Comercial Importadora
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NOSSA ESPECIALIDADE:
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Perfuração em rocha Serviço rápido
Materiais Elétricos
SUMARIO Pág.
A União Européia de pagamentos — Richard Lewinsohn
As relações entre os Estados Unidos e o Brasil — Raul Fernandes
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Lendo Euclides —• Altino Arantes
''
Capitais estrangeiros dominam a economia nacional — Moacyr Paixão
Bombas e Motores
INFORMAÇÕES COM :
Pesquisas sôbro a Bahia — L. A. Costn Pinto ...; Moeda, inflação e produção — Djacir Menezes
Reforma agrária para o Brasil — Daniel do Carvalho
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Produtos brasileiros no mercado internacional — O mate — Dorival Teixeira Vieira
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Sãs Paulo
II." Andar — Telefone: 3-5116 São Paulo
Gaslão da Cunha — Antóniu Gontijo de Carvalho
Sistema econômico — Robei^lu Pinto do Sousa
*]
A crise de valores — Cândido Mota Filho Preconceito racial no Brasil — Afonso Arinos de Melo Franco
Os cafczais no norte do Paraná — J. Testa Os juros aos deposilantes e a economia nacional —
José Luiz de Almeida Nogueira Pôrtn
Abrem-se novas perspectivas a mineração nacional de manganês
Esplendor o decadência — Nelson Wemeck Sodré
vaiu
eraldo Banaskiwltz
As bases da nossa recuperação econômica — Bezerra de Freitas
A produção extraíiva vegetal — Pimcntel Gomes Finanças imperiais — Octavio Turquinlo de Sousa A posse e o posseiro no Brasil — José Artur Rios
i N.o 70 — SETEMBRO DE 1950 — ANO VI
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CUIDADO
ESTA À VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5.00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a supnr qualquer
com
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço
êstes sinais!
de Cr$ 50,00 anuais.
Agente gorai para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
Alagoas: Manoel Espíndola. Praça Pe dro II, 49, Maceió.
Amazonas: Agóncla Freitas, Rua Joaquim Sarmento, 29, Manaus. Bahia:
Alfredo J. de Souza & cia
R. Saldanha da Gama, G, Salvador'
Parará: J, Ghi.apnonc. Una IS cie No vembro. 423. Curitiba.
Uma leve impressão digital é o bastan Pernambuco: Fernando ChinaBlla, Rua do Imperador, 221, 3.o andar,
VUÓri?"^ J"onimo Monteiro sci. Goiás: João Manarino. Rua Setenta a Goiania.
Maranhão:
Livraria Universal Ri.a
João Lisboa, 114, São Luiz. '
PlaUí: Cláudio M. Tote, Tcrcsina.
metálicas. E isto significa PREJUÍZO! Av. Presidente Vargas, 502, 10.o
Horizonte.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém, Paraíba: Loja das Revistas. Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
Os modernos anti-corrosivos S/V SOVA-
andar.
Rio Grande do Norlo: Luís Romao, Avenida Tavares Lira 48, Natal. Rio Grande do Sul: Sòmcntc p.nra Por to Alegre: Oclavio Sngebin. Rua
7 de Setembro, 709. Porto Alegre. Para locais fora do Pôrto Alegro:
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro .S, Minas Gerais; Joaquim Moss Velloso Avenida dos Andradas. 330 Belo
destruidora do fino acabamento das peças
Rio do Janeiro: Fernando Chinaglia,
Fernando Chinaglia, R, de Janeiro.
Cia.. Pça. da República. 20. Cuiabá!
te para dar início à ferrugem - a implacável
Recife.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque f ria
Praça do Ferreira. 621. Fortaleza! Espirito Canto: Viuva Copolilo & Fl-
i l-
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,
Rua Felipe Schmidt, C, Florianóp.
KOTE asseguram loaga e eficaz proteção cojitra a ferrugem, quaisquer que sejam as
Lubrificantes
suas causas. Assim, os S/V SOVA-KOTE im
pedem a ferrugem causada pelo suor das mãos, protegem as peças em estoque, as fer ramentas e o equipamento exposto ao ar livre ou em contacto com vapores ácidos.
Consulte o nosso Departamento Técnico.
São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
duto Santa Eíigénia. 201, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda.. Rua João Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: Diógcnes de Oli veira, Rio Branco.
Concessionária:
CIA. MATE LARAHJEIRA S. A.
São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 • Santos - Rua Itororó, 71 Curitiba - Rua Cruz Machado, 12
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Para cada serviço
TERRAS OE ALTA QUALIDADE \
há uma MANGUEIRA
Vendas a prestações em pequenos e grandes lotes pela
GOOD^^EAR
CIA. DE TERRAS NORTE 00 PARANÁ Jnsci-ição N." 12 no Regi-itro Cleral de (tn Comarca de Londrina, na lorma do Decrcto-Lei N." J079, de 15-9-193S
que oferece
Vantajosa produçflu de; CAF8. CEREAIS. FUMO. ALGODÃO, CANA DB AÇÚCAR. MANDIOCA, TRIGO. etc.
maior rendrmenf-o e durabilidade
Estrada de ferro — Ótimas estradas de To<lagctn Esplendido seruiço rodoutdrlo
Agência Principal e Centro de Administração ^..ondrinm
Sede em SÜe Paulo, Rua S. Bento, 329 - 8.» andor - Caixa Postal 277 1
Aüfíj; •
AGENTE DB VKNDA ESTA AUTOKIZADO
A RECEBER DINHEIRO BM NOME DA COMPANHIA.
SORRElilS GOODYEflH MUUI-V eu PLANOS
CA/A B. JANT'ANNA DIE ELECTCICIBADE ltda.,
Teaos também estoque com-
qualidade,es Mangueiras Goodyear têm mais
Cbodyear para todos os fins
esta vantagem: são construídas especial mente pcira cada serviço. Seja qual for o
iilduatriaia. Consulte-ma sem compromisso sôhre seus proble mas de lransm"smo de ."ôrça.
participa aos seus distintos amigos e clientes, a mudança
Famosas no mundo inteiro por sua alta
pkto de correi la de tfnsinirsSo
seu trabalho — sucção de água, óleo ou
ácido, ar con primido lavagem, de carros,
de seu estabelecimento comercial para a
solda autógena jardim—o Sr. encontrará em
nossa loja a mangueira Goodyear que lhe ofe recerá o máximo em eficiência e economia.
RIT BE\J\MIi\ (:o\ST/\^T, W?,
^íaf^aòíolBastos
onde espera contar com a preferencia com que sempre a
COA1ÉRC10 E ÍNDÚSTRÍA
distinguiram. RIO
DE JANEIRO
lí. Teófilo Ctoni,81
SÃO
PAU LO
R.Flor.de Abreu,828
BELO HORIZONTE R. Tupinambás, 364
PÔRTO ALIGRB Av.Júlio dc Cflstühos,30
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ONDE HÁ GRANDES ORGANIZAÇÕES, HÁ MÁQUINAS'
BURftOUOHS
Banco Cruzeiro do Sul de São Paulo 8. A. CAPITAL E RESERVAS; 62.000.000,00 MATRIZ
RüA
da
—
SAO PAULO
QUITANDA
1 4 4
End. Telegr.: "BANCRUZE" TEL. 3-3668 — 3-4375 — 6-7157 — 58 — 59 — 50 com Ramais internos FILIAL: RIO DE JANEIRO rua
DA
CANDELARI
A» mdguixaa iiurrough» ajudttm a Light a rcgUtrar « /aturar o fabulogo coruw mo d« energia elitriea do Rio de Janeiro.
K^^NDENCIAS URBANAS: MooM
25 de Março
—.Ipiranga — Jeüsaquaxa — Lapa
Pinheiros — Santo Amaro — Tucuruvi
dependências do INTERIOR Xmeílc^r-^^L^i^ interior Americana — AvarÁ _
"
— Fartura — Pra«
— Cerqueira César — Conchas
Guarulhos — HercSlfnr^ ""- Garça — Guaratinguetá Itú — Jacarei Ti ^' — Ipauçu — Itapecerica da Serra — guelopolis — Mo«? — Limeira — Manduri — Migulho Piraiui — o Cruzes — Patrocínio Paulista — Pedre— Quintana ~ S. Caetano do Sni
1
— Pompeia — Presidente Bemardes — S. Bernardo do Campo
cohresponde^tes-dihetos Fernâo — írniianonoV
— Cubaíão — Estação ^Franca) —
São Miguel Paulis^?'^ Jr-auiista —"r Taquarituba——Reginopolis Ubirajara.— Rifania —
A Light também usa Máquinas Burroughs Para coda finalidade existe a máquina
de cálcular Burroughs mais adequa da, seja faturamento,fôlha de paga mento,controle de estoque, contabi lidade em geral. E cada uma presta serviço plenamente satisfatório em
cânica especializada, absolutamente indispensável à plena eficiência do qualquer sistema mecânico, de ma
neira a conservar sempre o alto
rendimento de todas as máquinas Burroughs em uso.
menos tempo, com mais eficiência,
*
*
★
economia e rigorosa exatidão.
Se n&o está sattstcito com aeu sistema de
Serviço mecânico especializado. A Burroughs mantém estoque perma
contabilidade, telelone para a Burrough*.
nente de peças e a assistência me
Um técnico estudará seu problema, sem compromisso, iuUicando-lhe a soluoflo Ideal,
rroughs CIA. BURROUGHS DO BRASIL, INC.
BONS
serv iços
Rio de Janeiro : Rua Vise. Inhaúmo, 134 - 12.® andar - Tels. 5 2 3-1 < 90 « 23-1699
SSo Peulo; Largo Pcissandú, 51
sobre!o|a - Tels. 1 6-6990 e 6 6999
Agentes em: Recife, Sulvadi', Manous, B. Horizonte, Campos Soníes. Boutú, P. Atofc, Pelota?, Morlonópolis, Curitibo.
MÁQUINAS
PARA
TÔ0A3
AS
NECESSIDADES
DE
CÁLCU LO
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1,1" »r'v
gium cmâMico
A união européia de pagamentos
i lUKEB m IteJÜCI&S lUH rSIIRIKt MBU ftíbhcado ra b oi avipício* do
Hicharo Lewinsohn
tSSDCIAC&O COMERCIAI DE SlO PADll A s moedas ouropéiiis ainda ni'io cliv-
• ao
FlDERlClO 00 COMERCIO 00
t*arani a uma \'crdadcira estabilida
ESTAOD OE StO PAUIO
O Iftí^eí^to Econômica «uperlntend^nt»:
publicará no próximo nnmcro:
Diretor:
ECÜNOMISIAS
Marttm Affoiuo Xavier da SUvelra Antonlo Gonlljo de Carvalho
líHASILElitO.S
-
C;AI!UJ - Hasílú, Maj^allifu-s. ♦
O CKUZEIHO K O DOI.AH
MllOr," C„mS°l.T Lwi""""'
Alda
Azevedo.
CAMPO
conceito.
.P^l♦
DA
CIÊNCIA
PURA -
Artur Melil Neivu.-
POLICULTURA
K
EXPANS.ÃQ IN
DUSTRIAL - B.v.vi-va de Froitus.
tinente europeu estão ainda na lem
Europa como resolvido. Mas, a situação
desvaloriziida a libra esterlina. Nenhum
cambial continua precária. Mau grado a desvaloriziição, a maioria das moedas .européias ainda .sofre um de.ságio no mercado livre, c embora a tendência
fòsse, nos iiltimos doze meses, em geral favorável a elas, as fÍEitiuK.-õe.s em si
grjS-.ssxss.ri
PAULISTA DE l-^SCRirURAÇÃO MERCANTIL
Afon.so de Taunix^'.
AiBIHATTJRAa: Dlgette Econômico
Ano (simples)
cra
a#.
(registrado) .... " §1 Número do mês; ' cíl ^nn Atrasado: ...
E
| 8.00
UANCÁUlA
-
brança de todos as graves perdas que os bancos centrais sofreram em conseqüên cia desse sistema em 1931. tjnando foi banco central e. nenhum govêmo assu miria novamente semelhante risco. An
tes de voltar ao "gold oxcliange stan dard" seria preciso um longo período de estabilidade efetiva no mercado liwe,. e não sòmente de taxas oficialmente fi
xadas, que, da noite para o dia, po dem ser alteradas com a aprovação d©
incertezíi v .são, por conseguinte, preju diciais ao intercilmbio. Além di.sso, as
Fundn Monetário Internacional. O "gold
restrições cambiais continuam em quase
exchango standard" — a longo prazo
todos os países do Vellio Mundo. Tor
provàvelmente a solução mais indicada.
naram-se uma instituição permanente,
— ó baseado na confiança, e tal cour fiança na invariabilidade das taxas cam biais ainda falta boje.
incorporada ao .sistema protecionista. Como sair dessa situação? A solu ção ideal — ninguém tem dúvidas a res peito — seria a volta ii moeda livTcmen-
O MAIS ANTIGO DOCUMENTÁRIO
mente estal>ilizadas. No.s paísc.s do con
de. A inflação está, já desde liá dois «nos, parada ou pelo menos atenuada, do modo que o problema do valor in terno da moeda pode ser considerado na
nVesmas constituem imi elemento de
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NO
moedas não estiverem deíiniti\a v real
Conoersibilidade Umitucia
te conversível, cH)ni taxa única e fixa.
A experiência demonstrou que todos os outi-os sistcma.s, a de.speito de certas x'antagens aparente.s, são muito mais
defeituosos.
Entretanto, a reinstiluição
do padrão ouro clássico ("goid stíindard"), tal como existia na Europa até 1914, parece um desejo irrealizável, e mesmo sua variante menos rigorosa, o
chdniado "gold exchange standard" — sistema que prevaleceu na Europa entre
Dicinte desses obstáculos de ordenv
técnica e psicológica, a única solução parece, no momento, um sistema camT
bial que, até certo ponto, serve como
sucedâneo do intercâmbio livre. É pre ciso salientar que, para a Europa, se trata menos das trocas com os Estado.^ Unido.s e com outros países americanos., ^m os quais o comércio se efetua, enr dólares. A escassez de dólares acha-se atenuada pelos subsídios do Plano Mar
Redaçfto e AdmlnlstraçSo:
1925 e 1931 e no qual as moedas ga
TUduto Boa VUta. 17 - T.o anda* TaL S-7M8 — Caixa Postal. t40-B
rantidas por um bom lastro ouro são
shall, e, enquanto funcionar esse Plano^
aceitas pelos outros bancos centais em quantias ilimitadas, como meio de pa
estará provisòriamente resolvida,
lie Paulo
gamento — não é viável enquanto as
quer dizer, até 1952, a questão do dólai; ^
O problema em foco concerne sobre-, •V.
1,1" »r'v
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|>|í;K.STn
Êsse
um ou outro dos contracntcs, c saldw
*-'be<jues ó 6b\'i<) que os pagamentos só
comércio — sem o dos países da Europa Oriental — abrange quase metade de
ses cHimpram mais do que podem pagar.
cambiais não utilizáveis pura comprai cm outros paí.scs constituem uma rlquO'
podem ser efeliiaclos se os depósitos das pessoas que omitem os cheques o permi-
Emitem, {X)r assim dizer, cheques sttm provisão. A fim de evitar tais abusos
brcm. Senão, trata-se de cheques sem
e. ao mesmo tempo, facilitar o comércio
tudo ao t-omércio intereuropeu.
todo o intercâmbio europeu, que ascen deu, no ano passado, a 25.435 milhões de dólares de importação e 19.359 mi lhões de exportaq-ão. Tais cifras refe rem-se apenas à troca de mercadorias.
za inerte.
Já no ano passado foram í«?itos esfof ços para remover as dificuldades dêssi
pro\ isão, cuja omissão é considerada em
dêsses países, é necessário reforçar os
vários países como um crime capital,
seus depósitos pela abertura de um cré
gênero. A Organização da Cooperação
'gtial á falsificação da moeda.
Se a
dito. Também i.ssü não ó uma novidade.
biniã{j SC limitasse á mera compensa-
Muitos acordos bilaterais incluem dispo
A parle |'invlsível" - transporte, turis
Econômica Européia — con.slituida 9ob
mo, sen.'Íços de c-apital e outros itens não mercantis — constituem também vá
Çíio de pagamentos cambiais, indepen
sitivos déssc gênero — o Brasil concedeu
paísc.s- beneficiários do rlnno Marshall —
dente da moeda cm questão, isso já
permitia, no inlcrcâinbio dos países as-' sociaclo.s, a coiiversibilidnile parcial dai moedas, garantida pclo.s fumlos do dito Plano. Mas a con\'cr.sãí) ficou limitada
leria um grande passo para frente, pois
a vário.s países europeus créditos désse tipo em conta corrente, até certo limite,
freqüentemente mn país é devedor, di-
bem entendido.
gamo.s cm francos belgas, mas credor em
Monetário Internacional prevê também
francos franceses, e se simultâneamento a Bélgica tiver que fazer pagamentos para a França, a transferencia triangular poderia .ser efetuada segundo a prática usual dc compcmação. Uma vez re conhecido o princípio de que tôdas as
créílitos .s-emelhante.s, aos quais cada
rios bilhões de dólares. Em suma, tra ta-se de um valor de côrca de 14 bi
lhões de dólares. Pequerui parte .sòmente dêsse total é movimentada me^ante p.igamento em dólares efetivos. ^ grande maioria das trocas é realiza^rdüsb,laterais. Quase tôdas as moe
das estão sujeitas ao contraio cambial;
cada uma tem suas particularidades bu-
romticas e sua reputação varia permanratemente com a situação eco-
nónnco-financcira ,1„ re.spectívo
os auspícios dos F.sl.idos Unidos peloi
á exc-cuçâo de acordos l>ilatórais o cons
tituía, consegiiintcmcnlc, mais um es tímulo para a manulonção do sistema bilateral do quo a volta ao ínlercAmblo multilatcral. Os americanos, sempre ar dentes partidários dc.ste iiUimo sistema, faziam o pfjssívcl para conseguir uma solução nesse sentido.
Como fruto dôsses esforços,
A discrirrünação entre moeda.s
surgiu o plano para uma União Européia de Pagamentos ("Eu-
duras (relativamente estáveis e
ropean Payment Uníon", por
tàcilmente conversíveis) e "suaves'^ (pouco estáveis e inconvCT-
esquema já foi põsto em vigor
ptwLa^^Nr^^átiea"'" 1" "-ave", quer diJlr, S re^maçã:"^ vrdosa, pode ser mais necessáría que
uma moeda -dura", se o país trVer ILZa ""1 pagamento moeda. A1 necessidade imediata denessa cada moeda depende, num sistema bilateral de câmbio, sobretudo da balança co mercial dos dois países em aprêço. A
abreviação: E. P. U.). Q novo em 1 de julho éiltinio, e oficial mente aprovado, no dia 7 do mesmo
mês, pelo Conselho dc Ministros da Or
ganização da Cooperação
ncam quase sempre saldos em favor de
divisas dos países associados são conver síveis á taxa cambial oficial, grande par
í
Os princípios da União são almploa, mas sua aplicação é bem complicada. ring , da compensação multilateral, toí
dêsso direito quase um ato de fa\'or extraordinário.
. .
A União Européia de Pagamentos
te das dificuldades cambiais fica elimi
promete tratar seus membros de ma neira mais conciliante.
Mas, nem tôdas.
São fixadas de
antemão as quotas de empréstimo ao
Muitos países (uirnpcus lem lemporàriamente, e alguns permanentemente, uiiia balança de pagamentos deficitária para com o conjunto dos outros países
zação especial. As quotas foram esta belecidas, grosso modo, segundo o in
qual lodo país pode recorrer som autori
da Europa. Nesse caso, o simples sis
tercâmbio visível e invisível de cada
tema de compensação não é suficiente. Sabe-se que, às vezes, mesmo no regi-
em 1949. O quadro seguinte mostra sua
mem de acordos bihiterais, certos paí
discriminação:
país com os demais membros da União
QUOTAS DE EMPRÉSTIMO
Européia. Princípios € mecanismo cio Uniéo
membro tem direito, até o limite do
duplo de sua quota. Mas, na realidade, os créditos do Fundo ficaram sujeitos a um processo dificílimo e lento, que faz
nada.
Econômica
idéia fundamental nada tem de iné balança comercial entre dois países é Adito: está baseada no princípio de "cleoraramente etpilibrada. Mesmo se o
volume do intercâmbio é delimitado de antemao por acordos de compensação,
•a
O estatuto do Fundo
(Em milhões de dólares) Países
Montante
Áustria
União Belgo-Luxemburguesa Dinamarca
França Alemanha Ocidental
como se faz para cheques em todos os
Grécia
países do mundo. Porém, há uma dife rença importante. Na compensação de
Islândia Itália . ,. •
•
70 360
% do total
1.8 9.1 4.9
195 520
13,2
320 45 15 205
8,1 1.1 0,4 5.2
N-
Di(íRsru Econômico
|>|í;K.STn
Êsse
um ou outro dos contracntcs, c saldw
*-'be<jues ó 6b\'i<) que os pagamentos só
comércio — sem o dos países da Europa Oriental — abrange quase metade de
ses cHimpram mais do que podem pagar.
cambiais não utilizáveis pura comprai cm outros paí.scs constituem uma rlquO'
podem ser efeliiaclos se os depósitos das pessoas que omitem os cheques o permi-
Emitem, {X)r assim dizer, cheques sttm provisão. A fim de evitar tais abusos
brcm. Senão, trata-se de cheques sem
e. ao mesmo tempo, facilitar o comércio
tudo ao t-omércio intereuropeu.
todo o intercâmbio europeu, que ascen deu, no ano passado, a 25.435 milhões de dólares de importação e 19.359 mi lhões de exportaq-ão. Tais cifras refe rem-se apenas à troca de mercadorias.
za inerte.
Já no ano passado foram í«?itos esfof ços para remover as dificuldades dêssi
pro\ isão, cuja omissão é considerada em
dêsses países, é necessário reforçar os
vários países como um crime capital,
seus depósitos pela abertura de um cré
gênero. A Organização da Cooperação
'gtial á falsificação da moeda.
Se a
dito. Também i.ssü não ó uma novidade.
biniã{j SC limitasse á mera compensa-
Muitos acordos bilaterais incluem dispo
A parle |'invlsível" - transporte, turis
Econômica Européia — con.slituida 9ob
mo, sen.'Íços de c-apital e outros itens não mercantis — constituem também vá
Çíio de pagamentos cambiais, indepen
sitivos déssc gênero — o Brasil concedeu
paísc.s- beneficiários do rlnno Marshall —
dente da moeda cm questão, isso já
permitia, no inlcrcâinbio dos países as-' sociaclo.s, a coiiversibilidnile parcial dai moedas, garantida pclo.s fumlos do dito Plano. Mas a con\'cr.sãí) ficou limitada
leria um grande passo para frente, pois
a vário.s países europeus créditos désse tipo em conta corrente, até certo limite,
freqüentemente mn país é devedor, di-
bem entendido.
gamo.s cm francos belgas, mas credor em
Monetário Internacional prevê também
francos franceses, e se simultâneamento a Bélgica tiver que fazer pagamentos para a França, a transferencia triangular poderia .ser efetuada segundo a prática usual dc compcmação. Uma vez re conhecido o princípio de que tôdas as
créílitos .s-emelhante.s, aos quais cada
rios bilhões de dólares. Em suma, tra ta-se de um valor de côrca de 14 bi
lhões de dólares. Pequerui parte .sòmente dêsse total é movimentada me^ante p.igamento em dólares efetivos. ^ grande maioria das trocas é realiza^rdüsb,laterais. Quase tôdas as moe
das estão sujeitas ao contraio cambial;
cada uma tem suas particularidades bu-
romticas e sua reputação varia permanratemente com a situação eco-
nónnco-financcira ,1„ re.spectívo
os auspícios dos F.sl.idos Unidos peloi
á exc-cuçâo de acordos l>ilatórais o cons
tituía, consegiiintcmcnlc, mais um es tímulo para a manulonção do sistema bilateral do quo a volta ao ínlercAmblo multilatcral. Os americanos, sempre ar dentes partidários dc.ste iiUimo sistema, faziam o pfjssívcl para conseguir uma solução nesse sentido.
Como fruto dôsses esforços,
A discrirrünação entre moeda.s
surgiu o plano para uma União Européia de Pagamentos ("Eu-
duras (relativamente estáveis e
ropean Payment Uníon", por
tàcilmente conversíveis) e "suaves'^ (pouco estáveis e inconvCT-
esquema já foi põsto em vigor
ptwLa^^Nr^^átiea"'" 1" "-ave", quer diJlr, S re^maçã:"^ vrdosa, pode ser mais necessáría que
uma moeda -dura", se o país trVer ILZa ""1 pagamento moeda. A1 necessidade imediata denessa cada moeda depende, num sistema bilateral de câmbio, sobretudo da balança co mercial dos dois países em aprêço. A
abreviação: E. P. U.). Q novo em 1 de julho éiltinio, e oficial mente aprovado, no dia 7 do mesmo
mês, pelo Conselho dc Ministros da Or
ganização da Cooperação
ncam quase sempre saldos em favor de
divisas dos países associados são conver síveis á taxa cambial oficial, grande par
í
Os princípios da União são almploa, mas sua aplicação é bem complicada. ring , da compensação multilateral, toí
dêsso direito quase um ato de fa\'or extraordinário.
. .
A União Européia de Pagamentos
te das dificuldades cambiais fica elimi
promete tratar seus membros de ma neira mais conciliante.
Mas, nem tôdas.
São fixadas de
antemão as quotas de empréstimo ao
Muitos países (uirnpcus lem lemporàriamente, e alguns permanentemente, uiiia balança de pagamentos deficitária para com o conjunto dos outros países
zação especial. As quotas foram esta belecidas, grosso modo, segundo o in
qual lodo país pode recorrer som autori
da Europa. Nesse caso, o simples sis
tercâmbio visível e invisível de cada
tema de compensação não é suficiente. Sabe-se que, às vezes, mesmo no regi-
em 1949. O quadro seguinte mostra sua
mem de acordos bihiterais, certos paí
discriminação:
país com os demais membros da União
QUOTAS DE EMPRÉSTIMO
Européia. Princípios € mecanismo cio Uniéo
membro tem direito, até o limite do
duplo de sua quota. Mas, na realidade, os créditos do Fundo ficaram sujeitos a um processo dificílimo e lento, que faz
nada.
Econômica
idéia fundamental nada tem de iné balança comercial entre dois países é Adito: está baseada no princípio de "cleoraramente etpilibrada. Mesmo se o
volume do intercâmbio é delimitado de antemao por acordos de compensação,
•a
O estatuto do Fundo
(Em milhões de dólares) Países
Montante
Áustria
União Belgo-Luxemburguesa Dinamarca
França Alemanha Ocidental
como se faz para cheques em todos os
Grécia
países do mundo. Porém, há uma dife rença importante. Na compensação de
Islândia Itália . ,. •
•
70 360
% do total
1.8 9.1 4.9
195 520
13,2
320 45 15 205
8,1 1.1 0,4 5.2
DICKMO
K<
; !
S. I r,,o
Suécia
70 260
1
1,8 6.6
Suíça
250
:
6.:i
i
Área esterlina
50 1.060
1
26,6
Total
3.95U
1
160,6
33ü 200
Hulanda
Noruega ... Porlugal Turquia
,
!)i'a sjc. Ecomumico
bernios se èsse .si.slema funcionará tão
ouro. Sua unidade corresponde, como o
bem quanto seus autores esperam. Do-
dólar, A 0,888671 gramas de ouro fino.
verto, pais«-.s pnidcnlos não tomarão mais
Ma.s não é idêntica ao chSlar, e não está
créditos do ([iie o (pie poderão re.sgatar cojji .segurança. Mas, créditos são, em gerai, tomados na expectativa de que <» devedor obterá, pela utilização do crédito, tantas receitas ([ue o resgato í>erá fácil. No caso cm apicçn. os países
previ.sta a .sua conversibilidade livre em dóíare.s norle-americano.s.
E uma moeda
puramente européia e puramente escri turai, utilizaivel .s()mente para transações entre os países europeus c as áreas mo
netárias ane.xa.s, dentro do (piaclro da
que as ta.vus ustipuladus pelo Fundo Monetário Internacional, «pic podem ir ató 5/6 ao ano. A União ICuropéia abo
devedores da União .serão obrigados a «exportar grandes quantidades, não -sò-
câmbio entre os países da União. Mas, tal comparação não é exata, pois o sis tema do crédito ultrapassou as frontei ras da Europa. Estendc-sc a tòda a
nará apenas 1% para os prinu-iros doze inesc.s, 2,25'í para scgnntlo ano o 2,5% para cmpróslimo.s acima th* 24
conio lamhéin para a zona do dólar,
rá ao papcl-UKK^da nem a pagamentos individuai.s por choque, quer pani fins comerciais (píer para » turismo ou qual
para reconstituir suas reservas cie ouro.
quer outro objetivo.
vras, a divisa da União não é utilizável
área esterlina, quer dizer, a lodo o Império Britânico, com e.vceç<ão do Ca-
rão uniformemente 2% ao ano.
condíçõe.s constituirão naluralnu-nto \»m
Sc exportações maiores não toreni ^wssiveis, os países devedores serão forçados ^ restringir suas compras fora da Euro pa (• (Ia área esterlina, o (pie poderá
estímulo para os países tuiropt-us fracos
repercutir desfavoràvelmente no eoniér-
em divisas se projxux-ionarcm lurios de pagamento meclianle emivrestimos toma
"a.s e.xportaeões dos países da América
dos da União.
Latina.
O total dos créditos previstos é muito elevado: atinge quase 4 billiõcs de dóla res, ou cèrca de 30X de todo o inter
na^, e além disso a vários países do
Unente Médio, tais .como o Eleito, o Iraque, a Transjordânia.
^ De onde virá o dinheiro para custear sistemíi generoso de emprés timos? A União conta com dois
recur^s. A maior parte dos fun
dos deverá .ser fornecida pelos próprios membros da União. É
claro qnc, .se alguns países europeus tem „„„ balança de pagamentos
d .ctana, oulms terão um exetrfente nas suas eontas. Êsses saldos de^m
- postos c™up„lséria„.en,e à dr;osb
PVr T";, .3.50-400 milhõesídeo Pjano M Marshall. dólares, provenientes do auxilio americano, serão utilizados como fundo de mo vimento para a União.
Os juros a serem pago.s pelos deve dores da União são extremamente mó-
mc*se.s.
Os credores da Unifu» recebe- ,
Tais
membro.s condições relativamente
rigorosas.
Somente os primeiros
20% da quota jx)dem ser inteira mente resgatados em divisas eu ropéias.
Acima desse limite, parte do
pagamento deverá ser. feito em ouro.
c essa parte cresce com cada 20% da quota, começando' por 4% e atingindo para a liltima parcela 16%. Sc lôda a
quota» fôr utiiizíída, o país chnedor já terá pago 40% de sua quota em ouro. condição que para a maioria dos países europeus criaria uma .situação extrema
mente delicada. O ouro a ser pago pelos devedores passará ao poder dos países credores da União, mas numa
HOrmalmente exigidas pelo Banco In ternacional 6 o Export-Import Bank of
proporção diferente.
rrw-- f-'.
do.s outros continentes, t in particular
Receberão no co
meço mais ouro e ulteriormentc menos-
ouro que os devedores pagarão. Aguardemos os re.sultados, para sa-
A no\a mnedu nái) se estende
Em oulra.s pala
por particulares, e sim exclusix-amonte pelos bancos centrais. A movimentação das contas de cada
país acha-se centralizada em Basiléia, na Suíça, no Banco de Pagamentos In ternacionais
(Bank
of
Interiialional
Sottlements), que já exerceu função .se
A fim de prevenir abiims de crédito, a União impõe a seus
dico.s, muito mais baixos que as taxas
Washington, e mais cômodos também
mcnlc para os outros países europeus,
Ibiião.
V.. P. U. oií Kon
melhante no
sistema
monetário mais
restrito da Oi-ganização de Cooj>eraçâo di.sposiílvo mais interessante do rmvo esquema é, sem dúvida, a nnifi^■'iÇão de 14 diferentes moedas, perten centes a várias dezenas de paíse,s, numa divisa só. E.ssa idéia também nSo é
inédita; já foi frcípientcmente sugerida por economistas do mundo inteiro, entre
outros {X)r Lord Keynes, no S(ni famo.so plano de criar uma nova moeda interna cional, chamada "bancor".
Mas nunca,
até agora, os planos desse gênero foram realizados, ou, digamos com maior pru dência, chegaram tão perto da realiza ção quanto agora, com a União Euro
péia de Pagamentos. A moe da na qual-serão convertidas tôda.s as divisas oriundas do
Econômica Européia.
Êssc banco, fun
dado bá vinte anos, em conexão com
o Plano Yoiing - hoje esíiuceido - de reparaçiões
alemãs,
encontrará
enfim
uma ocupação útil e digna de seu nome, A nova moeda, embora claramente
definida como divisa esptx-ífica, ainda não recebeu oficialmente um nnnic. Nos
países de língua inglesa fala-se simples
mente em "E. P. U.". ou também em
' EPUnit", oom vaga alusão á palavm Unitas' que um dos planejadores do Fundo Monetário, o americano H;\rry
Wbitc, sugeriu na época,
Em Paris e
em Genebra pensa-se numa
designação linguisticamentc menos bárbara e mais fami
comércio intereuropeu será
liar aos países de civiliza
igual ao dólar dos Estados
ção latina. Foi proposto o nome "écu". que poderia ser
Unidos.
É
definida
em
DICKMO
K<
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S. I r,,o
Suécia
70 260
1
1,8 6.6
Suíça
250
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Área esterlina
50 1.060
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26,6
Total
3.95U
1
160,6
33ü 200
Hulanda
Noruega ... Porlugal Turquia
,
!)i'a sjc. Ecomumico
bernios se èsse .si.slema funcionará tão
ouro. Sua unidade corresponde, como o
bem quanto seus autores esperam. Do-
dólar, A 0,888671 gramas de ouro fino.
verto, pais«-.s pnidcnlos não tomarão mais
Ma.s não é idêntica ao chSlar, e não está
créditos do ([iie o (pie poderão re.sgatar cojji .segurança. Mas, créditos são, em gerai, tomados na expectativa de que <» devedor obterá, pela utilização do crédito, tantas receitas ([ue o resgato í>erá fácil. No caso cm apicçn. os países
previ.sta a .sua conversibilidade livre em dóíare.s norle-americano.s.
E uma moeda
puramente européia e puramente escri turai, utilizaivel .s()mente para transações entre os países europeus c as áreas mo
netárias ane.xa.s, dentro do (piaclro da
que as ta.vus ustipuladus pelo Fundo Monetário Internacional, «pic podem ir ató 5/6 ao ano. A União ICuropéia abo
devedores da União .serão obrigados a «exportar grandes quantidades, não -sò-
câmbio entre os países da União. Mas, tal comparação não é exata, pois o sis tema do crédito ultrapassou as frontei ras da Europa. Estendc-sc a tòda a
nará apenas 1% para os prinu-iros doze inesc.s, 2,25'í para scgnntlo ano o 2,5% para cmpróslimo.s acima th* 24
conio lamhéin para a zona do dólar,
rá ao papcl-UKK^da nem a pagamentos individuai.s por choque, quer pani fins comerciais (píer para » turismo ou qual
para reconstituir suas reservas cie ouro.
quer outro objetivo.
vras, a divisa da União não é utilizável
área esterlina, quer dizer, a lodo o Império Britânico, com e.vceç<ão do Ca-
rão uniformemente 2% ao ano.
condíçõe.s constituirão naluralnu-nto \»m
Sc exportações maiores não toreni ^wssiveis, os países devedores serão forçados ^ restringir suas compras fora da Euro pa (• (Ia área esterlina, o (pie poderá
estímulo para os países tuiropt-us fracos
repercutir desfavoràvelmente no eoniér-
em divisas se projxux-ionarcm lurios de pagamento meclianle emivrestimos toma
"a.s e.xportaeões dos países da América
dos da União.
Latina.
O total dos créditos previstos é muito elevado: atinge quase 4 billiõcs de dóla res, ou cèrca de 30X de todo o inter
na^, e além disso a vários países do
Unente Médio, tais .como o Eleito, o Iraque, a Transjordânia.
^ De onde virá o dinheiro para custear sistemíi generoso de emprés timos? A União conta com dois
recur^s. A maior parte dos fun
dos deverá .ser fornecida pelos próprios membros da União. É
claro qnc, .se alguns países europeus tem „„„ balança de pagamentos
d .ctana, oulms terão um exetrfente nas suas eontas. Êsses saldos de^m
- postos c™up„lséria„.en,e à dr;osb
PVr T";, .3.50-400 milhõesídeo Pjano M Marshall. dólares, provenientes do auxilio americano, serão utilizados como fundo de mo vimento para a União.
Os juros a serem pago.s pelos deve dores da União são extremamente mó-
mc*se.s.
Os credores da Unifu» recebe- ,
Tais
membro.s condições relativamente
rigorosas.
Somente os primeiros
20% da quota jx)dem ser inteira mente resgatados em divisas eu ropéias.
Acima desse limite, parte do
pagamento deverá ser. feito em ouro.
c essa parte cresce com cada 20% da quota, começando' por 4% e atingindo para a liltima parcela 16%. Sc lôda a
quota» fôr utiiizíída, o país chnedor já terá pago 40% de sua quota em ouro. condição que para a maioria dos países europeus criaria uma .situação extrema
mente delicada. O ouro a ser pago pelos devedores passará ao poder dos países credores da União, mas numa
HOrmalmente exigidas pelo Banco In ternacional 6 o Export-Import Bank of
proporção diferente.
rrw-- f-'.
do.s outros continentes, t in particular
Receberão no co
meço mais ouro e ulteriormentc menos-
ouro que os devedores pagarão. Aguardemos os re.sultados, para sa-
A no\a mnedu nái) se estende
Em oulra.s pala
por particulares, e sim exclusix-amonte pelos bancos centrais. A movimentação das contas de cada
país acha-se centralizada em Basiléia, na Suíça, no Banco de Pagamentos In ternacionais
(Bank
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Interiialional
Sottlements), que já exerceu função .se
A fim de prevenir abiims de crédito, a União impõe a seus
dico.s, muito mais baixos que as taxas
Washington, e mais cômodos também
mcnlc para os outros países europeus,
Ibiião.
V.. P. U. oií Kon
melhante no
sistema
monetário mais
restrito da Oi-ganização de Cooj>eraçâo di.sposiílvo mais interessante do rmvo esquema é, sem dúvida, a nnifi^■'iÇão de 14 diferentes moedas, perten centes a várias dezenas de paíse,s, numa divisa só. E.ssa idéia também nSo é
inédita; já foi frcípientcmente sugerida por economistas do mundo inteiro, entre
outros {X)r Lord Keynes, no S(ni famo.so plano de criar uma nova moeda interna cional, chamada "bancor".
Mas nunca,
até agora, os planos desse gênero foram realizados, ou, digamos com maior pru dência, chegaram tão perto da realiza ção quanto agora, com a União Euro
péia de Pagamentos. A moe da na qual-serão convertidas tôda.s as divisas oriundas do
Econômica Européia.
Êssc banco, fun
dado bá vinte anos, em conexão com
o Plano Yoiing - hoje esíiuceido - de reparaçiões
alemãs,
encontrará
enfim
uma ocupação útil e digna de seu nome, A nova moeda, embora claramente
definida como divisa esptx-ífica, ainda não recebeu oficialmente um nnnic. Nos
países de língua inglesa fala-se simples
mente em "E. P. U.". ou também em
' EPUnit", oom vaga alusão á palavm Unitas' que um dos planejadores do Fundo Monetário, o americano H;\rry
Wbitc, sugeriu na época,
Em Paris e
em Genebra pensa-se numa
designação linguisticamentc menos bárbara e mais fami
comércio intereuropeu será
liar aos países de civiliza
igual ao dólar dos Estados
ção latina. Foi proposto o nome "écu". que poderia ser
Unidos.
É
definida
em
ipr
Dicíksto Econ6>.4ioo
interpretado pelos americanos e inglêses
rão na massa dos ativc»s c passivos e m- ?
como abreviação de "European Curren-
rão tratados da nu-snía maneira qne •«
cy Unít". Para os latinos seria a ressur
créditos concedidos através da Unifio A.S vantagens de acordos bilalcrnis entre
reição de uma velha moeda que circulou durante séculos pela Europa afora: o
"écu d'or", criado no século XIII pelo
As relações entre os Estados Unidos e o Brasil Raui> FE3\NANDES
paí.ses com câmbio forte acli:un-se assi* ?
(Ministro das Relações Exteriores)
reduzidas.
rei São Luís, da França. O "écu" — têrmo derivado do latino "scuhim" —
Muitas outras <pustõcs aiiula ficarôo
CRANDK o uuMi prozcr cm acolher
O "Digesto Econômico" agasalha em
conser\*ou-sc ainda em Portugal como "esaido", palavra que provém da mes
para serem resolvidas. O novo rsqtiemi
nesta Casa, em nome do Govêmo
abrange também as Iran.sações com »
brasileiro, um grupo tão significativo de
Sitas colunas o oportuno discurso, de X." de julho do corrente ano, do eminente
ma raiz.
Suíça, a Alemanha Ocidental e a Bél gica, fpic eram até agora excluídas, na
personalidadc.s dos Estados Unidos da
^íinisiro
América. Entre vós se contam elemen
Brasil, embaixador Rattl Fernandes, wu-
tos de grande destaque no Congresso, na administraÇião, na imprensa e na in
dattdo as personalidades norte-america
Na França, o "écu" desa
pareceu como moeda, mas manleve-.se na linguagem popular como equivalente
Inglaterra, do sistema de licenças ge
de dinheiro e riqueza.
rais concedidas nos outros países eurO'-
A denominação definitiva da nova moeda não é única tarefa ainda a cum
peus. Não será mais lícito fazer dife renças para licenças de importação OU
prir. Como todos os estatutos de orga nizações internacionais — por e.xemplo
para despesas turísticas, critri; países eu
a Carta de Havana - o da União Euro péia mostra vestígios dos compromissos
tanto, para esses casos também são pre-
veis os interôsscs que representais na xida da grande República do Norte e grande o prestígio que desfrutais nos setores da atividade a que preferente-
\i.stas facilidades no período dc transi
mente vos dedicais.
que foram necessários para a sua cria
ção: somente RCKí das "restrições fpmn-
ção. Sabe-se que na Europa os parti
titativas" deverão ser abolido.s logo de
dários da compensação bilateral são
pois da assinatura do acordo básico da
Pouco podoreis ver do Brasil, já que o visitais pela primeira vez. Mas dele .sabeis, por menos que cstejais familiari
sempre fortes. A União devia, portan to, deixar a porta aberta a acordos biIaterai.s de pagamento. Cada país-membro pode dar a outro créditos diretos em sua própria moeda ou na do con-
União.
zados com a história de nossas recípro
Iraente, mas o volume do crédito será deduzido da quota do país devedor, e
no caso da liquidação da União — cuja* duração é prevista no momento somente
para dois anos, até à extinção do Plano Morihall —
créditos bilaterais entra
ropeus dc moeda dura o suave. Entre
Em resumo, q novo sistema determi
nará inumeráveis mudanças 3io sislem#
de pagamento de todos os países, Ess» adaptação exigirá meses e talvez «nos. Mas tais dificuldades não diminuem o valor da nova instituição, que é, não sòmente para a Europa, uma da,H tenta
dústria e jxir ÍS.SO mesmo são considerá
Relações
Exteriores do
nas dc rclévo que nos visitaram, a con vite da "Pan Atncrican Airwatjs". O
ilustre diplomata, com alto senso polí tico o franqueza digna de nota, frisou quo a amizade entre os dois países se deve fortalecei- mediante melhor com
preensão, pelos Estados Unidos, dos problentas econômicos o financeiros do Brasil. As palavras do nosso "Chan
celer*' tiveram ampla refiercussão «"m todo o País.
cas relações, quão sólida e confiante é a amizade do jxívo brasileiro por vosso pnís.
Essa amizi\dc, iniciada na auro
ra de nossa Independência, só tem feito aperfeiçoar-se, no Impório como na Re pública, fôssem quais fossem os homens
tivas mais interessantes e promissoras
quo estivessem na administração do País, pertencessem eles a este oti àquele par
para sair da confusão cambial na qual
tido.
vive hoje a maior parte do mundo.
das
Naturalmente, tal amizade tinha de
ser alicerçada na correspondência do .sentimentos paralelos em vosso país, dos quais, pude, há meses, testemunhar a fôrça e o viç-o, durante a visita que vos
fiz, em companhia do Presidente Dutra, Mas para que êsses alicerces sejam fortes
lá tão generosamente acolhido.
faz-so necessária a existência, entre nós, da autêntica comunhão de interêsses, • tal é o caso.
Por isso uninu)-uüs convoscx) em duas
guerras, por compreendermos que os nossos destinos jogavam com os vosso» e tal gesto certamente não terá sido es quecido cm vosso país.
Entretanto, dirigindo-nie a amigos tão •segtn-os, meu dever é falar com fran
queza e pedir-vos que examineis objeti vamente se a nossa* confiança em vosso
ânimo de colaboração conosco pôde »er mantida ultimamente no mesmo alto ní
vel da nossa amizade recíproca- Aqui prevalece, geralmente, uma resiwsta ne gativa a essa qiftstão. Não vos parece que há ui.sso uma injustiça e que não estamos conscientes
do fardo das imensas respon.sabilídades
ipr
Dicíksto Econ6>.4ioo
interpretado pelos americanos e inglêses
rão na massa dos ativc»s c passivos e m- ?
como abreviação de "European Curren-
rão tratados da nu-snía maneira qne •«
cy Unít". Para os latinos seria a ressur
créditos concedidos através da Unifio A.S vantagens de acordos bilalcrnis entre
reição de uma velha moeda que circulou durante séculos pela Europa afora: o
"écu d'or", criado no século XIII pelo
As relações entre os Estados Unidos e o Brasil Raui> FE3\NANDES
paí.ses com câmbio forte acli:un-se assi* ?
(Ministro das Relações Exteriores)
reduzidas.
rei São Luís, da França. O "écu" — têrmo derivado do latino "scuhim" —
Muitas outras <pustõcs aiiula ficarôo
CRANDK o uuMi prozcr cm acolher
O "Digesto Econômico" agasalha em
conser\*ou-sc ainda em Portugal como "esaido", palavra que provém da mes
para serem resolvidas. O novo rsqtiemi
nesta Casa, em nome do Govêmo
abrange também as Iran.sações com »
brasileiro, um grupo tão significativo de
Sitas colunas o oportuno discurso, de X." de julho do corrente ano, do eminente
ma raiz.
Suíça, a Alemanha Ocidental e a Bél gica, fpic eram até agora excluídas, na
personalidadc.s dos Estados Unidos da
^íinisiro
América. Entre vós se contam elemen
Brasil, embaixador Rattl Fernandes, wu-
tos de grande destaque no Congresso, na administraÇião, na imprensa e na in
dattdo as personalidades norte-america
Na França, o "écu" desa
pareceu como moeda, mas manleve-.se na linguagem popular como equivalente
Inglaterra, do sistema de licenças ge
de dinheiro e riqueza.
rais concedidas nos outros países eurO'-
A denominação definitiva da nova moeda não é única tarefa ainda a cum
peus. Não será mais lícito fazer dife renças para licenças de importação OU
prir. Como todos os estatutos de orga nizações internacionais — por e.xemplo
para despesas turísticas, critri; países eu
a Carta de Havana - o da União Euro péia mostra vestígios dos compromissos
tanto, para esses casos também são pre-
veis os interôsscs que representais na xida da grande República do Norte e grande o prestígio que desfrutais nos setores da atividade a que preferente-
\i.stas facilidades no período dc transi
mente vos dedicais.
que foram necessários para a sua cria
ção: somente RCKí das "restrições fpmn-
ção. Sabe-se que na Europa os parti
titativas" deverão ser abolido.s logo de
dários da compensação bilateral são
pois da assinatura do acordo básico da
Pouco podoreis ver do Brasil, já que o visitais pela primeira vez. Mas dele .sabeis, por menos que cstejais familiari
sempre fortes. A União devia, portan to, deixar a porta aberta a acordos biIaterai.s de pagamento. Cada país-membro pode dar a outro créditos diretos em sua própria moeda ou na do con-
União.
zados com a história de nossas recípro
Iraente, mas o volume do crédito será deduzido da quota do país devedor, e
no caso da liquidação da União — cuja* duração é prevista no momento somente
para dois anos, até à extinção do Plano Morihall —
créditos bilaterais entra
ropeus dc moeda dura o suave. Entre
Em resumo, q novo sistema determi
nará inumeráveis mudanças 3io sislem#
de pagamento de todos os países, Ess» adaptação exigirá meses e talvez «nos. Mas tais dificuldades não diminuem o valor da nova instituição, que é, não sòmente para a Europa, uma da,H tenta
dústria e jxir ÍS.SO mesmo são considerá
Relações
Exteriores do
nas dc rclévo que nos visitaram, a con vite da "Pan Atncrican Airwatjs". O
ilustre diplomata, com alto senso polí tico o franqueza digna de nota, frisou quo a amizade entre os dois países se deve fortalecei- mediante melhor com
preensão, pelos Estados Unidos, dos problentas econômicos o financeiros do Brasil. As palavras do nosso "Chan
celer*' tiveram ampla refiercussão «"m todo o País.
cas relações, quão sólida e confiante é a amizade do jxívo brasileiro por vosso pnís.
Essa amizi\dc, iniciada na auro
ra de nossa Independência, só tem feito aperfeiçoar-se, no Impório como na Re pública, fôssem quais fossem os homens
tivas mais interessantes e promissoras
quo estivessem na administração do País, pertencessem eles a este oti àquele par
para sair da confusão cambial na qual
tido.
vive hoje a maior parte do mundo.
das
Naturalmente, tal amizade tinha de
ser alicerçada na correspondência do .sentimentos paralelos em vosso país, dos quais, pude, há meses, testemunhar a fôrça e o viç-o, durante a visita que vos
fiz, em companhia do Presidente Dutra, Mas para que êsses alicerces sejam fortes
lá tão generosamente acolhido.
faz-so necessária a existência, entre nós, da autêntica comunhão de interêsses, • tal é o caso.
Por isso uninu)-uüs convoscx) em duas
guerras, por compreendermos que os nossos destinos jogavam com os vosso» e tal gesto certamente não terá sido es quecido cm vosso país.
Entretanto, dirigindo-nie a amigos tão •segtn-os, meu dever é falar com fran
queza e pedir-vos que examineis objeti vamente se a nossa* confiança em vosso
ânimo de colaboração conosco pôde »er mantida ultimamente no mesmo alto ní
vel da nossa amizade recíproca- Aqui prevalece, geralmente, uma resiwsta ne gativa a essa qiftstão. Não vos parece que há ui.sso uma injustiça e que não estamos conscientes
do fardo das imensas respon.sabilídades
PI
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Dif-KSTO
E<<>N'ÓMI<a>
15
<jHe pesiiin sobre a poHlic-íi dos Estados
exausto por un. esforço dc- guerra sem
Unidos da América nos cinco continen
precedente na história, \iu-sc obrigado
países não nmito numerosos que os estão reeniIx>isanclo na proporção fixada,
a tomar inconvcrsívcl .sua moeda. Aí as nossas reservas, da ordem de íj.5 iiiilliões
coui o auviiio rcirebido
tes? Mas cu digo explicitamente nos ■"cinco continentes" e temos a impressão de que no que concerne à América La tina e, particularmente ao Brasil, o pla nejamento da política dos Estados UniAjs contém certas lacunas. \ oltaram-sp os Estados Unidos com
muita razuo para a tarefa primordial
de libras esterlinas, ficaram (jnase to talmente esterilizadas para a.piisição
cl(! l>ens de prodtição; e no \oss«» país a alta imediata de preços, em mé
dia de 6(X?. conscípiente à abolição dos
tU- reconstru(,-ão e rima ]>ortentosa aju<Vv foi engenhada com • esse objetivo. Mas os fatos contradizem a opinião de
controles, reduziu à . metade ou me
que estamos na zona que apenas requer
lados em nossas contas, bão gastos e
desenvolvimento, tarefa <pie c«'de a ou
cifras que podem ser facilmente xcrifí-
eados. Não farei conta dos encargos
tra quanto à prioridade;
nos de metade o poder aípii.silivo de uns 500 milhões de dólares acumu
financeiros (jue nos custou
pois e cerlo (pie, pôslo não
a partieipixção efetiva
ri>e.sse .sido o Brasil tea-
na
guerra e (jm- montaram a
ü'» da guerra, esta, com os esforços de abastecimento que nos impôs em proveito
mais de ,350 milhões
dólares.
de
Is.so foi iniciati
titulo de cm-
préstiimí c arn-ndaincnlo. Pudcs.seis doinorar-x-os m.iis alguns tlüs ncsl«- paí.s c percobcríeis íjue ora
xüs digo ap<iia.s uma parle do que vo.s jjodcría dizer v poderíeis axaliar quanto
minhas palaxras contém di- lioncsta in
força financeira, dos Eslado.s Unidos da
América, estará empregada em tarefa mais urgenlo c do s;\lvaçãü geral. De vemos reconhecer (pie esta tarefa tem prioridade c reclama mcsmt^ o concurso do.s membros das Nações Unidas. Fi cai certos de que o Brasil, em tão ungustiüs;\ conjuntura, cumprirá, ua me
dida do.s .seus meio.s. o compromisso que
formação a amigos, (pie sabemos segu
aceitou ao assinar a Carta de .São Fran
ros c sempre simpàticamcjite dispostos
cisco.
para conosco.
Desejo ipic xossa xiagom se ctímplete lom felicidade e que viajais com agrado
Digo-\os estas c-oisas sem rodeios protocüIan.'s, aj)ressadainentc. dada a rapi dez da \o.ssa passagem cni nos.sa capital V nu prcxisão dc que os esforços das Nações Unidas pos.sain licpiidav ràpidaíiicntc u inopinada agressão agora de
flagrada contra n Coréia do Sul. resliluíndü a paz a essa região e inantcndo-a
as grandes, prósperas (« altamente ctvilizada.s capitais que .são Montevidéu e Buenos Aire.s.
Agradeço ao sr. Trippe a feliz idéia
de híiver amvidado figuras tão represen
dos l)eligerantes amigos,
va de nossa política, cuja
inalterada em outras zonas dc mundo.
tativas para esta viagem inaugural e peço aos meus amáveis convivas que me
no.s deixou com os meios
respon.sabilicladc
Se esta esiierança malograr é nosso de
acompanhem num brinde muito cordial
de transporte internos gra vemente
deteriorados
com ninguém.
e
ésses
Estimaría-
meios de difundir
nossa frota de comércio Pepor
consc-
mos que, com os amplos
aninuilou grande parte de
.nieiüs de produção no' e.s-
c
(jnências não partilhamos infor
mações (|ut' estão à dispo '
-
í^>do anterior não é desenvoLè-los' nem
-omenfar a.s nossas riqueza.s, mas sim plesmente retonstrui-los.
sição dos grandes jornais
sob vossa direção, a opi nião norte-americana pudesse receber o
necessário esclarecimento e uma política
A imiMxssibilidade de importarmos os
de cooperação mais ativa o mais urgente
par. pas.su' com o desga.ste sofrido
dessas cifras, cpie representam ingentes
bems necessários a essa reconstrrição.
possa delinear-se à Inz desses fatos c
determmou certamente a acumulação de
sacrifícios de um país como o Brasil, de baixa renda nacional e desprovido cie
-'vserva.s em dólares e libras esterlinas
produto de exportações feitas com preíO,s m&ximos fixados e a cambio que mantivemo.s estável. Uas não é segrêdo .para ninguém que, cessada a guerra çes.saram igualmente os controles dos .preço.s internos dos Estados Unidos,
ao mesmo tempo que o Reino Unido',
capitais.
Note-.se que não entra em nossos cál
culos qualquer ajuda gratuita. O nosso caso não é tao agudo ou tão desespe rado que reclame donativos e sim in
versas reembolsáveis em juros e amor tização, pois certamente não ignorais que nos alinhamos, penso, entre os
ver adiar a solução agora e.sboyada para
pela prosperidade crescente cio povo dos
»jos.sos problemas.
Estados Unidos tia .América.
A força, inclusixe a
PI
14
Dif-KSTO
E<<>N'ÓMI<a>
15
<jHe pesiiin sobre a poHlic-íi dos Estados
exausto por un. esforço dc- guerra sem
Unidos da América nos cinco continen
precedente na história, \iu-sc obrigado
países não nmito numerosos que os estão reeniIx>isanclo na proporção fixada,
a tomar inconvcrsívcl .sua moeda. Aí as nossas reservas, da ordem de íj.5 iiiilliões
coui o auviiio rcirebido
tes? Mas cu digo explicitamente nos ■"cinco continentes" e temos a impressão de que no que concerne à América La tina e, particularmente ao Brasil, o pla nejamento da política dos Estados UniAjs contém certas lacunas. \ oltaram-sp os Estados Unidos com
muita razuo para a tarefa primordial
de libras esterlinas, ficaram (jnase to talmente esterilizadas para a.piisição
cl(! l>ens de prodtição; e no \oss«» país a alta imediata de preços, em mé
dia de 6(X?. conscípiente à abolição dos
tU- reconstru(,-ão e rima ]>ortentosa aju<Vv foi engenhada com • esse objetivo. Mas os fatos contradizem a opinião de
controles, reduziu à . metade ou me
que estamos na zona que apenas requer
lados em nossas contas, bão gastos e
desenvolvimento, tarefa <pie c«'de a ou
cifras que podem ser facilmente xcrifí-
eados. Não farei conta dos encargos
tra quanto à prioridade;
nos de metade o poder aípii.silivo de uns 500 milhões de dólares acumu
financeiros (jue nos custou
pois e cerlo (pie, pôslo não
a partieipixção efetiva
ri>e.sse .sido o Brasil tea-
na
guerra e (jm- montaram a
ü'» da guerra, esta, com os esforços de abastecimento que nos impôs em proveito
mais de ,350 milhões
dólares.
de
Is.so foi iniciati
titulo de cm-
préstiimí c arn-ndaincnlo. Pudcs.seis doinorar-x-os m.iis alguns tlüs ncsl«- paí.s c percobcríeis íjue ora
xüs digo ap<iia.s uma parle do que vo.s jjodcría dizer v poderíeis axaliar quanto
minhas palaxras contém di- lioncsta in
força financeira, dos Eslado.s Unidos da
América, estará empregada em tarefa mais urgenlo c do s;\lvaçãü geral. De vemos reconhecer (pie esta tarefa tem prioridade c reclama mcsmt^ o concurso do.s membros das Nações Unidas. Fi cai certos de que o Brasil, em tão ungustiüs;\ conjuntura, cumprirá, ua me
dida do.s .seus meio.s. o compromisso que
formação a amigos, (pie sabemos segu
aceitou ao assinar a Carta de .São Fran
ros c sempre simpàticamcjite dispostos
cisco.
para conosco.
Desejo ipic xossa xiagom se ctímplete lom felicidade e que viajais com agrado
Digo-\os estas c-oisas sem rodeios protocüIan.'s, aj)ressadainentc. dada a rapi dez da \o.ssa passagem cni nos.sa capital V nu prcxisão dc que os esforços das Nações Unidas pos.sain licpiidav ràpidaíiicntc u inopinada agressão agora de
flagrada contra n Coréia do Sul. resliluíndü a paz a essa região e inantcndo-a
as grandes, prósperas (« altamente ctvilizada.s capitais que .são Montevidéu e Buenos Aire.s.
Agradeço ao sr. Trippe a feliz idéia
de híiver amvidado figuras tão represen
dos l)eligerantes amigos,
va de nossa política, cuja
inalterada em outras zonas dc mundo.
tativas para esta viagem inaugural e peço aos meus amáveis convivas que me
no.s deixou com os meios
respon.sabilicladc
Se esta esiierança malograr é nosso de
acompanhem num brinde muito cordial
de transporte internos gra vemente
deteriorados
com ninguém.
e
ésses
Estimaría-
meios de difundir
nossa frota de comércio Pepor
consc-
mos que, com os amplos
aninuilou grande parte de
.nieiüs de produção no' e.s-
c
(jnências não partilhamos infor
mações (|ut' estão à dispo '
-
í^>do anterior não é desenvoLè-los' nem
-omenfar a.s nossas riqueza.s, mas sim plesmente retonstrui-los.
sição dos grandes jornais
sob vossa direção, a opi nião norte-americana pudesse receber o
necessário esclarecimento e uma política
A imiMxssibilidade de importarmos os
de cooperação mais ativa o mais urgente
par. pas.su' com o desga.ste sofrido
dessas cifras, cpie representam ingentes
bems necessários a essa reconstrrição.
possa delinear-se à Inz desses fatos c
determmou certamente a acumulação de
sacrifícios de um país como o Brasil, de baixa renda nacional e desprovido cie
-'vserva.s em dólares e libras esterlinas
produto de exportações feitas com preíO,s m&ximos fixados e a cambio que mantivemo.s estável. Uas não é segrêdo .para ninguém que, cessada a guerra çes.saram igualmente os controles dos .preço.s internos dos Estados Unidos,
ao mesmo tempo que o Reino Unido',
capitais.
Note-.se que não entra em nossos cál
culos qualquer ajuda gratuita. O nosso caso não é tao agudo ou tão desespe rado que reclame donativos e sim in
versas reembolsáveis em juros e amor tização, pois certamente não ignorais que nos alinhamos, penso, entre os
ver adiar a solução agora e.sboyada para
pela prosperidade crescente cio povo dos
»jos.sos problemas.
Estados Unidos tia .América.
A força, inclusixe a
Dicesto ECONÓ^UCO
**Lencl©
Cuclides'''
que ôlcs e tantos mais fúlgidamente co
laboraram?
Nada. com ccrlcz;i; e pji
issíJ mc.smc) quero cingir-me ao trabalho Altino Arantes
(Presidente da Academia Paulista de Letras)
Gonfer&ticla prananclada pelo cmioente enerltor %s heme** F^bSieo, ein Sãa Jo.sé do Riu Pardo, nas soleiiLindes codmagradas à memória de Euclides da Canha»
Jj^ Comissão promotora das comemo rações euclidianas e, nomeadamen
meramente se.divo dc ir "It ndo Eucii
des", na rcspiga fácil c abundante da seara imcn.a cie sua.s letras.
De si pióprio dissera èlc, ofereccnd) a sua fülogralia a Lúcio de Mendonça;
brasileirismo iàuninado e eficiente que no dizer do Gilberto Freire, constitui "o principal :;specto subjetivo de .sua obra; n marca m.us forte de sua pensonalidade a imprimir um sentido brasileiro aos prob.emas de geografia e de scciolocria. '
da Cunha — como Port-Royal fôra par*
Êste caboclo, este jagunç-o manso,"
Misto dc cclla. dc t;qniio e grego."
de tradicional e sempre emocionante
humano; o lugar privilegiado onde "so
presta as homenagens de sua admiração
Esta linda cidade esmera-se assim por não ficar devendo o seu renome tão so
mente à beleza de sua topografia, à sua prosperidade econômica' e ao nível de
raa cuitura; ela quer que tôdas estas vatosas prendas, que constituem o seu orgu o e fazem o bem-estar e o confôrto e seus habitantes, se sobredoírem com o gaardão de saber conservar — como ra vestal devota e enamorada — a
chama, perene e luminosa, de um culto
que cada vez mais se exalta e se apri mora; o culto do escritor ipcomparável que aqui mesmo, junto deste rio pa droeiro, à sombra destas mesmas árvo res, ao abrigo precário de uma "cabana
feita de zinco e de sarrafos", traçou as
páginas magníficas de um livro que se Mgrou monumento imperecível das le-
o Toru xcnsus Bolívia" - são eminen te e essencialmente brasileiros déss"
Dc um lar onde terá digno eonehègo.
Pascal e Vai de Lobos para Ale.xandre Herculano — a Trnprt espiritual onde éle encontrou a soledade, o silencio e sossôgo propício.s à meditação e ao es
e de sua saudade à memória e à obra de Euciides da Cunha.
Por isso me.smo os seus quatro maiorfs livros - "Os Sertões". "Contrastes e Confronto.s", "À margem da história"
"Aí \ai para saudá-lo, no ronianso
te, a Honórío de Silos e a Oswaldo Ga-
vica do povo de São José do Rio Pardo
calj>èlo de sua análise.
Êsle "ermo" de São José do Pardo foi, em verdade, p;ira Euciides
lotti quero, de início, agradecer a honra insigne, com que me distinguiram e que eu jamais me atreveria a disputar, de vir trazer a minha contribuição, desvaliosa mas muito afetiva, a esta solenida com que, todos os anos, a devoção cí
\'ada escv-ipa\-a à sua obsmação peiluelenle, eomj nada se subtraía ao es-
tudo das grandes criações do engenho pra o espírito"; onde a alma se ergue sobranceira às contingéncia.s, às lufas e aos .sofrimentos que a cnleiam e alígera, se exalça à contemplação serena e
fecunda da Beleza, do Bem e da Ver dade.
Aqui, pois, nasceram "Os sertões";
São José do Rio Pardo figurará par*
Ctego pf'o seu amor ;is letra.s. às ciên
cias c à arte; tapuio na sua ingènita.
incoercí\cl predileção pelas genlc.s, pe las terras c pc-las coisas do Bnisil; celta élc o foi também, porque (como dessa raça sentenciou Jcan Pecher) jc lhe fal tava o mármore com que edificar um
Partcnon, sobrava-lhe a coragem para aprofundar as mãos nas entranhas da terra c do homem e, como as feiticei
ras dc Macbetli, retirá-las depois chcia.s dos segredos do infinito.
nacional, como o berço abençoado do
Os segredos da terra, os segredos do homem — eis, em substância, os proble
grande livro, ao qual, no sentir de Gui lherme de Almeida, deveríamos cliamar
ras geográficas e etnográficas, Euciides
todo sempre, nos fastos da literatura
simplesmente "o Livro, com maiúscula;
porque ó êle, para o brasileiro, um* Bíblia, um Corão, um Talmud". Ora, sôbre ôsse livro e sôbre o sen
autor que mais poderia eu dizcr-vos, de
novo e de inédito — quando por esta tribuna já passaram, em ocorrências
análogas, vultos da estatura e do valor de Afrânio Peixoto, de Ulisses Paranho», de Francisco Pati, de Venãncio Filho, de Afonso Arinos de Mello Franco e
de Cândido Mota Filho? Que mais d©
h"ts pátrias e levantou o seu autor às cumiadas mais altas da intelectualidade
interessante poderia eu acrescentar ao
brasileira.
0 à magnífica e copiosa poliantéia
brilhante florilégio qúe êles enaslrarana
mas que, para dentro de nossas frontei
da Cunha aturadamcnte estudou e cujas soluções preconizou com lúcido e prag mático patriotismo. Para" tanto teve que conhecer o Brasil na imensidão do seu
território; na variedade quase inumerá vel da sua natureza e do seu clima; nos
a nnprcgiuir-sc todo da mística da uni
dade brasileira, que lhe inundava a aima
cie uma ternura especial pelo indígena
pelo caboclo, pelo nativo, pelo Amazo-' nao, pelo Acre, pelo Ceará, por Anclüeta, por Diogo 'Feijó, por Floriano Pei-
-xoto, pela viação férrea, pelo telégrafo pelo Barão do Rio Branco", (i).
"Era - confirma-o ainda Araújo Jor ge - o amor quase supersticio-o pelp Brasil. Em todos os seus livros estaa êsse pensamento de um fecundo retôrno
no. pasE.ado para retemperar as energias gastas e tonificar as fôrças consumidas
uo drama tao tumultuoso e tão sempre o mesmo da e.vistencia; conliecia a fundo üda a v.da pohtica e social do Brasil; .nha mu entranhado carinho pelas suai tradições, pelo seu passado esquecido,
seus rios e nas suas florestas; nas suas montanhas, nos seus vales e nas suas
reJr
planícies; como teve que conhecer o brasileiro com as qualidades e os defeí-
pela grandeza obscura e desconhecida dos nossos antepas:.,dos, o desamor às'
cos de sua raça, de sua índole e de sua
educação — no borborinho das cidades como nas caatingas do Nordeste, nas
Quanta vez ouviram-no n^hilasti
mar com amargura o doloroso descaso
idades transcorridas, a indiferença pela ■ nossa história e especialmente pelos rd-
des patrícios do interior, cujo .íbandono
selvas da Amazônia, ou nas campanhas
no lecesso dos sertões, allieios à civilí-
do Sul.
zaç.ao e seqüestrados da cultura, se -lhe
Dicesto ECONÓ^UCO
**Lencl©
Cuclides'''
que ôlcs e tantos mais fúlgidamente co
laboraram?
Nada. com ccrlcz;i; e pji
issíJ mc.smc) quero cingir-me ao trabalho Altino Arantes
(Presidente da Academia Paulista de Letras)
Gonfer&ticla prananclada pelo cmioente enerltor %s heme** F^bSieo, ein Sãa Jo.sé do Riu Pardo, nas soleiiLindes codmagradas à memória de Euclides da Canha»
Jj^ Comissão promotora das comemo rações euclidianas e, nomeadamen
meramente se.divo dc ir "It ndo Eucii
des", na rcspiga fácil c abundante da seara imcn.a cie sua.s letras.
De si pióprio dissera èlc, ofereccnd) a sua fülogralia a Lúcio de Mendonça;
brasileirismo iàuninado e eficiente que no dizer do Gilberto Freire, constitui "o principal :;specto subjetivo de .sua obra; n marca m.us forte de sua pensonalidade a imprimir um sentido brasileiro aos prob.emas de geografia e de scciolocria. '
da Cunha — como Port-Royal fôra par*
Êste caboclo, este jagunç-o manso,"
Misto dc cclla. dc t;qniio e grego."
de tradicional e sempre emocionante
humano; o lugar privilegiado onde "so
presta as homenagens de sua admiração
Esta linda cidade esmera-se assim por não ficar devendo o seu renome tão so
mente à beleza de sua topografia, à sua prosperidade econômica' e ao nível de
raa cuitura; ela quer que tôdas estas vatosas prendas, que constituem o seu orgu o e fazem o bem-estar e o confôrto e seus habitantes, se sobredoírem com o gaardão de saber conservar — como ra vestal devota e enamorada — a
chama, perene e luminosa, de um culto
que cada vez mais se exalta e se apri mora; o culto do escritor ipcomparável que aqui mesmo, junto deste rio pa droeiro, à sombra destas mesmas árvo res, ao abrigo precário de uma "cabana
feita de zinco e de sarrafos", traçou as
páginas magníficas de um livro que se Mgrou monumento imperecível das le-
o Toru xcnsus Bolívia" - são eminen te e essencialmente brasileiros déss"
Dc um lar onde terá digno eonehègo.
Pascal e Vai de Lobos para Ale.xandre Herculano — a Trnprt espiritual onde éle encontrou a soledade, o silencio e sossôgo propício.s à meditação e ao es
e de sua saudade à memória e à obra de Euciides da Cunha.
Por isso me.smo os seus quatro maiorfs livros - "Os Sertões". "Contrastes e Confronto.s", "À margem da história"
"Aí \ai para saudá-lo, no ronianso
te, a Honórío de Silos e a Oswaldo Ga-
vica do povo de São José do Rio Pardo
calj>èlo de sua análise.
Êsle "ermo" de São José do Pardo foi, em verdade, p;ira Euciides
lotti quero, de início, agradecer a honra insigne, com que me distinguiram e que eu jamais me atreveria a disputar, de vir trazer a minha contribuição, desvaliosa mas muito afetiva, a esta solenida com que, todos os anos, a devoção cí
\'ada escv-ipa\-a à sua obsmação peiluelenle, eomj nada se subtraía ao es-
tudo das grandes criações do engenho pra o espírito"; onde a alma se ergue sobranceira às contingéncia.s, às lufas e aos .sofrimentos que a cnleiam e alígera, se exalça à contemplação serena e
fecunda da Beleza, do Bem e da Ver dade.
Aqui, pois, nasceram "Os sertões";
São José do Rio Pardo figurará par*
Ctego pf'o seu amor ;is letra.s. às ciên
cias c à arte; tapuio na sua ingènita.
incoercí\cl predileção pelas genlc.s, pe las terras c pc-las coisas do Bnisil; celta élc o foi também, porque (como dessa raça sentenciou Jcan Pecher) jc lhe fal tava o mármore com que edificar um
Partcnon, sobrava-lhe a coragem para aprofundar as mãos nas entranhas da terra c do homem e, como as feiticei
ras dc Macbetli, retirá-las depois chcia.s dos segredos do infinito.
nacional, como o berço abençoado do
Os segredos da terra, os segredos do homem — eis, em substância, os proble
grande livro, ao qual, no sentir de Gui lherme de Almeida, deveríamos cliamar
ras geográficas e etnográficas, Euciides
todo sempre, nos fastos da literatura
simplesmente "o Livro, com maiúscula;
porque ó êle, para o brasileiro, um* Bíblia, um Corão, um Talmud". Ora, sôbre ôsse livro e sôbre o sen
autor que mais poderia eu dizcr-vos, de
novo e de inédito — quando por esta tribuna já passaram, em ocorrências
análogas, vultos da estatura e do valor de Afrânio Peixoto, de Ulisses Paranho», de Francisco Pati, de Venãncio Filho, de Afonso Arinos de Mello Franco e
de Cândido Mota Filho? Que mais d©
h"ts pátrias e levantou o seu autor às cumiadas mais altas da intelectualidade
interessante poderia eu acrescentar ao
brasileira.
0 à magnífica e copiosa poliantéia
brilhante florilégio qúe êles enaslrarana
mas que, para dentro de nossas frontei
da Cunha aturadamcnte estudou e cujas soluções preconizou com lúcido e prag mático patriotismo. Para" tanto teve que conhecer o Brasil na imensidão do seu
território; na variedade quase inumerá vel da sua natureza e do seu clima; nos
a nnprcgiuir-sc todo da mística da uni
dade brasileira, que lhe inundava a aima
cie uma ternura especial pelo indígena
pelo caboclo, pelo nativo, pelo Amazo-' nao, pelo Acre, pelo Ceará, por Anclüeta, por Diogo 'Feijó, por Floriano Pei-
-xoto, pela viação férrea, pelo telégrafo pelo Barão do Rio Branco", (i).
"Era - confirma-o ainda Araújo Jor ge - o amor quase supersticio-o pelp Brasil. Em todos os seus livros estaa êsse pensamento de um fecundo retôrno
no. pasE.ado para retemperar as energias gastas e tonificar as fôrças consumidas
uo drama tao tumultuoso e tão sempre o mesmo da e.vistencia; conliecia a fundo üda a v.da pohtica e social do Brasil; .nha mu entranhado carinho pelas suai tradições, pelo seu passado esquecido,
seus rios e nas suas florestas; nas suas montanhas, nos seus vales e nas suas
reJr
planícies; como teve que conhecer o brasileiro com as qualidades e os defeí-
pela grandeza obscura e desconhecida dos nossos antepas:.,dos, o desamor às'
cos de sua raça, de sua índole e de sua
educação — no borborinho das cidades como nas caatingas do Nordeste, nas
Quanta vez ouviram-no n^hilasti
mar com amargura o doloroso descaso
idades transcorridas, a indiferença pela ■ nossa história e especialmente pelos rd-
des patrícios do interior, cujo .íbandono
selvas da Amazônia, ou nas campanhas
no lecesso dos sertões, allieios à civilí-
do Sul.
zaç.ao e seqüestrados da cultura, se -lhe
18
DicKsrn) Econòmic:»»
Dic KSTt»
Ei:í)n(•> n nco 19
afig\irava tim crime de conseqüências
enlaçava êsscs soldados, qticni o par
incalculáveis." (2).
tiu assim num repente? O inesnío que dezesseis anos depois, na submissão go rai dp pensamento nacional a velhas fórmulas, no cansado tradicionalisnío so cial e político que nos comprime, na ve lha cadeia de disciplinadas conveniên cias que nos aflige, surgiti com ê.sse
E esse amor intenso, insopitável,, que
EuCiides da Cunha sentia pelo homem e pela terra do Brasil, como que se confundiu e se identificou com a sua
paixão 8 o seu entusiasmo pela Repú blica — cuja propaganda, diuturna e sistemática, persuasiva e empolgante, lhe chegara aos ouvidos e conquistara o co ração nos próprios bancos da Escola Mi
livro diante do País, a autoridade e o
poder armado, para denunciar com sin
litar, na qual muito jovem se matricula
ceridade a fraca constituição desse país. a incapacidade dessa autoridade, os cri
ra o cujas aulas freqüentara com hrillio
mes e as fantasias desse poder arma
• e proveito notáveis.
do." (3).
Situa-se precisamente nessa quadra de sua existência q conhecido episódio, que tanto realce empresta à moci-
Nesta página de admirável vivacida-c clefinc-se e revela-se, a plena luz, cm .sua infrangível integridade, o
dade de Euclides
e' que
temperamento
Alberto
Euclides:
flangel, testepiunha
teireza
ocular dêle,
in sua
consciência, a in-
assim relata;
corruptibilidade de
"Era no pátio
seu caráter, o de-
da Escola Militar da Praia Verme
lha.
a de
de
Seguíamos
em coluna, mar chando em conti
nência à suprema autoridade adminis
trativa do Exército - o sr. Ministro da Guerra... íamos marchando, Na cor
reção dos uniformes e no polido das baíonetas, a tropa de escol seguia nu ma feita, no passo firme de ordenança.
Eu ia no pelotão da cauda. De repen te, um aluno destacou-se da forma, à frente da coluna de marcha. Tentou
tino.
As.sim c, com efeito.
De Camões, por exemplo (e não ci tarei «enrio êsse caso entre inúmeros
outros), pode registrar o mais entusias
ta cie seus panegirístas que, se lhe co roaram
a fronte os lauréis cias mais
belas consagraçõe.s, "abruniarain-lhe o coração os espiiilio.s de todos os infortúuios". (4). Por i.sso mesmo, a vida de Euclide.s
nao deve niedir-sc pelos passos ensan güentados do sua via-cmcis, mas sim
pelo.s degraus a.sccnsionais de sua apo teose.
Apoteose custosa o lustrai —
quo êlc pagou ã usura de pungentes e dolorosas privações c cuja claridade foi brilhante como a cintila do relâmpago o temerosa como o re.spIenclor da tem pestade.
Para a escalada da culminância a que
êle subiu, as etapas se marcaram pelos
indeléveis, incon
livros e pelo.s ensaios que compôs; mas,
fundíveis
sobretudo, por essa monumental obra "Os Sertões", que o erigiu cm "mestre
dessa
personalidade sin
gular, cuja biografia, ao mesmo tempo esplendorosa e trágica, se teria de de senvolver entre a desventura no lar e a glória nas letra.s. Mais do que inútil, seria Impiedoso relembrar-lhe agora as amarguradas vicissitudes, ou, sequer, salientar-lhe as
surpreso ministro.
seu maior milagre em ter decorrido di reita 6 firme, profícua e rutilante, entre
linha, a outro debandou. Quem -era êsse revoltado? No laço de ferro que
derrotas e vitórias, entre o Gólgola e o Tabor, entre o nada e o infinito. ■ -rr - f
Filho que o Gênio costuma ser sempre o mais eloqüente protesto contra o Des
atitudes ~ traços
Mais adiante, ao toque de alto, a co luna parou; a outro toque fêz-se em
por fina
recentemente Cândido Níota
sassombro de suas
e.xtremas tão díspares; porque, no con ceito e.xato de Heinrich Heine, a gran deza da vida humana consiste em ser breve e cheia entre dois abismos; e o
quebrar ao joelho a carabina e atirou-a
Celebrando o centenário de Goethe, afirmou
máximo do nosso nacionalismo", na sen tença autorizada de Guilherme de Al meida.
É bem certo, entretanto, que contra êsse aresto, se o houvera conhecido, te
ria protestado o próprio Euclides da Cunha; pois, ao seu parecer, "Os Ser tões" era apenas "o livro bárbaro de sua mocidade, monstruoso poema de brutalidade e de força". Duvidando, porém, mais tarde, do acerto dêsse auto-
julganienlo e, porventura, inconformado com êle, apelava para o juízo distante — e por isso mesmo, talvez, mais insuspei
to — de Agustin de Vedia, em carta que -.v.
bem lhe traduzia a ansiosa expectativa: De qualquer maneira, é o primogênito do meu ospinto, enquanto críticos auda-
zcs afmjjam quo é o meu único livro. Sera verdade?" (5). Não, podemos responder eom segurança; nao é verdade - nomno
i
luslraram dêsse belo e r igoroso pr/nS-
genito os cadetes que se lhe seguiram de p^orto o quo so intilularam "Contrastes e
Confrontos , "A Margem da História" e
Peru versus Bo.u.a", Nenlum, dêles entretanto, logrou sobrelevar-se a "q! Sertões", que será sempre, sem contes tação passível, a obra má.\íma de Eucli des, o mais lídimo título de sua imor talidade; e isso porque o valor de um trabalho literário (ensiua-o Renó Doumic) tem que ser aferido e.xçlusivamente pela relevância das questõps que sus cita e pcla.s ressonâncias que desperta nas almas.
'
Ora, ali, naquelas páginas xmlcánicas, como as qualificou Oliveira Martins,
"porque, como os xmlcões, impetuosos : e explosivos", o leitor sente-se trans
portado, quase corporalmente, para as caatingas imensas e ressequidas para
05 chapadões infindos, ponteados de cactos e c.hciados de garranchais e de cspinheiros, que sóis de foar>
•
e estiolam e que apresentam
0.5 seus elementos e em md
fenômenos, o espeticulo do
re.a sem igual,'^or.mdLehnent
substanciada com a Wdi
aspecto astronômico, geográfico'' gráfico".
^
®
A visão é estupenda. O desenrolar cma. Encanta e atemoriza. As paisa
continuo dos cenários deslumbra e alu-
gens desfilam - no atropôlo e na an gustia de um pesadelo, soberbas, mas ao mesmo tempo estonteantes pela suh
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Dic KSTt»
Ei:í)n(•> n nco 19
afig\irava tim crime de conseqüências
enlaçava êsscs soldados, qticni o par
incalculáveis." (2).
tiu assim num repente? O inesnío que dezesseis anos depois, na submissão go rai dp pensamento nacional a velhas fórmulas, no cansado tradicionalisnío so cial e político que nos comprime, na ve lha cadeia de disciplinadas conveniên cias que nos aflige, surgiti com ê.sse
E esse amor intenso, insopitável,, que
EuCiides da Cunha sentia pelo homem e pela terra do Brasil, como que se confundiu e se identificou com a sua
paixão 8 o seu entusiasmo pela Repú blica — cuja propaganda, diuturna e sistemática, persuasiva e empolgante, lhe chegara aos ouvidos e conquistara o co ração nos próprios bancos da Escola Mi
livro diante do País, a autoridade e o
poder armado, para denunciar com sin
litar, na qual muito jovem se matricula
ceridade a fraca constituição desse país. a incapacidade dessa autoridade, os cri
ra o cujas aulas freqüentara com hrillio
mes e as fantasias desse poder arma
• e proveito notáveis.
do." (3).
Situa-se precisamente nessa quadra de sua existência q conhecido episódio, que tanto realce empresta à moci-
Nesta página de admirável vivacida-c clefinc-se e revela-se, a plena luz, cm .sua infrangível integridade, o
dade de Euclides
e' que
temperamento
Alberto
Euclides:
flangel, testepiunha
teireza
ocular dêle,
in sua
consciência, a in-
assim relata;
corruptibilidade de
"Era no pátio
seu caráter, o de-
da Escola Militar da Praia Verme
lha.
a de
de
Seguíamos
em coluna, mar chando em conti
nência à suprema autoridade adminis
trativa do Exército - o sr. Ministro da Guerra... íamos marchando, Na cor
reção dos uniformes e no polido das baíonetas, a tropa de escol seguia nu ma feita, no passo firme de ordenança.
Eu ia no pelotão da cauda. De repen te, um aluno destacou-se da forma, à frente da coluna de marcha. Tentou
tino.
As.sim c, com efeito.
De Camões, por exemplo (e não ci tarei «enrio êsse caso entre inúmeros
outros), pode registrar o mais entusias
ta cie seus panegirístas que, se lhe co roaram
a fronte os lauréis cias mais
belas consagraçõe.s, "abruniarain-lhe o coração os espiiilio.s de todos os infortúuios". (4). Por i.sso mesmo, a vida de Euclide.s
nao deve niedir-sc pelos passos ensan güentados do sua via-cmcis, mas sim
pelo.s degraus a.sccnsionais de sua apo teose.
Apoteose custosa o lustrai —
quo êlc pagou ã usura de pungentes e dolorosas privações c cuja claridade foi brilhante como a cintila do relâmpago o temerosa como o re.spIenclor da tem pestade.
Para a escalada da culminância a que
êle subiu, as etapas se marcaram pelos
indeléveis, incon
livros e pelo.s ensaios que compôs; mas,
fundíveis
sobretudo, por essa monumental obra "Os Sertões", que o erigiu cm "mestre
dessa
personalidade sin
gular, cuja biografia, ao mesmo tempo esplendorosa e trágica, se teria de de senvolver entre a desventura no lar e a glória nas letra.s. Mais do que inútil, seria Impiedoso relembrar-lhe agora as amarguradas vicissitudes, ou, sequer, salientar-lhe as
surpreso ministro.
seu maior milagre em ter decorrido di reita 6 firme, profícua e rutilante, entre
linha, a outro debandou. Quem -era êsse revoltado? No laço de ferro que
derrotas e vitórias, entre o Gólgola e o Tabor, entre o nada e o infinito. ■ -rr - f
Filho que o Gênio costuma ser sempre o mais eloqüente protesto contra o Des
atitudes ~ traços
Mais adiante, ao toque de alto, a co luna parou; a outro toque fêz-se em
por fina
recentemente Cândido Níota
sassombro de suas
e.xtremas tão díspares; porque, no con ceito e.xato de Heinrich Heine, a gran deza da vida humana consiste em ser breve e cheia entre dois abismos; e o
quebrar ao joelho a carabina e atirou-a
Celebrando o centenário de Goethe, afirmou
máximo do nosso nacionalismo", na sen tença autorizada de Guilherme de Al meida.
É bem certo, entretanto, que contra êsse aresto, se o houvera conhecido, te
ria protestado o próprio Euclides da Cunha; pois, ao seu parecer, "Os Ser tões" era apenas "o livro bárbaro de sua mocidade, monstruoso poema de brutalidade e de força". Duvidando, porém, mais tarde, do acerto dêsse auto-
julganienlo e, porventura, inconformado com êle, apelava para o juízo distante — e por isso mesmo, talvez, mais insuspei
to — de Agustin de Vedia, em carta que -.v.
bem lhe traduzia a ansiosa expectativa: De qualquer maneira, é o primogênito do meu ospinto, enquanto críticos auda-
zcs afmjjam quo é o meu único livro. Sera verdade?" (5). Não, podemos responder eom segurança; nao é verdade - nomno
i
luslraram dêsse belo e r igoroso pr/nS-
genito os cadetes que se lhe seguiram de p^orto o quo so intilularam "Contrastes e
Confrontos , "A Margem da História" e
Peru versus Bo.u.a", Nenlum, dêles entretanto, logrou sobrelevar-se a "q! Sertões", que será sempre, sem contes tação passível, a obra má.\íma de Eucli des, o mais lídimo título de sua imor talidade; e isso porque o valor de um trabalho literário (ensiua-o Renó Doumic) tem que ser aferido e.xçlusivamente pela relevância das questõps que sus cita e pcla.s ressonâncias que desperta nas almas.
'
Ora, ali, naquelas páginas xmlcánicas, como as qualificou Oliveira Martins,
"porque, como os xmlcões, impetuosos : e explosivos", o leitor sente-se trans
portado, quase corporalmente, para as caatingas imensas e ressequidas para
05 chapadões infindos, ponteados de cactos e c.hciados de garranchais e de cspinheiros, que sóis de foar>
•
e estiolam e que apresentam
0.5 seus elementos e em md
fenômenos, o espeticulo do
re.a sem igual,'^or.mdLehnent
substanciada com a Wdi
aspecto astronômico, geográfico'' gráfico".
^
®
A visão é estupenda. O desenrolar cma. Encanta e atemoriza. As paisa
continuo dos cenários deslumbra e alu-
gens desfilam - no atropôlo e na an gustia de um pesadelo, soberbas, mas ao mesmo tempo estonteantes pela suh
-T
Dicesto EcoNÓNaco
Digesto Econókhco
21
SO
vastidão, pela sua selvatiqueza e, pnn-
zes c dos longos dias amargos cios x-a-
queiros"; o dcícrto cpic, inopinadamcnte cipalmente, pela sua agressividade ima- inundado pela iKirrasca diltivial, den nente e invencível.
Os estios comburentes; os dias que se afogam nas noites sem transições e
sem crepúsculos; o fagclo desaustinante das sêcas; os aguaceiros torrenciais sobre de:ertos esbraseados; a flora c.xsicada.
tro cm breves dias se alapi la de amarílis e ostenta o cspli ndur trinnfante da
flora tropical; o martírio periódico do homem nasccrid ) do martírio secular do
seu pri dilelo — tudo isto é que forma e compõe "A terra", na qual
quase agonizante que crava as raízes no cresce e vi\'í', trabalha e luta. sofre o solo empedernido, como se foram garras morre "O homem de Os Sertões . em desespero; "os mandacarus esguics c "Êssc homem a quem falta a plástica sílentes aprumando os cauks circu.a- impecável, mpcno, a estrutura res, na nmetría impecável de enormes correlí.ssima odasdcs( organi/uvõcs atléticas. caiídelabros e, à meia-luz dos crepús culos, dando a ilusão emocionante de estranhos círios fincados a esmo no solo
e espalhados pelas chapadas;... os cbique-chiques fracionados em ramos fervilhantes de espinhos. rc'(:iir\'OS p rastei ros recamados de flores alvíssimas;. ..
as'cabeças-de-frade, • deselegantes p
É desgracioso, descmgnnçado, torto. Ilércides-Quasímodf), refle te no aspecto a fealdade típica dos fraco.s. O andar .sem firmeza, sem aprumo, quase gingan-
te c sinuoso, aparenta a translação cie membros
dcsarti'ulados.
Agra\'a-o
a
postura normalmente acurvada, num
monstruosas, corcadas de uma flor úni
manifestar de displicência que lhe dá
ca, intensamente rubra, e áparentand:), no' tamanho e no formato, a imagem sin
um caráter
gular de cabeças decepadas c sanguino-
lentas, jogadas por ali, ao léu, muna de sordem trágica;... a caatandiiva, mato
doente, dolorosamente caída sôbre o ter rível leito de cardo.s;... a palniatóriado-infcnio, opúncia de palmas diminutas diabòlicamente curiçadas de acúleo.s,
de humildade deprimente.
A pé, quando parado, rccosta-se invariàvelmente ao primeiro umbral ou pa
rede que encontra ; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela.
Caminhando, mesmo a passo rá
pido, não traça trajetória retilínca c fir
com o vivo carmim das coclionillias que alimentam;. as leguminosus, de radí-
lear caractcríslico, de que parecem ser o
culas atrofiadas, cutas vagens, na deis-
traço geométrico os meandros cias trilhas
-ncía perfeita, se abrem, estalando w-
me. Avança cèlcremcnte, num bambo-
sertanejas. 12, se na marclia estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um ci
«mentc5, e cujas fluradas.
..íssimo que exalam, cnain anteparo,
■ wantam t* arquciam cmno tendas in'ecis
'-•/•^•^gnardá-las
Ir^as ciüedas bruscas da teuiperatu-
urnbuzeii'^' "arvore sagrada do
Zvtáo s^i^.
lioras feli.
mem permanentemente fatigado.
flete a preguiça
Re
invencível, a atonia
muscular perene cm tudo: na palavra rc-
morada, no gesto contrafcito, no andar
ca, quando, nas margens ensangüenta
das do Vasa-Barris, "a igreja sinistra bojava cm relevo sôbre o casario em ruí nas; c, impávidos ante as balas que sô
dcsapnimado, na cadência langorosa das
bre êlcs LXJm crgiam, viam-se, no res-
mndinlui.s, na tendência constante á imo-
plcndor fugaz das fuzilarias, dcslizando-
bilídado e à nuielude. Entretanto, toda essa aparénci.i de can aço ilude. Nada
Ihc pelas paredes e entulhos, subindo-
6 mais surpreendente do mie \-é-la de saparecer de impro\'iso. Naqnc-la orga nização coinb:ilida operani-.se,
em se
llie pcias torres derrocadas ou caindo
por elas abaixo, de borco, presos aos blocos disjungidjs, como titãs fulmina-
do.s ao coruscar dos mios, aqueles ru
gundos, transmutações completas. Bas ta o aparecimento dc qualcjuer inciden
des patrícios indomáveis".
te cxigindo-ihe o desencadear das ener gias adormecidas. O homem transfigu ra-se. Impertíga-se, esladcando novos
dosa, horripilante carnificina. "Canudos não se rendeu. Exemplo único em tôda
relevos,
gesto;
novas linhas na estatura e no
e a cabeça firma-se-Ihe,
aclarada
pelo olliar
alta,
de.^assombrado e
forte; e corrigem-sc-lbo, prestes, muna
Sobrevóm então o epílogo da impie a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, caiu quando caíram os seus últimos de
fensores — que todos morreram. E eram quatro apenas: um velho, dois ho
descarga nervosa instantânea, todos os
mens feitos e uma criança — diante dos
efeitos do rela.vamento habitual dos ór
quais nigiam raivosamente cinco mil sol
gãos; 6 da figura vulgar do tabarcu acbamboado reponta, ínesperadaniGnte,
dados". Depois... "removida breve ca mada de terra, apareceu no triste sudário
o aspecto
de um lençol imundo, no qual mãos pie
dominador dc um titã aco-
breado e potente, num desdobramento inerperado de fórça e agilidade extraor
dosas ha\-iam espalhado algumas flores murchas, repousando sôbre uma esteira
velha, de tábua, o corpo do "famigera-
dinárias."
Dessas atitudes clamorosamcuto con-
tradilórius; de.ssas premissas antitóticas
do e bárbaro agitador". Estava hedion do. Envolto no velho hábito azul de
irrompe, por estranho ilogismo, na evi dencia nieridiana dc um axioma, a con
brim americano, mãos cruzadas ao pei
clusão aparentemente paradoxal, mas in.sofismável e imperativa: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte".
Um forte, sim.
E, para comprová-
lo, eis "A luta", que chega e que vai clesenrolar-se, cruef e cruenta, destcme-
to, rosto tumefacto e esquálido, olhos fundos cheios de terra - mal o reconhe ceram os que mais de perto o haxàam
tratado durante a vida. Derenterraram-
no cuidadosamente. Dádiva preciosa, unico prêmio, únicos despojes opimos
garro, bater o isqueiro ou tramar ligeira winversa com um amigo, cai logo de có coras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que
rosa e desatinada, por entre duelos e ti
o ta guerra, faziam-se mister os máxirnos resguardes para que se não desar
roteios, por entre assaltos e emboscadas,
ticulasse ou deformasse, reduzindo-se a
todo o corpo lhe fica suspenso pelos de
nesses episódios de bravura, de feroci
uma massa
dos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a
dade e de fanatismo que se atropelam, se acumulam e desfecham afinal naque la cena dantesca, assombrosamente épi-
compostos. Fotografaram-no depois. E
um tempo ridícula e adorável. E' o ho-
angultonta de tecidos de
lavrou-se uma ata rigorosa, firmandoIhe a identidade: importava que o País -
-T
Dicesto EcoNÓNaco
Digesto Econókhco
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SO
vastidão, pela sua selvatiqueza e, pnn-
zes c dos longos dias amargos cios x-a-
queiros"; o dcícrto cpic, inopinadamcnte cipalmente, pela sua agressividade ima- inundado pela iKirrasca diltivial, den nente e invencível.
Os estios comburentes; os dias que se afogam nas noites sem transições e
sem crepúsculos; o fagclo desaustinante das sêcas; os aguaceiros torrenciais sobre de:ertos esbraseados; a flora c.xsicada.
tro cm breves dias se alapi la de amarílis e ostenta o cspli ndur trinnfante da
flora tropical; o martírio periódico do homem nasccrid ) do martírio secular do
seu pri dilelo — tudo isto é que forma e compõe "A terra", na qual
quase agonizante que crava as raízes no cresce e vi\'í', trabalha e luta. sofre o solo empedernido, como se foram garras morre "O homem de Os Sertões . em desespero; "os mandacarus esguics c "Êssc homem a quem falta a plástica sílentes aprumando os cauks circu.a- impecável, mpcno, a estrutura res, na nmetría impecável de enormes correlí.ssima odasdcs( organi/uvõcs atléticas. caiídelabros e, à meia-luz dos crepús culos, dando a ilusão emocionante de estranhos círios fincados a esmo no solo
e espalhados pelas chapadas;... os cbique-chiques fracionados em ramos fervilhantes de espinhos. rc'(:iir\'OS p rastei ros recamados de flores alvíssimas;. ..
as'cabeças-de-frade, • deselegantes p
É desgracioso, descmgnnçado, torto. Ilércides-Quasímodf), refle te no aspecto a fealdade típica dos fraco.s. O andar .sem firmeza, sem aprumo, quase gingan-
te c sinuoso, aparenta a translação cie membros
dcsarti'ulados.
Agra\'a-o
a
postura normalmente acurvada, num
monstruosas, corcadas de uma flor úni
manifestar de displicência que lhe dá
ca, intensamente rubra, e áparentand:), no' tamanho e no formato, a imagem sin
um caráter
gular de cabeças decepadas c sanguino-
lentas, jogadas por ali, ao léu, muna de sordem trágica;... a caatandiiva, mato
doente, dolorosamente caída sôbre o ter rível leito de cardo.s;... a palniatóriado-infcnio, opúncia de palmas diminutas diabòlicamente curiçadas de acúleo.s,
de humildade deprimente.
A pé, quando parado, rccosta-se invariàvelmente ao primeiro umbral ou pa
rede que encontra ; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela.
Caminhando, mesmo a passo rá
pido, não traça trajetória retilínca c fir
com o vivo carmim das coclionillias que alimentam;. as leguminosus, de radí-
lear caractcríslico, de que parecem ser o
culas atrofiadas, cutas vagens, na deis-
traço geométrico os meandros cias trilhas
-ncía perfeita, se abrem, estalando w-
me. Avança cèlcremcnte, num bambo-
sertanejas. 12, se na marclia estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um ci
«mentc5, e cujas fluradas.
..íssimo que exalam, cnain anteparo,
■ wantam t* arquciam cmno tendas in'ecis
'-•/•^•^gnardá-las
Ir^as ciüedas bruscas da teuiperatu-
urnbuzeii'^' "arvore sagrada do
Zvtáo s^i^.
lioras feli.
mem permanentemente fatigado.
flete a preguiça
Re
invencível, a atonia
muscular perene cm tudo: na palavra rc-
morada, no gesto contrafcito, no andar
ca, quando, nas margens ensangüenta
das do Vasa-Barris, "a igreja sinistra bojava cm relevo sôbre o casario em ruí nas; c, impávidos ante as balas que sô
dcsapnimado, na cadência langorosa das
bre êlcs LXJm crgiam, viam-se, no res-
mndinlui.s, na tendência constante á imo-
plcndor fugaz das fuzilarias, dcslizando-
bilídado e à nuielude. Entretanto, toda essa aparénci.i de can aço ilude. Nada
Ihc pelas paredes e entulhos, subindo-
6 mais surpreendente do mie \-é-la de saparecer de impro\'iso. Naqnc-la orga nização coinb:ilida operani-.se,
em se
llie pcias torres derrocadas ou caindo
por elas abaixo, de borco, presos aos blocos disjungidjs, como titãs fulmina-
do.s ao coruscar dos mios, aqueles ru
gundos, transmutações completas. Bas ta o aparecimento dc qualcjuer inciden
des patrícios indomáveis".
te cxigindo-ihe o desencadear das ener gias adormecidas. O homem transfigu ra-se. Impertíga-se, esladcando novos
dosa, horripilante carnificina. "Canudos não se rendeu. Exemplo único em tôda
relevos,
gesto;
novas linhas na estatura e no
e a cabeça firma-se-Ihe,
aclarada
pelo olliar
alta,
de.^assombrado e
forte; e corrigem-sc-lbo, prestes, muna
Sobrevóm então o epílogo da impie a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, caiu quando caíram os seus últimos de
fensores — que todos morreram. E eram quatro apenas: um velho, dois ho
descarga nervosa instantânea, todos os
mens feitos e uma criança — diante dos
efeitos do rela.vamento habitual dos ór
quais nigiam raivosamente cinco mil sol
gãos; 6 da figura vulgar do tabarcu acbamboado reponta, ínesperadaniGnte,
dados". Depois... "removida breve ca mada de terra, apareceu no triste sudário
o aspecto
de um lençol imundo, no qual mãos pie
dominador dc um titã aco-
breado e potente, num desdobramento inerperado de fórça e agilidade extraor
dosas ha\-iam espalhado algumas flores murchas, repousando sôbre uma esteira
velha, de tábua, o corpo do "famigera-
dinárias."
Dessas atitudes clamorosamcuto con-
tradilórius; de.ssas premissas antitóticas
do e bárbaro agitador". Estava hedion do. Envolto no velho hábito azul de
irrompe, por estranho ilogismo, na evi dencia nieridiana dc um axioma, a con
brim americano, mãos cruzadas ao pei
clusão aparentemente paradoxal, mas in.sofismável e imperativa: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte".
Um forte, sim.
E, para comprová-
lo, eis "A luta", que chega e que vai clesenrolar-se, cruef e cruenta, destcme-
to, rosto tumefacto e esquálido, olhos fundos cheios de terra - mal o reconhe ceram os que mais de perto o haxàam
tratado durante a vida. Derenterraram-
no cuidadosamente. Dádiva preciosa, unico prêmio, únicos despojes opimos
garro, bater o isqueiro ou tramar ligeira winversa com um amigo, cai logo de có coras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que
rosa e desatinada, por entre duelos e ti
o ta guerra, faziam-se mister os máxirnos resguardes para que se não desar
roteios, por entre assaltos e emboscadas,
ticulasse ou deformasse, reduzindo-se a
todo o corpo lhe fica suspenso pelos de
nesses episódios de bravura, de feroci
uma massa
dos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a
dade e de fanatismo que se atropelam, se acumulam e desfecham afinal naque la cena dantesca, assombrosamente épi-
compostos. Fotografaram-no depois. E
um tempo ridícula e adorável. E' o ho-
angultonta de tecidos de
lavrou-se uma ata rigorosa, firmandoIhe a identidade: importava que o País -
Diciisto
22
se convencesse bem de que eslava afi
O tabaréu c o jagunço, o xmqueirq e
nal extinto aquele terribilísslmo anlago-
o seringueiro, do mesmo modo que o
nista.
ambiente em que èlcs moram e exer
Restituíram-no à cova. Pensa
ram, porém, depois, em lhe guardar a cabeça tantas vezes maldita — e, como
fôra malbaratar
o tempo exumando-o
cem as suas agrestes atividades — dos pampas do Sul aos igapós do Acre — vivem-lhe na mente,
cslainpam-se-lhe
de novo, uma espada jeitosamente bran dida, naquela mesma atitude, cortou-
na retina c vêm dccalear-sc-lbe na es crita t^im a exatidão do um daguerreo
lha; e a face horrenda, empaslada de
tipo, com o frescor, o colorido e n \v vacidade de um painel pintado por m&o
escaras e de sânie, apareceu ainda uma vez ante aqueles triunfadores... Trou
de mestre.
Dxcksto Econômico
tros favos doirados, dc insuperável sa bor. Dc rcfiiência aos seringais c aos canchciros, rcleanios, 'por exemplo, esta passagem dc "A Margem da História": No terreiro amplo, acabando na cris ta da barranca e caindo em lalude vivo
sôbro o rio, uma agitação animadora e
álacre: carregadores posmntos passando cm longas fí.as .succssixas, arcados sob as pranchas de caucho; administradores
sa
cntrcpôsto comercial de qualquer cida de da costa. Nada lhe falta ao engano;
o longo balcão de pinho abarreirando a sala principal e cerrando o recinto, on de se aprumam as prateleiras atestadas dc mercadorias; os empregados solícitos, atentos às ordens do guarda-livros cor retíssimo, que o cumprimentou ao en trar c volveu logo à sua escrita, acur\-a-
do sobre a secretaria inclinada; o copo
ali\"Os rompendo dos portos do andar térreo c correndo para tôdas as bandas,
"chicha" tradicional; a folhinha artísti
para os armaz^éns rcfertos de conservas
ca ao lado, marcando o dia certo do
dc cerveja que lhe oferecem ao invés da
xeram depois para o litoral, onde dtlira-
E' um retratista exímio e um pais*-
vam multidões em.festa, aquele crânio.
gista consumado. Dêlo poderíamos re
Que a ciência dissesse a última palavra.
petir,
Ali estavam, no relêvo de circunvolu-
mãos expertas o vocabulário à a palett
ções expressivas, as linhas essenciais do
mágica onde o pincel vai encontrar, a© icxx talante, Iddas as còrcs, todos os ma
a: achas e os machetes. Embai.xo, no
tizes e tôdas as nuunças que lhe facul tam a representação vivida, flagrante
I mbarcadero", coaihaelo das ubás ve
tura requintada e culta de um fonógrafo gaguejando, emperradamenle, naque
lozes, onde as tanganas fisgam vivamen
le fundo de desertos, uma ária predi
crime e da loucura".
Os demais escritos de Euclídcs con firmam todos, sem falhas e sem desli
zes, 05 seus legítimos créditos de pensa dor de sentimentos sadios e fecundosde publicista de verdades vivificanles c
sugestões proveitosas ; de cidadão e pa triota de críticas construtivas e empreen dimentos progressistas.. Excluem-se, ^XClUCm-SC portanto, da categoria dêsses outros li vros VIW9 — infelizmente tão iuv superabundanaupertiDunclantes - que J. Calvet ferreteia com o es k. — ^
~
T
^
é
«
tigma de negativos: livros negativos de fato, porque - carecidos de ideais c de objetivos sérios - se exaustam em
fazer estilo sôbre assuntos insignifican tes ou mesquinhos; e, assim, o maior
prêmio de que se logram é espairecer o leitor ocioso, cujo afazer único consista
em estar perdendo o seu próprio tem po. (6). Analisados, pois, em seu conjunto, o
que transparece que traiisp''''-^^
dêsses outros trabalhos iraDaihos
é o mesmo intenso
de Euclides é o mesmo intenso carinho, a mesma indefectível dedicação pela nossa terra e pelo nosso homem, peb Brasil e pelo brasileiro
sem hipérbole,
que nas suas
realística, das figuras e dos cenários sob suas vistas.
Rien n'e.st hcau qtie le vrai — terto êle aprendido de Boilcau .
Com um pormcnor recompõe um epi sódio; com uma visada, rcvoca uma
biôncia,
reconstitui uma paragem,
traça uma perspectiva.
Com um
to, com uma palavra — surpreendidos de relance — restitui um temperamento, revivcsce um caráter,
reanima tôda »
plôíado de .séres vivos, de homens d* came e de sangue que desfilam ante * sua imaginação ardente c convulsa,
pleno tumultuar da vida, com o irnpressionante realismo de um dêsses modcr nos filmes em tccnicolor, aos quais PierTO Dournes, exageradamente tal\-eí«
atribui o maravilhoso condão de encar toar o móbil no imutável, o instantâno^ no sempiterno.
DocumenteiTio.s, porém, este nòsso as» sêrto, recorrendo mais uma vez à colmeia inexaurível da literatura euclidia
na, da qual vamos estinhar alguns ou*
ou para as tendas fulgurantes, onde es-
txidulam malhos e bigornas, reparando
te os ares, vozeia a algazarra dos práti cos e proeiros c c.spalmam-se nas águas as balsas feitas exclusivamente de can-
cho, fcrmando-se sobre o "caminho que marcW a "mercadoria que conduz os
ano; os jornais de Manaus e de Lima; e até — o que é in\'erossímil — a tor
leta de tenor famoso".
Se preferirmos um quadro sugestivo do Alto Perus, contemplemos, de olhos cerrados, esta tapera que o abandono e a floresta vão consumindo: "Fôra um
condutores". E em todo o correr da la
pôsto de primeira ordem. Saltamos pa
deira que dali serpeia até ém címá, os saias vermelhas e os corpinhos brancos das choias graciosas de Iquitos, pasiundo
ra o examinar; e, xdngando a custo a barraca mal gradada, descobrindo em cima o velho caminho invadido de vas
o entrecruzando-se
num • embandeira-
mento festivo. O viajante atravessa os grupos agitados e as surpresas não ces
sam. Galga a escada que o leva à va randa da frente, para onde dão os princi
souras bravas, chegamos ao terreiro on
de o matagal inextricável ia peneirando e cobrindo os acervos de vazilhas ve lhas, ferragens repugnantes, restos de
ferramentas e ciscalhos em montes dei
xados pelos prófugos habitantes. A casa principal, defronte, meio destruída, te o descmpcnado sôbre os rijos tacões de . tos abatidos, paredes inoombentes'e a pais repartimentos da vivenda. No al
to, o cancheiro — um triunfador jovial
, ^
suas botas de mateiro — recebe-o ruido
samente, abrindo-lhe de par em par as portas, numa hospitalidade espetacuiosa
tombarem, despegando-se aos dos esteios desaprumados, figurava-se sustida
nas pelas lianas que lhe irrompiam^^e.
o franca. E completa-se o encanto. Ex tinta a noção do tempo ou do longo es paço de milhares do quilômetros gastos no sulcár os rios solitários para atingir aquela estância longínqua, o forasteiro
todos os ladós, furando-lhe a cobertura, enioando-se-lhe nas vigas vacilantes, enleando-se-lhe amarrando-lhas e estirando-se, à feição de cabos, até às árvores mais próximas, onde se enlaçavam, impedindo-lhe o de
insenslvelmente
sabamento completo, e as vivendas me-
se imagina em algum
Diciisto
22
se convencesse bem de que eslava afi
O tabaréu c o jagunço, o xmqueirq e
nal extinto aquele terribilísslmo anlago-
o seringueiro, do mesmo modo que o
nista.
ambiente em que èlcs moram e exer
Restituíram-no à cova. Pensa
ram, porém, depois, em lhe guardar a cabeça tantas vezes maldita — e, como
fôra malbaratar
o tempo exumando-o
cem as suas agrestes atividades — dos pampas do Sul aos igapós do Acre — vivem-lhe na mente,
cslainpam-se-lhe
de novo, uma espada jeitosamente bran dida, naquela mesma atitude, cortou-
na retina c vêm dccalear-sc-lbe na es crita t^im a exatidão do um daguerreo
lha; e a face horrenda, empaslada de
tipo, com o frescor, o colorido e n \v vacidade de um painel pintado por m&o
escaras e de sânie, apareceu ainda uma vez ante aqueles triunfadores... Trou
de mestre.
Dxcksto Econômico
tros favos doirados, dc insuperável sa bor. Dc rcfiiência aos seringais c aos canchciros, rcleanios, 'por exemplo, esta passagem dc "A Margem da História": No terreiro amplo, acabando na cris ta da barranca e caindo em lalude vivo
sôbro o rio, uma agitação animadora e
álacre: carregadores posmntos passando cm longas fí.as .succssixas, arcados sob as pranchas de caucho; administradores
sa
cntrcpôsto comercial de qualquer cida de da costa. Nada lhe falta ao engano;
o longo balcão de pinho abarreirando a sala principal e cerrando o recinto, on de se aprumam as prateleiras atestadas dc mercadorias; os empregados solícitos, atentos às ordens do guarda-livros cor retíssimo, que o cumprimentou ao en trar c volveu logo à sua escrita, acur\-a-
do sobre a secretaria inclinada; o copo
ali\"Os rompendo dos portos do andar térreo c correndo para tôdas as bandas,
"chicha" tradicional; a folhinha artísti
para os armaz^éns rcfertos de conservas
ca ao lado, marcando o dia certo do
dc cerveja que lhe oferecem ao invés da
xeram depois para o litoral, onde dtlira-
E' um retratista exímio e um pais*-
vam multidões em.festa, aquele crânio.
gista consumado. Dêlo poderíamos re
Que a ciência dissesse a última palavra.
petir,
Ali estavam, no relêvo de circunvolu-
mãos expertas o vocabulário à a palett
ções expressivas, as linhas essenciais do
mágica onde o pincel vai encontrar, a© icxx talante, Iddas as còrcs, todos os ma
a: achas e os machetes. Embai.xo, no
tizes e tôdas as nuunças que lhe facul tam a representação vivida, flagrante
I mbarcadero", coaihaelo das ubás ve
tura requintada e culta de um fonógrafo gaguejando, emperradamenle, naque
lozes, onde as tanganas fisgam vivamen
le fundo de desertos, uma ária predi
crime e da loucura".
Os demais escritos de Euclídcs con firmam todos, sem falhas e sem desli
zes, 05 seus legítimos créditos de pensa dor de sentimentos sadios e fecundosde publicista de verdades vivificanles c
sugestões proveitosas ; de cidadão e pa triota de críticas construtivas e empreen dimentos progressistas.. Excluem-se, ^XClUCm-SC portanto, da categoria dêsses outros li vros VIW9 — infelizmente tão iuv superabundanaupertiDunclantes - que J. Calvet ferreteia com o es k. — ^
~
T
^
é
«
tigma de negativos: livros negativos de fato, porque - carecidos de ideais c de objetivos sérios - se exaustam em
fazer estilo sôbre assuntos insignifican tes ou mesquinhos; e, assim, o maior
prêmio de que se logram é espairecer o leitor ocioso, cujo afazer único consista
em estar perdendo o seu próprio tem po. (6). Analisados, pois, em seu conjunto, o
que transparece que traiisp''''-^^
dêsses outros trabalhos iraDaihos
é o mesmo intenso
de Euclides é o mesmo intenso carinho, a mesma indefectível dedicação pela nossa terra e pelo nosso homem, peb Brasil e pelo brasileiro
sem hipérbole,
que nas suas
realística, das figuras e dos cenários sob suas vistas.
Rien n'e.st hcau qtie le vrai — terto êle aprendido de Boilcau .
Com um pormcnor recompõe um epi sódio; com uma visada, rcvoca uma
biôncia,
reconstitui uma paragem,
traça uma perspectiva.
Com um
to, com uma palavra — surpreendidos de relance — restitui um temperamento, revivcsce um caráter,
reanima tôda »
plôíado de .séres vivos, de homens d* came e de sangue que desfilam ante * sua imaginação ardente c convulsa,
pleno tumultuar da vida, com o irnpressionante realismo de um dêsses modcr nos filmes em tccnicolor, aos quais PierTO Dournes, exageradamente tal\-eí«
atribui o maravilhoso condão de encar toar o móbil no imutável, o instantâno^ no sempiterno.
DocumenteiTio.s, porém, este nòsso as» sêrto, recorrendo mais uma vez à colmeia inexaurível da literatura euclidia
na, da qual vamos estinhar alguns ou*
ou para as tendas fulgurantes, onde es-
txidulam malhos e bigornas, reparando
te os ares, vozeia a algazarra dos práti cos e proeiros c c.spalmam-se nas águas as balsas feitas exclusivamente de can-
cho, fcrmando-se sobre o "caminho que marcW a "mercadoria que conduz os
ano; os jornais de Manaus e de Lima; e até — o que é in\'erossímil — a tor
leta de tenor famoso".
Se preferirmos um quadro sugestivo do Alto Perus, contemplemos, de olhos cerrados, esta tapera que o abandono e a floresta vão consumindo: "Fôra um
condutores". E em todo o correr da la
pôsto de primeira ordem. Saltamos pa
deira que dali serpeia até ém címá, os saias vermelhas e os corpinhos brancos das choias graciosas de Iquitos, pasiundo
ra o examinar; e, xdngando a custo a barraca mal gradada, descobrindo em cima o velho caminho invadido de vas
o entrecruzando-se
num • embandeira-
mento festivo. O viajante atravessa os grupos agitados e as surpresas não ces
sam. Galga a escada que o leva à va randa da frente, para onde dão os princi
souras bravas, chegamos ao terreiro on
de o matagal inextricável ia peneirando e cobrindo os acervos de vazilhas ve lhas, ferragens repugnantes, restos de
ferramentas e ciscalhos em montes dei
xados pelos prófugos habitantes. A casa principal, defronte, meio destruída, te o descmpcnado sôbre os rijos tacões de . tos abatidos, paredes inoombentes'e a pais repartimentos da vivenda. No al
to, o cancheiro — um triunfador jovial
, ^
suas botas de mateiro — recebe-o ruido
samente, abrindo-lhe de par em par as portas, numa hospitalidade espetacuiosa
tombarem, despegando-se aos dos esteios desaprumados, figurava-se sustida
nas pelas lianas que lhe irrompiam^^e.
o franca. E completa-se o encanto. Ex tinta a noção do tempo ou do longo es paço de milhares do quilômetros gastos no sulcár os rios solitários para atingir aquela estância longínqua, o forasteiro
todos os ladós, furando-lhe a cobertura, enioando-se-lhe nas vigas vacilantes, enleando-se-lhe amarrando-lhas e estirando-se, à feição de cabos, até às árvores mais próximas, onde se enlaçavam, impedindo-lhe o de
insenslvelmente
sabamento completo, e as vivendas me-
se imagina em algum
wmmm DiCBfiTO
-24
Económioo
CíiCESTO
Eco.n-ómico
25
simpático vespertino "A Gazela", para rcprcduzir. da sua edição de 9 de outu
nos, nada mais vi relanccando o cenário
e nos problemas da nacionalidade — a
se, desaparecendo a pouco e pouco na
bro dc 19'15, esta descrição, ato aquela
que o crepúsculo cntrislcccdoramcnle
excogitar e a sonhar
contrição inesístível da mata, que re
data inédita, de um pedaço désle nosso
empastara".
para êstc nosso Brasil um radioso. e in
conquistava o seu terreno primitivo".
querid.á território patilista: "Cheguei à
nores, anexas, cobertas de trepadeiras exuberando florasão ridente, apagavam-
Bem compreendo que c temivj dc pôr
Ou, então, admiremos em "Contrastes
estância solitária ao cair da noite, c.xaus-
e C-nfrontos" o espetáculo noturno da
to dc fadiga, ao cai)o do dez boras a Ro
baía do Rio de Janeiro, nas crônicas
dc marcha aos baléns, ]ifílo.s horocolós de
sombrias da Revolta da Armada, cm
um desvairado atalho do mais antigo e
1893:
esquecido caminho dc rodagem do Bra
desde logo vos tereií apercebido, de ater-
sil. E, certo, a não faltar ainda longo
rnc ao conselho dc 1' rancisco Pati, para
"Atravessando a noite como dardos, cs feixes de luz de refletor elétrico do
Morro da Glória desatavam-se no espa ço, divergentes e longos, fazendo surgir
termo a esta conferência — cuja exten
são só se explica c se justifica pelo de
sígnio cem que a elaborei, e do qual
mas não trepida componentes du
riam revestir-se "de caráter mais práti
nos.sos verdadeiros heróis".
noite aquelas veredas epic os tabocais
co, sem dú\ida mais eficiente, liniitan-
ra;_ mais à frente Niterói adormecida; a
(7).
guindo-se no volver da paisagem móvel e fantástica; distendendo, a súbitos, num
so que se me oferecera. Na verdade, era preferível qualquer rancho aberto dc tropeircs, varado das chuvas e dos ven tos, àquela tapera desgostante. - Como tantas outras, que se topam de longe em longe, ao longo dos txilhos multívios
Nfio quero, evidentemente, arrogarmo essa difícil virtuosidade oratória; as-
seguro-vo.s, porém, que procurei ler, do melhor modo que me foi possível, as te acabastes de ouvir e que, cm parto
ao menos, vos pouparam ao enfado de
go depois, devagar, pelos pendores dos cerros; estirando-se por fim, em distensãp máxima, até Magé, ao fundo da
decaída: desgracioso casarão antigo,
uma palavra que os ano.s já descoloriram
paredes esbarcinadas e pensas sob teRia-
e desgastaram.
baía. E dali voltando, lentos, perquirindo, na marcha fulgurante, um por
do levadio de beirais caídos, bojando no recôsto de um morro, no breve claro de
Mas porque os velhos têm sempre al go a contar do seu passado c folgam
um carrascal branco. À frente da porta
inocentemente em faze-lo, permiti que,
principal, sobre um monte de seixos, um
em remate desta pale.stra, vos faça con fidentes de uma reminiscência toda pes
pole, meio derruída, naquela ponta de granito arremessada fora das ondas; dei xando-a e pondo uma nesga de luar er
rante sobre o convés revôltq da "Gua nabara"; deslizando dali para o costada arrombado da "Trajano"; % passando a
tropalho de um sudário em liras. A uma banda, à esquerda, uma tiguera pobre de mandiocal raquítico, onde fôra vastf pomar aprazível. A outra, adivinha vam-se os restos de um jardim invadido de samambaias.
Ao fundo,
desmoro
pírito naquele lôr\o caudal de apreen sões, dc ameaças e de perigos que, das bandas do Pacífico,
\'inha investindo
contra a bacia amazônica — aí ficou pa ra comprová-lo o e.xemplar dêsse ií\to
que lhe pertenceu e hoje enriquece as
minhas estante.s, eni cuias páginas (e do capítulo intitulado
"Conflito inevitável") êle assinalou os
daquele trato de São Paulo, ela me pa recia como um espantalho de grandeza
cruzeiro alto sacudindo ao vento o es-
Quo êle houvesse lido e relido "Con trastes e Confrontos", abcberando o es
sobretudo na^
ta de uma praia remota; resvalando lo
cando-se um instante sobre a illia das Cobras; e mostrando uma visão de Acró-
em arrolar entre os "grande maioria de
páginas euclidianas que tão at( ntamen-
coruscar repentino de areias claras, a fi
um, todos os pontos fortificados; demo-
patrícios — prestimosos no seu insopitávcl lirismo cín íco — que Euclides da Cunha chama de "qua e anônimos'\
quem estas comcmoraç-õcs anuais deve do-sc, de preferência, à leitura pública do "Ó.s Sertões" - feita em voz alia por especialistas na arte de dcclainação".
angras, todas as angustuxas, tôdas as ilhas, uma por uma, reponlando e extin
superável futuro de riqueza, de poder e de progresso. Pertencia, sem dúvida, à cla.sse, dia a dia rarcante, desses com-
cstirão dc três léguas para ir-se a Areias ou não serem dc lodo impraticáveis à
cegavam invadindo-as — eu teria prosno giro amplíssimo - de súbito aclara seguido suplantando o cansaço, fugindo, dos e logo desaparecendo — além os na vios de guerra numa passividade traido- ■ á espora feita, do mal-assombrado pou Armação sinistra e dererta; e todas as
incessantemente
soal, que, generosos, não levareis à con
trechos mais impressivos e vibrantes com duplos traços marginais. Nascera-lhe daí, porventura, o arro
jado plano de uma estrada de ferro, que, atravessando o País em tôda a sua ex tensão — das fronteiras do Rio Grande
aos confins do Amazonas — incorporas-
•se de fato à comunidade social e polí
ta de vaidosa ou de impertinente.
tica da Nação — pela facilidade de co
No transcurso do primeiro decênio dêste século vivia na cidade de Franca
interesses e pela mais estreita aliança
um medico, dc larga nomeada na zona, o Dr. Eduardo de Oliveira Martins,
municações, pelo maior intercâmbio de
dar. almas — as vastas e longínquas re
giões do Alto Perus, do Alto Juruá e do Acre, sòbre as quais, até então,.- somente
outroâ pontc.s, banhando-se, um a um, •no fulgor tranqüilo e forte - feito um olhar olímpico da Lei, insistente e fixo.
nando, o terreiro de pedra, feito enorme muradal de lágeas disjungidas. Mais longe, por todos os lados, cobrindo a morraria até ao pino, os galhos caótic^^
cujo-, clientes e cuios amigos, igualmen te numerosos, se espalhavam por todos os municípios convizinhos. E' que, além de profissional compe
5Ôbre os combatentes."
e sem folhas de um vasto cafèzal sêc<^
tente e dedicado, o Dr. Oliveira Mar
e justificou o ousado cometimento; e lá
de cem anos.
tins era uma patriota idealista e apaixo
se foi para o Rio de Janeiro, a fini de pleitear, perante o Congresso da Repú-
E, para finalizar, peçamos ,vênia ao
Nada mais.
Pelo mC"
nado, sempre atento aos acontecimentos
a contiguídade geográfica indiciava vi gorar a soberania do Brasil.
Em folheto que fêz imprimir, expôs
wmmm DiCBfiTO
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Económioo
CíiCESTO
Eco.n-ómico
25
simpático vespertino "A Gazela", para rcprcduzir. da sua edição de 9 de outu
nos, nada mais vi relanccando o cenário
e nos problemas da nacionalidade — a
se, desaparecendo a pouco e pouco na
bro dc 19'15, esta descrição, ato aquela
que o crepúsculo cntrislcccdoramcnle
excogitar e a sonhar
contrição inesístível da mata, que re
data inédita, de um pedaço désle nosso
empastara".
para êstc nosso Brasil um radioso. e in
conquistava o seu terreno primitivo".
querid.á território patilista: "Cheguei à
nores, anexas, cobertas de trepadeiras exuberando florasão ridente, apagavam-
Bem compreendo que c temivj dc pôr
Ou, então, admiremos em "Contrastes
estância solitária ao cair da noite, c.xaus-
e C-nfrontos" o espetáculo noturno da
to dc fadiga, ao cai)o do dez boras a Ro
baía do Rio de Janeiro, nas crônicas
dc marcha aos baléns, ]ifílo.s horocolós de
sombrias da Revolta da Armada, cm
um desvairado atalho do mais antigo e
1893:
esquecido caminho dc rodagem do Bra
desde logo vos tereií apercebido, de ater-
sil. E, certo, a não faltar ainda longo
rnc ao conselho dc 1' rancisco Pati, para
"Atravessando a noite como dardos, cs feixes de luz de refletor elétrico do
Morro da Glória desatavam-se no espa ço, divergentes e longos, fazendo surgir
termo a esta conferência — cuja exten
são só se explica c se justifica pelo de
sígnio cem que a elaborei, e do qual
mas não trepida componentes du
riam revestir-se "de caráter mais práti
nos.sos verdadeiros heróis".
noite aquelas veredas epic os tabocais
co, sem dú\ida mais eficiente, liniitan-
ra;_ mais à frente Niterói adormecida; a
(7).
guindo-se no volver da paisagem móvel e fantástica; distendendo, a súbitos, num
so que se me oferecera. Na verdade, era preferível qualquer rancho aberto dc tropeircs, varado das chuvas e dos ven tos, àquela tapera desgostante. - Como tantas outras, que se topam de longe em longe, ao longo dos txilhos multívios
Nfio quero, evidentemente, arrogarmo essa difícil virtuosidade oratória; as-
seguro-vo.s, porém, que procurei ler, do melhor modo que me foi possível, as te acabastes de ouvir e que, cm parto
ao menos, vos pouparam ao enfado de
go depois, devagar, pelos pendores dos cerros; estirando-se por fim, em distensãp máxima, até Magé, ao fundo da
decaída: desgracioso casarão antigo,
uma palavra que os ano.s já descoloriram
paredes esbarcinadas e pensas sob teRia-
e desgastaram.
baía. E dali voltando, lentos, perquirindo, na marcha fulgurante, um por
do levadio de beirais caídos, bojando no recôsto de um morro, no breve claro de
Mas porque os velhos têm sempre al go a contar do seu passado c folgam
um carrascal branco. À frente da porta
inocentemente em faze-lo, permiti que,
principal, sobre um monte de seixos, um
em remate desta pale.stra, vos faça con fidentes de uma reminiscência toda pes
pole, meio derruída, naquela ponta de granito arremessada fora das ondas; dei xando-a e pondo uma nesga de luar er
rante sobre o convés revôltq da "Gua nabara"; deslizando dali para o costada arrombado da "Trajano"; % passando a
tropalho de um sudário em liras. A uma banda, à esquerda, uma tiguera pobre de mandiocal raquítico, onde fôra vastf pomar aprazível. A outra, adivinha vam-se os restos de um jardim invadido de samambaias.
Ao fundo,
desmoro
pírito naquele lôr\o caudal de apreen sões, dc ameaças e de perigos que, das bandas do Pacífico,
\'inha investindo
contra a bacia amazônica — aí ficou pa ra comprová-lo o e.xemplar dêsse ií\to
que lhe pertenceu e hoje enriquece as
minhas estante.s, eni cuias páginas (e do capítulo intitulado
"Conflito inevitável") êle assinalou os
daquele trato de São Paulo, ela me pa recia como um espantalho de grandeza
cruzeiro alto sacudindo ao vento o es-
Quo êle houvesse lido e relido "Con trastes e Confrontos", abcberando o es
sobretudo na^
ta de uma praia remota; resvalando lo
cando-se um instante sobre a illia das Cobras; e mostrando uma visão de Acró-
em arrolar entre os "grande maioria de
páginas euclidianas que tão at( ntamen-
coruscar repentino de areias claras, a fi
um, todos os pontos fortificados; demo-
patrícios — prestimosos no seu insopitávcl lirismo cín íco — que Euclides da Cunha chama de "qua e anônimos'\
quem estas comcmoraç-õcs anuais deve do-sc, de preferência, à leitura pública do "Ó.s Sertões" - feita em voz alia por especialistas na arte de dcclainação".
angras, todas as angustuxas, tôdas as ilhas, uma por uma, reponlando e extin
superável futuro de riqueza, de poder e de progresso. Pertencia, sem dúvida, à cla.sse, dia a dia rarcante, desses com-
cstirão dc três léguas para ir-se a Areias ou não serem dc lodo impraticáveis à
cegavam invadindo-as — eu teria prosno giro amplíssimo - de súbito aclara seguido suplantando o cansaço, fugindo, dos e logo desaparecendo — além os na vios de guerra numa passividade traido- ■ á espora feita, do mal-assombrado pou Armação sinistra e dererta; e todas as
incessantemente
soal, que, generosos, não levareis à con
trechos mais impressivos e vibrantes com duplos traços marginais. Nascera-lhe daí, porventura, o arro
jado plano de uma estrada de ferro, que, atravessando o País em tôda a sua ex tensão — das fronteiras do Rio Grande
aos confins do Amazonas — incorporas-
•se de fato à comunidade social e polí
ta de vaidosa ou de impertinente.
tica da Nação — pela facilidade de co
No transcurso do primeiro decênio dêste século vivia na cidade de Franca
interesses e pela mais estreita aliança
um medico, dc larga nomeada na zona, o Dr. Eduardo de Oliveira Martins,
municações, pelo maior intercâmbio de
dar. almas — as vastas e longínquas re
giões do Alto Perus, do Alto Juruá e do Acre, sòbre as quais, até então,.- somente
outroâ pontc.s, banhando-se, um a um, •no fulgor tranqüilo e forte - feito um olhar olímpico da Lei, insistente e fixo.
nando, o terreiro de pedra, feito enorme muradal de lágeas disjungidas. Mais longe, por todos os lados, cobrindo a morraria até ao pino, os galhos caótic^^
cujo-, clientes e cuios amigos, igualmen te numerosos, se espalhavam por todos os municípios convizinhos. E' que, além de profissional compe
5Ôbre os combatentes."
e sem folhas de um vasto cafèzal sêc<^
tente e dedicado, o Dr. Oliveira Mar
e justificou o ousado cometimento; e lá
de cem anos.
tins era uma patriota idealista e apaixo
se foi para o Rio de Janeiro, a fini de pleitear, perante o Congresso da Repú-
E, para finalizar, peçamos ,vênia ao
Nada mais.
Pelo mC"
nado, sempre atento aos acontecimentos
a contiguídade geográfica indiciava vi gorar a soberania do Brasil.
Em folheto que fêz imprimir, expôs
If Dicesto EcoNÓNnco
20
blica, o privilégio para a grandiosa cons
Mas — coisa curiosa — até hoje ninguém
trução.
me havna externado ô.ssc juízo.
Desempenhava eu, nessa época, o meu primeiro mandato de deputado fe
meus senhores, quo eu vi o ouvi Eucli
deral; e, dadas as minhas relações pes soais com o Dr. Oliveira Martins, fui por êle incumbido de defender na Câ
mara, quando por ela transitasse, o res pectivo projeto de lei. Para melhor capacitar-me do assunto e de sua rele
vância econômica e estratégica, quis ôle que eu tivesse um encontro e uma con
ferência com Euclides da Cunha - |á comprometido a apoiar-lhe e a prestigiar-lhe a iniciativa. Em consecmíncia ajustou reunir-nos os três num almôço, que logo depms se realizou em niodesló restaurante da praia do Ipanema - a êsse tempo mal entreaberta ainda à ur-
rrSsa""""™"'"'
UioKMo
seus governantes. Incrédula â fôrça de
•ser ludibriada, cia continua a interrogar:
Pois foi assim, cxmas. senhoras e
Não será essa mais uma mentira do Go-
des — no único ensejo em que as nos sas existências se cruzaram c os nossos pensamentos se comunicaram...
Não... não 6 bem assim; porque os nossos pen:amentos, esses, já se haviam
encontrado desde o ano clc 1897, quan do eu, em plena juventude, na data de 3 de abril daquele ano, escrevia n' "A
Lei" — semanário quo, com Washington Luís e Joaquim Cclidonio Júnior, redi gia na minha cidade natal — as seguin tes linhas inflamadas de arrogante pugnacidadc: "Canudos, o burgo jclva-
tentiva.
olhos tnstonhcs, interrogou: Mas dêsse meu hvro, que o senhor lio bem de monstra conhecer, qual foi o capitulo
que mais lhe agradou ?... E eu respoudi sem pausa e sem hesitação: O últi
mo; aquêle que, em duas linhas ape nas, lhe encerra a suprema, corajosa li ção: E que ainda não existe um Mandsley para as loucuras e os crimes das nacionalidades".
Ao que êle retrucou, após alguns ins tantes de silêncio; O senhor tem razão.
Pátria e a vindita da Nação I"
Canudos.
conseguinte, ainda cm pleno domínio da
E' possível que hoje, dez lastros de corridos, quando o tempo e as desilu
monarquia,
sões já me aplacaram a trovejante com-
Dcsclc essa época, c, par tinha elo formado o seu
Santo é, neste momento, o foco para on de convergem, ansiosos e intcrrogadores. os olhares do Brasil inteiro. Alguns
lavra inspirada do novo profeta.
que acorriam pressurosas a ouvir a pa "As doutrinas do Conselheiro, misto
grosseiro de princípios cristãos com as mais supersticiosas práticas, calavam fundo no espírito naturalmente crédulo
das massas ignaras, cuja miopia moral não lhes permitia enxergar um maníaco
quase irresponsável naquele que se lhe apresentava como enviado de Deus. E a
pregação de Antônio Conselheiro é a mesma até hoje: nos seus planos" de re generação social não entra a pretensão estulta de mudar a atual forma de go-
vôrno. O nosso regimem político não está, pois, em perigo... O movimento
"O:, cerros de Canudos sHo as Astúrias
da causa restauradora ; de lá partirão as avançadas monarquistas para aniquilamento das instituições vigentes, para destruição da República. Os partidá
dos sertões da Bahia, filho do fanatismo
do Conselheiro e da ignorância dos seus adeptos, precisa ser sufocado, para hon ra da nossa civilização: faça-o o Go-
rios de Antônio Conselheiro }ão dóceis
vêmo com energia, mas faça-o com leal
instrumentos de manejos- imperiallstas ; alenta-os a saudade do passado, encora ja-os a esperança , da restauração".
dade. Não iluda a Nação com vãs caraminholas de restauração monárquica ; não explore, em proveito próprio, os
"Assim fala o Governo da República; mas a Nação ouve com um sorriso de
dúvida e. clc desdém a linguagem dos
náticos da Bahia e o seu chefe Antônio
Conselheiro; são, sim, êsses outros faná
ticos políticos que desacreditam a Repú blica, falseando os seus princípios. Suo
esses os verdadeiros propugnadores da restauração, são êsses os verdadeiros
batividade, eu não tivesse a ousadia de .subscrever tão exaltados conceitos; mas
é certo que, na substância deles, se vis lumbram - perpassando tênues e fuga zes como sombras minúsculas de asas na claridade irradiante do sol
as ver
dades que Euclides, cinco anos depois, reinvindicou e proclamou na portentosa
história do morticínio dos jagunços e do nrrasamento de Canudos...
Ruínas imperecíveís deixaram os anti
gos templos da Hélade e de Roma; ruí nas mais duradouras do que os próprios
monumentos derrocados - dos quais dir-se-ia que elas remanescem, apenas
para atestar aos pósteros a beleza e a imponência. Da hecatombe e da expugnação de Canudos nem sequer ruínas sobraram; porque aii, como na lendária Tróia, etiíim periere ruinae.
Mas do pavoroso excídio subsiste e
subsistirá sempre a sublime epopéia perpetuada nas laudas do livro imortal que o punho justiceiro de Euclides da
Cunha escreveu, linha por linha, nas margens amigas deste vosso Rio Pardo;
sentimentos republicanos do povo... O
na angústia e no silêncio dessa mísera
Govêmo receia a vitória da monarquia
cabana de tábuas desaparelhadas e ru des, que a vossa religião transformou
porque vô que está comprometendo a :
atual regimcin, não são ôsses pobres fa
era Antônio Conselheiro suportado em
gcm encravado nas serranias de Monte
metralha. Que ideal os anima? Que Euclides onviu-me meio sorridente, impulso os movo ? Ao redor cie que ban com Simpatia e interêsse bem visíveis deira deira cerram cerram êJes êlec as nç suas cmop fileiras cn-, _ de i depois fixando sôbre mim os grande; combatentes aguerridos e denodaclos ?
causa da República.. . Não; os conspiradorcs da monarquia, os adversários do
inimigos das instituições republicanas. Sobre êles, pois, recaiam as cóleras da
co e pouco, as populações sertanejas,
do seu chefe e oferecendo resistência tenaz à ação devastadora do canhão e da
27
vêmo ? Não luu-crá ai um novo pretex to para a expansão do ódios partidários, para o exercício do vinganças mescjuinhas ? E os fatos parecem confirmar e.ssas dolorosas suspeitas. O governa dor do Estado cxjnflagraclo, cm mensa gem dirigida ao Presidente da União, é o primeiro a declarar cjue, já cm 1874,
núcleo de fíéi.s, atraindo para si, a pou
Debatido e bem esclarecido que foi o milhares de homens, mulheres c crian objeto pnncipal da entrevista,\ão me ças, capitaneados por um vellio scptiiademorer em manifestar ao aut^r de "Os genário, encantonaram-se naquele re Sertões a minha fervorosa admiração canto obscuro dos sertões, da Bahia, pe,a sua grande obra, da qual fiz garbo em Citar de cor as passagens que mais prestando obediência passiva â voz rude fundo se haviam gravado em minha re-
Eco.NÓMUat
If Dicesto EcoNÓNnco
20
blica, o privilégio para a grandiosa cons
Mas — coisa curiosa — até hoje ninguém
trução.
me havna externado ô.ssc juízo.
Desempenhava eu, nessa época, o meu primeiro mandato de deputado fe
meus senhores, quo eu vi o ouvi Eucli
deral; e, dadas as minhas relações pes soais com o Dr. Oliveira Martins, fui por êle incumbido de defender na Câ
mara, quando por ela transitasse, o res pectivo projeto de lei. Para melhor capacitar-me do assunto e de sua rele
vância econômica e estratégica, quis ôle que eu tivesse um encontro e uma con
ferência com Euclides da Cunha - |á comprometido a apoiar-lhe e a prestigiar-lhe a iniciativa. Em consecmíncia ajustou reunir-nos os três num almôço, que logo depms se realizou em niodesló restaurante da praia do Ipanema - a êsse tempo mal entreaberta ainda à ur-
rrSsa""""™"'"'
UioKMo
seus governantes. Incrédula â fôrça de
•ser ludibriada, cia continua a interrogar:
Pois foi assim, cxmas. senhoras e
Não será essa mais uma mentira do Go-
des — no único ensejo em que as nos sas existências se cruzaram c os nossos pensamentos se comunicaram...
Não... não 6 bem assim; porque os nossos pen:amentos, esses, já se haviam
encontrado desde o ano clc 1897, quan do eu, em plena juventude, na data de 3 de abril daquele ano, escrevia n' "A
Lei" — semanário quo, com Washington Luís e Joaquim Cclidonio Júnior, redi gia na minha cidade natal — as seguin tes linhas inflamadas de arrogante pugnacidadc: "Canudos, o burgo jclva-
tentiva.
olhos tnstonhcs, interrogou: Mas dêsse meu hvro, que o senhor lio bem de monstra conhecer, qual foi o capitulo
que mais lhe agradou ?... E eu respoudi sem pausa e sem hesitação: O últi
mo; aquêle que, em duas linhas ape nas, lhe encerra a suprema, corajosa li ção: E que ainda não existe um Mandsley para as loucuras e os crimes das nacionalidades".
Ao que êle retrucou, após alguns ins tantes de silêncio; O senhor tem razão.
Pátria e a vindita da Nação I"
Canudos.
conseguinte, ainda cm pleno domínio da
E' possível que hoje, dez lastros de corridos, quando o tempo e as desilu
monarquia,
sões já me aplacaram a trovejante com-
Dcsclc essa época, c, par tinha elo formado o seu
Santo é, neste momento, o foco para on de convergem, ansiosos e intcrrogadores. os olhares do Brasil inteiro. Alguns
lavra inspirada do novo profeta.
que acorriam pressurosas a ouvir a pa "As doutrinas do Conselheiro, misto
grosseiro de princípios cristãos com as mais supersticiosas práticas, calavam fundo no espírito naturalmente crédulo
das massas ignaras, cuja miopia moral não lhes permitia enxergar um maníaco
quase irresponsável naquele que se lhe apresentava como enviado de Deus. E a
pregação de Antônio Conselheiro é a mesma até hoje: nos seus planos" de re generação social não entra a pretensão estulta de mudar a atual forma de go-
vôrno. O nosso regimem político não está, pois, em perigo... O movimento
"O:, cerros de Canudos sHo as Astúrias
da causa restauradora ; de lá partirão as avançadas monarquistas para aniquilamento das instituições vigentes, para destruição da República. Os partidá
dos sertões da Bahia, filho do fanatismo
do Conselheiro e da ignorância dos seus adeptos, precisa ser sufocado, para hon ra da nossa civilização: faça-o o Go-
rios de Antônio Conselheiro }ão dóceis
vêmo com energia, mas faça-o com leal
instrumentos de manejos- imperiallstas ; alenta-os a saudade do passado, encora ja-os a esperança , da restauração".
dade. Não iluda a Nação com vãs caraminholas de restauração monárquica ; não explore, em proveito próprio, os
"Assim fala o Governo da República; mas a Nação ouve com um sorriso de
dúvida e. clc desdém a linguagem dos
náticos da Bahia e o seu chefe Antônio
Conselheiro; são, sim, êsses outros faná
ticos políticos que desacreditam a Repú blica, falseando os seus princípios. Suo
esses os verdadeiros propugnadores da restauração, são êsses os verdadeiros
batividade, eu não tivesse a ousadia de .subscrever tão exaltados conceitos; mas
é certo que, na substância deles, se vis lumbram - perpassando tênues e fuga zes como sombras minúsculas de asas na claridade irradiante do sol
as ver
dades que Euclides, cinco anos depois, reinvindicou e proclamou na portentosa
história do morticínio dos jagunços e do nrrasamento de Canudos...
Ruínas imperecíveís deixaram os anti
gos templos da Hélade e de Roma; ruí nas mais duradouras do que os próprios
monumentos derrocados - dos quais dir-se-ia que elas remanescem, apenas
para atestar aos pósteros a beleza e a imponência. Da hecatombe e da expugnação de Canudos nem sequer ruínas sobraram; porque aii, como na lendária Tróia, etiíim periere ruinae.
Mas do pavoroso excídio subsiste e
subsistirá sempre a sublime epopéia perpetuada nas laudas do livro imortal que o punho justiceiro de Euclides da
Cunha escreveu, linha por linha, nas margens amigas deste vosso Rio Pardo;
sentimentos republicanos do povo... O
na angústia e no silêncio dessa mísera
Govêmo receia a vitória da monarquia
cabana de tábuas desaparelhadas e ru des, que a vossa religião transformou
porque vô que está comprometendo a :
atual regimcin, não são ôsses pobres fa
era Antônio Conselheiro suportado em
gcm encravado nas serranias de Monte
metralha. Que ideal os anima? Que Euclides onviu-me meio sorridente, impulso os movo ? Ao redor cie que ban com Simpatia e interêsse bem visíveis deira deira cerram cerram êJes êlec as nç suas cmop fileiras cn-, _ de i depois fixando sôbre mim os grande; combatentes aguerridos e denodaclos ?
causa da República.. . Não; os conspiradorcs da monarquia, os adversários do
inimigos das instituições republicanas. Sobre êles, pois, recaiam as cóleras da
co e pouco, as populações sertanejas,
do seu chefe e oferecendo resistência tenaz à ação devastadora do canhão e da
27
vêmo ? Não luu-crá ai um novo pretex to para a expansão do ódios partidários, para o exercício do vinganças mescjuinhas ? E os fatos parecem confirmar e.ssas dolorosas suspeitas. O governa dor do Estado cxjnflagraclo, cm mensa gem dirigida ao Presidente da União, é o primeiro a declarar cjue, já cm 1874,
núcleo de fíéi.s, atraindo para si, a pou
Debatido e bem esclarecido que foi o milhares de homens, mulheres c crian objeto pnncipal da entrevista,\ão me ças, capitaneados por um vellio scptiiademorer em manifestar ao aut^r de "Os genário, encantonaram-se naquele re Sertões a minha fervorosa admiração canto obscuro dos sertões, da Bahia, pe,a sua grande obra, da qual fiz garbo em Citar de cor as passagens que mais prestando obediência passiva â voz rude fundo se haviam gravado em minha re-
Eco.NÓMUat
2»
DiOBrro
em púlpito de "protesto^ e cm altar de
odoração'. Pois foi ali naquela cela,
Cco.nú.síICO
que o seu nome refulgirá eternamente na Acrópole augusta da Nacionalidade.
rústica e desnuda como a ermida cabo
únem multidões fiéis; foi ali que uma pena acerada e destemida renovou o
prodígio da lança milagrosa do Graal que nao arrcmetia para abrir firichis! mas sim, e tao somente, para curá-las, a limpar-lhes a sânie e estancar-lhes o
ESTK
ECOi%OMI Moacyr
cla, onde cada ano, na festa do orago, se acendem luminárias votivas e se re
%FI1
(1) Gilberto Freire, "Perfil de EucJldes e
outros perfis", pàg. 62. (2) Araújo Jor^e. "Ensaios da história e crítica", pág. 203. (3) F. Venâncio Filho. "Euclidcs da Cunha a seus amigos", pàg. 14. f4) Latino Coelho, "Galeria do varões Ilus
sangue.
E é precisamente por isso que o gômo do autor de "Os Sertões" re empareJha com o seu patriotismo; que a sua benemerencia sobreexcede a sua glória e
tres de Portugal", n. 1, Camões, pá gina 25.
(5) Mariano do VedJa, "Euclldes da Cunha
e sua obra-prima", cm suplemento de "A Manhã", do Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1944.
(6) J. Calvet, "Les livres au jour le Jour", pág. 3.
(7) Francisco Patl, "Os Sertões do Eucli dcs da Cunha", no "Correio Paulis tano".
FOI durante íí visita da Missão John Abbink que os debates .'^òbre in versões estrangeiras no Brasil atingiram o seu nível de maior-animação. Todos baliam rumos, procuravam fixar o me
lhor campo dc estímulos ao fluxo de dó lares para o Brasil. Mai^ tarde o sr. Eurico Dutra foi aos
Eslado.s Unidos. E os comunicados ofi ciais falavam do longas conversações cm
torno do problema, do interesse e deli beração do Covèrno ianque em pre.star
ajuda aos povos de áreas subdesenvolvi das. cm estabelecer imediatamente um
b
programa dc assistência ã utilização dos rccnr.sos econômicos e humanos das na
ções necessitadas. Numa nota conjun ta, dada dc Washington, os dois Chefes do Estado anunciaram para breve a fi xação de regras e convênios visando enminar os fatores que impedem maior afluência de capitais norte-americanos para o Brasil, inclusive a criaçao nalíssima dc um Fundo Misto em o.ar,
4 :ú
para garantir aos inversores estrangei ros o recebimento certo de seus lucios e o retorno de seus capitais, indepen en temente das nossas aperturas cam lais, No meio dos debates, um ponto pa
recia pacífico: sem o apêiO ás corren cs do capital estrangeiro, nenhum empreen dimento de vulto estaríamos em condi ções de realizar; a parte da ren a na cional disponível, cm cada ano, para ic investimentos, não se mostra capaz e
atender a um largo programa de recu peração e levantamento economia nacional. Quanto às compras, no exte
rior, dos equipamentos e bens de pro
dução em geral, alega-so que é muito
difícil financiá-las mediante o simples volume dc divisas obtido das exportaçws, st brcluclo porque estas perdem progressivamente o- seu poder de troca diante das importações. Dentro clc.-sa argumentação,
enten
dem os técnicos da Missão Abbink: "... se o Brasil tiver de confiar, exclu
sivamente.
nos seus próprios recursos,
desenvolvimentos que .são prementes em
certos setores, chdc são exigidos inves
timentos consideráveis de capital, terão dc ser adiados, por muito tempo".
Vejo o problema sob aspectos diferen tes. Existe no Brasil um volume razoá vel de capitais drcnáveis para investi mentos. Somente os recursos do Poder. Público — da União. Estados, Municí-
pio.s-, autarquias federais e sociedades de economia mista - sobem aproxima damente a 40 bilhões de cnizeiros por
ano, permitindo uma reaplicação de,
pelo menos, 20 por cento dêsse mon-. tantc, cm obras e serviços reprodutivos. Há mais para considerar as rendas es
pecíficas dos órgãos da Previdência So cial, cujas disponibilidades para investi mentos, em 1951, serão superiores a 4 bilhões de cruzeiros. Depois que cessou' a febre dos negócios imobiliários, a ten dência c coiige.'or esses recursos às mãos de certos bancos, fato denunciado
recentemente, à imprensa paulista, pelo
diretor da Superintendência da Moeda e do Crédito. Além disso, podem.ser ca nalizadas para inversões as economias privadas, parte dos lucros anuais das pessoas físicas e jurídicas, que são da .M
2»
DiOBrro
em púlpito de "protesto^ e cm altar de
odoração'. Pois foi ali naquela cela,
Cco.nú.síICO
que o seu nome refulgirá eternamente na Acrópole augusta da Nacionalidade.
rústica e desnuda como a ermida cabo
únem multidões fiéis; foi ali que uma pena acerada e destemida renovou o
prodígio da lança milagrosa do Graal que nao arrcmetia para abrir firichis! mas sim, e tao somente, para curá-las, a limpar-lhes a sânie e estancar-lhes o
ESTK
ECOi%OMI Moacyr
cla, onde cada ano, na festa do orago, se acendem luminárias votivas e se re
%FI1
(1) Gilberto Freire, "Perfil de EucJldes e
outros perfis", pàg. 62. (2) Araújo Jor^e. "Ensaios da história e crítica", pág. 203. (3) F. Venâncio Filho. "Euclidcs da Cunha a seus amigos", pàg. 14. f4) Latino Coelho, "Galeria do varões Ilus
sangue.
E é precisamente por isso que o gômo do autor de "Os Sertões" re empareJha com o seu patriotismo; que a sua benemerencia sobreexcede a sua glória e
tres de Portugal", n. 1, Camões, pá gina 25.
(5) Mariano do VedJa, "Euclldes da Cunha
e sua obra-prima", cm suplemento de "A Manhã", do Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1944.
(6) J. Calvet, "Les livres au jour le Jour", pág. 3.
(7) Francisco Patl, "Os Sertões do Eucli dcs da Cunha", no "Correio Paulis tano".
FOI durante íí visita da Missão John Abbink que os debates .'^òbre in versões estrangeiras no Brasil atingiram o seu nível de maior-animação. Todos baliam rumos, procuravam fixar o me
lhor campo dc estímulos ao fluxo de dó lares para o Brasil. Mai^ tarde o sr. Eurico Dutra foi aos
Eslado.s Unidos. E os comunicados ofi ciais falavam do longas conversações cm
torno do problema, do interesse e deli beração do Covèrno ianque em pre.star
ajuda aos povos de áreas subdesenvolvi das. cm estabelecer imediatamente um
b
programa dc assistência ã utilização dos rccnr.sos econômicos e humanos das na
ções necessitadas. Numa nota conjun ta, dada dc Washington, os dois Chefes do Estado anunciaram para breve a fi xação de regras e convênios visando enminar os fatores que impedem maior afluência de capitais norte-americanos para o Brasil, inclusive a criaçao nalíssima dc um Fundo Misto em o.ar,
4 :ú
para garantir aos inversores estrangei ros o recebimento certo de seus lucios e o retorno de seus capitais, indepen en temente das nossas aperturas cam lais, No meio dos debates, um ponto pa
recia pacífico: sem o apêiO ás corren cs do capital estrangeiro, nenhum empreen dimento de vulto estaríamos em condi ções de realizar; a parte da ren a na cional disponível, cm cada ano, para ic investimentos, não se mostra capaz e
atender a um largo programa de recu peração e levantamento economia nacional. Quanto às compras, no exte
rior, dos equipamentos e bens de pro
dução em geral, alega-so que é muito
difícil financiá-las mediante o simples volume dc divisas obtido das exportaçws, st brcluclo porque estas perdem progressivamente o- seu poder de troca diante das importações. Dentro clc.-sa argumentação,
enten
dem os técnicos da Missão Abbink: "... se o Brasil tiver de confiar, exclu
sivamente.
nos seus próprios recursos,
desenvolvimentos que .são prementes em
certos setores, chdc são exigidos inves
timentos consideráveis de capital, terão dc ser adiados, por muito tempo".
Vejo o problema sob aspectos diferen tes. Existe no Brasil um volume razoá vel de capitais drcnáveis para investi mentos. Somente os recursos do Poder. Público — da União. Estados, Municí-
pio.s-, autarquias federais e sociedades de economia mista - sobem aproxima damente a 40 bilhões de cnizeiros por
ano, permitindo uma reaplicação de,
pelo menos, 20 por cento dêsse mon-. tantc, cm obras e serviços reprodutivos. Há mais para considerar as rendas es
pecíficas dos órgãos da Previdência So cial, cujas disponibilidades para investi mentos, em 1951, serão superiores a 4 bilhões de cruzeiros. Depois que cessou' a febre dos negócios imobiliários, a ten dência c coiige.'or esses recursos às mãos de certos bancos, fato denunciado
recentemente, à imprensa paulista, pelo
diretor da Superintendência da Moeda e do Crédito. Além disso, podem.ser ca nalizadas para inversões as economias privadas, parte dos lucros anuais das pessoas físicas e jurídicas, que são da .M
rj-fl'
âO
Dicrsif) fcIc<iNfts,„
ordem do 20 bilhões de cruzeiros, mon- nal, loniar as experiências e ns liçõ^. tante confessado para efcilo de paga- oferecidas pelos capitais estrangeiros p,
^
mente do imposto sôbre a renda. Capitais de outras fontes paderemos
instalados no País.
estrangeiros
O País comporta, positivamente, mes mo nas condições difíceis de sua 1
I
I'..
Í ' ^0 cãn de capitais e-in t .^ ^inclusive
i .
,
A revista
Coniiintiira
Econômica»»
vem divulgando c-stiido cm série, pela revisão mais completo atéumarpii realizado, sòbreq
do sistema tributário vigente, de manei- a p.osiçãn e importância cios capitais cs-
rendas federais, pela trangciro.s nos quadros da economia na> ^ r ivaçao o merca o de títulos públi- cional. Operando síiíjrcludo através das MS e c. para casos excepcionais sé concessões de serviço público, exploran' dispensar os capitais estrangeiros 'mpossível,
do empresas industriais cm /diversos i i • i ra-
Para a verdadeira compreensão d„
'"intendo largos negócios de o.x-
prcblema, do caráter positivo ou nega tívo das Inversões estrangeiras d
'conforme discrimina-
indispensabilidade, não Ltc' meCr f?, caminho do que observar a situarão ' eiislente no corpo da economia T, nacio-
^
sinaladp:
à Jrase das es^ta-
Bancária e decontidas no estudo as-
31
EC(íNÓMICO
energia, tclcfiincs e transportes, na ex
existe uma linha fechada de separação e isolamento entre as duas figuras de capital estrangeiro, relativamente ao campo das inversões. E' o caso da
ploração dos ramos de petróleo, bancos, borracha, exportação do algodão e café
ro, com sede em Toronto, que atua no
A.s invcr.sõcs
diretas das
emprôsa.s
com sede no exterior se concentram so
bretudo
ainda atrair para financiar os projetos de Poüçâo c vtüto dos capitais desenvolvimento da economia nacional.
DlCK.su»
nos
rcr\ iços
concedidos
dc
etc., idcntificnndo-sc os grupas da Bríizilian Traclion, da Standard Oil c da Shcll-Mex. da General Elcctric, da An-
derson Clayton, do Naltonal City Bank, como os mais pod: rosos.
Quanto ãs
juridicamente nrícinnní.v, a.ssiin consti tuídas para gozar dos favores de nossa legislação, seus caninos de negócios mais freqüentes são as indústrias de alimen tação (mnagcni de trigo c frigoríficos), química c farmacêutica, cimento, calça dos. E' necessário considerar que não
Light, capital juridicamente estrangei
setor dc energia, transportes urbanos, gás e telefone.s, ao lado da Companhia Auxiliar de Emprôsas Elétricas Brasilei ras, subsidiária da Bond and Share. Essas sociedades mascaradas do na- ■
cianrtí/ocupam posição absorvente nos.
ramos onde atuam. O quadro abaixo dá, cm percentagens, o poder dos capitais , estrangeiros no conjunto dos capitais e reservas das sociedades anônimas que í (iperam no Pais. cm cada ramo:
Capitais fxírnngcíros nn conjunto dc capitais ctn diversos ramos Porcentagens Energia cletnca Gêneros alimentícios .
Investimentos americanos . canadenses
„
'"gte^es
Em milhões de dólares
;;;;;;
Assim, os capitais de origem norte
americana representam o maior né. conjunto das inversões, acusando ol disso, da mesma maneira que os' m densas, uma tendência de aumentn
a
Comunicações
isoio
f^ouro.s c peles
. - ir-
Química c favmacêutici l*\niio e fósforo
. .
Eletrotécnica
principal figura jurídica que tomam investimentos é a de sociedades ^"ônimas, algumas e.vpres.samente es^angeiras, autorizadas a funcionar no
cada ano - passaram de 33-1 milhõo-T dólares, em 1943, para 440 mill,õc;e ° "T' 1947 - enquanto o,s de procedênch ?„
'
glêsa, francesa cu belga, entram em dei® au "H' ^ quü publicaram seus balanços em
1949.
aparecem:
larga margem de lucros, em cada ano.-
Na maioria, dos casos, essas emprêsas chegaram ao País dispondo de capitais escassos, de maneira que o seu patrimô nio atual, várias vezes superior ao mi- ' ciai, na realidade representa uma acu
er-trangeiros criaram raízes no coq^o da economia nacional. ITá .setores onde ês-
trados, exercendo um monopólio pacífi co, como é o caso dos moinhos de Bung Born na indústria do trigo, dos frigorí-
fico.s Anglo, Avmour e Swift na econo mia da carne, da Good-Year e Firestone no ramo de artefatos de borracjia.
Capital e reservas
154 sociedades juridicamente estrangeiras
AutO'financianiento das emprêsas estrangeiras
212 sociedades mcionais, controladas por capitais'" trangeiros
Isso mostra, tomados para análise cer tos ramo.s importantes, como os capitais
sc.s capitais aparecem altamente concen
%. ■
Artefatos dc borracha
200,0
S(" I
aah n 200 0
Os investimentos estrangeiros sâo am
es-
47.367
plamente
compensadores,
permitindo
mulação de parte da renda nacional expropriada pelos iintrsores.
A Brazilian Traction Light and Power, holding canadense-amerícano con cessionário do fornecimento de energia, transportes urbanos, gás e telefones em diversas cidades, dá bem uma demon.s-
Iraçâo do papel representado pelas po
rj-fl'
âO
Dicrsif) fcIc<iNfts,„
ordem do 20 bilhões de cruzeiros, mon- nal, loniar as experiências e ns liçõ^. tante confessado para efcilo de paga- oferecidas pelos capitais estrangeiros p,
^
mente do imposto sôbre a renda. Capitais de outras fontes paderemos
instalados no País.
estrangeiros
O País comporta, positivamente, mes mo nas condições difíceis de sua 1
I
I'..
Í ' ^0 cãn de capitais e-in t .^ ^inclusive
i .
,
A revista
Coniiintiira
Econômica»»
vem divulgando c-stiido cm série, pela revisão mais completo atéumarpii realizado, sòbreq
do sistema tributário vigente, de manei- a p.osiçãn e importância cios capitais cs-
rendas federais, pela trangciro.s nos quadros da economia na> ^ r ivaçao o merca o de títulos públi- cional. Operando síiíjrcludo através das MS e c. para casos excepcionais sé concessões de serviço público, exploran' dispensar os capitais estrangeiros 'mpossível,
do empresas industriais cm /diversos i i • i ra-
Para a verdadeira compreensão d„
'"intendo largos negócios de o.x-
prcblema, do caráter positivo ou nega tívo das Inversões estrangeiras d
'conforme discrimina-
indispensabilidade, não Ltc' meCr f?, caminho do que observar a situarão ' eiislente no corpo da economia T, nacio-
^
sinaladp:
à Jrase das es^ta-
Bancária e decontidas no estudo as-
31
EC(íNÓMICO
energia, tclcfiincs e transportes, na ex
existe uma linha fechada de separação e isolamento entre as duas figuras de capital estrangeiro, relativamente ao campo das inversões. E' o caso da
ploração dos ramos de petróleo, bancos, borracha, exportação do algodão e café
ro, com sede em Toronto, que atua no
A.s invcr.sõcs
diretas das
emprôsa.s
com sede no exterior se concentram so
bretudo
ainda atrair para financiar os projetos de Poüçâo c vtüto dos capitais desenvolvimento da economia nacional.
DlCK.su»
nos
rcr\ iços
concedidos
dc
etc., idcntificnndo-sc os grupas da Bríizilian Traclion, da Standard Oil c da Shcll-Mex. da General Elcctric, da An-
derson Clayton, do Naltonal City Bank, como os mais pod: rosos.
Quanto ãs
juridicamente nrícinnní.v, a.ssiin consti tuídas para gozar dos favores de nossa legislação, seus caninos de negócios mais freqüentes são as indústrias de alimen tação (mnagcni de trigo c frigoríficos), química c farmacêutica, cimento, calça dos. E' necessário considerar que não
Light, capital juridicamente estrangei
setor dc energia, transportes urbanos, gás e telefone.s, ao lado da Companhia Auxiliar de Emprôsas Elétricas Brasilei ras, subsidiária da Bond and Share. Essas sociedades mascaradas do na- ■
cianrtí/ocupam posição absorvente nos.
ramos onde atuam. O quadro abaixo dá, cm percentagens, o poder dos capitais , estrangeiros no conjunto dos capitais e reservas das sociedades anônimas que í (iperam no Pais. cm cada ramo:
Capitais fxírnngcíros nn conjunto dc capitais ctn diversos ramos Porcentagens Energia cletnca Gêneros alimentícios .
Investimentos americanos . canadenses
„
'"gte^es
Em milhões de dólares
;;;;;;
Assim, os capitais de origem norte
americana representam o maior né. conjunto das inversões, acusando ol disso, da mesma maneira que os' m densas, uma tendência de aumentn
a
Comunicações
isoio
f^ouro.s c peles
. - ir-
Química c favmacêutici l*\niio e fósforo
. .
Eletrotécnica
principal figura jurídica que tomam investimentos é a de sociedades ^"ônimas, algumas e.vpres.samente es^angeiras, autorizadas a funcionar no
cada ano - passaram de 33-1 milhõo-T dólares, em 1943, para 440 mill,õc;e ° "T' 1947 - enquanto o,s de procedênch ?„
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glêsa, francesa cu belga, entram em dei® au "H' ^ quü publicaram seus balanços em
1949.
aparecem:
larga margem de lucros, em cada ano.-
Na maioria, dos casos, essas emprêsas chegaram ao País dispondo de capitais escassos, de maneira que o seu patrimô nio atual, várias vezes superior ao mi- ' ciai, na realidade representa uma acu
er-trangeiros criaram raízes no coq^o da economia nacional. ITá .setores onde ês-
trados, exercendo um monopólio pacífi co, como é o caso dos moinhos de Bung Born na indústria do trigo, dos frigorí-
fico.s Anglo, Avmour e Swift na econo mia da carne, da Good-Year e Firestone no ramo de artefatos de borracjia.
Capital e reservas
154 sociedades juridicamente estrangeiras
AutO'financianiento das emprêsas estrangeiras
212 sociedades mcionais, controladas por capitais'" trangeiros
Isso mostra, tomados para análise cer tos ramo.s importantes, como os capitais
sc.s capitais aparecem altamente concen
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Artefatos dc borracha
200,0
S(" I
aah n 200 0
Os investimentos estrangeiros sâo am
es-
47.367
plamente
compensadores,
permitindo
mulação de parte da renda nacional expropriada pelos iintrsores.
A Brazilian Traction Light and Power, holding canadense-amerícano con cessionário do fornecimento de energia, transportes urbanos, gás e telefones em diversas cidades, dá bem uma demon.s-
Iraçâo do papel representado pelas po
i'
32
Dicksto
Econômico
Digesto EcoNÓ^aco 83
derosas emprêsas estrangeiras nos qua
damcntalmente aplicando u parte nílo
dros de nossa economia.
c.xpr.rtada dos lucros .«ntiais auferidos. Isso significa que a Rrazilian Tractíon
lizadas.
patrimônio poderoso, crescido de ano a
é inteiramente anlo-financiada, expri mindo ao mesmo tempo a capacidade
da economia nacional para criar e man
Perda anual dc capitais
ano, quase sem que para isso haja re
corrido aos capitais de fora. Operando com 80% dos te.efones e vendendo 65%
ter serviços de energia e luz i iétrica, de gás, tclef-nes e transportes urbanos nas
Somos um país cconóinicamcnte ata do às c(;rrenlcs do c.npital estrangeiro
da energia elétrica do País, o grupo
suas próprias mãos, di pensando a par
que arjui operam. Se fòs c possível ob
Light veio aumentando seus serviços, passando a sua capacidade de geração
ticipação dos capitais eslrarigeiros.
servar as parcelas da renda nacional (jiie anualmente se dcsnacionalizain — pela
Utilizando os
próprios balanços cia Brazílian Tractíon, verificamos que ela di põe hoje de um
de 100 mil quilowats, em 1918. para 757 mil
em fins
de
Outra situação a merecer cvaine é Q
do grupo financeiro rjuc distribui tróleo no mercado nacional. ríoclo 1941-48.
1947; as vendas de gás
pifai
subiram de 58 milhões
global
empresas
de metros cúbicos pa
o
das
que
os
pe-
No peca-
5
mono
ra 176 milhões; a ren
polizam
da líquida cresceu de
no setor, a cuja fren
negócios
6,2 milhões de dólares
te SC acham
para 60 milhões. Des
dard OiJ c a Sbell-Mcx
pesas com substituição
Brazil Liinitcd. .scxlu-
a
plicou,
pamentos, com amplia
100 a 600 milhões de
passando
cie
instalações,
cruzeiros,
cm • cifras
aumento do ativo fixo
redondas.
Do estudo
(aumentou de 342 mi
da
lhões de dólares) e do
tura Económioa" (a-
capital social, no perío do assinalado, a pró
gôsto de 1949), re produzimos o qua
pria redução da.s dívi
dro a trando
das
das da eniprésa, que
bai.xaram de 77 para 19 milhões de dó lares, tudo se fôz qua.se sem recorrer ao mercado de capitais do exterior, q fun. Ativos
Imcbilizado Realizado
Como se observa^ foi vertiginoso o aumento desses itens do ativo das em prêsas petrolíferas. Contudo, ôsse au mento re.sultoii exclusivamente dos lu-
revista
do.s
ativos
senvolvimento.
Há mais de 50 anos o Brasil apresen-
Total
Observando esse balanço dc capitais, a enorme diferença entre o conjunto dos reciir.sos para invcslimcntos que chegam de fora c das rendas que saem do País, fato que .sc repele anualmente, do cm nossa economia pelos invcrsores
das 5 companlilas petrolíferas:
847.404
1 053.255
1.520.354
cros elevadíssimos conquistados a ca da ano, quer dizer, dos capitais forma dos em nosso próprio território. Não representam uma inversão de capital es-
iuvoslimentos, capitais estrangdíos 'no \alor de 88 milhões de cnizeiros, saí
ram os relacionados no quadro a seguir onde não figuram as transferências de correntes dos scrviçxis da dívida pú blica:
Não podemos
131.369 704.550 131.721 156.320
inglêsas, como a Moore Mc Cormack no comércio exterior do Brasil Os na' Nios nacionais, incluindo o Lóide não transportam sequer 10% das mercado-
falar em
ajuaa cios seus capitais, pois que êles exercem uma função na realidade ne
gativa. Mas o domínio da economia nacional
pelos capitais estrangeiros não se revela apenas no piano das inversões.
Ainda em junho deste ano, "O Estado de São
Paulo" mostrava, numa série de estudos, a. posição de certas companliias de na vegação,
"
1.123.960 .
estrangeiros.
1.268.491
ano, enquanto entraram no País para
Rendas de capitais Serviços cias emprêsas conees<sionárias Retóriio dc capitais cm inversões no exterior
encontramos o papel exato clo-empenba-
537.831
1J4S, por exemplo, tivemos um saldo
e.:nercial de 2.4 bilhões de err^zeiros, paralelamente a um déficit de 2 7 bi lhões na balança de serviços. Nes^e
Em milhares de cruzeiros
(instalações, maquinaria meios de transportes etc.) c realizado
328.282
uma l>jjança de pagamentos quase sem pre deficitária. Isso é a amostra da per manente drenagem dos nossos capitais para fora. da c.xportação de parte do traba.ho nacional na forma de rendas. Em
Discriminação Direitos autorai.s
imobilizado
Em milhares de cruzeiros 1942 1947 1948
ta uma balança comercial altamente fa vorável com o exterior, mas dentro de
transfe
rência aberta, ou clandestina para o ex terior — encontraríamos uma explicação para certos problemas do lUJsso subde
"Conjun
.seguir, mos a vertiginosa
ampliação
incorporação ao patrimônio das empre sas estrangeiras, ou pela .sua
Stan
e conservação de equi ção
trangciro, mas uma reaplicaç.ão de par celas da renda nacional já dcsuaciona-
principalmente americanas e
con,pr,.s d„ poder píbliJo cl,;èa "ÕÔs portos do País em barco,
^ •
P se CO tudo •ISSO nao"yrcos E bastar estrangeiros. para delinriarnios o com.ondo do econ^ia brasi leira pelos capitais estrangeiros, atada
existe à vista o fenômeno do contrôle,
que eles exercem, diretamente ou atra vés do jogo de mercados, sôbre as nos sas principais riquezas. Nos negócios do café, uma subsidiária da Atlantio Paci-
i'
32
Dicksto
Econômico
Digesto EcoNÓ^aco 83
derosas emprêsas estrangeiras nos qua
damcntalmente aplicando u parte nílo
dros de nossa economia.
c.xpr.rtada dos lucros .«ntiais auferidos. Isso significa que a Rrazilian Tractíon
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é inteiramente anlo-financiada, expri mindo ao mesmo tempo a capacidade
da economia nacional para criar e man
Perda anual dc capitais
ano, quase sem que para isso haja re
corrido aos capitais de fora. Operando com 80% dos te.efones e vendendo 65%
ter serviços de energia e luz i iétrica, de gás, tclef-nes e transportes urbanos nas
Somos um país cconóinicamcnte ata do às c(;rrenlcs do c.npital estrangeiro
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suas próprias mãos, di pensando a par
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ticipação dos capitais eslrarigeiros.
servar as parcelas da renda nacional (jiie anualmente se dcsnacionalizain — pela
Utilizando os
próprios balanços cia Brazílian Tractíon, verificamos que ela di põe hoje de um
de 100 mil quilowats, em 1918. para 757 mil
em fins
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Outra situação a merecer cvaine é Q
do grupo financeiro rjuc distribui tróleo no mercado nacional. ríoclo 1941-48.
1947; as vendas de gás
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subiram de 58 milhões
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empresas
de metros cúbicos pa
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No peca-
5
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polizam
da líquida cresceu de
no setor, a cuja fren
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6,2 milhões de dólares
te SC acham
para 60 milhões. Des
dard OiJ c a Sbell-Mcx
pesas com substituição
Brazil Liinitcd. .scxlu-
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plicou,
pamentos, com amplia
100 a 600 milhões de
passando
cie
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cm • cifras
aumento do ativo fixo
redondas.
Do estudo
(aumentou de 342 mi
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lhões de dólares) e do
tura Económioa" (a-
capital social, no perío do assinalado, a pró
gôsto de 1949), re produzimos o qua
pria redução da.s dívi
dro a trando
das
das da eniprésa, que
bai.xaram de 77 para 19 milhões de dó lares, tudo se fôz qua.se sem recorrer ao mercado de capitais do exterior, q fun. Ativos
Imcbilizado Realizado
Como se observa^ foi vertiginoso o aumento desses itens do ativo das em prêsas petrolíferas. Contudo, ôsse au mento re.sultoii exclusivamente dos lu-
revista
do.s
ativos
senvolvimento.
Há mais de 50 anos o Brasil apresen-
Total
Observando esse balanço dc capitais, a enorme diferença entre o conjunto dos reciir.sos para invcslimcntos que chegam de fora c das rendas que saem do País, fato que .sc repele anualmente, do cm nossa economia pelos invcrsores
das 5 companlilas petrolíferas:
847.404
1 053.255
1.520.354
cros elevadíssimos conquistados a ca da ano, quer dizer, dos capitais forma dos em nosso próprio território. Não representam uma inversão de capital es-
iuvoslimentos, capitais estrangdíos 'no \alor de 88 milhões de cnizeiros, saí
ram os relacionados no quadro a seguir onde não figuram as transferências de correntes dos scrviçxis da dívida pú blica:
Não podemos
131.369 704.550 131.721 156.320
inglêsas, como a Moore Mc Cormack no comércio exterior do Brasil Os na' Nios nacionais, incluindo o Lóide não transportam sequer 10% das mercado-
falar em
ajuaa cios seus capitais, pois que êles exercem uma função na realidade ne
gativa. Mas o domínio da economia nacional
pelos capitais estrangeiros não se revela apenas no piano das inversões.
Ainda em junho deste ano, "O Estado de São
Paulo" mostrava, numa série de estudos, a. posição de certas companliias de na vegação,
"
1.123.960 .
estrangeiros.
1.268.491
ano, enquanto entraram no País para
Rendas de capitais Serviços cias emprêsas conees<sionárias Retóriio dc capitais cm inversões no exterior
encontramos o papel exato clo-empenba-
537.831
1J4S, por exemplo, tivemos um saldo
e.:nercial de 2.4 bilhões de err^zeiros, paralelamente a um déficit de 2 7 bi lhões na balança de serviços. Nes^e
Em milhares de cruzeiros
(instalações, maquinaria meios de transportes etc.) c realizado
328.282
uma l>jjança de pagamentos quase sem pre deficitária. Isso é a amostra da per manente drenagem dos nossos capitais para fora. da c.xportação de parte do traba.ho nacional na forma de rendas. Em
Discriminação Direitos autorai.s
imobilizado
Em milhares de cruzeiros 1942 1947 1948
ta uma balança comercial altamente fa vorável com o exterior, mas dentro de
transfe
rência aberta, ou clandestina para o ex terior — encontraríamos uma explicação para certos problemas do lUJsso subde
"Conjun
.seguir, mos a vertiginosa
ampliação
incorporação ao patrimônio das empre sas estrangeiras, ou pela .sua
Stan
e conservação de equi ção
trangciro, mas uma reaplicaç.ão de par celas da renda nacional já dcsuaciona-
principalmente americanas e
con,pr,.s d„ poder píbliJo cl,;èa "ÕÔs portos do País em barco,
^ •
P se CO tudo •ISSO nao"yrcos E bastar estrangeiros. para delinriarnios o com.ondo do econ^ia brasi leira pelos capitais estrangeiros, atada
existe à vista o fenômeno do contrôle,
que eles exercem, diretamente ou atra vés do jogo de mercados, sôbre as nos sas principais riquezas. Nos negócios do café, uma subsidiária da Atlantio Paci-
DrrJESTO
54
Econômico
Dioksto Econú.mic;,, 5.5
fie, a American Coffee, é a price lider, formando com outras 5 grandes empre
sas estrangeiras uma cadeia monopolis ta.
Os diversos aspectos da absorção
à satisfação das necessidades industriais
de países mais adiantados. Nova etapa na política de inversões
6. direito do obter razoável margem do Iucro.s.
Êsse conjunto de conces.^iõcs criaria o
beralismo econômico que está sei^indo dc argumento à mutilação da própria soberania nacional. De então era diante,
chamado clima favordvcl aos investimen
aquela expressão histórica do Presidente
já foram assinalados em três ocasiões, na base de amplos estudos do problema
Apesar dessa posição parasitária, os capitais estrangeiros continuam a peno-
tos, tantas \vzes solicitado dos Estados
Coo.idge ~ de que "onde \'aí o dólar,
Uniclo.s". ^ías• .«^ciía um clima contrário
do mercado cafeeiro, na "A Manhã"
Irar no País, embora ainda escassamen te, tratados como forças salvadoras da
aos nossos interesses, marcando novo
vai a bandeira" — aplicada ao caso bra sileiro, não mais poderia ser posta em
avanç-o na política do falso e formal li-
dúvida.
das exportações de café por esse grupo
do Rio (março de 1949) e mais recen ambas de São
crise econômica nacional. Da parte do Governo brasileiro, uma série cie pro\à-
Sucede o mesmo caso em relação à
de atrai-los, de encorajá-los a grandes
temente na "Folha da Manhã" e na re
vista "Fundamentos", Paulo.
economia do algodão, dominada pela SANBRA e Anderson Clayton, sobre tudo no campo das exportações. Os mi nérios apresentam uma situação mais grave: não só as principais jazidas de ferro, manganês, carvão, cristal de ro
cha, areias raras, minerais estratégicos em geral, estão sendo exploradas por empresas nacionais subsidiárias de gru pos capitalistas estrangeiros, como tam bém a exportação dos produtos obtidos se faz atendendo essencialmente aos interêsses das companhias inversoras. No
dências vêm sendo tomadas no sentido inversões.
Mandamos aos Estados Uni
dos missões especializadas para discutir
o problema nos seus inúmeros aspectos. Minutas de acordos circulam pelos ser viços técnicos do Ministério da Fazen
da e do Itamarati, recebendo rctoque5^ para colocá-los cm condições de atender às exigências dos candidatos a investi mentos.
De que ordem são essas exigências? James Kemper, presidente do Conselho de Comércio e Produção Inter-Americano, recentemente anunciou seis itens
problema recente das areias monazíticas, que con.sidera necessários para estimular
levantado na Câmara pelos deputados a vinda de dólares ao nosso país, den José Leornil e Horário Lafer, constatousc ate onde temos sido gravados de con
tro do ponto de vista do próprio Depar tamento de Estado ianque:
cessões 6 distribuído priWlégios aos ca pitais estrangeiros.
A situação do cacau, cêra de carnaú ba, babaçu, fumo, mamona e óleos ve
1.
pitais estrangeiros e locais; 2.
getais em geral, produtos presos aos mercados do exterior, ajuda a demónstiar que a economia nacional mantém-se
3.
até aqui sob o comando ou domínio de capitais estrangeiros, instalados dentro
semi-colonial, subindependente, voltada
disponibilidades de divisas para a retirada de capitais, e empréstimos, benefícios e in\-ersões de capitais; pronta, equitativa e justa compen sação nos caros de expropriação;
4.
ausência de discriminação contra a diretoria e o pessoal técnico estran
5.
orçamento fiscal equilibrado e si tuação política sã;
ou mesmo fora do Pais. Caracteriza-se
aquêle fenômeno tantas vêzes posto em dúxdda: somos uma economia de tipo
ausência de discriminação entre ca
geiro;
DrrJESTO
54
Econômico
Dioksto Econú.mic;,, 5.5
fie, a American Coffee, é a price lider, formando com outras 5 grandes empre
sas estrangeiras uma cadeia monopolis ta.
Os diversos aspectos da absorção
à satisfação das necessidades industriais
de países mais adiantados. Nova etapa na política de inversões
6. direito do obter razoável margem do Iucro.s.
Êsse conjunto de conces.^iõcs criaria o
beralismo econômico que está sei^indo dc argumento à mutilação da própria soberania nacional. De então era diante,
chamado clima favordvcl aos investimen
aquela expressão histórica do Presidente
já foram assinalados em três ocasiões, na base de amplos estudos do problema
Apesar dessa posição parasitária, os capitais estrangeiros continuam a peno-
tos, tantas \vzes solicitado dos Estados
Coo.idge ~ de que "onde \'aí o dólar,
Uniclo.s". ^ías• .«^ciía um clima contrário
do mercado cafeeiro, na "A Manhã"
Irar no País, embora ainda escassamen te, tratados como forças salvadoras da
aos nossos interesses, marcando novo
vai a bandeira" — aplicada ao caso bra sileiro, não mais poderia ser posta em
avanç-o na política do falso e formal li-
dúvida.
das exportações de café por esse grupo
do Rio (março de 1949) e mais recen ambas de São
crise econômica nacional. Da parte do Governo brasileiro, uma série cie pro\à-
Sucede o mesmo caso em relação à
de atrai-los, de encorajá-los a grandes
temente na "Folha da Manhã" e na re
vista "Fundamentos", Paulo.
economia do algodão, dominada pela SANBRA e Anderson Clayton, sobre tudo no campo das exportações. Os mi nérios apresentam uma situação mais grave: não só as principais jazidas de ferro, manganês, carvão, cristal de ro
cha, areias raras, minerais estratégicos em geral, estão sendo exploradas por empresas nacionais subsidiárias de gru pos capitalistas estrangeiros, como tam bém a exportação dos produtos obtidos se faz atendendo essencialmente aos interêsses das companhias inversoras. No
dências vêm sendo tomadas no sentido inversões.
Mandamos aos Estados Uni
dos missões especializadas para discutir
o problema nos seus inúmeros aspectos. Minutas de acordos circulam pelos ser viços técnicos do Ministério da Fazen
da e do Itamarati, recebendo rctoque5^ para colocá-los cm condições de atender às exigências dos candidatos a investi mentos.
De que ordem são essas exigências? James Kemper, presidente do Conselho de Comércio e Produção Inter-Americano, recentemente anunciou seis itens
problema recente das areias monazíticas, que con.sidera necessários para estimular
levantado na Câmara pelos deputados a vinda de dólares ao nosso país, den José Leornil e Horário Lafer, constatousc ate onde temos sido gravados de con
tro do ponto de vista do próprio Depar tamento de Estado ianque:
cessões 6 distribuído priWlégios aos ca pitais estrangeiros.
A situação do cacau, cêra de carnaú ba, babaçu, fumo, mamona e óleos ve
1.
pitais estrangeiros e locais; 2.
getais em geral, produtos presos aos mercados do exterior, ajuda a demónstiar que a economia nacional mantém-se
3.
até aqui sob o comando ou domínio de capitais estrangeiros, instalados dentro
semi-colonial, subindependente, voltada
disponibilidades de divisas para a retirada de capitais, e empréstimos, benefícios e in\-ersões de capitais; pronta, equitativa e justa compen sação nos caros de expropriação;
4.
ausência de discriminação contra a diretoria e o pessoal técnico estran
5.
orçamento fiscal equilibrado e si tuação política sã;
ou mesmo fora do Pais. Caracteriza-se
aquêle fenômeno tantas vêzes posto em dúxdda: somos uma economia de tipo
ausência de discriminação entre ca
geiro;
Dicksto Ecomômico
Pesquisas sôbre a Bahia (Nota prévia sôbre o» planos «Ic traliallio^ L. A. Costa Pinto
(Da Universidade do Brasil)
\ Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia, por iniciativa de seu titular, Dr. Anísio Spinola Teixeira,
liríllo das prccondiçócs históricas e geo gráficas a cujo estudo muito tempo se tem dedicado, o interesse primordial da
deu início, no mês de julho passado, a
análise concentrou-se no quadro huma
uma série de pesquicas sôbre estrutura e problemas da sociedade baiana, estu
do-se delibcradamcntc o refúgio cômodo
dos que têm por finalidade reunir e in
da mera reconstituição hi.stórica ou o
terpretar os dados e elementos básicos necessários ao planejamento racional e
espraiamento fácil da pura descrição do cenário físico: Geografia e História aqui
sistemático das atividades da Secretaria.
estarão presentes, portanto, como mslru-
Para dirigir os trabalhos foi organizado um staff composto pelos Profs. Charles
Wagley, da Universidade de Columbia, Thales de Azevedo, da Universidade da Bahia, e pelo autor dôste. Com êles trabalha uma equipe de mais oito estu
diosos brasileiros e norte-americanos, que hoje estão no campo realizando a primeira parte do plano traçado.
As observações que aqui se divulgam pretendem dar notícia aos estudiosos e interessados — tudo em forma extrema
no da Bahia de hoje, tal qual é, evitan- ^
mentos de trabalho da Sociologia, isto é — do estudo científico do quotidiano concreto.
Qualquer estudo sociológico tem como noção-cliave a noção de estrutura ío-
cíal, realidade objetiva, feita de partes interdependentes, em permanente mu dança que é o seu processus de funcio namento. o seu modo de ser e de exis
tir. Conhecer essa estrutura e o sentido
de • sua transformação vem a ser, em qualquer pesquisa sociológica, e espe cialmente nesta, um objetivo básico,
mente sumária — dos principais objeti vos, problemas de planejamento e pri pois sôbre os resultados dessa análise e meiras impressões do trabalho de campo, rôbre as indicações referentes às pers pequena seleção de nossa caderneta de
pectivas de reconstrução social que delas
notas.
rcsultarem é que se vai fundar o
Em suas grandes linhas, a finalidade das pesquisas que ora se realizam é. com os recursos metodológicos das ciências sociais, analisar a Bahia como área de relações humanas, como estruturei social, ■ de cujo funcionamento resulta — ao mesmo tempo agente e produto — o
que se poderia chamar o homo bahiensis que
é o foco central da pesquisa. Par
nejamcnto administrativo que se tem
em mira. No setor de uma política dc educação, cuja obra pretende ser nao
apenas de transmissão de valores, nais também de revalorização — o conheci mento da estrutura e do sentido de sua
transformação representa um ponto de partida do qual se não pode fugir.
Quando falamos de estrutura social
37
queremos significar não apenas o reçi-
sem, n:*io apenas do ponto de \ista po-
mem econômico que lhe constitui a base
lítico-administralivo, mas também eco
e o fundamento; não pcn.samos apenas
nômico, social c cultural — baianas, co
no sistema do cstratlficação social que
mo são as três indicadas. Em verdade,
rcprcsinla o seu corpo, nem sòuicnte
nas inslituições .sociais que são a sua
dentro da Bahia, podemos encontrar áreas ou subáreas que sofrem a hege
cfipula. Pcnsamo.s também na personali dade humana que dentro dela se forma
ção. Assim, o Centro-Sul é muito mais
e se transforura — as atitude.s, os \-nla-
monia cultural de outros focos de atra
mineiro do que baiano; o Oeste é nuiíto mais goiano do que baiano. Conside
xc.:, as diretrizes psicológicas, qtic a es trutura social engendra c imprime ao comportamento do homem, que também
rando Salwador como foco, tivemos em
Se c: nstitiiiu em ob'eto de coleta de da
cm sua órbita econômica, social c cul
mente estudar subárcas que girassem
dos, de análises, de interpretações, de
tural.
meditações, c.om o objcti\o de alcançai, em sua complexidade c cxlen.são, a visão
selecionar zonas dentro das quais pudós.semos encontrar comunidades que
do homem total.
Dentro desse plano
tôdas as disciplinas sociais porfiam em trazer sua contribuição
Em segundo lugar, procuramos
representassem, umas as formas tradi cionais de vida social, e outras as novas
formas de adaptação do
específica, e entre elas, em posição .singular, que resulta da própria natureza do problema,
homem ao meio, com
pondo um eL\o de mu dança social cujo pro cessus é o pontó sôbre o qual a pesquisa fará ênfase especial.
a Sociologia (que em particular nos interes
Para a compreensão
sa), entendida em sua
verdadeira posição de
desse
ciência geral das rela
do problema, algumas
ções humanas.
informações
último
aspecto
comple-
mentares são necessá
Em resultado de am
rias. O aspecto" de mo saico cultural, tão ca racterístico da socieda
pla troca de idéias e como conseqüência da
adequação das premis
de brasileira, ganha
sas assentadas às pe culiaridades locais, es
tabeleceu-se um programa de trabalho, já em pleno e fecundo andamento, cujas grandes linhas pa.ssaremos a descrever. Foram escolhidas, inicialmente, três ájeas típicas da Bahia: o Recôncavo, o
quipélago logo açode à mente quando o observador constata o ganglionamenar
1 ° ínsulamento daquelas subáreas que, reunidas, formampequenas o teci
Essa seleção,
do sócio-cultural da Bahia. Cremos que
feita in loco, obedeceu, de modo geral,
se tem feito ênfase, principalmente, nes se aspecto descontínuo do conjunto e, por ser óbvio, fica em segundo plano
Planalto e o Nordeste.
aos seguintes critérios: tratava-se, em pri
meiro lugar, de estudar zonas que fos
Dicksto Ecomômico
Pesquisas sôbre a Bahia (Nota prévia sôbre o» planos «Ic traliallio^ L. A. Costa Pinto
(Da Universidade do Brasil)
\ Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia, por iniciativa de seu titular, Dr. Anísio Spinola Teixeira,
liríllo das prccondiçócs históricas e geo gráficas a cujo estudo muito tempo se tem dedicado, o interesse primordial da
deu início, no mês de julho passado, a
análise concentrou-se no quadro huma
uma série de pesquicas sôbre estrutura e problemas da sociedade baiana, estu
do-se delibcradamcntc o refúgio cômodo
dos que têm por finalidade reunir e in
da mera reconstituição hi.stórica ou o
terpretar os dados e elementos básicos necessários ao planejamento racional e
espraiamento fácil da pura descrição do cenário físico: Geografia e História aqui
sistemático das atividades da Secretaria.
estarão presentes, portanto, como mslru-
Para dirigir os trabalhos foi organizado um staff composto pelos Profs. Charles
Wagley, da Universidade de Columbia, Thales de Azevedo, da Universidade da Bahia, e pelo autor dôste. Com êles trabalha uma equipe de mais oito estu
diosos brasileiros e norte-americanos, que hoje estão no campo realizando a primeira parte do plano traçado.
As observações que aqui se divulgam pretendem dar notícia aos estudiosos e interessados — tudo em forma extrema
no da Bahia de hoje, tal qual é, evitan- ^
mentos de trabalho da Sociologia, isto é — do estudo científico do quotidiano concreto.
Qualquer estudo sociológico tem como noção-cliave a noção de estrutura ío-
cíal, realidade objetiva, feita de partes interdependentes, em permanente mu dança que é o seu processus de funcio namento. o seu modo de ser e de exis
tir. Conhecer essa estrutura e o sentido
de • sua transformação vem a ser, em qualquer pesquisa sociológica, e espe cialmente nesta, um objetivo básico,
mente sumária — dos principais objeti vos, problemas de planejamento e pri pois sôbre os resultados dessa análise e meiras impressões do trabalho de campo, rôbre as indicações referentes às pers pequena seleção de nossa caderneta de
pectivas de reconstrução social que delas
notas.
rcsultarem é que se vai fundar o
Em suas grandes linhas, a finalidade das pesquisas que ora se realizam é. com os recursos metodológicos das ciências sociais, analisar a Bahia como área de relações humanas, como estruturei social, ■ de cujo funcionamento resulta — ao mesmo tempo agente e produto — o
que se poderia chamar o homo bahiensis que
é o foco central da pesquisa. Par
nejamcnto administrativo que se tem
em mira. No setor de uma política dc educação, cuja obra pretende ser nao
apenas de transmissão de valores, nais também de revalorização — o conheci mento da estrutura e do sentido de sua
transformação representa um ponto de partida do qual se não pode fugir.
Quando falamos de estrutura social
37
queremos significar não apenas o reçi-
sem, n:*io apenas do ponto de \ista po-
mem econômico que lhe constitui a base
lítico-administralivo, mas também eco
e o fundamento; não pcn.samos apenas
nômico, social c cultural — baianas, co
no sistema do cstratlficação social que
mo são as três indicadas. Em verdade,
rcprcsinla o seu corpo, nem sòuicnte
nas inslituições .sociais que são a sua
dentro da Bahia, podemos encontrar áreas ou subáreas que sofrem a hege
cfipula. Pcnsamo.s também na personali dade humana que dentro dela se forma
ção. Assim, o Centro-Sul é muito mais
e se transforura — as atitude.s, os \-nla-
monia cultural de outros focos de atra
mineiro do que baiano; o Oeste é nuiíto mais goiano do que baiano. Conside
xc.:, as diretrizes psicológicas, qtic a es trutura social engendra c imprime ao comportamento do homem, que também
rando Salwador como foco, tivemos em
Se c: nstitiiiu em ob'eto de coleta de da
cm sua órbita econômica, social c cul
mente estudar subárcas que girassem
dos, de análises, de interpretações, de
tural.
meditações, c.om o objcti\o de alcançai, em sua complexidade c cxlen.são, a visão
selecionar zonas dentro das quais pudós.semos encontrar comunidades que
do homem total.
Dentro desse plano
tôdas as disciplinas sociais porfiam em trazer sua contribuição
Em segundo lugar, procuramos
representassem, umas as formas tradi cionais de vida social, e outras as novas
formas de adaptação do
específica, e entre elas, em posição .singular, que resulta da própria natureza do problema,
homem ao meio, com
pondo um eL\o de mu dança social cujo pro cessus é o pontó sôbre o qual a pesquisa fará ênfase especial.
a Sociologia (que em particular nos interes
Para a compreensão
sa), entendida em sua
verdadeira posição de
desse
ciência geral das rela
do problema, algumas
ções humanas.
informações
último
aspecto
comple-
mentares são necessá
Em resultado de am
rias. O aspecto" de mo saico cultural, tão ca racterístico da socieda
pla troca de idéias e como conseqüência da
adequação das premis
de brasileira, ganha
sas assentadas às pe culiaridades locais, es
tabeleceu-se um programa de trabalho, já em pleno e fecundo andamento, cujas grandes linhas pa.ssaremos a descrever. Foram escolhidas, inicialmente, três ájeas típicas da Bahia: o Recôncavo, o
quipélago logo açode à mente quando o observador constata o ganglionamenar
1 ° ínsulamento daquelas subáreas que, reunidas, formampequenas o teci
Essa seleção,
do sócio-cultural da Bahia. Cremos que
feita in loco, obedeceu, de modo geral,
se tem feito ênfase, principalmente, nes se aspecto descontínuo do conjunto e, por ser óbvio, fica em segundo plano
Planalto e o Nordeste.
aos seguintes critérios: tratava-se, em pri
meiro lugar, de estudar zonas que fos
w fv^.fpn-i.-^", wr
Dícksto Econômico
Ditíi-jnx) Econômico
pelo qual elas se ligam e relacionam
difícil, dentro da própria área, contras tes tão visíveis e tão fareis de identifi car. A verdade, porem, é que aqui ó onde talvez se po.ssa encontrar a confi
formando uma estrutura que, por ser he terogênea, não deixa de ser orgânica.
guração mais profunda do eixo do mu dança social de cpie xlinos falando.
O fenômeno não é exclusivamente brasi
leiro; pelo contrário, no plano metodo
O Recôncavo é a área adjacente j\ Baía de Todos os Santos, na í[ual çc
lógico, é característico da ciência social
encontra a cidade do Salvador.
nas observações correntes aquilo que en tre essas áreas há de orgânicamente
comum e, principalmente, o processo
acadêmica essa ênfase desproporcionada que Se da, nos estudos de comunidade, aos fatores de localidade em detrimento
dos fatôres de unidade regional, e daí, de estrutura social, que são os funda mentais.
O tipo de abordagem adotado nas pesquisas ora em realização na Bahia
visa, em princípio, demonstrar isso, pro
lumbrar, dacpií para frente, as pcr.sj>ecti\'as dc rct^nstrução social que os planf)^ do educação e saúde da Secretaria pre tendem, racionalmente, orientar.
Dentro dês.sc programa sentiu-se a neccs.sidade dc tomar uma da.s três re
giões c, encarandc)-a como unidade re
a atividade pesqueira como forma pre dominante de exploração econômica. Em
gional, fazer o .seu estudo sociológico aprofundado. Para esse estudo o Re côncavo impunha-se como área de elei ção, pois nêlc é mais extensa a escala clc
círculos concêntricôs encontramos uma
faixa do açúcar, principalmente no norte da baía, e uma faixa de planta ção de fumo, concentrada principalmen te no sul.
variaçõc.s sociológicas, uma cias quais,
com as ruínas de velhas casa.s-grandes,
ções verdes do sítios c fazendas, zona de veraneio da burguesia de Salvador, que
porâneo do futuro. ímpos-se, ainda, a
erguem-se as torres da indú.stria petro
necessidade de fazer um levantamento
lífera nascente e daí, no que resta da
do matcriol luslóríco referente à liistó-
ria sccial e ao po\oamcnlo das três áreas de estudo. Por fim, rc o material, o tempo e os recursos permitirem — como
se prolonga até os subúrbios da Capi
se espera — tentar-se-á um estudo, den
tal. Bom no fundo da Baía de Todos os Santos estão as velhas cidades do
tro das grandes áreas gco-económicas em que o Estado .se divide — das sub-
açúcar, hoje cidades mortas, uma das
árcas sócio-ciilturais que constituem, di gamos a.ssím, a menor unidade em que pode .ser dividido o mapa humano da
quais, de glorioso passado, foi tomada
com um estilo de vida que resulta, prin cipalmente, da exploração agrícola. No
para estudo, cm contraste com uma tí
Nordeste, igualmente, o mesmo eixo de mudanças e contrastes foi encontrado
ção do açúcar.
pica "companij íotcn", clc industrializa O eixo aqui formado
sertanejo dos velho.s tempos, outra, co munidade recente nascida do caminho,
drões de associação humana Cjue engen drou, tais como hoje se encontram. Do
zando permite a cpialqucr um verificar
da rodovia, do solo mais fértil, tudo gerando um outro estilo de vida social e de adaptação ecológica. No Recônca vo o problema assume complexidade maior, pois ali fatores sociológicos, his-
engenho à usina, c desta, numa pers
grama dc trabalho que eslamo.s reali
pectiva de futuro, que começa a ser
presente, para a exploração do petróleo. Como se vê, nas três regiões temos um
área, que é geogràficamente menor, um
ocorrendo dentro de uma mesma pai
sagem geográfica à qual o homem en
mogeneidade mais aparente, tomando
controu formas novas de se adaptar.
£0 de passagem, não iremos além da tarefa dc indicar as perspectivas de reconstnição social que, a nosso juízo, re- ;
sultaram dos traballios de campo. ^ Por outro lado, no plano metodológi- í CO, há alguns problemas de natureza ^
fundamental que, no quadro das pes- ^
quisas ora cm realização, podem encon- • Irar .subsídios úteis à sua melhor com
preensão. Assinale-se, cm primeiro lu-
pectivas de reconstnição social em tomo
dc problonas específicos e concretos, perspectivas que administradores e edu-^ cadores necessitam conhecer para nelas
basear a ação perfecionista que sobre a sociedade devem exercer. Êsse lança
mento não-acadêmico das pesquisas, que e sua origem e razão de ser, não só nos
permite mas até nos obriga a encarar
inércia mental ou por "bom
a grande significação que pode ter um
g sto , prefere desviar o rosto indo descançar a vista no pitoresco, no agradá
plano de pesquisas dessa natureza. Do ponto de vista brasileiro, sendo a Bahia
tuiTia, que nao nos leva à compreensão
uma expressão não somente regional
profunda do quotidiano concreto.
mas também nacional de alguns pro blemas básicos deste país — as indica ções que desses estudos resultarein po
dem também ganhar uma significação nacional.
1
estudar por estudar — mas, ao contrário, com a finalidade e.xplíciln de chegar à compreensão científica de algumas pers
comunidade, em face dos quais, na maior parte da.s vêzes, o espírito acadê-
O conliccimenlo, me.smo superficial, de alguns dos pontos básicos do pro
caráter mais visível de unidade, uma ho
nejamcnlo do serviços públicos ligados à educação e saúde. Neste ponto, diga- ^
de frente os problemas fundamentais da
representa, neutras palavras, a história social do açúcar vista através dos pa
tòricamente sedimentados, conferem à
as ciências scciais no Brasil a sua uti- -J
llzação como ponto de partida do pia- ^
Bahia.
em duas comunidades, uma típico burgo
estilo social em decadência e uma co munidade humana em ascensão, tudo
que se con-sidcre artificial essa constata
ção — já significa um teste valioso para '
como é o caso do petróleo, cmuve con-' gar, a circunstancia de esses estudos se fere ao oliser\'aclor a posição de contem fazerem não apenas com o objetivo dc
No nordeste, contrastando
"zona da mata", cslcndem-sc ondula
comunidade recente, instalada no vale
analisndd o "sentido" pi-las equipe.s do estudo já lá instaladas, permitirá vis
Hoje
tomou-se como base de estudos» uma comunidade de três séculos de existên
cursos naturais da região, e uma outra
Tssa transição ocorre por meio de um
proccso dc niudanç.i, cujo mecanismo,
encontra-se na primeira orla marítima*
curando estudar um processo de mu dança social qtravés da análise de co munidades. Assim é.que no Planalto
cia, florescente ao tempo do apogeu da mineração do ouro, que foi a primeira forma histórica de exploração dos re
89
De qualquer sorte, mesrno
vel, no esquisito, em tudo aquilo, cni Ao lado disso, assinale-se também a
composição interdisciplinar da equipe de
trabalho: sociologia, antropologia, his tória social, psicologia social, ecologia humana, medicina, etnologia, psiquiatria
.dS
w fv^.fpn-i.-^", wr
Dícksto Econômico
Ditíi-jnx) Econômico
pelo qual elas se ligam e relacionam
difícil, dentro da própria área, contras tes tão visíveis e tão fareis de identifi car. A verdade, porem, é que aqui ó onde talvez se po.ssa encontrar a confi
formando uma estrutura que, por ser he terogênea, não deixa de ser orgânica.
guração mais profunda do eixo do mu dança social de cpie xlinos falando.
O fenômeno não é exclusivamente brasi
leiro; pelo contrário, no plano metodo
O Recôncavo é a área adjacente j\ Baía de Todos os Santos, na í[ual çc
lógico, é característico da ciência social
encontra a cidade do Salvador.
nas observações correntes aquilo que en tre essas áreas há de orgânicamente
comum e, principalmente, o processo
acadêmica essa ênfase desproporcionada que Se da, nos estudos de comunidade, aos fatores de localidade em detrimento
dos fatôres de unidade regional, e daí, de estrutura social, que são os funda mentais.
O tipo de abordagem adotado nas pesquisas ora em realização na Bahia
visa, em princípio, demonstrar isso, pro
lumbrar, dacpií para frente, as pcr.sj>ecti\'as dc rct^nstrução social que os planf)^ do educação e saúde da Secretaria pre tendem, racionalmente, orientar.
Dentro dês.sc programa sentiu-se a neccs.sidade dc tomar uma da.s três re
giões c, encarandc)-a como unidade re
a atividade pesqueira como forma pre dominante de exploração econômica. Em
gional, fazer o .seu estudo sociológico aprofundado. Para esse estudo o Re côncavo impunha-se como área de elei ção, pois nêlc é mais extensa a escala clc
círculos concêntricôs encontramos uma
faixa do açúcar, principalmente no norte da baía, e uma faixa de planta ção de fumo, concentrada principalmen te no sul.
variaçõc.s sociológicas, uma cias quais,
com as ruínas de velhas casa.s-grandes,
ções verdes do sítios c fazendas, zona de veraneio da burguesia de Salvador, que
porâneo do futuro. ímpos-se, ainda, a
erguem-se as torres da indú.stria petro
necessidade de fazer um levantamento
lífera nascente e daí, no que resta da
do matcriol luslóríco referente à liistó-
ria sccial e ao po\oamcnlo das três áreas de estudo. Por fim, rc o material, o tempo e os recursos permitirem — como
se prolonga até os subúrbios da Capi
se espera — tentar-se-á um estudo, den
tal. Bom no fundo da Baía de Todos os Santos estão as velhas cidades do
tro das grandes áreas gco-económicas em que o Estado .se divide — das sub-
açúcar, hoje cidades mortas, uma das
árcas sócio-ciilturais que constituem, di gamos a.ssím, a menor unidade em que pode .ser dividido o mapa humano da
quais, de glorioso passado, foi tomada
com um estilo de vida que resulta, prin cipalmente, da exploração agrícola. No
para estudo, cm contraste com uma tí
Nordeste, igualmente, o mesmo eixo de mudanças e contrastes foi encontrado
ção do açúcar.
pica "companij íotcn", clc industrializa O eixo aqui formado
sertanejo dos velho.s tempos, outra, co munidade recente nascida do caminho,
drões de associação humana Cjue engen drou, tais como hoje se encontram. Do
zando permite a cpialqucr um verificar
da rodovia, do solo mais fértil, tudo gerando um outro estilo de vida social e de adaptação ecológica. No Recônca vo o problema assume complexidade maior, pois ali fatores sociológicos, his-
engenho à usina, c desta, numa pers
grama dc trabalho que eslamo.s reali
pectiva de futuro, que começa a ser
presente, para a exploração do petróleo. Como se vê, nas três regiões temos um
área, que é geogràficamente menor, um
ocorrendo dentro de uma mesma pai
sagem geográfica à qual o homem en
mogeneidade mais aparente, tomando
controu formas novas de se adaptar.
£0 de passagem, não iremos além da tarefa dc indicar as perspectivas de reconstnição social que, a nosso juízo, re- ;
sultaram dos traballios de campo. ^ Por outro lado, no plano metodológi- í CO, há alguns problemas de natureza ^
fundamental que, no quadro das pes- ^
quisas ora cm realização, podem encon- • Irar .subsídios úteis à sua melhor com
preensão. Assinale-se, cm primeiro lu-
pectivas de reconstnição social em tomo
dc problonas específicos e concretos, perspectivas que administradores e edu-^ cadores necessitam conhecer para nelas
basear a ação perfecionista que sobre a sociedade devem exercer. Êsse lança
mento não-acadêmico das pesquisas, que e sua origem e razão de ser, não só nos
permite mas até nos obriga a encarar
inércia mental ou por "bom
a grande significação que pode ter um
g sto , prefere desviar o rosto indo descançar a vista no pitoresco, no agradá
plano de pesquisas dessa natureza. Do ponto de vista brasileiro, sendo a Bahia
tuiTia, que nao nos leva à compreensão
uma expressão não somente regional
profunda do quotidiano concreto.
mas também nacional de alguns pro blemas básicos deste país — as indica ções que desses estudos resultarein po
dem também ganhar uma significação nacional.
1
estudar por estudar — mas, ao contrário, com a finalidade e.xplíciln de chegar à compreensão científica de algumas pers
comunidade, em face dos quais, na maior parte da.s vêzes, o espírito acadê-
O conliccimenlo, me.smo superficial, de alguns dos pontos básicos do pro
caráter mais visível de unidade, uma ho
nejamcnlo do serviços públicos ligados à educação e saúde. Neste ponto, diga- ^
de frente os problemas fundamentais da
representa, neutras palavras, a história social do açúcar vista através dos pa
tòricamente sedimentados, conferem à
as ciências scciais no Brasil a sua uti- -J
llzação como ponto de partida do pia- ^
Bahia.
em duas comunidades, uma típico burgo
estilo social em decadência e uma co munidade humana em ascensão, tudo
que se con-sidcre artificial essa constata
ção — já significa um teste valioso para '
como é o caso do petróleo, cmuve con-' gar, a circunstancia de esses estudos se fere ao oliser\'aclor a posição de contem fazerem não apenas com o objetivo dc
No nordeste, contrastando
"zona da mata", cslcndem-sc ondula
comunidade recente, instalada no vale
analisndd o "sentido" pi-las equipe.s do estudo já lá instaladas, permitirá vis
Hoje
tomou-se como base de estudos» uma comunidade de três séculos de existên
cursos naturais da região, e uma outra
Tssa transição ocorre por meio de um
proccso dc niudanç.i, cujo mecanismo,
encontra-se na primeira orla marítima*
curando estudar um processo de mu dança social qtravés da análise de co munidades. Assim é.que no Planalto
cia, florescente ao tempo do apogeu da mineração do ouro, que foi a primeira forma histórica de exploração dos re
89
De qualquer sorte, mesrno
vel, no esquisito, em tudo aquilo, cni Ao lado disso, assinale-se também a
composição interdisciplinar da equipe de
trabalho: sociologia, antropologia, his tória social, psicologia social, ecologia humana, medicina, etnologia, psiquiatria
.dS
T Dicesto EcorfÓMico
40
M oeda, inflação — concorrem no estudo sem ânimo sec
turais que têm tido lugar cm cada uma
tário ou preocupação particularista, va lendo cada um pela contribuição obje tiva que trazem à finalidade comum de
do impacto de novas formas de econo
todas elas, que é o conhecimento cien
maiores facilidades de transporte e do
tífico das relações humanas. O plano de trabalho, que dessa cooperação re sultou, está sendo aplicado simultanea
desenvolvimento
mente cm três diferentes zonas ecolótii-
das zonas estudadas e qt>e são produtos mia
e tecnologia, dc
tôda
uma
novn
ideologia. 4 — Determinar o.s fatores dinâmi cos dessa miidunça tal como se opcni
em cada zona, bem corno o que Irá de
técnicas de trabalho de campo, c pos
comum e o que há de específico em ca
sível que daí resultem experiências e
da uma delas.
ao patrimônio
científico comum
das
ciências sociais.
Em resumo, os objetivos fundamen
tais das pesquisas ora em realização po
DjAcm Menezes
(Prof. cut. da Faculdade Nacional de Filosofia)
do surgimento de
car. da Bahia, e, do ponto de vista das ensinamentos capazes de acrescer algo
produção
%7oltamos a nova apreciação de lema
icce. Porque se toma preciso dizer qual
que já discutimos nesta rc\'istn.
seria a quantidade necessária de dinhei
No cí.rrer dos últimos anos, cm que
ro reclamada pelo país. E como deter
variadíJs acontcciininlos afetaram o pre
ço das utilidades e serviços de modo brusco c gen(írali/ado, entrou para o vocabulário comum o termo inflação.
minar essa quantidade? Há muito tempo que a pergunta sur gira no espírito dos economistas. Salvo omissão, desde William Petty, nos fins do século XVII, no ercrito ÇuflnítimJutn-
5 ~ Determinar quais os aspectos da
T()da vez que um cidadão contempla
presente estrutura social o cultural e quais as suas pcrspecli\'a.s de mudança que precisam ser consideradas no plane
as dificuldades da vida c sente a insu ficiência dos seus réditos monetários
cumquc conccmiug Moncij. Outros, pos
para adquirir os bens do que nccesiita,
cada qual estabelecendo, um tanto ar-
jamento e administração de programas
fala da "inflação".
E sente vagamen
teriormente, meditaram sobre o assunto,
bitràriamentc, a taxa que julgava ne
dc educação c saúde pura a região. Ao lado desses objetivos específicos,"
te que está explicada a origem dos ma les que o afligem com o emprego da
cessária. Cantillon, por exemplo, indi ser um nono dã produção nacional.
eco.ógicas e sócio-culturais do Estado da
que definem o seu roteiro de pc quisas, os responsáveis por êsscs estudos na
palavra impressionante. Se procurannos saber o sentido exato da palavra, raros
Por que essa relação? Claro que não
Bahia.
Bahia guardam também a convicção —
se trata de uma dedução matemática,
forços comuns poderá resultar um co
poderão dar-nos uma definição satisfa tória. Já não dizemos uma definição rigorosa, porque entre os próprios eco
nhecimento mais sólido c científico da estrutura e funcionamento da sociedade
nomistas bá vacilações na conceituação
sua experiência de observador da ativi
precisa do fenômeno.
dade econômica, na Inglaterra, av por
brasileira, como um todo, e uma com
A palavra inflação foi usada para de signar o fenômeno da expansão desproporcionada dos meios de pagamento —
N'olta dos ecmeços do século XVIII.
dem ser assim apresentados : 1 — Conhecer a estrutura e o funcionarnento da vida social em três zonas
2 — Compreender o processo de adaptação do padrão cultural luso-bra-
sileiro a três diferentes quadros ecoló gicos, processo que se vem derenrolando naque'a área nesses 400 anos de edi ficação de uma sociedade no Brasil. Analisar as mudanças sócio-cul-
como já ficou dito — de que dc seus es
preensão também mais larga da estrutu ra e da dinâmica das relações bumana.s.
o abusada. Porque uma série de ocor
rências, capituladas como oriundas de
cava que a quantidade de moeda devia
mas de uma intuição pessoal do autor, inspirando-se em dados concretos e na
A pergunta não é considerada pêlos sucessores.
Adam Smith afirma mes
mo que não se poderia determinar exa tamente o qiiantum de nweda que será
outras causas, ficou sob o mesmo ape
necessário à vida "econômica de uma
lido, como pretendemos apontar aqui.
nação.
Acusar a inflação, que se processava,
A experiência vai crescendo sempre nesse domínio da política monetária. A descoberta de'minas de ouro na Cali
desviou o olbar de atividades especula-"
tivas que se desenvolviam à sua sombra, o concorreu para que a especulação ainda mais se exercitasse.
A inflação
foi uma explicação elástica, que impersonalizou, irresponsãbilizou e absol veu. * Dizer que a inflação se caracteriza por um excesso dè dinheiro nada escla-
fórnia, na Austrália, na África do Sul, dos meados aos fins do século XIX, forneceu muito ouro aos países que Uderavam o comércio mundial e aos re
lacionados com aqueles. Houve abun dância da moeda-ouro além das neces sidades reai.s de trocas. O ouro s© de-
T Dicesto EcorfÓMico
40
M oeda, inflação — concorrem no estudo sem ânimo sec
turais que têm tido lugar cm cada uma
tário ou preocupação particularista, va lendo cada um pela contribuição obje tiva que trazem à finalidade comum de
do impacto de novas formas de econo
todas elas, que é o conhecimento cien
maiores facilidades de transporte e do
tífico das relações humanas. O plano de trabalho, que dessa cooperação re sultou, está sendo aplicado simultanea
desenvolvimento
mente cm três diferentes zonas ecolótii-
das zonas estudadas e qt>e são produtos mia
e tecnologia, dc
tôda
uma
novn
ideologia. 4 — Determinar o.s fatores dinâmi cos dessa miidunça tal como se opcni
em cada zona, bem corno o que Irá de
técnicas de trabalho de campo, c pos
comum e o que há de específico em ca
sível que daí resultem experiências e
da uma delas.
ao patrimônio
científico comum
das
ciências sociais.
Em resumo, os objetivos fundamen
tais das pesquisas ora em realização po
DjAcm Menezes
(Prof. cut. da Faculdade Nacional de Filosofia)
do surgimento de
car. da Bahia, e, do ponto de vista das ensinamentos capazes de acrescer algo
produção
%7oltamos a nova apreciação de lema
icce. Porque se toma preciso dizer qual
que já discutimos nesta rc\'istn.
seria a quantidade necessária de dinhei
No cí.rrer dos últimos anos, cm que
ro reclamada pelo país. E como deter
variadíJs acontcciininlos afetaram o pre
ço das utilidades e serviços de modo brusco c gen(írali/ado, entrou para o vocabulário comum o termo inflação.
minar essa quantidade? Há muito tempo que a pergunta sur gira no espírito dos economistas. Salvo omissão, desde William Petty, nos fins do século XVII, no ercrito ÇuflnítimJutn-
5 ~ Determinar quais os aspectos da
T()da vez que um cidadão contempla
presente estrutura social o cultural e quais as suas pcrspecli\'a.s de mudança que precisam ser consideradas no plane
as dificuldades da vida c sente a insu ficiência dos seus réditos monetários
cumquc conccmiug Moncij. Outros, pos
para adquirir os bens do que nccesiita,
cada qual estabelecendo, um tanto ar-
jamento e administração de programas
fala da "inflação".
E sente vagamen
teriormente, meditaram sobre o assunto,
bitràriamentc, a taxa que julgava ne
dc educação c saúde pura a região. Ao lado desses objetivos específicos,"
te que está explicada a origem dos ma les que o afligem com o emprego da
cessária. Cantillon, por exemplo, indi ser um nono dã produção nacional.
eco.ógicas e sócio-culturais do Estado da
que definem o seu roteiro de pc quisas, os responsáveis por êsscs estudos na
palavra impressionante. Se procurannos saber o sentido exato da palavra, raros
Por que essa relação? Claro que não
Bahia.
Bahia guardam também a convicção —
se trata de uma dedução matemática,
forços comuns poderá resultar um co
poderão dar-nos uma definição satisfa tória. Já não dizemos uma definição rigorosa, porque entre os próprios eco
nhecimento mais sólido c científico da estrutura e funcionamento da sociedade
nomistas bá vacilações na conceituação
sua experiência de observador da ativi
precisa do fenômeno.
dade econômica, na Inglaterra, av por
brasileira, como um todo, e uma com
A palavra inflação foi usada para de signar o fenômeno da expansão desproporcionada dos meios de pagamento —
N'olta dos ecmeços do século XVIII.
dem ser assim apresentados : 1 — Conhecer a estrutura e o funcionarnento da vida social em três zonas
2 — Compreender o processo de adaptação do padrão cultural luso-bra-
sileiro a três diferentes quadros ecoló gicos, processo que se vem derenrolando naque'a área nesses 400 anos de edi ficação de uma sociedade no Brasil. Analisar as mudanças sócio-cul-
como já ficou dito — de que dc seus es
preensão também mais larga da estrutu ra e da dinâmica das relações bumana.s.
o abusada. Porque uma série de ocor
rências, capituladas como oriundas de
cava que a quantidade de moeda devia
mas de uma intuição pessoal do autor, inspirando-se em dados concretos e na
A pergunta não é considerada pêlos sucessores.
Adam Smith afirma mes
mo que não se poderia determinar exa tamente o qiiantum de nweda que será
outras causas, ficou sob o mesmo ape
necessário à vida "econômica de uma
lido, como pretendemos apontar aqui.
nação.
Acusar a inflação, que se processava,
A experiência vai crescendo sempre nesse domínio da política monetária. A descoberta de'minas de ouro na Cali
desviou o olbar de atividades especula-"
tivas que se desenvolviam à sua sombra, o concorreu para que a especulação ainda mais se exercitasse.
A inflação
foi uma explicação elástica, que impersonalizou, irresponsãbilizou e absol veu. * Dizer que a inflação se caracteriza por um excesso dè dinheiro nada escla-
fórnia, na Austrália, na África do Sul, dos meados aos fins do século XIX, forneceu muito ouro aos países que Uderavam o comércio mundial e aos re
lacionados com aqueles. Houve abun dância da moeda-ouro além das neces sidades reai.s de trocas. O ouro s© de-
DlUl^TU
42
preciuu. E pior ainda aconteceu à prata, cuja depreciação inutilizou-a como pa
licuNÒMICO
Bancos de Estado, nos países ein que
as c.xjKjrtaçõcs lhe asseguram nm ba Entre
OiGiúsK.i
Econômico
43
diminuta c os preços sobem cm alta pro
de economia, Mas que entrasse em Unha de cogitação para medida política,
porção.
c cst trop forf. Isso porque qualquer
tecer o contrário: uma porção adicional
drão monetário.
lanço de pagamento favorá\-e!.
Coníiiderado por muitos,-ainda nos dias atuais, a moeda por excelência, o curo foi, durante certo tempo, o centro
nós, durante a guerra, cnimo nos de
Não vamos repetir aqui o mecanis
manual de ciência econômica mostra a
desigualdade entre as duas curvas, a
propriedades, as explicações que o sin-
mais paísc.s, a afluência do ouro se des tinava ao pagamento das exportações feitas. Esse ouro não passa à mão do particular. O Estado compra-o aos exportadares, cntregando-llies sua moe-
mo exp:)sto em todo compêndio sobre as
gularizavam entre tantos outros.
da-papci.
de todas as especulações sôbre o di nheiro. Procurou-se no metal, nas suas
Fa
lou-se em enigma do ouro^ na força dia bólica do ouro, em virtudes miríficas do Ouro. Algo de animista se insinuava nessa atitude para apreciar o fenômeno. Tudo porque se esr^ueciam as relações sociais de troca, desenvolvidas dentro
da sociedade capitalista, como a fonte para analisar o problema que não esta va na órbita das ciências naturais, mas sob alçada de ciências históricas. Tra
relações internas dêsses fenômenos, tal
conv) o expõe a teoria qiu\ntilaliva da moeda em tôdas as modalidades com
que tem .sido examinada.
No nosso caso. nem o pró
prio Governo recebeu o metal amarelo: êlo ficou depositado nos países de eco nomia líder (na cxprc.ssão do prof. Gudin), e sua niobili/-ação, htc certo
ponto, ficou liàbilmcnte condicionada à política dos guardiães. O que nos interessa aqui é indicar uma das causas da inflação. Para com
prar ê.sscs créditos ao particular, o Go-
*
versibilidade no evolver social e só uma
mentalidade muito simplista e muito Sob o manto da inflação, et pour cau
alheia aos conhecimentos rudimentares
se, toda sorte de atividades cspcculati-,
do que lhe diz respeito poderia julgar
vas SC dc.scnvol\'cram dentro do País.
tão ingênuamente.
Mas já preliminarmente cxculpadas: to dos os males ir-sc-íum atribuir ao Goinvocado facciosamente.
tifico c por parte de liomens habituados ã meditação dos problemas econômicos.
O fenômeno
so de desenvolvimento econômico, obser vável històricamente.
não afetam a curva dos preços.
sados ficaram agindo nos bastidores, locuplelando-se, ontem como hoje, com as situações de fato. Os beneficiários da in
Nou
tras palavras, o poder de compra da * si»
*
Os países cuja balança comercial é favorável atraem o ouro. Assim, os Es
tados Unidos receberam, no Forte Knox, Estado de Kentucky, 4/5 do ouro
moeda continua o mesmo.
Num sis
tema em relativo equilíbrio, 6 possível
que o aumento adicional de moeda pos sa atingir até 30% da quantidade exis tente sem que se verifiquem quaisquer sintomas de ascensão de preços.
aas, era a exi^licação geral: c os interes
flação foram os que agiram, no campo que ela propiciara, auferindo lucros que a incompetência administrativa e fiscal não atinava como impedir ou coibir. Isso
para não formular a hipótese mais grave. Os curandeiros abundaram, como sói
mundial. O desequilíbrio infun
Depois ó que se notam as primei
acontecer nas épKJcns de crise. Cada en
diu receios nos observadores da saúde monetária internacional,
ras manifestações. Como se hou
tendido no assunto dava seus palpites
vesse uma força de inércia (e fala-se na inércia dos preçOs)^ ^
pelo Angulo adotado para terapêutica.
sempre tão abalada pelos gru pos financeiros em luta peio do mínio dos mercados mundiais.
Sempre as guerras, efetuadas pelos ge nerais, são concluídas pelos banqueiros
alta se produz com lentidão, subindo num ritmo muito inferior
ao cm que aumenta a quantidade de meios de pagamento. Este poderá já ter
_ escrevia Mendès-France, tratando do
dobrado e os preços ainda não atingiram
prob'ema da moeda internacional. E em tÔrno do ouro vai ainda girando uma poderosa constelação de interesses.
50%. Mas essa relação se modifica. Em
CentraSzaram-se as reservas-ouro em
pouco, se o foco inflacionário persiste, a mobilidade dos preços ultrapassa o ritmo da emissão monetária — e passa a acon
Os mais complexos aparece
ram, já frutos de amadurecimento cien
Oj conhecedores do assunto sabem que os primeiros jatos de moeda emitida
•
Outros foram encontrando outros re
médios.
vêmo do sr. Gctúlio Vargas, ainda hoje político, mais visível aos olhos das mas-
Se enquadrava nitidamente no proces
mente diversas. Demais, as situações criadas pela inflação dentro da socie dade não se re,solvcriam fazendo uma reversão ã fase anterior. H;i certa irre-
íi:
vêrno emitiu meios de pagamento, au mentando assim o volume om ascensão.
tava-se, antes de tudo, de fenômeno que
da inflação e a da deflação. Não são simétricas, têm elasticidades completa
Os mais simplistas raciocinaram: Há di
nheiro de mais? Pois que se diminua! E passaram a falar ore rotundo na de flação.
Seria a valorização dos meios
de pagamento, a revitalização do poder do compra etc. Todos os credores sor riram, todos os que vivem de rendas
fixas se enterneceram... Que essa con
Aqui nos separamos do pensamento lei- ^ go. Falaram alguns técnicos. Para grando parte dos economistas americanos — o muitas teorias foram e.xpostas — as cri
ses que assoberbam o sistema que nos rege originam-se realmente da esfera
monetária. Essa superestrutura
que
cH3nslitui o dinheiro, com tôdas as ins
tituições que ele implica, representa, na sociedade atual, uma fòrça decisiva. O organismo bancário comanda o ritmo
da produção, da circulação, do consu mo.^ De suas falhas resultariam os abaios que se fazem sentir. Tôda a atenção dêsses pensadores volta-se para ^'^psrfeíçoamento do organismo ban cário. Assim é que o volume do meio circulante, a proporção do crédito ban cário, a velocidade de circulação de moeda, a rede de drenagem de capi tais, tôda a complexidade do aparelha-
versa enchesse os cafés e entusiasmasse
mento é responsável pelas oscilações
os jornalistas que tratam esportivamCnte
verificadas. Uma retração do crédito pot
DlUl^TU
42
preciuu. E pior ainda aconteceu à prata, cuja depreciação inutilizou-a como pa
licuNÒMICO
Bancos de Estado, nos países ein que
as c.xjKjrtaçõcs lhe asseguram nm ba Entre
OiGiúsK.i
Econômico
43
diminuta c os preços sobem cm alta pro
de economia, Mas que entrasse em Unha de cogitação para medida política,
porção.
c cst trop forf. Isso porque qualquer
tecer o contrário: uma porção adicional
drão monetário.
lanço de pagamento favorá\-e!.
Coníiiderado por muitos,-ainda nos dias atuais, a moeda por excelência, o curo foi, durante certo tempo, o centro
nós, durante a guerra, cnimo nos de
Não vamos repetir aqui o mecanis
manual de ciência econômica mostra a
desigualdade entre as duas curvas, a
propriedades, as explicações que o sin-
mais paísc.s, a afluência do ouro se des tinava ao pagamento das exportações feitas. Esse ouro não passa à mão do particular. O Estado compra-o aos exportadares, cntregando-llies sua moe-
mo exp:)sto em todo compêndio sobre as
gularizavam entre tantos outros.
da-papci.
de todas as especulações sôbre o di nheiro. Procurou-se no metal, nas suas
Fa
lou-se em enigma do ouro^ na força dia bólica do ouro, em virtudes miríficas do Ouro. Algo de animista se insinuava nessa atitude para apreciar o fenômeno. Tudo porque se esr^ueciam as relações sociais de troca, desenvolvidas dentro
da sociedade capitalista, como a fonte para analisar o problema que não esta va na órbita das ciências naturais, mas sob alçada de ciências históricas. Tra
relações internas dêsses fenômenos, tal
conv) o expõe a teoria qiu\ntilaliva da moeda em tôdas as modalidades com
que tem .sido examinada.
No nosso caso. nem o pró
prio Governo recebeu o metal amarelo: êlo ficou depositado nos países de eco nomia líder (na cxprc.ssão do prof. Gudin), e sua niobili/-ação, htc certo
ponto, ficou liàbilmcnte condicionada à política dos guardiães. O que nos interessa aqui é indicar uma das causas da inflação. Para com
prar ê.sscs créditos ao particular, o Go-
*
versibilidade no evolver social e só uma
mentalidade muito simplista e muito Sob o manto da inflação, et pour cau
alheia aos conhecimentos rudimentares
se, toda sorte de atividades cspcculati-,
do que lhe diz respeito poderia julgar
vas SC dc.scnvol\'cram dentro do País.
tão ingênuamente.
Mas já preliminarmente cxculpadas: to dos os males ir-sc-íum atribuir ao Goinvocado facciosamente.
tifico c por parte de liomens habituados ã meditação dos problemas econômicos.
O fenômeno
so de desenvolvimento econômico, obser vável històricamente.
não afetam a curva dos preços.
sados ficaram agindo nos bastidores, locuplelando-se, ontem como hoje, com as situações de fato. Os beneficiários da in
Nou
tras palavras, o poder de compra da * si»
*
Os países cuja balança comercial é favorável atraem o ouro. Assim, os Es
tados Unidos receberam, no Forte Knox, Estado de Kentucky, 4/5 do ouro
moeda continua o mesmo.
Num sis
tema em relativo equilíbrio, 6 possível
que o aumento adicional de moeda pos sa atingir até 30% da quantidade exis tente sem que se verifiquem quaisquer sintomas de ascensão de preços.
aas, era a exi^licação geral: c os interes
flação foram os que agiram, no campo que ela propiciara, auferindo lucros que a incompetência administrativa e fiscal não atinava como impedir ou coibir. Isso
para não formular a hipótese mais grave. Os curandeiros abundaram, como sói
mundial. O desequilíbrio infun
Depois ó que se notam as primei
acontecer nas épKJcns de crise. Cada en
diu receios nos observadores da saúde monetária internacional,
ras manifestações. Como se hou
tendido no assunto dava seus palpites
vesse uma força de inércia (e fala-se na inércia dos preçOs)^ ^
pelo Angulo adotado para terapêutica.
sempre tão abalada pelos gru pos financeiros em luta peio do mínio dos mercados mundiais.
Sempre as guerras, efetuadas pelos ge nerais, são concluídas pelos banqueiros
alta se produz com lentidão, subindo num ritmo muito inferior
ao cm que aumenta a quantidade de meios de pagamento. Este poderá já ter
_ escrevia Mendès-France, tratando do
dobrado e os preços ainda não atingiram
prob'ema da moeda internacional. E em tÔrno do ouro vai ainda girando uma poderosa constelação de interesses.
50%. Mas essa relação se modifica. Em
CentraSzaram-se as reservas-ouro em
pouco, se o foco inflacionário persiste, a mobilidade dos preços ultrapassa o ritmo da emissão monetária — e passa a acon
Os mais complexos aparece
ram, já frutos de amadurecimento cien
Oj conhecedores do assunto sabem que os primeiros jatos de moeda emitida
•
Outros foram encontrando outros re
médios.
vêmo do sr. Gctúlio Vargas, ainda hoje político, mais visível aos olhos das mas-
Se enquadrava nitidamente no proces
mente diversas. Demais, as situações criadas pela inflação dentro da socie dade não se re,solvcriam fazendo uma reversão ã fase anterior. H;i certa irre-
íi:
vêrno emitiu meios de pagamento, au mentando assim o volume om ascensão.
tava-se, antes de tudo, de fenômeno que
da inflação e a da deflação. Não são simétricas, têm elasticidades completa
Os mais simplistas raciocinaram: Há di
nheiro de mais? Pois que se diminua! E passaram a falar ore rotundo na de flação.
Seria a valorização dos meios
de pagamento, a revitalização do poder do compra etc. Todos os credores sor riram, todos os que vivem de rendas
fixas se enterneceram... Que essa con
Aqui nos separamos do pensamento lei- ^ go. Falaram alguns técnicos. Para grando parte dos economistas americanos — o muitas teorias foram e.xpostas — as cri
ses que assoberbam o sistema que nos rege originam-se realmente da esfera
monetária. Essa superestrutura
que
cH3nslitui o dinheiro, com tôdas as ins
tituições que ele implica, representa, na sociedade atual, uma fòrça decisiva. O organismo bancário comanda o ritmo
da produção, da circulação, do consu mo.^ De suas falhas resultariam os abaios que se fazem sentir. Tôda a atenção dêsses pensadores volta-se para ^'^psrfeíçoamento do organismo ban cário. Assim é que o volume do meio circulante, a proporção do crédito ban cário, a velocidade de circulação de moeda, a rede de drenagem de capi tais, tôda a complexidade do aparelha-
versa enchesse os cafés e entusiasmasse
mento é responsável pelas oscilações
os jornalistas que tratam esportivamCnte
verificadas. Uma retração do crédito pot
V
1
Dicesto Econômico
44
Dicesto
EcoNÓNncc>
45
um banco central fará repercutir, por
fiadas e pequena burguesia; cios lucros
o estudo sistematizado e orientado cien
Pode-se comprar sem \ ender e \'ice-
tôda a economia nacional (e, tratando-
e dividendos das grandes empresas; dos
tificamente.
Não bastam as credenciais
\'ersa. Isso significa que podem ser re
se de uma economia-iider, pelas econo
preços de cnisto das mercadorias de ba
mias reCexas de outras nações), os seus
se; dos intermediários nas diferentes ati
dc cientista, nesse domínio dos fatos so ciais. A condição ó necessária, mas não
forma de dinheiro, retirar pcder de com
efeitos mais ou menos fortes.
vidades comerciais: dos meios de trans porte etc.
A teoria do emprêgo pleno dos fatôres veio trazer suas contribuições e reto ques ao esquema.
Quando num país todos os recursos
produtivos estão utilizados plenamente, não ha margem para mais inversões de capitais senão forçando a alta
dos preços. Porque as novas empresas abertas vão competir,
nos diversos mercados a quê
compareçam, com as existentes,
revigorando ainda mais a pro cura.
No mercado de trabalho, como no mercado de bens produtivos, os nre-
Êsses estudo.s, em muitos ramos, con
tavam já oom trabalhos anteriores e com órgãos adequado«^: cm outros, nada. Para tomar medidas imediatas, im possível. No entanto, era o que se e.xi-
gia. Resultado: prisão periódica de meia dúzia dc pobres diabos
um imperativo deve agir na consciência
do;: pi-s(piisadores; o do interêsse pú blico. Não que êstc se contraponha scmpro ao.s particulares; mas para que, atendidos os intcrêsscs coletivos e com
mais fundamentais continuam intactas, produzindo os seus
pelidos os grupos aos ditames do Esta do, que deve salvaguardar o bem-estar
Cremos, porém, que acima desses tra
funclóna e defeituosa), devera ser Con siderados os fatores procedentes da es peculação, que, entre nós, apesar de tôdas as medidas alardeadas, não foram atacados como deviam. Nesse assunto a boa vontade é perfeitamente irrisória Exige-se primeiro que seja e.vplioado Cientificamente o problema, para que
preenderíamos ter cometido um grande
mercadorias nq valor de 5 xelins, com crime. Teríamos cometklo o crinu: dc
roubar sorrateiramente aos soldados e
problema quando dircutiu, com aquela penetração que aos olhos de muitos o singularizou como o maior dos econo mistas neo-clássicos (mau grado, suas
Mas
a planteou não lhe permitia chegar .» Pelo sumário insuficiente, uma \erda-
dc ressaltaria logo: não se pode isolar o problema do excesso de meios de pa gamentos dos demais problemas. O mun do social c uma interdependência varia da — e nada exprime mais essas inter dependências entre as \'ariáveis econô micas do que o fenômeno prcço. Nas
soas adquiriam por bem querer se desincumbir de seus deveres e à custa dc tremendos sacrifícios e privações."
cesso das necessidades sociais de con
estado rudimentaríssimo de economia, os
valores permutados estão ligados ao pro
sumo.
O dinliciro, porém, permite,
inicialmente, como notou Ricardo, que com produtos e serviços se adquiram pro
dutos e serviços, na sua função de meio
fundamentais que deveriam preceder qualquer medida política em prol do bem-estar nacional significa apenas o se guinte: que, em face de um problema econômico tão complexo, qual seja o çontrôle de preços, o primeiro passo é'
circulação, que determinaria, até certo ponto, os preços existentes. Lord Keynes andou marginando o
a forma como expôs a questão e como
sociedades baseadas na troca direta, em
Aquela incompleta indicação dos iten.ç
clu ccmunidade desiguala-se da massa existente dc mercadorias produzidas em
des entre inversão e poupança. * *
trabaUuidores dêste país aquilo que, por 200 ou 300 eiterUnos. milhões de pes
«
de dcsajustamento entre as diferentes
h.eresias anti-clássicas)^ as desigualda
de todos.
Não ouvimos essa lição de Churchill"Há uma coisa que certaúiente não
mo.i pela manliã e percebêssemos que uma libra esterlina só conseguia comprar
voilto dos capitais invertidos e da natu reza desses capitais; da estatística dos diversos mercados nacionais e de sua capacidade de absorção; do mercado do trabalho; dos ingressos das classes sala-'
que não sejam, seb capa cientifica, con trabandeados intcrêssc-- particiilaro.s. Só
partes do sirtcma. O poder de compra
lar, enquanto tôdas as causas
poderemos fazer... Mas se a*cordáss'c-
tivéssemos possibilidades de combater as causas dos males com eficiência urgia inicialmente um sincero e meti culoso estudo da situação da produção do País cm cada um de seus ramos; do
pra cm potencial, adiando sua conversão
cm mercadorias c abrindo possibilidades
onde porventura se contrapuser, sejam
ços são afetados pela competição 4ais faremos. Não angariamos \'otos ou po Id d acarretam, ao pularidade prometendo aquilo que não
ços esboçados (e da maneira mais per-
c suficiente. Exigc-re também indepen dência dos insesligadorcs de quaisquer ínjunções eeonóinicas de grupos, para
como satisfação á mi ória popij.
. efeitos pelo tempo afora.
tiradas mercadorias da circulação, sob
conclusões diversas.
O problema da circulação monetária MÚo se pode desligar inteiramente do
jogo das fôrças produti\'as. Uma deter minada forma e nível de estrutura cir
culatória dependem das condições gerais do processo produtivo. Observa-se uma interdependência crescente entre as duas
ordens de fatos.
Disso resulta que
quaisquer medidas visando melhorar o poder de compra, evitar a marcha do processo inflacionista, sanear o meio
circulante, em suma, qualquer medida de política monetária nesse sentido não
produzirá os efeitos desejados se' não
culação de mercadorias determinou a
for, simultaneamente, adotada uma po lítica dc defesa das fôrças produtivas,
.aparição de propriedades novas, dtulro
a fim de superar o atraso econômico e
do troca.
Mas a intensificação da cir
da dinâmica do sistema.
O dinheiro
permitiu dissociar a compra da venda.
ascender a formas mais altas de criação de riqueza.
V
1
Dicesto Econômico
44
Dicesto
EcoNÓNncc>
45
um banco central fará repercutir, por
fiadas e pequena burguesia; cios lucros
o estudo sistematizado e orientado cien
Pode-se comprar sem \ ender e \'ice-
tôda a economia nacional (e, tratando-
e dividendos das grandes empresas; dos
tificamente.
Não bastam as credenciais
\'ersa. Isso significa que podem ser re
se de uma economia-iider, pelas econo
preços de cnisto das mercadorias de ba
mias reCexas de outras nações), os seus
se; dos intermediários nas diferentes ati
dc cientista, nesse domínio dos fatos so ciais. A condição ó necessária, mas não
forma de dinheiro, retirar pcder de com
efeitos mais ou menos fortes.
vidades comerciais: dos meios de trans porte etc.
A teoria do emprêgo pleno dos fatôres veio trazer suas contribuições e reto ques ao esquema.
Quando num país todos os recursos
produtivos estão utilizados plenamente, não ha margem para mais inversões de capitais senão forçando a alta
dos preços. Porque as novas empresas abertas vão competir,
nos diversos mercados a quê
compareçam, com as existentes,
revigorando ainda mais a pro cura.
No mercado de trabalho, como no mercado de bens produtivos, os nre-
Êsses estudo.s, em muitos ramos, con
tavam já oom trabalhos anteriores e com órgãos adequado«^: cm outros, nada. Para tomar medidas imediatas, im possível. No entanto, era o que se e.xi-
gia. Resultado: prisão periódica de meia dúzia dc pobres diabos
um imperativo deve agir na consciência
do;: pi-s(piisadores; o do interêsse pú blico. Não que êstc se contraponha scmpro ao.s particulares; mas para que, atendidos os intcrêsscs coletivos e com
mais fundamentais continuam intactas, produzindo os seus
pelidos os grupos aos ditames do Esta do, que deve salvaguardar o bem-estar
Cremos, porém, que acima desses tra
funclóna e defeituosa), devera ser Con siderados os fatores procedentes da es peculação, que, entre nós, apesar de tôdas as medidas alardeadas, não foram atacados como deviam. Nesse assunto a boa vontade é perfeitamente irrisória Exige-se primeiro que seja e.vplioado Cientificamente o problema, para que
preenderíamos ter cometido um grande
mercadorias nq valor de 5 xelins, com crime. Teríamos cometklo o crinu: dc
roubar sorrateiramente aos soldados e
problema quando dircutiu, com aquela penetração que aos olhos de muitos o singularizou como o maior dos econo mistas neo-clássicos (mau grado, suas
Mas
a planteou não lhe permitia chegar .» Pelo sumário insuficiente, uma \erda-
dc ressaltaria logo: não se pode isolar o problema do excesso de meios de pa gamentos dos demais problemas. O mun do social c uma interdependência varia da — e nada exprime mais essas inter dependências entre as \'ariáveis econô micas do que o fenômeno prcço. Nas
soas adquiriam por bem querer se desincumbir de seus deveres e à custa dc tremendos sacrifícios e privações."
cesso das necessidades sociais de con
estado rudimentaríssimo de economia, os
valores permutados estão ligados ao pro
sumo.
O dinliciro, porém, permite,
inicialmente, como notou Ricardo, que com produtos e serviços se adquiram pro
dutos e serviços, na sua função de meio
fundamentais que deveriam preceder qualquer medida política em prol do bem-estar nacional significa apenas o se guinte: que, em face de um problema econômico tão complexo, qual seja o çontrôle de preços, o primeiro passo é'
circulação, que determinaria, até certo ponto, os preços existentes. Lord Keynes andou marginando o
a forma como expôs a questão e como
sociedades baseadas na troca direta, em
Aquela incompleta indicação dos iten.ç
clu ccmunidade desiguala-se da massa existente dc mercadorias produzidas em
des entre inversão e poupança. * *
trabaUuidores dêste país aquilo que, por 200 ou 300 eiterUnos. milhões de pes
«
de dcsajustamento entre as diferentes
h.eresias anti-clássicas)^ as desigualda
de todos.
Não ouvimos essa lição de Churchill"Há uma coisa que certaúiente não
mo.i pela manliã e percebêssemos que uma libra esterlina só conseguia comprar
voilto dos capitais invertidos e da natu reza desses capitais; da estatística dos diversos mercados nacionais e de sua capacidade de absorção; do mercado do trabalho; dos ingressos das classes sala-'
que não sejam, seb capa cientifica, con trabandeados intcrêssc-- particiilaro.s. Só
partes do sirtcma. O poder de compra
lar, enquanto tôdas as causas
poderemos fazer... Mas se a*cordáss'c-
tivéssemos possibilidades de combater as causas dos males com eficiência urgia inicialmente um sincero e meti culoso estudo da situação da produção do País cm cada um de seus ramos; do
pra cm potencial, adiando sua conversão
cm mercadorias c abrindo possibilidades
onde porventura se contrapuser, sejam
ços são afetados pela competição 4ais faremos. Não angariamos \'otos ou po Id d acarretam, ao pularidade prometendo aquilo que não
ços esboçados (e da maneira mais per-
c suficiente. Exigc-re também indepen dência dos insesligadorcs de quaisquer ínjunções eeonóinicas de grupos, para
como satisfação á mi ória popij.
. efeitos pelo tempo afora.
tiradas mercadorias da circulação, sob
conclusões diversas.
O problema da circulação monetária MÚo se pode desligar inteiramente do
jogo das fôrças produti\'as. Uma deter minada forma e nível de estrutura cir
culatória dependem das condições gerais do processo produtivo. Observa-se uma interdependência crescente entre as duas
ordens de fatos.
Disso resulta que
quaisquer medidas visando melhorar o poder de compra, evitar a marcha do processo inflacionista, sanear o meio
circulante, em suma, qualquer medida de política monetária nesse sentido não
produzirá os efeitos desejados se' não
culação de mercadorias determinou a
for, simultaneamente, adotada uma po lítica dc defesa das fôrças produtivas,
.aparição de propriedades novas, dtulro
a fim de superar o atraso econômico e
do troca.
Mas a intensificação da cir
da dinâmica do sistema.
O dinheiro
permitiu dissociar a compra da venda.
ascender a formas mais altas de criação de riqueza.
Diuk:>io
47
n
Reforma agrária para o Brasil (Confer&nela proferida na Federa^'uo dn« i%NK«teinç«CN Católicf9^ Daniel de Carvalho
mero preconreíto. pois nenbmn dos dois
Sc afasta, mm poderia ufaslar-se, dos categóricos dispositivos da Constituição
Federal de 1910. que admitiu "a justa distribuição de propriedade, com irtual
Oportunidade para todos" (arl. 147)
gou GRATO ao Departamento Cívico da
uma nova mentalidade que consagre o
Federação das Associações Católi cas por incluir-me entre os autores de
valor do trabalho nobililanto da terra.
uma série de palestras sobre assuntos po-
poderá conter numa lei, num . código,
líücos e sociais, e por destinar-me o te
Destarte, a reforma agrária não se num estatuto, mas há do resultar de mo
ma "Reforma Agrária para o Brasil". O elenco de oradores convidados 6
dificações mais e.vlcn.sas c de maior al
uma honrosa companhia que muito ele va o peso da minha responsabilidade e
aspectos eslnilurais da Nação, tais como o demográfico, o econômico c o social.
cance, a serem obtidas ein diferentes
porém .rem afeta- a segurança ilos direi
tos conccrncnle.s à proprledadi- (art. 141). Rclali\amente ao projeto do Executi vo, as críticas que Ibe foram bãtas ten dem a demonstrar (pio a lei proposta não satisfaz a uns porque é tímida e c.xorbíta, para outros porque ofende os di
reitos patrimoniais; para èsles é in(X)m-
pieta, para aqueles transborda no trato
Num bosquejo desse programa, co meçaria par indicar os itens relativos ao
homem a cujo fa\*or se cogita de melhor distribuÍç;io da terra. Êsse homem ne
cessita de assistência cm escala profun da, mcihorando-lhe n saúde, educando-o. valori7.ando-o biológica e social mente, inclusive aproveitando-lhe a des cendência, que a mortalidade infantil
reduz cm proporções impressionantes. Para tal valorização, muito haveria de
contribuir o imigrante portador de ca racterísticas étnicas, de processos de trabalho c hábitos de higiene — recomcndávei.s para o prosseguimento e me
de aspectos que cmisideram inadcquado.s a um código agrário; para alguns
lhoria dc nosso caldeamento racial e co
não é objetiva, para muitos é casuística
trabalho estável e racional.
teve na Brasil, nãa faz muito, a convitP do Ministério da Agricultura, estudou, cm conferência "Sobre o Conceito de Reforma Agrária", as idéias correntes
e desce a providências cm demasia. Pelos modos, portanto, niuíta gente está em condições de fazê-la melhor, jTias o fato dc não ter sequer chegado
junto das medidas em benefício do ho
dissertações teóricas e para os quais pou-
sobre o assunto, mostrando a oposição que se verifica entre os dois processos
a receber emendas impede a concretiza
ção dessas idóias cm socorro da contri
preconizados: o compulsório e drástico
populares se estejam contemplando ex
se o regimem, de monarquia para a Re
buição que o anteprojeto representa.
clusivamente os centros urbanos, de modo a estabelecer novo e forte estímulo
o programa das palestras demonstra bem que a organização agrária do País é
entendida como um dos assuntos de maior profundidade e atualidade da vida brasileira.
O problema tem permanecido entre aqueles de que muitos se ocupam cm
COS apontam soluções práticas. Mudou-
publica, mudou-se, na República, já três
O ilustre agrônomo e economista por tuguês Dr. Henrique de Barros, que es
que vai até a cxpropriação das terras
instituir um no\'o regimem de ex vêzes. o sistema constitucional, e a re para plorá-la, e o das medidas diversas, di forma agrária continuou a ser um tabu. retor, e indircta.s, tendentes a corrigir as territorial se formou injustiças e os males do sistema fundiá entre nos mediante concessões de ses- rio vigente.
marias outorgadas pelo Rei. Os donos
dos lati undios constituíam a aristocra cia rural. Os limites das fazendas, en
genhos e estâncias eram sagrados e, se então se vertia sangue por barras' de saia ou de ouro, muito mais se brigava na disputa sobre barras de córregos. O amanho do solo a enxada era tarefa
de escravos e a escravidão nos legou, ao desaparecer, alguns estigmas, sendo dos mais funestos o de considerar servil o trato da terra com as próprias mãos, Cumpre vencer êsse preconceito e criar
No Brasil, salvo alguns .fanáticos ex
tremistas, ninguém cogitou do primeiro daqueles si.stemas, sofrendo absoluto boicote e oposição até mesmo as mais
amenas idéias de restrição ao conceito quiritáriü da propriedade apresentadas
em projetos constitucionais e legislativos. Creio mesmo ser essa a razão pela qual não lograram ter andamento na Câmara dos Deputados, na atual legisla tura, os dois projetos de lei de organiza ção agrária lá existentes. No entanto, trata-se, certamente,, de
Sem querer superestimá-lo, tenho en
mo fatôre.s saudáveis de emulação para o No con
mem do campo, ó de especial importân cia a vivcnda rural asseada e digna,
sendo de lamentar que na e.xecução de um plano de disseminaÇião de habitações
tretanto a impressão de que, se uns tan tos dc seus dispositivos estivessem em vigor, deficiências graves de nossa eco nomia agropecuária se apresentariam
ao ê.xodo para as cidades. Entre cs cui
atenuadas, com a sua correção em se
gentina, se não conseguiram eliminar êsse grave fator negativo de produção
guro encaminhamento. Mesmo cm rápidos traços, para não abusar da tolerância do auditório, deixa
rei indicados alguns desses aspectos. A reforma pròpriamente dita e subs tancial de nossa organização agrária, convém repetir, não há de ser obtida por um c^onjunto de medidas concernentes apenas às relações jurídicas em 'lôrno
dados de ordem sanitária e social, deve rá estar o combate ao alcoolismo. Nos- ■ sos vizinhos do sul, o Uruguai e a Ar
0 de moral, ao menos lhe reduziram os danos da difusão, mediante conveniente
política tributária, do vinho em vez da aguardente.
Esta, entre nós, é responsável por
distúrbios graves, pois proporciona unia sensação de .euforia no lugar da ali
mentação, 6 produz efeitos indiretos na
da gleba. Ela exige um programa am plo de ação governativa, no qual o Mi
hereditariedade, predisposição para va
nistério da Agricultura tem só uma parte
te para a vida da comunidade e para,a
3 cumprir.
moral e a economia do lar. •ÍTíi-
rias enfermidades, prejuízos de tôda sor
Diuk:>io
47
n
Reforma agrária para o Brasil (Confer&nela proferida na Federa^'uo dn« i%NK«teinç«CN Católicf9^ Daniel de Carvalho
mero preconreíto. pois nenbmn dos dois
Sc afasta, mm poderia ufaslar-se, dos categóricos dispositivos da Constituição
Federal de 1910. que admitiu "a justa distribuição de propriedade, com irtual
Oportunidade para todos" (arl. 147)
gou GRATO ao Departamento Cívico da
uma nova mentalidade que consagre o
Federação das Associações Católi cas por incluir-me entre os autores de
valor do trabalho nobililanto da terra.
uma série de palestras sobre assuntos po-
poderá conter numa lei, num . código,
líücos e sociais, e por destinar-me o te
Destarte, a reforma agrária não se num estatuto, mas há do resultar de mo
ma "Reforma Agrária para o Brasil". O elenco de oradores convidados 6
dificações mais e.vlcn.sas c de maior al
uma honrosa companhia que muito ele va o peso da minha responsabilidade e
aspectos eslnilurais da Nação, tais como o demográfico, o econômico c o social.
cance, a serem obtidas ein diferentes
porém .rem afeta- a segurança ilos direi
tos conccrncnle.s à proprledadi- (art. 141). Rclali\amente ao projeto do Executi vo, as críticas que Ibe foram bãtas ten dem a demonstrar (pio a lei proposta não satisfaz a uns porque é tímida e c.xorbíta, para outros porque ofende os di
reitos patrimoniais; para èsles é in(X)m-
pieta, para aqueles transborda no trato
Num bosquejo desse programa, co meçaria par indicar os itens relativos ao
homem a cujo fa\*or se cogita de melhor distribuÍç;io da terra. Êsse homem ne
cessita de assistência cm escala profun da, mcihorando-lhe n saúde, educando-o. valori7.ando-o biológica e social mente, inclusive aproveitando-lhe a des cendência, que a mortalidade infantil
reduz cm proporções impressionantes. Para tal valorização, muito haveria de
contribuir o imigrante portador de ca racterísticas étnicas, de processos de trabalho c hábitos de higiene — recomcndávei.s para o prosseguimento e me
de aspectos que cmisideram inadcquado.s a um código agrário; para alguns
lhoria dc nosso caldeamento racial e co
não é objetiva, para muitos é casuística
trabalho estável e racional.
teve na Brasil, nãa faz muito, a convitP do Ministério da Agricultura, estudou, cm conferência "Sobre o Conceito de Reforma Agrária", as idéias correntes
e desce a providências cm demasia. Pelos modos, portanto, niuíta gente está em condições de fazê-la melhor, jTias o fato dc não ter sequer chegado
junto das medidas em benefício do ho
dissertações teóricas e para os quais pou-
sobre o assunto, mostrando a oposição que se verifica entre os dois processos
a receber emendas impede a concretiza
ção dessas idóias cm socorro da contri
preconizados: o compulsório e drástico
populares se estejam contemplando ex
se o regimem, de monarquia para a Re
buição que o anteprojeto representa.
clusivamente os centros urbanos, de modo a estabelecer novo e forte estímulo
o programa das palestras demonstra bem que a organização agrária do País é
entendida como um dos assuntos de maior profundidade e atualidade da vida brasileira.
O problema tem permanecido entre aqueles de que muitos se ocupam cm
COS apontam soluções práticas. Mudou-
publica, mudou-se, na República, já três
O ilustre agrônomo e economista por tuguês Dr. Henrique de Barros, que es
que vai até a cxpropriação das terras
instituir um no\'o regimem de ex vêzes. o sistema constitucional, e a re para plorá-la, e o das medidas diversas, di forma agrária continuou a ser um tabu. retor, e indircta.s, tendentes a corrigir as territorial se formou injustiças e os males do sistema fundiá entre nos mediante concessões de ses- rio vigente.
marias outorgadas pelo Rei. Os donos
dos lati undios constituíam a aristocra cia rural. Os limites das fazendas, en
genhos e estâncias eram sagrados e, se então se vertia sangue por barras' de saia ou de ouro, muito mais se brigava na disputa sobre barras de córregos. O amanho do solo a enxada era tarefa
de escravos e a escravidão nos legou, ao desaparecer, alguns estigmas, sendo dos mais funestos o de considerar servil o trato da terra com as próprias mãos, Cumpre vencer êsse preconceito e criar
No Brasil, salvo alguns .fanáticos ex
tremistas, ninguém cogitou do primeiro daqueles si.stemas, sofrendo absoluto boicote e oposição até mesmo as mais
amenas idéias de restrição ao conceito quiritáriü da propriedade apresentadas
em projetos constitucionais e legislativos. Creio mesmo ser essa a razão pela qual não lograram ter andamento na Câmara dos Deputados, na atual legisla tura, os dois projetos de lei de organiza ção agrária lá existentes. No entanto, trata-se, certamente,, de
Sem querer superestimá-lo, tenho en
mo fatôre.s saudáveis de emulação para o No con
mem do campo, ó de especial importân cia a vivcnda rural asseada e digna,
sendo de lamentar que na e.xecução de um plano de disseminaÇião de habitações
tretanto a impressão de que, se uns tan tos dc seus dispositivos estivessem em vigor, deficiências graves de nossa eco nomia agropecuária se apresentariam
ao ê.xodo para as cidades. Entre cs cui
atenuadas, com a sua correção em se
gentina, se não conseguiram eliminar êsse grave fator negativo de produção
guro encaminhamento. Mesmo cm rápidos traços, para não abusar da tolerância do auditório, deixa
rei indicados alguns desses aspectos. A reforma pròpriamente dita e subs tancial de nossa organização agrária, convém repetir, não há de ser obtida por um c^onjunto de medidas concernentes apenas às relações jurídicas em 'lôrno
dados de ordem sanitária e social, deve rá estar o combate ao alcoolismo. Nos- ■ sos vizinhos do sul, o Uruguai e a Ar
0 de moral, ao menos lhe reduziram os danos da difusão, mediante conveniente
política tributária, do vinho em vez da aguardente.
Esta, entre nós, é responsável por
distúrbios graves, pois proporciona unia sensação de .euforia no lugar da ali
mentação, 6 produz efeitos indiretos na
da gleba. Ela exige um programa am plo de ação governativa, no qual o Mi
hereditariedade, predisposição para va
nistério da Agricultura tem só uma parte
te para a vida da comunidade e para,a
3 cumprir.
moral e a economia do lar. •ÍTíi-
rias enfermidades, prejuízos de tôda sor
u, IIUI I
T Digesto
48
Econômici»
DiGKsro
EcoNÓ.xtiro
•íf) •
Antes do brado de "rumo ao campo" temos que impedir a fuga dos que !á estão, e para isso é urgente levar mais
exaurem nuas terras c, om s"oz de reslau-
meio rural, passando a babiiar nas cida
rar-Ilie. a ferti idacle ou protegò-las con
des próximas ou nas capitais.
tra a erosão, dcixain-nas oin clccadéncil
Em capítulos do projeto dc Lei Agrá
conforto ao meio rural — por meio dc estradas, escolas, diversões e eletrici
e vão cm busca dc outras, onde igual mente cultivam sem p tisar na preser
disse, devem ser inerentes à ativi
dade feminina c, cm certos casos, pre
dade.
vação do húmus generoso, porem iniP
ria sulmielido ao Congresso Nacional, cnconlram-se di.spositisos possibilitando a obtenção dc morada higiênica para os locatárií)s c parceiros agrícola . É. to davia, indispi nsá\ e] a pi-rmanència da
ésse lar um |>odoroso atrativo para a
família proprietária participando da vida
família.
Será mister estender, fortalecer e uni
eterno.
instrumento eíicaz de assistência médica
Sc a regra ideal c que o agricultor seja proprietário, também nccessitamo.s
e dentária as p."pulaçüis do campo.
que o pr(<prictáric) scía agricultor e resi
ficar o seguro social para torná-lo um A crescente infia^ão monetária e de
crédito está c-omeçando a produzir os seus desastrosos efeitos sobre a nos:a
dente, com a sua família, na gleba. Em palestra que ti\-c oca ião de rea lizar, na Escola Técnica de Ser\'iço So
vida rural. O dinheiro abundante bus ca refúgio na compra dc fazendas c sí tios ao longo das vias férreas, oferecendo
cial, salientei aspectos dessa questão.
preços fantásticos para a sua aquisição.
papel dc maior relevância e cada vez
iVa evolução da \'ida agrícola no Brasil, tem cabido à dona-dc-casa um
O agricultor, endinheirado com a venda,
mais importante. Cessados os desregra-
muda-se para a cidade. Desorganiza-sc uma unidade econômica e, quando a
mentos propiciados poli) rcgimcm escra vocrata, na fase colonial, a casa-grande
nova vier a substituí-la, terá o custo
do ehgenho nordestino, da fazenda mi
de produção excessivamente agravado.
neira cu paulista, da estância sulina, apurou as suas características e a suo função de mansão patriarcal. Hoje, muitas dessas habitações estão vazias, não apcna.s no Nordeste canavieiro, onde a empresa latifundiária substi
Sem estancar a inflação, aliás, será inútil pensar em reerguimento da agri cultura.
Vimos, até aqui, portanto, medidas que independem de modificações no es tatuto jurídico da terra e igualmente
imprescindíveis à es
perada reforma agrária. Tem êsse proble
tuiu numerosos senhores de engenho. mas no País inteiro, por efeito da atra
na fazenda, apurando hábitos e ali\'idades (pie constituem fonte de cmulavâo
c de uma completa integração ecológica. Em geral, são as espiisas e as fillias
dessa área. Dentro dôsre ponto de xista,
de o compatriota, afirmando qne a famí lia rural, isenta cia influencia nefasta da
queles dois fatiàrc.s, "can.servu-se relali-
vainenlc coesa e unida, e apresenta uma soma cie afeição muito maior do que a exibida pelo grupo urbano". Cumpre, portanto, dar sentido dinâmico e cons trutivo a essa reserva inestimável, aper
tímulo.
Confunde-se, cnmumente, no Brasil, a
ernccitnação dc latifúndio com a de
grande propriedade.
Ora, no sentido
moderno, latifúndio não c t(>da proprie mas a ausência de exploração econômica
. cclocüu-se o projeto de 1947. não ata
cando o regimem da grande proprieda de, mus, conforme c.xpus em reunião do Rolar)' Club do Rio de Janeiro, visando
a impedir que as grandes propriedades, e.xistentes ein zonas densamente povoa
da:, próximas aos grandes centros con sumidores, permaneçam incultas à es
ção da cidade sobre
feiçoando, moldando ou mesmo criando
pera de valorização, que viria dar um
o fazendeiro.
a mentalidade rural progressista nas fa
enriquecimento injusto aos seus deten
Alguns proprietá
rios agrícolas que
zendeiras, as atuais c as futuras donas-
tores, quando as populações precisam ser alimentadas e milhares de roceiros
O anteprojeto também atende ao ou tro aspecto, que co.stuma ser omitido, o
rística peculiar: a
grações do
de que a proprieda
lhador rural concor rem para ésse fe-
tários que, como os índios, cansam e
porcione conforto e bem-estar, onde o
dade cuji» área exceda de certa extensão,
teligência e dc sadio prazer.
devido às condições de trabalho, geral mente precárias; é também de proprie
A N-ivenda rural devo ter as caracte
rísticas de uin pô.sto tranqüilo, agradá\ cl. onde o ambiente bem arranjado pro
moderna, o sociólogo T. Lynn Sinitb opõe-sc. cm seguida, àquele seu confra
se queixam da falto
meio de fixação do homem. O noma-
dos os cuidados no sentido de tornar
tação das fiinç(')es crescentes da família
de braços e das mi
dismo, aqui, não é só do assalariado e
ponderantes nessa atividade, o cultivo d(í jardim, o embelezamento do lar, to
liomem encontre repnu.so, lenifivo e es
menos uma caracte
de, só por si, não é
das indústrias domésticas. Mas, ao lado
moças a.s apontadas como responsá\eis pela inadaptação fupiela vida, como nos tálgicas do meio urbano, onde, aliás, (giase sempre gozam de menos conforto. Ora. reconhecendo, com Ogbnm, o declínio da interação .social pela ampu
dc-casa fazendeiras, para que fuçam cio lar uma expressão de traballio, de in
ma, no Brasil, pelo
Iha.s e bicbü-da-sèda, e o variado ramo
traba
Ein todos o.s paíse.s ci\ilizaclo.s, onde
pedem terra para plantar.
se pratica a agricultura como atividade
do núnifiindio, o da micropropriedade,
nômeijo, tanto por omissão no cumpri
econômica e fator de riqueza estável, á mulher assume função de capital im-.
mento de certos deveras em relação às
portãnciii em complemento às labutas
o da propriedade pulverizada, que não, pode dar rendimento econômico e, as sim, prover o sustento de uma tamíiia,
dü marido ou do pai. Cabem-lhe, de niodo especial, o cultivo da horta, a
O nosso regimem .sucessorial. de igual quinhão para todos os descendentes, faz
criação de aves, pequenos animais, abe-
com Que a subdivisão de fazendas ç 5^-
necessidades vitais daquele trabalhador, quanto, ou mais - ainda, pelo próprio exemplo de absenteísmo, de repúdio no
u, IIUI I
T Digesto
48
Econômici»
DiGKsro
EcoNÓ.xtiro
•íf) •
Antes do brado de "rumo ao campo" temos que impedir a fuga dos que !á estão, e para isso é urgente levar mais
exaurem nuas terras c, om s"oz de reslau-
meio rural, passando a babiiar nas cida
rar-Ilie. a ferti idacle ou protegò-las con
des próximas ou nas capitais.
tra a erosão, dcixain-nas oin clccadéncil
Em capítulos do projeto dc Lei Agrá
conforto ao meio rural — por meio dc estradas, escolas, diversões e eletrici
e vão cm busca dc outras, onde igual mente cultivam sem p tisar na preser
disse, devem ser inerentes à ativi
dade feminina c, cm certos casos, pre
dade.
vação do húmus generoso, porem iniP
ria sulmielido ao Congresso Nacional, cnconlram-se di.spositisos possibilitando a obtenção dc morada higiênica para os locatárií)s c parceiros agrícola . É. to davia, indispi nsá\ e] a pi-rmanència da
ésse lar um |>odoroso atrativo para a
família proprietária participando da vida
família.
Será mister estender, fortalecer e uni
eterno.
instrumento eíicaz de assistência médica
Sc a regra ideal c que o agricultor seja proprietário, também nccessitamo.s
e dentária as p."pulaçüis do campo.
que o pr(<prictáric) scía agricultor e resi
ficar o seguro social para torná-lo um A crescente infia^ão monetária e de
crédito está c-omeçando a produzir os seus desastrosos efeitos sobre a nos:a
dente, com a sua família, na gleba. Em palestra que ti\-c oca ião de rea lizar, na Escola Técnica de Ser\'iço So
vida rural. O dinheiro abundante bus ca refúgio na compra dc fazendas c sí tios ao longo das vias férreas, oferecendo
cial, salientei aspectos dessa questão.
preços fantásticos para a sua aquisição.
papel dc maior relevância e cada vez
iVa evolução da \'ida agrícola no Brasil, tem cabido à dona-dc-casa um
O agricultor, endinheirado com a venda,
mais importante. Cessados os desregra-
muda-se para a cidade. Desorganiza-sc uma unidade econômica e, quando a
mentos propiciados poli) rcgimcm escra vocrata, na fase colonial, a casa-grande
nova vier a substituí-la, terá o custo
do ehgenho nordestino, da fazenda mi
de produção excessivamente agravado.
neira cu paulista, da estância sulina, apurou as suas características e a suo função de mansão patriarcal. Hoje, muitas dessas habitações estão vazias, não apcna.s no Nordeste canavieiro, onde a empresa latifundiária substi
Sem estancar a inflação, aliás, será inútil pensar em reerguimento da agri cultura.
Vimos, até aqui, portanto, medidas que independem de modificações no es tatuto jurídico da terra e igualmente
imprescindíveis à es
perada reforma agrária. Tem êsse proble
tuiu numerosos senhores de engenho. mas no País inteiro, por efeito da atra
na fazenda, apurando hábitos e ali\'idades (pie constituem fonte de cmulavâo
c de uma completa integração ecológica. Em geral, são as espiisas e as fillias
dessa área. Dentro dôsre ponto de xista,
de o compatriota, afirmando qne a famí lia rural, isenta cia influencia nefasta da
queles dois fatiàrc.s, "can.servu-se relali-
vainenlc coesa e unida, e apresenta uma soma cie afeição muito maior do que a exibida pelo grupo urbano". Cumpre, portanto, dar sentido dinâmico e cons trutivo a essa reserva inestimável, aper
tímulo.
Confunde-se, cnmumente, no Brasil, a
ernccitnação dc latifúndio com a de
grande propriedade.
Ora, no sentido
moderno, latifúndio não c t(>da proprie mas a ausência de exploração econômica
. cclocüu-se o projeto de 1947. não ata
cando o regimem da grande proprieda de, mus, conforme c.xpus em reunião do Rolar)' Club do Rio de Janeiro, visando
a impedir que as grandes propriedades, e.xistentes ein zonas densamente povoa
da:, próximas aos grandes centros con sumidores, permaneçam incultas à es
ção da cidade sobre
feiçoando, moldando ou mesmo criando
pera de valorização, que viria dar um
o fazendeiro.
a mentalidade rural progressista nas fa
enriquecimento injusto aos seus deten
Alguns proprietá
rios agrícolas que
zendeiras, as atuais c as futuras donas-
tores, quando as populações precisam ser alimentadas e milhares de roceiros
O anteprojeto também atende ao ou tro aspecto, que co.stuma ser omitido, o
rística peculiar: a
grações do
de que a proprieda
lhador rural concor rem para ésse fe-
tários que, como os índios, cansam e
porcione conforto e bem-estar, onde o
dade cuji» área exceda de certa extensão,
teligência e dc sadio prazer.
devido às condições de trabalho, geral mente precárias; é também de proprie
A N-ivenda rural devo ter as caracte
rísticas de uin pô.sto tranqüilo, agradá\ cl. onde o ambiente bem arranjado pro
moderna, o sociólogo T. Lynn Sinitb opõe-sc. cm seguida, àquele seu confra
se queixam da falto
meio de fixação do homem. O noma-
dos os cuidados no sentido de tornar
tação das fiinç(')es crescentes da família
de braços e das mi
dismo, aqui, não é só do assalariado e
ponderantes nessa atividade, o cultivo d(í jardim, o embelezamento do lar, to
liomem encontre repnu.so, lenifivo e es
menos uma caracte
de, só por si, não é
das indústrias domésticas. Mas, ao lado
moças a.s apontadas como responsá\eis pela inadaptação fupiela vida, como nos tálgicas do meio urbano, onde, aliás, (giase sempre gozam de menos conforto. Ora. reconhecendo, com Ogbnm, o declínio da interação .social pela ampu
dc-casa fazendeiras, para que fuçam cio lar uma expressão de traballio, de in
ma, no Brasil, pelo
Iha.s e bicbü-da-sèda, e o variado ramo
traba
Ein todos o.s paíse.s ci\ilizaclo.s, onde
pedem terra para plantar.
se pratica a agricultura como atividade
do núnifiindio, o da micropropriedade,
nômeijo, tanto por omissão no cumpri
econômica e fator de riqueza estável, á mulher assume função de capital im-.
mento de certos deveras em relação às
portãnciii em complemento às labutas
o da propriedade pulverizada, que não, pode dar rendimento econômico e, as sim, prover o sustento de uma tamíiia,
dü marido ou do pai. Cabem-lhe, de niodo especial, o cultivo da horta, a
O nosso regimem .sucessorial. de igual quinhão para todos os descendentes, faz
criação de aves, pequenos animais, abe-
com Que a subdivisão de fazendas ç 5^-
necessidades vitais daquele trabalhador, quanto, ou mais - ainda, pelo próprio exemplo de absenteísmo, de repúdio no
OlCR6-TX> ECOSÓS^f^
50
tíos cancele, muílas vôzes, a possibili
leite, encontrará uni prcçYi determinado» se o merc.ado n;V> ofcrcctr mais.
:
dade de tocar a cada herdeiro uma unidade eccnómica.
*
Para a exploração econômica da terra
O projeto trata, assim, especialmente» dos problemas di? financiamento das sa
•
Ec.-* »n<S.n i h ,«»
51
dos. Esperaram que o Covêmo exeítiitasse as obras para. depois, venderem íJ*'' letras por altos preços, inclusive ao próprio Co\-ênio.
precisam ser regulados não apenas em função da demanda das necessidades do
mercado, mas á base do custo de pro dução. custo que cumpre reduzir pela
— e não pede ser exploração econômica
fras e da garantia do preço mínimo ao
a que reduz ou acaba com a produtivi
agricultor;
^sns, oti ;\ desapropriação ou. então, á
dade da terra - a Lei Agrária, ao .lado
Outra questão encarada c a da popu lação flutuante, cia população em tràn.sito, dos quo ficaram .sem terras, não
aplicação da taxa de melhoria, e o pro jeto regula as duas bipóle.sc.s.
sabem para onde ir c vêm para o Rio, para as grandes cidades, habitar as fa
ria não re pede regular sem eficiente
fissislência técnica <h^ agrônomos para as
cargo do Ser\-iço de Economia Rural,
velas; dos desempregados; dos atingidos pelas sêcas c pelas inundações; dos es
eiiltiiras c de \'ctcrmários para os ani
em camno todavia restrito.
mais. ensino de meios de prc.ser\'aç.ão
que, mediante o clamor organizado, que
trangeiros que querem vir para o nosso
das rifiuozas devastadas por ignorância
nem sempre procedo realmente do pro
país, mas não estão habituados à vida
o solo, as ágtias. as floreslasj a caça e a pesca. Assistência oferecida de lon
ao. aumento dos preçôs pagos pelo con
do problema social, encara o problema da aplicação das técnicas racionais do trabalho agrícola.
Tem ela em mira, igualmente, obslar a exploração do homem. Em geral, su
põe-se que só há exploração por parte
do proprietário, quando muitas vêzcs o proprietário é uma vítima.
O dono
da terra pode ser vítima de arrendatá-
nos, de parceiros e assalariados.
As
- duas modalidades de abuso de direito ; , ^ estão incluídas na reforma agrária, que L í, toma bem ciaras as obrigações de uns
||F e de outros para evitar a exploração do
M homem pelo homem - quer do arrcndatario, do parceiro, do assalariado para com o proprietário, quer do proprieLio para com aqueles.
A reforma agrária procura também evitar a exploração de ambos, proprietá ncs e tabdhadcres da terra,
lermedrános, dando aos lavradores as sistencia financeira o facilitando a cons trução de armazéns e silos, para quê possam produzir, guardar suas coiiicUas e vender a sua produção sem mêdo de perdê-la ou de lhes faltarem recursos Outro ponto importante, que atende a generalizado clamor da lavoura é a garantia do preço mínimo aos produtos da agricultura. Esta, por sua natureza instável, su
jeita aos fenômenos meteorológicos e a 1
>
tantas incertezas, precisa ter, pelo me
nos, esta segurança - a de que, uma
vez produzido o cereal, a carne ou o
do campo, ou à vida do nosso campo, Prevê-se a criação de colônias-escolas. É uma idéia difundida há muito tempo
pelo Dr. Tei.vcira de Freitas, a criação de coiônias-escícilas, onde êsses homerrs e essas famílias sejam abrigados, rece bam o necessário ensino, a necessária
adaptação à vida rural, para, depois, adquirirem lotes definitivos, neles tra balhando e dêles tirando o sustento.
A Con-^títuic.-ão obriga, hoje, nesses
A transformação da nossa vida agrá
ge, mas prestada por meio de postos agropecuários, c.stabelccidos nas zonas rurais na maioria dos municípios e dis pondo dos meios dr-- transporte neces sários ã mobilidade dos técnicos.
Aliás,
êssc progresso já está cm plena execução, à medida dos recursos fornecidos pelo orçamento.
Finalmente, encara
outro
problema
Só êsse capítulo da Lei Agrária 'bas taria para recomendá-la, porque tôdas as vêzes que ocorre uma grande inunda ção, uma grande seca, uma grande leva de imigração, os poderes publicxjs se » vêem perplexos diante do problema, à
financiamento, a lei est.abclcce e facilita a inscrição das terras no cadastro. E, uma vez feita essa inscrição, ela. por .si
falta de uma organização permanente
só, basta para que se possa obter finan
para onde soja canalizada essa popula ção em trânsito ou êsses elementos de
ciamento bancário. O cadastro, assim, será a bare do crédito rural.
sajustados.
em benefício do proprietário. Visa a im
Financiamento c garantia de preços, tanto quanto armazenamento e indus trialização nos centros produtores e ou tros imperativos da nossa economia agrá ria, não podem continuar a ser provi
pedir a reprodução do que ocorreu na
dências de momento, adotadas, muitas
Baixada Fluminense, onde se realizaram
vêzes, quando não mais beneficiam o produtor, mas devem constituir um sis
Outra parte da reforma agrária pro cura evitar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente
grandes obras de saneamento sem se cogitar da desapropriação das terras ou de entendimentos com seus proprietá-
muito importante, qual seja o do cadas tro das nossas terras.
Ckímo a êsse ponto está ligado o do
tema permanente e expedito. Por outro lado, os preços garantidos
aplicação crescente da técnica.
Infelizmente, o simples levantamento desse custo ainda não foi cbíelo dos es tudos que merece. Tive, nò Ministério
da Agricultura, o ensejo de possibilitar os primeiros ensaios nesre senHdo. a O fato é
dutor, mas do intennediário, recorre-se sumidor. Diante da noçãó curial de quo o lucro é a diferença entre o custo
do produto e o preço que por ele se obtém, política empírica e anti-social, clev.i o preço para assegurar o ■.lu cro, cm vez de assegurar a êste raator
margem mediante a redução do custo. • O Estado encontra-se na posição- de grande segurador contra tôdas as for mas de prejuízo, certamente por isso não havendo também logrado o necessário encaminhamento e organização do se
guro rural, de que um sistema agrário mesmo rudimentar não pode prescindir.
Disse, no inicio desta palestra, que uma reforma substancial de nossa vida
niral exige largo programa de ação go vernativa, no qual os órgãos-especiali zados — pois no Ministério da Agricul tura acrescento as Secretarias de Agri
cultura dos Estados e os Serviços Muni cipais dessa natureza — tenham apenas uma parte a desempenhar. Mas por ser essa parte a mais direta
e decisiva, cumpre elevar tais órgãos à posição que Uies corresponde num pais como o nosso, e dar aos agrônomos
OlCR6-TX> ECOSÓS^f^
50
tíos cancele, muílas vôzes, a possibili
leite, encontrará uni prcçYi determinado» se o merc.ado n;V> ofcrcctr mais.
:
dade de tocar a cada herdeiro uma unidade eccnómica.
*
Para a exploração econômica da terra
O projeto trata, assim, especialmente» dos problemas di? financiamento das sa
•
Ec.-* »n<S.n i h ,«»
51
dos. Esperaram que o Covêmo exeítiitasse as obras para. depois, venderem íJ*'' letras por altos preços, inclusive ao próprio Co\-ênio.
precisam ser regulados não apenas em função da demanda das necessidades do
mercado, mas á base do custo de pro dução. custo que cumpre reduzir pela
— e não pede ser exploração econômica
fras e da garantia do preço mínimo ao
a que reduz ou acaba com a produtivi
agricultor;
^sns, oti ;\ desapropriação ou. então, á
dade da terra - a Lei Agrária, ao .lado
Outra questão encarada c a da popu lação flutuante, cia população em tràn.sito, dos quo ficaram .sem terras, não
aplicação da taxa de melhoria, e o pro jeto regula as duas bipóle.sc.s.
sabem para onde ir c vêm para o Rio, para as grandes cidades, habitar as fa
ria não re pede regular sem eficiente
fissislência técnica <h^ agrônomos para as
cargo do Ser\-iço de Economia Rural,
velas; dos desempregados; dos atingidos pelas sêcas c pelas inundações; dos es
eiiltiiras c de \'ctcrmários para os ani
em camno todavia restrito.
mais. ensino de meios de prc.ser\'aç.ão
que, mediante o clamor organizado, que
trangeiros que querem vir para o nosso
das rifiuozas devastadas por ignorância
nem sempre procedo realmente do pro
país, mas não estão habituados à vida
o solo, as ágtias. as floreslasj a caça e a pesca. Assistência oferecida de lon
ao. aumento dos preçôs pagos pelo con
do problema social, encara o problema da aplicação das técnicas racionais do trabalho agrícola.
Tem ela em mira, igualmente, obslar a exploração do homem. Em geral, su
põe-se que só há exploração por parte
do proprietário, quando muitas vêzcs o proprietário é uma vítima.
O dono
da terra pode ser vítima de arrendatá-
nos, de parceiros e assalariados.
As
- duas modalidades de abuso de direito ; , ^ estão incluídas na reforma agrária, que L í, toma bem ciaras as obrigações de uns
||F e de outros para evitar a exploração do
M homem pelo homem - quer do arrcndatario, do parceiro, do assalariado para com o proprietário, quer do proprieLio para com aqueles.
A reforma agrária procura também evitar a exploração de ambos, proprietá ncs e tabdhadcres da terra,
lermedrános, dando aos lavradores as sistencia financeira o facilitando a cons trução de armazéns e silos, para quê possam produzir, guardar suas coiiicUas e vender a sua produção sem mêdo de perdê-la ou de lhes faltarem recursos Outro ponto importante, que atende a generalizado clamor da lavoura é a garantia do preço mínimo aos produtos da agricultura. Esta, por sua natureza instável, su
jeita aos fenômenos meteorológicos e a 1
>
tantas incertezas, precisa ter, pelo me
nos, esta segurança - a de que, uma
vez produzido o cereal, a carne ou o
do campo, ou à vida do nosso campo, Prevê-se a criação de colônias-escolas. É uma idéia difundida há muito tempo
pelo Dr. Tei.vcira de Freitas, a criação de coiônias-escícilas, onde êsses homerrs e essas famílias sejam abrigados, rece bam o necessário ensino, a necessária
adaptação à vida rural, para, depois, adquirirem lotes definitivos, neles tra balhando e dêles tirando o sustento.
A Con-^títuic.-ão obriga, hoje, nesses
A transformação da nossa vida agrá
ge, mas prestada por meio de postos agropecuários, c.stabelccidos nas zonas rurais na maioria dos municípios e dis pondo dos meios dr-- transporte neces sários ã mobilidade dos técnicos.
Aliás,
êssc progresso já está cm plena execução, à medida dos recursos fornecidos pelo orçamento.
Finalmente, encara
outro
problema
Só êsse capítulo da Lei Agrária 'bas taria para recomendá-la, porque tôdas as vêzes que ocorre uma grande inunda ção, uma grande seca, uma grande leva de imigração, os poderes publicxjs se » vêem perplexos diante do problema, à
financiamento, a lei est.abclcce e facilita a inscrição das terras no cadastro. E, uma vez feita essa inscrição, ela. por .si
falta de uma organização permanente
só, basta para que se possa obter finan
para onde soja canalizada essa popula ção em trânsito ou êsses elementos de
ciamento bancário. O cadastro, assim, será a bare do crédito rural.
sajustados.
em benefício do proprietário. Visa a im
Financiamento c garantia de preços, tanto quanto armazenamento e indus trialização nos centros produtores e ou tros imperativos da nossa economia agrá ria, não podem continuar a ser provi
pedir a reprodução do que ocorreu na
dências de momento, adotadas, muitas
Baixada Fluminense, onde se realizaram
vêzes, quando não mais beneficiam o produtor, mas devem constituir um sis
Outra parte da reforma agrária pro cura evitar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente
grandes obras de saneamento sem se cogitar da desapropriação das terras ou de entendimentos com seus proprietá-
muito importante, qual seja o do cadas tro das nossas terras.
Ckímo a êsse ponto está ligado o do
tema permanente e expedito. Por outro lado, os preços garantidos
aplicação crescente da técnica.
Infelizmente, o simples levantamento desse custo ainda não foi cbíelo dos es tudos que merece. Tive, nò Ministério
da Agricultura, o ensejo de possibilitar os primeiros ensaios nesre senHdo. a O fato é
dutor, mas do intennediário, recorre-se sumidor. Diante da noçãó curial de quo o lucro é a diferença entre o custo
do produto e o preço que por ele se obtém, política empírica e anti-social, clev.i o preço para assegurar o ■.lu cro, cm vez de assegurar a êste raator
margem mediante a redução do custo. • O Estado encontra-se na posição- de grande segurador contra tôdas as for mas de prejuízo, certamente por isso não havendo também logrado o necessário encaminhamento e organização do se
guro rural, de que um sistema agrário mesmo rudimentar não pode prescindir.
Disse, no inicio desta palestra, que uma reforma substancial de nossa vida
niral exige largo programa de ação go vernativa, no qual os órgãos-especiali zados — pois no Ministério da Agricul tura acrescento as Secretarias de Agri
cultura dos Estados e os Serviços Muni cipais dessa natureza — tenham apenas uma parte a desempenhar. Mas por ser essa parte a mais direta
e decisiva, cumpre elevar tais órgãos à posição que Uies corresponde num pais como o nosso, e dar aos agrônomos
l
52
l IJ.^
Dicesto
e veterinários estipêndío e situação so cial de engenheiros e médicos. De falo, se começamos a desprezar a condição de
"essencialmente agrícola", não podemos subestimar a importância da lavoura em
nossa vida econômica, tanto para os fins
imediatos de subsistência quanto para o comércio externo e para iastrear o desenvolvimento de nossa industria
lização. E, quando manifesto o pen
samento de tal valorização do Minis
tério e demais departamentos respon sáveis pelo progresso de nossa agricul tura, não me refiro apenas à necessida
de de elevá-los na escala hierárquica e de provê-los dos recursos exigidos por objetivos tão complexos e vastos, num regimem expedito de aplicação, mas
também de preservá-los do caráter poliHco no seio dos governos. E' mister
conservá-los à margem das reivindica ções partidárias e dos interesses indivi
dualistas, para que possam entregar-se a grande missão que lhes cabe.
Os
seus encargos .são incompatíveis con> •
Produtos brasileiros no mercado internacional
discriminação de correligionários e op® silores, pois, para sintetizar nuni
pies exemplo — a formiga é uma S c é igualmente necessário comhatè-Ia
Xi-O mate DcmivAL Tm.x.m.x Vii-íha
sítio do amig<j e no do adversário. Meus senhores: —
Creio lia\'cr to
MATK constitui uin dos produtos de cxp- rlação cujo estudo de mer cado apresenta um grande interè se na
mado ao pé da letra o cxinvitc des\'anCcedor da lu deração das Associaç-ões Ca
tólicas dos ex-alunos para uma "pales tra".
cional.
Neste recinto, onde tanto se tem
Encoutra-se cm uma área geo-
tconóinica delimitada, a bem dizer con
aprofundado o debati- de problemas so
ino de mate, a menos que houvesse ga rantia de o seu uso não prejudicar o mercado cafceiro, já desenvolvido e mui
ciais e humanos, .sob a inspiração da filosofia cristã, "ad majorcm Dei Glo
Grosso, a zi.na noroeste "e sul do Para
to mais remuncrador.
riam", deveria falar-vos sijbre "reforma
ná, eslondeiulü-sc até ao extremo norte
de sua grande importância regional, no
agrária para o Brasil". Apesar do feilio de monólogo, creio realmente haver pro ferido nada mais que uma simples palestra. De.^prczando atavios e evitan
do Pio Grande do Sul.
A maior con-
conjunto das exportações brasileiras, o
cenlraçfio de cr\ais, porém, localiza-se no Paraná, constituindo o mato o .segun
mate sempre se apresentou cou» um dos produtos menores. Cumpre considerar, além disso, que, em relação ao total das I xporlações brasileiras, vem êle grada-
do grande produto de exportação da quele Estado; cm 1920. chegou a erva a representar OTÍf- do total da produção
do considerações de maior aridez, cava-
queei singelamente con\'Osco c me sen tirei feliz SC houver contribuído para
Por isso, apesar
livamcnte perdendo terreno.
do Brasil, c mesmo atualmente, apesar
dc se ha\ cr acelerado a exploração dos ervais matügrosscnses, principalmente
manter o xtí-sso interéssc no estudo de
um tema de tal magnitude.
Períodos
sôbrc o valor total
sulinos e, internacionalmente, nos paí-
1925
1929
.ses sul-americanos — Argentina,
1934
o fi
guai o Chile. Motivos de ordem histó rica i'.\plicani por(|ue no passado nao
1930 1935 1940
1,3 0,9
teve grande aceitação na Europa, mes
194.5
1939 1944 1949
da produção total de mate .brasileiro.
Pela sua própria localiz-ação, o mate lein encontrado maior saída nos Estados
Uru
mo en» Portugal. E' qn^ ali já existia um comércio organizado para distribui ção do chá da índia.
A
Médias percentuais 3,3 3.1 3.2 3.1 2.3 3,0
jeira, o Paraná contribui ainda com
A concorrência
IHÜtl
1904
1905 1910
1909 1914
1915 1920
■1924
1919
0,7
Pela tabela acima verifica-se que, en quanto entre 1910 e 1914 o mate che
do mate. podendo dosorganizá-lo, foi (vilada. Possuindo Portugal o mono pólio dos produtos brasileiros, tornou-se impossível expandir o seu uso antes da
gou a representar 3,2% do valor total
independência de nosso país. Posterior
Brasil, Argentina e Paraguai consti tuem os 3 únicos produtores mundiais
mente, a posição
antes assumida pelo
£'há da índia transferiu-se para o café kjouáikHMIÉ
a propaganda em favor de maior*consu-
tínua, compreendendu o sul de Mato
devido a atuação da Cia. Mate Laran
/•
e não interessa\a ao próprio Brasil de senvolver na Europa e Estados Unidos
de no.ssn exportação, no qüinqüênio 1945-1949 rcprc-senlava tão somente 0,7%.
de mate.' No passado, nosso país cl^-
l
52
l IJ.^
Dicesto
e veterinários estipêndío e situação so cial de engenheiros e médicos. De falo, se começamos a desprezar a condição de
"essencialmente agrícola", não podemos subestimar a importância da lavoura em
nossa vida econômica, tanto para os fins
imediatos de subsistência quanto para o comércio externo e para iastrear o desenvolvimento de nossa industria
lização. E, quando manifesto o pen
samento de tal valorização do Minis
tério e demais departamentos respon sáveis pelo progresso de nossa agricul tura, não me refiro apenas à necessida
de de elevá-los na escala hierárquica e de provê-los dos recursos exigidos por objetivos tão complexos e vastos, num regimem expedito de aplicação, mas
também de preservá-los do caráter poliHco no seio dos governos. E' mister
conservá-los à margem das reivindica ções partidárias e dos interesses indivi
dualistas, para que possam entregar-se a grande missão que lhes cabe.
Os
seus encargos .são incompatíveis con> •
Produtos brasileiros no mercado internacional
discriminação de correligionários e op® silores, pois, para sintetizar nuni
pies exemplo — a formiga é uma S c é igualmente necessário comhatè-Ia
Xi-O mate DcmivAL Tm.x.m.x Vii-íha
sítio do amig<j e no do adversário. Meus senhores: —
Creio lia\'cr to
MATK constitui uin dos produtos de cxp- rlação cujo estudo de mer cado apresenta um grande interè se na
mado ao pé da letra o cxinvitc des\'anCcedor da lu deração das Associaç-ões Ca
tólicas dos ex-alunos para uma "pales tra".
cional.
Neste recinto, onde tanto se tem
Encoutra-se cm uma área geo-
tconóinica delimitada, a bem dizer con
aprofundado o debati- de problemas so
ino de mate, a menos que houvesse ga rantia de o seu uso não prejudicar o mercado cafceiro, já desenvolvido e mui
ciais e humanos, .sob a inspiração da filosofia cristã, "ad majorcm Dei Glo
Grosso, a zi.na noroeste "e sul do Para
to mais remuncrador.
riam", deveria falar-vos sijbre "reforma
ná, eslondeiulü-sc até ao extremo norte
de sua grande importância regional, no
agrária para o Brasil". Apesar do feilio de monólogo, creio realmente haver pro ferido nada mais que uma simples palestra. De.^prczando atavios e evitan
do Pio Grande do Sul.
A maior con-
conjunto das exportações brasileiras, o
cenlraçfio de cr\ais, porém, localiza-se no Paraná, constituindo o mato o .segun
mate sempre se apresentou cou» um dos produtos menores. Cumpre considerar, além disso, que, em relação ao total das I xporlações brasileiras, vem êle grada-
do grande produto de exportação da quele Estado; cm 1920. chegou a erva a representar OTÍf- do total da produção
do considerações de maior aridez, cava-
queei singelamente con\'Osco c me sen tirei feliz SC houver contribuído para
Por isso, apesar
livamcnte perdendo terreno.
do Brasil, c mesmo atualmente, apesar
dc se ha\ cr acelerado a exploração dos ervais matügrosscnses, principalmente
manter o xtí-sso interéssc no estudo de
um tema de tal magnitude.
Períodos
sôbrc o valor total
sulinos e, internacionalmente, nos paí-
1925
1929
.ses sul-americanos — Argentina,
1934
o fi
guai o Chile. Motivos de ordem histó rica i'.\plicani por(|ue no passado nao
1930 1935 1940
1,3 0,9
teve grande aceitação na Europa, mes
194.5
1939 1944 1949
da produção total de mate .brasileiro.
Pela sua própria localiz-ação, o mate lein encontrado maior saída nos Estados
Uru
mo en» Portugal. E' qn^ ali já existia um comércio organizado para distribui ção do chá da índia.
A
Médias percentuais 3,3 3.1 3.2 3.1 2.3 3,0
jeira, o Paraná contribui ainda com
A concorrência
IHÜtl
1904
1905 1910
1909 1914
1915 1920
■1924
1919
0,7
Pela tabela acima verifica-se que, en quanto entre 1910 e 1914 o mate che
do mate. podendo dosorganizá-lo, foi (vilada. Possuindo Portugal o mono pólio dos produtos brasileiros, tornou-se impossível expandir o seu uso antes da
gou a representar 3,2% do valor total
independência de nosso país. Posterior
Brasil, Argentina e Paraguai consti tuem os 3 únicos produtores mundiais
mente, a posição
antes assumida pelo
£'há da índia transferiu-se para o café kjouáikHMIÉ
a propaganda em favor de maior*consu-
tínua, compreendendu o sul de Mato
devido a atuação da Cia. Mate Laran
/•
e não interessa\a ao próprio Brasil de senvolver na Europa e Estados Unidos
de no.ssn exportação, no qüinqüênio 1945-1949 rcprc-senlava tão somente 0,7%.
de mate.' No passado, nosso país cl^-
OlC£STO
54
EcoNÒMJUu L>i<ík.stu
gou a detei em suas m5os mais de me tade da produção ervateíra, encontran do-se, portanto, em condições de liderar
contrabalançada pela impossibilidade de saneamento
das
regiões
produtoras.
produção argentina, se não supera, pelo
Aqueles rios são altamente malcilosos, principalmente durante as clicias, afu gentando, assim, o trabalhador, ou mi-
menos igua'.a a brasileira. Consideran
nando-lhe a saúde e diminuindo-lhe a
o comércio da erva.
Hoje, porém, a
do-se que aquele país constituía o maior
mercado consumidor do nosro mate, na medida em que sua produção aumentava e que íamos perdendo a posição de lide rança, o nosso comércio exportador so
fria também o pêso da restrição da im portação portcnha.
Tôdas essas considerações nos levam a indagar das características da oferta e
da procura do mate brasileiro, a fim de
•podermos melhor prever quais as suas tuturas possibilidades.
^ Os ervais brasileiros podem ser divi
produtividade do trabalho. A expressão crcfi-míitc 6 imprópria, porque o produto é constituído de fô-
Ecxinòmicc)
pccíolos tnaís grossos.
55
Uma vez can-
para caça fornecedora de came que IhsN
grossas ou finas, oblcndo-se, as.siiTi, u sua classificação dc cr\a cnnchcada cm
completa a dieta alimentar. Além dis so, durante o período de maleita, via de
dois grandes tipos. Terminado o pro cesso cie cancheainento, é a erva depo
regra
sitada era barracõo.s c vendida aos "en
tratamento completo de cura, porquê a assistência médica é difícil e os produ tos farmacêuticos chegam ali a preços
genheiros" ou industriais, que beneficiam a erva e a preparam para o consumo,
Ihas de árvores bastante copadas que chegam a ler de 3 a 6 metros de allum, significando que os ervais ocupam gran des áreas. O rcgimem de exploração agrícola predominante é, por isso. o la tifundiário, principalmente ao sul do Es
seja interno, seja internacional. O bcneficiamcnto consiste cm limpar a erva ds todas as impurezas o cm triturá-la posteriormente, de maneira a obter pro
tado de Mato Grosso; mas podemos en contrar também a pequena propriedade,
realizadas pelos próprios exportadores. Antes da ação das Cooperativas de Pro dutores, o comprador, ao adquirir a er
representada
não por pequenas
áreas
defesa pessoal contra animais bravios e
cheada, a erva c i>eneirada cm malhas
duto mais uniforme e de melhor rendi
mento; tais operações são quase sempre
contaminavam-se,
não
tendo
grandes oportunidades de realizàr um
c.xorbilantcs. Os produtos de alimenta ção c, principalmente,^ os vestuários e
calçados, tão também muito caros, de sorte que o nível de vida nas zonas er
vateiras era e continua sendo em geral muito baixo. Por outro lado, o produ tor. em poucos meses de trabalho, obü-
nlia a totalidade do produto que deveria pernutir-Ihe a subsistência
durante o
didos em nativos e cultivados. Os pri-
ervateiras mas sim pelo fracionamento
va
bcneficiamenlo,
ano todo. Seus barracões
meiros constituem a maior parle da erva
do um erval, que fica nas mãos de vá
computava uma certa pcr-
rias famílias.
centagem de quebra, re
primitivos impediam-lhe a boa conserx-ação do produ
parcialmente inexploradas; os cultivados abrangem pequenas áreas, plantadas em
trativa, o empreendimento 6 relativa mente simples, exigindo um mínimo de
presentada por paus e pó,
to e a falta, de financia
pcrcentagem essa que nun ca era inferior a 30%; para
mento tomava-lhe impos sível guardar a erva, à es pera de um escoamento gradativo, a preços, com- • pensadores; a pirâmide de produção que se formava
aispomvel e representam grandes áreas, ^guns municípios dos Estados do Rio
rr „' Os primeiros em geral apreMato Grosso, sentam produção anli-económica, por que se encontram cercados de outras
vegetações constitutivas das florestas margmais aos rios Paraná. Paraguai e
Uruguai. Isso dificulta a penefracão lhador e aumenta os riscos de explora
encarece a mão-de-obra, isola o traba-'
ção. Dar. em parte, a razão de se or ganizarem ervais de plantação, deixando inexplorados os nativos.
A locali-
zaçãe dos ervais junto aos vales apre senta vantagens e inconvenientes.
A
maior dessas vantagens talvez seja a fa cilidade de transporte por via fluvial, barateando o envio do produto para os centros de beneficiamentu e consumo.
Mas, por outro lado, essa . vantagem é
Sendo uma indústria ox-
normas e instalações. Os'chamados pro dutores de mate são em geral proprie
para
pagamento a vista era prá
tários ou arrendatários de er\'ais, famí
tica
lias inteiras, às quais se reúnem alguns agregados, para a extração e preparo do
rem-se mais 2% sobre o va
comercial
desconta y/4y
mate. Essas famílias e agregados, du
lor da transação. Isso re presentava uma verdadeira
rante os 3 meses de seca — meados de maio a meados de agôsto — cortam e
injustiça social, se considerarmos que os
empilham metòdicamente os galhos me
produtores arcavam com tôdas as difi
mica do produtor obrigavam-no a ceder o mate caricheado a.intermediários ou a
culdades para obtenção da erva; duran
exportadores por preços* extremamente
nores das árvores, tendo o cuidado de
não podá-las de maneira a inutilizar o
planta. Depois de empilhados são êles submetidos a uma intensa flambagem. sofrendo assim a primeira operação de
secagem. A seguir, são colocados no barbaquá ou carijó, uma espécie d© es tufa primitiva, na qual termina a seca gem, para depois processar-se a trituração, em grandes caixas de madeira, as canchas, de modo a partir as folhas em fragmentos e separá-las dos galhos e
te 3 meses viviam e ainda vivem prà-
ticamente dentro do erval, sujeitos aos perigos que as florestas circunvizinhas apresentam. Residiam, não raro, em toscos galpões ou ranchos, alimentandose mal, trabalhando sem descanso para aproveitar o melhor possível os meses de extração da erva. Tinham de pos suir ôles próprios os seus instrumentos de trabalho, embora rudimentares — fa cões, machadinlias, pequenas serra.s e
peneiras, além de armas d© fogo para
e a fraca resistência econô
aviltados, sufocando-líie as possibilidades de progresso. Hoje, vêem-se os produ
tores um pouco melhor defendidos, garantindo-lhes c InsÜtuto Nacional do
Mate preços mínimos para a venda ao
comerciante ou industrial. Além disso,
depois da organização das Cooperativas de Produtores, por ação direta do Insti tuto, diminuiu um pouco a pressão so frida pela existência das grandes quan tidades de safra. Os produtores entre_^
gavam às cooperativas, sob consigna
OlC£STO
54
EcoNÒMJUu L>i<ík.stu
gou a detei em suas m5os mais de me tade da produção ervateíra, encontran do-se, portanto, em condições de liderar
contrabalançada pela impossibilidade de saneamento
das
regiões
produtoras.
produção argentina, se não supera, pelo
Aqueles rios são altamente malcilosos, principalmente durante as clicias, afu gentando, assim, o trabalhador, ou mi-
menos igua'.a a brasileira. Consideran
nando-lhe a saúde e diminuindo-lhe a
o comércio da erva.
Hoje, porém, a
do-se que aquele país constituía o maior
mercado consumidor do nosro mate, na medida em que sua produção aumentava e que íamos perdendo a posição de lide rança, o nosso comércio exportador so
fria também o pêso da restrição da im portação portcnha.
Tôdas essas considerações nos levam a indagar das características da oferta e
da procura do mate brasileiro, a fim de
•podermos melhor prever quais as suas tuturas possibilidades.
^ Os ervais brasileiros podem ser divi
produtividade do trabalho. A expressão crcfi-míitc 6 imprópria, porque o produto é constituído de fô-
Ecxinòmicc)
pccíolos tnaís grossos.
55
Uma vez can-
para caça fornecedora de came que IhsN
grossas ou finas, oblcndo-se, as.siiTi, u sua classificação dc cr\a cnnchcada cm
completa a dieta alimentar. Além dis so, durante o período de maleita, via de
dois grandes tipos. Terminado o pro cesso cie cancheainento, é a erva depo
regra
sitada era barracõo.s c vendida aos "en
tratamento completo de cura, porquê a assistência médica é difícil e os produ tos farmacêuticos chegam ali a preços
genheiros" ou industriais, que beneficiam a erva e a preparam para o consumo,
Ihas de árvores bastante copadas que chegam a ler de 3 a 6 metros de allum, significando que os ervais ocupam gran des áreas. O rcgimem de exploração agrícola predominante é, por isso. o la tifundiário, principalmente ao sul do Es
seja interno, seja internacional. O bcneficiamcnto consiste cm limpar a erva ds todas as impurezas o cm triturá-la posteriormente, de maneira a obter pro
tado de Mato Grosso; mas podemos en contrar também a pequena propriedade,
realizadas pelos próprios exportadores. Antes da ação das Cooperativas de Pro dutores, o comprador, ao adquirir a er
representada
não por pequenas
áreas
defesa pessoal contra animais bravios e
cheada, a erva c i>eneirada cm malhas
duto mais uniforme e de melhor rendi
mento; tais operações são quase sempre
contaminavam-se,
não
tendo
grandes oportunidades de realizàr um
c.xorbilantcs. Os produtos de alimenta ção c, principalmente,^ os vestuários e
calçados, tão também muito caros, de sorte que o nível de vida nas zonas er
vateiras era e continua sendo em geral muito baixo. Por outro lado, o produ tor. em poucos meses de trabalho, obü-
nlia a totalidade do produto que deveria pernutir-Ihe a subsistência
durante o
didos em nativos e cultivados. Os pri-
ervateiras mas sim pelo fracionamento
va
bcneficiamenlo,
ano todo. Seus barracões
meiros constituem a maior parle da erva
do um erval, que fica nas mãos de vá
computava uma certa pcr-
rias famílias.
centagem de quebra, re
primitivos impediam-lhe a boa conserx-ação do produ
parcialmente inexploradas; os cultivados abrangem pequenas áreas, plantadas em
trativa, o empreendimento 6 relativa mente simples, exigindo um mínimo de
presentada por paus e pó,
to e a falta, de financia
pcrcentagem essa que nun ca era inferior a 30%; para
mento tomava-lhe impos sível guardar a erva, à es pera de um escoamento gradativo, a preços, com- • pensadores; a pirâmide de produção que se formava
aispomvel e representam grandes áreas, ^guns municípios dos Estados do Rio
rr „' Os primeiros em geral apreMato Grosso, sentam produção anli-económica, por que se encontram cercados de outras
vegetações constitutivas das florestas margmais aos rios Paraná. Paraguai e
Uruguai. Isso dificulta a penefracão lhador e aumenta os riscos de explora
encarece a mão-de-obra, isola o traba-'
ção. Dar. em parte, a razão de se or ganizarem ervais de plantação, deixando inexplorados os nativos.
A locali-
zaçãe dos ervais junto aos vales apre senta vantagens e inconvenientes.
A
maior dessas vantagens talvez seja a fa cilidade de transporte por via fluvial, barateando o envio do produto para os centros de beneficiamentu e consumo.
Mas, por outro lado, essa . vantagem é
Sendo uma indústria ox-
normas e instalações. Os'chamados pro dutores de mate são em geral proprie
para
pagamento a vista era prá
tários ou arrendatários de er\'ais, famí
tica
lias inteiras, às quais se reúnem alguns agregados, para a extração e preparo do
rem-se mais 2% sobre o va
comercial
desconta y/4y
mate. Essas famílias e agregados, du
lor da transação. Isso re presentava uma verdadeira
rante os 3 meses de seca — meados de maio a meados de agôsto — cortam e
injustiça social, se considerarmos que os
empilham metòdicamente os galhos me
produtores arcavam com tôdas as difi
mica do produtor obrigavam-no a ceder o mate caricheado a.intermediários ou a
culdades para obtenção da erva; duran
exportadores por preços* extremamente
nores das árvores, tendo o cuidado de
não podá-las de maneira a inutilizar o
planta. Depois de empilhados são êles submetidos a uma intensa flambagem. sofrendo assim a primeira operação de
secagem. A seguir, são colocados no barbaquá ou carijó, uma espécie d© es tufa primitiva, na qual termina a seca gem, para depois processar-se a trituração, em grandes caixas de madeira, as canchas, de modo a partir as folhas em fragmentos e separá-las dos galhos e
te 3 meses viviam e ainda vivem prà-
ticamente dentro do erval, sujeitos aos perigos que as florestas circunvizinhas apresentam. Residiam, não raro, em toscos galpões ou ranchos, alimentandose mal, trabalhando sem descanso para aproveitar o melhor possível os meses de extração da erva. Tinham de pos suir ôles próprios os seus instrumentos de trabalho, embora rudimentares — fa cões, machadinlias, pequenas serra.s e
peneiras, além de armas d© fogo para
e a fraca resistência econô
aviltados, sufocando-líie as possibilidades de progresso. Hoje, vêem-se os produ
tores um pouco melhor defendidos, garantindo-lhes c InsÜtuto Nacional do
Mate preços mínimos para a venda ao
comerciante ou industrial. Além disso,
depois da organização das Cooperativas de Produtores, por ação direta do Insti tuto, diminuiu um pouco a pressão so frida pela existência das grandes quan tidades de safra. Os produtores entre_^
gavam às cooperativas, sob consigna
õr> Dicesto
•A er\a colhida e recebiam das mesnía»; um adiantamento na base de 90X dos
dt» s«j rcaliz.ar o corri* paru «pu* liuja uiiu contração brusca cías qnanliclacles ofe
preços fixados pelo Instituto Nacional do Mate. As cooperativas vendiam depois o produto e as sobras líquidas seriam
recidas. A própria or\ a, depois dc canclicada c beneficiada, suporta loiigo ar-
divididas entre os cooperados, depois de investida uma parte das mesmas pa ra melhoria das instalações e para as sistência técnica. Foi, assim, organi zada no Paraná uma rèdc de armazéns
que em parte resolveu o problema da
innzcnanu'iito, tlc.sdí» <pic baja instala ções a(lef|u:idas que impeçam os danoí
(Ia umidiuii , prejudicial ao produto. Es
sa grande elasticidad»* da oferta, que porli ria .ver extremamente \ anlajosa jwra
í) produtor, não o é pi'Ia .sua fraca re sistência econômica c também pelo cm-
formação de estoques dc erva cancheada. Aconteceu, porém, que os recur sos das cooperativas eram escassos para
Com ef( ito, o caboclo é incapaz, dc per ceber as po.ssiljiiidades de controlar a
continuar as operações de financiamen
.sua produção
to, principalmente devido ao fato de a
maior defesa dos produtores encorajálos a produzir mais, formando-se nas
mãos da própria cooperativa grandes re manescentes invcndáveis, que al)sor\'4'ram os recursos e impediram que conti nuasse a prestar assistência financeira.
Na medida em que a organizjição co operativa foi falhando por insuficiência
de escoamento do produto, tanto no mercado interno quanto no mercado in ternacional retornou-se aos poucos ao sistema de venda direta a intermediá
rios, e novamente os ervaleiros cstâo-k' colocando em uma posição extremamen te desfavorável. Do ponto de vista hu mano e social, sem nenhuma dúvida, is so representa
um grave inconveniente,
mas, por outro lado, do ponto de vista
puramente econômico, o dcsencoraja-
pirisnío
com (pie opera no niercado.
de maneira a forçar n>
bencficiadores e exjx)rta(lüre.s a Ibe pa garem uma reimincração mais adequa da.
I^/r tudo isso, a possibilidade de
eontróli? cia of(rla c mais favorável no intermediário e <'io industrial do mate dt) que a cptem extrai o produto. Xo {|uo SC refere ao comércio exterior, o instituto Nacional do Mate organizou o Centro dos Exportadores Brasileiros de Erva Mate Lida., que congrega, cm uni
único bloco,
26 firmas exportadoras-
Ês.se centro organizou-se em contrapo sição ás federações das cooperativas de
ser plenamente explorada.
Xesst* sen
tido, o Instituto Nacional do Mato, re organizado em 1938. muito tem procu
rado fazer; procedeu a estudos regio nais da produção e comércio do mate,
eslandar(Íízou o produto, procurou con
der ser servido inclusive nos intervalos
entre as refeições, pois nutria sem fazer com que os seus consumidores perdes sem o apetite; além disso, quando to mado após as refeições, possuía a vir tude de moderar as fermentações nutri tivas. Tais análises estimularam a cria
trolar os preço.s o permitir assim maior
ção, em Paris, por nossa própria inicia tiva, do "Comptoir Intemationale du
proporcionalidade entre os lucros de produtorc.s e exportadores. Vem orien tando unia campanha de propaganda no
nopólio da propaganda e distribuição do produto. Uma vez organizado, o
Mattó" encarregado de exercer o mo
sentido de expandir o con.sunio o pre tendo resolver o problema dc financia
"Comptoir" firmou um contrato com os
mento, indispcnsáxel á defesa da produ ção. Mas*, por muito b(*m intencionada que seja, essa autarcpiia encontra limi tações na própria situação atual do co
os mesmos concediam um monopsônio a
mércio externo.
portadores brasileiros é criar novas mar cas de sua inteira propriedade. Foi as sim que se popularizou na Europa o
Mi>ti\'Os de ordem his
i xportadores brasileiros, segundo o qual
favor daquela empresa. Esta se reser vava o direito de eliminar as marcas
particulares dos viírios industriais e ex
tórica, como já \imo.s. impediram a ex pansão cio mate fora da América do Sul. O próprio Brasil, inlcics.sado na • mate "Rancho" e o "Pampeiro", marcas expansão cio comércio cafeeiro. não do "Comptoir"; êste, porém, não soube cuidou dc uma campanha clc e.xpansão organizíir a propaganda, pois introduziu do produto nos mercados europeus. Nu a mercadoria como produto medicinal, começo do .século, os principais expor
associando a idéia de que só os doentes
tadores brasileiros, por conta própria,
deviam tomá-lo, como diurético, desin-
estavam exercendo uma propaganda no
sentido de conqufstar mercado, especial
toxicante, remédio para a pele, artritismo e reumatisnK) e como remédio para
pólio bilateral (oligopólio bilateral, pelo menos) e em semelhante organiziição a.s regras do negíScio e a conduçác^
mente na França. A.s principais ma*.cas
emagrecer; por isso, pelo menos na
brasileiras — Leão, Real e Chuy - co meçavam a ser popularizadas. A con-
maneira,
dos preços cabem à parte econòniica-
mente mais resistente, quer dizer, -a quc tem maiores créditos e maiores capitais-
o melhor contingentamento, mediante
.se eneontram em déficit c a produção é
mal.
dcs de expansão, pois a capacidade pro dutiva dos crvais está muito longe de
uma situação bem próxima a um mono
produtore.s. Criou-se, des.sa
mento à produção permitirá a ab:orção dos estoques não vendidos c, no futuro,
cotas de produção, poderá corrigir o
Econômico
Por i.sso é (pie, enquanto os produtores
pràlicamcnte vendida abai.xo do preço mínimo legal, o centro de exportadores acusa a existência de lucros conipensa-
'Telo qntí acabamos de ver, podemos concluir que a oferta de mate é de na .dorc.s. Do ponto de vísta puramente tureza extremamente elástica; uma vez tecnológico, a produção e o (Xímércio desfavoráveis os preços, bastara deixar do mate encontram enormes po.ssibilida-
cjuista do mercado era facilitada pela própria análise do produto (pie o Insti tuto Pastcur de Paris fizera, \'erificando
qno o mate apresentava qualidades nu tritivas superiores ao chá x-erde ou ne gro c mesmo ao café, e que possuía um alcalóide especial — a maleína — de
França, nosso produto é vendido em
farmácias. O lucro que o "Comptoir" aufere é enorme, pois que os preços de vencia ao consumidor são elevadíssimos. Basta dizer que em 1939 o mate era
vendido a 4 francos FOB e pagava apro-ximadamente 1 franco de frete e outro
de direitos, enquanto o "Comptoir" re vendia o produto a 80 francos por uni
O mate
dade, obtendo um lucro líquido de 74
se apresentava, segundo essas análise-,
francos. Embora não tenhamos elementos
confirmadas pelo Dr. Peckolt, como be bida nutritiva, alimento respiratório e de poupança, tendo a \'anlagem de po
a isto não deve ser estranha a atuação
efeito estimulante e diuréticn.
de comprovação, podemos perceber que dos grande.s distribuidores de ohá^ no
õr> Dicesto
•A er\a colhida e recebiam das mesnía»; um adiantamento na base de 90X dos
dt» s«j rcaliz.ar o corri* paru «pu* liuja uiiu contração brusca cías qnanliclacles ofe
preços fixados pelo Instituto Nacional do Mate. As cooperativas vendiam depois o produto e as sobras líquidas seriam
recidas. A própria or\ a, depois dc canclicada c beneficiada, suporta loiigo ar-
divididas entre os cooperados, depois de investida uma parte das mesmas pa ra melhoria das instalações e para as sistência técnica. Foi, assim, organi zada no Paraná uma rèdc de armazéns
que em parte resolveu o problema da
innzcnanu'iito, tlc.sdí» <pic baja instala ções a(lef|u:idas que impeçam os danoí
(Ia umidiuii , prejudicial ao produto. Es
sa grande elasticidad»* da oferta, que porli ria .ver extremamente \ anlajosa jwra
í) produtor, não o é pi'Ia .sua fraca re sistência econômica c também pelo cm-
formação de estoques dc erva cancheada. Aconteceu, porém, que os recur sos das cooperativas eram escassos para
Com ef( ito, o caboclo é incapaz, dc per ceber as po.ssiljiiidades de controlar a
continuar as operações de financiamen
.sua produção
to, principalmente devido ao fato de a
maior defesa dos produtores encorajálos a produzir mais, formando-se nas
mãos da própria cooperativa grandes re manescentes invcndáveis, que al)sor\'4'ram os recursos e impediram que conti nuasse a prestar assistência financeira.
Na medida em que a organizjição co operativa foi falhando por insuficiência
de escoamento do produto, tanto no mercado interno quanto no mercado in ternacional retornou-se aos poucos ao sistema de venda direta a intermediá
rios, e novamente os ervaleiros cstâo-k' colocando em uma posição extremamen te desfavorável. Do ponto de vista hu mano e social, sem nenhuma dúvida, is so representa
um grave inconveniente,
mas, por outro lado, do ponto de vista
puramente econômico, o dcsencoraja-
pirisnío
com (pie opera no niercado.
de maneira a forçar n>
bencficiadores e exjx)rta(lüre.s a Ibe pa garem uma reimincração mais adequa da.
I^/r tudo isso, a possibilidade de
eontróli? cia of(rla c mais favorável no intermediário e <'io industrial do mate dt) que a cptem extrai o produto. Xo {|uo SC refere ao comércio exterior, o instituto Nacional do Mate organizou o Centro dos Exportadores Brasileiros de Erva Mate Lida., que congrega, cm uni
único bloco,
26 firmas exportadoras-
Ês.se centro organizou-se em contrapo sição ás federações das cooperativas de
ser plenamente explorada.
Xesst* sen
tido, o Instituto Nacional do Mato, re organizado em 1938. muito tem procu
rado fazer; procedeu a estudos regio nais da produção e comércio do mate,
eslandar(Íízou o produto, procurou con
der ser servido inclusive nos intervalos
entre as refeições, pois nutria sem fazer com que os seus consumidores perdes sem o apetite; além disso, quando to mado após as refeições, possuía a vir tude de moderar as fermentações nutri tivas. Tais análises estimularam a cria
trolar os preço.s o permitir assim maior
ção, em Paris, por nossa própria inicia tiva, do "Comptoir Intemationale du
proporcionalidade entre os lucros de produtorc.s e exportadores. Vem orien tando unia campanha de propaganda no
nopólio da propaganda e distribuição do produto. Uma vez organizado, o
Mattó" encarregado de exercer o mo
sentido de expandir o con.sunio o pre tendo resolver o problema dc financia
"Comptoir" firmou um contrato com os
mento, indispcnsáxel á defesa da produ ção. Mas*, por muito b(*m intencionada que seja, essa autarcpiia encontra limi tações na própria situação atual do co
os mesmos concediam um monopsônio a
mércio externo.
portadores brasileiros é criar novas mar cas de sua inteira propriedade. Foi as sim que se popularizou na Europa o
Mi>ti\'Os de ordem his
i xportadores brasileiros, segundo o qual
favor daquela empresa. Esta se reser vava o direito de eliminar as marcas
particulares dos viírios industriais e ex
tórica, como já \imo.s. impediram a ex pansão cio mate fora da América do Sul. O próprio Brasil, inlcics.sado na • mate "Rancho" e o "Pampeiro", marcas expansão cio comércio cafeeiro. não do "Comptoir"; êste, porém, não soube cuidou dc uma campanha clc e.xpansão organizíir a propaganda, pois introduziu do produto nos mercados europeus. Nu a mercadoria como produto medicinal, começo do .século, os principais expor
associando a idéia de que só os doentes
tadores brasileiros, por conta própria,
deviam tomá-lo, como diurético, desin-
estavam exercendo uma propaganda no
sentido de conqufstar mercado, especial
toxicante, remédio para a pele, artritismo e reumatisnK) e como remédio para
pólio bilateral (oligopólio bilateral, pelo menos) e em semelhante organiziição a.s regras do negíScio e a conduçác^
mente na França. A.s principais ma*.cas
emagrecer; por isso, pelo menos na
brasileiras — Leão, Real e Chuy - co meçavam a ser popularizadas. A con-
maneira,
dos preços cabem à parte econòniica-
mente mais resistente, quer dizer, -a quc tem maiores créditos e maiores capitais-
o melhor contingentamento, mediante
.se eneontram em déficit c a produção é
mal.
dcs de expansão, pois a capacidade pro dutiva dos crvais está muito longe de
uma situação bem próxima a um mono
produtore.s. Criou-se, des.sa
mento à produção permitirá a ab:orção dos estoques não vendidos c, no futuro,
cotas de produção, poderá corrigir o
Econômico
Por i.sso é (pie, enquanto os produtores
pràlicamcnte vendida abai.xo do preço mínimo legal, o centro de exportadores acusa a existência de lucros conipensa-
'Telo qntí acabamos de ver, podemos concluir que a oferta de mate é de na .dorc.s. Do ponto de vísta puramente tureza extremamente elástica; uma vez tecnológico, a produção e o (Xímércio desfavoráveis os preços, bastara deixar do mate encontram enormes po.ssibilida-
cjuista do mercado era facilitada pela própria análise do produto (pie o Insti tuto Pastcur de Paris fizera, \'erificando
qno o mate apresentava qualidades nu tritivas superiores ao chá x-erde ou ne gro c mesmo ao café, e que possuía um alcalóide especial — a maleína — de
França, nosso produto é vendido em
farmácias. O lucro que o "Comptoir" aufere é enorme, pois que os preços de vencia ao consumidor são elevadíssimos. Basta dizer que em 1939 o mate era
vendido a 4 francos FOB e pagava apro-ximadamente 1 franco de frete e outro
de direitos, enquanto o "Comptoir" re vendia o produto a 80 francos por uni
O mate
dade, obtendo um lucro líquido de 74
se apresentava, segundo essas análise-,
francos. Embora não tenhamos elementos
confirmadas pelo Dr. Peckolt, como be bida nutritiva, alimento respiratório e de poupança, tendo a \'anlagem de po
a isto não deve ser estranha a atuação
efeito estimulante e diuréticn.
de comprovação, podemos perceber que dos grande.s distribuidores de ohá^ no
58
DiOKSTO
Económiw
mercado internacional, ao qual o mate 'poderia fazer grande concorrência.
preferência a dc tipo e.xtra-fort© de Mato Grosso, e.xporlacla pela Cia. Mate
Na América do Sul o comércio do
Laranjeira) e de 102 de argentina.
mate brasileiro tem uma história inte
ressante, que nos mostra ser cm parte a
imprevisáo brasileira responsável pela perda de mercado, como já ocorrera com a borracha e provavelmente ocorrerá com outros produtos.
Desde- 1886 a
emprêsa Mate Laranjeira obteve do Governo do Estado de Mato Grosso a concessão para explorar uma grande su
perfície ervateira; organizou um núcleo de popu.açáo que se desen\'olveu, cons tituindo a cidade de Campanário. Essa emprê-a, S. A. Argentino-Brasilcira, co meçou explorando os crvais nativos, ao
mesmo tempo em que desenvolvia plan tações e racionalizava a extração do hectare eram plantadas
600 árvores em linha, separadas 4 mctros uma das outras, o que permitia mais
em Buenos Aires, nqs engenhos daquela companhia. Ao mesmo tempo em que isto se fazia, organizava-se naquele país a extração da erva de Missões e, por obrigatoriedade legal, foram introduzi
das mesclas de erva argentina, para guaia e brasileira, começando-se por
vir a sofrer com a conquista do merca do pelo mate brasileiro. Nole-sc ainda que o produto aparece como sucedâneo , do próprio café, o que coloca o Brasil num dilema: ou arri.scar-sc a perder parle do mercado cafcciro, em favor do
cado.s. Resta-nos o mercado uruguaio e o chileno. Cumpre notar, porem, que O Chile já está desenvolvendo esforços no sentido de receber apenas erva can cbeada e proceder ao bcncficíamento do
desenvolvimento do comércio ervateiro,
ou de não lutar com grande empenho
mate, tal como a Argentina vem fazen
do. Quanto no Uruguai, apesar de ser
o maior comprador do Brasil, sua capa cidade de absorção 6 limitada e a con
que no futuro, provavelmente, interêsses chá, mesmo no mercado externo. O fu turo do mate talvez se encontre no mer cado interno, pelo incremento do hábito
de tomar essa bebida. Essa conquista do próprio consumidor nacional encontra-
se hoje particularmente favorecida pela escassez do café, devida ao aumento
do consumo internacional, que toma mais lucrativa a venda da rubiácea para
para a criação do hábito do consumo de mate, nos países onde o consumo do café já se desenvolveu. Cumpre notar ainda, por fim, que nós mesmos
o exterior.
Cumpre notar, porém, que
começamos a dcscn\"olvcr a indústria do chá e nos estamos tomando e.xporta-
de lutar com a concorrência do café
se a situação do comércio cafeeiro se al terar, ocorrendo novamente a existência
de sobras não exportáveis, o mate terá dentro de nossas próprias fronteiras.
corrência dos próprios exportadores bra
brasileiro não nos permite previsões
A partir de então, a Argentina pa-son a
ganizaçõe.s produtoras o di.slribuidoras
ra, concorrendo conosco cm outros mer-
do Parana, aüngindo Guaíra. Na oca sião em que se criou, o Brasil proibira
comprar a erva bruta para beneficiá-la
nacionais se oporão a uma campanha de cxpansao do mate em substituição ao
do chá da índia, cpic muito poderiam
produto nesse país. [ A organização comcrtial do mate
ranjeira 0 Govêmo brasileiro acabou
mate é remédio e. por outro, devemos
ainda provem de preferencia da compa nhia portcnhn-hrasileira. É c.ssa a prin cipal razão pela qual o BraMl, aos pou cos. foi perdendo o seu principal consu midor de mate, devendo notar-se que hoje a Argentina chega a ser e.xportado-
coloração,a portanto. A partir de Campanário em
permitindo a saída da erva cancbeada.
dores do produto. Isso eqüivale a dizei
contar com a grande resistência das or-
sileiros tem feito baixar o preço do
a venda de mate não beneficiado; mas. dnL''TT°u produtores esporladores, liderados pela própria eMate La- ,
por muitos ano.s divulgada junto aos consumidores e.strnngeiros, de que o
Hoje, a erva de procedência do Brasil, aceita na mistura, é apenas de 20% e
lacil circulação, maior rapidez na extra-
prêsa se desenvolveu ao longo do Vale
Diriiom) Econômico
muito otimistas a seu respeito. Embora,
do ponto de vista da produção, e considefando-se as qualidades do produto, com uma campanha inteligente, o Brasil pudesse conquistar mercados para o produto o transfcrmá-lo, de sucedâneo que é do chá da índia, cm produto principal, capaz de substítuí-ln, na rea
•5.^
lidade a organização comercial do mate no mercado internacional é suficiente
para sufocar-lhe a expansão. Nas re giões onde encontra um mercado natu ral o nosso país perdeu sua hegemonia, em grande parte por inabilidade comer cial.
Nos demais mercados, lemos de
lutar contra um monopsônio distribuidor
pma mistura obrigatória de 10^ de erva
que nós mesmos ajudamos a criar. Pre
paraguaia, 802 de erva brasileira (de
cisamos, por um lado, destruir a idéia. jL
58
DiOKSTO
Económiw
mercado internacional, ao qual o mate 'poderia fazer grande concorrência.
preferência a dc tipo e.xtra-fort© de Mato Grosso, e.xporlacla pela Cia. Mate
Na América do Sul o comércio do
Laranjeira) e de 102 de argentina.
mate brasileiro tem uma história inte
ressante, que nos mostra ser cm parte a
imprevisáo brasileira responsável pela perda de mercado, como já ocorrera com a borracha e provavelmente ocorrerá com outros produtos.
Desde- 1886 a
emprêsa Mate Laranjeira obteve do Governo do Estado de Mato Grosso a concessão para explorar uma grande su
perfície ervateira; organizou um núcleo de popu.açáo que se desen\'olveu, cons tituindo a cidade de Campanário. Essa emprê-a, S. A. Argentino-Brasilcira, co meçou explorando os crvais nativos, ao
mesmo tempo em que desenvolvia plan tações e racionalizava a extração do hectare eram plantadas
600 árvores em linha, separadas 4 mctros uma das outras, o que permitia mais
em Buenos Aires, nqs engenhos daquela companhia. Ao mesmo tempo em que isto se fazia, organizava-se naquele país a extração da erva de Missões e, por obrigatoriedade legal, foram introduzi
das mesclas de erva argentina, para guaia e brasileira, começando-se por
vir a sofrer com a conquista do merca do pelo mate brasileiro. Nole-sc ainda que o produto aparece como sucedâneo , do próprio café, o que coloca o Brasil num dilema: ou arri.scar-sc a perder parle do mercado cafcciro, em favor do
cado.s. Resta-nos o mercado uruguaio e o chileno. Cumpre notar, porem, que O Chile já está desenvolvendo esforços no sentido de receber apenas erva can cbeada e proceder ao bcncficíamento do
desenvolvimento do comércio ervateiro,
ou de não lutar com grande empenho
mate, tal como a Argentina vem fazen
do. Quanto no Uruguai, apesar de ser
o maior comprador do Brasil, sua capa cidade de absorção 6 limitada e a con
que no futuro, provavelmente, interêsses chá, mesmo no mercado externo. O fu turo do mate talvez se encontre no mer cado interno, pelo incremento do hábito
de tomar essa bebida. Essa conquista do próprio consumidor nacional encontra-
se hoje particularmente favorecida pela escassez do café, devida ao aumento
do consumo internacional, que toma mais lucrativa a venda da rubiácea para
para a criação do hábito do consumo de mate, nos países onde o consumo do café já se desenvolveu. Cumpre notar ainda, por fim, que nós mesmos
o exterior.
Cumpre notar, porém, que
começamos a dcscn\"olvcr a indústria do chá e nos estamos tomando e.xporta-
de lutar com a concorrência do café
se a situação do comércio cafeeiro se al terar, ocorrendo novamente a existência
de sobras não exportáveis, o mate terá dentro de nossas próprias fronteiras.
corrência dos próprios exportadores bra
brasileiro não nos permite previsões
A partir de então, a Argentina pa-son a
ganizaçõe.s produtoras o di.slribuidoras
ra, concorrendo conosco cm outros mer-
do Parana, aüngindo Guaíra. Na oca sião em que se criou, o Brasil proibira
comprar a erva bruta para beneficiá-la
nacionais se oporão a uma campanha de cxpansao do mate em substituição ao
do chá da índia, cpic muito poderiam
produto nesse país. [ A organização comcrtial do mate
ranjeira 0 Govêmo brasileiro acabou
mate é remédio e. por outro, devemos
ainda provem de preferencia da compa nhia portcnhn-hrasileira. É c.ssa a prin cipal razão pela qual o BraMl, aos pou cos. foi perdendo o seu principal consu midor de mate, devendo notar-se que hoje a Argentina chega a ser e.xportado-
coloração,a portanto. A partir de Campanário em
permitindo a saída da erva cancbeada.
dores do produto. Isso eqüivale a dizei
contar com a grande resistência das or-
sileiros tem feito baixar o preço do
a venda de mate não beneficiado; mas. dnL''TT°u produtores esporladores, liderados pela própria eMate La- ,
por muitos ano.s divulgada junto aos consumidores e.strnngeiros, de que o
Hoje, a erva de procedência do Brasil, aceita na mistura, é apenas de 20% e
lacil circulação, maior rapidez na extra-
prêsa se desenvolveu ao longo do Vale
Diriiom) Econômico
muito otimistas a seu respeito. Embora,
do ponto de vista da produção, e considefando-se as qualidades do produto, com uma campanha inteligente, o Brasil pudesse conquistar mercados para o produto o transfcrmá-lo, de sucedâneo que é do chá da índia, cm produto principal, capaz de substítuí-ln, na rea
•5.^
lidade a organização comercial do mate no mercado internacional é suficiente
para sufocar-lhe a expansão. Nas re giões onde encontra um mercado natu ral o nosso país perdeu sua hegemonia, em grande parte por inabilidade comer cial.
Nos demais mercados, lemos de
lutar contra um monopsônio distribuidor
pma mistura obrigatória de 10^ de erva
que nós mesmos ajudamos a criar. Pre
paraguaia, 802 de erva brasileira (de
cisamos, por um lado, destruir a idéia. jL
ÜlUKbiCi
Gastão da Cunha ASTÃo DA Cunha descende de preclaros pcrtuguêses que se fixaram
Em cumprimento uo prot^ramã
educação cívica que .se traçou dc d*' vulgar cpúódio.s da vida de brasileiro^
no Brasil,
cinincutcii, o "DÍgc.sto Ecoiu'mieo" rC'
O avô materno, de alta linhagem, da casa dos Gadarinlie, joão Crisóstomo
produz a ligeira biografia do culto ^
Pinto da Fonseca,
volunie "Estadistas da República"-
doutor em Direito
pela Universidade de Coimbra, de:empenhou as funções de juiz de fora de
Sabará e Pitangui, antes'da Independên cia. Posteriormente, exerceu o cargo de ouvidor na Capital de Goiás. Abando nando a magistratura, tornou-se em S.
João p'El Rey um advogado notável.
cintilante Ga.slfui da Cunha, itcscrta 00
Ês.se político e diplonuita, cujas orO' ções ilustraram os anais do nosso CoU'
gresso Federal,
pouco conhecido dos
novas gerações, é apontado, por meros cronistas parlamentares, como O mais completo orador que fulgiu no Câmara dos Deputados.
Bisavô de Afrànio de Melo Franco, dei xou prole numerosa.
O avô paterno, doutor Domingos José da Cunha, graduou-se em medicina pela Universidade do Coimbra, quando rom peu a luta entre D. Maria 11 e o abso-
lutismo, servido por D. Miguel Voluntário do batalhão acadÊmico bateu-se pelas armas em favor da cau
sa constitucional. Com inúmeros patriota.s, entro os quais Palmella, estôve em Londres, foragido.
Recomendado a Pedro I, p^i Je d Maria, veio para o B-asil, e-co1hendo a
cidade de S. João D'E1 Rey para sua moradia. Aí dedicou-.sc à clínica e ao professorado. Destacaram-se, dos seus fillios, Balbino da Cunha, antigo deputado geral e
presidente da província do Pará; Do mingos José da Cunha, que exerceu no império a presidência do Paraná. Descendem de Balbino: Gastão, Ál varo (cônsul em Madri), bela inteligên
cia que logo se eclipsou; Ernesto (ofi-
61
. "Dos limpos chama-se um, c outro
dos sujos. A gênese desses nomes perde-se não cm a noite dos tempos, mas na escuri
Antonio Goniijo ut Cahvauiiü
A jamília
KCUNÒMlCd
ciai de Marinha), Augusto (médico em Minas) c João (ad\'ogadü no Rio de Janeiro).
dão de uma projetada obra de esgotos. Um grupo a queria, o dos limpos; e na bandeira dos sujos havia o lema de "Tu do na praia" 1... Foram estes os ven cedores.
A cidade não tem
e.sgotos;
mas tem política... E se esta compen sação lhe não bastar, console-se ao me
nos São João ponderando que é a única
terra com partidos excêntricamente ro
tulados. Lonibre-se da Inglaterra com o.s seus Tories e Whigs".
Nessa soturna cidade, margeada pelo ribeirão que desce da Serra do Lenheiro, vindo da margem esquerda do Rio das Mortes, "localizada no vale e esfor
São joão D'El Rey, que explorado fundaram em 1684.
destinada pelos Inconfidentes para Ca pital da República, centro de operações de movimentos revolucionários, é uma
das rclítpiias de Minas Gerais. A sua liíslória, os prímórdíos da sim vida, Aurcliano Pimcntel, o sábio filó-
logo, relatou-os.
Mas foi Carlos de
o preço daquelas consultas.
Fato que bem significa quanto eram mal remunerados os labores das profis sões liberais I
Turma brilhante, a que se bachare lou em 1884. Dos estudantes paulistas c riograndenses, matriculados com Gas tão da Cunha, salientaram-se o retraído
Pedro de Toledo, que iria ter, na vida
política do País, um momento culminan te, e o vadio Germano Haslocher, o mais famoso estudante do .seu tempo e que se tornou um parlamentar de vastos re
cursos, esgrimista hábil da palavra fa lada.
Gênio folgazão e irrequieto, obrigado
çando-se por galgar a montanha", ber
a abandonar a Academia de São Paulo, Germano matriculou-se na Faculdade de
ço do Tiradentes e Bárbara Heliodora,
Direito de Recife.
terra do esquecido musicista Padre José Maria Xavier, que um crítico cognomi-
em luta com Seabra, pôs Germano em
Amigo de Tobias Barreto, que estava
nou o Abade Perozi do Brasil, aos 29 dc
prova, e com êxito, a ambição política
julho de 1863 nasceu Gastão da Cunha.
do "conservador" baiano, ao redigir-lhe,
São João D'El Retj
res de esmeraldas
Ias médicas de 320 paru 400 réis. Os clientes fizeram greve e impediram a tentativa de se elevar acima da "pataca"
O estudante
pillieriando, em nome do "liberal" Sil veira Martins, um telegrama em que o
convidava para Presidente do Rio Gran Gastão da Cunha fêz ó curso de hu manidades em urri externato de São
João. Em 1880, com preparo magnífi
co, matriculou-se na Faculdade de Di reito de São Paulo.
Modestíssima era, nas nntevésperas
da proclamoção da República, o custo
Laet, nesse livrinbo saboroso, "Em Mi
de vida na cidade paulistana.
nas", quem melhor soube, com as cô-
Spencer Vanipré, nas memórias aca dêmicas, reproduzindo um depoimento pessoal de Ezequiel Freire, descreve o
de do Sul.
Sabedor do fato, Seabra cortou rela ções com Germano e só fizeram
as pazes quando, no govêmo do Marechal Herme.., um era Ministro da Viação e o outro l.der da maioria da Câmara dos
Deputados.
A esses acontecimentos Rui Barbosa
aludiu no celebre "Caim", artigo estam
Com que verve explica o mestre do lernáculo a singular denominação dos
to de que aquele clínico, de notável re
pado nas colunas do "Diário \le Notí cias por ocasião do bombardeio de São Salvador, ordenado para garantir a Sea bra a posse do govêmo da Bahia. Turma gloriosa para as letras jurídi
partidos militantes em São João...
putação, aumentara o preço das consul-
cas, a de 1880, que fêz dos calouros Se-
rcs vivas de sua palheta, descrever-lbe
os co:tumes, o espírito religioso do po\'0 e a maravilha arquitetônica das igrejas.
reboliço que houve entre a clientela do Dr. Guilherme Ellis, ao ter conhecimen
ÜlUKbiCi
Gastão da Cunha ASTÃo DA Cunha descende de preclaros pcrtuguêses que se fixaram
Em cumprimento uo prot^ramã
educação cívica que .se traçou dc d*' vulgar cpúódio.s da vida de brasileiro^
no Brasil,
cinincutcii, o "DÍgc.sto Ecoiu'mieo" rC'
O avô materno, de alta linhagem, da casa dos Gadarinlie, joão Crisóstomo
produz a ligeira biografia do culto ^
Pinto da Fonseca,
volunie "Estadistas da República"-
doutor em Direito
pela Universidade de Coimbra, de:empenhou as funções de juiz de fora de
Sabará e Pitangui, antes'da Independên cia. Posteriormente, exerceu o cargo de ouvidor na Capital de Goiás. Abando nando a magistratura, tornou-se em S.
João p'El Rey um advogado notável.
cintilante Ga.slfui da Cunha, itcscrta 00
Ês.se político e diplonuita, cujas orO' ções ilustraram os anais do nosso CoU'
gresso Federal,
pouco conhecido dos
novas gerações, é apontado, por meros cronistas parlamentares, como O mais completo orador que fulgiu no Câmara dos Deputados.
Bisavô de Afrànio de Melo Franco, dei xou prole numerosa.
O avô paterno, doutor Domingos José da Cunha, graduou-se em medicina pela Universidade do Coimbra, quando rom peu a luta entre D. Maria 11 e o abso-
lutismo, servido por D. Miguel Voluntário do batalhão acadÊmico bateu-se pelas armas em favor da cau
sa constitucional. Com inúmeros patriota.s, entro os quais Palmella, estôve em Londres, foragido.
Recomendado a Pedro I, p^i Je d Maria, veio para o B-asil, e-co1hendo a
cidade de S. João D'E1 Rey para sua moradia. Aí dedicou-.sc à clínica e ao professorado. Destacaram-se, dos seus fillios, Balbino da Cunha, antigo deputado geral e
presidente da província do Pará; Do mingos José da Cunha, que exerceu no império a presidência do Paraná. Descendem de Balbino: Gastão, Ál varo (cônsul em Madri), bela inteligên
cia que logo se eclipsou; Ernesto (ofi-
61
. "Dos limpos chama-se um, c outro
dos sujos. A gênese desses nomes perde-se não cm a noite dos tempos, mas na escuri
Antonio Goniijo ut Cahvauiiü
A jamília
KCUNÒMlCd
ciai de Marinha), Augusto (médico em Minas) c João (ad\'ogadü no Rio de Janeiro).
dão de uma projetada obra de esgotos. Um grupo a queria, o dos limpos; e na bandeira dos sujos havia o lema de "Tu do na praia" 1... Foram estes os ven cedores.
A cidade não tem
e.sgotos;
mas tem política... E se esta compen sação lhe não bastar, console-se ao me
nos São João ponderando que é a única
terra com partidos excêntricamente ro
tulados. Lonibre-se da Inglaterra com o.s seus Tories e Whigs".
Nessa soturna cidade, margeada pelo ribeirão que desce da Serra do Lenheiro, vindo da margem esquerda do Rio das Mortes, "localizada no vale e esfor
São joão D'El Rey, que explorado fundaram em 1684.
destinada pelos Inconfidentes para Ca pital da República, centro de operações de movimentos revolucionários, é uma
das rclítpiias de Minas Gerais. A sua liíslória, os prímórdíos da sim vida, Aurcliano Pimcntel, o sábio filó-
logo, relatou-os.
Mas foi Carlos de
o preço daquelas consultas.
Fato que bem significa quanto eram mal remunerados os labores das profis sões liberais I
Turma brilhante, a que se bachare lou em 1884. Dos estudantes paulistas c riograndenses, matriculados com Gas tão da Cunha, salientaram-se o retraído
Pedro de Toledo, que iria ter, na vida
política do País, um momento culminan te, e o vadio Germano Haslocher, o mais famoso estudante do .seu tempo e que se tornou um parlamentar de vastos re
cursos, esgrimista hábil da palavra fa lada.
Gênio folgazão e irrequieto, obrigado
çando-se por galgar a montanha", ber
a abandonar a Academia de São Paulo, Germano matriculou-se na Faculdade de
ço do Tiradentes e Bárbara Heliodora,
Direito de Recife.
terra do esquecido musicista Padre José Maria Xavier, que um crítico cognomi-
em luta com Seabra, pôs Germano em
Amigo de Tobias Barreto, que estava
nou o Abade Perozi do Brasil, aos 29 dc
prova, e com êxito, a ambição política
julho de 1863 nasceu Gastão da Cunha.
do "conservador" baiano, ao redigir-lhe,
São João D'El Retj
res de esmeraldas
Ias médicas de 320 paru 400 réis. Os clientes fizeram greve e impediram a tentativa de se elevar acima da "pataca"
O estudante
pillieriando, em nome do "liberal" Sil veira Martins, um telegrama em que o
convidava para Presidente do Rio Gran Gastão da Cunha fêz ó curso de hu manidades em urri externato de São
João. Em 1880, com preparo magnífi
co, matriculou-se na Faculdade de Di reito de São Paulo.
Modestíssima era, nas nntevésperas
da proclamoção da República, o custo
Laet, nesse livrinbo saboroso, "Em Mi
de vida na cidade paulistana.
nas", quem melhor soube, com as cô-
Spencer Vanipré, nas memórias aca dêmicas, reproduzindo um depoimento pessoal de Ezequiel Freire, descreve o
de do Sul.
Sabedor do fato, Seabra cortou rela ções com Germano e só fizeram
as pazes quando, no govêmo do Marechal Herme.., um era Ministro da Viação e o outro l.der da maioria da Câmara dos
Deputados.
A esses acontecimentos Rui Barbosa
aludiu no celebre "Caim", artigo estam
Com que verve explica o mestre do lernáculo a singular denominação dos
to de que aquele clínico, de notável re
pado nas colunas do "Diário \le Notí cias por ocasião do bombardeio de São Salvador, ordenado para garantir a Sea bra a posse do govêmo da Bahia. Turma gloriosa para as letras jurídi
partidos militantes em São João...
putação, aumentara o preço das consul-
cas, a de 1880, que fêz dos calouros Se-
rcs vivas de sua palheta, descrever-lbe
os co:tumes, o espírito religioso do po\'0 e a maravilha arquitetônica das igrejas.
reboliço que houve entre a clientela do Dr. Guilherme Ellis, ao ter conhecimen
02
OlCBSTU
Eookómioo
bastião Lacerda, Codofredó Cunha, Oli
ca'cm Ouro Prctd; profe.ssor cie Direito
o debate que s6 se deveria travar nos
veira Figueiredo e Muniz Barreto, Mi
Crimina! c Direito Internacional Públi
nistros do Supremo Tribunal Federal.
co da Faculdade de .Minas Gerais; de
autos. Os meios forenses se apaixonam c as opiniões sc dividem. Gastão da Cunha, cm tomo de ques
Rodrigo Otávio, na palestra "Foi um
dia um convento", recorda que, estu dante de Direito, foi admitido na "re
putado federal;
árbitro l>rasíl<-Íro nos
68
Dicustí) EcDNÒNirco
ret" em Paris, não.saberia responder; mas, de pronto e com precisão, fixaria no "LouxTe" o local de qualquer objeto de arte.
Triljunais brasilcirf)-b.)liviano v Í)rasilci-
tão processual do competência, para de
ro-pcruano;
monstrar que rião houve direito lesado pelo Governo, improvisa uma monografiít, cm que não se sabe o mais sobreexcclcnlo: se o aspecto jurídico da ma
chefe de família exemplar aos museus que, no Hotel de Clunv, a filha menor
delegado às Gonfercncias
De Gastão. o mesmo se poderia dizer. Tão nmiudadas
eram as visitas desse
pública mineira", na rua da Consolação. A república" era constituída par mo ços estudiosos, de anos superiores, afa-
Pan-Amcricana.s (pie se realizuranr nas cidade.s do Hio de Janeiro <• Buiuns Ai-
mados na Escola. "Ali se estudava com senedade, acrescenta o autor das "Mi
Suécia e Noruega. Santa Sé c Espanha; SubsccTctáriíJ das Rclaç^ões Exteriores;
téria ou a forma literária com que pro
bião presenciou a cena — alegando que
curou rcvesli-Io.
lhe era muito mais interessante ir ao
i-niliaixador efetivo cm Lisboa, Roma e
que há uma p.ágina em defesa do tema
teatro de fantoches do que passar o clia
Paris;
da "prolixidade", em nada inferior à de Rui Barbosa que, anos depois, o abor dou para se defender da incriminação de ter abusado dos períodos quilométri cos. As razões, magnífica dissertação doutrinária de Direito, foram publica das em folheto. Ofertado pelo Embai xador Macedo Soares, a Biblioteca da
inteiro ouvindo falar de velharias.
nhas Memórias dos Outros", e quanto às brincadeiras e troçiis, jamais exce diam de certa medida. A "república" não escandalizava o bairro..
Moravam naquele "cenáculo" Gastão da Cunha, Bernardo Mon
teiro, Sabino Barroso, Constantino Paleta é Francisc-o Brant, nomes que em Minas represen
tam hoje uma tradição.
Estudante notável, pe la inteligência e aplica ção, não arrastado pela corrente das novas idéias, conservador e monarquísta, redator da "Or
dem", jornal acadêmico dirigido por Tito Fulgêncio, e que teve vida não efêmera, Gastão da
Cunha, o orador na cerimonia da entre ga simbólica da "Chave", formou-se no ano de 1884, em Ciências Jurídicas e So ciais, tendo como colega de turma, entre outros, Sabino Barroso, político dos mais sagazes e prestigiosos da República.
re.s;
Mini.stro no Paraguai, Dinamarca,
clícfc da deu gação brasileira ã
Sociedade das Nações; membro permauente do Conselho c Pre.sidcntc — Gastão
da Cuniia, cuja trajetó ria na diplomacia ó das mais brilhantes, honraria
qualquer
país
de
alta
cultura.
Faculdade de Direito de São Paulo pos
Suhprocuradoria
Geral
do Esiado
Criada em Minas Ge
rais a
em todos os pleitos em que intervém, capacida de de trabalho c extensa
cultura jurídica. Em um, principalmente, pelo renome dos litigan tes, transcende os limites do Estado a sua intervenção.
Instala-se a comarca de Belo Horizon
te. Augusto de Lima, ex-governador e juiz em Ouro Preto, pleiteia a remoção.
O Presidente do Estada indefere o pe dido e nomeia Edmundo Lins. Jornalis
Magistrado; diretor do Arquivo Pú
ta emérito, não se conformando com o
despacho governamental. Augusto de Lima traz para as colunas da imprensa '
artes da pintura e escultura, colecionava
objetos antigos e quadros raros. Dispu nha de c.splêndida prataria, adquirida cm Portugal. A sua residência, um ver dadeiro museu.
Ilá um fato inexplicável. Êsse for não se extasiava
oculta.
tureza mcrrta. O hoincxn
Geral do Estudo, Gastião
da Cunha c o seu pri meiro titular.- Revela,
Original, o temperamento artístico de Gastão da Cunha. Apaí.xonado pelas
sui um exemplar. As revistas jiirídicas bem poderiam, para gáudio dos advo gados, exibir essa jóia, tão bela e tão
Subprocuradoria
Os cargos públicos
blico Mineiro; redator-chefe d'"0 Mi nas Gerais"; subprocurador da Repúbli
Trabalho exaustivo em
protestou, com certa veemência — Ru
moso espírito não apreciava a música e natureza viva.
com o espetáculo da Comovia-se ante a na
Dc prodigiosa memória, Gastão vivia os discursos. Verdadeiro ator, auxiliado
pela expressão fisionômica, prowcava no
Dotado de talento faiscante, Gastão
auditório, sempre que lhe aprazia, estre-
da Cunha era o Rivarol brasileiro: gênio
pitosa hilaridade. Orando, mal disfarçava o tom de pa
da conversação, perdulário da inteligên cia. Nos museus de Paris ou dc Roma,
que admirável "cicerone" para os tou-
rister." precedentes da sua terra ! José Rubião, notário em São Paulo, falou-me de uma "causerie" de Gastao, visitando o monumento a Gambeta.
Monopolizou a palestra, reproduziu, com luxos de minudência, lrcclio"> da vida e discursos do célebre orador francês, dei
xando nos ouvintes impressão de cmbevecimento.
Ouvi de Calógeras que, se lhe per guntasse o nome de determinado "caba-
lestra.
Terrível eplgramatista, não houve no Brasil caiiseur" que o superasse. "O convívio com Gastão da Cunha - escre\-cu o grande Calógeras — dava a
impresrao de um caleidoscópio de esfusianto fogo de artifício, dc uma orgia de côres e de sons, de cintilações -de palá cio de fadas, de taças de "champagne" a borbulhar de gás e a refrangir a luz. Era um sedutor.
Não o julgassem por êsse único as-
02
OlCBSTU
Eookómioo
bastião Lacerda, Codofredó Cunha, Oli
ca'cm Ouro Prctd; profe.ssor cie Direito
o debate que s6 se deveria travar nos
veira Figueiredo e Muniz Barreto, Mi
Crimina! c Direito Internacional Públi
nistros do Supremo Tribunal Federal.
co da Faculdade de .Minas Gerais; de
autos. Os meios forenses se apaixonam c as opiniões sc dividem. Gastão da Cunha, cm tomo de ques
Rodrigo Otávio, na palestra "Foi um
dia um convento", recorda que, estu dante de Direito, foi admitido na "re
putado federal;
árbitro l>rasíl<-Íro nos
68
Dicustí) EcDNÒNirco
ret" em Paris, não.saberia responder; mas, de pronto e com precisão, fixaria no "LouxTe" o local de qualquer objeto de arte.
Triljunais brasilcirf)-b.)liviano v Í)rasilci-
tão processual do competência, para de
ro-pcruano;
monstrar que rião houve direito lesado pelo Governo, improvisa uma monografiít, cm que não se sabe o mais sobreexcclcnlo: se o aspecto jurídico da ma
chefe de família exemplar aos museus que, no Hotel de Clunv, a filha menor
delegado às Gonfercncias
De Gastão. o mesmo se poderia dizer. Tão nmiudadas
eram as visitas desse
pública mineira", na rua da Consolação. A república" era constituída par mo ços estudiosos, de anos superiores, afa-
Pan-Amcricana.s (pie se realizuranr nas cidade.s do Hio de Janeiro <• Buiuns Ai-
mados na Escola. "Ali se estudava com senedade, acrescenta o autor das "Mi
Suécia e Noruega. Santa Sé c Espanha; SubsccTctáriíJ das Rclaç^ões Exteriores;
téria ou a forma literária com que pro
bião presenciou a cena — alegando que
curou rcvesli-Io.
lhe era muito mais interessante ir ao
i-niliaixador efetivo cm Lisboa, Roma e
que há uma p.ágina em defesa do tema
teatro de fantoches do que passar o clia
Paris;
da "prolixidade", em nada inferior à de Rui Barbosa que, anos depois, o abor dou para se defender da incriminação de ter abusado dos períodos quilométri cos. As razões, magnífica dissertação doutrinária de Direito, foram publica das em folheto. Ofertado pelo Embai xador Macedo Soares, a Biblioteca da
inteiro ouvindo falar de velharias.
nhas Memórias dos Outros", e quanto às brincadeiras e troçiis, jamais exce diam de certa medida. A "república" não escandalizava o bairro..
Moravam naquele "cenáculo" Gastão da Cunha, Bernardo Mon
teiro, Sabino Barroso, Constantino Paleta é Francisc-o Brant, nomes que em Minas represen
tam hoje uma tradição.
Estudante notável, pe la inteligência e aplica ção, não arrastado pela corrente das novas idéias, conservador e monarquísta, redator da "Or
dem", jornal acadêmico dirigido por Tito Fulgêncio, e que teve vida não efêmera, Gastão da
Cunha, o orador na cerimonia da entre ga simbólica da "Chave", formou-se no ano de 1884, em Ciências Jurídicas e So ciais, tendo como colega de turma, entre outros, Sabino Barroso, político dos mais sagazes e prestigiosos da República.
re.s;
Mini.stro no Paraguai, Dinamarca,
clícfc da deu gação brasileira ã
Sociedade das Nações; membro permauente do Conselho c Pre.sidcntc — Gastão
da Cuniia, cuja trajetó ria na diplomacia ó das mais brilhantes, honraria
qualquer
país
de
alta
cultura.
Faculdade de Direito de São Paulo pos
Suhprocuradoria
Geral
do Esiado
Criada em Minas Ge
rais a
em todos os pleitos em que intervém, capacida de de trabalho c extensa
cultura jurídica. Em um, principalmente, pelo renome dos litigan tes, transcende os limites do Estado a sua intervenção.
Instala-se a comarca de Belo Horizon
te. Augusto de Lima, ex-governador e juiz em Ouro Preto, pleiteia a remoção.
O Presidente do Estada indefere o pe dido e nomeia Edmundo Lins. Jornalis
Magistrado; diretor do Arquivo Pú
ta emérito, não se conformando com o
despacho governamental. Augusto de Lima traz para as colunas da imprensa '
artes da pintura e escultura, colecionava
objetos antigos e quadros raros. Dispu nha de c.splêndida prataria, adquirida cm Portugal. A sua residência, um ver dadeiro museu.
Ilá um fato inexplicável. Êsse for não se extasiava
oculta.
tureza mcrrta. O hoincxn
Geral do Estudo, Gastião
da Cunha c o seu pri meiro titular.- Revela,
Original, o temperamento artístico de Gastão da Cunha. Apaí.xonado pelas
sui um exemplar. As revistas jiirídicas bem poderiam, para gáudio dos advo gados, exibir essa jóia, tão bela e tão
Subprocuradoria
Os cargos públicos
blico Mineiro; redator-chefe d'"0 Mi nas Gerais"; subprocurador da Repúbli
Trabalho exaustivo em
protestou, com certa veemência — Ru
moso espírito não apreciava a música e natureza viva.
com o espetáculo da Comovia-se ante a na
Dc prodigiosa memória, Gastão vivia os discursos. Verdadeiro ator, auxiliado
pela expressão fisionômica, prowcava no
Dotado de talento faiscante, Gastão
auditório, sempre que lhe aprazia, estre-
da Cunha era o Rivarol brasileiro: gênio
pitosa hilaridade. Orando, mal disfarçava o tom de pa
da conversação, perdulário da inteligên cia. Nos museus de Paris ou dc Roma,
que admirável "cicerone" para os tou-
rister." precedentes da sua terra ! José Rubião, notário em São Paulo, falou-me de uma "causerie" de Gastao, visitando o monumento a Gambeta.
Monopolizou a palestra, reproduziu, com luxos de minudência, lrcclio"> da vida e discursos do célebre orador francês, dei
xando nos ouvintes impressão de cmbevecimento.
Ouvi de Calógeras que, se lhe per guntasse o nome de determinado "caba-
lestra.
Terrível eplgramatista, não houve no Brasil caiiseur" que o superasse. "O convívio com Gastão da Cunha - escre\-cu o grande Calógeras — dava a
impresrao de um caleidoscópio de esfusianto fogo de artifício, dc uma orgia de côres e de sons, de cintilações -de palá cio de fadas, de taças de "champagne" a borbulhar de gás e a refrangir a luz. Era um sedutor.
Não o julgassem por êsse único as-
64
Dicesto
Econômico
Dicesto Ecokònuco
65
peclo, entretanto, por mais admirável que fôsse. Sob tais roupagens de sun
Não sabia limitar-.se, quando lhe sorria
buco e Rui Barbosa, heróis do aholicio-
aos olhos cintilantes cie graça iateligenlo
caiA-no, êsse se converterá no mais belo
tuoso luxo inteleclual e estético, pensa
nisinn, feiticeiro.s do estilo, escritores po
diamante".
o sucesso de um "hon mot".
líticos qn(«. em nos.sa terra, disputam o
construtiva e não destrutiva.
va um cérebro dos mais sólidos, práticos
e mais nutridos
mais
dc estudos
Clássicos e científicos.
Foi grandemente admirado, invejado, e censurado também.
Por conta dêle, corriam ditos mordt n-
Com:) sempre, <; detaliic na imagina E, no adniirá\c'l juiz dos tribunais arbitrais, no
ção pública supera o essencial.
clíplf/mata cjuo nos representou digna mente nos mais altos eenífi i >s intcrna-
cionai.s, escpieciam o lefr.ulo, o cientista,
No Parlamento, fèz obro
primado intelectual. O satírico
Narrou Rodrigo Otávio o fato de Nabuco,
então embaixador em Londrc.s.
Que encantamento a palavra de Gas
não tomar parte na Conferência de Haia, como delegado do Brasil, por não
tão da Cunha 1
\'inda o grande satírico. Apavoravamse supondo que poderiam ser vítimas das suas caricaturas.
Os contemporâneos deliciavam-se òu-
o bom brasileiro, que .sir\ ia com brilliu
cos contemporâneos possuíram, como
admitir (pio clever.se ter como chefe a Rui Barbo.sa. Em qualquer delegação
ao seu país cm ti-clos os senticlos. paru
êle, a faculdade de apreender a silhue
que SC formasse em nosso país, ainda <'•
^ó rememorarem o cristal
ta integral de seus interlocutores e, nela.
Rodrigo Otávio quem afirma, entendia
sua mentalidade c de sua cultura, a des
Nabuco que não poderia deixar dc ser
um escrevinhador
pedir chispas de graça, c comentar, belis
scnuo o primeiro.
arrieiro na linguagem. "Pérola", a um embai.xador, prestigiado pela Agencia
tes de percuciente visão psíquica. Pou
o traço pitoresco ou mesmo ridículo. E
facetado de
De "Filtro invertido",
denominou n
de má reputação e
sabia dizè-lo com a mais graciosa de
cando. acontecinienlo-s e atores da eter
senvoltura.
na comédia luimana.
que, Sc perdurava a competição, Nabuco
Americana. "Nabuquíuho", a um diplo
Uma grande figura, dc qm- Minas se pode orgulhar."
.sabia dissimulá-la. Encerrado o Congre.so de Haia, em conferência pronun
Não é depoíintnlo dc amigo. Calógeras <'.sta\a cie relações rôtas com o sagaz diplomata quando externou èsso juízo.
timbre da voz e no físico. "Ignoriincia
ciada em Londres, Nabuco, no zênile,
Muita ferida de vaidade daí se origi nou. Ca uniaram-no por isso. dando à sua mordacidade o carateríslico de dctração sistemática.
Nada mais injusto. Nunca inventou. i>eguia cs processos dos caricaturistas, exagerando as linhas dominantes. Nem SQ exercia sua verve senão sobre aspec tos secundários, menos importantes das personalidades. Isso mesmo alanceavu
fundo certos temperamentos, mais aptos
a perdoarem uma acusação fundada do que a tolerarem uma pilhéria; epider-
mes mais sensíveis ao remoque e à ire nia do que a censura procedente E a prova de que nada liavía de in veja, de maldade, nesse feitio mental está em que sabia admirar todas as superioridades e cultivar inúmeras afeições.
E' incontestável, por outro lado, que êsse extraordinário poder de realçar a face risível dos fatos ou dos homens lhe trouxe dissabores e dificuldades. Era-
Jhe irreprimível a tendência de divulgar um dito de espírito, um conceito ático.
A êsse gozo mental, sacrificava, por vô-ic.s, feições mais graves dos problemas.
Não afirmo nem nego. Direi apenas
proclamou Rui Barbosa o maior cérebro do Brasil.
Castão era émiilo de Davi Campistu. o Horténcío.
Detestavam-se mútua e
cordialmente, atesta-o, em Ií\to. cronista
enciclopédica", a um presidente da Re pública. "Gênio da banalidade", a um escritor de fama injustificada. "Cara de
E' a confissão de um deslumbramento. O amigo
como na clõcjuéncia foram ri\'ais Cícero
mata que imitava Nabuco no gesto, no
cscumadeira", a um deputado que tive ra varíola, e a outro, antigo colega de
turma e político Roupão da Cunha, chamavam-no os
detratores do grande brasileiro. Injusta,
influente, de "rato
branco". "Cascaséis de pátio de igre
ja", aos jornalistas que pretenderam de
indiscreto cpic os freciucnta\ a. Um não
a fama de usurário.
admitia cjue o outro fôsse a figura pví-
todo mineiro. No fundo, um sentimen-
bosa.
macial da bancada mineira.
fM. Excelente amigo e prestativo.
com o nome do político inglês Salisbu-
E' compreensível a emulação, dado o ambiente de endcusamcnto em que vi veram num curto período da história, llespeitavam-sc, reciprocamente, e nun
ca se enfrentaram,
sustentando
teses
Opostas.
Aliás, Gaslão amava os temas gerais, de caráter filorófico. Davi Campista, os
Econômico, como
molir o talento e o caráter de Rui Bar Fez, no Parlamento, trocadillros
ly, para ferir um presidente mineiro, que
Quando ia a São João D*EI Re>% pleno fastígío do nome, durante a per manência na cidade natal, visitava dia riamente a tenda do sapateiro João Caplstrano, seu companheiro de infância.^
Alfredo Pinto, que era vesgo e cego de um olho, magistrado em Ouro Preto,
Cultivava dedicadas afeições. Rin BraiiíX) e Euclides da Cunha, os maio
velha cidade.
res amigos.
se vingou excluíndo-o da bancada.
tinha o hábito de passear com ares so
lenes. à tardinha, pelas íngremes ruas da Gastão não o poupou.
Orando em
tribunos de estra
Não era invejoso. Reconhecia o~ ver dadeiro valor. Edmundo Lins reprodu ziu êste conceito de Gastão sobre um
uma solenidade, desforrou-se de uma sentença desfavorável com a alusão feri
nhas magnificências verbais, dignifica
extraordinário jurisoonsulto: "O cérebro lhe despejar água lamacenta, sairá água
lavrava despachos na rua, (X)m um olho concluso e o outro com vista às partes". Há quem diga ser de Gastão e não de
fiistalina , . Se.j
Emílio de Menezes o famoso dito sobre
de ordem econômica c financeira. Am
bos, parlamentares consumados, palestradores inimitáveis,
ram Minas e o Brasil.
Idêntica rivalidade dizia-se, nas rodas
do Ttamarati, existir entre joaquini Nti-
de Lafaiete é üm verdadeiro filtro. Sc
cabeça, esfregar-lhe
na de que "existia um íntegro juiz que
64
Dicesto
Econômico
Dicesto Ecokònuco
65
peclo, entretanto, por mais admirável que fôsse. Sob tais roupagens de sun
Não sabia limitar-.se, quando lhe sorria
buco e Rui Barbosa, heróis do aholicio-
aos olhos cintilantes cie graça iateligenlo
caiA-no, êsse se converterá no mais belo
tuoso luxo inteleclual e estético, pensa
nisinn, feiticeiro.s do estilo, escritores po
diamante".
o sucesso de um "hon mot".
líticos qn(«. em nos.sa terra, disputam o
construtiva e não destrutiva.
va um cérebro dos mais sólidos, práticos
e mais nutridos
mais
dc estudos
Clássicos e científicos.
Foi grandemente admirado, invejado, e censurado também.
Por conta dêle, corriam ditos mordt n-
Com:) sempre, <; detaliic na imagina E, no adniirá\c'l juiz dos tribunais arbitrais, no
ção pública supera o essencial.
clíplf/mata cjuo nos representou digna mente nos mais altos eenífi i >s intcrna-
cionai.s, escpieciam o lefr.ulo, o cientista,
No Parlamento, fèz obro
primado intelectual. O satírico
Narrou Rodrigo Otávio o fato de Nabuco,
então embaixador em Londrc.s.
Que encantamento a palavra de Gas
não tomar parte na Conferência de Haia, como delegado do Brasil, por não
tão da Cunha 1
\'inda o grande satírico. Apavoravamse supondo que poderiam ser vítimas das suas caricaturas.
Os contemporâneos deliciavam-se òu-
o bom brasileiro, que .sir\ ia com brilliu
cos contemporâneos possuíram, como
admitir (pio clever.se ter como chefe a Rui Barbo.sa. Em qualquer delegação
ao seu país cm ti-clos os senticlos. paru
êle, a faculdade de apreender a silhue
que SC formasse em nosso país, ainda <'•
^ó rememorarem o cristal
ta integral de seus interlocutores e, nela.
Rodrigo Otávio quem afirma, entendia
sua mentalidade c de sua cultura, a des
Nabuco que não poderia deixar dc ser
um escrevinhador
pedir chispas de graça, c comentar, belis
scnuo o primeiro.
arrieiro na linguagem. "Pérola", a um embai.xador, prestigiado pela Agencia
tes de percuciente visão psíquica. Pou
o traço pitoresco ou mesmo ridículo. E
facetado de
De "Filtro invertido",
denominou n
de má reputação e
sabia dizè-lo com a mais graciosa de
cando. acontecinienlo-s e atores da eter
senvoltura.
na comédia luimana.
que, Sc perdurava a competição, Nabuco
Americana. "Nabuquíuho", a um diplo
Uma grande figura, dc qm- Minas se pode orgulhar."
.sabia dissimulá-la. Encerrado o Congre.so de Haia, em conferência pronun
Não é depoíintnlo dc amigo. Calógeras <'.sta\a cie relações rôtas com o sagaz diplomata quando externou èsso juízo.
timbre da voz e no físico. "Ignoriincia
ciada em Londres, Nabuco, no zênile,
Muita ferida de vaidade daí se origi nou. Ca uniaram-no por isso. dando à sua mordacidade o carateríslico de dctração sistemática.
Nada mais injusto. Nunca inventou. i>eguia cs processos dos caricaturistas, exagerando as linhas dominantes. Nem SQ exercia sua verve senão sobre aspec tos secundários, menos importantes das personalidades. Isso mesmo alanceavu
fundo certos temperamentos, mais aptos
a perdoarem uma acusação fundada do que a tolerarem uma pilhéria; epider-
mes mais sensíveis ao remoque e à ire nia do que a censura procedente E a prova de que nada liavía de in veja, de maldade, nesse feitio mental está em que sabia admirar todas as superioridades e cultivar inúmeras afeições.
E' incontestável, por outro lado, que êsse extraordinário poder de realçar a face risível dos fatos ou dos homens lhe trouxe dissabores e dificuldades. Era-
Jhe irreprimível a tendência de divulgar um dito de espírito, um conceito ático.
A êsse gozo mental, sacrificava, por vô-ic.s, feições mais graves dos problemas.
Não afirmo nem nego. Direi apenas
proclamou Rui Barbosa o maior cérebro do Brasil.
Castão era émiilo de Davi Campistu. o Horténcío.
Detestavam-se mútua e
cordialmente, atesta-o, em Ií\to. cronista
enciclopédica", a um presidente da Re pública. "Gênio da banalidade", a um escritor de fama injustificada. "Cara de
E' a confissão de um deslumbramento. O amigo
como na clõcjuéncia foram ri\'ais Cícero
mata que imitava Nabuco no gesto, no
cscumadeira", a um deputado que tive ra varíola, e a outro, antigo colega de
turma e político Roupão da Cunha, chamavam-no os
detratores do grande brasileiro. Injusta,
influente, de "rato
branco". "Cascaséis de pátio de igre
ja", aos jornalistas que pretenderam de
indiscreto cpic os freciucnta\ a. Um não
a fama de usurário.
admitia cjue o outro fôsse a figura pví-
todo mineiro. No fundo, um sentimen-
bosa.
macial da bancada mineira.
fM. Excelente amigo e prestativo.
com o nome do político inglês Salisbu-
E' compreensível a emulação, dado o ambiente de endcusamcnto em que vi veram num curto período da história, llespeitavam-sc, reciprocamente, e nun
ca se enfrentaram,
sustentando
teses
Opostas.
Aliás, Gaslão amava os temas gerais, de caráter filorófico. Davi Campista, os
Econômico, como
molir o talento e o caráter de Rui Bar Fez, no Parlamento, trocadillros
ly, para ferir um presidente mineiro, que
Quando ia a São João D*EI Re>% pleno fastígío do nome, durante a per manência na cidade natal, visitava dia riamente a tenda do sapateiro João Caplstrano, seu companheiro de infância.^
Alfredo Pinto, que era vesgo e cego de um olho, magistrado em Ouro Preto,
Cultivava dedicadas afeições. Rin BraiiíX) e Euclides da Cunha, os maio
velha cidade.
res amigos.
se vingou excluíndo-o da bancada.
tinha o hábito de passear com ares so
lenes. à tardinha, pelas íngremes ruas da Gastão não o poupou.
Orando em
tribunos de estra
Não era invejoso. Reconhecia o~ ver dadeiro valor. Edmundo Lins reprodu ziu êste conceito de Gastão sobre um
uma solenidade, desforrou-se de uma sentença desfavorável com a alusão feri
nhas magnificências verbais, dignifica
extraordinário jurisoonsulto: "O cérebro lhe despejar água lamacenta, sairá água
lavrava despachos na rua, (X)m um olho concluso e o outro com vista às partes". Há quem diga ser de Gastão e não de
fiistalina , . Se.j
Emílio de Menezes o famoso dito sobre
de ordem econômica c financeira. Am
bos, parlamentares consumados, palestradores inimitáveis,
ram Minas e o Brasil.
Idêntica rivalidade dizia-se, nas rodas
do Ttamarati, existir entre joaquini Nti-
de Lafaiete é üm verdadeiro filtro. Sc
cabeça, esfregar-lhe
na de que "existia um íntegro juiz que
Dir;ESTx»
60
Oliveira Lima.
Vendo,
da sacada do
LIconòmic»»
ra um comediante; "Níns, essas desopilanfcs criaturas não precisam da co^i-
ÜlCUSTO
Económiuu
67
vei.s exemplares. Que ólcs fiquem aqui,
to riormal do braço direito. Pois, vendo êsse gesto contrafcito, que se lhes afi gurou um requinte de elegância, come çaram os "genticmen" a dar "shake-
palácio da embaixada brasileira, em Pa ris. Oliveira Lima e a espôsa, D. Flora,
ra para que se ibc.s refine c aprimore a
atravessarem a rua, comenta, jocosamen
ingcnita vocação para a opcreta. Basta
divertindo palriòticamcnte os seus cnimpatricios. E' mcliior que divertir lá fo ra os estrangeiros, com duplo prejuíz.o
te, com os secretários; "Eis a flora e a
uma \'íagein á Europa; c c sina dos to
nosso (riso).
fauna do Brasil".
enormes de seu sogro, o Barão de Itaípe, e de "naveta" a cabeça comprida de um
los regressarem dt) Veliro Mundo com o programa dc nos deslumbrar, como o João da Ega, cm pleno \crão de Lisboa, enfiava a pelíça para pasmar o indíge
mais brilhantes e antigas civilizações.
Conselho da Sociedade das Nações. .Titoni, o representante italiano, uma das
parente.
na (riso). As vèzcs, para qué lhes de-
Da Europa
\'ílimas prediletas. "Com os seus apar
sabrocho o gênio, ucm carecem atraves
"snob". snobismo.
Denominava de "tinhorão" ás orelhas
Em relação a dois diplomatas, seus
desafetos e extremamente parecidos, as
sar o Atlântico; basta que nos venha da
sim se externava, em notabilíssimo dis
Europa um tipo qualquer de elegância,
curso, um primor de beleza e de graça, sôbre o orçamento do Ministério das
\'eículo de modas e dc maneiras noras,
Relações Exteriores: "A esses pisaflo-
(in gênero, número o caso (riso),
res, a alguns, conheço também; mas es
ses que têm o condãn do ridículo, aqui o no estrangeiro, não é a carreira que os faz figurilhas da comédia humana: ó a própria parvoíce (muito bem). Seriam risíveis em qualquer classe, dentro ou fora de qualquer classe, pois são cria turas inclassificáveis (risos).
para que se ponham logf) a adjetivá-lo c-oino
tal
fazia o Damaso ao Carlos do
Maiíi.
E o pitir, ou o melhor, — c que. con forme sucede a todos os imitadores, es ses copistas microcêfalos desfiguram lo go o original, caricaturando-n pelo exa gero hilariante. Assim sucedeu aos ne
hands", arqueancb o braço em ansa (hi
Convém advertir, entretanto, que es
sa fauna ó cosmopolita, não é monopó lio no.sso. Ela prolifera no .seio das nos veio até o seu nome
Não pcupa\'a os próprios colegas do
tes, insistentes e estertóricos, meu caro
"Snob" c palavra de origem inglesa e está em um romance
laridade)".
de Thackeray.
Titoni, tenho a impressão de que os bárbaros estão-se aproximando do Ca
Aclimou-se logo em França, porque achou muita cabeça em que se ajustas
pitólio."
se. A aceitar-se a definição dc Lemai-
Joaquim Sales, notou Gastão da Cunha que' Lorde Balfour, com riso significa tivo, le\'ava a mão esquerda à orelha,
tre, snob ó o indivíduo que alia a mais absoluta passividade de espírito á mais
Em uma das suas sessões,
escreveu'
rísi\el \aidade, é um canieiro de Pa-
para melhor apreciar o precário fran
núrgio pretensioso, de modo que o sno
cês do Presidente. "Sr. Balfour - dis
bismo constitui a aristocracia da imbe cilidade (riso).
so Gastão - eu me prezo, como o se
Isso para nós 6 um consôlo. E devo
nhor, de falar patriòücamente mal c francês".
gros de São Tomé. refere alguém, que,
dizer que na permuta desse pessoal é
"Grande sarcasta do Império", assim
curiorissimas pessoas, aliás muito apre ciáveis do ponto de vista recreativo (ri sos); sufocados fisicamente na garca-
indo de passeio ao continente e lá ven
grande a nossa dívida. Mas, na própria Inglaterra, senhor presidente, um viajan
Batista Pereira definiu Lafaiete Rodri
pares de óculos para se mostrarem ain
to para comprovar a minha proposição
nhos (hi.aridade), como intelectualmen te asfixiados no circulo estreitíssimo de
da mais elegantes e ilustrados (hilari
— de que aqueles tipos de que formam legião, em ambos os sexos.
Eu os tenho visto passeando as suas
Iheira de colarinhos que parecem pusua zerosidade mental; caminhando con-
trafeitos, porque tem a visão, aliás, ex celente, perturbada pelo vidro dos mnnóculos, tão graduados como eles na palermice. porque disfarçam a redonde za dos pés em sapatos longos e pontudcs, como patins de gôlo (hilaridade)". A tribuna já estava transformada em
palco. Maldosamente, ridicularizava os diplomatas enfatuados perante uma pla
do os doutr.rc.s dc óculos, voltaram para a íllia carregando nos narizes dois e três
dade).
Mas, senhores, essas exceções não de
vem reEctir na classe. Não se pode con
cluir do particular para o geral. O re médio é eliminá-los, é expungir deles a
nossa representação, chamando ao tea
tro nacional esses Tallcvrands de piquenique. Em nossa sociedade tenho cru
zado com esses doutores em cutiliqués, com êsse.s índices de futilídades,
e cs
tenho ouvido parvoejar sôbre suas res
te encontrou fatos curiosíssimos, que ci
Êles, como o gênio, não têm pátria (riso).
Assim, conta êsse viajante que a dis tintíssima Princesa de Gales, por sofrer de reumatismo articular, durante algum tempo, caminhou com certo embaraço,
A cultuTa
Embora irreprimível a tendência de
Gastão da Cunha em dhmlgar um con
ceito chistoso, como acentuou Calógeras, não deve ser julgado só pelo as pecto de caricaturista exímio. Possuía sólida cultura, alicerçada no convívio
"profissional beauties", durante tôda
diuturno dos livros.
uma "season", coxeassem elegantemente (liilaridade).
Beuve, era inesgotável o seu laborató rio de venenos. Prosseguia, como se fô-
mover é a posse exclusiva desses nmá-
axila, o que lhe dificultava o tnovimen-
Como o de Saint-
o homem público que também tinha o "Satyricon" por breviário.
tou para que as belezas londrinas, as
tinha o passo desigual. Ora, tanto bas
pectivas especialidades, com uma serie dade e uma facúndia que realmente im pressionam (riso). O que devemos pro
téia emocionada.
gues Pereira. "Grande sarcasta da Re pública", seria o título adequado para
Do outra vez, o Duque de Clarence, filho do atual rei, teve um abcesso na
Gastão sabia a ciência do Direito, pú blico e privado. Versava os clássicos la tinos. Riquíssimo, o seu vocabulário da língua portuguêsa, que manejava com elegância. Não pronunciava com per-
.
Dir;ESTx»
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Oliveira Lima.
Vendo,
da sacada do
LIconòmic»»
ra um comediante; "Níns, essas desopilanfcs criaturas não precisam da co^i-
ÜlCUSTO
Económiuu
67
vei.s exemplares. Que ólcs fiquem aqui,
to riormal do braço direito. Pois, vendo êsse gesto contrafcito, que se lhes afi gurou um requinte de elegância, come çaram os "genticmen" a dar "shake-
palácio da embaixada brasileira, em Pa ris. Oliveira Lima e a espôsa, D. Flora,
ra para que se ibc.s refine c aprimore a
atravessarem a rua, comenta, jocosamen
ingcnita vocação para a opcreta. Basta
divertindo palriòticamcnte os seus cnimpatricios. E' mcliior que divertir lá fo ra os estrangeiros, com duplo prejuíz.o
te, com os secretários; "Eis a flora e a
uma \'íagein á Europa; c c sina dos to
nosso (riso).
fauna do Brasil".
enormes de seu sogro, o Barão de Itaípe, e de "naveta" a cabeça comprida de um
los regressarem dt) Veliro Mundo com o programa dc nos deslumbrar, como o João da Ega, cm pleno \crão de Lisboa, enfiava a pelíça para pasmar o indíge
mais brilhantes e antigas civilizações.
Conselho da Sociedade das Nações. .Titoni, o representante italiano, uma das
parente.
na (riso). As vèzcs, para qué lhes de-
Da Europa
\'ílimas prediletas. "Com os seus apar
sabrocho o gênio, ucm carecem atraves
"snob". snobismo.
Denominava de "tinhorão" ás orelhas
Em relação a dois diplomatas, seus
desafetos e extremamente parecidos, as
sar o Atlântico; basta que nos venha da
sim se externava, em notabilíssimo dis
Europa um tipo qualquer de elegância,
curso, um primor de beleza e de graça, sôbre o orçamento do Ministério das
\'eículo de modas e dc maneiras noras,
Relações Exteriores: "A esses pisaflo-
(in gênero, número o caso (riso),
res, a alguns, conheço também; mas es
ses que têm o condãn do ridículo, aqui o no estrangeiro, não é a carreira que os faz figurilhas da comédia humana: ó a própria parvoíce (muito bem). Seriam risíveis em qualquer classe, dentro ou fora de qualquer classe, pois são cria turas inclassificáveis (risos).
para que se ponham logf) a adjetivá-lo c-oino
tal
fazia o Damaso ao Carlos do
Maiíi.
E o pitir, ou o melhor, — c que. con forme sucede a todos os imitadores, es ses copistas microcêfalos desfiguram lo go o original, caricaturando-n pelo exa gero hilariante. Assim sucedeu aos ne
hands", arqueancb o braço em ansa (hi
Convém advertir, entretanto, que es
sa fauna ó cosmopolita, não é monopó lio no.sso. Ela prolifera no .seio das nos veio até o seu nome
Não pcupa\'a os próprios colegas do
tes, insistentes e estertóricos, meu caro
"Snob" c palavra de origem inglesa e está em um romance
laridade)".
de Thackeray.
Titoni, tenho a impressão de que os bárbaros estão-se aproximando do Ca
Aclimou-se logo em França, porque achou muita cabeça em que se ajustas
pitólio."
se. A aceitar-se a definição dc Lemai-
Joaquim Sales, notou Gastão da Cunha que' Lorde Balfour, com riso significa tivo, le\'ava a mão esquerda à orelha,
tre, snob ó o indivíduo que alia a mais absoluta passividade de espírito á mais
Em uma das suas sessões,
escreveu'
rísi\el \aidade, é um canieiro de Pa-
para melhor apreciar o precário fran
núrgio pretensioso, de modo que o sno
cês do Presidente. "Sr. Balfour - dis
bismo constitui a aristocracia da imbe cilidade (riso).
so Gastão - eu me prezo, como o se
Isso para nós 6 um consôlo. E devo
nhor, de falar patriòücamente mal c francês".
gros de São Tomé. refere alguém, que,
dizer que na permuta desse pessoal é
"Grande sarcasta do Império", assim
curiorissimas pessoas, aliás muito apre ciáveis do ponto de vista recreativo (ri sos); sufocados fisicamente na garca-
indo de passeio ao continente e lá ven
grande a nossa dívida. Mas, na própria Inglaterra, senhor presidente, um viajan
Batista Pereira definiu Lafaiete Rodri
pares de óculos para se mostrarem ain
to para comprovar a minha proposição
nhos (hi.aridade), como intelectualmen te asfixiados no circulo estreitíssimo de
da mais elegantes e ilustrados (hilari
— de que aqueles tipos de que formam legião, em ambos os sexos.
Eu os tenho visto passeando as suas
Iheira de colarinhos que parecem pusua zerosidade mental; caminhando con-
trafeitos, porque tem a visão, aliás, ex celente, perturbada pelo vidro dos mnnóculos, tão graduados como eles na palermice. porque disfarçam a redonde za dos pés em sapatos longos e pontudcs, como patins de gôlo (hilaridade)". A tribuna já estava transformada em
palco. Maldosamente, ridicularizava os diplomatas enfatuados perante uma pla
do os doutr.rc.s dc óculos, voltaram para a íllia carregando nos narizes dois e três
dade).
Mas, senhores, essas exceções não de
vem reEctir na classe. Não se pode con
cluir do particular para o geral. O re médio é eliminá-los, é expungir deles a
nossa representação, chamando ao tea
tro nacional esses Tallcvrands de piquenique. Em nossa sociedade tenho cru
zado com esses doutores em cutiliqués, com êsse.s índices de futilídades,
e cs
tenho ouvido parvoejar sôbre suas res
te encontrou fatos curiosíssimos, que ci
Êles, como o gênio, não têm pátria (riso).
Assim, conta êsse viajante que a dis tintíssima Princesa de Gales, por sofrer de reumatismo articular, durante algum tempo, caminhou com certo embaraço,
A cultuTa
Embora irreprimível a tendência de
Gastão da Cunha em dhmlgar um con
ceito chistoso, como acentuou Calógeras, não deve ser julgado só pelo as pecto de caricaturista exímio. Possuía sólida cultura, alicerçada no convívio
"profissional beauties", durante tôda
diuturno dos livros.
uma "season", coxeassem elegantemente (liilaridade).
Beuve, era inesgotável o seu laborató rio de venenos. Prosseguia, como se fô-
mover é a posse exclusiva desses nmá-
axila, o que lhe dificultava o tnovimen-
Como o de Saint-
o homem público que também tinha o "Satyricon" por breviário.
tou para que as belezas londrinas, as
tinha o passo desigual. Ora, tanto bas
pectivas especialidades, com uma serie dade e uma facúndia que realmente im pressionam (riso). O que devemos pro
téia emocionada.
gues Pereira. "Grande sarcasta da Re pública", seria o título adequado para
Do outra vez, o Duque de Clarence, filho do atual rei, teve um abcesso na
Gastão sabia a ciência do Direito, pú blico e privado. Versava os clássicos la tinos. Riquíssimo, o seu vocabulário da língua portuguêsa, que manejava com elegância. Não pronunciava com per-
.
rnimmmmmm
wwr-
EcdnOmiui
(KS
DiuKsio Econômico
feição os idiomas estrangeiros. Da pro
raba, Sabará c São João D*El Rej*, e
lanhas" dcstacarem-se nas pugnas inte
no "Jornal do Brasil",
sa francesa, conhecia, porém, a obra integral de inúmeros autores, como Rei-
seminários como os de Mariana e Dia
lectuais travadas cm outros recantos do
anos após, reviveu, em painel, os episó
mantina. Hoje desapareceram quase to
País.
nach, Le Bon e Emílio Faguet, sempre
dios da memorável sessão.
dos, substituídos
pelos da Ordem dos
va o parlamentar gaúcho êsse discurso
presentes em suas palestras. Fazia exer
Maristas.
Orações clássicas, pela correção da forma c amplidão do pensamento, as
O direito de du\idar de "Latim de
proferidas, na tribuna da Câmara dos
do Gastão como a obra-prima da ora tória brasileira. Outra impressão não terá quem folhear os Anais.
cícios mnemônicos, relendo Camões e
vinte e cinco Considera
Dante, processo que Assiz Brasil usava
mineiro", de certa idade, a ninguém é
para desenvolver portentosa rclentiva. Pouco se interessava pelas ciências eco nômicas e naturais. Daquelas, não há ve.stigios nos seus trabalhos. Destas, o
Deputados, pelo sãojoancn.sc que pa
dado, escreveu com c.spírito Augiuto de
rece ler sido dos vMtimos helenos na Re
Lima Júnior... Outrora, quem pretendesse um ates tado de aprovação cm Latim, se o e.xa-
pública. Não deveriam ser esmaecidas pcjü tempo as páginas dos Anais quO
envergadura intelectual de um Esmeraladversários temíveis.
fato de Le Dantec, alvo então de curio
arqui\am: "Casainento Ci\'il", "Lega-
minador era rigoroso
ção do
sidade universal, não o reter, sequer por alguns minutos, na sala, em célebre cur
Confessaram-se batidos juristas da dino Bandeira e de um Fausto Cardoso,
Vaticano", "Responsabilidade
"E' tão alta esta tribuna e tão augus
Brito, depõe Juscelino Barbosa, passa
Civil do Estado", "Tratado do Acre" e
ta esta assembléia, tão insigne é a hon
ra de haver passado por elas, que ne
corno Afonso de
ria pelas quatro provações: e..crevê-lo,
"Universidade". No gênero, não o su
ditado pelo examinador; traduzi-lo, sem
peraram os mestres da oratória brasi
nhum de nós, mesmo eu, deixa de .ad
dicionário; fazer uma versão do Portu
leira.
quirir uma individualidade neste recin
guês para o Latim e medir os versos de Virgílio, Ovídio c Ilorácio. Os professores do Caraça ainda exi
Rio Branco quis, por intermédio de Alberto Faria, fazê-lo membro da Aca
se nome fica.
giam que o.s alunos vorte.sem a prosa
demia Brasileira de Letras. Não fal tavam a Gastão da Cunha as melhores
se bastaria aos meus sentimentos, que
de Gautier : "Jeunes gens, lisez Ics dic-
mavio.sa de Frei Luiz de Sousa.
eredeneiais. Obra esparsa, sem dúvida.
o daquele artista grego que, tendo tra
tionnaires". Enciclopédias, vocabulá rios, glossários, sempre foram as leitu ras do seu repouso intelectual.
traduz em versos alexandrinos uma ode
so da Sorbonne. Gaslâo não escondeu
a um amigo, que o acompanhava, o en
fado de ouvir assunto de tanta .sensaboria, confessando o seu desinterôsse. Em compensação, formidável conhecedor da História Universal.
Seguia, como um crente, o conselho
Na leitura de um dicionário. Rosas teve a súmuia de todo o conhecimento
que adquiriu na vida". E' a explicação que os historiadores argentinos dão das difiniç-ões "rápidas e frias" do caudilho dos pampas.
Ledor inveterado das enciclopédias, entre os nossos eruditos, é Artur Neiva
mestre na bibliografia e profundo co nhecedor das coisas brasileiras.
Gastão da Cunha, aos olhos da Na
ção, simbolÍ2:ava o humanismo dos "rnontanheses", cujo amor ã instrução
Francisco Sá, numa banca de exame, de HoráciOj assombrando o arguidor, o filólogo Castro Lopes,
que o convido
a seguir para professor de seu ginásio. Os mineiros não eram apenas latinis-
Mas profunda e vasta. E de forma apri morada.
O Barão nada conseguiu devido à opo sição de
Pedro Lessa,
temperamento
apaixonado e desafeto pessoal^ do can didato.
tas. Eram conhecedores da sintaxe e
O parlamentar
estudiosos do vernáculo.
Não compreenderá o humanismo dos fílho.s de Minas Gerais quem desconhe cer o ambiente tranqüilo das suas cida
des, a formação moral da sua juventude o os rigorosos métodos dos seus estabelecimcnto.s dc ensino.
Sobretudo,
se
desconhecer a história do famoso colé
gio, que é uma relíquia para os devolos da tradição mineira.
salientava, há um século, Sainl-Hilaire,
Tentei recompô-la, em largos traços,
ao descrever a cidade e os hábitos do
no livro "Homens e cousas do Brasil".
Tijuco, hoje Diamantina. Havia em Minas Gerais colégios tra dicionais, como os do Caraça, Congo
Keproduzindo-a, em anexo final, evoca rei o ambiente tão impregnado de poe
nha do Campo, Campo Belo do Ube
Sustentando a precedência obrigató ria do casamento civil, estreon-se na tri
buna da Câmara dos Deputados. Lírico e sarcástico, ofertou, nessa jus
ta intelectual, aos ouvintes. História. Ar te, Poesia, Direito, Sociologia e Filosofia. A estróia dc Carlos Peixoto foi um
acontecimento político. A de Davi Campista, inovação da oratória parlamentar
com ,o gênero "folhetim". A de Gastão da Cunha, o dia consagrado à inteli
to; todos nós aqui temos um nome e ês
Eu não poderia ter outro ideal, e ês balhado na estátua de Palas, cuja figu ra tutelar dominava a esplanada da Acró-
2Jole, onde fulgiam os grandes nomes da Hélacle, quando lhe ordenaram a ins crever o seu nome também, êle, humil de, mas feliz e ao mesmo tempò con fuso da distinção egrégia, caminhou até
o plinto de mármore e aí, alçando o
braço a medo, gravou a sua inicial ape
nas, em lugar quase imnsivel, perdida quase, embai.xo do escudo da divinda de que no alto pendia e velava os des tinos da sua Pátria."
Em surtos de eloqüência, sem o ma nuseio de uma nota, examinou as dis posições para fiel execução da lei do ca
samento civil. Demonstrou que não ha via ofensa da liberdade religiosa, e criou penas para os que não se confor
gência.
mavam. Sustentou que o casamento é
sia, de meditação e de recolhimento, que
Peça de maravilhosa eloqüência. Ar tur Pinto da Rocha, que o ouviu e se
um contrato abençoado pela Igreja. A Guedelha Mourão, deputado pela terra
permitiu aos filhos das "alterosas mon-
salientou nos debates, em artigo ínserto
de Gonçalves Dias, que confundia Dí-
rnimmmmmm
wwr-
EcdnOmiui
(KS
DiuKsio Econômico
feição os idiomas estrangeiros. Da pro
raba, Sabará c São João D*El Rej*, e
lanhas" dcstacarem-se nas pugnas inte
no "Jornal do Brasil",
sa francesa, conhecia, porém, a obra integral de inúmeros autores, como Rei-
seminários como os de Mariana e Dia
lectuais travadas cm outros recantos do
anos após, reviveu, em painel, os episó
mantina. Hoje desapareceram quase to
País.
nach, Le Bon e Emílio Faguet, sempre
dios da memorável sessão.
dos, substituídos
pelos da Ordem dos
va o parlamentar gaúcho êsse discurso
presentes em suas palestras. Fazia exer
Maristas.
Orações clássicas, pela correção da forma c amplidão do pensamento, as
O direito de du\idar de "Latim de
proferidas, na tribuna da Câmara dos
do Gastão como a obra-prima da ora tória brasileira. Outra impressão não terá quem folhear os Anais.
cícios mnemônicos, relendo Camões e
vinte e cinco Considera
Dante, processo que Assiz Brasil usava
mineiro", de certa idade, a ninguém é
para desenvolver portentosa rclentiva. Pouco se interessava pelas ciências eco nômicas e naturais. Daquelas, não há ve.stigios nos seus trabalhos. Destas, o
Deputados, pelo sãojoancn.sc que pa
dado, escreveu com c.spírito Augiuto de
rece ler sido dos vMtimos helenos na Re
Lima Júnior... Outrora, quem pretendesse um ates tado de aprovação cm Latim, se o e.xa-
pública. Não deveriam ser esmaecidas pcjü tempo as páginas dos Anais quO
envergadura intelectual de um Esmeraladversários temíveis.
fato de Le Dantec, alvo então de curio
arqui\am: "Casainento Ci\'il", "Lega-
minador era rigoroso
ção do
sidade universal, não o reter, sequer por alguns minutos, na sala, em célebre cur
Confessaram-se batidos juristas da dino Bandeira e de um Fausto Cardoso,
Vaticano", "Responsabilidade
"E' tão alta esta tribuna e tão augus
Brito, depõe Juscelino Barbosa, passa
Civil do Estado", "Tratado do Acre" e
ta esta assembléia, tão insigne é a hon
ra de haver passado por elas, que ne
corno Afonso de
ria pelas quatro provações: e..crevê-lo,
"Universidade". No gênero, não o su
ditado pelo examinador; traduzi-lo, sem
peraram os mestres da oratória brasi
nhum de nós, mesmo eu, deixa de .ad
dicionário; fazer uma versão do Portu
leira.
quirir uma individualidade neste recin
guês para o Latim e medir os versos de Virgílio, Ovídio c Ilorácio. Os professores do Caraça ainda exi
Rio Branco quis, por intermédio de Alberto Faria, fazê-lo membro da Aca
se nome fica.
giam que o.s alunos vorte.sem a prosa
demia Brasileira de Letras. Não fal tavam a Gastão da Cunha as melhores
se bastaria aos meus sentimentos, que
de Gautier : "Jeunes gens, lisez Ics dic-
mavio.sa de Frei Luiz de Sousa.
eredeneiais. Obra esparsa, sem dúvida.
o daquele artista grego que, tendo tra
tionnaires". Enciclopédias, vocabulá rios, glossários, sempre foram as leitu ras do seu repouso intelectual.
traduz em versos alexandrinos uma ode
so da Sorbonne. Gaslâo não escondeu
a um amigo, que o acompanhava, o en
fado de ouvir assunto de tanta .sensaboria, confessando o seu desinterôsse. Em compensação, formidável conhecedor da História Universal.
Seguia, como um crente, o conselho
Na leitura de um dicionário. Rosas teve a súmuia de todo o conhecimento
que adquiriu na vida". E' a explicação que os historiadores argentinos dão das difiniç-ões "rápidas e frias" do caudilho dos pampas.
Ledor inveterado das enciclopédias, entre os nossos eruditos, é Artur Neiva
mestre na bibliografia e profundo co nhecedor das coisas brasileiras.
Gastão da Cunha, aos olhos da Na
ção, simbolÍ2:ava o humanismo dos "rnontanheses", cujo amor ã instrução
Francisco Sá, numa banca de exame, de HoráciOj assombrando o arguidor, o filólogo Castro Lopes,
que o convido
a seguir para professor de seu ginásio. Os mineiros não eram apenas latinis-
Mas profunda e vasta. E de forma apri morada.
O Barão nada conseguiu devido à opo sição de
Pedro Lessa,
temperamento
apaixonado e desafeto pessoal^ do can didato.
tas. Eram conhecedores da sintaxe e
O parlamentar
estudiosos do vernáculo.
Não compreenderá o humanismo dos fílho.s de Minas Gerais quem desconhe cer o ambiente tranqüilo das suas cida
des, a formação moral da sua juventude o os rigorosos métodos dos seus estabelecimcnto.s dc ensino.
Sobretudo,
se
desconhecer a história do famoso colé
gio, que é uma relíquia para os devolos da tradição mineira.
salientava, há um século, Sainl-Hilaire,
Tentei recompô-la, em largos traços,
ao descrever a cidade e os hábitos do
no livro "Homens e cousas do Brasil".
Tijuco, hoje Diamantina. Havia em Minas Gerais colégios tra dicionais, como os do Caraça, Congo
Keproduzindo-a, em anexo final, evoca rei o ambiente tão impregnado de poe
nha do Campo, Campo Belo do Ube
Sustentando a precedência obrigató ria do casamento civil, estreon-se na tri
buna da Câmara dos Deputados. Lírico e sarcástico, ofertou, nessa jus
ta intelectual, aos ouvintes. História. Ar te, Poesia, Direito, Sociologia e Filosofia. A estróia dc Carlos Peixoto foi um
acontecimento político. A de Davi Campista, inovação da oratória parlamentar
com ,o gênero "folhetim". A de Gastão da Cunha, o dia consagrado à inteli
to; todos nós aqui temos um nome e ês
Eu não poderia ter outro ideal, e ês balhado na estátua de Palas, cuja figu ra tutelar dominava a esplanada da Acró-
2Jole, onde fulgiam os grandes nomes da Hélacle, quando lhe ordenaram a ins crever o seu nome também, êle, humil de, mas feliz e ao mesmo tempò con fuso da distinção egrégia, caminhou até
o plinto de mármore e aí, alçando o
braço a medo, gravou a sua inicial ape
nas, em lugar quase imnsivel, perdida quase, embai.xo do escudo da divinda de que no alto pendia e velava os des tinos da sua Pátria."
Em surtos de eloqüência, sem o ma nuseio de uma nota, examinou as dis posições para fiel execução da lei do ca
samento civil. Demonstrou que não ha via ofensa da liberdade religiosa, e criou penas para os que não se confor
gência.
mavam. Sustentou que o casamento é
sia, de meditação e de recolhimento, que
Peça de maravilhosa eloqüência. Ar tur Pinto da Rocha, que o ouviu e se
um contrato abençoado pela Igreja. A Guedelha Mourão, deputado pela terra
permitiu aos filhos das "alterosas mon-
salientou nos debates, em artigo ínserto
de Gonçalves Dias, que confundia Dí-
r Dicesto Ecoitó^aao
70
reito Canônico com Direito Eclesiásti
Gastáo, que se dcsvcncilhou com fíi-
co, Castão da Cunha fez ver de pronto
cílídadc de todos os competidores, cmi-
a distinção: Direito Eclesiástico é o Di
liii, laK-cz infliicncia<lo pelas idéias de Eduardo Prado, na "Ilusão Americana",
reito Internacional da Igreja;
Direito
]' ^
Diüesto
Econômico
forte espiritxialidade, acham-se engasta
arquivos da Tôrre de Londres e supri
dos naquela jóia da nossa literatura po lítica: "Para governar é necessário ter em
mir os monumentos existentes na velha
conta não só as idéias
Acreditavam que assim lhes seria possí\'el abolir o pas.sado e dominar o futu ro. O projeto foi repelido, bjUiando
obra dc grande repi-rciissão, então re
mentos, os inlcrêsscs, os próprios pre
Estudou o problema em face da Es cola Clássica e da nova Escola Penal.
centemente .saída do.s prclo.s. uni juízo "Grande, mas não grandioso: materialis
conceitos. e até as pai.xõcs. As leis, co mo as instituições, são legítimas quando refletem a consciência nacional, quando
ta, dur;.-,
consultam as idéias, os sentimentos da
Definiu o Direito, segundo Bacon, Kanl e Spencer. "Estado livre e Igreja livre, mas o Estado mantendo todos os seus
direitos e guardando lôdas as suas prer rogativas", a tese principal. Castão da Cunha submeteu-se a ver
dadeira sabatina de História Universal e nmguém sequer o "apertou". Os ad
versários do casamento civil, que esta
vam apaixonadíssimos, notadamente o
Cônego Valois de Castro, procuraram
mpcdir que prosseguisse a irrespondíoraçao, crivando-o de apartes. "Caa um — gritou Anísio de Abreu com
todas as forças dos seus pulmões - o orador transforma numa grande vitoria parlamentar."
Fausto Cardoso interrompe-o demoradamente. A Câmara, cm pôso, protes ta, pedindo a Castão para não lhe responder. Ouvem-se, de todos os lados
ftor°'vnl '^^otinue".e o Gastãoi. ator, espontânea volve para oerudição, sergipano esmaga com citando de
orgullioso,
mcrcantilizado e
queles que têm de dar-lhes obediência. No modo de ser de cada povo, revelado
cúpido". Gastão tornou-se depois convicto amcricanista. Apologista da doutrina de
correndo até lioje."
longados: "Governar não é mandar, nem
O destino rcscrvoii-ilie ainda a glória de representar a América, ausentes os
pota. Também no respeito a essas tra
impor, como ao servo impõe e manda o
dições, há um legítimo interesse social
seu amo;
Estados Unidos, no Conselho da Socie
o político.
dade das Nações. Desenvolveu o inesgotável tema da
idade, historiador e estadista, homem de
prioridade do casamento civil,
cm seis
pensamento e de ação, nue teve as res
sessões, três consecutivas cm cada ano, enfrentando o jurista José Manuel de Azevedo Marques, culto representante
ponsabilidades do govêrno ein momen
prestou na diplomacia
reais
serviços dc aproximação continental.
Um dos mais altos espíritos da nossa
to difícil da sua pátria, explicava com elevação essa desconfiança, senão ani
mosidade, para com a obra lenta do pas sado, dizendo que nos períodos de re novação que se seguem às revoluções, quando de tôda parte se solicitam im portantes reformas ou se trata de pô-las
dc São Paulo o futuro Ministro das Re
lações Exteriores do govêrno de Epitácio Pessoa.
Sente-se o pulso do jurisconsulto em Gastão da Cunha quando, num desses discursos, com, rara felicidade, traçou o paralelo exato entre o doutrinador e o
'W
legislador, página que enobrece a bte-
*
cia igreja.
Combateu a supressão da nossa legação junto à Santa S6, travando im pressionantes diálogos com Barbosa Li
mo professor em Ouro Preto. Pinto Li ma, juiz de direito de Iguape, recorda-
se da impressão de pasmo, quando, ainaa estudante, ouviu Gastão, em aula de
Direito Internacional, reproduzir, sem mudança de uma sílaba, e sem auxílio
de um apontamento, o discurso de Emíüo Castelar, "Síntese da História".
senvolvimento e progresso que vai per
há norma de govêrno a que o estadista devo atender para não se tornar um dés
cor, assombrados os colegas, trechos de Dulas papais e conclusões dos Concílios
Nim causaria surpresa a memória de Uasíão da Cunha, a quem o teve co
também aquciu insensata esperança. E a Inglaterra, juntando às novas liberda des adquiridas o respeito de todas as suas tradições, entrou nesse caminho de de
nas suas tradições c nos seus costumes,
Monroe,
ratura jurídica brasileira.
ma.
Analisando com finura os argu
mentos de Fiore, Micbaud, Pradez, Foderó, Holtzendorf e Bluntchii, revelou-
se um internacionalista cuja fama é consolidada pelos laudos magistrais que proferiu como Brasileiro-Peruano
árbitro nos Tribunais e
Brasileiro-Boli-
viano.
Êsses trechos, denunciadores de uma
em prática, a autoridade do passado e o obstáculo • que se opõe aos esforços para um estado novo, porque é em no me da sabedoria do tempo que alguns repelem o futuro que outros aspiram.
Nessa prevenção há um grande erro o
1
Inglaterra.
como os senti
Canônico, o seu Direito Privado.
acre e inju.sto sòbre os Estados Unidos:
í
71
A peroração arrancou aplausos pro governar, consoante a lição
ctimológica do vocábulo, é dirigir a nau, guiar, marear; é emitir instrução e or
dem para o bem de todos, não da tripu lação sòmente,
mas de quem está ao
leme.
E-tejam certos de que entre nós a
palavra da religião cala no sentimento nacional; em vão buscariam diminuir-
lhe a fôrça, intentando extingui-la na
consciência católica do País; aquela voz sagrada e eterna, os crentes a reconhe
ceriam por instinto e escutá-la-iam a
qualquer momento, na ressonância fiel
do sua fé, tal como os peregrinos de Em.aús, na eomovente narrativa do &.ange,ho: - "non eor ncstrum ardebat m neb.s dum ioqueretur in via?" Criticou, no discurso cAK,-
entregaria a todos os azares de uma si
-'^^'idade e,ivU doEl^^^aZ™; propugnada por Azevedo Marquei de
tuação \'acilante, sem raízes e sem es
ser ind. pensavel aeauteiur o Estado
um perigo ainda maior, porque ela nos tabilidade.
;1
-'3
contra os abusos da administração que
E querendo simbolizar o seu pensa mento, refere um episódio da revolução inglesa, que eu peço permissão para re
poderiam onerá-lo.
^
cordar.
razão era inconsistente.
Sob o govêrno de Cromwell propuse ram con\'encidamente deitar fogo aos
abuso não pode afastar o legislador do
Como bem pontificou CloWs Bevilá qua, nos ccmentários ao Código Civil, a O receio do
eaniinho da justiça. "Prcvidéncie-se -
i
r Dicesto Ecoitó^aao
70
reito Canônico com Direito Eclesiásti
Gastáo, que se dcsvcncilhou com fíi-
co, Castão da Cunha fez ver de pronto
cílídadc de todos os competidores, cmi-
a distinção: Direito Eclesiástico é o Di
liii, laK-cz infliicncia<lo pelas idéias de Eduardo Prado, na "Ilusão Americana",
reito Internacional da Igreja;
Direito
]' ^
Diüesto
Econômico
forte espiritxialidade, acham-se engasta
arquivos da Tôrre de Londres e supri
dos naquela jóia da nossa literatura po lítica: "Para governar é necessário ter em
mir os monumentos existentes na velha
conta não só as idéias
Acreditavam que assim lhes seria possí\'el abolir o pas.sado e dominar o futu ro. O projeto foi repelido, bjUiando
obra dc grande repi-rciissão, então re
mentos, os inlcrêsscs, os próprios pre
Estudou o problema em face da Es cola Clássica e da nova Escola Penal.
centemente .saída do.s prclo.s. uni juízo "Grande, mas não grandioso: materialis
conceitos. e até as pai.xõcs. As leis, co mo as instituições, são legítimas quando refletem a consciência nacional, quando
ta, dur;.-,
consultam as idéias, os sentimentos da
Definiu o Direito, segundo Bacon, Kanl e Spencer. "Estado livre e Igreja livre, mas o Estado mantendo todos os seus
direitos e guardando lôdas as suas prer rogativas", a tese principal. Castão da Cunha submeteu-se a ver
dadeira sabatina de História Universal e nmguém sequer o "apertou". Os ad
versários do casamento civil, que esta
vam apaixonadíssimos, notadamente o
Cônego Valois de Castro, procuraram
mpcdir que prosseguisse a irrespondíoraçao, crivando-o de apartes. "Caa um — gritou Anísio de Abreu com
todas as forças dos seus pulmões - o orador transforma numa grande vitoria parlamentar."
Fausto Cardoso interrompe-o demoradamente. A Câmara, cm pôso, protes ta, pedindo a Castão para não lhe responder. Ouvem-se, de todos os lados
ftor°'vnl '^^otinue".e o Gastãoi. ator, espontânea volve para oerudição, sergipano esmaga com citando de
orgullioso,
mcrcantilizado e
queles que têm de dar-lhes obediência. No modo de ser de cada povo, revelado
cúpido". Gastão tornou-se depois convicto amcricanista. Apologista da doutrina de
correndo até lioje."
longados: "Governar não é mandar, nem
O destino rcscrvoii-ilie ainda a glória de representar a América, ausentes os
pota. Também no respeito a essas tra
impor, como ao servo impõe e manda o
dições, há um legítimo interesse social
seu amo;
Estados Unidos, no Conselho da Socie
o político.
dade das Nações. Desenvolveu o inesgotável tema da
idade, historiador e estadista, homem de
prioridade do casamento civil,
cm seis
pensamento e de ação, nue teve as res
sessões, três consecutivas cm cada ano, enfrentando o jurista José Manuel de Azevedo Marques, culto representante
ponsabilidades do govêrno ein momen
prestou na diplomacia
reais
serviços dc aproximação continental.
Um dos mais altos espíritos da nossa
to difícil da sua pátria, explicava com elevação essa desconfiança, senão ani
mosidade, para com a obra lenta do pas sado, dizendo que nos períodos de re novação que se seguem às revoluções, quando de tôda parte se solicitam im portantes reformas ou se trata de pô-las
dc São Paulo o futuro Ministro das Re
lações Exteriores do govêrno de Epitácio Pessoa.
Sente-se o pulso do jurisconsulto em Gastão da Cunha quando, num desses discursos, com, rara felicidade, traçou o paralelo exato entre o doutrinador e o
'W
legislador, página que enobrece a bte-
*
cia igreja.
Combateu a supressão da nossa legação junto à Santa S6, travando im pressionantes diálogos com Barbosa Li
mo professor em Ouro Preto. Pinto Li ma, juiz de direito de Iguape, recorda-
se da impressão de pasmo, quando, ainaa estudante, ouviu Gastão, em aula de
Direito Internacional, reproduzir, sem mudança de uma sílaba, e sem auxílio
de um apontamento, o discurso de Emíüo Castelar, "Síntese da História".
senvolvimento e progresso que vai per
há norma de govêrno a que o estadista devo atender para não se tornar um dés
cor, assombrados os colegas, trechos de Dulas papais e conclusões dos Concílios
Nim causaria surpresa a memória de Uasíão da Cunha, a quem o teve co
também aquciu insensata esperança. E a Inglaterra, juntando às novas liberda des adquiridas o respeito de todas as suas tradições, entrou nesse caminho de de
nas suas tradições c nos seus costumes,
Monroe,
ratura jurídica brasileira.
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Analisando com finura os argu
mentos de Fiore, Micbaud, Pradez, Foderó, Holtzendorf e Bluntchii, revelou-
se um internacionalista cuja fama é consolidada pelos laudos magistrais que proferiu como Brasileiro-Peruano
árbitro nos Tribunais e
Brasileiro-Boli-
viano.
Êsses trechos, denunciadores de uma
em prática, a autoridade do passado e o obstáculo • que se opõe aos esforços para um estado novo, porque é em no me da sabedoria do tempo que alguns repelem o futuro que outros aspiram.
Nessa prevenção há um grande erro o
1
Inglaterra.
como os senti
Canônico, o seu Direito Privado.
acre e inju.sto sòbre os Estados Unidos:
í
71
A peroração arrancou aplausos pro governar, consoante a lição
ctimológica do vocábulo, é dirigir a nau, guiar, marear; é emitir instrução e or
dem para o bem de todos, não da tripu lação sòmente,
mas de quem está ao
leme.
E-tejam certos de que entre nós a
palavra da religião cala no sentimento nacional; em vão buscariam diminuir-
lhe a fôrça, intentando extingui-la na
consciência católica do País; aquela voz sagrada e eterna, os crentes a reconhe
ceriam por instinto e escutá-la-iam a
qualquer momento, na ressonância fiel
do sua fé, tal como os peregrinos de Em.aús, na eomovente narrativa do &.ange,ho: - "non eor ncstrum ardebat m neb.s dum ioqueretur in via?" Criticou, no discurso cAK,-
entregaria a todos os azares de uma si
-'^^'idade e,ivU doEl^^^aZ™; propugnada por Azevedo Marquei de
tuação \'acilante, sem raízes e sem es
ser ind. pensavel aeauteiur o Estado
um perigo ainda maior, porque ela nos tabilidade.
;1
-'3
contra os abusos da administração que
E querendo simbolizar o seu pensa mento, refere um episódio da revolução inglesa, que eu peço permissão para re
poderiam onerá-lo.
^
cordar.
razão era inconsistente.
Sob o govêrno de Cromwell propuse ram con\'encidamente deitar fogo aos
abuso não pode afastar o legislador do
Como bem pontificou CloWs Bevilá qua, nos ccmentários ao Código Civil, a O receio do
eaniinho da justiça. "Prcvidéncie-se -
i
Dioiisit»
Kconó.mic»")
Dicesto Econômico
Frolis.sõi-s liberais. .. porcpic ê libe escreveu Clovis — para impedir a sua
Universidade cie Caen (1436). Quando
reprodução, mas consagre-sc
a regra
justa."
Gaslão propôs organizar a defesa da
liberdade civil que as gerações pasradas conquistaram
com inúmeros sacrifícios
contra a inCuencia do Estado nas rela
ções da vida social. O Senado, aceitan
do uma emenda de Artur Lemos, res
.'V, solução dada ao rumoroso caso pelo
a Espanlia cjucr consolidar o seu poder
ral a profissão de advogado ou de mé dico c não o é a de agricultor ? (muito
Ao arbitramento não se deveria recor
nos Países Baixos, funda a Uni\'crsida-
bem).
rer, dada a demora da solução. Alegado
de de Douaí (1572).
Quando a Ale
As di\ersas funções, sq não são iguais
manha cjucr reorganizar a Alsácia-Lorena, depois cie 1870, começa pela re-
Ou idênticas, são equivalentes ao conjun
constíluição completa c total da Univer sidade de Slrasburgo". "Só há vantagen.s em uniformizar as
liberais não conferem por si nlesmas a
to geral, e aquelas chamadas profissões honraria aos que as exercem; elas valem o que \'alem os profissionais.
Barão do Rio Branco, a única possível.
o. princípio da nacionalidade, a vitória não nos soiTiria.
Rio Branco teve em
Gastão da Cunha o advogado insupenrvcl. Solucionado o litígio, a Nação jul gou o hravo chanceler "benemérito do Brasil".
tabeleceu a doutrina de Gaítão. Os discursos, pronunciados nas últi mas sessões de julho de 1902, são es
ferenciações", foi a sua resposta íi crí
tudos completos sôbre a intervenção do
tica feita pelos espíritos incli\'idualistas
mais um literato sem talento, um advo
episódio que emocionou vivamente a Nação, divulgado pela imprensa de todo
ao rcgimcm que. obriga
gado ou médico medíocre do que um
o País.
hábil industrial ou comerciante."
lançava chispas de eloqüência, quando
Ilojc é tema sediço, mas n"'o n era <piando Gastão o dcscn\ ol\ eu.
reclamou um copo dágua.
Poder Judiciário
nos atos administra
tivos.
Gastão analisou a tese de Direito Uni
versal de que a administração não pode nem deve julgar, assim como o juiz não pode, nem deve administrar. Enfim, ne nhum poder tem atribuição de cas-^ar
cíOncepçõe.s gerais c em impedir as di uma minoríu
pen.santc a passar por um mesmo crivo... "A Alemanha tornou-se uma das maio
res nações do glol)0 e a disciplina men
tal foi o seu grande segredo", c.xclamou. Apaixonado pelos problemas do ensi no, Gastão da Cunha, com tcuaciclacle
de apóstolo, pugnou pela sua morali
atos de outro poder. Viveiros de Castro, dade. Considerando ruinnso o sistema Ministro do Supremo Tribunal, comentando-os, em "Direito Administrativo" dos exames parcelados, não admitia que
o ensino secundário fü.sse mero vestíbulo
resumiu-os com fidelidade.
Não menos notável é a oração profe ria em 5 de agosto de 1903. Pela atuaidade fo, a pedido do deputado pau lista Jose de Almeida Camargo, trans-
cnta imegralrneute nos Anais da Assembieia Ccnstituinte Federal.
Estudou Gastão da Cunha a função social das universidades como susten-
das academias. Regimem nefasto no qual o livro c substituído pelo manual, o programa pelo ponto e o mestre pelo
preparador de exames... E' a mercantilização do ensino. Com chiste, dizia Gastão da Cunha: "Flá colégios que re cebem alunos em consignação. Mais
procurado aquele que melhores contas
táculo da unidade nacional.
apresenta a seus comitentcs, isto é, o
Na centralização administrativa, dou trinava, reside o remédio que impede a
prazo de tempo; e, no caso, tempo é
desagregação dos elementos constitutivos de nossa Pátria. E o Brasil carece de unidade moral, coesão e hoinogcneida-
maior número de exames
o no menor
dinheiro".
A propósito
da obcessão do.s graus,
Não compreendo cm que podem valer
Defensor da política de Rio Branco, discutindo a Questão do Acre, na fase contemporânea do litígio, produziu tra balho monumental. Relator c]o Tratado,
em cuja redação colaborou com Carlos do Carvalho e Assiz Brasil, rompeu, di rigiu c encerrou o debate. As discus
sões da Câmara dos Deputados dura
ram treze dias." A exposição inicial de Gastão, que foi secreta, levou duas sessões inteiras. Demonstrou que o Tra
tado, o mais notável ajuste diplomático
desde a Independência, resultava dç sá
A .sessão era secreta.
Gastão
Expressa
mente proibida a entrada no recinto de pessoas que não fôssem deputados, vá rios colegas correram pre.ssurosos para atendê-lo.
Francisco Veiga, decano da bancada mineira, presidente da Comissão de Fi nanças e professor de Direito Adminis trativo da Faculdade de Belo Horizonte,
foi quem conduziu, respeitosamente, o almejado copo dágua. O ato reveste-se de grande significação. Gastão comovese ccm aquela alta distinção e manifesta profundo reconhecimento.
Francisco Veiga profere esta frase,
que a Câmara acolheu com prolongada bia e sagaz preparação diplomática; salva de palmas: "Também Van Dyck honrava as tradições da nossa cultura; foi sei-vido por Carlos I da InglateiTa dilatava as nossas fronteiras pela incor Pois nno e para se admirar que o Van poração de extenso território, um rico Dyck da tribuna parlamentar brasileira Estado em futuro não remoto; punha .seja servido pelo mais obscuro dos seus termo a uma situação inquietanto; acautelava o futuro e con.solidava a paz com
na raça latina, terrível preconceito das
uma nação vizinha. Rio Branco sinte
de. O grande mal está no federalismo praticado em excesso.
chamadas profissões liberais, ju'diciosamento extemau: "A língua ainda guar da o vestígio das antigas clas-es, que
tizou ccm uma frase as nossas aspira
Sintetiza, a seguir, o papel histórico
outTora dividiam a Nação, estabelacen-
ções: "Não fazemos questão de territó
admiradores".
Gaslão legou ãs letras jurídicas ura
trabalho de valor, referente ao projeto do Código do Processo Civil do Distrito
rio; fazemo-la de brasileiros". O Acre.
Federal e na discussão do "Negócio das Pedras Preciosas", esta pequena minia
desempenhado pelas universidades: "Quando a Inglaterra quer assegurar o
do hierarquias até nas classificações do
era apenas boliviano em pequenina por ção do território e só povoado de com-
trabalho: honorários, emolumentos, pa
patrícios nossos.
sen domínio na Norinandia,
ga. remuneração, jornal, estípêndio.
funda a
Na discu.ssão desse Tratado houve um
tura sôbre a calúnia, que nos faz recor dar a famosa ária de D. Basílio, ,no
Dioiisit»
Kconó.mic»")
Dicesto Econômico
Frolis.sõi-s liberais. .. porcpic ê libe escreveu Clovis — para impedir a sua
Universidade cie Caen (1436). Quando
reprodução, mas consagre-sc
a regra
justa."
Gaslão propôs organizar a defesa da
liberdade civil que as gerações pasradas conquistaram
com inúmeros sacrifícios
contra a inCuencia do Estado nas rela
ções da vida social. O Senado, aceitan
do uma emenda de Artur Lemos, res
.'V, solução dada ao rumoroso caso pelo
a Espanlia cjucr consolidar o seu poder
ral a profissão de advogado ou de mé dico c não o é a de agricultor ? (muito
Ao arbitramento não se deveria recor
nos Países Baixos, funda a Uni\'crsida-
bem).
rer, dada a demora da solução. Alegado
de de Douaí (1572).
Quando a Ale
As di\ersas funções, sq não são iguais
manha cjucr reorganizar a Alsácia-Lorena, depois cie 1870, começa pela re-
Ou idênticas, são equivalentes ao conjun
constíluição completa c total da Univer sidade de Slrasburgo". "Só há vantagen.s em uniformizar as
liberais não conferem por si nlesmas a
to geral, e aquelas chamadas profissões honraria aos que as exercem; elas valem o que \'alem os profissionais.
Barão do Rio Branco, a única possível.
o. princípio da nacionalidade, a vitória não nos soiTiria.
Rio Branco teve em
Gastão da Cunha o advogado insupenrvcl. Solucionado o litígio, a Nação jul gou o hravo chanceler "benemérito do Brasil".
tabeleceu a doutrina de Gaítão. Os discursos, pronunciados nas últi mas sessões de julho de 1902, são es
ferenciações", foi a sua resposta íi crí
tudos completos sôbre a intervenção do
tica feita pelos espíritos incli\'idualistas
mais um literato sem talento, um advo
episódio que emocionou vivamente a Nação, divulgado pela imprensa de todo
ao rcgimcm que. obriga
gado ou médico medíocre do que um
o País.
hábil industrial ou comerciante."
lançava chispas de eloqüência, quando
Ilojc é tema sediço, mas n"'o n era <piando Gastão o dcscn\ ol\ eu.
reclamou um copo dágua.
Poder Judiciário
nos atos administra
tivos.
Gastão analisou a tese de Direito Uni
versal de que a administração não pode nem deve julgar, assim como o juiz não pode, nem deve administrar. Enfim, ne nhum poder tem atribuição de cas-^ar
cíOncepçõe.s gerais c em impedir as di uma minoríu
pen.santc a passar por um mesmo crivo... "A Alemanha tornou-se uma das maio
res nações do glol)0 e a disciplina men
tal foi o seu grande segredo", c.xclamou. Apaixonado pelos problemas do ensi no, Gastão da Cunha, com tcuaciclacle
de apóstolo, pugnou pela sua morali
atos de outro poder. Viveiros de Castro, dade. Considerando ruinnso o sistema Ministro do Supremo Tribunal, comentando-os, em "Direito Administrativo" dos exames parcelados, não admitia que
o ensino secundário fü.sse mero vestíbulo
resumiu-os com fidelidade.
Não menos notável é a oração profe ria em 5 de agosto de 1903. Pela atuaidade fo, a pedido do deputado pau lista Jose de Almeida Camargo, trans-
cnta imegralrneute nos Anais da Assembieia Ccnstituinte Federal.
Estudou Gastão da Cunha a função social das universidades como susten-
das academias. Regimem nefasto no qual o livro c substituído pelo manual, o programa pelo ponto e o mestre pelo
preparador de exames... E' a mercantilização do ensino. Com chiste, dizia Gastão da Cunha: "Flá colégios que re cebem alunos em consignação. Mais
procurado aquele que melhores contas
táculo da unidade nacional.
apresenta a seus comitentcs, isto é, o
Na centralização administrativa, dou trinava, reside o remédio que impede a
prazo de tempo; e, no caso, tempo é
desagregação dos elementos constitutivos de nossa Pátria. E o Brasil carece de unidade moral, coesão e hoinogcneida-
maior número de exames
o no menor
dinheiro".
A propósito
da obcessão do.s graus,
Não compreendo cm que podem valer
Defensor da política de Rio Branco, discutindo a Questão do Acre, na fase contemporânea do litígio, produziu tra balho monumental. Relator c]o Tratado,
em cuja redação colaborou com Carlos do Carvalho e Assiz Brasil, rompeu, di rigiu c encerrou o debate. As discus
sões da Câmara dos Deputados dura
ram treze dias." A exposição inicial de Gastão, que foi secreta, levou duas sessões inteiras. Demonstrou que o Tra
tado, o mais notável ajuste diplomático
desde a Independência, resultava dç sá
A .sessão era secreta.
Gastão
Expressa
mente proibida a entrada no recinto de pessoas que não fôssem deputados, vá rios colegas correram pre.ssurosos para atendê-lo.
Francisco Veiga, decano da bancada mineira, presidente da Comissão de Fi nanças e professor de Direito Adminis trativo da Faculdade de Belo Horizonte,
foi quem conduziu, respeitosamente, o almejado copo dágua. O ato reveste-se de grande significação. Gastão comovese ccm aquela alta distinção e manifesta profundo reconhecimento.
Francisco Veiga profere esta frase,
que a Câmara acolheu com prolongada bia e sagaz preparação diplomática; salva de palmas: "Também Van Dyck honrava as tradições da nossa cultura; foi sei-vido por Carlos I da InglateiTa dilatava as nossas fronteiras pela incor Pois nno e para se admirar que o Van poração de extenso território, um rico Dyck da tribuna parlamentar brasileira Estado em futuro não remoto; punha .seja servido pelo mais obscuro dos seus termo a uma situação inquietanto; acautelava o futuro e con.solidava a paz com
na raça latina, terrível preconceito das
uma nação vizinha. Rio Branco sinte
de. O grande mal está no federalismo praticado em excesso.
chamadas profissões liberais, ju'diciosamento extemau: "A língua ainda guar da o vestígio das antigas clas-es, que
tizou ccm uma frase as nossas aspira
Sintetiza, a seguir, o papel histórico
outTora dividiam a Nação, estabelacen-
ções: "Não fazemos questão de territó
admiradores".
Gaslão legou ãs letras jurídicas ura
trabalho de valor, referente ao projeto do Código do Processo Civil do Distrito
rio; fazemo-la de brasileiros". O Acre.
Federal e na discussão do "Negócio das Pedras Preciosas", esta pequena minia
desempenhado pelas universidades: "Quando a Inglaterra quer assegurar o
do hierarquias até nas classificações do
era apenas boliviano em pequenina por ção do território e só povoado de com-
trabalho: honorários, emolumentos, pa
patrícios nossos.
sen domínio na Norinandia,
ga. remuneração, jornal, estípêndio.
funda a
Na discu.ssão desse Tratado houve um
tura sôbre a calúnia, que nos faz recor dar a famosa ária de D. Basílio, ,no
74
DiOK-STO
Barbeiro de Sevilha:
"Primeiramente
um boato leve, resvalando pelo chão como a andorinha, antes da borrasca,
planíssimo, murmura e csgueira-se. Ou
vido há que escuta e aparece logo uma boca para entornar em outro ouvido, e o^ mal está feito —■ rasteja, caminha e vai
rinforzando de boca em bôca. Depois,
de repente, vereis a calúnia de pé! crescendo, inchando,
assoviando, pra
guejando, trovejando, estourando cm clamor geral, num côro de aversão e de opróbríüs".
De sua autoria a minuciosa resenha
da administração de Rodrigues Alves, publicada sem assinatura no Volume Mensagens Presidenciais" dos Docu mentos Parlamentares. Se bem que ver
dadeiro panegírico, é, pela multiplicida de de fatos narrados, leitura imprescin dível ao conhecimento exato daquele período áureo da' República. Triunfos
Não só o recinto da Cílmara dos Deputados guarda os ecos da eloqüência de Gastão da Cunha.
São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires foram testemunhas de triunfos
que nao perecem.
Na sacada do "Clube. Internacional",
da Paunceia, entoou, delirantemente
ovqci.onado pela mocidade acadêmica um hino, de surpreendente beleza i
obra do Barão do Rio Branco que, a convite do "Centro Acadêmico Onze'de I
Agôsto", acabava de inaugurar, na
I - Praça da República, a herma de Álvares de Azevedo. Em surtos de oratória -
traçou magistral paralelo dos dois Rio
Branco. O pai, dihitando as fronteiras morais da. Pátria. ,0 filho, dilatando as fronteira.s nacionais. Perorou, arrebatan-
ECONÔMiCO
do de entusiasmo os paulistas. "Escuto
Digesto
Econômico
75
prezo, presenciou em uma tarde de do
o hino triunfal da obra do segundo Rio
mingo, no Jnckcij Chib de Palermo,
Branco, cujas notas vão repercutir em todos os recantos do Bca.sü, c as estrofes
gullio de .ser brasileiro.
mais brilhantes .são as que cslão sendo entoadas pela mocidade". Na scs.são solene da
Faculdade
de
Direito de Belo Horizonte, saudando a
Joaquim Nabuco, não menor a vitória. Nabuco
fêz
a
defesa
de
incriminada
apostasia política, perante o diretor da Escola, antigo colega do turma, monarquísta no Império o Presidente eleito
da República. Empolga a assistência ao usar a imagem do "Bom Samaritano" para se defender, escudado cm Eduardo
Prado, dos ataques de velhos compa nheiros de lulas como Carlos de Laet.
Ausente o orador escalado, o poeta
aquele, fato que o encheu do justo orGastão da
como aquela exaustiva defesa do Tra
tado do Acre, publicada na íntegra pelo "Jornal do Comercio", falava direta mente á Nação.
Cunha teve na grande metrópole pla tina o seu minuto de popularidade.
Bem poderia Rio Branco ler satisfeito àqueles formalislas rígidos, enfei.xando cm volume as "notas" do Itamarati, pu
Caslão da Cunha ç Rio Branco
blicadas com a Sua assinatura, e as nu
Rio Branco, na sua passagem pelo Itamàrali, procurou ccrcur-sc dos ho mens do cultura. Mérito que ninguém,
de boa fé, poderá negar-lhe. Joaquim Nabuco, Pandiá Calógeras, Davi Cani-
P'sta, Domício da Cama, Euclidcs da
Cwnhá e Amaro Cavalcanti, .satélites eram verdadeiros sóis, os eleitos
de Rio Branco.
Silva Paranhos, cuja obra nunca a incensaremos demais, sofreu dos repu
merosas "\'árias" que redigiu, sem subsci-cw-Ias, em jornais, para que pairas se alto no concérto das nações o nome do Brasil.
Gastão da Cunha, espírito mordacússí-
mo e que de tudo pilheriava para prostrar o adversário pelo ridículo, assim falou na Câmara, destruindo o "pnpão":
"Falo perante uma Câmara de ho mens de cultura. Qual dos deputados
aqui presentes que tera cometido a in dignidade dc ler relatórios? Os relató
Augusto de Lima, catcdrático de Filo
blicanos históricos o positi\istas terrível
lavra a Caslão da Cunha.
campanha demolidora.
rios são traças perigosas que, não sei como, se insinuam em nossas estantes
formavam que o Silva Paranhos do Im
mestres e amigos — os bons livros."
Sentiam aqueles igualitários, impregna
não acreditar na sinceridade dos oposi-
sofia do Direito, Afonso Pena dá a pa Referem tes
temunhas fidedignas que o discurso de
Nabuco rião eclipsou o de Gastão, que falou de improviso. De uma felicíssima comparação de que se serviu, ficou
conhecido como o "discurso do jequiÜbá" .
Acompanhou a Campos Sales na via gem à Argentina em missão de frater
nidade continental.
O presidente do
Brasil rodeou-se de uma comitiva de in
telectuais. Representava ^a imprensa o "príncipe da poesia", o grande Olavo Bilac. O Parlamento designou, como seu delegado, Gastão da Cunha, cuja estréia na tribuna, poucos dias antes, fura um acontecimento.
Em
todos
os
recantos
de
Buenos
Aires, a multidão, fascinada pela sua eloqüência, quando o pressentia, recla mava aquela palavra arrebatadora, aos gritos de "Ilabla da Cunha", "Habla
da Cunlm". Amigo meu, dos que mais
Os republicanos históricos não se con
pério fôsse o Rio Branco da República.
dos das idéias da Revolução Francesa,
um eco palaciano, um pri\ilcgio de di nastia imperial, no "nome que precede ram oulrora duas coroas heráldicas •
Os positivistas eram solidários com
um dos seus corifcus, o digno Ministro em Paris, Gabriel Piza, accrrimo ini migo de Rio Branco.
Não o poupavam
para contaminar os nossos melhores
"Boutade" que Gastão empregou por tores.
Toniou-se o ilustre mineiro na Câma
ra dos Deputados, como já tivemos opor tunidade de dizer, um autorizado in
térprete da obra de Rio Branco.
Es
creveu Hélio Lobo que a vida do Gran de Ministro não pode ser escrita sem o
depoimento de Gastão da Cunha, que
os comtistas, notadamentc no Parlamen
o acompanhou de perto e durante os
Barbosa Lima.
êle teve a maior e a mais íntima das
O "leit-motif" da campanha era o fato de Rio Branco não escre^'er "relató
con\'ivencias,
rios" para defender os atos praticados
Tao grande foi a atuação do insigne intelectual que, entre as publicações ofi
como Ministro das Relações Exteriores.
ciais emanadas diretamente do Itama-
Rio Bmnco nunca dei.xou de justifi cá-los plenamente. Em discursos, en trevistas, nnlãs e exposições de motivos,
rali, na época de Rio Branco — depôs
to, capitaneados pelo fogoso Alexandre
1
dez anos de çhanceiaria foi quem corn
Argeu Guimarães, alto funcionário da "Càsa de Cabo Frio" — muitas se assi-
f]
74
DiOK-STO
Barbeiro de Sevilha:
"Primeiramente
um boato leve, resvalando pelo chão como a andorinha, antes da borrasca,
planíssimo, murmura e csgueira-se. Ou
vido há que escuta e aparece logo uma boca para entornar em outro ouvido, e o^ mal está feito —■ rasteja, caminha e vai
rinforzando de boca em bôca. Depois,
de repente, vereis a calúnia de pé! crescendo, inchando,
assoviando, pra
guejando, trovejando, estourando cm clamor geral, num côro de aversão e de opróbríüs".
De sua autoria a minuciosa resenha
da administração de Rodrigues Alves, publicada sem assinatura no Volume Mensagens Presidenciais" dos Docu mentos Parlamentares. Se bem que ver
dadeiro panegírico, é, pela multiplicida de de fatos narrados, leitura imprescin dível ao conhecimento exato daquele período áureo da' República. Triunfos
Não só o recinto da Cílmara dos Deputados guarda os ecos da eloqüência de Gastão da Cunha.
São Paulo, Belo Horizonte e Buenos Aires foram testemunhas de triunfos
que nao perecem.
Na sacada do "Clube. Internacional",
da Paunceia, entoou, delirantemente
ovqci.onado pela mocidade acadêmica um hino, de surpreendente beleza i
obra do Barão do Rio Branco que, a convite do "Centro Acadêmico Onze'de I
Agôsto", acabava de inaugurar, na
I - Praça da República, a herma de Álvares de Azevedo. Em surtos de oratória -
traçou magistral paralelo dos dois Rio
Branco. O pai, dihitando as fronteiras morais da. Pátria. ,0 filho, dilatando as fronteira.s nacionais. Perorou, arrebatan-
ECONÔMiCO
do de entusiasmo os paulistas. "Escuto
Digesto
Econômico
75
prezo, presenciou em uma tarde de do
o hino triunfal da obra do segundo Rio
mingo, no Jnckcij Chib de Palermo,
Branco, cujas notas vão repercutir em todos os recantos do Bca.sü, c as estrofes
gullio de .ser brasileiro.
mais brilhantes .são as que cslão sendo entoadas pela mocidade". Na scs.são solene da
Faculdade
de
Direito de Belo Horizonte, saudando a
Joaquim Nabuco, não menor a vitória. Nabuco
fêz
a
defesa
de
incriminada
apostasia política, perante o diretor da Escola, antigo colega do turma, monarquísta no Império o Presidente eleito
da República. Empolga a assistência ao usar a imagem do "Bom Samaritano" para se defender, escudado cm Eduardo
Prado, dos ataques de velhos compa nheiros de lulas como Carlos de Laet.
Ausente o orador escalado, o poeta
aquele, fato que o encheu do justo orGastão da
como aquela exaustiva defesa do Tra
tado do Acre, publicada na íntegra pelo "Jornal do Comercio", falava direta mente á Nação.
Cunha teve na grande metrópole pla tina o seu minuto de popularidade.
Bem poderia Rio Branco ler satisfeito àqueles formalislas rígidos, enfei.xando cm volume as "notas" do Itamarati, pu
Caslão da Cunha ç Rio Branco
blicadas com a Sua assinatura, e as nu
Rio Branco, na sua passagem pelo Itamàrali, procurou ccrcur-sc dos ho mens do cultura. Mérito que ninguém,
de boa fé, poderá negar-lhe. Joaquim Nabuco, Pandiá Calógeras, Davi Cani-
P'sta, Domício da Cama, Euclidcs da
Cwnhá e Amaro Cavalcanti, .satélites eram verdadeiros sóis, os eleitos
de Rio Branco.
Silva Paranhos, cuja obra nunca a incensaremos demais, sofreu dos repu
merosas "\'árias" que redigiu, sem subsci-cw-Ias, em jornais, para que pairas se alto no concérto das nações o nome do Brasil.
Gastão da Cunha, espírito mordacússí-
mo e que de tudo pilheriava para prostrar o adversário pelo ridículo, assim falou na Câmara, destruindo o "pnpão":
"Falo perante uma Câmara de ho mens de cultura. Qual dos deputados
aqui presentes que tera cometido a in dignidade dc ler relatórios? Os relató
Augusto de Lima, catcdrático de Filo
blicanos históricos o positi\istas terrível
lavra a Caslão da Cunha.
campanha demolidora.
rios são traças perigosas que, não sei como, se insinuam em nossas estantes
formavam que o Silva Paranhos do Im
mestres e amigos — os bons livros."
Sentiam aqueles igualitários, impregna
não acreditar na sinceridade dos oposi-
sofia do Direito, Afonso Pena dá a pa Referem tes
temunhas fidedignas que o discurso de
Nabuco rião eclipsou o de Gastão, que falou de improviso. De uma felicíssima comparação de que se serviu, ficou
conhecido como o "discurso do jequiÜbá" .
Acompanhou a Campos Sales na via gem à Argentina em missão de frater
nidade continental.
O presidente do
Brasil rodeou-se de uma comitiva de in
telectuais. Representava ^a imprensa o "príncipe da poesia", o grande Olavo Bilac. O Parlamento designou, como seu delegado, Gastão da Cunha, cuja estréia na tribuna, poucos dias antes, fura um acontecimento.
Em
todos
os
recantos
de
Buenos
Aires, a multidão, fascinada pela sua eloqüência, quando o pressentia, recla mava aquela palavra arrebatadora, aos gritos de "Ilabla da Cunha", "Habla
da Cunlm". Amigo meu, dos que mais
Os republicanos históricos não se con
pério fôsse o Rio Branco da República.
dos das idéias da Revolução Francesa,
um eco palaciano, um pri\ilcgio de di nastia imperial, no "nome que precede ram oulrora duas coroas heráldicas •
Os positivistas eram solidários com
um dos seus corifcus, o digno Ministro em Paris, Gabriel Piza, accrrimo ini migo de Rio Branco.
Não o poupavam
para contaminar os nossos melhores
"Boutade" que Gastão empregou por tores.
Toniou-se o ilustre mineiro na Câma
ra dos Deputados, como já tivemos opor tunidade de dizer, um autorizado in
térprete da obra de Rio Branco.
Es
creveu Hélio Lobo que a vida do Gran de Ministro não pode ser escrita sem o
depoimento de Gastão da Cunha, que
os comtistas, notadamentc no Parlamen
o acompanhou de perto e durante os
Barbosa Lima.
êle teve a maior e a mais íntima das
O "leit-motif" da campanha era o fato de Rio Branco não escre^'er "relató
con\'ivencias,
rios" para defender os atos praticados
Tao grande foi a atuação do insigne intelectual que, entre as publicações ofi
como Ministro das Relações Exteriores.
ciais emanadas diretamente do Itama-
Rio Bmnco nunca dei.xou de justifi cá-los plenamente. Em discursos, en trevistas, nnlãs e exposições de motivos,
rali, na época de Rio Branco — depôs
to, capitaneados pelo fogoso Alexandre
1
dez anos de çhanceiaria foi quem corn
Argeu Guimarães, alto funcionário da "Càsa de Cabo Frio" — muitas se assi-
f]
im*--!»
Dicesto
7fi
Econômico
Dicesto Econômico
Chruchaga Tocomal. Do Brasil, Joa quim Murtinho, Gastão da Cunha, Ola
77
nalam de colaboração provada ou de autoria completa de Gastão da Cunha.
reclamações pecuniárias. Outro, sobre a catástrofe de Valparaíso.
O Tratado de 1909, que resolveu o condomínio das águas da Lagoa Mirim e do rio Jaguarão, estabelecendo a juris
lição de Direito Intí-rnacional, para de
dição fluvial e lacustre do Brasil e Uru guai - quem revela o fato é Hélio Lôbo
mitir oii in\'Ocar o Direito Ariiilral, na
tenso o trabalho nas comissões c nulo
esfera do Direito cias Cientes, não é
nas sessões plenárias.
sobrepujou em popularidade. Nas fes
— foi obra de Gastão da Cunha, não só
abdicar a .soberania.
Dos labores da delegação brasileira atesta o relatório de Herculano de Frei
tas coimbrãs os estudantes se habitua ram a reclamar a sua palavra. Absorvcnte, de inesgoláN-el capacidade de tra balho, redigia de próprio punlio os ofí
na discussão com o plenipotenciúrio Dominguez. como na redação final. Tra
tado que demonstra terem as prescrições supremas do Direito Internacional Ame
O referente às reclamações foi uma
monstrar a tc.se segundo a qual o per
C-'onfirmou, em
plenário, o \oto c{ue dera na Cxniii são. Nesses pleitos não é só o \aIor econô
mico qoe deve ser ponderado. Q inte
ricano sobrepujado aos ditames egoístas
resse jurídico, social ou político, com preendido na controvérsia, pode ser de
do interesse.
tal monta que e.scecla à cifra da recla-
Na sua decisão, não predominou u política da fôrça ou dos fatos consiima-
nuição.
dos, mas a efusão de verdadeiro espí rito fraternal, reconheceu o nobre uru guaio Guani.
Conferências Pan-Americanas
ção de pesar foi votada pela Conferên cia. O delegado da Colômbia, Uribe e Uribe, ao fundamentá-la, solicitou a pa lavra de quem se ufanas.se de ser amigo do Chile.
Oradores do fama continen
tal manifestaram o pe.sar das naçõc.s
anicricana.s. Nenhum, porém, sobrepu jou a Gastão da Cunha, orador do Brasil, no liino que entoou ao Chile e uo valor
destacavam-se Gastão da Cunha e Pan-
da sua raça. Em írccho.s eloqüentíssi mos*, que deveriam figurar nas antolo
dia Calogeras.
gias, rememorou o drama da conquista
Gastão fazia parto da Comissão do
e frisou que, no continente americano, ü chileno foi quem mais porfiadamente
gerayepresenlava o Brasil na Comissão de Relações Comerciais. A primeira
lutou com o dono primitivo da terra, qual linlia a seu favor a cordilheira, u
era presidida por Gonçalo Ramirez. A
terra e 6 mar.
Arbitragem e Tratados, enquanto Caló.segunda, por Anselmo Hcvia Riquchne. Calógeras presidia a Comissão Ferro Carril Pan-Americana.
Poucos discursos so fizeram ouvir uo plenário. Intensos trabalhos nas comis
sões.
Resultados profícuos com a in
corporação à nossa legislação das con venções e resoluções votadas. Gastão da Cunha proferiu dois discur-
1, dos mais empolgantes. Um, sôbre
sos
4.^
Conferência
Pan-Ahiericanu
rcuniii-se na .sala dos Pas.sos Perdidos, cm Buenos Aires.
Houve apuro na formação das dele gações. A América cslêvc representada
pelo.s seus pró-homens.
Dos Estados
Unidos, Honry White e Basset Moore; Da Argentina, Bermejo, Saenz P^a Larretu. Do Chile. .-Mejandro Alvarez
Medeiros, Gastão era o único enxàado cuja visita agradava à Rainha.
Dizem as mus línguas que não houve
no reino da Dinamarca fidalgo que não
Como nas conferências anteriores, in
tas, apresentado ao Barão do Rio Braneo. Ministro das Relações E.xteriores.
recebesse um apelido inocente...
Em Portugal, nenhum diplomata o
cios da embaixada brasileira O diplomata
Estreou-se na carreira, como ministro
no Paraguai. Nesse põ.sto difícil, que o Barão de Cotegipe, ura dos seus ante cessores considerava o mais espinhoso
mm urn diplomata brasileiro. Gastão
presto» relevantes seryiço.s. n sdenhava os cerimoniais
e as eti. .. n embaixador "sui generís". "Cc.s
• riens", como Flassan os definia, substituía pelo encantamento de
Foi um dos raros oradoi;;. admitidos
para falar na instalaçao do Conselho da Liga das Nações. Jean Ray, nos Co' mentáríos ao Pacto ConstituHvo da So ciedade, transcreveu o trecho principal da brilhante oração. Membro do Con selho, formado o "Comitê" de Gastão" Balfour, Scialoja e Bourgeois, relatou os' pareceres sôbre os célebres litígios da Alta Silésia e os das cidades de
e Malmedy, decidindo-os a favor da^ pretensões da Polônia e da Bélgica
fatos acarretaram grande agitação na Alemanha, que nunca se conformou com
u^a palavra mágica, que o tornava ini- o veredito de Gastão da Cunha Em Paris, encerrando a lo a g ™Seiros e Albuquerque, em suas Gastão reviveu os seus grandes S "Memórias", narra como o ministro bra sileiro violara o protocolo, que exige
Presidindo o Parlamento do Universo'
traçou uma pagina de profundo idea pertencer a pessoa_ real a iniciativa de lismo, crente de que não tôra -
tôdas as conversações.
Gastão fora visitar a Rainha-Mãe da
Estrepitosas ovações coroaram as úl timas palavras de Gastão da Cunha. A
vo Bilae, Hcrculano de Freitas e Almei
da Nogueira.
Na diplomacia foi um triunfador.
Sobre a catástrofe cie Valparaíso, mo
Joaquim Nabucü é nomeado chefe du delegação brasileira à 3.« Conferência Pan-Americana, reunida na'cidade do
Rio de Janeiro. Dentre os delegados
•f
•!! '1'
Dinamarca.
Portou-se inconvenientis-
simamente. Em torno, os velhos fidal
gos estavam escandalizados com a sua desenvoltura. Quando o diplomata bra
sileiro se retirou, a Soberana, que se divertira, insistiu para que êle voltasse. E voltou, de fato, amiudadas vezes. Surpreendido um dia com uma con decoração, soube que fora solicitada pela Soberana.
No aborrecimento monóto
no daquela pequena côrte, acrescentou
que a humanidade acudira ao. «i
Lmas da guerra mundS, no^d
de conjurar a catástrofe „rr, da civilização. ' oprobrio
Em Roma, como Presidente do o.
selho da Sociedade das Nações, p^ofr nu um discurso, eme
P'ore-
com a imagem do "fordin "^^oso o Tibre", realçada por AUredo^ a significar a última fase da oi
da Cidade Eterna.
'
<^'vaização
Gastão. único representante da Aané
im*--!»
Dicesto
7fi
Econômico
Dicesto Econômico
Chruchaga Tocomal. Do Brasil, Joa quim Murtinho, Gastão da Cunha, Ola
77
nalam de colaboração provada ou de autoria completa de Gastão da Cunha.
reclamações pecuniárias. Outro, sobre a catástrofe de Valparaíso.
O Tratado de 1909, que resolveu o condomínio das águas da Lagoa Mirim e do rio Jaguarão, estabelecendo a juris
lição de Direito Intí-rnacional, para de
dição fluvial e lacustre do Brasil e Uru guai - quem revela o fato é Hélio Lôbo
mitir oii in\'Ocar o Direito Ariiilral, na
tenso o trabalho nas comissões c nulo
esfera do Direito cias Cientes, não é
nas sessões plenárias.
sobrepujou em popularidade. Nas fes
— foi obra de Gastão da Cunha, não só
abdicar a .soberania.
Dos labores da delegação brasileira atesta o relatório de Herculano de Frei
tas coimbrãs os estudantes se habitua ram a reclamar a sua palavra. Absorvcnte, de inesgoláN-el capacidade de tra balho, redigia de próprio punlio os ofí
na discussão com o plenipotenciúrio Dominguez. como na redação final. Tra
tado que demonstra terem as prescrições supremas do Direito Internacional Ame
O referente às reclamações foi uma
monstrar a tc.se segundo a qual o per
C-'onfirmou, em
plenário, o \oto c{ue dera na Cxniii são. Nesses pleitos não é só o \aIor econô
mico qoe deve ser ponderado. Q inte
ricano sobrepujado aos ditames egoístas
resse jurídico, social ou político, com preendido na controvérsia, pode ser de
do interesse.
tal monta que e.scecla à cifra da recla-
Na sua decisão, não predominou u política da fôrça ou dos fatos consiima-
nuição.
dos, mas a efusão de verdadeiro espí rito fraternal, reconheceu o nobre uru guaio Guani.
Conferências Pan-Americanas
ção de pesar foi votada pela Conferên cia. O delegado da Colômbia, Uribe e Uribe, ao fundamentá-la, solicitou a pa lavra de quem se ufanas.se de ser amigo do Chile.
Oradores do fama continen
tal manifestaram o pe.sar das naçõc.s
anicricana.s. Nenhum, porém, sobrepu jou a Gastão da Cunha, orador do Brasil, no liino que entoou ao Chile e uo valor
destacavam-se Gastão da Cunha e Pan-
da sua raça. Em írccho.s eloqüentíssi mos*, que deveriam figurar nas antolo
dia Calogeras.
gias, rememorou o drama da conquista
Gastão fazia parto da Comissão do
e frisou que, no continente americano, ü chileno foi quem mais porfiadamente
gerayepresenlava o Brasil na Comissão de Relações Comerciais. A primeira
lutou com o dono primitivo da terra, qual linlia a seu favor a cordilheira, u
era presidida por Gonçalo Ramirez. A
terra e 6 mar.
Arbitragem e Tratados, enquanto Caló.segunda, por Anselmo Hcvia Riquchne. Calógeras presidia a Comissão Ferro Carril Pan-Americana.
Poucos discursos so fizeram ouvir uo plenário. Intensos trabalhos nas comis
sões.
Resultados profícuos com a in
corporação à nossa legislação das con venções e resoluções votadas. Gastão da Cunha proferiu dois discur-
1, dos mais empolgantes. Um, sôbre
sos
4.^
Conferência
Pan-Ahiericanu
rcuniii-se na .sala dos Pas.sos Perdidos, cm Buenos Aires.
Houve apuro na formação das dele gações. A América cslêvc representada
pelo.s seus pró-homens.
Dos Estados
Unidos, Honry White e Basset Moore; Da Argentina, Bermejo, Saenz P^a Larretu. Do Chile. .-Mejandro Alvarez
Medeiros, Gastão era o único enxàado cuja visita agradava à Rainha.
Dizem as mus línguas que não houve
no reino da Dinamarca fidalgo que não
Como nas conferências anteriores, in
tas, apresentado ao Barão do Rio Braneo. Ministro das Relações E.xteriores.
recebesse um apelido inocente...
Em Portugal, nenhum diplomata o
cios da embaixada brasileira O diplomata
Estreou-se na carreira, como ministro
no Paraguai. Nesse põ.sto difícil, que o Barão de Cotegipe, ura dos seus ante cessores considerava o mais espinhoso
mm urn diplomata brasileiro. Gastão
presto» relevantes seryiço.s. n sdenhava os cerimoniais
e as eti. .. n embaixador "sui generís". "Cc.s
• riens", como Flassan os definia, substituía pelo encantamento de
Foi um dos raros oradoi;;. admitidos
para falar na instalaçao do Conselho da Liga das Nações. Jean Ray, nos Co' mentáríos ao Pacto ConstituHvo da So ciedade, transcreveu o trecho principal da brilhante oração. Membro do Con selho, formado o "Comitê" de Gastão" Balfour, Scialoja e Bourgeois, relatou os' pareceres sôbre os célebres litígios da Alta Silésia e os das cidades de
e Malmedy, decidindo-os a favor da^ pretensões da Polônia e da Bélgica
fatos acarretaram grande agitação na Alemanha, que nunca se conformou com
u^a palavra mágica, que o tornava ini- o veredito de Gastão da Cunha Em Paris, encerrando a lo a g ™Seiros e Albuquerque, em suas Gastão reviveu os seus grandes S "Memórias", narra como o ministro bra sileiro violara o protocolo, que exige
Presidindo o Parlamento do Universo'
traçou uma pagina de profundo idea pertencer a pessoa_ real a iniciativa de lismo, crente de que não tôra -
tôdas as conversações.
Gastão fora visitar a Rainha-Mãe da
Estrepitosas ovações coroaram as úl timas palavras de Gastão da Cunha. A
vo Bilae, Hcrculano de Freitas e Almei
da Nogueira.
Na diplomacia foi um triunfador.
Sobre a catástrofe cie Valparaíso, mo
Joaquim Nabucü é nomeado chefe du delegação brasileira à 3.« Conferência Pan-Americana, reunida na'cidade do
Rio de Janeiro. Dentre os delegados
•f
•!! '1'
Dinamarca.
Portou-se inconvenientis-
simamente. Em torno, os velhos fidal
gos estavam escandalizados com a sua desenvoltura. Quando o diplomata bra
sileiro se retirou, a Soberana, que se divertira, insistiu para que êle voltasse. E voltou, de fato, amiudadas vezes. Surpreendido um dia com uma con decoração, soube que fora solicitada pela Soberana.
No aborrecimento monóto
no daquela pequena côrte, acrescentou
que a humanidade acudira ao. «i
Lmas da guerra mundS, no^d
de conjurar a catástrofe „rr, da civilização. ' oprobrio
Em Roma, como Presidente do o.
selho da Sociedade das Nações, p^ofr nu um discurso, eme
P'ore-
com a imagem do "fordin "^^oso o Tibre", realçada por AUredo^ a significar a última fase da oi
da Cidade Eterna.
'
<^'vaização
Gastão. único representante da Aané
OlCeSTO CCONÓMICO
78
OnieüTo Económicx>
79
rica, em reunião efetuada em Londres,
pois o seu autor era avósso a retocar
Bccthovcn. TnK'ez ainda pior, porque
p:ila\Ta sem ne.xn:
falava no Conselho..
os retratos...
não poder, transmitir o que se elabora,
Tão extraordinária, porém, era a sua expressão fisionômica, que a sua filha Maria Teresa compreendia com facili dade todos cs seus pensamentos
Lorde Balfour,
impaciente, puxava a todo momento o
relógio.
Agastado, com energia revi
dou o embaixador brasileiro:
"O me
Previdente, pressentindo morte próxi ma, o terrível ironísln rasgou páginas.
várias
quando se clicga ã técnica de elabora ção mental daquele alto espírito, deve
ser pior do que não poder ouvir o que se corhpõc."
ridiano que regula hoie iá não é o de Creenwich, mas o de New York".
Gastão só conseguia articular uma
O crepúsculo
Frase pictiiral do momento cm que o mundo se debatia. Os Estados Unidos
Os últimos anos cia vícla lhe foram
decidiram, com a entrada na guerra, os destinos da Europa, c Gastão represen
trágicos. S:.frcu em Paris um derrame cerebral qnc o inibiu do falar c de es crever. Não perdeu a lucidez do es pírito. Releu, nesse período angustío-
tava a América no Supremo Concilio da Humanidade.
so, tóda a História Universal de César O Diário
Cantil c o Larousse.
escritos em forma de Diário, onde ex
Afonso Arinos Sobrinho, que lhe fre qüentou a casa da rua do Paisandu, no anoitecer daquela grande vida, "que se
põe com mordacidade os acontecimen
finou como um Prometeu acorrentado à
tos mais importantes da sua vida aci
própria mudcz", descreve uma cena do desespero de Gastão da Cunha para se
.Deixou inéditos três grossos cadernos,
dentada.
Há relatos sobre conclaves de políti ca internacional, perfis de diplomatas e homens de Estado, entrevistas com per sonalidades ilustres no cenário mundial.
No dizer de um ensaísta, há grandes
painéis panorâmicos e numerosas águas-
fortcs, instantâneos e caricaturas, capí
tulos de geografia humana e estudos de
psicologia social.
As suas memórias, escreveu um ve lho colaborador d'"0 Jornal", serlarn para o nosso tempo, guardadas as pro porções, o que foram as de Saint Simon para a sua época. Rodrigo Melo Franco de Andrade publicou alguns trechos n*"0 Jornal. Lembro-me de, haver lido um capitulo sobre homens e cousas do Paraguai.
Seria sucesso de livraria a divulgação desse precioso arquivo. Há perfis que são verdadeiras fotografias. Infelizmen te muitos não poderão ser publicados.
fazer entender.
"Lembro-me da excítação cm que fi cou, todo ôle numa atitude de espreita
angustiosa, certa vez que, estando com ele sòzinho numa sala, não consegui de
cifrar o que pretendia fazer-me com preender. Tratava-se de uma estampa,
que representava uma batalha. Pediume, por gestos, que lhe dissesse o seu nome.
Como não cxinhecia o quadro,
declareí-Ihe isso. Começou, então, por tentar explicar-me de que batalha se tratava. ' Um pouco perturbado, não
consegui entender bem. Isto o pôs mui to aborrecido. Chegou a me pegar pelos ombros, a me sacudir com ar dc súplica. Afinal, ocorreu-me o nome. Gritei-lho. Êle ficou como uma criança.
Bateu
palmas, deu-me pancadas amistosas no ombro."
"A mudez de Gastão — escreveu Ari
nos — tinha qualquer coisa de grave, de sinistro, comparável., à surdez 4^
..V4
"Cambaqueque".
Viveu emudecido, por quatro longos anos, o famoso artista da palavra.
OlCeSTO CCONÓMICO
78
OnieüTo Económicx>
79
rica, em reunião efetuada em Londres,
pois o seu autor era avósso a retocar
Bccthovcn. TnK'ez ainda pior, porque
p:ila\Ta sem ne.xn:
falava no Conselho..
os retratos...
não poder, transmitir o que se elabora,
Tão extraordinária, porém, era a sua expressão fisionômica, que a sua filha Maria Teresa compreendia com facili dade todos cs seus pensamentos
Lorde Balfour,
impaciente, puxava a todo momento o
relógio.
Agastado, com energia revi
dou o embaixador brasileiro:
"O me
Previdente, pressentindo morte próxi ma, o terrível ironísln rasgou páginas.
várias
quando se clicga ã técnica de elabora ção mental daquele alto espírito, deve
ser pior do que não poder ouvir o que se corhpõc."
ridiano que regula hoie iá não é o de Creenwich, mas o de New York".
Gastão só conseguia articular uma
O crepúsculo
Frase pictiiral do momento cm que o mundo se debatia. Os Estados Unidos
Os últimos anos cia vícla lhe foram
decidiram, com a entrada na guerra, os destinos da Europa, c Gastão represen
trágicos. S:.frcu em Paris um derrame cerebral qnc o inibiu do falar c de es crever. Não perdeu a lucidez do es pírito. Releu, nesse período angustío-
tava a América no Supremo Concilio da Humanidade.
so, tóda a História Universal de César O Diário
Cantil c o Larousse.
escritos em forma de Diário, onde ex
Afonso Arinos Sobrinho, que lhe fre qüentou a casa da rua do Paisandu, no anoitecer daquela grande vida, "que se
põe com mordacidade os acontecimen
finou como um Prometeu acorrentado à
tos mais importantes da sua vida aci
própria mudcz", descreve uma cena do desespero de Gastão da Cunha para se
.Deixou inéditos três grossos cadernos,
dentada.
Há relatos sobre conclaves de políti ca internacional, perfis de diplomatas e homens de Estado, entrevistas com per sonalidades ilustres no cenário mundial.
No dizer de um ensaísta, há grandes
painéis panorâmicos e numerosas águas-
fortcs, instantâneos e caricaturas, capí
tulos de geografia humana e estudos de
psicologia social.
As suas memórias, escreveu um ve lho colaborador d'"0 Jornal", serlarn para o nosso tempo, guardadas as pro porções, o que foram as de Saint Simon para a sua época. Rodrigo Melo Franco de Andrade publicou alguns trechos n*"0 Jornal. Lembro-me de, haver lido um capitulo sobre homens e cousas do Paraguai.
Seria sucesso de livraria a divulgação desse precioso arquivo. Há perfis que são verdadeiras fotografias. Infelizmen te muitos não poderão ser publicados.
fazer entender.
"Lembro-me da excítação cm que fi cou, todo ôle numa atitude de espreita
angustiosa, certa vez que, estando com ele sòzinho numa sala, não consegui de
cifrar o que pretendia fazer-me com preender. Tratava-se de uma estampa,
que representava uma batalha. Pediume, por gestos, que lhe dissesse o seu nome.
Como não cxinhecia o quadro,
declareí-Ihe isso. Começou, então, por tentar explicar-me de que batalha se tratava. ' Um pouco perturbado, não
consegui entender bem. Isto o pôs mui to aborrecido. Chegou a me pegar pelos ombros, a me sacudir com ar dc súplica. Afinal, ocorreu-me o nome. Gritei-lho. Êle ficou como uma criança.
Bateu
palmas, deu-me pancadas amistosas no ombro."
"A mudez de Gastão — escreveu Ari
nos — tinha qualquer coisa de grave, de sinistro, comparável., à surdez 4^
..V4
"Cambaqueque".
Viveu emudecido, por quatro longos anos, o famoso artista da palavra.
ÜiGESTO
Econômico
repartição o consumo de bens econô micos constitui o si.steina econômico cia comunidado em questão. O sistema onómioo é, portanto, o conjunto de .j^ijfçÕcs SOCÍ.TÍ.S que regulamentam o
Sistema econômico Hobebto Pinto dk Soi"/a
'"^ccsso dc produção, repartição e con-
1.
Há várias maneiras de se estru
turar a vida econômica. Desde o início
do século XIX as atividades econômicas
Pinto, na leitura cia b'bliíiiirafia clispoídçãn da matcrm v conceitos emitidos.
2. Premidos pelo imperaMvo dc sa
vêm sendo ordenadas sepundo os princí
tisfazer
pios do liberalismo nue floresceu no sé-
nas, os homens exercem uma série enor
innineras necessidades huma
cuio XVIII e se implantou com as revo
me de atividades. Dessas, são econômi
luções americana e francesa.
cas tôdas a.s eme dizem re peito à pro
Desde as primeiras décadas da centú ria passada vem sofrendo o sistema eco- .
nómico, vigente na maioria das nações
ocidentais, criticas violentas, que se acentuaram a partir da revolução de
1848, e da publicação do manifesto de
Marx e Engels e do "Capital" cie Karl Marx.
O esplendor do progresso econômico
da época Titoriana obliterou as idéias contrárias ao regimem liberal e arrefe ceu a marcha dos movimentos chamados
de esquerda. A profunda modificação estrutural ocorrida com a primeira grande guerra contudo, pôs em marcha ace lerada a disseminação das idéias e a arregimentaçâo das fôrças opostas ao sis tema dominante.
Nos anos trinta, idéias c movimentos assumiram importância considerável e
agitaram todo o mundo pensante e pobtico; e com a eclosão da segunda guerra mundial transfonnaram-r>e em disciplina regular do ciirrictiíum das universidades, sob a denominação de •"sistemas econômicos comparados". É nosso objetivo estudar no presente
dução, repartição e con.snmo de bens econômicos.
Por
bens econômicos
sc
entendem
tôdas as coisas clcciadas pelos homens
para a .satisfação dc suas necessidades, e
pjgtinguem-se duas parles no sistema
econômico: a estática e a dinâmica. A rimoím é o conjunto de instituições em
^uo o sistema se baseia, enquanto a se-
bém ó definida por oposição — proprie dade coletiva em oposição à propriedade privada, idéias e ações coletivas em opo sição a idéias e ações privadas.
O vocábulo comunisruo surge quase
ao mesmo tempo que o socialismo, dis-
linguindo-se deste por implicar na pro priedade coletiva não só dos bens de
jjfividades econômicas dentro do grupo em questão. 3. Neste artigo os gnipos que estu
mo) mas também dos de consumo. Essa
funcionam para o enquadramento das
daremos são as nações contemporâneas
portanto, as suas respectivas institui
ções econômicas.
Em Economia Política esfôrço ou «■acri-
dar é caracterizar os
fício c qualquer dispêndio de fatôre.s de produção (natureza, capital e traba
dois sistemas econô
lho).
de fin.s sociais gerais em oposição aos fins privados. A palavra coleticista tam
minda ó a maneira como tais instituições
cuja obtenção exige csfòrço oii sacrifício.
O primeiro passo a
produção (definição inicial do socialis
distinção técnica é logo substituída por uma prática — comunismo passa a signi ficar ação revolucionária para eliminar
a ordem capitalista. No início do século XX os dois termos são usados como si
nônimos, mas depois da revolução russa de 1917 tomam a distin
micos que se podem distinguir naqueles
guir-se por um as
repartição e consumo de mercadorias pertencem ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos homens em socieda de; por êsse motivo são estruturadas so cialmente, ou melhor, enquadradas num
liberal ou individua
pecto prático — comu nismo significa, pro
lista, e o socialista ou coleti vista.
ração violenta da or
conjunto de instituições sociais.
exprime a idéia
As atividades referentes á produção,
Compreendemos por instituições so ciais as maneiras dc ser, pensar e sen
tir que constituem a fisionomia de um grupo social e são impostas aos indiví-
países — o capitalista
liberdade
atividade humana referente à produção,
contròle coletivo
do uma classe proprietária dos bens de produção. O têrmo socialista é de criação dos
próprios socialistas, que o usavam para
de da
atividade econômica. Esclarecida a ter
dominância da consi
venção dos socialistas e encena a idéia
técnica
propriedade coletiva e
individualista. A idéia
antes da de qualquer outra entidade social. O vocábulo capitalista é de in
dade de São Paulo, sr. José de Barros
finição
O seu sinônimo qua se perfeito ó o termo
sem serem independentc.s da estrutura geral da vida social e, cm particular, os
para a sua subsistência e evolução. A estruturação em dado grupo social da
lismo conserva a de
individual.
deração do indivíduo
Devemos agradecer a colaboração pres tada pelo nosso assistente na Universi
— enquanto o socia
de
especialmente ás atividades econômicas,
co e como os sistemas se diferenciam.
ganização capitalista
tomado à filosofia e
central é a da pre
\alores social^ de cada grupo, isto é,
paganda para a alte
O têrmo liberal foi
duo.s desse grupo. Dentre essas institui ções exi"tem algumas auc se referem
daquelas instituições consideradas pelo grupo como sendo as mais importantes
artigo o que vem a ser sistema econômi
rumo'clo bens.
s<* contraporem aos individualistas, pois o .seu significado é o de societiade e
minologia, vejamos as definições dos siste mas econômicos.
Definimos por sistema individualistaj capitalista ou liberal, "aquêle em qqg o emprêgo dos fatores de produção é determinado pelos respectivos proprie tários, segundo critérios sôbre os quais pode influir a ação estatal, mas acessó-
ÜiGESTO
Econômico
repartição o consumo de bens econô micos constitui o si.steina econômico cia comunidado em questão. O sistema onómioo é, portanto, o conjunto de .j^ijfçÕcs SOCÍ.TÍ.S que regulamentam o
Sistema econômico Hobebto Pinto dk Soi"/a
'"^ccsso dc produção, repartição e con-
1.
Há várias maneiras de se estru
turar a vida econômica. Desde o início
do século XIX as atividades econômicas
Pinto, na leitura cia b'bliíiiirafia clispoídçãn da matcrm v conceitos emitidos.
2. Premidos pelo imperaMvo dc sa
vêm sendo ordenadas sepundo os princí
tisfazer
pios do liberalismo nue floresceu no sé-
nas, os homens exercem uma série enor
innineras necessidades huma
cuio XVIII e se implantou com as revo
me de atividades. Dessas, são econômi
luções americana e francesa.
cas tôdas a.s eme dizem re peito à pro
Desde as primeiras décadas da centú ria passada vem sofrendo o sistema eco- .
nómico, vigente na maioria das nações
ocidentais, criticas violentas, que se acentuaram a partir da revolução de
1848, e da publicação do manifesto de
Marx e Engels e do "Capital" cie Karl Marx.
O esplendor do progresso econômico
da época Titoriana obliterou as idéias contrárias ao regimem liberal e arrefe ceu a marcha dos movimentos chamados
de esquerda. A profunda modificação estrutural ocorrida com a primeira grande guerra contudo, pôs em marcha ace lerada a disseminação das idéias e a arregimentaçâo das fôrças opostas ao sis tema dominante.
Nos anos trinta, idéias c movimentos assumiram importância considerável e
agitaram todo o mundo pensante e pobtico; e com a eclosão da segunda guerra mundial transfonnaram-r>e em disciplina regular do ciirrictiíum das universidades, sob a denominação de •"sistemas econômicos comparados". É nosso objetivo estudar no presente
dução, repartição e con.snmo de bens econômicos.
Por
bens econômicos
sc
entendem
tôdas as coisas clcciadas pelos homens
para a .satisfação dc suas necessidades, e
pjgtinguem-se duas parles no sistema
econômico: a estática e a dinâmica. A rimoím é o conjunto de instituições em
^uo o sistema se baseia, enquanto a se-
bém ó definida por oposição — proprie dade coletiva em oposição à propriedade privada, idéias e ações coletivas em opo sição a idéias e ações privadas.
O vocábulo comunisruo surge quase
ao mesmo tempo que o socialismo, dis-
linguindo-se deste por implicar na pro priedade coletiva não só dos bens de
jjfividades econômicas dentro do grupo em questão. 3. Neste artigo os gnipos que estu
mo) mas também dos de consumo. Essa
funcionam para o enquadramento das
daremos são as nações contemporâneas
portanto, as suas respectivas institui
ções econômicas.
Em Economia Política esfôrço ou «■acri-
dar é caracterizar os
fício c qualquer dispêndio de fatôre.s de produção (natureza, capital e traba
dois sistemas econô
lho).
de fin.s sociais gerais em oposição aos fins privados. A palavra coleticista tam
minda ó a maneira como tais instituições
cuja obtenção exige csfòrço oii sacrifício.
O primeiro passo a
produção (definição inicial do socialis
distinção técnica é logo substituída por uma prática — comunismo passa a signi ficar ação revolucionária para eliminar
a ordem capitalista. No início do século XX os dois termos são usados como si
nônimos, mas depois da revolução russa de 1917 tomam a distin
micos que se podem distinguir naqueles
guir-se por um as
repartição e consumo de mercadorias pertencem ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos homens em socieda de; por êsse motivo são estruturadas so cialmente, ou melhor, enquadradas num
liberal ou individua
pecto prático — comu nismo significa, pro
lista, e o socialista ou coleti vista.
ração violenta da or
conjunto de instituições sociais.
exprime a idéia
As atividades referentes á produção,
Compreendemos por instituições so ciais as maneiras dc ser, pensar e sen
tir que constituem a fisionomia de um grupo social e são impostas aos indiví-
países — o capitalista
liberdade
atividade humana referente à produção,
contròle coletivo
do uma classe proprietária dos bens de produção. O têrmo socialista é de criação dos
próprios socialistas, que o usavam para
de da
atividade econômica. Esclarecida a ter
dominância da consi
venção dos socialistas e encena a idéia
técnica
propriedade coletiva e
individualista. A idéia
antes da de qualquer outra entidade social. O vocábulo capitalista é de in
dade de São Paulo, sr. José de Barros
finição
O seu sinônimo qua se perfeito ó o termo
sem serem independentc.s da estrutura geral da vida social e, cm particular, os
para a sua subsistência e evolução. A estruturação em dado grupo social da
lismo conserva a de
individual.
deração do indivíduo
Devemos agradecer a colaboração pres tada pelo nosso assistente na Universi
— enquanto o socia
de
especialmente ás atividades econômicas,
co e como os sistemas se diferenciam.
ganização capitalista
tomado à filosofia e
central é a da pre
\alores social^ de cada grupo, isto é,
paganda para a alte
O têrmo liberal foi
duo.s desse grupo. Dentre essas institui ções exi"tem algumas auc se referem
daquelas instituições consideradas pelo grupo como sendo as mais importantes
artigo o que vem a ser sistema econômi
rumo'clo bens.
s<* contraporem aos individualistas, pois o .seu significado é o de societiade e
minologia, vejamos as definições dos siste mas econômicos.
Definimos por sistema individualistaj capitalista ou liberal, "aquêle em qqg o emprêgo dos fatores de produção é determinado pelos respectivos proprie tários, segundo critérios sôbre os quais pode influir a ação estatal, mas acessó-
|.^tf;i:srri Kcn.v/iMiqo\
82"
ria, siiljsidiária mi cxcipcícmalinenfc. r em que o equilíbrio entre fjuanticUides oferecidas e procuradas e a cíiuivalência dos vários bens econômicos são de
terminados em reginiem do inorcados, mesmo que nestes inlor\enlia o poder público".
economia planificada íqúcrem:)s referirnos à economia totalmente planificada) "é aquele em que o emprego dos fatores
de produção é dctenninado por uma autoridade central, de acordo com um
plano, sem interferência privada, e em tpie o equilíbrio entre quantidades ofe recidas e procuradas dos vários bens. e
.siia equivalência, são determinados pela mesma autoridade central, qm. pode le var em consideração a preferência dos consumidores, e deixar-lhes liberdade do escolha, mas reservando-se a faculdade de atingir aquêle equilíbrio e definir aquela equivalência por meio de arbi trária fixação de preços".
Ê comum encontrarmos autores cimdistinguem os dois sistemas acima defi nidos pela existência ou não de livreNCfiTirriiât-n
cunsidenir, por outro l.iu.,, »|iU' a cxislcncia cl<- planos parciais de emprego tios bens de produção, tais conin encontramos boje ein iinase lòdas as nações capitalistas, não implica em re conhecer cpic <-,stanios em face de sis
queza i.-slá cm conflito com o ideal de
íim máximo de exercicio de atividades
•agradáveis não econômicas; e o ideal
de um míiximo de ordem, do segurança
.4
.
.
eoncorrència, ou pelo regimem de pro priedade (c-oletiva ou pri\ada) ou ainda pelo grau de intervenção estatal na vida econômica. Não achamos tais critérios como bons esclarecedores do conceito
4.
Além cio íjiic já foi dito sobre as
temas econômicos, é necessário distin
guir ciilre o problema dos fins aponta dos à atividade social, on distinguívcis
de fato nossa ati\ idade- — fpu' é um pro
blema ético e político — c o problema ec-onómicu
deradas como sinônimos, desde que se produção do dc satisfação coletiva. Como fins não econômicos podenio.s apontar:
u) niáxinio de liberdade,,, individiud, compreendida como a amplitude deixada, na vida social, ã influên cia da escolha individual; 1)) .soberania nacional ilimitada
.V
to ao exercício da atividade
humana
tre todos os fins econômicos e não eco
nômicos, tomado.s separadamente e uns cm relação aos outros.
A situação particular em cada lugar
fuça depender o conceito de "lávinio cie
ou podem ser contraditórios; assim,, o
■iitirriVin-ir
D:) simples enunciado dos rins ro.ssalta a interdependência e a oposição en--
Cabe afjui a seguinte observação: es.sas duas formulações podem ser consi
De modo geral, os fin.s .sociais são ideal cie um máximo de produção de ri
sunu) de bens econômicos.
tural de cada grupo.
tes da coletividade (tajnbém em igualdade de sacrifício).
imaginado uni sistema de estruturação
po.sição hierárquica".
dizer, cie acôrdo com a fisionomia cul
1>) máxima .satisfação dos componen
Também pode ser
tal seja ]e\-ada a extremos, sem que o .sistema perca o característico capitalista (p. e.\.: Inglaterra e Estados Unidos durante a última guerra).
seja privada, mas a orientação do seu
referente à produção, repartição e con-
dos fatôres cie produção);
porque se pode imaginar nm sistema de
estruturação capitalista e liberal em que o fim visado seja a igualdade entre os indivíduos — .igualdade social e econô mica — que é um ol)jetiv<) tradicional
cidade", por "a cada um segundo .sua
um sistema em que a propriedade não
ideais, conforme a época e o lugar, vale
igualdade de sacrifício (sacrifício em sentido econômico: dispêndio
Chamamos a atc^nção sòbre êsse ponto,
um sistema ein que a intervenção esta
rência, pelo menos entre certos limite.s;
da. denominamos liberdade econômica
a) máxima produção do vifiueza com
cução dos fins visados?
rimos defini-la pelo a.spccto objetivo de faculdade dc e.scolha. A.ssim conceitua
a faculdade de escolha indiv idual quan
como fins econômicos os seguintes:
para atingir tais ou C{uais lins? e se tal ordenamento é realmente apto à conse
difícil c controvertido; por isso prete
ein todos os tempos e todo.s os lugares,
econônúcxis e não econômicos. Nos gru pos que nos propusemos estudar, as na ções contemporâneas, podemos déstacav
co. qiip pode ler o seguinte enuneiado :
emprego seja deixada aos indivíduos;
imaginar em teoria um sistema coletivista em que seja mantida a livre concor
cidadãos da.s na-
ções modernas.
ou melhor, em todo.s os grupos sociais. Fin.s mais cli\'ersos sr»j erigidos em
Dlstingucni-se entre fins sociais, fins
dí)s meio.s. éste exclusivamente econónú-
socialista, com o emprego dos fatores de produção determinado por uma autori dade central, sem interferência privada, em que a repartição de renda social seja feita de acôrdo com critérios abso lutamente não socialistas: em que .se substitua, por e.xemplo, o tradicional princípio "a cada um segundo sua capa
dos dois sistemas econômicos. Pode-se
vemos ter sempre em mente, c que não Há fins sociais ab.sokitos, isto é, válidos
estrutura geral do gru[><) «ocial e sòbre as idéias |X)litícas relacionadas com os tt-'rmos c-mpregados no estudo dos sis
mente sociali.sta.
é, de união, concord^ic.a, cooiie-
niçao enhe os os
A definição de liberdade é assimto
Outra consideração básica, que de
lelaçôcs entre o sistema econômico e a
como ordenar a atividade
c) míLximo de integraçvaü
social, está em ctmflilo com o ideal de om máximo de liberdade individual.
temas fie economia planificada.
Sistema sociali.sta, coleti\i.sta, ou de
83
Dioesto Econômico
e em cada momento histórico ditara a
predominância de um ou outro fim e • lôda atividade .social, e em especial a
tcmiômica, refletirá es.sa preemmencia.
Por ésse mc^tivo. é preciso, no estudo dos sistemas ec-onómicos, não perder dc
vista o conjunto da situação particular de cada grupo e o senso de relatUismo
(pie deve presidir a esse estudo. Dai a dificuldade de se considerarem os sis temas econômicos cm abstrato e o impe rativo dc sempre serem feitas referên cias ã realidade histórica. 5. A realidade histórica é realmen
te o dado fundamental. Ela nos permi te verificar até cpic ponto os princípios c os fin.s propostos pela construção teó rica se objetivam na sociedade .subordi nada ao sistema em questão. Tal con cretização mo.slra a possiliilidade de o
—
sistema preencher as condições exigi
objetivo <jue não passa da proje
das pela sociedade.
ção do princípio dc liberdade sò bre o campo internacional;
pelo qual os sistemas econômicos se
É esse o motivo
sulistitiiem na história e a razão pela
|.^tf;i:srri Kcn.v/iMiqo\
82"
ria, siiljsidiária mi cxcipcícmalinenfc. r em que o equilíbrio entre fjuanticUides oferecidas e procuradas e a cíiuivalência dos vários bens econômicos são de
terminados em reginiem do inorcados, mesmo que nestes inlor\enlia o poder público".
economia planificada íqúcrem:)s referirnos à economia totalmente planificada) "é aquele em que o emprego dos fatores
de produção é dctenninado por uma autoridade central, de acordo com um
plano, sem interferência privada, e em tpie o equilíbrio entre quantidades ofe recidas e procuradas dos vários bens. e
.siia equivalência, são determinados pela mesma autoridade central, qm. pode le var em consideração a preferência dos consumidores, e deixar-lhes liberdade do escolha, mas reservando-se a faculdade de atingir aquêle equilíbrio e definir aquela equivalência por meio de arbi trária fixação de preços".
Ê comum encontrarmos autores cimdistinguem os dois sistemas acima defi nidos pela existência ou não de livreNCfiTirriiât-n
cunsidenir, por outro l.iu.,, »|iU' a cxislcncia cl<- planos parciais de emprego tios bens de produção, tais conin encontramos boje ein iinase lòdas as nações capitalistas, não implica em re conhecer cpic <-,stanios em face de sis
queza i.-slá cm conflito com o ideal de
íim máximo de exercicio de atividades
•agradáveis não econômicas; e o ideal
de um míiximo de ordem, do segurança
.4
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eoncorrència, ou pelo regimem de pro priedade (c-oletiva ou pri\ada) ou ainda pelo grau de intervenção estatal na vida econômica. Não achamos tais critérios como bons esclarecedores do conceito
4.
Além cio íjiic já foi dito sobre as
temas econômicos, é necessário distin
guir ciilre o problema dos fins aponta dos à atividade social, on distinguívcis
de fato nossa ati\ idade- — fpu' é um pro
blema ético e político — c o problema ec-onómicu
deradas como sinônimos, desde que se produção do dc satisfação coletiva. Como fins não econômicos podenio.s apontar:
u) niáxinio de liberdade,,, individiud, compreendida como a amplitude deixada, na vida social, ã influên cia da escolha individual; 1)) .soberania nacional ilimitada
.V
to ao exercício da atividade
humana
tre todos os fins econômicos e não eco
nômicos, tomado.s separadamente e uns cm relação aos outros.
A situação particular em cada lugar
fuça depender o conceito de "lávinio cie
ou podem ser contraditórios; assim,, o
■iitirriVin-ir
D:) simples enunciado dos rins ro.ssalta a interdependência e a oposição en--
Cabe afjui a seguinte observação: es.sas duas formulações podem ser consi
De modo geral, os fin.s .sociais são ideal cie um máximo de produção de ri
sunu) de bens econômicos.
tural de cada grupo.
tes da coletividade (tajnbém em igualdade de sacrifício).
imaginado uni sistema de estruturação
po.sição hierárquica".
dizer, cie acôrdo com a fisionomia cul
1>) máxima .satisfação dos componen
Também pode ser
tal seja ]e\-ada a extremos, sem que o .sistema perca o característico capitalista (p. e.\.: Inglaterra e Estados Unidos durante a última guerra).
seja privada, mas a orientação do seu
referente à produção, repartição e con-
dos fatôres cie produção);
porque se pode imaginar nm sistema de
estruturação capitalista e liberal em que o fim visado seja a igualdade entre os indivíduos — .igualdade social e econô mica — que é um ol)jetiv<) tradicional
cidade", por "a cada um segundo .sua
um sistema em que a propriedade não
ideais, conforme a época e o lugar, vale
igualdade de sacrifício (sacrifício em sentido econômico: dispêndio
Chamamos a atc^nção sòbre êsse ponto,
um sistema ein que a intervenção esta
rência, pelo menos entre certos limite.s;
da. denominamos liberdade econômica
a) máxima produção do vifiueza com
cução dos fins visados?
rimos defini-la pelo a.spccto objetivo de faculdade dc e.scolha. A.ssim conceitua
a faculdade de escolha indiv idual quan
como fins econômicos os seguintes:
para atingir tais ou C{uais lins? e se tal ordenamento é realmente apto à conse
difícil c controvertido; por isso prete
ein todos os tempos e todo.s os lugares,
econônúcxis e não econômicos. Nos gru pos que nos propusemos estudar, as na ções contemporâneas, podemos déstacav
co. qiip pode ler o seguinte enuneiado :
emprego seja deixada aos indivíduos;
imaginar em teoria um sistema coletivista em que seja mantida a livre concor
cidadãos da.s na-
ções modernas.
ou melhor, em todo.s os grupos sociais. Fin.s mais cli\'ersos sr»j erigidos em
Dlstingucni-se entre fins sociais, fins
dí)s meio.s. éste exclusivamente econónú-
socialista, com o emprego dos fatores de produção determinado por uma autori dade central, sem interferência privada, em que a repartição de renda social seja feita de acôrdo com critérios abso lutamente não socialistas: em que .se substitua, por e.xemplo, o tradicional princípio "a cada um segundo sua capa
dos dois sistemas econômicos. Pode-se
vemos ter sempre em mente, c que não Há fins sociais ab.sokitos, isto é, válidos
estrutura geral do gru[><) «ocial e sòbre as idéias |X)litícas relacionadas com os tt-'rmos c-mpregados no estudo dos sis
mente sociali.sta.
é, de união, concord^ic.a, cooiie-
niçao enhe os os
A definição de liberdade é assimto
Outra consideração básica, que de
lelaçôcs entre o sistema econômico e a
como ordenar a atividade
c) míLximo de integraçvaü
social, está em ctmflilo com o ideal de om máximo de liberdade individual.
temas fie economia planificada.
Sistema sociali.sta, coleti\i.sta, ou de
83
Dioesto Econômico
e em cada momento histórico ditara a
predominância de um ou outro fim e • lôda atividade .social, e em especial a
tcmiômica, refletirá es.sa preemmencia.
Por ésse mc^tivo. é preciso, no estudo dos sistemas ec-onómicos, não perder dc
vista o conjunto da situação particular de cada grupo e o senso de relatUismo
(pie deve presidir a esse estudo. Dai a dificuldade de se considerarem os sis temas econômicos cm abstrato e o impe rativo dc sempre serem feitas referên cias ã realidade histórica. 5. A realidade histórica é realmen
te o dado fundamental. Ela nos permi te verificar até cpic ponto os princípios c os fin.s propostos pela construção teó rica se objetivam na sociedade .subordi nada ao sistema em questão. Tal con cretização mo.slra a possiliilidade de o
—
sistema preencher as condições exigi
objetivo <jue não passa da proje
das pela sociedade.
ção do princípio dc liberdade sò bre o campo internacional;
pelo qual os sistemas econômicos se
É esse o motivo
sulistitiiem na história e a razão pela
Dicesto Econômico
84
qual muitas construções teóricas náo
tema comunista atravessou uma série
se conreguem concretizar, visto náo preencherem os requisitos necessários exigidos pela sociedade em questão.
enorme de transformações ditadas pelas
Seria impossível, por exemplo, voltar
A crise de valores
circunstâncias históricas do momento, e
a organização russa atual muito pouco se aproxima da construção teórica que
CÂNDIDO Mota Filho
A cnisE MORAL por que passa a civilização assume o seu aspecto mais
mos ao regimem econômico medieval
ditou a revolução de 1917. Alegam os
ou mesmo ao vigorante nos anos que
comunistas que se trata de urna fase
precederam à Revolução Francesa, (j chamado "antigo regimem", A estrutura atual da sociedade não se pode amoldar
revolucionária, precur.sora necessária da
ção dos conceitos e regras existentes por
implantação definitiva do sistema eco
outros completamente novos. Êsse é o
nômico idealizado.
mal do século.
às instituições e aos fins sociais do sé culo XVII e XVin. Como também
não podemos voltar ao sistema capita
lista atômico, ou melhor, de pequenas unidades, característico da 19.^ centii-
ria, desde que a técnica moderna de pro
dução exige grande concentração de fa-
tôres de produção, o que só pode ser conseguido por grandes unidades econô micas, como são as usinas atuais. Estas, por sua vez, transformaram um dos aspectos fundamentais da economia
clássica — a livre concorrência. O que se verifica hoje nas nações altamente industrializadas é um mercado de foucorrência monopolístíca.
O mesmo se passa na Rú.ssia. () sis
Preferimos dizer
dramático nessa tentativa de substitui
E' o mal que edifica
que as circunstâncias históricas força
a vida contemporânea numa atmosfera
ram as mutações e que nunca o ideal
do desconfiança e de inquietação, que
teórico poderá ser atingido, como não
contamina quase tôdas as decisões hu
foi atingido o ideal teórico do liberalis
manas.
mo econômico.
O que pode haver é
uma aproximação da realidade às idéias basilares do sistema, porem não a sua
realização integral. Por ôsse motivo, o que importa, no estudo dos sistemas
econômicos, são as transformações que se processam não só no esquema teóri co do sistema como na própria estrutu ra econômica e social proveniente da
adaptação da realidade às idéias e das idéias à realidade, e da e\olução dtis
fatos econômicos e sociais ditada por es sa acomodação.
Não se trata de um período de des
crença ou de apatia, de empobrecimento espiritual ou de desespero pslos valores da vida; mas um período em que se re
homem se sustentar em frente à nature
za agressiva ou indiferente.
Quando
Schiller escreveu sôbre a graça e a dig nidade para comentar, com acridade, a obra de Kant — já o mundo não se
sentia seguro e o homem sentia fugirlhe o apoio da moral indiscutida.
O
proprio Kant, ao constniir a sua filoso
fia moral, procurando des\iar o eixo fi
losófico, já percebia as dificuldades que se abriam para a vida moderna e o seu
o que até agora foi necessário para o
individualismo e o seu
comportamento do homem.
Tudo o que c.xiste na vida social, co mo cultura, foi feito na obediência des ses |30stulados morais: — os estilos, ar quitetônicos, as obras-de-arte, as esco las, as oficinas, as instituições políticas, o desporto, as obras sociais, a.s manei ras, os hábitos, os costumes, a literatu ra, a organização da Justiça, a e.stnitura
relativismo fo
ram tão revolucionários que êle, Kant, apareceu para Henrí Heine mais peri goso do que Robespièrre! O homem vai do século XVIII em
diante perdendo a velha estrutura mo
ral e se deixando arrastar pelas novas condições de vida. O industrialisrao,
isto c, o império da máquina, e.xpõe ao xivo a intempcrança humana, e a cultu ra científica e a literatura naturalista se
mentos. Tudo isso decorre da concep ção moral do homem, da maneira com
encarregam de revelar um grande e re
quo êle se comporta, da idéia moral que
So toda experiência sôbre valores éti cos, isto é, sôbre o bem e o mal, sôbre o justo e o injusto, depende do conliecimento essencial do que sejam êsses va
dele se faz. mentar
Na maneira de cumpri
ou na maneira de vestir,
na
voltado pessimismo.
construção de um edifício ou na de um monumento, a humanidade civilizada realmente diz do conceito que tem de
lores —• essa experiência começava, no
si mesma.
Tudo parecia rodar dentro da mais avil
O Panteon, a Catedral de
Chartres, o edifício do Parlamento em Londres, a tôrre Eiffel em Paris ou a.
século dezenove, a sc mostrar estéril.
Estátua da Liberdade em Nova York,
tante hipocrisia, da cavilação e do sofisma, e a moral utilitária, a moral do êxito, se apresentava como uma dete
refletem um estado de espírito e, con
rioração da moralidade.
seqüentemente, uma ordem moral. Mái
significam forças indispensáveis para o
pudia ou se faz o possível para repudiar
econômica, o trabalho e os seus instru
(líÉÉMl I I
Nessa documentação que varia con forme as exigências dos séculos, man têm-se, entretanto, valores éticos, que
Não vamos lembrar aqui a posição dos
Dicesto Econômico
84
qual muitas construções teóricas náo
tema comunista atravessou uma série
se conreguem concretizar, visto náo preencherem os requisitos necessários exigidos pela sociedade em questão.
enorme de transformações ditadas pelas
Seria impossível, por exemplo, voltar
A crise de valores
circunstâncias históricas do momento, e
a organização russa atual muito pouco se aproxima da construção teórica que
CÂNDIDO Mota Filho
A cnisE MORAL por que passa a civilização assume o seu aspecto mais
mos ao regimem econômico medieval
ditou a revolução de 1917. Alegam os
ou mesmo ao vigorante nos anos que
comunistas que se trata de urna fase
precederam à Revolução Francesa, (j chamado "antigo regimem", A estrutura atual da sociedade não se pode amoldar
revolucionária, precur.sora necessária da
ção dos conceitos e regras existentes por
implantação definitiva do sistema eco
outros completamente novos. Êsse é o
nômico idealizado.
mal do século.
às instituições e aos fins sociais do sé culo XVII e XVin. Como também
não podemos voltar ao sistema capita
lista atômico, ou melhor, de pequenas unidades, característico da 19.^ centii-
ria, desde que a técnica moderna de pro
dução exige grande concentração de fa-
tôres de produção, o que só pode ser conseguido por grandes unidades econô micas, como são as usinas atuais. Estas, por sua vez, transformaram um dos aspectos fundamentais da economia
clássica — a livre concorrência. O que se verifica hoje nas nações altamente industrializadas é um mercado de foucorrência monopolístíca.
O mesmo se passa na Rú.ssia. () sis
Preferimos dizer
dramático nessa tentativa de substitui
E' o mal que edifica
que as circunstâncias históricas força
a vida contemporânea numa atmosfera
ram as mutações e que nunca o ideal
do desconfiança e de inquietação, que
teórico poderá ser atingido, como não
contamina quase tôdas as decisões hu
foi atingido o ideal teórico do liberalis
manas.
mo econômico.
O que pode haver é
uma aproximação da realidade às idéias basilares do sistema, porem não a sua
realização integral. Por ôsse motivo, o que importa, no estudo dos sistemas
econômicos, são as transformações que se processam não só no esquema teóri co do sistema como na própria estrutu ra econômica e social proveniente da
adaptação da realidade às idéias e das idéias à realidade, e da e\olução dtis
fatos econômicos e sociais ditada por es sa acomodação.
Não se trata de um período de des
crença ou de apatia, de empobrecimento espiritual ou de desespero pslos valores da vida; mas um período em que se re
homem se sustentar em frente à nature
za agressiva ou indiferente.
Quando
Schiller escreveu sôbre a graça e a dig nidade para comentar, com acridade, a obra de Kant — já o mundo não se
sentia seguro e o homem sentia fugirlhe o apoio da moral indiscutida.
O
proprio Kant, ao constniir a sua filoso
fia moral, procurando des\iar o eixo fi
losófico, já percebia as dificuldades que se abriam para a vida moderna e o seu
o que até agora foi necessário para o
individualismo e o seu
comportamento do homem.
Tudo o que c.xiste na vida social, co mo cultura, foi feito na obediência des ses |30stulados morais: — os estilos, ar quitetônicos, as obras-de-arte, as esco las, as oficinas, as instituições políticas, o desporto, as obras sociais, a.s manei ras, os hábitos, os costumes, a literatu ra, a organização da Justiça, a e.stnitura
relativismo fo
ram tão revolucionários que êle, Kant, apareceu para Henrí Heine mais peri goso do que Robespièrre! O homem vai do século XVIII em
diante perdendo a velha estrutura mo
ral e se deixando arrastar pelas novas condições de vida. O industrialisrao,
isto c, o império da máquina, e.xpõe ao xivo a intempcrança humana, e a cultu ra científica e a literatura naturalista se
mentos. Tudo isso decorre da concep ção moral do homem, da maneira com
encarregam de revelar um grande e re
quo êle se comporta, da idéia moral que
So toda experiência sôbre valores éti cos, isto é, sôbre o bem e o mal, sôbre o justo e o injusto, depende do conliecimento essencial do que sejam êsses va
dele se faz. mentar
Na maneira de cumpri
ou na maneira de vestir,
na
voltado pessimismo.
construção de um edifício ou na de um monumento, a humanidade civilizada realmente diz do conceito que tem de
lores —• essa experiência começava, no
si mesma.
Tudo parecia rodar dentro da mais avil
O Panteon, a Catedral de
Chartres, o edifício do Parlamento em Londres, a tôrre Eiffel em Paris ou a.
século dezenove, a sc mostrar estéril.
Estátua da Liberdade em Nova York,
tante hipocrisia, da cavilação e do sofisma, e a moral utilitária, a moral do êxito, se apresentava como uma dete
refletem um estado de espírito e, con
rioração da moralidade.
seqüentemente, uma ordem moral. Mái
significam forças indispensáveis para o
pudia ou se faz o possível para repudiar
econômica, o trabalho e os seus instru
(líÉÉMl I I
Nessa documentação que varia con forme as exigências dos séculos, man têm-se, entretanto, valores éticos, que
Não vamos lembrar aqui a posição dos
Dicesto
íilósofos, o que pensava Platão a res peito ou o que escreveram Spinosa ou
Leibniz sôbre o problema moral. Assi nalamos o que se passa na realidade, ou, como se diz na linguagem atual, o que ^ passa com o homem comum, e o que 'cou assinalado no plano cultural em ^ue ele \ave.
Ec<jn6mic<>'
ra
A contribuirão da literatura na de nuncia dessa crise foi decisiva. Lenine
isse, de uma feita, que preferia, pa-
m o conhecimento da
sociedade francesa, as obras de Balzac às obras históricas. De bito, a literatura foi. antes de tudo, um documentário e um depoimento. A crise moral foi precisamen te e insistentemente por ela revelada. Os escritore.s de roman ces, novelas e contos
ra pelo cri-do católico, i-scrcv-ia um ro
bos dosconsoladorcs c tristi^s. Zola mos
era um protesto trágico contra a irres
tra o crcpú.sculo moral íjuando escreve os "Rougon-Macquart, hisloirc naturclle et socíalc d'unc faniillc sons Ic Se-
cond Empirc". Maupassant c o mestre do conto, mas o mesmo c.spírito destina
le de Siiif", uma de suas obras-primas, traduz nesse sentido crítico um os*tado
mance dl- sucesso, "Lc Di.sciplc", que
traçava um novo roteiro para os acon
Ma.s não surtiu efeito o protesto. A literatura continuou marchando no seu
propó.sito de ser fiel a uma concepção do mundo existente, essa concepção que reduzia o homem, cada vez mais, a úm
O lui.s-cimciito da tragédia
guerra mundial, sur-
.
inquérito
volume um
promovido
por Jacques Riviére e Ramon Fernandes sô-
brc "Morali.smo c Li
teratura". Jacques Ri
viére, animado por uma formação
reli
A consciência
da desvalorização do
conduzia o homem
Ilá um instante em que as coleti\idades participam da história mundial.
São
sam da natureza e a dominam. E, as sim como as coletividades, os indiví
duos, que se tornam apenas veículo de
Desfeito todo fundamento ontológicx),.
mento de sua produçfio criava, por si mesma, nosos e sombrios problemas pa ra a vida.
A uma economia de con
são de profundidade. Os valores, tais
sumo sucedeu-se uma economia de pro
como a Verdade, a Justiça ou a Beleza
A
dução para que o poder industrial esti-
se desfazem como a Mosca Azul de Ma-
liumanidade, que povoava o mundo li terário, era profundamente mi.çerávcl,
\'esse a serviço do lucro. O assalariado
chado de Assis, E a vida dá assim a
adquire consciência de .sua posição so
impressão de estar reduzida a si mesma.
porque se arrastava
cial diante dos teares. E forma a gran
Joaquim Xirau traça o quadro que en
da \ada que perturba a .sua continui
tão se apresenta: "Fôrçns" e "Massas" regem a vida moral e poIlUca do mesmo modo que a realidade natural. Destriii.do o Ser e sua estrutura, o fato substi-
dade.
tm o direito e a hierarquia ontológica
de e fabulosa massa humana dos centros
va disfarç-ar a desgraçada posição do
ambições inúteis e cruói.s.
urbanos. A luta contra a injustiça depa ra, daí por diante, com um novo aspecto
ao sabor das cir
Houve um
momento, no fim do século dezenove, em que essa tendência literária começou a provocar alarma. Fala-so então em li teratura mórbida, em literatura "fin de
uma geração envolvida por crimes e es peranças de grandes proporçõe.s. Thi-
stécle". Max Nordan escre\'cra, em dois
baudet escreve que "avec Balzac lui-
tra essa deturpação da cultura intelec
)a peau de chagrin". Os herdeiros das
c que revelava a sua índole. A sua es.sència era. na verdade, a sua existência.
metafísico ou mesmo religioso, a ciência se mostra tão só um simples instrumento da atividade vital. Não há mais dimen
ao máximo rendi
cunstâncias, num jogo de egoísmo e do
même elle avait consoinmé ardemnient
A sua maneira
de agir, e não suas inquietações íntimas,
energias que nascem e renascem. ..
de-Zola-'-Ia verité,L que Iaa formula vento o que êle queria era dizer sobre a imensa hipocrisia que procura Foi o que já tinlia feito Balzac, de
que mostrava que era.
te no plano material obrigava a um re
cuo no plano espiritual. A máquina que
se agravara com o correr dos anos.
animal humano, egoísta, perverso, sen
tamento como a manifestação da fôrça
\'ital. A incapacidade, tanto dos ho mens como dos povo.s, tinha a sua ex plicação e, com a sua e.vplicação, o seu itinerário. O homem era aquilo mesmo
forças másculas e violentas que se apos
giosa, aponta, ao de
Essa impressão não era nova. Apena.s
sual e ambicioso.
cia até então desconhecida, a filosofia do
céu para a terra, e e.vplicava o compor
homem começara com o progresso do seu domínio por sobre a natureza. À medida que êsse domínio, pela ciência c- pela técnica, foi-se ampliando, a desx aíorização do homem, como ser moral, ioi-se reduzindo. A marcha para fren
por nesse inquérito, a decadência moral vi-
Era uma no
va concepção do homem e da vida que tecimentos. Ela trazia, com uma audá
Ein 1924. quando a crise moral toma va aspecto agudo, agravado por uma gia em
testo, era coisa diferente.
rivismo da filosofia moderna.
de c.spírito.
—k
despertava como ideologia e cnjino pro
ponsabilidade moral semeada pelo rela-
ludibriado animal de presas.
.sivel na obra literá ria. Ela "ne fait pas do bien à rámc".
eles Quando o naturalismo surgia com
S7
preocupaç-óes balzaquiana.s são Zola no romance e Maupassant no conto. Am
do a definir as misérias luinianas. "Bou-
A contribuição da literalu
Du.nsio Econú.micí)
volumes, eruditos e documentados, con tual, dando à .sua obra o título de "De-
generação". E Paul Bourget, que opta.-
Sempre houve liita pela Justiça e pro testos oonria os oprimidos. Desde a an
tigüidade clássica que se luta contra a (exploração do homem pelo lioinem, que se clama contra a prepotência dos po derosos. Mas o que a época industrial
um sistema de fôrças que se orientam ou se destroem de acôrdo-com a lei me cânica do choque".
Há, desse modo, um poder de ..de.s--
truição ou de desvalorização que impe ra em todos os campos. O pa.ssado não
Dicesto
íilósofos, o que pensava Platão a res peito ou o que escreveram Spinosa ou
Leibniz sôbre o problema moral. Assi nalamos o que se passa na realidade, ou, como se diz na linguagem atual, o que ^ passa com o homem comum, e o que 'cou assinalado no plano cultural em ^ue ele \ave.
Ec<jn6mic<>'
ra
A contribuirão da literatura na de nuncia dessa crise foi decisiva. Lenine
isse, de uma feita, que preferia, pa-
m o conhecimento da
sociedade francesa, as obras de Balzac às obras históricas. De bito, a literatura foi. antes de tudo, um documentário e um depoimento. A crise moral foi precisamen te e insistentemente por ela revelada. Os escritore.s de roman ces, novelas e contos
ra pelo cri-do católico, i-scrcv-ia um ro
bos dosconsoladorcs c tristi^s. Zola mos
era um protesto trágico contra a irres
tra o crcpú.sculo moral íjuando escreve os "Rougon-Macquart, hisloirc naturclle et socíalc d'unc faniillc sons Ic Se-
cond Empirc". Maupassant c o mestre do conto, mas o mesmo c.spírito destina
le de Siiif", uma de suas obras-primas, traduz nesse sentido crítico um os*tado
mance dl- sucesso, "Lc Di.sciplc", que
traçava um novo roteiro para os acon
Ma.s não surtiu efeito o protesto. A literatura continuou marchando no seu
propó.sito de ser fiel a uma concepção do mundo existente, essa concepção que reduzia o homem, cada vez mais, a úm
O lui.s-cimciito da tragédia
guerra mundial, sur-
.
inquérito
volume um
promovido
por Jacques Riviére e Ramon Fernandes sô-
brc "Morali.smo c Li
teratura". Jacques Ri
viére, animado por uma formação
reli
A consciência
da desvalorização do
conduzia o homem
Ilá um instante em que as coleti\idades participam da história mundial.
São
sam da natureza e a dominam. E, as sim como as coletividades, os indiví
duos, que se tornam apenas veículo de
Desfeito todo fundamento ontológicx),.
mento de sua produçfio criava, por si mesma, nosos e sombrios problemas pa ra a vida.
A uma economia de con
são de profundidade. Os valores, tais
sumo sucedeu-se uma economia de pro
como a Verdade, a Justiça ou a Beleza
A
dução para que o poder industrial esti-
se desfazem como a Mosca Azul de Ma-
liumanidade, que povoava o mundo li terário, era profundamente mi.çerávcl,
\'esse a serviço do lucro. O assalariado
chado de Assis, E a vida dá assim a
adquire consciência de .sua posição so
impressão de estar reduzida a si mesma.
porque se arrastava
cial diante dos teares. E forma a gran
Joaquim Xirau traça o quadro que en
da \ada que perturba a .sua continui
tão se apresenta: "Fôrçns" e "Massas" regem a vida moral e poIlUca do mesmo modo que a realidade natural. Destriii.do o Ser e sua estrutura, o fato substi-
dade.
tm o direito e a hierarquia ontológica
de e fabulosa massa humana dos centros
va disfarç-ar a desgraçada posição do
ambições inúteis e cruói.s.
urbanos. A luta contra a injustiça depa ra, daí por diante, com um novo aspecto
ao sabor das cir
Houve um
momento, no fim do século dezenove, em que essa tendência literária começou a provocar alarma. Fala-so então em li teratura mórbida, em literatura "fin de
uma geração envolvida por crimes e es peranças de grandes proporçõe.s. Thi-
stécle". Max Nordan escre\'cra, em dois
baudet escreve que "avec Balzac lui-
tra essa deturpação da cultura intelec
)a peau de chagrin". Os herdeiros das
c que revelava a sua índole. A sua es.sència era. na verdade, a sua existência.
metafísico ou mesmo religioso, a ciência se mostra tão só um simples instrumento da atividade vital. Não há mais dimen
ao máximo rendi
cunstâncias, num jogo de egoísmo e do
même elle avait consoinmé ardemnient
A sua maneira
de agir, e não suas inquietações íntimas,
energias que nascem e renascem. ..
de-Zola-'-Ia verité,L que Iaa formula vento o que êle queria era dizer sobre a imensa hipocrisia que procura Foi o que já tinlia feito Balzac, de
que mostrava que era.
te no plano material obrigava a um re
cuo no plano espiritual. A máquina que
se agravara com o correr dos anos.
animal humano, egoísta, perverso, sen
tamento como a manifestação da fôrça
\'ital. A incapacidade, tanto dos ho mens como dos povo.s, tinha a sua ex plicação e, com a sua e.vplicação, o seu itinerário. O homem era aquilo mesmo
forças másculas e violentas que se apos
giosa, aponta, ao de
Essa impressão não era nova. Apena.s
sual e ambicioso.
cia até então desconhecida, a filosofia do
céu para a terra, e e.vplicava o compor
homem começara com o progresso do seu domínio por sobre a natureza. À medida que êsse domínio, pela ciência c- pela técnica, foi-se ampliando, a desx aíorização do homem, como ser moral, ioi-se reduzindo. A marcha para fren
por nesse inquérito, a decadência moral vi-
Era uma no
va concepção do homem e da vida que tecimentos. Ela trazia, com uma audá
Ein 1924. quando a crise moral toma va aspecto agudo, agravado por uma gia em
testo, era coisa diferente.
rivismo da filosofia moderna.
de c.spírito.
—k
despertava como ideologia e cnjino pro
ponsabilidade moral semeada pelo rela-
ludibriado animal de presas.
.sivel na obra literá ria. Ela "ne fait pas do bien à rámc".
eles Quando o naturalismo surgia com
S7
preocupaç-óes balzaquiana.s são Zola no romance e Maupassant no conto. Am
do a definir as misérias luinianas. "Bou-
A contribuição da literalu
Du.nsio Econú.micí)
volumes, eruditos e documentados, con tual, dando à .sua obra o título de "De-
generação". E Paul Bourget, que opta.-
Sempre houve liita pela Justiça e pro testos oonria os oprimidos. Desde a an
tigüidade clássica que se luta contra a (exploração do homem pelo lioinem, que se clama contra a prepotência dos po derosos. Mas o que a época industrial
um sistema de fôrças que se orientam ou se destroem de acôrdo-com a lei me cânica do choque".
Há, desse modo, um poder de ..de.s--
truição ou de desvalorização que impe ra em todos os campos. O pa.ssado não
UlOESTU
88
vale mais. E o pensamento situa-se, atônito, na terra de ninguém... Nietszche e Karl Marx
Nietszche é o profeta dessa nova épo ca. A sua atitude é simplesmente agressiva. O seu pensamento é uma de claração de guerra. O cristiani.mo rc- presenta, para êle, o refúgio da humani dade acovardada e insidiosa. Êsse ator mentado que vivia na solidão e na revoita renega todos os valores morais existentes. O seu vitaliimo desabrido
quer a vida em si mesma, no seu egoismo, no seu imperialismo sem entranhas.
A piedade é algo que repugna, como a própria fraqueza, que é cheia de ilusões e de promessas. Zaratustra é o herói metszchiano que ensina o amor à vida como amor egoista e absorvente. E Za
ratustra assim pregava: - "Houve um tempo em que pecar contra Deus era pecado; porém. Deus morreu, e com êle
ECONONOCt*
como a moral dos escravos — não ó um
pensamento isolado. Acompanha a uma destruição que cresce de instante a ins tante. A .sua voz, aparentemente isola da, faz parte dc um imenso coro que germina na inquietação contemporânea. Ao invés de surgir o super-homem
dos valores existentes a razão de ser de seudesüno. "O presente - clamava
Zaratustra — pertence à plebe, o que eqüivale dizer que se perde a noção do grande e do pequeno". Isso era a volta a estaca zero colocada
Èsse novo homem, que pretende uma
melha, aos grandes processos, ao Bou-
nova sociedade, que vive a serviço do
kharinismo, ao Trotskysmo, ao Titoismo,
plano de dissolução mundial, que rene
c, com tudo isso, a uma nova tábua de valores, que se baseia, não "na razão mecânica da burguesia", mas "na razão
ga todos os valores e.xistentes — não po
dialética do marxismo".
de, entretanto, transformar a sua violên
cia em direito, porque contra êle per manece uma civilização histórica, firma
da e confirmada por uma poderosa cul tura, entranhada na carne de gerações
ao falangismo, ao peronismo, ao populismo, ao culto sorcliano da violência, à
extorsão. A família, o Estado, o direito, a moral, a religião, a economia, são for
•doutrina da ação pela ação, do império do liomeni carismático, da adoraçao do
consegue penetrar realmente nos povos destituídos de história, incompatíveis com a civilização, incapazes de sentir os
mas opressivas destinadas à exploração daquele que não possui o instrumento
chefe-legislador. Em ambas as correntes bá a perma
benefícios do progresso moral e mate rial. Por isso, ela se apoderou da Rús
de produção. Karl Marx é a ala esquerda da inves
nência do mesmo poder destruidor, que
sia medieval e fronteiriça, rondou até
leva ao novo homem, ao "chauffeur"
agora a Europa ocidental e insiste a sua
tida.
O seu materialismo dialético as
segura a conquista no plano social. O seu objetivo é o d© se utilizar como ar ma o proletariado sôbre quem recaia to do o poder opressivo dos valores sociais existentes.
^ destruidor que achava na destruição
sa, à guerra na Coréia, à violência ver
reitos. Tudo o que a civilização ofere cia de valioso não passava afinal de uma
quiava] do proletariado. E' o articula-
mada no cidto da fôrça e dos fortes. Era
Econômico
mos a Mussolini e a Hitler, ao fascismo, ao nacional-sccialisnío, ao Estado Novo,
morrerarn também êsses pecadores. Ago
Não era um descrente que assim faZV "^^^^«00 levan tava, aos Kbrados, uma nova que crença fir
Digesto
surge o homem ma:;sa c, com êle, o ho mem prolclário, isto é, o homem explo rado c a quem a sociedade não dá di
ra, o^ mais grave é pecar contra a terra e cOiQcar as entranhas do inescrutável por cima da terra".
T
Marx é, na verdade, o Ma
dor da revolução objetivada na conquis ta do poder. A sua filosofia não ó uma teoria do homem e do mundo, mas uma atrevida
ação política. O Manifesto Comunista é um toque de reunir, baseado na afir mativa de que o mundo burguês é um mundo perdido e que seus princípios e seus valores estão vazios de sentido. En
quanto Nietszche diz que o cristianismo
ó o pensamento do judeu astuto e vil, Marx diz que a religião é o ópio do Oci dente.
Em ambos a civilização cristã
em pleno labirinto da civilização mi
se liquida, em ambos a civilização atual
lenar.
O pensamento de Nietszche, que con
está submetida à moral dos escravos. De Marx chegamo.'? a Lenine, ao Par
duz ao homem-natureza como super-
tido Comunista, ao Cominform, às de
homom, eliminando a moral existente,
mocracias populares, à revolução chine-
Por outro lado, de Nietszche chega
sucessivas.
A violência imediata e avassaladora só
como símbolo representativo do bárbaro
ofensiva sôbre a vellia Ásia imutável e
armado pela técnica.
sombria.
UlOESTU
88
vale mais. E o pensamento situa-se, atônito, na terra de ninguém... Nietszche e Karl Marx
Nietszche é o profeta dessa nova épo ca. A sua atitude é simplesmente agressiva. O seu pensamento é uma de claração de guerra. O cristiani.mo rc- presenta, para êle, o refúgio da humani dade acovardada e insidiosa. Êsse ator mentado que vivia na solidão e na revoita renega todos os valores morais existentes. O seu vitaliimo desabrido
quer a vida em si mesma, no seu egoismo, no seu imperialismo sem entranhas.
A piedade é algo que repugna, como a própria fraqueza, que é cheia de ilusões e de promessas. Zaratustra é o herói metszchiano que ensina o amor à vida como amor egoista e absorvente. E Za
ratustra assim pregava: - "Houve um tempo em que pecar contra Deus era pecado; porém. Deus morreu, e com êle
ECONONOCt*
como a moral dos escravos — não ó um
pensamento isolado. Acompanha a uma destruição que cresce de instante a ins tante. A .sua voz, aparentemente isola da, faz parte dc um imenso coro que germina na inquietação contemporânea. Ao invés de surgir o super-homem
dos valores existentes a razão de ser de seudesüno. "O presente - clamava
Zaratustra — pertence à plebe, o que eqüivale dizer que se perde a noção do grande e do pequeno". Isso era a volta a estaca zero colocada
Èsse novo homem, que pretende uma
melha, aos grandes processos, ao Bou-
nova sociedade, que vive a serviço do
kharinismo, ao Trotskysmo, ao Titoismo,
plano de dissolução mundial, que rene
c, com tudo isso, a uma nova tábua de valores, que se baseia, não "na razão mecânica da burguesia", mas "na razão
ga todos os valores e.xistentes — não po
dialética do marxismo".
de, entretanto, transformar a sua violên
cia em direito, porque contra êle per manece uma civilização histórica, firma
da e confirmada por uma poderosa cul tura, entranhada na carne de gerações
ao falangismo, ao peronismo, ao populismo, ao culto sorcliano da violência, à
extorsão. A família, o Estado, o direito, a moral, a religião, a economia, são for
•doutrina da ação pela ação, do império do liomeni carismático, da adoraçao do
consegue penetrar realmente nos povos destituídos de história, incompatíveis com a civilização, incapazes de sentir os
mas opressivas destinadas à exploração daquele que não possui o instrumento
chefe-legislador. Em ambas as correntes bá a perma
benefícios do progresso moral e mate rial. Por isso, ela se apoderou da Rús
de produção. Karl Marx é a ala esquerda da inves
nência do mesmo poder destruidor, que
sia medieval e fronteiriça, rondou até
leva ao novo homem, ao "chauffeur"
agora a Europa ocidental e insiste a sua
tida.
O seu materialismo dialético as
segura a conquista no plano social. O seu objetivo é o d© se utilizar como ar ma o proletariado sôbre quem recaia to do o poder opressivo dos valores sociais existentes.
^ destruidor que achava na destruição
sa, à guerra na Coréia, à violência ver
reitos. Tudo o que a civilização ofere cia de valioso não passava afinal de uma
quiava] do proletariado. E' o articula-
mada no cidto da fôrça e dos fortes. Era
Econômico
mos a Mussolini e a Hitler, ao fascismo, ao nacional-sccialisnío, ao Estado Novo,
morrerarn também êsses pecadores. Ago
Não era um descrente que assim faZV "^^^^«00 levan tava, aos Kbrados, uma nova que crença fir
Digesto
surge o homem ma:;sa c, com êle, o ho mem prolclário, isto é, o homem explo rado c a quem a sociedade não dá di
ra, o^ mais grave é pecar contra a terra e cOiQcar as entranhas do inescrutável por cima da terra".
T
Marx é, na verdade, o Ma
dor da revolução objetivada na conquis ta do poder. A sua filosofia não ó uma teoria do homem e do mundo, mas uma atrevida
ação política. O Manifesto Comunista é um toque de reunir, baseado na afir mativa de que o mundo burguês é um mundo perdido e que seus princípios e seus valores estão vazios de sentido. En
quanto Nietszche diz que o cristianismo
ó o pensamento do judeu astuto e vil, Marx diz que a religião é o ópio do Oci dente.
Em ambos a civilização cristã
em pleno labirinto da civilização mi
se liquida, em ambos a civilização atual
lenar.
O pensamento de Nietszche, que con
está submetida à moral dos escravos. De Marx chegamo.'? a Lenine, ao Par
duz ao homem-natureza como super-
tido Comunista, ao Cominform, às de
homom, eliminando a moral existente,
mocracias populares, à revolução chine-
Por outro lado, de Nietszche chega
sucessivas.
A violência imediata e avassaladora só
como símbolo representativo do bárbaro
ofensiva sôbre a vellia Ásia imutável e
armado pela técnica.
sombria.
l)u;Khr(»
Preconceito racial no Brasil Afonso Abinos de Melo Fbanco
Kt"^oNÓ\iir(>
91
xoto, propôs, com o assentimento dos
termos de defesa da raça escrava, em
demais companheiros, sc colocasse no programa da Inconfidência a cláusula da
lêrmos de conquista da Abolição, sobrevindo essa mesma Abolição, instalada a República, prosseguindo o País na sua
libertação dos escravos. QUE MAis me tem ferido, nas crí
O ticas por vêzes violentas de que
tem sido alvo o meu projeto, e que me
A nos-stí Revista reproduz um longo
têm chegado ao conliecimento através
trecho do magnífico diòcttròo tjuc o
suposição de que se trata de medida
deputado Afonso Ariuos dc Melo Franco, sem dúvida da.s mais brilhantes figuras
de correspondência postal, é a injusta eleitorahsta, de que se trata de inicia
tiva que visa ao apoio do eleitorado ne gro brasileiro para renovação do meu mandato.
•sa do tiosso Parlamento, proferiu em defen
do projeto que apresentou sôbre o problema da segregação racial.
eu. perante os jovens que se^ destinavam diplomática, e comentando as
irírbf nepos brasileiros para antepunham terem abertasaosdianlembrei aos meus ouvintes que se fa7ia regular definitivamente ic dic
• -
do domm,„ pubhco qual seja a proibi-
de uma grande artista de côr, norteamericana, que tem dedicado a sua vida a apresentar ao mundo, através de uma mensagem de arte, as queixas e reivin dicações da raça oprimida nos Estados Ihiido.s.
Foi cxclusivanientc ôssc fato que fêz «a-
sidade da Bahia, trabalhos continuados
vel cKirrente que arrastaria diante de si os preconceitos e as \clharias da Europa
polo ilustre Artiu- Ramos no campo da Sociologia — Artur Ramos, que acaba do falecer cm Paris, onde ocupava um dos mais altos postos da organização
feudal.
com que eu cntencle.ssc oportuno o mo mento, chegada a oca.sião em que a psi cologia brasileira estaria em estado do
se não o maior estadista que já produziu
receptividade para iniciativas dessa na
o Brasil, incluía entre as suas aspirações
tureza.
políticas a necessidade da Abolição.
êsse projeto se fazia, desde muito, ne cessário em nosso país. Se fizeriTuiN"" uma análise retro.spectiva da evolução do
Sabido é, Sr. Presidente, que o grande losé Bonifácio, sem dúvida dos maiorc.s,
Não vou historiar minudcnleinente o
(jue foi o desenvolvimento da campanha abolicionista no Brasil.
Os nomes dos
pensamento nacional cm relação ao pro
seus pioneiros, a glória dos seus çondutores, o êxito dos seus chefes, são pá
blema do negro brasileiro, poderemos,
ginas definitivas inscritas nos anais da
de forma simplificadora, como são tôdas
nossa evolução histórica.
as sínteses, separar três etapas diferen
se ressaltem figuras como aquela.s que
tes e sucessivas no desenvolvimento da
ainda o ano passado reverenciamos nu ma consagração nacional — Rui Barbosa e Joaquim Nabuco;~ justo é que lem
idéia, c referentes ao assunto.
çao, instituída ou determinada pela ce rência estrangeira de um luxuoso hotel em São Paulo, de receber como hóspe
filosofia, iria constituir aquela formidá
unindo a técnica e a segurança cientí
desde os seus alliores.
Mas, Sr. Presidente, a verdade c que
A primeira fase é aquela que podería mos chamar da Abolição. Ela se inicia,
mocrático, apresentou-se êle sob outra
fica às reivindicações humanísticas da
tramos pioneiros da idéia da Abolição
Desejo declarar a esta Casa que, na
marcha ascensional para o progresso de forma, que poderemos chamar a forma dá investigaçíão científica. Foram, en tão, os trabalhos iniciados por Nina Ro drigues, o grande professor da Univer
No século XIX, cm nosso país, encon
Não é verdade isso, Sr. Presidente.
qualidade de professor do InsHtuto Rio ranço, que o fui antes de ser Deputado
Scnte-.sc aí o sôpro das idéias enci clopedistas que chegavam até nós; sen te-se aí a influência daquele movimen to da chamada Época das Luzes que,
Justo é que
internacional da UNESCO — trabalhos
procedidos no Brasil ainda hoje, por mestres da eminência do Deputado Gil berto Freire, nosso ilustre companhei ro de legislatura e meu caro correligio nário de Partido, por homens que .destinarám sua vida às pesquisas médicas, antropológicas, sociológicas e históricas, no sentido de situar definitivamente o
problema negro dentro de um campo científicx) verdadeiro e despido de quais quer interesses ou prevenções.
Passada essa fase, que poderemos cha
mar de científica, em que o problema negro tanto evoluiu no Brasil, estamos' miciando uma outra, de que me fiz mo
desto colaborador, através do meu pro
jeto: é uma fase que devemos consignar como de recuperação política, de inte
talvez, já no século XVIII. Que eu mo
bremos a influência de estadistas impe riais do tipo de Pimenta Bueno ou de
lembre, é a primeira vez que se coloca
Sousa Dantas; justo é que recordemos a
vívio e no nosso comple.xo social. Não
de fato o problema da libertação do
obra de escritores como Perdigãb Ma-
se pode negar a necessidade de que
negro em tôrmos positivos, no Brasil.
Iheiro, como também justo é que não esqueçamos a influência, sempre discre ta, mas tenaz e decidida, que em favor
o Congresso Nacional encare de frente esta fase. O meu projeto, não me custa declará-lo, nada tem de original a não
do movimento exerceu Pedro II.
Mas, Sr. Presidente, em seguida a
ser no nosso país: o meu projeto é ape nas uma adaptação aos dias que correm,
essa primeira fase, em que o problema do negro era tratado principalmente em
é apenas a composição adequada à nossa época de idéias já expressas em lei dos
Foi durante a Inconfidência
Mineira,
quando os conjurados de Vila Rica dis
cutiam os planos das inovações que en tendiam introduzir na estrutura política e adininístratíva da Colônia, que um dêles, se não me engano AK-arenga Pej-
gração política do negro no nosso con
l)u;Khr(»
Preconceito racial no Brasil Afonso Abinos de Melo Fbanco
Kt"^oNÓ\iir(>
91
xoto, propôs, com o assentimento dos
termos de defesa da raça escrava, em
demais companheiros, sc colocasse no programa da Inconfidência a cláusula da
lêrmos de conquista da Abolição, sobrevindo essa mesma Abolição, instalada a República, prosseguindo o País na sua
libertação dos escravos. QUE MAis me tem ferido, nas crí
O ticas por vêzes violentas de que
tem sido alvo o meu projeto, e que me
A nos-stí Revista reproduz um longo
têm chegado ao conliecimento através
trecho do magnífico diòcttròo tjuc o
suposição de que se trata de medida
deputado Afonso Ariuos dc Melo Franco, sem dúvida da.s mais brilhantes figuras
de correspondência postal, é a injusta eleitorahsta, de que se trata de inicia
tiva que visa ao apoio do eleitorado ne gro brasileiro para renovação do meu mandato.
•sa do tiosso Parlamento, proferiu em defen
do projeto que apresentou sôbre o problema da segregação racial.
eu. perante os jovens que se^ destinavam diplomática, e comentando as
irírbf nepos brasileiros para antepunham terem abertasaosdianlembrei aos meus ouvintes que se fa7ia regular definitivamente ic dic
• -
do domm,„ pubhco qual seja a proibi-
de uma grande artista de côr, norteamericana, que tem dedicado a sua vida a apresentar ao mundo, através de uma mensagem de arte, as queixas e reivin dicações da raça oprimida nos Estados Ihiido.s.
Foi cxclusivanientc ôssc fato que fêz «a-
sidade da Bahia, trabalhos continuados
vel cKirrente que arrastaria diante de si os preconceitos e as \clharias da Europa
polo ilustre Artiu- Ramos no campo da Sociologia — Artur Ramos, que acaba do falecer cm Paris, onde ocupava um dos mais altos postos da organização
feudal.
com que eu cntencle.ssc oportuno o mo mento, chegada a oca.sião em que a psi cologia brasileira estaria em estado do
se não o maior estadista que já produziu
receptividade para iniciativas dessa na
o Brasil, incluía entre as suas aspirações
tureza.
políticas a necessidade da Abolição.
êsse projeto se fazia, desde muito, ne cessário em nosso país. Se fizeriTuiN"" uma análise retro.spectiva da evolução do
Sabido é, Sr. Presidente, que o grande losé Bonifácio, sem dúvida dos maiorc.s,
Não vou historiar minudcnleinente o
(jue foi o desenvolvimento da campanha abolicionista no Brasil.
Os nomes dos
pensamento nacional cm relação ao pro
seus pioneiros, a glória dos seus çondutores, o êxito dos seus chefes, são pá
blema do negro brasileiro, poderemos,
ginas definitivas inscritas nos anais da
de forma simplificadora, como são tôdas
nossa evolução histórica.
as sínteses, separar três etapas diferen
se ressaltem figuras como aquela.s que
tes e sucessivas no desenvolvimento da
ainda o ano passado reverenciamos nu ma consagração nacional — Rui Barbosa e Joaquim Nabuco;~ justo é que lem
idéia, c referentes ao assunto.
çao, instituída ou determinada pela ce rência estrangeira de um luxuoso hotel em São Paulo, de receber como hóspe
filosofia, iria constituir aquela formidá
unindo a técnica e a segurança cientí
desde os seus alliores.
Mas, Sr. Presidente, a verdade c que
A primeira fase é aquela que podería mos chamar da Abolição. Ela se inicia,
mocrático, apresentou-se êle sob outra
fica às reivindicações humanísticas da
tramos pioneiros da idéia da Abolição
Desejo declarar a esta Casa que, na
marcha ascensional para o progresso de forma, que poderemos chamar a forma dá investigaçíão científica. Foram, en tão, os trabalhos iniciados por Nina Ro drigues, o grande professor da Univer
No século XIX, cm nosso país, encon
Não é verdade isso, Sr. Presidente.
qualidade de professor do InsHtuto Rio ranço, que o fui antes de ser Deputado
Scnte-.sc aí o sôpro das idéias enci clopedistas que chegavam até nós; sen te-se aí a influência daquele movimen to da chamada Época das Luzes que,
Justo é que
internacional da UNESCO — trabalhos
procedidos no Brasil ainda hoje, por mestres da eminência do Deputado Gil berto Freire, nosso ilustre companhei ro de legislatura e meu caro correligio nário de Partido, por homens que .destinarám sua vida às pesquisas médicas, antropológicas, sociológicas e históricas, no sentido de situar definitivamente o
problema negro dentro de um campo científicx) verdadeiro e despido de quais quer interesses ou prevenções.
Passada essa fase, que poderemos cha
mar de científica, em que o problema negro tanto evoluiu no Brasil, estamos' miciando uma outra, de que me fiz mo
desto colaborador, através do meu pro
jeto: é uma fase que devemos consignar como de recuperação política, de inte
talvez, já no século XVIII. Que eu mo
bremos a influência de estadistas impe riais do tipo de Pimenta Bueno ou de
lembre, é a primeira vez que se coloca
Sousa Dantas; justo é que recordemos a
vívio e no nosso comple.xo social. Não
de fato o problema da libertação do
obra de escritores como Perdigãb Ma-
se pode negar a necessidade de que
negro em tôrmos positivos, no Brasil.
Iheiro, como também justo é que não esqueçamos a influência, sempre discre ta, mas tenaz e decidida, que em favor
o Congresso Nacional encare de frente esta fase. O meu projeto, não me custa declará-lo, nada tem de original a não
do movimento exerceu Pedro II.
Mas, Sr. Presidente, em seguida a
ser no nosso país: o meu projeto é ape nas uma adaptação aos dias que correm,
essa primeira fase, em que o problema do negro era tratado principalmente em
é apenas a composição adequada à nossa época de idéias já expressas em lei dos
Foi durante a Inconfidência
Mineira,
quando os conjurados de Vila Rica dis
cutiam os planos das inovações que en tendiam introduzir na estrutura política e adininístratíva da Colônia, que um dêles, se não me engano AK-arenga Pej-
gração política do negro no nosso con
UicESTO
Estados Unidos há perto de um século. Não ignoram os nobres Deputados que, desde 186S, o Congresso Federal ame ricano adulou a famosa emenda n.*^ 14, emenda que, na opinião de um dos mais
insignes comentadores do estatuto políti co daquela República - Watson - re presenta a mais importante contribuição
trazjda ao tôxto de Filadélfia pelo Con gresso Federal. Essa emenda proibia aos Estados servirem-se dos seus podercs políticos para impor quaisquer restrições aos cidadãos por motivo de raça ou de o r. A essa emenda se seguiu uma lei
^deral, que foi chamada a Segunda
Declaração de Direitos dos Estados Uni dos. E o que era essa lei federal? Nada
mais, nada menos, do que a concreti zação dos objetivos visados pelo meu
í
9:>
ÜIOBSTO ECONÓMIOO
92
projeto. Por essa lei, de 1875.
ficavam proibidas as segre gações raciais nos edifícios
públicos, nos hotéis, nos ca minhos de ferro, em todos os locais de aglomeração, nos templos religiosos, assim como também se obrigava a aceita
ção dos negros em quaisquer cursos ou escolas.
Dii-se-á, então: por que, em face de uma legislação dêsse teor, por que, cm face
de uma iniciativa dessa mag nitude, ainda os Estados Uni
dos se batem com o terrível problema da segregação racial? A explicação, Sr. Presidente, não é difícil, e eu, pedindo embora desculpas pela digressão, mo
Econômico
cla\'a da Justiça, da Ciência e do Direito, aquela situação absolutamente absurda c
determinou a dcstruiç.ão rias culturas, O
a agricultura voltava a florescer e, so bretudo, á proporção em que aquela classe dos "landlorcls", dos grandes pro prietários rurais, se concentrava na ci dade c se transformava em uitia espécie
na grande nação americana, são as mais
demolição das cidades, a miséria do co
de no\a burguesia, foi-se restabelecendo no espírito dos habitantes do Sul o velho preconceito racial que a Guerra de Se
lução. que não poderá ser instantânea —
então tinha conhecido a história, deter minou o arrasamento da economia dos
chamados Estados Confederados do Sul;
mércio, cm suma, o implaiitamento de uma situação .social dc caos c de aban
dono. Houve por essa época um certo intcrregno constitucional.
Os Estados
Ei.s porque a lei de 1S75, que tinha de
do Sin passaram, de falo, a ser governa dos militarmente, fora do regimcm es tabelecido na Constituição, por uma
terminado providências salutares — que Se seguidas teriam impedido os dramas terríveis que .se vêm desenvolvendo atra
verdadeira coorle dc inler\'enlores no
vés da história recente dos Estados Uni
meados pelos Estados do Norte.
dos — ei.s porque aquela lei de 1875 foi
É sabido que nos Eslado.s do Norte
declarada inconstitucional pela Suprema
o problema d:> negro não se fazia sentir com a mesma agudeza com c^ue apare
Côrtc, se não me engano em 1883, em
virtude da pressão exercida pelo novo espírito discriminatório que renascia no
cia nos Estados do Sul. Isso se deveu, também, ao fato de que, nos Estados
Sul.
do Sul, para uma população
Ora, Sr. Presidente, êsse ato da Su
de cêrca dc 7 milhões de brancos, havia mais de 4 mi
prema Corte, tornando sem efeito, por especiosas razões, por falaciosos funda mentos, aquilo que os homens de cora ção e de inteligência da época tinham chamado a Segunda Declaração de Di
lhões de negros, enquanto nos
Estados do Norte a popula ção negra era menor e quase inexistente.
A
mentalidade
reitos dos Estados Unidos, êsse ato da Suprema Corte veio fazer retornar o
dos chamados "yankees", co mo se chamavam os habitan
tes dos E.stados do Norte, era,
portanto, mais desprendida do preconceito racial.
Isso ex
plica as razões pelas quais, no militarmente o Sul, fizeram
com que o Partido Republicano — que foi, então, o grande partido das reivin dicações negras — dominasse o Con
ra de Secessão.
tremenda luta civil, êsse conflito arma
Norte sôbre o Sul, à proporção que o Sul se refazia, em que a rede bancá
do que foi, na época, o maior que até
ria retomava suas atividades e em que
Entretanto, à
econômica
o
a
influência
militar
do
I í
\ islo como não se procede instantanea mente a uma transformação de mentali dade num i>üvo de mais de 100 milhões
de habitantes — mas que será segura e definida, cm breve se fará sentir, relati
vamente em breve tempo, se tomarmos a brevidade num sentido histórico, a
fim df que aquele país possa de fato declarar que a bandeira das estréias 6
das listras tremula sôbrc um povo livre e não sobre milhões de escravos, apa rentemente libertados.
No Brasil, pela linha completamente
rliversa de nossa evolução histórica, pelo sentido altamente tolerante da nossa
miscigenação social, sentido êste que tem constituído objeto preferido dos'estudos
do ilustre professor Gilberto Freyre, as dificuldades que se antepuseram ao povo americano não existem.
Havia nos-Es
as dificuldades criadas à evolução pací fica da democracia americana pela es
ções específicas da civilização saxônica,
outra parte, em virtude de certas tradi
ciência com que se fez sentir no fim do
que, felizmente, não encontraram gua rida entre nós, criados que fomos à
século passado e no princípio deste o preconceito racial na grande República,
orientação dc uma tradição histórica
tais foram os inconvenientes dessa situa
proporção que diminuía a influência
promissoras, no sentido de que uma evo
problema ao seu significado primitivo. A verdade, entretanto, é que tais foram
ção, dizia eu, que, apoiado pelos gran des pensadores, pelos grandes escritores, pelos grandes professores, pelos grandes jornalistas, um movimento se formou,
gresso e fizesse adotar essa legislação salvadora e progressista.
As esperanças, que hoje desabrocham
tados Unidos uma série de preconceitos oriundos em parte de certo vício de raciocínio da teologia protestante; e, de
tupidez, pela brutalidade, pela incons-
período em que dominaram
apresso em dá-la. Devemos voltar ao clima que se es tabeleceu na República depois da Guer Como se sabe, essa
cessão não tinha conseguido extinguir.
insustentável.
sombra da Igreja Católica e debaixo da completamente diversa — dizia eu, nos Estados Unidos a situação, no particular^ não pode ser colocada em paralelo corn a nossa.
principalmente a partir da terceira dé
Eis porque não será possível que, nq Brasil, se esboce sequer, contra o projet
cada dêste século, com o objetivo de le
to que tive a honra de apresentar aos
var, finalmente, de vencida, debaixo da
meus caros colegas da .Câmara do|
UicESTO
Estados Unidos há perto de um século. Não ignoram os nobres Deputados que, desde 186S, o Congresso Federal ame ricano adulou a famosa emenda n.*^ 14, emenda que, na opinião de um dos mais
insignes comentadores do estatuto políti co daquela República - Watson - re presenta a mais importante contribuição
trazjda ao tôxto de Filadélfia pelo Con gresso Federal. Essa emenda proibia aos Estados servirem-se dos seus podercs políticos para impor quaisquer restrições aos cidadãos por motivo de raça ou de o r. A essa emenda se seguiu uma lei
^deral, que foi chamada a Segunda
Declaração de Direitos dos Estados Uni dos. E o que era essa lei federal? Nada
mais, nada menos, do que a concreti zação dos objetivos visados pelo meu
í
9:>
ÜIOBSTO ECONÓMIOO
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projeto. Por essa lei, de 1875.
ficavam proibidas as segre gações raciais nos edifícios
públicos, nos hotéis, nos ca minhos de ferro, em todos os locais de aglomeração, nos templos religiosos, assim como também se obrigava a aceita
ção dos negros em quaisquer cursos ou escolas.
Dii-se-á, então: por que, em face de uma legislação dêsse teor, por que, cm face
de uma iniciativa dessa mag nitude, ainda os Estados Uni
dos se batem com o terrível problema da segregação racial? A explicação, Sr. Presidente, não é difícil, e eu, pedindo embora desculpas pela digressão, mo
Econômico
cla\'a da Justiça, da Ciência e do Direito, aquela situação absolutamente absurda c
determinou a dcstruiç.ão rias culturas, O
a agricultura voltava a florescer e, so bretudo, á proporção em que aquela classe dos "landlorcls", dos grandes pro prietários rurais, se concentrava na ci dade c se transformava em uitia espécie
na grande nação americana, são as mais
demolição das cidades, a miséria do co
de no\a burguesia, foi-se restabelecendo no espírito dos habitantes do Sul o velho preconceito racial que a Guerra de Se
lução. que não poderá ser instantânea —
então tinha conhecido a história, deter minou o arrasamento da economia dos
chamados Estados Confederados do Sul;
mércio, cm suma, o implaiitamento de uma situação .social dc caos c de aban
dono. Houve por essa época um certo intcrregno constitucional.
Os Estados
Ei.s porque a lei de 1S75, que tinha de
do Sin passaram, de falo, a ser governa dos militarmente, fora do regimcm es tabelecido na Constituição, por uma
terminado providências salutares — que Se seguidas teriam impedido os dramas terríveis que .se vêm desenvolvendo atra
verdadeira coorle dc inler\'enlores no
vés da história recente dos Estados Uni
meados pelos Estados do Norte.
dos — ei.s porque aquela lei de 1875 foi
É sabido que nos Eslado.s do Norte
declarada inconstitucional pela Suprema
o problema d:> negro não se fazia sentir com a mesma agudeza com c^ue apare
Côrtc, se não me engano em 1883, em
virtude da pressão exercida pelo novo espírito discriminatório que renascia no
cia nos Estados do Sul. Isso se deveu, também, ao fato de que, nos Estados
Sul.
do Sul, para uma população
Ora, Sr. Presidente, êsse ato da Su
de cêrca dc 7 milhões de brancos, havia mais de 4 mi
prema Corte, tornando sem efeito, por especiosas razões, por falaciosos funda mentos, aquilo que os homens de cora ção e de inteligência da época tinham chamado a Segunda Declaração de Di
lhões de negros, enquanto nos
Estados do Norte a popula ção negra era menor e quase inexistente.
A
mentalidade
reitos dos Estados Unidos, êsse ato da Suprema Corte veio fazer retornar o
dos chamados "yankees", co mo se chamavam os habitan
tes dos E.stados do Norte, era,
portanto, mais desprendida do preconceito racial.
Isso ex
plica as razões pelas quais, no militarmente o Sul, fizeram
com que o Partido Republicano — que foi, então, o grande partido das reivin dicações negras — dominasse o Con
ra de Secessão.
tremenda luta civil, êsse conflito arma
Norte sôbre o Sul, à proporção que o Sul se refazia, em que a rede bancá
do que foi, na época, o maior que até
ria retomava suas atividades e em que
Entretanto, à
econômica
o
a
influência
militar
do
I í
\ islo como não se procede instantanea mente a uma transformação de mentali dade num i>üvo de mais de 100 milhões
de habitantes — mas que será segura e definida, cm breve se fará sentir, relati
vamente em breve tempo, se tomarmos a brevidade num sentido histórico, a
fim df que aquele país possa de fato declarar que a bandeira das estréias 6
das listras tremula sôbrc um povo livre e não sobre milhões de escravos, apa rentemente libertados.
No Brasil, pela linha completamente
rliversa de nossa evolução histórica, pelo sentido altamente tolerante da nossa
miscigenação social, sentido êste que tem constituído objeto preferido dos'estudos
do ilustre professor Gilberto Freyre, as dificuldades que se antepuseram ao povo americano não existem.
Havia nos-Es
as dificuldades criadas à evolução pací fica da democracia americana pela es
ções específicas da civilização saxônica,
outra parte, em virtude de certas tradi
ciência com que se fez sentir no fim do
que, felizmente, não encontraram gua rida entre nós, criados que fomos à
século passado e no princípio deste o preconceito racial na grande República,
orientação dc uma tradição histórica
tais foram os inconvenientes dessa situa
proporção que diminuía a influência
promissoras, no sentido de que uma evo
problema ao seu significado primitivo. A verdade, entretanto, é que tais foram
ção, dizia eu, que, apoiado pelos gran des pensadores, pelos grandes escritores, pelos grandes professores, pelos grandes jornalistas, um movimento se formou,
gresso e fizesse adotar essa legislação salvadora e progressista.
As esperanças, que hoje desabrocham
tados Unidos uma série de preconceitos oriundos em parte de certo vício de raciocínio da teologia protestante; e, de
tupidez, pela brutalidade, pela incons-
período em que dominaram
apresso em dá-la. Devemos voltar ao clima que se es tabeleceu na República depois da Guer Como se sabe, essa
cessão não tinha conseguido extinguir.
insustentável.
sombra da Igreja Católica e debaixo da completamente diversa — dizia eu, nos Estados Unidos a situação, no particular^ não pode ser colocada em paralelo corn a nossa.
principalmente a partir da terceira dé
Eis porque não será possível que, nq Brasil, se esboce sequer, contra o projet
cada dêste século, com o objetivo de le
to que tive a honra de apresentar aos
var, finalmente, de vencida, debaixo da
meus caros colegas da .Câmara do|
líWiii ! Dígksto
l^cputad<is. a sombra de uiua reaváo scmcihanle a (pic nos Estadiís Unidos se fez sentir contra a lei de 1875.
_As acusuç-ões de demagogia, as acusa^•oes de eleitoralismo, as acusa<,-óe.s de exibicionismo não me intimidam, não me
-atemorizam, nem me constrangem. E.s-
"u ^®rt<) de que venho ao encontro das ° muitas vèzes, e dasimprk-isas aspíravõese ÇOnsciente.s, conscientes, muitas outras, de milhões
de_patne.os nossos da capital e do In-
EcoNóxnro
cios «• inmiilliacios pelo .ilisnrch» precon ceito ipii- o Estado \i)\o lentoii. mais
uma vez, estimular e fazer progredir no
buna d
Para'iunt
atabalhoada-
?
lmpro^■i.so da tri-
expôs cão
^
informe
vas nh-i
algumas mlssi-
pude
nidade significativas da oportu no . com o apoioeonveniênda do P Ujcto que, de tantos iluscer a consideração da Câmara. Rcee-
Os cafèzais no norte do Paraná
seio cias classes arniacla.s; recebi cartas
J. Testa
de a.spirantes à E.scola de Aeronáutica, clc aspirantes à Escola Nasal e de can-
(Chefe de Estatística e Publicidade da
Superintendência do Café)
(licialos ao Instituto Rio Branco do Mi-
nistcVio das Rclaç-cjcs Exteriores, cpie se encontraram emparedados, como dizia Cruz e Souza, com as portas da liberda
de- profissional, com as portas do acesso às suas carreiras fechadas diante dc si,
jicla hipocrisia clc medidas que não fi-
mentenr''''
|1 ■/
guracam nas leis, mas que constavam cie instruções resercadas. sercilmente
cumpridas por funcionários submissos; recebi cartas de clérigos, clc padres, de trabalhadores manuais e de homens do canqjo; recebi curtas cpie teria eu ver dadeira emoção em reler desta tribuna,
tal qual senti ao lé-las no recesso do meu gabinete. Se isto é ser demagogo, se isto é
desejo de agradar, com as lentojoulas da fantasia, o eleitorado da minha terra, Sr. Presidente; se interpretar tão since ramente, com tanta abundância dalma e
energia de convicçõc.s merece o apôdo de eleitoralista e de demagogo, então,
teríamos de mudar o significado das pa
A i.MENSA área c]uase Irapezoidal, bravia e fertilíssima do Norte do Pa
raná, limitada pelos rios Itararé. Paranapancma. Paraná e paralelo 24.°, aproxi madamente. não é, apemis, no momento,
a Meca cia cafcicultura nacional. Ê algo
mais do que isso, porque, graças tam bém aos
cereais e outros
produtos, c
ainda ao afluxo clc capitais trazidos por
uma corrente imigratória constante, o formada, cm grande parle, de pequenos ou grandes jjroprietários que \cncleram suas propriedades em outros pontos do País e para ali trouxeram os seus haveres (• a sua experiência, ela se tornou a zona de maior expansão, a mais clinànii-
ea do tôdas as que se desenvoKem cm território nacional.
Seu crescimento su
34.000.000 estaduais. Centenas de automó\eis e caminhões rodam dia e noi
te pela cidade. Há filas em toda par
te, inclusive nos guichês dos bancos. Qualquer incli\ídiio. com aparência, às
N êzes, de mendigo, tem alguns milhões de cruzeiros, e, o que e mais importan te, o que possui boje valerá, na certa, dez \èzes mais. amanhã. Há dezenas de hotéis, centenas de médicos e de acl\'ogados. Qualquer indústria ou av mércio, imediatamente depois de insta lada, progride seguramente. A 4.^^ Agência do Banco do Brasil, em todo o
País. está ali sediada.
Algumas deze
nas de caminhões, conduzindo mudan
ças, procedentes de todos os pontos do Brasil, passam diàriainente pela cidade.
pera, mesmo, todos os outros grandes
As moedas de 10 centavos c de 20 não
centros de potencialidade econômica e demográfica cpie já ti\emos, inckisi\e
netária inicial é a de 50 centavos. Vida
os da zona da Alta Paulista,
em São
têm curso no município; a unidade mo
cara, dinamismo, iniciativa, pletora. E'
país uma crise de caráter político, mas,
mineira de Ouro Preto, em Minas, e da
uma nova Califórnia, como a da era do pioneirismo nos Estados Unidos, com a diferença que, em Londrina e no Norte
que as palavras não tem mais o sentido
exploração da liévea, no Acre, em tem pos passados. Em pouco mais de vinte
café.
lavras do dicionário.
Não existe neste
simplesmente, crise de dicionário, por rpie os léxicos lhes atribuem.
Paulo, da região serrana do Rio Grande do Sul, na atualidade, ou os da região
anos, a cidade do
Londrina se tornou
uma espécie de Capital, e seu movimen to agrícola,
financeiro e demográfico,
(^xcedoii a tudo quanto se-poderia espe rar: 50.000 habitantes, 14 banco.s. 900
casas comerciais,
500 pequenas indús
trias, 400.000.000 de cruzeiro.s de pro
dução agrícola, 60.000.000 de cruzei ros de rendas públicas, sendo 11.000.000 municipai.s, 15.000.000 federais e . . . .
do Paraná, o ouro é representado pelo Em torno e além de Londrina, outras
numerosas cidades e centros de povoa mento brotaram do solo, como cogume
los, e estão nascendo continuamente: seus próprios nomes são sonoros como o .
retinír de um punhado de moedas dc ouro: Maringá, Mandaguari, Araponga.s, Rolàndia, Apucarana, Sertanópolis, M:irial\'a, Paranavaí. Cada uma delas nas
ce e cresce em apenas alguns anos. Ma-
líWiii ! Dígksto
l^cputad<is. a sombra de uiua reaváo scmcihanle a (pic nos Estadiís Unidos se fez sentir contra a lei de 1875.
_As acusuç-ões de demagogia, as acusa^•oes de eleitoralismo, as acusa<,-óe.s de exibicionismo não me intimidam, não me
-atemorizam, nem me constrangem. E.s-
"u ^®rt<) de que venho ao encontro das ° muitas vèzes, e dasimprk-isas aspíravõese ÇOnsciente.s, conscientes, muitas outras, de milhões
de_patne.os nossos da capital e do In-
EcoNóxnro
cios «• inmiilliacios pelo .ilisnrch» precon ceito ipii- o Estado \i)\o lentoii. mais
uma vez, estimular e fazer progredir no
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Para'iunt
atabalhoada-
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lmpro^■i.so da tri-
expôs cão
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informe
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nidade significativas da oportu no . com o apoioeonveniênda do P Ujcto que, de tantos iluscer a consideração da Câmara. Rcee-
Os cafèzais no norte do Paraná
seio cias classes arniacla.s; recebi cartas
J. Testa
de a.spirantes à E.scola de Aeronáutica, clc aspirantes à Escola Nasal e de can-
(Chefe de Estatística e Publicidade da
Superintendência do Café)
(licialos ao Instituto Rio Branco do Mi-
nistcVio das Rclaç-cjcs Exteriores, cpie se encontraram emparedados, como dizia Cruz e Souza, com as portas da liberda
de- profissional, com as portas do acesso às suas carreiras fechadas diante dc si,
jicla hipocrisia clc medidas que não fi-
mentenr''''
|1 ■/
guracam nas leis, mas que constavam cie instruções resercadas. sercilmente
cumpridas por funcionários submissos; recebi cartas de clérigos, clc padres, de trabalhadores manuais e de homens do canqjo; recebi curtas cpie teria eu ver dadeira emoção em reler desta tribuna,
tal qual senti ao lé-las no recesso do meu gabinete. Se isto é ser demagogo, se isto é
desejo de agradar, com as lentojoulas da fantasia, o eleitorado da minha terra, Sr. Presidente; se interpretar tão since ramente, com tanta abundância dalma e
energia de convicçõc.s merece o apôdo de eleitoralista e de demagogo, então,
teríamos de mudar o significado das pa
A i.MENSA área c]uase Irapezoidal, bravia e fertilíssima do Norte do Pa
raná, limitada pelos rios Itararé. Paranapancma. Paraná e paralelo 24.°, aproxi madamente. não é, apemis, no momento,
a Meca cia cafcicultura nacional. Ê algo
mais do que isso, porque, graças tam bém aos
cereais e outros
produtos, c
ainda ao afluxo clc capitais trazidos por
uma corrente imigratória constante, o formada, cm grande parle, de pequenos ou grandes jjroprietários que \cncleram suas propriedades em outros pontos do País e para ali trouxeram os seus haveres (• a sua experiência, ela se tornou a zona de maior expansão, a mais clinànii-
ea do tôdas as que se desenvoKem cm território nacional.
Seu crescimento su
34.000.000 estaduais. Centenas de automó\eis e caminhões rodam dia e noi
te pela cidade. Há filas em toda par
te, inclusive nos guichês dos bancos. Qualquer incli\ídiio. com aparência, às
N êzes, de mendigo, tem alguns milhões de cruzeiros, e, o que e mais importan te, o que possui boje valerá, na certa, dez \èzes mais. amanhã. Há dezenas de hotéis, centenas de médicos e de acl\'ogados. Qualquer indústria ou av mércio, imediatamente depois de insta lada, progride seguramente. A 4.^^ Agência do Banco do Brasil, em todo o
País. está ali sediada.
Algumas deze
nas de caminhões, conduzindo mudan
ças, procedentes de todos os pontos do Brasil, passam diàriainente pela cidade.
pera, mesmo, todos os outros grandes
As moedas de 10 centavos c de 20 não
centros de potencialidade econômica e demográfica cpie já ti\emos, inckisi\e
netária inicial é a de 50 centavos. Vida
os da zona da Alta Paulista,
em São
têm curso no município; a unidade mo
cara, dinamismo, iniciativa, pletora. E'
país uma crise de caráter político, mas,
mineira de Ouro Preto, em Minas, e da
uma nova Califórnia, como a da era do pioneirismo nos Estados Unidos, com a diferença que, em Londrina e no Norte
que as palavras não tem mais o sentido
exploração da liévea, no Acre, em tem pos passados. Em pouco mais de vinte
café.
lavras do dicionário.
Não existe neste
simplesmente, crise de dicionário, por rpie os léxicos lhes atribuem.
Paulo, da região serrana do Rio Grande do Sul, na atualidade, ou os da região
anos, a cidade do
Londrina se tornou
uma espécie de Capital, e seu movimen to agrícola,
financeiro e demográfico,
(^xcedoii a tudo quanto se-poderia espe rar: 50.000 habitantes, 14 banco.s. 900
casas comerciais,
500 pequenas indús
trias, 400.000.000 de cruzeiro.s de pro
dução agrícola, 60.000.000 de cruzei ros de rendas públicas, sendo 11.000.000 municipai.s, 15.000.000 federais e . . . .
do Paraná, o ouro é representado pelo Em torno e além de Londrina, outras
numerosas cidades e centros de povoa mento brotaram do solo, como cogume
los, e estão nascendo continuamente: seus próprios nomes são sonoros como o .
retinír de um punhado de moedas dc ouro: Maringá, Mandaguari, Araponga.s, Rolàndia, Apucarana, Sertanópolis, M:irial\'a, Paranavaí. Cada uma delas nas
ce e cresce em apenas alguns anos. Ma-
IN [Ililll llJliP 96
Digesto Econômico
OiCESTo Econômico
97
ringá, por exemplo, nasceu cm 1947, E já possui 10.000 habitantes, 300 casas
alemães, gente de todos os qundrantes. empunhando machados c foices, seguran
Essa média, se aplicada a 120.000.000
comerciais, campo de aviação, socieda
do volantes de caminhões e dc automó
Doduzindo-se as 2.450.000 exportadas,
preços atuais e a especialização da mão-
vel, derrubando, queimando, plantando,
restariam 550.000 para o consumo in
de-obra que para ali aflui, quase tôdo
comprando, vendendo, lutando, dão um
ar de frenesi a tòcii a região. Esí:as le giões de gafanhotos já atingiram a bar
terno do Estado o dos limítrofe.s. o que talvez ainda seja muito, pois são todos êles bebedores de mate, preferencialmen
piores, ou algumas já velhas que, tam bém ali, começam a aparecer, são des
ranca do Paraná c, em Porto S. José,
te. Calculamos, pois, que o total exis
tinadas aos cereais, e.xceção feita do
pouco abai.xo da foz do Paranapancma, divisamos na margem um caminhão,
tente, em produção, no Norte do Para
período de formação, em que os pró
ná, não dc\crá exceder de 120.000.000
prios cafèzais são intercalados com ou
a 130.000.000 de cafeeiros.
tras culturas.
des esportivas, 23 escolas diversas, 3 hospitais, 4 bancos etc, Para 1950, a renda municipal está prevista cm 2.^00.000 cruzeiros e a estadual em . . •PW.GGQ. A Avenida Brasil tem 6 quiiometros de comprimento e 35 me
de cafeeiros,
tros de largura. Há dois bosques de 22 alqueires cada um, parte da primitisa procedente de Londrina, a cerca de 200 íloresta deixada intacta, que são os par quilômetros de distância. Em alguns ques da cidade. Dez milhões de cafeeiros ]á estão em produção e outros tun-
s estão sendo formados, cm Maringá. A estrada de ferro já lhe fica a t quilômetros, e irá atingir a
balança do Paraná. Várias cstradas de rodagem a põem em
comumcação com as regiões que demoram a leste e oeste. Por uma delas, a de Apucarana a Londnna, passam 1.200 veícu los cada 24 horas
-
Maringá
e.OGO.GGGdTrzTir'^^^^^^^^^ águas e esgôtos. que estão sendo inicia
cios para sedes de bancos. Põsto de Hi-
giene ruas sayteadas e cem meios-
fios, 50.000 habitantes, no município.
Aliás, todas as cifras relativas ao Nor te do Paraná são apenas provisórias. Elas não mudam em anos, mas em me
ses. Tem-se a impressão de que uma fiuvem de gafanhotos humanos se aba
teu íôbre a região; baianos, mineiros, paulistas, matogrossenses, goianos, cearense.s. italianos, japonêses, poloneses.
Haveria
uns 50.000.000 do novos (em 1949) c
pontos, a blitzkricg já transpôs, ate, o
grando
grande rio, mesmo porque todas as ter
plantação. Sc os serviços estatísticos,
ras da zona, de um c de outro lado, são rôxas, cncaroçaclas ou arenosas.
quantidade estava
e está em por mais
atualizados que sejam, sempre estão cm
Só no Norte do Paraná, na zo na das matas, atingem a cerca de 60.000 kin2 (2.400.000 al queires, dos quais 1.600.0000 misturadas e 800.000 puras). É quase um terço da superfície do Estado e corresponde a cerca de um quarto da de São Paulo. As úl timas informações, não oficiais, dão como plantados cerca de 500.000.000 de cafeeiros, dos quais cerca de 250.000.000 já em produção. Entre
alra.so com referência a um
momento
dado, imaginemos o que não acontece
destinada ao café, o que se e.xplica por vários fatores, entre os quais os bons afeita ã cultura cafecira. Só as terras
A reserva, exclusivamente para o ca fé, das terras apropriadas à cafeicultura, é, pois, um fato natural. Nesse ponto nem seria necessária uma legisla
ção apropriada, como se tem sugerido, e qne se destinasse, muito louvávelmente
a defender para o grande produto de
rá ao Paraná, cuja cultura cafecira está
nossa agricultura as melhores terras ain
em plena e inacreditável expansão. E' possível que já tenhamos algo mais de
da e.vistentes no País.
200 milhões de cafeeiros plantados, c
ou maior valor, a que se tem dado a necessária importância: é a defesa do solo contra os desgastes da erosão e das
pode-se prever que êsse número será acrescido
das, foram previstas em 8.000 000 quantia que muitos municípios vcllios tanto, essas cifras temo-las como exage nao conseguem para êsse serviço, cl radas, ã vista da produção cafecira do nasio Estadua , Escola Normal Modelo, Estado, em 1949. Calculada pelo De Parque Infantil, modernos e belos edifí
dá 3.000.000 de sacas.
substancialmente no futuro,
Há, todavia, outros aspecto, de igual
pois a zona apropriada para a cultura cafecira, com os seus 2.400.000 alquei res, poderá conter folgadamcnte um bi lhão de cafeeiros (a 2.000 pés por al
más práücas culturais. Muito embora os terrenos não sejam, em geral aci
queire), deduzidas as nacessárias áreas para outras culturas, zonas urbanas etc.
derao, dentro de nns 30 a 50 anos, produz,r os efeitos ja conhecidos em outros
dentados, a derribada inconsiderada das matas e o uso inadequado do solo po-
Seria um parque cafeeiro igual ao pau
pontes, como o Vale do Pa^íK.
partamento Nacional do Café em
lista, presentemente, e com uma produ
1.6S2.850 sacas (safra exportável)^ ela atingiu, segundo ós dados da Superin
ção evidentemente maior, dada a maior
daMa.aoSnldeMJrq:;s:l°d: o htntcriand paulista. Tudn n disser fizer Lssese„ti]:to mais. e principalmente em se ,erd:! sabendo
feracidade das terras virgens, o a me
tendência do Café do Paraná, a 2.445.408 sacas e, segundo o Ministé rio da Agricultura, a 135.879 toneladas
nor idade dos cafeeiros.
-7
que a onda verde dos cafèzais iá sobe *
H:
(2.264.000 sacas). Ora, é sabido que a produção média do Norte do Paraná, embora se registrem produções de até 300 arrobas por mil pés, é de cerca de 100 arrobas por mil pés, devido à exíslência de grande número de cafeeiros ainda novos, em comêço de produção.
Ao contrário do que se poderia su por, no Norte do Paraná as terras não
:A
Goiás, já desce opara Va! leambem do Riopara Doce. ja atravessa rio oPara ná, penetrando no planalto de Dourados, e ameaça até o interior paraense, às
são empregadas indistintamente em cul
margens do Tocantins, onde já se diz
turas cafeeiras, cerealíferas ou pecuária. A quase totalidade, principalmente na zona das terras roxas mais apuradas, é
existirem twas apropriadas à rubiácea. * * *
IN [Ililll llJliP 96
Digesto Econômico
OiCESTo Econômico
97
ringá, por exemplo, nasceu cm 1947, E já possui 10.000 habitantes, 300 casas
alemães, gente de todos os qundrantes. empunhando machados c foices, seguran
Essa média, se aplicada a 120.000.000
comerciais, campo de aviação, socieda
do volantes de caminhões e dc automó
Doduzindo-se as 2.450.000 exportadas,
preços atuais e a especialização da mão-
vel, derrubando, queimando, plantando,
restariam 550.000 para o consumo in
de-obra que para ali aflui, quase tôdo
comprando, vendendo, lutando, dão um
ar de frenesi a tòcii a região. Esí:as le giões de gafanhotos já atingiram a bar
terno do Estado o dos limítrofe.s. o que talvez ainda seja muito, pois são todos êles bebedores de mate, preferencialmen
piores, ou algumas já velhas que, tam bém ali, começam a aparecer, são des
ranca do Paraná c, em Porto S. José,
te. Calculamos, pois, que o total exis
tinadas aos cereais, e.xceção feita do
pouco abai.xo da foz do Paranapancma, divisamos na margem um caminhão,
tente, em produção, no Norte do Para
período de formação, em que os pró
ná, não dc\crá exceder de 120.000.000
prios cafèzais são intercalados com ou
a 130.000.000 de cafeeiros.
tras culturas.
des esportivas, 23 escolas diversas, 3 hospitais, 4 bancos etc, Para 1950, a renda municipal está prevista cm 2.^00.000 cruzeiros e a estadual em . . •PW.GGQ. A Avenida Brasil tem 6 quiiometros de comprimento e 35 me
de cafeeiros,
tros de largura. Há dois bosques de 22 alqueires cada um, parte da primitisa procedente de Londrina, a cerca de 200 íloresta deixada intacta, que são os par quilômetros de distância. Em alguns ques da cidade. Dez milhões de cafeeiros ]á estão em produção e outros tun-
s estão sendo formados, cm Maringá. A estrada de ferro já lhe fica a t quilômetros, e irá atingir a
balança do Paraná. Várias cstradas de rodagem a põem em
comumcação com as regiões que demoram a leste e oeste. Por uma delas, a de Apucarana a Londnna, passam 1.200 veícu los cada 24 horas
-
Maringá
e.OGO.GGGdTrzTir'^^^^^^^^^ águas e esgôtos. que estão sendo inicia
cios para sedes de bancos. Põsto de Hi-
giene ruas sayteadas e cem meios-
fios, 50.000 habitantes, no município.
Aliás, todas as cifras relativas ao Nor te do Paraná são apenas provisórias. Elas não mudam em anos, mas em me
ses. Tem-se a impressão de que uma fiuvem de gafanhotos humanos se aba
teu íôbre a região; baianos, mineiros, paulistas, matogrossenses, goianos, cearense.s. italianos, japonêses, poloneses.
Haveria
uns 50.000.000 do novos (em 1949) c
pontos, a blitzkricg já transpôs, ate, o
grando
grande rio, mesmo porque todas as ter
plantação. Sc os serviços estatísticos,
ras da zona, de um c de outro lado, são rôxas, cncaroçaclas ou arenosas.
quantidade estava
e está em por mais
atualizados que sejam, sempre estão cm
Só no Norte do Paraná, na zo na das matas, atingem a cerca de 60.000 kin2 (2.400.000 al queires, dos quais 1.600.0000 misturadas e 800.000 puras). É quase um terço da superfície do Estado e corresponde a cerca de um quarto da de São Paulo. As úl timas informações, não oficiais, dão como plantados cerca de 500.000.000 de cafeeiros, dos quais cerca de 250.000.000 já em produção. Entre
alra.so com referência a um
momento
dado, imaginemos o que não acontece
destinada ao café, o que se e.xplica por vários fatores, entre os quais os bons afeita ã cultura cafecira. Só as terras
A reserva, exclusivamente para o ca fé, das terras apropriadas à cafeicultura, é, pois, um fato natural. Nesse ponto nem seria necessária uma legisla
ção apropriada, como se tem sugerido, e qne se destinasse, muito louvávelmente
a defender para o grande produto de
rá ao Paraná, cuja cultura cafecira está
nossa agricultura as melhores terras ain
em plena e inacreditável expansão. E' possível que já tenhamos algo mais de
da e.vistentes no País.
200 milhões de cafeeiros plantados, c
ou maior valor, a que se tem dado a necessária importância: é a defesa do solo contra os desgastes da erosão e das
pode-se prever que êsse número será acrescido
das, foram previstas em 8.000 000 quantia que muitos municípios vcllios tanto, essas cifras temo-las como exage nao conseguem para êsse serviço, cl radas, ã vista da produção cafecira do nasio Estadua , Escola Normal Modelo, Estado, em 1949. Calculada pelo De Parque Infantil, modernos e belos edifí
dá 3.000.000 de sacas.
substancialmente no futuro,
Há, todavia, outros aspecto, de igual
pois a zona apropriada para a cultura cafecira, com os seus 2.400.000 alquei res, poderá conter folgadamcnte um bi lhão de cafeeiros (a 2.000 pés por al
más práücas culturais. Muito embora os terrenos não sejam, em geral aci
queire), deduzidas as nacessárias áreas para outras culturas, zonas urbanas etc.
derao, dentro de nns 30 a 50 anos, produz,r os efeitos ja conhecidos em outros
dentados, a derribada inconsiderada das matas e o uso inadequado do solo po-
Seria um parque cafeeiro igual ao pau
pontes, como o Vale do Pa^íK.
partamento Nacional do Café em
lista, presentemente, e com uma produ
1.6S2.850 sacas (safra exportável)^ ela atingiu, segundo ós dados da Superin
ção evidentemente maior, dada a maior
daMa.aoSnldeMJrq:;s:l°d: o htntcriand paulista. Tudn n disser fizer Lssese„ti]:to mais. e principalmente em se ,erd:! sabendo
feracidade das terras virgens, o a me
tendência do Café do Paraná, a 2.445.408 sacas e, segundo o Ministé rio da Agricultura, a 135.879 toneladas
nor idade dos cafeeiros.
-7
que a onda verde dos cafèzais iá sobe *
H:
(2.264.000 sacas). Ora, é sabido que a produção média do Norte do Paraná, embora se registrem produções de até 300 arrobas por mil pés, é de cerca de 100 arrobas por mil pés, devido à exíslência de grande número de cafeeiros ainda novos, em comêço de produção.
Ao contrário do que se poderia su por, no Norte do Paraná as terras não
:A
Goiás, já desce opara Va! leambem do Riopara Doce. ja atravessa rio oPara ná, penetrando no planalto de Dourados, e ameaça até o interior paraense, às
são empregadas indistintamente em cul
margens do Tocantins, onde já se diz
turas cafeeiras, cerealíferas ou pecuária. A quase totalidade, principalmente na zona das terras roxas mais apuradas, é
existirem twas apropriadas à rubiácea. * * *
Digesto
das vantagens
EcoKó^^co
..0 gtande perigo, no Norte do Para ná (também no centiò-sul paulista, po rém mais ainda ali) é a geada. Nunca seria demais que os cafèzais se alternas
alguma.s
atribuídas ao
sem com matas e, muito embora as dis
é posta em dúvida. Cada agricultor, ou, pelo menos, cada região, dcseria ter al
sombreamento podem .ser discutidas, a
que .se refere à proteção conferida pe las Arvores dc .sombra contra o frio não
cussões ainda perdurem relativamente ao sombreamento, seria de desejar que experiências se fizessem, ali, com o fim primordial de proteger os arbustos do café contra as ondas frias. De fato, se
guns milhares de cafeoiros sombreados, como experiência. :{i
:i<
ESTIMATIVAS DAS SAFRAS CAFEEIRAS NO BRASIL
{Cifras do D. N. C.)
SAFRAS EXPORTÂ\'EIS
Dicicsto Econômico
atingiu a 2.4-I5.408 sacas. Em expor-
Iam aumento nas safras exportáveis, acu
lavão. já o Paraná chegou ao segundo lugar, n() Brasil, entre os Estados ca-
sando todos os outros diminuição.
feciros, pois, embora produzindo ainda um tanto menos que o Estado dc MiiKís Gerais, exporta mais que aquele, graças
Embiirques de café do Paraná, desde 1920
a um menor consumo interno,
1920/21 ..
dado que a maior parte da população
1921/22 ..
111.000 114.000
do Estado con.some o mate. Paranaguá,
1922/23 ..
120.000
«pie está sendo guindado a porto eafeei-
1923/24 ..
K) de grande importância, já chegou a
1924/25 ..
«'.vportar num só mês (outubro de 1949) •32.5.22S sacas de café. Grande parte ch) produto descia, e ainda desce, em eaminbõc.s. até o porto, situação essa que vem sendo aliviada pela extensão da rè-
1925/26 .. ,
de ferroviária us zonas cafeeiras.
1926/27 ...
50.000 177.000 129.000
1927/28 ..
455.000
1928/29 ..
264.000
1929/30 ..
1930/31 .. 1931/32 ..
ESTADOS
íí!
1947
São Paulo ... Minas Gerais PARANA' .
Espírito Santo
Rio de Janeiro Bahia .... Pernambuco . Goiás ....
Mato Grosso .. Santa Catarina
8.282,300 3.469.900 2.004.000 1.905.500 538.100 250.000 167.000 70.000 —
Total
....
16.686.800
* * *
E' interessante acompanhar o desen
1948
9.570.2.50 2.442.520 1.796.250 1.060.000 398.900 167.000 70.000
1949
7.340.230 2.725.760 1 .662.850 1.805.280 449.450 200.000 120.000 90.000 20.050
—
15.754.920'
14.413.620
>•:
19.50
6.562.000 2.700.000 2.800.000 1.500.000 320.000 120.000
lÜO.OOü 80.000 •30.000 3.000
1932/33 .. 1933/34 .. 1934/35 ..
347.000 604.000 380.000 600.000 260.000 613.000
1'uhlicamos dois cpiadros, um reluti\o á produção do café paranaense, desde
1936/37 ..
547.000
1920, de acordo com os embarques efe
1937/38 ..
1.106.000
tuados, e outro referente às avaliações teitas pelo D. N. C., antes de cada sa
1938/39 ..
1939/40 ..
579.000 1.108.000 951.000
1935/36 ..
fra, e condizente com a prodiição expor
1940/41 ..'
tável. No segundo quadro, mostrando a posição das safras paranaenses em rela
1941/42 .. 1942/43 ..
ção aos demais Estados cafeeiros, é in
1943/44 ..
teressante assinalar que sòmente os no
1944/45 ..
vos Estados cafeeiros — Paraná, Goiás,'
1945/46 ..
Mato. Grosso e Santa Catarina — reve-
1946/47 ..
14.215.000
1.000.000. E, para 1950, já se fala em
3.000.000 de sacas. O progre.sso tem
sido tão considerável que excede às pre
volvimento das safras paranaenses. Há
visões: para 1949 o D." N. C. cafcu-
trinta anos, em 1920, elas iam pouco
lou a safra exportável no vizinho Esta
além de 100.000 sacas. Dez anos mais
do, em 1.662.850 sacas e, conforme vi
tarde, em 1930, passavam de 300.000 síieas. Em 1940 já atingiam a cerca dc
dência do Café daquele E.stadu, ela
mos acima, pelos dados da Superinten
'uj ■
Digesto
das vantagens
EcoKó^^co
..0 gtande perigo, no Norte do Para ná (também no centiò-sul paulista, po rém mais ainda ali) é a geada. Nunca seria demais que os cafèzais se alternas
alguma.s
atribuídas ao
sem com matas e, muito embora as dis
é posta em dúvida. Cada agricultor, ou, pelo menos, cada região, dcseria ter al
sombreamento podem .ser discutidas, a
que .se refere à proteção conferida pe las Arvores dc .sombra contra o frio não
cussões ainda perdurem relativamente ao sombreamento, seria de desejar que experiências se fizessem, ali, com o fim primordial de proteger os arbustos do café contra as ondas frias. De fato, se
guns milhares de cafeoiros sombreados, como experiência. :{i
:i<
ESTIMATIVAS DAS SAFRAS CAFEEIRAS NO BRASIL
{Cifras do D. N. C.)
SAFRAS EXPORTÂ\'EIS
Dicicsto Econômico
atingiu a 2.4-I5.408 sacas. Em expor-
Iam aumento nas safras exportáveis, acu
lavão. já o Paraná chegou ao segundo lugar, n() Brasil, entre os Estados ca-
sando todos os outros diminuição.
feciros, pois, embora produzindo ainda um tanto menos que o Estado dc MiiKís Gerais, exporta mais que aquele, graças
Embiirques de café do Paraná, desde 1920
a um menor consumo interno,
1920/21 ..
dado que a maior parte da população
1921/22 ..
111.000 114.000
do Estado con.some o mate. Paranaguá,
1922/23 ..
120.000
«pie está sendo guindado a porto eafeei-
1923/24 ..
K) de grande importância, já chegou a
1924/25 ..
«'.vportar num só mês (outubro de 1949) •32.5.22S sacas de café. Grande parte ch) produto descia, e ainda desce, em eaminbõc.s. até o porto, situação essa que vem sendo aliviada pela extensão da rè-
1925/26 .. ,
de ferroviária us zonas cafeeiras.
1926/27 ...
50.000 177.000 129.000
1927/28 ..
455.000
1928/29 ..
264.000
1929/30 ..
1930/31 .. 1931/32 ..
ESTADOS
íí!
1947
São Paulo ... Minas Gerais PARANA' .
Espírito Santo
Rio de Janeiro Bahia .... Pernambuco . Goiás ....
Mato Grosso .. Santa Catarina
8.282,300 3.469.900 2.004.000 1.905.500 538.100 250.000 167.000 70.000 —
Total
....
16.686.800
* * *
E' interessante acompanhar o desen
1948
9.570.2.50 2.442.520 1.796.250 1.060.000 398.900 167.000 70.000
1949
7.340.230 2.725.760 1 .662.850 1.805.280 449.450 200.000 120.000 90.000 20.050
—
15.754.920'
14.413.620
>•:
19.50
6.562.000 2.700.000 2.800.000 1.500.000 320.000 120.000
lÜO.OOü 80.000 •30.000 3.000
1932/33 .. 1933/34 .. 1934/35 ..
347.000 604.000 380.000 600.000 260.000 613.000
1'uhlicamos dois cpiadros, um reluti\o á produção do café paranaense, desde
1936/37 ..
547.000
1920, de acordo com os embarques efe
1937/38 ..
1.106.000
tuados, e outro referente às avaliações teitas pelo D. N. C., antes de cada sa
1938/39 ..
1939/40 ..
579.000 1.108.000 951.000
1935/36 ..
fra, e condizente com a prodiição expor
1940/41 ..'
tável. No segundo quadro, mostrando a posição das safras paranaenses em rela
1941/42 .. 1942/43 ..
ção aos demais Estados cafeeiros, é in
1943/44 ..
teressante assinalar que sòmente os no
1944/45 ..
vos Estados cafeeiros — Paraná, Goiás,'
1945/46 ..
Mato. Grosso e Santa Catarina — reve-
1946/47 ..
14.215.000
1.000.000. E, para 1950, já se fala em
3.000.000 de sacas. O progre.sso tem
sido tão considerável que excede às pre
volvimento das safras paranaenses. Há
visões: para 1949 o D." N. C. cafcu-
trinta anos, em 1920, elas iam pouco
lou a safra exportável no vizinho Esta
além de 100.000 sacas. Dez anos mais
do, em 1.662.850 sacas e, conforme vi
tarde, em 1930, passavam de 300.000 síieas. Em 1940 já atingiam a cerca dc
dência do Café daquele E.stadu, ela
mos acima, pelos dados da Superinten
'uj ■
V
OS
JUROS A
AOS
Dicesto
Vi
DEPOSIT ANTES
ECONOMIA
quanto que os grandes bancos passarão a contar com vultosos depósitos. A conseqüência não parece .ser justa
NACIONAL
José Luiz de Almeida NocuEinA Poivio providência constante da "Instru
ção" n. 34 da Superintendência da
Moeda e do Crédito, limitando o juro
que é lícito aos bancos pagarem aos depositantes, tem provocado manifestações contraditórias sôbre seus efeitos prová veis.
Enquanto alguns entendem que a li mitação do juro é uma providência ne cessária para evitar a concorrência que
EcoNÓ^aco
nomia ficará privado de crédito — caro, ó verdade, mas ao menos possível — se os pequenos estabelecimentos bancários
Em primeiro lugar porque, como o
\-icrcm a desaparecer. Essa é uma conseqüência provibel e
conceito c a tradição só se conquistam
que parece indicar a inconveniência da
e nem conveniente.
Ora, cada vez mais a preferência do
101
público SC dirige para as vantagens ime
com o tempo, os pequenos bancos fica
medida adotada pela Superintendência
diatas, relegando para um plano .secun dário pequenas diferenças de garantia que considera mais de ordem psicológi
rão impossibilitados de se expandirem e
da Moeda e do Crédito.
se c.slancará o interesse pela fundação de no\'as empresas bancárias.
ca do que reais. A instabilidade do valor da moeda, a
Em segundo lugar porque, sendo re duzido o número de banco."?, detentores
Vejamos, agora, as possíveis repercus sões da medida no que
do quase monopólio das operaçüe.s, mais fá
que, normalmente, são cobrados dos
mudança dc mentalidade trazida pela guerra, o exemplo do sucesso de empre endimentos arriscados e a dú\ ida quan to ao futuro, são fatores que contribuem para interessar o público mais pelos pro veitos imediatos do que por uma segu
exigências, taxas de ju
o hábito do banco e êsse é um dos fatôres
oi^tes, outros afirmam que a medida pocle ter como conseqüência a fuga de
rança um tanto aleatória.
ro elevadas, condições
que dificultam a for
Essa circunstância tem feito com que
os pequenos bancos e casas bancárias fa zem aos grandes estabelecimentos nesse
setor, e para permitír redução dos juros
capitais dos estabelecimentos bancários e sua aplicação, de preferência, em in versões mais rendosas.
O problema, pelas várias nuanças de
araraS,.
do/bancot
Dois_ fatôres atraem os capitais para
os depósitos em estabelecimentos bancános: a segurança que oferecem e as van tagens que proporcionam.
No momentt) atual, os grandes e tra dicionais estabelecimentos bancários
oferecem uma sensação maior de segu rança ao grande público, mas, em com pensação, pagam a depositantes e cor-
rentistas juros inferiores aos proporciona dos pelos bancos e estabelecimentos no vos, necessitados de formarem clientela.
cil será o entendimen to entre óles no senti do de uniformizarem
diz respeito ao conjun to dos depósitos. O brasileiro não tem
para concessão do cré
mação interna de capi tais.
minhe para os pequenos bancos, propor-
dito, tudo, evidente mente, em detrimento
cíonadores de melhores juros, cm detri
da clientela.
mento dos grandes estabelecimentos ban
Finalmente, porque são os pequenos ban
tos de maior vulto. As pequenas poupanças
um volume maior de depósitos se enca
cários.
O cheque só é
utilizado nos pagamen
são conservadas em es
Eliminada, por lei, a vantagem que os pequenos bancos podem oferecer, fica
cos que, normalmente,
pécie. Daí a necessi
atendem ás necessida
dade de um incentivo
rão eles em posição de inferioridade, pois era justamente essa vantagem que compensava a tradição, o conceito, as
des do crédito popular.
ao depósito em banco,
Os grandes estabeleci
e incentivo melhor não
mentos
existe do que o juro
reservas enormes, os nomes conhecidos
inacessíveis ao público.
que são outros tantos fatôres a atrair os capitais para os grandes estabelecimen
Sua organização é demasiado complexa, o que obriga a um controle excessiva mente rigoroso das operações; não se
Em mais de uma oportunidade têm as classes produtoras do País apontado,
Desequilibrada, assim, a balança, de
interessam por pequenos investimentos e
capitais no Brasil e do alto preço do di
duaT uma: ou as poupanças individuais passam a se aplicar em outros setores da economia — possibilidade que mais
empréstimos, e, em resumo, operam
nheiro, as deficiências de nossa legisla ção-bancária e a elevada percentagem
trito de grandes agricultores, industriais
de entesouramento que se verifica, no-
adiante iserá focalizada — ou se encami
e comerciantes. O sitiante, o artezão e
tadamente nas zonas rurais.
nham para os grandes bancos.
o pequeno comerciante, assim como o
Não será lícito admitir-se que, com a
particular, que eventualmente necessita
redução da taxa dos juros de depósitos o contas correntes, menor será, ainda, o
tos bancários.
Nesta última hipótese,
des ou, na melhor das hipóteses, ficarão reduzidos a pequenas proporções, en-
são
dentro de um círculo relativamente res
os pequenos
bancos terão de encerrar suas ativida
bancários
>
de financiamento,
ficam excluídos do
âmbito de suas operações.
Ora, todo êsse enorme setor da eco-
L
alto.
como uma das causas da deficiência de
interêsse do público por essas operações? A resposta afirmativa parece lógica.
V
OS
JUROS A
AOS
Dicesto
Vi
DEPOSIT ANTES
ECONOMIA
quanto que os grandes bancos passarão a contar com vultosos depósitos. A conseqüência não parece .ser justa
NACIONAL
José Luiz de Almeida NocuEinA Poivio providência constante da "Instru
ção" n. 34 da Superintendência da
Moeda e do Crédito, limitando o juro
que é lícito aos bancos pagarem aos depositantes, tem provocado manifestações contraditórias sôbre seus efeitos prová veis.
Enquanto alguns entendem que a li mitação do juro é uma providência ne cessária para evitar a concorrência que
EcoNÓ^aco
nomia ficará privado de crédito — caro, ó verdade, mas ao menos possível — se os pequenos estabelecimentos bancários
Em primeiro lugar porque, como o
\-icrcm a desaparecer. Essa é uma conseqüência provibel e
conceito c a tradição só se conquistam
que parece indicar a inconveniência da
e nem conveniente.
Ora, cada vez mais a preferência do
101
público SC dirige para as vantagens ime
com o tempo, os pequenos bancos fica
medida adotada pela Superintendência
diatas, relegando para um plano .secun dário pequenas diferenças de garantia que considera mais de ordem psicológi
rão impossibilitados de se expandirem e
da Moeda e do Crédito.
se c.slancará o interesse pela fundação de no\'as empresas bancárias.
ca do que reais. A instabilidade do valor da moeda, a
Em segundo lugar porque, sendo re duzido o número de banco."?, detentores
Vejamos, agora, as possíveis repercus sões da medida no que
do quase monopólio das operaçüe.s, mais fá
que, normalmente, são cobrados dos
mudança dc mentalidade trazida pela guerra, o exemplo do sucesso de empre endimentos arriscados e a dú\ ida quan to ao futuro, são fatores que contribuem para interessar o público mais pelos pro veitos imediatos do que por uma segu
exigências, taxas de ju
o hábito do banco e êsse é um dos fatôres
oi^tes, outros afirmam que a medida pocle ter como conseqüência a fuga de
rança um tanto aleatória.
ro elevadas, condições
que dificultam a for
Essa circunstância tem feito com que
os pequenos bancos e casas bancárias fa zem aos grandes estabelecimentos nesse
setor, e para permitír redução dos juros
capitais dos estabelecimentos bancários e sua aplicação, de preferência, em in versões mais rendosas.
O problema, pelas várias nuanças de
araraS,.
do/bancot
Dois_ fatôres atraem os capitais para
os depósitos em estabelecimentos bancános: a segurança que oferecem e as van tagens que proporcionam.
No momentt) atual, os grandes e tra dicionais estabelecimentos bancários
oferecem uma sensação maior de segu rança ao grande público, mas, em com pensação, pagam a depositantes e cor-
rentistas juros inferiores aos proporciona dos pelos bancos e estabelecimentos no vos, necessitados de formarem clientela.
cil será o entendimen to entre óles no senti do de uniformizarem
diz respeito ao conjun to dos depósitos. O brasileiro não tem
para concessão do cré
mação interna de capi tais.
minhe para os pequenos bancos, propor-
dito, tudo, evidente mente, em detrimento
cíonadores de melhores juros, cm detri
da clientela.
mento dos grandes estabelecimentos ban
Finalmente, porque são os pequenos ban
tos de maior vulto. As pequenas poupanças
um volume maior de depósitos se enca
cários.
O cheque só é
utilizado nos pagamen
são conservadas em es
Eliminada, por lei, a vantagem que os pequenos bancos podem oferecer, fica
cos que, normalmente,
pécie. Daí a necessi
atendem ás necessida
dade de um incentivo
rão eles em posição de inferioridade, pois era justamente essa vantagem que compensava a tradição, o conceito, as
des do crédito popular.
ao depósito em banco,
Os grandes estabeleci
e incentivo melhor não
mentos
existe do que o juro
reservas enormes, os nomes conhecidos
inacessíveis ao público.
que são outros tantos fatôres a atrair os capitais para os grandes estabelecimen
Sua organização é demasiado complexa, o que obriga a um controle excessiva mente rigoroso das operações; não se
Em mais de uma oportunidade têm as classes produtoras do País apontado,
Desequilibrada, assim, a balança, de
interessam por pequenos investimentos e
capitais no Brasil e do alto preço do di
duaT uma: ou as poupanças individuais passam a se aplicar em outros setores da economia — possibilidade que mais
empréstimos, e, em resumo, operam
nheiro, as deficiências de nossa legisla ção-bancária e a elevada percentagem
trito de grandes agricultores, industriais
de entesouramento que se verifica, no-
adiante iserá focalizada — ou se encami
e comerciantes. O sitiante, o artezão e
tadamente nas zonas rurais.
nham para os grandes bancos.
o pequeno comerciante, assim como o
Não será lícito admitir-se que, com a
particular, que eventualmente necessita
redução da taxa dos juros de depósitos o contas correntes, menor será, ainda, o
tos bancários.
Nesta última hipótese,
des ou, na melhor das hipóteses, ficarão reduzidos a pequenas proporções, en-
são
dentro de um círculo relativamente res
os pequenos
bancos terão de encerrar suas ativida
bancários
>
de financiamento,
ficam excluídos do
âmbito de suas operações.
Ora, todo êsse enorme setor da eco-
L
alto.
como uma das causas da deficiência de
interêsse do público por essas operações? A resposta afirmativa parece lógica.
DcokíjTc) EcoNÒMixrít)
102
Ora, é desnecessário insistir sôbre as
la Superintendência da Nfocda c do Cré-
vantagens que representa para a econo-
naia nacional a concentração das peque
dilo icrá como c<>nsc(|uència fazer bni.\ar a (a.xa de juro norinalmcnlc cxibra-
nas poupanças individuais nos bancos.
da de .scu.s clientes pelos bancos.
Cada parcela, de "per si", representa, apenas, possibilidades de consumo. So
madas, constituem uma possibilidade de
produção. Pois os bancos, justamente, são organismos econômicos incumbidos
dessa tarefa — atrair e concentrar as re servas individuais e transformá-las em
que o juro é alto, só contido pelo limite
Por outro lado. não c de se prever, ao contrário, que haja qualquer redução nas taxas de juros cobradas pelos bancos
mais baixo que operará o milagre do fa
resultado a menor oferta de dinheiro e, consequentemente,
a elevação de seu
preço.
Portanto, limitando-se o juro pago aos depositantes mas conser\'ando-se a mes
ma taxa máxima iDermissívcl nas aplica ções, está a Superintendência, simples mente, aumentando a margem de lucro
pósito das poupanças individuais em es-
dos bancos. Reduz o preço de custo do
tabeiccimentos bancários.
dinheiro, mas conserva o. de venda. Providência dessa ordem seria acon-
ceW^nm™ ceber um juro tao módico,1 ternreterirl de re •selhável apenas na hipótese em que a situação dos bancos estivesse a indicar impossibilidade de atenderem às des —ar espécie o seu dinheií que tiveremempoupanças vultosas preferiOs apesas gerais com o lucro bruto que au-
te negociáveis.
Parece, assim, que, de modo geral, haverá menor interôsse nos depósito.s, protelando-se, por conseguinte, a execu ção de uma política econômica tendente a habituar o povo ao uso dos bancos. Vejamos, finalmente, se é \eidadeira
H alegação de que a medida adotada pe
carteliziição da alixidade ban
cação dos títulos públicos e atrair os depósitos para o Banco do Brasil e as Caixas Econômicas, prática que, na épo
xas dos juros pagos aos depositantes, como acima ficou dito, pode trazer como
outros valores mais rendosos e fácilmen-
e)
de lucro désses
aumento das dificuldades à formação de
itulos públicos proporcionam mais cie 2% de juro ao ano; em que os emprés timos com garantia reai oferecem o mú•omo de juro permitido em iei; em que
rão mvesh-ias em títulos púbifeos ou
estabelecimentos.
A.ssim sendo, dada a notória escassez de capitais existente do Brasil, claro está
Ingenuidade seria imaginar-se o c-ontrário, mesmo porque a redução das ta
a VI ta sem imite, é desestímuiar o de
comerciantes:
([ue, além de atender aos interêsses dos grandes bancos, é o de facilitar a colo
e, com um juro compensador.
vadas - iiimtar-sB o juro que pode ser nm máicimo de ao ano, nos depósitos
aumentará a margem
d) dcscstímulo ao depósito e à utili zação dos bancos, com o conseqüente
zer cair as taxas de juro.
pago aos depositantes e correntístas a
nos financiamentos que fazem. Apenas
mento para o.s pequenos produtores e
ção da procura c da oferta clc capitais, preço que é do aluguel do dinheiro.
Para atraí-las deverão, porém, ace nar-lhes com vantagens palpáveis, isto
oferecem bases de lucro ainda mais elc-
maiores dificuldades de financia
103
O verdadeiro objetivo da medida não foi declarado. Mas, é lícito admitir-se
fator da produção.
os investimentos comerciais e industriais
h)
EcoNÓNnco
cária ;
O juro está, evidenlcnicntc, em fun
imposto pela lei, e não .será o seu custo
Em um país a)mo o nosso, cm que os
Digesto
lerem, mas os balanços dôsses estabele
cimentos indicam, ao contrário, que sua situação c próspera e que estão propor cionando
lucros satisfatórios
aos seus
acionistas.
Em resumo: a determinação da Su perintendência da Moeda e do Crédito
pode ter as seguintes conseqüências; fl) desaparecimento dos pequenos bancos e dificuldade na fundação de no vos estabelecimentos bancários; ' .1 .''Uá#
capitais.
ca
atual, não é das
lháveis.
mais aconse
DcokíjTc) EcoNÒMixrít)
102
Ora, é desnecessário insistir sôbre as
la Superintendência da Nfocda c do Cré-
vantagens que representa para a econo-
naia nacional a concentração das peque
dilo icrá como c<>nsc(|uència fazer bni.\ar a (a.xa de juro norinalmcnlc cxibra-
nas poupanças individuais nos bancos.
da de .scu.s clientes pelos bancos.
Cada parcela, de "per si", representa, apenas, possibilidades de consumo. So
madas, constituem uma possibilidade de
produção. Pois os bancos, justamente, são organismos econômicos incumbidos
dessa tarefa — atrair e concentrar as re servas individuais e transformá-las em
que o juro é alto, só contido pelo limite
Por outro lado. não c de se prever, ao contrário, que haja qualquer redução nas taxas de juros cobradas pelos bancos
mais baixo que operará o milagre do fa
resultado a menor oferta de dinheiro e, consequentemente,
a elevação de seu
preço.
Portanto, limitando-se o juro pago aos depositantes mas conser\'ando-se a mes
ma taxa máxima iDermissívcl nas aplica ções, está a Superintendência, simples mente, aumentando a margem de lucro
pósito das poupanças individuais em es-
dos bancos. Reduz o preço de custo do
tabeiccimentos bancários.
dinheiro, mas conserva o. de venda. Providência dessa ordem seria acon-
ceW^nm™ ceber um juro tao módico,1 ternreterirl de re •selhável apenas na hipótese em que a situação dos bancos estivesse a indicar impossibilidade de atenderem às des —ar espécie o seu dinheií que tiveremempoupanças vultosas preferiOs apesas gerais com o lucro bruto que au-
te negociáveis.
Parece, assim, que, de modo geral, haverá menor interôsse nos depósito.s, protelando-se, por conseguinte, a execu ção de uma política econômica tendente a habituar o povo ao uso dos bancos. Vejamos, finalmente, se é \eidadeira
H alegação de que a medida adotada pe
carteliziição da alixidade ban
cação dos títulos públicos e atrair os depósitos para o Banco do Brasil e as Caixas Econômicas, prática que, na épo
xas dos juros pagos aos depositantes, como acima ficou dito, pode trazer como
outros valores mais rendosos e fácilmen-
e)
de lucro désses
aumento das dificuldades à formação de
itulos públicos proporcionam mais cie 2% de juro ao ano; em que os emprés timos com garantia reai oferecem o mú•omo de juro permitido em iei; em que
rão mvesh-ias em títulos púbifeos ou
estabelecimentos.
A.ssim sendo, dada a notória escassez de capitais existente do Brasil, claro está
Ingenuidade seria imaginar-se o c-ontrário, mesmo porque a redução das ta
a VI ta sem imite, é desestímuiar o de
comerciantes:
([ue, além de atender aos interêsses dos grandes bancos, é o de facilitar a colo
e, com um juro compensador.
vadas - iiimtar-sB o juro que pode ser nm máicimo de ao ano, nos depósitos
aumentará a margem
d) dcscstímulo ao depósito e à utili zação dos bancos, com o conseqüente
zer cair as taxas de juro.
pago aos depositantes e correntístas a
nos financiamentos que fazem. Apenas
mento para o.s pequenos produtores e
ção da procura c da oferta clc capitais, preço que é do aluguel do dinheiro.
Para atraí-las deverão, porém, ace nar-lhes com vantagens palpáveis, isto
oferecem bases de lucro ainda mais elc-
maiores dificuldades de financia
103
O verdadeiro objetivo da medida não foi declarado. Mas, é lícito admitir-se
fator da produção.
os investimentos comerciais e industriais
h)
EcoNÓNnco
cária ;
O juro está, evidenlcnicntc, em fun
imposto pela lei, e não .será o seu custo
Em um país a)mo o nosso, cm que os
Digesto
lerem, mas os balanços dôsses estabele
cimentos indicam, ao contrário, que sua situação c próspera e que estão propor cionando
lucros satisfatórios
aos seus
acionistas.
Em resumo: a determinação da Su perintendência da Moeda e do Crédito
pode ter as seguintes conseqüências; fl) desaparecimento dos pequenos bancos e dificuldade na fundação de no vos estabelecimentos bancários; ' .1 .''Uá#
capitais.
ca
atual, não é das
lháveis.
mais aconse
IVT^ "«.'U-
A
DiCESTO
Abrem-se novas perspectivas à mineracAO nacional de mangan«>s
105
ECONÓbacO
de Paiva, autoridade nacional cm ques-
da importância da "Bethlehcm Slcel Cor-
lões de núncralogia o cujos estudos têm sido muitas vezes comentados.
poration", que já chegou a um acòrJo com um grupo brasileiro, estando tam-
Em fins dc fevereiro do corrente ano, bém interessado no negócio o Banco Incalculava-se T"* reservas ato então temacional, que concederá um eniprés-
Gehaux) o. Banaskíwitz
descobertas se elevavam a 3.900.000 to-
tin,o de 35 milhões de dólares à com-
O relatório do sr. Van Doormick é o
ncladas dc manganês à superfície. Cal- p^nhia conoessionária da exploração des-
mais completo de todos o.s que os téc nicos estrangeiros submeteram às suas
culava-se que, a cada metro de profun-
do o caboclo Mario da Cruz levou ao
governo do território, que acabava de
companhias e aos organismos governa
se instalar, um bloco de minério cinzento que, na sua opinião, deveria ser chumbo.
mentais brasileiros.
a história do manganês do É RECENTE Amapá. Começa ela em 1941, quan
O bloco foi enviado ao Rio de Ja neiro, a fim de ser examinado na Di
porém, sobre a e.xtcnsão das resen-as, se
a ser remetido ao Governo Federal não
mostram
estará pronto antes dc 1951.
conservadoras.
_ j
Entrementes, contudo, novas jazidas fo
j.
, 1
Agricultura, que concluiu tratar-se de
excelente minério de manganês, com 54% de teor metálico. Para o'local foram
Por parte dos norte-americanos, dois
enviados técnicos federais que, após
especialistas participaram dos trabalhos
porte até os portos do Amazonas, bao,
pesquisas mais ou menos superficiais, emitiram a opinião de que as jazidas
dc prospecção. O primeiro é o sr. M. C.
Lake, da "Hanna Corporation", que,
sobretudo, suficientemente grandes para interessar pelo assunto uma companhia
í
estado de guena em que se achava o
Pais impediu, entretanto, que fossem
levadas mais além as pesquisas. Mas, um geólogo a serviço do Governo Fe
deral, o sr. Ackermann, residente em
Belém, realizou excursões periódicas ao no Amapari, fornecendo às autoridades
alguns pormenores a respeito. Entrementes, propagava-se além de nossas fronteiras a noticia da existência
do procurado metal na região setentrio nal do Brasil, e técnicos começaram a dirigir-se para lá, a fim de examinar as
jazidas. Entre esses técnicos figurou o holandês sr. Van Doormick, ligado á companhia de navegação "Shcll^ôc Van Ommeren Scheepvaatshedrijf N. V.", es pecializada no transporte de petróleo e minério. Essa companhia achava-se, e ainda se acha, interessada em competi ção com a "Moore Mac Cormack" e a
"Bocth Line", para figurar como futura transportadora do manganês do Amapá.
,
aliás, há muitos anos trabalha no Ter
te delas recebeu o nome de "Chumbo",
-j
A
.
osr.
•. i
(em toneladas)
•
609.000
43.000
"Clemente"
456.000
"íuracv"
55.000
"Baixio" "Bacelar" "Antunes" "Park"
90.000 77.000 184.000 40.000
"Caução"
;•
161.000
"Macaco"
Estados Unidos.
Deve-se mencionar também o traba lho do sr. V. Leiz, técnico a serviço do Governo Federal, e que resumiu suas
,
num trabalho publicado nos Anais da
136.000
"Presépio"
362.000
"De Paiva" "Gruta"
182.000 117.000
"Cordovil"
estimativas sobre as reservas do Amapá
c
A riqueza das diferentes jazidas des cobertas na região foi assim estimada:
"Janot"
minerais já descobertos no Brasil, em especial os do Minas Gerais e de Corum bá, tendo publicado, sobre cada um dêles, uma monografia. Passam ôsses trabalhos por ser documentos sérios, que servem de base de informação para as grandes companhias siderúrgicas dos
j
Reserva-í estimadas
"Chumbo" ■ ,4
_
o mmeno ali ex.stente.
local:
dc ferro. Outro é o sr. J. C. Door, do
,
simplesmente em virtude do fato lá ^ x* • j citado acima: o sr. Mano da Cruz, seu cv l t. descobridor, pensou que tosse chumbo . .. ,
Denominação do
ritório do Amapá à procura de minérios "United Geological Survcy". Êste úl timo conhece todos os outros depósitos
.
^ agora descobertas recedenominações que lembram, o as personalidades liga-
Podc-sc dizer, contudo, que as reser-
ram descobertas, estimando-se as reser vas em 19.500.000 toneladas.
deveriam ser relativamente extensas. O
®
das à sua descoberta. A mais iinportan-
r- • r i.^ vas la aprovadas sao suficientemente •> ^ . ,.r. . - j extensas para lustificar a construção de ^ 1 .. uma estrada de ferro para o seu trans-
visão de Mineração do Ministério da
4 • •r
mil toneladas. As pesquisas a respeito ainda não terminaram e o relatório final
Suas estimativas,
e.xcessivãmente
ga riqueza mineral,
dldadc, SC poderiam extrair mais 181
;
78.000
"Fritz"
912.000
"Curaça" "Padeiro"
91.000 -217.000
Academia Brasileira de Ciências, tomo 3.810.000
XX, n.° 2, 1948, sob o título: "Estudo
genético do minério de manganês da
Examinemos agora a situação da "Bethiehem Steel" na exploração da.s jazidas de manganês do Amapá, em colaboração com um grupo brasileiro.
Terra dos Navios".
Mas a direção dos trabalhos de inspe ção das pesquisas naquele Território lem cabido diretamente ao sr. Glycon ■•«Ai.
. ..iHinnM
iTi
A 1.° de junho último foi publicado um decreto autorizando o govêmo do Território do Amapá a rever o contrato de concessão de dezembro de 1947.
IVT^ "«.'U-
A
DiCESTO
Abrem-se novas perspectivas à mineracAO nacional de mangan«>s
105
ECONÓbacO
de Paiva, autoridade nacional cm ques-
da importância da "Bethlehcm Slcel Cor-
lões de núncralogia o cujos estudos têm sido muitas vezes comentados.
poration", que já chegou a um acòrJo com um grupo brasileiro, estando tam-
Em fins dc fevereiro do corrente ano, bém interessado no negócio o Banco Incalculava-se T"* reservas ato então temacional, que concederá um eniprés-
Gehaux) o. Banaskíwitz
descobertas se elevavam a 3.900.000 to-
tin,o de 35 milhões de dólares à com-
O relatório do sr. Van Doormick é o
ncladas dc manganês à superfície. Cal- p^nhia conoessionária da exploração des-
mais completo de todos o.s que os téc nicos estrangeiros submeteram às suas
culava-se que, a cada metro de profun-
do o caboclo Mario da Cruz levou ao
governo do território, que acabava de
companhias e aos organismos governa
se instalar, um bloco de minério cinzento que, na sua opinião, deveria ser chumbo.
mentais brasileiros.
a história do manganês do É RECENTE Amapá. Começa ela em 1941, quan
O bloco foi enviado ao Rio de Ja neiro, a fim de ser examinado na Di
porém, sobre a e.xtcnsão das resen-as, se
a ser remetido ao Governo Federal não
mostram
estará pronto antes dc 1951.
conservadoras.
_ j
Entrementes, contudo, novas jazidas fo
j.
, 1
Agricultura, que concluiu tratar-se de
excelente minério de manganês, com 54% de teor metálico. Para o'local foram
Por parte dos norte-americanos, dois
enviados técnicos federais que, após
especialistas participaram dos trabalhos
porte até os portos do Amazonas, bao,
pesquisas mais ou menos superficiais, emitiram a opinião de que as jazidas
dc prospecção. O primeiro é o sr. M. C.
Lake, da "Hanna Corporation", que,
sobretudo, suficientemente grandes para interessar pelo assunto uma companhia
í
estado de guena em que se achava o
Pais impediu, entretanto, que fossem
levadas mais além as pesquisas. Mas, um geólogo a serviço do Governo Fe
deral, o sr. Ackermann, residente em
Belém, realizou excursões periódicas ao no Amapari, fornecendo às autoridades
alguns pormenores a respeito. Entrementes, propagava-se além de nossas fronteiras a noticia da existência
do procurado metal na região setentrio nal do Brasil, e técnicos começaram a dirigir-se para lá, a fim de examinar as
jazidas. Entre esses técnicos figurou o holandês sr. Van Doormick, ligado á companhia de navegação "Shcll^ôc Van Ommeren Scheepvaatshedrijf N. V.", es pecializada no transporte de petróleo e minério. Essa companhia achava-se, e ainda se acha, interessada em competi ção com a "Moore Mac Cormack" e a
"Bocth Line", para figurar como futura transportadora do manganês do Amapá.
,
aliás, há muitos anos trabalha no Ter
te delas recebeu o nome de "Chumbo",
-j
A
.
osr.
•. i
(em toneladas)
•
609.000
43.000
"Clemente"
456.000
"íuracv"
55.000
"Baixio" "Bacelar" "Antunes" "Park"
90.000 77.000 184.000 40.000
"Caução"
;•
161.000
"Macaco"
Estados Unidos.
Deve-se mencionar também o traba lho do sr. V. Leiz, técnico a serviço do Governo Federal, e que resumiu suas
,
num trabalho publicado nos Anais da
136.000
"Presépio"
362.000
"De Paiva" "Gruta"
182.000 117.000
"Cordovil"
estimativas sobre as reservas do Amapá
c
A riqueza das diferentes jazidas des cobertas na região foi assim estimada:
"Janot"
minerais já descobertos no Brasil, em especial os do Minas Gerais e de Corum bá, tendo publicado, sobre cada um dêles, uma monografia. Passam ôsses trabalhos por ser documentos sérios, que servem de base de informação para as grandes companhias siderúrgicas dos
j
Reserva-í estimadas
"Chumbo" ■ ,4
_
o mmeno ali ex.stente.
local:
dc ferro. Outro é o sr. J. C. Door, do
,
simplesmente em virtude do fato lá ^ x* • j citado acima: o sr. Mano da Cruz, seu cv l t. descobridor, pensou que tosse chumbo . .. ,
Denominação do
ritório do Amapá à procura de minérios "United Geological Survcy". Êste úl timo conhece todos os outros depósitos
.
^ agora descobertas recedenominações que lembram, o as personalidades liga-
Podc-sc dizer, contudo, que as reser-
ram descobertas, estimando-se as reser vas em 19.500.000 toneladas.
deveriam ser relativamente extensas. O
®
das à sua descoberta. A mais iinportan-
r- • r i.^ vas la aprovadas sao suficientemente •> ^ . ,.r. . - j extensas para lustificar a construção de ^ 1 .. uma estrada de ferro para o seu trans-
visão de Mineração do Ministério da
4 • •r
mil toneladas. As pesquisas a respeito ainda não terminaram e o relatório final
Suas estimativas,
e.xcessivãmente
ga riqueza mineral,
dldadc, SC poderiam extrair mais 181
;
78.000
"Fritz"
912.000
"Curaça" "Padeiro"
91.000 -217.000
Academia Brasileira de Ciências, tomo 3.810.000
XX, n.° 2, 1948, sob o título: "Estudo
genético do minério de manganês da
Examinemos agora a situação da "Bethiehem Steel" na exploração da.s jazidas de manganês do Amapá, em colaboração com um grupo brasileiro.
Terra dos Navios".
Mas a direção dos trabalhos de inspe ção das pesquisas naquele Território lem cabido diretamente ao sr. Glycon ■•«Ai.
. ..iHinnM
iTi
A 1.° de junho último foi publicado um decreto autorizando o govêmo do Território do Amapá a rever o contrato de concessão de dezembro de 1947.
lOfl í^ír.i;sro
Èsse contrato foi comentado pela revista Forcign Commerce Wcekly", de Waqíialíficoii de ciiriosõ. .. y decreto a °que nos referimos vem.
porein, acompanhado de uma minuta
que indica as principais modificações a mn^Wcontr;Uo. éDcssas modificações, a mais importante a que
d^vl
d" Amapá
sileírnc
^ brasileiros; aos bra-
I'!roNÓMic(f"
107
Djcksto Ec:<)Nómk;o
desta cláusula pode anular os efeitos que se visava com a primeira.
clarecimento da forma por (pie se pro
trato, porém, que esse transporte não deverá acarretar prejuízos à companhia. Infelizmente, ésso ponto não ficou bem esclarecido, dc modo que não se sabe
cessará a exploração dos minérios.
-se os eventuais "dcficits" serão cobertos
minério
caçâo d<' Mia zona <!<• trabalho, ofcre-
(«•ndo também à administração federal
Iodos os clemenlo-s indi.sjjen.sávcis ao es Quase tudo dependerá da determina
ção do \o]unie das rcscrsas. .Se os de pósitos forem superiores a 10 miliuães de toneladas, a companhia construirá nina estrada de ferro de 220 cpiilòmetros de extensão para o tran.sporte do produto
Rcscrcos mundiais do precioso
pelo governo do Território do Amapá,
Por pouco conhecida que seja a com
ou se, no caso dc haver prejuízos, a
posição da crosta terrestre, dela se tem,
c-onipanhia poderá limitar o referido
ein determinados casos particulares, co nhecimento bem aprofundado. Das ja
transporte. Inúmeros são os inleiè.sses do Territó
zidas de manganês cios Estados Unidos.
rio do Amapá iwr esse contrato, que po derá contribuir para o progresso de vasta
^^semblélas da conipanbia c reservas não se ele\arein a ésse solunie a conipanbia estudar a forma dr«l Ir.""" seuso deverá Pelos novos "'"da'o., dispositivos, niais econômica de transportar a maté • ficar I^epúhlica poderá modl- ria-prima.' O mínimo da exportação de niangaapós pormenorizado exa me das circunstancias. Segundo, porém tôdas as probabilida^ ' n(\s deverá ser de 20 mil toneladas
o de limitado valor comercial.
zona setentrional atualmente abandona
efeito, as pi-ocluç-óes de Butte (Montn-
da c esquecida. A companhia |xidcrá,
na), Betesville (ArJcansa.s), Virgínia, Tennessec e Geórgia cobrem, quando muito. 10% do consumo da .siderurgia
des, será eliminada
neração.
■ P'^^t6ncerá também o direito de
ao.s portos do rio Amazonas.
Se as
hnç-1
realmente, se bem orientada, atrair tra
balhadores para o l^erritório do Amapá, além de ali aplicar vultosos capitais na montagem dos equipamentos para a mi
jx)r exemplo. Ela.s são pouco numerosas Com
norte-americana, não se prestando muito
Isto, no ca.so m-iis de.sfavorável. Se as jazidas . contiverem 5 milhões de toneladas,
benéficos efeitos (lue poderão advir da construção do referido caminlio de ferro. Além disso, há, finalmente, a assinalar,
bem para a fabricação do "spicgeleisen" ou de ferro-manganês. O produto nor te-americano é utilizado principalmente na fabricação de pilhas sêcas. Nesse particular, portanto, a siderurgia ianque
passar pelo crivo das
as exportações de\e-
a "royalty" que caberá ao Tcnitório.
depende quase inteiramente de forneci
discussões parlamen
rão ser de 50 mil to
de 4% do valor "foli" do manganês
mentos estrangeiros.
tares, por.ocasião dos
debates em tômo do pedido de autoriza
neladas anuais. Se forem maiores as -re
exportado. Essa taxa não representará menos de 15 cruzeiros por tonelada ex
res dê.sse minério eram também os seus
servas, a
ção para que o Go-
poderá ascender até a
ção mudou.
vôrno ofereça as ga
500 mil toneladas por
portada de minério de teor metálico su perior a 44%. Nas circunstáneias atuais,
nítr do E.vecutiv<. do ^hefe quando o contrato
exportação
rantias solicitadas pêlo
ano. Essas são as es
Banco
timativas
Internacional
para o empréstimo a
ser concedido ,à nova empresa.
O prazo da con
cessão para a explo ração das jazidas do
mais
Há, ademais, a acentuar, os
representaria 16 cruzeiros por tonelada exportada.
<>i|.
Uma cláusula especial determina à
A estrada de ferro
a ser construída pela
companhia a obrigação de aplicar no Território do Amapá pelo menos 20% dc.s lucros líquidos que obtiver na mi
companhia deverá re
neração.
mistas.
servar vagões em nú
Pouco clara.no.s pareceu uma estipu-
Antes da guerra os maiores produto maiores e.xportadores. Depois, a situa Com as jazidas de Chia-
turi (Geórgia) e Nikopol (perto do Mar Negro), a Rús.sia conta com os maiores depósitos de manganês do mundo. O primeiro campo tem a extensão dc 75
quilômetros quadrados e o segundo 10 quilômetros quadrado.s. com. camadas de manganês de e.spessura variável mas. em geral, considerável. Segue-se, em ordem de importância, a riqueza do subsolo das índias. As jazidas, que se caracterizam ali por ca
láção que diz textualmente: "A com
Amapá .doyerj'«;: sí;r de cinqüenta anos. A concessão refere-.se ao território com preendido entremos rip!5'Amapari e Àra-
mero .suficiente para o tran.sixirte, aos por tos do Amazonas, de pelo menos 100.000
toneladas anuais, de outros j^iodutos do -
madas muito finas e esparsas, estendem-
guari. Até dezeiTibro de 1952 a compánhia deverá "informar p Govêriiõ .sôbre a extensão das ja?idas e .sòbre â démar-
do Amazonas, para o interior do Terri tório, de outra.s 100 mil toneladas de mercadorias de importação. Diz o '•on-
rio de manganês até o total de suas ne cessidades, aos preç-os do mercado. . . respeitados
metros. entre as cidades de Baroda e
Amapá, e para o tran.sporte, dos port<ys
panhia SQ compromete a abastecer a in dústria nacional consumidora de miné
os compromissos contrata
dos com terceiros".
Ora, (S evidente , que a segunda parte
se pela imensa superfície de 1.100 quilô Calcutá.
O terceiro produtov c a .África. Dis-
lOfl í^ír.i;sro
Èsse contrato foi comentado pela revista Forcign Commerce Wcekly", de Waqíialíficoii de ciiriosõ. .. y decreto a °que nos referimos vem.
porein, acompanhado de uma minuta
que indica as principais modificações a mn^Wcontr;Uo. éDcssas modificações, a mais importante a que
d^vl
d" Amapá
sileírnc
^ brasileiros; aos bra-
I'!roNÓMic(f"
107
Djcksto Ec:<)Nómk;o
desta cláusula pode anular os efeitos que se visava com a primeira.
clarecimento da forma por (pie se pro
trato, porém, que esse transporte não deverá acarretar prejuízos à companhia. Infelizmente, ésso ponto não ficou bem esclarecido, dc modo que não se sabe
cessará a exploração dos minérios.
-se os eventuais "dcficits" serão cobertos
minério
caçâo d<' Mia zona <!<• trabalho, ofcre-
(«•ndo também à administração federal
Iodos os clemenlo-s indi.sjjen.sávcis ao es Quase tudo dependerá da determina
ção do \o]unie das rcscrsas. .Se os de pósitos forem superiores a 10 miliuães de toneladas, a companhia construirá nina estrada de ferro de 220 cpiilòmetros de extensão para o tran.sporte do produto
Rcscrcos mundiais do precioso
pelo governo do Território do Amapá,
Por pouco conhecida que seja a com
ou se, no caso dc haver prejuízos, a
posição da crosta terrestre, dela se tem,
c-onipanhia poderá limitar o referido
ein determinados casos particulares, co nhecimento bem aprofundado. Das ja
transporte. Inúmeros são os inleiè.sses do Territó
zidas de manganês cios Estados Unidos.
rio do Amapá iwr esse contrato, que po derá contribuir para o progresso de vasta
^^semblélas da conipanbia c reservas não se ele\arein a ésse solunie a conipanbia estudar a forma dr«l Ir.""" seuso deverá Pelos novos "'"da'o., dispositivos, niais econômica de transportar a maté • ficar I^epúhlica poderá modl- ria-prima.' O mínimo da exportação de niangaapós pormenorizado exa me das circunstancias. Segundo, porém tôdas as probabilida^ ' n(\s deverá ser de 20 mil toneladas
o de limitado valor comercial.
zona setentrional atualmente abandona
efeito, as pi-ocluç-óes de Butte (Montn-
da c esquecida. A companhia |xidcrá,
na), Betesville (ArJcansa.s), Virgínia, Tennessec e Geórgia cobrem, quando muito. 10% do consumo da .siderurgia
des, será eliminada
neração.
■ P'^^t6ncerá também o direito de
ao.s portos do rio Amazonas.
Se as
hnç-1
realmente, se bem orientada, atrair tra
balhadores para o l^erritório do Amapá, além de ali aplicar vultosos capitais na montagem dos equipamentos para a mi
jx)r exemplo. Ela.s são pouco numerosas Com
norte-americana, não se prestando muito
Isto, no ca.so m-iis de.sfavorável. Se as jazidas . contiverem 5 milhões de toneladas,
benéficos efeitos (lue poderão advir da construção do referido caminlio de ferro. Além disso, há, finalmente, a assinalar,
bem para a fabricação do "spicgeleisen" ou de ferro-manganês. O produto nor te-americano é utilizado principalmente na fabricação de pilhas sêcas. Nesse particular, portanto, a siderurgia ianque
passar pelo crivo das
as exportações de\e-
a "royalty" que caberá ao Tcnitório.
depende quase inteiramente de forneci
discussões parlamen
rão ser de 50 mil to
de 4% do valor "foli" do manganês
mentos estrangeiros.
tares, por.ocasião dos
debates em tômo do pedido de autoriza
neladas anuais. Se forem maiores as -re
exportado. Essa taxa não representará menos de 15 cruzeiros por tonelada ex
res dê.sse minério eram também os seus
servas, a
ção para que o Go-
poderá ascender até a
ção mudou.
vôrno ofereça as ga
500 mil toneladas por
portada de minério de teor metálico su perior a 44%. Nas circunstáneias atuais,
nítr do E.vecutiv<. do ^hefe quando o contrato
exportação
rantias solicitadas pêlo
ano. Essas são as es
Banco
timativas
Internacional
para o empréstimo a
ser concedido ,à nova empresa.
O prazo da con
cessão para a explo ração das jazidas do
mais
Há, ademais, a acentuar, os
representaria 16 cruzeiros por tonelada exportada.
<>i|.
Uma cláusula especial determina à
A estrada de ferro
a ser construída pela
companhia a obrigação de aplicar no Território do Amapá pelo menos 20% dc.s lucros líquidos que obtiver na mi
companhia deverá re
neração.
mistas.
servar vagões em nú
Pouco clara.no.s pareceu uma estipu-
Antes da guerra os maiores produto maiores e.xportadores. Depois, a situa Com as jazidas de Chia-
turi (Geórgia) e Nikopol (perto do Mar Negro), a Rús.sia conta com os maiores depósitos de manganês do mundo. O primeiro campo tem a extensão dc 75
quilômetros quadrados e o segundo 10 quilômetros quadrado.s. com. camadas de manganês de e.spessura variável mas. em geral, considerável. Segue-se, em ordem de importância, a riqueza do subsolo das índias. As jazidas, que se caracterizam ali por ca
láção que diz textualmente: "A com
Amapá .doyerj'«;: sí;r de cinqüenta anos. A concessão refere-.se ao território com preendido entremos rip!5'Amapari e Àra-
mero .suficiente para o tran.sixirte, aos por tos do Amazonas, de pelo menos 100.000
toneladas anuais, de outros j^iodutos do -
madas muito finas e esparsas, estendem-
guari. Até dezeiTibro de 1952 a compánhia deverá "informar p Govêriiõ .sôbre a extensão das ja?idas e .sòbre â démar-
do Amazonas, para o interior do Terri tório, de outra.s 100 mil toneladas de mercadorias de importação. Diz o '•on-
rio de manganês até o total de suas ne cessidades, aos preç-os do mercado. . . respeitados
metros. entre as cidades de Baroda e
Amapá, e para o tran.sporte, dos port<ys
panhia SQ compromete a abastecer a in dústria nacional consumidora de miné
os compromissos contrata
dos com terceiros".
Ora, (S evidente , que a segunda parte
se pela imensa superfície de 1.100 quilô Calcutá.
O terceiro produtov c a .África. Dis-
Dicesto Econômico
108
tinguem-se, em primeiro lugar, os cen
Steel Corporation". A grande empresa
tros de mineração da Costa do Ouro,
norte-americana age no Estado central sob o nome de Companhia Meridional
onde a exploração se encontra em mãos da "Norvegian Eletric Fumacen Com-
OlGESTO
ECONÓNnCO
do valor dêsse minério, que figura cm segundo lugar, logo após o urânio, na lista das matérias-primas estratégicas.
téria-prima são de frágil estrutura eco*
nómica, nada tendo feito até agora em defesa dos seus interesses, como o fize ram, por exemplo, os produtores de esta-
do Mineração o opera no Morro da Mi na, perto de Conselheiro Lafayctte, li
Por esse motivo,
pany", que representa, apesar de seu nome, interesses norte-americanos.
gado aos portos do Rio c de Angra dos
ção, destacando-se entre eles a Rússia,
Reis pela Central do Brasil e pela Rêde
cujü.s fornecimentos aos Estados Unidos
cas norte-americanas e européias têm
Mineira de Viação.
cairam radicalmente cm 1949.
interesses diretos nas zonas produtoras do minério, tendo conseguido, até ago
Na
África do Sul, perto de Postasburgo, en contram-se outras jazidas,
atualmente
exploradas pela "American Manganese Company Ltd", que reúne capitais in gleses e norte-americanos.
Os campos do Morro da Mina, como O.S dc Água Preta, cncontram-se, contu
Importações uortc-ainericonas dc manganês (Em porcentagem do total)
do, cm fase de e.xaustão e, a menos que Dentre os importantes centros de pro Se confirmem as novas descobertas per dução potencial e real, pode-se citar, to de Saúde, no Vale do Rio Doce, ci pro finalmente, Cuba, onde, depois de 1936. dução de Minas Gerais não poderá mais a "Cuban American Manganese Corpo- alimentar durante muito tempo a side raHon", subsidiária da "Freeport Sulphur Company". dos Estados Unidos,
obteve concessão para a exploração das jazidas existentes. Essa companhia con
centra seus esforços no aproveitamento das reservas das minas do Oriente, saendo-se, porém, da existência de outras
rurgia nacional.
certeza, para os outros depósitos.
. Entre as mais modestas jazidas conhec.das figuram .s de Corr.d Quemad.,, no Chile, as do Saône e do Loire, na Fran-
BRASIL Chile
11,4% 0,9%
9,6% 0,5%
dados sobre ^s exportações de três anos
0,2%
0,3%
as e.xportações flutuam de um extremo
10,6%
23,6%
2,7%
3,9%
ao outro. O Brasil, por exemplo, em tempos de prosperidade da siderurgia norte-americana, chegou a exportar 289 mil toneladas anuais; em tempos de cri-
portantes do mundo. A concessão pa
JFilipinas
ra a exploração da jazida de Urucum. situada a 18 quilômetros de Corumbá
índia Marrocos Francês . . . México
URSS
0,8%
0,9% 27,3% 0,1%
4,9%-
3,8%
-se, também da siderurgia americana, es sa cxjiortação caiu a 21 mil toneladas.
34,3%
5,2%
Ma.s', vejamos a estatística :
Como se vê, a participação russa nu
nas, de 34,3% a 5,2%.
Mas essa flutua
ser, tão cedo, o.xportado para os Estado.s Unidos. O negócio da exploração das jazidas do Amapá demonstra que o Es tado faz, às vezes, no Brasil, concessões
ção não quer dizer que, futuramente, aquele país limite suas vendas aos mer
tão generosas que o.s particulares só di ficilmente poderão acompanhá-lo nesse
corrente ano, voltaram a aumentar as
das exportações provém dos países ci
terreno. . .
sivelmente, a Rússia deseja, dêsse modo.
tados anteriormente e do.. . Brasil Em nosso país as jazidas encontramso em Minas Gerais, em Corumbá e no Território do Amapá. Em fase de ex
.1 situação do manganês nos mercadou;
J, l a de Zerbmsa, na Grécia.Alemanha, Mas èssese
depósitos nao apresentam importância
para os mercados mundiais. O gros.so
ploração encontram-se apenas os depó sitos de Minas Gerais, onde se abaste cem, principalmente, a ■ Companhia Si derúrgica Nacional e a "United States
cados internacionais. Revelam, aliás, as estatísticas, que, a partir de março do
exportações para os Estados Unidos. Vi
é
influir nos mercados internacionais, fa zendo scutir
mundiais
típicos: 1929, 1932 e 1938. Vê-se que
16,7% —
abastecimento da siderurgia norte-ame ricana caiu, no espaço de um ano ape
\idar que o minério de Urucum possa
ra, manter em \'erdadeiro estado de cri
se as atividades exploradoras dessa ma téria-prima, evitando assim a elevação dc suas colações. Encontramos prova disso na estatística abaixo, que reúne
1949 0,5%
Costa do Ouro
chegar até agora a um acôrdo, 6 de du-
As principais companhias siderúrgi
1948 0,2%
Cuba
americanas. Mas como não se pôde
nho e outros metais.
País dc origem Angola
Congo Belga
Os depósitos de Corumbá são, indis cutivelmente, os mais importantes do Brasil e colocam-se entre os mais im
jazidas, embora menos ricas, nas regiões foi dada a um grupo brasileiro — Jafetde Havana, Pinar dei Rio, Camaguey e — que há dois anos se encon Las Vilas. A medida que se esgota Chamma tra em negociações com empresas norte-
rem as minas do Oriente, a atenção da empresa exploradora se voltará, com
muitos países adota
ram medidas restritivas de sua exporta
sua fôrça como a maior
Exportações mundiais de manganês (Em milhares de toneladas) Püí.çes de reduzido
consumo prê-piio
1929
Brasil Cuba Costa do Ouro . . .
289 8 408
21 19 51
135 120 a24
705
91
.579
Total
1932 1938
Países de consumo
próprio maioi- '
produtora mundial de manganês. E* interessante obser\'ar que a relati
índia
964
302
649
URSS
886
409
354
produtores jnundiais de manganês con
va raridade do manganês não tem con
Outros
133
85
510
somem apenas
tribuído para aumentar, como .seria de esperar, o seu preço nos. mercados mun diais. Isso se dá porque a maior parte dos países produtores da preciosa ma
Com exceção da Rússia, o.s grandes pequena parle de sua
produção, encaminhando o restante pa ra os mercados externos.
Atualmente,
porém,^ todos estão conscientes do gran-
Total
1.983
796 1.513
Total geral
2.688
887 2.092
Dicesto Econômico
108
tinguem-se, em primeiro lugar, os cen
Steel Corporation". A grande empresa
tros de mineração da Costa do Ouro,
norte-americana age no Estado central sob o nome de Companhia Meridional
onde a exploração se encontra em mãos da "Norvegian Eletric Fumacen Com-
OlGESTO
ECONÓNnCO
do valor dêsse minério, que figura cm segundo lugar, logo após o urânio, na lista das matérias-primas estratégicas.
téria-prima são de frágil estrutura eco*
nómica, nada tendo feito até agora em defesa dos seus interesses, como o fize ram, por exemplo, os produtores de esta-
do Mineração o opera no Morro da Mi na, perto de Conselheiro Lafayctte, li
Por esse motivo,
pany", que representa, apesar de seu nome, interesses norte-americanos.
gado aos portos do Rio c de Angra dos
ção, destacando-se entre eles a Rússia,
Reis pela Central do Brasil e pela Rêde
cujü.s fornecimentos aos Estados Unidos
cas norte-americanas e européias têm
Mineira de Viação.
cairam radicalmente cm 1949.
interesses diretos nas zonas produtoras do minério, tendo conseguido, até ago
Na
África do Sul, perto de Postasburgo, en contram-se outras jazidas,
atualmente
exploradas pela "American Manganese Company Ltd", que reúne capitais in gleses e norte-americanos.
Os campos do Morro da Mina, como O.S dc Água Preta, cncontram-se, contu
Importações uortc-ainericonas dc manganês (Em porcentagem do total)
do, cm fase de e.xaustão e, a menos que Dentre os importantes centros de pro Se confirmem as novas descobertas per dução potencial e real, pode-se citar, to de Saúde, no Vale do Rio Doce, ci pro finalmente, Cuba, onde, depois de 1936. dução de Minas Gerais não poderá mais a "Cuban American Manganese Corpo- alimentar durante muito tempo a side raHon", subsidiária da "Freeport Sulphur Company". dos Estados Unidos,
obteve concessão para a exploração das jazidas existentes. Essa companhia con
centra seus esforços no aproveitamento das reservas das minas do Oriente, saendo-se, porém, da existência de outras
rurgia nacional.
certeza, para os outros depósitos.
. Entre as mais modestas jazidas conhec.das figuram .s de Corr.d Quemad.,, no Chile, as do Saône e do Loire, na Fran-
BRASIL Chile
11,4% 0,9%
9,6% 0,5%
dados sobre ^s exportações de três anos
0,2%
0,3%
as e.xportações flutuam de um extremo
10,6%
23,6%
2,7%
3,9%
ao outro. O Brasil, por exemplo, em tempos de prosperidade da siderurgia norte-americana, chegou a exportar 289 mil toneladas anuais; em tempos de cri-
portantes do mundo. A concessão pa
JFilipinas
ra a exploração da jazida de Urucum. situada a 18 quilômetros de Corumbá
índia Marrocos Francês . . . México
URSS
0,8%
0,9% 27,3% 0,1%
4,9%-
3,8%
-se, também da siderurgia americana, es sa cxjiortação caiu a 21 mil toneladas.
34,3%
5,2%
Ma.s', vejamos a estatística :
Como se vê, a participação russa nu
nas, de 34,3% a 5,2%.
Mas essa flutua
ser, tão cedo, o.xportado para os Estado.s Unidos. O negócio da exploração das jazidas do Amapá demonstra que o Es tado faz, às vezes, no Brasil, concessões
ção não quer dizer que, futuramente, aquele país limite suas vendas aos mer
tão generosas que o.s particulares só di ficilmente poderão acompanhá-lo nesse
corrente ano, voltaram a aumentar as
das exportações provém dos países ci
terreno. . .
sivelmente, a Rússia deseja, dêsse modo.
tados anteriormente e do.. . Brasil Em nosso país as jazidas encontramso em Minas Gerais, em Corumbá e no Território do Amapá. Em fase de ex
.1 situação do manganês nos mercadou;
J, l a de Zerbmsa, na Grécia.Alemanha, Mas èssese
depósitos nao apresentam importância
para os mercados mundiais. O gros.so
ploração encontram-se apenas os depó sitos de Minas Gerais, onde se abaste cem, principalmente, a ■ Companhia Si derúrgica Nacional e a "United States
cados internacionais. Revelam, aliás, as estatísticas, que, a partir de março do
exportações para os Estados Unidos. Vi
é
influir nos mercados internacionais, fa zendo scutir
mundiais
típicos: 1929, 1932 e 1938. Vê-se que
16,7% —
abastecimento da siderurgia norte-ame ricana caiu, no espaço de um ano ape
\idar que o minério de Urucum possa
ra, manter em \'erdadeiro estado de cri
se as atividades exploradoras dessa ma téria-prima, evitando assim a elevação dc suas colações. Encontramos prova disso na estatística abaixo, que reúne
1949 0,5%
Costa do Ouro
chegar até agora a um acôrdo, 6 de du-
As principais companhias siderúrgi
1948 0,2%
Cuba
americanas. Mas como não se pôde
nho e outros metais.
País dc origem Angola
Congo Belga
Os depósitos de Corumbá são, indis cutivelmente, os mais importantes do Brasil e colocam-se entre os mais im
jazidas, embora menos ricas, nas regiões foi dada a um grupo brasileiro — Jafetde Havana, Pinar dei Rio, Camaguey e — que há dois anos se encon Las Vilas. A medida que se esgota Chamma tra em negociações com empresas norte-
rem as minas do Oriente, a atenção da empresa exploradora se voltará, com
muitos países adota
ram medidas restritivas de sua exporta
sua fôrça como a maior
Exportações mundiais de manganês (Em milhares de toneladas) Püí.çes de reduzido
consumo prê-piio
1929
Brasil Cuba Costa do Ouro . . .
289 8 408
21 19 51
135 120 a24
705
91
.579
Total
1932 1938
Países de consumo
próprio maioi- '
produtora mundial de manganês. E* interessante obser\'ar que a relati
índia
964
302
649
URSS
886
409
354
produtores jnundiais de manganês con
va raridade do manganês não tem con
Outros
133
85
510
somem apenas
tribuído para aumentar, como .seria de esperar, o seu preço nos. mercados mun diais. Isso se dá porque a maior parte dos países produtores da preciosa ma
Com exceção da Rússia, o.s grandes pequena parle de sua
produção, encaminhando o restante pa ra os mercados externos.
Atualmente,
porém,^ todos estão conscientes do gran-
Total
1.983
796 1.513
Total geral
2.688
887 2.092
110
Digksto
Essas flutuações exercem efeitos da
nosos sôbre a economia dos países exlX)rtadores, que sofrem assim as conse
qüências de verdadeiras crises, ao pas so q^ue são ínfimos os prejuízos dos paí ses importadores, que, aos primeiros si nais de alta, limitam suas compras de manganês.
E' preciso termos bem na lembrança esses fatos, no momento em que nos preparamos para comercializar as rescr\as minerais brasileiras.
Eci»n6>»íco
SC sabe sc élc exprínu- o pónto cic \ista governamental sôbro a (pics^tão. otj sc c.stá, simplesmente, emitindo sua opinião pessoal a respeito. .Mas o Congresso Nacional terá dentro em breve de exa
minar o assunto, quando dos debates em
torno da garantiu governamental ao em préstimo do Banco Internacional à com
panhia concessionária da exploração do manganês do Amapá, e então, tal\e/, tenhamos, finalmente, por sua iniciativa,
um delincamonto da política brasileira
A utilidade de uma justa política de mineração
de mineração.
A produção nacional de car\ão, inIciramcnte consumida pelo mercado in terno. demonstra um índice de cresci
mílTn" do consumo mtemo e °adaptá-lo às possibilidades da
mento muito regular. Com essa regu laridade contrastam as flutuações da ex
DiCfcusfo
h.i:i>NÓMiro
cisa li\iur-se. o ipiauto atiles, do mal de depender exclusixamonle dos merca dos externos. O cíuitrato firmado entre a
ICOMI e a "Bcthlehoni Stcel Corjwration" prc\'ê. é x-ercladc, que a poderosa companhia
norte-americana
ab.sorxTrá,
ton acaba dr permitir que ti.s produtores ianques M-ndani seus minérios por pre ços 25"' .superiores aos vigorantes nos mercado.s mundiais. O objetivo dessa concessão é estimular a produção norteaUrericana, a qual não cobre, porém,
se necessário, tòda a produção, o que
mais de lOí? das necessidades do consu
e\itará flnttiações na extração. Mas is
mo da sidenirgia dos Estados Unidos. •
so só se tornou possível porqtie a e.xploração do manganês do .Amapá não irá, na melhor das hipóteses, além cie 500 mil toneladas anuais.
A referida esti-
pulação constitui uina noxiclade no gê nero, pois a mesma "Bethlehem SteeI", exploradora dos minérios de ferro do
Chile, não ofereceu á República andina
Outrora, quando èsse país depen dia menos da importação dèsse mi nério, gravava o manganês com a taxa aduaneira de 1 centavo jxir librapêso. Cuba gozava, nesse particular, de tratamento preferencial, pois seu miné rio entrava nos Estados Unidos isento
de taxas alfandegárias. O minério bra sileiro era gra\ado com a taxa de 1/2
garantia alguma de que manterá, em qualquer circunstância, em plena ativi
centavo por libra-i>è.so. Mais tarde, po rem, tòda a importação foi isenta de ta-^
tração de manganês, minério cujo con
dade a mineração, podendo, pois, confor
iazifc mmenus mi P^as - eiscomercialização as premissas das d.-
sumo interno é ainda insignificante <• cuja produção está síijelta, portanto, à.s
me seus interesses no momento, reduzi-
xas aduaneiras, eliminadas em virtude
la a um mínimo, em prejuízo do orça
impo.sições dos mercados i'xternos. Não
mento cambial chileno.
neract"'^^?"""'"
iiouw progresso algum na extração des sa ríf[iieza mineral; ao contrário, a pro
da pressão da indústria siderúrgica nor te-americana, dependente de importa ções cada vez maiores. Hoje em dia as
-
-smo
que o Goserno não se deverá esr,uecer
d" mi-
™pros ização eá aLd^rea amda regra geral,r"'"„„ Brasil,'nesse ler-
dução de 1949 foi .005^ menor que a dc onze anos atrás! (1938 — 306 tonela
das; 1949 - 200 toneladas).
Eis um fenômeno nuiitíj comum nos
Dfoblenn n f ,P
marco zerc"^'.
importante
;"™'iàvelmen,e do
blica sempre que srn,.'
países cujos minérios .se destinam exelii-
si\'amentc à exportação. Exemplos pa recidos são-nos
fornecidos pelo cobre
novorroiLblelfraro^v/r?;" manece habitualmente an-Ui,.,, ^
chileno, pelo manganês culjuno, peK) chumbo niexicano. pelos minérios pe
bates. Quando estes se acaloram dcimus, as autoridades, tendendo para a ei do menor esforço, impõe.n uma so-
ruanos e pela.s explorações minerais da África e clu Ásia. As nações manufatureiras, únicas coinpradoras dessas maté rias-primas, impõem suas condições aos
luçao provisória, sem cogitar de diretri
produlorc.s,
zes para o futuro.
tempos
reduzindo as cumpras em
de crise e cstímulanclo-as em
de prosperidade, sujeitando os paí - O caso do Amapá c típico. () ponto eras ses fornecedores a um contínuo estad») de \ista do técnico oficial, sr. Glycon de instabilidade.,
de Paiva, e não só discutível, mas cairio•so também, pois, afina! de contas, não
O Brasil, que inicia apenii.s a explo ração das riquezas de seu subsolo, pre
A aceitação, pela empresa .siderúrgi
ca ianque, no caso do Amapá, da refe rida cláusula, explica-se pela verdadeira escassez de minérios de manganê» no mercado norte-americano.
Diante des-
•sa grande falta, o govêrno de Washing
empresas siden.irgica.s ianques vêem-se forçadas, como no caso do Amapá, a fa zer aos produtores estrangeiros conces sões a que. no passado, se oporiam iiiIransigentemeute.
110
Digksto
Essas flutuações exercem efeitos da
nosos sôbre a economia dos países exlX)rtadores, que sofrem assim as conse
qüências de verdadeiras crises, ao pas so q^ue são ínfimos os prejuízos dos paí ses importadores, que, aos primeiros si nais de alta, limitam suas compras de manganês.
E' preciso termos bem na lembrança esses fatos, no momento em que nos preparamos para comercializar as rescr\as minerais brasileiras.
Eci»n6>»íco
SC sabe sc élc exprínu- o pónto cic \ista governamental sôbro a (pics^tão. otj sc c.stá, simplesmente, emitindo sua opinião pessoal a respeito. .Mas o Congresso Nacional terá dentro em breve de exa
minar o assunto, quando dos debates em
torno da garantiu governamental ao em préstimo do Banco Internacional à com
panhia concessionária da exploração do manganês do Amapá, e então, tal\e/, tenhamos, finalmente, por sua iniciativa,
um delincamonto da política brasileira
A utilidade de uma justa política de mineração
de mineração.
A produção nacional de car\ão, inIciramcnte consumida pelo mercado in terno. demonstra um índice de cresci
mílTn" do consumo mtemo e °adaptá-lo às possibilidades da
mento muito regular. Com essa regu laridade contrastam as flutuações da ex
DiCfcusfo
h.i:i>NÓMiro
cisa li\iur-se. o ipiauto atiles, do mal de depender exclusixamonle dos merca dos externos. O cíuitrato firmado entre a
ICOMI e a "Bcthlehoni Stcel Corjwration" prc\'ê. é x-ercladc, que a poderosa companhia
norte-americana
ab.sorxTrá,
ton acaba dr permitir que ti.s produtores ianques M-ndani seus minérios por pre ços 25"' .superiores aos vigorantes nos mercado.s mundiais. O objetivo dessa concessão é estimular a produção norteaUrericana, a qual não cobre, porém,
se necessário, tòda a produção, o que
mais de lOí? das necessidades do consu
e\itará flnttiações na extração. Mas is
mo da sidenirgia dos Estados Unidos. •
so só se tornou possível porqtie a e.xploração do manganês do .Amapá não irá, na melhor das hipóteses, além cie 500 mil toneladas anuais.
A referida esti-
pulação constitui uina noxiclade no gê nero, pois a mesma "Bethlehem SteeI", exploradora dos minérios de ferro do
Chile, não ofereceu á República andina
Outrora, quando èsse país depen dia menos da importação dèsse mi nério, gravava o manganês com a taxa aduaneira de 1 centavo jxir librapêso. Cuba gozava, nesse particular, de tratamento preferencial, pois seu miné rio entrava nos Estados Unidos isento
de taxas alfandegárias. O minério bra sileiro era gra\ado com a taxa de 1/2
garantia alguma de que manterá, em qualquer circunstância, em plena ativi
centavo por libra-i>è.so. Mais tarde, po rem, tòda a importação foi isenta de ta-^
tração de manganês, minério cujo con
dade a mineração, podendo, pois, confor
iazifc mmenus mi P^as - eiscomercialização as premissas das d.-
sumo interno é ainda insignificante <• cuja produção está síijelta, portanto, à.s
me seus interesses no momento, reduzi-
xas aduaneiras, eliminadas em virtude
la a um mínimo, em prejuízo do orça
impo.sições dos mercados i'xternos. Não
mento cambial chileno.
neract"'^^?"""'"
iiouw progresso algum na extração des sa ríf[iieza mineral; ao contrário, a pro
da pressão da indústria siderúrgica nor te-americana, dependente de importa ções cada vez maiores. Hoje em dia as
-
-smo
que o Goserno não se deverá esr,uecer
d" mi-
™pros ização eá aLd^rea amda regra geral,r"'"„„ Brasil,'nesse ler-
dução de 1949 foi .005^ menor que a dc onze anos atrás! (1938 — 306 tonela
das; 1949 - 200 toneladas).
Eis um fenômeno nuiitíj comum nos
Dfoblenn n f ,P
marco zerc"^'.
importante
;"™'iàvelmen,e do
blica sempre que srn,.'
países cujos minérios .se destinam exelii-
si\'amentc à exportação. Exemplos pa recidos são-nos
fornecidos pelo cobre
novorroiLblelfraro^v/r?;" manece habitualmente an-Ui,.,, ^
chileno, pelo manganês culjuno, peK) chumbo niexicano. pelos minérios pe
bates. Quando estes se acaloram dcimus, as autoridades, tendendo para a ei do menor esforço, impõe.n uma so-
ruanos e pela.s explorações minerais da África e clu Ásia. As nações manufatureiras, únicas coinpradoras dessas maté rias-primas, impõem suas condições aos
luçao provisória, sem cogitar de diretri
produlorc.s,
zes para o futuro.
tempos
reduzindo as cumpras em
de crise e cstímulanclo-as em
de prosperidade, sujeitando os paí - O caso do Amapá c típico. () ponto eras ses fornecedores a um contínuo estad») de \ista do técnico oficial, sr. Glycon de instabilidade.,
de Paiva, e não só discutível, mas cairio•so também, pois, afina! de contas, não
O Brasil, que inicia apenii.s a explo ração das riquezas de seu subsolo, pre
A aceitação, pela empresa .siderúrgi
ca ianque, no caso do Amapá, da refe rida cláusula, explica-se pela verdadeira escassez de minérios de manganê» no mercado norte-americano.
Diante des-
•sa grande falta, o govêrno de Washing
empresas siden.irgica.s ianques vêem-se forçadas, como no caso do Amapá, a fa zer aos produtores estrangeiros conces sões a que. no passado, se oporiam iiiIransigentemeute.
QiCJSSTO
Esplendor e decadência Nelson Webneck Sodué
psTUDANDO a evolução econômica do ^ Brasil. Normano, num livro de atua lidade permanente, dedicou um capítulo inteiro ao que chamou "A permanente mudança dos produtos principais" e teve oportunidade de frisar: "A história da economia brasileira é uma série de re
cordes sensacionais caracterizada por uma seqüência de flutuações que es pantam. Ela constitui, na verdade, a
historia do aparecimento e desapareci mento, por assim dizer, de sistemas
econômicos inteiros em que uma nação baseia a sua existência".
curioso de competição, que foi o da luta com os holandeses.
No século XVIII, o Brasil ofereceu ao
mundo
o
c-spetáculo
desencontrado,
cheio dc altos o bai.xos, da mineração do Ouro. Toda a estrutura ern que as sentava a lavoura canavieira, com a
produção do açúcar, sofreu abalos e.xprcssivos c, SC não entrou cm derrocada
fragí)rusa, pelo menos sofreu, pelo advento de nova fonte interna de rique za, c por causas externas que não vem ao caso analisar, os rcfic.xos da corrida
produção açucareira da Colônia, que
ao altiplano minerador. A mão-de-obra servi), que polarizara capitais e fornece• ra a base pa'"a o estabelecimento de uma atividade ainda pouco estudada, a dos
deu fisionomia especial a uma extensa
fornecedores de braços à lavoura, sen
área territorial, levantou, desde os pri
tiu-se atraída para as novas atividades.
No século dezessete, éramos o princi pal fornecedor de açúcar ao mundo. A
meiros traços, uma estrutura econômica
Criou um sistema de produção, com
tôdas as^ suas conseqüências: desenvol veu a mao-de-obra, pelo aproveitamento do escravo africano; estabeleceu formas
de crédito, tão bem estudadas por na cionais e esbangeiros, e que despertaram a atençao de analisadores do porte de Sombart; estabeleceu normas e tipos de transporte e de distribuição. Transfigu rou uma área geográfica extensa e, nela,
configurou um quadro social e político
que foi analisado com profundidade por quantos se interessaram pelo nosso pas sado. Gerou, com o seu crescimento e
com a sua fixação, formas de cultura, que tiveram intensa e duradoiua reper cussão na vida colonial, e despertou a cobiça externa, oferecendo um quadro
O preço do escravo tornou-se alto de
mais para o sistema produtor açucarelro, enquanto os elementos da mineração o procuravam com afinco. A produção açucareira, entretanto, se
dentária e de crescimento vertical, qué atravessara a • sua fase de esplendor e
que criara possibilidades, para a Colô nia e para a Metrópole, entraria em de clínio iniludível, transitando para um
longo período de mediania. A transição para a mineração foi demasiado rápida para que alguma cousa de transitório se estabelecesse.
Os cofitraste? entre
uma forma e outra de busca da riqueza
ECONÔMlCt>
Io contínuo, tudo aquilo que constitui a regra do trabalho agrícola, com as
caminhos extensos, para a orla litorânea, transpondo a barreira orográfica que
suas naturais orcilações. A mineração era a aventura, a transiloriedade, o des
lavoura canavieira conferira preponde
prezo pela posse permanente, a desvalia
murava os portos de escoamento.
A
semi-nomaclisnío permanente. E se dis tanciava da zona cm que a riqueza se
rância indiscutível à zona geográfica nordestina, e nesta à faixa litorânea; a ni:neração alteraria tal quadro, fazendo parecer o escoadouro guanabarino como
acumulara, como se distanciava, pela
sede administrativa e política de prima
da terra, o horror ao enraizamento,' o
primeira vez na história colonial, da faixa litorânea.
zia c trazendo para o centro-sul o eixo natural do domínio. O tráfico negreiro
Propiciara, a internação territorial,'o
sofreria desse deslocamento, e o centro
aparecimento de grupos humanos semipcrmancntcs cm terras altas e distantes da cosia, c acabaria por fundaméntar o estabelecimento dc sistemas próprios de transporte e condições específicas de ar recadação. Enquanto o transporte natu
distribuidor de mão-de-obra importada passaria a ser o Rio de Janeiro. De ou
tro lado, enquanto o campo da iniciatix'a privada era extenso, no que dizia respeito à atividade açucareira, êle se xoria consideràvelmente restringido,
ral do açúcar se fazia em barcos, sendo
quanto à mineração, pelo aparecimento,
o feito por animais de quantidade me nor, valendo-se a região de sua rede de
por parte do erário metropolitano, de uma interferência violenta, áspera e pe
pequenos rios, de fácil navegação para
sada, que tolhia a iniciativa privada e
os tipos de barcos que forneciam o
que acabaria por desaguar em constante espírito de insurreição.
transporte; enquanto o animal prepon derante no Nordeste canavieiro era o
boi, sendo o buiTo muito menos
empregado; enquanto a penetra ção açucareira seria reduzida e
pràticamente inexpressiva, fican do entregue à pecuária, que se ria o seu complemento indispen sável, não chegando, por isso mesmo, a gerar caminhos e a funda mentar eixos de internação apreciáveis
— oo quadro da mineração tudo se apre
sentava ao contrário: a penetração era profunda, numa região inteiramente no va, de características geográficas diver
Mas,.de qualquer forma, o centro de gravidade política estava decisi vamente transferido para o cen tro-sul — e a sua primazia econô mica, esboçada com a minera
ção, apesar dos seus contrastes, se consolidaria na etapa seguinte. Entre o declínio minerador e o advento da lavoura cafeeira, o hiato de pausa foi importante, e a Colônia teve uma existência difícil, que se refletiu nos sucessivos motins que a sacudiram.
Tratava-se de um entreato, entretanto, e o quadro de."aguaria, depois da pausa,
sas; o transj^orte natural seria fornecido por miiares e o produto se valia de sua
em novo período de desenvolvimento
ra, 0 a sua característica principal seria,
condição natural de grande valor em
qué a mineração apresentara, e mais
sem dúvida, a sedentariedade irrecorrí-
pequeno volume, permanecendo o boi
vel, a progressividade, o desenvolvimen-
apenas como fonte de alimentação, a
próximo da progressividade, inerente ao trabalho agrícola, que fôra uma das ca
ser fornecido de outras áreas; geraria
racterísticas do surto açucareiro.
eram demasiado acentuados.
Numa, o
que prevalecia era a importância da ter
intenso. Já não nos quadros vertiginosos
QiCJSSTO
Esplendor e decadência Nelson Webneck Sodué
psTUDANDO a evolução econômica do ^ Brasil. Normano, num livro de atua lidade permanente, dedicou um capítulo inteiro ao que chamou "A permanente mudança dos produtos principais" e teve oportunidade de frisar: "A história da economia brasileira é uma série de re
cordes sensacionais caracterizada por uma seqüência de flutuações que es pantam. Ela constitui, na verdade, a
historia do aparecimento e desapareci mento, por assim dizer, de sistemas
econômicos inteiros em que uma nação baseia a sua existência".
curioso de competição, que foi o da luta com os holandeses.
No século XVIII, o Brasil ofereceu ao
mundo
o
c-spetáculo
desencontrado,
cheio dc altos o bai.xos, da mineração do Ouro. Toda a estrutura ern que as sentava a lavoura canavieira, com a
produção do açúcar, sofreu abalos e.xprcssivos c, SC não entrou cm derrocada
fragí)rusa, pelo menos sofreu, pelo advento de nova fonte interna de rique za, c por causas externas que não vem ao caso analisar, os rcfic.xos da corrida
produção açucareira da Colônia, que
ao altiplano minerador. A mão-de-obra servi), que polarizara capitais e fornece• ra a base pa'"a o estabelecimento de uma atividade ainda pouco estudada, a dos
deu fisionomia especial a uma extensa
fornecedores de braços à lavoura, sen
área territorial, levantou, desde os pri
tiu-se atraída para as novas atividades.
No século dezessete, éramos o princi pal fornecedor de açúcar ao mundo. A
meiros traços, uma estrutura econômica
Criou um sistema de produção, com
tôdas as^ suas conseqüências: desenvol veu a mao-de-obra, pelo aproveitamento do escravo africano; estabeleceu formas
de crédito, tão bem estudadas por na cionais e esbangeiros, e que despertaram a atençao de analisadores do porte de Sombart; estabeleceu normas e tipos de transporte e de distribuição. Transfigu rou uma área geográfica extensa e, nela,
configurou um quadro social e político
que foi analisado com profundidade por quantos se interessaram pelo nosso pas sado. Gerou, com o seu crescimento e
com a sua fixação, formas de cultura, que tiveram intensa e duradoiua reper cussão na vida colonial, e despertou a cobiça externa, oferecendo um quadro
O preço do escravo tornou-se alto de
mais para o sistema produtor açucarelro, enquanto os elementos da mineração o procuravam com afinco. A produção açucareira, entretanto, se
dentária e de crescimento vertical, qué atravessara a • sua fase de esplendor e
que criara possibilidades, para a Colô nia e para a Metrópole, entraria em de clínio iniludível, transitando para um
longo período de mediania. A transição para a mineração foi demasiado rápida para que alguma cousa de transitório se estabelecesse.
Os cofitraste? entre
uma forma e outra de busca da riqueza
ECONÔMlCt>
Io contínuo, tudo aquilo que constitui a regra do trabalho agrícola, com as
caminhos extensos, para a orla litorânea, transpondo a barreira orográfica que
suas naturais orcilações. A mineração era a aventura, a transiloriedade, o des
lavoura canavieira conferira preponde
prezo pela posse permanente, a desvalia
murava os portos de escoamento.
A
semi-nomaclisnío permanente. E se dis tanciava da zona cm que a riqueza se
rância indiscutível à zona geográfica nordestina, e nesta à faixa litorânea; a ni:neração alteraria tal quadro, fazendo parecer o escoadouro guanabarino como
acumulara, como se distanciava, pela
sede administrativa e política de prima
da terra, o horror ao enraizamento,' o
primeira vez na história colonial, da faixa litorânea.
zia c trazendo para o centro-sul o eixo natural do domínio. O tráfico negreiro
Propiciara, a internação territorial,'o
sofreria desse deslocamento, e o centro
aparecimento de grupos humanos semipcrmancntcs cm terras altas e distantes da cosia, c acabaria por fundaméntar o estabelecimento dc sistemas próprios de transporte e condições específicas de ar recadação. Enquanto o transporte natu
distribuidor de mão-de-obra importada passaria a ser o Rio de Janeiro. De ou
tro lado, enquanto o campo da iniciatix'a privada era extenso, no que dizia respeito à atividade açucareira, êle se xoria consideràvelmente restringido,
ral do açúcar se fazia em barcos, sendo
quanto à mineração, pelo aparecimento,
o feito por animais de quantidade me nor, valendo-se a região de sua rede de
por parte do erário metropolitano, de uma interferência violenta, áspera e pe
pequenos rios, de fácil navegação para
sada, que tolhia a iniciativa privada e
os tipos de barcos que forneciam o
que acabaria por desaguar em constante espírito de insurreição.
transporte; enquanto o animal prepon derante no Nordeste canavieiro era o
boi, sendo o buiTo muito menos
empregado; enquanto a penetra ção açucareira seria reduzida e
pràticamente inexpressiva, fican do entregue à pecuária, que se ria o seu complemento indispen sável, não chegando, por isso mesmo, a gerar caminhos e a funda mentar eixos de internação apreciáveis
— oo quadro da mineração tudo se apre
sentava ao contrário: a penetração era profunda, numa região inteiramente no va, de características geográficas diver
Mas,.de qualquer forma, o centro de gravidade política estava decisi vamente transferido para o cen tro-sul — e a sua primazia econô mica, esboçada com a minera
ção, apesar dos seus contrastes, se consolidaria na etapa seguinte. Entre o declínio minerador e o advento da lavoura cafeeira, o hiato de pausa foi importante, e a Colônia teve uma existência difícil, que se refletiu nos sucessivos motins que a sacudiram.
Tratava-se de um entreato, entretanto, e o quadro de."aguaria, depois da pausa,
sas; o transj^orte natural seria fornecido por miiares e o produto se valia de sua
em novo período de desenvolvimento
ra, 0 a sua característica principal seria,
condição natural de grande valor em
qué a mineração apresentara, e mais
sem dúvida, a sedentariedade irrecorrí-
pequeno volume, permanecendo o boi
vel, a progressividade, o desenvolvimen-
apenas como fonte de alimentação, a
próximo da progressividade, inerente ao trabalho agrícola, que fôra uma das ca
ser fornecido de outras áreas; geraria
racterísticas do surto açucareiro.
eram demasiado acentuados.
Numa, o
que prevalecia era a importância da ter
intenso. Já não nos quadros vertiginosos
114
Dic:i--si(> lícoNÓMIÍO
O <»p:»rccinicnto ch)s cafèzais o scii
ue^übriunenlu junto à znna cm que- se
J^larizíi o centro de gra\i(!;ul(? política a nacionalidade nascente, foi unia des
sas coincidências felizes que a história
registra cKJmo singularidades. Isso persó a manutenção de unia coninui ade evolutiva que talvez não pii"essc resistir a novo salto territorial sen,
graves perturbações para a integridade 'Ciona , conio também o aprovcilamen-
Dicksto EcoNÓNrico
isso; estaheh-ceii iini quadro novo na
do limites de tempo bem curtos, reli-
\ida {Io Pais, o da existência de uma
e de produção, que .seriam, respectiva
rando-lhcs a _progressi\iclade (pie consti tuiria um quadro cie firmeza natural, em " que poderiam crescer e progrcclir,
mente. 15.9% c 2,3% do total proxàn-
área geográfica, cada \ez mais extensa, dotada
de
continuidade, servida
de
Em 183f->, três Instros após a Inde pendência, a pro\-íncia do São Paulo diferenciara quatro zonas de produção;
ções já eram sensix-elmente diversas da-
oferecer, dentro du c-onlinuidade, no
a do Vale do Paraíba, chamada Norte;
a sua população decair de ano para ano. tinha 32,7% dos habitantes da provín
masiado violentas.
tcnqxj c no cspuçx), a nova etapa da
a zona Central, englobando o espaço
que aquela atividade deixara disponíxel, LntL^ os dcs-
entre a Capital c C;impinas, com as re giões dependentes; a da Paulista, em que essa ferrovia se expandia; e a da
ção, de formas de trabalho, tle sistemas
no <;! r-i
du crédito, de meios de transportes, do lédcs du distribuição, importaram, pnrn
"f"
íioumnl
périT'
que deixara líqtie o tráfico negreiro
^
i-
qualquer forma, a mudança para ria- de nl'
f^tividade a\'entureira continua e sedcntá-
àito o TT'
I^"'^carcré-
desbravar inat?-*^
diferentes, de
progressivirl .1'''•
estabelecer uma n<. dccn-
brasileiro nis rn v'^"' °
O (pie é importante frisar ê que tais mudanças do /.üna.s, de lipo.s de produ
a vida brasileira, através dos tempos, em desequilíbrios, em desconlinuidades e até em Iraiimatismos, que tiveram in-
len,sa repercussão no retardo com que progredimos, e contribuiram, de forma inevitável, para que entrássemos na época csmtemporãnea com a defeituosa estrutura econômica que possuímos. Tais mudança.s, entretanto, não cons
tituem uma cousa do ^lassado distante u não ficaram encerradas com a conti-
juiidade que o desenvolvimento do café
" nos proporcionou. Dentro da própria oultura da
produção cafecíra, encerrada na área em que ela se desenvolveu, no espaço geográfico do centro-siil, alterações pro~
adminis«iva e poIi,l.„^'-/'""'uccnçao n": "^ndois-
fundas e duradouras ainda se manifes taram, e até hoje se manifestam, com os refle.xos perturbadores que lhes são
tantos
'1"=
nossa gente de I
"
desenvolvi,nenl "°
" possibilidade trativT «
extensü 1para^rsin^^f""" -^"a fraqueza econômica. dorr 7 ao episódico e.splendo"? algodao colonial e á singularida
de do surto da borracha amazônica, porape.sar de tudo, conferiu
continuidade indispensável a um pro gresso material tardio. Mais do que
Em 1886, quando o País se aproximax-a das transfonnações íXJnfíguradas na Abolição e na República, as altera
sem i>orturbaçõcs c sem mudanças de
nos.sa existência cconêniiica.
vrés y
cial.
meios de transjxirle. em que o adensa mento demográfico j>ropíciaria o esboço de um mercado consumidor que seria a base cm (pie o surto industrial du faiw .seguinte .se fundamentaria para
^ consubstanciaria mineração, herança 4 o se na mão-de-obra
caminhos cpie ela abrira, transportes que ela cria-
•115
A zona Norte, vendo
do Norte continha 4.1,7% da população provincial c fornecia 80,.5% de sua pro
sentando agora 12,9% da população e
Mojiana, de que Ribeirão Preto seria o centro de gravidade. Pois bem, n zona
dução. Em seguida x inha a zona Cen tral, com 44.3% da população c 11,9% da produção. A Paulista apresentava 1,3% da população e 1,4% da produção. A Mojiana era mais populosa, cs)m 8,S% dos habitantes da pro
víncia, fornecendo apenas 0,14% ,de sua produção. O desequilí
23,7% da produção.
A Mojiana acen-
tuaxa o seu desenvolvimento, com 21,8%
da população c 22,2% da produção. Apa reciam dua,s zonas nox"as, que esboçaxam o seu progresso; a Arara-
qiiarense. com 4.2% da popula ção e 4% da produção; e a Alta
brio era flagrante: enquanto o
Sorücabana, com 5,6% da popu lação e 1,5% da produção. O
Norte e o Centro, somados, con
contraste entre o conjunto das
tinham 90% da população e for neciam 98,4% da produção, as duas ouVas zonas ficaxam com 10% da popu
lação e menos de 1.0% da produção. Eni 1874, pouco depois chis meados
esplendor e decadência, no amplo espa ço geográfico do centro-sul. Basta que a análise se circunscreva ao território
os índices eram ascensionais, subindo a
paulista, para a verificação de como vamos ti"ansformanclo, sucessivamentie.
população para 6,8% e a produção para 6,3%. E na Mojiana, o surto se esbo
zonas de dimensões apreciá\'eis, dentro
çava, cohi, um crcscirncnjo de população
inerentes. Não analisaremos tais descon
Independência.
cia. o a .sua proílução já não iiltrapassax-a 20% do total pro\'incial. A zona Central xia decrescer a sua população, caindo para 28,9%, mas a sua produção era ascensional. atingindo 29%. A Pau lista continuava a se desen\'olver. apre
^1" século XIX, o quadro sofrerá trans formações interessantes. Na zona Norte, ^■hiha declinando a população c a pro^loçao^ respectix-amente caindo para 38% %7,.'5%.. Na zona Cential. caia a po pulação para 39,9% e crescia a pro dução para 13.9%. Na zona Paulista
linuidades temporais, tais sucessões de
(pielas apresentadas pKHico depois da
zonas N^orle c Central e o con
junto das demais era muito menos acen tuado do que após a Independência.
Agora, continham apenas 61,6% da po pulação du província, e forneciam ape nas 49% de sua produção. A Paulista u a Mojiana, em conjunto, continliam já 34,7% da população e forneciam 46,9% da produção. A distribuição era mais equi librada, e a urea econômica da provín cia se ampliava de forma expressi\'a. Em 1920, após dois graves aconte cimentos para a \id;i do Estado — a guerra mundial, encerrada pouco antes,
u a geada de 191S, que abalara a la voura cafeeira — o quadro oferecia nu-
114
Dic:i--si(> lícoNÓMIÍO
O <»p:»rccinicnto ch)s cafèzais o scii
ue^übriunenlu junto à znna cm que- se
J^larizíi o centro de gra\i(!;ul(? política a nacionalidade nascente, foi unia des
sas coincidências felizes que a história
registra cKJmo singularidades. Isso persó a manutenção de unia coninui ade evolutiva que talvez não pii"essc resistir a novo salto territorial sen,
graves perturbações para a integridade 'Ciona , conio também o aprovcilamen-
Dicksto EcoNÓNrico
isso; estaheh-ceii iini quadro novo na
do limites de tempo bem curtos, reli-
\ida {Io Pais, o da existência de uma
e de produção, que .seriam, respectiva
rando-lhcs a _progressi\iclade (pie consti tuiria um quadro cie firmeza natural, em " que poderiam crescer e progrcclir,
mente. 15.9% c 2,3% do total proxàn-
área geográfica, cada \ez mais extensa, dotada
de
continuidade, servida
de
Em 183f->, três Instros após a Inde pendência, a pro\-íncia do São Paulo diferenciara quatro zonas de produção;
ções já eram sensix-elmente diversas da-
oferecer, dentro du c-onlinuidade, no
a do Vale do Paraíba, chamada Norte;
a sua população decair de ano para ano. tinha 32,7% dos habitantes da provín
masiado violentas.
tcnqxj c no cspuçx), a nova etapa da
a zona Central, englobando o espaço
que aquela atividade deixara disponíxel, LntL^ os dcs-
entre a Capital c C;impinas, com as re giões dependentes; a da Paulista, em que essa ferrovia se expandia; e a da
ção, de formas de trabalho, tle sistemas
no <;! r-i
du crédito, de meios de transportes, do lédcs du distribuição, importaram, pnrn
"f"
íioumnl
périT'
que deixara líqtie o tráfico negreiro
^
i-
qualquer forma, a mudança para ria- de nl'
f^tividade a\'entureira continua e sedcntá-
àito o TT'
I^"'^carcré-
desbravar inat?-*^
diferentes, de
progressivirl .1'''•
estabelecer uma n<. dccn-
brasileiro nis rn v'^"' °
O (pie é importante frisar ê que tais mudanças do /.üna.s, de lipo.s de produ
a vida brasileira, através dos tempos, em desequilíbrios, em desconlinuidades e até em Iraiimatismos, que tiveram in-
len,sa repercussão no retardo com que progredimos, e contribuiram, de forma inevitável, para que entrássemos na época csmtemporãnea com a defeituosa estrutura econômica que possuímos. Tais mudança.s, entretanto, não cons
tituem uma cousa do ^lassado distante u não ficaram encerradas com a conti-
juiidade que o desenvolvimento do café
" nos proporcionou. Dentro da própria oultura da
produção cafecíra, encerrada na área em que ela se desenvolveu, no espaço geográfico do centro-siil, alterações pro~
adminis«iva e poIi,l.„^'-/'""'uccnçao n": "^ndois-
fundas e duradouras ainda se manifes taram, e até hoje se manifestam, com os refle.xos perturbadores que lhes são
tantos
'1"=
nossa gente de I
"
desenvolvi,nenl "°
" possibilidade trativT «
extensü 1para^rsin^^f""" -^"a fraqueza econômica. dorr 7 ao episódico e.splendo"? algodao colonial e á singularida
de do surto da borracha amazônica, porape.sar de tudo, conferiu
continuidade indispensável a um pro gresso material tardio. Mais do que
Em 1886, quando o País se aproximax-a das transfonnações íXJnfíguradas na Abolição e na República, as altera
sem i>orturbaçõcs c sem mudanças de
nos.sa existência cconêniiica.
vrés y
cial.
meios de transjxirle. em que o adensa mento demográfico j>ropíciaria o esboço de um mercado consumidor que seria a base cm (pie o surto industrial du faiw .seguinte .se fundamentaria para
^ consubstanciaria mineração, herança 4 o se na mão-de-obra
caminhos cpie ela abrira, transportes que ela cria-
•115
A zona Norte, vendo
do Norte continha 4.1,7% da população provincial c fornecia 80,.5% de sua pro
sentando agora 12,9% da população e
Mojiana, de que Ribeirão Preto seria o centro de gravidade. Pois bem, n zona
dução. Em seguida x inha a zona Cen tral, com 44.3% da população c 11,9% da produção. A Paulista apresentava 1,3% da população e 1,4% da produção. A Mojiana era mais populosa, cs)m 8,S% dos habitantes da pro
víncia, fornecendo apenas 0,14% ,de sua produção. O desequilí
23,7% da produção.
A Mojiana acen-
tuaxa o seu desenvolvimento, com 21,8%
da população c 22,2% da produção. Apa reciam dua,s zonas nox"as, que esboçaxam o seu progresso; a Arara-
qiiarense. com 4.2% da popula ção e 4% da produção; e a Alta
brio era flagrante: enquanto o
Sorücabana, com 5,6% da popu lação e 1,5% da produção. O
Norte e o Centro, somados, con
contraste entre o conjunto das
tinham 90% da população e for neciam 98,4% da produção, as duas ouVas zonas ficaxam com 10% da popu
lação e menos de 1.0% da produção. Eni 1874, pouco depois chis meados
esplendor e decadência, no amplo espa ço geográfico do centro-sul. Basta que a análise se circunscreva ao território
os índices eram ascensionais, subindo a
paulista, para a verificação de como vamos ti"ansformanclo, sucessivamentie.
população para 6,8% e a produção para 6,3%. E na Mojiana, o surto se esbo
zonas de dimensões apreciá\'eis, dentro
çava, cohi, um crcscirncnjo de população
inerentes. Não analisaremos tais descon
Independência.
cia. o a .sua proílução já não iiltrapassax-a 20% do total pro\'incial. A zona Central xia decrescer a sua população, caindo para 28,9%, mas a sua produção era ascensional. atingindo 29%. A Pau lista continuava a se desen\'olver. apre
^1" século XIX, o quadro sofrerá trans formações interessantes. Na zona Norte, ^■hiha declinando a população c a pro^loçao^ respectix-amente caindo para 38% %7,.'5%.. Na zona Cential. caia a po pulação para 39,9% e crescia a pro dução para 13.9%. Na zona Paulista
linuidades temporais, tais sucessões de
(pielas apresentadas pKHico depois da
zonas N^orle c Central e o con
junto das demais era muito menos acen tuado do que após a Independência.
Agora, continham apenas 61,6% da po pulação du província, e forneciam ape nas 49% de sua produção. A Paulista u a Mojiana, em conjunto, continliam já 34,7% da população e forneciam 46,9% da produção. A distribuição era mais equi librada, e a urea econômica da provín cia se ampliava de forma expressi\'a. Em 1920, após dois graves aconte cimentos para a \id;i do Estado — a guerra mundial, encerrada pouco antes,
u a geada de 191S, que abalara a la voura cafeeira — o quadro oferecia nu-
110
DICE5TO ECOK6»no>.
3!'^ ec inar, agora A zona Norte continuade forma acentiia. apresentando apenas 13,4% da popiiaçao e fornecendo apenas 3,5% da dun^"^^°' ^ Central caía, em pro-
e LnJ
Popuíação, esta para 21,1%
duas
12.6%. O conjunto das
lação dr34 5r'' 161% f1« » Ji
^
í-LLtrrtr':'"-'.'-
^s^endia a " assumindo a °^cas do Estadn^"^
^ crescer K ' Cão, para 14
dueão
produção de
-
22.2% e
35,5%,
a Paulista
P°P"'^-
® aecrescer a sua pro-
rense 'empa^ett > da PauUsta.
Araraquarense, cuja população era turrn 18% da do Estado, c cuia produção
cendia a 26.9%; e a Alta Sorocabana que continha 11,7% cia população q fo^.^ necia 12.5% da produção estadual, q conjunto das zonas noxas — que jã não eram tão novas, em 1935 — opresenla-
ra menos de M
tes como o do Vija Rica que,, de um
e^lendor maravilhoso, caiu para nível tão baixo que o povo a apelidou Vila Pobre. De qualquer forma, alterações sensíveis, em prazos curtos, correspon
va, em linhas gerais, 30% da popuJaç-^ Novas transformações nos "Mostrariam as estatísticas de 1944, ou de 1945^ nor exemplo. Elas frisariam a pau-a da Araraquarense, firmada no domínio de pequenas propriedades naquela zona; o declínio acentuado da Mojiana; a mudança operada na zona Norte, cm tran
^ Araraqua- sição acelerada para a induslrialIzaçãQ """
Mas indicaria, principalmente, uma nova
iirnt
repartição regional, com o aparecimento nas estatísticas, de forma surpreendente'
"
de 86,5% pa-
-a população destrpl?ír7%t a Ca 21 5%":,-
antigos do' Braáil, que fomeòiá cônlras-
e 40% da produção do Estado.
do zonas como a Noroeste e a Alta Pau.' lista. Marília, por exemplo, em 194^ produzia mais algodão do que o Estado* o a revohoán '' revolução cutubrista . da Paraíba, segundo produtor entre os Sã! ataiT Estados brasileiros, Isso seria uma outra confirma ô ^ N°"= história, «JmparecenHn rrrecomvel declinio, pulação e redn°d I"" O que cumpre acentuar é que, dentro de limites de espaço e de tempo, relati vamente curtos — quanto ao tempo descera de uma S d
do teta,Irtld
Digesto Econômico
f apreseutavam,
produção pau.isra.^^A'"l^o;a:a'f„uuaava o seu declínio, de outra parte, descendo a sua população para 17.1% e a sua produção para 16,2%; enquanto a Paulista também declinava, com uma população que descia para 13,4% e uma produção que descia para 11,6%. As zonas asceusionais continuavam a ser a
dentro de uma existência humana —
nas inteiras passam do esplendor ao de clínio, enquanto outras surgem pràticamente da estaca zero, absorvendo ener
gias que derivam daquelas em que o ritmo evolutivo já não é acentuado. Para as zonas estaduais indicadas, o declínio se processou em tênnos, está claro. Não ficaram
condenadas
ao
estiolamento,
Umas mudaram os tipos de produção, outras atravessaram fases mais ou me
nos de pausa.
Todas têm uma vida
econômica apreciável, O que está longe de apresentar similitude com aspectos
!: l' ■■ .
dem á desequilíbrios" perigosos' para a
produção nacional, e constituem ônus por vêzes pesados para um povo como o nosso, que precisa ainda de conside rável esforço para chegar a um nível compatível com as suas necessidades.
110
DICE5TO ECOK6»no>.
3!'^ ec inar, agora A zona Norte continuade forma acentiia. apresentando apenas 13,4% da popiiaçao e fornecendo apenas 3,5% da dun^"^^°' ^ Central caía, em pro-
e LnJ
Popuíação, esta para 21,1%
duas
12.6%. O conjunto das
lação dr34 5r'' 161% f1« » Ji
^
í-LLtrrtr':'"-'.'-
^s^endia a " assumindo a °^cas do Estadn^"^
^ crescer K ' Cão, para 14
dueão
produção de
-
22.2% e
35,5%,
a Paulista
P°P"'^-
® aecrescer a sua pro-
rense 'empa^ett > da PauUsta.
Araraquarense, cuja população era turrn 18% da do Estado, c cuia produção
cendia a 26.9%; e a Alta Sorocabana que continha 11,7% cia população q fo^.^ necia 12.5% da produção estadual, q conjunto das zonas noxas — que jã não eram tão novas, em 1935 — opresenla-
ra menos de M
tes como o do Vija Rica que,, de um
e^lendor maravilhoso, caiu para nível tão baixo que o povo a apelidou Vila Pobre. De qualquer forma, alterações sensíveis, em prazos curtos, correspon
va, em linhas gerais, 30% da popuJaç-^ Novas transformações nos "Mostrariam as estatísticas de 1944, ou de 1945^ nor exemplo. Elas frisariam a pau-a da Araraquarense, firmada no domínio de pequenas propriedades naquela zona; o declínio acentuado da Mojiana; a mudança operada na zona Norte, cm tran
^ Araraqua- sição acelerada para a induslrialIzaçãQ """
Mas indicaria, principalmente, uma nova
iirnt
repartição regional, com o aparecimento nas estatísticas, de forma surpreendente'
"
de 86,5% pa-
-a população destrpl?ír7%t a Ca 21 5%":,-
antigos do' Braáil, que fomeòiá cônlras-
e 40% da produção do Estado.
do zonas como a Noroeste e a Alta Pau.' lista. Marília, por exemplo, em 194^ produzia mais algodão do que o Estado* o a revohoán '' revolução cutubrista . da Paraíba, segundo produtor entre os Sã! ataiT Estados brasileiros, Isso seria uma outra confirma ô ^ N°"= história, «JmparecenHn rrrecomvel declinio, pulação e redn°d I"" O que cumpre acentuar é que, dentro de limites de espaço e de tempo, relati vamente curtos — quanto ao tempo descera de uma S d
do teta,Irtld
Digesto Econômico
f apreseutavam,
produção pau.isra.^^A'"l^o;a:a'f„uuaava o seu declínio, de outra parte, descendo a sua população para 17.1% e a sua produção para 16,2%; enquanto a Paulista também declinava, com uma população que descia para 13,4% e uma produção que descia para 11,6%. As zonas asceusionais continuavam a ser a
dentro de uma existência humana —
nas inteiras passam do esplendor ao de clínio, enquanto outras surgem pràticamente da estaca zero, absorvendo ener
gias que derivam daquelas em que o ritmo evolutivo já não é acentuado. Para as zonas estaduais indicadas, o declínio se processou em tênnos, está claro. Não ficaram
condenadas
ao
estiolamento,
Umas mudaram os tipos de produção, outras atravessaram fases mais ou me
nos de pausa.
Todas têm uma vida
econômica apreciável, O que está longe de apresentar similitude com aspectos
!: l' ■■ .
dem á desequilíbrios" perigosos' para a
produção nacional, e constituem ônus por vêzes pesados para um povo como o nosso, que precisa ainda de conside rável esforço para chegar a um nível compatível com as suas necessidades.
Dicksto Econômico
As bases da nossa recuperação econômica BEZPTUnA 1>K Fhkitas
^Nnu; os problemas básicos cie nossi época, devemos referir, pelas suas profundas afinidades com os problemas de ordem social, política e administrati va, o da recuperação econômica do País.
Restabelecer o equilíbrio interno e ex terno; tomar a vida menos onerosa, gra ve, aflitiva; criar, na esfera do traljalho, novas possibilidades para todas as classe.s sociais - assim se delineiam as nos
sas necessidades fundamentais. Sem dú
vida. tudo isso decorre do deseiivoKímento da produção. Por sua viv, c-sse
desen\oKimento vincula-se a unia série de fatores que vão do crédito à assis tência ao produtor, do estímulo moral ao auxilio pecuniário ao hwrador, íatò-
res êsses certamente representados polo crédito c pelo cooperatixisino. Sabe mos como vivem tanto os produtores co
mo os lavradores localizados nos pontos mais afastados
do País: lalta-líies a
preço vil, sol) pena cie assistir à derro cada integral d<- todo o seu esforço. Mus, ao lado dessas rjnestões de tanta importância para a coletividade nacio nal, surgc-m muitas outras, como as bai xas cota^-õcs alcançadas, cjiiu não com pensam os ômi.s da coMu-ita: o eonibate às pragas; a recuperação do solo e soa defesa; adubos c irrigação; e a refonna fiorcstal. Necessidades ijiie \ão atra
ciati\'as tendentes a utilizar os recursos
parle dos problenuus acima fixados —
naturais do subsolo br;isileiro. para' u aproveitamento de suas riquezas mine rais no plano \'asto de recuperação da terra, que empobrece a passo.s largos".
particularmente o que se refere a nece.ssidade da proteção legal dos traba
vimos, do um estado de degradação pro gressiva do solo, que força o aumenta o êxodo. O censo demográfico de 1940 legistrou 12.882.449 babitanles no con
tre outras, à ero.são. à lalta de método.s
sõe.s. E essas apreensões resultam, como
junto dos quadros urbanos e suburbano.s
racionais do defesa do solo arável. Es
vessando as gerações, situação agrava da que um dos nossos administradores
de lòdus as sedes municipais e distritais
tamos em face de um tema de caráter
então existentes, e 28.35-5.Sf)õ habitan
pedagógico, educacional, ou seja, a mo
recentemente
País. Registrou ainda a
agrário.s. Sem a organi-
«existência de 141 cida
zuição de uma sólida
des com mais de dez
rede assi.stencial, sem a
apreciou
em
t'xj)res,sõe.s
clieias de vixucidach.* e energia: "C)
ii- moderna ecologia nos está re\e!ancIo
é que o solo brasileiro st: \ein clegr;j_ dando assustadoramente, ein decorrência principulmciitc da erusãue facilitada processo.s empíricos de exploração o pcl;i falta de métodos racionais de ampum solo arável. Estudos recentes do ib,x..
tes no quadro rural do
«lil
habitantes,
ele\'ação dos padrões
nina população total de
culturais do homem do
7.344.154 habitantes. O quadro rural — que compreenderia, assim, as pequenas cidades e as vilas do interior — teria unia população de 33.892.161 habitantes, que representariam 82,19% da população
dores; falta-llies todo mn siste ma adeíjuado de armazenamen to da prodiiçá:) das snas terras, dos gêneros alimentícios; e, aci
liuno Manpios mostram qm. sòiiicnte a erosão laminar está
total do País. Toma-se imprescindível
destruindo, anualmente, cèrcu
liuniano que ^'ive subnutrido, coberto de cndemias e necessidado.s, à margem dos direitos outorgados pela política .social às populaçõe.s urbanas, iludido, em
de .500 luilbões de lont^iadas
selo ará\'el, e (pie, como alcan
ce ]>rático. seria mister, para ilídir-llif os efeitos, gastar em adubos
dernização dos proces.sos
com
tre técnico patrício e agrônomo Qiiinti-
de um órgão destinado a cuidar da regiilárização dos mercados consumidores. Não dispõem, os produtores nacionais,
lhadores rurai.s no mesmo nível em que SC encontram os trabalhadores urbanos
— depende, sem dúvida, da iniciativa do Estado, líá, toda\-ia. algumas medidas ([ue não se circunscrevem à ação isola da do.s q>oderes j^úblicos, iinpondo-se, pela sua complexidade, a cooperação incstímá\'el do.s produtores de todas as categorias agrícolas. Referinio-nos, en
O panorama agrícola do País reveste-
se, assim, de tons carregados o sombrios, e o lavrador se encho de fortc.s aprccn-
garantia dos preços remniiera-
ma de tudo, carecem do apoio
119
destacar dê.sses algarismos o contingente
que supram o desgaste, uma cifra uinjal
suma, cxjm salários que o tomam ainda mais intermitentemente deprimido e rc-
cunqx), torna-se realmente impossí\el fixá-lo como uni ^•alor permanente, uma energia e.stável, uma fôrça constante, diiradoiira, indí.seutível. No primeiro
caso, sem o levantamento dos padrões físioo-higiènicHis da população rural, a produção contimuuá precária como até
agora tem sucedido; no segundo caso. desprezados os métodos modernos do trabalho, de.sprezadas as- novas técnicas
do exploração do solo o do subsolo, sem a constinção de prédios para o en.sino profissional e a formação de tiirma.s de
desses elementos indispensáveis no p-ríüdo das colheitas — os silos, os fi'igo.
de mais do .seis bilhões de cruzeiros
\'oltado. É certa a afirmativa de que,
ou um terço de tòcla a nossa arrecadação orçamentária. Torna-se claro, as.shn
remos a situações imprevisíveis. Infor
ríficos, os aparelhos de expurgo, as câ
que o problema do solo não podo ' cr posto em .segundo plano, fazendo-se mister mobilizar os quadro.s da agrono mia nacional para deter o avançsi da de gradação progressiva, eiupianto dtoem merecer aplauso e ajuda tõda.s as iní- ..vj
no.s últimos vinte e cinco anos, .se opera ram processos de industrialização que nos conduziram à liderança dos países latino-americanos, na indústria raanufa-
falta de escolas para abrigar 40% da
maras de benefíeiamento paru con"ervar os excedentes da produção, e, comíi con-
.sc(|tiência lógica dessas falha':, o agricultor, naquela fase. compelido a «ntrcgar as safras ao intermediário, a
professôres especializado.s, então chega mações autorizadas esclarecem que há
tureira, mas não ó menos exato que o
população da zona rural. Racionalizar a
habitante do campo, sob muitos a.spectos, ainda vive o ambiente cultural de
produção agrícola, corrigir as disparida des cducacionai.s, romper os preconcei
séculos passados. A solução de grande
tos, us praxes insustentáveis, os círculos
i
i
Dicksto Econômico
As bases da nossa recuperação econômica BEZPTUnA 1>K Fhkitas
^Nnu; os problemas básicos cie nossi época, devemos referir, pelas suas profundas afinidades com os problemas de ordem social, política e administrati va, o da recuperação econômica do País.
Restabelecer o equilíbrio interno e ex terno; tomar a vida menos onerosa, gra ve, aflitiva; criar, na esfera do traljalho, novas possibilidades para todas as classe.s sociais - assim se delineiam as nos
sas necessidades fundamentais. Sem dú
vida. tudo isso decorre do deseiivoKímento da produção. Por sua viv, c-sse
desen\oKimento vincula-se a unia série de fatores que vão do crédito à assis tência ao produtor, do estímulo moral ao auxilio pecuniário ao hwrador, íatò-
res êsses certamente representados polo crédito c pelo cooperatixisino. Sabe mos como vivem tanto os produtores co
mo os lavradores localizados nos pontos mais afastados
do País: lalta-líies a
preço vil, sol) pena cie assistir à derro cada integral d<- todo o seu esforço. Mus, ao lado dessas rjnestões de tanta importância para a coletividade nacio nal, surgc-m muitas outras, como as bai xas cota^-õcs alcançadas, cjiiu não com pensam os ômi.s da coMu-ita: o eonibate às pragas; a recuperação do solo e soa defesa; adubos c irrigação; e a refonna fiorcstal. Necessidades ijiie \ão atra
ciati\'as tendentes a utilizar os recursos
parle dos problenuus acima fixados —
naturais do subsolo br;isileiro. para' u aproveitamento de suas riquezas mine rais no plano \'asto de recuperação da terra, que empobrece a passo.s largos".
particularmente o que se refere a nece.ssidade da proteção legal dos traba
vimos, do um estado de degradação pro gressiva do solo, que força o aumenta o êxodo. O censo demográfico de 1940 legistrou 12.882.449 babitanles no con
tre outras, à ero.são. à lalta de método.s
sõe.s. E essas apreensões resultam, como
junto dos quadros urbanos e suburbano.s
racionais do defesa do solo arável. Es
vessando as gerações, situação agrava da que um dos nossos administradores
de lòdus as sedes municipais e distritais
tamos em face de um tema de caráter
então existentes, e 28.35-5.Sf)õ habitan
pedagógico, educacional, ou seja, a mo
recentemente
País. Registrou ainda a
agrário.s. Sem a organi-
«existência de 141 cida
zuição de uma sólida
des com mais de dez
rede assi.stencial, sem a
apreciou
em
t'xj)res,sõe.s
clieias de vixucidach.* e energia: "C)
ii- moderna ecologia nos está re\e!ancIo
é que o solo brasileiro st: \ein clegr;j_ dando assustadoramente, ein decorrência principulmciitc da erusãue facilitada processo.s empíricos de exploração o pcl;i falta de métodos racionais de ampum solo arável. Estudos recentes do ib,x..
tes no quadro rural do
«lil
habitantes,
ele\'ação dos padrões
nina população total de
culturais do homem do
7.344.154 habitantes. O quadro rural — que compreenderia, assim, as pequenas cidades e as vilas do interior — teria unia população de 33.892.161 habitantes, que representariam 82,19% da população
dores; falta-llies todo mn siste ma adeíjuado de armazenamen to da prodiiçá:) das snas terras, dos gêneros alimentícios; e, aci
liuno Manpios mostram qm. sòiiicnte a erosão laminar está
total do País. Toma-se imprescindível
destruindo, anualmente, cèrcu
liuniano que ^'ive subnutrido, coberto de cndemias e necessidado.s, à margem dos direitos outorgados pela política .social às populaçõe.s urbanas, iludido, em
de .500 luilbões de lont^iadas
selo ará\'el, e (pie, como alcan
ce ]>rático. seria mister, para ilídir-llif os efeitos, gastar em adubos
dernização dos proces.sos
com
tre técnico patrício e agrônomo Qiiinti-
de um órgão destinado a cuidar da regiilárização dos mercados consumidores. Não dispõem, os produtores nacionais,
lhadores rurai.s no mesmo nível em que SC encontram os trabalhadores urbanos
— depende, sem dúvida, da iniciativa do Estado, líá, toda\-ia. algumas medidas ([ue não se circunscrevem à ação isola da do.s q>oderes j^úblicos, iinpondo-se, pela sua complexidade, a cooperação incstímá\'el do.s produtores de todas as categorias agrícolas. Referinio-nos, en
O panorama agrícola do País reveste-
se, assim, de tons carregados o sombrios, e o lavrador se encho de fortc.s aprccn-
garantia dos preços remniiera-
ma de tudo, carecem do apoio
119
destacar dê.sses algarismos o contingente
que supram o desgaste, uma cifra uinjal
suma, cxjm salários que o tomam ainda mais intermitentemente deprimido e rc-
cunqx), torna-se realmente impossí\el fixá-lo como uni ^•alor permanente, uma energia e.stável, uma fôrça constante, diiradoiira, indí.seutível. No primeiro
caso, sem o levantamento dos padrões físioo-higiènicHis da população rural, a produção contimuuá precária como até
agora tem sucedido; no segundo caso. desprezados os métodos modernos do trabalho, de.sprezadas as- novas técnicas
do exploração do solo o do subsolo, sem a constinção de prédios para o en.sino profissional e a formação de tiirma.s de
desses elementos indispensáveis no p-ríüdo das colheitas — os silos, os fi'igo.
de mais do .seis bilhões de cruzeiros
\'oltado. É certa a afirmativa de que,
ou um terço de tòcla a nossa arrecadação orçamentária. Torna-se claro, as.shn
remos a situações imprevisíveis. Infor
ríficos, os aparelhos de expurgo, as câ
que o problema do solo não podo ' cr posto em .segundo plano, fazendo-se mister mobilizar os quadro.s da agrono mia nacional para deter o avançsi da de gradação progressiva, eiupianto dtoem merecer aplauso e ajuda tõda.s as iní- ..vj
no.s últimos vinte e cinco anos, .se opera ram processos de industrialização que nos conduziram à liderança dos países latino-americanos, na indústria raanufa-
falta de escolas para abrigar 40% da
maras de benefíeiamento paru con"ervar os excedentes da produção, e, comíi con-
.sc(|tiência lógica dessas falha':, o agricultor, naquela fase. compelido a «ntrcgar as safras ao intermediário, a
professôres especializado.s, então chega mações autorizadas esclarecem que há
tureira, mas não ó menos exato que o
população da zona rural. Racionalizar a
habitante do campo, sob muitos a.spectos, ainda vive o ambiente cultural de
produção agrícola, corrigir as disparida des cducacionai.s, romper os preconcei
séculos passados. A solução de grande
tos, us praxes insustentáveis, os círculos
i
i
li i. iiMUiii I m i| ■ 1-2Ü
viciosos da nossa economia, desenvolver
o espírito cooperativista, distribuir, sem
critério regionalista, as estações experi mentais, tudo isso contribuirá certainen-
te para garantir o equílíbrin interno e
Otoicrru
A produção extrativa vegetal|
prazo, em base hipotecária, e ofio uni camente para o custeio do safras. Nos dias atuais, podemos reduzir as nos.sii.s numerosas questões agrárias a êste esquema: conservação da fertilidade
PiMENTEL Gomes
externo do nosso comércio.
das nossas torras; ins{ituiç.ão de um pla
Para os homens servidos de larga ex periência dos negócios públicos, para todos aquêtcs que conhecem as condi
no de política cconúinicn de acòrdo com o progres.so moral c material do País, abrangendo a assistência social, técnica
ções gerais da nossa lavoura e indústria
e financeira; e formação, através da
vos desde liá alguns anos. Nem todos os produtos estão sendo tomados em
açucareira, das fibras nordestinas, do trigo, do café e da pecuária, toma-se inútil ressaltar, por traduzir uma tau-
tribuna, do livro e do rádio, de uma
consideração.
nova consciência agrária, capaz de sentir a interdependência em que se encon
sõp muito interessantes e mostram ^ue,
tologia, o que êsses problemas, aliados ao do aproveitamento do potencial hi
tram a agricultura, a indústria e o co
drelétrico do São Francisco, represen
preocupar, em excesso, com o que ocor
firme e relativamente grande. Para al guns dêle.s.v o aumento é espetacular. É o que acontece com a agavo ou siital. O babaçu, no qüinqüênio considerado — 1944-1948 — quase duplicou a produ
tam para a nossa tão desejada indepen
dência econômica. O ideal seria, de certo, a organização da nossa agricultu ra, que é uma das mais positivas expres-, sões da nossa riqueza, paralelamente à
industrialização intensiva, promovendose também os financiamentos a longo
mércio.
v^.
iCcoNôikUCi»
Serviço de Estatística de Produção
do Ministério da Agricultura reúne dados de um grupo de produtos extratiMesmo assim, os dados
caíram outnis produções, como as de mate e borracha.
Tomadas em conjunto, as produções foram de 209.843 toneladas, em 1944; de 268.971, em 1945; de 256.520, eèi 1946; de 270.169, em 1947; de 293.350, em 1948.
neste setor, o aumento de produção é
Na realidade, não nos devemos
ro noutros países, mas estudar, analisar, pesquisar com íntcrêsse patriótico as
condições peculiares, especiais, típicas da nossa economia. O que não significa,
ção. As produções de oiticica e coqui-
de modo nlgum, o nosso alheamento pe las aquisições científicas européias ou americanas, onde há sempre em que
mente, bem como a de juta. O aumen
Ihos de licuri cresceram consideravel
Quanto ao valor, temos: 1944, 843 milhões de cruzeiros; 1945, 1.089 mi lhões; 1946, 1.437 milhões; 1947, 1.334
milkões; 1948, 1.243 milhões. A queda no valor deve-se à derrocada das cota
ções da cera de carnaúba e à diminui
ção da produção de borracha, principal mente.
Comparemos a produção de 1944 com
to da colheita de castanhas do Pará ou do Brasil é considerável.
Infelizmente,
a de 1948:
meditar © aprender. Produção em toneladas
1944
194S
Agave Babaçu
2.097 43.106
Borracha
29.760
25.867 82.806 27.605
Caroá Castanha do Brasil
10.589 3.554 .
7.138 19.565
Cera de carnaúba
10.719
Erva mate
66.271
11.369 65.771
l^rodutoü
,
Guaraná
Guaxima
,
larina futa
•
Licuri (coquilhos) Licuri (cera) Oiticica
Piaçava Timbó em raiz
*
i
1
.
Timbó em pó W'
120
24
5.917
3.427
9 6.356
9.369
2.573
4.485
1.883
1.498
20.024
29.310
6.061 510
5.087 21
285
Total, incluindo a.s frações de tonelada»...,. ... .
209.843
■ iiítÉíHHÉfctf* I *• -
293.350
iii'
li i. iiMUiii I m i| ■ 1-2Ü
viciosos da nossa economia, desenvolver
o espírito cooperativista, distribuir, sem
critério regionalista, as estações experi mentais, tudo isso contribuirá certainen-
te para garantir o equílíbrin interno e
Otoicrru
A produção extrativa vegetal|
prazo, em base hipotecária, e ofio uni camente para o custeio do safras. Nos dias atuais, podemos reduzir as nos.sii.s numerosas questões agrárias a êste esquema: conservação da fertilidade
PiMENTEL Gomes
externo do nosso comércio.
das nossas torras; ins{ituiç.ão de um pla
Para os homens servidos de larga ex periência dos negócios públicos, para todos aquêtcs que conhecem as condi
no de política cconúinicn de acòrdo com o progres.so moral c material do País, abrangendo a assistência social, técnica
ções gerais da nossa lavoura e indústria
e financeira; e formação, através da
vos desde liá alguns anos. Nem todos os produtos estão sendo tomados em
açucareira, das fibras nordestinas, do trigo, do café e da pecuária, toma-se inútil ressaltar, por traduzir uma tau-
tribuna, do livro e do rádio, de uma
consideração.
nova consciência agrária, capaz de sentir a interdependência em que se encon
sõp muito interessantes e mostram ^ue,
tologia, o que êsses problemas, aliados ao do aproveitamento do potencial hi
tram a agricultura, a indústria e o co
drelétrico do São Francisco, represen
preocupar, em excesso, com o que ocor
firme e relativamente grande. Para al guns dêle.s.v o aumento é espetacular. É o que acontece com a agavo ou siital. O babaçu, no qüinqüênio considerado — 1944-1948 — quase duplicou a produ
tam para a nossa tão desejada indepen
dência econômica. O ideal seria, de certo, a organização da nossa agricultu ra, que é uma das mais positivas expres-, sões da nossa riqueza, paralelamente à
industrialização intensiva, promovendose também os financiamentos a longo
mércio.
v^.
iCcoNôikUCi»
Serviço de Estatística de Produção
do Ministério da Agricultura reúne dados de um grupo de produtos extratiMesmo assim, os dados
caíram outnis produções, como as de mate e borracha.
Tomadas em conjunto, as produções foram de 209.843 toneladas, em 1944; de 268.971, em 1945; de 256.520, eèi 1946; de 270.169, em 1947; de 293.350, em 1948.
neste setor, o aumento de produção é
Na realidade, não nos devemos
ro noutros países, mas estudar, analisar, pesquisar com íntcrêsse patriótico as
condições peculiares, especiais, típicas da nossa economia. O que não significa,
ção. As produções de oiticica e coqui-
de modo nlgum, o nosso alheamento pe las aquisições científicas européias ou americanas, onde há sempre em que
mente, bem como a de juta. O aumen
Ihos de licuri cresceram consideravel
Quanto ao valor, temos: 1944, 843 milhões de cruzeiros; 1945, 1.089 mi lhões; 1946, 1.437 milhões; 1947, 1.334
milkões; 1948, 1.243 milhões. A queda no valor deve-se à derrocada das cota
ções da cera de carnaúba e à diminui
ção da produção de borracha, principal mente.
Comparemos a produção de 1944 com
to da colheita de castanhas do Pará ou do Brasil é considerável.
Infelizmente,
a de 1948:
meditar © aprender. Produção em toneladas
1944
194S
Agave Babaçu
2.097 43.106
Borracha
29.760
25.867 82.806 27.605
Caroá Castanha do Brasil
10.589 3.554 .
7.138 19.565
Cera de carnaúba
10.719
Erva mate
66.271
11.369 65.771
l^rodutoü
,
Guaraná
Guaxima
,
larina futa
•
Licuri (coquilhos) Licuri (cera) Oiticica
Piaçava Timbó em raiz
*
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.
Timbó em pó W'
120
24
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3.427
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2.573
4.485
1.883
1.498
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29.310
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Total, incluindo a.s frações de tonelada»...,. ... .
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JicONÓMlCO
Vejamos quanto ao valor:
w-u
10-574
'
lÍc4 (ST OiHcíca
2Ifi.8H
I6«2«
l-^OSS
28.052
-15.782
54.041
37.572
21.046 13.426
843.2.57.180
28.240 16.475
sileiro.
enormes.
Aa .sobras cst5o sendo enviadas
para. No\a York, onde a fibra brasileira
tom ágio .sòbrc as do outras procedên cias.
Como os resultados econômicos
inanuais, precaríssimas. não Iia\ ia mercado paia a fibra, Como produzida cm
Agàve
<.':caia mínima, fabrica\'am cordas, e.spa-
A agave é ui
centf.
'1'^arilidácea de re-
encontrei na'pT„T
culturas 4," três 4nTs''mrT' °
ras areno-argiJosas com of
2.569; em 1946. 9.409: em 1947, 9.625;
ein 1948, 25.867 I E' quase inacreditá-
a Paraíba \cnceu.
Deu ao Brasil uma
O exemplo paraibano está começando os Estados vizinhos.
A
Contribuíram para a produção de 1948 Estados
temperatura média e l 7t7i de chuvas bem distribníd
"
graus de tempera^ra 4êd^^ c
'
úmida, em solos argilosos com 2^ "®"
LOOO milímetros de chuvas re
to, 600 metros de alti4de, e^r solos argilo-arenosos, eom ' 9 a
on graus" de 7 temperatura i. [ ■ média /, e 12()n •2(1 n.a.'r,a t 1 chuvn.s I i ^ dislrjhiiíd-ic; 1 milímetros do bem .
T
. '•^'•■•"'oiiKi.i.s.
'n,s|.i ,u,oes de beneficiameiiCo crani
Municípios Campina Grande
tomaram um grande
Caiçara Bananeiras
»em.-ándas. quentes e subúmi?
■
T" """I " T™
/
de grande r.iiU..vo • t i valor i economico. • cultura que resistej l^em ás imaiores e.s* t li.Klas,
Araruna
? «'''dmidas, temperadas c
T"''
sem queda de produção.
As
iiislalações melliorarani considc'rà\ eI
16 milhões; 1946. 38 milhões; 1947, 39 milhões; 1948. 108 milhões !
Quantidades
y<7/or
,
(Cr$)
-
25.600
1.272.680 104.919.031 272.670 1.547.800 102.400
25.867.251
108.114.581
Quantidades (kg)
(CrS)
364.956 25.024.020 79.260 373.775
São paraibanos os dez municípios
clc.scnvolviraento. A agave estã sendo cultivada em zonas quentes e úmidas,
gularmente distribuídas; plan d-
O \alor da produção, em cruzeiros,
maiores produtores de agave:
''e João Pe.s.soa e Campina
,
ximar-se das 3.5 mil toneladas.
(kg)
BRASIL
te ou com máquinas rústicas feitas nas
""
\ol. A produção deste ano deve apro foi o .seguinte: 1944, 10 milhões; 1945.
no\a cultura.
Bahia
nadore.s, chapéus etc., tudo nianualmen-
''^í"
Em 1944. o Brasil produzia 2.097 toneladas de fibras de aga\e; cm 1945,
têm sido bastante favoráveis, as cultu
Sergipe
*
'
Vejamos alguns números:
ras SC alargam considcràvelmcntc de ano para ano, c a produção sobe aos pu los, espetacularmente. Decididamente,
liio Grande do Norte Paraíba Pernambuco
1.243.782.581
alguns dos"^n n os mais importante.s. ib'tallie,
-t-;-. -, ,
Pt's.soa e Campina Grande. As fibras lém. agora, um grande mercado: o bra
Paniibii, porém, está'pràlieiimente mo nopolizando a produção brasileira .de aga\e. Ela duplicará a produção de 1948 a 1951. As plantações nosas- são
a influenciar"
Piaçava ■ ■■■ Timbó em raiz
-
los.iu 252.276 321.727
217.232
Juta Lirnri i
Ex'i
w-is
.
-3-13..156
.larina
Econômico
mcnle. Modcmizarain-sc. As luáquina.s de desfibrar são fabricadas em João
Valími j)a phoijução, km MiLiiAnKs ni: r:nuzr;rtj(>s
nfblL" BorracL CnroT Ca.tWáoBn.n ■Erva ,4™ "
Dicksto
. . . .
Areia Serraria Cuité Guarabira
E.sperança Iiigá
1.100.844
21.000.000 19.000.000 14.800.000 11.475.000 6.810.662 6.158.912 6.000.000 5.504.220
748.230
3.367.035
420.773
1.583.092
1.539.728 1.500.000
. .. . ■
Muito se tem feito pela agave nestes líltimos anos.
6.000.000 3.800.000 3.700.000 2.550.000 1.583.875
Mas muito resta ainda a
fazer. E' necessário, por exemplo, apro veitar os subprodutos, o que ainda não
Valor
Se faz. A agave pode fornecer, ""além de outros .Subprodutos, forragem bastante; rica em proteínas.
:í
1 122
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Vejamos quanto ao valor:
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Aa .sobras cst5o sendo enviadas
para. No\a York, onde a fibra brasileira
tom ágio .sòbrc as do outras procedên cias.
Como os resultados econômicos
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Agàve
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encontrei na'pT„T
culturas 4," três 4nTs''mrT' °
ras areno-argiJosas com of
2.569; em 1946. 9.409: em 1947, 9.625;
ein 1948, 25.867 I E' quase inacreditá-
a Paraíba \cnceu.
Deu ao Brasil uma
O exemplo paraibano está começando os Estados vizinhos.
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Contribuíram para a produção de 1948 Estados
temperatura média e l 7t7i de chuvas bem distribníd
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graus de tempera^ra 4êd^^ c
'
úmida, em solos argilosos com 2^ "®"
LOOO milímetros de chuvas re
to, 600 metros de alti4de, e^r solos argilo-arenosos, eom ' 9 a
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Municípios Campina Grande
tomaram um grande
Caiçara Bananeiras
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sem queda de produção.
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iiislalações melliorarani considc'rà\ eI
16 milhões; 1946. 38 milhões; 1947, 39 milhões; 1948. 108 milhões !
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25.600
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Quantidades (kg)
(CrS)
364.956 25.024.020 79.260 373.775
São paraibanos os dez municípios
clc.scnvolviraento. A agave estã sendo cultivada em zonas quentes e úmidas,
gularmente distribuídas; plan d-
O \alor da produção, em cruzeiros,
maiores produtores de agave:
''e João Pe.s.soa e Campina
,
ximar-se das 3.5 mil toneladas.
(kg)
BRASIL
te ou com máquinas rústicas feitas nas
""
\ol. A produção deste ano deve apro foi o .seguinte: 1944, 10 milhões; 1945.
no\a cultura.
Bahia
nadore.s, chapéus etc., tudo nianualmen-
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Em 1944. o Brasil produzia 2.097 toneladas de fibras de aga\e; cm 1945,
têm sido bastante favoráveis, as cultu
Sergipe
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Vejamos alguns números:
ras SC alargam considcràvelmcntc de ano para ano, c a produção sobe aos pu los, espetacularmente. Decididamente,
liio Grande do Norte Paraíba Pernambuco
1.243.782.581
alguns dos"^n n os mais importante.s. ib'tallie,
-t-;-. -, ,
Pt's.soa e Campina Grande. As fibras lém. agora, um grande mercado: o bra
Paniibii, porém, está'pràlieiimente mo nopolizando a produção brasileira .de aga\e. Ela duplicará a produção de 1948 a 1951. As plantações nosas- são
a influenciar"
Piaçava ■ ■■■ Timbó em raiz
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217.232
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Econômico
mcnle. Modcmizarain-sc. As luáquina.s de desfibrar são fabricadas em João
Valími j)a phoijução, km MiLiiAnKs ni: r:nuzr;rtj(>s
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Areia Serraria Cuité Guarabira
E.sperança Iiigá
1.100.844
21.000.000 19.000.000 14.800.000 11.475.000 6.810.662 6.158.912 6.000.000 5.504.220
748.230
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420.773
1.583.092
1.539.728 1.500.000
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Muito se tem feito pela agave nestes líltimos anos.
6.000.000 3.800.000 3.700.000 2.550.000 1.583.875
Mas muito resta ainda a
fazer. E' necessário, por exemplo, apro veitar os subprodutos, o que ainda não
Valor
Se faz. A agave pode fornecer, ""além de outros .Subprodutos, forragem bastante; rica em proteínas.
:í
124
UUiJtifXX) iScONÔMiUU
Babaçu
babaçuais goianos o deslumbrou-se. Está
utilizará coque de babaçu (há bom rainório de ferro às margens do Tocantins),
quase totalidade.
Muito há a reali-
e de uma fábrica de celulose e papel
tora lemamente. Parece ler-se, por fim, descoberto urna máquina que quebra
do babaçu, papel muito forte. As ex periências foram realizadas na França.
m o coquilho, a do enge
nheiro Maximino Contreras, atualmente residente em Cahs margens do Itapicuru
O engenlieiro Antônio Vivacqua conti nua com
seu.s trabalhos
dc.stííação do coquilho, para a
obtenção de petróleo, coque siderúrgico c vários subprodu tos de valor. O babaçu, en fim, ainda procura os seus
A produção inicial é de
melhores rumos. Quando o seu aproveitamento for inte
tmbaJiam dez de suas máqui-
iel ™
«"nestí-
de A^r
'^.^^Putado João
habaçuSoT^^'"'^'^"
oooperatíva de
anadense percorreu os
gral dará ao Brasil, anualmen te, muitos bilhões de cruzeiros. Vejamos como se distribuiu a colheita do 1948, que é apenas uma ridícula fra ção dá produção:
1.100 148.722 62.802.510 17.031.000 1.005.230 36.350 131.880 5.857 1.643.404
Piauí ....[ Ceará
ValOf
(Cr$)
(ks)
Maranhão
....
Bahia
Minas Gerais Mato Grosso Goiás ....
toda a bcrraclia é silvestre. Os traba
lhos experimentais e de fomento do Ins tituto A'^ronômico do Norte, com sede
1.100
520.527
195.994.959 47.686.800 2.594.900 141.950
410.410
^
12.800-
maiores produtore.s de coquilhos de Lfaaçu :
Miguel Alves (Piauí) ..
Bacabal (Maranhão) .. Municípios
Coroatá (Maranhão)
Caxias (Maranhão) .
Barras (Piauí)
Quantidades
duzirão 8 mil toneladas, anualmente. Vejamos como se distribuiu a pro dução de 1948: Quantidades ÍH)
Estados e Territórios
Acre Amazonas
Hio Branco Pará
Amapá Maranhão
Piauí
35.869 516.755 4.660
27.605.709
321.727.284
39.600
Ceará
72.000 1.334
Rio Grande do Norte •• •
5.1Ü0 225.382
Bahia Minas Gerais
Maio Grosso Goiás brasil
São os seguintes os municípios que mais produzem borracha : Produção em
quilogwmas
252.276.358 5.587.437 5.300.000 3.672.000 3.500.000 3.396.760 2.600.000
(I^g)
Codó (Maranhão) .... Pinheiro (Maranhão) .,
6.110.764 5.849.850
Colinas (Maranhão) ...
2.478.000
Chapãdínha (Maranhão)
2.327.000
Rio Branco (Acre) ... Porto Velho (Guaporó) Sena Madureira (Acre) Xapuri (Acre) Cruzeiro do Sul (Acre)
2.517.699 2.283.325 1.647.147
Guajará-Mirim (Guaporó
1.097.176
Lábrea (Amazonas) . Brasiléla (Acre) Tarauacá (Acre) .... Feijó (Acre)
1.433.100 1.262.221
999.235
937.935 825.430 756.221
Valor
(Cr§) 45.085.116 118.902.024 73.991.591 1.030.903 65.527.651 4.212.597 4.505 1.939.600 372.460 413.000 6.003 54.450 2.796.413 238.321 7.120.205 32.440
3.380.501 9.380.051 6.027.303 72.824 7.160.816 400.653 317 282.544
Guaporó
4.912.912
Vejamos quais são os dez municípios Pedreira (Maranhão) ..
ve, só as suas próprias plantações pro
O
BRASIL
82.806.033
Tapajós, estão dando novos rumos à nossa produção de borracha. Em bre
Alagoas
Quantidades
Pará
des de nossa indústria. Por ora, quase
Paraiba
Estado^j
Amazonas
A nossa produção do borracha 6 pe
quena e se está tornando insuficiente para as grandes e crescentes necessida
de
moderna fábrica de óleo. Nela
maranhense, onde instalou uma
em Belém, e grandes plantações em Beltorra e Fordlàndia, às margens do
Borracho
cogitando de uma usina siderúrgica que
Possuímos uns cinco bilhões dc pal meiras babaçu e uma tremenda produ ção de coquilhos, que se perdem em sua ^r. neste setor. Algo temos feito, em-
1B6
Dioesto Econômico
Os sete municípios do Acre e os dois do Guaporó estão incluídos entre os dez
maiores produtores de borracha. San-
taróm será o maior produtor quando os seringais de plantação de Belterra è
Furdlândia
estiverem em plena pro
dução. Céra de carnaúba
A produção de cêra de carnaúba, em 1948, assim s» distribuiu:
124
UUiJtifXX) iScONÔMiUU
Babaçu
babaçuais goianos o deslumbrou-se. Está
utilizará coque de babaçu (há bom rainório de ferro às margens do Tocantins),
quase totalidade.
Muito há a reali-
e de uma fábrica de celulose e papel
tora lemamente. Parece ler-se, por fim, descoberto urna máquina que quebra
do babaçu, papel muito forte. As ex periências foram realizadas na França.
m o coquilho, a do enge
nheiro Maximino Contreras, atualmente residente em Cahs margens do Itapicuru
O engenlieiro Antônio Vivacqua conti nua com
seu.s trabalhos
dc.stííação do coquilho, para a
obtenção de petróleo, coque siderúrgico c vários subprodu tos de valor. O babaçu, en fim, ainda procura os seus
A produção inicial é de
melhores rumos. Quando o seu aproveitamento for inte
tmbaJiam dez de suas máqui-
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'^.^^Putado João
habaçuSoT^^'"'^'^"
oooperatíva de
anadense percorreu os
gral dará ao Brasil, anualmen te, muitos bilhões de cruzeiros. Vejamos como se distribuiu a colheita do 1948, que é apenas uma ridícula fra ção dá produção:
1.100 148.722 62.802.510 17.031.000 1.005.230 36.350 131.880 5.857 1.643.404
Piauí ....[ Ceará
ValOf
(Cr$)
(ks)
Maranhão
....
Bahia
Minas Gerais Mato Grosso Goiás ....
toda a bcrraclia é silvestre. Os traba
lhos experimentais e de fomento do Ins tituto A'^ronômico do Norte, com sede
1.100
520.527
195.994.959 47.686.800 2.594.900 141.950
410.410
^
12.800-
maiores produtore.s de coquilhos de Lfaaçu :
Miguel Alves (Piauí) ..
Bacabal (Maranhão) .. Municípios
Coroatá (Maranhão)
Caxias (Maranhão) .
Barras (Piauí)
Quantidades
duzirão 8 mil toneladas, anualmente. Vejamos como se distribuiu a pro dução de 1948: Quantidades ÍH)
Estados e Territórios
Acre Amazonas
Hio Branco Pará
Amapá Maranhão
Piauí
35.869 516.755 4.660
27.605.709
321.727.284
39.600
Ceará
72.000 1.334
Rio Grande do Norte •• •
5.1Ü0 225.382
Bahia Minas Gerais
Maio Grosso Goiás brasil
São os seguintes os municípios que mais produzem borracha : Produção em
quilogwmas
252.276.358 5.587.437 5.300.000 3.672.000 3.500.000 3.396.760 2.600.000
(I^g)
Codó (Maranhão) .... Pinheiro (Maranhão) .,
6.110.764 5.849.850
Colinas (Maranhão) ...
2.478.000
Chapãdínha (Maranhão)
2.327.000
Rio Branco (Acre) ... Porto Velho (Guaporó) Sena Madureira (Acre) Xapuri (Acre) Cruzeiro do Sul (Acre)
2.517.699 2.283.325 1.647.147
Guajará-Mirim (Guaporó
1.097.176
Lábrea (Amazonas) . Brasiléla (Acre) Tarauacá (Acre) .... Feijó (Acre)
1.433.100 1.262.221
999.235
937.935 825.430 756.221
Valor
(Cr§) 45.085.116 118.902.024 73.991.591 1.030.903 65.527.651 4.212.597 4.505 1.939.600 372.460 413.000 6.003 54.450 2.796.413 238.321 7.120.205 32.440
3.380.501 9.380.051 6.027.303 72.824 7.160.816 400.653 317 282.544
Guaporó
4.912.912
Vejamos quais são os dez municípios Pedreira (Maranhão) ..
ve, só as suas próprias plantações pro
O
BRASIL
82.806.033
Tapajós, estão dando novos rumos à nossa produção de borracha. Em bre
Alagoas
Quantidades
Pará
des de nossa indústria. Por ora, quase
Paraiba
Estado^j
Amazonas
A nossa produção do borracha 6 pe
quena e se está tornando insuficiente para as grandes e crescentes necessida
de
moderna fábrica de óleo. Nela
maranhense, onde instalou uma
em Belém, e grandes plantações em Beltorra e Fordlàndia, às margens do
Borracho
cogitando de uma usina siderúrgica que
Possuímos uns cinco bilhões dc pal meiras babaçu e uma tremenda produ ção de coquilhos, que se perdem em sua ^r. neste setor. Algo temos feito, em-
1B6
Dioesto Econômico
Os sete municípios do Acre e os dois do Guaporó estão incluídos entre os dez
maiores produtores de borracha. San-
taróm será o maior produtor quando os seringais de plantação de Belterra è
Furdlândia
estiverem em plena pro
dução. Céra de carnaúba
A produção de cêra de carnaúba, em 1948, assim s» distribuiu:
I2Ô
Qiianiuíadrs
^ 539.7fj1
i -/.SyÍ353
5.755.838
Rm rr TV*;;
3.483.931
09.563.906
Paraíba
1.315.331
25.233.aS7
** *
^
"5J®
227.713
4.371.973
11.369.804
210.811.477
brasil
^ ■■■
ik-' de n ^'^nelada.s, mi- , xt" • ^ • estuclack), • i i cm 194o m.- coIhoes cruzeiro.s; no emvalor 1946dea 325 n fiqá valendo 487 milhões ' ' "icmos a maior .safra clc mate: 72.941 Estão sendo feita/frr .^ 1 i Icmcluda.s, no valor clc 77 milhões clc
carnauSras' i"eipa mente plantações cruzciro.s. Ceará. no Vcjamo.s
a cli.stril)iii<,ão cia safra cie
1948;
São Paulo . Paraná Santa Catarina" Bio Grande do Sul Mato Oro.sso
c- \í
í':'
favor do espírito público o da compe tência técnica de muitos políticos da
época.
Raramente terão feito outros,
depois, exame tão atento e minvidente das necessidades do País e da situaçao
de nossas finanças. Se o descalabro des tas - a liquidação do Banco do Brasil
deputados de 1830 tíveram primacial-
11.353.000
19.850 100
desfêcho do Primeiro Reinado. Com
65.771.725
105.286.346
(Santa Catarina)
Itaiopohs (Pnran,\) .,
'
.
Ha apenas um município que produz guarana; Maues, no Amazonas.
•
a .
primir de.spesas constituiu implacável propósito desses legisladores e bá que louvá-los, sem dúvida, porque, é tarefa
ta, num confronto, \'antagcns substan
ciais. É preciso não esquecer os seus por vêzes niinosos empréstimos e as suas desvaloriza(,õcs.
Praticamente, o Pri
meiro Reinado decorreu em regimem dc caos orçamentário, em boa parte explicáx el, de um lado pelas circunstancias
políticas e sociais do momento, e de ou tro pelo laborio,so e difícil ajustamento da máquina administrativa exVtente às no\'as condições resultantes do fato da
emancipação nacional sob a feição de nm Império unitário. Na lei primeiro elaborada para disci
plinar a \ida financeira do Império — exercício de 1831-1832 — figurava uma rtccitu dc 15.000:000$000 para uma
despesa de 12.836;8261jS00. .áo fim do exercício, tendo sido arrecadada a im
ordinário, sopitando seus mais naturais
lO.láj.OOO 6 600 ono
impulsos. E os cortes atingiram em cheio as verbas dos mini.stcrios mili
rou o balanço com um saldo de pouco
S.'SS0.S30
3.273.165 3 OIO 4P,g
'o Bnn nnn
í.lso.-ooo m
ram elidir uma das causas do prematuro
substituídas pela jxilítica de exqjedientes e golpes, a fase imperial não apresen
portância de 1.000:000$000 além da re ceita prexista, c despendida a mais a de
l'finn'5no
Rio Negro (Paraná) ..í
mente em mira os interesses gerais da Nação, e de qualquer maneira procura
solução dos problemas mais sérios sem pre adiada, as reformas de estrutura
a que, deputados só se entregam, de
rldg'^"
Sao João do Triunfo (Paraná) ...
Pedro I. bem se pode dizer que os
dem crônica das finanças públicas, a
Quantidades
2;21i;.500 2 0(3(5 S)
Teixeira Soares (Paraná Guaraná
concorreu para o malogro político de
190.000 22.074.647 12.176.811 19.377.267
pradentópoiis (Paraná) Venancjo A.res R,o Grande do Sul)
•
são no Parlamento depõe realmente a
(CrÇ) 008.000 27.537.717 14.994.258* 42.292 271
EÍechim n Grande do Sul) ... do, Sul) .... Lretliim (II,,,
tt'
talidade dos serviços públicos e o con
junto das províncias brasileiras, foi para o exercício de 1831-1832. Sua discus
Valor
,
-
pelas Câmaras, abrangendo a to
Qiutnlidddes
.
Cona, município.s maiores produtores, temos ; I'
AmiiMEinA Itíi de orçamento votada
foi dos sintomas mais sérios — muito
Estados
BRASIL
Otánio Tajxquínio de Sousa
101.797.064
Bahia
12^583^
Finanças imperiais ^
Valor
Ce".'. Pernambuco"!!!!!
.
I ^^
niOKSIO Dconómico
^ i ,
quinciuenio estudado, a maior pro-
dução verificou-se em 1945, 135.381 quilos, no valor de Cr$ 3.128.596.
tares.
1.200:OOOSOOO, ainda assim se encer
mais de 2.000:000§000. Resultado de
veras animador, que poderia suscitar
Dos tímidos en.saios de regularização financeira tentados desde os dias da In
fundado otimismo, contra o qual adver
dependência, com a administração escrupulosa de Martim Francisco, houve ra progresso bem acentuado. Mas é pre
celos, então Ministro da Fazenda: tal
tiu sem demora Bernardo de Vascon
saldo seria antes fictício, originando-se
ciso fugir ao pendor em voga, em certos
sobretudo dc movimentos de fundos.
meios, de cndeusamento excessivo do passado. Se o período republicano, anle.s o depois de 1930. com raras exceções, Icm-se caracterizado por niúa desor
política financeira de contensão de gas tos, à busca sempre do equilíbrio' orçanu'nlário, embora recorrendo a emprús-
Mas a Regência procurou seguir uma
,,f||
-
I2Ô
Qiianiuíadrs
^ 539.7fj1
i -/.SyÍ353
5.755.838
Rm rr TV*;;
3.483.931
09.563.906
Paraíba
1.315.331
25.233.aS7
** *
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"5J®
227.713
4.371.973
11.369.804
210.811.477
brasil
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carnauSras' i"eipa mente plantações cruzciro.s. Ceará. no Vcjamo.s
a cli.stril)iii<,ão cia safra cie
1948;
São Paulo . Paraná Santa Catarina" Bio Grande do Sul Mato Oro.sso
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época.
Raramente terão feito outros,
depois, exame tão atento e minvidente das necessidades do País e da situaçao
de nossas finanças. Se o descalabro des tas - a liquidação do Banco do Brasil
deputados de 1830 tíveram primacial-
11.353.000
19.850 100
desfêcho do Primeiro Reinado. Com
65.771.725
105.286.346
(Santa Catarina)
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ta, num confronto, \'antagcns substan
ciais. É preciso não esquecer os seus por vêzes niinosos empréstimos e as suas desvaloriza(,õcs.
Praticamente, o Pri
meiro Reinado decorreu em regimem dc caos orçamentário, em boa parte explicáx el, de um lado pelas circunstancias
políticas e sociais do momento, e de ou tro pelo laborio,so e difícil ajustamento da máquina administrativa exVtente às no\'as condições resultantes do fato da
emancipação nacional sob a feição de nm Império unitário. Na lei primeiro elaborada para disci
plinar a \ida financeira do Império — exercício de 1831-1832 — figurava uma rtccitu dc 15.000:000$000 para uma
despesa de 12.836;8261jS00. .áo fim do exercício, tendo sido arrecadada a im
ordinário, sopitando seus mais naturais
lO.láj.OOO 6 600 ono
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S.'SS0.S30
3.273.165 3 OIO 4P,g
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í.lso.-ooo m
ram elidir uma das causas do prematuro
substituídas pela jxilítica de exqjedientes e golpes, a fase imperial não apresen
portância de 1.000:000$000 além da re ceita prexista, c despendida a mais a de
l'finn'5no
Rio Negro (Paraná) ..í
mente em mira os interesses gerais da Nação, e de qualquer maneira procura
solução dos problemas mais sérios sem pre adiada, as reformas de estrutura
a que, deputados só se entregam, de
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Sao João do Triunfo (Paraná) ...
Pedro I. bem se pode dizer que os
dem crônica das finanças públicas, a
Quantidades
2;21i;.500 2 0(3(5 S)
Teixeira Soares (Paraná Guaraná
concorreu para o malogro político de
190.000 22.074.647 12.176.811 19.377.267
pradentópoiis (Paraná) Venancjo A.res R,o Grande do Sul)
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são no Parlamento depõe realmente a
(CrÇ) 008.000 27.537.717 14.994.258* 42.292 271
EÍechim n Grande do Sul) ... do, Sul) .... Lretliim (II,,,
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junto das províncias brasileiras, foi para o exercício de 1831-1832. Sua discus
Valor
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Qiutnlidddes
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Cona, município.s maiores produtores, temos ; I'
AmiiMEinA Itíi de orçamento votada
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Estados
BRASIL
Otánio Tajxquínio de Sousa
101.797.064
Bahia
12^583^
Finanças imperiais ^
Valor
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tares.
1.200:OOOSOOO, ainda assim se encer
mais de 2.000:000§000. Resultado de
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fundado otimismo, contra o qual adver
dependência, com a administração escrupulosa de Martim Francisco, houve ra progresso bem acentuado. Mas é pre
celos, então Ministro da Fazenda: tal
tiu sem demora Bernardo de Vascon
saldo seria antes fictício, originando-se
ciso fugir ao pendor em voga, em certos
sobretudo dc movimentos de fundos.
meios, de cndeusamento excessivo do passado. Se o período republicano, anle.s o depois de 1930. com raras exceções, Icm-se caracterizado por niúa desor
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Mas a Regência procurou seguir uma
,,f||
-
128 DiCB5TO
85.072-421S134 p
receita montou a
12.300:e45$266. De 1835 ''VqÍo'' «ceita chegou a 72.202 7345l4 " despe-a a 90.388;865S25q n j ^ déficit de 18.186:131.$100' ^0^ dívida púb'icT d
e profissões.
obrígar-se-ia a fornecer aos agricultores "mudas de amoreiras e o sirgo para
com as duas Faculdades de Direito de
criação do bombix", a estabelecer fábri
nba então a admÍ7ii.stracáo Brasil. Um grande deslize,
São Paulo e Recife, ao passo que soma
cas de desdobrar casulos, a fundar uma
três vêzes maior se fazia necessária para
escola teórica e prática sôbre cultivo da
as Faculdades de Medicina do Rio e
Jo rnntb
ria de lei de meios, de que tanto padece
, receita ex-
rizações corporificadas sob o rótulo dç
^ títulos da
"Disposições Gerais", Aí .se acotovela-
--e
pravc". de ordem geral, como a emissão de títulos do Tesouro, a revisão de tari
3o.ooo4o$Ma'^'^
ds^S^bub das derradeirasa"' leT
Elaborado onm mais apurada técni
Pdo Parlamento do Impédo meros 3.396 e 3.397, de 24 de
T"''"' """
bro de 1888, de receita e d
concessão do servico.s públicos, a isenção
de díreito.s, a equiparação de vencimentos de funcionários, até os de mera competência burocrática on de elemen
tar moralidade adniini.sfrativa, como q
proibição de passagens gratuitas em transportes de emprésas sob regimem de concessão.
final, na cífn do n T
No confronto'com os tota s doo"
^tio
to do corrente
O orçamento da receita para 1889 dá notícia de numerosos proíetos e inicia tivas em cogitação no momento. Havia,
ce murto pouco, „ma importdnch rhp" cola, que espelharia o grau de itr' r
por exemplo, um plano de mrlhoramen-
Brasil de então. Cumnre e
Freitas, sob a direção do engenheiro
ter cautela nas afirraaçdcs'mnitr en"f?: ticaselnta,srnaterias. Em 1889. a m ndade cambial era de 27 dinheircs nór mrl-réis, o qoe corresnontlia a uma librr esterlina ouro de 8$333. E o Cíimbio es tava ao par. Uma libra-ouro hoje anda pelas alturas dos 400 cruzeiros.
Os legisladores do Império faziam a previsão da totalidade da receita a ar recadar durante o exercício, mas não desciam à estünativa de cada título ou
para o bairro da Lagoa Rodrigo de nev}', e outorgava-se privilégio para a con.strução, uso e gôzo de uma linha
férrea suspensa entre o centro da cidade e aquele bairro. Também se pensava-
íl
Bahia; o colégio de Pedro 11, intemato e extemato, consumia 569:669$000. mas
é preciso notar que nessa verba se in cluía a quantia de 200:GOO$000 para compra do prédio do intemato; a escola de Minas de Ouro Preto figurava com
neur, tout honneur: a primeira rubrica
^ 1i
S79:850$000; quase 250 contos de réis
ca financeira do que o da receita foi
perador, com 800:000$000. seguindo-se
82:800$000, quase tanto como a Aca demia Imperial de Belas-Artes
as da Imperatriz, com 96:000$000, da Princesa Imperial D. Isabel, com ....
87:550$000. Para mostrar como a rida encareceu e a moeda se desvalorizou,
150;000$000 etc., num total de
bastaria dizer que a verba destinada à
era referente à dotação de S. M. o Im
li
a Importância total de
o orçamento da despesa para o exercí
cio crepuscular do Império. A tout scig-
vam os mais variados assuntos, desde os
fai. a reforma de leis e rrgulamentos, a
A emprèsa concessionária
amorcira e criação do bicho-da-sêda.
a primeira Bepéblíca — a canela orça. mcntáría — foi herança da monarquic.
de um apêndice de trinta e cinco auto. -
L2e
Econômico
rubrica. Já quanto à despesa» haxii t
""O
1830 a im fo'i
Digesto
discriminação do quan^ilali^•o dcst.nnjo a cada ser\'iço on obra, tudo dístrihutío pelos sete ministérios cíe que
O .Orçamento tia receita para ISSQ, no» tàvcimente rabi'ongo, se enconipridavc
esquecer norím ^
traordinária da
g^COKÓSt
1.100:000$000.
Quantia fabulosa, dtr-
Academia de Belas-Artes não daria para
se-á. Já teriam razão, pois, os pasquineiros do Primeiro Reinado quando, re
pagar, pelo padrão de hoje, um único professor catedrático, e a verba do ex
ferindo-se ao monarca, muitas vêzes o
temato de Pedro II não chegaria para
tratavam de nosso caro imperador, gri
dois. Considerações análogas poderiam ser feitas a propósito, da
fado
maliciosamente
adjetivo.
o
Mas a justiça
remuneração da magistra
impõe que se diga, em abono de Pedro 11, que a
tura, Parlamento, fôrças armadas e funcionalismo.
cional a tôdas as verbas
Ao Supremo Tribunal de Justiça era atribuída uma dotação total de .;....
orçamentárias
179:652$000; hoje, um
sua dotação constituí sem
pre verdadeiro crédito adi relativas
à
único ministro do Supre
instrução, belas-artes, so-
CKJrro-.
púbhcos
etc.
O
mo Tribunal Federal re
"bolsínho" de tão precocemente velho
cebe anualmente 288;000$000.
imperador foi antes uma bolsa de quase pródig», aberta constantemente para
Aos Ministérios de Império e Justiça, quo superintendiam serriços hoje afetos
proteger
aos da Educação e Justiça, correspon
artistas,
amparar
iniciativas
em criar no Bra-il, em la-ga escala, a produção e a manufatura da seda. Para isso ficava o Governo autorizado a con ceder muitos favores e facilidades; isen
certo ü que, ao cabo do seu longo rei
rinTia;' de 1I.313:619$I25; ao da Agri
nado, o monarca estava em difíceis con
ção de direitos para q material destina
dições de fortuna e foi para o exílio
cultura, de 46.873:576$6S6; ao da Fa zenda, de 62.193:399$727; e ao dos
do. às fábricas, isenção por dez anos sébre a importação de seda crua, isen ção de impostos predial e de indústria
privada", prover à deficiência de servi ços públicos, socorrer necessitados. E o
morar em hotéis bastante modestos.
Defendia o Estado com a Igreja, qtie
era
oficial, no
ano
de
1889,
diam dotações totais de 9.22S;321$097 e 7.680:6I2$323; ao Ministério da Ma-
Negócios Estrangeiros, de 771:706$663. Como ainda hoje, o Ministério da Fa zenda era o que mais avultava na des-
128 DiCB5TO
85.072-421S134 p
receita montou a
12.300:e45$266. De 1835 ''VqÍo'' «ceita chegou a 72.202 7345l4 " despe-a a 90.388;865S25q n j ^ déficit de 18.186:131.$100' ^0^ dívida púb'icT d
e profissões.
obrígar-se-ia a fornecer aos agricultores "mudas de amoreiras e o sirgo para
com as duas Faculdades de Direito de
criação do bombix", a estabelecer fábri
nba então a admÍ7ii.stracáo Brasil. Um grande deslize,
São Paulo e Recife, ao passo que soma
cas de desdobrar casulos, a fundar uma
três vêzes maior se fazia necessária para
escola teórica e prática sôbre cultivo da
as Faculdades de Medicina do Rio e
Jo rnntb
ria de lei de meios, de que tanto padece
, receita ex-
rizações corporificadas sob o rótulo dç
^ títulos da
"Disposições Gerais", Aí .se acotovela-
--e
pravc". de ordem geral, como a emissão de títulos do Tesouro, a revisão de tari
3o.ooo4o$Ma'^'^
ds^S^bub das derradeirasa"' leT
Elaborado onm mais apurada técni
Pdo Parlamento do Impédo meros 3.396 e 3.397, de 24 de
T"''"' """
bro de 1888, de receita e d
concessão do servico.s públicos, a isenção
de díreito.s, a equiparação de vencimentos de funcionários, até os de mera competência burocrática on de elemen
tar moralidade adniini.sfrativa, como q
proibição de passagens gratuitas em transportes de emprésas sob regimem de concessão.
final, na cífn do n T
No confronto'com os tota s doo"
^tio
to do corrente
O orçamento da receita para 1889 dá notícia de numerosos proíetos e inicia tivas em cogitação no momento. Havia,
ce murto pouco, „ma importdnch rhp" cola, que espelharia o grau de itr' r
por exemplo, um plano de mrlhoramen-
Brasil de então. Cumnre e
Freitas, sob a direção do engenheiro
ter cautela nas afirraaçdcs'mnitr en"f?: ticaselnta,srnaterias. Em 1889. a m ndade cambial era de 27 dinheircs nór mrl-réis, o qoe corresnontlia a uma librr esterlina ouro de 8$333. E o Cíimbio es tava ao par. Uma libra-ouro hoje anda pelas alturas dos 400 cruzeiros.
Os legisladores do Império faziam a previsão da totalidade da receita a ar recadar durante o exercício, mas não desciam à estünativa de cada título ou
para o bairro da Lagoa Rodrigo de nev}', e outorgava-se privilégio para a con.strução, uso e gôzo de uma linha
férrea suspensa entre o centro da cidade e aquele bairro. Também se pensava-
íl
Bahia; o colégio de Pedro 11, intemato e extemato, consumia 569:669$000. mas
é preciso notar que nessa verba se in cluía a quantia de 200:GOO$000 para compra do prédio do intemato; a escola de Minas de Ouro Preto figurava com
neur, tout honneur: a primeira rubrica
^ 1i
S79:850$000; quase 250 contos de réis
ca financeira do que o da receita foi
perador, com 800:000$000. seguindo-se
82:800$000, quase tanto como a Aca demia Imperial de Belas-Artes
as da Imperatriz, com 96:000$000, da Princesa Imperial D. Isabel, com ....
87:550$000. Para mostrar como a rida encareceu e a moeda se desvalorizou,
150;000$000 etc., num total de
bastaria dizer que a verba destinada à
era referente à dotação de S. M. o Im
li
a Importância total de
o orçamento da despesa para o exercí
cio crepuscular do Império. A tout scig-
vam os mais variados assuntos, desde os
fai. a reforma de leis e rrgulamentos, a
A emprèsa concessionária
amorcira e criação do bicho-da-sêda.
a primeira Bepéblíca — a canela orça. mcntáría — foi herança da monarquic.
de um apêndice de trinta e cinco auto. -
L2e
Econômico
rubrica. Já quanto à despesa» haxii t
""O
1830 a im fo'i
Digesto
discriminação do quan^ilali^•o dcst.nnjo a cada ser\'iço on obra, tudo dístrihutío pelos sete ministérios cíe que
O .Orçamento tia receita para ISSQ, no» tàvcimente rabi'ongo, se enconipridavc
esquecer norím ^
traordinária da
g^COKÓSt
1.100:000$000.
Quantia fabulosa, dtr-
Academia de Belas-Artes não daria para
se-á. Já teriam razão, pois, os pasquineiros do Primeiro Reinado quando, re
pagar, pelo padrão de hoje, um único professor catedrático, e a verba do ex
ferindo-se ao monarca, muitas vêzes o
temato de Pedro II não chegaria para
tratavam de nosso caro imperador, gri
dois. Considerações análogas poderiam ser feitas a propósito, da
fado
maliciosamente
adjetivo.
o
Mas a justiça
remuneração da magistra
impõe que se diga, em abono de Pedro 11, que a
tura, Parlamento, fôrças armadas e funcionalismo.
cional a tôdas as verbas
Ao Supremo Tribunal de Justiça era atribuída uma dotação total de .;....
orçamentárias
179:652$000; hoje, um
sua dotação constituí sem
pre verdadeiro crédito adi relativas
à
único ministro do Supre
instrução, belas-artes, so-
CKJrro-.
púbhcos
etc.
O
mo Tribunal Federal re
"bolsínho" de tão precocemente velho
cebe anualmente 288;000$000.
imperador foi antes uma bolsa de quase pródig», aberta constantemente para
Aos Ministérios de Império e Justiça, quo superintendiam serriços hoje afetos
proteger
aos da Educação e Justiça, correspon
artistas,
amparar
iniciativas
em criar no Bra-il, em la-ga escala, a produção e a manufatura da seda. Para isso ficava o Governo autorizado a con ceder muitos favores e facilidades; isen
certo ü que, ao cabo do seu longo rei
rinTia;' de 1I.313:619$I25; ao da Agri
nado, o monarca estava em difíceis con
ção de direitos para q material destina
dições de fortuna e foi para o exílio
cultura, de 46.873:576$6S6; ao da Fa zenda, de 62.193:399$727; e ao dos
do. às fábricas, isenção por dez anos sébre a importação de seda crua, isen ção de impostos predial e de indústria
privada", prover à deficiência de servi ços públicos, socorrer necessitados. E o
morar em hotéis bastante modestos.
Defendia o Estado com a Igreja, qtie
era
oficial, no
ano
de
1889,
diam dotações totais de 9.22S;321$097 e 7.680:6I2$323; ao Ministério da Ma-
Negócios Estrangeiros, de 771:706$663. Como ainda hoje, o Ministério da Fa zenda era o que mais avultava na des-
Digesto Econômico
130
pesa. Explica-se isso pelo serviço de juros e amortização de empréstimos c.k-
meno.s .sete outras dispunham de dota ção orçamentária; numerosos eram os
B
A pos'se e o posseiro no Brasil
temos e internos: mais de dois terços das dotações tinham esse destino. De
ramais e prolonganu-ntos previstos em vária.s províncias — Sergipe, Pernambu
pois da Fazenda, vinha a Agric»ilt»ir:i — quase quarenta e sete mil c-ontos. Não
co, Paraíba. Alagoas. Mi„as Cerai.s-, Ceará, Maranhão, Hio (Irande do Sul.
sb:.sxtAiUA não foi o iniico meio do
havia o que admirar: não era o Brasil
Paraná, Espírit<) .Santo. Ao mesmo tem
atjui.sição cie terras durante o perío
José Aixtiiuh Rios
"um país essencialmente agrícola"? Mas
po havia diversas providências quanto à
do colonial.
ocorre um esclarecimento: o ministério
navegação fhivial e o Governo ficava autorizado a contratar. cf)m o Barão de Jaccguai, um serviço de navegação a
cur.sos suficientes para obter e cultivar aquelas* grandes extensões de terra. O
não presidia apenas aos interesses
da
Agricultura, senão também aos do O»-
Nem todos possuíam re-
de tropeços.
senvolveu-se 6 tomou fòrça a idéia da
blicano.
dias finais do Impuriíj se pensava em
gastava com estradas de ferro, telégra
mente como forma de ocupação mais simples e direta. Não hesitamos em
assistência .social aos trabalhadores, o
fos, correios, esgotos, do que com ser
afirmar que sua importância social foi
Poder Legislativo autorizava a criação dc "uma caixa do socorros para o pes
Em verdade, muito mais se
A posse surgiu natural
se nove mil contos, e outro tanto ia cm
a amparar os empregados, em caso do
garantias de juros a estradas contrata
enfermidades o invalidcz, e as suas fa
maior c^ue a da sesmaria jx^rque cons tituiu o verdadeiro gennem da pequena propriedade em nosso país. O posseiro foi o lavrador humilde que não podia talhar para si, na vastidão das terras dc.socupadas, um grande domínio. A
mílias, em caso de morte.
viços e empreendimentos agrícolas. Só a estrada de ferro D. Pedro II, atual
mente Central do Brasil,' absorvia qua das.
Muito se tem falado numa espécie de estagnação caracterí.stíca do Brasil im
perial., O orçamento de 1889, através
de suas rubricas e autorizações, não confirma tal juízo. Ao contrário, como que se percebe um frêmito de vicia e
renovação. Além das estradas de ferro
feitas em regimem de concessão, pelo--
soal de cada uma das estradas de ferro do Estado".
Deslinavain-se as caixas
Estado. Passou êste, porém, a garan
jíroccsso da sesmaria era moroso c cheio
Ministério da Viação do período repu
Dèle saiu o
cru uma verdadeinx po.sse tolerada pelo
ti-la, desde que, u partir da Lei das 12 Tábuas e da criação do Consulado, de
vapor entre o Brasil e ;» Enropa. Par último, como prova de (j„e já naqueles
mércio e Obras Públicas.
ao qual não se estendia a noção jurídi ca de propriedade e onde a ocupação
propriedade individual do solo.
O Desembargador Vieira Ferreira achava que as posses em nossixs terras de\*iam assemelhar-se às po.-^sessiones no agcr publicus por particulares e os nos sos posseiros deviam parecer-se aos possessores das leis agrárias. Não é preciso, todavia, remontar a Roma para encontrar os precedentes da posse, tal
Bem feitas
posso seria, assim, na e.xpressão de Rui
como aparece no direito territorial bra
as contas, não houve com a República
Cirno Lima, a represália do lavrador
transformações substanciais decorrentes
sem terra contra o latifundiário.
sileiro. O direito de fogo-morto na.s leis portuguesas permitia a posse de ca sais abandonados ou inaproveitados, sancionando-a pela utilização efetiva. Assim, parece que a noção de posse não foi
da substituição do regimem. Mudaram os tempo.s e n Brasil, sem diretrizes seguráS" e-nem sempre da melhor manei
O posseiro do Brasil tem raízes ilus
tres. A noção de posse representa uma
consagração do cx>stume, dos imperati-
introduzida no direito luso por influên
ra, acompanhou o ritmo dcj progresso material do mimdo. l'udo indica qiie
\os sociais, sobre o rígido foriTlalismo da lei. Uma vitória do direito costumei
cia romana,-mas que esta apenas veio
coin. o Império aconteceria o mesmo.
ro sobre o direito escrito. Assim silrgi-
entroncar-se no velho direito costumeiro.
ra em Roma, como lenta infiltração dos direitos individuais na esfera
rial monopolizada pelo Estado.
territo
Êste
outorgava aos particulares o domínio, por simples doação, ou por venda em lei
lão.
Havia, porém, terras dadas para
De fato, o direito do posseiro, já na Idade Média porhiguêsa, assentava so
bro o costume. Não chegou a Portugal coin João das Regras e os juristas for mados na Italia, em tempos de D. João I. Ja era p anta nativa, alimentada pelas
mera fruição, sem a transferência de po-
próprias condições da agricultura por
derés que o domínio implicava. Além disso, vastas regiões incultas cpie não tinham sido delimitadas e eram ocupa das mediante módica pensão por capita listas, passavam a ser arrendadas por
tuguesa, vindo a ser, como, mais tarde,
no Brasil, a forma que o agricultor po bre encontrou para escapar à opressão do latifúndio.
Contrapunha-se, dessa
O direito de fogo-morto, segundo Viterbo, é o que "assiste ao colono que.
forma, ao ager privatiis, o ager publicus.
havendo roteado a terra brava e inculta
seus ocupantes.
Digesto Econômico
130
pesa. Explica-se isso pelo serviço de juros e amortização de empréstimos c.k-
meno.s .sete outras dispunham de dota ção orçamentária; numerosos eram os
B
A pos'se e o posseiro no Brasil
temos e internos: mais de dois terços das dotações tinham esse destino. De
ramais e prolonganu-ntos previstos em vária.s províncias — Sergipe, Pernambu
pois da Fazenda, vinha a Agric»ilt»ir:i — quase quarenta e sete mil c-ontos. Não
co, Paraíba. Alagoas. Mi„as Cerai.s-, Ceará, Maranhão, Hio (Irande do Sul.
sb:.sxtAiUA não foi o iniico meio do
havia o que admirar: não era o Brasil
Paraná, Espírit<) .Santo. Ao mesmo tem
atjui.sição cie terras durante o perío
José Aixtiiuh Rios
"um país essencialmente agrícola"? Mas
po havia diversas providências quanto à
do colonial.
ocorre um esclarecimento: o ministério
navegação fhivial e o Governo ficava autorizado a contratar. cf)m o Barão de Jaccguai, um serviço de navegação a
cur.sos suficientes para obter e cultivar aquelas* grandes extensões de terra. O
não presidia apenas aos interesses
da
Agricultura, senão também aos do O»-
Nem todos possuíam re-
de tropeços.
senvolveu-se 6 tomou fòrça a idéia da
blicano.
dias finais do Impuriíj se pensava em
gastava com estradas de ferro, telégra
mente como forma de ocupação mais simples e direta. Não hesitamos em
assistência .social aos trabalhadores, o
fos, correios, esgotos, do que com ser
afirmar que sua importância social foi
Poder Legislativo autorizava a criação dc "uma caixa do socorros para o pes
Em verdade, muito mais se
A posse surgiu natural
se nove mil contos, e outro tanto ia cm
a amparar os empregados, em caso do
garantias de juros a estradas contrata
enfermidades o invalidcz, e as suas fa
maior c^ue a da sesmaria jx^rque cons tituiu o verdadeiro gennem da pequena propriedade em nosso país. O posseiro foi o lavrador humilde que não podia talhar para si, na vastidão das terras dc.socupadas, um grande domínio. A
mílias, em caso de morte.
viços e empreendimentos agrícolas. Só a estrada de ferro D. Pedro II, atual
mente Central do Brasil,' absorvia qua das.
Muito se tem falado numa espécie de estagnação caracterí.stíca do Brasil im
perial., O orçamento de 1889, através
de suas rubricas e autorizações, não confirma tal juízo. Ao contrário, como que se percebe um frêmito de vicia e
renovação. Além das estradas de ferro
feitas em regimem de concessão, pelo--
soal de cada uma das estradas de ferro do Estado".
Deslinavain-se as caixas
Estado. Passou êste, porém, a garan
jíroccsso da sesmaria era moroso c cheio
Ministério da Viação do período repu
Dèle saiu o
cru uma verdadeinx po.sse tolerada pelo
ti-la, desde que, u partir da Lei das 12 Tábuas e da criação do Consulado, de
vapor entre o Brasil e ;» Enropa. Par último, como prova de (j„e já naqueles
mércio e Obras Públicas.
ao qual não se estendia a noção jurídi ca de propriedade e onde a ocupação
propriedade individual do solo.
O Desembargador Vieira Ferreira achava que as posses em nossixs terras de\*iam assemelhar-se às po.-^sessiones no agcr publicus por particulares e os nos sos posseiros deviam parecer-se aos possessores das leis agrárias. Não é preciso, todavia, remontar a Roma para encontrar os precedentes da posse, tal
Bem feitas
posso seria, assim, na e.xpressão de Rui
como aparece no direito territorial bra
as contas, não houve com a República
Cirno Lima, a represália do lavrador
transformações substanciais decorrentes
sem terra contra o latifundiário.
sileiro. O direito de fogo-morto na.s leis portuguesas permitia a posse de ca sais abandonados ou inaproveitados, sancionando-a pela utilização efetiva. Assim, parece que a noção de posse não foi
da substituição do regimem. Mudaram os tempo.s e n Brasil, sem diretrizes seguráS" e-nem sempre da melhor manei
O posseiro do Brasil tem raízes ilus
tres. A noção de posse representa uma
consagração do cx>stume, dos imperati-
introduzida no direito luso por influên
ra, acompanhou o ritmo dcj progresso material do mimdo. l'udo indica qiie
\os sociais, sobre o rígido foriTlalismo da lei. Uma vitória do direito costumei
cia romana,-mas que esta apenas veio
coin. o Império aconteceria o mesmo.
ro sobre o direito escrito. Assim silrgi-
entroncar-se no velho direito costumeiro.
ra em Roma, como lenta infiltração dos direitos individuais na esfera
rial monopolizada pelo Estado.
territo
Êste
outorgava aos particulares o domínio, por simples doação, ou por venda em lei
lão.
Havia, porém, terras dadas para
De fato, o direito do posseiro, já na Idade Média porhiguêsa, assentava so
bro o costume. Não chegou a Portugal coin João das Regras e os juristas for mados na Italia, em tempos de D. João I. Ja era p anta nativa, alimentada pelas
mera fruição, sem a transferência de po-
próprias condições da agricultura por
derés que o domínio implicava. Além disso, vastas regiões incultas cpie não tinham sido delimitadas e eram ocupa das mediante módica pensão por capita listas, passavam a ser arrendadas por
tuguesa, vindo a ser, como, mais tarde,
no Brasil, a forma que o agricultor po bre encontrou para escapar à opressão do latifúndio.
Contrapunha-se, dessa
O direito de fogo-morto, segundo Viterbo, é o que "assiste ao colono que.
forma, ao ager privatiis, o ager publicus.
havendo roteado a terra brava e inculta
seus ocupantes.
L>iusinx>
Lsa
ou que ae liavia tomado a mato, cor
tando e queimando os matagais, espi nhos e abrolhos, não pode ser expulso pelo direito senhorio daquelas herdades que com a sua indústria e despesas re
duziu a cultura e fêz rendosas".
A posse era, desse modo, a legitima
ção da propriedade pelo trabalho. Ao
lado da sesmaiia, que passara a repre sentar um meio privilegiado de ocupa ção da terra, era uma reivindicação do em comum contra os monopolistas, esta vez apoiada no costume e não na
ei. A incorporação do primeiro na segun a era, portanto, inevitável e prepacaminho a chamada Lei da Boa
agosto de 1769, que
^ costume desde que fôsse
filo 1^° ^
razão, isto é, ao espírito
rnic
contrário em
ti»,
el ^ f ritoHil^^^
c-onccssionário u carta de sesmaria. Não
terminava aí o processo, que dependia
133
de 1808, em Pôrto Alegre, por autor desconhecido. Dizia êle: "O abuso que há nesta Capitania, de lerem alguns
pírito cristão, a sorte do pequeno agri
de confirmação pelo rei. No tempo em
cultor no Brasil afigurou-re-lhe uma
que Saint Ililaire fazia estas observa
monstruosidade social: "Nada se equi para à injustiça c ã inépcia graças às quais foi até agora feita a distribuição
ções, por volta de 1822, as despesas
10, 12 o mais léguas de terra'', é preju-
para obtenção de uma seiinarla subiam
dicialíssimo não só a S. A. R., mas aos povos em geral, ao mesmo tempo que
das terras.
É evidente qtie, sobretudo
onde não existe nobrc/^i, é do intcrcrse
do Estado que haja nas fortunas a me nor desigualdade possível.
No Brasil,
nada haveria mais fácil do que enrique cer grande quantidade de famílias". Ao contrário do que se podia esperar, o latifúndio já começava nos arredores do Rio de Janeiro. A vinda de D. João para o Brasil não alterara a situação. Seus apaniguados souberam aproveitarse do regímem vigente para obter gran des extensões de terras. O próprio
a 100 mil réis, o qiie excluía da proprie
dade da terra grande número de pessoas aptas a rotcá-la.
A precaricclado das medições feitas
por homens cujos cunliecimenlos de geo metria não deviam .ser muito profundos ora outra brecha por onde fc infiltrava o posseiro, gerando intermináveis lití
gios. "Os pobres que não podem ter títulos — conta ainda Saint Hilaire,
moradores tomado 3, 4 sesmarias, com
há famílias que não possuem um palmo e tudo isto com fal:os enganos (sic) fei tos a S. A. R. e aos seus Delegados^ um homem que tinha a proteção do Go verno tirava uma se.smaria em seu no me, outra em nome do filho mais ve
lho, outras em nome da filha e do fillw que ainda estavam no berço e deste modo há Casa de quatro e mais ses
.dnndo-nos o
marias"...
primeiro fla grante do
Oliveira Viana cita
nosso possei
e se revestisse de uma an
excedesse de cem anos.
o depoimen to de um Go vernador da
Fernandes c Manoel Jacinto como os
lecem-se nos
®ssa forma, favorecia a
principais beneficiados na concessão de
terrenos que
pcsse no nosso direito ter-
sesmaríus que mediam léguas e léguas. Isso se passava nas vizinhanças da ca
sabem não ter
dono.
Plan
do Sul, Paulo
concorriam a acele-
pital, ferindo disposições expressas em cartas régias. Imagine-se o que não
tam,
cons
tróem peque-
da Gama, que
método
seria nas extensões desertas do interior.
casas,
da propriedade. No defeitos
O processo de obtenção do título de propriedade já era, por si só, bastante complicado. Todos os esforços empreen didos no século XVIII tinham consegui do apenas isto: o candidato a terras li
cSo^tixara j-. .
observadores t tribíiir^s^ j mainr ' ^
Econômico
ro — estabe
rar o nrn ^ princÍDin tinham-se
sistema agrário. Cientista e homem de sensibilidade, observador imparcial e es
Dickstü
Saint Hilaíre cita especialmente Paulo
ocunaoã iiiçfn
EcoNO^uuti
reinantes de
j^ diversos finalidade da dis-
^ ^ prosperidade do
PoronriM P a e do solo por todos que sejamà rea.mente capazes de cultivá-lo, tal coisa estava longe de se verificar no Brasil de touü, onde a monocultura, o latifúndio e a escravidão constituíam os alicerces
vres dirigia uma petição ao general da capitania. Êste, por sua vez, remetia o
pedido à Câmara Municipal, para qüe investigasse se a área em questão era mesmo devoluta ou tinha dono.
Rece
criam
Capitania do Rio
vem
gali
ipsis HUeris, as palavras
nhas e, quan do menos es
peram, aparece-lhes um homem rico, com o título que recebeu na véspera, expulsa-os e aproveita o fruto do seu
trabalho." Daí só plantarem grãos cuja coiheita pode ser feita em poucos meses, como o milho e o feijão, fugindo àquelas
dêsse anôni
conseguem 3 léguas e os filhos cada um outro tanto. Do mesmo modo se têm
dado sesmarias de 3 léguas a irmãos e
sesmarias fôsse contrário à apropriação especulativa da terra, havia diversas ma
terra que feria a letra expressa da lei.
neiras de burlá-lo.
Os indivíduos desapareciam perante o grupo familiar representado, no pater
que exigiriam maior demora no local.
Embora o espírito do regimem das
bida resposta favorável ao solicitante, o
social, ao progresso agrícola e à forma
juiz mandava proceder à medição e de
usados é descrito numas Reflexões sobre
marcação, findas as quais entregava ao
^
mo: "Famílias há inteiras que estão pos suindo 15 a 18 léguas de terra. Os pais
irmãs, e cada um por cabeça, cedendo depois todos em benefício de um só". É claro que o patriarcalísmo colonial favorecia esse tipo de apropriação da
capitão-general oficiava ao magistrado denominado "juiz das sesmarias", para que concedesse as terras requeridas. O
sentiram a profunda injustiça dêsse
corrõ-
borar, quase
do uma estrutura avêssa ao equilíbrio ção de comunidades prósperas, ^int Hilaíre foi um dos homens que
Grande
Um dos processos
o Rio Grande do Sul, redigidas, no ano
familiar.
L>iusinx>
Lsa
ou que ae liavia tomado a mato, cor
tando e queimando os matagais, espi nhos e abrolhos, não pode ser expulso pelo direito senhorio daquelas herdades que com a sua indústria e despesas re
duziu a cultura e fêz rendosas".
A posse era, desse modo, a legitima
ção da propriedade pelo trabalho. Ao
lado da sesmaiia, que passara a repre sentar um meio privilegiado de ocupa ção da terra, era uma reivindicação do em comum contra os monopolistas, esta vez apoiada no costume e não na
ei. A incorporação do primeiro na segun a era, portanto, inevitável e prepacaminho a chamada Lei da Boa
agosto de 1769, que
^ costume desde que fôsse
filo 1^° ^
razão, isto é, ao espírito
rnic
contrário em
ti»,
el ^ f ritoHil^^^
c-onccssionário u carta de sesmaria. Não
terminava aí o processo, que dependia
133
de 1808, em Pôrto Alegre, por autor desconhecido. Dizia êle: "O abuso que há nesta Capitania, de lerem alguns
pírito cristão, a sorte do pequeno agri
de confirmação pelo rei. No tempo em
cultor no Brasil afigurou-re-lhe uma
que Saint Ililaire fazia estas observa
monstruosidade social: "Nada se equi para à injustiça c ã inépcia graças às quais foi até agora feita a distribuição
ções, por volta de 1822, as despesas
10, 12 o mais léguas de terra'', é preju-
para obtenção de uma seiinarla subiam
dicialíssimo não só a S. A. R., mas aos povos em geral, ao mesmo tempo que
das terras.
É evidente qtie, sobretudo
onde não existe nobrc/^i, é do intcrcrse
do Estado que haja nas fortunas a me nor desigualdade possível.
No Brasil,
nada haveria mais fácil do que enrique cer grande quantidade de famílias". Ao contrário do que se podia esperar, o latifúndio já começava nos arredores do Rio de Janeiro. A vinda de D. João para o Brasil não alterara a situação. Seus apaniguados souberam aproveitarse do regímem vigente para obter gran des extensões de terras. O próprio
a 100 mil réis, o qiie excluía da proprie
dade da terra grande número de pessoas aptas a rotcá-la.
A precaricclado das medições feitas
por homens cujos cunliecimenlos de geo metria não deviam .ser muito profundos ora outra brecha por onde fc infiltrava o posseiro, gerando intermináveis lití
gios. "Os pobres que não podem ter títulos — conta ainda Saint Hilaire,
moradores tomado 3, 4 sesmarias, com
há famílias que não possuem um palmo e tudo isto com fal:os enganos (sic) fei tos a S. A. R. e aos seus Delegados^ um homem que tinha a proteção do Go verno tirava uma se.smaria em seu no me, outra em nome do filho mais ve
lho, outras em nome da filha e do fillw que ainda estavam no berço e deste modo há Casa de quatro e mais ses
.dnndo-nos o
marias"...
primeiro fla grante do
Oliveira Viana cita
nosso possei
e se revestisse de uma an
excedesse de cem anos.
o depoimen to de um Go vernador da
Fernandes c Manoel Jacinto como os
lecem-se nos
®ssa forma, favorecia a
principais beneficiados na concessão de
terrenos que
pcsse no nosso direito ter-
sesmaríus que mediam léguas e léguas. Isso se passava nas vizinhanças da ca
sabem não ter
dono.
Plan
do Sul, Paulo
concorriam a acele-
pital, ferindo disposições expressas em cartas régias. Imagine-se o que não
tam,
cons
tróem peque-
da Gama, que
método
seria nas extensões desertas do interior.
casas,
da propriedade. No defeitos
O processo de obtenção do título de propriedade já era, por si só, bastante complicado. Todos os esforços empreen didos no século XVIII tinham consegui do apenas isto: o candidato a terras li
cSo^tixara j-. .
observadores t tribíiir^s^ j mainr ' ^
Econômico
ro — estabe
rar o nrn ^ princÍDin tinham-se
sistema agrário. Cientista e homem de sensibilidade, observador imparcial e es
Dickstü
Saint Hilaíre cita especialmente Paulo
ocunaoã iiiçfn
EcoNO^uuti
reinantes de
j^ diversos finalidade da dis-
^ ^ prosperidade do
PoronriM P a e do solo por todos que sejamà rea.mente capazes de cultivá-lo, tal coisa estava longe de se verificar no Brasil de touü, onde a monocultura, o latifúndio e a escravidão constituíam os alicerces
vres dirigia uma petição ao general da capitania. Êste, por sua vez, remetia o
pedido à Câmara Municipal, para qüe investigasse se a área em questão era mesmo devoluta ou tinha dono.
Rece
criam
Capitania do Rio
vem
gali
ipsis HUeris, as palavras
nhas e, quan do menos es
peram, aparece-lhes um homem rico, com o título que recebeu na véspera, expulsa-os e aproveita o fruto do seu
trabalho." Daí só plantarem grãos cuja coiheita pode ser feita em poucos meses, como o milho e o feijão, fugindo àquelas
dêsse anôni
conseguem 3 léguas e os filhos cada um outro tanto. Do mesmo modo se têm
dado sesmarias de 3 léguas a irmãos e
sesmarias fôsse contrário à apropriação especulativa da terra, havia diversas ma
terra que feria a letra expressa da lei.
neiras de burlá-lo.
Os indivíduos desapareciam perante o grupo familiar representado, no pater
que exigiriam maior demora no local.
Embora o espírito do regimem das
bida resposta favorável ao solicitante, o
social, ao progresso agrícola e à forma
juiz mandava proceder à medição e de
usados é descrito numas Reflexões sobre
marcação, findas as quais entregava ao
^
mo: "Famílias há inteiras que estão pos suindo 15 a 18 léguas de terra. Os pais
irmãs, e cada um por cabeça, cedendo depois todos em benefício de um só". É claro que o patriarcalísmo colonial favorecia esse tipo de apropriação da
capitão-general oficiava ao magistrado denominado "juiz das sesmarias", para que concedesse as terras requeridas. O
sentiram a profunda injustiça dêsse
corrõ-
borar, quase
do uma estrutura avêssa ao equilíbrio ção de comunidades prósperas, ^int Hilaíre foi um dos homens que
Grande
Um dos processos
o Rio Grande do Sul, redigidas, no ano
familiar.
nif:i:vto n:coN('>Nf*^ . Mas o Rio Grande do Sul consUliiía exce<,-ão. Os desmandos nas concessões
de terras extorquidas do poder público pela habilidade dos sesmeiros estendiam-
se por todo o Brasil e chegaram até bem perto de nós. O mesmo autor, citando as reminiscências de Ferreira de Rezende, conta o caso do Comendador
Manoel José Monteiro de Barros, um
dos povoadores da Mata mineira, tron co de família ilustre que se estende hoje por três Estados, o qual "alcançou do Govêrno um grande número de sesmarias para si e para todos os seus filhos
que já existiam, para uma filha que ain da imo estava nascida e não sei se para todos os outros que estavam ainda para nascer".
O imperativo do cultivo também era burlado. O sesmeiro que não cultivasse sua propriedade dentro de um prazo que variou, em épocas diversas, de três a cinco anos, perdia a data, tomandose a terra devoluta. Não tendo recur sos, ou mesmo não querendo tomar útil
sua propnedade, sem, no entanto, abrir
mao dela pelo prestígio que lhe confena, o latifundiário saía-se airosamente do apuro colocando no terreno concedi
do um escravo inutilizado pela idade
ou por doença e que assim atestava com a sua presença a propriedade do senhor, desempenhando o papel de verdadeiro padrao de po.sse.
Tudo isso fazia com que o agricul tor sem recm-so.s, sentindo-se esbulhado
da propriedade da terra, reagisse pela pura 8 simples ocupação. Durante o regimem das sesmarias, não tendo sobre
as terras senão o domínio útil, porque o direito ainda era da Coroa, os ocupan
aces.so à terra obrigou a Coroa a pela Pro\isão de M ile inar(,x> cl(« 1B22, que SC procedesse nas medições c
Dicesto Econômico
A confusão do sistema de terras tor-
na-se então indescritível.
A impreeisão
mito.
O possuidor não se vinculava à
marcações de sesmarias seni prejudicar
nas demarcações faz os títulos precários f a ignorância e preptiténcia dos senho-
quaisquer possuidores que tivessem cfcti\amente culliiras uo terreno. De\Íi^*^^
rc.s da terra concentra, cada vez mais.
história da penetração matogrossense,
grandes áreas agricultáveis na mão dc
que se instaurou em tômo às terras do
.ser conservados cm suas posses, bí»®"
famílias que assentam seu prestígio e
lando eonio titulo as reais ordens pan*
Barão de Antoninn, encontrou a decla
poder, não na riqueza proveniente do
qut; as mesmas prevalecessem nas marias, posleriormeute concedidas.
amanho do solo. mas no domínio de lé
ração do inventarianle do espólio do Barão, segundo o qual èste as adqui
guas o léguas cobertas de mato.
terra pela ocupação regular. Sodré, eompulsando o processo, famoso na
resolução de 17 de julbo dc 1822- a
nou, ao lado das se.«maiias antigas, o
posso SC tornou o único melo jurídico
itucio da apropriação jurídica do solo,
rira, por lítulü.s legais, dos possuidores primários. Ês.ses títiilos. porém, eram quase todos dc mão e declaravam que as terras tinham sido havidas por posse
Extinto o regimeni das sesmarias pela
Se, em todo o Brasil, a posse se tor-
dc aquisição da propriedade territorial.
no Oeste constituiu uma forma inteira
primitiva.
O que ora exceção, olhada com descon
mente normal de ocupação. Compreen-
fiança pelos legislas do tenqx), loniou-se regra o passou a dominar. Seria de es
de-sc. Aqui entrava cm cena o fator dispersivo do pastoreio. A terra, pela
perar então que a pocpicna propriedade
''Ha vastidão, nada valia.
so espalhasse pelo País inteiro, entre
P fenômeno devia ter-se repetido em di\'crsas área.s pastoris do Brasil. Po demos muito bem compreender os con flitos gerados pela lei n." 609, de 18 de setembro de 1850, que representou a
Sobre ela, o
1822 o 1850, ano em que se promulgou
boincm se deslocava tangendo seus re banhos, eterno nômade, sem se prender
a nossa primeira lei de terras. O que
n gleba jxir benfeitorias ou moradas,
aconteceu foi exatamente o contrário'.
vivendo uma vida que de tão pobre chegava a ser ascética. Por .isso, as iransiulssões de propriedade por venda
O espírito latifundiário que já pervertera a legislação das sesmarias continuou a deturpar o regimem das possc.s. O pos seiro, que era, a prinqípio. o pccjuono
primeira tentativa de disciplina do nosso sistema agrário e que, no seu art. 50,
procurava resolver o problema jurídico
da po.sse. É claro que o objetivo do legislador era legitimá-la, impedindo
iTam quase fictícias, dada a modícidade
que procriasse latifúndios. Ante a im
da quantia exigida.
Houve ca.sos de
possibilidade de recui>erar de uma .só
proprietário, deixou-se também conta
posses, can terras matogrossenses, coni-
minar pela fome de tcrra.s'. Calçou bo tas de sete léguas, como qualquer se nhor de engenho, c saiu fincando mar
vez as pos.ses, isto é, tôdas as terras que não tinham, sido adquiridas por título
bido arrcado; outra.s custaram ao pos suidor apenas uma espingarda pica-puu,
de compra, porque tal medida seria ca
"•n libra de pólvora e duas de chumlxi. "As posses nada valiam, certamente",
de exceção, se tomara regra, a lei con
cos na distancia.
Não era dc esperar outra coisa. O regimem da terra no Brasil não podia transformar-se sem um reajustamcnto da estrutura econômica existente, fundada
prada.s por cem mil réis e mais um ca
diz Nelson Werneck Sodré em seu
estudo sôbre a propriedade rural no Oeste.
"Nelas não havia .sinais de
na monocultura e tõcla voltada para a
trabalho liumano.
exportação e para o comércio a longa
ções primárias em que haviam sido en
distância.
Economia tipicamente colo
nial que se propagaria até os nossos dias. pela falta de um mercado interno e que
Ficavam nas condi
tornou o problema pre.screvendo medi das que a legitimassem.
Era nisso menos drástica que o pro jeto de José Bonifácio, o qual, anteci pando-se nesse assunto, como em ou
contradas. Jamais nelas se faziam ben
feitorias que elevassem o sen valor. Nis
situação caótica do domínio, tendo em
to estava uma das características fun-
\'ista o aproveitamento regular da terra. Nesse projeto, que não passou do es
escala, teria possibilidade de criar, com
o rei com a cláusula do foro. O vulto
batendo essas condições geradoras de nin
terra."
que a posse foi tomando como meio de
inevitável centrifugismo econômico.
só a colonização inteligente, em larga
tastrófica num país em que a posse,
tros mais, aos homens do seu tempo, sentira a necessidade de regulamentar a
damentai.s cUt cultura pastoril; o abso luto desvalor do solo, a desestima pela
tes pediam para possuí-las, confirmando
na acepção rigorosa do lôrmo. era um
Nessas condições é claro que a posse,
boço, o Patriarca aconselhava o confi,s-
co de lõdas as propriedades cujos pos suidores não c.vibissem títulos legai.s,
nif:i:vto n:coN('>Nf*^ . Mas o Rio Grande do Sul consUliiía exce<,-ão. Os desmandos nas concessões
de terras extorquidas do poder público pela habilidade dos sesmeiros estendiam-
se por todo o Brasil e chegaram até bem perto de nós. O mesmo autor, citando as reminiscências de Ferreira de Rezende, conta o caso do Comendador
Manoel José Monteiro de Barros, um
dos povoadores da Mata mineira, tron co de família ilustre que se estende hoje por três Estados, o qual "alcançou do Govêrno um grande número de sesmarias para si e para todos os seus filhos
que já existiam, para uma filha que ain da imo estava nascida e não sei se para todos os outros que estavam ainda para nascer".
O imperativo do cultivo também era burlado. O sesmeiro que não cultivasse sua propriedade dentro de um prazo que variou, em épocas diversas, de três a cinco anos, perdia a data, tomandose a terra devoluta. Não tendo recur sos, ou mesmo não querendo tomar útil
sua propnedade, sem, no entanto, abrir
mao dela pelo prestígio que lhe confena, o latifundiário saía-se airosamente do apuro colocando no terreno concedi
do um escravo inutilizado pela idade
ou por doença e que assim atestava com a sua presença a propriedade do senhor, desempenhando o papel de verdadeiro padrao de po.sse.
Tudo isso fazia com que o agricul tor sem recm-so.s, sentindo-se esbulhado
da propriedade da terra, reagisse pela pura 8 simples ocupação. Durante o regimem das sesmarias, não tendo sobre
as terras senão o domínio útil, porque o direito ainda era da Coroa, os ocupan
aces.so à terra obrigou a Coroa a pela Pro\isão de M ile inar(,x> cl(« 1B22, que SC procedesse nas medições c
Dicesto Econômico
A confusão do sistema de terras tor-
na-se então indescritível.
A impreeisão
mito.
O possuidor não se vinculava à
marcações de sesmarias seni prejudicar
nas demarcações faz os títulos precários f a ignorância e preptiténcia dos senho-
quaisquer possuidores que tivessem cfcti\amente culliiras uo terreno. De\Íi^*^^
rc.s da terra concentra, cada vez mais.
história da penetração matogrossense,
grandes áreas agricultáveis na mão dc
que se instaurou em tômo às terras do
.ser conservados cm suas posses, bí»®"
famílias que assentam seu prestígio e
lando eonio titulo as reais ordens pan*
Barão de Antoninn, encontrou a decla
poder, não na riqueza proveniente do
qut; as mesmas prevalecessem nas marias, posleriormeute concedidas.
amanho do solo. mas no domínio de lé
ração do inventarianle do espólio do Barão, segundo o qual èste as adqui
guas o léguas cobertas de mato.
terra pela ocupação regular. Sodré, eompulsando o processo, famoso na
resolução de 17 de julbo dc 1822- a
nou, ao lado das se.«maiias antigas, o
posso SC tornou o único melo jurídico
itucio da apropriação jurídica do solo,
rira, por lítulü.s legais, dos possuidores primários. Ês.ses títiilos. porém, eram quase todos dc mão e declaravam que as terras tinham sido havidas por posse
Extinto o regimeni das sesmarias pela
Se, em todo o Brasil, a posse se tor-
dc aquisição da propriedade territorial.
no Oeste constituiu uma forma inteira
primitiva.
O que ora exceção, olhada com descon
mente normal de ocupação. Compreen-
fiança pelos legislas do tenqx), loniou-se regra o passou a dominar. Seria de es
de-sc. Aqui entrava cm cena o fator dispersivo do pastoreio. A terra, pela
perar então que a pocpicna propriedade
''Ha vastidão, nada valia.
so espalhasse pelo País inteiro, entre
P fenômeno devia ter-se repetido em di\'crsas área.s pastoris do Brasil. Po demos muito bem compreender os con flitos gerados pela lei n." 609, de 18 de setembro de 1850, que representou a
Sobre ela, o
1822 o 1850, ano em que se promulgou
boincm se deslocava tangendo seus re banhos, eterno nômade, sem se prender
a nossa primeira lei de terras. O que
n gleba jxir benfeitorias ou moradas,
aconteceu foi exatamente o contrário'.
vivendo uma vida que de tão pobre chegava a ser ascética. Por .isso, as iransiulssões de propriedade por venda
O espírito latifundiário que já pervertera a legislação das sesmarias continuou a deturpar o regimem das possc.s. O pos seiro, que era, a prinqípio. o pccjuono
primeira tentativa de disciplina do nosso sistema agrário e que, no seu art. 50,
procurava resolver o problema jurídico
da po.sse. É claro que o objetivo do legislador era legitimá-la, impedindo
iTam quase fictícias, dada a modícidade
que procriasse latifúndios. Ante a im
da quantia exigida.
Houve ca.sos de
possibilidade de recui>erar de uma .só
proprietário, deixou-se também conta
posses, can terras matogrossenses, coni-
minar pela fome de tcrra.s'. Calçou bo tas de sete léguas, como qualquer se nhor de engenho, c saiu fincando mar
vez as pos.ses, isto é, tôdas as terras que não tinham, sido adquiridas por título
bido arrcado; outra.s custaram ao pos suidor apenas uma espingarda pica-puu,
de compra, porque tal medida seria ca
"•n libra de pólvora e duas de chumlxi. "As posses nada valiam, certamente",
de exceção, se tomara regra, a lei con
cos na distancia.
Não era dc esperar outra coisa. O regimem da terra no Brasil não podia transformar-se sem um reajustamcnto da estrutura econômica existente, fundada
prada.s por cem mil réis e mais um ca
diz Nelson Werneck Sodré em seu
estudo sôbre a propriedade rural no Oeste.
"Nelas não havia .sinais de
na monocultura e tõcla voltada para a
trabalho liumano.
exportação e para o comércio a longa
ções primárias em que haviam sido en
distância.
Economia tipicamente colo
nial que se propagaria até os nossos dias. pela falta de um mercado interno e que
Ficavam nas condi
tornou o problema pre.screvendo medi das que a legitimassem.
Era nisso menos drástica que o pro jeto de José Bonifácio, o qual, anteci pando-se nesse assunto, como em ou
contradas. Jamais nelas se faziam ben
feitorias que elevassem o sen valor. Nis
situação caótica do domínio, tendo em
to estava uma das características fun-
\'ista o aproveitamento regular da terra. Nesse projeto, que não passou do es
escala, teria possibilidade de criar, com
o rei com a cláusula do foro. O vulto
batendo essas condições geradoras de nin
terra."
que a posse foi tomando como meio de
inevitável centrifugismo econômico.
só a colonização inteligente, em larga
tastrófica num país em que a posse,
tros mais, aos homens do seu tempo, sentira a necessidade de regulamentar a
damentai.s cUt cultura pastoril; o abso luto desvalor do solo, a desestima pela
tes pediam para possuí-las, confirmando
na acepção rigorosa do lôrmo. era um
Nessas condições é claro que a posse,
boço, o Patriarca aconselhava o confi,s-
co de lõdas as propriedades cujos pos suidores não c.vibissem títulos legai.s,
•VI Jipift»
ise
excetuando apenas um espaço de 650 geíras para os que tivessem realizado benfeitorias.
A lei de 1850, considerando válidos
apenas os títulos de aquisição por com pra, extinguia o regimem das posses.
Compreendendo, porém, a impossibili dade do confisco sumário e as dificulda des insuperáveis que tal medida acarre taria, o legislador aplainou o caminho para que os posseiros legitimassem suas
terras. Assim, considerou posses sujei tas a legitimação: 1) as que se achassem
em poder do primeiro ocupante sem ou tro título que a sua ocupação; 2) as que, pôsto se achassem em poder do
segundo ocupante, não houvessem sido por êste adquiridas mediante título há
bil; e 3) as que. achando-se em poder do primeiro ocupante até a publicação do decTeto que regulamentou a lei de 18o0. tivessem sido alienadas contra a pr^biçao do artigo 11 da referida lei Esse artigo cbrígava os posseiros' a
obtemm o titulo das lerrasf que lhes ficariam pertencendo. A prescrição trin válido. As condições para legitimar-ão eram a morada habitual e a cultura efe tiva. Comentando essa e.xigéncia Ma
cedo Soares risava. no seu^ratado sl bre a medição de terras: "
são simples roçados, derribadas 'o'u quei
mas de matos, levantamentos de ran chos e outros atos semelhantes- preci
sa o animas manenüi, a cultura come çada e seguida, denotando a intenção de fixar com um estabelecimento de lavou ra". O que visava claramente comba
ter as maneiras de burlar a lei que já mencionamos.
Prevendo os litígios que surgiriam entro sesmeiros e posseiros, as duas
classes de proprietário.s da terra que, a
Dicesto
IjiOESTO Econômico
E^onókoco
pelo Govêmo com a medição e a legitlinação; mas a posse não devia exceder 250.000 braças quadradas. A lei supunha extinguir o regimem da posse. As que fossem estabelecidas após o decreto 1.318, de 30 de janeiro de 1854 — que veio regulamentar a lei n.°
princípio bastante diferenciadas, acaba riam por se confundir, estabeleceram-se as condições que deviam presidir á legi timação das posses encontradas dentro dos limites das .scsmarlas.
Uma vez
comprovadas a cultura efetiva e a mo rada liabiliiai, o juiz encarregado da legitimação examinaria ainda; 1) se a posse fora declarada boa por sentença transitada cm julgado entre o sesmei-
601 — não deviam ser re.spcitadas e
seus ocupantes processados como apro veitadores dc terras dcvolulas.
ro e o posseiro; 2) se fora estabelecida
Ninguém ignora que a lei não con
antes da medição da scsmaria e não
seguiu extinguir o regimem de fato da
fòra turbada por cinco anos; 3) final
posse. Basta viajar um pouco para ve rificar que é essa ainda a form:^ nor mal de ocupação do solo em nosso país.
mente, no caso de ter sido estabelecida
após a medição, se não fôra turbada
por dez anos. Desde que possuísse um dôsses requisitos, a posse valia contra a scsmaria e devia ser medida para fins do legitimação. No caso contrário, era a scsmaria que valia contra a po:se, ficando, porém, o scsmeiro na obrigação
Um do;: motivos, apenas um, está na condição imposta à legitimação: as pos ses deviam ser medidas. Na época em que a lei foi promulgada já se afirmava
de indenizar o posseiro pelas benfeito rias que este houvesse construído. Podia haver também o caso, e devia
multiplicidade de moradores qtie íam en
que a medida das scsmarias. cm muitas
regiões do País, era impraticável pela
trando em seus limites, plantando, dei xando-se ficar.
ser o mais comum nn Brasil, de estar
a posse em terra devoluta, por ocupação primária ou sem título legítimo havido
do primeiro ocupante. Nesta liipótese, desde que o juiz constatasse a existên cia de cultivo e a morada liabitual do posseiro, faria arbitrar por louvados os
limites da posse e mandaria os agrimensores calcularem a sua área.
A bem intencionada legislação conce dia a medição do terreno cultivado ou
ocupado pelo gado se não houvesse ter ceiro prejudicado e contanto que a área
total da posse não excedesse de uma sesmaría para cultura ou criação igual às últimas concedidas na mesma co
marca ou na mais próxima. • Queria evitar, desse modo, que a posse, como
a sesmaría, degenerasse em latifúndio. Os posseiros pobre.s seriam beneficiados
.(
Agora mesmo, num levantamento feito
em quatro municípios do Vale do São Francisco, afirma-se o seguinte:
"A
terceira o última modalidade de aquisi
recidu pelos sistemas deficientes de de
marcação das propriedades e pela pró pria organização social do Império e
da Primeira República. O posseiro, mui tas vézcs, não tinha recursos para cus
tear a medição. Por outro lado, a gran de maioria da população, os escravos al forriados, os agregados livres, os par ceiros e forciros, viviam à margem dos quadros jurídicos pensados pelos juris tas c políticos do tempo. Um sistema racional de terras .só poderia estabele cer-se na estreita área cultural onde se
hannonizasse com,outros traços, seden-
tarisnío, alfabelização, métodos racionais de cultivos ele.
São conhecidos os conflitos que a
posse provoca.
Freqüentes vêzes, o
posseiro se insurge contra a evicção e defende seus direitos a bala. Um velho
instinto lhe diz que a terra é sua por
que a cultivou. Tavares de Almeida descreve a cena que não é válida ape
nas para o Oeste paulista: "O velho posseiro recebeu um dia o sobressalto de uma \ásíta. Era o Oficial de Justiça, que Uie trazia a citação para a pró.xijm'> audiência em que se iria propor a divisão da fazenda em que estavam suas
ção das terras em toda a região é a por simples ocupação. Ela é comum em to dos os municípios. O Prefeito de Januária, por exemplo, calcula existir para
lhe explicaria as razões do condomínio de que era sócio ou lhe ofereceria carta
mais de 2.000 propriedades de mera
reito de outrem, se indenizaria com a ra
ocupação ou herança, só no distrito de Brejo do Amparo. Êste distrito está
possuía há longos anos.
cheio de condôminos não arrolados se
quer para fins estatísticos. Na fazenda Itapíraçaba, Distrito da Cidade, há cêrca de 400 condôminos, segundo depoi
mentos de homens responsáveis de Januária".
terras. Na sede da comarca, o advogado de agregação em que, reconhecendo di
tificação, por escritura hábil, do que O causídico
mostrava as vantagens da proposta que senipre fazia em nome de terceiro, o
grilheiro, tipo que chegou em primeiro lugar para a vida -nova do sertão". Já é tempo de acabar com a auréola
Extinto no papel, o regimem, como
romântica do grilheiro. Êle não é o legítimo descendente dos bandeirantes.
tantas outras coisa.s, continuaria favo-
Sua vocação pioneira tem parte com a
•VI Jipift»
ise
excetuando apenas um espaço de 650 geíras para os que tivessem realizado benfeitorias.
A lei de 1850, considerando válidos
apenas os títulos de aquisição por com pra, extinguia o regimem das posses.
Compreendendo, porém, a impossibili dade do confisco sumário e as dificulda des insuperáveis que tal medida acarre taria, o legislador aplainou o caminho para que os posseiros legitimassem suas
terras. Assim, considerou posses sujei tas a legitimação: 1) as que se achassem
em poder do primeiro ocupante sem ou tro título que a sua ocupação; 2) as que, pôsto se achassem em poder do
segundo ocupante, não houvessem sido por êste adquiridas mediante título há
bil; e 3) as que. achando-se em poder do primeiro ocupante até a publicação do decTeto que regulamentou a lei de 18o0. tivessem sido alienadas contra a pr^biçao do artigo 11 da referida lei Esse artigo cbrígava os posseiros' a
obtemm o titulo das lerrasf que lhes ficariam pertencendo. A prescrição trin válido. As condições para legitimar-ão eram a morada habitual e a cultura efe tiva. Comentando essa e.xigéncia Ma
cedo Soares risava. no seu^ratado sl bre a medição de terras: "
são simples roçados, derribadas 'o'u quei
mas de matos, levantamentos de ran chos e outros atos semelhantes- preci
sa o animas manenüi, a cultura come çada e seguida, denotando a intenção de fixar com um estabelecimento de lavou ra". O que visava claramente comba
ter as maneiras de burlar a lei que já mencionamos.
Prevendo os litígios que surgiriam entro sesmeiros e posseiros, as duas
classes de proprietário.s da terra que, a
Dicesto
IjiOESTO Econômico
E^onókoco
pelo Govêmo com a medição e a legitlinação; mas a posse não devia exceder 250.000 braças quadradas. A lei supunha extinguir o regimem da posse. As que fossem estabelecidas após o decreto 1.318, de 30 de janeiro de 1854 — que veio regulamentar a lei n.°
princípio bastante diferenciadas, acaba riam por se confundir, estabeleceram-se as condições que deviam presidir á legi timação das posses encontradas dentro dos limites das .scsmarlas.
Uma vez
comprovadas a cultura efetiva e a mo rada liabiliiai, o juiz encarregado da legitimação examinaria ainda; 1) se a posse fora declarada boa por sentença transitada cm julgado entre o sesmei-
601 — não deviam ser re.spcitadas e
seus ocupantes processados como apro veitadores dc terras dcvolulas.
ro e o posseiro; 2) se fora estabelecida
Ninguém ignora que a lei não con
antes da medição da scsmaria e não
seguiu extinguir o regimem de fato da
fòra turbada por cinco anos; 3) final
posse. Basta viajar um pouco para ve rificar que é essa ainda a form:^ nor mal de ocupação do solo em nosso país.
mente, no caso de ter sido estabelecida
após a medição, se não fôra turbada
por dez anos. Desde que possuísse um dôsses requisitos, a posse valia contra a scsmaria e devia ser medida para fins do legitimação. No caso contrário, era a scsmaria que valia contra a po:se, ficando, porém, o scsmeiro na obrigação
Um do;: motivos, apenas um, está na condição imposta à legitimação: as pos ses deviam ser medidas. Na época em que a lei foi promulgada já se afirmava
de indenizar o posseiro pelas benfeito rias que este houvesse construído. Podia haver também o caso, e devia
multiplicidade de moradores qtie íam en
que a medida das scsmarias. cm muitas
regiões do País, era impraticável pela
trando em seus limites, plantando, dei xando-se ficar.
ser o mais comum nn Brasil, de estar
a posse em terra devoluta, por ocupação primária ou sem título legítimo havido
do primeiro ocupante. Nesta liipótese, desde que o juiz constatasse a existên cia de cultivo e a morada liabitual do posseiro, faria arbitrar por louvados os
limites da posse e mandaria os agrimensores calcularem a sua área.
A bem intencionada legislação conce dia a medição do terreno cultivado ou
ocupado pelo gado se não houvesse ter ceiro prejudicado e contanto que a área
total da posse não excedesse de uma sesmaría para cultura ou criação igual às últimas concedidas na mesma co
marca ou na mais próxima. • Queria evitar, desse modo, que a posse, como
a sesmaría, degenerasse em latifúndio. Os posseiros pobre.s seriam beneficiados
.(
Agora mesmo, num levantamento feito
em quatro municípios do Vale do São Francisco, afirma-se o seguinte:
"A
terceira o última modalidade de aquisi
recidu pelos sistemas deficientes de de
marcação das propriedades e pela pró pria organização social do Império e
da Primeira República. O posseiro, mui tas vézcs, não tinha recursos para cus
tear a medição. Por outro lado, a gran de maioria da população, os escravos al forriados, os agregados livres, os par ceiros e forciros, viviam à margem dos quadros jurídicos pensados pelos juris tas c políticos do tempo. Um sistema racional de terras .só poderia estabele cer-se na estreita área cultural onde se
hannonizasse com,outros traços, seden-
tarisnío, alfabelização, métodos racionais de cultivos ele.
São conhecidos os conflitos que a
posse provoca.
Freqüentes vêzes, o
posseiro se insurge contra a evicção e defende seus direitos a bala. Um velho
instinto lhe diz que a terra é sua por
que a cultivou. Tavares de Almeida descreve a cena que não é válida ape
nas para o Oeste paulista: "O velho posseiro recebeu um dia o sobressalto de uma \ásíta. Era o Oficial de Justiça, que Uie trazia a citação para a pró.xijm'> audiência em que se iria propor a divisão da fazenda em que estavam suas
ção das terras em toda a região é a por simples ocupação. Ela é comum em to dos os municípios. O Prefeito de Januária, por exemplo, calcula existir para
lhe explicaria as razões do condomínio de que era sócio ou lhe ofereceria carta
mais de 2.000 propriedades de mera
reito de outrem, se indenizaria com a ra
ocupação ou herança, só no distrito de Brejo do Amparo. Êste distrito está
possuía há longos anos.
cheio de condôminos não arrolados se
quer para fins estatísticos. Na fazenda Itapíraçaba, Distrito da Cidade, há cêrca de 400 condôminos, segundo depoi
mentos de homens responsáveis de Januária".
terras. Na sede da comarca, o advogado de agregação em que, reconhecendo di
tificação, por escritura hábil, do que O causídico
mostrava as vantagens da proposta que senipre fazia em nome de terceiro, o
grilheiro, tipo que chegou em primeiro lugar para a vida -nova do sertão". Já é tempo de acabar com a auréola
Extinto no papel, o regimem, como
romântica do grilheiro. Êle não é o legítimo descendente dos bandeirantes.
tantas outras coisa.s, continuaria favo-
Sua vocação pioneira tem parte com a
Dici-.sto EroNÓM'CO
lenda. Êsse plantador de cidades pa dronizadas é também um devastador de
matas, um empobrecedor de solos, um
aniquilador de fontes de vida. O regimem das posses, a imprecisão dos títu
los, a marginalidade jurídica de nossa
população rural, foram os fatôres quê permitiram a eclosão désse tipo que
devassou - e também devastou - o Oeste paulista.
Ao lado dos connitos criados neli posse e que se prolongam -us vézes de geraçao em geração, outro Oagel,, riue
o regimem acarreta é a selvagem dila
pidação dos recursos naturais. Inscíruro do seu domínio sóbre a terra « nos-
terras, mas não vivein lu-Ias. Para eoom.star essa posse ou a-ocupaç-.áo. valein-
sc do recurso do agregados cpie aí se ]K).sseiro, mas coim, \-eriiatleiros criado-
de direitos para terceiros, ein nonw
do quem falam e peraulo quem respon
dem pela terra a seus cuidados confiada. O agregado. lu-ssc caso, usa è abusa da terra onde \ i\'e, dilapidando seus recur
Assim, o posseiro uos aparece, ao mesmo tempo, coiuo \ ítinia e carrasco.
É o proletário .sem torra, mas também
reduzir ' em^ pouc-o>"iagmar como relatipode leduzir, tempo, terras
não obedece a um método eficiente cie divisão e demarcação da terra. A eliminação da po.sso no Paí.s só
--nte férteis à mais íon.pleta e:SriUAcresce ainda que, em muitos casos
o posseiro é um latifundiário.
a-ssimilou a cobiça de acumular ferZ
nio. Êsse fenômeno aparece no relato Vale do bao Francisco"Há no no no"vd"' » fenô.ne-
pt.'SSOas que querem st-r posseiros de
ns PiaTnFORMns elevadoras
sos naturais".
">"1" de tempo. Levando-se em cont i na maioria dos casos, ignora as téc'
e descargas
estabclcconi, .sem obrigações iiara com o
c o acaparaclor da distância. Ambos os tipos SC encsjulrain, |>or tòda parle, no Bra.sii, resultantes de um .sistema
■''eu-o procura tirar dela o mãxinio no mí-
-para cargas
*'&AC3íi?e
agrário ob.solcto, oudo a propriedade
ocorreria através de um sistema inten
sivo de colonização que se amparasse no lüteamento das áreas não cultivadas e num cadastro rural tecnicamente orga nizado.
Enquanto isso não se fa/., o
posseiro continua entrando pelas toiTas inaprovciladus, explorando a terra até csgolá-hi, x'agutiando
de déii-em-déu,
irmão da formiga na capacidade dcstriiidora, irmão da cigarra na sua vida sem amanbã.
- maior eficiência nos iransporfes! 1 • Aliulávol H tlllultUUT li|>(> ili- ou-
3 - Lliii cilindro hidráulico fnz parte
iiiinliiiii. l' iitn-ionamciiNi nutiimá-
du válvula <ie scgiiruiiçn. pnrn
lico (siAli-niii liidrúiilici»).
garnnlia nas operações, incamo
2 • Ao fliiTipIcR to(|«ie na i-liave. n Plataforma sobe siiuvcmentc ao
nível <lu earrosíterin. suporlntulo 900 iiuiloa de eorgn. Pode ser paralisada em ipiniriiicr nlliirn.
que o motor do velnilo engripe. 4 - Feclioa de scgiirnni.-a niaiUcm a Plataforma liguda ao corpo (luan-
do em |iüRÍ\'âu levaatadu. 5 ■ Pódem ser fornecidas rampas adicionais, ajusiávcis oos lados.
CASSIO MUNIZ S. A. Importação e comírcio
Praça da República, 309 — Telefone 4-7141 Solicite maiores detalhes em nossa Seccão de PECAS E ACESSÓRIOS
PREÇOS At PettiiiBii
'■rrWnirUi-nltJÉf*
ESPECIAIS PARA REVENDEDORES
Dici-.sto EroNÓM'CO
lenda. Êsse plantador de cidades pa dronizadas é também um devastador de
matas, um empobrecedor de solos, um
aniquilador de fontes de vida. O regimem das posses, a imprecisão dos títu
los, a marginalidade jurídica de nossa
população rural, foram os fatôres quê permitiram a eclosão désse tipo que
devassou - e também devastou - o Oeste paulista.
Ao lado dos connitos criados neli posse e que se prolongam -us vézes de geraçao em geração, outro Oagel,, riue
o regimem acarreta é a selvagem dila
pidação dos recursos naturais. Inscíruro do seu domínio sóbre a terra « nos-
terras, mas não vivein lu-Ias. Para eoom.star essa posse ou a-ocupaç-.áo. valein-
sc do recurso do agregados cpie aí se ]K).sseiro, mas coim, \-eriiatleiros criado-
de direitos para terceiros, ein nonw
do quem falam e peraulo quem respon
dem pela terra a seus cuidados confiada. O agregado. lu-ssc caso, usa è abusa da terra onde \ i\'e, dilapidando seus recur
Assim, o posseiro uos aparece, ao mesmo tempo, coiuo \ ítinia e carrasco.
É o proletário .sem torra, mas também
reduzir ' em^ pouc-o>"iagmar como relatipode leduzir, tempo, terras
não obedece a um método eficiente cie divisão e demarcação da terra. A eliminação da po.sso no Paí.s só
--nte férteis à mais íon.pleta e:SriUAcresce ainda que, em muitos casos
o posseiro é um latifundiário.
a-ssimilou a cobiça de acumular ferZ
nio. Êsse fenômeno aparece no relato Vale do bao Francisco"Há no no no"vd"' » fenô.ne-
pt.'SSOas que querem st-r posseiros de
ns PiaTnFORMns elevadoras
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">"1" de tempo. Levando-se em cont i na maioria dos casos, ignora as téc'
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c o acaparaclor da distância. Ambos os tipos SC encsjulrain, |>or tòda parle, no Bra.sii, resultantes de um .sistema
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Enquanto isso não se fa/., o
posseiro continua entrando pelas toiTas inaprovciladus, explorando a terra até csgolá-hi, x'agutiando
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Banco do Estado de São Paulo S. A. MATRIZ; SÃO PAULO
Banco
PRAÇA ANTÔNIO PRADO. 6 CAIXA POSTAL, 789 — END. TELEGR.: 'BANESPA'
AGÊNCIAS: Amparo
de São Paulo S/A.
Andradina — Araçatuba — Araraquara —
Alibáia — Avaré — Barretos — Baíalais — Baurú — Bolucatu —
Brás (Capilal) — Caçapava — Campinas — Campo Grande (Maio Grosso} — Catanduva — Franca — Ibitinga — Ilapelininga — Itúverava — Jabolicabal — Jaú — Jundiaí — Limeira — Lins —
Marília — Mírassol — Mogi Mirim — Novo Horizonte — Olím pia — Ourinhos — Palmital — Piracicaba — Pirajuí — Pirassununga — Presidente Prudente — Guatá — Registro — Ribei. rão Preto — Sto. Anastácio — S. Carlos — S. João da Bôa Vista — S. Joaquim da Barra — S. José do Rio Pardo — São Jo
sé do Rio Prêto — S. Simão — Santos — Tanabi — Tietê — Tupan.
Noroeste do Estado
r
RUA ALVARES PENTEADO, 216
SAO PAULO
CAIXA POSTAL, 1I9-B
Endereço Telegráfico: "ORBE"
DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — COBRANÇAS
— TRANSFERÊNCIAS — TÍTULOS — AS MELHORES TAXAS
— AS MELHORES CONDIÇÕES — SERVIÇO RÁPIDO E EFICIENTE.
CAPITAL
Cr$ 24.000.000,00
reservas
Cr$ 54.000.000.00
Á IMPORTADORES-ATACADISTAS
GÊNEROS ALIMENTÍCIOS, FERRAGENS, ETC. FILIAIS Endereço Telegráfico:
Agudos, Andradina, Apucarana, Araçatuba, Arapongas, Assai, Bandeirantes, Baurú, Biriguí, Gambá, Campinas, Catanduva, Cornélio Procópio, Gelulina, Guararapes, Jun diaí, Lins, Londrina, Mandaguarí, Marília, Maringá, Mirandópolis, Mirassol, Monte Aprazível, Penapolis, Pirajuí, Promissão, Rolandia, Santo André, Santos, São Bernardo MATRIZ:
RUA CANTAREIRA, 507-515 — Caixa Postal, 1853 Fones: Esc.: 6-4820 — Arnv: 4-7824 — SÃO PAULO
do Campo, São Caetano do Sul, São José do Rio Preto, Tupã e Valparaiso.
FILIAL: Marília — C. P.
a.
lU*. ■
w
..I, . :u.., I ...
....Vu.
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BANCO
DO
BRASIL
S. A.
RUA ALVARES PENTEADO N.o 112 SÃO PAULO
COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA DE FINANCIAMENTO.
1
56 se aprecia o fino polodor de oliva em seu azeite...
TAXAS DAS CONTAS DE DEPÓSITO:
Populares (limite de CrS 50.000,00) 4% a.a. Limitados (limite de CrS 100.000,00) 3% a.a. SEM LIMITE ; 2% a. a. Deposites a Prazo Fixo: Depósitos de Aviso Prévio: 12 meses 5% a a 90 dias 4yz% a.a. - 60 dias
° '"eses
4% a.a.
4
30 dias
% a.a.
3y2% a.a.
Contas a Prazo Fixo, com Pagamento mensal de Juros: 12 meses 4^% 6 meses 3V^% a.a.
USE
òl e o
aMENDOLIVfl
Mhís íini'. mnis juiro, mnis digcstivel cio que quBiqiior óleo dns melhores
procedências.
REFÍNADORA DE ÓLEOS BRASIL S.A.
i Automóveis e Caminhões
0À
K'
COMISSÁRIOS — EXPORTADORES
IMPORTAÇÃO — REPRESENTAÇÕES Concessionários
Cia. de Autcmcveis Alexandre Ucrnstein SÃO
Escritório, vendas e secção de
PAULO
RUA CAP. FAUSTINO
RUA CLAUDINO PINTO, 55
LIMA, 105
Telefone: 2-8740
Telefones:
Secção de peças
2-4564
i
OFICINAS:
peças
Escritório e vendas . . . 2-8738
EXPORTADORA E COMISSÁRIA PAULISTA LTDA.
CAIXA POSTAL, 2840 — SÃO PAULO —
R. 15 DE NOVEMBRO, 330
R. FREI GASPAR, 12
6.° andar
2.*' andar
Fones: 3-2093 e 2-6425
Fones: 2-7979 e 2-3656
Telegramas: Excopa
SÃO PAULO
Telegramas: Excopa
,
SANTOS
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RUA ALVARES PENTEADO N.o 112 SÃO PAULO
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