, dcsorganizando-as espiritualmente. Sua mais grave conse qüência foi a causada no domínio reli
gioso. As elites ocidentais consoguiraiti»
cm certa margem, substit\iir a fé religio sa pela fé filoiófica. Embora esta não seja redutível àquela, pode-se admitir
que as elites conservem sua integrida de espiritual enquanto não se processo
uma renovação religiosa, desde que ®
nica nos últimos trezentos anos.
cia e da técnica ocidentais fõra o con trole da natureza.
Os fenômenos natu-
rai.s. graças à ciência e à técnica, foramse transformando, de ameaças, cm auxíliaros da vida.
Com as crises dos últi
mos decênios, essas vantagens desapare
ceram, porque a vida social, tornando-se caótica c problemática, adquiriu Ioda a insegurança e carregou-sc do tôdas as
ameaças que, liá trezentos anos. se ocul
tavam no mundo dos fenômenos natu rais.
A tecnificação da vida, realizada pelo afã de domínio do mundo, sc processou
à margem de qualquer controle e previ são.
Não SC elaborou uma técnica ca
paz de controlar a incursão das técnicas no âmbito da vida Iiumana.
Ri- 1
gorosnmente. um e outro não existem ,
mais. O Oriente ativo, representado pelo bloco russo, é um Oriente ocidentaliza- do, qnc licrdou a ciência e a técnica eu
mundo.
independência, que, na época em que a ameaça persa, entraram na luta pela hegemonia. O resultado dessa luta foi
iiílcrciscs o cuja forma de vida em tal ^
modo sc opõem que parece ine\'itável a ! deflagração de nova guerra. Não se '
Quando, a partir do Heuascimcnlo, a religiosidade ocidental foi sendo substi
dos-cidades, formados sob o clima da
entre duas potências antagônicas, cujos
porém, incapazes dc uma reação espe culativa, ficaram entregues ao imcdiatisino. Com isto, perderam a esperança
que desorganiza os supustos espírilvuiis de nossa cultura.
sula hclênica era um viveiro de Esta-
Du.ksio
Em com
ropéias e que se tomou perigoso justa mente por SC Inivcr integrado completa- > mente nos princípios científico-técnicos
do Ocidente. O Ocidente ati\'o, repre sentado pelo bloco americano, exprime uma cultura ocidental já decadente, desligada de seus supostos transcendentes.
Tampouco cabe dizer que o antagonismo russo-amcricano corresponda à' , luta do socialismo contra o capitalismo. ' O quadro cm que se formou essa lutai que era o da Europa democrático-libe--^ ral-capitalista, já foi profundamente al terado.
O socialismo mar.xísta, em .sua,'
aplicação soviética, tornou-se capitalis- ^ mo de Estado, monopólio dc Estado, 1 mais-\'alia de Estado. A liberdade eco nômica transformou-se em servidão to
tal. com supressão da liberdade política ' e individual. Por seu lado, a democra-'
cia liberal desapareceu, para dar lugar
a oligarquias, ao intervencionismo e à massificação.
O antagonismo russo-americano expri
seqüência, a vida humana ficou tccniíi-
me a necessidade de estabelecimento de uma ordenação político-econômica do mundo, impossível de se realizar suasò-
homem unicamente às suas dimensões
riamente pela oposição de interesses,
cada, despida de todos os valores con cretos da personalidade, reduzindo-se o sociais.
Antagonismo russo-americano
A ruína económico-política da Euro pa, sucedeu uma repartição do mundo
pela incompreensão de dois blocos de
diferente formação cultural, pela falta
recíproca de confiança, pela vontade de hegemonia. Exprime, no plano internai cional, a impotência do homem moder-
r/T-v'
Dicesro
no em face da tecnificaçáu da vida, an te a inexistência de uma técnica ^que controle socialmente as técnicas.
Outros perigos internacionais
A terminação da fase imperialista eu ropéia se fc-z coincidindo com o desenmvirnento do imperialismo americano.
Sem analisar os múltiplos aspectos dêsse
imperialismo, basta caracterizar dois
.pontos do mesmo. De um lado, a luta pe.os mercados de manufaturados fez os Estados Uhidos conservarem suas tari
fas potecionistas, de sorte a tomar im possível a concoiTência industrial estrangeiia em território americano. De
outro lado, o autarquismo ianque e a ne cessidade de aplicar capitais com maior endimento estão levando os Estados Unidos à formação de grandes lavou ras tropicais na África, ameaçando, pe
i
rigosamente, a agricultura sul-america na, principalmente a brasileira. Acres-
Econónhco
leo. Principalmente se- pefistirnvis eni
querer industrializar o pctrób-a <onlant]u apenas com o capital nacional. Concomitantcmente, aiiul.» «pu- pos
ção das mais amplas conseqüências. A transição do carvão-de-pedra para o petro.eo marcou a passagem do predomí nio inglês para o americano. A desçoberta da energia atômica e seu não dis tante emprêgo industrial tornarão obso-
letas as atuais formas de obtenção de energia e os processos industriais neles
baseados. Isso se dara precisamente quando o Brasil inicia o aproveitamento
de seu petróleo. E' muito possível que o aproveitamento industrial da energia atômica se faça em prazo bastante curto
para nos impedir um lucro compensador
da extração e do refinamento do petró
a integridade do planeta, com 'tudo que néle existe, em face das possibilidades
se inigiinlada, sobretudo por causa da
de autn-deslruição.
americano 6 cada vez menos capaz de dar escoamento h produção do país. Multiplicada essa produção com o esfôr- " ço dc guerra, c .suprimidos os mercados
suamos um dos combustíveis nnc-Iearcs
Em prazo mais imediato, podemos di
hoje conhecidos — o lório. tl«- nossas areias nionazílicas — não tlisponios do "baclc' ground" técnico-indu trial m-ccs-
zer (pie o antagoni.snío russo-amerlcano,
prestes a causar uma guerra incontrolá
superprodução.
O
mercado
interno
vel. é capaz de pro\ocar a ruína de to da a Europa e de afetar, i-ni escala ini-
europeus, não terão mais os norte-ame
mento seu aparelho ecninómico.
teremos de lutar com niii atraso inicial
maginá\cl, a \ ida americana. Tudo indi ca (juc a no\a marra acarretará a ocu pação, pela Rússia, de tôda a Europa con
que pode não ser rcc upí rãx cl.
tinental. com incmitáxel extermínio de
sário à utilização dos combustÍNeis atô
micos. E portanto, (pianclo enscrcdarmos pela obtenção da eneripa nuclear,
i! d
vidas e destruição de bens.
Os países
ricanos meios de manter
em funciona
O itiutrdo ibérico \
Consídorc-sc. agora, essa fração do
ocupados serão explorados implacàvel-
Ocidente que é o mundo ibérico, com-
menle; sa^us recursos canalizados para a
procndondo a Península Ibérica e a Amé
Nunca os homens cloniinarain a liistória. O desenrolar dos aconlcc-inu'n-
Hús.siu t orientados para a satisfação das necessidades so\-iclicas, sua população vá
rica Latina, especialmente importante para nós, que somos uma das principais
tos sempre ultrapassou os limites da
lida condenada ao trabalho cscra\o. Se,
nações qiie o integram.
consciência e da ação buinanas. Acon
numa segunda etapa da guer
A desintegração do mondo
tece, porém, (jue a cicucia c a técnica
ra, ;i reaçfu) americana lexar a
müderna.s intervém, cfelis aincntc, f ein
lula para o território russo, a
grande escala, na composição clc nosso futuro. Apesar disso, nossa incapacidade de controlar e pre\cr os r-fcilos dessa
retirada das forças soviéticas
a história se cle.senrolc à nossa revelia.
lo.s de serxàr aos americanos.
cente-se a isso outro fato relevante, qual seja o da transição, que ora se processa, intervenção continuam fazendo coni (pic para uma nova fonte de energia. Como e sabido, a adoção de novas fontes de energia constituiu sempre uma revolu
15
Dicesto EcoNó^aco
Achanio-nos, pois, na grave e paradoxal situação de provocarmos, consciente mente, efeitos que afetam, ein longo prazo, o nosso futuro, sendo incapazes de dirigir o conj'unto e o sentido desses efeitos.
O mundo da cultura, que sempre con sistiu num mundo à imagem c seme
lhança do homem, tornoii-se indepen dente do próprio homem.
Além do mundo natural, que cerca a vida da e.spécie de um permanente risco, estamos envolvidos por um mundo cultural, cons
truído por nós mas hoj'e independente de nossa vontade, incontrolável e im' previsível, que ameaça a integridade nosso espírito. Que ameaça, inclusive,
não se fará
sem a completa
destruição dos territórios ocu
pados, \'isando impossibilitáUma tal de.strnição poderá causar a morte de dezenas de milhões de vidas,
não tanto por seus
efeitos imediatos quanto pelo fato de a vida moderna depender da articulação de uma complicada lédc de uHHdadcs e serviços cuja desorganização se torna fatal . Sem luz e fôrça, sem água e es
gotos, sem transportes, sem fontes c e produção, sem intercâmbio comercial, a população de qualquer país moderno, sobretudo as populações urbanas, estão
Depois de um letargo dc dois séculos, a Espanha de nossos dias ocupou, quase su bitamente, uma
posição
de
vanguarda no pensamento oci dental. A men.sagem espanho la não se caracteriza, todavia,
por inovações no domínio téc-
nico-cicntífico, que foi onde melhores frutos produziu a J cultxira do Ocidente nos últimos tre- " zentos anos. Justamente o que há de importante no pensamento ibérico mo
derno é que ele voltou a se ocupar, verdadeiramente, do homem e de seu destino. Mas esse no\'o humanismo
ibériec, tão rico de perspectivas filosó ficas, contrasta, singularmente, com as
condições cconómico-políticas da Espa nha. Essa desproporção empresta uma
condenadas a uma rápida extcrminaçao.
feição agônica à moderna cultura espa
Reduzida a Europa a um campo de ruí nas, dizimada sua população, desorgani
nhola. E' como o canto do cisne de uma grande nação que não reúne mais os requisitos necessários para sobrevi ver. E' verdade que a América Latina, com todas as suas possibilidades virgens,
zada sua vida económico-poHtica, os Es tados Unidos deverão enfrentar, depois da guerra, embora vencendo-a, uma cri
r/T-v'
Dicesro
no em face da tecnificaçáu da vida, an te a inexistência de uma técnica ^que controle socialmente as técnicas.
Outros perigos internacionais
A terminação da fase imperialista eu ropéia se fc-z coincidindo com o desenmvirnento do imperialismo americano.
Sem analisar os múltiplos aspectos dêsse
imperialismo, basta caracterizar dois
.pontos do mesmo. De um lado, a luta pe.os mercados de manufaturados fez os Estados Uhidos conservarem suas tari
fas potecionistas, de sorte a tomar im possível a concoiTência industrial estrangeiia em território americano. De
outro lado, o autarquismo ianque e a ne cessidade de aplicar capitais com maior endimento estão levando os Estados Unidos à formação de grandes lavou ras tropicais na África, ameaçando, pe
i
rigosamente, a agricultura sul-america na, principalmente a brasileira. Acres-
Econónhco
leo. Principalmente se- pefistirnvis eni
querer industrializar o pctrób-a <onlant]u apenas com o capital nacional. Concomitantcmente, aiiul.» «pu- pos
ção das mais amplas conseqüências. A transição do carvão-de-pedra para o petro.eo marcou a passagem do predomí nio inglês para o americano. A desçoberta da energia atômica e seu não dis tante emprêgo industrial tornarão obso-
letas as atuais formas de obtenção de energia e os processos industriais neles
baseados. Isso se dara precisamente quando o Brasil inicia o aproveitamento
de seu petróleo. E' muito possível que o aproveitamento industrial da energia atômica se faça em prazo bastante curto
para nos impedir um lucro compensador
da extração e do refinamento do petró
a integridade do planeta, com 'tudo que néle existe, em face das possibilidades
se inigiinlada, sobretudo por causa da
de autn-deslruição.
americano 6 cada vez menos capaz de dar escoamento h produção do país. Multiplicada essa produção com o esfôr- " ço dc guerra, c .suprimidos os mercados
suamos um dos combustíveis nnc-Iearcs
Em prazo mais imediato, podemos di
hoje conhecidos — o lório. tl«- nossas areias nionazílicas — não tlisponios do "baclc' ground" técnico-indu trial m-ccs-
zer (pie o antagoni.snío russo-amerlcano,
prestes a causar uma guerra incontrolá
superprodução.
O
mercado
interno
vel. é capaz de pro\ocar a ruína de to da a Europa e de afetar, i-ni escala ini-
europeus, não terão mais os norte-ame
mento seu aparelho ecninómico.
teremos de lutar com niii atraso inicial
maginá\cl, a \ ida americana. Tudo indi ca (juc a no\a marra acarretará a ocu pação, pela Rússia, de tôda a Europa con
que pode não ser rcc upí rãx cl.
tinental. com incmitáxel extermínio de
sário à utilização dos combustÍNeis atô
micos. E portanto, (pianclo enscrcdarmos pela obtenção da eneripa nuclear,
i! d
vidas e destruição de bens.
Os países
ricanos meios de manter
em funciona
O itiutrdo ibérico \
Consídorc-sc. agora, essa fração do
ocupados serão explorados implacàvel-
Ocidente que é o mundo ibérico, com-
menle; sa^us recursos canalizados para a
procndondo a Península Ibérica e a Amé
Nunca os homens cloniinarain a liistória. O desenrolar dos aconlcc-inu'n-
Hús.siu t orientados para a satisfação das necessidades so\-iclicas, sua população vá
rica Latina, especialmente importante para nós, que somos uma das principais
tos sempre ultrapassou os limites da
lida condenada ao trabalho cscra\o. Se,
nações qiie o integram.
consciência e da ação buinanas. Acon
numa segunda etapa da guer
A desintegração do mondo
tece, porém, (jue a cicucia c a técnica
ra, ;i reaçfu) americana lexar a
müderna.s intervém, cfelis aincntc, f ein
lula para o território russo, a
grande escala, na composição clc nosso futuro. Apesar disso, nossa incapacidade de controlar e pre\cr os r-fcilos dessa
retirada das forças soviéticas
a história se cle.senrolc à nossa revelia.
lo.s de serxàr aos americanos.
cente-se a isso outro fato relevante, qual seja o da transição, que ora se processa, intervenção continuam fazendo coni (pic para uma nova fonte de energia. Como e sabido, a adoção de novas fontes de energia constituiu sempre uma revolu
15
Dicesto EcoNó^aco
Achanio-nos, pois, na grave e paradoxal situação de provocarmos, consciente mente, efeitos que afetam, ein longo prazo, o nosso futuro, sendo incapazes de dirigir o conj'unto e o sentido desses efeitos.
O mundo da cultura, que sempre con sistiu num mundo à imagem c seme
lhança do homem, tornoii-se indepen dente do próprio homem.
Além do mundo natural, que cerca a vida da e.spécie de um permanente risco, estamos envolvidos por um mundo cultural, cons
truído por nós mas hoj'e independente de nossa vontade, incontrolável e im' previsível, que ameaça a integridade nosso espírito. Que ameaça, inclusive,
não se fará
sem a completa
destruição dos territórios ocu
pados, \'isando impossibilitáUma tal de.strnição poderá causar a morte de dezenas de milhões de vidas,
não tanto por seus
efeitos imediatos quanto pelo fato de a vida moderna depender da articulação de uma complicada lédc de uHHdadcs e serviços cuja desorganização se torna fatal . Sem luz e fôrça, sem água e es
gotos, sem transportes, sem fontes c e produção, sem intercâmbio comercial, a população de qualquer país moderno, sobretudo as populações urbanas, estão
Depois de um letargo dc dois séculos, a Espanha de nossos dias ocupou, quase su bitamente, uma
posição
de
vanguarda no pensamento oci dental. A men.sagem espanho la não se caracteriza, todavia,
por inovações no domínio téc-
nico-cicntífico, que foi onde melhores frutos produziu a J cultxira do Ocidente nos últimos tre- " zentos anos. Justamente o que há de importante no pensamento ibérico mo
derno é que ele voltou a se ocupar, verdadeiramente, do homem e de seu destino. Mas esse no\'o humanismo
ibériec, tão rico de perspectivas filosó ficas, contrasta, singularmente, com as
condições cconómico-políticas da Espa nha. Essa desproporção empresta uma
condenadas a uma rápida extcrminaçao.
feição agônica à moderna cultura espa
Reduzida a Europa a um campo de ruí nas, dizimada sua população, desorgani
nhola. E' como o canto do cisne de uma grande nação que não reúne mais os requisitos necessários para sobrevi ver. E' verdade que a América Latina, com todas as suas possibilidades virgens,
zada sua vida económico-poHtica, os Es tados Unidos deverão enfrentar, depois da guerra, embora vencendo-a, uma cri
■»r'
DlGESTO ECONÓNflOO
16
absor\'e a mensagem da velha metró pole e poderia tomar-se, com maior fuhiro, a portadora dessa cultura. Mas a situa^-ão po'ítico-económica da América Latina não inspira menores apreensões. A maioria dos países latino-america nos não conseguiu superar suas limita'•.Ções geográficas, econômicas e sociais. São países prematuramente condenados
à morte, sufocados pelas resistências do nneio^ pela escassez de população e de ■ recursos. Apenas a Argentina e o Bra sil apresentam condições mais sóíidas de perduração, A falta de compreensão de
tica de crescente incompatibilidade. As redações oficiais entre a Argentina e o Brasil se tomam cada vez mais tensas.
Embora a economia desses dois países seja complementar, embora represente mos, com a Argentina, as duas expres• sóes mais
viáveis da cultura ibérica,
apesar, portanto, de compormos uma unidade
económico-cultural,
estamos
sendo levados, por ínconsciência, por uiepcia, por concessão a ridículas" pre
tensões de hegemonia, a nos tomarmos países hostis, caminhando insanamente
para uma guerra. E a deflagração de uma guerra argentino-brasileira repre sentará um golpe, talvez fatal, para as possibilidades históricas dos dois países. Nem um nem outro está em condições e.xercer uma hegemonia sul-america-
ua, que, inclusive, não significaria coi sa alguma na totalidade da conjuntura histórica; tanto mais que se trata de
dois países que só podem prosperar uni dos e que poderiam facilmente camipara a composição de um ordena mento internacional sul-americano,
17
*00 inconsciente perturlxui o mecanismo
Em suma
^ produção e consumiu, cm iniciativas A conjuntura
histórica se apresenta
com as còrcs mais sombrias. Estamos
planejadas, fabulosas parcelas da 'cceita pública. Por oulrti lado, sendo
entrem em falência, esmagadas sob o pê-
so dc dcficits crescentes, incapazes de renovar seu equipamento, consütuindo
no fim do ciclo europeu da culttira oci
o fiincionali.smo púl)IÍco a única ativi-
dental. No momento mais delicado da cultura ibérica. Estamos no limiar da
uma ferida aberta por onde se esvai a receita pública.
o Estado viu-.^^e íiirçado a ampliar, ca-
A crise poUtica c administrativa
*hido que se apresenta â classe média,
era atômica. Apesar disso nos, brasi leiros, não vimos agindo em função des
ponto dc comprometer em seu paga-
ses fatôres, nem temos clara consciên
^<?nto a maior parte de sua receita.
cia dos mesmos e de sua significação,
"a vez mais, os quadros do pessoal, ao
Iticomprccn.sâo da moeda
III — A SITUAÇÃO DRASILEIIIA
No plano financeiro, fomos incapazes
Estagnação econômica
Qe compreender o xcrdadeiro sentido da
i^uas respectivas situações, contudo, está
levando as duas repúblicas a uma polí
DicESTo EconAnuco
Contemp'ando a situação interna do Brasil, verificaremos que a nossa econo mia está afetada por um cre ccnte anquilosamcnto. Nossa produção não au menta na proporção do crescimento xa»jetalivo da população. Os centros ur banos provocaram o ôxodo dos campos, com prejuízo para a mão-de-obra agrí cola, tornando-se grandes consumidores de uma produção estacionaria. E os capitais concentrados nas grandes cida
des vêm afluindo, prevalentemcnlo, pa ra a especulação imobiliária. Os juros compensadores das operações urbanas dificultaram cada vez mais o crédito ru
ral. A clarse média, cujo crescimento é
correspondente ao das grandes cidades,
^ocda num país como o nosso. Vimos ^dotando conceitos clássicos sòbre os ^^eíos de pagamento,
som nos darmos
Conta de q\ic os proiileiuas de inflação
o def.açao não se ccjuaeionam igualnicnto nos países em cpic a produção supera corresponde ao consumo e nos países
Cm que ela fica abai.vu deste.
Além de
^fílor, a moeda é cnc rgia. Se, do pon-
Ic dc vista cslátict», ela acusa o valor riquezíi existente, do ponto dc vista
dinâmico ela representa um título de
^''cdílo sôbre a produção futura. Apesar de nosso classicismo, porem,
somos forçados a emitir para saldar os dcficits. Mas éstes, dado o excesso de
funcionários públicos, se origina das fôfhas de pagamento. Destarte, chegamos
tem-se visto a braços com dificuldades
oq absurdo dc preconizar uma política
do vida sempre maiores, acliando-sc cm plena crise. De tudo isso resultou uma progressi
def,acionária e anti-creditícia, para aca
va e inconsciente estatização.
Por fal
ta de compreensão de nossos problemas, nunca fomos capazes de prever e de evi tar as crises.
Ocorridas estas, o Esta
do, premido pelas circunstâncias, foi di latando, sem o menor planejamento, a esfera de sua intervenção. Êsse estatis-
barmos financiando o consumo, ou seja, praticarmos a essência da inflação. En quanto isso, se estagnam nossas fontes
produtivas, por falta de financiamento. Por outro lado, apesar de 80% do nos so intercâmbio de mercadorias se pro cessarem por intermédio das estradas de
^erro, deixamos que estas, não auferin do a necessária compensação dos fretes,
Política e administrativamente, a si tuação brasileira ainda é pior.
Os ór-
gãü.s e os homens públicos não repre
sentam nenhum interèsse coletivo. Se omitirmos algumas declarações constitu
cionais e dii posições de nossos códigos,
não poderemos dizer se a política brasi
leira é capitalista ou proletária. Porque nossa política não tem vinculação algu ma com os interesses fundamentais das
clasíes, nem representa as aspirações da nacionalidade. Entregues ao jogo fortuilo da i>olitica de clientela, somos do
minados por uma oligarquia de políti cos profissionais, que, por força de -le
gislação eleitoral, monopolizam o poder
dc indicar candidatos e de promover sua eleição, Tôda a política brasileira está controlada por algumas centenas de homens, que compõem a fraternidade
dos políticos profissionais, a revezar-se no poder.
Por outro lado, o Estado brasileiro, como instrumento do serviço público está completamente desaparelhado para exercer suas funções. Carecemos de equipes especializadas. Com exceção dos ministérios militares e do Itamarati, os demais órgãos do serviço público não contam com funcionários especialmente adestrados para suas tarefas. Tôda a vida económico-financeira do Brasil está entregue a homens improvisados, que o
favoriüsmo oficial coloca em funções básicas.
Há uma completa subversão
administrativa no tocante nos órgãos e
■»r'
DlGESTO ECONÓNflOO
16
absor\'e a mensagem da velha metró pole e poderia tomar-se, com maior fuhiro, a portadora dessa cultura. Mas a situa^-ão po'ítico-económica da América Latina não inspira menores apreensões. A maioria dos países latino-america nos não conseguiu superar suas limita'•.Ções geográficas, econômicas e sociais. São países prematuramente condenados
à morte, sufocados pelas resistências do nneio^ pela escassez de população e de ■ recursos. Apenas a Argentina e o Bra sil apresentam condições mais sóíidas de perduração, A falta de compreensão de
tica de crescente incompatibilidade. As redações oficiais entre a Argentina e o Brasil se tomam cada vez mais tensas.
Embora a economia desses dois países seja complementar, embora represente mos, com a Argentina, as duas expres• sóes mais
viáveis da cultura ibérica,
apesar, portanto, de compormos uma unidade
económico-cultural,
estamos
sendo levados, por ínconsciência, por uiepcia, por concessão a ridículas" pre
tensões de hegemonia, a nos tomarmos países hostis, caminhando insanamente
para uma guerra. E a deflagração de uma guerra argentino-brasileira repre sentará um golpe, talvez fatal, para as possibilidades históricas dos dois países. Nem um nem outro está em condições e.xercer uma hegemonia sul-america-
ua, que, inclusive, não significaria coi sa alguma na totalidade da conjuntura histórica; tanto mais que se trata de
dois países que só podem prosperar uni dos e que poderiam facilmente camipara a composição de um ordena mento internacional sul-americano,
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*00 inconsciente perturlxui o mecanismo
Em suma
^ produção e consumiu, cm iniciativas A conjuntura
histórica se apresenta
com as còrcs mais sombrias. Estamos
planejadas, fabulosas parcelas da 'cceita pública. Por oulrti lado, sendo
entrem em falência, esmagadas sob o pê-
so dc dcficits crescentes, incapazes de renovar seu equipamento, consütuindo
no fim do ciclo europeu da culttira oci
o fiincionali.smo púl)IÍco a única ativi-
dental. No momento mais delicado da cultura ibérica. Estamos no limiar da
uma ferida aberta por onde se esvai a receita pública.
o Estado viu-.^^e íiirçado a ampliar, ca-
A crise poUtica c administrativa
*hido que se apresenta â classe média,
era atômica. Apesar disso nos, brasi leiros, não vimos agindo em função des
ponto dc comprometer em seu paga-
ses fatôres, nem temos clara consciên
^<?nto a maior parte de sua receita.
cia dos mesmos e de sua significação,
"a vez mais, os quadros do pessoal, ao
Iticomprccn.sâo da moeda
III — A SITUAÇÃO DRASILEIIIA
No plano financeiro, fomos incapazes
Estagnação econômica
Qe compreender o xcrdadeiro sentido da
i^uas respectivas situações, contudo, está
levando as duas repúblicas a uma polí
DicESTo EconAnuco
Contemp'ando a situação interna do Brasil, verificaremos que a nossa econo mia está afetada por um cre ccnte anquilosamcnto. Nossa produção não au menta na proporção do crescimento xa»jetalivo da população. Os centros ur banos provocaram o ôxodo dos campos, com prejuízo para a mão-de-obra agrí cola, tornando-se grandes consumidores de uma produção estacionaria. E os capitais concentrados nas grandes cida
des vêm afluindo, prevalentemcnlo, pa ra a especulação imobiliária. Os juros compensadores das operações urbanas dificultaram cada vez mais o crédito ru
ral. A clarse média, cujo crescimento é
correspondente ao das grandes cidades,
^ocda num país como o nosso. Vimos ^dotando conceitos clássicos sòbre os ^^eíos de pagamento,
som nos darmos
Conta de q\ic os proiileiuas de inflação
o def.açao não se ccjuaeionam igualnicnto nos países em cpic a produção supera corresponde ao consumo e nos países
Cm que ela fica abai.vu deste.
Além de
^fílor, a moeda é cnc rgia. Se, do pon-
Ic dc vista cslátict», ela acusa o valor riquezíi existente, do ponto dc vista
dinâmico ela representa um título de
^''cdílo sôbre a produção futura. Apesar de nosso classicismo, porem,
somos forçados a emitir para saldar os dcficits. Mas éstes, dado o excesso de
funcionários públicos, se origina das fôfhas de pagamento. Destarte, chegamos
tem-se visto a braços com dificuldades
oq absurdo dc preconizar uma política
do vida sempre maiores, acliando-sc cm plena crise. De tudo isso resultou uma progressi
def,acionária e anti-creditícia, para aca
va e inconsciente estatização.
Por fal
ta de compreensão de nossos problemas, nunca fomos capazes de prever e de evi tar as crises.
Ocorridas estas, o Esta
do, premido pelas circunstâncias, foi di latando, sem o menor planejamento, a esfera de sua intervenção. Êsse estatis-
barmos financiando o consumo, ou seja, praticarmos a essência da inflação. En quanto isso, se estagnam nossas fontes
produtivas, por falta de financiamento. Por outro lado, apesar de 80% do nos so intercâmbio de mercadorias se pro cessarem por intermédio das estradas de
^erro, deixamos que estas, não auferin do a necessária compensação dos fretes,
Política e administrativamente, a si tuação brasileira ainda é pior.
Os ór-
gãü.s e os homens públicos não repre
sentam nenhum interèsse coletivo. Se omitirmos algumas declarações constitu
cionais e dii posições de nossos códigos,
não poderemos dizer se a política brasi
leira é capitalista ou proletária. Porque nossa política não tem vinculação algu ma com os interesses fundamentais das
clasíes, nem representa as aspirações da nacionalidade. Entregues ao jogo fortuilo da i>olitica de clientela, somos do
minados por uma oligarquia de políti cos profissionais, que, por força de -le
gislação eleitoral, monopolizam o poder
dc indicar candidatos e de promover sua eleição, Tôda a política brasileira está controlada por algumas centenas de homens, que compõem a fraternidade
dos políticos profissionais, a revezar-se no poder.
Por outro lado, o Estado brasileiro, como instrumento do serviço público está completamente desaparelhado para exercer suas funções. Carecemos de equipes especializadas. Com exceção dos ministérios militares e do Itamarati, os demais órgãos do serviço público não contam com funcionários especialmente adestrados para suas tarefas. Tôda a vida económico-financeira do Brasil está entregue a homens improvisados, que o
favoriüsmo oficial coloca em funções básicas.
Há uma completa subversão
administrativa no tocante nos órgãos e
Dicesto EcoNó^^co
18
ir
Descendo do nível universitário para
aos servidores do Estado. O Banco do Brasil, uma sociedade particular isenta
o secundário, presenciamos um verda
dos necessários controles, estende -"^eus
deiro descalabro.
A
instrução
piora
pseudópodos por toda a administração, à
verticalmente.
As turmas ípif sarm de
revelia dos ministérios especializados e
nossos ginásios e que vão constituir a
do Congresso Nacional. Êste, por seu
opinião e a cultura mctlia do Pais, são
lado, carece de menor aparelhagem pa
destiluidas das mais rudinunlarcs no
ra o exercício de suas atribuições, per manecendo numa dependência do Exe
ções sõbre qualquer assunto. Paulainos nossa educação secundária por uni hu manismo arcaico c mal compreendido.
cutivo incompatível com o cumprimento das suas finalidades.
Confundimos,
como o \ellio clero do
Império, humanismo com ensino de la A crise cultural
tim. Confundimos a aprendiza*.;! in coiu o
cultivo da memória, c isso numa época
Passando do plano econômico e político-administrativo para o cultural, no ta-se a mesma situação de insuficiência
cm que as tabelas e informações iichadas tornam dc reduzida \alia o e fur<;"0 mncmònico. Além disso, o que uíiicla
w Dir;FMí» El UNiÚMiru americano.s tr.itam conosco em têrmos
tôdas essas questões, que se desenham
enniciciai.s.
cm planos tão distintos, desde o filosófi-
Paralc.aincntc, de.sciuoKc-sc a dema
gogia tl.is correntes populistas, que pronicteni dar o que não tem. fazer o que nao iaheni v repartir uma ri(|ue7.a incXtstentc, Mas (jue. de quah|uer modo,
sâo^ o (pie há de mais eficaz no Brasil, parco.a da pcípiena burguesia. En quanto i.s.so, no.ssos homens públicos, in capazes dl- lorem fé mim país cpic seja
por éle.s governado, seguros da geral •rresponsahiliclade, se aproxeitam dos cargos para !oeup'etaçües e orientam to-
ficável man a de padronização, nnm país
cultura moderna. Reina o mais primá
em que os Estados têm condiç-ão e ida
a l^ajulação dos parasitas.
rio objetivismo. As ciências são enten didas como coisas perfeitas e acabadas, e se confundem
com seus programas
oficiais. Nosso saber é técnico ou cien-
tífico-especializado, e ainda assim em nível precário. Falta-nos completamen te êsse saber culto, que consiste nu
ma compreensão filosófico-histórica do
de histórica tão diferente. De sorte que ncsso cn ino secundário nc-m resulta nu ma efetiva educação humanista, nem
equipa nossos gínasianos c<nn a instru ção necessária para (juc \i\ani sc-gundo as concliçõc.s concretas di- seus Estados
e Municípios c as e.xigcncias técnicoeconómicas do mundo contemporâneo.
mundo.
O panorama universitário e educacio nal do Brasil não nos promete uma rápi da elevação de nossa cultura. As uni versidades atendem, unicamente, à for
mação técnico-profi^sional dos futuros membros da classe liberal. E o fazem
muito deficitàriamentc. As Faculdades de Filosofia, que representam um esfôr-
Difisociação nacional
País sem iniciativa prixada, eiii c^uc
pululam as cidades c falta um correspon dente parque induFtrial, cm quo a re ceita pública é devorada pelas folhas de pagamento, em que a falta de produ
Na prática, tais faculdades são escolas
ção impede a importação dos equipa mentos básicos, estamos mergulhando, vertiginosamente, no pauperismo e na miséria. Ficamos, então, tudo aguar dando do Estado, ou do auxílio pater-
normais superiores que formam profes
nalístico da América do Norte, surpresos
sores de ginásio,
e indignados quando observamos que os
ço para a superação desse nível, não es tão adaptadas a suas funções. Falta-lhes uma colocação adequada em face da pró
pria filosofia e das ciências culturais.
o brasileiro contemporâneos. O futuro da religião
urbano dt- eonsÍderá\cl
sileiro se acha completamente a quo da
c mais grave, pecamos por uma injusti
que sumãrianiente, as per£pecti\'as que ■
SC abrem para o homem ocidental e para
^ ja granjear.un a adesão de <piase todo o proletariado
a .sua x lda pública para a conquista "•as peqiuuias xantagons do prestigio — o ^■arro oficial, a saudação dos contínuos,
e desmoronamento. O pensamento bra
co-roligioso até o político e econômico. Cumpre, entretanto, considerar, ainda
Nesse clima, o nível moral do País,
aletado pdas conx-ulscães espirituais de
nossa época, pela descristianização do "aindo, pela tecnificação da vida, pela uincionalização da pessoa luimana, en'^"nlra noxo.i.-. fatòres do per\'crsão. Nospovo perdeu, delinitixamcnle, a con-
hinça em seus dirigentes. Está perden
do a esperança em seu futuro. Sem sao que fazer da vida, o povo brasi leiro está-se abastardando. — PehsPECTIVAS E POSSIBILID/VDES
A tomada de con.sciéncia da conjunhistórica c da situação brasileira, a
A análise da conjuntura histórica reve
la que se encontram em crise os supos
tos espirituais e materiais do Ocidente. Essas crises, contudo, não são necessàriamente ínsuperáxeís.
Considerando, inicialmente,
o plano
filosófico-religloFo, devemos observar que a religiosidade é uma constante es piritual do homem. Por outro lado, não
é crível que a altura religiosa atingida jDelo Ocidente se perca para sempre. A indiferença religiosa das massas acusa apenas a impossibilidade de (continua rem vigindo, no mundo contemporâneo,
os modelos
de religiosidade formados
pela Europa mcdiewal e renascentista.
Em grau menor, houve crises semelhan
tes na história do cristianismo. Assim, os modelos de religiosidade patrística, apoiados no ccnobitismo e na contem
plação mística, ficaram íibalados no pe ríodo feudal 230sterior à ruína do impé
rio carolínglo. A reação de S. Fran cisco de Assis possibilitou uma renova
ção do cristianismo, segundo o modelo
da santidade pela pobreza. Por sua vez,
c.xemplo do esboçado nas linhas ante
a ciise re.igiosa
aguarda a cultura ocidental e a pessoa
vidualismo religioso, criou o modelo do puritano. De outro lado, pela Contra-
riores, suscita uma angnstíosa interroga ção. Que vai ser do mundo e do Biaiiil, nestes anos vindouros ? Que futuro
humana, tal como a forjou essa cultura ? O âmbito deste trabalho não compor
ta, evidentemente, uma elucidação de
do Renascimento foi
superada, de um lado, pela Reforma,
que, na base do lixTe exame e do indi
Reforma, que, na base de obediência,
criou o modelo da santidade pela abdi cação da vontade. Tudo indica que,
\
Dicesto EcoNó^^co
18
ir
Descendo do nível universitário para
aos servidores do Estado. O Banco do Brasil, uma sociedade particular isenta
o secundário, presenciamos um verda
dos necessários controles, estende -"^eus
deiro descalabro.
A
instrução
piora
pseudópodos por toda a administração, à
verticalmente.
As turmas ípif sarm de
revelia dos ministérios especializados e
nossos ginásios e que vão constituir a
do Congresso Nacional. Êste, por seu
opinião e a cultura mctlia do Pais, são
lado, carece de menor aparelhagem pa
destiluidas das mais rudinunlarcs no
ra o exercício de suas atribuições, per manecendo numa dependência do Exe
ções sõbre qualquer assunto. Paulainos nossa educação secundária por uni hu manismo arcaico c mal compreendido.
cutivo incompatível com o cumprimento das suas finalidades.
Confundimos,
como o \ellio clero do
Império, humanismo com ensino de la A crise cultural
tim. Confundimos a aprendiza*.;! in coiu o
cultivo da memória, c isso numa época
Passando do plano econômico e político-administrativo para o cultural, no ta-se a mesma situação de insuficiência
cm que as tabelas e informações iichadas tornam dc reduzida \alia o e fur<;"0 mncmònico. Além disso, o que uíiicla
w Dir;FMí» El UNiÚMiru americano.s tr.itam conosco em têrmos
tôdas essas questões, que se desenham
enniciciai.s.
cm planos tão distintos, desde o filosófi-
Paralc.aincntc, de.sciuoKc-sc a dema
gogia tl.is correntes populistas, que pronicteni dar o que não tem. fazer o que nao iaheni v repartir uma ri(|ue7.a incXtstentc, Mas (jue. de quah|uer modo,
sâo^ o (pie há de mais eficaz no Brasil, parco.a da pcípiena burguesia. En quanto i.s.so, no.ssos homens públicos, in capazes dl- lorem fé mim país cpic seja
por éle.s governado, seguros da geral •rresponsahiliclade, se aproxeitam dos cargos para !oeup'etaçües e orientam to-
ficável man a de padronização, nnm país
cultura moderna. Reina o mais primá
em que os Estados têm condiç-ão e ida
a l^ajulação dos parasitas.
rio objetivismo. As ciências são enten didas como coisas perfeitas e acabadas, e se confundem
com seus programas
oficiais. Nosso saber é técnico ou cien-
tífico-especializado, e ainda assim em nível precário. Falta-nos completamen te êsse saber culto, que consiste nu
ma compreensão filosófico-histórica do
de histórica tão diferente. De sorte que ncsso cn ino secundário nc-m resulta nu ma efetiva educação humanista, nem
equipa nossos gínasianos c<nn a instru ção necessária para (juc \i\ani sc-gundo as concliçõc.s concretas di- seus Estados
e Municípios c as e.xigcncias técnicoeconómicas do mundo contemporâneo.
mundo.
O panorama universitário e educacio nal do Brasil não nos promete uma rápi da elevação de nossa cultura. As uni versidades atendem, unicamente, à for
mação técnico-profi^sional dos futuros membros da classe liberal. E o fazem
muito deficitàriamentc. As Faculdades de Filosofia, que representam um esfôr-
Difisociação nacional
País sem iniciativa prixada, eiii c^uc
pululam as cidades c falta um correspon dente parque induFtrial, cm quo a re ceita pública é devorada pelas folhas de pagamento, em que a falta de produ
Na prática, tais faculdades são escolas
ção impede a importação dos equipa mentos básicos, estamos mergulhando, vertiginosamente, no pauperismo e na miséria. Ficamos, então, tudo aguar dando do Estado, ou do auxílio pater-
normais superiores que formam profes
nalístico da América do Norte, surpresos
sores de ginásio,
e indignados quando observamos que os
ço para a superação desse nível, não es tão adaptadas a suas funções. Falta-lhes uma colocação adequada em face da pró
pria filosofia e das ciências culturais.
o brasileiro contemporâneos. O futuro da religião
urbano dt- eonsÍderá\cl
sileiro se acha completamente a quo da
c mais grave, pecamos por uma injusti
que sumãrianiente, as per£pecti\'as que ■
SC abrem para o homem ocidental e para
^ ja granjear.un a adesão de <piase todo o proletariado
a .sua x lda pública para a conquista "•as peqiuuias xantagons do prestigio — o ^■arro oficial, a saudação dos contínuos,
e desmoronamento. O pensamento bra
co-roligioso até o político e econômico. Cumpre, entretanto, considerar, ainda
Nesse clima, o nível moral do País,
aletado pdas conx-ulscães espirituais de
nossa época, pela descristianização do "aindo, pela tecnificação da vida, pela uincionalização da pessoa luimana, en'^"nlra noxo.i.-. fatòres do per\'crsão. Nospovo perdeu, delinitixamcnle, a con-
hinça em seus dirigentes. Está perden
do a esperança em seu futuro. Sem sao que fazer da vida, o povo brasi leiro está-se abastardando. — PehsPECTIVAS E POSSIBILID/VDES
A tomada de con.sciéncia da conjunhistórica c da situação brasileira, a
A análise da conjuntura histórica reve
la que se encontram em crise os supos
tos espirituais e materiais do Ocidente. Essas crises, contudo, não são necessàriamente ínsuperáxeís.
Considerando, inicialmente,
o plano
filosófico-religloFo, devemos observar que a religiosidade é uma constante es piritual do homem. Por outro lado, não
é crível que a altura religiosa atingida jDelo Ocidente se perca para sempre. A indiferença religiosa das massas acusa apenas a impossibilidade de (continua rem vigindo, no mundo contemporâneo,
os modelos
de religiosidade formados
pela Europa mcdiewal e renascentista.
Em grau menor, houve crises semelhan
tes na história do cristianismo. Assim, os modelos de religiosidade patrística, apoiados no ccnobitismo e na contem
plação mística, ficaram íibalados no pe ríodo feudal 230sterior à ruína do impé
rio carolínglo. A reação de S. Fran cisco de Assis possibilitou uma renova
ção do cristianismo, segundo o modelo
da santidade pela pobreza. Por sua vez,
c.xemplo do esboçado nas linhas ante
a ciise re.igiosa
aguarda a cultura ocidental e a pessoa
vidualismo religioso, criou o modelo do puritano. De outro lado, pela Contra-
riores, suscita uma angnstíosa interroga ção. Que vai ser do mundo e do Biaiiil, nestes anos vindouros ? Que futuro
humana, tal como a forjou essa cultura ? O âmbito deste trabalho não compor
ta, evidentemente, uma elucidação de
do Renascimento foi
superada, de um lado, pela Reforma,
que, na base do lixTe exame e do indi
Reforma, que, na base de obediência,
criou o modelo da santidade pela abdi cação da vontade. Tudo indica que,
\
Dicesto
f
Econômico
Dic;1"sto Eco.nómico
20
em nossos dias, com as grandes propor
ções peculiares à época, a crise religio sa será novamente superada no sentido do transcendentismo, provàvelmente dentro dos próprios quadros do cristia nismo. Faz-se apenas mister que um
grande gênio religioso crie novos mo delos de religiosidade compatíveis com as estruturas da vida moderna e capa zes de superá-las. O futuro da técnica
caçôo pública e de um pouco nuiis do
ricH», com o que subsistem certos prin cípios que devem informar aquele.
lucidez, podem conduzir o lirosil ao nível das nações de vanguarda.
dificuldades provenientes do peronismo c outros falôres, poderia ser convertida
numa relação de franca cooperação, da Possibilidades internacionais
Horizontes do Brasil
da a complementaridade de nossas eco nomias e a mutualidade de nossos inte-
Precisamos, como preliminar clc qual
quer recuperação, adc^uirir consciòncio da realidade brasileira.
Essa prepara
ção espiritual, embora restrita a ujn pe
queno grupo de intelectuais, vem sendo tentada desde os últimos anos cia Repú
Assim, por exemplu, a análise da si tuação internacional, sob o ponto de vis ta e(M!nómico-poHtico, revela a possibi lidade de tirarmos proveito dos próprios pt figos que ameaçam o bloco ocidental. O fato dií os Estados Unidos estarem
rêsscs internacionais. Possibilidades econômicas
As limitações internas do Brasil tam bém são supcrávcis. Nossa fraca den
para uma nova guerra c,
sidade cconómico-demognífica poderia ser ràpiclamcnte remediada por uma nox'a política econômica e populacional.
tica e cncomiástica de seus di
por cansa dela, correndo os riscos de uma futura crise de superprodução, faz com que a República do Norte lenha
rigentes. Mas liá fortes indí
necessidade de desccntraliz;ir seu par
ropeu têm interesse cm fazer grandes
cios de que se renoxam os es
que industrial e de contribuir para o
investimentos em nosso país, onde há
aumento do poder aquisitivo da Amé
possibilidades virgens a serem e.xplora-
çâo da vida ocidental ainda é
forços de auto-compreensao. A partir de uma compreensão de nossa realidade será perfei
muito recente.
Seus efeitos
tamente possível nos sobrepor
concretos escapam à ordenação
mos a nossos obstáculos tra
jurídica ou são tratados cir
dicionais.
blica Velha. O Estado No\o intorrom-
Considerando que as crises de uma cultura tanto podem levá-la a sua ex tinção como a um renascimen
to, podemos admitir que está perfeitamente no alcance de nossa cultura a superação da servidão técnica. A tecnifica-
cunstancialmente. Nada impe
de que se desenvolva um direito regu lador da técnica, que, por formalização, assegure a liberdade pessoal dos cida dãos de um mundo
altamente tecni-
ficado.
Atitude de esperança
pEU êssc despertar da aulo-crílica brasi leira, difundindo uma literatura ufanís-
Não é ôste o local indicado
para se traçar programas. Tal faina compete à política militante. E' certo, porém, que a análise da situação brasi leira e de suas relações com a conju"^^*~ ra histórica impõe determinados princí
Se, como é lícito esperar, a conjuntu
próxima derrocada da cultura ocidental, e subsistirem, embora com nova confi
guração, os supostos fundamentais de
das, há menor risco de convulsões béli
sa obter esses resultados na Europa, é um plano de previsão a prazo curto, com a finalidade do fortificar a Europa oci
cas e são maiores as taxas de rendimen
dental para a pvó.xima guerra. Em prazo longo, o mesmo espirito do Plano Mar
inconversibilidade cambial, a bitributa-
ção da renda, o protecionismo aduanei
shall tem dc levar os americanos a in
ro americano, as medidas restritivas da
vestimentos no henu::fério sul, de sorte
exportação de capitais, na Europa etc. Isso não obsta, porém, a que exista um
a possibilitar um escoamento para sua
produção na fase posterior ao término
to. E' evidente que para tal precisa mos transpor alguns obstáculos, como a
grande interesse do capital estrangeiro
da futura guerra. Essa necessidade de defender mercados no futuro post-guerra
o ensejamento de tais inversões.
ser observados.
ainda não se tornou plenamente cons
Se a Filosofia
nunca, o papel histórico da liberdade, e reconhece a existência, na esfera do . .
as
lítico, de uma imensa margem P' ..
opções gratuitas, por outro lado, a
cia Política vem-se tornando cada ^ ^
nossa cultura, o Brasil ainda pode go
mais relacionada com a Sociologia ^
Economia Política, erttraindo
omissões, podem modificar-se brusca mente. Dttíis gerações, dotadas de vo-
rica Latina. O Plano Marshall, que \'i-
pios básicos, que tOm forçosamente de
zar de um extraordinário engrandecimento. Os países como o nosso, em que
as limitações consistem sobretudo em
Tanto o capital americano como o eu
pelo Brasil, cabendo à nossa habilidade
ca de nossos dias acentua, mais do ra histórica não nos conduzir para uma
caminhando
supostos para a colocação de seus
blemas.''Vale isso, portanto, ^ firmaçâo da necessidade de se P^ poU^ ação política por um prévio saber
Imigração
ciente nos Estados Unidos. Seria a ta refa do Brasil e da Argentina suscitar a
compreensão dessa necessidade, com aproveitamento de seus remltados. Por outro lado, a crise de sobrevivên
cia material que afeta a península ibé rica poderia ser aproveitada pelo Brasil o pela Argentina para assumirem a lide rança da cultura ibérica, atraindo seus
principais valores e dando guarida aos tesouros artísticos da Espanha e Portu gal. A tensão político-econômica entre a Argentina e o Brasil, mau grado as
I
O mesmo se dá no tocante à imigra ção.
A necessidade americana de au
mentar o poder consumidor da América do Sul deve levar os Estados Unidos a cooperar para a canalização de uma
grande corrente imigratória para o Bra sil e para a Argentina. As populações européias, convulsionadas pela guerra e aterrorizadas pela perspectiva de nova guerra, desejam reiniciar suas vidas em outro continente.
Também a êsse res-
Dicesto
f
Econômico
Dic;1"sto Eco.nómico
20
em nossos dias, com as grandes propor
ções peculiares à época, a crise religio sa será novamente superada no sentido do transcendentismo, provàvelmente dentro dos próprios quadros do cristia nismo. Faz-se apenas mister que um
grande gênio religioso crie novos mo delos de religiosidade compatíveis com as estruturas da vida moderna e capa zes de superá-las. O futuro da técnica
caçôo pública e de um pouco nuiis do
ricH», com o que subsistem certos prin cípios que devem informar aquele.
lucidez, podem conduzir o lirosil ao nível das nações de vanguarda.
dificuldades provenientes do peronismo c outros falôres, poderia ser convertida
numa relação de franca cooperação, da Possibilidades internacionais
Horizontes do Brasil
da a complementaridade de nossas eco nomias e a mutualidade de nossos inte-
Precisamos, como preliminar clc qual
quer recuperação, adc^uirir consciòncio da realidade brasileira.
Essa prepara
ção espiritual, embora restrita a ujn pe
queno grupo de intelectuais, vem sendo tentada desde os últimos anos cia Repú
Assim, por exemplu, a análise da si tuação internacional, sob o ponto de vis ta e(M!nómico-poHtico, revela a possibi lidade de tirarmos proveito dos próprios pt figos que ameaçam o bloco ocidental. O fato dií os Estados Unidos estarem
rêsscs internacionais. Possibilidades econômicas
As limitações internas do Brasil tam bém são supcrávcis. Nossa fraca den
para uma nova guerra c,
sidade cconómico-demognífica poderia ser ràpiclamcnte remediada por uma nox'a política econômica e populacional.
tica e cncomiástica de seus di
por cansa dela, correndo os riscos de uma futura crise de superprodução, faz com que a República do Norte lenha
rigentes. Mas liá fortes indí
necessidade de desccntraliz;ir seu par
ropeu têm interesse cm fazer grandes
cios de que se renoxam os es
que industrial e de contribuir para o
investimentos em nosso país, onde há
aumento do poder aquisitivo da Amé
possibilidades virgens a serem e.xplora-
çâo da vida ocidental ainda é
forços de auto-compreensao. A partir de uma compreensão de nossa realidade será perfei
muito recente.
Seus efeitos
tamente possível nos sobrepor
concretos escapam à ordenação
mos a nossos obstáculos tra
jurídica ou são tratados cir
dicionais.
blica Velha. O Estado No\o intorrom-
Considerando que as crises de uma cultura tanto podem levá-la a sua ex tinção como a um renascimen
to, podemos admitir que está perfeitamente no alcance de nossa cultura a superação da servidão técnica. A tecnifica-
cunstancialmente. Nada impe
de que se desenvolva um direito regu lador da técnica, que, por formalização, assegure a liberdade pessoal dos cida dãos de um mundo
altamente tecni-
ficado.
Atitude de esperança
pEU êssc despertar da aulo-crílica brasi leira, difundindo uma literatura ufanís-
Não é ôste o local indicado
para se traçar programas. Tal faina compete à política militante. E' certo, porém, que a análise da situação brasi leira e de suas relações com a conju"^^*~ ra histórica impõe determinados princí
Se, como é lícito esperar, a conjuntu
próxima derrocada da cultura ocidental, e subsistirem, embora com nova confi
guração, os supostos fundamentais de
das, há menor risco de convulsões béli
sa obter esses resultados na Europa, é um plano de previsão a prazo curto, com a finalidade do fortificar a Europa oci
cas e são maiores as taxas de rendimen
dental para a pvó.xima guerra. Em prazo longo, o mesmo espirito do Plano Mar
inconversibilidade cambial, a bitributa-
ção da renda, o protecionismo aduanei
shall tem dc levar os americanos a in
ro americano, as medidas restritivas da
vestimentos no henu::fério sul, de sorte
exportação de capitais, na Europa etc. Isso não obsta, porém, a que exista um
a possibilitar um escoamento para sua
produção na fase posterior ao término
to. E' evidente que para tal precisa mos transpor alguns obstáculos, como a
grande interesse do capital estrangeiro
da futura guerra. Essa necessidade de defender mercados no futuro post-guerra
o ensejamento de tais inversões.
ser observados.
ainda não se tornou plenamente cons
Se a Filosofia
nunca, o papel histórico da liberdade, e reconhece a existência, na esfera do . .
as
lítico, de uma imensa margem P' ..
opções gratuitas, por outro lado, a
cia Política vem-se tornando cada ^ ^
nossa cultura, o Brasil ainda pode go
mais relacionada com a Sociologia ^
Economia Política, erttraindo
omissões, podem modificar-se brusca mente. Dttíis gerações, dotadas de vo-
rica Latina. O Plano Marshall, que \'i-
pios básicos, que tOm forçosamente de
zar de um extraordinário engrandecimento. Os países como o nosso, em que
as limitações consistem sobretudo em
Tanto o capital americano como o eu
pelo Brasil, cabendo à nossa habilidade
ca de nossos dias acentua, mais do ra histórica não nos conduzir para uma
caminhando
supostos para a colocação de seus
blemas.''Vale isso, portanto, ^ firmaçâo da necessidade de se P^ poU^ ação política por um prévio saber
Imigração
ciente nos Estados Unidos. Seria a ta refa do Brasil e da Argentina suscitar a
compreensão dessa necessidade, com aproveitamento de seus remltados. Por outro lado, a crise de sobrevivên
cia material que afeta a península ibé rica poderia ser aproveitada pelo Brasil o pela Argentina para assumirem a lide rança da cultura ibérica, atraindo seus
principais valores e dando guarida aos tesouros artísticos da Espanha e Portu gal. A tensão político-econômica entre a Argentina e o Brasil, mau grado as
I
O mesmo se dá no tocante à imigra ção.
A necessidade americana de au
mentar o poder consumidor da América do Sul deve levar os Estados Unidos a cooperar para a canalização de uma
grande corrente imigratória para o Bra sil e para a Argentina. As populações européias, convulsionadas pela guerra e aterrorizadas pela perspectiva de nova guerra, desejam reiniciar suas vidas em outro continente.
Também a êsse res-
Dicf-sto
22
EcoNÓNnco
peito não faltam obstáculos, como nos
talidade nova. a organização cio institu
sas dificuldades econômicas, para o transporte e o estabelecimento dos imi grantes, as restrições emigratórias nos
tos de cultura superior c a con^ocaçrio
países do Velho Continente, os vícios que afetara grande parte da população eu ropéia etc.
Mas subsiste
o interêsse
fundamental das populações européias em emigrar e dos Estados Unidos em desenvolver a América Latina como
mercado consumidor. Acresce que, até hoje, não foram estudadas nem aprovei tadas as possibilidades de imigração in diana, para a qual encontraríamos facili dades muito especiais. O futuro político e cultural
de professòres o inteleclnais oslraiT^eiros. Nosso espaço cultural c um espaço vazio, aguardando apenas o aparecimen to de homrns capazes de comunicar a menragem de que necessitam os espí
<pie atermentam o mundo, os ins
Movimento nacional dc recuperação
titutos votados aos estudos econômicos t? administrativos tendem a assumir uma
Todo esse panorama de perigos imi nentes e de possibilidades aliuiis cons titui um grande apjlo para nossa inteli
iniporlãneia crese<'nte. E mais ressalta o
to que a perduração das condições pre
papel (pie lhes está re.servado na realiza ção do progro so educativo dentro dos qtiudros noviços da cultura nacional. Cabe llies, indiscutivelmente, e-stimulav
sentes acarretará, em curto pra/o, a ruí
e .sistenializ;ir o desenv olviim nlo da in-
gência e para a nossa ação,
Se é cer
na da Nação, não é menos cctIo que ainda dispomos de recur.sos para reme
também podem ser remediadas. Se é
marmos como país de vanguarda . Vi vemos, por isso, o momento definitis"0
lítica de clientela, não é menos verdade
diar nossos erros tradicionais c nos afir
dc nossa história. Os prazos para nos.sa salvação se tornaram extremamente
podem agrupar-se as figuras mais re
exíguos. Mas ainda não estão vencidos. Daí a extraordinária responsabilidade das gerações contemporâneas. Somos as gerações definitivas. Sc formos ca pazes de compreender as verdadeiras
presentativas das diversas correntes nu
condições da conjuntura histórica c na
que essa própria situação facilita uma
rápida renovação política. Por isso mesmo que os partidos não possuem compromissos ideológicos irredutíveis,
ma frente comum, visando a realização de medidas objetivas. E permanecem
sempre abertas as possibilidades da con
versão de nossa política de clientela, ba
seada em interesses pessoais, numa po
cional c se tivermos o valor de agir na forma apropriada, teremos garantido as
possibilidades Brasil.
de dc.scnvolviincnto do
Caso contrário, corriprometere-
lítica'ideológica, fundada em interesses
mos, inapelàvclmente, o futuro nacional* Cumpre-nos, por isso, acima c além de
coletivos.
naturais divergências, nos empenharmos
Por outro lado, a fraqueza cultural do Brasil c os defeitos de nossas univer sidades facilitam a criação de uma men
])iAC:m Mr.XKz.Rs
(Prof. cat. da Eaciildadc Nacional de Filosofia) \irludc- da natureza dos problemas
ritos.
^ Se examinarmos nossas limitações po líticas e culturais, concluiremos que elas verdade que os partidos políticos brasi leiros se conservaram, por circunstân cias diversas, no estágio primário da po
ASPECTOS POLÍTICOS DOS PROBLEMAS ECONÔMICOS
num movimento nacional dc reeiipo^'^'
ção, traçando e cumprindo um progr*^' ma mínimo objetivo.
^■estigação teórica, da especulação dou trinária, da pesquisa desintcresfoda, alheia aos (íbjelivos imediatos o fixan do (piestões fine evoluem além dos ho rizontes das facções políticas. Ao aludir, porém, á cultura "de interessada", clefrontamo-nos, de chofre, <-'om uma interrogação .séria, que impõe tixplicações iniciais.
ta, ao longo dos continentes, milhares de seres humanos. . .
Muitos nssim o entenderam, em dias
pas.saclos: a função do homem de pen
samento seria meter-se no gabinete, no laboratório, remexendo relortas e teo rias, arredio ao tumulto da realidade e
dc suas dores. Porque, desta forma, cindiam radicalmente o teórico do prá tico, separando o racional do empírico, cm conceitos irredutíveis entre si.
Também não se dcduza das c>onside-
rações feitas que se dev-a jungir o estu dioso ao couce ,dns interesses políticos reduzindo as cátedras e organismos educativo.s à scrvillieta das ambições mo
mentâneas, sempre prontas a se dissimu
larem sob os objetivos permanentes da nação.
É adniis.sível ciência pura, no sentido cie especulação no vácuo, j^cdida nos
A tradição dc estudos econômicos
céus das abstrações lógicas, como se a
Não se pode esconder que os estudos teóricos têm lá tradic»ão digna em nosso
razão fosse algo que se constrius.se a si mesma, de .si mesma, por proliferação
autóctone, separada do mundo dos pro
meio. Recorde-se, de passagem, a operosa personalidade de Leoptíldo de Bu- ■
o suor do rosto? Seria simplesmente cô
Ihões, ministro e senador dedicado ao exame das questões financeiras, onde
modo ou covarde edíficar tais institutos
revelou seu claro senso de economi.sta
como pequenas ilhas cie egoísmo, nir
sagaz; Vieira Souto, que regeu, desde
vana de indiferença ilustrada, onde os
1880, a cadeira de Economia Política na gloriosa Escola Politécnica do Rio
blemas onde o homem labora o pão com
estudiosos, como dezenas cie Budas se
renos, serenamente quedassem na contemplaç.ão dos próprios umbigos intelec tuais, nos reinos sagrados da ciência pu ra — escolastas redivivos, em torneios ^ dentro de Bizâncio envolta na tormen-
ta, que uiva em torno, e açoita e maltra
de Janeiro, jubilando-se em 1914, no fecho de um magistério fecundo; Al meida Nogueira, macleodiano de raras
.qualidades intelectuais, legando ao pa trimônio cultural do País o Curso Didá'
tico de Economia Política; Calógeras.
Dicf-sto
22
EcoNÓNnco
peito não faltam obstáculos, como nos
talidade nova. a organização cio institu
sas dificuldades econômicas, para o transporte e o estabelecimento dos imi grantes, as restrições emigratórias nos
tos de cultura superior c a con^ocaçrio
países do Velho Continente, os vícios que afetara grande parte da população eu ropéia etc.
Mas subsiste
o interêsse
fundamental das populações européias em emigrar e dos Estados Unidos em desenvolver a América Latina como
mercado consumidor. Acresce que, até hoje, não foram estudadas nem aprovei tadas as possibilidades de imigração in diana, para a qual encontraríamos facili dades muito especiais. O futuro político e cultural
de professòres o inteleclnais oslraiT^eiros. Nosso espaço cultural c um espaço vazio, aguardando apenas o aparecimen to de homrns capazes de comunicar a menragem de que necessitam os espí
<pie atermentam o mundo, os ins
Movimento nacional dc recuperação
titutos votados aos estudos econômicos t? administrativos tendem a assumir uma
Todo esse panorama de perigos imi nentes e de possibilidades aliuiis cons titui um grande apjlo para nossa inteli
iniporlãneia crese<'nte. E mais ressalta o
to que a perduração das condições pre
papel (pie lhes está re.servado na realiza ção do progro so educativo dentro dos qtiudros noviços da cultura nacional. Cabe llies, indiscutivelmente, e-stimulav
sentes acarretará, em curto pra/o, a ruí
e .sistenializ;ir o desenv olviim nlo da in-
gência e para a nossa ação,
Se é cer
na da Nação, não é menos cctIo que ainda dispomos de recur.sos para reme
também podem ser remediadas. Se é
marmos como país de vanguarda . Vi vemos, por isso, o momento definitis"0
lítica de clientela, não é menos verdade
diar nossos erros tradicionais c nos afir
dc nossa história. Os prazos para nos.sa salvação se tornaram extremamente
podem agrupar-se as figuras mais re
exíguos. Mas ainda não estão vencidos. Daí a extraordinária responsabilidade das gerações contemporâneas. Somos as gerações definitivas. Sc formos ca pazes de compreender as verdadeiras
presentativas das diversas correntes nu
condições da conjuntura histórica c na
que essa própria situação facilita uma
rápida renovação política. Por isso mesmo que os partidos não possuem compromissos ideológicos irredutíveis,
ma frente comum, visando a realização de medidas objetivas. E permanecem
sempre abertas as possibilidades da con
versão de nossa política de clientela, ba
seada em interesses pessoais, numa po
cional c se tivermos o valor de agir na forma apropriada, teremos garantido as
possibilidades Brasil.
de dc.scnvolviincnto do
Caso contrário, corriprometere-
lítica'ideológica, fundada em interesses
mos, inapelàvclmente, o futuro nacional* Cumpre-nos, por isso, acima c além de
coletivos.
naturais divergências, nos empenharmos
Por outro lado, a fraqueza cultural do Brasil c os defeitos de nossas univer sidades facilitam a criação de uma men
])iAC:m Mr.XKz.Rs
(Prof. cat. da Eaciildadc Nacional de Filosofia) \irludc- da natureza dos problemas
ritos.
^ Se examinarmos nossas limitações po líticas e culturais, concluiremos que elas verdade que os partidos políticos brasi leiros se conservaram, por circunstân cias diversas, no estágio primário da po
ASPECTOS POLÍTICOS DOS PROBLEMAS ECONÔMICOS
num movimento nacional dc reeiipo^'^'
ção, traçando e cumprindo um progr*^' ma mínimo objetivo.
^■estigação teórica, da especulação dou trinária, da pesquisa desintcresfoda, alheia aos (íbjelivos imediatos o fixan do (piestões fine evoluem além dos ho rizontes das facções políticas. Ao aludir, porém, á cultura "de interessada", clefrontamo-nos, de chofre, <-'om uma interrogação .séria, que impõe tixplicações iniciais.
ta, ao longo dos continentes, milhares de seres humanos. . .
Muitos nssim o entenderam, em dias
pas.saclos: a função do homem de pen
samento seria meter-se no gabinete, no laboratório, remexendo relortas e teo rias, arredio ao tumulto da realidade e
dc suas dores. Porque, desta forma, cindiam radicalmente o teórico do prá tico, separando o racional do empírico, cm conceitos irredutíveis entre si.
Também não se dcduza das c>onside-
rações feitas que se dev-a jungir o estu dioso ao couce ,dns interesses políticos reduzindo as cátedras e organismos educativo.s à scrvillieta das ambições mo
mentâneas, sempre prontas a se dissimu
larem sob os objetivos permanentes da nação.
É adniis.sível ciência pura, no sentido cie especulação no vácuo, j^cdida nos
A tradição dc estudos econômicos
céus das abstrações lógicas, como se a
Não se pode esconder que os estudos teóricos têm lá tradic»ão digna em nosso
razão fosse algo que se constrius.se a si mesma, de .si mesma, por proliferação
autóctone, separada do mundo dos pro
meio. Recorde-se, de passagem, a operosa personalidade de Leoptíldo de Bu- ■
o suor do rosto? Seria simplesmente cô
Ihões, ministro e senador dedicado ao exame das questões financeiras, onde
modo ou covarde edíficar tais institutos
revelou seu claro senso de economi.sta
como pequenas ilhas cie egoísmo, nir
sagaz; Vieira Souto, que regeu, desde
vana de indiferença ilustrada, onde os
1880, a cadeira de Economia Política na gloriosa Escola Politécnica do Rio
blemas onde o homem labora o pão com
estudiosos, como dezenas cie Budas se
renos, serenamente quedassem na contemplaç.ão dos próprios umbigos intelec tuais, nos reinos sagrados da ciência pu ra — escolastas redivivos, em torneios ^ dentro de Bizâncio envolta na tormen-
ta, que uiva em torno, e açoita e maltra
de Janeiro, jubilando-se em 1914, no fecho de um magistério fecundo; Al meida Nogueira, macleodiano de raras
.qualidades intelectuais, legando ao pa trimônio cultural do País o Curso Didá'
tico de Economia Política; Calógeras.
rrr
Dicesto Econômico
r)lor.STO Eco.vómico
24
polígrafo abundante, historiador, econo mista, estadista, deixando larga biblio
grafia sobre, os mais sérios problemas
fonte opulenta da convivência, dos estí mulos sociais, graças aos quais o espí rito humano amadurece c fnilifica, cm
nacionais, animado de um patriotismo
níveis superiores, criando técuicas mais
sadio e criador; Cairu, lá nas brumas da
altas de controle das coisas nalíirais.
Colônia, quase debruçado no nasce douro da nacionalidade, inconfundíval na sua cultiura extensa e variada, ins
Um olhar pela história social do Brasil mostra como se formaram os clãs parentais e feudais, durante a fase colonial,
pirando as medidas que fundaram o
quando se constituía a grande proprie
Império...
dade territorial. As atribuições do senhor
As cogitações econômicas prendem-se
de engenho, em cortas latitiules de ex pansão da riqueza agrícola, eram varia das, c levam a considerar a fanrilia pa triarcal como uma entidade complexa,
Vidã associativa e organização
mentos psícólogicos dos ideais de igual dade humana, que alxorejam desde os
lismo e tutela as demais ciências, como j
clãs, ;is lrii).)s, as fiátria.s, as cidades...
aproiuc a alguns divulgar.
significa que submeta ao seu imperia-'*
Mas o pruccssí) não c .só inlegralivo: há
Alegam que é preciso distingui-la da
lambem o conflito c a lula. Assim, no lado dos falõrcs assoeialÍ\'Os, há o.=; dis-
"sociologia econômica". Para essa dis tinção, procuram elaborar conceitos puro.s, expurgados de tôda sei\-a socioló gica c liistórica (escola psi
.s(K:iali\üs: a prcdação, a voracidade, a rapinagem, contrah.rlançando as liçõe.s genero. as dos sen timentos conpeiali\'os. A
formação
de
círculos
cológica, escola austríaca ou
niargínalista e suas moda lidades).
vivamente ao sistema de relações e
somando funções as mais diversas, (|uo
crifícios luimanos. Tal acon
De qualquer modo, e não enfrentando agora o assun to, assentamos que as fontes
ajustamentos ínterindíviduais, que se
socialmente se conjuga.
teceu fjuando se delinearam
do estudo econômico estão .,
estabilizam no que se denomina "orga
pois, ao desmembramento dessas funções,
nização social".
quando passamos i\ Independênt ia. O regimem de cidadania, cslendc-ndo-se A peonagcm, aos trabalhadores li\rcs dos
Esta não é uma formação acidental, mas resultado de um processo que tem
Assisle-sc. de
sua gênese nas necessidades humanas e nos esforços vitais que os homens, sères biològicamente independentes, realizam socialmente conjugados. A família foi o grande órgão que, no
campos, aos forciros, aos cídonos. abriu e alargou o terreno social e político: c aos clãs parentais sucedem, num sin-
passado, centralizou funções sociais re levantes. Foi a matriz de tôda \ida ins
torais, que se ampliam cm provinciais, dentro de urna estrutura agrária que*
titucional. Facultou ao homem tudo de
persiste e serve de base á reação con
que careceu inicialmente. Acumulou junções biológicas — a do. crescimento das populações; funções educativas — a
servadora, desencadeada em 1840. Es
cretismo estudado por Oliceira Viana, os clãs de base municinai para fins elei
tudo acurado da família na Colônia e no
da tiansmissibilidade cultural; funções
Império mostraria como sc definem as instituições, nesse período de nosso dc-
econômicas — a de promover a satisfa
scnvohimento histórico, com raízes nas
ção das necessidades humanas.
relações de convivência e nas formas
È"se complexo de funções, embrionáriamente exercidas pelo grupo domésti co, foi-se de.smembrando, com o nascer
sociais nelas baseadas.
síi-se .á custa de grandes sa
as e<jnfignrações políticas da nação, em que se fundiram, na Europa ocidental, os feu dos dispersos. Nos dias que correm, a visão pioneira de alguns idealistas pensa des cortinar perfis de formações sociais
mais
largas, . que
transcendem as nações, cujas configura ções continuam vivazes o consistentes.
As fontes do estudo econômico Na vida social tudo vai ter sua raiz
nos esforços conjugados que os indiví duos realízíim para atender ás necessi dades coletivas. Aí reside o ponto nu
clear dos estudos econômicos e adminis
trativos. O ponto que lhes dá unidade
c sentido político. São ciências praticas, Processo econômico e vido soi
de outros órgãos, por meio dos quais se realizavam melhor os propositos da
sociais mais amplos proces-
Da experiência da vida em comum»
que observam aspectos da reaiidade hu mana e dispõem dos processos metodo lógicos comuns a todas as ciências. A Economia Política situa-se quase
as castas de guerreiros e sacerdotes,
através de todas as vicissitudcs que se atropelam na história jocial do homem,
conselhos de chefes, corpos legislativos
vão medrando os ideais de auxílio vici-
Bem sabemos que nem todos compar
6 judiciários, propriedade privada, sis
nal, de cooperação fraterna, de entendi
tilham desse modo de ver, que coioca a Economia Política no centro do ar
existência comum. Surgiram, de;sarte,
tema mercantil etc. Tudo brotava da
mento reciproco, preparando os funda"
tôda na irradiação daquele problema.
quipélago das relações sociais. Mas não
nas próprias relações que se definem
na
atividade
criação da riqueza.
de '
Des- >•
tncamos, no observá-la, os
organismos econômicos (em
presas, mercados, bancos...) ^ e os processos de ajustamen to das fôrças econômicas.
Relatórios de bancos, balanços de em
presas, estatísticas de todos os órgãos capazes de ministrar dados sobre a vida econômica, constituem o material vivo,
que nos permite ajuizar sôbre o siste ma econômico e seu funcionamento, (®).
Transformação e cultura
i
Muito se tem dito que atravessamos k,) uma profunda tiansformaçâo. Pois exa tamente por isso se torna necessário bus
car diretiva científica para nos orientar- . mos em meio à confusão ideológica e polí tica que se desencadeia. A unificação de opinião seria coisa inteiramente incom
preensível, a menos aue se erija um fas cismo policiando consciências, cujo único ; dever é o da verdade, no campo dos (•) Djacir Menezes,
Política, cap. 11.
Curso de Economia
rrr
Dicesto Econômico
r)lor.STO Eco.vómico
24
polígrafo abundante, historiador, econo mista, estadista, deixando larga biblio
grafia sobre, os mais sérios problemas
fonte opulenta da convivência, dos estí mulos sociais, graças aos quais o espí rito humano amadurece c fnilifica, cm
nacionais, animado de um patriotismo
níveis superiores, criando técuicas mais
sadio e criador; Cairu, lá nas brumas da
altas de controle das coisas nalíirais.
Colônia, quase debruçado no nasce douro da nacionalidade, inconfundíval na sua cultiura extensa e variada, ins
Um olhar pela história social do Brasil mostra como se formaram os clãs parentais e feudais, durante a fase colonial,
pirando as medidas que fundaram o
quando se constituía a grande proprie
Império...
dade territorial. As atribuições do senhor
As cogitações econômicas prendem-se
de engenho, em cortas latitiules de ex pansão da riqueza agrícola, eram varia das, c levam a considerar a fanrilia pa triarcal como uma entidade complexa,
Vidã associativa e organização
mentos psícólogicos dos ideais de igual dade humana, que alxorejam desde os
lismo e tutela as demais ciências, como j
clãs, ;is lrii).)s, as fiátria.s, as cidades...
aproiuc a alguns divulgar.
significa que submeta ao seu imperia-'*
Mas o pruccssí) não c .só inlegralivo: há
Alegam que é preciso distingui-la da
lambem o conflito c a lula. Assim, no lado dos falõrcs assoeialÍ\'Os, há o.=; dis-
"sociologia econômica". Para essa dis tinção, procuram elaborar conceitos puro.s, expurgados de tôda sei\-a socioló gica c liistórica (escola psi
.s(K:iali\üs: a prcdação, a voracidade, a rapinagem, contrah.rlançando as liçõe.s genero. as dos sen timentos conpeiali\'os. A
formação
de
círculos
cológica, escola austríaca ou
niargínalista e suas moda lidades).
vivamente ao sistema de relações e
somando funções as mais diversas, (|uo
crifícios luimanos. Tal acon
De qualquer modo, e não enfrentando agora o assun to, assentamos que as fontes
ajustamentos ínterindíviduais, que se
socialmente se conjuga.
teceu fjuando se delinearam
do estudo econômico estão .,
estabilizam no que se denomina "orga
pois, ao desmembramento dessas funções,
nização social".
quando passamos i\ Independênt ia. O regimem de cidadania, cslendc-ndo-se A peonagcm, aos trabalhadores li\rcs dos
Esta não é uma formação acidental, mas resultado de um processo que tem
Assisle-sc. de
sua gênese nas necessidades humanas e nos esforços vitais que os homens, sères biològicamente independentes, realizam socialmente conjugados. A família foi o grande órgão que, no
campos, aos forciros, aos cídonos. abriu e alargou o terreno social e político: c aos clãs parentais sucedem, num sin-
passado, centralizou funções sociais re levantes. Foi a matriz de tôda \ida ins
torais, que se ampliam cm provinciais, dentro de urna estrutura agrária que*
titucional. Facultou ao homem tudo de
persiste e serve de base á reação con
que careceu inicialmente. Acumulou junções biológicas — a do. crescimento das populações; funções educativas — a
servadora, desencadeada em 1840. Es
cretismo estudado por Oliceira Viana, os clãs de base municinai para fins elei
tudo acurado da família na Colônia e no
da tiansmissibilidade cultural; funções
Império mostraria como sc definem as instituições, nesse período de nosso dc-
econômicas — a de promover a satisfa
scnvohimento histórico, com raízes nas
ção das necessidades humanas.
relações de convivência e nas formas
È"se complexo de funções, embrionáriamente exercidas pelo grupo domésti co, foi-se de.smembrando, com o nascer
sociais nelas baseadas.
síi-se .á custa de grandes sa
as e<jnfignrações políticas da nação, em que se fundiram, na Europa ocidental, os feu dos dispersos. Nos dias que correm, a visão pioneira de alguns idealistas pensa des cortinar perfis de formações sociais
mais
largas, . que
transcendem as nações, cujas configura ções continuam vivazes o consistentes.
As fontes do estudo econômico Na vida social tudo vai ter sua raiz
nos esforços conjugados que os indiví duos realízíim para atender ás necessi dades coletivas. Aí reside o ponto nu
clear dos estudos econômicos e adminis
trativos. O ponto que lhes dá unidade
c sentido político. São ciências praticas, Processo econômico e vido soi
de outros órgãos, por meio dos quais se realizavam melhor os propositos da
sociais mais amplos proces-
Da experiência da vida em comum»
que observam aspectos da reaiidade hu mana e dispõem dos processos metodo lógicos comuns a todas as ciências. A Economia Política situa-se quase
as castas de guerreiros e sacerdotes,
através de todas as vicissitudcs que se atropelam na história jocial do homem,
conselhos de chefes, corpos legislativos
vão medrando os ideais de auxílio vici-
Bem sabemos que nem todos compar
6 judiciários, propriedade privada, sis
nal, de cooperação fraterna, de entendi
tilham desse modo de ver, que coioca a Economia Política no centro do ar
existência comum. Surgiram, de;sarte,
tema mercantil etc. Tudo brotava da
mento reciproco, preparando os funda"
tôda na irradiação daquele problema.
quipélago das relações sociais. Mas não
nas próprias relações que se definem
na
atividade
criação da riqueza.
de '
Des- >•
tncamos, no observá-la, os
organismos econômicos (em
presas, mercados, bancos...) ^ e os processos de ajustamen to das fôrças econômicas.
Relatórios de bancos, balanços de em
presas, estatísticas de todos os órgãos capazes de ministrar dados sobre a vida econômica, constituem o material vivo,
que nos permite ajuizar sôbre o siste ma econômico e seu funcionamento, (®).
Transformação e cultura
i
Muito se tem dito que atravessamos k,) uma profunda tiansformaçâo. Pois exa tamente por isso se torna necessário bus
car diretiva científica para nos orientar- . mos em meio à confusão ideológica e polí tica que se desencadeia. A unificação de opinião seria coisa inteiramente incom
preensível, a menos aue se erija um fas cismo policiando consciências, cujo único ; dever é o da verdade, no campo dos (•) Djacir Menezes,
Política, cap. 11.
Curso de Economia
Dice-sto
que estudam.
Por isso mesmo, só o
clima de liberdade intelectual permite o progresso das ciências sociais e, es pecialmente, dos estudos econômicos,
Ec.ONVíMICO
•Mas em face da sociedade, o homem
continuou técnicas que havia abando
cujo material de exame é p conjunto das
nado diante da natureza. .\ão quis mais dirigir as chuvas, os rios, ou debi.lar a peste fazendo eiconjuros, poniue aceitou
relações'que compõem a vida assoda-
a causalidade natural dos fenômenos.
tiva, material palpitante e vivo a que
Mas ainda quer dirigir a sociedade como
está ligado o próprio observador. Em
se não existi.sse a "ciência da socieda
resumo, não cabe à ciência confeccio
de", de que a Economia Política é a
Dicesto EcoNÓ>aco
27
sentido dos objetivos sociais o das téc nicas dc contròlc. E deseja-se uma intirftTência racional no jogo das fórças Não o um problema político apenas Se a vida coletiva
nar receitas ao sabor de conveniências
parle básica.
partidárias, no fito de proselitismos.
ficou desconhecida para os lidere; po líticos e sociais. Em \c/. da compreen
deve e lar sob contrôle de órgãos for mados pelas d.cisões da coletividade, isso não significa que os sociólogos, os economistas, os espcciali^tas nas ciências sociais se candidatem aos postos dc go
são das leis do dc.senvolviniento social, caminha-se sempre para o autoritarismo
Donald Piorson.
No desencontro salutar das opiniões e convicções — é bem oportuno salien tar — está um sintoma de vitalidade.
A inlnição <lc C^amte
Quando se fala em democracia com tan to ardor, assentemos o fundamento es
cego, que se cerca, muitas vèzes, dc
sencialmente democrático, de que de pendem os progressos da cultura. Ninguém duvida que a cultura está
mitologia política. A autoridade, cm lugar de mergulhar raízes no demos, procura energia em elites carismáticas, que esquecem a ba-^e social como ma
em transformação, reflexo das estruturas
rítcs mágico-animislas, recursos místicos,
verno. como ironizava
maliciosamente
Êsse monopólio sofo-
crático do poder seria uma solução sim plória. Não SC nega que seja uma ne cessidade crescente a participação ativa dos estudiosos na solução dos problemas através de órgãos do investigação c pen samento. Mas participação lixTC, com
que mudam. Cultura e.xprímíndo o to tal das criações do esforço humano, des
triz indispensável das formas políticas.
liberdade mental, como condição essen
Entretanto, o rumo só pode ser um:
de as técnicas materiais às espirituais,
o das soluções democráticas por vio
das máquinas às normas jurídicas e éti cas. Não adianta querer parar com pa
científica. Se o problema fundamental,
cial. A experiência política não é espe culação de gabinete, nem se pode re duzir a regras metodológicas. Nela en
lavras a mudança e paralisar a crítica.
homens passaram a estudar como os
fenômenos se comportavam, surpreendendo-lhes a regularidade para enunciálas em leis. Sua intimidade com os fatos
do mundo cresceu, a liberdade cresceu, a previsão deu-lhes provisão, deu-lhes
forças sobre a natureza. Domina-se a
si\7". Detrás abrigam-sc interêssc.s lon gamente cstratificados, por isso mesmo feito tabus. É a zona da cultura onde estão as minas... Pois aqui é mister
examinar prudentemente, porque é o mar onde bóiam, ao léii das correntes os torpedos invisíveis do obscurantis mo, capazes de dinamitar os patrulheíros que se dispõem a avançar calma mente no domínio das idéias e das teo rias, a serviço das realidades nacionais.
Êles não sc dispõem a pregar messianismos encamisados e furiosos.
está, em grande parle, assentado no ter
dispõem a nenhum messianismo de ne
tivar. para orientar as condutas, para sentir o pressentir choques sociais, uma
nhuma cor. Têm o espírito livre para
espécie de instinto vital das realidades
pirações da verdade. E se, por acaso, vigiando esses mares ameaçados dos
nômicos que deverão orientar uma ação política esclarecida, capaz de conduzir à maior estabilidade dí> país.
formas rituais ou apelos místicos, os
Analisá-las lewanta maldições. É o que Oilvcrton chamou de "Cultural compul-
oriundo das habilidades instintivo-afe-
ram deter o curso do astro - com in-
o comportamento dos fenômenos, com
icsistências, desde as inspiradas no inteVêsse mercantil às oriundas dos tabus organizados, normas inlangibilizadas polo noili mc tangera das convxniências.
que se apresenta no mundo moderno,
reno econômico — são os estudos eco
vecíivas e pedradas. Palavras jamais
a interferência encontra toda sorte de
tra um quid proprium incxprimível,
Seria como aqueles selvagens que espe
pararam^ coisa alguma desde a façanha e Jt^sue, quando o sol não encontrara ainda Copémico. Em vez de contrariar
das relações sociais só se legitima quan do feita pelos indicativos da Ciência.
Mar. nao é fácil. Na matéria social,
sociais.
no vcIIk} sentido.
decisão de intervir no desenvolvimento
Mone))ólio sojocrálico do poder A revolução industrial, da qual saúh
sociais, se me permitem a expressão.
Êste SC traduz cm conjunto de qualida des psicológicas, que se não definem,
l^arados para os choques inúteis, que se
do — eis um líder.
recolham ao grupo de estudo, para com- , binar racional e cientificamente o meio
proporções jamais previstas. U que noS está acontecendo agora também escapa» na sua totalidade e no seu alcance, ^
Há, pois, um imperativo que paira sobre a cabeça dos que estudam, e que fica bem enunciar num órgão de publi cidade como o "Dlgesto Econômico": a
nisiparendo.
cia: hoje já se pode entender melhor o
manas, um aprofundamento de conscieri'
vaga, a deriva das correntezas sociais,
mas que sc constatam, e que compreen
A democracia pela ciência
ve, no desenvolvimento das relações
preconceitos, lobrigam, na crista da
demos quando indicamos alguém, dizen
no plano ideológico, promoveu mutações colossais na comunidade humana, err»
consciência dos observadores. Mas
todos os exames, aberto a todas as ins
alguma concentração de explosivos, pre-
até certo ponto, a Economia Política,
natureza obedecendo-a - dizia o pro vérbio antigo, Natura non imperatur
Não se
persuasivo de subtrair o efeito defla
grador, evitando o .sacrifício tumultuo
so, que poderá agradar aos profetas, mas não aos cientistas, que querem pennanecer fiéis às responsabilidades impos tas pela ciência.
Dice-sto
que estudam.
Por isso mesmo, só o
clima de liberdade intelectual permite o progresso das ciências sociais e, es pecialmente, dos estudos econômicos,
Ec.ONVíMICO
•Mas em face da sociedade, o homem
continuou técnicas que havia abando
cujo material de exame é p conjunto das
nado diante da natureza. .\ão quis mais dirigir as chuvas, os rios, ou debi.lar a peste fazendo eiconjuros, poniue aceitou
relações'que compõem a vida assoda-
a causalidade natural dos fenômenos.
tiva, material palpitante e vivo a que
Mas ainda quer dirigir a sociedade como
está ligado o próprio observador. Em
se não existi.sse a "ciência da socieda
resumo, não cabe à ciência confeccio
de", de que a Economia Política é a
Dicesto EcoNÓ>aco
27
sentido dos objetivos sociais o das téc nicas dc contròlc. E deseja-se uma intirftTência racional no jogo das fórças Não o um problema político apenas Se a vida coletiva
nar receitas ao sabor de conveniências
parle básica.
partidárias, no fito de proselitismos.
ficou desconhecida para os lidere; po líticos e sociais. Em \c/. da compreen
deve e lar sob contrôle de órgãos for mados pelas d.cisões da coletividade, isso não significa que os sociólogos, os economistas, os espcciali^tas nas ciências sociais se candidatem aos postos dc go
são das leis do dc.senvolviniento social, caminha-se sempre para o autoritarismo
Donald Piorson.
No desencontro salutar das opiniões e convicções — é bem oportuno salien tar — está um sintoma de vitalidade.
A inlnição <lc C^amte
Quando se fala em democracia com tan to ardor, assentemos o fundamento es
cego, que se cerca, muitas vèzes, dc
sencialmente democrático, de que de pendem os progressos da cultura. Ninguém duvida que a cultura está
mitologia política. A autoridade, cm lugar de mergulhar raízes no demos, procura energia em elites carismáticas, que esquecem a ba-^e social como ma
em transformação, reflexo das estruturas
rítcs mágico-animislas, recursos místicos,
verno. como ironizava
maliciosamente
Êsse monopólio sofo-
crático do poder seria uma solução sim plória. Não SC nega que seja uma ne cessidade crescente a participação ativa dos estudiosos na solução dos problemas através de órgãos do investigação c pen samento. Mas participação lixTC, com
que mudam. Cultura e.xprímíndo o to tal das criações do esforço humano, des
triz indispensável das formas políticas.
liberdade mental, como condição essen
Entretanto, o rumo só pode ser um:
de as técnicas materiais às espirituais,
o das soluções democráticas por vio
das máquinas às normas jurídicas e éti cas. Não adianta querer parar com pa
científica. Se o problema fundamental,
cial. A experiência política não é espe culação de gabinete, nem se pode re duzir a regras metodológicas. Nela en
lavras a mudança e paralisar a crítica.
homens passaram a estudar como os
fenômenos se comportavam, surpreendendo-lhes a regularidade para enunciálas em leis. Sua intimidade com os fatos
do mundo cresceu, a liberdade cresceu, a previsão deu-lhes provisão, deu-lhes
forças sobre a natureza. Domina-se a
si\7". Detrás abrigam-sc interêssc.s lon gamente cstratificados, por isso mesmo feito tabus. É a zona da cultura onde estão as minas... Pois aqui é mister
examinar prudentemente, porque é o mar onde bóiam, ao léii das correntes os torpedos invisíveis do obscurantis mo, capazes de dinamitar os patrulheíros que se dispõem a avançar calma mente no domínio das idéias e das teo rias, a serviço das realidades nacionais.
Êles não sc dispõem a pregar messianismos encamisados e furiosos.
está, em grande parle, assentado no ter
dispõem a nenhum messianismo de ne
tivar. para orientar as condutas, para sentir o pressentir choques sociais, uma
nhuma cor. Têm o espírito livre para
espécie de instinto vital das realidades
pirações da verdade. E se, por acaso, vigiando esses mares ameaçados dos
nômicos que deverão orientar uma ação política esclarecida, capaz de conduzir à maior estabilidade dí> país.
formas rituais ou apelos místicos, os
Analisá-las lewanta maldições. É o que Oilvcrton chamou de "Cultural compul-
oriundo das habilidades instintivo-afe-
ram deter o curso do astro - com in-
o comportamento dos fenômenos, com
icsistências, desde as inspiradas no inteVêsse mercantil às oriundas dos tabus organizados, normas inlangibilizadas polo noili mc tangera das convxniências.
que se apresenta no mundo moderno,
reno econômico — são os estudos eco
vecíivas e pedradas. Palavras jamais
a interferência encontra toda sorte de
tra um quid proprium incxprimível,
Seria como aqueles selvagens que espe
pararam^ coisa alguma desde a façanha e Jt^sue, quando o sol não encontrara ainda Copémico. Em vez de contrariar
das relações sociais só se legitima quan do feita pelos indicativos da Ciência.
Mar. nao é fácil. Na matéria social,
sociais.
no vcIIk} sentido.
decisão de intervir no desenvolvimento
Mone))ólio sojocrálico do poder A revolução industrial, da qual saúh
sociais, se me permitem a expressão.
Êste SC traduz cm conjunto de qualida des psicológicas, que se não definem,
l^arados para os choques inúteis, que se
do — eis um líder.
recolham ao grupo de estudo, para com- , binar racional e cientificamente o meio
proporções jamais previstas. U que noS está acontecendo agora também escapa» na sua totalidade e no seu alcance, ^
Há, pois, um imperativo que paira sobre a cabeça dos que estudam, e que fica bem enunciar num órgão de publi cidade como o "Dlgesto Econômico": a
nisiparendo.
cia: hoje já se pode entender melhor o
manas, um aprofundamento de conscieri'
vaga, a deriva das correntezas sociais,
mas que sc constatam, e que compreen
A democracia pela ciência
ve, no desenvolvimento das relações
preconceitos, lobrigam, na crista da
demos quando indicamos alguém, dizen
no plano ideológico, promoveu mutações colossais na comunidade humana, err»
consciência dos observadores. Mas
todos os exames, aberto a todas as ins
alguma concentração de explosivos, pre-
até certo ponto, a Economia Política,
natureza obedecendo-a - dizia o pro vérbio antigo, Natura non imperatur
Não se
persuasivo de subtrair o efeito defla
grador, evitando o .sacrifício tumultuo
so, que poderá agradar aos profetas, mas não aos cientistas, que querem pennanecer fiéis às responsabilidades impos tas pela ciência.
DicESTO
o custo das leis sociais Dorival Teixeira Vieira
Üala*se constantemente em custo das
* leis sociais. Estudos têm sido realiza dos no sentido da determinação do seu "quantum". Tais trabalhos, no entanto, constituem meras aproximações, visto
não haver estatísticas bem organizadas
ra, haveria um ponto cli- cí|uiÜI)rio tleterminado pelo preço "PI". v( ndc nclose a êsse preço u qmintidacle dc uma certa mercadoria, de acôrdo eoni a
capacidade de absorção dos eonsiimi-
Econômico
quociente da divisão do acréscimo "d"
pela quanlicl.ado produzida. Isto pôslo, colocamo-nos diante da seguinte alter nativa: ou esta parcela será retirada do
lucro c representará uma parcela de lu cro cessante, ou será aercseida ao preço
de mercado. Neste segundo momento, ao preço de \enda "PI" se acrescenta
aquélc quociente. Isso eqüivale a dizer que .'•altamos do preço "PI" para o pre
que permitam conhecer qual o compor
dores. Para prccluzi-la seria necessário efetuar uma certa dcspe.sa total; t> custo
tamento dos custos, nos vários setores
de cada unidade produzida seria obti
da produção; não só os estudiosos vêm lutando por falta de dados, como tam
do dividindo-se a de.spcsa pela quan
cínio. quais serão as conseqüências para
tidade.
o mercado?
bém, por esta ou por aquela razão, as empresas consideram o custo um dado
sigiioso, e sempre relutam em fornecer
elementos que permitam um cálculo exato.
Apesar da falta de dados estatísticos,
de um ponto de vista teórico, mas que nos parece bastante aproximado da reali
dade, poderemos analisar os argumentos conducentes à afirmação da existência
Uma vez postas em \ igor as U-i.s tra
balhistas, a essa despesa primitiva so mou-se uma icrie de parcelas: os aci dentes do trabalho, onerando oni média as despesas anteriores em 2,8T sobre o valor das folhas de pagamentos; as fal
ço "P2", resultante desta ioma. Admllindo-sc a validade cléste racio
sociais, aumentando a despesa total,
portamento dos produtores, e a procura, que exprimiria os hábitos da população consumidora, esta última invariável em
períodos curtos e médios; graças ao fun cionamento da lei da oferta e da procu
provocará majoração do custo de produção por
preço mediante uma par
são, um aumento obriga
remuneradas, em 5.56%; as indenizações
de transacionada; então
do. Temps de tomar uma
em 8,33% a 16,66%; o repouso semanal remunerado em 19,4%; a prcviclèncria so-
teremos o consumo ab
tas ao serviço, cm 1^; as férias anuais
sorvendo a quantidade "QO" menor do que *'Q1".
Se as empresas continuarem a prodiízir na base do preço anterior, haverá um estoque não vendido; para que tal não ocorra, estas diminuirão a sua pro
aproximadamente entre 1/3 e 3/4 do
mercantis: a oferta, traduzindo o com
Resta-nos saber se este mecanismo é
cur\'ii de procura se mantiver inalterada, o falo dc se majorar o
nará nova situação de equilíbrio do mer cado. Haverá então, ao mesmo tempo, certa majoração de preço e redução da quantidade produzida e transacionada. Os consumidores irão, pois, sofrer uma
mentos determinantes das transações
fenômenos.
exato, isto é, se a existência dessas leis
dução; a nova curva de oferta passará, então, pelo ponto "b", o qual determi
Isso significa que dois seriam os ele
para o consumo, provocaria maior es
cassez, agravando desse modo aqueles
Em primeiro lugar, .se a
42% sobre o valor cias folhas dc paga naríamos leis trabalhistas", o mercado, mento. Ccmo os salários representam
equilíbrio do mercado.
população, rendimentos que se mante riam no mesmo nível do período ante rior e, subindo os preços, ou se redu zirão as poupanças, ou baixará o nível de vida. Além disso, o roajustamento da política de produção das empresas, fa zendo baixar a quantidade dispouíxel
cela adicional, represen tada pelo chamado custo das leis trabalhistas, de terminará nova quantida
de um custo das leis sociais. Para isso, .cial e o serviço social em cerca de 9%; isolemos dois momentos: um, que pode juntando a estas parcelas mais o avi.so remos chamar "ti", uma determinada as horas .suplementares e extraor data, um determinado período, anterior prévio, dinárias, o imposto sindical o os encar à vigência dessas leis; e outro, "t2", pos gos referentes á maternidade, a despe terior às mesmas; antes da existência sa total aparece majorada cm cerca cie das^ leis sociais, e que melhor denomi funcionando livremente, determinava um certo preço e uma certa quantidade de
com estas leis, teríamos em conseqüên cia, pelo menos para uma certa parte da
custo total de produção, teríamos um
acréscimo à despesa total, variável eniTC 14% e 31,5%. Chamemos "d" esta no
va parcela; o custo unitário passaria a ser
dado, no segundo momento "l2", pela soma deste novo elemento à despesa total, sem aumento correspondente
dupla pressão, a do preço majorado por essa parcela d -r- Q1 e a da quantidade, reduzida em virtude da nova política
de produção.
A majoração de preço
unidade
e, em
conse
qüência, pela repercus tório do preço de merca do
duas
posições; ou
aceitamos que as leis traballiistas são decorrência
de uma inegável reali dade, imperativo da época, contra o
qual não se pode ou não se deve lu tar, ou então afirmaremos que essas leis são dispensáveis, que não estão aten dendo a uma realidade sócio-eoonómica,
e que seu custo constitui o que Stuart Mill chamaria "elementos artificiais do custo", devendo ser eliminados.
Não julgamos que êste aumento de
despesa constitua um elemento artitictal do custo. Achamos que o mesmo é natural, tão natural quanto as demais partes integrantes das chamadas equa ções de custo; poderemos adiantar que o raciocínio até aqui e.xposto é falso, por"
quantidade produzida; isto significa cju® ao custo unitário anterior juntar-sc-lí^
eqüivalerá a um aumento do custo de
uma nova fração, determinada pel®
vida; admitindo-se, por outro lado, que
que o aumento da despesa total não sig nifica obrigatòriamente um aumento de
nem tôda a pppulaçãc se beneficiaria
custo.
É capcioso supor constante a
DicESTO
o custo das leis sociais Dorival Teixeira Vieira
Üala*se constantemente em custo das
* leis sociais. Estudos têm sido realiza dos no sentido da determinação do seu "quantum". Tais trabalhos, no entanto, constituem meras aproximações, visto
não haver estatísticas bem organizadas
ra, haveria um ponto cli- cí|uiÜI)rio tleterminado pelo preço "PI". v( ndc nclose a êsse preço u qmintidacle dc uma certa mercadoria, de acôrdo eoni a
capacidade de absorção dos eonsiimi-
Econômico
quociente da divisão do acréscimo "d"
pela quanlicl.ado produzida. Isto pôslo, colocamo-nos diante da seguinte alter nativa: ou esta parcela será retirada do
lucro c representará uma parcela de lu cro cessante, ou será aercseida ao preço
de mercado. Neste segundo momento, ao preço de \enda "PI" se acrescenta
aquélc quociente. Isso eqüivale a dizer que .'•altamos do preço "PI" para o pre
que permitam conhecer qual o compor
dores. Para prccluzi-la seria necessário efetuar uma certa dcspe.sa total; t> custo
tamento dos custos, nos vários setores
de cada unidade produzida seria obti
da produção; não só os estudiosos vêm lutando por falta de dados, como tam
do dividindo-se a de.spcsa pela quan
cínio. quais serão as conseqüências para
tidade.
o mercado?
bém, por esta ou por aquela razão, as empresas consideram o custo um dado
sigiioso, e sempre relutam em fornecer
elementos que permitam um cálculo exato.
Apesar da falta de dados estatísticos,
de um ponto de vista teórico, mas que nos parece bastante aproximado da reali
dade, poderemos analisar os argumentos conducentes à afirmação da existência
Uma vez postas em \ igor as U-i.s tra
balhistas, a essa despesa primitiva so mou-se uma icrie de parcelas: os aci dentes do trabalho, onerando oni média as despesas anteriores em 2,8T sobre o valor das folhas de pagamentos; as fal
ço "P2", resultante desta ioma. Admllindo-sc a validade cléste racio
sociais, aumentando a despesa total,
portamento dos produtores, e a procura, que exprimiria os hábitos da população consumidora, esta última invariável em
períodos curtos e médios; graças ao fun cionamento da lei da oferta e da procu
provocará majoração do custo de produção por
preço mediante uma par
são, um aumento obriga
remuneradas, em 5.56%; as indenizações
de transacionada; então
do. Temps de tomar uma
em 8,33% a 16,66%; o repouso semanal remunerado em 19,4%; a prcviclèncria so-
teremos o consumo ab
tas ao serviço, cm 1^; as férias anuais
sorvendo a quantidade "QO" menor do que *'Q1".
Se as empresas continuarem a prodiízir na base do preço anterior, haverá um estoque não vendido; para que tal não ocorra, estas diminuirão a sua pro
aproximadamente entre 1/3 e 3/4 do
mercantis: a oferta, traduzindo o com
Resta-nos saber se este mecanismo é
cur\'ii de procura se mantiver inalterada, o falo dc se majorar o
nará nova situação de equilíbrio do mer cado. Haverá então, ao mesmo tempo, certa majoração de preço e redução da quantidade produzida e transacionada. Os consumidores irão, pois, sofrer uma
mentos determinantes das transações
fenômenos.
exato, isto é, se a existência dessas leis
dução; a nova curva de oferta passará, então, pelo ponto "b", o qual determi
Isso significa que dois seriam os ele
para o consumo, provocaria maior es
cassez, agravando desse modo aqueles
Em primeiro lugar, .se a
42% sobre o valor cias folhas dc paga naríamos leis trabalhistas", o mercado, mento. Ccmo os salários representam
equilíbrio do mercado.
população, rendimentos que se mante riam no mesmo nível do período ante rior e, subindo os preços, ou se redu zirão as poupanças, ou baixará o nível de vida. Além disso, o roajustamento da política de produção das empresas, fa zendo baixar a quantidade dispouíxel
cela adicional, represen tada pelo chamado custo das leis trabalhistas, de terminará nova quantida
de um custo das leis sociais. Para isso, .cial e o serviço social em cerca de 9%; isolemos dois momentos: um, que pode juntando a estas parcelas mais o avi.so remos chamar "ti", uma determinada as horas .suplementares e extraor data, um determinado período, anterior prévio, dinárias, o imposto sindical o os encar à vigência dessas leis; e outro, "t2", pos gos referentes á maternidade, a despe terior às mesmas; antes da existência sa total aparece majorada cm cerca cie das^ leis sociais, e que melhor denomi funcionando livremente, determinava um certo preço e uma certa quantidade de
com estas leis, teríamos em conseqüên cia, pelo menos para uma certa parte da
custo total de produção, teríamos um
acréscimo à despesa total, variável eniTC 14% e 31,5%. Chamemos "d" esta no
va parcela; o custo unitário passaria a ser
dado, no segundo momento "l2", pela soma deste novo elemento à despesa total, sem aumento correspondente
dupla pressão, a do preço majorado por essa parcela d -r- Q1 e a da quantidade, reduzida em virtude da nova política
de produção.
A majoração de preço
unidade
e, em
conse
qüência, pela repercus tório do preço de merca do
duas
posições; ou
aceitamos que as leis traballiistas são decorrência
de uma inegável reali dade, imperativo da época, contra o
qual não se pode ou não se deve lu tar, ou então afirmaremos que essas leis são dispensáveis, que não estão aten dendo a uma realidade sócio-eoonómica,
e que seu custo constitui o que Stuart Mill chamaria "elementos artificiais do custo", devendo ser eliminados.
Não julgamos que êste aumento de
despesa constitua um elemento artitictal do custo. Achamos que o mesmo é natural, tão natural quanto as demais partes integrantes das chamadas equa ções de custo; poderemos adiantar que o raciocínio até aqui e.xposto é falso, por"
quantidade produzida; isto significa cju® ao custo unitário anterior juntar-sc-lí^
eqüivalerá a um aumento do custo de
uma nova fração, determinada pel®
vida; admitindo-se, por outro lado, que
que o aumento da despesa total não sig nifica obrigatòriamente um aumento de
nem tôda a pppulaçãc se beneficiaria
custo.
É capcioso supor constante a
Dir.KAH5
Kconòmico
despesa ; aumentar.á então a produtivi dade da emprè.a, crescendo a quantida
trabalhar por vontade própria. v.ini, movido por circunstâncias ocasionais,
mático, feito cxjiii base na teoria econô
de produzida
mica,
(pjc nos permita contradizer o
unitário, conforme Simiand comprovou.
afirmado. Diante do proba ina traba lhista. tli-fronlaino-nos com duas posi ções, unui delas niuito bem expressa por •Sliiart Mill, .segundo a qual nada nos
Podemos então afirmar que, a despeito do um aumento das de.spesas totais, por
sua fôrça de trabalho em dott rminncla
necessidades reais do trabalhador, ela
acidentais, da própria atividade <pie c.xerce. Seria desumant) impedir rjue se lhe proporcionem recursos e pris^-ibili-
possibihdade de diminuir o custo uni
dades de refazer sua força de trabalho, para voltar a e.xerccr sua profissão. Ou tro exemplo nos é dado pelas férias anuais remuneradas; cm úllinia análise, estas dão ao trabalhador a pcíssibilidadc
tário,
de descansar e refazer as suas <-iierjgias
medida que a quantidade cresce pelo aumento de produtividade, a parcela d será absorvida, havendo mesmo a
indiscutível o fato de os fatores de proução, uma vez incorporados ao produ to, precisarem ser repostos. Qualquer
para poder voltar a trabalhar com maior eficiência. A maior parle do con teúdo das leis trabalhistas, analisada sob esse prisma, nos conduz à afirma ção de que as mesmas conslitvici,, uinn forma de obrigatorií.-claclc legal de obe
empreendedor sabe que uma peça de máquina desgastada precisa ser subsli-
fatores de produção.
E curioso notar que, no estudo dos euslos, não há empreendedor digno des se nome que não aceite como verdade
tuída, que o ó'eo lubrificante, uma vez
utilizado, precisa ser trocado, que a materia-prima transformada em produto acabado precisa ser reposta, refazendose o estoque necessário para a continuí-
ade da produção. Por que essa mes ma lei aceita para todos cs demais fa tores do custo de produção, não funcio nara para o próprio trabalho ?
Na teoria do valor-trabalho há uma
distmção de excepcional importância en tre o trabalho como potência e como ato, ou seja, a força do trabalho e o tra
balho pròpriamente dito. Derde que não possamos organizá-lo de tal forma
exercício da sua profissão, fica temporà-
autorizaria a af.rmar quo o aumento da parc<'la alribuivel ao trabalho não pode rá crescer tl«' tal maneira que ab orva os demais bitóres cie produção, anulan do a capacidade produtiva ; a outra, por nó:; aceita, sinlLtiza-sc na afirmação de
que nada nos autoriza a asseverar que
o contrário ó verdadeiro, isto é, que o
auinenlo das despesas, por efeito da le gislação social, possa e venha trazer o íiumcnto da produtividade, capaz, in clusive, de fazer diminuir o custo por
diência à lei econômica de reposiç-ão dos
unidade c dc provocar fenômenos in-
Graças a elas torna-se possível refazerem-se as forças do trabalhador c res-
\'ersos
tituír-se a plenitude da sua capacidade
comprovar até que ponto a teoria está
o custo por unidade dimintia, manten
acertada, ao aplicar a lei das reposições ao próprio trabalho e mostrar a possibi
parciais deverão ser feitas no sentido de
lidade de uma legislação social adequa
anterior, quer dizer, .sem prejuíz.,, pa^ as empresas e até com i^ossibiudadc d^^ uma baixa do preço de mercado. Mantendo-se inalterada a curva d"
da, permitindo a redução do custo de produção.
Á
reduzir-sc o custo uni
tário.
Cumpre ponderar ainda que a resis tência patronal â melhoria do trabalho, das concliçíães do trabalhador e da sua remuneração, tem iim custo muito ele
vado, porque ó falo comprovado que o assalariado dc.scontento produz menos. Poder-se-á discutir se o operário plenamento .satisfeito produzirá mais ; é, po rém, indiscutível que o insatisfeito pro duz cada vez menos. E não só produz menos, aplicando menor energia, como
pode impedir que se apliquem plena mente os demais fatores de produção,
lo aumento de produtividade, c,n bene fício de todos. Absorvida a parcela adi
do-se, além disso, a margem de lucfU
efeito da aplicação das leis trabalhistas, .será possível
isto é, pode desperdiçar a matéria-pri ma, quebrar máquinas, reduzir não só a
coletividade. Pesquisas estatísticas im
cional da despesa, poderá ocorrer 'qU^
e rcduzindo-se o custo
aos descritos pelos adeptos da
aumento de bens postos à disposição da
zirá a um crescimento da produção, pe
que possam compensar o aumento de
primeira corrente : diminuição do preço do mercado, redução do custo do vida e
de realização, o que fatabnente condu
que a energia apíícada possa ser refeita, procura, cresceria a oferta, o que cqui' não poderemos chegar à reposição da valeria a afirmar-se a existência cie ui'^ aumento de bens disponíveis para a sn' fôrça de trabalho despendida. tisfação das necessidades da colctiv»' Analisando-se o conteúdo das leis dade. trabalhistas, o que verificamos ? — Se Poderão contestar-nos : Do ponto
por exemplo, o indivíduo se acidenta no
3l
atividade ; é evidente (jtie não cU-ixa de
rianieute impossibilitado do aplicar a
e no momento "t2". Se admitirmos que a legislação trabalhista visa atender às
lho ; tal aumento fará com que, no se gundo momento, não tenhamos a quan tidade produzida "Ql", e sim uma no va quantidade maior que a anterior ; à
Digksto Econômico
verificação daquilo que a teoria econô mica procura provar, — Em primeiro lugar, diremos mão haver e.tudo siste
quantidade produzida no momento "ll"
aumentará sua produtividade de traba
W
sua produtividade, como também a de todos os fatores de produção, postos em equação no processo produth'0. Quando há visível má vontade por parte da classe patronal, quando esta se esforça por manter-se numa posição rea
cionária de retorno ao passado, tal com portamento provoca uma redução na produtividade ; existe, portanto, um cus
Poderemos observar ainda que, quan do, por qualquer circunstância, a par
to de resistência. Pesquisas realizadas nos E.stados Unidos, Inglaterra e Ale
cela atribuível ao salário aumenta de tal
manha, têm mostrado a existência do fe nômeno. Alega-se qne, apesar da nos sa legislação trabalhista, a produtivida
maneira que a empresa se desequilibra,
vista teórico esse raciocínio é muito
isto é, que diminuí a parcela disponível para aquisição de outros fatores de pro dução, ocorre em longa duração um reajustamento das plantas das empresas, Isto é, o empreendedor reage de manei
estas vêm eivadas de suspeição, pelas fontes de onde promanam ; em verdade
Io, mas os Fatos não tem permitido ^
ra a introduzir melhoramentos técnicos
nos parece que
de de trabalho tem diminuído ; há es tatísticas levantadas nesse sentido, mas
quando essas leis sãO
Dir.KAH5
Kconòmico
despesa ; aumentar.á então a produtivi dade da emprè.a, crescendo a quantida
trabalhar por vontade própria. v.ini, movido por circunstâncias ocasionais,
mático, feito cxjiii base na teoria econô
de produzida
mica,
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unitário, conforme Simiand comprovou.
afirmado. Diante do proba ina traba lhista. tli-fronlaino-nos com duas posi ções, unui delas niuito bem expressa por •Sliiart Mill, .segundo a qual nada nos
Podemos então afirmar que, a despeito do um aumento das de.spesas totais, por
sua fôrça de trabalho em dott rminncla
necessidades reais do trabalhador, ela
acidentais, da própria atividade <pie c.xerce. Seria desumant) impedir rjue se lhe proporcionem recursos e pris^-ibili-
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medida que a quantidade cresce pelo aumento de produtividade, a parcela d será absorvida, havendo mesmo a
indiscutível o fato de os fatores de proução, uma vez incorporados ao produ to, precisarem ser repostos. Qualquer
para poder voltar a trabalhar com maior eficiência. A maior parle do con teúdo das leis trabalhistas, analisada sob esse prisma, nos conduz à afirma ção de que as mesmas conslitvici,, uinn forma de obrigatorií.-claclc legal de obe
empreendedor sabe que uma peça de máquina desgastada precisa ser subsli-
fatores de produção.
E curioso notar que, no estudo dos euslos, não há empreendedor digno des se nome que não aceite como verdade
tuída, que o ó'eo lubrificante, uma vez
utilizado, precisa ser trocado, que a materia-prima transformada em produto acabado precisa ser reposta, refazendose o estoque necessário para a continuí-
ade da produção. Por que essa mes ma lei aceita para todos cs demais fa tores do custo de produção, não funcio nara para o próprio trabalho ?
Na teoria do valor-trabalho há uma
distmção de excepcional importância en tre o trabalho como potência e como ato, ou seja, a força do trabalho e o tra
balho pròpriamente dito. Derde que não possamos organizá-lo de tal forma
exercício da sua profissão, fica temporà-
autorizaria a af.rmar quo o aumento da parc<'la alribuivel ao trabalho não pode rá crescer tl«' tal maneira que ab orva os demais bitóres cie produção, anulan do a capacidade produtiva ; a outra, por nó:; aceita, sinlLtiza-sc na afirmação de
que nada nos autoriza a asseverar que
o contrário ó verdadeiro, isto é, que o
auinenlo das despesas, por efeito da le gislação social, possa e venha trazer o íiumcnto da produtividade, capaz, in clusive, de fazer diminuir o custo por
diência à lei econômica de reposiç-ão dos
unidade c dc provocar fenômenos in-
Graças a elas torna-se possível refazerem-se as forças do trabalhador c res-
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tituír-se a plenitude da sua capacidade
comprovar até que ponto a teoria está
o custo por unidade dimintia, manten
acertada, ao aplicar a lei das reposições ao próprio trabalho e mostrar a possibi
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lidade de uma legislação social adequa
anterior, quer dizer, .sem prejuíz.,, pa^ as empresas e até com i^ossibiudadc d^^ uma baixa do preço de mercado. Mantendo-se inalterada a curva d"
da, permitindo a redução do custo de produção.
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reduzir-sc o custo uni
tário.
Cumpre ponderar ainda que a resis tência patronal â melhoria do trabalho, das concliçíães do trabalhador e da sua remuneração, tem iim custo muito ele
vado, porque ó falo comprovado que o assalariado dc.scontento produz menos. Poder-se-á discutir se o operário plenamento .satisfeito produzirá mais ; é, po rém, indiscutível que o insatisfeito pro duz cada vez menos. E não só produz menos, aplicando menor energia, como
pode impedir que se apliquem plena mente os demais fatores de produção,
lo aumento de produtividade, c,n bene fício de todos. Absorvida a parcela adi
do-se, além disso, a margem de lucfU
efeito da aplicação das leis trabalhistas, .será possível
isto é, pode desperdiçar a matéria-pri ma, quebrar máquinas, reduzir não só a
coletividade. Pesquisas estatísticas im
cional da despesa, poderá ocorrer 'qU^
e rcduzindo-se o custo
aos descritos pelos adeptos da
aumento de bens postos à disposição da
zirá a um crescimento da produção, pe
que possam compensar o aumento de
primeira corrente : diminuição do preço do mercado, redução do custo do vida e
de realização, o que fatabnente condu
que a energia apíícada possa ser refeita, procura, cresceria a oferta, o que cqui' não poderemos chegar à reposição da valeria a afirmar-se a existência cie ui'^ aumento de bens disponíveis para a sn' fôrça de trabalho despendida. tisfação das necessidades da colctiv»' Analisando-se o conteúdo das leis dade. trabalhistas, o que verificamos ? — Se Poderão contestar-nos : Do ponto
por exemplo, o indivíduo se acidenta no
3l
atividade ; é evidente (jtie não cU-ixa de
rianieute impossibilitado do aplicar a
e no momento "t2". Se admitirmos que a legislação trabalhista visa atender às
lho ; tal aumento fará com que, no se gundo momento, não tenhamos a quan tidade produzida "Ql", e sim uma no va quantidade maior que a anterior ; à
Digksto Econômico
verificação daquilo que a teoria econô mica procura provar, — Em primeiro lugar, diremos mão haver e.tudo siste
quantidade produzida no momento "ll"
aumentará sua produtividade de traba
W
sua produtividade, como também a de todos os fatores de produção, postos em equação no processo produth'0. Quando há visível má vontade por parte da classe patronal, quando esta se esforça por manter-se numa posição rea
cionária de retorno ao passado, tal com portamento provoca uma redução na produtividade ; existe, portanto, um cus
Poderemos observar ainda que, quan do, por qualquer circunstância, a par
to de resistência. Pesquisas realizadas nos E.stados Unidos, Inglaterra e Ale
cela atribuível ao salário aumenta de tal
manha, têm mostrado a existência do fe nômeno. Alega-se qne, apesar da nos sa legislação trabalhista, a produtivida
maneira que a empresa se desequilibra,
vista teórico esse raciocínio é muito
isto é, que diminuí a parcela disponível para aquisição de outros fatores de pro dução, ocorre em longa duração um reajustamento das plantas das empresas, Isto é, o empreendedor reage de manei
estas vêm eivadas de suspeição, pelas fontes de onde promanam ; em verdade
Io, mas os Fatos não tem permitido ^
ra a introduzir melhoramentos técnicos
nos parece que
de de trabalho tem diminuído ; há es tatísticas levantadas nesse sentido, mas
quando essas leis sãO
ilU
UM! '«
Díckstí) Er.í>N()Mic:o
34
Dtcesto EcoNóNnco
cio de uma nacionalidade; terra de bên çãos e de paz, terra de tolerância, mas
de ordem, em que a ordem material não é mais do que a expressão da ordem e do equilíbrio que reinam nos espíritos, terra remuneradora e larga, mas modes ta, ecônoma, severa e vigilante, terra de irresistível vocação política, que produz, por si mesma, espontâneamente, sem coerção ou constrangimento, por virtu
economia de produção dou h vida hu mana uma tal densidade de problemas sociais, téc-nicos, políticos e jurídicos, que os estudos econômicos constituem
pensáveis preparações para a nioc idaclc» seja qual for a carreira a (pie >4. desti ne c, muito partíciilannenle, se f«)r a clu
os maravilhosos frutos da educação c da cultura humana.
desequilíbrio existente entre ;i nossa já
é onde se sente, em tôda a amplitude de sua onda, a vibração da alma brasileira,
no ritmo da língua, no compasso da mú sica, na expressão dos sentimentos cívi-
cos, de maneira a se poder dizer que a Bahia é o padrão do Brasil, que nela se encontram, nas suas formas típicas, as categorias espirituais por cujo intermé
dio se exprimem e se traduzem a inteli gência e o coração do Brasil. Bem vedes, srs. bacharelandos, como
foi grato ao meu espírito o convite que me fizestes, propiciando-me, de uma só vez, o encantamento e o enleio em que me encontro desde o meu primeiro contacto com a Bahia, e a satisfação de me
ver lembrado por um grupo de moços de inteligência esclarecida c alerta, em dia com os rumos e o sentido do mun
do contemporâneo, compreendendo co
umas e a outros, de sorte a colocá-los
em forma, o que significa, na técnica econômica, o maior aproveitamento das matérias-primas o o mais intenso rendi mento do trabalho humano, constitui uma exigência indeclinável a que ne nhum país poderá fugir sem renunciar à luta por um lugar no ciclo planetário da economia contemporânea. Problemas
Constitui, por isto mesmo,
car, como me foi grato fazé-lo na Babia,
de es'coias, destinadas à racionalivuição do trabalho intelectual na indústria e
dantes cia Faculdade de Ciências Eco
no comércio, ainda entrcguo entre uós
ensino comercial
ao acaso das vocações e ao empirístno
e o entusiasmo,
do aprendizado rotineiro. O rudimento do ensino
penho o o zêlo
nômicas, das lacunas e deficiências do
outros,
ganização
e todos
tlo, SC dispuseram a ele\'ar o nível desse ensino, colocando-o no plano que lhe cumpre ocupar, abaixo de nenhum ou
Foi, pcrcm, apenas o ponto dc parti da de um largo movimento, cujo ritirio cumpre acelerar cm todo o País cie
1
ban
cária, problemas
de comum acôr-
nanças'.
te SC encontra apenas no seu início- ^
problemas do crédito e da or
com que uns e
abrangendo apenas uma das aliviclados do comércio, a de contador, foi corisideràvelmc-nlü ampliado g dcsenvoiVÍcl<J em diversos cursos técnicos, conio o guarda-livros, de adniinistiador-vencl<-'" dor, perito-contador, e, finalmente, curso superior de adininistraç-ão o f'"
ao espírito como no século passado o interessavam os problemas da política.
da produção e
do consumo,
a decisão, o em
eoinerciah
tão dignos de interessar intensamente
imediato pelas fontes e pelos processos
(Ia sua economia. Conhecer a fundo a
mais difíceis com que já lutou o ensino
a lúcida compreensão, tanto da parte dos profess('iics como da parte dos estu
haviam sido criadas categorias o-pcciais
mil, que a densidade da vida contempo rânea põe ao homem outros problemas, c que a atitude não só dos indivíduos, como dcjs Inovou, das nações e dos Es tados é hoje condieionada do n>odo
Estamos alravesstmdo um dos momentos
no Brasil.
ncira a tornar realidade no Brasil
pos sob o sinal do religioso e do político. A passagem da economia de consumo à
que nos mais antigos se manifestam por uma forma tão ostensiva e generalizada.
motivo dc alento e dc conforto verifi
organização capaz e eficiente do ensino comercial, econômico e financeiro. Ê'*"
econômico como já viveu em outros tem
cente as mesmas causas e repercussões
uma educação adequada às novas for mas de atividade comercial e incUistrial, para as quais, cm todo o niunclo,
abre ao espírito perspectivas e panoramas
vive hoje sob o sinal do
estamos em \ia de \i\cr sob um outro si-
intensa vida econômica e a ausência cie
mo poucos que a economia do Brasil
mundo
docente, são os mesmos cm todos eles.
A crise (pie atravessa o nosso sistema
cío. Quandri chamado a ocupar a pas ta da Educação no Govêrno Provisório, impressionou-me desde logo o falo cio
des, compreendendo, desta maneira, que
de educação tem no seu ramo mais re
sua escolha a da indústria ou cln tcmicr-
econômicos, em tódas as suas modalida
dc organização c dc seleção do corpo Os males de que padece um são os mes mos males de que padecem os demais.
hoje uma das mais necessárias e indis
de do seu próprio gènío pacífico e civi lizador, a ordem, o governo, a justiça, Aqui, nesta quente e luminosa Bahia,
Os problemas do método, assim cKimo os
85
V ■ fiscal, organização tiibutaria e de política e, domi-
nando-os a todos, porque na economia da produção esta não se destina apenas ao mercado nacional, mas à permuta in ternacional, os problemas de política comercial, os mais importantes de todos
tro ramo de ensino, tão indispensável ao País como qualquer dos outros, e sem o qual a nossa economia não pode rá atingir o grau de organização e de racionalização a que nos cumpre elcváia ràpidamentc, a fim de que o nosso
e para os quais é urgente a formação entre nós de um corpo de técnicos e de peritos, de maneira que os tratados de
trabalho não continue a ser um dos mais
comercio consultem os interesses da
improdutivos do mundo e as nossas ri quezas naturais um moti\o de animadas conjeturas patrióticas ou um lema de
nio ainda virgem entre nós e dc que é
nossa economia, eis aí um imenso domí
sino superior. Há uma unidade técni
Folgo em verificar que a Bahia, onde mais a fundo e com maior gôsto foram
função das Faculdades Econômicas le vantar o mapa ou a carta topográfica, que orienta a política e a administração nas suas medidas, iniciati\'as e regula
ca entre.todos Os ramos de educaçá^•
cultivados os estudos clássicos e literá
mentações.
problema do ensino
comercial oferece
entre nós a.s mesmas dificuldades e ficiências do ensino ::ccundário e do en
dissertações mais ou menos literárias.
rios, se coloca na vanguarda dos estudos
Fomos surpreendidos pehi economia
ilU
UM! '«
Díckstí) Er.í>N()Mic:o
34
Dtcesto EcoNóNnco
cio de uma nacionalidade; terra de bên çãos e de paz, terra de tolerância, mas
de ordem, em que a ordem material não é mais do que a expressão da ordem e do equilíbrio que reinam nos espíritos, terra remuneradora e larga, mas modes ta, ecônoma, severa e vigilante, terra de irresistível vocação política, que produz, por si mesma, espontâneamente, sem coerção ou constrangimento, por virtu
economia de produção dou h vida hu mana uma tal densidade de problemas sociais, téc-nicos, políticos e jurídicos, que os estudos econômicos constituem
pensáveis preparações para a nioc idaclc» seja qual for a carreira a (pie >4. desti ne c, muito partíciilannenle, se f«)r a clu
os maravilhosos frutos da educação c da cultura humana.
desequilíbrio existente entre ;i nossa já
é onde se sente, em tôda a amplitude de sua onda, a vibração da alma brasileira,
no ritmo da língua, no compasso da mú sica, na expressão dos sentimentos cívi-
cos, de maneira a se poder dizer que a Bahia é o padrão do Brasil, que nela se encontram, nas suas formas típicas, as categorias espirituais por cujo intermé
dio se exprimem e se traduzem a inteli gência e o coração do Brasil. Bem vedes, srs. bacharelandos, como
foi grato ao meu espírito o convite que me fizestes, propiciando-me, de uma só vez, o encantamento e o enleio em que me encontro desde o meu primeiro contacto com a Bahia, e a satisfação de me
ver lembrado por um grupo de moços de inteligência esclarecida c alerta, em dia com os rumos e o sentido do mun
do contemporâneo, compreendendo co
umas e a outros, de sorte a colocá-los
em forma, o que significa, na técnica econômica, o maior aproveitamento das matérias-primas o o mais intenso rendi mento do trabalho humano, constitui uma exigência indeclinável a que ne nhum país poderá fugir sem renunciar à luta por um lugar no ciclo planetário da economia contemporânea. Problemas
Constitui, por isto mesmo,
car, como me foi grato fazé-lo na Babia,
de es'coias, destinadas à racionalivuição do trabalho intelectual na indústria e
dantes cia Faculdade de Ciências Eco
no comércio, ainda entrcguo entre uós
ensino comercial
ao acaso das vocações e ao empirístno
e o entusiasmo,
do aprendizado rotineiro. O rudimento do ensino
penho o o zêlo
nômicas, das lacunas e deficiências do
outros,
ganização
e todos
tlo, SC dispuseram a ele\'ar o nível desse ensino, colocando-o no plano que lhe cumpre ocupar, abaixo de nenhum ou
Foi, pcrcm, apenas o ponto dc parti da de um largo movimento, cujo ritirio cumpre acelerar cm todo o País cie
1
ban
cária, problemas
de comum acôr-
nanças'.
te SC encontra apenas no seu início- ^
problemas do crédito e da or
com que uns e
abrangendo apenas uma das aliviclados do comércio, a de contador, foi corisideràvelmc-nlü ampliado g dcsenvoiVÍcl<J em diversos cursos técnicos, conio o guarda-livros, de adniinistiador-vencl<-'" dor, perito-contador, e, finalmente, curso superior de adininistraç-ão o f'"
ao espírito como no século passado o interessavam os problemas da política.
da produção e
do consumo,
a decisão, o em
eoinerciah
tão dignos de interessar intensamente
imediato pelas fontes e pelos processos
(Ia sua economia. Conhecer a fundo a
mais difíceis com que já lutou o ensino
a lúcida compreensão, tanto da parte dos profess('iics como da parte dos estu
haviam sido criadas categorias o-pcciais
mil, que a densidade da vida contempo rânea põe ao homem outros problemas, c que a atitude não só dos indivíduos, como dcjs Inovou, das nações e dos Es tados é hoje condieionada do n>odo
Estamos alravesstmdo um dos momentos
no Brasil.
ncira a tornar realidade no Brasil
pos sob o sinal do religioso e do político. A passagem da economia de consumo à
que nos mais antigos se manifestam por uma forma tão ostensiva e generalizada.
motivo dc alento e dc conforto verifi
organização capaz e eficiente do ensino comercial, econômico e financeiro. Ê'*"
econômico como já viveu em outros tem
cente as mesmas causas e repercussões
uma educação adequada às novas for mas de atividade comercial e incUistrial, para as quais, cm todo o niunclo,
abre ao espírito perspectivas e panoramas
vive hoje sob o sinal do
estamos em \ia de \i\cr sob um outro si-
intensa vida econômica e a ausência cie
mo poucos que a economia do Brasil
mundo
docente, são os mesmos cm todos eles.
A crise (pie atravessa o nosso sistema
cío. Quandri chamado a ocupar a pas ta da Educação no Govêrno Provisório, impressionou-me desde logo o falo cio
des, compreendendo, desta maneira, que
de educação tem no seu ramo mais re
sua escolha a da indústria ou cln tcmicr-
econômicos, em tódas as suas modalida
dc organização c dc seleção do corpo Os males de que padece um são os mes mos males de que padecem os demais.
hoje uma das mais necessárias e indis
de do seu próprio gènío pacífico e civi lizador, a ordem, o governo, a justiça, Aqui, nesta quente e luminosa Bahia,
Os problemas do método, assim cKimo os
85
V ■ fiscal, organização tiibutaria e de política e, domi-
nando-os a todos, porque na economia da produção esta não se destina apenas ao mercado nacional, mas à permuta in ternacional, os problemas de política comercial, os mais importantes de todos
tro ramo de ensino, tão indispensável ao País como qualquer dos outros, e sem o qual a nossa economia não pode rá atingir o grau de organização e de racionalização a que nos cumpre elcváia ràpidamentc, a fim de que o nosso
e para os quais é urgente a formação entre nós de um corpo de técnicos e de peritos, de maneira que os tratados de
trabalho não continue a ser um dos mais
comercio consultem os interesses da
improdutivos do mundo e as nossas ri quezas naturais um moti\o de animadas conjeturas patrióticas ou um lema de
nio ainda virgem entre nós e dc que é
nossa economia, eis aí um imenso domí
sino superior. Há uma unidade técni
Folgo em verificar que a Bahia, onde mais a fundo e com maior gôsto foram
função das Faculdades Econômicas le vantar o mapa ou a carta topográfica, que orienta a política e a administração nas suas medidas, iniciati\'as e regula
ca entre.todos Os ramos de educaçá^•
cultivados os estudos clássicos e literá
mentações.
problema do ensino
comercial oferece
entre nós a.s mesmas dificuldades e ficiências do ensino ::ccundário e do en
dissertações mais ou menos literárias.
rios, se coloca na vanguarda dos estudos
Fomos surpreendidos pehi economia
.'•Jf
Dicesto Econónoco
S6
dirigida em,lamentável estado de penú» ria quanto ao pessoal técnico indispen
aspectos gerais dos problemas econômi cos, como sôbre cada um délcs em par
sável à direção da economia nacional. Como dirigir uma economia, sem co
ticular, desde os processos agrícolas on
industriais da produção até os da distri
nhecer as fontes e os processos da sua
buição,
produção, sem aparelhainento bancário
Economia nacional dirigida pressupõe,
e financeiro destinado a regular o ritmo
portanto, uma vasta organização de en
da produção e da distribuição, sem uma
sino econômico, em todos os seus ra
larga e esclarecida política comercial, fundada no seguro conhecimento das condições
do mercado interno e das
suas relações dinâmicas com o mercado
internacional ? Dirigir a economia na
cional, sem uma intensa preparação científica e prática de um corpo de téc nicos e de peritos destinados a orientar as medidas legislativas e as intervenções
do governo, é, evidentemente, passar dos mais competentes, que são os pro dutores, para o empirisrao e as aventu ras oficiais, o governo da riqueza nacio nal. Economia dirigida é, sobretudo,
do comércio c
do consumo.
mos e variedades.
Até há pouco, porém, as nossas eli tes dirigentes se mostravam tão sòmen te interessadas pelos estudos cIússíchís c
literários, não se animando a voltar as
suas vistas para o ensino técnico e pro fissional, de tão sadia infiuôncia na for mação moral e intelectual do homem, e aparelhamcnto indispensável ao recru
tamento e à mobilização dc um corpo de peritos destinado a exercer na indús
economia organizada e racionalizada. O.
tria e no comércio funções absolutamen te viscerais à organização de uma eco nomia nacional apercebida de todos os
Estado se propõe dirigir à ecdiiomla na
instrumentos necessários às operações
cional precisamente para imprimir ao
dia a dia mais complexas de transforma ção e de distribuição das riquezas.
seu ritmo regularidade, harmonia e se gurança, de maneira a evitar o risco
das aventuras individuais, os desperdí
cios resultantes de uma concorrência anárquica, organizando em sistema a economia nacional, articulando ao coniCTcio a indústria, a produção à distri
buição, transformando, enfim, em eco nomia sistemática a economia capricho sa e desorganizada cuja orientação obe
dece tão somente ao jogo dos interêsses individuais. Ora, esta imensa obra de organização e de racionalização da eco
nomia nacional não pode evidentemente estar na competência dos parlamentos e
dos governos, se êstes não dispõem de órgãos consultivos e de agentes especia lizados, com suficiente preparação cien tífica Q técnica, não sòmente sôbre os
A instrução clássica, por mais útil quo seja, não pode assumir sòzinha as res ponsabilidades que incumbem à inteli
gência nos destinos da Nação. A Nação não é, com efeito, apenas ordem jurídica 6 ordem moral, função de autoridade ou de governo; é, também, e hoje antes de tudo, uma usina e um mercado. A ins
trução clássica podia no século passado atender às exigências da vida cívica e da atividade política. As últimas conse qüências da revolução industrial cria ram, porém, aos governos, novas e com
plexas funções, estendendo a área do seu contrôle de maneira a envolver na
sua deliberação questões para a elucida ção das quais se exigem conhecimentos técnicos e especializados, cada vez mais
Dicesto Econômico
87
remotos, mesmo à compreensão das pes
de política que transforma os países em
soas cultivadas.
nações.
Os problemas do século passado eram essencialmente problemas políticos, sus ceptíveis de serem colocados em ter mos dc sentimento ou de encontrar res
posta adequada
ou satisfatória na at
mosfera de emoção originada dos deba tes públicos. Eram questões humanas por excelência, no sentido de acessíveis ao entendimento ou ao sentimento ge
ral. As que.stões que se encontram hoje no p\ino dc cogitação dos governos são, porém, de outra natureza. São ques tões que c\oluem fora dos quadros dos
estudos clássicos ou literários; questões sobretudo técnicas, particularmente de economia e de administração, para as quais evidentemente não se acha volta
do o foco de interesse das disciplinas literárias, dc cuia substância se compõe o quadro da educação clássica ou tradi
^
E dever de tôda nação, se pretende durar e impor-se ao respeito e à condderaçao das outras, cuidar de aumentar
e multiplicar a sua riqueza, pois a ri
queza. mais entre as nações do que en tre os indivíduos, é o infalível instru
mento da magistratura e do império. çao e do comércio a riqueza nacional é
Dadas as aluais condições da produ-
antes o resultado da aplicação da inteli gência 6 da técnica do que obra da na tureza e do acaso. E' função do ensino profissional preparar elites para o mer
cado, assim como o ensino clássico pre
parava no século passado as elites para a vida pública. A função das primeiras nada fica a dever em importância à fun
ção das segundas. Ambas colaboram, cada qual na sua esfera, na grande obra
coletiva de formação e de emancipação
cional. Sòmente uma educação espe cializada e técnica pode preparar o ho
nacionais. ■
mem para as funções do mercado, com os seus problemas próprios, os seus ti
vida nacional são as bôlsas de merca
pos particulares de atividade social e
econômica, os seus procos.sos técnicos definidos e inconfundíveis. Só a nação que tem o seu mercado aparelhado, apercebido de órgãos e instrumentos perfeitamente adaptados às funções da sua vida econômica, é que se pode dizer realmente emancipada e autônoma. A emancipação política será apenas um ente de razão, se o mercado econômico
não se diferencia e se organiza na mes ma latitude em que se diferencia e or ganiza a vida política. Um país sem organização industrial e comercial, com tôda a sua majestade, as suas dragonas, os seus parlamentos, as suas declarações d© direito, nunca poderá ter a densida-
O que é certo é que mudou o clima espiritual do mundo. Hoje os nós da
dorias, os bancos, as empresas de pro
dução e de transporte, os institutos de
fomento e de amparo à produção os grandes organismos econômicos que regukm, nutrem e enriquecem as nações.
hoi êste o meu pensamento ao translormar o antigo ensino comercial em vários cursos técnicos, dando como cupu.a ao edifício o curso superior de economia ç finanças.
Sente-se que o cUma espiritual da a lia está mudando. A sua economia
esta em vias de ser organizada e racio nalizada, graças às notáveis iniciativas do seu govêmo, com o Instituto do Cacau, em pleno funcionamento, e do Fumo e da Pecuária, em curso de orga nização.
.'•Jf
Dicesto Econónoco
S6
dirigida em,lamentável estado de penú» ria quanto ao pessoal técnico indispen
aspectos gerais dos problemas econômi cos, como sôbre cada um délcs em par
sável à direção da economia nacional. Como dirigir uma economia, sem co
ticular, desde os processos agrícolas on
industriais da produção até os da distri
nhecer as fontes e os processos da sua
buição,
produção, sem aparelhainento bancário
Economia nacional dirigida pressupõe,
e financeiro destinado a regular o ritmo
portanto, uma vasta organização de en
da produção e da distribuição, sem uma
sino econômico, em todos os seus ra
larga e esclarecida política comercial, fundada no seguro conhecimento das condições
do mercado interno e das
suas relações dinâmicas com o mercado
internacional ? Dirigir a economia na
cional, sem uma intensa preparação científica e prática de um corpo de téc nicos e de peritos destinados a orientar as medidas legislativas e as intervenções
do governo, é, evidentemente, passar dos mais competentes, que são os pro dutores, para o empirisrao e as aventu ras oficiais, o governo da riqueza nacio nal. Economia dirigida é, sobretudo,
do comércio c
do consumo.
mos e variedades.
Até há pouco, porém, as nossas eli tes dirigentes se mostravam tão sòmen te interessadas pelos estudos cIússíchís c
literários, não se animando a voltar as
suas vistas para o ensino técnico e pro fissional, de tão sadia infiuôncia na for mação moral e intelectual do homem, e aparelhamcnto indispensável ao recru
tamento e à mobilização dc um corpo de peritos destinado a exercer na indús
economia organizada e racionalizada. O.
tria e no comércio funções absolutamen te viscerais à organização de uma eco nomia nacional apercebida de todos os
Estado se propõe dirigir à ecdiiomla na
instrumentos necessários às operações
cional precisamente para imprimir ao
dia a dia mais complexas de transforma ção e de distribuição das riquezas.
seu ritmo regularidade, harmonia e se gurança, de maneira a evitar o risco
das aventuras individuais, os desperdí
cios resultantes de uma concorrência anárquica, organizando em sistema a economia nacional, articulando ao coniCTcio a indústria, a produção à distri
buição, transformando, enfim, em eco nomia sistemática a economia capricho sa e desorganizada cuja orientação obe
dece tão somente ao jogo dos interêsses individuais. Ora, esta imensa obra de organização e de racionalização da eco
nomia nacional não pode evidentemente estar na competência dos parlamentos e
dos governos, se êstes não dispõem de órgãos consultivos e de agentes especia lizados, com suficiente preparação cien tífica Q técnica, não sòmente sôbre os
A instrução clássica, por mais útil quo seja, não pode assumir sòzinha as res ponsabilidades que incumbem à inteli
gência nos destinos da Nação. A Nação não é, com efeito, apenas ordem jurídica 6 ordem moral, função de autoridade ou de governo; é, também, e hoje antes de tudo, uma usina e um mercado. A ins
trução clássica podia no século passado atender às exigências da vida cívica e da atividade política. As últimas conse qüências da revolução industrial cria ram, porém, aos governos, novas e com
plexas funções, estendendo a área do seu contrôle de maneira a envolver na
sua deliberação questões para a elucida ção das quais se exigem conhecimentos técnicos e especializados, cada vez mais
Dicesto Econômico
87
remotos, mesmo à compreensão das pes
de política que transforma os países em
soas cultivadas.
nações.
Os problemas do século passado eram essencialmente problemas políticos, sus ceptíveis de serem colocados em ter mos dc sentimento ou de encontrar res
posta adequada
ou satisfatória na at
mosfera de emoção originada dos deba tes públicos. Eram questões humanas por excelência, no sentido de acessíveis ao entendimento ou ao sentimento ge
ral. As que.stões que se encontram hoje no p\ino dc cogitação dos governos são, porém, de outra natureza. São ques tões que c\oluem fora dos quadros dos
estudos clássicos ou literários; questões sobretudo técnicas, particularmente de economia e de administração, para as quais evidentemente não se acha volta
do o foco de interesse das disciplinas literárias, dc cuia substância se compõe o quadro da educação clássica ou tradi
^
E dever de tôda nação, se pretende durar e impor-se ao respeito e à condderaçao das outras, cuidar de aumentar
e multiplicar a sua riqueza, pois a ri
queza. mais entre as nações do que en tre os indivíduos, é o infalível instru
mento da magistratura e do império. çao e do comércio a riqueza nacional é
Dadas as aluais condições da produ-
antes o resultado da aplicação da inteli gência 6 da técnica do que obra da na tureza e do acaso. E' função do ensino profissional preparar elites para o mer
cado, assim como o ensino clássico pre
parava no século passado as elites para a vida pública. A função das primeiras nada fica a dever em importância à fun
ção das segundas. Ambas colaboram, cada qual na sua esfera, na grande obra
coletiva de formação e de emancipação
cional. Sòmente uma educação espe cializada e técnica pode preparar o ho
nacionais. ■
mem para as funções do mercado, com os seus problemas próprios, os seus ti
vida nacional são as bôlsas de merca
pos particulares de atividade social e
econômica, os seus procos.sos técnicos definidos e inconfundíveis. Só a nação que tem o seu mercado aparelhado, apercebido de órgãos e instrumentos perfeitamente adaptados às funções da sua vida econômica, é que se pode dizer realmente emancipada e autônoma. A emancipação política será apenas um ente de razão, se o mercado econômico
não se diferencia e se organiza na mes ma latitude em que se diferencia e or ganiza a vida política. Um país sem organização industrial e comercial, com tôda a sua majestade, as suas dragonas, os seus parlamentos, as suas declarações d© direito, nunca poderá ter a densida-
O que é certo é que mudou o clima espiritual do mundo. Hoje os nós da
dorias, os bancos, as empresas de pro
dução e de transporte, os institutos de
fomento e de amparo à produção os grandes organismos econômicos que regukm, nutrem e enriquecem as nações.
hoi êste o meu pensamento ao translormar o antigo ensino comercial em vários cursos técnicos, dando como cupu.a ao edifício o curso superior de economia ç finanças.
Sente-se que o cUma espiritual da a lia está mudando. A sua economia
esta em vias de ser organizada e racio nalizada, graças às notáveis iniciativas do seu govêmo, com o Instituto do Cacau, em pleno funcionamento, e do Fumo e da Pecuária, em curso de orga nização.
If I IM MiJ.P. IIIi*!
Dicesto EcosòNnco
CARLOS Outro indício notável é o interesse da
sua mocidade pelos estudos econômicos iniciativas no
uma nova forma de aliviclach- intelectual
sentido de dotar a capital do Estado de
a serviço das riquezas da Bahia, inte grando-a no novo clima espiritiial do mundo, que ap:nas já atingiu alguns ra ros pontos do Brasil c de cuja difusão
e as suas confortadoras
uma Faculdade de Ciências Econômi
cas digna de despertar emulação em ou tros pontos do País.
Senhores bacharéis, eu vos renovo o
meu agradecimento pela honra com que
PEIXOTO
me dislinguisles, e confio não errar espe rando que sereis na Bahia os pioneiros dc AntüXIO GonTIJO nc r^.vn^-AT ti/-v O cstuclanie
O "Digesto Econômico" tem publicado i"- nador progcnic ilustre, filho clc antigopelo se D" do Império, descendente
pelo nosso país depcncleni a sua ordem, a sua prosperidade, a sua fòrç-a e a sua
lado materno de nobre família da Vila do Príncipe, hoje cidade do Serro, Carlos Peixoto de Melo Filho nasceu, cm 1.°
grandeza.
dc junho de 1871, na cidade do Ubá, Estado de Minas Gerais.
Carlos Peixoto fèz. os exames dc ina-
dureza no Ateneu Mineiro de Juiz de Fora, dirigido por um exilado político
uma serie dc ligeiras biografias de fi nancistas c eccnomistas brasileiros. Neste número inscrc-sc a dc Carlos Peixoto,
celebrado parlamentar, chefe do "Jar dim da Infância", e que figura uò "vo
lume "E,iadktas da República"^ }'\á muito esgotado. São atuais as idéias que Carlos Peixoto sustentou sóbre os
ptiitidui; pulíllLVa.
português, unix-ersitário dc Coimbra,
Santos Vuicnte, que locioiiava qualquer matéria e foi o principal coordenador do
outros estudantes, Mendes Pimentel,
Dicionário Aulcte.
era considerado polo \'elho professor
Edmundo Lins, Afonso Arinos, Herculano dc Freitas, João Luiz Abes, Otávio Mendes, Paulo Prado, Camilo Soares e
como aluno modelar.
Afonio de Carvalho, que se salientaram
Carlinhos, o menino de olhos negros, De José Rangel, membro da Acade
mia Mineira de Letras, seu condiscipulo "O Ateneu, há estas impressões sobre o
festejado prcparatoriano: "Dócil, a\'és:"o
"Encontrei-o, pela primeira vez, no prin cípio de 1886, vendo-o a cavalo, não
aos jogos e brinquedos, cumpridor dos
em selim, porém em uma janela de "re
deveres, insinuantc, afeiçoado aos mesIres mas altivo, desembaraçado na expo-
pública". A apresentação foi feita de
•siç-cão das liçõe.s bem sabidas".
olhar com respeito para o veterano".
Estudaram no Ateneu o João Luiz Alves, o Estevão Lobo, o Barbosa Lima, trindade que exalçou os métodos peda gógicos daquele estabelecimento.
província. Na imagem poética de Afon-
Inteligência precoce e viva, aos treze anor. de idade concluiu os preparatórios.
y-f*r' .-.V
nas pugnas da inteligência. Escragnolle Dóría assim o conheceu:
aixo para cima.
Q calouro teve de
São Paulo era uma cidadezinha de
® ^'^rvallio, que evocou aquele tes, dos entrudos, das serenatas, dos período, uma cidadezinha dos estudan
quiosques, dos tílburis, dos bondínhos
Matriculou-se, em 1885, na Faculdade
ít tração animal, das casinhas térreas
de Direito de São Paulo, em virtude dè
com beirais.
licença erpecial concedida pelo Minis tro da Justiça. Carlos Peixoto era o benjamim de
Sedenta de ideais era a sua mocidade. Não seguia à risca o conselho de
uma turma em que se contavam, entre
da realidade como o dever exclusivo da
...
Mürger, que pregava a despreocupação
If I IM MiJ.P. IIIi*!
Dicesto EcosòNnco
CARLOS Outro indício notável é o interesse da
sua mocidade pelos estudos econômicos iniciativas no
uma nova forma de aliviclach- intelectual
sentido de dotar a capital do Estado de
a serviço das riquezas da Bahia, inte grando-a no novo clima espiritiial do mundo, que ap:nas já atingiu alguns ra ros pontos do Brasil c de cuja difusão
e as suas confortadoras
uma Faculdade de Ciências Econômi
cas digna de despertar emulação em ou tros pontos do País.
Senhores bacharéis, eu vos renovo o
meu agradecimento pela honra com que
PEIXOTO
me dislinguisles, e confio não errar espe rando que sereis na Bahia os pioneiros dc AntüXIO GonTIJO nc r^.vn^-AT ti/-v O cstuclanie
O "Digesto Econômico" tem publicado i"- nador progcnic ilustre, filho clc antigopelo se D" do Império, descendente
pelo nosso país depcncleni a sua ordem, a sua prosperidade, a sua fòrç-a e a sua
lado materno de nobre família da Vila do Príncipe, hoje cidade do Serro, Carlos Peixoto de Melo Filho nasceu, cm 1.°
grandeza.
dc junho de 1871, na cidade do Ubá, Estado de Minas Gerais.
Carlos Peixoto fèz. os exames dc ina-
dureza no Ateneu Mineiro de Juiz de Fora, dirigido por um exilado político
uma serie dc ligeiras biografias de fi nancistas c eccnomistas brasileiros. Neste número inscrc-sc a dc Carlos Peixoto,
celebrado parlamentar, chefe do "Jar dim da Infância", e que figura uò "vo
lume "E,iadktas da República"^ }'\á muito esgotado. São atuais as idéias que Carlos Peixoto sustentou sóbre os
ptiitidui; pulíllLVa.
português, unix-ersitário dc Coimbra,
Santos Vuicnte, que locioiiava qualquer matéria e foi o principal coordenador do
outros estudantes, Mendes Pimentel,
Dicionário Aulcte.
era considerado polo \'elho professor
Edmundo Lins, Afonso Arinos, Herculano dc Freitas, João Luiz Abes, Otávio Mendes, Paulo Prado, Camilo Soares e
como aluno modelar.
Afonio de Carvalho, que se salientaram
Carlinhos, o menino de olhos negros, De José Rangel, membro da Acade
mia Mineira de Letras, seu condiscipulo "O Ateneu, há estas impressões sobre o
festejado prcparatoriano: "Dócil, a\'és:"o
"Encontrei-o, pela primeira vez, no prin cípio de 1886, vendo-o a cavalo, não
aos jogos e brinquedos, cumpridor dos
em selim, porém em uma janela de "re
deveres, insinuantc, afeiçoado aos mesIres mas altivo, desembaraçado na expo-
pública". A apresentação foi feita de
•siç-cão das liçõe.s bem sabidas".
olhar com respeito para o veterano".
Estudaram no Ateneu o João Luiz Alves, o Estevão Lobo, o Barbosa Lima, trindade que exalçou os métodos peda gógicos daquele estabelecimento.
província. Na imagem poética de Afon-
Inteligência precoce e viva, aos treze anor. de idade concluiu os preparatórios.
y-f*r' .-.V
nas pugnas da inteligência. Escragnolle Dóría assim o conheceu:
aixo para cima.
Q calouro teve de
São Paulo era uma cidadezinha de
® ^'^rvallio, que evocou aquele tes, dos entrudos, das serenatas, dos período, uma cidadezinha dos estudan
quiosques, dos tílburis, dos bondínhos
Matriculou-se, em 1885, na Faculdade
ít tração animal, das casinhas térreas
de Direito de São Paulo, em virtude dè
com beirais.
licença erpecial concedida pelo Minis tro da Justiça. Carlos Peixoto era o benjamim de
Sedenta de ideais era a sua mocidade. Não seguia à risca o conselho de
uma turma em que se contavam, entre
da realidade como o dever exclusivo da
...
Mürger, que pregava a despreocupação
DlGEíriXj
40
juventude. Se aplaudia com delírio exa gerado, atingindo às raias do fanatis mo, a incomparável Sarah Bcmhardt, no teatrinho do Largo da Assembléia, apos-
EcONÓMÍt:*»
DlCESTO ECONÓKnCO
clamada a República, colou grau ^n*
ma da re\'ísão constitucional, com a re
ciativas de caráter legislativo tomadas
ciências jurídicas e sociais.
forma da Organização Judiciária e a do Poder Municipal. Discutiram-na, nu ausência de João
pelos representantes do povo.
Luiz, que fôra eleito deputado federal, O debate na
a tribuna c destacando-se como defensor impertérrito dos direitos individuais.
iirmavu a reputação dc primoroso "de-
O Deputado Estadual
tolava, com entusiasmo não menor, nas
A Câmara E:.taduul c o uo\-iciaclo d»
esquinas, nas ruas, nos comícios, nos teatros, a Abolição e a República.
tribuna parlamentar. Fase preparatória para os grandes debates, os políticos
Ambiente de sonho e de liberdade, o
terçam nesse cenário restrito as armas
do casarão do Largo de São Francisco.
iniciais, discutindo os problemas do in-
Assembléia resumiu-se no duelo c.spiritual travado entre ambos. Divergiam em pontos essenciais o em série de emendas
Herculano de Freitas e João Luiz Alves brandiam na imprensa acadêmica as ••
terêsse regional.
sustentaram com calor as suas convic
Na quinta legis se iniciava, não er
líticas; João Augus
raria
no
quem predissesse o
que se apagou, e
futuro radioso dois estreantes.
literários; Edmundo Lins
ensaiava
os
vôos nos domínios da ciência do Di reito e era dos raros
Um, antigo ma gistrado, promotor público e agente
reputação de gran tada
mencionaria:
João
que se fêz homem, verboso orador, ído lo dos estudantes;
Dutra Rodrigues, romanista insigne, de
em
célebre
júri de Ubá, em que estiveram
envolvi
dos membros da família Soares de Moura, imediata mente aclamado lí
der dos seus cole gas.
um físico semelhante ao de Cavour; Sá
Outro, diplomata de carreira, que de
e Benevides, dogmático e conservador;
ra mostras de saber jurídico na Procura
Leite de Morais, loquaz e declamador;
doria Seccional da República.
Dino Bueno, dídata por excelência, cuja
Carlos Peixoto Filho e Afrànio de Melo
palavra tinha a limpidez da água da
Franco, os novos licurgos, empolgaram
fonte e, para não me alongar, Mamede e o Cônego Andrade, símbolos de uma geração pretérita.
a modesta assembléia, a todos sobre
Nesse ambiente, Carlos Peixoto for-
Q seu espírito, e em 1889, já pro
nistério Público, para os juízos que não soubessem iionrar a toga. Ambos, de fendendo a tese de que a Justiça é o número um na hierarquia dos proble
cípio de Rio Bran co, precedido da
de orador, conquis
Monteiro, a vaidade
Senado e da Relação e do Chefe do Mi
executivo do muni
Ordenações do Rei
Dos professôres,
ção de 24*dc fevereiro, era um felichista da precminência do Poder Judiciário no julgamento dos seus pares. Peixoto propugnava a criação de um tribuna! especial, coniposlo dos Presidentes do
de
que manuseavam as no.
Melo Franco, partidário da Constitui
vaticíirio
to Fleuri, um sol
Afonso Arinos, brí-
ções.
latura mineira, que
primeiras armas po- ^
Ihavam nos folhetins
Pci.xolo e Melo Franco.
pujando pelo brilho e operosidade. Na legislatura finda, João Luiz Alves, que se revelou parlamentar consumado,
eloqüente na tribuna, agitou o proble
^
mas de governo. De sã consciência, não se pode afir mar a quem coube a palma da vitória. Se, em Peixoto, predominava o tempera mento político, em Melo Franco a cons ciência jurídica era o instrumento dos seus triunfos.
Peixoto foi autor de uma reforma elei
Melo Franco exerceu o mandato em
toda a legislatura, ocupando diariamente
Rápida é a passagem de Peixoto pela Gamara Estadual. Em quatro meses bater" e se elegia deputado federal pelo segundo distrito eleitoral, cuja sede era
a cidade de Juiz de Fora. A estréia
Memorável, a estréia de Carlos Pei.xoto na tribuna da Câmara Federal. Barbosa Lima pronuncia comovido dis curso dc apelo às tradições liberais de Minas, para que se não conceda a li
cença de processar o deputado oposicio nista Alfredo Varela. Lírico, a peroração arrebata o auditório: "Libertas quaj sera tamen" é a última invocação.
Da bancada montanhesa, surge um desconliecido.
Sereno, enérgico, com o senso do ju rista e o floreio do artista, confunde o competidor.
Sustenta que o caso não pode ser en carado e decidido sob o critério único
do coleguismo. "Em um regimem re
toral para regenerar costumes políticos, deturpados por vicioso sistema represen
cura humilhar a qualquer dos nossos
tativo.
colegas, levando-o à barra de um tri
O debate ampliou-se com os
discursos de Melo Franco, de culto à
- Liberdade. Esmiuçados foram todos os
publicano, pcde-se dizer que se probunal?" Esooimar-se-á de uma su pei
ta como qua quer cidadão. Dímonstra
artigos da reforma e o projeto, que se
que a Câmara não tem o direito de
converteu em lei, atenta o civismo desses
substituir a um tribunal judiciário, de jul
bravos lutadores.
gar do delito e submeter a julgamento
O regimem não estava conspurcado. Os deputados ainda não abdicavam das funções definidas pela Constituição. Ha via liberdade nas discussões e os gover nadores não se agaslavam com as ini
prévio o colega acusado. Estuda os im
ponderáveis e traça uma página de sutil psicologia sobre o nosso excessivo amor à liberdade. Como se estivesse no Areó-
pago, assim conclui o finíssimo orador;
DlGEíriXj
40
juventude. Se aplaudia com delírio exa gerado, atingindo às raias do fanatis mo, a incomparável Sarah Bcmhardt, no teatrinho do Largo da Assembléia, apos-
EcONÓMÍt:*»
DlCESTO ECONÓKnCO
clamada a República, colou grau ^n*
ma da re\'ísão constitucional, com a re
ciativas de caráter legislativo tomadas
ciências jurídicas e sociais.
forma da Organização Judiciária e a do Poder Municipal. Discutiram-na, nu ausência de João
pelos representantes do povo.
Luiz, que fôra eleito deputado federal, O debate na
a tribuna c destacando-se como defensor impertérrito dos direitos individuais.
iirmavu a reputação dc primoroso "de-
O Deputado Estadual
tolava, com entusiasmo não menor, nas
A Câmara E:.taduul c o uo\-iciaclo d»
esquinas, nas ruas, nos comícios, nos teatros, a Abolição e a República.
tribuna parlamentar. Fase preparatória para os grandes debates, os políticos
Ambiente de sonho e de liberdade, o
terçam nesse cenário restrito as armas
do casarão do Largo de São Francisco.
iniciais, discutindo os problemas do in-
Assembléia resumiu-se no duelo c.spiritual travado entre ambos. Divergiam em pontos essenciais o em série de emendas
Herculano de Freitas e João Luiz Alves brandiam na imprensa acadêmica as ••
terêsse regional.
sustentaram com calor as suas convic
Na quinta legis se iniciava, não er
líticas; João Augus
raria
no
quem predissesse o
que se apagou, e
futuro radioso dois estreantes.
literários; Edmundo Lins
ensaiava
os
vôos nos domínios da ciência do Di reito e era dos raros
Um, antigo ma gistrado, promotor público e agente
reputação de gran tada
mencionaria:
João
que se fêz homem, verboso orador, ído lo dos estudantes;
Dutra Rodrigues, romanista insigne, de
em
célebre
júri de Ubá, em que estiveram
envolvi
dos membros da família Soares de Moura, imediata mente aclamado lí
der dos seus cole gas.
um físico semelhante ao de Cavour; Sá
Outro, diplomata de carreira, que de
e Benevides, dogmático e conservador;
ra mostras de saber jurídico na Procura
Leite de Morais, loquaz e declamador;
doria Seccional da República.
Dino Bueno, dídata por excelência, cuja
Carlos Peixoto Filho e Afrànio de Melo
palavra tinha a limpidez da água da
Franco, os novos licurgos, empolgaram
fonte e, para não me alongar, Mamede e o Cônego Andrade, símbolos de uma geração pretérita.
a modesta assembléia, a todos sobre
Nesse ambiente, Carlos Peixoto for-
Q seu espírito, e em 1889, já pro
nistério Público, para os juízos que não soubessem iionrar a toga. Ambos, de fendendo a tese de que a Justiça é o número um na hierarquia dos proble
cípio de Rio Bran co, precedido da
de orador, conquis
Monteiro, a vaidade
Senado e da Relação e do Chefe do Mi
executivo do muni
Ordenações do Rei
Dos professôres,
ção de 24*dc fevereiro, era um felichista da precminência do Poder Judiciário no julgamento dos seus pares. Peixoto propugnava a criação de um tribuna! especial, coniposlo dos Presidentes do
de
que manuseavam as no.
Melo Franco, partidário da Constitui
vaticíirio
to Fleuri, um sol
Afonso Arinos, brí-
ções.
latura mineira, que
primeiras armas po- ^
Ihavam nos folhetins
Pci.xolo e Melo Franco.
pujando pelo brilho e operosidade. Na legislatura finda, João Luiz Alves, que se revelou parlamentar consumado,
eloqüente na tribuna, agitou o proble
^
mas de governo. De sã consciência, não se pode afir mar a quem coube a palma da vitória. Se, em Peixoto, predominava o tempera mento político, em Melo Franco a cons ciência jurídica era o instrumento dos seus triunfos.
Peixoto foi autor de uma reforma elei
Melo Franco exerceu o mandato em
toda a legislatura, ocupando diariamente
Rápida é a passagem de Peixoto pela Gamara Estadual. Em quatro meses bater" e se elegia deputado federal pelo segundo distrito eleitoral, cuja sede era
a cidade de Juiz de Fora. A estréia
Memorável, a estréia de Carlos Pei.xoto na tribuna da Câmara Federal. Barbosa Lima pronuncia comovido dis curso dc apelo às tradições liberais de Minas, para que se não conceda a li
cença de processar o deputado oposicio nista Alfredo Varela. Lírico, a peroração arrebata o auditório: "Libertas quaj sera tamen" é a última invocação.
Da bancada montanhesa, surge um desconliecido.
Sereno, enérgico, com o senso do ju rista e o floreio do artista, confunde o competidor.
Sustenta que o caso não pode ser en carado e decidido sob o critério único
do coleguismo. "Em um regimem re
toral para regenerar costumes políticos, deturpados por vicioso sistema represen
cura humilhar a qualquer dos nossos
tativo.
colegas, levando-o à barra de um tri
O debate ampliou-se com os
discursos de Melo Franco, de culto à
- Liberdade. Esmiuçados foram todos os
publicano, pcde-se dizer que se probunal?" Esooimar-se-á de uma su pei
ta como qua quer cidadão. Dímonstra
artigos da reforma e o projeto, que se
que a Câmara não tem o direito de
converteu em lei, atenta o civismo desses
substituir a um tribunal judiciário, de jul
bravos lutadores.
gar do delito e submeter a julgamento
O regimem não estava conspurcado. Os deputados ainda não abdicavam das funções definidas pela Constituição. Ha via liberdade nas discussões e os gover nadores não se agaslavam com as ini
prévio o colega acusado. Estuda os im
ponderáveis e traça uma página de sutil psicologia sobre o nosso excessivo amor à liberdade. Como se estivesse no Areó-
pago, assim conclui o finíssimo orador;
Dici::sro EcoNÓNnco
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PlCKSTO EcONÓNHCO
42
Estruge na
vivesse num polo e V. Excia. em outro".
como pela causa da moléstia que lhe mi
com um "muito bem".
que, nos mementos de crise, nos mo
nava o organismo. Então nao poiipax'a
sala uma gargalhada geral e todos in terpretam aquele "muito bem" como a
Pcixcto, que era um temperamento afetivo c desigual, ocupava a tribuna
resposta <le Cambrone.
''Mineiros, nós nos habituamos a saber mentos de destruição, nos momentos de
o íntru.sf).
luta. o espírito crítico toma a sua pri
A quantos incidentes pitorescos não pre
meira e princioal feição, a feição neçatívista que aparece em todo o seu vjgor;
senciou a (Câmara! A um depiitaclo do Norte, do manei ras adamadas, oue insistia eni fazcrllie ob"eçües. deu esta réplica fi-rinfi. nue provccou risadas no ret into: "A observação do meu colega não tem ca
mas todos aprendemos iiriialm^nte que, derrubados, temoe Drincioalmente o de
ver. os revolucionários de ontem, de nos acobertarmos juntamente com todos os
demais, vencedores e vencidos, sob a mesma égide protetora da lei. (Muito bem).
E a lei não se faz para abroquelar violências contra aquilo que nela se con sagra; a lei não se faz para acobertar Of. crimes nem os criminosos, de onde quer que partam (muito bem); a lei não
se faz senão pa^a que, ao seu influxo, nós outros aprendamos a cumpri-la, a executá-la dignamente. Fatigueí demais a atenção da Câmara e resumirei o que queria dizer: "Minei ros, não esquecemos o amor da liberda
de, mas queremo-la, sempre e indefective'mente. sob a lei: "sub lege liber tas" (Palmas prolongadas). "Libertas quae sera tamen" e "Liber tas sub lege" definiram duas mentali-
S r\'0 me, para com o moú
fogo.so contrnditor. de uma exn^cssão espanhola.
Grande, a impressão causada. Os jornais, unânimes, proclamaram o jovem
parlamentar o maior orador político da Gamara.
O orador
"■Orador moderno, era sóbrio nos ges
Impressionantes e características,
as mutações fisionômicas. Detestava a retórica e era rigorosamente honesto nas
opiniões. Convicto dos princípios que sustentava, perdia a serenidade e repli cava com farpas, quando aparteado. Tornava-se, às vezes, irascível nas dis
cussões. Não pelo indiscutível orgulho,
com certa timidez e se inflamava ao
Paul Dcschanei. que prefaciou uma
ouvir a primeira interrupção. Muitos ami
traduçã:) dos discursos de Ihu Barbosa proferidos em Haia, era o Presidente
gos o c; ptcaçavam propositadamente pa ra sentir os lampejos da sua eloqüência.
da Câmara dos Deputados da França c o apuro da sua indumentária estava sendo jocosamente comentado pelos jor nais oposicionistas de Paris. João Lage, para ser agradável a Pi-
dos representantes do Estado de Goiás. O assunto era banal e talvez nenhum
nh.ciro
Machado,
tentou
ridicularizar
Dizem que os casii^lninos,
Carlos Peixoto pelas colunas cVO País",
quando contestam a afirmati\'a d(? uma
apelidando-o (íc "Deschanel de Ubá".
Peixoto vai discutir o reconhecimento
outro deputado despertasse no plenário qua.quer interesse de ordem intelectual.
O conlestante apartcia-o de üricio
com azedume. Peixoto irrita-se e pro
fere longo di.curso, pontilhado de fina
razón, poro poquis^^ima". Seria (í caso".
Ao
ironia. Recorda o seu passado de gló
ontrar no rccinlr) da Câmara, um colega
rias e toda a oração é vasada em estra
Certa vez. quando discursa\ :i no Par
oxibc-lhe o suelto. Impuhno, pede ime
senhora, declaram ícmpre: "Tionc ustcd
lamente, defendendo o parecer da Re ceita. recebeu aparte inoportuno de um desafct.-). Calmo. acintovaineni<-. J^va o monóculo ao ôlbo esquerdo o. iiiclinan-
do-sc, ligeiramente, lenta ver o autor da interrupção. Atov, nesse longo minuto.
Reconhe
ce o deputado. Mas, não lhe reconhece
a autoridade.
Faz um gesto de des
dém e a oração prossegue inalterável. Há ríso.s amarelos e o deputado retirase do recinto.
dades.
tos.
bimento.
Dcstroçava-o, pHo riclículo-
Peixoto, quando orava na
tribuna,
exigia compostura c respeito dos colegas. Um deles, representante do Distrito Fe deral,- genro de político influente, es-
carrapachado na cadeira, com ar displi
cente de grão-senhor, interrompeu-o com imprudência. Peixoto, que sabia ser
teatral nas ocasiões solenes, levando a
mão à orelha, pede ao deputado, que sc achava sentado defronte à tribuna, para reproduzir o aparte.
É atendido com arrogância. O aparte
ó repetido em voz alta e pausada. Pei xoto, num relâmpago, com expressão
de rosto característica, responde apenas
Peixoto não tinha lido a verrina.
nha melancolia. Lega à literatura polí
diatamente a pahnra. Concedida, debuxa o perfil do adulador. desvendan-
tica verdadeira obra-prima, improvisa
do-llrc os intuitos c declara que o faz
No dizer de um confidente, Carlos Peixoto era orador nato, pois não redi
com a "prata da casa", alus-ão a uns
da ao calor do debate.
negócios escusos de "prata da Aicmu-
gia escrevendo, senão ditando.
Puixoto e o incidente transforma-se nu
vel argumentador, dotado de maravi lhoso poder de síntese. Deslumbrava primeiro para depois convencer. Em su ma, artista da palaxTa.
nha", cm que se dizia, na época, estar tnvolvido aquele jornalista. A Câmara, cm pê.o, aplaude a Carlos
ma vitória para o laureado parlamentar. A um deputado multimilionario, que só comparecia ao Congresso quando se tratava do reconhecimento de poderes
e tinha o hábito de se fingir de doente
para inspirar piedade, deu-lhe Peixoto esta resposta maldosa: "V. Excia. ha de mo desculpar. Nao sou medico e o mal de V. Excia. é crônico. Nao posso ministrar-lho o remédio salvador". E o
deputado não £oi reconhecido. . . Réplicas contundentes poder-se-iam acrescentar para pôr em evidência que às vezes agia no plenário como uin "malcriado".
"Eu não sabia que tinha
tanta intimidade
com V.
Excia.", ou
"Êsse mundo estaria enado se eu não
Terrí
"Espero ter demonstrado, assim, sr. Presidente, rapidamente, que pelo me
nos não estava na situação de um certo
espadachim italiano, cuia história me recordo de ter lido nõo 'há muito tem po. Levou âie tôdu sua vida batendo-
se em duelo contra quem quer que sus
tentasse ser Ariosto menor do que Tasso. Habu no jôgo das armas, venceu sem
pre; ao fim da décima quinta luta,--foi ferido.
Alguém lhe disse: Tu morres
feliz, convencido de que Ariosto é maior do que Tasso. O moribundo confessou
então humildemente: A verdade é que morro triste, porque nunca li nem Tasso nem Ariosto.
(Risada).
Espero que a Câmara não queira atrir
Dici::sro EcoNÓNnco
43
PlCKSTO EcONÓNHCO
42
Estruge na
vivesse num polo e V. Excia. em outro".
como pela causa da moléstia que lhe mi
com um "muito bem".
que, nos mementos de crise, nos mo
nava o organismo. Então nao poiipax'a
sala uma gargalhada geral e todos in terpretam aquele "muito bem" como a
Pcixcto, que era um temperamento afetivo c desigual, ocupava a tribuna
resposta <le Cambrone.
''Mineiros, nós nos habituamos a saber mentos de destruição, nos momentos de
o íntru.sf).
luta. o espírito crítico toma a sua pri
A quantos incidentes pitorescos não pre
meira e princioal feição, a feição neçatívista que aparece em todo o seu vjgor;
senciou a (Câmara! A um depiitaclo do Norte, do manei ras adamadas, oue insistia eni fazcrllie ob"eçües. deu esta réplica fi-rinfi. nue provccou risadas no ret into: "A observação do meu colega não tem ca
mas todos aprendemos iiriialm^nte que, derrubados, temoe Drincioalmente o de
ver. os revolucionários de ontem, de nos acobertarmos juntamente com todos os
demais, vencedores e vencidos, sob a mesma égide protetora da lei. (Muito bem).
E a lei não se faz para abroquelar violências contra aquilo que nela se con sagra; a lei não se faz para acobertar Of. crimes nem os criminosos, de onde quer que partam (muito bem); a lei não
se faz senão pa^a que, ao seu influxo, nós outros aprendamos a cumpri-la, a executá-la dignamente. Fatigueí demais a atenção da Câmara e resumirei o que queria dizer: "Minei ros, não esquecemos o amor da liberda
de, mas queremo-la, sempre e indefective'mente. sob a lei: "sub lege liber tas" (Palmas prolongadas). "Libertas quae sera tamen" e "Liber tas sub lege" definiram duas mentali-
S r\'0 me, para com o moú
fogo.so contrnditor. de uma exn^cssão espanhola.
Grande, a impressão causada. Os jornais, unânimes, proclamaram o jovem
parlamentar o maior orador político da Gamara.
O orador
"■Orador moderno, era sóbrio nos ges
Impressionantes e características,
as mutações fisionômicas. Detestava a retórica e era rigorosamente honesto nas
opiniões. Convicto dos princípios que sustentava, perdia a serenidade e repli cava com farpas, quando aparteado. Tornava-se, às vezes, irascível nas dis
cussões. Não pelo indiscutível orgulho,
com certa timidez e se inflamava ao
Paul Dcschanei. que prefaciou uma
ouvir a primeira interrupção. Muitos ami
traduçã:) dos discursos de Ihu Barbosa proferidos em Haia, era o Presidente
gos o c; ptcaçavam propositadamente pa ra sentir os lampejos da sua eloqüência.
da Câmara dos Deputados da França c o apuro da sua indumentária estava sendo jocosamente comentado pelos jor nais oposicionistas de Paris. João Lage, para ser agradável a Pi-
dos representantes do Estado de Goiás. O assunto era banal e talvez nenhum
nh.ciro
Machado,
tentou
ridicularizar
Dizem que os casii^lninos,
Carlos Peixoto pelas colunas cVO País",
quando contestam a afirmati\'a d(? uma
apelidando-o (íc "Deschanel de Ubá".
Peixoto vai discutir o reconhecimento
outro deputado despertasse no plenário qua.quer interesse de ordem intelectual.
O conlestante apartcia-o de üricio
com azedume. Peixoto irrita-se e pro
fere longo di.curso, pontilhado de fina
razón, poro poquis^^ima". Seria (í caso".
Ao
ironia. Recorda o seu passado de gló
ontrar no rccinlr) da Câmara, um colega
rias e toda a oração é vasada em estra
Certa vez. quando discursa\ :i no Par
oxibc-lhe o suelto. Impuhno, pede ime
senhora, declaram ícmpre: "Tionc ustcd
lamente, defendendo o parecer da Re ceita. recebeu aparte inoportuno de um desafct.-). Calmo. acintovaineni<-. J^va o monóculo ao ôlbo esquerdo o. iiiclinan-
do-sc, ligeiramente, lenta ver o autor da interrupção. Atov, nesse longo minuto.
Reconhe
ce o deputado. Mas, não lhe reconhece
a autoridade.
Faz um gesto de des
dém e a oração prossegue inalterável. Há ríso.s amarelos e o deputado retirase do recinto.
dades.
tos.
bimento.
Dcstroçava-o, pHo riclículo-
Peixoto, quando orava na
tribuna,
exigia compostura c respeito dos colegas. Um deles, representante do Distrito Fe deral,- genro de político influente, es-
carrapachado na cadeira, com ar displi
cente de grão-senhor, interrompeu-o com imprudência. Peixoto, que sabia ser
teatral nas ocasiões solenes, levando a
mão à orelha, pede ao deputado, que sc achava sentado defronte à tribuna, para reproduzir o aparte.
É atendido com arrogância. O aparte
ó repetido em voz alta e pausada. Pei xoto, num relâmpago, com expressão
de rosto característica, responde apenas
Peixoto não tinha lido a verrina.
nha melancolia. Lega à literatura polí
diatamente a pahnra. Concedida, debuxa o perfil do adulador. desvendan-
tica verdadeira obra-prima, improvisa
do-llrc os intuitos c declara que o faz
No dizer de um confidente, Carlos Peixoto era orador nato, pois não redi
com a "prata da casa", alus-ão a uns
da ao calor do debate.
negócios escusos de "prata da Aicmu-
gia escrevendo, senão ditando.
Puixoto e o incidente transforma-se nu
vel argumentador, dotado de maravi lhoso poder de síntese. Deslumbrava primeiro para depois convencer. Em su ma, artista da palaxTa.
nha", cm que se dizia, na época, estar tnvolvido aquele jornalista. A Câmara, cm pê.o, aplaude a Carlos
ma vitória para o laureado parlamentar. A um deputado multimilionario, que só comparecia ao Congresso quando se tratava do reconhecimento de poderes
e tinha o hábito de se fingir de doente
para inspirar piedade, deu-lhe Peixoto esta resposta maldosa: "V. Excia. ha de mo desculpar. Nao sou medico e o mal de V. Excia. é crônico. Nao posso ministrar-lho o remédio salvador". E o
deputado não £oi reconhecido. . . Réplicas contundentes poder-se-iam acrescentar para pôr em evidência que às vezes agia no plenário como uin "malcriado".
"Eu não sabia que tinha
tanta intimidade
com V.
Excia.", ou
"Êsse mundo estaria enado se eu não
Terrí
"Espero ter demonstrado, assim, sr. Presidente, rapidamente, que pelo me
nos não estava na situação de um certo
espadachim italiano, cuia história me recordo de ter lido nõo 'há muito tem po. Levou âie tôdu sua vida batendo-
se em duelo contra quem quer que sus
tentasse ser Ariosto menor do que Tasso. Habu no jôgo das armas, venceu sem
pre; ao fim da décima quinta luta,--foi ferido.
Alguém lhe disse: Tu morres
feliz, convencido de que Ariosto é maior do que Tasso. O moribundo confessou
então humildemente: A verdade é que morro triste, porque nunca li nem Tasso nem Ariosto.
(Risada).
Espero que a Câmara não queira atrir
Dicesto
44
buir-me essa situação a propósito das minhas considerações na questão dos portos." Improvisou êsse mimo, ao debater
uma simples questão de ordem. A presença de Carlos Peixoto na tri buna tinha o condão de levantar os es
píritos. O uso oportuno da palavra constituía o segredo das suas vitórias. A cultura
Carlos Peixoto dispunha de sólida cul tura de humanidades. Ledor insaciável, freqüentador de livrarias, assinava as prin cipais revistas européias para acompa nhar o movimento intelectual do mundo.
Embora fosse "um talento que ope rava melhor orando", comentava as lei
1
EcüNÓ>uao
mas, Ferrero, Ferri e Paul Adam. Ma-
dame Paul Adam, digna embaixatriz da
rapazes da imprensa. Assim evitava falar
graça francesa, dc superior cultura, disse
cm política.
a Tristão da Cunha: "Pci.xoto é o mais
Peixoto, rpie era rejer\'a-
díssimo para com os próprios amigos ín
encantador dos brasileiros".
timos, só dizia o que con\'inlia ser dito.
estraniiar esse conceito: o traço carac
Mário Calaruza, repórter do "Correto da Manhã", votava a Carlos Peixoto e
dinária polidcz para com as senhoras.
a Davi Campista irrestrita admiraç-fio. Cantando cm prosa c verso os triunfos
parlamentares das duas grandes figuras
Eduardo Prado, o esciitor preferido.
a sua pedra para aurcolar o nome cie
Torturado, de
ambos. Os valores, sirvo-me de uma imagem de Joaquim Sales, são como ajs pedras preciosas: existem, mas ocultas na terra. Outro é o mérito de Calaruza
procurava revestir o pensamento de for
quo tanto cultuava a inteligência: a li
cupação da onomatopéia;
a sôldo de políticos incscrupulosos, pro curavam denegrir o valor incontcste dôsscs grandes astros do Brasil.
rias: "Reflexões após 14 meses de minha queda política". Meticuloso, tudo anotava, até míni
mas despesas particulares. Entretanto, como era solteiro, os tais escavadores
de reputação atribuíam-lhe um teor de
vida boêmio, mais aparente do que real. Talvez possuísse aquela boêmia intelec tual, que o fazia amante das longas palestras, de- que foi também acusado Aristídes Briand, o político francês que
terístico da sua educação era a extraor
do "Jardim da Infância", contribuiu com
acontecimentos políticos, que se iam de
constituiria êxito nas montras das livra
Não é de
llcnan, "o quase único", na definição de Rui, e que tão marcada influência exerceu no estilo de Joaquim Nabuco c
senrolando no País.
Agenor de Roure um caderno de Carlos
45
Discutia, quando líder da maioria ou
ção de civismo que dava, como estran
Peixoto que, se tivesse sido publicado,
Econômico
Presidente da Câmara, literatura com os
turas prediletas, em notas à margem dos livros, assim como os principais Otávio de Sousa Leão mimoseou a
L>íí:kmu
geiro, a certos colegas brasileiros que,
Carlos Peixoto conhecia, como poucos Platão e Bergson, e fôra um dos maio-' res entusiastas de Alberto Torres, cujas
idéias ainda não estavam em voga. Em política era um pragmatista. Tentava conciliar o pensamento à ação, e a ver dade, aos olhos lúcidos do grande homem de Estado, estava no exame acurado que fazia sôbre as vantagens ou pre juízos que decorriam da sua verificação. Apaixonado do Bra.si!, em convivên
cia com os estrangeiros ilustres que nos visitavam, fazia obra de verdadeira catequese.
mais se lhe assemelhava pela irradia ção pessoal e cintilação na tribuna, Não praticarei o exagêro de Vítor Viana em considerá-lo um poliglota. Não era pouco falar corretamente o francês e traduzir com perfeição o inglês
tão da Cunba fala da grande admiração
e o italiano.
o estima que lhe votavam Richet, Du-
Em Roma, Enrique Ferri, ao regressar do Brasil, declarou, em entrevista con cedida à ímprenra, que Peixoto o im pressionara vivamente. Em artigo pu
blicado no "Mercúrio de França", Tris-
displicência
quase sempre, entre ele-
n os munigos que se chocam e com-
em com dureza; mas ninguém o en-
nde assim xailgarmente e, sobretudo ,
íTA
cmocracia, "\nlgo" quer dizer
°\
opinião ou sentimento
!nn' f. ando da do noseuparecer Emer-a própriode país,
tfotn " dí^^onastidades, sendo ônibiiq'
ua opinião dêle, a dos
aparente,
ma agradável. Eís um trecho característico de dis
curso parlamentar, com a visível preo "Não SC trata propriamente de uma crise, na acepção que gerainienle damos a êssc vocábulo, e que aliás não é a verdadeira.
Com efeito, ao invés de lhe atribuir mos a signilicação de desfecho, convul são lentamente preparada em um orga
nismo pela luta demorada e tenaz de vários e.ementos antagônicos, ligamos em regra a êssc vocábuio simples, singelo e nada onomatopaico, a idéia de convul são, catástrofe ou calaclismo imprevis
to, e subiláneo, qualquer coisa compa rável a raio em céu azul e sereno.
De ordinário, quando falam em crise, querem referir-se a um estado catastró fico ou a uma inesperada deflagração, como que uma e.spécie db ciclone subi tamente desencadeado, que colhe desa percebidos os navegantes, por mais há beis, cuidadosos e previdentes. Certamente, crise, do grego Krisis, é cientificamente, em rigor, o contrário
O discurso que proferiu contra o ce ticismo dissob-ente, escreveu Viloi Via
na, e verdadeiro brinco, lição de fé, pe
quenina obra-prima dc sagacidade.
riir ^ e.aborado por palavras inúteis oe dir-se-m um Lafaiete, gemo da síntese.
pü.itico. A sua personalidade enriqueaa-se com êsses contrastes, pois nos
^nt astes é que Carlyle via a ^andeza dos homens providenciais.
Tnorista, desejava o aparecimento de
S" do chefe . ruigma com o earismáUca parlamenlarisoLr®"™
PresidenciaÜsta.
o lavor HterArio^d^s^^^srTc;™
nem sequer os corrigia depois de nro! nunciados Simples deputado, era orgu-
hoso, desdenhando o Lditórto. Prisl
dente da Gamara, revelava-se modesto quando se sentava à mesa de um café
com os empregados da Secretaria,
urepub.ica -^^fnnio Peixoto, seunão companheiro de escreveu, há muito, que a vida não lhe dera a conliecer ninguém mais inteligente e frisava que já convi
disso, devendo entender-se como o fi nal, o resultado bom ou mau, feliz ou
veu com grandes artistas e grandes pen
desgraçado de uma luta anterior, demo-
sadores.
Dicesto
44
buir-me essa situação a propósito das minhas considerações na questão dos portos." Improvisou êsse mimo, ao debater
uma simples questão de ordem. A presença de Carlos Peixoto na tri buna tinha o condão de levantar os es
píritos. O uso oportuno da palavra constituía o segredo das suas vitórias. A cultura
Carlos Peixoto dispunha de sólida cul tura de humanidades. Ledor insaciável, freqüentador de livrarias, assinava as prin cipais revistas européias para acompa nhar o movimento intelectual do mundo.
Embora fosse "um talento que ope rava melhor orando", comentava as lei
1
EcüNÓ>uao
mas, Ferrero, Ferri e Paul Adam. Ma-
dame Paul Adam, digna embaixatriz da
rapazes da imprensa. Assim evitava falar
graça francesa, dc superior cultura, disse
cm política.
a Tristão da Cunha: "Pci.xoto é o mais
Peixoto, rpie era rejer\'a-
díssimo para com os próprios amigos ín
encantador dos brasileiros".
timos, só dizia o que con\'inlia ser dito.
estraniiar esse conceito: o traço carac
Mário Calaruza, repórter do "Correto da Manhã", votava a Carlos Peixoto e
dinária polidcz para com as senhoras.
a Davi Campista irrestrita admiraç-fio. Cantando cm prosa c verso os triunfos
parlamentares das duas grandes figuras
Eduardo Prado, o esciitor preferido.
a sua pedra para aurcolar o nome cie
Torturado, de
ambos. Os valores, sirvo-me de uma imagem de Joaquim Sales, são como ajs pedras preciosas: existem, mas ocultas na terra. Outro é o mérito de Calaruza
procurava revestir o pensamento de for
quo tanto cultuava a inteligência: a li
cupação da onomatopéia;
a sôldo de políticos incscrupulosos, pro curavam denegrir o valor incontcste dôsscs grandes astros do Brasil.
rias: "Reflexões após 14 meses de minha queda política". Meticuloso, tudo anotava, até míni
mas despesas particulares. Entretanto, como era solteiro, os tais escavadores
de reputação atribuíam-lhe um teor de
vida boêmio, mais aparente do que real. Talvez possuísse aquela boêmia intelec tual, que o fazia amante das longas palestras, de- que foi também acusado Aristídes Briand, o político francês que
terístico da sua educação era a extraor
do "Jardim da Infância", contribuiu com
acontecimentos políticos, que se iam de
constituiria êxito nas montras das livra
Não é de
llcnan, "o quase único", na definição de Rui, e que tão marcada influência exerceu no estilo de Joaquim Nabuco c
senrolando no País.
Agenor de Roure um caderno de Carlos
45
Discutia, quando líder da maioria ou
ção de civismo que dava, como estran
Peixoto que, se tivesse sido publicado,
Econômico
Presidente da Câmara, literatura com os
turas prediletas, em notas à margem dos livros, assim como os principais Otávio de Sousa Leão mimoseou a
L>íí:kmu
geiro, a certos colegas brasileiros que,
Carlos Peixoto conhecia, como poucos Platão e Bergson, e fôra um dos maio-' res entusiastas de Alberto Torres, cujas
idéias ainda não estavam em voga. Em política era um pragmatista. Tentava conciliar o pensamento à ação, e a ver dade, aos olhos lúcidos do grande homem de Estado, estava no exame acurado que fazia sôbre as vantagens ou pre juízos que decorriam da sua verificação. Apaixonado do Bra.si!, em convivên
cia com os estrangeiros ilustres que nos visitavam, fazia obra de verdadeira catequese.
mais se lhe assemelhava pela irradia ção pessoal e cintilação na tribuna, Não praticarei o exagêro de Vítor Viana em considerá-lo um poliglota. Não era pouco falar corretamente o francês e traduzir com perfeição o inglês
tão da Cunba fala da grande admiração
e o italiano.
o estima que lhe votavam Richet, Du-
Em Roma, Enrique Ferri, ao regressar do Brasil, declarou, em entrevista con cedida à ímprenra, que Peixoto o im pressionara vivamente. Em artigo pu
blicado no "Mercúrio de França", Tris-
displicência
quase sempre, entre ele-
n os munigos que se chocam e com-
em com dureza; mas ninguém o en-
nde assim xailgarmente e, sobretudo ,
íTA
cmocracia, "\nlgo" quer dizer
°\
opinião ou sentimento
!nn' f. ando da do noseuparecer Emer-a própriode país,
tfotn " dí^^onastidades, sendo ônibiiq'
ua opinião dêle, a dos
aparente,
ma agradável. Eís um trecho característico de dis
curso parlamentar, com a visível preo "Não SC trata propriamente de uma crise, na acepção que gerainienle damos a êssc vocábulo, e que aliás não é a verdadeira.
Com efeito, ao invés de lhe atribuir mos a signilicação de desfecho, convul são lentamente preparada em um orga
nismo pela luta demorada e tenaz de vários e.ementos antagônicos, ligamos em regra a êssc vocábuio simples, singelo e nada onomatopaico, a idéia de convul são, catástrofe ou calaclismo imprevis
to, e subiláneo, qualquer coisa compa rável a raio em céu azul e sereno.
De ordinário, quando falam em crise, querem referir-se a um estado catastró fico ou a uma inesperada deflagração, como que uma e.spécie db ciclone subi tamente desencadeado, que colhe desa percebidos os navegantes, por mais há beis, cuidadosos e previdentes. Certamente, crise, do grego Krisis, é cientificamente, em rigor, o contrário
O discurso que proferiu contra o ce ticismo dissob-ente, escreveu Viloi Via
na, e verdadeiro brinco, lição de fé, pe
quenina obra-prima dc sagacidade.
riir ^ e.aborado por palavras inúteis oe dir-se-m um Lafaiete, gemo da síntese.
pü.itico. A sua personalidade enriqueaa-se com êsses contrastes, pois nos
^nt astes é que Carlyle via a ^andeza dos homens providenciais.
Tnorista, desejava o aparecimento de
S" do chefe . ruigma com o earismáUca parlamenlarisoLr®"™
PresidenciaÜsta.
o lavor HterArio^d^s^^^srTc;™
nem sequer os corrigia depois de nro! nunciados Simples deputado, era orgu-
hoso, desdenhando o Lditórto. Prisl
dente da Gamara, revelava-se modesto quando se sentava à mesa de um café
com os empregados da Secretaria,
urepub.ica -^^fnnio Peixoto, seunão companheiro de escreveu, há muito, que a vida não lhe dera a conliecer ninguém mais inteligente e frisava que já convi
disso, devendo entender-se como o fi nal, o resultado bom ou mau, feliz ou
veu com grandes artistas e grandes pen
desgraçado de uma luta anterior, demo-
sadores.
iJiiiillMWWWil --40
Dicksto EcoNôsnco Dicesto Eco^•ó^^co
Oracular era a sua voz na Câmara
elementos decorativos clc ccrrlmica paru
dos Deputados. O presHgto, inigualável,
omamonlo de pilastras c apoiasa a teo ria de Francisco Otaviano cK- Almeida Rosa, que, ao destruir o ícticlii'inci dos então chamados "homens de pr<'st5iTio", preconizava, para saru-auu-uto do mal, O advento dos "honieris noxns", nfu) con
e o julgamento, disputado. Sales Júnior estreou no Parlamento brasileiro, discutindo o Orçamento da
Receita. Confirmou o valor que todos, desde os bancos acadêmicos, lhe reco nhecemos.
Terminada a oração magnífica, Álva
taminados pelo vírus da p:)liticalha.
os contemporâneos que Barbosa Lima,
cérebro pos.sante, ao proferir o necro lógio do grande tribuno, com evidente exagero, exclamou: "A palavra incon
tolerava o predomínio do empolgante
blemas que discutiu foram sempre de
moço dc Ubá.
caráter doutrinário.
Francisco Sá, lendo conxávido. na Asícmhléia Provincial do Minas, com o
deputado serrano que sc destacou como orador fecundo c elegante, expõe o motivo por qiu- Sabino renunciou às emoções sedutoras da tribuna:
ro de Carvalho, radiante, faz a confi-
dência desejada: "Bravos! Peixoto ouviu e o aplaudiu". "Roma locuta est". Peixoto impressionou tão fortemente
47
A bancada r/u'm7ira
"Lera
da floresta e preferiu a serenidade irô nica à eloíiuència do silêncio".
Joaquim Sales, eoulK'c'cdí>r
curso notável sõbic a legitimidade da
dos bastidores, dá esta explicação: '*I\a-
intervenção do Govèrno da União no
Paraunento brasileiro.
Amigo dc Carlos Peixoto, sem contu
Não soube manejar a grande arma polí
do grax ilar cm tôrno da sua órbita, Afra-
tica que era o número dos deputados
nío dc Melo Franco, Estreou com dis
mineiros.
Estado dc Mato Grosso.
figura primacial da política e mestre
O medalhão
companheiros dois ou três amigos alheios à política, foi perdendo o contado com
hotéis em que eles residiam, tendo por
métodos na política brasileira. Foi um
os seus patrícios que guardavam por esse alheamcnto não pccpjeno ressenti
renovador. Combateu o medalhão com tôdas as arras do seu talento.
mento",
doutrinas modernas do Direito e da
Governar é uma função da inteligên cia, e Peixoto não admitia que políticos que detestavam o livro e amavam o
"pano verde" fôssem mentores da opi nião pública, impulsionadores da má quina administrativa.
Peixoto comparava os medalhões a
O "Jardim da Infância"
O ''Jardim da Infância", de efêmera duração, c do qual Peixoto fôra uma das figuras mais cintilantes, não era mr tido imlítico, mas uma elite de estudio sos dos nossos problemas econômicos financeiros, sociais c políticos, que pro curaram elevar o nível intelectual do
Carlos Pei.xoto, hfjslilizado pjir Pinlv-iro Machado, sofria, dc ali;nns dos companheiros dc l)ancada, líucrra surda.
c-olegas dc bancada. Não morando nos
Economia Política.
companheirc>s, grande ascendência
ou adi\inh:ira, na frase de CarRle, que
ramente era visto na companbia dos
Medalhão, como êle o entendia, não e sinonimo de velho. Ilá velhos que re novam sempre e valem pelo valor da in teligência e cultura, consubstanciadas nas idéias que advogam. Em São Paulo, cito homens de outras gerações, como Sales Júnior e .Rafael Sampaio Vidal, que estão em dia com as
so que exerceu, posteriormente, sobre os
os grandi's homens são como as raízes
fundível de Peixoto tinha a profundeza de um Blaise Pascal e a elegância de um Renan". Calógeras considerava-o, na República, o maior dos deputados. Carlos Peixoto tentou introduzir novos
Eicmento digno de registro especial c Bucno Brandão, autodidata, orador de palavra fácil e fluente, político astucio
Sabino Barroso, íntimo de Pinheiro Machado, capitaneava a rcaç-ão com a solidariedade de Aslolfo Dutra, huma nista da Renascença, perdido em uma cidade da Zona da Mala, enviado A Metrópole, para reforço inteicctual da bancada de Minas.
Astolfo, cujo espírito fora plasmado pelo Caraça, ora emérito latinista. Cri ticava os fatos com sutileza e prostrava o adversário sem magoá-lo. Zombeteava como Martinho Campos e adorava os paradoxos. Os ironistas franceses e os humoristas ingleses forneciam os ins
Em hrcxc.
É dos raros brasileiros eminentes pou
pados pela democracia. O talisma rcsumc-sc no binômio: fazer-se amar c ser temido. Suavidade nas maneiras,
delicadeza nos sentimentos, cintilação na
palestra, sempre norteada para a coisa pública, fazem-no um encantador. Des
treza na pugna e agudcza na visão po lítica, tornam-no um respeitado. _A re sultante dessas (jualidadcs não nos po deria surpreender; o ostracismo nunca lhe rondou as portas c a sua xida confunde-sc, nas duas iiltimas décadas, com a da própria República. Prestigiosa, a sua voz na Comissão de Justiça, da qual fora Presidente. Como Rui e Epitácio, não escreveu um tra tado de Direito Constitucional.
Mas
grande prestígio, não só político como
talvez não haja artigo da nossa Consti tuição que não tenlia comentado. Justiça há de ser feita a Afrànio de
pessoal.
Melo Franco.
trumentos ao malicioso mineiro.
Sabino Barroso era um homem de Reservado, cerímonioso, não
Carlos Peixoto, Davi Campista, Pedro Moacir. Gastão da Cunlia, Paiidiá Caló-
na diplomacia.
Jamais o preocuparam
assuntos de natureza pessoal e os pro-
gcras,_ Miguel Calnion, João Luiz Alves, para os debates da Câmara os grandes problemas nacionais. Era a reação da enllura txue infelizmente o Brasil não comportava. Predominaria a teoria dos
Esteraro Lobo e Jaime Darei trouxeram
não preparados", advogada por Quin-
tmo Boca.uvat e Carlos Peixoto, o^"orgulho da inteligência", como o definhi
dsT
°
Jj^_Mesquita. em uma das últimas■,
Varias , rememorandn
Marecbal Hermes, apontava^S^dT ou-
Nesse dm, de luto nacional, falecia an Belo Horizonte João Pinheiro, "o
Oleiro de Caeté". Esboroava-sc o gran
de esfôrço de Carlos Peixoto: o Brasil governado pelo apóstolo.
Com o surto
do militarismo, desaparecia o "Jardim da Infância",
iJiiiillMWWWil --40
Dicksto EcoNôsnco Dicesto Eco^•ó^^co
Oracular era a sua voz na Câmara
elementos decorativos clc ccrrlmica paru
dos Deputados. O presHgto, inigualável,
omamonlo de pilastras c apoiasa a teo ria de Francisco Otaviano cK- Almeida Rosa, que, ao destruir o ícticlii'inci dos então chamados "homens de pr<'st5iTio", preconizava, para saru-auu-uto do mal, O advento dos "honieris noxns", nfu) con
e o julgamento, disputado. Sales Júnior estreou no Parlamento brasileiro, discutindo o Orçamento da
Receita. Confirmou o valor que todos, desde os bancos acadêmicos, lhe reco nhecemos.
Terminada a oração magnífica, Álva
taminados pelo vírus da p:)liticalha.
os contemporâneos que Barbosa Lima,
cérebro pos.sante, ao proferir o necro lógio do grande tribuno, com evidente exagero, exclamou: "A palavra incon
tolerava o predomínio do empolgante
blemas que discutiu foram sempre de
moço dc Ubá.
caráter doutrinário.
Francisco Sá, lendo conxávido. na Asícmhléia Provincial do Minas, com o
deputado serrano que sc destacou como orador fecundo c elegante, expõe o motivo por qiu- Sabino renunciou às emoções sedutoras da tribuna:
ro de Carvalho, radiante, faz a confi-
dência desejada: "Bravos! Peixoto ouviu e o aplaudiu". "Roma locuta est". Peixoto impressionou tão fortemente
47
A bancada r/u'm7ira
"Lera
da floresta e preferiu a serenidade irô nica à eloíiuència do silêncio".
Joaquim Sales, eoulK'c'cdí>r
curso notável sõbic a legitimidade da
dos bastidores, dá esta explicação: '*I\a-
intervenção do Govèrno da União no
Paraunento brasileiro.
Amigo dc Carlos Peixoto, sem contu
Não soube manejar a grande arma polí
do grax ilar cm tôrno da sua órbita, Afra-
tica que era o número dos deputados
nío dc Melo Franco, Estreou com dis
mineiros.
Estado dc Mato Grosso.
figura primacial da política e mestre
O medalhão
companheiros dois ou três amigos alheios à política, foi perdendo o contado com
hotéis em que eles residiam, tendo por
métodos na política brasileira. Foi um
os seus patrícios que guardavam por esse alheamcnto não pccpjeno ressenti
renovador. Combateu o medalhão com tôdas as arras do seu talento.
mento",
doutrinas modernas do Direito e da
Governar é uma função da inteligên cia, e Peixoto não admitia que políticos que detestavam o livro e amavam o
"pano verde" fôssem mentores da opi nião pública, impulsionadores da má quina administrativa.
Peixoto comparava os medalhões a
O "Jardim da Infância"
O ''Jardim da Infância", de efêmera duração, c do qual Peixoto fôra uma das figuras mais cintilantes, não era mr tido imlítico, mas uma elite de estudio sos dos nossos problemas econômicos financeiros, sociais c políticos, que pro curaram elevar o nível intelectual do
Carlos Pei.xoto, hfjslilizado pjir Pinlv-iro Machado, sofria, dc ali;nns dos companheiros dc l)ancada, líucrra surda.
c-olegas dc bancada. Não morando nos
Economia Política.
companheirc>s, grande ascendência
ou adi\inh:ira, na frase de CarRle, que
ramente era visto na companbia dos
Medalhão, como êle o entendia, não e sinonimo de velho. Ilá velhos que re novam sempre e valem pelo valor da in teligência e cultura, consubstanciadas nas idéias que advogam. Em São Paulo, cito homens de outras gerações, como Sales Júnior e .Rafael Sampaio Vidal, que estão em dia com as
so que exerceu, posteriormente, sobre os
os grandi's homens são como as raízes
fundível de Peixoto tinha a profundeza de um Blaise Pascal e a elegância de um Renan". Calógeras considerava-o, na República, o maior dos deputados. Carlos Peixoto tentou introduzir novos
Eicmento digno de registro especial c Bucno Brandão, autodidata, orador de palavra fácil e fluente, político astucio
Sabino Barroso, íntimo de Pinheiro Machado, capitaneava a rcaç-ão com a solidariedade de Aslolfo Dutra, huma nista da Renascença, perdido em uma cidade da Zona da Mala, enviado A Metrópole, para reforço inteicctual da bancada de Minas.
Astolfo, cujo espírito fora plasmado pelo Caraça, ora emérito latinista. Cri ticava os fatos com sutileza e prostrava o adversário sem magoá-lo. Zombeteava como Martinho Campos e adorava os paradoxos. Os ironistas franceses e os humoristas ingleses forneciam os ins
Em hrcxc.
É dos raros brasileiros eminentes pou
pados pela democracia. O talisma rcsumc-sc no binômio: fazer-se amar c ser temido. Suavidade nas maneiras,
delicadeza nos sentimentos, cintilação na
palestra, sempre norteada para a coisa pública, fazem-no um encantador. Des
treza na pugna e agudcza na visão po lítica, tornam-no um respeitado. _A re sultante dessas (jualidadcs não nos po deria surpreender; o ostracismo nunca lhe rondou as portas c a sua xida confunde-sc, nas duas iiltimas décadas, com a da própria República. Prestigiosa, a sua voz na Comissão de Justiça, da qual fora Presidente. Como Rui e Epitácio, não escreveu um tra tado de Direito Constitucional.
Mas
grande prestígio, não só político como
talvez não haja artigo da nossa Consti tuição que não tenlia comentado. Justiça há de ser feita a Afrànio de
pessoal.
Melo Franco.
trumentos ao malicioso mineiro.
Sabino Barroso era um homem de Reservado, cerímonioso, não
Carlos Peixoto, Davi Campista, Pedro Moacir. Gastão da Cunlia, Paiidiá Caló-
na diplomacia.
Jamais o preocuparam
assuntos de natureza pessoal e os pro-
gcras,_ Miguel Calnion, João Luiz Alves, para os debates da Câmara os grandes problemas nacionais. Era a reação da enllura txue infelizmente o Brasil não comportava. Predominaria a teoria dos
Esteraro Lobo e Jaime Darei trouxeram
não preparados", advogada por Quin-
tmo Boca.uvat e Carlos Peixoto, o^"orgulho da inteligência", como o definhi
dsT
°
Jj^_Mesquita. em uma das últimas■,
Varias , rememorandn
Marecbal Hermes, apontava^S^dT ou-
Nesse dm, de luto nacional, falecia an Belo Horizonte João Pinheiro, "o
Oleiro de Caeté". Esboroava-sc o gran
de esfôrço de Carlos Peixoto: o Brasil governado pelo apóstolo.
Com o surto
do militarismo, desaparecia o "Jardim da Infância",
Digesto Econômico •
48
A renúncia
ral espalharam o boato dc que, em cepção na Sorbonne, oferecida ao Nía-
contrastável que indicava senadores, ministros e governadores, renunciava à
rechal, que em breve se empossaria co mo Presidente. Barbo.sa Lima closincnorgulhoso do patrício ilustre, exclamou uma frase que correu mundo — "Peixoto
do Comércio", João Luso descreveu êsse fato histórico, de graves conseqüências
não verga".
para o Brasil.
da sua queda. Tentou reparar o mal
Pelo recinto, notava-se uma espécie
pleiteando, espontâncaniente, a reelei ção do grande parlamentar. A sua fi sionomia moral não lhe permitiria nun
sidencial.
ca o tripudio sôbrc o adversário que
pareceu tão admirável, tão superior co
cer contente, e, com efeito, sorria. Na
melhor dos seus discur.os. "Um par
tido já SC formou: o da rcsisluncia á in vasão da cauclilhageni." üs delegados delirarain com essa frase.
Assiz Brasil, limidamcnte, aparlcia,
dizendo que em toda a coligação há um programa. Peixoto fulmina-o: "Quem se coliga cede. Estamos aqui reunidos
para salvar a Pátria". Fôra impossível contínua.*. Os aplausos não lhe permi
O civilismo
cido. Em transe para outros tão agu nha tal serenidade que chegava a pare
do grande salão o subiu á tribuna sob ensurdecedora o\'ação. Pei.xolo profere ta]\e/. o menor e o
tombava.
mo nesse momento de se confessar ven
do e aflitivo, a sua fisionomia manti
gado. "Contra isso é que me revolto", foram as palavras que proferiu no centro
Astolfo Dutra fôra um dos artífices
de frenesi de febre. Carlos Peixoto suE nunca êsse homem me
vidava de que Assiz Brasil seria esma
tiu-o, em enérgico discurso, no qual,
tem enriquecido as colunas do "Jornal
ihm ao estrado, ocupou a cadeira pre
apoderou da Assembléia. Ninguém du
Paris, Peixoto comparecera a uma re
Aos 37 anos de idade, árbitro, até então, dos destinos do Brasil, chefe in-
presidência da Câmara dos Deputados. Testemunha presencial, cronista que
DlCESTO EcoNÓAnco
tiram concluir o discurso.
Na Convenção cie 22 dc agcjsto, que
a Convenção. Assiz Brasil, que deseja
escolheu a candidatura dc Rui Rarbosa para a presidência da República Assiz
sala estabeleceu-se um silêncio ansioso; Bjasíl, com surpresa geral, fizera obietodos olhavam a mesa, para além da ções, em discurso escrito, ao programa do qual a figura de Carlos Peixoto se erguia, civilismo. Exigia manifesto antecipado magnífica na sua resolução, animada
para, então, se proceder à escolha do
e inspirada pela certeza do dever a cumprir. A cerimônia formidável redu
candidato.
ziu-se a uma rápida declaração; nenhu
Federal, tenta responder ás objeções, não
ma retórica, nenhum termo que exigis se do orador qualquer cuidado decla matório ou cuja intenção precisasse de ser sub inhada. As idéias mais límpidas na mais correta das formas. E êsse dis-
^rso ficou céleb-e. e os seus conceitos hão de sempre oferecer a definição de uma fare política e do homem que nela
Houve sensação de estupor.
Todos
tiveram a impressão de que a Conven
mais dignamente se salientou." O poder não mais o seduziu. O ca
ção naufragara.
ráter era inamolgável, e visível o des dém pelos políticos liliputianos. Poden
cionado com as ruidosas manifestações
do tudò, se transigisse, nada quis. Hermes da Fonseca tinha fascinação pela sua inteligência e a proclamava sempre. Os invejosos do seu valor mo
curso, faz vibrar de emoção patriótica
Carlos Peixoto, profundamente emo
populares, que recebera ao atravessar as ruas para ir ao Teatro Lírico como dele
gado do município de Ubá, levanta-se, na platéia, e pede a palavra.
Não se descreve o entusiasmo que s©
Rui, que o assistiu, de
clarou a amigos (esse fato me foi narra
serva de negar o voto ao candídalo se
■A
causnda"'°*
desalento é a impressão
Levanta-se o grande ri\^al. Elabora da na própria tcmpcstuosidadc do de-
batc a peça política é digna de um Gladstone. O professor de otimimio en sina: O pessimismo é terreno em que nao medram iniciativas e em que se es-
tiolam energias". Aos pessimistas, en
dereça este conceito de Guízol: "Com \oces nao se conta, porque não agem e
sao apenas espectadores". Ao estadista
nao e hcito cultivar o desalento: o esta
dista é um guia que deve infundir nas mu.a de Waldeck Rousseau: "Governar
o país inteiro.
teria a votar na Cons-cnção com a re
dos Municípios á União, com grande
hostes um pouco de ideal.
do glorioso movimento, cm vésperas do pleito, Peixoto, com surpreendente dis
volta à tribuna e declara que se subme
projeto de contribuição dos Estados e
cabisbaixo; com a derrota que Peixoto lho infligiu, inicia-se a derrocada do seu nome. A multidão aguarda a saída de Peixoto, tentando carregá-lo em triunfo. Na sacada do Grande Hotel, em Belo
conseguindo, todavia, refutá-las. A-siz Brasil, que era um nome aureolado
E foi dos maiores que o Brasil produziu. Pedro Moacir combate, em 1915, o
va ser candidato, retira-se luimilhado e
Horizonte, ladeado de Carvalho de Brito e Afonso Pena Júnior, na fase aguda
Brício Filho, representante da Capital
o programa lhe não .satisfizesse.
Estava salva
receu o político c surgiu o financista.
do por Otávio de Sousa Leão, que o ouviu do próprio Rui), que não re re cordava de ler alguém recebido tão prolongada ovação ccmo a que coroou as últimas palavras do extraordinário orador.
6 poder . Nao compreende que se fale em impostos quando não se fale em econom.as. Concorda em que, com
poUhca má as nações podem viUr ^ vtvem Mas, eonr finanças péssi^s nao há pais que se salve. Modelo de equilíbrio é a
F^^simas,
A-cindo Guanabara enlíl a idéias ventiladas, intima
pasta da Fazenda,
^
^
^
Silveira
acremènte? as Xlnze ' tro da Fazenda nuo ^
Êsse estranhou a crítin""
Mmis-
licitou idéias oo^st^to^"!:.":'^ ^
plicou o Sansão dos Pan;pas^ ^'Era"õ
O doutrinaílor
Estavam mortos João Pinheiro e Oavi Campista. Derrotado no reconhe cimento estava Rui Barbosa.
Homem de govôrno, adotava a fér
Perdidas
estavam, pois, as suas ilusões. Desapa-
™ias".
p-''
Orgulhava-se o notável mineiro do
Digesto Econômico •
48
A renúncia
ral espalharam o boato dc que, em cepção na Sorbonne, oferecida ao Nía-
contrastável que indicava senadores, ministros e governadores, renunciava à
rechal, que em breve se empossaria co mo Presidente. Barbo.sa Lima closincnorgulhoso do patrício ilustre, exclamou uma frase que correu mundo — "Peixoto
do Comércio", João Luso descreveu êsse fato histórico, de graves conseqüências
não verga".
para o Brasil.
da sua queda. Tentou reparar o mal
Pelo recinto, notava-se uma espécie
pleiteando, espontâncaniente, a reelei ção do grande parlamentar. A sua fi sionomia moral não lhe permitiria nun
sidencial.
ca o tripudio sôbrc o adversário que
pareceu tão admirável, tão superior co
cer contente, e, com efeito, sorria. Na
melhor dos seus discur.os. "Um par
tido já SC formou: o da rcsisluncia á in vasão da cauclilhageni." üs delegados delirarain com essa frase.
Assiz Brasil, limidamcnte, aparlcia,
dizendo que em toda a coligação há um programa. Peixoto fulmina-o: "Quem se coliga cede. Estamos aqui reunidos
para salvar a Pátria". Fôra impossível contínua.*. Os aplausos não lhe permi
O civilismo
cido. Em transe para outros tão agu nha tal serenidade que chegava a pare
do grande salão o subiu á tribuna sob ensurdecedora o\'ação. Pei.xolo profere ta]\e/. o menor e o
tombava.
mo nesse momento de se confessar ven
do e aflitivo, a sua fisionomia manti
gado. "Contra isso é que me revolto", foram as palavras que proferiu no centro
Astolfo Dutra fôra um dos artífices
de frenesi de febre. Carlos Peixoto suE nunca êsse homem me
vidava de que Assiz Brasil seria esma
tiu-o, em enérgico discurso, no qual,
tem enriquecido as colunas do "Jornal
ihm ao estrado, ocupou a cadeira pre
apoderou da Assembléia. Ninguém du
Paris, Peixoto comparecera a uma re
Aos 37 anos de idade, árbitro, até então, dos destinos do Brasil, chefe in-
presidência da Câmara dos Deputados. Testemunha presencial, cronista que
DlCESTO EcoNÓAnco
tiram concluir o discurso.
Na Convenção cie 22 dc agcjsto, que
a Convenção. Assiz Brasil, que deseja
escolheu a candidatura dc Rui Rarbosa para a presidência da República Assiz
sala estabeleceu-se um silêncio ansioso; Bjasíl, com surpresa geral, fizera obietodos olhavam a mesa, para além da ções, em discurso escrito, ao programa do qual a figura de Carlos Peixoto se erguia, civilismo. Exigia manifesto antecipado magnífica na sua resolução, animada
para, então, se proceder à escolha do
e inspirada pela certeza do dever a cumprir. A cerimônia formidável redu
candidato.
ziu-se a uma rápida declaração; nenhu
Federal, tenta responder ás objeções, não
ma retórica, nenhum termo que exigis se do orador qualquer cuidado decla matório ou cuja intenção precisasse de ser sub inhada. As idéias mais límpidas na mais correta das formas. E êsse dis-
^rso ficou céleb-e. e os seus conceitos hão de sempre oferecer a definição de uma fare política e do homem que nela
Houve sensação de estupor.
Todos
tiveram a impressão de que a Conven
mais dignamente se salientou." O poder não mais o seduziu. O ca
ção naufragara.
ráter era inamolgável, e visível o des dém pelos políticos liliputianos. Poden
cionado com as ruidosas manifestações
do tudò, se transigisse, nada quis. Hermes da Fonseca tinha fascinação pela sua inteligência e a proclamava sempre. Os invejosos do seu valor mo
curso, faz vibrar de emoção patriótica
Carlos Peixoto, profundamente emo
populares, que recebera ao atravessar as ruas para ir ao Teatro Lírico como dele
gado do município de Ubá, levanta-se, na platéia, e pede a palavra.
Não se descreve o entusiasmo que s©
Rui, que o assistiu, de
clarou a amigos (esse fato me foi narra
serva de negar o voto ao candídalo se
■A
causnda"'°*
desalento é a impressão
Levanta-se o grande ri\^al. Elabora da na própria tcmpcstuosidadc do de-
batc a peça política é digna de um Gladstone. O professor de otimimio en sina: O pessimismo é terreno em que nao medram iniciativas e em que se es-
tiolam energias". Aos pessimistas, en
dereça este conceito de Guízol: "Com \oces nao se conta, porque não agem e
sao apenas espectadores". Ao estadista
nao e hcito cultivar o desalento: o esta
dista é um guia que deve infundir nas mu.a de Waldeck Rousseau: "Governar
o país inteiro.
teria a votar na Cons-cnção com a re
dos Municípios á União, com grande
hostes um pouco de ideal.
do glorioso movimento, cm vésperas do pleito, Peixoto, com surpreendente dis
volta à tribuna e declara que se subme
projeto de contribuição dos Estados e
cabisbaixo; com a derrota que Peixoto lho infligiu, inicia-se a derrocada do seu nome. A multidão aguarda a saída de Peixoto, tentando carregá-lo em triunfo. Na sacada do Grande Hotel, em Belo
conseguindo, todavia, refutá-las. A-siz Brasil, que era um nome aureolado
E foi dos maiores que o Brasil produziu. Pedro Moacir combate, em 1915, o
va ser candidato, retira-se luimilhado e
Horizonte, ladeado de Carvalho de Brito e Afonso Pena Júnior, na fase aguda
Brício Filho, representante da Capital
o programa lhe não .satisfizesse.
Estava salva
receu o político c surgiu o financista.
do por Otávio de Sousa Leão, que o ouviu do próprio Rui), que não re re cordava de ler alguém recebido tão prolongada ovação ccmo a que coroou as últimas palavras do extraordinário orador.
6 poder . Nao compreende que se fale em impostos quando não se fale em econom.as. Concorda em que, com
poUhca má as nações podem viUr ^ vtvem Mas, eonr finanças péssi^s nao há pais que se salve. Modelo de equilíbrio é a
F^^simas,
A-cindo Guanabara enlíl a idéias ventiladas, intima
pasta da Fazenda,
^
^
^
Silveira
acremènte? as Xlnze ' tro da Fazenda nuo ^
Êsse estranhou a crítin""
Mmis-
licitou idéias oo^st^to^"!:.":'^ ^
plicou o Sansão dos Pan;pas^ ^'Era"õ
O doutrinaílor
Estavam mortos João Pinheiro e Oavi Campista. Derrotado no reconhe cimento estava Rui Barbosa.
Homem de govôrno, adotava a fér
Perdidas
estavam, pois, as suas ilusões. Desapa-
™ias".
p-''
Orgulhava-se o notável mineiro do
■Mil
Dicesto Dicesto
50
Ministro da Fazenda que se chamava
Pandíá Calógeras.
Peixoto, que não
mais freqüentava ministérios, só fazia exceção ao da Fazenda, de cujo titular era amigo sincero.
Apóstolo da verdade orçamentária, insurgia-se nos pareceres contra a ado ção do método automático, verdadeira operação aritmética, para orçar a Re ceita. Pleiteava, com destemor, o dire
to, adotado na Inglaterra, na Itália e na Bélgica, onde o cálculo para o exercí cio futuro não era o da média dos três
m últimos anos, mas o da observação dire
M t
doto, dos povos da Grécia q«3r, nflo tendo tomado parte na Batalba cio Pla téia, ergueram depois cenoláfio.*: de pedra amontoada para fazerem acredi tar que ali repousavam compatriotas seus
que houvcs'^cni coparticip.aclo dos peri gos e do triunfo. "Assim, creio, con cluiu, que ninguém (juercrá proceder no Brasil; creio antes cpic, difundido
entre todos o sentimento nacional, não veremos no campo da xitória nenhum
cenotáfío vazio. Haverá, tíiKcz, túmulosnão haverá essa terra amontoada". (Sensação).
sagrada dos brasileiros, como aquele
sem fixar prèviamente as despesas pú
que Peixoto entoou na lonj^a peroração
Raras vézes, cm tôcla a sua histcíria o Parlamento terá ouvido um hino tão impressionante, conclamando a união
blicas. O único método razoável era o
Muitos deputado.s ainda citam do cor
de estudar o limite a que poderia atin
o trecho em que Peixoto lembra o epi
gir a tributação e tratar de o não exce der, submetendo-se a essa medida a dos
sódio famoso, narrado por Uomain Rol-
talina, a conclusão; alargar a Receita na . medida das necessidades.
Econômico
51
EcoN6Nncx>
ta da natureza e das condições de cada produto, de cada fonte de renda. Ino vação que exigia sinceridade. Sustentava ser absurdo orç-ar a Receita
gastos indispensáveis ou urgentes. Cris
chamava nos políticos acomodatícios e "carloniància
financeira",
os
métodos
de paliativos paru conjurar as nossas crises.
Protecionista, como Jofm Pinheiro e João Luiz .AKos, e não proibicionisla, as suas teorias nicrcceni, no caos atual do
mundo, di\ulgaçãü ampla.
Anti-emis-
sionisfn, estudou as bases de no\a refor
ma tributária, em excelente monografia. Exatos eram os seus cxmhecimentos
das nossas condições de vida e dcsen-
vohàmento. Estudava os problemas bra
sileiros com a \'isão de um sociólogo. "Acredito, sr. presidente, que essa nossa inconscquência, senão relativa incapacidade, decorre cm primeiro lu gar e essencialmente de uma falsa noção
ou sentimento fundamental á psicolo gia geral do brasileiro, por causas que
scntjdo de modificar as carateríslicas
fundamentais da raça brasileira, corri
gindo o que elas têm de mau e bus
cando desen\'olver o muito que têm de
bom. Venhamos, porém, ao exame de uma outra daquelas fontes de êrro. Es
sa outra razão psicológica de ordem ge
ral c o nosso detestável pendor para o que. na acepção comum dos vocábulos,
se denomina "espírito partidário". Nãci há como contestar-lhe, ao sectarismo, os perniciosos efeitos; ninguém ignora hoje que essa tendência sectária não é
dotes naturais, nas qualidades não adqui
e a sua fé absoluta na natureza, nos
bout, les morts".
desenvolve o tema predileto, o horror ao personalismo, e focaliza alguns males que tanto prejudicam o desenvolvimen
A Peixoto poderia aplicar-so a ima gem de Poíncaré à arte do Briand- "o grande estrategista da palavra". Con-
to material do nosso país. O patriotismo não o cegava. Não era
em tôrmos precisos no momento apro
catenava os argumentos e os ressaltava
priado. Era feliz em seus "achados". Foi sua, por exemplo, a expressão "ne-
o fim da nossa raça. Nos momentos di
vrose capadoçal", glosada pela imprensa de todo o País, como fotografia de uma
fíceis, era otimista.
época.
Em agôsío de 1916, em fulgurante
nosso esfôrço deve dirigir-se sempre no
cado de moribundos, concitava os com panheiros à resistência, gritando: "Dc-
leiro, com a acuidade de um psicólogo,
tava com rudeza. Mas nunca profetizou
excelente
malidade primitiva.
homem e o seu merecimento, muito mais
Conhecia as nossas fraquezas e as apon
c« colheríamos
ça no trabalho lento, no esforço persis tente e sistemático, na cultura, enfim,
blime eloqüência c a Nação scntiu-se aliviada. Êsse discurso, repU-lo de ima gens, ficou conhecido como o do "De-
Via o Brasil com lucidez.
pragmatismo
resultado, porque evidentemente todo o
land, de um soldado francês ípu', acua do, a ponto de perder a trincheira, cer
importantes documentos que os Anais da Câmara registram, o emérito brasi
sonhador.
tar essa ultima, a fim de procurar modi
ficar essa perniciosa tendência psicoló gica. Faríamos, assim, um pouco de
senão um remanescente anacrônico das épocas ou fases guerreiras da socieda
ridas, nas forças naturais.
orçamento da Receita, um dos mais
to com a tese contrária, conviria susten
ta!\'ez me anime um dia a analisar de tidamente: — u sua nenhuma confian
bout, Ics morts". Peixoto lampejou su
Ao emitir, em 1915, parecer sobre o
>
Propugnador da educação in
tegral, desdenhosamente denominava 9
oração, em resposta a Cincinato Braga,
bacharelice de "mandarinato burguês".
recordou o episódio, narrado por Heró-
"Mudos de serralhos", era como êle
Ordinariamente, quando julgamos um
facilmente lhe apreciamos a natural in teligência do que o trabalho e o esforço lento e tenaz, graças ao qual êle tenha vencido cm determinado ramo da ati
vidade humana.
Isso provirá da pró
pria imensidade da natureza que nos cerca e muito também da nossa educa
ção; seja, porém, como for, essa é uma das causas ou raízes psicológicas de to dos os nossos erros de api"eciação e con
seqüentes falsos juízos; e por certo, num país em que ninguém preconiza as vantagens do esfôrço e todos se fiam apenas nas forças naturais, quando mes mo a verdade não estivesse em absolu
de, muito próximas do período da ani
Permita a Gamara que eu recorde ter sempre sustentado que o velho sistema
de partidos rotativos, para o qual vive-
mo.s a apelar (como para todas as cousas rotineiras) não tem mais razão de
ser e decididamente não pode mais dar frutos em um país moderno e civilizado. O movimento das idéias é de tal modo
intenso lioje, a modificação, pelo estudo e pela e.xpcrioncia, das nossas fôrças psí quicas e da nossa própria organização mental, faz-se tão ràpidamente pela aqui sição cotidiana de noções e de conheci mentos novos, que é absolutamente errô
neo acreditar que seja possível tomar de uma porção de homens e èncerrá-los de
finitivamente no "clichê" de uma deter
minada fórmula rígida da qual nenhum
se deva jamais evadir, sem incorrer na pecha de desertor, apóstata, traidor
■Mil
Dicesto Dicesto
50
Ministro da Fazenda que se chamava
Pandíá Calógeras.
Peixoto, que não
mais freqüentava ministérios, só fazia exceção ao da Fazenda, de cujo titular era amigo sincero.
Apóstolo da verdade orçamentária, insurgia-se nos pareceres contra a ado ção do método automático, verdadeira operação aritmética, para orçar a Re ceita. Pleiteava, com destemor, o dire
to, adotado na Inglaterra, na Itália e na Bélgica, onde o cálculo para o exercí cio futuro não era o da média dos três
m últimos anos, mas o da observação dire
M t
doto, dos povos da Grécia q«3r, nflo tendo tomado parte na Batalba cio Pla téia, ergueram depois cenoláfio.*: de pedra amontoada para fazerem acredi tar que ali repousavam compatriotas seus
que houvcs'^cni coparticip.aclo dos peri gos e do triunfo. "Assim, creio, con cluiu, que ninguém (juercrá proceder no Brasil; creio antes cpic, difundido
entre todos o sentimento nacional, não veremos no campo da xitória nenhum
cenotáfío vazio. Haverá, tíiKcz, túmulosnão haverá essa terra amontoada". (Sensação).
sagrada dos brasileiros, como aquele
sem fixar prèviamente as despesas pú
que Peixoto entoou na lonj^a peroração
Raras vézes, cm tôcla a sua histcíria o Parlamento terá ouvido um hino tão impressionante, conclamando a união
blicas. O único método razoável era o
Muitos deputado.s ainda citam do cor
de estudar o limite a que poderia atin
o trecho em que Peixoto lembra o epi
gir a tributação e tratar de o não exce der, submetendo-se a essa medida a dos
sódio famoso, narrado por Uomain Rol-
talina, a conclusão; alargar a Receita na . medida das necessidades.
Econômico
51
EcoN6Nncx>
ta da natureza e das condições de cada produto, de cada fonte de renda. Ino vação que exigia sinceridade. Sustentava ser absurdo orç-ar a Receita
gastos indispensáveis ou urgentes. Cris
chamava nos políticos acomodatícios e "carloniància
financeira",
os
métodos
de paliativos paru conjurar as nossas crises.
Protecionista, como Jofm Pinheiro e João Luiz .AKos, e não proibicionisla, as suas teorias nicrcceni, no caos atual do
mundo, di\ulgaçãü ampla.
Anti-emis-
sionisfn, estudou as bases de no\a refor
ma tributária, em excelente monografia. Exatos eram os seus cxmhecimentos
das nossas condições de vida e dcsen-
vohàmento. Estudava os problemas bra
sileiros com a \'isão de um sociólogo. "Acredito, sr. presidente, que essa nossa inconscquência, senão relativa incapacidade, decorre cm primeiro lu gar e essencialmente de uma falsa noção
ou sentimento fundamental á psicolo gia geral do brasileiro, por causas que
scntjdo de modificar as carateríslicas
fundamentais da raça brasileira, corri
gindo o que elas têm de mau e bus
cando desen\'olver o muito que têm de
bom. Venhamos, porém, ao exame de uma outra daquelas fontes de êrro. Es
sa outra razão psicológica de ordem ge
ral c o nosso detestável pendor para o que. na acepção comum dos vocábulos,
se denomina "espírito partidário". Nãci há como contestar-lhe, ao sectarismo, os perniciosos efeitos; ninguém ignora hoje que essa tendência sectária não é
dotes naturais, nas qualidades não adqui
e a sua fé absoluta na natureza, nos
bout, les morts".
desenvolve o tema predileto, o horror ao personalismo, e focaliza alguns males que tanto prejudicam o desenvolvimen
A Peixoto poderia aplicar-so a ima gem de Poíncaré à arte do Briand- "o grande estrategista da palavra". Con-
to material do nosso país. O patriotismo não o cegava. Não era
em tôrmos precisos no momento apro
catenava os argumentos e os ressaltava
priado. Era feliz em seus "achados". Foi sua, por exemplo, a expressão "ne-
o fim da nossa raça. Nos momentos di
vrose capadoçal", glosada pela imprensa de todo o País, como fotografia de uma
fíceis, era otimista.
época.
Em agôsío de 1916, em fulgurante
nosso esfôrço deve dirigir-se sempre no
cado de moribundos, concitava os com panheiros à resistência, gritando: "Dc-
leiro, com a acuidade de um psicólogo,
tava com rudeza. Mas nunca profetizou
excelente
malidade primitiva.
homem e o seu merecimento, muito mais
Conhecia as nossas fraquezas e as apon
c« colheríamos
ça no trabalho lento, no esforço persis tente e sistemático, na cultura, enfim,
blime eloqüência c a Nação scntiu-se aliviada. Êsse discurso, repU-lo de ima gens, ficou conhecido como o do "De-
Via o Brasil com lucidez.
pragmatismo
resultado, porque evidentemente todo o
land, de um soldado francês ípu', acua do, a ponto de perder a trincheira, cer
importantes documentos que os Anais da Câmara registram, o emérito brasi
sonhador.
tar essa ultima, a fim de procurar modi
ficar essa perniciosa tendência psicoló gica. Faríamos, assim, um pouco de
senão um remanescente anacrônico das épocas ou fases guerreiras da socieda
ridas, nas forças naturais.
orçamento da Receita, um dos mais
to com a tese contrária, conviria susten
ta!\'ez me anime um dia a analisar de tidamente: — u sua nenhuma confian
bout, Ics morts". Peixoto lampejou su
Ao emitir, em 1915, parecer sobre o
>
Propugnador da educação in
tegral, desdenhosamente denominava 9
oração, em resposta a Cincinato Braga,
bacharelice de "mandarinato burguês".
recordou o episódio, narrado por Heró-
"Mudos de serralhos", era como êle
Ordinariamente, quando julgamos um
facilmente lhe apreciamos a natural in teligência do que o trabalho e o esforço lento e tenaz, graças ao qual êle tenha vencido cm determinado ramo da ati
vidade humana.
Isso provirá da pró
pria imensidade da natureza que nos cerca e muito também da nossa educa
ção; seja, porém, como for, essa é uma das causas ou raízes psicológicas de to dos os nossos erros de api"eciação e con
seqüentes falsos juízos; e por certo, num país em que ninguém preconiza as vantagens do esfôrço e todos se fiam apenas nas forças naturais, quando mes mo a verdade não estivesse em absolu
de, muito próximas do período da ani
Permita a Gamara que eu recorde ter sempre sustentado que o velho sistema
de partidos rotativos, para o qual vive-
mo.s a apelar (como para todas as cousas rotineiras) não tem mais razão de
ser e decididamente não pode mais dar frutos em um país moderno e civilizado. O movimento das idéias é de tal modo
intenso lioje, a modificação, pelo estudo e pela e.xpcrioncia, das nossas fôrças psí quicas e da nossa própria organização mental, faz-se tão ràpidamente pela aqui sição cotidiana de noções e de conheci mentos novos, que é absolutamente errô
neo acreditar que seja possível tomar de uma porção de homens e èncerrá-los de
finitivamente no "clichê" de uma deter
minada fórmula rígida da qual nenhum
se deva jamais evadir, sem incorrer na pecha de desertor, apóstata, traidor
Dicesto
ou qualquer outro dos qualificativos que são de rigor em casos tais.
existe ainda influência de uma opinião esclarecida, bastante forte para servir de
gregarismo partidário; mas, cm todo ca
contrapôso aos desvios dos que gover
so, a chamada díscip.ina rccpier forçosa
nam e de suporte e apoio às qualidades dc uma elite; sobretudo no Brasil, dada
mente compromisso, a trans;ição diutuf-
a falta dessa fôrça, é claro que, se dc um lado, por isso mesmo, aumenta a
responsabilidade dessa elite, do outro lado não pode deixar de ser inconveni ente e pernicioso o seu enfeudamento no quadro rígido e definitivo de um parti do, ou partidos, pois trato o assunto de
do que precisamos é de nos re-
^plvcrnios a abandonar esse último feticho
parlamentarista dos partidos rotati vos; o que é preciso é que nos façamos smcernmente presidencialistas."
Procurou sempre, na preparação dou trinária, reforçar o prestígio da autori-
regionais, do apoio dc cujos representan tes precisa o partido para \iver, por muito que êles contrariem aos grandes e legítimos interósses da Nação."
adc. A reforma do regimento da Càtnara dos Deputados, conhecida como llefortna Carlos Peixoto", foi tachada rie tirania das comissões permanentes", t^estringiu, para vigorar o regimem pre
fisse capítulo, dc frcmontc atualida
sidencial, a liberdade dos deputados;
de, não pcderia ser assinado pelos maio res sociólogos brasileiros?
cas:ou-,hcs a iniciativa dc aumentar as
na e permant-nle com todos os interesses
^^spcsas; opôs-se à anarquia de orçar a receita antes de fixar a despesa; impe
A razão dos partidos políticos não
um modo geral. Se deixarmos as regiões imprecisas du teoria e descermos à prática e ao con
creto, recordaremos que não é raro ver.
, nessa mesma casa, fulminada uma medi da ou preconizada tal outra, que nada. absolutamente nada, tem que ver com
EcoNÓ^nco 53
ínterêsse pessoal. Falando deste último, claro que me não refiro já à natural ten dência de cada um para manter e con servar sua situação poliiica, cedendo aO
Mas, sobretudo no Brasil, onde não
TO
Econ
diu as discussõ;'s demoradas sob pretex
está admíiàvelmcnte e.xposta? Manuel Duarte, político fluminense,
to de encaminhar as votações. Coerente, sustentou a tese de que o
resumiu com fidelidade, cm opúsculo,
Qusso regimem não comporta a formadas agremiações partidárias na-
as idéias de Carlos Peixoto de comba te ao parlamentarismo, de crítica ú ne
fasta influencia dos partidos no Império o ponto àe vista partidário, exatamente c na República. em nome dêsse nefasto espírito de parti O presidencialista do; e nem só às idéias, mas ainda ao? homens estamos vendo que ..-abe fre Carlos Peixoto foi, talvez, no Brasil, qüentemente a glória ou a infâmia, ü- o político que mais apregoava as vanta beralizadas só exclusivamente por âsse gens do regimem presidencial. AcérrimO mesmo espírito, que, visto de perto, adversário das instituições inglesas o en não raro mascara e dissimula apenas tusiasta das constituições americanas, a ridícula carcassa dos nossos inte fez, na divulgação dessas idéias, obra
tíionais.
Trinta anos após, Francisco Campos advogava com êxito a sua extinção, co operando na implantação do Estado Na cional, para conciliar, em seu entender, uo século XX, os direitos do indivíduo e os do Estado.
decantada falta de partidos organizados
nislau Zeballos, Ministro das Relações
erros, pois não se esqueça que falo nes
SC atribuam todas as nossas dificuldadesÉ que os que assim pensam procedei»^ como aquêle rei da Bíblia, que, converti' do, quebrou todos os ídolos o se admira'
Exteriores e intelectual de prestígio na Argentina, acompanhava atentamente a vida política, econômica e social do país
Mascaramos ê:se apelo ao facricsis-
mo, alegando que com ele coincidem, ao
va de que lhe não chegassem depreS'
menos remotamente, grandes interesses
?a, apesar disso, as graças providenciaisUm profeta, consultado a respeito, aca
públicos, quando de fato e em geral ca
Pei.xoto, que muito se impressionou com o célebre telegrama n.° 9, de Esta-
de Alberdi e Sarmiento.
da um de nós denomina muito freqüen bou por encontrar em um desvão, cui temente "interesse nacional" o do seu dadosamente oculto, um grande ídolo a*'
campanário, quando nao o seu próp
no
qual se bateu pela obrigatoriedade do
serviço militar em nossa terra. Enten
dia, com tôda razão, que nação desar mada e presa apetecida.
A um companheiro inseparável, disíe certa vez: 'Sei que amigos indigitaram o meu nome para Ministro das Relações
Exteriores. Em hipótese alguma aceitanL""o r'®"' com Governo em pòslo de tãocolaborar imediata
^nfiança. Aceitaria de bom grado o de Ministro na Republica Argentina, para aplainar as nossas dificuldades." Aqueles cadernos estiveram em poder
de Otávio de Sousa Leão, que os manuseou e se recorda de ter lido, subli
nhado a lápis vermelho: "Tudo nos une e nada nos separa" será uma frase ver dadeira quando o Brasil estiver forte." Hoje, graças aos esforços dos ho mens e Estado que têm a responsabi
lidade dos destinos das duas grandes na-
çoes americanas e compreenderam que a política da boa vizinhança é a única que consu.ta os seus interósses, não pai-
.™ taizonte nuve. se,u„ de les-
de professor, ou melhor, de apóstolo. "É freqüente - dizia ôlc — que à tão
sileiro.
ricano, temia uma guerra, motivo pelo
Carlos Peixoto e a Arsentina
resses subalternos. É a dolorosa verda de e sem dúvida a todos e a cada um de nós cabe uma parcela de culpa nesses
te momento da psicologia geral do bra
Renetindo o ambiente de tensão ner vosa que havia no continente sul-ame
qual o rei sacrificava às escondidas^
fratern-. «
amizade
Carlos Peixoto e Rodrigues Alves Carlos Peixoto foi o líder da maio
ria durante o quatriênio Rodrigues Al
Lia, diàriamente, os grandes órgãos platinos "La Prensa" e "La Naclon".
sentante da Câmara dos Deputados em
Escreveu, cheio de transcrições e obser
tace do Executivo e não feitor da Câma
vações pessoais, duas dezenas de cader nos que constituem documentado estudo sôbre a grandeza da Argeatina.
ra por ordem do Executivo. A posição do líder tomou, mais tarde, outra feição: o líder representava o Executivo perante
es.
roc amou sempre que era repre
Dicesto
ou qualquer outro dos qualificativos que são de rigor em casos tais.
existe ainda influência de uma opinião esclarecida, bastante forte para servir de
gregarismo partidário; mas, cm todo ca
contrapôso aos desvios dos que gover
so, a chamada díscip.ina rccpier forçosa
nam e de suporte e apoio às qualidades dc uma elite; sobretudo no Brasil, dada
mente compromisso, a trans;ição diutuf-
a falta dessa fôrça, é claro que, se dc um lado, por isso mesmo, aumenta a
responsabilidade dessa elite, do outro lado não pode deixar de ser inconveni ente e pernicioso o seu enfeudamento no quadro rígido e definitivo de um parti do, ou partidos, pois trato o assunto de
do que precisamos é de nos re-
^plvcrnios a abandonar esse último feticho
parlamentarista dos partidos rotati vos; o que é preciso é que nos façamos smcernmente presidencialistas."
Procurou sempre, na preparação dou trinária, reforçar o prestígio da autori-
regionais, do apoio dc cujos representan tes precisa o partido para \iver, por muito que êles contrariem aos grandes e legítimos interósses da Nação."
adc. A reforma do regimento da Càtnara dos Deputados, conhecida como llefortna Carlos Peixoto", foi tachada rie tirania das comissões permanentes", t^estringiu, para vigorar o regimem pre
fisse capítulo, dc frcmontc atualida
sidencial, a liberdade dos deputados;
de, não pcderia ser assinado pelos maio res sociólogos brasileiros?
cas:ou-,hcs a iniciativa dc aumentar as
na e permant-nle com todos os interesses
^^spcsas; opôs-se à anarquia de orçar a receita antes de fixar a despesa; impe
A razão dos partidos políticos não
um modo geral. Se deixarmos as regiões imprecisas du teoria e descermos à prática e ao con
creto, recordaremos que não é raro ver.
, nessa mesma casa, fulminada uma medi da ou preconizada tal outra, que nada. absolutamente nada, tem que ver com
EcoNÓ^nco 53
ínterêsse pessoal. Falando deste último, claro que me não refiro já à natural ten dência de cada um para manter e con servar sua situação poliiica, cedendo aO
Mas, sobretudo no Brasil, onde não
TO
Econ
diu as discussõ;'s demoradas sob pretex
está admíiàvelmcnte e.xposta? Manuel Duarte, político fluminense,
to de encaminhar as votações. Coerente, sustentou a tese de que o
resumiu com fidelidade, cm opúsculo,
Qusso regimem não comporta a formadas agremiações partidárias na-
as idéias de Carlos Peixoto de comba te ao parlamentarismo, de crítica ú ne
fasta influencia dos partidos no Império o ponto àe vista partidário, exatamente c na República. em nome dêsse nefasto espírito de parti O presidencialista do; e nem só às idéias, mas ainda ao? homens estamos vendo que ..-abe fre Carlos Peixoto foi, talvez, no Brasil, qüentemente a glória ou a infâmia, ü- o político que mais apregoava as vanta beralizadas só exclusivamente por âsse gens do regimem presidencial. AcérrimO mesmo espírito, que, visto de perto, adversário das instituições inglesas o en não raro mascara e dissimula apenas tusiasta das constituições americanas, a ridícula carcassa dos nossos inte fez, na divulgação dessas idéias, obra
tíionais.
Trinta anos após, Francisco Campos advogava com êxito a sua extinção, co operando na implantação do Estado Na cional, para conciliar, em seu entender, uo século XX, os direitos do indivíduo e os do Estado.
decantada falta de partidos organizados
nislau Zeballos, Ministro das Relações
erros, pois não se esqueça que falo nes
SC atribuam todas as nossas dificuldadesÉ que os que assim pensam procedei»^ como aquêle rei da Bíblia, que, converti' do, quebrou todos os ídolos o se admira'
Exteriores e intelectual de prestígio na Argentina, acompanhava atentamente a vida política, econômica e social do país
Mascaramos ê:se apelo ao facricsis-
mo, alegando que com ele coincidem, ao
va de que lhe não chegassem depreS'
menos remotamente, grandes interesses
?a, apesar disso, as graças providenciaisUm profeta, consultado a respeito, aca
públicos, quando de fato e em geral ca
Pei.xoto, que muito se impressionou com o célebre telegrama n.° 9, de Esta-
de Alberdi e Sarmiento.
da um de nós denomina muito freqüen bou por encontrar em um desvão, cui temente "interesse nacional" o do seu dadosamente oculto, um grande ídolo a*'
campanário, quando nao o seu próp
no
qual se bateu pela obrigatoriedade do
serviço militar em nossa terra. Enten
dia, com tôda razão, que nação desar mada e presa apetecida.
A um companheiro inseparável, disíe certa vez: 'Sei que amigos indigitaram o meu nome para Ministro das Relações
Exteriores. Em hipótese alguma aceitanL""o r'®"' com Governo em pòslo de tãocolaborar imediata
^nfiança. Aceitaria de bom grado o de Ministro na Republica Argentina, para aplainar as nossas dificuldades." Aqueles cadernos estiveram em poder
de Otávio de Sousa Leão, que os manuseou e se recorda de ter lido, subli
nhado a lápis vermelho: "Tudo nos une e nada nos separa" será uma frase ver dadeira quando o Brasil estiver forte." Hoje, graças aos esforços dos ho mens e Estado que têm a responsabi
lidade dos destinos das duas grandes na-
çoes americanas e compreenderam que a política da boa vizinhança é a única que consu.ta os seus interósses, não pai-
.™ taizonte nuve. se,u„ de les-
de professor, ou melhor, de apóstolo. "É freqüente - dizia ôlc — que à tão
sileiro.
ricano, temia uma guerra, motivo pelo
Carlos Peixoto e a Arsentina
resses subalternos. É a dolorosa verda de e sem dúvida a todos e a cada um de nós cabe uma parcela de culpa nesses
te momento da psicologia geral do bra
Renetindo o ambiente de tensão ner vosa que havia no continente sul-ame
qual o rei sacrificava às escondidas^
fratern-. «
amizade
Carlos Peixoto e Rodrigues Alves Carlos Peixoto foi o líder da maio
ria durante o quatriênio Rodrigues Al
Lia, diàriamente, os grandes órgãos platinos "La Prensa" e "La Naclon".
sentante da Câmara dos Deputados em
Escreveu, cheio de transcrições e obser
tace do Executivo e não feitor da Câma
vações pessoais, duas dezenas de cader nos que constituem documentado estudo sôbre a grandeza da Argeatina.
ra por ordem do Executivo. A posição do líder tomou, mais tarde, outra feição: o líder representava o Executivo perante
es.
roc amou sempre que era repre
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54
Dici:sTo EcoNÓ>aco
55
a Câmara e não a Câmara perante o
nardes, traçado por Antônio Fe-licÍP.nO
nia para impugnar o reconhecimento do
cebcndo os honorários em apólices, dei
Executivo.
do Castilho, dir-se-ia fjiio Carlos Pei;«o-
Marechal Hermes, Carlos Peixoto, então
xou-as aos herdeiros.
to se fazia admirar e C.irlos de Campos
membro da oposição, negou-se a aten
em casos graves para o princípio da au
sabia ser amado.
toridade do Govêmo, dissera, como lí
Lembro-me de trr lido alíinro.s <|uc o preferível, para a sua asr-cn ã<í. 4) po
dê-lo. "R^conticço que houve fraude, naram-llie o túmido. Houvc defesa ime disso êle. Nenhum deputado, porém, tem diata. Nos"A pedidos" d*"0 País", Mário autoridade moral para proferir lihc'o. de^^AIcncar. o amigo fiel, confundiu-os. aciralório. A origem do nosso mandato Mutilados no chão, ficaram csbravec a mesma: b'c:) dc pena e ata falsa." ccndü na impotência do seu veneno." Em certa ocasião, político influente A morte pediu-lhe cpie telefonasse ao Calógrras Carlos Peixoto esboçava um Iíxto de a fim de rjuc um dos genros, dc prepa
Peixoto escreveu que, muitas vôzes,
der, ao Presidente, "que tal medida por êle projetada e que se comprometia a
lítico ser temido do rpie estimado, lema
tomar, a Câmara não a aceitaria, sendo
que os cismógrafos da História des»*n- 9
êle, Peixoto, o primeiro a combatê-la,
volveram para justificar a fpjcda do Ge
e a medida não se realizava". Peixoto
neral Francisco Glicério.
contava pouco mais de trinta anos de
idade, quando assim brincava com o
destino da sua carreira política. Justificada, portanto, a sua grande ad miração pelo presidente paulista e ex plicada está a causa pela qual, em 1917, tanto trabalhou pela volta de Rodrigues Alves ao poder.
Carlos Peixoto e Carlos de Campos Costa Rôgo, em artigo ínserto no
"Correio da Manhã", escreveu que Car los Peixoto e Carlos de Campos foram os lideres mais completos que conheceu.
Desmentiu a assertiva o destino cie
ambos. Carlos Peixoto tombou em plena mocidade. Carlos dt; Ctimpos aliuti«u,
ro nulo. fòssc nomeado Diretor do Lói-
contra a sua vontade, a Presidência dc
obtc." a ligação. Com surpresa do aludi do político, f|m> as^^istia à cena. desliga
São Paulo.
de. Peixoto, amigo do solicitaiile, tenta
o aparelho, segundos anós. "Não tenho
O homem
o direito do fazer êsse pedido. O Caló-
Alto, moreno, nariz, adimco e olhar
imperativo cie águia, timbre de x'CrZ agradabilissimo, sorriso inagnélico, de ex traordinário encanto pessoal. O sorriso não era intencional, mas e.x-
gcras, com ceiieza me fará esta per gunta: Você Ministro da Fazenda, fa
ria a nrmcação? En teria que responder:
Não. Você mc perdoe a franqueza." Um senador federal pede a Carlos
Escanda.izados, os maldizentes profa-
análise social sôbre o Brasil, tendo até redigido o prefácio de que Miguel Me lo teve as primícias da leitura. Intitula ra-o "Natureza c Cultura".
Desgraçadamente, a tuberculose, que lia muito o espreitava, atacou-lhe o frágil organismo.
Isolado, viveu cm Jacarepaguá. Cerca va-o reduzido número de amigos Proi bido de ler, distraía-se ouvindo'melo dias de Verdi e Rosrini, em um fonógrafo, dádiva de Miguel Calmon. Otávio de Sousa Leão, que foi o melhor dos
prcssão nativa da inteligência, não se particuiarizava nos lábios, nem escolhia
Não me recordo do seu fundamento.
Peixoto, que se achava em companhia dc Otávio dc Sousa Leão, para obter a
momentos: estava no total das suas fei-
Mas, de vários deputados não ouvi ou
ç-õcs, esclarecia Mário dc Alencar. Quem
tro julgado. Temperamentos opostos, di vergiam nos métodos de ação política.
nomeação de um fillio para cargo que se vagara no Ministério da Viação; "Pe
fícas.se
diria se vagasse o de Ministro na Chi
dedicado enfermeiro, com amizade pu ra e desinteressada, resgatava a ingra
Carlos Peixoto era dominador, absor\'en-
magia. "Em pre:;ença dêlc era preciso
na, que ó um cargo inteiramente inú til", foi a sua resposta. Outros exemplos ]')oderia rememorar.
sentou melhoras. Conversou aninfado
te, voluntarioso, tratava os colegas como se fôssem meninos de colégio. Carlos de Campos era todo doçura, todo meíguice.
ao
alcance
dessa
irradiação,
acrescenta o ilustre escritor, sofria-lhe a
uma fôrça nova c rara para cjuebrar o
Carlos Peixoto simbolizava a inteligên
magnetismo." Tão grande era esse mag netismo que os amigos lhe suportavam a franqueza rude, o traço marcante do
cia. Carlos de Campos, a bondade. Car
seu caráter.
los Peixoto era melhor tribuno. Carlos de Campos, mais artista. Carlos Peixoto exi
gia. Carlos de Campos solicitava. Carlos Peixoto era intransigente.
Carlos de
Campos, ccnciliador. Carlos Peixoto, um
encantador que timbrava em restringir o grupo dos seus amigos. Carlos de Campos, um comunicativo que procura va ampliar o circulo dos seus íntinics. Imitando o paralelo de Vieira e Ber-
Quando líder da maioria, muitas vêzcs procurava o deputado que se ti nha inscrito para discutir determinado assunto e lhe ordenava não faze-lo, pois a um outro, dc melhor preparo, compe tiria desempenhar-se da incumbêncio*
Seria tarefa inútil. O homem está de finido. A calúnia
Advogado militante no foro do Rio de Janeiro, em determinada fase da vi
amigos e o estimava como a um irmão
tidão dos políticos que o abandonaram No dia do desenlace, Peixoto anre-
com A.varo de Carvalho, Miguel Calmon e Sousa Leão.
Pavoroso o derradeiro instante. Súbi ta bemorragra pulmonar sufocon-ren,
j^nntos quase sem agonia. MiCl Me Io ass,sl.n-o nesse momento °n'utee
Em seu peito recebeu as golfadafde sangue. Ao sofrer a hemo^ptise fàtal
Liderava a Câmara como se fosse um
da, patrocinou, com êxito, a causa do Pará, na que-tão dos limites. Em labor de cinco anos, regularizou a situação embaraçosa de importante empresa de navegação, conseguindo que
general a dar ordens em campo de ba
o ativo fosse acrescido da soma de trin
nacionalidade se a memória de um bra
ta mil contos de réis. Cobrou, em pa gamento dos serviços profissionais, cin co por cento do capital constituído. Ke-
o caráter e grande pela inteligência, nao fôr reverenciada pela juventude.
talha.
Convidado por Alexandre Barbosa Li-
Peixoto, aterrado, deu um grito- "Estó tudo perdido!"
'
E:tará irremediâvelmente perdida a sileiro, como Carlos Peixoto, grande pe-
wsfmmm MICO 9. DicESTO Econômico
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a Câmara e não a Câmara perante o
nardes, traçado por Antônio Fe-licÍP.nO
nia para impugnar o reconhecimento do
cebcndo os honorários em apólices, dei
Executivo.
do Castilho, dir-se-ia fjiio Carlos Pei;«o-
Marechal Hermes, Carlos Peixoto, então
xou-as aos herdeiros.
to se fazia admirar e C.irlos de Campos
membro da oposição, negou-se a aten
em casos graves para o princípio da au
sabia ser amado.
toridade do Govêmo, dissera, como lí
Lembro-me de trr lido alíinro.s <|uc o preferível, para a sua asr-cn ã<í. 4) po
dê-lo. "R^conticço que houve fraude, naram-llie o túmido. Houvc defesa ime disso êle. Nenhum deputado, porém, tem diata. Nos"A pedidos" d*"0 País", Mário autoridade moral para proferir lihc'o. de^^AIcncar. o amigo fiel, confundiu-os. aciralório. A origem do nosso mandato Mutilados no chão, ficaram csbravec a mesma: b'c:) dc pena e ata falsa." ccndü na impotência do seu veneno." Em certa ocasião, político influente A morte pediu-lhe cpie telefonasse ao Calógrras Carlos Peixoto esboçava um Iíxto de a fim de rjuc um dos genros, dc prepa
Peixoto escreveu que, muitas vôzes,
der, ao Presidente, "que tal medida por êle projetada e que se comprometia a
lítico ser temido do rpie estimado, lema
tomar, a Câmara não a aceitaria, sendo
que os cismógrafos da História des»*n- 9
êle, Peixoto, o primeiro a combatê-la,
volveram para justificar a fpjcda do Ge
e a medida não se realizava". Peixoto
neral Francisco Glicério.
contava pouco mais de trinta anos de
idade, quando assim brincava com o
destino da sua carreira política. Justificada, portanto, a sua grande ad miração pelo presidente paulista e ex plicada está a causa pela qual, em 1917, tanto trabalhou pela volta de Rodrigues Alves ao poder.
Carlos Peixoto e Carlos de Campos Costa Rôgo, em artigo ínserto no
"Correio da Manhã", escreveu que Car los Peixoto e Carlos de Campos foram os lideres mais completos que conheceu.
Desmentiu a assertiva o destino cie
ambos. Carlos Peixoto tombou em plena mocidade. Carlos dt; Ctimpos aliuti«u,
ro nulo. fòssc nomeado Diretor do Lói-
contra a sua vontade, a Presidência dc
obtc." a ligação. Com surpresa do aludi do político, f|m> as^^istia à cena. desliga
São Paulo.
de. Peixoto, amigo do solicitaiile, tenta
o aparelho, segundos anós. "Não tenho
O homem
o direito do fazer êsse pedido. O Caló-
Alto, moreno, nariz, adimco e olhar
imperativo cie águia, timbre de x'CrZ agradabilissimo, sorriso inagnélico, de ex traordinário encanto pessoal. O sorriso não era intencional, mas e.x-
gcras, com ceiieza me fará esta per gunta: Você Ministro da Fazenda, fa
ria a nrmcação? En teria que responder:
Não. Você mc perdoe a franqueza." Um senador federal pede a Carlos
Escanda.izados, os maldizentes profa-
análise social sôbre o Brasil, tendo até redigido o prefácio de que Miguel Me lo teve as primícias da leitura. Intitula ra-o "Natureza c Cultura".
Desgraçadamente, a tuberculose, que lia muito o espreitava, atacou-lhe o frágil organismo.
Isolado, viveu cm Jacarepaguá. Cerca va-o reduzido número de amigos Proi bido de ler, distraía-se ouvindo'melo dias de Verdi e Rosrini, em um fonógrafo, dádiva de Miguel Calmon. Otávio de Sousa Leão, que foi o melhor dos
prcssão nativa da inteligência, não se particuiarizava nos lábios, nem escolhia
Não me recordo do seu fundamento.
Peixoto, que se achava em companhia dc Otávio dc Sousa Leão, para obter a
momentos: estava no total das suas fei-
Mas, de vários deputados não ouvi ou
ç-õcs, esclarecia Mário dc Alencar. Quem
tro julgado. Temperamentos opostos, di vergiam nos métodos de ação política.
nomeação de um fillio para cargo que se vagara no Ministério da Viação; "Pe
fícas.se
diria se vagasse o de Ministro na Chi
dedicado enfermeiro, com amizade pu ra e desinteressada, resgatava a ingra
Carlos Peixoto era dominador, absor\'en-
magia. "Em pre:;ença dêlc era preciso
na, que ó um cargo inteiramente inú til", foi a sua resposta. Outros exemplos ]')oderia rememorar.
sentou melhoras. Conversou aninfado
te, voluntarioso, tratava os colegas como se fôssem meninos de colégio. Carlos de Campos era todo doçura, todo meíguice.
ao
alcance
dessa
irradiação,
acrescenta o ilustre escritor, sofria-lhe a
uma fôrça nova c rara para cjuebrar o
Carlos Peixoto simbolizava a inteligên
magnetismo." Tão grande era esse mag netismo que os amigos lhe suportavam a franqueza rude, o traço marcante do
cia. Carlos de Campos, a bondade. Car
seu caráter.
los Peixoto era melhor tribuno. Carlos de Campos, mais artista. Carlos Peixoto exi
gia. Carlos de Campos solicitava. Carlos Peixoto era intransigente.
Carlos de
Campos, ccnciliador. Carlos Peixoto, um
encantador que timbrava em restringir o grupo dos seus amigos. Carlos de Campos, um comunicativo que procura va ampliar o circulo dos seus íntinics. Imitando o paralelo de Vieira e Ber-
Quando líder da maioria, muitas vêzcs procurava o deputado que se ti nha inscrito para discutir determinado assunto e lhe ordenava não faze-lo, pois a um outro, dc melhor preparo, compe tiria desempenhar-se da incumbêncio*
Seria tarefa inútil. O homem está de finido. A calúnia
Advogado militante no foro do Rio de Janeiro, em determinada fase da vi
amigos e o estimava como a um irmão
tidão dos políticos que o abandonaram No dia do desenlace, Peixoto anre-
com A.varo de Carvalho, Miguel Calmon e Sousa Leão.
Pavoroso o derradeiro instante. Súbi ta bemorragra pulmonar sufocon-ren,
j^nntos quase sem agonia. MiCl Me Io ass,sl.n-o nesse momento °n'utee
Em seu peito recebeu as golfadafde sangue. Ao sofrer a hemo^ptise fàtal
Liderava a Câmara como se fosse um
da, patrocinou, com êxito, a causa do Pará, na que-tão dos limites. Em labor de cinco anos, regularizou a situação embaraçosa de importante empresa de navegação, conseguindo que
general a dar ordens em campo de ba
o ativo fosse acrescido da soma de trin
nacionalidade se a memória de um bra
ta mil contos de réis. Cobrou, em pa gamento dos serviços profissionais, cin co por cento do capital constituído. Ke-
o caráter e grande pela inteligência, nao fôr reverenciada pela juventude.
talha.
Convidado por Alexandre Barbosa Li-
Peixoto, aterrado, deu um grito- "Estó tudo perdido!"
'
E:tará irremediâvelmente perdida a sileiro, como Carlos Peixoto, grande pe-
ÍJlCESTO ECONÓKaCO
Uma fase de transição
SB qualquer aspecto que se pos a
Nelson Webneck Sodré dução ainda bastante colonial, c o trau
estudar a vida brasileira atual,
matismo da luta militar, trazendo pela
parece fora de dúvida que atravessamos uma fase de tran
primeira vez uma positiva ameaça à costa brasileira, nos alerlon snficiontc-
sição. No campo das atividades
mentc para que possamos permanecer
econômicas, entretanto, essa fa se é mais nítida, mais acentuada, e as sinala um momento dos mais difíceis na
vida nacional. Trata-se, agora, de de finir rumos, de .aproveitar os ensina mentos do período intercalar, profunda mente afetado pelo último conflito mundial, de enfrentar problemas an tigos e insolúveis e de precisar as di retrizes para uma economia que não
inativo'; c confundidos entre oricntaçx>es contraditórias.
Sc a.s guerras, o principalmente a:»
SC processa com muito maior intensida
de, quando se trata de países como o Brasil, em que a estrutura econômica
articulou ainda em normas cstAvcis de
mente, desde o seu início, em 1939.
agravando-se consideravelmente depois submeteu a estrutura econômica brasi
flito, constituiu a maior prova a que sc leira, em tôda a sua história.
A conflagração anterior, generalizando-se cm 1917, não afetou tão forte-
mento a economia dos países, porque a navegação oceânica, merco do reduzi do raio de ação da arma submarina e
d?, arma aé-ea, na época, conseguiu manter, em nível compatível com as ne cessidades imediatas, a circulação da ri
dança- e sem as ameaças de novas va
queza. A técnica militar do tempo não acompanhou, com a eficiôncia dos
riações.
seus meios, a universalização do confli
A fase de transição foi assinalada
principalmente pelo advento da guerra mundial. Chegamos ao quinto decênio
do século com ubkí estrutura de pro
ção oceânica, sendo extra-conti-
nentais, ao mesmo tempo que nos
solicitavam
fornecimentos
são da praça de Hamburgo, en
mais abundantes, e até nos obri
tre as importadoras do café bra
gavam a uma diversificação para
compradores, em particular aos Estados
da entrada dos Estados Unidos no con
qual as iniciativas e os inve:tÍmentos possam assentar, sem temores de mu
mercados impunha a navega
ções profundas no ritmo econômico dos países, isto 6 muito mais verdadeiro, e
medidas e iniciativas que precisem uma política econômica, abandonando as in
cional uma diretriz permanente, sob a
ros habituais, não trouxe abalo profun do c duradouro, uma voz que permane cemos fornecendo aos grandes compra dores do exterior os produtos básicos cm que assentava, en tão, como hoje ainda assenta, a riqueza nacional. A supres
a qual não estávamos prepara
gundo tal programa urge a adoção de
manentes, que ertiolam todo o traba
cia da falta de fornecimentos estraniici-
dos, e que foi estabelecida no
organização. O impacto da guerra, real
lho construtor e dispersam, de maneira inequívoca, o esfôrço contínuo de um povo que chega à metade do século XX sem ter elaborado ainda uma política segura e sem ter dado à produção na
produção e consumo, a perturbação da cabotagem afetou de forma grave a si tuação do mercado interno, quando já vinha impondo às relações com os mer cados externos alterações significativas, lima vez que a maior parte daqueles
nosso parque industrial, cm conseqüên
mento das vendas aos antigos
cessa de sofrer abalos e derorient^õcs
decisões, as flutuações, as dúvidas per
País, entre as suas zonas econômicas de
guerras prolongadas, inlrodirzom altera
a que as condições do mundo moderno e as necessidades internas do País já É todo um programa a definir, e se
ral de suu expansão ecoiióniicn. Tendo contribnido para o desenvolvimento do
sileiro, foi compensada pelo au
depende de um maior número de fatôres, alguns de origem externa, e não se
não se podem sujeitar.
57
to, e a distância conseguiu proteger dos seus efeitos imediatos aqueles que, em bora participantes, permaneceram em condições de prosseguir no ritmo natu
Unidos, com os quais a navegação per
maneceu prâücamente sem alteração, e
velho regimem das improvizações. Os efeitos do conflito foram ainda mais extensos, embora algumas dc suas
mesmo cMDin os mercados europeus nno
manifestações não se traduzissem de for
ligados í\ praça alemã do Mar do Norte. A supressão de alguns fornecimentos, principalmente os que provinham do parque industrial europeu, contribuindo para um surto particular da fabricação
ma gritante, e só aparecessem depois de um estudo atento ou de uma observação
brasileira, não foi de molde a produzir
um abalo profundo no mercado interno. Aquela que se encerrou cm 1945, en tretanto, pelo esfôrço titânico a que obrigou, em todos os quadrantes do
mundo, pela generalização rápida de seus efeitos, pela ameaça constante à circulação da produção, acarretou um
choque profundo em tôda a economia universal, choque que se constituiu, cm países como o nosso, na maior crise de sua história econômica. Para aquilatar da amplitude de seus efeitos imediatos e diretos, basta verificar que a partici
pação do Brasil no conflito derivou de um ataque brutal e inédito h nossa na vegação de cabotagem. Permanecendo o oceano, ainda neste
século, como o espaço quase único de circulação entre as diversas partes do
demorada.
Traduziram-se também riO
desaparecimento de antigos mercados, pela importância crescente de outros, novos na freqüência dos nossos produ tos, pela redução do número de clien
tes e pela ampliação de suas solicitações,
pela primazia dos preços impostos do exterior sòbre aqueles que o mercado interno poderia comportar, nos casos de produtos de colocação tanto fora como dentro do País, como foi o de alimen
tícios; pelo desvio da estrutura de pro dução, no sentido de adaptar-se às no vas condições, num ritmo acelerado, mas sem a previsão da parada ou da
redução futura desse ritmo, o que de veria ocorrer em muitos casos; pelos reflexos que as alterações trouxeram à vida interna, com as conseqüências do desnível entre a exportação e a im portação, fornecendo reservas de em prego impossível no momento em que
se acumulavam; pelo desequilíbrio de
.
ÍJlCESTO ECONÓKaCO
Uma fase de transição
SB qualquer aspecto que se pos a
Nelson Webneck Sodré dução ainda bastante colonial, c o trau
estudar a vida brasileira atual,
matismo da luta militar, trazendo pela
parece fora de dúvida que atravessamos uma fase de tran
primeira vez uma positiva ameaça à costa brasileira, nos alerlon snficiontc-
sição. No campo das atividades
mentc para que possamos permanecer
econômicas, entretanto, essa fa se é mais nítida, mais acentuada, e as sinala um momento dos mais difíceis na
vida nacional. Trata-se, agora, de de finir rumos, de .aproveitar os ensina mentos do período intercalar, profunda mente afetado pelo último conflito mundial, de enfrentar problemas an tigos e insolúveis e de precisar as di retrizes para uma economia que não
inativo'; c confundidos entre oricntaçx>es contraditórias.
Sc a.s guerras, o principalmente a:»
SC processa com muito maior intensida
de, quando se trata de países como o Brasil, em que a estrutura econômica
articulou ainda em normas cstAvcis de
mente, desde o seu início, em 1939.
agravando-se consideravelmente depois submeteu a estrutura econômica brasi
flito, constituiu a maior prova a que sc leira, em tôda a sua história.
A conflagração anterior, generalizando-se cm 1917, não afetou tão forte-
mento a economia dos países, porque a navegação oceânica, merco do reduzi do raio de ação da arma submarina e
d?, arma aé-ea, na época, conseguiu manter, em nível compatível com as ne cessidades imediatas, a circulação da ri
dança- e sem as ameaças de novas va
queza. A técnica militar do tempo não acompanhou, com a eficiôncia dos
riações.
seus meios, a universalização do confli
A fase de transição foi assinalada
principalmente pelo advento da guerra mundial. Chegamos ao quinto decênio
do século com ubkí estrutura de pro
ção oceânica, sendo extra-conti-
nentais, ao mesmo tempo que nos
solicitavam
fornecimentos
são da praça de Hamburgo, en
mais abundantes, e até nos obri
tre as importadoras do café bra
gavam a uma diversificação para
compradores, em particular aos Estados
da entrada dos Estados Unidos no con
qual as iniciativas e os inve:tÍmentos possam assentar, sem temores de mu
mercados impunha a navega
ções profundas no ritmo econômico dos países, isto 6 muito mais verdadeiro, e
medidas e iniciativas que precisem uma política econômica, abandonando as in
cional uma diretriz permanente, sob a
ros habituais, não trouxe abalo profun do c duradouro, uma voz que permane cemos fornecendo aos grandes compra dores do exterior os produtos básicos cm que assentava, en tão, como hoje ainda assenta, a riqueza nacional. A supres
a qual não estávamos prepara
gundo tal programa urge a adoção de
manentes, que ertiolam todo o traba
cia da falta de fornecimentos estraniici-
dos, e que foi estabelecida no
organização. O impacto da guerra, real
lho construtor e dispersam, de maneira inequívoca, o esfôrço contínuo de um povo que chega à metade do século XX sem ter elaborado ainda uma política segura e sem ter dado à produção na
produção e consumo, a perturbação da cabotagem afetou de forma grave a si tuação do mercado interno, quando já vinha impondo às relações com os mer cados externos alterações significativas, lima vez que a maior parte daqueles
nosso parque industrial, cm conseqüên
mento das vendas aos antigos
cessa de sofrer abalos e derorient^õcs
decisões, as flutuações, as dúvidas per
País, entre as suas zonas econômicas de
guerras prolongadas, inlrodirzom altera
a que as condições do mundo moderno e as necessidades internas do País já É todo um programa a definir, e se
ral de suu expansão ecoiióniicn. Tendo contribnido para o desenvolvimento do
sileiro, foi compensada pelo au
depende de um maior número de fatôres, alguns de origem externa, e não se
não se podem sujeitar.
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to, e a distância conseguiu proteger dos seus efeitos imediatos aqueles que, em bora participantes, permaneceram em condições de prosseguir no ritmo natu
Unidos, com os quais a navegação per
maneceu prâücamente sem alteração, e
velho regimem das improvizações. Os efeitos do conflito foram ainda mais extensos, embora algumas dc suas
mesmo cMDin os mercados europeus nno
manifestações não se traduzissem de for
ligados í\ praça alemã do Mar do Norte. A supressão de alguns fornecimentos, principalmente os que provinham do parque industrial europeu, contribuindo para um surto particular da fabricação
ma gritante, e só aparecessem depois de um estudo atento ou de uma observação
brasileira, não foi de molde a produzir
um abalo profundo no mercado interno. Aquela que se encerrou cm 1945, en tretanto, pelo esfôrço titânico a que obrigou, em todos os quadrantes do
mundo, pela generalização rápida de seus efeitos, pela ameaça constante à circulação da produção, acarretou um
choque profundo em tôda a economia universal, choque que se constituiu, cm países como o nosso, na maior crise de sua história econômica. Para aquilatar da amplitude de seus efeitos imediatos e diretos, basta verificar que a partici
pação do Brasil no conflito derivou de um ataque brutal e inédito h nossa na vegação de cabotagem. Permanecendo o oceano, ainda neste
século, como o espaço quase único de circulação entre as diversas partes do
demorada.
Traduziram-se também riO
desaparecimento de antigos mercados, pela importância crescente de outros, novos na freqüência dos nossos produ tos, pela redução do número de clien
tes e pela ampliação de suas solicitações,
pela primazia dos preços impostos do exterior sòbre aqueles que o mercado interno poderia comportar, nos casos de produtos de colocação tanto fora como dentro do País, como foi o de alimen
tícios; pelo desvio da estrutura de pro dução, no sentido de adaptar-se às no vas condições, num ritmo acelerado, mas sem a previsão da parada ou da
redução futura desse ritmo, o que de veria ocorrer em muitos casos; pelos reflexos que as alterações trouxeram à vida interna, com as conseqüências do desnível entre a exportação e a im portação, fornecendo reservas de em prego impossível no momento em que
se acumulavam; pelo desequilíbrio de
.
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nicr.sTi»
EcoNÓMirO
S Dicksto Econômico
uma estrutura econômica instável, que se mantinha à custa de sucessivos pa
eventualidade cie perdermos iiiereados
liativos e que não estava, por isso mes
conqui^tados no decorri r do conflito, e que pareciam definitivamente g:mhos
mo, em condições de sofrer uma mu
para os nossos fonieeiníenlo»;, o regresso
dança tão rápida.
a condições antigas, c-m relação a forne
Em conseqüência de tais problemas, surgidos de maneira súbita, e enfrenta
dos com medidas de emergência, e que o Brasil, ao contrário de países que ti veram uma participação mais ativa no
conflito, vai demorando mais para se readaptar às condições normais de paz. Por mais íntima e acentuada que tivesse
sido a participação daqueles países, por mais que tivessem sofrido, e alguns so
freram intensamente, as conseqüências da luta militar, a verdade é que nós, apesar de tudo, estávamos em situação econômica pior para enfrentar a reto
mada de ritmo normal. Nesse sentido, embora pareça parado.Kal, não há uma relação proporcional direta entre a par ticipação e a readaptação. Países que participaram ativamente, ou que sofre ram perturbações profundas em seu sis tema de produção, regressaram mais de pressa aos níveis antigos, òu mesmo
quando não atingindo tais níveis, em volume ou valor, mostraram uma vita lidade excepcional em tornarem às con dições anteriores ao conflito, ou a se en
quadrarem em condições que o após- guerra lhes impôs.
cimentos do estrangeiro, (pie pari^eiam
decisi\amcnte afa lados rli- líossas cí)gitações, pela passibilidadi-, que a guerra noj Irou.xc, íle produzirmos sinrilaros — foram alguns <los exemplos grit;inles, que surpreendcam os menos avisados, e fizeram desanimar íupu'-lfs tpie. \erifl-
permanente ou periódica crise de forne
samente bombardeados e ocupados por um inimigo rapinante e destruidor, a
e
inadiáveis.
Tomados cm sen sentido absoluto,
dade, mas cuja efetivação não chegava.
realmente, os dados do balanço de 19-15, ano cm cpie terminou a guerra, denun ciavam aumento na balança comercial,
Enquanto isso se processava, num ritmo (jue nao sofria pausas e que independia da \ontade dos homens, a.s discordàn-
um grande saldo, em proporções até en
cias passaram a se manifestar, os inte
tão não atingidas, favorável ao nosso país, cm valor. Sc fôssemos mais longe
resses a clamar, como se normas par ticulares, destinadas a resolver parte dos problemas, tivessem o condão de trans
ficiais, culpando fatores cireunslanciais, ccmo homens e goví-nios, na \'erdade
verificaríamos que ela sc marcava jx)r uma ascensão contínua, quer na tone-
formar o quadro. Os elementos ligados à indústria cuidavam poder continuar
impotentes para dar fisionomia idt al a
lagem, quer nos preços cm moeda na
um país profiindamenlc conturbado.
cional. Qualquer estudioso dos proble
ternos. Os da lavoura acredita\'am que
mas econômicos, entretanto, saberia per
no ritmo acelerado de produção, de altos preços, de crescentes fornecimentos ex
Estávamos, na verdade, quando a guerra se encerrou, frente a um cios
feitamente que o traiKjuilo otimismo de
p;;ríodos mais graves da nossa evolução econômica, porque nos apri.-senlávamos
rivado da visão dc números o dc grá
medidas destinadas a ampará-la deviam ter indiscutível primazia. Não raro, apareciam soluções simplistas, em que
ficos assim aprc.scntados não passava de
tudo se reporia em ordem mediante al
desaparelhados, para enfrentar uma com
uma ilusão, a que fato algum conce
gumas inovações isoladas, dependentes
dia a po.ssibilidade de realidade efetiva.
apenas da iniciativa administrativa.
O sintoma mais curioso da história econômica brasileira da fase de transição
Na verdade, todos êsses problemas se resumiam em um só, que a todos inte ressava e afetava, e a cujas origens os
petição que regressaria aos lermos an tigos, ou que se tornaria mais acentua
da. Ao contrário do rpic em geral se pensava, pouco possuíamos cm rirjueza, para oferecer, porque o sistema econô mico vigente, cujos erros c deficiências estavam ancorados num pasr ado muito
distante, não pirmiliu a articulação de
presas de vulto que a naturczii exige
cimento de carnes, o aparente paradoxo de importarmos batatas de países inten
moeda, seria suficiente pura dar a todos a imprissão exala, em suas linhas gerais.
significativas
tcrior, dc um lustro até o fim da guerra,
veem as aparências e deixam passar as razões profundas e originárias dos fenô fato de atravesrarmos uma situação de
Nem a lavoura, nem a indústria pode riam considerar-se a salvo de problemas os mais graves, sôbre cujas soluções teóricas parecia haver ansiosa unanimi
c traçásicmos a curva do comércio e.x-
poderosas fontes e o acúmulo de capi
cs nossos problemas de após-guerra, O
teraçõcs
ção, traduzida cm doscrjuilibrios dc toda
cando tais disparidades, ao m<-smo temjvo <iue esperavam uma época de prosperi dade, cntrcgaram-se às c-rilicas super
^Os observadores ingênuos, os que menos econômicos, espantaram-se com
sucessivos — a desarticulação da produ sorte, o mais evidente deles sendo o da
I
59
tais que permitissem, finalmente, as em para dar aos liomens os seus bens.
Se
outros sinais, monos
ao
perceptíveis
leigo, não tivcs.scm iá aparecido, e com insistência alarmante, para nos indicar a gravidade do momcnlo, sobre a nossa impreparação gerai no rcntido de en
frentar o após-guena, e sobre a derro cada dc uma estrutura que ,sc manteve, no Brasil, instável ao longo dos decênios
consistiu, certamente, em apresentar a
balança comercial do País, durante a
demais estão estreitamente ligados: o
guerra, com os índices mais altos até en
sistema econômico brasileiro encontrava-
tão conhecidos, enquanto, na verdade,
se desarticulado, com os órgãos absole-
o Brasil, nesse período, se empobrecia a
tos, os rumos perdidos ou ausentes, o
olhos vistos, desaparelhando-se em todos
aparelhamento fora de quaisquer normas
os sentidos, desarticulando todas as suas
compatíveis com as necessidades e os
peças de produção e entrando em um terreno perigoso, logo traduzido nas me didas de emergência, que sô afetavam o setor das finanças, e que contribuíram para desenvolver a inflação que ainda nos aperta e da qual não vemos possibi lidades de saída próxima. Não havia setor, entre nós, cm que as necessidades de aparelhamento não fossem enormes.
índices do momento de competição in
O trabalho, a produção em si mesma, a
momento, no mundo e no Pais.
circulação, o consumo, demandavam al-
ternacional extremada e ativa. De tal sorte que só reformas de conjunto, en carando a estrutura inteira da produção, calcadas na realidade nacional e inter nacional, poderiam atenuar as conse qüências do descalabro desse sistema
em cheque, em inomediável crise, incompatibilizado com as condições do Issq significava, ínfehzniente, que não
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S Dicksto Econômico
uma estrutura econômica instável, que se mantinha à custa de sucessivos pa
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conqui^tados no decorri r do conflito, e que pareciam definitivamente g:mhos
mo, em condições de sofrer uma mu
para os nossos fonieeiníenlo»;, o regresso
dança tão rápida.
a condições antigas, c-m relação a forne
Em conseqüência de tais problemas, surgidos de maneira súbita, e enfrenta
dos com medidas de emergência, e que o Brasil, ao contrário de países que ti veram uma participação mais ativa no
conflito, vai demorando mais para se readaptar às condições normais de paz. Por mais íntima e acentuada que tivesse
sido a participação daqueles países, por mais que tivessem sofrido, e alguns so
freram intensamente, as conseqüências da luta militar, a verdade é que nós, apesar de tudo, estávamos em situação econômica pior para enfrentar a reto
mada de ritmo normal. Nesse sentido, embora pareça parado.Kal, não há uma relação proporcional direta entre a par ticipação e a readaptação. Países que participaram ativamente, ou que sofre ram perturbações profundas em seu sis tema de produção, regressaram mais de pressa aos níveis antigos, òu mesmo
quando não atingindo tais níveis, em volume ou valor, mostraram uma vita lidade excepcional em tornarem às con dições anteriores ao conflito, ou a se en
quadrarem em condições que o após- guerra lhes impôs.
cimentos do estrangeiro, (pie pari^eiam
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samente bombardeados e ocupados por um inimigo rapinante e destruidor, a
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Tomados cm sen sentido absoluto,
dade, mas cuja efetivação não chegava.
realmente, os dados do balanço de 19-15, ano cm cpie terminou a guerra, denun ciavam aumento na balança comercial,
Enquanto isso se processava, num ritmo (jue nao sofria pausas e que independia da \ontade dos homens, a.s discordàn-
um grande saldo, em proporções até en
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tão não atingidas, favorável ao nosso país, cm valor. Sc fôssemos mais longe
resses a clamar, como se normas par ticulares, destinadas a resolver parte dos problemas, tivessem o condão de trans
ficiais, culpando fatores cireunslanciais, ccmo homens e goví-nios, na \'erdade
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formar o quadro. Os elementos ligados à indústria cuidavam poder continuar
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cional. Qualquer estudioso dos proble
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mas econômicos, entretanto, saberia per
no ritmo acelerado de produção, de altos preços, de crescentes fornecimentos ex
Estávamos, na verdade, quando a guerra se encerrou, frente a um cios
feitamente que o traiKjuilo otimismo de
p;;ríodos mais graves da nossa evolução econômica, porque nos apri.-senlávamos
rivado da visão dc números o dc grá
medidas destinadas a ampará-la deviam ter indiscutível primazia. Não raro, apareciam soluções simplistas, em que
ficos assim aprc.scntados não passava de
tudo se reporia em ordem mediante al
desaparelhados, para enfrentar uma com
uma ilusão, a que fato algum conce
gumas inovações isoladas, dependentes
dia a po.ssibilidade de realidade efetiva.
apenas da iniciativa administrativa.
O sintoma mais curioso da história econômica brasileira da fase de transição
Na verdade, todos êsses problemas se resumiam em um só, que a todos inte ressava e afetava, e a cujas origens os
petição que regressaria aos lermos an tigos, ou que se tornaria mais acentua
da. Ao contrário do rpic em geral se pensava, pouco possuíamos cm rirjueza, para oferecer, porque o sistema econô mico vigente, cujos erros c deficiências estavam ancorados num pasr ado muito
distante, não pirmiliu a articulação de
presas de vulto que a naturczii exige
cimento de carnes, o aparente paradoxo de importarmos batatas de países inten
moeda, seria suficiente pura dar a todos a imprissão exala, em suas linhas gerais.
significativas
tcrior, dc um lustro até o fim da guerra,
veem as aparências e deixam passar as razões profundas e originárias dos fenô fato de atravesrarmos uma situação de
Nem a lavoura, nem a indústria pode riam considerar-se a salvo de problemas os mais graves, sôbre cujas soluções teóricas parecia haver ansiosa unanimi
c traçásicmos a curva do comércio e.x-
poderosas fontes e o acúmulo de capi
cs nossos problemas de após-guerra, O
teraçõcs
ção, traduzida cm doscrjuilibrios dc toda
cando tais disparidades, ao m<-smo temjvo <iue esperavam uma época de prosperi dade, cntrcgaram-se às c-rilicas super
^Os observadores ingênuos, os que menos econômicos, espantaram-se com
sucessivos — a desarticulação da produ sorte, o mais evidente deles sendo o da
I
59
tais que permitissem, finalmente, as em para dar aos liomens os seus bens.
Se
outros sinais, monos
ao
perceptíveis
leigo, não tivcs.scm iá aparecido, e com insistência alarmante, para nos indicar a gravidade do momcnlo, sobre a nossa impreparação gerai no rcntido de en
frentar o após-guena, e sobre a derro cada dc uma estrutura que ,sc manteve, no Brasil, instável ao longo dos decênios
consistiu, certamente, em apresentar a
balança comercial do País, durante a
demais estão estreitamente ligados: o
guerra, com os índices mais altos até en
sistema econômico brasileiro encontrava-
tão conhecidos, enquanto, na verdade,
se desarticulado, com os órgãos absole-
o Brasil, nesse período, se empobrecia a
tos, os rumos perdidos ou ausentes, o
olhos vistos, desaparelhando-se em todos
aparelhamento fora de quaisquer normas
os sentidos, desarticulando todas as suas
compatíveis com as necessidades e os
peças de produção e entrando em um terreno perigoso, logo traduzido nas me didas de emergência, que sô afetavam o setor das finanças, e que contribuíram para desenvolver a inflação que ainda nos aperta e da qual não vemos possibi lidades de saída próxima. Não havia setor, entre nós, cm que as necessidades de aparelhamento não fossem enormes.
índices do momento de competição in
O trabalho, a produção em si mesma, a
momento, no mundo e no Pais.
circulação, o consumo, demandavam al-
ternacional extremada e ativa. De tal sorte que só reformas de conjunto, en carando a estrutura inteira da produção, calcadas na realidade nacional e inter nacional, poderiam atenuar as conse qüências do descalabro desse sistema
em cheque, em inomediável crise, incompatibilizado com as condições do Issq significava, ínfehzniente, que não
60
E>ZCESTO
Económtoo
havia possibilidades para soluções ime diatas. que nâo ha\ia cabimento para
término da guerra, quando os traços ossenciaís do quadro não se modifícarann,
remédios circunstanciais salvadores, dês-
e quando mesmo a injeção dos altos pre
ses que, como varinhas de condão, trans
ços do café conferiram um passageiro desafôgo à situação, permanecendo, en
formam todas as linhas de um quadro, mudando as côres, e fazendo aparecer
Londrina vorsas t uriliha — A «liNtribnição «In r«'do bniicâria no a*araiid —
tretanto, os mesmos fatores discordan
riqueza onde existe generalizado pauperismo. Embora fôsre facil desesperar
tes c contrários — resta-nos enfrentar Q
e acusar, e isso até constituísse um de
vigência, uma estrutura econômica an
safogo narrai, a verdade é que nin guém, individualmente, órgão, institui ção, poder público, entidade adminis trativa, partido políHco, associação ou
tiquada, eivada dc erros c de fallias, que é necessário reformar. Para unia
realidade dc que o Brasil possui, em
reforma de tal porte, entretanto, é in
simples posse de algumas fórmulas, ira-
dispensável que se definam os rumos daquilo que não tem passado de ex pressão vazia, própria para o discurso e sem correspondência com dado algum
duzíveis em atos e decretos. Resta-nos, um lustro passado sôbre o
ços de uma política econômica.
grupo, possui o poder de transformar um quadro impôsto pela realidade, pela
Majestade o Café
da realidade — que se definam os tra
IlaneoN panilslas no l'nriiirá
C.Kn.VLDO o. Baxaskiwitz
INDISCUTÍVKL a cxccpcioiial iniportàn-
Brasil, é anterior à desvalorização da
cia, no conjunto das expí)vtações
libra c outras moedas européias. Ainda
do Sul — Paraná, Santa Catarina c Rio Grande do Sul. Excluindo a exporta-
do comércio externo depois de 19 de setembro de 1949, data da depreciação
mcrcial ocupa situação inteiramente á
rém, esra medida monetária veio a^ra-
brasileiras, da posição dos três Estados
Ção de São Paulo, que em matéria co-
não conseguimos estatísticas completas da niceda inglésa; evidentemente, po-
parte, verifica-se que a exportação pcr
var a crise das exportações, Com efeito
capita dos Estados do Sul foi cxtracrdinàriamente elevada cm 1948, em relação ao resto do País. A posição dc Santa Catarina é, a êsse respeito, mais fraca; apesar disso, entretanto, a média dos
os Estados do Sul dependem, comercialmente, mais dos países de moedas fracas do que da zona do dólar, de modo que a depreciação da libra veio dificultar a situação de suas mercadorias em
três Estados sulinos 6 bem superior à
diferentes mercados,
do Brasil, com exceção - repetimos de São Paulo.
PasSando-se em revista os oito principais produtos brasileiros provenientes,
Pode-se afirmar que a crise que se fôz sentir em fins do ano findo e comêço de 1950, nas regiões meridionais do
principalmente, do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, verifica-se a verdade de nossa afirmação;
PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS SULINOS NA EXPORTAÇÃO NAQONAL (") Estauos ExronTADOiiES:
Mercados externosArroz
Rio Grande do Sul .... 65%
Ceilão
São Paulo
índia
35%
ew
''
Carnes
Rio Grande do Sul ... . 100%
Suíça
gQ^
Inglaterra Estados Unidos
25% 15X
Farinha de mandioca
Rio Grande do Sul .... 33%
Bélgica
33%
60
E>ZCESTO
Económtoo
havia possibilidades para soluções ime diatas. que nâo ha\ia cabimento para
término da guerra, quando os traços ossenciaís do quadro não se modifícarann,
remédios circunstanciais salvadores, dês-
e quando mesmo a injeção dos altos pre
ses que, como varinhas de condão, trans
ços do café conferiram um passageiro desafôgo à situação, permanecendo, en
formam todas as linhas de um quadro, mudando as côres, e fazendo aparecer
Londrina vorsas t uriliha — A «liNtribnição «In r«'do bniicâria no a*araiid —
tretanto, os mesmos fatores discordan
riqueza onde existe generalizado pauperismo. Embora fôsre facil desesperar
tes c contrários — resta-nos enfrentar Q
e acusar, e isso até constituísse um de
vigência, uma estrutura econômica an
safogo narrai, a verdade é que nin guém, individualmente, órgão, institui ção, poder público, entidade adminis trativa, partido políHco, associação ou
tiquada, eivada dc erros c de fallias, que é necessário reformar. Para unia
realidade dc que o Brasil possui, em
reforma de tal porte, entretanto, é in
simples posse de algumas fórmulas, ira-
dispensável que se definam os rumos daquilo que não tem passado de ex pressão vazia, própria para o discurso e sem correspondência com dado algum
duzíveis em atos e decretos. Resta-nos, um lustro passado sôbre o
ços de uma política econômica.
grupo, possui o poder de transformar um quadro impôsto pela realidade, pela
Majestade o Café
da realidade — que se definam os tra
IlaneoN panilslas no l'nriiirá
C.Kn.VLDO o. Baxaskiwitz
INDISCUTÍVKL a cxccpcioiial iniportàn-
Brasil, é anterior à desvalorização da
cia, no conjunto das expí)vtações
libra c outras moedas européias. Ainda
do Sul — Paraná, Santa Catarina c Rio Grande do Sul. Excluindo a exporta-
do comércio externo depois de 19 de setembro de 1949, data da depreciação
mcrcial ocupa situação inteiramente á
rém, esra medida monetária veio a^ra-
brasileiras, da posição dos três Estados
Ção de São Paulo, que em matéria co-
não conseguimos estatísticas completas da niceda inglésa; evidentemente, po-
parte, verifica-se que a exportação pcr
var a crise das exportações, Com efeito
capita dos Estados do Sul foi cxtracrdinàriamente elevada cm 1948, em relação ao resto do País. A posição dc Santa Catarina é, a êsse respeito, mais fraca; apesar disso, entretanto, a média dos
os Estados do Sul dependem, comercialmente, mais dos países de moedas fracas do que da zona do dólar, de modo que a depreciação da libra veio dificultar a situação de suas mercadorias em
três Estados sulinos 6 bem superior à
diferentes mercados,
do Brasil, com exceção - repetimos de São Paulo.
PasSando-se em revista os oito principais produtos brasileiros provenientes,
Pode-se afirmar que a crise que se fôz sentir em fins do ano findo e comêço de 1950, nas regiões meridionais do
principalmente, do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, verifica-se a verdade de nossa afirmação;
PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS SULINOS NA EXPORTAÇÃO NAQONAL (") Estauos ExronTADOiiES:
Mercados externosArroz
Rio Grande do Sul .... 65%
Ceilão
São Paulo
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35%
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Rio Grande do Sul ... . 100%
Suíça
gQ^
Inglaterra Estados Unidos
25% 15X
Farinha de mandioca
Rio Grande do Sul .... 33%
Bélgica
33%
Dioesto Econômico Dicesto
62
resto do Brasil. Santa Catarina Outros Estados
25%
52%
Estados Unidos
30%
terno negligenciam ostensivamente o in
isso, o que passou quase despercebido
tercâmbio com a Europa, c.spcrando, de braços cruzados, que a nossa balança conurcial se torne siicessi\aniente passi va com a Inglaterra, a Bélgica, a França, a Alemanha e os Países Baixos, a crise das exportações do Síil tenderá a agra
em São Paulo é no Sul comentado com
20%
Bélgica
15%
São Paulo
50%
Itália
10%
E«^panha
25%
China
15%
Áustria
35%
60% 40%
Argentina Espanha
18% 31%
França Holanda
25% 20%
66%
Argentina
34%
Chile
10%
Uruguai
45%
Brasil nuo dispõe de mercadorias ex
portáveis. Com efeito, o que falta ao Sul não são mercadorias, mas mercados! portante parcela das exportações lotais do Brasil, para diversos países:
EXPORTAÇÕES DOS ESTADOS DO SUL
País importador
Produto
Mate Pinho
Distrito Federal ..
15%
São Paulo Rio Grande do Sul
Inglaterra
4o%
45%
Estados Unidos França
20% 5%
Holanda Itália Portugal Tchecoslováquia
15% 5% 5% 10%
23%
Uruguai
Mate
20%
Chile
Mate
10%
Couros Pinho
17%
Carnes
3%
.
Inglaterra
Portugal
Arroz
Pinho
Santa Catarina
60% 40%
Peles
Argentina Inglaterra Uruguai
80% IQjg 10^
- Produtos provenientes, em grandes quantidades, do Paraná, Santa Catarina
Suíça
Carnes
Tchecoslováquia
Couros
ve dois terços das exportações paulistas,
os Estados do Sul encaminham para os Estados Unidos uma parcela insignifi
Lã
cante de suas exportações.
..
7% 15%
30% 15% 15% 30%
Sob esse
ponto de vista, a estrutura econômica das regiões sulinas assemelha-se mais à das Repúblicas do Prata do que à do
28%
50%
e nio Grande do Sul.
Ao passo que a área do dólar absor
8%
28%
Carnes
Paraná
3% 25%
42%
Peles e couros
40%
de um delegado britânico, de que o
(Porcentagem sobre a exportação total de produtos brasileiros)
Argentina
Mate
amargas expressões, como a observação
Os produtos do Sul representam im
vai-se.
Scnte-sc, na parte meridional do País, muito mais <lo que em São Paulo c
Fumo
Paraná Santa Catarina
na Capital Federal, a atual dificuldado do comércio com o Velho Mundo. Por
França
Rio Grande do Sul
Rio Grande do Sul
Ora, como os cinco
órgãos dirigentes do nosso comércio e.\-
15%
Feijão
Bahia
63
Econômico
Holanda
Couros
10%
índia
Arroz
80%
iii'iHiHi
Dioesto Econômico Dicesto
62
resto do Brasil. Santa Catarina Outros Estados
25%
52%
Estados Unidos
30%
terno negligenciam ostensivamente o in
isso, o que passou quase despercebido
tercâmbio com a Europa, c.spcrando, de braços cruzados, que a nossa balança conurcial se torne siicessi\aniente passi va com a Inglaterra, a Bélgica, a França, a Alemanha e os Países Baixos, a crise das exportações do Síil tenderá a agra
em São Paulo é no Sul comentado com
20%
Bélgica
15%
São Paulo
50%
Itália
10%
E«^panha
25%
China
15%
Áustria
35%
60% 40%
Argentina Espanha
18% 31%
França Holanda
25% 20%
66%
Argentina
34%
Chile
10%
Uruguai
45%
Brasil nuo dispõe de mercadorias ex
portáveis. Com efeito, o que falta ao Sul não são mercadorias, mas mercados! portante parcela das exportações lotais do Brasil, para diversos países:
EXPORTAÇÕES DOS ESTADOS DO SUL
País importador
Produto
Mate Pinho
Distrito Federal ..
15%
São Paulo Rio Grande do Sul
Inglaterra
4o%
45%
Estados Unidos França
20% 5%
Holanda Itália Portugal Tchecoslováquia
15% 5% 5% 10%
23%
Uruguai
Mate
20%
Chile
Mate
10%
Couros Pinho
17%
Carnes
3%
.
Inglaterra
Portugal
Arroz
Pinho
Santa Catarina
60% 40%
Peles
Argentina Inglaterra Uruguai
80% IQjg 10^
- Produtos provenientes, em grandes quantidades, do Paraná, Santa Catarina
Suíça
Carnes
Tchecoslováquia
Couros
ve dois terços das exportações paulistas,
os Estados do Sul encaminham para os Estados Unidos uma parcela insignifi
Lã
cante de suas exportações.
..
7% 15%
30% 15% 15% 30%
Sob esse
ponto de vista, a estrutura econômica das regiões sulinas assemelha-se mais à das Repúblicas do Prata do que à do
28%
50%
e nio Grande do Sul.
Ao passo que a área do dólar absor
8%
28%
Carnes
Paraná
3% 25%
42%
Peles e couros
40%
de um delegado britânico, de que o
(Porcentagem sobre a exportação total de produtos brasileiros)
Argentina
Mate
amargas expressões, como a observação
Os produtos do Sul representam im
vai-se.
Scnte-sc, na parte meridional do País, muito mais <lo que em São Paulo c
Fumo
Paraná Santa Catarina
na Capital Federal, a atual dificuldado do comércio com o Velho Mundo. Por
França
Rio Grande do Sul
Rio Grande do Sul
Ora, como os cinco
órgãos dirigentes do nosso comércio e.\-
15%
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63
Econômico
Holanda
Couros
10%
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ir
Ojckm ro
CcoNÓ )NÓMinl
LILM H»
^tOKSTO ECOKÓMICO
■]- - J
-
-
-
~
63
São, indubitàvelmente, proporções im
sada por LíOndrina, ao Norte do
pressionantes, que põem em rciêvo o
do, cm constante crescendo.
êrro do Govêmo brasileiro em sua dis
nístraçáo estadual já teve di- le\ar em
plicência no considerar o problema das exportações sulinas. A crise que ali se
conta o rápido dcscnvoKíniento da jo
delineia não representa um fenômeno regional; ao contrário, ela tende a es tender-se rapidamente a lodo o País. Essa é a perspectiva que se nos apre senta diante da letargia com que os órgãos dirigentes do nosso comércio ex terno encaram a questão do intercâm bio com outras zonas que não a do
outros centros urlmnos de iniporlAntia^* numerosas delegacias regionais. Pro-
vem cidade, cstabclecenílo íili. como e»a
cura-se, entretanto, .sustentar a prepon
derância da Capital, criando vias dc
e o pórto de Paranaguá, passando por Curitiba. Êssc é, por c.vemplo, o pro jeto da Central do Paraná. \ia férrea que o Norte do Estado está da Estrada
Londrina cersus Curitiba
muitas vêzes enganadoras, somos leva dos a considerar
ío - paranaenses do que todos os pai-
relações
iicrciais com o Paraná. Fala-se muito
bóm o fascínio que São Paulo ainda
3a .nanlivcrem nos níveis de 1948, as
Mas isso é coi
dade dinâmica, . pelas modifica
desejo de Minas
ções ali ocorri das durante o
paranaoses dois terços são nb<5oiv;rir,c
cêrca de j
ro um terço an-mc
n-
j j
parte das mercadorias enviadas a São Paulo são exportadas ndn
i
j
Santos; .nas ó inegivel a eslablndade estaduais.
^
fronte.ras
VENDAS DO PARANÁ PARA OS MERCADOS NACIONAIS (Médias mensais)
Estados
Em milhões de cruzeiros 1948 119 21
paranaen.se.
sa ainda para o futuro, como o
para o
s
exerce .sôbre a população da vasta áreâ
Curitiba uma ci
São Paulo Distrito Federal Santa Catarina
194Q 110 24
10
H
8
11
165
167
Rio Grande do Sul
i
Gerais dé evítax
o pôrto de San tos, promovendo
breve espaço de Real
o escoamento de
mente, quem volta à bela ci
dade após um ano verifica que se erguem por tôda parte novas cons
truções, embora, proporcionalmente, em menor ritmo que na Capital paulista.
Ve-se que Curitiba atrai menos do que São Paulo a atenção das grandes em presas ccmercjaís e industriais.
sozinho, ^o nosso Estado ab;orve
T""". Paraná.
anualniente maior quantidade de pro- nacional, dirigindo-se para o^csh-^nKi-
de Ferro Sorocabana, combatendo tam-
Embora as aparências externas sejam
um ano.
^
comun-cação entre o Norte do Cstado
destinada a diminuir a dcpondéncia
dólar.
r n%ersa<,"oes e que enche as estatisti-
A adntf-
Aliás,
um dos traços comuns aos Estados do Sul é a descentralização das ativida
des econômicas, ao contrário do que se dá em São Paulo, onde a tendência é para a centralização de tudo na Ca
pital.
Curitiba sente tjue começa a ser eclip
sua produção por Angra dos Reis. Essas ten tativas de eman
cipação vêm geralmente acompanhadas do desejo da preponderância econômi ca. Desejo compreensível e cstimulador que se inspira no exemplo paulista c
que é fator indiscutível de progresso. É uma competição pacífica da qual, em qualquer hipótese, o Brasil será o grande beneficiado. Digna, pois, de in
centivo, principalmente quando adqui re a forma de uma corrida de veioci-
dade na execução de projetos em tempo recorde.
Para os paranaenses, São Paulo é lun
Total do País
Vejamos agora a parte referente aos países estrangeiros:
VENDAS DO PARANÁ PARA OS PAÍSES ESTRANGEIROS
'
(Médias mensais)
Países
,
Em milhões de cruzeiros J949
Estados Unidos
40
5,4 11
gj ,g',
Inglaterra,
1,5 394
' . '
Uruguai Argentina
Outros países
Total par.a todos os países estrangeiros
Destaca-se do quadro supra a importóncia do mercado norte-americano.
Trata-se, aliás, de um fenômeno recen-
105^0
'
te. devido ao crescimento da importância do café como produto de e.xportação do Paraná. A estrutura
comércio ex-
ir
Ojckm ro
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^tOKSTO ECOKÓMICO
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63
São, indubitàvelmente, proporções im
sada por LíOndrina, ao Norte do
pressionantes, que põem em rciêvo o
do, cm constante crescendo.
êrro do Govêmo brasileiro em sua dis
nístraçáo estadual já teve di- le\ar em
plicência no considerar o problema das exportações sulinas. A crise que ali se
conta o rápido dcscnvoKíniento da jo
delineia não representa um fenômeno regional; ao contrário, ela tende a es tender-se rapidamente a lodo o País. Essa é a perspectiva que se nos apre senta diante da letargia com que os órgãos dirigentes do nosso comércio ex terno encaram a questão do intercâm bio com outras zonas que não a do
outros centros urlmnos de iniporlAntia^* numerosas delegacias regionais. Pro-
vem cidade, cstabclecenílo íili. como e»a
cura-se, entretanto, .sustentar a prepon
derância da Capital, criando vias dc
e o pórto de Paranaguá, passando por Curitiba. Êssc é, por c.vemplo, o pro jeto da Central do Paraná. \ia férrea que o Norte do Estado está da Estrada
Londrina cersus Curitiba
muitas vêzes enganadoras, somos leva dos a considerar
ío - paranaenses do que todos os pai-
relações
iicrciais com o Paraná. Fala-se muito
bóm o fascínio que São Paulo ainda
3a .nanlivcrem nos níveis de 1948, as
Mas isso é coi
dade dinâmica, . pelas modifica
desejo de Minas
ções ali ocorri das durante o
paranaoses dois terços são nb<5oiv;rir,c
cêrca de j
ro um terço an-mc
n-
j j
parte das mercadorias enviadas a São Paulo são exportadas ndn
i
j
Santos; .nas ó inegivel a eslablndade estaduais.
^
fronte.ras
VENDAS DO PARANÁ PARA OS MERCADOS NACIONAIS (Médias mensais)
Estados
Em milhões de cruzeiros 1948 119 21
paranaen.se.
sa ainda para o futuro, como o
para o
s
exerce .sôbre a população da vasta áreâ
Curitiba uma ci
São Paulo Distrito Federal Santa Catarina
194Q 110 24
10
H
8
11
165
167
Rio Grande do Sul
i
Gerais dé evítax
o pôrto de San tos, promovendo
breve espaço de Real
o escoamento de
mente, quem volta à bela ci
dade após um ano verifica que se erguem por tôda parte novas cons
truções, embora, proporcionalmente, em menor ritmo que na Capital paulista.
Ve-se que Curitiba atrai menos do que São Paulo a atenção das grandes em presas ccmercjaís e industriais.
sozinho, ^o nosso Estado ab;orve
T""". Paraná.
anualniente maior quantidade de pro- nacional, dirigindo-se para o^csh-^nKi-
de Ferro Sorocabana, combatendo tam-
Embora as aparências externas sejam
um ano.
^
comun-cação entre o Norte do Cstado
destinada a diminuir a dcpondéncia
dólar.
r n%ersa<,"oes e que enche as estatisti-
A adntf-
Aliás,
um dos traços comuns aos Estados do Sul é a descentralização das ativida
des econômicas, ao contrário do que se dá em São Paulo, onde a tendência é para a centralização de tudo na Ca
pital.
Curitiba sente tjue começa a ser eclip
sua produção por Angra dos Reis. Essas ten tativas de eman
cipação vêm geralmente acompanhadas do desejo da preponderância econômi ca. Desejo compreensível e cstimulador que se inspira no exemplo paulista c
que é fator indiscutível de progresso. É uma competição pacífica da qual, em qualquer hipótese, o Brasil será o grande beneficiado. Digna, pois, de in
centivo, principalmente quando adqui re a forma de uma corrida de veioci-
dade na execução de projetos em tempo recorde.
Para os paranaenses, São Paulo é lun
Total do País
Vejamos agora a parte referente aos países estrangeiros:
VENDAS DO PARANÁ PARA OS PAÍSES ESTRANGEIROS
'
(Médias mensais)
Países
,
Em milhões de cruzeiros J949
Estados Unidos
40
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gj ,g',
Inglaterra,
1,5 394
' . '
Uruguai Argentina
Outros países
Total par.a todos os países estrangeiros
Destaca-se do quadro supra a importóncia do mercado norte-americano.
Trata-se, aliás, de um fenômeno recen-
105^0
'
te. devido ao crescimento da importância do café como produto de e.xportação do Paraná. A estrutura
comércio ex-
Du:ej»to Kconómico
Dicksto Econômico
67
00
temo paranaense assemelha-se, pois, in timamente, mais à do comércio de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul que, em nenhuma circunstância, podem ex
A medida rpn- o café sc firma rm
pauta dos produtos exportáveis, aumen ta a média dos preços da tonelada portada. Essa e\-oluç.ão contrasta com
portar mercadorias em vasta escala para
a dos preços dos produtos encaminha
os Estados Unidos.
dos ao mercado nacional:
que cria para o extremo Estado meri-
co do Brasil aos três diferentes Estados
dional uma situação absolutamente e.v-
do Sul. Para maior facilidade de con-
cepeional.
fronte, incluimos também no quadro os
Daremos a seguir uni quadro ipie re-
créditos concedidos pelo Banco do Bra-
Ncla a diferença de tratamento cio Ban-
sil em São Paulo:
CRÉDITOS CONCEDIDOS PELO BANCO DO BRASIL (Em milhões de cruzeiros)
\TNDAS DO PARANÁ
Pccuá-
(Valor médio por tonelada, em cruzeiros)
Estados
Para o mercado
Para o mercado
Anos
nacional
estrangeiro
1948 1949
1.813
4.770 5.240
"T'
A queda dos preços médios das mer
1.740
Mas 6 difícil, quando da reuirião áe
cadorias vendidas ao mercado nacional
uma conferência nacional, examinar com
reflete a crise da madeira e o declínio
segurança as bases das propostas apre
dos preços dos cereais. Quanto à me lhora dos preços das exportações, é de
sentadas, ou simplesmente das queixas
vida ao "Iwom" do café. Graças a ôste produto, o Paraná conseguiu manter-se em equilíbrio. Mas será razoável que se permaneça passivamente nesta corda bamba, na cega crença de que Deus é brasileiro e que o café continuará a sus
ou de estudo pode-se, porem, colher am
plo
material
informativo.
gQ 219 l.iSQ
bem maiores os favores concedidos ao
péisitos é interessante, revelando serem Estados
Rio Grande do Sul:
Totais dos créditos concedidos
^ '
Totais dos depósitos no Banco do Brasil
(Em milhões de cruzeiros)
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
263
São Paulo
010
449 150 756
3.171
4.519
freqüentemente, a esse respeito, amargas observações nos meios bancários,
nada a diminuir a dependência em que o País se acha de fornecimentos estran-
hr essa dupla função de banco oficial e de banco comercial. Não houve ne-
Já não c o mesmo o que ocorre eiO Santa Catarina e no Rio Grande do Sid-
geíros.
nhuma crítica à atual orientação do
O primeiro dêsses Estados jamais go
ção dos créditos pelo Banco do Brasil. se essa^ duplicidade um deienvolvimen-
ria rêde de bancos comerciais começa
ativamente ate mesmo do fiiumciamenti> da cafeicultura nas regiões do Norte do Estado.
ral que encontrássemos traços dela nos
zou de favores especiai.s por parte dos
Estados meridionais do Brasil. Deve-se
planos oficiais de financiamento; o R»o Grande do Sul, porém, tem sido tratado,
protestar contra a deficiência de crédito aos produtores.
128
_ 7 146
depósitos, explica-se em boa parte pelo fato de preferir o Banco do Brasil financiar as atividades consideradas de real importância para o Governo Federai, como a campanha do trigo, desti-
Estado do Paraná
varam, principalmente do Paraná, para
—
25 187 392
comercial, isto é, fazendo concorrência aos outros bancos privados, ouvem-se
a estender-se pelo Estado, participando
ferência de Araxá algumas vozes se ele
43
— 15 58
O confronto dos créditos com os de-
Agro-ind. iriais Exportad. Partia.
O excesso dos créditos no Rio Grande, em confronto com o volume dos
A distribuição da rêde bancária no
lembrar, a esse propósito, que na Con
15
4 229 353
observar, por exemplo, cpie não são
do País. Isso porque uma extraordiná
capitais e, o qne é pior, sem sistema bancário digno dôsse nome, seria natu
18
4 126 282
grandes os créditos concedidos pek>
externos?
dução permanente num país, como o nosso, de pequenas disponibilidades de
58
Puden>os
posição que ora ocupa nos mercados
Com a cri/e de financiamento da pro
263
Santa Catarina ... 114 Rio Grande do Sul 910 São Paulo 3.171
formuladas. Em viagem de observnçrto
Banco do Brsil aos produtores paranaenses; mas as (pieixas contra a falta de financiamento são incomparàvclinente menores ali do (pie cm outras regiões
tentar-se indefinidamente na brilhante
Af^rícolas
Paraná
rios
Indus-
Total
.
Essa política repercute na distribui-
que se inquietam diante desta anorma-
lidada. Principalmente em Curitiba, ou ye-se falar da necessidade de se abo Banco do Brasil; ao contrário, considera
Assim, no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, os créditos concedidos a parti-
to histórico que só a projetada reforma bancária poderá corrigir. Infelizmente,
ciliares ultrapassam, em importância,
o Congresso Nacional continua a oon-
nesse terreno, com certa preferência: o volume dos créditos concedidos pelo
qualquer rubrica de créditos ôspedaliza-
siderar q assunto com uma displicêri-
dos. Ora, cohio as transações com par-
cia e uma lentidão que já se vão tor-
Banco do Brasil é sensivelmente maior
tículares são justamente as em que o
nando irritantes.
que o dos depósitos feitos no Estado, o
Banco do Brasil age como .simples banco
Não ppdemos dizer que ti\ éssemos
Du:ej»to Kconómico
Dicksto Econômico
67
00
temo paranaense assemelha-se, pois, in timamente, mais à do comércio de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul que, em nenhuma circunstância, podem ex
A medida rpn- o café sc firma rm
pauta dos produtos exportáveis, aumen ta a média dos preços da tonelada portada. Essa e\-oluç.ão contrasta com
portar mercadorias em vasta escala para
a dos preços dos produtos encaminha
os Estados Unidos.
dos ao mercado nacional:
que cria para o extremo Estado meri-
co do Brasil aos três diferentes Estados
dional uma situação absolutamente e.v-
do Sul. Para maior facilidade de con-
cepeional.
fronte, incluimos também no quadro os
Daremos a seguir uni quadro ipie re-
créditos concedidos pelo Banco do Bra-
Ncla a diferença de tratamento cio Ban-
sil em São Paulo:
CRÉDITOS CONCEDIDOS PELO BANCO DO BRASIL (Em milhões de cruzeiros)
\TNDAS DO PARANÁ
Pccuá-
(Valor médio por tonelada, em cruzeiros)
Estados
Para o mercado
Para o mercado
Anos
nacional
estrangeiro
1948 1949
1.813
4.770 5.240
"T'
A queda dos preços médios das mer
1.740
Mas 6 difícil, quando da reuirião áe
cadorias vendidas ao mercado nacional
uma conferência nacional, examinar com
reflete a crise da madeira e o declínio
segurança as bases das propostas apre
dos preços dos cereais. Quanto à me lhora dos preços das exportações, é de
sentadas, ou simplesmente das queixas
vida ao "Iwom" do café. Graças a ôste produto, o Paraná conseguiu manter-se em equilíbrio. Mas será razoável que se permaneça passivamente nesta corda bamba, na cega crença de que Deus é brasileiro e que o café continuará a sus
ou de estudo pode-se, porem, colher am
plo
material
informativo.
gQ 219 l.iSQ
bem maiores os favores concedidos ao
péisitos é interessante, revelando serem Estados
Rio Grande do Sul:
Totais dos créditos concedidos
^ '
Totais dos depósitos no Banco do Brasil
(Em milhões de cruzeiros)
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
263
São Paulo
010
449 150 756
3.171
4.519
freqüentemente, a esse respeito, amargas observações nos meios bancários,
nada a diminuir a dependência em que o País se acha de fornecimentos estran-
hr essa dupla função de banco oficial e de banco comercial. Não houve ne-
Já não c o mesmo o que ocorre eiO Santa Catarina e no Rio Grande do Sid-
geíros.
nhuma crítica à atual orientação do
O primeiro dêsses Estados jamais go
ção dos créditos pelo Banco do Brasil. se essa^ duplicidade um deienvolvimen-
ria rêde de bancos comerciais começa
ativamente ate mesmo do fiiumciamenti> da cafeicultura nas regiões do Norte do Estado.
ral que encontrássemos traços dela nos
zou de favores especiai.s por parte dos
Estados meridionais do Brasil. Deve-se
planos oficiais de financiamento; o R»o Grande do Sul, porém, tem sido tratado,
protestar contra a deficiência de crédito aos produtores.
128
_ 7 146
depósitos, explica-se em boa parte pelo fato de preferir o Banco do Brasil financiar as atividades consideradas de real importância para o Governo Federai, como a campanha do trigo, desti-
Estado do Paraná
varam, principalmente do Paraná, para
—
25 187 392
comercial, isto é, fazendo concorrência aos outros bancos privados, ouvem-se
a estender-se pelo Estado, participando
ferência de Araxá algumas vozes se ele
43
— 15 58
O confronto dos créditos com os de-
Agro-ind. iriais Exportad. Partia.
O excesso dos créditos no Rio Grande, em confronto com o volume dos
A distribuição da rêde bancária no
lembrar, a esse propósito, que na Con
15
4 229 353
observar, por exemplo, cpie não são
do País. Isso porque uma extraordiná
capitais e, o qne é pior, sem sistema bancário digno dôsse nome, seria natu
18
4 126 282
grandes os créditos concedidos pek>
externos?
dução permanente num país, como o nosso, de pequenas disponibilidades de
58
Puden>os
posição que ora ocupa nos mercados
Com a cri/e de financiamento da pro
263
Santa Catarina ... 114 Rio Grande do Sul 910 São Paulo 3.171
formuladas. Em viagem de observnçrto
Banco do Brsil aos produtores paranaenses; mas as (pieixas contra a falta de financiamento são incomparàvclinente menores ali do (pie cm outras regiões
tentar-se indefinidamente na brilhante
Af^rícolas
Paraná
rios
Indus-
Total
.
Essa política repercute na distribui-
que se inquietam diante desta anorma-
lidada. Principalmente em Curitiba, ou ye-se falar da necessidade de se abo Banco do Brasil; ao contrário, considera
Assim, no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, os créditos concedidos a parti-
to histórico que só a projetada reforma bancária poderá corrigir. Infelizmente,
ciliares ultrapassam, em importância,
o Congresso Nacional continua a oon-
nesse terreno, com certa preferência: o volume dos créditos concedidos pelo
qualquer rubrica de créditos ôspedaliza-
siderar q assunto com uma displicêri-
dos. Ora, cohio as transações com par-
cia e uma lentidão que já se vão tor-
Banco do Brasil é sensivelmente maior
tículares são justamente as em que o
nando irritantes.
que o dos depósitos feitos no Estado, o
Banco do Brasil age como .simples banco
Não ppdemos dizer que ti\ éssemos
DicESTo Econômico
ouvido no Sul qualquer queixa contra tívas do Govônio^ Federal contra o»
Dicesto Eoonómicü
Os bancos paulistas no Paraná
a distribuição de créditos especiais em
antigos súditos do "Eixo . Essa política
favor de outras regiões brasileiras, em detrímento dos Estados meridionais.
provocou intenso incremento cia chnmada economia clc meia". en> Blu-
um verdadeiro "run" bancário para o
Compreende-se perfeitamente, ali, o pa-
menau, Joinville, Drusrjnc e eni todo o
Paraná. O número de matrizes, sucur
Tem-se notado nestes últimos unos
68
em 1949, o que representa o mais forte índice de crescimento observado cm to do o Brasil.
pel equilibrador do Banco oficial, con-
Sul do Estadf), onde o elemento cslmn-
sais c agências bancárias existentes no
Desse total, três quartos pertencem a bancos cuja sede se acha estabelecida no próprio Estado do Paraná. Se não
siderando-se coisa anormal a drenagem
geiro é fortemente repre* entaclo.
E.staclo passou de 82, em 1947, a 126
vejamos:
de fundos financeiros para as regiões
tosas somas foram assim sn])traíclas à
economicamente meno.s de.senvolvidas.
circulação normal, cnm o rpie sofrem os
Vul-
O mesmo se pede dizer das Caixas Eco- hmcos c a estrutura financeira em jicral. nómicas Federais, que coletam, sobrctu- ^ grande a dcscon íançn contra os ban do no Paraná, importantes depósitos que podem a/er contra èsse não são, certamente, aplicados nesse Estado.
Deve-se assinalar, a esse respeito, que
estado de coisas.
^ "s criticam, no
' Sucursais
Banco Comercial do Paraná
Banco do Estado do Paraná
!.!!!!!]!
Banco de Curitiba
Banco Meridional da Produção
!.*!
4
SuL a incompreensível manutenção dôs-
82
sc estado de guerra contra elementos
produção agrícola e industrial,
m Santa Catarina o movimento dos
Vejamos os depósitos nas Caixas Eco-
Bancos e das Caixas Econômicas não co^esponde ao surto econômico do Es-
nómicas das principais cidades do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa
tado, o que se explica pelas leis restri-
Catarina:
30
O Banco do Brasil possui no Estado 9 sucursais. Os bancos paulistas
estabeleceram também ah uma impor-
tante rêde de agências e sucursais, co mo se poderá verificar^ do se^uintl
quadro:
Sucursaií
^
Banco Brasileiro de Descontos
SALDO DOS DEPÓSITOS NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL , (Em milhões de cruzeiros)
Banco Noroeste do Estado de São Paulo ....!!!!!!!!! Banco Paulista do Comércio ' Banco do Comércio e Indústria de São Paulo !!.'!!!!]'
Rio Grande do Sul;
Pôrto Alegre
327
Rio Grande
São João Pelotas
Caxias
52
'. ]]!1 1 i!!! 1 .*!!!.'.'!!!!*!!
!!!!!!!*. 1 *]****!!!!! 1
9 3 2
Banco Mercantil de São Paulo
3
Banco Nacional de São Paulo
36 sq
Banco Itaú
Banco Brasileiro para a América do SuJ
is
!1*.!!!! * '
1
|
Parcndj
Curitiba Londrina Ponta Grossa
É visível o interesse dos bancos pau-
141
1
!
18
Santa Catarina:
Florianópolis
Não figuram na estatística, como se
10
tarinense a maioria dos funcionários da
vê, importantes cidades catarinenses co- administração estadual, com capacidade mo Blumenau, Itaiai, Brusque, Joinville
e outras, embora de importância econó-
.
.
«.ativamente elevada. A au-
mica superior a Florianópolis. A cifra de saneia de depósitos nas outras cidades 10 milhões de cruzeiros registrada na Caixa Econômica de Florianópolis explíca-se pelo fato de reaídÜr na capital ca-
^cima citadas é o resultado da abstinência de elementos de ascendência alemã e it^ana.
interêssc pelo nôrto Aa
listas pelo Norte do Paraná, e principalmento pela zona cafeeira. Com efei-
ve-se acrescentar aind tulos paulistas de cr'cl*t
to, quase todos os bancos acima mencionados deram preferência às cidades
mente reeionaio « ° essencialturam fora A-x ( ^^r^^mente se aven-
de Londrina, Rolândia, Cambé, Apuca-
de São Paulo % ""^^teiras do Estado
rana. Cambará, Comélio Procópio, Ja-
a expansão doe
carèzinho e Paranaguá (para a expor-
sucursais:
'ncos mineiros, cujas
cursais. Fora dessa zona, sua atividade
cala oom o
u
^«trasta com
taçáo), par. a insSíaçJ de sua,^^- tad^Ta Mrra'^^,
™
menor es-
á imignmcante._ Mesmo em Curiüba, ses.' Aa aüvidlderr L„"cT
it"rawT^if;Zs~ ■ díruCLtr T4 . Ultrapassam de longe o volume de . Só oltimamwt, w mimif«tou certo
negócios umadizer pequena sucursal. O mesmo scdepode do Banco de Cré-
DicESTo Econômico
ouvido no Sul qualquer queixa contra tívas do Govônio^ Federal contra o»
Dicesto Eoonómicü
Os bancos paulistas no Paraná
a distribuição de créditos especiais em
antigos súditos do "Eixo . Essa política
favor de outras regiões brasileiras, em detrímento dos Estados meridionais.
provocou intenso incremento cia chnmada economia clc meia". en> Blu-
um verdadeiro "run" bancário para o
Compreende-se perfeitamente, ali, o pa-
menau, Joinville, Drusrjnc e eni todo o
Paraná. O número de matrizes, sucur
Tem-se notado nestes últimos unos
68
em 1949, o que representa o mais forte índice de crescimento observado cm to do o Brasil.
pel equilibrador do Banco oficial, con-
Sul do Estadf), onde o elemento cslmn-
sais c agências bancárias existentes no
Desse total, três quartos pertencem a bancos cuja sede se acha estabelecida no próprio Estado do Paraná. Se não
siderando-se coisa anormal a drenagem
geiro é fortemente repre* entaclo.
E.staclo passou de 82, em 1947, a 126
vejamos:
de fundos financeiros para as regiões
tosas somas foram assim sn])traíclas à
economicamente meno.s de.senvolvidas.
circulação normal, cnm o rpie sofrem os
Vul-
O mesmo se pede dizer das Caixas Eco- hmcos c a estrutura financeira em jicral. nómicas Federais, que coletam, sobrctu- ^ grande a dcscon íançn contra os ban do no Paraná, importantes depósitos que podem a/er contra èsse não são, certamente, aplicados nesse Estado.
Deve-se assinalar, a esse respeito, que
estado de coisas.
^ "s criticam, no
' Sucursais
Banco Comercial do Paraná
Banco do Estado do Paraná
!.!!!!!]!
Banco de Curitiba
Banco Meridional da Produção
!.*!
4
SuL a incompreensível manutenção dôs-
82
sc estado de guerra contra elementos
produção agrícola e industrial,
m Santa Catarina o movimento dos
Vejamos os depósitos nas Caixas Eco-
Bancos e das Caixas Econômicas não co^esponde ao surto econômico do Es-
nómicas das principais cidades do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa
tado, o que se explica pelas leis restri-
Catarina:
30
O Banco do Brasil possui no Estado 9 sucursais. Os bancos paulistas
estabeleceram também ah uma impor-
tante rêde de agências e sucursais, co mo se poderá verificar^ do se^uintl
quadro:
Sucursaií
^
Banco Brasileiro de Descontos
SALDO DOS DEPÓSITOS NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL , (Em milhões de cruzeiros)
Banco Noroeste do Estado de São Paulo ....!!!!!!!!! Banco Paulista do Comércio ' Banco do Comércio e Indústria de São Paulo !!.'!!!!]'
Rio Grande do Sul;
Pôrto Alegre
327
Rio Grande
São João Pelotas
Caxias
52
'. ]]!1 1 i!!! 1 .*!!!.'.'!!!!*!!
!!!!!!!*. 1 *]****!!!!! 1
9 3 2
Banco Mercantil de São Paulo
3
Banco Nacional de São Paulo
36 sq
Banco Itaú
Banco Brasileiro para a América do SuJ
is
!1*.!!!! * '
1
|
Parcndj
Curitiba Londrina Ponta Grossa
É visível o interesse dos bancos pau-
141
1
!
18
Santa Catarina:
Florianópolis
Não figuram na estatística, como se
10
tarinense a maioria dos funcionários da
vê, importantes cidades catarinenses co- administração estadual, com capacidade mo Blumenau, Itaiai, Brusque, Joinville
e outras, embora de importância econó-
.
.
«.ativamente elevada. A au-
mica superior a Florianópolis. A cifra de saneia de depósitos nas outras cidades 10 milhões de cruzeiros registrada na Caixa Econômica de Florianópolis explíca-se pelo fato de reaídÜr na capital ca-
^cima citadas é o resultado da abstinência de elementos de ascendência alemã e it^ana.
interêssc pelo nôrto Aa
listas pelo Norte do Paraná, e principalmento pela zona cafeeira. Com efei-
ve-se acrescentar aind tulos paulistas de cr'cl*t
to, quase todos os bancos acima mencionados deram preferência às cidades
mente reeionaio « ° essencialturam fora A-x ( ^^r^^mente se aven-
de Londrina, Rolândia, Cambé, Apuca-
de São Paulo % ""^^teiras do Estado
rana. Cambará, Comélio Procópio, Ja-
a expansão doe
carèzinho e Paranaguá (para a expor-
sucursais:
'ncos mineiros, cujas
cursais. Fora dessa zona, sua atividade
cala oom o
u
^«trasta com
taçáo), par. a insSíaçJ de sua,^^- tad^Ta Mrra'^^,
™
menor es-
á imignmcante._ Mesmo em Curiüba, ses.' Aa aüvidlderr L„"cT
it"rawT^if;Zs~ ■ díruCLtr T4 . Ultrapassam de longe o volume de . Só oltimamwt, w mimif«tou certo
negócios umadizer pequena sucursal. O mesmo scdepode do Banco de Cré-
I
}
V'"À
Dir.KSTo Econômico DlOBStO
T-1
Económk o
Se esse quadro incluissc também o mês de dezembro, a diferença seria ain
filtram na economia paranaense apenas com o fim de atrair depósitos e de enminhá-los depois para São Paulo. Es peramos que essa demonstração ponha
dito Real de Minas Gerais, bem como do Banco da Lavoura de Minas Gerais e do Banco Nacional do Comércio do Rio Grande do Sul. As transações dôs. ses estabelecimentos distribuem-se entre todos os ramos, não demonstrando ne
tribuirem para qiic sc amrnizassom as crílíc-as de hábito dirigidas contra as de
da mais sensível, pois a alta do café foi
ficiências de crédito distribuído aos pro
do. Entretanto, para um Estado que se diz em crise, essa comparação já
nhuma preferência pelo café, como
ser olvidado pelos observadores e inte
acontece com os bancos de São Paulo.
Assim, essa atitude repercute melhor cm Curitiba do que a dos bancos paulistas
ressados paranaenses. É, no entanto, verdadeira a frase que ouvimos no Sul — **Os bancos paulistas
em operações na zona cafeeira do Norte
seguem o cheiro do café . Ooniprccn-
do Paraná.
de-se a fascinação qu<-
Dos bancos estrangeiros só o "London Bank" possui sucursais nesse Estado. Os bancos estatais se têm beneficiado da
prosperidade do café, mas, no fundo, seus negócios se acham distribuídos re
gularmente entre tôdas as regiões para naenses. Nota-se, por isso, certo ressen
timento contra os bancos paulistas, que monopolizam, praticamente, os negócios bancários no Norte do Estado.
dutores pelo Banco do Br.isíl.
Lis um
aspecto interessante c ípic não deve
grande produto
exerce .sôbrc os boniens de negócios em
geral, quando se observam as mnclificações provocadas no setor bancário, no espaç-o de um ano, pela alta das cota notável influência desse produto permi te-nos dividir o Paraná, no que con cerne ao movimento bancário, em duas
partes distintas: a dos municípios em que o café representa uma certa impor tância, c o resto do Estado. É altamen
ou não as operações bancárias no norte
giões, cm setembro do 1948 c no mesmo mês de 1949. O quadro seguinte rcfere-.se à região cafeeira"!
Empiíéstimos
Setembro
Setembro 1948
Depósitcís
1949
1948
1949
(Em milhões de cruzeiros)
Arapongas Assai
Cambe
Apucarana Rolándia
, Totítis
.
156 67 71 12 4
6 14 3 15 348'
'264
105
77 91 48 35 22 24 21
15 34 17 8 14 18
, 10
15
15
597
236
19 33 37 19 419
nos meios econômicos de Curitiba. *
Para demonstrar bem claramente a
diferença existente entre os bancos pau listas e os demais, elaboramos o seguin te quadro, em que se põem em confron
1949. cpic os empréstimos ultrapassam, na região cafeeira, o volume dos de pósitos. Ora. como é ncss;\s cidades que .se localiziun as sucursais dos bancos
paulistas, é simplesmente absurda â afir-
to os movimentos banciVi"iüs, nos mesmc;; meses de 1948 e 1949, nas zonas em
que não c.stão bem representados o.s bancos do São Paulo:
Empréstimos
Setembro 1948 1949
Depósitos
SetembroJ94S
'
1949
(Em milhões de cruzeiros) Curitiba .......
Paranaguá Ponta Grossa ...
União da Vitória
342 21 58 16
422 33 68 20
501 25 76 14
612 32 85 18
437
543
616
747
O café é um produto tão atraente que bancos de toda espécie, de São Paulo ou de Curitiba, de Belo Horizonte ou
de Porto Alegre, desenvolvem sérios es forços para introduzir-se nos negócios da rubiácca. Isso explica o fato de, em cidades como Londrina, Jacarèzinho e Cornélio Procópio, os empréstimos ul
trapassarem o volume dos depósitos. A 158 22 51 51 29
fi^m aos rumores que a respeito correm
revela uma \'italidado que o resto do mundo invejaria. Verifiea-se no quadro, além do gran de anmenlo. observado entre 1948 e
te revelador, a êsse respeito, o confron to do movimento bancário nas duas re
do Paraná, é o que menos importa: o que vale é terem eles proporcionado meios de expansão à economia daquela
Londrina
mais pronunciada no fim do ano passa
ções do café nos mercados externos. A
Entretanto, o fato de monopolizarem
facarèzínho Comélío Procópio ...,
maçâu de que os bancos paulistas sc in
rica região paranaense, a ponto de con-
nosso ver, é questão de muito pouco tempo a entrada dos bancos mineiros e
riograndenses no Norte do Paraná, pois geralmente se considera essa região cottio excelente campo de atividades, onde a ausência de competição oficial cria ambiente favorável ao desenvobãmento
da iniciativa privada.
4
i
Interessante é a inexistência de ban
cos estrangeiros em tão progressista re gião. Embora esses estabelecimentos de^
crédito já tenham considerado, muitas vezes, a possibilidade da instalação de sucursais cm Londrina, seus planos não se concretizam, em virtude, provàvel-
mente, das modificações de processos de trabalho que a noA-a região para naense imporia aos tradicionais instilu-
tor. bancários. É muito possível, entretantc, que à medida que se fôr conso lidando a situação econômica do Norte
do Paraná, os grandes bancos estrangei
ros realizem seus projetos de estabelecer sucursais naquela zona, reforçando as
sim a competição, já bem viya, que ali . se nota.
I
}
V'"À
Dir.KSTo Econômico DlOBStO
T-1
Económk o
Se esse quadro incluissc também o mês de dezembro, a diferença seria ain
filtram na economia paranaense apenas com o fim de atrair depósitos e de enminhá-los depois para São Paulo. Es peramos que essa demonstração ponha
dito Real de Minas Gerais, bem como do Banco da Lavoura de Minas Gerais e do Banco Nacional do Comércio do Rio Grande do Sul. As transações dôs. ses estabelecimentos distribuem-se entre todos os ramos, não demonstrando ne
tribuirem para qiic sc amrnizassom as crílíc-as de hábito dirigidas contra as de
da mais sensível, pois a alta do café foi
ficiências de crédito distribuído aos pro
do. Entretanto, para um Estado que se diz em crise, essa comparação já
nhuma preferência pelo café, como
ser olvidado pelos observadores e inte
acontece com os bancos de São Paulo.
Assim, essa atitude repercute melhor cm Curitiba do que a dos bancos paulistas
ressados paranaenses. É, no entanto, verdadeira a frase que ouvimos no Sul — **Os bancos paulistas
em operações na zona cafeeira do Norte
seguem o cheiro do café . Ooniprccn-
do Paraná.
de-se a fascinação qu<-
Dos bancos estrangeiros só o "London Bank" possui sucursais nesse Estado. Os bancos estatais se têm beneficiado da
prosperidade do café, mas, no fundo, seus negócios se acham distribuídos re
gularmente entre tôdas as regiões para naenses. Nota-se, por isso, certo ressen
timento contra os bancos paulistas, que monopolizam, praticamente, os negócios bancários no Norte do Estado.
dutores pelo Banco do Br.isíl.
Lis um
aspecto interessante c ípic não deve
grande produto
exerce .sôbrc os boniens de negócios em
geral, quando se observam as mnclificações provocadas no setor bancário, no espaç-o de um ano, pela alta das cota notável influência desse produto permi te-nos dividir o Paraná, no que con cerne ao movimento bancário, em duas
partes distintas: a dos municípios em que o café representa uma certa impor tância, c o resto do Estado. É altamen
ou não as operações bancárias no norte
giões, cm setembro do 1948 c no mesmo mês de 1949. O quadro seguinte rcfere-.se à região cafeeira"!
Empiíéstimos
Setembro
Setembro 1948
Depósitcís
1949
1948
1949
(Em milhões de cruzeiros)
Arapongas Assai
Cambe
Apucarana Rolándia
, Totítis
.
156 67 71 12 4
6 14 3 15 348'
'264
105
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15 34 17 8 14 18
, 10
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597
236
19 33 37 19 419
nos meios econômicos de Curitiba. *
Para demonstrar bem claramente a
diferença existente entre os bancos pau listas e os demais, elaboramos o seguin te quadro, em que se põem em confron
1949. cpic os empréstimos ultrapassam, na região cafeeira, o volume dos de pósitos. Ora. como é ncss;\s cidades que .se localiziun as sucursais dos bancos
paulistas, é simplesmente absurda â afir-
to os movimentos banciVi"iüs, nos mesmc;; meses de 1948 e 1949, nas zonas em
que não c.stão bem representados o.s bancos do São Paulo:
Empréstimos
Setembro 1948 1949
Depósitos
SetembroJ94S
'
1949
(Em milhões de cruzeiros) Curitiba .......
Paranaguá Ponta Grossa ...
União da Vitória
342 21 58 16
422 33 68 20
501 25 76 14
612 32 85 18
437
543
616
747
O café é um produto tão atraente que bancos de toda espécie, de São Paulo ou de Curitiba, de Belo Horizonte ou
de Porto Alegre, desenvolvem sérios es forços para introduzir-se nos negócios da rubiácca. Isso explica o fato de, em cidades como Londrina, Jacarèzinho e Cornélio Procópio, os empréstimos ul
trapassarem o volume dos depósitos. A 158 22 51 51 29
fi^m aos rumores que a respeito correm
revela uma \'italidado que o resto do mundo invejaria. Verifiea-se no quadro, além do gran de anmenlo. observado entre 1948 e
te revelador, a êsse respeito, o confron to do movimento bancário nas duas re
do Paraná, é o que menos importa: o que vale é terem eles proporcionado meios de expansão à economia daquela
Londrina
mais pronunciada no fim do ano passa
ções do café nos mercados externos. A
Entretanto, o fato de monopolizarem
facarèzínho Comélío Procópio ...,
maçâu de que os bancos paulistas sc in
rica região paranaense, a ponto de con-
nosso ver, é questão de muito pouco tempo a entrada dos bancos mineiros e
riograndenses no Norte do Paraná, pois geralmente se considera essa região cottio excelente campo de atividades, onde a ausência de competição oficial cria ambiente favorável ao desenvobãmento
da iniciativa privada.
4
i
Interessante é a inexistência de ban
cos estrangeiros em tão progressista re gião. Embora esses estabelecimentos de^
crédito já tenham considerado, muitas vezes, a possibilidade da instalação de sucursais cm Londrina, seus planos não se concretizam, em virtude, provàvel-
mente, das modificações de processos de trabalho que a noA-a região para naense imporia aos tradicionais instilu-
tor. bancários. É muito possível, entretantc, que à medida que se fôr conso lidando a situação econômica do Norte
do Paraná, os grandes bancos estrangei
ros realizem seus projetos de estabelecer sucursais naquela zona, reforçando as
sim a competição, já bem viya, que ali . se nota.
ymr * •> ^Av Dicesto Econômico
Crise profunda na economia nacional Moac\*r PaixAo
l^osTRAM-sE Otimistas os últimos do-
ç&o, de caráter meramente In-
flacíonário, nem o da pqtência instalada, que não acompanhou o ritmo cias exigências,indus
nos ocasionais e estreitos.
Um exame
triais, ajudam a figurar devida
73
fôrças decisivas no desenvolvi mento da indústria brasileira. Tanto no período 1914-18 co mo em 1939-45, certos setores
de nossa indústria evidente
mais aprofundado das condiç-ões atuais
mente o pretendido surto.
mente
da economia nacional, do mox imento e tendências das suas fôrças prorlutivas.
Quanto às novas cmprôsas, elas surgiram, nesse período, em
grande animação, especial
põe imediatamente a nti essa prosperi' dadc de superfície.
número de 35 mil, aproxima damente, mas fora da forma clá.ssica de concentração o cen
têxtil e a própria siderurgia. E é importante recordar que
A indústria atxinça dentro da crise
tralização fabril; e antes, fo ram fábricas e oficinas repre
E' certo que a indústria, a agricultu ra e o comércio, salvo casos excepcio
Sem dúvida, um dos fatos marcantes em nossa vida econômica, nos últimos
sentando a disseminação da
nais, atravessam uma fase de bons ne
30 anos, e parlicularnientc no período
sanato.
nhamos de divisas para fazer
gócios. Em 1949 os lucros da indústria
1930-49, foi a c.xpansão da indústria. Embora sem cair no exagero dos que
A mão-de-obra igualmente náo se concentrou, como suce
face às importações normais,
enxergam a ocorrôncia
deria num processo regular de desenvolvimento capitalista da
ocupado pelos arHgos saídos do parque manufatureiro na cional, que funcionava às e.xpensas de matérias-primas ad quiridas a baixo preço e utili zando mão-de-obra extrema mente mal paga.
cumentos oficiais, quando se refe rem à situação da economia nacional.
Tomam certos índices da atual conjun tura econômica, realmente favoráveis,
para caracterizar, generalizando, um pe ríodo de segurança e prosperidade, e descobrir no futuro perspectivas ainda mais satisfatórias.
e do comércio presumivelmente foram ainda maiores que no ano anterior. As
de um grande
pequena indústria e do arte
sim, cêrca de 800 sociedades anônimas
surto industrial no País, a realidade é
Industriais e comerciais, operando em
que viemos reduzindo os limites das im portações de manufaturas, dos bens de
indústria. O número de ope
consumo sobretudo, correspondendo es sa alteração no.,comércio exterior à fun
1940, reduziu-se de 22 para 16, confirmando as caracterís
dação de indústrias novas ou ú amplia ção das existeútes, para a produção dos
sanal do parque manufatureiro, da sua
bens mais solicitados
pcbreza técnica e indiretamente da au
São Paulo e Distrito Federal, e movi mentando um capital de 7,7 bilhões de cruzeiros, acusaram nos seus balanços
um lucro líquido global de 2,3 bilhões de cruzeiros, ou sejam, em média, 30% sô-
bre o capital; isso quando, em 1948, as mesmas companhias haviam auferido lu
cros de 1,7 bilhões, eqüivalendo a 23% de seu capital.
Outros elementos tomados para com provação dessa estabilidade e do ritmo de ampliação da economia do País, nos últimos anos, são os aumentos do valor da produção industrial e agrícola, a boa
no mercado in
rários por fábrica, de 1920 a ticas do desenvolvimento nrle-
sência de especialização da massa ope
terno.
Os dois censos — o de 1920 o o de
1940 — se encarregam de colocar nas suas devidas proporções o aumento do
nosso parque industrial. O quadro abai xo exprime o fenômeno, no período dos 20 anos indicados:
Aumento em %
rária.
De 1940 em diante, só o novo censo irá esclarecer com maior precisão o grau de desenvolvimento do parque indus
trial.
Contudo, utilizando-se o rcgfs-
tro do lAPI e os dados relativos às áibricas que pagam imposto de consumo, é possível observar que a indústria na cional, mesmo influenciada pelas condi
marcha das operações bancárias, o reequilíbrio do comércio exterior — com
Número de mentos
a liquidação dos atracados comerciais — e particularmente a melhoria da situação interna e externa dos nossos produtosrei, como o café, o cacau e o algodão.
Potência instalada (HP)
226
Número de operários ..
166
ções da guerra, não deu mais que avan ços lentos e precários. E lá em 1948 e
446
setores, e provàvelmente um recuo sô-
estabeleci 264
1949 indicou estacionamento em vários
Valor da produção (no minal)
bre os níveis de maior àlta.
E' falsa tôda essa ordem de raciocí-
oio, nascida da observação dp fenôme
Nem o aumento do valor da produ-
Freqüentemente se diz que as duas grandes guerras mundiais serviram como
entraram em fase de
mente. os de alimentação, o
esse fenômeno foi observado mesmo durante a crise cíclica de 1929-32, num mercado de baixa para os produtos manu
faturados. Como não dispúo vazio do mercado interno foi
Uma indústria originada dessa con juntura acidental encontra nela os limi
tes da sua expansão. Cessados os efeitos da crise ou o retraimento da concor rência causado pelas guenas. a indús tria enúa em dificuldades e decai a sua produção no conjunto da renda nacio;ndustria '3 têxtil, « que teve a osuasucedido idade deà ouro durante a guerra, avançando in clusive para outros mercados (as machegaram a ocupar 11% do valor g'obal das nossas exporta ções). Recentemente, essa indústria perdeu o seu brilho anterior e se "vê ameaçada, no próprio território do País, pela concorrência de similares estrangei» ros produzidos a baixo custo.
O desenvolvimento da indústria, qua-
ymr * •> ^Av Dicesto Econômico
Crise profunda na economia nacional Moac\*r PaixAo
l^osTRAM-sE Otimistas os últimos do-
ç&o, de caráter meramente In-
flacíonário, nem o da pqtência instalada, que não acompanhou o ritmo cias exigências,indus
nos ocasionais e estreitos.
Um exame
triais, ajudam a figurar devida
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fôrças decisivas no desenvolvi mento da indústria brasileira. Tanto no período 1914-18 co mo em 1939-45, certos setores
de nossa indústria evidente
mais aprofundado das condiç-ões atuais
mente o pretendido surto.
mente
da economia nacional, do mox imento e tendências das suas fôrças prorlutivas.
Quanto às novas cmprôsas, elas surgiram, nesse período, em
grande animação, especial
põe imediatamente a nti essa prosperi' dadc de superfície.
número de 35 mil, aproxima damente, mas fora da forma clá.ssica de concentração o cen
têxtil e a própria siderurgia. E é importante recordar que
A indústria atxinça dentro da crise
tralização fabril; e antes, fo ram fábricas e oficinas repre
E' certo que a indústria, a agricultu ra e o comércio, salvo casos excepcio
Sem dúvida, um dos fatos marcantes em nossa vida econômica, nos últimos
sentando a disseminação da
nais, atravessam uma fase de bons ne
30 anos, e parlicularnientc no período
sanato.
nhamos de divisas para fazer
gócios. Em 1949 os lucros da indústria
1930-49, foi a c.xpansão da indústria. Embora sem cair no exagero dos que
A mão-de-obra igualmente náo se concentrou, como suce
face às importações normais,
enxergam a ocorrôncia
deria num processo regular de desenvolvimento capitalista da
ocupado pelos arHgos saídos do parque manufatureiro na cional, que funcionava às e.xpensas de matérias-primas ad quiridas a baixo preço e utili zando mão-de-obra extrema mente mal paga.
cumentos oficiais, quando se refe rem à situação da economia nacional.
Tomam certos índices da atual conjun tura econômica, realmente favoráveis,
para caracterizar, generalizando, um pe ríodo de segurança e prosperidade, e descobrir no futuro perspectivas ainda mais satisfatórias.
e do comércio presumivelmente foram ainda maiores que no ano anterior. As
de um grande
pequena indústria e do arte
sim, cêrca de 800 sociedades anônimas
surto industrial no País, a realidade é
Industriais e comerciais, operando em
que viemos reduzindo os limites das im portações de manufaturas, dos bens de
indústria. O número de ope
consumo sobretudo, correspondendo es sa alteração no.,comércio exterior à fun
1940, reduziu-se de 22 para 16, confirmando as caracterís
dação de indústrias novas ou ú amplia ção das existeútes, para a produção dos
sanal do parque manufatureiro, da sua
bens mais solicitados
pcbreza técnica e indiretamente da au
São Paulo e Distrito Federal, e movi mentando um capital de 7,7 bilhões de cruzeiros, acusaram nos seus balanços
um lucro líquido global de 2,3 bilhões de cruzeiros, ou sejam, em média, 30% sô-
bre o capital; isso quando, em 1948, as mesmas companhias haviam auferido lu
cros de 1,7 bilhões, eqüivalendo a 23% de seu capital.
Outros elementos tomados para com provação dessa estabilidade e do ritmo de ampliação da economia do País, nos últimos anos, são os aumentos do valor da produção industrial e agrícola, a boa
no mercado in
rários por fábrica, de 1920 a ticas do desenvolvimento nrle-
sência de especialização da massa ope
terno.
Os dois censos — o de 1920 o o de
1940 — se encarregam de colocar nas suas devidas proporções o aumento do
nosso parque industrial. O quadro abai xo exprime o fenômeno, no período dos 20 anos indicados:
Aumento em %
rária.
De 1940 em diante, só o novo censo irá esclarecer com maior precisão o grau de desenvolvimento do parque indus
trial.
Contudo, utilizando-se o rcgfs-
tro do lAPI e os dados relativos às áibricas que pagam imposto de consumo, é possível observar que a indústria na cional, mesmo influenciada pelas condi
marcha das operações bancárias, o reequilíbrio do comércio exterior — com
Número de mentos
a liquidação dos atracados comerciais — e particularmente a melhoria da situação interna e externa dos nossos produtosrei, como o café, o cacau e o algodão.
Potência instalada (HP)
226
Número de operários ..
166
ções da guerra, não deu mais que avan ços lentos e precários. E lá em 1948 e
446
setores, e provàvelmente um recuo sô-
estabeleci 264
1949 indicou estacionamento em vários
Valor da produção (no minal)
bre os níveis de maior àlta.
E' falsa tôda essa ordem de raciocí-
oio, nascida da observação dp fenôme
Nem o aumento do valor da produ-
Freqüentemente se diz que as duas grandes guerras mundiais serviram como
entraram em fase de
mente. os de alimentação, o
esse fenômeno foi observado mesmo durante a crise cíclica de 1929-32, num mercado de baixa para os produtos manu
faturados. Como não dispúo vazio do mercado interno foi
Uma indústria originada dessa con juntura acidental encontra nela os limi
tes da sua expansão. Cessados os efeitos da crise ou o retraimento da concor rência causado pelas guenas. a indús tria enúa em dificuldades e decai a sua produção no conjunto da renda nacio;ndustria '3 têxtil, « que teve a osuasucedido idade deà ouro durante a guerra, avançando in clusive para outros mercados (as machegaram a ocupar 11% do valor g'obal das nossas exporta ções). Recentemente, essa indústria perdeu o seu brilho anterior e se "vê ameaçada, no próprio território do País, pela concorrência de similares estrangei» ros produzidos a baixo custo.
O desenvolvimento da indústria, qua-
Du;t:Mi() Ec.<>nómico
DicF-sTO
74'
75
Econômico
/U- exportações perdem o poder de compra
sé exclusivainente indústria leve, de bens de consumo, traz no seu boío'uma con tradição fundamental: aumenta-lhe as necessidades de máquinas, combustíveis, matérias-primas essenciais, cuja produ ção só raramente conseguimos introdu zir no País, e isso de maneira precá
fé teve um boor\ nnimaclor, nrrancnndn
ria. Êsse fato acentua a condição de
fundamentalmente a certos tínipos mo
correspondendo em valor a uma redu ção de 1.551 milhões de cruzciro.s, não
dependência, em que vive a indústria nacional, dos fornecedores de bens de
nopolistas estrangeiros — entrr outros a SANBRA c Anderson Claytou no algo
do café.
produção, e nossa vulnerabilidade à no
dão, Amcrican Coffei-, Marcl Iland on
va crise cíclica atualmente c-m marcha
Lcon Lsrael no café, os grupo.s do Coccoa
nos paises capitalistas.
do.exterior preços .sem precedrntcs. O cacau, dcpoi-S de meriínlliar muna imen sa crise dc terior.
alta no.s preços, além di^ bcnoficiarcin
dos últimos anos? Certamente que as
dução.
modificações operadas ne.-^se setor da
Os produtos agrícolas pi<'dominante-
produção, tomadas na ordem dos seus
mentc dc consumo interno, também não
valores, são bastante sensíveis, chegando
conseguiram melhorar dc .situação. Al guns, a exemplo do arro'/. c; cio feijão, passam a depender cada vez em maior
ao ano anterior,
obstante as receitas originadas da alta
Certos produtos experimentaram torto di-clínio nas exportações, particularmen
te o algodão, o arroz, o açúcar e o mi lho Só no algodão, perdemos no ano ■érca dc 1,4 bilhões de cruzeiros cm cli-
— não se
prosperidade na agricultura, no correr
à média anual de 15% no período 194449. O fato não é animador, e tem ex
toneladas cm relação
Contudo, èsscs movimentos de
no cacau
Nossas ex
portações, em 1949. caíram de 914 mil
ano, quase recuperou o níst-I altista an
Trade Comiltee
Que fatos assinalaram a situação de
No plano do comércio exterior, a si tuação não é menos grave.
mercados até maio dés.se'
acompanbaram dc aumentos correspon dentes do.s volumes da prorluç.ão. Es tamos presenciando um feiiònu-no de melhoria dos preços dentro cie um rclraimento cada vez mais acentuado da pro
Falsa prosperidade na agrictãtura
I
visa.s.
As madeiras, mate c frutas de
3iiesa (laranjas etc.), que tem seus ^.^lorcs compradores na área do csterlíno, viram-se sòriamentc afetadas pelas dificiildiulcs cambiais e pela desv^abrização da moeda nos países clientes. Aparentemente, devido à ix)sição do café, verificou-se em 1949 uma eleva
ção no preço médio na mercadoria ex portada. Mas na realidade, nos últi
E passam a
^
.surgir novos problemas de câmbio, fór-
ceirns com outros países.
>
mulas esdrúxulas arranjadas às pressas ixira atender às exigências dc nossa ba-' "« lança de pagamentos permanentemente deficitária, representativa dos lucros re-
tirados
pelos capitais estrangeiros da
renda nacional, em cada ano.
Drama da Nação e do povo Essa, em rápida análise, a situação
atual da economia brasileira. Comple tando
o desmentido à tese da nos-^a
prosperidade^ e.stá ainda aí o quadro desolador das finanças públicas, a co
meçar pelas dividas do Tesouro' Nacio nal no Bancai do Brasil, quç atingiam a 11 bilhões de cruzeiros em maio pas sado .
Essas dívidas só tendem a aumentar
porque o Govènio não sabe mais como' conter o desequilíbrio dos orçamentos
como barrar a marcha dos déficits, que
no exercício em curso já ameaçam' pas sar de 6 bilhões de cruzeiros.
As sal
das mais experimentadas são o apelo aos
plicação, como no caso dos valores in-
escala do coniércio exterior, devido ã
flacionados da indústria, no processo de
fraca capacidade dc absorção do mer
mos ano.s, nossos produtos vem perden
vertiginosa desvalorização da moeda. O
cado nacional. Presentemente, tanto mais gra\'e,s as
tivamente às importações. Essa piora no
cária. Assim, em 1949, os meios de pa-
contrabalançada pelo aumento do vo
deenor. cruzeiros, ao ano anE ja relativamente em 1950 as emissões de moeda manual, pnra cobertura de com promissos governamentais, inclusive pa ra garantir com financiamentos espe
aumento da produção agrícola, visto em
quantidades, não ultrapassou 2% ao ano, media ainda assim influenciada pela maior participação de produtos pesados, como a cana-de-açúcar e a mandioca.
E não se julgue que esses 2% repre sentem um aumento real, porque a po pulação do País cresce em escala mais forte, accntuando-se assim a baixa pre sença dos produtos do campo no merca
do o poder de compra no exterior, rela
financiamentos do Banco do Brasil e à guitarra da Caixa de Mobilização Ban
consas se acham, que surgiu na impren
poder de compra, quando não pode ser
gamento expandiram-se de 6,6 bilhões
sa um movimento pleiteando subsídios governamentais aos produtos cujos pre ços, mais altos no mercado interno que
lume nas exportações — e isso ultima
sua exportação. Com esse novo recur so inflacionisla, pretendem os defenso
mente tem sido freqüente - coloca-nos diante da contingência de restringir o comércio de importação, a procura de um balanço favorável cada vez mais di
res da velha economia agrária cio País
fícil .
no internacional, criam dificuldaclcs à
ambiente de otimismo entre certos seto
contornar os problemas da nossa produ ção agrícola atrasada, encontrar uma saída às freqüentes altas no custo da pro dução e à própria crise crônica em que mergulhamos', deixando intactas as re lações de produção precapitalistas que determinam e aprofundam êsses fenô-
res econômicos. Assim; em 1949, o ca
meijos,
do interno e conduzindo-sc
o per ca
pita agrícola (tanto de produção como de consumo) em tendência depreciati va. Casos isolados podem fundar um
Em 1949 apresentamos um déficit de 495 milhões
transações
de cruzeiros nas
nossas
comerciais com o exterior,
apesar do hoon do café e das limitações dc toda ordem impostas aos negócios de importação. Aprofunda-se o drama das nossas relações comerciais e fínan. Aa*. .
ciais a prosperidade do café, do arroz e
c o^ algodao, aproximam-se de 900 mi lhões de cruzeiros.
Tudo isso mostra o aguçameiito da crise económico-financeira em que nos afundamos. Revela o drama do País e do, povo, e exige medidas drásticas, am
plas e profundas, capazes de recompor a situação.
Du;t:Mi() Ec.<>nómico
DicF-sTO
74'
75
Econômico
/U- exportações perdem o poder de compra
sé exclusivainente indústria leve, de bens de consumo, traz no seu boío'uma con tradição fundamental: aumenta-lhe as necessidades de máquinas, combustíveis, matérias-primas essenciais, cuja produ ção só raramente conseguimos introdu zir no País, e isso de maneira precá
fé teve um boor\ nnimaclor, nrrancnndn
ria. Êsse fato acentua a condição de
fundamentalmente a certos tínipos mo
correspondendo em valor a uma redu ção de 1.551 milhões de cruzciro.s, não
dependência, em que vive a indústria nacional, dos fornecedores de bens de
nopolistas estrangeiros — entrr outros a SANBRA c Anderson Claytou no algo
do café.
produção, e nossa vulnerabilidade à no
dão, Amcrican Coffei-, Marcl Iland on
va crise cíclica atualmente c-m marcha
Lcon Lsrael no café, os grupo.s do Coccoa
nos paises capitalistas.
do.exterior preços .sem precedrntcs. O cacau, dcpoi-S de meriínlliar muna imen sa crise dc terior.
alta no.s preços, além di^ bcnoficiarcin
dos últimos anos? Certamente que as
dução.
modificações operadas ne.-^se setor da
Os produtos agrícolas pi<'dominante-
produção, tomadas na ordem dos seus
mentc dc consumo interno, também não
valores, são bastante sensíveis, chegando
conseguiram melhorar dc .situação. Al guns, a exemplo do arro'/. c; cio feijão, passam a depender cada vez em maior
ao ano anterior,
obstante as receitas originadas da alta
Certos produtos experimentaram torto di-clínio nas exportações, particularmen
te o algodão, o arroz, o açúcar e o mi lho Só no algodão, perdemos no ano ■érca dc 1,4 bilhões de cruzeiros cm cli-
— não se
prosperidade na agricultura, no correr
à média anual de 15% no período 194449. O fato não é animador, e tem ex
toneladas cm relação
Contudo, èsscs movimentos de
no cacau
Nossas ex
portações, em 1949. caíram de 914 mil
ano, quase recuperou o níst-I altista an
Trade Comiltee
Que fatos assinalaram a situação de
No plano do comércio exterior, a si tuação não é menos grave.
mercados até maio dés.se'
acompanbaram dc aumentos correspon dentes do.s volumes da prorluç.ão. Es tamos presenciando um feiiònu-no de melhoria dos preços dentro cie um rclraimento cada vez mais acentuado da pro
Falsa prosperidade na agrictãtura
I
visa.s.
As madeiras, mate c frutas de
3iiesa (laranjas etc.), que tem seus ^.^lorcs compradores na área do csterlíno, viram-se sòriamentc afetadas pelas dificiildiulcs cambiais e pela desv^abrização da moeda nos países clientes. Aparentemente, devido à ix)sição do café, verificou-se em 1949 uma eleva
ção no preço médio na mercadoria ex portada. Mas na realidade, nos últi
E passam a
^
.surgir novos problemas de câmbio, fór-
ceirns com outros países.
>
mulas esdrúxulas arranjadas às pressas ixira atender às exigências dc nossa ba-' "« lança de pagamentos permanentemente deficitária, representativa dos lucros re-
tirados
pelos capitais estrangeiros da
renda nacional, em cada ano.
Drama da Nação e do povo Essa, em rápida análise, a situação
atual da economia brasileira. Comple tando
o desmentido à tese da nos-^a
prosperidade^ e.stá ainda aí o quadro desolador das finanças públicas, a co
meçar pelas dividas do Tesouro' Nacio nal no Bancai do Brasil, quç atingiam a 11 bilhões de cruzeiros em maio pas sado .
Essas dívidas só tendem a aumentar
porque o Govènio não sabe mais como' conter o desequilíbrio dos orçamentos
como barrar a marcha dos déficits, que
no exercício em curso já ameaçam' pas sar de 6 bilhões de cruzeiros.
As sal
das mais experimentadas são o apelo aos
plicação, como no caso dos valores in-
escala do coniércio exterior, devido ã
flacionados da indústria, no processo de
fraca capacidade dc absorção do mer
mos ano.s, nossos produtos vem perden
vertiginosa desvalorização da moeda. O
cado nacional. Presentemente, tanto mais gra\'e,s as
tivamente às importações. Essa piora no
cária. Assim, em 1949, os meios de pa-
contrabalançada pelo aumento do vo
deenor. cruzeiros, ao ano anE ja relativamente em 1950 as emissões de moeda manual, pnra cobertura de com promissos governamentais, inclusive pa ra garantir com financiamentos espe
aumento da produção agrícola, visto em
quantidades, não ultrapassou 2% ao ano, media ainda assim influenciada pela maior participação de produtos pesados, como a cana-de-açúcar e a mandioca.
E não se julgue que esses 2% repre sentem um aumento real, porque a po pulação do País cresce em escala mais forte, accntuando-se assim a baixa pre sença dos produtos do campo no merca
do o poder de compra no exterior, rela
financiamentos do Banco do Brasil e à guitarra da Caixa de Mobilização Ban
consas se acham, que surgiu na impren
poder de compra, quando não pode ser
gamento expandiram-se de 6,6 bilhões
sa um movimento pleiteando subsídios governamentais aos produtos cujos pre ços, mais altos no mercado interno que
lume nas exportações — e isso ultima
sua exportação. Com esse novo recur so inflacionisla, pretendem os defenso
mente tem sido freqüente - coloca-nos diante da contingência de restringir o comércio de importação, a procura de um balanço favorável cada vez mais di
res da velha economia agrária cio País
fícil .
no internacional, criam dificuldaclcs à
ambiente de otimismo entre certos seto
contornar os problemas da nossa produ ção agrícola atrasada, encontrar uma saída às freqüentes altas no custo da pro dução e à própria crise crônica em que mergulhamos', deixando intactas as re lações de produção precapitalistas que determinam e aprofundam êsses fenô-
res econômicos. Assim; em 1949, o ca
meijos,
do interno e conduzindo-sc
o per ca
pita agrícola (tanto de produção como de consumo) em tendência depreciati va. Casos isolados podem fundar um
Em 1949 apresentamos um déficit de 495 milhões
transações
de cruzeiros nas
nossas
comerciais com o exterior,
apesar do hoon do café e das limitações dc toda ordem impostas aos negócios de importação. Aprofunda-se o drama das nossas relações comerciais e fínan. Aa*. .
ciais a prosperidade do café, do arroz e
c o^ algodao, aproximam-se de 900 mi lhões de cruzeiros.
Tudo isso mostra o aguçameiito da crise económico-financeira em que nos afundamos. Revela o drama do País e do, povo, e exige medidas drásticas, am
plas e profundas, capazes de recompor a situação.
Dicesto EcoN-ÔNnco
DEPARTAMENTO DE ECOJNOAllA PARA O LEGISLATIVO Roberto Piítto de Souza
o/' vida
econômica está-se tornan-
do cada dia mais complexa, e com ela aumentam a extensão e a dificuldade
dos conhecimentos econômicos. Quem examinar um compêndio de Economia Política do fim do século XIX e um moderno livro de textos sôbre o mesmo assunto do estudante hodiemo encontra
rá uma alteração substancial, c a custo perceberá as linhas mestras que estru turam os dois manuais.
So o mesmo observador fôr examinar o curriculum das matérias do aluno do
século XIX e o do universitário atua), notará que naquela época os estudos econômicos eram apenas elucidativos dos estudos jurídicos. Andavam certos os educadores daquele tempo. O Direito regula não sô relações civis entre pes soas, mas relações comerciais e de pro dução. Há, portanto, ao lado do fato jurídico o fato econômico, constituindo
êste o substractum do Direito que re gulamenta as transações econômicas. Daí
ser indispensável, para boa compreen são do fenômeno jurídico, um conheci mento do fenômeno econômico. é,
assim, a Economia Política o comple mento indispensável para a formação cultural dos advogados, legisladores e
juristas. Por êsse motivo é que se en sina, até hoje, acertadamente, nas Fa culdades de Direito, a Ciência Económica O Ministro Francisco Campos co locou o estudo dôsse ramo do conhe cimento na reforma do ensmo por êle
realizada, no primeiro ano das Faculda-
des de Direito, como preâmbul^ conjuntamente c«m a introdução à Qênda
do Direito, às deiuais disciplinas jurí-
Babson Institute e muitos outros, nos Estados Unidos. O da London School
/
of Economics, na Inglaterra. O histi' tut fur Kon/tinlrfur/orvc/iuMg, em Berlim, o vários outros na Europa. Além dêsscs inslilulos oficiais, as
cas.
Em face dêsse estado de coisas,
ó necessário x-asto desen\'olvimento dos
estudos econômicos e largas pesquisas referentes aos problemas nacionais, a fim de se penetrar na realidade brasi leira — enigma para todos. nós.
Política nas Faculdades de Direito, tal estudo não esgota a matéria, são ontcs
tos especiais destinados a observar a
Impõe-se o desenvolvimento de ór gãos especializados, com economistas peritos, que possuam conhecimento per
marcha dos negócios.
feito do movimento da nossa vida eco
estudos econômicos "com um bafejo de Direito", na expressão feliz do prof. Cardozo de Mello Neto. Ê <|ue a Ciên cia Econômica se dcsen\'olvcu muito,
de classe acompanharam êsse movimen to. Dessa fomna, existe cm tôdas as
dicas.
3e é correta a inclusão da Economia
abrangendo conhecimentos matemáticos, estatísticos, sociológicos e históricos. Por
grandes cmprêsas, c principalmente os grandes bancos, fundaram departamen As organizações
nações uma série enorme de órgãos es pecializados em estudos c pesquisas eco nômicos. Entre nós, infelizmente, temso dado pouca atenção a êsse aspecto;
ôssG motivo encontrará o nosso obserx'a-
afora os das entidades de classe e de
dor, na organização universitária do pre sente, uma Faculdade especial^ só para
alguns ministérios, quase nada se tem
ôsses estudos, e notará no curricuíum
Entretanto, a economia brasileira está
feito.
nômica, e assim capazes de mostrar
qual a direção que deveria tomar o ritmo dos nossos negócios e quais as medidas
que caberia adotar. Não se julgue que a força econômica dos Estados Unidas e da Europa nasceu de improviso. Há, atrás dela, todo um passado de experiên cias e todo um acúmulo de conhecimen
tos, e, principalmente, a orientá-la no presente, um vasto arcabouço cientifico, sociológico e econômico, coordenado por depar tamentos especializados,
uma série enorme de disciplinas econô micas e outras tantas sociológicas, his tóricas, matemáticas e estatísticas. Verá
que a projeta, continua
como é complexa a Ciência Econômica
mente, para um futuro
e, se percorrer os programas das dife rentes disciplinas, verificará que para compreender a vida econômica moderna
tôdas são indispensáveis. Louvará, por certo, o embaixador Macedo Soares por haver criado, em boa hora, uma Aca
demia, na Universidade de São Paulo, especializada no ensino desse ramo do saber humano, indispensável para o pro gresso do País. A Economia Política, dada a sua ex tensão e complexidade, exige especiali zação. Além disso, como lida com a economia ao víyo, requer pesquisas lar
gas e demorada-s. Especialização e pes quisas pedem tempo, paciência e Equipe, daí terem sido criados institutos espe cializados nesses estudos e pesquisas co mo o dé Harvard, o de Washington, o
cada
vez mais rico de
possibilidades. Entre nós nada há de
necessitando de organismos como esses, pois, i\ medida que se de.senvolve, as
semelhante.
Tôda a nossa evolução
econômica se. processou improvisada-
suas relações se vão tornando mais in
menle, amoldando-se às contingências
trincadas e os seus problemas mais di fíceis, principalmente quando se reflete que o parque produtor nacional apre
do momento. Acomodação realizada na
senta grande atraso de técnica, os meios
maioria das vêzes por leis e decretos elaborados às pressas, sem reflexão su ficiente e sem pesquisas e estudos ma
do transportes são deficientes e a mão-
duros capazes de ressaltar o mal que
de-obra de baixa produtividade; quan do se observa que os impostos, as regu lamentações e os encargos sociais estão criando um ônus fabuloso para a pro dução interna; e quando se verifica que
afeta a economia e a melhor forma de
existe grande desarticulação entre os
vários setores da economia, comportàndo-se cada região como ilhas econômi
estancá-lo, e dar bases para se as:entar
o progresso do País. Daí vermos, não raras vêzes, processos aventados e tor nados obrigatórios por leis e decretos redundarem em sérios prejuízos para a
economia nacional. À guisa de exemplo, vamos citar um apenas — a revaloriza-
Dicesto EcoN-ÔNnco
DEPARTAMENTO DE ECOJNOAllA PARA O LEGISLATIVO Roberto Piítto de Souza
o/' vida
econômica está-se tornan-
do cada dia mais complexa, e com ela aumentam a extensão e a dificuldade
dos conhecimentos econômicos. Quem examinar um compêndio de Economia Política do fim do século XIX e um moderno livro de textos sôbre o mesmo assunto do estudante hodiemo encontra
rá uma alteração substancial, c a custo perceberá as linhas mestras que estru turam os dois manuais.
So o mesmo observador fôr examinar o curriculum das matérias do aluno do
século XIX e o do universitário atua), notará que naquela época os estudos econômicos eram apenas elucidativos dos estudos jurídicos. Andavam certos os educadores daquele tempo. O Direito regula não sô relações civis entre pes soas, mas relações comerciais e de pro dução. Há, portanto, ao lado do fato jurídico o fato econômico, constituindo
êste o substractum do Direito que re gulamenta as transações econômicas. Daí
ser indispensável, para boa compreen são do fenômeno jurídico, um conheci mento do fenômeno econômico. é,
assim, a Economia Política o comple mento indispensável para a formação cultural dos advogados, legisladores e
juristas. Por êsse motivo é que se en sina, até hoje, acertadamente, nas Fa culdades de Direito, a Ciência Económica O Ministro Francisco Campos co locou o estudo dôsse ramo do conhe cimento na reforma do ensmo por êle
realizada, no primeiro ano das Faculda-
des de Direito, como preâmbul^ conjuntamente c«m a introdução à Qênda
do Direito, às deiuais disciplinas jurí-
Babson Institute e muitos outros, nos Estados Unidos. O da London School
/
of Economics, na Inglaterra. O histi' tut fur Kon/tinlrfur/orvc/iuMg, em Berlim, o vários outros na Europa. Além dêsscs inslilulos oficiais, as
cas.
Em face dêsse estado de coisas,
ó necessário x-asto desen\'olvimento dos
estudos econômicos e largas pesquisas referentes aos problemas nacionais, a fim de se penetrar na realidade brasi leira — enigma para todos. nós.
Política nas Faculdades de Direito, tal estudo não esgota a matéria, são ontcs
tos especiais destinados a observar a
Impõe-se o desenvolvimento de ór gãos especializados, com economistas peritos, que possuam conhecimento per
marcha dos negócios.
feito do movimento da nossa vida eco
estudos econômicos "com um bafejo de Direito", na expressão feliz do prof. Cardozo de Mello Neto. Ê <|ue a Ciên cia Econômica se dcsen\'olvcu muito,
de classe acompanharam êsse movimen to. Dessa fomna, existe cm tôdas as
dicas.
3e é correta a inclusão da Economia
abrangendo conhecimentos matemáticos, estatísticos, sociológicos e históricos. Por
grandes cmprêsas, c principalmente os grandes bancos, fundaram departamen As organizações
nações uma série enorme de órgãos es pecializados em estudos c pesquisas eco nômicos. Entre nós, infelizmente, temso dado pouca atenção a êsse aspecto;
ôssG motivo encontrará o nosso obserx'a-
afora os das entidades de classe e de
dor, na organização universitária do pre sente, uma Faculdade especial^ só para
alguns ministérios, quase nada se tem
ôsses estudos, e notará no curricuíum
Entretanto, a economia brasileira está
feito.
nômica, e assim capazes de mostrar
qual a direção que deveria tomar o ritmo dos nossos negócios e quais as medidas
que caberia adotar. Não se julgue que a força econômica dos Estados Unidas e da Europa nasceu de improviso. Há, atrás dela, todo um passado de experiên cias e todo um acúmulo de conhecimen
tos, e, principalmente, a orientá-la no presente, um vasto arcabouço cientifico, sociológico e econômico, coordenado por depar tamentos especializados,
uma série enorme de disciplinas econô micas e outras tantas sociológicas, his tóricas, matemáticas e estatísticas. Verá
que a projeta, continua
como é complexa a Ciência Econômica
mente, para um futuro
e, se percorrer os programas das dife rentes disciplinas, verificará que para compreender a vida econômica moderna
tôdas são indispensáveis. Louvará, por certo, o embaixador Macedo Soares por haver criado, em boa hora, uma Aca
demia, na Universidade de São Paulo, especializada no ensino desse ramo do saber humano, indispensável para o pro gresso do País. A Economia Política, dada a sua ex tensão e complexidade, exige especiali zação. Além disso, como lida com a economia ao víyo, requer pesquisas lar
gas e demorada-s. Especialização e pes quisas pedem tempo, paciência e Equipe, daí terem sido criados institutos espe cializados nesses estudos e pesquisas co mo o dé Harvard, o de Washington, o
cada
vez mais rico de
possibilidades. Entre nós nada há de
necessitando de organismos como esses, pois, i\ medida que se de.senvolve, as
semelhante.
Tôda a nossa evolução
econômica se. processou improvisada-
suas relações se vão tornando mais in
menle, amoldando-se às contingências
trincadas e os seus problemas mais di fíceis, principalmente quando se reflete que o parque produtor nacional apre
do momento. Acomodação realizada na
senta grande atraso de técnica, os meios
maioria das vêzes por leis e decretos elaborados às pressas, sem reflexão su ficiente e sem pesquisas e estudos ma
do transportes são deficientes e a mão-
duros capazes de ressaltar o mal que
de-obra de baixa produtividade; quan do se observa que os impostos, as regu lamentações e os encargos sociais estão criando um ônus fabuloso para a pro dução interna; e quando se verifica que
afeta a economia e a melhor forma de
existe grande desarticulação entre os
vários setores da economia, comportàndo-se cada região como ilhas econômi
estancá-lo, e dar bases para se as:entar
o progresso do País. Daí vermos, não raras vêzes, processos aventados e tor nados obrigatórios por leis e decretos redundarem em sérios prejuízos para a
economia nacional. À guisa de exemplo, vamos citar um apenas — a revaloriza-
DiCKSlO
78
ção do café no período de Washinglon Luíj.
Foi pensando nessa ordem de idéias que julgamos necessário criar no Legis lativo um Departamento de Economia
Econónuco
economia com peritos economistas, boa organização estatística <• \asta fonte de informações.
Os li-gi.sl.idnrcs pediriam
os estudos c inforint-s iu'c cssários a êsse
departamento e t( riam olcnicnlos p.ira
destinado a estudar os projetos de lei sob o aspecto econômico e as reper
os problemas seriam verificados cm pro
cussões dos mesmos sòhre a economia
fundidade e as leis votadas com base
interna. Creio que essa medida viria
na objetividade. Os projetos prejudiciais cairiam por si, uma vez apresentados os estudos so bre as repercussões e conômicas dos mes
eliminar muitos projetos em curso no Legislativo e modificar mais de um ar
tigo _e parágrafo de outros dignos de serem aprovados, escoimando-os de im
perativos prejudiciais à vida econômica nacional.
diicussõcs bem fundamcntatlas. oiii que
dêsse modo. as portas do Legislativo
par-.-, esses cientistas, dando a èlcs a
oportunidade dc servirem á causa pú blica.
O mesmo dar-se-ia com os professôres das universidades. Êstcs, presos aos
seus trabalhos científicos e umvorsita-
rios, nr«. se podem omolscr no v.da
ativa, da política. O departan.ento po-
ciais à lx>a elaboração das leis — dc um
lado, o espírito audaz, dos representan tes populistas, e, de outro, o conheci mento científico, a análise refletida, a
pesquisa minuciosa e o espírito ponde rado o desapaixonado dos cientistas e universitários.
assistimos por ocasião da discussão do
legais cujo fito é escoimar das leis as
Estado de São Paulo, c, incvitàvelnicntc, o nível dos debates sc elevaria.
não no do econômico?
especialistas. O departamento abriria,
deria funcionar como elemento dc liga ção entre a Universidade e o Legislativo. Dessa forma, ter-se-ia a possibilidade da conjugação dos dois elementos essen
mos-. Evilar-se-ium assim imut<fs erros e
aumento do funcionalismo público do
Direito, e dar-lhes uma redação confor me com a linguagem jurídica. Se tul se passa no domínio do Direito, porque
dc, assim, n contribuição valiosa desses
sobretudo muita demagogia, como a que
Existem nas Câmaras departamentos
disposições contrárias aos princípios do
Dir.K.sTo Eco.sómico
Estão na pauta das discussões do Le gislativo Federal vários projetos dc lei que exercerão, sc aprovados, sérias con seqüências na economia nacional. Entre estes convém destacar o da participação
Os deputados, quase todos de pro fissões liberais e não raro professores nos lucros c o da lei antitrusto. Ambos universitários, apesar da competência' merecem estudos mais acurados, pois as que possuem, não dispõem de tempo para pesquisas econômicas e muitas
vêzes não reúnem, em grau suficiente, os conhecimentos especializados neces
sários a perfeita compreensão do proble
ma em causa. Para quem apelar? Para os Ministérios, as Secretarias e demais
orgaos da administração? Todos, reco nhecemos, têm a competência necessária, mas são órgãos políticos, uns, e asso berbados de serviços administrativos, ou tros. Dai, quando respondem às con sultas, deturparem ou se limitarem a me ras informações vazias de conteúdo.
Dessa forma, os deputados ficam de sarmados para combater determinados
projetos e o Pais sofre as conseqüências. Tal não aconteceria se as Câmaras
possuíssem apareijiados departamentos de
repercussões que terão nas atividades econômicas poderão causar danos im previsíveis. Não SC podem fazer expe riências com OS fatos sociais: eles são
irreversíveis.
Êsscs projetos não resis
tiriam, por certo, a uma análise apro fundada dos mesmos, em face da es
trutura da economia brasileira. Tal aná
S.
),• V
lise poderia ser feita imparcialmente pelo Departamento de Economia do Legis lativo, prestando assim inestimável ser viço à Nação.
Outro aspecto a se considerar é' o fato de as representações denominadas hoje populistas tenderem a levar cada vez mais ao Legislativo homens de ação mas afastando do Congresso os cidadâoá
de larga cultura e de feitio menos afeitd às pelejas da vida política. O País per-
"A
DiCKSlO
78
ção do café no período de Washinglon Luíj.
Foi pensando nessa ordem de idéias que julgamos necessário criar no Legis lativo um Departamento de Economia
Econónuco
economia com peritos economistas, boa organização estatística <• \asta fonte de informações.
Os li-gi.sl.idnrcs pediriam
os estudos c inforint-s iu'c cssários a êsse
departamento e t( riam olcnicnlos p.ira
destinado a estudar os projetos de lei sob o aspecto econômico e as reper
os problemas seriam verificados cm pro
cussões dos mesmos sòhre a economia
fundidade e as leis votadas com base
interna. Creio que essa medida viria
na objetividade. Os projetos prejudiciais cairiam por si, uma vez apresentados os estudos so bre as repercussões e conômicas dos mes
eliminar muitos projetos em curso no Legislativo e modificar mais de um ar
tigo _e parágrafo de outros dignos de serem aprovados, escoimando-os de im
perativos prejudiciais à vida econômica nacional.
diicussõcs bem fundamcntatlas. oiii que
dêsse modo. as portas do Legislativo
par-.-, esses cientistas, dando a èlcs a
oportunidade dc servirem á causa pú blica.
O mesmo dar-se-ia com os professôres das universidades. Êstcs, presos aos
seus trabalhos científicos e umvorsita-
rios, nr«. se podem omolscr no v.da
ativa, da política. O departan.ento po-
ciais à lx>a elaboração das leis — dc um
lado, o espírito audaz, dos representan tes populistas, e, de outro, o conheci mento científico, a análise refletida, a
pesquisa minuciosa e o espírito ponde rado o desapaixonado dos cientistas e universitários.
assistimos por ocasião da discussão do
legais cujo fito é escoimar das leis as
Estado de São Paulo, c, incvitàvelnicntc, o nível dos debates sc elevaria.
não no do econômico?
especialistas. O departamento abriria,
deria funcionar como elemento dc liga ção entre a Universidade e o Legislativo. Dessa forma, ter-se-ia a possibilidade da conjugação dos dois elementos essen
mos-. Evilar-se-ium assim imut<fs erros e
aumento do funcionalismo público do
Direito, e dar-lhes uma redação confor me com a linguagem jurídica. Se tul se passa no domínio do Direito, porque
dc, assim, n contribuição valiosa desses
sobretudo muita demagogia, como a que
Existem nas Câmaras departamentos
disposições contrárias aos princípios do
Dir.K.sTo Eco.sómico
Estão na pauta das discussões do Le gislativo Federal vários projetos dc lei que exercerão, sc aprovados, sérias con seqüências na economia nacional. Entre estes convém destacar o da participação
Os deputados, quase todos de pro fissões liberais e não raro professores nos lucros c o da lei antitrusto. Ambos universitários, apesar da competência' merecem estudos mais acurados, pois as que possuem, não dispõem de tempo para pesquisas econômicas e muitas
vêzes não reúnem, em grau suficiente, os conhecimentos especializados neces
sários a perfeita compreensão do proble
ma em causa. Para quem apelar? Para os Ministérios, as Secretarias e demais
orgaos da administração? Todos, reco nhecemos, têm a competência necessária, mas são órgãos políticos, uns, e asso berbados de serviços administrativos, ou tros. Dai, quando respondem às con sultas, deturparem ou se limitarem a me ras informações vazias de conteúdo.
Dessa forma, os deputados ficam de sarmados para combater determinados
projetos e o Pais sofre as conseqüências. Tal não aconteceria se as Câmaras
possuíssem apareijiados departamentos de
repercussões que terão nas atividades econômicas poderão causar danos im previsíveis. Não SC podem fazer expe riências com OS fatos sociais: eles são
irreversíveis.
Êsscs projetos não resis
tiriam, por certo, a uma análise apro fundada dos mesmos, em face da es
trutura da economia brasileira. Tal aná
S.
),• V
lise poderia ser feita imparcialmente pelo Departamento de Economia do Legis lativo, prestando assim inestimável ser viço à Nação.
Outro aspecto a se considerar é' o fato de as representações denominadas hoje populistas tenderem a levar cada vez mais ao Legislativo homens de ação mas afastando do Congresso os cidadâoá
de larga cultura e de feitio menos afeitd às pelejas da vida política. O País per-
"A
Dicesto Econômico
irrigação do Baixo Açu. no Rio Grande
Ad dêcad nú-tcLeétínaé
do Norte. A água o atingirá após des cer 220 quilômetros pelo leito do rio Piranhas ou Açu. Êste rio tomar-se-á
III
perene. Verificou-se que os grandes açudes Gargalhciras (200 milhões), Pa-
PlifENTEL COKÍBS
(Engenheíro-agrônomo) Os grandes sistemas
Procurando sístematízar as obras de tógação, que se faziam de modo muito
dispersivo: o atual Departamento Nacio nal de Obras Contra as Sôcas, em 1931,
classificou os açudes em grandes (capa cidade superior a 10 milhões de metros cúbicos), médios (capacidade entre 3 e
10 milhões) e pequenos (capacidade
entre 0,5 e 3 milhões). Ademais, orgaluzou um plano de "construção dos
grandes açudes, canais de irrigação e obras complementares para regulariza ção do regimem dos cursos dágua, pro teção e aproveitamento das terras cul-
tros cúbicos, também pertence à bacia do Curu. Outras grandes obras, como
a de Passagem Funda, represando o Apodi num açude <le 3 bilhões dc me tros cúbicos dágua, estão cm constru
ção ou projetadas. É interessante, po rém, verificar o que pensa con cguir o Departamento nos quatro grandes sis
temas, que podem e dcvern ser reduzi dos a trés, pois o Alto Piranhas é o curso superior do Bai.xo Açu. O sis:tema mais adiantado e melhor
estudado é o Piranhas-Açu (juntemos os dois últimos num único). Aí se en contra D Instituto Agronômico José Au-
(400 milhões) apenas terão ação re guladora das enchentes. Acreditam os engenheiros que seria preferível subs tituí-los por um grande açude em Barra do Oiticica, sõbro o próprio Açu, que represaria 600 milhões de metros cúbi cos dágua, c que "poderia fornecer, concomitantemcnte, energia
das turbinas do conjãmto Curema-Mãe d'Agua".
Imediatamente se iniciará "a irrigação por elevação me
massem os quatro grandes sistemas.
Não foi possível obedecer totalmen
te ao plano. O açude General Sampaio, com 322 milhões de metros cúbicos, fica na bacia hidrográfica do Curu, Ceará.
O Pentecostes, cora 400 mílhõos
me
exlraordinàrmmente férteis. Acreditam OS técnicos que a área manterá 400 mil pessoas com razoável padrão de vida
550 imlhoes de cruzeiros. Intensifican do a agricu.tura. substitníndo-se umas
tirntas culturas por outras de nrSto mator valor, levando-se etn considera
ção o que se consegue nos trechos re
gados da Espanha, o valor da produção Há a acrescen
tar as áreas rega das nas outras ba
cias
hidrográfi
cas ~ Curu, Mun-
apenas abaixo do
daú, Coreaú, Apo
terreno natural — solução que já
di etc., _ Qs
praticada, na illia
chos irrigados pe las fontes, pelos
nais dc rega íá dominam a área de 5
Sacramento, onde
riachos perenes e
mil hectares, e serão i>rolongados quan
existe uma pequena instalação experi mental do Ministério da Agricultura, além de algumas instalações menores, de
subsolo, além das
iniciativa particular". O Departamento vai começar com uma instalação central diesel-elétrica, de
tirá ürá a^nd a industrianzaçâo f produzida da zona. permi
tarej.
A ir.igação começou.
Os ca
do conveniente. Em alguns trechos des
Nas outras bacias, construir-se-íam açudes médios e pequenos, como obras de emergência apenas, até que se ulti
Os quatro grandes sistemas irrigarão, no immmo. 200 mil hectares de Irras
poderá ser tripli
10, cinco metros
Grande do Norte".
para a construção do Orós, sobre o rio
principal, açude que represará 4 billiôes de metros cúbicos dágua.
cado.
Além disso, estão quase prontos todos
™ Alto Piranhas, na Paraíba. IV - Sistema do Baixo Açu, no Rio
As obras do Sistema do Jaguaritíe es tão muito atrasadas. Agora, o Plano Salte incluiu 300 milhões de cruzeiros
nos inundá veis, aproveitando
dado e classificado os solos a irrigar.
Ceará.
Departamento Nacional de Obras Con tra as Sècas.
cânica, em terre
cas, que passariam a constituir os se guintes sistemas gerais de obras:
os seus grandes açudes. Há, a irrigar, as várzeas de Souza, às margens do Piranhas e do rio do PeLxe, afluente do primeiro, de 20 mil hec-
baí\o
sazonal, para irrigação, da descarga
jjs ágo^s do lençt)l freálico abimdan-
níficos trabalhos experimentais e estu
ao
vale e servir de obra de regularização
gu.sto Trindade, que tem realizado mag
n-Sistema do Jaguaribe, no I•
relhas (180 milhões) e Serra Negra
tíváveis em quatro bacias hidrográfiI - Sistema do Acaraú, no Ceará.
81
sa e de outras várzeas do Alto Piranhas, utÍli2mrão a abundante água freática
graças à energia hidrelétrica que será
vem
sendo
ali
fornecida pelo conj'unto Curema-Mãe d'Agua, pertencente ao sistema e acumulando 1.358 milhões de metros
500 quilovátios, o suficiente para irrigar
cúbicos dágua. O Mãe d*Agua e o Curema fornece rão a maior parte da água necessária è
10 a 15 hectares.
1.500 hectares, podendo ser aumenta da, quando preciso. Os lotes serão do Os trabalhos da la
voura, controlados pelos agrônomos do
iniriam Ac
ATnera-
irrigações que se
Francisco.
Há ainda outros fatôres ponderáveis. Zonas úmidas e sub-úmidas
Mas no Nordeste Oriental (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambu co e Alagoas), que temos estudado, não
Dicesto Econômico
irrigação do Baixo Açu. no Rio Grande
Ad dêcad nú-tcLeétínaé
do Norte. A água o atingirá após des cer 220 quilômetros pelo leito do rio Piranhas ou Açu. Êste rio tomar-se-á
III
perene. Verificou-se que os grandes açudes Gargalhciras (200 milhões), Pa-
PlifENTEL COKÍBS
(Engenheíro-agrônomo) Os grandes sistemas
Procurando sístematízar as obras de tógação, que se faziam de modo muito
dispersivo: o atual Departamento Nacio nal de Obras Contra as Sôcas, em 1931,
classificou os açudes em grandes (capa cidade superior a 10 milhões de metros cúbicos), médios (capacidade entre 3 e
10 milhões) e pequenos (capacidade
entre 0,5 e 3 milhões). Ademais, orgaluzou um plano de "construção dos
grandes açudes, canais de irrigação e obras complementares para regulariza ção do regimem dos cursos dágua, pro teção e aproveitamento das terras cul-
tros cúbicos, também pertence à bacia do Curu. Outras grandes obras, como
a de Passagem Funda, represando o Apodi num açude <le 3 bilhões dc me tros cúbicos dágua, estão cm constru
ção ou projetadas. É interessante, po rém, verificar o que pensa con cguir o Departamento nos quatro grandes sis
temas, que podem e dcvern ser reduzi dos a trés, pois o Alto Piranhas é o curso superior do Bai.xo Açu. O sis:tema mais adiantado e melhor
estudado é o Piranhas-Açu (juntemos os dois últimos num único). Aí se en contra D Instituto Agronômico José Au-
(400 milhões) apenas terão ação re guladora das enchentes. Acreditam os engenheiros que seria preferível subs tituí-los por um grande açude em Barra do Oiticica, sõbro o próprio Açu, que represaria 600 milhões de metros cúbi cos dágua, c que "poderia fornecer, concomitantemcnte, energia
das turbinas do conjãmto Curema-Mãe d'Agua".
Imediatamente se iniciará "a irrigação por elevação me
massem os quatro grandes sistemas.
Não foi possível obedecer totalmen
te ao plano. O açude General Sampaio, com 322 milhões de metros cúbicos, fica na bacia hidrográfica do Curu, Ceará.
O Pentecostes, cora 400 mílhõos
me
exlraordinàrmmente férteis. Acreditam OS técnicos que a área manterá 400 mil pessoas com razoável padrão de vida
550 imlhoes de cruzeiros. Intensifican do a agricu.tura. substitníndo-se umas
tirntas culturas por outras de nrSto mator valor, levando-se etn considera
ção o que se consegue nos trechos re
gados da Espanha, o valor da produção Há a acrescen
tar as áreas rega das nas outras ba
cias
hidrográfi
cas ~ Curu, Mun-
apenas abaixo do
daú, Coreaú, Apo
terreno natural — solução que já
di etc., _ Qs
praticada, na illia
chos irrigados pe las fontes, pelos
nais dc rega íá dominam a área de 5
Sacramento, onde
riachos perenes e
mil hectares, e serão i>rolongados quan
existe uma pequena instalação experi mental do Ministério da Agricultura, além de algumas instalações menores, de
subsolo, além das
iniciativa particular". O Departamento vai começar com uma instalação central diesel-elétrica, de
tirá ürá a^nd a industrianzaçâo f produzida da zona. permi
tarej.
A ir.igação começou.
Os ca
do conveniente. Em alguns trechos des
Nas outras bacias, construir-se-íam açudes médios e pequenos, como obras de emergência apenas, até que se ulti
Os quatro grandes sistemas irrigarão, no immmo. 200 mil hectares de Irras
poderá ser tripli
10, cinco metros
Grande do Norte".
para a construção do Orós, sobre o rio
principal, açude que represará 4 billiôes de metros cúbicos dágua.
cado.
Além disso, estão quase prontos todos
™ Alto Piranhas, na Paraíba. IV - Sistema do Baixo Açu, no Rio
As obras do Sistema do Jaguaritíe es tão muito atrasadas. Agora, o Plano Salte incluiu 300 milhões de cruzeiros
nos inundá veis, aproveitando
dado e classificado os solos a irrigar.
Ceará.
Departamento Nacional de Obras Con tra as Sècas.
cânica, em terre
cas, que passariam a constituir os se guintes sistemas gerais de obras:
os seus grandes açudes. Há, a irrigar, as várzeas de Souza, às margens do Piranhas e do rio do PeLxe, afluente do primeiro, de 20 mil hec-
baí\o
sazonal, para irrigação, da descarga
jjs ágo^s do lençt)l freálico abimdan-
níficos trabalhos experimentais e estu
ao
vale e servir de obra de regularização
gu.sto Trindade, que tem realizado mag
n-Sistema do Jaguaribe, no I•
relhas (180 milhões) e Serra Negra
tíváveis em quatro bacias hidrográfiI - Sistema do Acaraú, no Ceará.
81
sa e de outras várzeas do Alto Piranhas, utÍli2mrão a abundante água freática
graças à energia hidrelétrica que será
vem
sendo
ali
fornecida pelo conj'unto Curema-Mãe d'Agua, pertencente ao sistema e acumulando 1.358 milhões de metros
500 quilovátios, o suficiente para irrigar
cúbicos dágua. O Mãe d*Agua e o Curema fornece rão a maior parte da água necessária è
10 a 15 hectares.
1.500 hectares, podendo ser aumenta da, quando preciso. Os lotes serão do Os trabalhos da la
voura, controlados pelos agrônomos do
iniriam Ac
ATnera-
irrigações que se
Francisco.
Há ainda outros fatôres ponderáveis. Zonas úmidas e sub-úmidas
Mas no Nordeste Oriental (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambu co e Alagoas), que temos estudado, não
Dir.ESTO Et:oNÓMico.
82
há apenas zonas semi-áridas. De um
Infelizmente, tem faltado a essas duas
úmido no restante, com rios perenes,
zonas um piano agronômico beiii estru turado. As vistas dos téenicos voltaramse, até agora, quase exclusivamente para
cachoeiras a aproveitar. Estão ai as maio
a zona semi-árida.
modo geral, todo o trecho a leste da Borborema é úmido em parte e sub-
res plantações brasileiras de cana-deaçúcar e sísal, grandes lavouras de café, milho, arroz, algodão etc., grandes la ranjais, pecuária muito desenvolvida, com bons plantéis de holandeses e ze-
buínos. Existem municípios rurais com
Nos trechos não irrigados da região
semi-árida, já se fazem culturas de plan pouquíssima chuva. Examinemos per-
densidades maiores e com melhor pa
functòriamcntc algumas delas.
pc, Apodi, São Pedro, Uruburetama,
Secretário da Agricultura do Ceará, con
seguiu, em sua fazenda, em plena re gião semi-árida, e cm ano excepcional
trecho litorâneo do Ceará — uns 700
quilômetros de comprimento por uns 20 de largura, às vêzes mais, zona de ribeirões perenes, chuvas abundantes e mais ou menos regularmente distribuí das, lagoas numerosas, e farta e boa
água do subsolo. É uma faixa de muito futuro, que o govêrno do Ceará ainda não soube aproveitar.
Em trechos mínimos, indicando ape nas as possibilidades da zona, há bons
plantéis de holandês semi-estabulado, pomares de fruteiras dos climas tropi cais, algumas plantações de sisal, cana viais minúsculos e pouco mais.
Perlongando esta, há outra zona me nos chuvosa mas ainda de grandes pos sibilidades econômicas, sem se rcconer à irrigação,
José Augusto Trindade observaram que um hectare de carnaubal, ao preço de
Cr$ 20,00 o quilo de cora (o quilo de cera vale atualmente de Cr$ 35,00 a Cr-S 40,00), dá um lucro líquido anual
dl- Crs' 2.250,00.
O engenheiro Pompcu Sobrinho, atual
fèzais, canaviais, pomares, florestas etc., ao lado de riachos perenes e quedas dágua não aproveitadas.
sibilidades.
Os agrônomos do Instituto Agronômico
secas, não produz sati.sfatòriamentc.
Citemos ainda o licurizeiro, outra pal-
mente séco, 40 arrôbas de algodão por lieetare, mais ou menos a média no
O algodociro mocó é perene. 1'lantações com dez anos de vicia ainda pro duzem muito bom.
O sisal está invadindo rápidamente os
planaltos semi-áridos da Borborema, na
m
Paraíba. Produz, com muito pouca chu
va, muito bem, e fibra do primeira Terras outrora muito desvalo
rizadas, recebendo 450 a 700 milímetros de chuva, estão fornecendo safras mag níficas, muito lucrativas. Pode-se cal cular, sem otimismo, que um hectare de sisal, nos planaltos semi-áridos, pe los preços atuais, dá cerca de Cr$ 3.000,00 de lucros anuais.
Daí o ex
traordinário impulso que as plantações estão tomando. Em 1939.. iniciava-se a
cultura do sisal na Paraíba. Em 1945,
Há várias outras plantas .xerófitas de
valor econômico, não aproveitadas ou aproveitadas em escala mínima.
Quando diretor do Serviço Florestal
do Ministério da Agricultura, consegui trazer da orla meridional do Saara'^ a
Acacia Senegal, produtora de goma ará
bica, introduzindo-a no nossso país. Po de produzir bem . nas nossas zonas mais sêcas, pois vem de clima muito mais sêco que o das nossas zonas mais esturncadas.
i I
Estado de São Paulo.
ordem.
No Nordeste Oriental é nulo,
50.000 dentro de um lustro.
secos.
Levado para zonas menos
nal des.sa palmeira ainda é muito pe queno.
embora ela encerre (extraordinárias pos
que dá maiores lucros nos anos mais
fibra do Brasil e uma das melhores do mundo. O seu "habitai" é quente c semi-árido.
A safr i déste
mcira xerófita, grande produtora de
coquilhos oleaginosos e dc cera. A pro dução de coquillios oleaginosos (óleo comestível) ultrapassa uma tonelada por hectare-ano. O aproxeitamento racio
ano deve ultrapassar as 30.000 tonela das. Calcula-se que se aproximará das A carnaubeira c palmeira xerófita,
O algodoeíro mocó produz a melhor
Matas, Pereiro etc. Há também aí ca-
Acrescente-se, entre outras zonas, o
a 25.867. valendo 108 milhões de cru-
zciro.s, ein 1948. Deste total, saíram das dos outros Estados 843.
quadrado, tendo possibilidades para
rá e Rio Grande do Norte — Ibiapaba, Araripe, Meruoca, Balurité, Marangua-
a produção brasileira ele\ava-se a 2.569 tonelatla.s; atingia a 9.625 cm 1947, e
Culturas xerófitas
tas xerófitas, isto é. de plantas que crescem bem e produzem bem com
temperado as serras e planaltos do Cea
83
terras paraibanas 25.024 toneladas, e
100 e 150 habitantes por quilômetro
drão de vida. São úmidos ou sub-úmidos e de clima
OiGESTo Econômico
> . .
«V..
Dir.ESTO Et:oNÓMico.
82
há apenas zonas semi-áridas. De um
Infelizmente, tem faltado a essas duas
úmido no restante, com rios perenes,
zonas um piano agronômico beiii estru turado. As vistas dos téenicos voltaramse, até agora, quase exclusivamente para
cachoeiras a aproveitar. Estão ai as maio
a zona semi-árida.
modo geral, todo o trecho a leste da Borborema é úmido em parte e sub-
res plantações brasileiras de cana-deaçúcar e sísal, grandes lavouras de café, milho, arroz, algodão etc., grandes la ranjais, pecuária muito desenvolvida, com bons plantéis de holandeses e ze-
buínos. Existem municípios rurais com
Nos trechos não irrigados da região
semi-árida, já se fazem culturas de plan pouquíssima chuva. Examinemos per-
densidades maiores e com melhor pa
functòriamcntc algumas delas.
pc, Apodi, São Pedro, Uruburetama,
Secretário da Agricultura do Ceará, con
seguiu, em sua fazenda, em plena re gião semi-árida, e cm ano excepcional
trecho litorâneo do Ceará — uns 700
quilômetros de comprimento por uns 20 de largura, às vêzes mais, zona de ribeirões perenes, chuvas abundantes e mais ou menos regularmente distribuí das, lagoas numerosas, e farta e boa
água do subsolo. É uma faixa de muito futuro, que o govêrno do Ceará ainda não soube aproveitar.
Em trechos mínimos, indicando ape nas as possibilidades da zona, há bons
plantéis de holandês semi-estabulado, pomares de fruteiras dos climas tropi cais, algumas plantações de sisal, cana viais minúsculos e pouco mais.
Perlongando esta, há outra zona me nos chuvosa mas ainda de grandes pos sibilidades econômicas, sem se rcconer à irrigação,
José Augusto Trindade observaram que um hectare de carnaubal, ao preço de
Cr$ 20,00 o quilo de cora (o quilo de cera vale atualmente de Cr$ 35,00 a Cr-S 40,00), dá um lucro líquido anual
dl- Crs' 2.250,00.
O engenheiro Pompcu Sobrinho, atual
fèzais, canaviais, pomares, florestas etc., ao lado de riachos perenes e quedas dágua não aproveitadas.
sibilidades.
Os agrônomos do Instituto Agronômico
secas, não produz sati.sfatòriamentc.
Citemos ainda o licurizeiro, outra pal-
mente séco, 40 arrôbas de algodão por lieetare, mais ou menos a média no
O algodociro mocó é perene. 1'lantações com dez anos de vicia ainda pro duzem muito bom.
O sisal está invadindo rápidamente os
planaltos semi-áridos da Borborema, na
m
Paraíba. Produz, com muito pouca chu
va, muito bem, e fibra do primeira Terras outrora muito desvalo
rizadas, recebendo 450 a 700 milímetros de chuva, estão fornecendo safras mag níficas, muito lucrativas. Pode-se cal cular, sem otimismo, que um hectare de sisal, nos planaltos semi-áridos, pe los preços atuais, dá cerca de Cr$ 3.000,00 de lucros anuais.
Daí o ex
traordinário impulso que as plantações estão tomando. Em 1939.. iniciava-se a
cultura do sisal na Paraíba. Em 1945,
Há várias outras plantas .xerófitas de
valor econômico, não aproveitadas ou aproveitadas em escala mínima.
Quando diretor do Serviço Florestal
do Ministério da Agricultura, consegui trazer da orla meridional do Saara'^ a
Acacia Senegal, produtora de goma ará
bica, introduzindo-a no nossso país. Po de produzir bem . nas nossas zonas mais sêcas, pois vem de clima muito mais sêco que o das nossas zonas mais esturncadas.
i I
Estado de São Paulo.
ordem.
No Nordeste Oriental é nulo,
50.000 dentro de um lustro.
secos.
Levado para zonas menos
nal des.sa palmeira ainda é muito pe queno.
embora ela encerre (extraordinárias pos
que dá maiores lucros nos anos mais
fibra do Brasil e uma das melhores do mundo. O seu "habitai" é quente c semi-árido.
A safr i déste
mcira xerófita, grande produtora de
coquilhos oleaginosos e dc cera. A pro dução de coquillios oleaginosos (óleo comestível) ultrapassa uma tonelada por hectare-ano. O aproxeitamento racio
ano deve ultrapassar as 30.000 tonela das. Calcula-se que se aproximará das A carnaubeira c palmeira xerófita,
O algodoeíro mocó produz a melhor
Matas, Pereiro etc. Há também aí ca-
Acrescente-se, entre outras zonas, o
a 25.867. valendo 108 milhões de cru-
zciro.s, ein 1948. Deste total, saíram das dos outros Estados 843.
quadrado, tendo possibilidades para
rá e Rio Grande do Norte — Ibiapaba, Araripe, Meruoca, Balurité, Marangua-
a produção brasileira ele\ava-se a 2.569 tonelatla.s; atingia a 9.625 cm 1947, e
Culturas xerófitas
tas xerófitas, isto é. de plantas que crescem bem e produzem bem com
temperado as serras e planaltos do Cea
83
terras paraibanas 25.024 toneladas, e
100 e 150 habitantes por quilômetro
drão de vida. São úmidos ou sub-úmidos e de clima
OiGESTo Econômico
> . .
«V..
ÜIGESTÜ
ECONÓ&noO
■ ..T •■ ■ C
•y r •
Caminhemos com calma através os
A política do manganês
estudos dos doutos e dos que se detive ram cuidadosamente sôbre a matéria,
em face das in\'estigaçôes até agora
OtTO PUAZEnES
feitas.
pASSADos qyatro séculos e raeío da
corou bem perto
data em que foi escrita, a carta de Pero Vaz Caminha ainda exerce uma
teria descrito todo o lençol do pre
minas da Baliia,
cioso líquido, avaliado a extensão e a profundidade, tudo servido pela sonda brasheira. Veto, como se soube depois, da sua imaginação ou pCiO seu cálculo. nem sequer foi à terra para desta ter Pendo para o cálculo, porque Pero yma ligeira impressão e descrever na sua Vaz Caminha, pintando o quadro com
influída de valia na mentalidade geral célebre missiva, que, num quadro que
se encontra na Câmara dos Deputados
Federais, está classificada como "pri meiro capítulo da história pátria",.. Pero soube, pelos que se aproximaram
m selvagens, armados de arco e flecha e
a terra, em bote, que ali foram vistos
em atitude pouco tranquilizadora; mes mo depois que o segundo bote desem
barcou alguns homens e êstes apuraram
a atitude não agressiva dos "índios", mnda assim Pero não se convenceu e
ficou cautelosamente na nave cm que
côres tão vivas e tão alegres, outro in tuito não teve senão o de causar essa
mesma alegria ao Hei, motivar uma eu foria real, que o levasse ã bondade e perdoasse ao genro do autor da carta»^ o qual eslava na África, degredado, por motivo de uma habilidade punida pelo
código penal com cadeia. Não sei, ao certo, sc o desígnio da missiva teve o resultado que a motivara
ou, pelo menos, causara o tom do es crito. O fato, porém, 6 que até hoje
está influindo na mentalidade geral bra\riajava, sanentando que a sua missão era .sileíra, inspirando um otimismo doentio, outra e que, "se fôsse comido pelos ca que lança um denso nevoeiro sôbre a nibais" - quem escreveria a narração verdadeira fisionomia das cousas. dos fatos para o Rei? É o que se dá com o manganês bra Realmente, não seria fácil encontrar sileiro no momento que decorre. a bordo outro indivíduo com a sua
competência e talento para fazer uma descnçao do que não vira com tantas impressões, que parecem bem sentidas e bem meditadas.
Cantou, então, um hino à terra. Co
locou nas linhas escritas tudo aquilo que era sonhado e que encorajara a expedi
Leio em jornais do Rio de Janeiro
notas e comentários sôbre a riqueza es
tupenda que possuímos em manganês, o mineral metálico imprescindível para fabricação do aço, c a afirmativa de que devemos tudo fazer para que a no.sa
exportação dêsse minério, às portas do
pôrto do Rio de Janeiro, possa ser efeção, agrupando ambiciosos de tôdas as 'tuada "cada ano, em quantidade que espécies. Disse que a terra era magní não deve ser inferior a meio bilhão de fica, um verdadeiro paraíso, onde tudo" ^'toneladas". E assim é afirmado erri bretava, belo 6'útil, sem necessidade do
seções econômicas e comerciais da im
trabalho do homem. Se, na época, co nhecido fôsse o petróleo, êle, que an
prensa da Capital da Repi';biica!... Onde ou qual a verdade?
O motivo presente dos comentários
85
275.552 toneladas
1944 1945 1940
146.983 244.469 149.149
" " "
4947 1948
142.092 " 141.253 ^ "
acima referidos foram trabalhos de e.s-
da situação pouco amistosa entre os
Como se vê, o úlümo ano abrangido pela estatística acima acusa uma e.xpor-
Estados Unidos e a Rússia. Esta vendia
tação menor do que em 1939.
àqueles grande parte do minério e fe chou a exportação, não só para eWtar
torme os conseJios referidos?
pecialistas norte-americanos, esn face
a fabricação de aço ao inimigo, como
para satisfazer às .necessidades mais crescentes do grande surto industrial russo em aparelhagens que são comu-
mentc chamados de^ produtos
Devemos animar a e.xportaçâo cono Govêmo de Minas Gerais, entran-
do em caminho certo e seguro para er
guer a situação económico-tinanceira do
Estado, traçou um plano, cuja realiza
ção começou e a que deu a
denominação de "recuperação
da "indústria pesada". Aconselham os citados espe-
econômica",
Esse plano não poderia dei-
cialistus queintensidade, procurados os sejarn. mi-
com maior —
nérios brasileiros, e dai a alede nacionais nossos, a ^"har com exportação "mínima, anual, !iT nuinlientas mil toneladas..." pelo
pôrto do Rio de Janeiro. Em 1939, isto é, no ano em que co
meçou o último e grande conflito mun dial a nossa exportação de manganês
atingiu 189.003 toneladas.
^i>r de atender à riqueza do Estado em minerais, sua prin cipal riqueza, e apurou que
asorreservas restantes do miníio de X nao vao além de oito milhões de toneladas, total que o especialista Glyccn de Paiva, um dos maiores estudiosa e
Sra ae ? exagerado, seis mirnões d" mudadas"
Em 1940 e 1941 o movimento foi o seguinte:
1940
222.713 toneladas
1941
437.402
si-
"
Foi, talvez, essa cifra de 1941, unida 00 sentimento da mentalidade criada
por Pero Vaz Caminha, que inspirou
os conselhos publicados de que devemos tudo fazer para ex-^rtar meio bilhão de toneladas por ano. Mas a exporta ção baixou, em 1942, para 306.241, e
quinhentas mtl toneladas por ano, tere mos o esgotamento das minas de man ganês em 1986. Se o sr. Glyccn l aiva tiver razão, êsse esgotamento se dará em 1962.
^°"^^cendo essas cifras, & fissão
continuou descendo, de acôrdo com os
Abbinck ficou espantada com a nossa política econômica de verdadeiros loucos,
seguintes algarismos:
porquanto fizemos hercúleos esforços
ÜIGESTÜ
ECONÓ&noO
■ ..T •■ ■ C
•y r •
Caminhemos com calma através os
A política do manganês
estudos dos doutos e dos que se detive ram cuidadosamente sôbre a matéria,
em face das in\'estigaçôes até agora
OtTO PUAZEnES
feitas.
pASSADos qyatro séculos e raeío da
corou bem perto
data em que foi escrita, a carta de Pero Vaz Caminha ainda exerce uma
teria descrito todo o lençol do pre
minas da Baliia,
cioso líquido, avaliado a extensão e a profundidade, tudo servido pela sonda brasheira. Veto, como se soube depois, da sua imaginação ou pCiO seu cálculo. nem sequer foi à terra para desta ter Pendo para o cálculo, porque Pero yma ligeira impressão e descrever na sua Vaz Caminha, pintando o quadro com
influída de valia na mentalidade geral célebre missiva, que, num quadro que
se encontra na Câmara dos Deputados
Federais, está classificada como "pri meiro capítulo da história pátria",.. Pero soube, pelos que se aproximaram
m selvagens, armados de arco e flecha e
a terra, em bote, que ali foram vistos
em atitude pouco tranquilizadora; mes mo depois que o segundo bote desem
barcou alguns homens e êstes apuraram
a atitude não agressiva dos "índios", mnda assim Pero não se convenceu e
ficou cautelosamente na nave cm que
côres tão vivas e tão alegres, outro in tuito não teve senão o de causar essa
mesma alegria ao Hei, motivar uma eu foria real, que o levasse ã bondade e perdoasse ao genro do autor da carta»^ o qual eslava na África, degredado, por motivo de uma habilidade punida pelo
código penal com cadeia. Não sei, ao certo, sc o desígnio da missiva teve o resultado que a motivara
ou, pelo menos, causara o tom do es crito. O fato, porém, 6 que até hoje
está influindo na mentalidade geral bra\riajava, sanentando que a sua missão era .sileíra, inspirando um otimismo doentio, outra e que, "se fôsse comido pelos ca que lança um denso nevoeiro sôbre a nibais" - quem escreveria a narração verdadeira fisionomia das cousas. dos fatos para o Rei? É o que se dá com o manganês bra Realmente, não seria fácil encontrar sileiro no momento que decorre. a bordo outro indivíduo com a sua
competência e talento para fazer uma descnçao do que não vira com tantas impressões, que parecem bem sentidas e bem meditadas.
Cantou, então, um hino à terra. Co
locou nas linhas escritas tudo aquilo que era sonhado e que encorajara a expedi
Leio em jornais do Rio de Janeiro
notas e comentários sôbre a riqueza es
tupenda que possuímos em manganês, o mineral metálico imprescindível para fabricação do aço, c a afirmativa de que devemos tudo fazer para que a no.sa
exportação dêsse minério, às portas do
pôrto do Rio de Janeiro, possa ser efeção, agrupando ambiciosos de tôdas as 'tuada "cada ano, em quantidade que espécies. Disse que a terra era magní não deve ser inferior a meio bilhão de fica, um verdadeiro paraíso, onde tudo" ^'toneladas". E assim é afirmado erri bretava, belo 6'útil, sem necessidade do
seções econômicas e comerciais da im
trabalho do homem. Se, na época, co nhecido fôsse o petróleo, êle, que an
prensa da Capital da Repi';biica!... Onde ou qual a verdade?
O motivo presente dos comentários
85
275.552 toneladas
1944 1945 1940
146.983 244.469 149.149
" " "
4947 1948
142.092 " 141.253 ^ "
acima referidos foram trabalhos de e.s-
da situação pouco amistosa entre os
Como se vê, o úlümo ano abrangido pela estatística acima acusa uma e.xpor-
Estados Unidos e a Rússia. Esta vendia
tação menor do que em 1939.
àqueles grande parte do minério e fe chou a exportação, não só para eWtar
torme os conseJios referidos?
pecialistas norte-americanos, esn face
a fabricação de aço ao inimigo, como
para satisfazer às .necessidades mais crescentes do grande surto industrial russo em aparelhagens que são comu-
mentc chamados de^ produtos
Devemos animar a e.xportaçâo cono Govêmo de Minas Gerais, entran-
do em caminho certo e seguro para er
guer a situação económico-tinanceira do
Estado, traçou um plano, cuja realiza
ção começou e a que deu a
denominação de "recuperação
da "indústria pesada". Aconselham os citados espe-
econômica",
Esse plano não poderia dei-
cialistus queintensidade, procurados os sejarn. mi-
com maior —
nérios brasileiros, e dai a alede nacionais nossos, a ^"har com exportação "mínima, anual, !iT nuinlientas mil toneladas..." pelo
pôrto do Rio de Janeiro. Em 1939, isto é, no ano em que co
meçou o último e grande conflito mun dial a nossa exportação de manganês
atingiu 189.003 toneladas.
^i>r de atender à riqueza do Estado em minerais, sua prin cipal riqueza, e apurou que
asorreservas restantes do miníio de X nao vao além de oito milhões de toneladas, total que o especialista Glyccn de Paiva, um dos maiores estudiosa e
Sra ae ? exagerado, seis mirnões d" mudadas"
Em 1940 e 1941 o movimento foi o seguinte:
1940
222.713 toneladas
1941
437.402
si-
"
Foi, talvez, essa cifra de 1941, unida 00 sentimento da mentalidade criada
por Pero Vaz Caminha, que inspirou
os conselhos publicados de que devemos tudo fazer para ex-^rtar meio bilhão de toneladas por ano. Mas a exporta ção baixou, em 1942, para 306.241, e
quinhentas mtl toneladas por ano, tere mos o esgotamento das minas de man ganês em 1986. Se o sr. Glyccn l aiva tiver razão, êsse esgotamento se dará em 1962.
^°"^^cendo essas cifras, & fissão
continuou descendo, de acôrdo com os
Abbinck ficou espantada com a nossa política econômica de verdadeiros loucos,
seguintes algarismos:
porquanto fizemos hercúleos esforços
DiGKsro
It.í-:(>N*t»Mu;o
Dkesto EcoNóxnco
para moDtar uma grande usina siderúr
gica e queremos exportar todo o miné rio que existe nas proximidades da usi na, que se verá entre as pontas de um
dilema: ou terá que apagar os seus fomos, tomando-se mais um formidá
vel maiôgro da grande indústria brasi
leira, ou importar manganês de minas longínquas, o que, certamente, influirá decisivamente no custo da fabricação, e assim teremos que desistir da nossa ve
leidade de colocação de nossos produtos
cional que nntiiralizou Dcns, uu que foi além, porque o clá como nalo —
^ Govêrno da República, que baixou
quando afirma: "Deus e brasiiciro".. •
um decreto dcclar.mdo as minas rr,srnvi
mineralogísta'' st? inostravam
receosos
Ihoj; da Missão .Abbinek, um caboclo do
Amapá, ccan o sugesliví) nome cio Níúrio Cruz, encoiitr<}u unia "pedra esquisita
teor. Averiguaçõf^ posteriores apuraram
como decisiva na fabricação de aço) j exportamos quase onze milhões de
toneladas dêsse minério, quantidade que daria para exaurir todos os depó sitos baianos conhecidos, de alto teor, nas terras de Jacobina e Santo Antô
nio, e a melhor parte da existência de Minas Gerais.
Devemos, à vista dessa situação, tão
claramente desenhada, proibir a expor
tação para os Estados Unidos, e isto num momento em que, em virtude dos
a^ntecimentos da Coréia, anunciamos oficialmente que teremos de prestar todo
volume esgotável em pouco tempo, de vendo scT impc-dida a exportação, mcllior seria negociar desde logo com o
serem dais os grandes depósitos já visi
estrangeiro o manganês do Amapá. Hiivoria nisso grande vantagem para o
tados c uin cálculo preliiniiiar declara a existência dc uma cjiiantidadc míni
pais iinporiador. pois (pie o caminho do mineral para chegada a portos norteamericanos, partindo do Amapá, é me
ma de quarenta niilbões dc toneladas, isto é, cinco vêzcs a quantidade restan te em Minas Gerais, segundo algumas
nor cm clvias mil milhas tnarílimas. mais
avaliações, ou qiiaso sete vezes nos al garismos encontrados pelo sr. Glycim de Paiva, sempre cauteloso. Dirão os que conlieccm o assunl"
mi menos, do que partidas do pôrlo do Rio de Janeiro. Autorizou, então, o Govêrno Federal, ^"Pois de ouvido o Conselho dc Minas
que, há muito tempo, são conhecidas
e Metalurgia, o contrato para explora
ção das minas do Tcnilório. Os inte ressados fizeram custosos estudos próprios, para melhor fir mar os compromissos
depósitos de manganês cm Mato GrossoÉ verdade, porém êsses depósitos na®
apresentam as vantagens permanent^'^ dos depósitos do Amapá e nem aten dem ao momento presente, rclativanieO' te aos compromissos que assumimos
papel de líder, e líder ativo, nas N®'
Unidos, segundo os compromissos assu
ções Unidas, como vamos ver. tencia 'de ótimo manganês cm
tcrri'
mercado nacional dc dinheiro.
Essa dificuldade não existe. ])orcm,
nos Estudos Unidos, c o órgão próprio
para intervir na matéria dc tanta monta seria o Banco Internacional de Recons trução c Fomento. Êsse eslabelcdmenlo,
porém, quase que sòmente transaciona com as nações c, dêsse modo, exigiu o a\-al ou garantia do Govèmo dc Brasil c este já pediu a devida autorização ao Congresso Nacional, em mensagem que . constou do expediente de uma das sess<5cs da Câmara dos Deputados. Realizado o empréstimo, apoiado ofi
cialmente pelo Govêrno Brasileiro, onde a garantia de compra e uso do manganês do Amapá, isto é, de ne
gócios suficientes para poder haver tranqüili
foi
concluído
dade na obtenção de dinheiro para os com
aproveitamento das mi nas existentes nas mar
promissos assumidos no
gens do rio Amapari,
Essa garantia de con sumo do manganês do Amapá, resultante da exportação em preparo,
tório amapacnse era um fato cientif'' camente verificado, e que as minas, p"^®
melhor estudadas.
teor e volume do minério, poderiam
nério c superior a 50%, o que o classifica como
lado nunca nos faltou a Bondade Di
com grande vantagem, comercialmenl® exploradas, o Govêrno do Território d®^
vina, o que bem justifica o ditado na
parte ou fêz a comunicação oficial
O teor médio do mi
à
Para que tudo islo ficasse à altura do emprecndiniento, calculada foi uma despesa, de início, dc vinte milhões de dólares, quantia difícil dc ser obtida no
acordo
ploração começar polo
Logo que provado ficou que a cNÍ=''
c vinte quilômetros.
de^ ambos lados, e um em princípios de junho findo, devendo a ex
os Estados Unidos, em virtude do se®
auxilio economico possível aos Estados midos nas Nações Unidas c na ausência de compromisso de remessa de forças? Antes de dar resposta a essa inter rogação, devemos salientar que, se Pero Vaz Caminha foi um grande... exage rado na sua célebre missiva, por outro
Mas, desde Ingo, salientado foi (pi;', a vista dos cálculos sobre as jazidas mais próximas da grande usina sidenugica, cálculos <pie dão a essas ja/.idus um
que foram escritos ou ouvidos os consc-
Segundo o especialista já citado, Glycon de Paiva, no presente século (a ca, muito embora a importância desse metal haja sido assinalada desde 1860
da sujeito a modificações, cm duzentos
rávcis, e cpiase no mesmo instante ein
que se verificou ser manganês de ali"
Ias, mas que bastem para o lucro co mercial. exige um pôrto com capacida de para embarcações de regular tonelagem c uma estrada dc ferro que traga o mineral da mina ao pôrto. O traça do, já estudado, calcula o percurso, ain
quanto ao próximo esgotamento cias mi nas cie manganês comerc-ialnienle explu-
em mercados estrangeiros.
início depois de proclamada a Repúbli
mcionol.
Quase na mesma ot asião em cjue os
87:
excelente. A exporta ção, para que atinja mesmo a cifras modes-
empréstimo?
foi dada pela Betlileem Steel Company, uma das maiores organizainr»
â
DiGKsro
It.í-:(>N*t»Mu;o
Dkesto EcoNóxnco
para moDtar uma grande usina siderúr
gica e queremos exportar todo o miné rio que existe nas proximidades da usi na, que se verá entre as pontas de um
dilema: ou terá que apagar os seus fomos, tomando-se mais um formidá
vel maiôgro da grande indústria brasi
leira, ou importar manganês de minas longínquas, o que, certamente, influirá decisivamente no custo da fabricação, e assim teremos que desistir da nossa ve
leidade de colocação de nossos produtos
cional que nntiiralizou Dcns, uu que foi além, porque o clá como nalo —
^ Govêrno da República, que baixou
quando afirma: "Deus e brasiiciro".. •
um decreto dcclar.mdo as minas rr,srnvi
mineralogísta'' st? inostravam
receosos
Ihoj; da Missão .Abbinek, um caboclo do
Amapá, ccan o sugesliví) nome cio Níúrio Cruz, encoiitr<}u unia "pedra esquisita
teor. Averiguaçõf^ posteriores apuraram
como decisiva na fabricação de aço) j exportamos quase onze milhões de
toneladas dêsse minério, quantidade que daria para exaurir todos os depó sitos baianos conhecidos, de alto teor, nas terras de Jacobina e Santo Antô
nio, e a melhor parte da existência de Minas Gerais.
Devemos, à vista dessa situação, tão
claramente desenhada, proibir a expor
tação para os Estados Unidos, e isto num momento em que, em virtude dos
a^ntecimentos da Coréia, anunciamos oficialmente que teremos de prestar todo
volume esgotável em pouco tempo, de vendo scT impc-dida a exportação, mcllior seria negociar desde logo com o
serem dais os grandes depósitos já visi
estrangeiro o manganês do Amapá. Hiivoria nisso grande vantagem para o
tados c uin cálculo preliiniiiar declara a existência dc uma cjiiantidadc míni
pais iinporiador. pois (pie o caminho do mineral para chegada a portos norteamericanos, partindo do Amapá, é me
ma de quarenta niilbões dc toneladas, isto é, cinco vêzcs a quantidade restan te em Minas Gerais, segundo algumas
nor cm clvias mil milhas tnarílimas. mais
avaliações, ou qiiaso sete vezes nos al garismos encontrados pelo sr. Glycim de Paiva, sempre cauteloso. Dirão os que conlieccm o assunl"
mi menos, do que partidas do pôrlo do Rio de Janeiro. Autorizou, então, o Govêrno Federal, ^"Pois de ouvido o Conselho dc Minas
que, há muito tempo, são conhecidas
e Metalurgia, o contrato para explora
ção das minas do Tcnilório. Os inte ressados fizeram custosos estudos próprios, para melhor fir mar os compromissos
depósitos de manganês cm Mato GrossoÉ verdade, porém êsses depósitos na®
apresentam as vantagens permanent^'^ dos depósitos do Amapá e nem aten dem ao momento presente, rclativanieO' te aos compromissos que assumimos
papel de líder, e líder ativo, nas N®'
Unidos, segundo os compromissos assu
ções Unidas, como vamos ver. tencia 'de ótimo manganês cm
tcrri'
mercado nacional dc dinheiro.
Essa dificuldade não existe. ])orcm,
nos Estudos Unidos, c o órgão próprio
para intervir na matéria dc tanta monta seria o Banco Internacional de Recons trução c Fomento. Êsse eslabelcdmenlo,
porém, quase que sòmente transaciona com as nações c, dêsse modo, exigiu o a\-al ou garantia do Govèmo dc Brasil c este já pediu a devida autorização ao Congresso Nacional, em mensagem que . constou do expediente de uma das sess<5cs da Câmara dos Deputados. Realizado o empréstimo, apoiado ofi
cialmente pelo Govêrno Brasileiro, onde a garantia de compra e uso do manganês do Amapá, isto é, de ne
gócios suficientes para poder haver tranqüili
foi
concluído
dade na obtenção de dinheiro para os com
aproveitamento das mi nas existentes nas mar
promissos assumidos no
gens do rio Amapari,
Essa garantia de con sumo do manganês do Amapá, resultante da exportação em preparo,
tório amapacnse era um fato cientif'' camente verificado, e que as minas, p"^®
melhor estudadas.
teor e volume do minério, poderiam
nério c superior a 50%, o que o classifica como
lado nunca nos faltou a Bondade Di
com grande vantagem, comercialmenl® exploradas, o Govêrno do Território d®^
vina, o que bem justifica o ditado na
parte ou fêz a comunicação oficial
O teor médio do mi
à
Para que tudo islo ficasse à altura do emprecndiniento, calculada foi uma despesa, de início, dc vinte milhões de dólares, quantia difícil dc ser obtida no
acordo
ploração começar polo
Logo que provado ficou que a cNÍ=''
c vinte quilômetros.
de^ ambos lados, e um em princípios de junho findo, devendo a ex
os Estados Unidos, em virtude do se®
auxilio economico possível aos Estados midos nas Nações Unidas c na ausência de compromisso de remessa de forças? Antes de dar resposta a essa inter rogação, devemos salientar que, se Pero Vaz Caminha foi um grande... exage rado na sua célebre missiva, por outro
Mas, desde Ingo, salientado foi (pi;', a vista dos cálculos sobre as jazidas mais próximas da grande usina sidenugica, cálculos <pie dão a essas ja/.idus um
que foram escritos ou ouvidos os consc-
Segundo o especialista já citado, Glycon de Paiva, no presente século (a ca, muito embora a importância desse metal haja sido assinalada desde 1860
da sujeito a modificações, cm duzentos
rávcis, e cpiase no mesmo instante ein
que se verificou ser manganês de ali"
Ias, mas que bastem para o lucro co mercial. exige um pôrto com capacida de para embarcações de regular tonelagem c uma estrada dc ferro que traga o mineral da mina ao pôrto. O traça do, já estudado, calcula o percurso, ain
quanto ao próximo esgotamento cias mi nas cie manganês comerc-ialnienle explu-
em mercados estrangeiros.
início depois de proclamada a Repúbli
mcionol.
Quase na mesma ot asião em cjue os
87:
excelente. A exporta ção, para que atinja mesmo a cifras modes-
empréstimo?
foi dada pela Betlileem Steel Company, uma das maiores organizainr»
â
■riKjy
Dicesto Eoonòmioo
88
prometea-se ela a comprar maDgaoèa pelo menos em quantidade que baste para assegurar todos os serviços, amor
ésgotadas as Jazidas brasileiras?
tizações e juros do empréstimo. Com prará aos preços do mercado. Parte da produção, se assim o entender a em-
de trinta e cinco mil toneladas por anO»
prêsa nacional, poderá procurar outros mercados estrangeiros ou outros compra dores norte-americanos.
manganês no sul do País não \'ai aléni
Perguntarão ainda; a usina de Volta Redonda ficará neste modesto consiuriO ou pedirá mais, muito mais, de acôrdo
É evidente que os acontecimentos
com a sua capacidade de produção e n®
justa ânsia do conquistar mercados? A pergunta procede, mas a resposta
amigável — se êste adietivo pode ser
não ó difícil.
empregado hoje em relação à política Internacional, que traça um sulco pro fundo entre dois grupos de nacionalida
Se a usina siden'irgica nacional tiver necessidade, no seu desenvolvimento, o«»i
des — não trará a calma aos espíritos e estará em uso permanente o ditado, tão
ouvido e lido no nosso país, de que o pre^ da liberdade é a constante vigi lância. O aço é um dos elementos probantes dessa vigilância...
melhor, para aumento da produção que é capaz, de maior quantidade manganês, estudará as vantagens de iíW' portar, por mar, manganês da Bahia oo trazer por terra o manganês de Mato Grosso.
As jazidas da Bahia são, no presente
Não será demais encarecer que a ex portação do manganês do Amapá — que
momento, segundo os cálculos dos com* petentes, superiores ao que resta cfO
se projeta tomar apto a uma exportação
Minas Gerais. Glycon de Paiva atribui* lhes um volume quase duplo em relação
anual de meio bilhão de toneladas —
deixará vantagens não pequenas aos wfrw federais, imediatas, sob a forma
ao volume restante mineiro.
o manganês da Bahia, quer ® de impostos nas suas variadas figuras, deQuer Mato Grosso, oferecerão vantagens sendo as principais o tributo de expor decisivas nos transportes, em compara tação e o tributo sôbre as rendas. Se
a exportação fôr da quantidade citada, a soma dos impostos é calculada em ca
CONSTANTINO C. FpacA
É exato; mas, p consumo interno
da Coréia, mesmo resolvidos a conten-
• to ou mesmo tendo fim por assim dizer
-genero de primeira necessidade
Não se afirma que, exportadas qoi" nhentas ml! toneladas por ano, estarão
ção com o manganês do Amapá, extrflí' do das margens do rio Amapari.
B
ASTANTE estranha
6 a
atitude dos
brasileiros em relação ao café.
En
quanto certos povos não perdem oportu nidade de exaltar as virtudes dos produtos-símbolos das suas pátrias, o bra sileiro age de maneira inteiramente di versa, senão mesmo oposta. Assim é
que vemos dum lado o francês, procla mando as excelências do vinho c princi
palmente dos vinhos da França; o suíço, difundindo por tôda pártc a qualidade dos seus renomados queijos; o inglês não admitindo discussões sôbre "whis-
kies" — enfim, quase todos os povos orocurando propagar, e de certo modo I oor seus hábitos e seus produtos aos povos. Doutro lado vemos o em qualquer lugar e com
uem em
recluz o apetite, constitui vício perni cioso, "nÃo presta para crianças", é em resumo um veneno, cujo único valor reside no fato de ser nossa maior fonte de divisas. Não raro encontram-se ain da entre nós os acérrimos defensores da tese de que o País deve orientar sua
economia para a produção de gêneros
traçada, e, ao que parece, bem traçado» embora, como tôda política económicO'
não fara falta ao mercado nacional em
esteja, no momento mundial, a exigir oS
de primeira necessidade, relegando a segundo piano as "sobremesas".
xima?
do prumo, para a perfeita navegação.• •
Entretanto, pode-se afirmar sem re ceio que a grande maioria dessas pes soas jamais cogitou de perguntar a si mesmas o que vem a ser uma bebida
que produza vícios, ou qual o con ~iON »»
ceito exato de gênero alimentício de pri meira necessidade.
lÉJL
quer é víciadora, i:to é, provoca vícios,
quando e freqüentemente solicitada pelo organismo. Uma droga viciadora é t'óMca quando, além de provocar essa so
licitação imperiosa do organismo, nêlo
provoca distúrbios graves, prejukican! O-O em vários sentidos.
Assim, uma
bebida pode conter princípios que isc
ados, São tó.xicos. sem eníretal aprl
xC
das bebidas tó-
reza do té
destacam a natu-
esteja, não trepidando
A política do manganês está, poís«
maiores cuidados ou o constante lanço^
Sem nos atermos às definições de di.
cionáríos, diremos que uma droga qual
afirmar que o café "tira o sono".
torze milhões de cruzeiros por ano. A exportação do manganês do Amapá época próxima, ou relativamente pró
Vejamos inicialmente a primeira ques-
qua:rdro:x»
-'atVT™ 'd É neste u.timo sentido
^
™ ^>^^=>550.
se coneeitua uL "' ei^"^ maioria se enrn,.h centes
F éV. ■
clfl ne.
á'\<i ■ das 1hipóteses,
'
'
^
grande entorpe-
que Situar O
na melhor grande seria, exagêro. Com proprie ade, q que se deve dizer é que
tal ou qual pessoa é habituada ao café, da mesma maneira que nos referimos ao hábito de tomar chá, leite ou guaraná. Ademais, tanto quanto até hoje se saiba, o principio ativo básico do café, aquêle
■riKjy
Dicesto Eoonòmioo
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prometea-se ela a comprar maDgaoèa pelo menos em quantidade que baste para assegurar todos os serviços, amor
ésgotadas as Jazidas brasileiras?
tizações e juros do empréstimo. Com prará aos preços do mercado. Parte da produção, se assim o entender a em-
de trinta e cinco mil toneladas por anO»
prêsa nacional, poderá procurar outros mercados estrangeiros ou outros compra dores norte-americanos.
manganês no sul do País não \'ai aléni
Perguntarão ainda; a usina de Volta Redonda ficará neste modesto consiuriO ou pedirá mais, muito mais, de acôrdo
É evidente que os acontecimentos
com a sua capacidade de produção e n®
justa ânsia do conquistar mercados? A pergunta procede, mas a resposta
amigável — se êste adietivo pode ser
não ó difícil.
empregado hoje em relação à política Internacional, que traça um sulco pro fundo entre dois grupos de nacionalida
Se a usina siden'irgica nacional tiver necessidade, no seu desenvolvimento, o«»i
des — não trará a calma aos espíritos e estará em uso permanente o ditado, tão
ouvido e lido no nosso país, de que o pre^ da liberdade é a constante vigi lância. O aço é um dos elementos probantes dessa vigilância...
melhor, para aumento da produção que é capaz, de maior quantidade manganês, estudará as vantagens de iíW' portar, por mar, manganês da Bahia oo trazer por terra o manganês de Mato Grosso.
As jazidas da Bahia são, no presente
Não será demais encarecer que a ex portação do manganês do Amapá — que
momento, segundo os cálculos dos com* petentes, superiores ao que resta cfO
se projeta tomar apto a uma exportação
Minas Gerais. Glycon de Paiva atribui* lhes um volume quase duplo em relação
anual de meio bilhão de toneladas —
deixará vantagens não pequenas aos wfrw federais, imediatas, sob a forma
ao volume restante mineiro.
o manganês da Bahia, quer ® de impostos nas suas variadas figuras, deQuer Mato Grosso, oferecerão vantagens sendo as principais o tributo de expor decisivas nos transportes, em compara tação e o tributo sôbre as rendas. Se
a exportação fôr da quantidade citada, a soma dos impostos é calculada em ca
CONSTANTINO C. FpacA
É exato; mas, p consumo interno
da Coréia, mesmo resolvidos a conten-
• to ou mesmo tendo fim por assim dizer
-genero de primeira necessidade
Não se afirma que, exportadas qoi" nhentas ml! toneladas por ano, estarão
ção com o manganês do Amapá, extrflí' do das margens do rio Amapari.
B
ASTANTE estranha
6 a
atitude dos
brasileiros em relação ao café.
En
quanto certos povos não perdem oportu nidade de exaltar as virtudes dos produtos-símbolos das suas pátrias, o bra sileiro age de maneira inteiramente di versa, senão mesmo oposta. Assim é
que vemos dum lado o francês, procla mando as excelências do vinho c princi
palmente dos vinhos da França; o suíço, difundindo por tôda pártc a qualidade dos seus renomados queijos; o inglês não admitindo discussões sôbre "whis-
kies" — enfim, quase todos os povos orocurando propagar, e de certo modo I oor seus hábitos e seus produtos aos povos. Doutro lado vemos o em qualquer lugar e com
uem em
recluz o apetite, constitui vício perni cioso, "nÃo presta para crianças", é em resumo um veneno, cujo único valor reside no fato de ser nossa maior fonte de divisas. Não raro encontram-se ain da entre nós os acérrimos defensores da tese de que o País deve orientar sua
economia para a produção de gêneros
traçada, e, ao que parece, bem traçado» embora, como tôda política económicO'
não fara falta ao mercado nacional em
esteja, no momento mundial, a exigir oS
de primeira necessidade, relegando a segundo piano as "sobremesas".
xima?
do prumo, para a perfeita navegação.• •
Entretanto, pode-se afirmar sem re ceio que a grande maioria dessas pes soas jamais cogitou de perguntar a si mesmas o que vem a ser uma bebida
que produza vícios, ou qual o con ~iON »»
ceito exato de gênero alimentício de pri meira necessidade.
lÉJL
quer é víciadora, i:to é, provoca vícios,
quando e freqüentemente solicitada pelo organismo. Uma droga viciadora é t'óMca quando, além de provocar essa so
licitação imperiosa do organismo, nêlo
provoca distúrbios graves, prejukican! O-O em vários sentidos.
Assim, uma
bebida pode conter princípios que isc
ados, São tó.xicos. sem eníretal aprl
xC
das bebidas tó-
reza do té
destacam a natu-
esteja, não trepidando
A política do manganês está, poís«
maiores cuidados ou o constante lanço^
Sem nos atermos às definições de di.
cionáríos, diremos que uma droga qual
afirmar que o café "tira o sono".
torze milhões de cruzeiros por ano. A exportação do manganês do Amapá época próxima, ou relativamente pró
Vejamos inicialmente a primeira ques-
qua:rdro:x»
-'atVT™ 'd É neste u.timo sentido
^
™ ^>^^=>550.
se coneeitua uL "' ei^"^ maioria se enrn,.h centes
F éV. ■
clfl ne.
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^
grande entorpe-
que Situar O
na melhor grande seria, exagêro. Com proprie ade, q que se deve dizer é que
tal ou qual pessoa é habituada ao café, da mesma maneira que nos referimos ao hábito de tomar chá, leite ou guaraná. Ademais, tanto quanto até hoje se saiba, o principio ativo básico do café, aquêle
nír.F«!TO
90
RconíSmíco Dicf-sto
que lhe imprime características de esti mulante, que atua sôbre o sistema ner voso central, ativando-o benèíicamente, o a cafeína, e esta existe, em muitas be-
Órgão
Café
Fruto
ser forçosamente favorável ao cafó, clas
porções que no cnfé. Fàcilmente podcrí-inos \cTÍficar isso,
% <lc cafeína
X lucília dc
rafcína U3
2,2
0,5
(chá da China)
como
estimulante
de
alto
4,8
2
a
2.5
Vejamos, agora, a segunda questão, isto é, aquela referente aos gêneros de primeira necc-ssiclado. Como pre\lramos, não encontramos em nenhum li\ro
ou dicionário especializado (pialquer de finição do gâncTo dc primeira necessi dade. A expressão é \'aga c só justifica
bolismo animal e de xital importância. Sao êlcs o oxigênio e a água. Destes, o primeiro não apre.sonla expressão eco nômica no âmbito dos assuntos de que estamos tratando, c o .segundo, não obs tante sua importíincia econômica, pos
sui a peculiaridade de ser pràticamcnte comerciada "in natura".
Afora esses, o
único (juc se pode equiparar àqueles
dois, inas guardando respeitável distêmcia, c o prosaico sal de cozinha.
Todos
o.s demais são sub.slihu\'cis dc "per si"
(chá da índia)
cia que muitas \'êzcs se lhe empresta
por um ou mais alimentos. Só adqui rem importância xâtal quando tomados
em portaria.s c resoluções baixadas pelos
em conjunto.
Ilex paraguayensis (ou outros ilex, co-
organismos de direção econômica.
tretanto, .se aceitarmos wmo gênero de
A fim de melhor proxarmos esta as sertiva, consideremos os gêneros ali
primeira necessidade todo o alimento in
mentícios no tempo e no espaço.
Thea assamica
Mate
sificando-o valor.
pela tabela abaixo:
Thea sinensis Chá
91
!>idas dc iis<j coiniini. «*u» jnaii>res pro
% DE CAFEÍNA EM ALGUNS DOS MAIS CONHECIDOS PRODUTOS VEGETAIS UTILIZADOS COMO BEBIDA Planta
Econômico
Fôlha
Fôlha
1
0,27
a
2
a
Guaraná
Fruto
3,1
a
5
Cacau
Fruto
a
0,36
Cola (boliviana)
Fruto
0,05 2,3
a
3,6
13
2,3
fato bastante conhecido dé que a ca feína é comercialmente extraída do chá,
sendo o sèu nome derivado do café por ■questões puramente cronológicas. De fato, decorreu certo tempo até se pro var que a "teína" (principio ativo do cha) outra cousa não era senão a ca feína.
Pode-se, é claro, argumentar que a combinação da cafeína com outros com
ponentes do café, principalmente óleos
voláteis e ácidos orgânicos, é que im primiriam o poder tóxico a essa bebida.
No entanto, uma alegação desse tipo teria valor meramente teórico, sem con
sistência alguma, uma vez que, até o presente, não se isolou nenhum princí-
pio capaz de situar o café entre as be bidas tóxicas.
Agora, que certas pessoas se sintoii^ inal com o café, ó uma s erclaclo incon
testável, mas que em nada
mos estar interpretando com certa fidelidade o conceito
v/ulcannente difundido. Outra : jcrpietaçõo o considerar colal os alimentos que co-
iSanamente participam da
L. Ralph Holt Cheney - 1925.
. Confirmando isso, podemos citar o
En
dispensável ao organismo humano, cre
Fonte: — "Coffee" — A monograph of the economic species of the Genus Coffea ■ ■
considerações em virtude da importân
desaboao
e.ssa bebida. Essa intolerância decorre de
estados parlicularíssimos do indivíduo» estados esses identificados em medicinai
sob o nome de idiossincrasias e alergiasDo mesmo modo, há pessoas que toleram o chá, o leite, o arroz, a past^* de dentes etc.
É, portanto, erro grosseiro condenar
uma bebida porque entre as pessoas daS nossas relações há alguém que não a tolera. Temos de julgá-la pelos seus efeitos na massa da população. Se assim o fizermos, nosso x'eredicto terá de
dieta habitantes dc uma dctei-minada região e indispen•Avcis à manutenção do meta bolismo humano. Ainda um outro conceito corrente é aque le que admite como gênero de
primeira necessidade, além dos gêneros
alimentícios,
certos
produtos de consumo "força do", como tecidos de algodão, sapatos etc.
Fa
zendo-o em relação ao tempo, \'ercmos que certos alimentos que hoje apresentam enorme importân
cia econômica e que se en quadram imediatamente no conceito comum do gêneros de primeira necessidade eram, em épocas passadas, inteiramente ignorados ou não tinham valor
algum. Como exemplo temos
a batatinha, de enorme impor tância para a Europa de hoje ü inteiramente desconhecida antes da descoberta da Amé rica. Apesar disso, os euro peus viviam muito bem sem
esse tubérculo.
A beterraba
tratando de alimentos, não ire
CHinstitui outro importante exemplo, pois antes de ter sido descoberto o processo da sua utilização no fabrico do açú
mos cuidar do terceiro, embora
car, .sua importância era ínfi
sua inclusão não prejudique a tese) só existem, a rigor, d(n.s alimentos de primeira necessi dade, imprescindíveis ao meta-
ma, quando comparada com o
Ora, dentro dos dois primei conceitos (por estarmos
ros
destaque que hoje possui. O milho, a soja, a mandioca etc., são outros, entre muitos e.xem-
nír.F«!TO
90
RconíSmíco Dicf-sto
que lhe imprime características de esti mulante, que atua sôbre o sistema ner voso central, ativando-o benèíicamente, o a cafeína, e esta existe, em muitas be-
Órgão
Café
Fruto
ser forçosamente favorável ao cafó, clas
porções que no cnfé. Fàcilmente podcrí-inos \cTÍficar isso,
% <lc cafeína
X lucília dc
rafcína U3
2,2
0,5
(chá da China)
como
estimulante
de
alto
4,8
2
a
2.5
Vejamos, agora, a segunda questão, isto é, aquela referente aos gêneros de primeira necc-ssiclado. Como pre\lramos, não encontramos em nenhum li\ro
ou dicionário especializado (pialquer de finição do gâncTo dc primeira necessi dade. A expressão é \'aga c só justifica
bolismo animal e de xital importância. Sao êlcs o oxigênio e a água. Destes, o primeiro não apre.sonla expressão eco nômica no âmbito dos assuntos de que estamos tratando, c o .segundo, não obs tante sua importíincia econômica, pos
sui a peculiaridade de ser pràticamcnte comerciada "in natura".
Afora esses, o
único (juc se pode equiparar àqueles
dois, inas guardando respeitável distêmcia, c o prosaico sal de cozinha.
Todos
o.s demais são sub.slihu\'cis dc "per si"
(chá da índia)
cia que muitas \'êzcs se lhe empresta
por um ou mais alimentos. Só adqui rem importância xâtal quando tomados
em portaria.s c resoluções baixadas pelos
em conjunto.
Ilex paraguayensis (ou outros ilex, co-
organismos de direção econômica.
tretanto, .se aceitarmos wmo gênero de
A fim de melhor proxarmos esta as sertiva, consideremos os gêneros ali
primeira necessidade todo o alimento in
mentícios no tempo e no espaço.
Thea assamica
Mate
sificando-o valor.
pela tabela abaixo:
Thea sinensis Chá
91
!>idas dc iis<j coiniini. «*u» jnaii>res pro
% DE CAFEÍNA EM ALGUNS DOS MAIS CONHECIDOS PRODUTOS VEGETAIS UTILIZADOS COMO BEBIDA Planta
Econômico
Fôlha
Fôlha
1
0,27
a
2
a
Guaraná
Fruto
3,1
a
5
Cacau
Fruto
a
0,36
Cola (boliviana)
Fruto
0,05 2,3
a
3,6
13
2,3
fato bastante conhecido dé que a ca feína é comercialmente extraída do chá,
sendo o sèu nome derivado do café por ■questões puramente cronológicas. De fato, decorreu certo tempo até se pro var que a "teína" (principio ativo do cha) outra cousa não era senão a ca feína.
Pode-se, é claro, argumentar que a combinação da cafeína com outros com
ponentes do café, principalmente óleos
voláteis e ácidos orgânicos, é que im primiriam o poder tóxico a essa bebida.
No entanto, uma alegação desse tipo teria valor meramente teórico, sem con
sistência alguma, uma vez que, até o presente, não se isolou nenhum princí-
pio capaz de situar o café entre as be bidas tóxicas.
Agora, que certas pessoas se sintoii^ inal com o café, ó uma s erclaclo incon
testável, mas que em nada
mos estar interpretando com certa fidelidade o conceito
v/ulcannente difundido. Outra : jcrpietaçõo o considerar colal os alimentos que co-
iSanamente participam da
L. Ralph Holt Cheney - 1925.
. Confirmando isso, podemos citar o
En
dispensável ao organismo humano, cre
Fonte: — "Coffee" — A monograph of the economic species of the Genus Coffea ■ ■
considerações em virtude da importân
desaboao
e.ssa bebida. Essa intolerância decorre de
estados parlicularíssimos do indivíduo» estados esses identificados em medicinai
sob o nome de idiossincrasias e alergiasDo mesmo modo, há pessoas que toleram o chá, o leite, o arroz, a past^* de dentes etc.
É, portanto, erro grosseiro condenar
uma bebida porque entre as pessoas daS nossas relações há alguém que não a tolera. Temos de julgá-la pelos seus efeitos na massa da população. Se assim o fizermos, nosso x'eredicto terá de
dieta habitantes dc uma dctei-minada região e indispen•Avcis à manutenção do meta bolismo humano. Ainda um outro conceito corrente é aque le que admite como gênero de
primeira necessidade, além dos gêneros
alimentícios,
certos
produtos de consumo "força do", como tecidos de algodão, sapatos etc.
Fa
zendo-o em relação ao tempo, \'ercmos que certos alimentos que hoje apresentam enorme importân
cia econômica e que se en quadram imediatamente no conceito comum do gêneros de primeira necessidade eram, em épocas passadas, inteiramente ignorados ou não tinham valor
algum. Como exemplo temos
a batatinha, de enorme impor tância para a Europa de hoje ü inteiramente desconhecida antes da descoberta da Amé rica. Apesar disso, os euro peus viviam muito bem sem
esse tubérculo.
A beterraba
tratando de alimentos, não ire
CHinstitui outro importante exemplo, pois antes de ter sido descoberto o processo da sua utilização no fabrico do açú
mos cuidar do terceiro, embora
car, .sua importância era ínfi
sua inclusão não prejudique a tese) só existem, a rigor, d(n.s alimentos de primeira necessi dade, imprescindíveis ao meta-
ma, quando comparada com o
Ora, dentro dos dois primei conceitos (por estarmos
ros
destaque que hoje possui. O milho, a soja, a mandioca etc., são outros, entre muitos e.xem-
Dicksto
92
CcoNÓMicn
pios que 5c podem dtar, de alimentos
conceito, Isto é, so considerarmos como
que hoje têm grande importância, mas
ainda êste fato. Com efeito, vemos que
gêneros de primeira necessidade todos aquêles alimentos que fazem habitual mente parle da dieta dos habitantes du ma determinada região, com consumo freqüente e elevado, a (jue se costuma
o trigo é alimento de grande importân cia para os ocidentais, não o sendo para
empregar a expressão "consumo força do", então a coisa muda muito de fi
os povos do Extremo Oriente, onde im
gura. Nesse caso, indubità\e'nienle, os
pera o arroz. O leite, o mais completo
gêneros citados seriam gêneros de pri
que nem sempre a tiveram. A consideração dos alimentos no es
paço evidencia com maior objetividade
DiCKSTO Econômico
93
Vemos que o café, o chá, o mate, fi
guram aí como alimentos, com função bem definida no metabolismo humano.
Nenluuna dessas bebidas 6 imprescindí vel, do.sdc que seja substituída por uma ou mais bebidas.
O mesmo se
passa com o trigo, arroz, milho, feijão etc. Considerados isoladamente, repi tamos, apenas o oxigênio e n água têm
número que os últimos o, por conse guinte, de mais difícil substituição.
Então, se por gênero de primeira ne cessidade entendemos todos os alimen
tos habitualmente consumidos por certas populações em volume substancial, fôrça
ó convir que o café tem que ser aí in cluído. Neste caso, o que classifica um
alimento na categoria de gênero de pri
de todos os alimentos, que valor tem
meira necessidade, assim como o seriam
para os índios e habitantes de certas
no Brasil o arroz, o feijão, a carne sêca,
regiões do Brasil que não o consomem?
importância vital, sfio insubstituíveis. De qualquer modo, o homem tem necessi dade dum alimento estimulante, qual quer que seja êle. do mesmo modo que
a farinha de mandioca etc.
A soja, de há muito constituindo alimen to de suma importância para os chine ses, só agora vai sendo introduzida no
necessita consumir os alimentos mistos.
mo podemos constatar pela seguinte
ríamos dc incluir tambê-in o café e o
Note-se que as bebidas são em menor
tabela;
Ocidente. Vemos, assim, que nenhum
nulo não lhes tira o caráter de alimen
dêsses alimentos apresenta o caráter de gênero essencial, insubstituível. Ê certo
que a ausência de um dêles poderá exi gir o consumo de muitos para que haja perfeita compensação, mas a substitui ção é sempre possível. Toma-se assim óbvio que nem o trigo, nem o leite, o ôvo, a came ou qualquer dos mais co nhecidos alimentos, é imprescindível, in
substituível, é, enfim, genêro de pri meira necessidade.
Se, entretanto, admitirmos o terceiro
' FlásHooa - água e sais Energéticos - oxigênio
Aqui, te
mate, pois o fato dc essa.s e outras be bidas po.ssuírem valor nutritivo quase tos.
faz uso. Aliás, o arroz e a farinha de mandioca têm valor nutritivo muitíssi
Área plantadoy em J.,000 ha. Café Chá
5.412 (®)
Cacau
1.038
LACAU
Produção, em 1.000 toneladas'métricas 2.433.2
1.080
495,348
741,0
mo menor que a came ou o feijão, e
nem por isso deixam de ser generos de primeira necessidade. A qualidade de alimento que possui o café poderá ser comprovada por qualquer classificação de alimentos que queiramos compulsar. Vejamos uma delas;
Fonte: - fF.A.O. das Nações Unidas - 1949.
(O) ^ Não é completa.
Nota: - O cotejo entre o valorobtê-lo. dn produção seria talvez mais significativo, mas. í^fgljzrnente, nao conseguimos ^ exclusão do café de entre os gê
tenor. Dentre tais empecilhos, podemos
citar as resWções de ordem moral em que sao colocados os encarregados da autêntico preconceito. Só poderemos ex prcpa^nda cafeeira. o campo livre que cluí-lo se estendermos aquela noção se deixa às demais bebidas e ainda o neros de primeira necessidade não tem
. gjjficativa alguma, não passando de minerais
prepcnderahtemonte plásticos — proteínas; came, ôvo, leite etc.
cos alimentos mais, como os óleos vege tais. Míis nerse caso a expressão "gê nero de primeira necessidade" perde
quase que por inteiro o seu valor e não
MISTOS
preponderantemente energéticos —
hidrates de
carbono e gorduras; mel, doces, óleos etc.
Alimentos protetores ou reguladores — vitaminas e sais minerais. Alimcffltos
do vanguarda na sua categoria, co
NO PERÍODO 1934/38
apenas aos cereais, à came e uns pou
ALIMENTOS
e nesse ponto o café ocupa posição
ÁREA PLANTADA E PRODUÇÃO MUNDIAL DE CAFÉ CHÁ E r*Ar'ATT
O valor nutritivo do alimento não
importa no caso. Importa, isto sim, é o seu consumo pela população quo dôle
meira necessidade é a sua produção, o seu volume comercial, o seu consumo,
chá, mate etc.
descaso que certos homens públicos de^
café e que muitas vêzes é o
reflexo duma animosidade motivada por aquela falsa noção.
É surpreendente nossa ingratidão com
faz jus à importância que se lhe costu
um produto que vem há cento e vinte
ma emprestar. A nós, brasileiros, cum pre não esquecer que um preconceito ar raigado como êsse constitui sério empe
anos consecutivos liderando nosso co
cilho à maior difusão do café no ex-
mércio exportador. Representa êle um ciclo econômico do nosso país, cuja lon gevidade vai-se aproximando daquela
Dicksto
92
CcoNÓMicn
pios que 5c podem dtar, de alimentos
conceito, Isto é, so considerarmos como
que hoje têm grande importância, mas
ainda êste fato. Com efeito, vemos que
gêneros de primeira necessidade todos aquêles alimentos que fazem habitual mente parle da dieta dos habitantes du ma determinada região, com consumo freqüente e elevado, a (jue se costuma
o trigo é alimento de grande importân cia para os ocidentais, não o sendo para
empregar a expressão "consumo força do", então a coisa muda muito de fi
os povos do Extremo Oriente, onde im
gura. Nesse caso, indubità\e'nienle, os
pera o arroz. O leite, o mais completo
gêneros citados seriam gêneros de pri
que nem sempre a tiveram. A consideração dos alimentos no es
paço evidencia com maior objetividade
DiCKSTO Econômico
93
Vemos que o café, o chá, o mate, fi
guram aí como alimentos, com função bem definida no metabolismo humano.
Nenluuna dessas bebidas 6 imprescindí vel, do.sdc que seja substituída por uma ou mais bebidas.
O mesmo se
passa com o trigo, arroz, milho, feijão etc. Considerados isoladamente, repi tamos, apenas o oxigênio e n água têm
número que os últimos o, por conse guinte, de mais difícil substituição.
Então, se por gênero de primeira ne cessidade entendemos todos os alimen
tos habitualmente consumidos por certas populações em volume substancial, fôrça
ó convir que o café tem que ser aí in cluído. Neste caso, o que classifica um
alimento na categoria de gênero de pri
de todos os alimentos, que valor tem
meira necessidade, assim como o seriam
para os índios e habitantes de certas
no Brasil o arroz, o feijão, a carne sêca,
regiões do Brasil que não o consomem?
importância vital, sfio insubstituíveis. De qualquer modo, o homem tem necessi dade dum alimento estimulante, qual quer que seja êle. do mesmo modo que
a farinha de mandioca etc.
A soja, de há muito constituindo alimen to de suma importância para os chine ses, só agora vai sendo introduzida no
necessita consumir os alimentos mistos.
mo podemos constatar pela seguinte
ríamos dc incluir tambê-in o café e o
Note-se que as bebidas são em menor
tabela;
Ocidente. Vemos, assim, que nenhum
nulo não lhes tira o caráter de alimen
dêsses alimentos apresenta o caráter de gênero essencial, insubstituível. Ê certo
que a ausência de um dêles poderá exi gir o consumo de muitos para que haja perfeita compensação, mas a substitui ção é sempre possível. Toma-se assim óbvio que nem o trigo, nem o leite, o ôvo, a came ou qualquer dos mais co nhecidos alimentos, é imprescindível, in
substituível, é, enfim, genêro de pri meira necessidade.
Se, entretanto, admitirmos o terceiro
' FlásHooa - água e sais Energéticos - oxigênio
Aqui, te
mate, pois o fato dc essa.s e outras be bidas po.ssuírem valor nutritivo quase tos.
faz uso. Aliás, o arroz e a farinha de mandioca têm valor nutritivo muitíssi
Área plantadoy em J.,000 ha. Café Chá
5.412 (®)
Cacau
1.038
LACAU
Produção, em 1.000 toneladas'métricas 2.433.2
1.080
495,348
741,0
mo menor que a came ou o feijão, e
nem por isso deixam de ser generos de primeira necessidade. A qualidade de alimento que possui o café poderá ser comprovada por qualquer classificação de alimentos que queiramos compulsar. Vejamos uma delas;
Fonte: - fF.A.O. das Nações Unidas - 1949.
(O) ^ Não é completa.
Nota: - O cotejo entre o valorobtê-lo. dn produção seria talvez mais significativo, mas. í^fgljzrnente, nao conseguimos ^ exclusão do café de entre os gê
tenor. Dentre tais empecilhos, podemos
citar as resWções de ordem moral em que sao colocados os encarregados da autêntico preconceito. Só poderemos ex prcpa^nda cafeeira. o campo livre que cluí-lo se estendermos aquela noção se deixa às demais bebidas e ainda o neros de primeira necessidade não tem
. gjjficativa alguma, não passando de minerais
prepcnderahtemonte plásticos — proteínas; came, ôvo, leite etc.
cos alimentos mais, como os óleos vege tais. Míis nerse caso a expressão "gê nero de primeira necessidade" perde
quase que por inteiro o seu valor e não
MISTOS
preponderantemente energéticos —
hidrates de
carbono e gorduras; mel, doces, óleos etc.
Alimentos protetores ou reguladores — vitaminas e sais minerais. Alimcffltos
do vanguarda na sua categoria, co
NO PERÍODO 1934/38
apenas aos cereais, à came e uns pou
ALIMENTOS
e nesse ponto o café ocupa posição
ÁREA PLANTADA E PRODUÇÃO MUNDIAL DE CAFÉ CHÁ E r*Ar'ATT
O valor nutritivo do alimento não
importa no caso. Importa, isto sim, é o seu consumo pela população quo dôle
meira necessidade é a sua produção, o seu volume comercial, o seu consumo,
chá, mate etc.
descaso que certos homens públicos de^
café e que muitas vêzes é o
reflexo duma animosidade motivada por aquela falsa noção.
É surpreendente nossa ingratidão com
faz jus à importância que se lhe costu
um produto que vem há cento e vinte
ma emprestar. A nós, brasileiros, cum pre não esquecer que um preconceito ar raigado como êsse constitui sério empe
anos consecutivos liderando nosso co
cilho à maior difusão do café no ex-
mércio exportador. Representa êle um ciclo econômico do nosso país, cuja lon gevidade vai-se aproximando daquela
EconcSmico >MtCO
apresentada pelo ciclo açucareiro. Signi
supremacia quo o nosso país vem ocupan
nio do comércio mundial do açúcar des
O café constituí, incílà\'t*inu'nte, o ali
ficativo é ainda o fato de que o predomí
frutado pelo Brasil em épocas passadas já foi superado em número de anos pela
||7
prcpried ade
cerce sôbrc o qual se iissenta o mais bri lhante período da cisaliz-íção brasileira.
H
José Aivriiun Rios regimkm das scsmarias permaneceu
1695.
alterações substanciais até Nesse ano. sofreu a mudança
que veio desfigurá-lo completamente. O mciro, "segundo a grandeza ou bonda
Estado passou a impor foros ao scsdo da terra". Isto significava uma apro
priação legal do domínio direto. Rui Cirno Lima vê no fato o caractenstico
dò regiicm dominalistn das se.smar.as.
Fstas são agora verdadeiros latifúndios,
1 i oO colono propriedade, sofreu uma restrição lado, passandonoa seu CUreu
■" ter
^
/.»:i
«r.nMnnhn ílO
O domínio útil, enquanto no o exercício do domínio di-
jjsta o ^ proprietário, por essa lei, sc ransformava em cnfiteuta, já que a enc se se caracterizafiniial pela perpctuidade IdO dfi um foro
elo pagamento anual de um foro
?
c invariável É isso o que signi-
a carla-régia de 27 de dezembro
determinar que "às i:>essoas se der de lUturo futuro sesnuiiuis, sesmatias, se se eni s®
^ nonha além da obrigação de pagar !v'imo à Ordem de Cristo e as mais
X'
terra
no Erasil Coienia^:^
do no comércio internacional cio café.
O sem
"7'-.
da
O novo regimem não foi recebido seni controvérsia, o que llie retardou a apli
cação. Sua influência se projeta sôbre diversos atos legislativos animados de idêntico espírito, os quais foram final
mente consolidados pelo abará de 5 de outubro de 1795, desligando as scsma rias das Ordenações e preparando-as para um regimem especial. José Honório Rodrigues, aliás, considera-o "a mais
completa e mais perfeita lei de scsma
rias e reputa-o "uma peça que honra a cultura jurídica portuguêsa". Neste período, as concessões de ter-
ra.s eram feitas, a requerimento dos in
teressados, pelos governadores é capitãesgenerais, que delegavam poderes a ou-
^em por disposição especial, dependen
do de confirmação pelo Conselho Ulbamarino, e, mais tarde, pela Mesa dp Desembargo do Paço. A Coroa exercia, assim, através dos seus órgãos ju diciários e administrativos, uma estrei ta fiscalização sôbre o domínio. _ ®
diante, as cartas de doa-
costumadas, a de um toro segundo a
de fòro por
gr
nos aparece, na Bahia, é de José de
andeza e bondade da terra . A lei, entretanto, não foi cumprida
^ registrar a cláusula légua. A primeira que anual assim
Souza da Cunha, junto à vila então de
até o govêrno de Manoel da Cunha e Menezes, em 1777. Foi êste, em suas portarias e alvarás, quem mandou que
Jagcaripe e defronte do riacho das Ca meleiras. O sesmeiro ficava na obriga ção de pagar ISOOO de fòro. Noutra carta, de 1789, o sesmeiro, além de pa-gar o fôro de 2$000, tinha a obrigação
do distrito manda proceder por dois
de plantar, no primeiro ano, 1.000 covas
"o sesmeiro pagasse certo fôro arbitrado segundo a avaliação a que a Câmara louvados, como atualmente se pratica".
de mandioca por escravo que tivesse,
Á
EconcSmico >MtCO
apresentada pelo ciclo açucareiro. Signi
supremacia quo o nosso país vem ocupan
nio do comércio mundial do açúcar des
O café constituí, incílà\'t*inu'nte, o ali
ficativo é ainda o fato de que o predomí
frutado pelo Brasil em épocas passadas já foi superado em número de anos pela
||7
prcpried ade
cerce sôbrc o qual se iissenta o mais bri lhante período da cisaliz-íção brasileira.
H
José Aivriiun Rios regimkm das scsmarias permaneceu
1695.
alterações substanciais até Nesse ano. sofreu a mudança
que veio desfigurá-lo completamente. O mciro, "segundo a grandeza ou bonda
Estado passou a impor foros ao scsdo da terra". Isto significava uma apro
priação legal do domínio direto. Rui Cirno Lima vê no fato o caractenstico
dò regiicm dominalistn das se.smar.as.
Fstas são agora verdadeiros latifúndios,
1 i oO colono propriedade, sofreu uma restrição lado, passandonoa seu CUreu
■" ter
^
/.»:i
«r.nMnnhn ílO
O domínio útil, enquanto no o exercício do domínio di-
jjsta o ^ proprietário, por essa lei, sc ransformava em cnfiteuta, já que a enc se se caracterizafiniial pela perpctuidade IdO dfi um foro
elo pagamento anual de um foro
?
c invariável É isso o que signi-
a carla-régia de 27 de dezembro
determinar que "às i:>essoas se der de lUturo futuro sesnuiiuis, sesmatias, se se eni s®
^ nonha além da obrigação de pagar !v'imo à Ordem de Cristo e as mais
X'
terra
no Erasil Coienia^:^
do no comércio internacional cio café.
O sem
"7'-.
da
O novo regimem não foi recebido seni controvérsia, o que llie retardou a apli
cação. Sua influência se projeta sôbre diversos atos legislativos animados de idêntico espírito, os quais foram final
mente consolidados pelo abará de 5 de outubro de 1795, desligando as scsma rias das Ordenações e preparando-as para um regimem especial. José Honório Rodrigues, aliás, considera-o "a mais
completa e mais perfeita lei de scsma
rias e reputa-o "uma peça que honra a cultura jurídica portuguêsa". Neste período, as concessões de ter-
ra.s eram feitas, a requerimento dos in
teressados, pelos governadores é capitãesgenerais, que delegavam poderes a ou-
^em por disposição especial, dependen
do de confirmação pelo Conselho Ulbamarino, e, mais tarde, pela Mesa dp Desembargo do Paço. A Coroa exercia, assim, através dos seus órgãos ju diciários e administrativos, uma estrei ta fiscalização sôbre o domínio. _ ®
diante, as cartas de doa-
costumadas, a de um toro segundo a
de fòro por
gr
nos aparece, na Bahia, é de José de
andeza e bondade da terra . A lei, entretanto, não foi cumprida
^ registrar a cláusula légua. A primeira que anual assim
Souza da Cunha, junto à vila então de
até o govêrno de Manoel da Cunha e Menezes, em 1777. Foi êste, em suas portarias e alvarás, quem mandou que
Jagcaripe e defronte do riacho das Ca meleiras. O sesmeiro ficava na obriga ção de pagar ISOOO de fòro. Noutra carta, de 1789, o sesmeiro, além de pa-gar o fôro de 2$000, tinha a obrigação
do distrito manda proceder por dois
de plantar, no primeiro ano, 1.000 covas
"o sesmeiro pagasse certo fôro arbitrado segundo a avaliação a que a Câmara louvados, como atualmente se pratica".
de mandioca por escravo que tivesse,
Á
j «pj
f>inF.«rro
EcoN6>ítf**
Dic.esto Econômico
Em Pernambuco, uma junta, convo cada para decidir algumas dúvidas sô-
gfõcs" na linguagem cl.i época, a pa garem díxímo como seculares. Parece que as ordens rccalcitravam cm cum prir com esta obrigação. E a lei esti pulava que, cm tal caso, dar-sc-iam as terras por dcvolulas, cabendo a quem os
lhe ter sido concedida outra data c o ouvidor ordcna\a a publicação de edi
bre o assunto, resolveu que cada légua
denunciasse.
os houvesse, pudessem
A Coroa nunca pôs eni execução o al vará de 5 de outubro de 1795. O decre
Além disso, compctin-llie acarear teste
remetendo a certidão à Câmara.
mostra como o latifúndio e
Isso
monocul
tura estavam tomando agudo o proble ma da lavoura de subsistência.
de terra até 30 léguas de distância do
Recife, e de OÜnda, pagasse e$000 de
fôro, sCTdo essa resolução aprovada por carta-regia de 28 de setembro de 1800. Vemos assim que essas cláusulas de fôro
constituem bom ponto de partida para um estudo sôbre a valorização das terras.
Desde 1698, a legislação exigia a con firmação do título para garanüa da propriedade p.ena. E a provisão de 19 de maio de 1729 tenta, mais uma vez. comgir a ext^ensão tomada pelas sesma^ '^Suas primento e a uma^ de largura.de Acomlei
continuou letra morta. Os latifundiários sempre encontravam meios de
a burlar. Outra restrição era a i
que á xenofobia lusa impunha
to de 10 de dezembro dc 179(3 suspen deu-lho a execução, a fim de ou\ir a
respeito os governadores das capiianias do Brasil. Solicitado a manifestar-se sô
bre a lei que tão fundamente alterou nosso direito territorial, D. rrancísco de
Souza Coulinlio, governador e capitãogeneral do Pará, enviou á metrópole al gumas sugestões que Ibc pareciam mais sensatas para que vie.ssc a produzir o
desejado efeito. Estas informações pro jetam forte luz sôbre o regimem colonial das terras, seus progressos e os fatôres que lhe embaraçavam a aplica ção.
Em primeiro lugar, o gover nador, compreendendo a confu
aos estrangeiros. Êstes eram ex cluídos da concessão de sesmarias e assim permaneceram até
são que devia resultar do sem
1809. ^ As datas continuavam a incluir
clausu.as sôbre abertura de estradas,
número de leis, decretos e al
'
vista da resolução de 26 de junho de 1711> tcmada em consulta do Conselho Ultramarino e participada ao Vice-Ròi Vasco Fernandes César de Menezes, em provisão de 7 de agôsto de 1727, e ao governador do Rio de Janeiro, em carta-
régía de 27 de junho, do mesmo ano, essa exclusão foi suprimida. Apenas fiçôvara obrigadas as ordens, "as reli-
que até hoje sua sugestão não tenha sido seguida... Em segundo lugar, pro punha modificações no processo de re quisição das terras. Pelo visto, o pro cesso era complicado. O interessado en viava um requerimento ao ouvidor, indi cando a terra desejada e qualificandose. Ao ouvidor cabia mandar proce der às necessárias diligências e informar
No requerimento, o candi
tais a fim de que os interessados em
contrariar a pretensão do requerente, se manifestar-se.
munhas que disícssein da doNolução das
terras c-das possibilidades que o reque rente tinha dc aproveilá-lus. Da infor
mação do ouvidor dependia a concessão,
que podia ser lolal ou i>aicirt], resbulvando-sc sempre o direito dc terceiros. 0 praiieísco de Souza CouUnho su••i nlgninas medidas adicionais que,
mórdios, sofreu as conseqüências da imprecisão de limites entre as sesmarias.
Iladdück Lobo atribui a üsse fato a ir regularidade. cstreiteza e insalubridade
das ruas da cidade colonial. A demar
cação foi protelada não só pelos goNcniadorcs, qxic tinham intcrèsse em aumentar a população e fa\orccer o
eonitreio, como também pelos próprios sc.sinciros, entro os quais o.s jesuítas, que e.scoi nam os terrenos mais férteis, con
do 1667 f
rtnc rji"'
Assim, a medição
intcrfe-
- <1--
^^nosso ver, de tão minuciosas, compli cariam " processo. Achav.i
e possibilidades de cultivo do re- ussas dificuIcladeT 's° conhecia ^ucrente deviam ser especificadas, práticas e bast-nit "S"'" '"""as mais
S rangendo o número de escravos que C ssuía, ferramentas etc. Sugeria ^ -íbém qne n Cãniam nomeasse dois í''^"vados que avaliassem o valor das ters requeridas, os gcMieros a que me-
O tempo df fl ' ^ ^^íinçadas para
ndf sh^,^--^^das«^f^ciente tcrris, oa tombamento d-is t. "-"imo d
° ""
tira Ilie pareci-,
ífor se prestassem, as matas, capoeiras
rátcr cxtenS;^
M ide
lavrador com cem escva
, bem como a extensão de cada qua-
° requerente poderia e de-
, euUivíir a fim de valorizá-las, le-
varás que existiam sôbre o assunto, pro
a refusâo de todos êles no corpo proibição de extrair madeiras e paus- punha do novo estatuto, a fim de que os re A legislação, a princípio, estatuía que querentes pudessem ter uma idéia cla as ordens religiosas náo deviam ser be ra de seus direitos e obrigações. poi o primeiro a propor a unificação nefíciadas com as sesmarias mas, em assim de nossa legislação agrária e é pena
-reais.
n respeito.
dato juntava certidão provando nunca
do-se
conta os seus recursos.
Parecia nisso um precursor dos clabn-
muito, se tivermos em
vista as deficiências . 1 do «meio e• da épo l qq Souza Coutinho nao as desconbeca.
Criticava, por exemplo, a maneira
ral a■'i lei estabelecia pela qui^i estabelecia aa medição medição ee
demarcação das terras, provando sua im-
praticabiiidade. Aliás, foi esse um dos escolhos permanentes em que soçobva-
ram as boas intenções da nossa legisla ção agrária. O processo era dispendio so 6 se fazia a olho.
A cidade do Rio
de Janeiro, por exemplo, nos seus pri-
í
1"®
dc e sexo, dispondo deTrhta cm" f"' capacidade de trabalho .A
ceifar, no máximo adores do nosso último censo agrícola. «as de frente im^-
'Era
°
Pregaclo peios coionor'AciT'™''' '
i
^
Poderia apro^00 bra-
^ lei Ih 1 lhe ffacultava o de ok(\fundo. onn u Ora, quadradas, dificultand rio cumnrir "^"^tando ao concessioná-
e hvorLn 7^^"^ ^ ol^rigação do cultivo tpr '
tanto desejava conibainguem mcibor que o capitão-
pneral do Pará exprimiu o espírito da eu em exigência que mereceria epigra-
far qualquer estatuto agrário: "Regular a extensão das concessões pela qualida de do estabelecimento e das fòrças que houver em cada um para o exe-
j «pj
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Dic.esto Econômico
Em Pernambuco, uma junta, convo cada para decidir algumas dúvidas sô-
gfõcs" na linguagem cl.i época, a pa garem díxímo como seculares. Parece que as ordens rccalcitravam cm cum prir com esta obrigação. E a lei esti pulava que, cm tal caso, dar-sc-iam as terras por dcvolulas, cabendo a quem os
lhe ter sido concedida outra data c o ouvidor ordcna\a a publicação de edi
bre o assunto, resolveu que cada légua
denunciasse.
os houvesse, pudessem
A Coroa nunca pôs eni execução o al vará de 5 de outubro de 1795. O decre
Além disso, compctin-llie acarear teste
remetendo a certidão à Câmara.
mostra como o latifúndio e
Isso
monocul
tura estavam tomando agudo o proble ma da lavoura de subsistência.
de terra até 30 léguas de distância do
Recife, e de OÜnda, pagasse e$000 de
fôro, sCTdo essa resolução aprovada por carta-regia de 28 de setembro de 1800. Vemos assim que essas cláusulas de fôro
constituem bom ponto de partida para um estudo sôbre a valorização das terras.
Desde 1698, a legislação exigia a con firmação do título para garanüa da propriedade p.ena. E a provisão de 19 de maio de 1729 tenta, mais uma vez. comgir a ext^ensão tomada pelas sesma^ '^Suas primento e a uma^ de largura.de Acomlei
continuou letra morta. Os latifundiários sempre encontravam meios de
a burlar. Outra restrição era a i
que á xenofobia lusa impunha
to de 10 de dezembro dc 179(3 suspen deu-lho a execução, a fim de ou\ir a
respeito os governadores das capiianias do Brasil. Solicitado a manifestar-se sô
bre a lei que tão fundamente alterou nosso direito territorial, D. rrancísco de
Souza Coulinlio, governador e capitãogeneral do Pará, enviou á metrópole al gumas sugestões que Ibc pareciam mais sensatas para que vie.ssc a produzir o
desejado efeito. Estas informações pro jetam forte luz sôbre o regimem colonial das terras, seus progressos e os fatôres que lhe embaraçavam a aplica ção.
Em primeiro lugar, o gover nador, compreendendo a confu
aos estrangeiros. Êstes eram ex cluídos da concessão de sesmarias e assim permaneceram até
são que devia resultar do sem
1809. ^ As datas continuavam a incluir
clausu.as sôbre abertura de estradas,
número de leis, decretos e al
'
vista da resolução de 26 de junho de 1711> tcmada em consulta do Conselho Ultramarino e participada ao Vice-Ròi Vasco Fernandes César de Menezes, em provisão de 7 de agôsto de 1727, e ao governador do Rio de Janeiro, em carta-
régía de 27 de junho, do mesmo ano, essa exclusão foi suprimida. Apenas fiçôvara obrigadas as ordens, "as reli-
que até hoje sua sugestão não tenha sido seguida... Em segundo lugar, pro punha modificações no processo de re quisição das terras. Pelo visto, o pro cesso era complicado. O interessado en viava um requerimento ao ouvidor, indi cando a terra desejada e qualificandose. Ao ouvidor cabia mandar proce der às necessárias diligências e informar
No requerimento, o candi
tais a fim de que os interessados em
contrariar a pretensão do requerente, se manifestar-se.
munhas que disícssein da doNolução das
terras c-das possibilidades que o reque rente tinha dc aproveilá-lus. Da infor
mação do ouvidor dependia a concessão,
que podia ser lolal ou i>aicirt], resbulvando-sc sempre o direito dc terceiros. 0 praiieísco de Souza CouUnho su••i nlgninas medidas adicionais que,
mórdios, sofreu as conseqüências da imprecisão de limites entre as sesmarias.
Iladdück Lobo atribui a üsse fato a ir regularidade. cstreiteza e insalubridade
das ruas da cidade colonial. A demar
cação foi protelada não só pelos goNcniadorcs, qxic tinham intcrèsse em aumentar a população e fa\orccer o
eonitreio, como também pelos próprios sc.sinciros, entro os quais o.s jesuítas, que e.scoi nam os terrenos mais férteis, con
do 1667 f
rtnc rji"'
Assim, a medição
intcrfe-
- <1--
^^nosso ver, de tão minuciosas, compli cariam " processo. Achav.i
e possibilidades de cultivo do re- ussas dificuIcladeT 's° conhecia ^ucrente deviam ser especificadas, práticas e bast-nit "S"'" '"""as mais
S rangendo o número de escravos que C ssuía, ferramentas etc. Sugeria ^ -íbém qne n Cãniam nomeasse dois í''^"vados que avaliassem o valor das ters requeridas, os gcMieros a que me-
O tempo df fl ' ^ ^^íinçadas para
ndf sh^,^--^^das«^f^ciente tcrris, oa tombamento d-is t. "-"imo d
° ""
tira Ilie pareci-,
ífor se prestassem, as matas, capoeiras
rátcr cxtenS;^
M ide
lavrador com cem escva
, bem como a extensão de cada qua-
° requerente poderia e de-
, euUivíir a fim de valorizá-las, le-
varás que existiam sôbre o assunto, pro
a refusâo de todos êles no corpo proibição de extrair madeiras e paus- punha do novo estatuto, a fim de que os re A legislação, a princípio, estatuía que querentes pudessem ter uma idéia cla as ordens religiosas náo deviam ser be ra de seus direitos e obrigações. poi o primeiro a propor a unificação nefíciadas com as sesmarias mas, em assim de nossa legislação agrária e é pena
-reais.
n respeito.
dato juntava certidão provando nunca
do-se
conta os seus recursos.
Parecia nisso um precursor dos clabn-
muito, se tivermos em
vista as deficiências . 1 do «meio e• da épo l qq Souza Coutinho nao as desconbeca.
Criticava, por exemplo, a maneira
ral a■'i lei estabelecia pela qui^i estabelecia aa medição medição ee
demarcação das terras, provando sua im-
praticabiiidade. Aliás, foi esse um dos escolhos permanentes em que soçobva-
ram as boas intenções da nossa legisla ção agrária. O processo era dispendio so 6 se fazia a olho.
A cidade do Rio
de Janeiro, por exemplo, nos seus pri-
í
1"®
dc e sexo, dispondo deTrhta cm" f"' capacidade de trabalho .A
ceifar, no máximo adores do nosso último censo agrícola. «as de frente im^-
'Era
°
Pregaclo peios coionor'AciT'™''' '
i
^
Poderia apro^00 bra-
^ lei Ih 1 lhe ffacultava o de ok(\fundo. onn u Ora, quadradas, dificultand rio cumnrir "^"^tando ao concessioná-
e hvorLn 7^^"^ ^ ol^rigação do cultivo tpr '
tanto desejava conibainguem mcibor que o capitão-
pneral do Pará exprimiu o espírito da eu em exigência que mereceria epigra-
far qualquer estatuto agrário: "Regular a extensão das concessões pela qualida de do estabelecimento e das fòrças que houver em cada um para o exe-
Dit;ii.vr<» lícoNÓMico
cutar, avaiíado tudo por pessoas pcrít.is
Tudo ís.so concorria para o atraso e a
e imparciais."
fraca produliviclatlc da aigrí< iiitnra i-nlro-
Apesar das tentativas de simplificação das dcações, consubstanciadas no alvará
de 3 de março de 1770, o regimtm das sesmarias não conseguiu uma distribui ção racional das terras. Os legisladores "jamais conseguiram corrigir os vícios fundamentais do sistema, dilatando as
concessões de maneira a ampliar a base agrária de nessa sociedade c a quebrar seu rígido caráter aristocrático. O efeitos são óbvios.
Não faltaram,
em todas as épocas, olhos experimentados tí cabçças sensatas que os diagn:)slicasscm. Gonçalves Chaves, em memória
escrita sob anonimato no tempo da In dependência, fez a análise dessa estrutu
ra agrária que a colônia legava à Nação, e que esta carregaria ainda por muito tempo como um pêso morto, como uma
esclerose nas suas mais importantes fon tes de vida. Anotava a desproporção en tre o povoamento e o território, agravada pelo monopólio de grandes extensões dc terra, subtraídas à colonização. Ficavam
apenas por distribuir as que sc achavam em lugares remotos ou expostos a inva sões de índios. As primeiras tentativas
giic à rotina, a csciavos jja^ais
adminis
tradores incultos qijf, cm I'.)rttii;al, ua opinião do CJon.sclIiciro Vi-loso iK* ()li\a»ira, nunca teriam passado dc inor.-ns de
Digksto Econômico
99
Êsse decreto abriu caminlio à peque
doação c scsmaria \isto terem seus .an
na propriedade, lançando as bases da
tecessores abusado dês'-e direito, a pon
nossa melhor colonização.
to de as darem, multiplicadas, das mes
Representa
uma fase no\a na história da imigração para o Brasil.
Não constitui fali) isola
ma.? terras, do que resultou não haver , terra que chegasse para o mimero de , '
pelas quais os governantes pretendiam incentivar o povoamento e fomentar a
carta? conferidas. Não admira que D. i Rodrigo de Souza Coutinho, chamado a dar pan cer sòbrc a lei dc sesmarias, rc- v
entretanto, que rpiando da clicuada dc
agricultura e a indústria.
conhecc.sse sua inanidade.
D. João ao Brasil, embora não modifi a nossa legislação agrária deu um gran de pas.so, ccncedindo aos eslra igciros o acesso à propriedade da terra. Segundo J, Fernando Carneiro, o decrclí» <le 25 de novembro de 1808 marcou o Início da imigração espontânea para o Brasil."Vem gente de toda parle, da Suci iu, da Ale manha, da Inglaterra, da França, da América do Norte c das cf)lònias espa
Nao pcdcmo.?, entretanto, deixar de Quando a Resolução dc 17 de julho de 1822 pós fim ao rcgimem das ses- . assinalar um fat.o importante que ficará como a contribuição concreta de.«sa le niíiria;'., veio simplesmente sancionar um gislação colonial ao nosso direito agrário. fato consumado. Poucas sesmarias fo Em lódu ela ó transparente a tendên ram concedidas no século XIX. As que o foram, aparecem com cláusula de foro cia de subordinar a propriedade da terra que varia conforme o valor econômico no seu uso. Embora as condições do da;; áreas. Às vèzcs figura nas cartas meio, a distância, a fraca densidade de mográfica, a estrutura social baseada no a proibição dc derrubar árvores, ou mes mo plantar cm lugares que nao fossem latifúndio, no escravo e na monocultura examinados pelos Juizes de Consolida •tornassem inoperantes es§:is tentativas,
nholas da América do Sul. Segundo de
ção das Matas (!)•
poimentos da época, e.ssa gente não no Rio de Janeiro, mas se dirig(-- para o interior, onde recebem sesmarias ou conipyram sítios ou conseguem alguns prúq. légiüs." Os lermos do decreto eram os
suas conseqüências. A confusão c e tí tulos, por exemplo, legon-nos litígios intermináveis, às vezes resolvido.? a tiro. Na Bahia, o processo de subdi\'isao das
seguinte.?:
se.^marias demasiado extensas que passa
lavoura.
Não poclcnio.s deixar dc r«. conliccer. casse os seus caractcríslico.s ess-cnciais,
de colonização iriam ressentir-se dura
"Sendo conveniente ao
mente dêsse problema. Muitos núcleos
serviço e ao bem público aumentar
colocados em pontos remotos, fora do alcance dos mercados, viriam a perecer
a lavoura e a população cpie se aclia
meu
real
muito diminuta neste Estado; e p^j. outros mülí\'os que me fórum pre-
na apatia e no isolamento. A situação era agravada pela existência dc enorme população sem terra que, ou se engajava
5.entes: liei por bem que aos e.stran-
do. Prcndc-so a uma série dc medidas
A ,abolição do rcgimem não suprimiu
vam às mãos de diversos possuidores ge rou pleitos judiciários exaustivamente documentados na obra de Felisbelo Freire. Houve questões famosas, como
a que envolveu o Governador da Ca pitania e alguns particulares, no come
não c menos verdade que a Coroa, por
diversas vêzes, tentou interferir na pro- 1
pricdadc quando c.?la não .se legitimava pelo cultivo. Característica é, por exem plo. a carta régia de 20 de outubro de 1783, que veio resolver longa pendência enti-c moradores do Piauí e do Rio Qran-' dc do Norte e os proprietários de ses marias.
Tinham sido concedidas em recom pensa aos feitos dos primeiros povoadores nas lulas contra os índios e abran giam quase tcdo o território dessas oa-\
ço do século. Ou a que se levantou
pitanias. ^ Os povoadores que vieram no
ao serviço dos proprietários rurais como
conceder datas de terras por se.^ima-
entre a Câmara de Jaccbina e os her deiros de Antônio Guedes do Brito,
agregados ou capangas, ou corria para
rius pela mesma forma com que, se gundo as minhas reais ordens, se
rastro desses pioneiros, cm busca de lorra, não se podiam con.stituir como pioprietários, não passando de simples
cos da legislação, que era a deficiência
as cidades em formação, gerando um
geiros residentes no Brasil se possam
proletariado nômade no qual se recruta
concedem aos meus x-a^-DuIos, sem
vam os vadiüs e malfeitores. O número
embargo de quaisquer leis ou dis-
elevado de malandro.s', mendigos e de
pojíições em contrário.
A Mesa do
linqüentes e.spanta\'a todos os observa
Désembargo do. Paço o tenha assim
dores e.strangeiros que aqui passavam.
entendido e o faça executar."
sôbre duas sesmarias dc 300 léguas. Tudo isso mostra um dos pontos fra
do cadastro, a insegurança que cercava on títulos de propriedade. Certa feita, D. José I, por uma carta regia de 7 de
arrendatários, à mercê dos senhores de
feição feudal que ali se tinham estabe lecido. Repre.sentaram, então, ao Con selho Ultramarino, e a questão foi re solvida em carta-régia de D. José I,
agosto de 1753, teve de proibir ao ca-
que a seguir transcrevemos, por consti
nitflü-mor do Ceará conceder cartas de
tuir, na opinião abalizada de Felisbelo
Dit;ii.vr<» lícoNÓMico
cutar, avaiíado tudo por pessoas pcrít.is
Tudo ís.so concorria para o atraso e a
e imparciais."
fraca produliviclatlc da aigrí< iiitnra i-nlro-
Apesar das tentativas de simplificação das dcações, consubstanciadas no alvará
de 3 de março de 1770, o regimtm das sesmarias não conseguiu uma distribui ção racional das terras. Os legisladores "jamais conseguiram corrigir os vícios fundamentais do sistema, dilatando as
concessões de maneira a ampliar a base agrária de nessa sociedade c a quebrar seu rígido caráter aristocrático. O efeitos são óbvios.
Não faltaram,
em todas as épocas, olhos experimentados tí cabçças sensatas que os diagn:)slicasscm. Gonçalves Chaves, em memória
escrita sob anonimato no tempo da In dependência, fez a análise dessa estrutu
ra agrária que a colônia legava à Nação, e que esta carregaria ainda por muito tempo como um pêso morto, como uma
esclerose nas suas mais importantes fon tes de vida. Anotava a desproporção en tre o povoamento e o território, agravada pelo monopólio de grandes extensões dc terra, subtraídas à colonização. Ficavam
apenas por distribuir as que sc achavam em lugares remotos ou expostos a inva sões de índios. As primeiras tentativas
giic à rotina, a csciavos jja^ais
adminis
tradores incultos qijf, cm I'.)rttii;al, ua opinião do CJon.sclIiciro Vi-loso iK* ()li\a»ira, nunca teriam passado dc inor.-ns de
Digksto Econômico
99
Êsse decreto abriu caminlio à peque
doação c scsmaria \isto terem seus .an
na propriedade, lançando as bases da
tecessores abusado dês'-e direito, a pon
nossa melhor colonização.
to de as darem, multiplicadas, das mes
Representa
uma fase no\a na história da imigração para o Brasil.
Não constitui fali) isola
ma.? terras, do que resultou não haver , terra que chegasse para o mimero de , '
pelas quais os governantes pretendiam incentivar o povoamento e fomentar a
carta? conferidas. Não admira que D. i Rodrigo de Souza Coutinho, chamado a dar pan cer sòbrc a lei dc sesmarias, rc- v
entretanto, que rpiando da clicuada dc
agricultura e a indústria.
conhecc.sse sua inanidade.
D. João ao Brasil, embora não modifi a nossa legislação agrária deu um gran de pas.so, ccncedindo aos eslra igciros o acesso à propriedade da terra. Segundo J, Fernando Carneiro, o decrclí» <le 25 de novembro de 1808 marcou o Início da imigração espontânea para o Brasil."Vem gente de toda parle, da Suci iu, da Ale manha, da Inglaterra, da França, da América do Norte c das cf)lònias espa
Nao pcdcmo.?, entretanto, deixar de Quando a Resolução dc 17 de julho de 1822 pós fim ao rcgimem das ses- . assinalar um fat.o importante que ficará como a contribuição concreta de.«sa le niíiria;'., veio simplesmente sancionar um gislação colonial ao nosso direito agrário. fato consumado. Poucas sesmarias fo Em lódu ela ó transparente a tendên ram concedidas no século XIX. As que o foram, aparecem com cláusula de foro cia de subordinar a propriedade da terra que varia conforme o valor econômico no seu uso. Embora as condições do da;; áreas. Às vèzcs figura nas cartas meio, a distância, a fraca densidade de mográfica, a estrutura social baseada no a proibição dc derrubar árvores, ou mes mo plantar cm lugares que nao fossem latifúndio, no escravo e na monocultura examinados pelos Juizes de Consolida •tornassem inoperantes es§:is tentativas,
nholas da América do Sul. Segundo de
ção das Matas (!)•
poimentos da época, e.ssa gente não no Rio de Janeiro, mas se dirig(-- para o interior, onde recebem sesmarias ou conipyram sítios ou conseguem alguns prúq. légiüs." Os lermos do decreto eram os
suas conseqüências. A confusão c e tí tulos, por exemplo, legon-nos litígios intermináveis, às vezes resolvido.? a tiro. Na Bahia, o processo de subdi\'isao das
seguinte.?:
se.^marias demasiado extensas que passa
lavoura.
Não poclcnio.s deixar dc r«. conliccer. casse os seus caractcríslico.s ess-cnciais,
de colonização iriam ressentir-se dura
"Sendo conveniente ao
mente dêsse problema. Muitos núcleos
serviço e ao bem público aumentar
colocados em pontos remotos, fora do alcance dos mercados, viriam a perecer
a lavoura e a população cpie se aclia
meu
real
muito diminuta neste Estado; e p^j. outros mülí\'os que me fórum pre-
na apatia e no isolamento. A situação era agravada pela existência dc enorme população sem terra que, ou se engajava
5.entes: liei por bem que aos e.stran-
do. Prcndc-so a uma série dc medidas
A ,abolição do rcgimem não suprimiu
vam às mãos de diversos possuidores ge rou pleitos judiciários exaustivamente documentados na obra de Felisbelo Freire. Houve questões famosas, como
a que envolveu o Governador da Ca pitania e alguns particulares, no come
não c menos verdade que a Coroa, por
diversas vêzes, tentou interferir na pro- 1
pricdadc quando c.?la não .se legitimava pelo cultivo. Característica é, por exem plo. a carta régia de 20 de outubro de 1783, que veio resolver longa pendência enti-c moradores do Piauí e do Rio Qran-' dc do Norte e os proprietários de ses marias.
Tinham sido concedidas em recom pensa aos feitos dos primeiros povoadores nas lulas contra os índios e abran giam quase tcdo o território dessas oa-\
ço do século. Ou a que se levantou
pitanias. ^ Os povoadores que vieram no
ao serviço dos proprietários rurais como
conceder datas de terras por se.^ima-
entre a Câmara de Jaccbina e os her deiros de Antônio Guedes do Brito,
agregados ou capangas, ou corria para
rius pela mesma forma com que, se gundo as minhas reais ordens, se
rastro desses pioneiros, cm busca de lorra, não se podiam con.stituir como pioprietários, não passando de simples
cos da legislação, que era a deficiência
as cidades em formação, gerando um
geiros residentes no Brasil se possam
proletariado nômade no qual se recruta
concedem aos meus x-a^-DuIos, sem
vam os vadiüs e malfeitores. O número
embargo de quaisquer leis ou dis-
elevado de malandro.s', mendigos e de
pojíições em contrário.
A Mesa do
linqüentes e.spanta\'a todos os observa
Désembargo do. Paço o tenha assim
dores e.strangeiros que aqui passavam.
entendido e o faça executar."
sôbre duas sesmarias dc 300 léguas. Tudo isso mostra um dos pontos fra
do cadastro, a insegurança que cercava on títulos de propriedade. Certa feita, D. José I, por uma carta regia de 7 de
arrendatários, à mercê dos senhores de
feição feudal que ali se tinham estabe lecido. Repre.sentaram, então, ao Con selho Ultramarino, e a questão foi re solvida em carta-régia de D. José I,
agosto de 1753, teve de proibir ao ca-
que a seguir transcrevemos, por consti
nitflü-mor do Ceará conceder cartas de
tuir, na opinião abalizada de Felisbelo
100
Dici-sro
Econômico
Freire, um dos documentos básicos de nossa legislação territorial:
as sesmarias senõo para sc.smciro as
"Para evitar oposiçõcs e prejuízos dos moradores do Piauí, sertões da
tirem e darem a outros que a con-
Dicr.sio Econômico
Indiscutível, porém, é que essa cartarégia. assentando o requisito do cultivo pura consolidação da propriedade, abria eaiuinho à di\isão da gleba em propor ções mais iiumanas, ampiiando as pos sibilidades do acesso á propriedade da
abastecimento que isso provocaria. As sim, cm 1725, a um pedido dc confir
possuem por se não cumprir para
Itara. Não foi essa a única \'ez em que a Coroa sc arrogou o direito do interfe rir nas relações de propriedade, com
rabaldes do Rio dc Janeiro, El-Roi des
terra de sesmaria que nulamente
tas terras que llics coik-oíIo polas le rem cultivado êlcs mais rpic p<.'direm dc sesmarias cstanch) nos dis
tritos dc suas primoiras datas c
batendo, quer diretamente quer através
que ficam próximas ás cidades não se
que foram concedidas e dadas na queles distritos a Francisc-o Dias a Ávila Francisco Barbosa Leão,
dos seus representantes, o espírito lati fundiário. O Marques do Lavradio, no
dão dc sesmarias e só de aforamento quando não podem scr\ir ao Público".
período dc seu vice-reínado. decorrido de 1769 a 1779. lc\'e ocasião de amea
Muitas vêzes, o pensamento de su prir as cidades de gêneros que a mo
çou- os lavradores que não cultivavam
nocultura ameaçava reduzir, levou o
Bahia e Pernambuco, por ocasião das contendas e litígios que lhes mo veram os chamados sisrneiros (síc), um excessivo número de léguas de
Bernardo Pereira Cago, Domingos
cultivarem (sic) não para as rcpar* qulstem, rateiem c cn/rrni a fabri
car, o que só é permitido aos capi tães donatãrio.s e não os sesmciros
(síc) aos quais hei por bom quo des
achando-so ainda ínctillas c despo voadas se Ibes passem caria dc ses maria cni que se dcN'e pôr as cláu sulas com que ao presente sc passam,
Afonso Sertão, Francisco de Souza dcciarando-se as léguas «pie com agundes, Antonio Guedes de Bríto e Bernardo Vieira Ravasco, cxpreenderem e suas confrontações e limites como declaração dc 3 léguas penmentaram os moradores grandes vexaçoes na ocasião das sentenças de comprido c 1 de largo". (O grifo a e es alcançadas na expulsão* é nosso). de suas fazendas e fôros das ditas terras, sôbre que mandei tirar as in O que ôste diploma consagra, no sou formações necessárias e os ditos sis- português tortuo.so, é o princípio da meiros me fizeram suas representa apropriação xitil da terra. A proprieda ções em que foram ouvidos e res
ponderam os procuradores da minha fazenda; sou servido, em vista da Resolução de U de abril e 2 de agÔsto do presente ano, tomadas em
Consulta Ultramarina, anular, abolir
e cassar tôdas as ditas ordens, sentenças que tem havido nesta matéria para se darem os fundamentos^as demandas que pode haver de uma e outra parte, cancelando as mesmas sesmarias por nova praça tôdas as
terras que eles têm cultivado por si, seus feitores ou criados, ainda que estas se achem de presente arrenda
de é função do cultivo.
A terra não
pode ser objeto de especulações ganan ciosas.
Felisbelo Freire, comentando e
traduzindo êsse documento, esclarece: "As sesmarias foram consideradas caducas, menos as zonas cultivadas pelos sesmeiros, seus feitores e arrendatários. Os foreiros foram garantidos cm sou
direito de propriedade e transformados em senhorios, e as porções nfio cultiva-.
onde se tinham distribuído sesmarias, fanto na ilha como na terra firme, po-
Sc deduz dc outros documentos.
dra, onde houvesse terras devolutas, co
mo patrimônio próprio, a fim de que as aforassem a pequenos cultivadores. Em 1814, por exemplo, o intendente de polícia do Rio, Paulo Fernandes Viana,
rém os que as pediram e a quem se deram a maior parte, as procuravam mais por ostentação que para as fazer
remetia 50 casais de ilhéus para Viana,
"teis a si e ao Estado". E atribuindo a
500 de fundo.
isso as condições em que se achava
aquela capitania, sugere que se as dis tribuam, a título de prêmio, entie os*
••»oldados da guamição de Santa Catarie do Rio Grande do Sul. Ao se refe rir aos pobres que não tinham recursos para se estabelecerem, do que decor reu o fraco aumento da Capitania, o
relatório uma nota de modernidade.
arrendamento, pOr niío serem dadas
soas entraram a rotear e cultivar,
governante a conceder as vilas recém-
criadas, sesmarias de uma légua em qua
primeiros sesmciros obtô-las, mas se gundo os termos da legislação em vigor,
ainda fôsse a título de aforamento ou
das a outros colonos, nas quais se não deve incluir as cjue outras pes
pachou mandando ouvir os oficiais da Câmara e estabelecendo: "... As terras
de llias tomar. No relatório que dirigiu •^o seu sucessor, o Vícc-Rci Luiz de ^'^asconcelos, chama a atenção deste para o povoamento de Santa Catarina,
Marquês do Lavradio introduz em seu
tensão de 3 léguas de comprido e 1 de largo". Apenas quanto à afirmação de que as sesmarias não poderiam ser repartidas senão por capitão-mor parece ter havido opiniões cm contrário, como
concedida por D. Rodrigo César dc Menezes a Manoel Lniz Ferraz, nos ar
siius terras com a medida eficacíssima
das con.sideradas devolulas, podendo os
para colonizarem em três anos c na ex
mação de sesmaria de 4.000 braças de comprimento e outras tantas do testada,
Aliás, ôsses estadistas do .século XVIll mostram-se e.xtremamente sensíveis ao
no Espírito Santo. Concederam-se-lhes
sesmarias de 112 braças de testada por
Note-se que os açorianos foram utili
zados. desde o século XVIII, para im
plantar e difundir no Brasil a pequena propriedade. O Governador do Pará, Tancisco de Souza Coutinho, em sua informação de 1795, sôbre a lei de sesmarias, chamava a atenção para o sis ema peculiar de disliibuição de terque os ilhéus haviam levado para. 1808,
mandam-se
vir
1.500 famílias açorianas para o Rio
problema da terra e à necessidade de
Grande do Sul. O objetivo, aqui, era
reformar a estrutura agrária colonial.
essencialmente militar, fornecendo sol
Já existe, muito nítido, o pensamento do evitar o monopólio da propriedade nos arredores das cidades maiores.
A
Coroa compreende os problemas, de
dados á fronteira, mas o resultado foi também econômico, pois os imigrantes ti'ouxeram suas famílias e receberam pe
quenos lotes de torra. O decreto de D.
João é claro;
100
Dici-sro
Econômico
Freire, um dos documentos básicos de nossa legislação territorial:
as sesmarias senõo para sc.smciro as
"Para evitar oposiçõcs e prejuízos dos moradores do Piauí, sertões da
tirem e darem a outros que a con-
Dicr.sio Econômico
Indiscutível, porém, é que essa cartarégia. assentando o requisito do cultivo pura consolidação da propriedade, abria eaiuinho à di\isão da gleba em propor ções mais iiumanas, ampiiando as pos sibilidades do acesso á propriedade da
abastecimento que isso provocaria. As sim, cm 1725, a um pedido dc confir
possuem por se não cumprir para
Itara. Não foi essa a única \'ez em que a Coroa sc arrogou o direito do interfe rir nas relações de propriedade, com
rabaldes do Rio dc Janeiro, El-Roi des
terra de sesmaria que nulamente
tas terras que llics coik-oíIo polas le rem cultivado êlcs mais rpic p<.'direm dc sesmarias cstanch) nos dis
tritos dc suas primoiras datas c
batendo, quer diretamente quer através
que ficam próximas ás cidades não se
que foram concedidas e dadas na queles distritos a Francisc-o Dias a Ávila Francisco Barbosa Leão,
dos seus representantes, o espírito lati fundiário. O Marques do Lavradio, no
dão dc sesmarias e só de aforamento quando não podem scr\ir ao Público".
período dc seu vice-reínado. decorrido de 1769 a 1779. lc\'e ocasião de amea
Muitas vêzes, o pensamento de su prir as cidades de gêneros que a mo
çou- os lavradores que não cultivavam
nocultura ameaçava reduzir, levou o
Bahia e Pernambuco, por ocasião das contendas e litígios que lhes mo veram os chamados sisrneiros (síc), um excessivo número de léguas de
Bernardo Pereira Cago, Domingos
cultivarem (sic) não para as rcpar* qulstem, rateiem c cn/rrni a fabri
car, o que só é permitido aos capi tães donatãrio.s e não os sesmciros
(síc) aos quais hei por bom quo des
achando-so ainda ínctillas c despo voadas se Ibes passem caria dc ses maria cni que se dcN'e pôr as cláu sulas com que ao presente sc passam,
Afonso Sertão, Francisco de Souza dcciarando-se as léguas «pie com agundes, Antonio Guedes de Bríto e Bernardo Vieira Ravasco, cxpreenderem e suas confrontações e limites como declaração dc 3 léguas penmentaram os moradores grandes vexaçoes na ocasião das sentenças de comprido c 1 de largo". (O grifo a e es alcançadas na expulsão* é nosso). de suas fazendas e fôros das ditas terras, sôbre que mandei tirar as in O que ôste diploma consagra, no sou formações necessárias e os ditos sis- português tortuo.so, é o princípio da meiros me fizeram suas representa apropriação xitil da terra. A proprieda ções em que foram ouvidos e res
ponderam os procuradores da minha fazenda; sou servido, em vista da Resolução de U de abril e 2 de agÔsto do presente ano, tomadas em
Consulta Ultramarina, anular, abolir
e cassar tôdas as ditas ordens, sentenças que tem havido nesta matéria para se darem os fundamentos^as demandas que pode haver de uma e outra parte, cancelando as mesmas sesmarias por nova praça tôdas as
terras que eles têm cultivado por si, seus feitores ou criados, ainda que estas se achem de presente arrenda
de é função do cultivo.
A terra não
pode ser objeto de especulações ganan ciosas.
Felisbelo Freire, comentando e
traduzindo êsse documento, esclarece: "As sesmarias foram consideradas caducas, menos as zonas cultivadas pelos sesmeiros, seus feitores e arrendatários. Os foreiros foram garantidos cm sou
direito de propriedade e transformados em senhorios, e as porções nfio cultiva-.
onde se tinham distribuído sesmarias, fanto na ilha como na terra firme, po-
Sc deduz dc outros documentos.
dra, onde houvesse terras devolutas, co
mo patrimônio próprio, a fim de que as aforassem a pequenos cultivadores. Em 1814, por exemplo, o intendente de polícia do Rio, Paulo Fernandes Viana,
rém os que as pediram e a quem se deram a maior parte, as procuravam mais por ostentação que para as fazer
remetia 50 casais de ilhéus para Viana,
"teis a si e ao Estado". E atribuindo a
500 de fundo.
isso as condições em que se achava
aquela capitania, sugere que se as dis tribuam, a título de prêmio, entie os*
••»oldados da guamição de Santa Catarie do Rio Grande do Sul. Ao se refe rir aos pobres que não tinham recursos para se estabelecerem, do que decor reu o fraco aumento da Capitania, o
relatório uma nota de modernidade.
arrendamento, pOr niío serem dadas
soas entraram a rotear e cultivar,
governante a conceder as vilas recém-
criadas, sesmarias de uma légua em qua
primeiros sesmciros obtô-las, mas se gundo os termos da legislação em vigor,
ainda fôsse a título de aforamento ou
das a outros colonos, nas quais se não deve incluir as cjue outras pes
pachou mandando ouvir os oficiais da Câmara e estabelecendo: "... As terras
de llias tomar. No relatório que dirigiu •^o seu sucessor, o Vícc-Rci Luiz de ^'^asconcelos, chama a atenção deste para o povoamento de Santa Catarina,
Marquês do Lavradio introduz em seu
tensão de 3 léguas de comprido e 1 de largo". Apenas quanto à afirmação de que as sesmarias não poderiam ser repartidas senão por capitão-mor parece ter havido opiniões cm contrário, como
concedida por D. Rodrigo César dc Menezes a Manoel Lniz Ferraz, nos ar
siius terras com a medida eficacíssima
das con.sideradas devolulas, podendo os
para colonizarem em três anos c na ex
mação de sesmaria de 4.000 braças de comprimento e outras tantas do testada,
Aliás, ôsses estadistas do .século XVIll mostram-se e.xtremamente sensíveis ao
no Espírito Santo. Concederam-se-lhes
sesmarias de 112 braças de testada por
Note-se que os açorianos foram utili
zados. desde o século XVIII, para im
plantar e difundir no Brasil a pequena propriedade. O Governador do Pará, Tancisco de Souza Coutinho, em sua informação de 1795, sôbre a lei de sesmarias, chamava a atenção para o sis ema peculiar de disliibuição de terque os ilhéus haviam levado para. 1808,
mandam-se
vir
1.500 famílias açorianas para o Rio
problema da terra e à necessidade de
Grande do Sul. O objetivo, aqui, era
reformar a estrutura agrária colonial.
essencialmente militar, fornecendo sol
Já existe, muito nítido, o pensamento do evitar o monopólio da propriedade nos arredores das cidades maiores.
A
Coroa compreende os problemas, de
dados á fronteira, mas o resultado foi também econômico, pois os imigrantes ti'ouxeram suas famílias e receberam pe
quenos lotes de torra. O decreto de D.
João é claro;
TFT^rTTTV
Digivsto
102
Econômico
tribuição da terra v sua propriedade à noção do bem comum cb<»ea\ain-se lu-
de homens e mulheres em termos de
luralmcntc contra a resistênc ia dos se
casar, tirando, quanto se possa, voluntàriamente das mesmas ilhas para se transportarem para a Capitania do
Rio Grande, onde ordeno ao respec tivo governador e capitão-general, lhes mande distribuir pequenas sesmarias que hajam de cultivar, favo recendo, quanto se possa, o seu es
tabelecimento, na firme esperança que daí haja de resultar um grande aumento de povoamento, com que
A liberdade de iniciativa
Essas tentatí\as dc* .siibntolcr a dis
"Sou servido ordenar que das ilhas dos Açores se mandem vir 1.500 fa mílias ou um proporcional número
Cândido Motta ru.uo
nhores da trrra, garantidos pt)r privilé
A Constituição dc 1946, no seu iirti-
gios que remontavam, às \ ê/es. ao pri
go 145, diz que a ordem econômica dc\(« ser organizada conforme os prin cípios da justiça social, conciliando a
princípios da justiça social e quando exercida m;s limites do bem público. Antes, não constituía preocupação porque era uma conquista indi.sciitível
liberdade dc iniciativa com a valoriza
do indi\àdualismo liberal.
meiro século.
São cies os antecessores
dos fazendeiros do ImpiTío que com bateram sistematicamente a lei dc ter ras de 1850 e tentaram por todos os
ção do trabalho humano.
meios dificultar a inrigraçati dc colonos livres. São ainda cies os precursores dos reacionários de boje «'[ue, na im
sua feição autoritária, timbrou, como a Carta do Trabalho da Itália fascista, em
prensa e no parlamento, i>loqnciam si«j-
depois não só resulte o acréscimo de riqueza e prosperidade da mesma
temàticamcnte as tonlali\as dc dar ao
Capitania, mas se segure a sua de fesa em tempo de guerra."
no nosso campo uma estrutura demo
país um sistema dc terras eapaz dc criar crática.
A Constituição dc 1937. apesar de
Tcdo o sistema constitucional se cor-
poiificava. sem discussão, nas prerroga tivas indi\iduais, na afirmação da liber dade contratual, no reconhecimento do
dividual, no poder dc criaçao de orga
direito de propriedade em sua plenitu de e na afiimação dos direitos c garan tias individuais. Quando a Constitui
nização e dc invenção dn indivíduo, exercida no limito do bem público, fun-
rava a brasileiros e estrangeiros residen
resguardar a livre iniciati\'a. Prescre^'eu, no art. 135, que na iniciativa in
da-sc a riqueza e a prosperidade nacio-
ção de 1891, pelo seu art. 72, assegu tes no País a inviolabilidadè dos direito.;
concernentes à liberdade, à segurança ■rial. A intci-venção do Estado no do mínio econômico só se legitima para - individual e à propriedade, assegurava
s«prir as deficiências da iniciativa inclividual e coordenar os fatores da produ ção, dc maneira a evitar ou resolver os seus conflitos c introduzir no jogo cias competições individuais o pensamento dos interôsses da Nação, representados
tudo isso sem restrições, tanto mais que,
pelo parágrafo 17 desse mesmo artigo, o direito de propriedade
manter-se-ia
em toda a plenitude, salvo a desapro priação por necessidade e utilidade pú blica, mediante indenização prévia.
A Constituição de 1934 não fala em
A plenitude do direito de proprieda de, configurada em, seu sentido qmri-
estabelece que a ordem econômica deve
tario, era, afinal, a base de toda a or dem liberal. Graças a ela o homem nã :
so podia se defender contra as ameaça;
justiça e as necessidades da vida nacio
do poder arbitrário, como também agir
pelo Estado.
•i\'re iniciativa.
Apenas, no art. lio
ser organizada conforme os princípios da
nal, de modo que possibilite a todos existência digna. Dentro desses limi tes seria garantida a liberdade econô mica.
Assim, depois de 1930, dentro das
sucessivas transformações políticas e so
ciais, a livre iniciativa mereceu coloca- • ção especial na ordem constitucional do País, porque ela só se justificaria daí por diante, quando em harmonia com os
por conta própria e construir o seu mun
do econômico.
No elemento "estático"'
da vida social que é a propriedade, ti
nha assegurada assim a livre iniciativa, que é o seu "elemento dinâmico".
Se a propriedade era considerada co mo direito do indivíduo de gozar e di,.por da coisa de modo exclusivo, nc'e evidentemente estava incluída, con-.i sua decorrência, a livre iniciativa.
P.;À.
TFT^rTTTV
Digivsto
102
Econômico
tribuição da terra v sua propriedade à noção do bem comum cb<»ea\ain-se lu-
de homens e mulheres em termos de
luralmcntc contra a resistênc ia dos se
casar, tirando, quanto se possa, voluntàriamente das mesmas ilhas para se transportarem para a Capitania do
Rio Grande, onde ordeno ao respec tivo governador e capitão-general, lhes mande distribuir pequenas sesmarias que hajam de cultivar, favo recendo, quanto se possa, o seu es
tabelecimento, na firme esperança que daí haja de resultar um grande aumento de povoamento, com que
A liberdade de iniciativa
Essas tentatí\as dc* .siibntolcr a dis
"Sou servido ordenar que das ilhas dos Açores se mandem vir 1.500 fa mílias ou um proporcional número
Cândido Motta ru.uo
nhores da trrra, garantidos pt)r privilé
A Constituição dc 1946, no seu iirti-
gios que remontavam, às \ ê/es. ao pri
go 145, diz que a ordem econômica dc\(« ser organizada conforme os prin cípios da justiça social, conciliando a
princípios da justiça social e quando exercida m;s limites do bem público. Antes, não constituía preocupação porque era uma conquista indi.sciitível
liberdade dc iniciativa com a valoriza
do indi\àdualismo liberal.
meiro século.
São cies os antecessores
dos fazendeiros do ImpiTío que com bateram sistematicamente a lei dc ter ras de 1850 e tentaram por todos os
ção do trabalho humano.
meios dificultar a inrigraçati dc colonos livres. São ainda cies os precursores dos reacionários de boje «'[ue, na im
sua feição autoritária, timbrou, como a Carta do Trabalho da Itália fascista, em
prensa e no parlamento, i>loqnciam si«j-
depois não só resulte o acréscimo de riqueza e prosperidade da mesma
temàticamcnte as tonlali\as dc dar ao
Capitania, mas se segure a sua de fesa em tempo de guerra."
no nosso campo uma estrutura demo
país um sistema dc terras eapaz dc criar crática.
A Constituição dc 1937. apesar de
Tcdo o sistema constitucional se cor-
poiificava. sem discussão, nas prerroga tivas indi\iduais, na afirmação da liber dade contratual, no reconhecimento do
dividual, no poder dc criaçao de orga
direito de propriedade em sua plenitu de e na afiimação dos direitos c garan tias individuais. Quando a Constitui
nização e dc invenção dn indivíduo, exercida no limito do bem público, fun-
rava a brasileiros e estrangeiros residen
resguardar a livre iniciati\'a. Prescre^'eu, no art. 135, que na iniciativa in
da-sc a riqueza e a prosperidade nacio-
ção de 1891, pelo seu art. 72, assegu tes no País a inviolabilidadè dos direito.;
concernentes à liberdade, à segurança ■rial. A intci-venção do Estado no do mínio econômico só se legitima para - individual e à propriedade, assegurava
s«prir as deficiências da iniciativa inclividual e coordenar os fatores da produ ção, dc maneira a evitar ou resolver os seus conflitos c introduzir no jogo cias competições individuais o pensamento dos interôsses da Nação, representados
tudo isso sem restrições, tanto mais que,
pelo parágrafo 17 desse mesmo artigo, o direito de propriedade
manter-se-ia
em toda a plenitude, salvo a desapro priação por necessidade e utilidade pú blica, mediante indenização prévia.
A Constituição de 1934 não fala em
A plenitude do direito de proprieda de, configurada em, seu sentido qmri-
estabelece que a ordem econômica deve
tario, era, afinal, a base de toda a or dem liberal. Graças a ela o homem nã :
so podia se defender contra as ameaça;
justiça e as necessidades da vida nacio
do poder arbitrário, como também agir
pelo Estado.
•i\'re iniciativa.
Apenas, no art. lio
ser organizada conforme os princípios da
nal, de modo que possibilite a todos existência digna. Dentro desses limi tes seria garantida a liberdade econô mica.
Assim, depois de 1930, dentro das
sucessivas transformações políticas e so
ciais, a livre iniciativa mereceu coloca- • ção especial na ordem constitucional do País, porque ela só se justificaria daí por diante, quando em harmonia com os
por conta própria e construir o seu mun
do econômico.
No elemento "estático"'
da vida social que é a propriedade, ti
nha assegurada assim a livre iniciativa, que é o seu "elemento dinâmico".
Se a propriedade era considerada co mo direito do indivíduo de gozar e di,.por da coisa de modo exclusivo, nc'e evidentemente estava incluída, con-.i sua decorrência, a livre iniciativa.
P.;À.
104
Dicksto KcoNÓMtca OlCESTO Econó.mico
ra os teóricos do século XVIII a proprie dade é justa e necessária à liberdade.
E a Revolução Americana e, em segui da, a Revolução Francesa, estabelece
ram como objeto de tôda sociedade po lítica a conservação da liberdade e da
propriedade. E' daí a exclamação de
Maury, que se tornou famosa, quando
o socialismo procurava insinuar-se na ideologia da Revolução Francesa : -
Vós quereis ser livres; mas sem pro priedade não há liberdade. A própria liberdade não é mais do que a primeira das propriedades".
cia, garantida por uma \'olumosa legí>' lação, sente-se desarlíctiiatla, c a nova«
grupos econômicos, num natural instin
que surge, ainda sem configurações as sentadas, se movimenta dentro de uma
to de defesa, tomam posição política, a
fim de assegurar, pelo Estado, a garan
linha confusa e arbitrária, qm* feria clc
tia efetiva e legal de seus inlorèsscs. E se a representação dc classe não consegue
morte principalnn ntc a velha noção do contrato, uma afirmação di.* vontades li vres e utna das formas da re iniviaiiva. A liberdade começou a ser acusada de negativa c formal. Pi-rinitintlo como permitia, ela fav<<r<*cera as cliferencíações perigü.sa.s. F.n<inanto as cons
via participar dos processos da pro
dução
econômica,
u
A democracia liberal, como democracia "sé explicava, no fundo e na fôrma, como
da livre iniciativa.
Com a modificação dos quadros económicos e políticos, que assumiu as
pecto de crise de civilização com a primeira guerra mundial, a unidade eco nômica vai aceleradamente deixando de
ser o "indivíduo" para ser a "cmprêsa". A economia dominante deixa o sistema de "concorrência" para ser de "mono
pólio".
cos e nas classes. E no Parlamento, pa-
diistrial. st preocu
•■a satisfazer aos que o elegeram, vão >"eclamando o auxilio do Estado ou, em
Em primeiro lugar, a Constituição é um plano, neste título, contra o desam paro social, pois ela assegurava a todos, pelo trabalho, uma existência digna (art. 145, parágrafo único). Em seguida, é um plano dc equilíbrio social c econô
eni
luantcr
imis.
a livre iniciativa, aceitava-Se o postu
lado ne pas trop gouverner
de.scnvoivrinento
suu.s linhas tradício-
das concorrências. Assim, para garantir
O número de empresas autô
nomas tende a diminuir, diante das cir cunstâncias, enquanto se assinala a ten
certos casos, sua intervenção.
A derrota do corporati\'ismo fascista
Ne.ssas condiç-ões, as relações dc no
c o repúdio à representação de classe
vos interôsscs,
econômica da política moderna nos paí-
postas pelas novas exigÔDcias da vida, vão facilitando, e ali, a vitória de idéias revolucionárias que revelam a presença das classes me
profissional não impediram a revisão
se.s democráticos, onde perdurava a cri(Ia produção c do desemprego. Assim. por todos os lados a incoerência do poder individual fazia com que esse po-
mico. O uso da propriedade está "con dicionado" ao bem-estar social.
A lei
poderá, ressalvadas garantias anteriores,
promover a justa distribuição da pro priedade, com igual oportunidade para
A Constituição, que deveria ser uma
ciativa .
cada
vez mais se
impor o preço, uma vez que desapare cera o livre jogo da oferta e da pro
lei fundamental de organização dos po-
cura.
ção social.
deres, se tomou uma lei básica de dire Todos os "dirigismos" co-
nieçaram a encontrar, em seus dispositi
ra aplacar os desentendimentos com a consagração dos princípios da declara
vos, amparo para os seus fins. E, se o
ção dos direitos sociais, vê-se,
como o protetor dos economicamente fracos, êle justifica plenamente essa
no en
nômica e social.
venção se fará tendo por base o interes se público e por limite os direitos fun damentais assegurados na Constituição
sente ameaçada pelo triunfo das gran
O liberalismo social, que aparece pa
assinalado no título sobre u ordem eco
todos (art. 147). A União poderá, me diante lei especial, intervir no domínio econômico e monopolizar determinada
(^Gsmo nos países novos, onde o progres so só seria possível através da livre ini
des e poderosas empresas, capazes de
mcntc pode ser de difícil definição, e
enfraquecesse,
nos favorecidas na estruturação da or dem social. E, com elas, está certa mente a massa dos consumidores qu© ^
Estado intervencionista
se apresentava
dência para a concentração de capitais e para a formação das grandes em-
tanto, envolvido por numerosas contra dições, que o deprimem e o desfiguram.
prêsas.
O socialismo, em tôdas as suas formas,
operava no mundo, por entre guerras e
conquista, com êle, novas posições, e os
revoluções.
A situação econômica que desapare
to de propriedade é ganintido, salvo o caso de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por "interesse social", mediante prévia e justa indeni
vado, dcsconliecendo a.s exigências do pava
que surgiria.espon tânea do regimem
grande vitória, transformando as bases
da representação política. Os candida
nômica e de protcç.ão dos fracos. Pelo art. 141. parágrafo 16, o direi
zação cm dinheiro. Êsse "iiitorêsse social", que juiidica-
ciais, o direito pri
so mesmo, não de
tada (Constituição de 1931, art. 23),
da, entretanto, consegue realmente uma
tcr\'encion!smo social, que se manifes tou no plano do direito do trabalho e nos princípios reguladores da vida eco
tos ao Parlam<'nto sentem a fragilidade oitcma dos partidos e a insuficiência dos argumentos políticos e sabem que a for ça moderna capaz de levá-los ao Par lamento reside nos interesses econômi
tituições se alheavam dos problemas so
O Estado, por is
formalmente uma vitória, apesar dc ten
tra coisa não fêz senão apoiar êsse in-
atitude diante da crise econômica que se
A Constituição bra.sileira de 1946 ou
indústria em atividade.
E essa inter
(art. 146). Por sua vez, a lei repriniírá tôda e qualquer forma de poder econômico, inclusive as uniões ou agru
pamentos de empresas individuais ou sociais, seja qual fôr a sua natureza, que tenham por fim dominar os mercados nacionais, eliminar a concorrência e au mentar arbitràriamente os lucros (art. 148).
' Em seguida a Constituição assegura frQ'h{illiíst.T p cIg nreví-
104
Dicksto KcoNÓMtca OlCESTO Econó.mico
ra os teóricos do século XVIII a proprie dade é justa e necessária à liberdade.
E a Revolução Americana e, em segui da, a Revolução Francesa, estabelece
ram como objeto de tôda sociedade po lítica a conservação da liberdade e da
propriedade. E' daí a exclamação de
Maury, que se tornou famosa, quando
o socialismo procurava insinuar-se na ideologia da Revolução Francesa : -
Vós quereis ser livres; mas sem pro priedade não há liberdade. A própria liberdade não é mais do que a primeira das propriedades".
cia, garantida por uma \'olumosa legí>' lação, sente-se desarlíctiiatla, c a nova«
grupos econômicos, num natural instin
que surge, ainda sem configurações as sentadas, se movimenta dentro de uma
to de defesa, tomam posição política, a
fim de assegurar, pelo Estado, a garan
linha confusa e arbitrária, qm* feria clc
tia efetiva e legal de seus inlorèsscs. E se a representação dc classe não consegue
morte principalnn ntc a velha noção do contrato, uma afirmação di.* vontades li vres e utna das formas da re iniviaiiva. A liberdade começou a ser acusada de negativa c formal. Pi-rinitintlo como permitia, ela fav<<r<*cera as cliferencíações perigü.sa.s. F.n<inanto as cons
via participar dos processos da pro
dução
econômica,
u
A democracia liberal, como democracia "sé explicava, no fundo e na fôrma, como
da livre iniciativa.
Com a modificação dos quadros económicos e políticos, que assumiu as
pecto de crise de civilização com a primeira guerra mundial, a unidade eco nômica vai aceleradamente deixando de
ser o "indivíduo" para ser a "cmprêsa". A economia dominante deixa o sistema de "concorrência" para ser de "mono
pólio".
cos e nas classes. E no Parlamento, pa-
diistrial. st preocu
•■a satisfazer aos que o elegeram, vão >"eclamando o auxilio do Estado ou, em
Em primeiro lugar, a Constituição é um plano, neste título, contra o desam paro social, pois ela assegurava a todos, pelo trabalho, uma existência digna (art. 145, parágrafo único). Em seguida, é um plano dc equilíbrio social c econô
eni
luantcr
imis.
a livre iniciativa, aceitava-Se o postu
lado ne pas trop gouverner
de.scnvoivrinento
suu.s linhas tradício-
das concorrências. Assim, para garantir
O número de empresas autô
nomas tende a diminuir, diante das cir cunstâncias, enquanto se assinala a ten
certos casos, sua intervenção.
A derrota do corporati\'ismo fascista
Ne.ssas condiç-ões, as relações dc no
c o repúdio à representação de classe
vos interôsscs,
econômica da política moderna nos paí-
postas pelas novas exigÔDcias da vida, vão facilitando, e ali, a vitória de idéias revolucionárias que revelam a presença das classes me
profissional não impediram a revisão
se.s democráticos, onde perdurava a cri(Ia produção c do desemprego. Assim. por todos os lados a incoerência do poder individual fazia com que esse po-
mico. O uso da propriedade está "con dicionado" ao bem-estar social.
A lei
poderá, ressalvadas garantias anteriores,
promover a justa distribuição da pro priedade, com igual oportunidade para
A Constituição, que deveria ser uma
ciativa .
cada
vez mais se
impor o preço, uma vez que desapare cera o livre jogo da oferta e da pro
lei fundamental de organização dos po-
cura.
ção social.
deres, se tomou uma lei básica de dire Todos os "dirigismos" co-
nieçaram a encontrar, em seus dispositi
ra aplacar os desentendimentos com a consagração dos princípios da declara
vos, amparo para os seus fins. E, se o
ção dos direitos sociais, vê-se,
como o protetor dos economicamente fracos, êle justifica plenamente essa
no en
nômica e social.
venção se fará tendo por base o interes se público e por limite os direitos fun damentais assegurados na Constituição
sente ameaçada pelo triunfo das gran
O liberalismo social, que aparece pa
assinalado no título sobre u ordem eco
todos (art. 147). A União poderá, me diante lei especial, intervir no domínio econômico e monopolizar determinada
(^Gsmo nos países novos, onde o progres so só seria possível através da livre ini
des e poderosas empresas, capazes de
mcntc pode ser de difícil definição, e
enfraquecesse,
nos favorecidas na estruturação da or dem social. E, com elas, está certa mente a massa dos consumidores qu© ^
Estado intervencionista
se apresentava
dência para a concentração de capitais e para a formação das grandes em-
tanto, envolvido por numerosas contra dições, que o deprimem e o desfiguram.
prêsas.
O socialismo, em tôdas as suas formas,
operava no mundo, por entre guerras e
conquista, com êle, novas posições, e os
revoluções.
A situação econômica que desapare
to de propriedade é ganintido, salvo o caso de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por "interesse social", mediante prévia e justa indeni
vado, dcsconliecendo a.s exigências do pava
que surgiria.espon tânea do regimem
grande vitória, transformando as bases
da representação política. Os candida
nômica e de protcç.ão dos fracos. Pelo art. 141. parágrafo 16, o direi
zação cm dinheiro. Êsse "iiitorêsse social", que juiidica-
ciais, o direito pri
so mesmo, não de
tada (Constituição de 1931, art. 23),
da, entretanto, consegue realmente uma
tcr\'encion!smo social, que se manifes tou no plano do direito do trabalho e nos princípios reguladores da vida eco
tos ao Parlam<'nto sentem a fragilidade oitcma dos partidos e a insuficiência dos argumentos políticos e sabem que a for ça moderna capaz de levá-los ao Par lamento reside nos interesses econômi
tituições se alheavam dos problemas so
O Estado, por is
formalmente uma vitória, apesar dc ten
tra coisa não fêz senão apoiar êsse in-
atitude diante da crise econômica que se
A Constituição bra.sileira de 1946 ou
indústria em atividade.
E essa inter
(art. 146). Por sua vez, a lei repriniírá tôda e qualquer forma de poder econômico, inclusive as uniões ou agru
pamentos de empresas individuais ou sociais, seja qual fôr a sua natureza, que tenham por fim dominar os mercados nacionais, eliminar a concorrência e au mentar arbitràriamente os lucros (art. 148).
' Em seguida a Constituição assegura frQ'h{illiíst.T p cIg nreví-
OiCFsro
DIOE5TO
106
dência social que vise à melhoria da condição dos trabalhadores (art. 157). Salário mínimo; igualdade de salário,
em igualdade de condições; salário no turno superior ao diumo; participação obrigatória e direta no lucro das cmprêsas; regulamentação das horas de
trabalho; repouso e férias remunera
das ; higiene e segurança no trabalho; : proibição de trabalho a menores de ca
Econômico
107
EcüNÔ.VUCO
145); das idéias sociais modernas, apoiou a ordem econômica, conforme
Os princípios sociais, o traballio como obrigação social, a intervenção do Estado :
/no domínio ccíinómico, o nso da pro- ^
criação da famosa corporação de direi
autoritário, num Estado liberal,
tos públicos — "Toncsscc Vallcv Authorithy" (T. V. A.) — (pio é um dos pi lares do "New Deal" c que, para explo rar cconòmicamenle o potencial do vale do Tcnessee, abrangeu, ao me.smo tem
socialismo imposto dentro de uma or
nesse
dem individualista, a li\re iniciativa se
recolhe e, com ela, o capital necessário aos empreendimentos de base.
da União americana.
O que é necessário, nessa política in ternacional de período de crise, é olhar o problema de frente e afirmar que, nu
Como se m(>\imcntar, dentro desscis condições, c dessas exitíencias, a liber
A lei Shernian, que é de 1890, e foi completada pela lei Claylon, que 6 de
a liberdade de iniciativa não pode real-
dade de iniciativa ?
priedade condicionado ao I)ein-cst;ir so- . •ciai, a repressão ao abuso ílo [xidcr eco nômico.
po, parte dc territórios de sete Estados
ma legislação fomentadora de conflitos,
i^.ssa pergunta se
1914, com a criação da "Federal Trade
mcnto c.xistir e. ao invés de chciiav à so-
dezoito anos, em indústrias insalubres,
torna ainda mais significati\a <|nando é
cialização da riqueza, se alcançará com
, e de trabalho noturno a menores de de zoito anos; direito da gestante e descan-
certo que a livre iniciativa .se encontra
Coinission" — não produz.iu os efeitos desejados, principalmente porque eslava desamparada de um conhecimento exa
torze anos,
a mulheres e menores de
so antes e depois do parto, sem prejuí zo do emprego nem do salário; estabi lidade, na empresa ou na exploração ru
ral, e indenização ao trabalhador despe
dido; reconhecimento das convenções coletivas de trabalho; assistência médi ca e hospitalar preventiva ao trabalha dor e à gestante ; assistência aos desem pregados; previdência social, com a con
tribuição da União, dos empregadores e dos empregados, contra as conseqüên cias da doença, da velhice, da invalidez
c da morte - constituem compromissos amplos e extensos, que exigem a mais completa e constante ingerência do Es tado.
' Mas não fica aí o intervencionismo do Estado, porque a família raerecè sua
(especial proteção (art. 16) e é obriga tória, em todo o território nacional, a
dependente dc leis e de organizações que a fazem dependente do interesse do Estado,
uma vez cpic as
to da situação industrial, o que só foi
"anti-trust
fcilo com a criação legal do "Tempo-
laws" têm sido inteiramente insiifioi(.»|^_
rary National Economia Commiltee". que apresentou então mo exaustivo e oionumcnlal inquérito sôbre a economia
tes, como também
a consagração dos
contratos dirigidos.
Assim, por mais que se prochinio a liberdade dc iniciativa, o (pie se vò,
realidade, c a aceitação do "dirigisnío", muito embora êle se mostre incerto e in
Êsse incpicritü, porém, nao decorreu só dc unia capacidade notoria de invéseconomia definida.
táculo real, efetivo,
à livre iniciativa,
para ela oferecidas por um país de
Nos países de economia fraca, de im precisão social, de incerteziis políticas, êsso dirigismo se mostra apoiado na
que recua desamparada e enfraquecida,
"razão de Estado" e se processa em meio de dificuldades intransponíveis. E
confundida com seus erros c suas de
êsse dirigismo autoritário e revolucioná
turpações c com a probabilidade de se afundar de vez na socialização dos meios
assistência à maternidade, à infância e <à adolescência, devendo a lei instituir auxílio às famílias de prole numerosa. Da concepção do individuali.smo libe
inquéritos perfeitos,
ral a Constituição aceitou os direitos do homem concernentes à vida, à liberda
caminhar com certa segurança. Nos Estados Unidos, o "New Deal" e o N.
de, à segurança individual e à proprie dade (art. 141); a igual oportunidade para todos, a liberdade de iniciativa e
R. A. tiveram que marchar por entre di ficuldades políticas, sociais e jurídicas. O próprio federalismo foi obrigado a
livre concorrência (art. 147, 148 e
recuar, como o individualismo, com n
de produção.
Nos países perfeitamente organizados, com as suas estatísticas
exatas e seus
os planos podem
inconfessá-
tivo do mundo moderno, deve ser lan
economia regolata). Essa economia õ, entretanto, traída pela experiência som propício, o obs
econômicos
çada em campo definido e com indis
bgação, como também das possibilida-
constitui, em clima
de privilégios
\'eis. O que é preciso, portanto, é eli minar êsses conflitos e chegar-se a uma definição de posições. A luta cx)ntra a injustiça social c contra a exploração do v homem pelo homem, que é um impera
americana.
seguro (Planwirtschaft, planned cconomy, economy planiiig, ccouomic dirigóe, bria do poder soviético. E' cia que se
ela a socialização da pcniíria e a oriaçãí)
rio não só vai de encontro aos econòmicamente fracos, mas faz aumentar o número dos descamisados, dos que, pa-
rasitàriamente, florescem à custa do po
der público, das comissões de contrôle de preço, do mercado negro e dos ins titutos e autarquias; fomenta a baixa da produção, o desinteresse do trabalhador,
pensável conhecimento de causa.
O
motivo social não pode ser vago e im preciso, pois, se assim o for, levará o Es
tado ao caminho da avbitiariedade, o que seria uma contradição com o seu próprio conceito. A liberdade da ini- \
ciativa precisa saber até onde ela pode ' contar consigo mesma, até onde ela po de ser aceita e compreendida como um elemento de constmção social, até onde ela pode ser considerada justa o eficaz..., Se não houver resposta a êsse pedido do definição, o Estado demasiadamente
custoso por sobre uma economia pobre, deixará de ser o que êle deve ser, mi nado e desmoralizado por suas contiadições internas. E êle será visto, nesse vasto campo propicio à arbitrariedade,
funcionários públicos, dos intermediá
como a violência organizada, quando o que dele se espera é a liberdade do ho
rios, dos fiscais.
mem e a justiça social.
o aumento
assustador do exército dos Com êsse dirigismo
OiCFsro
DIOE5TO
106
dência social que vise à melhoria da condição dos trabalhadores (art. 157). Salário mínimo; igualdade de salário,
em igualdade de condições; salário no turno superior ao diumo; participação obrigatória e direta no lucro das cmprêsas; regulamentação das horas de
trabalho; repouso e férias remunera
das ; higiene e segurança no trabalho; : proibição de trabalho a menores de ca
Econômico
107
EcüNÔ.VUCO
145); das idéias sociais modernas, apoiou a ordem econômica, conforme
Os princípios sociais, o traballio como obrigação social, a intervenção do Estado :
/no domínio ccíinómico, o nso da pro- ^
criação da famosa corporação de direi
autoritário, num Estado liberal,
tos públicos — "Toncsscc Vallcv Authorithy" (T. V. A.) — (pio é um dos pi lares do "New Deal" c que, para explo rar cconòmicamenle o potencial do vale do Tcnessee, abrangeu, ao me.smo tem
socialismo imposto dentro de uma or
nesse
dem individualista, a li\re iniciativa se
recolhe e, com ela, o capital necessário aos empreendimentos de base.
da União americana.
O que é necessário, nessa política in ternacional de período de crise, é olhar o problema de frente e afirmar que, nu
Como se m(>\imcntar, dentro desscis condições, c dessas exitíencias, a liber
A lei Shernian, que é de 1890, e foi completada pela lei Claylon, que 6 de
a liberdade de iniciativa não pode real-
dade de iniciativa ?
priedade condicionado ao I)ein-cst;ir so- . •ciai, a repressão ao abuso ílo [xidcr eco nômico.
po, parte dc territórios de sete Estados
ma legislação fomentadora de conflitos,
i^.ssa pergunta se
1914, com a criação da "Federal Trade
mcnto c.xistir e. ao invés de chciiav à so-
dezoito anos, em indústrias insalubres,
torna ainda mais significati\a <|nando é
cialização da riqueza, se alcançará com
, e de trabalho noturno a menores de de zoito anos; direito da gestante e descan-
certo que a livre iniciativa .se encontra
Coinission" — não produz.iu os efeitos desejados, principalmente porque eslava desamparada de um conhecimento exa
torze anos,
a mulheres e menores de
so antes e depois do parto, sem prejuí zo do emprego nem do salário; estabi lidade, na empresa ou na exploração ru
ral, e indenização ao trabalhador despe
dido; reconhecimento das convenções coletivas de trabalho; assistência médi ca e hospitalar preventiva ao trabalha dor e à gestante ; assistência aos desem pregados; previdência social, com a con
tribuição da União, dos empregadores e dos empregados, contra as conseqüên cias da doença, da velhice, da invalidez
c da morte - constituem compromissos amplos e extensos, que exigem a mais completa e constante ingerência do Es tado.
' Mas não fica aí o intervencionismo do Estado, porque a família raerecè sua
(especial proteção (art. 16) e é obriga tória, em todo o território nacional, a
dependente dc leis e de organizações que a fazem dependente do interesse do Estado,
uma vez cpic as
to da situação industrial, o que só foi
"anti-trust
fcilo com a criação legal do "Tempo-
laws" têm sido inteiramente insiifioi(.»|^_
rary National Economia Commiltee". que apresentou então mo exaustivo e oionumcnlal inquérito sôbre a economia
tes, como também
a consagração dos
contratos dirigidos.
Assim, por mais que se prochinio a liberdade dc iniciativa, o (pie se vò,
realidade, c a aceitação do "dirigisnío", muito embora êle se mostre incerto e in
Êsse incpicritü, porém, nao decorreu só dc unia capacidade notoria de invéseconomia definida.
táculo real, efetivo,
à livre iniciativa,
para ela oferecidas por um país de
Nos países de economia fraca, de im precisão social, de incerteziis políticas, êsso dirigismo se mostra apoiado na
que recua desamparada e enfraquecida,
"razão de Estado" e se processa em meio de dificuldades intransponíveis. E
confundida com seus erros c suas de
êsse dirigismo autoritário e revolucioná
turpações c com a probabilidade de se afundar de vez na socialização dos meios
assistência à maternidade, à infância e <à adolescência, devendo a lei instituir auxílio às famílias de prole numerosa. Da concepção do individuali.smo libe
inquéritos perfeitos,
ral a Constituição aceitou os direitos do homem concernentes à vida, à liberda
caminhar com certa segurança. Nos Estados Unidos, o "New Deal" e o N.
de, à segurança individual e à proprie dade (art. 141); a igual oportunidade para todos, a liberdade de iniciativa e
R. A. tiveram que marchar por entre di ficuldades políticas, sociais e jurídicas. O próprio federalismo foi obrigado a
livre concorrência (art. 147, 148 e
recuar, como o individualismo, com n
de produção.
Nos países perfeitamente organizados, com as suas estatísticas
exatas e seus
os planos podem
inconfessá-
tivo do mundo moderno, deve ser lan
economia regolata). Essa economia õ, entretanto, traída pela experiência som propício, o obs
econômicos
çada em campo definido e com indis
bgação, como também das possibilida-
constitui, em clima
de privilégios
\'eis. O que é preciso, portanto, é eli minar êsses conflitos e chegar-se a uma definição de posições. A luta cx)ntra a injustiça social c contra a exploração do v homem pelo homem, que é um impera
americana.
seguro (Planwirtschaft, planned cconomy, economy planiiig, ccouomic dirigóe, bria do poder soviético. E' cia que se
ela a socialização da pcniíria e a oriaçãí)
rio não só vai de encontro aos econòmicamente fracos, mas faz aumentar o número dos descamisados, dos que, pa-
rasitàriamente, florescem à custa do po
der público, das comissões de contrôle de preço, do mercado negro e dos ins titutos e autarquias; fomenta a baixa da produção, o desinteresse do trabalhador,
pensável conhecimento de causa.
O
motivo social não pode ser vago e im preciso, pois, se assim o for, levará o Es
tado ao caminho da avbitiariedade, o que seria uma contradição com o seu próprio conceito. A liberdade da ini- \
ciativa precisa saber até onde ela pode ' contar consigo mesma, até onde ela po de ser aceita e compreendida como um elemento de constmção social, até onde ela pode ser considerada justa o eficaz..., Se não houver resposta a êsse pedido do definição, o Estado demasiadamente
custoso por sobre uma economia pobre, deixará de ser o que êle deve ser, mi nado e desmoralizado por suas contiadições internas. E êle será visto, nesse vasto campo propicio à arbitrariedade,
funcionários públicos, dos intermediá
como a violência organizada, quando o que dele se espera é a liberdade do ho
rios, dos fiscais.
mem e a justiça social.
o aumento
assustador do exército dos Com êsse dirigismo
PSPT
109
Dicrsiu Kconómico
O cacau no vale dn rio Doce
\
Clóvis Caldeiha
Fisiografia elementar do vale
viométrico (2), quo dá para a mesma O total de 84.700 íjuílõmctros quadrados,
formado pelas ser-
exh-pmM e do Espinhaço, na G«T5, a• altitude , aproximada de de Minas 1.200
dividida em trés seções distintas.
"Fcfa ^1 Steaín
quilômetros ou mais. escreveu William John
'mu o vltit™ '«««. tentrinml a no, onde oêleponto maispersen^onal do faz uma
Slfí o seu curso até encontrar' uma soberba cadeia de den tadas eminências conhecidas por Serra
dos Aimorés." (i) i / da 1 serra, ^ passa gem através o t-orçando rio entra no ter-
ntóno espiríto-santense, onde, após um curso oriental de 180 quilômetros, des peja as águas no escoadouro atlântico, por duas bocas.
As estimativas a respeito do curso
total do no Doce divergem, por vêzes, lômetros a 977 e até mil. Ainda que sensivelmente, elevando-se de 778 qui
de maneira um tanto arbitrária, tería mos, adotado o critério da média arit-
méHca simples, a extensão de pouco mais de 918 quilômetros. As mesmas divergências ocorrem
quanto à área da bacia hidrográfica. Fiquemos, nesse particular, com os da dos ofipíais, constantes do Anuário plur / r
(1) "O Vale do Rio Doce", Almanaque Brasileiro Garnier, 1914, págs. 225 a 233 tradução de G. Noronha, da Sociedade de Geografia.
afluentes laterais.
sária à vida das plantações.
*'No bai.xo rio Doce," onde o cone de bida das úllitna.s serras (serras da Terra
!Am i do ^seu Wos
quase norte, por uma dis-
inundam tôda a zona, mas constituem
inaprcciável reserva de umidade, neces
dem de 69.000,
tributários apresenta características di ferenciadas, podendo, entretanto, ser
tânnil
maior e assim se forma um rosário de
dejeção c eünsiderá\"cl c começa a su
A zona banhada pelo rio Doce e seus
A parte que fica a oeste da Serra dos Aimort'.s, denominação que aí recebe a
Serra do Mar, forma uma de.spida pia- '' nície, c-om elevações que variam de tre zentos a novecentos metros acima do nível do mar.
Na parte leste da .serra, a terra, de gradada em platòs baixos, inelina-se gradualmente para a costa, bccobrenina espês-sas matas, cujas variedades mais \aliosas estão constituídas por jacarandá, ipê, peroba, vinliálico, pau d'arco, angico, sapucaia, bicuília, coração-denegro, massaranduba, graúna e guarabu. A terceira seção, próxima ao litoral, é constituída por extenso plano aluvial ocupado em grande parte por lagoas que se comunicam por meio do riachos. A origem dessas lagoas, algumas das quais são, em sentido rigoroso, verda
deiros lagos, foi magistralmente expli cada pelo Professor Píerre Deffontaines. "Êsses caudais de água — refere-se
.sobretudo, ao rio Doce — descendo do planalto por degraus sucessivos, tem uma grande potência de erosão e são
transportadores de matérias, principal mente areias, com que constróem vastos
Alta e da baunilha), os lagos de bar
mc.smo após a baixa das águas, perma necem cheios o resto do ano.
.separada do seu leito por um simples
fluência que êsso regimem de águas exerce sôbre as precipitações atmosfé
cordão litorâneo — unia restinga fluvial.
Merece, finalmente, destaque a in
Outros, como a Juparana, junto a foz do ricas no baixo vale, onde são desconlreSão José, são muito vastas. Esta tem cidas as estiagens prolongadas. Detcnhamo-nos. para os fins do pre dezoito quilômetros de extensão maior, sente trabalho, nesta seção do rio, con atingindo às vezes vinte metros de pro fundidade.
Está bordada por um ter
raço de tabuleiros que atingem setenta metros do altitude. O seu fluxo efetua-
se nas épocas de estiagem por um rio
siderada, até certa altura, de escasso
valor biogeográfico, mas que hoje se revela promissora ao influ.xo de nova e fascinante atividade econômica.
sinuoso, do uns quinze quilômetros, o
rio Pequeno, que nas enchentes do rio Doce pode correr em sentido contrário,
Linhares
i
A ocupação humana do bai.xo rio
^ permitindo a passagem do rio Doce
para o lago. Freqüentemente, alias a foz do rio Pequeno, aberta através dos
Doce, ainda hoje por se fazer em gran de parte, foi várias vêzes tentada entre os fins do século XVIII e coraeços do
depósitos arenosos do rio Doce, sofre deslocamentos importantes, seguindo as
atual, com sucessivas remessas de colo
grandes inundações. Pode até obstruir-
era, de par com as péssimas condições de salubridade da zona lacustre e pan-
se transitòriamcnte, abrindo o rio uma
nova passagem." (3).
Êsses lagos — chamemo-los assim — desempenham importante papel na vida da zoria do baixo vale, constituindo ver
nos. O maior entrave ao povoamento lanosa (malária endêmica), a terrível resistência oposta aos colonizadores pe los indígenas que a habitavam. Aliados aos Goitacazes, tradicionais inimigos da véspera, os Gés defendem ferozmente
(3) "Ensaio de Divisões Regionais e Es tudo de unia Civilização Pioneira" (Esta
as suas matas e rios de caça e pesca (4).
do do Espirito Santo), Bolelim Geográfi co. ano II, n.o 19, outubro de 1944, Con selho
correm desenhando aneurismas instáveis.
(trab. cit.) dava para a lagoa Juparanã trinta quilômetros de comprimento e cêr-
/.}.
Além dos lagos, articulados ao siste ma dellaico, desempenham também pa pel dc relevo os grandes valões abertos pcla.s águas das enchentes, os quais,
ragem são sem número. Alguns são peqiicno.s, como a lagoa do Óleo, sus pensa a doze metros acima do rio, e
cones de dejeção, sobre os quais êles ta) Publicação da Divisão de Áffuas.
dadeiro sistema regulador das águas. Não só impedem a violência das águas, durante as enchentes periódicas que
lagos ribeirinhos, inundando os vales dos
superior á estimada jxir Geilier, da or
metas acima do nível do mar, o rio
198 Lquicurso, empelos direção
Os afluentes que atingem por aí o rio principal encontram-se barrados pelos dcpó.>ito.s das cristas marginais ao rio
Nacional
de
Geografin.
ca de três de largura na de austral.
Steains
sua extremida
(4) Ainda em 1904 os Botucudos, ramo dos Aimorés, atacavam em Colatina os engenheiros que procediam à exploração do traçado da Estrada de Ferro Vitória a Minas
PSPT
109
Dicrsiu Kconómico
O cacau no vale dn rio Doce
\
Clóvis Caldeiha
Fisiografia elementar do vale
viométrico (2), quo dá para a mesma O total de 84.700 íjuílõmctros quadrados,
formado pelas ser-
exh-pmM e do Espinhaço, na G«T5, a• altitude , aproximada de de Minas 1.200
dividida em trés seções distintas.
"Fcfa ^1 Steaín
quilômetros ou mais. escreveu William John
'mu o vltit™ '«««. tentrinml a no, onde oêleponto maispersen^onal do faz uma
Slfí o seu curso até encontrar' uma soberba cadeia de den tadas eminências conhecidas por Serra
dos Aimorés." (i) i / da 1 serra, ^ passa gem através o t-orçando rio entra no ter-
ntóno espiríto-santense, onde, após um curso oriental de 180 quilômetros, des peja as águas no escoadouro atlântico, por duas bocas.
As estimativas a respeito do curso
total do no Doce divergem, por vêzes, lômetros a 977 e até mil. Ainda que sensivelmente, elevando-se de 778 qui
de maneira um tanto arbitrária, tería mos, adotado o critério da média arit-
méHca simples, a extensão de pouco mais de 918 quilômetros. As mesmas divergências ocorrem
quanto à área da bacia hidrográfica. Fiquemos, nesse particular, com os da dos ofipíais, constantes do Anuário plur / r
(1) "O Vale do Rio Doce", Almanaque Brasileiro Garnier, 1914, págs. 225 a 233 tradução de G. Noronha, da Sociedade de Geografia.
afluentes laterais.
sária à vida das plantações.
*'No bai.xo rio Doce," onde o cone de bida das úllitna.s serras (serras da Terra
!Am i do ^seu Wos
quase norte, por uma dis-
inundam tôda a zona, mas constituem
inaprcciável reserva de umidade, neces
dem de 69.000,
tributários apresenta características di ferenciadas, podendo, entretanto, ser
tânnil
maior e assim se forma um rosário de
dejeção c eünsiderá\"cl c começa a su
A zona banhada pelo rio Doce e seus
A parte que fica a oeste da Serra dos Aimort'.s, denominação que aí recebe a
Serra do Mar, forma uma de.spida pia- '' nície, c-om elevações que variam de tre zentos a novecentos metros acima do nível do mar.
Na parte leste da .serra, a terra, de gradada em platòs baixos, inelina-se gradualmente para a costa, bccobrenina espês-sas matas, cujas variedades mais \aliosas estão constituídas por jacarandá, ipê, peroba, vinliálico, pau d'arco, angico, sapucaia, bicuília, coração-denegro, massaranduba, graúna e guarabu. A terceira seção, próxima ao litoral, é constituída por extenso plano aluvial ocupado em grande parte por lagoas que se comunicam por meio do riachos. A origem dessas lagoas, algumas das quais são, em sentido rigoroso, verda
deiros lagos, foi magistralmente expli cada pelo Professor Píerre Deffontaines. "Êsses caudais de água — refere-se
.sobretudo, ao rio Doce — descendo do planalto por degraus sucessivos, tem uma grande potência de erosão e são
transportadores de matérias, principal mente areias, com que constróem vastos
Alta e da baunilha), os lagos de bar
mc.smo após a baixa das águas, perma necem cheios o resto do ano.
.separada do seu leito por um simples
fluência que êsso regimem de águas exerce sôbre as precipitações atmosfé
cordão litorâneo — unia restinga fluvial.
Merece, finalmente, destaque a in
Outros, como a Juparana, junto a foz do ricas no baixo vale, onde são desconlreSão José, são muito vastas. Esta tem cidas as estiagens prolongadas. Detcnhamo-nos. para os fins do pre dezoito quilômetros de extensão maior, sente trabalho, nesta seção do rio, con atingindo às vezes vinte metros de pro fundidade.
Está bordada por um ter
raço de tabuleiros que atingem setenta metros do altitude. O seu fluxo efetua-
se nas épocas de estiagem por um rio
siderada, até certa altura, de escasso
valor biogeográfico, mas que hoje se revela promissora ao influ.xo de nova e fascinante atividade econômica.
sinuoso, do uns quinze quilômetros, o
rio Pequeno, que nas enchentes do rio Doce pode correr em sentido contrário,
Linhares
i
A ocupação humana do bai.xo rio
^ permitindo a passagem do rio Doce
para o lago. Freqüentemente, alias a foz do rio Pequeno, aberta através dos
Doce, ainda hoje por se fazer em gran de parte, foi várias vêzes tentada entre os fins do século XVIII e coraeços do
depósitos arenosos do rio Doce, sofre deslocamentos importantes, seguindo as
atual, com sucessivas remessas de colo
grandes inundações. Pode até obstruir-
era, de par com as péssimas condições de salubridade da zona lacustre e pan-
se transitòriamcnte, abrindo o rio uma
nova passagem." (3).
Êsses lagos — chamemo-los assim — desempenham importante papel na vida da zoria do baixo vale, constituindo ver
nos. O maior entrave ao povoamento lanosa (malária endêmica), a terrível resistência oposta aos colonizadores pe los indígenas que a habitavam. Aliados aos Goitacazes, tradicionais inimigos da véspera, os Gés defendem ferozmente
(3) "Ensaio de Divisões Regionais e Es tudo de unia Civilização Pioneira" (Esta
as suas matas e rios de caça e pesca (4).
do do Espirito Santo), Bolelim Geográfi co. ano II, n.o 19, outubro de 1944, Con selho
correm desenhando aneurismas instáveis.
(trab. cit.) dava para a lagoa Juparanã trinta quilômetros de comprimento e cêr-
/.}.
Além dos lagos, articulados ao siste ma dellaico, desempenham também pa pel dc relevo os grandes valões abertos pcla.s águas das enchentes, os quais,
ragem são sem número. Alguns são peqiicno.s, como a lagoa do Óleo, sus pensa a doze metros acima do rio, e
cones de dejeção, sobre os quais êles ta) Publicação da Divisão de Áffuas.
dadeiro sistema regulador das águas. Não só impedem a violência das águas, durante as enchentes periódicas que
lagos ribeirinhos, inundando os vales dos
superior á estimada jxir Geilier, da or
metas acima do nível do mar, o rio
198 Lquicurso, empelos direção
Os afluentes que atingem por aí o rio principal encontram-se barrados pelos dcpó.>ito.s das cristas marginais ao rio
Nacional
de
Geografin.
ca de três de largura na de austral.
Steains
sua extremida
(4) Ainda em 1904 os Botucudos, ramo dos Aimorés, atacavam em Colatina os engenheiros que procediam à exploração do traçado da Estrada de Ferro Vitória a Minas
110
Dioksto Econômico
Entretanto, a despeito de tôdas as dificuldades, desde 1809 foram lan^-íi-
clareíra.s abertas, desborcla na clircçâo
das, no local onde já existia nm pôsto
Enquanto isso. I^inliar<-s tuilra t*m franca decadência, ceth-ndo o posto ü nova zrma, transfoninuia eiti piuito de irradiação dc corri nics cohmi/aílirras para as ferras até ali Nirgens au norte
militar, o quartel de Cousins, as bases
de um po\oado que viria a se tornar,
mais adiante, o principal núcleo de po voamento do baixo vale — Linhares —,
; denominação dada cm homenagem ao Ministro de Dom João VI, o Conde de Linhares.
Em 1815 Linhares já apresenta sinai? de franco florescimento. Amnstra.s
de linho, cânhamo e trigo, ali cultivados, são enviadas a Dom João. Em 1833,
norte, (5).
Hí çuo que, posta a funcionar e após lentativas malogradas de coloniza^-úo da zona, cessa definitivamente o.s seus ser, viços. Igual sorte estaria reservada à nova linha de navegação marítimo-fluvial que, mais
Há cêrca dc cinqüenta aiio.s — i-s.sa a versão mais corrente ~ um tnihalliador
Eenòmeiio idêutieo já so observara na
frutos de cacau, plantando as sna.s se mentes no lugar rlcnoniinatlo Eonlal da Balança, na niargcni direita cio rio. I^sso acontecimento, aparcnlc-mcnle sc-m im.
portància, iria produzir, mais adiante, grandes consccpièncías. Ao proceder assim, repeli, do, cm condi
ções de tempo c e.spaço
decadência mar
Luís
cada pelo adven-
pelas alturas de 1764, levou do
Deslocando, mais para a montan
Pará as primei
te, o centro de
imigrantes, notadamente italianos, polo neses e alemães. Do ponto onde se encontra Colatina, o movimento pionei ro, baseado na derribada e exploração comercial de certas espécies florestais e conseqüente utilização, pela cultura, das
Frederico
Warncau.x,
, to da ferrovia.
da Bami de Santa Maria na progressis
diferon-
lc.s, o feito do súdito francês
qual teve a sua
ta cidade de Colatina, para onde não tardaram a acorrer sucessivas leva.s de
ro da região sul-baiana — "média anual
/\ itilroduçíio (Io tyicüii im t ale (IchtUco
a
gravidade demográfica do baixo vale, a
tura do cacau na zona dellaica, as se-
do 23.4, total do precipitações superior
a comunicar Li-
estrada de ferro transformou o arraial
mento do sr. Manuel Salusliano. Prefeito
de Linhares, a (puni devemos grande número de iiulieações a respeito da cul
O rcgimem das temperaturas e das prccipilaçôe.s, condicionadoras de um clima quente-úmido, quase não difere, conforme já notou o sr. Pierre Mombeig, do de llliêus, importante centro cacaucía 2.000 milímetros, .som estação seca
• nhares à capital Estado,
In
eram da variedade Comum, dc tòdas a mais rústica, de difícil adaptaçao,
dc Colatina.
adiante, passou do
tarde ainda, para clivirsas outras.
felizmente, conforme o valioso depoi
mentc.s levadas pi lo trabalhador baiano
chamado Anlênít» \'4'iiâncio, tjrigjorgani^-se, em Londres, com nacionai.s rural nárío da I3alii;i. Icvmi para o vah- algurjs
e mgitses, uma companhia de navega-
111
Diciurro Econômico
ras scmento.s de
pelas suas exigências de solo e clima, e, sobretudo, de poiiea produtividade. zona eaeaneira baiana, notadamente nos
vales do Pardo e do Jcquilinhonba, onde só por uma ípieslão de rotina não se
fêz até hoje a substituição do Comum por outras variedades econômicas. E-sa circunstância negativa concorreu
decisivamente para levar o desanimo aos novos cacauicultorcs, cpie nao
trando compensação para os seus es oi Ços ou capitais abandonaram as p.anla-
çúes, até que em 1919 novos im.poi-
tes, desta vez proccdcnles da Bahia, se estabeleceram na zona, introduzindo ah sementes de outras varlcdadc.s. üs êxi
tos conseguidos pelos fazendeiros baia
nos, a maioria dos qimis afeita, cm sua terra natal, à cultura do cacau,
ressurgir o entusiasmo adormecido, de vendando novos e proniissoies louzon
tes para a lavoura cacaueira.
Os magníficos resultados obtidos nesse
cacau para a Bahia, Manuel Vcnàncio eslava longe dc saber que acabava de recuar o.s limites meridionais do cacau
tipo dc \itividade econômica, no bai
no Brasil.
tos relacionados com o cacau, o sr.
Alguns anos depois, daquela modesta
plantação foram retiradas scmento.s para as fazendas Taquaral e Sossego e, mais
xo vale, levariam um técnico em assun
(_5) Ver, a propósito, o "Vale do Rio Do
bro a fevereiro, oom tompo.<tadcs'' (6). Acro.sccnte-so a isso uma hidroseopici-
dade de 86 grau.s, bastante favorável à, cultura, sabidamente c.xigonto em maté ria dc umidade.
O solo, dc natureza argilosa ou sílico-
argilosa. apreyonla igualmente condi ções favoráveis, dada a constante depo sição de matéria aliivial üazida pelas enchentes, ricas em sais resultantes da
erosão, pelas chuvas das grandes trovoudas no planalto, das rochas do Com plexo Cristalino. As ilhas e taludes marginais, principalmente, são de gran de fertilidade.
Ao contrário do que acontece nalguns vales de rios cacaueiros baianos, como
o do Jequitinhonha, sujeitos a enchen tes violentas que tudo destroem cm sua marcha, depositando grandes quantida des de areia nas plantações marginais, as inundações do rio Doce são geral mente inofensivas, mercê do grande nú mero de lagos reguladores da zona. Não apenas inofensivas, mas, como vi-
Gregóriü Bondar, a prever, para futu
ro não muito distante, o deslocamento do eixo da produção cacaueira para aquela zona.
Sob vários aspectos, realmente, a zona ce". palestra de autoria do Professor LA-
nitidamonlc marcada, mas com dois
máximo: inn do maio a julho, com chu vas longas o rogularcs; outro do novem
deltaica reproduz, em escala relativa
cío de Castro Soares, publicada no Bole
mente reduzida, as condições de um
tim Geográfico, n.o 5, agôsto de 1943.
excelente "habitat" do cacau,
(6) "Os Problemas Geográficos do Ca cau no Sul do Estado da Bahia", Bolelim
Geográfico, ano II. n.o 24, março de 1945. Já de acordo com os elementos que nos
foram fornecidos pelo Prefeito de Linha
res, a temperatura média, ali, é de 23
graus, iiEAtnraineule inferior à assinalada pelo Professor Mombeig, e a irrigação anual, de «37 (mínima) a 1.500 milíine-
tcns (máxima].
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Dioksto Econômico
Entretanto, a despeito de tôdas as dificuldades, desde 1809 foram lan^-íi-
clareíra.s abertas, desborcla na clircçâo
das, no local onde já existia nm pôsto
Enquanto isso. I^inliar<-s tuilra t*m franca decadência, ceth-ndo o posto ü nova zrma, transfoninuia eiti piuito de irradiação dc corri nics cohmi/aílirras para as ferras até ali Nirgens au norte
militar, o quartel de Cousins, as bases
de um po\oado que viria a se tornar,
mais adiante, o principal núcleo de po voamento do baixo vale — Linhares —,
; denominação dada cm homenagem ao Ministro de Dom João VI, o Conde de Linhares.
Em 1815 Linhares já apresenta sinai? de franco florescimento. Amnstra.s
de linho, cânhamo e trigo, ali cultivados, são enviadas a Dom João. Em 1833,
norte, (5).
Hí çuo que, posta a funcionar e após lentativas malogradas de coloniza^-úo da zona, cessa definitivamente o.s seus ser, viços. Igual sorte estaria reservada à nova linha de navegação marítimo-fluvial que, mais
Há cêrca dc cinqüenta aiio.s — i-s.sa a versão mais corrente ~ um tnihalliador
Eenòmeiio idêutieo já so observara na
frutos de cacau, plantando as sna.s se mentes no lugar rlcnoniinatlo Eonlal da Balança, na niargcni direita cio rio. I^sso acontecimento, aparcnlc-mcnle sc-m im.
portància, iria produzir, mais adiante, grandes consccpièncías. Ao proceder assim, repeli, do, cm condi
ções de tempo c e.spaço
decadência mar
Luís
cada pelo adven-
pelas alturas de 1764, levou do
Deslocando, mais para a montan
Pará as primei
te, o centro de
imigrantes, notadamente italianos, polo neses e alemães. Do ponto onde se encontra Colatina, o movimento pionei ro, baseado na derribada e exploração comercial de certas espécies florestais e conseqüente utilização, pela cultura, das
Frederico
Warncau.x,
, to da ferrovia.
da Bami de Santa Maria na progressis
diferon-
lc.s, o feito do súdito francês
qual teve a sua
ta cidade de Colatina, para onde não tardaram a acorrer sucessivas leva.s de
ro da região sul-baiana — "média anual
/\ itilroduçíio (Io tyicüii im t ale (IchtUco
a
gravidade demográfica do baixo vale, a
tura do cacau na zona dellaica, as se-
do 23.4, total do precipitações superior
a comunicar Li-
estrada de ferro transformou o arraial
mento do sr. Manuel Salusliano. Prefeito
de Linhares, a (puni devemos grande número de iiulieações a respeito da cul
O rcgimem das temperaturas e das prccipilaçôe.s, condicionadoras de um clima quente-úmido, quase não difere, conforme já notou o sr. Pierre Mombeig, do de llliêus, importante centro cacaucía 2.000 milímetros, .som estação seca
• nhares à capital Estado,
In
eram da variedade Comum, dc tòdas a mais rústica, de difícil adaptaçao,
dc Colatina.
adiante, passou do
tarde ainda, para clivirsas outras.
felizmente, conforme o valioso depoi
mentc.s levadas pi lo trabalhador baiano
chamado Anlênít» \'4'iiâncio, tjrigjorgani^-se, em Londres, com nacionai.s rural nárío da I3alii;i. Icvmi para o vah- algurjs
e mgitses, uma companhia de navega-
111
Diciurro Econômico
ras scmento.s de
pelas suas exigências de solo e clima, e, sobretudo, de poiiea produtividade. zona eaeaneira baiana, notadamente nos
vales do Pardo e do Jcquilinhonba, onde só por uma ípieslão de rotina não se
fêz até hoje a substituição do Comum por outras variedades econômicas. E-sa circunstância negativa concorreu
decisivamente para levar o desanimo aos novos cacauicultorcs, cpie nao
trando compensação para os seus es oi Ços ou capitais abandonaram as p.anla-
çúes, até que em 1919 novos im.poi-
tes, desta vez proccdcnles da Bahia, se estabeleceram na zona, introduzindo ah sementes de outras varlcdadc.s. üs êxi
tos conseguidos pelos fazendeiros baia
nos, a maioria dos qimis afeita, cm sua terra natal, à cultura do cacau,
ressurgir o entusiasmo adormecido, de vendando novos e proniissoies louzon
tes para a lavoura cacaueira.
Os magníficos resultados obtidos nesse
cacau para a Bahia, Manuel Vcnàncio eslava longe dc saber que acabava de recuar o.s limites meridionais do cacau
tipo dc \itividade econômica, no bai
no Brasil.
tos relacionados com o cacau, o sr.
Alguns anos depois, daquela modesta
plantação foram retiradas scmento.s para as fazendas Taquaral e Sossego e, mais
xo vale, levariam um técnico em assun
(_5) Ver, a propósito, o "Vale do Rio Do
bro a fevereiro, oom tompo.<tadcs'' (6). Acro.sccnte-so a isso uma hidroseopici-
dade de 86 grau.s, bastante favorável à, cultura, sabidamente c.xigonto em maté ria dc umidade.
O solo, dc natureza argilosa ou sílico-
argilosa. apreyonla igualmente condi ções favoráveis, dada a constante depo sição de matéria aliivial üazida pelas enchentes, ricas em sais resultantes da
erosão, pelas chuvas das grandes trovoudas no planalto, das rochas do Com plexo Cristalino. As ilhas e taludes marginais, principalmente, são de gran de fertilidade.
Ao contrário do que acontece nalguns vales de rios cacaueiros baianos, como
o do Jequitinhonha, sujeitos a enchen tes violentas que tudo destroem cm sua marcha, depositando grandes quantida des de areia nas plantações marginais, as inundações do rio Doce são geral mente inofensivas, mercê do grande nú mero de lagos reguladores da zona. Não apenas inofensivas, mas, como vi-
Gregóriü Bondar, a prever, para futu
ro não muito distante, o deslocamento do eixo da produção cacaueira para aquela zona.
Sob vários aspectos, realmente, a zona ce". palestra de autoria do Professor LA-
nitidamonlc marcada, mas com dois
máximo: inn do maio a julho, com chu vas longas o rogularcs; outro do novem
deltaica reproduz, em escala relativa
cío de Castro Soares, publicada no Bole
mente reduzida, as condições de um
tim Geográfico, n.o 5, agôsto de 1943.
excelente "habitat" do cacau,
(6) "Os Problemas Geográficos do Ca cau no Sul do Estado da Bahia", Bolelim
Geográfico, ano II. n.o 24, março de 1945. Já de acordo com os elementos que nos
foram fornecidos pelo Prefeito de Linha
res, a temperatura média, ali, é de 23
graus, iiEAtnraineule inferior à assinalada pelo Professor Mombeig, e a irrigação anual, de «37 (mínima) a 1.500 milíine-
tcns (máxima].
I^ESTo Econômico
mos, altamente fertilizantes, em virtude
vflic do Santa Maria, eram vendidos a
da vaza que trazem e depositam nas quem os dc.seja.sse. Conio re.'^iiJtado, pjj. ilhas e terras ribeirinhas.
ralclíimcnte a um certo núiiu-n» de
quenas propriedades, priuí jp.ilim-nte vdlcs dos afjiientes. grande.s- sireas planta cacau tenns foram cmpabnad.ic ptir redii^ifjQ dc proprietários. O processo A cultura de cacau na zona dcllaica número mais usual era o da coinjjra de lotes vi desenvolve-se uas terras planas, de na- zinhos. Emendando "c-olòiiias". algo^j tureza quaternária ou aluvial, que mar- índívídiio.s cedf) se tr.-nisforiiiarain goaudo o no no percurso de 67 quilô dono.s dc con'-ideráveis áreas <le terra metros se estendem em profundidade de
Delimitação da área em que ie
1
forma vanavel e desigual. Assim é que cm de ermmados pontos atingem dezoi to quilômetros e em outros 8.5 e ate um quilômetro. Também nas ilhas se-
^ eomecam a f^osas pela sua fertilidade, c-oustituir-se grandes plan-
latifimdío; de mil hectares e mais.
'
de sua totalidade. Tôdo ^ . ^
^
Outros, porém, praticam a
que dificulta presentemente cslabclecerso uma média e.xata de produção por
hectare. Entretanto, eni plantações adul tas, vem-se obtendo francamente a mé
dia de oitocentos quilos por liectare, que comporta oitocentas árx-ores.
O
cabroca, fazendo o sombrcamcnto com
fmto do cacau pesa em média 390 gra
algumas leguininosns encontradas em es
mas e contém de 32 a 34 amêndoas, po.ssuindo cada amêndoa as dimensões
tado nati\'o, como a ingàzeira e o
colhidas e experimentadas, como a Erj/-
sagregadas e postas em cochos de ma
thrina Vcluthui. Enjlhiina Litospcrma, Alcuriles, Mullucaiia. Alhizzia Mídluca-
sa geralmente em seis dias, .sob tem
ções menores, que num coneeilo muito
pó íto. que na área total apropriada.
cerca de cem mi! licctarcs, apenas 7.3gg conforme os dados do Scrvivo de Esta tística da Produção, rclaliví)s a IO49 se achavam em cultivo.
*
Métodos de plantio e cuidados culturais
D soinbreaincnlo com leguminosas es
Doce, atraídos ou con\'idados i^elos
primeiro ali se estabeleceram, os baianos
levaram para o novo meio longa exp^, riência de cultura eaeaueira, tanto mais valiosa porque rica cm observações acumuladas durante dois séculos, mas nem por isso isenta dos inconvenientes
do empirismo. Tirante uma ou outra exceção, limitaram-se a prolongar, em
terras do Espírito Santo, os velhos mé lotes ou "colônias", de 25 hectares, tal todos de plantio e cuidados culturais, como já havia sido feito, no passado, caracterizados para a fixação de colonos europeus no mentarismo. pelo mais acentuado rudi-
de 21x11 milímetros e o pêso de um grama.
Como na Bahia, as amêndoas são de
deira para fermentação, que se proces
na, CravAlia e outras.
Aliás, em matéda de .somlireamenlo. a opinião dos fa
peratura natural de 45 graus centígra dos. Nos três primeiros dias, essa fer
zendeiros está longe de ser \iniforine, va
mentação é inteiramente alcoólica e,
riando ao sabor cie observações parciais
nos outros três, alcoólíco-acética. Fin
de simples inluições. Má, até mes"10. os cpio desaconselham qualquer cs-
da a fermentação, as amêndoas, comple tamente despidas da polpa, são levadas ao sol para a secagem, que se realiza
pécio de sombrcamento.
^ ospacejamento das ár\'ores. que na
no período de cinco dias, sob tempe
Bahia 6 geralmente de três metros, ratura de cinqüenta graus. A secagem ali a tré.s metros e sessenta ccn-
tímelros, o que parece dar bons resul tados.
Transladando-se para o \'ale do r|Q
uma companhia territorial onde também havia influências particulares. Essa companhia, com sede em Colatina, tinha por finalidade lotear as terras devolutas da 2»na a fim de receber colonos de imigração dirigida do Rio de Janeiro. Os
busliva.
Na área cultivada existem aproxima damente dez milhões dc cacaueiros, a maioria cm começo de frutificação, o
zona deltaica, proprieíhub.-s de propor»
a zona está
Regimem de propriedade Em 1922 o govêmo capixaba fundou
Toda\ia, \erificam-sc ligeiras varian tes. O sistí-ma da cabroca ou cabrouca, muito usual na Bahia, o que consist<? na morte lenta das gramlcs árvores, mediante taliios profundos no cerne, foi, por muitos, subsiiluíclo pela dcrribada das ár\'orcs menores. O cueauciro to mou assim o lugar da subvegetação ar-
mulungu. Veni-so aconselhando, e al guns já o faziun com bons resultados,
A área apropriada, da ordem de no manho médio. O qnc, porém, iiiexisvecentos a mil quilômetros quadrados, i te, ao reverso do qne ainda bojo. sc ve de.irnitada ao norte por uma série de rifica na zona eaeaueira da líahia, <5 ^ grandes lagos que constituem a maior pequena propriedade. Basta \ er, a prol
teiras acidentadas a montante do rio Supoe-se que o devassamento da zona eaeaueira tenha alcançado apenas 20%
113
Nessas condições, a granílc proprieda de daria a nota dominante na lavoora eaeaueira do vale, Há, por c<?rto, elástico piidein ser coií.sideradas do
■ defesa geográfica da zona; ao sul, por terrenos pantanosos e cm formação' a este, pelo Atlântico, e a oeste, pélas
Digesto Econó>uco
Duas são as variedades dc cacau cul tivadas no rio Doce: o Comum, que se
tornou indesejável por falta de adapta ção, e o Pará, que vem substituindo a
também pode ser feita em estufa, no
período de trinta horas, sob temperatu ra de 60 a 65 graus. A secagem ao sol, conquanto mais demorada, sujeita aos caprichos do tempo, oferece a vantagem de ser mais uniforme e guardar o valor intrínseco da amêndoa.
primeira. O cacau Pará adaptou-se de maneira feliz na zona, onde é cultivado
Origem da mão-de-obra
em larga escala e tem dado excelentes O principal fornecedor de mão-de-
resultados. (7).
obra a lavoura eaeaueira é ainda o sul Ambas as variedades, conforme a
da Bahia, fato explicável, em parte,
classificação de Pittier, citado pelo sr.
pela preferência dos fazendeiros esta-,
Gregório
belecidos no vale pelo trabalhador fa miliarizado com essa atividade agrícola. Deslocando-se, a pé, das propriedades
(7)
Bondar
na
sua
monografia
A Cultura de Cacau na Bahia, perten cem ao tipo Theobroma Lolocarpum ou cacau dial.
Forastero, na
terminolocia
mun
I^ESTo Econômico
mos, altamente fertilizantes, em virtude
vflic do Santa Maria, eram vendidos a
da vaza que trazem e depositam nas quem os dc.seja.sse. Conio re.'^iiJtado, pjj. ilhas e terras ribeirinhas.
ralclíimcnte a um certo núiiu-n» de
quenas propriedades, priuí jp.ilim-nte vdlcs dos afjiientes. grande.s- sireas planta cacau tenns foram cmpabnad.ic ptir redii^ifjQ dc proprietários. O processo A cultura de cacau na zona dcllaica número mais usual era o da coinjjra de lotes vi desenvolve-se uas terras planas, de na- zinhos. Emendando "c-olòiiias". algo^j tureza quaternária ou aluvial, que mar- índívídiio.s cedf) se tr.-nisforiiiarain goaudo o no no percurso de 67 quilô dono.s dc con'-ideráveis áreas <le terra metros se estendem em profundidade de
Delimitação da área em que ie
1
forma vanavel e desigual. Assim é que cm de ermmados pontos atingem dezoi to quilômetros e em outros 8.5 e ate um quilômetro. Também nas ilhas se-
^ eomecam a f^osas pela sua fertilidade, c-oustituir-se grandes plan-
latifimdío; de mil hectares e mais.
'
de sua totalidade. Tôdo ^ . ^
^
Outros, porém, praticam a
que dificulta presentemente cslabclecerso uma média e.xata de produção por
hectare. Entretanto, eni plantações adul tas, vem-se obtendo francamente a mé
dia de oitocentos quilos por liectare, que comporta oitocentas árx-ores.
O
cabroca, fazendo o sombrcamcnto com
fmto do cacau pesa em média 390 gra
algumas leguininosns encontradas em es
mas e contém de 32 a 34 amêndoas, po.ssuindo cada amêndoa as dimensões
tado nati\'o, como a ingàzeira e o
colhidas e experimentadas, como a Erj/-
sagregadas e postas em cochos de ma
thrina Vcluthui. Enjlhiina Litospcrma, Alcuriles, Mullucaiia. Alhizzia Mídluca-
sa geralmente em seis dias, .sob tem
ções menores, que num coneeilo muito
pó íto. que na área total apropriada.
cerca de cem mi! licctarcs, apenas 7.3gg conforme os dados do Scrvivo de Esta tística da Produção, rclaliví)s a IO49 se achavam em cultivo.
*
Métodos de plantio e cuidados culturais
D soinbreaincnlo com leguminosas es
Doce, atraídos ou con\'idados i^elos
primeiro ali se estabeleceram, os baianos
levaram para o novo meio longa exp^, riência de cultura eaeaueira, tanto mais valiosa porque rica cm observações acumuladas durante dois séculos, mas nem por isso isenta dos inconvenientes
do empirismo. Tirante uma ou outra exceção, limitaram-se a prolongar, em
terras do Espírito Santo, os velhos mé lotes ou "colônias", de 25 hectares, tal todos de plantio e cuidados culturais, como já havia sido feito, no passado, caracterizados para a fixação de colonos europeus no mentarismo. pelo mais acentuado rudi-
de 21x11 milímetros e o pêso de um grama.
Como na Bahia, as amêndoas são de
deira para fermentação, que se proces
na, CravAlia e outras.
Aliás, em matéda de .somlireamenlo. a opinião dos fa
peratura natural de 45 graus centígra dos. Nos três primeiros dias, essa fer
zendeiros está longe de ser \iniforine, va
mentação é inteiramente alcoólica e,
riando ao sabor cie observações parciais
nos outros três, alcoólíco-acética. Fin
de simples inluições. Má, até mes"10. os cpio desaconselham qualquer cs-
da a fermentação, as amêndoas, comple tamente despidas da polpa, são levadas ao sol para a secagem, que se realiza
pécio de sombrcamento.
^ ospacejamento das ár\'ores. que na
no período de cinco dias, sob tempe
Bahia 6 geralmente de três metros, ratura de cinqüenta graus. A secagem ali a tré.s metros e sessenta ccn-
tímelros, o que parece dar bons resul tados.
Transladando-se para o \'ale do r|Q
uma companhia territorial onde também havia influências particulares. Essa companhia, com sede em Colatina, tinha por finalidade lotear as terras devolutas da 2»na a fim de receber colonos de imigração dirigida do Rio de Janeiro. Os
busliva.
Na área cultivada existem aproxima damente dez milhões dc cacaueiros, a maioria cm começo de frutificação, o
zona deltaica, proprieíhub.-s de propor»
a zona está
Regimem de propriedade Em 1922 o govêmo capixaba fundou
Toda\ia, \erificam-sc ligeiras varian tes. O sistí-ma da cabroca ou cabrouca, muito usual na Bahia, o que consist<? na morte lenta das gramlcs árvores, mediante taliios profundos no cerne, foi, por muitos, subsiiluíclo pela dcrribada das ár\'orcs menores. O cueauciro to mou assim o lugar da subvegetação ar-
mulungu. Veni-so aconselhando, e al guns já o faziun com bons resultados,
A área apropriada, da ordem de no manho médio. O qnc, porém, iiiexisvecentos a mil quilômetros quadrados, i te, ao reverso do qne ainda bojo. sc ve de.irnitada ao norte por uma série de rifica na zona eaeaueira da líahia, <5 ^ grandes lagos que constituem a maior pequena propriedade. Basta \ er, a prol
teiras acidentadas a montante do rio Supoe-se que o devassamento da zona eaeaueira tenha alcançado apenas 20%
113
Nessas condições, a granílc proprieda de daria a nota dominante na lavoora eaeaueira do vale, Há, por c<?rto, elástico piidein ser coií.sideradas do
■ defesa geográfica da zona; ao sul, por terrenos pantanosos e cm formação' a este, pelo Atlântico, e a oeste, pélas
Digesto Econó>uco
Duas são as variedades dc cacau cul tivadas no rio Doce: o Comum, que se
tornou indesejável por falta de adapta ção, e o Pará, que vem substituindo a
também pode ser feita em estufa, no
período de trinta horas, sob temperatu ra de 60 a 65 graus. A secagem ao sol, conquanto mais demorada, sujeita aos caprichos do tempo, oferece a vantagem de ser mais uniforme e guardar o valor intrínseco da amêndoa.
primeira. O cacau Pará adaptou-se de maneira feliz na zona, onde é cultivado
Origem da mão-de-obra
em larga escala e tem dado excelentes O principal fornecedor de mão-de-
resultados. (7).
obra a lavoura eaeaueira é ainda o sul Ambas as variedades, conforme a
da Bahia, fato explicável, em parte,
classificação de Pittier, citado pelo sr.
pela preferência dos fazendeiros esta-,
Gregório
belecidos no vale pelo trabalhador fa miliarizado com essa atividade agrícola. Deslocando-se, a pé, das propriedades
(7)
Bondar
na
sua
monografia
A Cultura de Cacau na Bahia, perten cem ao tipo Theobroma Lolocarpum ou cacau dial.
Forastero, na
terminolocia
mun
Dicesto Econômico
114
baianas, aos grupos, acompanhados dc suas famílias, êles chegam ao vale do rio Doce à procura de trabalho.
quílômclro.s dt* u-xtíiisát). IDo pôrlo ma rítimo dc Vitória, a
íamo-su
rícpieza
tropical srgiuí dírcl.niu ji!<- para os nier-
Entretanto, nestes últimos anos, cm
c-ados consnínidorc, no M.xtfrior. onde
\irtude do êxodo rural para os grandes centros, a mão-de-obra agrícola vai-se
é bastante apreciada, pelt) amargo das
tomando escassa.
Tcdor: cs serviços são praticados pelo sistema de diárias (salariato) e das em
preitadas, estas mediante ajuste prévio, conforme a tarefa a executar, e aque las à base de dezoito cruzeiro-s vm mé dia, por jornada de trabalho. Sendo bastante elevado o custo da \ida na zona, não é difícil imaginar as dificul dades que atravessam os assalariados do
cacau no vale. Alguns dentre êles, logo que podem, estabelecem-se por c-onta própria, além. das margens do rio, em terras já apropriadas pelos grandes fa zendeiros, abrindo pequenas roças na floresta. Mas nem por isso podem ser considerados pequenos proprietários; fal ta-lhes, para tanto, a principal condição — a propriedade da terra.
Outros tipos de atividade econômica
No estágio em que presentemente se encontra, isto é, em princípio de desen volvimento, o cacau ainda não se cons tituiu, ali, naquele tirano exclusivista do sul da Bahia.
amêndoas, para misturas cotu outros tipos. Apenas uma pequena percenla-
gem da produção é clvstiiiaila à incUi:trializíição no País. O custo do Iransporlí- \aria cie do7. a doze criizeiríis p:jr saco dc- .sessenta
c|uílos, infcrif..' ao cobrado em percursos menores na zona cacaueiia da Haliia.
Nenhum iinpòsto ou taxa incide .so
bre o imóxcl, mas apcn.is sobre a pro dução, no total cie 7,5'/, sendo 2,5 5
do imposto dc \cnda.s e c onsignações e 5% dc taxa de fomcnlo agrícola. Estado da baliia, os impostos e la.xas
que pesam .sobro a laxoura cacaucdra sc elevam atimlmontc a 50/ do x alor cia produção.
No que respeita no crédito, a bu ouru de cacau no vale do ri(5 Doce tom o único financiamento da CarUura de Cré-
dito Agrícola cio Banco do Brasil, que faz empréstimos à base dc 30/ do valor da safra em curso ou cm fornuição, a juros de 7% c prazo máximo dc um ano. Somando-sc aos juros algumas ta.xas
corrcspondcnlc.s a avaliaçao ctc., a percenlagcm real, c, apro.ximadamente,
Embora seja a cultura predominante, existem outras de importância menor, tais ccmo a da cana-de-açúcar, mandio
ca,'arroz e principalmente café, cuja lavoura, paralelamente à do cacau, vem
despertando grande interesse em tôda p. zona.
Perspectioa s de expansão
Em relação à produção brasileira de cacau, da ordem dc 1.38.54.5 toneladas, em 1949, para a qual sòincnle a Bahia contribuiu, no mesmo ano, com o con
tingente de 115.149 toneladas (96,23 56 Transporte, crédito, impostos
O escoamento da produção é feito pela rodovia Linliares-Vitória, com 146
do total), a do vale do rio Doce é, ainda, insignificante, rcpre.sentando me nos de 2 %.
Mas não deixa de revestir
Significação a circunstância dc, em sç
Díc.fsic) Econó.micc)
tratando de zona cacauoira rcccnlc. Ocupar o .segundo lugar n;i escala das zonas produtoras do Pais, inelu>^ivc a njais antiga, ou s«-ja, a .Amazônia, de
115
ontraw ao desenvolvimento dessa no\a
meiras scnuntcs dc cacau para a Bahia,
cultura c.slá justamente no atual regiinem de propriedade, pela concentra ção de grandes áreas de terra nas mãos do reduzido número dc pessoas. Toda a zona cacaueira, conforme .se afirmou
que acabou por llic arrcl)alar o cclro. Alguns anos clc preços lavoráxcis nos
não mais e.xislindo terras devolutas. Conhecido o papel que històvicamen-
onde-, como vimos, foram Icxadas as pri
mercados consumiilorcs, paralclami-ntc a
uma política de auxílio efctixo aos agri
cultores, representariam, sc-m dúxida, poderoso estímulo ã expansão da cultura
de cacau no \alc. presentemente nuiilü longe dc atingir os limites teóricos da zona geográfica passível de exploração vconómica.
Enírelunto, e cabe esta obserxação final, tudo cslá a indicar que o maiin-
mni.s atrás, já se cncxmtra apropriada, te desempenha n pequena propriedade na formação de culturas do tipo consi derado, nas quai,s. pela auscneia de ca
pitais, o trabulho do homem e de sua família constitui importante fator do
produção, não se de\e esperar, sem a modificação do atual regimem. que a lavoura cacaueira do vale do rio Doce" ícalize, nos próximos anos, progressos de monta.
Dicesto Econômico
114
baianas, aos grupos, acompanhados dc suas famílias, êles chegam ao vale do rio Doce à procura de trabalho.
quílômclro.s dt* u-xtíiisát). IDo pôrlo ma rítimo dc Vitória, a
íamo-su
rícpieza
tropical srgiuí dírcl.niu ji!<- para os nier-
Entretanto, nestes últimos anos, cm
c-ados consnínidorc, no M.xtfrior. onde
\irtude do êxodo rural para os grandes centros, a mão-de-obra agrícola vai-se
é bastante apreciada, pelt) amargo das
tomando escassa.
Tcdor: cs serviços são praticados pelo sistema de diárias (salariato) e das em
preitadas, estas mediante ajuste prévio, conforme a tarefa a executar, e aque las à base de dezoito cruzeiro-s vm mé dia, por jornada de trabalho. Sendo bastante elevado o custo da \ida na zona, não é difícil imaginar as dificul dades que atravessam os assalariados do
cacau no vale. Alguns dentre êles, logo que podem, estabelecem-se por c-onta própria, além. das margens do rio, em terras já apropriadas pelos grandes fa zendeiros, abrindo pequenas roças na floresta. Mas nem por isso podem ser considerados pequenos proprietários; fal ta-lhes, para tanto, a principal condição — a propriedade da terra.
Outros tipos de atividade econômica
No estágio em que presentemente se encontra, isto é, em princípio de desen volvimento, o cacau ainda não se cons tituiu, ali, naquele tirano exclusivista do sul da Bahia.
amêndoas, para misturas cotu outros tipos. Apenas uma pequena percenla-
gem da produção é clvstiiiaila à incUi:trializíição no País. O custo do Iransporlí- \aria cie do7. a doze criizeiríis p:jr saco dc- .sessenta
c|uílos, infcrif..' ao cobrado em percursos menores na zona cacaueiia da Haliia.
Nenhum iinpòsto ou taxa incide .so
bre o imóxcl, mas apcn.is sobre a pro dução, no total cie 7,5'/, sendo 2,5 5
do imposto dc \cnda.s e c onsignações e 5% dc taxa de fomcnlo agrícola. Estado da baliia, os impostos e la.xas
que pesam .sobro a laxoura cacaucdra sc elevam atimlmontc a 50/ do x alor cia produção.
No que respeita no crédito, a bu ouru de cacau no vale do ri(5 Doce tom o único financiamento da CarUura de Cré-
dito Agrícola cio Banco do Brasil, que faz empréstimos à base dc 30/ do valor da safra em curso ou cm fornuição, a juros de 7% c prazo máximo dc um ano. Somando-sc aos juros algumas ta.xas
corrcspondcnlc.s a avaliaçao ctc., a percenlagcm real, c, apro.ximadamente,
Embora seja a cultura predominante, existem outras de importância menor, tais ccmo a da cana-de-açúcar, mandio
ca,'arroz e principalmente café, cuja lavoura, paralelamente à do cacau, vem
despertando grande interesse em tôda p. zona.
Perspectioa s de expansão
Em relação à produção brasileira de cacau, da ordem dc 1.38.54.5 toneladas, em 1949, para a qual sòincnle a Bahia contribuiu, no mesmo ano, com o con
tingente de 115.149 toneladas (96,23 56 Transporte, crédito, impostos
O escoamento da produção é feito pela rodovia Linliares-Vitória, com 146
do total), a do vale do rio Doce é, ainda, insignificante, rcpre.sentando me nos de 2 %.
Mas não deixa de revestir
Significação a circunstância dc, em sç
Díc.fsic) Econó.micc)
tratando de zona cacauoira rcccnlc. Ocupar o .segundo lugar n;i escala das zonas produtoras do Pais, inelu>^ivc a njais antiga, ou s«-ja, a .Amazônia, de
115
ontraw ao desenvolvimento dessa no\a
meiras scnuntcs dc cacau para a Bahia,
cultura c.slá justamente no atual regiinem de propriedade, pela concentra ção de grandes áreas de terra nas mãos do reduzido número dc pessoas. Toda a zona cacaueira, conforme .se afirmou
que acabou por llic arrcl)alar o cclro. Alguns anos clc preços lavoráxcis nos
não mais e.xislindo terras devolutas. Conhecido o papel que històvicamen-
onde-, como vimos, foram Icxadas as pri
mercados consumiilorcs, paralclami-ntc a
uma política de auxílio efctixo aos agri
cultores, representariam, sc-m dúxida, poderoso estímulo ã expansão da cultura
de cacau no \alc. presentemente nuiilü longe dc atingir os limites teóricos da zona geográfica passível de exploração vconómica.
Enírelunto, e cabe esta obserxação final, tudo cslá a indicar que o maiin-
mni.s atrás, já se cncxmtra apropriada, te desempenha n pequena propriedade na formação de culturas do tipo consi derado, nas quai,s. pela auscneia de ca
pitais, o trabulho do homem e de sua família constitui importante fator do
produção, não se de\e esperar, sem a modificação do atual regimem. que a lavoura cacaueira do vale do rio Doce" ícalize, nos próximos anos, progressos de monta.
DIOESTO ECONti.MlCO
o pensamento economico na Grécia
léria. Hegel é idealista, enquanto Marx
Recomenda Xenofonte a prática da
A Grécia e em Roma, as idéias
ciar o idcallsnín licgeliano c a doutriO*
eine Religion.
econômicas estiveram mistura
marxista, cpic não c tolalmcnlf^ nrigiu^'
er erstens cín System von Iclzlen Zielen, die den Sinn des Leben enthalten und
temperança e a boa distribuição das ati vidades produtivas. Despreza o traba lho manual, porque definJia o corpo e embota o espírito, mas a agricultura ocupa lugar de relevo nas Econémícfls. Além disso.-proteger o comércio e acolher o estrangeiro são obrigações que êle
absolule Masslübe sind. nuch wolcben
atribuía aos atenienses, porém "il sait si
Eroignissc und Taten beurteilt werden konnen; und zwcitens bietet cr sich ais Fubrer zu jcncn Ziclcn, was gleicbbcdeutend ist mit einem Erlosungsplan und mit der Aufdeckung des Übels, von dem
pcu pourquoi et jusqu'à quel point il a raison, qu'il met en doute dans un autre
Ahnódio Ghaça
defende o
malerialismo dialético o
o que Joseph Schumpetcr denominou a
(Caledrático da Faculdade de Direito do RecifeJ
religião do profeta comunista: "In eincr wicbtigen Ilinsiclit ist der Marxismus
das com a religião, a filosofia
Consoante Ileráclití). liá lota dos con
e a arte. Fustcl de Coulanges
trários que se modifica oin liarnionia dos mesmos, porfjnanlo os sères estão subor
aponta-nos a influência do culto aos
deuses na cidade antiga, que era uma espécie de santuário onde a religião, ao invés de elevar espiritualmente as cria turas, se transformou em geratríz do
ódio e da iniqüidade. Privilégios sacra mentais, direito de propriedade, justiya, desigualdade das classes, tudo se funcrença religiosa, que era mo-
nopóiio dos chefes de família, dos pri
mogênitos, que oravam e exerciam os
misteres de senhor e magistrado. Os
clientes não podiam ser proprietários; ccmpareciam às cerimônias, porém não
lhes era conferido o direito de possuir um deus e de rezar, porque "a santa tradição, os ritos, as palavras sacramen
tais, as fórmulas onipotentes que mo tivavam a ação das divindades", constitoiam pnvilégio do sangue, ou here ditário. (1).
A poesia de Hesíodo sobre o trabalho
e a vida rural, a confraria de Piiágoras, a dialética de Heráclito, as concepções de Xenofonte, a sátira de Aristófanes, os diálogos de Platão e a crematística de
Aristóteles demonstram a antiqüíssima união da arte e da filosofia com as idéias econômicas.
Se Pitágoras foi o gênio fabuloso que instituiu uma confraria científico-reli-
giosa onde houve o comunismo dos bens e das mulheres, a construção dialética de Heráclito resistiu de tal maneira à
ação do tempo, que chegou a influen
dinados ao perpétuo dcvcnir.
uni
verso, tudo é movimento, tudo fluí, co mo o rio, tudo é c não é. simultànea-
menlc. O pessimismo dialétieo levou Heráclito a admitir que *'o saber é ignorância, a grandeza é baixeza e o
prazer é dor", assim como fez do prín cipe c filósofo da Jònia o prenunciador de um mundo obscuro e materialista que sòmente no século XIX da era cristã começou a exercer irreprimível fascina ção na consciência das massas operárias da Europa. Heráclito é a antítese de Aristóteles: se o primeiro teve uma concepção dia
lética do universo, o segundo criou n metafísica em cujos fundamentos se en contra o princípio de contradição. S© Pleráclito .supõe que "somos e não so« mos", que Indo muda permanentemen te, Aristóteles afirma que uma cousa
não podo ser e deixar de ser ao mesmo tempo, no mesmo sujeito e sob o mesmo aspecto. (2).
Dem Glüubigon bietet
dío Menscbhcil odor ein auscrwnblter Teil der Menschbcit erlost werden
A teoria dialética de Heráclito foi
transformada por Hegel, Marx e Engels. Salienta Boukharíne qne, se Ilcráclilo e
trato da sociedade em que viveu. Max Beer considera imenso o realismo desse
"aristocrata da inteligência" no qual os
Marx revolta-se contra os que ousam confundir o seu método com o do sábio
personagens revelam a fisionomia do ho mem e da época. São filósofos, místi
representante da filosofia clássica alemã:
Sabe muy bicn que mi método de de^^rrolo no es hcgeleano, desde que yo soy
"^^tcrialista y Hegel cs idealista". (4). Xenofonte e Aristófones
Xenofonte surgiu na história da Grécia ^rítiga como um escritor de raro brilho.
suas concepções a respeito do bem, do b"abalho, da utilidade, da agricultura, do Capital e do comércio surpreendem os se aventuram a analisá-las. Segun do Xenofonte, o bem econômico é tudo o moedas não dimimii o valor destas — o
que constitui, boje, êrro no domínio da ciência de Quesnay e Smith. O capitaldinbeiro é mercadoria, depende das osci lações das trocas, de modo que, se a sua
Demócríto aceitam o movimento como
quantidade aumenta, decresce o seu va
base de tudo o que existe, Hegel e
lor, irrompendo o movimento inflacionista que tantos males tem gerado nas socie
Marx sustentam, respectivamente, o di namismo contínuo do espírito e da ma-
profitable á Ia république". (5). Aristófanes é o gênio da comédia, da ironia, da sátira. As obras do mais cé lebre poeta de Atenas constituem o re
Süll". (3). Demais, em sua carta de 6 de março de 1868 enviada a Kugelmann, Karl
que possui utilidade e a abundância de líerúclito, Hegel e Marx
endroit si Ic commercc est vcrítablement
dades.
cos, delatores, comunistas, revolucioná rios, políticos 6 plutocrat^as, que o mes tre ateniense "flagela sem piedade" e
contra os quais levantou o monumento da sua glória literária. Aristófanes é autor de muitas comé
dias, entre as quais A Assembléia de Mulheres, Plutão, As Rãs, As Nuvens
e As Vespas. Na primeira, segundo nos conta Max Beer, Aristófanes ima gina uma revolta de mulheres contra os homens que arruinaram Atenas. Elas se
apoderam do governo, usando roupas masculinas, e propõem, numa assem bléia noturna, a reforma social. Beer reproduz uma parte do pitoresco diálo go de Blepino e de sua espôsa, Praxágora, • dirigente da revolução feminista. (6).
Julgam certos autores que a melhor comédia de Aristófanes é PlutãO. Esta
possui diálogos interessantes e de alto valor ideológico, embora Aristófanes não
DIOESTO ECONti.MlCO
o pensamento economico na Grécia
léria. Hegel é idealista, enquanto Marx
Recomenda Xenofonte a prática da
A Grécia e em Roma, as idéias
ciar o idcallsnín licgeliano c a doutriO*
eine Religion.
econômicas estiveram mistura
marxista, cpic não c tolalmcnlf^ nrigiu^'
er erstens cín System von Iclzlen Zielen, die den Sinn des Leben enthalten und
temperança e a boa distribuição das ati vidades produtivas. Despreza o traba lho manual, porque definJia o corpo e embota o espírito, mas a agricultura ocupa lugar de relevo nas Econémícfls. Além disso.-proteger o comércio e acolher o estrangeiro são obrigações que êle
absolule Masslübe sind. nuch wolcben
atribuía aos atenienses, porém "il sait si
Eroignissc und Taten beurteilt werden konnen; und zwcitens bietet cr sich ais Fubrer zu jcncn Ziclcn, was gleicbbcdeutend ist mit einem Erlosungsplan und mit der Aufdeckung des Übels, von dem
pcu pourquoi et jusqu'à quel point il a raison, qu'il met en doute dans un autre
Ahnódio Ghaça
defende o
malerialismo dialético o
o que Joseph Schumpetcr denominou a
(Caledrático da Faculdade de Direito do RecifeJ
religião do profeta comunista: "In eincr wicbtigen Ilinsiclit ist der Marxismus
das com a religião, a filosofia
Consoante Ileráclití). liá lota dos con
e a arte. Fustcl de Coulanges
trários que se modifica oin liarnionia dos mesmos, porfjnanlo os sères estão subor
aponta-nos a influência do culto aos
deuses na cidade antiga, que era uma espécie de santuário onde a religião, ao invés de elevar espiritualmente as cria turas, se transformou em geratríz do
ódio e da iniqüidade. Privilégios sacra mentais, direito de propriedade, justiya, desigualdade das classes, tudo se funcrença religiosa, que era mo-
nopóiio dos chefes de família, dos pri
mogênitos, que oravam e exerciam os
misteres de senhor e magistrado. Os
clientes não podiam ser proprietários; ccmpareciam às cerimônias, porém não
lhes era conferido o direito de possuir um deus e de rezar, porque "a santa tradição, os ritos, as palavras sacramen
tais, as fórmulas onipotentes que mo tivavam a ação das divindades", constitoiam pnvilégio do sangue, ou here ditário. (1).
A poesia de Hesíodo sobre o trabalho
e a vida rural, a confraria de Piiágoras, a dialética de Heráclito, as concepções de Xenofonte, a sátira de Aristófanes, os diálogos de Platão e a crematística de
Aristóteles demonstram a antiqüíssima união da arte e da filosofia com as idéias econômicas.
Se Pitágoras foi o gênio fabuloso que instituiu uma confraria científico-reli-
giosa onde houve o comunismo dos bens e das mulheres, a construção dialética de Heráclito resistiu de tal maneira à
ação do tempo, que chegou a influen
dinados ao perpétuo dcvcnir.
uni
verso, tudo é movimento, tudo fluí, co mo o rio, tudo é c não é. simultànea-
menlc. O pessimismo dialétieo levou Heráclito a admitir que *'o saber é ignorância, a grandeza é baixeza e o
prazer é dor", assim como fez do prín cipe c filósofo da Jònia o prenunciador de um mundo obscuro e materialista que sòmente no século XIX da era cristã começou a exercer irreprimível fascina ção na consciência das massas operárias da Europa. Heráclito é a antítese de Aristóteles: se o primeiro teve uma concepção dia
lética do universo, o segundo criou n metafísica em cujos fundamentos se en contra o princípio de contradição. S© Pleráclito .supõe que "somos e não so« mos", que Indo muda permanentemen te, Aristóteles afirma que uma cousa
não podo ser e deixar de ser ao mesmo tempo, no mesmo sujeito e sob o mesmo aspecto. (2).
Dem Glüubigon bietet
dío Menscbhcil odor ein auscrwnblter Teil der Menschbcit erlost werden
A teoria dialética de Heráclito foi
transformada por Hegel, Marx e Engels. Salienta Boukharíne qne, se Ilcráclilo e
trato da sociedade em que viveu. Max Beer considera imenso o realismo desse
"aristocrata da inteligência" no qual os
Marx revolta-se contra os que ousam confundir o seu método com o do sábio
personagens revelam a fisionomia do ho mem e da época. São filósofos, místi
representante da filosofia clássica alemã:
Sabe muy bicn que mi método de de^^rrolo no es hcgeleano, desde que yo soy
"^^tcrialista y Hegel cs idealista". (4). Xenofonte e Aristófones
Xenofonte surgiu na história da Grécia ^rítiga como um escritor de raro brilho.
suas concepções a respeito do bem, do b"abalho, da utilidade, da agricultura, do Capital e do comércio surpreendem os se aventuram a analisá-las. Segun do Xenofonte, o bem econômico é tudo o moedas não dimimii o valor destas — o
que constitui, boje, êrro no domínio da ciência de Quesnay e Smith. O capitaldinbeiro é mercadoria, depende das osci lações das trocas, de modo que, se a sua
Demócríto aceitam o movimento como
quantidade aumenta, decresce o seu va
base de tudo o que existe, Hegel e
lor, irrompendo o movimento inflacionista que tantos males tem gerado nas socie
Marx sustentam, respectivamente, o di namismo contínuo do espírito e da ma-
profitable á Ia république". (5). Aristófanes é o gênio da comédia, da ironia, da sátira. As obras do mais cé lebre poeta de Atenas constituem o re
Süll". (3). Demais, em sua carta de 6 de março de 1868 enviada a Kugelmann, Karl
que possui utilidade e a abundância de líerúclito, Hegel e Marx
endroit si Ic commercc est vcrítablement
dades.
cos, delatores, comunistas, revolucioná rios, políticos 6 plutocrat^as, que o mes tre ateniense "flagela sem piedade" e
contra os quais levantou o monumento da sua glória literária. Aristófanes é autor de muitas comé
dias, entre as quais A Assembléia de Mulheres, Plutão, As Rãs, As Nuvens
e As Vespas. Na primeira, segundo nos conta Max Beer, Aristófanes ima gina uma revolta de mulheres contra os homens que arruinaram Atenas. Elas se
apoderam do governo, usando roupas masculinas, e propõem, numa assem bléia noturna, a reforma social. Beer reproduz uma parte do pitoresco diálo go de Blepino e de sua espôsa, Praxágora, • dirigente da revolução feminista. (6).
Julgam certos autores que a melhor comédia de Aristófanes é PlutãO. Esta
possui diálogos interessantes e de alto valor ideológico, embora Aristófanes não
Diorsio
118
FcoNrtsnco
seja um socialista à maneira platônica. Está mais próximo de Aristóteles, por que, apesar da sua repulsa à plutocra-
sol) o ponto de vista analitioo", reside,
cia, não tem idéias igualitárias.
conforme Eri<- lloll, na explicaç.lo da
Con
dena a perversidade dos ritos e põe em evidência a virtude dos explorados; to
davia, desccbre utilidade na pobreza, que é um dos personagens da sua comé
dia PhtâO: "Vocês querem expulsar-me - grita a Pobreza, dirigindo-se a Cremilo. — Pensam que vão salvar a humanida de se me eliminarem? Pois estão en
ganados. Só poderão prejudicá-la. Quando todos os homens forem ricos, quem irá dedicar-se às ciências ou às
artes? E se os trabalhadores desapare cerem, quem construirá os barcos, la\ rara a terra ou exercerá o comercio e
a .ndustria? Atualmente, os rieos têm tudo o de que necessitam, porque há pobres que trabalham e fabricam os produtos indispensáveis à vida. É pre ciso não confundir a pobreza com a misena. É evidente que os homens não devem ser miseráveis. Mas é necessá rio também que não vivam em abun
dância, pois deixarão de trabalhar e
há pouco, vocês disseram que os pobres
sao melhores do que os ricos". (7) Platão e Aristóteles
Discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, Platão foi um dos maiores
história. Traçou planos cie oriianização do Estado, porém <> "m u maior O.xito,
origem da ciflade <* na pr-scjuisa (juc* féz sobre a divisãií do tr.iliailio. tliegando até a especialização das profissões. (8). A Rcpúblicii c As contém a.s suas idéias econômicas fundamentais.
São
duas grandes utopias, como afirma ■\Vc!l.s — as (piais possní-iii algo de novo na evolução da liumanidade: "Sa Républiquc, hi premicre de tonles Ics nto-
pies, c.st le révé que fait un jcune
genrc.
II y a dans Plalon uno foule
de choses dont nous no jionvons songer
à nous ocupcr ici, mais son oeiivre cons
tituo Tun dcs jaions de notre líistoiro; c'cst quclrpic cliosc de nonvcau dans Tevolucion de riunnanité". (9),
Apesar do utíipicas, no diz.cr de Wells. as concepções platémicas nao niorreram com o decorrer dos tempos.
Na Idade
Média, exerceram
inflcíõncia
bastante
cultural através das obras patrísticas e, .sobretudo, na penetração cias idéias de
Grécia antiga, pois há outros aspectos importantes da sua obra. Como refor mador, Platão ocupa lugar de relevo na
ciência da aclininislração doméstica, e a
Trata-se cio Isslado ciuc seria rc-
gid:) por um .sistema socialista do ca ráter utópico c onde haveria a igualda de dos luiiuc-iis e cias mulheres, a pro
deve produzir juro. Diz Eric Roll que o pensamento eco nômico dc Arislótele.s compreende:
a) diferença entre a economia, ou
ciência do abastecimento, que "trata da arte da aquisição"; h) análise da circulação e teoria
priedade coletiva cias terras c das ha
monetária;
bitações. a hannonia das classes, a pro teção à família nobre, a educação obri-
combato ao "comunismo platônico" e
gatcVia para a formação da elite diri Partidário do govérno clc elite, do pre
sábios. Platão foi tão poderoso na his tória das idéias (pie, no século passa do, românticos e utopistas, adeptos do racionalismo c até socialistas revolucio
nários, seguiram os princípios cia sua
doutrina. Por isso, tem razão Eric Roll.
qnando explica: "Parcto e Wells revi
dem a idéia clc^ um govérno de elite, um considerando-a como fôrça propulsora
c) valor dc uso o valor de troca, defesa da c.scravidão;
d) justo u:o"cla propriedade privada c condenação da usura, do comércio
pelo desejo dc lucro e da acumulação dos bens;
e) subordinação do processo das ri quezas às regras morais. Entretanto, o comunista Kavl Marx
julgou liaver descoberto, no pensamento do Aristóteles, oposição entre a Cremalística e a Economia. Por isso, afirma: "Aristóteles stellt der Clirematistik dié
Ockonomik entgegen. Er 'geht von der Oekonomik aus.
Soweit sic Erwerbs-
todo o passado social e o outro ^'"1110 idéia especialmente idônea para
kunst, beschrlinkt sie sich auf die Vers-
" exercício do govérno justo, raciona e benévolo do futuro. Nos escritos dos
uncl für das Piaus oder den Staat nütz-
chaffung der zum Leben nothwendigen lichen Güter. .
(11).
Assim, a Crcmatística é a arte de
Santo Agostinho na filosofia desse pe
filósofos racionalistas revive a crença no
ríodo histórico cios povos.
govérno da razão". (10).
adquirir dinheiro, ao passo que a Eco
Segundo Gustav Schmoller, Aristóte les opõe a arte natural da economia do
vida e iiteis à família ou no Estado.
Em síntese, a doutrina cconómico-so-
a) criação do Estado ideal e socia lismo baseado na razão, cm leis justas, na prática das virtudes, na igualdade e
perfeito, o geômetra da academia ou o apóstolo da renovação intelectual da
nas.
domínio político de unia aristocracia de
vros, que são numerosos, demonstram a
o filósofo, o moralista, o crente no amor
cessário, medida do valor — a qual não
serait ordonnée selou iin plan ncuf et mcilleur; sou dernier ouvrage, d'aillours inachevé — Lcs Lois — envisage Torga-
cial de Platão abrange:
davia, não deve ser considerado apenas
vemaclo.s, sendo a primeira composta dc filósofos, clc homens expeiimcntiulos no trato das ciências, na arte da guerra, c a segunda constituída dos indivicliios íjue exerceriam as profi-^sõcs menos dig
gente e a vitória completa da alegria.
nisatíon d'uno aulrc Utopic? du mònie
119
Econónuco
hcmme d'une cité <iu Ia \ie liiimainc
filósofos da antigüidade. Os seus li universalidade do gênio ateniense. To
Digesto
na concórdia entro os liomcns;
b) teoria da divisão do trabalho;
c) concepção da moeda como instru mento de troca e de consumo.
No Estado platônico, haveria duas classes, a dos governantes e a cios go-
méstica, fundada no modo primitivo da produção cios bens, à arte nova de aqui
nomia ]>rocura os bens necessários à A
Crematística objetiva o enriquecimento
absoluto, pois. ao contrário da Econo
sição de ouro, nascida com o comércio; o sábio belénico descreve como as clas
mia, não tem limite.
ses sociais e as profissões surgiram da
da sua conhecida hostilidade ao "co
divisão do trabalho e da repartição das
riquezas; investiga as conseqüências psieológicas e morais das diferentes indús trias e ocupações, assim como define a moeda como instrumento cie troca iie-
Apesar do seu apoio à escravidão e munismo platônico", Aristóteles é con
siderado por eminentes historiadores das doutrinas econômicas grande adepto do socialismo na antigüidade. Consoante René Gonnard, êle repeliu o comunismo,
:
Diorsio
118
FcoNrtsnco
seja um socialista à maneira platônica. Está mais próximo de Aristóteles, por que, apesar da sua repulsa à plutocra-
sol) o ponto de vista analitioo", reside,
cia, não tem idéias igualitárias.
conforme Eri<- lloll, na explicaç.lo da
Con
dena a perversidade dos ritos e põe em evidência a virtude dos explorados; to
davia, desccbre utilidade na pobreza, que é um dos personagens da sua comé
dia PhtâO: "Vocês querem expulsar-me - grita a Pobreza, dirigindo-se a Cremilo. — Pensam que vão salvar a humanida de se me eliminarem? Pois estão en
ganados. Só poderão prejudicá-la. Quando todos os homens forem ricos, quem irá dedicar-se às ciências ou às
artes? E se os trabalhadores desapare cerem, quem construirá os barcos, la\ rara a terra ou exercerá o comercio e
a .ndustria? Atualmente, os rieos têm tudo o de que necessitam, porque há pobres que trabalham e fabricam os produtos indispensáveis à vida. É pre ciso não confundir a pobreza com a misena. É evidente que os homens não devem ser miseráveis. Mas é necessá rio também que não vivam em abun
dância, pois deixarão de trabalhar e
há pouco, vocês disseram que os pobres
sao melhores do que os ricos". (7) Platão e Aristóteles
Discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, Platão foi um dos maiores
história. Traçou planos cie oriianização do Estado, porém <> "m u maior O.xito,
origem da ciflade <* na pr-scjuisa (juc* féz sobre a divisãií do tr.iliailio. tliegando até a especialização das profissões. (8). A Rcpúblicii c As contém a.s suas idéias econômicas fundamentais.
São
duas grandes utopias, como afirma ■\Vc!l.s — as (piais possní-iii algo de novo na evolução da liumanidade: "Sa Républiquc, hi premicre de tonles Ics nto-
pies, c.st le révé que fait un jcune
genrc.
II y a dans Plalon uno foule
de choses dont nous no jionvons songer
à nous ocupcr ici, mais son oeiivre cons
tituo Tun dcs jaions de notre líistoiro; c'cst quclrpic cliosc de nonvcau dans Tevolucion de riunnanité". (9),
Apesar do utíipicas, no diz.cr de Wells. as concepções platémicas nao niorreram com o decorrer dos tempos.
Na Idade
Média, exerceram
inflcíõncia
bastante
cultural através das obras patrísticas e, .sobretudo, na penetração cias idéias de
Grécia antiga, pois há outros aspectos importantes da sua obra. Como refor mador, Platão ocupa lugar de relevo na
ciência da aclininislração doméstica, e a
Trata-se cio Isslado ciuc seria rc-
gid:) por um .sistema socialista do ca ráter utópico c onde haveria a igualda de dos luiiuc-iis e cias mulheres, a pro
deve produzir juro. Diz Eric Roll que o pensamento eco nômico dc Arislótele.s compreende:
a) diferença entre a economia, ou
ciência do abastecimento, que "trata da arte da aquisição"; h) análise da circulação e teoria
priedade coletiva cias terras c das ha
monetária;
bitações. a hannonia das classes, a pro teção à família nobre, a educação obri-
combato ao "comunismo platônico" e
gatcVia para a formação da elite diri Partidário do govérno clc elite, do pre
sábios. Platão foi tão poderoso na his tória das idéias (pie, no século passa do, românticos e utopistas, adeptos do racionalismo c até socialistas revolucio
nários, seguiram os princípios cia sua
doutrina. Por isso, tem razão Eric Roll.
qnando explica: "Parcto e Wells revi
dem a idéia clc^ um govérno de elite, um considerando-a como fôrça propulsora
c) valor dc uso o valor de troca, defesa da c.scravidão;
d) justo u:o"cla propriedade privada c condenação da usura, do comércio
pelo desejo dc lucro e da acumulação dos bens;
e) subordinação do processo das ri quezas às regras morais. Entretanto, o comunista Kavl Marx
julgou liaver descoberto, no pensamento do Aristóteles, oposição entre a Cremalística e a Economia. Por isso, afirma: "Aristóteles stellt der Clirematistik dié
Ockonomik entgegen. Er 'geht von der Oekonomik aus.
Soweit sic Erwerbs-
todo o passado social e o outro ^'"1110 idéia especialmente idônea para
kunst, beschrlinkt sie sich auf die Vers-
" exercício do govérno justo, raciona e benévolo do futuro. Nos escritos dos
uncl für das Piaus oder den Staat nütz-
chaffung der zum Leben nothwendigen lichen Güter. .
(11).
Assim, a Crcmatística é a arte de
Santo Agostinho na filosofia desse pe
filósofos racionalistas revive a crença no
ríodo histórico cios povos.
govérno da razão". (10).
adquirir dinheiro, ao passo que a Eco
Segundo Gustav Schmoller, Aristóte les opõe a arte natural da economia do
vida e iiteis à família ou no Estado.
Em síntese, a doutrina cconómico-so-
a) criação do Estado ideal e socia lismo baseado na razão, cm leis justas, na prática das virtudes, na igualdade e
perfeito, o geômetra da academia ou o apóstolo da renovação intelectual da
nas.
domínio político de unia aristocracia de
vros, que são numerosos, demonstram a
o filósofo, o moralista, o crente no amor
cessário, medida do valor — a qual não
serait ordonnée selou iin plan ncuf et mcilleur; sou dernier ouvrage, d'aillours inachevé — Lcs Lois — envisage Torga-
cial de Platão abrange:
davia, não deve ser considerado apenas
vemaclo.s, sendo a primeira composta dc filósofos, clc homens expeiimcntiulos no trato das ciências, na arte da guerra, c a segunda constituída dos indivicliios íjue exerceriam as profi-^sõcs menos dig
gente e a vitória completa da alegria.
nisatíon d'uno aulrc Utopic? du mònie
119
Econónuco
hcmme d'une cité <iu Ia \ie liiimainc
filósofos da antigüidade. Os seus li universalidade do gênio ateniense. To
Digesto
na concórdia entro os liomcns;
b) teoria da divisão do trabalho;
c) concepção da moeda como instru mento de troca e de consumo.
No Estado platônico, haveria duas classes, a dos governantes e a cios go-
méstica, fundada no modo primitivo da produção cios bens, à arte nova de aqui
nomia ]>rocura os bens necessários à A
Crematística objetiva o enriquecimento
absoluto, pois. ao contrário da Econo
sição de ouro, nascida com o comércio; o sábio belénico descreve como as clas
mia, não tem limite.
ses sociais e as profissões surgiram da
da sua conhecida hostilidade ao "co
divisão do trabalho e da repartição das
riquezas; investiga as conseqüências psieológicas e morais das diferentes indús trias e ocupações, assim como define a moeda como instrumento cie troca iie-
Apesar do seu apoio à escravidão e munismo platônico", Aristóteles é con
siderado por eminentes historiadores das doutrinas econômicas grande adepto do socialismo na antigüidade. Consoante René Gonnard, êle repeliu o comunismo,
:
■
Oif;Ki>To
porém não se libertou da influência das
idéias socialistas: "Quant à Aristolc, il condamne bien le communisme, mais il reste encore três largement sous Tin-
fluence des doclrínes sodalistes, et tout son système tend à faire régner Tuni-
formité et Tágalité des conditíons". (12), Se Contreiras Rodrigues, fundado nas
investigações de célebres autores, de clara que o discípulo de Platão foi so cialista, Manollesco vê em Aristóteles
o sábio precursor do sociologismo de C^mte e Durkheim. Por sua vez, Aris tóteles admite que a cidade é o todo
cujas partes são os indivíduos e os grupos menores, assim como teoriza a so-
ciabiUdade à maneira de fôrça predonjmante no homem: "Es evidente que ei hombre es animal sociable, mucho mas que ias abejas o cualquier otro gregano". (13).
Todos êsses autores citados e as pró prias idéias de Aristóteles demonstram que o gênio estagirita há sido muito ca luniado por aquêles que o transforma ram no escravocrata impiedoso, no ini
migo das classes pobres, no reacionário impenitente. cujas concepções servem
hoje, aos que lutam em favor do capitausmo e da burguesia. Felizmente,
'l."
Econômico
Em torno dos tratados de 1810
as acusações atiradas contra o maior filósofo da Grécia antiga f >ião-sc desfa
zendo pfla falta abvdnt.i de consistên cia e verdade. ^ É a justa reabilitação i\<- Aristóteles.
Otávio Tabquínio de Sousa
Qó (|ncin igníira.ssc os lermos dos tra
Em meio da grita mais ou menos dis- .
tido da ptilítica inglesa cm relação a Rertugal potlcria cslranliar o que pac
farçada que os tratados de ISl susci taram, houve vozes do aplauso ® ^ justificação, como a de Jose da biíva
segs. A. D. SorlIIIangos — Lc Christia-
tuaram no Rio de Janeiro, em 1810, o Conde de Linhares c Lorde Slrangford. A sul)erdinação dc Portugal aos inte-
lude do futuro Visconde de Cairu por móveis subalternos, saho no que toca
nisme et les Philosophes — Paris — imI
têsscs econômicos da Grã-Rretanlia vi
tados anUTÍorts e o vertUideiro sen
FONTES;
(1) Fuitol de Coulonge» —
A
Cidade
Antiga — Lisboa — 1011 — vol. li — págs. 13 e scRS.
(2) Jullán Marfas — Historia de Ln Filosofia — Madri —
1018 —
pã^s. 36 e
— vol. 11 — págs. 208 o scft.s.
nha de há muito se earaclcrizando atra vés dos numerosos atos celebrados entre
(3) e (4) Joioph A. Schumpoíer — Ka-
pilallsmus, So/.ialismus und
Demokratie
— Bern — 194G — póg. 19. Karl Marx e Frledrlch Engole — Corre.sponclôncia Buenos Aires —
os dois paí.se.s. Para o reino luso e seus
1947.
domínios ultramarinos a política de e.Kpansão comercial britânica tinha as vis
(5) e (6) Dictionnalrc d'Économie Po-
litiquG — Paris — 1803
vql. II —
blícado sob a direção dc Cociuolin et Guillaumln. Max Beor — História do Socialismo o das Lula.s Sociai.s — vol. T _ Rio — 1944 — págs. 108 c segs.
Í7). (8) c (9) Max Beer — op. cit. Eric Rol! — História das Doutrinas Econômi cas — São Paulo — 1948 — pág. 25. h G. Wells — Esquisse dc riiistoiro UniversGlle — Pari.s — 1926 — págs. 158 e
(12) René Gonnard — Hlstoirc des Doc-
Sm pleno florescimento de sua ativida
trines Économiques — Paris — 1947
de mercantil, a nação senhora dos ma
pág. 7.
(13) Arislóloles ~ Política — Madri
res tratou de consubstanciar em conven
1933 — Livro I — Cap. 1 — pág. 8.
J
1 :i
nifestação do seu por vêzes simplório liberalismo econômico, do seu horror
França revolucionária, da sua anglo-
tida denomina aquilo que o própno Canniiig, autor das instruções em que
tetores dos ingleses, êstes souberam tí'■ar partido das circunstâncias. Transfe rida a sede do governo português para Brasil, sob os auspícios da Inglateira,
127 — Nota.
tos. Muito mais verídico será quem vir na defesa de Silva Lisboa uma ma
sejo de novas conquistas e lucros. . Quan do chegou o momento em que ao goameaças napoleônicas e os gestos pro
1 — Buch I — Hamburgo — 1883 —
aos pendores áulicos que lhe eram ma
fiha exaltada.
possível hesitar ou tergiversar entre as
(10) Eric Roll — op. cit. pág. 28. (11) Karl Marx — Das Kapital — Band
Seria injusto explicar a aU-
tas sempre voltadas e não perdia en vômo do regente D. João não foi mais
segs.
Lisboa.
ções solenes os seus planos de predo mínio do Novo Mundo.
As críticas aos tratados de comércio
e navegação e de amizade e aliança de 1810 são contemporâneas deles.
Pro-
"Má.ximo benefício do
Senhor D. João VI", eis como de par
se baseou o ajuste, tachou de "impolitico e odioso".
Longe de ser, como o
acusavam, "golpe de graça na indústria de Portugal, aniquilação do comércio do Brasil, odioso monopólio extorquido
por um governo que sofre ditadura do corpo mercantil do país", o tratado de comércio de 19 de fevereiro de 1810
combatia privilégios de indivíduos e companiiias e partilhava com os inglêses benefícios concedidos a outras na
ções. Silva Lisboa sustenta a necessida de de outorgar aos britânicos o máximo do favores razoáveis: "sem tarifa regu
sem falar no de Methuen, de 1703. Mas
lada 6 certeza de asilo, mercado e pri vilégio, é impossível estabelecerem-se relações comerciais sólidas e extensas entre países independentes e remotos".
senão aperfeiçoar aquêles instrumentos,
de certas críticas, o clamoroso de dispo
vàvelmente não se tinha lembrança pre
cisa dos dizeres dos pactos mais anti
gos - o de 1642, o de 1654, o de 1661, a verdade é que Strangford não fÍB
apurar-lhes as exigências, deixar mais explícitas as vantagens.
Por certo não lhe escapava a evidência
sições em que se fazia do Brasil outra "\nnV««
Trífrlpç".
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idéias socialistas: "Quant à Aristolc, il condamne bien le communisme, mais il reste encore três largement sous Tin-
fluence des doclrínes sodalistes, et tout son système tend à faire régner Tuni-
formité et Tágalité des conditíons". (12), Se Contreiras Rodrigues, fundado nas
investigações de célebres autores, de clara que o discípulo de Platão foi so cialista, Manollesco vê em Aristóteles
o sábio precursor do sociologismo de C^mte e Durkheim. Por sua vez, Aris tóteles admite que a cidade é o todo
cujas partes são os indivíduos e os grupos menores, assim como teoriza a so-
ciabiUdade à maneira de fôrça predonjmante no homem: "Es evidente que ei hombre es animal sociable, mucho mas que ias abejas o cualquier otro gregano". (13).
Todos êsses autores citados e as pró prias idéias de Aristóteles demonstram que o gênio estagirita há sido muito ca luniado por aquêles que o transforma ram no escravocrata impiedoso, no ini
migo das classes pobres, no reacionário impenitente. cujas concepções servem
hoje, aos que lutam em favor do capitausmo e da burguesia. Felizmente,
'l."
Econômico
Em torno dos tratados de 1810
as acusações atiradas contra o maior filósofo da Grécia antiga f >ião-sc desfa
zendo pfla falta abvdnt.i de consistên cia e verdade. ^ É a justa reabilitação i\<- Aristóteles.
Otávio Tabquínio de Sousa
Qó (|ncin igníira.ssc os lermos dos tra
Em meio da grita mais ou menos dis- .
tido da ptilítica inglesa cm relação a Rertugal potlcria cslranliar o que pac
farçada que os tratados de ISl susci taram, houve vozes do aplauso ® ^ justificação, como a de Jose da biíva
segs. A. D. SorlIIIangos — Lc Christia-
tuaram no Rio de Janeiro, em 1810, o Conde de Linhares c Lorde Slrangford. A sul)erdinação dc Portugal aos inte-
lude do futuro Visconde de Cairu por móveis subalternos, saho no que toca
nisme et les Philosophes — Paris — imI
têsscs econômicos da Grã-Rretanlia vi
tados anUTÍorts e o vertUideiro sen
FONTES;
(1) Fuitol de Coulonge» —
A
Cidade
Antiga — Lisboa — 1011 — vol. li — págs. 13 e scRS.
(2) Jullán Marfas — Historia de Ln Filosofia — Madri —
1018 —
pã^s. 36 e
— vol. 11 — págs. 208 o scft.s.
nha de há muito se earaclcrizando atra vés dos numerosos atos celebrados entre
(3) e (4) Joioph A. Schumpoíer — Ka-
pilallsmus, So/.ialismus und
Demokratie
— Bern — 194G — póg. 19. Karl Marx e Frledrlch Engole — Corre.sponclôncia Buenos Aires —
os dois paí.se.s. Para o reino luso e seus
1947.
domínios ultramarinos a política de e.Kpansão comercial britânica tinha as vis
(5) e (6) Dictionnalrc d'Économie Po-
litiquG — Paris — 1803
vql. II —
blícado sob a direção dc Cociuolin et Guillaumln. Max Beor — História do Socialismo o das Lula.s Sociai.s — vol. T _ Rio — 1944 — págs. 108 c segs.
Í7). (8) c (9) Max Beer — op. cit. Eric Rol! — História das Doutrinas Econômi cas — São Paulo — 1948 — pág. 25. h G. Wells — Esquisse dc riiistoiro UniversGlle — Pari.s — 1926 — págs. 158 e
(12) René Gonnard — Hlstoirc des Doc-
Sm pleno florescimento de sua ativida
trines Économiques — Paris — 1947
de mercantil, a nação senhora dos ma
pág. 7.
(13) Arislóloles ~ Política — Madri
res tratou de consubstanciar em conven
1933 — Livro I — Cap. 1 — pág. 8.
J
1 :i
nifestação do seu por vêzes simplório liberalismo econômico, do seu horror
França revolucionária, da sua anglo-
tida denomina aquilo que o própno Canniiig, autor das instruções em que
tetores dos ingleses, êstes souberam tí'■ar partido das circunstâncias. Transfe rida a sede do governo português para Brasil, sob os auspícios da Inglateira,
127 — Nota.
tos. Muito mais verídico será quem vir na defesa de Silva Lisboa uma ma
sejo de novas conquistas e lucros. . Quan do chegou o momento em que ao goameaças napoleônicas e os gestos pro
1 — Buch I — Hamburgo — 1883 —
aos pendores áulicos que lhe eram ma
fiha exaltada.
possível hesitar ou tergiversar entre as
(10) Eric Roll — op. cit. pág. 28. (11) Karl Marx — Das Kapital — Band
Seria injusto explicar a aU-
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Lisboa.
ções solenes os seus planos de predo mínio do Novo Mundo.
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e navegação e de amizade e aliança de 1810 são contemporâneas deles.
Pro-
"Má.ximo benefício do
Senhor D. João VI", eis como de par
se baseou o ajuste, tachou de "impolitico e odioso".
Longe de ser, como o
acusavam, "golpe de graça na indústria de Portugal, aniquilação do comércio do Brasil, odioso monopólio extorquido
por um governo que sofre ditadura do corpo mercantil do país", o tratado de comércio de 19 de fevereiro de 1810
combatia privilégios de indivíduos e companiiias e partilhava com os inglêses benefícios concedidos a outras na
ções. Silva Lisboa sustenta a necessida de de outorgar aos britânicos o máximo do favores razoáveis: "sem tarifa regu
sem falar no de Methuen, de 1703. Mas
lada 6 certeza de asilo, mercado e pri vilégio, é impossível estabelecerem-se relações comerciais sólidas e extensas entre países independentes e remotos".
senão aperfeiçoar aquêles instrumentos,
de certas críticas, o clamoroso de dispo
vàvelmente não se tinha lembrança pre
cisa dos dizeres dos pactos mais anti
gos - o de 1642, o de 1654, o de 1661, a verdade é que Strangford não fÍB
apurar-lhes as exigências, deixar mais explícitas as vantagens.
Por certo não lhe escapava a evidência
sições em que se fazia do Brasil outra "\nnV««
Trífrlpç".
'W
122
PorUigal depois do Iralado de Níethuen. A», então Silva Lisboa apelava para as circunstâncias políticas em que fôra feito o tratado de comércio, entenden
do que seria absurdo prescindir delas por "abstração metafísica". Num rea
lismo de quem não queria ver a reali dade, avançava: "o Livro da Ra'/áo dos Soberanos não é o dos mercadores
os Gabinetes nas transações diplomáti cas só atendem à aritmética política ... no sistema de esclarecida Finança, dois
e dois, em vez de somar quatro, fre qüentemente dão menos de um..."
Judo isso poderia dizer Cairu para
cooneslar o estado de coação em que se encontraram D. Rodrigo de Sousa Coutinho c o princípe-
liCONÒMKUI
ram, tinina Iransfoinia»,.
O próprio Cairii confessa «jm* o.s tra tados levantaram
aos ouvidos de Ih-nry Koster, o inglês
tão simpático qoe ní\< 'i l>ra>.il< liamcnte CJn
os tratados foram
Caso rigorosamente atribuíveis aos mo tivos que aponta, fazem mais honra à
inteligência do advogado as alegações de que depois dos tratados aumentara a e.xportação de gêneros do Brasil, as condições gerais de existência melhora ram aqui, não só avultaram as casas de
comércio de negociantes brasileiros e os trabalhos para oficiais mecânicos, como novas embarcações foram cons truídas, novos estabelecimentos indus
triais tentados, novos edifícios se ergue
mais
imparciais
rèsscs britànieos lograram \-an-
tagens cm alguns pontos, ce deram cm
câmbio
outros,
comercial
c o
inter
entro
os
dois países se colocou em con
o tom beato que assume ao invocar textos bíblicos em justificativa dos tratados: "o mais sábio dos Reis bem disse
teJiz dar que receber".
os
possíveis, cnibtíra r< gistrando as nume rosas discussões t[iie a sna eelebraçâu suscitara. E lenta justificá-los. Assim é que, para cie, se «is into-
que se lhe queira conceder,
nima é a que se conforma à máxima
e iM rescu o seu
meados de 1810. Koster diz a serio que
excede o crédito de boa fé
hbera do Historiador Sagrado - ó nrai.s
Pt rnainbiico.
Traveis ín lirozU de meados de 1815 a
gências de Strangford; mas,
firme", ou "a política magnâ-
grandes (jueixas e
'■que rnuít<j se d<-cíain:m sôlire a falta dc igualdade c reciproeidarle". Quci« .xas e tleclaniações etijos ecos chegaram
regente ao aceitarem as exi
— o Irmão que é ajudado pelo Irmão é como a Cidade
l.iMjrúvel de
costumes c estilos de \ida.
dições betn fa\()iVi\ eis.
Care
cia dc base. a sou parecer, a censura quanto a conces sões territoriais a sxâditos in
gleses. Isso concorreria para o desenvolvimento do Brasil, cuja política de\ia animar ao máximo ei vinda dc estrangeiros para aqui se cstubelecerem, tornarem-se pro prietários, fazerem-se brasileiros, com li berdade religiosa e participação na vida
política do País. Mas Koster se esque cia de que os tratados só cogitavam de súditos ingleses, e que esses viriam (e vieram) apenas como mercadores dis postos a ficar nas cidades, e não seriam jamais tiaballiadorcs agrícolas nem se quer pequenos ou grandes proprietários rurais.
Outra recriminação julgada por Kos ter destituída de qualquer fundamento era a relativa à justiça privativa, o cba-
Diclsto
123
lÍ)CONt'»MlCO
mado "Juiz Conser\ador da Nação In glesa", estabi-lccido no Brasil a e.xcm-
plo do que desde muito tempo <>\istia cm Portugal.
(Auli-s im-snío dos trata-
do:j de 1810. a l de maio de 1808, fora
criado atpn o famigerado l\nzo. incum bido de N iàar pelos pri\ ilégios dos ne gociantes britânicos).
Alegava Koster
que a -justiça p;vtuguêsa era tarda, in
fluenciável, c-orrupla, ao passo que os ingleses estavam habituados aos tribu nais de sua pátria, modelos de presteza,
respeitabilidade e lisura. Procediam, é certo, as acusações aos juizes e tribunais dc Portugal e do Brasil, mas nem por isso deixava de ser bumilbanle o direito concedido aos ingleses, ^relo artigo 10." do tratado de comércio c navegação de
1810, dc elegerem o Juiz Conservador,
levado o noine escolhido ao.govèrno do
l^rasil, pelo embaixador da Gvã-Bvetauba, para mora confirmação.
Henr)' Koster. defendendo os tratados,
estava afinal no seu papel de inglês;
^'Iva Lisboa, no de bisloriudor oficial e pencgirista. Quem os apreciou- porém, admirável lucidez foi Ilipólito da ^usta, no seu Correio Brasilicnse. Moríindo em Londres, tião se deixou domi
nar pelo meio e soube discernir tudo o que havia de inconveniente e nocivo aos interesses brasileiros nos pactos arran
cados por Lorde Strangford. Recipro cidade é que não havia de modo algum nas relações comerciais entre o Brasil e a Grã-Bretanha.
Vários dos princi
pais gêneros brasileiros, como o açúcar e o café, concorriam com as produções das colônias inglesas e se viam auto-
torado inglês exercido sôbre Po^uga,
que se pretendia estender ao rasi, na nova fase de sua v ida, num i"! reginicm de privilégio cio comercio ri-, lânico. A Inglaterra oblinha uma tan fa preferencial de 15% para as suas
mercadorias, cnqmuito que as de lor-
tugal ou transportadas cm navios por tugueses pagavam 16%, e as dc outros
países, vindas em barcos cstrangcnros,
estariam sujeitas à taxa de 24% od uct-
loicin.
Como se não bastassem favores
tão escandalosos, conseguiu Strangford incluir uma cláusula (no tratado de amiziule) facultando â Inglaterra com
prar e cortar madeiras, para constru ção dc seus navios de guerra, nos bos ques, florestas e matas do Brasil, e inaisa permissão de construir, prover c re parar os mesmos navios nos portos e baías brasileiros. Pelos tratados, Por
tugal logrou o consòlo platônico de na
ção mais favorecida.
Mau grado a trama de disposições tão habilmente urdidas, não recolheram os inglê.ses tôdas as vantagens antegozadas. Circunstâncias diversas, de ordem internacional, com reflexos positivos na
situação interna da Inglaterra, depois da
paz na Europa, perturbaram os planos da política comercial inglesa no Brasil. Se Portugal sofreu em definitivo gran des danos, bem menores foram os nos
sos.
Paradoxalmente, parece até que os
tratados de arrôcho mais nos favorece
ram do que prejudicaram. Thomas Sunter, ministro cios Estados Unidos junto à Corte do Rio, acabou por considerálos benéficos aos nossos interesses, uma
màticamente excluídos do mercado bri
vez que os portos brasileiros foram inun
tânico; outros só encontrariam nele es
dados de mercadorias britânicas ven
cassa procura. Hipólito não se iludiu a respeito do verdadeiro significaclo cios Lon\-ônios: era o mal disfarçado prote-
didas muito barato, alcançando os nos
sos pvodiitns p-eços mais elevados do que devia permitir a tabela oin vigor.
4
'W
122
PorUigal depois do Iralado de Níethuen. A», então Silva Lisboa apelava para as circunstâncias políticas em que fôra feito o tratado de comércio, entenden
do que seria absurdo prescindir delas por "abstração metafísica". Num rea
lismo de quem não queria ver a reali dade, avançava: "o Livro da Ra'/áo dos Soberanos não é o dos mercadores
os Gabinetes nas transações diplomáti cas só atendem à aritmética política ... no sistema de esclarecida Finança, dois
e dois, em vez de somar quatro, fre qüentemente dão menos de um..."
Judo isso poderia dizer Cairu para
cooneslar o estado de coação em que se encontraram D. Rodrigo de Sousa Coutinho c o princípe-
liCONÒMKUI
ram, tinina Iransfoinia»,.
O próprio Cairii confessa «jm* o.s tra tados levantaram
aos ouvidos de Ih-nry Koster, o inglês
tão simpático qoe ní\< 'i l>ra>.il< liamcnte CJn
os tratados foram
Caso rigorosamente atribuíveis aos mo tivos que aponta, fazem mais honra à
inteligência do advogado as alegações de que depois dos tratados aumentara a e.xportação de gêneros do Brasil, as condições gerais de existência melhora ram aqui, não só avultaram as casas de
comércio de negociantes brasileiros e os trabalhos para oficiais mecânicos, como novas embarcações foram cons truídas, novos estabelecimentos indus
triais tentados, novos edifícios se ergue
mais
imparciais
rèsscs britànieos lograram \-an-
tagens cm alguns pontos, ce deram cm
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outros,
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os
dois países se colocou em con
o tom beato que assume ao invocar textos bíblicos em justificativa dos tratados: "o mais sábio dos Reis bem disse
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os
possíveis, cnibtíra r< gistrando as nume rosas discussões t[iie a sna eelebraçâu suscitara. E lenta justificá-los. Assim é que, para cie, se «is into-
que se lhe queira conceder,
nima é a que se conforma à máxima
e iM rescu o seu
meados de 1810. Koster diz a serio que
excede o crédito de boa fé
hbera do Historiador Sagrado - ó nrai.s
Pt rnainbiico.
Traveis ín lirozU de meados de 1815 a
gências de Strangford; mas,
firme", ou "a política magnâ-
grandes (jueixas e
'■que rnuít<j se d<-cíain:m sôlire a falta dc igualdade c reciproeidarle". Quci« .xas e tleclaniações etijos ecos chegaram
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— o Irmão que é ajudado pelo Irmão é como a Cidade
l.iMjrúvel de
costumes c estilos de \ida.
dições betn fa\()iVi\ eis.
Care
cia dc base. a sou parecer, a censura quanto a conces sões territoriais a sxâditos in
gleses. Isso concorreria para o desenvolvimento do Brasil, cuja política de\ia animar ao máximo ei vinda dc estrangeiros para aqui se cstubelecerem, tornarem-se pro prietários, fazerem-se brasileiros, com li berdade religiosa e participação na vida
política do País. Mas Koster se esque cia de que os tratados só cogitavam de súditos ingleses, e que esses viriam (e vieram) apenas como mercadores dis postos a ficar nas cidades, e não seriam jamais tiaballiadorcs agrícolas nem se quer pequenos ou grandes proprietários rurais.
Outra recriminação julgada por Kos ter destituída de qualquer fundamento era a relativa à justiça privativa, o cba-
Diclsto
123
lÍ)CONt'»MlCO
mado "Juiz Conser\ador da Nação In glesa", estabi-lccido no Brasil a e.xcm-
plo do que desde muito tempo <>\istia cm Portugal.
(Auli-s im-snío dos trata-
do:j de 1810. a l de maio de 1808, fora
criado atpn o famigerado l\nzo. incum bido de N iàar pelos pri\ ilégios dos ne gociantes britânicos).
Alegava Koster
que a -justiça p;vtuguêsa era tarda, in
fluenciável, c-orrupla, ao passo que os ingleses estavam habituados aos tribu nais de sua pátria, modelos de presteza,
respeitabilidade e lisura. Procediam, é certo, as acusações aos juizes e tribunais dc Portugal e do Brasil, mas nem por isso deixava de ser bumilbanle o direito concedido aos ingleses, ^relo artigo 10." do tratado de comércio c navegação de
1810, dc elegerem o Juiz Conservador,
levado o noine escolhido ao.govèrno do
l^rasil, pelo embaixador da Gvã-Bvetauba, para mora confirmação.
Henr)' Koster. defendendo os tratados,
estava afinal no seu papel de inglês;
^'Iva Lisboa, no de bisloriudor oficial e pencgirista. Quem os apreciou- porém, admirável lucidez foi Ilipólito da ^usta, no seu Correio Brasilicnse. Moríindo em Londres, tião se deixou domi
nar pelo meio e soube discernir tudo o que havia de inconveniente e nocivo aos interesses brasileiros nos pactos arran
cados por Lorde Strangford. Recipro cidade é que não havia de modo algum nas relações comerciais entre o Brasil e a Grã-Bretanha.
Vários dos princi
pais gêneros brasileiros, como o açúcar e o café, concorriam com as produções das colônias inglesas e se viam auto-
torado inglês exercido sôbre Po^uga,
que se pretendia estender ao rasi, na nova fase de sua v ida, num i"! reginicm de privilégio cio comercio ri-, lânico. A Inglaterra oblinha uma tan fa preferencial de 15% para as suas
mercadorias, cnqmuito que as de lor-
tugal ou transportadas cm navios por tugueses pagavam 16%, e as dc outros
países, vindas em barcos cstrangcnros,
estariam sujeitas à taxa de 24% od uct-
loicin.
Como se não bastassem favores
tão escandalosos, conseguiu Strangford incluir uma cláusula (no tratado de amiziule) facultando â Inglaterra com
prar e cortar madeiras, para constru ção dc seus navios de guerra, nos bos ques, florestas e matas do Brasil, e inaisa permissão de construir, prover c re parar os mesmos navios nos portos e baías brasileiros. Pelos tratados, Por
tugal logrou o consòlo platônico de na
ção mais favorecida.
Mau grado a trama de disposições tão habilmente urdidas, não recolheram os inglê.ses tôdas as vantagens antegozadas. Circunstâncias diversas, de ordem internacional, com reflexos positivos na
situação interna da Inglaterra, depois da
paz na Europa, perturbaram os planos da política comercial inglesa no Brasil. Se Portugal sofreu em definitivo gran des danos, bem menores foram os nos
sos.
Paradoxalmente, parece até que os
tratados de arrôcho mais nos favorece
ram do que prejudicaram. Thomas Sunter, ministro cios Estados Unidos junto à Corte do Rio, acabou por considerálos benéficos aos nossos interesses, uma
màticamente excluídos do mercado bri
vez que os portos brasileiros foram inun
tânico; outros só encontrariam nele es
dados de mercadorias britânicas ven
cassa procura. Hipólito não se iludiu a respeito do verdadeiro significaclo cios Lon\-ônios: era o mal disfarçado prote-
didas muito barato, alcançando os nos
sos pvodiitns p-eços mais elevados do que devia permitir a tabela oin vigor.
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124
DicKSTI) KroNÓxnco
Cumpre ainda não esquecer que a pauta do impôsto de importação marcava taxas fixas para certos produtos, quando eram flutuantes os seus preços e, dada a ten
dência para baixa, dominante nos cen
tros fabris inglêses, havia artigos que em vez de 15% pagavam realmente 25
e 30% de direitos. Sierra y Mariscai assevera que, em virtude dos tratados, entrou no Brasil tôda espécie de mer
cadorias, desde móveis, roupas, sapa
tos feitos, colchões, até caixoezinhos ji j« tos reilUS,
enfeitados para enterrar crianças. Muita cousa boa chegou da Inglaterra, e aos
niMi lliíillll
ingiéscs qtie para cá \icram elevemos alguns excelentes l».''i!>ilo.s. Sc havia alguns tão desconfiados do país que manda\'ani lavar e engomar a roupa na
Inglaterra, outros aqui .sc enraizaram e
IIIIIUMÍIH
ainda .se fazem lembrados nos a|?elídos britânicos de tantos bons brasileiros de agora.
Sfiiv ito iianco (io lircisit, no Hio do Jancir..,
NO BANCO DO BRASIL. cm numerosas organisftçòos bancárias AS MAquinas Biirronghs
facilitum o trabalho e simplificam a contabilidade! ^03 bancos, ms rcpnrUções. nos era -des
serviço; fornecendo as máquinas que farão
escritórios comerciais e Industriais, onde é erando a complexidade dos problemas
do dum serviço mecânico eficiente para manter as suas maquinas em perfeito fun
contabilidade, tornam-se Indlspcnsíiveis máquinaí; comerciais especializadas.
Ajudar o Governo, o comércio e a indusU-ia a resolver os seus problemas de con tabilidade é tarcf.» da Burrouyhs: acon
selhando, com ex!:)erIGnc{a. o sistema de trabalho que mais con.ém a determinado
êsse serviço mais eficientemente; dispon
cionamento permanentemente; dispondo
sempre de completo estoque de peças sobressalentes... concorrendo, finalmente,
para o progresso e expansão do comércio e da indústria e para o bom funciona
mento dos serviços públicos.
CIA. BURRIIUGHS DO BRASIL, IXC. lUo dc Janeiro: Rua rncoude do Inhaúma, lO-l-lZo. andar - ToN.. 23.IC90 « 23-I69P São Vauio: Larffo faissandá, 51-sobreloja IcU.: 6.6090 o 6-6099 AGENTES EM: íj-i'/.
Recife - Salvador - Manaus - B. Iloriionlo - C.mpos - Snutoa - B.u.r,'. - P. Alegre - Pelotas Florianúiiolis - Curitiba
ONDE HÁ NEGÓCIOS HÁ MÁQUINAS
Burroughs^
Máquinas rfc tornar, calcular, dc contabilidade o do cslniígiica • Caí*aí rogcitradoras • Serviço «io ManutcnçOo • Acctsórioi,
124
DicKSTI) KroNÓxnco
Cumpre ainda não esquecer que a pauta do impôsto de importação marcava taxas fixas para certos produtos, quando eram flutuantes os seus preços e, dada a ten
dência para baixa, dominante nos cen
tros fabris inglêses, havia artigos que em vez de 15% pagavam realmente 25
e 30% de direitos. Sierra y Mariscai assevera que, em virtude dos tratados, entrou no Brasil tôda espécie de mer
cadorias, desde móveis, roupas, sapa
tos feitos, colchões, até caixoezinhos ji j« tos reilUS,
enfeitados para enterrar crianças. Muita cousa boa chegou da Inglaterra, e aos
niMi lliíillll
ingiéscs qtie para cá \icram elevemos alguns excelentes l».''i!>ilo.s. Sc havia alguns tão desconfiados do país que manda\'ani lavar e engomar a roupa na
Inglaterra, outros aqui .sc enraizaram e
IIIIIUMÍIH
ainda .se fazem lembrados nos a|?elídos britânicos de tantos bons brasileiros de agora.
Sfiiv ito iianco (io lircisit, no Hio do Jancir..,
NO BANCO DO BRASIL. cm numerosas organisftçòos bancárias AS MAquinas Biirronghs
facilitum o trabalho e simplificam a contabilidade! ^03 bancos, ms rcpnrUções. nos era -des
serviço; fornecendo as máquinas que farão
escritórios comerciais e Industriais, onde é erando a complexidade dos problemas
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rCCCAGENX
MNHií/X^I^HÃRDy" MAQUtNAi E/Vi GERAL MATRIZ:
FILIAL:
CAMPINAS
SÃO PAULO
Rua Andrade Neves, 174
R. Florencio dc Abreu, 485
íBfiJCvAiíeihJS. (SOCIEDADE ANÔNIMA)
Serrarias Almeida Porto S/A MADEIRAS TELHADOS ESQUADRIAS
CAIXAS
SOALHO
DE
TACOS
SERRARIA JAGUARÉ — Pres. AUino — Est. de São Paulo
SERRARIA PARAGUAÇU — Paraguaçu Paulista — Esl. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Rolandla — Esl. do Paraná
SERRARIA STA, GUILHERMINA — Arapongas — Est. do Paraná
Eacrilório central
Pcnnftn.,, «i iftWOfl ^el. 3-4188 (rêde interna)
Rue Mons. Andrade. 318 SERRARIA ALIANÇA Caixa Postal 792
sJq PAULO
Endereço telegrafico; "MADEIRAL"
AV. ÁGUA BRANCA, 2000 CAIXA POSTAL 61B SÃO PAULO — (BRASIL)
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Comercial Importadora
Captação de Agua do Sub-Sülo
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Tem o prazer cm atender a con
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Comércio e Indústria MATRIZ:
Av. Rio Branco, 85 — 11.° And; Telefone: 23-5931
Rua Florêncio de Abreu, 167
RIO DE JANE!RO FILIAL:
Fones: 2-4305 e 2-5210 São Paulo
Rua Dr. Falcão Filho, 56
11.° Andar — Telefone: 3-511S São Paulo