DIGESTO ECONÔMICO, número 70, setembro 1950

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A União Européia de pagamentos — Richard Lewinsohn

As relações entre os Estados Unidos e o Brasil — Raul Fernandes

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Lendo Euclides —• Altino Arantes

''

Capitais estrangeiros dominam a economia nacional — Moacyr Paixão

Bombas e Motores

INFORMAÇÕES COM :

Pesquisas sôbro a Bahia — L. A. Costn Pinto ...; Moeda, inflação e produção — Djacir Menezes

Reforma agrária para o Brasil — Daniel do Carvalho

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Produtos brasileiros no mercado internacional — O mate — Dorival Teixeira Vieira

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Gaslão da Cunha — Antóniu Gontijo de Carvalho

Sistema econômico — Robei^lu Pinto do Sousa

*]

A crise de valores — Cândido Mota Filho Preconceito racial no Brasil — Afonso Arinos de Melo Franco

Os cafczais no norte do Paraná — J. Testa Os juros aos deposilantes e a economia nacional —

José Luiz de Almeida Nogueira Pôrtn

Abrem-se novas perspectivas a mineração nacional de manganês

Esplendor o decadência — Nelson Wemeck Sodré

vaiu

eraldo Banaskiwltz

As bases da nossa recuperação econômica — Bezerra de Freitas

A produção extraíiva vegetal — Pimcntel Gomes Finanças imperiais — Octavio Turquinlo de Sousa A posse e o posseiro no Brasil — José Artur Rios

i N.o 70 — SETEMBRO DE 1950 — ANO VI


o DIGESTO ECONOMlCO

CUIDADO

ESTA À VENDA

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Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro

Alagoas: Manoel Espíndola. Praça Pe dro II, 49, Maceió.

Amazonas: Agóncla Freitas, Rua Joaquim Sarmento, 29, Manaus. Bahia:

Alfredo J. de Souza & cia

R. Saldanha da Gama, G, Salvador'

Parará: J, Ghi.apnonc. Una IS cie No vembro. 423. Curitiba.

Uma leve impressão digital é o bastan Pernambuco: Fernando ChinaBlla, Rua do Imperador, 221, 3.o andar,

VUÓri?"^ J"onimo Monteiro sci. Goiás: João Manarino. Rua Setenta a Goiania.

Maranhão:

Livraria Universal Ri.a

João Lisboa, 114, São Luiz. '

PlaUí: Cláudio M. Tote, Tcrcsina.

metálicas. E isto significa PREJUÍZO! Av. Presidente Vargas, 502, 10.o

Horizonte.

Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém, Paraíba: Loja das Revistas. Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

Os modernos anti-corrosivos S/V SOVA-

andar.

Rio Grande do Norlo: Luís Romao, Avenida Tavares Lira 48, Natal. Rio Grande do Sul: Sòmcntc p.nra Por to Alegre: Oclavio Sngebin. Rua

7 de Setembro, 709. Porto Alegre. Para locais fora do Pôrto Alegro:

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro .S, Minas Gerais; Joaquim Moss Velloso Avenida dos Andradas. 330 Belo

destruidora do fino acabamento das peças

Rio do Janeiro: Fernando Chinaglia,

Fernando Chinaglia, R, de Janeiro.

Cia.. Pça. da República. 20. Cuiabá!

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Ceará: J. Alaor de Albuquerque f ria

Praça do Ferreira. 621. Fortaleza! Espirito Canto: Viuva Copolilo & Fl-

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Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,

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KOTE asseguram loaga e eficaz proteção cojitra a ferrugem, quaisquer que sejam as

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pedem a ferrugem causada pelo suor das mãos, protegem as peças em estoque, as fer ramentas e o equipamento exposto ao ar livre ou em contacto com vapores ácidos.

Consulte o nosso Departamento Técnico.

São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via

duto Santa Eíigénia. 201, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda.. Rua João Pessoa, 137, Aracaju.

Território do Acre: Diógcnes de Oli veira, Rio Branco.

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CIA. MATE LARAHJEIRA S. A.

São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 • Santos - Rua Itororó, 71 Curitiba - Rua Cruz Machado, 12


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Para cada serviço

TERRAS OE ALTA QUALIDADE \

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Vendas a prestações em pequenos e grandes lotes pela

GOOD^^EAR

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Sede em SÜe Paulo, Rua S. Bento, 329 - 8.» andor - Caixa Postal 277 1

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Cbodyear para todos os fins

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iilduatriaia. Consulte-ma sem compromisso sôhre seus proble mas de lransm"smo de ."ôrça.

participa aos seus distintos amigos e clientes, a mudança

Famosas no mundo inteiro por sua alta

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seu trabalho — sucção de água, óleo ou

ácido, ar con primido lavagem, de carros,

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nossa loja a mangueira Goodyear que lhe ofe recerá o máximo em eficiência e economia.

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DE JANEIRO

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PAU LO

R.Flor.de Abreu,828

BELO HORIZONTE R. Tupinambás, 364

PÔRTO ALIGRB Av.Júlio dc Cflstühos,30


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ONDE HÁ GRANDES ORGANIZAÇÕES, HÁ MÁQUINAS'

BURftOUOHS

Banco Cruzeiro do Sul de São Paulo 8. A. CAPITAL E RESERVAS; 62.000.000,00 MATRIZ

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SAO PAULO

QUITANDA

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End. Telegr.: "BANCRUZE" TEL. 3-3668 — 3-4375 — 6-7157 — 58 — 59 — 50 com Ramais internos FILIAL: RIO DE JANEIRO rua

DA

CANDELARI

A» mdguixaa iiurrough» ajudttm a Light a rcgUtrar « /aturar o fabulogo coruw mo d« energia elitriea do Rio de Janeiro.

K^^NDENCIAS URBANAS: MooM

25 de Março

—.Ipiranga — Jeüsaquaxa — Lapa

Pinheiros — Santo Amaro — Tucuruvi

dependências do INTERIOR Xmeílc^r-^^L^i^ interior Americana — AvarÁ _

"

— Fartura — Pra«

— Cerqueira César — Conchas

Guarulhos — HercSlfnr^ ""- Garça — Guaratinguetá Itú — Jacarei Ti ^' — Ipauçu — Itapecerica da Serra — guelopolis — Mo«? — Limeira — Manduri — Migulho Piraiui — o Cruzes — Patrocínio Paulista — Pedre— Quintana ~ S. Caetano do Sni

1

— Pompeia — Presidente Bemardes — S. Bernardo do Campo

cohresponde^tes-dihetos Fernâo — írniianonoV

— Cubaíão — Estação ^Franca) —

São Miguel Paulis^?'^ Jr-auiista —"r Taquarituba——Reginopolis Ubirajara.— Rifania —

A Light também usa Máquinas Burroughs Para coda finalidade existe a máquina

de cálcular Burroughs mais adequa da, seja faturamento,fôlha de paga mento,controle de estoque, contabi lidade em geral. E cada uma presta serviço plenamente satisfatório em

cânica especializada, absolutamente indispensável à plena eficiência do qualquer sistema mecânico, de ma

neira a conservar sempre o alto

rendimento de todas as máquinas Burroughs em uso.

menos tempo, com mais eficiência,

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economia e rigorosa exatidão.

Se n&o está sattstcito com aeu sistema de

Serviço mecânico especializado. A Burroughs mantém estoque perma

contabilidade, telelone para a Burrough*.

nente de peças e a assistência me

Um técnico estudará seu problema, sem compromisso, iuUicando-lhe a soluoflo Ideal,

rroughs CIA. BURROUGHS DO BRASIL, INC.

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Rio de Janeiro : Rua Vise. Inhaúmo, 134 - 12.® andar - Tels. 5 2 3-1 < 90 « 23-1699

SSo Peulo; Largo Pcissandú, 51

sobre!o|a - Tels. 1 6-6990 e 6 6999

Agentes em: Recife, Sulvadi', Manous, B. Horizonte, Campos Soníes. Boutú, P. Atofc, Pelota?, Morlonópolis, Curitibo.

MÁQUINAS

PARA

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AS

NECESSIDADES

DE

CÁLCU LO


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Hicharo Lewinsohn

tSSDCIAC&O COMERCIAI DE SlO PADll A s moedas ouropéiiis ainda ni'io cliv-

• ao

FlDERlClO 00 COMERCIO 00

t*arani a uma \'crdadcira estabilida

ESTAOD OE StO PAUIO

O Iftí^eí^to Econômica «uperlntend^nt»:

publicará no próximo nnmcro:

Diretor:

ECÜNOMISIAS

Marttm Affoiuo Xavier da SUvelra Antonlo Gonlljo de Carvalho

líHASILElitO.S

-

C;AI!UJ - Hasílú, Maj^allifu-s. ♦

O CKUZEIHO K O DOI.AH

MllOr," C„mS°l.T Lwi""""'

Alda

Azevedo.

CAMPO

conceito.

.P^l♦

DA

CIÊNCIA

PURA -

Artur Melil Neivu.-

POLICULTURA

K

EXPANS.ÃQ IN

DUSTRIAL - B.v.vi-va de Froitus.

tinente europeu estão ainda na lem

Europa como resolvido. Mas, a situação

desvaloriziida a libra esterlina. Nenhum

cambial continua precária. Mau grado a desvaloriziição, a maioria das moedas .européias ainda .sofre um de.ságio no mercado livre, c embora a tendência

fòsse, nos iiltimos doze meses, em geral favorável a elas, as fÍEitiuK.-õe.s em si

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PAULISTA DE l-^SCRirURAÇÃO MERCANTIL

Afon.so de Taunix^'.

AiBIHATTJRAa: Dlgette Econômico

Ano (simples)

cra

a#.

(registrado) .... " §1 Número do mês; ' cíl ^nn Atrasado: ...

E

| 8.00

UANCÁUlA

-

brança de todos as graves perdas que os bancos centrais sofreram em conseqüên cia desse sistema em 1931. tjnando foi banco central e. nenhum govêmo assu miria novamente semelhante risco. An

tes de voltar ao "gold oxcliange stan dard" seria preciso um longo período de estabilidade efetiva no mercado liwe,. e não sòmente de taxas oficialmente fi

xadas, que, da noite para o dia, po dem ser alteradas com a aprovação d©

incertezíi v .são, por conseguinte, preju diciais ao intercilmbio. Além di.sso, as

Fundn Monetário Internacional. O "gold

restrições cambiais continuam em quase

exchango standard" — a longo prazo

todos os países do Vellio Mundo. Tor

provàvelmente a solução mais indicada.

naram-se uma instituição permanente,

— ó baseado na confiança, e tal cour fiança na invariabilidade das taxas cam biais ainda falta boje.

incorporada ao .sistema protecionista. Como sair dessa situação? A solu ção ideal — ninguém tem dúvidas a res peito — seria a volta ii moeda livTcmen-

O MAIS ANTIGO DOCUMENTÁRIO

mente estal>ilizadas. No.s paísc.s do con

de. A inflação está, já desde liá dois «nos, parada ou pelo menos atenuada, do modo que o problema do valor in terno da moeda pode ser considerado na

nVesmas constituem imi elemento de

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NO

moedas não estiverem deíiniti\a v real

Conoersibilidade Umitucia

te conversível, cH)ni taxa única e fixa.

A experiência demonstrou que todos os outi-os sistcma.s, a de.speito de certas x'antagens aparente.s, são muito mais

defeituosos.

Entretanto, a reinstiluição

do padrão ouro clássico ("goid stíindard"), tal como existia na Europa até 1914, parece um desejo irrealizável, e mesmo sua variante menos rigorosa, o

chdniado "gold exchange standard" — sistema que prevaleceu na Europa entre

Dicinte desses obstáculos de ordenv

técnica e psicológica, a única solução parece, no momento, um sistema camT

bial que, até certo ponto, serve como

sucedâneo do intercâmbio livre. É pre ciso salientar que, para a Europa, se trata menos das trocas com os Estado.^ Unido.s e com outros países americanos., ^m os quais o comércio se efetua, enr dólares. A escassez de dólares acha-se atenuada pelos subsídios do Plano Mar

Redaçfto e AdmlnlstraçSo:

1925 e 1931 e no qual as moedas ga

TUduto Boa VUta. 17 - T.o anda* TaL S-7M8 — Caixa Postal. t40-B

rantidas por um bom lastro ouro são

shall, e, enquanto funcionar esse Plano^

aceitas pelos outros bancos centais em quantias ilimitadas, como meio de pa

estará provisòriamente resolvida,

lie Paulo

gamento — não é viável enquanto as

quer dizer, até 1952, a questão do dólai; ^

O problema em foco concerne sobre-, •V.


1,1" »r'v

gium cmâMico

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Di(íRsru Econômico

|>|í;K.STn

Êsse

um ou outro dos contracntcs, c saldw

*-'be<jues ó 6b\'i<) que os pagamentos só

comércio — sem o dos países da Europa Oriental — abrange quase metade de

ses cHimpram mais do que podem pagar.

cambiais não utilizáveis pura comprai cm outros paí.scs constituem uma rlquO'

podem ser efeliiaclos se os depósitos das pessoas que omitem os cheques o permi-

Emitem, {X)r assim dizer, cheques sttm provisão. A fim de evitar tais abusos

brcm. Senão, trata-se de cheques sem

e. ao mesmo tempo, facilitar o comércio

tudo ao t-omércio intereuropeu.

todo o intercâmbio europeu, que ascen deu, no ano passado, a 25.435 milhões de dólares de importação e 19.359 mi lhões de exportaq-ão. Tais cifras refe rem-se apenas à troca de mercadorias.

za inerte.

Já no ano passado foram í«?itos esfof ços para remover as dificuldades dêssi

pro\ isão, cuja omissão é considerada em

dêsses países, é necessário reforçar os

vários países como um crime capital,

seus depósitos pela abertura de um cré

gênero. A Organização da Cooperação

'gtial á falsificação da moeda.

Se a

dito. Também i.ssü não ó uma novidade.

biniã{j SC limitasse á mera compensa-

Muitos acordos bilaterais incluem dispo

A parle |'invlsível" - transporte, turis

Econômica Européia — con.slituida 9ob

mo, sen.'Íços de c-apital e outros itens não mercantis — constituem também vá

Çíio de pagamentos cambiais, indepen

sitivos déssc gênero — o Brasil concedeu

paísc.s- beneficiários do rlnno Marshall —

dente da moeda cm questão, isso já

permitia, no inlcrcâinbio dos países as-' sociaclo.s, a coiiversibilidnile parcial dai moedas, garantida pclo.s fumlos do dito Plano. Mas a con\'cr.sãí) ficou limitada

leria um grande passo para frente, pois

a vário.s países europeus créditos désse tipo em conta corrente, até certo limite,

freqüentemente mn país é devedor, di-

bem entendido.

gamo.s cm francos belgas, mas credor em

Monetário Internacional prevê também

francos franceses, e se simultâneamento a Bélgica tiver que fazer pagamentos para a França, a transferencia triangular poderia .ser efetuada segundo a prática usual dc compcmação. Uma vez re conhecido o princípio de que tôdas as

créílitos .s-emelhante.s, aos quais cada

rios bilhões de dólares. Em suma, tra ta-se de um valor de côrca de 14 bi

lhões de dólares. Pequerui parte .sòmente dêsse total é movimentada me^ante p.igamento em dólares efetivos. ^ grande maioria das trocas é realiza^rdüsb,laterais. Quase tôdas as moe

das estão sujeitas ao contraio cambial;

cada uma tem suas particularidades bu-

romticas e sua reputação varia permanratemente com a situação eco-

nónnco-financcira ,1„ re.spectívo

os auspícios dos F.sl.idos Unidos peloi

á exc-cuçâo de acordos l>ilatórais o cons

tituía, consegiiintcmcnlc, mais um es tímulo para a manulonção do sistema bilateral do quo a volta ao ínlercAmblo multilatcral. Os americanos, sempre ar dentes partidários dc.ste iiUimo sistema, faziam o pfjssívcl para conseguir uma solução nesse sentido.

Como fruto dôsses esforços,

A discrirrünação entre moeda.s

surgiu o plano para uma União Européia de Pagamentos ("Eu-

duras (relativamente estáveis e

ropean Payment Uníon", por

tàcilmente conversíveis) e "suaves'^ (pouco estáveis e inconvCT-

esquema já foi põsto em vigor

ptwLa^^Nr^^átiea"'" 1" "-ave", quer diJlr, S re^maçã:"^ vrdosa, pode ser mais necessáría que

uma moeda -dura", se o país trVer ILZa ""1 pagamento moeda. A1 necessidade imediata denessa cada moeda depende, num sistema bilateral de câmbio, sobretudo da balança co mercial dos dois países em aprêço. A

abreviação: E. P. U.). Q novo em 1 de julho éiltinio, e oficial mente aprovado, no dia 7 do mesmo

mês, pelo Conselho dc Ministros da Or

ganização da Cooperação

ncam quase sempre saldos em favor de

divisas dos países associados são conver síveis á taxa cambial oficial, grande par

í

Os princípios da União são almploa, mas sua aplicação é bem complicada. ring , da compensação multilateral, toí

dêsso direito quase um ato de fa\'or extraordinário.

. .

A União Européia de Pagamentos

te das dificuldades cambiais fica elimi

promete tratar seus membros de ma neira mais conciliante.

Mas, nem tôdas.

São fixadas de

antemão as quotas de empréstimo ao

Muitos países (uirnpcus lem lemporàriamente, e alguns permanentemente, uiiia balança de pagamentos deficitária para com o conjunto dos outros países

zação especial. As quotas foram esta belecidas, grosso modo, segundo o in

qual lodo país pode recorrer som autori

da Europa. Nesse caso, o simples sis

tercâmbio visível e invisível de cada

tema de compensação não é suficiente. Sabe-se que, às vezes, mesmo no regi-

em 1949. O quadro seguinte mostra sua

mem de acordos bihiterais, certos paí

discriminação:

país com os demais membros da União

QUOTAS DE EMPRÉSTIMO

Européia. Princípios € mecanismo cio Uniéo

membro tem direito, até o limite do

duplo de sua quota. Mas, na realidade, os créditos do Fundo ficaram sujeitos a um processo dificílimo e lento, que faz

nada.

Econômica

idéia fundamental nada tem de iné balança comercial entre dois países é Adito: está baseada no princípio de "cleoraramente etpilibrada. Mesmo se o

volume do intercâmbio é delimitado de antemao por acordos de compensação,

•a

O estatuto do Fundo

(Em milhões de dólares) Países

Montante

Áustria

União Belgo-Luxemburguesa Dinamarca

França Alemanha Ocidental

como se faz para cheques em todos os

Grécia

países do mundo. Porém, há uma dife rença importante. Na compensação de

Islândia Itália . ,. •

70 360

% do total

1.8 9.1 4.9

195 520

13,2

320 45 15 205

8,1 1.1 0,4 5.2


N-

Di(íRsru Econômico

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Êsse

um ou outro dos contracntcs, c saldw

*-'be<jues ó 6b\'i<) que os pagamentos só

comércio — sem o dos países da Europa Oriental — abrange quase metade de

ses cHimpram mais do que podem pagar.

cambiais não utilizáveis pura comprai cm outros paí.scs constituem uma rlquO'

podem ser efeliiaclos se os depósitos das pessoas que omitem os cheques o permi-

Emitem, {X)r assim dizer, cheques sttm provisão. A fim de evitar tais abusos

brcm. Senão, trata-se de cheques sem

e. ao mesmo tempo, facilitar o comércio

tudo ao t-omércio intereuropeu.

todo o intercâmbio europeu, que ascen deu, no ano passado, a 25.435 milhões de dólares de importação e 19.359 mi lhões de exportaq-ão. Tais cifras refe rem-se apenas à troca de mercadorias.

za inerte.

Já no ano passado foram í«?itos esfof ços para remover as dificuldades dêssi

pro\ isão, cuja omissão é considerada em

dêsses países, é necessário reforçar os

vários países como um crime capital,

seus depósitos pela abertura de um cré

gênero. A Organização da Cooperação

'gtial á falsificação da moeda.

Se a

dito. Também i.ssü não ó uma novidade.

biniã{j SC limitasse á mera compensa-

Muitos acordos bilaterais incluem dispo

A parle |'invlsível" - transporte, turis

Econômica Européia — con.slituida 9ob

mo, sen.'Íços de c-apital e outros itens não mercantis — constituem também vá

Çíio de pagamentos cambiais, indepen

sitivos déssc gênero — o Brasil concedeu

paísc.s- beneficiários do rlnno Marshall —

dente da moeda cm questão, isso já

permitia, no inlcrcâinbio dos países as-' sociaclo.s, a coiiversibilidnile parcial dai moedas, garantida pclo.s fumlos do dito Plano. Mas a con\'cr.sãí) ficou limitada

leria um grande passo para frente, pois

a vário.s países europeus créditos désse tipo em conta corrente, até certo limite,

freqüentemente mn país é devedor, di-

bem entendido.

gamo.s cm francos belgas, mas credor em

Monetário Internacional prevê também

francos franceses, e se simultâneamento a Bélgica tiver que fazer pagamentos para a França, a transferencia triangular poderia .ser efetuada segundo a prática usual dc compcmação. Uma vez re conhecido o princípio de que tôdas as

créílitos .s-emelhante.s, aos quais cada

rios bilhões de dólares. Em suma, tra ta-se de um valor de côrca de 14 bi

lhões de dólares. Pequerui parte .sòmente dêsse total é movimentada me^ante p.igamento em dólares efetivos. ^ grande maioria das trocas é realiza^rdüsb,laterais. Quase tôdas as moe

das estão sujeitas ao contraio cambial;

cada uma tem suas particularidades bu-

romticas e sua reputação varia permanratemente com a situação eco-

nónnco-financcira ,1„ re.spectívo

os auspícios dos F.sl.idos Unidos peloi

á exc-cuçâo de acordos l>ilatórais o cons

tituía, consegiiintcmcnlc, mais um es tímulo para a manulonção do sistema bilateral do quo a volta ao ínlercAmblo multilatcral. Os americanos, sempre ar dentes partidários dc.ste iiUimo sistema, faziam o pfjssívcl para conseguir uma solução nesse sentido.

Como fruto dôsses esforços,

A discrirrünação entre moeda.s

surgiu o plano para uma União Européia de Pagamentos ("Eu-

duras (relativamente estáveis e

ropean Payment Uníon", por

tàcilmente conversíveis) e "suaves'^ (pouco estáveis e inconvCT-

esquema já foi põsto em vigor

ptwLa^^Nr^^átiea"'" 1" "-ave", quer diJlr, S re^maçã:"^ vrdosa, pode ser mais necessáría que

uma moeda -dura", se o país trVer ILZa ""1 pagamento moeda. A1 necessidade imediata denessa cada moeda depende, num sistema bilateral de câmbio, sobretudo da balança co mercial dos dois países em aprêço. A

abreviação: E. P. U.). Q novo em 1 de julho éiltinio, e oficial mente aprovado, no dia 7 do mesmo

mês, pelo Conselho dc Ministros da Or

ganização da Cooperação

ncam quase sempre saldos em favor de

divisas dos países associados são conver síveis á taxa cambial oficial, grande par

í

Os princípios da União são almploa, mas sua aplicação é bem complicada. ring , da compensação multilateral, toí

dêsso direito quase um ato de fa\'or extraordinário.

. .

A União Européia de Pagamentos

te das dificuldades cambiais fica elimi

promete tratar seus membros de ma neira mais conciliante.

Mas, nem tôdas.

São fixadas de

antemão as quotas de empréstimo ao

Muitos países (uirnpcus lem lemporàriamente, e alguns permanentemente, uiiia balança de pagamentos deficitária para com o conjunto dos outros países

zação especial. As quotas foram esta belecidas, grosso modo, segundo o in

qual lodo país pode recorrer som autori

da Europa. Nesse caso, o simples sis

tercâmbio visível e invisível de cada

tema de compensação não é suficiente. Sabe-se que, às vezes, mesmo no regi-

em 1949. O quadro seguinte mostra sua

mem de acordos bihiterais, certos paí

discriminação:

país com os demais membros da União

QUOTAS DE EMPRÉSTIMO

Européia. Princípios € mecanismo cio Uniéo

membro tem direito, até o limite do

duplo de sua quota. Mas, na realidade, os créditos do Fundo ficaram sujeitos a um processo dificílimo e lento, que faz

nada.

Econômica

idéia fundamental nada tem de iné balança comercial entre dois países é Adito: está baseada no princípio de "cleoraramente etpilibrada. Mesmo se o

volume do intercâmbio é delimitado de antemao por acordos de compensação,

•a

O estatuto do Fundo

(Em milhões de dólares) Países

Montante

Áustria

União Belgo-Luxemburguesa Dinamarca

França Alemanha Ocidental

como se faz para cheques em todos os

Grécia

países do mundo. Porém, há uma dife rença importante. Na compensação de

Islândia Itália . ,. •

70 360

% do total

1.8 9.1 4.9

195 520

13,2

320 45 15 205

8,1 1.1 0,4 5.2


DICKMO

K<

; !

S. I r,,o

Suécia

70 260

1

1,8 6.6

Suíça

250

:

6.:i

i

Área esterlina

50 1.060

1

26,6

Total

3.95U

1

160,6

33ü 200

Hulanda

Noruega ... Porlugal Turquia

,

!)i'a sjc. Ecomumico

bernios se èsse .si.slema funcionará tão

ouro. Sua unidade corresponde, como o

bem quanto seus autores esperam. Do-

dólar, A 0,888671 gramas de ouro fino.

verto, pais«-.s pnidcnlos não tomarão mais

Ma.s não é idêntica ao chSlar, e não está

créditos do ([iie o (pie poderão re.sgatar cojji .segurança. Mas, créditos são, em gerai, tomados na expectativa de que <» devedor obterá, pela utilização do crédito, tantas receitas ([ue o resgato í>erá fácil. No caso cm apicçn. os países

previ.sta a .sua conversibilidade livre em dóíare.s norle-americano.s.

E uma moeda

puramente européia e puramente escri turai, utilizaivel .s()mente para transações entre os países europeus c as áreas mo

netárias ane.xa.s, dentro do (piaclro da

que as ta.vus ustipuladus pelo Fundo Monetário Internacional, «pic podem ir ató 5/6 ao ano. A União ICuropéia abo

devedores da União .serão obrigados a «exportar grandes quantidades, não -sò-

câmbio entre os países da União. Mas, tal comparação não é exata, pois o sis tema do crédito ultrapassou as frontei ras da Europa. Estendc-sc a tòda a

nará apenas 1% para os prinu-iros doze inesc.s, 2,25'í para scgnntlo ano o 2,5% para cmpróslimo.s acima th* 24

conio lamhéin para a zona do dólar,

rá ao papcl-UKK^da nem a pagamentos individuai.s por choque, quer pani fins comerciais (píer para » turismo ou qual

para reconstituir suas reservas cie ouro.

quer outro objetivo.

vras, a divisa da União não é utilizável

área esterlina, quer dizer, a lodo o Império Britânico, com e.vceç<ão do Ca-

rão uniformemente 2% ao ano.

condíçõe.s constituirão naluralnu-nto \»m

Sc exportações maiores não toreni ^wssiveis, os países devedores serão forçados ^ restringir suas compras fora da Euro pa (• (Ia área esterlina, o (pie poderá

estímulo para os países tuiropt-us fracos

repercutir desfavoràvelmente no eoniér-

em divisas se projxux-ionarcm lurios de pagamento meclianle emivrestimos toma

"a.s e.xportaeões dos países da América

dos da União.

Latina.

O total dos créditos previstos é muito elevado: atinge quase 4 billiõcs de dóla res, ou cèrca de 30X de todo o inter

na^, e além disso a vários países do

Unente Médio, tais .como o Eleito, o Iraque, a Transjordânia.

^ De onde virá o dinheiro para custear sistemíi generoso de emprés timos? A União conta com dois

recur^s. A maior parte dos fun

dos deverá .ser fornecida pelos próprios membros da União. É

claro qnc, .se alguns países europeus tem „„„ balança de pagamentos

d .ctana, oulms terão um exetrfente nas suas eontas. Êsses saldos de^m

- postos c™up„lséria„.en,e à dr;osb

PVr T";, .3.50-400 milhõesídeo Pjano M Marshall. dólares, provenientes do auxilio americano, serão utilizados como fundo de mo vimento para a União.

Os juros a serem pago.s pelos deve dores da União são extremamente mó-

mc*se.s.

Os credores da Unifu» recebe- ,

Tais

membro.s condições relativamente

rigorosas.

Somente os primeiros

20% da quota jx)dem ser inteira mente resgatados em divisas eu ropéias.

Acima desse limite, parte do

pagamento deverá ser. feito em ouro.

c essa parte cresce com cada 20% da quota, começando' por 4% e atingindo para a liltima parcela 16%. Sc lôda a

quota» fôr utiiizíída, o país chnedor já terá pago 40% de sua quota em ouro. condição que para a maioria dos países europeus criaria uma .situação extrema

mente delicada. O ouro a ser pago pelos devedores passará ao poder dos países credores da União, mas numa

HOrmalmente exigidas pelo Banco In ternacional 6 o Export-Import Bank of

proporção diferente.

rrw-- f-'.

do.s outros continentes, t in particular

Receberão no co

meço mais ouro e ulteriormentc menos-

ouro que os devedores pagarão. Aguardemos os re.sultados, para sa-

A no\a mnedu nái) se estende

Em oulra.s pala

por particulares, e sim exclusix-amonte pelos bancos centrais. A movimentação das contas de cada

país acha-se centralizada em Basiléia, na Suíça, no Banco de Pagamentos In ternacionais

(Bank

of

Interiialional

Sottlements), que já exerceu função .se

A fim de prevenir abiims de crédito, a União impõe a seus

dico.s, muito mais baixos que as taxas

Washington, e mais cômodos também

mcnlc para os outros países europeus,

Ibiião.

V.. P. U. oií Kon

melhante no

sistema

monetário mais

restrito da Oi-ganização de Cooj>eraçâo di.sposiílvo mais interessante do rmvo esquema é, sem dúvida, a nnifi^■'iÇão de 14 diferentes moedas, perten centes a várias dezenas de paíse,s, numa divisa só. E.ssa idéia também nSo é

inédita; já foi frcípientcmente sugerida por economistas do mundo inteiro, entre

outros {X)r Lord Keynes, no S(ni famo.so plano de criar uma nova moeda interna cional, chamada "bancor".

Mas nunca,

até agora, os planos desse gênero foram realizados, ou, digamos com maior pru dência, chegaram tão perto da realiza ção quanto agora, com a União Euro

péia de Pagamentos. A moe da na qual-serão convertidas tôda.s as divisas oriundas do

Econômica Européia.

Êssc banco, fun

dado bá vinte anos, em conexão com

o Plano Yoiing - hoje esíiuceido - de reparaçiões

alemãs,

encontrará

enfim

uma ocupação útil e digna de seu nome, A nova moeda, embora claramente

definida como divisa esptx-ífica, ainda não recebeu oficialmente um nnnic. Nos

países de língua inglesa fala-se simples

mente em "E. P. U.". ou também em

' EPUnit", oom vaga alusão á palavm Unitas' que um dos planejadores do Fundo Monetário, o americano H;\rry

Wbitc, sugeriu na época,

Em Paris e

em Genebra pensa-se numa

designação linguisticamentc menos bárbara e mais fami

comércio intereuropeu será

liar aos países de civiliza

igual ao dólar dos Estados

ção latina. Foi proposto o nome "écu". que poderia ser

Unidos.

É

definida

em


DICKMO

K<

; !

S. I r,,o

Suécia

70 260

1

1,8 6.6

Suíça

250

:

6.:i

i

Área esterlina

50 1.060

1

26,6

Total

3.95U

1

160,6

33ü 200

Hulanda

Noruega ... Porlugal Turquia

,

!)i'a sjc. Ecomumico

bernios se èsse .si.slema funcionará tão

ouro. Sua unidade corresponde, como o

bem quanto seus autores esperam. Do-

dólar, A 0,888671 gramas de ouro fino.

verto, pais«-.s pnidcnlos não tomarão mais

Ma.s não é idêntica ao chSlar, e não está

créditos do ([iie o (pie poderão re.sgatar cojji .segurança. Mas, créditos são, em gerai, tomados na expectativa de que <» devedor obterá, pela utilização do crédito, tantas receitas ([ue o resgato í>erá fácil. No caso cm apicçn. os países

previ.sta a .sua conversibilidade livre em dóíare.s norle-americano.s.

E uma moeda

puramente européia e puramente escri turai, utilizaivel .s()mente para transações entre os países europeus c as áreas mo

netárias ane.xa.s, dentro do (piaclro da

que as ta.vus ustipuladus pelo Fundo Monetário Internacional, «pic podem ir ató 5/6 ao ano. A União ICuropéia abo

devedores da União .serão obrigados a «exportar grandes quantidades, não -sò-

câmbio entre os países da União. Mas, tal comparação não é exata, pois o sis tema do crédito ultrapassou as frontei ras da Europa. Estendc-sc a tòda a

nará apenas 1% para os prinu-iros doze inesc.s, 2,25'í para scgnntlo ano o 2,5% para cmpróslimo.s acima th* 24

conio lamhéin para a zona do dólar,

rá ao papcl-UKK^da nem a pagamentos individuai.s por choque, quer pani fins comerciais (píer para » turismo ou qual

para reconstituir suas reservas cie ouro.

quer outro objetivo.

vras, a divisa da União não é utilizável

área esterlina, quer dizer, a lodo o Império Britânico, com e.vceç<ão do Ca-

rão uniformemente 2% ao ano.

condíçõe.s constituirão naluralnu-nto \»m

Sc exportações maiores não toreni ^wssiveis, os países devedores serão forçados ^ restringir suas compras fora da Euro pa (• (Ia área esterlina, o (pie poderá

estímulo para os países tuiropt-us fracos

repercutir desfavoràvelmente no eoniér-

em divisas se projxux-ionarcm lurios de pagamento meclianle emivrestimos toma

"a.s e.xportaeões dos países da América

dos da União.

Latina.

O total dos créditos previstos é muito elevado: atinge quase 4 billiõcs de dóla res, ou cèrca de 30X de todo o inter

na^, e além disso a vários países do

Unente Médio, tais .como o Eleito, o Iraque, a Transjordânia.

^ De onde virá o dinheiro para custear sistemíi generoso de emprés timos? A União conta com dois

recur^s. A maior parte dos fun

dos deverá .ser fornecida pelos próprios membros da União. É

claro qnc, .se alguns países europeus tem „„„ balança de pagamentos

d .ctana, oulms terão um exetrfente nas suas eontas. Êsses saldos de^m

- postos c™up„lséria„.en,e à dr;osb

PVr T";, .3.50-400 milhõesídeo Pjano M Marshall. dólares, provenientes do auxilio americano, serão utilizados como fundo de mo vimento para a União.

Os juros a serem pago.s pelos deve dores da União são extremamente mó-

mc*se.s.

Os credores da Unifu» recebe- ,

Tais

membro.s condições relativamente

rigorosas.

Somente os primeiros

20% da quota jx)dem ser inteira mente resgatados em divisas eu ropéias.

Acima desse limite, parte do

pagamento deverá ser. feito em ouro.

c essa parte cresce com cada 20% da quota, começando' por 4% e atingindo para a liltima parcela 16%. Sc lôda a

quota» fôr utiiizíída, o país chnedor já terá pago 40% de sua quota em ouro. condição que para a maioria dos países europeus criaria uma .situação extrema

mente delicada. O ouro a ser pago pelos devedores passará ao poder dos países credores da União, mas numa

HOrmalmente exigidas pelo Banco In ternacional 6 o Export-Import Bank of

proporção diferente.

rrw-- f-'.

do.s outros continentes, t in particular

Receberão no co

meço mais ouro e ulteriormentc menos-

ouro que os devedores pagarão. Aguardemos os re.sultados, para sa-

A no\a mnedu nái) se estende

Em oulra.s pala

por particulares, e sim exclusix-amonte pelos bancos centrais. A movimentação das contas de cada

país acha-se centralizada em Basiléia, na Suíça, no Banco de Pagamentos In ternacionais

(Bank

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Interiialional

Sottlements), que já exerceu função .se

A fim de prevenir abiims de crédito, a União impõe a seus

dico.s, muito mais baixos que as taxas

Washington, e mais cômodos também

mcnlc para os outros países europeus,

Ibiião.

V.. P. U. oií Kon

melhante no

sistema

monetário mais

restrito da Oi-ganização de Cooj>eraçâo di.sposiílvo mais interessante do rmvo esquema é, sem dúvida, a nnifi^■'iÇão de 14 diferentes moedas, perten centes a várias dezenas de paíse,s, numa divisa só. E.ssa idéia também nSo é

inédita; já foi frcípientcmente sugerida por economistas do mundo inteiro, entre

outros {X)r Lord Keynes, no S(ni famo.so plano de criar uma nova moeda interna cional, chamada "bancor".

Mas nunca,

até agora, os planos desse gênero foram realizados, ou, digamos com maior pru dência, chegaram tão perto da realiza ção quanto agora, com a União Euro

péia de Pagamentos. A moe da na qual-serão convertidas tôda.s as divisas oriundas do

Econômica Européia.

Êssc banco, fun

dado bá vinte anos, em conexão com

o Plano Yoiing - hoje esíiuceido - de reparaçiões

alemãs,

encontrará

enfim

uma ocupação útil e digna de seu nome, A nova moeda, embora claramente

definida como divisa esptx-ífica, ainda não recebeu oficialmente um nnnic. Nos

países de língua inglesa fala-se simples

mente em "E. P. U.". ou também em

' EPUnit", oom vaga alusão á palavm Unitas' que um dos planejadores do Fundo Monetário, o americano H;\rry

Wbitc, sugeriu na época,

Em Paris e

em Genebra pensa-se numa

designação linguisticamentc menos bárbara e mais fami

comércio intereuropeu será

liar aos países de civiliza

igual ao dólar dos Estados

ção latina. Foi proposto o nome "écu". que poderia ser

Unidos.

É

definida

em


ipr

Dicíksto Econ6>.4ioo

interpretado pelos americanos e inglêses

rão na massa dos ativc»s c passivos e m- ?

como abreviação de "European Curren-

rão tratados da nu-snía maneira qne •«

cy Unít". Para os latinos seria a ressur

créditos concedidos através da Unifio A.S vantagens de acordos bilalcrnis entre

reição de uma velha moeda que circulou durante séculos pela Europa afora: o

"écu d'or", criado no século XIII pelo

As relações entre os Estados Unidos e o Brasil Raui> FE3\NANDES

paí.ses com câmbio forte acli:un-se assi* ?

(Ministro das Relações Exteriores)

reduzidas.

rei São Luís, da França. O "écu" — têrmo derivado do latino "scuhim" —

Muitas outras <pustõcs aiiula ficarôo

CRANDK o uuMi prozcr cm acolher

O "Digesto Econômico" agasalha em

conser\*ou-sc ainda em Portugal como "esaido", palavra que provém da mes

para serem resolvidas. O novo rsqtiemi

nesta Casa, em nome do Govêmo

abrange também as Iran.sações com »

brasileiro, um grupo tão significativo de

Sitas colunas o oportuno discurso, de X." de julho do corrente ano, do eminente

ma raiz.

Suíça, a Alemanha Ocidental e a Bél gica, fpic eram até agora excluídas, na

personalidadc.s dos Estados Unidos da

^íinisiro

América. Entre vós se contam elemen

Brasil, embaixador Rattl Fernandes, wu-

tos de grande destaque no Congresso, na administraÇião, na imprensa e na in

dattdo as personalidades norte-america

Na França, o "écu" desa

pareceu como moeda, mas manleve-.se na linguagem popular como equivalente

Inglaterra, do sistema de licenças ge

de dinheiro e riqueza.

rais concedidas nos outros países eurO'-

A denominação definitiva da nova moeda não é única tarefa ainda a cum

peus. Não será mais lícito fazer dife renças para licenças de importação OU

prir. Como todos os estatutos de orga nizações internacionais — por e.xemplo

para despesas turísticas, critri; países eu

a Carta de Havana - o da União Euro péia mostra vestígios dos compromissos

tanto, para esses casos também são pre-

veis os interôsscs que representais na xida da grande República do Norte e grande o prestígio que desfrutais nos setores da atividade a que preferente-

\i.stas facilidades no período dc transi

mente vos dedicais.

que foram necessários para a sua cria

ção: somente RCKí das "restrições fpmn-

ção. Sabe-se que na Europa os parti

titativas" deverão ser abolido.s logo de

dários da compensação bilateral são

pois da assinatura do acordo básico da

Pouco podoreis ver do Brasil, já que o visitais pela primeira vez. Mas dele .sabeis, por menos que cstejais familiari

sempre fortes. A União devia, portan to, deixar a porta aberta a acordos biIaterai.s de pagamento. Cada país-membro pode dar a outro créditos diretos em sua própria moeda ou na do con-

União.

zados com a história de nossas recípro

Iraente, mas o volume do crédito será deduzido da quota do país devedor, e

no caso da liquidação da União — cuja* duração é prevista no momento somente

para dois anos, até à extinção do Plano Morihall —

créditos bilaterais entra

ropeus dc moeda dura o suave. Entre

Em resumo, q novo sistema determi

nará inumeráveis mudanças 3io sislem#

de pagamento de todos os países, Ess» adaptação exigirá meses e talvez «nos. Mas tais dificuldades não diminuem o valor da nova instituição, que é, não sòmente para a Europa, uma da,H tenta

dústria e jxir ÍS.SO mesmo são considerá

Relações

Exteriores do

nas dc rclévo que nos visitaram, a con vite da "Pan Atncrican Airwatjs". O

ilustre diplomata, com alto senso polí tico o franqueza digna de nota, frisou quo a amizade entre os dois países se deve fortalecei- mediante melhor com

preensão, pelos Estados Unidos, dos problentas econômicos o financeiros do Brasil. As palavras do nosso "Chan

celer*' tiveram ampla refiercussão «"m todo o País.

cas relações, quão sólida e confiante é a amizade do jxívo brasileiro por vosso pnís.

Essa amizi\dc, iniciada na auro

ra de nossa Independência, só tem feito aperfeiçoar-se, no Impório como na Re pública, fôssem quais fossem os homens

tivas mais interessantes e promissoras

quo estivessem na administração do País, pertencessem eles a este oti àquele par

para sair da confusão cambial na qual

tido.

vive hoje a maior parte do mundo.

das

Naturalmente, tal amizade tinha de

ser alicerçada na correspondência do .sentimentos paralelos em vosso país, dos quais, pude, há meses, testemunhar a fôrça e o viç-o, durante a visita que vos

fiz, em companhia do Presidente Dutra, Mas para que êsses alicerces sejam fortes

lá tão generosamente acolhido.

faz-so necessária a existência, entre nós, da autêntica comunhão de interêsses, • tal é o caso.

Por isso uninu)-uüs convoscx) em duas

guerras, por compreendermos que os nossos destinos jogavam com os vosso» e tal gesto certamente não terá sido es quecido cm vosso país.

Entretanto, dirigindo-nie a amigos tão •segtn-os, meu dever é falar com fran

queza e pedir-vos que examineis objeti vamente se a nossa* confiança em vosso

ânimo de colaboração conosco pôde »er mantida ultimamente no mesmo alto ní

vel da nossa amizade recíproca- Aqui prevalece, geralmente, uma resiwsta ne gativa a essa qiftstão. Não vos parece que há ui.sso uma injustiça e que não estamos conscientes

do fardo das imensas respon.sabilídades


ipr

Dicíksto Econ6>.4ioo

interpretado pelos americanos e inglêses

rão na massa dos ativc»s c passivos e m- ?

como abreviação de "European Curren-

rão tratados da nu-snía maneira qne •«

cy Unít". Para os latinos seria a ressur

créditos concedidos através da Unifio A.S vantagens de acordos bilalcrnis entre

reição de uma velha moeda que circulou durante séculos pela Europa afora: o

"écu d'or", criado no século XIII pelo

As relações entre os Estados Unidos e o Brasil Raui> FE3\NANDES

paí.ses com câmbio forte acli:un-se assi* ?

(Ministro das Relações Exteriores)

reduzidas.

rei São Luís, da França. O "écu" — têrmo derivado do latino "scuhim" —

Muitas outras <pustõcs aiiula ficarôo

CRANDK o uuMi prozcr cm acolher

O "Digesto Econômico" agasalha em

conser\*ou-sc ainda em Portugal como "esaido", palavra que provém da mes

para serem resolvidas. O novo rsqtiemi

nesta Casa, em nome do Govêmo

abrange também as Iran.sações com »

brasileiro, um grupo tão significativo de

Sitas colunas o oportuno discurso, de X." de julho do corrente ano, do eminente

ma raiz.

Suíça, a Alemanha Ocidental e a Bél gica, fpic eram até agora excluídas, na

personalidadc.s dos Estados Unidos da

^íinisiro

América. Entre vós se contam elemen

Brasil, embaixador Rattl Fernandes, wu-

tos de grande destaque no Congresso, na administraÇião, na imprensa e na in

dattdo as personalidades norte-america

Na França, o "écu" desa

pareceu como moeda, mas manleve-.se na linguagem popular como equivalente

Inglaterra, do sistema de licenças ge

de dinheiro e riqueza.

rais concedidas nos outros países eurO'-

A denominação definitiva da nova moeda não é única tarefa ainda a cum

peus. Não será mais lícito fazer dife renças para licenças de importação OU

prir. Como todos os estatutos de orga nizações internacionais — por e.xemplo

para despesas turísticas, critri; países eu

a Carta de Havana - o da União Euro péia mostra vestígios dos compromissos

tanto, para esses casos também são pre-

veis os interôsscs que representais na xida da grande República do Norte e grande o prestígio que desfrutais nos setores da atividade a que preferente-

\i.stas facilidades no período dc transi

mente vos dedicais.

que foram necessários para a sua cria

ção: somente RCKí das "restrições fpmn-

ção. Sabe-se que na Europa os parti

titativas" deverão ser abolido.s logo de

dários da compensação bilateral são

pois da assinatura do acordo básico da

Pouco podoreis ver do Brasil, já que o visitais pela primeira vez. Mas dele .sabeis, por menos que cstejais familiari

sempre fortes. A União devia, portan to, deixar a porta aberta a acordos biIaterai.s de pagamento. Cada país-membro pode dar a outro créditos diretos em sua própria moeda ou na do con-

União.

zados com a história de nossas recípro

Iraente, mas o volume do crédito será deduzido da quota do país devedor, e

no caso da liquidação da União — cuja* duração é prevista no momento somente

para dois anos, até à extinção do Plano Morihall —

créditos bilaterais entra

ropeus dc moeda dura o suave. Entre

Em resumo, q novo sistema determi

nará inumeráveis mudanças 3io sislem#

de pagamento de todos os países, Ess» adaptação exigirá meses e talvez «nos. Mas tais dificuldades não diminuem o valor da nova instituição, que é, não sòmente para a Europa, uma da,H tenta

dústria e jxir ÍS.SO mesmo são considerá

Relações

Exteriores do

nas dc rclévo que nos visitaram, a con vite da "Pan Atncrican Airwatjs". O

ilustre diplomata, com alto senso polí tico o franqueza digna de nota, frisou quo a amizade entre os dois países se deve fortalecei- mediante melhor com

preensão, pelos Estados Unidos, dos problentas econômicos o financeiros do Brasil. As palavras do nosso "Chan

celer*' tiveram ampla refiercussão «"m todo o País.

cas relações, quão sólida e confiante é a amizade do jxívo brasileiro por vosso pnís.

Essa amizi\dc, iniciada na auro

ra de nossa Independência, só tem feito aperfeiçoar-se, no Impório como na Re pública, fôssem quais fossem os homens

tivas mais interessantes e promissoras

quo estivessem na administração do País, pertencessem eles a este oti àquele par

para sair da confusão cambial na qual

tido.

vive hoje a maior parte do mundo.

das

Naturalmente, tal amizade tinha de

ser alicerçada na correspondência do .sentimentos paralelos em vosso país, dos quais, pude, há meses, testemunhar a fôrça e o viç-o, durante a visita que vos

fiz, em companhia do Presidente Dutra, Mas para que êsses alicerces sejam fortes

lá tão generosamente acolhido.

faz-so necessária a existência, entre nós, da autêntica comunhão de interêsses, • tal é o caso.

Por isso uninu)-uüs convoscx) em duas

guerras, por compreendermos que os nossos destinos jogavam com os vosso» e tal gesto certamente não terá sido es quecido cm vosso país.

Entretanto, dirigindo-nie a amigos tão •segtn-os, meu dever é falar com fran

queza e pedir-vos que examineis objeti vamente se a nossa* confiança em vosso

ânimo de colaboração conosco pôde »er mantida ultimamente no mesmo alto ní

vel da nossa amizade recíproca- Aqui prevalece, geralmente, uma resiwsta ne gativa a essa qiftstão. Não vos parece que há ui.sso uma injustiça e que não estamos conscientes

do fardo das imensas respon.sabilídades


PI

14

Dif-KSTO

E<<>N'ÓMI<a>

15

<jHe pesiiin sobre a poHlic-íi dos Estados

exausto por un. esforço dc- guerra sem

Unidos da América nos cinco continen

precedente na história, \iu-sc obrigado

países não nmito numerosos que os estão reeniIx>isanclo na proporção fixada,

a tomar inconvcrsívcl .sua moeda. Aí as nossas reservas, da ordem de íj.5 iiiilliões

coui o auviiio rcirebido

tes? Mas cu digo explicitamente nos ■"cinco continentes" e temos a impressão de que no que concerne à América La tina e, particularmente ao Brasil, o pla nejamento da política dos Estados UniAjs contém certas lacunas. \ oltaram-sp os Estados Unidos com

muita razuo para a tarefa primordial

de libras esterlinas, ficaram (jnase to talmente esterilizadas para a.piisição

cl(! l>ens de prodtição; e no \oss«» país a alta imediata de preços, em mé

dia de 6(X?. conscípiente à abolição dos

tU- reconstru(,-ão e rima ]>ortentosa aju<Vv foi engenhada com • esse objetivo. Mas os fatos contradizem a opinião de

controles, reduziu à . metade ou me

que estamos na zona que apenas requer

lados em nossas contas, bão gastos e

desenvolvimento, tarefa <pie c«'de a ou

cifras que podem ser facilmente xcrifí-

eados. Não farei conta dos encargos

tra quanto à prioridade;

nos de metade o poder aípii.silivo de uns 500 milhões de dólares acumu

financeiros (jue nos custou

pois e cerlo (pie, pôslo não

a partieipixção efetiva

ri>e.sse .sido o Brasil tea-

na

guerra e (jm- montaram a

ü'» da guerra, esta, com os esforços de abastecimento que nos impôs em proveito

mais de ,350 milhões

dólares.

de

Is.so foi iniciati

titulo de cm-

préstiimí c arn-ndaincnlo. Pudcs.seis doinorar-x-os m.iis alguns tlüs ncsl«- paí.s c percobcríeis íjue ora

xüs digo ap<iia.s uma parle do que vo.s jjodcría dizer v poderíeis axaliar quanto

minhas palaxras contém di- lioncsta in

força financeira, dos Eslado.s Unidos da

América, estará empregada em tarefa mais urgenlo c do s;\lvaçãü geral. De vemos reconhecer (pie esta tarefa tem prioridade c reclama mcsmt^ o concurso do.s membros das Nações Unidas. Fi cai certos de que o Brasil, em tão ungustiüs;\ conjuntura, cumprirá, ua me

dida do.s .seus meio.s. o compromisso que

formação a amigos, (pie sabemos segu

aceitou ao assinar a Carta de .São Fran

ros c sempre simpàticamcjite dispostos

cisco.

para conosco.

Desejo ipic xossa xiagom se ctímplete lom felicidade e que viajais com agrado

Digo-\os estas c-oisas sem rodeios protocüIan.'s, aj)ressadainentc. dada a rapi dez da \o.ssa passagem cni nos.sa capital V nu prcxisão dc que os esforços das Nações Unidas pos.sain licpiidav ràpidaíiicntc u inopinada agressão agora de

flagrada contra n Coréia do Sul. resliluíndü a paz a essa região e inantcndo-a

as grandes, prósperas (« altamente ctvilizada.s capitais que .são Montevidéu e Buenos Aire.s.

Agradeço ao sr. Trippe a feliz idéia

de híiver amvidado figuras tão represen

dos l)eligerantes amigos,

va de nossa política, cuja

inalterada em outras zonas dc mundo.

tativas para esta viagem inaugural e peço aos meus amáveis convivas que me

no.s deixou com os meios

respon.sabilicladc

Se esta esiierança malograr é nosso de

acompanhem num brinde muito cordial

de transporte internos gra vemente

deteriorados

com ninguém.

e

ésses

Estimaría-

meios de difundir

nossa frota de comércio Pepor

consc-

mos que, com os amplos

aninuilou grande parte de

.nieiüs de produção no' e.s-

c

(jnências não partilhamos infor

mações (|ut' estão à dispo '

-

í^>do anterior não é desenvoLè-los' nem

-omenfar a.s nossas riqueza.s, mas sim plesmente retonstrui-los.

sição dos grandes jornais

sob vossa direção, a opi nião norte-americana pudesse receber o

necessário esclarecimento e uma política

A imiMxssibilidade de importarmos os

de cooperação mais ativa o mais urgente

par. pas.su' com o desga.ste sofrido

dessas cifras, cpie representam ingentes

bems necessários a essa reconstrrição.

possa delinear-se à Inz desses fatos c

determmou certamente a acumulação de

sacrifícios de um país como o Brasil, de baixa renda nacional e desprovido cie

-'vserva.s em dólares e libras esterlinas

produto de exportações feitas com preíO,s m&ximos fixados e a cambio que mantivemo.s estável. Uas não é segrêdo .para ninguém que, cessada a guerra çes.saram igualmente os controles dos .preço.s internos dos Estados Unidos,

ao mesmo tempo que o Reino Unido',

capitais.

Note-.se que não entra em nossos cál

culos qualquer ajuda gratuita. O nosso caso não é tao agudo ou tão desespe rado que reclame donativos e sim in

versas reembolsáveis em juros e amor tização, pois certamente não ignorais que nos alinhamos, penso, entre os

ver adiar a solução agora e.sboyada para

pela prosperidade crescente cio povo dos

»jos.sos problemas.

Estados Unidos tia .América.

A força, inclusixe a


PI

14

Dif-KSTO

E<<>N'ÓMI<a>

15

<jHe pesiiin sobre a poHlic-íi dos Estados

exausto por un. esforço dc- guerra sem

Unidos da América nos cinco continen

precedente na história, \iu-sc obrigado

países não nmito numerosos que os estão reeniIx>isanclo na proporção fixada,

a tomar inconvcrsívcl .sua moeda. Aí as nossas reservas, da ordem de íj.5 iiiilliões

coui o auviiio rcirebido

tes? Mas cu digo explicitamente nos ■"cinco continentes" e temos a impressão de que no que concerne à América La tina e, particularmente ao Brasil, o pla nejamento da política dos Estados UniAjs contém certas lacunas. \ oltaram-sp os Estados Unidos com

muita razuo para a tarefa primordial

de libras esterlinas, ficaram (jnase to talmente esterilizadas para a.piisição

cl(! l>ens de prodtição; e no \oss«» país a alta imediata de preços, em mé

dia de 6(X?. conscípiente à abolição dos

tU- reconstru(,-ão e rima ]>ortentosa aju<Vv foi engenhada com • esse objetivo. Mas os fatos contradizem a opinião de

controles, reduziu à . metade ou me

que estamos na zona que apenas requer

lados em nossas contas, bão gastos e

desenvolvimento, tarefa <pie c«'de a ou

cifras que podem ser facilmente xcrifí-

eados. Não farei conta dos encargos

tra quanto à prioridade;

nos de metade o poder aípii.silivo de uns 500 milhões de dólares acumu

financeiros (jue nos custou

pois e cerlo (pie, pôslo não

a partieipixção efetiva

ri>e.sse .sido o Brasil tea-

na

guerra e (jm- montaram a

ü'» da guerra, esta, com os esforços de abastecimento que nos impôs em proveito

mais de ,350 milhões

dólares.

de

Is.so foi iniciati

titulo de cm-

préstiimí c arn-ndaincnlo. Pudcs.seis doinorar-x-os m.iis alguns tlüs ncsl«- paí.s c percobcríeis íjue ora

xüs digo ap<iia.s uma parle do que vo.s jjodcría dizer v poderíeis axaliar quanto

minhas palaxras contém di- lioncsta in

força financeira, dos Eslado.s Unidos da

América, estará empregada em tarefa mais urgenlo c do s;\lvaçãü geral. De vemos reconhecer (pie esta tarefa tem prioridade c reclama mcsmt^ o concurso do.s membros das Nações Unidas. Fi cai certos de que o Brasil, em tão ungustiüs;\ conjuntura, cumprirá, ua me

dida do.s .seus meio.s. o compromisso que

formação a amigos, (pie sabemos segu

aceitou ao assinar a Carta de .São Fran

ros c sempre simpàticamcjite dispostos

cisco.

para conosco.

Desejo ipic xossa xiagom se ctímplete lom felicidade e que viajais com agrado

Digo-\os estas c-oisas sem rodeios protocüIan.'s, aj)ressadainentc. dada a rapi dez da \o.ssa passagem cni nos.sa capital V nu prcxisão dc que os esforços das Nações Unidas pos.sain licpiidav ràpidaíiicntc u inopinada agressão agora de

flagrada contra n Coréia do Sul. resliluíndü a paz a essa região e inantcndo-a

as grandes, prósperas (« altamente ctvilizada.s capitais que .são Montevidéu e Buenos Aire.s.

Agradeço ao sr. Trippe a feliz idéia

de híiver amvidado figuras tão represen

dos l)eligerantes amigos,

va de nossa política, cuja

inalterada em outras zonas dc mundo.

tativas para esta viagem inaugural e peço aos meus amáveis convivas que me

no.s deixou com os meios

respon.sabilicladc

Se esta esiierança malograr é nosso de

acompanhem num brinde muito cordial

de transporte internos gra vemente

deteriorados

com ninguém.

e

ésses

Estimaría-

meios de difundir

nossa frota de comércio Pepor

consc-

mos que, com os amplos

aninuilou grande parte de

.nieiüs de produção no' e.s-

c

(jnências não partilhamos infor

mações (|ut' estão à dispo '

-

í^>do anterior não é desenvoLè-los' nem

-omenfar a.s nossas riqueza.s, mas sim plesmente retonstrui-los.

sição dos grandes jornais

sob vossa direção, a opi nião norte-americana pudesse receber o

necessário esclarecimento e uma política

A imiMxssibilidade de importarmos os

de cooperação mais ativa o mais urgente

par. pas.su' com o desga.ste sofrido

dessas cifras, cpie representam ingentes

bems necessários a essa reconstrrição.

possa delinear-se à Inz desses fatos c

determmou certamente a acumulação de

sacrifícios de um país como o Brasil, de baixa renda nacional e desprovido cie

-'vserva.s em dólares e libras esterlinas

produto de exportações feitas com preíO,s m&ximos fixados e a cambio que mantivemo.s estável. Uas não é segrêdo .para ninguém que, cessada a guerra çes.saram igualmente os controles dos .preço.s internos dos Estados Unidos,

ao mesmo tempo que o Reino Unido',

capitais.

Note-.se que não entra em nossos cál

culos qualquer ajuda gratuita. O nosso caso não é tao agudo ou tão desespe rado que reclame donativos e sim in

versas reembolsáveis em juros e amor tização, pois certamente não ignorais que nos alinhamos, penso, entre os

ver adiar a solução agora e.sboyada para

pela prosperidade crescente cio povo dos

»jos.sos problemas.

Estados Unidos tia .América.

A força, inclusixe a


Dicesto ECONÓ^UCO

**Lencl©

Cuclides'''

que ôlcs e tantos mais fúlgidamente co

laboraram?

Nada. com ccrlcz;i; e pji

issíJ mc.smc) quero cingir-me ao trabalho Altino Arantes

(Presidente da Academia Paulista de Letras)

Gonfer&ticla prananclada pelo cmioente enerltor %s heme** F^bSieo, ein Sãa Jo.sé do Riu Pardo, nas soleiiLindes codmagradas à memória de Euclides da Canha»

Jj^ Comissão promotora das comemo rações euclidianas e, nomeadamen

meramente se.divo dc ir "It ndo Eucii

des", na rcspiga fácil c abundante da seara imcn.a cie sua.s letras.

De si pióprio dissera èlc, ofereccnd) a sua fülogralia a Lúcio de Mendonça;

brasileirismo iàuninado e eficiente que no dizer do Gilberto Freire, constitui "o principal :;specto subjetivo de .sua obra; n marca m.us forte de sua pensonalidade a imprimir um sentido brasileiro aos prob.emas de geografia e de scciolocria. '

da Cunha — como Port-Royal fôra par*

Êste caboclo, este jagunç-o manso,"

Misto dc cclla. dc t;qniio e grego."

de tradicional e sempre emocionante

humano; o lugar privilegiado onde "so

presta as homenagens de sua admiração

Esta linda cidade esmera-se assim por não ficar devendo o seu renome tão so

mente à beleza de sua topografia, à sua prosperidade econômica' e ao nível de

raa cuitura; ela quer que tôdas estas vatosas prendas, que constituem o seu orgu o e fazem o bem-estar e o confôrto e seus habitantes, se sobredoírem com o gaardão de saber conservar — como ra vestal devota e enamorada — a

chama, perene e luminosa, de um culto

que cada vez mais se exalta e se apri mora; o culto do escritor ipcomparável que aqui mesmo, junto deste rio pa droeiro, à sombra destas mesmas árvo res, ao abrigo precário de uma "cabana

feita de zinco e de sarrafos", traçou as

páginas magníficas de um livro que se Mgrou monumento imperecível das le-

o Toru xcnsus Bolívia" - são eminen te e essencialmente brasileiros déss"

Dc um lar onde terá digno eonehègo.

Pascal e Vai de Lobos para Ale.xandre Herculano — a Trnprt espiritual onde éle encontrou a soledade, o silencio e sossôgo propício.s à meditação e ao es

e de sua saudade à memória e à obra de Euciides da Cunha.

Por isso me.smo os seus quatro maiorfs livros - "Os Sertões". "Contrastes e Confronto.s", "À margem da história"

"Aí \ai para saudá-lo, no ronianso

te, a Honórío de Silos e a Oswaldo Ga-

vica do povo de São José do Rio Pardo

calj>èlo de sua análise.

Êsle "ermo" de São José do Pardo foi, em verdade, p;ira Euciides

lotti quero, de início, agradecer a honra insigne, com que me distinguiram e que eu jamais me atreveria a disputar, de vir trazer a minha contribuição, desvaliosa mas muito afetiva, a esta solenida com que, todos os anos, a devoção cí

\'ada escv-ipa\-a à sua obsmação peiluelenle, eomj nada se subtraía ao es-

tudo das grandes criações do engenho pra o espírito"; onde a alma se ergue sobranceira às contingéncia.s, às lufas e aos .sofrimentos que a cnleiam e alígera, se exalça à contemplação serena e

fecunda da Beleza, do Bem e da Ver dade.

Aqui, pois, nasceram "Os sertões";

São José do Rio Pardo figurará par*

Ctego pf'o seu amor ;is letra.s. às ciên

cias c à arte; tapuio na sua ingènita.

incoercí\cl predileção pelas genlc.s, pe las terras c pc-las coisas do Bnisil; celta élc o foi também, porque (como dessa raça sentenciou Jcan Pecher) jc lhe fal tava o mármore com que edificar um

Partcnon, sobrava-lhe a coragem para aprofundar as mãos nas entranhas da terra c do homem e, como as feiticei

ras dc Macbetli, retirá-las depois chcia.s dos segredos do infinito.

nacional, como o berço abençoado do

Os segredos da terra, os segredos do homem — eis, em substância, os proble

grande livro, ao qual, no sentir de Gui lherme de Almeida, deveríamos cliamar

ras geográficas e etnográficas, Euciides

todo sempre, nos fastos da literatura

simplesmente "o Livro, com maiúscula;

porque ó êle, para o brasileiro, um* Bíblia, um Corão, um Talmud". Ora, sôbre ôsse livro e sôbre o sen

autor que mais poderia eu dizcr-vos, de

novo e de inédito — quando por esta tribuna já passaram, em ocorrências

análogas, vultos da estatura e do valor de Afrânio Peixoto, de Ulisses Paranho», de Francisco Pati, de Venãncio Filho, de Afonso Arinos de Mello Franco e

de Cândido Mota Filho? Que mais d©

h"ts pátrias e levantou o seu autor às cumiadas mais altas da intelectualidade

interessante poderia eu acrescentar ao

brasileira.

0 à magnífica e copiosa poliantéia

brilhante florilégio qúe êles enaslrarana

mas que, para dentro de nossas frontei

da Cunha aturadamcnte estudou e cujas soluções preconizou com lúcido e prag mático patriotismo. Para" tanto teve que conhecer o Brasil na imensidão do seu

território; na variedade quase inumerá vel da sua natureza e do seu clima; nos

a nnprcgiuir-sc todo da mística da uni

dade brasileira, que lhe inundava a aima

cie uma ternura especial pelo indígena

pelo caboclo, pelo nativo, pelo Amazo-' nao, pelo Acre, pelo Ceará, por Anclüeta, por Diogo 'Feijó, por Floriano Pei-

-xoto, pela viação férrea, pelo telégrafo pelo Barão do Rio Branco", (i).

"Era - confirma-o ainda Araújo Jor ge - o amor quase supersticio-o pelp Brasil. Em todos os seus livros estaa êsse pensamento de um fecundo retôrno

no. pasE.ado para retemperar as energias gastas e tonificar as fôrças consumidas

uo drama tao tumultuoso e tão sempre o mesmo da e.vistencia; conliecia a fundo üda a v.da pohtica e social do Brasil; .nha mu entranhado carinho pelas suai tradições, pelo seu passado esquecido,

seus rios e nas suas florestas; nas suas montanhas, nos seus vales e nas suas

reJr

planícies; como teve que conhecer o brasileiro com as qualidades e os defeí-

pela grandeza obscura e desconhecida dos nossos antepas:.,dos, o desamor às'

cos de sua raça, de sua índole e de sua

educação — no borborinho das cidades como nas caatingas do Nordeste, nas

Quanta vez ouviram-no n^hilasti

mar com amargura o doloroso descaso

idades transcorridas, a indiferença pela ■ nossa história e especialmente pelos rd-

des patrícios do interior, cujo .íbandono

selvas da Amazônia, ou nas campanhas

no lecesso dos sertões, allieios à civilí-

do Sul.

zaç.ao e seqüestrados da cultura, se -lhe


Dicesto ECONÓ^UCO

**Lencl©

Cuclides'''

que ôlcs e tantos mais fúlgidamente co

laboraram?

Nada. com ccrlcz;i; e pji

issíJ mc.smc) quero cingir-me ao trabalho Altino Arantes

(Presidente da Academia Paulista de Letras)

Gonfer&ticla prananclada pelo cmioente enerltor %s heme** F^bSieo, ein Sãa Jo.sé do Riu Pardo, nas soleiiLindes codmagradas à memória de Euclides da Canha»

Jj^ Comissão promotora das comemo rações euclidianas e, nomeadamen

meramente se.divo dc ir "It ndo Eucii

des", na rcspiga fácil c abundante da seara imcn.a cie sua.s letras.

De si pióprio dissera èlc, ofereccnd) a sua fülogralia a Lúcio de Mendonça;

brasileirismo iàuninado e eficiente que no dizer do Gilberto Freire, constitui "o principal :;specto subjetivo de .sua obra; n marca m.us forte de sua pensonalidade a imprimir um sentido brasileiro aos prob.emas de geografia e de scciolocria. '

da Cunha — como Port-Royal fôra par*

Êste caboclo, este jagunç-o manso,"

Misto dc cclla. dc t;qniio e grego."

de tradicional e sempre emocionante

humano; o lugar privilegiado onde "so

presta as homenagens de sua admiração

Esta linda cidade esmera-se assim por não ficar devendo o seu renome tão so

mente à beleza de sua topografia, à sua prosperidade econômica' e ao nível de

raa cuitura; ela quer que tôdas estas vatosas prendas, que constituem o seu orgu o e fazem o bem-estar e o confôrto e seus habitantes, se sobredoírem com o gaardão de saber conservar — como ra vestal devota e enamorada — a

chama, perene e luminosa, de um culto

que cada vez mais se exalta e se apri mora; o culto do escritor ipcomparável que aqui mesmo, junto deste rio pa droeiro, à sombra destas mesmas árvo res, ao abrigo precário de uma "cabana

feita de zinco e de sarrafos", traçou as

páginas magníficas de um livro que se Mgrou monumento imperecível das le-

o Toru xcnsus Bolívia" - são eminen te e essencialmente brasileiros déss"

Dc um lar onde terá digno eonehègo.

Pascal e Vai de Lobos para Ale.xandre Herculano — a Trnprt espiritual onde éle encontrou a soledade, o silencio e sossôgo propício.s à meditação e ao es

e de sua saudade à memória e à obra de Euciides da Cunha.

Por isso me.smo os seus quatro maiorfs livros - "Os Sertões". "Contrastes e Confronto.s", "À margem da história"

"Aí \ai para saudá-lo, no ronianso

te, a Honórío de Silos e a Oswaldo Ga-

vica do povo de São José do Rio Pardo

calj>èlo de sua análise.

Êsle "ermo" de São José do Pardo foi, em verdade, p;ira Euciides

lotti quero, de início, agradecer a honra insigne, com que me distinguiram e que eu jamais me atreveria a disputar, de vir trazer a minha contribuição, desvaliosa mas muito afetiva, a esta solenida com que, todos os anos, a devoção cí

\'ada escv-ipa\-a à sua obsmação peiluelenle, eomj nada se subtraía ao es-

tudo das grandes criações do engenho pra o espírito"; onde a alma se ergue sobranceira às contingéncia.s, às lufas e aos .sofrimentos que a cnleiam e alígera, se exalça à contemplação serena e

fecunda da Beleza, do Bem e da Ver dade.

Aqui, pois, nasceram "Os sertões";

São José do Rio Pardo figurará par*

Ctego pf'o seu amor ;is letra.s. às ciên

cias c à arte; tapuio na sua ingènita.

incoercí\cl predileção pelas genlc.s, pe las terras c pc-las coisas do Bnisil; celta élc o foi também, porque (como dessa raça sentenciou Jcan Pecher) jc lhe fal tava o mármore com que edificar um

Partcnon, sobrava-lhe a coragem para aprofundar as mãos nas entranhas da terra c do homem e, como as feiticei

ras dc Macbetli, retirá-las depois chcia.s dos segredos do infinito.

nacional, como o berço abençoado do

Os segredos da terra, os segredos do homem — eis, em substância, os proble

grande livro, ao qual, no sentir de Gui lherme de Almeida, deveríamos cliamar

ras geográficas e etnográficas, Euciides

todo sempre, nos fastos da literatura

simplesmente "o Livro, com maiúscula;

porque ó êle, para o brasileiro, um* Bíblia, um Corão, um Talmud". Ora, sôbre ôsse livro e sôbre o sen

autor que mais poderia eu dizcr-vos, de

novo e de inédito — quando por esta tribuna já passaram, em ocorrências

análogas, vultos da estatura e do valor de Afrânio Peixoto, de Ulisses Paranho», de Francisco Pati, de Venãncio Filho, de Afonso Arinos de Mello Franco e

de Cândido Mota Filho? Que mais d©

h"ts pátrias e levantou o seu autor às cumiadas mais altas da intelectualidade

interessante poderia eu acrescentar ao

brasileira.

0 à magnífica e copiosa poliantéia

brilhante florilégio qúe êles enaslrarana

mas que, para dentro de nossas frontei

da Cunha aturadamcnte estudou e cujas soluções preconizou com lúcido e prag mático patriotismo. Para" tanto teve que conhecer o Brasil na imensidão do seu

território; na variedade quase inumerá vel da sua natureza e do seu clima; nos

a nnprcgiuir-sc todo da mística da uni

dade brasileira, que lhe inundava a aima

cie uma ternura especial pelo indígena

pelo caboclo, pelo nativo, pelo Amazo-' nao, pelo Acre, pelo Ceará, por Anclüeta, por Diogo 'Feijó, por Floriano Pei-

-xoto, pela viação férrea, pelo telégrafo pelo Barão do Rio Branco", (i).

"Era - confirma-o ainda Araújo Jor ge - o amor quase supersticio-o pelp Brasil. Em todos os seus livros estaa êsse pensamento de um fecundo retôrno

no. pasE.ado para retemperar as energias gastas e tonificar as fôrças consumidas

uo drama tao tumultuoso e tão sempre o mesmo da e.vistencia; conliecia a fundo üda a v.da pohtica e social do Brasil; .nha mu entranhado carinho pelas suai tradições, pelo seu passado esquecido,

seus rios e nas suas florestas; nas suas montanhas, nos seus vales e nas suas

reJr

planícies; como teve que conhecer o brasileiro com as qualidades e os defeí-

pela grandeza obscura e desconhecida dos nossos antepas:.,dos, o desamor às'

cos de sua raça, de sua índole e de sua

educação — no borborinho das cidades como nas caatingas do Nordeste, nas

Quanta vez ouviram-no n^hilasti

mar com amargura o doloroso descaso

idades transcorridas, a indiferença pela ■ nossa história e especialmente pelos rd-

des patrícios do interior, cujo .íbandono

selvas da Amazônia, ou nas campanhas

no lecesso dos sertões, allieios à civilí-

do Sul.

zaç.ao e seqüestrados da cultura, se -lhe


18

DicKsrn) Econòmic:»»

Dic KSTt»

Ei:í)n(•> n nco 19

afig\irava tim crime de conseqüências

enlaçava êsscs soldados, qticni o par

incalculáveis." (2).

tiu assim num repente? O inesnío que dezesseis anos depois, na submissão go rai dp pensamento nacional a velhas fórmulas, no cansado tradicionalisnío so cial e político que nos comprime, na ve lha cadeia de disciplinadas conveniên cias que nos aflige, surgiti com ê.sse

E esse amor intenso, insopitável,, que

EuCiides da Cunha sentia pelo homem e pela terra do Brasil, como que se confundiu e se identificou com a sua

paixão 8 o seu entusiasmo pela Repú blica — cuja propaganda, diuturna e sistemática, persuasiva e empolgante, lhe chegara aos ouvidos e conquistara o co ração nos próprios bancos da Escola Mi

livro diante do País, a autoridade e o

poder armado, para denunciar com sin

litar, na qual muito jovem se matricula

ceridade a fraca constituição desse país. a incapacidade dessa autoridade, os cri

ra o cujas aulas freqüentara com hrillio

mes e as fantasias desse poder arma

• e proveito notáveis.

do." (3).

Situa-se precisamente nessa quadra de sua existência q conhecido episódio, que tanto realce empresta à moci-

Nesta página de admirável vivacida-c clefinc-se e revela-se, a plena luz, cm .sua infrangível integridade, o

dade de Euclides

e' que

temperamento

Alberto

Euclides:

flangel, testepiunha

teireza

ocular dêle,

in sua

consciência, a in-

assim relata;

corruptibilidade de

"Era no pátio

seu caráter, o de-

da Escola Militar da Praia Verme

lha.

a de

de

Seguíamos

em coluna, mar chando em conti

nência à suprema autoridade adminis

trativa do Exército - o sr. Ministro da Guerra... íamos marchando, Na cor

reção dos uniformes e no polido das baíonetas, a tropa de escol seguia nu ma feita, no passo firme de ordenança.

Eu ia no pelotão da cauda. De repen te, um aluno destacou-se da forma, à frente da coluna de marcha. Tentou

tino.

As.sim c, com efeito.

De Camões, por exemplo (e não ci tarei «enrio êsse caso entre inúmeros

outros), pode registrar o mais entusias

ta cie seus panegirístas que, se lhe co roaram

a fronte os lauréis cias mais

belas consagraçõe.s, "abruniarain-lhe o coração os espiiilio.s de todos os infortúuios". (4). Por i.sso mesmo, a vida de Euclide.s

nao deve niedir-sc pelos passos ensan güentados do sua via-cmcis, mas sim

pelo.s degraus a.sccnsionais de sua apo teose.

Apoteose custosa o lustrai —

quo êlc pagou ã usura de pungentes e dolorosas privações c cuja claridade foi brilhante como a cintila do relâmpago o temerosa como o re.spIenclor da tem pestade.

Para a escalada da culminância a que

êle subiu, as etapas se marcaram pelos

indeléveis, incon

livros e pelo.s ensaios que compôs; mas,

fundíveis

sobretudo, por essa monumental obra "Os Sertões", que o erigiu cm "mestre

dessa

personalidade sin

gular, cuja biografia, ao mesmo tempo esplendorosa e trágica, se teria de de senvolver entre a desventura no lar e a glória nas letra.s. Mais do que inútil, seria Impiedoso relembrar-lhe agora as amarguradas vicissitudes, ou, sequer, salientar-lhe as

surpreso ministro.

seu maior milagre em ter decorrido di reita 6 firme, profícua e rutilante, entre

linha, a outro debandou. Quem -era êsse revoltado? No laço de ferro que

derrotas e vitórias, entre o Gólgola e o Tabor, entre o nada e o infinito. ■ -rr - f

Filho que o Gênio costuma ser sempre o mais eloqüente protesto contra o Des

atitudes ~ traços

Mais adiante, ao toque de alto, a co luna parou; a outro toque fêz-se em

por fina

recentemente Cândido Níota

sassombro de suas

e.xtremas tão díspares; porque, no con ceito e.xato de Heinrich Heine, a gran deza da vida humana consiste em ser breve e cheia entre dois abismos; e o

quebrar ao joelho a carabina e atirou-a

Celebrando o centenário de Goethe, afirmou

máximo do nosso nacionalismo", na sen tença autorizada de Guilherme de Al meida.

É bem certo, entretanto, que contra êsse aresto, se o houvera conhecido, te

ria protestado o próprio Euclides da Cunha; pois, ao seu parecer, "Os Ser tões" era apenas "o livro bárbaro de sua mocidade, monstruoso poema de brutalidade e de força". Duvidando, porém, mais tarde, do acerto dêsse auto-

julganienlo e, porventura, inconformado com êle, apelava para o juízo distante — e por isso mesmo, talvez, mais insuspei

to — de Agustin de Vedia, em carta que -.v.

bem lhe traduzia a ansiosa expectativa: De qualquer maneira, é o primogênito do meu ospinto, enquanto críticos auda-

zcs afmjjam quo é o meu único livro. Sera verdade?" (5). Não, podemos responder eom segurança; nao é verdade - nomno

i

luslraram dêsse belo e r igoroso pr/nS-

genito os cadetes que se lhe seguiram de p^orto o quo so intilularam "Contrastes e

Confrontos , "A Margem da História" e

Peru versus Bo.u.a", Nenlum, dêles entretanto, logrou sobrelevar-se a "q! Sertões", que será sempre, sem contes tação passível, a obra má.\íma de Eucli des, o mais lídimo título de sua imor talidade; e isso porque o valor de um trabalho literário (ensiua-o Renó Doumic) tem que ser aferido e.xçlusivamente pela relevância das questõps que sus cita e pcla.s ressonâncias que desperta nas almas.

'

Ora, ali, naquelas páginas xmlcánicas, como as qualificou Oliveira Martins,

"porque, como os xmlcões, impetuosos : e explosivos", o leitor sente-se trans

portado, quase corporalmente, para as caatingas imensas e ressequidas para

05 chapadões infindos, ponteados de cactos e c.hciados de garranchais e de cspinheiros, que sóis de foar>

e estiolam e que apresentam

0.5 seus elementos e em md

fenômenos, o espeticulo do

re.a sem igual,'^or.mdLehnent

substanciada com a Wdi

aspecto astronômico, geográfico'' gráfico".

^

®

A visão é estupenda. O desenrolar cma. Encanta e atemoriza. As paisa

continuo dos cenários deslumbra e alu-

gens desfilam - no atropôlo e na an gustia de um pesadelo, soberbas, mas ao mesmo tempo estonteantes pela suh


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DicKsrn) Econòmic:»»

Dic KSTt»

Ei:í)n(•> n nco 19

afig\irava tim crime de conseqüências

enlaçava êsscs soldados, qticni o par

incalculáveis." (2).

tiu assim num repente? O inesnío que dezesseis anos depois, na submissão go rai dp pensamento nacional a velhas fórmulas, no cansado tradicionalisnío so cial e político que nos comprime, na ve lha cadeia de disciplinadas conveniên cias que nos aflige, surgiti com ê.sse

E esse amor intenso, insopitável,, que

EuCiides da Cunha sentia pelo homem e pela terra do Brasil, como que se confundiu e se identificou com a sua

paixão 8 o seu entusiasmo pela Repú blica — cuja propaganda, diuturna e sistemática, persuasiva e empolgante, lhe chegara aos ouvidos e conquistara o co ração nos próprios bancos da Escola Mi

livro diante do País, a autoridade e o

poder armado, para denunciar com sin

litar, na qual muito jovem se matricula

ceridade a fraca constituição desse país. a incapacidade dessa autoridade, os cri

ra o cujas aulas freqüentara com hrillio

mes e as fantasias desse poder arma

• e proveito notáveis.

do." (3).

Situa-se precisamente nessa quadra de sua existência q conhecido episódio, que tanto realce empresta à moci-

Nesta página de admirável vivacida-c clefinc-se e revela-se, a plena luz, cm .sua infrangível integridade, o

dade de Euclides

e' que

temperamento

Alberto

Euclides:

flangel, testepiunha

teireza

ocular dêle,

in sua

consciência, a in-

assim relata;

corruptibilidade de

"Era no pátio

seu caráter, o de-

da Escola Militar da Praia Verme

lha.

a de

de

Seguíamos

em coluna, mar chando em conti

nência à suprema autoridade adminis

trativa do Exército - o sr. Ministro da Guerra... íamos marchando, Na cor

reção dos uniformes e no polido das baíonetas, a tropa de escol seguia nu ma feita, no passo firme de ordenança.

Eu ia no pelotão da cauda. De repen te, um aluno destacou-se da forma, à frente da coluna de marcha. Tentou

tino.

As.sim c, com efeito.

De Camões, por exemplo (e não ci tarei «enrio êsse caso entre inúmeros

outros), pode registrar o mais entusias

ta cie seus panegirístas que, se lhe co roaram

a fronte os lauréis cias mais

belas consagraçõe.s, "abruniarain-lhe o coração os espiiilio.s de todos os infortúuios". (4). Por i.sso mesmo, a vida de Euclide.s

nao deve niedir-sc pelos passos ensan güentados do sua via-cmcis, mas sim

pelo.s degraus a.sccnsionais de sua apo teose.

Apoteose custosa o lustrai —

quo êlc pagou ã usura de pungentes e dolorosas privações c cuja claridade foi brilhante como a cintila do relâmpago o temerosa como o re.spIenclor da tem pestade.

Para a escalada da culminância a que

êle subiu, as etapas se marcaram pelos

indeléveis, incon

livros e pelo.s ensaios que compôs; mas,

fundíveis

sobretudo, por essa monumental obra "Os Sertões", que o erigiu cm "mestre

dessa

personalidade sin

gular, cuja biografia, ao mesmo tempo esplendorosa e trágica, se teria de de senvolver entre a desventura no lar e a glória nas letra.s. Mais do que inútil, seria Impiedoso relembrar-lhe agora as amarguradas vicissitudes, ou, sequer, salientar-lhe as

surpreso ministro.

seu maior milagre em ter decorrido di reita 6 firme, profícua e rutilante, entre

linha, a outro debandou. Quem -era êsse revoltado? No laço de ferro que

derrotas e vitórias, entre o Gólgola e o Tabor, entre o nada e o infinito. ■ -rr - f

Filho que o Gênio costuma ser sempre o mais eloqüente protesto contra o Des

atitudes ~ traços

Mais adiante, ao toque de alto, a co luna parou; a outro toque fêz-se em

por fina

recentemente Cândido Níota

sassombro de suas

e.xtremas tão díspares; porque, no con ceito e.xato de Heinrich Heine, a gran deza da vida humana consiste em ser breve e cheia entre dois abismos; e o

quebrar ao joelho a carabina e atirou-a

Celebrando o centenário de Goethe, afirmou

máximo do nosso nacionalismo", na sen tença autorizada de Guilherme de Al meida.

É bem certo, entretanto, que contra êsse aresto, se o houvera conhecido, te

ria protestado o próprio Euclides da Cunha; pois, ao seu parecer, "Os Ser tões" era apenas "o livro bárbaro de sua mocidade, monstruoso poema de brutalidade e de força". Duvidando, porém, mais tarde, do acerto dêsse auto-

julganienlo e, porventura, inconformado com êle, apelava para o juízo distante — e por isso mesmo, talvez, mais insuspei

to — de Agustin de Vedia, em carta que -.v.

bem lhe traduzia a ansiosa expectativa: De qualquer maneira, é o primogênito do meu ospinto, enquanto críticos auda-

zcs afmjjam quo é o meu único livro. Sera verdade?" (5). Não, podemos responder eom segurança; nao é verdade - nomno

i

luslraram dêsse belo e r igoroso pr/nS-

genito os cadetes que se lhe seguiram de p^orto o quo so intilularam "Contrastes e

Confrontos , "A Margem da História" e

Peru versus Bo.u.a", Nenlum, dêles entretanto, logrou sobrelevar-se a "q! Sertões", que será sempre, sem contes tação passível, a obra má.\íma de Eucli des, o mais lídimo título de sua imor talidade; e isso porque o valor de um trabalho literário (ensiua-o Renó Doumic) tem que ser aferido e.xçlusivamente pela relevância das questõps que sus cita e pcla.s ressonâncias que desperta nas almas.

'

Ora, ali, naquelas páginas xmlcánicas, como as qualificou Oliveira Martins,

"porque, como os xmlcões, impetuosos : e explosivos", o leitor sente-se trans

portado, quase corporalmente, para as caatingas imensas e ressequidas para

05 chapadões infindos, ponteados de cactos e c.hciados de garranchais e de cspinheiros, que sóis de foar>

e estiolam e que apresentam

0.5 seus elementos e em md

fenômenos, o espeticulo do

re.a sem igual,'^or.mdLehnent

substanciada com a Wdi

aspecto astronômico, geográfico'' gráfico".

^

®

A visão é estupenda. O desenrolar cma. Encanta e atemoriza. As paisa

continuo dos cenários deslumbra e alu-

gens desfilam - no atropôlo e na an gustia de um pesadelo, soberbas, mas ao mesmo tempo estonteantes pela suh


-T

Dicesto EcoNÓNaco

Digesto Econókhco

21

SO

vastidão, pela sua selvatiqueza e, pnn-

zes c dos longos dias amargos cios x-a-

queiros"; o dcícrto cpic, inopinadamcnte cipalmente, pela sua agressividade ima- inundado pela iKirrasca diltivial, den nente e invencível.

Os estios comburentes; os dias que se afogam nas noites sem transições e

sem crepúsculos; o fagclo desaustinante das sêcas; os aguaceiros torrenciais sobre de:ertos esbraseados; a flora c.xsicada.

tro cm breves dias se alapi la de amarílis e ostenta o cspli ndur trinnfante da

flora tropical; o martírio periódico do homem nasccrid ) do martírio secular do

seu pri dilelo — tudo isto é que forma e compõe "A terra", na qual

quase agonizante que crava as raízes no cresce e vi\'í', trabalha e luta. sofre o solo empedernido, como se foram garras morre "O homem de Os Sertões . em desespero; "os mandacarus esguics c "Êssc homem a quem falta a plástica sílentes aprumando os cauks circu.a- impecável, mpcno, a estrutura res, na nmetría impecável de enormes correlí.ssima odasdcs( organi/uvõcs atléticas. caiídelabros e, à meia-luz dos crepús culos, dando a ilusão emocionante de estranhos círios fincados a esmo no solo

e espalhados pelas chapadas;... os cbique-chiques fracionados em ramos fervilhantes de espinhos. rc'(:iir\'OS p rastei ros recamados de flores alvíssimas;. ..

as'cabeças-de-frade, • deselegantes p

É desgracioso, descmgnnçado, torto. Ilércides-Quasímodf), refle te no aspecto a fealdade típica dos fraco.s. O andar .sem firmeza, sem aprumo, quase gingan-

te c sinuoso, aparenta a translação cie membros

dcsarti'ulados.

Agra\'a-o

a

postura normalmente acurvada, num

monstruosas, corcadas de uma flor úni

manifestar de displicência que lhe dá

ca, intensamente rubra, e áparentand:), no' tamanho e no formato, a imagem sin

um caráter

gular de cabeças decepadas c sanguino-

lentas, jogadas por ali, ao léu, muna de sordem trágica;... a caatandiiva, mato

doente, dolorosamente caída sôbre o ter rível leito de cardo.s;... a palniatóriado-infcnio, opúncia de palmas diminutas diabòlicamente curiçadas de acúleo.s,

de humildade deprimente.

A pé, quando parado, rccosta-se invariàvelmente ao primeiro umbral ou pa

rede que encontra ; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela.

Caminhando, mesmo a passo rá

pido, não traça trajetória retilínca c fir

com o vivo carmim das coclionillias que alimentam;. as leguminosus, de radí-

lear caractcríslico, de que parecem ser o

culas atrofiadas, cutas vagens, na deis-

traço geométrico os meandros cias trilhas

-ncía perfeita, se abrem, estalando w-

me. Avança cèlcremcnte, num bambo-

sertanejas. 12, se na marclia estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um ci

«mentc5, e cujas fluradas.

..íssimo que exalam, cnain anteparo,

■ wantam t* arquciam cmno tendas in'ecis

'-•/•^•^gnardá-las

Ir^as ciüedas bruscas da teuiperatu-

urnbuzeii'^' "arvore sagrada do

Zvtáo s^i^.

lioras feli.

mem permanentemente fatigado.

flete a preguiça

Re

invencível, a atonia

muscular perene cm tudo: na palavra rc-

morada, no gesto contrafcito, no andar

ca, quando, nas margens ensangüenta

das do Vasa-Barris, "a igreja sinistra bojava cm relevo sôbre o casario em ruí nas; c, impávidos ante as balas que sô

dcsapnimado, na cadência langorosa das

bre êlcs LXJm crgiam, viam-se, no res-

mndinlui.s, na tendência constante á imo-

plcndor fugaz das fuzilarias, dcslizando-

bilídado e à nuielude. Entretanto, toda essa aparénci.i de can aço ilude. Nada

Ihc pelas paredes e entulhos, subindo-

6 mais surpreendente do mie \-é-la de saparecer de impro\'iso. Naqnc-la orga nização coinb:ilida operani-.se,

em se

llie pcias torres derrocadas ou caindo

por elas abaixo, de borco, presos aos blocos disjungidjs, como titãs fulmina-

do.s ao coruscar dos mios, aqueles ru

gundos, transmutações completas. Bas ta o aparecimento dc qualcjuer inciden

des patrícios indomáveis".

te cxigindo-ihe o desencadear das ener gias adormecidas. O homem transfigu ra-se. Impertíga-se, esladcando novos

dosa, horripilante carnificina. "Canudos não se rendeu. Exemplo único em tôda

relevos,

gesto;

novas linhas na estatura e no

e a cabeça firma-se-Ihe,

aclarada

pelo olliar

alta,

de.^assombrado e

forte; e corrigem-sc-lbo, prestes, muna

Sobrevóm então o epílogo da impie a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, caiu quando caíram os seus últimos de

fensores — que todos morreram. E eram quatro apenas: um velho, dois ho

descarga nervosa instantânea, todos os

mens feitos e uma criança — diante dos

efeitos do rela.vamento habitual dos ór

quais nigiam raivosamente cinco mil sol

gãos; 6 da figura vulgar do tabarcu acbamboado reponta, ínesperadaniGnte,

dados". Depois... "removida breve ca mada de terra, apareceu no triste sudário

o aspecto

de um lençol imundo, no qual mãos pie

dominador dc um titã aco-

breado e potente, num desdobramento inerperado de fórça e agilidade extraor

dosas ha\-iam espalhado algumas flores murchas, repousando sôbre uma esteira

velha, de tábua, o corpo do "famigera-

dinárias."

Dessas atitudes clamorosamcuto con-

tradilórius; de.ssas premissas antitóticas

do e bárbaro agitador". Estava hedion do. Envolto no velho hábito azul de

irrompe, por estranho ilogismo, na evi dencia nieridiana dc um axioma, a con

brim americano, mãos cruzadas ao pei

clusão aparentemente paradoxal, mas in.sofismável e imperativa: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte".

Um forte, sim.

E, para comprová-

lo, eis "A luta", que chega e que vai clesenrolar-se, cruef e cruenta, destcme-

to, rosto tumefacto e esquálido, olhos fundos cheios de terra - mal o reconhe ceram os que mais de perto o haxàam

tratado durante a vida. Derenterraram-

no cuidadosamente. Dádiva preciosa, unico prêmio, únicos despojes opimos

garro, bater o isqueiro ou tramar ligeira winversa com um amigo, cai logo de có coras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que

rosa e desatinada, por entre duelos e ti

o ta guerra, faziam-se mister os máxirnos resguardes para que se não desar

roteios, por entre assaltos e emboscadas,

ticulasse ou deformasse, reduzindo-se a

todo o corpo lhe fica suspenso pelos de

nesses episódios de bravura, de feroci

uma massa

dos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a

dade e de fanatismo que se atropelam, se acumulam e desfecham afinal naque la cena dantesca, assombrosamente épi-

compostos. Fotografaram-no depois. E

um tempo ridícula e adorável. E' o ho-

angultonta de tecidos de

lavrou-se uma ata rigorosa, firmandoIhe a identidade: importava que o País -


-T

Dicesto EcoNÓNaco

Digesto Econókhco

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SO

vastidão, pela sua selvatiqueza e, pnn-

zes c dos longos dias amargos cios x-a-

queiros"; o dcícrto cpic, inopinadamcnte cipalmente, pela sua agressividade ima- inundado pela iKirrasca diltivial, den nente e invencível.

Os estios comburentes; os dias que se afogam nas noites sem transições e

sem crepúsculos; o fagclo desaustinante das sêcas; os aguaceiros torrenciais sobre de:ertos esbraseados; a flora c.xsicada.

tro cm breves dias se alapi la de amarílis e ostenta o cspli ndur trinnfante da

flora tropical; o martírio periódico do homem nasccrid ) do martírio secular do

seu pri dilelo — tudo isto é que forma e compõe "A terra", na qual

quase agonizante que crava as raízes no cresce e vi\'í', trabalha e luta. sofre o solo empedernido, como se foram garras morre "O homem de Os Sertões . em desespero; "os mandacarus esguics c "Êssc homem a quem falta a plástica sílentes aprumando os cauks circu.a- impecável, mpcno, a estrutura res, na nmetría impecável de enormes correlí.ssima odasdcs( organi/uvõcs atléticas. caiídelabros e, à meia-luz dos crepús culos, dando a ilusão emocionante de estranhos círios fincados a esmo no solo

e espalhados pelas chapadas;... os cbique-chiques fracionados em ramos fervilhantes de espinhos. rc'(:iir\'OS p rastei ros recamados de flores alvíssimas;. ..

as'cabeças-de-frade, • deselegantes p

É desgracioso, descmgnnçado, torto. Ilércides-Quasímodf), refle te no aspecto a fealdade típica dos fraco.s. O andar .sem firmeza, sem aprumo, quase gingan-

te c sinuoso, aparenta a translação cie membros

dcsarti'ulados.

Agra\'a-o

a

postura normalmente acurvada, num

monstruosas, corcadas de uma flor úni

manifestar de displicência que lhe dá

ca, intensamente rubra, e áparentand:), no' tamanho e no formato, a imagem sin

um caráter

gular de cabeças decepadas c sanguino-

lentas, jogadas por ali, ao léu, muna de sordem trágica;... a caatandiiva, mato

doente, dolorosamente caída sôbre o ter rível leito de cardo.s;... a palniatóriado-infcnio, opúncia de palmas diminutas diabòlicamente curiçadas de acúleo.s,

de humildade deprimente.

A pé, quando parado, rccosta-se invariàvelmente ao primeiro umbral ou pa

rede que encontra ; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela.

Caminhando, mesmo a passo rá

pido, não traça trajetória retilínca c fir

com o vivo carmim das coclionillias que alimentam;. as leguminosus, de radí-

lear caractcríslico, de que parecem ser o

culas atrofiadas, cutas vagens, na deis-

traço geométrico os meandros cias trilhas

-ncía perfeita, se abrem, estalando w-

me. Avança cèlcremcnte, num bambo-

sertanejas. 12, se na marclia estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um ci

«mentc5, e cujas fluradas.

..íssimo que exalam, cnain anteparo,

■ wantam t* arquciam cmno tendas in'ecis

'-•/•^•^gnardá-las

Ir^as ciüedas bruscas da teuiperatu-

urnbuzeii'^' "arvore sagrada do

Zvtáo s^i^.

lioras feli.

mem permanentemente fatigado.

flete a preguiça

Re

invencível, a atonia

muscular perene cm tudo: na palavra rc-

morada, no gesto contrafcito, no andar

ca, quando, nas margens ensangüenta

das do Vasa-Barris, "a igreja sinistra bojava cm relevo sôbre o casario em ruí nas; c, impávidos ante as balas que sô

dcsapnimado, na cadência langorosa das

bre êlcs LXJm crgiam, viam-se, no res-

mndinlui.s, na tendência constante á imo-

plcndor fugaz das fuzilarias, dcslizando-

bilídado e à nuielude. Entretanto, toda essa aparénci.i de can aço ilude. Nada

Ihc pelas paredes e entulhos, subindo-

6 mais surpreendente do mie \-é-la de saparecer de impro\'iso. Naqnc-la orga nização coinb:ilida operani-.se,

em se

llie pcias torres derrocadas ou caindo

por elas abaixo, de borco, presos aos blocos disjungidjs, como titãs fulmina-

do.s ao coruscar dos mios, aqueles ru

gundos, transmutações completas. Bas ta o aparecimento dc qualcjuer inciden

des patrícios indomáveis".

te cxigindo-ihe o desencadear das ener gias adormecidas. O homem transfigu ra-se. Impertíga-se, esladcando novos

dosa, horripilante carnificina. "Canudos não se rendeu. Exemplo único em tôda

relevos,

gesto;

novas linhas na estatura e no

e a cabeça firma-se-Ihe,

aclarada

pelo olliar

alta,

de.^assombrado e

forte; e corrigem-sc-lbo, prestes, muna

Sobrevóm então o epílogo da impie a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, caiu quando caíram os seus últimos de

fensores — que todos morreram. E eram quatro apenas: um velho, dois ho

descarga nervosa instantânea, todos os

mens feitos e uma criança — diante dos

efeitos do rela.vamento habitual dos ór

quais nigiam raivosamente cinco mil sol

gãos; 6 da figura vulgar do tabarcu acbamboado reponta, ínesperadaniGnte,

dados". Depois... "removida breve ca mada de terra, apareceu no triste sudário

o aspecto

de um lençol imundo, no qual mãos pie

dominador dc um titã aco-

breado e potente, num desdobramento inerperado de fórça e agilidade extraor

dosas ha\-iam espalhado algumas flores murchas, repousando sôbre uma esteira

velha, de tábua, o corpo do "famigera-

dinárias."

Dessas atitudes clamorosamcuto con-

tradilórius; de.ssas premissas antitóticas

do e bárbaro agitador". Estava hedion do. Envolto no velho hábito azul de

irrompe, por estranho ilogismo, na evi dencia nieridiana dc um axioma, a con

brim americano, mãos cruzadas ao pei

clusão aparentemente paradoxal, mas in.sofismável e imperativa: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte".

Um forte, sim.

E, para comprová-

lo, eis "A luta", que chega e que vai clesenrolar-se, cruef e cruenta, destcme-

to, rosto tumefacto e esquálido, olhos fundos cheios de terra - mal o reconhe ceram os que mais de perto o haxàam

tratado durante a vida. Derenterraram-

no cuidadosamente. Dádiva preciosa, unico prêmio, únicos despojes opimos

garro, bater o isqueiro ou tramar ligeira winversa com um amigo, cai logo de có coras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que

rosa e desatinada, por entre duelos e ti

o ta guerra, faziam-se mister os máxirnos resguardes para que se não desar

roteios, por entre assaltos e emboscadas,

ticulasse ou deformasse, reduzindo-se a

todo o corpo lhe fica suspenso pelos de

nesses episódios de bravura, de feroci

uma massa

dos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a

dade e de fanatismo que se atropelam, se acumulam e desfecham afinal naque la cena dantesca, assombrosamente épi-

compostos. Fotografaram-no depois. E

um tempo ridícula e adorável. E' o ho-

angultonta de tecidos de

lavrou-se uma ata rigorosa, firmandoIhe a identidade: importava que o País -


Diciisto

22

se convencesse bem de que eslava afi

O tabaréu c o jagunço, o xmqueirq e

nal extinto aquele terribilísslmo anlago-

o seringueiro, do mesmo modo que o

nista.

ambiente em que èlcs moram e exer

Restituíram-no à cova. Pensa

ram, porém, depois, em lhe guardar a cabeça tantas vezes maldita — e, como

fôra malbaratar

o tempo exumando-o

cem as suas agrestes atividades — dos pampas do Sul aos igapós do Acre — vivem-lhe na mente,

cslainpam-se-lhe

de novo, uma espada jeitosamente bran dida, naquela mesma atitude, cortou-

na retina c vêm dccalear-sc-lbe na es crita t^im a exatidão do um daguerreo

lha; e a face horrenda, empaslada de

tipo, com o frescor, o colorido e n \v vacidade de um painel pintado por m&o

escaras e de sânie, apareceu ainda uma vez ante aqueles triunfadores... Trou

de mestre.

Dxcksto Econômico

tros favos doirados, dc insuperável sa bor. Dc rcfiiência aos seringais c aos canchciros, rcleanios, 'por exemplo, esta passagem dc "A Margem da História": No terreiro amplo, acabando na cris ta da barranca e caindo em lalude vivo

sôbro o rio, uma agitação animadora e

álacre: carregadores posmntos passando cm longas fí.as .succssixas, arcados sob as pranchas de caucho; administradores

sa

cntrcpôsto comercial de qualquer cida de da costa. Nada lhe falta ao engano;

o longo balcão de pinho abarreirando a sala principal e cerrando o recinto, on de se aprumam as prateleiras atestadas dc mercadorias; os empregados solícitos, atentos às ordens do guarda-livros cor retíssimo, que o cumprimentou ao en trar c volveu logo à sua escrita, acur\-a-

do sobre a secretaria inclinada; o copo

ali\"Os rompendo dos portos do andar térreo c correndo para tôdas as bandas,

"chicha" tradicional; a folhinha artísti

para os armaz^éns rcfertos de conservas

ca ao lado, marcando o dia certo do

dc cerveja que lhe oferecem ao invés da

xeram depois para o litoral, onde dtlira-

E' um retratista exímio e um pais*-

vam multidões em.festa, aquele crânio.

gista consumado. Dêlo poderíamos re

Que a ciência dissesse a última palavra.

petir,

Ali estavam, no relêvo de circunvolu-

mãos expertas o vocabulário à a palett

ções expressivas, as linhas essenciais do

mágica onde o pincel vai encontrar, a© icxx talante, Iddas as còrcs, todos os ma

a: achas e os machetes. Embai.xo, no

tizes e tôdas as nuunças que lhe facul tam a representação vivida, flagrante

I mbarcadero", coaihaelo das ubás ve

tura requintada e culta de um fonógrafo gaguejando, emperradamenle, naque

lozes, onde as tanganas fisgam vivamen

le fundo de desertos, uma ária predi

crime e da loucura".

Os demais escritos de Euclídcs con firmam todos, sem falhas e sem desli

zes, 05 seus legítimos créditos de pensa dor de sentimentos sadios e fecundosde publicista de verdades vivificanles c

sugestões proveitosas ; de cidadão e pa triota de críticas construtivas e empreen dimentos progressistas.. Excluem-se, ^XClUCm-SC portanto, da categoria dêsses outros li vros VIW9 — infelizmente tão iuv superabundanaupertiDunclantes - que J. Calvet ferreteia com o es k. — ^

~

T

^

é

«

tigma de negativos: livros negativos de fato, porque - carecidos de ideais c de objetivos sérios - se exaustam em

fazer estilo sôbre assuntos insignifican tes ou mesquinhos; e, assim, o maior

prêmio de que se logram é espairecer o leitor ocioso, cujo afazer único consista

em estar perdendo o seu próprio tem po. (6). Analisados, pois, em seu conjunto, o

que transparece que traiisp''''-^^

dêsses outros trabalhos iraDaihos

é o mesmo intenso

de Euclides é o mesmo intenso carinho, a mesma indefectível dedicação pela nossa terra e pelo nosso homem, peb Brasil e pelo brasileiro

sem hipérbole,

que nas suas

realística, das figuras e dos cenários sob suas vistas.

Rien n'e.st hcau qtie le vrai — terto êle aprendido de Boilcau .

Com um pormcnor recompõe um epi sódio; com uma visada, rcvoca uma

biôncia,

reconstitui uma paragem,

traça uma perspectiva.

Com um

to, com uma palavra — surpreendidos de relance — restitui um temperamento, revivcsce um caráter,

reanima tôda »

plôíado de .séres vivos, de homens d* came e de sangue que desfilam ante * sua imaginação ardente c convulsa,

pleno tumultuar da vida, com o irnpressionante realismo de um dêsses modcr nos filmes em tccnicolor, aos quais PierTO Dournes, exageradamente tal\-eí«

atribui o maravilhoso condão de encar toar o móbil no imutável, o instantâno^ no sempiterno.

DocumenteiTio.s, porém, este nòsso as» sêrto, recorrendo mais uma vez à colmeia inexaurível da literatura euclidia

na, da qual vamos estinhar alguns ou*

ou para as tendas fulgurantes, onde es-

txidulam malhos e bigornas, reparando

te os ares, vozeia a algazarra dos práti cos e proeiros c c.spalmam-se nas águas as balsas feitas exclusivamente de can-

cho, fcrmando-se sobre o "caminho que marcW a "mercadoria que conduz os

ano; os jornais de Manaus e de Lima; e até — o que é in\'erossímil — a tor

leta de tenor famoso".

Se preferirmos um quadro sugestivo do Alto Perus, contemplemos, de olhos cerrados, esta tapera que o abandono e a floresta vão consumindo: "Fôra um

condutores". E em todo o correr da la

pôsto de primeira ordem. Saltamos pa

deira que dali serpeia até ém címá, os saias vermelhas e os corpinhos brancos das choias graciosas de Iquitos, pasiundo

ra o examinar; e, xdngando a custo a barraca mal gradada, descobrindo em cima o velho caminho invadido de vas

o entrecruzando-se

num • embandeira-

mento festivo. O viajante atravessa os grupos agitados e as surpresas não ces

sam. Galga a escada que o leva à va randa da frente, para onde dão os princi

souras bravas, chegamos ao terreiro on

de o matagal inextricável ia peneirando e cobrindo os acervos de vazilhas ve lhas, ferragens repugnantes, restos de

ferramentas e ciscalhos em montes dei

xados pelos prófugos habitantes. A casa principal, defronte, meio destruída, te o descmpcnado sôbre os rijos tacões de . tos abatidos, paredes inoombentes'e a pais repartimentos da vivenda. No al

to, o cancheiro — um triunfador jovial

, ^

suas botas de mateiro — recebe-o ruido

samente, abrindo-lhe de par em par as portas, numa hospitalidade espetacuiosa

tombarem, despegando-se aos dos esteios desaprumados, figurava-se sustida

nas pelas lianas que lhe irrompiam^^e.

o franca. E completa-se o encanto. Ex tinta a noção do tempo ou do longo es paço de milhares do quilômetros gastos no sulcár os rios solitários para atingir aquela estância longínqua, o forasteiro

todos os ladós, furando-lhe a cobertura, enioando-se-lhe nas vigas vacilantes, enleando-se-lhe amarrando-lhas e estirando-se, à feição de cabos, até às árvores mais próximas, onde se enlaçavam, impedindo-lhe o de

insenslvelmente

sabamento completo, e as vivendas me-

se imagina em algum


Diciisto

22

se convencesse bem de que eslava afi

O tabaréu c o jagunço, o xmqueirq e

nal extinto aquele terribilísslmo anlago-

o seringueiro, do mesmo modo que o

nista.

ambiente em que èlcs moram e exer

Restituíram-no à cova. Pensa

ram, porém, depois, em lhe guardar a cabeça tantas vezes maldita — e, como

fôra malbaratar

o tempo exumando-o

cem as suas agrestes atividades — dos pampas do Sul aos igapós do Acre — vivem-lhe na mente,

cslainpam-se-lhe

de novo, uma espada jeitosamente bran dida, naquela mesma atitude, cortou-

na retina c vêm dccalear-sc-lbe na es crita t^im a exatidão do um daguerreo

lha; e a face horrenda, empaslada de

tipo, com o frescor, o colorido e n \v vacidade de um painel pintado por m&o

escaras e de sânie, apareceu ainda uma vez ante aqueles triunfadores... Trou

de mestre.

Dxcksto Econômico

tros favos doirados, dc insuperável sa bor. Dc rcfiiência aos seringais c aos canchciros, rcleanios, 'por exemplo, esta passagem dc "A Margem da História": No terreiro amplo, acabando na cris ta da barranca e caindo em lalude vivo

sôbro o rio, uma agitação animadora e

álacre: carregadores posmntos passando cm longas fí.as .succssixas, arcados sob as pranchas de caucho; administradores

sa

cntrcpôsto comercial de qualquer cida de da costa. Nada lhe falta ao engano;

o longo balcão de pinho abarreirando a sala principal e cerrando o recinto, on de se aprumam as prateleiras atestadas dc mercadorias; os empregados solícitos, atentos às ordens do guarda-livros cor retíssimo, que o cumprimentou ao en trar c volveu logo à sua escrita, acur\-a-

do sobre a secretaria inclinada; o copo

ali\"Os rompendo dos portos do andar térreo c correndo para tôdas as bandas,

"chicha" tradicional; a folhinha artísti

para os armaz^éns rcfertos de conservas

ca ao lado, marcando o dia certo do

dc cerveja que lhe oferecem ao invés da

xeram depois para o litoral, onde dtlira-

E' um retratista exímio e um pais*-

vam multidões em.festa, aquele crânio.

gista consumado. Dêlo poderíamos re

Que a ciência dissesse a última palavra.

petir,

Ali estavam, no relêvo de circunvolu-

mãos expertas o vocabulário à a palett

ções expressivas, as linhas essenciais do

mágica onde o pincel vai encontrar, a© icxx talante, Iddas as còrcs, todos os ma

a: achas e os machetes. Embai.xo, no

tizes e tôdas as nuunças que lhe facul tam a representação vivida, flagrante

I mbarcadero", coaihaelo das ubás ve

tura requintada e culta de um fonógrafo gaguejando, emperradamenle, naque

lozes, onde as tanganas fisgam vivamen

le fundo de desertos, uma ária predi

crime e da loucura".

Os demais escritos de Euclídcs con firmam todos, sem falhas e sem desli

zes, 05 seus legítimos créditos de pensa dor de sentimentos sadios e fecundosde publicista de verdades vivificanles c

sugestões proveitosas ; de cidadão e pa triota de críticas construtivas e empreen dimentos progressistas.. Excluem-se, ^XClUCm-SC portanto, da categoria dêsses outros li vros VIW9 — infelizmente tão iuv superabundanaupertiDunclantes - que J. Calvet ferreteia com o es k. — ^

~

T

^

é

«

tigma de negativos: livros negativos de fato, porque - carecidos de ideais c de objetivos sérios - se exaustam em

fazer estilo sôbre assuntos insignifican tes ou mesquinhos; e, assim, o maior

prêmio de que se logram é espairecer o leitor ocioso, cujo afazer único consista

em estar perdendo o seu próprio tem po. (6). Analisados, pois, em seu conjunto, o

que transparece que traiisp''''-^^

dêsses outros trabalhos iraDaihos

é o mesmo intenso

de Euclides é o mesmo intenso carinho, a mesma indefectível dedicação pela nossa terra e pelo nosso homem, peb Brasil e pelo brasileiro

sem hipérbole,

que nas suas

realística, das figuras e dos cenários sob suas vistas.

Rien n'e.st hcau qtie le vrai — terto êle aprendido de Boilcau .

Com um pormcnor recompõe um epi sódio; com uma visada, rcvoca uma

biôncia,

reconstitui uma paragem,

traça uma perspectiva.

Com um

to, com uma palavra — surpreendidos de relance — restitui um temperamento, revivcsce um caráter,

reanima tôda »

plôíado de .séres vivos, de homens d* came e de sangue que desfilam ante * sua imaginação ardente c convulsa,

pleno tumultuar da vida, com o irnpressionante realismo de um dêsses modcr nos filmes em tccnicolor, aos quais PierTO Dournes, exageradamente tal\-eí«

atribui o maravilhoso condão de encar toar o móbil no imutável, o instantâno^ no sempiterno.

DocumenteiTio.s, porém, este nòsso as» sêrto, recorrendo mais uma vez à colmeia inexaurível da literatura euclidia

na, da qual vamos estinhar alguns ou*

ou para as tendas fulgurantes, onde es-

txidulam malhos e bigornas, reparando

te os ares, vozeia a algazarra dos práti cos e proeiros c c.spalmam-se nas águas as balsas feitas exclusivamente de can-

cho, fcrmando-se sobre o "caminho que marcW a "mercadoria que conduz os

ano; os jornais de Manaus e de Lima; e até — o que é in\'erossímil — a tor

leta de tenor famoso".

Se preferirmos um quadro sugestivo do Alto Perus, contemplemos, de olhos cerrados, esta tapera que o abandono e a floresta vão consumindo: "Fôra um

condutores". E em todo o correr da la

pôsto de primeira ordem. Saltamos pa

deira que dali serpeia até ém címá, os saias vermelhas e os corpinhos brancos das choias graciosas de Iquitos, pasiundo

ra o examinar; e, xdngando a custo a barraca mal gradada, descobrindo em cima o velho caminho invadido de vas

o entrecruzando-se

num • embandeira-

mento festivo. O viajante atravessa os grupos agitados e as surpresas não ces

sam. Galga a escada que o leva à va randa da frente, para onde dão os princi

souras bravas, chegamos ao terreiro on

de o matagal inextricável ia peneirando e cobrindo os acervos de vazilhas ve lhas, ferragens repugnantes, restos de

ferramentas e ciscalhos em montes dei

xados pelos prófugos habitantes. A casa principal, defronte, meio destruída, te o descmpcnado sôbre os rijos tacões de . tos abatidos, paredes inoombentes'e a pais repartimentos da vivenda. No al

to, o cancheiro — um triunfador jovial

, ^

suas botas de mateiro — recebe-o ruido

samente, abrindo-lhe de par em par as portas, numa hospitalidade espetacuiosa

tombarem, despegando-se aos dos esteios desaprumados, figurava-se sustida

nas pelas lianas que lhe irrompiam^^e.

o franca. E completa-se o encanto. Ex tinta a noção do tempo ou do longo es paço de milhares do quilômetros gastos no sulcár os rios solitários para atingir aquela estância longínqua, o forasteiro

todos os ladós, furando-lhe a cobertura, enioando-se-lhe nas vigas vacilantes, enleando-se-lhe amarrando-lhas e estirando-se, à feição de cabos, até às árvores mais próximas, onde se enlaçavam, impedindo-lhe o de

insenslvelmente

sabamento completo, e as vivendas me-

se imagina em algum


wmmm DiCBfiTO

-24

Económioo

CíiCESTO

Eco.n-ómico

25

simpático vespertino "A Gazela", para rcprcduzir. da sua edição de 9 de outu

nos, nada mais vi relanccando o cenário

e nos problemas da nacionalidade — a

se, desaparecendo a pouco e pouco na

bro dc 19'15, esta descrição, ato aquela

que o crepúsculo cntrislcccdoramcnle

excogitar e a sonhar

contrição inesístível da mata, que re

data inédita, de um pedaço désle nosso

empastara".

para êstc nosso Brasil um radioso. e in

conquistava o seu terreno primitivo".

querid.á território patilista: "Cheguei à

nores, anexas, cobertas de trepadeiras exuberando florasão ridente, apagavam-

Bem compreendo que c temivj dc pôr

Ou, então, admiremos em "Contrastes

estância solitária ao cair da noite, c.xaus-

e C-nfrontos" o espetáculo noturno da

to dc fadiga, ao cai)o do dez boras a Ro

baía do Rio de Janeiro, nas crônicas

dc marcha aos baléns, ]ifílo.s horocolós de

sombrias da Revolta da Armada, cm

um desvairado atalho do mais antigo e

1893:

esquecido caminho dc rodagem do Bra

desde logo vos tereií apercebido, de ater-

sil. E, certo, a não faltar ainda longo

rnc ao conselho dc 1' rancisco Pati, para

"Atravessando a noite como dardos, cs feixes de luz de refletor elétrico do

Morro da Glória desatavam-se no espa ço, divergentes e longos, fazendo surgir

termo a esta conferência — cuja exten

são só se explica c se justifica pelo de

sígnio cem que a elaborei, e do qual

mas não trepida componentes du

riam revestir-se "de caráter mais práti

nos.sos verdadeiros heróis".

noite aquelas veredas epic os tabocais

co, sem dú\ida mais eficiente, liniitan-

ra;_ mais à frente Niterói adormecida; a

(7).

guindo-se no volver da paisagem móvel e fantástica; distendendo, a súbitos, num

so que se me oferecera. Na verdade, era preferível qualquer rancho aberto dc tropeircs, varado das chuvas e dos ven tos, àquela tapera desgostante. - Como tantas outras, que se topam de longe em longe, ao longo dos txilhos multívios

Nfio quero, evidentemente, arrogarmo essa difícil virtuosidade oratória; as-

seguro-vo.s, porém, que procurei ler, do melhor modo que me foi possível, as te acabastes de ouvir e que, cm parto

ao menos, vos pouparam ao enfado de

go depois, devagar, pelos pendores dos cerros; estirando-se por fim, em distensãp máxima, até Magé, ao fundo da

decaída: desgracioso casarão antigo,

uma palavra que os ano.s já descoloriram

paredes esbarcinadas e pensas sob teRia-

e desgastaram.

baía. E dali voltando, lentos, perquirindo, na marcha fulgurante, um por

do levadio de beirais caídos, bojando no recôsto de um morro, no breve claro de

Mas porque os velhos têm sempre al go a contar do seu passado c folgam

um carrascal branco. À frente da porta

inocentemente em faze-lo, permiti que,

principal, sobre um monte de seixos, um

em remate desta pale.stra, vos faça con fidentes de uma reminiscência toda pes

pole, meio derruída, naquela ponta de granito arremessada fora das ondas; dei xando-a e pondo uma nesga de luar er

rante sobre o convés revôltq da "Gua nabara"; deslizando dali para o costada arrombado da "Trajano"; % passando a

tropalho de um sudário em liras. A uma banda, à esquerda, uma tiguera pobre de mandiocal raquítico, onde fôra vastf pomar aprazível. A outra, adivinha vam-se os restos de um jardim invadido de samambaias.

Ao fundo,

desmoro

pírito naquele lôr\o caudal de apreen sões, dc ameaças e de perigos que, das bandas do Pacífico,

\'inha investindo

contra a bacia amazônica — aí ficou pa ra comprová-lo o e.xemplar dêsse ií\to

que lhe pertenceu e hoje enriquece as

minhas estante.s, eni cuias páginas (e do capítulo intitulado

"Conflito inevitável") êle assinalou os

daquele trato de São Paulo, ela me pa recia como um espantalho de grandeza

cruzeiro alto sacudindo ao vento o es-

Quo êle houvesse lido e relido "Con trastes e Confrontos", abcberando o es

sobretudo na^

ta de uma praia remota; resvalando lo

cando-se um instante sobre a illia das Cobras; e mostrando uma visão de Acró-

em arrolar entre os "grande maioria de

páginas euclidianas que tão at( ntamen-

coruscar repentino de areias claras, a fi

um, todos os pontos fortificados; demo-

patrícios — prestimosos no seu insopitávcl lirismo cín íco — que Euclides da Cunha chama de "qua e anônimos'\

quem estas comcmoraç-õcs anuais deve do-sc, de preferência, à leitura pública do "Ó.s Sertões" - feita em voz alia por especialistas na arte de dcclainação".

angras, todas as angustuxas, tôdas as ilhas, uma por uma, reponlando e extin

superável futuro de riqueza, de poder e de progresso. Pertencia, sem dúvida, à cla.sse, dia a dia rarcante, desses com-

cstirão dc três léguas para ir-se a Areias ou não serem dc lodo impraticáveis à

cegavam invadindo-as — eu teria prosno giro amplíssimo - de súbito aclara seguido suplantando o cansaço, fugindo, dos e logo desaparecendo — além os na vios de guerra numa passividade traido- ■ á espora feita, do mal-assombrado pou Armação sinistra e dererta; e todas as

incessantemente

soal, que, generosos, não levareis à con

trechos mais impressivos e vibrantes com duplos traços marginais. Nascera-lhe daí, porventura, o arro

jado plano de uma estrada de ferro, que, atravessando o País em tôda a sua ex tensão — das fronteiras do Rio Grande

aos confins do Amazonas — incorporas-

•se de fato à comunidade social e polí

ta de vaidosa ou de impertinente.

tica da Nação — pela facilidade de co

No transcurso do primeiro decênio dêste século vivia na cidade de Franca

interesses e pela mais estreita aliança

um medico, dc larga nomeada na zona, o Dr. Eduardo de Oliveira Martins,

municações, pelo maior intercâmbio de

dar. almas — as vastas e longínquas re

giões do Alto Perus, do Alto Juruá e do Acre, sòbre as quais, até então,.- somente

outroâ pontc.s, banhando-se, um a um, •no fulgor tranqüilo e forte - feito um olhar olímpico da Lei, insistente e fixo.

nando, o terreiro de pedra, feito enorme muradal de lágeas disjungidas. Mais longe, por todos os lados, cobrindo a morraria até ao pino, os galhos caótic^^

cujo-, clientes e cuios amigos, igualmen te numerosos, se espalhavam por todos os municípios convizinhos. E' que, além de profissional compe

5Ôbre os combatentes."

e sem folhas de um vasto cafèzal sêc<^

tente e dedicado, o Dr. Oliveira Mar

e justificou o ousado cometimento; e lá

de cem anos.

tins era uma patriota idealista e apaixo

se foi para o Rio de Janeiro, a fini de pleitear, perante o Congresso da Repú-

E, para finalizar, peçamos ,vênia ao

Nada mais.

Pelo mC"

nado, sempre atento aos acontecimentos

a contiguídade geográfica indiciava vi gorar a soberania do Brasil.

Em folheto que fêz imprimir, expôs


wmmm DiCBfiTO

-24

Económioo

CíiCESTO

Eco.n-ómico

25

simpático vespertino "A Gazela", para rcprcduzir. da sua edição de 9 de outu

nos, nada mais vi relanccando o cenário

e nos problemas da nacionalidade — a

se, desaparecendo a pouco e pouco na

bro dc 19'15, esta descrição, ato aquela

que o crepúsculo cntrislcccdoramcnle

excogitar e a sonhar

contrição inesístível da mata, que re

data inédita, de um pedaço désle nosso

empastara".

para êstc nosso Brasil um radioso. e in

conquistava o seu terreno primitivo".

querid.á território patilista: "Cheguei à

nores, anexas, cobertas de trepadeiras exuberando florasão ridente, apagavam-

Bem compreendo que c temivj dc pôr

Ou, então, admiremos em "Contrastes

estância solitária ao cair da noite, c.xaus-

e C-nfrontos" o espetáculo noturno da

to dc fadiga, ao cai)o do dez boras a Ro

baía do Rio de Janeiro, nas crônicas

dc marcha aos baléns, ]ifílo.s horocolós de

sombrias da Revolta da Armada, cm

um desvairado atalho do mais antigo e

1893:

esquecido caminho dc rodagem do Bra

desde logo vos tereií apercebido, de ater-

sil. E, certo, a não faltar ainda longo

rnc ao conselho dc 1' rancisco Pati, para

"Atravessando a noite como dardos, cs feixes de luz de refletor elétrico do

Morro da Glória desatavam-se no espa ço, divergentes e longos, fazendo surgir

termo a esta conferência — cuja exten

são só se explica c se justifica pelo de

sígnio cem que a elaborei, e do qual

mas não trepida componentes du

riam revestir-se "de caráter mais práti

nos.sos verdadeiros heróis".

noite aquelas veredas epic os tabocais

co, sem dú\ida mais eficiente, liniitan-

ra;_ mais à frente Niterói adormecida; a

(7).

guindo-se no volver da paisagem móvel e fantástica; distendendo, a súbitos, num

so que se me oferecera. Na verdade, era preferível qualquer rancho aberto dc tropeircs, varado das chuvas e dos ven tos, àquela tapera desgostante. - Como tantas outras, que se topam de longe em longe, ao longo dos txilhos multívios

Nfio quero, evidentemente, arrogarmo essa difícil virtuosidade oratória; as-

seguro-vo.s, porém, que procurei ler, do melhor modo que me foi possível, as te acabastes de ouvir e que, cm parto

ao menos, vos pouparam ao enfado de

go depois, devagar, pelos pendores dos cerros; estirando-se por fim, em distensãp máxima, até Magé, ao fundo da

decaída: desgracioso casarão antigo,

uma palavra que os ano.s já descoloriram

paredes esbarcinadas e pensas sob teRia-

e desgastaram.

baía. E dali voltando, lentos, perquirindo, na marcha fulgurante, um por

do levadio de beirais caídos, bojando no recôsto de um morro, no breve claro de

Mas porque os velhos têm sempre al go a contar do seu passado c folgam

um carrascal branco. À frente da porta

inocentemente em faze-lo, permiti que,

principal, sobre um monte de seixos, um

em remate desta pale.stra, vos faça con fidentes de uma reminiscência toda pes

pole, meio derruída, naquela ponta de granito arremessada fora das ondas; dei xando-a e pondo uma nesga de luar er

rante sobre o convés revôltq da "Gua nabara"; deslizando dali para o costada arrombado da "Trajano"; % passando a

tropalho de um sudário em liras. A uma banda, à esquerda, uma tiguera pobre de mandiocal raquítico, onde fôra vastf pomar aprazível. A outra, adivinha vam-se os restos de um jardim invadido de samambaias.

Ao fundo,

desmoro

pírito naquele lôr\o caudal de apreen sões, dc ameaças e de perigos que, das bandas do Pacífico,

\'inha investindo

contra a bacia amazônica — aí ficou pa ra comprová-lo o e.xemplar dêsse ií\to

que lhe pertenceu e hoje enriquece as

minhas estante.s, eni cuias páginas (e do capítulo intitulado

"Conflito inevitável") êle assinalou os

daquele trato de São Paulo, ela me pa recia como um espantalho de grandeza

cruzeiro alto sacudindo ao vento o es-

Quo êle houvesse lido e relido "Con trastes e Confrontos", abcberando o es

sobretudo na^

ta de uma praia remota; resvalando lo

cando-se um instante sobre a illia das Cobras; e mostrando uma visão de Acró-

em arrolar entre os "grande maioria de

páginas euclidianas que tão at( ntamen-

coruscar repentino de areias claras, a fi

um, todos os pontos fortificados; demo-

patrícios — prestimosos no seu insopitávcl lirismo cín íco — que Euclides da Cunha chama de "qua e anônimos'\

quem estas comcmoraç-õcs anuais deve do-sc, de preferência, à leitura pública do "Ó.s Sertões" - feita em voz alia por especialistas na arte de dcclainação".

angras, todas as angustuxas, tôdas as ilhas, uma por uma, reponlando e extin

superável futuro de riqueza, de poder e de progresso. Pertencia, sem dúvida, à cla.sse, dia a dia rarcante, desses com-

cstirão dc três léguas para ir-se a Areias ou não serem dc lodo impraticáveis à

cegavam invadindo-as — eu teria prosno giro amplíssimo - de súbito aclara seguido suplantando o cansaço, fugindo, dos e logo desaparecendo — além os na vios de guerra numa passividade traido- ■ á espora feita, do mal-assombrado pou Armação sinistra e dererta; e todas as

incessantemente

soal, que, generosos, não levareis à con

trechos mais impressivos e vibrantes com duplos traços marginais. Nascera-lhe daí, porventura, o arro

jado plano de uma estrada de ferro, que, atravessando o País em tôda a sua ex tensão — das fronteiras do Rio Grande

aos confins do Amazonas — incorporas-

•se de fato à comunidade social e polí

ta de vaidosa ou de impertinente.

tica da Nação — pela facilidade de co

No transcurso do primeiro decênio dêste século vivia na cidade de Franca

interesses e pela mais estreita aliança

um medico, dc larga nomeada na zona, o Dr. Eduardo de Oliveira Martins,

municações, pelo maior intercâmbio de

dar. almas — as vastas e longínquas re

giões do Alto Perus, do Alto Juruá e do Acre, sòbre as quais, até então,.- somente

outroâ pontc.s, banhando-se, um a um, •no fulgor tranqüilo e forte - feito um olhar olímpico da Lei, insistente e fixo.

nando, o terreiro de pedra, feito enorme muradal de lágeas disjungidas. Mais longe, por todos os lados, cobrindo a morraria até ao pino, os galhos caótic^^

cujo-, clientes e cuios amigos, igualmen te numerosos, se espalhavam por todos os municípios convizinhos. E' que, além de profissional compe

5Ôbre os combatentes."

e sem folhas de um vasto cafèzal sêc<^

tente e dedicado, o Dr. Oliveira Mar

e justificou o ousado cometimento; e lá

de cem anos.

tins era uma patriota idealista e apaixo

se foi para o Rio de Janeiro, a fini de pleitear, perante o Congresso da Repú-

E, para finalizar, peçamos ,vênia ao

Nada mais.

Pelo mC"

nado, sempre atento aos acontecimentos

a contiguídade geográfica indiciava vi gorar a soberania do Brasil.

Em folheto que fêz imprimir, expôs


If Dicesto EcoNÓNnco

20

blica, o privilégio para a grandiosa cons

Mas — coisa curiosa — até hoje ninguém

trução.

me havna externado ô.ssc juízo.

Desempenhava eu, nessa época, o meu primeiro mandato de deputado fe

meus senhores, quo eu vi o ouvi Eucli

deral; e, dadas as minhas relações pes soais com o Dr. Oliveira Martins, fui por êle incumbido de defender na Câ

mara, quando por ela transitasse, o res pectivo projeto de lei. Para melhor capacitar-me do assunto e de sua rele

vância econômica e estratégica, quis ôle que eu tivesse um encontro e uma con

ferência com Euclides da Cunha - |á comprometido a apoiar-lhe e a prestigiar-lhe a iniciativa. Em consecmíncia ajustou reunir-nos os três num almôço, que logo depms se realizou em niodesló restaurante da praia do Ipanema - a êsse tempo mal entreaberta ainda à ur-

rrSsa""""™"'"'

UioKMo

seus governantes. Incrédula â fôrça de

•ser ludibriada, cia continua a interrogar:

Pois foi assim, cxmas. senhoras e

Não será essa mais uma mentira do Go-

des — no único ensejo em que as nos sas existências se cruzaram c os nossos pensamentos se comunicaram...

Não... não 6 bem assim; porque os nossos pen:amentos, esses, já se haviam

encontrado desde o ano clc 1897, quan do eu, em plena juventude, na data de 3 de abril daquele ano, escrevia n' "A

Lei" — semanário quo, com Washington Luís e Joaquim Cclidonio Júnior, redi gia na minha cidade natal — as seguin tes linhas inflamadas de arrogante pugnacidadc: "Canudos, o burgo jclva-

tentiva.

olhos tnstonhcs, interrogou: Mas dêsse meu hvro, que o senhor lio bem de monstra conhecer, qual foi o capitulo

que mais lhe agradou ?... E eu respoudi sem pausa e sem hesitação: O últi

mo; aquêle que, em duas linhas ape nas, lhe encerra a suprema, corajosa li ção: E que ainda não existe um Mandsley para as loucuras e os crimes das nacionalidades".

Ao que êle retrucou, após alguns ins tantes de silêncio; O senhor tem razão.

Pátria e a vindita da Nação I"

Canudos.

conseguinte, ainda cm pleno domínio da

E' possível que hoje, dez lastros de corridos, quando o tempo e as desilu

monarquia,

sões já me aplacaram a trovejante com-

Dcsclc essa época, c, par tinha elo formado o seu

Santo é, neste momento, o foco para on de convergem, ansiosos e intcrrogadores. os olhares do Brasil inteiro. Alguns

lavra inspirada do novo profeta.

que acorriam pressurosas a ouvir a pa "As doutrinas do Conselheiro, misto

grosseiro de princípios cristãos com as mais supersticiosas práticas, calavam fundo no espírito naturalmente crédulo

das massas ignaras, cuja miopia moral não lhes permitia enxergar um maníaco

quase irresponsável naquele que se lhe apresentava como enviado de Deus. E a

pregação de Antônio Conselheiro é a mesma até hoje: nos seus planos" de re generação social não entra a pretensão estulta de mudar a atual forma de go-

vôrno. O nosso regimem político não está, pois, em perigo... O movimento

"O:, cerros de Canudos sHo as Astúrias

da causa restauradora ; de lá partirão as avançadas monarquistas para aniquilamento das instituições vigentes, para destruição da República. Os partidá

dos sertões da Bahia, filho do fanatismo

do Conselheiro e da ignorância dos seus adeptos, precisa ser sufocado, para hon ra da nossa civilização: faça-o o Go-

rios de Antônio Conselheiro }ão dóceis

vêmo com energia, mas faça-o com leal

instrumentos de manejos- imperiallstas ; alenta-os a saudade do passado, encora ja-os a esperança , da restauração".

dade. Não iluda a Nação com vãs caraminholas de restauração monárquica ; não explore, em proveito próprio, os

"Assim fala o Governo da República; mas a Nação ouve com um sorriso de

dúvida e. clc desdém a linguagem dos

náticos da Bahia e o seu chefe Antônio

Conselheiro; são, sim, êsses outros faná

ticos políticos que desacreditam a Repú blica, falseando os seus princípios. Suo

esses os verdadeiros propugnadores da restauração, são êsses os verdadeiros

batividade, eu não tivesse a ousadia de .subscrever tão exaltados conceitos; mas

é certo que, na substância deles, se vis lumbram - perpassando tênues e fuga zes como sombras minúsculas de asas na claridade irradiante do sol

as ver

dades que Euclides, cinco anos depois, reinvindicou e proclamou na portentosa

história do morticínio dos jagunços e do nrrasamento de Canudos...

Ruínas imperecíveís deixaram os anti

gos templos da Hélade e de Roma; ruí nas mais duradouras do que os próprios

monumentos derrocados - dos quais dir-se-ia que elas remanescem, apenas

para atestar aos pósteros a beleza e a imponência. Da hecatombe e da expugnação de Canudos nem sequer ruínas sobraram; porque aii, como na lendária Tróia, etiíim periere ruinae.

Mas do pavoroso excídio subsiste e

subsistirá sempre a sublime epopéia perpetuada nas laudas do livro imortal que o punho justiceiro de Euclides da

Cunha escreveu, linha por linha, nas margens amigas deste vosso Rio Pardo;

sentimentos republicanos do povo... O

na angústia e no silêncio dessa mísera

Govêmo receia a vitória da monarquia

cabana de tábuas desaparelhadas e ru des, que a vossa religião transformou

porque vô que está comprometendo a :

atual regimcin, não são ôsses pobres fa

era Antônio Conselheiro suportado em

gcm encravado nas serranias de Monte

metralha. Que ideal os anima? Que Euclides onviu-me meio sorridente, impulso os movo ? Ao redor cie que ban com Simpatia e interêsse bem visíveis deira deira cerram cerram êJes êlec as nç suas cmop fileiras cn-, _ de i depois fixando sôbre mim os grande; combatentes aguerridos e denodaclos ?

causa da República.. . Não; os conspiradorcs da monarquia, os adversários do

inimigos das instituições republicanas. Sobre êles, pois, recaiam as cóleras da

co e pouco, as populações sertanejas,

do seu chefe e oferecendo resistência tenaz à ação devastadora do canhão e da

27

vêmo ? Não luu-crá ai um novo pretex to para a expansão do ódios partidários, para o exercício do vinganças mescjuinhas ? E os fatos parecem confirmar e.ssas dolorosas suspeitas. O governa dor do Estado cxjnflagraclo, cm mensa gem dirigida ao Presidente da União, é o primeiro a declarar cjue, já cm 1874,

núcleo de fíéi.s, atraindo para si, a pou

Debatido e bem esclarecido que foi o milhares de homens, mulheres c crian objeto pnncipal da entrevista,\ão me ças, capitaneados por um vellio scptiiademorer em manifestar ao aut^r de "Os genário, encantonaram-se naquele re Sertões a minha fervorosa admiração canto obscuro dos sertões, da Bahia, pe,a sua grande obra, da qual fiz garbo em Citar de cor as passagens que mais prestando obediência passiva â voz rude fundo se haviam gravado em minha re-

Eco.NÓMUat


If Dicesto EcoNÓNnco

20

blica, o privilégio para a grandiosa cons

Mas — coisa curiosa — até hoje ninguém

trução.

me havna externado ô.ssc juízo.

Desempenhava eu, nessa época, o meu primeiro mandato de deputado fe

meus senhores, quo eu vi o ouvi Eucli

deral; e, dadas as minhas relações pes soais com o Dr. Oliveira Martins, fui por êle incumbido de defender na Câ

mara, quando por ela transitasse, o res pectivo projeto de lei. Para melhor capacitar-me do assunto e de sua rele

vância econômica e estratégica, quis ôle que eu tivesse um encontro e uma con

ferência com Euclides da Cunha - |á comprometido a apoiar-lhe e a prestigiar-lhe a iniciativa. Em consecmíncia ajustou reunir-nos os três num almôço, que logo depms se realizou em niodesló restaurante da praia do Ipanema - a êsse tempo mal entreaberta ainda à ur-

rrSsa""""™"'"'

UioKMo

seus governantes. Incrédula â fôrça de

•ser ludibriada, cia continua a interrogar:

Pois foi assim, cxmas. senhoras e

Não será essa mais uma mentira do Go-

des — no único ensejo em que as nos sas existências se cruzaram c os nossos pensamentos se comunicaram...

Não... não 6 bem assim; porque os nossos pen:amentos, esses, já se haviam

encontrado desde o ano clc 1897, quan do eu, em plena juventude, na data de 3 de abril daquele ano, escrevia n' "A

Lei" — semanário quo, com Washington Luís e Joaquim Cclidonio Júnior, redi gia na minha cidade natal — as seguin tes linhas inflamadas de arrogante pugnacidadc: "Canudos, o burgo jclva-

tentiva.

olhos tnstonhcs, interrogou: Mas dêsse meu hvro, que o senhor lio bem de monstra conhecer, qual foi o capitulo

que mais lhe agradou ?... E eu respoudi sem pausa e sem hesitação: O últi

mo; aquêle que, em duas linhas ape nas, lhe encerra a suprema, corajosa li ção: E que ainda não existe um Mandsley para as loucuras e os crimes das nacionalidades".

Ao que êle retrucou, após alguns ins tantes de silêncio; O senhor tem razão.

Pátria e a vindita da Nação I"

Canudos.

conseguinte, ainda cm pleno domínio da

E' possível que hoje, dez lastros de corridos, quando o tempo e as desilu

monarquia,

sões já me aplacaram a trovejante com-

Dcsclc essa época, c, par tinha elo formado o seu

Santo é, neste momento, o foco para on de convergem, ansiosos e intcrrogadores. os olhares do Brasil inteiro. Alguns

lavra inspirada do novo profeta.

que acorriam pressurosas a ouvir a pa "As doutrinas do Conselheiro, misto

grosseiro de princípios cristãos com as mais supersticiosas práticas, calavam fundo no espírito naturalmente crédulo

das massas ignaras, cuja miopia moral não lhes permitia enxergar um maníaco

quase irresponsável naquele que se lhe apresentava como enviado de Deus. E a

pregação de Antônio Conselheiro é a mesma até hoje: nos seus planos" de re generação social não entra a pretensão estulta de mudar a atual forma de go-

vôrno. O nosso regimem político não está, pois, em perigo... O movimento

"O:, cerros de Canudos sHo as Astúrias

da causa restauradora ; de lá partirão as avançadas monarquistas para aniquilamento das instituições vigentes, para destruição da República. Os partidá

dos sertões da Bahia, filho do fanatismo

do Conselheiro e da ignorância dos seus adeptos, precisa ser sufocado, para hon ra da nossa civilização: faça-o o Go-

rios de Antônio Conselheiro }ão dóceis

vêmo com energia, mas faça-o com leal

instrumentos de manejos- imperiallstas ; alenta-os a saudade do passado, encora ja-os a esperança , da restauração".

dade. Não iluda a Nação com vãs caraminholas de restauração monárquica ; não explore, em proveito próprio, os

"Assim fala o Governo da República; mas a Nação ouve com um sorriso de

dúvida e. clc desdém a linguagem dos

náticos da Bahia e o seu chefe Antônio

Conselheiro; são, sim, êsses outros faná

ticos políticos que desacreditam a Repú blica, falseando os seus princípios. Suo

esses os verdadeiros propugnadores da restauração, são êsses os verdadeiros

batividade, eu não tivesse a ousadia de .subscrever tão exaltados conceitos; mas

é certo que, na substância deles, se vis lumbram - perpassando tênues e fuga zes como sombras minúsculas de asas na claridade irradiante do sol

as ver

dades que Euclides, cinco anos depois, reinvindicou e proclamou na portentosa

história do morticínio dos jagunços e do nrrasamento de Canudos...

Ruínas imperecíveís deixaram os anti

gos templos da Hélade e de Roma; ruí nas mais duradouras do que os próprios

monumentos derrocados - dos quais dir-se-ia que elas remanescem, apenas

para atestar aos pósteros a beleza e a imponência. Da hecatombe e da expugnação de Canudos nem sequer ruínas sobraram; porque aii, como na lendária Tróia, etiíim periere ruinae.

Mas do pavoroso excídio subsiste e

subsistirá sempre a sublime epopéia perpetuada nas laudas do livro imortal que o punho justiceiro de Euclides da

Cunha escreveu, linha por linha, nas margens amigas deste vosso Rio Pardo;

sentimentos republicanos do povo... O

na angústia e no silêncio dessa mísera

Govêmo receia a vitória da monarquia

cabana de tábuas desaparelhadas e ru des, que a vossa religião transformou

porque vô que está comprometendo a :

atual regimcin, não são ôsses pobres fa

era Antônio Conselheiro suportado em

gcm encravado nas serranias de Monte

metralha. Que ideal os anima? Que Euclides onviu-me meio sorridente, impulso os movo ? Ao redor cie que ban com Simpatia e interêsse bem visíveis deira deira cerram cerram êJes êlec as nç suas cmop fileiras cn-, _ de i depois fixando sôbre mim os grande; combatentes aguerridos e denodaclos ?

causa da República.. . Não; os conspiradorcs da monarquia, os adversários do

inimigos das instituições republicanas. Sobre êles, pois, recaiam as cóleras da

co e pouco, as populações sertanejas,

do seu chefe e oferecendo resistência tenaz à ação devastadora do canhão e da

27

vêmo ? Não luu-crá ai um novo pretex to para a expansão do ódios partidários, para o exercício do vinganças mescjuinhas ? E os fatos parecem confirmar e.ssas dolorosas suspeitas. O governa dor do Estado cxjnflagraclo, cm mensa gem dirigida ao Presidente da União, é o primeiro a declarar cjue, já cm 1874,

núcleo de fíéi.s, atraindo para si, a pou

Debatido e bem esclarecido que foi o milhares de homens, mulheres c crian objeto pnncipal da entrevista,\ão me ças, capitaneados por um vellio scptiiademorer em manifestar ao aut^r de "Os genário, encantonaram-se naquele re Sertões a minha fervorosa admiração canto obscuro dos sertões, da Bahia, pe,a sua grande obra, da qual fiz garbo em Citar de cor as passagens que mais prestando obediência passiva â voz rude fundo se haviam gravado em minha re-

Eco.NÓMUat


DiOBrro

em púlpito de "protesto^ e cm altar de

odoração'. Pois foi ali naquela cela,

Cco.nú.síICO

que o seu nome refulgirá eternamente na Acrópole augusta da Nacionalidade.

rústica e desnuda como a ermida cabo

únem multidões fiéis; foi ali que uma pena acerada e destemida renovou o

prodígio da lança milagrosa do Graal que nao arrcmetia para abrir firichis! mas sim, e tao somente, para curá-las, a limpar-lhes a sânie e estancar-lhes o

ESTK

ECOi%OMI Moacyr

cla, onde cada ano, na festa do orago, se acendem luminárias votivas e se re

%FI1

(1) Gilberto Freire, "Perfil de EucJldes e

outros perfis", pàg. 62. (2) Araújo Jor^e. "Ensaios da história e crítica", pág. 203. (3) F. Venâncio Filho. "Euclidcs da Cunha a seus amigos", pàg. 14. f4) Latino Coelho, "Galeria do varões Ilus

sangue.

E é precisamente por isso que o gômo do autor de "Os Sertões" re empareJha com o seu patriotismo; que a sua benemerencia sobreexcede a sua glória e

tres de Portugal", n. 1, Camões, pá gina 25.

(5) Mariano do VedJa, "Euclldes da Cunha

e sua obra-prima", cm suplemento de "A Manhã", do Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1944.

(6) J. Calvet, "Les livres au jour le Jour", pág. 3.

(7) Francisco Patl, "Os Sertões do Eucli dcs da Cunha", no "Correio Paulis tano".

FOI durante íí visita da Missão John Abbink que os debates .'^òbre in versões estrangeiras no Brasil atingiram o seu nível de maior-animação. Todos baliam rumos, procuravam fixar o me

lhor campo dc estímulos ao fluxo de dó lares para o Brasil. Mai^ tarde o sr. Eurico Dutra foi aos

Eslado.s Unidos. E os comunicados ofi ciais falavam do longas conversações cm

torno do problema, do interesse e deli beração do Covèrno ianque em pre.star

ajuda aos povos de áreas subdesenvolvi das. cm estabelecer imediatamente um

b

programa dc assistência ã utilização dos rccnr.sos econômicos e humanos das na

ções necessitadas. Numa nota conjun ta, dada dc Washington, os dois Chefes do Estado anunciaram para breve a fi xação de regras e convênios visando enminar os fatores que impedem maior afluência de capitais norte-americanos para o Brasil, inclusive a criaçao nalíssima dc um Fundo Misto em o.ar,

4 :ú

para garantir aos inversores estrangei ros o recebimento certo de seus lucios e o retorno de seus capitais, indepen en temente das nossas aperturas cam lais, No meio dos debates, um ponto pa

recia pacífico: sem o apêiO ás corren cs do capital estrangeiro, nenhum empreen dimento de vulto estaríamos em condi ções de realizar; a parte da ren a na cional disponível, cm cada ano, para ic investimentos, não se mostra capaz e

atender a um largo programa de recu peração e levantamento economia nacional. Quanto às compras, no exte

rior, dos equipamentos e bens de pro

dução em geral, alega-so que é muito

difícil financiá-las mediante o simples volume dc divisas obtido das exportaçws, st brcluclo porque estas perdem progressivamente o- seu poder de troca diante das importações. Dentro clc.-sa argumentação,

enten

dem os técnicos da Missão Abbink: "... se o Brasil tiver de confiar, exclu

sivamente.

nos seus próprios recursos,

desenvolvimentos que .são prementes em

certos setores, chdc são exigidos inves

timentos consideráveis de capital, terão dc ser adiados, por muito tempo".

Vejo o problema sob aspectos diferen tes. Existe no Brasil um volume razoá vel de capitais drcnáveis para investi mentos. Somente os recursos do Poder. Público — da União. Estados, Municí-

pio.s-, autarquias federais e sociedades de economia mista - sobem aproxima damente a 40 bilhões de cnizeiros por

ano, permitindo uma reaplicação de,

pelo menos, 20 por cento dêsse mon-. tantc, cm obras e serviços reprodutivos. Há mais para considerar as rendas es

pecíficas dos órgãos da Previdência So cial, cujas disponibilidades para investi mentos, em 1951, serão superiores a 4 bilhões de cruzeiros. Depois que cessou' a febre dos negócios imobiliários, a ten dência c coiige.'or esses recursos às mãos de certos bancos, fato denunciado

recentemente, à imprensa paulista, pelo

diretor da Superintendência da Moeda e do Crédito. Além disso, podem.ser ca nalizadas para inversões as economias privadas, parte dos lucros anuais das pessoas físicas e jurídicas, que são da .M


DiOBrro

em púlpito de "protesto^ e cm altar de

odoração'. Pois foi ali naquela cela,

Cco.nú.síICO

que o seu nome refulgirá eternamente na Acrópole augusta da Nacionalidade.

rústica e desnuda como a ermida cabo

únem multidões fiéis; foi ali que uma pena acerada e destemida renovou o

prodígio da lança milagrosa do Graal que nao arrcmetia para abrir firichis! mas sim, e tao somente, para curá-las, a limpar-lhes a sânie e estancar-lhes o

ESTK

ECOi%OMI Moacyr

cla, onde cada ano, na festa do orago, se acendem luminárias votivas e se re

%FI1

(1) Gilberto Freire, "Perfil de EucJldes e

outros perfis", pàg. 62. (2) Araújo Jor^e. "Ensaios da história e crítica", pág. 203. (3) F. Venâncio Filho. "Euclidcs da Cunha a seus amigos", pàg. 14. f4) Latino Coelho, "Galeria do varões Ilus

sangue.

E é precisamente por isso que o gômo do autor de "Os Sertões" re empareJha com o seu patriotismo; que a sua benemerencia sobreexcede a sua glória e

tres de Portugal", n. 1, Camões, pá gina 25.

(5) Mariano do VedJa, "Euclldes da Cunha

e sua obra-prima", cm suplemento de "A Manhã", do Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1944.

(6) J. Calvet, "Les livres au jour le Jour", pág. 3.

(7) Francisco Patl, "Os Sertões do Eucli dcs da Cunha", no "Correio Paulis tano".

FOI durante íí visita da Missão John Abbink que os debates .'^òbre in versões estrangeiras no Brasil atingiram o seu nível de maior-animação. Todos baliam rumos, procuravam fixar o me

lhor campo dc estímulos ao fluxo de dó lares para o Brasil. Mai^ tarde o sr. Eurico Dutra foi aos

Eslado.s Unidos. E os comunicados ofi ciais falavam do longas conversações cm

torno do problema, do interesse e deli beração do Covèrno ianque em pre.star

ajuda aos povos de áreas subdesenvolvi das. cm estabelecer imediatamente um

b

programa dc assistência ã utilização dos rccnr.sos econômicos e humanos das na

ções necessitadas. Numa nota conjun ta, dada dc Washington, os dois Chefes do Estado anunciaram para breve a fi xação de regras e convênios visando enminar os fatores que impedem maior afluência de capitais norte-americanos para o Brasil, inclusive a criaçao nalíssima dc um Fundo Misto em o.ar,

4 :ú

para garantir aos inversores estrangei ros o recebimento certo de seus lucios e o retorno de seus capitais, indepen en temente das nossas aperturas cam lais, No meio dos debates, um ponto pa

recia pacífico: sem o apêiO ás corren cs do capital estrangeiro, nenhum empreen dimento de vulto estaríamos em condi ções de realizar; a parte da ren a na cional disponível, cm cada ano, para ic investimentos, não se mostra capaz e

atender a um largo programa de recu peração e levantamento economia nacional. Quanto às compras, no exte

rior, dos equipamentos e bens de pro

dução em geral, alega-so que é muito

difícil financiá-las mediante o simples volume dc divisas obtido das exportaçws, st brcluclo porque estas perdem progressivamente o- seu poder de troca diante das importações. Dentro clc.-sa argumentação,

enten

dem os técnicos da Missão Abbink: "... se o Brasil tiver de confiar, exclu

sivamente.

nos seus próprios recursos,

desenvolvimentos que .são prementes em

certos setores, chdc são exigidos inves

timentos consideráveis de capital, terão dc ser adiados, por muito tempo".

Vejo o problema sob aspectos diferen tes. Existe no Brasil um volume razoá vel de capitais drcnáveis para investi mentos. Somente os recursos do Poder. Público — da União. Estados, Municí-

pio.s-, autarquias federais e sociedades de economia mista - sobem aproxima damente a 40 bilhões de cnizeiros por

ano, permitindo uma reaplicação de,

pelo menos, 20 por cento dêsse mon-. tantc, cm obras e serviços reprodutivos. Há mais para considerar as rendas es

pecíficas dos órgãos da Previdência So cial, cujas disponibilidades para investi mentos, em 1951, serão superiores a 4 bilhões de cruzeiros. Depois que cessou' a febre dos negócios imobiliários, a ten dência c coiige.'or esses recursos às mãos de certos bancos, fato denunciado

recentemente, à imprensa paulista, pelo

diretor da Superintendência da Moeda e do Crédito. Além disso, podem.ser ca nalizadas para inversões as economias privadas, parte dos lucros anuais das pessoas físicas e jurídicas, que são da .M


rj-fl'

âO

Dicrsif) fcIc<iNfts,„

ordem do 20 bilhões de cruzeiros, mon- nal, loniar as experiências e ns liçõ^. tante confessado para efcilo de paga- oferecidas pelos capitais estrangeiros p,

^

mente do imposto sôbre a renda. Capitais de outras fontes paderemos

instalados no País.

estrangeiros

O País comporta, positivamente, mes mo nas condições difíceis de sua 1

I

I'..

Í ' ^0 cãn de capitais e-in t .^ ^inclusive

i .

,

A revista

Coniiintiira

Econômica»»

vem divulgando c-stiido cm série, pela revisão mais completo atéumarpii realizado, sòbreq

do sistema tributário vigente, de manei- a p.osiçãn e importância cios capitais cs-

rendas federais, pela trangciro.s nos quadros da economia na> ^ r ivaçao o merca o de títulos públi- cional. Operando síiíjrcludo através das MS e c. para casos excepcionais sé concessões de serviço público, exploran' dispensar os capitais estrangeiros 'mpossível,

do empresas industriais cm /diversos i i • i ra-

Para a verdadeira compreensão d„

'"intendo largos negócios de o.x-

prcblema, do caráter positivo ou nega tívo das Inversões estrangeiras d

'conforme discrimina-

indispensabilidade, não Ltc' meCr f?, caminho do que observar a situarão ' eiislente no corpo da economia T, nacio-

^

sinaladp:

à Jrase das es^ta-

Bancária e decontidas no estudo as-

31

EC(íNÓMICO

energia, tclcfiincs e transportes, na ex

existe uma linha fechada de separação e isolamento entre as duas figuras de capital estrangeiro, relativamente ao campo das inversões. E' o caso da

ploração dos ramos de petróleo, bancos, borracha, exportação do algodão e café

ro, com sede em Toronto, que atua no

A.s invcr.sõcs

diretas das

emprôsa.s

com sede no exterior se concentram so

bretudo

ainda atrair para financiar os projetos de Poüçâo c vtüto dos capitais desenvolvimento da economia nacional.

DlCK.su»

nos

rcr\ iços

concedidos

dc

etc., idcntificnndo-sc os grupas da Bríizilian Traclion, da Standard Oil c da Shcll-Mex. da General Elcctric, da An-

derson Clayton, do Naltonal City Bank, como os mais pod: rosos.

Quanto ãs

juridicamente nrícinnní.v, a.ssiin consti tuídas para gozar dos favores de nossa legislação, seus caninos de negócios mais freqüentes são as indústrias de alimen tação (mnagcni de trigo c frigoríficos), química c farmacêutica, cimento, calça dos. E' necessário considerar que não

Light, capital juridicamente estrangei

setor dc energia, transportes urbanos, gás e telefone.s, ao lado da Companhia Auxiliar de Emprôsas Elétricas Brasilei ras, subsidiária da Bond and Share. Essas sociedades mascaradas do na- ■

cianrtí/ocupam posição absorvente nos.

ramos onde atuam. O quadro abaixo dá, cm percentagens, o poder dos capitais , estrangeiros no conjunto dos capitais e reservas das sociedades anônimas que í (iperam no Pais. cm cada ramo:

Capitais fxírnngcíros nn conjunto dc capitais ctn diversos ramos Porcentagens Energia cletnca Gêneros alimentícios .

Investimentos americanos . canadenses

'"gte^es

Em milhões de dólares

;;;;;;

Assim, os capitais de origem norte

americana representam o maior né. conjunto das inversões, acusando ol disso, da mesma maneira que os' m densas, uma tendência de aumentn

a

Comunicações

isoio

f^ouro.s c peles

. - ir-

Química c favmacêutici l*\niio e fósforo

. .

Eletrotécnica

principal figura jurídica que tomam investimentos é a de sociedades ^"ônimas, algumas e.vpres.samente es^angeiras, autorizadas a funcionar no

cada ano - passaram de 33-1 milhõo-T dólares, em 1943, para 440 mill,õc;e ° "T' 1947 - enquanto o,s de procedênch ?„

'

glêsa, francesa cu belga, entram em dei® au "H' ^ quü publicaram seus balanços em

1949.

aparecem:

larga margem de lucros, em cada ano.-

Na maioria, dos casos, essas emprêsas chegaram ao País dispondo de capitais escassos, de maneira que o seu patrimô nio atual, várias vezes superior ao mi- ' ciai, na realidade representa uma acu

er-trangeiros criaram raízes no coq^o da economia nacional. ITá .setores onde ês-

trados, exercendo um monopólio pacífi co, como é o caso dos moinhos de Bung Born na indústria do trigo, dos frigorí-

fico.s Anglo, Avmour e Swift na econo mia da carne, da Good-Year e Firestone no ramo de artefatos de borracjia.

Capital e reservas

154 sociedades juridicamente estrangeiras

AutO'financianiento das emprêsas estrangeiras

212 sociedades mcionais, controladas por capitais'" trangeiros

Isso mostra, tomados para análise cer tos ramo.s importantes, como os capitais

sc.s capitais aparecem altamente concen

%. ■

Artefatos dc borracha

200,0

S(" I

aah n 200 0

Os investimentos estrangeiros sâo am

es-

47.367

plamente

compensadores,

permitindo

mulação de parte da renda nacional expropriada pelos iintrsores.

A Brazilian Traction Light and Power, holding canadense-amerícano con cessionário do fornecimento de energia, transportes urbanos, gás e telefones em diversas cidades, dá bem uma demon.s-

Iraçâo do papel representado pelas po


rj-fl'

âO

Dicrsif) fcIc<iNfts,„

ordem do 20 bilhões de cruzeiros, mon- nal, loniar as experiências e ns liçõ^. tante confessado para efcilo de paga- oferecidas pelos capitais estrangeiros p,

^

mente do imposto sôbre a renda. Capitais de outras fontes paderemos

instalados no País.

estrangeiros

O País comporta, positivamente, mes mo nas condições difíceis de sua 1

I

I'..

Í ' ^0 cãn de capitais e-in t .^ ^inclusive

i .

,

A revista

Coniiintiira

Econômica»»

vem divulgando c-stiido cm série, pela revisão mais completo atéumarpii realizado, sòbreq

do sistema tributário vigente, de manei- a p.osiçãn e importância cios capitais cs-

rendas federais, pela trangciro.s nos quadros da economia na> ^ r ivaçao o merca o de títulos públi- cional. Operando síiíjrcludo através das MS e c. para casos excepcionais sé concessões de serviço público, exploran' dispensar os capitais estrangeiros 'mpossível,

do empresas industriais cm /diversos i i • i ra-

Para a verdadeira compreensão d„

'"intendo largos negócios de o.x-

prcblema, do caráter positivo ou nega tívo das Inversões estrangeiras d

'conforme discrimina-

indispensabilidade, não Ltc' meCr f?, caminho do que observar a situarão ' eiislente no corpo da economia T, nacio-

^

sinaladp:

à Jrase das es^ta-

Bancária e decontidas no estudo as-

31

EC(íNÓMICO

energia, tclcfiincs e transportes, na ex

existe uma linha fechada de separação e isolamento entre as duas figuras de capital estrangeiro, relativamente ao campo das inversões. E' o caso da

ploração dos ramos de petróleo, bancos, borracha, exportação do algodão e café

ro, com sede em Toronto, que atua no

A.s invcr.sõcs

diretas das

emprôsa.s

com sede no exterior se concentram so

bretudo

ainda atrair para financiar os projetos de Poüçâo c vtüto dos capitais desenvolvimento da economia nacional.

DlCK.su»

nos

rcr\ iços

concedidos

dc

etc., idcntificnndo-sc os grupas da Bríizilian Traclion, da Standard Oil c da Shcll-Mex. da General Elcctric, da An-

derson Clayton, do Naltonal City Bank, como os mais pod: rosos.

Quanto ãs

juridicamente nrícinnní.v, a.ssiin consti tuídas para gozar dos favores de nossa legislação, seus caninos de negócios mais freqüentes são as indústrias de alimen tação (mnagcni de trigo c frigoríficos), química c farmacêutica, cimento, calça dos. E' necessário considerar que não

Light, capital juridicamente estrangei

setor dc energia, transportes urbanos, gás e telefone.s, ao lado da Companhia Auxiliar de Emprôsas Elétricas Brasilei ras, subsidiária da Bond and Share. Essas sociedades mascaradas do na- ■

cianrtí/ocupam posição absorvente nos.

ramos onde atuam. O quadro abaixo dá, cm percentagens, o poder dos capitais , estrangeiros no conjunto dos capitais e reservas das sociedades anônimas que í (iperam no Pais. cm cada ramo:

Capitais fxírnngcíros nn conjunto dc capitais ctn diversos ramos Porcentagens Energia cletnca Gêneros alimentícios .

Investimentos americanos . canadenses

'"gte^es

Em milhões de dólares

;;;;;;

Assim, os capitais de origem norte

americana representam o maior né. conjunto das inversões, acusando ol disso, da mesma maneira que os' m densas, uma tendência de aumentn

a

Comunicações

isoio

f^ouro.s c peles

. - ir-

Química c favmacêutici l*\niio e fósforo

. .

Eletrotécnica

principal figura jurídica que tomam investimentos é a de sociedades ^"ônimas, algumas e.vpres.samente es^angeiras, autorizadas a funcionar no

cada ano - passaram de 33-1 milhõo-T dólares, em 1943, para 440 mill,õc;e ° "T' 1947 - enquanto o,s de procedênch ?„

'

glêsa, francesa cu belga, entram em dei® au "H' ^ quü publicaram seus balanços em

1949.

aparecem:

larga margem de lucros, em cada ano.-

Na maioria, dos casos, essas emprêsas chegaram ao País dispondo de capitais escassos, de maneira que o seu patrimô nio atual, várias vezes superior ao mi- ' ciai, na realidade representa uma acu

er-trangeiros criaram raízes no coq^o da economia nacional. ITá .setores onde ês-

trados, exercendo um monopólio pacífi co, como é o caso dos moinhos de Bung Born na indústria do trigo, dos frigorí-

fico.s Anglo, Avmour e Swift na econo mia da carne, da Good-Year e Firestone no ramo de artefatos de borracjia.

Capital e reservas

154 sociedades juridicamente estrangeiras

AutO'financianiento das emprêsas estrangeiras

212 sociedades mcionais, controladas por capitais'" trangeiros

Isso mostra, tomados para análise cer tos ramo.s importantes, como os capitais

sc.s capitais aparecem altamente concen

%. ■

Artefatos dc borracha

200,0

S(" I

aah n 200 0

Os investimentos estrangeiros sâo am

es-

47.367

plamente

compensadores,

permitindo

mulação de parte da renda nacional expropriada pelos iintrsores.

A Brazilian Traction Light and Power, holding canadense-amerícano con cessionário do fornecimento de energia, transportes urbanos, gás e telefones em diversas cidades, dá bem uma demon.s-

Iraçâo do papel representado pelas po


i'

32

Dicksto

Econômico

Digesto EcoNÓ^aco 83

derosas emprêsas estrangeiras nos qua

damcntalmente aplicando u parte nílo

dros de nossa economia.

c.xpr.rtada dos lucros .«ntiais auferidos. Isso significa que a Rrazilian Tractíon

lizadas.

patrimônio poderoso, crescido de ano a

é inteiramente anlo-financiada, expri mindo ao mesmo tempo a capacidade

da economia nacional para criar e man

Perda anual dc capitais

ano, quase sem que para isso haja re

corrido aos capitais de fora. Operando com 80% dos te.efones e vendendo 65%

ter serviços de energia e luz i iétrica, de gás, tclef-nes e transportes urbanos nas

Somos um país cconóinicamcnte ata do às c(;rrenlcs do c.npital estrangeiro

da energia elétrica do País, o grupo

suas próprias mãos, di pensando a par

que arjui operam. Se fòs c possível ob

Light veio aumentando seus serviços, passando a sua capacidade de geração

ticipação dos capitais eslrarigeiros.

servar as parcelas da renda nacional (jiie anualmente se dcsnacionalizain — pela

Utilizando os

próprios balanços cia Brazílian Tractíon, verificamos que ela di põe hoje de um

de 100 mil quilowats, em 1918. para 757 mil

em fins

de

Outra situação a merecer cvaine é Q

do grupo financeiro rjuc distribui tróleo no mercado nacional. ríoclo 1941-48.

1947; as vendas de gás

pifai

subiram de 58 milhões

global

empresas

de metros cúbicos pa

o

das

que

os

pe-

No peca-

5

mono

ra 176 milhões; a ren

polizam

da líquida cresceu de

no setor, a cuja fren

negócios

6,2 milhões de dólares

te SC acham

para 60 milhões. Des

dard OiJ c a Sbell-Mcx

pesas com substituição

Brazil Liinitcd. .scxlu-

a

plicou,

pamentos, com amplia

100 a 600 milhões de

passando

cie

instalações,

cruzeiros,

cm • cifras

aumento do ativo fixo

redondas.

Do estudo

(aumentou de 342 mi

da

lhões de dólares) e do

tura Económioa" (a-

capital social, no perío do assinalado, a pró

gôsto de 1949), re produzimos o qua

pria redução da.s dívi

dro a trando

das

das da eniprésa, que

bai.xaram de 77 para 19 milhões de dó lares, tudo se fôz qua.se sem recorrer ao mercado de capitais do exterior, q fun. Ativos

Imcbilizado Realizado

Como se observa^ foi vertiginoso o aumento desses itens do ativo das em prêsas petrolíferas. Contudo, ôsse au mento re.sultoii exclusivamente dos lu-

revista

do.s

ativos

senvolvimento.

Há mais de 50 anos o Brasil apresen-

Total

Observando esse balanço dc capitais, a enorme diferença entre o conjunto dos reciir.sos para invcslimcntos que chegam de fora c das rendas que saem do País, fato que .sc repele anualmente, do cm nossa economia pelos invcrsores

das 5 companlilas petrolíferas:

847.404

1 053.255

1.520.354

cros elevadíssimos conquistados a ca da ano, quer dizer, dos capitais forma dos em nosso próprio território. Não representam uma inversão de capital es-

iuvoslimentos, capitais estrangdíos 'no \alor de 88 milhões de cnizeiros, saí

ram os relacionados no quadro a seguir onde não figuram as transferências de correntes dos scrviçxis da dívida pú blica:

Não podemos

131.369 704.550 131.721 156.320

inglêsas, como a Moore Mc Cormack no comércio exterior do Brasil Os na' Nios nacionais, incluindo o Lóide não transportam sequer 10% das mercado-

falar em

ajuaa cios seus capitais, pois que êles exercem uma função na realidade ne

gativa. Mas o domínio da economia nacional

pelos capitais estrangeiros não se revela apenas no piano das inversões.

Ainda em junho deste ano, "O Estado de São

Paulo" mostrava, numa série de estudos, a. posição de certas companliias de na vegação,

"

1.123.960 .

estrangeiros.

1.268.491

ano, enquanto entraram no País para

Rendas de capitais Serviços cias emprêsas conees<sionárias Retóriio dc capitais cm inversões no exterior

encontramos o papel exato clo-empenba-

537.831

1J4S, por exemplo, tivemos um saldo

e.:nercial de 2.4 bilhões de err^zeiros, paralelamente a um déficit de 2 7 bi lhões na balança de serviços. Nes^e

Em milhares de cruzeiros

(instalações, maquinaria meios de transportes etc.) c realizado

328.282

uma l>jjança de pagamentos quase sem pre deficitária. Isso é a amostra da per manente drenagem dos nossos capitais para fora. da c.xportação de parte do traba.ho nacional na forma de rendas. Em

Discriminação Direitos autorai.s

imobilizado

Em milhares de cruzeiros 1942 1947 1948

ta uma balança comercial altamente fa vorável com o exterior, mas dentro de

transfe

rência aberta, ou clandestina para o ex terior — encontraríamos uma explicação para certos problemas do lUJsso subde

"Conjun

.seguir, mos a vertiginosa

ampliação

incorporação ao patrimônio das empre sas estrangeiras, ou pela .sua

Stan

e conservação de equi ção

trangciro, mas uma reaplicaç.ão de par celas da renda nacional já dcsuaciona-

principalmente americanas e

con,pr,.s d„ poder píbliJo cl,;èa "ÕÔs portos do País em barco,

^ •

P se CO tudo •ISSO nao"yrcos E bastar estrangeiros. para delinriarnios o com.ondo do econ^ia brasi leira pelos capitais estrangeiros, atada

existe à vista o fenômeno do contrôle,

que eles exercem, diretamente ou atra vés do jogo de mercados, sôbre as nos sas principais riquezas. Nos negócios do café, uma subsidiária da Atlantio Paci-


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32

Dicksto

Econômico

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damcntalmente aplicando u parte nílo

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lizadas.

patrimônio poderoso, crescido de ano a

é inteiramente anlo-financiada, expri mindo ao mesmo tempo a capacidade

da economia nacional para criar e man

Perda anual dc capitais

ano, quase sem que para isso haja re

corrido aos capitais de fora. Operando com 80% dos te.efones e vendendo 65%

ter serviços de energia e luz i iétrica, de gás, tclef-nes e transportes urbanos nas

Somos um país cconóinicamcnte ata do às c(;rrenlcs do c.npital estrangeiro

da energia elétrica do País, o grupo

suas próprias mãos, di pensando a par

que arjui operam. Se fòs c possível ob

Light veio aumentando seus serviços, passando a sua capacidade de geração

ticipação dos capitais eslrarigeiros.

servar as parcelas da renda nacional (jiie anualmente se dcsnacionalizain — pela

Utilizando os

próprios balanços cia Brazílian Tractíon, verificamos que ela di põe hoje de um

de 100 mil quilowats, em 1918. para 757 mil

em fins

de

Outra situação a merecer cvaine é Q

do grupo financeiro rjuc distribui tróleo no mercado nacional. ríoclo 1941-48.

1947; as vendas de gás

pifai

subiram de 58 milhões

global

empresas

de metros cúbicos pa

o

das

que

os

pe-

No peca-

5

mono

ra 176 milhões; a ren

polizam

da líquida cresceu de

no setor, a cuja fren

negócios

6,2 milhões de dólares

te SC acham

para 60 milhões. Des

dard OiJ c a Sbell-Mcx

pesas com substituição

Brazil Liinitcd. .scxlu-

a

plicou,

pamentos, com amplia

100 a 600 milhões de

passando

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instalações,

cruzeiros,

cm • cifras

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redondas.

Do estudo

(aumentou de 342 mi

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lhões de dólares) e do

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capital social, no perío do assinalado, a pró

gôsto de 1949), re produzimos o qua

pria redução da.s dívi

dro a trando

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bai.xaram de 77 para 19 milhões de dó lares, tudo se fôz qua.se sem recorrer ao mercado de capitais do exterior, q fun. Ativos

Imcbilizado Realizado

Como se observa^ foi vertiginoso o aumento desses itens do ativo das em prêsas petrolíferas. Contudo, ôsse au mento re.sultoii exclusivamente dos lu-

revista

do.s

ativos

senvolvimento.

Há mais de 50 anos o Brasil apresen-

Total

Observando esse balanço dc capitais, a enorme diferença entre o conjunto dos reciir.sos para invcslimcntos que chegam de fora c das rendas que saem do País, fato que .sc repele anualmente, do cm nossa economia pelos invcrsores

das 5 companlilas petrolíferas:

847.404

1 053.255

1.520.354

cros elevadíssimos conquistados a ca da ano, quer dizer, dos capitais forma dos em nosso próprio território. Não representam uma inversão de capital es-

iuvoslimentos, capitais estrangdíos 'no \alor de 88 milhões de cnizeiros, saí

ram os relacionados no quadro a seguir onde não figuram as transferências de correntes dos scrviçxis da dívida pú blica:

Não podemos

131.369 704.550 131.721 156.320

inglêsas, como a Moore Mc Cormack no comércio exterior do Brasil Os na' Nios nacionais, incluindo o Lóide não transportam sequer 10% das mercado-

falar em

ajuaa cios seus capitais, pois que êles exercem uma função na realidade ne

gativa. Mas o domínio da economia nacional

pelos capitais estrangeiros não se revela apenas no piano das inversões.

Ainda em junho deste ano, "O Estado de São

Paulo" mostrava, numa série de estudos, a. posição de certas companliias de na vegação,

"

1.123.960 .

estrangeiros.

1.268.491

ano, enquanto entraram no País para

Rendas de capitais Serviços cias emprêsas conees<sionárias Retóriio dc capitais cm inversões no exterior

encontramos o papel exato clo-empenba-

537.831

1J4S, por exemplo, tivemos um saldo

e.:nercial de 2.4 bilhões de err^zeiros, paralelamente a um déficit de 2 7 bi lhões na balança de serviços. Nes^e

Em milhares de cruzeiros

(instalações, maquinaria meios de transportes etc.) c realizado

328.282

uma l>jjança de pagamentos quase sem pre deficitária. Isso é a amostra da per manente drenagem dos nossos capitais para fora. da c.xportação de parte do traba.ho nacional na forma de rendas. Em

Discriminação Direitos autorai.s

imobilizado

Em milhares de cruzeiros 1942 1947 1948

ta uma balança comercial altamente fa vorável com o exterior, mas dentro de

transfe

rência aberta, ou clandestina para o ex terior — encontraríamos uma explicação para certos problemas do lUJsso subde

"Conjun

.seguir, mos a vertiginosa

ampliação

incorporação ao patrimônio das empre sas estrangeiras, ou pela .sua

Stan

e conservação de equi ção

trangciro, mas uma reaplicaç.ão de par celas da renda nacional já dcsuaciona-

principalmente americanas e

con,pr,.s d„ poder píbliJo cl,;èa "ÕÔs portos do País em barco,

^ •

P se CO tudo •ISSO nao"yrcos E bastar estrangeiros. para delinriarnios o com.ondo do econ^ia brasi leira pelos capitais estrangeiros, atada

existe à vista o fenômeno do contrôle,

que eles exercem, diretamente ou atra vés do jogo de mercados, sôbre as nos sas principais riquezas. Nos negócios do café, uma subsidiária da Atlantio Paci-


DrrJESTO

54

Econômico

Dioksto Econú.mic;,, 5.5

fie, a American Coffee, é a price lider, formando com outras 5 grandes empre

sas estrangeiras uma cadeia monopolis ta.

Os diversos aspectos da absorção

à satisfação das necessidades industriais

de países mais adiantados. Nova etapa na política de inversões

6. direito do obter razoável margem do Iucro.s.

Êsse conjunto de conces.^iõcs criaria o

beralismo econômico que está sei^indo dc argumento à mutilação da própria soberania nacional. De então era diante,

chamado clima favordvcl aos investimen

aquela expressão histórica do Presidente

já foram assinalados em três ocasiões, na base de amplos estudos do problema

Apesar dessa posição parasitária, os capitais estrangeiros continuam a peno-

tos, tantas \vzes solicitado dos Estados

Coo.idge ~ de que "onde \'aí o dólar,

Uniclo.s". ^ías• .«^ciía um clima contrário

do mercado cafeeiro, na "A Manhã"

Irar no País, embora ainda escassamen te, tratados como forças salvadoras da

aos nossos interesses, marcando novo

vai a bandeira" — aplicada ao caso bra sileiro, não mais poderia ser posta em

avanç-o na política do falso e formal li-

dúvida.

das exportações de café por esse grupo

do Rio (março de 1949) e mais recen ambas de São

crise econômica nacional. Da parte do Governo brasileiro, uma série cie pro\à-

Sucede o mesmo caso em relação à

de atrai-los, de encorajá-los a grandes

temente na "Folha da Manhã" e na re

vista "Fundamentos", Paulo.

economia do algodão, dominada pela SANBRA e Anderson Clayton, sobre tudo no campo das exportações. Os mi nérios apresentam uma situação mais grave: não só as principais jazidas de ferro, manganês, carvão, cristal de ro

cha, areias raras, minerais estratégicos em geral, estão sendo exploradas por empresas nacionais subsidiárias de gru pos capitalistas estrangeiros, como tam bém a exportação dos produtos obtidos se faz atendendo essencialmente aos interêsses das companhias inversoras. No

dências vêm sendo tomadas no sentido inversões.

Mandamos aos Estados Uni

dos missões especializadas para discutir

o problema nos seus inúmeros aspectos. Minutas de acordos circulam pelos ser viços técnicos do Ministério da Fazen

da e do Itamarati, recebendo rctoque5^ para colocá-los cm condições de atender às exigências dos candidatos a investi mentos.

De que ordem são essas exigências? James Kemper, presidente do Conselho de Comércio e Produção Inter-Americano, recentemente anunciou seis itens

problema recente das areias monazíticas, que con.sidera necessários para estimular

levantado na Câmara pelos deputados a vinda de dólares ao nosso país, den José Leornil e Horário Lafer, constatousc ate onde temos sido gravados de con

tro do ponto de vista do próprio Depar tamento de Estado ianque:

cessões 6 distribuído priWlégios aos ca pitais estrangeiros.

A situação do cacau, cêra de carnaú ba, babaçu, fumo, mamona e óleos ve

1.

pitais estrangeiros e locais; 2.

getais em geral, produtos presos aos mercados do exterior, ajuda a demónstiar que a economia nacional mantém-se

3.

até aqui sob o comando ou domínio de capitais estrangeiros, instalados dentro

semi-colonial, subindependente, voltada

disponibilidades de divisas para a retirada de capitais, e empréstimos, benefícios e in\-ersões de capitais; pronta, equitativa e justa compen sação nos caros de expropriação;

4.

ausência de discriminação contra a diretoria e o pessoal técnico estran

5.

orçamento fiscal equilibrado e si tuação política sã;

ou mesmo fora do Pais. Caracteriza-se

aquêle fenômeno tantas vêzes posto em dúxdda: somos uma economia de tipo

ausência de discriminação entre ca

geiro;


DrrJESTO

54

Econômico

Dioksto Econú.mic;,, 5.5

fie, a American Coffee, é a price lider, formando com outras 5 grandes empre

sas estrangeiras uma cadeia monopolis ta.

Os diversos aspectos da absorção

à satisfação das necessidades industriais

de países mais adiantados. Nova etapa na política de inversões

6. direito do obter razoável margem do Iucro.s.

Êsse conjunto de conces.^iõcs criaria o

beralismo econômico que está sei^indo dc argumento à mutilação da própria soberania nacional. De então era diante,

chamado clima favordvcl aos investimen

aquela expressão histórica do Presidente

já foram assinalados em três ocasiões, na base de amplos estudos do problema

Apesar dessa posição parasitária, os capitais estrangeiros continuam a peno-

tos, tantas \vzes solicitado dos Estados

Coo.idge ~ de que "onde \'aí o dólar,

Uniclo.s". ^ías• .«^ciía um clima contrário

do mercado cafeeiro, na "A Manhã"

Irar no País, embora ainda escassamen te, tratados como forças salvadoras da

aos nossos interesses, marcando novo

vai a bandeira" — aplicada ao caso bra sileiro, não mais poderia ser posta em

avanç-o na política do falso e formal li-

dúvida.

das exportações de café por esse grupo

do Rio (março de 1949) e mais recen ambas de São

crise econômica nacional. Da parte do Governo brasileiro, uma série cie pro\à-

Sucede o mesmo caso em relação à

de atrai-los, de encorajá-los a grandes

temente na "Folha da Manhã" e na re

vista "Fundamentos", Paulo.

economia do algodão, dominada pela SANBRA e Anderson Clayton, sobre tudo no campo das exportações. Os mi nérios apresentam uma situação mais grave: não só as principais jazidas de ferro, manganês, carvão, cristal de ro

cha, areias raras, minerais estratégicos em geral, estão sendo exploradas por empresas nacionais subsidiárias de gru pos capitalistas estrangeiros, como tam bém a exportação dos produtos obtidos se faz atendendo essencialmente aos interêsses das companhias inversoras. No

dências vêm sendo tomadas no sentido inversões.

Mandamos aos Estados Uni

dos missões especializadas para discutir

o problema nos seus inúmeros aspectos. Minutas de acordos circulam pelos ser viços técnicos do Ministério da Fazen

da e do Itamarati, recebendo rctoque5^ para colocá-los cm condições de atender às exigências dos candidatos a investi mentos.

De que ordem são essas exigências? James Kemper, presidente do Conselho de Comércio e Produção Inter-Americano, recentemente anunciou seis itens

problema recente das areias monazíticas, que con.sidera necessários para estimular

levantado na Câmara pelos deputados a vinda de dólares ao nosso país, den José Leornil e Horário Lafer, constatousc ate onde temos sido gravados de con

tro do ponto de vista do próprio Depar tamento de Estado ianque:

cessões 6 distribuído priWlégios aos ca pitais estrangeiros.

A situação do cacau, cêra de carnaú ba, babaçu, fumo, mamona e óleos ve

1.

pitais estrangeiros e locais; 2.

getais em geral, produtos presos aos mercados do exterior, ajuda a demónstiar que a economia nacional mantém-se

3.

até aqui sob o comando ou domínio de capitais estrangeiros, instalados dentro

semi-colonial, subindependente, voltada

disponibilidades de divisas para a retirada de capitais, e empréstimos, benefícios e in\-ersões de capitais; pronta, equitativa e justa compen sação nos caros de expropriação;

4.

ausência de discriminação contra a diretoria e o pessoal técnico estran

5.

orçamento fiscal equilibrado e si tuação política sã;

ou mesmo fora do Pais. Caracteriza-se

aquêle fenômeno tantas vêzes posto em dúxdda: somos uma economia de tipo

ausência de discriminação entre ca

geiro;


Dicksto Ecomômico

Pesquisas sôbre a Bahia (Nota prévia sôbre o» planos «Ic traliallio^ L. A. Costa Pinto

(Da Universidade do Brasil)

\ Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia, por iniciativa de seu titular, Dr. Anísio Spinola Teixeira,

liríllo das prccondiçócs históricas e geo gráficas a cujo estudo muito tempo se tem dedicado, o interesse primordial da

deu início, no mês de julho passado, a

análise concentrou-se no quadro huma

uma série de pesquicas sôbre estrutura e problemas da sociedade baiana, estu

do-se delibcradamcntc o refúgio cômodo

dos que têm por finalidade reunir e in

da mera reconstituição hi.stórica ou o

terpretar os dados e elementos básicos necessários ao planejamento racional e

espraiamento fácil da pura descrição do cenário físico: Geografia e História aqui

sistemático das atividades da Secretaria.

estarão presentes, portanto, como mslru-

Para dirigir os trabalhos foi organizado um staff composto pelos Profs. Charles

Wagley, da Universidade de Columbia, Thales de Azevedo, da Universidade da Bahia, e pelo autor dôste. Com êles trabalha uma equipe de mais oito estu

diosos brasileiros e norte-americanos, que hoje estão no campo realizando a primeira parte do plano traçado.

As observações que aqui se divulgam pretendem dar notícia aos estudiosos e interessados — tudo em forma extrema

no da Bahia de hoje, tal qual é, evitan- ^

mentos de trabalho da Sociologia, isto é — do estudo científico do quotidiano concreto.

Qualquer estudo sociológico tem como noção-cliave a noção de estrutura ío-

cíal, realidade objetiva, feita de partes interdependentes, em permanente mu dança que é o seu processus de funcio namento. o seu modo de ser e de exis

tir. Conhecer essa estrutura e o sentido

de • sua transformação vem a ser, em qualquer pesquisa sociológica, e espe cialmente nesta, um objetivo básico,

mente sumária — dos principais objeti vos, problemas de planejamento e pri pois sôbre os resultados dessa análise e meiras impressões do trabalho de campo, rôbre as indicações referentes às pers pequena seleção de nossa caderneta de

pectivas de reconstrução social que delas

notas.

rcsultarem é que se vai fundar o

Em suas grandes linhas, a finalidade das pesquisas que ora se realizam é. com os recursos metodológicos das ciências sociais, analisar a Bahia como área de relações humanas, como estruturei social, ■ de cujo funcionamento resulta — ao mesmo tempo agente e produto — o

que se poderia chamar o homo bahiensis que

é o foco central da pesquisa. Par

nejamcnto administrativo que se tem

em mira. No setor de uma política dc educação, cuja obra pretende ser nao

apenas de transmissão de valores, nais também de revalorização — o conheci mento da estrutura e do sentido de sua

transformação representa um ponto de partida do qual se não pode fugir.

Quando falamos de estrutura social

37

queremos significar não apenas o reçi-

sem, n:*io apenas do ponto de \ista po-

mem econômico que lhe constitui a base

lítico-administralivo, mas também eco

e o fundamento; não pcn.samos apenas

nômico, social c cultural — baianas, co

no sistema do cstratlficação social que

mo são as três indicadas. Em verdade,

rcprcsinla o seu corpo, nem sòuicnte

nas inslituições .sociais que são a sua

dentro da Bahia, podemos encontrar áreas ou subáreas que sofrem a hege

cfipula. Pcnsamo.s também na personali dade humana que dentro dela se forma

ção. Assim, o Centro-Sul é muito mais

e se transforura — as atitude.s, os \-nla-

monia cultural de outros focos de atra

mineiro do que baiano; o Oeste é nuiíto mais goiano do que baiano. Conside

xc.:, as diretrizes psicológicas, qtic a es trutura social engendra c imprime ao comportamento do homem, que também

rando Salwador como foco, tivemos em

Se c: nstitiiiu em ob'eto de coleta de da

cm sua órbita econômica, social c cul

mente estudar subárcas que girassem

dos, de análises, de interpretações, de

tural.

meditações, c.om o objcti\o de alcançai, em sua complexidade c cxlen.são, a visão

selecionar zonas dentro das quais pudós.semos encontrar comunidades que

do homem total.

Dentro desse plano

tôdas as disciplinas sociais porfiam em trazer sua contribuição

Em segundo lugar, procuramos

representassem, umas as formas tradi cionais de vida social, e outras as novas

formas de adaptação do

específica, e entre elas, em posição .singular, que resulta da própria natureza do problema,

homem ao meio, com

pondo um eL\o de mu dança social cujo pro cessus é o pontó sôbre o qual a pesquisa fará ênfase especial.

a Sociologia (que em particular nos interes

Para a compreensão

sa), entendida em sua

verdadeira posição de

desse

ciência geral das rela

do problema, algumas

ções humanas.

informações

último

aspecto

comple-

mentares são necessá

Em resultado de am

rias. O aspecto" de mo saico cultural, tão ca racterístico da socieda

pla troca de idéias e como conseqüência da

adequação das premis

de brasileira, ganha

sas assentadas às pe culiaridades locais, es

tabeleceu-se um programa de trabalho, já em pleno e fecundo andamento, cujas grandes linhas pa.ssaremos a descrever. Foram escolhidas, inicialmente, três ájeas típicas da Bahia: o Recôncavo, o

quipélago logo açode à mente quando o observador constata o ganglionamenar

1 ° ínsulamento daquelas subáreas que, reunidas, formampequenas o teci

Essa seleção,

do sócio-cultural da Bahia. Cremos que

feita in loco, obedeceu, de modo geral,

se tem feito ênfase, principalmente, nes se aspecto descontínuo do conjunto e, por ser óbvio, fica em segundo plano

Planalto e o Nordeste.

aos seguintes critérios: tratava-se, em pri

meiro lugar, de estudar zonas que fos


Dicksto Ecomômico

Pesquisas sôbre a Bahia (Nota prévia sôbre o» planos «Ic traliallio^ L. A. Costa Pinto

(Da Universidade do Brasil)

\ Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia, por iniciativa de seu titular, Dr. Anísio Spinola Teixeira,

liríllo das prccondiçócs históricas e geo gráficas a cujo estudo muito tempo se tem dedicado, o interesse primordial da

deu início, no mês de julho passado, a

análise concentrou-se no quadro huma

uma série de pesquicas sôbre estrutura e problemas da sociedade baiana, estu

do-se delibcradamcntc o refúgio cômodo

dos que têm por finalidade reunir e in

da mera reconstituição hi.stórica ou o

terpretar os dados e elementos básicos necessários ao planejamento racional e

espraiamento fácil da pura descrição do cenário físico: Geografia e História aqui

sistemático das atividades da Secretaria.

estarão presentes, portanto, como mslru-

Para dirigir os trabalhos foi organizado um staff composto pelos Profs. Charles

Wagley, da Universidade de Columbia, Thales de Azevedo, da Universidade da Bahia, e pelo autor dôste. Com êles trabalha uma equipe de mais oito estu

diosos brasileiros e norte-americanos, que hoje estão no campo realizando a primeira parte do plano traçado.

As observações que aqui se divulgam pretendem dar notícia aos estudiosos e interessados — tudo em forma extrema

no da Bahia de hoje, tal qual é, evitan- ^

mentos de trabalho da Sociologia, isto é — do estudo científico do quotidiano concreto.

Qualquer estudo sociológico tem como noção-cliave a noção de estrutura ío-

cíal, realidade objetiva, feita de partes interdependentes, em permanente mu dança que é o seu processus de funcio namento. o seu modo de ser e de exis

tir. Conhecer essa estrutura e o sentido

de • sua transformação vem a ser, em qualquer pesquisa sociológica, e espe cialmente nesta, um objetivo básico,

mente sumária — dos principais objeti vos, problemas de planejamento e pri pois sôbre os resultados dessa análise e meiras impressões do trabalho de campo, rôbre as indicações referentes às pers pequena seleção de nossa caderneta de

pectivas de reconstrução social que delas

notas.

rcsultarem é que se vai fundar o

Em suas grandes linhas, a finalidade das pesquisas que ora se realizam é. com os recursos metodológicos das ciências sociais, analisar a Bahia como área de relações humanas, como estruturei social, ■ de cujo funcionamento resulta — ao mesmo tempo agente e produto — o

que se poderia chamar o homo bahiensis que

é o foco central da pesquisa. Par

nejamcnto administrativo que se tem

em mira. No setor de uma política dc educação, cuja obra pretende ser nao

apenas de transmissão de valores, nais também de revalorização — o conheci mento da estrutura e do sentido de sua

transformação representa um ponto de partida do qual se não pode fugir.

Quando falamos de estrutura social

37

queremos significar não apenas o reçi-

sem, n:*io apenas do ponto de \ista po-

mem econômico que lhe constitui a base

lítico-administralivo, mas também eco

e o fundamento; não pcn.samos apenas

nômico, social c cultural — baianas, co

no sistema do cstratlficação social que

mo são as três indicadas. Em verdade,

rcprcsinla o seu corpo, nem sòuicnte

nas inslituições .sociais que são a sua

dentro da Bahia, podemos encontrar áreas ou subáreas que sofrem a hege

cfipula. Pcnsamo.s também na personali dade humana que dentro dela se forma

ção. Assim, o Centro-Sul é muito mais

e se transforura — as atitude.s, os \-nla-

monia cultural de outros focos de atra

mineiro do que baiano; o Oeste é nuiíto mais goiano do que baiano. Conside

xc.:, as diretrizes psicológicas, qtic a es trutura social engendra c imprime ao comportamento do homem, que também

rando Salwador como foco, tivemos em

Se c: nstitiiiu em ob'eto de coleta de da

cm sua órbita econômica, social c cul

mente estudar subárcas que girassem

dos, de análises, de interpretações, de

tural.

meditações, c.om o objcti\o de alcançai, em sua complexidade c cxlen.são, a visão

selecionar zonas dentro das quais pudós.semos encontrar comunidades que

do homem total.

Dentro desse plano

tôdas as disciplinas sociais porfiam em trazer sua contribuição

Em segundo lugar, procuramos

representassem, umas as formas tradi cionais de vida social, e outras as novas

formas de adaptação do

específica, e entre elas, em posição .singular, que resulta da própria natureza do problema,

homem ao meio, com

pondo um eL\o de mu dança social cujo pro cessus é o pontó sôbre o qual a pesquisa fará ênfase especial.

a Sociologia (que em particular nos interes

Para a compreensão

sa), entendida em sua

verdadeira posição de

desse

ciência geral das rela

do problema, algumas

ções humanas.

informações

último

aspecto

comple-

mentares são necessá

Em resultado de am

rias. O aspecto" de mo saico cultural, tão ca racterístico da socieda

pla troca de idéias e como conseqüência da

adequação das premis

de brasileira, ganha

sas assentadas às pe culiaridades locais, es

tabeleceu-se um programa de trabalho, já em pleno e fecundo andamento, cujas grandes linhas pa.ssaremos a descrever. Foram escolhidas, inicialmente, três ájeas típicas da Bahia: o Recôncavo, o

quipélago logo açode à mente quando o observador constata o ganglionamenar

1 ° ínsulamento daquelas subáreas que, reunidas, formampequenas o teci

Essa seleção,

do sócio-cultural da Bahia. Cremos que

feita in loco, obedeceu, de modo geral,

se tem feito ênfase, principalmente, nes se aspecto descontínuo do conjunto e, por ser óbvio, fica em segundo plano

Planalto e o Nordeste.

aos seguintes critérios: tratava-se, em pri

meiro lugar, de estudar zonas que fos


w fv^.fpn-i.-^", wr

Dícksto Econômico

Ditíi-jnx) Econômico

pelo qual elas se ligam e relacionam

difícil, dentro da própria área, contras tes tão visíveis e tão fareis de identifi car. A verdade, porem, é que aqui ó onde talvez se po.ssa encontrar a confi

formando uma estrutura que, por ser he terogênea, não deixa de ser orgânica.

guração mais profunda do eixo do mu dança social de cpie xlinos falando.

O fenômeno não é exclusivamente brasi

leiro; pelo contrário, no plano metodo

O Recôncavo é a área adjacente j\ Baía de Todos os Santos, na í[ual çc

lógico, é característico da ciência social

encontra a cidade do Salvador.

nas observações correntes aquilo que en tre essas áreas há de orgânicamente

comum e, principalmente, o processo

acadêmica essa ênfase desproporcionada que Se da, nos estudos de comunidade, aos fatores de localidade em detrimento

dos fatôres de unidade regional, e daí, de estrutura social, que são os funda mentais.

O tipo de abordagem adotado nas pesquisas ora em realização na Bahia

visa, em princípio, demonstrar isso, pro

lumbrar, dacpií para frente, as pcr.sj>ecti\'as dc rct^nstrução social que os planf)^ do educação e saúde da Secretaria pre tendem, racionalmente, orientar.

Dentro dês.sc programa sentiu-se a neccs.sidade dc tomar uma da.s três re

giões c, encarandc)-a como unidade re

a atividade pesqueira como forma pre dominante de exploração econômica. Em

gional, fazer o .seu estudo sociológico aprofundado. Para esse estudo o Re côncavo impunha-se como área de elei ção, pois nêlc é mais extensa a escala clc

círculos concêntricôs encontramos uma

faixa do açúcar, principalmente no norte da baía, e uma faixa de planta ção de fumo, concentrada principalmen te no sul.

variaçõc.s sociológicas, uma cias quais,

com as ruínas de velhas casa.s-grandes,

ções verdes do sítios c fazendas, zona de veraneio da burguesia de Salvador, que

porâneo do futuro. ímpos-se, ainda, a

erguem-se as torres da indú.stria petro

necessidade de fazer um levantamento

lífera nascente e daí, no que resta da

do matcriol luslóríco referente à liistó-

ria sccial e ao po\oamcnlo das três áreas de estudo. Por fim, rc o material, o tempo e os recursos permitirem — como

se prolonga até os subúrbios da Capi

se espera — tentar-se-á um estudo, den

tal. Bom no fundo da Baía de Todos os Santos estão as velhas cidades do

tro das grandes áreas gco-económicas em que o Estado .se divide — das sub-

açúcar, hoje cidades mortas, uma das

árcas sócio-ciilturais que constituem, di gamos a.ssím, a menor unidade em que pode .ser dividido o mapa humano da

quais, de glorioso passado, foi tomada

com um estilo de vida que resulta, prin cipalmente, da exploração agrícola. No

para estudo, cm contraste com uma tí

Nordeste, igualmente, o mesmo eixo de mudanças e contrastes foi encontrado

ção do açúcar.

pica "companij íotcn", clc industrializa O eixo aqui formado

sertanejo dos velho.s tempos, outra, co munidade recente nascida do caminho,

drões de associação humana Cjue engen drou, tais como hoje se encontram. Do

zando permite a cpialqucr um verificar

da rodovia, do solo mais fértil, tudo gerando um outro estilo de vida social e de adaptação ecológica. No Recônca vo o problema assume complexidade maior, pois ali fatores sociológicos, his-

engenho à usina, c desta, numa pers

grama dc trabalho que eslamo.s reali

pectiva de futuro, que começa a ser

presente, para a exploração do petróleo. Como se vê, nas três regiões temos um

área, que é geogràficamente menor, um

ocorrendo dentro de uma mesma pai

sagem geográfica à qual o homem en

mogeneidade mais aparente, tomando

controu formas novas de se adaptar.

£0 de passagem, não iremos além da tarefa dc indicar as perspectivas de reconstnição social que, a nosso juízo, re- ;

sultaram dos traballios de campo. ^ Por outro lado, no plano metodológi- í CO, há alguns problemas de natureza ^

fundamental que, no quadro das pes- ^

quisas ora cm realização, podem encon- • Irar .subsídios úteis à sua melhor com

preensão. Assinale-se, cm primeiro lu-

pectivas de reconstnição social em tomo

dc problonas específicos e concretos, perspectivas que administradores e edu-^ cadores necessitam conhecer para nelas

basear a ação perfecionista que sobre a sociedade devem exercer. Êsse lança

mento não-acadêmico das pesquisas, que e sua origem e razão de ser, não só nos

permite mas até nos obriga a encarar

inércia mental ou por "bom

a grande significação que pode ter um

g sto , prefere desviar o rosto indo descançar a vista no pitoresco, no agradá

plano de pesquisas dessa natureza. Do ponto de vista brasileiro, sendo a Bahia

tuiTia, que nao nos leva à compreensão

uma expressão não somente regional

profunda do quotidiano concreto.

mas também nacional de alguns pro blemas básicos deste país — as indica ções que desses estudos resultarein po

dem também ganhar uma significação nacional.

1

estudar por estudar — mas, ao contrário, com a finalidade e.xplíciln de chegar à compreensão científica de algumas pers

comunidade, em face dos quais, na maior parte da.s vêzes, o espírito acadê-

O conliccimenlo, me.smo superficial, de alguns dos pontos básicos do pro

caráter mais visível de unidade, uma ho

nejamcnlo do serviços públicos ligados à educação e saúde. Neste ponto, diga- ^

de frente os problemas fundamentais da

representa, neutras palavras, a história social do açúcar vista através dos pa

tòricamente sedimentados, conferem à

as ciências scciais no Brasil a sua uti- -J

llzação como ponto de partida do pia- ^

Bahia.

em duas comunidades, uma típico burgo

estilo social em decadência e uma co munidade humana em ascensão, tudo

que se con-sidcre artificial essa constata

ção — já significa um teste valioso para '

como é o caso do petróleo, cmuve con-' gar, a circunstancia de esses estudos se fere ao oliser\'aclor a posição de contem fazerem não apenas com o objetivo dc

No nordeste, contrastando

"zona da mata", cslcndem-sc ondula

comunidade recente, instalada no vale

analisndd o "sentido" pi-las equipe.s do estudo já lá instaladas, permitirá vis

Hoje

tomou-se como base de estudos» uma comunidade de três séculos de existên

cursos naturais da região, e uma outra

Tssa transição ocorre por meio de um

proccso dc niudanç.i, cujo mecanismo,

encontra-se na primeira orla marítima*

curando estudar um processo de mu dança social qtravés da análise de co munidades. Assim é.que no Planalto

cia, florescente ao tempo do apogeu da mineração do ouro, que foi a primeira forma histórica de exploração dos re

89

De qualquer sorte, mesrno

vel, no esquisito, em tudo aquilo, cni Ao lado disso, assinale-se também a

composição interdisciplinar da equipe de

trabalho: sociologia, antropologia, his tória social, psicologia social, ecologia humana, medicina, etnologia, psiquiatria

.dS


w fv^.fpn-i.-^", wr

Dícksto Econômico

Ditíi-jnx) Econômico

pelo qual elas se ligam e relacionam

difícil, dentro da própria área, contras tes tão visíveis e tão fareis de identifi car. A verdade, porem, é que aqui ó onde talvez se po.ssa encontrar a confi

formando uma estrutura que, por ser he terogênea, não deixa de ser orgânica.

guração mais profunda do eixo do mu dança social de cpie xlinos falando.

O fenômeno não é exclusivamente brasi

leiro; pelo contrário, no plano metodo

O Recôncavo é a área adjacente j\ Baía de Todos os Santos, na í[ual çc

lógico, é característico da ciência social

encontra a cidade do Salvador.

nas observações correntes aquilo que en tre essas áreas há de orgânicamente

comum e, principalmente, o processo

acadêmica essa ênfase desproporcionada que Se da, nos estudos de comunidade, aos fatores de localidade em detrimento

dos fatôres de unidade regional, e daí, de estrutura social, que são os funda mentais.

O tipo de abordagem adotado nas pesquisas ora em realização na Bahia

visa, em princípio, demonstrar isso, pro

lumbrar, dacpií para frente, as pcr.sj>ecti\'as dc rct^nstrução social que os planf)^ do educação e saúde da Secretaria pre tendem, racionalmente, orientar.

Dentro dês.sc programa sentiu-se a neccs.sidade dc tomar uma da.s três re

giões c, encarandc)-a como unidade re

a atividade pesqueira como forma pre dominante de exploração econômica. Em

gional, fazer o .seu estudo sociológico aprofundado. Para esse estudo o Re côncavo impunha-se como área de elei ção, pois nêlc é mais extensa a escala clc

círculos concêntricôs encontramos uma

faixa do açúcar, principalmente no norte da baía, e uma faixa de planta ção de fumo, concentrada principalmen te no sul.

variaçõc.s sociológicas, uma cias quais,

com as ruínas de velhas casa.s-grandes,

ções verdes do sítios c fazendas, zona de veraneio da burguesia de Salvador, que

porâneo do futuro. ímpos-se, ainda, a

erguem-se as torres da indú.stria petro

necessidade de fazer um levantamento

lífera nascente e daí, no que resta da

do matcriol luslóríco referente à liistó-

ria sccial e ao po\oamcnlo das três áreas de estudo. Por fim, rc o material, o tempo e os recursos permitirem — como

se prolonga até os subúrbios da Capi

se espera — tentar-se-á um estudo, den

tal. Bom no fundo da Baía de Todos os Santos estão as velhas cidades do

tro das grandes áreas gco-económicas em que o Estado .se divide — das sub-

açúcar, hoje cidades mortas, uma das

árcas sócio-ciilturais que constituem, di gamos a.ssím, a menor unidade em que pode .ser dividido o mapa humano da

quais, de glorioso passado, foi tomada

com um estilo de vida que resulta, prin cipalmente, da exploração agrícola. No

para estudo, cm contraste com uma tí

Nordeste, igualmente, o mesmo eixo de mudanças e contrastes foi encontrado

ção do açúcar.

pica "companij íotcn", clc industrializa O eixo aqui formado

sertanejo dos velho.s tempos, outra, co munidade recente nascida do caminho,

drões de associação humana Cjue engen drou, tais como hoje se encontram. Do

zando permite a cpialqucr um verificar

da rodovia, do solo mais fértil, tudo gerando um outro estilo de vida social e de adaptação ecológica. No Recônca vo o problema assume complexidade maior, pois ali fatores sociológicos, his-

engenho à usina, c desta, numa pers

grama dc trabalho que eslamo.s reali

pectiva de futuro, que começa a ser

presente, para a exploração do petróleo. Como se vê, nas três regiões temos um

área, que é geogràficamente menor, um

ocorrendo dentro de uma mesma pai

sagem geográfica à qual o homem en

mogeneidade mais aparente, tomando

controu formas novas de se adaptar.

£0 de passagem, não iremos além da tarefa dc indicar as perspectivas de reconstnição social que, a nosso juízo, re- ;

sultaram dos traballios de campo. ^ Por outro lado, no plano metodológi- í CO, há alguns problemas de natureza ^

fundamental que, no quadro das pes- ^

quisas ora cm realização, podem encon- • Irar .subsídios úteis à sua melhor com

preensão. Assinale-se, cm primeiro lu-

pectivas de reconstnição social em tomo

dc problonas específicos e concretos, perspectivas que administradores e edu-^ cadores necessitam conhecer para nelas

basear a ação perfecionista que sobre a sociedade devem exercer. Êsse lança

mento não-acadêmico das pesquisas, que e sua origem e razão de ser, não só nos

permite mas até nos obriga a encarar

inércia mental ou por "bom

a grande significação que pode ter um

g sto , prefere desviar o rosto indo descançar a vista no pitoresco, no agradá

plano de pesquisas dessa natureza. Do ponto de vista brasileiro, sendo a Bahia

tuiTia, que nao nos leva à compreensão

uma expressão não somente regional

profunda do quotidiano concreto.

mas também nacional de alguns pro blemas básicos deste país — as indica ções que desses estudos resultarein po

dem também ganhar uma significação nacional.

1

estudar por estudar — mas, ao contrário, com a finalidade e.xplíciln de chegar à compreensão científica de algumas pers

comunidade, em face dos quais, na maior parte da.s vêzes, o espírito acadê-

O conliccimenlo, me.smo superficial, de alguns dos pontos básicos do pro

caráter mais visível de unidade, uma ho

nejamcnlo do serviços públicos ligados à educação e saúde. Neste ponto, diga- ^

de frente os problemas fundamentais da

representa, neutras palavras, a história social do açúcar vista através dos pa

tòricamente sedimentados, conferem à

as ciências scciais no Brasil a sua uti- -J

llzação como ponto de partida do pia- ^

Bahia.

em duas comunidades, uma típico burgo

estilo social em decadência e uma co munidade humana em ascensão, tudo

que se con-sidcre artificial essa constata

ção — já significa um teste valioso para '

como é o caso do petróleo, cmuve con-' gar, a circunstancia de esses estudos se fere ao oliser\'aclor a posição de contem fazerem não apenas com o objetivo dc

No nordeste, contrastando

"zona da mata", cslcndem-sc ondula

comunidade recente, instalada no vale

analisndd o "sentido" pi-las equipe.s do estudo já lá instaladas, permitirá vis

Hoje

tomou-se como base de estudos» uma comunidade de três séculos de existên

cursos naturais da região, e uma outra

Tssa transição ocorre por meio de um

proccso dc niudanç.i, cujo mecanismo,

encontra-se na primeira orla marítima*

curando estudar um processo de mu dança social qtravés da análise de co munidades. Assim é.que no Planalto

cia, florescente ao tempo do apogeu da mineração do ouro, que foi a primeira forma histórica de exploração dos re

89

De qualquer sorte, mesrno

vel, no esquisito, em tudo aquilo, cni Ao lado disso, assinale-se também a

composição interdisciplinar da equipe de

trabalho: sociologia, antropologia, his tória social, psicologia social, ecologia humana, medicina, etnologia, psiquiatria

.dS


T Dicesto EcorfÓMico

40

M oeda, inflação — concorrem no estudo sem ânimo sec

turais que têm tido lugar cm cada uma

tário ou preocupação particularista, va lendo cada um pela contribuição obje tiva que trazem à finalidade comum de

do impacto de novas formas de econo

todas elas, que é o conhecimento cien

maiores facilidades de transporte e do

tífico das relações humanas. O plano de trabalho, que dessa cooperação re sultou, está sendo aplicado simultanea

desenvolvimento

mente cm três diferentes zonas ecolótii-

das zonas estudadas e qt>e são produtos mia

e tecnologia, dc

tôda

uma

novn

ideologia. 4 — Determinar o.s fatores dinâmi cos dessa miidunça tal como se opcni

em cada zona, bem corno o que Irá de

técnicas de trabalho de campo, c pos

comum e o que há de específico em ca

sível que daí resultem experiências e

da uma delas.

ao patrimônio

científico comum

das

ciências sociais.

Em resumo, os objetivos fundamen

tais das pesquisas ora em realização po

DjAcm Menezes

(Prof. cut. da Faculdade Nacional de Filosofia)

do surgimento de

car. da Bahia, e, do ponto de vista das ensinamentos capazes de acrescer algo

produção

%7oltamos a nova apreciação de lema

icce. Porque se toma preciso dizer qual

que já discutimos nesta rc\'istn.

seria a quantidade necessária de dinhei

No cí.rrer dos últimos anos, cm que

ro reclamada pelo país. E como deter

variadíJs acontcciininlos afetaram o pre

ço das utilidades e serviços de modo brusco c gen(írali/ado, entrou para o vocabulário comum o termo inflação.

minar essa quantidade? Há muito tempo que a pergunta sur gira no espírito dos economistas. Salvo omissão, desde William Petty, nos fins do século XVII, no ercrito ÇuflnítimJutn-

5 ~ Determinar quais os aspectos da

T()da vez que um cidadão contempla

presente estrutura social o cultural e quais as suas pcrspecli\'a.s de mudança que precisam ser consideradas no plane

as dificuldades da vida c sente a insu ficiência dos seus réditos monetários

cumquc conccmiug Moncij. Outros, pos

para adquirir os bens do que nccesiita,

cada qual estabelecendo, um tanto ar-

jamento e administração de programas

fala da "inflação".

E sente vagamen

teriormente, meditaram sobre o assunto,

bitràriamentc, a taxa que julgava ne

dc educação c saúde pura a região. Ao lado desses objetivos específicos,"

te que está explicada a origem dos ma les que o afligem com o emprego da

cessária. Cantillon, por exemplo, indi ser um nono dã produção nacional.

eco.ógicas e sócio-culturais do Estado da

que definem o seu roteiro de pc quisas, os responsáveis por êsscs estudos na

palavra impressionante. Se procurannos saber o sentido exato da palavra, raros

Por que essa relação? Claro que não

Bahia.

Bahia guardam também a convicção —

se trata de uma dedução matemática,

forços comuns poderá resultar um co

poderão dar-nos uma definição satisfa tória. Já não dizemos uma definição rigorosa, porque entre os próprios eco

nhecimento mais sólido c científico da estrutura e funcionamento da sociedade

nomistas bá vacilações na conceituação

sua experiência de observador da ativi

precisa do fenômeno.

dade econômica, na Inglaterra, av por

brasileira, como um todo, e uma com

A palavra inflação foi usada para de signar o fenômeno da expansão desproporcionada dos meios de pagamento —

N'olta dos ecmeços do século XVIII.

dem ser assim apresentados : 1 — Conhecer a estrutura e o funcionarnento da vida social em três zonas

2 — Compreender o processo de adaptação do padrão cultural luso-bra-

sileiro a três diferentes quadros ecoló gicos, processo que se vem derenrolando naque'a área nesses 400 anos de edi ficação de uma sociedade no Brasil. Analisar as mudanças sócio-cul-

como já ficou dito — de que dc seus es

preensão também mais larga da estrutu ra e da dinâmica das relações bumana.s.

o abusada. Porque uma série de ocor

rências, capituladas como oriundas de

cava que a quantidade de moeda devia

mas de uma intuição pessoal do autor, inspirando-se em dados concretos e na

A pergunta não é considerada pêlos sucessores.

Adam Smith afirma mes

mo que não se poderia determinar exa tamente o qiiantum de nweda que será

outras causas, ficou sob o mesmo ape

necessário à vida "econômica de uma

lido, como pretendemos apontar aqui.

nação.

Acusar a inflação, que se processava,

A experiência vai crescendo sempre nesse domínio da política monetária. A descoberta de'minas de ouro na Cali

desviou o olbar de atividades especula-"

tivas que se desenvolviam à sua sombra, o concorreu para que a especulação ainda mais se exercitasse.

A inflação

foi uma explicação elástica, que impersonalizou, irresponsãbilizou e absol veu. * Dizer que a inflação se caracteriza por um excesso dè dinheiro nada escla-

fórnia, na Austrália, na África do Sul, dos meados aos fins do século XIX, forneceu muito ouro aos países que Uderavam o comércio mundial e aos re

lacionados com aqueles. Houve abun dância da moeda-ouro além das neces sidades reai.s de trocas. O ouro s© de-


T Dicesto EcorfÓMico

40

M oeda, inflação — concorrem no estudo sem ânimo sec

turais que têm tido lugar cm cada uma

tário ou preocupação particularista, va lendo cada um pela contribuição obje tiva que trazem à finalidade comum de

do impacto de novas formas de econo

todas elas, que é o conhecimento cien

maiores facilidades de transporte e do

tífico das relações humanas. O plano de trabalho, que dessa cooperação re sultou, está sendo aplicado simultanea

desenvolvimento

mente cm três diferentes zonas ecolótii-

das zonas estudadas e qt>e são produtos mia

e tecnologia, dc

tôda

uma

novn

ideologia. 4 — Determinar o.s fatores dinâmi cos dessa miidunça tal como se opcni

em cada zona, bem corno o que Irá de

técnicas de trabalho de campo, c pos

comum e o que há de específico em ca

sível que daí resultem experiências e

da uma delas.

ao patrimônio

científico comum

das

ciências sociais.

Em resumo, os objetivos fundamen

tais das pesquisas ora em realização po

DjAcm Menezes

(Prof. cut. da Faculdade Nacional de Filosofia)

do surgimento de

car. da Bahia, e, do ponto de vista das ensinamentos capazes de acrescer algo

produção

%7oltamos a nova apreciação de lema

icce. Porque se toma preciso dizer qual

que já discutimos nesta rc\'istn.

seria a quantidade necessária de dinhei

No cí.rrer dos últimos anos, cm que

ro reclamada pelo país. E como deter

variadíJs acontcciininlos afetaram o pre

ço das utilidades e serviços de modo brusco c gen(írali/ado, entrou para o vocabulário comum o termo inflação.

minar essa quantidade? Há muito tempo que a pergunta sur gira no espírito dos economistas. Salvo omissão, desde William Petty, nos fins do século XVII, no ercrito ÇuflnítimJutn-

5 ~ Determinar quais os aspectos da

T()da vez que um cidadão contempla

presente estrutura social o cultural e quais as suas pcrspecli\'a.s de mudança que precisam ser consideradas no plane

as dificuldades da vida c sente a insu ficiência dos seus réditos monetários

cumquc conccmiug Moncij. Outros, pos

para adquirir os bens do que nccesiita,

cada qual estabelecendo, um tanto ar-

jamento e administração de programas

fala da "inflação".

E sente vagamen

teriormente, meditaram sobre o assunto,

bitràriamentc, a taxa que julgava ne

dc educação c saúde pura a região. Ao lado desses objetivos específicos,"

te que está explicada a origem dos ma les que o afligem com o emprego da

cessária. Cantillon, por exemplo, indi ser um nono dã produção nacional.

eco.ógicas e sócio-culturais do Estado da

que definem o seu roteiro de pc quisas, os responsáveis por êsscs estudos na

palavra impressionante. Se procurannos saber o sentido exato da palavra, raros

Por que essa relação? Claro que não

Bahia.

Bahia guardam também a convicção —

se trata de uma dedução matemática,

forços comuns poderá resultar um co

poderão dar-nos uma definição satisfa tória. Já não dizemos uma definição rigorosa, porque entre os próprios eco

nhecimento mais sólido c científico da estrutura e funcionamento da sociedade

nomistas bá vacilações na conceituação

sua experiência de observador da ativi

precisa do fenômeno.

dade econômica, na Inglaterra, av por

brasileira, como um todo, e uma com

A palavra inflação foi usada para de signar o fenômeno da expansão desproporcionada dos meios de pagamento —

N'olta dos ecmeços do século XVIII.

dem ser assim apresentados : 1 — Conhecer a estrutura e o funcionarnento da vida social em três zonas

2 — Compreender o processo de adaptação do padrão cultural luso-bra-

sileiro a três diferentes quadros ecoló gicos, processo que se vem derenrolando naque'a área nesses 400 anos de edi ficação de uma sociedade no Brasil. Analisar as mudanças sócio-cul-

como já ficou dito — de que dc seus es

preensão também mais larga da estrutu ra e da dinâmica das relações bumana.s.

o abusada. Porque uma série de ocor

rências, capituladas como oriundas de

cava que a quantidade de moeda devia

mas de uma intuição pessoal do autor, inspirando-se em dados concretos e na

A pergunta não é considerada pêlos sucessores.

Adam Smith afirma mes

mo que não se poderia determinar exa tamente o qiiantum de nweda que será

outras causas, ficou sob o mesmo ape

necessário à vida "econômica de uma

lido, como pretendemos apontar aqui.

nação.

Acusar a inflação, que se processava,

A experiência vai crescendo sempre nesse domínio da política monetária. A descoberta de'minas de ouro na Cali

desviou o olbar de atividades especula-"

tivas que se desenvolviam à sua sombra, o concorreu para que a especulação ainda mais se exercitasse.

A inflação

foi uma explicação elástica, que impersonalizou, irresponsãbilizou e absol veu. * Dizer que a inflação se caracteriza por um excesso dè dinheiro nada escla-

fórnia, na Austrália, na África do Sul, dos meados aos fins do século XIX, forneceu muito ouro aos países que Uderavam o comércio mundial e aos re

lacionados com aqueles. Houve abun dância da moeda-ouro além das neces sidades reai.s de trocas. O ouro s© de-


DlUl^TU

42

preciuu. E pior ainda aconteceu à prata, cuja depreciação inutilizou-a como pa

licuNÒMICO

Bancos de Estado, nos países ein que

as c.xjKjrtaçõcs lhe asseguram nm ba Entre

OiGiúsK.i

Econômico

43

diminuta c os preços sobem cm alta pro

de economia, Mas que entrasse em Unha de cogitação para medida política,

porção.

c cst trop forf. Isso porque qualquer

tecer o contrário: uma porção adicional

drão monetário.

lanço de pagamento favorá\-e!.

Coníiiderado por muitos,-ainda nos dias atuais, a moeda por excelência, o curo foi, durante certo tempo, o centro

nós, durante a guerra, cnimo nos de

Não vamos repetir aqui o mecanis

manual de ciência econômica mostra a

desigualdade entre as duas curvas, a

propriedades, as explicações que o sin-

mais paísc.s, a afluência do ouro se des tinava ao pagamento das exportações feitas. Esse ouro não passa à mão do particular. O Estado compra-o aos exportadares, cntregando-llies sua moe-

mo exp:)sto em todo compêndio sobre as

gularizavam entre tantos outros.

da-papci.

de todas as especulações sôbre o di nheiro. Procurou-se no metal, nas suas

Fa

lou-se em enigma do ouro^ na força dia bólica do ouro, em virtudes miríficas do Ouro. Algo de animista se insinuava nessa atitude para apreciar o fenômeno. Tudo porque se esr^ueciam as relações sociais de troca, desenvolvidas dentro

da sociedade capitalista, como a fonte para analisar o problema que não esta va na órbita das ciências naturais, mas sob alçada de ciências históricas. Tra

relações internas dêsses fenômenos, tal

conv) o expõe a teoria qiu\ntilaliva da moeda em tôdas as modalidades com

que tem .sido examinada.

No nosso caso. nem o pró

prio Governo recebeu o metal amarelo: êlo ficou depositado nos países de eco nomia líder (na cxprc.ssão do prof. Gudin), e sua niobili/-ação, htc certo

ponto, ficou liàbilmcnte condicionada à política dos guardiães. O que nos interessa aqui é indicar uma das causas da inflação. Para com

prar ê.sscs créditos ao particular, o Go-

*

versibilidade no evolver social e só uma

mentalidade muito simplista e muito Sob o manto da inflação, et pour cau

alheia aos conhecimentos rudimentares

se, toda sorte de atividades cspcculati-,

do que lhe diz respeito poderia julgar

vas SC dc.scnvol\'cram dentro do País.

tão ingênuamente.

Mas já preliminarmente cxculpadas: to dos os males ir-sc-íum atribuir ao Goinvocado facciosamente.

tifico c por parte de liomens habituados ã meditação dos problemas econômicos.

O fenômeno

so de desenvolvimento econômico, obser vável històricamente.

não afetam a curva dos preços.

sados ficaram agindo nos bastidores, locuplelando-se, ontem como hoje, com as situações de fato. Os beneficiários da in

Nou

tras palavras, o poder de compra da * si»

*

Os países cuja balança comercial é favorável atraem o ouro. Assim, os Es

tados Unidos receberam, no Forte Knox, Estado de Kentucky, 4/5 do ouro

moeda continua o mesmo.

Num sis

tema em relativo equilíbrio, 6 possível

que o aumento adicional de moeda pos sa atingir até 30% da quantidade exis tente sem que se verifiquem quaisquer sintomas de ascensão de preços.

aas, era a exi^licação geral: c os interes

flação foram os que agiram, no campo que ela propiciara, auferindo lucros que a incompetência administrativa e fiscal não atinava como impedir ou coibir. Isso

para não formular a hipótese mais grave. Os curandeiros abundaram, como sói

mundial. O desequilíbrio infun

Depois ó que se notam as primei

acontecer nas épKJcns de crise. Cada en

diu receios nos observadores da saúde monetária internacional,

ras manifestações. Como se hou

tendido no assunto dava seus palpites

vesse uma força de inércia (e fala-se na inércia dos preçOs)^ ^

pelo Angulo adotado para terapêutica.

sempre tão abalada pelos gru pos financeiros em luta peio do mínio dos mercados mundiais.

Sempre as guerras, efetuadas pelos ge nerais, são concluídas pelos banqueiros

alta se produz com lentidão, subindo num ritmo muito inferior

ao cm que aumenta a quantidade de meios de pagamento. Este poderá já ter

_ escrevia Mendès-France, tratando do

dobrado e os preços ainda não atingiram

prob'ema da moeda internacional. E em tÔrno do ouro vai ainda girando uma poderosa constelação de interesses.

50%. Mas essa relação se modifica. Em

CentraSzaram-se as reservas-ouro em

pouco, se o foco inflacionário persiste, a mobilidade dos preços ultrapassa o ritmo da emissão monetária — e passa a acon

Os mais complexos aparece

ram, já frutos de amadurecimento cien

Oj conhecedores do assunto sabem que os primeiros jatos de moeda emitida

Outros foram encontrando outros re

médios.

vêmo do sr. Gctúlio Vargas, ainda hoje político, mais visível aos olhos das mas-

Se enquadrava nitidamente no proces

mente diversas. Demais, as situações criadas pela inflação dentro da socie dade não se re,solvcriam fazendo uma reversão ã fase anterior. H;i certa irre-

íi:

vêrno emitiu meios de pagamento, au mentando assim o volume om ascensão.

tava-se, antes de tudo, de fenômeno que

da inflação e a da deflação. Não são simétricas, têm elasticidades completa

Os mais simplistas raciocinaram: Há di

nheiro de mais? Pois que se diminua! E passaram a falar ore rotundo na de flação.

Seria a valorização dos meios

de pagamento, a revitalização do poder do compra etc. Todos os credores sor riram, todos os que vivem de rendas

fixas se enterneceram... Que essa con

Aqui nos separamos do pensamento lei- ^ go. Falaram alguns técnicos. Para grando parte dos economistas americanos — o muitas teorias foram e.xpostas — as cri

ses que assoberbam o sistema que nos rege originam-se realmente da esfera

monetária. Essa superestrutura

que

cH3nslitui o dinheiro, com tôdas as ins

tituições que ele implica, representa, na sociedade atual, uma fòrça decisiva. O organismo bancário comanda o ritmo

da produção, da circulação, do consu mo.^ De suas falhas resultariam os abaios que se fazem sentir. Tôda a atenção dêsses pensadores volta-se para ^'^psrfeíçoamento do organismo ban cário. Assim é que o volume do meio circulante, a proporção do crédito ban cário, a velocidade de circulação de moeda, a rede de drenagem de capi tais, tôda a complexidade do aparelha-

versa enchesse os cafés e entusiasmasse

mento é responsável pelas oscilações

os jornalistas que tratam esportivamCnte

verificadas. Uma retração do crédito pot


DlUl^TU

42

preciuu. E pior ainda aconteceu à prata, cuja depreciação inutilizou-a como pa

licuNÒMICO

Bancos de Estado, nos países ein que

as c.xjKjrtaçõcs lhe asseguram nm ba Entre

OiGiúsK.i

Econômico

43

diminuta c os preços sobem cm alta pro

de economia, Mas que entrasse em Unha de cogitação para medida política,

porção.

c cst trop forf. Isso porque qualquer

tecer o contrário: uma porção adicional

drão monetário.

lanço de pagamento favorá\-e!.

Coníiiderado por muitos,-ainda nos dias atuais, a moeda por excelência, o curo foi, durante certo tempo, o centro

nós, durante a guerra, cnimo nos de

Não vamos repetir aqui o mecanis

manual de ciência econômica mostra a

desigualdade entre as duas curvas, a

propriedades, as explicações que o sin-

mais paísc.s, a afluência do ouro se des tinava ao pagamento das exportações feitas. Esse ouro não passa à mão do particular. O Estado compra-o aos exportadares, cntregando-llies sua moe-

mo exp:)sto em todo compêndio sobre as

gularizavam entre tantos outros.

da-papci.

de todas as especulações sôbre o di nheiro. Procurou-se no metal, nas suas

Fa

lou-se em enigma do ouro^ na força dia bólica do ouro, em virtudes miríficas do Ouro. Algo de animista se insinuava nessa atitude para apreciar o fenômeno. Tudo porque se esr^ueciam as relações sociais de troca, desenvolvidas dentro

da sociedade capitalista, como a fonte para analisar o problema que não esta va na órbita das ciências naturais, mas sob alçada de ciências históricas. Tra

relações internas dêsses fenômenos, tal

conv) o expõe a teoria qiu\ntilaliva da moeda em tôdas as modalidades com

que tem .sido examinada.

No nosso caso. nem o pró

prio Governo recebeu o metal amarelo: êlo ficou depositado nos países de eco nomia líder (na cxprc.ssão do prof. Gudin), e sua niobili/-ação, htc certo

ponto, ficou liàbilmcnte condicionada à política dos guardiães. O que nos interessa aqui é indicar uma das causas da inflação. Para com

prar ê.sscs créditos ao particular, o Go-

*

versibilidade no evolver social e só uma

mentalidade muito simplista e muito Sob o manto da inflação, et pour cau

alheia aos conhecimentos rudimentares

se, toda sorte de atividades cspcculati-,

do que lhe diz respeito poderia julgar

vas SC dc.scnvol\'cram dentro do País.

tão ingênuamente.

Mas já preliminarmente cxculpadas: to dos os males ir-sc-íum atribuir ao Goinvocado facciosamente.

tifico c por parte de liomens habituados ã meditação dos problemas econômicos.

O fenômeno

so de desenvolvimento econômico, obser vável històricamente.

não afetam a curva dos preços.

sados ficaram agindo nos bastidores, locuplelando-se, ontem como hoje, com as situações de fato. Os beneficiários da in

Nou

tras palavras, o poder de compra da * si»

*

Os países cuja balança comercial é favorável atraem o ouro. Assim, os Es

tados Unidos receberam, no Forte Knox, Estado de Kentucky, 4/5 do ouro

moeda continua o mesmo.

Num sis

tema em relativo equilíbrio, 6 possível

que o aumento adicional de moeda pos sa atingir até 30% da quantidade exis tente sem que se verifiquem quaisquer sintomas de ascensão de preços.

aas, era a exi^licação geral: c os interes

flação foram os que agiram, no campo que ela propiciara, auferindo lucros que a incompetência administrativa e fiscal não atinava como impedir ou coibir. Isso

para não formular a hipótese mais grave. Os curandeiros abundaram, como sói

mundial. O desequilíbrio infun

Depois ó que se notam as primei

acontecer nas épKJcns de crise. Cada en

diu receios nos observadores da saúde monetária internacional,

ras manifestações. Como se hou

tendido no assunto dava seus palpites

vesse uma força de inércia (e fala-se na inércia dos preçOs)^ ^

pelo Angulo adotado para terapêutica.

sempre tão abalada pelos gru pos financeiros em luta peio do mínio dos mercados mundiais.

Sempre as guerras, efetuadas pelos ge nerais, são concluídas pelos banqueiros

alta se produz com lentidão, subindo num ritmo muito inferior

ao cm que aumenta a quantidade de meios de pagamento. Este poderá já ter

_ escrevia Mendès-France, tratando do

dobrado e os preços ainda não atingiram

prob'ema da moeda internacional. E em tÔrno do ouro vai ainda girando uma poderosa constelação de interesses.

50%. Mas essa relação se modifica. Em

CentraSzaram-se as reservas-ouro em

pouco, se o foco inflacionário persiste, a mobilidade dos preços ultrapassa o ritmo da emissão monetária — e passa a acon

Os mais complexos aparece

ram, já frutos de amadurecimento cien

Oj conhecedores do assunto sabem que os primeiros jatos de moeda emitida

Outros foram encontrando outros re

médios.

vêmo do sr. Gctúlio Vargas, ainda hoje político, mais visível aos olhos das mas-

Se enquadrava nitidamente no proces

mente diversas. Demais, as situações criadas pela inflação dentro da socie dade não se re,solvcriam fazendo uma reversão ã fase anterior. H;i certa irre-

íi:

vêrno emitiu meios de pagamento, au mentando assim o volume om ascensão.

tava-se, antes de tudo, de fenômeno que

da inflação e a da deflação. Não são simétricas, têm elasticidades completa

Os mais simplistas raciocinaram: Há di

nheiro de mais? Pois que se diminua! E passaram a falar ore rotundo na de flação.

Seria a valorização dos meios

de pagamento, a revitalização do poder do compra etc. Todos os credores sor riram, todos os que vivem de rendas

fixas se enterneceram... Que essa con

Aqui nos separamos do pensamento lei- ^ go. Falaram alguns técnicos. Para grando parte dos economistas americanos — o muitas teorias foram e.xpostas — as cri

ses que assoberbam o sistema que nos rege originam-se realmente da esfera

monetária. Essa superestrutura

que

cH3nslitui o dinheiro, com tôdas as ins

tituições que ele implica, representa, na sociedade atual, uma fòrça decisiva. O organismo bancário comanda o ritmo

da produção, da circulação, do consu mo.^ De suas falhas resultariam os abaios que se fazem sentir. Tôda a atenção dêsses pensadores volta-se para ^'^psrfeíçoamento do organismo ban cário. Assim é que o volume do meio circulante, a proporção do crédito ban cário, a velocidade de circulação de moeda, a rede de drenagem de capi tais, tôda a complexidade do aparelha-

versa enchesse os cafés e entusiasmasse

mento é responsável pelas oscilações

os jornalistas que tratam esportivamCnte

verificadas. Uma retração do crédito pot


V

1

Dicesto Econômico

44

Dicesto

EcoNÓNncc>

45

um banco central fará repercutir, por

fiadas e pequena burguesia; cios lucros

o estudo sistematizado e orientado cien

Pode-se comprar sem \ ender e \'ice-

tôda a economia nacional (e, tratando-

e dividendos das grandes empresas; dos

tificamente.

Não bastam as credenciais

\'ersa. Isso significa que podem ser re

se de uma economia-iider, pelas econo

preços de cnisto das mercadorias de ba

mias reCexas de outras nações), os seus

se; dos intermediários nas diferentes ati

dc cientista, nesse domínio dos fatos so ciais. A condição ó necessária, mas não

forma de dinheiro, retirar pcder de com

efeitos mais ou menos fortes.

vidades comerciais: dos meios de trans porte etc.

A teoria do emprêgo pleno dos fatôres veio trazer suas contribuições e reto ques ao esquema.

Quando num país todos os recursos

produtivos estão utilizados plenamente, não ha margem para mais inversões de capitais senão forçando a alta

dos preços. Porque as novas empresas abertas vão competir,

nos diversos mercados a quê

compareçam, com as existentes,

revigorando ainda mais a pro cura.

No mercado de trabalho, como no mercado de bens produtivos, os nre-

Êsses estudo.s, em muitos ramos, con

tavam já oom trabalhos anteriores e com órgãos adequado«^: cm outros, nada. Para tomar medidas imediatas, im possível. No entanto, era o que se e.xi-

gia. Resultado: prisão periódica de meia dúzia dc pobres diabos

um imperativo deve agir na consciência

do;: pi-s(piisadores; o do interêsse pú blico. Não que êstc se contraponha scmpro ao.s particulares; mas para que, atendidos os intcrêsscs coletivos e com

mais fundamentais continuam intactas, produzindo os seus

pelidos os grupos aos ditames do Esta do, que deve salvaguardar o bem-estar

Cremos, porém, que acima desses tra

funclóna e defeituosa), devera ser Con siderados os fatores procedentes da es peculação, que, entre nós, apesar de tôdas as medidas alardeadas, não foram atacados como deviam. Nesse assunto a boa vontade é perfeitamente irrisória Exige-se primeiro que seja e.vplioado Cientificamente o problema, para que

preenderíamos ter cometido um grande

mercadorias nq valor de 5 xelins, com crime. Teríamos cometklo o crinu: dc

roubar sorrateiramente aos soldados e

problema quando dircutiu, com aquela penetração que aos olhos de muitos o singularizou como o maior dos econo mistas neo-clássicos (mau grado, suas

Mas

a planteou não lhe permitia chegar .» Pelo sumário insuficiente, uma \erda-

dc ressaltaria logo: não se pode isolar o problema do excesso de meios de pa gamentos dos demais problemas. O mun do social c uma interdependência varia da — e nada exprime mais essas inter dependências entre as \'ariáveis econô micas do que o fenômeno prcço. Nas

soas adquiriam por bem querer se desincumbir de seus deveres e à custa dc tremendos sacrifícios e privações."

cesso das necessidades sociais de con

estado rudimentaríssimo de economia, os

valores permutados estão ligados ao pro

sumo.

O dinliciro, porém, permite,

inicialmente, como notou Ricardo, que com produtos e serviços se adquiram pro

dutos e serviços, na sua função de meio

fundamentais que deveriam preceder qualquer medida política em prol do bem-estar nacional significa apenas o se guinte: que, em face de um problema econômico tão complexo, qual seja o çontrôle de preços, o primeiro passo é'

circulação, que determinaria, até certo ponto, os preços existentes. Lord Keynes andou marginando o

a forma como expôs a questão e como

sociedades baseadas na troca direta, em

Aquela incompleta indicação dos iten.ç

clu ccmunidade desiguala-se da massa existente dc mercadorias produzidas em

des entre inversão e poupança. * *

trabaUuidores dêste país aquilo que, por 200 ou 300 eiterUnos. milhões de pes

«

de dcsajustamento entre as diferentes

h.eresias anti-clássicas)^ as desigualda

de todos.

Não ouvimos essa lição de Churchill"Há uma coisa que certaúiente não

mo.i pela manliã e percebêssemos que uma libra esterlina só conseguia comprar

voilto dos capitais invertidos e da natu reza desses capitais; da estatística dos diversos mercados nacionais e de sua capacidade de absorção; do mercado do trabalho; dos ingressos das classes sala-'

que não sejam, seb capa cientifica, con trabandeados intcrêssc-- particiilaro.s. Só

partes do sirtcma. O poder de compra

lar, enquanto tôdas as causas

poderemos fazer... Mas se a*cordáss'c-

tivéssemos possibilidades de combater as causas dos males com eficiência urgia inicialmente um sincero e meti culoso estudo da situação da produção do País cm cada um de seus ramos; do

pra cm potencial, adiando sua conversão

cm mercadorias c abrindo possibilidades

onde porventura se contrapuser, sejam

ços são afetados pela competição 4ais faremos. Não angariamos \'otos ou po Id d acarretam, ao pularidade prometendo aquilo que não

ços esboçados (e da maneira mais per-

c suficiente. Exigc-re também indepen dência dos insesligadorcs de quaisquer ínjunções eeonóinicas de grupos, para

como satisfação á mi ória popij.

. efeitos pelo tempo afora.

tiradas mercadorias da circulação, sob

conclusões diversas.

O problema da circulação monetária MÚo se pode desligar inteiramente do

jogo das fôrças produti\'as. Uma deter minada forma e nível de estrutura cir

culatória dependem das condições gerais do processo produtivo. Observa-se uma interdependência crescente entre as duas

ordens de fatos.

Disso resulta que

quaisquer medidas visando melhorar o poder de compra, evitar a marcha do processo inflacionista, sanear o meio

circulante, em suma, qualquer medida de política monetária nesse sentido não

produzirá os efeitos desejados se' não

culação de mercadorias determinou a

for, simultaneamente, adotada uma po lítica dc defesa das fôrças produtivas,

.aparição de propriedades novas, dtulro

a fim de superar o atraso econômico e

do troca.

Mas a intensificação da cir

da dinâmica do sistema.

O dinheiro

permitiu dissociar a compra da venda.

ascender a formas mais altas de criação de riqueza.


V

1

Dicesto Econômico

44

Dicesto

EcoNÓNncc>

45

um banco central fará repercutir, por

fiadas e pequena burguesia; cios lucros

o estudo sistematizado e orientado cien

Pode-se comprar sem \ ender e \'ice-

tôda a economia nacional (e, tratando-

e dividendos das grandes empresas; dos

tificamente.

Não bastam as credenciais

\'ersa. Isso significa que podem ser re

se de uma economia-iider, pelas econo

preços de cnisto das mercadorias de ba

mias reCexas de outras nações), os seus

se; dos intermediários nas diferentes ati

dc cientista, nesse domínio dos fatos so ciais. A condição ó necessária, mas não

forma de dinheiro, retirar pcder de com

efeitos mais ou menos fortes.

vidades comerciais: dos meios de trans porte etc.

A teoria do emprêgo pleno dos fatôres veio trazer suas contribuições e reto ques ao esquema.

Quando num país todos os recursos

produtivos estão utilizados plenamente, não ha margem para mais inversões de capitais senão forçando a alta

dos preços. Porque as novas empresas abertas vão competir,

nos diversos mercados a quê

compareçam, com as existentes,

revigorando ainda mais a pro cura.

No mercado de trabalho, como no mercado de bens produtivos, os nre-

Êsses estudo.s, em muitos ramos, con

tavam já oom trabalhos anteriores e com órgãos adequado«^: cm outros, nada. Para tomar medidas imediatas, im possível. No entanto, era o que se e.xi-

gia. Resultado: prisão periódica de meia dúzia dc pobres diabos

um imperativo deve agir na consciência

do;: pi-s(piisadores; o do interêsse pú blico. Não que êstc se contraponha scmpro ao.s particulares; mas para que, atendidos os intcrêsscs coletivos e com

mais fundamentais continuam intactas, produzindo os seus

pelidos os grupos aos ditames do Esta do, que deve salvaguardar o bem-estar

Cremos, porém, que acima desses tra

funclóna e defeituosa), devera ser Con siderados os fatores procedentes da es peculação, que, entre nós, apesar de tôdas as medidas alardeadas, não foram atacados como deviam. Nesse assunto a boa vontade é perfeitamente irrisória Exige-se primeiro que seja e.vplioado Cientificamente o problema, para que

preenderíamos ter cometido um grande

mercadorias nq valor de 5 xelins, com crime. Teríamos cometklo o crinu: dc

roubar sorrateiramente aos soldados e

problema quando dircutiu, com aquela penetração que aos olhos de muitos o singularizou como o maior dos econo mistas neo-clássicos (mau grado, suas

Mas

a planteou não lhe permitia chegar .» Pelo sumário insuficiente, uma \erda-

dc ressaltaria logo: não se pode isolar o problema do excesso de meios de pa gamentos dos demais problemas. O mun do social c uma interdependência varia da — e nada exprime mais essas inter dependências entre as \'ariáveis econô micas do que o fenômeno prcço. Nas

soas adquiriam por bem querer se desincumbir de seus deveres e à custa dc tremendos sacrifícios e privações."

cesso das necessidades sociais de con

estado rudimentaríssimo de economia, os

valores permutados estão ligados ao pro

sumo.

O dinliciro, porém, permite,

inicialmente, como notou Ricardo, que com produtos e serviços se adquiram pro

dutos e serviços, na sua função de meio

fundamentais que deveriam preceder qualquer medida política em prol do bem-estar nacional significa apenas o se guinte: que, em face de um problema econômico tão complexo, qual seja o çontrôle de preços, o primeiro passo é'

circulação, que determinaria, até certo ponto, os preços existentes. Lord Keynes andou marginando o

a forma como expôs a questão e como

sociedades baseadas na troca direta, em

Aquela incompleta indicação dos iten.ç

clu ccmunidade desiguala-se da massa existente dc mercadorias produzidas em

des entre inversão e poupança. * *

trabaUuidores dêste país aquilo que, por 200 ou 300 eiterUnos. milhões de pes

«

de dcsajustamento entre as diferentes

h.eresias anti-clássicas)^ as desigualda

de todos.

Não ouvimos essa lição de Churchill"Há uma coisa que certaúiente não

mo.i pela manliã e percebêssemos que uma libra esterlina só conseguia comprar

voilto dos capitais invertidos e da natu reza desses capitais; da estatística dos diversos mercados nacionais e de sua capacidade de absorção; do mercado do trabalho; dos ingressos das classes sala-'

que não sejam, seb capa cientifica, con trabandeados intcrêssc-- particiilaro.s. Só

partes do sirtcma. O poder de compra

lar, enquanto tôdas as causas

poderemos fazer... Mas se a*cordáss'c-

tivéssemos possibilidades de combater as causas dos males com eficiência urgia inicialmente um sincero e meti culoso estudo da situação da produção do País cm cada um de seus ramos; do

pra cm potencial, adiando sua conversão

cm mercadorias c abrindo possibilidades

onde porventura se contrapuser, sejam

ços são afetados pela competição 4ais faremos. Não angariamos \'otos ou po Id d acarretam, ao pularidade prometendo aquilo que não

ços esboçados (e da maneira mais per-

c suficiente. Exigc-re também indepen dência dos insesligadorcs de quaisquer ínjunções eeonóinicas de grupos, para

como satisfação á mi ória popij.

. efeitos pelo tempo afora.

tiradas mercadorias da circulação, sob

conclusões diversas.

O problema da circulação monetária MÚo se pode desligar inteiramente do

jogo das fôrças produti\'as. Uma deter minada forma e nível de estrutura cir

culatória dependem das condições gerais do processo produtivo. Observa-se uma interdependência crescente entre as duas

ordens de fatos.

Disso resulta que

quaisquer medidas visando melhorar o poder de compra, evitar a marcha do processo inflacionista, sanear o meio

circulante, em suma, qualquer medida de política monetária nesse sentido não

produzirá os efeitos desejados se' não

culação de mercadorias determinou a

for, simultaneamente, adotada uma po lítica dc defesa das fôrças produtivas,

.aparição de propriedades novas, dtulro

a fim de superar o atraso econômico e

do troca.

Mas a intensificação da cir

da dinâmica do sistema.

O dinheiro

permitiu dissociar a compra da venda.

ascender a formas mais altas de criação de riqueza.


Diuk:>io

47

n

Reforma agrária para o Brasil (Confer&nela proferida na Federa^'uo dn« i%NK«teinç«CN Católicf9^ Daniel de Carvalho

mero preconreíto. pois nenbmn dos dois

Sc afasta, mm poderia ufaslar-se, dos categóricos dispositivos da Constituição

Federal de 1910. que admitiu "a justa distribuição de propriedade, com irtual

Oportunidade para todos" (arl. 147)

gou GRATO ao Departamento Cívico da

uma nova mentalidade que consagre o

Federação das Associações Católi cas por incluir-me entre os autores de

valor do trabalho nobililanto da terra.

uma série de palestras sobre assuntos po-

poderá conter numa lei, num . código,

líücos e sociais, e por destinar-me o te

Destarte, a reforma agrária não se num estatuto, mas há do resultar de mo

ma "Reforma Agrária para o Brasil". O elenco de oradores convidados 6

dificações mais e.vlcn.sas c de maior al

uma honrosa companhia que muito ele va o peso da minha responsabilidade e

aspectos eslnilurais da Nação, tais como o demográfico, o econômico c o social.

cance, a serem obtidas ein diferentes

porém .rem afeta- a segurança ilos direi

tos conccrncnle.s à proprledadi- (art. 141). Rclali\amente ao projeto do Executi vo, as críticas que Ibe foram bãtas ten dem a demonstrar (pio a lei proposta não satisfaz a uns porque é tímida e c.xorbíta, para outros porque ofende os di

reitos patrimoniais; para èsles é in(X)m-

pieta, para aqueles transborda no trato

Num bosquejo desse programa, co meçaria par indicar os itens relativos ao

homem a cujo fa\*or se cogita de melhor distribuÍç;io da terra. Êsse homem ne

cessita de assistência cm escala profun da, mcihorando-lhe n saúde, educando-o. valori7.ando-o biológica e social mente, inclusive aproveitando-lhe a des cendência, que a mortalidade infantil

reduz cm proporções impressionantes. Para tal valorização, muito haveria de

contribuir o imigrante portador de ca racterísticas étnicas, de processos de trabalho c hábitos de higiene — recomcndávei.s para o prosseguimento e me

de aspectos que cmisideram inadcquado.s a um código agrário; para alguns

lhoria dc nosso caldeamento racial e co

não é objetiva, para muitos é casuística

trabalho estável e racional.

teve na Brasil, nãa faz muito, a convitP do Ministério da Agricultura, estudou, cm conferência "Sobre o Conceito de Reforma Agrária", as idéias correntes

e desce a providências cm demasia. Pelos modos, portanto, niuíta gente está em condições de fazê-la melhor, jTias o fato dc não ter sequer chegado

junto das medidas em benefício do ho

dissertações teóricas e para os quais pou-

sobre o assunto, mostrando a oposição que se verifica entre os dois processos

a receber emendas impede a concretiza

ção dessas idóias cm socorro da contri

preconizados: o compulsório e drástico

populares se estejam contemplando ex

se o regimem, de monarquia para a Re

buição que o anteprojeto representa.

clusivamente os centros urbanos, de modo a estabelecer novo e forte estímulo

o programa das palestras demonstra bem que a organização agrária do País é

entendida como um dos assuntos de maior profundidade e atualidade da vida brasileira.

O problema tem permanecido entre aqueles de que muitos se ocupam cm

COS apontam soluções práticas. Mudou-

publica, mudou-se, na República, já três

O ilustre agrônomo e economista por tuguês Dr. Henrique de Barros, que es

que vai até a cxpropriação das terras

instituir um no\'o regimem de ex vêzes. o sistema constitucional, e a re para plorá-la, e o das medidas diversas, di forma agrária continuou a ser um tabu. retor, e indircta.s, tendentes a corrigir as territorial se formou injustiças e os males do sistema fundiá entre nos mediante concessões de ses- rio vigente.

marias outorgadas pelo Rei. Os donos

dos lati undios constituíam a aristocra cia rural. Os limites das fazendas, en

genhos e estâncias eram sagrados e, se então se vertia sangue por barras' de saia ou de ouro, muito mais se brigava na disputa sobre barras de córregos. O amanho do solo a enxada era tarefa

de escravos e a escravidão nos legou, ao desaparecer, alguns estigmas, sendo dos mais funestos o de considerar servil o trato da terra com as próprias mãos, Cumpre vencer êsse preconceito e criar

No Brasil, salvo alguns .fanáticos ex

tremistas, ninguém cogitou do primeiro daqueles si.stemas, sofrendo absoluto boicote e oposição até mesmo as mais

amenas idéias de restrição ao conceito quiritáriü da propriedade apresentadas

em projetos constitucionais e legislativos. Creio mesmo ser essa a razão pela qual não lograram ter andamento na Câmara dos Deputados, na atual legisla tura, os dois projetos de lei de organiza ção agrária lá existentes. No entanto, trata-se, certamente,, de

Sem querer superestimá-lo, tenho en

mo fatôre.s saudáveis de emulação para o No con

mem do campo, ó de especial importân cia a vivcnda rural asseada e digna,

sendo de lamentar que na e.xecução de um plano de disseminaÇião de habitações

tretanto a impressão de que, se uns tan tos dc seus dispositivos estivessem em vigor, deficiências graves de nossa eco nomia agropecuária se apresentariam

ao ê.xodo para as cidades. Entre cs cui

atenuadas, com a sua correção em se

gentina, se não conseguiram eliminar êsse grave fator negativo de produção

guro encaminhamento. Mesmo cm rápidos traços, para não abusar da tolerância do auditório, deixa

rei indicados alguns desses aspectos. A reforma pròpriamente dita e subs tancial de nossa organização agrária, convém repetir, não há de ser obtida por um c^onjunto de medidas concernentes apenas às relações jurídicas em 'lôrno

dados de ordem sanitária e social, deve rá estar o combate ao alcoolismo. Nos- ■ sos vizinhos do sul, o Uruguai e a Ar

0 de moral, ao menos lhe reduziram os danos da difusão, mediante conveniente

política tributária, do vinho em vez da aguardente.

Esta, entre nós, é responsável por

distúrbios graves, pois proporciona unia sensação de .euforia no lugar da ali

mentação, 6 produz efeitos indiretos na

da gleba. Ela exige um programa am plo de ação governativa, no qual o Mi

hereditariedade, predisposição para va

nistério da Agricultura tem só uma parte

te para a vida da comunidade e para,a

3 cumprir.

moral e a economia do lar. •ÍTíi-

rias enfermidades, prejuízos de tôda sor


Diuk:>io

47

n

Reforma agrária para o Brasil (Confer&nela proferida na Federa^'uo dn« i%NK«teinç«CN Católicf9^ Daniel de Carvalho

mero preconreíto. pois nenbmn dos dois

Sc afasta, mm poderia ufaslar-se, dos categóricos dispositivos da Constituição

Federal de 1910. que admitiu "a justa distribuição de propriedade, com irtual

Oportunidade para todos" (arl. 147)

gou GRATO ao Departamento Cívico da

uma nova mentalidade que consagre o

Federação das Associações Católi cas por incluir-me entre os autores de

valor do trabalho nobililanto da terra.

uma série de palestras sobre assuntos po-

poderá conter numa lei, num . código,

líücos e sociais, e por destinar-me o te

Destarte, a reforma agrária não se num estatuto, mas há do resultar de mo

ma "Reforma Agrária para o Brasil". O elenco de oradores convidados 6

dificações mais e.vlcn.sas c de maior al

uma honrosa companhia que muito ele va o peso da minha responsabilidade e

aspectos eslnilurais da Nação, tais como o demográfico, o econômico c o social.

cance, a serem obtidas ein diferentes

porém .rem afeta- a segurança ilos direi

tos conccrncnle.s à proprledadi- (art. 141). Rclali\amente ao projeto do Executi vo, as críticas que Ibe foram bãtas ten dem a demonstrar (pio a lei proposta não satisfaz a uns porque é tímida e c.xorbíta, para outros porque ofende os di

reitos patrimoniais; para èsles é in(X)m-

pieta, para aqueles transborda no trato

Num bosquejo desse programa, co meçaria par indicar os itens relativos ao

homem a cujo fa\*or se cogita de melhor distribuÍç;io da terra. Êsse homem ne

cessita de assistência cm escala profun da, mcihorando-lhe n saúde, educando-o. valori7.ando-o biológica e social mente, inclusive aproveitando-lhe a des cendência, que a mortalidade infantil

reduz cm proporções impressionantes. Para tal valorização, muito haveria de

contribuir o imigrante portador de ca racterísticas étnicas, de processos de trabalho c hábitos de higiene — recomcndávei.s para o prosseguimento e me

de aspectos que cmisideram inadcquado.s a um código agrário; para alguns

lhoria dc nosso caldeamento racial e co

não é objetiva, para muitos é casuística

trabalho estável e racional.

teve na Brasil, nãa faz muito, a convitP do Ministério da Agricultura, estudou, cm conferência "Sobre o Conceito de Reforma Agrária", as idéias correntes

e desce a providências cm demasia. Pelos modos, portanto, niuíta gente está em condições de fazê-la melhor, jTias o fato dc não ter sequer chegado

junto das medidas em benefício do ho

dissertações teóricas e para os quais pou-

sobre o assunto, mostrando a oposição que se verifica entre os dois processos

a receber emendas impede a concretiza

ção dessas idóias cm socorro da contri

preconizados: o compulsório e drástico

populares se estejam contemplando ex

se o regimem, de monarquia para a Re

buição que o anteprojeto representa.

clusivamente os centros urbanos, de modo a estabelecer novo e forte estímulo

o programa das palestras demonstra bem que a organização agrária do País é

entendida como um dos assuntos de maior profundidade e atualidade da vida brasileira.

O problema tem permanecido entre aqueles de que muitos se ocupam cm

COS apontam soluções práticas. Mudou-

publica, mudou-se, na República, já três

O ilustre agrônomo e economista por tuguês Dr. Henrique de Barros, que es

que vai até a cxpropriação das terras

instituir um no\'o regimem de ex vêzes. o sistema constitucional, e a re para plorá-la, e o das medidas diversas, di forma agrária continuou a ser um tabu. retor, e indircta.s, tendentes a corrigir as territorial se formou injustiças e os males do sistema fundiá entre nos mediante concessões de ses- rio vigente.

marias outorgadas pelo Rei. Os donos

dos lati undios constituíam a aristocra cia rural. Os limites das fazendas, en

genhos e estâncias eram sagrados e, se então se vertia sangue por barras' de saia ou de ouro, muito mais se brigava na disputa sobre barras de córregos. O amanho do solo a enxada era tarefa

de escravos e a escravidão nos legou, ao desaparecer, alguns estigmas, sendo dos mais funestos o de considerar servil o trato da terra com as próprias mãos, Cumpre vencer êsse preconceito e criar

No Brasil, salvo alguns .fanáticos ex

tremistas, ninguém cogitou do primeiro daqueles si.stemas, sofrendo absoluto boicote e oposição até mesmo as mais

amenas idéias de restrição ao conceito quiritáriü da propriedade apresentadas

em projetos constitucionais e legislativos. Creio mesmo ser essa a razão pela qual não lograram ter andamento na Câmara dos Deputados, na atual legisla tura, os dois projetos de lei de organiza ção agrária lá existentes. No entanto, trata-se, certamente,, de

Sem querer superestimá-lo, tenho en

mo fatôre.s saudáveis de emulação para o No con

mem do campo, ó de especial importân cia a vivcnda rural asseada e digna,

sendo de lamentar que na e.xecução de um plano de disseminaÇião de habitações

tretanto a impressão de que, se uns tan tos dc seus dispositivos estivessem em vigor, deficiências graves de nossa eco nomia agropecuária se apresentariam

ao ê.xodo para as cidades. Entre cs cui

atenuadas, com a sua correção em se

gentina, se não conseguiram eliminar êsse grave fator negativo de produção

guro encaminhamento. Mesmo cm rápidos traços, para não abusar da tolerância do auditório, deixa

rei indicados alguns desses aspectos. A reforma pròpriamente dita e subs tancial de nossa organização agrária, convém repetir, não há de ser obtida por um c^onjunto de medidas concernentes apenas às relações jurídicas em 'lôrno

dados de ordem sanitária e social, deve rá estar o combate ao alcoolismo. Nos- ■ sos vizinhos do sul, o Uruguai e a Ar

0 de moral, ao menos lhe reduziram os danos da difusão, mediante conveniente

política tributária, do vinho em vez da aguardente.

Esta, entre nós, é responsável por

distúrbios graves, pois proporciona unia sensação de .euforia no lugar da ali

mentação, 6 produz efeitos indiretos na

da gleba. Ela exige um programa am plo de ação governativa, no qual o Mi

hereditariedade, predisposição para va

nistério da Agricultura tem só uma parte

te para a vida da comunidade e para,a

3 cumprir.

moral e a economia do lar. •ÍTíi-

rias enfermidades, prejuízos de tôda sor


u, IIUI I

T Digesto

48

Econômici»

DiGKsro

EcoNÓ.xtiro

•íf) •

Antes do brado de "rumo ao campo" temos que impedir a fuga dos que !á estão, e para isso é urgente levar mais

exaurem nuas terras c, om s"oz de reslau-

meio rural, passando a babiiar nas cida

rar-Ilie. a ferti idacle ou protegò-las con

des próximas ou nas capitais.

tra a erosão, dcixain-nas oin clccadéncil

Em capítulos do projeto dc Lei Agrá

conforto ao meio rural — por meio dc estradas, escolas, diversões e eletrici

e vão cm busca dc outras, onde igual mente cultivam sem p tisar na preser

disse, devem ser inerentes à ativi

dade feminina c, cm certos casos, pre

dade.

vação do húmus generoso, porem iniP

ria sulmielido ao Congresso Nacional, cnconlram-se di.spositisos possibilitando a obtenção dc morada higiênica para os locatárií)s c parceiros agrícola . É. to davia, indispi nsá\ e] a pi-rmanència da

ésse lar um |>odoroso atrativo para a

família proprietária participando da vida

família.

Será mister estender, fortalecer e uni

eterno.

instrumento eíicaz de assistência médica

Sc a regra ideal c que o agricultor seja proprietário, também nccessitamo.s

e dentária as p."pulaçüis do campo.

que o pr(<prictáric) scía agricultor e resi

ficar o seguro social para torná-lo um A crescente infia^ão monetária e de

crédito está c-omeçando a produzir os seus desastrosos efeitos sobre a nos:a

dente, com a sua família, na gleba. Em palestra que ti\-c oca ião de rea lizar, na Escola Técnica de Ser\'iço So

vida rural. O dinheiro abundante bus ca refúgio na compra dc fazendas c sí tios ao longo das vias férreas, oferecendo

cial, salientei aspectos dessa questão.

preços fantásticos para a sua aquisição.

papel dc maior relevância e cada vez

iVa evolução da \'ida agrícola no Brasil, tem cabido à dona-dc-casa um

O agricultor, endinheirado com a venda,

mais importante. Cessados os desregra-

muda-se para a cidade. Desorganiza-sc uma unidade econômica e, quando a

mentos propiciados poli) rcgimcm escra vocrata, na fase colonial, a casa-grande

nova vier a substituí-la, terá o custo

do ehgenho nordestino, da fazenda mi

de produção excessivamente agravado.

neira cu paulista, da estância sulina, apurou as suas características e a suo função de mansão patriarcal. Hoje, muitas dessas habitações estão vazias, não apcna.s no Nordeste canavieiro, onde a empresa latifundiária substi

Sem estancar a inflação, aliás, será inútil pensar em reerguimento da agri cultura.

Vimos, até aqui, portanto, medidas que independem de modificações no es tatuto jurídico da terra e igualmente

imprescindíveis à es

perada reforma agrária. Tem êsse proble

tuiu numerosos senhores de engenho. mas no País inteiro, por efeito da atra

na fazenda, apurando hábitos e ali\'idades (pie constituem fonte de cmulavâo

c de uma completa integração ecológica. Em geral, são as espiisas e as fillias

dessa área. Dentro dôsre ponto de xista,

de o compatriota, afirmando qne a famí lia rural, isenta cia influencia nefasta da

queles dois fatiàrc.s, "can.servu-se relali-

vainenlc coesa e unida, e apresenta uma soma cie afeição muito maior do que a exibida pelo grupo urbano". Cumpre, portanto, dar sentido dinâmico e cons trutivo a essa reserva inestimável, aper

tímulo.

Confunde-se, cnmumente, no Brasil, a

ernccitnação dc latifúndio com a de

grande propriedade.

Ora, no sentido

moderno, latifúndio não c t(>da proprie mas a ausência de exploração econômica

. cclocüu-se o projeto de 1947. não ata

cando o regimem da grande proprieda de, mus, conforme c.xpus em reunião do Rolar)' Club do Rio de Janeiro, visando

a impedir que as grandes propriedades, e.xistentes ein zonas densamente povoa

da:, próximas aos grandes centros con sumidores, permaneçam incultas à es

ção da cidade sobre

feiçoando, moldando ou mesmo criando

pera de valorização, que viria dar um

o fazendeiro.

a mentalidade rural progressista nas fa

enriquecimento injusto aos seus deten

Alguns proprietá

rios agrícolas que

zendeiras, as atuais c as futuras donas-

tores, quando as populações precisam ser alimentadas e milhares de roceiros

O anteprojeto também atende ao ou tro aspecto, que co.stuma ser omitido, o

rística peculiar: a

grações do

de que a proprieda

lhador rural concor rem para ésse fe-

tários que, como os índios, cansam e

porcione conforto e bem-estar, onde o

dade cuji» área exceda de certa extensão,

teligência e dc sadio prazer.

devido às condições de trabalho, geral mente precárias; é também de proprie

A N-ivenda rural devo ter as caracte

rísticas de uin pô.sto tranqüilo, agradá\ cl. onde o ambiente bem arranjado pro

moderna, o sociólogo T. Lynn Sinitb opõe-sc. cm seguida, àquele seu confra

se queixam da falto

meio de fixação do homem. O noma-

dos os cuidados no sentido de tornar

tação das fiinç(')es crescentes da família

de braços e das mi

dismo, aqui, não é só do assalariado e

ponderantes nessa atividade, o cultivo d(í jardim, o embelezamento do lar, to

liomem encontre repnu.so, lenifivo e es

menos uma caracte

de, só por si, não é

das indústrias domésticas. Mas, ao lado

moças a.s apontadas como responsá\eis pela inadaptação fupiela vida, como nos tálgicas do meio urbano, onde, aliás, (giase sempre gozam de menos conforto. Ora. reconhecendo, com Ogbnm, o declínio da interação .social pela ampu

dc-casa fazendeiras, para que fuçam cio lar uma expressão de traballio, de in

ma, no Brasil, pelo

Iha.s e bicbü-da-sèda, e o variado ramo

traba

Ein todos o.s paíse.s ci\ilizaclo.s, onde

pedem terra para plantar.

se pratica a agricultura como atividade

do núnifiindio, o da micropropriedade,

nômeijo, tanto por omissão no cumpri

econômica e fator de riqueza estável, á mulher assume função de capital im-.

mento de certos deveras em relação às

portãnciii em complemento às labutas

o da propriedade pulverizada, que não, pode dar rendimento econômico e, as sim, prover o sustento de uma tamíiia,

dü marido ou do pai. Cabem-lhe, de niodo especial, o cultivo da horta, a

O nosso regimem .sucessorial. de igual quinhão para todos os descendentes, faz

criação de aves, pequenos animais, abe-

com Que a subdivisão de fazendas ç 5^-

necessidades vitais daquele trabalhador, quanto, ou mais - ainda, pelo próprio exemplo de absenteísmo, de repúdio no


u, IIUI I

T Digesto

48

Econômici»

DiGKsro

EcoNÓ.xtiro

•íf) •

Antes do brado de "rumo ao campo" temos que impedir a fuga dos que !á estão, e para isso é urgente levar mais

exaurem nuas terras c, om s"oz de reslau-

meio rural, passando a babiiar nas cida

rar-Ilie. a ferti idacle ou protegò-las con

des próximas ou nas capitais.

tra a erosão, dcixain-nas oin clccadéncil

Em capítulos do projeto dc Lei Agrá

conforto ao meio rural — por meio dc estradas, escolas, diversões e eletrici

e vão cm busca dc outras, onde igual mente cultivam sem p tisar na preser

disse, devem ser inerentes à ativi

dade feminina c, cm certos casos, pre

dade.

vação do húmus generoso, porem iniP

ria sulmielido ao Congresso Nacional, cnconlram-se di.spositisos possibilitando a obtenção dc morada higiênica para os locatárií)s c parceiros agrícola . É. to davia, indispi nsá\ e] a pi-rmanència da

ésse lar um |>odoroso atrativo para a

família proprietária participando da vida

família.

Será mister estender, fortalecer e uni

eterno.

instrumento eíicaz de assistência médica

Sc a regra ideal c que o agricultor seja proprietário, também nccessitamo.s

e dentária as p."pulaçüis do campo.

que o pr(<prictáric) scía agricultor e resi

ficar o seguro social para torná-lo um A crescente infia^ão monetária e de

crédito está c-omeçando a produzir os seus desastrosos efeitos sobre a nos:a

dente, com a sua família, na gleba. Em palestra que ti\-c oca ião de rea lizar, na Escola Técnica de Ser\'iço So

vida rural. O dinheiro abundante bus ca refúgio na compra dc fazendas c sí tios ao longo das vias férreas, oferecendo

cial, salientei aspectos dessa questão.

preços fantásticos para a sua aquisição.

papel dc maior relevância e cada vez

iVa evolução da \'ida agrícola no Brasil, tem cabido à dona-dc-casa um

O agricultor, endinheirado com a venda,

mais importante. Cessados os desregra-

muda-se para a cidade. Desorganiza-sc uma unidade econômica e, quando a

mentos propiciados poli) rcgimcm escra vocrata, na fase colonial, a casa-grande

nova vier a substituí-la, terá o custo

do ehgenho nordestino, da fazenda mi

de produção excessivamente agravado.

neira cu paulista, da estância sulina, apurou as suas características e a suo função de mansão patriarcal. Hoje, muitas dessas habitações estão vazias, não apcna.s no Nordeste canavieiro, onde a empresa latifundiária substi

Sem estancar a inflação, aliás, será inútil pensar em reerguimento da agri cultura.

Vimos, até aqui, portanto, medidas que independem de modificações no es tatuto jurídico da terra e igualmente

imprescindíveis à es

perada reforma agrária. Tem êsse proble

tuiu numerosos senhores de engenho. mas no País inteiro, por efeito da atra

na fazenda, apurando hábitos e ali\'idades (pie constituem fonte de cmulavâo

c de uma completa integração ecológica. Em geral, são as espiisas e as fillias

dessa área. Dentro dôsre ponto de xista,

de o compatriota, afirmando qne a famí lia rural, isenta cia influencia nefasta da

queles dois fatiàrc.s, "can.servu-se relali-

vainenlc coesa e unida, e apresenta uma soma cie afeição muito maior do que a exibida pelo grupo urbano". Cumpre, portanto, dar sentido dinâmico e cons trutivo a essa reserva inestimável, aper

tímulo.

Confunde-se, cnmumente, no Brasil, a

ernccitnação dc latifúndio com a de

grande propriedade.

Ora, no sentido

moderno, latifúndio não c t(>da proprie mas a ausência de exploração econômica

. cclocüu-se o projeto de 1947. não ata

cando o regimem da grande proprieda de, mus, conforme c.xpus em reunião do Rolar)' Club do Rio de Janeiro, visando

a impedir que as grandes propriedades, e.xistentes ein zonas densamente povoa

da:, próximas aos grandes centros con sumidores, permaneçam incultas à es

ção da cidade sobre

feiçoando, moldando ou mesmo criando

pera de valorização, que viria dar um

o fazendeiro.

a mentalidade rural progressista nas fa

enriquecimento injusto aos seus deten

Alguns proprietá

rios agrícolas que

zendeiras, as atuais c as futuras donas-

tores, quando as populações precisam ser alimentadas e milhares de roceiros

O anteprojeto também atende ao ou tro aspecto, que co.stuma ser omitido, o

rística peculiar: a

grações do

de que a proprieda

lhador rural concor rem para ésse fe-

tários que, como os índios, cansam e

porcione conforto e bem-estar, onde o

dade cuji» área exceda de certa extensão,

teligência e dc sadio prazer.

devido às condições de trabalho, geral mente precárias; é também de proprie

A N-ivenda rural devo ter as caracte

rísticas de uin pô.sto tranqüilo, agradá\ cl. onde o ambiente bem arranjado pro

moderna, o sociólogo T. Lynn Sinitb opõe-sc. cm seguida, àquele seu confra

se queixam da falto

meio de fixação do homem. O noma-

dos os cuidados no sentido de tornar

tação das fiinç(')es crescentes da família

de braços e das mi

dismo, aqui, não é só do assalariado e

ponderantes nessa atividade, o cultivo d(í jardim, o embelezamento do lar, to

liomem encontre repnu.so, lenifivo e es

menos uma caracte

de, só por si, não é

das indústrias domésticas. Mas, ao lado

moças a.s apontadas como responsá\eis pela inadaptação fupiela vida, como nos tálgicas do meio urbano, onde, aliás, (giase sempre gozam de menos conforto. Ora. reconhecendo, com Ogbnm, o declínio da interação .social pela ampu

dc-casa fazendeiras, para que fuçam cio lar uma expressão de traballio, de in

ma, no Brasil, pelo

Iha.s e bicbü-da-sèda, e o variado ramo

traba

Ein todos o.s paíse.s ci\ilizaclo.s, onde

pedem terra para plantar.

se pratica a agricultura como atividade

do núnifiindio, o da micropropriedade,

nômeijo, tanto por omissão no cumpri

econômica e fator de riqueza estável, á mulher assume função de capital im-.

mento de certos deveras em relação às

portãnciii em complemento às labutas

o da propriedade pulverizada, que não, pode dar rendimento econômico e, as sim, prover o sustento de uma tamíiia,

dü marido ou do pai. Cabem-lhe, de niodo especial, o cultivo da horta, a

O nosso regimem .sucessorial. de igual quinhão para todos os descendentes, faz

criação de aves, pequenos animais, abe-

com Que a subdivisão de fazendas ç 5^-

necessidades vitais daquele trabalhador, quanto, ou mais - ainda, pelo próprio exemplo de absenteísmo, de repúdio no


OlCR6-TX> ECOSÓS^f^

50

tíos cancele, muílas vôzes, a possibili

leite, encontrará uni prcçYi determinado» se o merc.ado n;V> ofcrcctr mais.

:

dade de tocar a cada herdeiro uma unidade eccnómica.

*

Para a exploração econômica da terra

O projeto trata, assim, especialmente» dos problemas di? financiamento das sa

Ec.-* »n<S.n i h ,«»

51

dos. Esperaram que o Covêmo exeítiitasse as obras para. depois, venderem íJ*'' letras por altos preços, inclusive ao próprio Co\-ênio.

precisam ser regulados não apenas em função da demanda das necessidades do

mercado, mas á base do custo de pro dução. custo que cumpre reduzir pela

— e não pede ser exploração econômica

fras e da garantia do preço mínimo ao

a que reduz ou acaba com a produtivi

agricultor;

^sns, oti ;\ desapropriação ou. então, á

dade da terra - a Lei Agrária, ao .lado

Outra questão encarada c a da popu lação flutuante, cia população em tràn.sito, dos quo ficaram .sem terras, não

aplicação da taxa de melhoria, e o pro jeto regula as duas bipóle.sc.s.

sabem para onde ir c vêm para o Rio, para as grandes cidades, habitar as fa

ria não re pede regular sem eficiente

fissislência técnica <h^ agrônomos para as

cargo do Ser\-iço de Economia Rural,

velas; dos desempregados; dos atingidos pelas sêcas c pelas inundações; dos es

eiiltiiras c de \'ctcrmários para os ani

em camno todavia restrito.

mais. ensino de meios de prc.ser\'aç.ão

que, mediante o clamor organizado, que

trangeiros que querem vir para o nosso

das rifiuozas devastadas por ignorância

nem sempre procedo realmente do pro

país, mas não estão habituados à vida

o solo, as ágtias. as floreslasj a caça e a pesca. Assistência oferecida de lon

ao. aumento dos preçôs pagos pelo con

do problema social, encara o problema da aplicação das técnicas racionais do trabalho agrícola.

Tem ela em mira, igualmente, obslar a exploração do homem. Em geral, su

põe-se que só há exploração por parte

do proprietário, quando muitas vêzcs o proprietário é uma vítima.

O dono

da terra pode ser vítima de arrendatá-

nos, de parceiros e assalariados.

As

- duas modalidades de abuso de direito ; , ^ estão incluídas na reforma agrária, que L í, toma bem ciaras as obrigações de uns

||F e de outros para evitar a exploração do

M homem pelo homem - quer do arrcndatario, do parceiro, do assalariado para com o proprietário, quer do proprieLio para com aqueles.

A reforma agrária procura também evitar a exploração de ambos, proprietá ncs e tabdhadcres da terra,

lermedrános, dando aos lavradores as sistencia financeira o facilitando a cons trução de armazéns e silos, para quê possam produzir, guardar suas coiiicUas e vender a sua produção sem mêdo de perdê-la ou de lhes faltarem recursos Outro ponto importante, que atende a generalizado clamor da lavoura é a garantia do preço mínimo aos produtos da agricultura. Esta, por sua natureza instável, su

jeita aos fenômenos meteorológicos e a 1

>

tantas incertezas, precisa ter, pelo me

nos, esta segurança - a de que, uma

vez produzido o cereal, a carne ou o

do campo, ou à vida do nosso campo, Prevê-se a criação de colônias-escolas. É uma idéia difundida há muito tempo

pelo Dr. Tei.vcira de Freitas, a criação de coiônias-escícilas, onde êsses homerrs e essas famílias sejam abrigados, rece bam o necessário ensino, a necessária

adaptação à vida rural, para, depois, adquirirem lotes definitivos, neles tra balhando e dêles tirando o sustento.

A Con-^títuic.-ão obriga, hoje, nesses

A transformação da nossa vida agrá

ge, mas prestada por meio de postos agropecuários, c.stabelccidos nas zonas rurais na maioria dos municípios e dis pondo dos meios dr-- transporte neces sários ã mobilidade dos técnicos.

Aliás,

êssc progresso já está cm plena execução, à medida dos recursos fornecidos pelo orçamento.

Finalmente, encara

outro

problema

Só êsse capítulo da Lei Agrária 'bas taria para recomendá-la, porque tôdas as vêzes que ocorre uma grande inunda ção, uma grande seca, uma grande leva de imigração, os poderes publicxjs se » vêem perplexos diante do problema, à

financiamento, a lei est.abclcce e facilita a inscrição das terras no cadastro. E, uma vez feita essa inscrição, ela. por .si

falta de uma organização permanente

só, basta para que se possa obter finan

para onde soja canalizada essa popula ção em trânsito ou êsses elementos de

ciamento bancário. O cadastro, assim, será a bare do crédito rural.

sajustados.

em benefício do proprietário. Visa a im

Financiamento c garantia de preços, tanto quanto armazenamento e indus trialização nos centros produtores e ou tros imperativos da nossa economia agrá ria, não podem continuar a ser provi

pedir a reprodução do que ocorreu na

dências de momento, adotadas, muitas

Baixada Fluminense, onde se realizaram

vêzes, quando não mais beneficiam o produtor, mas devem constituir um sis

Outra parte da reforma agrária pro cura evitar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente

grandes obras de saneamento sem se cogitar da desapropriação das terras ou de entendimentos com seus proprietá-

muito importante, qual seja o do cadas tro das nossas terras.

Ckímo a êsse ponto está ligado o do

tema permanente e expedito. Por outro lado, os preços garantidos

aplicação crescente da técnica.

Infelizmente, o simples levantamento desse custo ainda não foi cbíelo dos es tudos que merece. Tive, nò Ministério

da Agricultura, o ensejo de possibilitar os primeiros ensaios nesre senHdo. a O fato é

dutor, mas do intennediário, recorre-se sumidor. Diante da noçãó curial de quo o lucro é a diferença entre o custo

do produto e o preço que por ele se obtém, política empírica e anti-social, clev.i o preço para assegurar o ■.lu cro, cm vez de assegurar a êste raator

margem mediante a redução do custo. • O Estado encontra-se na posição- de grande segurador contra tôdas as for mas de prejuízo, certamente por isso não havendo também logrado o necessário encaminhamento e organização do se

guro rural, de que um sistema agrário mesmo rudimentar não pode prescindir.

Disse, no inicio desta palestra, que uma reforma substancial de nossa vida

niral exige largo programa de ação go vernativa, no qual os órgãos-especiali zados — pois no Ministério da Agricul tura acrescento as Secretarias de Agri

cultura dos Estados e os Serviços Muni cipais dessa natureza — tenham apenas uma parte a desempenhar. Mas por ser essa parte a mais direta

e decisiva, cumpre elevar tais órgãos à posição que Uies corresponde num pais como o nosso, e dar aos agrônomos


OlCR6-TX> ECOSÓS^f^

50

tíos cancele, muílas vôzes, a possibili

leite, encontrará uni prcçYi determinado» se o merc.ado n;V> ofcrcctr mais.

:

dade de tocar a cada herdeiro uma unidade eccnómica.

*

Para a exploração econômica da terra

O projeto trata, assim, especialmente» dos problemas di? financiamento das sa

Ec.-* »n<S.n i h ,«»

51

dos. Esperaram que o Covêmo exeítiitasse as obras para. depois, venderem íJ*'' letras por altos preços, inclusive ao próprio Co\-ênio.

precisam ser regulados não apenas em função da demanda das necessidades do

mercado, mas á base do custo de pro dução. custo que cumpre reduzir pela

— e não pede ser exploração econômica

fras e da garantia do preço mínimo ao

a que reduz ou acaba com a produtivi

agricultor;

^sns, oti ;\ desapropriação ou. então, á

dade da terra - a Lei Agrária, ao .lado

Outra questão encarada c a da popu lação flutuante, cia população em tràn.sito, dos quo ficaram .sem terras, não

aplicação da taxa de melhoria, e o pro jeto regula as duas bipóle.sc.s.

sabem para onde ir c vêm para o Rio, para as grandes cidades, habitar as fa

ria não re pede regular sem eficiente

fissislência técnica <h^ agrônomos para as

cargo do Ser\-iço de Economia Rural,

velas; dos desempregados; dos atingidos pelas sêcas c pelas inundações; dos es

eiiltiiras c de \'ctcrmários para os ani

em camno todavia restrito.

mais. ensino de meios de prc.ser\'aç.ão

que, mediante o clamor organizado, que

trangeiros que querem vir para o nosso

das rifiuozas devastadas por ignorância

nem sempre procedo realmente do pro

país, mas não estão habituados à vida

o solo, as ágtias. as floreslasj a caça e a pesca. Assistência oferecida de lon

ao. aumento dos preçôs pagos pelo con

do problema social, encara o problema da aplicação das técnicas racionais do trabalho agrícola.

Tem ela em mira, igualmente, obslar a exploração do homem. Em geral, su

põe-se que só há exploração por parte

do proprietário, quando muitas vêzcs o proprietário é uma vítima.

O dono

da terra pode ser vítima de arrendatá-

nos, de parceiros e assalariados.

As

- duas modalidades de abuso de direito ; , ^ estão incluídas na reforma agrária, que L í, toma bem ciaras as obrigações de uns

||F e de outros para evitar a exploração do

M homem pelo homem - quer do arrcndatario, do parceiro, do assalariado para com o proprietário, quer do proprieLio para com aqueles.

A reforma agrária procura também evitar a exploração de ambos, proprietá ncs e tabdhadcres da terra,

lermedrános, dando aos lavradores as sistencia financeira o facilitando a cons trução de armazéns e silos, para quê possam produzir, guardar suas coiiicUas e vender a sua produção sem mêdo de perdê-la ou de lhes faltarem recursos Outro ponto importante, que atende a generalizado clamor da lavoura é a garantia do preço mínimo aos produtos da agricultura. Esta, por sua natureza instável, su

jeita aos fenômenos meteorológicos e a 1

>

tantas incertezas, precisa ter, pelo me

nos, esta segurança - a de que, uma

vez produzido o cereal, a carne ou o

do campo, ou à vida do nosso campo, Prevê-se a criação de colônias-escolas. É uma idéia difundida há muito tempo

pelo Dr. Tei.vcira de Freitas, a criação de coiônias-escícilas, onde êsses homerrs e essas famílias sejam abrigados, rece bam o necessário ensino, a necessária

adaptação à vida rural, para, depois, adquirirem lotes definitivos, neles tra balhando e dêles tirando o sustento.

A Con-^títuic.-ão obriga, hoje, nesses

A transformação da nossa vida agrá

ge, mas prestada por meio de postos agropecuários, c.stabelccidos nas zonas rurais na maioria dos municípios e dis pondo dos meios dr-- transporte neces sários ã mobilidade dos técnicos.

Aliás,

êssc progresso já está cm plena execução, à medida dos recursos fornecidos pelo orçamento.

Finalmente, encara

outro

problema

Só êsse capítulo da Lei Agrária 'bas taria para recomendá-la, porque tôdas as vêzes que ocorre uma grande inunda ção, uma grande seca, uma grande leva de imigração, os poderes publicxjs se » vêem perplexos diante do problema, à

financiamento, a lei est.abclcce e facilita a inscrição das terras no cadastro. E, uma vez feita essa inscrição, ela. por .si

falta de uma organização permanente

só, basta para que se possa obter finan

para onde soja canalizada essa popula ção em trânsito ou êsses elementos de

ciamento bancário. O cadastro, assim, será a bare do crédito rural.

sajustados.

em benefício do proprietário. Visa a im

Financiamento c garantia de preços, tanto quanto armazenamento e indus trialização nos centros produtores e ou tros imperativos da nossa economia agrá ria, não podem continuar a ser provi

pedir a reprodução do que ocorreu na

dências de momento, adotadas, muitas

Baixada Fluminense, onde se realizaram

vêzes, quando não mais beneficiam o produtor, mas devem constituir um sis

Outra parte da reforma agrária pro cura evitar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente

grandes obras de saneamento sem se cogitar da desapropriação das terras ou de entendimentos com seus proprietá-

muito importante, qual seja o do cadas tro das nossas terras.

Ckímo a êsse ponto está ligado o do

tema permanente e expedito. Por outro lado, os preços garantidos

aplicação crescente da técnica.

Infelizmente, o simples levantamento desse custo ainda não foi cbíelo dos es tudos que merece. Tive, nò Ministério

da Agricultura, o ensejo de possibilitar os primeiros ensaios nesre senHdo. a O fato é

dutor, mas do intennediário, recorre-se sumidor. Diante da noçãó curial de quo o lucro é a diferença entre o custo

do produto e o preço que por ele se obtém, política empírica e anti-social, clev.i o preço para assegurar o ■.lu cro, cm vez de assegurar a êste raator

margem mediante a redução do custo. • O Estado encontra-se na posição- de grande segurador contra tôdas as for mas de prejuízo, certamente por isso não havendo também logrado o necessário encaminhamento e organização do se

guro rural, de que um sistema agrário mesmo rudimentar não pode prescindir.

Disse, no inicio desta palestra, que uma reforma substancial de nossa vida

niral exige largo programa de ação go vernativa, no qual os órgãos-especiali zados — pois no Ministério da Agricul tura acrescento as Secretarias de Agri

cultura dos Estados e os Serviços Muni cipais dessa natureza — tenham apenas uma parte a desempenhar. Mas por ser essa parte a mais direta

e decisiva, cumpre elevar tais órgãos à posição que Uies corresponde num pais como o nosso, e dar aos agrônomos


l

52

l IJ.^

Dicesto

e veterinários estipêndío e situação so cial de engenheiros e médicos. De falo, se começamos a desprezar a condição de

"essencialmente agrícola", não podemos subestimar a importância da lavoura em

nossa vida econômica, tanto para os fins

imediatos de subsistência quanto para o comércio externo e para iastrear o desenvolvimento de nossa industria

lização. E, quando manifesto o pen

samento de tal valorização do Minis

tério e demais departamentos respon sáveis pelo progresso de nossa agricul tura, não me refiro apenas à necessida

de de elevá-los na escala hierárquica e de provê-los dos recursos exigidos por objetivos tão complexos e vastos, num regimem expedito de aplicação, mas

também de preservá-los do caráter poliHco no seio dos governos. E' mister

conservá-los à margem das reivindica ções partidárias e dos interesses indivi

dualistas, para que possam entregar-se a grande missão que lhes cabe.

Os

seus encargos .são incompatíveis con> •

Produtos brasileiros no mercado internacional

discriminação de correligionários e op® silores, pois, para sintetizar nuni

pies exemplo — a formiga é uma S c é igualmente necessário comhatè-Ia

Xi-O mate DcmivAL Tm.x.m.x Vii-íha

sítio do amig<j e no do adversário. Meus senhores: —

Creio lia\'cr to

MATK constitui uin dos produtos de cxp- rlação cujo estudo de mer cado apresenta um grande interè se na

mado ao pé da letra o cxinvitc des\'anCcedor da lu deração das Associaç-ões Ca

tólicas dos ex-alunos para uma "pales tra".

cional.

Neste recinto, onde tanto se tem

Encoutra-se cm uma área geo-

tconóinica delimitada, a bem dizer con

aprofundado o debati- de problemas so

ino de mate, a menos que houvesse ga rantia de o seu uso não prejudicar o mercado cafceiro, já desenvolvido e mui

ciais e humanos, .sob a inspiração da filosofia cristã, "ad majorcm Dei Glo

Grosso, a zi.na noroeste "e sul do Para

to mais remuncrador.

riam", deveria falar-vos sijbre "reforma

ná, eslondeiulü-sc até ao extremo norte

de sua grande importância regional, no

agrária para o Brasil". Apesar do feilio de monólogo, creio realmente haver pro ferido nada mais que uma simples palestra. De.^prczando atavios e evitan

do Pio Grande do Sul.

A maior con-

conjunto das exportações brasileiras, o

cenlraçfio de cr\ais, porém, localiza-se no Paraná, constituindo o mato o .segun

mate sempre se apresentou cou» um dos produtos menores. Cumpre considerar, além disso, que, em relação ao total das I xporlações brasileiras, vem êle grada-

do grande produto de exportação da quele Estado; cm 1920. chegou a erva a representar OTÍf- do total da produção

do considerações de maior aridez, cava-

queei singelamente con\'Osco c me sen tirei feliz SC houver contribuído para

Por isso, apesar

livamcnte perdendo terreno.

do Brasil, c mesmo atualmente, apesar

dc se ha\ cr acelerado a exploração dos ervais matügrosscnses, principalmente

manter o xtí-sso interéssc no estudo de

um tema de tal magnitude.

Períodos

sôbrc o valor total

sulinos e, internacionalmente, nos paí-

1925

1929

.ses sul-americanos — Argentina,

1934

o fi

guai o Chile. Motivos de ordem histó rica i'.\plicani por(|ue no passado nao

1930 1935 1940

1,3 0,9

teve grande aceitação na Europa, mes

194.5

1939 1944 1949

da produção total de mate .brasileiro.

Pela sua própria localiz-ação, o mate lein encontrado maior saída nos Estados

Uru

mo en» Portugal. E' qn^ ali já existia um comércio organizado para distribui ção do chá da índia.

A

Médias percentuais 3,3 3.1 3.2 3.1 2.3 3,0

jeira, o Paraná contribui ainda com

A concorrência

IHÜtl

1904

1905 1910

1909 1914

1915 1920

■1924

1919

0,7

Pela tabela acima verifica-se que, en quanto entre 1910 e 1914 o mate che

do mate. podendo dosorganizá-lo, foi (vilada. Possuindo Portugal o mono pólio dos produtos brasileiros, tornou-se impossível expandir o seu uso antes da

gou a representar 3,2% do valor total

independência de nosso país. Posterior

Brasil, Argentina e Paraguai consti tuem os 3 únicos produtores mundiais

mente, a posição

antes assumida pelo

£'há da índia transferiu-se para o café kjouáikHMIÉ

a propaganda em favor de maior*consu-

tínua, compreendendu o sul de Mato

devido a atuação da Cia. Mate Laran

/•

e não interessa\a ao próprio Brasil de senvolver na Europa e Estados Unidos

de no.ssn exportação, no qüinqüênio 1945-1949 rcprc-senlava tão somente 0,7%.

de mate.' No passado, nosso país cl^-


l

52

l IJ.^

Dicesto

e veterinários estipêndío e situação so cial de engenheiros e médicos. De falo, se começamos a desprezar a condição de

"essencialmente agrícola", não podemos subestimar a importância da lavoura em

nossa vida econômica, tanto para os fins

imediatos de subsistência quanto para o comércio externo e para iastrear o desenvolvimento de nossa industria

lização. E, quando manifesto o pen

samento de tal valorização do Minis

tério e demais departamentos respon sáveis pelo progresso de nossa agricul tura, não me refiro apenas à necessida

de de elevá-los na escala hierárquica e de provê-los dos recursos exigidos por objetivos tão complexos e vastos, num regimem expedito de aplicação, mas

também de preservá-los do caráter poliHco no seio dos governos. E' mister

conservá-los à margem das reivindica ções partidárias e dos interesses indivi

dualistas, para que possam entregar-se a grande missão que lhes cabe.

Os

seus encargos .são incompatíveis con> •

Produtos brasileiros no mercado internacional

discriminação de correligionários e op® silores, pois, para sintetizar nuni

pies exemplo — a formiga é uma S c é igualmente necessário comhatè-Ia

Xi-O mate DcmivAL Tm.x.m.x Vii-íha

sítio do amig<j e no do adversário. Meus senhores: —

Creio lia\'cr to

MATK constitui uin dos produtos de cxp- rlação cujo estudo de mer cado apresenta um grande interè se na

mado ao pé da letra o cxinvitc des\'anCcedor da lu deração das Associaç-ões Ca

tólicas dos ex-alunos para uma "pales tra".

cional.

Neste recinto, onde tanto se tem

Encoutra-se cm uma área geo-

tconóinica delimitada, a bem dizer con

aprofundado o debati- de problemas so

ino de mate, a menos que houvesse ga rantia de o seu uso não prejudicar o mercado cafceiro, já desenvolvido e mui

ciais e humanos, .sob a inspiração da filosofia cristã, "ad majorcm Dei Glo

Grosso, a zi.na noroeste "e sul do Para

to mais remuncrador.

riam", deveria falar-vos sijbre "reforma

ná, eslondeiulü-sc até ao extremo norte

de sua grande importância regional, no

agrária para o Brasil". Apesar do feilio de monólogo, creio realmente haver pro ferido nada mais que uma simples palestra. De.^prczando atavios e evitan

do Pio Grande do Sul.

A maior con-

conjunto das exportações brasileiras, o

cenlraçfio de cr\ais, porém, localiza-se no Paraná, constituindo o mato o .segun

mate sempre se apresentou cou» um dos produtos menores. Cumpre considerar, além disso, que, em relação ao total das I xporlações brasileiras, vem êle grada-

do grande produto de exportação da quele Estado; cm 1920. chegou a erva a representar OTÍf- do total da produção

do considerações de maior aridez, cava-

queei singelamente con\'Osco c me sen tirei feliz SC houver contribuído para

Por isso, apesar

livamcnte perdendo terreno.

do Brasil, c mesmo atualmente, apesar

dc se ha\ cr acelerado a exploração dos ervais matügrosscnses, principalmente

manter o xtí-sso interéssc no estudo de

um tema de tal magnitude.

Períodos

sôbrc o valor total

sulinos e, internacionalmente, nos paí-

1925

1929

.ses sul-americanos — Argentina,

1934

o fi

guai o Chile. Motivos de ordem histó rica i'.\plicani por(|ue no passado nao

1930 1935 1940

1,3 0,9

teve grande aceitação na Europa, mes

194.5

1939 1944 1949

da produção total de mate .brasileiro.

Pela sua própria localiz-ação, o mate lein encontrado maior saída nos Estados

Uru

mo en» Portugal. E' qn^ ali já existia um comércio organizado para distribui ção do chá da índia.

A

Médias percentuais 3,3 3.1 3.2 3.1 2.3 3,0

jeira, o Paraná contribui ainda com

A concorrência

IHÜtl

1904

1905 1910

1909 1914

1915 1920

■1924

1919

0,7

Pela tabela acima verifica-se que, en quanto entre 1910 e 1914 o mate che

do mate. podendo dosorganizá-lo, foi (vilada. Possuindo Portugal o mono pólio dos produtos brasileiros, tornou-se impossível expandir o seu uso antes da

gou a representar 3,2% do valor total

independência de nosso país. Posterior

Brasil, Argentina e Paraguai consti tuem os 3 únicos produtores mundiais

mente, a posição

antes assumida pelo

£'há da índia transferiu-se para o café kjouáikHMIÉ

a propaganda em favor de maior*consu-

tínua, compreendendu o sul de Mato

devido a atuação da Cia. Mate Laran

/•

e não interessa\a ao próprio Brasil de senvolver na Europa e Estados Unidos

de no.ssn exportação, no qüinqüênio 1945-1949 rcprc-senlava tão somente 0,7%.

de mate.' No passado, nosso país cl^-


OlC£STO

54

EcoNÒMJUu L>i<ík.stu

gou a detei em suas m5os mais de me tade da produção ervateíra, encontran do-se, portanto, em condições de liderar

contrabalançada pela impossibilidade de saneamento

das

regiões

produtoras.

produção argentina, se não supera, pelo

Aqueles rios são altamente malcilosos, principalmente durante as clicias, afu gentando, assim, o trabalhador, ou mi-

menos igua'.a a brasileira. Consideran

nando-lhe a saúde e diminuindo-lhe a

o comércio da erva.

Hoje, porém, a

do-se que aquele país constituía o maior

mercado consumidor do nosro mate, na medida em que sua produção aumentava e que íamos perdendo a posição de lide rança, o nosso comércio exportador so

fria também o pêso da restrição da im portação portcnha.

Tôdas essas considerações nos levam a indagar das características da oferta e

da procura do mate brasileiro, a fim de

•podermos melhor prever quais as suas tuturas possibilidades.

^ Os ervais brasileiros podem ser divi

produtividade do trabalho. A expressão crcfi-míitc 6 imprópria, porque o produto é constituído de fô-

Ecxinòmicc)

pccíolos tnaís grossos.

55

Uma vez can-

para caça fornecedora de came que IhsN

grossas ou finas, oblcndo-se, as.siiTi, u sua classificação dc cr\a cnnchcada cm

completa a dieta alimentar. Além dis so, durante o período de maleita, via de

dois grandes tipos. Terminado o pro cesso cie cancheainento, é a erva depo

regra

sitada era barracõo.s c vendida aos "en

tratamento completo de cura, porquê a assistência médica é difícil e os produ tos farmacêuticos chegam ali a preços

genheiros" ou industriais, que beneficiam a erva e a preparam para o consumo,

Ihas de árvores bastante copadas que chegam a ler de 3 a 6 metros de allum, significando que os ervais ocupam gran des áreas. O rcgimem de exploração agrícola predominante é, por isso. o la tifundiário, principalmente ao sul do Es

seja interno, seja internacional. O bcneficiamcnto consiste cm limpar a erva ds todas as impurezas o cm triturá-la posteriormente, de maneira a obter pro

tado de Mato Grosso; mas podemos en contrar também a pequena propriedade,

realizadas pelos próprios exportadores. Antes da ação das Cooperativas de Pro dutores, o comprador, ao adquirir a er

representada

não por pequenas

áreas

defesa pessoal contra animais bravios e

cheada, a erva c i>eneirada cm malhas

duto mais uniforme e de melhor rendi

mento; tais operações são quase sempre

contaminavam-se,

não

tendo

grandes oportunidades de realizàr um

c.xorbilantcs. Os produtos de alimenta ção c, principalmente,^ os vestuários e

calçados, tão também muito caros, de sorte que o nível de vida nas zonas er

vateiras era e continua sendo em geral muito baixo. Por outro lado, o produ tor. em poucos meses de trabalho, obü-

nlia a totalidade do produto que deveria pernutir-Ihe a subsistência

durante o

didos em nativos e cultivados. Os pri-

ervateiras mas sim pelo fracionamento

va

bcneficiamenlo,

ano todo. Seus barracões

meiros constituem a maior parle da erva

do um erval, que fica nas mãos de vá

computava uma certa pcr-

rias famílias.

centagem de quebra, re

primitivos impediam-lhe a boa conserx-ação do produ

parcialmente inexploradas; os cultivados abrangem pequenas áreas, plantadas em

trativa, o empreendimento 6 relativa mente simples, exigindo um mínimo de

presentada por paus e pó,

to e a falta, de financia

pcrcentagem essa que nun ca era inferior a 30%; para

mento tomava-lhe impos sível guardar a erva, à es pera de um escoamento gradativo, a preços, com- • pensadores; a pirâmide de produção que se formava

aispomvel e representam grandes áreas, ^guns municípios dos Estados do Rio

rr „' Os primeiros em geral apreMato Grosso, sentam produção anli-económica, por que se encontram cercados de outras

vegetações constitutivas das florestas margmais aos rios Paraná. Paraguai e

Uruguai. Isso dificulta a penefracão lhador e aumenta os riscos de explora

encarece a mão-de-obra, isola o traba-'

ção. Dar. em parte, a razão de se or ganizarem ervais de plantação, deixando inexplorados os nativos.

A locali-

zaçãe dos ervais junto aos vales apre senta vantagens e inconvenientes.

A

maior dessas vantagens talvez seja a fa cilidade de transporte por via fluvial, barateando o envio do produto para os centros de beneficiamentu e consumo.

Mas, por outro lado, essa . vantagem é

Sendo uma indústria ox-

normas e instalações. Os'chamados pro dutores de mate são em geral proprie

para

pagamento a vista era prá

tários ou arrendatários de er\'ais, famí

tica

lias inteiras, às quais se reúnem alguns agregados, para a extração e preparo do

rem-se mais 2% sobre o va

comercial

desconta y/4y

mate. Essas famílias e agregados, du

lor da transação. Isso re presentava uma verdadeira

rante os 3 meses de seca — meados de maio a meados de agôsto — cortam e

injustiça social, se considerarmos que os

empilham metòdicamente os galhos me

produtores arcavam com tôdas as difi

mica do produtor obrigavam-no a ceder o mate caricheado a.intermediários ou a

culdades para obtenção da erva; duran

exportadores por preços* extremamente

nores das árvores, tendo o cuidado de

não podá-las de maneira a inutilizar o

planta. Depois de empilhados são êles submetidos a uma intensa flambagem. sofrendo assim a primeira operação de

secagem. A seguir, são colocados no barbaquá ou carijó, uma espécie d© es tufa primitiva, na qual termina a seca gem, para depois processar-se a trituração, em grandes caixas de madeira, as canchas, de modo a partir as folhas em fragmentos e separá-las dos galhos e

te 3 meses viviam e ainda vivem prà-

ticamente dentro do erval, sujeitos aos perigos que as florestas circunvizinhas apresentam. Residiam, não raro, em toscos galpões ou ranchos, alimentandose mal, trabalhando sem descanso para aproveitar o melhor possível os meses de extração da erva. Tinham de pos suir ôles próprios os seus instrumentos de trabalho, embora rudimentares — fa cões, machadinlias, pequenas serra.s e

peneiras, além de armas d© fogo para

e a fraca resistência econô

aviltados, sufocando-líie as possibilidades de progresso. Hoje, vêem-se os produ

tores um pouco melhor defendidos, garantindo-lhes c InsÜtuto Nacional do

Mate preços mínimos para a venda ao

comerciante ou industrial. Além disso,

depois da organização das Cooperativas de Produtores, por ação direta do Insti tuto, diminuiu um pouco a pressão so frida pela existência das grandes quan tidades de safra. Os produtores entre_^

gavam às cooperativas, sob consigna


OlC£STO

54

EcoNÒMJUu L>i<ík.stu

gou a detei em suas m5os mais de me tade da produção ervateíra, encontran do-se, portanto, em condições de liderar

contrabalançada pela impossibilidade de saneamento

das

regiões

produtoras.

produção argentina, se não supera, pelo

Aqueles rios são altamente malcilosos, principalmente durante as clicias, afu gentando, assim, o trabalhador, ou mi-

menos igua'.a a brasileira. Consideran

nando-lhe a saúde e diminuindo-lhe a

o comércio da erva.

Hoje, porém, a

do-se que aquele país constituía o maior

mercado consumidor do nosro mate, na medida em que sua produção aumentava e que íamos perdendo a posição de lide rança, o nosso comércio exportador so

fria também o pêso da restrição da im portação portcnha.

Tôdas essas considerações nos levam a indagar das características da oferta e

da procura do mate brasileiro, a fim de

•podermos melhor prever quais as suas tuturas possibilidades.

^ Os ervais brasileiros podem ser divi

produtividade do trabalho. A expressão crcfi-míitc 6 imprópria, porque o produto é constituído de fô-

Ecxinòmicc)

pccíolos tnaís grossos.

55

Uma vez can-

para caça fornecedora de came que IhsN

grossas ou finas, oblcndo-se, as.siiTi, u sua classificação dc cr\a cnnchcada cm

completa a dieta alimentar. Além dis so, durante o período de maleita, via de

dois grandes tipos. Terminado o pro cesso cie cancheainento, é a erva depo

regra

sitada era barracõo.s c vendida aos "en

tratamento completo de cura, porquê a assistência médica é difícil e os produ tos farmacêuticos chegam ali a preços

genheiros" ou industriais, que beneficiam a erva e a preparam para o consumo,

Ihas de árvores bastante copadas que chegam a ler de 3 a 6 metros de allum, significando que os ervais ocupam gran des áreas. O rcgimem de exploração agrícola predominante é, por isso. o la tifundiário, principalmente ao sul do Es

seja interno, seja internacional. O bcneficiamcnto consiste cm limpar a erva ds todas as impurezas o cm triturá-la posteriormente, de maneira a obter pro

tado de Mato Grosso; mas podemos en contrar também a pequena propriedade,

realizadas pelos próprios exportadores. Antes da ação das Cooperativas de Pro dutores, o comprador, ao adquirir a er

representada

não por pequenas

áreas

defesa pessoal contra animais bravios e

cheada, a erva c i>eneirada cm malhas

duto mais uniforme e de melhor rendi

mento; tais operações são quase sempre

contaminavam-se,

não

tendo

grandes oportunidades de realizàr um

c.xorbilantcs. Os produtos de alimenta ção c, principalmente,^ os vestuários e

calçados, tão também muito caros, de sorte que o nível de vida nas zonas er

vateiras era e continua sendo em geral muito baixo. Por outro lado, o produ tor. em poucos meses de trabalho, obü-

nlia a totalidade do produto que deveria pernutir-Ihe a subsistência

durante o

didos em nativos e cultivados. Os pri-

ervateiras mas sim pelo fracionamento

va

bcneficiamenlo,

ano todo. Seus barracões

meiros constituem a maior parle da erva

do um erval, que fica nas mãos de vá

computava uma certa pcr-

rias famílias.

centagem de quebra, re

primitivos impediam-lhe a boa conserx-ação do produ

parcialmente inexploradas; os cultivados abrangem pequenas áreas, plantadas em

trativa, o empreendimento 6 relativa mente simples, exigindo um mínimo de

presentada por paus e pó,

to e a falta, de financia

pcrcentagem essa que nun ca era inferior a 30%; para

mento tomava-lhe impos sível guardar a erva, à es pera de um escoamento gradativo, a preços, com- • pensadores; a pirâmide de produção que se formava

aispomvel e representam grandes áreas, ^guns municípios dos Estados do Rio

rr „' Os primeiros em geral apreMato Grosso, sentam produção anli-económica, por que se encontram cercados de outras

vegetações constitutivas das florestas margmais aos rios Paraná. Paraguai e

Uruguai. Isso dificulta a penefracão lhador e aumenta os riscos de explora

encarece a mão-de-obra, isola o traba-'

ção. Dar. em parte, a razão de se or ganizarem ervais de plantação, deixando inexplorados os nativos.

A locali-

zaçãe dos ervais junto aos vales apre senta vantagens e inconvenientes.

A

maior dessas vantagens talvez seja a fa cilidade de transporte por via fluvial, barateando o envio do produto para os centros de beneficiamentu e consumo.

Mas, por outro lado, essa . vantagem é

Sendo uma indústria ox-

normas e instalações. Os'chamados pro dutores de mate são em geral proprie

para

pagamento a vista era prá

tários ou arrendatários de er\'ais, famí

tica

lias inteiras, às quais se reúnem alguns agregados, para a extração e preparo do

rem-se mais 2% sobre o va

comercial

desconta y/4y

mate. Essas famílias e agregados, du

lor da transação. Isso re presentava uma verdadeira

rante os 3 meses de seca — meados de maio a meados de agôsto — cortam e

injustiça social, se considerarmos que os

empilham metòdicamente os galhos me

produtores arcavam com tôdas as difi

mica do produtor obrigavam-no a ceder o mate caricheado a.intermediários ou a

culdades para obtenção da erva; duran

exportadores por preços* extremamente

nores das árvores, tendo o cuidado de

não podá-las de maneira a inutilizar o

planta. Depois de empilhados são êles submetidos a uma intensa flambagem. sofrendo assim a primeira operação de

secagem. A seguir, são colocados no barbaquá ou carijó, uma espécie d© es tufa primitiva, na qual termina a seca gem, para depois processar-se a trituração, em grandes caixas de madeira, as canchas, de modo a partir as folhas em fragmentos e separá-las dos galhos e

te 3 meses viviam e ainda vivem prà-

ticamente dentro do erval, sujeitos aos perigos que as florestas circunvizinhas apresentam. Residiam, não raro, em toscos galpões ou ranchos, alimentandose mal, trabalhando sem descanso para aproveitar o melhor possível os meses de extração da erva. Tinham de pos suir ôles próprios os seus instrumentos de trabalho, embora rudimentares — fa cões, machadinlias, pequenas serra.s e

peneiras, além de armas d© fogo para

e a fraca resistência econô

aviltados, sufocando-líie as possibilidades de progresso. Hoje, vêem-se os produ

tores um pouco melhor defendidos, garantindo-lhes c InsÜtuto Nacional do

Mate preços mínimos para a venda ao

comerciante ou industrial. Além disso,

depois da organização das Cooperativas de Produtores, por ação direta do Insti tuto, diminuiu um pouco a pressão so frida pela existência das grandes quan tidades de safra. Os produtores entre_^

gavam às cooperativas, sob consigna


õr> Dicesto

•A er\a colhida e recebiam das mesnía»; um adiantamento na base de 90X dos

dt» s«j rcaliz.ar o corri* paru «pu* liuja uiiu contração brusca cías qnanliclacles ofe

preços fixados pelo Instituto Nacional do Mate. As cooperativas vendiam depois o produto e as sobras líquidas seriam

recidas. A própria or\ a, depois dc canclicada c beneficiada, suporta loiigo ar-

divididas entre os cooperados, depois de investida uma parte das mesmas pa ra melhoria das instalações e para as sistência técnica. Foi, assim, organi zada no Paraná uma rèdc de armazéns

que em parte resolveu o problema da

innzcnanu'iito, tlc.sdí» <pic baja instala ções a(lef|u:idas que impeçam os danoí

(Ia umidiuii , prejudicial ao produto. Es

sa grande elasticidad»* da oferta, que porli ria .ver extremamente \ anlajosa jwra

í) produtor, não o é pi'Ia .sua fraca re sistência econômica c também pelo cm-

formação de estoques dc erva cancheada. Aconteceu, porém, que os recur sos das cooperativas eram escassos para

Com ef( ito, o caboclo é incapaz, dc per ceber as po.ssiljiiidades de controlar a

continuar as operações de financiamen

.sua produção

to, principalmente devido ao fato de a

maior defesa dos produtores encorajálos a produzir mais, formando-se nas

mãos da própria cooperativa grandes re manescentes invcndáveis, que al)sor\'4'ram os recursos e impediram que conti nuasse a prestar assistência financeira.

Na medida em que a organizjição co operativa foi falhando por insuficiência

de escoamento do produto, tanto no mercado interno quanto no mercado in ternacional retornou-se aos poucos ao sistema de venda direta a intermediá

rios, e novamente os ervaleiros cstâo-k' colocando em uma posição extremamen te desfavorável. Do ponto de vista hu mano e social, sem nenhuma dúvida, is so representa

um grave inconveniente,

mas, por outro lado, do ponto de vista

puramente econômico, o dcsencoraja-

pirisnío

com (pie opera no niercado.

de maneira a forçar n>

bencficiadores e exjx)rta(lüre.s a Ibe pa garem uma reimincração mais adequa da.

I^/r tudo isso, a possibilidade de

eontróli? cia of(rla c mais favorável no intermediário e <'io industrial do mate dt) que a cptem extrai o produto. Xo {|uo SC refere ao comércio exterior, o instituto Nacional do Mate organizou o Centro dos Exportadores Brasileiros de Erva Mate Lida., que congrega, cm uni

único bloco,

26 firmas exportadoras-

Ês.se centro organizou-se em contrapo sição ás federações das cooperativas de

ser plenamente explorada.

Xesst* sen

tido, o Instituto Nacional do Mato, re organizado em 1938. muito tem procu

rado fazer; procedeu a estudos regio nais da produção e comércio do mate,

eslandar(Íízou o produto, procurou con

der ser servido inclusive nos intervalos

entre as refeições, pois nutria sem fazer com que os seus consumidores perdes sem o apetite; além disso, quando to mado após as refeições, possuía a vir tude de moderar as fermentações nutri tivas. Tais análises estimularam a cria

trolar os preço.s o permitir assim maior

ção, em Paris, por nossa própria inicia tiva, do "Comptoir Intemationale du

proporcionalidade entre os lucros de produtorc.s e exportadores. Vem orien tando unia campanha de propaganda no

nopólio da propaganda e distribuição do produto. Uma vez organizado, o

Mattó" encarregado de exercer o mo

sentido de expandir o con.sunio o pre tendo resolver o problema dc financia

"Comptoir" firmou um contrato com os

mento, indispcnsáxel á defesa da produ ção. Mas*, por muito b(*m intencionada que seja, essa autarcpiia encontra limi tações na própria situação atual do co

os mesmos concediam um monopsônio a

mércio externo.

portadores brasileiros é criar novas mar cas de sua inteira propriedade. Foi as sim que se popularizou na Europa o

Mi>ti\'Os de ordem his

i xportadores brasileiros, segundo o qual

favor daquela empresa. Esta se reser vava o direito de eliminar as marcas

particulares dos viírios industriais e ex

tórica, como já \imo.s. impediram a ex pansão cio mate fora da América do Sul. O próprio Brasil, inlcics.sado na • mate "Rancho" e o "Pampeiro", marcas expansão cio comércio cafeeiro. não do "Comptoir"; êste, porém, não soube cuidou dc uma campanha clc e.xpansão organizíir a propaganda, pois introduziu do produto nos mercados europeus. Nu a mercadoria como produto medicinal, começo do .século, os principais expor

associando a idéia de que só os doentes

tadores brasileiros, por conta própria,

deviam tomá-lo, como diurético, desin-

estavam exercendo uma propaganda no

sentido de conqufstar mercado, especial

toxicante, remédio para a pele, artritismo e reumatisnK) e como remédio para

pólio bilateral (oligopólio bilateral, pelo menos) e em semelhante organiziição a.s regras do negíScio e a conduçác^

mente na França. A.s principais ma*.cas

emagrecer; por isso, pelo menos na

brasileiras — Leão, Real e Chuy - co meçavam a ser popularizadas. A con-

maneira,

dos preços cabem à parte econòniica-

mente mais resistente, quer dizer, -a quc tem maiores créditos e maiores capitais-

o melhor contingentamento, mediante

.se eneontram em déficit c a produção é

mal.

dcs de expansão, pois a capacidade pro dutiva dos crvais está muito longe de

uma situação bem próxima a um mono

produtore.s. Criou-se, des.sa

mento à produção permitirá a ab:orção dos estoques não vendidos c, no futuro,

cotas de produção, poderá corrigir o

Econômico

Por i.sso é (pie, enquanto os produtores

pràlicamcnte vendida abai.xo do preço mínimo legal, o centro de exportadores acusa a existência de lucros conipensa-

'Telo qntí acabamos de ver, podemos concluir que a oferta de mate é de na .dorc.s. Do ponto de vísta puramente tureza extremamente elástica; uma vez tecnológico, a produção e o (Xímércio desfavoráveis os preços, bastara deixar do mate encontram enormes po.ssibilida-

cjuista do mercado era facilitada pela própria análise do produto (pie o Insti tuto Pastcur de Paris fizera, \'erificando

qno o mate apresentava qualidades nu tritivas superiores ao chá x-erde ou ne gro c mesmo ao café, e que possuía um alcalóide especial — a maleína — de

França, nosso produto é vendido em

farmácias. O lucro que o "Comptoir" aufere é enorme, pois que os preços de vencia ao consumidor são elevadíssimos. Basta dizer que em 1939 o mate era

vendido a 4 francos FOB e pagava apro-ximadamente 1 franco de frete e outro

de direitos, enquanto o "Comptoir" re vendia o produto a 80 francos por uni

O mate

dade, obtendo um lucro líquido de 74

se apresentava, segundo essas análise-,

francos. Embora não tenhamos elementos

confirmadas pelo Dr. Peckolt, como be bida nutritiva, alimento respiratório e de poupança, tendo a \'anlagem de po

a isto não deve ser estranha a atuação

efeito estimulante e diuréticn.

de comprovação, podemos perceber que dos grande.s distribuidores de ohá^ no


õr> Dicesto

•A er\a colhida e recebiam das mesnía»; um adiantamento na base de 90X dos

dt» s«j rcaliz.ar o corri* paru «pu* liuja uiiu contração brusca cías qnanliclacles ofe

preços fixados pelo Instituto Nacional do Mate. As cooperativas vendiam depois o produto e as sobras líquidas seriam

recidas. A própria or\ a, depois dc canclicada c beneficiada, suporta loiigo ar-

divididas entre os cooperados, depois de investida uma parte das mesmas pa ra melhoria das instalações e para as sistência técnica. Foi, assim, organi zada no Paraná uma rèdc de armazéns

que em parte resolveu o problema da

innzcnanu'iito, tlc.sdí» <pic baja instala ções a(lef|u:idas que impeçam os danoí

(Ia umidiuii , prejudicial ao produto. Es

sa grande elasticidad»* da oferta, que porli ria .ver extremamente \ anlajosa jwra

í) produtor, não o é pi'Ia .sua fraca re sistência econômica c também pelo cm-

formação de estoques dc erva cancheada. Aconteceu, porém, que os recur sos das cooperativas eram escassos para

Com ef( ito, o caboclo é incapaz, dc per ceber as po.ssiljiiidades de controlar a

continuar as operações de financiamen

.sua produção

to, principalmente devido ao fato de a

maior defesa dos produtores encorajálos a produzir mais, formando-se nas

mãos da própria cooperativa grandes re manescentes invcndáveis, que al)sor\'4'ram os recursos e impediram que conti nuasse a prestar assistência financeira.

Na medida em que a organizjição co operativa foi falhando por insuficiência

de escoamento do produto, tanto no mercado interno quanto no mercado in ternacional retornou-se aos poucos ao sistema de venda direta a intermediá

rios, e novamente os ervaleiros cstâo-k' colocando em uma posição extremamen te desfavorável. Do ponto de vista hu mano e social, sem nenhuma dúvida, is so representa

um grave inconveniente,

mas, por outro lado, do ponto de vista

puramente econômico, o dcsencoraja-

pirisnío

com (pie opera no niercado.

de maneira a forçar n>

bencficiadores e exjx)rta(lüre.s a Ibe pa garem uma reimincração mais adequa da.

I^/r tudo isso, a possibilidade de

eontróli? cia of(rla c mais favorável no intermediário e <'io industrial do mate dt) que a cptem extrai o produto. Xo {|uo SC refere ao comércio exterior, o instituto Nacional do Mate organizou o Centro dos Exportadores Brasileiros de Erva Mate Lida., que congrega, cm uni

único bloco,

26 firmas exportadoras-

Ês.se centro organizou-se em contrapo sição ás federações das cooperativas de

ser plenamente explorada.

Xesst* sen

tido, o Instituto Nacional do Mato, re organizado em 1938. muito tem procu

rado fazer; procedeu a estudos regio nais da produção e comércio do mate,

eslandar(Íízou o produto, procurou con

der ser servido inclusive nos intervalos

entre as refeições, pois nutria sem fazer com que os seus consumidores perdes sem o apetite; além disso, quando to mado após as refeições, possuía a vir tude de moderar as fermentações nutri tivas. Tais análises estimularam a cria

trolar os preço.s o permitir assim maior

ção, em Paris, por nossa própria inicia tiva, do "Comptoir Intemationale du

proporcionalidade entre os lucros de produtorc.s e exportadores. Vem orien tando unia campanha de propaganda no

nopólio da propaganda e distribuição do produto. Uma vez organizado, o

Mattó" encarregado de exercer o mo

sentido de expandir o con.sunio o pre tendo resolver o problema dc financia

"Comptoir" firmou um contrato com os

mento, indispcnsáxel á defesa da produ ção. Mas*, por muito b(*m intencionada que seja, essa autarcpiia encontra limi tações na própria situação atual do co

os mesmos concediam um monopsônio a

mércio externo.

portadores brasileiros é criar novas mar cas de sua inteira propriedade. Foi as sim que se popularizou na Europa o

Mi>ti\'Os de ordem his

i xportadores brasileiros, segundo o qual

favor daquela empresa. Esta se reser vava o direito de eliminar as marcas

particulares dos viírios industriais e ex

tórica, como já \imo.s. impediram a ex pansão cio mate fora da América do Sul. O próprio Brasil, inlcics.sado na • mate "Rancho" e o "Pampeiro", marcas expansão cio comércio cafeeiro. não do "Comptoir"; êste, porém, não soube cuidou dc uma campanha clc e.xpansão organizíir a propaganda, pois introduziu do produto nos mercados europeus. Nu a mercadoria como produto medicinal, começo do .século, os principais expor

associando a idéia de que só os doentes

tadores brasileiros, por conta própria,

deviam tomá-lo, como diurético, desin-

estavam exercendo uma propaganda no

sentido de conqufstar mercado, especial

toxicante, remédio para a pele, artritismo e reumatisnK) e como remédio para

pólio bilateral (oligopólio bilateral, pelo menos) e em semelhante organiziição a.s regras do negíScio e a conduçác^

mente na França. A.s principais ma*.cas

emagrecer; por isso, pelo menos na

brasileiras — Leão, Real e Chuy - co meçavam a ser popularizadas. A con-

maneira,

dos preços cabem à parte econòniica-

mente mais resistente, quer dizer, -a quc tem maiores créditos e maiores capitais-

o melhor contingentamento, mediante

.se eneontram em déficit c a produção é

mal.

dcs de expansão, pois a capacidade pro dutiva dos crvais está muito longe de

uma situação bem próxima a um mono

produtore.s. Criou-se, des.sa

mento à produção permitirá a ab:orção dos estoques não vendidos c, no futuro,

cotas de produção, poderá corrigir o

Econômico

Por i.sso é (pie, enquanto os produtores

pràlicamcnte vendida abai.xo do preço mínimo legal, o centro de exportadores acusa a existência de lucros conipensa-

'Telo qntí acabamos de ver, podemos concluir que a oferta de mate é de na .dorc.s. Do ponto de vísta puramente tureza extremamente elástica; uma vez tecnológico, a produção e o (Xímércio desfavoráveis os preços, bastara deixar do mate encontram enormes po.ssibilida-

cjuista do mercado era facilitada pela própria análise do produto (pie o Insti tuto Pastcur de Paris fizera, \'erificando

qno o mate apresentava qualidades nu tritivas superiores ao chá x-erde ou ne gro c mesmo ao café, e que possuía um alcalóide especial — a maleína — de

França, nosso produto é vendido em

farmácias. O lucro que o "Comptoir" aufere é enorme, pois que os preços de vencia ao consumidor são elevadíssimos. Basta dizer que em 1939 o mate era

vendido a 4 francos FOB e pagava apro-ximadamente 1 franco de frete e outro

de direitos, enquanto o "Comptoir" re vendia o produto a 80 francos por uni

O mate

dade, obtendo um lucro líquido de 74

se apresentava, segundo essas análise-,

francos. Embora não tenhamos elementos

confirmadas pelo Dr. Peckolt, como be bida nutritiva, alimento respiratório e de poupança, tendo a \'anlagem de po

a isto não deve ser estranha a atuação

efeito estimulante e diuréticn.

de comprovação, podemos perceber que dos grande.s distribuidores de ohá^ no


58

DiOKSTO

Económiw

mercado internacional, ao qual o mate 'poderia fazer grande concorrência.

preferência a dc tipo e.xtra-fort© de Mato Grosso, e.xporlacla pela Cia. Mate

Na América do Sul o comércio do

Laranjeira) e de 102 de argentina.

mate brasileiro tem uma história inte

ressante, que nos mostra ser cm parte a

imprevisáo brasileira responsável pela perda de mercado, como já ocorrera com a borracha e provavelmente ocorrerá com outros produtos.

Desde- 1886 a

emprêsa Mate Laranjeira obteve do Governo do Estado de Mato Grosso a concessão para explorar uma grande su

perfície ervateira; organizou um núcleo de popu.açáo que se desen\'olveu, cons tituindo a cidade de Campanário. Essa emprê-a, S. A. Argentino-Brasilcira, co meçou explorando os crvais nativos, ao

mesmo tempo em que desenvolvia plan tações e racionalizava a extração do hectare eram plantadas

600 árvores em linha, separadas 4 mctros uma das outras, o que permitia mais

em Buenos Aires, nqs engenhos daquela companhia. Ao mesmo tempo em que isto se fazia, organizava-se naquele país a extração da erva de Missões e, por obrigatoriedade legal, foram introduzi

das mesclas de erva argentina, para guaia e brasileira, começando-se por

vir a sofrer com a conquista do merca do pelo mate brasileiro. Nole-sc ainda que o produto aparece como sucedâneo , do próprio café, o que coloca o Brasil num dilema: ou arri.scar-sc a perder parle do mercado cafcciro, em favor do

cado.s. Resta-nos o mercado uruguaio e o chileno. Cumpre notar, porem, que O Chile já está desenvolvendo esforços no sentido de receber apenas erva can cbeada e proceder ao bcncficíamento do

desenvolvimento do comércio ervateiro,

ou de não lutar com grande empenho

mate, tal como a Argentina vem fazen

do. Quanto no Uruguai, apesar de ser

o maior comprador do Brasil, sua capa cidade de absorção 6 limitada e a con

que no futuro, provavelmente, interêsses chá, mesmo no mercado externo. O fu turo do mate talvez se encontre no mer cado interno, pelo incremento do hábito

de tomar essa bebida. Essa conquista do próprio consumidor nacional encontra-

se hoje particularmente favorecida pela escassez do café, devida ao aumento

do consumo internacional, que toma mais lucrativa a venda da rubiácea para

para a criação do hábito do consumo de mate, nos países onde o consumo do café já se desenvolveu. Cumpre notar ainda, por fim, que nós mesmos

o exterior.

Cumpre notar, porém, que

começamos a dcscn\"olvcr a indústria do chá e nos estamos tomando e.xporta-

de lutar com a concorrência do café

se a situação do comércio cafeeiro se al terar, ocorrendo novamente a existência

de sobras não exportáveis, o mate terá dentro de nossas próprias fronteiras.

corrência dos próprios exportadores bra

brasileiro não nos permite previsões

A partir de então, a Argentina pa-son a

ganizaçõe.s produtoras o di.slribuidoras

ra, concorrendo conosco cm outros mer-

do Parana, aüngindo Guaíra. Na oca sião em que se criou, o Brasil proibira

comprar a erva bruta para beneficiá-la

nacionais se oporão a uma campanha de cxpansao do mate em substituição ao

do chá da índia, cpic muito poderiam

produto nesse país. [ A organização comcrtial do mate

ranjeira 0 Govêmo brasileiro acabou

mate é remédio e. por outro, devemos

ainda provem de preferencia da compa nhia portcnhn-hrasileira. É c.ssa a prin cipal razão pela qual o BraMl, aos pou cos. foi perdendo o seu principal consu midor de mate, devendo notar-se que hoje a Argentina chega a ser e.xportado-

coloração,a portanto. A partir de Campanário em

permitindo a saída da erva cancbeada.

dores do produto. Isso eqüivale a dizei

contar com a grande resistência das or-

sileiros tem feito baixar o preço do

a venda de mate não beneficiado; mas. dnL''TT°u produtores esporladores, liderados pela própria eMate La- ,

por muitos ano.s divulgada junto aos consumidores e.strnngeiros, de que o

Hoje, a erva de procedência do Brasil, aceita na mistura, é apenas de 20% e

lacil circulação, maior rapidez na extra-

prêsa se desenvolveu ao longo do Vale

Diriiom) Econômico

muito otimistas a seu respeito. Embora,

do ponto de vista da produção, e considefando-se as qualidades do produto, com uma campanha inteligente, o Brasil pudesse conquistar mercados para o produto o transfcrmá-lo, de sucedâneo que é do chá da índia, cm produto principal, capaz de substítuí-ln, na rea

•5.^

lidade a organização comercial do mate no mercado internacional é suficiente

para sufocar-lhe a expansão. Nas re giões onde encontra um mercado natu ral o nosso país perdeu sua hegemonia, em grande parte por inabilidade comer cial.

Nos demais mercados, lemos de

lutar contra um monopsônio distribuidor

pma mistura obrigatória de 10^ de erva

que nós mesmos ajudamos a criar. Pre

paraguaia, 802 de erva brasileira (de

cisamos, por um lado, destruir a idéia. jL


58

DiOKSTO

Económiw

mercado internacional, ao qual o mate 'poderia fazer grande concorrência.

preferência a dc tipo e.xtra-fort© de Mato Grosso, e.xporlacla pela Cia. Mate

Na América do Sul o comércio do

Laranjeira) e de 102 de argentina.

mate brasileiro tem uma história inte

ressante, que nos mostra ser cm parte a

imprevisáo brasileira responsável pela perda de mercado, como já ocorrera com a borracha e provavelmente ocorrerá com outros produtos.

Desde- 1886 a

emprêsa Mate Laranjeira obteve do Governo do Estado de Mato Grosso a concessão para explorar uma grande su

perfície ervateira; organizou um núcleo de popu.açáo que se desen\'olveu, cons tituindo a cidade de Campanário. Essa emprê-a, S. A. Argentino-Brasilcira, co meçou explorando os crvais nativos, ao

mesmo tempo em que desenvolvia plan tações e racionalizava a extração do hectare eram plantadas

600 árvores em linha, separadas 4 mctros uma das outras, o que permitia mais

em Buenos Aires, nqs engenhos daquela companhia. Ao mesmo tempo em que isto se fazia, organizava-se naquele país a extração da erva de Missões e, por obrigatoriedade legal, foram introduzi

das mesclas de erva argentina, para guaia e brasileira, começando-se por

vir a sofrer com a conquista do merca do pelo mate brasileiro. Nole-sc ainda que o produto aparece como sucedâneo , do próprio café, o que coloca o Brasil num dilema: ou arri.scar-sc a perder parle do mercado cafcciro, em favor do

cado.s. Resta-nos o mercado uruguaio e o chileno. Cumpre notar, porem, que O Chile já está desenvolvendo esforços no sentido de receber apenas erva can cbeada e proceder ao bcncficíamento do

desenvolvimento do comércio ervateiro,

ou de não lutar com grande empenho

mate, tal como a Argentina vem fazen

do. Quanto no Uruguai, apesar de ser

o maior comprador do Brasil, sua capa cidade de absorção 6 limitada e a con

que no futuro, provavelmente, interêsses chá, mesmo no mercado externo. O fu turo do mate talvez se encontre no mer cado interno, pelo incremento do hábito

de tomar essa bebida. Essa conquista do próprio consumidor nacional encontra-

se hoje particularmente favorecida pela escassez do café, devida ao aumento

do consumo internacional, que toma mais lucrativa a venda da rubiácea para

para a criação do hábito do consumo de mate, nos países onde o consumo do café já se desenvolveu. Cumpre notar ainda, por fim, que nós mesmos

o exterior.

Cumpre notar, porém, que

começamos a dcscn\"olvcr a indústria do chá e nos estamos tomando e.xporta-

de lutar com a concorrência do café

se a situação do comércio cafeeiro se al terar, ocorrendo novamente a existência

de sobras não exportáveis, o mate terá dentro de nossas próprias fronteiras.

corrência dos próprios exportadores bra

brasileiro não nos permite previsões

A partir de então, a Argentina pa-son a

ganizaçõe.s produtoras o di.slribuidoras

ra, concorrendo conosco cm outros mer-

do Parana, aüngindo Guaíra. Na oca sião em que se criou, o Brasil proibira

comprar a erva bruta para beneficiá-la

nacionais se oporão a uma campanha de cxpansao do mate em substituição ao

do chá da índia, cpic muito poderiam

produto nesse país. [ A organização comcrtial do mate

ranjeira 0 Govêmo brasileiro acabou

mate é remédio e. por outro, devemos

ainda provem de preferencia da compa nhia portcnhn-hrasileira. É c.ssa a prin cipal razão pela qual o BraMl, aos pou cos. foi perdendo o seu principal consu midor de mate, devendo notar-se que hoje a Argentina chega a ser e.xportado-

coloração,a portanto. A partir de Campanário em

permitindo a saída da erva cancbeada.

dores do produto. Isso eqüivale a dizei

contar com a grande resistência das or-

sileiros tem feito baixar o preço do

a venda de mate não beneficiado; mas. dnL''TT°u produtores esporladores, liderados pela própria eMate La- ,

por muitos ano.s divulgada junto aos consumidores e.strnngeiros, de que o

Hoje, a erva de procedência do Brasil, aceita na mistura, é apenas de 20% e

lacil circulação, maior rapidez na extra-

prêsa se desenvolveu ao longo do Vale

Diriiom) Econômico

muito otimistas a seu respeito. Embora,

do ponto de vista da produção, e considefando-se as qualidades do produto, com uma campanha inteligente, o Brasil pudesse conquistar mercados para o produto o transfcrmá-lo, de sucedâneo que é do chá da índia, cm produto principal, capaz de substítuí-ln, na rea

•5.^

lidade a organização comercial do mate no mercado internacional é suficiente

para sufocar-lhe a expansão. Nas re giões onde encontra um mercado natu ral o nosso país perdeu sua hegemonia, em grande parte por inabilidade comer cial.

Nos demais mercados, lemos de

lutar contra um monopsônio distribuidor

pma mistura obrigatória de 10^ de erva

que nós mesmos ajudamos a criar. Pre

paraguaia, 802 de erva brasileira (de

cisamos, por um lado, destruir a idéia. jL


ÜlUKbiCi

Gastão da Cunha ASTÃo DA Cunha descende de preclaros pcrtuguêses que se fixaram

Em cumprimento uo prot^ramã

educação cívica que .se traçou dc d*' vulgar cpúódio.s da vida de brasileiro^

no Brasil,

cinincutcii, o "DÍgc.sto Ecoiu'mieo" rC'

O avô materno, de alta linhagem, da casa dos Gadarinlie, joão Crisóstomo

produz a ligeira biografia do culto ^

Pinto da Fonseca,

volunie "Estadistas da República"-

doutor em Direito

pela Universidade de Coimbra, de:empenhou as funções de juiz de fora de

Sabará e Pitangui, antes'da Independên cia. Posteriormente, exerceu o cargo de ouvidor na Capital de Goiás. Abando nando a magistratura, tornou-se em S.

João p'El Rey um advogado notável.

cintilante Ga.slfui da Cunha, itcscrta 00

Ês.se político e diplonuita, cujas orO' ções ilustraram os anais do nosso CoU'

gresso Federal,

pouco conhecido dos

novas gerações, é apontado, por meros cronistas parlamentares, como O mais completo orador que fulgiu no Câmara dos Deputados.

Bisavô de Afrànio de Melo Franco, dei xou prole numerosa.

O avô paterno, doutor Domingos José da Cunha, graduou-se em medicina pela Universidade do Coimbra, quando rom peu a luta entre D. Maria 11 e o abso-

lutismo, servido por D. Miguel Voluntário do batalhão acadÊmico bateu-se pelas armas em favor da cau

sa constitucional. Com inúmeros patriota.s, entro os quais Palmella, estôve em Londres, foragido.

Recomendado a Pedro I, p^i Je d Maria, veio para o B-asil, e-co1hendo a

cidade de S. João D'E1 Rey para sua moradia. Aí dedicou-.sc à clínica e ao professorado. Destacaram-se, dos seus fillios, Balbino da Cunha, antigo deputado geral e

presidente da província do Pará; Do mingos José da Cunha, que exerceu no império a presidência do Paraná. Descendem de Balbino: Gastão, Ál varo (cônsul em Madri), bela inteligên

cia que logo se eclipsou; Ernesto (ofi-

61

. "Dos limpos chama-se um, c outro

dos sujos. A gênese desses nomes perde-se não cm a noite dos tempos, mas na escuri

Antonio Goniijo ut Cahvauiiü

A jamília

KCUNÒMlCd

ciai de Marinha), Augusto (médico em Minas) c João (ad\'ogadü no Rio de Janeiro).

dão de uma projetada obra de esgotos. Um grupo a queria, o dos limpos; e na bandeira dos sujos havia o lema de "Tu do na praia" 1... Foram estes os ven cedores.

A cidade não tem

e.sgotos;

mas tem política... E se esta compen sação lhe não bastar, console-se ao me

nos São João ponderando que é a única

terra com partidos excêntricamente ro

tulados. Lonibre-se da Inglaterra com o.s seus Tories e Whigs".

Nessa soturna cidade, margeada pelo ribeirão que desce da Serra do Lenheiro, vindo da margem esquerda do Rio das Mortes, "localizada no vale e esfor

São joão D'El Rey, que explorado fundaram em 1684.

destinada pelos Inconfidentes para Ca pital da República, centro de operações de movimentos revolucionários, é uma

das rclítpiias de Minas Gerais. A sua liíslória, os prímórdíos da sim vida, Aurcliano Pimcntel, o sábio filó-

logo, relatou-os.

Mas foi Carlos de

o preço daquelas consultas.

Fato que bem significa quanto eram mal remunerados os labores das profis sões liberais I

Turma brilhante, a que se bachare lou em 1884. Dos estudantes paulistas c riograndenses, matriculados com Gas tão da Cunha, salientaram-se o retraído

Pedro de Toledo, que iria ter, na vida

política do País, um momento culminan te, e o vadio Germano Haslocher, o mais famoso estudante do .seu tempo e que se tornou um parlamentar de vastos re

cursos, esgrimista hábil da palavra fa lada.

Gênio folgazão e irrequieto, obrigado

çando-se por galgar a montanha", ber

a abandonar a Academia de São Paulo, Germano matriculou-se na Faculdade de

ço do Tiradentes e Bárbara Heliodora,

Direito de Recife.

terra do esquecido musicista Padre José Maria Xavier, que um crítico cognomi-

em luta com Seabra, pôs Germano em

Amigo de Tobias Barreto, que estava

nou o Abade Perozi do Brasil, aos 29 dc

prova, e com êxito, a ambição política

julho de 1863 nasceu Gastão da Cunha.

do "conservador" baiano, ao redigir-lhe,

São João D'El Retj

res de esmeraldas

Ias médicas de 320 paru 400 réis. Os clientes fizeram greve e impediram a tentativa de se elevar acima da "pataca"

O estudante

pillieriando, em nome do "liberal" Sil veira Martins, um telegrama em que o

convidava para Presidente do Rio Gran Gastão da Cunha fêz ó curso de hu manidades em urri externato de São

João. Em 1880, com preparo magnífi

co, matriculou-se na Faculdade de Di reito de São Paulo.

Modestíssima era, nas nntevésperas

da proclamoção da República, o custo

Laet, nesse livrinbo saboroso, "Em Mi

de vida na cidade paulistana.

nas", quem melhor soube, com as cô-

Spencer Vanipré, nas memórias aca dêmicas, reproduzindo um depoimento pessoal de Ezequiel Freire, descreve o

de do Sul.

Sabedor do fato, Seabra cortou rela ções com Germano e só fizeram

as pazes quando, no govêmo do Marechal Herme.., um era Ministro da Viação e o outro l.der da maioria da Câmara dos

Deputados.

A esses acontecimentos Rui Barbosa

aludiu no celebre "Caim", artigo estam

Com que verve explica o mestre do lernáculo a singular denominação dos

to de que aquele clínico, de notável re

pado nas colunas do "Diário \le Notí cias por ocasião do bombardeio de São Salvador, ordenado para garantir a Sea bra a posse do govêmo da Bahia. Turma gloriosa para as letras jurídi

partidos militantes em São João...

putação, aumentara o preço das consul-

cas, a de 1880, que fêz dos calouros Se-

rcs vivas de sua palheta, descrever-lbe

os co:tumes, o espírito religioso do po\'0 e a maravilha arquitetônica das igrejas.

reboliço que houve entre a clientela do Dr. Guilherme Ellis, ao ter conhecimen


ÜlUKbiCi

Gastão da Cunha ASTÃo DA Cunha descende de preclaros pcrtuguêses que se fixaram

Em cumprimento uo prot^ramã

educação cívica que .se traçou dc d*' vulgar cpúódio.s da vida de brasileiro^

no Brasil,

cinincutcii, o "DÍgc.sto Ecoiu'mieo" rC'

O avô materno, de alta linhagem, da casa dos Gadarinlie, joão Crisóstomo

produz a ligeira biografia do culto ^

Pinto da Fonseca,

volunie "Estadistas da República"-

doutor em Direito

pela Universidade de Coimbra, de:empenhou as funções de juiz de fora de

Sabará e Pitangui, antes'da Independên cia. Posteriormente, exerceu o cargo de ouvidor na Capital de Goiás. Abando nando a magistratura, tornou-se em S.

João p'El Rey um advogado notável.

cintilante Ga.slfui da Cunha, itcscrta 00

Ês.se político e diplonuita, cujas orO' ções ilustraram os anais do nosso CoU'

gresso Federal,

pouco conhecido dos

novas gerações, é apontado, por meros cronistas parlamentares, como O mais completo orador que fulgiu no Câmara dos Deputados.

Bisavô de Afrànio de Melo Franco, dei xou prole numerosa.

O avô paterno, doutor Domingos José da Cunha, graduou-se em medicina pela Universidade do Coimbra, quando rom peu a luta entre D. Maria 11 e o abso-

lutismo, servido por D. Miguel Voluntário do batalhão acadÊmico bateu-se pelas armas em favor da cau

sa constitucional. Com inúmeros patriota.s, entro os quais Palmella, estôve em Londres, foragido.

Recomendado a Pedro I, p^i Je d Maria, veio para o B-asil, e-co1hendo a

cidade de S. João D'E1 Rey para sua moradia. Aí dedicou-.sc à clínica e ao professorado. Destacaram-se, dos seus fillios, Balbino da Cunha, antigo deputado geral e

presidente da província do Pará; Do mingos José da Cunha, que exerceu no império a presidência do Paraná. Descendem de Balbino: Gastão, Ál varo (cônsul em Madri), bela inteligên

cia que logo se eclipsou; Ernesto (ofi-

61

. "Dos limpos chama-se um, c outro

dos sujos. A gênese desses nomes perde-se não cm a noite dos tempos, mas na escuri

Antonio Goniijo ut Cahvauiiü

A jamília

KCUNÒMlCd

ciai de Marinha), Augusto (médico em Minas) c João (ad\'ogadü no Rio de Janeiro).

dão de uma projetada obra de esgotos. Um grupo a queria, o dos limpos; e na bandeira dos sujos havia o lema de "Tu do na praia" 1... Foram estes os ven cedores.

A cidade não tem

e.sgotos;

mas tem política... E se esta compen sação lhe não bastar, console-se ao me

nos São João ponderando que é a única

terra com partidos excêntricamente ro

tulados. Lonibre-se da Inglaterra com o.s seus Tories e Whigs".

Nessa soturna cidade, margeada pelo ribeirão que desce da Serra do Lenheiro, vindo da margem esquerda do Rio das Mortes, "localizada no vale e esfor

São joão D'El Rey, que explorado fundaram em 1684.

destinada pelos Inconfidentes para Ca pital da República, centro de operações de movimentos revolucionários, é uma

das rclítpiias de Minas Gerais. A sua liíslória, os prímórdíos da sim vida, Aurcliano Pimcntel, o sábio filó-

logo, relatou-os.

Mas foi Carlos de

o preço daquelas consultas.

Fato que bem significa quanto eram mal remunerados os labores das profis sões liberais I

Turma brilhante, a que se bachare lou em 1884. Dos estudantes paulistas c riograndenses, matriculados com Gas tão da Cunha, salientaram-se o retraído

Pedro de Toledo, que iria ter, na vida

política do País, um momento culminan te, e o vadio Germano Haslocher, o mais famoso estudante do .seu tempo e que se tornou um parlamentar de vastos re

cursos, esgrimista hábil da palavra fa lada.

Gênio folgazão e irrequieto, obrigado

çando-se por galgar a montanha", ber

a abandonar a Academia de São Paulo, Germano matriculou-se na Faculdade de

ço do Tiradentes e Bárbara Heliodora,

Direito de Recife.

terra do esquecido musicista Padre José Maria Xavier, que um crítico cognomi-

em luta com Seabra, pôs Germano em

Amigo de Tobias Barreto, que estava

nou o Abade Perozi do Brasil, aos 29 dc

prova, e com êxito, a ambição política

julho de 1863 nasceu Gastão da Cunha.

do "conservador" baiano, ao redigir-lhe,

São João D'El Retj

res de esmeraldas

Ias médicas de 320 paru 400 réis. Os clientes fizeram greve e impediram a tentativa de se elevar acima da "pataca"

O estudante

pillieriando, em nome do "liberal" Sil veira Martins, um telegrama em que o

convidava para Presidente do Rio Gran Gastão da Cunha fêz ó curso de hu manidades em urri externato de São

João. Em 1880, com preparo magnífi

co, matriculou-se na Faculdade de Di reito de São Paulo.

Modestíssima era, nas nntevésperas

da proclamoção da República, o custo

Laet, nesse livrinbo saboroso, "Em Mi

de vida na cidade paulistana.

nas", quem melhor soube, com as cô-

Spencer Vanipré, nas memórias aca dêmicas, reproduzindo um depoimento pessoal de Ezequiel Freire, descreve o

de do Sul.

Sabedor do fato, Seabra cortou rela ções com Germano e só fizeram

as pazes quando, no govêmo do Marechal Herme.., um era Ministro da Viação e o outro l.der da maioria da Câmara dos

Deputados.

A esses acontecimentos Rui Barbosa

aludiu no celebre "Caim", artigo estam

Com que verve explica o mestre do lernáculo a singular denominação dos

to de que aquele clínico, de notável re

pado nas colunas do "Diário \le Notí cias por ocasião do bombardeio de São Salvador, ordenado para garantir a Sea bra a posse do govêmo da Bahia. Turma gloriosa para as letras jurídi

partidos militantes em São João...

putação, aumentara o preço das consul-

cas, a de 1880, que fêz dos calouros Se-

rcs vivas de sua palheta, descrever-lbe

os co:tumes, o espírito religioso do po\'0 e a maravilha arquitetônica das igrejas.

reboliço que houve entre a clientela do Dr. Guilherme Ellis, ao ter conhecimen


02

OlCBSTU

Eookómioo

bastião Lacerda, Codofredó Cunha, Oli

ca'cm Ouro Prctd; profe.ssor cie Direito

o debate que s6 se deveria travar nos

veira Figueiredo e Muniz Barreto, Mi

Crimina! c Direito Internacional Públi

nistros do Supremo Tribunal Federal.

co da Faculdade de .Minas Gerais; de

autos. Os meios forenses se apaixonam c as opiniões sc dividem. Gastão da Cunha, cm tomo de ques

Rodrigo Otávio, na palestra "Foi um

dia um convento", recorda que, estu dante de Direito, foi admitido na "re

putado federal;

árbitro l>rasíl<-Íro nos

68

Dicustí) EcDNÒNirco

ret" em Paris, não.saberia responder; mas, de pronto e com precisão, fixaria no "LouxTe" o local de qualquer objeto de arte.

Triljunais brasilcirf)-b.)liviano v Í)rasilci-

tão processual do competência, para de

ro-pcruano;

monstrar que rião houve direito lesado pelo Governo, improvisa uma monografiít, cm que não se sabe o mais sobreexcclcnlo: se o aspecto jurídico da ma

chefe de família exemplar aos museus que, no Hotel de Clunv, a filha menor

delegado às Gonfercncias

De Gastão. o mesmo se poderia dizer. Tão nmiudadas

eram as visitas desse

pública mineira", na rua da Consolação. A república" era constituída par mo ços estudiosos, de anos superiores, afa-

Pan-Amcricana.s (pie se realizuranr nas cidade.s do Hio de Janeiro <• Buiuns Ai-

mados na Escola. "Ali se estudava com senedade, acrescenta o autor das "Mi

Suécia e Noruega. Santa Sé c Espanha; SubsccTctáriíJ das Rclaç^ões Exteriores;

téria ou a forma literária com que pro

bião presenciou a cena — alegando que

curou rcvesli-Io.

lhe era muito mais interessante ir ao

i-niliaixador efetivo cm Lisboa, Roma e

que há uma p.ágina em defesa do tema

teatro de fantoches do que passar o clia

Paris;

da "prolixidade", em nada inferior à de Rui Barbosa que, anos depois, o abor dou para se defender da incriminação de ter abusado dos períodos quilométri cos. As razões, magnífica dissertação doutrinária de Direito, foram publica das em folheto. Ofertado pelo Embai xador Macedo Soares, a Biblioteca da

inteiro ouvindo falar de velharias.

nhas Memórias dos Outros", e quanto às brincadeiras e troçiis, jamais exce diam de certa medida. A "república" não escandalizava o bairro..

Moravam naquele "cenáculo" Gastão da Cunha, Bernardo Mon

teiro, Sabino Barroso, Constantino Paleta é Francisc-o Brant, nomes que em Minas represen

tam hoje uma tradição.

Estudante notável, pe la inteligência e aplica ção, não arrastado pela corrente das novas idéias, conservador e monarquísta, redator da "Or

dem", jornal acadêmico dirigido por Tito Fulgêncio, e que teve vida não efêmera, Gastão da

Cunha, o orador na cerimonia da entre ga simbólica da "Chave", formou-se no ano de 1884, em Ciências Jurídicas e So ciais, tendo como colega de turma, entre outros, Sabino Barroso, político dos mais sagazes e prestigiosos da República.

re.s;

Mini.stro no Paraguai, Dinamarca,

clícfc da deu gação brasileira ã

Sociedade das Nações; membro permauente do Conselho c Pre.sidcntc — Gastão

da Cuniia, cuja trajetó ria na diplomacia ó das mais brilhantes, honraria

qualquer

país

de

alta

cultura.

Faculdade de Direito de São Paulo pos

Suhprocuradoria

Geral

do Esiado

Criada em Minas Ge

rais a

em todos os pleitos em que intervém, capacida de de trabalho c extensa

cultura jurídica. Em um, principalmente, pelo renome dos litigan tes, transcende os limites do Estado a sua intervenção.

Instala-se a comarca de Belo Horizon

te. Augusto de Lima, ex-governador e juiz em Ouro Preto, pleiteia a remoção.

O Presidente do Estada indefere o pe dido e nomeia Edmundo Lins. Jornalis

Magistrado; diretor do Arquivo Pú

ta emérito, não se conformando com o

despacho governamental. Augusto de Lima traz para as colunas da imprensa '

artes da pintura e escultura, colecionava

objetos antigos e quadros raros. Dispu nha de c.splêndida prataria, adquirida cm Portugal. A sua residência, um ver dadeiro museu.

Ilá um fato inexplicável. Êsse for não se extasiava

oculta.

tureza mcrrta. O hoincxn

Geral do Estudo, Gastião

da Cunha c o seu pri meiro titular.- Revela,

Original, o temperamento artístico de Gastão da Cunha. Apaí.xonado pelas

sui um exemplar. As revistas jiirídicas bem poderiam, para gáudio dos advo gados, exibir essa jóia, tão bela e tão

Subprocuradoria

Os cargos públicos

blico Mineiro; redator-chefe d'"0 Mi nas Gerais"; subprocurador da Repúbli

Trabalho exaustivo em

protestou, com certa veemência — Ru

moso espírito não apreciava a música e natureza viva.

com o espetáculo da Comovia-se ante a na

Dc prodigiosa memória, Gastão vivia os discursos. Verdadeiro ator, auxiliado

pela expressão fisionômica, prowcava no

Dotado de talento faiscante, Gastão

auditório, sempre que lhe aprazia, estre-

da Cunha era o Rivarol brasileiro: gênio

pitosa hilaridade. Orando, mal disfarçava o tom de pa

da conversação, perdulário da inteligên cia. Nos museus de Paris ou dc Roma,

que admirável "cicerone" para os tou-

rister." precedentes da sua terra ! José Rubião, notário em São Paulo, falou-me de uma "causerie" de Gastao, visitando o monumento a Gambeta.

Monopolizou a palestra, reproduziu, com luxos de minudência, lrcclio"> da vida e discursos do célebre orador francês, dei

xando nos ouvintes impressão de cmbevecimento.

Ouvi de Calógeras que, se lhe per guntasse o nome de determinado "caba-

lestra.

Terrível eplgramatista, não houve no Brasil caiiseur" que o superasse. "O convívio com Gastão da Cunha - escre\-cu o grande Calógeras — dava a

impresrao de um caleidoscópio de esfusianto fogo de artifício, dc uma orgia de côres e de sons, de cintilações -de palá cio de fadas, de taças de "champagne" a borbulhar de gás e a refrangir a luz. Era um sedutor.

Não o julgassem por êsse único as-


02

OlCBSTU

Eookómioo

bastião Lacerda, Codofredó Cunha, Oli

ca'cm Ouro Prctd; profe.ssor cie Direito

o debate que s6 se deveria travar nos

veira Figueiredo e Muniz Barreto, Mi

Crimina! c Direito Internacional Públi

nistros do Supremo Tribunal Federal.

co da Faculdade de .Minas Gerais; de

autos. Os meios forenses se apaixonam c as opiniões sc dividem. Gastão da Cunha, cm tomo de ques

Rodrigo Otávio, na palestra "Foi um

dia um convento", recorda que, estu dante de Direito, foi admitido na "re

putado federal;

árbitro l>rasíl<-Íro nos

68

Dicustí) EcDNÒNirco

ret" em Paris, não.saberia responder; mas, de pronto e com precisão, fixaria no "LouxTe" o local de qualquer objeto de arte.

Triljunais brasilcirf)-b.)liviano v Í)rasilci-

tão processual do competência, para de

ro-pcruano;

monstrar que rião houve direito lesado pelo Governo, improvisa uma monografiít, cm que não se sabe o mais sobreexcclcnlo: se o aspecto jurídico da ma

chefe de família exemplar aos museus que, no Hotel de Clunv, a filha menor

delegado às Gonfercncias

De Gastão. o mesmo se poderia dizer. Tão nmiudadas

eram as visitas desse

pública mineira", na rua da Consolação. A república" era constituída par mo ços estudiosos, de anos superiores, afa-

Pan-Amcricana.s (pie se realizuranr nas cidade.s do Hio de Janeiro <• Buiuns Ai-

mados na Escola. "Ali se estudava com senedade, acrescenta o autor das "Mi

Suécia e Noruega. Santa Sé c Espanha; SubsccTctáriíJ das Rclaç^ões Exteriores;

téria ou a forma literária com que pro

bião presenciou a cena — alegando que

curou rcvesli-Io.

lhe era muito mais interessante ir ao

i-niliaixador efetivo cm Lisboa, Roma e

que há uma p.ágina em defesa do tema

teatro de fantoches do que passar o clia

Paris;

da "prolixidade", em nada inferior à de Rui Barbosa que, anos depois, o abor dou para se defender da incriminação de ter abusado dos períodos quilométri cos. As razões, magnífica dissertação doutrinária de Direito, foram publica das em folheto. Ofertado pelo Embai xador Macedo Soares, a Biblioteca da

inteiro ouvindo falar de velharias.

nhas Memórias dos Outros", e quanto às brincadeiras e troçiis, jamais exce diam de certa medida. A "república" não escandalizava o bairro..

Moravam naquele "cenáculo" Gastão da Cunha, Bernardo Mon

teiro, Sabino Barroso, Constantino Paleta é Francisc-o Brant, nomes que em Minas represen

tam hoje uma tradição.

Estudante notável, pe la inteligência e aplica ção, não arrastado pela corrente das novas idéias, conservador e monarquísta, redator da "Or

dem", jornal acadêmico dirigido por Tito Fulgêncio, e que teve vida não efêmera, Gastão da

Cunha, o orador na cerimonia da entre ga simbólica da "Chave", formou-se no ano de 1884, em Ciências Jurídicas e So ciais, tendo como colega de turma, entre outros, Sabino Barroso, político dos mais sagazes e prestigiosos da República.

re.s;

Mini.stro no Paraguai, Dinamarca,

clícfc da deu gação brasileira ã

Sociedade das Nações; membro permauente do Conselho c Pre.sidcntc — Gastão

da Cuniia, cuja trajetó ria na diplomacia ó das mais brilhantes, honraria

qualquer

país

de

alta

cultura.

Faculdade de Direito de São Paulo pos

Suhprocuradoria

Geral

do Esiado

Criada em Minas Ge

rais a

em todos os pleitos em que intervém, capacida de de trabalho c extensa

cultura jurídica. Em um, principalmente, pelo renome dos litigan tes, transcende os limites do Estado a sua intervenção.

Instala-se a comarca de Belo Horizon

te. Augusto de Lima, ex-governador e juiz em Ouro Preto, pleiteia a remoção.

O Presidente do Estada indefere o pe dido e nomeia Edmundo Lins. Jornalis

Magistrado; diretor do Arquivo Pú

ta emérito, não se conformando com o

despacho governamental. Augusto de Lima traz para as colunas da imprensa '

artes da pintura e escultura, colecionava

objetos antigos e quadros raros. Dispu nha de c.splêndida prataria, adquirida cm Portugal. A sua residência, um ver dadeiro museu.

Ilá um fato inexplicável. Êsse for não se extasiava

oculta.

tureza mcrrta. O hoincxn

Geral do Estudo, Gastião

da Cunha c o seu pri meiro titular.- Revela,

Original, o temperamento artístico de Gastão da Cunha. Apaí.xonado pelas

sui um exemplar. As revistas jiirídicas bem poderiam, para gáudio dos advo gados, exibir essa jóia, tão bela e tão

Subprocuradoria

Os cargos públicos

blico Mineiro; redator-chefe d'"0 Mi nas Gerais"; subprocurador da Repúbli

Trabalho exaustivo em

protestou, com certa veemência — Ru

moso espírito não apreciava a música e natureza viva.

com o espetáculo da Comovia-se ante a na

Dc prodigiosa memória, Gastão vivia os discursos. Verdadeiro ator, auxiliado

pela expressão fisionômica, prowcava no

Dotado de talento faiscante, Gastão

auditório, sempre que lhe aprazia, estre-

da Cunha era o Rivarol brasileiro: gênio

pitosa hilaridade. Orando, mal disfarçava o tom de pa

da conversação, perdulário da inteligên cia. Nos museus de Paris ou dc Roma,

que admirável "cicerone" para os tou-

rister." precedentes da sua terra ! José Rubião, notário em São Paulo, falou-me de uma "causerie" de Gastao, visitando o monumento a Gambeta.

Monopolizou a palestra, reproduziu, com luxos de minudência, lrcclio"> da vida e discursos do célebre orador francês, dei

xando nos ouvintes impressão de cmbevecimento.

Ouvi de Calógeras que, se lhe per guntasse o nome de determinado "caba-

lestra.

Terrível eplgramatista, não houve no Brasil caiiseur" que o superasse. "O convívio com Gastão da Cunha - escre\-cu o grande Calógeras — dava a

impresrao de um caleidoscópio de esfusianto fogo de artifício, dc uma orgia de côres e de sons, de cintilações -de palá cio de fadas, de taças de "champagne" a borbulhar de gás e a refrangir a luz. Era um sedutor.

Não o julgassem por êsse único as-


64

Dicesto

Econômico

Dicesto Ecokònuco

65

peclo, entretanto, por mais admirável que fôsse. Sob tais roupagens de sun

Não sabia limitar-.se, quando lhe sorria

buco e Rui Barbosa, heróis do aholicio-

aos olhos cintilantes cie graça iateligenlo

caiA-no, êsse se converterá no mais belo

tuoso luxo inteleclual e estético, pensa

nisinn, feiticeiro.s do estilo, escritores po

diamante".

o sucesso de um "hon mot".

líticos qn(«. em nos.sa terra, disputam o

construtiva e não destrutiva.

va um cérebro dos mais sólidos, práticos

e mais nutridos

mais

dc estudos

Clássicos e científicos.

Foi grandemente admirado, invejado, e censurado também.

Por conta dêle, corriam ditos mordt n-

Com:) sempre, <; detaliic na imagina E, no adniirá\c'l juiz dos tribunais arbitrais, no

ção pública supera o essencial.

clíplf/mata cjuo nos representou digna mente nos mais altos eenífi i >s intcrna-

cionai.s, escpieciam o lefr.ulo, o cientista,

No Parlamento, fèz obro

primado intelectual. O satírico

Narrou Rodrigo Otávio o fato de Nabuco,

então embaixador em Londrc.s.

Que encantamento a palavra de Gas

não tomar parte na Conferência de Haia, como delegado do Brasil, por não

tão da Cunha 1

\'inda o grande satírico. Apavoravamse supondo que poderiam ser vítimas das suas caricaturas.

Os contemporâneos deliciavam-se òu-

o bom brasileiro, que .sir\ ia com brilliu

cos contemporâneos possuíram, como

admitir (pio clever.se ter como chefe a Rui Barbo.sa. Em qualquer delegação

ao seu país cm ti-clos os senticlos. paru

êle, a faculdade de apreender a silhue

que SC formasse em nosso país, ainda <'•

^ó rememorarem o cristal

ta integral de seus interlocutores e, nela.

Rodrigo Otávio quem afirma, entendia

sua mentalidade c de sua cultura, a des

Nabuco que não poderia deixar dc ser

um escrevinhador

pedir chispas de graça, c comentar, belis

scnuo o primeiro.

arrieiro na linguagem. "Pérola", a um embai.xador, prestigiado pela Agencia

tes de percuciente visão psíquica. Pou

o traço pitoresco ou mesmo ridículo. E

facetado de

De "Filtro invertido",

denominou n

de má reputação e

sabia dizè-lo com a mais graciosa de

cando. acontecinienlo-s e atores da eter

senvoltura.

na comédia luimana.

que, Sc perdurava a competição, Nabuco

Americana. "Nabuquíuho", a um diplo

Uma grande figura, dc qm- Minas se pode orgulhar."

.sabia dissimulá-la. Encerrado o Congre.so de Haia, em conferência pronun

Não é depoíintnlo dc amigo. Calógeras <'.sta\a cie relações rôtas com o sagaz diplomata quando externou èsso juízo.

timbre da voz e no físico. "Ignoriincia

ciada em Londres, Nabuco, no zênile,

Muita ferida de vaidade daí se origi nou. Ca uniaram-no por isso. dando à sua mordacidade o carateríslico de dctração sistemática.

Nada mais injusto. Nunca inventou. i>eguia cs processos dos caricaturistas, exagerando as linhas dominantes. Nem SQ exercia sua verve senão sobre aspec tos secundários, menos importantes das personalidades. Isso mesmo alanceavu

fundo certos temperamentos, mais aptos

a perdoarem uma acusação fundada do que a tolerarem uma pilhéria; epider-

mes mais sensíveis ao remoque e à ire nia do que a censura procedente E a prova de que nada liavía de in veja, de maldade, nesse feitio mental está em que sabia admirar todas as superioridades e cultivar inúmeras afeições.

E' incontestável, por outro lado, que êsse extraordinário poder de realçar a face risível dos fatos ou dos homens lhe trouxe dissabores e dificuldades. Era-

Jhe irreprimível a tendência de divulgar um dito de espírito, um conceito ático.

A êsse gozo mental, sacrificava, por vô-ic.s, feições mais graves dos problemas.

Não afirmo nem nego. Direi apenas

proclamou Rui Barbosa o maior cérebro do Brasil.

Castão era émiilo de Davi Campistu. o Horténcío.

Detestavam-se mútua e

cordialmente, atesta-o, em Ií\to. cronista

enciclopédica", a um presidente da Re pública. "Gênio da banalidade", a um escritor de fama injustificada. "Cara de

E' a confissão de um deslumbramento. O amigo

como na clõcjuéncia foram ri\'ais Cícero

mata que imitava Nabuco no gesto, no

cscumadeira", a um deputado que tive ra varíola, e a outro, antigo colega de

turma e político Roupão da Cunha, chamavam-no os

detratores do grande brasileiro. Injusta,

influente, de "rato

branco". "Cascaséis de pátio de igre

ja", aos jornalistas que pretenderam de

indiscreto cpic os freciucnta\ a. Um não

a fama de usurário.

admitia cjue o outro fôsse a figura pví-

todo mineiro. No fundo, um sentimen-

bosa.

macial da bancada mineira.

fM. Excelente amigo e prestativo.

com o nome do político inglês Salisbu-

E' compreensível a emulação, dado o ambiente de endcusamcnto em que vi veram num curto período da história, llespeitavam-sc, reciprocamente, e nun

ca se enfrentaram,

sustentando

teses

Opostas.

Aliás, Gaslão amava os temas gerais, de caráter filorófico. Davi Campista, os

Econômico, como

molir o talento e o caráter de Rui Bar Fez, no Parlamento, trocadillros

ly, para ferir um presidente mineiro, que

Quando ia a São João D*EI Re>% pleno fastígío do nome, durante a per manência na cidade natal, visitava dia riamente a tenda do sapateiro João Caplstrano, seu companheiro de infância.^

Alfredo Pinto, que era vesgo e cego de um olho, magistrado em Ouro Preto,

Cultivava dedicadas afeições. Rin BraiiíX) e Euclides da Cunha, os maio

velha cidade.

res amigos.

se vingou excluíndo-o da bancada.

tinha o hábito de passear com ares so

lenes. à tardinha, pelas íngremes ruas da Gastão não o poupou.

Orando em

tribunos de estra

Não era invejoso. Reconhecia o~ ver dadeiro valor. Edmundo Lins reprodu ziu êste conceito de Gastão sobre um

uma solenidade, desforrou-se de uma sentença desfavorável com a alusão feri

nhas magnificências verbais, dignifica

extraordinário jurisoonsulto: "O cérebro lhe despejar água lamacenta, sairá água

lavrava despachos na rua, (X)m um olho concluso e o outro com vista às partes". Há quem diga ser de Gastão e não de

fiistalina , . Se.j

Emílio de Menezes o famoso dito sobre

de ordem econômica c financeira. Am

bos, parlamentares consumados, palestradores inimitáveis,

ram Minas e o Brasil.

Idêntica rivalidade dizia-se, nas rodas

do Ttamarati, existir entre joaquini Nti-

de Lafaiete é üm verdadeiro filtro. Sc

cabeça, esfregar-lhe

na de que "existia um íntegro juiz que


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Dicesto

Econômico

Dicesto Ecokònuco

65

peclo, entretanto, por mais admirável que fôsse. Sob tais roupagens de sun

Não sabia limitar-.se, quando lhe sorria

buco e Rui Barbosa, heróis do aholicio-

aos olhos cintilantes cie graça iateligenlo

caiA-no, êsse se converterá no mais belo

tuoso luxo inteleclual e estético, pensa

nisinn, feiticeiro.s do estilo, escritores po

diamante".

o sucesso de um "hon mot".

líticos qn(«. em nos.sa terra, disputam o

construtiva e não destrutiva.

va um cérebro dos mais sólidos, práticos

e mais nutridos

mais

dc estudos

Clássicos e científicos.

Foi grandemente admirado, invejado, e censurado também.

Por conta dêle, corriam ditos mordt n-

Com:) sempre, <; detaliic na imagina E, no adniirá\c'l juiz dos tribunais arbitrais, no

ção pública supera o essencial.

clíplf/mata cjuo nos representou digna mente nos mais altos eenífi i >s intcrna-

cionai.s, escpieciam o lefr.ulo, o cientista,

No Parlamento, fèz obro

primado intelectual. O satírico

Narrou Rodrigo Otávio o fato de Nabuco,

então embaixador em Londrc.s.

Que encantamento a palavra de Gas

não tomar parte na Conferência de Haia, como delegado do Brasil, por não

tão da Cunha 1

\'inda o grande satírico. Apavoravamse supondo que poderiam ser vítimas das suas caricaturas.

Os contemporâneos deliciavam-se òu-

o bom brasileiro, que .sir\ ia com brilliu

cos contemporâneos possuíram, como

admitir (pio clever.se ter como chefe a Rui Barbo.sa. Em qualquer delegação

ao seu país cm ti-clos os senticlos. paru

êle, a faculdade de apreender a silhue

que SC formasse em nosso país, ainda <'•

^ó rememorarem o cristal

ta integral de seus interlocutores e, nela.

Rodrigo Otávio quem afirma, entendia

sua mentalidade c de sua cultura, a des

Nabuco que não poderia deixar dc ser

um escrevinhador

pedir chispas de graça, c comentar, belis

scnuo o primeiro.

arrieiro na linguagem. "Pérola", a um embai.xador, prestigiado pela Agencia

tes de percuciente visão psíquica. Pou

o traço pitoresco ou mesmo ridículo. E

facetado de

De "Filtro invertido",

denominou n

de má reputação e

sabia dizè-lo com a mais graciosa de

cando. acontecinienlo-s e atores da eter

senvoltura.

na comédia luimana.

que, Sc perdurava a competição, Nabuco

Americana. "Nabuquíuho", a um diplo

Uma grande figura, dc qm- Minas se pode orgulhar."

.sabia dissimulá-la. Encerrado o Congre.so de Haia, em conferência pronun

Não é depoíintnlo dc amigo. Calógeras <'.sta\a cie relações rôtas com o sagaz diplomata quando externou èsso juízo.

timbre da voz e no físico. "Ignoriincia

ciada em Londres, Nabuco, no zênile,

Muita ferida de vaidade daí se origi nou. Ca uniaram-no por isso. dando à sua mordacidade o carateríslico de dctração sistemática.

Nada mais injusto. Nunca inventou. i>eguia cs processos dos caricaturistas, exagerando as linhas dominantes. Nem SQ exercia sua verve senão sobre aspec tos secundários, menos importantes das personalidades. Isso mesmo alanceavu

fundo certos temperamentos, mais aptos

a perdoarem uma acusação fundada do que a tolerarem uma pilhéria; epider-

mes mais sensíveis ao remoque e à ire nia do que a censura procedente E a prova de que nada liavía de in veja, de maldade, nesse feitio mental está em que sabia admirar todas as superioridades e cultivar inúmeras afeições.

E' incontestável, por outro lado, que êsse extraordinário poder de realçar a face risível dos fatos ou dos homens lhe trouxe dissabores e dificuldades. Era-

Jhe irreprimível a tendência de divulgar um dito de espírito, um conceito ático.

A êsse gozo mental, sacrificava, por vô-ic.s, feições mais graves dos problemas.

Não afirmo nem nego. Direi apenas

proclamou Rui Barbosa o maior cérebro do Brasil.

Castão era émiilo de Davi Campistu. o Horténcío.

Detestavam-se mútua e

cordialmente, atesta-o, em Ií\to. cronista

enciclopédica", a um presidente da Re pública. "Gênio da banalidade", a um escritor de fama injustificada. "Cara de

E' a confissão de um deslumbramento. O amigo

como na clõcjuéncia foram ri\'ais Cícero

mata que imitava Nabuco no gesto, no

cscumadeira", a um deputado que tive ra varíola, e a outro, antigo colega de

turma e político Roupão da Cunha, chamavam-no os

detratores do grande brasileiro. Injusta,

influente, de "rato

branco". "Cascaséis de pátio de igre

ja", aos jornalistas que pretenderam de

indiscreto cpic os freciucnta\ a. Um não

a fama de usurário.

admitia cjue o outro fôsse a figura pví-

todo mineiro. No fundo, um sentimen-

bosa.

macial da bancada mineira.

fM. Excelente amigo e prestativo.

com o nome do político inglês Salisbu-

E' compreensível a emulação, dado o ambiente de endcusamcnto em que vi veram num curto período da história, llespeitavam-sc, reciprocamente, e nun

ca se enfrentaram,

sustentando

teses

Opostas.

Aliás, Gaslão amava os temas gerais, de caráter filorófico. Davi Campista, os

Econômico, como

molir o talento e o caráter de Rui Bar Fez, no Parlamento, trocadillros

ly, para ferir um presidente mineiro, que

Quando ia a São João D*EI Re>% pleno fastígío do nome, durante a per manência na cidade natal, visitava dia riamente a tenda do sapateiro João Caplstrano, seu companheiro de infância.^

Alfredo Pinto, que era vesgo e cego de um olho, magistrado em Ouro Preto,

Cultivava dedicadas afeições. Rin BraiiíX) e Euclides da Cunha, os maio

velha cidade.

res amigos.

se vingou excluíndo-o da bancada.

tinha o hábito de passear com ares so

lenes. à tardinha, pelas íngremes ruas da Gastão não o poupou.

Orando em

tribunos de estra

Não era invejoso. Reconhecia o~ ver dadeiro valor. Edmundo Lins reprodu ziu êste conceito de Gastão sobre um

uma solenidade, desforrou-se de uma sentença desfavorável com a alusão feri

nhas magnificências verbais, dignifica

extraordinário jurisoonsulto: "O cérebro lhe despejar água lamacenta, sairá água

lavrava despachos na rua, (X)m um olho concluso e o outro com vista às partes". Há quem diga ser de Gastão e não de

fiistalina , . Se.j

Emílio de Menezes o famoso dito sobre

de ordem econômica c financeira. Am

bos, parlamentares consumados, palestradores inimitáveis,

ram Minas e o Brasil.

Idêntica rivalidade dizia-se, nas rodas

do Ttamarati, existir entre joaquini Nti-

de Lafaiete é üm verdadeiro filtro. Sc

cabeça, esfregar-lhe

na de que "existia um íntegro juiz que


Dir;ESTx»

60

Oliveira Lima.

Vendo,

da sacada do

LIconòmic»»

ra um comediante; "Níns, essas desopilanfcs criaturas não precisam da co^i-

ÜlCUSTO

Económiuu

67

vei.s exemplares. Que ólcs fiquem aqui,

to riormal do braço direito. Pois, vendo êsse gesto contrafcito, que se lhes afi gurou um requinte de elegância, come çaram os "genticmen" a dar "shake-

palácio da embaixada brasileira, em Pa ris. Oliveira Lima e a espôsa, D. Flora,

ra para que se ibc.s refine c aprimore a

atravessarem a rua, comenta, jocosamen

ingcnita vocação para a opcreta. Basta

divertindo palriòticamcnte os seus cnimpatricios. E' mcliior que divertir lá fo ra os estrangeiros, com duplo prejuíz.o

te, com os secretários; "Eis a flora e a

uma \'íagein á Europa; c c sina dos to

nosso (riso).

fauna do Brasil".

enormes de seu sogro, o Barão de Itaípe, e de "naveta" a cabeça comprida de um

los regressarem dt) Veliro Mundo com o programa dc nos deslumbrar, como o João da Ega, cm pleno \crão de Lisboa, enfiava a pelíça para pasmar o indíge

mais brilhantes e antigas civilizações.

Conselho da Sociedade das Nações. .Titoni, o representante italiano, uma das

parente.

na (riso). As vèzcs, para qué lhes de-

Da Europa

\'ílimas prediletas. "Com os seus apar

sabrocho o gênio, ucm carecem atraves

"snob". snobismo.

Denominava de "tinhorão" ás orelhas

Em relação a dois diplomatas, seus

desafetos e extremamente parecidos, as

sar o Atlântico; basta que nos venha da

sim se externava, em notabilíssimo dis

Europa um tipo qualquer de elegância,

curso, um primor de beleza e de graça, sôbre o orçamento do Ministério das

\'eículo de modas e dc maneiras noras,

Relações Exteriores: "A esses pisaflo-

(in gênero, número o caso (riso),

res, a alguns, conheço também; mas es

ses que têm o condãn do ridículo, aqui o no estrangeiro, não é a carreira que os faz figurilhas da comédia humana: ó a própria parvoíce (muito bem). Seriam risíveis em qualquer classe, dentro ou fora de qualquer classe, pois são cria turas inclassificáveis (risos).

para que se ponham logf) a adjetivá-lo c-oino

tal

fazia o Damaso ao Carlos do

Maiíi.

E o pitir, ou o melhor, — c que. con forme sucede a todos os imitadores, es ses copistas microcêfalos desfiguram lo go o original, caricaturando-n pelo exa gero hilariante. Assim sucedeu aos ne

hands", arqueancb o braço em ansa (hi

Convém advertir, entretanto, que es

sa fauna ó cosmopolita, não é monopó lio no.sso. Ela prolifera no .seio das nos veio até o seu nome

Não pcupa\'a os próprios colegas do

tes, insistentes e estertóricos, meu caro

"Snob" c palavra de origem inglesa e está em um romance

laridade)".

de Thackeray.

Titoni, tenho a impressão de que os bárbaros estão-se aproximando do Ca

Aclimou-se logo em França, porque achou muita cabeça em que se ajustas

pitólio."

se. A aceitar-se a definição dc Lemai-

Joaquim Sales, notou Gastão da Cunha que' Lorde Balfour, com riso significa tivo, le\'ava a mão esquerda à orelha,

tre, snob ó o indivíduo que alia a mais absoluta passividade de espírito á mais

Em uma das suas sessões,

escreveu'

rísi\el \aidade, é um canieiro de Pa-

para melhor apreciar o precário fran

núrgio pretensioso, de modo que o sno

cês do Presidente. "Sr. Balfour - dis

bismo constitui a aristocracia da imbe cilidade (riso).

so Gastão - eu me prezo, como o se

Isso para nós 6 um consôlo. E devo

nhor, de falar patriòücamente mal c francês".

gros de São Tomé. refere alguém, que,

dizer que na permuta desse pessoal é

"Grande sarcasta do Império", assim

curiorissimas pessoas, aliás muito apre ciáveis do ponto de vista recreativo (ri sos); sufocados fisicamente na garca-

indo de passeio ao continente e lá ven

grande a nossa dívida. Mas, na própria Inglaterra, senhor presidente, um viajan

Batista Pereira definiu Lafaiete Rodri

pares de óculos para se mostrarem ain

to para comprovar a minha proposição

nhos (hi.aridade), como intelectualmen te asfixiados no circulo estreitíssimo de

da mais elegantes e ilustrados (hilari

— de que aqueles tipos de que formam legião, em ambos os sexos.

Eu os tenho visto passeando as suas

Iheira de colarinhos que parecem pusua zerosidade mental; caminhando con-

trafeitos, porque tem a visão, aliás, ex celente, perturbada pelo vidro dos mnnóculos, tão graduados como eles na palermice. porque disfarçam a redonde za dos pés em sapatos longos e pontudcs, como patins de gôlo (hilaridade)". A tribuna já estava transformada em

palco. Maldosamente, ridicularizava os diplomatas enfatuados perante uma pla

do os doutr.rc.s dc óculos, voltaram para a íllia carregando nos narizes dois e três

dade).

Mas, senhores, essas exceções não de

vem reEctir na classe. Não se pode con

cluir do particular para o geral. O re médio é eliminá-los, é expungir deles a

nossa representação, chamando ao tea

tro nacional esses Tallcvrands de piquenique. Em nossa sociedade tenho cru

zado com esses doutores em cutiliqués, com êsse.s índices de futilídades,

e cs

tenho ouvido parvoejar sôbre suas res

te encontrou fatos curiosíssimos, que ci

Êles, como o gênio, não têm pátria (riso).

Assim, conta êsse viajante que a dis tintíssima Princesa de Gales, por sofrer de reumatismo articular, durante algum tempo, caminhou com certo embaraço,

A cultuTa

Embora irreprimível a tendência de

Gastão da Cunha em dhmlgar um con

ceito chistoso, como acentuou Calógeras, não deve ser julgado só pelo as pecto de caricaturista exímio. Possuía sólida cultura, alicerçada no convívio

"profissional beauties", durante tôda

diuturno dos livros.

uma "season", coxeassem elegantemente (liilaridade).

Beuve, era inesgotável o seu laborató rio de venenos. Prosseguia, como se fô-

mover é a posse exclusiva desses nmá-

axila, o que lhe dificultava o tnovimen-

Como o de Saint-

o homem público que também tinha o "Satyricon" por breviário.

tou para que as belezas londrinas, as

tinha o passo desigual. Ora, tanto bas

pectivas especialidades, com uma serie dade e uma facúndia que realmente im pressionam (riso). O que devemos pro

téia emocionada.

gues Pereira. "Grande sarcasta da Re pública", seria o título adequado para

Do outra vez, o Duque de Clarence, filho do atual rei, teve um abcesso na

Gastão sabia a ciência do Direito, pú blico e privado. Versava os clássicos la tinos. Riquíssimo, o seu vocabulário da língua portuguêsa, que manejava com elegância. Não pronunciava com per-

.


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Oliveira Lima.

Vendo,

da sacada do

LIconòmic»»

ra um comediante; "Níns, essas desopilanfcs criaturas não precisam da co^i-

ÜlCUSTO

Económiuu

67

vei.s exemplares. Que ólcs fiquem aqui,

to riormal do braço direito. Pois, vendo êsse gesto contrafcito, que se lhes afi gurou um requinte de elegância, come çaram os "genticmen" a dar "shake-

palácio da embaixada brasileira, em Pa ris. Oliveira Lima e a espôsa, D. Flora,

ra para que se ibc.s refine c aprimore a

atravessarem a rua, comenta, jocosamen

ingcnita vocação para a opcreta. Basta

divertindo palriòticamcnte os seus cnimpatricios. E' mcliior que divertir lá fo ra os estrangeiros, com duplo prejuíz.o

te, com os secretários; "Eis a flora e a

uma \'íagein á Europa; c c sina dos to

nosso (riso).

fauna do Brasil".

enormes de seu sogro, o Barão de Itaípe, e de "naveta" a cabeça comprida de um

los regressarem dt) Veliro Mundo com o programa dc nos deslumbrar, como o João da Ega, cm pleno \crão de Lisboa, enfiava a pelíça para pasmar o indíge

mais brilhantes e antigas civilizações.

Conselho da Sociedade das Nações. .Titoni, o representante italiano, uma das

parente.

na (riso). As vèzcs, para qué lhes de-

Da Europa

\'ílimas prediletas. "Com os seus apar

sabrocho o gênio, ucm carecem atraves

"snob". snobismo.

Denominava de "tinhorão" ás orelhas

Em relação a dois diplomatas, seus

desafetos e extremamente parecidos, as

sar o Atlântico; basta que nos venha da

sim se externava, em notabilíssimo dis

Europa um tipo qualquer de elegância,

curso, um primor de beleza e de graça, sôbre o orçamento do Ministério das

\'eículo de modas e dc maneiras noras,

Relações Exteriores: "A esses pisaflo-

(in gênero, número o caso (riso),

res, a alguns, conheço também; mas es

ses que têm o condãn do ridículo, aqui o no estrangeiro, não é a carreira que os faz figurilhas da comédia humana: ó a própria parvoíce (muito bem). Seriam risíveis em qualquer classe, dentro ou fora de qualquer classe, pois são cria turas inclassificáveis (risos).

para que se ponham logf) a adjetivá-lo c-oino

tal

fazia o Damaso ao Carlos do

Maiíi.

E o pitir, ou o melhor, — c que. con forme sucede a todos os imitadores, es ses copistas microcêfalos desfiguram lo go o original, caricaturando-n pelo exa gero hilariante. Assim sucedeu aos ne

hands", arqueancb o braço em ansa (hi

Convém advertir, entretanto, que es

sa fauna ó cosmopolita, não é monopó lio no.sso. Ela prolifera no .seio das nos veio até o seu nome

Não pcupa\'a os próprios colegas do

tes, insistentes e estertóricos, meu caro

"Snob" c palavra de origem inglesa e está em um romance

laridade)".

de Thackeray.

Titoni, tenho a impressão de que os bárbaros estão-se aproximando do Ca

Aclimou-se logo em França, porque achou muita cabeça em que se ajustas

pitólio."

se. A aceitar-se a definição dc Lemai-

Joaquim Sales, notou Gastão da Cunha que' Lorde Balfour, com riso significa tivo, le\'ava a mão esquerda à orelha,

tre, snob ó o indivíduo que alia a mais absoluta passividade de espírito á mais

Em uma das suas sessões,

escreveu'

rísi\el \aidade, é um canieiro de Pa-

para melhor apreciar o precário fran

núrgio pretensioso, de modo que o sno

cês do Presidente. "Sr. Balfour - dis

bismo constitui a aristocracia da imbe cilidade (riso).

so Gastão - eu me prezo, como o se

Isso para nós 6 um consôlo. E devo

nhor, de falar patriòücamente mal c francês".

gros de São Tomé. refere alguém, que,

dizer que na permuta desse pessoal é

"Grande sarcasta do Império", assim

curiorissimas pessoas, aliás muito apre ciáveis do ponto de vista recreativo (ri sos); sufocados fisicamente na garca-

indo de passeio ao continente e lá ven

grande a nossa dívida. Mas, na própria Inglaterra, senhor presidente, um viajan

Batista Pereira definiu Lafaiete Rodri

pares de óculos para se mostrarem ain

to para comprovar a minha proposição

nhos (hi.aridade), como intelectualmen te asfixiados no circulo estreitíssimo de

da mais elegantes e ilustrados (hilari

— de que aqueles tipos de que formam legião, em ambos os sexos.

Eu os tenho visto passeando as suas

Iheira de colarinhos que parecem pusua zerosidade mental; caminhando con-

trafeitos, porque tem a visão, aliás, ex celente, perturbada pelo vidro dos mnnóculos, tão graduados como eles na palermice. porque disfarçam a redonde za dos pés em sapatos longos e pontudcs, como patins de gôlo (hilaridade)". A tribuna já estava transformada em

palco. Maldosamente, ridicularizava os diplomatas enfatuados perante uma pla

do os doutr.rc.s dc óculos, voltaram para a íllia carregando nos narizes dois e três

dade).

Mas, senhores, essas exceções não de

vem reEctir na classe. Não se pode con

cluir do particular para o geral. O re médio é eliminá-los, é expungir deles a

nossa representação, chamando ao tea

tro nacional esses Tallcvrands de piquenique. Em nossa sociedade tenho cru

zado com esses doutores em cutiliqués, com êsse.s índices de futilídades,

e cs

tenho ouvido parvoejar sôbre suas res

te encontrou fatos curiosíssimos, que ci

Êles, como o gênio, não têm pátria (riso).

Assim, conta êsse viajante que a dis tintíssima Princesa de Gales, por sofrer de reumatismo articular, durante algum tempo, caminhou com certo embaraço,

A cultuTa

Embora irreprimível a tendência de

Gastão da Cunha em dhmlgar um con

ceito chistoso, como acentuou Calógeras, não deve ser julgado só pelo as pecto de caricaturista exímio. Possuía sólida cultura, alicerçada no convívio

"profissional beauties", durante tôda

diuturno dos livros.

uma "season", coxeassem elegantemente (liilaridade).

Beuve, era inesgotável o seu laborató rio de venenos. Prosseguia, como se fô-

mover é a posse exclusiva desses nmá-

axila, o que lhe dificultava o tnovimen-

Como o de Saint-

o homem público que também tinha o "Satyricon" por breviário.

tou para que as belezas londrinas, as

tinha o passo desigual. Ora, tanto bas

pectivas especialidades, com uma serie dade e uma facúndia que realmente im pressionam (riso). O que devemos pro

téia emocionada.

gues Pereira. "Grande sarcasta da Re pública", seria o título adequado para

Do outra vez, o Duque de Clarence, filho do atual rei, teve um abcesso na

Gastão sabia a ciência do Direito, pú blico e privado. Versava os clássicos la tinos. Riquíssimo, o seu vocabulário da língua portuguêsa, que manejava com elegância. Não pronunciava com per-

.


rnimmmmmm

wwr-

EcdnOmiui

(KS

DiuKsio Econômico

feição os idiomas estrangeiros. Da pro

raba, Sabará c São João D*El Rej*, e

lanhas" dcstacarem-se nas pugnas inte

no "Jornal do Brasil",

sa francesa, conhecia, porém, a obra integral de inúmeros autores, como Rei-

seminários como os de Mariana e Dia

lectuais travadas cm outros recantos do

anos após, reviveu, em painel, os episó

mantina. Hoje desapareceram quase to

País.

nach, Le Bon e Emílio Faguet, sempre

dios da memorável sessão.

dos, substituídos

pelos da Ordem dos

va o parlamentar gaúcho êsse discurso

presentes em suas palestras. Fazia exer

Maristas.

Orações clássicas, pela correção da forma c amplidão do pensamento, as

O direito de du\idar de "Latim de

proferidas, na tribuna da Câmara dos

do Gastão como a obra-prima da ora tória brasileira. Outra impressão não terá quem folhear os Anais.

cícios mnemônicos, relendo Camões e

vinte e cinco Considera

Dante, processo que Assiz Brasil usava

mineiro", de certa idade, a ninguém é

para desenvolver portentosa rclentiva. Pouco se interessava pelas ciências eco nômicas e naturais. Daquelas, não há ve.stigios nos seus trabalhos. Destas, o

Deputados, pelo sãojoancn.sc que pa

dado, escreveu com c.spírito Augiuto de

rece ler sido dos vMtimos helenos na Re

Lima Júnior... Outrora, quem pretendesse um ates tado de aprovação cm Latim, se o e.xa-

pública. Não deveriam ser esmaecidas pcjü tempo as páginas dos Anais quO

envergadura intelectual de um Esmeraladversários temíveis.

fato de Le Dantec, alvo então de curio

arqui\am: "Casainento Ci\'il", "Lega-

minador era rigoroso

ção do

sidade universal, não o reter, sequer por alguns minutos, na sala, em célebre cur

Confessaram-se batidos juristas da dino Bandeira e de um Fausto Cardoso,

Vaticano", "Responsabilidade

"E' tão alta esta tribuna e tão augus

Brito, depõe Juscelino Barbosa, passa

Civil do Estado", "Tratado do Acre" e

ta esta assembléia, tão insigne é a hon

ra de haver passado por elas, que ne

corno Afonso de

ria pelas quatro provações: e..crevê-lo,

"Universidade". No gênero, não o su

ditado pelo examinador; traduzi-lo, sem

peraram os mestres da oratória brasi

nhum de nós, mesmo eu, deixa de .ad

dicionário; fazer uma versão do Portu

leira.

quirir uma individualidade neste recin

guês para o Latim e medir os versos de Virgílio, Ovídio c Ilorácio. Os professores do Caraça ainda exi

Rio Branco quis, por intermédio de Alberto Faria, fazê-lo membro da Aca

se nome fica.

giam que o.s alunos vorte.sem a prosa

demia Brasileira de Letras. Não fal tavam a Gastão da Cunha as melhores

se bastaria aos meus sentimentos, que

de Gautier : "Jeunes gens, lisez Ics dic-

mavio.sa de Frei Luiz de Sousa.

eredeneiais. Obra esparsa, sem dúvida.

o daquele artista grego que, tendo tra

tionnaires". Enciclopédias, vocabulá rios, glossários, sempre foram as leitu ras do seu repouso intelectual.

traduz em versos alexandrinos uma ode

so da Sorbonne. Gaslâo não escondeu

a um amigo, que o acompanhava, o en

fado de ouvir assunto de tanta .sensaboria, confessando o seu desinterôsse. Em compensação, formidável conhecedor da História Universal.

Seguia, como um crente, o conselho

Na leitura de um dicionário. Rosas teve a súmuia de todo o conhecimento

que adquiriu na vida". E' a explicação que os historiadores argentinos dão das difiniç-ões "rápidas e frias" do caudilho dos pampas.

Ledor inveterado das enciclopédias, entre os nossos eruditos, é Artur Neiva

mestre na bibliografia e profundo co nhecedor das coisas brasileiras.

Gastão da Cunha, aos olhos da Na

ção, simbolÍ2:ava o humanismo dos "rnontanheses", cujo amor ã instrução

Francisco Sá, numa banca de exame, de HoráciOj assombrando o arguidor, o filólogo Castro Lopes,

que o convido

a seguir para professor de seu ginásio. Os mineiros não eram apenas latinis-

Mas profunda e vasta. E de forma apri morada.

O Barão nada conseguiu devido à opo sição de

Pedro Lessa,

temperamento

apaixonado e desafeto pessoal^ do can didato.

tas. Eram conhecedores da sintaxe e

O parlamentar

estudiosos do vernáculo.

Não compreenderá o humanismo dos fílho.s de Minas Gerais quem desconhe cer o ambiente tranqüilo das suas cida

des, a formação moral da sua juventude o os rigorosos métodos dos seus estabelecimcnto.s dc ensino.

Sobretudo,

se

desconhecer a história do famoso colé

gio, que é uma relíquia para os devolos da tradição mineira.

salientava, há um século, Sainl-Hilaire,

Tentei recompô-la, em largos traços,

ao descrever a cidade e os hábitos do

no livro "Homens e cousas do Brasil".

Tijuco, hoje Diamantina. Havia em Minas Gerais colégios tra dicionais, como os do Caraça, Congo

Keproduzindo-a, em anexo final, evoca rei o ambiente tão impregnado de poe

nha do Campo, Campo Belo do Ube

Sustentando a precedência obrigató ria do casamento civil, estreon-se na tri

buna da Câmara dos Deputados. Lírico e sarcástico, ofertou, nessa jus

ta intelectual, aos ouvintes. História. Ar te, Poesia, Direito, Sociologia e Filosofia. A estróia dc Carlos Peixoto foi um

acontecimento político. A de Davi Campista, inovação da oratória parlamentar

com ,o gênero "folhetim". A de Gastão da Cunha, o dia consagrado à inteli

to; todos nós aqui temos um nome e ês

Eu não poderia ter outro ideal, e ês balhado na estátua de Palas, cuja figu ra tutelar dominava a esplanada da Acró-

2Jole, onde fulgiam os grandes nomes da Hélacle, quando lhe ordenaram a ins crever o seu nome também, êle, humil de, mas feliz e ao mesmo tempò con fuso da distinção egrégia, caminhou até

o plinto de mármore e aí, alçando o

braço a medo, gravou a sua inicial ape

nas, em lugar quase imnsivel, perdida quase, embai.xo do escudo da divinda de que no alto pendia e velava os des tinos da sua Pátria."

Em surtos de eloqüência, sem o ma nuseio de uma nota, examinou as dis posições para fiel execução da lei do ca

samento civil. Demonstrou que não ha via ofensa da liberdade religiosa, e criou penas para os que não se confor

gência.

mavam. Sustentou que o casamento é

sia, de meditação e de recolhimento, que

Peça de maravilhosa eloqüência. Ar tur Pinto da Rocha, que o ouviu e se

um contrato abençoado pela Igreja. A Guedelha Mourão, deputado pela terra

permitiu aos filhos das "alterosas mon-

salientou nos debates, em artigo ínserto

de Gonçalves Dias, que confundia Dí-


rnimmmmmm

wwr-

EcdnOmiui

(KS

DiuKsio Econômico

feição os idiomas estrangeiros. Da pro

raba, Sabará c São João D*El Rej*, e

lanhas" dcstacarem-se nas pugnas inte

no "Jornal do Brasil",

sa francesa, conhecia, porém, a obra integral de inúmeros autores, como Rei-

seminários como os de Mariana e Dia

lectuais travadas cm outros recantos do

anos após, reviveu, em painel, os episó

mantina. Hoje desapareceram quase to

País.

nach, Le Bon e Emílio Faguet, sempre

dios da memorável sessão.

dos, substituídos

pelos da Ordem dos

va o parlamentar gaúcho êsse discurso

presentes em suas palestras. Fazia exer

Maristas.

Orações clássicas, pela correção da forma c amplidão do pensamento, as

O direito de du\idar de "Latim de

proferidas, na tribuna da Câmara dos

do Gastão como a obra-prima da ora tória brasileira. Outra impressão não terá quem folhear os Anais.

cícios mnemônicos, relendo Camões e

vinte e cinco Considera

Dante, processo que Assiz Brasil usava

mineiro", de certa idade, a ninguém é

para desenvolver portentosa rclentiva. Pouco se interessava pelas ciências eco nômicas e naturais. Daquelas, não há ve.stigios nos seus trabalhos. Destas, o

Deputados, pelo sãojoancn.sc que pa

dado, escreveu com c.spírito Augiuto de

rece ler sido dos vMtimos helenos na Re

Lima Júnior... Outrora, quem pretendesse um ates tado de aprovação cm Latim, se o e.xa-

pública. Não deveriam ser esmaecidas pcjü tempo as páginas dos Anais quO

envergadura intelectual de um Esmeraladversários temíveis.

fato de Le Dantec, alvo então de curio

arqui\am: "Casainento Ci\'il", "Lega-

minador era rigoroso

ção do

sidade universal, não o reter, sequer por alguns minutos, na sala, em célebre cur

Confessaram-se batidos juristas da dino Bandeira e de um Fausto Cardoso,

Vaticano", "Responsabilidade

"E' tão alta esta tribuna e tão augus

Brito, depõe Juscelino Barbosa, passa

Civil do Estado", "Tratado do Acre" e

ta esta assembléia, tão insigne é a hon

ra de haver passado por elas, que ne

corno Afonso de

ria pelas quatro provações: e..crevê-lo,

"Universidade". No gênero, não o su

ditado pelo examinador; traduzi-lo, sem

peraram os mestres da oratória brasi

nhum de nós, mesmo eu, deixa de .ad

dicionário; fazer uma versão do Portu

leira.

quirir uma individualidade neste recin

guês para o Latim e medir os versos de Virgílio, Ovídio c Ilorácio. Os professores do Caraça ainda exi

Rio Branco quis, por intermédio de Alberto Faria, fazê-lo membro da Aca

se nome fica.

giam que o.s alunos vorte.sem a prosa

demia Brasileira de Letras. Não fal tavam a Gastão da Cunha as melhores

se bastaria aos meus sentimentos, que

de Gautier : "Jeunes gens, lisez Ics dic-

mavio.sa de Frei Luiz de Sousa.

eredeneiais. Obra esparsa, sem dúvida.

o daquele artista grego que, tendo tra

tionnaires". Enciclopédias, vocabulá rios, glossários, sempre foram as leitu ras do seu repouso intelectual.

traduz em versos alexandrinos uma ode

so da Sorbonne. Gaslâo não escondeu

a um amigo, que o acompanhava, o en

fado de ouvir assunto de tanta .sensaboria, confessando o seu desinterôsse. Em compensação, formidável conhecedor da História Universal.

Seguia, como um crente, o conselho

Na leitura de um dicionário. Rosas teve a súmuia de todo o conhecimento

que adquiriu na vida". E' a explicação que os historiadores argentinos dão das difiniç-ões "rápidas e frias" do caudilho dos pampas.

Ledor inveterado das enciclopédias, entre os nossos eruditos, é Artur Neiva

mestre na bibliografia e profundo co nhecedor das coisas brasileiras.

Gastão da Cunha, aos olhos da Na

ção, simbolÍ2:ava o humanismo dos "rnontanheses", cujo amor ã instrução

Francisco Sá, numa banca de exame, de HoráciOj assombrando o arguidor, o filólogo Castro Lopes,

que o convido

a seguir para professor de seu ginásio. Os mineiros não eram apenas latinis-

Mas profunda e vasta. E de forma apri morada.

O Barão nada conseguiu devido à opo sição de

Pedro Lessa,

temperamento

apaixonado e desafeto pessoal^ do can didato.

tas. Eram conhecedores da sintaxe e

O parlamentar

estudiosos do vernáculo.

Não compreenderá o humanismo dos fílho.s de Minas Gerais quem desconhe cer o ambiente tranqüilo das suas cida

des, a formação moral da sua juventude o os rigorosos métodos dos seus estabelecimcnto.s dc ensino.

Sobretudo,

se

desconhecer a história do famoso colé

gio, que é uma relíquia para os devolos da tradição mineira.

salientava, há um século, Sainl-Hilaire,

Tentei recompô-la, em largos traços,

ao descrever a cidade e os hábitos do

no livro "Homens e cousas do Brasil".

Tijuco, hoje Diamantina. Havia em Minas Gerais colégios tra dicionais, como os do Caraça, Congo

Keproduzindo-a, em anexo final, evoca rei o ambiente tão impregnado de poe

nha do Campo, Campo Belo do Ube

Sustentando a precedência obrigató ria do casamento civil, estreon-se na tri

buna da Câmara dos Deputados. Lírico e sarcástico, ofertou, nessa jus

ta intelectual, aos ouvintes. História. Ar te, Poesia, Direito, Sociologia e Filosofia. A estróia dc Carlos Peixoto foi um

acontecimento político. A de Davi Campista, inovação da oratória parlamentar

com ,o gênero "folhetim". A de Gastão da Cunha, o dia consagrado à inteli

to; todos nós aqui temos um nome e ês

Eu não poderia ter outro ideal, e ês balhado na estátua de Palas, cuja figu ra tutelar dominava a esplanada da Acró-

2Jole, onde fulgiam os grandes nomes da Hélacle, quando lhe ordenaram a ins crever o seu nome também, êle, humil de, mas feliz e ao mesmo tempò con fuso da distinção egrégia, caminhou até

o plinto de mármore e aí, alçando o

braço a medo, gravou a sua inicial ape

nas, em lugar quase imnsivel, perdida quase, embai.xo do escudo da divinda de que no alto pendia e velava os des tinos da sua Pátria."

Em surtos de eloqüência, sem o ma nuseio de uma nota, examinou as dis posições para fiel execução da lei do ca

samento civil. Demonstrou que não ha via ofensa da liberdade religiosa, e criou penas para os que não se confor

gência.

mavam. Sustentou que o casamento é

sia, de meditação e de recolhimento, que

Peça de maravilhosa eloqüência. Ar tur Pinto da Rocha, que o ouviu e se

um contrato abençoado pela Igreja. A Guedelha Mourão, deputado pela terra

permitiu aos filhos das "alterosas mon-

salientou nos debates, em artigo ínserto

de Gonçalves Dias, que confundia Dí-


r Dicesto Ecoitó^aao

70

reito Canônico com Direito Eclesiásti

Gastáo, que se dcsvcncilhou com fíi-

co, Castão da Cunha fez ver de pronto

cílídadc de todos os competidores, cmi-

a distinção: Direito Eclesiástico é o Di

liii, laK-cz infliicncia<lo pelas idéias de Eduardo Prado, na "Ilusão Americana",

reito Internacional da Igreja;

Direito

]' ^

Diüesto

Econômico

forte espiritxialidade, acham-se engasta

arquivos da Tôrre de Londres e supri

dos naquela jóia da nossa literatura po lítica: "Para governar é necessário ter em

mir os monumentos existentes na velha

conta não só as idéias

Acreditavam que assim lhes seria possí\'el abolir o pas.sado e dominar o futu ro. O projeto foi repelido, bjUiando

obra dc grande repi-rciissão, então re

mentos, os inlcrêsscs, os próprios pre

Estudou o problema em face da Es cola Clássica e da nova Escola Penal.

centemente .saída do.s prclo.s. uni juízo "Grande, mas não grandioso: materialis

conceitos. e até as pai.xõcs. As leis, co mo as instituições, são legítimas quando refletem a consciência nacional, quando

ta, dur;.-,

consultam as idéias, os sentimentos da

Definiu o Direito, segundo Bacon, Kanl e Spencer. "Estado livre e Igreja livre, mas o Estado mantendo todos os seus

direitos e guardando lôdas as suas prer rogativas", a tese principal. Castão da Cunha submeteu-se a ver

dadeira sabatina de História Universal e nmguém sequer o "apertou". Os ad

versários do casamento civil, que esta

vam apaixonadíssimos, notadamente o

Cônego Valois de Castro, procuraram

mpcdir que prosseguisse a irrespondíoraçao, crivando-o de apartes. "Caa um — gritou Anísio de Abreu com

todas as forças dos seus pulmões - o orador transforma numa grande vitoria parlamentar."

Fausto Cardoso interrompe-o demoradamente. A Câmara, cm pôso, protes ta, pedindo a Castão para não lhe responder. Ouvem-se, de todos os lados

ftor°'vnl '^^otinue".e o Gastãoi. ator, espontânea volve para oerudição, sergipano esmaga com citando de

orgullioso,

mcrcantilizado e

queles que têm de dar-lhes obediência. No modo de ser de cada povo, revelado

cúpido". Gastão tornou-se depois convicto amcricanista. Apologista da doutrina de

correndo até lioje."

longados: "Governar não é mandar, nem

O destino rcscrvoii-ilie ainda a glória de representar a América, ausentes os

pota. Também no respeito a essas tra

impor, como ao servo impõe e manda o

dições, há um legítimo interesse social

seu amo;

Estados Unidos, no Conselho da Socie

o político.

dade das Nações. Desenvolveu o inesgotável tema da

idade, historiador e estadista, homem de

prioridade do casamento civil,

cm seis

pensamento e de ação, nue teve as res

sessões, três consecutivas cm cada ano, enfrentando o jurista José Manuel de Azevedo Marques, culto representante

ponsabilidades do govêrno ein momen

prestou na diplomacia

reais

serviços dc aproximação continental.

Um dos mais altos espíritos da nossa

to difícil da sua pátria, explicava com elevação essa desconfiança, senão ani

mosidade, para com a obra lenta do pas sado, dizendo que nos períodos de re novação que se seguem às revoluções, quando de tôda parte se solicitam im portantes reformas ou se trata de pô-las

dc São Paulo o futuro Ministro das Re

lações Exteriores do govêrno de Epitácio Pessoa.

Sente-se o pulso do jurisconsulto em Gastão da Cunha quando, num desses discursos, com, rara felicidade, traçou o paralelo exato entre o doutrinador e o

'W

legislador, página que enobrece a bte-

*

cia igreja.

Combateu a supressão da nossa legação junto à Santa S6, travando im pressionantes diálogos com Barbosa Li

mo professor em Ouro Preto. Pinto Li ma, juiz de direito de Iguape, recorda-

se da impressão de pasmo, quando, ainaa estudante, ouviu Gastão, em aula de

Direito Internacional, reproduzir, sem mudança de uma sílaba, e sem auxílio

de um apontamento, o discurso de Emíüo Castelar, "Síntese da História".

senvolvimento e progresso que vai per

há norma de govêrno a que o estadista devo atender para não se tornar um dés

cor, assombrados os colegas, trechos de Dulas papais e conclusões dos Concílios

Nim causaria surpresa a memória de Uasíão da Cunha, a quem o teve co

também aquciu insensata esperança. E a Inglaterra, juntando às novas liberda des adquiridas o respeito de todas as suas tradições, entrou nesse caminho de de

nas suas tradições c nos seus costumes,

Monroe,

ratura jurídica brasileira.

ma.

Analisando com finura os argu

mentos de Fiore, Micbaud, Pradez, Foderó, Holtzendorf e Bluntchii, revelou-

se um internacionalista cuja fama é consolidada pelos laudos magistrais que proferiu como Brasileiro-Peruano

árbitro nos Tribunais e

Brasileiro-Boli-

viano.

Êsses trechos, denunciadores de uma

em prática, a autoridade do passado e o obstáculo • que se opõe aos esforços para um estado novo, porque é em no me da sabedoria do tempo que alguns repelem o futuro que outros aspiram.

Nessa prevenção há um grande erro o

1

Inglaterra.

como os senti

Canônico, o seu Direito Privado.

acre e inju.sto sòbre os Estados Unidos:

í

71

A peroração arrancou aplausos pro governar, consoante a lição

ctimológica do vocábulo, é dirigir a nau, guiar, marear; é emitir instrução e or

dem para o bem de todos, não da tripu lação sòmente,

mas de quem está ao

leme.

E-tejam certos de que entre nós a

palavra da religião cala no sentimento nacional; em vão buscariam diminuir-

lhe a fôrça, intentando extingui-la na

consciência católica do País; aquela voz sagrada e eterna, os crentes a reconhe

ceriam por instinto e escutá-la-iam a

qualquer momento, na ressonância fiel

do sua fé, tal como os peregrinos de Em.aús, na eomovente narrativa do &.ange,ho: - "non eor ncstrum ardebat m neb.s dum ioqueretur in via?" Criticou, no discurso cAK,-

entregaria a todos os azares de uma si

-'^^'idade e,ivU doEl^^^aZ™; propugnada por Azevedo Marquei de

tuação \'acilante, sem raízes e sem es

ser ind. pensavel aeauteiur o Estado

um perigo ainda maior, porque ela nos tabilidade.

;1

-'3

contra os abusos da administração que

E querendo simbolizar o seu pensa mento, refere um episódio da revolução inglesa, que eu peço permissão para re

poderiam onerá-lo.

^

cordar.

razão era inconsistente.

Sob o govêrno de Cromwell propuse ram con\'encidamente deitar fogo aos

abuso não pode afastar o legislador do

Como bem pontificou CloWs Bevilá qua, nos ccmentários ao Código Civil, a O receio do

eaniinho da justiça. "Prcvidéncie-se -

i


r Dicesto Ecoitó^aao

70

reito Canônico com Direito Eclesiásti

Gastáo, que se dcsvcncilhou com fíi-

co, Castão da Cunha fez ver de pronto

cílídadc de todos os competidores, cmi-

a distinção: Direito Eclesiástico é o Di

liii, laK-cz infliicncia<lo pelas idéias de Eduardo Prado, na "Ilusão Americana",

reito Internacional da Igreja;

Direito

]' ^

Diüesto

Econômico

forte espiritxialidade, acham-se engasta

arquivos da Tôrre de Londres e supri

dos naquela jóia da nossa literatura po lítica: "Para governar é necessário ter em

mir os monumentos existentes na velha

conta não só as idéias

Acreditavam que assim lhes seria possí\'el abolir o pas.sado e dominar o futu ro. O projeto foi repelido, bjUiando

obra dc grande repi-rciissão, então re

mentos, os inlcrêsscs, os próprios pre

Estudou o problema em face da Es cola Clássica e da nova Escola Penal.

centemente .saída do.s prclo.s. uni juízo "Grande, mas não grandioso: materialis

conceitos. e até as pai.xõcs. As leis, co mo as instituições, são legítimas quando refletem a consciência nacional, quando

ta, dur;.-,

consultam as idéias, os sentimentos da

Definiu o Direito, segundo Bacon, Kanl e Spencer. "Estado livre e Igreja livre, mas o Estado mantendo todos os seus

direitos e guardando lôdas as suas prer rogativas", a tese principal. Castão da Cunha submeteu-se a ver

dadeira sabatina de História Universal e nmguém sequer o "apertou". Os ad

versários do casamento civil, que esta

vam apaixonadíssimos, notadamente o

Cônego Valois de Castro, procuraram

mpcdir que prosseguisse a irrespondíoraçao, crivando-o de apartes. "Caa um — gritou Anísio de Abreu com

todas as forças dos seus pulmões - o orador transforma numa grande vitoria parlamentar."

Fausto Cardoso interrompe-o demoradamente. A Câmara, cm pôso, protes ta, pedindo a Castão para não lhe responder. Ouvem-se, de todos os lados

ftor°'vnl '^^otinue".e o Gastãoi. ator, espontânea volve para oerudição, sergipano esmaga com citando de

orgullioso,

mcrcantilizado e

queles que têm de dar-lhes obediência. No modo de ser de cada povo, revelado

cúpido". Gastão tornou-se depois convicto amcricanista. Apologista da doutrina de

correndo até lioje."

longados: "Governar não é mandar, nem

O destino rcscrvoii-ilie ainda a glória de representar a América, ausentes os

pota. Também no respeito a essas tra

impor, como ao servo impõe e manda o

dições, há um legítimo interesse social

seu amo;

Estados Unidos, no Conselho da Socie

o político.

dade das Nações. Desenvolveu o inesgotável tema da

idade, historiador e estadista, homem de

prioridade do casamento civil,

cm seis

pensamento e de ação, nue teve as res

sessões, três consecutivas cm cada ano, enfrentando o jurista José Manuel de Azevedo Marques, culto representante

ponsabilidades do govêrno ein momen

prestou na diplomacia

reais

serviços dc aproximação continental.

Um dos mais altos espíritos da nossa

to difícil da sua pátria, explicava com elevação essa desconfiança, senão ani

mosidade, para com a obra lenta do pas sado, dizendo que nos períodos de re novação que se seguem às revoluções, quando de tôda parte se solicitam im portantes reformas ou se trata de pô-las

dc São Paulo o futuro Ministro das Re

lações Exteriores do govêrno de Epitácio Pessoa.

Sente-se o pulso do jurisconsulto em Gastão da Cunha quando, num desses discursos, com, rara felicidade, traçou o paralelo exato entre o doutrinador e o

'W

legislador, página que enobrece a bte-

*

cia igreja.

Combateu a supressão da nossa legação junto à Santa S6, travando im pressionantes diálogos com Barbosa Li

mo professor em Ouro Preto. Pinto Li ma, juiz de direito de Iguape, recorda-

se da impressão de pasmo, quando, ainaa estudante, ouviu Gastão, em aula de

Direito Internacional, reproduzir, sem mudança de uma sílaba, e sem auxílio

de um apontamento, o discurso de Emíüo Castelar, "Síntese da História".

senvolvimento e progresso que vai per

há norma de govêrno a que o estadista devo atender para não se tornar um dés

cor, assombrados os colegas, trechos de Dulas papais e conclusões dos Concílios

Nim causaria surpresa a memória de Uasíão da Cunha, a quem o teve co

também aquciu insensata esperança. E a Inglaterra, juntando às novas liberda des adquiridas o respeito de todas as suas tradições, entrou nesse caminho de de

nas suas tradições c nos seus costumes,

Monroe,

ratura jurídica brasileira.

ma.

Analisando com finura os argu

mentos de Fiore, Micbaud, Pradez, Foderó, Holtzendorf e Bluntchii, revelou-

se um internacionalista cuja fama é consolidada pelos laudos magistrais que proferiu como Brasileiro-Peruano

árbitro nos Tribunais e

Brasileiro-Boli-

viano.

Êsses trechos, denunciadores de uma

em prática, a autoridade do passado e o obstáculo • que se opõe aos esforços para um estado novo, porque é em no me da sabedoria do tempo que alguns repelem o futuro que outros aspiram.

Nessa prevenção há um grande erro o

1

Inglaterra.

como os senti

Canônico, o seu Direito Privado.

acre e inju.sto sòbre os Estados Unidos:

í

71

A peroração arrancou aplausos pro governar, consoante a lição

ctimológica do vocábulo, é dirigir a nau, guiar, marear; é emitir instrução e or

dem para o bem de todos, não da tripu lação sòmente,

mas de quem está ao

leme.

E-tejam certos de que entre nós a

palavra da religião cala no sentimento nacional; em vão buscariam diminuir-

lhe a fôrça, intentando extingui-la na

consciência católica do País; aquela voz sagrada e eterna, os crentes a reconhe

ceriam por instinto e escutá-la-iam a

qualquer momento, na ressonância fiel

do sua fé, tal como os peregrinos de Em.aús, na eomovente narrativa do &.ange,ho: - "non eor ncstrum ardebat m neb.s dum ioqueretur in via?" Criticou, no discurso cAK,-

entregaria a todos os azares de uma si

-'^^'idade e,ivU doEl^^^aZ™; propugnada por Azevedo Marquei de

tuação \'acilante, sem raízes e sem es

ser ind. pensavel aeauteiur o Estado

um perigo ainda maior, porque ela nos tabilidade.

;1

-'3

contra os abusos da administração que

E querendo simbolizar o seu pensa mento, refere um episódio da revolução inglesa, que eu peço permissão para re

poderiam onerá-lo.

^

cordar.

razão era inconsistente.

Sob o govêrno de Cromwell propuse ram con\'encidamente deitar fogo aos

abuso não pode afastar o legislador do

Como bem pontificou CloWs Bevilá qua, nos ccmentários ao Código Civil, a O receio do

eaniinho da justiça. "Prcvidéncie-se -

i


Dioiisit»

Kconó.mic»")

Dicesto Econômico

Frolis.sõi-s liberais. .. porcpic ê libe escreveu Clovis — para impedir a sua

Universidade cie Caen (1436). Quando

reprodução, mas consagre-sc

a regra

justa."

Gaslão propôs organizar a defesa da

liberdade civil que as gerações pasradas conquistaram

com inúmeros sacrifícios

contra a inCuencia do Estado nas rela

ções da vida social. O Senado, aceitan

do uma emenda de Artur Lemos, res

.'V, solução dada ao rumoroso caso pelo

a Espanlia cjucr consolidar o seu poder

ral a profissão de advogado ou de mé dico c não o é a de agricultor ? (muito

Ao arbitramento não se deveria recor

nos Países Baixos, funda a Uni\'crsida-

bem).

rer, dada a demora da solução. Alegado

de de Douaí (1572).

Quando a Ale

As di\ersas funções, sq não são iguais

manha cjucr reorganizar a Alsácia-Lorena, depois cie 1870, começa pela re-

Ou idênticas, são equivalentes ao conjun

constíluição completa c total da Univer sidade de Slrasburgo". "Só há vantagen.s em uniformizar as

liberais não conferem por si nlesmas a

to geral, e aquelas chamadas profissões honraria aos que as exercem; elas valem o que \'alem os profissionais.

Barão do Rio Branco, a única possível.

o. princípio da nacionalidade, a vitória não nos soiTiria.

Rio Branco teve em

Gastão da Cunha o advogado insupenrvcl. Solucionado o litígio, a Nação jul gou o hravo chanceler "benemérito do Brasil".

tabeleceu a doutrina de Gaítão. Os discursos, pronunciados nas últi mas sessões de julho de 1902, são es

ferenciações", foi a sua resposta íi crí

tudos completos sôbre a intervenção do

tica feita pelos espíritos incli\'idualistas

mais um literato sem talento, um advo

episódio que emocionou vivamente a Nação, divulgado pela imprensa de todo

ao rcgimcm que. obriga

gado ou médico medíocre do que um

o País.

hábil industrial ou comerciante."

lançava chispas de eloqüência, quando

Ilojc é tema sediço, mas n"'o n era <piando Gastão o dcscn\ ol\ eu.

reclamou um copo dágua.

Poder Judiciário

nos atos administra

tivos.

Gastão analisou a tese de Direito Uni

versal de que a administração não pode nem deve julgar, assim como o juiz não pode, nem deve administrar. Enfim, ne nhum poder tem atribuição de cas-^ar

cíOncepçõe.s gerais c em impedir as di uma minoríu

pen.santc a passar por um mesmo crivo... "A Alemanha tornou-se uma das maio

res nações do glol)0 e a disciplina men

tal foi o seu grande segredo", c.xclamou. Apaixonado pelos problemas do ensi no, Gastão da Cunha, com tcuaciclacle

de apóstolo, pugnou pela sua morali

atos de outro poder. Viveiros de Castro, dade. Considerando ruinnso o sistema Ministro do Supremo Tribunal, comentando-os, em "Direito Administrativo" dos exames parcelados, não admitia que

o ensino secundário fü.sse mero vestíbulo

resumiu-os com fidelidade.

Não menos notável é a oração profe ria em 5 de agosto de 1903. Pela atuaidade fo, a pedido do deputado pau lista Jose de Almeida Camargo, trans-

cnta imegralrneute nos Anais da Assembieia Ccnstituinte Federal.

Estudou Gastão da Cunha a função social das universidades como susten-

das academias. Regimem nefasto no qual o livro c substituído pelo manual, o programa pelo ponto e o mestre pelo

preparador de exames... E' a mercantilização do ensino. Com chiste, dizia Gastão da Cunha: "Flá colégios que re cebem alunos em consignação. Mais

procurado aquele que melhores contas

táculo da unidade nacional.

apresenta a seus comitentcs, isto é, o

Na centralização administrativa, dou trinava, reside o remédio que impede a

prazo de tempo; e, no caso, tempo é

desagregação dos elementos constitutivos de nossa Pátria. E o Brasil carece de unidade moral, coesão e hoinogcneida-

maior número de exames

o no menor

dinheiro".

A propósito

da obcessão do.s graus,

Não compreendo cm que podem valer

Defensor da política de Rio Branco, discutindo a Questão do Acre, na fase contemporânea do litígio, produziu tra balho monumental. Relator c]o Tratado,

em cuja redação colaborou com Carlos do Carvalho e Assiz Brasil, rompeu, di rigiu c encerrou o debate. As discus

sões da Câmara dos Deputados dura

ram treze dias." A exposição inicial de Gastão, que foi secreta, levou duas sessões inteiras. Demonstrou que o Tra

tado, o mais notável ajuste diplomático

desde a Independência, resultava dç sá

A .sessão era secreta.

Gastão

Expressa

mente proibida a entrada no recinto de pessoas que não fôssem deputados, vá rios colegas correram pre.ssurosos para atendê-lo.

Francisco Veiga, decano da bancada mineira, presidente da Comissão de Fi nanças e professor de Direito Adminis trativo da Faculdade de Belo Horizonte,

foi quem conduziu, respeitosamente, o almejado copo dágua. O ato reveste-se de grande significação. Gastão comovese ccm aquela alta distinção e manifesta profundo reconhecimento.

Francisco Veiga profere esta frase,

que a Câmara acolheu com prolongada bia e sagaz preparação diplomática; salva de palmas: "Também Van Dyck honrava as tradições da nossa cultura; foi sei-vido por Carlos I da InglateiTa dilatava as nossas fronteiras pela incor Pois nno e para se admirar que o Van poração de extenso território, um rico Dyck da tribuna parlamentar brasileira Estado em futuro não remoto; punha .seja servido pelo mais obscuro dos seus termo a uma situação inquietanto; acautelava o futuro e con.solidava a paz com

na raça latina, terrível preconceito das

uma nação vizinha. Rio Branco sinte

de. O grande mal está no federalismo praticado em excesso.

chamadas profissões liberais, ju'diciosamento extemau: "A língua ainda guar da o vestígio das antigas clas-es, que

tizou ccm uma frase as nossas aspira

Sintetiza, a seguir, o papel histórico

outTora dividiam a Nação, estabelacen-

ções: "Não fazemos questão de territó

admiradores".

Gaslão legou ãs letras jurídicas ura

trabalho de valor, referente ao projeto do Código do Processo Civil do Distrito

rio; fazemo-la de brasileiros". O Acre.

Federal e na discussão do "Negócio das Pedras Preciosas", esta pequena minia

desempenhado pelas universidades: "Quando a Inglaterra quer assegurar o

do hierarquias até nas classificações do

era apenas boliviano em pequenina por ção do território e só povoado de com-

trabalho: honorários, emolumentos, pa

patrícios nossos.

sen domínio na Norinandia,

ga. remuneração, jornal, estípêndio.

funda a

Na discu.ssão desse Tratado houve um

tura sôbre a calúnia, que nos faz recor dar a famosa ária de D. Basílio, ,no


Dioiisit»

Kconó.mic»")

Dicesto Econômico

Frolis.sõi-s liberais. .. porcpic ê libe escreveu Clovis — para impedir a sua

Universidade cie Caen (1436). Quando

reprodução, mas consagre-sc

a regra

justa."

Gaslão propôs organizar a defesa da

liberdade civil que as gerações pasradas conquistaram

com inúmeros sacrifícios

contra a inCuencia do Estado nas rela

ções da vida social. O Senado, aceitan

do uma emenda de Artur Lemos, res

.'V, solução dada ao rumoroso caso pelo

a Espanlia cjucr consolidar o seu poder

ral a profissão de advogado ou de mé dico c não o é a de agricultor ? (muito

Ao arbitramento não se deveria recor

nos Países Baixos, funda a Uni\'crsida-

bem).

rer, dada a demora da solução. Alegado

de de Douaí (1572).

Quando a Ale

As di\ersas funções, sq não são iguais

manha cjucr reorganizar a Alsácia-Lorena, depois cie 1870, começa pela re-

Ou idênticas, são equivalentes ao conjun

constíluição completa c total da Univer sidade de Slrasburgo". "Só há vantagen.s em uniformizar as

liberais não conferem por si nlesmas a

to geral, e aquelas chamadas profissões honraria aos que as exercem; elas valem o que \'alem os profissionais.

Barão do Rio Branco, a única possível.

o. princípio da nacionalidade, a vitória não nos soiTiria.

Rio Branco teve em

Gastão da Cunha o advogado insupenrvcl. Solucionado o litígio, a Nação jul gou o hravo chanceler "benemérito do Brasil".

tabeleceu a doutrina de Gaítão. Os discursos, pronunciados nas últi mas sessões de julho de 1902, são es

ferenciações", foi a sua resposta íi crí

tudos completos sôbre a intervenção do

tica feita pelos espíritos incli\'idualistas

mais um literato sem talento, um advo

episódio que emocionou vivamente a Nação, divulgado pela imprensa de todo

ao rcgimcm que. obriga

gado ou médico medíocre do que um

o País.

hábil industrial ou comerciante."

lançava chispas de eloqüência, quando

Ilojc é tema sediço, mas n"'o n era <piando Gastão o dcscn\ ol\ eu.

reclamou um copo dágua.

Poder Judiciário

nos atos administra

tivos.

Gastão analisou a tese de Direito Uni

versal de que a administração não pode nem deve julgar, assim como o juiz não pode, nem deve administrar. Enfim, ne nhum poder tem atribuição de cas-^ar

cíOncepçõe.s gerais c em impedir as di uma minoríu

pen.santc a passar por um mesmo crivo... "A Alemanha tornou-se uma das maio

res nações do glol)0 e a disciplina men

tal foi o seu grande segredo", c.xclamou. Apaixonado pelos problemas do ensi no, Gastão da Cunha, com tcuaciclacle

de apóstolo, pugnou pela sua morali

atos de outro poder. Viveiros de Castro, dade. Considerando ruinnso o sistema Ministro do Supremo Tribunal, comentando-os, em "Direito Administrativo" dos exames parcelados, não admitia que

o ensino secundário fü.sse mero vestíbulo

resumiu-os com fidelidade.

Não menos notável é a oração profe ria em 5 de agosto de 1903. Pela atuaidade fo, a pedido do deputado pau lista Jose de Almeida Camargo, trans-

cnta imegralrneute nos Anais da Assembieia Ccnstituinte Federal.

Estudou Gastão da Cunha a função social das universidades como susten-

das academias. Regimem nefasto no qual o livro c substituído pelo manual, o programa pelo ponto e o mestre pelo

preparador de exames... E' a mercantilização do ensino. Com chiste, dizia Gastão da Cunha: "Flá colégios que re cebem alunos em consignação. Mais

procurado aquele que melhores contas

táculo da unidade nacional.

apresenta a seus comitentcs, isto é, o

Na centralização administrativa, dou trinava, reside o remédio que impede a

prazo de tempo; e, no caso, tempo é

desagregação dos elementos constitutivos de nossa Pátria. E o Brasil carece de unidade moral, coesão e hoinogcneida-

maior número de exames

o no menor

dinheiro".

A propósito

da obcessão do.s graus,

Não compreendo cm que podem valer

Defensor da política de Rio Branco, discutindo a Questão do Acre, na fase contemporânea do litígio, produziu tra balho monumental. Relator c]o Tratado,

em cuja redação colaborou com Carlos do Carvalho e Assiz Brasil, rompeu, di rigiu c encerrou o debate. As discus

sões da Câmara dos Deputados dura

ram treze dias." A exposição inicial de Gastão, que foi secreta, levou duas sessões inteiras. Demonstrou que o Tra

tado, o mais notável ajuste diplomático

desde a Independência, resultava dç sá

A .sessão era secreta.

Gastão

Expressa

mente proibida a entrada no recinto de pessoas que não fôssem deputados, vá rios colegas correram pre.ssurosos para atendê-lo.

Francisco Veiga, decano da bancada mineira, presidente da Comissão de Fi nanças e professor de Direito Adminis trativo da Faculdade de Belo Horizonte,

foi quem conduziu, respeitosamente, o almejado copo dágua. O ato reveste-se de grande significação. Gastão comovese ccm aquela alta distinção e manifesta profundo reconhecimento.

Francisco Veiga profere esta frase,

que a Câmara acolheu com prolongada bia e sagaz preparação diplomática; salva de palmas: "Também Van Dyck honrava as tradições da nossa cultura; foi sei-vido por Carlos I da InglateiTa dilatava as nossas fronteiras pela incor Pois nno e para se admirar que o Van poração de extenso território, um rico Dyck da tribuna parlamentar brasileira Estado em futuro não remoto; punha .seja servido pelo mais obscuro dos seus termo a uma situação inquietanto; acautelava o futuro e con.solidava a paz com

na raça latina, terrível preconceito das

uma nação vizinha. Rio Branco sinte

de. O grande mal está no federalismo praticado em excesso.

chamadas profissões liberais, ju'diciosamento extemau: "A língua ainda guar da o vestígio das antigas clas-es, que

tizou ccm uma frase as nossas aspira

Sintetiza, a seguir, o papel histórico

outTora dividiam a Nação, estabelacen-

ções: "Não fazemos questão de territó

admiradores".

Gaslão legou ãs letras jurídicas ura

trabalho de valor, referente ao projeto do Código do Processo Civil do Distrito

rio; fazemo-la de brasileiros". O Acre.

Federal e na discussão do "Negócio das Pedras Preciosas", esta pequena minia

desempenhado pelas universidades: "Quando a Inglaterra quer assegurar o

do hierarquias até nas classificações do

era apenas boliviano em pequenina por ção do território e só povoado de com-

trabalho: honorários, emolumentos, pa

patrícios nossos.

sen domínio na Norinandia,

ga. remuneração, jornal, estípêndio.

funda a

Na discu.ssão desse Tratado houve um

tura sôbre a calúnia, que nos faz recor dar a famosa ária de D. Basílio, ,no


74

DiOK-STO

Barbeiro de Sevilha:

"Primeiramente

um boato leve, resvalando pelo chão como a andorinha, antes da borrasca,

planíssimo, murmura e csgueira-se. Ou

vido há que escuta e aparece logo uma boca para entornar em outro ouvido, e o^ mal está feito —■ rasteja, caminha e vai

rinforzando de boca em bôca. Depois,

de repente, vereis a calúnia de pé! crescendo, inchando,

assoviando, pra

guejando, trovejando, estourando cm clamor geral, num côro de aversão e de opróbríüs".

De sua autoria a minuciosa resenha

da administração de Rodrigues Alves, publicada sem assinatura no Volume Mensagens Presidenciais" dos Docu mentos Parlamentares. Se bem que ver

dadeiro panegírico, é, pela multiplicida de de fatos narrados, leitura imprescin dível ao conhecimento exato daquele período áureo da' República. Triunfos

Não só o recinto da Cílmara dos Deputados guarda os ecos da eloqüência de Gastão da Cunha.

São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires foram testemunhas de triunfos

que nao perecem.

Na sacada do "Clube. Internacional",

da Paunceia, entoou, delirantemente

ovqci.onado pela mocidade acadêmica um hino, de surpreendente beleza i

obra do Barão do Rio Branco que, a convite do "Centro Acadêmico Onze'de I

Agôsto", acabava de inaugurar, na

I - Praça da República, a herma de Álvares de Azevedo. Em surtos de oratória -

traçou magistral paralelo dos dois Rio

Branco. O pai, dihitando as fronteiras morais da. Pátria. ,0 filho, dilatando as fronteira.s nacionais. Perorou, arrebatan-

ECONÔMiCO

do de entusiasmo os paulistas. "Escuto

Digesto

Econômico

75

prezo, presenciou em uma tarde de do

o hino triunfal da obra do segundo Rio

mingo, no Jnckcij Chib de Palermo,

Branco, cujas notas vão repercutir em todos os recantos do Bca.sü, c as estrofes

gullio de .ser brasileiro.

mais brilhantes .são as que cslão sendo entoadas pela mocidade". Na scs.são solene da

Faculdade

de

Direito de Belo Horizonte, saudando a

Joaquim Nabuco, não menor a vitória. Nabuco

fêz

a

defesa

de

incriminada

apostasia política, perante o diretor da Escola, antigo colega do turma, monarquísta no Império o Presidente eleito

da República. Empolga a assistência ao usar a imagem do "Bom Samaritano" para se defender, escudado cm Eduardo

Prado, dos ataques de velhos compa nheiros de lulas como Carlos de Laet.

Ausente o orador escalado, o poeta

aquele, fato que o encheu do justo orGastão da

como aquela exaustiva defesa do Tra

tado do Acre, publicada na íntegra pelo "Jornal do Comercio", falava direta mente á Nação.

Cunha teve na grande metrópole pla tina o seu minuto de popularidade.

Bem poderia Rio Branco ler satisfeito àqueles formalislas rígidos, enfei.xando cm volume as "notas" do Itamarati, pu

Caslão da Cunha ç Rio Branco

blicadas com a Sua assinatura, e as nu

Rio Branco, na sua passagem pelo Itamàrali, procurou ccrcur-sc dos ho mens do cultura. Mérito que ninguém,

de boa fé, poderá negar-lhe. Joaquim Nabuco, Pandiá Calógeras, Davi Cani-

P'sta, Domício da Cama, Euclidcs da

Cwnhá e Amaro Cavalcanti, .satélites eram verdadeiros sóis, os eleitos

de Rio Branco.

Silva Paranhos, cuja obra nunca a incensaremos demais, sofreu dos repu

merosas "\'árias" que redigiu, sem subsci-cw-Ias, em jornais, para que pairas se alto no concérto das nações o nome do Brasil.

Gastão da Cunha, espírito mordacússí-

mo e que de tudo pilheriava para prostrar o adversário pelo ridículo, assim falou na Câmara, destruindo o "pnpão":

"Falo perante uma Câmara de ho mens de cultura. Qual dos deputados

aqui presentes que tera cometido a in dignidade dc ler relatórios? Os relató

Augusto de Lima, catcdrático de Filo

blicanos históricos o positi\istas terrível

lavra a Caslão da Cunha.

campanha demolidora.

rios são traças perigosas que, não sei como, se insinuam em nossas estantes

formavam que o Silva Paranhos do Im

mestres e amigos — os bons livros."

Sentiam aqueles igualitários, impregna

não acreditar na sinceridade dos oposi-

sofia do Direito, Afonso Pena dá a pa Referem tes

temunhas fidedignas que o discurso de

Nabuco rião eclipsou o de Gastão, que falou de improviso. De uma felicíssima comparação de que se serviu, ficou

conhecido como o "discurso do jequiÜbá" .

Acompanhou a Campos Sales na via gem à Argentina em missão de frater

nidade continental.

O presidente do

Brasil rodeou-se de uma comitiva de in

telectuais. Representava ^a imprensa o "príncipe da poesia", o grande Olavo Bilac. O Parlamento designou, como seu delegado, Gastão da Cunha, cuja estréia na tribuna, poucos dias antes, fura um acontecimento.

Em

todos

os

recantos

de

Buenos

Aires, a multidão, fascinada pela sua eloqüência, quando o pressentia, recla mava aquela palavra arrebatadora, aos gritos de "Ilabla da Cunha", "Habla

da Cunlm". Amigo meu, dos que mais

Os republicanos históricos não se con

pério fôsse o Rio Branco da República.

dos das idéias da Revolução Francesa,

um eco palaciano, um pri\ilcgio de di nastia imperial, no "nome que precede ram oulrora duas coroas heráldicas •

Os positivistas eram solidários com

um dos seus corifcus, o digno Ministro em Paris, Gabriel Piza, accrrimo ini migo de Rio Branco.

Não o poupavam

para contaminar os nossos melhores

"Boutade" que Gastão empregou por tores.

Toniou-se o ilustre mineiro na Câma

ra dos Deputados, como já tivemos opor tunidade de dizer, um autorizado in

térprete da obra de Rio Branco.

Es

creveu Hélio Lobo que a vida do Gran de Ministro não pode ser escrita sem o

depoimento de Gastão da Cunha, que

os comtistas, notadamentc no Parlamen

o acompanhou de perto e durante os

Barbosa Lima.

êle teve a maior e a mais íntima das

O "leit-motif" da campanha era o fato de Rio Branco não escre^'er "relató

con\'ivencias,

rios" para defender os atos praticados

Tao grande foi a atuação do insigne intelectual que, entre as publicações ofi

como Ministro das Relações Exteriores.

ciais emanadas diretamente do Itama-

Rio Bmnco nunca dei.xou de justifi cá-los plenamente. Em discursos, en trevistas, nnlãs e exposições de motivos,

rali, na época de Rio Branco — depôs

to, capitaneados pelo fogoso Alexandre

1

dez anos de çhanceiaria foi quem corn

Argeu Guimarães, alto funcionário da "Càsa de Cabo Frio" — muitas se assi-

f]


74

DiOK-STO

Barbeiro de Sevilha:

"Primeiramente

um boato leve, resvalando pelo chão como a andorinha, antes da borrasca,

planíssimo, murmura e csgueira-se. Ou

vido há que escuta e aparece logo uma boca para entornar em outro ouvido, e o^ mal está feito —■ rasteja, caminha e vai

rinforzando de boca em bôca. Depois,

de repente, vereis a calúnia de pé! crescendo, inchando,

assoviando, pra

guejando, trovejando, estourando cm clamor geral, num côro de aversão e de opróbríüs".

De sua autoria a minuciosa resenha

da administração de Rodrigues Alves, publicada sem assinatura no Volume Mensagens Presidenciais" dos Docu mentos Parlamentares. Se bem que ver

dadeiro panegírico, é, pela multiplicida de de fatos narrados, leitura imprescin dível ao conhecimento exato daquele período áureo da' República. Triunfos

Não só o recinto da Cílmara dos Deputados guarda os ecos da eloqüência de Gastão da Cunha.

São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires foram testemunhas de triunfos

que nao perecem.

Na sacada do "Clube. Internacional",

da Paunceia, entoou, delirantemente

ovqci.onado pela mocidade acadêmica um hino, de surpreendente beleza i

obra do Barão do Rio Branco que, a convite do "Centro Acadêmico Onze'de I

Agôsto", acabava de inaugurar, na

I - Praça da República, a herma de Álvares de Azevedo. Em surtos de oratória -

traçou magistral paralelo dos dois Rio

Branco. O pai, dihitando as fronteiras morais da. Pátria. ,0 filho, dilatando as fronteira.s nacionais. Perorou, arrebatan-

ECONÔMiCO

do de entusiasmo os paulistas. "Escuto

Digesto

Econômico

75

prezo, presenciou em uma tarde de do

o hino triunfal da obra do segundo Rio

mingo, no Jnckcij Chib de Palermo,

Branco, cujas notas vão repercutir em todos os recantos do Bca.sü, c as estrofes

gullio de .ser brasileiro.

mais brilhantes .são as que cslão sendo entoadas pela mocidade". Na scs.são solene da

Faculdade

de

Direito de Belo Horizonte, saudando a

Joaquim Nabuco, não menor a vitória. Nabuco

fêz

a

defesa

de

incriminada

apostasia política, perante o diretor da Escola, antigo colega do turma, monarquísta no Império o Presidente eleito

da República. Empolga a assistência ao usar a imagem do "Bom Samaritano" para se defender, escudado cm Eduardo

Prado, dos ataques de velhos compa nheiros de lulas como Carlos de Laet.

Ausente o orador escalado, o poeta

aquele, fato que o encheu do justo orGastão da

como aquela exaustiva defesa do Tra

tado do Acre, publicada na íntegra pelo "Jornal do Comercio", falava direta mente á Nação.

Cunha teve na grande metrópole pla tina o seu minuto de popularidade.

Bem poderia Rio Branco ler satisfeito àqueles formalislas rígidos, enfei.xando cm volume as "notas" do Itamarati, pu

Caslão da Cunha ç Rio Branco

blicadas com a Sua assinatura, e as nu

Rio Branco, na sua passagem pelo Itamàrali, procurou ccrcur-sc dos ho mens do cultura. Mérito que ninguém,

de boa fé, poderá negar-lhe. Joaquim Nabuco, Pandiá Calógeras, Davi Cani-

P'sta, Domício da Cama, Euclidcs da

Cwnhá e Amaro Cavalcanti, .satélites eram verdadeiros sóis, os eleitos

de Rio Branco.

Silva Paranhos, cuja obra nunca a incensaremos demais, sofreu dos repu

merosas "\'árias" que redigiu, sem subsci-cw-Ias, em jornais, para que pairas se alto no concérto das nações o nome do Brasil.

Gastão da Cunha, espírito mordacússí-

mo e que de tudo pilheriava para prostrar o adversário pelo ridículo, assim falou na Câmara, destruindo o "pnpão":

"Falo perante uma Câmara de ho mens de cultura. Qual dos deputados

aqui presentes que tera cometido a in dignidade dc ler relatórios? Os relató

Augusto de Lima, catcdrático de Filo

blicanos históricos o positi\istas terrível

lavra a Caslão da Cunha.

campanha demolidora.

rios são traças perigosas que, não sei como, se insinuam em nossas estantes

formavam que o Silva Paranhos do Im

mestres e amigos — os bons livros."

Sentiam aqueles igualitários, impregna

não acreditar na sinceridade dos oposi-

sofia do Direito, Afonso Pena dá a pa Referem tes

temunhas fidedignas que o discurso de

Nabuco rião eclipsou o de Gastão, que falou de improviso. De uma felicíssima comparação de que se serviu, ficou

conhecido como o "discurso do jequiÜbá" .

Acompanhou a Campos Sales na via gem à Argentina em missão de frater

nidade continental.

O presidente do

Brasil rodeou-se de uma comitiva de in

telectuais. Representava ^a imprensa o "príncipe da poesia", o grande Olavo Bilac. O Parlamento designou, como seu delegado, Gastão da Cunha, cuja estréia na tribuna, poucos dias antes, fura um acontecimento.

Em

todos

os

recantos

de

Buenos

Aires, a multidão, fascinada pela sua eloqüência, quando o pressentia, recla mava aquela palavra arrebatadora, aos gritos de "Ilabla da Cunha", "Habla

da Cunlm". Amigo meu, dos que mais

Os republicanos históricos não se con

pério fôsse o Rio Branco da República.

dos das idéias da Revolução Francesa,

um eco palaciano, um pri\ilcgio de di nastia imperial, no "nome que precede ram oulrora duas coroas heráldicas •

Os positivistas eram solidários com

um dos seus corifcus, o digno Ministro em Paris, Gabriel Piza, accrrimo ini migo de Rio Branco.

Não o poupavam

para contaminar os nossos melhores

"Boutade" que Gastão empregou por tores.

Toniou-se o ilustre mineiro na Câma

ra dos Deputados, como já tivemos opor tunidade de dizer, um autorizado in

térprete da obra de Rio Branco.

Es

creveu Hélio Lobo que a vida do Gran de Ministro não pode ser escrita sem o

depoimento de Gastão da Cunha, que

os comtistas, notadamentc no Parlamen

o acompanhou de perto e durante os

Barbosa Lima.

êle teve a maior e a mais íntima das

O "leit-motif" da campanha era o fato de Rio Branco não escre^'er "relató

con\'ivencias,

rios" para defender os atos praticados

Tao grande foi a atuação do insigne intelectual que, entre as publicações ofi

como Ministro das Relações Exteriores.

ciais emanadas diretamente do Itama-

Rio Bmnco nunca dei.xou de justifi cá-los plenamente. Em discursos, en trevistas, nnlãs e exposições de motivos,

rali, na época de Rio Branco — depôs

to, capitaneados pelo fogoso Alexandre

1

dez anos de çhanceiaria foi quem corn

Argeu Guimarães, alto funcionário da "Càsa de Cabo Frio" — muitas se assi-

f]


im*--!»

Dicesto

7fi

Econômico

Dicesto Econômico

Chruchaga Tocomal. Do Brasil, Joa quim Murtinho, Gastão da Cunha, Ola

77

nalam de colaboração provada ou de autoria completa de Gastão da Cunha.

reclamações pecuniárias. Outro, sobre a catástrofe de Valparaíso.

O Tratado de 1909, que resolveu o condomínio das águas da Lagoa Mirim e do rio Jaguarão, estabelecendo a juris

lição de Direito Intí-rnacional, para de

dição fluvial e lacustre do Brasil e Uru guai - quem revela o fato é Hélio Lôbo

mitir oii in\'Ocar o Direito Ariiilral, na

tenso o trabalho nas comissões c nulo

esfera do Direito cias Cientes, não é

nas sessões plenárias.

sobrepujou em popularidade. Nas fes

— foi obra de Gastão da Cunha, não só

abdicar a .soberania.

Dos labores da delegação brasileira atesta o relatório de Herculano de Frei

tas coimbrãs os estudantes se habitua ram a reclamar a sua palavra. Absorvcnte, de inesgoláN-el capacidade de tra balho, redigia de próprio punlio os ofí

na discussão com o plenipotenciúrio Dominguez. como na redação final. Tra

tado que demonstra terem as prescrições supremas do Direito Internacional Ame

O referente às reclamações foi uma

monstrar a tc.se segundo a qual o per

C-'onfirmou, em

plenário, o \oto c{ue dera na Cxniii são. Nesses pleitos não é só o \aIor econô

mico qoe deve ser ponderado. Q inte

ricano sobrepujado aos ditames egoístas

resse jurídico, social ou político, com preendido na controvérsia, pode ser de

do interesse.

tal monta que e.scecla à cifra da recla-

Na sua decisão, não predominou u política da fôrça ou dos fatos consiima-

nuição.

dos, mas a efusão de verdadeiro espí rito fraternal, reconheceu o nobre uru guaio Guani.

Conferências Pan-Americanas

ção de pesar foi votada pela Conferên cia. O delegado da Colômbia, Uribe e Uribe, ao fundamentá-la, solicitou a pa lavra de quem se ufanas.se de ser amigo do Chile.

Oradores do fama continen

tal manifestaram o pe.sar das naçõc.s

anicricana.s. Nenhum, porém, sobrepu jou a Gastão da Cunha, orador do Brasil, no liino que entoou ao Chile e uo valor

destacavam-se Gastão da Cunha e Pan-

da sua raça. Em írccho.s eloqüentíssi mos*, que deveriam figurar nas antolo

dia Calogeras.

gias, rememorou o drama da conquista

Gastão fazia parto da Comissão do

e frisou que, no continente americano, ü chileno foi quem mais porfiadamente

gerayepresenlava o Brasil na Comissão de Relações Comerciais. A primeira

lutou com o dono primitivo da terra, qual linlia a seu favor a cordilheira, u

era presidida por Gonçalo Ramirez. A

terra e 6 mar.

Arbitragem e Tratados, enquanto Caló.segunda, por Anselmo Hcvia Riquchne. Calógeras presidia a Comissão Ferro Carril Pan-Americana.

Poucos discursos so fizeram ouvir uo plenário. Intensos trabalhos nas comis

sões.

Resultados profícuos com a in

corporação à nossa legislação das con venções e resoluções votadas. Gastão da Cunha proferiu dois discur-

1, dos mais empolgantes. Um, sôbre

sos

4.^

Conferência

Pan-Ahiericanu

rcuniii-se na .sala dos Pas.sos Perdidos, cm Buenos Aires.

Houve apuro na formação das dele gações. A América cslêvc representada

pelo.s seus pró-homens.

Dos Estados

Unidos, Honry White e Basset Moore; Da Argentina, Bermejo, Saenz P^a Larretu. Do Chile. .-Mejandro Alvarez

Medeiros, Gastão era o único enxàado cuja visita agradava à Rainha.

Dizem as mus línguas que não houve

no reino da Dinamarca fidalgo que não

Como nas conferências anteriores, in

tas, apresentado ao Barão do Rio Braneo. Ministro das Relações E.xteriores.

recebesse um apelido inocente...

Em Portugal, nenhum diplomata o

cios da embaixada brasileira O diplomata

Estreou-se na carreira, como ministro

no Paraguai. Nesse põ.sto difícil, que o Barão de Cotegipe, ura dos seus ante cessores considerava o mais espinhoso

mm urn diplomata brasileiro. Gastão

presto» relevantes seryiço.s. n sdenhava os cerimoniais

e as eti. .. n embaixador "sui generís". "Cc.s

• riens", como Flassan os definia, substituía pelo encantamento de

Foi um dos raros oradoi;;. admitidos

para falar na instalaçao do Conselho da Liga das Nações. Jean Ray, nos Co' mentáríos ao Pacto ConstituHvo da So ciedade, transcreveu o trecho principal da brilhante oração. Membro do Con selho, formado o "Comitê" de Gastão" Balfour, Scialoja e Bourgeois, relatou os' pareceres sôbre os célebres litígios da Alta Silésia e os das cidades de

e Malmedy, decidindo-os a favor da^ pretensões da Polônia e da Bélgica

fatos acarretaram grande agitação na Alemanha, que nunca se conformou com

u^a palavra mágica, que o tornava ini- o veredito de Gastão da Cunha Em Paris, encerrando a lo a g ™Seiros e Albuquerque, em suas Gastão reviveu os seus grandes S "Memórias", narra como o ministro bra sileiro violara o protocolo, que exige

Presidindo o Parlamento do Universo'

traçou uma pagina de profundo idea pertencer a pessoa_ real a iniciativa de lismo, crente de que não tôra -

tôdas as conversações.

Gastão fora visitar a Rainha-Mãe da

Estrepitosas ovações coroaram as úl timas palavras de Gastão da Cunha. A

vo Bilae, Hcrculano de Freitas e Almei

da Nogueira.

Na diplomacia foi um triunfador.

Sobre a catástrofe cie Valparaíso, mo

Joaquim Nabucü é nomeado chefe du delegação brasileira à 3.« Conferência Pan-Americana, reunida na'cidade do

Rio de Janeiro. Dentre os delegados

•f

•!! '1'

Dinamarca.

Portou-se inconvenientis-

simamente. Em torno, os velhos fidal

gos estavam escandalizados com a sua desenvoltura. Quando o diplomata bra

sileiro se retirou, a Soberana, que se divertira, insistiu para que êle voltasse. E voltou, de fato, amiudadas vezes. Surpreendido um dia com uma con decoração, soube que fora solicitada pela Soberana.

No aborrecimento monóto

no daquela pequena côrte, acrescentou

que a humanidade acudira ao. «i

Lmas da guerra mundS, no^d

de conjurar a catástrofe „rr, da civilização. ' oprobrio

Em Roma, como Presidente do o.

selho da Sociedade das Nações, p^ofr nu um discurso, eme

P'ore-

com a imagem do "fordin "^^oso o Tibre", realçada por AUredo^ a significar a última fase da oi

da Cidade Eterna.

'

<^'vaização

Gastão. único representante da Aané


im*--!»

Dicesto

7fi

Econômico

Dicesto Econômico

Chruchaga Tocomal. Do Brasil, Joa quim Murtinho, Gastão da Cunha, Ola

77

nalam de colaboração provada ou de autoria completa de Gastão da Cunha.

reclamações pecuniárias. Outro, sobre a catástrofe de Valparaíso.

O Tratado de 1909, que resolveu o condomínio das águas da Lagoa Mirim e do rio Jaguarão, estabelecendo a juris

lição de Direito Intí-rnacional, para de

dição fluvial e lacustre do Brasil e Uru guai - quem revela o fato é Hélio Lôbo

mitir oii in\'Ocar o Direito Ariiilral, na

tenso o trabalho nas comissões c nulo

esfera do Direito cias Cientes, não é

nas sessões plenárias.

sobrepujou em popularidade. Nas fes

— foi obra de Gastão da Cunha, não só

abdicar a .soberania.

Dos labores da delegação brasileira atesta o relatório de Herculano de Frei

tas coimbrãs os estudantes se habitua ram a reclamar a sua palavra. Absorvcnte, de inesgoláN-el capacidade de tra balho, redigia de próprio punlio os ofí

na discussão com o plenipotenciúrio Dominguez. como na redação final. Tra

tado que demonstra terem as prescrições supremas do Direito Internacional Ame

O referente às reclamações foi uma

monstrar a tc.se segundo a qual o per

C-'onfirmou, em

plenário, o \oto c{ue dera na Cxniii são. Nesses pleitos não é só o \aIor econô

mico qoe deve ser ponderado. Q inte

ricano sobrepujado aos ditames egoístas

resse jurídico, social ou político, com preendido na controvérsia, pode ser de

do interesse.

tal monta que e.scecla à cifra da recla-

Na sua decisão, não predominou u política da fôrça ou dos fatos consiima-

nuição.

dos, mas a efusão de verdadeiro espí rito fraternal, reconheceu o nobre uru guaio Guani.

Conferências Pan-Americanas

ção de pesar foi votada pela Conferên cia. O delegado da Colômbia, Uribe e Uribe, ao fundamentá-la, solicitou a pa lavra de quem se ufanas.se de ser amigo do Chile.

Oradores do fama continen

tal manifestaram o pe.sar das naçõc.s

anicricana.s. Nenhum, porém, sobrepu jou a Gastão da Cunha, orador do Brasil, no liino que entoou ao Chile e uo valor

destacavam-se Gastão da Cunha e Pan-

da sua raça. Em írccho.s eloqüentíssi mos*, que deveriam figurar nas antolo

dia Calogeras.

gias, rememorou o drama da conquista

Gastão fazia parto da Comissão do

e frisou que, no continente americano, ü chileno foi quem mais porfiadamente

gerayepresenlava o Brasil na Comissão de Relações Comerciais. A primeira

lutou com o dono primitivo da terra, qual linlia a seu favor a cordilheira, u

era presidida por Gonçalo Ramirez. A

terra e 6 mar.

Arbitragem e Tratados, enquanto Caló.segunda, por Anselmo Hcvia Riquchne. Calógeras presidia a Comissão Ferro Carril Pan-Americana.

Poucos discursos so fizeram ouvir uo plenário. Intensos trabalhos nas comis

sões.

Resultados profícuos com a in

corporação à nossa legislação das con venções e resoluções votadas. Gastão da Cunha proferiu dois discur-

1, dos mais empolgantes. Um, sôbre

sos

4.^

Conferência

Pan-Ahiericanu

rcuniii-se na .sala dos Pas.sos Perdidos, cm Buenos Aires.

Houve apuro na formação das dele gações. A América cslêvc representada

pelo.s seus pró-homens.

Dos Estados

Unidos, Honry White e Basset Moore; Da Argentina, Bermejo, Saenz P^a Larretu. Do Chile. .-Mejandro Alvarez

Medeiros, Gastão era o único enxàado cuja visita agradava à Rainha.

Dizem as mus línguas que não houve

no reino da Dinamarca fidalgo que não

Como nas conferências anteriores, in

tas, apresentado ao Barão do Rio Braneo. Ministro das Relações E.xteriores.

recebesse um apelido inocente...

Em Portugal, nenhum diplomata o

cios da embaixada brasileira O diplomata

Estreou-se na carreira, como ministro

no Paraguai. Nesse põ.sto difícil, que o Barão de Cotegipe, ura dos seus ante cessores considerava o mais espinhoso

mm urn diplomata brasileiro. Gastão

presto» relevantes seryiço.s. n sdenhava os cerimoniais

e as eti. .. n embaixador "sui generís". "Cc.s

• riens", como Flassan os definia, substituía pelo encantamento de

Foi um dos raros oradoi;;. admitidos

para falar na instalaçao do Conselho da Liga das Nações. Jean Ray, nos Co' mentáríos ao Pacto ConstituHvo da So ciedade, transcreveu o trecho principal da brilhante oração. Membro do Con selho, formado o "Comitê" de Gastão" Balfour, Scialoja e Bourgeois, relatou os' pareceres sôbre os célebres litígios da Alta Silésia e os das cidades de

e Malmedy, decidindo-os a favor da^ pretensões da Polônia e da Bélgica

fatos acarretaram grande agitação na Alemanha, que nunca se conformou com

u^a palavra mágica, que o tornava ini- o veredito de Gastão da Cunha Em Paris, encerrando a lo a g ™Seiros e Albuquerque, em suas Gastão reviveu os seus grandes S "Memórias", narra como o ministro bra sileiro violara o protocolo, que exige

Presidindo o Parlamento do Universo'

traçou uma pagina de profundo idea pertencer a pessoa_ real a iniciativa de lismo, crente de que não tôra -

tôdas as conversações.

Gastão fora visitar a Rainha-Mãe da

Estrepitosas ovações coroaram as úl timas palavras de Gastão da Cunha. A

vo Bilae, Hcrculano de Freitas e Almei

da Nogueira.

Na diplomacia foi um triunfador.

Sobre a catástrofe cie Valparaíso, mo

Joaquim Nabucü é nomeado chefe du delegação brasileira à 3.« Conferência Pan-Americana, reunida na'cidade do

Rio de Janeiro. Dentre os delegados

•f

•!! '1'

Dinamarca.

Portou-se inconvenientis-

simamente. Em torno, os velhos fidal

gos estavam escandalizados com a sua desenvoltura. Quando o diplomata bra

sileiro se retirou, a Soberana, que se divertira, insistiu para que êle voltasse. E voltou, de fato, amiudadas vezes. Surpreendido um dia com uma con decoração, soube que fora solicitada pela Soberana.

No aborrecimento monóto

no daquela pequena côrte, acrescentou

que a humanidade acudira ao. «i

Lmas da guerra mundS, no^d

de conjurar a catástrofe „rr, da civilização. ' oprobrio

Em Roma, como Presidente do o.

selho da Sociedade das Nações, p^ofr nu um discurso, eme

P'ore-

com a imagem do "fordin "^^oso o Tibre", realçada por AUredo^ a significar a última fase da oi

da Cidade Eterna.

'

<^'vaização

Gastão. único representante da Aané


OlCeSTO CCONÓMICO

78

OnieüTo Económicx>

79

rica, em reunião efetuada em Londres,

pois o seu autor era avósso a retocar

Bccthovcn. TnK'ez ainda pior, porque

p:ila\Ta sem ne.xn:

falava no Conselho..

os retratos...

não poder, transmitir o que se elabora,

Tão extraordinária, porém, era a sua expressão fisionômica, que a sua filha Maria Teresa compreendia com facili dade todos cs seus pensamentos

Lorde Balfour,

impaciente, puxava a todo momento o

relógio.

Agastado, com energia revi

dou o embaixador brasileiro:

"O me

Previdente, pressentindo morte próxi ma, o terrível ironísln rasgou páginas.

várias

quando se clicga ã técnica de elabora ção mental daquele alto espírito, deve

ser pior do que não poder ouvir o que se corhpõc."

ridiano que regula hoie iá não é o de Creenwich, mas o de New York".

Gastão só conseguia articular uma

O crepúsculo

Frase pictiiral do momento cm que o mundo se debatia. Os Estados Unidos

Os últimos anos cia vícla lhe foram

decidiram, com a entrada na guerra, os destinos da Europa, c Gastão represen

trágicos. S:.frcu em Paris um derrame cerebral qnc o inibiu do falar c de es crever. Não perdeu a lucidez do es pírito. Releu, nesse período angustío-

tava a América no Supremo Concilio da Humanidade.

so, tóda a História Universal de César O Diário

Cantil c o Larousse.

escritos em forma de Diário, onde ex

Afonso Arinos Sobrinho, que lhe fre qüentou a casa da rua do Paisandu, no anoitecer daquela grande vida, "que se

põe com mordacidade os acontecimen

finou como um Prometeu acorrentado à

tos mais importantes da sua vida aci

própria mudcz", descreve uma cena do desespero de Gastão da Cunha para se

.Deixou inéditos três grossos cadernos,

dentada.

Há relatos sobre conclaves de políti ca internacional, perfis de diplomatas e homens de Estado, entrevistas com per sonalidades ilustres no cenário mundial.

No dizer de um ensaísta, há grandes

painéis panorâmicos e numerosas águas-

fortcs, instantâneos e caricaturas, capí

tulos de geografia humana e estudos de

psicologia social.

As suas memórias, escreveu um ve lho colaborador d'"0 Jornal", serlarn para o nosso tempo, guardadas as pro porções, o que foram as de Saint Simon para a sua época. Rodrigo Melo Franco de Andrade publicou alguns trechos n*"0 Jornal. Lembro-me de, haver lido um capitulo sobre homens e cousas do Paraguai.

Seria sucesso de livraria a divulgação desse precioso arquivo. Há perfis que são verdadeiras fotografias. Infelizmen te muitos não poderão ser publicados.

fazer entender.

"Lembro-me da excítação cm que fi cou, todo ôle numa atitude de espreita

angustiosa, certa vez que, estando com ele sòzinho numa sala, não consegui de

cifrar o que pretendia fazer-me com preender. Tratava-se de uma estampa,

que representava uma batalha. Pediume, por gestos, que lhe dissesse o seu nome.

Como não cxinhecia o quadro,

declareí-Ihe isso. Começou, então, por tentar explicar-me de que batalha se tratava. ' Um pouco perturbado, não

consegui entender bem. Isto o pôs mui to aborrecido. Chegou a me pegar pelos ombros, a me sacudir com ar dc súplica. Afinal, ocorreu-me o nome. Gritei-lho. Êle ficou como uma criança.

Bateu

palmas, deu-me pancadas amistosas no ombro."

"A mudez de Gastão — escreveu Ari

nos — tinha qualquer coisa de grave, de sinistro, comparável., à surdez 4^

..V4

"Cambaqueque".

Viveu emudecido, por quatro longos anos, o famoso artista da palavra.


OlCeSTO CCONÓMICO

78

OnieüTo Económicx>

79

rica, em reunião efetuada em Londres,

pois o seu autor era avósso a retocar

Bccthovcn. TnK'ez ainda pior, porque

p:ila\Ta sem ne.xn:

falava no Conselho..

os retratos...

não poder, transmitir o que se elabora,

Tão extraordinária, porém, era a sua expressão fisionômica, que a sua filha Maria Teresa compreendia com facili dade todos cs seus pensamentos

Lorde Balfour,

impaciente, puxava a todo momento o

relógio.

Agastado, com energia revi

dou o embaixador brasileiro:

"O me

Previdente, pressentindo morte próxi ma, o terrível ironísln rasgou páginas.

várias

quando se clicga ã técnica de elabora ção mental daquele alto espírito, deve

ser pior do que não poder ouvir o que se corhpõc."

ridiano que regula hoie iá não é o de Creenwich, mas o de New York".

Gastão só conseguia articular uma

O crepúsculo

Frase pictiiral do momento cm que o mundo se debatia. Os Estados Unidos

Os últimos anos cia vícla lhe foram

decidiram, com a entrada na guerra, os destinos da Europa, c Gastão represen

trágicos. S:.frcu em Paris um derrame cerebral qnc o inibiu do falar c de es crever. Não perdeu a lucidez do es pírito. Releu, nesse período angustío-

tava a América no Supremo Concilio da Humanidade.

so, tóda a História Universal de César O Diário

Cantil c o Larousse.

escritos em forma de Diário, onde ex

Afonso Arinos Sobrinho, que lhe fre qüentou a casa da rua do Paisandu, no anoitecer daquela grande vida, "que se

põe com mordacidade os acontecimen

finou como um Prometeu acorrentado à

tos mais importantes da sua vida aci

própria mudcz", descreve uma cena do desespero de Gastão da Cunha para se

.Deixou inéditos três grossos cadernos,

dentada.

Há relatos sobre conclaves de políti ca internacional, perfis de diplomatas e homens de Estado, entrevistas com per sonalidades ilustres no cenário mundial.

No dizer de um ensaísta, há grandes

painéis panorâmicos e numerosas águas-

fortcs, instantâneos e caricaturas, capí

tulos de geografia humana e estudos de

psicologia social.

As suas memórias, escreveu um ve lho colaborador d'"0 Jornal", serlarn para o nosso tempo, guardadas as pro porções, o que foram as de Saint Simon para a sua época. Rodrigo Melo Franco de Andrade publicou alguns trechos n*"0 Jornal. Lembro-me de, haver lido um capitulo sobre homens e cousas do Paraguai.

Seria sucesso de livraria a divulgação desse precioso arquivo. Há perfis que são verdadeiras fotografias. Infelizmen te muitos não poderão ser publicados.

fazer entender.

"Lembro-me da excítação cm que fi cou, todo ôle numa atitude de espreita

angustiosa, certa vez que, estando com ele sòzinho numa sala, não consegui de

cifrar o que pretendia fazer-me com preender. Tratava-se de uma estampa,

que representava uma batalha. Pediume, por gestos, que lhe dissesse o seu nome.

Como não cxinhecia o quadro,

declareí-Ihe isso. Começou, então, por tentar explicar-me de que batalha se tratava. ' Um pouco perturbado, não

consegui entender bem. Isto o pôs mui to aborrecido. Chegou a me pegar pelos ombros, a me sacudir com ar dc súplica. Afinal, ocorreu-me o nome. Gritei-lho. Êle ficou como uma criança.

Bateu

palmas, deu-me pancadas amistosas no ombro."

"A mudez de Gastão — escreveu Ari

nos — tinha qualquer coisa de grave, de sinistro, comparável., à surdez 4^

..V4

"Cambaqueque".

Viveu emudecido, por quatro longos anos, o famoso artista da palavra.


ÜiGESTO

Econômico

repartição o consumo de bens econô micos constitui o si.steina econômico cia comunidado em questão. O sistema onómioo é, portanto, o conjunto de .j^ijfçÕcs SOCÍ.TÍ.S que regulamentam o

Sistema econômico Hobebto Pinto dk Soi"/a

'"^ccsso dc produção, repartição e con-

1.

Há várias maneiras de se estru

turar a vida econômica. Desde o início

do século XIX as atividades econômicas

Pinto, na leitura cia b'bliíiiirafia clispoídçãn da matcrm v conceitos emitidos.

2. Premidos pelo imperaMvo dc sa

vêm sendo ordenadas sepundo os princí

tisfazer

pios do liberalismo nue floresceu no sé-

nas, os homens exercem uma série enor

innineras necessidades huma

cuio XVIII e se implantou com as revo

me de atividades. Dessas, são econômi

luções americana e francesa.

cas tôdas a.s eme dizem re peito à pro

Desde as primeiras décadas da centú ria passada vem sofrendo o sistema eco- .

nómico, vigente na maioria das nações

ocidentais, criticas violentas, que se acentuaram a partir da revolução de

1848, e da publicação do manifesto de

Marx e Engels e do "Capital" cie Karl Marx.

O esplendor do progresso econômico

da época Titoriana obliterou as idéias contrárias ao regimem liberal e arrefe ceu a marcha dos movimentos chamados

de esquerda. A profunda modificação estrutural ocorrida com a primeira grande guerra contudo, pôs em marcha ace lerada a disseminação das idéias e a arregimentaçâo das fôrças opostas ao sis tema dominante.

Nos anos trinta, idéias c movimentos assumiram importância considerável e

agitaram todo o mundo pensante e pobtico; e com a eclosão da segunda guerra mundial transfonnaram-r>e em disciplina regular do ciirrictiíum das universidades, sob a denominação de •"sistemas econômicos comparados". É nosso objetivo estudar no presente

dução, repartição e con.snmo de bens econômicos.

Por

bens econômicos

sc

entendem

tôdas as coisas clcciadas pelos homens

para a .satisfação dc suas necessidades, e

pjgtinguem-se duas parles no sistema

econômico: a estática e a dinâmica. A rimoím é o conjunto de instituições em

^uo o sistema se baseia, enquanto a se-

bém ó definida por oposição — proprie dade coletiva em oposição à propriedade privada, idéias e ações coletivas em opo sição a idéias e ações privadas.

O vocábulo comunisruo surge quase

ao mesmo tempo que o socialismo, dis-

linguindo-se deste por implicar na pro priedade coletiva não só dos bens de

jjfividades econômicas dentro do grupo em questão. 3. Neste artigo os gnipos que estu

mo) mas também dos de consumo. Essa

funcionam para o enquadramento das

daremos são as nações contemporâneas

portanto, as suas respectivas institui

ções econômicas.

Em Economia Política esfôrço ou «■acri-

dar é caracterizar os

fício c qualquer dispêndio de fatôre.s de produção (natureza, capital e traba

dois sistemas econô

lho).

de fin.s sociais gerais em oposição aos fins privados. A palavra coleticista tam

minda ó a maneira como tais instituições

cuja obtenção exige csfòrço oii sacrifício.

O primeiro passo a

produção (definição inicial do socialis

distinção técnica é logo substituída por uma prática — comunismo passa a signi ficar ação revolucionária para eliminar

a ordem capitalista. No início do século XX os dois termos são usados como si

nônimos, mas depois da revolução russa de 1917 tomam a distin

micos que se podem distinguir naqueles

guir-se por um as

repartição e consumo de mercadorias pertencem ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos homens em socieda de; por êsse motivo são estruturadas so cialmente, ou melhor, enquadradas num

liberal ou individua

pecto prático — comu nismo significa, pro

lista, e o socialista ou coleti vista.

ração violenta da or

conjunto de instituições sociais.

exprime a idéia

As atividades referentes á produção,

Compreendemos por instituições so ciais as maneiras dc ser, pensar e sen

tir que constituem a fisionomia de um grupo social e são impostas aos indiví-

países — o capitalista

liberdade

atividade humana referente à produção,

contròle coletivo

do uma classe proprietária dos bens de produção. O têrmo socialista é de criação dos

próprios socialistas, que o usavam para

de da

atividade econômica. Esclarecida a ter

dominância da consi

venção dos socialistas e encena a idéia

técnica

propriedade coletiva e

individualista. A idéia

antes da de qualquer outra entidade social. O vocábulo capitalista é de in

dade de São Paulo, sr. José de Barros

finição

O seu sinônimo qua se perfeito ó o termo

sem serem independentc.s da estrutura geral da vida social e, cm particular, os

para a sua subsistência e evolução. A estruturação em dado grupo social da

lismo conserva a de

individual.

deração do indivíduo

Devemos agradecer a colaboração pres tada pelo nosso assistente na Universi

— enquanto o socia

de

especialmente ás atividades econômicas,

co e como os sistemas se diferenciam.

ganização capitalista

tomado à filosofia e

central é a da pre

\alores social^ de cada grupo, isto é,

paganda para a alte

O têrmo liberal foi

duo.s desse grupo. Dentre essas institui ções exi"tem algumas auc se referem

daquelas instituições consideradas pelo grupo como sendo as mais importantes

artigo o que vem a ser sistema econômi

rumo'clo bens.

s<* contraporem aos individualistas, pois o .seu significado é o de societiade e

minologia, vejamos as definições dos siste mas econômicos.

Definimos por sistema individualistaj capitalista ou liberal, "aquêle em qqg o emprêgo dos fatores de produção é determinado pelos respectivos proprie tários, segundo critérios sôbre os quais pode influir a ação estatal, mas acessó-


ÜiGESTO

Econômico

repartição o consumo de bens econô micos constitui o si.steina econômico cia comunidado em questão. O sistema onómioo é, portanto, o conjunto de .j^ijfçÕcs SOCÍ.TÍ.S que regulamentam o

Sistema econômico Hobebto Pinto dk Soi"/a

'"^ccsso dc produção, repartição e con-

1.

Há várias maneiras de se estru

turar a vida econômica. Desde o início

do século XIX as atividades econômicas

Pinto, na leitura cia b'bliíiiirafia clispoídçãn da matcrm v conceitos emitidos.

2. Premidos pelo imperaMvo dc sa

vêm sendo ordenadas sepundo os princí

tisfazer

pios do liberalismo nue floresceu no sé-

nas, os homens exercem uma série enor

innineras necessidades huma

cuio XVIII e se implantou com as revo

me de atividades. Dessas, são econômi

luções americana e francesa.

cas tôdas a.s eme dizem re peito à pro

Desde as primeiras décadas da centú ria passada vem sofrendo o sistema eco- .

nómico, vigente na maioria das nações

ocidentais, criticas violentas, que se acentuaram a partir da revolução de

1848, e da publicação do manifesto de

Marx e Engels e do "Capital" cie Karl Marx.

O esplendor do progresso econômico

da época Titoriana obliterou as idéias contrárias ao regimem liberal e arrefe ceu a marcha dos movimentos chamados

de esquerda. A profunda modificação estrutural ocorrida com a primeira grande guerra contudo, pôs em marcha ace lerada a disseminação das idéias e a arregimentaçâo das fôrças opostas ao sis tema dominante.

Nos anos trinta, idéias c movimentos assumiram importância considerável e

agitaram todo o mundo pensante e pobtico; e com a eclosão da segunda guerra mundial transfonnaram-r>e em disciplina regular do ciirrictiíum das universidades, sob a denominação de •"sistemas econômicos comparados". É nosso objetivo estudar no presente

dução, repartição e con.snmo de bens econômicos.

Por

bens econômicos

sc

entendem

tôdas as coisas clcciadas pelos homens

para a .satisfação dc suas necessidades, e

pjgtinguem-se duas parles no sistema

econômico: a estática e a dinâmica. A rimoím é o conjunto de instituições em

^uo o sistema se baseia, enquanto a se-

bém ó definida por oposição — proprie dade coletiva em oposição à propriedade privada, idéias e ações coletivas em opo sição a idéias e ações privadas.

O vocábulo comunisruo surge quase

ao mesmo tempo que o socialismo, dis-

linguindo-se deste por implicar na pro priedade coletiva não só dos bens de

jjfividades econômicas dentro do grupo em questão. 3. Neste artigo os gnipos que estu

mo) mas também dos de consumo. Essa

funcionam para o enquadramento das

daremos são as nações contemporâneas

portanto, as suas respectivas institui

ções econômicas.

Em Economia Política esfôrço ou «■acri-

dar é caracterizar os

fício c qualquer dispêndio de fatôre.s de produção (natureza, capital e traba

dois sistemas econô

lho).

de fin.s sociais gerais em oposição aos fins privados. A palavra coleticista tam

minda ó a maneira como tais instituições

cuja obtenção exige csfòrço oii sacrifício.

O primeiro passo a

produção (definição inicial do socialis

distinção técnica é logo substituída por uma prática — comunismo passa a signi ficar ação revolucionária para eliminar

a ordem capitalista. No início do século XX os dois termos são usados como si

nônimos, mas depois da revolução russa de 1917 tomam a distin

micos que se podem distinguir naqueles

guir-se por um as

repartição e consumo de mercadorias pertencem ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos homens em socieda de; por êsse motivo são estruturadas so cialmente, ou melhor, enquadradas num

liberal ou individua

pecto prático — comu nismo significa, pro

lista, e o socialista ou coleti vista.

ração violenta da or

conjunto de instituições sociais.

exprime a idéia

As atividades referentes á produção,

Compreendemos por instituições so ciais as maneiras dc ser, pensar e sen

tir que constituem a fisionomia de um grupo social e são impostas aos indiví-

países — o capitalista

liberdade

atividade humana referente à produção,

contròle coletivo

do uma classe proprietária dos bens de produção. O têrmo socialista é de criação dos

próprios socialistas, que o usavam para

de da

atividade econômica. Esclarecida a ter

dominância da consi

venção dos socialistas e encena a idéia

técnica

propriedade coletiva e

individualista. A idéia

antes da de qualquer outra entidade social. O vocábulo capitalista é de in

dade de São Paulo, sr. José de Barros

finição

O seu sinônimo qua se perfeito ó o termo

sem serem independentc.s da estrutura geral da vida social e, cm particular, os

para a sua subsistência e evolução. A estruturação em dado grupo social da

lismo conserva a de

individual.

deração do indivíduo

Devemos agradecer a colaboração pres tada pelo nosso assistente na Universi

— enquanto o socia

de

especialmente ás atividades econômicas,

co e como os sistemas se diferenciam.

ganização capitalista

tomado à filosofia e

central é a da pre

\alores social^ de cada grupo, isto é,

paganda para a alte

O têrmo liberal foi

duo.s desse grupo. Dentre essas institui ções exi"tem algumas auc se referem

daquelas instituições consideradas pelo grupo como sendo as mais importantes

artigo o que vem a ser sistema econômi

rumo'clo bens.

s<* contraporem aos individualistas, pois o .seu significado é o de societiade e

minologia, vejamos as definições dos siste mas econômicos.

Definimos por sistema individualistaj capitalista ou liberal, "aquêle em qqg o emprêgo dos fatores de produção é determinado pelos respectivos proprie tários, segundo critérios sôbre os quais pode influir a ação estatal, mas acessó-


|.^tf;i:srri Kcn.v/iMiqo\

82"

ria, siiljsidiária mi cxcipcícmalinenfc. r em que o equilíbrio entre fjuanticUides oferecidas e procuradas e a cíiuivalência dos vários bens econômicos são de

terminados em reginiem do inorcados, mesmo que nestes inlor\enlia o poder público".

economia planificada íqúcrem:)s referirnos à economia totalmente planificada) "é aquele em que o emprego dos fatores

de produção é dctenninado por uma autoridade central, de acordo com um

plano, sem interferência privada, e em tpie o equilíbrio entre quantidades ofe recidas e procuradas dos vários bens. e

.siia equivalência, são determinados pela mesma autoridade central, qm. pode le var em consideração a preferência dos consumidores, e deixar-lhes liberdade do escolha, mas reservando-se a faculdade de atingir aquêle equilíbrio e definir aquela equivalência por meio de arbi trária fixação de preços".

Ê comum encontrarmos autores cimdistinguem os dois sistemas acima defi nidos pela existência ou não de livreNCfiTirriiât-n

cunsidenir, por outro l.iu.,, »|iU' a cxislcncia cl<- planos parciais de emprego tios bens de produção, tais conin encontramos boje ein iinase lòdas as nações capitalistas, não implica em re conhecer cpic <-,stanios em face de sis

queza i.-slá cm conflito com o ideal de

íim máximo de exercicio de atividades

•agradáveis não econômicas; e o ideal

de um míiximo de ordem, do segurança

.4

.

.

eoncorrència, ou pelo regimem de pro priedade (c-oletiva ou pri\ada) ou ainda pelo grau de intervenção estatal na vida econômica. Não achamos tais critérios como bons esclarecedores do conceito

4.

Além cio íjiic já foi dito sobre as

temas econômicos, é necessário distin

guir ciilre o problema dos fins aponta dos à atividade social, on distinguívcis

de fato nossa ati\ idade- — fpu' é um pro

blema ético e político — c o problema ec-onómicu

deradas como sinônimos, desde que se produção do dc satisfação coletiva. Como fins não econômicos podenio.s apontar:

u) niáxinio de liberdade,,, individiud, compreendida como a amplitude deixada, na vida social, ã influên cia da escolha individual; 1)) .soberania nacional ilimitada

.V

to ao exercício da atividade

humana

tre todos os fins econômicos e não eco

nômicos, tomado.s separadamente e uns cm relação aos outros.

A situação particular em cada lugar

fuça depender o conceito de "lávinio cie

ou podem ser contraditórios; assim,, o

■iitirriVin-ir

D:) simples enunciado dos rins ro.ssalta a interdependência e a oposição en--

Cabe afjui a seguinte observação: es.sas duas formulações podem ser consi

De modo geral, os fin.s .sociais são ideal cie um máximo de produção de ri

sunu) de bens econômicos.

tural de cada grupo.

tes da coletividade (tajnbém em igualdade de sacrifício).

imaginado uni sistema de estruturação

po.sição hierárquica".

dizer, cie acôrdo com a fisionomia cul

1>) máxima .satisfação dos componen

Também pode ser

tal seja ]e\-ada a extremos, sem que o .sistema perca o característico capitalista (p. e.\.: Inglaterra e Estados Unidos durante a última guerra).

seja privada, mas a orientação do seu

referente à produção, repartição e con-

dos fatôres cie produção);

porque se pode imaginar nm sistema de

estruturação capitalista e liberal em que o fim visado seja a igualdade entre os indivíduos — .igualdade social e econô mica — que é um ol)jetiv<) tradicional

cidade", por "a cada um segundo .sua

um sistema em que a propriedade não

ideais, conforme a época e o lugar, vale

igualdade de sacrifício (sacrifício em sentido econômico: dispêndio

Chamamos a atc^nção sòbre êsse ponto,

um sistema ein que a intervenção esta

rência, pelo menos entre certos limite.s;

da. denominamos liberdade econômica

a) máxima produção do vifiueza com

cução dos fins visados?

rimos defini-la pelo a.spccto objetivo de faculdade dc e.scolha. A.ssim conceitua

a faculdade de escolha indiv idual quan

como fins econômicos os seguintes:

para atingir tais ou C{uais lins? e se tal ordenamento é realmente apto à conse

difícil c controvertido; por isso prete

ein todos os tempos e todo.s os lugares,

econônúcxis e não econômicos. Nos gru pos que nos propusemos estudar, as na ções contemporâneas, podemos déstacav

co. qiip pode ler o seguinte enuneiado :

emprego seja deixada aos indivíduos;

imaginar em teoria um sistema coletivista em que seja mantida a livre concor

cidadãos da.s na-

ções modernas.

ou melhor, em todo.s os grupos sociais. Fin.s mais cli\'ersos sr»j erigidos em

Dlstingucni-se entre fins sociais, fins

dí)s meio.s. éste exclusivamente econónú-

socialista, com o emprego dos fatores de produção determinado por uma autori dade central, sem interferência privada, em que a repartição de renda social seja feita de acôrdo com critérios abso lutamente não socialistas: em que .se substitua, por e.xemplo, o tradicional princípio "a cada um segundo sua capa

dos dois sistemas econômicos. Pode-se

vemos ter sempre em mente, c que não Há fins sociais ab.sokitos, isto é, válidos

estrutura geral do gru[><) «ocial e sòbre as idéias |X)litícas relacionadas com os tt-'rmos c-mpregados no estudo dos sis

mente sociali.sta.

é, de união, concord^ic.a, cooiie-

niçao enhe os os

A definição de liberdade é assimto

Outra consideração básica, que de

lelaçôcs entre o sistema econômico e a

como ordenar a atividade

c) míLximo de integraçvaü

social, está em ctmflilo com o ideal de om máximo de liberdade individual.

temas fie economia planificada.

Sistema sociali.sta, coleti\i.sta, ou de

83

Dioesto Econômico

e em cada momento histórico ditara a

predominância de um ou outro fim e • lôda atividade .social, e em especial a

tcmiômica, refletirá es.sa preemmencia.

Por ésse mc^tivo. é preciso, no estudo dos sistemas ec-onómicos, não perder dc

vista o conjunto da situação particular de cada grupo e o senso de relatUismo

(pie deve presidir a esse estudo. Dai a dificuldade de se considerarem os sis temas econômicos cm abstrato e o impe rativo dc sempre serem feitas referên cias ã realidade histórica. 5. A realidade histórica é realmen

te o dado fundamental. Ela nos permi te verificar até cpic ponto os princípios c os fin.s propostos pela construção teó rica se objetivam na sociedade .subordi nada ao sistema em questão. Tal con cretização mo.slra a possiliilidade de o

sistema preencher as condições exigi

objetivo <jue não passa da proje

das pela sociedade.

ção do princípio dc liberdade sò bre o campo internacional;

pelo qual os sistemas econômicos se

É esse o motivo

sulistitiiem na história e a razão pela


|.^tf;i:srri Kcn.v/iMiqo\

82"

ria, siiljsidiária mi cxcipcícmalinenfc. r em que o equilíbrio entre fjuanticUides oferecidas e procuradas e a cíiuivalência dos vários bens econômicos são de

terminados em reginiem do inorcados, mesmo que nestes inlor\enlia o poder público".

economia planificada íqúcrem:)s referirnos à economia totalmente planificada) "é aquele em que o emprego dos fatores

de produção é dctenninado por uma autoridade central, de acordo com um

plano, sem interferência privada, e em tpie o equilíbrio entre quantidades ofe recidas e procuradas dos vários bens. e

.siia equivalência, são determinados pela mesma autoridade central, qm. pode le var em consideração a preferência dos consumidores, e deixar-lhes liberdade do escolha, mas reservando-se a faculdade de atingir aquêle equilíbrio e definir aquela equivalência por meio de arbi trária fixação de preços".

Ê comum encontrarmos autores cimdistinguem os dois sistemas acima defi nidos pela existência ou não de livreNCfiTirriiât-n

cunsidenir, por outro l.iu.,, »|iU' a cxislcncia cl<- planos parciais de emprego tios bens de produção, tais conin encontramos boje ein iinase lòdas as nações capitalistas, não implica em re conhecer cpic <-,stanios em face de sis

queza i.-slá cm conflito com o ideal de

íim máximo de exercicio de atividades

•agradáveis não econômicas; e o ideal

de um míiximo de ordem, do segurança

.4

.

.

eoncorrència, ou pelo regimem de pro priedade (c-oletiva ou pri\ada) ou ainda pelo grau de intervenção estatal na vida econômica. Não achamos tais critérios como bons esclarecedores do conceito

4.

Além cio íjiic já foi dito sobre as

temas econômicos, é necessário distin

guir ciilre o problema dos fins aponta dos à atividade social, on distinguívcis

de fato nossa ati\ idade- — fpu' é um pro

blema ético e político — c o problema ec-onómicu

deradas como sinônimos, desde que se produção do dc satisfação coletiva. Como fins não econômicos podenio.s apontar:

u) niáxinio de liberdade,,, individiud, compreendida como a amplitude deixada, na vida social, ã influên cia da escolha individual; 1)) .soberania nacional ilimitada

.V

to ao exercício da atividade

humana

tre todos os fins econômicos e não eco

nômicos, tomado.s separadamente e uns cm relação aos outros.

A situação particular em cada lugar

fuça depender o conceito de "lávinio cie

ou podem ser contraditórios; assim,, o

■iitirriVin-ir

D:) simples enunciado dos rins ro.ssalta a interdependência e a oposição en--

Cabe afjui a seguinte observação: es.sas duas formulações podem ser consi

De modo geral, os fin.s .sociais são ideal cie um máximo de produção de ri

sunu) de bens econômicos.

tural de cada grupo.

tes da coletividade (tajnbém em igualdade de sacrifício).

imaginado uni sistema de estruturação

po.sição hierárquica".

dizer, cie acôrdo com a fisionomia cul

1>) máxima .satisfação dos componen

Também pode ser

tal seja ]e\-ada a extremos, sem que o .sistema perca o característico capitalista (p. e.\.: Inglaterra e Estados Unidos durante a última guerra).

seja privada, mas a orientação do seu

referente à produção, repartição e con-

dos fatôres cie produção);

porque se pode imaginar nm sistema de

estruturação capitalista e liberal em que o fim visado seja a igualdade entre os indivíduos — .igualdade social e econô mica — que é um ol)jetiv<) tradicional

cidade", por "a cada um segundo .sua

um sistema em que a propriedade não

ideais, conforme a época e o lugar, vale

igualdade de sacrifício (sacrifício em sentido econômico: dispêndio

Chamamos a atc^nção sòbre êsse ponto,

um sistema ein que a intervenção esta

rência, pelo menos entre certos limite.s;

da. denominamos liberdade econômica

a) máxima produção do vifiueza com

cução dos fins visados?

rimos defini-la pelo a.spccto objetivo de faculdade dc e.scolha. A.ssim conceitua

a faculdade de escolha indiv idual quan

como fins econômicos os seguintes:

para atingir tais ou C{uais lins? e se tal ordenamento é realmente apto à conse

difícil c controvertido; por isso prete

ein todos os tempos e todo.s os lugares,

econônúcxis e não econômicos. Nos gru pos que nos propusemos estudar, as na ções contemporâneas, podemos déstacav

co. qiip pode ler o seguinte enuneiado :

emprego seja deixada aos indivíduos;

imaginar em teoria um sistema coletivista em que seja mantida a livre concor

cidadãos da.s na-

ções modernas.

ou melhor, em todo.s os grupos sociais. Fin.s mais cli\'ersos sr»j erigidos em

Dlstingucni-se entre fins sociais, fins

dí)s meio.s. éste exclusivamente econónú-

socialista, com o emprego dos fatores de produção determinado por uma autori dade central, sem interferência privada, em que a repartição de renda social seja feita de acôrdo com critérios abso lutamente não socialistas: em que .se substitua, por e.xemplo, o tradicional princípio "a cada um segundo sua capa

dos dois sistemas econômicos. Pode-se

vemos ter sempre em mente, c que não Há fins sociais ab.sokitos, isto é, válidos

estrutura geral do gru[><) «ocial e sòbre as idéias |X)litícas relacionadas com os tt-'rmos c-mpregados no estudo dos sis

mente sociali.sta.

é, de união, concord^ic.a, cooiie-

niçao enhe os os

A definição de liberdade é assimto

Outra consideração básica, que de

lelaçôcs entre o sistema econômico e a

como ordenar a atividade

c) míLximo de integraçvaü

social, está em ctmflilo com o ideal de om máximo de liberdade individual.

temas fie economia planificada.

Sistema sociali.sta, coleti\i.sta, ou de

83

Dioesto Econômico

e em cada momento histórico ditara a

predominância de um ou outro fim e • lôda atividade .social, e em especial a

tcmiômica, refletirá es.sa preemmencia.

Por ésse mc^tivo. é preciso, no estudo dos sistemas ec-onómicos, não perder dc

vista o conjunto da situação particular de cada grupo e o senso de relatUismo

(pie deve presidir a esse estudo. Dai a dificuldade de se considerarem os sis temas econômicos cm abstrato e o impe rativo dc sempre serem feitas referên cias ã realidade histórica. 5. A realidade histórica é realmen

te o dado fundamental. Ela nos permi te verificar até cpic ponto os princípios c os fin.s propostos pela construção teó rica se objetivam na sociedade .subordi nada ao sistema em questão. Tal con cretização mo.slra a possiliilidade de o

sistema preencher as condições exigi

objetivo <jue não passa da proje

das pela sociedade.

ção do princípio dc liberdade sò bre o campo internacional;

pelo qual os sistemas econômicos se

É esse o motivo

sulistitiiem na história e a razão pela


Dicesto Econômico

84

qual muitas construções teóricas náo

tema comunista atravessou uma série

se conreguem concretizar, visto náo preencherem os requisitos necessários exigidos pela sociedade em questão.

enorme de transformações ditadas pelas

Seria impossível, por exemplo, voltar

A crise de valores

circunstâncias históricas do momento, e

a organização russa atual muito pouco se aproxima da construção teórica que

CÂNDIDO Mota Filho

A cnisE MORAL por que passa a civilização assume o seu aspecto mais

mos ao regimem econômico medieval

ditou a revolução de 1917. Alegam os

ou mesmo ao vigorante nos anos que

comunistas que se trata de urna fase

precederam à Revolução Francesa, (j chamado "antigo regimem", A estrutura atual da sociedade não se pode amoldar

revolucionária, precur.sora necessária da

ção dos conceitos e regras existentes por

implantação definitiva do sistema eco

outros completamente novos. Êsse é o

nômico idealizado.

mal do século.

às instituições e aos fins sociais do sé culo XVII e XVin. Como também

não podemos voltar ao sistema capita

lista atômico, ou melhor, de pequenas unidades, característico da 19.^ centii-

ria, desde que a técnica moderna de pro

dução exige grande concentração de fa-

tôres de produção, o que só pode ser conseguido por grandes unidades econô micas, como são as usinas atuais. Estas, por sua vez, transformaram um dos aspectos fundamentais da economia

clássica — a livre concorrência. O que se verifica hoje nas nações altamente industrializadas é um mercado de foucorrência monopolístíca.

O mesmo se passa na Rú.ssia. () sis

Preferimos dizer

dramático nessa tentativa de substitui

E' o mal que edifica

que as circunstâncias históricas força

a vida contemporânea numa atmosfera

ram as mutações e que nunca o ideal

do desconfiança e de inquietação, que

teórico poderá ser atingido, como não

contamina quase tôdas as decisões hu

foi atingido o ideal teórico do liberalis

manas.

mo econômico.

O que pode haver é

uma aproximação da realidade às idéias basilares do sistema, porem não a sua

realização integral. Por ôsse motivo, o que importa, no estudo dos sistemas

econômicos, são as transformações que se processam não só no esquema teóri co do sistema como na própria estrutu ra econômica e social proveniente da

adaptação da realidade às idéias e das idéias à realidade, e da e\olução dtis

fatos econômicos e sociais ditada por es sa acomodação.

Não se trata de um período de des

crença ou de apatia, de empobrecimento espiritual ou de desespero pslos valores da vida; mas um período em que se re

homem se sustentar em frente à nature

za agressiva ou indiferente.

Quando

Schiller escreveu sôbre a graça e a dig nidade para comentar, com acridade, a obra de Kant — já o mundo não se

sentia seguro e o homem sentia fugirlhe o apoio da moral indiscutida.

O

proprio Kant, ao constniir a sua filoso

fia moral, procurando des\iar o eixo fi

losófico, já percebia as dificuldades que se abriam para a vida moderna e o seu

o que até agora foi necessário para o

individualismo e o seu

comportamento do homem.

Tudo o que c.xiste na vida social, co mo cultura, foi feito na obediência des ses |30stulados morais: — os estilos, ar quitetônicos, as obras-de-arte, as esco las, as oficinas, as instituições políticas, o desporto, as obras sociais, a.s manei ras, os hábitos, os costumes, a literatu ra, a organização da Justiça, a e.stnitura

relativismo fo

ram tão revolucionários que êle, Kant, apareceu para Henrí Heine mais peri goso do que Robespièrre! O homem vai do século XVIII em

diante perdendo a velha estrutura mo

ral e se deixando arrastar pelas novas condições de vida. O industrialisrao,

isto c, o império da máquina, e.xpõe ao xivo a intempcrança humana, e a cultu ra científica e a literatura naturalista se

mentos. Tudo isso decorre da concep ção moral do homem, da maneira com

encarregam de revelar um grande e re

quo êle se comporta, da idéia moral que

So toda experiência sôbre valores éti cos, isto é, sôbre o bem e o mal, sôbre o justo e o injusto, depende do conliecimento essencial do que sejam êsses va

dele se faz. mentar

Na maneira de cumpri

ou na maneira de vestir,

na

voltado pessimismo.

construção de um edifício ou na de um monumento, a humanidade civilizada realmente diz do conceito que tem de

lores —• essa experiência começava, no

si mesma.

Tudo parecia rodar dentro da mais avil

O Panteon, a Catedral de

Chartres, o edifício do Parlamento em Londres, a tôrre Eiffel em Paris ou a.

século dezenove, a sc mostrar estéril.

Estátua da Liberdade em Nova York,

tante hipocrisia, da cavilação e do sofisma, e a moral utilitária, a moral do êxito, se apresentava como uma dete

refletem um estado de espírito e, con

rioração da moralidade.

seqüentemente, uma ordem moral. Mái

significam forças indispensáveis para o

pudia ou se faz o possível para repudiar

econômica, o trabalho e os seus instru

(líÉÉMl I I

Nessa documentação que varia con forme as exigências dos séculos, man têm-se, entretanto, valores éticos, que

Não vamos lembrar aqui a posição dos


Dicesto Econômico

84

qual muitas construções teóricas náo

tema comunista atravessou uma série

se conreguem concretizar, visto náo preencherem os requisitos necessários exigidos pela sociedade em questão.

enorme de transformações ditadas pelas

Seria impossível, por exemplo, voltar

A crise de valores

circunstâncias históricas do momento, e

a organização russa atual muito pouco se aproxima da construção teórica que

CÂNDIDO Mota Filho

A cnisE MORAL por que passa a civilização assume o seu aspecto mais

mos ao regimem econômico medieval

ditou a revolução de 1917. Alegam os

ou mesmo ao vigorante nos anos que

comunistas que se trata de urna fase

precederam à Revolução Francesa, (j chamado "antigo regimem", A estrutura atual da sociedade não se pode amoldar

revolucionária, precur.sora necessária da

ção dos conceitos e regras existentes por

implantação definitiva do sistema eco

outros completamente novos. Êsse é o

nômico idealizado.

mal do século.

às instituições e aos fins sociais do sé culo XVII e XVin. Como também

não podemos voltar ao sistema capita

lista atômico, ou melhor, de pequenas unidades, característico da 19.^ centii-

ria, desde que a técnica moderna de pro

dução exige grande concentração de fa-

tôres de produção, o que só pode ser conseguido por grandes unidades econô micas, como são as usinas atuais. Estas, por sua vez, transformaram um dos aspectos fundamentais da economia

clássica — a livre concorrência. O que se verifica hoje nas nações altamente industrializadas é um mercado de foucorrência monopolístíca.

O mesmo se passa na Rú.ssia. () sis

Preferimos dizer

dramático nessa tentativa de substitui

E' o mal que edifica

que as circunstâncias históricas força

a vida contemporânea numa atmosfera

ram as mutações e que nunca o ideal

do desconfiança e de inquietação, que

teórico poderá ser atingido, como não

contamina quase tôdas as decisões hu

foi atingido o ideal teórico do liberalis

manas.

mo econômico.

O que pode haver é

uma aproximação da realidade às idéias basilares do sistema, porem não a sua

realização integral. Por ôsse motivo, o que importa, no estudo dos sistemas

econômicos, são as transformações que se processam não só no esquema teóri co do sistema como na própria estrutu ra econômica e social proveniente da

adaptação da realidade às idéias e das idéias à realidade, e da e\olução dtis

fatos econômicos e sociais ditada por es sa acomodação.

Não se trata de um período de des

crença ou de apatia, de empobrecimento espiritual ou de desespero pslos valores da vida; mas um período em que se re

homem se sustentar em frente à nature

za agressiva ou indiferente.

Quando

Schiller escreveu sôbre a graça e a dig nidade para comentar, com acridade, a obra de Kant — já o mundo não se

sentia seguro e o homem sentia fugirlhe o apoio da moral indiscutida.

O

proprio Kant, ao constniir a sua filoso

fia moral, procurando des\iar o eixo fi

losófico, já percebia as dificuldades que se abriam para a vida moderna e o seu

o que até agora foi necessário para o

individualismo e o seu

comportamento do homem.

Tudo o que c.xiste na vida social, co mo cultura, foi feito na obediência des ses |30stulados morais: — os estilos, ar quitetônicos, as obras-de-arte, as esco las, as oficinas, as instituições políticas, o desporto, as obras sociais, a.s manei ras, os hábitos, os costumes, a literatu ra, a organização da Justiça, a e.stnitura

relativismo fo

ram tão revolucionários que êle, Kant, apareceu para Henrí Heine mais peri goso do que Robespièrre! O homem vai do século XVIII em

diante perdendo a velha estrutura mo

ral e se deixando arrastar pelas novas condições de vida. O industrialisrao,

isto c, o império da máquina, e.xpõe ao xivo a intempcrança humana, e a cultu ra científica e a literatura naturalista se

mentos. Tudo isso decorre da concep ção moral do homem, da maneira com

encarregam de revelar um grande e re

quo êle se comporta, da idéia moral que

So toda experiência sôbre valores éti cos, isto é, sôbre o bem e o mal, sôbre o justo e o injusto, depende do conliecimento essencial do que sejam êsses va

dele se faz. mentar

Na maneira de cumpri

ou na maneira de vestir,

na

voltado pessimismo.

construção de um edifício ou na de um monumento, a humanidade civilizada realmente diz do conceito que tem de

lores —• essa experiência começava, no

si mesma.

Tudo parecia rodar dentro da mais avil

O Panteon, a Catedral de

Chartres, o edifício do Parlamento em Londres, a tôrre Eiffel em Paris ou a.

século dezenove, a sc mostrar estéril.

Estátua da Liberdade em Nova York,

tante hipocrisia, da cavilação e do sofisma, e a moral utilitária, a moral do êxito, se apresentava como uma dete

refletem um estado de espírito e, con

rioração da moralidade.

seqüentemente, uma ordem moral. Mái

significam forças indispensáveis para o

pudia ou se faz o possível para repudiar

econômica, o trabalho e os seus instru

(líÉÉMl I I

Nessa documentação que varia con forme as exigências dos séculos, man têm-se, entretanto, valores éticos, que

Não vamos lembrar aqui a posição dos


Dicesto

íilósofos, o que pensava Platão a res peito ou o que escreveram Spinosa ou

Leibniz sôbre o problema moral. Assi nalamos o que se passa na realidade, ou, como se diz na linguagem atual, o que ^ passa com o homem comum, e o que 'cou assinalado no plano cultural em ^ue ele \ave.

Ec<jn6mic<>'

ra

A contribuirão da literatura na de nuncia dessa crise foi decisiva. Lenine

isse, de uma feita, que preferia, pa-

m o conhecimento da

sociedade francesa, as obras de Balzac às obras históricas. De bito, a literatura foi. antes de tudo, um documentário e um depoimento. A crise moral foi precisamen te e insistentemente por ela revelada. Os escritore.s de roman ces, novelas e contos

ra pelo cri-do católico, i-scrcv-ia um ro

bos dosconsoladorcs c tristi^s. Zola mos

era um protesto trágico contra a irres

tra o crcpú.sculo moral íjuando escreve os "Rougon-Macquart, hisloirc naturclle et socíalc d'unc faniillc sons Ic Se-

cond Empirc". Maupassant c o mestre do conto, mas o mesmo c.spírito destina

le de Siiif", uma de suas obras-primas, traduz nesse sentido crítico um os*tado

mance dl- sucesso, "Lc Di.sciplc", que

traçava um novo roteiro para os acon

Ma.s não surtiu efeito o protesto. A literatura continuou marchando no seu

propó.sito de ser fiel a uma concepção do mundo existente, essa concepção que reduzia o homem, cada vez mais, a úm

O lui.s-cimciito da tragédia

guerra mundial, sur-

.

inquérito

volume um

promovido

por Jacques Riviére e Ramon Fernandes sô-

brc "Morali.smo c Li

teratura". Jacques Ri

viére, animado por uma formação

reli

A consciência

da desvalorização do

conduzia o homem

Ilá um instante em que as coleti\idades participam da história mundial.

São

sam da natureza e a dominam. E, as sim como as coletividades, os indiví

duos, que se tornam apenas veículo de

Desfeito todo fundamento ontológicx),.

mento de sua produçfio criava, por si mesma, nosos e sombrios problemas pa ra a vida.

A uma economia de con

são de profundidade. Os valores, tais

sumo sucedeu-se uma economia de pro

como a Verdade, a Justiça ou a Beleza

A

dução para que o poder industrial esti-

se desfazem como a Mosca Azul de Ma-

liumanidade, que povoava o mundo li terário, era profundamente mi.çerávcl,

\'esse a serviço do lucro. O assalariado

chado de Assis, E a vida dá assim a

adquire consciência de .sua posição so

impressão de estar reduzida a si mesma.

porque se arrastava

cial diante dos teares. E forma a gran

Joaquim Xirau traça o quadro que en

da \ada que perturba a .sua continui

tão se apresenta: "Fôrçns" e "Massas" regem a vida moral e poIlUca do mesmo modo que a realidade natural. Destriii.do o Ser e sua estrutura, o fato substi-

dade.

tm o direito e a hierarquia ontológica

de e fabulosa massa humana dos centros

va disfarç-ar a desgraçada posição do

ambições inúteis e cruói.s.

urbanos. A luta contra a injustiça depa ra, daí por diante, com um novo aspecto

ao sabor das cir

Houve um

momento, no fim do século dezenove, em que essa tendência literária começou a provocar alarma. Fala-so então em li teratura mórbida, em literatura "fin de

uma geração envolvida por crimes e es peranças de grandes proporçõe.s. Thi-

stécle". Max Nordan escre\'cra, em dois

baudet escreve que "avec Balzac lui-

tra essa deturpação da cultura intelec

)a peau de chagrin". Os herdeiros das

c que revelava a sua índole. A sua es.sència era. na verdade, a sua existência.

metafísico ou mesmo religioso, a ciência se mostra tão só um simples instrumento da atividade vital. Não há mais dimen

ao máximo rendi

cunstâncias, num jogo de egoísmo e do

même elle avait consoinmé ardemnient

A sua maneira

de agir, e não suas inquietações íntimas,

energias que nascem e renascem. ..

de-Zola-'-Ia verité,L que Iaa formula vento o que êle queria era dizer sobre a imensa hipocrisia que procura Foi o que já tinlia feito Balzac, de

que mostrava que era.

te no plano material obrigava a um re

cuo no plano espiritual. A máquina que

se agravara com o correr dos anos.

animal humano, egoísta, perverso, sen

tamento como a manifestação da fôrça

\'ital. A incapacidade, tanto dos ho mens como dos povo.s, tinha a sua ex plicação e, com a sua e.vplicação, o seu itinerário. O homem era aquilo mesmo

forças másculas e violentas que se apos

giosa, aponta, ao de

Essa impressão não era nova. Apena.s

sual e ambicioso.

cia até então desconhecida, a filosofia do

céu para a terra, e e.vplicava o compor

homem começara com o progresso do seu domínio por sobre a natureza. À medida que êsse domínio, pela ciência c- pela técnica, foi-se ampliando, a desx aíorização do homem, como ser moral, ioi-se reduzindo. A marcha para fren

por nesse inquérito, a decadência moral vi-

Era uma no

va concepção do homem e da vida que tecimentos. Ela trazia, com uma audá

Ein 1924. quando a crise moral toma va aspecto agudo, agravado por uma gia em

testo, era coisa diferente.

rivismo da filosofia moderna.

de c.spírito.

—k

despertava como ideologia e cnjino pro

ponsabilidade moral semeada pelo rela-

ludibriado animal de presas.

.sivel na obra literá ria. Ela "ne fait pas do bien à rámc".

eles Quando o naturalismo surgia com

S7

preocupaç-óes balzaquiana.s são Zola no romance e Maupassant no conto. Am

do a definir as misérias luinianas. "Bou-

A contribuição da literalu

Du.nsio Econú.micí)

volumes, eruditos e documentados, con tual, dando à .sua obra o título de "De-

generação". E Paul Bourget, que opta.-

Sempre houve liita pela Justiça e pro testos oonria os oprimidos. Desde a an

tigüidade clássica que se luta contra a (exploração do homem pelo lioinem, que se clama contra a prepotência dos po derosos. Mas o que a época industrial

um sistema de fôrças que se orientam ou se destroem de acôrdo-com a lei me cânica do choque".

Há, desse modo, um poder de ..de.s--

truição ou de desvalorização que impe ra em todos os campos. O pa.ssado não


Dicesto

íilósofos, o que pensava Platão a res peito ou o que escreveram Spinosa ou

Leibniz sôbre o problema moral. Assi nalamos o que se passa na realidade, ou, como se diz na linguagem atual, o que ^ passa com o homem comum, e o que 'cou assinalado no plano cultural em ^ue ele \ave.

Ec<jn6mic<>'

ra

A contribuirão da literatura na de nuncia dessa crise foi decisiva. Lenine

isse, de uma feita, que preferia, pa-

m o conhecimento da

sociedade francesa, as obras de Balzac às obras históricas. De bito, a literatura foi. antes de tudo, um documentário e um depoimento. A crise moral foi precisamen te e insistentemente por ela revelada. Os escritore.s de roman ces, novelas e contos

ra pelo cri-do católico, i-scrcv-ia um ro

bos dosconsoladorcs c tristi^s. Zola mos

era um protesto trágico contra a irres

tra o crcpú.sculo moral íjuando escreve os "Rougon-Macquart, hisloirc naturclle et socíalc d'unc faniillc sons Ic Se-

cond Empirc". Maupassant c o mestre do conto, mas o mesmo c.spírito destina

le de Siiif", uma de suas obras-primas, traduz nesse sentido crítico um os*tado

mance dl- sucesso, "Lc Di.sciplc", que

traçava um novo roteiro para os acon

Ma.s não surtiu efeito o protesto. A literatura continuou marchando no seu

propó.sito de ser fiel a uma concepção do mundo existente, essa concepção que reduzia o homem, cada vez mais, a úm

O lui.s-cimciito da tragédia

guerra mundial, sur-

.

inquérito

volume um

promovido

por Jacques Riviére e Ramon Fernandes sô-

brc "Morali.smo c Li

teratura". Jacques Ri

viére, animado por uma formação

reli

A consciência

da desvalorização do

conduzia o homem

Ilá um instante em que as coleti\idades participam da história mundial.

São

sam da natureza e a dominam. E, as sim como as coletividades, os indiví

duos, que se tornam apenas veículo de

Desfeito todo fundamento ontológicx),.

mento de sua produçfio criava, por si mesma, nosos e sombrios problemas pa ra a vida.

A uma economia de con

são de profundidade. Os valores, tais

sumo sucedeu-se uma economia de pro

como a Verdade, a Justiça ou a Beleza

A

dução para que o poder industrial esti-

se desfazem como a Mosca Azul de Ma-

liumanidade, que povoava o mundo li terário, era profundamente mi.çerávcl,

\'esse a serviço do lucro. O assalariado

chado de Assis, E a vida dá assim a

adquire consciência de .sua posição so

impressão de estar reduzida a si mesma.

porque se arrastava

cial diante dos teares. E forma a gran

Joaquim Xirau traça o quadro que en

da \ada que perturba a .sua continui

tão se apresenta: "Fôrçns" e "Massas" regem a vida moral e poIlUca do mesmo modo que a realidade natural. Destriii.do o Ser e sua estrutura, o fato substi-

dade.

tm o direito e a hierarquia ontológica

de e fabulosa massa humana dos centros

va disfarç-ar a desgraçada posição do

ambições inúteis e cruói.s.

urbanos. A luta contra a injustiça depa ra, daí por diante, com um novo aspecto

ao sabor das cir

Houve um

momento, no fim do século dezenove, em que essa tendência literária começou a provocar alarma. Fala-so então em li teratura mórbida, em literatura "fin de

uma geração envolvida por crimes e es peranças de grandes proporçõe.s. Thi-

stécle". Max Nordan escre\'cra, em dois

baudet escreve que "avec Balzac lui-

tra essa deturpação da cultura intelec

)a peau de chagrin". Os herdeiros das

c que revelava a sua índole. A sua es.sència era. na verdade, a sua existência.

metafísico ou mesmo religioso, a ciência se mostra tão só um simples instrumento da atividade vital. Não há mais dimen

ao máximo rendi

cunstâncias, num jogo de egoísmo e do

même elle avait consoinmé ardemnient

A sua maneira

de agir, e não suas inquietações íntimas,

energias que nascem e renascem. ..

de-Zola-'-Ia verité,L que Iaa formula vento o que êle queria era dizer sobre a imensa hipocrisia que procura Foi o que já tinlia feito Balzac, de

que mostrava que era.

te no plano material obrigava a um re

cuo no plano espiritual. A máquina que

se agravara com o correr dos anos.

animal humano, egoísta, perverso, sen

tamento como a manifestação da fôrça

\'ital. A incapacidade, tanto dos ho mens como dos povo.s, tinha a sua ex plicação e, com a sua e.vplicação, o seu itinerário. O homem era aquilo mesmo

forças másculas e violentas que se apos

giosa, aponta, ao de

Essa impressão não era nova. Apena.s

sual e ambicioso.

cia até então desconhecida, a filosofia do

céu para a terra, e e.vplicava o compor

homem começara com o progresso do seu domínio por sobre a natureza. À medida que êsse domínio, pela ciência c- pela técnica, foi-se ampliando, a desx aíorização do homem, como ser moral, ioi-se reduzindo. A marcha para fren

por nesse inquérito, a decadência moral vi-

Era uma no

va concepção do homem e da vida que tecimentos. Ela trazia, com uma audá

Ein 1924. quando a crise moral toma va aspecto agudo, agravado por uma gia em

testo, era coisa diferente.

rivismo da filosofia moderna.

de c.spírito.

—k

despertava como ideologia e cnjino pro

ponsabilidade moral semeada pelo rela-

ludibriado animal de presas.

.sivel na obra literá ria. Ela "ne fait pas do bien à rámc".

eles Quando o naturalismo surgia com

S7

preocupaç-óes balzaquiana.s são Zola no romance e Maupassant no conto. Am

do a definir as misérias luinianas. "Bou-

A contribuição da literalu

Du.nsio Econú.micí)

volumes, eruditos e documentados, con tual, dando à .sua obra o título de "De-

generação". E Paul Bourget, que opta.-

Sempre houve liita pela Justiça e pro testos oonria os oprimidos. Desde a an

tigüidade clássica que se luta contra a (exploração do homem pelo lioinem, que se clama contra a prepotência dos po derosos. Mas o que a época industrial

um sistema de fôrças que se orientam ou se destroem de acôrdo-com a lei me cânica do choque".

Há, desse modo, um poder de ..de.s--

truição ou de desvalorização que impe ra em todos os campos. O pa.ssado não


UlOESTU

88

vale mais. E o pensamento situa-se, atônito, na terra de ninguém... Nietszche e Karl Marx

Nietszche é o profeta dessa nova épo ca. A sua atitude é simplesmente agressiva. O seu pensamento é uma de claração de guerra. O cristiani.mo rc- presenta, para êle, o refúgio da humani dade acovardada e insidiosa. Êsse ator mentado que vivia na solidão e na revoita renega todos os valores morais existentes. O seu vitaliimo desabrido

quer a vida em si mesma, no seu egoismo, no seu imperialismo sem entranhas.

A piedade é algo que repugna, como a própria fraqueza, que é cheia de ilusões e de promessas. Zaratustra é o herói metszchiano que ensina o amor à vida como amor egoista e absorvente. E Za

ratustra assim pregava: - "Houve um tempo em que pecar contra Deus era pecado; porém. Deus morreu, e com êle

ECONONOCt*

como a moral dos escravos — não ó um

pensamento isolado. Acompanha a uma destruição que cresce de instante a ins tante. A .sua voz, aparentemente isola da, faz parte dc um imenso coro que germina na inquietação contemporânea. Ao invés de surgir o super-homem

dos valores existentes a razão de ser de seudesüno. "O presente - clamava

Zaratustra — pertence à plebe, o que eqüivale dizer que se perde a noção do grande e do pequeno". Isso era a volta a estaca zero colocada

Èsse novo homem, que pretende uma

melha, aos grandes processos, ao Bou-

nova sociedade, que vive a serviço do

kharinismo, ao Trotskysmo, ao Titoismo,

plano de dissolução mundial, que rene

c, com tudo isso, a uma nova tábua de valores, que se baseia, não "na razão mecânica da burguesia", mas "na razão

ga todos os valores e.xistentes — não po

dialética do marxismo".

de, entretanto, transformar a sua violên

cia em direito, porque contra êle per manece uma civilização histórica, firma

da e confirmada por uma poderosa cul tura, entranhada na carne de gerações

ao falangismo, ao peronismo, ao populismo, ao culto sorcliano da violência, à

extorsão. A família, o Estado, o direito, a moral, a religião, a economia, são for

•doutrina da ação pela ação, do império do liomeni carismático, da adoraçao do

consegue penetrar realmente nos povos destituídos de história, incompatíveis com a civilização, incapazes de sentir os

mas opressivas destinadas à exploração daquele que não possui o instrumento

chefe-legislador. Em ambas as correntes bá a perma

benefícios do progresso moral e mate rial. Por isso, ela se apoderou da Rús

de produção. Karl Marx é a ala esquerda da inves

nência do mesmo poder destruidor, que

sia medieval e fronteiriça, rondou até

leva ao novo homem, ao "chauffeur"

agora a Europa ocidental e insiste a sua

tida.

O seu materialismo dialético as

segura a conquista no plano social. O seu objetivo é o d© se utilizar como ar ma o proletariado sôbre quem recaia to do o poder opressivo dos valores sociais existentes.

^ destruidor que achava na destruição

sa, à guerra na Coréia, à violência ver

reitos. Tudo o que a civilização ofere cia de valioso não passava afinal de uma

quiava] do proletariado. E' o articula-

mada no cidto da fôrça e dos fortes. Era

Econômico

mos a Mussolini e a Hitler, ao fascismo, ao nacional-sccialisnío, ao Estado Novo,

morrerarn também êsses pecadores. Ago

Não era um descrente que assim faZV "^^^^«00 levan tava, aos Kbrados, uma nova que crença fir

Digesto

surge o homem ma:;sa c, com êle, o ho mem prolclário, isto é, o homem explo rado c a quem a sociedade não dá di

ra, o^ mais grave é pecar contra a terra e cOiQcar as entranhas do inescrutável por cima da terra".

T

Marx é, na verdade, o Ma

dor da revolução objetivada na conquis ta do poder. A sua filosofia não ó uma teoria do homem e do mundo, mas uma atrevida

ação política. O Manifesto Comunista é um toque de reunir, baseado na afir mativa de que o mundo burguês é um mundo perdido e que seus princípios e seus valores estão vazios de sentido. En

quanto Nietszche diz que o cristianismo

ó o pensamento do judeu astuto e vil, Marx diz que a religião é o ópio do Oci dente.

Em ambos a civilização cristã

em pleno labirinto da civilização mi

se liquida, em ambos a civilização atual

lenar.

O pensamento de Nietszche, que con

está submetida à moral dos escravos. De Marx chegamo.'? a Lenine, ao Par

duz ao homem-natureza como super-

tido Comunista, ao Cominform, às de

homom, eliminando a moral existente,

mocracias populares, à revolução chine-

Por outro lado, de Nietszche chega

sucessivas.

A violência imediata e avassaladora só

como símbolo representativo do bárbaro

ofensiva sôbre a vellia Ásia imutável e

armado pela técnica.

sombria.


UlOESTU

88

vale mais. E o pensamento situa-se, atônito, na terra de ninguém... Nietszche e Karl Marx

Nietszche é o profeta dessa nova épo ca. A sua atitude é simplesmente agressiva. O seu pensamento é uma de claração de guerra. O cristiani.mo rc- presenta, para êle, o refúgio da humani dade acovardada e insidiosa. Êsse ator mentado que vivia na solidão e na revoita renega todos os valores morais existentes. O seu vitaliimo desabrido

quer a vida em si mesma, no seu egoismo, no seu imperialismo sem entranhas.

A piedade é algo que repugna, como a própria fraqueza, que é cheia de ilusões e de promessas. Zaratustra é o herói metszchiano que ensina o amor à vida como amor egoista e absorvente. E Za

ratustra assim pregava: - "Houve um tempo em que pecar contra Deus era pecado; porém. Deus morreu, e com êle

ECONONOCt*

como a moral dos escravos — não ó um

pensamento isolado. Acompanha a uma destruição que cresce de instante a ins tante. A .sua voz, aparentemente isola da, faz parte dc um imenso coro que germina na inquietação contemporânea. Ao invés de surgir o super-homem

dos valores existentes a razão de ser de seudesüno. "O presente - clamava

Zaratustra — pertence à plebe, o que eqüivale dizer que se perde a noção do grande e do pequeno". Isso era a volta a estaca zero colocada

Èsse novo homem, que pretende uma

melha, aos grandes processos, ao Bou-

nova sociedade, que vive a serviço do

kharinismo, ao Trotskysmo, ao Titoismo,

plano de dissolução mundial, que rene

c, com tudo isso, a uma nova tábua de valores, que se baseia, não "na razão mecânica da burguesia", mas "na razão

ga todos os valores e.xistentes — não po

dialética do marxismo".

de, entretanto, transformar a sua violên

cia em direito, porque contra êle per manece uma civilização histórica, firma

da e confirmada por uma poderosa cul tura, entranhada na carne de gerações

ao falangismo, ao peronismo, ao populismo, ao culto sorcliano da violência, à

extorsão. A família, o Estado, o direito, a moral, a religião, a economia, são for

•doutrina da ação pela ação, do império do liomeni carismático, da adoraçao do

consegue penetrar realmente nos povos destituídos de história, incompatíveis com a civilização, incapazes de sentir os

mas opressivas destinadas à exploração daquele que não possui o instrumento

chefe-legislador. Em ambas as correntes bá a perma

benefícios do progresso moral e mate rial. Por isso, ela se apoderou da Rús

de produção. Karl Marx é a ala esquerda da inves

nência do mesmo poder destruidor, que

sia medieval e fronteiriça, rondou até

leva ao novo homem, ao "chauffeur"

agora a Europa ocidental e insiste a sua

tida.

O seu materialismo dialético as

segura a conquista no plano social. O seu objetivo é o d© se utilizar como ar ma o proletariado sôbre quem recaia to do o poder opressivo dos valores sociais existentes.

^ destruidor que achava na destruição

sa, à guerra na Coréia, à violência ver

reitos. Tudo o que a civilização ofere cia de valioso não passava afinal de uma

quiava] do proletariado. E' o articula-

mada no cidto da fôrça e dos fortes. Era

Econômico

mos a Mussolini e a Hitler, ao fascismo, ao nacional-sccialisnío, ao Estado Novo,

morrerarn também êsses pecadores. Ago

Não era um descrente que assim faZV "^^^^«00 levan tava, aos Kbrados, uma nova que crença fir

Digesto

surge o homem ma:;sa c, com êle, o ho mem prolclário, isto é, o homem explo rado c a quem a sociedade não dá di

ra, o^ mais grave é pecar contra a terra e cOiQcar as entranhas do inescrutável por cima da terra".

T

Marx é, na verdade, o Ma

dor da revolução objetivada na conquis ta do poder. A sua filosofia não ó uma teoria do homem e do mundo, mas uma atrevida

ação política. O Manifesto Comunista é um toque de reunir, baseado na afir mativa de que o mundo burguês é um mundo perdido e que seus princípios e seus valores estão vazios de sentido. En

quanto Nietszche diz que o cristianismo

ó o pensamento do judeu astuto e vil, Marx diz que a religião é o ópio do Oci dente.

Em ambos a civilização cristã

em pleno labirinto da civilização mi

se liquida, em ambos a civilização atual

lenar.

O pensamento de Nietszche, que con

está submetida à moral dos escravos. De Marx chegamo.'? a Lenine, ao Par

duz ao homem-natureza como super-

tido Comunista, ao Cominform, às de

homom, eliminando a moral existente,

mocracias populares, à revolução chine-

Por outro lado, de Nietszche chega

sucessivas.

A violência imediata e avassaladora só

como símbolo representativo do bárbaro

ofensiva sôbre a vellia Ásia imutável e

armado pela técnica.

sombria.


l)u;Khr(»

Preconceito racial no Brasil Afonso Abinos de Melo Fbanco

Kt"^oNÓ\iir(>

91

xoto, propôs, com o assentimento dos

termos de defesa da raça escrava, em

demais companheiros, sc colocasse no programa da Inconfidência a cláusula da

lêrmos de conquista da Abolição, sobrevindo essa mesma Abolição, instalada a República, prosseguindo o País na sua

libertação dos escravos. QUE MAis me tem ferido, nas crí

O ticas por vêzes violentas de que

tem sido alvo o meu projeto, e que me

A nos-stí Revista reproduz um longo

têm chegado ao conliecimento através

trecho do magnífico diòcttròo tjuc o

suposição de que se trata de medida

deputado Afonso Ariuos dc Melo Franco, sem dúvida da.s mais brilhantes figuras

de correspondência postal, é a injusta eleitorahsta, de que se trata de inicia

tiva que visa ao apoio do eleitorado ne gro brasileiro para renovação do meu mandato.

•sa do tiosso Parlamento, proferiu em defen

do projeto que apresentou sôbre o problema da segregação racial.

eu. perante os jovens que se^ destinavam diplomática, e comentando as

irírbf nepos brasileiros para antepunham terem abertasaosdianlembrei aos meus ouvintes que se fa7ia regular definitivamente ic dic

• -

do domm,„ pubhco qual seja a proibi-

de uma grande artista de côr, norteamericana, que tem dedicado a sua vida a apresentar ao mundo, através de uma mensagem de arte, as queixas e reivin dicações da raça oprimida nos Estados Ihiido.s.

Foi cxclusivanientc ôssc fato que fêz «a-

sidade da Bahia, trabalhos continuados

vel cKirrente que arrastaria diante de si os preconceitos e as \clharias da Europa

polo ilustre Artiu- Ramos no campo da Sociologia — Artur Ramos, que acaba do falecer cm Paris, onde ocupava um dos mais altos postos da organização

feudal.

com que eu cntencle.ssc oportuno o mo mento, chegada a oca.sião em que a psi cologia brasileira estaria em estado do

se não o maior estadista que já produziu

receptividade para iniciativas dessa na

o Brasil, incluía entre as suas aspirações

tureza.

políticas a necessidade da Abolição.

êsse projeto se fazia, desde muito, ne cessário em nosso país. Se fizeriTuiN"" uma análise retro.spectiva da evolução do

Sabido é, Sr. Presidente, que o grande losé Bonifácio, sem dúvida dos maiorc.s,

Não vou historiar minudcnleinente o

(jue foi o desenvolvimento da campanha abolicionista no Brasil.

Os nomes dos

pensamento nacional cm relação ao pro

seus pioneiros, a glória dos seus çondutores, o êxito dos seus chefes, são pá

blema do negro brasileiro, poderemos,

ginas definitivas inscritas nos anais da

de forma simplificadora, como são tôdas

nossa evolução histórica.

as sínteses, separar três etapas diferen

se ressaltem figuras como aquela.s que

tes e sucessivas no desenvolvimento da

ainda o ano passado reverenciamos nu ma consagração nacional — Rui Barbosa e Joaquim Nabuco;~ justo é que lem

idéia, c referentes ao assunto.

çao, instituída ou determinada pela ce rência estrangeira de um luxuoso hotel em São Paulo, de receber como hóspe

filosofia, iria constituir aquela formidá

unindo a técnica e a segurança cientí

desde os seus alliores.

Mas, Sr. Presidente, a verdade c que

A primeira fase é aquela que podería mos chamar da Abolição. Ela se inicia,

mocrático, apresentou-se êle sob outra

fica às reivindicações humanísticas da

tramos pioneiros da idéia da Abolição

Desejo declarar a esta Casa que, na

marcha ascensional para o progresso de forma, que poderemos chamar a forma dá investigaçíão científica. Foram, en tão, os trabalhos iniciados por Nina Ro drigues, o grande professor da Univer

No século XIX, cm nosso país, encon

Não é verdade isso, Sr. Presidente.

qualidade de professor do InsHtuto Rio ranço, que o fui antes de ser Deputado

Scnte-.sc aí o sôpro das idéias enci clopedistas que chegavam até nós; sen te-se aí a influência daquele movimen to da chamada Época das Luzes que,

Justo é que

internacional da UNESCO — trabalhos

procedidos no Brasil ainda hoje, por mestres da eminência do Deputado Gil berto Freire, nosso ilustre companhei ro de legislatura e meu caro correligio nário de Partido, por homens que .destinarám sua vida às pesquisas médicas, antropológicas, sociológicas e históricas, no sentido de situar definitivamente o

problema negro dentro de um campo científicx) verdadeiro e despido de quais quer interesses ou prevenções.

Passada essa fase, que poderemos cha

mar de científica, em que o problema negro tanto evoluiu no Brasil, estamos' miciando uma outra, de que me fiz mo

desto colaborador, através do meu pro

jeto: é uma fase que devemos consignar como de recuperação política, de inte

talvez, já no século XVIII. Que eu mo

bremos a influência de estadistas impe riais do tipo de Pimenta Bueno ou de

lembre, é a primeira vez que se coloca

Sousa Dantas; justo é que recordemos a

vívio e no nosso comple.xo social. Não

de fato o problema da libertação do

obra de escritores como Perdigãb Ma-

se pode negar a necessidade de que

negro em tôrmos positivos, no Brasil.

Iheiro, como também justo é que não esqueçamos a influência, sempre discre ta, mas tenaz e decidida, que em favor

o Congresso Nacional encare de frente esta fase. O meu projeto, não me custa declará-lo, nada tem de original a não

do movimento exerceu Pedro II.

Mas, Sr. Presidente, em seguida a

ser no nosso país: o meu projeto é ape nas uma adaptação aos dias que correm,

essa primeira fase, em que o problema do negro era tratado principalmente em

é apenas a composição adequada à nossa época de idéias já expressas em lei dos

Foi durante a Inconfidência

Mineira,

quando os conjurados de Vila Rica dis

cutiam os planos das inovações que en tendiam introduzir na estrutura política e adininístratíva da Colônia, que um dêles, se não me engano AK-arenga Pej-

gração política do negro no nosso con


l)u;Khr(»

Preconceito racial no Brasil Afonso Abinos de Melo Fbanco

Kt"^oNÓ\iir(>

91

xoto, propôs, com o assentimento dos

termos de defesa da raça escrava, em

demais companheiros, sc colocasse no programa da Inconfidência a cláusula da

lêrmos de conquista da Abolição, sobrevindo essa mesma Abolição, instalada a República, prosseguindo o País na sua

libertação dos escravos. QUE MAis me tem ferido, nas crí

O ticas por vêzes violentas de que

tem sido alvo o meu projeto, e que me

A nos-stí Revista reproduz um longo

têm chegado ao conliecimento através

trecho do magnífico diòcttròo tjuc o

suposição de que se trata de medida

deputado Afonso Ariuos dc Melo Franco, sem dúvida da.s mais brilhantes figuras

de correspondência postal, é a injusta eleitorahsta, de que se trata de inicia

tiva que visa ao apoio do eleitorado ne gro brasileiro para renovação do meu mandato.

•sa do tiosso Parlamento, proferiu em defen

do projeto que apresentou sôbre o problema da segregação racial.

eu. perante os jovens que se^ destinavam diplomática, e comentando as

irírbf nepos brasileiros para antepunham terem abertasaosdianlembrei aos meus ouvintes que se fa7ia regular definitivamente ic dic

• -

do domm,„ pubhco qual seja a proibi-

de uma grande artista de côr, norteamericana, que tem dedicado a sua vida a apresentar ao mundo, através de uma mensagem de arte, as queixas e reivin dicações da raça oprimida nos Estados Ihiido.s.

Foi cxclusivanientc ôssc fato que fêz «a-

sidade da Bahia, trabalhos continuados

vel cKirrente que arrastaria diante de si os preconceitos e as \clharias da Europa

polo ilustre Artiu- Ramos no campo da Sociologia — Artur Ramos, que acaba do falecer cm Paris, onde ocupava um dos mais altos postos da organização

feudal.

com que eu cntencle.ssc oportuno o mo mento, chegada a oca.sião em que a psi cologia brasileira estaria em estado do

se não o maior estadista que já produziu

receptividade para iniciativas dessa na

o Brasil, incluía entre as suas aspirações

tureza.

políticas a necessidade da Abolição.

êsse projeto se fazia, desde muito, ne cessário em nosso país. Se fizeriTuiN"" uma análise retro.spectiva da evolução do

Sabido é, Sr. Presidente, que o grande losé Bonifácio, sem dúvida dos maiorc.s,

Não vou historiar minudcnleinente o

(jue foi o desenvolvimento da campanha abolicionista no Brasil.

Os nomes dos

pensamento nacional cm relação ao pro

seus pioneiros, a glória dos seus çondutores, o êxito dos seus chefes, são pá

blema do negro brasileiro, poderemos,

ginas definitivas inscritas nos anais da

de forma simplificadora, como são tôdas

nossa evolução histórica.

as sínteses, separar três etapas diferen

se ressaltem figuras como aquela.s que

tes e sucessivas no desenvolvimento da

ainda o ano passado reverenciamos nu ma consagração nacional — Rui Barbosa e Joaquim Nabuco;~ justo é que lem

idéia, c referentes ao assunto.

çao, instituída ou determinada pela ce rência estrangeira de um luxuoso hotel em São Paulo, de receber como hóspe

filosofia, iria constituir aquela formidá

unindo a técnica e a segurança cientí

desde os seus alliores.

Mas, Sr. Presidente, a verdade c que

A primeira fase é aquela que podería mos chamar da Abolição. Ela se inicia,

mocrático, apresentou-se êle sob outra

fica às reivindicações humanísticas da

tramos pioneiros da idéia da Abolição

Desejo declarar a esta Casa que, na

marcha ascensional para o progresso de forma, que poderemos chamar a forma dá investigaçíão científica. Foram, en tão, os trabalhos iniciados por Nina Ro drigues, o grande professor da Univer

No século XIX, cm nosso país, encon

Não é verdade isso, Sr. Presidente.

qualidade de professor do InsHtuto Rio ranço, que o fui antes de ser Deputado

Scnte-.sc aí o sôpro das idéias enci clopedistas que chegavam até nós; sen te-se aí a influência daquele movimen to da chamada Época das Luzes que,

Justo é que

internacional da UNESCO — trabalhos

procedidos no Brasil ainda hoje, por mestres da eminência do Deputado Gil berto Freire, nosso ilustre companhei ro de legislatura e meu caro correligio nário de Partido, por homens que .destinarám sua vida às pesquisas médicas, antropológicas, sociológicas e históricas, no sentido de situar definitivamente o

problema negro dentro de um campo científicx) verdadeiro e despido de quais quer interesses ou prevenções.

Passada essa fase, que poderemos cha

mar de científica, em que o problema negro tanto evoluiu no Brasil, estamos' miciando uma outra, de que me fiz mo

desto colaborador, através do meu pro

jeto: é uma fase que devemos consignar como de recuperação política, de inte

talvez, já no século XVIII. Que eu mo

bremos a influência de estadistas impe riais do tipo de Pimenta Bueno ou de

lembre, é a primeira vez que se coloca

Sousa Dantas; justo é que recordemos a

vívio e no nosso comple.xo social. Não

de fato o problema da libertação do

obra de escritores como Perdigãb Ma-

se pode negar a necessidade de que

negro em tôrmos positivos, no Brasil.

Iheiro, como também justo é que não esqueçamos a influência, sempre discre ta, mas tenaz e decidida, que em favor

o Congresso Nacional encare de frente esta fase. O meu projeto, não me custa declará-lo, nada tem de original a não

do movimento exerceu Pedro II.

Mas, Sr. Presidente, em seguida a

ser no nosso país: o meu projeto é ape nas uma adaptação aos dias que correm,

essa primeira fase, em que o problema do negro era tratado principalmente em

é apenas a composição adequada à nossa época de idéias já expressas em lei dos

Foi durante a Inconfidência

Mineira,

quando os conjurados de Vila Rica dis

cutiam os planos das inovações que en tendiam introduzir na estrutura política e adininístratíva da Colônia, que um dêles, se não me engano AK-arenga Pej-

gração política do negro no nosso con


UicESTO

Estados Unidos há perto de um século. Não ignoram os nobres Deputados que, desde 186S, o Congresso Federal ame ricano adulou a famosa emenda n.*^ 14, emenda que, na opinião de um dos mais

insignes comentadores do estatuto políti co daquela República - Watson - re presenta a mais importante contribuição

trazjda ao tôxto de Filadélfia pelo Con gresso Federal. Essa emenda proibia aos Estados servirem-se dos seus podercs políticos para impor quaisquer restrições aos cidadãos por motivo de raça ou de o r. A essa emenda se seguiu uma lei

^deral, que foi chamada a Segunda

Declaração de Direitos dos Estados Uni dos. E o que era essa lei federal? Nada

mais, nada menos, do que a concreti zação dos objetivos visados pelo meu

í

9:>

ÜIOBSTO ECONÓMIOO

92

projeto. Por essa lei, de 1875.

ficavam proibidas as segre gações raciais nos edifícios

públicos, nos hotéis, nos ca minhos de ferro, em todos os locais de aglomeração, nos templos religiosos, assim como também se obrigava a aceita

ção dos negros em quaisquer cursos ou escolas.

Dii-se-á, então: por que, em face de uma legislação dêsse teor, por que, cm face

de uma iniciativa dessa mag nitude, ainda os Estados Uni

dos se batem com o terrível problema da segregação racial? A explicação, Sr. Presidente, não é difícil, e eu, pedindo embora desculpas pela digressão, mo

Econômico

cla\'a da Justiça, da Ciência e do Direito, aquela situação absolutamente absurda c

determinou a dcstruiç.ão rias culturas, O

a agricultura voltava a florescer e, so bretudo, á proporção em que aquela classe dos "landlorcls", dos grandes pro prietários rurais, se concentrava na ci dade c se transformava em uitia espécie

na grande nação americana, são as mais

demolição das cidades, a miséria do co

de no\a burguesia, foi-se restabelecendo no espírito dos habitantes do Sul o velho preconceito racial que a Guerra de Se

lução. que não poderá ser instantânea —

então tinha conhecido a história, deter minou o arrasamento da economia dos

chamados Estados Confederados do Sul;

mércio, cm suma, o implaiitamento de uma situação .social dc caos c de aban

dono. Houve por essa época um certo intcrregno constitucional.

Os Estados

Ei.s porque a lei de 1S75, que tinha de

do Sin passaram, de falo, a ser governa dos militarmente, fora do regimcm es tabelecido na Constituição, por uma

terminado providências salutares — que Se seguidas teriam impedido os dramas terríveis que .se vêm desenvolvendo atra

verdadeira coorle dc inler\'enlores no

vés da história recente dos Estados Uni

meados pelos Estados do Norte.

dos — ei.s porque aquela lei de 1875 foi

É sabido que nos Eslado.s do Norte

declarada inconstitucional pela Suprema

o problema d:> negro não se fazia sentir com a mesma agudeza com c^ue apare

Côrtc, se não me engano em 1883, em

virtude da pressão exercida pelo novo espírito discriminatório que renascia no

cia nos Estados do Sul. Isso se deveu, também, ao fato de que, nos Estados

Sul.

do Sul, para uma população

Ora, Sr. Presidente, êsse ato da Su

de cêrca dc 7 milhões de brancos, havia mais de 4 mi

prema Corte, tornando sem efeito, por especiosas razões, por falaciosos funda mentos, aquilo que os homens de cora ção e de inteligência da época tinham chamado a Segunda Declaração de Di

lhões de negros, enquanto nos

Estados do Norte a popula ção negra era menor e quase inexistente.

A

mentalidade

reitos dos Estados Unidos, êsse ato da Suprema Corte veio fazer retornar o

dos chamados "yankees", co mo se chamavam os habitan

tes dos E.stados do Norte, era,

portanto, mais desprendida do preconceito racial.

Isso ex

plica as razões pelas quais, no militarmente o Sul, fizeram

com que o Partido Republicano — que foi, então, o grande partido das reivin dicações negras — dominasse o Con

ra de Secessão.

tremenda luta civil, êsse conflito arma

Norte sôbre o Sul, à proporção que o Sul se refazia, em que a rede bancá

do que foi, na época, o maior que até

ria retomava suas atividades e em que

Entretanto, à

econômica

o

a

influência

militar

do

I í

\ islo como não se procede instantanea mente a uma transformação de mentali dade num i>üvo de mais de 100 milhões

de habitantes — mas que será segura e definida, cm breve se fará sentir, relati

vamente em breve tempo, se tomarmos a brevidade num sentido histórico, a

fim df que aquele país possa de fato declarar que a bandeira das estréias 6

das listras tremula sôbrc um povo livre e não sobre milhões de escravos, apa rentemente libertados.

No Brasil, pela linha completamente

rliversa de nossa evolução histórica, pelo sentido altamente tolerante da nossa

miscigenação social, sentido êste que tem constituído objeto preferido dos'estudos

do ilustre professor Gilberto Freyre, as dificuldades que se antepuseram ao povo americano não existem.

Havia nos-Es

as dificuldades criadas à evolução pací fica da democracia americana pela es

ções específicas da civilização saxônica,

outra parte, em virtude de certas tradi

ciência com que se fez sentir no fim do

que, felizmente, não encontraram gua rida entre nós, criados que fomos à

século passado e no princípio deste o preconceito racial na grande República,

orientação dc uma tradição histórica

tais foram os inconvenientes dessa situa

proporção que diminuía a influência

promissoras, no sentido de que uma evo

problema ao seu significado primitivo. A verdade, entretanto, é que tais foram

ção, dizia eu, que, apoiado pelos gran des pensadores, pelos grandes escritores, pelos grandes professores, pelos grandes jornalistas, um movimento se formou,

gresso e fizesse adotar essa legislação salvadora e progressista.

As esperanças, que hoje desabrocham

tados Unidos uma série de preconceitos oriundos em parte de certo vício de raciocínio da teologia protestante; e, de

tupidez, pela brutalidade, pela incons-

período em que dominaram

apresso em dá-la. Devemos voltar ao clima que se es tabeleceu na República depois da Guer Como se sabe, essa

cessão não tinha conseguido extinguir.

insustentável.

sombra da Igreja Católica e debaixo da completamente diversa — dizia eu, nos Estados Unidos a situação, no particular^ não pode ser colocada em paralelo corn a nossa.

principalmente a partir da terceira dé

Eis porque não será possível que, nq Brasil, se esboce sequer, contra o projet

cada dêste século, com o objetivo de le

to que tive a honra de apresentar aos

var, finalmente, de vencida, debaixo da

meus caros colegas da .Câmara do|


UicESTO

Estados Unidos há perto de um século. Não ignoram os nobres Deputados que, desde 186S, o Congresso Federal ame ricano adulou a famosa emenda n.*^ 14, emenda que, na opinião de um dos mais

insignes comentadores do estatuto políti co daquela República - Watson - re presenta a mais importante contribuição

trazjda ao tôxto de Filadélfia pelo Con gresso Federal. Essa emenda proibia aos Estados servirem-se dos seus podercs políticos para impor quaisquer restrições aos cidadãos por motivo de raça ou de o r. A essa emenda se seguiu uma lei

^deral, que foi chamada a Segunda

Declaração de Direitos dos Estados Uni dos. E o que era essa lei federal? Nada

mais, nada menos, do que a concreti zação dos objetivos visados pelo meu

í

9:>

ÜIOBSTO ECONÓMIOO

92

projeto. Por essa lei, de 1875.

ficavam proibidas as segre gações raciais nos edifícios

públicos, nos hotéis, nos ca minhos de ferro, em todos os locais de aglomeração, nos templos religiosos, assim como também se obrigava a aceita

ção dos negros em quaisquer cursos ou escolas.

Dii-se-á, então: por que, em face de uma legislação dêsse teor, por que, cm face

de uma iniciativa dessa mag nitude, ainda os Estados Uni

dos se batem com o terrível problema da segregação racial? A explicação, Sr. Presidente, não é difícil, e eu, pedindo embora desculpas pela digressão, mo

Econômico

cla\'a da Justiça, da Ciência e do Direito, aquela situação absolutamente absurda c

determinou a dcstruiç.ão rias culturas, O

a agricultura voltava a florescer e, so bretudo, á proporção em que aquela classe dos "landlorcls", dos grandes pro prietários rurais, se concentrava na ci dade c se transformava em uitia espécie

na grande nação americana, são as mais

demolição das cidades, a miséria do co

de no\a burguesia, foi-se restabelecendo no espírito dos habitantes do Sul o velho preconceito racial que a Guerra de Se

lução. que não poderá ser instantânea —

então tinha conhecido a história, deter minou o arrasamento da economia dos

chamados Estados Confederados do Sul;

mércio, cm suma, o implaiitamento de uma situação .social dc caos c de aban

dono. Houve por essa época um certo intcrregno constitucional.

Os Estados

Ei.s porque a lei de 1S75, que tinha de

do Sin passaram, de falo, a ser governa dos militarmente, fora do regimcm es tabelecido na Constituição, por uma

terminado providências salutares — que Se seguidas teriam impedido os dramas terríveis que .se vêm desenvolvendo atra

verdadeira coorle dc inler\'enlores no

vés da história recente dos Estados Uni

meados pelos Estados do Norte.

dos — ei.s porque aquela lei de 1875 foi

É sabido que nos Eslado.s do Norte

declarada inconstitucional pela Suprema

o problema d:> negro não se fazia sentir com a mesma agudeza com c^ue apare

Côrtc, se não me engano em 1883, em

virtude da pressão exercida pelo novo espírito discriminatório que renascia no

cia nos Estados do Sul. Isso se deveu, também, ao fato de que, nos Estados

Sul.

do Sul, para uma população

Ora, Sr. Presidente, êsse ato da Su

de cêrca dc 7 milhões de brancos, havia mais de 4 mi

prema Corte, tornando sem efeito, por especiosas razões, por falaciosos funda mentos, aquilo que os homens de cora ção e de inteligência da época tinham chamado a Segunda Declaração de Di

lhões de negros, enquanto nos

Estados do Norte a popula ção negra era menor e quase inexistente.

A

mentalidade

reitos dos Estados Unidos, êsse ato da Suprema Corte veio fazer retornar o

dos chamados "yankees", co mo se chamavam os habitan

tes dos E.stados do Norte, era,

portanto, mais desprendida do preconceito racial.

Isso ex

plica as razões pelas quais, no militarmente o Sul, fizeram

com que o Partido Republicano — que foi, então, o grande partido das reivin dicações negras — dominasse o Con

ra de Secessão.

tremenda luta civil, êsse conflito arma

Norte sôbre o Sul, à proporção que o Sul se refazia, em que a rede bancá

do que foi, na época, o maior que até

ria retomava suas atividades e em que

Entretanto, à

econômica

o

a

influência

militar

do

I í

\ islo como não se procede instantanea mente a uma transformação de mentali dade num i>üvo de mais de 100 milhões

de habitantes — mas que será segura e definida, cm breve se fará sentir, relati

vamente em breve tempo, se tomarmos a brevidade num sentido histórico, a

fim df que aquele país possa de fato declarar que a bandeira das estréias 6

das listras tremula sôbrc um povo livre e não sobre milhões de escravos, apa rentemente libertados.

No Brasil, pela linha completamente

rliversa de nossa evolução histórica, pelo sentido altamente tolerante da nossa

miscigenação social, sentido êste que tem constituído objeto preferido dos'estudos

do ilustre professor Gilberto Freyre, as dificuldades que se antepuseram ao povo americano não existem.

Havia nos-Es

as dificuldades criadas à evolução pací fica da democracia americana pela es

ções específicas da civilização saxônica,

outra parte, em virtude de certas tradi

ciência com que se fez sentir no fim do

que, felizmente, não encontraram gua rida entre nós, criados que fomos à

século passado e no princípio deste o preconceito racial na grande República,

orientação dc uma tradição histórica

tais foram os inconvenientes dessa situa

proporção que diminuía a influência

promissoras, no sentido de que uma evo

problema ao seu significado primitivo. A verdade, entretanto, é que tais foram

ção, dizia eu, que, apoiado pelos gran des pensadores, pelos grandes escritores, pelos grandes professores, pelos grandes jornalistas, um movimento se formou,

gresso e fizesse adotar essa legislação salvadora e progressista.

As esperanças, que hoje desabrocham

tados Unidos uma série de preconceitos oriundos em parte de certo vício de raciocínio da teologia protestante; e, de

tupidez, pela brutalidade, pela incons-

período em que dominaram

apresso em dá-la. Devemos voltar ao clima que se es tabeleceu na República depois da Guer Como se sabe, essa

cessão não tinha conseguido extinguir.

insustentável.

sombra da Igreja Católica e debaixo da completamente diversa — dizia eu, nos Estados Unidos a situação, no particular^ não pode ser colocada em paralelo corn a nossa.

principalmente a partir da terceira dé

Eis porque não será possível que, nq Brasil, se esboce sequer, contra o projet

cada dêste século, com o objetivo de le

to que tive a honra de apresentar aos

var, finalmente, de vencida, debaixo da

meus caros colegas da .Câmara do|


líWiii ! Dígksto

l^cputad<is. a sombra de uiua reaváo scmcihanle a (pic nos Estadiís Unidos se fez sentir contra a lei de 1875.

_As acusuç-ões de demagogia, as acusa^•oes de eleitoralismo, as acusa<,-óe.s de exibicionismo não me intimidam, não me

-atemorizam, nem me constrangem. E.s-

"u ^®rt<) de que venho ao encontro das ° muitas vèzes, e dasimprk-isas aspíravõese ÇOnsciente.s, conscientes, muitas outras, de milhões

de_patne.os nossos da capital e do In-

EcoNóxnro

cios «• inmiilliacios pelo .ilisnrch» precon ceito ipii- o Estado \i)\o lentoii. mais

uma vez, estimular e fazer progredir no

buna d

Para'iunt

atabalhoada-

?

lmpro^■i.so da tri-

expôs cão

^

informe

vas nh-i

algumas mlssi-

pude

nidade significativas da oportu no . com o apoioeonveniênda do P Ujcto que, de tantos iluscer a consideração da Câmara. Rcee-

Os cafèzais no norte do Paraná

seio cias classes arniacla.s; recebi cartas

J. Testa

de a.spirantes à E.scola de Aeronáutica, clc aspirantes à Escola Nasal e de can-

(Chefe de Estatística e Publicidade da

Superintendência do Café)

(licialos ao Instituto Rio Branco do Mi-

nistcVio das Rclaç-cjcs Exteriores, cpie se encontraram emparedados, como dizia Cruz e Souza, com as portas da liberda

de- profissional, com as portas do acesso às suas carreiras fechadas diante dc si,

jicla hipocrisia clc medidas que não fi-

mentenr''''

|1 ■/

guracam nas leis, mas que constavam cie instruções resercadas. sercilmente

cumpridas por funcionários submissos; recebi cartas de clérigos, clc padres, de trabalhadores manuais e de homens do canqjo; recebi curtas cpie teria eu ver dadeira emoção em reler desta tribuna,

tal qual senti ao lé-las no recesso do meu gabinete. Se isto é ser demagogo, se isto é

desejo de agradar, com as lentojoulas da fantasia, o eleitorado da minha terra, Sr. Presidente; se interpretar tão since ramente, com tanta abundância dalma e

energia de convicçõc.s merece o apôdo de eleitoralista e de demagogo, então,

teríamos de mudar o significado das pa

A i.MENSA área c]uase Irapezoidal, bravia e fertilíssima do Norte do Pa

raná, limitada pelos rios Itararé. Paranapancma. Paraná e paralelo 24.°, aproxi madamente. não é, apemis, no momento,

a Meca cia cafcicultura nacional. Ê algo

mais do que isso, porque, graças tam bém aos

cereais e outros

produtos, c

ainda ao afluxo clc capitais trazidos por

uma corrente imigratória constante, o formada, cm grande parle, de pequenos ou grandes jjroprietários que \cncleram suas propriedades em outros pontos do País e para ali trouxeram os seus haveres (• a sua experiência, ela se tornou a zona de maior expansão, a mais clinànii-

ea do tôdas as que se desenvoKem cm território nacional.

Seu crescimento su

34.000.000 estaduais. Centenas de automó\eis e caminhões rodam dia e noi

te pela cidade. Há filas em toda par

te, inclusive nos guichês dos bancos. Qualquer incli\ídiio. com aparência, às

N êzes, de mendigo, tem alguns milhões de cruzeiros, e, o que e mais importan te, o que possui boje valerá, na certa, dez \èzes mais. amanhã. Há dezenas de hotéis, centenas de médicos e de acl\'ogados. Qualquer indústria ou av mércio, imediatamente depois de insta lada, progride seguramente. A 4.^^ Agência do Banco do Brasil, em todo o

País. está ali sediada.

Algumas deze

nas de caminhões, conduzindo mudan

ças, procedentes de todos os pontos do Brasil, passam diàriainente pela cidade.

pera, mesmo, todos os outros grandes

As moedas de 10 centavos c de 20 não

centros de potencialidade econômica e demográfica cpie já ti\emos, inckisi\e

netária inicial é a de 50 centavos. Vida

os da zona da Alta Paulista,

em São

têm curso no município; a unidade mo

cara, dinamismo, iniciativa, pletora. E'

país uma crise de caráter político, mas,

mineira de Ouro Preto, em Minas, e da

uma nova Califórnia, como a da era do pioneirismo nos Estados Unidos, com a diferença que, em Londrina e no Norte

que as palavras não tem mais o sentido

exploração da liévea, no Acre, em tem pos passados. Em pouco mais de vinte

café.

lavras do dicionário.

Não existe neste

simplesmente, crise de dicionário, por rpie os léxicos lhes atribuem.

Paulo, da região serrana do Rio Grande do Sul, na atualidade, ou os da região

anos, a cidade do

Londrina se tornou

uma espécie de Capital, e seu movimen to agrícola,

financeiro e demográfico,

(^xcedoii a tudo quanto se-poderia espe rar: 50.000 habitantes, 14 banco.s. 900

casas comerciais,

500 pequenas indús

trias, 400.000.000 de cruzeiro.s de pro

dução agrícola, 60.000.000 de cruzei ros de rendas públicas, sendo 11.000.000 municipai.s, 15.000.000 federais e . . . .

do Paraná, o ouro é representado pelo Em torno e além de Londrina, outras

numerosas cidades e centros de povoa mento brotaram do solo, como cogume

los, e estão nascendo continuamente: seus próprios nomes são sonoros como o .

retinír de um punhado de moedas dc ouro: Maringá, Mandaguari, Araponga.s, Rolàndia, Apucarana, Sertanópolis, M:irial\'a, Paranavaí. Cada uma delas nas

ce e cresce em apenas alguns anos. Ma-


líWiii ! Dígksto

l^cputad<is. a sombra de uiua reaváo scmcihanle a (pic nos Estadiís Unidos se fez sentir contra a lei de 1875.

_As acusuç-ões de demagogia, as acusa^•oes de eleitoralismo, as acusa<,-óe.s de exibicionismo não me intimidam, não me

-atemorizam, nem me constrangem. E.s-

"u ^®rt<) de que venho ao encontro das ° muitas vèzes, e dasimprk-isas aspíravõese ÇOnsciente.s, conscientes, muitas outras, de milhões

de_patne.os nossos da capital e do In-

EcoNóxnro

cios «• inmiilliacios pelo .ilisnrch» precon ceito ipii- o Estado \i)\o lentoii. mais

uma vez, estimular e fazer progredir no

buna d

Para'iunt

atabalhoada-

?

lmpro^■i.so da tri-

expôs cão

^

informe

vas nh-i

algumas mlssi-

pude

nidade significativas da oportu no . com o apoioeonveniênda do P Ujcto que, de tantos iluscer a consideração da Câmara. Rcee-

Os cafèzais no norte do Paraná

seio cias classes arniacla.s; recebi cartas

J. Testa

de a.spirantes à E.scola de Aeronáutica, clc aspirantes à Escola Nasal e de can-

(Chefe de Estatística e Publicidade da

Superintendência do Café)

(licialos ao Instituto Rio Branco do Mi-

nistcVio das Rclaç-cjcs Exteriores, cpie se encontraram emparedados, como dizia Cruz e Souza, com as portas da liberda

de- profissional, com as portas do acesso às suas carreiras fechadas diante dc si,

jicla hipocrisia clc medidas que não fi-

mentenr''''

|1 ■/

guracam nas leis, mas que constavam cie instruções resercadas. sercilmente

cumpridas por funcionários submissos; recebi cartas de clérigos, clc padres, de trabalhadores manuais e de homens do canqjo; recebi curtas cpie teria eu ver dadeira emoção em reler desta tribuna,

tal qual senti ao lé-las no recesso do meu gabinete. Se isto é ser demagogo, se isto é

desejo de agradar, com as lentojoulas da fantasia, o eleitorado da minha terra, Sr. Presidente; se interpretar tão since ramente, com tanta abundância dalma e

energia de convicçõc.s merece o apôdo de eleitoralista e de demagogo, então,

teríamos de mudar o significado das pa

A i.MENSA área c]uase Irapezoidal, bravia e fertilíssima do Norte do Pa

raná, limitada pelos rios Itararé. Paranapancma. Paraná e paralelo 24.°, aproxi madamente. não é, apemis, no momento,

a Meca cia cafcicultura nacional. Ê algo

mais do que isso, porque, graças tam bém aos

cereais e outros

produtos, c

ainda ao afluxo clc capitais trazidos por

uma corrente imigratória constante, o formada, cm grande parle, de pequenos ou grandes jjroprietários que \cncleram suas propriedades em outros pontos do País e para ali trouxeram os seus haveres (• a sua experiência, ela se tornou a zona de maior expansão, a mais clinànii-

ea do tôdas as que se desenvoKem cm território nacional.

Seu crescimento su

34.000.000 estaduais. Centenas de automó\eis e caminhões rodam dia e noi

te pela cidade. Há filas em toda par

te, inclusive nos guichês dos bancos. Qualquer incli\ídiio. com aparência, às

N êzes, de mendigo, tem alguns milhões de cruzeiros, e, o que e mais importan te, o que possui boje valerá, na certa, dez \èzes mais. amanhã. Há dezenas de hotéis, centenas de médicos e de acl\'ogados. Qualquer indústria ou av mércio, imediatamente depois de insta lada, progride seguramente. A 4.^^ Agência do Banco do Brasil, em todo o

País. está ali sediada.

Algumas deze

nas de caminhões, conduzindo mudan

ças, procedentes de todos os pontos do Brasil, passam diàriainente pela cidade.

pera, mesmo, todos os outros grandes

As moedas de 10 centavos c de 20 não

centros de potencialidade econômica e demográfica cpie já ti\emos, inckisi\e

netária inicial é a de 50 centavos. Vida

os da zona da Alta Paulista,

em São

têm curso no município; a unidade mo

cara, dinamismo, iniciativa, pletora. E'

país uma crise de caráter político, mas,

mineira de Ouro Preto, em Minas, e da

uma nova Califórnia, como a da era do pioneirismo nos Estados Unidos, com a diferença que, em Londrina e no Norte

que as palavras não tem mais o sentido

exploração da liévea, no Acre, em tem pos passados. Em pouco mais de vinte

café.

lavras do dicionário.

Não existe neste

simplesmente, crise de dicionário, por rpie os léxicos lhes atribuem.

Paulo, da região serrana do Rio Grande do Sul, na atualidade, ou os da região

anos, a cidade do

Londrina se tornou

uma espécie de Capital, e seu movimen to agrícola,

financeiro e demográfico,

(^xcedoii a tudo quanto se-poderia espe rar: 50.000 habitantes, 14 banco.s. 900

casas comerciais,

500 pequenas indús

trias, 400.000.000 de cruzeiro.s de pro

dução agrícola, 60.000.000 de cruzei ros de rendas públicas, sendo 11.000.000 municipai.s, 15.000.000 federais e . . . .

do Paraná, o ouro é representado pelo Em torno e além de Londrina, outras

numerosas cidades e centros de povoa mento brotaram do solo, como cogume

los, e estão nascendo continuamente: seus próprios nomes são sonoros como o .

retinír de um punhado de moedas dc ouro: Maringá, Mandaguari, Araponga.s, Rolàndia, Apucarana, Sertanópolis, M:irial\'a, Paranavaí. Cada uma delas nas

ce e cresce em apenas alguns anos. Ma-


IN [Ililll llJliP 96

Digesto Econômico

OiCESTo Econômico

97

ringá, por exemplo, nasceu cm 1947, E já possui 10.000 habitantes, 300 casas

alemães, gente de todos os qundrantes. empunhando machados c foices, seguran

Essa média, se aplicada a 120.000.000

comerciais, campo de aviação, socieda

do volantes de caminhões e dc automó

Doduzindo-se as 2.450.000 exportadas,

preços atuais e a especialização da mão-

vel, derrubando, queimando, plantando,

restariam 550.000 para o consumo in

de-obra que para ali aflui, quase tôdo

comprando, vendendo, lutando, dão um

ar de frenesi a tòcii a região. Esí:as le giões de gafanhotos já atingiram a bar

terno do Estado o dos limítrofe.s. o que talvez ainda seja muito, pois são todos êles bebedores de mate, preferencialmen

piores, ou algumas já velhas que, tam bém ali, começam a aparecer, são des

ranca do Paraná c, em Porto S. José,

te. Calculamos, pois, que o total exis

tinadas aos cereais, e.xceção feita do

pouco abai.xo da foz do Paranapancma, divisamos na margem um caminhão,

tente, em produção, no Norte do Para

período de formação, em que os pró

ná, não dc\crá exceder de 120.000.000

prios cafèzais são intercalados com ou

a 130.000.000 de cafeeiros.

tras culturas.

des esportivas, 23 escolas diversas, 3 hospitais, 4 bancos etc, Para 1950, a renda municipal está prevista cm 2.^00.000 cruzeiros e a estadual em . . •PW.GGQ. A Avenida Brasil tem 6 quiiometros de comprimento e 35 me

de cafeeiros,

tros de largura. Há dois bosques de 22 alqueires cada um, parte da primitisa procedente de Londrina, a cerca de 200 íloresta deixada intacta, que são os par quilômetros de distância. Em alguns ques da cidade. Dez milhões de cafeeiros ]á estão em produção e outros tun-

s estão sendo formados, cm Maringá. A estrada de ferro já lhe fica a t quilômetros, e irá atingir a

balança do Paraná. Várias cstradas de rodagem a põem em

comumcação com as regiões que demoram a leste e oeste. Por uma delas, a de Apucarana a Londnna, passam 1.200 veícu los cada 24 horas

-

Maringá

e.OGO.GGGdTrzTir'^^^^^^^^^ águas e esgôtos. que estão sendo inicia

cios para sedes de bancos. Põsto de Hi-

giene ruas sayteadas e cem meios-

fios, 50.000 habitantes, no município.

Aliás, todas as cifras relativas ao Nor te do Paraná são apenas provisórias. Elas não mudam em anos, mas em me

ses. Tem-se a impressão de que uma fiuvem de gafanhotos humanos se aba

teu íôbre a região; baianos, mineiros, paulistas, matogrossenses, goianos, cearense.s. italianos, japonêses, poloneses.

Haveria

uns 50.000.000 do novos (em 1949) c

pontos, a blitzkricg já transpôs, ate, o

grando

grande rio, mesmo porque todas as ter

plantação. Sc os serviços estatísticos,

ras da zona, de um c de outro lado, são rôxas, cncaroçaclas ou arenosas.

quantidade estava

e está em por mais

atualizados que sejam, sempre estão cm

Só no Norte do Paraná, na zo na das matas, atingem a cerca de 60.000 kin2 (2.400.000 al queires, dos quais 1.600.0000 misturadas e 800.000 puras). É quase um terço da superfície do Estado e corresponde a cerca de um quarto da de São Paulo. As úl timas informações, não oficiais, dão como plantados cerca de 500.000.000 de cafeeiros, dos quais cerca de 250.000.000 já em produção. Entre

alra.so com referência a um

momento

dado, imaginemos o que não acontece

destinada ao café, o que se e.xplica por vários fatores, entre os quais os bons afeita ã cultura cafecira. Só as terras

A reserva, exclusivamente para o ca fé, das terras apropriadas à cafeicultura, é, pois, um fato natural. Nesse ponto nem seria necessária uma legisla

ção apropriada, como se tem sugerido, e qne se destinasse, muito louvávelmente

a defender para o grande produto de

rá ao Paraná, cuja cultura cafecira está

nossa agricultura as melhores terras ain

em plena e inacreditável expansão. E' possível que já tenhamos algo mais de

da e.vistentes no País.

200 milhões de cafeeiros plantados, c

ou maior valor, a que se tem dado a necessária importância: é a defesa do solo contra os desgastes da erosão e das

pode-se prever que êsse número será acrescido

das, foram previstas em 8.000 000 quantia que muitos municípios vcllios tanto, essas cifras temo-las como exage nao conseguem para êsse serviço, cl radas, ã vista da produção cafecira do nasio Estadua , Escola Normal Modelo, Estado, em 1949. Calculada pelo De Parque Infantil, modernos e belos edifí

dá 3.000.000 de sacas.

substancialmente no futuro,

Há, todavia, outros aspecto, de igual

pois a zona apropriada para a cultura cafecira, com os seus 2.400.000 alquei res, poderá conter folgadamcnte um bi lhão de cafeeiros (a 2.000 pés por al

más práücas culturais. Muito embora os terrenos não sejam, em geral aci

queire), deduzidas as nacessárias áreas para outras culturas, zonas urbanas etc.

derao, dentro de nns 30 a 50 anos, produz,r os efeitos ja conhecidos em outros

dentados, a derribada inconsiderada das matas e o uso inadequado do solo po-

Seria um parque cafeeiro igual ao pau

pontes, como o Vale do Pa^íK.

partamento Nacional do Café em

lista, presentemente, e com uma produ

1.6S2.850 sacas (safra exportável)^ ela atingiu, segundo ós dados da Superin

ção evidentemente maior, dada a maior

daMa.aoSnldeMJrq:;s:l°d: o htntcriand paulista. Tudn n disser fizer Lssese„ti]:to mais. e principalmente em se ,erd:! sabendo

feracidade das terras virgens, o a me

tendência do Café do Paraná, a 2.445.408 sacas e, segundo o Ministé rio da Agricultura, a 135.879 toneladas

nor idade dos cafeeiros.

-7

que a onda verde dos cafèzais iá sobe *

H:

(2.264.000 sacas). Ora, é sabido que a produção média do Norte do Paraná, embora se registrem produções de até 300 arrobas por mil pés, é de cerca de 100 arrobas por mil pés, devido à exíslência de grande número de cafeeiros ainda novos, em comêço de produção.

Ao contrário do que se poderia su por, no Norte do Paraná as terras não

:A

Goiás, já desce opara Va! leambem do Riopara Doce. ja atravessa rio oPara ná, penetrando no planalto de Dourados, e ameaça até o interior paraense, às

são empregadas indistintamente em cul

margens do Tocantins, onde já se diz

turas cafeeiras, cerealíferas ou pecuária. A quase totalidade, principalmente na zona das terras roxas mais apuradas, é

existirem twas apropriadas à rubiácea. * * *


IN [Ililll llJliP 96

Digesto Econômico

OiCESTo Econômico

97

ringá, por exemplo, nasceu cm 1947, E já possui 10.000 habitantes, 300 casas

alemães, gente de todos os qundrantes. empunhando machados c foices, seguran

Essa média, se aplicada a 120.000.000

comerciais, campo de aviação, socieda

do volantes de caminhões e dc automó

Doduzindo-se as 2.450.000 exportadas,

preços atuais e a especialização da mão-

vel, derrubando, queimando, plantando,

restariam 550.000 para o consumo in

de-obra que para ali aflui, quase tôdo

comprando, vendendo, lutando, dão um

ar de frenesi a tòcii a região. Esí:as le giões de gafanhotos já atingiram a bar

terno do Estado o dos limítrofe.s. o que talvez ainda seja muito, pois são todos êles bebedores de mate, preferencialmen

piores, ou algumas já velhas que, tam bém ali, começam a aparecer, são des

ranca do Paraná c, em Porto S. José,

te. Calculamos, pois, que o total exis

tinadas aos cereais, e.xceção feita do

pouco abai.xo da foz do Paranapancma, divisamos na margem um caminhão,

tente, em produção, no Norte do Para

período de formação, em que os pró

ná, não dc\crá exceder de 120.000.000

prios cafèzais são intercalados com ou

a 130.000.000 de cafeeiros.

tras culturas.

des esportivas, 23 escolas diversas, 3 hospitais, 4 bancos etc, Para 1950, a renda municipal está prevista cm 2.^00.000 cruzeiros e a estadual em . . •PW.GGQ. A Avenida Brasil tem 6 quiiometros de comprimento e 35 me

de cafeeiros,

tros de largura. Há dois bosques de 22 alqueires cada um, parte da primitisa procedente de Londrina, a cerca de 200 íloresta deixada intacta, que são os par quilômetros de distância. Em alguns ques da cidade. Dez milhões de cafeeiros ]á estão em produção e outros tun-

s estão sendo formados, cm Maringá. A estrada de ferro já lhe fica a t quilômetros, e irá atingir a

balança do Paraná. Várias cstradas de rodagem a põem em

comumcação com as regiões que demoram a leste e oeste. Por uma delas, a de Apucarana a Londnna, passam 1.200 veícu los cada 24 horas

-

Maringá

e.OGO.GGGdTrzTir'^^^^^^^^^ águas e esgôtos. que estão sendo inicia

cios para sedes de bancos. Põsto de Hi-

giene ruas sayteadas e cem meios-

fios, 50.000 habitantes, no município.

Aliás, todas as cifras relativas ao Nor te do Paraná são apenas provisórias. Elas não mudam em anos, mas em me

ses. Tem-se a impressão de que uma fiuvem de gafanhotos humanos se aba

teu íôbre a região; baianos, mineiros, paulistas, matogrossenses, goianos, cearense.s. italianos, japonêses, poloneses.

Haveria

uns 50.000.000 do novos (em 1949) c

pontos, a blitzkricg já transpôs, ate, o

grando

grande rio, mesmo porque todas as ter

plantação. Sc os serviços estatísticos,

ras da zona, de um c de outro lado, são rôxas, cncaroçaclas ou arenosas.

quantidade estava

e está em por mais

atualizados que sejam, sempre estão cm

Só no Norte do Paraná, na zo na das matas, atingem a cerca de 60.000 kin2 (2.400.000 al queires, dos quais 1.600.0000 misturadas e 800.000 puras). É quase um terço da superfície do Estado e corresponde a cerca de um quarto da de São Paulo. As úl timas informações, não oficiais, dão como plantados cerca de 500.000.000 de cafeeiros, dos quais cerca de 250.000.000 já em produção. Entre

alra.so com referência a um

momento

dado, imaginemos o que não acontece

destinada ao café, o que se e.xplica por vários fatores, entre os quais os bons afeita ã cultura cafecira. Só as terras

A reserva, exclusivamente para o ca fé, das terras apropriadas à cafeicultura, é, pois, um fato natural. Nesse ponto nem seria necessária uma legisla

ção apropriada, como se tem sugerido, e qne se destinasse, muito louvávelmente

a defender para o grande produto de

rá ao Paraná, cuja cultura cafecira está

nossa agricultura as melhores terras ain

em plena e inacreditável expansão. E' possível que já tenhamos algo mais de

da e.vistentes no País.

200 milhões de cafeeiros plantados, c

ou maior valor, a que se tem dado a necessária importância: é a defesa do solo contra os desgastes da erosão e das

pode-se prever que êsse número será acrescido

das, foram previstas em 8.000 000 quantia que muitos municípios vcllios tanto, essas cifras temo-las como exage nao conseguem para êsse serviço, cl radas, ã vista da produção cafecira do nasio Estadua , Escola Normal Modelo, Estado, em 1949. Calculada pelo De Parque Infantil, modernos e belos edifí

dá 3.000.000 de sacas.

substancialmente no futuro,

Há, todavia, outros aspecto, de igual

pois a zona apropriada para a cultura cafecira, com os seus 2.400.000 alquei res, poderá conter folgadamcnte um bi lhão de cafeeiros (a 2.000 pés por al

más práücas culturais. Muito embora os terrenos não sejam, em geral aci

queire), deduzidas as nacessárias áreas para outras culturas, zonas urbanas etc.

derao, dentro de nns 30 a 50 anos, produz,r os efeitos ja conhecidos em outros

dentados, a derribada inconsiderada das matas e o uso inadequado do solo po-

Seria um parque cafeeiro igual ao pau

pontes, como o Vale do Pa^íK.

partamento Nacional do Café em

lista, presentemente, e com uma produ

1.6S2.850 sacas (safra exportável)^ ela atingiu, segundo ós dados da Superin

ção evidentemente maior, dada a maior

daMa.aoSnldeMJrq:;s:l°d: o htntcriand paulista. Tudn n disser fizer Lssese„ti]:to mais. e principalmente em se ,erd:! sabendo

feracidade das terras virgens, o a me

tendência do Café do Paraná, a 2.445.408 sacas e, segundo o Ministé rio da Agricultura, a 135.879 toneladas

nor idade dos cafeeiros.

-7

que a onda verde dos cafèzais iá sobe *

H:

(2.264.000 sacas). Ora, é sabido que a produção média do Norte do Paraná, embora se registrem produções de até 300 arrobas por mil pés, é de cerca de 100 arrobas por mil pés, devido à exíslência de grande número de cafeeiros ainda novos, em comêço de produção.

Ao contrário do que se poderia su por, no Norte do Paraná as terras não

:A

Goiás, já desce opara Va! leambem do Riopara Doce. ja atravessa rio oPara ná, penetrando no planalto de Dourados, e ameaça até o interior paraense, às

são empregadas indistintamente em cul

margens do Tocantins, onde já se diz

turas cafeeiras, cerealíferas ou pecuária. A quase totalidade, principalmente na zona das terras roxas mais apuradas, é

existirem twas apropriadas à rubiácea. * * *


Digesto

das vantagens

EcoKó^^co

..0 gtande perigo, no Norte do Para ná (também no centiò-sul paulista, po rém mais ainda ali) é a geada. Nunca seria demais que os cafèzais se alternas

alguma.s

atribuídas ao

sem com matas e, muito embora as dis

é posta em dúvida. Cada agricultor, ou, pelo menos, cada região, dcseria ter al

sombreamento podem .ser discutidas, a

que .se refere à proteção conferida pe las Arvores dc .sombra contra o frio não

cussões ainda perdurem relativamente ao sombreamento, seria de desejar que experiências se fizessem, ali, com o fim primordial de proteger os arbustos do café contra as ondas frias. De fato, se

guns milhares de cafeoiros sombreados, como experiência. :{i

:i<

ESTIMATIVAS DAS SAFRAS CAFEEIRAS NO BRASIL

{Cifras do D. N. C.)

SAFRAS EXPORTÂ\'EIS

Dicicsto Econômico

atingiu a 2.4-I5.408 sacas. Em expor-

Iam aumento nas safras exportáveis, acu

lavão. já o Paraná chegou ao segundo lugar, n() Brasil, entre os Estados ca-

sando todos os outros diminuição.

feciros, pois, embora produzindo ainda um tanto menos que o Estado dc MiiKís Gerais, exporta mais que aquele, graças

Embiirques de café do Paraná, desde 1920

a um menor consumo interno,

1920/21 ..

dado que a maior parte da população

1921/22 ..

111.000 114.000

do Estado con.some o mate. Paranaguá,

1922/23 ..

120.000

«pie está sendo guindado a porto eafeei-

1923/24 ..

K) de grande importância, já chegou a

1924/25 ..

«'.vportar num só mês (outubro de 1949) •32.5.22S sacas de café. Grande parte ch) produto descia, e ainda desce, em eaminbõc.s. até o porto, situação essa que vem sendo aliviada pela extensão da rè-

1925/26 .. ,

de ferroviária us zonas cafeeiras.

1926/27 ...

50.000 177.000 129.000

1927/28 ..

455.000

1928/29 ..

264.000

1929/30 ..

1930/31 .. 1931/32 ..

ESTADOS

íí!

1947

São Paulo ... Minas Gerais PARANA' .

Espírito Santo

Rio de Janeiro Bahia .... Pernambuco . Goiás ....

Mato Grosso .. Santa Catarina

8.282,300 3.469.900 2.004.000 1.905.500 538.100 250.000 167.000 70.000 —

Total

....

16.686.800

* * *

E' interessante acompanhar o desen

1948

9.570.2.50 2.442.520 1.796.250 1.060.000 398.900 167.000 70.000

1949

7.340.230 2.725.760 1 .662.850 1.805.280 449.450 200.000 120.000 90.000 20.050

15.754.920'

14.413.620

>•:

19.50

6.562.000 2.700.000 2.800.000 1.500.000 320.000 120.000

lÜO.OOü 80.000 •30.000 3.000

1932/33 .. 1933/34 .. 1934/35 ..

347.000 604.000 380.000 600.000 260.000 613.000

1'uhlicamos dois cpiadros, um reluti\o á produção do café paranaense, desde

1936/37 ..

547.000

1920, de acordo com os embarques efe

1937/38 ..

1.106.000

tuados, e outro referente às avaliações teitas pelo D. N. C., antes de cada sa

1938/39 ..

1939/40 ..

579.000 1.108.000 951.000

1935/36 ..

fra, e condizente com a prodiição expor

1940/41 ..'

tável. No segundo quadro, mostrando a posição das safras paranaenses em rela

1941/42 .. 1942/43 ..

ção aos demais Estados cafeeiros, é in

1943/44 ..

teressante assinalar que sòmente os no

1944/45 ..

vos Estados cafeeiros — Paraná, Goiás,'

1945/46 ..

Mato. Grosso e Santa Catarina — reve-

1946/47 ..

14.215.000

1.000.000. E, para 1950, já se fala em

3.000.000 de sacas. O progre.sso tem

sido tão considerável que excede às pre

volvimento das safras paranaenses. Há

visões: para 1949 o D." N. C. cafcu-

trinta anos, em 1920, elas iam pouco

lou a safra exportável no vizinho Esta

além de 100.000 sacas. Dez anos mais

do, em 1.662.850 sacas e, conforme vi

tarde, em 1930, passavam de 300.000 síieas. Em 1940 já atingiam a cerca dc

dência do Café daquele E.stadu, ela

mos acima, pelos dados da Superinten

'uj ■


Digesto

das vantagens

EcoKó^^co

..0 gtande perigo, no Norte do Para ná (também no centiò-sul paulista, po rém mais ainda ali) é a geada. Nunca seria demais que os cafèzais se alternas

alguma.s

atribuídas ao

sem com matas e, muito embora as dis

é posta em dúvida. Cada agricultor, ou, pelo menos, cada região, dcseria ter al

sombreamento podem .ser discutidas, a

que .se refere à proteção conferida pe las Arvores dc .sombra contra o frio não

cussões ainda perdurem relativamente ao sombreamento, seria de desejar que experiências se fizessem, ali, com o fim primordial de proteger os arbustos do café contra as ondas frias. De fato, se

guns milhares de cafeoiros sombreados, como experiência. :{i

:i<

ESTIMATIVAS DAS SAFRAS CAFEEIRAS NO BRASIL

{Cifras do D. N. C.)

SAFRAS EXPORTÂ\'EIS

Dicicsto Econômico

atingiu a 2.4-I5.408 sacas. Em expor-

Iam aumento nas safras exportáveis, acu

lavão. já o Paraná chegou ao segundo lugar, n() Brasil, entre os Estados ca-

sando todos os outros diminuição.

feciros, pois, embora produzindo ainda um tanto menos que o Estado dc MiiKís Gerais, exporta mais que aquele, graças

Embiirques de café do Paraná, desde 1920

a um menor consumo interno,

1920/21 ..

dado que a maior parte da população

1921/22 ..

111.000 114.000

do Estado con.some o mate. Paranaguá,

1922/23 ..

120.000

«pie está sendo guindado a porto eafeei-

1923/24 ..

K) de grande importância, já chegou a

1924/25 ..

«'.vportar num só mês (outubro de 1949) •32.5.22S sacas de café. Grande parte ch) produto descia, e ainda desce, em eaminbõc.s. até o porto, situação essa que vem sendo aliviada pela extensão da rè-

1925/26 .. ,

de ferroviária us zonas cafeeiras.

1926/27 ...

50.000 177.000 129.000

1927/28 ..

455.000

1928/29 ..

264.000

1929/30 ..

1930/31 .. 1931/32 ..

ESTADOS

íí!

1947

São Paulo ... Minas Gerais PARANA' .

Espírito Santo

Rio de Janeiro Bahia .... Pernambuco . Goiás ....

Mato Grosso .. Santa Catarina

8.282,300 3.469.900 2.004.000 1.905.500 538.100 250.000 167.000 70.000 —

Total

....

16.686.800

* * *

E' interessante acompanhar o desen

1948

9.570.2.50 2.442.520 1.796.250 1.060.000 398.900 167.000 70.000

1949

7.340.230 2.725.760 1 .662.850 1.805.280 449.450 200.000 120.000 90.000 20.050

15.754.920'

14.413.620

>•:

19.50

6.562.000 2.700.000 2.800.000 1.500.000 320.000 120.000

lÜO.OOü 80.000 •30.000 3.000

1932/33 .. 1933/34 .. 1934/35 ..

347.000 604.000 380.000 600.000 260.000 613.000

1'uhlicamos dois cpiadros, um reluti\o á produção do café paranaense, desde

1936/37 ..

547.000

1920, de acordo com os embarques efe

1937/38 ..

1.106.000

tuados, e outro referente às avaliações teitas pelo D. N. C., antes de cada sa

1938/39 ..

1939/40 ..

579.000 1.108.000 951.000

1935/36 ..

fra, e condizente com a prodiição expor

1940/41 ..'

tável. No segundo quadro, mostrando a posição das safras paranaenses em rela

1941/42 .. 1942/43 ..

ção aos demais Estados cafeeiros, é in

1943/44 ..

teressante assinalar que sòmente os no

1944/45 ..

vos Estados cafeeiros — Paraná, Goiás,'

1945/46 ..

Mato. Grosso e Santa Catarina — reve-

1946/47 ..

14.215.000

1.000.000. E, para 1950, já se fala em

3.000.000 de sacas. O progre.sso tem

sido tão considerável que excede às pre

volvimento das safras paranaenses. Há

visões: para 1949 o D." N. C. cafcu-

trinta anos, em 1920, elas iam pouco

lou a safra exportável no vizinho Esta

além de 100.000 sacas. Dez anos mais

do, em 1.662.850 sacas e, conforme vi

tarde, em 1930, passavam de 300.000 síieas. Em 1940 já atingiam a cerca dc

dência do Café daquele E.stadu, ela

mos acima, pelos dados da Superinten

'uj ■


V

OS

JUROS A

AOS

Dicesto

Vi

DEPOSIT ANTES

ECONOMIA

quanto que os grandes bancos passarão a contar com vultosos depósitos. A conseqüência não parece .ser justa

NACIONAL

José Luiz de Almeida NocuEinA Poivio providência constante da "Instru

ção" n. 34 da Superintendência da

Moeda e do Crédito, limitando o juro

que é lícito aos bancos pagarem aos depositantes, tem provocado manifestações contraditórias sôbre seus efeitos prová veis.

Enquanto alguns entendem que a li mitação do juro é uma providência ne cessária para evitar a concorrência que

EcoNÓ^aco

nomia ficará privado de crédito — caro, ó verdade, mas ao menos possível — se os pequenos estabelecimentos bancários

Em primeiro lugar porque, como o

\-icrcm a desaparecer. Essa é uma conseqüência provibel e

conceito c a tradição só se conquistam

que parece indicar a inconveniência da

e nem conveniente.

Ora, cada vez mais a preferência do

101

público SC dirige para as vantagens ime

com o tempo, os pequenos bancos fica

medida adotada pela Superintendência

diatas, relegando para um plano .secun dário pequenas diferenças de garantia que considera mais de ordem psicológi

rão impossibilitados de se expandirem e

da Moeda e do Crédito.

se c.slancará o interesse pela fundação de no\'as empresas bancárias.

ca do que reais. A instabilidade do valor da moeda, a

Em segundo lugar porque, sendo re duzido o número de banco."?, detentores

Vejamos, agora, as possíveis repercus sões da medida no que

do quase monopólio das operaçüe.s, mais fá

que, normalmente, são cobrados dos

mudança dc mentalidade trazida pela guerra, o exemplo do sucesso de empre endimentos arriscados e a dú\ ida quan to ao futuro, são fatores que contribuem para interessar o público mais pelos pro veitos imediatos do que por uma segu

exigências, taxas de ju

o hábito do banco e êsse é um dos fatôres

oi^tes, outros afirmam que a medida pocle ter como conseqüência a fuga de

rança um tanto aleatória.

ro elevadas, condições

que dificultam a for

Essa circunstância tem feito com que

os pequenos bancos e casas bancárias fa zem aos grandes estabelecimentos nesse

setor, e para permitír redução dos juros

capitais dos estabelecimentos bancários e sua aplicação, de preferência, em in versões mais rendosas.

O problema, pelas várias nuanças de

araraS,.

do/bancot

Dois_ fatôres atraem os capitais para

os depósitos em estabelecimentos bancános: a segurança que oferecem e as van tagens que proporcionam.

No momentt) atual, os grandes e tra dicionais estabelecimentos bancários

oferecem uma sensação maior de segu rança ao grande público, mas, em com pensação, pagam a depositantes e cor-

rentistas juros inferiores aos proporciona dos pelos bancos e estabelecimentos no vos, necessitados de formarem clientela.

cil será o entendimen to entre óles no senti do de uniformizarem

diz respeito ao conjun to dos depósitos. O brasileiro não tem

para concessão do cré

mação interna de capi tais.

minhe para os pequenos bancos, propor-

dito, tudo, evidente mente, em detrimento

cíonadores de melhores juros, cm detri

da clientela.

mento dos grandes estabelecimentos ban

Finalmente, porque são os pequenos ban

tos de maior vulto. As pequenas poupanças

um volume maior de depósitos se enca

cários.

O cheque só é

utilizado nos pagamen

são conservadas em es

Eliminada, por lei, a vantagem que os pequenos bancos podem oferecer, fica

cos que, normalmente,

pécie. Daí a necessi

atendem ás necessida

dade de um incentivo

rão eles em posição de inferioridade, pois era justamente essa vantagem que compensava a tradição, o conceito, as

des do crédito popular.

ao depósito em banco,

Os grandes estabeleci

e incentivo melhor não

mentos

existe do que o juro

reservas enormes, os nomes conhecidos

inacessíveis ao público.

que são outros tantos fatôres a atrair os capitais para os grandes estabelecimen

Sua organização é demasiado complexa, o que obriga a um controle excessiva mente rigoroso das operações; não se

Em mais de uma oportunidade têm as classes produtoras do País apontado,

Desequilibrada, assim, a balança, de

interessam por pequenos investimentos e

capitais no Brasil e do alto preço do di

duaT uma: ou as poupanças individuais passam a se aplicar em outros setores da economia — possibilidade que mais

empréstimos, e, em resumo, operam

nheiro, as deficiências de nossa legisla ção-bancária e a elevada percentagem

trito de grandes agricultores, industriais

de entesouramento que se verifica, no-

adiante iserá focalizada — ou se encami

e comerciantes. O sitiante, o artezão e

tadamente nas zonas rurais.

nham para os grandes bancos.

o pequeno comerciante, assim como o

Não será lícito admitir-se que, com a

particular, que eventualmente necessita

redução da taxa dos juros de depósitos o contas correntes, menor será, ainda, o

tos bancários.

Nesta última hipótese,

des ou, na melhor das hipóteses, ficarão reduzidos a pequenas proporções, en-

são

dentro de um círculo relativamente res

os pequenos

bancos terão de encerrar suas ativida

bancários

>

de financiamento,

ficam excluídos do

âmbito de suas operações.

Ora, todo êsse enorme setor da eco-

L

alto.

como uma das causas da deficiência de

interêsse do público por essas operações? A resposta afirmativa parece lógica.


V

OS

JUROS A

AOS

Dicesto

Vi

DEPOSIT ANTES

ECONOMIA

quanto que os grandes bancos passarão a contar com vultosos depósitos. A conseqüência não parece .ser justa

NACIONAL

José Luiz de Almeida NocuEinA Poivio providência constante da "Instru

ção" n. 34 da Superintendência da

Moeda e do Crédito, limitando o juro

que é lícito aos bancos pagarem aos depositantes, tem provocado manifestações contraditórias sôbre seus efeitos prová veis.

Enquanto alguns entendem que a li mitação do juro é uma providência ne cessária para evitar a concorrência que

EcoNÓ^aco

nomia ficará privado de crédito — caro, ó verdade, mas ao menos possível — se os pequenos estabelecimentos bancários

Em primeiro lugar porque, como o

\-icrcm a desaparecer. Essa é uma conseqüência provibel e

conceito c a tradição só se conquistam

que parece indicar a inconveniência da

e nem conveniente.

Ora, cada vez mais a preferência do

101

público SC dirige para as vantagens ime

com o tempo, os pequenos bancos fica

medida adotada pela Superintendência

diatas, relegando para um plano .secun dário pequenas diferenças de garantia que considera mais de ordem psicológi

rão impossibilitados de se expandirem e

da Moeda e do Crédito.

se c.slancará o interesse pela fundação de no\'as empresas bancárias.

ca do que reais. A instabilidade do valor da moeda, a

Em segundo lugar porque, sendo re duzido o número de banco."?, detentores

Vejamos, agora, as possíveis repercus sões da medida no que

do quase monopólio das operaçüe.s, mais fá

que, normalmente, são cobrados dos

mudança dc mentalidade trazida pela guerra, o exemplo do sucesso de empre endimentos arriscados e a dú\ ida quan to ao futuro, são fatores que contribuem para interessar o público mais pelos pro veitos imediatos do que por uma segu

exigências, taxas de ju

o hábito do banco e êsse é um dos fatôres

oi^tes, outros afirmam que a medida pocle ter como conseqüência a fuga de

rança um tanto aleatória.

ro elevadas, condições

que dificultam a for

Essa circunstância tem feito com que

os pequenos bancos e casas bancárias fa zem aos grandes estabelecimentos nesse

setor, e para permitír redução dos juros

capitais dos estabelecimentos bancários e sua aplicação, de preferência, em in versões mais rendosas.

O problema, pelas várias nuanças de

araraS,.

do/bancot

Dois_ fatôres atraem os capitais para

os depósitos em estabelecimentos bancános: a segurança que oferecem e as van tagens que proporcionam.

No momentt) atual, os grandes e tra dicionais estabelecimentos bancários

oferecem uma sensação maior de segu rança ao grande público, mas, em com pensação, pagam a depositantes e cor-

rentistas juros inferiores aos proporciona dos pelos bancos e estabelecimentos no vos, necessitados de formarem clientela.

cil será o entendimen to entre óles no senti do de uniformizarem

diz respeito ao conjun to dos depósitos. O brasileiro não tem

para concessão do cré

mação interna de capi tais.

minhe para os pequenos bancos, propor-

dito, tudo, evidente mente, em detrimento

cíonadores de melhores juros, cm detri

da clientela.

mento dos grandes estabelecimentos ban

Finalmente, porque são os pequenos ban

tos de maior vulto. As pequenas poupanças

um volume maior de depósitos se enca

cários.

O cheque só é

utilizado nos pagamen

são conservadas em es

Eliminada, por lei, a vantagem que os pequenos bancos podem oferecer, fica

cos que, normalmente,

pécie. Daí a necessi

atendem ás necessida

dade de um incentivo

rão eles em posição de inferioridade, pois era justamente essa vantagem que compensava a tradição, o conceito, as

des do crédito popular.

ao depósito em banco,

Os grandes estabeleci

e incentivo melhor não

mentos

existe do que o juro

reservas enormes, os nomes conhecidos

inacessíveis ao público.

que são outros tantos fatôres a atrair os capitais para os grandes estabelecimen

Sua organização é demasiado complexa, o que obriga a um controle excessiva mente rigoroso das operações; não se

Em mais de uma oportunidade têm as classes produtoras do País apontado,

Desequilibrada, assim, a balança, de

interessam por pequenos investimentos e

capitais no Brasil e do alto preço do di

duaT uma: ou as poupanças individuais passam a se aplicar em outros setores da economia — possibilidade que mais

empréstimos, e, em resumo, operam

nheiro, as deficiências de nossa legisla ção-bancária e a elevada percentagem

trito de grandes agricultores, industriais

de entesouramento que se verifica, no-

adiante iserá focalizada — ou se encami

e comerciantes. O sitiante, o artezão e

tadamente nas zonas rurais.

nham para os grandes bancos.

o pequeno comerciante, assim como o

Não será lícito admitir-se que, com a

particular, que eventualmente necessita

redução da taxa dos juros de depósitos o contas correntes, menor será, ainda, o

tos bancários.

Nesta última hipótese,

des ou, na melhor das hipóteses, ficarão reduzidos a pequenas proporções, en-

são

dentro de um círculo relativamente res

os pequenos

bancos terão de encerrar suas ativida

bancários

>

de financiamento,

ficam excluídos do

âmbito de suas operações.

Ora, todo êsse enorme setor da eco-

L

alto.

como uma das causas da deficiência de

interêsse do público por essas operações? A resposta afirmativa parece lógica.


DcokíjTc) EcoNÒMixrít)

102

Ora, é desnecessário insistir sôbre as

la Superintendência da Nfocda c do Cré-

vantagens que representa para a econo-

naia nacional a concentração das peque

dilo icrá como c<>nsc(|uència fazer bni.\ar a (a.xa de juro norinalmcnlc cxibra-

nas poupanças individuais nos bancos.

da de .scu.s clientes pelos bancos.

Cada parcela, de "per si", representa, apenas, possibilidades de consumo. So

madas, constituem uma possibilidade de

produção. Pois os bancos, justamente, são organismos econômicos incumbidos

dessa tarefa — atrair e concentrar as re servas individuais e transformá-las em

que o juro é alto, só contido pelo limite

Por outro lado. não c de se prever, ao contrário, que haja qualquer redução nas taxas de juros cobradas pelos bancos

mais baixo que operará o milagre do fa

resultado a menor oferta de dinheiro e, consequentemente,

a elevação de seu

preço.

Portanto, limitando-se o juro pago aos depositantes mas conser\'ando-se a mes

ma taxa máxima iDermissívcl nas aplica ções, está a Superintendência, simples mente, aumentando a margem de lucro

pósito das poupanças individuais em es-

dos bancos. Reduz o preço de custo do

tabeiccimentos bancários.

dinheiro, mas conserva o. de venda. Providência dessa ordem seria acon-

ceW^nm™ ceber um juro tao módico,1 ternreterirl de re •selhável apenas na hipótese em que a situação dos bancos estivesse a indicar impossibilidade de atenderem às des —ar espécie o seu dinheií que tiveremempoupanças vultosas preferiOs apesas gerais com o lucro bruto que au-

te negociáveis.

Parece, assim, que, de modo geral, haverá menor interôsse nos depósito.s, protelando-se, por conseguinte, a execu ção de uma política econômica tendente a habituar o povo ao uso dos bancos. Vejamos, finalmente, se é \eidadeira

H alegação de que a medida adotada pe

carteliziição da alixidade ban

cação dos títulos públicos e atrair os depósitos para o Banco do Brasil e as Caixas Econômicas, prática que, na épo

xas dos juros pagos aos depositantes, como acima ficou dito, pode trazer como

outros valores mais rendosos e fácilmen-

e)

de lucro désses

aumento das dificuldades à formação de

itulos públicos proporcionam mais cie 2% de juro ao ano; em que os emprés timos com garantia reai oferecem o mú•omo de juro permitido em iei; em que

rão mvesh-ias em títulos púbifeos ou

estabelecimentos.

A.ssim sendo, dada a notória escassez de capitais existente do Brasil, claro está

Ingenuidade seria imaginar-se o c-ontrário, mesmo porque a redução das ta

a VI ta sem imite, é desestímuiar o de

comerciantes:

([ue, além de atender aos interêsses dos grandes bancos, é o de facilitar a colo

e, com um juro compensador.

vadas - iiimtar-sB o juro que pode ser nm máicimo de ao ano, nos depósitos

aumentará a margem

d) dcscstímulo ao depósito e à utili zação dos bancos, com o conseqüente

zer cair as taxas de juro.

pago aos depositantes e correntístas a

nos financiamentos que fazem. Apenas

mento para o.s pequenos produtores e

ção da procura c da oferta clc capitais, preço que é do aluguel do dinheiro.

Para atraí-las deverão, porém, ace nar-lhes com vantagens palpáveis, isto

oferecem bases de lucro ainda mais elc-

maiores dificuldades de financia

103

O verdadeiro objetivo da medida não foi declarado. Mas, é lícito admitir-se

fator da produção.

os investimentos comerciais e industriais

h)

EcoNÓNnco

cária ;

O juro está, evidenlcnicntc, em fun

imposto pela lei, e não .será o seu custo

Em um país a)mo o nosso, cm que os

Digesto

lerem, mas os balanços dôsses estabele

cimentos indicam, ao contrário, que sua situação c próspera e que estão propor cionando

lucros satisfatórios

aos seus

acionistas.

Em resumo: a determinação da Su perintendência da Moeda e do Crédito

pode ter as seguintes conseqüências; fl) desaparecimento dos pequenos bancos e dificuldade na fundação de no vos estabelecimentos bancários; ' .1 .''Uá#

capitais.

ca

atual, não é das

lháveis.

mais aconse


DcokíjTc) EcoNÒMixrít)

102

Ora, é desnecessário insistir sôbre as

la Superintendência da Nfocda c do Cré-

vantagens que representa para a econo-

naia nacional a concentração das peque

dilo icrá como c<>nsc(|uència fazer bni.\ar a (a.xa de juro norinalmcnlc cxibra-

nas poupanças individuais nos bancos.

da de .scu.s clientes pelos bancos.

Cada parcela, de "per si", representa, apenas, possibilidades de consumo. So

madas, constituem uma possibilidade de

produção. Pois os bancos, justamente, são organismos econômicos incumbidos

dessa tarefa — atrair e concentrar as re servas individuais e transformá-las em

que o juro é alto, só contido pelo limite

Por outro lado. não c de se prever, ao contrário, que haja qualquer redução nas taxas de juros cobradas pelos bancos

mais baixo que operará o milagre do fa

resultado a menor oferta de dinheiro e, consequentemente,

a elevação de seu

preço.

Portanto, limitando-se o juro pago aos depositantes mas conser\'ando-se a mes

ma taxa máxima iDermissívcl nas aplica ções, está a Superintendência, simples mente, aumentando a margem de lucro

pósito das poupanças individuais em es-

dos bancos. Reduz o preço de custo do

tabeiccimentos bancários.

dinheiro, mas conserva o. de venda. Providência dessa ordem seria acon-

ceW^nm™ ceber um juro tao módico,1 ternreterirl de re •selhável apenas na hipótese em que a situação dos bancos estivesse a indicar impossibilidade de atenderem às des —ar espécie o seu dinheií que tiveremempoupanças vultosas preferiOs apesas gerais com o lucro bruto que au-

te negociáveis.

Parece, assim, que, de modo geral, haverá menor interôsse nos depósito.s, protelando-se, por conseguinte, a execu ção de uma política econômica tendente a habituar o povo ao uso dos bancos. Vejamos, finalmente, se é \eidadeira

H alegação de que a medida adotada pe

carteliziição da alixidade ban

cação dos títulos públicos e atrair os depósitos para o Banco do Brasil e as Caixas Econômicas, prática que, na épo

xas dos juros pagos aos depositantes, como acima ficou dito, pode trazer como

outros valores mais rendosos e fácilmen-

e)

de lucro désses

aumento das dificuldades à formação de

itulos públicos proporcionam mais cie 2% de juro ao ano; em que os emprés timos com garantia reai oferecem o mú•omo de juro permitido em iei; em que

rão mvesh-ias em títulos púbifeos ou

estabelecimentos.

A.ssim sendo, dada a notória escassez de capitais existente do Brasil, claro está

Ingenuidade seria imaginar-se o c-ontrário, mesmo porque a redução das ta

a VI ta sem imite, é desestímuiar o de

comerciantes:

([ue, além de atender aos interêsses dos grandes bancos, é o de facilitar a colo

e, com um juro compensador.

vadas - iiimtar-sB o juro que pode ser nm máicimo de ao ano, nos depósitos

aumentará a margem

d) dcscstímulo ao depósito e à utili zação dos bancos, com o conseqüente

zer cair as taxas de juro.

pago aos depositantes e correntístas a

nos financiamentos que fazem. Apenas

mento para o.s pequenos produtores e

ção da procura c da oferta clc capitais, preço que é do aluguel do dinheiro.

Para atraí-las deverão, porém, ace nar-lhes com vantagens palpáveis, isto

oferecem bases de lucro ainda mais elc-

maiores dificuldades de financia

103

O verdadeiro objetivo da medida não foi declarado. Mas, é lícito admitir-se

fator da produção.

os investimentos comerciais e industriais

h)

EcoNÓNnco

cária ;

O juro está, evidenlcnicntc, em fun

imposto pela lei, e não .será o seu custo

Em um país a)mo o nosso, cm que os

Digesto

lerem, mas os balanços dôsses estabele

cimentos indicam, ao contrário, que sua situação c próspera e que estão propor cionando

lucros satisfatórios

aos seus

acionistas.

Em resumo: a determinação da Su perintendência da Moeda e do Crédito

pode ter as seguintes conseqüências; fl) desaparecimento dos pequenos bancos e dificuldade na fundação de no vos estabelecimentos bancários; ' .1 .''Uá#

capitais.

ca

atual, não é das

lháveis.

mais aconse


IVT^ "«.'U-

A

DiCESTO

Abrem-se novas perspectivas à mineracAO nacional de mangan«>s

105

ECONÓbacO

de Paiva, autoridade nacional cm ques-

da importância da "Bethlehcm Slcel Cor-

lões de núncralogia o cujos estudos têm sido muitas vezes comentados.

poration", que já chegou a um acòrJo com um grupo brasileiro, estando tam-

Em fins dc fevereiro do corrente ano, bém interessado no negócio o Banco Incalculava-se T"* reservas ato então temacional, que concederá um eniprés-

Gehaux) o. Banaskíwitz

descobertas se elevavam a 3.900.000 to-

tin,o de 35 milhões de dólares à com-

O relatório do sr. Van Doormick é o

ncladas dc manganês à superfície. Cal- p^nhia conoessionária da exploração des-

mais completo de todos o.s que os téc nicos estrangeiros submeteram às suas

culava-se que, a cada metro de profun-

do o caboclo Mario da Cruz levou ao

governo do território, que acabava de

companhias e aos organismos governa

se instalar, um bloco de minério cinzento que, na sua opinião, deveria ser chumbo.

mentais brasileiros.

a história do manganês do É RECENTE Amapá. Começa ela em 1941, quan

O bloco foi enviado ao Rio de Ja neiro, a fim de ser examinado na Di

porém, sobre a e.xtcnsão das resen-as, se

a ser remetido ao Governo Federal não

mostram

estará pronto antes dc 1951.

conservadoras.

_ j

Entrementes, contudo, novas jazidas fo

j.

, 1

Agricultura, que concluiu tratar-se de

excelente minério de manganês, com 54% de teor metálico. Para o'local foram

Por parte dos norte-americanos, dois

enviados técnicos federais que, após

especialistas participaram dos trabalhos

porte até os portos do Amazonas, bao,

pesquisas mais ou menos superficiais, emitiram a opinião de que as jazidas

dc prospecção. O primeiro é o sr. M. C.

Lake, da "Hanna Corporation", que,

sobretudo, suficientemente grandes para interessar pelo assunto uma companhia

í

estado de guena em que se achava o

Pais impediu, entretanto, que fossem

levadas mais além as pesquisas. Mas, um geólogo a serviço do Governo Fe

deral, o sr. Ackermann, residente em

Belém, realizou excursões periódicas ao no Amapari, fornecendo às autoridades

alguns pormenores a respeito. Entrementes, propagava-se além de nossas fronteiras a noticia da existência

do procurado metal na região setentrio nal do Brasil, e técnicos começaram a dirigir-se para lá, a fim de examinar as

jazidas. Entre esses técnicos figurou o holandês sr. Van Doormick, ligado á companhia de navegação "Shcll^ôc Van Ommeren Scheepvaatshedrijf N. V.", es pecializada no transporte de petróleo e minério. Essa companhia achava-se, e ainda se acha, interessada em competi ção com a "Moore Mac Cormack" e a

"Bocth Line", para figurar como futura transportadora do manganês do Amapá.

,

aliás, há muitos anos trabalha no Ter

te delas recebeu o nome de "Chumbo",

-j

A

.

osr.

•. i

(em toneladas)

609.000

43.000

"Clemente"

456.000

"íuracv"

55.000

"Baixio" "Bacelar" "Antunes" "Park"

90.000 77.000 184.000 40.000

"Caução"

;•

161.000

"Macaco"

Estados Unidos.

Deve-se mencionar também o traba lho do sr. V. Leiz, técnico a serviço do Governo Federal, e que resumiu suas

,

num trabalho publicado nos Anais da

136.000

"Presépio"

362.000

"De Paiva" "Gruta"

182.000 117.000

"Cordovil"

estimativas sobre as reservas do Amapá

c

A riqueza das diferentes jazidas des cobertas na região foi assim estimada:

"Janot"

minerais já descobertos no Brasil, em especial os do Minas Gerais e de Corum bá, tendo publicado, sobre cada um dêles, uma monografia. Passam ôsses trabalhos por ser documentos sérios, que servem de base de informação para as grandes companhias siderúrgicas dos

j

Reserva-í estimadas

"Chumbo" ■ ,4

_

o mmeno ali ex.stente.

local:

dc ferro. Outro é o sr. J. C. Door, do

,

simplesmente em virtude do fato lá ^ x* • j citado acima: o sr. Mano da Cruz, seu cv l t. descobridor, pensou que tosse chumbo . .. ,

Denominação do

ritório do Amapá à procura de minérios "United Geological Survcy". Êste úl timo conhece todos os outros depósitos

.

^ agora descobertas recedenominações que lembram, o as personalidades liga-

Podc-sc dizer, contudo, que as reser-

ram descobertas, estimando-se as reser vas em 19.500.000 toneladas.

deveriam ser relativamente extensas. O

®

das à sua descoberta. A mais iinportan-

r- • r i.^ vas la aprovadas sao suficientemente •> ^ . ,.r. . - j extensas para lustificar a construção de ^ 1 .. uma estrada de ferro para o seu trans-

visão de Mineração do Ministério da

4 • •r

mil toneladas. As pesquisas a respeito ainda não terminaram e o relatório final

Suas estimativas,

e.xcessivãmente

ga riqueza mineral,

dldadc, SC poderiam extrair mais 181

;

78.000

"Fritz"

912.000

"Curaça" "Padeiro"

91.000 -217.000

Academia Brasileira de Ciências, tomo 3.810.000

XX, n.° 2, 1948, sob o título: "Estudo

genético do minério de manganês da

Examinemos agora a situação da "Bethiehem Steel" na exploração da.s jazidas de manganês do Amapá, em colaboração com um grupo brasileiro.

Terra dos Navios".

Mas a direção dos trabalhos de inspe ção das pesquisas naquele Território lem cabido diretamente ao sr. Glycon ■•«Ai.

. ..iHinnM

iTi

A 1.° de junho último foi publicado um decreto autorizando o govêmo do Território do Amapá a rever o contrato de concessão de dezembro de 1947.


IVT^ "«.'U-

A

DiCESTO

Abrem-se novas perspectivas à mineracAO nacional de mangan«>s

105

ECONÓbacO

de Paiva, autoridade nacional cm ques-

da importância da "Bethlehcm Slcel Cor-

lões de núncralogia o cujos estudos têm sido muitas vezes comentados.

poration", que já chegou a um acòrJo com um grupo brasileiro, estando tam-

Em fins dc fevereiro do corrente ano, bém interessado no negócio o Banco Incalculava-se T"* reservas ato então temacional, que concederá um eniprés-

Gehaux) o. Banaskíwitz

descobertas se elevavam a 3.900.000 to-

tin,o de 35 milhões de dólares à com-

O relatório do sr. Van Doormick é o

ncladas dc manganês à superfície. Cal- p^nhia conoessionária da exploração des-

mais completo de todos o.s que os téc nicos estrangeiros submeteram às suas

culava-se que, a cada metro de profun-

do o caboclo Mario da Cruz levou ao

governo do território, que acabava de

companhias e aos organismos governa

se instalar, um bloco de minério cinzento que, na sua opinião, deveria ser chumbo.

mentais brasileiros.

a história do manganês do É RECENTE Amapá. Começa ela em 1941, quan

O bloco foi enviado ao Rio de Ja neiro, a fim de ser examinado na Di

porém, sobre a e.xtcnsão das resen-as, se

a ser remetido ao Governo Federal não

mostram

estará pronto antes dc 1951.

conservadoras.

_ j

Entrementes, contudo, novas jazidas fo

j.

, 1

Agricultura, que concluiu tratar-se de

excelente minério de manganês, com 54% de teor metálico. Para o'local foram

Por parte dos norte-americanos, dois

enviados técnicos federais que, após

especialistas participaram dos trabalhos

porte até os portos do Amazonas, bao,

pesquisas mais ou menos superficiais, emitiram a opinião de que as jazidas

dc prospecção. O primeiro é o sr. M. C.

Lake, da "Hanna Corporation", que,

sobretudo, suficientemente grandes para interessar pelo assunto uma companhia

í

estado de guena em que se achava o

Pais impediu, entretanto, que fossem

levadas mais além as pesquisas. Mas, um geólogo a serviço do Governo Fe

deral, o sr. Ackermann, residente em

Belém, realizou excursões periódicas ao no Amapari, fornecendo às autoridades

alguns pormenores a respeito. Entrementes, propagava-se além de nossas fronteiras a noticia da existência

do procurado metal na região setentrio nal do Brasil, e técnicos começaram a dirigir-se para lá, a fim de examinar as

jazidas. Entre esses técnicos figurou o holandês sr. Van Doormick, ligado á companhia de navegação "Shcll^ôc Van Ommeren Scheepvaatshedrijf N. V.", es pecializada no transporte de petróleo e minério. Essa companhia achava-se, e ainda se acha, interessada em competi ção com a "Moore Mac Cormack" e a

"Bocth Line", para figurar como futura transportadora do manganês do Amapá.

,

aliás, há muitos anos trabalha no Ter

te delas recebeu o nome de "Chumbo",

-j

A

.

osr.

•. i

(em toneladas)

609.000

43.000

"Clemente"

456.000

"íuracv"

55.000

"Baixio" "Bacelar" "Antunes" "Park"

90.000 77.000 184.000 40.000

"Caução"

;•

161.000

"Macaco"

Estados Unidos.

Deve-se mencionar também o traba lho do sr. V. Leiz, técnico a serviço do Governo Federal, e que resumiu suas

,

num trabalho publicado nos Anais da

136.000

"Presépio"

362.000

"De Paiva" "Gruta"

182.000 117.000

"Cordovil"

estimativas sobre as reservas do Amapá

c

A riqueza das diferentes jazidas des cobertas na região foi assim estimada:

"Janot"

minerais já descobertos no Brasil, em especial os do Minas Gerais e de Corum bá, tendo publicado, sobre cada um dêles, uma monografia. Passam ôsses trabalhos por ser documentos sérios, que servem de base de informação para as grandes companhias siderúrgicas dos

j

Reserva-í estimadas

"Chumbo" ■ ,4

_

o mmeno ali ex.stente.

local:

dc ferro. Outro é o sr. J. C. Door, do

,

simplesmente em virtude do fato lá ^ x* • j citado acima: o sr. Mano da Cruz, seu cv l t. descobridor, pensou que tosse chumbo . .. ,

Denominação do

ritório do Amapá à procura de minérios "United Geological Survcy". Êste úl timo conhece todos os outros depósitos

.

^ agora descobertas recedenominações que lembram, o as personalidades liga-

Podc-sc dizer, contudo, que as reser-

ram descobertas, estimando-se as reser vas em 19.500.000 toneladas.

deveriam ser relativamente extensas. O

®

das à sua descoberta. A mais iinportan-

r- • r i.^ vas la aprovadas sao suficientemente •> ^ . ,.r. . - j extensas para lustificar a construção de ^ 1 .. uma estrada de ferro para o seu trans-

visão de Mineração do Ministério da

4 • •r

mil toneladas. As pesquisas a respeito ainda não terminaram e o relatório final

Suas estimativas,

e.xcessivãmente

ga riqueza mineral,

dldadc, SC poderiam extrair mais 181

;

78.000

"Fritz"

912.000

"Curaça" "Padeiro"

91.000 -217.000

Academia Brasileira de Ciências, tomo 3.810.000

XX, n.° 2, 1948, sob o título: "Estudo

genético do minério de manganês da

Examinemos agora a situação da "Bethiehem Steel" na exploração da.s jazidas de manganês do Amapá, em colaboração com um grupo brasileiro.

Terra dos Navios".

Mas a direção dos trabalhos de inspe ção das pesquisas naquele Território lem cabido diretamente ao sr. Glycon ■•«Ai.

. ..iHinnM

iTi

A 1.° de junho último foi publicado um decreto autorizando o govêmo do Território do Amapá a rever o contrato de concessão de dezembro de 1947.


lOfl í^ír.i;sro

Èsse contrato foi comentado pela revista Forcign Commerce Wcekly", de Waqíialíficoii de ciiriosõ. .. y decreto a °que nos referimos vem.

porein, acompanhado de uma minuta

que indica as principais modificações a mn^Wcontr;Uo. éDcssas modificações, a mais importante a que

d^vl

d" Amapá

sileírnc

^ brasileiros; aos bra-

I'!roNÓMic(f"

107

Djcksto Ec:<)Nómk;o

desta cláusula pode anular os efeitos que se visava com a primeira.

clarecimento da forma por (pie se pro

trato, porém, que esse transporte não deverá acarretar prejuízos à companhia. Infelizmente, ésso ponto não ficou bem esclarecido, dc modo que não se sabe

cessará a exploração dos minérios.

-se os eventuais "dcficits" serão cobertos

minério

caçâo d<' Mia zona <!<• trabalho, ofcre-

(«•ndo também à administração federal

Iodos os clemenlo-s indi.sjjen.sávcis ao es Quase tudo dependerá da determina

ção do \o]unie das rcscrsas. .Se os de pósitos forem superiores a 10 miliuães de toneladas, a companhia construirá nina estrada de ferro de 220 cpiilòmetros de extensão para o tran.sporte do produto

Rcscrcos mundiais do precioso

pelo governo do Território do Amapá,

Por pouco conhecida que seja a com

ou se, no caso dc haver prejuízos, a

posição da crosta terrestre, dela se tem,

c-onipanhia poderá limitar o referido

ein determinados casos particulares, co nhecimento bem aprofundado. Das ja

transporte. Inúmeros são os inleiè.sses do Territó

zidas de manganês cios Estados Unidos.

rio do Amapá iwr esse contrato, que po derá contribuir para o progresso de vasta

^^semblélas da conipanbia c reservas não se ele\arein a ésse solunie a conipanbia estudar a forma dr«l Ir.""" seuso deverá Pelos novos "'"da'o., dispositivos, niais econômica de transportar a maté • ficar I^epúhlica poderá modl- ria-prima.' O mínimo da exportação de niangaapós pormenorizado exa me das circunstancias. Segundo, porém tôdas as probabilida^ ' n(\s deverá ser de 20 mil toneladas

o de limitado valor comercial.

zona setentrional atualmente abandona

efeito, as pi-ocluç-óes de Butte (Montn-

da c esquecida. A companhia |xidcrá,

na), Betesville (ArJcansa.s), Virgínia, Tennessec e Geórgia cobrem, quando muito. 10% do consumo da .siderurgia

des, será eliminada

neração.

■ P'^^t6ncerá também o direito de

ao.s portos do rio Amazonas.

Se as

hnç-1

realmente, se bem orientada, atrair tra

balhadores para o l^erritório do Amapá, além de ali aplicar vultosos capitais na montagem dos equipamentos para a mi

jx)r exemplo. Ela.s são pouco numerosas Com

norte-americana, não se prestando muito

Isto, no ca.so m-iis de.sfavorável. Se as jazidas . contiverem 5 milhões de toneladas,

benéficos efeitos (lue poderão advir da construção do referido caminlio de ferro. Além disso, há, finalmente, a assinalar,

bem para a fabricação do "spicgeleisen" ou de ferro-manganês. O produto nor te-americano é utilizado principalmente na fabricação de pilhas sêcas. Nesse particular, portanto, a siderurgia ianque

passar pelo crivo das

as exportações de\e-

a "royalty" que caberá ao Tcnitório.

depende quase inteiramente de forneci

discussões parlamen

rão ser de 50 mil to

de 4% do valor "foli" do manganês

mentos estrangeiros.

tares, por.ocasião dos

debates em tômo do pedido de autoriza

neladas anuais. Se forem maiores as -re

exportado. Essa taxa não representará menos de 15 cruzeiros por tonelada ex

res dê.sse minério eram também os seus

servas, a

ção para que o Go-

poderá ascender até a

ção mudou.

vôrno ofereça as ga

500 mil toneladas por

portada de minério de teor metálico su perior a 44%. Nas circunstáneias atuais,

nítr do E.vecutiv<. do ^hefe quando o contrato

exportação

rantias solicitadas pêlo

ano. Essas são as es

Banco

timativas

Internacional

para o empréstimo a

ser concedido ,à nova empresa.

O prazo da con

cessão para a explo ração das jazidas do

mais

Há, ademais, a acentuar, os

representaria 16 cruzeiros por tonelada exportada.

<>i|.

Uma cláusula especial determina à

A estrada de ferro

a ser construída pela

companhia a obrigação de aplicar no Território do Amapá pelo menos 20% dc.s lucros líquidos que obtiver na mi

companhia deverá re

neração.

mistas.

servar vagões em nú

Pouco clara.no.s pareceu uma estipu-

Antes da guerra os maiores produto maiores e.xportadores. Depois, a situa Com as jazidas de Chia-

turi (Geórgia) e Nikopol (perto do Mar Negro), a Rús.sia conta com os maiores depósitos de manganês do mundo. O primeiro campo tem a extensão dc 75

quilômetros quadrados e o segundo 10 quilômetros quadrado.s. com. camadas de manganês de e.spessura variável mas. em geral, considerável. Segue-se, em ordem de importância, a riqueza do subsolo das índias. As jazidas, que se caracterizam ali por ca

láção que diz textualmente: "A com

Amapá .doyerj'«;: sí;r de cinqüenta anos. A concessão refere-.se ao território com preendido entremos rip!5'Amapari e Àra-

mero .suficiente para o tran.sixirte, aos por tos do Amazonas, de pelo menos 100.000

toneladas anuais, de outros j^iodutos do -

madas muito finas e esparsas, estendem-

guari. Até dezeiTibro de 1952 a compánhia deverá "informar p Govêriiõ .sôbre a extensão das ja?idas e .sòbre â démar-

do Amazonas, para o interior do Terri tório, de outra.s 100 mil toneladas de mercadorias de importação. Diz o '•on-

rio de manganês até o total de suas ne cessidades, aos preç-os do mercado. . . respeitados

metros. entre as cidades de Baroda e

Amapá, e para o tran.sporte, dos port<ys

panhia SQ compromete a abastecer a in dústria nacional consumidora de miné

os compromissos contrata

dos com terceiros".

Ora, (S evidente , que a segunda parte

se pela imensa superfície de 1.100 quilô Calcutá.

O terceiro produtov c a .África. Dis-


lOfl í^ír.i;sro

Èsse contrato foi comentado pela revista Forcign Commerce Wcekly", de Waqíialíficoii de ciiriosõ. .. y decreto a °que nos referimos vem.

porein, acompanhado de uma minuta

que indica as principais modificações a mn^Wcontr;Uo. éDcssas modificações, a mais importante a que

d^vl

d" Amapá

sileírnc

^ brasileiros; aos bra-

I'!roNÓMic(f"

107

Djcksto Ec:<)Nómk;o

desta cláusula pode anular os efeitos que se visava com a primeira.

clarecimento da forma por (pie se pro

trato, porém, que esse transporte não deverá acarretar prejuízos à companhia. Infelizmente, ésso ponto não ficou bem esclarecido, dc modo que não se sabe

cessará a exploração dos minérios.

-se os eventuais "dcficits" serão cobertos

minério

caçâo d<' Mia zona <!<• trabalho, ofcre-

(«•ndo também à administração federal

Iodos os clemenlo-s indi.sjjen.sávcis ao es Quase tudo dependerá da determina

ção do \o]unie das rcscrsas. .Se os de pósitos forem superiores a 10 miliuães de toneladas, a companhia construirá nina estrada de ferro de 220 cpiilòmetros de extensão para o tran.sporte do produto

Rcscrcos mundiais do precioso

pelo governo do Território do Amapá,

Por pouco conhecida que seja a com

ou se, no caso dc haver prejuízos, a

posição da crosta terrestre, dela se tem,

c-onipanhia poderá limitar o referido

ein determinados casos particulares, co nhecimento bem aprofundado. Das ja

transporte. Inúmeros são os inleiè.sses do Territó

zidas de manganês cios Estados Unidos.

rio do Amapá iwr esse contrato, que po derá contribuir para o progresso de vasta

^^semblélas da conipanbia c reservas não se ele\arein a ésse solunie a conipanbia estudar a forma dr«l Ir.""" seuso deverá Pelos novos "'"da'o., dispositivos, niais econômica de transportar a maté • ficar I^epúhlica poderá modl- ria-prima.' O mínimo da exportação de niangaapós pormenorizado exa me das circunstancias. Segundo, porém tôdas as probabilida^ ' n(\s deverá ser de 20 mil toneladas

o de limitado valor comercial.

zona setentrional atualmente abandona

efeito, as pi-ocluç-óes de Butte (Montn-

da c esquecida. A companhia |xidcrá,

na), Betesville (ArJcansa.s), Virgínia, Tennessec e Geórgia cobrem, quando muito. 10% do consumo da .siderurgia

des, será eliminada

neração.

■ P'^^t6ncerá também o direito de

ao.s portos do rio Amazonas.

Se as

hnç-1

realmente, se bem orientada, atrair tra

balhadores para o l^erritório do Amapá, além de ali aplicar vultosos capitais na montagem dos equipamentos para a mi

jx)r exemplo. Ela.s são pouco numerosas Com

norte-americana, não se prestando muito

Isto, no ca.so m-iis de.sfavorável. Se as jazidas . contiverem 5 milhões de toneladas,

benéficos efeitos (lue poderão advir da construção do referido caminlio de ferro. Além disso, há, finalmente, a assinalar,

bem para a fabricação do "spicgeleisen" ou de ferro-manganês. O produto nor te-americano é utilizado principalmente na fabricação de pilhas sêcas. Nesse particular, portanto, a siderurgia ianque

passar pelo crivo das

as exportações de\e-

a "royalty" que caberá ao Tcnitório.

depende quase inteiramente de forneci

discussões parlamen

rão ser de 50 mil to

de 4% do valor "foli" do manganês

mentos estrangeiros.

tares, por.ocasião dos

debates em tômo do pedido de autoriza

neladas anuais. Se forem maiores as -re

exportado. Essa taxa não representará menos de 15 cruzeiros por tonelada ex

res dê.sse minério eram também os seus

servas, a

ção para que o Go-

poderá ascender até a

ção mudou.

vôrno ofereça as ga

500 mil toneladas por

portada de minério de teor metálico su perior a 44%. Nas circunstáneias atuais,

nítr do E.vecutiv<. do ^hefe quando o contrato

exportação

rantias solicitadas pêlo

ano. Essas são as es

Banco

timativas

Internacional

para o empréstimo a

ser concedido ,à nova empresa.

O prazo da con

cessão para a explo ração das jazidas do

mais

Há, ademais, a acentuar, os

representaria 16 cruzeiros por tonelada exportada.

<>i|.

Uma cláusula especial determina à

A estrada de ferro

a ser construída pela

companhia a obrigação de aplicar no Território do Amapá pelo menos 20% dc.s lucros líquidos que obtiver na mi

companhia deverá re

neração.

mistas.

servar vagões em nú

Pouco clara.no.s pareceu uma estipu-

Antes da guerra os maiores produto maiores e.xportadores. Depois, a situa Com as jazidas de Chia-

turi (Geórgia) e Nikopol (perto do Mar Negro), a Rús.sia conta com os maiores depósitos de manganês do mundo. O primeiro campo tem a extensão dc 75

quilômetros quadrados e o segundo 10 quilômetros quadrado.s. com. camadas de manganês de e.spessura variável mas. em geral, considerável. Segue-se, em ordem de importância, a riqueza do subsolo das índias. As jazidas, que se caracterizam ali por ca

láção que diz textualmente: "A com

Amapá .doyerj'«;: sí;r de cinqüenta anos. A concessão refere-.se ao território com preendido entremos rip!5'Amapari e Àra-

mero .suficiente para o tran.sixirte, aos por tos do Amazonas, de pelo menos 100.000

toneladas anuais, de outros j^iodutos do -

madas muito finas e esparsas, estendem-

guari. Até dezeiTibro de 1952 a compánhia deverá "informar p Govêriiõ .sôbre a extensão das ja?idas e .sòbre â démar-

do Amazonas, para o interior do Terri tório, de outra.s 100 mil toneladas de mercadorias de importação. Diz o '•on-

rio de manganês até o total de suas ne cessidades, aos preç-os do mercado. . . respeitados

metros. entre as cidades de Baroda e

Amapá, e para o tran.sporte, dos port<ys

panhia SQ compromete a abastecer a in dústria nacional consumidora de miné

os compromissos contrata

dos com terceiros".

Ora, (S evidente , que a segunda parte

se pela imensa superfície de 1.100 quilô Calcutá.

O terceiro produtov c a .África. Dis-


Dicesto Econômico

108

tinguem-se, em primeiro lugar, os cen

Steel Corporation". A grande empresa

tros de mineração da Costa do Ouro,

norte-americana age no Estado central sob o nome de Companhia Meridional

onde a exploração se encontra em mãos da "Norvegian Eletric Fumacen Com-

OlGESTO

ECONÓNnCO

do valor dêsse minério, que figura cm segundo lugar, logo após o urânio, na lista das matérias-primas estratégicas.

téria-prima são de frágil estrutura eco*

nómica, nada tendo feito até agora em defesa dos seus interesses, como o fize ram, por exemplo, os produtores de esta-

do Mineração o opera no Morro da Mi na, perto de Conselheiro Lafayctte, li

Por esse motivo,

pany", que representa, apesar de seu nome, interesses norte-americanos.

gado aos portos do Rio c de Angra dos

ção, destacando-se entre eles a Rússia,

Reis pela Central do Brasil e pela Rêde

cujü.s fornecimentos aos Estados Unidos

cas norte-americanas e européias têm

Mineira de Viação.

cairam radicalmente cm 1949.

interesses diretos nas zonas produtoras do minério, tendo conseguido, até ago

Na

África do Sul, perto de Postasburgo, en contram-se outras jazidas,

atualmente

exploradas pela "American Manganese Company Ltd", que reúne capitais in gleses e norte-americanos.

Os campos do Morro da Mina, como O.S dc Água Preta, cncontram-se, contu

Importações uortc-ainericonas dc manganês (Em porcentagem do total)

do, cm fase de e.xaustão e, a menos que Dentre os importantes centros de pro Se confirmem as novas descobertas per dução potencial e real, pode-se citar, to de Saúde, no Vale do Rio Doce, ci pro finalmente, Cuba, onde, depois de 1936. dução de Minas Gerais não poderá mais a "Cuban American Manganese Corpo- alimentar durante muito tempo a side raHon", subsidiária da "Freeport Sulphur Company". dos Estados Unidos,

obteve concessão para a exploração das jazidas existentes. Essa companhia con

centra seus esforços no aproveitamento das reservas das minas do Oriente, saendo-se, porém, da existência de outras

rurgia nacional.

certeza, para os outros depósitos.

. Entre as mais modestas jazidas conhec.das figuram .s de Corr.d Quemad.,, no Chile, as do Saône e do Loire, na Fran-

BRASIL Chile

11,4% 0,9%

9,6% 0,5%

dados sobre ^s exportações de três anos

0,2%

0,3%

as e.xportações flutuam de um extremo

10,6%

23,6%

2,7%

3,9%

ao outro. O Brasil, por exemplo, em tempos de prosperidade da siderurgia norte-americana, chegou a exportar 289 mil toneladas anuais; em tempos de cri-

portantes do mundo. A concessão pa

JFilipinas

ra a exploração da jazida de Urucum. situada a 18 quilômetros de Corumbá

índia Marrocos Francês . . . México

URSS

0,8%

0,9% 27,3% 0,1%

4,9%-

3,8%

-se, também da siderurgia americana, es sa cxjiortação caiu a 21 mil toneladas.

34,3%

5,2%

Ma.s', vejamos a estatística :

Como se vê, a participação russa nu

nas, de 34,3% a 5,2%.

Mas essa flutua

ser, tão cedo, o.xportado para os Estado.s Unidos. O negócio da exploração das jazidas do Amapá demonstra que o Es tado faz, às vezes, no Brasil, concessões

ção não quer dizer que, futuramente, aquele país limite suas vendas aos mer

tão generosas que o.s particulares só di ficilmente poderão acompanhá-lo nesse

corrente ano, voltaram a aumentar as

das exportações provém dos países ci

terreno. . .

sivelmente, a Rússia deseja, dêsse modo.

tados anteriormente e do.. . Brasil Em nosso país as jazidas encontramso em Minas Gerais, em Corumbá e no Território do Amapá. Em fase de ex

.1 situação do manganês nos mercadou;

J, l a de Zerbmsa, na Grécia.Alemanha, Mas èssese

depósitos nao apresentam importância

para os mercados mundiais. O gros.so

ploração encontram-se apenas os depó sitos de Minas Gerais, onde se abaste cem, principalmente, a ■ Companhia Si derúrgica Nacional e a "United States

cados internacionais. Revelam, aliás, as estatísticas, que, a partir de março do

exportações para os Estados Unidos. Vi

é

influir nos mercados internacionais, fa zendo scutir

mundiais

típicos: 1929, 1932 e 1938. Vê-se que

16,7% —

abastecimento da siderurgia norte-ame ricana caiu, no espaço de um ano ape

\idar que o minério de Urucum possa

ra, manter em \'erdadeiro estado de cri

se as atividades exploradoras dessa ma téria-prima, evitando assim a elevação dc suas colações. Encontramos prova disso na estatística abaixo, que reúne

1949 0,5%

Costa do Ouro

chegar até agora a um acôrdo, 6 de du-

As principais companhias siderúrgi

1948 0,2%

Cuba

americanas. Mas como não se pôde

nho e outros metais.

País dc origem Angola

Congo Belga

Os depósitos de Corumbá são, indis cutivelmente, os mais importantes do Brasil e colocam-se entre os mais im

jazidas, embora menos ricas, nas regiões foi dada a um grupo brasileiro — Jafetde Havana, Pinar dei Rio, Camaguey e — que há dois anos se encon Las Vilas. A medida que se esgota Chamma tra em negociações com empresas norte-

rem as minas do Oriente, a atenção da empresa exploradora se voltará, com

muitos países adota

ram medidas restritivas de sua exporta

sua fôrça como a maior

Exportações mundiais de manganês (Em milhares de toneladas) Püí.çes de reduzido

consumo prê-piio

1929

Brasil Cuba Costa do Ouro . . .

289 8 408

21 19 51

135 120 a24

705

91

.579

Total

1932 1938

Países de consumo

próprio maioi- '

produtora mundial de manganês. E* interessante obser\'ar que a relati

índia

964

302

649

URSS

886

409

354

produtores jnundiais de manganês con

va raridade do manganês não tem con

Outros

133

85

510

somem apenas

tribuído para aumentar, como .seria de esperar, o seu preço nos. mercados mun diais. Isso se dá porque a maior parte dos países produtores da preciosa ma

Com exceção da Rússia, o.s grandes pequena parle de sua

produção, encaminhando o restante pa ra os mercados externos.

Atualmente,

porém,^ todos estão conscientes do gran-

Total

1.983

796 1.513

Total geral

2.688

887 2.092


Dicesto Econômico

108

tinguem-se, em primeiro lugar, os cen

Steel Corporation". A grande empresa

tros de mineração da Costa do Ouro,

norte-americana age no Estado central sob o nome de Companhia Meridional

onde a exploração se encontra em mãos da "Norvegian Eletric Fumacen Com-

OlGESTO

ECONÓNnCO

do valor dêsse minério, que figura cm segundo lugar, logo após o urânio, na lista das matérias-primas estratégicas.

téria-prima são de frágil estrutura eco*

nómica, nada tendo feito até agora em defesa dos seus interesses, como o fize ram, por exemplo, os produtores de esta-

do Mineração o opera no Morro da Mi na, perto de Conselheiro Lafayctte, li

Por esse motivo,

pany", que representa, apesar de seu nome, interesses norte-americanos.

gado aos portos do Rio c de Angra dos

ção, destacando-se entre eles a Rússia,

Reis pela Central do Brasil e pela Rêde

cujü.s fornecimentos aos Estados Unidos

cas norte-americanas e européias têm

Mineira de Viação.

cairam radicalmente cm 1949.

interesses diretos nas zonas produtoras do minério, tendo conseguido, até ago

Na

África do Sul, perto de Postasburgo, en contram-se outras jazidas,

atualmente

exploradas pela "American Manganese Company Ltd", que reúne capitais in gleses e norte-americanos.

Os campos do Morro da Mina, como O.S dc Água Preta, cncontram-se, contu

Importações uortc-ainericonas dc manganês (Em porcentagem do total)

do, cm fase de e.xaustão e, a menos que Dentre os importantes centros de pro Se confirmem as novas descobertas per dução potencial e real, pode-se citar, to de Saúde, no Vale do Rio Doce, ci pro finalmente, Cuba, onde, depois de 1936. dução de Minas Gerais não poderá mais a "Cuban American Manganese Corpo- alimentar durante muito tempo a side raHon", subsidiária da "Freeport Sulphur Company". dos Estados Unidos,

obteve concessão para a exploração das jazidas existentes. Essa companhia con

centra seus esforços no aproveitamento das reservas das minas do Oriente, saendo-se, porém, da existência de outras

rurgia nacional.

certeza, para os outros depósitos.

. Entre as mais modestas jazidas conhec.das figuram .s de Corr.d Quemad.,, no Chile, as do Saône e do Loire, na Fran-

BRASIL Chile

11,4% 0,9%

9,6% 0,5%

dados sobre ^s exportações de três anos

0,2%

0,3%

as e.xportações flutuam de um extremo

10,6%

23,6%

2,7%

3,9%

ao outro. O Brasil, por exemplo, em tempos de prosperidade da siderurgia norte-americana, chegou a exportar 289 mil toneladas anuais; em tempos de cri-

portantes do mundo. A concessão pa

JFilipinas

ra a exploração da jazida de Urucum. situada a 18 quilômetros de Corumbá

índia Marrocos Francês . . . México

URSS

0,8%

0,9% 27,3% 0,1%

4,9%-

3,8%

-se, também da siderurgia americana, es sa cxjiortação caiu a 21 mil toneladas.

34,3%

5,2%

Ma.s', vejamos a estatística :

Como se vê, a participação russa nu

nas, de 34,3% a 5,2%.

Mas essa flutua

ser, tão cedo, o.xportado para os Estado.s Unidos. O negócio da exploração das jazidas do Amapá demonstra que o Es tado faz, às vezes, no Brasil, concessões

ção não quer dizer que, futuramente, aquele país limite suas vendas aos mer

tão generosas que o.s particulares só di ficilmente poderão acompanhá-lo nesse

corrente ano, voltaram a aumentar as

das exportações provém dos países ci

terreno. . .

sivelmente, a Rússia deseja, dêsse modo.

tados anteriormente e do.. . Brasil Em nosso país as jazidas encontramso em Minas Gerais, em Corumbá e no Território do Amapá. Em fase de ex

.1 situação do manganês nos mercadou;

J, l a de Zerbmsa, na Grécia.Alemanha, Mas èssese

depósitos nao apresentam importância

para os mercados mundiais. O gros.so

ploração encontram-se apenas os depó sitos de Minas Gerais, onde se abaste cem, principalmente, a ■ Companhia Si derúrgica Nacional e a "United States

cados internacionais. Revelam, aliás, as estatísticas, que, a partir de março do

exportações para os Estados Unidos. Vi

é

influir nos mercados internacionais, fa zendo scutir

mundiais

típicos: 1929, 1932 e 1938. Vê-se que

16,7% —

abastecimento da siderurgia norte-ame ricana caiu, no espaço de um ano ape

\idar que o minério de Urucum possa

ra, manter em \'erdadeiro estado de cri

se as atividades exploradoras dessa ma téria-prima, evitando assim a elevação dc suas colações. Encontramos prova disso na estatística abaixo, que reúne

1949 0,5%

Costa do Ouro

chegar até agora a um acôrdo, 6 de du-

As principais companhias siderúrgi

1948 0,2%

Cuba

americanas. Mas como não se pôde

nho e outros metais.

País dc origem Angola

Congo Belga

Os depósitos de Corumbá são, indis cutivelmente, os mais importantes do Brasil e colocam-se entre os mais im

jazidas, embora menos ricas, nas regiões foi dada a um grupo brasileiro — Jafetde Havana, Pinar dei Rio, Camaguey e — que há dois anos se encon Las Vilas. A medida que se esgota Chamma tra em negociações com empresas norte-

rem as minas do Oriente, a atenção da empresa exploradora se voltará, com

muitos países adota

ram medidas restritivas de sua exporta

sua fôrça como a maior

Exportações mundiais de manganês (Em milhares de toneladas) Püí.çes de reduzido

consumo prê-piio

1929

Brasil Cuba Costa do Ouro . . .

289 8 408

21 19 51

135 120 a24

705

91

.579

Total

1932 1938

Países de consumo

próprio maioi- '

produtora mundial de manganês. E* interessante obser\'ar que a relati

índia

964

302

649

URSS

886

409

354

produtores jnundiais de manganês con

va raridade do manganês não tem con

Outros

133

85

510

somem apenas

tribuído para aumentar, como .seria de esperar, o seu preço nos. mercados mun diais. Isso se dá porque a maior parte dos países produtores da preciosa ma

Com exceção da Rússia, o.s grandes pequena parle de sua

produção, encaminhando o restante pa ra os mercados externos.

Atualmente,

porém,^ todos estão conscientes do gran-

Total

1.983

796 1.513

Total geral

2.688

887 2.092


110

Digksto

Essas flutuações exercem efeitos da

nosos sôbre a economia dos países exlX)rtadores, que sofrem assim as conse

qüências de verdadeiras crises, ao pas so q^ue são ínfimos os prejuízos dos paí ses importadores, que, aos primeiros si nais de alta, limitam suas compras de manganês.

E' preciso termos bem na lembrança esses fatos, no momento em que nos preparamos para comercializar as rescr\as minerais brasileiras.

Eci»n6>»íco

SC sabe sc élc exprínu- o pónto cic \ista governamental sôbro a (pics^tão. otj sc c.stá, simplesmente, emitindo sua opinião pessoal a respeito. .Mas o Congresso Nacional terá dentro em breve de exa

minar o assunto, quando dos debates em

torno da garantiu governamental ao em préstimo do Banco Internacional à com

panhia concessionária da exploração do manganês do Amapá, e então, tal\e/, tenhamos, finalmente, por sua iniciativa,

um delincamonto da política brasileira

A utilidade de uma justa política de mineração

de mineração.

A produção nacional de car\ão, inIciramcnte consumida pelo mercado in terno. demonstra um índice de cresci

mílTn" do consumo mtemo e °adaptá-lo às possibilidades da

mento muito regular. Com essa regu laridade contrastam as flutuações da ex

DiCfcusfo

h.i:i>NÓMiro

cisa li\iur-se. o ipiauto atiles, do mal de depender exclusixamonle dos merca dos externos. O cíuitrato firmado entre a

ICOMI e a "Bcthlehoni Stcel Corjwration" prc\'ê. é x-ercladc, que a poderosa companhia

norte-americana

ab.sorxTrá,

ton acaba dr permitir que ti.s produtores ianques M-ndani seus minérios por pre ços 25"' .superiores aos vigorantes nos mercado.s mundiais. O objetivo dessa concessão é estimular a produção norteaUrericana, a qual não cobre, porém,

se necessário, tòda a produção, o que

mais de lOí? das necessidades do consu

e\itará flnttiações na extração. Mas is

mo da sidenirgia dos Estados Unidos. •

so só se tornou possível porqtie a e.xploração do manganês do .Amapá não irá, na melhor das hipóteses, além cie 500 mil toneladas anuais.

A referida esti-

pulação constitui uina noxiclade no gê nero, pois a mesma "Bethlehem SteeI", exploradora dos minérios de ferro do

Chile, não ofereceu á República andina

Outrora, quando èsse país depen dia menos da importação dèsse mi nério, gravava o manganês com a taxa aduaneira de 1 centavo jxir librapêso. Cuba gozava, nesse particular, de tratamento preferencial, pois seu miné rio entrava nos Estados Unidos isento

de taxas alfandegárias. O minério bra sileiro era gra\ado com a taxa de 1/2

garantia alguma de que manterá, em qualquer circunstância, em plena ativi

centavo por libra-i>è.so. Mais tarde, po rem, tòda a importação foi isenta de ta-^

tração de manganês, minério cujo con

dade a mineração, podendo, pois, confor

iazifc mmenus mi P^as - eiscomercialização as premissas das d.-

sumo interno é ainda insignificante <• cuja produção está síijelta, portanto, à.s

me seus interesses no momento, reduzi-

xas aduaneiras, eliminadas em virtude

la a um mínimo, em prejuízo do orça

impo.sições dos mercados i'xternos. Não

mento cambial chileno.

neract"'^^?"""'"

iiouw progresso algum na extração des sa ríf[iieza mineral; ao contrário, a pro

da pressão da indústria siderúrgica nor te-americana, dependente de importa ções cada vez maiores. Hoje em dia as

-

-smo

que o Goserno não se deverá esr,uecer

d" mi-

™pros ização eá aLd^rea amda regra geral,r"'"„„ Brasil,'nesse ler-

dução de 1949 foi .005^ menor que a dc onze anos atrás! (1938 — 306 tonela

das; 1949 - 200 toneladas).

Eis um fenômeno nuiitíj comum nos

Dfoblenn n f ,P

marco zerc"^'.

importante

;"™'iàvelmen,e do

blica sempre que srn,.'

países cujos minérios .se destinam exelii-

si\'amentc à exportação. Exemplos pa recidos são-nos

fornecidos pelo cobre

novorroiLblelfraro^v/r?;" manece habitualmente an-Ui,.,, ^

chileno, pelo manganês culjuno, peK) chumbo niexicano. pelos minérios pe

bates. Quando estes se acaloram dcimus, as autoridades, tendendo para a ei do menor esforço, impõe.n uma so-

ruanos e pela.s explorações minerais da África e clu Ásia. As nações manufatureiras, únicas coinpradoras dessas maté rias-primas, impõem suas condições aos

luçao provisória, sem cogitar de diretri

produlorc.s,

zes para o futuro.

tempos

reduzindo as cumpras em

de crise e cstímulanclo-as em

de prosperidade, sujeitando os paí - O caso do Amapá c típico. () ponto eras ses fornecedores a um contínuo estad») de \ista do técnico oficial, sr. Glycon de instabilidade.,

de Paiva, e não só discutível, mas cairio•so também, pois, afina! de contas, não

O Brasil, que inicia apenii.s a explo ração das riquezas de seu subsolo, pre

A aceitação, pela empresa .siderúrgi

ca ianque, no caso do Amapá, da refe rida cláusula, explica-se pela verdadeira escassez de minérios de manganê» no mercado norte-americano.

Diante des-

•sa grande falta, o govêrno de Washing

empresas siden.irgica.s ianques vêem-se forçadas, como no caso do Amapá, a fa zer aos produtores estrangeiros conces sões a que. no passado, se oporiam iiiIransigentemeute.


110

Digksto

Essas flutuações exercem efeitos da

nosos sôbre a economia dos países exlX)rtadores, que sofrem assim as conse

qüências de verdadeiras crises, ao pas so q^ue são ínfimos os prejuízos dos paí ses importadores, que, aos primeiros si nais de alta, limitam suas compras de manganês.

E' preciso termos bem na lembrança esses fatos, no momento em que nos preparamos para comercializar as rescr\as minerais brasileiras.

Eci»n6>»íco

SC sabe sc élc exprínu- o pónto cic \ista governamental sôbro a (pics^tão. otj sc c.stá, simplesmente, emitindo sua opinião pessoal a respeito. .Mas o Congresso Nacional terá dentro em breve de exa

minar o assunto, quando dos debates em

torno da garantiu governamental ao em préstimo do Banco Internacional à com

panhia concessionária da exploração do manganês do Amapá, e então, tal\e/, tenhamos, finalmente, por sua iniciativa,

um delincamonto da política brasileira

A utilidade de uma justa política de mineração

de mineração.

A produção nacional de car\ão, inIciramcnte consumida pelo mercado in terno. demonstra um índice de cresci

mílTn" do consumo mtemo e °adaptá-lo às possibilidades da

mento muito regular. Com essa regu laridade contrastam as flutuações da ex

DiCfcusfo

h.i:i>NÓMiro

cisa li\iur-se. o ipiauto atiles, do mal de depender exclusixamonle dos merca dos externos. O cíuitrato firmado entre a

ICOMI e a "Bcthlehoni Stcel Corjwration" prc\'ê. é x-ercladc, que a poderosa companhia

norte-americana

ab.sorxTrá,

ton acaba dr permitir que ti.s produtores ianques M-ndani seus minérios por pre ços 25"' .superiores aos vigorantes nos mercado.s mundiais. O objetivo dessa concessão é estimular a produção norteaUrericana, a qual não cobre, porém,

se necessário, tòda a produção, o que

mais de lOí? das necessidades do consu

e\itará flnttiações na extração. Mas is

mo da sidenirgia dos Estados Unidos. •

so só se tornou possível porqtie a e.xploração do manganês do .Amapá não irá, na melhor das hipóteses, além cie 500 mil toneladas anuais.

A referida esti-

pulação constitui uina noxiclade no gê nero, pois a mesma "Bethlehem SteeI", exploradora dos minérios de ferro do

Chile, não ofereceu á República andina

Outrora, quando èsse país depen dia menos da importação dèsse mi nério, gravava o manganês com a taxa aduaneira de 1 centavo jxir librapêso. Cuba gozava, nesse particular, de tratamento preferencial, pois seu miné rio entrava nos Estados Unidos isento

de taxas alfandegárias. O minério bra sileiro era gra\ado com a taxa de 1/2

garantia alguma de que manterá, em qualquer circunstância, em plena ativi

centavo por libra-i>è.so. Mais tarde, po rem, tòda a importação foi isenta de ta-^

tração de manganês, minério cujo con

dade a mineração, podendo, pois, confor

iazifc mmenus mi P^as - eiscomercialização as premissas das d.-

sumo interno é ainda insignificante <• cuja produção está síijelta, portanto, à.s

me seus interesses no momento, reduzi-

xas aduaneiras, eliminadas em virtude

la a um mínimo, em prejuízo do orça

impo.sições dos mercados i'xternos. Não

mento cambial chileno.

neract"'^^?"""'"

iiouw progresso algum na extração des sa ríf[iieza mineral; ao contrário, a pro

da pressão da indústria siderúrgica nor te-americana, dependente de importa ções cada vez maiores. Hoje em dia as

-

-smo

que o Goserno não se deverá esr,uecer

d" mi-

™pros ização eá aLd^rea amda regra geral,r"'"„„ Brasil,'nesse ler-

dução de 1949 foi .005^ menor que a dc onze anos atrás! (1938 — 306 tonela

das; 1949 - 200 toneladas).

Eis um fenômeno nuiitíj comum nos

Dfoblenn n f ,P

marco zerc"^'.

importante

;"™'iàvelmen,e do

blica sempre que srn,.'

países cujos minérios .se destinam exelii-

si\'amentc à exportação. Exemplos pa recidos são-nos

fornecidos pelo cobre

novorroiLblelfraro^v/r?;" manece habitualmente an-Ui,.,, ^

chileno, pelo manganês culjuno, peK) chumbo niexicano. pelos minérios pe

bates. Quando estes se acaloram dcimus, as autoridades, tendendo para a ei do menor esforço, impõe.n uma so-

ruanos e pela.s explorações minerais da África e clu Ásia. As nações manufatureiras, únicas coinpradoras dessas maté rias-primas, impõem suas condições aos

luçao provisória, sem cogitar de diretri

produlorc.s,

zes para o futuro.

tempos

reduzindo as cumpras em

de crise e cstímulanclo-as em

de prosperidade, sujeitando os paí - O caso do Amapá c típico. () ponto eras ses fornecedores a um contínuo estad») de \ista do técnico oficial, sr. Glycon de instabilidade.,

de Paiva, e não só discutível, mas cairio•so também, pois, afina! de contas, não

O Brasil, que inicia apenii.s a explo ração das riquezas de seu subsolo, pre

A aceitação, pela empresa .siderúrgi

ca ianque, no caso do Amapá, da refe rida cláusula, explica-se pela verdadeira escassez de minérios de manganê» no mercado norte-americano.

Diante des-

•sa grande falta, o govêrno de Washing

empresas siden.irgica.s ianques vêem-se forçadas, como no caso do Amapá, a fa zer aos produtores estrangeiros conces sões a que. no passado, se oporiam iiiIransigentemeute.


QiCJSSTO

Esplendor e decadência Nelson Webneck Sodué

psTUDANDO a evolução econômica do ^ Brasil. Normano, num livro de atua lidade permanente, dedicou um capítulo inteiro ao que chamou "A permanente mudança dos produtos principais" e teve oportunidade de frisar: "A história da economia brasileira é uma série de re

cordes sensacionais caracterizada por uma seqüência de flutuações que es pantam. Ela constitui, na verdade, a

historia do aparecimento e desapareci mento, por assim dizer, de sistemas

econômicos inteiros em que uma nação baseia a sua existência".

curioso de competição, que foi o da luta com os holandeses.

No século XVIII, o Brasil ofereceu ao

mundo

o

c-spetáculo

desencontrado,

cheio dc altos o bai.xos, da mineração do Ouro. Toda a estrutura ern que as sentava a lavoura canavieira, com a

produção do açúcar, sofreu abalos e.xprcssivos c, SC não entrou cm derrocada

fragí)rusa, pelo menos sofreu, pelo advento de nova fonte interna de rique za, c por causas externas que não vem ao caso analisar, os rcfic.xos da corrida

produção açucareira da Colônia, que

ao altiplano minerador. A mão-de-obra servi), que polarizara capitais e fornece• ra a base pa'"a o estabelecimento de uma atividade ainda pouco estudada, a dos

deu fisionomia especial a uma extensa

fornecedores de braços à lavoura, sen

área territorial, levantou, desde os pri

tiu-se atraída para as novas atividades.

No século dezessete, éramos o princi pal fornecedor de açúcar ao mundo. A

meiros traços, uma estrutura econômica

Criou um sistema de produção, com

tôdas as^ suas conseqüências: desenvol veu a mao-de-obra, pelo aproveitamento do escravo africano; estabeleceu formas

de crédito, tão bem estudadas por na cionais e esbangeiros, e que despertaram a atençao de analisadores do porte de Sombart; estabeleceu normas e tipos de transporte e de distribuição. Transfigu rou uma área geográfica extensa e, nela,

configurou um quadro social e político

que foi analisado com profundidade por quantos se interessaram pelo nosso pas sado. Gerou, com o seu crescimento e

com a sua fixação, formas de cultura, que tiveram intensa e duradoiua reper cussão na vida colonial, e despertou a cobiça externa, oferecendo um quadro

O preço do escravo tornou-se alto de

mais para o sistema produtor açucarelro, enquanto os elementos da mineração o procuravam com afinco. A produção açucareira, entretanto, se

dentária e de crescimento vertical, qué atravessara a • sua fase de esplendor e

que criara possibilidades, para a Colô nia e para a Metrópole, entraria em de clínio iniludível, transitando para um

longo período de mediania. A transição para a mineração foi demasiado rápida para que alguma cousa de transitório se estabelecesse.

Os cofitraste? entre

uma forma e outra de busca da riqueza

ECONÔMlCt>

Io contínuo, tudo aquilo que constitui a regra do trabalho agrícola, com as

caminhos extensos, para a orla litorânea, transpondo a barreira orográfica que

suas naturais orcilações. A mineração era a aventura, a transiloriedade, o des

lavoura canavieira conferira preponde

prezo pela posse permanente, a desvalia

murava os portos de escoamento.

A

semi-nomaclisnío permanente. E se dis tanciava da zona cm que a riqueza se

rância indiscutível à zona geográfica nordestina, e nesta à faixa litorânea; a ni:neração alteraria tal quadro, fazendo parecer o escoadouro guanabarino como

acumulara, como se distanciava, pela

sede administrativa e política de prima

da terra, o horror ao enraizamento,' o

primeira vez na história colonial, da faixa litorânea.

zia c trazendo para o centro-sul o eixo natural do domínio. O tráfico negreiro

Propiciara, a internação territorial,'o

sofreria desse deslocamento, e o centro

aparecimento de grupos humanos semipcrmancntcs cm terras altas e distantes da cosia, c acabaria por fundaméntar o estabelecimento dc sistemas próprios de transporte e condições específicas de ar recadação. Enquanto o transporte natu

distribuidor de mão-de-obra importada passaria a ser o Rio de Janeiro. De ou

tro lado, enquanto o campo da iniciatix'a privada era extenso, no que dizia respeito à atividade açucareira, êle se xoria consideràvelmente restringido,

ral do açúcar se fazia em barcos, sendo

quanto à mineração, pelo aparecimento,

o feito por animais de quantidade me nor, valendo-se a região de sua rede de

por parte do erário metropolitano, de uma interferência violenta, áspera e pe

pequenos rios, de fácil navegação para

sada, que tolhia a iniciativa privada e

os tipos de barcos que forneciam o

que acabaria por desaguar em constante espírito de insurreição.

transporte; enquanto o animal prepon derante no Nordeste canavieiro era o

boi, sendo o buiTo muito menos

empregado; enquanto a penetra ção açucareira seria reduzida e

pràticamente inexpressiva, fican do entregue à pecuária, que se ria o seu complemento indispen sável, não chegando, por isso mesmo, a gerar caminhos e a funda mentar eixos de internação apreciáveis

— oo quadro da mineração tudo se apre

sentava ao contrário: a penetração era profunda, numa região inteiramente no va, de características geográficas diver

Mas,.de qualquer forma, o centro de gravidade política estava decisi vamente transferido para o cen tro-sul — e a sua primazia econô mica, esboçada com a minera

ção, apesar dos seus contrastes, se consolidaria na etapa seguinte. Entre o declínio minerador e o advento da lavoura cafeeira, o hiato de pausa foi importante, e a Colônia teve uma existência difícil, que se refletiu nos sucessivos motins que a sacudiram.

Tratava-se de um entreato, entretanto, e o quadro de."aguaria, depois da pausa,

sas; o transj^orte natural seria fornecido por miiares e o produto se valia de sua

em novo período de desenvolvimento

ra, 0 a sua característica principal seria,

condição natural de grande valor em

qué a mineração apresentara, e mais

sem dúvida, a sedentariedade irrecorrí-

pequeno volume, permanecendo o boi

vel, a progressividade, o desenvolvimen-

apenas como fonte de alimentação, a

próximo da progressividade, inerente ao trabalho agrícola, que fôra uma das ca

ser fornecido de outras áreas; geraria

racterísticas do surto açucareiro.

eram demasiado acentuados.

Numa, o

que prevalecia era a importância da ter

intenso. Já não nos quadros vertiginosos


QiCJSSTO

Esplendor e decadência Nelson Webneck Sodué

psTUDANDO a evolução econômica do ^ Brasil. Normano, num livro de atua lidade permanente, dedicou um capítulo inteiro ao que chamou "A permanente mudança dos produtos principais" e teve oportunidade de frisar: "A história da economia brasileira é uma série de re

cordes sensacionais caracterizada por uma seqüência de flutuações que es pantam. Ela constitui, na verdade, a

historia do aparecimento e desapareci mento, por assim dizer, de sistemas

econômicos inteiros em que uma nação baseia a sua existência".

curioso de competição, que foi o da luta com os holandeses.

No século XVIII, o Brasil ofereceu ao

mundo

o

c-spetáculo

desencontrado,

cheio dc altos o bai.xos, da mineração do Ouro. Toda a estrutura ern que as sentava a lavoura canavieira, com a

produção do açúcar, sofreu abalos e.xprcssivos c, SC não entrou cm derrocada

fragí)rusa, pelo menos sofreu, pelo advento de nova fonte interna de rique za, c por causas externas que não vem ao caso analisar, os rcfic.xos da corrida

produção açucareira da Colônia, que

ao altiplano minerador. A mão-de-obra servi), que polarizara capitais e fornece• ra a base pa'"a o estabelecimento de uma atividade ainda pouco estudada, a dos

deu fisionomia especial a uma extensa

fornecedores de braços à lavoura, sen

área territorial, levantou, desde os pri

tiu-se atraída para as novas atividades.

No século dezessete, éramos o princi pal fornecedor de açúcar ao mundo. A

meiros traços, uma estrutura econômica

Criou um sistema de produção, com

tôdas as^ suas conseqüências: desenvol veu a mao-de-obra, pelo aproveitamento do escravo africano; estabeleceu formas

de crédito, tão bem estudadas por na cionais e esbangeiros, e que despertaram a atençao de analisadores do porte de Sombart; estabeleceu normas e tipos de transporte e de distribuição. Transfigu rou uma área geográfica extensa e, nela,

configurou um quadro social e político

que foi analisado com profundidade por quantos se interessaram pelo nosso pas sado. Gerou, com o seu crescimento e

com a sua fixação, formas de cultura, que tiveram intensa e duradoiua reper cussão na vida colonial, e despertou a cobiça externa, oferecendo um quadro

O preço do escravo tornou-se alto de

mais para o sistema produtor açucarelro, enquanto os elementos da mineração o procuravam com afinco. A produção açucareira, entretanto, se

dentária e de crescimento vertical, qué atravessara a • sua fase de esplendor e

que criara possibilidades, para a Colô nia e para a Metrópole, entraria em de clínio iniludível, transitando para um

longo período de mediania. A transição para a mineração foi demasiado rápida para que alguma cousa de transitório se estabelecesse.

Os cofitraste? entre

uma forma e outra de busca da riqueza

ECONÔMlCt>

Io contínuo, tudo aquilo que constitui a regra do trabalho agrícola, com as

caminhos extensos, para a orla litorânea, transpondo a barreira orográfica que

suas naturais orcilações. A mineração era a aventura, a transiloriedade, o des

lavoura canavieira conferira preponde

prezo pela posse permanente, a desvalia

murava os portos de escoamento.

A

semi-nomaclisnío permanente. E se dis tanciava da zona cm que a riqueza se

rância indiscutível à zona geográfica nordestina, e nesta à faixa litorânea; a ni:neração alteraria tal quadro, fazendo parecer o escoadouro guanabarino como

acumulara, como se distanciava, pela

sede administrativa e política de prima

da terra, o horror ao enraizamento,' o

primeira vez na história colonial, da faixa litorânea.

zia c trazendo para o centro-sul o eixo natural do domínio. O tráfico negreiro

Propiciara, a internação territorial,'o

sofreria desse deslocamento, e o centro

aparecimento de grupos humanos semipcrmancntcs cm terras altas e distantes da cosia, c acabaria por fundaméntar o estabelecimento dc sistemas próprios de transporte e condições específicas de ar recadação. Enquanto o transporte natu

distribuidor de mão-de-obra importada passaria a ser o Rio de Janeiro. De ou

tro lado, enquanto o campo da iniciatix'a privada era extenso, no que dizia respeito à atividade açucareira, êle se xoria consideràvelmente restringido,

ral do açúcar se fazia em barcos, sendo

quanto à mineração, pelo aparecimento,

o feito por animais de quantidade me nor, valendo-se a região de sua rede de

por parte do erário metropolitano, de uma interferência violenta, áspera e pe

pequenos rios, de fácil navegação para

sada, que tolhia a iniciativa privada e

os tipos de barcos que forneciam o

que acabaria por desaguar em constante espírito de insurreição.

transporte; enquanto o animal prepon derante no Nordeste canavieiro era o

boi, sendo o buiTo muito menos

empregado; enquanto a penetra ção açucareira seria reduzida e

pràticamente inexpressiva, fican do entregue à pecuária, que se ria o seu complemento indispen sável, não chegando, por isso mesmo, a gerar caminhos e a funda mentar eixos de internação apreciáveis

— oo quadro da mineração tudo se apre

sentava ao contrário: a penetração era profunda, numa região inteiramente no va, de características geográficas diver

Mas,.de qualquer forma, o centro de gravidade política estava decisi vamente transferido para o cen tro-sul — e a sua primazia econô mica, esboçada com a minera

ção, apesar dos seus contrastes, se consolidaria na etapa seguinte. Entre o declínio minerador e o advento da lavoura cafeeira, o hiato de pausa foi importante, e a Colônia teve uma existência difícil, que se refletiu nos sucessivos motins que a sacudiram.

Tratava-se de um entreato, entretanto, e o quadro de."aguaria, depois da pausa,

sas; o transj^orte natural seria fornecido por miiares e o produto se valia de sua

em novo período de desenvolvimento

ra, 0 a sua característica principal seria,

condição natural de grande valor em

qué a mineração apresentara, e mais

sem dúvida, a sedentariedade irrecorrí-

pequeno volume, permanecendo o boi

vel, a progressividade, o desenvolvimen-

apenas como fonte de alimentação, a

próximo da progressividade, inerente ao trabalho agrícola, que fôra uma das ca

ser fornecido de outras áreas; geraria

racterísticas do surto açucareiro.

eram demasiado acentuados.

Numa, o

que prevalecia era a importância da ter

intenso. Já não nos quadros vertiginosos


114

Dic:i--si(> lícoNÓMIÍO

O <»p:»rccinicnto ch)s cafèzais o scii

ue^übriunenlu junto à znna cm que- se

J^larizíi o centro de gra\i(!;ul(? política a nacionalidade nascente, foi unia des

sas coincidências felizes que a história

registra cKJmo singularidades. Isso persó a manutenção de unia coninui ade evolutiva que talvez não pii"essc resistir a novo salto territorial sen,

graves perturbações para a integridade 'Ciona , conio também o aprovcilamen-

Dicksto EcoNÓNrico

isso; estaheh-ceii iini quadro novo na

do limites de tempo bem curtos, reli-

\ida {Io Pais, o da existência de uma

e de produção, que .seriam, respectiva

rando-lhcs a _progressi\iclade (pie consti tuiria um quadro cie firmeza natural, em " que poderiam crescer e progrcclir,

mente. 15.9% c 2,3% do total proxàn-

área geográfica, cada \ez mais extensa, dotada

de

continuidade, servida

de

Em 183f->, três Instros após a Inde pendência, a pro\-íncia do São Paulo diferenciara quatro zonas de produção;

ções já eram sensix-elmente diversas da-

oferecer, dentro du c-onlinuidade, no

a do Vale do Paraíba, chamada Norte;

a sua população decair de ano para ano. tinha 32,7% dos habitantes da provín

masiado violentas.

tcnqxj c no cspuçx), a nova etapa da

a zona Central, englobando o espaço

que aquela atividade deixara disponíxel, LntL^ os dcs-

entre a Capital c C;impinas, com as re giões dependentes; a da Paulista, em que essa ferrovia se expandia; e a da

ção, de formas de trabalho, tle sistemas

no <;! r-i

du crédito, de meios de transportes, do lédcs du distribuição, importaram, pnrn

"f"

íioumnl

périT'

que deixara líqtie o tráfico negreiro

^

i-

qualquer forma, a mudança para ria- de nl'

f^tividade a\'entureira continua e sedcntá-

àito o TT'

I^"'^carcré-

desbravar inat?-*^

diferentes, de

progressivirl .1'''•

estabelecer uma n<. dccn-

brasileiro nis rn v'^"' °

O (pie é importante frisar ê que tais mudanças do /.üna.s, de lipo.s de produ

a vida brasileira, através dos tempos, em desequilíbrios, em desconlinuidades e até em Iraiimatismos, que tiveram in-

len,sa repercussão no retardo com que progredimos, e contribuiram, de forma inevitável, para que entrássemos na época csmtemporãnea com a defeituosa estrutura econômica que possuímos. Tais mudança.s, entretanto, não cons

tituem uma cousa do ^lassado distante u não ficaram encerradas com a conti-

juiidade que o desenvolvimento do café

" nos proporcionou. Dentro da própria oultura da

produção cafecíra, encerrada na área em que ela se desenvolveu, no espaço geográfico do centro-siil, alterações pro~

adminis«iva e poIi,l.„^'-/'""'uccnçao n": "^ndois-

fundas e duradouras ainda se manifes taram, e até hoje se manifestam, com os refle.xos perturbadores que lhes são

tantos

'1"=

nossa gente de I

"

desenvolvi,nenl "°

" possibilidade trativT «

extensü 1para^rsin^^f""" -^"a fraqueza econômica. dorr 7 ao episódico e.splendo"? algodao colonial e á singularida

de do surto da borracha amazônica, porape.sar de tudo, conferiu

continuidade indispensável a um pro gresso material tardio. Mais do que

Em 1886, quando o País se aproximax-a das transfonnações íXJnfíguradas na Abolição e na República, as altera

sem i>orturbaçõcs c sem mudanças de

nos.sa existência cconêniiica.

vrés y

cial.

meios de transjxirle. em que o adensa mento demográfico j>ropíciaria o esboço de um mercado consumidor que seria a base cm (pie o surto industrial du faiw .seguinte .se fundamentaria para

^ consubstanciaria mineração, herança 4 o se na mão-de-obra

caminhos cpie ela abrira, transportes que ela cria-

•115

A zona Norte, vendo

do Norte continha 4.1,7% da população provincial c fornecia 80,.5% de sua pro

sentando agora 12,9% da população e

Mojiana, de que Ribeirão Preto seria o centro de gravidade. Pois bem, n zona

dução. Em seguida x inha a zona Cen tral, com 44.3% da população c 11,9% da produção. A Paulista apresentava 1,3% da população e 1,4% da produção. A Mojiana era mais populosa, cs)m 8,S% dos habitantes da pro

víncia, fornecendo apenas 0,14% ,de sua produção. O desequilí

23,7% da produção.

A Mojiana acen-

tuaxa o seu desenvolvimento, com 21,8%

da população c 22,2% da produção. Apa reciam dua,s zonas nox"as, que esboçaxam o seu progresso; a Arara-

qiiarense. com 4.2% da popula ção e 4% da produção; e a Alta

brio era flagrante: enquanto o

Sorücabana, com 5,6% da popu lação e 1,5% da produção. O

Norte e o Centro, somados, con

contraste entre o conjunto das

tinham 90% da população e for neciam 98,4% da produção, as duas ouVas zonas ficaxam com 10% da popu

lação e menos de 1.0% da produção. Eni 1874, pouco depois chis meados

esplendor e decadência, no amplo espa ço geográfico do centro-sul. Basta que a análise se circunscreva ao território

os índices eram ascensionais, subindo a

paulista, para a verificação de como vamos ti"ansformanclo, sucessivamentie.

população para 6,8% e a produção para 6,3%. E na Mojiana, o surto se esbo

zonas de dimensões apreciá\'eis, dentro

çava, cohi, um crcscirncnjo de população

inerentes. Não analisaremos tais descon

Independência.

cia. o a .sua proílução já não iiltrapassax-a 20% do total pro\'incial. A zona Central xia decrescer a sua população, caindo para 28,9%, mas a sua produção era ascensional. atingindo 29%. A Pau lista continuava a se desen\'olver. apre

^1" século XIX, o quadro sofrerá trans formações interessantes. Na zona Norte, ^■hiha declinando a população c a pro^loçao^ respectix-amente caindo para 38% %7,.'5%.. Na zona Cential. caia a po pulação para 39,9% e crescia a pro dução para 13.9%. Na zona Paulista

linuidades temporais, tais sucessões de

(pielas apresentadas pKHico depois da

zonas N^orle c Central e o con

junto das demais era muito menos acen tuado do que após a Independência.

Agora, continham apenas 61,6% da po pulação du província, e forneciam ape nas 49% de sua produção. A Paulista u a Mojiana, em conjunto, continliam já 34,7% da população e forneciam 46,9% da produção. A distribuição era mais equi librada, e a urea econômica da provín cia se ampliava de forma expressi\'a. Em 1920, após dois graves aconte cimentos para a \id;i do Estado — a guerra mundial, encerrada pouco antes,

u a geada de 191S, que abalara a la voura cafeeira — o quadro oferecia nu-


114

Dic:i--si(> lícoNÓMIÍO

O <»p:»rccinicnto ch)s cafèzais o scii

ue^übriunenlu junto à znna cm que- se

J^larizíi o centro de gra\i(!;ul(? política a nacionalidade nascente, foi unia des

sas coincidências felizes que a história

registra cKJmo singularidades. Isso persó a manutenção de unia coninui ade evolutiva que talvez não pii"essc resistir a novo salto territorial sen,

graves perturbações para a integridade 'Ciona , conio também o aprovcilamen-

Dicksto EcoNÓNrico

isso; estaheh-ceii iini quadro novo na

do limites de tempo bem curtos, reli-

\ida {Io Pais, o da existência de uma

e de produção, que .seriam, respectiva

rando-lhcs a _progressi\iclade (pie consti tuiria um quadro cie firmeza natural, em " que poderiam crescer e progrcclir,

mente. 15.9% c 2,3% do total proxàn-

área geográfica, cada \ez mais extensa, dotada

de

continuidade, servida

de

Em 183f->, três Instros após a Inde pendência, a pro\-íncia do São Paulo diferenciara quatro zonas de produção;

ções já eram sensix-elmente diversas da-

oferecer, dentro du c-onlinuidade, no

a do Vale do Paraíba, chamada Norte;

a sua população decair de ano para ano. tinha 32,7% dos habitantes da provín

masiado violentas.

tcnqxj c no cspuçx), a nova etapa da

a zona Central, englobando o espaço

que aquela atividade deixara disponíxel, LntL^ os dcs-

entre a Capital c C;impinas, com as re giões dependentes; a da Paulista, em que essa ferrovia se expandia; e a da

ção, de formas de trabalho, tle sistemas

no <;! r-i

du crédito, de meios de transportes, do lédcs du distribuição, importaram, pnrn

"f"

íioumnl

périT'

que deixara líqtie o tráfico negreiro

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qualquer forma, a mudança para ria- de nl'

f^tividade a\'entureira continua e sedcntá-

àito o TT'

I^"'^carcré-

desbravar inat?-*^

diferentes, de

progressivirl .1'''•

estabelecer uma n<. dccn-

brasileiro nis rn v'^"' °

O (pie é importante frisar ê que tais mudanças do /.üna.s, de lipo.s de produ

a vida brasileira, através dos tempos, em desequilíbrios, em desconlinuidades e até em Iraiimatismos, que tiveram in-

len,sa repercussão no retardo com que progredimos, e contribuiram, de forma inevitável, para que entrássemos na época csmtemporãnea com a defeituosa estrutura econômica que possuímos. Tais mudança.s, entretanto, não cons

tituem uma cousa do ^lassado distante u não ficaram encerradas com a conti-

juiidade que o desenvolvimento do café

" nos proporcionou. Dentro da própria oultura da

produção cafecíra, encerrada na área em que ela se desenvolveu, no espaço geográfico do centro-siil, alterações pro~

adminis«iva e poIi,l.„^'-/'""'uccnçao n": "^ndois-

fundas e duradouras ainda se manifes taram, e até hoje se manifestam, com os refle.xos perturbadores que lhes são

tantos

'1"=

nossa gente de I

"

desenvolvi,nenl "°

" possibilidade trativT «

extensü 1para^rsin^^f""" -^"a fraqueza econômica. dorr 7 ao episódico e.splendo"? algodao colonial e á singularida

de do surto da borracha amazônica, porape.sar de tudo, conferiu

continuidade indispensável a um pro gresso material tardio. Mais do que

Em 1886, quando o País se aproximax-a das transfonnações íXJnfíguradas na Abolição e na República, as altera

sem i>orturbaçõcs c sem mudanças de

nos.sa existência cconêniiica.

vrés y

cial.

meios de transjxirle. em que o adensa mento demográfico j>ropíciaria o esboço de um mercado consumidor que seria a base cm (pie o surto industrial du faiw .seguinte .se fundamentaria para

^ consubstanciaria mineração, herança 4 o se na mão-de-obra

caminhos cpie ela abrira, transportes que ela cria-

•115

A zona Norte, vendo

do Norte continha 4.1,7% da população provincial c fornecia 80,.5% de sua pro

sentando agora 12,9% da população e

Mojiana, de que Ribeirão Preto seria o centro de gravidade. Pois bem, n zona

dução. Em seguida x inha a zona Cen tral, com 44.3% da população c 11,9% da produção. A Paulista apresentava 1,3% da população e 1,4% da produção. A Mojiana era mais populosa, cs)m 8,S% dos habitantes da pro

víncia, fornecendo apenas 0,14% ,de sua produção. O desequilí

23,7% da produção.

A Mojiana acen-

tuaxa o seu desenvolvimento, com 21,8%

da população c 22,2% da produção. Apa reciam dua,s zonas nox"as, que esboçaxam o seu progresso; a Arara-

qiiarense. com 4.2% da popula ção e 4% da produção; e a Alta

brio era flagrante: enquanto o

Sorücabana, com 5,6% da popu lação e 1,5% da produção. O

Norte e o Centro, somados, con

contraste entre o conjunto das

tinham 90% da população e for neciam 98,4% da produção, as duas ouVas zonas ficaxam com 10% da popu

lação e menos de 1.0% da produção. Eni 1874, pouco depois chis meados

esplendor e decadência, no amplo espa ço geográfico do centro-sul. Basta que a análise se circunscreva ao território

os índices eram ascensionais, subindo a

paulista, para a verificação de como vamos ti"ansformanclo, sucessivamentie.

população para 6,8% e a produção para 6,3%. E na Mojiana, o surto se esbo

zonas de dimensões apreciá\'eis, dentro

çava, cohi, um crcscirncnjo de população

inerentes. Não analisaremos tais descon

Independência.

cia. o a .sua proílução já não iiltrapassax-a 20% do total pro\'incial. A zona Central xia decrescer a sua população, caindo para 28,9%, mas a sua produção era ascensional. atingindo 29%. A Pau lista continuava a se desen\'olver. apre

^1" século XIX, o quadro sofrerá trans formações interessantes. Na zona Norte, ^■hiha declinando a população c a pro^loçao^ respectix-amente caindo para 38% %7,.'5%.. Na zona Cential. caia a po pulação para 39,9% e crescia a pro dução para 13.9%. Na zona Paulista

linuidades temporais, tais sucessões de

(pielas apresentadas pKHico depois da

zonas N^orle c Central e o con

junto das demais era muito menos acen tuado do que após a Independência.

Agora, continham apenas 61,6% da po pulação du província, e forneciam ape nas 49% de sua produção. A Paulista u a Mojiana, em conjunto, continliam já 34,7% da população e forneciam 46,9% da produção. A distribuição era mais equi librada, e a urea econômica da provín cia se ampliava de forma expressi\'a. Em 1920, após dois graves aconte cimentos para a \id;i do Estado — a guerra mundial, encerrada pouco antes,

u a geada de 191S, que abalara a la voura cafeeira — o quadro oferecia nu-


110

DICE5TO ECOK6»no>.

3!'^ ec inar, agora A zona Norte continuade forma acentiia. apresentando apenas 13,4% da popiiaçao e fornecendo apenas 3,5% da dun^"^^°' ^ Central caía, em pro-

e LnJ

Popuíação, esta para 21,1%

duas

12.6%. O conjunto das

lação dr34 5r'' 161% f1« » Ji

^

í-LLtrrtr':'"-'.'-

^s^endia a " assumindo a °^cas do Estadn^"^

^ crescer K ' Cão, para 14

dueão

produção de

-

22.2% e

35,5%,

a Paulista

P°P"'^-

® aecrescer a sua pro-

rense 'empa^ett > da PauUsta.

Araraquarense, cuja população era turrn 18% da do Estado, c cuia produção

cendia a 26.9%; e a Alta Sorocabana que continha 11,7% cia população q fo^.^ necia 12.5% da produção estadual, q conjunto das zonas noxas — que jã não eram tão novas, em 1935 — opresenla-

ra menos de M

tes como o do Vija Rica que,, de um

e^lendor maravilhoso, caiu para nível tão baixo que o povo a apelidou Vila Pobre. De qualquer forma, alterações sensíveis, em prazos curtos, correspon

va, em linhas gerais, 30% da popuJaç-^ Novas transformações nos "Mostrariam as estatísticas de 1944, ou de 1945^ nor exemplo. Elas frisariam a pau-a da Araraquarense, firmada no domínio de pequenas propriedades naquela zona; o declínio acentuado da Mojiana; a mudança operada na zona Norte, cm tran

^ Araraqua- sição acelerada para a induslrialIzaçãQ """

Mas indicaria, principalmente, uma nova

iirnt

repartição regional, com o aparecimento nas estatísticas, de forma surpreendente'

"

de 86,5% pa-

-a população destrpl?ír7%t a Ca 21 5%":,-

antigos do' Braáil, que fomeòiá cônlras-

e 40% da produção do Estado.

do zonas como a Noroeste e a Alta Pau.' lista. Marília, por exemplo, em 194^ produzia mais algodão do que o Estado* o a revohoán '' revolução cutubrista . da Paraíba, segundo produtor entre os Sã! ataiT Estados brasileiros, Isso seria uma outra confirma ô ^ N°"= história, «JmparecenHn rrrecomvel declinio, pulação e redn°d I"" O que cumpre acentuar é que, dentro de limites de espaço e de tempo, relati vamente curtos — quanto ao tempo descera de uma S d

do teta,Irtld

Digesto Econômico

f apreseutavam,

produção pau.isra.^^A'"l^o;a:a'f„uuaava o seu declínio, de outra parte, descendo a sua população para 17.1% e a sua produção para 16,2%; enquanto a Paulista também declinava, com uma população que descia para 13,4% e uma produção que descia para 11,6%. As zonas asceusionais continuavam a ser a

dentro de uma existência humana —

nas inteiras passam do esplendor ao de clínio, enquanto outras surgem pràticamente da estaca zero, absorvendo ener

gias que derivam daquelas em que o ritmo evolutivo já não é acentuado. Para as zonas estaduais indicadas, o declínio se processou em tênnos, está claro. Não ficaram

condenadas

ao

estiolamento,

Umas mudaram os tipos de produção, outras atravessaram fases mais ou me

nos de pausa.

Todas têm uma vida

econômica apreciável, O que está longe de apresentar similitude com aspectos

!: l' ■■ .

dem á desequilíbrios" perigosos' para a

produção nacional, e constituem ônus por vêzes pesados para um povo como o nosso, que precisa ainda de conside rável esforço para chegar a um nível compatível com as suas necessidades.


110

DICE5TO ECOK6»no>.

3!'^ ec inar, agora A zona Norte continuade forma acentiia. apresentando apenas 13,4% da popiiaçao e fornecendo apenas 3,5% da dun^"^^°' ^ Central caía, em pro-

e LnJ

Popuíação, esta para 21,1%

duas

12.6%. O conjunto das

lação dr34 5r'' 161% f1« » Ji

^

í-LLtrrtr':'"-'.'-

^s^endia a " assumindo a °^cas do Estadn^"^

^ crescer K ' Cão, para 14

dueão

produção de

-

22.2% e

35,5%,

a Paulista

P°P"'^-

® aecrescer a sua pro-

rense 'empa^ett > da PauUsta.

Araraquarense, cuja população era turrn 18% da do Estado, c cuia produção

cendia a 26.9%; e a Alta Sorocabana que continha 11,7% cia população q fo^.^ necia 12.5% da produção estadual, q conjunto das zonas noxas — que jã não eram tão novas, em 1935 — opresenla-

ra menos de M

tes como o do Vija Rica que,, de um

e^lendor maravilhoso, caiu para nível tão baixo que o povo a apelidou Vila Pobre. De qualquer forma, alterações sensíveis, em prazos curtos, correspon

va, em linhas gerais, 30% da popuJaç-^ Novas transformações nos "Mostrariam as estatísticas de 1944, ou de 1945^ nor exemplo. Elas frisariam a pau-a da Araraquarense, firmada no domínio de pequenas propriedades naquela zona; o declínio acentuado da Mojiana; a mudança operada na zona Norte, cm tran

^ Araraqua- sição acelerada para a induslrialIzaçãQ """

Mas indicaria, principalmente, uma nova

iirnt

repartição regional, com o aparecimento nas estatísticas, de forma surpreendente'

"

de 86,5% pa-

-a população destrpl?ír7%t a Ca 21 5%":,-

antigos do' Braáil, que fomeòiá cônlras-

e 40% da produção do Estado.

do zonas como a Noroeste e a Alta Pau.' lista. Marília, por exemplo, em 194^ produzia mais algodão do que o Estado* o a revohoán '' revolução cutubrista . da Paraíba, segundo produtor entre os Sã! ataiT Estados brasileiros, Isso seria uma outra confirma ô ^ N°"= história, «JmparecenHn rrrecomvel declinio, pulação e redn°d I"" O que cumpre acentuar é que, dentro de limites de espaço e de tempo, relati vamente curtos — quanto ao tempo descera de uma S d

do teta,Irtld

Digesto Econômico

f apreseutavam,

produção pau.isra.^^A'"l^o;a:a'f„uuaava o seu declínio, de outra parte, descendo a sua população para 17.1% e a sua produção para 16,2%; enquanto a Paulista também declinava, com uma população que descia para 13,4% e uma produção que descia para 11,6%. As zonas asceusionais continuavam a ser a

dentro de uma existência humana —

nas inteiras passam do esplendor ao de clínio, enquanto outras surgem pràticamente da estaca zero, absorvendo ener

gias que derivam daquelas em que o ritmo evolutivo já não é acentuado. Para as zonas estaduais indicadas, o declínio se processou em tênnos, está claro. Não ficaram

condenadas

ao

estiolamento,

Umas mudaram os tipos de produção, outras atravessaram fases mais ou me

nos de pausa.

Todas têm uma vida

econômica apreciável, O que está longe de apresentar similitude com aspectos

!: l' ■■ .

dem á desequilíbrios" perigosos' para a

produção nacional, e constituem ônus por vêzes pesados para um povo como o nosso, que precisa ainda de conside rável esforço para chegar a um nível compatível com as suas necessidades.


Dicksto Econômico

As bases da nossa recuperação econômica BEZPTUnA 1>K Fhkitas

^Nnu; os problemas básicos cie nossi época, devemos referir, pelas suas profundas afinidades com os problemas de ordem social, política e administrati va, o da recuperação econômica do País.

Restabelecer o equilíbrio interno e ex terno; tomar a vida menos onerosa, gra ve, aflitiva; criar, na esfera do traljalho, novas possibilidades para todas as classe.s sociais - assim se delineiam as nos

sas necessidades fundamentais. Sem dú

vida. tudo isso decorre do deseiivoKímento da produção. Por sua viv, c-sse

desen\oKimento vincula-se a unia série de fatores que vão do crédito à assis tência ao produtor, do estímulo moral ao auxilio pecuniário ao hwrador, íatò-

res êsses certamente representados polo crédito c pelo cooperatixisino. Sabe mos como vivem tanto os produtores co

mo os lavradores localizados nos pontos mais afastados

do País: lalta-líies a

preço vil, sol) pena cie assistir à derro cada integral d<- todo o seu esforço. Mus, ao lado dessas rjnestões de tanta importância para a coletividade nacio nal, surgc-m muitas outras, como as bai xas cota^-õcs alcançadas, cjiiu não com pensam os ômi.s da coMu-ita: o eonibate às pragas; a recuperação do solo e soa defesa; adubos c irrigação; e a refonna fiorcstal. Necessidades ijiie \ão atra

ciati\'as tendentes a utilizar os recursos

parle dos problenuus acima fixados —

naturais do subsolo br;isileiro. para' u aproveitamento de suas riquezas mine rais no plano \'asto de recuperação da terra, que empobrece a passo.s largos".

particularmente o que se refere a nece.ssidade da proteção legal dos traba

vimos, do um estado de degradação pro gressiva do solo, que força o aumenta o êxodo. O censo demográfico de 1940 legistrou 12.882.449 babitanles no con

tre outras, à ero.são. à lalta de método.s

sõe.s. E essas apreensões resultam, como

junto dos quadros urbanos e suburbano.s

racionais do defesa do solo arável. Es

vessando as gerações, situação agrava da que um dos nossos administradores

de lòdus as sedes municipais e distritais

tamos em face de um tema de caráter

então existentes, e 28.35-5.Sf)õ habitan

pedagógico, educacional, ou seja, a mo

recentemente

País. Registrou ainda a

agrário.s. Sem a organi-

«existência de 141 cida

zuição de uma sólida

des com mais de dez

rede assi.stencial, sem a

apreciou

em

t'xj)res,sõe.s

clieias de vixucidach.* e energia: "C)

ii- moderna ecologia nos está re\e!ancIo

é que o solo brasileiro st: \ein clegr;j_ dando assustadoramente, ein decorrência principulmciitc da erusãue facilitada processo.s empíricos de exploração o pcl;i falta de métodos racionais de ampum solo arável. Estudos recentes do ib,x..

tes no quadro rural do

«lil

habitantes,

ele\'ação dos padrões

nina população total de

culturais do homem do

7.344.154 habitantes. O quadro rural — que compreenderia, assim, as pequenas cidades e as vilas do interior — teria unia população de 33.892.161 habitantes, que representariam 82,19% da população

dores; falta-llies todo mn siste ma adeíjuado de armazenamen to da prodiiçá:) das snas terras, dos gêneros alimentícios; e, aci

liuno Manpios mostram qm. sòiiicnte a erosão laminar está

total do País. Toma-se imprescindível

destruindo, anualmente, cèrcu

liuniano que ^'ive subnutrido, coberto de cndemias e necessidado.s, à margem dos direitos outorgados pela política .social às populaçõe.s urbanas, iludido, em

de .500 luilbões de lont^iadas

selo ará\'el, e (pie, como alcan

ce ]>rático. seria mister, para ilídir-llif os efeitos, gastar em adubos

dernização dos proces.sos

com

tre técnico patrício e agrônomo Qiiinti-

de um órgão destinado a cuidar da regiilárização dos mercados consumidores. Não dispõem, os produtores nacionais,

lhadores rurai.s no mesmo nível em que SC encontram os trabalhadores urbanos

— depende, sem dúvida, da iniciativa do Estado, líá, toda\-ia. algumas medidas ([ue não se circunscrevem à ação isola da do.s q>oderes j^úblicos, iinpondo-se, pela sua complexidade, a cooperação incstímá\'el do.s produtores de todas as categorias agrícolas. Referinio-nos, en

O panorama agrícola do País reveste-

se, assim, de tons carregados o sombrios, e o lavrador se encho de fortc.s aprccn-

garantia dos preços remniiera-

ma de tudo, carecem do apoio

119

destacar dê.sses algarismos o contingente

que supram o desgaste, uma cifra uinjal

suma, cxjm salários que o tomam ainda mais intermitentemente deprimido e rc-

cunqx), torna-se realmente impossí\el fixá-lo como uni ^•alor permanente, uma energia e.stável, uma fôrça constante, diiradoiira, indí.seutível. No primeiro

caso, sem o levantamento dos padrões físioo-higiènicHis da população rural, a produção contimuuá precária como até

agora tem sucedido; no segundo caso. desprezados os métodos modernos do trabalho, de.sprezadas as- novas técnicas

do exploração do solo o do subsolo, sem a constinção de prédios para o en.sino profissional e a formação de tiirma.s de

desses elementos indispensáveis no p-ríüdo das colheitas — os silos, os fi'igo.

de mais do .seis bilhões de cruzeiros

\'oltado. É certa a afirmativa de que,

ou um terço de tòcla a nossa arrecadação orçamentária. Torna-se claro, as.shn

remos a situações imprevisíveis. Infor

ríficos, os aparelhos de expurgo, as câ

que o problema do solo não podo ' cr posto em .segundo plano, fazendo-se mister mobilizar os quadro.s da agrono mia nacional para deter o avançsi da de gradação progressiva, eiupianto dtoem merecer aplauso e ajuda tõda.s as iní- ..vj

no.s últimos vinte e cinco anos, .se opera ram processos de industrialização que nos conduziram à liderança dos países latino-americanos, na indústria raanufa-

falta de escolas para abrigar 40% da

maras de benefíeiamento paru con"ervar os excedentes da produção, e, comíi con-

.sc(|tiência lógica dessas falha':, o agricultor, naquela fase. compelido a «ntrcgar as safras ao intermediário, a

professôres especializado.s, então chega mações autorizadas esclarecem que há

tureira, mas não ó menos exato que o

população da zona rural. Racionalizar a

habitante do campo, sob muitos a.spectos, ainda vive o ambiente cultural de

produção agrícola, corrigir as disparida des cducacionai.s, romper os preconcei

séculos passados. A solução de grande

tos, us praxes insustentáveis, os círculos

i

i


Dicksto Econômico

As bases da nossa recuperação econômica BEZPTUnA 1>K Fhkitas

^Nnu; os problemas básicos cie nossi época, devemos referir, pelas suas profundas afinidades com os problemas de ordem social, política e administrati va, o da recuperação econômica do País.

Restabelecer o equilíbrio interno e ex terno; tomar a vida menos onerosa, gra ve, aflitiva; criar, na esfera do traljalho, novas possibilidades para todas as classe.s sociais - assim se delineiam as nos

sas necessidades fundamentais. Sem dú

vida. tudo isso decorre do deseiivoKímento da produção. Por sua viv, c-sse

desen\oKimento vincula-se a unia série de fatores que vão do crédito à assis tência ao produtor, do estímulo moral ao auxilio pecuniário ao hwrador, íatò-

res êsses certamente representados polo crédito c pelo cooperatixisino. Sabe mos como vivem tanto os produtores co

mo os lavradores localizados nos pontos mais afastados

do País: lalta-líies a

preço vil, sol) pena cie assistir à derro cada integral d<- todo o seu esforço. Mus, ao lado dessas rjnestões de tanta importância para a coletividade nacio nal, surgc-m muitas outras, como as bai xas cota^-õcs alcançadas, cjiiu não com pensam os ômi.s da coMu-ita: o eonibate às pragas; a recuperação do solo e soa defesa; adubos c irrigação; e a refonna fiorcstal. Necessidades ijiie \ão atra

ciati\'as tendentes a utilizar os recursos

parle dos problenuus acima fixados —

naturais do subsolo br;isileiro. para' u aproveitamento de suas riquezas mine rais no plano \'asto de recuperação da terra, que empobrece a passo.s largos".

particularmente o que se refere a nece.ssidade da proteção legal dos traba

vimos, do um estado de degradação pro gressiva do solo, que força o aumenta o êxodo. O censo demográfico de 1940 legistrou 12.882.449 babitanles no con

tre outras, à ero.são. à lalta de método.s

sõe.s. E essas apreensões resultam, como

junto dos quadros urbanos e suburbano.s

racionais do defesa do solo arável. Es

vessando as gerações, situação agrava da que um dos nossos administradores

de lòdus as sedes municipais e distritais

tamos em face de um tema de caráter

então existentes, e 28.35-5.Sf)õ habitan

pedagógico, educacional, ou seja, a mo

recentemente

País. Registrou ainda a

agrário.s. Sem a organi-

«existência de 141 cida

zuição de uma sólida

des com mais de dez

rede assi.stencial, sem a

apreciou

em

t'xj)res,sõe.s

clieias de vixucidach.* e energia: "C)

ii- moderna ecologia nos está re\e!ancIo

é que o solo brasileiro st: \ein clegr;j_ dando assustadoramente, ein decorrência principulmciitc da erusãue facilitada processo.s empíricos de exploração o pcl;i falta de métodos racionais de ampum solo arável. Estudos recentes do ib,x..

tes no quadro rural do

«lil

habitantes,

ele\'ação dos padrões

nina população total de

culturais do homem do

7.344.154 habitantes. O quadro rural — que compreenderia, assim, as pequenas cidades e as vilas do interior — teria unia população de 33.892.161 habitantes, que representariam 82,19% da população

dores; falta-llies todo mn siste ma adeíjuado de armazenamen to da prodiiçá:) das snas terras, dos gêneros alimentícios; e, aci

liuno Manpios mostram qm. sòiiicnte a erosão laminar está

total do País. Toma-se imprescindível

destruindo, anualmente, cèrcu

liuniano que ^'ive subnutrido, coberto de cndemias e necessidado.s, à margem dos direitos outorgados pela política .social às populaçõe.s urbanas, iludido, em

de .500 luilbões de lont^iadas

selo ará\'el, e (pie, como alcan

ce ]>rático. seria mister, para ilídir-llif os efeitos, gastar em adubos

dernização dos proces.sos

com

tre técnico patrício e agrônomo Qiiinti-

de um órgão destinado a cuidar da regiilárização dos mercados consumidores. Não dispõem, os produtores nacionais,

lhadores rurai.s no mesmo nível em que SC encontram os trabalhadores urbanos

— depende, sem dúvida, da iniciativa do Estado, líá, toda\-ia. algumas medidas ([ue não se circunscrevem à ação isola da do.s q>oderes j^úblicos, iinpondo-se, pela sua complexidade, a cooperação incstímá\'el do.s produtores de todas as categorias agrícolas. Referinio-nos, en

O panorama agrícola do País reveste-

se, assim, de tons carregados o sombrios, e o lavrador se encho de fortc.s aprccn-

garantia dos preços remniiera-

ma de tudo, carecem do apoio

119

destacar dê.sses algarismos o contingente

que supram o desgaste, uma cifra uinjal

suma, cxjm salários que o tomam ainda mais intermitentemente deprimido e rc-

cunqx), torna-se realmente impossí\el fixá-lo como uni ^•alor permanente, uma energia e.stável, uma fôrça constante, diiradoiira, indí.seutível. No primeiro

caso, sem o levantamento dos padrões físioo-higiènicHis da população rural, a produção contimuuá precária como até

agora tem sucedido; no segundo caso. desprezados os métodos modernos do trabalho, de.sprezadas as- novas técnicas

do exploração do solo o do subsolo, sem a constinção de prédios para o en.sino profissional e a formação de tiirma.s de

desses elementos indispensáveis no p-ríüdo das colheitas — os silos, os fi'igo.

de mais do .seis bilhões de cruzeiros

\'oltado. É certa a afirmativa de que,

ou um terço de tòcla a nossa arrecadação orçamentária. Torna-se claro, as.shn

remos a situações imprevisíveis. Infor

ríficos, os aparelhos de expurgo, as câ

que o problema do solo não podo ' cr posto em .segundo plano, fazendo-se mister mobilizar os quadro.s da agrono mia nacional para deter o avançsi da de gradação progressiva, eiupianto dtoem merecer aplauso e ajuda tõda.s as iní- ..vj

no.s últimos vinte e cinco anos, .se opera ram processos de industrialização que nos conduziram à liderança dos países latino-americanos, na indústria raanufa-

falta de escolas para abrigar 40% da

maras de benefíeiamento paru con"ervar os excedentes da produção, e, comíi con-

.sc(|tiência lógica dessas falha':, o agricultor, naquela fase. compelido a «ntrcgar as safras ao intermediário, a

professôres especializado.s, então chega mações autorizadas esclarecem que há

tureira, mas não ó menos exato que o

população da zona rural. Racionalizar a

habitante do campo, sob muitos a.spectos, ainda vive o ambiente cultural de

produção agrícola, corrigir as disparida des cducacionai.s, romper os preconcei

séculos passados. A solução de grande

tos, us praxes insustentáveis, os círculos

i

i


li i. iiMUiii I m i| ■ 1-2Ü

viciosos da nossa economia, desenvolver

o espírito cooperativista, distribuir, sem

critério regionalista, as estações experi mentais, tudo isso contribuirá certainen-

te para garantir o equílíbrin interno e

Otoicrru

A produção extrativa vegetal|

prazo, em base hipotecária, e ofio uni camente para o custeio do safras. Nos dias atuais, podemos reduzir as nos.sii.s numerosas questões agrárias a êste esquema: conservação da fertilidade

PiMENTEL Gomes

externo do nosso comércio.

das nossas torras; ins{ituiç.ão de um pla

Para os homens servidos de larga ex periência dos negócios públicos, para todos aquêtcs que conhecem as condi

no de política cconúinicn de acòrdo com o progres.so moral c material do País, abrangendo a assistência social, técnica

ções gerais da nossa lavoura e indústria

e financeira; e formação, através da

vos desde liá alguns anos. Nem todos os produtos estão sendo tomados em

açucareira, das fibras nordestinas, do trigo, do café e da pecuária, toma-se inútil ressaltar, por traduzir uma tau-

tribuna, do livro e do rádio, de uma

consideração.

nova consciência agrária, capaz de sentir a interdependência em que se encon

sõp muito interessantes e mostram ^ue,

tologia, o que êsses problemas, aliados ao do aproveitamento do potencial hi

tram a agricultura, a indústria e o co

drelétrico do São Francisco, represen

preocupar, em excesso, com o que ocor

firme e relativamente grande. Para al guns dêle.s.v o aumento é espetacular. É o que acontece com a agavo ou siital. O babaçu, no qüinqüênio considerado — 1944-1948 — quase duplicou a produ

tam para a nossa tão desejada indepen

dência econômica. O ideal seria, de certo, a organização da nossa agricultu ra, que é uma das mais positivas expres-, sões da nossa riqueza, paralelamente à

industrialização intensiva, promovendose também os financiamentos a longo

mércio.

v^.

iCcoNôikUCi»

Serviço de Estatística de Produção

do Ministério da Agricultura reúne dados de um grupo de produtos extratiMesmo assim, os dados

caíram outnis produções, como as de mate e borracha.

Tomadas em conjunto, as produções foram de 209.843 toneladas, em 1944; de 268.971, em 1945; de 256.520, eèi 1946; de 270.169, em 1947; de 293.350, em 1948.

neste setor, o aumento de produção é

Na realidade, não nos devemos

ro noutros países, mas estudar, analisar, pesquisar com íntcrêsse patriótico as

condições peculiares, especiais, típicas da nossa economia. O que não significa,

ção. As produções de oiticica e coqui-

de modo nlgum, o nosso alheamento pe las aquisições científicas européias ou americanas, onde há sempre em que

mente, bem como a de juta. O aumen

Ihos de licuri cresceram consideravel

Quanto ao valor, temos: 1944, 843 milhões de cruzeiros; 1945, 1.089 mi lhões; 1946, 1.437 milhões; 1947, 1.334

milkões; 1948, 1.243 milhões. A queda no valor deve-se à derrocada das cota

ções da cera de carnaúba e à diminui

ção da produção de borracha, principal mente.

Comparemos a produção de 1944 com

to da colheita de castanhas do Pará ou do Brasil é considerável.

Infelizmente,

a de 1948:

meditar © aprender. Produção em toneladas

1944

194S

Agave Babaçu

2.097 43.106

Borracha

29.760

25.867 82.806 27.605

Caroá Castanha do Brasil

10.589 3.554 .

7.138 19.565

Cera de carnaúba

10.719

Erva mate

66.271

11.369 65.771

l^rodutoü

,

Guaraná

Guaxima

,

larina futa

Licuri (coquilhos) Licuri (cera) Oiticica

Piaçava Timbó em raiz

*

i

1

.

Timbó em pó W'

120

24

5.917

3.427

9 6.356

9.369

2.573

4.485

1.883

1.498

20.024

29.310

6.061 510

5.087 21

285

Total, incluindo a.s frações de tonelada»...,. ... .

209.843

■ iiítÉíHHÉfctf* I *• -

293.350

iii'


li i. iiMUiii I m i| ■ 1-2Ü

viciosos da nossa economia, desenvolver

o espírito cooperativista, distribuir, sem

critério regionalista, as estações experi mentais, tudo isso contribuirá certainen-

te para garantir o equílíbrin interno e

Otoicrru

A produção extrativa vegetal|

prazo, em base hipotecária, e ofio uni camente para o custeio do safras. Nos dias atuais, podemos reduzir as nos.sii.s numerosas questões agrárias a êste esquema: conservação da fertilidade

PiMENTEL Gomes

externo do nosso comércio.

das nossas torras; ins{ituiç.ão de um pla

Para os homens servidos de larga ex periência dos negócios públicos, para todos aquêtcs que conhecem as condi

no de política cconúinicn de acòrdo com o progres.so moral c material do País, abrangendo a assistência social, técnica

ções gerais da nossa lavoura e indústria

e financeira; e formação, através da

vos desde liá alguns anos. Nem todos os produtos estão sendo tomados em

açucareira, das fibras nordestinas, do trigo, do café e da pecuária, toma-se inútil ressaltar, por traduzir uma tau-

tribuna, do livro e do rádio, de uma

consideração.

nova consciência agrária, capaz de sentir a interdependência em que se encon

sõp muito interessantes e mostram ^ue,

tologia, o que êsses problemas, aliados ao do aproveitamento do potencial hi

tram a agricultura, a indústria e o co

drelétrico do São Francisco, represen

preocupar, em excesso, com o que ocor

firme e relativamente grande. Para al guns dêle.s.v o aumento é espetacular. É o que acontece com a agavo ou siital. O babaçu, no qüinqüênio considerado — 1944-1948 — quase duplicou a produ

tam para a nossa tão desejada indepen

dência econômica. O ideal seria, de certo, a organização da nossa agricultu ra, que é uma das mais positivas expres-, sões da nossa riqueza, paralelamente à

industrialização intensiva, promovendose também os financiamentos a longo

mércio.

v^.

iCcoNôikUCi»

Serviço de Estatística de Produção

do Ministério da Agricultura reúne dados de um grupo de produtos extratiMesmo assim, os dados

caíram outnis produções, como as de mate e borracha.

Tomadas em conjunto, as produções foram de 209.843 toneladas, em 1944; de 268.971, em 1945; de 256.520, eèi 1946; de 270.169, em 1947; de 293.350, em 1948.

neste setor, o aumento de produção é

Na realidade, não nos devemos

ro noutros países, mas estudar, analisar, pesquisar com íntcrêsse patriótico as

condições peculiares, especiais, típicas da nossa economia. O que não significa,

ção. As produções de oiticica e coqui-

de modo nlgum, o nosso alheamento pe las aquisições científicas européias ou americanas, onde há sempre em que

mente, bem como a de juta. O aumen

Ihos de licuri cresceram consideravel

Quanto ao valor, temos: 1944, 843 milhões de cruzeiros; 1945, 1.089 mi lhões; 1946, 1.437 milhões; 1947, 1.334

milkões; 1948, 1.243 milhões. A queda no valor deve-se à derrocada das cota

ções da cera de carnaúba e à diminui

ção da produção de borracha, principal mente.

Comparemos a produção de 1944 com

to da colheita de castanhas do Pará ou do Brasil é considerável.

Infelizmente,

a de 1948:

meditar © aprender. Produção em toneladas

1944

194S

Agave Babaçu

2.097 43.106

Borracha

29.760

25.867 82.806 27.605

Caroá Castanha do Brasil

10.589 3.554 .

7.138 19.565

Cera de carnaúba

10.719

Erva mate

66.271

11.369 65.771

l^rodutoü

,

Guaraná

Guaxima

,

larina futa

Licuri (coquilhos) Licuri (cera) Oiticica

Piaçava Timbó em raiz

*

i

1

.

Timbó em pó W'

120

24

5.917

3.427

9 6.356

9.369

2.573

4.485

1.883

1.498

20.024

29.310

6.061 510

5.087 21

285

Total, incluindo a.s frações de tonelada»...,. ... .

209.843

■ iiítÉíHHÉfctf* I *• -

293.350

iii'


1 122

D1CE.STÜ

JicONÓMlCO

Vejamos quanto ao valor:

w-u

10-574

'

lÍc4 (ST OiHcíca

2Ifi.8H

I6«2«

l-^OSS

28.052

-15.782

54.041

37.572

21.046 13.426

843.2.57.180

28.240 16.475

sileiro.

enormes.

Aa .sobras cst5o sendo enviadas

para. No\a York, onde a fibra brasileira

tom ágio .sòbrc as do outras procedên cias.

Como os resultados econômicos

inanuais, precaríssimas. não Iia\ ia mercado paia a fibra, Como produzida cm

Agàve

<.':caia mínima, fabrica\'am cordas, e.spa-

A agave é ui

centf.

'1'^arilidácea de re-

encontrei na'pT„T

culturas 4," três 4nTs''mrT' °

ras areno-argiJosas com of

2.569; em 1946. 9.409: em 1947, 9.625;

ein 1948, 25.867 I E' quase inacreditá-

a Paraíba \cnceu.

Deu ao Brasil uma

O exemplo paraibano está começando os Estados vizinhos.

A

Contribuíram para a produção de 1948 Estados

temperatura média e l 7t7i de chuvas bem distribníd

"

graus de tempera^ra 4êd^^ c

'

úmida, em solos argilosos com 2^ "®"

LOOO milímetros de chuvas re

to, 600 metros de alti4de, e^r solos argilo-arenosos, eom ' 9 a

on graus" de 7 temperatura i. [ ■ média /, e 12()n •2(1 n.a.'r,a t 1 chuvn.s I i ^ dislrjhiiíd-ic; 1 milímetros do bem .

T

. '•^'•■•"'oiiKi.i.s.

'n,s|.i ,u,oes de beneficiameiiCo crani

Municípios Campina Grande

tomaram um grande

Caiçara Bananeiras

»em.-ándas. quentes e subúmi?

T" """I " T™

/

de grande r.iiU..vo • t i valor i economico. • cultura que resistej l^em ás imaiores e.s* t li.Klas,

Araruna

? «'''dmidas, temperadas c

T"''

sem queda de produção.

As

iiislalações melliorarani considc'rà\ eI

16 milhões; 1946. 38 milhões; 1947, 39 milhões; 1948. 108 milhões !

Quantidades

y<7/or

,

(Cr$)

-

25.600

1.272.680 104.919.031 272.670 1.547.800 102.400

25.867.251

108.114.581

Quantidades (kg)

(CrS)

364.956 25.024.020 79.260 373.775

São paraibanos os dez municípios

clc.scnvolviraento. A agave estã sendo cultivada em zonas quentes e úmidas,

gularmente distribuídas; plan d-

O \alor da produção, em cruzeiros,

maiores produtores de agave:

''e João Pe.s.soa e Campina

,

ximar-se das 3.5 mil toneladas.

(kg)

BRASIL

te ou com máquinas rústicas feitas nas

""

\ol. A produção deste ano deve apro foi o .seguinte: 1944, 10 milhões; 1945.

no\a cultura.

Bahia

nadore.s, chapéus etc., tudo nianualmen-

''^í"

Em 1944. o Brasil produzia 2.097 toneladas de fibras de aga\e; cm 1945,

têm sido bastante favoráveis, as cultu

Sergipe

*

'

Vejamos alguns números:

ras SC alargam considcràvelmcntc de ano para ano, c a produção sobe aos pu los, espetacularmente. Decididamente,

liio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

1.243.782.581

alguns dos"^n n os mais importante.s. ib'tallie,

-t-;-. -, ,

Pt's.soa e Campina Grande. As fibras lém. agora, um grande mercado: o bra

Paniibii, porém, está'pràlieiimente mo nopolizando a produção brasileira .de aga\e. Ela duplicará a produção de 1948 a 1951. As plantações nosas- são

a influenciar"

Piaçava ■ ■■■ Timbó em raiz

-

los.iu 252.276 321.727

217.232

Juta Lirnri i

Ex'i

w-is

.

-3-13..156

.larina

Econômico

mcnle. Modcmizarain-sc. As luáquina.s de desfibrar são fabricadas em João

Valími j)a phoijução, km MiLiiAnKs ni: r:nuzr;rtj(>s

nfblL" BorracL CnroT Ca.tWáoBn.n ■Erva ,4™ "

Dicksto

. . . .

Areia Serraria Cuité Guarabira

E.sperança Iiigá

1.100.844

21.000.000 19.000.000 14.800.000 11.475.000 6.810.662 6.158.912 6.000.000 5.504.220

748.230

3.367.035

420.773

1.583.092

1.539.728 1.500.000

. .. . ■

Muito se tem feito pela agave nestes líltimos anos.

6.000.000 3.800.000 3.700.000 2.550.000 1.583.875

Mas muito resta ainda a

fazer. E' necessário, por exemplo, apro veitar os subprodutos, o que ainda não

Valor

Se faz. A agave pode fornecer, ""além de outros .Subprodutos, forragem bastante; rica em proteínas.


1 122

D1CE.STÜ

JicONÓMlCO

Vejamos quanto ao valor:

w-u

10-574

'

lÍc4 (ST OiHcíca

2Ifi.8H

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28.052

-15.782

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37.572

21.046 13.426

843.2.57.180

28.240 16.475

sileiro.

enormes.

Aa .sobras cst5o sendo enviadas

para. No\a York, onde a fibra brasileira

tom ágio .sòbrc as do outras procedên cias.

Como os resultados econômicos

inanuais, precaríssimas. não Iia\ ia mercado paia a fibra, Como produzida cm

Agàve

<.':caia mínima, fabrica\'am cordas, e.spa-

A agave é ui

centf.

'1'^arilidácea de re-

encontrei na'pT„T

culturas 4," três 4nTs''mrT' °

ras areno-argiJosas com of

2.569; em 1946. 9.409: em 1947, 9.625;

ein 1948, 25.867 I E' quase inacreditá-

a Paraíba \cnceu.

Deu ao Brasil uma

O exemplo paraibano está começando os Estados vizinhos.

A

Contribuíram para a produção de 1948 Estados

temperatura média e l 7t7i de chuvas bem distribníd

"

graus de tempera^ra 4êd^^ c

'

úmida, em solos argilosos com 2^ "®"

LOOO milímetros de chuvas re

to, 600 metros de alti4de, e^r solos argilo-arenosos, eom ' 9 a

on graus" de 7 temperatura i. [ ■ média /, e 12()n •2(1 n.a.'r,a t 1 chuvn.s I i ^ dislrjhiiíd-ic; 1 milímetros do bem .

T

. '•^'•■•"'oiiKi.i.s.

'n,s|.i ,u,oes de beneficiameiiCo crani

Municípios Campina Grande

tomaram um grande

Caiçara Bananeiras

»em.-ándas. quentes e subúmi?

T" """I " T™

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de grande r.iiU..vo • t i valor i economico. • cultura que resistej l^em ás imaiores e.s* t li.Klas,

Araruna

? «'''dmidas, temperadas c

T"''

sem queda de produção.

As

iiislalações melliorarani considc'rà\ eI

16 milhões; 1946. 38 milhões; 1947, 39 milhões; 1948. 108 milhões !

Quantidades

y<7/or

,

(Cr$)

-

25.600

1.272.680 104.919.031 272.670 1.547.800 102.400

25.867.251

108.114.581

Quantidades (kg)

(CrS)

364.956 25.024.020 79.260 373.775

São paraibanos os dez municípios

clc.scnvolviraento. A agave estã sendo cultivada em zonas quentes e úmidas,

gularmente distribuídas; plan d-

O \alor da produção, em cruzeiros,

maiores produtores de agave:

''e João Pe.s.soa e Campina

,

ximar-se das 3.5 mil toneladas.

(kg)

BRASIL

te ou com máquinas rústicas feitas nas

""

\ol. A produção deste ano deve apro foi o .seguinte: 1944, 10 milhões; 1945.

no\a cultura.

Bahia

nadore.s, chapéus etc., tudo nianualmen-

''^í"

Em 1944. o Brasil produzia 2.097 toneladas de fibras de aga\e; cm 1945,

têm sido bastante favoráveis, as cultu

Sergipe

*

'

Vejamos alguns números:

ras SC alargam considcràvelmcntc de ano para ano, c a produção sobe aos pu los, espetacularmente. Decididamente,

liio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

1.243.782.581

alguns dos"^n n os mais importante.s. ib'tallie,

-t-;-. -, ,

Pt's.soa e Campina Grande. As fibras lém. agora, um grande mercado: o bra

Paniibii, porém, está'pràlieiimente mo nopolizando a produção brasileira .de aga\e. Ela duplicará a produção de 1948 a 1951. As plantações nosas- são

a influenciar"

Piaçava ■ ■■■ Timbó em raiz

-

los.iu 252.276 321.727

217.232

Juta Lirnri i

Ex'i

w-is

.

-3-13..156

.larina

Econômico

mcnle. Modcmizarain-sc. As luáquina.s de desfibrar são fabricadas em João

Valími j)a phoijução, km MiLiiAnKs ni: r:nuzr;rtj(>s

nfblL" BorracL CnroT Ca.tWáoBn.n ■Erva ,4™ "

Dicksto

. . . .

Areia Serraria Cuité Guarabira

E.sperança Iiigá

1.100.844

21.000.000 19.000.000 14.800.000 11.475.000 6.810.662 6.158.912 6.000.000 5.504.220

748.230

3.367.035

420.773

1.583.092

1.539.728 1.500.000

. .. . ■

Muito se tem feito pela agave nestes líltimos anos.

6.000.000 3.800.000 3.700.000 2.550.000 1.583.875

Mas muito resta ainda a

fazer. E' necessário, por exemplo, apro veitar os subprodutos, o que ainda não

Valor

Se faz. A agave pode fornecer, ""além de outros .Subprodutos, forragem bastante; rica em proteínas.


124

UUiJtifXX) iScONÔMiUU

Babaçu

babaçuais goianos o deslumbrou-se. Está

utilizará coque de babaçu (há bom rainório de ferro às margens do Tocantins),

quase totalidade.

Muito há a reali-

e de uma fábrica de celulose e papel

tora lemamente. Parece ler-se, por fim, descoberto urna máquina que quebra

do babaçu, papel muito forte. As ex periências foram realizadas na França.

m o coquilho, a do enge

nheiro Maximino Contreras, atualmente residente em Cahs margens do Itapicuru

O engenlieiro Antônio Vivacqua conti nua com

seu.s trabalhos

dc.stííação do coquilho, para a

obtenção de petróleo, coque siderúrgico c vários subprodu tos de valor. O babaçu, en fim, ainda procura os seus

A produção inicial é de

melhores rumos. Quando o seu aproveitamento for inte

tmbaJiam dez de suas máqui-

iel ™

«"nestí-

de A^r

'^.^^Putado João

habaçuSoT^^'"'^'^"

oooperatíva de

anadense percorreu os

gral dará ao Brasil, anualmen te, muitos bilhões de cruzeiros. Vejamos como se distribuiu a colheita do 1948, que é apenas uma ridícula fra ção dá produção:

1.100 148.722 62.802.510 17.031.000 1.005.230 36.350 131.880 5.857 1.643.404

Piauí ....[ Ceará

ValOf

(Cr$)

(ks)

Maranhão

....

Bahia

Minas Gerais Mato Grosso Goiás ....

toda a bcrraclia é silvestre. Os traba

lhos experimentais e de fomento do Ins tituto A'^ronômico do Norte, com sede

1.100

520.527

195.994.959 47.686.800 2.594.900 141.950

410.410

^

12.800-

maiores produtore.s de coquilhos de Lfaaçu :

Miguel Alves (Piauí) ..

Bacabal (Maranhão) .. Municípios

Coroatá (Maranhão)

Caxias (Maranhão) .

Barras (Piauí)

Quantidades

duzirão 8 mil toneladas, anualmente. Vejamos como se distribuiu a pro dução de 1948: Quantidades ÍH)

Estados e Territórios

Acre Amazonas

Hio Branco Pará

Amapá Maranhão

Piauí

35.869 516.755 4.660

27.605.709

321.727.284

39.600

Ceará

72.000 1.334

Rio Grande do Norte •• •

5.1Ü0 225.382

Bahia Minas Gerais

Maio Grosso Goiás brasil

São os seguintes os municípios que mais produzem borracha : Produção em

quilogwmas

252.276.358 5.587.437 5.300.000 3.672.000 3.500.000 3.396.760 2.600.000

(I^g)

Codó (Maranhão) .... Pinheiro (Maranhão) .,

6.110.764 5.849.850

Colinas (Maranhão) ...

2.478.000

Chapãdínha (Maranhão)

2.327.000

Rio Branco (Acre) ... Porto Velho (Guaporó) Sena Madureira (Acre) Xapuri (Acre) Cruzeiro do Sul (Acre)

2.517.699 2.283.325 1.647.147

Guajará-Mirim (Guaporó

1.097.176

Lábrea (Amazonas) . Brasiléla (Acre) Tarauacá (Acre) .... Feijó (Acre)

1.433.100 1.262.221

999.235

937.935 825.430 756.221

Valor

(Cr§) 45.085.116 118.902.024 73.991.591 1.030.903 65.527.651 4.212.597 4.505 1.939.600 372.460 413.000 6.003 54.450 2.796.413 238.321 7.120.205 32.440

3.380.501 9.380.051 6.027.303 72.824 7.160.816 400.653 317 282.544

Guaporó

4.912.912

Vejamos quais são os dez municípios Pedreira (Maranhão) ..

ve, só as suas próprias plantações pro

O

BRASIL

82.806.033

Tapajós, estão dando novos rumos à nossa produção de borracha. Em bre

Alagoas

Quantidades

Pará

des de nossa indústria. Por ora, quase

Paraiba

Estado^j

Amazonas

A nossa produção do borracha 6 pe

quena e se está tornando insuficiente para as grandes e crescentes necessida

de

moderna fábrica de óleo. Nela

maranhense, onde instalou uma

em Belém, e grandes plantações em Beltorra e Fordlàndia, às margens do

Borracho

cogitando de uma usina siderúrgica que

Possuímos uns cinco bilhões dc pal meiras babaçu e uma tremenda produ ção de coquilhos, que se perdem em sua ^r. neste setor. Algo temos feito, em-

1B6

Dioesto Econômico

Os sete municípios do Acre e os dois do Guaporó estão incluídos entre os dez

maiores produtores de borracha. San-

taróm será o maior produtor quando os seringais de plantação de Belterra è

Furdlândia

estiverem em plena pro

dução. Céra de carnaúba

A produção de cêra de carnaúba, em 1948, assim s» distribuiu:


124

UUiJtifXX) iScONÔMiUU

Babaçu

babaçuais goianos o deslumbrou-se. Está

utilizará coque de babaçu (há bom rainório de ferro às margens do Tocantins),

quase totalidade.

Muito há a reali-

e de uma fábrica de celulose e papel

tora lemamente. Parece ler-se, por fim, descoberto urna máquina que quebra

do babaçu, papel muito forte. As ex periências foram realizadas na França.

m o coquilho, a do enge

nheiro Maximino Contreras, atualmente residente em Cahs margens do Itapicuru

O engenlieiro Antônio Vivacqua conti nua com

seu.s trabalhos

dc.stííação do coquilho, para a

obtenção de petróleo, coque siderúrgico c vários subprodu tos de valor. O babaçu, en fim, ainda procura os seus

A produção inicial é de

melhores rumos. Quando o seu aproveitamento for inte

tmbaJiam dez de suas máqui-

iel ™

«"nestí-

de A^r

'^.^^Putado João

habaçuSoT^^'"'^'^"

oooperatíva de

anadense percorreu os

gral dará ao Brasil, anualmen te, muitos bilhões de cruzeiros. Vejamos como se distribuiu a colheita do 1948, que é apenas uma ridícula fra ção dá produção:

1.100 148.722 62.802.510 17.031.000 1.005.230 36.350 131.880 5.857 1.643.404

Piauí ....[ Ceará

ValOf

(Cr$)

(ks)

Maranhão

....

Bahia

Minas Gerais Mato Grosso Goiás ....

toda a bcrraclia é silvestre. Os traba

lhos experimentais e de fomento do Ins tituto A'^ronômico do Norte, com sede

1.100

520.527

195.994.959 47.686.800 2.594.900 141.950

410.410

^

12.800-

maiores produtore.s de coquilhos de Lfaaçu :

Miguel Alves (Piauí) ..

Bacabal (Maranhão) .. Municípios

Coroatá (Maranhão)

Caxias (Maranhão) .

Barras (Piauí)

Quantidades

duzirão 8 mil toneladas, anualmente. Vejamos como se distribuiu a pro dução de 1948: Quantidades ÍH)

Estados e Territórios

Acre Amazonas

Hio Branco Pará

Amapá Maranhão

Piauí

35.869 516.755 4.660

27.605.709

321.727.284

39.600

Ceará

72.000 1.334

Rio Grande do Norte •• •

5.1Ü0 225.382

Bahia Minas Gerais

Maio Grosso Goiás brasil

São os seguintes os municípios que mais produzem borracha : Produção em

quilogwmas

252.276.358 5.587.437 5.300.000 3.672.000 3.500.000 3.396.760 2.600.000

(I^g)

Codó (Maranhão) .... Pinheiro (Maranhão) .,

6.110.764 5.849.850

Colinas (Maranhão) ...

2.478.000

Chapãdínha (Maranhão)

2.327.000

Rio Branco (Acre) ... Porto Velho (Guaporó) Sena Madureira (Acre) Xapuri (Acre) Cruzeiro do Sul (Acre)

2.517.699 2.283.325 1.647.147

Guajará-Mirim (Guaporó

1.097.176

Lábrea (Amazonas) . Brasiléla (Acre) Tarauacá (Acre) .... Feijó (Acre)

1.433.100 1.262.221

999.235

937.935 825.430 756.221

Valor

(Cr§) 45.085.116 118.902.024 73.991.591 1.030.903 65.527.651 4.212.597 4.505 1.939.600 372.460 413.000 6.003 54.450 2.796.413 238.321 7.120.205 32.440

3.380.501 9.380.051 6.027.303 72.824 7.160.816 400.653 317 282.544

Guaporó

4.912.912

Vejamos quais são os dez municípios Pedreira (Maranhão) ..

ve, só as suas próprias plantações pro

O

BRASIL

82.806.033

Tapajós, estão dando novos rumos à nossa produção de borracha. Em bre

Alagoas

Quantidades

Pará

des de nossa indústria. Por ora, quase

Paraiba

Estado^j

Amazonas

A nossa produção do borracha 6 pe

quena e se está tornando insuficiente para as grandes e crescentes necessida

de

moderna fábrica de óleo. Nela

maranhense, onde instalou uma

em Belém, e grandes plantações em Beltorra e Fordlàndia, às margens do

Borracho

cogitando de uma usina siderúrgica que

Possuímos uns cinco bilhões dc pal meiras babaçu e uma tremenda produ ção de coquilhos, que se perdem em sua ^r. neste setor. Algo temos feito, em-

1B6

Dioesto Econômico

Os sete municípios do Acre e os dois do Guaporó estão incluídos entre os dez

maiores produtores de borracha. San-

taróm será o maior produtor quando os seringais de plantação de Belterra è

Furdlândia

estiverem em plena pro

dução. Céra de carnaúba

A produção de cêra de carnaúba, em 1948, assim s» distribuiu:


I2Ô

Qiianiuíadrs

^ 539.7fj1

i -/.SyÍ353

5.755.838

Rm rr TV*;;

3.483.931

09.563.906

Paraíba

1.315.331

25.233.aS7

** *

^

"5J®

227.713

4.371.973

11.369.804

210.811.477

brasil

^ ■■■

ik-' de n ^'^nelada.s, mi- , xt" • ^ • estuclack), • i i cm 194o m.- coIhoes cruzeiro.s; no emvalor 1946dea 325 n fiqá valendo 487 milhões ' ' "icmos a maior .safra clc mate: 72.941 Estão sendo feita/frr .^ 1 i Icmcluda.s, no valor clc 77 milhões clc

carnauSras' i"eipa mente plantações cruzciro.s. Ceará. no Vcjamo.s

a cli.stril)iii<,ão cia safra cie

1948;

São Paulo . Paraná Santa Catarina" Bio Grande do Sul Mato Oro.sso

c- \í

í':'

favor do espírito público o da compe tência técnica de muitos políticos da

época.

Raramente terão feito outros,

depois, exame tão atento e minvidente das necessidades do País e da situaçao

de nossas finanças. Se o descalabro des tas - a liquidação do Banco do Brasil

deputados de 1830 tíveram primacial-

11.353.000

19.850 100

desfêcho do Primeiro Reinado. Com

65.771.725

105.286.346

(Santa Catarina)

Itaiopohs (Pnran,\) .,

'

.

Ha apenas um município que produz guarana; Maues, no Amazonas.

a .

primir de.spesas constituiu implacável propósito desses legisladores e bá que louvá-los, sem dúvida, porque, é tarefa

ta, num confronto, \'antagcns substan

ciais. É preciso não esquecer os seus por vêzes niinosos empréstimos e as suas desvaloriza(,õcs.

Praticamente, o Pri

meiro Reinado decorreu em regimem dc caos orçamentário, em boa parte explicáx el, de um lado pelas circunstancias

políticas e sociais do momento, e de ou tro pelo laborio,so e difícil ajustamento da máquina administrativa exVtente às no\'as condições resultantes do fato da

emancipação nacional sob a feição de nm Império unitário. Na lei primeiro elaborada para disci

plinar a \ida financeira do Império — exercício de 1831-1832 — figurava uma rtccitu dc 15.000:000$000 para uma

despesa de 12.836;8261jS00. .áo fim do exercício, tendo sido arrecadada a im

ordinário, sopitando seus mais naturais

lO.láj.OOO 6 600 ono

impulsos. E os cortes atingiram em cheio as verbas dos mini.stcrios mili

rou o balanço com um saldo de pouco

S.'SS0.S30

3.273.165 3 OIO 4P,g

'o Bnn nnn

í.lso.-ooo m

ram elidir uma das causas do prematuro

substituídas pela jxilítica de exqjedientes e golpes, a fase imperial não apresen

portância de 1.000:000$000 além da re ceita prexista, c despendida a mais a de

l'finn'5no

Rio Negro (Paraná) ..í

mente em mira os interesses gerais da Nação, e de qualquer maneira procura

solução dos problemas mais sérios sem pre adiada, as reformas de estrutura

a que, deputados só se entregam, de

rldg'^"

Sao João do Triunfo (Paraná) ...

Pedro I. bem se pode dizer que os

dem crônica das finanças públicas, a

Quantidades

2;21i;.500 2 0(3(5 S)

Teixeira Soares (Paraná Guaraná

concorreu para o malogro político de

190.000 22.074.647 12.176.811 19.377.267

pradentópoiis (Paraná) Venancjo A.res R,o Grande do Sul)

são no Parlamento depõe realmente a

(CrÇ) 008.000 27.537.717 14.994.258* 42.292 271

EÍechim n Grande do Sul) ... do, Sul) .... Lretliim (II,,,

tt'

talidade dos serviços públicos e o con

junto das províncias brasileiras, foi para o exercício de 1831-1832. Sua discus

Valor

,

-

pelas Câmaras, abrangendo a to

Qiutnlidddes

.

Cona, município.s maiores produtores, temos ; I'

AmiiMEinA Itíi de orçamento votada

foi dos sintomas mais sérios — muito

Estados

BRASIL

Otánio Tajxquínio de Sousa

101.797.064

Bahia

12^583^

Finanças imperiais ^

Valor

Ce".'. Pernambuco"!!!!!

.

I ^^

niOKSIO Dconómico

^ i ,

quinciuenio estudado, a maior pro-

dução verificou-se em 1945, 135.381 quilos, no valor de Cr$ 3.128.596.

tares.

1.200:OOOSOOO, ainda assim se encer

mais de 2.000:000§000. Resultado de

veras animador, que poderia suscitar

Dos tímidos en.saios de regularização financeira tentados desde os dias da In

fundado otimismo, contra o qual adver

dependência, com a administração escrupulosa de Martim Francisco, houve ra progresso bem acentuado. Mas é pre

celos, então Ministro da Fazenda: tal

tiu sem demora Bernardo de Vascon

saldo seria antes fictício, originando-se

ciso fugir ao pendor em voga, em certos

sobretudo dc movimentos de fundos.

meios, de cndeusamento excessivo do passado. Se o período republicano, anle.s o depois de 1930. com raras exceções, Icm-se caracterizado por niúa desor

política financeira de contensão de gas tos, à busca sempre do equilíbrio' orçanu'nlário, embora recorrendo a emprús-

Mas a Regência procurou seguir uma

,,f||

-


I2Ô

Qiianiuíadrs

^ 539.7fj1

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5.755.838

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Paraíba

1.315.331

25.233.aS7

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227.713

4.371.973

11.369.804

210.811.477

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carnauSras' i"eipa mente plantações cruzciro.s. Ceará. no Vcjamo.s

a cli.stril)iii<,ão cia safra cie

1948;

São Paulo . Paraná Santa Catarina" Bio Grande do Sul Mato Oro.sso

c- \í

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favor do espírito público o da compe tência técnica de muitos políticos da

época.

Raramente terão feito outros,

depois, exame tão atento e minvidente das necessidades do País e da situaçao

de nossas finanças. Se o descalabro des tas - a liquidação do Banco do Brasil

deputados de 1830 tíveram primacial-

11.353.000

19.850 100

desfêcho do Primeiro Reinado. Com

65.771.725

105.286.346

(Santa Catarina)

Itaiopohs (Pnran,\) .,

'

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Ha apenas um município que produz guarana; Maues, no Amazonas.

a .

primir de.spesas constituiu implacável propósito desses legisladores e bá que louvá-los, sem dúvida, porque, é tarefa

ta, num confronto, \'antagcns substan

ciais. É preciso não esquecer os seus por vêzes niinosos empréstimos e as suas desvaloriza(,õcs.

Praticamente, o Pri

meiro Reinado decorreu em regimem dc caos orçamentário, em boa parte explicáx el, de um lado pelas circunstancias

políticas e sociais do momento, e de ou tro pelo laborio,so e difícil ajustamento da máquina administrativa exVtente às no\'as condições resultantes do fato da

emancipação nacional sob a feição de nm Império unitário. Na lei primeiro elaborada para disci

plinar a \ida financeira do Império — exercício de 1831-1832 — figurava uma rtccitu dc 15.000:000$000 para uma

despesa de 12.836;8261jS00. .áo fim do exercício, tendo sido arrecadada a im

ordinário, sopitando seus mais naturais

lO.láj.OOO 6 600 ono

impulsos. E os cortes atingiram em cheio as verbas dos mini.stcrios mili

rou o balanço com um saldo de pouco

S.'SS0.S30

3.273.165 3 OIO 4P,g

'o Bnn nnn

í.lso.-ooo m

ram elidir uma das causas do prematuro

substituídas pela jxilítica de exqjedientes e golpes, a fase imperial não apresen

portância de 1.000:000$000 além da re ceita prexista, c despendida a mais a de

l'finn'5no

Rio Negro (Paraná) ..í

mente em mira os interesses gerais da Nação, e de qualquer maneira procura

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a que, deputados só se entregam, de

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Sao João do Triunfo (Paraná) ...

Pedro I. bem se pode dizer que os

dem crônica das finanças públicas, a

Quantidades

2;21i;.500 2 0(3(5 S)

Teixeira Soares (Paraná Guaraná

concorreu para o malogro político de

190.000 22.074.647 12.176.811 19.377.267

pradentópoiis (Paraná) Venancjo A.res R,o Grande do Sul)

são no Parlamento depõe realmente a

(CrÇ) 008.000 27.537.717 14.994.258* 42.292 271

EÍechim n Grande do Sul) ... do, Sul) .... Lretliim (II,,,

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talidade dos serviços públicos e o con

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Valor

,

-

pelas Câmaras, abrangendo a to

Qiutnlidddes

.

Cona, município.s maiores produtores, temos ; I'

AmiiMEinA Itíi de orçamento votada

foi dos sintomas mais sérios — muito

Estados

BRASIL

Otánio Tajxquínio de Sousa

101.797.064

Bahia

12^583^

Finanças imperiais ^

Valor

Ce".'. Pernambuco"!!!!!

.

I ^^

niOKSIO Dconómico

^ i ,

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dução verificou-se em 1945, 135.381 quilos, no valor de Cr$ 3.128.596.

tares.

1.200:OOOSOOO, ainda assim se encer

mais de 2.000:000§000. Resultado de

veras animador, que poderia suscitar

Dos tímidos en.saios de regularização financeira tentados desde os dias da In

fundado otimismo, contra o qual adver

dependência, com a administração escrupulosa de Martim Francisco, houve ra progresso bem acentuado. Mas é pre

celos, então Ministro da Fazenda: tal

tiu sem demora Bernardo de Vascon

saldo seria antes fictício, originando-se

ciso fugir ao pendor em voga, em certos

sobretudo dc movimentos de fundos.

meios, de cndeusamento excessivo do passado. Se o período republicano, anle.s o depois de 1930. com raras exceções, Icm-se caracterizado por niúa desor

política financeira de contensão de gas tos, à busca sempre do equilíbrio' orçanu'nlário, embora recorrendo a emprús-

Mas a Regência procurou seguir uma

,,f||

-


128 DiCB5TO

85.072-421S134 p

receita montou a

12.300:e45$266. De 1835 ''VqÍo'' «ceita chegou a 72.202 7345l4 " despe-a a 90.388;865S25q n j ^ déficit de 18.186:131.$100' ^0^ dívida púb'icT d

e profissões.

obrígar-se-ia a fornecer aos agricultores "mudas de amoreiras e o sirgo para

com as duas Faculdades de Direito de

criação do bombix", a estabelecer fábri

nba então a admÍ7ii.stracáo Brasil. Um grande deslize,

São Paulo e Recife, ao passo que soma

cas de desdobrar casulos, a fundar uma

três vêzes maior se fazia necessária para

escola teórica e prática sôbre cultivo da

as Faculdades de Medicina do Rio e

Jo rnntb

ria de lei de meios, de que tanto padece

, receita ex-

rizações corporificadas sob o rótulo dç

^ títulos da

"Disposições Gerais", Aí .se acotovela-

--e

pravc". de ordem geral, como a emissão de títulos do Tesouro, a revisão de tari

3o.ooo4o$Ma'^'^

ds^S^bub das derradeirasa"' leT

Elaborado onm mais apurada técni

Pdo Parlamento do Impédo meros 3.396 e 3.397, de 24 de

T"''"' """

bro de 1888, de receita e d

concessão do servico.s públicos, a isenção

de díreito.s, a equiparação de vencimentos de funcionários, até os de mera competência burocrática on de elemen

tar moralidade adniini.sfrativa, como q

proibição de passagens gratuitas em transportes de emprésas sob regimem de concessão.

final, na cífn do n T

No confronto'com os tota s doo"

^tio

to do corrente

O orçamento da receita para 1889 dá notícia de numerosos proíetos e inicia tivas em cogitação no momento. Havia,

ce murto pouco, „ma importdnch rhp" cola, que espelharia o grau de itr' r

por exemplo, um plano de mrlhoramen-

Brasil de então. Cumnre e

Freitas, sob a direção do engenheiro

ter cautela nas afirraaçdcs'mnitr en"f?: ticaselnta,srnaterias. Em 1889. a m ndade cambial era de 27 dinheircs nór mrl-réis, o qoe corresnontlia a uma librr esterlina ouro de 8$333. E o Cíimbio es tava ao par. Uma libra-ouro hoje anda pelas alturas dos 400 cruzeiros.

Os legisladores do Império faziam a previsão da totalidade da receita a ar recadar durante o exercício, mas não desciam à estünativa de cada título ou

para o bairro da Lagoa Rodrigo de nev}', e outorgava-se privilégio para a con.strução, uso e gôzo de uma linha

férrea suspensa entre o centro da cidade e aquele bairro. Também se pensava-

íl

Bahia; o colégio de Pedro 11, intemato e extemato, consumia 569:669$000. mas

é preciso notar que nessa verba se in cluía a quantia de 200:GOO$000 para compra do prédio do intemato; a escola de Minas de Ouro Preto figurava com

neur, tout honneur: a primeira rubrica

^ 1i

S79:850$000; quase 250 contos de réis

ca financeira do que o da receita foi

perador, com 800:000$000. seguindo-se

82:800$000, quase tanto como a Aca demia Imperial de Belas-Artes

as da Imperatriz, com 96:000$000, da Princesa Imperial D. Isabel, com ....

87:550$000. Para mostrar como a rida encareceu e a moeda se desvalorizou,

150;000$000 etc., num total de

bastaria dizer que a verba destinada à

era referente à dotação de S. M. o Im

li

a Importância total de

o orçamento da despesa para o exercí

cio crepuscular do Império. A tout scig-

vam os mais variados assuntos, desde os

fai. a reforma de leis e rrgulamentos, a

A emprèsa concessionária

amorcira e criação do bicho-da-sêda.

a primeira Bepéblíca — a canela orça. mcntáría — foi herança da monarquic.

de um apêndice de trinta e cinco auto. -

L2e

Econômico

rubrica. Já quanto à despesa» haxii t

""O

1830 a im fo'i

Digesto

discriminação do quan^ilali^•o dcst.nnjo a cada ser\'iço on obra, tudo dístrihutío pelos sete ministérios cíe que

O .Orçamento tia receita para ISSQ, no» tàvcimente rabi'ongo, se enconipridavc

esquecer norím ^

traordinária da

g^COKÓSt

1.100:000$000.

Quantia fabulosa, dtr-

Academia de Belas-Artes não daria para

se-á. Já teriam razão, pois, os pasquineiros do Primeiro Reinado quando, re

pagar, pelo padrão de hoje, um único professor catedrático, e a verba do ex

ferindo-se ao monarca, muitas vêzes o

temato de Pedro II não chegaria para

tratavam de nosso caro imperador, gri

dois. Considerações análogas poderiam ser feitas a propósito, da

fado

maliciosamente

adjetivo.

o

Mas a justiça

remuneração da magistra

impõe que se diga, em abono de Pedro 11, que a

tura, Parlamento, fôrças armadas e funcionalismo.

cional a tôdas as verbas

Ao Supremo Tribunal de Justiça era atribuída uma dotação total de .;....

orçamentárias

179:652$000; hoje, um

sua dotação constituí sem

pre verdadeiro crédito adi relativas

à

único ministro do Supre

instrução, belas-artes, so-

CKJrro-.

púbhcos

etc.

O

mo Tribunal Federal re

"bolsínho" de tão precocemente velho

cebe anualmente 288;000$000.

imperador foi antes uma bolsa de quase pródig», aberta constantemente para

Aos Ministérios de Império e Justiça, quo superintendiam serriços hoje afetos

proteger

aos da Educação e Justiça, correspon

artistas,

amparar

iniciativas

em criar no Bra-il, em la-ga escala, a produção e a manufatura da seda. Para isso ficava o Governo autorizado a con ceder muitos favores e facilidades; isen

certo ü que, ao cabo do seu longo rei

rinTia;' de 1I.313:619$I25; ao da Agri

nado, o monarca estava em difíceis con

ção de direitos para q material destina

dições de fortuna e foi para o exílio

cultura, de 46.873:576$6S6; ao da Fa zenda, de 62.193:399$727; e ao dos

do. às fábricas, isenção por dez anos sébre a importação de seda crua, isen ção de impostos predial e de indústria

privada", prover à deficiência de servi ços públicos, socorrer necessitados. E o

morar em hotéis bastante modestos.

Defendia o Estado com a Igreja, qtie

era

oficial, no

ano

de

1889,

diam dotações totais de 9.22S;321$097 e 7.680:6I2$323; ao Ministério da Ma-

Negócios Estrangeiros, de 771:706$663. Como ainda hoje, o Ministério da Fa zenda era o que mais avultava na des-


128 DiCB5TO

85.072-421S134 p

receita montou a

12.300:e45$266. De 1835 ''VqÍo'' «ceita chegou a 72.202 7345l4 " despe-a a 90.388;865S25q n j ^ déficit de 18.186:131.$100' ^0^ dívida púb'icT d

e profissões.

obrígar-se-ia a fornecer aos agricultores "mudas de amoreiras e o sirgo para

com as duas Faculdades de Direito de

criação do bombix", a estabelecer fábri

nba então a admÍ7ii.stracáo Brasil. Um grande deslize,

São Paulo e Recife, ao passo que soma

cas de desdobrar casulos, a fundar uma

três vêzes maior se fazia necessária para

escola teórica e prática sôbre cultivo da

as Faculdades de Medicina do Rio e

Jo rnntb

ria de lei de meios, de que tanto padece

, receita ex-

rizações corporificadas sob o rótulo dç

^ títulos da

"Disposições Gerais", Aí .se acotovela-

--e

pravc". de ordem geral, como a emissão de títulos do Tesouro, a revisão de tari

3o.ooo4o$Ma'^'^

ds^S^bub das derradeirasa"' leT

Elaborado onm mais apurada técni

Pdo Parlamento do Impédo meros 3.396 e 3.397, de 24 de

T"''"' """

bro de 1888, de receita e d

concessão do servico.s públicos, a isenção

de díreito.s, a equiparação de vencimentos de funcionários, até os de mera competência burocrática on de elemen

tar moralidade adniini.sfrativa, como q

proibição de passagens gratuitas em transportes de emprésas sob regimem de concessão.

final, na cífn do n T

No confronto'com os tota s doo"

^tio

to do corrente

O orçamento da receita para 1889 dá notícia de numerosos proíetos e inicia tivas em cogitação no momento. Havia,

ce murto pouco, „ma importdnch rhp" cola, que espelharia o grau de itr' r

por exemplo, um plano de mrlhoramen-

Brasil de então. Cumnre e

Freitas, sob a direção do engenheiro

ter cautela nas afirraaçdcs'mnitr en"f?: ticaselnta,srnaterias. Em 1889. a m ndade cambial era de 27 dinheircs nór mrl-réis, o qoe corresnontlia a uma librr esterlina ouro de 8$333. E o Cíimbio es tava ao par. Uma libra-ouro hoje anda pelas alturas dos 400 cruzeiros.

Os legisladores do Império faziam a previsão da totalidade da receita a ar recadar durante o exercício, mas não desciam à estünativa de cada título ou

para o bairro da Lagoa Rodrigo de nev}', e outorgava-se privilégio para a con.strução, uso e gôzo de uma linha

férrea suspensa entre o centro da cidade e aquele bairro. Também se pensava-

íl

Bahia; o colégio de Pedro 11, intemato e extemato, consumia 569:669$000. mas

é preciso notar que nessa verba se in cluía a quantia de 200:GOO$000 para compra do prédio do intemato; a escola de Minas de Ouro Preto figurava com

neur, tout honneur: a primeira rubrica

^ 1i

S79:850$000; quase 250 contos de réis

ca financeira do que o da receita foi

perador, com 800:000$000. seguindo-se

82:800$000, quase tanto como a Aca demia Imperial de Belas-Artes

as da Imperatriz, com 96:000$000, da Princesa Imperial D. Isabel, com ....

87:550$000. Para mostrar como a rida encareceu e a moeda se desvalorizou,

150;000$000 etc., num total de

bastaria dizer que a verba destinada à

era referente à dotação de S. M. o Im

li

a Importância total de

o orçamento da despesa para o exercí

cio crepuscular do Império. A tout scig-

vam os mais variados assuntos, desde os

fai. a reforma de leis e rrgulamentos, a

A emprèsa concessionária

amorcira e criação do bicho-da-sêda.

a primeira Bepéblíca — a canela orça. mcntáría — foi herança da monarquic.

de um apêndice de trinta e cinco auto. -

L2e

Econômico

rubrica. Já quanto à despesa» haxii t

""O

1830 a im fo'i

Digesto

discriminação do quan^ilali^•o dcst.nnjo a cada ser\'iço on obra, tudo dístrihutío pelos sete ministérios cíe que

O .Orçamento tia receita para ISSQ, no» tàvcimente rabi'ongo, se enconipridavc

esquecer norím ^

traordinária da

g^COKÓSt

1.100:000$000.

Quantia fabulosa, dtr-

Academia de Belas-Artes não daria para

se-á. Já teriam razão, pois, os pasquineiros do Primeiro Reinado quando, re

pagar, pelo padrão de hoje, um único professor catedrático, e a verba do ex

ferindo-se ao monarca, muitas vêzes o

temato de Pedro II não chegaria para

tratavam de nosso caro imperador, gri

dois. Considerações análogas poderiam ser feitas a propósito, da

fado

maliciosamente

adjetivo.

o

Mas a justiça

remuneração da magistra

impõe que se diga, em abono de Pedro 11, que a

tura, Parlamento, fôrças armadas e funcionalismo.

cional a tôdas as verbas

Ao Supremo Tribunal de Justiça era atribuída uma dotação total de .;....

orçamentárias

179:652$000; hoje, um

sua dotação constituí sem

pre verdadeiro crédito adi relativas

à

único ministro do Supre

instrução, belas-artes, so-

CKJrro-.

púbhcos

etc.

O

mo Tribunal Federal re

"bolsínho" de tão precocemente velho

cebe anualmente 288;000$000.

imperador foi antes uma bolsa de quase pródig», aberta constantemente para

Aos Ministérios de Império e Justiça, quo superintendiam serriços hoje afetos

proteger

aos da Educação e Justiça, correspon

artistas,

amparar

iniciativas

em criar no Bra-il, em la-ga escala, a produção e a manufatura da seda. Para isso ficava o Governo autorizado a con ceder muitos favores e facilidades; isen

certo ü que, ao cabo do seu longo rei

rinTia;' de 1I.313:619$I25; ao da Agri

nado, o monarca estava em difíceis con

ção de direitos para q material destina

dições de fortuna e foi para o exílio

cultura, de 46.873:576$6S6; ao da Fa zenda, de 62.193:399$727; e ao dos

do. às fábricas, isenção por dez anos sébre a importação de seda crua, isen ção de impostos predial e de indústria

privada", prover à deficiência de servi ços públicos, socorrer necessitados. E o

morar em hotéis bastante modestos.

Defendia o Estado com a Igreja, qtie

era

oficial, no

ano

de

1889,

diam dotações totais de 9.22S;321$097 e 7.680:6I2$323; ao Ministério da Ma-

Negócios Estrangeiros, de 771:706$663. Como ainda hoje, o Ministério da Fa zenda era o que mais avultava na des-


Digesto Econômico

130

pesa. Explica-se isso pelo serviço de juros e amortização de empréstimos c.k-

meno.s .sete outras dispunham de dota ção orçamentária; numerosos eram os

B

A pos'se e o posseiro no Brasil

temos e internos: mais de dois terços das dotações tinham esse destino. De

ramais e prolonganu-ntos previstos em vária.s províncias — Sergipe, Pernambu

pois da Fazenda, vinha a Agric»ilt»ir:i — quase quarenta e sete mil c-ontos. Não

co, Paraíba. Alagoas. Mi„as Cerai.s-, Ceará, Maranhão, Hio (Irande do Sul.

sb:.sxtAiUA não foi o iniico meio do

havia o que admirar: não era o Brasil

Paraná, Espírit<) .Santo. Ao mesmo tem

atjui.sição cie terras durante o perío

José Aixtiiuh Rios

"um país essencialmente agrícola"? Mas

po havia diversas providências quanto à

do colonial.

ocorre um esclarecimento: o ministério

navegação fhivial e o Governo ficava autorizado a contratar. cf)m o Barão de Jaccguai, um serviço de navegação a

cur.sos suficientes para obter e cultivar aquelas* grandes extensões de terra. O

não presidia apenas aos interesses

da

Agricultura, senão também aos do O»-

Nem todos possuíam re-

de tropeços.

senvolveu-se 6 tomou fòrça a idéia da

blicano.

dias finais do Impuriíj se pensava em

gastava com estradas de ferro, telégra

mente como forma de ocupação mais simples e direta. Não hesitamos em

assistência .social aos trabalhadores, o

fos, correios, esgotos, do que com ser

afirmar que sua importância social foi

Poder Legislativo autorizava a criação dc "uma caixa do socorros para o pes

Em verdade, muito mais se

A posse surgiu natural

se nove mil contos, e outro tanto ia cm

a amparar os empregados, em caso do

garantias de juros a estradas contrata

enfermidades o invalidcz, e as suas fa

maior c^ue a da sesmaria jx^rque cons tituiu o verdadeiro gennem da pequena propriedade em nosso país. O posseiro foi o lavrador humilde que não podia talhar para si, na vastidão das terras dc.socupadas, um grande domínio. A

mílias, em caso de morte.

viços e empreendimentos agrícolas. Só a estrada de ferro D. Pedro II, atual

mente Central do Brasil,' absorvia qua das.

Muito se tem falado numa espécie de estagnação caracterí.stíca do Brasil im

perial., O orçamento de 1889, através

de suas rubricas e autorizações, não confirma tal juízo. Ao contrário, como que se percebe um frêmito de vicia e

renovação. Além das estradas de ferro

feitas em regimem de concessão, pelo--

soal de cada uma das estradas de ferro do Estado".

Deslinavain-se as caixas

Estado. Passou êste, porém, a garan

jíroccsso da sesmaria era moroso c cheio

Ministério da Viação do período repu

Dèle saiu o

cru uma verdadeinx po.sse tolerada pelo

ti-la, desde que, u partir da Lei das 12 Tábuas e da criação do Consulado, de

vapor entre o Brasil e ;» Enropa. Par último, como prova de (j„e já naqueles

mércio e Obras Públicas.

ao qual não se estendia a noção jurídi ca de propriedade e onde a ocupação

propriedade individual do solo.

O Desembargador Vieira Ferreira achava que as posses em nossixs terras de\*iam assemelhar-se às po.-^sessiones no agcr publicus por particulares e os nos sos posseiros deviam parecer-se aos possessores das leis agrárias. Não é preciso, todavia, remontar a Roma para encontrar os precedentes da posse, tal

Bem feitas

posso seria, assim, na e.xpressão de Rui

como aparece no direito territorial bra

as contas, não houve com a República

Cirno Lima, a represália do lavrador

transformações substanciais decorrentes

sem terra contra o latifundiário.

sileiro. O direito de fogo-morto na.s leis portuguesas permitia a posse de ca sais abandonados ou inaproveitados, sancionando-a pela utilização efetiva. Assim, parece que a noção de posse não foi

da substituição do regimem. Mudaram os tempo.s e n Brasil, sem diretrizes seguráS" e-nem sempre da melhor manei

O posseiro do Brasil tem raízes ilus

tres. A noção de posse representa uma

consagração do cx>stume, dos imperati-

introduzida no direito luso por influên

ra, acompanhou o ritmo dcj progresso material do mimdo. l'udo indica qiie

\os sociais, sobre o rígido foriTlalismo da lei. Uma vitória do direito costumei

cia romana,-mas que esta apenas veio

coin. o Império aconteceria o mesmo.

ro sobre o direito escrito. Assim silrgi-

entroncar-se no velho direito costumeiro.

ra em Roma, como lenta infiltração dos direitos individuais na esfera

rial monopolizada pelo Estado.

territo

Êste

outorgava aos particulares o domínio, por simples doação, ou por venda em lei

lão.

Havia, porém, terras dadas para

De fato, o direito do posseiro, já na Idade Média porhiguêsa, assentava so

bro o costume. Não chegou a Portugal coin João das Regras e os juristas for mados na Italia, em tempos de D. João I. Ja era p anta nativa, alimentada pelas

mera fruição, sem a transferência de po-

próprias condições da agricultura por

derés que o domínio implicava. Além disso, vastas regiões incultas cpie não tinham sido delimitadas e eram ocupa das mediante módica pensão por capita listas, passavam a ser arrendadas por

tuguesa, vindo a ser, como, mais tarde,

no Brasil, a forma que o agricultor po bre encontrou para escapar à opressão do latifúndio.

Contrapunha-se, dessa

O direito de fogo-morto, segundo Viterbo, é o que "assiste ao colono que.

forma, ao ager privatiis, o ager publicus.

havendo roteado a terra brava e inculta

seus ocupantes.


Digesto Econômico

130

pesa. Explica-se isso pelo serviço de juros e amortização de empréstimos c.k-

meno.s .sete outras dispunham de dota ção orçamentária; numerosos eram os

B

A pos'se e o posseiro no Brasil

temos e internos: mais de dois terços das dotações tinham esse destino. De

ramais e prolonganu-ntos previstos em vária.s províncias — Sergipe, Pernambu

pois da Fazenda, vinha a Agric»ilt»ir:i — quase quarenta e sete mil c-ontos. Não

co, Paraíba. Alagoas. Mi„as Cerai.s-, Ceará, Maranhão, Hio (Irande do Sul.

sb:.sxtAiUA não foi o iniico meio do

havia o que admirar: não era o Brasil

Paraná, Espírit<) .Santo. Ao mesmo tem

atjui.sição cie terras durante o perío

José Aixtiiuh Rios

"um país essencialmente agrícola"? Mas

po havia diversas providências quanto à

do colonial.

ocorre um esclarecimento: o ministério

navegação fhivial e o Governo ficava autorizado a contratar. cf)m o Barão de Jaccguai, um serviço de navegação a

cur.sos suficientes para obter e cultivar aquelas* grandes extensões de terra. O

não presidia apenas aos interesses

da

Agricultura, senão também aos do O»-

Nem todos possuíam re-

de tropeços.

senvolveu-se 6 tomou fòrça a idéia da

blicano.

dias finais do Impuriíj se pensava em

gastava com estradas de ferro, telégra

mente como forma de ocupação mais simples e direta. Não hesitamos em

assistência .social aos trabalhadores, o

fos, correios, esgotos, do que com ser

afirmar que sua importância social foi

Poder Legislativo autorizava a criação dc "uma caixa do socorros para o pes

Em verdade, muito mais se

A posse surgiu natural

se nove mil contos, e outro tanto ia cm

a amparar os empregados, em caso do

garantias de juros a estradas contrata

enfermidades o invalidcz, e as suas fa

maior c^ue a da sesmaria jx^rque cons tituiu o verdadeiro gennem da pequena propriedade em nosso país. O posseiro foi o lavrador humilde que não podia talhar para si, na vastidão das terras dc.socupadas, um grande domínio. A

mílias, em caso de morte.

viços e empreendimentos agrícolas. Só a estrada de ferro D. Pedro II, atual

mente Central do Brasil,' absorvia qua das.

Muito se tem falado numa espécie de estagnação caracterí.stíca do Brasil im

perial., O orçamento de 1889, através

de suas rubricas e autorizações, não confirma tal juízo. Ao contrário, como que se percebe um frêmito de vicia e

renovação. Além das estradas de ferro

feitas em regimem de concessão, pelo--

soal de cada uma das estradas de ferro do Estado".

Deslinavain-se as caixas

Estado. Passou êste, porém, a garan

jíroccsso da sesmaria era moroso c cheio

Ministério da Viação do período repu

Dèle saiu o

cru uma verdadeinx po.sse tolerada pelo

ti-la, desde que, u partir da Lei das 12 Tábuas e da criação do Consulado, de

vapor entre o Brasil e ;» Enropa. Par último, como prova de (j„e já naqueles

mércio e Obras Públicas.

ao qual não se estendia a noção jurídi ca de propriedade e onde a ocupação

propriedade individual do solo.

O Desembargador Vieira Ferreira achava que as posses em nossixs terras de\*iam assemelhar-se às po.-^sessiones no agcr publicus por particulares e os nos sos posseiros deviam parecer-se aos possessores das leis agrárias. Não é preciso, todavia, remontar a Roma para encontrar os precedentes da posse, tal

Bem feitas

posso seria, assim, na e.xpressão de Rui

como aparece no direito territorial bra

as contas, não houve com a República

Cirno Lima, a represália do lavrador

transformações substanciais decorrentes

sem terra contra o latifundiário.

sileiro. O direito de fogo-morto na.s leis portuguesas permitia a posse de ca sais abandonados ou inaproveitados, sancionando-a pela utilização efetiva. Assim, parece que a noção de posse não foi

da substituição do regimem. Mudaram os tempo.s e n Brasil, sem diretrizes seguráS" e-nem sempre da melhor manei

O posseiro do Brasil tem raízes ilus

tres. A noção de posse representa uma

consagração do cx>stume, dos imperati-

introduzida no direito luso por influên

ra, acompanhou o ritmo dcj progresso material do mimdo. l'udo indica qiie

\os sociais, sobre o rígido foriTlalismo da lei. Uma vitória do direito costumei

cia romana,-mas que esta apenas veio

coin. o Império aconteceria o mesmo.

ro sobre o direito escrito. Assim silrgi-

entroncar-se no velho direito costumeiro.

ra em Roma, como lenta infiltração dos direitos individuais na esfera

rial monopolizada pelo Estado.

territo

Êste

outorgava aos particulares o domínio, por simples doação, ou por venda em lei

lão.

Havia, porém, terras dadas para

De fato, o direito do posseiro, já na Idade Média porhiguêsa, assentava so

bro o costume. Não chegou a Portugal coin João das Regras e os juristas for mados na Italia, em tempos de D. João I. Ja era p anta nativa, alimentada pelas

mera fruição, sem a transferência de po-

próprias condições da agricultura por

derés que o domínio implicava. Além disso, vastas regiões incultas cpie não tinham sido delimitadas e eram ocupa das mediante módica pensão por capita listas, passavam a ser arrendadas por

tuguesa, vindo a ser, como, mais tarde,

no Brasil, a forma que o agricultor po bre encontrou para escapar à opressão do latifúndio.

Contrapunha-se, dessa

O direito de fogo-morto, segundo Viterbo, é o que "assiste ao colono que.

forma, ao ager privatiis, o ager publicus.

havendo roteado a terra brava e inculta

seus ocupantes.


L>iusinx>

Lsa

ou que ae liavia tomado a mato, cor

tando e queimando os matagais, espi nhos e abrolhos, não pode ser expulso pelo direito senhorio daquelas herdades que com a sua indústria e despesas re

duziu a cultura e fêz rendosas".

A posse era, desse modo, a legitima

ção da propriedade pelo trabalho. Ao

lado da sesmaiia, que passara a repre sentar um meio privilegiado de ocupa ção da terra, era uma reivindicação do em comum contra os monopolistas, esta vez apoiada no costume e não na

ei. A incorporação do primeiro na segun a era, portanto, inevitável e prepacaminho a chamada Lei da Boa

agosto de 1769, que

^ costume desde que fôsse

filo 1^° ^

razão, isto é, ao espírito

rnic

contrário em

ti»,

el ^ f ritoHil^^^

c-onccssionário u carta de sesmaria. Não

terminava aí o processo, que dependia

133

de 1808, em Pôrto Alegre, por autor desconhecido. Dizia êle: "O abuso que há nesta Capitania, de lerem alguns

pírito cristão, a sorte do pequeno agri

de confirmação pelo rei. No tempo em

cultor no Brasil afigurou-re-lhe uma

que Saint Ililaire fazia estas observa

monstruosidade social: "Nada se equi para à injustiça c ã inépcia graças às quais foi até agora feita a distribuição

ções, por volta de 1822, as despesas

10, 12 o mais léguas de terra'', é preju-

para obtenção de uma seiinarla subiam

dicialíssimo não só a S. A. R., mas aos povos em geral, ao mesmo tempo que

das terras.

É evidente qtie, sobretudo

onde não existe nobrc/^i, é do intcrcrse

do Estado que haja nas fortunas a me nor desigualdade possível.

No Brasil,

nada haveria mais fácil do que enrique cer grande quantidade de famílias". Ao contrário do que se podia esperar, o latifúndio já começava nos arredores do Rio de Janeiro. A vinda de D. João para o Brasil não alterara a situação. Seus apaniguados souberam aproveitarse do regímem vigente para obter gran des extensões de terras. O próprio

a 100 mil réis, o qiie excluía da proprie

dade da terra grande número de pessoas aptas a rotcá-la.

A precaricclado das medições feitas

por homens cujos cunliecimenlos de geo metria não deviam .ser muito profundos ora outra brecha por onde fc infiltrava o posseiro, gerando intermináveis lití

gios. "Os pobres que não podem ter títulos — conta ainda Saint Hilaire,

moradores tomado 3, 4 sesmarias, com

há famílias que não possuem um palmo e tudo isto com fal:os enganos (sic) fei tos a S. A. R. e aos seus Delegados^ um homem que tinha a proteção do Go verno tirava uma se.smaria em seu no me, outra em nome do filho mais ve

lho, outras em nome da filha e do fillw que ainda estavam no berço e deste modo há Casa de quatro e mais ses

.dnndo-nos o

marias"...

primeiro fla grante do

Oliveira Viana cita

nosso possei

e se revestisse de uma an

excedesse de cem anos.

o depoimen to de um Go vernador da

Fernandes c Manoel Jacinto como os

lecem-se nos

®ssa forma, favorecia a

principais beneficiados na concessão de

terrenos que

pcsse no nosso direito ter-

sesmaríus que mediam léguas e léguas. Isso se passava nas vizinhanças da ca

sabem não ter

dono.

Plan

do Sul, Paulo

concorriam a acele-

pital, ferindo disposições expressas em cartas régias. Imagine-se o que não

tam,

cons

tróem peque-

da Gama, que

método

seria nas extensões desertas do interior.

casas,

da propriedade. No defeitos

O processo de obtenção do título de propriedade já era, por si só, bastante complicado. Todos os esforços empreen didos no século XVIII tinham consegui do apenas isto: o candidato a terras li

cSo^tixara j-. .

observadores t tribíiir^s^ j mainr ' ^

Econômico

ro — estabe

rar o nrn ^ princÍDin tinham-se

sistema agrário. Cientista e homem de sensibilidade, observador imparcial e es

Dickstü

Saint Hilaíre cita especialmente Paulo

ocunaoã iiiçfn

EcoNO^uuti

reinantes de

j^ diversos finalidade da dis-

^ ^ prosperidade do

PoronriM P a e do solo por todos que sejamà rea.mente capazes de cultivá-lo, tal coisa estava longe de se verificar no Brasil de touü, onde a monocultura, o latifúndio e a escravidão constituíam os alicerces

vres dirigia uma petição ao general da capitania. Êste, por sua vez, remetia o

pedido à Câmara Municipal, para qüe investigasse se a área em questão era mesmo devoluta ou tinha dono.

Rece

criam

Capitania do Rio

vem

gali

ipsis HUeris, as palavras

nhas e, quan do menos es

peram, aparece-lhes um homem rico, com o título que recebeu na véspera, expulsa-os e aproveita o fruto do seu

trabalho." Daí só plantarem grãos cuja coiheita pode ser feita em poucos meses, como o milho e o feijão, fugindo àquelas

dêsse anôni

conseguem 3 léguas e os filhos cada um outro tanto. Do mesmo modo se têm

dado sesmarias de 3 léguas a irmãos e

sesmarias fôsse contrário à apropriação especulativa da terra, havia diversas ma

terra que feria a letra expressa da lei.

neiras de burlá-lo.

Os indivíduos desapareciam perante o grupo familiar representado, no pater

que exigiriam maior demora no local.

Embora o espírito do regimem das

bida resposta favorável ao solicitante, o

social, ao progresso agrícola e à forma

juiz mandava proceder à medição e de

usados é descrito numas Reflexões sobre

marcação, findas as quais entregava ao

^

mo: "Famílias há inteiras que estão pos suindo 15 a 18 léguas de terra. Os pais

irmãs, e cada um por cabeça, cedendo depois todos em benefício de um só". É claro que o patriarcalísmo colonial favorecia esse tipo de apropriação da

capitão-general oficiava ao magistrado denominado "juiz das sesmarias", para que concedesse as terras requeridas. O

sentiram a profunda injustiça dêsse

corrõ-

borar, quase

do uma estrutura avêssa ao equilíbrio ção de comunidades prósperas, ^int Hilaíre foi um dos homens que

Grande

Um dos processos

o Rio Grande do Sul, redigidas, no ano

familiar.


L>iusinx>

Lsa

ou que ae liavia tomado a mato, cor

tando e queimando os matagais, espi nhos e abrolhos, não pode ser expulso pelo direito senhorio daquelas herdades que com a sua indústria e despesas re

duziu a cultura e fêz rendosas".

A posse era, desse modo, a legitima

ção da propriedade pelo trabalho. Ao

lado da sesmaiia, que passara a repre sentar um meio privilegiado de ocupa ção da terra, era uma reivindicação do em comum contra os monopolistas, esta vez apoiada no costume e não na

ei. A incorporação do primeiro na segun a era, portanto, inevitável e prepacaminho a chamada Lei da Boa

agosto de 1769, que

^ costume desde que fôsse

filo 1^° ^

razão, isto é, ao espírito

rnic

contrário em

ti»,

el ^ f ritoHil^^^

c-onccssionário u carta de sesmaria. Não

terminava aí o processo, que dependia

133

de 1808, em Pôrto Alegre, por autor desconhecido. Dizia êle: "O abuso que há nesta Capitania, de lerem alguns

pírito cristão, a sorte do pequeno agri

de confirmação pelo rei. No tempo em

cultor no Brasil afigurou-re-lhe uma

que Saint Ililaire fazia estas observa

monstruosidade social: "Nada se equi para à injustiça c ã inépcia graças às quais foi até agora feita a distribuição

ções, por volta de 1822, as despesas

10, 12 o mais léguas de terra'', é preju-

para obtenção de uma seiinarla subiam

dicialíssimo não só a S. A. R., mas aos povos em geral, ao mesmo tempo que

das terras.

É evidente qtie, sobretudo

onde não existe nobrc/^i, é do intcrcrse

do Estado que haja nas fortunas a me nor desigualdade possível.

No Brasil,

nada haveria mais fácil do que enrique cer grande quantidade de famílias". Ao contrário do que se podia esperar, o latifúndio já começava nos arredores do Rio de Janeiro. A vinda de D. João para o Brasil não alterara a situação. Seus apaniguados souberam aproveitarse do regímem vigente para obter gran des extensões de terras. O próprio

a 100 mil réis, o qiie excluía da proprie

dade da terra grande número de pessoas aptas a rotcá-la.

A precaricclado das medições feitas

por homens cujos cunliecimenlos de geo metria não deviam .ser muito profundos ora outra brecha por onde fc infiltrava o posseiro, gerando intermináveis lití

gios. "Os pobres que não podem ter títulos — conta ainda Saint Hilaire,

moradores tomado 3, 4 sesmarias, com

há famílias que não possuem um palmo e tudo isto com fal:os enganos (sic) fei tos a S. A. R. e aos seus Delegados^ um homem que tinha a proteção do Go verno tirava uma se.smaria em seu no me, outra em nome do filho mais ve

lho, outras em nome da filha e do fillw que ainda estavam no berço e deste modo há Casa de quatro e mais ses

.dnndo-nos o

marias"...

primeiro fla grante do

Oliveira Viana cita

nosso possei

e se revestisse de uma an

excedesse de cem anos.

o depoimen to de um Go vernador da

Fernandes c Manoel Jacinto como os

lecem-se nos

®ssa forma, favorecia a

principais beneficiados na concessão de

terrenos que

pcsse no nosso direito ter-

sesmaríus que mediam léguas e léguas. Isso se passava nas vizinhanças da ca

sabem não ter

dono.

Plan

do Sul, Paulo

concorriam a acele-

pital, ferindo disposições expressas em cartas régias. Imagine-se o que não

tam,

cons

tróem peque-

da Gama, que

método

seria nas extensões desertas do interior.

casas,

da propriedade. No defeitos

O processo de obtenção do título de propriedade já era, por si só, bastante complicado. Todos os esforços empreen didos no século XVIII tinham consegui do apenas isto: o candidato a terras li

cSo^tixara j-. .

observadores t tribíiir^s^ j mainr ' ^

Econômico

ro — estabe

rar o nrn ^ princÍDin tinham-se

sistema agrário. Cientista e homem de sensibilidade, observador imparcial e es

Dickstü

Saint Hilaíre cita especialmente Paulo

ocunaoã iiiçfn

EcoNO^uuti

reinantes de

j^ diversos finalidade da dis-

^ ^ prosperidade do

PoronriM P a e do solo por todos que sejamà rea.mente capazes de cultivá-lo, tal coisa estava longe de se verificar no Brasil de touü, onde a monocultura, o latifúndio e a escravidão constituíam os alicerces

vres dirigia uma petição ao general da capitania. Êste, por sua vez, remetia o

pedido à Câmara Municipal, para qüe investigasse se a área em questão era mesmo devoluta ou tinha dono.

Rece

criam

Capitania do Rio

vem

gali

ipsis HUeris, as palavras

nhas e, quan do menos es

peram, aparece-lhes um homem rico, com o título que recebeu na véspera, expulsa-os e aproveita o fruto do seu

trabalho." Daí só plantarem grãos cuja coiheita pode ser feita em poucos meses, como o milho e o feijão, fugindo àquelas

dêsse anôni

conseguem 3 léguas e os filhos cada um outro tanto. Do mesmo modo se têm

dado sesmarias de 3 léguas a irmãos e

sesmarias fôsse contrário à apropriação especulativa da terra, havia diversas ma

terra que feria a letra expressa da lei.

neiras de burlá-lo.

Os indivíduos desapareciam perante o grupo familiar representado, no pater

que exigiriam maior demora no local.

Embora o espírito do regimem das

bida resposta favorável ao solicitante, o

social, ao progresso agrícola e à forma

juiz mandava proceder à medição e de

usados é descrito numas Reflexões sobre

marcação, findas as quais entregava ao

^

mo: "Famílias há inteiras que estão pos suindo 15 a 18 léguas de terra. Os pais

irmãs, e cada um por cabeça, cedendo depois todos em benefício de um só". É claro que o patriarcalísmo colonial favorecia esse tipo de apropriação da

capitão-general oficiava ao magistrado denominado "juiz das sesmarias", para que concedesse as terras requeridas. O

sentiram a profunda injustiça dêsse

corrõ-

borar, quase

do uma estrutura avêssa ao equilíbrio ção de comunidades prósperas, ^int Hilaíre foi um dos homens que

Grande

Um dos processos

o Rio Grande do Sul, redigidas, no ano

familiar.


nif:i:vto n:coN('>Nf*^ . Mas o Rio Grande do Sul consUliiía exce<,-ão. Os desmandos nas concessões

de terras extorquidas do poder público pela habilidade dos sesmeiros estendiam-

se por todo o Brasil e chegaram até bem perto de nós. O mesmo autor, citando as reminiscências de Ferreira de Rezende, conta o caso do Comendador

Manoel José Monteiro de Barros, um

dos povoadores da Mata mineira, tron co de família ilustre que se estende hoje por três Estados, o qual "alcançou do Govêrno um grande número de sesmarias para si e para todos os seus filhos

que já existiam, para uma filha que ain da imo estava nascida e não sei se para todos os outros que estavam ainda para nascer".

O imperativo do cultivo também era burlado. O sesmeiro que não cultivasse sua propriedade dentro de um prazo que variou, em épocas diversas, de três a cinco anos, perdia a data, tomandose a terra devoluta. Não tendo recur sos, ou mesmo não querendo tomar útil

sua propnedade, sem, no entanto, abrir

mao dela pelo prestígio que lhe confena, o latifundiário saía-se airosamente do apuro colocando no terreno concedi

do um escravo inutilizado pela idade

ou por doença e que assim atestava com a sua presença a propriedade do senhor, desempenhando o papel de verdadeiro padrao de po.sse.

Tudo isso fazia com que o agricul tor sem recm-so.s, sentindo-se esbulhado

da propriedade da terra, reagisse pela pura 8 simples ocupação. Durante o regimem das sesmarias, não tendo sobre

as terras senão o domínio útil, porque o direito ainda era da Coroa, os ocupan

aces.so à terra obrigou a Coroa a pela Pro\isão de M ile inar(,x> cl(« 1B22, que SC procedesse nas medições c

Dicesto Econômico

A confusão do sistema de terras tor-

na-se então indescritível.

A impreeisão

mito.

O possuidor não se vinculava à

marcações de sesmarias seni prejudicar

nas demarcações faz os títulos precários f a ignorância e preptiténcia dos senho-

quaisquer possuidores que tivessem cfcti\amente culliiras uo terreno. De\Íi^*^^

rc.s da terra concentra, cada vez mais.

história da penetração matogrossense,

grandes áreas agricultáveis na mão dc

que se instaurou em tômo às terras do

.ser conservados cm suas posses, bí»®"

famílias que assentam seu prestígio e

lando eonio titulo as reais ordens pan*

Barão de Antoninn, encontrou a decla

poder, não na riqueza proveniente do

qut; as mesmas prevalecessem nas marias, posleriormeute concedidas.

amanho do solo. mas no domínio de lé

ração do inventarianle do espólio do Barão, segundo o qual èste as adqui

guas o léguas cobertas de mato.

terra pela ocupação regular. Sodré, eompulsando o processo, famoso na

resolução de 17 de julbo dc 1822- a

nou, ao lado das se.«maiias antigas, o

posso SC tornou o único melo jurídico

itucio da apropriação jurídica do solo,

rira, por lítulü.s legais, dos possuidores primários. Ês.ses títiilos. porém, eram quase todos dc mão e declaravam que as terras tinham sido havidas por posse

Extinto o regimeni das sesmarias pela

Se, em todo o Brasil, a posse se tor-

dc aquisição da propriedade territorial.

no Oeste constituiu uma forma inteira

primitiva.

O que ora exceção, olhada com descon

mente normal de ocupação. Compreen-

fiança pelos legislas do tenqx), loniou-se regra o passou a dominar. Seria de es

de-sc. Aqui entrava cm cena o fator dispersivo do pastoreio. A terra, pela

perar então que a pocpicna propriedade

''Ha vastidão, nada valia.

so espalhasse pelo País inteiro, entre

P fenômeno devia ter-se repetido em di\'crsas área.s pastoris do Brasil. Po demos muito bem compreender os con flitos gerados pela lei n." 609, de 18 de setembro de 1850, que representou a

Sobre ela, o

1822 o 1850, ano em que se promulgou

boincm se deslocava tangendo seus re banhos, eterno nômade, sem se prender

a nossa primeira lei de terras. O que

n gleba jxir benfeitorias ou moradas,

aconteceu foi exatamente o contrário'.

vivendo uma vida que de tão pobre chegava a ser ascética. Por .isso, as iransiulssões de propriedade por venda

O espírito latifundiário que já pervertera a legislação das sesmarias continuou a deturpar o regimem das possc.s. O pos seiro, que era, a prinqípio. o pccjuono

primeira tentativa de disciplina do nosso sistema agrário e que, no seu art. 50,

procurava resolver o problema jurídico

da po.sse. É claro que o objetivo do legislador era legitimá-la, impedindo

iTam quase fictícias, dada a modícidade

que procriasse latifúndios. Ante a im

da quantia exigida.

Houve ca.sos de

possibilidade de recui>erar de uma .só

proprietário, deixou-se também conta

posses, can terras matogrossenses, coni-

minar pela fome de tcrra.s'. Calçou bo tas de sete léguas, como qualquer se nhor de engenho, c saiu fincando mar

vez as pos.ses, isto é, tôdas as terras que não tinham, sido adquiridas por título

bido arrcado; outra.s custaram ao pos suidor apenas uma espingarda pica-puu,

de compra, porque tal medida seria ca

"•n libra de pólvora e duas de chumlxi. "As posses nada valiam, certamente",

de exceção, se tomara regra, a lei con

cos na distancia.

Não era dc esperar outra coisa. O regimem da terra no Brasil não podia transformar-se sem um reajustamcnto da estrutura econômica existente, fundada

prada.s por cem mil réis e mais um ca

diz Nelson Werneck Sodré em seu

estudo sôbre a propriedade rural no Oeste.

"Nelas não havia .sinais de

na monocultura e tõcla voltada para a

trabalho liumano.

exportação e para o comércio a longa

ções primárias em que haviam sido en

distância.

Economia tipicamente colo

nial que se propagaria até os nossos dias. pela falta de um mercado interno e que

Ficavam nas condi

tornou o problema pre.screvendo medi das que a legitimassem.

Era nisso menos drástica que o pro jeto de José Bonifácio, o qual, anteci pando-se nesse assunto, como em ou

contradas. Jamais nelas se faziam ben

feitorias que elevassem o sen valor. Nis

situação caótica do domínio, tendo em

to estava uma das características fun-

\'ista o aproveitamento regular da terra. Nesse projeto, que não passou do es

escala, teria possibilidade de criar, com

o rei com a cláusula do foro. O vulto

batendo essas condições geradoras de nin

terra."

que a posse foi tomando como meio de

inevitável centrifugismo econômico.

só a colonização inteligente, em larga

tastrófica num país em que a posse,

tros mais, aos homens do seu tempo, sentira a necessidade de regulamentar a

damentai.s cUt cultura pastoril; o abso luto desvalor do solo, a desestima pela

tes pediam para possuí-las, confirmando

na acepção rigorosa do lôrmo. era um

Nessas condições é claro que a posse,

boço, o Patriarca aconselhava o confi,s-

co de lõdas as propriedades cujos pos suidores não c.vibissem títulos legai.s,


nif:i:vto n:coN('>Nf*^ . Mas o Rio Grande do Sul consUliiía exce<,-ão. Os desmandos nas concessões

de terras extorquidas do poder público pela habilidade dos sesmeiros estendiam-

se por todo o Brasil e chegaram até bem perto de nós. O mesmo autor, citando as reminiscências de Ferreira de Rezende, conta o caso do Comendador

Manoel José Monteiro de Barros, um

dos povoadores da Mata mineira, tron co de família ilustre que se estende hoje por três Estados, o qual "alcançou do Govêrno um grande número de sesmarias para si e para todos os seus filhos

que já existiam, para uma filha que ain da imo estava nascida e não sei se para todos os outros que estavam ainda para nascer".

O imperativo do cultivo também era burlado. O sesmeiro que não cultivasse sua propriedade dentro de um prazo que variou, em épocas diversas, de três a cinco anos, perdia a data, tomandose a terra devoluta. Não tendo recur sos, ou mesmo não querendo tomar útil

sua propnedade, sem, no entanto, abrir

mao dela pelo prestígio que lhe confena, o latifundiário saía-se airosamente do apuro colocando no terreno concedi

do um escravo inutilizado pela idade

ou por doença e que assim atestava com a sua presença a propriedade do senhor, desempenhando o papel de verdadeiro padrao de po.sse.

Tudo isso fazia com que o agricul tor sem recm-so.s, sentindo-se esbulhado

da propriedade da terra, reagisse pela pura 8 simples ocupação. Durante o regimem das sesmarias, não tendo sobre

as terras senão o domínio útil, porque o direito ainda era da Coroa, os ocupan

aces.so à terra obrigou a Coroa a pela Pro\isão de M ile inar(,x> cl(« 1B22, que SC procedesse nas medições c

Dicesto Econômico

A confusão do sistema de terras tor-

na-se então indescritível.

A impreeisão

mito.

O possuidor não se vinculava à

marcações de sesmarias seni prejudicar

nas demarcações faz os títulos precários f a ignorância e preptiténcia dos senho-

quaisquer possuidores que tivessem cfcti\amente culliiras uo terreno. De\Íi^*^^

rc.s da terra concentra, cada vez mais.

história da penetração matogrossense,

grandes áreas agricultáveis na mão dc

que se instaurou em tômo às terras do

.ser conservados cm suas posses, bí»®"

famílias que assentam seu prestígio e

lando eonio titulo as reais ordens pan*

Barão de Antoninn, encontrou a decla

poder, não na riqueza proveniente do

qut; as mesmas prevalecessem nas marias, posleriormeute concedidas.

amanho do solo. mas no domínio de lé

ração do inventarianle do espólio do Barão, segundo o qual èste as adqui

guas o léguas cobertas de mato.

terra pela ocupação regular. Sodré, eompulsando o processo, famoso na

resolução de 17 de julbo dc 1822- a

nou, ao lado das se.«maiias antigas, o

posso SC tornou o único melo jurídico

itucio da apropriação jurídica do solo,

rira, por lítulü.s legais, dos possuidores primários. Ês.ses títiilos. porém, eram quase todos dc mão e declaravam que as terras tinham sido havidas por posse

Extinto o regimeni das sesmarias pela

Se, em todo o Brasil, a posse se tor-

dc aquisição da propriedade territorial.

no Oeste constituiu uma forma inteira

primitiva.

O que ora exceção, olhada com descon

mente normal de ocupação. Compreen-

fiança pelos legislas do tenqx), loniou-se regra o passou a dominar. Seria de es

de-sc. Aqui entrava cm cena o fator dispersivo do pastoreio. A terra, pela

perar então que a pocpicna propriedade

''Ha vastidão, nada valia.

so espalhasse pelo País inteiro, entre

P fenômeno devia ter-se repetido em di\'crsas área.s pastoris do Brasil. Po demos muito bem compreender os con flitos gerados pela lei n." 609, de 18 de setembro de 1850, que representou a

Sobre ela, o

1822 o 1850, ano em que se promulgou

boincm se deslocava tangendo seus re banhos, eterno nômade, sem se prender

a nossa primeira lei de terras. O que

n gleba jxir benfeitorias ou moradas,

aconteceu foi exatamente o contrário'.

vivendo uma vida que de tão pobre chegava a ser ascética. Por .isso, as iransiulssões de propriedade por venda

O espírito latifundiário que já pervertera a legislação das sesmarias continuou a deturpar o regimem das possc.s. O pos seiro, que era, a prinqípio. o pccjuono

primeira tentativa de disciplina do nosso sistema agrário e que, no seu art. 50,

procurava resolver o problema jurídico

da po.sse. É claro que o objetivo do legislador era legitimá-la, impedindo

iTam quase fictícias, dada a modícidade

que procriasse latifúndios. Ante a im

da quantia exigida.

Houve ca.sos de

possibilidade de recui>erar de uma .só

proprietário, deixou-se também conta

posses, can terras matogrossenses, coni-

minar pela fome de tcrra.s'. Calçou bo tas de sete léguas, como qualquer se nhor de engenho, c saiu fincando mar

vez as pos.ses, isto é, tôdas as terras que não tinham, sido adquiridas por título

bido arrcado; outra.s custaram ao pos suidor apenas uma espingarda pica-puu,

de compra, porque tal medida seria ca

"•n libra de pólvora e duas de chumlxi. "As posses nada valiam, certamente",

de exceção, se tomara regra, a lei con

cos na distancia.

Não era dc esperar outra coisa. O regimem da terra no Brasil não podia transformar-se sem um reajustamcnto da estrutura econômica existente, fundada

prada.s por cem mil réis e mais um ca

diz Nelson Werneck Sodré em seu

estudo sôbre a propriedade rural no Oeste.

"Nelas não havia .sinais de

na monocultura e tõcla voltada para a

trabalho liumano.

exportação e para o comércio a longa

ções primárias em que haviam sido en

distância.

Economia tipicamente colo

nial que se propagaria até os nossos dias. pela falta de um mercado interno e que

Ficavam nas condi

tornou o problema pre.screvendo medi das que a legitimassem.

Era nisso menos drástica que o pro jeto de José Bonifácio, o qual, anteci pando-se nesse assunto, como em ou

contradas. Jamais nelas se faziam ben

feitorias que elevassem o sen valor. Nis

situação caótica do domínio, tendo em

to estava uma das características fun-

\'ista o aproveitamento regular da terra. Nesse projeto, que não passou do es

escala, teria possibilidade de criar, com

o rei com a cláusula do foro. O vulto

batendo essas condições geradoras de nin

terra."

que a posse foi tomando como meio de

inevitável centrifugismo econômico.

só a colonização inteligente, em larga

tastrófica num país em que a posse,

tros mais, aos homens do seu tempo, sentira a necessidade de regulamentar a

damentai.s cUt cultura pastoril; o abso luto desvalor do solo, a desestima pela

tes pediam para possuí-las, confirmando

na acepção rigorosa do lôrmo. era um

Nessas condições é claro que a posse,

boço, o Patriarca aconselhava o confi,s-

co de lõdas as propriedades cujos pos suidores não c.vibissem títulos legai.s,


•VI Jipift»

ise

excetuando apenas um espaço de 650 geíras para os que tivessem realizado benfeitorias.

A lei de 1850, considerando válidos

apenas os títulos de aquisição por com pra, extinguia o regimem das posses.

Compreendendo, porém, a impossibili dade do confisco sumário e as dificulda des insuperáveis que tal medida acarre taria, o legislador aplainou o caminho para que os posseiros legitimassem suas

terras. Assim, considerou posses sujei tas a legitimação: 1) as que se achassem

em poder do primeiro ocupante sem ou tro título que a sua ocupação; 2) as que, pôsto se achassem em poder do

segundo ocupante, não houvessem sido por êste adquiridas mediante título há

bil; e 3) as que. achando-se em poder do primeiro ocupante até a publicação do decTeto que regulamentou a lei de 18o0. tivessem sido alienadas contra a pr^biçao do artigo 11 da referida lei Esse artigo cbrígava os posseiros' a

obtemm o titulo das lerrasf que lhes ficariam pertencendo. A prescrição trin válido. As condições para legitimar-ão eram a morada habitual e a cultura efe tiva. Comentando essa e.xigéncia Ma

cedo Soares risava. no seu^ratado sl bre a medição de terras: "

são simples roçados, derribadas 'o'u quei

mas de matos, levantamentos de ran chos e outros atos semelhantes- preci

sa o animas manenüi, a cultura come çada e seguida, denotando a intenção de fixar com um estabelecimento de lavou ra". O que visava claramente comba

ter as maneiras de burlar a lei que já mencionamos.

Prevendo os litígios que surgiriam entro sesmeiros e posseiros, as duas

classes de proprietário.s da terra que, a

Dicesto

IjiOESTO Econômico

E^onókoco

pelo Govêmo com a medição e a legitlinação; mas a posse não devia exceder 250.000 braças quadradas. A lei supunha extinguir o regimem da posse. As que fossem estabelecidas após o decreto 1.318, de 30 de janeiro de 1854 — que veio regulamentar a lei n.°

princípio bastante diferenciadas, acaba riam por se confundir, estabeleceram-se as condições que deviam presidir á legi timação das posses encontradas dentro dos limites das .scsmarlas.

Uma vez

comprovadas a cultura efetiva e a mo rada liabiliiai, o juiz encarregado da legitimação examinaria ainda; 1) se a posse fora declarada boa por sentença transitada cm julgado entre o sesmei-

601 — não deviam ser re.spcitadas e

seus ocupantes processados como apro veitadores dc terras dcvolulas.

ro e o posseiro; 2) se fora estabelecida

Ninguém ignora que a lei não con

antes da medição da scsmaria e não

seguiu extinguir o regimem de fato da

fòra turbada por cinco anos; 3) final

posse. Basta viajar um pouco para ve rificar que é essa ainda a form:^ nor mal de ocupação do solo em nosso país.

mente, no caso de ter sido estabelecida

após a medição, se não fôra turbada

por dez anos. Desde que possuísse um dôsses requisitos, a posse valia contra a scsmaria e devia ser medida para fins do legitimação. No caso contrário, era a scsmaria que valia contra a po:se, ficando, porém, o scsmeiro na obrigação

Um do;: motivos, apenas um, está na condição imposta à legitimação: as pos ses deviam ser medidas. Na época em que a lei foi promulgada já se afirmava

de indenizar o posseiro pelas benfeito rias que este houvesse construído. Podia haver também o caso, e devia

multiplicidade de moradores qtie íam en

que a medida das scsmarias. cm muitas

regiões do País, era impraticável pela

trando em seus limites, plantando, dei xando-se ficar.

ser o mais comum nn Brasil, de estar

a posse em terra devoluta, por ocupação primária ou sem título legítimo havido

do primeiro ocupante. Nesta liipótese, desde que o juiz constatasse a existên cia de cultivo e a morada liabitual do posseiro, faria arbitrar por louvados os

limites da posse e mandaria os agrimensores calcularem a sua área.

A bem intencionada legislação conce dia a medição do terreno cultivado ou

ocupado pelo gado se não houvesse ter ceiro prejudicado e contanto que a área

total da posse não excedesse de uma sesmaría para cultura ou criação igual às últimas concedidas na mesma co

marca ou na mais próxima. • Queria evitar, desse modo, que a posse, como

a sesmaría, degenerasse em latifúndio. Os posseiros pobre.s seriam beneficiados

.(

Agora mesmo, num levantamento feito

em quatro municípios do Vale do São Francisco, afirma-se o seguinte:

"A

terceira o última modalidade de aquisi

recidu pelos sistemas deficientes de de

marcação das propriedades e pela pró pria organização social do Império e

da Primeira República. O posseiro, mui tas vézcs, não tinha recursos para cus

tear a medição. Por outro lado, a gran de maioria da população, os escravos al forriados, os agregados livres, os par ceiros e forciros, viviam à margem dos quadros jurídicos pensados pelos juris tas c políticos do tempo. Um sistema racional de terras .só poderia estabele cer-se na estreita área cultural onde se

hannonizasse com,outros traços, seden-

tarisnío, alfabelização, métodos racionais de cultivos ele.

São conhecidos os conflitos que a

posse provoca.

Freqüentes vêzes, o

posseiro se insurge contra a evicção e defende seus direitos a bala. Um velho

instinto lhe diz que a terra é sua por

que a cultivou. Tavares de Almeida descreve a cena que não é válida ape

nas para o Oeste paulista: "O velho posseiro recebeu um dia o sobressalto de uma \ásíta. Era o Oficial de Justiça, que Uie trazia a citação para a pró.xijm'> audiência em que se iria propor a divisão da fazenda em que estavam suas

ção das terras em toda a região é a por simples ocupação. Ela é comum em to dos os municípios. O Prefeito de Januária, por exemplo, calcula existir para

lhe explicaria as razões do condomínio de que era sócio ou lhe ofereceria carta

mais de 2.000 propriedades de mera

reito de outrem, se indenizaria com a ra

ocupação ou herança, só no distrito de Brejo do Amparo. Êste distrito está

possuía há longos anos.

cheio de condôminos não arrolados se

quer para fins estatísticos. Na fazenda Itapíraçaba, Distrito da Cidade, há cêrca de 400 condôminos, segundo depoi

mentos de homens responsáveis de Januária".

terras. Na sede da comarca, o advogado de agregação em que, reconhecendo di

tificação, por escritura hábil, do que O causídico

mostrava as vantagens da proposta que senipre fazia em nome de terceiro, o

grilheiro, tipo que chegou em primeiro lugar para a vida -nova do sertão". Já é tempo de acabar com a auréola

Extinto no papel, o regimem, como

romântica do grilheiro. Êle não é o legítimo descendente dos bandeirantes.

tantas outras coisa.s, continuaria favo-

Sua vocação pioneira tem parte com a


•VI Jipift»

ise

excetuando apenas um espaço de 650 geíras para os que tivessem realizado benfeitorias.

A lei de 1850, considerando válidos

apenas os títulos de aquisição por com pra, extinguia o regimem das posses.

Compreendendo, porém, a impossibili dade do confisco sumário e as dificulda des insuperáveis que tal medida acarre taria, o legislador aplainou o caminho para que os posseiros legitimassem suas

terras. Assim, considerou posses sujei tas a legitimação: 1) as que se achassem

em poder do primeiro ocupante sem ou tro título que a sua ocupação; 2) as que, pôsto se achassem em poder do

segundo ocupante, não houvessem sido por êste adquiridas mediante título há

bil; e 3) as que. achando-se em poder do primeiro ocupante até a publicação do decTeto que regulamentou a lei de 18o0. tivessem sido alienadas contra a pr^biçao do artigo 11 da referida lei Esse artigo cbrígava os posseiros' a

obtemm o titulo das lerrasf que lhes ficariam pertencendo. A prescrição trin válido. As condições para legitimar-ão eram a morada habitual e a cultura efe tiva. Comentando essa e.xigéncia Ma

cedo Soares risava. no seu^ratado sl bre a medição de terras: "

são simples roçados, derribadas 'o'u quei

mas de matos, levantamentos de ran chos e outros atos semelhantes- preci

sa o animas manenüi, a cultura come çada e seguida, denotando a intenção de fixar com um estabelecimento de lavou ra". O que visava claramente comba

ter as maneiras de burlar a lei que já mencionamos.

Prevendo os litígios que surgiriam entro sesmeiros e posseiros, as duas

classes de proprietário.s da terra que, a

Dicesto

IjiOESTO Econômico

E^onókoco

pelo Govêmo com a medição e a legitlinação; mas a posse não devia exceder 250.000 braças quadradas. A lei supunha extinguir o regimem da posse. As que fossem estabelecidas após o decreto 1.318, de 30 de janeiro de 1854 — que veio regulamentar a lei n.°

princípio bastante diferenciadas, acaba riam por se confundir, estabeleceram-se as condições que deviam presidir á legi timação das posses encontradas dentro dos limites das .scsmarlas.

Uma vez

comprovadas a cultura efetiva e a mo rada liabiliiai, o juiz encarregado da legitimação examinaria ainda; 1) se a posse fora declarada boa por sentença transitada cm julgado entre o sesmei-

601 — não deviam ser re.spcitadas e

seus ocupantes processados como apro veitadores dc terras dcvolulas.

ro e o posseiro; 2) se fora estabelecida

Ninguém ignora que a lei não con

antes da medição da scsmaria e não

seguiu extinguir o regimem de fato da

fòra turbada por cinco anos; 3) final

posse. Basta viajar um pouco para ve rificar que é essa ainda a form:^ nor mal de ocupação do solo em nosso país.

mente, no caso de ter sido estabelecida

após a medição, se não fôra turbada

por dez anos. Desde que possuísse um dôsses requisitos, a posse valia contra a scsmaria e devia ser medida para fins do legitimação. No caso contrário, era a scsmaria que valia contra a po:se, ficando, porém, o scsmeiro na obrigação

Um do;: motivos, apenas um, está na condição imposta à legitimação: as pos ses deviam ser medidas. Na época em que a lei foi promulgada já se afirmava

de indenizar o posseiro pelas benfeito rias que este houvesse construído. Podia haver também o caso, e devia

multiplicidade de moradores qtie íam en

que a medida das scsmarias. cm muitas

regiões do País, era impraticável pela

trando em seus limites, plantando, dei xando-se ficar.

ser o mais comum nn Brasil, de estar

a posse em terra devoluta, por ocupação primária ou sem título legítimo havido

do primeiro ocupante. Nesta liipótese, desde que o juiz constatasse a existên cia de cultivo e a morada liabitual do posseiro, faria arbitrar por louvados os

limites da posse e mandaria os agrimensores calcularem a sua área.

A bem intencionada legislação conce dia a medição do terreno cultivado ou

ocupado pelo gado se não houvesse ter ceiro prejudicado e contanto que a área

total da posse não excedesse de uma sesmaría para cultura ou criação igual às últimas concedidas na mesma co

marca ou na mais próxima. • Queria evitar, desse modo, que a posse, como

a sesmaría, degenerasse em latifúndio. Os posseiros pobre.s seriam beneficiados

.(

Agora mesmo, num levantamento feito

em quatro municípios do Vale do São Francisco, afirma-se o seguinte:

"A

terceira o última modalidade de aquisi

recidu pelos sistemas deficientes de de

marcação das propriedades e pela pró pria organização social do Império e

da Primeira República. O posseiro, mui tas vézcs, não tinha recursos para cus

tear a medição. Por outro lado, a gran de maioria da população, os escravos al forriados, os agregados livres, os par ceiros e forciros, viviam à margem dos quadros jurídicos pensados pelos juris tas c políticos do tempo. Um sistema racional de terras .só poderia estabele cer-se na estreita área cultural onde se

hannonizasse com,outros traços, seden-

tarisnío, alfabelização, métodos racionais de cultivos ele.

São conhecidos os conflitos que a

posse provoca.

Freqüentes vêzes, o

posseiro se insurge contra a evicção e defende seus direitos a bala. Um velho

instinto lhe diz que a terra é sua por

que a cultivou. Tavares de Almeida descreve a cena que não é válida ape

nas para o Oeste paulista: "O velho posseiro recebeu um dia o sobressalto de uma \ásíta. Era o Oficial de Justiça, que Uie trazia a citação para a pró.xijm'> audiência em que se iria propor a divisão da fazenda em que estavam suas

ção das terras em toda a região é a por simples ocupação. Ela é comum em to dos os municípios. O Prefeito de Januária, por exemplo, calcula existir para

lhe explicaria as razões do condomínio de que era sócio ou lhe ofereceria carta

mais de 2.000 propriedades de mera

reito de outrem, se indenizaria com a ra

ocupação ou herança, só no distrito de Brejo do Amparo. Êste distrito está

possuía há longos anos.

cheio de condôminos não arrolados se

quer para fins estatísticos. Na fazenda Itapíraçaba, Distrito da Cidade, há cêrca de 400 condôminos, segundo depoi

mentos de homens responsáveis de Januária".

terras. Na sede da comarca, o advogado de agregação em que, reconhecendo di

tificação, por escritura hábil, do que O causídico

mostrava as vantagens da proposta que senipre fazia em nome de terceiro, o

grilheiro, tipo que chegou em primeiro lugar para a vida -nova do sertão". Já é tempo de acabar com a auréola

Extinto no papel, o regimem, como

romântica do grilheiro. Êle não é o legítimo descendente dos bandeirantes.

tantas outras coisa.s, continuaria favo-

Sua vocação pioneira tem parte com a


Dici-.sto EroNÓM'CO

lenda. Êsse plantador de cidades pa dronizadas é também um devastador de

matas, um empobrecedor de solos, um

aniquilador de fontes de vida. O regimem das posses, a imprecisão dos títu

los, a marginalidade jurídica de nossa

população rural, foram os fatôres quê permitiram a eclosão désse tipo que

devassou - e também devastou - o Oeste paulista.

Ao lado dos connitos criados neli posse e que se prolongam -us vézes de geraçao em geração, outro Oagel,, riue

o regimem acarreta é a selvagem dila

pidação dos recursos naturais. Inscíruro do seu domínio sóbre a terra « nos-

terras, mas não vivein lu-Ias. Para eoom.star essa posse ou a-ocupaç-.áo. valein-

sc do recurso do agregados cpie aí se ]K).sseiro, mas coim, \-eriiatleiros criado-

de direitos para terceiros, ein nonw

do quem falam e peraulo quem respon

dem pela terra a seus cuidados confiada. O agregado. lu-ssc caso, usa è abusa da terra onde \ i\'e, dilapidando seus recur

Assim, o posseiro uos aparece, ao mesmo tempo, coiuo \ ítinia e carrasco.

É o proletário .sem torra, mas também

reduzir ' em^ pouc-o>"iagmar como relatipode leduzir, tempo, terras

não obedece a um método eficiente cie divisão e demarcação da terra. A eliminação da po.sso no Paí.s só

--nte férteis à mais íon.pleta e:SriUAcresce ainda que, em muitos casos

o posseiro é um latifundiário.

a-ssimilou a cobiça de acumular ferZ

nio. Êsse fenômeno aparece no relato Vale do bao Francisco"Há no no no"vd"' » fenô.ne-

pt.'SSOas que querem st-r posseiros de

ns PiaTnFORMns elevadoras

sos naturais".

">"1" de tempo. Levando-se em cont i na maioria dos casos, ignora as téc'

e descargas

estabclcconi, .sem obrigações iiara com o

c o acaparaclor da distância. Ambos os tipos SC encsjulrain, |>or tòda parle, no Bra.sii, resultantes de um .sistema

■''eu-o procura tirar dela o mãxinio no mí-

-para cargas

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ocorreria através de um sistema inten

sivo de colonização que se amparasse no lüteamento das áreas não cultivadas e num cadastro rural tecnicamente orga nizado.

Enquanto isso não se fa/., o

posseiro continua entrando pelas toiTas inaprovciladus, explorando a terra até csgolá-hi, x'agutiando

de déii-em-déu,

irmão da formiga na capacidade dcstriiidora, irmão da cigarra na sua vida sem amanbã.

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nível <lu earrosíterin. suporlntulo 900 iiuiloa de eorgn. Pode ser paralisada em ipiniriiicr nlliirn.

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Dici-.sto EroNÓM'CO

lenda. Êsse plantador de cidades pa dronizadas é também um devastador de

matas, um empobrecedor de solos, um

aniquilador de fontes de vida. O regimem das posses, a imprecisão dos títu

los, a marginalidade jurídica de nossa

população rural, foram os fatôres quê permitiram a eclosão désse tipo que

devassou - e também devastou - o Oeste paulista.

Ao lado dos connitos criados neli posse e que se prolongam -us vézes de geraçao em geração, outro Oagel,, riue

o regimem acarreta é a selvagem dila

pidação dos recursos naturais. Inscíruro do seu domínio sóbre a terra « nos-

terras, mas não vivein lu-Ias. Para eoom.star essa posse ou a-ocupaç-.áo. valein-

sc do recurso do agregados cpie aí se ]K).sseiro, mas coim, \-eriiatleiros criado-

de direitos para terceiros, ein nonw

do quem falam e peraulo quem respon

dem pela terra a seus cuidados confiada. O agregado. lu-ssc caso, usa è abusa da terra onde \ i\'e, dilapidando seus recur

Assim, o posseiro uos aparece, ao mesmo tempo, coiuo \ ítinia e carrasco.

É o proletário .sem torra, mas também

reduzir ' em^ pouc-o>"iagmar como relatipode leduzir, tempo, terras

não obedece a um método eficiente cie divisão e demarcação da terra. A eliminação da po.sso no Paí.s só

--nte férteis à mais íon.pleta e:SriUAcresce ainda que, em muitos casos

o posseiro é um latifundiário.

a-ssimilou a cobiça de acumular ferZ

nio. Êsse fenômeno aparece no relato Vale do bao Francisco"Há no no no"vd"' » fenô.ne-

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Marília — Mírassol — Mogi Mirim — Novo Horizonte — Olím pia — Ourinhos — Palmital — Piracicaba — Pirajuí — Pirassununga — Presidente Prudente — Guatá — Registro — Ribei. rão Preto — Sto. Anastácio — S. Carlos — S. João da Bôa Vista — S. Joaquim da Barra — S. José do Rio Pardo — São Jo

sé do Rio Prêto — S. Simão — Santos — Tanabi — Tietê — Tupan.

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6.° andar

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Fones: 3-2093 e 2-6425

Fones: 2-7979 e 2-3656

Telegramas: Excopa

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