DIGESTO ECONÔMICO, número 73, dezembro 1950

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Valor do cruzeiro e conjuntura econômica — Roberto Pinto de Sousa

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Educação cientifica e questões econômicas — DJacir Menezes Recuperação das valorizações imerecidas — Carlos A. de Carvalho Pinto'

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Cuicclardini, político e financista da renascença — Aliomar Baleeiro Democracia política e econômica na atualidade brasileira e mundial

Calógeras — Antônio Gontijo de Carvalho Sousa Economistas brasileiros - Sebastião Ferreira Soares — BasíUo de kTap-alVààõ José Luiz de Almeida Nogueira — O professor, o parlamentar, o hUloriffilnp"' acadêmico — Pelágio Lobo Nação o regime — Holand Coroisier Os problemas da Irrigação no Estado de São Paulo — José sètVoi^ o rrnfo orvi IQRn -rO café em 1950 — José Testa

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Velhos Planos (III) — Nelson Werneck Sodré Olivais

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PARA HOMENS. SENHORAS E CRIANCAS

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\ »»assadeiras

O CALCADO

TECIDOS paraMOVEISe cortinas €^!IUP©S EST@FA®@S

5ALAÍ DE JANTAU.DOmiTORIOS,HALLJ,etc. ^ Oficinas Próprias

liPÍÇAR.A^Oiyi^ São Paulo — Rua San ta Efigenía, 51 - Fones; 4-4179 — 4-4170

gCATAMAGGHIA

Santos — Rua Amador Bueno, 114 - Tel. 2-6555

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1 ENSAIO SÔB R~E POLÍTICA

mm EcoiiüHico

MINERAL BRASILEIRA

I MUI aos Risôcin um piimim kiui Pub^cado sob os «oipíeios ds

Glycon de Pawa

ISSDCIAC&O COMERCItlDE SlO FSUII

jgs ri-: ensaio foi redigido sob forma de

FEDERADO DD COMERCIO DD

o Di^esio Econômico

ESTADO DE SlO PAULO

respostas a perguntas iTabilualmentc

fi-ilas pelo público culto, sobre a oricnlavão que se deve imprimir à política

publicará no próximo número: PRODUTOS

«upeítotendonie: Martlm Afíoruo Xavior da SUvolta

» . . Dirator: Aníonlo Gontljo d« Capyalho

HUASILKIKOS

brasili'ira relativa às cousas do subsolo.

NO

MEItf:AI>0 INTERNACIONAL —

Resume o nosso pensamento sobre o assunlí), decorrente de longa experiência

Doi'ivaI Teixeim Vieira.

l^rofissional. Representa, todavia, um ponto dc vista pessoal, não nccossària-

IMPOSTO DE RENDA — José Luiz

porventm^a

sejamos funcionabnente fi

liados.

1 — Quais os minerais que podenios exportar Uoremente ?

Atualmente o Brasil produz cèrca de 54

substâncias minerais diferentes, 16% por tanto, da cifra total de minerais utilizados

inento coincidente com a orientação de

pela humanidade (cerca de 300). Sob o ponto de vista da pergunta, êsses 54

órgãos oficiais a cujos corpos técnicos

minerais podem ser assim classificados:

<•« In-

« PubUcado S. ' ,® iinancelJWltOra Com"??iaT ♦

de Almeida Noprueira Porto. SOBRE COMPANHIAS DE INVES

^

P«l08 dadosnfio culaa devidamente citad»»

««tejam

™ crtlgoi asal-

«ter o nome do 'd,E"—• 'B•s t o

bestos, asfalto, fosfato etc.

II) Minerais que no Brasil não encon

Loureiro.

tram mercado suficientemente am

Cai'vajho,

alguns ASPECTOS DO COMÉR

Aldo Franco AISlIfATTnLA.1:

Dlgasto Econdmloe

ECONOMIA E HUMANISMO — Ar-

Ano (simples)

(registrado) !!!!'" pí!| ®2'2* Número do mês: " rí! 5,06

nóbio Graça.

plo e compensador, em virtude do

Monazita, zircônio, colúmbio, tàntalo,

atraso do nosso estágio econômico

tungstênio, manganês, baritina, titânio,

ou da pobreza do povo, e que são principalmente exportados, cons

quartzo, mica, lítio, pedras preciosas e

tituindo, aliás, mais de 60%, em

semi-preciosas etc.

valor, da produção mineral do Brasil.

CIO EXTERIOR DO BRASIL —

Atrasado:

bo, carvão, petróleo, gás natural, as- -

que, por isso, necessariamente não

TIMENTOS — Orozinibo O. Roxo

CALóGERAS — Antônio Gontijo de

Ka transcrição de arM»». Eoonãmlee.

Ouro, prata, arsênico, estanho, chum-'

mercado compensador e elástico e buscam mercado de além-mar.

conceitos emitidos em nados.

I) Minerais que no Brasil encontram

^

IH) Minerais com mercado interno ain da restrito, mas que normalmente

Materiais de

não são exportáveis por não po

cascalhn nrrr-T cascalio, argila

derem competir nos mercados ex ternos com os preços dos mesmos

dolomita, gipsita bnnvíf

como areia, e pedra: calcáreo J

ri refratános • e isolantes ' uauMta ra etc.minerais

pa

artigos, provindos de outras fontes.

Cri 8,00

ÍV) Minerais não classificáveis nas an Redaçfto « Admlnlttraçio:

teriores subdivisões.

Ferro, níquel, crômo, magneslta. diatoniita, ven-niculita etc.

Tladuio Boa Vlila, 17 - 7.0 andas Tel. 1-7489 — Caixa Postal, 14e-B lie Patile

Analisamos, a seguir, certos aspectos importantes de cada classe: I) Os minerais da classe I não são

normalmente exportados em virtude da

incidência de um ou mais dos seguintes motivos:


1 ENSAIO SÔB R~E POLÍTICA

mm EcoiiüHico

MINERAL BRASILEIRA

I MUI aos Risôcin um piimim kiui Pub^cado sob os «oipíeios ds

Glycon de Pawa

ISSDCIAC&O COMERCItlDE SlO FSUII

jgs ri-: ensaio foi redigido sob forma de

FEDERADO DD COMERCIO DD

o Di^esio Econômico

ESTADO DE SlO PAULO

respostas a perguntas iTabilualmentc

fi-ilas pelo público culto, sobre a oricnlavão que se deve imprimir à política

publicará no próximo número: PRODUTOS

«upeítotendonie: Martlm Afíoruo Xavior da SUvolta

» . . Dirator: Aníonlo Gontljo d« Capyalho

HUASILKIKOS

brasili'ira relativa às cousas do subsolo.

NO

MEItf:AI>0 INTERNACIONAL —

Resume o nosso pensamento sobre o assunlí), decorrente de longa experiência

Doi'ivaI Teixeim Vieira.

l^rofissional. Representa, todavia, um ponto dc vista pessoal, não nccossària-

IMPOSTO DE RENDA — José Luiz

porventm^a

sejamos funcionabnente fi

liados.

1 — Quais os minerais que podenios exportar Uoremente ?

Atualmente o Brasil produz cèrca de 54

substâncias minerais diferentes, 16% por tanto, da cifra total de minerais utilizados

inento coincidente com a orientação de

pela humanidade (cerca de 300). Sob o ponto de vista da pergunta, êsses 54

órgãos oficiais a cujos corpos técnicos

minerais podem ser assim classificados:

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^

P«l08 dadosnfio culaa devidamente citad»»

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™ crtlgoi asal-

«ter o nome do 'd,E"—• 'B•s t o

bestos, asfalto, fosfato etc.

II) Minerais que no Brasil não encon

Loureiro.

tram mercado suficientemente am

Cai'vajho,

alguns ASPECTOS DO COMÉR

Aldo Franco AISlIfATTnLA.1:

Dlgasto Econdmloe

ECONOMIA E HUMANISMO — Ar-

Ano (simples)

(registrado) !!!!'" pí!| ®2'2* Número do mês: " rí! 5,06

nóbio Graça.

plo e compensador, em virtude do

Monazita, zircônio, colúmbio, tàntalo,

atraso do nosso estágio econômico

tungstênio, manganês, baritina, titânio,

ou da pobreza do povo, e que são principalmente exportados, cons

quartzo, mica, lítio, pedras preciosas e

tituindo, aliás, mais de 60%, em

semi-preciosas etc.

valor, da produção mineral do Brasil.

CIO EXTERIOR DO BRASIL —

Atrasado:

bo, carvão, petróleo, gás natural, as- -

que, por isso, necessariamente não

TIMENTOS — Orozinibo O. Roxo

CALóGERAS — Antônio Gontijo de

Ka transcrição de arM»». Eoonãmlee.

Ouro, prata, arsênico, estanho, chum-'

mercado compensador e elástico e buscam mercado de além-mar.

conceitos emitidos em nados.

I) Minerais que no Brasil encontram

^

IH) Minerais com mercado interno ain da restrito, mas que normalmente

Materiais de

não são exportáveis por não po

cascalhn nrrr-T cascalio, argila

derem competir nos mercados ex ternos com os preços dos mesmos

dolomita, gipsita bnnvíf

como areia, e pedra: calcáreo J

ri refratános • e isolantes ' uauMta ra etc.minerais

pa

artigos, provindos de outras fontes.

Cri 8,00

ÍV) Minerais não classificáveis nas an Redaçfto « Admlnlttraçio:

teriores subdivisões.

Ferro, níquel, crômo, magneslta. diatoniita, ven-niculita etc.

Tladuio Boa Vlila, 17 - 7.0 andas Tel. 1-7489 — Caixa Postal, 14e-B lie Patile

Analisamos, a seguir, certos aspectos importantes de cada classe: I) Os minerais da classe I não são

normalmente exportados em virtude da

incidência de um ou mais dos seguintes motivos:


Dicivsrt» Econômico

18

a) restrições legais ao comércio de les: ouro, prata;

naturalmente

consiniiidos pelos povos

ricos.

b) produção insuficiente para o pró prio mercado interno: cstanho,

Dkíiísto

EcoNÓKaco

19

utilização próxima o intensiva do nos so níquel, tão remotamente localizado

b) c.xportar o minério de manganês da

como é.

Entre os minerais d.»

ainda clcstacíir a mojja/.ila.

eoiném

Dc-positos

chumbo, petróleo, carvão, asbes-

mistos de iiionazita, iliiienila e zirconitu

tos, fosfatos;

jazem na orla praieira cio Espirito San

periferia do País: Amapá e Uru

São imensas as rescr\'a,s brasileiras de

magncsita (Ceará c Bahia), mas redu zido o mercado internacional.

cum.

Além

disso, a tecnologia moderna retira, com muita facilidade, o magné.sio da água

3 — Çiírtis os que só devemos exportar mediante condições rígidas(em tro

c) qualidade inferior: car\ão, asfalto;

to c da Uabiu.

d) preços internos muito elevados em

grande; maioria dos clepásitos. Por .sua vez, a. monazita titula dc -1 a 5'1 dc torina, oxido de tório, Th02. O metal tó-

do mar,• de modo que não é tão bri

ca, por exemplo, de equipamentos

lhante como poderia parecer o futuro

essenciais)?

rio ó um combiislivel atômico, dc modo

te à pergunta: podemos exportar os mi nerais que já exportamoSy com exceção da monazita, que deve ser tiegociada

relação aos do mercado internacio

nal: arsênico, cstanho, cluunbo, caWão, asbestos, fosfatos, asfalto!

Apesar das razões acima apontadas já

foram objeto de eventual exportação os seguintes minerais desta classe: chum'-

uru*g^:Fr'"'^

Entretanto, certas substâncias entre as 1 procura mundial maior ^ podem eventualmente ser âlínif i numeradas, quando em situac-ln

Ias fôrças de exportação, caso Vcsh' nho, do chumbo e dos fncfof

c

tes. No presente

nhedmentos sobre as reservas dês™;

tres minerais, tal exportação não A

ser facilitada, se vier a se tomar poS vel, convmdo resistir ao forte apêb dos preços externos em determinadas oeF

sioes.

H) Os minerais da classe 11 consti tuem, em valor, o grosso da produção mineral do Brasil. Boa parte dos com ponentes dessa classe abrange o que se tem denominado e^edarias minerais no sentido de que compreende minerais de alto valor específico, universalmen

te consumidos, embora sempre em pe quena quantidade. Assim, o mundo se basta com 500 toneladas de tântalo, com 80.000 de tungstênio, com 2.000 de

quartzo, com 20.000 de mica etc., por ano.

Outros minerais dessa classe

consti

tuem objetos de adorno de alto preço,

O concentrado dessas

e.xistente no raio dc ação da nossa indxistria;

areias cncc-rra 8 a !()?• de monazila, na

que o controle sòlire as areias monazíticas tom sido sugerido desde a desco berta das possibilidades industriais da fissão artificial do átomo.

A nosso ver, a monazita de\c ser dc preferência negociada entre governos, furtando-a ao comércio normal privado. Esta seria a única restrição, no campo

dessa rcser\-a mineral.

diretamente com

no que justifique a sua inclusão na clas A importância do ferro é dc tal ordem

que merece explanação própria, figu rando abaixo.

Quanto aos outros minerais da classe

ÍV, referimo-nos a seguir a êles:

O cromo brasileiro, por exemplo, pela sua pequena quantidade, qualidade in ferior,

externo,

dificilmente encontra mercado

à exceção das situações de

emergência internacional. E' pequeno, também, nosso consumo dele.

Quanto ao níquel, c tão grande a re serva mundial (Sudbury, Canadá) e tão

bem .situada, que não há esperança de

a) certa auto-sufíciência por 0

parte do país, em relação a produtos essenciais, de modo

c fosfatos quando aparecer opor tunidade para aliená-los,,mas não devemos, prèviamente, tomar tal

IJ

que airosamente possa supor-

1

ventura conseqüentes dessa

— A não ser a monazita, conside-

se 11.

põe-se :

exportação de estanho, chumbo

trição se impõe ao comercio externo

IV) Trata-sc aqui de minerais que

mente a um produto qualquer, im

nos; devemos criar embaraços à

2 — Quais os que não devemos expor

ainda não encontraram mercado exter

uma aütude dessa ordem, relativa

outros gocer-

da pergunta, à liberdade do comércio dos minerais da classe, salvo as implica ções das respostas suliscqucntcs. III) Quanto aos minerais da classe ÍH, nao sendo normalmente exportáveis pela sua própria natureza, nenhuma res dôíes.

Para que um país possa tomar .

Eni resumo, c respondendo finalmen

atitude.

tar, a fim de constituirem reservas

de segurança ?

, rada como reser\'a de energia, em face da tecnologia que se aproxi

ma, não A'emos outro mineral que

aqui possa ser capitulado, salvo as restrições abaixo :

O manganês do Brasil localiza-se mui to bom cm relação às nossas necessida

des siderúrgicas, atuais e futuras, na

quilo que se refere às jazidas de Minas

sanções indiretas por-

atitude;

b) que detenha monopólio físico, ou um quase monopólio, sóbre o pro duto em questão;

c) que o produto não seja capaz de substituição fácil por sintético ou siniiIciT •

Desprezando a condição a), que deci didamente inibe o Brasil de toníar aHtudes desse genero, a condição b) indica como produtos minerais que a satisfazem. o zircônic e o quartzi. tjidp mineral não merece a ati-

dade mundialmente consumida; o segun-

Gerais; localiza-se muito mal, todavia, mn relação a esse mercado interno, na

quilo que condiz com as jazidas do Amapá e do Urucum, Mato Grosso. As sim, convém desde já legislar sobre i,sso, zoneando as jazidas pelos mercados. O espíiâto de.ssa legislação deve ser: a) reservar para as necessidades da siderurgia indígena o manganês

tético ^ vulgarização dêsse sinEm resumo, a atitude imaginada no Item 3 não deve ser assumida pelo Bra sil em caso algum, porque a tecnologia, a serxoço das grandes potências, é cápaz

de realizar milagres, em prazo curto, cq-


Dicivsrt» Econômico

18

a) restrições legais ao comércio de les: ouro, prata;

naturalmente

consiniiidos pelos povos

ricos.

b) produção insuficiente para o pró prio mercado interno: cstanho,

Dkíiísto

EcoNÓKaco

19

utilização próxima o intensiva do nos so níquel, tão remotamente localizado

b) c.xportar o minério de manganês da

como é.

Entre os minerais d.»

ainda clcstacíir a mojja/.ila.

eoiném

Dc-positos

chumbo, petróleo, carvão, asbes-

mistos de iiionazita, iliiienila e zirconitu

tos, fosfatos;

jazem na orla praieira cio Espirito San

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magncsita (Ceará c Bahia), mas redu zido o mercado internacional.

cum.

Além

disso, a tecnologia moderna retira, com muita facilidade, o magné.sio da água

3 — Çiírtis os que só devemos exportar mediante condições rígidas(em tro

c) qualidade inferior: car\ão, asfalto;

to c da Uabiu.

d) preços internos muito elevados em

grande; maioria dos clepásitos. Por .sua vez, a. monazita titula dc -1 a 5'1 dc torina, oxido de tório, Th02. O metal tó-

do mar,• de modo que não é tão bri

ca, por exemplo, de equipamentos

lhante como poderia parecer o futuro

essenciais)?

rio ó um combiislivel atômico, dc modo

te à pergunta: podemos exportar os mi nerais que já exportamoSy com exceção da monazita, que deve ser tiegociada

relação aos do mercado internacio

nal: arsênico, cstanho, cluunbo, caWão, asbestos, fosfatos, asfalto!

Apesar das razões acima apontadas já

foram objeto de eventual exportação os seguintes minerais desta classe: chum'-

uru*g^:Fr'"'^

Entretanto, certas substâncias entre as 1 procura mundial maior ^ podem eventualmente ser âlínif i numeradas, quando em situac-ln

Ias fôrças de exportação, caso Vcsh' nho, do chumbo e dos fncfof

c

tes. No presente

nhedmentos sobre as reservas dês™;

tres minerais, tal exportação não A

ser facilitada, se vier a se tomar poS vel, convmdo resistir ao forte apêb dos preços externos em determinadas oeF

sioes.

H) Os minerais da classe 11 consti tuem, em valor, o grosso da produção mineral do Brasil. Boa parte dos com ponentes dessa classe abrange o que se tem denominado e^edarias minerais no sentido de que compreende minerais de alto valor específico, universalmen

te consumidos, embora sempre em pe quena quantidade. Assim, o mundo se basta com 500 toneladas de tântalo, com 80.000 de tungstênio, com 2.000 de

quartzo, com 20.000 de mica etc., por ano.

Outros minerais dessa classe

consti

tuem objetos de adorno de alto preço,

O concentrado dessas

e.xistente no raio dc ação da nossa indxistria;

areias cncc-rra 8 a !()?• de monazila, na

que o controle sòlire as areias monazíticas tom sido sugerido desde a desco berta das possibilidades industriais da fissão artificial do átomo.

A nosso ver, a monazita de\c ser dc preferência negociada entre governos, furtando-a ao comércio normal privado. Esta seria a única restrição, no campo

dessa rcser\-a mineral.

diretamente com

no que justifique a sua inclusão na clas A importância do ferro é dc tal ordem

que merece explanação própria, figu rando abaixo.

Quanto aos outros minerais da classe

ÍV, referimo-nos a seguir a êles:

O cromo brasileiro, por exemplo, pela sua pequena quantidade, qualidade in ferior,

externo,

dificilmente encontra mercado

à exceção das situações de

emergência internacional. E' pequeno, também, nosso consumo dele.

Quanto ao níquel, c tão grande a re serva mundial (Sudbury, Canadá) e tão

bem .situada, que não há esperança de

a) certa auto-sufíciência por 0

parte do país, em relação a produtos essenciais, de modo

c fosfatos quando aparecer opor tunidade para aliená-los,,mas não devemos, prèviamente, tomar tal

IJ

que airosamente possa supor-

1

ventura conseqüentes dessa

— A não ser a monazita, conside-

se 11.

põe-se :

exportação de estanho, chumbo

trição se impõe ao comercio externo

IV) Trata-sc aqui de minerais que

mente a um produto qualquer, im

nos; devemos criar embaraços à

2 — Quais os que não devemos expor

ainda não encontraram mercado exter

uma aütude dessa ordem, relativa

outros gocer-

da pergunta, à liberdade do comércio dos minerais da classe, salvo as implica ções das respostas suliscqucntcs. III) Quanto aos minerais da classe ÍH, nao sendo normalmente exportáveis pela sua própria natureza, nenhuma res dôíes.

Para que um país possa tomar .

Eni resumo, c respondendo finalmen

atitude.

tar, a fim de constituirem reservas

de segurança ?

, rada como reser\'a de energia, em face da tecnologia que se aproxi

ma, não A'emos outro mineral que

aqui possa ser capitulado, salvo as restrições abaixo :

O manganês do Brasil localiza-se mui to bom cm relação às nossas necessida

des siderúrgicas, atuais e futuras, na

quilo que se refere às jazidas de Minas

sanções indiretas por-

atitude;

b) que detenha monopólio físico, ou um quase monopólio, sóbre o pro duto em questão;

c) que o produto não seja capaz de substituição fácil por sintético ou siniiIciT •

Desprezando a condição a), que deci didamente inibe o Brasil de toníar aHtudes desse genero, a condição b) indica como produtos minerais que a satisfazem. o zircônic e o quartzi. tjidp mineral não merece a ati-

dade mundialmente consumida; o segun-

Gerais; localiza-se muito mal, todavia, mn relação a esse mercado interno, na

quilo que condiz com as jazidas do Amapá e do Urucum, Mato Grosso. As sim, convém desde já legislar sobre i,sso, zoneando as jazidas pelos mercados. O espíiâto de.ssa legislação deve ser: a) reservar para as necessidades da siderurgia indígena o manganês

tético ^ vulgarização dêsse sinEm resumo, a atitude imaginada no Item 3 não deve ser assumida pelo Bra sil em caso algum, porque a tecnologia, a serxoço das grandes potências, é cápaz

de realizar milagres, em prazo curto, cq-


.IJ

I

Dicksto

20

mo já demonstrou no caso do salitn-, da

te substancial de (li\isas suplementares

borracha, da cera da carnaúba clc.

us atualmente obtidas.

4 — Sendo maw conveniente n exporta ção de produtos pelo menos scmimanufaturados, em relação o (fue minérios devemos seguir essa polí tica?

- Em princípio, essa política deve

ser seguida para os scguiútcs mincrios, cm grau decrescente da uli-

Ir/ação da providência, à medida da enumeração:

Dic;i-"s-i() Eciinômico

Econômico

21

nos fornos cli: refino de gusa. Mas a ex periência tem mostrado que não se pode produzir bemalila compacta sem que, ao

O primeiro assunto foi tratado no item anterior; quanto ao segundo, a iniciati

qnanliilades dc energia elélriea a pre

malila compacta, produz, sem que o de

va privada e a intervenção governaiiiental já providenciaram para a industrializ;\ção sugerida, na grande maioria dos casos. A lista seguinte abrange as possíveis categorias de matéria-prima mineral suscctíiel de industrialização,

ços da ordem

seje,

objetivando o mercado interno:

A possibilidadí' da exportação de aliiniínio, metal de que Hif.í do ciislo são

me.smo tempo, a jacutinga seja produzi da. Atualmente, por exemplo, a Com-

representados ju-la elelríeitlad«> « inpregada em sua manufatura, preiule-se. essen

paniria \'ale do Rio Doce, com uma pro dução diária de- 3.000 toneladas de he-

cialmente. !i clisponibilidad<- de grandes, de 2 a 3 ecnlaxos pur

Kwh, situação da qual estamos ainda

600 toneladas diárias

dc jacu

Ouro, prata, zircônio, arsênico, titânio,

tinga.

A mesma cousa se repete em Cosa dc

muito afastados.

Pedra, jazida da Companliia Sidcmrgi-

Os restantes produtos têm ipie aguar

tungstênio, níquel, cronio, manganês

niíignésío, alumínio, estanho, zinco

fato, até agora, apenas existem, ein lo do o mundo, duas companbia.s (jue ta-

chumbo, cobre, calcáreo, sal-genia fcr'tilizantcs, enxofre, magnesita. dolomita, da Belgo-Míncíra. Esta última compa nhia j;r montou uma usina para aglcnic-, baritinu, asbostos, gipsita, asfalto, pigmentos minerais, quartzo, mica, rèfratáração dos finos, de sintcrização, como se

zcni a metalurgia do berilo, e uma, a

diz, para aproveitar a jacutinga nos seus

rios, isolantcs, abrasivos e materiais de

do (àntalo, possuidoras de técnica pró pria c, ao que se diz, ainda iinperfc-ila, fruto como é dc pescpiisas eienlificas e

próprios fornos.

construção.

uns 10 milhões do tonelada.s dc minério

dústria de lapidação e aos''íapirriot

técnicas caras o demoradas, ainda em

dc ferro, .serão conconiilantenicntc pro

curso.

duzidos pelo menos 2 milhões

A no.ssa produção de lítio e lung.slènio

dc toneladas do finos, de jacu

acesso e ma.s em conta, aos fundos a canos (refugo de diamante! rlnef i

ó demasiadamente pequena, primitiva c irregular, para que se possa contar com

rá a sintcrização e ultcrior re

, Pedras preciosas e somi-preciosas, iriír' "^ganès, aU,„ri„i„, tantahta, berilo, litio, tungstênio. As pedras preciosas c semi-prccios is ciai delas aind i K

formaria,

substan-

Medidas intermc

sim como possibilidades de ^1^ à operação de lapidar poderão aumentai de mu.to a cota industrializada dO, • artigos.

Relativamente a minerais como quar

tzo, mica, magnesita e manganês, providenciou-sc, em Genebra, durante as ne gociaçoes tarifárias de 1947, uma redu

ção de 50% das tarifas estrangeiras sobre semi-manufaturas de quartzo, mica

magnesita calcinada e ferro-ligas dè

manganês, o que foi satisfatoriamente

conseguido. O caminho está aberto pa

ra a exportação desses artigos sob esta fonna.

Certas medidas complementares co mo isenção de impostos internos duran te certo período e outros dispositivos es timulantes, poderão precipitar a fabrica ção desses artigos para fins de exporta ção, e ao Brasil proporcionar uma fon

ea Nacional, c na jazida do Andradas,

dar tempo para que possam ser < xportados sob forma semi-mamifatnrada. Oe

Quando hou\'er uma exportação de

tinga, cuja melhor utilização se

Na lista acima foram sublinhadas as

matérias-primas minerais que ainda não

foram objeto de cogitação séria por par te de nossos indiustriais, por um ou outro dos motivos seguintes: a) zircônio para refratários, por falta de pesquisas e reduzi-

dução a coque estrangeiro, obtondo-se gusa que será e.vportado juntamente com a liema

cia como fonte abastcccdora dc instala

ções fabris. E' indispcnsá\el. inicial mente, dcscnvolve-las c aparelliá-las, ob jetivando a exportação sob forma primá ria, para que se tenlia depois a seguran

do mercado;

b) titânio para produção de pigmentos, faltaconcende ácido sulfunco barato pela de alta

tita compacta.

traçao (oleum);

A adoção desse esquema poderá con duzir a um equilíbrio em peso entre a

ça da produção normal de minério bru

to em boas condições de (jualidade o

carga terrestre c marítima:

preço para, a seguir, pensar na indústria de semi-nianufaturus baseada sõbre eles.

peso (minério de ferro -{- gu.sa) = pe so (coque + carvão) cquacionaniento indispensável para que se tenha o pre

d)

ço mínimo dc transporte no sistema.

o)

Uma substância mineral que talvez venha a ser parcialmente semi-mamiiaturada no Brasil, em virtude dc •intcrc.s-

se direto do importador c não de im posição nossa, é o minério de ferro em

pó, a jacutinga. Dc fato, o minério do ferro exportável

de Minas Gerais apresenta-se .sob duas formas: liematita compacta e jacutinga. A lavra deles é sempre feita cm busca de liematita compacta, minério dc ferro principalmente utilizado como oxidante

3

dc

5 — Quais os que devem ser industria lizados no País, ou porque a sua

industrialização

apresenta

bases

econômicas, ou porque interesse à segurança nacional ? — Convém distinguir a industriali zação de produtos minerais para ex

portação e a industrialização deles pai'a consumo interno.

zmco; incerteza da produção

oal de minérios de zfaco; fertilizantes: o

para producãn

Vie nãoS'a'' de desejáCe/em cia dp nTã^ '

zões •

^

i,

nacio-

.

condições

fosfatados

^'"tudc da ocorrên-

seguintes ra-

1) situação e.xcentrica de alguns dos deposites de matéria-prima, em relação às áreas agrícolas consu midoras;

2) ausência de transporte barato;


.IJ

I

Dicksto

20

mo já demonstrou no caso do salitn-, da

te substancial de (li\isas suplementares

borracha, da cera da carnaúba clc.

us atualmente obtidas.

4 — Sendo maw conveniente n exporta ção de produtos pelo menos scmimanufaturados, em relação o (fue minérios devemos seguir essa polí tica?

- Em princípio, essa política deve

ser seguida para os scguiútcs mincrios, cm grau decrescente da uli-

Ir/ação da providência, à medida da enumeração:

Dic;i-"s-i() Eciinômico

Econômico

21

nos fornos cli: refino de gusa. Mas a ex periência tem mostrado que não se pode produzir bemalila compacta sem que, ao

O primeiro assunto foi tratado no item anterior; quanto ao segundo, a iniciati

qnanliilades dc energia elélriea a pre

malila compacta, produz, sem que o de

va privada e a intervenção governaiiiental já providenciaram para a industrializ;\ção sugerida, na grande maioria dos casos. A lista seguinte abrange as possíveis categorias de matéria-prima mineral suscctíiel de industrialização,

ços da ordem

seje,

objetivando o mercado interno:

A possibilidadí' da exportação de aliiniínio, metal de que Hif.í do ciislo são

me.smo tempo, a jacutinga seja produzi da. Atualmente, por exemplo, a Com-

representados ju-la elelríeitlad«> « inpregada em sua manufatura, preiule-se. essen

paniria \'ale do Rio Doce, com uma pro dução diária de- 3.000 toneladas de he-

cialmente. !i clisponibilidad<- de grandes, de 2 a 3 ecnlaxos pur

Kwh, situação da qual estamos ainda

600 toneladas diárias

dc jacu

Ouro, prata, zircônio, arsênico, titânio,

tinga.

A mesma cousa se repete em Cosa dc

muito afastados.

Pedra, jazida da Companliia Sidcmrgi-

Os restantes produtos têm ipie aguar

tungstênio, níquel, cronio, manganês

niíignésío, alumínio, estanho, zinco

fato, até agora, apenas existem, ein lo do o mundo, duas companbia.s (jue ta-

chumbo, cobre, calcáreo, sal-genia fcr'tilizantcs, enxofre, magnesita. dolomita, da Belgo-Míncíra. Esta última compa nhia j;r montou uma usina para aglcnic-, baritinu, asbostos, gipsita, asfalto, pigmentos minerais, quartzo, mica, rèfratáração dos finos, de sintcrização, como se

zcni a metalurgia do berilo, e uma, a

diz, para aproveitar a jacutinga nos seus

rios, isolantcs, abrasivos e materiais de

do (àntalo, possuidoras de técnica pró pria c, ao que se diz, ainda iinperfc-ila, fruto como é dc pescpiisas eienlificas e

próprios fornos.

construção.

uns 10 milhões do tonelada.s dc minério

dústria de lapidação e aos''íapirriot

técnicas caras o demoradas, ainda em

dc ferro, .serão conconiilantenicntc pro

curso.

duzidos pelo menos 2 milhões

A no.ssa produção de lítio e lung.slènio

dc toneladas do finos, de jacu

acesso e ma.s em conta, aos fundos a canos (refugo de diamante! rlnef i

ó demasiadamente pequena, primitiva c irregular, para que se possa contar com

rá a sintcrização e ultcrior re

, Pedras preciosas e somi-preciosas, iriír' "^ganès, aU,„ri„i„, tantahta, berilo, litio, tungstênio. As pedras preciosas c semi-prccios is ciai delas aind i K

formaria,

substan-

Medidas intermc

sim como possibilidades de ^1^ à operação de lapidar poderão aumentai de mu.to a cota industrializada dO, • artigos.

Relativamente a minerais como quar

tzo, mica, magnesita e manganês, providenciou-sc, em Genebra, durante as ne gociaçoes tarifárias de 1947, uma redu

ção de 50% das tarifas estrangeiras sobre semi-manufaturas de quartzo, mica

magnesita calcinada e ferro-ligas dè

manganês, o que foi satisfatoriamente

conseguido. O caminho está aberto pa

ra a exportação desses artigos sob esta fonna.

Certas medidas complementares co mo isenção de impostos internos duran te certo período e outros dispositivos es timulantes, poderão precipitar a fabrica ção desses artigos para fins de exporta ção, e ao Brasil proporcionar uma fon

ea Nacional, c na jazida do Andradas,

dar tempo para que possam ser < xportados sob forma semi-mamifatnrada. Oe

Quando hou\'er uma exportação de

tinga, cuja melhor utilização se

Na lista acima foram sublinhadas as

matérias-primas minerais que ainda não

foram objeto de cogitação séria por par te de nossos indiustriais, por um ou outro dos motivos seguintes: a) zircônio para refratários, por falta de pesquisas e reduzi-

dução a coque estrangeiro, obtondo-se gusa que será e.vportado juntamente com a liema

cia como fonte abastcccdora dc instala

ções fabris. E' indispcnsá\el. inicial mente, dcscnvolve-las c aparelliá-las, ob jetivando a exportação sob forma primá ria, para que se tenlia depois a seguran

do mercado;

b) titânio para produção de pigmentos, faltaconcende ácido sulfunco barato pela de alta

tita compacta.

traçao (oleum);

A adoção desse esquema poderá con duzir a um equilíbrio em peso entre a

ça da produção normal de minério bru

to em boas condições de (jualidade o

carga terrestre c marítima:

preço para, a seguir, pensar na indústria de semi-nianufaturus baseada sõbre eles.

peso (minério de ferro -{- gu.sa) = pe so (coque + carvão) cquacionaniento indispensável para que se tenha o pre

d)

ço mínimo dc transporte no sistema.

o)

Uma substância mineral que talvez venha a ser parcialmente semi-mamiiaturada no Brasil, em virtude dc •intcrc.s-

se direto do importador c não de im posição nossa, é o minério de ferro em

pó, a jacutinga. Dc fato, o minério do ferro exportável

de Minas Gerais apresenta-se .sob duas formas: liematita compacta e jacutinga. A lavra deles é sempre feita cm busca de liematita compacta, minério dc ferro principalmente utilizado como oxidante

3

dc

5 — Quais os que devem ser industria lizados no País, ou porque a sua

industrialização

apresenta

bases

econômicas, ou porque interesse à segurança nacional ? — Convém distinguir a industriali zação de produtos minerais para ex

portação e a industrialização deles pai'a consumo interno.

zmco; incerteza da produção

oal de minérios de zfaco; fertilizantes: o

para producãn

Vie nãoS'a'' de desejáCe/em cia dp nTã^ '

zões •

^

i,

nacio-

.

condições

fosfatados

^'"tudc da ocorrên-

seguintes ra-

1) situação e.xcentrica de alguns dos deposites de matéria-prima, em relação às áreas agrícolas consu midoras;

2) ausência de transporte barato;


Dicestü Econômico,

22

3) alto preço do ácido sulfúrico ne cessário à fabricação de suporfosfatos; 4) falta de financiamento c ^c téc nica ;

aquele dc ser muito pouco brasileiro, no sentido de que seus produtos se pres tam mais h alienação do rpic à utiliza ção interna. E' inc'gá\cl sua vocação oceânica. Produz, nosso subsolo, coisas

f) possivelmente, a fonte mais impor tante dc erwôfrc no Brasil é consti

tuída pela marcassita (pirita dc car vão), concomitantementc produzida com a hulha nacional. Pode trans

formar-se, essa marcassita, depois dc pesquisas longas e caras, em fonte

local importante de ácido sulfúrico

de 2.^ qualidade;

g) os outros produtos minerais acima

sublinhados, embora já constituindo matéria-prima para algumas indúsWas, podem ser mais inteligentemen5 c mais amplamente aproveitados o que o estão sendo presentemente, es e que a indústria brasileira re-

supérfluas, mais necessárias ás grandes potências do que ao próprio país que as encerra, cujos habitantes dincilinente atingirão um estágio econômico coínpa-

tível com o consumo ddas, uma \cz que

já tem dificuldades para manter seu trem dc vida, apesar de .ser um dos mais bai xos entre as nações civilizadas.

Ainda maí.s, os seus produtos são mais ncccssário.s â guerra do que á paz, de modo que os acmcs da mineração no Brasil quase sempre coincidem com a desgraça internacional. E' o caso do quartzo, da tantalíta, do berilo, da mica, do diamante industrial etc. Até a lavra

ugie-se na técnica apropriada, de corrente de pesquisas específicas.

e o comércio dc certos produtos mine rais de consumo tipicamente interno me

6 — Problemas que podem influir na fi

ternacionais. E' o caso do car\'ão brasi

lhor vicejam cm épocas de conflitos in

xação das diretrizes da política mi

leiro, que vive dias de bonança (juando

neira nacional

h-aqueja o abastecimento de combustí

— Damos aqui indicações sôbre políti ca mineira conveniente ao Brasil, consi

derando-a como fração da política eco nômica nacional.

Como adiante se verá, e anteriormen te se percebeu, fraciona-se essa política, em duas outras: a política

sôbre produtos minerais tipicamente de exportação, e aquela sôbre produtos mi nerais de predominante consumo interno. Dessa subdivisão convém destacar,

para consideração especial, quatro pro dutos minerais de importância funda mental que merecem preceitos peculia

vel estrangeiro cm tempo de guerra o que, em épocas de paz, perece quando a hulha ultramarina torna-se acessível

Em suma, o subsolo do Brasil, como atualmente conhecido, é naturalmente

1) —

Ecoxómico

Padronização

23

comercial

desses

produtos para que fiquem liber tos dc prejuízos conseqüentes dc cliscrcpâncias de pêso e dc teor, freqüentemente alegados pelos importadores. Essa padronização será decorrente de uma prepara ção dos minérios nos centros dc produção o sua subsequente clas sificação ou qualificação nesses centros, encaminhados a seguir

não tem sido a sorte econômica do Bra

o do ouro, o do café, o da borracha etc.

Um dos característicos do subsolo do

dentes do exterior, as nossas diietrizeg

sil, país que viveu o espasmo do açúcar, Por esses produtos, altamente depen políticas devem ser:

de calorias, de modo que o nosso mau canão, em tempo de paz, possa, dentro do respectivo centro industrial, ter mer

passo ou forçá-las à hibernação, de mo do a que o carvão possa momentanea mente alargar o seu âmbito e satisfazer

mercado externo, sôbre eles emi tindo ioarrants que serão inter namente comerciados, em bases do desconto de acordo com a

ção externa. Dc outro lado, as indús

trias serão tais, de forma a ser possível, em tempo de guerra, diminuir-lhes o

às necessidades brasileiras emergentes da guerra.

Êsse proceder dará es

Em tempo de paz, o País se aprovei tará do carvão estrangeiro,'me

conjuntura.

tabilidade à lavra, regu

lhor, mais barato, e o carvão na

larizará a produção, per

cional se recolherá ao seu raio de

mitindo, aos titulares de tvarranis, liquidá-los nas

tros industriais e vias férreas, lo

conjunturas favoráveis. 3) — Estabelecimento de indús trias

de

ação normal, consumido nos cen

^

semi-transfor-

mação, quando indicadas nos bilidades dos armazéns gerais.

gos períodos de languidez. Outra, aliás

feras, que sejam grandes consumidoras

quer que seja a conjuntura do

muito exteriorizado, demasiado voltado

Qualquer produto que dependa esseu.. cialmente do mercado exterior vivo por etapas, por espasmos, separados por lon-.

^ Pctrolco — A política a ser seguida sobre essa matéria-prima merece ser ex plicada em trabalho especial. Carvão - Criação de centros indus triais {centrais tennoelétricas, cerâmica, vidraria etc.) ao pé das bacias carboní-

cado certo, ser invulnerável à competi

para fora, vivendo, por conseqüência ao sabor das contingências estranhas ^ vontade do País e sôbre as quais êste não tem contrôle.

cionados, a pohtica nacional deve ser:

para armazéns gerais. 2) — Depósito da produção em arma zéns gerais nos portos de expor tação, que os receberão, qual

portos, baseando o suprimento da

res quanto a sua política: petróleo, fer ro, carvão e fosfatos, e que será abor dada in fine. Brasil, como atuabnente conhecido, é

Dic:icsto

matéria-prima sôbre as disponi 4) — Industrialização nas minas da ganga do minério, sempre que

possível, procurando fabricar pro

cados nas bacias carbonlferas.

Ferro - E' imperativo criar-se

uma poderosa atividade exporta dora do ferro de Minas Gerais na base

de 15 a 20 milhões de toneladas por ano, e capaz de proporcionar-nos, pelo menos, 120 milhões de dólares de dhàsas. tendo em vista as necessidades de nossa balança de contas.

Essa atividade é mero problema de

dutos de consumo interno, como

ranspo e terrestre e de apareUiamento

vidros e cerâmica industrial ou

exportação serão ^ E. F. Centralvias do de Brasil e a R F. Vi-

doméstica.

Quanto aos produtos minerais de con sumo interno, a regra geral deverá ser

índustrializá-Ios, tanto quanto possível, pé das minas, para transportar a gan-

o menos possível e distribuir os pro

dutos no mercado mais próximo. Em relação aos quatro produtos men

oria a Minas, e os portos, os três se guintes: Itacunissá, Vitória e Ara-Cruz (ex-Santa Cruz).

A nosso ver, os princípios diretores dessa políüca devem ser : 1) — • aparelhamento das vias férreas e dos portos de exportação, ine-


Dicestü Econômico,

22

3) alto preço do ácido sulfúrico ne cessário à fabricação de suporfosfatos; 4) falta de financiamento c ^c téc nica ;

aquele dc ser muito pouco brasileiro, no sentido de que seus produtos se pres tam mais h alienação do rpic à utiliza ção interna. E' inc'gá\cl sua vocação oceânica. Produz, nosso subsolo, coisas

f) possivelmente, a fonte mais impor tante dc erwôfrc no Brasil é consti

tuída pela marcassita (pirita dc car vão), concomitantementc produzida com a hulha nacional. Pode trans

formar-se, essa marcassita, depois dc pesquisas longas e caras, em fonte

local importante de ácido sulfúrico

de 2.^ qualidade;

g) os outros produtos minerais acima

sublinhados, embora já constituindo matéria-prima para algumas indúsWas, podem ser mais inteligentemen5 c mais amplamente aproveitados o que o estão sendo presentemente, es e que a indústria brasileira re-

supérfluas, mais necessárias ás grandes potências do que ao próprio país que as encerra, cujos habitantes dincilinente atingirão um estágio econômico coínpa-

tível com o consumo ddas, uma \cz que

já tem dificuldades para manter seu trem dc vida, apesar de .ser um dos mais bai xos entre as nações civilizadas.

Ainda maí.s, os seus produtos são mais ncccssário.s â guerra do que á paz, de modo que os acmcs da mineração no Brasil quase sempre coincidem com a desgraça internacional. E' o caso do quartzo, da tantalíta, do berilo, da mica, do diamante industrial etc. Até a lavra

ugie-se na técnica apropriada, de corrente de pesquisas específicas.

e o comércio dc certos produtos mine rais de consumo tipicamente interno me

6 — Problemas que podem influir na fi

ternacionais. E' o caso do car\'ão brasi

lhor vicejam cm épocas de conflitos in

xação das diretrizes da política mi

leiro, que vive dias de bonança (juando

neira nacional

h-aqueja o abastecimento de combustí

— Damos aqui indicações sôbre políti ca mineira conveniente ao Brasil, consi

derando-a como fração da política eco nômica nacional.

Como adiante se verá, e anteriormen te se percebeu, fraciona-se essa política, em duas outras: a política

sôbre produtos minerais tipicamente de exportação, e aquela sôbre produtos mi nerais de predominante consumo interno. Dessa subdivisão convém destacar,

para consideração especial, quatro pro dutos minerais de importância funda mental que merecem preceitos peculia

vel estrangeiro cm tempo de guerra o que, em épocas de paz, perece quando a hulha ultramarina torna-se acessível

Em suma, o subsolo do Brasil, como atualmente conhecido, é naturalmente

1) —

Ecoxómico

Padronização

23

comercial

desses

produtos para que fiquem liber tos dc prejuízos conseqüentes dc cliscrcpâncias de pêso e dc teor, freqüentemente alegados pelos importadores. Essa padronização será decorrente de uma prepara ção dos minérios nos centros dc produção o sua subsequente clas sificação ou qualificação nesses centros, encaminhados a seguir

não tem sido a sorte econômica do Bra

o do ouro, o do café, o da borracha etc.

Um dos característicos do subsolo do

dentes do exterior, as nossas diietrizeg

sil, país que viveu o espasmo do açúcar, Por esses produtos, altamente depen políticas devem ser:

de calorias, de modo que o nosso mau canão, em tempo de paz, possa, dentro do respectivo centro industrial, ter mer

passo ou forçá-las à hibernação, de mo do a que o carvão possa momentanea mente alargar o seu âmbito e satisfazer

mercado externo, sôbre eles emi tindo ioarrants que serão inter namente comerciados, em bases do desconto de acordo com a

ção externa. Dc outro lado, as indús

trias serão tais, de forma a ser possível, em tempo de guerra, diminuir-lhes o

às necessidades brasileiras emergentes da guerra.

Êsse proceder dará es

Em tempo de paz, o País se aprovei tará do carvão estrangeiro,'me

conjuntura.

tabilidade à lavra, regu

lhor, mais barato, e o carvão na

larizará a produção, per

cional se recolherá ao seu raio de

mitindo, aos titulares de tvarranis, liquidá-los nas

tros industriais e vias férreas, lo

conjunturas favoráveis. 3) — Estabelecimento de indús trias

de

ação normal, consumido nos cen

^

semi-transfor-

mação, quando indicadas nos bilidades dos armazéns gerais.

gos períodos de languidez. Outra, aliás

feras, que sejam grandes consumidoras

quer que seja a conjuntura do

muito exteriorizado, demasiado voltado

Qualquer produto que dependa esseu.. cialmente do mercado exterior vivo por etapas, por espasmos, separados por lon-.

^ Pctrolco — A política a ser seguida sobre essa matéria-prima merece ser ex plicada em trabalho especial. Carvão - Criação de centros indus triais {centrais tennoelétricas, cerâmica, vidraria etc.) ao pé das bacias carboní-

cado certo, ser invulnerável à competi

para fora, vivendo, por conseqüência ao sabor das contingências estranhas ^ vontade do País e sôbre as quais êste não tem contrôle.

cionados, a pohtica nacional deve ser:

para armazéns gerais. 2) — Depósito da produção em arma zéns gerais nos portos de expor tação, que os receberão, qual

portos, baseando o suprimento da

res quanto a sua política: petróleo, fer ro, carvão e fosfatos, e que será abor dada in fine. Brasil, como atuabnente conhecido, é

Dic:icsto

matéria-prima sôbre as disponi 4) — Industrialização nas minas da ganga do minério, sempre que

possível, procurando fabricar pro

cados nas bacias carbonlferas.

Ferro - E' imperativo criar-se

uma poderosa atividade exporta dora do ferro de Minas Gerais na base

de 15 a 20 milhões de toneladas por ano, e capaz de proporcionar-nos, pelo menos, 120 milhões de dólares de dhàsas. tendo em vista as necessidades de nossa balança de contas.

Essa atividade é mero problema de

dutos de consumo interno, como

ranspo e terrestre e de apareUiamento

vidros e cerâmica industrial ou

exportação serão ^ E. F. Centralvias do de Brasil e a R F. Vi-

doméstica.

Quanto aos produtos minerais de con sumo interno, a regra geral deverá ser

índustrializá-Ios, tanto quanto possível, pé das minas, para transportar a gan-

o menos possível e distribuir os pro

dutos no mercado mais próximo. Em relação aos quatro produtos men

oria a Minas, e os portos, os três se guintes: Itacunissá, Vitória e Ara-Cruz (ex-Santa Cruz).

A nosso ver, os princípios diretores dessa políüca devem ser : 1) — • aparelhamento das vias férreas e dos portos de exportação, ine-


P*JPIÜ» Dxcusto Econômico

24

b)ic;i\ST<)

diante financiamento dos interes

4) - as via.s de transporte terão tarifas

sados cm suprimento de minério

tes do financiamento provirfio de restituição de fretes c de despesas

alirm-ntani-se essencialmente, as vias clc

transporti*, pelas estações terminais. En tre? a cidtura e o mercado mcdeia o de

modo a facilitar a eelos.ão ilossa

embarque marítimo do minério.

Foíifatos — Melhor fòra fertiliziintes,

Terão a forma de pagamentos contínuos, à medida dos transpor tes e dos embar(pies. Hibernarão, tois encargos, se o importador-

o subtítulo; nia.s é «pie tanlo sobrelo-

serto, o quadro geográfico saliarizaclo pela atividade econômica pretérita, igualmente predatória com a atual. A política quanto a fosfatos deve ser:

va a importância dos fosfatos entre eles,

n) _ atribuição do problema a um ór

portuárias, respecti\amente, rela

indústria.

tivos ao transporte terrestre c ao

financiaclor deixar de importar. Reviverão, à medida do renasci mento da corrente exportadora. O prazo, nos contratos de exporta-

jxo será a vida média do sistema de transporte financiado ;

3) _

25

cie re.stauração da alimentação marginal do tráfego dessas vias, hoje inexistente:

especiais para n-lòrno tie carvão ou cofpie para a siiit<'rizaçâo dos finos, assim como para o gusa do exportação, eonccliindo-as do

por prazo longoj 2) — os encargos financeiros decorren

Econômico

o minério provirá da produção de minas pivadas. naquilo 0

refere à E. F. Central do BrasM na forma dos acordos que forem

que merecem ser destacados.

gão pr?)prio indcponclcnlc, de ca

O público, mc.smo o piiblico culto, es posa o conceito do que o sfilo é porono, mantcnclo-sc íntegro, cin (pialidado o quantidade, a despeito do amanho re

ráter executivo, onde tenham as

rão sobre uma parcela apenas da capacidade de produção,

ticando livre o re.stantc des.sa capacidade;

b) o mmeno fino. conjuntamen te produzido com o minério

exportável, deverá ser aproveitado mediante uma ou mais das seguintes fórmulas: in

luiturd,

sinterizado

ou

das a' prazo para pagamento por ocasião das colheitas.

Política a longo prazo :

sôbre matéria-prima externa e in

sento representantes da agricultu ra e das ferrovias.

Esse órgão

promoverá e executará a política

^

a) - estímulo técnico e financeiro à indústria de fertilizantes b:iseada terna ;

b) - avaliação dos depósitos brasilei ros de rochas fosfáticas tendo era

enxurradas c pelo vento, condicionada [Xíla açao agrícola do lioiucm sem técni

vista seu aproveitamento racional.

ca apurada.

das minas, obedecendo às se guintes diretrizes governamen

preparo das minas, transporte e embarque do minério, recai

para suprimento ao mercado in terno a preços mais em conta ; b) - instituição de um sistema de ven

dindo assim sua ação :

agrícolas colhidos, ultrapassa 100.000 toneladas; enquanto que a remoção, por descarnamentp erosivo, é estimada em mais de três vezes essa (luantidade A

11) os encargos financeiros para

zantes em grandes quantidades

nacional clc fertilizantes, subdivi

firmados diretamente entre o fi

tais :

a) - importação imediata de fertili

petido c da agressão pela china, pelas

Entretanto, para o fósforo, a dcsnúnc-ralização anual do solo cultivado do Es tado clc Sao Paulo, cm virtude da trans

nanciador da remodelação da es trada e dos portos e os titulares

Política de emergência :

ferencia desse mineral pura os produtos

reposição do fósforo se faz. à taxa" dn 50.000 toneladas anuais apenas. Assim, o grande problema básico d l agricultura brasileira é o da refertiliza-

&

ção, assim compreendido : a

aproveitamento do sulo conconii-

tantemente com a con.servação dele; b) - reposição do.s minerais hauridos

pelas plantas cultivadas.

E' evidente que o aproxeitamento das terras doentes do Brasil, as únicas, (juase, servidas por meios de comunicação,

transformado em gusa de ex-

encerra cm si mesmo a solução do pro

portaç.ão ;

blema do transporte pela possibilidade áiiiL


P*JPIÜ» Dxcusto Econômico

24

b)ic;i\ST<)

diante financiamento dos interes

4) - as via.s de transporte terão tarifas

sados cm suprimento de minério

tes do financiamento provirfio de restituição de fretes c de despesas

alirm-ntani-se essencialmente, as vias clc

transporti*, pelas estações terminais. En tre? a cidtura e o mercado mcdeia o de

modo a facilitar a eelos.ão ilossa

embarque marítimo do minério.

Foíifatos — Melhor fòra fertiliziintes,

Terão a forma de pagamentos contínuos, à medida dos transpor tes e dos embar(pies. Hibernarão, tois encargos, se o importador-

o subtítulo; nia.s é «pie tanlo sobrelo-

serto, o quadro geográfico saliarizaclo pela atividade econômica pretérita, igualmente predatória com a atual. A política quanto a fosfatos deve ser:

va a importância dos fosfatos entre eles,

n) _ atribuição do problema a um ór

portuárias, respecti\amente, rela

indústria.

tivos ao transporte terrestre c ao

financiaclor deixar de importar. Reviverão, à medida do renasci mento da corrente exportadora. O prazo, nos contratos de exporta-

jxo será a vida média do sistema de transporte financiado ;

3) _

25

cie re.stauração da alimentação marginal do tráfego dessas vias, hoje inexistente:

especiais para n-lòrno tie carvão ou cofpie para a siiit<'rizaçâo dos finos, assim como para o gusa do exportação, eonccliindo-as do

por prazo longoj 2) — os encargos financeiros decorren

Econômico

o minério provirá da produção de minas pivadas. naquilo 0

refere à E. F. Central do BrasM na forma dos acordos que forem

que merecem ser destacados.

gão pr?)prio indcponclcnlc, de ca

O público, mc.smo o piiblico culto, es posa o conceito do que o sfilo é porono, mantcnclo-sc íntegro, cin (pialidado o quantidade, a despeito do amanho re

ráter executivo, onde tenham as

rão sobre uma parcela apenas da capacidade de produção,

ticando livre o re.stantc des.sa capacidade;

b) o mmeno fino. conjuntamen te produzido com o minério

exportável, deverá ser aproveitado mediante uma ou mais das seguintes fórmulas: in

luiturd,

sinterizado

ou

das a' prazo para pagamento por ocasião das colheitas.

Política a longo prazo :

sôbre matéria-prima externa e in

sento representantes da agricultu ra e das ferrovias.

Esse órgão

promoverá e executará a política

^

a) - estímulo técnico e financeiro à indústria de fertilizantes b:iseada terna ;

b) - avaliação dos depósitos brasilei ros de rochas fosfáticas tendo era

enxurradas c pelo vento, condicionada [Xíla açao agrícola do lioiucm sem técni

vista seu aproveitamento racional.

ca apurada.

das minas, obedecendo às se guintes diretrizes governamen

preparo das minas, transporte e embarque do minério, recai

para suprimento ao mercado in terno a preços mais em conta ; b) - instituição de um sistema de ven

dindo assim sua ação :

agrícolas colhidos, ultrapassa 100.000 toneladas; enquanto que a remoção, por descarnamentp erosivo, é estimada em mais de três vezes essa (luantidade A

11) os encargos financeiros para

zantes em grandes quantidades

nacional clc fertilizantes, subdivi

firmados diretamente entre o fi

tais :

a) - importação imediata de fertili

petido c da agressão pela china, pelas

Entretanto, para o fósforo, a dcsnúnc-ralização anual do solo cultivado do Es tado clc Sao Paulo, cm virtude da trans

nanciador da remodelação da es trada e dos portos e os titulares

Política de emergência :

ferencia desse mineral pura os produtos

reposição do fósforo se faz. à taxa" dn 50.000 toneladas anuais apenas. Assim, o grande problema básico d l agricultura brasileira é o da refertiliza-

&

ção, assim compreendido : a

aproveitamento do sulo conconii-

tantemente com a con.servação dele; b) - reposição do.s minerais hauridos

pelas plantas cultivadas.

E' evidente que o aproxeitamento das terras doentes do Brasil, as únicas, (juase, servidas por meios de comunicação,

transformado em gusa de ex-

encerra cm si mesmo a solução do pro

portaç.ão ;

blema do transporte pela possibilidade áiiiL


Dioksto

Spínclictop, pró.vimo a Beaumont, Texas,

O panorama mundial do petróleo

marca o início dessa nova era.

S. FnÓEs DE AnnEu

O petróleo, por siiíi importância no

mundo civilizado, constitui sempre um tema oportuno e portador do grande curiosidade.

Canadá, no licrnisfério ocidental, c o

ano.s atrás, copiamos as inscrições que

na civilização."

panorama mundial. mundo

lhões de barris, localizada nas regiões assinaladas na lista que se següe.

Milhões de barris

,

Unente Media

32 4^3

Estados Unidos (dados"de 24.834

Venezuela Europa (tôda) »

Ásia (exceto o Oriente Médio)

Canadá . México .

o ^00 5

'i

O"

tem-se cerca dc 90 55 do petróleo já des coberto. E curiosa essa concentração do precioso combustível cm três zonas

do ccúmcno ; o Oriente Médio, a Amé

Essa distribuição com tanta prefcrência polo hemisfério norte não parece ser apenas porque lá as pesquisas te nham sido mais intensivas. E' que as

bacias sedimentares encerrando as con

diçoes mais favoráveis à formação do

petróleo sao mais comuns e mais cxlen sas naquele hemisfério. Além Õ hemisfério norte dí.spõc de muito maior

260

hemisfério sul.

250 202

•*

estamos.

300

850

Argentina África (tôda)

de um décimo ao hemisfério em que

extensão dc terras emcnsas que o hcmiq lerio sul, onde predominam os oceanos Isso explica a predominância dos cam pos no hemisfério norte e a maior difi culdade de se descobrir petróleo no

1 577

1.200

Colômbia Trinidad ,

160 81

76.637 (') Os dados relativos à Rússia e aos países sob sua influência são muito es cassos.

Ires quartas partes do petróleo atual mente conhecido. Jtintando-se a cias

mos ao hemisfério norte o apenas cerca

igSiní™ princípio 1950 indicavam uma rescwa dc petródo leo, no mundo, da ordem de 70.637 mi

Outros, diversos

"Neste lugar — no décimo dia do vi

rica do Norte c a zxma cm tôrno do Mar das Caraíbas, cabendo novo déci

Reservas conhecidas de petróleo no

Peru

duzidos.

Oriento Médio, no bomisfério oriental.

as reservas da Venezuela e Colômbia,

e^ondo agora alguns dados relativos aô

mos dois aspectos do campo, aqui repro gésimo século — começou uma nova era

O quadro põe rm relévo a preponde

estar a par dos acontecimentos em tômo

Não é portanto, fora de propósito vir

se seguem, de\ndamente traduzidas; e de algumas vistas ali tomadas desenlia-

rância dc duas zonas: Estados Unidos c

Ambas, somadas, pcrfa/.ein 76 do pe tróleo do mundo, ou sejam, mais de

tratar dele mais uma vez nesta Revista

27

Devido a sua projeção na história do petróleo, foi colocado em Spindlctop um grande obelisco com inscrições ade(piadas. Em nossa xàsíta ao local, alguns

Sua importância, cada vez maior, como fonte de energia c como matériaprima, faz com que os interessados cm assuntos econômicos procurem sempre

da sua produção e distribuição.

Econômico

A maior parte das reservas mundiais de petróleo foi conhecida muito recen temente. Descoberto o óleo nos Estados Unidos cm 1859 (poço do Coronel Drake, em Titusville, Pensilvânía), verda deiramente a grande exploração só co

S»PlNDLe70F^TEyAS

meçou em 1901, com a descoberta dos

S.FRüES ftBREU

grandes campos no Texas; e o poço do

v'


Dioksto

Spínclictop, pró.vimo a Beaumont, Texas,

O panorama mundial do petróleo

marca o início dessa nova era.

S. FnÓEs DE AnnEu

O petróleo, por siiíi importância no

mundo civilizado, constitui sempre um tema oportuno e portador do grande curiosidade.

Canadá, no licrnisfério ocidental, c o

ano.s atrás, copiamos as inscrições que

na civilização."

panorama mundial. mundo

lhões de barris, localizada nas regiões assinaladas na lista que se següe.

Milhões de barris

,

Unente Media

32 4^3

Estados Unidos (dados"de 24.834

Venezuela Europa (tôda) »

Ásia (exceto o Oriente Médio)

Canadá . México .

o ^00 5

'i

O"

tem-se cerca dc 90 55 do petróleo já des coberto. E curiosa essa concentração do precioso combustível cm três zonas

do ccúmcno ; o Oriente Médio, a Amé

Essa distribuição com tanta prefcrência polo hemisfério norte não parece ser apenas porque lá as pesquisas te nham sido mais intensivas. E' que as

bacias sedimentares encerrando as con

diçoes mais favoráveis à formação do

petróleo sao mais comuns e mais cxlen sas naquele hemisfério. Além Õ hemisfério norte dí.spõc de muito maior

260

hemisfério sul.

250 202

•*

estamos.

300

850

Argentina África (tôda)

de um décimo ao hemisfério em que

extensão dc terras emcnsas que o hcmiq lerio sul, onde predominam os oceanos Isso explica a predominância dos cam pos no hemisfério norte e a maior difi culdade de se descobrir petróleo no

1 577

1.200

Colômbia Trinidad ,

160 81

76.637 (') Os dados relativos à Rússia e aos países sob sua influência são muito es cassos.

Ires quartas partes do petróleo atual mente conhecido. Jtintando-se a cias

mos ao hemisfério norte o apenas cerca

igSiní™ princípio 1950 indicavam uma rescwa dc petródo leo, no mundo, da ordem de 70.637 mi

Outros, diversos

"Neste lugar — no décimo dia do vi

rica do Norte c a zxma cm tôrno do Mar das Caraíbas, cabendo novo déci

Reservas conhecidas de petróleo no

Peru

duzidos.

Oriento Médio, no bomisfério oriental.

as reservas da Venezuela e Colômbia,

e^ondo agora alguns dados relativos aô

mos dois aspectos do campo, aqui repro gésimo século — começou uma nova era

O quadro põe rm relévo a preponde

estar a par dos acontecimentos em tômo

Não é portanto, fora de propósito vir

se seguem, de\ndamente traduzidas; e de algumas vistas ali tomadas desenlia-

rância dc duas zonas: Estados Unidos c

Ambas, somadas, pcrfa/.ein 76 do pe tróleo do mundo, ou sejam, mais de

tratar dele mais uma vez nesta Revista

27

Devido a sua projeção na história do petróleo, foi colocado em Spindlctop um grande obelisco com inscrições ade(piadas. Em nossa xàsíta ao local, alguns

Sua importância, cada vez maior, como fonte de energia c como matériaprima, faz com que os interessados cm assuntos econômicos procurem sempre

da sua produção e distribuição.

Econômico

A maior parte das reservas mundiais de petróleo foi conhecida muito recen temente. Descoberto o óleo nos Estados Unidos cm 1859 (poço do Coronel Drake, em Titusville, Pensilvânía), verda deiramente a grande exploração só co

S»PlNDLe70F^TEyAS

meçou em 1901, com a descoberta dos

S.FRüES ftBREU

grandes campos no Texas; e o poço do

v'


Dioe-sto

28

"Âs dez e meia du manhã dc 10 de

janeiro de 1901, o primeiro grande po ço dc petróleo no mundo — O Anthony F. Lucas "gusher" - jorrou produzitido calculadamente 100.000 barris de

óleo por dia, duma profundidade de 1.160 pés. — Luca.s superintendia a per

furação por J. C. e A. W. Hamil para J. M. Guffey e J. II, Galey na conees-

.são McFaddin, Wiess e Kyíe. — O po ço produziu 800.000 barris nos nove

dias em que jorrou sem contrôle. — O petróleo revolucionou a indústria c o

lran.sporte. — Êle criou incontável ri queza, construiu cidades. — Deu em

prego a centenas de milhares de pessoas e contribuiu com bilhões de dólares em taxas para manter instituições do Go

verno. - Em poucos anos êle alterou a

rs"

se ^aTgZL"^entrê madeira, de poços abandonados, em prí miscuidade com outras metálicas cs guias, dos poços em produção. M'ais ao

longe, tanques coletores pintados dc preto e separadores de gás, de um pra teado imaculado, erguem-se na planície

Ec;f)Nó.\tir,o

Comumo mtnulial

O consumo c a produção dc petróleo mantêm uma batalha dc ncrsos no mundo econômico.

Ha muilo.s ano.s sc anuncia (juc o pe tróleo dos Estados Unidos é suficiente apenas para o eotisuiuo cie 16 a 20

anos. Ha cêrca de .30 anos cpie ouvi mos essa afirmação impressioiuinle. Co mo os Estados Unidos fornecem cêrca

dc dois terços do pclrólc-o consumido

pelo Homem, as reservas dêsse pais es boçam as linhas gerais da situação do ccúmcno.

Como se explica que há cêrca de 30 anos perdure essa previsão de esgota mento, não obstante o consumo crescer em proporção geométrica ?

A re.sposta é simples.

O consumo

anual naquele pais, sempre crescente, é compensado pelas novas descobertas conseqüentes a investigações também crescentes o cada vez mais aperfei çoadas.

'

Quando as descobertas de novos cam

bem nivelada, manchada dc borra de

pos, cm certo ano, levam muito para diante o tempo de garantia dc consu mo, da-se, naturalmente, n.n esmoreci-

óleo e de efloscências salinas, da água salgada que hoje escapa dos poços

Nos anos em que as novas descober tas são aeahhadas e não compensam o

abandonados.

Quando se medita um pouco sôbre aquela paisagem, sente-se ainda o es plendor de meio século atrás; o ar ain da "cheira" a petróleo e relembra a fú

ria dos poços "brabos" como o do Capi tão Lucas, celebrado no majestoso mo numento.

As grandes resenhas dos Estados Uni dos datam dc 50 anos; as do Oriente Médio são de conhecimento muito re

cente; as da Saudi Arábia não têm quin ze anos e a.s do Canadá são ainda mais recentes.

mento na atividade de pescpiisa.

aumento do consumo, o nervosismo de

Dici-sto

29

Econômico

n consumir o petróleo sintético, realida de jú alcançada c compro\ada na Ale manha. na última guerra. Não há, pois,

dependerão essencialmente das feições políticas das três grandes zonas de pro

<pic temer uma profunda modificação

tentrional, região caraibica.

<lo.s meios de vida cm conseqüência da earèneia dc petróleo.

As grandes autoridades em cálculo e previsão de reser\'as, como A. I. Levorsen, geólogo e professor, que tem a cre dencial dc ter enriquecido localizando campos de petróleo, ou L. G. Weeks, que ocupa um dos mais elevados postos

As bacias sedimentares ainda não ex

ploradas são \ astas e o principal perigo não é a falta dc petróleo natural, mas tão .somente a falta duma distribuição

e(pnlali\a aos consumidores no mundo, de\ ido a diNorgências de natvireza polí tica. No caso, o fator político é muito

mais temível que o fator geológico. Ideologias extremadas separam o mun do do boje em dois partidos, sem uma

suprimentos futuros de petróleo natural

obscr\'a abaixo.

1947 Produção mundial 8.702.600 barris. Consumo mundial 1948 1949

9.798.000 " 9.820.800 "

O perigo dum próximo esgotamento do petróleo só impressiona realmente os cpic não estão bem a par das possibili

dades baseadas nas condições geológi cas das áreas sedimentares do globo. Mesmo que se acabe o petróleo natural dentro de um século, o mundo passará

9.747.300 "

A produção de gasolina baseada na reação entre monóxido de carbono e

nham no mesmo ritmo. Em 1939 a pro

dustria e pode ser utilizada em qualquer

hidrogênio já entrou no domínio da in

dução mundial era da ordem dc pouco mais de 5% milhões de barris e no ano

do 1949 chegou a perto dc 10 milhões, tenda quase duplicado em 10 anos apenas.

Embora já se conheça no subsolo pe tróleo bastante para muitos anos dc con

anos.

8.737.600 barris 9.340.400 "

O consumo tem crescido assustadora mente, mas as descobertas o acompa

o tal que logo se manifesta um surto cie pensa o déficit e mantém as reservas

Os dados mais recentes mostram até

uma situação tranquilizadora, como se

As possibilidades de fabricação

dentro do clássico período de 16 a 20

profissionais na Standard Oil de New

Jersey — são acordes em admitir que as reserwas de petróleo estão longe de esgo tamento e que não há razões para o pâ nico formulado pela imprensa.

escala do transição, de modo que os

flagrado pelos economistas de petróleo atividade pesquisadora que sempre com

dução — Oriente Médio, América Se

país que disponha de abundantes fon tes de canhão a preço baixo.

Por isso, foi empregada com sucesso

na Alemanha e poderá ser implantada nos Estados Unidos, onde há considerá

veis resen.as de lignito, e carvões sub-

f

sumo, a maior garantia de fornecimento

que se pode oferecer à humanidade é a produção por via sintética, já emprega da na Alemanha e "testada" últimamen-

betnmrnosos. Os técnicos calculam que esses carvões têm

j

duzir o petróleo aS f P"™

T7cM4r.cTT -j por '^"iticial necessário aos Estados Umdos cêrca de dez séculos.

As zonas olimentadoras do mercíiíío e as zonas deficitárias

to nos Estados Unidos.

se examina o quadro da dis

O petróleo artificial hoje não é mais nma cogitação teórica, é uma realidade

tribuição mundial de petróleo nota-se lo

comprovada pela experiência em grande

go um contraste entre certas zonas que

escala, à espera apenas dum clima pro

produzem muito e consomem pouco e

pício à sua expansão.

outras em que o fenômeno é inverso.


Dioe-sto

28

"Âs dez e meia du manhã dc 10 de

janeiro de 1901, o primeiro grande po ço dc petróleo no mundo — O Anthony F. Lucas "gusher" - jorrou produzitido calculadamente 100.000 barris de

óleo por dia, duma profundidade de 1.160 pés. — Luca.s superintendia a per

furação por J. C. e A. W. Hamil para J. M. Guffey e J. II, Galey na conees-

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dias em que jorrou sem contrôle. — O petróleo revolucionou a indústria c o

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prego a centenas de milhares de pessoas e contribuiu com bilhões de dólares em taxas para manter instituições do Go

verno. - Em poucos anos êle alterou a

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se ^aTgZL"^entrê madeira, de poços abandonados, em prí miscuidade com outras metálicas cs guias, dos poços em produção. M'ais ao

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Ec;f)Nó.\tir,o

Comumo mtnulial

O consumo c a produção dc petróleo mantêm uma batalha dc ncrsos no mundo econômico.

Ha muilo.s ano.s sc anuncia (juc o pe tróleo dos Estados Unidos é suficiente apenas para o eotisuiuo cie 16 a 20

anos. Ha cêrca de .30 anos cpie ouvi mos essa afirmação impressioiuinle. Co mo os Estados Unidos fornecem cêrca

dc dois terços do pclrólc-o consumido

pelo Homem, as reservas dêsse pais es boçam as linhas gerais da situação do ccúmcno.

Como se explica que há cêrca de 30 anos perdure essa previsão de esgota mento, não obstante o consumo crescer em proporção geométrica ?

A re.sposta é simples.

O consumo

anual naquele pais, sempre crescente, é compensado pelas novas descobertas conseqüentes a investigações também crescentes o cada vez mais aperfei çoadas.

'

Quando as descobertas de novos cam

bem nivelada, manchada dc borra de

pos, cm certo ano, levam muito para diante o tempo de garantia dc consu mo, da-se, naturalmente, n.n esmoreci-

óleo e de efloscências salinas, da água salgada que hoje escapa dos poços

Nos anos em que as novas descober tas são aeahhadas e não compensam o

abandonados.

Quando se medita um pouco sôbre aquela paisagem, sente-se ainda o es plendor de meio século atrás; o ar ain da "cheira" a petróleo e relembra a fú

ria dos poços "brabos" como o do Capi tão Lucas, celebrado no majestoso mo numento.

As grandes resenhas dos Estados Uni dos datam dc 50 anos; as do Oriente Médio são de conhecimento muito re

cente; as da Saudi Arábia não têm quin ze anos e a.s do Canadá são ainda mais recentes.

mento na atividade de pescpiisa.

aumento do consumo, o nervosismo de

Dici-sto

29

Econômico

n consumir o petróleo sintético, realida de jú alcançada c compro\ada na Ale manha. na última guerra. Não há, pois,

dependerão essencialmente das feições políticas das três grandes zonas de pro

<pic temer uma profunda modificação

tentrional, região caraibica.

<lo.s meios de vida cm conseqüência da earèneia dc petróleo.

As grandes autoridades em cálculo e previsão de reser\'as, como A. I. Levorsen, geólogo e professor, que tem a cre dencial dc ter enriquecido localizando campos de petróleo, ou L. G. Weeks, que ocupa um dos mais elevados postos

As bacias sedimentares ainda não ex

ploradas são \ astas e o principal perigo não é a falta dc petróleo natural, mas tão .somente a falta duma distribuição

e(pnlali\a aos consumidores no mundo, de\ ido a diNorgências de natvireza polí tica. No caso, o fator político é muito

mais temível que o fator geológico. Ideologias extremadas separam o mun do do boje em dois partidos, sem uma

suprimentos futuros de petróleo natural

obscr\'a abaixo.

1947 Produção mundial 8.702.600 barris. Consumo mundial 1948 1949

9.798.000 " 9.820.800 "

O perigo dum próximo esgotamento do petróleo só impressiona realmente os cpic não estão bem a par das possibili

dades baseadas nas condições geológi cas das áreas sedimentares do globo. Mesmo que se acabe o petróleo natural dentro de um século, o mundo passará

9.747.300 "

A produção de gasolina baseada na reação entre monóxido de carbono e

nham no mesmo ritmo. Em 1939 a pro

dustria e pode ser utilizada em qualquer

hidrogênio já entrou no domínio da in

dução mundial era da ordem dc pouco mais de 5% milhões de barris e no ano

do 1949 chegou a perto dc 10 milhões, tenda quase duplicado em 10 anos apenas.

Embora já se conheça no subsolo pe tróleo bastante para muitos anos dc con

anos.

8.737.600 barris 9.340.400 "

O consumo tem crescido assustadora mente, mas as descobertas o acompa

o tal que logo se manifesta um surto cie pensa o déficit e mantém as reservas

Os dados mais recentes mostram até

uma situação tranquilizadora, como se

As possibilidades de fabricação

dentro do clássico período de 16 a 20

profissionais na Standard Oil de New

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escala do transição, de modo que os

flagrado pelos economistas de petróleo atividade pesquisadora que sempre com

dução — Oriente Médio, América Se

país que disponha de abundantes fon tes de canhão a preço baixo.

Por isso, foi empregada com sucesso

na Alemanha e poderá ser implantada nos Estados Unidos, onde há considerá

veis resen.as de lignito, e carvões sub-

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sumo, a maior garantia de fornecimento

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As zonas olimentadoras do mercíiíío e as zonas deficitárias

to nos Estados Unidos.

se examina o quadro da dis

O petróleo artificial hoje não é mais nma cogitação teórica, é uma realidade

tribuição mundial de petróleo nota-se lo

comprovada pela experiência em grande

go um contraste entre certas zonas que

escala, à espera apenas dum clima pro

produzem muito e consomem pouco e

pício à sua expansão.

outras em que o fenômeno é inverso.


Dicksto

Econômico

Outras há, mais ou menos em equíH]>rio. como os Estados Unidos c a Rús

sia, cujo balanço entre produção e con-

Síimo sofre pequenas oscilações anuais. A rcníão em tôrno do Mar das Canubas, em 1949, consumia cerca de ....

200.000 barris jior dia e produzia .... 1 .400.000, ou soja, sete vézes mais. O

'íi,t \ Ci

Atividade de perfuração

1.400.000.

Já a vollia e cansada Europa (ex

Os fatôres que contribuem para a pro

cluída a Rússia) ocupa uma posição in

dução de petróleo nas diversas zonas do

versa: cm 1949 consumia 1.200.000

globo são, de um lado, a riquezíi espe

barris por dia e produziu menos de .... 176.000, ou cerca do um sétimo do

cífica da área, e de outro lado a ativida

ra 19.51 c produzir 2.500 barris por dia cm Mataripe, e o consumo, segundo as estatísticas mais recentes, é de 66.000 barris por dia, ou sejam, 26 vezes o que vai produzir!

dependentes da vontade do Homem. A atividade ex-ploratória se mede, en

Prodiitiviclaclc por poço

A produtividade por poço varia mui to e muna mesma área vai decrescendo com a diminuição da pressão interna da

jazida. Daí as práticas de extração mo derada e conservação dos depósitos, em

oposição ao que se fazia antigamente com a chamada laxta ambiciosa, quan

.§ S

de de e.xploração.

A riqueza específica da zona é a , resultante dum conjunto de fatores na turais tais como a espessura das cama das impregnadas, a porosidade e per meabilidade das mesmas, a pressão de

ria dos deficitários, pois o programa pa

a 60 »

Oriente Médio no mercado internacio

cio 200.000 barris c também produzia

O Brasil também figura nessa catego

O a.

barris; e no Oriente Médio, apenas com 287 poços, a média é 5.143,6 barris por poço I Isso põe bem em relê\'o a posição do nal de petróleo.

consumo.

te ^

média é de 159,7 barris; no Canadá, com 2.629 poços, a média é de 22,1

Orientei Médio também consumia cerca cerca

6o

barris; no México, com 1.127 poços, a

do o vmico objetivo era tirar o máximo, no mínimo de tempo e com o mínimo de esfòrço, embora aniquilasse mais ra pidamente o campo.

Nos Estados Unidos, que reúnem o

maior número de poços em produção, a produtividade média é das menores que so conhece. O esforço e a técnica com pensam o baixo rendimento.

Dos 449.545 poços em atividade a média de produção é de 11 barris por poço. Na Venezuela, com 6.236 poços, a produtividade por poço é de 200,8

gás nos rcsen'atórios etc. São fatos in

tre outros fatôres, pelo número de po ços ^abertos anualmente, e depende uni camente do fator humano.

Quando a produtividade do terreno é grande, bastam poucos poços para man ter um nível ele\'ado de produção, co mo é o caso do Oriente Médio, onde

cm 1948 foram abertos apenas 69 novos poços. Na Argentina, no mesmo ano,

foram abertos 74 poços; no entanto, a produção do Oriente Médio é de .. • •

1.140.000 barris diários e a da Argen tina de apenas 23.253. No Canadá, em 1948, foram abertos 818 novos poços, na Venezuela 889, na Alemanha 185, no Peru 175, em Trinidad 134 e nos Estados Unidos 40.1001

O quadro a seguir mostra a atmdade de perfuração em 1948 e 1949 nas

principais regiões e foi resumido das es tatísticas publicadas pelo "\Vorld Oi de 15-7-1950.


Dicksto

Econômico

Outras há, mais ou menos em equíH]>rio. como os Estados Unidos c a Rús

sia, cujo balanço entre produção e con-

Síimo sofre pequenas oscilações anuais. A rcníão em tôrno do Mar das Canubas, em 1949, consumia cerca de ....

200.000 barris jior dia e produzia .... 1 .400.000, ou soja, sete vézes mais. O

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Atividade de perfuração

1.400.000.

Já a vollia e cansada Europa (ex

Os fatôres que contribuem para a pro

cluída a Rússia) ocupa uma posição in

dução de petróleo nas diversas zonas do

versa: cm 1949 consumia 1.200.000

globo são, de um lado, a riquezíi espe

barris por dia e produziu menos de .... 176.000, ou cerca do um sétimo do

cífica da área, e de outro lado a ativida

ra 19.51 c produzir 2.500 barris por dia cm Mataripe, e o consumo, segundo as estatísticas mais recentes, é de 66.000 barris por dia, ou sejam, 26 vezes o que vai produzir!

dependentes da vontade do Homem. A atividade ex-ploratória se mede, en

Prodiitiviclaclc por poço

A produtividade por poço varia mui to e muna mesma área vai decrescendo com a diminuição da pressão interna da

jazida. Daí as práticas de extração mo derada e conservação dos depósitos, em

oposição ao que se fazia antigamente com a chamada laxta ambiciosa, quan

.§ S

de de e.xploração.

A riqueza específica da zona é a , resultante dum conjunto de fatores na turais tais como a espessura das cama das impregnadas, a porosidade e per meabilidade das mesmas, a pressão de

ria dos deficitários, pois o programa pa

a 60 »

Oriente Médio no mercado internacio

cio 200.000 barris c também produzia

O Brasil também figura nessa catego

O a.

barris; e no Oriente Médio, apenas com 287 poços, a média é 5.143,6 barris por poço I Isso põe bem em relê\'o a posição do nal de petróleo.

consumo.

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média é de 159,7 barris; no Canadá, com 2.629 poços, a média é de 22,1

Orientei Médio também consumia cerca cerca

6o

barris; no México, com 1.127 poços, a

do o vmico objetivo era tirar o máximo, no mínimo de tempo e com o mínimo de esfòrço, embora aniquilasse mais ra pidamente o campo.

Nos Estados Unidos, que reúnem o

maior número de poços em produção, a produtividade média é das menores que so conhece. O esforço e a técnica com pensam o baixo rendimento.

Dos 449.545 poços em atividade a média de produção é de 11 barris por poço. Na Venezuela, com 6.236 poços, a produtividade por poço é de 200,8

gás nos rcsen'atórios etc. São fatos in

tre outros fatôres, pelo número de po ços ^abertos anualmente, e depende uni camente do fator humano.

Quando a produtividade do terreno é grande, bastam poucos poços para man ter um nível ele\'ado de produção, co mo é o caso do Oriente Médio, onde

cm 1948 foram abertos apenas 69 novos poços. Na Argentina, no mesmo ano,

foram abertos 74 poços; no entanto, a produção do Oriente Médio é de .. • •

1.140.000 barris diários e a da Argen tina de apenas 23.253. No Canadá, em 1948, foram abertos 818 novos poços, na Venezuela 889, na Alemanha 185, no Peru 175, em Trinidad 134 e nos Estados Unidos 40.1001

O quadro a seguir mostra a atmdade de perfuração em 1948 e 1949 nas

principais regiões e foi resumido das es tatísticas publicadas pelo "\Vorld Oi de 15-7-1950.


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32

Dicksto Econômico

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REGIÃO

Estados Unidos U.R.S.S. . Venezuela Canadá . Alemanha

Peru Trínidad .

índias Or. Holand México .,

Argentina Colômbia

Polônia .. Equador . França .. Marrocos

Japão . .. Holanda

Áustria .. Hungria Kuwait .. Saudi-Arábia

Brunei e Sarawak Frasil

40.010

ção no fim de

Poços completados cm

"1

J94H

1949

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4.909

39.047

1

0

889 818 185 175 134 103 80 74 72 69 63 63 57 50 41 40 28 24 24 18 15

1

33

didadc.s, c os métodos cie extração cada vez mais sc aperfeiçoam.

Poço.1 completa

EcoNÓxnco

Em 1927 o recorde de profundidade

perfurações.

(4.573 m); em 1947, de 17.823 pés

maior coeficiente de segurança às per- • furações e diminuindo o risco do poço

152 85 45

1.102 349

39

194

cm 1927 tinha 7.591 pés (2.314 m);

144 115 158

cm 1947 já havia um dc 13.904 pés (4.638 m) c cm 19^19 já sc produzia

25 32 35 16 21

uj

I^cs (6.255 m). O poço mais profundo cm produção

pctrcdco dc 15.530 pés (4.734 m).

72

Como SC nota, a profundidade

106

dos

poços cresce gradativamcnte, à medida c|uc a técnica cie pcrfilração se vai aper

0

e

«

feiçoando .•

7

67 85 56

15

72

1 30 7 9 7 8 17

20

pesquisa é também determinado pelas

17

En~ cada zona o limite máximo da

,

5 Ú

49 23 20 17

sicos e geoquímicos aijjes de fazer as

cio poços perfurados era de 8.046 pés (2.452 m); cun 1930 era de 9.753 pés (2.973 m); em 1938, dc 15.004 pés (5.432 m); c cm 1949 alcançou 20.521

670

Outra tendência cada vez mais acen

tuada é a de aplicar mais estudos geofíTais estudos tendem a esclarecer me

lhor as condições do subsolo, dando

seco. A pesquisa de petróleo é uma for

ma de aplicação de capital com risco muito grande, mas rendimento cle\'adís-

simo quando acha óleo. O petróleo, atualmente, é o produto que mais incen tiva as pesquisas tecnológicas, e por is so a sua produção sc toma cada vez mais esmerada, mais rendosa e mais complexa.

Hoje não é mais possível, com apare lhagem simples e através de processos

antiquados, produzir derivados do pe

condições geológicas locais, pois não há

tróleo em condições

\'antagcm de perfurar o solo onde já

mercado internacional. Daí a dificulda

não há possibilidade dc encontrar pe tróleo.

de concorrer no

de de manter uma indústria petrolífera próspera, divorciada dos processos mo-

r •) Dados não divulgados. As tendências da pesquisa

Com as restrições às atividades de es

um mellmr futurodesejamseusardentemente filhos.

os países do mundo, não há muito cam po para expansão das pesquisas promo

trangeiros manifestadas em ouase todo,

Infelizmente, a vontade o o patriotiscão ^f^tivarexperiência a produ ção r de pctroleo. A grande

vidas pelos grupos americano e anglo-

holandes - os lideres na produção de

vos e geralmente os grupos que mais aspiram produzir petróleo são justa

petróleo. A caça de novas lireas em terras estranhas torna-se cada vez mais di fícil porque em todos os pontos do ecúmeno, mesmo nas regiões menos desen

volvidas, depara-se o lema do "o petró leo é nosso" nas paredes e no coração

imenso capital são os fatores decisi

mente os que nao dispõem nem da téc

••f

'

.vC,;,..-

.1, ..

_

. .

. .

V

nica nem do capital. Daí a tendência cada vez mais fir

mada para explorar ao máximo as re giões já em exploração, de preferência à conquista cie novas áreas. Os poços cada vez são levados a maiores profun-

^ raícsA-o^zn

.. b -

-

ir ti ■''i*-'-

'iVlAWilíT^lá> fitl^

ihi it'!"'! I (i


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32

Dicksto Econômico

Dicuvsto

Poços em perfura

dos em 194S

REGIÃO

Estados Unidos U.R.S.S. . Venezuela Canadá . Alemanha

Peru Trínidad .

índias Or. Holand México .,

Argentina Colômbia

Polônia .. Equador . França .. Marrocos

Japão . .. Holanda

Áustria .. Hungria Kuwait .. Saudi-Arábia

Brunei e Sarawak Frasil

40.010

ção no fim de

Poços completados cm

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J94H

1949

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4.909

39.047

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33

didadc.s, c os métodos cie extração cada vez mais sc aperfeiçoam.

Poço.1 completa

EcoNÓxnco

Em 1927 o recorde de profundidade

perfurações.

(4.573 m); em 1947, de 17.823 pés

maior coeficiente de segurança às per- • furações e diminuindo o risco do poço

152 85 45

1.102 349

39

194

cm 1927 tinha 7.591 pés (2.314 m);

144 115 158

cm 1947 já havia um dc 13.904 pés (4.638 m) c cm 19^19 já sc produzia

25 32 35 16 21

uj

I^cs (6.255 m). O poço mais profundo cm produção

pctrcdco dc 15.530 pés (4.734 m).

72

Como SC nota, a profundidade

106

dos

poços cresce gradativamcnte, à medida c|uc a técnica cie pcrfilração se vai aper

0

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feiçoando .•

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67 85 56

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72

1 30 7 9 7 8 17

20

pesquisa é também determinado pelas

17

En~ cada zona o limite máximo da

,

5 Ú

49 23 20 17

sicos e geoquímicos aijjes de fazer as

cio poços perfurados era de 8.046 pés (2.452 m); cun 1930 era de 9.753 pés (2.973 m); em 1938, dc 15.004 pés (5.432 m); c cm 1949 alcançou 20.521

670

Outra tendência cada vez mais acen

tuada é a de aplicar mais estudos geofíTais estudos tendem a esclarecer me

lhor as condições do subsolo, dando

seco. A pesquisa de petróleo é uma for

ma de aplicação de capital com risco muito grande, mas rendimento cle\'adís-

simo quando acha óleo. O petróleo, atualmente, é o produto que mais incen tiva as pesquisas tecnológicas, e por is so a sua produção sc toma cada vez mais esmerada, mais rendosa e mais complexa.

Hoje não é mais possível, com apare lhagem simples e através de processos

antiquados, produzir derivados do pe

condições geológicas locais, pois não há

tróleo em condições

\'antagcm de perfurar o solo onde já

mercado internacional. Daí a dificulda

não há possibilidade dc encontrar pe tróleo.

de concorrer no

de de manter uma indústria petrolífera próspera, divorciada dos processos mo-

r •) Dados não divulgados. As tendências da pesquisa

Com as restrições às atividades de es

um mellmr futurodesejamseusardentemente filhos.

os países do mundo, não há muito cam po para expansão das pesquisas promo

trangeiros manifestadas em ouase todo,

Infelizmente, a vontade o o patriotiscão ^f^tivarexperiência a produ ção r de pctroleo. A grande

vidas pelos grupos americano e anglo-

holandes - os lideres na produção de

vos e geralmente os grupos que mais aspiram produzir petróleo são justa

petróleo. A caça de novas lireas em terras estranhas torna-se cada vez mais di fícil porque em todos os pontos do ecúmeno, mesmo nas regiões menos desen

volvidas, depara-se o lema do "o petró leo é nosso" nas paredes e no coração

imenso capital são os fatores decisi

mente os que nao dispõem nem da téc

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V

nica nem do capital. Daí a tendência cada vez mais fir

mada para explorar ao máximo as re giões já em exploração, de preferência à conquista cie novas áreas. Os poços cada vez são levados a maiores profun-

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'iVlAWilíT^lá> fitl^

ihi it'!"'! I (i


Diotusn» KcoNÓ.Mitío

demos patenteados pelas grandes corjK)raçõcs que fazem pesquisa em seus la

sou da fase de empirismo e hoje a.ssi'U-

boratórios.

Essa situação tende a se consolidar ainda mais, á medida tpie escasseiam as

Outras tencfèncias da pesquisa reve ladas pelo exame da situaç<ão nos últi mos anos são a de entrar pelos mares em

busca do petróleo submarino (Califór nia, costa do Golfo do México, Argen

tina) e de subir pelos ares para foto grafar as estruturas ou fazer estudos magnéticos visando conhecer o relevo do embasamento cristalino das bacias petrolíferas.

Todos êsses fatos mostram que a arte

de descobrir petróleo e transformá-lo

nos produtos úteis à Civilização já pas-

ta nas mais sólidas bases científicas.

regiões em que o ouro-ncgn) se acha

f o

IMPOSTO

V

TueOTONIO MONTEmo DE Bahros Fii-hd

(Aula proferida pelo Prof. Theotonio Monteiro de

pró.ximo à superfície ou se revela atrax'és de indícios fácilmcnte perceptíveis.

Barres Filiio, catedrático de Ciência das Finanças na

A aplicação do eng<'nho humano aoS

Econômicas da Universidade de São Paulo. O fê.xto

problemas do petróleo artificial garante à Humanidade o prhilégio da ntilizii-

Faculdade de Direito e na Faculdade de Ciências

foi reconstituído com base em notas taquígníficas. Esta preleção leve lugar às 20,30 horas do dia 6 de

ção dos hidrocarbonclos, mesmo quan

novembro, na^ Faculdade de Ciências Econômicas,

do Sc acabar o petróleo natural formado

tendo constituído um dos temas tratados no Curso

nas profundczíis mais recônditas do nos so planeta.

IShlo há, pois, razões para o receio du ma crise de petróleo que venha pertur bar o curso da Civilização.

do Aperfeiçoamento em Direito Social, promovido pelo Prof. Cesaríno Júnior.)

A MATÉRIA designada para esta m\i\ é relativa ao impôsto sindical.

Cabe, prcbminarmente, uma ressalva cio terminologia. Não parece feliz a expres.são "impôsto sindical". O imposto, como os senhores sabem, é uma presta

ção pecuniáida geral e .obrigatória, que o Estado e.^dge períòdicamente aos par

ticulares para a cobertura do custo de produção dos serviços públicos gerais. Não se pode, portanto, aplicar com pro priedade a denominação "imposto" a um encargo tributário que alcança par cela apenas da população, visto que uma m TT1

cal", pelo simples fato de que ela está na lei e, bem ou mal usada, se está na lei, precisamos usá-la.

Outra advertência que vai bem de iní

cio é a seguinte: a nosso ver, esse pro blema do imposto sindical é um dos

mais árduos, no Brasil atual, quer no plano jurídico, quer no financeiro. Não que seja complexo em si mesmo, mas porque desnccessàriamente o fizeram tal. Por isso mesmo, esta exposição é menos uma aula do que a apresentação de uns

das características do impôsto — justa-

tantos pontos de vista — quem sabe se muito pessoais - a respeito do assunto, Nas aulas, comumente, se versa matéria

uiente aquela que, ao lado da unifonmdade, lhe imprime a marca da justiça — ^ a generalidade. Ainda que geral den-

te na doutrina, como coisa aceita sem maior debate; e quando se abordam

da categoria, o "impôsto sindicai ® mui denominado. Melhor seria que se

dissesse "contribuição sindical", "con-

f..

SINDICAL

pacífica, minístrando-se o que é corren

pontos controvertidos, sempre se prexine disso o auditório. Ora. não é bem isso o que hoje vou fazer. Conserxando-me

^ibuição corporativa", "contribuição es pecial", rnas que não se lhe aplicasse o ^omo "impôsto", que, no Brasil, ate por ^urça de lei (decreto federal n. 2.416)

em plano puramente doutrinário e de direito posiüvo. deixando de lado con0 usoes juiisprudenciais, que conhe^-o mas^nao aceito, procurarei expor à apre

terh um sentido preciso, capaz de difereriçá-lo claramente das taxas e das ou-

ciação dos técnicos c à crítica dos dou tos, num esforço construti\o, algumas

formas tributárias. Entretanto, apesar dessa ressalva inicial, durante a ex

idéias que poderão conconer para se normalizar situação que está demandan

posição desta matéria, empregaremos se

do corretivo e reajuste com a nossa no

guidamente a expressão "impôsto sindi

va legislação constitucional.


Diotusn» KcoNÓ.Mitío

demos patenteados pelas grandes corjK)raçõcs que fazem pesquisa em seus la

sou da fase de empirismo e hoje a.ssi'U-

boratórios.

Essa situação tende a se consolidar ainda mais, á medida tpie escasseiam as

Outras tencfèncias da pesquisa reve ladas pelo exame da situaç<ão nos últi mos anos são a de entrar pelos mares em

busca do petróleo submarino (Califór nia, costa do Golfo do México, Argen

tina) e de subir pelos ares para foto grafar as estruturas ou fazer estudos magnéticos visando conhecer o relevo do embasamento cristalino das bacias petrolíferas.

Todos êsses fatos mostram que a arte

de descobrir petróleo e transformá-lo

nos produtos úteis à Civilização já pas-

ta nas mais sólidas bases científicas.

regiões em que o ouro-ncgn) se acha

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V

TueOTONIO MONTEmo DE Bahros Fii-hd

(Aula proferida pelo Prof. Theotonio Monteiro de

pró.ximo à superfície ou se revela atrax'és de indícios fácilmcnte perceptíveis.

Barres Filiio, catedrático de Ciência das Finanças na

A aplicação do eng<'nho humano aoS

Econômicas da Universidade de São Paulo. O fê.xto

problemas do petróleo artificial garante à Humanidade o prhilégio da ntilizii-

Faculdade de Direito e na Faculdade de Ciências

foi reconstituído com base em notas taquígníficas. Esta preleção leve lugar às 20,30 horas do dia 6 de

ção dos hidrocarbonclos, mesmo quan

novembro, na^ Faculdade de Ciências Econômicas,

do Sc acabar o petróleo natural formado

tendo constituído um dos temas tratados no Curso

nas profundczíis mais recônditas do nos so planeta.

IShlo há, pois, razões para o receio du ma crise de petróleo que venha pertur bar o curso da Civilização.

do Aperfeiçoamento em Direito Social, promovido pelo Prof. Cesaríno Júnior.)

A MATÉRIA designada para esta m\i\ é relativa ao impôsto sindical.

Cabe, prcbminarmente, uma ressalva cio terminologia. Não parece feliz a expres.são "impôsto sindical". O imposto, como os senhores sabem, é uma presta

ção pecuniáida geral e .obrigatória, que o Estado e.^dge períòdicamente aos par

ticulares para a cobertura do custo de produção dos serviços públicos gerais. Não se pode, portanto, aplicar com pro priedade a denominação "imposto" a um encargo tributário que alcança par cela apenas da população, visto que uma m TT1

cal", pelo simples fato de que ela está na lei e, bem ou mal usada, se está na lei, precisamos usá-la.

Outra advertência que vai bem de iní

cio é a seguinte: a nosso ver, esse pro blema do imposto sindical é um dos

mais árduos, no Brasil atual, quer no plano jurídico, quer no financeiro. Não que seja complexo em si mesmo, mas porque desnccessàriamente o fizeram tal. Por isso mesmo, esta exposição é menos uma aula do que a apresentação de uns

das características do impôsto — justa-

tantos pontos de vista — quem sabe se muito pessoais - a respeito do assunto, Nas aulas, comumente, se versa matéria

uiente aquela que, ao lado da unifonmdade, lhe imprime a marca da justiça — ^ a generalidade. Ainda que geral den-

te na doutrina, como coisa aceita sem maior debate; e quando se abordam

da categoria, o "impôsto sindicai ® mui denominado. Melhor seria que se

dissesse "contribuição sindical", "con-

f..

SINDICAL

pacífica, minístrando-se o que é corren

pontos controvertidos, sempre se prexine disso o auditório. Ora. não é bem isso o que hoje vou fazer. Conserxando-me

^ibuição corporativa", "contribuição es pecial", rnas que não se lhe aplicasse o ^omo "impôsto", que, no Brasil, ate por ^urça de lei (decreto federal n. 2.416)

em plano puramente doutrinário e de direito posiüvo. deixando de lado con0 usoes juiisprudenciais, que conhe^-o mas^nao aceito, procurarei expor à apre

terh um sentido preciso, capaz de difereriçá-lo claramente das taxas e das ou-

ciação dos técnicos c à crítica dos dou tos, num esforço construti\o, algumas

formas tributárias. Entretanto, apesar dessa ressalva inicial, durante a ex

idéias que poderão conconer para se normalizar situação que está demandan

posição desta matéria, empregaremos se

do corretivo e reajuste com a nossa no

guidamente a expressão "impôsto sindi

va legislação constitucional.


,i|ii JJ.piWlipii.Ji l,,,11114111 DinnsTo EconYimico

36

E agora entremos em matéria.

Não é possível tratar do "inipòslo sindical" sem fazer uma investigação a

Nossa Constituição de 10-34. diz o ar tigo 120

Dir:i--.sTo

Econômico

37

o Ato Institucional desta última data,

vas, das energias produtoras do Pais,

rm ipio a c.slrutura juridico-política do

num regimem paritário, com sindicatos

"Os sindicatos e as assoclaç-Ões

Hrasil inncloii radicalmente de aspecto,

de empregados c de empregadores que

respeito da natureza do sindicato. Tal

profissionais serão reeonliecidos

SC deveriam fedcrar, confederar e, fi

seja essa natureza, tal será também o

dl* conforiniilade eoin a lei.

Ininanclo os órgãos sindicais dos di\crsos graus — i'n'ão sim — um vulto ve^adei-

nalmente, constituir-se em corporações,

raiufiitc* extraordinário, porijue passa

que seriam a cúpula.

prisma que o obser\ador liá de tomar,

tanto para classificar éssc encargo entre os tributos, quanto para dizirr da lega lidade dele, no estado atual da nossa le gislação.

Ora, quando se pergunta "que é o sindicato?" - aí começam as dificulda

des. Nao desejando ficar no plano único preferimos tra^portar-nos ao da lei constitucional, ç de procurar o materialde"u™ que se nos ofereça

§ único:

A lei assegurará a

pluralidade sindical <• a completa autonomia dos sindicatos."

Ora, a pluralidade sindical e a com pleta autonomia do sindicato não se

compadecem com a per.sonalidadi* de Direito Público. E' certo ijue aquela Constituição deu aos sindicatos funções de alta relevância, instituindo a ebanui-

da "representação elassista" (art. 23 o

seus §§), erigindo a representação das profissões à altura do princípio iinpostergávcl pelos Estados (art. 7, I, "b") e

Comecemos cm IRQi ^ •

co„.tituiçao

tinha mesmo que se preoeupar ain h

com o smdicalismo Paeitadoí^ pois dl

1891, ja viremos de bem longe.

Sobre o problema "sindicatq", csnoci-

estabelecendo uma Justiça do Trabalho de base paritária. Apesar, entretanto, de tao proeminentes

marcas de atenção,

não nos parece que a Constituição de

1934 tenha feito do sindicato uma pes soa jurídica situada no Direito Púldico.

Antes nos parece, como liá pouco disse

bcamente, era omissa a nossa primeira mos, que, olhado o problema com olhos Constituição republicana. Consignava, de jurista, impor-sc-á a conclusão do que entre as garantias individuais, a liber

dade de associação (art. 72, § 8.°), ca bendo aí a possibilidade da sindicalizaT.rT' ^«"^«quentemente, seria livre e

dl têxto mas comoexplícita referencia do texto, única decorrência

Discutida c votada cm ambiente incaçao dcTiT de 1934 se apresentou- como um cãV Constituiconjunto de compromissos entre banca das orientadas por princípios os mais dispares. Conquanto não tenha, por is so mesmo, uma diretriz muito firme, não

rlf>c\rolr\c _!• i t tais desveles sindicais do diploma de

ram a ser como que a envergadura do no\o rcgiini*m. Este era de natureza lorjjorat i\'a. A Carla de 1937 o dizia «'xjucssaiucnlc, no seu artigo 140 : "A economia da produção se rá organizada em corporações, e i slas, como entidades rcpresentati\'as das forças do trabalho nac*ioual, colocadas sob a assistên

cia c a proteção do Estado, são órgãos clèste c exercem funções di'lcgadas do poder público." Por seu lado, dizia o artigo 138:

"A associação

profissional ou

sindical c livre. Somente, porém,

o sindicato

regularmente reco

nhecido pelo Estado tem o direi to dc representação legal dos que

participarem da categoria de pro dução para que foi constituído, e cic dcfcnder-lbcs os direitos pe

1934, com o fazerem do sindicato um

rante o Estado e as outras asso

ente jurídico plural c "completamente"

ciações

autônomo, lhe imprimiram irrecusável personalidade dc Direito Privado, única

profissionais, estipular

contratos coletivos de trabalho

compatível com aquelas duas qualidades

obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribui

constitucionais do sindicato.

ções c exercer em relação a êles

Dc modo que, em nossa opinião, des prezadas certas aparências, o sindicato da Constituição de 1934 era uma pes soa jurídica de Direito Privado. Isto, porém, não é pacifico, pois muita gente não pensa assim. Mas a Constituição de 1934, como os

funções delegadas de poder pú blico."

Vejam os senhores até onde foi a Carta de 1937;

ela deu ao sindicato,

^léin de funções delegadas de poder pú blico, o próprio poder tributário. Crit)u-se, assim, um Estado corpora

Dando ênfase à natureza dessa estru

tura juridico-cconómico-politica e dese

jando bem fixar as diretrizes do regi mem, assim como os princípios que in formaram o legislador constituinte, a Carta dc 1937 assentou ainda as dispo sições dos artigos 38, 57 o 61, dos quais se infere a natureza do novo sindicato entre nós existente desde 10 de novem

bro daquele ano. Depois de determinar, no artigo 38 ci tado, que o Poder Legislativo seria exer cido com a obrigatória colaboração de um Conselho Nacional de Economia, foi

dada pela Constituição de 1937 larga projeção

às classes na composição do

Conselho, que ficou, ao mesmo tempo, incumbido de exercer a verdadeira di

reção e orientação da vida econômica do País (arts. 57 e 61). '

Do e.xposto se vê que o sindicato'de 1937. além de único (sindicalização li-

\Te, mas um só reconhecido pelo Esta do) e de detentor de funções delegadas

do poder público, surgia armado do po der tributário próprio, constituindo uma das peças do mecanismo estatal, confor me a expressa declaração do citado ar tigo 140.

De suma relevância, ao fixar-se a na tureza da personalidade jurídica do sin

dicato, é a outorga que Uie foi feita de poder tributário. Cumpre bem observar que, pelo tèxto do artigo 138 da Carta de 1937, não era necessário que o "im-

se pode, entretanto, negligenciar a orien tação social-clemocrática predominante,

senhores sabem, durou pouco mais do

tivo em que se procurou fazer da econo-

pôsto sindical" fosse criado por lei fe-

nacional a infra-estrutura da orga-

que, no tocante às doutrinas sociais e

que as velhas e famosas rosas de Malher-

be.. . Dentro de pouco tempo ela fene

•^ização política, revestida a produção

deral, porque o sindicato estava armado do poder de instituí-lo por autoridade

econômicas, a filiam de certo modo à

ceu G, a 10 dc novembro de 1937, lá

obra legislativa de Weimar.

se foram as suas últimas pétalas.. . .Veio

de um caráter unitário e nacional, atra vés da conciliação de nossas fôrças vi

inerência da soberania,

própria. Ora, o poder tributário é unia ^ ^ quali-


,i|ii JJ.piWlipii.Ji l,,,11114111 DinnsTo EconYimico

36

E agora entremos em matéria.

Não é possível tratar do "inipòslo sindical" sem fazer uma investigação a

Nossa Constituição de 10-34. diz o ar tigo 120

Dir:i--.sTo

Econômico

37

o Ato Institucional desta última data,

vas, das energias produtoras do Pais,

rm ipio a c.slrutura juridico-política do

num regimem paritário, com sindicatos

"Os sindicatos e as assoclaç-Ões

Hrasil inncloii radicalmente de aspecto,

de empregados c de empregadores que

respeito da natureza do sindicato. Tal

profissionais serão reeonliecidos

SC deveriam fedcrar, confederar e, fi

seja essa natureza, tal será também o

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Ininanclo os órgãos sindicais dos di\crsos graus — i'n'ão sim — um vulto ve^adei-

nalmente, constituir-se em corporações,

raiufiitc* extraordinário, porijue passa

que seriam a cúpula.

prisma que o obser\ador liá de tomar,

tanto para classificar éssc encargo entre os tributos, quanto para dizirr da lega lidade dele, no estado atual da nossa le gislação.

Ora, quando se pergunta "que é o sindicato?" - aí começam as dificulda

des. Nao desejando ficar no plano único preferimos tra^portar-nos ao da lei constitucional, ç de procurar o materialde"u™ que se nos ofereça

§ único:

A lei assegurará a

pluralidade sindical <• a completa autonomia dos sindicatos."

Ora, a pluralidade sindical e a com pleta autonomia do sindicato não se

compadecem com a per.sonalidadi* de Direito Público. E' certo ijue aquela Constituição deu aos sindicatos funções de alta relevância, instituindo a ebanui-

da "representação elassista" (art. 23 o

seus §§), erigindo a representação das profissões à altura do princípio iinpostergávcl pelos Estados (art. 7, I, "b") e

Comecemos cm IRQi ^ •

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tinha mesmo que se preoeupar ain h

com o smdicalismo Paeitadoí^ pois dl

1891, ja viremos de bem longe.

Sobre o problema "sindicatq", csnoci-

estabelecendo uma Justiça do Trabalho de base paritária. Apesar, entretanto, de tao proeminentes

marcas de atenção,

não nos parece que a Constituição de

1934 tenha feito do sindicato uma pes soa jurídica situada no Direito Púldico.

Antes nos parece, como liá pouco disse

bcamente, era omissa a nossa primeira mos, que, olhado o problema com olhos Constituição republicana. Consignava, de jurista, impor-sc-á a conclusão do que entre as garantias individuais, a liber

dade de associação (art. 72, § 8.°), ca bendo aí a possibilidade da sindicalizaT.rT' ^«"^«quentemente, seria livre e

dl têxto mas comoexplícita referencia do texto, única decorrência

Discutida c votada cm ambiente incaçao dcTiT de 1934 se apresentou- como um cãV Constituiconjunto de compromissos entre banca das orientadas por princípios os mais dispares. Conquanto não tenha, por is so mesmo, uma diretriz muito firme, não

rlf>c\rolr\c _!• i t tais desveles sindicais do diploma de

ram a ser como que a envergadura do no\o rcgiini*m. Este era de natureza lorjjorat i\'a. A Carla de 1937 o dizia «'xjucssaiucnlc, no seu artigo 140 : "A economia da produção se rá organizada em corporações, e i slas, como entidades rcpresentati\'as das forças do trabalho nac*ioual, colocadas sob a assistên

cia c a proteção do Estado, são órgãos clèste c exercem funções di'lcgadas do poder público." Por seu lado, dizia o artigo 138:

"A associação

profissional ou

sindical c livre. Somente, porém,

o sindicato

regularmente reco

nhecido pelo Estado tem o direi to dc representação legal dos que

participarem da categoria de pro dução para que foi constituído, e cic dcfcnder-lbcs os direitos pe

1934, com o fazerem do sindicato um

rante o Estado e as outras asso

ente jurídico plural c "completamente"

ciações

autônomo, lhe imprimiram irrecusável personalidade dc Direito Privado, única

profissionais, estipular

contratos coletivos de trabalho

compatível com aquelas duas qualidades

obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribui

constitucionais do sindicato.

ções c exercer em relação a êles

Dc modo que, em nossa opinião, des prezadas certas aparências, o sindicato da Constituição de 1934 era uma pes soa jurídica de Direito Privado. Isto, porém, não é pacifico, pois muita gente não pensa assim. Mas a Constituição de 1934, como os

funções delegadas de poder pú blico."

Vejam os senhores até onde foi a Carta de 1937;

ela deu ao sindicato,

^léin de funções delegadas de poder pú blico, o próprio poder tributário. Crit)u-se, assim, um Estado corpora

Dando ênfase à natureza dessa estru

tura juridico-cconómico-politica e dese

jando bem fixar as diretrizes do regi mem, assim como os princípios que in formaram o legislador constituinte, a Carta dc 1937 assentou ainda as dispo sições dos artigos 38, 57 o 61, dos quais se infere a natureza do novo sindicato entre nós existente desde 10 de novem

bro daquele ano. Depois de determinar, no artigo 38 ci tado, que o Poder Legislativo seria exer cido com a obrigatória colaboração de um Conselho Nacional de Economia, foi

dada pela Constituição de 1937 larga projeção

às classes na composição do

Conselho, que ficou, ao mesmo tempo, incumbido de exercer a verdadeira di

reção e orientação da vida econômica do País (arts. 57 e 61). '

Do e.xposto se vê que o sindicato'de 1937. além de único (sindicalização li-

\Te, mas um só reconhecido pelo Esta do) e de detentor de funções delegadas

do poder público, surgia armado do po der tributário próprio, constituindo uma das peças do mecanismo estatal, confor me a expressa declaração do citado ar tigo 140.

De suma relevância, ao fixar-se a na tureza da personalidade jurídica do sin

dicato, é a outorga que Uie foi feita de poder tributário. Cumpre bem observar que, pelo tèxto do artigo 138 da Carta de 1937, não era necessário que o "im-

se pode, entretanto, negligenciar a orien tação social-clemocrática predominante,

senhores sabem, durou pouco mais do

tivo em que se procurou fazer da econo-

pôsto sindical" fosse criado por lei fe-

nacional a infra-estrutura da orga-

que, no tocante às doutrinas sociais e

que as velhas e famosas rosas de Malher-

be.. . Dentro de pouco tempo ela fene

•^ização política, revestida a produção

deral, porque o sindicato estava armado do poder de instituí-lo por autoridade

econômicas, a filiam de certo modo à

ceu G, a 10 dc novembro de 1937, lá

obra legislativa de Weimar.

se foram as suas últimas pétalas.. . .Veio

de um caráter unitário e nacional, atra vés da conciliação de nossas fôrças vi

inerência da soberania,

própria. Ora, o poder tributário é unia ^ ^ quali-


mmm Dicksto

38

dade característica típica do Estado — pessoas jurídica dc Direito Público — por fôrça da qual êlc se autodctcrmina. Estas considerações bastam para eli minar qualquer possível dúvida sòbre a

Dic;i\s j í)

Ec;on(')Mico

39

pecuniário occorrcntc o provvè-

mencionadas pela lei ordinária (Conso

clono

lidação das Leis do Trabalho — art. 513

al

conscguimcnlo

dcllo

c suas alíneas), constanle.s cia designa

scopo" (Tangorra - ap. cit. pg. 631).

natureza jurídica do sindicato de 1937.

ção de representantes para a integra ção de ecrtos órgãos públieos, imposição de eonlribiiíçõcfs e outras de igual re

Êle era, sem possíveis vacilações, uma

levo.

pessoa jurídica de Direito Público. Isto,

Dentro clc uma tal estrutura estatal,

no caso de não se pretender ir além, pa

qual a essência da contribuição paga ao

ra o efeito de proclamá-lo mesmo um

sindicato ?

órgão do Estado, integrado na estrutura corporativa deste, conforme o artigo 140, já várias vezes invocado.

Normal, portanto, dentro

Apreciando essa hipótese, ao lado dc ontra.s. Tangorra declara : "Da parte nostra siamo disposti ;k1 accettaro solamente in parte

Ia dottrina clcl Sax, e cioè a ricono.sccro il carattcre di imposto

Pcscjuisadas a origem o a essência

speciali a qnellc cbe si dissero di

dessa contribuição, vcrifica-sc a sua per

carattcre consociativo e corpora-

feita consonância com a natnroz;i do

ti\'0, c non a qiiclle altro detti di

sindicato dc 1937 e com a

de um tal regimem, a exis tência de um tributo graças

carattcre compensativo o pere-

organização estatal corporati\'a. Contribuições grupais do tipo do nosso chamado

gnativo. Cíò che dà airimposto speciale una particolarc impron-

Inegável, por outro lado a êsse encargo pecuniário im-

"ímpúslo sindical" não são

pôsto à categoria, o caráter

rias. Foram comuns na Ida

cia tutte le altre imposte, è Tesscre sempre corresposta da un de-

de um "tributo", ou seja de produtor de uma receita pú

de Média c remontam mes

a cuja renda o sindicato vi

vesse e realizasse seus fins

novas, como formas tributá

era o ente jurídico que o re

de IJd? nao consignava nada que se parecesse, nem de longe, com o dispo

sitivo do atual parágrafo 34 do artigo 141 da Constituição de 1946,, segundo o qual a legalidade de qualquer erigencia

fiscal (qualquer "tributo", diz o têx-

to) fica sujeita à prévia criação do tri buto em lei e à consignação orçamentaria anual de autorização para arrecadar. Funcionava, pois, o sindicato de 1937 a pleno regimem, sem qualquer emba raço de ordem legal, quanto ao tributo

que lhe foi deferido e que êle poderia exigir até "ex-proprio marte". Legíti mas e conformes com o espírito do re gimem as prerrogativas do sindicato

per

assunto, o mesmo autor (op. cit., pg. 634) ajunta : "Noi siamo, quindi,

di avviso

cliQ le sole imposte meritcvoli di c.sserc riguardate come tributi

speciali siano Ic imposte di grup po, siano esse dl carattcre con

1911, pgs. 38 e segs.) (Tangorra -I "Trattato di Scienza delia Finanza"

sociativo o

corporativo, e sem-

Soe. Edit. Milano, 1915, pgs. 630 ê segs.). Entre as várias hipóteses que,

/:

prechò il loro provento venga di

►t

reitamente

na opinião de Sax, geram o aparecimen to dessas formas tributárias especiais, sa

'I

dere a bisogni propri dei grup

lienta-se a seguinte : "o il gruppo speciale viene costituito come corporazionc,

e 1

suoi membri con própria tassazione, con le norme segnate dalla

legge, stabiliscono

Tonere

obter, no seio do próprio grupo, os re

cursos necessários a realização dos fins grupais.

Uma única ressalva faríamos quanto à situação existente em 1937, no plano sindical. Seria a seguinte: desde que parece indiscutível ser o "impôsto sindi cal" um gerador de receita pública, co mo tal devendo ser considerado tudo o

nal, já no regimem de 1937, que o sin dicato prestasse contas de sua gestão fi

pg. 633). Afinal, esclarecendo em definitivo o

através das chamadas "con

corporativo, manifesta-sc a tendência de

collettisi affatto propri dei grup no riscontrarsi se non in gruppi

tribuições especiais", dedica _ algumas páginas à aprecia ção dos estudos feitos por Sax sôbro es sas contribuições, estudos êsses eme Ferraris resumiu notàvelniento em sua mo nografia sobre "L'imposta militare o lu teoria delle impostí speciali" (Roma

imposto sindical" é bem conhecido co

mo contribuição grupai e se harnioniz;! perfeitamente com a estrutura económico-jundico-política que o Brasil adotou em 1937. Toda vez que uma coletivi dade ligada por um certo número de interêsses comuns se" organiza em molde

que o sindicato recebia por fôrça dêsse

analogbi." (Tangorra, op. cit.

posto ocorre historicamente

il tributo."

Veem os senhores que o nosso atual

provvcdcre ad uno ò piú bisogni

po e cbe, d'ordinario, non posso-

siderar que a passagem da figura da ta.xa para a do im

com poder tributário próprio

va a renda desse tributo.

terminato gruppo socialc,

mo i\ Idade Antiga. Tangorra, depois de con

blica. De Direito Público e

clamava; públicos quase to dos os fins a que se destina

ta finanziaria, e che Ia distingue

perciò obbligati a corrispondere

dcstinato a prowe-

po; senza èscludere che, in cer-

imposto , não nos parecia constitucio

nanceira senão ao Tribunal de Contas

instituído pelo artigo 114 da Carta de 10 de no\'embro. O Tribunal de Contas,

segundo o texto, era o competente para julgar das contas dos responsáveis por

dinheiros iinheiros ou ou bens benç rn',Kl;/\/Nr.»' públicos' condições sendo o produto do ■Wôsto

sindical "dinheiro público", o sindMo

cs a\a o rigado a prestar suas contas

iiifestamente inconstiUicionais os dispo-

siüvos da Consolidação das Leis do Trabalho qnc determinam de modo diverso. umpre dizer, antecipando o nosso pensarnen o e para não termos dc retornar

^ este assunto, que continuamos a en

dalla soddisfazione dei

tender que o sindicato, atualmente, pelo regimem da Constituição de 1946, deve

re vantaggio diretto od indiretto anclie ad altri componenti il cor po sociale, chè non facciano par to dei gruppo e che non siano

suas contas, como anles, ao Tribunal de Contas (Const. de 1946 — art. 77, in ciso II). Não \ emos, em verdade, como

ti casi,

bisogni dei gruppo possa deriva-

fugir a essa conclusão. Ou o sindicato


mmm Dicksto

38

dade característica típica do Estado — pessoas jurídica dc Direito Público — por fôrça da qual êlc se autodctcrmina. Estas considerações bastam para eli minar qualquer possível dúvida sòbre a

Dic;i\s j í)

Ec;on(')Mico

39

pecuniário occorrcntc o provvè-

mencionadas pela lei ordinária (Conso

clono

lidação das Leis do Trabalho — art. 513

al

conscguimcnlo

dcllo

c suas alíneas), constanle.s cia designa

scopo" (Tangorra - ap. cit. pg. 631).

natureza jurídica do sindicato de 1937.

ção de representantes para a integra ção de ecrtos órgãos públieos, imposição de eonlribiiíçõcfs e outras de igual re

Êle era, sem possíveis vacilações, uma

levo.

pessoa jurídica de Direito Público. Isto,

Dentro clc uma tal estrutura estatal,

no caso de não se pretender ir além, pa

qual a essência da contribuição paga ao

ra o efeito de proclamá-lo mesmo um

sindicato ?

órgão do Estado, integrado na estrutura corporativa deste, conforme o artigo 140, já várias vezes invocado.

Normal, portanto, dentro

Apreciando essa hipótese, ao lado dc ontra.s. Tangorra declara : "Da parte nostra siamo disposti ;k1 accettaro solamente in parte

Ia dottrina clcl Sax, e cioè a ricono.sccro il carattcre di imposto

Pcscjuisadas a origem o a essência

speciali a qnellc cbe si dissero di

dessa contribuição, vcrifica-sc a sua per

carattcre consociativo e corpora-

feita consonância com a natnroz;i do

ti\'0, c non a qiiclle altro detti di

sindicato dc 1937 e com a

de um tal regimem, a exis tência de um tributo graças

carattcre compensativo o pere-

organização estatal corporati\'a. Contribuições grupais do tipo do nosso chamado

gnativo. Cíò che dà airimposto speciale una particolarc impron-

Inegável, por outro lado a êsse encargo pecuniário im-

"ímpúslo sindical" não são

pôsto à categoria, o caráter

rias. Foram comuns na Ida

cia tutte le altre imposte, è Tesscre sempre corresposta da un de-

de um "tributo", ou seja de produtor de uma receita pú

de Média c remontam mes

a cuja renda o sindicato vi

vesse e realizasse seus fins

novas, como formas tributá

era o ente jurídico que o re

de IJd? nao consignava nada que se parecesse, nem de longe, com o dispo

sitivo do atual parágrafo 34 do artigo 141 da Constituição de 1946,, segundo o qual a legalidade de qualquer erigencia

fiscal (qualquer "tributo", diz o têx-

to) fica sujeita à prévia criação do tri buto em lei e à consignação orçamentaria anual de autorização para arrecadar. Funcionava, pois, o sindicato de 1937 a pleno regimem, sem qualquer emba raço de ordem legal, quanto ao tributo

que lhe foi deferido e que êle poderia exigir até "ex-proprio marte". Legíti mas e conformes com o espírito do re gimem as prerrogativas do sindicato

per

assunto, o mesmo autor (op. cit., pg. 634) ajunta : "Noi siamo, quindi,

di avviso

cliQ le sole imposte meritcvoli di c.sserc riguardate come tributi

speciali siano Ic imposte di grup po, siano esse dl carattcre con

1911, pgs. 38 e segs.) (Tangorra -I "Trattato di Scienza delia Finanza"

sociativo o

corporativo, e sem-

Soe. Edit. Milano, 1915, pgs. 630 ê segs.). Entre as várias hipóteses que,

/:

prechò il loro provento venga di

►t

reitamente

na opinião de Sax, geram o aparecimen to dessas formas tributárias especiais, sa

'I

dere a bisogni propri dei grup

lienta-se a seguinte : "o il gruppo speciale viene costituito come corporazionc,

e 1

suoi membri con própria tassazione, con le norme segnate dalla

legge, stabiliscono

Tonere

obter, no seio do próprio grupo, os re

cursos necessários a realização dos fins grupais.

Uma única ressalva faríamos quanto à situação existente em 1937, no plano sindical. Seria a seguinte: desde que parece indiscutível ser o "impôsto sindi cal" um gerador de receita pública, co mo tal devendo ser considerado tudo o

nal, já no regimem de 1937, que o sin dicato prestasse contas de sua gestão fi

pg. 633). Afinal, esclarecendo em definitivo o

através das chamadas "con

corporativo, manifesta-sc a tendência de

collettisi affatto propri dei grup no riscontrarsi se non in gruppi

tribuições especiais", dedica _ algumas páginas à aprecia ção dos estudos feitos por Sax sôbro es sas contribuições, estudos êsses eme Ferraris resumiu notàvelniento em sua mo nografia sobre "L'imposta militare o lu teoria delle impostí speciali" (Roma

imposto sindical" é bem conhecido co

mo contribuição grupai e se harnioniz;! perfeitamente com a estrutura económico-jundico-política que o Brasil adotou em 1937. Toda vez que uma coletivi dade ligada por um certo número de interêsses comuns se" organiza em molde

que o sindicato recebia por fôrça dêsse

analogbi." (Tangorra, op. cit.

posto ocorre historicamente

il tributo."

Veem os senhores que o nosso atual

provvcdcre ad uno ò piú bisogni

po e cbe, d'ordinario, non posso-

siderar que a passagem da figura da ta.xa para a do im

com poder tributário próprio

va a renda desse tributo.

terminato gruppo socialc,

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blica. De Direito Público e

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ta finanziaria, e che Ia distingue

perciò obbligati a corrispondere

dcstinato a prowe-

po; senza èscludere che, in cer-

imposto , não nos parecia constitucio

nanceira senão ao Tribunal de Contas

instituído pelo artigo 114 da Carta de 10 de no\'embro. O Tribunal de Contas,

segundo o texto, era o competente para julgar das contas dos responsáveis por

dinheiros iinheiros ou ou bens benç rn',Kl;/\/Nr.»' públicos' condições sendo o produto do ■Wôsto

sindical "dinheiro público", o sindMo

cs a\a o rigado a prestar suas contas

iiifestamente inconstiUicionais os dispo-

siüvos da Consolidação das Leis do Trabalho qnc determinam de modo diverso. umpre dizer, antecipando o nosso pensarnen o e para não termos dc retornar

^ este assunto, que continuamos a en

dalla soddisfazione dei

tender que o sindicato, atualmente, pelo regimem da Constituição de 1946, deve

re vantaggio diretto od indiretto anclie ad altri componenti il cor po sociale, chè non facciano par to dei gruppo e che non siano

suas contas, como anles, ao Tribunal de Contas (Const. de 1946 — art. 77, in ciso II). Não \ emos, em verdade, como

ti casi,

bisogni dei gruppo possa deriva-

fugir a essa conclusão. Ou o sindicato


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DiotisTo

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EcoNó\nco

Dif;i--si<) I2c:oNÓMic.f»

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c pessoa de Direito Privado que, por permissão especial da lei, manipula o emprega fundos de natureza pnl>iica (porque são receitas provenientes de um tributo) e, neste caso, seus dirigentes são "responsáveis por dinhciros públi cos (Const. art. 77, II); oti o sindi

cato é pessoa de Direito Público, de na tureza autárquica, e então, com mais ra-

z<ão ainda afirmamos o nosso ponto de vista, porque o Tribunal do Contas é o competente para

julgar as contas dos

administradores das entidades aiitárnui-

cas" (Const. art. 77. 11, in fine). Mas vamos deixar o sindicato de 1937 para estudarmos o de 1946.

Se é ccrlo que, feita a ressalva

único reconhecido, ficou preservada, pe lo arligo 159 da atual Constituição. Será. então, do so perguntar que é que

lhe deixando atividades mais ou menos secundárias o umas tantas característi

resta cio sindicato do 1937.

cas privadas.

convençfx-s colelixas de Iraballio

ses da ealegoria. E' certo <{ue apresen

e o exercício <le funções (l«-lega-

ta a pec uliaridade de ser alimentado por

gunta ressurge: que é o sindicato ? Da resposta a essa pergunta, agora como

ridas, o aluai arligo 159 <la Cotistihúç.ão diz apenas : "E' lÍ\Te a associação profissio nal ou sindical, sendo fí-gulados por lei a ff)riua de sua lonslitoição, a sua representação legal nas

cla.s pelo poder público." Valo èssp lêxto por <lizer (pie, saKo a C'Sli]5ulaçao da liberdade <le associação, tudo mais locante ao sindíealo foi en

viado à lei ordinária. Mas niiiu ponto a

Constituição amputou, e gra\'einenle, as atribuições o podores do sindicato: foi ' ({liando lhe retirou o poder tributário. rcfc- Na verdade, o § 34 do arligo 141 da

rente a prestação das contas tudo nvn\ nos parecia claro, por coer,'nf

regimem da Carta de 1937

Constituição do 1946, ao estabelecer (|ue só cm lei (feita, portanto, pelo Congrc.sso Nacional) sc pode.- criar ou aumentar

mente aos sindicatos não 7' impostos, ipao jacto cassou o iK)der do to que o advento ri tributação que a Carla de 1937 tinha 1946, atualmente em viaor"""d"'-'"° conferido ao sindicato c, também, tor vida a uma série de dúvidas'e tXu" inconstitucional o texto da alínea ndades. Essas dúvidas tomam Tumo " nou o do arligo 513 da Con.solidação das anota ma.or quando se considera qrm a Leis do Trabalho. Já agora o sindicato atai legislação sindical é de ^943 nao pode — como podia no regimem de (Consohdaçao das Leis do Trabal io) "'"""Por contribniç("K\s" aos que ta de 1937, razao pela qual Iiá em seu

bojo varies dispositivos que se tornaram inconstitucionais ou que, dada a mu

dança de natureza do regimem, perderam sua razao de ser.

Na verdade, com o advento da atual Constituição, a importância do sindicato ficou muito afetada. Deixou o Sindica to de ser a célula de uma infra-estrutura econômica e social, posta na base de

um regimem corporativo. Os próprios termos em que a Constituição vigente

participam da categoria. Isto, porém, não é tudo. A letra "c"

do citado artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho pc-rdeii por com pleto sua importância. Dos antigos ór gãos de cuja ostmtma participava an

tes o sindicato (Poder Legislativo, Con selho de Economia Nacional, etc.), só

De tudo isto, o resultado é que, em E a resposta é só uma: o sindicato é. hoje iini órgão de colaboração com o face da Constituição de 1946, ficamos postos cm grande (confusão. E a per {loder {-uiMico e de defesa dos interes nina receita pública, pro\-cnicnte do um

dantes, importantes conseqüências de

tributo es{'>eeial, que a lei criou em sru

correm no campo do "imposto sindical".

fa\(ír (porcjue o sindicato já agora não

poderia

criar tributos por si mesmo).

sonalidade jurídica de Direito Público

ramente personalidade jurídica dc Direi

do sindicato.

to Público ?

Carneira, procurando classificar as au

O sindicato paga selos o taxas (Cons. das

Leis Fiscais, arts.

567/568).

550 § 1° c

Sua dívida ativa goza dos

lavras :

"A personalidade de direito pú

Pública, mas não tem foro especial, nem a lei dÍJ^ qnc- a ação, embora executiva,

blico consiste antes de tudo eiu

seja a cio docrclo federal 960, que regu

atividade do Estado, naquilo que

uma forma de participação nft

la os c.xecutixos fiscais (Cons. das Leis

ele tem de essencial, assim como

do Trabalho, art. 606, § 2.®).

pelo exercício do poder de im

Ainda mais: — no caso dc o sindicato criar dificuldades i\ execução de diretri zes econômicas emanadas do Presidente

pério. E' de notar, porém, que não basta o exercício de alguns

da República, sofre èle a pena da cassa ção da carta dc reconhecimento, ou se

ja, sofro pena capital, que eqüivale à

sua supressão. Ora, isso não é normal nos órgãos de Direito Público. Êstes estão somi^rc sujeitos a uma disciplina biorárcpiiea e, cm caso necessário, o su perior modifica a direção do órgão su

bordinado, punindo administrativamen

te terreno, o sindicato atual perdeu, Tal e a amplitude que a Constituição deu á ação do legislador ordinário, que

ções, mas nunca extingue o órgão, a ti

unidade sindical, com base no sindicato

Já não se dá o mesmo com Themis-

tocles Cavalcanti. São dele estas pa

privilégios da dívida ativa da Fazenda

te os diretores ou dcmitindo-os das fun

características constitucionalniente defe-

Oscar Saraiia e Erimá

tarquias, defendem igual ponto de vista.

Parece ({uc nfio.

um permanece com natureza paritária:

estrela empalideceu. Ao invés de se es praiar numa série de atribuições e de

Alguns autores, como o Prof. Cesarino

Júnior, defendem ardorosamente a per

Mas bastará isso para atribuir-lhe cla

c a Justiça do Trabalho. Tudo mais, nes

este pode acabar por reduzir a um mí nimo o poder do representação cia cate goria, nãó lhe dando também funçõc.s delegadas. A nosso ver, nem mesmo a

institui o sindicato revelam quanto a sua

cas que são próprias das pessoas jurídi

tulo de penalidade. Essa extinção é pe na reservada pelo poder público paru n.s entidades privadas.

Em resumo, o que se vê é que a lei tirou ao sindicato tudo que ora impor tante como função ou prerrogativa, só

desses atributos para considerarse como tal uma associação; é

• ■ ainda indispensá\'el uma integra ção mais ou menos completa no ^ aparelho do Estado e um laço de subordinação variá\cl com a na tureza da instituição.

Na classificação que temos fei to das entidades autárquicas ({ue participam das atividades do Es

tado, por um processo dc descen tralização, omitimos propo.sitadamento

os sindicatos,

por isso

mesmo que, intervindo na sua \ ida econômica o social, o sindica

to se caracteriza pela sua autono

mia, pela sua personalidade pró pria, representando interesses pe-


^

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EcoNó\nco

Dif;i--si<) I2c:oNÓMic.f»

40

c pessoa de Direito Privado que, por permissão especial da lei, manipula o emprega fundos de natureza pnl>iica (porque são receitas provenientes de um tributo) e, neste caso, seus dirigentes são "responsáveis por dinhciros públi cos (Const. art. 77, II); oti o sindi

cato é pessoa de Direito Público, de na tureza autárquica, e então, com mais ra-

z<ão ainda afirmamos o nosso ponto de vista, porque o Tribunal do Contas é o competente para

julgar as contas dos

administradores das entidades aiitárnui-

cas" (Const. art. 77. 11, in fine). Mas vamos deixar o sindicato de 1937 para estudarmos o de 1946.

Se é ccrlo que, feita a ressalva

único reconhecido, ficou preservada, pe lo arligo 159 da atual Constituição. Será. então, do so perguntar que é que

lhe deixando atividades mais ou menos secundárias o umas tantas característi

resta cio sindicato do 1937.

cas privadas.

convençfx-s colelixas de Iraballio

ses da ealegoria. E' certo <{ue apresen

e o exercício <le funções (l«-lega-

ta a pec uliaridade de ser alimentado por

gunta ressurge: que é o sindicato ? Da resposta a essa pergunta, agora como

ridas, o aluai arligo 159 <la Cotistihúç.ão diz apenas : "E' lÍ\Te a associação profissio nal ou sindical, sendo fí-gulados por lei a ff)riua de sua lonslitoição, a sua representação legal nas

cla.s pelo poder público." Valo èssp lêxto por <lizer (pie, saKo a C'Sli]5ulaçao da liberdade <le associação, tudo mais locante ao sindíealo foi en

viado à lei ordinária. Mas niiiu ponto a

Constituição amputou, e gra\'einenle, as atribuições o podores do sindicato: foi ' ({liando lhe retirou o poder tributário. rcfc- Na verdade, o § 34 do arligo 141 da

rente a prestação das contas tudo nvn\ nos parecia claro, por coer,'nf

regimem da Carta de 1937

Constituição do 1946, ao estabelecer (|ue só cm lei (feita, portanto, pelo Congrc.sso Nacional) sc pode.- criar ou aumentar

mente aos sindicatos não 7' impostos, ipao jacto cassou o iK)der do to que o advento ri tributação que a Carla de 1937 tinha 1946, atualmente em viaor"""d"'-'"° conferido ao sindicato c, também, tor vida a uma série de dúvidas'e tXu" inconstitucional o texto da alínea ndades. Essas dúvidas tomam Tumo " nou o do arligo 513 da Con.solidação das anota ma.or quando se considera qrm a Leis do Trabalho. Já agora o sindicato atai legislação sindical é de ^943 nao pode — como podia no regimem de (Consohdaçao das Leis do Trabal io) "'"""Por contribniç("K\s" aos que ta de 1937, razao pela qual Iiá em seu

bojo varies dispositivos que se tornaram inconstitucionais ou que, dada a mu

dança de natureza do regimem, perderam sua razao de ser.

Na verdade, com o advento da atual Constituição, a importância do sindicato ficou muito afetada. Deixou o Sindica to de ser a célula de uma infra-estrutura econômica e social, posta na base de

um regimem corporativo. Os próprios termos em que a Constituição vigente

participam da categoria. Isto, porém, não é tudo. A letra "c"

do citado artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho pc-rdeii por com pleto sua importância. Dos antigos ór gãos de cuja ostmtma participava an

tes o sindicato (Poder Legislativo, Con selho de Economia Nacional, etc.), só

De tudo isto, o resultado é que, em E a resposta é só uma: o sindicato é. hoje iini órgão de colaboração com o face da Constituição de 1946, ficamos postos cm grande (confusão. E a per {loder {-uiMico e de defesa dos interes nina receita pública, pro\-cnicnte do um

dantes, importantes conseqüências de

tributo es{'>eeial, que a lei criou em sru

correm no campo do "imposto sindical".

fa\(ír (porcjue o sindicato já agora não

poderia

criar tributos por si mesmo).

sonalidade jurídica de Direito Público

ramente personalidade jurídica dc Direi

do sindicato.

to Público ?

Carneira, procurando classificar as au

O sindicato paga selos o taxas (Cons. das

Leis Fiscais, arts.

567/568).

550 § 1° c

Sua dívida ativa goza dos

lavras :

"A personalidade de direito pú

Pública, mas não tem foro especial, nem a lei dÍJ^ qnc- a ação, embora executiva,

blico consiste antes de tudo eiu

seja a cio docrclo federal 960, que regu

atividade do Estado, naquilo que

uma forma de participação nft

la os c.xecutixos fiscais (Cons. das Leis

ele tem de essencial, assim como

do Trabalho, art. 606, § 2.®).

pelo exercício do poder de im

Ainda mais: — no caso dc o sindicato criar dificuldades i\ execução de diretri zes econômicas emanadas do Presidente

pério. E' de notar, porém, que não basta o exercício de alguns

da República, sofre èle a pena da cassa ção da carta dc reconhecimento, ou se

ja, sofro pena capital, que eqüivale à

sua supressão. Ora, isso não é normal nos órgãos de Direito Público. Êstes estão somi^rc sujeitos a uma disciplina biorárcpiiea e, cm caso necessário, o su perior modifica a direção do órgão su

bordinado, punindo administrativamen

te terreno, o sindicato atual perdeu, Tal e a amplitude que a Constituição deu á ação do legislador ordinário, que

ções, mas nunca extingue o órgão, a ti

unidade sindical, com base no sindicato

Já não se dá o mesmo com Themis-

tocles Cavalcanti. São dele estas pa

privilégios da dívida ativa da Fazenda

te os diretores ou dcmitindo-os das fun

características constitucionalniente defe-

Oscar Saraiia e Erimá

tarquias, defendem igual ponto de vista.

Parece ({uc nfio.

um permanece com natureza paritária:

estrela empalideceu. Ao invés de se es praiar numa série de atribuições e de

Alguns autores, como o Prof. Cesarino

Júnior, defendem ardorosamente a per

Mas bastará isso para atribuir-lhe cla

c a Justiça do Trabalho. Tudo mais, nes

este pode acabar por reduzir a um mí nimo o poder do representação cia cate goria, nãó lhe dando também funçõc.s delegadas. A nosso ver, nem mesmo a

institui o sindicato revelam quanto a sua

cas que são próprias das pessoas jurídi

tulo de penalidade. Essa extinção é pe na reservada pelo poder público paru n.s entidades privadas.

Em resumo, o que se vê é que a lei tirou ao sindicato tudo que ora impor tante como função ou prerrogativa, só

desses atributos para considerarse como tal uma associação; é

• ■ ainda indispensá\'el uma integra ção mais ou menos completa no ^ aparelho do Estado e um laço de subordinação variá\cl com a na tureza da instituição.

Na classificação que temos fei to das entidades autárquicas ({ue participam das atividades do Es

tado, por um processo dc descen tralização, omitimos propo.sitadamento

os sindicatos,

por isso

mesmo que, intervindo na sua \ ida econômica o social, o sindica

to se caracteriza pela sua autono

mia, pela sua personalidade pró pria, representando interesses pe-


Dkucsto

42

Ec:í)N('>mico

culiares a cada unia das parcelas

fora, no dcscn\()!vÍjncnto de impressio

das atividades sociais c econômi cas que participam na sua forma

nante argiimcnlação.

ção.

char ao lado dc Theinísloch-s C'a\alcan-

A capacidade política que re presenta

também não constitui

Mgumento bastante, portiuo isso

^portaria em reconhecer ao in divíduo uma situação jurídica

que êlc nao tem, pelo simples fato de contribuir para a formação dos órgãos do Estado, c consti

tuir uma unidade política pre

Por nos.sa parle, inclinamo-nos a mar

dados que foram os princípios informa tivos da nossa estrutura jurídico-politi-

antes dc mais nada, torna-se estranhávcl

ca, assim como as bases da ordem eco

pais junto aí) Estado e multas \ è/.<'.s con

blica (o produto do "impôsto sindical").

de colaboração com a administração pú

E' c.ssa xima situação abcrrantc das li nhas mestras da nossa atual estrutura constitucional, representando caso único,

carregada da defesa de interesses gru

r"T

rta fpEstado, ° !"*dato lutar ? perantedeêle temconr de

fazer valer os interêsses do grupo social ou econômico nue repíesenta o conjuga.

■IZ

a sua função

dicato de 1937. Já acentuamos que a letra "e" do artigo 513 da Consolida

ção das Leis do Trabalho é hoje incons titucional . A lei ordinária não pode con tinuar a conferir ao sindicato um poder que só excepcionabnente se desloca das

tam do receitas públicas entre nós, tais como os diversos Institutos econômicos e sccuritários — essas são claramente au

pressa outorga de tal poder. Sob a Constituição atual, não só o artigo 159

manter-se e realiziir os seus fins através

blica .

do recebimento dc uma contribuição de natureza tributária, criada em lei, ge

radora de uma verdadeira receita púíjli-

ca. Isso, porem, não basta para imprimir-lhe o caráter de pes.soa jurídica dc

tárquicas e, como tais, de naturczi\ pú

Isso, porém, não é tudo. Uma outra

cionalidade dc vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, na

declara que só em lei podem ser cria

alguns dos quais já apontamos. Igual

sindicato atual como pessoa privada, é

mente, cumpre acentuar, em que pese

torno públicas.

dúvidas, em assunto de tão capital im portância .

Vamos, pois,

examinar rapidamente

quais as conseqüências que, no terreno

do impôsto sindical, dcfluem dc um e

cionalíssima prerrogativa, mas também

ficou declarado e\-prcssamcnte que o po

to de vista seria a manifesta inconstitu-

xegimem vigente, com Themistoclcs Ca

pessoas privadas, sem que com isso as

deixou de conferir ao sindicato a excepder tributário é exclasi\'o da soberania

pj^rtc referente à organização sindical,

valcanti, nós também as consideramos como manifestações do poder dc polícia do Estado, poder que éste último e.xercè sôbre as sociedades anônimas e outras

constitucional de então lhe fizera ex

conseqüência da prevalência desse pon

Direito Publico. Quanto às demais re lações entre o Estado e o sindicato no

terpretação. Ela podo variar, inclusive na jurisprudência. Ora, nada menos conveniente do que a perduração destas

Não desejamos alongar esta citação, mas o ilustre autor prossegue, páginas a

der tributário próprio, como tinha o sin

atenção a essa função colaboradora e, tendo cm vista razoes de ordem histó rica, a nossa lei constitucional atual não excluiu a possibilidade dc o sindicato

mistocles Cavalcanti - "Consti tuição Federal Comentada, vol.

1949, edit. José Konfino).

da Constituição, porque se iurecada in dependentemente da autorização orça mentária anual. Finalmente, importa recordar que o sindicato atual, qualquer que tenha sido a larga margem de arbí trio deixada ao legislador ordinário pe lo artigo 159 da Constituição, não pode rá, dc modo algum, continuar a ter po

mãos do Estado, e do qual o sindicato de 1937 só dispunha porque o têxto

Em especial

A verdade, porém, é que a solução do problema é opinativa e depende de in

IV - pp. 50 e segs. J ríq^

43

porque outras entidades que se alimen

tras entidades privadas.

Fc com uma manifestação, principalmende te como uma atividade individual, com

reflexo na vida pública." (The-

que SC tolere, por simples motivos dc

nômica, o sindicato passou a ser luna pessoa jurídica de Direito Privado, en

blica, tal como acontece com tantas ou

siderado em!üa Vida in.ima,Trdttort™S expressão social dos interC-sserr divrduats considerados sob um pnsma peculiar. E, como Z participa ele da vida do Estado. Os interesses de ambos nem sempre são comuns^ muitas ™

rídica dc Direito Privado. Neste caso,

tradição histórica, o fato excepcional dc urna pessoa dc Direito Privado continuar autorizada a perceber uma receita pú

tra o Estado, funcionando como órgão

derno

dc outro ponto dc vista, para, a seguir, procurarmos uma \-ercda certa, no plano legal. ^ Suponhamos que estejam com n razão

ção constitucional hu\ida no País. mu

E' bem verdade que sob o ponto de vista funcional (uma das manifestações de sua ativida

P''=P™derL-

Econômico

o.s qiu' consideram o sindicato, no Bra sil, d<q>ois dc 1946, como uma pessoa ju

tí. Entendemos rpic, com a transforma

ponderante na sua vida.

de), o smdieato representa alm,-

Droi-:s-ro

nacional, quando o ^ 34 do artigo 141 dos ou aumentados tributos. Outra es

tranha situação que se cria, admitido o

a das suas necessárias relações com o

o Tribunal de Contas da República. Já. todo o respeito devido à jurisprudênciaj ^há pouco, fizemos ver que, sendo o pro

cm contrário, a necessidade de ajustar-^ duto do "impôsto sindical" uma x-eidaso o "imposto sindical" às exigências do artigo 141» § 34 da Constituição de deira receita publica, o sindicato deve 1946. Êsse texto reclama, para que seja

legítima a arrecadação de qualquer "tri

buto" (veja-se bom: "tributo", o que é

importante, porque a e.xpressão "tribu to", como gênero que é, abrange tôdas as espécies de receita pública) que o mesmo seja criado, ou aumentado, em lei, e que haja autorização orçamentária anual para essa arrecadação. Ora, o "impôsto sindical" atual foi criado em lei, mas é percebido sem atenção à se

gunda exigência do § 34 do artigo 141

contas de sua aplicação àquele Tribu

nal, risto que os diretores do sindicato

sao^^ responsáveis por dinheiros públi cos", nos têrmos do artigo 77, inciso II da Constituição atual; e, nesse passo ainda, nos parece manifesta a inconsti-

tucionalidade da Consolidação das Leis

do Trabalho, ao a.ssentar reginiein di verso de prestação de contas. Procuremos agora indagar das conse qüências do outro ponto de vista. Acei

temos como certa, gratia argumenUmdi,


Dkucsto

42

Ec:í)N('>mico

culiares a cada unia das parcelas

fora, no dcscn\()!vÍjncnto de impressio

das atividades sociais c econômi cas que participam na sua forma

nante argiimcnlação.

ção.

char ao lado dc Theinísloch-s C'a\alcan-

A capacidade política que re presenta

também não constitui

Mgumento bastante, portiuo isso

^portaria em reconhecer ao in divíduo uma situação jurídica

que êlc nao tem, pelo simples fato de contribuir para a formação dos órgãos do Estado, c consti

tuir uma unidade política pre

Por nos.sa parle, inclinamo-nos a mar

dados que foram os princípios informa tivos da nossa estrutura jurídico-politi-

antes dc mais nada, torna-se estranhávcl

ca, assim como as bases da ordem eco

pais junto aí) Estado e multas \ è/.<'.s con

blica (o produto do "impôsto sindical").

de colaboração com a administração pú

E' c.ssa xima situação abcrrantc das li nhas mestras da nossa atual estrutura constitucional, representando caso único,

carregada da defesa de interesses gru

r"T

rta fpEstado, ° !"*dato lutar ? perantedeêle temconr de

fazer valer os interêsses do grupo social ou econômico nue repíesenta o conjuga.

■IZ

a sua função

dicato de 1937. Já acentuamos que a letra "e" do artigo 513 da Consolida

ção das Leis do Trabalho é hoje incons titucional . A lei ordinária não pode con tinuar a conferir ao sindicato um poder que só excepcionabnente se desloca das

tam do receitas públicas entre nós, tais como os diversos Institutos econômicos e sccuritários — essas são claramente au

pressa outorga de tal poder. Sob a Constituição atual, não só o artigo 159

manter-se e realiziir os seus fins através

blica .

do recebimento dc uma contribuição de natureza tributária, criada em lei, ge

radora de uma verdadeira receita púíjli-

ca. Isso, porem, não basta para imprimir-lhe o caráter de pes.soa jurídica dc

tárquicas e, como tais, de naturczi\ pú

Isso, porém, não é tudo. Uma outra

cionalidade dc vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, na

declara que só em lei podem ser cria

alguns dos quais já apontamos. Igual

sindicato atual como pessoa privada, é

mente, cumpre acentuar, em que pese

torno públicas.

dúvidas, em assunto de tão capital im portância .

Vamos, pois,

examinar rapidamente

quais as conseqüências que, no terreno

do impôsto sindical, dcfluem dc um e

cionalíssima prerrogativa, mas também

ficou declarado e\-prcssamcnte que o po

to de vista seria a manifesta inconstitu-

xegimem vigente, com Themistoclcs Ca

pessoas privadas, sem que com isso as

deixou de conferir ao sindicato a excepder tributário é exclasi\'o da soberania

pj^rtc referente à organização sindical,

valcanti, nós também as consideramos como manifestações do poder dc polícia do Estado, poder que éste último e.xercè sôbre as sociedades anônimas e outras

constitucional de então lhe fizera ex

conseqüência da prevalência desse pon

Direito Publico. Quanto às demais re lações entre o Estado e o sindicato no

terpretação. Ela podo variar, inclusive na jurisprudência. Ora, nada menos conveniente do que a perduração destas

Não desejamos alongar esta citação, mas o ilustre autor prossegue, páginas a

der tributário próprio, como tinha o sin

atenção a essa função colaboradora e, tendo cm vista razoes de ordem histó rica, a nossa lei constitucional atual não excluiu a possibilidade dc o sindicato

mistocles Cavalcanti - "Consti tuição Federal Comentada, vol.

1949, edit. José Konfino).

da Constituição, porque se iurecada in dependentemente da autorização orça mentária anual. Finalmente, importa recordar que o sindicato atual, qualquer que tenha sido a larga margem de arbí trio deixada ao legislador ordinário pe lo artigo 159 da Constituição, não pode rá, dc modo algum, continuar a ter po

mãos do Estado, e do qual o sindicato de 1937 só dispunha porque o têxto

Em especial

A verdade, porém, é que a solução do problema é opinativa e depende de in

IV - pp. 50 e segs. J ríq^

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porque outras entidades que se alimen

tras entidades privadas.

Fc com uma manifestação, principalmende te como uma atividade individual, com

reflexo na vida pública." (The-

que SC tolere, por simples motivos dc

nômica, o sindicato passou a ser luna pessoa jurídica de Direito Privado, en

blica, tal como acontece com tantas ou

siderado em!üa Vida in.ima,Trdttort™S expressão social dos interC-sserr divrduats considerados sob um pnsma peculiar. E, como Z participa ele da vida do Estado. Os interesses de ambos nem sempre são comuns^ muitas ™

rídica dc Direito Privado. Neste caso,

tradição histórica, o fato excepcional dc urna pessoa dc Direito Privado continuar autorizada a perceber uma receita pú

tra o Estado, funcionando como órgão

derno

dc outro ponto dc vista, para, a seguir, procurarmos uma \-ercda certa, no plano legal. ^ Suponhamos que estejam com n razão

ção constitucional hu\ida no País. mu

E' bem verdade que sob o ponto de vista funcional (uma das manifestações de sua ativida

P''=P™derL-

Econômico

o.s qiu' consideram o sindicato, no Bra sil, d<q>ois dc 1946, como uma pessoa ju

tí. Entendemos rpic, com a transforma

ponderante na sua vida.

de), o smdieato representa alm,-

Droi-:s-ro

nacional, quando o ^ 34 do artigo 141 dos ou aumentados tributos. Outra es

tranha situação que se cria, admitido o

a das suas necessárias relações com o

o Tribunal de Contas da República. Já. todo o respeito devido à jurisprudênciaj ^há pouco, fizemos ver que, sendo o pro

cm contrário, a necessidade de ajustar-^ duto do "impôsto sindical" uma x-eidaso o "imposto sindical" às exigências do artigo 141» § 34 da Constituição de deira receita publica, o sindicato deve 1946. Êsse texto reclama, para que seja

legítima a arrecadação de qualquer "tri

buto" (veja-se bom: "tributo", o que é

importante, porque a e.xpressão "tribu to", como gênero que é, abrange tôdas as espécies de receita pública) que o mesmo seja criado, ou aumentado, em lei, e que haja autorização orçamentária anual para essa arrecadação. Ora, o "impôsto sindical" atual foi criado em lei, mas é percebido sem atenção à se

gunda exigência do § 34 do artigo 141

contas de sua aplicação àquele Tribu

nal, risto que os diretores do sindicato

sao^^ responsáveis por dinheiros públi cos", nos têrmos do artigo 77, inciso II da Constituição atual; e, nesse passo ainda, nos parece manifesta a inconsti-

tucionalidade da Consolidação das Leis

do Trabalho, ao a.ssentar reginiein di verso de prestação de contas. Procuremos agora indagar das conse qüências do outro ponto de vista. Acei

temos como certa, gratia argumenUmdi,


Dicesto Econômico

44

Dicesto EcoNÓxnco

45

a opinião segundo a qual o sindicato é pessoa jurídica de Direito Público, mcs•mo depois da Constituição de 1940.

tregar a União tal receita aos sindicatos

clical", tal como agora se processa, foi

e às demais entidades autárquicas, cjiic

considerada, apesar da clareza do § 34 do artigo 141 da Cà)nsliluiçáo. como vá

Nesse caso, a nosso ver, desaparecem as

der à vida autônoina de tai.s entidades,

razões da estranheza, que manifesta

autonomia essa que llics é essencial por fôrça de sua qualidade autár<iuica. a entrega daquelas receitas, por parte da

os Tribunais no duro dih-nia de salvar a

União, deveria ser feita globalmente^ no inicio de cada ano; ou ainda tal entrega

pureza dos princípios à custa de graves prejuizas pecuniários à Nação, ou de

passa a ser normal. Muitas são as nos sas autarquias em idênticas condições.

poderia ser em regimem mensal de dno-

evitar tais prejinzos, ainda que com ma nifesto dano aos princípios. Comprecn-

Também não seria de

bunal de Contas da República, poi.s tal

dois casos — aqucla.s entidades coni sen orçamento próprio, .siia administração autônoma o sua prestação de contas di

orientou, mas o sacrifício da pureza dos

obrigação se tomaria mesmo explícita

reta ao Tribunal de Contas.

princípios foi manifesto.

na lei constitucional, quando esta alude aos "administradores das entidades au

Por seu lado, a União, em sen orça mento, classificaria tais receitas, a se

tárquicas" (artigo 77, inciso II in fine).

rem entregues às autarquias, entre aque

Nem por isso, entretanto, ficaria o sin

las denominadas "especiais" pelo Código

dicato, no tocante ao "impôsto sindical", li\Te da necessidade de se enquadrar

de Contabilidade cia República c quo

Do exposto se vê que, seja pessoa ju rídica pública, soja pessoa privada, o. certo é que a legislação sindical ordi nária está reclamando um urgente rea juste com a nova Constituição. Da ina

assim SC definem:

daptação da lei ordinária ã lei básica

com a atual, tanto no plano político co mo no econômico e no social, com os necessários reflexos no jurídico.

mos, em tômo do fato de o sindicato

alimentar-se de uma receita pública. Desde que se lhe reconheça natureza

pública e qualidade autárquica, o fato estranhar-sc a

obrigação da prestação de contas ao Tri

vivem do receitas públicas. Para aten

décimos, vivendo — em qualquer

dos

lida o legal. Do poi\to de \ista doutri nário, o armnnenlo jurisprudência! não colhe. Em ambas as bipóleses viram-se

dc-sc que em tal conjuntura a jurispru dência SC orientasse pela forma como se

nas exigências do § 34 do artigo 141 da

"Como receita especial conside

estão surgindo dúvidas sérias cm muitos

ra-se o produto da.s fontes de renda a que, em virtude dc-pre-

pontos, notadamente no terreno do "im

posto sindical". E diante dessas dúvi

criado em lei federal especialmente pa

ceitos

ra êle, o sindicato atual, no Brasil, está

contratuais, houver sido determi

ser dc mero compromisso entre os prin

evidentemente desatendendo ao segundo requisito da legitimidade da arrecada ção de qualquer tributo, que é a autori zação anual, no orçamento, para essa

nada

cípios jurídicos, em sua p\ireza, e as conveniências práticas da vida do País.

arrecadação. Dir-se-á que outras autar

quias também assim estão agindo. Ora, o erro alheio não escusa o nosso. As ou

tras autarquias também estão, a nosso ver, agindo inconstitucionalmente nesse terreno. Irretorquivelmente explícito é o texto constitucional em suas palavras ini ciais: "Nenhum tributo será exigido ou

de lei e de cstipulaçÕcs

aplicação

especial"...

(Cod. de Contabilidade, art. 83).

quo lhe possibilito uma eficiente reali zação dc seus fins, perde na prática a sua expressão o se torna um mero sím bolo. Nessas condições, nada aconselha

a que se deixe, por mais tempo, o cha mado "impôsto sindical" na situação atual dc manifesta ilegalidade de sua arrecadação, exposto a ser considerado como ilegal, quanto à sua exigência, por uma jurisprudência ulterior mais ortodo xa o mais apegada aos princípios. Convém eliminar, em lei ordinária, tô-

das as dúvidas que agora se apresentam

Constituição. Não tendo poder tributá rio próprio, mas vivendo de "tributo"

lado, D sindicato, privado de unia con tribuição obrigatória, que o alimente e

das, as soluções não podem continuar a

c que resultam

do fato de ser a lei

atualmente cm vigor uma Nivência de

um passado superado, que consagrava estrutura totalmente diversa e colidcnto

Somos, pois, de opinião : ã) quo embora não a tenha desde a ^ Constituição de 1946. a personalidade

pública do sindicato deve ser restaura da embora com poderes mais reduzidos,

compatíveis com a nova lei básica;

b) que, com denominação mais ade

por

Nada aconselha que se permita a per-

motivos de ordem puramente empírica,

duração dessa dcsconformidade entre a

quada (contribuição especial, contribui

realidade c os princípios jurídicos con

ção sindical, contribuição trabalhista, ou

sagrados constitucionalmonle.

outra) seja mantido o "impôsto sindi cal", cuja arrecadação consideramos

Sem dúvida que os sindicatos,

tal qual como as demais autarquias, não desejam que as coisas assim se proces sem. Alegam-sc razões várias, entre as quais a complicação burocrática, que convém evitar, assim como um possível retardamento da entrega dos recursos, por parte da União. Tais razões práti

Então, que fazer ? A resposta é simples:

apressar uma

revisão da lei sindical ordinária, a fim

agora como ilegal; c) que essa contribuição se enquadre

ta jurisprudência já houve como válida

mente diversas das de 1937, o certo é

no orçamento federal, anualmente, em atenção ao § 34 do artigo 141 da Cons tituição, sendo entregue pela União aos sindicatos, seja globalmente, no começo do ano, seja em regimem de duodécimos iguais, vivendo o sindicato com crçamento próprio, em completa autono

a arrecadação de um adicional ao im

que o sindicato continua sendo um ór

mia financeira;

cas não invalidam a tese jurídica.

Os

de colocar o sindicato dentro da constitucionalidadc, no tocante ao "impôsto sindical" e a todos os demais tópicos cm

aumentado etc." Em face de tão clara

princípios constitucionais explícitos es

que haja divergências.

expressão, sendo certo que as receitas das autarquias provêm de "um tributo" (seja do chamado "impôsto", contribui ção ou o que quiserem), não há fugir

tão acima dessas contingências práticas.

Apesar de termos adotado uma estru tura jurídico-política dc bases inteira

Também não desconhecemos que cer

à solução constitucional única: consignar anualmente a previsão da receita prove

pôsto de renda, que não tinha vigência

gão útil à vida da coletividade, que pre

no ano financeiro. E mais: sabemos que

niente dêsse tributo no orçamento e en

á própria arrecadação do "impôsto sin-

cisa ser mantido, embora com poderes c funções mais restritos agora. Pqr outro

d) que sendo essa contribuição, evi

dentemente, um "tributo", de modo que o seu produto é uma receita pública, o


Dicesto Econômico

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Dicesto EcoNÓxnco

45

a opinião segundo a qual o sindicato é pessoa jurídica de Direito Público, mcs•mo depois da Constituição de 1940.

tregar a União tal receita aos sindicatos

clical", tal como agora se processa, foi

e às demais entidades autárquicas, cjiic

considerada, apesar da clareza do § 34 do artigo 141 da Cà)nsliluiçáo. como vá

Nesse caso, a nosso ver, desaparecem as

der à vida autônoina de tai.s entidades,

razões da estranheza, que manifesta

autonomia essa que llics é essencial por fôrça de sua qualidade autár<iuica. a entrega daquelas receitas, por parte da

os Tribunais no duro dih-nia de salvar a

União, deveria ser feita globalmente^ no inicio de cada ano; ou ainda tal entrega

pureza dos princípios à custa de graves prejuizas pecuniários à Nação, ou de

passa a ser normal. Muitas são as nos sas autarquias em idênticas condições.

poderia ser em regimem mensal de dno-

evitar tais prejinzos, ainda que com ma nifesto dano aos princípios. Comprecn-

Também não seria de

bunal de Contas da República, poi.s tal

dois casos — aqucla.s entidades coni sen orçamento próprio, .siia administração autônoma o sua prestação de contas di

orientou, mas o sacrifício da pureza dos

obrigação se tomaria mesmo explícita

reta ao Tribunal de Contas.

princípios foi manifesto.

na lei constitucional, quando esta alude aos "administradores das entidades au

Por seu lado, a União, em sen orça mento, classificaria tais receitas, a se

tárquicas" (artigo 77, inciso II in fine).

rem entregues às autarquias, entre aque

Nem por isso, entretanto, ficaria o sin

las denominadas "especiais" pelo Código

dicato, no tocante ao "impôsto sindical", li\Te da necessidade de se enquadrar

de Contabilidade cia República c quo

Do exposto se vê que, seja pessoa ju rídica pública, soja pessoa privada, o. certo é que a legislação sindical ordi nária está reclamando um urgente rea juste com a nova Constituição. Da ina

assim SC definem:

daptação da lei ordinária ã lei básica

com a atual, tanto no plano político co mo no econômico e no social, com os necessários reflexos no jurídico.

mos, em tômo do fato de o sindicato

alimentar-se de uma receita pública. Desde que se lhe reconheça natureza

pública e qualidade autárquica, o fato estranhar-sc a

obrigação da prestação de contas ao Tri

vivem do receitas públicas. Para aten

décimos, vivendo — em qualquer

dos

lida o legal. Do poi\to de \ista doutri nário, o armnnenlo jurisprudência! não colhe. Em ambas as bipóleses viram-se

dc-sc que em tal conjuntura a jurispru dência SC orientasse pela forma como se

nas exigências do § 34 do artigo 141 da

"Como receita especial conside

estão surgindo dúvidas sérias cm muitos

ra-se o produto da.s fontes de renda a que, em virtude dc-pre-

pontos, notadamente no terreno do "im

posto sindical". E diante dessas dúvi

criado em lei federal especialmente pa

ceitos

ra êle, o sindicato atual, no Brasil, está

contratuais, houver sido determi

ser dc mero compromisso entre os prin

evidentemente desatendendo ao segundo requisito da legitimidade da arrecada ção de qualquer tributo, que é a autori zação anual, no orçamento, para essa

nada

cípios jurídicos, em sua p\ireza, e as conveniências práticas da vida do País.

arrecadação. Dir-se-á que outras autar

quias também assim estão agindo. Ora, o erro alheio não escusa o nosso. As ou

tras autarquias também estão, a nosso ver, agindo inconstitucionalmente nesse terreno. Irretorquivelmente explícito é o texto constitucional em suas palavras ini ciais: "Nenhum tributo será exigido ou

de lei e de cstipulaçÕcs

aplicação

especial"...

(Cod. de Contabilidade, art. 83).

quo lhe possibilito uma eficiente reali zação dc seus fins, perde na prática a sua expressão o se torna um mero sím bolo. Nessas condições, nada aconselha

a que se deixe, por mais tempo, o cha mado "impôsto sindical" na situação atual dc manifesta ilegalidade de sua arrecadação, exposto a ser considerado como ilegal, quanto à sua exigência, por uma jurisprudência ulterior mais ortodo xa o mais apegada aos princípios. Convém eliminar, em lei ordinária, tô-

das as dúvidas que agora se apresentam

Constituição. Não tendo poder tributá rio próprio, mas vivendo de "tributo"

lado, D sindicato, privado de unia con tribuição obrigatória, que o alimente e

das, as soluções não podem continuar a

c que resultam

do fato de ser a lei

atualmente cm vigor uma Nivência de

um passado superado, que consagrava estrutura totalmente diversa e colidcnto

Somos, pois, de opinião : ã) quo embora não a tenha desde a ^ Constituição de 1946. a personalidade

pública do sindicato deve ser restaura da embora com poderes mais reduzidos,

compatíveis com a nova lei básica;

b) que, com denominação mais ade

por

Nada aconselha que se permita a per-

motivos de ordem puramente empírica,

duração dessa dcsconformidade entre a

quada (contribuição especial, contribui

realidade c os princípios jurídicos con

ção sindical, contribuição trabalhista, ou

sagrados constitucionalmonle.

outra) seja mantido o "impôsto sindi cal", cuja arrecadação consideramos

Sem dúvida que os sindicatos,

tal qual como as demais autarquias, não desejam que as coisas assim se proces sem. Alegam-sc razões várias, entre as quais a complicação burocrática, que convém evitar, assim como um possível retardamento da entrega dos recursos, por parte da União. Tais razões práti

Então, que fazer ? A resposta é simples:

apressar uma

revisão da lei sindical ordinária, a fim

agora como ilegal; c) que essa contribuição se enquadre

ta jurisprudência já houve como válida

mente diversas das de 1937, o certo é

no orçamento federal, anualmente, em atenção ao § 34 do artigo 141 da Cons tituição, sendo entregue pela União aos sindicatos, seja globalmente, no começo do ano, seja em regimem de duodécimos iguais, vivendo o sindicato com crçamento próprio, em completa autono

a arrecadação de um adicional ao im

que o sindicato continua sendo um ór

mia financeira;

cas não invalidam a tese jurídica.

Os

de colocar o sindicato dentro da constitucionalidadc, no tocante ao "impôsto sindical" e a todos os demais tópicos cm

aumentado etc." Em face de tão clara

princípios constitucionais explícitos es

que haja divergências.

expressão, sendo certo que as receitas das autarquias provêm de "um tributo" (seja do chamado "impôsto", contribui ção ou o que quiserem), não há fugir

tão acima dessas contingências práticas.

Apesar de termos adotado uma estru tura jurídico-política dc bases inteira

Também não desconhecemos que cer

à solução constitucional única: consignar anualmente a previsão da receita prove

pôsto de renda, que não tinha vigência

gão útil à vida da coletividade, que pre

no ano financeiro. E mais: sabemos que

niente dêsse tributo no orçamento e en

á própria arrecadação do "impôsto sin-

cisa ser mantido, embora com poderes c funções mais restritos agora. Pqr outro

d) que sendo essa contribuição, evi

dentemente, um "tributo", de modo que o seu produto é uma receita pública, o


|i|i yij

.'> r,

Dicesto EconónucO-

40

sindicato preste contas ao Tribunal cie

orçamentária c da anualidade. propor-

Contas federal;

cionando-se, ao mesmo tempo, um pri

o) que, no orçamento da União, a receita proveniente da contribuição sin dical seja classificada como receita es

meiro montante de recursos monetários,

pecial, vinculada a fim determinado, na

forma do artigo 83 do Código de Conta bilidade da República.

Essas as linhas mestras cpic aconse lharíamos para uma reforma da legisla ção sindical ordinária, cuja urgência se deve encarecer, reforma essa que, tendo por objetivo reajustar o sindicato à no va lei constitucional, iria, na realidade, salvar a existência do sindicato c os re

que poderiam ser uliliz-ulos para atua ção conjuntural, cm política financeira cíclica. E.ssa utilização poderia destinarsc, inclusi\'(% a objeti\'os que modificas

eSc Ttaí nal da unfd

1946, por fò^rça do

constitucio-

Tais considcraçõc.s precisam ser lam bem atcndida.s cm uma nrg<'ntc c ne cessária reforma da nossa legislação sin

pra inlc-rno c o externo do cruzeiro. Ao passo ciuc, internamente, o cruzeiro

*

sofre unia continua depreciação que

6.5% ao ano, fruto de uma elevação e.xacerada da despesa pública nao co

Ht

semos de início, ela encerra uma longa .serie de pontos do vista pessoais, vários

deles em colisão ate com soluções jurisprudenciais já adotadas. Estamos, po rém, crente.s em boa fé nas opiniões que apresentamos e na necessidade urgente do esclarecimento, em lei, das din-idas

incorporar obrigatòriamente à rccdta''

dia de supor que êsto trabalho tenha, também, seu lado positivo c construti

nao se permitindo a existência de recur

disparidade entre o poder de com pode ser estimada, a partir dc 1939, em

dical ordinária.

7°eÍ

das e suprimentos de fundos têm de se

Comercial de São Paulo)

iN-cuÉM contesta a existência de uma

Aqui encerramos esta aula. Como dis

Tal como hoje Soa existência

José Luiz de Almeid.\ NocuEniA Pôuto

(Diretor do Instituto de Economia da Associação

sem a conjuntura om sentido mais favo rável às classes trabaliiadoras.

cursos sindicais de surpresas possíveis no futuro, com prejuízos para o interêsse pviblico.-

o problema cambial

que aventamos. Por isso temos a ousa

vo, não ficando no terreno da simples crítica dcstruidora. Sêbrc uma possí

As medidas artificiais de congelamen

to que no território nacional se mostra

mediante o voto do Congresso, determi

nadas somas. Destarte se satisfariam, a um só tempo, os princípios da unidade

vai longa.

^ '

Muito obrigado pela atenção dispensada.

superior em mais do dôbro da verificada nos Estados Unidos.

vclaram-sc capazes de. manter a taxa

de suas moedas, desvalorizaudo-as, enquanto que o Brasil e outras poucas na

do preço das utilidades á redução do poder de compra da moeda, externamen te, graças ao iponopólio de cambio, re-

gem de nosso intercâmbio com o exterior.

Mas urge encerrar esta aula, que já

certo a paridade cambial estaria automàticamcnte reajustada. Mas tal não

idêntico fenômeno - e, em muitos casos

so uçao para o fundo sindical" seria a

tratar, talvez.

proporção da desvalorização interíia ti vesse sido a mesma em dois países digamos, Brasil c Estados Unidos, poi

ram ineficazes para conter a alta os preços, ou melhor, o contínuo reajuste

sos pubhcos fora do orçamento. Aliás. igamos e passagem, essa regra vale, vel utilização do "fundo sindical" como inclusive, para todas as autarquias. Uma elemento de política conjuntural dc ca C O es a e ecimento de largos planos plunonais, inclusive de obras, em cuia exe cução se iriam absorvendo, anualmente,

precisa ser levada em conta. C iso i

berta por um equivalente crescimento se deu. Enquanto o cruzeiro, hoje, vale da receita, e dc vários outros fatores, 'apenas 25% do que valia em 1939, o externamente, graças ao contrôle gover dólar vale 60%. Portanto, a desvalori namental, mantém-se estável. zação interna da moeda brasileira foi

cambial declarada ao Fundo Monetário,

ráter cíclico, cm benefício dos trabalha dores, haveria algo interessante c novo a

cou. Tôdas as moedas, inclusive o dólar, sofreram reduções internas em seu poder de compra e essa circunstância

não devendo ser levada em linha de

conta as operações de cambio negro, já <fue representam insignificante percentaAdmitindo-se que o poder do compra da moeda brasileira tenha sofrido inter

namente, a partir de 1939, uma redu ção da ordem de 75% e considerando-se

que naquele ano, época de relativa nor malidade econômica, era verdadeira a

paridade existente entre o cruzeiro de um lado e o dólar e outras moedas de

outro, segue-se que, se as demais moe das tivessem conservado o mesmo poder de compra nos respectivos países, teriam

Outros países nos quais se manifestou mesmo sem isso - reajustaram o valor —

C41-

ções mantiveram a paridade anterior.

Qual a conseqüência disso? O cru zeiro tornou-se uma moeda cara. Êle

tem, como é lógico, por única função, permitir n compra de mercadorias bra

sileiras Ora, essas mercadorias têm seu

preço fixado en, termos da moeda nacio nal desvalorizada, mas essa mesma moe da é valorizada arHficialmente para efei tos externos. Um amorieano: há dez anos passados e agora, obtém os mes mos Cr§ 20,00, apro.ximadamonte, por um dólar seu. Mas hoje, com esses Cr$ 20,00, êle compra apenas uma quar ta parte das mercadorias que coinpraxa em 1939.

O nome da quantia é o

de valer, em cruzeiros, quatro vezes o

mesmo, mas seu significado econômico

que valiam em 1939.

é bem outro. Ora, os custos internos se formam om

Não foi isso, porém, o que se verifi-


|i|i yij

.'> r,

Dicesto EconónucO-

40

sindicato preste contas ao Tribunal cie

orçamentária c da anualidade. propor-

Contas federal;

cionando-se, ao mesmo tempo, um pri

o) que, no orçamento da União, a receita proveniente da contribuição sin dical seja classificada como receita es

meiro montante de recursos monetários,

pecial, vinculada a fim determinado, na

forma do artigo 83 do Código de Conta bilidade da República.

Essas as linhas mestras cpic aconse lharíamos para uma reforma da legisla ção sindical ordinária, cuja urgência se deve encarecer, reforma essa que, tendo por objetivo reajustar o sindicato à no va lei constitucional, iria, na realidade, salvar a existência do sindicato c os re

que poderiam ser uliliz-ulos para atua ção conjuntural, cm política financeira cíclica. E.ssa utilização poderia destinarsc, inclusi\'(% a objeti\'os que modificas

eSc Ttaí nal da unfd

1946, por fò^rça do

constitucio-

Tais considcraçõc.s precisam ser lam bem atcndida.s cm uma nrg<'ntc c ne cessária reforma da nossa legislação sin

pra inlc-rno c o externo do cruzeiro. Ao passo ciuc, internamente, o cruzeiro

*

sofre unia continua depreciação que

6.5% ao ano, fruto de uma elevação e.xacerada da despesa pública nao co

Ht

semos de início, ela encerra uma longa .serie de pontos do vista pessoais, vários

deles em colisão ate com soluções jurisprudenciais já adotadas. Estamos, po rém, crente.s em boa fé nas opiniões que apresentamos e na necessidade urgente do esclarecimento, em lei, das din-idas

incorporar obrigatòriamente à rccdta''

dia de supor que êsto trabalho tenha, também, seu lado positivo c construti

nao se permitindo a existência de recur

disparidade entre o poder de com pode ser estimada, a partir dc 1939, em

dical ordinária.

7°eÍ

das e suprimentos de fundos têm de se

Comercial de São Paulo)

iN-cuÉM contesta a existência de uma

Aqui encerramos esta aula. Como dis

Tal como hoje Soa existência

José Luiz de Almeid.\ NocuEniA Pôuto

(Diretor do Instituto de Economia da Associação

sem a conjuntura om sentido mais favo rável às classes trabaliiadoras.

cursos sindicais de surpresas possíveis no futuro, com prejuízos para o interêsse pviblico.-

o problema cambial

que aventamos. Por isso temos a ousa

vo, não ficando no terreno da simples crítica dcstruidora. Sêbrc uma possí

As medidas artificiais de congelamen

to que no território nacional se mostra

mediante o voto do Congresso, determi

nadas somas. Destarte se satisfariam, a um só tempo, os princípios da unidade

vai longa.

^ '

Muito obrigado pela atenção dispensada.

superior em mais do dôbro da verificada nos Estados Unidos.

vclaram-sc capazes de. manter a taxa

de suas moedas, desvalorizaudo-as, enquanto que o Brasil e outras poucas na

do preço das utilidades á redução do poder de compra da moeda, externamen te, graças ao iponopólio de cambio, re-

gem de nosso intercâmbio com o exterior.

Mas urge encerrar esta aula, que já

certo a paridade cambial estaria automàticamcnte reajustada. Mas tal não

idêntico fenômeno - e, em muitos casos

so uçao para o fundo sindical" seria a

tratar, talvez.

proporção da desvalorização interíia ti vesse sido a mesma em dois países digamos, Brasil c Estados Unidos, poi

ram ineficazes para conter a alta os preços, ou melhor, o contínuo reajuste

sos pubhcos fora do orçamento. Aliás. igamos e passagem, essa regra vale, vel utilização do "fundo sindical" como inclusive, para todas as autarquias. Uma elemento de política conjuntural dc ca C O es a e ecimento de largos planos plunonais, inclusive de obras, em cuia exe cução se iriam absorvendo, anualmente,

precisa ser levada em conta. C iso i

berta por um equivalente crescimento se deu. Enquanto o cruzeiro, hoje, vale da receita, e dc vários outros fatores, 'apenas 25% do que valia em 1939, o externamente, graças ao contrôle gover dólar vale 60%. Portanto, a desvalori namental, mantém-se estável. zação interna da moeda brasileira foi

cambial declarada ao Fundo Monetário,

ráter cíclico, cm benefício dos trabalha dores, haveria algo interessante c novo a

cou. Tôdas as moedas, inclusive o dólar, sofreram reduções internas em seu poder de compra e essa circunstância

não devendo ser levada em linha de

conta as operações de cambio negro, já <fue representam insignificante percentaAdmitindo-se que o poder do compra da moeda brasileira tenha sofrido inter

namente, a partir de 1939, uma redu ção da ordem de 75% e considerando-se

que naquele ano, época de relativa nor malidade econômica, era verdadeira a

paridade existente entre o cruzeiro de um lado e o dólar e outras moedas de

outro, segue-se que, se as demais moe das tivessem conservado o mesmo poder de compra nos respectivos países, teriam

Outros países nos quais se manifestou mesmo sem isso - reajustaram o valor —

C41-

ções mantiveram a paridade anterior.

Qual a conseqüência disso? O cru zeiro tornou-se uma moeda cara. Êle

tem, como é lógico, por única função, permitir n compra de mercadorias bra

sileiras Ora, essas mercadorias têm seu

preço fixado en, termos da moeda nacio nal desvalorizada, mas essa mesma moe da é valorizada arHficialmente para efei tos externos. Um amorieano: há dez anos passados e agora, obtém os mes mos Cr§ 20,00, apro.ximadamonte, por um dólar seu. Mas hoje, com esses Cr$ 20,00, êle compra apenas uma quar ta parte das mercadorias que coinpraxa em 1939.

O nome da quantia é o

de valer, em cruzeiros, quatro vezes o

mesmo, mas seu significado econômico

que valiam em 1939.

é bem outro. Ora, os custos internos se formam om

Não foi isso, porém, o que se verifi-


^PPÜP 48

DrcKSTo EcoNÓNnco

tôrmos de moeda desvalorizada c, por

vista "Conjuntura Ec-onómica" (ano IV

tanto, são altos.

n. 7 — julho de lOõO - pg. IS). "des tacam-se, dentro da exportação, o gru pos de produtos: primeiro, produtos tí picos de exportação, ou sejam, produtos vendidos ao exterior na proporç.ão mé dia de 80%. De acòrdo com a composi

Isso, dentro das fron

teiras nacionais, não tem importância

alguma, de vez que os ganhos indivi-

duais também subiram na mesma pro

porção. Mas, externamente, tal circuns

tância toma as mercadorias brasileiras excessivamente caras, donde só conse guirmos exportar aquelas ciue são es

ção média do comércit) exterior nos 10

cassas cm todo o mundo, como o café,

últimos anos, figura sob èstc aspecto, eiii

cau. As restantes não encontram

(91,3%), .seguida pelo café (8S,íi%) c

o algodao e, em determinadas épocas, o compradores no exterior por preço sufi

ciente _ para cobrir o custo interno da produção e mais o lucro razoável do produtor.

Muito embora o café, o algodão c o itens

temdnadas regfe do possível admift- c

^ "'to seria

cados internaciõnairT'^^"^^^.'^"^

eiiormemente. '' " P''GÍudicá-Ias

Êsse prejuízo, de resm nas momentâneo e ree"'

clouro e nacional, dada ' mercado fornecedor 'Ka T ^"^''tituiçuo do

primeiro lugar,

a cèra de carnaúba

o cacau (83,9%).

No .segundo grupo, eolocam-se os pro

Dioi-.sro

E<:<)Né)Mico

49

Monzciitàneainentc. essa operação conjiigucla <lo exportação com importa

ao exportador, é a qualidade da merca doria importada c o seu grau de escassez

ção ó cie interesse para o Brasil, mesmo

no mercado interno.

qiio os produtos importados não sejam dü estrita necessiclacle, pois boa parte das mercadorias que com elas são perinnladas

não

teria

pü,ssibilidades do

aproveitamento no mercado interno. 1'or meio da compensação, diversifi camos mzsso comércio externo, conquis

tamos mercados para os nossos produ

cia que, no futuro, poderá ser muito

fora

pouco tempo, a borracha. O caracterís

mercado

exportação depende sobretudo do mer

cional

cado internacional c acusa, em conse

artigos

qüência, grandes flutuações.

dução c.strangeira

O terceiro grupo é constítiiido por produtos destinados principalmente ao

que, sem esse pro

o sistema está-se

cesso, não pode ríamos importar,

desbragada espe

consumo interno e exportados só em pe

ríodos excepcionais, quando as safras são muito grandes ou quando os preços atra

tivos do exterior bivorecem a exporta-

dada

e

a

prestando à mais culação, tendo fei

escassez

Há, por conse-

violas é a corrida dos importadores

^compensação e maiores os ágios pagos exportadores. Ora, isso traz per-

vigor.

ria possível com uma moeda tão valori

turbações nos preços, tanto dos produ tos (ãe exportação como nos de impor^^Ção. Se a exportação de determinado

zada como a nossa, mas tal possibilida de surge quando ela é ligada a uma im

nrtigo dá direito, digamos, à importação de refrigeradores, os ágios alcançam

portação de tal modo lucrativa que bas ta para cobrir o prejuízo do exportador o o seu lucro e mais o lucro do impor

de automóveis alcançam 70% e mais.

tador.

Por outro lado,

to surgir uma clas

divisas fortes.

cido do lucro do produtor, e daí o rogimem de compensações atualmente em

A exportação dêssc.s jírodiitos não .se

lação da crise.

pro

Qnanto mais escassa é a mercadoria no mercado interno, maior a procura de

no mercado internacional por pz^eços su

penas, uma prote

obtcinos

de

periores aos do custo de produção acres

seria longa. Citamos ü.s mais importan

tica representa, a-

interna

exportação, segundo estimativl" "una

Segundo a classificação feita pela re

Na

verdade, tal polí

tico desse grupo é que a perceiilagem da

er^u^out^d

consumo.

sa economia.

no

Pímr obterem compensações x-antajosas.

está suprido dentro das atuais bases de

prejudicial à nos

do

Entretanto, como já foi dito, poucos desses produtos encontram compradores

preliminarmente, da obtenção de merca dos externos, já que o mercado nacional

deráveis margens de lucro, circunstân

concorrência

manufaturas, os tecidos".

parte, a exportação e, se desejamos ampliar essa produção, .devemos cuidar

recebem dos importadores cobrem todo

o prejuízo e ainda proporcionam consi

estariam

tes : arroz, açúcar e carne, c, entre as

sétima parte da renda naciona b ai ieira. Nossa produção agrícola e de matenas-pnmas se destina, em grande

Estas não tratam de se ajustar aos preços internacionais, aperfeiçoando seusmétodos de produção e reduzindo seu preço de custo, pois que os ágios que

mia ch; certas regiões do País, produto ras cie mercadorias cpic, por seu alto custu de produção,

guinte, apreciáveis vantagens nesse ti po de operação vinculada. Surgem, jjorém, dificuldades práticas quo precisam ser superadas. E uma

mercados mais van-

nais beneficiadas.

tos, impedimos o pcrccimcnlo da econo

dutos que ser\cm simultàneamenle ao consumo interno e à exportação, tais co mo algodão, fumo, madeiras, e. até há

éiio. A lista completa desses produtos

produtos por out os

tajosos.

Evidentemente tal situação cria um

clima artificial para as economias regio

■^0 a 50 %■

Se dá direito à importação

se de intem\ediá-

fios de ágios, os quais compram dos ex portadores seu direito â importação e o revendem aos importadores com enor mes margens de lucro.

Essa é a situação atual e é para ela que se procura uma solução.

Os remédios geralmente apontados sao

rt ) desvalorização pura e simples do cruzeiro;

o) subsídios à exportação j

c) sistema de taxas múltiplas de câmbio ;

^). controle dos ágios com manuten ção do regimem de compensações.

Portanto, o que faz o preço do pro-

duto exportado, ou melhor, o ágio pago

sf:

*

*


^PPÜP 48

DrcKSTo EcoNÓNnco

tôrmos de moeda desvalorizada c, por

vista "Conjuntura Ec-onómica" (ano IV

tanto, são altos.

n. 7 — julho de lOõO - pg. IS). "des tacam-se, dentro da exportação, o gru pos de produtos: primeiro, produtos tí picos de exportação, ou sejam, produtos vendidos ao exterior na proporç.ão mé dia de 80%. De acòrdo com a composi

Isso, dentro das fron

teiras nacionais, não tem importância

alguma, de vez que os ganhos indivi-

duais também subiram na mesma pro

porção. Mas, externamente, tal circuns

tância toma as mercadorias brasileiras excessivamente caras, donde só conse guirmos exportar aquelas ciue são es

ção média do comércit) exterior nos 10

cassas cm todo o mundo, como o café,

últimos anos, figura sob èstc aspecto, eiii

cau. As restantes não encontram

(91,3%), .seguida pelo café (8S,íi%) c

o algodao e, em determinadas épocas, o compradores no exterior por preço sufi

ciente _ para cobrir o custo interno da produção e mais o lucro razoável do produtor.

Muito embora o café, o algodão c o itens

temdnadas regfe do possível admift- c

^ "'to seria

cados internaciõnairT'^^"^^^.'^"^

eiiormemente. '' " P''GÍudicá-Ias

Êsse prejuízo, de resm nas momentâneo e ree"'

clouro e nacional, dada ' mercado fornecedor 'Ka T ^"^''tituiçuo do

primeiro lugar,

a cèra de carnaúba

o cacau (83,9%).

No .segundo grupo, eolocam-se os pro

Dioi-.sro

E<:<)Né)Mico

49

Monzciitàneainentc. essa operação conjiigucla <lo exportação com importa

ao exportador, é a qualidade da merca doria importada c o seu grau de escassez

ção ó cie interesse para o Brasil, mesmo

no mercado interno.

qiio os produtos importados não sejam dü estrita necessiclacle, pois boa parte das mercadorias que com elas são perinnladas

não

teria

pü,ssibilidades do

aproveitamento no mercado interno. 1'or meio da compensação, diversifi camos mzsso comércio externo, conquis

tamos mercados para os nossos produ

cia que, no futuro, poderá ser muito

fora

pouco tempo, a borracha. O caracterís

mercado

exportação depende sobretudo do mer

cional

cado internacional c acusa, em conse

artigos

qüência, grandes flutuações.

dução c.strangeira

O terceiro grupo é constítiiido por produtos destinados principalmente ao

que, sem esse pro

o sistema está-se

cesso, não pode ríamos importar,

desbragada espe

consumo interno e exportados só em pe

ríodos excepcionais, quando as safras são muito grandes ou quando os preços atra

tivos do exterior bivorecem a exporta-

dada

e

a

prestando à mais culação, tendo fei

escassez

Há, por conse-

violas é a corrida dos importadores

^compensação e maiores os ágios pagos exportadores. Ora, isso traz per-

vigor.

ria possível com uma moeda tão valori

turbações nos preços, tanto dos produ tos (ãe exportação como nos de impor^^Ção. Se a exportação de determinado

zada como a nossa, mas tal possibilida de surge quando ela é ligada a uma im

nrtigo dá direito, digamos, à importação de refrigeradores, os ágios alcançam

portação de tal modo lucrativa que bas ta para cobrir o prejuízo do exportador o o seu lucro e mais o lucro do impor

de automóveis alcançam 70% e mais.

tador.

Por outro lado,

to surgir uma clas

divisas fortes.

cido do lucro do produtor, e daí o rogimem de compensações atualmente em

A exportação dêssc.s jírodiitos não .se

lação da crise.

pro

Qnanto mais escassa é a mercadoria no mercado interno, maior a procura de

no mercado internacional por pz^eços su

penas, uma prote

obtcinos

de

periores aos do custo de produção acres

seria longa. Citamos ü.s mais importan

tica representa, a-

interna

exportação, segundo estimativl" "una

Segundo a classificação feita pela re

Na

verdade, tal polí

tico desse grupo é que a perceiilagem da

er^u^out^d

consumo.

sa economia.

no

Pímr obterem compensações x-antajosas.

está suprido dentro das atuais bases de

prejudicial à nos

do

Entretanto, como já foi dito, poucos desses produtos encontram compradores

preliminarmente, da obtenção de merca dos externos, já que o mercado nacional

deráveis margens de lucro, circunstân

concorrência

manufaturas, os tecidos".

parte, a exportação e, se desejamos ampliar essa produção, .devemos cuidar

recebem dos importadores cobrem todo

o prejuízo e ainda proporcionam consi

estariam

tes : arroz, açúcar e carne, c, entre as

sétima parte da renda naciona b ai ieira. Nossa produção agrícola e de matenas-pnmas se destina, em grande

Estas não tratam de se ajustar aos preços internacionais, aperfeiçoando seusmétodos de produção e reduzindo seu preço de custo, pois que os ágios que

mia ch; certas regiões do País, produto ras cie mercadorias cpic, por seu alto custu de produção,

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nais beneficiadas.

tos, impedimos o pcrccimcnlo da econo

dutos que ser\cm simultàneamenle ao consumo interno e à exportação, tais co mo algodão, fumo, madeiras, e. até há

éiio. A lista completa desses produtos

produtos por out os

tajosos.

Evidentemente tal situação cria um

clima artificial para as economias regio

■^0 a 50 %■

Se dá direito à importação

se de intem\ediá-

fios de ágios, os quais compram dos ex portadores seu direito â importação e o revendem aos importadores com enor mes margens de lucro.

Essa é a situação atual e é para ela que se procura uma solução.

Os remédios geralmente apontados sao

rt ) desvalorização pura e simples do cruzeiro;

o) subsídios à exportação j

c) sistema de taxas múltiplas de câmbio ;

^). controle dos ágios com manuten ção do regimem de compensações.

Portanto, o que faz o preço do pro-

duto exportado, ou melhor, o ágio pago

sf:

*

*


31)

DlCUSTO EcONOMiCO

a) De.svalnrizaçõo pura c simples do

Poucos são os partidários d-j iitna des

valorização geral do cruzeiro, mas, jieiii por isso, èsse ponto do vista deve ser

relegado a um plano secundário.

Apreciado o problema sob um prisma exclusivamente técnict), não bá dú\ida que a verdadeira paridade do cruzeiro cm relaçao ao dólar c muito diferente da mantida artificialmente. Basta ver que a cotação do dólar no mercado livre

oscila entre Cr§ 30,00 e Cr$ 34,00 conforme a época. Assim sendo, parece logico que o cruzeiro seja desvaloriza do, pois isso representaria apenas o rc-

conhecimento de uma situação de fato

Te?; mestre do ano passado

se-

exporiência cnííl ? '"^pmsentam uma observados. ^^-^^Itados merecem ser

ria do dr. Leopoldo

trabalho de auto-

borado a pedido da cT -"Ser e cla va do Conselho Interamel"''''"

mércio e Produção n l

Câo bastante

imediatos produzidos 'i

mercado, mc.smo .sem o recurso à des

valorização.

cruzeiro

do «^f^-^dos

desvaloH.açi:ttcda'::'" Do um modo geral, as desvaloriza

Pidos dados estatísticos cimstantcs do

citado traballu) Si- constata <pic. nos pai-

area do dólar, ou uma paridade de pre

ços nos mercados internacionais, ,ara

fazer face a concorrência resultant da desvalorização da hbra e de outras moe das. Em verdade, as desvalorizações ,se processaram em cadeia, uma arrastando

outra, até que só restaram aqueles paí ses cuja produção, quer por ausência dc concorrência, quer pela escassez mun dial, poderiam continuar encontrando

Econômico

51

A opinião geralmente manifestada pelos economista.s é pela negatÍN'a. Realmente,

dcsxalorizanclo

nossa

moeda, teríamos dc pagar maior quan

incnlc no último trimestre de 1919, sen-

tidade cie cruzeiros pelas mercadorias importadas, c isso iria representar uma c1e\'ação geral no custo da vida, com

do que, em imiilos dèk-s, èsse aumenta superou mesmo a percaaitagein di- des

tamonto do x^alor do cruzeiro, c assim

.scs (pie dc.s\aloriz.aram snas moedas, us exportações anincntaraiii consicK-ràNol-

consc((iicnto necessidade dc novo rcajus-

ti\o aumento de volume físico das e.x-

por diante. Essa elewição, no caso, se ria fatal, pois mesmo os produtos mais

portuções.

essenciais ao nosso descn\'ol\ãmento eco

valorização, o que indica ter ha\ ido efcPor outro lado, contrária-

mente ao (pie seria de se esperar, as importações feitas por èsses mesmos paí ses nao cresceram em proporção apre ciável. Com exceção da Finlândia, Bél gica ii. Holanda, cm todos os demais

países o aumento do valor da importa ção foi inferior ã margem de desvalori zação das respectivas moedas, sendo que em alguns deles liouvc, mesmo, consi

derável redução nas importações. No que diz respeito às economias in ternas dos países cm questão, não fo

ram elas grandemente afetadas pela me dida, tanto assim que os índices de cus to de vida permaneceram aproximada mente os mesmos do período imediata mente anterior à de.svulorização, a não ser em um ou outro ca.so, mas, mesmo assim, sem que so possa saber, com se

gurança, se a elevação do custo da vida çoos que se processaram „o Sütaos resultou diretamente da desvalorização quatro meses de 1949 tiveram como ob

jetivo ou um equilíbrio cambial com -,

Droi-sTo

nômico e ao consumo do po\o, como

tadas, pouco provável seria um aiunen-

to dc \'olumc, por se tratar de produto do baixa elasticidade de procura, isto é, que não aumenta na proporção da baixa dos preços. Em resumo, comò diz Aldo Azevedo

("Cruzeiro e Dólar" - Digesto Econô mico de ontiibro de 1950), "quando pennutamos mais mercadorias brasilei

ras por menos mercadorias estrangeiras — cwmo seria o caso da desvalorização — estamos realmente perdendo substân

máquinas, \'CÍcúlos, matérias-primas, combuslí\'eis e trigo sofreriam uma ele vação dc preços proporcional à desva lorização que tivesse sofrido o cruzeiro.

cia, estamos oferecendo "mais trabalho brasileiro" cm troca de "menos trabalho

Por outro lado, a des\'alorização, sem dúvida, contribuiria para aumentar o vo

uma desvalorização

lume dc nossas c.xportações, mas não é

certo que trouxesse à nossa balança co mercial um aumento de valor. ^

-Suponhamos que o cruzeiro fosse des

valorizado em 30 %. Para se obter a mes

ma quantidade de divisas que atual mente obtemos com nossas exportações, logicamente teríamos de aumentá-las 30 % em volume, pois que as majorações

de preços, em moeda estrangeira, iriam anular os efeito visados com a desvalo rização. Isso para conservarmos nossa posição atual, sem qualquer vantagem. Mas, onde estão êsses 30 % a mais, em

dos demais povos". Por todos êsses motivos, a idéia de

geral do cruzeiro

tem sido geralmente rejeitada. *

*

*

b) Subsídios à exportação Por ocasião da "mesa redonda sôbre

a des\'alorização da libra", promorida em outubro de 1949 pela Confederação Nacional do Comércio, os representantes da Associação Comercial de São Paulo, considerando que a atual taxa cambial

nos é vantajosa, mas reconhecendo que determinados produtos brasileiros sôbre os quais se baseia a economia de muitas

regiões do Pais, estão fora da paridade de preços no mercado internacional, mos, prãticamente, sobras exportáveis e, preconizarem um sistema de subsídios à por conseguinte, não poderíamos aumen

das moedas^ ou de outras causas, como ó o caso du Fiança, por exemplo. ^Não obstante essas circunstâncias, não pode o_ citado trabalho chegar a uma

contrássemos

conclusão precisa sobre os efeitos reais

da desvalorização, os quais só poderãc

produtos.

ser apreciados cm lapso maior de tempo Mas se de um modo geral, a expe. riência dos países que desvalorizaram suas moedas resultou benéfica, resta in dagar se, para o Brasil, idêntica vanta gem seria de so esperar.

De resto, mesmo que houvesse maio

res quantidades de café a serem expor

volume, é que ninguém sabe. Não te

tar nossas exportações mesmo que en

exportação dêsses produtos, mediante a

compradores para nossos

emissão, para esse fim, de cerca de dois

O sistema deu bons resultados em

países que dispunbam de uma grande capacidade de produção ovi então de

Essa sugestão, contudo, não logrou a acolhida dos demais participantes, sob o dupla fundamento de que os subsídios

vultosos estoques que precisavam ser ex

contrariam os tratados internacionais dos

bilhões de cruzeiros.

portados. Mas, no Brasil, considerado o conjunto de nossas exportações, não e

quais o Brasil foi signatiirio (Carta de

isso o que acontece.

bilhões de cruzeiros, estimada como su-

Havana), e de que uma emis!5ão de dois

J


31)

DlCUSTO EcONOMiCO

a) De.svalnrizaçõo pura c simples do

Poucos são os partidários d-j iitna des

valorização geral do cruzeiro, mas, jieiii por isso, èsse ponto do vista deve ser

relegado a um plano secundário.

Apreciado o problema sob um prisma exclusivamente técnict), não bá dú\ida que a verdadeira paridade do cruzeiro cm relaçao ao dólar c muito diferente da mantida artificialmente. Basta ver que a cotação do dólar no mercado livre

oscila entre Cr§ 30,00 e Cr$ 34,00 conforme a época. Assim sendo, parece logico que o cruzeiro seja desvaloriza do, pois isso representaria apenas o rc-

conhecimento de uma situação de fato

Te?; mestre do ano passado

se-

exporiência cnííl ? '"^pmsentam uma observados. ^^-^^Itados merecem ser

ria do dr. Leopoldo

trabalho de auto-

borado a pedido da cT -"Ser e cla va do Conselho Interamel"''''"

mércio e Produção n l

Câo bastante

imediatos produzidos 'i

mercado, mc.smo .sem o recurso à des

valorização.

cruzeiro

do «^f^-^dos

desvaloH.açi:ttcda'::'" Do um modo geral, as desvaloriza

Pidos dados estatísticos cimstantcs do

citado traballu) Si- constata <pic. nos pai-

area do dólar, ou uma paridade de pre

ços nos mercados internacionais, ,ara

fazer face a concorrência resultant da desvalorização da hbra e de outras moe das. Em verdade, as desvalorizações ,se processaram em cadeia, uma arrastando

outra, até que só restaram aqueles paí ses cuja produção, quer por ausência dc concorrência, quer pela escassez mun dial, poderiam continuar encontrando

Econômico

51

A opinião geralmente manifestada pelos economista.s é pela negatÍN'a. Realmente,

dcsxalorizanclo

nossa

moeda, teríamos dc pagar maior quan

incnlc no último trimestre de 1919, sen-

tidade cie cruzeiros pelas mercadorias importadas, c isso iria representar uma c1e\'ação geral no custo da vida, com

do que, em imiilos dèk-s, èsse aumenta superou mesmo a percaaitagein di- des

tamonto do x^alor do cruzeiro, c assim

.scs (pie dc.s\aloriz.aram snas moedas, us exportações anincntaraiii consicK-ràNol-

consc((iicnto necessidade dc novo rcajus-

ti\o aumento de volume físico das e.x-

por diante. Essa elewição, no caso, se ria fatal, pois mesmo os produtos mais

portuções.

essenciais ao nosso descn\'ol\ãmento eco

valorização, o que indica ter ha\ ido efcPor outro lado, contrária-

mente ao (pie seria de se esperar, as importações feitas por èsses mesmos paí ses nao cresceram em proporção apre ciável. Com exceção da Finlândia, Bél gica ii. Holanda, cm todos os demais

países o aumento do valor da importa ção foi inferior ã margem de desvalori zação das respectivas moedas, sendo que em alguns deles liouvc, mesmo, consi

derável redução nas importações. No que diz respeito às economias in ternas dos países cm questão, não fo

ram elas grandemente afetadas pela me dida, tanto assim que os índices de cus to de vida permaneceram aproximada mente os mesmos do período imediata mente anterior à de.svulorização, a não ser em um ou outro ca.so, mas, mesmo assim, sem que so possa saber, com se

gurança, se a elevação do custo da vida çoos que se processaram „o Sütaos resultou diretamente da desvalorização quatro meses de 1949 tiveram como ob

jetivo ou um equilíbrio cambial com -,

Droi-sTo

nômico e ao consumo do po\o, como

tadas, pouco provável seria um aiunen-

to dc \'olumc, por se tratar de produto do baixa elasticidade de procura, isto é, que não aumenta na proporção da baixa dos preços. Em resumo, comò diz Aldo Azevedo

("Cruzeiro e Dólar" - Digesto Econô mico de ontiibro de 1950), "quando pennutamos mais mercadorias brasilei

ras por menos mercadorias estrangeiras — cwmo seria o caso da desvalorização — estamos realmente perdendo substân

máquinas, \'CÍcúlos, matérias-primas, combuslí\'eis e trigo sofreriam uma ele vação dc preços proporcional à desva lorização que tivesse sofrido o cruzeiro.

cia, estamos oferecendo "mais trabalho brasileiro" cm troca de "menos trabalho

Por outro lado, a des\'alorização, sem dúvida, contribuiria para aumentar o vo

uma desvalorização

lume dc nossas c.xportações, mas não é

certo que trouxesse à nossa balança co mercial um aumento de valor. ^

-Suponhamos que o cruzeiro fosse des

valorizado em 30 %. Para se obter a mes

ma quantidade de divisas que atual mente obtemos com nossas exportações, logicamente teríamos de aumentá-las 30 % em volume, pois que as majorações

de preços, em moeda estrangeira, iriam anular os efeito visados com a desvalo rização. Isso para conservarmos nossa posição atual, sem qualquer vantagem. Mas, onde estão êsses 30 % a mais, em

dos demais povos". Por todos êsses motivos, a idéia de

geral do cruzeiro

tem sido geralmente rejeitada. *

*

*

b) Subsídios à exportação Por ocasião da "mesa redonda sôbre

a des\'alorização da libra", promorida em outubro de 1949 pela Confederação Nacional do Comércio, os representantes da Associação Comercial de São Paulo, considerando que a atual taxa cambial

nos é vantajosa, mas reconhecendo que determinados produtos brasileiros sôbre os quais se baseia a economia de muitas

regiões do Pais, estão fora da paridade de preços no mercado internacional, mos, prãticamente, sobras exportáveis e, preconizarem um sistema de subsídios à por conseguinte, não poderíamos aumen

das moedas^ ou de outras causas, como ó o caso du Fiança, por exemplo. ^Não obstante essas circunstâncias, não pode o_ citado trabalho chegar a uma

contrássemos

conclusão precisa sobre os efeitos reais

da desvalorização, os quais só poderãc

produtos.

ser apreciados cm lapso maior de tempo Mas se de um modo geral, a expe. riência dos países que desvalorizaram suas moedas resultou benéfica, resta in dagar se, para o Brasil, idêntica vanta gem seria de so esperar.

De resto, mesmo que houvesse maio

res quantidades de café a serem expor

volume, é que ninguém sabe. Não te

tar nossas exportações mesmo que en

exportação dêsses produtos, mediante a

compradores para nossos

emissão, para esse fim, de cerca de dois

O sistema deu bons resultados em

países que dispunbam de uma grande capacidade de produção ovi então de

Essa sugestão, contudo, não logrou a acolhida dos demais participantes, sob o dupla fundamento de que os subsídios

vultosos estoques que precisavam ser ex

contrariam os tratados internacionais dos

bilhões de cruzeiros.

portados. Mas, no Brasil, considerado o conjunto de nossas exportações, não e

quais o Brasil foi signatiirio (Carta de

isso o que acontece.

bilhões de cruzeiros, estimada como su-

Havana), e de que uma emis!5ão de dois

J


Dlf:KSTO ECONÓMidb

52

ficiente para subsidiar a exportii<,ão dos

finalmente, a "Me.sa Hedonda" sòhrc a

produtos cujos preços estão fora da pa

desvalorização da libra" concluiu por ês-

ridade internacional,

sc mesmo regimcni, recomendando :

viria acelerar o

processo inflacionário.

a) — O.S produto.s nacionais atingidos

Muito embora o primeiro desses ar gumentos não mereça ser levado em li nha de conta, não só porque a Carta de

pela de.svaiorização ila libra dcM-rão ser

amparado.s por uma taxa cambial (jue garanta ao produtor nacional renuinera-

Havana não foi ratificada pelas nações que a subscreveram, como porque os próprios Estados Unidos dão o exemplo,

ção adequada;

subsidiando o algodão de seus estados

desvalorização da libra ;

sulinos, o segundo ó, sem dúvida, pro cedente.

E' sabido que as emissões destinadas ao aumento da produção mostram-se be néficas, não trazendo — ao contrário —

elevação do custo da vida. Mas no caso não se cogitaria de aumentar a

produção, e sim, apenas, de mantê-h nos mveis atuais. Portanto, tal emissão seria mflacionária.

cambial vigente, mas, além de dar n impulso a espiral inflacionista node provocar represálias por parte de outros

pmse^.^0 que desaconselha. J^d" *

íi:

íH

c) Regfmem de taxas múltiplas de câmbio

fo) — a taxa cambial não di'\crá so

frer alteraçao superior à provocada pela c) — dcver-se-á pnunoscr u classifi cação dos produtos dc imporlaçfn) de es trita essencialidadc, e para cssi-s produ tos, deverá ser mantida a atual relação entre o dólar e o cruzeiro •

^d) — para os produtos dc importa

ção não considerados de estrita essen

cialidadc adotar-se-á um sistema de ta xas cambiais múltiplas ; ~ o regimem dc compensação 6 aconselhável, mesmo dcntjro do sistema

do ta.xas cambiais miiltiplas. O mecanismo do sistema segundo o

imaginamos, dc acôrdo com essas con

clusões e com o ponto dc vista do dr.

Henrique Bastos Filho, seria o seguinte: Tanto os produtos dc exportação como os de importação seriam classificados cm

certo numero de categorias, para efeito cia respectiva taxa cambial.

O critério, quanto aos primeiros, seria

IDicivsro

Econômico

grau dc utilidade para o desenvolvimen to nacional o o consmiio do povo. Quan

to maior fòssc essa utilidade, mais bai.xa •seria a la.xa cambial.

Por exemplo: o café e o algodão con tinuariam a ser exportados na base do dólar a Cr$ 18,72. .As divisas proporcio-

nadas por essas exportações .seriam apli cadas na importação de combustíveis, máciiiinas agrícolas o inclu.striais, trigo c outros produtos absolutamente essen ciais à expansão dc nossa economia e vida do nosso povo.

Tá outros produtos, como o arroz, o

açúcar, as madeiras, seriam exportados

Finalmente, se algum outro produto

necessitasse desvalorização cambial ain da maior, as divisas respectivas servi

riam para a importação de artigos supér fluos, para fornecimento de divisas a viajantes etc.

O sistema prcstar-se-ia, ainda, para incentivar o turismo, mediante uma taxa do cruzeiro desvalorizado para os via

jantes estrangeiros, e para a atração de capitais estrangeiros, concedendo-se uma

camb.o, sob as mais diversas modalida des, ,a tem s.do por diversas vêzes aventado. O prof, Eugênio Gudin esere-

interno de produção e os preços vigorantes no mercado internacional.

sem investir.

dTr.: "Co°rr:rda

encontram mercado nas bases do cam

tante engenhoso e merece uma análise

bio a Cr$ 18,72 continuariam a ser ex

Cuidadosa.

de 1948 preconizando um sitmT,Te

taxas múltiplas em função das diversas moedas. Posteriormente, em meados de 1949, sistema diferente, baseado nos di versos produtos de importação e expor tação, foi sugerido pelo dr. Henrique Bastos Filho, então vice-presidente da

Associação Comercial de São Paulo e.

o de relaçao existente entre seu custo

Assim, os produtos que atualmente

O sistema, como se verifica, é bas Hí

portados nessa base. Para os demais, seriam criadas mais duas ou, no máxi mo, três taxas, de acôrdo com o desní

vel existente entre o preço de custo e o preço internacional, de modo a pode rem competir nesse mercado.

Quanto aos segundos — mercadorias do importação — o critério seria o do

forç-ando-nos à aquisição de produtos sui>erfluos ;

c) que terá como conseqüência o desprestígio da nossa moeda e a desva lorização geral.

Vejamos cada um dêles de per si. A elevação do custo da vida não c uma conseqüência forçosa do sistema.

Em primeiro lugar, porque a maior piu-te dc nossa importação — corresponden-

tü às diiisas fornecidas polo café, algo dão c outros produtos — continuaria a

ser feita nas bases atuais de cambio e,

na base de um cruzeiro desvalorizado sem aumento de preço. Ape cm, digamos, 30%. As cambiais obtidas^ portanto, nas os produtos menos essenciais ou su terianraplicação cm artigos de pérfluos sofreriam tal aumento, mas ção menos essenciais, mas dc utilidade. mesmo essa circunstância não seria de

taxa tanto mais favorável quanto maior fôsse o interesse nacional no setor dc atividade em que tais capitais se vies

o regimem de taxas

b) que pode provocar uma distorsão nas nossas correntes de importação,

H:

Os argumentos geralmente invocados contra o regimem de taxas múltiplas de câmbio podem agrupar-se pela seguinte forma :

molde a modificar a situação atual, a não ser para mellior, pois o regimem de compensação atualmente adotado, acar

retando o pagamentq de altíssimos ágios pelos importadores, acarreta muito maior

aumento de preços de produtos impor

tados do que um regimem de taxas múl tiplas dc câmbio em que, ao menos se

ria eliminado o intermediário de ágios mcenbvo ditdo à exportação ftees/o cs-

7 P.7. nos moldei iviant.rri™ dc exportação nf tão classificar as

em tav-, de "^^^f^aonas en luna taxa cambio pouco escassas f^n-orável à exportação.

^

ia\ora-

De resto, é sabido que no Brasil são os fatores .nlernos. coZ de inicio, acen tuamos, os grandes responsáveis pela elevação do custo da vida.

Êsse argumento, portanto, não pode ser tido como válido.

a) que trará uma elevação do custo da vida ;

Examinemos, agora, a possibilidade de ser alterada a composição de nossas


Dlf:KSTO ECONÓMidb

52

ficiente para subsidiar a exportii<,ão dos

finalmente, a "Me.sa Hedonda" sòhrc a

produtos cujos preços estão fora da pa

desvalorização da libra" concluiu por ês-

ridade internacional,

sc mesmo regimcni, recomendando :

viria acelerar o

processo inflacionário.

a) — O.S produto.s nacionais atingidos

Muito embora o primeiro desses ar gumentos não mereça ser levado em li nha de conta, não só porque a Carta de

pela de.svaiorização ila libra dcM-rão ser

amparado.s por uma taxa cambial (jue garanta ao produtor nacional renuinera-

Havana não foi ratificada pelas nações que a subscreveram, como porque os próprios Estados Unidos dão o exemplo,

ção adequada;

subsidiando o algodão de seus estados

desvalorização da libra ;

sulinos, o segundo ó, sem dúvida, pro cedente.

E' sabido que as emissões destinadas ao aumento da produção mostram-se be néficas, não trazendo — ao contrário —

elevação do custo da vida. Mas no caso não se cogitaria de aumentar a

produção, e sim, apenas, de mantê-h nos mveis atuais. Portanto, tal emissão seria mflacionária.

cambial vigente, mas, além de dar n impulso a espiral inflacionista node provocar represálias por parte de outros

pmse^.^0 que desaconselha. J^d" *

íi:

íH

c) Regfmem de taxas múltiplas de câmbio

fo) — a taxa cambial não di'\crá so

frer alteraçao superior à provocada pela c) — dcver-se-á pnunoscr u classifi cação dos produtos dc imporlaçfn) de es trita essencialidadc, e para cssi-s produ tos, deverá ser mantida a atual relação entre o dólar e o cruzeiro •

^d) — para os produtos dc importa

ção não considerados de estrita essen

cialidadc adotar-se-á um sistema de ta xas cambiais múltiplas ; ~ o regimem dc compensação 6 aconselhável, mesmo dcntjro do sistema

do ta.xas cambiais miiltiplas. O mecanismo do sistema segundo o

imaginamos, dc acôrdo com essas con

clusões e com o ponto dc vista do dr.

Henrique Bastos Filho, seria o seguinte: Tanto os produtos dc exportação como os de importação seriam classificados cm

certo numero de categorias, para efeito cia respectiva taxa cambial.

O critério, quanto aos primeiros, seria

IDicivsro

Econômico

grau dc utilidade para o desenvolvimen to nacional o o consmiio do povo. Quan

to maior fòssc essa utilidade, mais bai.xa •seria a la.xa cambial.

Por exemplo: o café e o algodão con tinuariam a ser exportados na base do dólar a Cr$ 18,72. .As divisas proporcio-

nadas por essas exportações .seriam apli cadas na importação de combustíveis, máciiiinas agrícolas o inclu.striais, trigo c outros produtos absolutamente essen ciais à expansão dc nossa economia e vida do nosso povo.

Tá outros produtos, como o arroz, o

açúcar, as madeiras, seriam exportados

Finalmente, se algum outro produto

necessitasse desvalorização cambial ain da maior, as divisas respectivas servi

riam para a importação de artigos supér fluos, para fornecimento de divisas a viajantes etc.

O sistema prcstar-se-ia, ainda, para incentivar o turismo, mediante uma taxa do cruzeiro desvalorizado para os via

jantes estrangeiros, e para a atração de capitais estrangeiros, concedendo-se uma

camb.o, sob as mais diversas modalida des, ,a tem s.do por diversas vêzes aventado. O prof, Eugênio Gudin esere-

interno de produção e os preços vigorantes no mercado internacional.

sem investir.

dTr.: "Co°rr:rda

encontram mercado nas bases do cam

tante engenhoso e merece uma análise

bio a Cr$ 18,72 continuariam a ser ex

Cuidadosa.

de 1948 preconizando um sitmT,Te

taxas múltiplas em função das diversas moedas. Posteriormente, em meados de 1949, sistema diferente, baseado nos di versos produtos de importação e expor tação, foi sugerido pelo dr. Henrique Bastos Filho, então vice-presidente da

Associação Comercial de São Paulo e.

o de relaçao existente entre seu custo

Assim, os produtos que atualmente

O sistema, como se verifica, é bas Hí

portados nessa base. Para os demais, seriam criadas mais duas ou, no máxi mo, três taxas, de acôrdo com o desní

vel existente entre o preço de custo e o preço internacional, de modo a pode rem competir nesse mercado.

Quanto aos segundos — mercadorias do importação — o critério seria o do

forç-ando-nos à aquisição de produtos sui>erfluos ;

c) que terá como conseqüência o desprestígio da nossa moeda e a desva lorização geral.

Vejamos cada um dêles de per si. A elevação do custo da vida não c uma conseqüência forçosa do sistema.

Em primeiro lugar, porque a maior piu-te dc nossa importação — corresponden-

tü às diiisas fornecidas polo café, algo dão c outros produtos — continuaria a

ser feita nas bases atuais de cambio e,

na base de um cruzeiro desvalorizado sem aumento de preço. Ape cm, digamos, 30%. As cambiais obtidas^ portanto, nas os produtos menos essenciais ou su terianraplicação cm artigos de pérfluos sofreriam tal aumento, mas ção menos essenciais, mas dc utilidade. mesmo essa circunstância não seria de

taxa tanto mais favorável quanto maior fôsse o interesse nacional no setor dc atividade em que tais capitais se vies

o regimem de taxas

b) que pode provocar uma distorsão nas nossas correntes de importação,

H:

Os argumentos geralmente invocados contra o regimem de taxas múltiplas de câmbio podem agrupar-se pela seguinte forma :

molde a modificar a situação atual, a não ser para mellior, pois o regimem de compensação atualmente adotado, acar

retando o pagamentq de altíssimos ágios pelos importadores, acarreta muito maior

aumento de preços de produtos impor

tados do que um regimem de taxas múl tiplas dc câmbio em que, ao menos se

ria eliminado o intermediário de ágios mcenbvo ditdo à exportação ftees/o cs-

7 P.7. nos moldei iviant.rri™ dc exportação nf tão classificar as

em tav-, de "^^^f^aonas en luna taxa cambio pouco escassas f^n-orável à exportação.

^

ia\ora-

De resto, é sabido que no Brasil são os fatores .nlernos. coZ de inicio, acen tuamos, os grandes responsáveis pela elevação do custo da vida.

Êsse argumento, portanto, não pode ser tido como válido.

a) que trará uma elevação do custo da vida ;

Examinemos, agora, a possibilidade de ser alterada a composição de nossas


Dicesto JEconónhco

54

importações em conseqüência de um regimem de taxas múltiplas de câmbio. E' sabido que percentagem apreciável de nossas importações é de produtos ab solutamente essenciais, como trigo, com

bustíveis, ferro, aço e suas manufaturas,

econômica sôbre o país. Muitos econo

mistas atribuem a resistência de que tem

dado provas o preço do café — não obs tante todo o esfôrço cios norte-america

nos no sentido da baixa — à estabilida de de nossa moeda e à firmezii com que

e muitos observadores manifestam o te

reitcradamentc afirmamos nosso propó

mor de que, atraídos por uma taxa cam

sito de não desvalorizarmos o cruzeiro.

bial mais favorável, procurem nossos fornecedores, notadamente os Estados

Unidos, forçar-nos a adquirir mercado rias supérfluas de sua produção. E* realmente possível que os expor tadores estrangeiros desejem fornecernos mercadorias que lhes proporcionem maior qüantidade de cruzeiros, mas não

A instituição de um regimem dc taxas

múltiplas seria uma demonstração de fraqueza c hesitação cia qual logo se aproveitariam nossos compradores. Além desses argumentos que o desa conselham, é de se ponderar que o re

gimem dc taxas múltiplas provocaria ter

rível pressão por parte dos interessados

nos esqueçamos de que o regimem da

no sentido de obterem para seus produ

licença prévia deverá continuar .funcio

tos classificação vantajosa, c não se po

nando e limitará a entrada dessas mer

de prever até que ponto o intcrôssc na

cadorias dentro das possibilidades cam

cional prevaleceria sôbre os pessoais e

biais e das conveniências do País. Na época atual, também, todo o inte-

políticos.

rêsse, tanto dos importadores nacionais como dos exportadores estrangeiros, está

na obtenção de licença prévia para pro dutos supérfluos que alcançam melho

res preços no mercado, e nem por isso tais licenças são concedidas.

Não é de Se admitir, portanto, que a pressão externa seja de tal magnitude que nos force a adquirir produtos de que não necessitamos.

Tôdas essas circunstancias reunidas fazem com que hesitemos cm aconse

lhar o regimem de taxas múltiplas de câmbio.

d) Controle dos ágios com manutenção do regimem de compensações

Já vimos quais os inconvenientes do atual regimem de compensações. Êle se

presta à e.speculação e os ágios são fi

xados, não de acôrdo com as reais ne

Finalmente, o terceiro argumento pa

cessidades do exportador, mas sim em

rece ser de todos o mais procedente. O regimem de taxas múltiplas, segun do mostra a experiência de outros países notadamente do Chile e da Argen tina, não se mantém com um caráter de estabilidade, e tende a ocasionar uma desvalorização total da moeda, o que,

função da margem de lucro que possa

para nós, como já vimos, seria altamen

autoria e que mereceu a aprovação do

te inconveniente.

Conselho Técnico do Instituto de Econo

Por outro lado, exerce um efeito psi

proporcionar, no mercado interno, a mercadoria importada.

Mas, esse inconveniente pode ser fa cilmente superado mediante um sistema de controle de ágios que funcionaria pe la maneira descrita em projeto de minha mia da Associação Comercial e da Fe

cológico pernicioso, afugentando capi

deração do Comércio do Estado de São

tais estrangeiros e incitando a pressão

Paulo.

Dic!-:sto

Econômico

Em resumo, o plano c o seguinte ;;

o) os ágios .seriam fixados periiKlicamente, tendo em vista a diferença en

tre o custo de produção das mercadorias c seu preço no mercado internacional;

b) efetuada a exportação, o exporta

55

Brasil, através da CEXIM, sení o ínter-

niediário dos ágios, eliminando a espe culação, e não mais será preciso vincu lar cada importação a uma dctenninada exportação, o que fraciona e.xcessivamente o intercâmbio comercial do Bra

dor receberia o ágio diretamente do

sil com as demais nações.

Banco do Brasil ;

Êsse sistema parece representar, no momento, a solução mais adequada no

c) os ágios deverão ser pagos pelo importador ao Banco do Bra.sil e serão fixados na razão inversa da utilidade

nosso problema cambial, mesmo porque, numa época de instabilidade política e

dos produtos importados.

econômica como a atual, nenhuma me

Por esse plano, o próprio Banco do

dida deiinitíva e rígida é aconselaavel.


Dicesto JEconónhco

54

importações em conseqüência de um regimem de taxas múltiplas de câmbio. E' sabido que percentagem apreciável de nossas importações é de produtos ab solutamente essenciais, como trigo, com

bustíveis, ferro, aço e suas manufaturas,

econômica sôbre o país. Muitos econo

mistas atribuem a resistência de que tem

dado provas o preço do café — não obs tante todo o esfôrço cios norte-america

nos no sentido da baixa — à estabilida de de nossa moeda e à firmezii com que

e muitos observadores manifestam o te

reitcradamentc afirmamos nosso propó

mor de que, atraídos por uma taxa cam

sito de não desvalorizarmos o cruzeiro.

bial mais favorável, procurem nossos fornecedores, notadamente os Estados

Unidos, forçar-nos a adquirir mercado rias supérfluas de sua produção. E* realmente possível que os expor tadores estrangeiros desejem fornecernos mercadorias que lhes proporcionem maior qüantidade de cruzeiros, mas não

A instituição de um regimem dc taxas

múltiplas seria uma demonstração de fraqueza c hesitação cia qual logo se aproveitariam nossos compradores. Além desses argumentos que o desa conselham, é de se ponderar que o re

gimem dc taxas múltiplas provocaria ter

rível pressão por parte dos interessados

nos esqueçamos de que o regimem da

no sentido de obterem para seus produ

licença prévia deverá continuar .funcio

tos classificação vantajosa, c não se po

nando e limitará a entrada dessas mer

de prever até que ponto o intcrôssc na

cadorias dentro das possibilidades cam

cional prevaleceria sôbre os pessoais e

biais e das conveniências do País. Na época atual, também, todo o inte-

políticos.

rêsse, tanto dos importadores nacionais como dos exportadores estrangeiros, está

na obtenção de licença prévia para pro dutos supérfluos que alcançam melho

res preços no mercado, e nem por isso tais licenças são concedidas.

Não é de Se admitir, portanto, que a pressão externa seja de tal magnitude que nos force a adquirir produtos de que não necessitamos.

Tôdas essas circunstancias reunidas fazem com que hesitemos cm aconse

lhar o regimem de taxas múltiplas de câmbio.

d) Controle dos ágios com manutenção do regimem de compensações

Já vimos quais os inconvenientes do atual regimem de compensações. Êle se

presta à e.speculação e os ágios são fi

xados, não de acôrdo com as reais ne

Finalmente, o terceiro argumento pa

cessidades do exportador, mas sim em

rece ser de todos o mais procedente. O regimem de taxas múltiplas, segun do mostra a experiência de outros países notadamente do Chile e da Argen tina, não se mantém com um caráter de estabilidade, e tende a ocasionar uma desvalorização total da moeda, o que,

função da margem de lucro que possa

para nós, como já vimos, seria altamen

autoria e que mereceu a aprovação do

te inconveniente.

Conselho Técnico do Instituto de Econo

Por outro lado, exerce um efeito psi

proporcionar, no mercado interno, a mercadoria importada.

Mas, esse inconveniente pode ser fa cilmente superado mediante um sistema de controle de ágios que funcionaria pe la maneira descrita em projeto de minha mia da Associação Comercial e da Fe

cológico pernicioso, afugentando capi

deração do Comércio do Estado de São

tais estrangeiros e incitando a pressão

Paulo.

Dic!-:sto

Econômico

Em resumo, o plano c o seguinte ;;

o) os ágios .seriam fixados periiKlicamente, tendo em vista a diferença en

tre o custo de produção das mercadorias c seu preço no mercado internacional;

b) efetuada a exportação, o exporta

55

Brasil, através da CEXIM, sení o ínter-

niediário dos ágios, eliminando a espe culação, e não mais será preciso vincu lar cada importação a uma dctenninada exportação, o que fraciona e.xcessivamente o intercâmbio comercial do Bra

dor receberia o ágio diretamente do

sil com as demais nações.

Banco do Brasil ;

Êsse sistema parece representar, no momento, a solução mais adequada no

c) os ágios deverão ser pagos pelo importador ao Banco do Bra.sil e serão fixados na razão inversa da utilidade

nosso problema cambial, mesmo porque, numa época de instabilidade política e

dos produtos importados.

econômica como a atual, nenhuma me

Por esse plano, o próprio Banco do

dida deiinitíva e rígida é aconselaavel.


Dícesto Econômico

Limitação dos juros dos depósitos Dorival Teixeira Vieira

(Professor da Faculdade de Ciências Econónúcíia e res, capazes clc lhes proporciDiiar os

juros antes pagos pelos peíiiiunos bancos.

aos possíveis efeitos da Instrução n.° 34,

Tais fatos implicariam na impossibili dade de os pequenos bancos sc c.\pancli-

da Superintendência da Moeda e do

rein e de novas casas bancárias sc cons

Crédito, limitando o juro dos depósitos; alguns entendem que a providencia c

bancária e os entcncliim-nlos entre {gran

necessária para evitar a concorrência en

des bancos conduziriam à viniformiz;ição

em tômo da interpretação a ser dada

tituírem. Accnluar-se-ia a concentração

tre os pequenos bancos e casas bancá

de exigências, à dificiilclade na conces

rias, por um lado, e os grandes estabe lecimentos de crédito, por outro; outros, ao contrário, afirmam que a medida

são dc crcclltos, em detrimento da clien

pode provocar fuga de capitais dos es

os grandes são inacessíveis ao público,

tabelecimentos bancários o sua aplica

visto não SC interessarem ústes por pe

ção em outras inversões. Os que optam

quenos investimentos e empréstimos;

pela segunda alternativa afirmam serem

controlam com excessivo rigor suas ope

dois os fatores capazes de atrair depósi

rações e, assim sendo, so podem operar

tos: 1) a segurança; 2) as vantagens proporcionadas. Os grandes estabeleci

com grandes agricultores, industriais e

mentos bancários, por oferecerem maior segurança, pagam a depositantes e cor-

Outros inconvenientes apontados sao de ordem geral, dizendo respeito ao cré

rentistas juros inferiores aos proporcio

dito nacional.

nados pelos pequenos bancos e casas bancárias. Êstes últimos oferecem maior

formação de um hábito ainda nao muito

rendimento para o capital depositado e,

banco e pagar por meio de cheque. De saparecido o incentivo do juro alto, di

com isso, atraem cada vez mais maior

quantidade de numerário porque o pú blico prefere vantagens imediatas, rele

gando para plano secundário pequenas diferenças de garantias. A Portaria 34, uniformizando as taxas de juro, faz de

saparecer essa vantagem, compensadora da tradição, do bom conceito e das enormes reservas dos grandes bancos, dc

modo que, desaparecida a possibilidade do um maior rédito, a segurança passa

ria a fator predominante; os depositan

tes procurariam os grandes bancos ou

aplicariam seu dinheiro em outros seto

I

tela. Os pequenos bancos atendem nor malmente ao crédito popular, enípiantü

oscilações das economias nacionais ou

medida da Superintendência da Moeda

internacionais. Não podem — a menos

'• do Crédito apenas provocaria uma

que se tomem grandes bancos — or ganizar uma eficiente rede distribuidora

cárias não apresentam solidez diante das

do crédito. Sc, por um lado, oferecem muitas vantagens aos depositantes, por

dc capital o juro c alto. só contido pelo limito imposto pela lei. Com essa me dida a Superintendência só estaria, pois,

outro têm de cobrar taxas muito altas

aumentando a margem de lucro dos

supor-se que o banqueiro \'á tirar dc

bancos.

seus próprios recursos o numerário indis

Passemos cm rmísta os argumentos

para verificar se bastam para contrain-

clicar a Instrução n." 34.. Juigamo.s insa tisfatória a primeira alegação. Sua fraquczii reside em contrariar o que tanto a história monetária e crediticia quanto

de juros de desconto, pois não é crível

pensável ao pagamento dos altos juros que oferece.

sim as que muito se as

semelham ao jôgo; sno /.n.

res bases são a confian

ça

e

a

CC^

honestidade.

Estas permitem fazer

vício do jôgo, podem

dar grandes lucros ou

so apresente como in

prejuízos quase totais; não têm firmeza, pondo em risco o capital allieio

contrapondo-sc ao atra tivo cio lucro fácil e rá

que o banqueiro em presta. Se dão bons re

pido, este último do

sultados, enriquecem o

minante

empreendedor e o pró

sômcntc

momentos anormais.

quenas economias e, com êle, o uso do

em A

história das organiza

prio banqueiro, em tro ca de alguns por cento

ções bancárias tem mos

a mais na taxa de juro

trado que quanto mais sólidos, quanto mais volumosos os capitais de

cheque. Haveria tendência de as pe quenas poupanças se aplicarem no con sumo e não se englobarem para melhor atender à produção. Posta em prática, se revestiria de uin aspecto de injustiça social; com base em dados publicados

t

ujjjiuiimiii:

um banco, melhor resiste ele às depres sões econômicas. Tem mostrado, tam ,

J

do depósito; mas se a operação falha, é o tra balhador, o pequeno agricultor, o pequeno negociante e o

jiiii""

pequeno industrial que se vêem, de uma

bém, que aqueles bancos capazes de

hora para outra, sem as suas reservas

constituir uma verdadeira rede de agên cias e filiais em tôda uma região ou

e, muitas vezes, são conduzidos por isso à falência. Não são êles que especulara

pais, melhor sentem

última década, em 6,5 % ao ano. Nessas

de preferência especula ções malsãs; eivadas do

com que a segurança

dispensável condição do sanidade do crédito,

minuirá novamente o depósito de pe

Quais as operações eco

nômicas capazes de suportar descontos elevados? São sòmente as que se fazem a curtíssimo prazo c que poderão dar margem a grandes lucros; não são, por tanto, operações cconóniicas normais e

psico-social; suas maio

difundido no Brasil: o dc depositar em

condições, toda e qualquer limitação do

mais o depósito bancário. Além disso, a

cie tudo um fenômeno

A medida retardaria a

juro do depósito, aquém desta média.

tórias. Os pequenos bancos e casas ban

a teoria têm ensinado. O cródito é antes

comerciantes.

pela revista "Conjuntura Econômica", a depreciação da moeda é estimada, na

ocasionaria prejuízo certo ao depositantc o contribuiria para deseslimular ainda

baixa artificial da taxa do juros dos depósito.s, portpie cm tíklas as aplicações

Administrativas de São Paulo)

\7ários estudos sôbre esta questão têm * procurado esclarecer a divergência

57

as necessidades

normalmente; não são quem joga em

economico-financeiras e podem fornecer crédito a tempo e em condições satisfa-

Bolsa, quem realiza operações arriscadas; mas, correm o risco de semelhantes


Dícesto Econômico

Limitação dos juros dos depósitos Dorival Teixeira Vieira

(Professor da Faculdade de Ciências Econónúcíia e res, capazes clc lhes proporciDiiar os

juros antes pagos pelos peíiiiunos bancos.

aos possíveis efeitos da Instrução n.° 34,

Tais fatos implicariam na impossibili dade de os pequenos bancos sc c.\pancli-

da Superintendência da Moeda e do

rein e de novas casas bancárias sc cons

Crédito, limitando o juro dos depósitos; alguns entendem que a providencia c

bancária e os entcncliim-nlos entre {gran

necessária para evitar a concorrência en

des bancos conduziriam à viniformiz;ição

em tômo da interpretação a ser dada

tituírem. Accnluar-se-ia a concentração

tre os pequenos bancos e casas bancá

de exigências, à dificiilclade na conces

rias, por um lado, e os grandes estabe lecimentos de crédito, por outro; outros, ao contrário, afirmam que a medida

são dc crcclltos, em detrimento da clien

pode provocar fuga de capitais dos es

os grandes são inacessíveis ao público,

tabelecimentos bancários o sua aplica

visto não SC interessarem ústes por pe

ção em outras inversões. Os que optam

quenos investimentos e empréstimos;

pela segunda alternativa afirmam serem

controlam com excessivo rigor suas ope

dois os fatores capazes de atrair depósi

rações e, assim sendo, so podem operar

tos: 1) a segurança; 2) as vantagens proporcionadas. Os grandes estabeleci

com grandes agricultores, industriais e

mentos bancários, por oferecerem maior segurança, pagam a depositantes e cor-

Outros inconvenientes apontados sao de ordem geral, dizendo respeito ao cré

rentistas juros inferiores aos proporcio

dito nacional.

nados pelos pequenos bancos e casas bancárias. Êstes últimos oferecem maior

formação de um hábito ainda nao muito

rendimento para o capital depositado e,

banco e pagar por meio de cheque. De saparecido o incentivo do juro alto, di

com isso, atraem cada vez mais maior

quantidade de numerário porque o pú blico prefere vantagens imediatas, rele

gando para plano secundário pequenas diferenças de garantias. A Portaria 34, uniformizando as taxas de juro, faz de

saparecer essa vantagem, compensadora da tradição, do bom conceito e das enormes reservas dos grandes bancos, dc

modo que, desaparecida a possibilidade do um maior rédito, a segurança passa

ria a fator predominante; os depositan

tes procurariam os grandes bancos ou

aplicariam seu dinheiro em outros seto

I

tela. Os pequenos bancos atendem nor malmente ao crédito popular, enípiantü

oscilações das economias nacionais ou

medida da Superintendência da Moeda

internacionais. Não podem — a menos

'• do Crédito apenas provocaria uma

que se tomem grandes bancos — or ganizar uma eficiente rede distribuidora

cárias não apresentam solidez diante das

do crédito. Sc, por um lado, oferecem muitas vantagens aos depositantes, por

dc capital o juro c alto. só contido pelo limito imposto pela lei. Com essa me dida a Superintendência só estaria, pois,

outro têm de cobrar taxas muito altas

aumentando a margem de lucro dos

supor-se que o banqueiro \'á tirar dc

bancos.

seus próprios recursos o numerário indis

Passemos cm rmísta os argumentos

para verificar se bastam para contrain-

clicar a Instrução n." 34.. Juigamo.s insa tisfatória a primeira alegação. Sua fraquczii reside em contrariar o que tanto a história monetária e crediticia quanto

de juros de desconto, pois não é crível

pensável ao pagamento dos altos juros que oferece.

sim as que muito se as

semelham ao jôgo; sno /.n.

res bases são a confian

ça

e

a

CC^

honestidade.

Estas permitem fazer

vício do jôgo, podem

dar grandes lucros ou

so apresente como in

prejuízos quase totais; não têm firmeza, pondo em risco o capital allieio

contrapondo-sc ao atra tivo cio lucro fácil e rá

que o banqueiro em presta. Se dão bons re

pido, este último do

sultados, enriquecem o

minante

empreendedor e o pró

sômcntc

momentos anormais.

quenas economias e, com êle, o uso do

em A

história das organiza

prio banqueiro, em tro ca de alguns por cento

ções bancárias tem mos

a mais na taxa de juro

trado que quanto mais sólidos, quanto mais volumosos os capitais de

cheque. Haveria tendência de as pe quenas poupanças se aplicarem no con sumo e não se englobarem para melhor atender à produção. Posta em prática, se revestiria de uin aspecto de injustiça social; com base em dados publicados

t

ujjjiuiimiii:

um banco, melhor resiste ele às depres sões econômicas. Tem mostrado, tam ,

J

do depósito; mas se a operação falha, é o tra balhador, o pequeno agricultor, o pequeno negociante e o

jiiii""

pequeno industrial que se vêem, de uma

bém, que aqueles bancos capazes de

hora para outra, sem as suas reservas

constituir uma verdadeira rede de agên cias e filiais em tôda uma região ou

e, muitas vezes, são conduzidos por isso à falência. Não são êles que especulara

pais, melhor sentem

última década, em 6,5 % ao ano. Nessas

de preferência especula ções malsãs; eivadas do

com que a segurança

dispensável condição do sanidade do crédito,

minuirá novamente o depósito de pe

Quais as operações eco

nômicas capazes de suportar descontos elevados? São sòmente as que se fazem a curtíssimo prazo c que poderão dar margem a grandes lucros; não são, por tanto, operações cconóniicas normais e

psico-social; suas maio

difundido no Brasil: o dc depositar em

condições, toda e qualquer limitação do

mais o depósito bancário. Além disso, a

cie tudo um fenômeno

A medida retardaria a

juro do depósito, aquém desta média.

tórias. Os pequenos bancos e casas ban

a teoria têm ensinado. O cródito é antes

comerciantes.

pela revista "Conjuntura Econômica", a depreciação da moeda é estimada, na

ocasionaria prejuízo certo ao depositantc o contribuiria para deseslimular ainda

baixa artificial da taxa do juros dos depósito.s, portpie cm tíklas as aplicações

Administrativas de São Paulo)

\7ários estudos sôbre esta questão têm * procurado esclarecer a divergência

57

as necessidades

normalmente; não são quem joga em

economico-financeiras e podem fornecer crédito a tempo e em condições satisfa-

Bolsa, quem realiza operações arriscadas; mas, correm o risco de semelhantes


DicEsTo Econômico

58

UlOK-STO ÈroNÔMÍCO

ações. Tanto isto é verdade que as casas

34 fomente a concentração bancária scin

juro."! dc depósitos podem descstiinulá-

valorização monetária, deve ter havido

bancárias e pequenos bancos proliferam como cogumelos nas épocas de grande inflação, justamente aquelas em que a

que a mesma esteja .sujeita ao indispen

los, bem como o uso do cheque, fato

sável conlrôlc do Banco Central.

pequeno erro de cálculo, porquanto, utilizando-nos dos próprios dados citados

Com

grave, mormente nmn país em que este

efeito, a moeda dá a (jnem a detém

não é muito difundido. Mas, a falta de

atividade econômica normal se vê preju

poder de comando sôbre os homens e

utilização do clieque não tem por prin

dicada e em que negociatas de toda e.«pécie se realizam. Os pequenos estabele

sôbre as cousas. Êslc pode muitas \ è/.t's

cipal causa essa redução de taxa e nem

se contrapor ao próprio poder político.

.se de.senvolvcrá muito com taxas de de

de desvalorização da moeda, \'erificamos

cimentos de crédito, salvo honrosas exce

Tais razões conduziram os países mais

pósito mais altas.

quo seria impossível fazer-se uma esti

ções, são elementos aceleradores do pro cesso inflacionista; por isso mesmo, não

desenvolvidos a criarem

resistem às crises econômicas. A história econômica, ao nos dar conta desses fatos,

Bancos

Cen

trais o a colocá-los sob o contròlc direto

dos governos.

Concentração bancária

O que diferencia o

pela Conjuntura Econômica relativo.s aos preços por atacado o custo de vida, de maneira a podermos determinar o índice

nos.so depositanle dos de grandes cen

mativa da desvalorização monetária pe

tros bancários é cpic èsle deposita so bras, visto não [X)der fazer seus paga

los índices de atacado, visto os dados

ciarem cm 1944, ano unoniial que uão

publicados pela referida revista se ini

registra em todo o mundo a ação enér

de um verdadeiro domínio bancário so

mentos de consumo (piotidiano com pe quenos cbetpies, ciupianto aqueles de

gica dos bancos centrais, apoiados pelos poderes públicos, contra casas bancárias

bre tôda a atividade econômica.

positam (juase sempre a totalidade dos

mentos anteriores para que se pudesse

tamos a crítica de cpie, nas condições atuais, os grandes bancos não operam com pequenos produtores e comercian

seus rendimentos e normalmente operam pagando com chcqvie. Isso ocorro por

timou em 6,5 % ao ano a desvalorização

tes e que, efetuada a concentração, a

aliados a uma lei do cheque já ultra-

e pequenos bancos, desde o início de

qualquer política de saneamento mone

tário e crediticio. Dizer-se que a Ins trução 34 é nociva por fomentar a con

centração bancária não procede, em pri meiro lugar, porque o fenômeno é universai, e hoje, se há setores da econo mia em que se afirmem as vantagens da concentração econômica, um dêles é

o bancario. Sòmente pela concentração o sistema bancário nacional adquirirá a soüdez necessária para que o crédito se expanda com base na confiança e na honestidade. Nem mesmo se poderá de fender a tese de que a proliferação de casas bancarias, mormente em períodos de inflaçao, permitirá lutar contra a con

centração; aquelas que, após se transfornrarem em pequenos bancos, logram atingir a posição de grandes bancos, são justamente as que, mais ràpidamente, tentarão a concentração bancária, pela absorção de outras casas bancárias e pe quenos bancos, pois temem a hipertro fia das mesmas, muito mais que os

grandes bancos já tradicionais. Além

do mais, pouco pode a vontade humana

sentido de destruir a concentração

econômica, fenômeno que constitui ver dadeiro imperativo de nossa época. O

que é condenável é que a Instrução n.°

sem banco central significa possibilidade Acei

que os nossos usos c costumes bancários,

podo servir de base, não havendo ele recuar até 1939. Certamente, quem es

monetihia da última década, baseou-se no índice de custo de xida da cidade do

sua tendência será a de restringir ainda

pa.ssada, tomam a utilização desse ins

Rio de Janeiro. Ora, esse índice acusou

mais essa possibilidade. Mas não julga mos que o remédio para a situação esteja em amparar, em fomentar mesmo,

trumento de crédito um verdadeiro su

em 1939 a média mensal 106 e em 1949

a criação de casas bancárias c dc peque nos bancos, mesmo porque não acre

plício o unia perda de tempo, os quais só são compensados quando o chc(pie representar grandes pagamentos. Cum pre ainda acrescentar que quem estu

ditamos na eficiente assistência que os

da a história monetária e crcditícia do

mesmos possam estar prestando. Haja vista para a precariedade do financia mento agrícola e pecuário. Essas organi zações creditícias se instalam cm zonas urbanas e não em centros rurais.

Vi

vem da concessão de créditos a curtís

simo prazo c sujeitas a fortes taxas dc desconto e, nessas condições, não po dem auxiliar pequenos produtores. O remédio está — como muito bem sa

lientou o Dr. Horácio Lafer, no seu

parecer sôbre a reorganização do sistema bancário — em se organizar um sistema

Brasil verifica a existência de fluxos e

refluxos no hábito popular do depósito bancário c da utilização do cheque. Os primeiros estão ligados a períodos de grande expansão de preços e, cm geral, dc fortes emissões, o que significa in flação. Os segundos estão presos aos períodos dc depressão econômica, ou de

ro circulo vicioso. Se o alto índice de desvalorização da moeda força uma ele vação da taxa de juros, tanto dos de

pósitos quanto dos descontos e redescon tos, uma elevação exagerada dessas taxas acelera o processo de depreciação mo

isso, causa prejuízos sensíveis nos mo mentos de depressão e reforça uma des

taxas de juros toma-se medida indispen

Unidos a maneira eficiente de resolver

pósitos e de incentivo à formação de

o problema foi a criação de cooperativas de crédito à produção e ao comércio, diretamente assistidas pelos Bancos Fe

casas bancárias e pequenos bancos seria contribuir para que essas alternâncias de aceitação e repúdio do cheque con

derais de Reserva.

tinuem a se processar. Quanto ao argumento relativo à des

É verdade que taxas muito baixa.s de

Note-se também que, ainda

que o argumento, em suas linhas gerais, seja exato, cabe ponderar que, no re ferente aos juros bancários e à desva lorização da moeda, cria-se um verdadei

inicie uma política de saneamento da

confiança que já é secular. Ora, apoiar a política de altas taxas de juros dos de

de crédito à produção.

uma percentagein de desvalorização dc 6,3%.

tentativas de deflação. Isso prova que o nosso sistema bancário é frágil diante das oscilações conjunturais e que, por

Nos Estados

capaz de atender a es.sas necessidades

passou a 287,5; isso nos dá um cres cimento de 63,1 % em dez anos, ou seja,

netária.

Assim sendo, desde que se

moeda e do crédito, a compressão das

sável para deter a onda desvaloiizadora. Devemos, por fim, dizer que não acreditamos que será tão acentuado o desestímulo aos depósitos das peque nas economias, devido à Instrução n.°

34. Basta lembrar que os que depositam suas sobras só o fazem em Caixas Eco

nômicas ou casas bancárias porque, não


DicEsTo Econômico

58

UlOK-STO ÈroNÔMÍCO

ações. Tanto isto é verdade que as casas

34 fomente a concentração bancária scin

juro."! dc depósitos podem descstiinulá-

valorização monetária, deve ter havido

bancárias e pequenos bancos proliferam como cogumelos nas épocas de grande inflação, justamente aquelas em que a

que a mesma esteja .sujeita ao indispen

los, bem como o uso do cheque, fato

sável conlrôlc do Banco Central.

pequeno erro de cálculo, porquanto, utilizando-nos dos próprios dados citados

Com

grave, mormente nmn país em que este

efeito, a moeda dá a (jnem a detém

não é muito difundido. Mas, a falta de

atividade econômica normal se vê preju

poder de comando sôbre os homens e

utilização do clieque não tem por prin

dicada e em que negociatas de toda e.«pécie se realizam. Os pequenos estabele

sôbre as cousas. Êslc pode muitas \ è/.t's

cipal causa essa redução de taxa e nem

se contrapor ao próprio poder político.

.se de.senvolvcrá muito com taxas de de

de desvalorização da moeda, \'erificamos

cimentos de crédito, salvo honrosas exce

Tais razões conduziram os países mais

pósito mais altas.

quo seria impossível fazer-se uma esti

ções, são elementos aceleradores do pro cesso inflacionista; por isso mesmo, não

desenvolvidos a criarem

resistem às crises econômicas. A história econômica, ao nos dar conta desses fatos,

Bancos

Cen

trais o a colocá-los sob o contròlc direto

dos governos.

Concentração bancária

O que diferencia o

pela Conjuntura Econômica relativo.s aos preços por atacado o custo de vida, de maneira a podermos determinar o índice

nos.so depositanle dos de grandes cen

mativa da desvalorização monetária pe

tros bancários é cpic èsle deposita so bras, visto não [X)der fazer seus paga

los índices de atacado, visto os dados

ciarem cm 1944, ano unoniial que uão

publicados pela referida revista se ini

registra em todo o mundo a ação enér

de um verdadeiro domínio bancário so

mentos de consumo (piotidiano com pe quenos cbetpies, ciupianto aqueles de

gica dos bancos centrais, apoiados pelos poderes públicos, contra casas bancárias

bre tôda a atividade econômica.

positam (juase sempre a totalidade dos

mentos anteriores para que se pudesse

tamos a crítica de cpie, nas condições atuais, os grandes bancos não operam com pequenos produtores e comercian

seus rendimentos e normalmente operam pagando com chcqvie. Isso ocorro por

timou em 6,5 % ao ano a desvalorização

tes e que, efetuada a concentração, a

aliados a uma lei do cheque já ultra-

e pequenos bancos, desde o início de

qualquer política de saneamento mone

tário e crediticio. Dizer-se que a Ins trução 34 é nociva por fomentar a con

centração bancária não procede, em pri meiro lugar, porque o fenômeno é universai, e hoje, se há setores da econo mia em que se afirmem as vantagens da concentração econômica, um dêles é

o bancario. Sòmente pela concentração o sistema bancário nacional adquirirá a soüdez necessária para que o crédito se expanda com base na confiança e na honestidade. Nem mesmo se poderá de fender a tese de que a proliferação de casas bancarias, mormente em períodos de inflaçao, permitirá lutar contra a con

centração; aquelas que, após se transfornrarem em pequenos bancos, logram atingir a posição de grandes bancos, são justamente as que, mais ràpidamente, tentarão a concentração bancária, pela absorção de outras casas bancárias e pe quenos bancos, pois temem a hipertro fia das mesmas, muito mais que os

grandes bancos já tradicionais. Além

do mais, pouco pode a vontade humana

sentido de destruir a concentração

econômica, fenômeno que constitui ver dadeiro imperativo de nossa época. O

que é condenável é que a Instrução n.°

sem banco central significa possibilidade Acei

que os nossos usos c costumes bancários,

podo servir de base, não havendo ele recuar até 1939. Certamente, quem es

monetihia da última década, baseou-se no índice de custo de xida da cidade do

sua tendência será a de restringir ainda

pa.ssada, tomam a utilização desse ins

Rio de Janeiro. Ora, esse índice acusou

mais essa possibilidade. Mas não julga mos que o remédio para a situação esteja em amparar, em fomentar mesmo,

trumento de crédito um verdadeiro su

em 1939 a média mensal 106 e em 1949

a criação de casas bancárias c dc peque nos bancos, mesmo porque não acre

plício o unia perda de tempo, os quais só são compensados quando o chc(pie representar grandes pagamentos. Cum pre ainda acrescentar que quem estu

ditamos na eficiente assistência que os

da a história monetária e crcditícia do

mesmos possam estar prestando. Haja vista para a precariedade do financia mento agrícola e pecuário. Essas organi zações creditícias se instalam cm zonas urbanas e não em centros rurais.

Vi

vem da concessão de créditos a curtís

simo prazo c sujeitas a fortes taxas dc desconto e, nessas condições, não po dem auxiliar pequenos produtores. O remédio está — como muito bem sa

lientou o Dr. Horácio Lafer, no seu

parecer sôbre a reorganização do sistema bancário — em se organizar um sistema

Brasil verifica a existência de fluxos e

refluxos no hábito popular do depósito bancário c da utilização do cheque. Os primeiros estão ligados a períodos de grande expansão de preços e, cm geral, dc fortes emissões, o que significa in flação. Os segundos estão presos aos períodos dc depressão econômica, ou de

ro circulo vicioso. Se o alto índice de desvalorização da moeda força uma ele vação da taxa de juros, tanto dos de

pósitos quanto dos descontos e redescon tos, uma elevação exagerada dessas taxas acelera o processo de depreciação mo

isso, causa prejuízos sensíveis nos mo mentos de depressão e reforça uma des

taxas de juros toma-se medida indispen

Unidos a maneira eficiente de resolver

pósitos e de incentivo à formação de

o problema foi a criação de cooperativas de crédito à produção e ao comércio, diretamente assistidas pelos Bancos Fe

casas bancárias e pequenos bancos seria contribuir para que essas alternâncias de aceitação e repúdio do cheque con

derais de Reserva.

tinuem a se processar. Quanto ao argumento relativo à des

É verdade que taxas muito baixa.s de

Note-se também que, ainda

que o argumento, em suas linhas gerais, seja exato, cabe ponderar que, no re ferente aos juros bancários e à desva lorização da moeda, cria-se um verdadei

inicie uma política de saneamento da

confiança que já é secular. Ora, apoiar a política de altas taxas de juros dos de

de crédito à produção.

uma percentagein de desvalorização dc 6,3%.

tentativas de deflação. Isso prova que o nosso sistema bancário é frágil diante das oscilações conjunturais e que, por

Nos Estados

capaz de atender a es.sas necessidades

passou a 287,5; isso nos dá um cres cimento de 63,1 % em dez anos, ou seja,

netária.

Assim sendo, desde que se

moeda e do crédito, a compressão das

sável para deter a onda desvaloiizadora. Devemos, por fim, dizer que não acreditamos que será tão acentuado o desestímulo aos depósitos das peque nas economias, devido à Instrução n.°

34. Basta lembrar que os que depositam suas sobras só o fazem em Caixas Eco

nômicas ou casas bancárias porque, não


DrcKSTO

60

tendo ligação com o mundo dos ne gócios, desconhecem a possibilidade de aplicar essas economias e realizar lucros que chegam a alcançar 24 % ou mais,

Econômico

dos bancos; mas, ucresccntaríanios, de todos os bancos, inthisivc as próprias

casas bancárias. Erradf) é organi/i\r-se

nuarão a fazè-lo e, se as pequenas casas bancárias desaparecerem, fá-lo-ão nas

a Supcrinlcndcncia como mn órgão de transição para a criação do Hanco Cen tral, uma vez que vem perdurando de.sde 1945, enquanto o sistema bancárií) bra

Caixas Econômicas, muito mais adequa

sileiro continua

em curtíssima duração.

Èsses conti

na

m(!sma, sem

uma

das para semelhante tipo de depósito.

reorganização efetiva.

Poder-se-á alegar que as Caixas Econô micas, tal como estão organizadas atual

truções baixadas unilateralmente, como

mente, servem muito mais ao Governo

Quaistim-r ins

a de n.^ 34, terão profundas e nocivas

do que aos próprios depositantes, o que

repercussões sôbro toda a vida eemómica do País. O que se deve pleitear c a revogação da Instrução 34 em nomo

é e.xato. Mas isso nos conduz à maior

da sua unilateraliclade, ao mesmo tempo

como fonte de recursos e.xtraordinários

de tôdas as criticas a se dirigir, não à Instrução n.° 34, mas à própria institui ção da Superintendência da Moeda e do Crédito.

O maior defeito da Instrução n.° 34 é que constitui medida isolada. Não é admissível limitarem-se as taxas de juros dos depósitos, diminuindo assim

artificialmente o custo do dinheiro para o banco, sem que se limitem também as taxas de desconto e de redesconto, flazáo há em se dizer que a medida teria como resultado aumentar os lucros

Valor do cruzeiro e conjuntura econômica

em que se encareça a necessidade ur gente da substituição da Superintcndcn-

cia da Moeda c do Crédito pelo Banco Central do Brasil, ao lado do estabeleci

mento de normas capazes dc permitir a reestruturação do sistema bancário brasi

leiro, em moldes capazes de fazer com

quo os capitais sc apliquem efetivamente

Roheuto Pinto de Souza

(Profe.s.sor da raculdade de Ciências Eco nômicas o Administrati\'as dc São Paulo)

^OMENTA-sE, nos círculos económico.s do Brasil, a possibilidade da de.svaplas para o cruzeiro. Segundo se diz, é

dida. a mudança radical da situação eco nômica. Há um ano atrás, quando se

essa a intenção do governo que deverá

abordou a questão e ficou resolvida a

lorização ou da adoção de taxas mi'iUi-

tomar posse no uikí \indourií. As notí-

manutenção da paridade xigorante, a

cjas vciculudas pela imprensa .são, con

conjuntura econômica aconselhava a

tudo, contrárias aos boatos correntes nos

meios ocaiiómicos, pois as futuras auto

nâo-alteração da taxa; liojo, entretanto, os fatos econômicos são diversos e pe

ridades ter-sc-iam

dem a adoção da quebra do câmbio.

manifestado contra

qualquer alteração da taxa cambial. Tais notícias, segundo alguns obseixaclores, provem dc praças estrangeiras in teressadas na depreciação da moeda bra

sileira, a fim do adquirirem por menor preço o principal produto dc nossa ex

portação — o café. Pelo que estamos in

nas atividades econômicas, dentro de taxas razoavelmente baixas do desconto

formados, essa versão é a mais \erda-

e redesconto, o que implica naturalmen te em baixas ta.xas dc juros para paga

no exterior, tem comentado com insis

mento de depósitos.

dcira.

Jornais econômicos, publicados

tência a impossibilidade de o Brasil man

Examinemos se ó verdadeira a invo cada modificação dos acontecimentos

econômicos. Dada, porém, a extensão do assunto, vamos limitar-nos ao exame das possibilidades de aumento das exporta ções brasileiras, desde que se desvalorize o cruzeiro, cm primeiro lugar, e, em se gundo, das perspectivas da conjuntura econômica no futuro próximo.

Exportações brasileiras

ter a atual paridade, alegando que é in tenção do futuro governo rever o valor internacional do cruzeiro.

Infelizmente, essas sementes encontra

O fim prccípiio da quebra do padrão monetário ó incentivar a exportação. Foi

êssü o intuito da Inglaterra, quando re

ram em nosso país terras propícias pa

centemente desvalorizou a libra. O pro

ra a sua germinação; daí a insistência do certos círculos cm espalhar a notícia

blema inglês era criar um forte parque ' industrial, a fim de aumentar sensivel

da futura desvalorização da nossa moe da, no intuito dc criar um clima favo

"déficit" da balança comercial. Como é

mente as e.xportações e assim cobrir o

rável à sua realização. Por esse motivo,

do conhecimento de todos, a Grã-Breta

achamos conveniente abordar a questão, para mostrar o desacerto de qualquer

nha sempre importou mais produtos do

modificação na cotação do cruzeiro, se

ja para a diminuição do seu valor, seja para a adoção de taxas múltiplas.

iilairiíMríf'riTi

preciação de nossa moeda. Alegam, po rém, os que pleiteiam novamente a me

que e.\portou. O saldo devedor das suas transações comerciais era fartamente

compensado pelo rendimento dos capi

Os comentaristas de assuntos econô

tais ingleses aplicados no estrangeiro. A guerra obrigou a Inglaterra a liquidar

micos já invocaram toda sorte de argu

grande parte das inversões no exterior,

mentos para mostrar o absurdo da de

diminuindo consideràvelmente as entra-


DrcKSTO

60

tendo ligação com o mundo dos ne gócios, desconhecem a possibilidade de aplicar essas economias e realizar lucros que chegam a alcançar 24 % ou mais,

Econômico

dos bancos; mas, ucresccntaríanios, de todos os bancos, inthisivc as próprias

casas bancárias. Erradf) é organi/i\r-se

nuarão a fazè-lo e, se as pequenas casas bancárias desaparecerem, fá-lo-ão nas

a Supcrinlcndcncia como mn órgão de transição para a criação do Hanco Cen tral, uma vez que vem perdurando de.sde 1945, enquanto o sistema bancárií) bra

Caixas Econômicas, muito mais adequa

sileiro continua

em curtíssima duração.

Èsses conti

na

m(!sma, sem

uma

das para semelhante tipo de depósito.

reorganização efetiva.

Poder-se-á alegar que as Caixas Econô micas, tal como estão organizadas atual

truções baixadas unilateralmente, como

mente, servem muito mais ao Governo

Quaistim-r ins

a de n.^ 34, terão profundas e nocivas

do que aos próprios depositantes, o que

repercussões sôbro toda a vida eemómica do País. O que se deve pleitear c a revogação da Instrução 34 em nomo

é e.xato. Mas isso nos conduz à maior

da sua unilateraliclade, ao mesmo tempo

como fonte de recursos e.xtraordinários

de tôdas as criticas a se dirigir, não à Instrução n.° 34, mas à própria institui ção da Superintendência da Moeda e do Crédito.

O maior defeito da Instrução n.° 34 é que constitui medida isolada. Não é admissível limitarem-se as taxas de juros dos depósitos, diminuindo assim

artificialmente o custo do dinheiro para o banco, sem que se limitem também as taxas de desconto e de redesconto, flazáo há em se dizer que a medida teria como resultado aumentar os lucros

Valor do cruzeiro e conjuntura econômica

em que se encareça a necessidade ur gente da substituição da Superintcndcn-

cia da Moeda c do Crédito pelo Banco Central do Brasil, ao lado do estabeleci

mento de normas capazes dc permitir a reestruturação do sistema bancário brasi

leiro, em moldes capazes de fazer com

quo os capitais sc apliquem efetivamente

Roheuto Pinto de Souza

(Profe.s.sor da raculdade de Ciências Eco nômicas o Administrati\'as dc São Paulo)

^OMENTA-sE, nos círculos económico.s do Brasil, a possibilidade da de.svaplas para o cruzeiro. Segundo se diz, é

dida. a mudança radical da situação eco nômica. Há um ano atrás, quando se

essa a intenção do governo que deverá

abordou a questão e ficou resolvida a

lorização ou da adoção de taxas mi'iUi-

tomar posse no uikí \indourií. As notí-

manutenção da paridade xigorante, a

cjas vciculudas pela imprensa .são, con

conjuntura econômica aconselhava a

tudo, contrárias aos boatos correntes nos

meios ocaiiómicos, pois as futuras auto

nâo-alteração da taxa; liojo, entretanto, os fatos econômicos são diversos e pe

ridades ter-sc-iam

dem a adoção da quebra do câmbio.

manifestado contra

qualquer alteração da taxa cambial. Tais notícias, segundo alguns obseixaclores, provem dc praças estrangeiras in teressadas na depreciação da moeda bra

sileira, a fim do adquirirem por menor preço o principal produto dc nossa ex

portação — o café. Pelo que estamos in

nas atividades econômicas, dentro de taxas razoavelmente baixas do desconto

formados, essa versão é a mais \erda-

e redesconto, o que implica naturalmen te em baixas ta.xas dc juros para paga

no exterior, tem comentado com insis

mento de depósitos.

dcira.

Jornais econômicos, publicados

tência a impossibilidade de o Brasil man

Examinemos se ó verdadeira a invo cada modificação dos acontecimentos

econômicos. Dada, porém, a extensão do assunto, vamos limitar-nos ao exame das possibilidades de aumento das exporta ções brasileiras, desde que se desvalorize o cruzeiro, cm primeiro lugar, e, em se gundo, das perspectivas da conjuntura econômica no futuro próximo.

Exportações brasileiras

ter a atual paridade, alegando que é in tenção do futuro governo rever o valor internacional do cruzeiro.

Infelizmente, essas sementes encontra

O fim prccípiio da quebra do padrão monetário ó incentivar a exportação. Foi

êssü o intuito da Inglaterra, quando re

ram em nosso país terras propícias pa

centemente desvalorizou a libra. O pro

ra a sua germinação; daí a insistência do certos círculos cm espalhar a notícia

blema inglês era criar um forte parque ' industrial, a fim de aumentar sensivel

da futura desvalorização da nossa moe da, no intuito dc criar um clima favo

"déficit" da balança comercial. Como é

mente as e.xportações e assim cobrir o

rável à sua realização. Por esse motivo,

do conhecimento de todos, a Grã-Breta

achamos conveniente abordar a questão, para mostrar o desacerto de qualquer

nha sempre importou mais produtos do

modificação na cotação do cruzeiro, se

ja para a diminuição do seu valor, seja para a adoção de taxas múltiplas.

iilairiíMríf'riTi

preciação de nossa moeda. Alegam, po rém, os que pleiteiam novamente a me

que e.\portou. O saldo devedor das suas transações comerciais era fartamente

compensado pelo rendimento dos capi

Os comentaristas de assuntos econô

tais ingleses aplicados no estrangeiro. A guerra obrigou a Inglaterra a liquidar

micos já invocaram toda sorte de argu

grande parte das inversões no exterior,

mentos para mostrar o absurdo da de

diminuindo consideràvelmente as entra-


DuíesK' Ec:on6mu;o

Dicesto EcoNÓsnco

62

das de cambiais provenientes dos juros

ao passo que a agrícola é rígida. Aléni

dos em outros países. Terminado o con flito, já não podia mais a terra de Chur-

disso, a Inglaterra

produção, fazia que os produtos inglôses custassem mais caro que os produzidos

dução.

movimento de entrada e saída de mer

cadorias. A única solução para o pro

blema era acelerar a produção e aumen tar acentuadamente o volume das expor tações. A técnica atrasada de produção, aliada aos altos preços dos fatôres de

por outras nações, notadamente pelos Estados Unidos, dificultando sobrema neira a colocação da mercadoria nacio

nal nos mercados estrangeiros. Tal si

tuação a impossibilitava de seguir a po lítica indicada. O recurso para afastar as diferenças de preços era a desvalori

zação da libra. Daí a necessidade impe riosa de fLxar o valor da moeda inglesa numa cotação que anulasse o alto custo

A Inglaterra

não podia expandir a

produção e colocar os produtos no es

trangeiro sem desvalorizar a libra.

O Brasil tem assegurada quase a totalida de da sua exportação, e a preços remuncradores. Algumas mercadorias apenas (céra de carnaúba, madeira, castanha do

Pará, milho) encontram dificuldade de colocação. O volume delas ó, porém, di minuto cm face do montante da expor

da produção interna e colocasse os pro dutos de Albion numa posição vantajo

tação. E' preciso levar em conta que 2/3 das remessas de mercadorias para o

sa. Desvalorizada a libra, os resultados

exterior se destinam às zonas dc moe

não se fizeram esperar: a Inglaterra pô de escoar tôda a sua produção para os mercados internacionais e,

ao mesmo

tempo, proceder com vagar à moderni zação da técnica industrial.

Graças à adoção da medida monetá

das fortes, e que o preço dos principais

produtos brasileiros de exportação (ca fé, algodão, cacau) melhorou sensi velmente no final de 1949 e no correr

deste ano. Em virtude desse fato auspi cioso, a balança comercial do Brasil

ria seguida da política de desenvolvi mento da produção industrial,, a Ingla

passou a apresentar elevados saldos fa voráveis, permitindo não só a liquidação

terra conseguiu melhorar consideràvelmente a sua posição. Os saldos em cam

dos atrasados comerciais como a forma

biais se acumulam e já se fala numa re

valorização da moeda inglêsa.

A experiência britânica deu bons re sultados. Cumpre indagar se se aplica ao Brasil, antes de lhe seguirmos o

exemplo, como é de habito entre nós. Entre a estrutura econômica inglôsa e

largo pode ser incrementada. O cacau está preso a acordos internacionais o

possuía fatores de

produção inativos. Se não adotasse a desvalorização da libra, cm pouco tem po SC veria u braço.s com tremendo de semprego. O Brasil, ao contrário, atra vessa uma fase de pleno emprego. Além de a produção brasileira ser rígida, ela não Se pode desenvolver por carência de fatôres de produção, a menos que modi fique substancialmente a técnica de pro

chill cobrir os débitos provenientes do

produção cafeeira é rígida o só a prazo

nial. A produção industrial <* elástica,

o lucros de haveres britânicos emprega

ção de reservas cambiais nas praças nor

te-americanas. E' verdade que sob o regimem de licença prévia, o que não in valida a evolução favorável das transa

ções comerciais com o estrangeiro.

E' possível aumentar a exportação dos produtos principais brasileiros mediante desvalorização do cruzeiro ?

Creio não

a brasileira existe «ma longa distância.

ser realizável, pois o café teve o seu pre

A primeira é altamente industrializada, enquanto a segunda é agrícola e colo

ço elevado pela quebra da produção e conseqüente diminuição da oferta. A

63

ddstes provém o sou prcç-o. O único ele mento mais clúctil é o algodão. Mas, sendo artigo dc grande procura interna cional, é de fácil colocação através dc

í I

acordos comerciais

com os países dc

outr.is causas que não a alta cotação do cruzeiro. Há, primeiro, as causas exter

nas, decorrentes da conjuntura econômi ca inlcmacional, e, segundo, as inter nas, provenientes do atraso técnico da produção nacional. Querer sanar tôdas pela des\ alorização da moeda é adotar terapêutica simplista para o mal que

moeda fraca. Aliás, nunca ti\'cníos obs

aflige as exportações.

táculos do monta para a exportação da

No que diz respeito às primeiras, o mal se encontra na própria estrutura do

malvácca. Os embaraços' são antes dc

ordem interna — financiamento, seleção de sementes, pragas etc.

comércio internacional. Como têm apon

É possível aumcntar-se a exportação de outros produtos brasileiros, recorren

principalmente os estudos da Socieda

tado todos os tratadistas da matéria, e

de

das

Nações e

da O.N.U, as

do à desvaloriza

relações econômi

ção dc nossa moe

cas internacionais

da?

É inegável

sofreram uma pro

que a preços con

funda

venientes

com

seria

distorção

a

quebra

rem-se grandes vo

do multilateralisnio comercial, ve

lumes dc arroz, milho, castanha do

trinta. A essa dis

Pará e

torção

mais fácil coloca

macieira,

por exemplo. Mas também ó inegá

rificada nos anos

no

somam-se,

presente,

as

desastrosas conse

vel que a maior dificuldade paru a ex portação desses artigos é a irregulari dade da sua produção. Os acordos co merciais firmados com a Inglaterra, por

qüências da guerra de 1939-45. Foi

exemplo, previam a exportação dc certa quantidade de arroz, que, no entanto, não pôde ser enviada por não haver

se criou o Fundo Monetário Interna cional e o Banco Mundial, na Confe

disponibilidade do artigo no mercado

rém, a situação anárquica das transa

brasileiro.

ções comerciais entre os países, nos anos

no intuito de se e\'itare.m ou de se ate nuarem os efeitos maléficos provenien

tes daqueles dois acontecimentos que rência do Bretton Woods. Tal era, po

A madeira apresenta um caso à parte.

de após-guerra, que os dois institutos

O empecilho para sua saída é a extrema

internacionais não puderam funcionar.

dificuldade cambial da Argentina, a

O banco tem exercido algumas ativida

maior compradora da madeira brasilei

boa importadora da madeira nacional.

des, mas está longe de desempenhar a função a que se destinava. A distorção gerou a crise de divisas internacionais, e é esta a principal res ponsável pelo emperramento das rela

As deficiências das exportações dêsses

ções comerciais entre os países. Tôdas

produtos devem ser antes procuradas cm

ar nações estão ncces.sitan.do de largas

ra. As exportações para os outros países foram sempre esporádicas, a não ser para a Austrália, que se vem tomando


DuíesK' Ec:on6mu;o

Dicesto EcoNÓsnco

62

das de cambiais provenientes dos juros

ao passo que a agrícola é rígida. Aléni

dos em outros países. Terminado o con flito, já não podia mais a terra de Chur-

disso, a Inglaterra

produção, fazia que os produtos inglôses custassem mais caro que os produzidos

dução.

movimento de entrada e saída de mer

cadorias. A única solução para o pro

blema era acelerar a produção e aumen tar acentuadamente o volume das expor tações. A técnica atrasada de produção, aliada aos altos preços dos fatôres de

por outras nações, notadamente pelos Estados Unidos, dificultando sobrema neira a colocação da mercadoria nacio

nal nos mercados estrangeiros. Tal si

tuação a impossibilitava de seguir a po lítica indicada. O recurso para afastar as diferenças de preços era a desvalori

zação da libra. Daí a necessidade impe riosa de fLxar o valor da moeda inglesa numa cotação que anulasse o alto custo

A Inglaterra

não podia expandir a

produção e colocar os produtos no es

trangeiro sem desvalorizar a libra.

O Brasil tem assegurada quase a totalida de da sua exportação, e a preços remuncradores. Algumas mercadorias apenas (céra de carnaúba, madeira, castanha do

Pará, milho) encontram dificuldade de colocação. O volume delas ó, porém, di minuto cm face do montante da expor

da produção interna e colocasse os pro dutos de Albion numa posição vantajo

tação. E' preciso levar em conta que 2/3 das remessas de mercadorias para o

sa. Desvalorizada a libra, os resultados

exterior se destinam às zonas dc moe

não se fizeram esperar: a Inglaterra pô de escoar tôda a sua produção para os mercados internacionais e,

ao mesmo

tempo, proceder com vagar à moderni zação da técnica industrial.

Graças à adoção da medida monetá

das fortes, e que o preço dos principais

produtos brasileiros de exportação (ca fé, algodão, cacau) melhorou sensi velmente no final de 1949 e no correr

deste ano. Em virtude desse fato auspi cioso, a balança comercial do Brasil

ria seguida da política de desenvolvi mento da produção industrial,, a Ingla

passou a apresentar elevados saldos fa voráveis, permitindo não só a liquidação

terra conseguiu melhorar consideràvelmente a sua posição. Os saldos em cam

dos atrasados comerciais como a forma

biais se acumulam e já se fala numa re

valorização da moeda inglêsa.

A experiência britânica deu bons re sultados. Cumpre indagar se se aplica ao Brasil, antes de lhe seguirmos o

exemplo, como é de habito entre nós. Entre a estrutura econômica inglôsa e

largo pode ser incrementada. O cacau está preso a acordos internacionais o

possuía fatores de

produção inativos. Se não adotasse a desvalorização da libra, cm pouco tem po SC veria u braço.s com tremendo de semprego. O Brasil, ao contrário, atra vessa uma fase de pleno emprego. Além de a produção brasileira ser rígida, ela não Se pode desenvolver por carência de fatôres de produção, a menos que modi fique substancialmente a técnica de pro

chill cobrir os débitos provenientes do

produção cafeeira é rígida o só a prazo

nial. A produção industrial <* elástica,

o lucros de haveres britânicos emprega

ção de reservas cambiais nas praças nor

te-americanas. E' verdade que sob o regimem de licença prévia, o que não in valida a evolução favorável das transa

ções comerciais com o estrangeiro.

E' possível aumentar a exportação dos produtos principais brasileiros mediante desvalorização do cruzeiro ?

Creio não

a brasileira existe «ma longa distância.

ser realizável, pois o café teve o seu pre

A primeira é altamente industrializada, enquanto a segunda é agrícola e colo

ço elevado pela quebra da produção e conseqüente diminuição da oferta. A

63

ddstes provém o sou prcç-o. O único ele mento mais clúctil é o algodão. Mas, sendo artigo dc grande procura interna cional, é de fácil colocação através dc

í I

acordos comerciais

com os países dc

outr.is causas que não a alta cotação do cruzeiro. Há, primeiro, as causas exter

nas, decorrentes da conjuntura econômi ca inlcmacional, e, segundo, as inter nas, provenientes do atraso técnico da produção nacional. Querer sanar tôdas pela des\ alorização da moeda é adotar terapêutica simplista para o mal que

moeda fraca. Aliás, nunca ti\'cníos obs

aflige as exportações.

táculos do monta para a exportação da

No que diz respeito às primeiras, o mal se encontra na própria estrutura do

malvácca. Os embaraços' são antes dc

ordem interna — financiamento, seleção de sementes, pragas etc.

comércio internacional. Como têm apon

É possível aumcntar-se a exportação de outros produtos brasileiros, recorren

principalmente os estudos da Socieda

tado todos os tratadistas da matéria, e

de

das

Nações e

da O.N.U, as

do à desvaloriza

relações econômi

ção dc nossa moe

cas internacionais

da?

É inegável

sofreram uma pro

que a preços con

funda

venientes

com

seria

distorção

a

quebra

rem-se grandes vo

do multilateralisnio comercial, ve

lumes dc arroz, milho, castanha do

trinta. A essa dis

Pará e

torção

mais fácil coloca

macieira,

por exemplo. Mas também ó inegá

rificada nos anos

no

somam-se,

presente,

as

desastrosas conse

vel que a maior dificuldade paru a ex portação desses artigos é a irregulari dade da sua produção. Os acordos co merciais firmados com a Inglaterra, por

qüências da guerra de 1939-45. Foi

exemplo, previam a exportação dc certa quantidade de arroz, que, no entanto, não pôde ser enviada por não haver

se criou o Fundo Monetário Interna cional e o Banco Mundial, na Confe

disponibilidade do artigo no mercado

rém, a situação anárquica das transa

brasileiro.

ções comerciais entre os países, nos anos

no intuito de se e\'itare.m ou de se ate nuarem os efeitos maléficos provenien

tes daqueles dois acontecimentos que rência do Bretton Woods. Tal era, po

A madeira apresenta um caso à parte.

de após-guerra, que os dois institutos

O empecilho para sua saída é a extrema

internacionais não puderam funcionar.

dificuldade cambial da Argentina, a

O banco tem exercido algumas ativida

maior compradora da madeira brasilei

boa importadora da madeira nacional.

des, mas está longe de desempenhar a função a que se destinava. A distorção gerou a crise de divisas internacionais, e é esta a principal res ponsável pelo emperramento das rela

As deficiências das exportações dêsses

ções comerciais entre os países. Tôdas

produtos devem ser antes procuradas cm

ar nações estão ncces.sitan.do de largas

ra. As exportações para os outros países foram sempre esporádicas, a não ser para a Austrália, que se vem tomando


Dicesto

64

Dioesto

Econômico

Econ(').\uc;o

gimdn informa o Boletim Americano, os

65

mias e elevar o consumo das suas po

armada. Ê tão rápida a ovolução das transações que dia a dia sc alteram os

pulações, comprimido ao extremo desde

fatos básicos do comércio internacional,

geiro à média anual de $10.512.000.000;

o início das hostilidades.

Não podem

a ponto de estarmos já niimn conjuntura

em agòsto. a mé(li;i abaixou para ...

\"ondas de ouro, nos mercados mundiais,

fazê-lo, por não terem divisas em vo

econômica internacional completamente

S 9.162.000.000. Os círciilos comerciais

lume suficiente.

diversa da de três meses atrá.s.

estadunidenses aereditam que a média

atingiram o nível de $ 65.000.000, que .SC pode comparar ao total de

importações para refazer as suas econo

Por esse motivo, têm

recorrido às compensações. É um ex

pediente, e não medida saneadora, que permite desafogar a situação. É através dela que"obtêm as mercadorias menos essenciais.

As divisas são destinadas

apenas aos produtos indispensáveis. Nesta circunstância, os preços exercem pequena influência. Se exigíssemos o pagamento em dólares, apenas algu mas das mercadorias que transaciona mos, a preços baixos, pela compensação, encontrariam mercado. É forçoso reco

nhecer que o fator principal é a falta de moedas fortes.

No que toca às segundas, a questão rundamental reside na mecanização e ra cionalização da produção interna. Des valorizar o cruzeiro ou adotar taxas

múltiplas sem adequada política de transformação da técnica de produção é pospor o problema da exportação, com graves prejuízos para a economia na

cional, pois o sacrifício da enorme perda de substância não será compensado pelo ganho de mercados novos e permanen tes, mas por exportações momentâneas,

que desaparecerão assim que se modi ficar a conjuntura econômica interna cional.

De fato, a principal caractcrí.stica do sez de dólares c o esgotamento das re servas de divisas de tódas as nações.

ao ímo de 1951. apesar de continuarem os cmhanjues nos lermos do Plano Mar

de pagamento im-crteu a posição econô

Êsso aspecto mal se nota hoje. O im pulso do programa americano dc rear-

shall o do aumento das remessas de ar

mica da maioria dos países, principal

mamento ao estrangeiro.

mente daqueles que desvalorizaram no ano passado as suas" moedas, criando dois nox'OS problemas. O primeiro é a

mamento o dc maior importação ianque está levando ao seu desaparecimento. Ê

bem po-ssível qiic no início do ano vin douro a crise dc dólares seja um aconte

cimento do passado. A continuar a evo lução das transações comerciais no mes

mo ritmo apresentado nestes últimos meses, os déficits cambiais se trans

formarão em grandes saldos.

A esse respeito, porta-vozes dos círculos americanos dc comércio com o c.xtcrior

— segundo informa o Boletim America no — ao analisarem a situação atual da

economia do mundo, opinam que, com

tôda probabilidade, as importações ame ricanas aumentarão ainda mais, em 1951,

em virtude da formidável procura ian que por matérias-primas necessárias ao programa de rearmamcnto; e estimam que o mundo — exclusivo os Estados Unidos — aumentou suas reservas cm

ouro e dólares, pelos gastos americanos no estrangeiro, qxic atingiram o total de O aumento do estoque de divisas a se solidificar.

Dc fato, o comércio

norte-americano de exportação, que ó

nuação da crise de divisas. As relações

o fulcro..das relações econômicas inter

comerciais internacionais estão passan

proveniente do desenvolvimento dos acontecimentos políticos, preparatórios

de uma futura guerra ou de uma paz

$ 80.000.000 cm setembro, § 95.000.000

cm agósto e $ 130.000.000 cm julho.

juntura econômica internacional é a ate do por uma transformação substancial

Calcula-se, aproxim.idamcntc, que as

mntÍN-o mantèm-s<' pessimi.stas qiianto

parece, segundo os observadores, tender

O primeiro fato que notamos na con

deverá <líniinuir aind;) mais. Por esse

estabelecido pelo Tcsoiux» ainerÍc;uio é o de $ 30 n onça.

comércio externo era a trtímcnda escas

cerca de US§ 4.000.000.000.

Perspectivas da conjuntura econômica

c.vportadores ian([ucs \cndiam ao estran

I

Os meios econômicos norte-americanos

atribuem a diniinuiç:io das cxportaçúe.s ianques a doi.s fatos principais. O pri meiro decorro do ritmo formidável de

consumo do mercado interno, que tem colocado os exportadores cm posição difícil, por não encontrarem mercadoria.s exportáveis nas quantidades nccos-

sária.s. O segundo reside na recupera ção econômica das nações européias e

A melhoria acentuada das balanças

elc\'ação do valor de certas moedas. A

libra, por exemplo, goza atualmente, em Nova York, dc um ágio sôbre a taxa oficial. O dólar canadense, apesar de liberado, aumentou o seu valor cm face

da moeda norte-americana e, segundo

tudo indica, tende a atingir a paridade com o dólar ianque. O mesmo se está

no desenvolvimento das indústrias em

verificando com as moedas da Austrália,

outros países, qne têm feito cair a pro

do México, da Costa Rica e da Suécia. H

cura dos produtos norte-americanos. No

que toca a ê.s.se- ponto, há dois exemplos flagrantes; a França, que dois anos atrás era importadora de trigo da Amé rica do Norte, exporta atualmente êsse

produto, convortcnclo-sc em competidora dos Estados Unidos; a exportação britâ nica dc automóveis, êste ano, será sei.s vezes maior qne a do pré-giierra. Há

outro fato a apontar: a produção de fábricas o minas, de acordo com as estimativas das Nações Unidas, em todos os países, com exclusão dos Estados

Unidos, aumentou dc 45%, em relação a 1938.

O segundo é o efeito inflacionário do aflu.xo de divisas internacionais. Até o

final do ano passado, quase todas as nações apresentavam déficits nas suas transações comerciais, o que as obriga va a liquidar os saldos de diWsas, que em pouco se extinguiram, transforman do-se em grandes atrasados comerciais. Em face dessa posição difícil, viram-se forçadas a modificar os valores de suas moedas, a fim de inverter o moNimento de entrada e saída de mercadorias, au

mentando a e.xportação e diminuindo a

importação, ou, pelo menos, contraindo

a procura de artigos estrangeiros. Adotada essa medida, os resultados

nacionais, apresentou sensível altera ção, No ano passado o total das expor tações atingiu $12.000.000.000. No ano

Enquanto isso, informes de fontes au torizadas divulgam que, nos últimos dias, os preços do ouro subiram no mer

obtidos foram, a princípio, satisfatórios, e, decorrido o primeiro trimestre de

cado internacional, chegando até a $ 38

veis. É verdade que interveio um fato

corrente as exportações decresceram sen Em junho dêste ano, se-

indianos, a $ 60 por onça. O preço

sivelmente.

por onça e, no caso dos compradores

1950, mostraram-se altamente favorá

mais ou menos imprevisível — a guerra na Coréia. A posição inverteu-se brus-


Dicesto

64

Dioesto

Econômico

Econ(').\uc;o

gimdn informa o Boletim Americano, os

65

mias e elevar o consumo das suas po

armada. Ê tão rápida a ovolução das transações que dia a dia sc alteram os

pulações, comprimido ao extremo desde

fatos básicos do comércio internacional,

geiro à média anual de $10.512.000.000;

o início das hostilidades.

Não podem

a ponto de estarmos já niimn conjuntura

em agòsto. a mé(li;i abaixou para ...

\"ondas de ouro, nos mercados mundiais,

fazê-lo, por não terem divisas em vo

econômica internacional completamente

S 9.162.000.000. Os círciilos comerciais

lume suficiente.

diversa da de três meses atrá.s.

estadunidenses aereditam que a média

atingiram o nível de $ 65.000.000, que .SC pode comparar ao total de

importações para refazer as suas econo

Por esse motivo, têm

recorrido às compensações. É um ex

pediente, e não medida saneadora, que permite desafogar a situação. É através dela que"obtêm as mercadorias menos essenciais.

As divisas são destinadas

apenas aos produtos indispensáveis. Nesta circunstância, os preços exercem pequena influência. Se exigíssemos o pagamento em dólares, apenas algu mas das mercadorias que transaciona mos, a preços baixos, pela compensação, encontrariam mercado. É forçoso reco

nhecer que o fator principal é a falta de moedas fortes.

No que toca às segundas, a questão rundamental reside na mecanização e ra cionalização da produção interna. Des valorizar o cruzeiro ou adotar taxas

múltiplas sem adequada política de transformação da técnica de produção é pospor o problema da exportação, com graves prejuízos para a economia na

cional, pois o sacrifício da enorme perda de substância não será compensado pelo ganho de mercados novos e permanen tes, mas por exportações momentâneas,

que desaparecerão assim que se modi ficar a conjuntura econômica interna cional.

De fato, a principal caractcrí.stica do sez de dólares c o esgotamento das re servas de divisas de tódas as nações.

ao ímo de 1951. apesar de continuarem os cmhanjues nos lermos do Plano Mar

de pagamento im-crteu a posição econô

Êsso aspecto mal se nota hoje. O im pulso do programa americano dc rear-

shall o do aumento das remessas de ar

mica da maioria dos países, principal

mamento ao estrangeiro.

mente daqueles que desvalorizaram no ano passado as suas" moedas, criando dois nox'OS problemas. O primeiro é a

mamento o dc maior importação ianque está levando ao seu desaparecimento. Ê

bem po-ssível qiic no início do ano vin douro a crise dc dólares seja um aconte

cimento do passado. A continuar a evo lução das transações comerciais no mes

mo ritmo apresentado nestes últimos meses, os déficits cambiais se trans

formarão em grandes saldos.

A esse respeito, porta-vozes dos círculos americanos dc comércio com o c.xtcrior

— segundo informa o Boletim America no — ao analisarem a situação atual da

economia do mundo, opinam que, com

tôda probabilidade, as importações ame ricanas aumentarão ainda mais, em 1951,

em virtude da formidável procura ian que por matérias-primas necessárias ao programa de rearmamcnto; e estimam que o mundo — exclusivo os Estados Unidos — aumentou suas reservas cm

ouro e dólares, pelos gastos americanos no estrangeiro, qxic atingiram o total de O aumento do estoque de divisas a se solidificar.

Dc fato, o comércio

norte-americano de exportação, que ó

nuação da crise de divisas. As relações

o fulcro..das relações econômicas inter

comerciais internacionais estão passan

proveniente do desenvolvimento dos acontecimentos políticos, preparatórios

de uma futura guerra ou de uma paz

$ 80.000.000 cm setembro, § 95.000.000

cm agósto e $ 130.000.000 cm julho.

juntura econômica internacional é a ate do por uma transformação substancial

Calcula-se, aproxim.idamcntc, que as

mntÍN-o mantèm-s<' pessimi.stas qiianto

parece, segundo os observadores, tender

O primeiro fato que notamos na con

deverá <líniinuir aind;) mais. Por esse

estabelecido pelo Tcsoiux» ainerÍc;uio é o de $ 30 n onça.

comércio externo era a trtímcnda escas

cerca de US§ 4.000.000.000.

Perspectivas da conjuntura econômica

c.vportadores ian([ucs \cndiam ao estran

I

Os meios econômicos norte-americanos

atribuem a diniinuiç:io das cxportaçúe.s ianques a doi.s fatos principais. O pri meiro decorro do ritmo formidável de

consumo do mercado interno, que tem colocado os exportadores cm posição difícil, por não encontrarem mercadoria.s exportáveis nas quantidades nccos-

sária.s. O segundo reside na recupera ção econômica das nações européias e

A melhoria acentuada das balanças

elc\'ação do valor de certas moedas. A

libra, por exemplo, goza atualmente, em Nova York, dc um ágio sôbre a taxa oficial. O dólar canadense, apesar de liberado, aumentou o seu valor cm face

da moeda norte-americana e, segundo

tudo indica, tende a atingir a paridade com o dólar ianque. O mesmo se está

no desenvolvimento das indústrias em

verificando com as moedas da Austrália,

outros países, qne têm feito cair a pro

do México, da Costa Rica e da Suécia. H

cura dos produtos norte-americanos. No

que toca a ê.s.se- ponto, há dois exemplos flagrantes; a França, que dois anos atrás era importadora de trigo da Amé rica do Norte, exporta atualmente êsse

produto, convortcnclo-sc em competidora dos Estados Unidos; a exportação britâ nica dc automóveis, êste ano, será sei.s vezes maior qne a do pré-giierra. Há

outro fato a apontar: a produção de fábricas o minas, de acordo com as estimativas das Nações Unidas, em todos os países, com exclusão dos Estados

Unidos, aumentou dc 45%, em relação a 1938.

O segundo é o efeito inflacionário do aflu.xo de divisas internacionais. Até o

final do ano passado, quase todas as nações apresentavam déficits nas suas transações comerciais, o que as obriga va a liquidar os saldos de diWsas, que em pouco se extinguiram, transforman do-se em grandes atrasados comerciais. Em face dessa posição difícil, viram-se forçadas a modificar os valores de suas moedas, a fim de inverter o moNimento de entrada e saída de mercadorias, au

mentando a e.xportação e diminuindo a

importação, ou, pelo menos, contraindo

a procura de artigos estrangeiros. Adotada essa medida, os resultados

nacionais, apresentou sensível altera ção, No ano passado o total das expor tações atingiu $12.000.000.000. No ano

Enquanto isso, informes de fontes au torizadas divulgam que, nos últimos dias, os preços do ouro subiram no mer

obtidos foram, a princípio, satisfatórios, e, decorrido o primeiro trimestre de

cado internacional, chegando até a $ 38

veis. É verdade que interveio um fato

corrente as exportações decresceram sen Em junho dêste ano, se-

indianos, a $ 60 por onça. O preço

sivelmente.

por onça e, no caso dos compradores

1950, mostraram-se altamente favorá

mais ou menos imprevisível — a guerra na Coréia. A posição inverteu-se brus-


'5«^

Dicesto Ecxjnómico.

66

camente: em pouco tempo, as balanças comerciais deíicitárias apresentaram vas

tos saldos favoráveis, que só não criaram enorme inflação devido aos atrasados comerciais acumulados nos anos ante

riores. Agora, porém, esses atrasados já foram liquidados e os saldos da ba lança comercial ameaçam inflacionar sèriamente a economia desses países.

Quem mais vem sentindo êsses efeitos

fazendo. Com a closvalorízação cia moe merciais sôbre o meio circulante será

ainda maior, dando nascimento, forço samente, a um ciclo inflacionário dc

duziu melhora mais acentuada, é por

mesmo volume dc cambiais.

Atravessamos utna fase hi.stórica cxfcssivamcnte dinâmica. Os aconteci

Todos

sabemos que a causa cia inflação dc

moeda vale.s.se Cr$ 30,00, teriam nossas

autoridades que pagar 1/3 a mais para

adquirir cada dólar, o que eqüivaleria a um aumento de 1/3 nas emissões. Des.sa

a Inglaterra não poderá manter o atual valor da libra, devido não só aos efeitos

milhões.

dade de Lord Cripps pôde ser evitada, como pela distorção que está criando nas correntes comerciais internacionais,

prejudicando sensivelmente as exporta ções dos Estados Unidos. É tão grande a pressão do atual valor da libra sôbre o comércio exterior da América do Norte,

que o substituto de Lord Cripps foi obrigado a ir aos Estados Unidos, a fim de conferenciar com as autoridades de

Wasliington. For êsses motivos acrcdíta-sc, nos meios econômicos, que o govêmo de Londres será forçado a reva lorizar a libra.

O Brasil faz parte dêsse bloco, se bem não tenha desvalorizado a sua moeda. Os saldos da balança comercial são bem elevados c só não influíram na circulação monetária interna pela exis tência dos enormes atrasados comerciais. A continuarem os saldos, êles não po derão deixar de afetar o volume do

meio circulante, o que, aliás, já. vêm

seu emprego são patentes e, se não pro não ter sido bem encaminhada. Faltam

forma, não teríamos 18 milhões de cruzeiro.s cm circulação, em 1945, mas 22

inflacionáriòs sôbre a economia interna, que so pela severa política de austeri

lhável para o caso. Os resultados do

pectivas da conjuntura econômica inter toriza a tirar a seguinte conclusão:

o México, a Suécia e Porto Rico, não

Segundo os observadores econômicos,

A análise que realizamos do movi mento de no.ssas exportações e das pers

nacional, npc.sar dc superficial, nos au

1942-45 foram os saldos da balança

como o Canadá.

marem-se medidas momentâneas de pe quena repercussão. Por êsse motivo, a compensação c o remédio mais aconse

impossível previsão. A razão v óbvia, pois o Governo terá <pie pagar maior quantia em cnizciros para adquirir o

comercial. Nac]iiela época o dólar valia Cr$ 20,00, aproximadamente. Sc a nossa

mo Porto Rico, e libertando o câmbio,

Conclusão

da brasileira, ;i pressão cios saldos co

c a Âustralia, mas outros países, como

estão livres dêssé perigo. Daí a marcba-a-ré cambial intentada pelos seus governos, revalorizando as moedas, co

Dir.KSTo EooNÓMiro

O segundo fato que observamos na conjuntura econômica internacional é a

mentos de boje serão, amanhã, fatos do passado.

Sendo assim, as medidas to

madas no presente em benefício da eco

nomia nacional podem, cm jx)ucos me ses, convcrtcr-sc cm entraves colossais.

Os males daí provenientes serão tanto maiores quanto mais e.vtensas forem as repercussões das medidas tomadas sôbre os_ negócios internos.

A e.xperiôncia aconselha que para épo cas de mudanças rápidas é preciso to-

os instrumentos para a sua realização. Por isso cia tem servido mais aos inte

resses particulares que aos da economia nacional. Construído o mecanismo apro priado. outros serão os benefícios. A idéia do sr. Gilcno de Carli, da criação

de uma "Cibmira de Compensação de Ágios", é o instrumento que nos falta. A Câmara, desde que bem articulada, uma vez posta em funcionamento, pro duzirá efeitos muito favoráveis sôbre as

exportações, sem afetar sobremaneira o

preço dos artigos importados, como ocorre no momento.

acentuada tendência para a inflação. A evolução dos acontecimentos está mos

trando que o mercado internacional vai entrar numa fase inflacíonária de gran

des proporções. Os Estados Unidos estão sofrendo os primeiros efeitos da alta dos preços, que se anuncia ser vio lenta. As nações européias — Inglaterra

e França principalmente — não tardarão a ingressar na torrente inflacíonária, premidas pela necessidade de se arma rem para a paz ou para a guerra. Vcrifícandc-sc a alta geral, os preços vigorantcs no Brasil deixarão de ser proble

mas para o escoamento das mercado rias nacionais.

Poderão objetar-nos que o Brasil tam bém sofrerá os efeitos da inflação. Sem

dúvida, mas a inflação bra.silcjra será proporcionalmente menor que a das pra ças internacionais importadoras do nos sas mercadorias.

:V

•l

,1.

•:v.


'5«^

Dicesto Ecxjnómico.

66

camente: em pouco tempo, as balanças comerciais deíicitárias apresentaram vas

tos saldos favoráveis, que só não criaram enorme inflação devido aos atrasados comerciais acumulados nos anos ante

riores. Agora, porém, esses atrasados já foram liquidados e os saldos da ba lança comercial ameaçam inflacionar sèriamente a economia desses países.

Quem mais vem sentindo êsses efeitos

fazendo. Com a closvalorízação cia moe merciais sôbre o meio circulante será

ainda maior, dando nascimento, forço samente, a um ciclo inflacionário dc

duziu melhora mais acentuada, é por

mesmo volume dc cambiais.

Atravessamos utna fase hi.stórica cxfcssivamcnte dinâmica. Os aconteci

Todos

sabemos que a causa cia inflação dc

moeda vale.s.se Cr$ 30,00, teriam nossas

autoridades que pagar 1/3 a mais para

adquirir cada dólar, o que eqüivaleria a um aumento de 1/3 nas emissões. Des.sa

a Inglaterra não poderá manter o atual valor da libra, devido não só aos efeitos

milhões.

dade de Lord Cripps pôde ser evitada, como pela distorção que está criando nas correntes comerciais internacionais,

prejudicando sensivelmente as exporta ções dos Estados Unidos. É tão grande a pressão do atual valor da libra sôbre o comércio exterior da América do Norte,

que o substituto de Lord Cripps foi obrigado a ir aos Estados Unidos, a fim de conferenciar com as autoridades de

Wasliington. For êsses motivos acrcdíta-sc, nos meios econômicos, que o govêmo de Londres será forçado a reva lorizar a libra.

O Brasil faz parte dêsse bloco, se bem não tenha desvalorizado a sua moeda. Os saldos da balança comercial são bem elevados c só não influíram na circulação monetária interna pela exis tência dos enormes atrasados comerciais. A continuarem os saldos, êles não po derão deixar de afetar o volume do

meio circulante, o que, aliás, já. vêm

seu emprego são patentes e, se não pro não ter sido bem encaminhada. Faltam

forma, não teríamos 18 milhões de cruzeiro.s cm circulação, em 1945, mas 22

inflacionáriòs sôbre a economia interna, que so pela severa política de austeri

lhável para o caso. Os resultados do

pectivas da conjuntura econômica inter toriza a tirar a seguinte conclusão:

o México, a Suécia e Porto Rico, não

Segundo os observadores econômicos,

A análise que realizamos do movi mento de no.ssas exportações e das pers

nacional, npc.sar dc superficial, nos au

1942-45 foram os saldos da balança

como o Canadá.

marem-se medidas momentâneas de pe quena repercussão. Por êsse motivo, a compensação c o remédio mais aconse

impossível previsão. A razão v óbvia, pois o Governo terá <pie pagar maior quantia em cnizciros para adquirir o

comercial. Nac]iiela época o dólar valia Cr$ 20,00, aproximadamente. Sc a nossa

mo Porto Rico, e libertando o câmbio,

Conclusão

da brasileira, ;i pressão cios saldos co

c a Âustralia, mas outros países, como

estão livres dêssé perigo. Daí a marcba-a-ré cambial intentada pelos seus governos, revalorizando as moedas, co

Dir.KSTo EooNÓMiro

O segundo fato que observamos na conjuntura econômica internacional é a

mentos de boje serão, amanhã, fatos do passado.

Sendo assim, as medidas to

madas no presente em benefício da eco

nomia nacional podem, cm jx)ucos me ses, convcrtcr-sc cm entraves colossais.

Os males daí provenientes serão tanto maiores quanto mais e.vtensas forem as repercussões das medidas tomadas sôbre os_ negócios internos.

A e.xperiôncia aconselha que para épo cas de mudanças rápidas é preciso to-

os instrumentos para a sua realização. Por isso cia tem servido mais aos inte

resses particulares que aos da economia nacional. Construído o mecanismo apro priado. outros serão os benefícios. A idéia do sr. Gilcno de Carli, da criação

de uma "Cibmira de Compensação de Ágios", é o instrumento que nos falta. A Câmara, desde que bem articulada, uma vez posta em funcionamento, pro duzirá efeitos muito favoráveis sôbre as

exportações, sem afetar sobremaneira o

preço dos artigos importados, como ocorre no momento.

acentuada tendência para a inflação. A evolução dos acontecimentos está mos

trando que o mercado internacional vai entrar numa fase inflacíonária de gran

des proporções. Os Estados Unidos estão sofrendo os primeiros efeitos da alta dos preços, que se anuncia ser vio lenta. As nações européias — Inglaterra

e França principalmente — não tardarão a ingressar na torrente inflacíonária, premidas pela necessidade de se arma rem para a paz ou para a guerra. Vcrifícandc-sc a alta geral, os preços vigorantcs no Brasil deixarão de ser proble

mas para o escoamento das mercado rias nacionais.

Poderão objetar-nos que o Brasil tam bém sofrerá os efeitos da inflação. Sem

dúvida, mas a inflação bra.silcjra será proporcionalmente menor que a das pra ças internacionais importadoras do nos sas mercadorias.

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•l

,1.

•:v.


Dicusto Eoonónuco 69

pensador que, lalN'e/., fésst» o primeiro a discutir com finura e lucicli'/. os prós

ouicciivr?r>r PoUlico c fiuancista da Kcnasecficí* Auomar Baleeiho

c contras dos impostos progrcssi\'os em contraste com os impostos proporcio nais.

O acaso cultiva seus caprichos, de

(Prof. da Univ. da Bahia — Faculdade de Direito)

sorte que, a 1." dc juuho, a amahilidade manhã de 22 de maio, nu Naquela esplendor da primavera, Florença

abrigava, no "salão dos 500" do Palazzo Vecchio, os representantes de cerca de 50 nações convocadas pela Unesco. O famoso financista Einaudi, presidente da República Italiana e o Prefeito da cidade — um comunista — saiidarain os

hóspedes, centenas de pessoas de todas as raças e côres, algumas das quais

» •♦ ♦ •

do cônsul Blakc AUuicar fèz com que

No próximo número o autor estudará o atuação financeira désse grande político da Renascença que ó Gtticriardini. O desenho que ilustra esta deliciosa crô nica de Alioniar Baleeiro é o Palazzo

Vecchio (século XIII), sede dos Mediei

e em frente ao qual foi queimado Savonarola, o monge fanático.

em exóticas indumentárias. Celebridades

bém como "asceta que renegou os ho

mens e suas paixões", aliás em tom de simpatia, que não teve Atilio Nulli ao escrever ásperamcnte a vida do primei

sonalidades daqueles tempos, faziam

da Unesco, fomos a pé da Piazza delia Signoria para o Palazzo Pitti e, ao passar à frente da sede da Galleria degli Uffizi, ao longo duma dupla fileira de está

emergir em nosso espírito a figura sin gular de Francesco Piero Guicciardini,

contemporâneo e amigo de Machiavelli[ como este igualmente ensaista político, precursor de estudos financeiros, diplo mata e grande historiador, havido como

renovador da historiografia da época. Incomparàvelmente menos conhecido que o famigerado autor do "Príncipe", a respeito de cujo pensamento existem centenas de obras, Guicciardini forma

com êle a dupla dos maiores espíritos

políticos da Renascença e leva sobre o êmulo a vantagem de ter sido, por igual, homem de ação provado em vários car

dos dois historiadores.

E todo o cami

nho a percorrer, inclusive a Ponte Vecchia ~ única poupada pelas alemães em 1944, quando destruíram todas as demais sobre o rio Arno — constituía

a Via Guicciardini, cm cujo fim se con

firmou o pressentimento cie que ali en contraríamos a lápide indicativa do ve tusto casarão onde morou o curioso per sonagem.

Durante oito dias, passando obriga toriamente por ela, rememorávamos o

grafia dêste, Prezzolini, definindo-o tam-

chiavel", trad. fr. de Marthe Lenoir, 1929, pg. 219 e 215.

quü o casamento chocxni o partidarismo

Toscana, a iutcrloculora, ao oiuir inci-

outra vez a dominação mcdicéia (1527).

més das flores c cia musica, na véspera, denteincntc a menção clc Guicciardini,

fixa neste o interôsse, com surpresa re autógrafos do historiador, meu marido, que é parente próximo do Conde Paolo

Guicciardini, poderá obter, pelo telefônio, hora hoje mesmo..

Dcscendo-se do andar superior do Pa

lácio, um jardim interno se comunica com a "Sala dc Studio", onde se acham

os arquivos seculares dos Guicciardini, a cargo do sr. Gigli, um velhinho cortes o loquaz, que nos pôs diante dos olhos dezenas o dezenas de códices admiràvel-

mente conservados. Autógrafos não só da vastíssima correspondência com as fi

guras gloriosas da Renascença, cópias ^|H

Os Guicciardini aparecem na vida pú

das cartas expedidas por Francesco Gui

blica toscana há sete séculos e desde cinco habitam o palácio, onde o Conde Paolo, alto, magro, espigado, cabeça en-

cciardini, notas autobiográficas e tam

canecida e olhos verdes, contrasta com

tuosamente daqueles venerandos manus

o retrato a óleo do célebre antepassa do corpulento c obeso. Na biblioteca, retratos do Rei Vitor

Emanucle e do Príncipe Ilumberto de Savóía, com dedicatórias carinhosas,

mostram que o dono da casa gozii, junto aos últimos príncipes da Itália, da mes

ma consideração que os Mediei presta

bém os originais da maior parte da copiosà obra do célebre florentino. Todo um mrmdo de recordações surgia tumul critos, desbotados, mas bem legíveis ain da. O Conde Paolo, em 1930, abriu essa

"Sala de Studio" à consulta dos pesqui sadores, resultando disso fecundos frutos

para a investigação histórica da Renas cença e da complexa personalidade do ancestral (3).

ram aos antigos Guicciardini na Renas cença.

Uma bela mesa exibe nas incrustações de lápis-lazúli, os brasões dos Guicciar

dini o dos Salviati, evocando-nos a pas (1) G. Prezzolini — "Vie de Nicolas Ma-

qual os Mediei já trama\'am a .restaumção, le\-ada a efeito em 1512, de sorte

em Florença. para \iiltos históricos da

Terminada a instalação dos trabalhos

tuas, lá identificamos, cm mármore, as

Alanuino Avenudo Salviati, de pouco doto o hábitos suntúarios, "per cominciaro u mescolarsi nellc sedizione e guadagnarsi cl favore degli amici de Me diei" (2). Por outras palavras: Salvia ti era inimigo dc Soderini, o último "gonfaliero" da república florenlina, contra a

do pai do noivo e contribuiu, talvez, para torná-lo impopular quando nova alvo rada do go\émo democrático afastou

ro (1).

gos de govêmo.

"Dos dois, era Guicciardini o maquia vélico e não Machiavelli , dirá, na bio

No tlccorrer da con

versa (jue deslizou do eufcrramenlo do

"Se lhe agrada ver o Palácio o os

úa delegação americana. Nas paredes c nos tetos do enorme salão, pinturas de Vasari recordavam a toiTOentosa história de Florença no sé

culo XVI e, de envolta com outras per

Boinbici Pontclli.

cíproca e, ao fim, diz:

mundiais se acotovelavam, enquanto os

fotógrafos se sucediam a surpreender cada atitude de Myma Loy, integrante

tivesscunos à direita, mim almòçn) com notabilidadcs ilorcnlinas, a Condcssa

vontade paterna com Maria, filha de

(2) Guicciardini: "Oratio Accusatoria", nos "Scritti Autobiograficl e Rari", da

primorosa edição organizada por R. Palmarocchl, Bari, 1936, pg. 213.

(3) "Per Ia Inaugurazione dl una Sala

sagem do historiador, quando conta que

di Studio nel — rArchivio Guicciardini" — discursos de Paolo Guicciardini e R.

o acusavam de haver casado contra a

Rindolfi. Neste último, vem exposta a história dos arquivos dos Guicciardini,


Dicusto Eoonónuco 69

pensador que, lalN'e/., fésst» o primeiro a discutir com finura e lucicli'/. os prós

ouicciivr?r>r PoUlico c fiuancista da Kcnasecficí* Auomar Baleeiho

c contras dos impostos progrcssi\'os em contraste com os impostos proporcio nais.

O acaso cultiva seus caprichos, de

(Prof. da Univ. da Bahia — Faculdade de Direito)

sorte que, a 1." dc juuho, a amahilidade manhã de 22 de maio, nu Naquela esplendor da primavera, Florença

abrigava, no "salão dos 500" do Palazzo Vecchio, os representantes de cerca de 50 nações convocadas pela Unesco. O famoso financista Einaudi, presidente da República Italiana e o Prefeito da cidade — um comunista — saiidarain os

hóspedes, centenas de pessoas de todas as raças e côres, algumas das quais

» •♦ ♦ •

do cônsul Blakc AUuicar fèz com que

No próximo número o autor estudará o atuação financeira désse grande político da Renascença que ó Gtticriardini. O desenho que ilustra esta deliciosa crô nica de Alioniar Baleeiro é o Palazzo

Vecchio (século XIII), sede dos Mediei

e em frente ao qual foi queimado Savonarola, o monge fanático.

em exóticas indumentárias. Celebridades

bém como "asceta que renegou os ho

mens e suas paixões", aliás em tom de simpatia, que não teve Atilio Nulli ao escrever ásperamcnte a vida do primei

sonalidades daqueles tempos, faziam

da Unesco, fomos a pé da Piazza delia Signoria para o Palazzo Pitti e, ao passar à frente da sede da Galleria degli Uffizi, ao longo duma dupla fileira de está

emergir em nosso espírito a figura sin gular de Francesco Piero Guicciardini,

contemporâneo e amigo de Machiavelli[ como este igualmente ensaista político, precursor de estudos financeiros, diplo mata e grande historiador, havido como

renovador da historiografia da época. Incomparàvelmente menos conhecido que o famigerado autor do "Príncipe", a respeito de cujo pensamento existem centenas de obras, Guicciardini forma

com êle a dupla dos maiores espíritos

políticos da Renascença e leva sobre o êmulo a vantagem de ter sido, por igual, homem de ação provado em vários car

dos dois historiadores.

E todo o cami

nho a percorrer, inclusive a Ponte Vecchia ~ única poupada pelas alemães em 1944, quando destruíram todas as demais sobre o rio Arno — constituía

a Via Guicciardini, cm cujo fim se con

firmou o pressentimento cie que ali en contraríamos a lápide indicativa do ve tusto casarão onde morou o curioso per sonagem.

Durante oito dias, passando obriga toriamente por ela, rememorávamos o

grafia dêste, Prezzolini, definindo-o tam-

chiavel", trad. fr. de Marthe Lenoir, 1929, pg. 219 e 215.

quü o casamento chocxni o partidarismo

Toscana, a iutcrloculora, ao oiuir inci-

outra vez a dominação mcdicéia (1527).

més das flores c cia musica, na véspera, denteincntc a menção clc Guicciardini,

fixa neste o interôsse, com surpresa re autógrafos do historiador, meu marido, que é parente próximo do Conde Paolo

Guicciardini, poderá obter, pelo telefônio, hora hoje mesmo..

Dcscendo-se do andar superior do Pa

lácio, um jardim interno se comunica com a "Sala dc Studio", onde se acham

os arquivos seculares dos Guicciardini, a cargo do sr. Gigli, um velhinho cortes o loquaz, que nos pôs diante dos olhos dezenas o dezenas de códices admiràvel-

mente conservados. Autógrafos não só da vastíssima correspondência com as fi

guras gloriosas da Renascença, cópias ^|H

Os Guicciardini aparecem na vida pú

das cartas expedidas por Francesco Gui

blica toscana há sete séculos e desde cinco habitam o palácio, onde o Conde Paolo, alto, magro, espigado, cabeça en-

cciardini, notas autobiográficas e tam

canecida e olhos verdes, contrasta com

tuosamente daqueles venerandos manus

o retrato a óleo do célebre antepassa do corpulento c obeso. Na biblioteca, retratos do Rei Vitor

Emanucle e do Príncipe Ilumberto de Savóía, com dedicatórias carinhosas,

mostram que o dono da casa gozii, junto aos últimos príncipes da Itália, da mes

ma consideração que os Mediei presta

bém os originais da maior parte da copiosà obra do célebre florentino. Todo um mrmdo de recordações surgia tumul critos, desbotados, mas bem legíveis ain da. O Conde Paolo, em 1930, abriu essa

"Sala de Studio" à consulta dos pesqui sadores, resultando disso fecundos frutos

para a investigação histórica da Renas cença e da complexa personalidade do ancestral (3).

ram aos antigos Guicciardini na Renas cença.

Uma bela mesa exibe nas incrustações de lápis-lazúli, os brasões dos Guicciar

dini o dos Salviati, evocando-nos a pas (1) G. Prezzolini — "Vie de Nicolas Ma-

qual os Mediei já trama\'am a .restaumção, le\-ada a efeito em 1512, de sorte

em Florença. para \iiltos históricos da

Terminada a instalação dos trabalhos

tuas, lá identificamos, cm mármore, as

Alanuino Avenudo Salviati, de pouco doto o hábitos suntúarios, "per cominciaro u mescolarsi nellc sedizione e guadagnarsi cl favore degli amici de Me diei" (2). Por outras palavras: Salvia ti era inimigo dc Soderini, o último "gonfaliero" da república florenlina, contra a

do pai do noivo e contribuiu, talvez, para torná-lo impopular quando nova alvo rada do go\émo democrático afastou

ro (1).

gos de govêmo.

"Dos dois, era Guicciardini o maquia vélico e não Machiavelli , dirá, na bio

No tlccorrer da con

versa (jue deslizou do eufcrramenlo do

"Se lhe agrada ver o Palácio o os

úa delegação americana. Nas paredes c nos tetos do enorme salão, pinturas de Vasari recordavam a toiTOentosa história de Florença no sé

culo XVI e, de envolta com outras per

Boinbici Pontclli.

cíproca e, ao fim, diz:

mundiais se acotovelavam, enquanto os

fotógrafos se sucediam a surpreender cada atitude de Myma Loy, integrante

tivesscunos à direita, mim almòçn) com notabilidadcs ilorcnlinas, a Condcssa

vontade paterna com Maria, filha de

(2) Guicciardini: "Oratio Accusatoria", nos "Scritti Autobiograficl e Rari", da

primorosa edição organizada por R. Palmarocchl, Bari, 1936, pg. 213.

(3) "Per Ia Inaugurazione dl una Sala

sagem do historiador, quando conta que

di Studio nel — rArchivio Guicciardini" — discursos de Paolo Guicciardini e R.

o acusavam de haver casado contra a

Rindolfi. Neste último, vem exposta a história dos arquivos dos Guicciardini,


D>r.F-si(J

DIOKSTO Econúmic:!»

Kr.ONÓMiro

71

70

Guicciardini, hísloríador meticuloso na documentação e embaixador em Espa nha antes dos 30 anos de idade, ano tava tudo, desde os honorários pagos em

utilidades pelos clientes da banca do advogado estreante até os afilhados que batizava ou as reservas para dote das filhas. E, a cada crise da sua carreira

de estadista, fazia o exame de consciên

cia, constituindo-se advogado do diabo

dcca", embora de tom polenuslieti, cm (|iic, .segundo poinlora A. Nulli, o crítico

sorte que na dos seus biógrafos lavra

acusa ao outro — não .Sf espantem! —

pensamento e a sua ação, estabelece-se

cciardini se voltava para os antepassa

de "ser um polílieo idealista, (|ue leva

tima contradição insanável — a do ho

dos, biografando-os a traços largos e, por vezes, não os poupava a verdades

em reduzida conta a

ensinou, desejou, mus não tese a indis

pensável "virtú" para rcali/-ir com êxito. Da sua vida pública c particular, Gui

cruéis, como as que rt^gistrou sobre

aquôle próspero sacerdote Uinieri Gui grande di statura, bianco e bolla aria... saníssimo e gagliarclissimo" (5).

dos adversários e, depois, a sua defesa, de modo que os pósteros podem conhe

E Florença e a Itália lhe deveram tal vez as duas melhores hisloriografias do

cer não só os marcos externos de sua

século XVI.

seu espírito de político, cujos ideais re calcados cediam a considerações prag

seu espírito, grande.s ideais, acomoda-se

Na verdade, o ideal cjue provocou o método brutal c cínico exposto no "Prín

às pequenas realidades" (6).

giunni Guicciardini, que, comentando

lambem Machiavelli, sustentava o pri

derc innanzi alia mia morte; ma dubito,

cujo declínio morrem as democracias.

derc alcuna; uno vivcrc di repiibblica

•^5

Teria sido, talvez, o maior estadista' do sou século se houvesse aceito a verda de do irmão, o menos brilhante Bon-

político do Guicciardini. resumido nas palavras dêslc: "Tre cose dcsidcro vcancora clie io vivesse molto, non ne \e-

vida, mas ainda os íntimos conflitos do

mem que, cnqíianto nutre, no íntimo do

coisas".

cipe" c que tran.sparoce dos "Discorsi .sopra Ia prima deca di Tito Livio" 6 o mesmo in.spirador do .secreto pensamento

cciardini, "di corpo bclissimo. pcrclié ora

para articular sem piedade as acusações

realidade das

a sentença implacável: "Entre o seu

bcne ordinato nella cittá nostra, Italia

mado das idéias e fôrças morais,

de

(6) Slro Atilio Nulli: "Francesco Guic ciardini". Bolonha. 1936, pg. 181. E" visí

vel. aliás, a simpatia do autor por Ma

O pensamento político de Guicciardi

libcrata da tutli c Barbari, o libcrato il

chiavelli. que apresenta como democrata.

da história italiana.

ni é filtrado através de vários "discorsi",

mondo dalla tirannilc di questi scclcrati

Êsse drama psicológico explica o re paro de Montaigne que, depois de elo

máximas, pareceres e comentários, desde

preli". Queria, mas não cria.

tea: "F. Guichardin. vie publique et sa

a mociclade até o fim da vida.

Não é

Uma democracia sem demagogia em

giar o historiador também "acteur luy

menos sutil, nem interessante que o de

Florença, a Itália livre das invasões de

Machiavelli, com o qual oferece coinci dências sob diversos aspectos, tendo tido

espanhóis, franceses, austríacos o turcos, o mundo sem a opressão clcrical: — era,

sobre aquêle a vantagem de apreciar os

realmente, naquele tempo, a mais for

il (Guicciardini) en rejecte Ia cause à quelque occasion vicieuse ou à quelque profit... Nulle corruption peut avoir saisi les hommes si universellement que quelqu'un n'eschappe de Ia contagion; cela me faíct craindre qu'il y aye un peu du vice de son goust; et peut estre advenu qu'il ait estimé d'autruy selon soy" (4).

fatos de cima, pelo nascimento, pelas condições de fortuna e pelos elevados

mosa conjugação de ideais. Difícil foi

Ministério da Fazenda, ensejou-nos uma

a Guicciardini conciliá-los cm face da

carta do ilustre escritor e festejado en saísta José Maria BeJlo, que contesta

Mas não é essa a nota característica e

causas operaram simultâneamente sôbre o pensamento de ambos, ligados, aliás, pela amizade intima e franca, compro vada por expressiva correspondência. E já depois da morte de Macliiavelli, o amigo ainda escreve as "Considerazioni

máticas em face da mais convulsiva fase

mesme et en rang honnorable", assinala

"de toutes les actions, pour belles par apparence qu'el]es soint d'elles mcsmcs,

constante dos homens da Renascença?

Naqueles códices, o ex-governador de Módena, ex-Presidente da Romagna e conselheiro dos Mediei, inclusive Papas, dava asas à sua evasão silenciosa, en

quanto o estadista, na ação eficaz, atin gia a resultados práticos que Machiavelli

cargos que o "popolano" c ".segretario" jamais pôde alcançar. A primeira vista, parece que Guicciar dini foi o primeiro maquiaveliano, pois,

realidade das coisas.

treze ou catorze anos mais jovem do que o autor do "Príncipe", bem poderia ter

sido o discípulo influenciado.

Mas ou

tras razões levam a crer que as mesmas

sui discorsi dei Malchiavelli sulla prima (5) Guicciardini: "Scritti", já cit. - Pê48 e sobretudo pg. 47: "...fu dedito assai

(4) Montaigne — "EssaSs" cap. X.

livro 2.°.

alia lussuria e massime co'maschi, nel

qual e vizio fu notato pubblicamente.. i. »1j.

A favor, existe o ensaio do rumaico Ote-

pensée polltique" (Paris, 1928). *

*

*

Nosso últinio flrfigo no "Digesto Eco nômico", a propósito dc fíwt Barbosa no

Homem do seu tempo, sucumbiu a

qualquer influência do Dip na sua "His

considerações pragmáticas, como inúme

tória da República", objeto de citação

ros democratas de todos os tempos, dc

nossa. Basta-nos a sua palaora.


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DIOKSTO Econúmic:!»

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Guicciardini, hísloríador meticuloso na documentação e embaixador em Espa nha antes dos 30 anos de idade, ano tava tudo, desde os honorários pagos em

utilidades pelos clientes da banca do advogado estreante até os afilhados que batizava ou as reservas para dote das filhas. E, a cada crise da sua carreira

de estadista, fazia o exame de consciên

cia, constituindo-se advogado do diabo

dcca", embora de tom polenuslieti, cm (|iic, .segundo poinlora A. Nulli, o crítico

sorte que na dos seus biógrafos lavra

acusa ao outro — não .Sf espantem! —

pensamento e a sua ação, estabelece-se

cciardini se voltava para os antepassa

de "ser um polílieo idealista, (|ue leva

tima contradição insanável — a do ho

dos, biografando-os a traços largos e, por vezes, não os poupava a verdades

em reduzida conta a

ensinou, desejou, mus não tese a indis

pensável "virtú" para rcali/-ir com êxito. Da sua vida pública c particular, Gui

cruéis, como as que rt^gistrou sobre

aquôle próspero sacerdote Uinieri Gui grande di statura, bianco e bolla aria... saníssimo e gagliarclissimo" (5).

dos adversários e, depois, a sua defesa, de modo que os pósteros podem conhe

E Florença e a Itália lhe deveram tal vez as duas melhores hisloriografias do

cer não só os marcos externos de sua

século XVI.

seu espírito de político, cujos ideais re calcados cediam a considerações prag

seu espírito, grande.s ideais, acomoda-se

Na verdade, o ideal cjue provocou o método brutal c cínico exposto no "Prín

às pequenas realidades" (6).

giunni Guicciardini, que, comentando

lambem Machiavelli, sustentava o pri

derc innanzi alia mia morte; ma dubito,

cujo declínio morrem as democracias.

derc alcuna; uno vivcrc di repiibblica

•^5

Teria sido, talvez, o maior estadista' do sou século se houvesse aceito a verda de do irmão, o menos brilhante Bon-

político do Guicciardini. resumido nas palavras dêslc: "Tre cose dcsidcro vcancora clie io vivesse molto, non ne \e-

vida, mas ainda os íntimos conflitos do

mem que, cnqíianto nutre, no íntimo do

coisas".

cipe" c que tran.sparoce dos "Discorsi .sopra Ia prima deca di Tito Livio" 6 o mesmo in.spirador do .secreto pensamento

cciardini, "di corpo bclissimo. pcrclié ora

para articular sem piedade as acusações

realidade das

a sentença implacável: "Entre o seu

bcne ordinato nella cittá nostra, Italia

mado das idéias e fôrças morais,

de

(6) Slro Atilio Nulli: "Francesco Guic ciardini". Bolonha. 1936, pg. 181. E" visí

vel. aliás, a simpatia do autor por Ma

O pensamento político de Guicciardi

libcrata da tutli c Barbari, o libcrato il

chiavelli. que apresenta como democrata.

da história italiana.

ni é filtrado através de vários "discorsi",

mondo dalla tirannilc di questi scclcrati

Êsse drama psicológico explica o re paro de Montaigne que, depois de elo

máximas, pareceres e comentários, desde

preli". Queria, mas não cria.

tea: "F. Guichardin. vie publique et sa

a mociclade até o fim da vida.

Não é

Uma democracia sem demagogia em

giar o historiador também "acteur luy

menos sutil, nem interessante que o de

Florença, a Itália livre das invasões de

Machiavelli, com o qual oferece coinci dências sob diversos aspectos, tendo tido

espanhóis, franceses, austríacos o turcos, o mundo sem a opressão clcrical: — era,

sobre aquêle a vantagem de apreciar os

realmente, naquele tempo, a mais for

il (Guicciardini) en rejecte Ia cause à quelque occasion vicieuse ou à quelque profit... Nulle corruption peut avoir saisi les hommes si universellement que quelqu'un n'eschappe de Ia contagion; cela me faíct craindre qu'il y aye un peu du vice de son goust; et peut estre advenu qu'il ait estimé d'autruy selon soy" (4).

fatos de cima, pelo nascimento, pelas condições de fortuna e pelos elevados

mosa conjugação de ideais. Difícil foi

Ministério da Fazenda, ensejou-nos uma

a Guicciardini conciliá-los cm face da

carta do ilustre escritor e festejado en saísta José Maria BeJlo, que contesta

Mas não é essa a nota característica e

causas operaram simultâneamente sôbre o pensamento de ambos, ligados, aliás, pela amizade intima e franca, compro vada por expressiva correspondência. E já depois da morte de Macliiavelli, o amigo ainda escreve as "Considerazioni

máticas em face da mais convulsiva fase

mesme et en rang honnorable", assinala

"de toutes les actions, pour belles par apparence qu'el]es soint d'elles mcsmcs,

constante dos homens da Renascença?

Naqueles códices, o ex-governador de Módena, ex-Presidente da Romagna e conselheiro dos Mediei, inclusive Papas, dava asas à sua evasão silenciosa, en

quanto o estadista, na ação eficaz, atin gia a resultados práticos que Machiavelli

cargos que o "popolano" c ".segretario" jamais pôde alcançar. A primeira vista, parece que Guicciar dini foi o primeiro maquiaveliano, pois,

realidade das coisas.

treze ou catorze anos mais jovem do que o autor do "Príncipe", bem poderia ter

sido o discípulo influenciado.

Mas ou

tras razões levam a crer que as mesmas

sui discorsi dei Malchiavelli sulla prima (5) Guicciardini: "Scritti", já cit. - Pê48 e sobretudo pg. 47: "...fu dedito assai

(4) Montaigne — "EssaSs" cap. X.

livro 2.°.

alia lussuria e massime co'maschi, nel

qual e vizio fu notato pubblicamente.. i. »1j.

A favor, existe o ensaio do rumaico Ote-

pensée polltique" (Paris, 1928). *

*

*

Nosso últinio flrfigo no "Digesto Eco nômico", a propósito dc fíwt Barbosa no

Homem do seu tempo, sucumbiu a

qualquer influência do Dip na sua "His

considerações pragmáticas, como inúme

tória da República", objeto de citação

ros democratas de todos os tempos, dc

nossa. Basta-nos a sua palaora.


■ ',

r

ED UC A c à O CT E N T T FT CA B Q U V. S T Õ K S 1^] C O N Ô M I C A S Djacih Menezes

(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia)

as atitudes v c()nc'op(,-õcs nuidain, o

clássicos, dc latinórios, de Grego, de

estão mudando ràpidameiUc de \»ma

llistóriu Antiga. Basta ler-lhes os dis

geração para outra, é preciso compreen

preender c necessária uma disposição *ncntal dc simpatia c lealdade. Tal\e/. por isso os dogmáticos, os definiti\'0S, os

cm Direito.

polos da mentalidade nacional; em tôrno

deles graNitou a jeuncsse dorée do nosso

>■08.

patriciado rural. Por que?

Mas, na verdade, temos a tendên

coin o avançar da idade. Daí ser pre cisa a análise do nós próprios — c o c.studo científico prcmune contra o mal,

Vejamos. Primeiro — que ha\ia de Física, do Química, de Biologia mesmo? Pouca coisa.

O recheio dos currículos

c

escolares derivava das fontes literárias o liistóricas. As ciências experimentais

educativa, preparando a monte para a

davam 1/4, depois 1/3 dos programas.

receptividade do que é melhor.

Os fins do século XIX, que escritor es

permitindo

uma

reação

consciente

A ex

cessiva valorização do passado conduz íio conservantismo. A prudência invo

túpido chamou de "século estúpido ,

cada pelos velhos enrogela a audácia

cias. A revolução industrial, rasgando liorizontes, reclamava mais profundos

renovadora dos

_ é?*í«n. ÜíSTIT^'^'*^'

Coimbra era o foco solar;

depois, Olinda e São Paulo, os dois

»Hitoritários, não sejam bons educadocamos antipatizando com as mudanças,

ÜSMJÍ

A car

reira por e.vcelència era o bacharelato

cia para a cristali/.ação dos hábitos, fi

_« I

cursos, as arengas, as cartas.

der porque isso ocorre — c para com

moços

e a sabedoria

assistiram ao dcsenvolrimento das ciên

ponde mais às condições históricas di

conhecimentos das coisas da natureza e das coisas da sociedade. As ciências

ferentes.

da natureza começavam a sair fora das

<pio ensinam

muitas vôzes não corres

As raízes, porém, dessas mudanças, não residem na natureza dos indivíduos, nem nos calendários

dos

natalícios

mas no desenvolvimento da própria so ciedade. Por exemplo: houve época em que o Latim e a literatura clássica con,s-

tituíam a.s bases indispensáveis e quase vinicas da formação intelectual.

Por

que hoje não se põe mais esse "huma

asas da teologia, e espiavam, maravilha

das, os céus estrelados e a vida, através do rude telescópio de Galileu, das generaliz^^çõe^s de Koplor, das experiências de Bacon, das tentativas de Servet, das in-

tuições de Descartes. Rebentavam, glo

riosamente, " como corolas de luz, as

grandes heresias do mundo moderno.

grandes parlamentares da época de

As ciências da sociedade, ainda movendo-se nebulosamente na matriz da História, foram mais travadas pelos in teresses - e ainda penuanecem meio amarradas, mas vão caminhando e ca minharão de qualquer modo porque não

Pedro II eram sòlidamcntc forrados de

há outra coisa a fazer. Eppur si muooe.

nismo" greco-latino como lastro mais" sólido para a cultura? Entretanto, no

2." Império, muito se consumiu desses ingredientes culturais.

Quase todos os


■ ',

r

ED UC A c à O CT E N T T FT CA B Q U V. S T Õ K S 1^] C O N Ô M I C A S Djacih Menezes

(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia)

as atitudes v c()nc'op(,-õcs nuidain, o

clássicos, dc latinórios, de Grego, de

estão mudando ràpidameiUc de \»ma

llistóriu Antiga. Basta ler-lhes os dis

geração para outra, é preciso compreen

preender c necessária uma disposição *ncntal dc simpatia c lealdade. Tal\e/. por isso os dogmáticos, os definiti\'0S, os

cm Direito.

polos da mentalidade nacional; em tôrno

deles graNitou a jeuncsse dorée do nosso

>■08.

patriciado rural. Por que?

Mas, na verdade, temos a tendên

coin o avançar da idade. Daí ser pre cisa a análise do nós próprios — c o c.studo científico prcmune contra o mal,

Vejamos. Primeiro — que ha\ia de Física, do Química, de Biologia mesmo? Pouca coisa.

O recheio dos currículos

c

escolares derivava das fontes literárias o liistóricas. As ciências experimentais

educativa, preparando a monte para a

davam 1/4, depois 1/3 dos programas.

receptividade do que é melhor.

Os fins do século XIX, que escritor es

permitindo

uma

reação

consciente

A ex

cessiva valorização do passado conduz íio conservantismo. A prudência invo

túpido chamou de "século estúpido ,

cada pelos velhos enrogela a audácia

cias. A revolução industrial, rasgando liorizontes, reclamava mais profundos

renovadora dos

_ é?*í«n. ÜíSTIT^'^'*^'

Coimbra era o foco solar;

depois, Olinda e São Paulo, os dois

»Hitoritários, não sejam bons educadocamos antipatizando com as mudanças,

ÜSMJÍ

A car

reira por e.vcelència era o bacharelato

cia para a cristali/.ação dos hábitos, fi

_« I

cursos, as arengas, as cartas.

der porque isso ocorre — c para com

moços

e a sabedoria

assistiram ao dcsenvolrimento das ciên

ponde mais às condições históricas di

conhecimentos das coisas da natureza e das coisas da sociedade. As ciências

ferentes.

da natureza começavam a sair fora das

<pio ensinam

muitas vôzes não corres

As raízes, porém, dessas mudanças, não residem na natureza dos indivíduos, nem nos calendários

dos

natalícios

mas no desenvolvimento da própria so ciedade. Por exemplo: houve época em que o Latim e a literatura clássica con,s-

tituíam a.s bases indispensáveis e quase vinicas da formação intelectual.

Por

que hoje não se põe mais esse "huma

asas da teologia, e espiavam, maravilha

das, os céus estrelados e a vida, através do rude telescópio de Galileu, das generaliz^^çõe^s de Koplor, das experiências de Bacon, das tentativas de Servet, das in-

tuições de Descartes. Rebentavam, glo

riosamente, " como corolas de luz, as

grandes heresias do mundo moderno.

grandes parlamentares da época de

As ciências da sociedade, ainda movendo-se nebulosamente na matriz da História, foram mais travadas pelos in teresses - e ainda penuanecem meio amarradas, mas vão caminhando e ca minharão de qualquer modo porque não

Pedro II eram sòlidamcntc forrados de

há outra coisa a fazer. Eppur si muooe.

nismo" greco-latino como lastro mais" sólido para a cultura? Entretanto, no

2." Império, muito se consumiu desses ingredientes culturais.

Quase todos os


DicnsTo Econômico

As questões econômicas e os técnicos

Diante de um mundo complexo, de uma civilização tôda baseada em conhe cimentos técnicos (rádio, cinema, avião,

radar, microbíologia do solo, lã sintética, transmutação das espécies químicas, fa bricação de novas morfologias vivas nos

1

Dictisro Econ6s>ic;o

75

t-ntumesccm as multidões, vibram no éter, enchendo os ouvidos e as consciên

coisa muda cio figiua nos séculos XIX c

cias de apreensões, de dúvidas, de espe

sociedade anônima delineiam os orga nismos dominadores da vida dos povos. Na .sua aurora natalícia estão as figuras clássicas: um John D. Roekfcller, que

ranças, de mêdos. Vez por outra, um Messias alarmado sai da sua toca c diz

que vem por aí o fim do mundo. Êsscs

A economia herética

XX. As conconlra(,H)cs do capital pela A Economia Política nasceu na ma

drugada do mundo moderno: quando surgem os sistemas de preços, as taxas cambiais, o papel dos capitais-dinhciro

escapuliu, conforme conta Lowinsohn,

na produção; q\iando, em suma, toma-

por entre as malhas da lei americana,

se necessário compreender mais viva

laboratórios de genética etc.) — seria

profetas têm a coloração que o momento comporta. Fervilliaram no mundo ro mano cm decomposição. Cbofram ago

lutou contra o primeiro Hooscvolt, hiir-

mente o mecanismo social e intimo des

possível ensinar, através das leituras

ra pelas juntas da sociedade moderna.

lou sentenças do tribunais e dilatou o

ses fenômenos. Compreender, não para

clássicas, as puerilidades de Plínio, o

Mas o que mais amedronta é quando um

"octopus" pelos meandros da política

gôzo do espírito — mas para agir me

Moço, sôbre os reinos da natureza, ou

internacional, ao encontro clc outro êmu-

do Aristóteles sôbre os habitantes do

técnico, remexendo nas suas estatísticas, vem dízer-nos, com a devida solenida

lo, o sr. Henri Dcterding; \im Roths-

lhor, mais ucerladamente, opulentando n experiência com novas conqui-stas que

Atlântico? O tempo do aprendizado 6

de, suas previsões e vaticínios. .. Outro-

child, cujo chefe principal, Natan, ape

SC aperfeiçoam e sugercnr outras teo

curto em frente à massa de conheci mentos científicos — e o currículo esco

ra, os técnicos se debruçavam sôbre as

sar dc medroso, chegou a espiar, dc binóculo, o de

rias. Mas não bastava com

tos interêsses inspiram ex

sobre estatísticas — e chamam-se "eco

sastre dc Napolcão em Waterloo para dali sair às

nomistas".

carreiras, atravessar o ca

há também os que denun

previsão, acertam com as mesmas pro

nal c enganar os parceiros

ciam falhas, abusos ou ex

babilidades.

nas especulações dos títu

plorações do sistema eco

lar ainda gagueja sem abrir espaço su ficiente aos novos ensinamentos. Ainda

^ tenta impor concepções caducas em

pio em Psicologia, em Sociologia, ara que não se desarranjem teorias ar caicas, nascidas em épocas pré-cicntífiCM, o melhor é escamotearem-se certas disciplinas — e encher o currículo de

literatura clássica. Para que explicar o mistério do ablativo de movimento cm

Cícero — se o menino não saberá tão

cedo o mistério da voz humana, falada em Londres, na B.B.C., e ouvida num

apartamento do Leblon? E que papel dftsemDenharia tal "humanismo*' senão —s o desempenharia

de força retrógrada, em que tropeçam as inteligências, numa perda inútil de tempo? Não se trata de eliminar a História nem a literatura — mas de utilizá-las no

sentido vital para a formação da inteli

entranhas das aves e prediziam. Eram chamados "áugures". Hoje se curvam E, dada a dificuldade da

Aqui temos de parar um pouco e tomar precaução.

Porque tocamos o

ponto essencial de nossa despedida. Es tamos em seara comum — e vamos en

tender-nos cm poucas palavras.

O especialista e a vida econômica O técnico é o especialista — e a es

Pelo lado social, idem. As questões econômicas, que por vêzes examinamos

nestas páginas, escancaram guelas abis-

maí3- Elas rumorejam pelos jornais,

nômico, J. H. Hobson ata

mas isso já Antiga.

cou o princípio da procura

é

História

efetiva de Ricardo: tanto

A história de hoje é cm tôrno das minas de nafta, do petróleo, do carvão, do tungstênio, do urânio, das estão

no Iraque, no Irã, na Transjordânia, no Cáucaso, na Cliina, no

bastou para que llie ne

gassem licença para fazer conferências em Oxford.

Malthus foi sempre sus peito: apontava a mesma

irregularidade — excesso de produtos e misérias em excesso. O pen

seqüência inevitável da divisão social

México, no Cliaco, no Brasil. O merca

samento social dominante exigia que

do trabalho e da complexidade crescen te dos conhecimentos humanos. Depois

do dc matéria-prima é essencial: para ter acesso a ele, nada importa. A his

certas mazelas ficassem na sombra. Nem

do advento do capitalismo, que revolu cionou os métodos de produção, desen volveu os mercados mundiais, expandiu o crédito bancário, concentrou o poderio

tória econômica é uma miséria. Contris-

gência. E o que se tem feito é seu em prego como entorpecente, cobrindo-lhes financeiro — a ciência econômica eno espírito de suas camadas tóxicas. En ^ centrou um campo riquíssimo para suas tretanto, por todos os lados, questões investigações. Por que não havia Eco tremendíssimas.

plicações simpáticas. Mas

los do mercado londrino;

areias monazíticas;

pecialização, como sabemos, é uma con

preender e observar: cer

nomia Política na sociedade de pro dução artesanal? Nas sociedades de base patriarcal e agrícola? Porque ali a® relações econômicas são perceptíveis e claras. Entendem-se fàcilmente. A

ta e espanta. Dividem o gênero hu mano em zonas de influência — e os

povos se entredilaceram na bestialidade das violências — enquanto ressoa cada vez mais forte, dentro da consciência

humana, a voz daquele que ensinou, numa tarde da Palestina, o "amarás a

teu próximo como a ti mesmo" — o mais

belo pensamento que já balbuciaram lá bios humanos.

todas as verdades se dizem. O equilí brio social e econômico dependia das fôrças espontâneas em jôgo. Era o dog ma do capitalismo concorrencial, com sua filosofia própria, o liberalismo. Os dissidentes, os heréticos, ficaram no lim

bo do esquecimento. Bloqueio contra êles. Não se mencionava oficialmente

— porque a ciência econômica oficial tinha séus tabus. E quem no-lo diz isso hoje? Será por acaso um rebelde? Não; o que aí fica não vai além dos estudos de um Lord Keynes.


DicnsTo Econômico

As questões econômicas e os técnicos

Diante de um mundo complexo, de uma civilização tôda baseada em conhe cimentos técnicos (rádio, cinema, avião,

radar, microbíologia do solo, lã sintética, transmutação das espécies químicas, fa bricação de novas morfologias vivas nos

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Dictisro Econ6s>ic;o

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t-ntumesccm as multidões, vibram no éter, enchendo os ouvidos e as consciên

coisa muda cio figiua nos séculos XIX c

cias de apreensões, de dúvidas, de espe

sociedade anônima delineiam os orga nismos dominadores da vida dos povos. Na .sua aurora natalícia estão as figuras clássicas: um John D. Roekfcller, que

ranças, de mêdos. Vez por outra, um Messias alarmado sai da sua toca c diz

que vem por aí o fim do mundo. Êsscs

A economia herética

XX. As conconlra(,H)cs do capital pela A Economia Política nasceu na ma

drugada do mundo moderno: quando surgem os sistemas de preços, as taxas cambiais, o papel dos capitais-dinhciro

escapuliu, conforme conta Lowinsohn,

na produção; q\iando, em suma, toma-

por entre as malhas da lei americana,

se necessário compreender mais viva

laboratórios de genética etc.) — seria

profetas têm a coloração que o momento comporta. Fervilliaram no mundo ro mano cm decomposição. Cbofram ago

lutou contra o primeiro Hooscvolt, hiir-

mente o mecanismo social e intimo des

possível ensinar, através das leituras

ra pelas juntas da sociedade moderna.

lou sentenças do tribunais e dilatou o

ses fenômenos. Compreender, não para

clássicas, as puerilidades de Plínio, o

Mas o que mais amedronta é quando um

"octopus" pelos meandros da política

gôzo do espírito — mas para agir me

Moço, sôbre os reinos da natureza, ou

internacional, ao encontro clc outro êmu-

do Aristóteles sôbre os habitantes do

técnico, remexendo nas suas estatísticas, vem dízer-nos, com a devida solenida

lo, o sr. Henri Dcterding; \im Roths-

lhor, mais ucerladamente, opulentando n experiência com novas conqui-stas que

Atlântico? O tempo do aprendizado 6

de, suas previsões e vaticínios. .. Outro-

child, cujo chefe principal, Natan, ape

SC aperfeiçoam e sugercnr outras teo

curto em frente à massa de conheci mentos científicos — e o currículo esco

ra, os técnicos se debruçavam sôbre as

sar dc medroso, chegou a espiar, dc binóculo, o de

rias. Mas não bastava com

tos interêsses inspiram ex

sobre estatísticas — e chamam-se "eco

sastre dc Napolcão em Waterloo para dali sair às

nomistas".

carreiras, atravessar o ca

há também os que denun

previsão, acertam com as mesmas pro

nal c enganar os parceiros

ciam falhas, abusos ou ex

babilidades.

nas especulações dos títu

plorações do sistema eco

lar ainda gagueja sem abrir espaço su ficiente aos novos ensinamentos. Ainda

^ tenta impor concepções caducas em

pio em Psicologia, em Sociologia, ara que não se desarranjem teorias ar caicas, nascidas em épocas pré-cicntífiCM, o melhor é escamotearem-se certas disciplinas — e encher o currículo de

literatura clássica. Para que explicar o mistério do ablativo de movimento cm

Cícero — se o menino não saberá tão

cedo o mistério da voz humana, falada em Londres, na B.B.C., e ouvida num

apartamento do Leblon? E que papel dftsemDenharia tal "humanismo*' senão —s o desempenharia

de força retrógrada, em que tropeçam as inteligências, numa perda inútil de tempo? Não se trata de eliminar a História nem a literatura — mas de utilizá-las no

sentido vital para a formação da inteli

entranhas das aves e prediziam. Eram chamados "áugures". Hoje se curvam E, dada a dificuldade da

Aqui temos de parar um pouco e tomar precaução.

Porque tocamos o

ponto essencial de nossa despedida. Es tamos em seara comum — e vamos en

tender-nos cm poucas palavras.

O especialista e a vida econômica O técnico é o especialista — e a es

Pelo lado social, idem. As questões econômicas, que por vêzes examinamos

nestas páginas, escancaram guelas abis-

maí3- Elas rumorejam pelos jornais,

nômico, J. H. Hobson ata

mas isso já Antiga.

cou o princípio da procura

é

História

efetiva de Ricardo: tanto

A história de hoje é cm tôrno das minas de nafta, do petróleo, do carvão, do tungstênio, do urânio, das estão

no Iraque, no Irã, na Transjordânia, no Cáucaso, na Cliina, no

bastou para que llie ne

gassem licença para fazer conferências em Oxford.

Malthus foi sempre sus peito: apontava a mesma

irregularidade — excesso de produtos e misérias em excesso. O pen

seqüência inevitável da divisão social

México, no Cliaco, no Brasil. O merca

samento social dominante exigia que

do trabalho e da complexidade crescen te dos conhecimentos humanos. Depois

do dc matéria-prima é essencial: para ter acesso a ele, nada importa. A his

certas mazelas ficassem na sombra. Nem

do advento do capitalismo, que revolu cionou os métodos de produção, desen volveu os mercados mundiais, expandiu o crédito bancário, concentrou o poderio

tória econômica é uma miséria. Contris-

gência. E o que se tem feito é seu em prego como entorpecente, cobrindo-lhes financeiro — a ciência econômica eno espírito de suas camadas tóxicas. En ^ centrou um campo riquíssimo para suas tretanto, por todos os lados, questões investigações. Por que não havia Eco tremendíssimas.

plicações simpáticas. Mas

los do mercado londrino;

areias monazíticas;

pecialização, como sabemos, é uma con

preender e observar: cer

nomia Política na sociedade de pro dução artesanal? Nas sociedades de base patriarcal e agrícola? Porque ali a® relações econômicas são perceptíveis e claras. Entendem-se fàcilmente. A

ta e espanta. Dividem o gênero hu mano em zonas de influência — e os

povos se entredilaceram na bestialidade das violências — enquanto ressoa cada vez mais forte, dentro da consciência

humana, a voz daquele que ensinou, numa tarde da Palestina, o "amarás a

teu próximo como a ti mesmo" — o mais

belo pensamento que já balbuciaram lá bios humanos.

todas as verdades se dizem. O equilí brio social e econômico dependia das fôrças espontâneas em jôgo. Era o dog ma do capitalismo concorrencial, com sua filosofia própria, o liberalismo. Os dissidentes, os heréticos, ficaram no lim

bo do esquecimento. Bloqueio contra êles. Não se mencionava oficialmente

— porque a ciência econômica oficial tinha séus tabus. E quem no-lo diz isso hoje? Será por acaso um rebelde? Não; o que aí fica não vai além dos estudos de um Lord Keynes.


•t' r<-

'.7^

•it

Dioksto

78

Os heréticos saíam do reino da apo-

sua fôrça teorizadora.

Ec(iní')MIco

A teoria resume

Djorsto

Econômico

77

Humildade <• lealdade diante dos fatos,

tituem, nas suas transformações, o pró

é o que dita a atitude compreensiva da Ciência. O sentimento dc objcli\'idadc é o guia melhor pí)r(jue proscreve o .sec

objeli\'idade con.sistc em estudá-lo, com preendê-lo, atinar-lhe com as direções

logética e entravam na liça do comba te. Apareciam os socialistas. Êstes não queriam apenas explicar a superfície

experiências, faculta inlcrprt-taçõcs, ilu mina o futuro pcla.s Iiçõc.s do passado:

o teorizar sôbre a harmonia: queriam mudcf, o que não era propósito cienlí'fíco, mas político. Tomaram-se uma

que não c para ser contemplado, mas aproveitado. Teoria é instrumento.

tarismo e conclu/.-nos ao relatÍ\'ismo de

Deve ser humanamente valorizada. Não

essencialmente relativas, porqiie são es

pro\'á\'eis c possíveis. O obser\'ador participa dêssc movimento — e o pro cesso cultural, dentro do qual se desen-

vale por si, mas em função do real.

sencialmente históricas: a.s sociedades

\olvo o conhecimento, c um de seus

Acreditar o contrário é supor cpie elas

têm seu processo de desen\'olvimento,

não são feitas para a realidade, mas a realidade para cias. Reedita-se assim o caso do alfaiate que se indignou contm o comprimento das pernas do freguês, mas justificou cabalmente o tamanho das

que os decretos não paralisam nem al teram. Quando o poder pretende con trariá-lo, perturba — mas perturba aci

aspectos. Daí a dificuldade para evitar o subjctÍ\ ismo, reduzindo-o por uma crí tica que tome em consideração essa ati

brigada de choque contra os erros, que viam aumentados, multiplicados. Onde os economistas da Ciência oficial apre goavam harmonias naturais, eles apon tavam desarmonias artificiais. De um lado, turiferários, do outro demolidore.s.

Uns exaltavam as excelências do capital, outros cortejavam as fôrças do trabalho. Seria que a ciência econômica deveria

olvidar essas preocupações? Mas tais preocupações não serão, porventura, a força nutriz da própria ciência eco nômica?

única maneira de respeitar o passado,

calças: suas pernas é que eram exces sivas.

O erro não era dc sua tesoura,

mas das tíbias do cliente.

O corte foi

certo, o e.squelcto cre.sccu demais. Quan

Diante dêles alguns adotam uma atitude simplista e falsa: refugiam-se no teoris-

Objetividade e sectarismo

Sejamos cautos e, sobretudo, humil des, diante da experiência, fonte dc

trata de estudar as causas da fome e da miséria, fala de tudo, menos da misé ria e da fome. A erudição serve-lhe dc disfarce. Não explicam, mistificam. Fa lam rebarbativ^ente, remexem nas doutrinas, invocam textos mal lidos,

dela, nada. Teorias, por mais abstratas, dela nascem, nela medram e por ela des fazem-se. A abstração não é mera sim

sempre impressionados com o demier

ra é uma interação entre a mente hu

dar mais na vista. Questão de moda. No fundo, são uns pavões ingênuos. Estão na Economia Política como os

tôdas as cogitações humanas.

Fora

plificação, é também um mergulho naintimidade das relações entre os fenô

menos estudados. O processo da cultu mana e a Natureza, enriquecendo-nos

do noções, sociològicnmente transmiti das, formando-se "sistemas dc espiritua

lidade", na expressão de Pieron.

Abs

trair não é afastar-se do real, mas suti-

granfínos na praia: veraneando. Não

lizar conceitos e nêle penetrar mais a

fazem mal a ninguém e causam pasmo

fundo.

aos basbaques. Deixá-los pavonear.

alturas, mas estreitamento de contacto

Forque o essencial no economista vem

tude sobre tal "relatividade". Não con-

fundamos sis infle.xões efêmeras do dia

foi uma discordância de pormonor que não modificou cm nada o panorama geral — porque as leis molares não se

grama com a tendência secular. Distingamos entre os interesses aleatórios das

condicionam às causações individuais. As

nação. Diferenciemos entre uma forma do civilização e a civilização humana.

relações sociais, em seu conjunto, cons

elites e os interêsses permanentes da

bram para fora de seus figurinos!

denemos o que mascara a incapacidade sob erudição inócua. Êste, quando se

cri da Ciência; usam as teorias como as

Na visão da totalidade,

tes econômicos — amaldiçoando a reali

dade social e humana, cujas pernas so

mulheres usam um chapéu bonito - para

dentalmente.

E as leis econômicas são

tas vezes não encontramos esses alfaia

O técnico de Economia está diante e problemas sérios. Sérios e reais. mo. Mas há teorismo e teorismo. Con

todas as leis.

prio movimento histórico — e o senso de

Não é vôo estratosférico para

com a Terra e com os dramas humanos.

a ser um robusto senso da realidade alia

Mais que a qualquer outra ciência — tal

do a uma sólida capacidade de abstra

pensamento é ainda mais adequado à

ção. Aquele sentido do real vivifica a

Economia Política.

1


•t' r<-

'.7^

•it

Dioksto

78

Os heréticos saíam do reino da apo-

sua fôrça teorizadora.

Ec(iní')MIco

A teoria resume

Djorsto

Econômico

77

Humildade <• lealdade diante dos fatos,

tituem, nas suas transformações, o pró

é o que dita a atitude compreensiva da Ciência. O sentimento dc objcli\'idadc é o guia melhor pí)r(jue proscreve o .sec

objeli\'idade con.sistc em estudá-lo, com preendê-lo, atinar-lhe com as direções

logética e entravam na liça do comba te. Apareciam os socialistas. Êstes não queriam apenas explicar a superfície

experiências, faculta inlcrprt-taçõcs, ilu mina o futuro pcla.s Iiçõc.s do passado:

o teorizar sôbre a harmonia: queriam mudcf, o que não era propósito cienlí'fíco, mas político. Tomaram-se uma

que não c para ser contemplado, mas aproveitado. Teoria é instrumento.

tarismo e conclu/.-nos ao relatÍ\'ismo de

Deve ser humanamente valorizada. Não

essencialmente relativas, porqiie são es

pro\'á\'eis c possíveis. O obser\'ador participa dêssc movimento — e o pro cesso cultural, dentro do qual se desen-

vale por si, mas em função do real.

sencialmente históricas: a.s sociedades

\olvo o conhecimento, c um de seus

Acreditar o contrário é supor cpie elas

têm seu processo de desen\'olvimento,

não são feitas para a realidade, mas a realidade para cias. Reedita-se assim o caso do alfaiate que se indignou contm o comprimento das pernas do freguês, mas justificou cabalmente o tamanho das

que os decretos não paralisam nem al teram. Quando o poder pretende con trariá-lo, perturba — mas perturba aci

aspectos. Daí a dificuldade para evitar o subjctÍ\ ismo, reduzindo-o por uma crí tica que tome em consideração essa ati

brigada de choque contra os erros, que viam aumentados, multiplicados. Onde os economistas da Ciência oficial apre goavam harmonias naturais, eles apon tavam desarmonias artificiais. De um lado, turiferários, do outro demolidore.s.

Uns exaltavam as excelências do capital, outros cortejavam as fôrças do trabalho. Seria que a ciência econômica deveria

olvidar essas preocupações? Mas tais preocupações não serão, porventura, a força nutriz da própria ciência eco nômica?

única maneira de respeitar o passado,

calças: suas pernas é que eram exces sivas.

O erro não era dc sua tesoura,

mas das tíbias do cliente.

O corte foi

certo, o e.squelcto cre.sccu demais. Quan

Diante dêles alguns adotam uma atitude simplista e falsa: refugiam-se no teoris-

Objetividade e sectarismo

Sejamos cautos e, sobretudo, humil des, diante da experiência, fonte dc

trata de estudar as causas da fome e da miséria, fala de tudo, menos da misé ria e da fome. A erudição serve-lhe dc disfarce. Não explicam, mistificam. Fa lam rebarbativ^ente, remexem nas doutrinas, invocam textos mal lidos,

dela, nada. Teorias, por mais abstratas, dela nascem, nela medram e por ela des fazem-se. A abstração não é mera sim

sempre impressionados com o demier

ra é uma interação entre a mente hu

dar mais na vista. Questão de moda. No fundo, são uns pavões ingênuos. Estão na Economia Política como os

tôdas as cogitações humanas.

Fora

plificação, é também um mergulho naintimidade das relações entre os fenô

menos estudados. O processo da cultu mana e a Natureza, enriquecendo-nos

do noções, sociològicnmente transmiti das, formando-se "sistemas dc espiritua

lidade", na expressão de Pieron.

Abs

trair não é afastar-se do real, mas suti-

granfínos na praia: veraneando. Não

lizar conceitos e nêle penetrar mais a

fazem mal a ninguém e causam pasmo

fundo.

aos basbaques. Deixá-los pavonear.

alturas, mas estreitamento de contacto

Forque o essencial no economista vem

tude sobre tal "relatividade". Não con-

fundamos sis infle.xões efêmeras do dia

foi uma discordância de pormonor que não modificou cm nada o panorama geral — porque as leis molares não se

grama com a tendência secular. Distingamos entre os interesses aleatórios das

condicionam às causações individuais. As

nação. Diferenciemos entre uma forma do civilização e a civilização humana.

relações sociais, em seu conjunto, cons

elites e os interêsses permanentes da

bram para fora de seus figurinos!

denemos o que mascara a incapacidade sob erudição inócua. Êste, quando se

cri da Ciência; usam as teorias como as

Na visão da totalidade,

tes econômicos — amaldiçoando a reali

dade social e humana, cujas pernas so

mulheres usam um chapéu bonito - para

dentalmente.

E as leis econômicas são

tas vezes não encontramos esses alfaia

O técnico de Economia está diante e problemas sérios. Sérios e reais. mo. Mas há teorismo e teorismo. Con

todas as leis.

prio movimento histórico — e o senso de

Não é vôo estratosférico para

com a Terra e com os dramas humanos.

a ser um robusto senso da realidade alia

Mais que a qualquer outra ciência — tal

do a uma sólida capacidade de abstra

pensamento é ainda mais adequado à

ção. Aquele sentido do real vivifica a

Economia Política.

1


DiGiiSTíj Econômico

Recuperação das valorizações imerecidas Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto

(Professor Catedratico da Faculdade Paulista do Direito) 1 — Atualidade da matéria

1—0 estágio contemporâneo da evo

lução político-social dos vários povos acentua, dia a dia, a necessidade de crescentes recursos ao Erário Público.

As funções dos governos se ampliam constantemente, emergindo do plano pu ramente jurídico da simples manutenção

de condições de ordem, justiça e segu rança, para o plano das realizações so ciais tendentes ao atendimento das mais

variadas condições de bem-estar e pro gresso dos indivíduos e das coletividades. Horizontes pràticamente ilimitados se

flbrem então à atuação governamental,

sob a pressão dos reclamos de uma so ciedade desajustada e materialista, sem pre ávida de maiores serviços e empre endimentos públicos, assim como exigen te de padrões progressivamente superio res e mais custosos, de sua execução. Por outro lado, naqueles povos onde ví

cios de formação ou condições tempe-

2 — A tributação se afirma, assim, co

mo o processo normal do obtenção de re cursos para o Estado. Êste, no e.xorcíeio dos seus atributo.s de soberania, destxjja

os particulares de uma parcela dc svias riquezas para consecução dos fins que o justificam. E a cs.se sacrifício econô mico que lhes é imposto, tendem os ci

quanto mais forte se fizer sentir a pres

ou jurídico para que alguém rcteniia co

porcionadas aos patrimônios privados,

mo seu o resultado econômico de ação

alheia, desde que o agente desta última o possa, sem dano social, reclamar do

eventual beneficiário. Como se sabe, constitui o próprio conceito nuclear da

produziu, normalmente deflui o do seu

direito

pelo esfôrço ou capitais estranhos aos de

seu titular. Focalizando, pimi maior faci lidade de c.xposição, apenas os bens imó veis (onde mais estáveis e evidentes se

refletem tais valorizações), a ninguém

seria lícito negar que grande parte do acréscimo de valor atribmdo a tais bens

não é derivada

de empreendimentos,

serviços ou obras de iniciativa dos seus

proprietiirios, mas, ao contrário, resulta de obras e melhoramentos

próximos, levados a efeito por ou tros particulares ou pelo Gover esfôrço geral e difuso de x'ários

solicitam, como, especialmente, os pró

trimônio alheio.

teriorizado naquilo que se costu--

prios requisitos da eficiência arrecadadora, doutro modo comprometidos pela evasão, sob suas variadas formas.

chamado princípio de "recuperação das valorizações imerecidas", o qual, em sua conceituação mais ampla, corresponde á obrigação de restítuir alguém a valori zação advinda ao seu patrimônio, por fôrça de ato para o qual não contribuiu,

ticular a qual, na atual fase da finança

àquele a cuja atuação ou esforço se de

tributária, constitui a fonte supridora por excelência da atividade estatal (1).

va dita valorização.

42, pág. 118.

elementos componentes (7). 4 — Notórias são as valorizações pro

sòbrc os efeitos de atos próprios, ainda quando tais efeitos se traduzam numa valorização de pa

3 — As considerações expostas põem em relêvo a atualidade financeira do

Reforme Fiscale Espagnole". In Revue de et de Legislatlon Fmancière. íaac.

com a herança — incxistc título moral

bia, no procc,ssamento da reclamada ex pansão da receita pública. Razões não só de justiça social e intevêsse político a

par a sua organização administrativa das taras da rotina, da demagogia e do fiIhotismo político, mais agudas se fazem sentir as necessidades financeiras, com a

/,s 1_ saINZ de BUJANDA, "La

do Direito Público (6), onde mais elás tica até se revela a conceituação de seus

reconhecimento

acentuada

interesse contemporâneo (5) e sua apli cação sc reconhece abrangente também

da boa formação social ou econômica

Daí a necessidade de uma política financeira cada vez mais cautelosa c sá

res, resistência tanto mais

(4), constitui lun dos lemas de maior

possa reclajuar c.xplicita concessão em contrário, como ocorre, por e.xemplo,

são tributária.

uma resistência defensiva de seus have-

ramentais não permitiram ainda emanci

distendidos. E o resultado inevitável dessa situação é o apêlo cada vez mais forte do Poder Público à riqueza par

não o rc.sullado dc c,sforços ou capitais alheios. E, de fato — com e.xceç-ão das limitadas lúpòteses em que o interesse

noção dc Justiça a regra do "suum cuiquü tribuerc", enunciada pelo Direito Komano; e dêsse imperativo dc sc asse gurar a cada um o direito àqui lo que legitimamente possui ou

dadãos a opor, como ó compreensível,

II — O princípio recuperatório

própria elevação do custo unitário dos serviços públicos, já de tal forma tão

79

E' indiscutível a justiça do princípio,

pois o que o Direito assegura a cada um ó o resultado do seu próprio esfôrço, o

produto dos seu§ próprios capitais, e

no, ou é derivado, ainda, de um

agentes da economia coletiva, exma chamar o progresso social.

A fórmula mais simples e conhecida dessa manifestação da equidade (2) nos ó dada pelo chamado princípio do "en

justo título para que o beneficiário de

riquecimento sem causa", também in

tais valorizações as possa reter; e a de

Não ocorre assim, em princípio, um

titulado "do enriquecimento ilícito" ou

volução, que Uies fôsse imposta, dêsse

"do enriquecimento indevido", segundo

enriquecimento sem justa causa, na rea

o qual a ninguém é lícito locupletar-se à

lidade não os estaria prejudicando nem

custa alheia. No consenso da doutrina,

ocorre o enriquecimento ilícito quando "sem que alguma causa jurídica o justi fique, um patrimônio se enriquece, um outro se empobrece, verificando-se um

I

empobrecendo, pois não importaria em qualquer desfalque de seu primitivo pa trimônio.

Eis aí, em tôda sua simplicidade, r justificativa do princípio de recupera-

laço de correlação entre esses dois fa

tos" (3). A regra, que vem sendo con solidada pela doutrina e jurisprudência

(4) —

VALE FERREIRA

— "Em-i-

quecimento sem causa", ed. 1950, pág. 15. (5) — CARVALHO SANTOS — "Có

digo Civil Interpretado", ed. 1938, vol. XII, pág. 377.

(6) — J. O. QUINTANA — "El en-

(2) — AMERICANO. Jorge — "En saio sôbro enriquecimento sem causa", ed

riquecimento sln causa

1933, pág. 90.

Administrativo", in Revista dei Colégio de

(3) — LE SOURD — "L'expropriation

des

plus-values indiretsi resultant

des travaux publics", ed. 1930, págs. 25.

en el Derecho

Abogados de Buenos Aires pág. 65.

.

vol

XVII .

C) — LE SOURD, ob. cit. pág. 22.


DiGiiSTíj Econômico

Recuperação das valorizações imerecidas Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto

(Professor Catedratico da Faculdade Paulista do Direito) 1 — Atualidade da matéria

1—0 estágio contemporâneo da evo

lução político-social dos vários povos acentua, dia a dia, a necessidade de crescentes recursos ao Erário Público.

As funções dos governos se ampliam constantemente, emergindo do plano pu ramente jurídico da simples manutenção

de condições de ordem, justiça e segu rança, para o plano das realizações so ciais tendentes ao atendimento das mais

variadas condições de bem-estar e pro gresso dos indivíduos e das coletividades. Horizontes pràticamente ilimitados se

flbrem então à atuação governamental,

sob a pressão dos reclamos de uma so ciedade desajustada e materialista, sem pre ávida de maiores serviços e empre endimentos públicos, assim como exigen te de padrões progressivamente superio res e mais custosos, de sua execução. Por outro lado, naqueles povos onde ví

cios de formação ou condições tempe-

2 — A tributação se afirma, assim, co

mo o processo normal do obtenção de re cursos para o Estado. Êste, no e.xorcíeio dos seus atributo.s de soberania, destxjja

os particulares de uma parcela dc svias riquezas para consecução dos fins que o justificam. E a cs.se sacrifício econô mico que lhes é imposto, tendem os ci

quanto mais forte se fizer sentir a pres

ou jurídico para que alguém rcteniia co

porcionadas aos patrimônios privados,

mo seu o resultado econômico de ação

alheia, desde que o agente desta última o possa, sem dano social, reclamar do

eventual beneficiário. Como se sabe, constitui o próprio conceito nuclear da

produziu, normalmente deflui o do seu

direito

pelo esfôrço ou capitais estranhos aos de

seu titular. Focalizando, pimi maior faci lidade de c.xposição, apenas os bens imó veis (onde mais estáveis e evidentes se

refletem tais valorizações), a ninguém

seria lícito negar que grande parte do acréscimo de valor atribmdo a tais bens

não é derivada

de empreendimentos,

serviços ou obras de iniciativa dos seus

proprietiirios, mas, ao contrário, resulta de obras e melhoramentos

próximos, levados a efeito por ou tros particulares ou pelo Gover esfôrço geral e difuso de x'ários

solicitam, como, especialmente, os pró

trimônio alheio.

teriorizado naquilo que se costu--

prios requisitos da eficiência arrecadadora, doutro modo comprometidos pela evasão, sob suas variadas formas.

chamado princípio de "recuperação das valorizações imerecidas", o qual, em sua conceituação mais ampla, corresponde á obrigação de restítuir alguém a valori zação advinda ao seu patrimônio, por fôrça de ato para o qual não contribuiu,

ticular a qual, na atual fase da finança

àquele a cuja atuação ou esforço se de

tributária, constitui a fonte supridora por excelência da atividade estatal (1).

va dita valorização.

42, pág. 118.

elementos componentes (7). 4 — Notórias são as valorizações pro

sòbrc os efeitos de atos próprios, ainda quando tais efeitos se traduzam numa valorização de pa

3 — As considerações expostas põem em relêvo a atualidade financeira do

Reforme Fiscale Espagnole". In Revue de et de Legislatlon Fmancière. íaac.

com a herança — incxistc título moral

bia, no procc,ssamento da reclamada ex pansão da receita pública. Razões não só de justiça social e intevêsse político a

par a sua organização administrativa das taras da rotina, da demagogia e do fiIhotismo político, mais agudas se fazem sentir as necessidades financeiras, com a

/,s 1_ saINZ de BUJANDA, "La

do Direito Público (6), onde mais elás tica até se revela a conceituação de seus

reconhecimento

acentuada

interesse contemporâneo (5) e sua apli cação sc reconhece abrangente também

da boa formação social ou econômica

Daí a necessidade de uma política financeira cada vez mais cautelosa c sá

res, resistência tanto mais

(4), constitui lun dos lemas de maior

possa reclajuar c.xplicita concessão em contrário, como ocorre, por e.xemplo,

são tributária.

uma resistência defensiva de seus have-

ramentais não permitiram ainda emanci

distendidos. E o resultado inevitável dessa situação é o apêlo cada vez mais forte do Poder Público à riqueza par

não o rc.sullado dc c,sforços ou capitais alheios. E, de fato — com e.xceç-ão das limitadas lúpòteses em que o interesse

noção dc Justiça a regra do "suum cuiquü tribuerc", enunciada pelo Direito Komano; e dêsse imperativo dc sc asse gurar a cada um o direito àqui lo que legitimamente possui ou

dadãos a opor, como ó compreensível,

II — O princípio recuperatório

própria elevação do custo unitário dos serviços públicos, já de tal forma tão

79

E' indiscutível a justiça do princípio,

pois o que o Direito assegura a cada um ó o resultado do seu próprio esfôrço, o

produto dos seu§ próprios capitais, e

no, ou é derivado, ainda, de um

agentes da economia coletiva, exma chamar o progresso social.

A fórmula mais simples e conhecida dessa manifestação da equidade (2) nos ó dada pelo chamado princípio do "en

justo título para que o beneficiário de

riquecimento sem causa", também in

tais valorizações as possa reter; e a de

Não ocorre assim, em princípio, um

titulado "do enriquecimento ilícito" ou

volução, que Uies fôsse imposta, dêsse

"do enriquecimento indevido", segundo

enriquecimento sem justa causa, na rea

o qual a ninguém é lícito locupletar-se à

lidade não os estaria prejudicando nem

custa alheia. No consenso da doutrina,

ocorre o enriquecimento ilícito quando "sem que alguma causa jurídica o justi fique, um patrimônio se enriquece, um outro se empobrece, verificando-se um

I

empobrecendo, pois não importaria em qualquer desfalque de seu primitivo pa trimônio.

Eis aí, em tôda sua simplicidade, r justificativa do princípio de recupera-

laço de correlação entre esses dois fa

tos" (3). A regra, que vem sendo con solidada pela doutrina e jurisprudência

(4) —

VALE FERREIRA

— "Em-i-

quecimento sem causa", ed. 1950, pág. 15. (5) — CARVALHO SANTOS — "Có

digo Civil Interpretado", ed. 1938, vol. XII, pág. 377.

(6) — J. O. QUINTANA — "El en-

(2) — AMERICANO. Jorge — "En saio sôbro enriquecimento sem causa", ed

riquecimento sln causa

1933, pág. 90.

Administrativo", in Revista dei Colégio de

(3) — LE SOURD — "L'expropriation

des

plus-values indiretsi resultant

des travaux publics", ed. 1930, págs. 25.

en el Derecho

Abogados de Buenos Aires pág. 65.

.

vol

XVII .

C) — LE SOURD, ob. cit. pág. 22.


' Dicesio Econókoco

Dicrsto Econômico

80

ção, por parle do Estado, das chamadas

ção dos valore.s anterior c post«rior à

exercício de seus atributos de soberania o como árbitro no ajuizamento das con veniências públicas, entende oportuna a efetivação de determinada obra, e dc

zação dos agcntc.s cic? valorização, à se gregação dc fatôrc.s cuiniilatixos cia mes

valorLções imerecid^- Se o Estado, no

SC circunscrcxcin aos bens imóveis, atin

mônio — em ambas as hipóteses será li-

gindo, igualmente, bens moveis, assim como bens corpóreos c bens incorpóreos. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer que, dessa açao difusa do

valorização proporcionada. Sua inicia tiva em tal sentido, ao contrário do que ocorre com os tributos comuns, não cons

tituirá um sacrifício para o contribuinte, porque representará uma simples devo

lução de riqueza para cuja formação não contribuiu. Como bem pondera o Prof.

Paulo Barbosa de Campos Filho, acom panhando a orientação de LE SOURD, a equidade exige um equilíbrio entre os .direitos dos indivíduos e os direitos da

Sociedade, e o princípio recuperatório nada mais visa do que a restauração

desse equilíbrio, quando rompido pelo enriquecimento de alguns à custa dos recursos gerais da comunhão social (8). Inegàvelmente justa, portanto, é a fundamentação do princípio, e propícias,

por conseguinte, as bases psicológicas para sua mais extensa adoção, em bene fício do erário público.

5 _ A generalização prática do insti tuto, entretanto, esbarra em indisfarçáveis complexidades. Em primeiro lugar se erige a dificuldade de medição do exalo montante da "valorização imerecida po.a o proble

ma suseita as delicadas tarefas de afen,a,

"Recuperação das valorizações

Tç, de rfp oi^as nbras p públicas", In Revisdecorrentes ta Forense, vol. 84, pag.

Oiilro relevante aspecto a considerar

diz respeito a justiça, de que si- não pode afastar (piahpuT manifestação do Poder Publico. Aplicações isoladas e

parciais do instituto, em condições que estabeleçam uma flagrante desigualdade

As dificuldades especialmente a\ul-

social especialmente valoriza tal patri reto, noutra como representante da co munhão social) procurar absorver essa

tituto.

ma, à distribuição dc seus efeitos em re lação aos diversos beneficiários etc. tam no tocante à valorização resultante

cito ao Estado (numa como agente di

plicar a justa regulamentação do ins

obra ou evento valori/-intc, à inclivickiali-

.fato a realiza com reais e mensuráveis benefícios a um patrimônio privado; ou se, nas mesmas condições, o progresso

entre os membros da comunhão social —

do progresso social, y>ois seus efeitos não

por onerarem a uns c deixarem imunes

outros em situações compará\eis — não podem, realmente, ser admitidas, à vis

ta dc seus efeitos

profundamente in

justos. 6 — Essas e outras circunstancias ex

progresso social sôbrc determinado pa

plicam o reduzido desenvolvimento que

trimônio, também participou o próprio titular desse patrimônio, agente cpie é,

formação dos capitais privados, como já fizemos sentir.

O insucesso c.vperimontado em \ários paí.ses na aplicação do instituto, quer com relação às valorizações decorrentes

de obras individualizadas, quer com re

lação às xalorizaçõcs produzidas pelo progresso geral, encontra sua explicação nesse lamentável divórcio entre a legis lação o a realidade, esta com suas rudes c irrcmo\'í\'eis imposições, aquela guin dada às contrastantes alturas em que a

situam ingênuos anseios de uma perfei ção inatingível. III — Processos de recuperação

vem tendo o princípio recuperatório, a despeito da excelcncia dc seus funda

como todos os demais membros da co

mentos jurídicos e morais.

munhão social, de ações c reações de toda ordem, integrantes do dinamismo

Longo de

condenarem, entretanto, a sua adoção,

elas apinas encarecem o rigor técnico

da vida econômica geral. Essa circuns

com que se deverá nortear sua institui

tância, justificando a retenção, pelo pró prio beneficiário, dc uma parcela dessa

ção legal c a respectiva regulamentação.

7 — Diversos são os processos através

dos quais se poderá fazer atuar o princi pio de recuperação das valorizações ime recidas. Se quiséssemos, num sumário re lato, exemplificar sua aplicação, podería mos fazê-lo em tomo da classificação se guinte :

valorização, institui mais um elemento a

O importante, no interesse prático da implantação do instituto, é que renuncie

ser .ponderado na aplicação do instituto. A alteração do poder

81

a) —

aquisitivo da

processos recuperatórios de va lorização produzida por deter

o Estado à absorção total das valoriza

moeda constitui ainda um outro delica

ções produzidas, por forma a se tornar

minadas obras ou realizações

do aspecto a ser considerado, pois seus ilusórios efeitos podem desvirtuar ou anular a suposta justiça da recuperação, no processo de avaliação das \'aloriza-

dispensável um absoluto rigor nas ava liações respectivas. Uma vez que o Po

do Estado, e

der Público, na sua ação coletora, não

ções.

processos recuperatórios de va lorização produzida pela ativi

pretenda alcançar os limites extremos da

dade geral da sociedade, de

valorização,

que o Estado é representante

os problemas técnicos da

imposição SC simplificam bastante, por se

Força é convir, ainda, que razões dc

b)

autorizado.

situarem num terreno mais conhecido e

ordem pública poderão também legiti

seguro. As perdas que dessa renúncia

mar uma retenção parcial do benefício,

No propósito de divulgar noções nem

sempre bem definidas no espírito do pú

pelo particular. De fato; no interesse

possam decorrer serão certamente bem

do progresso social, e perfeitamente compreensível que o regimem econômico

menores do que aquelas resultantes da

blico ou dos estudiosos,

omissão, a que por vêzes se reduz o Es

uma ligeira identificação dos processos

tado, ante as perple.xídades suscitadas

mais usuais.

in.stituido repute vantajoso estímulo a formação de capitais e a distensao dos empreendimentos privados, asscgurarIhes o direito à percepção de uma parte da plus-valia resultante do progresso so cial, para o qual concorreram. E', como

por românticas pretensões de rigorosa ou quase total recuperação. E a parcela de riqueza, que de tal forma possa perma necer cm posse do beneficiário — razoá

veis que sejam suas proporções — poderá mesmo constituir um legítimo prêmio ò

se vê, mais um ponto de arbítrio a com-

J

vamos fazer

IV — Unearned increment

8 — A última categoria figurada (item

"b") diz respeito ao instituto que a terminologia financeira vem identifican-


' Dicesio Econókoco

Dicrsto Econômico

80

ção, por parle do Estado, das chamadas

ção dos valore.s anterior c post«rior à

exercício de seus atributos de soberania o como árbitro no ajuizamento das con veniências públicas, entende oportuna a efetivação de determinada obra, e dc

zação dos agcntc.s cic? valorização, à se gregação dc fatôrc.s cuiniilatixos cia mes

valorLções imerecid^- Se o Estado, no

SC circunscrcxcin aos bens imóveis, atin

mônio — em ambas as hipóteses será li-

gindo, igualmente, bens moveis, assim como bens corpóreos c bens incorpóreos. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer que, dessa açao difusa do

valorização proporcionada. Sua inicia tiva em tal sentido, ao contrário do que ocorre com os tributos comuns, não cons

tituirá um sacrifício para o contribuinte, porque representará uma simples devo

lução de riqueza para cuja formação não contribuiu. Como bem pondera o Prof.

Paulo Barbosa de Campos Filho, acom panhando a orientação de LE SOURD, a equidade exige um equilíbrio entre os .direitos dos indivíduos e os direitos da

Sociedade, e o princípio recuperatório nada mais visa do que a restauração

desse equilíbrio, quando rompido pelo enriquecimento de alguns à custa dos recursos gerais da comunhão social (8). Inegàvelmente justa, portanto, é a fundamentação do princípio, e propícias,

por conseguinte, as bases psicológicas para sua mais extensa adoção, em bene fício do erário público.

5 _ A generalização prática do insti tuto, entretanto, esbarra em indisfarçáveis complexidades. Em primeiro lugar se erige a dificuldade de medição do exalo montante da "valorização imerecida po.a o proble

ma suseita as delicadas tarefas de afen,a,

"Recuperação das valorizações

Tç, de rfp oi^as nbras p públicas", In Revisdecorrentes ta Forense, vol. 84, pag.

Oiilro relevante aspecto a considerar

diz respeito a justiça, de que si- não pode afastar (piahpuT manifestação do Poder Publico. Aplicações isoladas e

parciais do instituto, em condições que estabeleçam uma flagrante desigualdade

As dificuldades especialmente a\ul-

social especialmente valoriza tal patri reto, noutra como representante da co munhão social) procurar absorver essa

tituto.

ma, à distribuição dc seus efeitos em re lação aos diversos beneficiários etc. tam no tocante à valorização resultante

cito ao Estado (numa como agente di

plicar a justa regulamentação do ins

obra ou evento valori/-intc, à inclivickiali-

.fato a realiza com reais e mensuráveis benefícios a um patrimônio privado; ou se, nas mesmas condições, o progresso

entre os membros da comunhão social —

do progresso social, y>ois seus efeitos não

por onerarem a uns c deixarem imunes

outros em situações compará\eis — não podem, realmente, ser admitidas, à vis

ta dc seus efeitos

profundamente in

justos. 6 — Essas e outras circunstancias ex

progresso social sôbrc determinado pa

plicam o reduzido desenvolvimento que

trimônio, também participou o próprio titular desse patrimônio, agente cpie é,

formação dos capitais privados, como já fizemos sentir.

O insucesso c.vperimontado em \ários paí.ses na aplicação do instituto, quer com relação às valorizações decorrentes

de obras individualizadas, quer com re

lação às xalorizaçõcs produzidas pelo progresso geral, encontra sua explicação nesse lamentável divórcio entre a legis lação o a realidade, esta com suas rudes c irrcmo\'í\'eis imposições, aquela guin dada às contrastantes alturas em que a

situam ingênuos anseios de uma perfei ção inatingível. III — Processos de recuperação

vem tendo o princípio recuperatório, a despeito da excelcncia dc seus funda

como todos os demais membros da co

mentos jurídicos e morais.

munhão social, de ações c reações de toda ordem, integrantes do dinamismo

Longo de

condenarem, entretanto, a sua adoção,

elas apinas encarecem o rigor técnico

da vida econômica geral. Essa circuns

com que se deverá nortear sua institui

tância, justificando a retenção, pelo pró prio beneficiário, dc uma parcela dessa

ção legal c a respectiva regulamentação.

7 — Diversos são os processos através

dos quais se poderá fazer atuar o princi pio de recuperação das valorizações ime recidas. Se quiséssemos, num sumário re lato, exemplificar sua aplicação, podería mos fazê-lo em tomo da classificação se guinte :

valorização, institui mais um elemento a

O importante, no interesse prático da implantação do instituto, é que renuncie

ser .ponderado na aplicação do instituto. A alteração do poder

81

a) —

aquisitivo da

processos recuperatórios de va lorização produzida por deter

o Estado à absorção total das valoriza

moeda constitui ainda um outro delica

ções produzidas, por forma a se tornar

minadas obras ou realizações

do aspecto a ser considerado, pois seus ilusórios efeitos podem desvirtuar ou anular a suposta justiça da recuperação, no processo de avaliação das \'aloriza-

dispensável um absoluto rigor nas ava liações respectivas. Uma vez que o Po

do Estado, e

der Público, na sua ação coletora, não

ções.

processos recuperatórios de va lorização produzida pela ativi

pretenda alcançar os limites extremos da

dade geral da sociedade, de

valorização,

que o Estado é representante

os problemas técnicos da

imposição SC simplificam bastante, por se

Força é convir, ainda, que razões dc

b)

autorizado.

situarem num terreno mais conhecido e

ordem pública poderão também legiti

seguro. As perdas que dessa renúncia

mar uma retenção parcial do benefício,

No propósito de divulgar noções nem

sempre bem definidas no espírito do pú

pelo particular. De fato; no interesse

possam decorrer serão certamente bem

do progresso social, e perfeitamente compreensível que o regimem econômico

menores do que aquelas resultantes da

blico ou dos estudiosos,

omissão, a que por vêzes se reduz o Es

uma ligeira identificação dos processos

tado, ante as perple.xídades suscitadas

mais usuais.

in.stituido repute vantajoso estímulo a formação de capitais e a distensao dos empreendimentos privados, asscgurarIhes o direito à percepção de uma parte da plus-valia resultante do progresso so cial, para o qual concorreram. E', como

por românticas pretensões de rigorosa ou quase total recuperação. E a parcela de riqueza, que de tal forma possa perma necer cm posse do beneficiário — razoá

veis que sejam suas proporções — poderá mesmo constituir um legítimo prêmio ò

se vê, mais um ponto de arbítrio a com-

J

vamos fazer

IV — Unearned increment

8 — A última categoria figurada (item

"b") diz respeito ao instituto que a terminologia financeira vem identifican-


»•

Dicksto

82

EcoNóxnco'

t

Digesto Econômico

83

justificar a cobrança de taxas comuns,

De

ciais, reduzidas, c-in alguns bigarovS. Na

origem inglesa, nasceu sob a inspiração

Itália o intitulam "íncrcnu-ntn iincritla-

das doutrinas sociais e econômicas que,

to" ou "incremento guaclagnato"; na

Êles proporcionam nma utilidade pcs-

no século XIX, procuraram combater o enriquecimento de ociosos latifundiários

França, "plu.s-value non gaignée". No Brasil inspirou o impòsto sôbre lucros na

pública é que permaucce, é que propor

britânicos. Êstes, em número de 1.500 mais ou menos, retinham o domínio de

venda de imóveis, in.stituído cm 19-16

do como o "uncaraed íncrement".

mais de metade do território da Inglater

(decreto-lei 9.330, dc 10 cie junho). E', como se vê, um instituto de ori

utilização mais democrática e eficiente

gem social, tendo,■entretanto, em prin cipio, apreciável efeito financeiro, em condições que justificariam uma utili

da mesma, facilitou a construção de uma doutrina que recomendava a resti

zação mais franca c sistemática por píirte da administração pública.

ra. A necessidade de dar à terra seu ver-,

dadeiro destino social, permitindo uma

tuição à Sociedade, através do Estado,

da valorização imerecida, isto é, da va

V — Contribuição de melhoria

indireto

do

9 — Dentre os processos rccupc-

ratórios dc valoriziição produzida

proprietário. Dessa forma se for

çava o melhor aproveitamento da

por realizações estatais determina

terra; e se impedia, ainda, o in

das, SC destaca a conhecida "con tribuição de melhoria". Tanto

justo enriquecimento por inação c aproveitamento do esfôrço alheio (9).

neste instituto como no "unear

STUART-MILL foi quem deu corpo^ ao instituto do "unearned increment', justificando uma tributação co brada sobre essa valorização imerecida, com o propósito de absorvê-la total ou

parcialmente. Destarte, corrigindo a in justiça, estava ainda o Estado obtendo substanciais recursos financeiros.

A doutrina, inegâvelmente justa, era, entretanto, de difícil aplicação. A Ale manha foi o primeiro país a adotar o princípio. Em 1910 o instituiu a própria Inglaterra, mas interferências políticas, as próprias dificuldades do sistema e,

principalmente, a complexidade do pro cesso adotado, conduziram-no a um fra

casso geral, proclamado em 1919 (10). O sistema tem logrado aplicações par-

ned Íncrement", se procura recu

perar uma valorização "imereci da"; neste último caso, porem, a valori zação resulta do progresso social, ou se

ja, do esforço indistinto da sociedade, ao passo que na melhoria cia resulta do trabalho do Poder Público.

distinção

Aí está a

entre os dois institutos.

"unearned Íncrement"

O

justifica a resti

de Melhoria", pág. 95.

.

.

(10) — BARBOSA LIMA — in Diáno do Congresso Nacional" de 17-10-1946, pág. 327.

so consagrar como um instituto financei ro norte-americano.

No Brasil, o princípio de recuperação de \aloriz;ição que inspira a contribui

rável do valor dos imóveis próximos. A

ção de melhoria sc manifesta, desde muito tempo, no financiamento dos ser\iços dc pavimentação, embora com os

noção se limita também aos "imóveis",

característicos formais das taxas comuns,

porque estes é que, efetivamente, se va

rclati\'as a serviços. Em 1932, o decreto n. 21.390, de 11 dc maío, instituí a

ciona um aumento duradouro e mensu

lorizam.

Os bens móveis podem benc-

ficiar-se de um aumento de serventia, em razão das obras públicas, mas tal ocorrerá por se encontrarem cm imóveis

"taxa e.special dc benefício", facultando sua adoção pelos Estados o Municípios.

mos é que efetivamente

que passa o instituto a ter consagração constitucional, cm dispositivo incluído

por elas valorizados. .Apenas êstes xiltise valoriziun,

a qualquer tempo, do campo dc influên cia vulorizantc da obra pública. O que eventualmente c.xplicará sua maior utili

dade será a valorizíição obtida pelo imó vel em que sc encontre, não propria mente, ou diretamente, a obra pública

valorizjmto daquele imóvel. Da exposta conccituação ressaltam as condições para que se aplique a contri buição de melhoria :

Só cm 1934, com a nova Constituição, é

no capítulo "Da ordem econômica e social" (artigo 124). Com èsso fundamento jurídico o ins

tituiu especialmente o Estado de São Paulo, em 1936. A lei paulista n. 2.509,

de 2 de janeiro, condensando os princí pios teóricos relativos ao tributo, teve larga influência na sua conccituação em

nosso país e inspirou ainda algumas ou- Jj^Ê trás leis locais, como a do Município de São Paulo, do mesmo ano.

A Constituição de 1937 nada dispôs a

a) — produção de uma valorização de determinado imóvel;

h) — ser essa valorização decorrente de obra públiea.

tuição de toda a valorização imerecida, 10 — A contribuição de melhoria en

respeito do tributo. A de 1946, entre

tanto, o restabeleceu expressamente, já

agora enquadrando-o no capitulo finan

ceiro, como recurso fiscal, ao lado dos impostos, taxas e outras rendas (ar

tigo 30).

sem se preocupar com sua origem ou causa; a contribuição de melhoria so

contra seus primitivos vestígios no Direi

restringe àquelas valorizações mais men

to Romano. Em 1250 é instituído o tri

ca da utilizixção efetiva do instituto, e

buto na Inglaterra, para financiamento das obras dc reparação dos diques do pântano de Rennoy, sendo ainda utiliza do cm outras obras públicas, especial

nesse sentido promulgou o Govêrno Fe deral a lei n. 854, de 10 de outubro dc

mente por ocasião da reedificação de

Constituição", estabelecendo as normas

regulamentação sôbre a matéria. Êsse diploma, que se inspirou fundamental

serviços públicos, porque, consoante o

Londres, em 1667, após o grande incên dio de que foi vítima. Assinala-se, após, certo desuso na In glaterra, e o tributo passa a se expandir

boa doutrina, só as obras ó que justifi cam a imposição. Os serviços podem

cançou grande importância, a ponto de

suráveis, mais comprováveis,

decorren

tes, apenas, da ação direta do Estado. Podemos, assim, definir a contribuição de melhoria como sendo o tributo exigi

do dos proprietários em retribuição do valorização produzida aos seus imóveis por obras públicas. O conceito se res

(9) — BILAC PINTO — "Contribuição

.soal, enquanto se c-.\orcem, mas a obra

pois os bens mó\'cis podem ser retirados,

lorização que não tinha sido fruto do esfôrço direto ou

ta.\as dc ser\-iço, como às vezes se diz.

tringe às "obras públicas", excluindo os

vivamente nos Estados Unidos, onde al

Renovam-se assim as cogitações acer

1949, que "dispõe sôbre a contribuição de melhoria, prevista no artigo 30 da

gerais a que pretende sujeitar qualquer mente na citada lei paulista, enumera os

melhoramentos justificadores da impo

sição (artigo 1), fbca o processo de seu


»•

Dicksto

82

EcoNóxnco'

t

Digesto Econômico

83

justificar a cobrança de taxas comuns,

De

ciais, reduzidas, c-in alguns bigarovS. Na

origem inglesa, nasceu sob a inspiração

Itália o intitulam "íncrcnu-ntn iincritla-

das doutrinas sociais e econômicas que,

to" ou "incremento guaclagnato"; na

Êles proporcionam nma utilidade pcs-

no século XIX, procuraram combater o enriquecimento de ociosos latifundiários

França, "plu.s-value non gaignée". No Brasil inspirou o impòsto sôbre lucros na

pública é que permaucce, é que propor

britânicos. Êstes, em número de 1.500 mais ou menos, retinham o domínio de

venda de imóveis, in.stituído cm 19-16

do como o "uncaraed íncrement".

mais de metade do território da Inglater

(decreto-lei 9.330, dc 10 cie junho). E', como se vê, um instituto de ori

utilização mais democrática e eficiente

gem social, tendo,■entretanto, em prin cipio, apreciável efeito financeiro, em condições que justificariam uma utili

da mesma, facilitou a construção de uma doutrina que recomendava a resti

zação mais franca c sistemática por píirte da administração pública.

ra. A necessidade de dar à terra seu ver-,

dadeiro destino social, permitindo uma

tuição à Sociedade, através do Estado,

da valorização imerecida, isto é, da va

V — Contribuição de melhoria

indireto

do

9 — Dentre os processos rccupc-

ratórios dc valoriziição produzida

proprietário. Dessa forma se for

çava o melhor aproveitamento da

por realizações estatais determina

terra; e se impedia, ainda, o in

das, SC destaca a conhecida "con tribuição de melhoria". Tanto

justo enriquecimento por inação c aproveitamento do esfôrço alheio (9).

neste instituto como no "unear

STUART-MILL foi quem deu corpo^ ao instituto do "unearned increment', justificando uma tributação co brada sobre essa valorização imerecida, com o propósito de absorvê-la total ou

parcialmente. Destarte, corrigindo a in justiça, estava ainda o Estado obtendo substanciais recursos financeiros.

A doutrina, inegâvelmente justa, era, entretanto, de difícil aplicação. A Ale manha foi o primeiro país a adotar o princípio. Em 1910 o instituiu a própria Inglaterra, mas interferências políticas, as próprias dificuldades do sistema e,

principalmente, a complexidade do pro cesso adotado, conduziram-no a um fra

casso geral, proclamado em 1919 (10). O sistema tem logrado aplicações par-

ned Íncrement", se procura recu

perar uma valorização "imereci da"; neste último caso, porem, a valori zação resulta do progresso social, ou se

ja, do esforço indistinto da sociedade, ao passo que na melhoria cia resulta do trabalho do Poder Público.

distinção

Aí está a

entre os dois institutos.

"unearned Íncrement"

O

justifica a resti

de Melhoria", pág. 95.

.

.

(10) — BARBOSA LIMA — in Diáno do Congresso Nacional" de 17-10-1946, pág. 327.

so consagrar como um instituto financei ro norte-americano.

No Brasil, o princípio de recuperação de \aloriz;ição que inspira a contribui

rável do valor dos imóveis próximos. A

ção de melhoria sc manifesta, desde muito tempo, no financiamento dos ser\iços dc pavimentação, embora com os

noção se limita também aos "imóveis",

característicos formais das taxas comuns,

porque estes é que, efetivamente, se va

rclati\'as a serviços. Em 1932, o decreto n. 21.390, de 11 dc maío, instituí a

ciona um aumento duradouro e mensu

lorizam.

Os bens móveis podem benc-

ficiar-se de um aumento de serventia, em razão das obras públicas, mas tal ocorrerá por se encontrarem cm imóveis

"taxa e.special dc benefício", facultando sua adoção pelos Estados o Municípios.

mos é que efetivamente

que passa o instituto a ter consagração constitucional, cm dispositivo incluído

por elas valorizados. .Apenas êstes xiltise valoriziun,

a qualquer tempo, do campo dc influên cia vulorizantc da obra pública. O que eventualmente c.xplicará sua maior utili

dade será a valorizíição obtida pelo imó vel em que sc encontre, não propria mente, ou diretamente, a obra pública

valorizjmto daquele imóvel. Da exposta conccituação ressaltam as condições para que se aplique a contri buição de melhoria :

Só cm 1934, com a nova Constituição, é

no capítulo "Da ordem econômica e social" (artigo 124). Com èsso fundamento jurídico o ins

tituiu especialmente o Estado de São Paulo, em 1936. A lei paulista n. 2.509,

de 2 de janeiro, condensando os princí pios teóricos relativos ao tributo, teve larga influência na sua conccituação em

nosso país e inspirou ainda algumas ou- Jj^Ê trás leis locais, como a do Município de São Paulo, do mesmo ano.

A Constituição de 1937 nada dispôs a

a) — produção de uma valorização de determinado imóvel;

h) — ser essa valorização decorrente de obra públiea.

tuição de toda a valorização imerecida, 10 — A contribuição de melhoria en

respeito do tributo. A de 1946, entre

tanto, o restabeleceu expressamente, já

agora enquadrando-o no capitulo finan

ceiro, como recurso fiscal, ao lado dos impostos, taxas e outras rendas (ar

tigo 30).

sem se preocupar com sua origem ou causa; a contribuição de melhoria so

contra seus primitivos vestígios no Direi

restringe àquelas valorizações mais men

to Romano. Em 1250 é instituído o tri

ca da utilizixção efetiva do instituto, e

buto na Inglaterra, para financiamento das obras dc reparação dos diques do pântano de Rennoy, sendo ainda utiliza do cm outras obras públicas, especial

nesse sentido promulgou o Govêrno Fe deral a lei n. 854, de 10 de outubro dc

mente por ocasião da reedificação de

Constituição", estabelecendo as normas

regulamentação sôbre a matéria. Êsse diploma, que se inspirou fundamental

serviços públicos, porque, consoante o

Londres, em 1667, após o grande incên dio de que foi vítima. Assinala-se, após, certo desuso na In glaterra, e o tributo passa a se expandir

boa doutrina, só as obras ó que justifi cam a imposição. Os serviços podem

cançou grande importância, a ponto de

suráveis, mais comprováveis,

decorren

tes, apenas, da ação direta do Estado. Podemos, assim, definir a contribuição de melhoria como sendo o tributo exigi

do dos proprietários em retribuição do valorização produzida aos seus imóveis por obras públicas. O conceito se res

(9) — BILAC PINTO — "Contribuição

.soal, enquanto se c-.\orcem, mas a obra

pois os bens mó\'cis podem ser retirados,

lorização que não tinha sido fruto do esfôrço direto ou

ta.\as dc ser\-iço, como às vezes se diz.

tringe às "obras públicas", excluindo os

vivamente nos Estados Unidos, onde al

Renovam-se assim as cogitações acer

1949, que "dispõe sôbre a contribuição de melhoria, prevista no artigo 30 da

gerais a que pretende sujeitar qualquer mente na citada lei paulista, enumera os

melhoramentos justificadores da impo

sição (artigo 1), fbca o processo de seu


i'

Dioksto

84

lançamento (artigo 3), estabelece limi tes em relação a valorizações individua lizadas (artigo 4) c adota, enfim, outras várias medidas.complementares.

11 — Ninguém poderá contestar a jus tiça da contribuição de melhoria, assim como a necessidade de se a tornar efeti va em nossa tena. É uma interessante

bir.ESTO Econômico

Eckínómico

c haveriam possívxdmente experimenta do o nu-smu fraca.s.so que ocorreu nou

de 1930, apenas cm 1936 foi instituído em São Paulo

85

c nalgun.s municípios,

tros paí.ses.

sem que, contudo, lograssem aplicação

porcionadas jicla mesma obra. O direito

Nesse èrro, imtrelanto, incidiu a nosso

efetiva as respectivas leis. Tudo isso estava a rccomruiclar cpic a reimplantação do tributo se inspirasse num espírito prático, capaz, clc reduzir

ver^o legislador brasileiro, o qual, em polgado pela doutrina mais avançada, não alentou para a própria experiência

ao mínimo as dificuldades naliiraís do

a que, em \ários paises, foi ela submeti

fonte de recursos que não se está apro

sistema. Não foi. entretanto, o que ocor

veitando, e da qual muito poderiam es perar as finanças públicas, especialmente

da. Em estudo que fizi-nios no Instituto dos Advogados (11), tixemos ocasião

exatamente a fórmula mais eoinplc.va do

as dos municípios. Tivessem os poderes

públicos possibilidade de custear, com contribuição dessa ordem, tôdas as suas

obras valorizantes do patrimônio priva do, e estariam certamente

aliviados os

reu. A lei federal promulgada consagra

do analisar com mais detalhe è.sso as pecto, apontando ainda dixer.sos oiilro.s

processamento do tributo. Essa fórmula diz respeito ao processo de lançamento, que tem sido o ponto crucial cio institu

eonstitueionalidade do x ários dispositi

to. Há, como SC sabe, dois processos básicos do lançamento: ou se procede

tados e Município.s, c.xorbilanlcs^ outros

defeitos da lei 854, dentre os quais a invos, ofcnsi\-os uns da autonomia dos Es

contribuintes gerais, isto é, tôda a cole

com base cm índices dc valoriziição .sim

da competência

tividade, a qual, através dos impostos,

plesmente presumida, corrigívcis opor

do Governo Federal.

vem arcando com o custo dessas obras.

tunamente, ou SC faz o lançamento com base na c.xata valorização, apurada em

Por outro lado, não estaríamos assistin

do à injustiça resultante do enriqueci mento de alguns proprietários, em con seqüência de obras pagas com recursos auferidos de tôda a comunidade.

Entretanto, para que se alcancem es ses resultados financeiros e económico-

sociais, é preciso que se institua o tribu

to em condições de fácil aplicação, à vis ta das naturais complexidades que o ca racterizam. Não é fácil, realmente, ava

propriatório.

Ao fixar a indenização

correspondente à área c.qíropriada, deve o juiz atender, além de outras

País, c seus efeitos

cconómico-sociais

tado \'alcr os seus direitos de recupera ção. O nosso direito consigna êsse pro

mente a imposição c, acíotado com cri

seriam dc molde a contribuir paru maior

cesso recuperatório (artigo 27 do decre

tério e moderação, satisfaz plenamente.

justiça da tributação cm geral. Mas, nos termos em que se apresenta a lei, não nos parece possível alimentar espe ranças dc generalização e progresso do instituto, fadado, ao contrário, ao mes

to-lei número 3.365, de 21 dc junho de 1941), mas a circunstância dc êle atuar •

O segundo, porém, converte cada lança mento num processo complicado, cheio de diligencias e operações, onde, por

as demais valorizações eventualmente concomitantes, e decorrentes de outros

velmente o custo da arrecadaçao. Foi bem sentindo essas circunstâncias

variados fatores, inclusive do próprio xar-se a zona de influência valorizantc

todas que os norte-americanos optaram, do uma forma geral, pelo processo sim plificado, relegando o outro, mais evo

do melhoramento, e a gradação decor

luído e completo, apenas para certas hi

um insucesso inicial, pois, facultado des

13 — Mais apreciáveis são os efeitos da compensação admitida pelo direito ex-

meiro sistema simplifica cxtraorclínària-

complexas repartições, onerando sensi

uma aceitação mais generalizada nos vá

pois SC restringem às hipóteses em que ocorra provocação dc proprietário pre judicado.

oportunidade em que faz então o Es

escoimando-se essa plus-valia de tôdas

rios países. No Brasil mesmo, já tivemos

Código Ci\il. Seus efeitos, porém, como se percebe, são e.xlrcmamcntc limitado,s,

to ressurgido em condições tão precá rias, pois seu.s resultados financeiros po deriam ser utilissimos ao progresso do

zas e contestações,

cil a aplicação do tributo, e por tais mo tivos é que não tem o mesmo obtido

vés do instituto da "compensação", pro\'isto nos artigos 1.009 c seguintes do.

avaliação regular, feita em relação a ca da um dos imóveis beneficiados. O pri

liar-se com precisão o montante da va

rente dessa influência. Todas essas cir

cunso a essa recuperação indireta, atra

circuihstuncias, à valorização propor cionada pela obra pública ao even-

lorização gerada por uma obra pública,

cunstâncias, dentre outras, tornam difí

meramente normativa

comum oferece então ao Estado o ro-

E c dc SC lamentar niie haja o institu

vêzes, são francamente aleatórios os elemento.s levados em consideração. Isso acarreta inúmeras divergências, incerte

progresso social. Difícil, também, é fi

pleiteia o Poder Público uma compensa ção correspondente às \-antagens pro

mo destino de tantas outras criações le

gislativas, que não souberam sentir as

e exige custosas c

póteses ou para administrações mais aparelhadas. Dessa forma puderam apli car o instituto e usufruir os seus saluta

res efeitos. De outro modo, porém, a despeito de tôdas as facilidades de que dispõe a progressista civilização do nor te, não teriam logrado o êxito apontado,

imposições das modestas realidades em que deveriam viver. VI — Compensação de danos

12 — A recuperação das valorizações

decorrentes da obra pública pode efeti var-se ainda através de processos indire tos. Um deles ocorre, por exemplo, quan do, ao ser demandada por prejuízos even tualmente advindos de obra pública,

lua!

remanescente

da

mesma

iírea,

apenas em relação a alguns dos que são afetados pelo plano cxpropriatório (ape nas os proprietários de áreas remanes centes) sacrifica a justiça da imposição, o explica, a nosso ver, a acentuada mo deração com que o \'em admitindo a jurisprudência. VII — Excess condcmnation

14 — Fornece, entretanto, o direito cx

propriatório, um processo mais completo o justo de absorção das \'alorizações ime

recidas. E' que, na manifestação dos po deres inerentes ao seu domínio emi

nente, costuma-se reconhecer ao Estado

o direito de cxpropriar não s5 as áreas ^

(11) — CARVALHO PINTO, C. A. — Contribuição de Melhoria — A lei fe

deral normativa", ed. 1949.

extritamente necessárias ao melhoramen-

.to, como também aquelas aue se valorizArem sensivelmente em razão do mes-


i'

Dioksto

84

lançamento (artigo 3), estabelece limi tes em relação a valorizações individua lizadas (artigo 4) c adota, enfim, outras várias medidas.complementares.

11 — Ninguém poderá contestar a jus tiça da contribuição de melhoria, assim como a necessidade de se a tornar efeti va em nossa tena. É uma interessante

bir.ESTO Econômico

Eckínómico

c haveriam possívxdmente experimenta do o nu-smu fraca.s.so que ocorreu nou

de 1930, apenas cm 1936 foi instituído em São Paulo

85

c nalgun.s municípios,

tros paí.ses.

sem que, contudo, lograssem aplicação

porcionadas jicla mesma obra. O direito

Nesse èrro, imtrelanto, incidiu a nosso

efetiva as respectivas leis. Tudo isso estava a rccomruiclar cpic a reimplantação do tributo se inspirasse num espírito prático, capaz, clc reduzir

ver^o legislador brasileiro, o qual, em polgado pela doutrina mais avançada, não alentou para a própria experiência

ao mínimo as dificuldades naliiraís do

a que, em \ários paises, foi ela submeti

fonte de recursos que não se está apro

sistema. Não foi. entretanto, o que ocor

veitando, e da qual muito poderiam es perar as finanças públicas, especialmente

da. Em estudo que fizi-nios no Instituto dos Advogados (11), tixemos ocasião

exatamente a fórmula mais eoinplc.va do

as dos municípios. Tivessem os poderes

públicos possibilidade de custear, com contribuição dessa ordem, tôdas as suas

obras valorizantes do patrimônio priva do, e estariam certamente

aliviados os

reu. A lei federal promulgada consagra

do analisar com mais detalhe è.sso as pecto, apontando ainda dixer.sos oiilro.s

processamento do tributo. Essa fórmula diz respeito ao processo de lançamento, que tem sido o ponto crucial cio institu

eonstitueionalidade do x ários dispositi

to. Há, como SC sabe, dois processos básicos do lançamento: ou se procede

tados e Município.s, c.xorbilanlcs^ outros

defeitos da lei 854, dentre os quais a invos, ofcnsi\-os uns da autonomia dos Es

contribuintes gerais, isto é, tôda a cole

com base cm índices dc valoriziição .sim

da competência

tividade, a qual, através dos impostos,

plesmente presumida, corrigívcis opor

do Governo Federal.

vem arcando com o custo dessas obras.

tunamente, ou SC faz o lançamento com base na c.xata valorização, apurada em

Por outro lado, não estaríamos assistin

do à injustiça resultante do enriqueci mento de alguns proprietários, em con seqüência de obras pagas com recursos auferidos de tôda a comunidade.

Entretanto, para que se alcancem es ses resultados financeiros e económico-

sociais, é preciso que se institua o tribu

to em condições de fácil aplicação, à vis ta das naturais complexidades que o ca racterizam. Não é fácil, realmente, ava

propriatório.

Ao fixar a indenização

correspondente à área c.qíropriada, deve o juiz atender, além de outras

País, c seus efeitos

cconómico-sociais

tado \'alcr os seus direitos de recupera ção. O nosso direito consigna êsse pro

mente a imposição c, acíotado com cri

seriam dc molde a contribuir paru maior

cesso recuperatório (artigo 27 do decre

tério e moderação, satisfaz plenamente.

justiça da tributação cm geral. Mas, nos termos em que se apresenta a lei, não nos parece possível alimentar espe ranças dc generalização e progresso do instituto, fadado, ao contrário, ao mes

to-lei número 3.365, de 21 dc junho de 1941), mas a circunstância dc êle atuar •

O segundo, porém, converte cada lança mento num processo complicado, cheio de diligencias e operações, onde, por

as demais valorizações eventualmente concomitantes, e decorrentes de outros

velmente o custo da arrecadaçao. Foi bem sentindo essas circunstâncias

variados fatores, inclusive do próprio xar-se a zona de influência valorizantc

todas que os norte-americanos optaram, do uma forma geral, pelo processo sim plificado, relegando o outro, mais evo

do melhoramento, e a gradação decor

luído e completo, apenas para certas hi

um insucesso inicial, pois, facultado des

13 — Mais apreciáveis são os efeitos da compensação admitida pelo direito ex-

meiro sistema simplifica cxtraorclínària-

complexas repartições, onerando sensi

uma aceitação mais generalizada nos vá

pois SC restringem às hipóteses em que ocorra provocação dc proprietário pre judicado.

oportunidade em que faz então o Es

escoimando-se essa plus-valia de tôdas

rios países. No Brasil mesmo, já tivemos

Código Ci\il. Seus efeitos, porém, como se percebe, são e.xlrcmamcntc limitado,s,

to ressurgido em condições tão precá rias, pois seu.s resultados financeiros po deriam ser utilissimos ao progresso do

zas e contestações,

cil a aplicação do tributo, e por tais mo tivos é que não tem o mesmo obtido

vés do instituto da "compensação", pro\'isto nos artigos 1.009 c seguintes do.

avaliação regular, feita em relação a ca da um dos imóveis beneficiados. O pri

liar-se com precisão o montante da va

rente dessa influência. Todas essas cir

cunso a essa recuperação indireta, atra

circuihstuncias, à valorização propor cionada pela obra pública ao even-

lorização gerada por uma obra pública,

cunstâncias, dentre outras, tornam difí

meramente normativa

comum oferece então ao Estado o ro-

E c dc SC lamentar niie haja o institu

vêzes, são francamente aleatórios os elemento.s levados em consideração. Isso acarreta inúmeras divergências, incerte

progresso social. Difícil, também, é fi

pleiteia o Poder Público uma compensa ção correspondente às \-antagens pro

mo destino de tantas outras criações le

gislativas, que não souberam sentir as

e exige custosas c

póteses ou para administrações mais aparelhadas. Dessa forma puderam apli car o instituto e usufruir os seus saluta

res efeitos. De outro modo, porém, a despeito de tôdas as facilidades de que dispõe a progressista civilização do nor te, não teriam logrado o êxito apontado,

imposições das modestas realidades em que deveriam viver. VI — Compensação de danos

12 — A recuperação das valorizações

decorrentes da obra pública pode efeti var-se ainda através de processos indire tos. Um deles ocorre, por exemplo, quan do, ao ser demandada por prejuízos even tualmente advindos de obra pública,

lua!

remanescente

da

mesma

iírea,

apenas em relação a alguns dos que são afetados pelo plano cxpropriatório (ape nas os proprietários de áreas remanes centes) sacrifica a justiça da imposição, o explica, a nosso ver, a acentuada mo deração com que o \'em admitindo a jurisprudência. VII — Excess condcmnation

14 — Fornece, entretanto, o direito cx

propriatório, um processo mais completo o justo de absorção das \'alorizações ime

recidas. E' que, na manifestação dos po deres inerentes ao seu domínio emi

nente, costuma-se reconhecer ao Estado

o direito de cxpropriar não s5 as áreas ^

(11) — CARVALHO PINTO, C. A. — Contribuição de Melhoria — A lei fe

deral normativa", ed. 1949.

extritamente necessárias ao melhoramen-

.to, como também aquelas aue se valorizArem sensivelmente em razão do mes-


DiGKSTO Econômico 86

mo. Nessa hipótese, paga o Estado ao particular o justo valor de sua proprie dade antes da obra valorizante, e, ven

dendo-a posteriormente, recupera, no

preço acrescido, a valorização decorren te do melhoramento. E' a chamada ex-

propriação por zona, ou marginal, a excess condemnation" dos ingleses. E', como se vê, também um processo

marginal so sujeita o Estado a uin xoiltoso investimento, a ser posteriormente

reembolsado c acrescido do alinejado valor da melhoria produzida pela obra. Na contribuição cic melhoria, poupq-so o Estado aos riscos dessa revenda futu

ra e aos ônus da compra marginal, pois a valorização é recuperada pela simples

imposição fiscal, traduzida mentos da taxa.

encontra grandes dificuldades financei

tui a expropriação por zona um institu to de incontestável justiça e de inegá

bilização dos mesmos.

O sistema é originário da França, e

tem tido adoção esparsa, em vários paí ses.

Na legislação brasileira vem ex

pressamente consagrado pelo artigo 4."

do decreto-lei n. 3.365, de 1941, que dispõe sobre a desapropriação por utili

dade pública. Anteriormente a essa. lei, conquanto opiniões houvesse que a jul gavam compatível com os princípios do direito expropriatório então vigente,

Aplicado com extensão capaz de não produzir iníquas desigualdades, consti

que reclama podem ser em grande par

insólita para os seus leitores.

cedente do México, noticiando haver o

te obviadas por um plano bom estudado

mento da casa, vinha falar mais uma vez

à ausência das normas democráticas cm

riam uma melhor compreensão entre os

segundo artigo de uma série que pros seguiria com críticas ao sufrágio univer sal o outros tabus (sic), dirigidas por vezes com boa pontaria.

ainda nas

nossos podcres constituídos o os institu

tos de previdência social, no sentido de mais estreita colaboração financeira, que

a todos só poderia beneficiar.

16 — A extensão já atingida por .êste trabalhonão nospermitc uma análise mais da súmula feita, entretanto, já nos pa

rece suficiente para assinalar o elevado interêsse com que a deveriam encarar

ao comum, habitual, ordinário.

do Estado, ao passo que esta constitui

social, como ainda pelo seu apreciável alcance financeiro, propiciando a recu

peração dos recursos auferidos pelo Es tado com sacrifício de tôda a comunhão

social, e cuja aplicação, no entanto, ^

uma nítida imposição tributána. Seus

alguns de seus membros especialmente

são também diversos. Na expropnaçab

valorizações imerecidas.

aspectos práticos e efeitos financeiros,

presidente da Organização dos Estados

nal, de lui muito integrado no pensa da ilusão democrática no Brasil. Era o

dívida pública, sem falar

política de reajustamento econômico o

tui manifestação do domimo emmente

Assíduo colaborador do referido jor

grandes possibilidades que proporciona

o sincrònico de emissão de títulos da

extraordinário, isto é, superior

o nrocesso não se confunde com a

seguinte subtítulo: "A "ilusão democrá

Americanos, Embaixador Luis Quintanilla, precisado "que suas recentes alusões

os nossos estadistas, não só como fonte de instrumentos utilíssimos a uma sadia

contribuição dc melhoria, porque consti

e cntrelínhado, ao qual o redator deu o

derivadas das imobilízaçõcs financeiras

extensa e detalhada da matéria. A rápi

pública;

indicavam com clareza a decisão do elei

artigo. E no mesmo número, à mesma

página, publicava o matutino em ques tão um telegrama inserido com destaque tica" em certos países da América Lati na". Tratava-se duma comunicação pro

15 — Em face do preceito legal ora vi

I)] — o aumento de valor deve ser

LOUNS dias depois do pleito de 3 dc outubro, quando as apurações já

cracia liberal, usava .de uma linguagem

VIII — Conclusões

reta e imediatamente da obra

ta do Direito. Autor de "O Positivismo Jurídico e o Direito Natural" c "Conceito e natureza da sociedade política")

vel interesse financeiro. As dificuldades

diverso.

a) - a valorização deve resultar di

J. P. Galyão de Sousa (Professor de Teoria Geral do Estado na Faculdade Paulis

torado, surpreendente para muitos, um matutino paulista, que sempre se vanglo riou dc ser o porta-bandeira da demo

orientou-se a jurisprudência em sentido

gente, duas são as condições para a expropriação marginal:

\T(IALI«ADE BIMSILEIRA E MIVDIAL

nos lança

de recuperação de valorizações, de maior simplicidade administrativa do que a contribuição de melhoria, mas que ras para adoção generalizada, por exi gir extensos capitais e prolongada imo-

di;mocu\cii\ poiític/i e eco\Omic/i k\

enriquece

sob a forma das chamadas

Para um leitor do Joseph de Maistre

ou Charles Maurras, por exemplo, o ar ticulista não dizia nada de novo.

Mas

para aqueles cujas idéias políticas se ti vessem haurido nas colunas do órgão em apreço, a surpresa talvez fosse maior do que o resultado das eleições. Assim é que, tomando a clássica ex

pressão de Lincoln — "governo do po

alguns países dizem respeito unicamen te á América Latina". Em discurso pro

nunciado no Congresso anual das Fa culdades de No\'a York, afirmara o Em-

bai.vador Quintanilla que a democracia continental atualmente é uma ilusão,

mencionando uma lista de trinta "peca

do.':" contra a justiça social, a liberdade individual, ou a forma representativa de governo, "pecados esses cometidos, em

maior ou menor intensidade, por tôdas as 21 Repúblicas da América Latina".

Volta, pois, a democracia para a ber

vo, pelo povo e para o povo" , — como

linda, tal como antes da guerra, quando

definição da democracia, afirmava o

estava na moda responsabilizá-la por to

ilustre jornalista: "Essa é uma das tais

dos os males do muiido. Depois da bre ve e intensa euforia democrática que se

fórmulas sonoras, que vão sendo repeti das pela música e equilíbrio das palíívras, mas que na essência se reduzem a palavras e nada mais. Não tem substân cia. Com essa definição nebulosa e im

precisa se justificam todas as interpreta ções antagônicas e incompatíveis do vo

seguiu à vitória das Nações Unidas so bro o "eixo", e enquanto as duas mais poderosas dessas nações se defrontam na tremenda expectativa de um novo con flito, há homens que começam a cair em

cábulo democracia" (1). "A ilusão democrática" era o título do

(1) — V. Cy, A UusSo democrática, in O Estado de S. Paulo, 19-X-1950.


DiGKSTO Econômico 86

mo. Nessa hipótese, paga o Estado ao particular o justo valor de sua proprie dade antes da obra valorizante, e, ven

dendo-a posteriormente, recupera, no

preço acrescido, a valorização decorren te do melhoramento. E' a chamada ex-

propriação por zona, ou marginal, a excess condemnation" dos ingleses. E', como se vê, também um processo

marginal so sujeita o Estado a uin xoiltoso investimento, a ser posteriormente

reembolsado c acrescido do alinejado valor da melhoria produzida pela obra. Na contribuição cic melhoria, poupq-so o Estado aos riscos dessa revenda futu

ra e aos ônus da compra marginal, pois a valorização é recuperada pela simples

imposição fiscal, traduzida mentos da taxa.

encontra grandes dificuldades financei

tui a expropriação por zona um institu to de incontestável justiça e de inegá

bilização dos mesmos.

O sistema é originário da França, e

tem tido adoção esparsa, em vários paí ses.

Na legislação brasileira vem ex

pressamente consagrado pelo artigo 4."

do decreto-lei n. 3.365, de 1941, que dispõe sobre a desapropriação por utili

dade pública. Anteriormente a essa. lei, conquanto opiniões houvesse que a jul gavam compatível com os princípios do direito expropriatório então vigente,

Aplicado com extensão capaz de não produzir iníquas desigualdades, consti

que reclama podem ser em grande par

insólita para os seus leitores.

cedente do México, noticiando haver o

te obviadas por um plano bom estudado

mento da casa, vinha falar mais uma vez

à ausência das normas democráticas cm

riam uma melhor compreensão entre os

segundo artigo de uma série que pros seguiria com críticas ao sufrágio univer sal o outros tabus (sic), dirigidas por vezes com boa pontaria.

ainda nas

nossos podcres constituídos o os institu

tos de previdência social, no sentido de mais estreita colaboração financeira, que

a todos só poderia beneficiar.

16 — A extensão já atingida por .êste trabalhonão nospermitc uma análise mais da súmula feita, entretanto, já nos pa

rece suficiente para assinalar o elevado interêsse com que a deveriam encarar

ao comum, habitual, ordinário.

do Estado, ao passo que esta constitui

social, como ainda pelo seu apreciável alcance financeiro, propiciando a recu

peração dos recursos auferidos pelo Es tado com sacrifício de tôda a comunhão

social, e cuja aplicação, no entanto, ^

uma nítida imposição tributána. Seus

alguns de seus membros especialmente

são também diversos. Na expropnaçab

valorizações imerecidas.

aspectos práticos e efeitos financeiros,

presidente da Organização dos Estados

nal, de lui muito integrado no pensa da ilusão democrática no Brasil. Era o

dívida pública, sem falar

política de reajustamento econômico o

tui manifestação do domimo emmente

Assíduo colaborador do referido jor

grandes possibilidades que proporciona

o sincrònico de emissão de títulos da

extraordinário, isto é, superior

o nrocesso não se confunde com a

seguinte subtítulo: "A "ilusão democrá

Americanos, Embaixador Luis Quintanilla, precisado "que suas recentes alusões

os nossos estadistas, não só como fonte de instrumentos utilíssimos a uma sadia

contribuição dc melhoria, porque consti

e cntrelínhado, ao qual o redator deu o

derivadas das imobilízaçõcs financeiras

extensa e detalhada da matéria. A rápi

pública;

indicavam com clareza a decisão do elei

artigo. E no mesmo número, à mesma

página, publicava o matutino em ques tão um telegrama inserido com destaque tica" em certos países da América Lati na". Tratava-se duma comunicação pro

15 — Em face do preceito legal ora vi

I)] — o aumento de valor deve ser

LOUNS dias depois do pleito de 3 dc outubro, quando as apurações já

cracia liberal, usava .de uma linguagem

VIII — Conclusões

reta e imediatamente da obra

ta do Direito. Autor de "O Positivismo Jurídico e o Direito Natural" c "Conceito e natureza da sociedade política")

vel interesse financeiro. As dificuldades

diverso.

a) - a valorização deve resultar di

J. P. Galyão de Sousa (Professor de Teoria Geral do Estado na Faculdade Paulis

torado, surpreendente para muitos, um matutino paulista, que sempre se vanglo riou dc ser o porta-bandeira da demo

orientou-se a jurisprudência em sentido

gente, duas são as condições para a expropriação marginal:

\T(IALI«ADE BIMSILEIRA E MIVDIAL

nos lança

de recuperação de valorizações, de maior simplicidade administrativa do que a contribuição de melhoria, mas que ras para adoção generalizada, por exi gir extensos capitais e prolongada imo-

di;mocu\cii\ poiític/i e eco\Omic/i k\

enriquece

sob a forma das chamadas

Para um leitor do Joseph de Maistre

ou Charles Maurras, por exemplo, o ar ticulista não dizia nada de novo.

Mas

para aqueles cujas idéias políticas se ti vessem haurido nas colunas do órgão em apreço, a surpresa talvez fosse maior do que o resultado das eleições. Assim é que, tomando a clássica ex

pressão de Lincoln — "governo do po

alguns países dizem respeito unicamen te á América Latina". Em discurso pro

nunciado no Congresso anual das Fa culdades de No\'a York, afirmara o Em-

bai.vador Quintanilla que a democracia continental atualmente é uma ilusão,

mencionando uma lista de trinta "peca

do.':" contra a justiça social, a liberdade individual, ou a forma representativa de governo, "pecados esses cometidos, em

maior ou menor intensidade, por tôdas as 21 Repúblicas da América Latina".

Volta, pois, a democracia para a ber

vo, pelo povo e para o povo" , — como

linda, tal como antes da guerra, quando

definição da democracia, afirmava o

estava na moda responsabilizá-la por to

ilustre jornalista: "Essa é uma das tais

dos os males do muiido. Depois da bre ve e intensa euforia democrática que se

fórmulas sonoras, que vão sendo repeti das pela música e equilíbrio das palíívras, mas que na essência se reduzem a palavras e nada mais. Não tem substân cia. Com essa definição nebulosa e im

precisa se justificam todas as interpreta ções antagônicas e incompatíveis do vo

seguiu à vitória das Nações Unidas so bro o "eixo", e enquanto as duas mais poderosas dessas nações se defrontam na tremenda expectativa de um novo con flito, há homens que começam a cair em

cábulo democracia" (1). "A ilusão democrática" era o título do

(1) — V. Cy, A UusSo democrática, in O Estado de S. Paulo, 19-X-1950.


Digrsto Econóníic.o

do das clcnçõcs, continuariam.a lhe diri

Dicvstí»

Econômico

89

si mesmos. Fracassaram querendo apli

se transformou. Pelo contrário, as na

car, cm condições históricas tão di\or-

meramente acidentai, d<- mais ou de me

cionalizações sistemáticas, os planos Be-

sas, a democracia anglo-saxònica. Não

quais soem tirar proveito.

como a <iucrcni, fica-lhes nmito mais co-

zador que muito pouco se compadece

O fenômeno entre nós representa um novo capítulo da Ilusão Americana de

inodo dizer fpie o po\«> brasileiro nao

foram capazes dc instituir um rcgimem democrático que lhes servisse. E a responsabilidade por èssc estado

veridgc, a política trabalhista, começa ram a imprimir na \ ida pública daque

com o fim de manter certas ilusões das

nos nas nrna.s. ^ Diante dos sucessivos fracassos, no Brasil, da di mocracia, tal

dc coisas está muito longe de caber ao

com os ideais da democracia clássica.

nunciada em seu tempo por Eduardo

praticá-la do que confessar as falhas in

si, esfregam os olhos c passam a enxer

gar melhor através das muitas cortinas de fumaça, que os forjadores da opinião

pública mundial espalham pelos ares,

gir cncòrnios,

tudo pí)r uma <iucslão

está con\'cnicntenicntc

ctlucado

para

Prado. Mas longe está de se restringir

trínsecas do rcgimem por cies preconi-

ao Brasil e à América.

zíido.

Nem devemos

pensar que à falta de amadurecimento

Eazcin lembrar atpièles apologistas da

povo, à massa ignara. Recai toda sòbvc as elites dirigentes, siôbro os bacharéis do mentalidade excessivamente formalis-

le país um cunho socializante o centrali

Aí estão os veementes discursos de

Winston Churchill para comprová-lo. Que significa êssc encaminhamento da

ta, sobre os homens públicos iludidos por "fórmulas sonoras e sem subs

Inglaterra para o totalitarismo, após a vitória sobre os Estados totalitários ? Tal

dos nossos povos é que se deve o malo

Constituição de 1891. (pie às acusações

tancia".

gro da democracia neste continente.

de quantos consideravam a primeira Lei Magna republicana inaclcc[uacla ao nos

fracassos democráticos na América Lati

tóricos" em face do reginiem inaugura

so meio, respondiam ser (itima a Consti tuição, só faltando aplicar-se. Não per

na, e por viverem os nossos povos a osci

é a grande interrogação plantada ante os espectadores atônitos pelo ex-Primei ro Ministro, a quem coube a glória de dirigir o formicIá\'cI esforço de guerra dos seus compatriotas.

do a 15 de novembro de 1889.

cebiam que aí estava c.xatanicntc tuna de

lar pcrpètuamcnto entro a demagogia c

"Não era esta a república dos meus sonhos 1..

viviam a lamentar os "his

"Não é esta a

suas maiores fa-

democracia pela

Ihas: era inexe-

qual lutamos..." dizem os desen

quívcl, no Bra

Eis aí os \crdadciros culpados pelos

o caudilinsmo. A crise das democracias

Era o tema cm voga antes da última

cantados de ho

sil. O argumen to de defesa

je. Mas quase

trnnsfonnava - se

Volta a ser o tema dos nossos dias.

sempre

numa arma da-

E não somente no Brasil e na América

conse-

guem escapar pela tangente. Como aquôle escritor que, fracassando nas suas ex

periências da lavoura, atirava toda a

culpa sobre as costas do pobre Jeca Ta tu, assim estes desiludidos da democra

cia se põem a deblaterar contra o povo brasileiro, segundo êles ignorante, atra sado, boçal e causador dos desastres

oriundos não de um rcgimem em si mesmo excelente, mas da incapacidade

dos que devem aplicá-lo. E' vêzo muito nosso, isso de estarmos

da ao adversário.

Agora, estes apregoam as excelências do um rcgimem para o qual dizem não 'estar o povo brasileiro suficientemente amadurecido. E quando, afinal, procu

raremos não fórmulas políticas ideal mente perfeitas ou muito boas para po vos adrede preparados, mas instituições que na realidade nos convonliam ? A democracia está sendo um cquÍNOco entre os povos da América Latina-

Daí as queixas do Embaixador Quinta-

continuamente a nos diminuir perante o

nilla. E não ó de boje tal situação. Da

estrangeiro e perante nós mesmos. Nada

ta dos primeiros tempos da existência

do estranhar, pois, que venham dizer : - "Não estamos preparados. Somos um povo de analfabetos...

dos nossos povos como nações indepen

Assim não precisam dar a mão a pal matória muitos dos atuais críticos da de

mocracia que ainda ontem a louvavam, e aliás, se outro tivesse sido o resulta-

dentes, nascidas ao sopro das idiéias re volucionárias e cosmopolitas da época do iluminismo, com olhos postos nas ins

tituições da primeira lepiiblica america na. Ató hoje os povos da Antévica Lati na politicamente não se encontraram U

Mas, afinal, Churchill é um orador da

oposição conservadora procurando de

guerra mundial.

Latina I

No outono dc 1940, ao regressar dc Londre.s para oj Estados Unidos, o ex-

Embaixador Konncdy, em sensacional entrevista, declarava: Democracij is fi-

nished in England / (2) Provàvelmenlc, o conhecido diploma ta so manifestava cm tais termos .sob in

molir a política do Partido Trabalhista.

A quem assim alegar, para pôr em dú vida a imparcialidade

das apreciações

feitas pelo prestigioso líder, que não tem

poupado invectivas contra os solapadores da xãtória, talvez mereça mais cré

dito o depoimento sereno de um ilustre

professor c economista, que já em 1944 denunciava o grande perigo com o qual teriam dc se defrontar as democracias

no após-guerra. Trata-se de Fricdrich A. Hayek, professor dc Economia, Polí tica na Universidade de Viena, testemu

nha ocular do surto e expansão do na

fluencia do que lhe fora dado observar na Inglaterra em pleno esforço de mo bilização total, para poder enfrentar as

zismo, e posteriormente radicado na In glaterra, onde se achava desde 1931,

contingências da guerra. Entretanto, passadas aquelas circuns

nho da Servidão", nós (3).

tâncias excepcionais, cessados os moti vos determinantes de uma direção ab

sorvente da vida nacional pelo Estado, O aspecto da democracia britânica não (2) — o fato é relatado por HAROLD LASKY, Refleclions on lhe Revoluüon of Our Time, Tlie Viking Press, Ncw York. 1943, p. 366.

quando escreveu o seu livro "O Cami traduzido

entre

O professor Hayck antecipara-se ao

parlamentar Churchill levantando esta questão: "Estarão as democracias a mar(3) — FRIEDRICH A. HAYEK, The Road to Serfdom, University of Chica

go Press.

A tradução portuguêsa foi

editada pela Livraria do Globo, de Por to Alegre,


Digrsto Econóníic.o

do das clcnçõcs, continuariam.a lhe diri

Dicvstí»

Econômico

89

si mesmos. Fracassaram querendo apli

se transformou. Pelo contrário, as na

car, cm condições históricas tão di\or-

meramente acidentai, d<- mais ou de me

cionalizações sistemáticas, os planos Be-

sas, a democracia anglo-saxònica. Não

quais soem tirar proveito.

como a <iucrcni, fica-lhes nmito mais co-

zador que muito pouco se compadece

O fenômeno entre nós representa um novo capítulo da Ilusão Americana de

inodo dizer fpie o po\«> brasileiro nao

foram capazes dc instituir um rcgimem democrático que lhes servisse. E a responsabilidade por èssc estado

veridgc, a política trabalhista, começa ram a imprimir na \ ida pública daque

com o fim de manter certas ilusões das

nos nas nrna.s. ^ Diante dos sucessivos fracassos, no Brasil, da di mocracia, tal

dc coisas está muito longe de caber ao

com os ideais da democracia clássica.

nunciada em seu tempo por Eduardo

praticá-la do que confessar as falhas in

si, esfregam os olhos c passam a enxer

gar melhor através das muitas cortinas de fumaça, que os forjadores da opinião

pública mundial espalham pelos ares,

gir cncòrnios,

tudo pí)r uma <iucslão

está con\'cnicntenicntc

ctlucado

para

Prado. Mas longe está de se restringir

trínsecas do rcgimem por cies preconi-

ao Brasil e à América.

zíido.

Nem devemos

pensar que à falta de amadurecimento

Eazcin lembrar atpièles apologistas da

povo, à massa ignara. Recai toda sòbvc as elites dirigentes, siôbro os bacharéis do mentalidade excessivamente formalis-

le país um cunho socializante o centrali

Aí estão os veementes discursos de

Winston Churchill para comprová-lo. Que significa êssc encaminhamento da

ta, sobre os homens públicos iludidos por "fórmulas sonoras e sem subs

Inglaterra para o totalitarismo, após a vitória sobre os Estados totalitários ? Tal

dos nossos povos é que se deve o malo

Constituição de 1891. (pie às acusações

tancia".

gro da democracia neste continente.

de quantos consideravam a primeira Lei Magna republicana inaclcc[uacla ao nos

fracassos democráticos na América Lati

tóricos" em face do reginiem inaugura

so meio, respondiam ser (itima a Consti tuição, só faltando aplicar-se. Não per

na, e por viverem os nossos povos a osci

é a grande interrogação plantada ante os espectadores atônitos pelo ex-Primei ro Ministro, a quem coube a glória de dirigir o formicIá\'cI esforço de guerra dos seus compatriotas.

do a 15 de novembro de 1889.

cebiam que aí estava c.xatanicntc tuna de

lar pcrpètuamcnto entro a demagogia c

"Não era esta a república dos meus sonhos 1..

viviam a lamentar os "his

"Não é esta a

suas maiores fa-

democracia pela

Ihas: era inexe-

qual lutamos..." dizem os desen

quívcl, no Bra

Eis aí os \crdadciros culpados pelos

o caudilinsmo. A crise das democracias

Era o tema cm voga antes da última

cantados de ho

sil. O argumen to de defesa

je. Mas quase

trnnsfonnava - se

Volta a ser o tema dos nossos dias.

sempre

numa arma da-

E não somente no Brasil e na América

conse-

guem escapar pela tangente. Como aquôle escritor que, fracassando nas suas ex

periências da lavoura, atirava toda a

culpa sobre as costas do pobre Jeca Ta tu, assim estes desiludidos da democra

cia se põem a deblaterar contra o povo brasileiro, segundo êles ignorante, atra sado, boçal e causador dos desastres

oriundos não de um rcgimem em si mesmo excelente, mas da incapacidade

dos que devem aplicá-lo. E' vêzo muito nosso, isso de estarmos

da ao adversário.

Agora, estes apregoam as excelências do um rcgimem para o qual dizem não 'estar o povo brasileiro suficientemente amadurecido. E quando, afinal, procu

raremos não fórmulas políticas ideal mente perfeitas ou muito boas para po vos adrede preparados, mas instituições que na realidade nos convonliam ? A democracia está sendo um cquÍNOco entre os povos da América Latina-

Daí as queixas do Embaixador Quinta-

continuamente a nos diminuir perante o

nilla. E não ó de boje tal situação. Da

estrangeiro e perante nós mesmos. Nada

ta dos primeiros tempos da existência

do estranhar, pois, que venham dizer : - "Não estamos preparados. Somos um povo de analfabetos...

dos nossos povos como nações indepen

Assim não precisam dar a mão a pal matória muitos dos atuais críticos da de

mocracia que ainda ontem a louvavam, e aliás, se outro tivesse sido o resulta-

dentes, nascidas ao sopro das idiéias re volucionárias e cosmopolitas da época do iluminismo, com olhos postos nas ins

tituições da primeira lepiiblica america na. Ató hoje os povos da Antévica Lati na politicamente não se encontraram U

Mas, afinal, Churchill é um orador da

oposição conservadora procurando de

guerra mundial.

Latina I

No outono dc 1940, ao regressar dc Londre.s para oj Estados Unidos, o ex-

Embaixador Konncdy, em sensacional entrevista, declarava: Democracij is fi-

nished in England / (2) Provàvelmenlc, o conhecido diploma ta so manifestava cm tais termos .sob in

molir a política do Partido Trabalhista.

A quem assim alegar, para pôr em dú vida a imparcialidade

das apreciações

feitas pelo prestigioso líder, que não tem

poupado invectivas contra os solapadores da xãtória, talvez mereça mais cré

dito o depoimento sereno de um ilustre

professor c economista, que já em 1944 denunciava o grande perigo com o qual teriam dc se defrontar as democracias

no após-guerra. Trata-se de Fricdrich A. Hayek, professor dc Economia, Polí tica na Universidade de Viena, testemu

nha ocular do surto e expansão do na

fluencia do que lhe fora dado observar na Inglaterra em pleno esforço de mo bilização total, para poder enfrentar as

zismo, e posteriormente radicado na In glaterra, onde se achava desde 1931,

contingências da guerra. Entretanto, passadas aquelas circuns

nho da Servidão", nós (3).

tâncias excepcionais, cessados os moti vos determinantes de uma direção ab

sorvente da vida nacional pelo Estado, O aspecto da democracia britânica não (2) — o fato é relatado por HAROLD LASKY, Refleclions on lhe Revoluüon of Our Time, Tlie Viking Press, Ncw York. 1943, p. 366.

quando escreveu o seu livro "O Cami traduzido

entre

O professor Hayck antecipara-se ao

parlamentar Churchill levantando esta questão: "Estarão as democracias a mar(3) — FRIEDRICH A. HAYEK, The Road to Serfdom, University of Chica

go Press.

A tradução portuguêsa foi

editada pela Livraria do Globo, de Por to Alegre,


t"v .■

Eííonómico

Dici-:sTo ECO nóniico

91

90

char inconscientemente pela estrada do totalitarismo ?"

Dirigindo-se a ingleses e americanos, o autor afirma que os povos vencedores da Alemanha estão correndo o risco de seguir os mesmos rumos da nação ven

Herança dc uma .serie clc erros acu mulados através da História c qiic politi camente culminaram com o liberalismo o o socialismo, ideologias das quais de rivam os extravíos da mundo de boje.

democracia no

cida. Nota nos Estados Unidos e na In

narquia constitucional.

Daí por diante

o rei reina c não governa. Firma-se o

governo dc gabinete,

que servirá de

modelo para os rcgimens parlamentares

doutros povos. Trata-se efeti\'amontc de \ima inovação c não de simples restau ração da antiga monarquia limitada.

polgado com a técnica da Constituição americana.

Com a Revolução Francesa fêz-se tá

bua rasa da tradição. E ôsse processo de reforma do Estado foi pôslo cm prá tica não só na França. Contaminou to

dos os países que sofreram a influência

O liberalismo e a democracia política

Apesar disso, entretanto, mantém-se uma grande continuidade na linha de evolu

dos "imortais princípios", especialmente

O regímem democrático, tal como vem sendo aplicado pelos povos ocidentais desde princípios do século XIX, pro

ção política da Inglaterra. Prende-se ainda o regimem ás instituições do sécu lo XIII, dos tempos da Magna Cluirta. Permanece inalterável o caráter costu

verificará muito de discutível em suas

cede imediata c diretamente destes três acontecimentos históricos fundamentais: a chamada Revoluç-rio Gloriosa na Ingla terra, a llcvoluç<ão Americana e a Revo

diam copiar as instituições britânicas ou norte-americanas, os políticos e juristas dêstes povos o faziam deixando de imi tar o bom-senso dos ingleses o o espírito

afirmações. Mas o que não poderá ser

lução Francesa.

glaterra de hoje uma grande semelhan. ça com a Alemanha da época que pre cedeu imediatamente ao nazismo.

As

mesmas idéias predominantes então en tro os teutos reaparecem agora entre os

políticos, economistas e técnicos em pla nejamento das democracias ocidentais. Leia-se o livro de Hayek. Logo se contestado é o fundamento das observa

ções do autor, ao demonstrar a existên

Sem dúvida, as origens remotas da democracia

moderna .se encontram na

os povos latinos. Ainda quando preten

meiro do direito inglês. A constituição continua a se desenvolver gradualmente, não o uma constituição "fabricada", pa

prático dos ianques. Pois procuravam aplicar aquelas instituições cm países

ra usar a expressão clássica de Freeman. Por sua vez, proclamada a indepen dência, os Estados Unidos seguem a li

tes dc outra índole e outra mentalidade.

dü formação histórica dh'ersa, entre gen

Espalhando-se por tôda a Europa, do minando os intelectuais das nações jo

cia de uma patente analogia entre os

revolução intelectual do século XVIII,

nha do sua formação liistóriea. Das car

vens da América, o jacobinismo revolu

processos que preparam o triunfo das

que preparou a revolução política. An

tas de colonização vindas da metrópole

tes de ser minada a ordem social, já o vinham sendo as inteligências. Basta

cionário de 1789 fi.xou as grandes linhas da ideologia liberal no século XIX.

ção federal da União há uma transição

fôrças no- ^totalitárias na Alemanha Alemanha ee os os no vos métodos de planejamento social das democracias.

analisar o papel desempenhado

pelas

às constituições estaduais e à Constitui

natural, sem rupturas violentas com o

Aí está um problema infinitamente

sociedades do pensamento, cuja atuação,

passado, sem aplicação de fórmulas ju

niais sério que o dos processos de insti-

desvendada por Angustio Cocliin, Taine ainda não conhecia quando escreveu a história da Revolução. E cumpre ir

rídicas abstratas alienígenas. E' o que

.tuíçúo dos órgãos governamentais, com respeito ao futuro das democracias. Uma crise muito mais profunda, pondo em jôgo não apenas a sobrevivência de um re-

explica, aliás, que até hoje esteja aquele país a se reger pela sua primeira consti

tuição, promulgada há quase dois sécu-

mais longo, chegar até ao protestantismo, para se encontrar a chave do verda

losl (5). xônica foi a sedimentação tradicional.

uma nova barbárie pelo rôlo compressor

deiro sentido do sistema político instau rado pelo liberalismo. A gênese, ideológica da democracia

do Estado-Leviathan (4).

moderna vem de longe. .A sua formula

gimem político, mas o próprio futuro da civilização, ameaçada de ser reduzida a

Crise pela qual tôda a estrutura da sociedade está sendo afetada, a concep

ção dos fins do Estado subvertida e até mesmo a idéia geral sobre o homem e o universo esvaziada de todo o conteúdo

moral e religioso, no mais embrutecedor dos materialismos. M)

Veja-se, a propósito, no mesmo

sentido da tese de Hayek, LUDWIG V. MISES, Le Gouvernement Omnipolení, trad. de M. De Hulster, Lib. de Médicis, Paris.

O que valeu à democracia anglo-sa. Não refletiram bem sobre isso alguns de seus grandes admiradores, que preconi

ção jurídica, porém, a sistemática dos seus princípios, a maneira de aplicá-los na organização do Estado, procede so bretudo dos reformadores da monarquia britânica, dos construtores da primeira república nâscida na América e dos de-

zavam a adoção de suas instituições em povos de tradições muito outras: na

molidores do antigo regimem na França.

(5) — Compare-se a estabilidade da Constituição norte-americana, atualizada

O parlamentarismo inglês, depois de expulsos os Stuarts, adquire definitiva mente a sua feição atual no correr do século XVIII. Â ditadura de Gromwen

c à monarquia absoluta segue-se a mo-

França, um Montesquieu; no Brasil, tun Nabuco fascinado pelo brilho do Parla mento inglês, ou um Rui Barbosa em-

A Revolução Francesa

Niera

reagir

contra o absolutismo monárquico. Subs tituiu-o, entretanto, por outro absolutis mo: o absolutismo democrático do povo soberano. Isso no domínio das idéias. E

na realidade política acentuou muito

mais a centralização do poder que os monarcas absolutos vinham promovendo, em dano dos privilégios, foros e garan tias de tôda espécie que limitavam a monarquia tradicional (6). Deu-se com o líberabsmo da Revolu

ção o mesmo que se passa hoje com as (6) — O absolutismo popular é patente no "Contrato Social" de Rousseau. Na mesma obra, de tão grande influência na

formação do liberalismo, pode-se encon trar a fundamentação ideológica do Es

tado ceníral^ador baseado numa con

pelo sistema dos amendmenls, com a ins tabilidade constitucional da América La

tina. A explicação é muito simples. Pre valece nos Estados Unidos o direito his

tórico. Nas demais repúblicas do conti nente, o direito abstrato.

cepção individualista da sociedade. Mais ainda: a imagem do Estado totalitário es

boça-se com clareza nas páginas do "Con trato Social", cuja leitura, em confronto

com os discursos de Churchill e o livro

de Hayek, projeta muita luz para com

preender o totalitarismo que se instila nas democracias de hoje.


t"v .■

Eííonómico

Dici-:sTo ECO nóniico

91

90

char inconscientemente pela estrada do totalitarismo ?"

Dirigindo-se a ingleses e americanos, o autor afirma que os povos vencedores da Alemanha estão correndo o risco de seguir os mesmos rumos da nação ven

Herança dc uma .serie clc erros acu mulados através da História c qiic politi camente culminaram com o liberalismo o o socialismo, ideologias das quais de rivam os extravíos da mundo de boje.

democracia no

cida. Nota nos Estados Unidos e na In

narquia constitucional.

Daí por diante

o rei reina c não governa. Firma-se o

governo dc gabinete,

que servirá de

modelo para os rcgimens parlamentares

doutros povos. Trata-se efeti\'amontc de \ima inovação c não de simples restau ração da antiga monarquia limitada.

polgado com a técnica da Constituição americana.

Com a Revolução Francesa fêz-se tá

bua rasa da tradição. E ôsse processo de reforma do Estado foi pôslo cm prá tica não só na França. Contaminou to

dos os países que sofreram a influência

O liberalismo e a democracia política

Apesar disso, entretanto, mantém-se uma grande continuidade na linha de evolu

dos "imortais princípios", especialmente

O regímem democrático, tal como vem sendo aplicado pelos povos ocidentais desde princípios do século XIX, pro

ção política da Inglaterra. Prende-se ainda o regimem ás instituições do sécu lo XIII, dos tempos da Magna Cluirta. Permanece inalterável o caráter costu

verificará muito de discutível em suas

cede imediata c diretamente destes três acontecimentos históricos fundamentais: a chamada Revoluç-rio Gloriosa na Ingla terra, a llcvoluç<ão Americana e a Revo

diam copiar as instituições britânicas ou norte-americanas, os políticos e juristas dêstes povos o faziam deixando de imi tar o bom-senso dos ingleses o o espírito

afirmações. Mas o que não poderá ser

lução Francesa.

glaterra de hoje uma grande semelhan. ça com a Alemanha da época que pre cedeu imediatamente ao nazismo.

As

mesmas idéias predominantes então en tro os teutos reaparecem agora entre os

políticos, economistas e técnicos em pla nejamento das democracias ocidentais. Leia-se o livro de Hayek. Logo se contestado é o fundamento das observa

ções do autor, ao demonstrar a existên

Sem dúvida, as origens remotas da democracia

moderna .se encontram na

os povos latinos. Ainda quando preten

meiro do direito inglês. A constituição continua a se desenvolver gradualmente, não o uma constituição "fabricada", pa

prático dos ianques. Pois procuravam aplicar aquelas instituições cm países

ra usar a expressão clássica de Freeman. Por sua vez, proclamada a indepen dência, os Estados Unidos seguem a li

tes dc outra índole e outra mentalidade.

dü formação histórica dh'ersa, entre gen

Espalhando-se por tôda a Europa, do minando os intelectuais das nações jo

cia de uma patente analogia entre os

revolução intelectual do século XVIII,

nha do sua formação liistóriea. Das car

vens da América, o jacobinismo revolu

processos que preparam o triunfo das

que preparou a revolução política. An

tas de colonização vindas da metrópole

tes de ser minada a ordem social, já o vinham sendo as inteligências. Basta

cionário de 1789 fi.xou as grandes linhas da ideologia liberal no século XIX.

ção federal da União há uma transição

fôrças no- ^totalitárias na Alemanha Alemanha ee os os no vos métodos de planejamento social das democracias.

analisar o papel desempenhado

pelas

às constituições estaduais e à Constitui

natural, sem rupturas violentas com o

Aí está um problema infinitamente

sociedades do pensamento, cuja atuação,

passado, sem aplicação de fórmulas ju

niais sério que o dos processos de insti-

desvendada por Angustio Cocliin, Taine ainda não conhecia quando escreveu a história da Revolução. E cumpre ir

rídicas abstratas alienígenas. E' o que

.tuíçúo dos órgãos governamentais, com respeito ao futuro das democracias. Uma crise muito mais profunda, pondo em jôgo não apenas a sobrevivência de um re-

explica, aliás, que até hoje esteja aquele país a se reger pela sua primeira consti

tuição, promulgada há quase dois sécu-

mais longo, chegar até ao protestantismo, para se encontrar a chave do verda

losl (5). xônica foi a sedimentação tradicional.

uma nova barbárie pelo rôlo compressor

deiro sentido do sistema político instau rado pelo liberalismo. A gênese, ideológica da democracia

do Estado-Leviathan (4).

moderna vem de longe. .A sua formula

gimem político, mas o próprio futuro da civilização, ameaçada de ser reduzida a

Crise pela qual tôda a estrutura da sociedade está sendo afetada, a concep

ção dos fins do Estado subvertida e até mesmo a idéia geral sobre o homem e o universo esvaziada de todo o conteúdo

moral e religioso, no mais embrutecedor dos materialismos. M)

Veja-se, a propósito, no mesmo

sentido da tese de Hayek, LUDWIG V. MISES, Le Gouvernement Omnipolení, trad. de M. De Hulster, Lib. de Médicis, Paris.

O que valeu à democracia anglo-sa. Não refletiram bem sobre isso alguns de seus grandes admiradores, que preconi

ção jurídica, porém, a sistemática dos seus princípios, a maneira de aplicá-los na organização do Estado, procede so bretudo dos reformadores da monarquia britânica, dos construtores da primeira república nâscida na América e dos de-

zavam a adoção de suas instituições em povos de tradições muito outras: na

molidores do antigo regimem na França.

(5) — Compare-se a estabilidade da Constituição norte-americana, atualizada

O parlamentarismo inglês, depois de expulsos os Stuarts, adquire definitiva mente a sua feição atual no correr do século XVIII. Â ditadura de Gromwen

c à monarquia absoluta segue-se a mo-

França, um Montesquieu; no Brasil, tun Nabuco fascinado pelo brilho do Parla mento inglês, ou um Rui Barbosa em-

A Revolução Francesa

Niera

reagir

contra o absolutismo monárquico. Subs tituiu-o, entretanto, por outro absolutis mo: o absolutismo democrático do povo soberano. Isso no domínio das idéias. E

na realidade política acentuou muito

mais a centralização do poder que os monarcas absolutos vinham promovendo, em dano dos privilégios, foros e garan tias de tôda espécie que limitavam a monarquia tradicional (6). Deu-se com o líberabsmo da Revolu

ção o mesmo que se passa hoje com as (6) — O absolutismo popular é patente no "Contrato Social" de Rousseau. Na mesma obra, de tão grande influência na

formação do liberalismo, pode-se encon trar a fundamentação ideológica do Es

tado ceníral^ador baseado numa con

pelo sistema dos amendmenls, com a ins tabilidade constitucional da América La

tina. A explicação é muito simples. Pre valece nos Estados Unidos o direito his

tórico. Nas demais repúblicas do conti nente, o direito abstrato.

cepção individualista da sociedade. Mais ainda: a imagem do Estado totalitário es

boça-se com clareza nas páginas do "Con trato Social", cuja leitura, em confronto

com os discursos de Churchill e o livro

de Hayek, projeta muita luz para com

preender o totalitarismo que se instila nas democracias de hoje.


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Dickstü

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Drr.KSTíi

Ecí).NV)>aci>

Econômico

93

democracias. Enveredam estas pelo to

tnocTUcia inspirncla iio.s princípios da Re

cias n:i atualidade está cm estruturar cs-

o conlròlc do poder econômico, que fi

talitarismo, depois de terem vencido os

volução. Mas a Liberdade abstrata. C)

Estados totalitários. Transformou-se lo

liberte! <fue de crimes on cotnmet en

•sa.s lôrças na orgânica do Estado, renun ciando definitivamente ás ficções do li

go o Estado liberal no Estado centrali zador, depois de ter combatido os abu

ton uom... dizia Madamc Roland no

beralismo.

cadafalso. Melhor o poderiam di/.cr os

Só a.ssiin a miragem ilusória de uma

cava navS mãos de um grupo de privile giados, sendo assim o antigo privilégio de sangue substituído pelo do dinheiro. Em prol da democratização do poder

sos da centralização do poder real.

operários da sociedade liberal, reduzidos

democracia abstrata deixará de provocar

A causa principal dèsse paradoxal re.sultado foi a abolição dos antigos "esta

à mísera condição do proletário moderno sob as leis protetoras da liberdade de

novas e amargas decepções.

dos" ou "ordens" sociais, das corpora ções de oficio, das autarquias regionais c

trabalho. Era esta uma arma de dois

O sncidíisnío e d democrado econômico

municipais, centros de vida social autô

noma que limitavam o poder central c mantinham o Estado num regimcm de

livro concorrência, de.s'apareeidos os or ganismos corporativos, cpic garantiam as

sado foi. como so sabe. uma decorrência

grande descentralização.

liberdades concretas do trabalhador.

cação dos princípios liberais. A libcrdad( para todos c a igualdade jurídica

Aqueles numerosos laços que uniam os rescentes não podiam subsistir ante os

postulados da Revolução. Era preciso

deixar a liberdade individual expandir-

se ao máximo. Como ensinava Rousseau, entre os indivíduos e o Estado ne

nhuma organização intermediária deve ria existir (7).

Assim a sociedade política passou a ser considerada simples soma de indiví duos reunidos pelo pacto social, e não mais, segundo a natureza das coisas e a

experiência histórica, uma reunião orgâ nica de famílias e outros agrupamentos. Poeira de indivíduos em face do poder do Estado, tal é o esquema da sociedade liberal. Daí o se transformarem as de mocracias modernas em democracias de massas, isto é, massas de "cidadãos"

anônimos e desligados de qualquer vín culo social, como se os homens vivessem

dispersos e solit.áríos. A Liberdade foi o grande ideal da de/7\ _ j J. ROUSSEAU,

Social. L. II, c. IIII:

Du Conlrat

H Imporle donc,

pour avoir bien Ténoncé de Ia volonté

générale. eru'il n'y aií pas de sociéíé partielie dans Téíaí; el que chaque ciíoyen

n'opine que d'après lui: lelle fui Tunique el sublime inslilution du grand Lycur-

gue. Rousseau, o nume tutelar das de

mocracias liberais modernas, inspirando-

se na Esparta totalitária de Licurgo !

Recompõcm-so

"Não posso conceber o que seja^.a li berdade de um desempregado america

gumes, a qual se tornaria instrumento da opressão capitalista no regimem d.i

membros das comunidades outrora flo

econômico \ inha lutar o socialismo.

(1 surto do socialismo no século pas da situação econômica criada pela apli

hoje tais organismos,

no", disse um dia Molotov (9). Nessa frase bem se reflete o critério democrático dos socialistas.

Conio os

fascistas, que Niviam a acusar a "demo cracia formal" do liberalismo, podem di zer o mesmo os partidários das "demo cracias populares" de hoje. Não lhes importa a democracia como "governo

pois ó incoercível a tendènei;i dos que

alrstratamcnte definidas nos textos cons

trabalham juntos pura se agruparem em

titucionais davam como resultado a con

pelo povo". O que almejam é realiz^ir

centração abu.si\'a do capital nas mãos

efetivamente a democracia

dc-fcsa. dos interèsse.s coimins. Países co resistiu à avalanche indi\'idualista, fo

ram por isso mesmo os que melhor en

frentaram a crise econômica e política das democracias. E um falo muito signi

ficativo na situação atual daquele po\ò

"Abandonado à chamada lei da liber

é o ocaso do Partido Liberal, o menos

dade do contrato — escreve eminente ju

rista — o operariado viu-se reduzido, nos

representativo dos grupos orgânicos na nação, grupos estes que afirmam o seu vigor nas fileiras do trabalbismo ora

dominante

ou nas hostes do pujantc

Partido Conservador. Entre nós, as for ças produtoras da Lavoura, Indústria e

Comércio procuram também atuar sobre as inconsistentes e frágeis organizações partidárias, .suprindo assim as lacunas de um sistema representativo no qual náo sü acham representados os autênticos interesses da nação. Mais persistente

parece ser a mentalidade individualista nas profissões liberais, apesar de se en

contrar entro elas o tradicional organis mo corjjoratívp da Ordem dos Advoga dos. Quanto aos sindicatos operários, a tarefa mais urgente que tem diante de si é libertarem-se da demagogia e da ex ploração política. O grande problema para as dcmocra-

como "go-

dc poucos, contrastando com a proleta- vèmo para o povo", ainda através de rização crescente. O liberalismo sacrifi uma ditadura, como preconizava Lenin cara a igualdade à liberdade. O socia " e se começou a fazer na Rússia (10). lismo não titubeou em renunciar u li A questão está em saber se a esse berdade para alcançar a igualdade. ideal de igualdade corresponde a reali

mo a Inglaterra, onde a \ ida associativa

r

dade política dos povos situados para' além da cortina de.ferro.

Não ó difícil julgar êste novo tipo de

princípios da grande indústria, a condi ções práticumento iguais às da escravi dão antiga". E na "desumana explora ção das fôvças dos operários pelos de

experiência democrática. Por mais bri-

tentores dos capitais" residiu a "causa principal da agitação socialista na Eu

gimes Politiques. Presses Universitaires

ropa" (8).

Acabar com a exploração do homem pelo homem, realizando a democracia

1

(9) — Apud M. DUVERGER, Les

de France, p. 21.

(10'» — Analisando o conceito soviético .

de democracia, N. S. Timasheff. grande conhecedor dos assuntos russos,

assim

compendia a doutrina comunista sôbre o regimcm democrático :

socialismo.

1 — Democracia é poder do povo em contraste com o da aristocracia. 2 O poder político pertence a quem

A democracia política liberal-burguesa contribuíra para acentuar as diferen

econômico pertence à minoria burguesa;

ças de classe. Convocando todos os ci

logo, a democracia é impossível na so

dadãos para participarem do poder po lítico, não fôra capaz de lhes assegurar

econômico pertence ao povo; logo, o po

econômica, eis o objetivo essencial do

possui o poder econômico.

3 — Na sociedade capitalista, o poder

ciedade capitalista.

4

Na sociedade comunista, o poder

der político pertence ao povo; logo, uma sociedade comunista é democrática pela

(8) — JOSÉ AUGUSTO CÉSAR. Sôbre

sua própria natureza. N. S. TIMASHEFF, The Soviet Con-

o projeto do Código Civil Brasileiro, em prefácio ao Ensaio sôbie os Atos Jurídi

cept o£ Democracy, in The Review of Po-

cos. Campinas. Casa Genoud, 1913. p. 18.

litics, vol. 12, 1950, n.o 4. p. 509.


»*wr

Dickstü

ôâ

Drr.KSTíi

Ecí).NV)>aci>

Econômico

93

democracias. Enveredam estas pelo to

tnocTUcia inspirncla iio.s princípios da Re

cias n:i atualidade está cm estruturar cs-

o conlròlc do poder econômico, que fi

talitarismo, depois de terem vencido os

volução. Mas a Liberdade abstrata. C)

Estados totalitários. Transformou-se lo

liberte! <fue de crimes on cotnmet en

•sa.s lôrças na orgânica do Estado, renun ciando definitivamente ás ficções do li

go o Estado liberal no Estado centrali zador, depois de ter combatido os abu

ton uom... dizia Madamc Roland no

beralismo.

cadafalso. Melhor o poderiam di/.cr os

Só a.ssiin a miragem ilusória de uma

cava navS mãos de um grupo de privile giados, sendo assim o antigo privilégio de sangue substituído pelo do dinheiro. Em prol da democratização do poder

sos da centralização do poder real.

operários da sociedade liberal, reduzidos

democracia abstrata deixará de provocar

A causa principal dèsse paradoxal re.sultado foi a abolição dos antigos "esta

à mísera condição do proletário moderno sob as leis protetoras da liberdade de

novas e amargas decepções.

dos" ou "ordens" sociais, das corpora ções de oficio, das autarquias regionais c

trabalho. Era esta uma arma de dois

O sncidíisnío e d democrado econômico

municipais, centros de vida social autô

noma que limitavam o poder central c mantinham o Estado num regimcm de

livro concorrência, de.s'apareeidos os or ganismos corporativos, cpic garantiam as

sado foi. como so sabe. uma decorrência

grande descentralização.

liberdades concretas do trabalhador.

cação dos princípios liberais. A libcrdad( para todos c a igualdade jurídica

Aqueles numerosos laços que uniam os rescentes não podiam subsistir ante os

postulados da Revolução. Era preciso

deixar a liberdade individual expandir-

se ao máximo. Como ensinava Rousseau, entre os indivíduos e o Estado ne

nhuma organização intermediária deve ria existir (7).

Assim a sociedade política passou a ser considerada simples soma de indiví duos reunidos pelo pacto social, e não mais, segundo a natureza das coisas e a

experiência histórica, uma reunião orgâ nica de famílias e outros agrupamentos. Poeira de indivíduos em face do poder do Estado, tal é o esquema da sociedade liberal. Daí o se transformarem as de mocracias modernas em democracias de massas, isto é, massas de "cidadãos"

anônimos e desligados de qualquer vín culo social, como se os homens vivessem

dispersos e solit.áríos. A Liberdade foi o grande ideal da de/7\ _ j J. ROUSSEAU,

Social. L. II, c. IIII:

Du Conlrat

H Imporle donc,

pour avoir bien Ténoncé de Ia volonté

générale. eru'il n'y aií pas de sociéíé partielie dans Téíaí; el que chaque ciíoyen

n'opine que d'après lui: lelle fui Tunique el sublime inslilution du grand Lycur-

gue. Rousseau, o nume tutelar das de

mocracias liberais modernas, inspirando-

se na Esparta totalitária de Licurgo !

Recompõcm-so

"Não posso conceber o que seja^.a li berdade de um desempregado america

gumes, a qual se tornaria instrumento da opressão capitalista no regimem d.i

membros das comunidades outrora flo

econômico \ inha lutar o socialismo.

(1 surto do socialismo no século pas da situação econômica criada pela apli

hoje tais organismos,

no", disse um dia Molotov (9). Nessa frase bem se reflete o critério democrático dos socialistas.

Conio os

fascistas, que Niviam a acusar a "demo cracia formal" do liberalismo, podem di zer o mesmo os partidários das "demo cracias populares" de hoje. Não lhes importa a democracia como "governo

pois ó incoercível a tendènei;i dos que

alrstratamcnte definidas nos textos cons

trabalham juntos pura se agruparem em

titucionais davam como resultado a con

pelo povo". O que almejam é realiz^ir

centração abu.si\'a do capital nas mãos

efetivamente a democracia

dc-fcsa. dos interèsse.s coimins. Países co resistiu à avalanche indi\'idualista, fo

ram por isso mesmo os que melhor en

frentaram a crise econômica e política das democracias. E um falo muito signi

ficativo na situação atual daquele po\ò

"Abandonado à chamada lei da liber

é o ocaso do Partido Liberal, o menos

dade do contrato — escreve eminente ju

rista — o operariado viu-se reduzido, nos

representativo dos grupos orgânicos na nação, grupos estes que afirmam o seu vigor nas fileiras do trabalbismo ora

dominante

ou nas hostes do pujantc

Partido Conservador. Entre nós, as for ças produtoras da Lavoura, Indústria e

Comércio procuram também atuar sobre as inconsistentes e frágeis organizações partidárias, .suprindo assim as lacunas de um sistema representativo no qual náo sü acham representados os autênticos interesses da nação. Mais persistente

parece ser a mentalidade individualista nas profissões liberais, apesar de se en

contrar entro elas o tradicional organis mo corjjoratívp da Ordem dos Advoga dos. Quanto aos sindicatos operários, a tarefa mais urgente que tem diante de si é libertarem-se da demagogia e da ex ploração política. O grande problema para as dcmocra-

como "go-

dc poucos, contrastando com a proleta- vèmo para o povo", ainda através de rização crescente. O liberalismo sacrifi uma ditadura, como preconizava Lenin cara a igualdade à liberdade. O socia " e se começou a fazer na Rússia (10). lismo não titubeou em renunciar u li A questão está em saber se a esse berdade para alcançar a igualdade. ideal de igualdade corresponde a reali

mo a Inglaterra, onde a \ ida associativa

r

dade política dos povos situados para' além da cortina de.ferro.

Não ó difícil julgar êste novo tipo de

princípios da grande indústria, a condi ções práticumento iguais às da escravi dão antiga". E na "desumana explora ção das fôvças dos operários pelos de

experiência democrática. Por mais bri-

tentores dos capitais" residiu a "causa principal da agitação socialista na Eu

gimes Politiques. Presses Universitaires

ropa" (8).

Acabar com a exploração do homem pelo homem, realizando a democracia

1

(9) — Apud M. DUVERGER, Les

de France, p. 21.

(10'» — Analisando o conceito soviético .

de democracia, N. S. Timasheff. grande conhecedor dos assuntos russos,

assim

compendia a doutrina comunista sôbre o regimcm democrático :

socialismo.

1 — Democracia é poder do povo em contraste com o da aristocracia. 2 O poder político pertence a quem

A democracia política liberal-burguesa contribuíra para acentuar as diferen

econômico pertence à minoria burguesa;

ças de classe. Convocando todos os ci

logo, a democracia é impossível na so

dadãos para participarem do poder po lítico, não fôra capaz de lhes assegurar

econômico pertence ao povo; logo, o po

econômica, eis o objetivo essencial do

possui o poder econômico.

3 — Na sociedade capitalista, o poder

ciedade capitalista.

4

Na sociedade comunista, o poder

der político pertence ao povo; logo, uma sociedade comunista é democrática pela

(8) — JOSÉ AUGUSTO CÉSAR. Sôbre

sua própria natureza. N. S. TIMASHEFF, The Soviet Con-

o projeto do Código Civil Brasileiro, em prefácio ao Ensaio sôbie os Atos Jurídi

cept o£ Democracy, in The Review of Po-

cos. Campinas. Casa Genoud, 1913. p. 18.

litics, vol. 12, 1950, n.o 4. p. 509.


Dioesto

94

Econômico

lhantes que fôssem os seus resultados, por inverídicos que devam ser conside rados os depoimentos sôbre o "inferno

socialismo vem iludir os seu.s fãs com a

vermelho" — o fato é que as concepções

socialismo são capazes de nos dar uma

igualitárias dos adeptos do comunismo

autêntica democracia.

ou de outras formas de socialismo se

chocam com as exigências fundamentais da natureza humana.

Procurara cm vão o liberalismo o

ideal de uma liberdade abstrata. E o

miragem de uma igualdade utópica. Eis por(|ue nem o liberalismo nem o

Antonio Gontijo de Carvalho

Conseguirão rcali/.ã-la o.s homens de nossos dias ?

tica natural c hi.stórica abandonados pe

las ideologias da Revolução.

Calógeras é um modêh dc cidadão. A narrativa dos qdsódios culminantes da

A FamiUa

Só se voltarem aos princípios da polí

^ALÓGERAs pertencia a untiquíssima família européia, originária, segun do Eugène Hizzo Rangabé, da ilha de

sua vida é uma lição de educação cívica. Divulgaremos em números sucessivos do nossa Revista os 18 capítulos desta bio

grafia sintética, para exemplo da juven

Chipre. O nome do Calógcras filia-se a uma

pala\ra grega, que significa "bom ve lho" ou "respeitável pela idade", nome dado pelos gregos aos monges do orien te. Pela etimologia, a sua aplicação só deveria ser feita aos monges anciãos, mas o povo estendeu a denominação aos anacorctas do Monte Atos.

Do origem católica,

existindo no

agiológio universal, no século V,

um

tude brasileira.

Conselheiro do Duque Acioli, cm Ate nas, durante a soberania efêmera da Itá lia Meridional na Atica. Mateus Caló

geras (1499) é o embaixador do Reitor de Zante em Venesia, para obter do Se nado a constituição da propriedade ter ritorial.

Após a conquista de Chipre pelos tur

São Calógero, que figura nas annas da família, com a cisão da igreja ortodoxa,

cos, em 1501, os Calógeras se refugiaram

parto continuou apostólica romana, e ou

Livro de Ouro da nobreza dessa ilha e

tra, mais numerosa,

aderiu ao credo

oriental.

Ana Comeno, na Alexícida, biografia

do pai, dá a explicação de que, tendo a família passado a residir em Bizíincio, houve alianças com os Comcnos.

Na

conquista otomana, numerosas foram as vítimas dos turcos entre os portadores do.s nomes de Calógeras. Em "História de Zantc", de Chiotis; em "História do Corfu", de Marmora;

na ilha de Creta, onde se inscreveram no

passaram a ser barões feudatários, sob a dominação veneziana.

•Ingressaram nas ordens religiosas inú meros membros da família Calógeras; outros se distinguiram pelas armas e

prestaram à República de Veneza ser viços que foram reconhecidos por di versos decretos do Senado e dos Doges.

Deixaram Creta para sé fixar em Cor fu, no ano de 1537, após o cerco de So-

em "Livre D'Or cie Ia Noblcssc lon-

limão, famílias da nobreza,

nienne", de Eugène Rizzo Rangabé; em "Genealogia delle famiglie Venete", obras de fôlego e especializadas, estão

Foram esses gregos inscritos no Livro de

inclusas as biografias dos Calógeras que se destacaram na vida pública. A primeira menção cio nome Calóge ras data de 1431: João Calógeras é o

entre as

quais o ramo principal da de Calógeras. Ouro dessa iUia em 1644, não cessando

desde então de figurar em tòdas as lis tas dos seus nobres.

Depois da conquista de Creta pelos turcos, em 1669, um outro ramo,(jue lá


Dioesto

94

Econômico

lhantes que fôssem os seus resultados, por inverídicos que devam ser conside rados os depoimentos sôbre o "inferno

socialismo vem iludir os seu.s fãs com a

vermelho" — o fato é que as concepções

socialismo são capazes de nos dar uma

igualitárias dos adeptos do comunismo

autêntica democracia.

ou de outras formas de socialismo se

chocam com as exigências fundamentais da natureza humana.

Procurara cm vão o liberalismo o

ideal de uma liberdade abstrata. E o

miragem de uma igualdade utópica. Eis por(|ue nem o liberalismo nem o

Antonio Gontijo de Carvalho

Conseguirão rcali/.ã-la o.s homens de nossos dias ?

tica natural c hi.stórica abandonados pe

las ideologias da Revolução.

Calógeras é um modêh dc cidadão. A narrativa dos qdsódios culminantes da

A FamiUa

Só se voltarem aos princípios da polí

^ALÓGERAs pertencia a untiquíssima família européia, originária, segun do Eugène Hizzo Rangabé, da ilha de

sua vida é uma lição de educação cívica. Divulgaremos em números sucessivos do nossa Revista os 18 capítulos desta bio

grafia sintética, para exemplo da juven

Chipre. O nome do Calógcras filia-se a uma

pala\ra grega, que significa "bom ve lho" ou "respeitável pela idade", nome dado pelos gregos aos monges do orien te. Pela etimologia, a sua aplicação só deveria ser feita aos monges anciãos, mas o povo estendeu a denominação aos anacorctas do Monte Atos.

Do origem católica,

existindo no

agiológio universal, no século V,

um

tude brasileira.

Conselheiro do Duque Acioli, cm Ate nas, durante a soberania efêmera da Itá lia Meridional na Atica. Mateus Caló

geras (1499) é o embaixador do Reitor de Zante em Venesia, para obter do Se nado a constituição da propriedade ter ritorial.

Após a conquista de Chipre pelos tur

São Calógero, que figura nas annas da família, com a cisão da igreja ortodoxa,

cos, em 1501, os Calógeras se refugiaram

parto continuou apostólica romana, e ou

Livro de Ouro da nobreza dessa ilha e

tra, mais numerosa,

aderiu ao credo

oriental.

Ana Comeno, na Alexícida, biografia

do pai, dá a explicação de que, tendo a família passado a residir em Bizíincio, houve alianças com os Comcnos.

Na

conquista otomana, numerosas foram as vítimas dos turcos entre os portadores do.s nomes de Calógeras. Em "História de Zantc", de Chiotis; em "História do Corfu", de Marmora;

na ilha de Creta, onde se inscreveram no

passaram a ser barões feudatários, sob a dominação veneziana.

•Ingressaram nas ordens religiosas inú meros membros da família Calógeras; outros se distinguiram pelas armas e

prestaram à República de Veneza ser viços que foram reconhecidos por di versos decretos do Senado e dos Doges.

Deixaram Creta para sé fixar em Cor fu, no ano de 1537, após o cerco de So-

em "Livre D'Or cie Ia Noblcssc lon-

limão, famílias da nobreza,

nienne", de Eugène Rizzo Rangabé; em "Genealogia delle famiglie Venete", obras de fôlego e especializadas, estão

Foram esses gregos inscritos no Livro de

inclusas as biografias dos Calógeras que se destacaram na vida pública. A primeira menção cio nome Calóge ras data de 1431: João Calógeras é o

entre as

quais o ramo principal da de Calógeras. Ouro dessa iUia em 1644, não cessando

desde então de figurar em tòdas as lis tas dos seus nobres.

Depois da conquista de Creta pelos turcos, em 1669, um outro ramo,(jue lá


7^

Dicesto EtroNÒMicfí

90

permaneceu, foi estabelecer-se

homens eruditos do .seu tempo.

em Veneza, onde os seus mem

Sob a sua oricutacão, piililic-ainse os "Raccolta de opiistt)lj scientifici et filologiei" ( 1728-

bros se incorporaram à nobreza, confirmada pelo imperador da Áustria, em 1816, ao ocupar aquela cidade do Adriático. Com

a

morte do

17.54) cm 51 lonu)s, substitiii-

do nessa gigantesca empresa pe lo monge beneditino Fortunato

General

Calógeras, ajudante-de-ordens do rei Constantino da Grécia,

Destacaram-se, entre os Ca

mória por .scrvire alia

lógeras, Draco, que foi almi frota

veneziana

po d'Istria, diplomata e estadis

mada da Rumânia. quando a

dre, no Congresso do Viena, Capo d'Istria foi incumbido es

a conquista da Moréia; João Paulo, governador militar de

Bérgamo (1702); Espiridião,^ almirante do arsenal de Gorfu (1754)-

Mário. Bispo de Cataro, na Dalmácia'. Membros da família foram cavaleiros de São Marcos. Na igreja de Santo An

tônio, em Veneza, existe, encimado pe lo seu brasão, o túmulo de" Demétrio Galógeras, falecido em 1^2 e descen

dente direto do ramo principal de Gorfu.

De todos, o mais célebre, Ângelo Michele Calógera, cuja biografia nenhu

do mocho.

recomendada cm quase todos os colé

se a sua reedição.

vue de Deux Mondes".

grafias sobro colonização, agricultura, economia política c assuntos literários

mou-.se cm leis pela Faculdade de Di

reito de Paris. Amigo intimo do Barão Lafitte, célebre banqueiro c ministro do rei Luiz Felipe, veio para o Brasil em 1841, a fim de dirigir uma empresa que

pecialmente dos negócios da Suíça e "desempenhou papel .saliente, inferior apenas ao do

gios de antanho. Está inteiramente es

gotada c prestaria não menor serviço à mocidade estudiosa quem empreendes

te estudada por célebres escritores, entre os quais o Conde de Cobincau, na "Re-

extensa cultura sociológica, joão Batista Galógeras. Nasceu em 1810, em Corhi, e diplo-

ta grego. Gonselhciro do Tzar Ale.xan-

frota veneziana combatia para

vros c no final de cada um há o quadro

sinóptico, com o resumo dos fatos; nos tores dos "Amigos das Musas". Os as- • m;\pas, estão mencionadas as datas res sociados traziam, como insígnia, um pectivas. Dedicada a Pedro II e ao anel de ouro ornado por uma cabeça Marquês de Abrantes, foi adotada ou

O a\'ô de João Pandiá Galógeras foi o eonlieciclo pedagogo c historiador, de

João Pandiá Galógeras era so-

Veneza, morto fm 1684. na to

i

storia

guês, didática e erudita. O autor divi

diu-a em capítulos, que denominou li

tava, entre os membros, sábios do toda a Europa. Humboklt era um dos dire

Grécia c a sua obra está minuciosamen

brinlio-ncto do Conde Jorio Ca

Jorge (1677), também almiran tes; Antonio, chefe do ramo de

sob os auspícios de Alc.xandrc, formou sociedade dos "Philomuscs", <pie con

d Istria exerceu a chefia do governo nu

letteraria" (17.53-1761).

(1540); Francisco (1599) e

97

Natural de Gorfu, cm 1776, Capo

De sua hura, entre outras obras: "II nuovo Gu!Ij\-cr" (1731), "Lc aventure di Telemaco tradottc" (1744) c "Me

família Galógeras, de Gorfu. da

1

Mondelli.

que não deixou descendência, , extinguiu-se o ramo principal da

rante

f

Dioksto EcaxNÓMico

Polígrafo, escreveu

artigos e mono

na "Minerva Brasilicnse", no "Eco do Brasil" e na "Rexâsta Popular". De sua autoria é a documentada obra "Política Americana", redigida pa

ra contraditar ao plenipotcncíário chile no Lastarria, que emitiu opixiiõcs infcnsas à política brasileira e argentina e sustentou a vantagem do isolamento da América.

príncipe Bcnevcnutto e ao de Mettcr-

deveria ser organizada por aquêle fi

nich". Quem folhear os documentos da polícia secreta austiúaca, trazidos à luz da publicidade pelo Comandante Weil,

nancista . Filiado à Igreja Cismática, e

roc, estimula o pan-americanismo, pro

João Batista, nesse livro, elogia Mon-

não havendo no Rio sacerdote ortodoxo,

põe o arbitramento de uma nação

na importante obra "Les dessous dn Gongrès de Vicnne", nã(j reformará

recebeu podercs para batizar as crian ças que pertencessem àquele credo. Manteve intimas relações espirituais com

te continente, e ventila interessantes te

ses de

aquêle conceito, que poderia ser acoi-

o Frei Camilo de Monte Serrate, cujos

Obra de atualidade e de xdsao, é o pre

lúdio de uma política de cujos linea-

ricana quando se chocarem nações des Direito Internacional Privado.

mado de suspeito, emitido, como o foi,

despojos

pelo seu sobrinho-neto no "Diário da

Bento.

mentos nunca se afastou o neto.

Conferência da Paz".

Em 1847 c nomeado professor de His tória e Geografia no Ginásio Pedro 11 e, em 1851, funda um colégio em Pc-

da Secretaria de Estado dos Negócios

ma enciclopédia de vulto omite. De renome universal, teólogo, poeta c filólogo, os trabalhos de Ângelo ilustram

nos juízos que formulou .sobre Mettcrnlch, Talleyrand e Wcllington, desven

as bibliotecas de Veneza e de Roma.

A astúcia de Capo d'Istria, revelada

estão no

Mosteiro de São

Nomeado, em 1859, primeiro oficial do Império, torna-se seu diretor, e, de

trópolis, afamado no tempo, dirigindo-

1862 a 1865, é 1.® oficíal-de-gabinete,

dados nos referidos "bordcreavix", cau

o até 1857. Em 1854, naturaliza-se bra

no Ministério dos Negócios Estrangei ros, cargo, naquela época, do maior re

l

Natural de Pádua, em 1699, do ramo de

saria inveja a Maquiavel, .cuja memó

sileiro .

Gorfu, ingressou no Mosteiro de São

ria, amaldiçoada pela Igreja no Conci

1858, os documentos relativos à deter

Miguel, próximo de Veneza, como con gregado dos Camaldulos. Abade cm

lio de Trento, os políticos reabilitaram e os historiadores modernos reverenciam,

1756.

l

Encarrega-se de eoligir, em

minação dos limites do Império, e, no ano seguinte, editado pelo Garnier, pu

levo.

Valiosa, a sua atuação, notadamente

fica biblioteca, concebendo, então, a idéia de editar as atas das Academias

endossando Macaulay. Capo d'Istria foi o chefe da Acade

blica, cm dois tomos, o compêndio da "História da Idade Média", com parecer

mia de Atenas, destinada a desenvolver

favorável da Gomissão de Instiução Pú

no incidente Chrisiie, negra página da diplomacia inglêsa e grande demonstra ção de vitalidade do povo brasileiro, que teve em Teófilo Otoni o guia provi

da Itália, com a colaboração de outros

a instrução entre os estudantes gx-egos e,

blica. Obra vazada em lídimo portu-

dencial.

Em

Ravena, instala

magní


7^

Dicesto EtroNÒMicfí

90

permaneceu, foi estabelecer-se

homens eruditos do .seu tempo.

em Veneza, onde os seus mem

Sob a sua oricutacão, piililic-ainse os "Raccolta de opiistt)lj scientifici et filologiei" ( 1728-

bros se incorporaram à nobreza, confirmada pelo imperador da Áustria, em 1816, ao ocupar aquela cidade do Adriático. Com

a

morte do

17.54) cm 51 lonu)s, substitiii-

do nessa gigantesca empresa pe lo monge beneditino Fortunato

General

Calógeras, ajudante-de-ordens do rei Constantino da Grécia,

Destacaram-se, entre os Ca

mória por .scrvire alia

lógeras, Draco, que foi almi frota

veneziana

po d'Istria, diplomata e estadis

mada da Rumânia. quando a

dre, no Congresso do Viena, Capo d'Istria foi incumbido es

a conquista da Moréia; João Paulo, governador militar de

Bérgamo (1702); Espiridião,^ almirante do arsenal de Gorfu (1754)-

Mário. Bispo de Cataro, na Dalmácia'. Membros da família foram cavaleiros de São Marcos. Na igreja de Santo An

tônio, em Veneza, existe, encimado pe lo seu brasão, o túmulo de" Demétrio Galógeras, falecido em 1^2 e descen

dente direto do ramo principal de Gorfu.

De todos, o mais célebre, Ângelo Michele Calógera, cuja biografia nenhu

do mocho.

recomendada cm quase todos os colé

se a sua reedição.

vue de Deux Mondes".

grafias sobro colonização, agricultura, economia política c assuntos literários

mou-.se cm leis pela Faculdade de Di

reito de Paris. Amigo intimo do Barão Lafitte, célebre banqueiro c ministro do rei Luiz Felipe, veio para o Brasil em 1841, a fim de dirigir uma empresa que

pecialmente dos negócios da Suíça e "desempenhou papel .saliente, inferior apenas ao do

gios de antanho. Está inteiramente es

gotada c prestaria não menor serviço à mocidade estudiosa quem empreendes

te estudada por célebres escritores, entre os quais o Conde de Cobincau, na "Re-

extensa cultura sociológica, joão Batista Galógeras. Nasceu em 1810, em Corhi, e diplo-

ta grego. Gonselhciro do Tzar Ale.xan-

frota veneziana combatia para

vros c no final de cada um há o quadro

sinóptico, com o resumo dos fatos; nos tores dos "Amigos das Musas". Os as- • m;\pas, estão mencionadas as datas res sociados traziam, como insígnia, um pectivas. Dedicada a Pedro II e ao anel de ouro ornado por uma cabeça Marquês de Abrantes, foi adotada ou

O a\'ô de João Pandiá Galógeras foi o eonlieciclo pedagogo c historiador, de

João Pandiá Galógeras era so-

Veneza, morto fm 1684. na to

i

storia

guês, didática e erudita. O autor divi

diu-a em capítulos, que denominou li

tava, entre os membros, sábios do toda a Europa. Humboklt era um dos dire

Grécia c a sua obra está minuciosamen

brinlio-ncto do Conde Jorio Ca

Jorge (1677), também almiran tes; Antonio, chefe do ramo de

sob os auspícios de Alc.xandrc, formou sociedade dos "Philomuscs", <pie con

d Istria exerceu a chefia do governo nu

letteraria" (17.53-1761).

(1540); Francisco (1599) e

97

Natural de Gorfu, cm 1776, Capo

De sua hura, entre outras obras: "II nuovo Gu!Ij\-cr" (1731), "Lc aventure di Telemaco tradottc" (1744) c "Me

família Galógeras, de Gorfu. da

1

Mondelli.

que não deixou descendência, , extinguiu-se o ramo principal da

rante

f

Dioksto EcaxNÓMico

Polígrafo, escreveu

artigos e mono

na "Minerva Brasilicnse", no "Eco do Brasil" e na "Rexâsta Popular". De sua autoria é a documentada obra "Política Americana", redigida pa

ra contraditar ao plenipotcncíário chile no Lastarria, que emitiu opixiiõcs infcnsas à política brasileira e argentina e sustentou a vantagem do isolamento da América.

príncipe Bcnevcnutto e ao de Mettcr-

deveria ser organizada por aquêle fi

nich". Quem folhear os documentos da polícia secreta austiúaca, trazidos à luz da publicidade pelo Comandante Weil,

nancista . Filiado à Igreja Cismática, e

roc, estimula o pan-americanismo, pro

João Batista, nesse livro, elogia Mon-

não havendo no Rio sacerdote ortodoxo,

põe o arbitramento de uma nação

na importante obra "Les dessous dn Gongrès de Vicnne", nã(j reformará

recebeu podercs para batizar as crian ças que pertencessem àquele credo. Manteve intimas relações espirituais com

te continente, e ventila interessantes te

ses de

aquêle conceito, que poderia ser acoi-

o Frei Camilo de Monte Serrate, cujos

Obra de atualidade e de xdsao, é o pre

lúdio de uma política de cujos linea-

ricana quando se chocarem nações des Direito Internacional Privado.

mado de suspeito, emitido, como o foi,

despojos

pelo seu sobrinho-neto no "Diário da

Bento.

mentos nunca se afastou o neto.

Conferência da Paz".

Em 1847 c nomeado professor de His tória e Geografia no Ginásio Pedro 11 e, em 1851, funda um colégio em Pc-

da Secretaria de Estado dos Negócios

ma enciclopédia de vulto omite. De renome universal, teólogo, poeta c filólogo, os trabalhos de Ângelo ilustram

nos juízos que formulou .sobre Mettcrnlch, Talleyrand e Wcllington, desven

as bibliotecas de Veneza e de Roma.

A astúcia de Capo d'Istria, revelada

estão no

Mosteiro de São

Nomeado, em 1859, primeiro oficial do Império, torna-se seu diretor, e, de

trópolis, afamado no tempo, dirigindo-

1862 a 1865, é 1.® oficíal-de-gabinete,

dados nos referidos "bordcreavix", cau

o até 1857. Em 1854, naturaliza-se bra

no Ministério dos Negócios Estrangei ros, cargo, naquela época, do maior re

l

Natural de Pádua, em 1699, do ramo de

saria inveja a Maquiavel, .cuja memó

sileiro .

Gorfu, ingressou no Mosteiro de São

ria, amaldiçoada pela Igreja no Conci

1858, os documentos relativos à deter

Miguel, próximo de Veneza, como con gregado dos Camaldulos. Abade cm

lio de Trento, os políticos reabilitaram e os historiadores modernos reverenciam,

1756.

l

Encarrega-se de eoligir, em

minação dos limites do Império, e, no ano seguinte, editado pelo Garnier, pu

levo.

Valiosa, a sua atuação, notadamente

fica biblioteca, concebendo, então, a idéia de editar as atas das Academias

endossando Macaulay. Capo d'Istria foi o chefe da Acade

blica, cm dois tomos, o compêndio da "História da Idade Média", com parecer

mia de Atenas, destinada a desenvolver

favorável da Gomissão de Instiução Pú

no incidente Chrisiie, negra página da diplomacia inglêsa e grande demonstra ção de vitalidade do povo brasileiro, que teve em Teófilo Otoni o guia provi

da Itália, com a colaboração de outros

a instrução entre os estudantes gx-egos e,

blica. Obra vazada em lídimo portu-

dencial.

Em

Ravena, instala

magní


DicESTO

Econômico'

DroF-sTo

EcoNÓ\nco

99

98

Keconhecidos e proclamados foram os serviços de Calógeras, que evitou, gra ças a um tino de diplomata de nascença, conflito desigual e de conseqüências danosas para o nosso país. O ministro inglês, intratável e intole rante, após a conferência que entretevc

com João Batista, submeteu à decisão da arbitragem a questão dos oficiais do Ford e o pagamento da indenização pe lo naufrágio do "Prince of Wales". Sócio efetivo do Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro e titular da co menda da Ordem da Rosa, da comenda da Ordem de Carlos III dá Espanha, do oficialato da Ordem de São Maurí cio e São Lázaro. Faleceu no Rio dc

Janeiro em 1878.

t O filho, Michel, não possuía a cultuBk ra onimoda, que caraterízava a de João Batista Calógeras; era, contudo, empre-

Rio dc Janeiro "Carioca e Riacluiclo" e "Carris Urbanos", dírígindo-as por lar

Em 1909, ao di.scutir na Câmara dos

dina Railway de prolongar a linha de

riam de românticos homens de governo, cuia ação, nos Ministérios e Conselhos de Estado, entravou o progresso mate rial do País.

Associado ao seu irmão Pandiá Gcor-

ge e ao engenheiro Luiz Berrini, teve a

concessão do prolongamento, até Pe^ó-

polis, da Companhia dc Estrada dc Fer

ro Mauá.

,

, .

f.

Vencendoconsmnu dificuldades tecmcas e finaneeiras, a Lmha da Serra

«rando. pela

suíço de Lmalheira Riggenback, da

^FongurinÍnle dtetor da Companhia

Stamo — 1565

do Rio dc Janeiro, Calógeras recordou o intcrôsse com que,

ainda menino,

Dimo — 1589

acompanhava as discu.ssões referentes a

•■i

essa via férrea, acrescentando: "Essa es

trada, antigamente chamada do Grão

Toodoro — 1631

Pará, resulta de uma concessão, de umn ^

>*1 í-v .

soma imensa dc esforços patrióticos de senvolvidos por meu pai".

Benetto — 1651

Nasceu Michel Calógeras, cm 1842, no Rio de Janeiro, c faleceu, em 1888,

João Batista — 1698

na mesma cidade.

O maior dos três foi o neto. Herdou

País serviços que o sagraram um dos

cópio, estadistas, no sentido exato da expressão, que no Império tanto dife

Draco

São Francisco Xavier ao cai.s do porto

O seu temperamento realista, que o um Teófilo Otoni, de um Mariano Pro-

Dimo Calógeras — 1546

Deputados a concessão dada à Lcopol-

impelia a uma visão prática das cousas, assemelhava ao de um Mauá, de

empresas.

principal da família Calógeras de Corfu, segundo a referida obra de Eugène Rizzo Rangabé, figurando apenas os primogônitos de cada geração:

gos anos.

as qualidades dc ambos. Possuiu não só a capacidade realizadora do pai, como, em grau mais elevado, a cultura do

endedor e ativo, animador de grandes

ra.s mi opinião dos seus contomporâncos" os retratos dos ascendentes ptóximos dc Calógeras. Eis a árvore genealógica do ramo

de Estrada dc Ferro Macuó a Campos.

Promoveu a fusão da.s companhias do

avô.

Enriqueceu o nosso patrimônio

científico com obra imortal e prestou ao seus maiores filhos.

João Pandiá Calógeras, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro aos 19 de ju

nho de 1870, era neto, polo lado mater no, de Lucila Elisabetli Calógeras, de alta linhagem francesa. A mãe, Júlia Ralli Calógeras, também francesa, era se nhora de peregrinas virtudes c dc rara formosura.

Calógeras deixou três irmãos: Michel, casado com

Margarida Pereira Pinto,

cujas filhas se consorciaram em França, o Jeny e Lucila, que é mãe de Vera e Adriana Janacópulos, a primeira cantora e a segunha escultora, de renome, tanto uma como outra, nos centros artísticos

do Brasil e do estrangeiro.

Estão estampados no volume "Calóge--li.-dl

Constantino — 1729

Ângelo Michele — 1771

i

João Batista — 1810

Pandiá George — 1847

Michel — 1842

Não deixou descendência

João Pandiá — 1870

Michel Stratti — 1874

Não deixou descendência

Sem descendência masculina

Sem ter preconceitos de nobreza, aca to o valor da hereditariedade na forma

ção dos indivíduos e das famílias.

Penso, e faço minhas as palavras de Gastão da Cunha, que, todos os dias, vemos apurar-se a tara de alguém para lhe averiguar a índole, as tendências, o caráter, a compleição física e moral. Ora, por que admitir essa verdade só para o mal? Por que se aceita

uma dinastia de degenerados e não uma dinastia de fortes e de bons?

O meú intuito, desem'olvendo êsse ca

pítulo, é o de evidenciar a insidiosa fal

sidade de iconoclastas e assalariados que procuraram, em vida de Calógeras, de negrir-lhe a origem do nome.

O grande brasileiro pode orgulhar-se dos seus ancestrais.


DicESTO

Econômico'

DroF-sTo

EcoNÓ\nco

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Keconhecidos e proclamados foram os serviços de Calógeras, que evitou, gra ças a um tino de diplomata de nascença, conflito desigual e de conseqüências danosas para o nosso país. O ministro inglês, intratável e intole rante, após a conferência que entretevc

com João Batista, submeteu à decisão da arbitragem a questão dos oficiais do Ford e o pagamento da indenização pe lo naufrágio do "Prince of Wales". Sócio efetivo do Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro e titular da co menda da Ordem da Rosa, da comenda da Ordem de Carlos III dá Espanha, do oficialato da Ordem de São Maurí cio e São Lázaro. Faleceu no Rio dc

Janeiro em 1878.

t O filho, Michel, não possuía a cultuBk ra onimoda, que caraterízava a de João Batista Calógeras; era, contudo, empre-

Rio dc Janeiro "Carioca e Riacluiclo" e "Carris Urbanos", dírígindo-as por lar

Em 1909, ao di.scutir na Câmara dos

dina Railway de prolongar a linha de

riam de românticos homens de governo, cuia ação, nos Ministérios e Conselhos de Estado, entravou o progresso mate rial do País.

Associado ao seu irmão Pandiá Gcor-

ge e ao engenheiro Luiz Berrini, teve a

concessão do prolongamento, até Pe^ó-

polis, da Companhia dc Estrada dc Fer

ro Mauá.

,

, .

f.

Vencendoconsmnu dificuldades tecmcas e finaneeiras, a Lmha da Serra

«rando. pela

suíço de Lmalheira Riggenback, da

^FongurinÍnle dtetor da Companhia

Stamo — 1565

do Rio dc Janeiro, Calógeras recordou o intcrôsse com que,

ainda menino,

Dimo — 1589

acompanhava as discu.ssões referentes a

•■i

essa via férrea, acrescentando: "Essa es

trada, antigamente chamada do Grão

Toodoro — 1631

Pará, resulta de uma concessão, de umn ^

>*1 í-v .

soma imensa dc esforços patrióticos de senvolvidos por meu pai".

Benetto — 1651

Nasceu Michel Calógeras, cm 1842, no Rio de Janeiro, c faleceu, em 1888,

João Batista — 1698

na mesma cidade.

O maior dos três foi o neto. Herdou

País serviços que o sagraram um dos

cópio, estadistas, no sentido exato da expressão, que no Império tanto dife

Draco

São Francisco Xavier ao cai.s do porto

O seu temperamento realista, que o um Teófilo Otoni, de um Mariano Pro-

Dimo Calógeras — 1546

Deputados a concessão dada à Lcopol-

impelia a uma visão prática das cousas, assemelhava ao de um Mauá, de

empresas.

principal da família Calógeras de Corfu, segundo a referida obra de Eugène Rizzo Rangabé, figurando apenas os primogônitos de cada geração:

gos anos.

as qualidades dc ambos. Possuiu não só a capacidade realizadora do pai, como, em grau mais elevado, a cultura do

endedor e ativo, animador de grandes

ra.s mi opinião dos seus contomporâncos" os retratos dos ascendentes ptóximos dc Calógeras. Eis a árvore genealógica do ramo

de Estrada dc Ferro Macuó a Campos.

Promoveu a fusão da.s companhias do

avô.

Enriqueceu o nosso patrimônio

científico com obra imortal e prestou ao seus maiores filhos.

João Pandiá Calógeras, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro aos 19 de ju

nho de 1870, era neto, polo lado mater no, de Lucila Elisabetli Calógeras, de alta linhagem francesa. A mãe, Júlia Ralli Calógeras, também francesa, era se nhora de peregrinas virtudes c dc rara formosura.

Calógeras deixou três irmãos: Michel, casado com

Margarida Pereira Pinto,

cujas filhas se consorciaram em França, o Jeny e Lucila, que é mãe de Vera e Adriana Janacópulos, a primeira cantora e a segunha escultora, de renome, tanto uma como outra, nos centros artísticos

do Brasil e do estrangeiro.

Estão estampados no volume "Calóge--li.-dl

Constantino — 1729

Ângelo Michele — 1771

i

João Batista — 1810

Pandiá George — 1847

Michel — 1842

Não deixou descendência

João Pandiá — 1870

Michel Stratti — 1874

Não deixou descendência

Sem descendência masculina

Sem ter preconceitos de nobreza, aca to o valor da hereditariedade na forma

ção dos indivíduos e das famílias.

Penso, e faço minhas as palavras de Gastão da Cunha, que, todos os dias, vemos apurar-se a tara de alguém para lhe averiguar a índole, as tendências, o caráter, a compleição física e moral. Ora, por que admitir essa verdade só para o mal? Por que se aceita

uma dinastia de degenerados e não uma dinastia de fortes e de bons?

O meú intuito, desem'olvendo êsse ca

pítulo, é o de evidenciar a insidiosa fal

sidade de iconoclastas e assalariados que procuraram, em vida de Calógeras, de negrir-lhe a origem do nome.

O grande brasileiro pode orgulhar-se dos seus ancestrais.


DiCKSTO

Econômico

100 II

O Estfidante

Calógeras aprendeu a ler e a escre

ver aos quatro anos de idade. Não frcciuentou escolas e ginásios oficiais. De

Dioi:sto Econômico

com a unção religiosa <pie xo fraternal

tliaiUe da banca e dos cxaminandos,

amizade poderia insiiírar.

toilos presentes na sala, apresentei-lhe,

"Ascensóc.s d'Alnia" parecem escritas

como examinador, minhas desculpas, e,

salientando cpie êlc linha acertado c eu lia\ia errado, felicitei-o por ler tão dis

quim Nhibuco, o ])rasi]ciro integral qun

tinta e enèrgieamenle defendido sua

era Calógeras, devido à edueação mater

Afonso D'EscragnoIle Taunay,, que

convicção. Tiiilia eu então nns dezcssêis

residia em Petrópolis, quando Calógeras nota distinta em c.xame, ouviu do pai

na, escrevia cm francês os pensamentos

maiores no Brasil, aos pais e avós, c

c as cartas familiares. Não c-onbeei. pO"

anos. Não lhe conto isso por gabolice, mas para llic- mostrar (juanto o vcrilatcüi

ao corpo de preceptores particulares, notadamentc alemães, que, em Petrópolis, se encarregaram da súa formação mental. O preparo de "Jo'''nny" tomou-se tão sólido para a idade que, aos catorze anos, fêz no Colégio Pedro II, de uma só vez, os treze preparatórios exigidos

rém, brasileiro melhor. A di\-isa dt; Ca lógeras era a de Rio Rraneo: "Ubiipn*

(lilrxi faz parte do meu .ser moral, por í-dueação ({ue \'ein do berço."

Escola de Minas de Ouro Preto. Arguiu-o, em História Universal e do

Brasil, o inolvidável Capistrano de Abreu, que impediu um dos examínadores, inimigo da família Calógeras, exercesse vingança, reprovando o bri lhantíssimo estudante.

Êsse ato de justiça estreitou a amizade de Calógeras para com o sábio profe.ssor, que se tomou, desde então, o guia

das suas iniciais pesquisas históricas, seu prazer intelectual por excelência. Calógeras recebeu em Ouro Preto,

após a formatura, a honrosa visita de

Capistrano de Abreu, hospedando-o'. Considerava o antigo examinador como o "mestre", e assim o proclamou na dedicatória impressa da "Política Exte rior do Império" e na admirável pági

patriie memor". Absorvente, a sua pai

xão pelo Brasil.

lista de chamada acusava trinta e dois

Após os exames preparatórios, seguiu

nomes. Formaram-se apenas três. José (ãiperlino do Siiiueira, Carlos Leopol

para a legendária Ouro Preto, em com panhia de João Antônio Felício Santos.

Fez com o mesmo brilhantis

mo o curso anexo, sem, todavia, obter

a matrícula na Escola de Engenharia. O diretor Arquias Medrado, grande amigo da família, c espírito inflexível, não Ibe

deu a aquiescência por não ter a idade legal. Calógera.s foi nomeado, aos quinzo

Nas "Ascensões d'Alma",

dt; Minas.

Cupcrtino, estudante, um

dos signatários do manifesto dos repu blicanos a Província dc Minas, mal pôde, como deputado federal, pronunciar no

Pela sua severidade, diversas vêzcs vainram-no os estudantes. Em carta escrita

drada sobre matemática elementar.

ao saudoso Padre Madurcira, documento

que espelha um caráter, vem narrado u"^ episódio, que dí.spcnsa comentários, ta a beleza da simplicidade:

Calógeras, o primeiro alnno da turma. Carlos Pralc.s, o rival em notas e o me

lhor amigo, o padrinho de casamento. Revivia o costume dos helenos, seus an-

tepassado.s, de o amigo predileto acom

"De uma feita, diz Calógeras,

banca de Geografia, um examinano muito bem preparado i-ospondcu-me de modo que me pareceu errôneo; mente, reiterando o seu assêrto.

Capistrano.

do seu \alür. Pratos foi Diretor de Obras do Estado

ano.s, para examinar os preparatórios de Francês, Inglês, História e Geografu^-

vente beleza, na qual, cm nome do Instituto Histórico e Geográfico Brasi leiro, traça o vigoroso perfil do nosso

prece mística, digna de um doutor da Igreja, a alma de Capistrano é evocada

do Pratos e João Pandiá Calógeras. Pratos e Cupcrtino, mortos prematura mente, não puderam dar medida exata

tável discurso sôbre questões militares c sustentar nos "a pedidos" do "Jornal do Comércio" polêmica com Bueno de An-

observação, mas ele insistiu, acalorada

Calógeras foi sempre reconhecido a

Matriculou-se na turma do 1885, cuja

Extensa bibliografia

o prova.

na de saudade e de crítica, de como

historiador máximo.

Calógeras foi estudante singular. Des conheceu a vida boêmia dos moçxís de oulrora. Não fazia parte dos "mincralógicos", bando de estudantes turbulentos

por um francês. Habituado a pensar na língua de Racinc, como o fazia Joa

veu a sua cultura de humanidades, das

para. a matrícula na severa e gloriosa

101

panhar o noivo no carro nupcíal e de monstrava não possuir resquício do in veja daquele companiieiro -que tanto o obrigava a estudar para manter privi legiada situação.

Bem

Rogério Fajardo, professor da Escola

me lembro, tratava-se da ilha de Cclo" bes. A meu turno, mantive convencida mente o meu parecer, mas fiquei pressionado com a firmeza do rapazTerminada a prova, fui verificar o ponto, e vi que ele tinha rajuio e que

Politécnica de São Paujo, contemporâ neo, em Ouro Preto, de Calógeras, e que

o erro era meu.

do do estudo.

Mandei chamá-lo o>

o conheceu na pensão de d. Cecília, à rua do Rosário, depôs a favor da sua austeridade e conduta exemplar, ini migo dos folguedos e sempre apaixona

do Ouro Prelo.

cursava a escola do Minas, ao alcançar

essas palavras, retidas por assombrosa memória:

"Bravol

Trate de trabalhar

sempre as.sim, como faz o Johmiy Ca

lógeras. Trate de o imitar: é um rapaz que irá longe e breve terá o mais belo nome".

Confinnou-se a profecia.

Calógeras

foi o ápice culminante daquela escola que deu ao Brasil luminares como Costa Sena, Gonzaga de Campos, Arrojado Lisboa, Francisco Sá, Lúcio dos Santos,

Djalma Guimarães e Clycon de Paiva. Calógeras orgulhava-se da escola, dos professôrcs e dos métodos de ensino. Henri Gorceix, o sábio fundador, cujos

traços biográficos Francisco Sá gravou com burif de artista, dominava, pelo coração, pelo brio e pela honra, c fazia dos alunos homens e não escravos, fri

sou Calógeras em seu canto de cisne, a sua sentida "Oração de Paraninfo" aos " alunos de Ouro Preto.

Afonso Arinos pontificava na cidade de Antônio Dias. Realizavam-se no solar

do mágico evocador da "Atalaia Ban-

• deirante" tertúlias literárias, em que discictea\'am, sôbre as coisas e os ho-'

mens do pretérito, os amantes da histó ria e os cultores do belo. Calógeras era

dos mais assíduos freqüentadores daque le cenáculo, que o fêz devoto do passado colonial de Minas.

Acirradas, as lutas partidárias na de cadente Ouro Preto. No crepúsculo da

monarquia, ainda predominavam os li berais, »a cuja frente se achavam o Cônego Sant'Ajia e José Cesario de Faria


DiCKSTO

Econômico

100 II

O Estfidante

Calógeras aprendeu a ler e a escre

ver aos quatro anos de idade. Não frcciuentou escolas e ginásios oficiais. De

Dioi:sto Econômico

com a unção religiosa <pie xo fraternal

tliaiUe da banca e dos cxaminandos,

amizade poderia insiiírar.

toilos presentes na sala, apresentei-lhe,

"Ascensóc.s d'Alnia" parecem escritas

como examinador, minhas desculpas, e,

salientando cpie êlc linha acertado c eu lia\ia errado, felicitei-o por ler tão dis

quim Nhibuco, o ])rasi]ciro integral qun

tinta e enèrgieamenle defendido sua

era Calógeras, devido à edueação mater

Afonso D'EscragnoIle Taunay,, que

convicção. Tiiilia eu então nns dezcssêis

residia em Petrópolis, quando Calógeras nota distinta em c.xame, ouviu do pai

na, escrevia cm francês os pensamentos

maiores no Brasil, aos pais e avós, c

c as cartas familiares. Não c-onbeei. pO"

anos. Não lhe conto isso por gabolice, mas para llic- mostrar (juanto o vcrilatcüi

ao corpo de preceptores particulares, notadamentc alemães, que, em Petrópolis, se encarregaram da súa formação mental. O preparo de "Jo'''nny" tomou-se tão sólido para a idade que, aos catorze anos, fêz no Colégio Pedro II, de uma só vez, os treze preparatórios exigidos

rém, brasileiro melhor. A di\-isa dt; Ca lógeras era a de Rio Rraneo: "Ubiipn*

(lilrxi faz parte do meu .ser moral, por í-dueação ({ue \'ein do berço."

Escola de Minas de Ouro Preto. Arguiu-o, em História Universal e do

Brasil, o inolvidável Capistrano de Abreu, que impediu um dos examínadores, inimigo da família Calógeras, exercesse vingança, reprovando o bri lhantíssimo estudante.

Êsse ato de justiça estreitou a amizade de Calógeras para com o sábio profe.ssor, que se tomou, desde então, o guia

das suas iniciais pesquisas históricas, seu prazer intelectual por excelência. Calógeras recebeu em Ouro Preto,

após a formatura, a honrosa visita de

Capistrano de Abreu, hospedando-o'. Considerava o antigo examinador como o "mestre", e assim o proclamou na dedicatória impressa da "Política Exte rior do Império" e na admirável pági

patriie memor". Absorvente, a sua pai

xão pelo Brasil.

lista de chamada acusava trinta e dois

Após os exames preparatórios, seguiu

nomes. Formaram-se apenas três. José (ãiperlino do Siiiueira, Carlos Leopol

para a legendária Ouro Preto, em com panhia de João Antônio Felício Santos.

Fez com o mesmo brilhantis

mo o curso anexo, sem, todavia, obter

a matrícula na Escola de Engenharia. O diretor Arquias Medrado, grande amigo da família, c espírito inflexível, não Ibe

deu a aquiescência por não ter a idade legal. Calógera.s foi nomeado, aos quinzo

Nas "Ascensões d'Alma",

dt; Minas.

Cupcrtino, estudante, um

dos signatários do manifesto dos repu blicanos a Província dc Minas, mal pôde, como deputado federal, pronunciar no

Pela sua severidade, diversas vêzcs vainram-no os estudantes. Em carta escrita

drada sobre matemática elementar.

ao saudoso Padre Madurcira, documento

que espelha um caráter, vem narrado u"^ episódio, que dí.spcnsa comentários, ta a beleza da simplicidade:

Calógeras, o primeiro alnno da turma. Carlos Pralc.s, o rival em notas e o me

lhor amigo, o padrinho de casamento. Revivia o costume dos helenos, seus an-

tepassado.s, de o amigo predileto acom

"De uma feita, diz Calógeras,

banca de Geografia, um examinano muito bem preparado i-ospondcu-me de modo que me pareceu errôneo; mente, reiterando o seu assêrto.

Capistrano.

do seu \alür. Pratos foi Diretor de Obras do Estado

ano.s, para examinar os preparatórios de Francês, Inglês, História e Geografu^-

vente beleza, na qual, cm nome do Instituto Histórico e Geográfico Brasi leiro, traça o vigoroso perfil do nosso

prece mística, digna de um doutor da Igreja, a alma de Capistrano é evocada

do Pratos e João Pandiá Calógeras. Pratos e Cupcrtino, mortos prematura mente, não puderam dar medida exata

tável discurso sôbre questões militares c sustentar nos "a pedidos" do "Jornal do Comércio" polêmica com Bueno de An-

observação, mas ele insistiu, acalorada

Calógeras foi sempre reconhecido a

Matriculou-se na turma do 1885, cuja

Extensa bibliografia

o prova.

na de saudade e de crítica, de como

historiador máximo.

Calógeras foi estudante singular. Des conheceu a vida boêmia dos moçxís de oulrora. Não fazia parte dos "mincralógicos", bando de estudantes turbulentos

por um francês. Habituado a pensar na língua de Racinc, como o fazia Joa

veu a sua cultura de humanidades, das

para. a matrícula na severa e gloriosa

101

panhar o noivo no carro nupcíal e de monstrava não possuir resquício do in veja daquele companiieiro -que tanto o obrigava a estudar para manter privi legiada situação.

Bem

Rogério Fajardo, professor da Escola

me lembro, tratava-se da ilha de Cclo" bes. A meu turno, mantive convencida mente o meu parecer, mas fiquei pressionado com a firmeza do rapazTerminada a prova, fui verificar o ponto, e vi que ele tinha rajuio e que

Politécnica de São Paujo, contemporâ neo, em Ouro Preto, de Calógeras, e que

o erro era meu.

do do estudo.

Mandei chamá-lo o>

o conheceu na pensão de d. Cecília, à rua do Rosário, depôs a favor da sua austeridade e conduta exemplar, ini migo dos folguedos e sempre apaixona

do Ouro Prelo.

cursava a escola do Minas, ao alcançar

essas palavras, retidas por assombrosa memória:

"Bravol

Trate de trabalhar

sempre as.sim, como faz o Johmiy Ca

lógeras. Trate de o imitar: é um rapaz que irá longe e breve terá o mais belo nome".

Confinnou-se a profecia.

Calógeras

foi o ápice culminante daquela escola que deu ao Brasil luminares como Costa Sena, Gonzaga de Campos, Arrojado Lisboa, Francisco Sá, Lúcio dos Santos,

Djalma Guimarães e Clycon de Paiva. Calógeras orgulhava-se da escola, dos professôrcs e dos métodos de ensino. Henri Gorceix, o sábio fundador, cujos

traços biográficos Francisco Sá gravou com burif de artista, dominava, pelo coração, pelo brio e pela honra, c fazia dos alunos homens e não escravos, fri

sou Calógeras em seu canto de cisne, a sua sentida "Oração de Paraninfo" aos " alunos de Ouro Preto.

Afonso Arinos pontificava na cidade de Antônio Dias. Realizavam-se no solar

do mágico evocador da "Atalaia Ban-

• deirante" tertúlias literárias, em que discictea\'am, sôbre as coisas e os ho-'

mens do pretérito, os amantes da histó ria e os cultores do belo. Calógeras era

dos mais assíduos freqüentadores daque le cenáculo, que o fêz devoto do passado colonial de Minas.

Acirradas, as lutas partidárias na de cadente Ouro Preto. No crepúsculo da

monarquia, ainda predominavam os li berais, »a cuja frente se achavam o Cônego Sant'Ajia e José Cesario de Faria


mr

Digesto Ecoxó.vaco

102

Dioest<i Econômico

103

um exemplar clèssc folheto, que ó mui tíssimo raro.

sobre Ipanema e as estradas de ferro federais. Calógeras combateu, nesse úl

de casamento ser imediatamente aceito

Em 1892, publicou ainda dois traba lhos puramente Iccnicos: "O mctcorito

rendamento das estradas, e defendeu a

pelo pai... Joaquim Caetano escreveu um roman

cie Santa Ca'-irina" c "Lc fer ntcklé do

sua exploração pelo poder público. Ana

Sainlo CathcTinc", o último reproduzido

lisando as minas de ferro e o "fosfato

corpo discente, na totalidade, aboli

ce — "João e Francisco" — dc algum

intogralmonte na revista "Neuos Yahr-

cionista e republicano.

mérito literário na descrição da.s paisa

tricálcico" de Ipvinema, município dc Sorocaba, anteriormente examinados por Eschwegc, Vanihagen e Orvillc Derby, sustentou Calógeras a pobrezix daquelas

Alvim. Pugnando pelo advento do novo regimeni, existia aguerrido corpo de mi litantes guiados pelo verbo apostólico de João Pinheiro. Antônio Olinto dos San tos Pires, professor da escola, era um dos chefes da falange libertadora.

O

Contou-mo d. Elisa, cm .sua ingenui

dade, que aqueles conlurcimentns foram as melliores credenciais para o pedido

Calógeras, desde os tempos colegiais, foi apaixonado da coisa pública e sem

gens sertanejas.

pre se interessou pek política como arte

cm 1890, aos 20 anos dc idad<', incom

de dirigir os povos.

Foi republicano, se bem que estreitas as suas relações de amizade com mem

bros da família imperial. Assinou, quan do estudante de engenharia, com vultos eminentes de Ouro Preto, a ata da ses

Calógeras formou-se com distinção,

pletos. Obteve o prêmio de viagem à Europa, do qual não se utilizou.

1.5 de abril dc 1891, consorcioii-se com

Elisa Guimarães, com quem identificou a sua vida.

são extraordinária, convocada pelo Pre sidente da Câmara Municipal para dar

III

posse ao novel Governador do Estado,

O Profissioruil

Antônio Olinto dos Santos Pires. Per

noitou, ao lado de Cupertino e de João Proença, com grande quantidade de ex plosivos, na redação d"'0 Movimento", o valoroso jornal de João Pinheiro, que tão saliente papel desempenhou na pro paganda republicana em Minas. Fê-lo para evitar prometidos ataques ao órgão democrático. Ouro Preto foi a sua terra adotiva.

No dia da morte, à sua cunhada, d. Júlia Guimarães, Calógeras manifestou pro fundo pesar de não rever a cidade dos seus sonhos, na qual aprimorou o espíjjto e conheceu o seu anjo tutelar. Era

Aos

O período compreendido entre a sua

formatura e a eleição para deputado federal, como representante do Estado de Minas Gerais (1890-1897), caracte

rizou-se por intensa atividade profissio

Calógeras es

ferro c não do melcorito. São os únicos

minas em ferro. Escudado em Derby,

estudos do geologia pura, daquele pe ríodo. Posteriornicnte, cm 1926, pro

sugeriu o aproveitamento dos fosfates,

idéia cuja execução Júlio Prestes iniciou,

feriu na Escola Politécnica de São Paulo,

auxiliado por um técnico do valor de

perante numerosa assistência de técnicos,

Guilherme Florence, a alma daquelas

a conferência "A teoria de Wegener c

pesquisas.

a formação dos continentes", obra dc

A familiaridade diutuma com esses

síntese o dc ciência pura, "rica de co mentários originais sobre a interpreta ção cie fatos geológicos brasileiros não citados polo cientista germânico", na apreciação segura de Luiz Cintra do

problemas explica o milagre de Calóge ras ter escrito, quase de um jato, aos 33 anos, a obra-prima "As Minas do Brasil" — monumento de saber, que em breve

Prado.

Especializou-se em geologia econô

de Calógeras.

mestre insuperado.

Em Uberaba, coadjuvado por dois jo vens agrímensores — Alexandre Barbosa

Escreveu de Uberaba, onde fixara re

sidência como engenheiro de distrito na

Calógeras inicia a sua carreira de en genheiro de minas em Santa Catarina, realizando pesquisas de geologia sobre a

vasta zona do Triângulo Mineiro, para o

ocorrência de minérios de manganês de Cariguaba (1891). Em colaboração com o dr. Artur Gui

marães, mais tarde Diretor da Escola de

Engenharia de Belo Horizonte, estudou»

noivo de Elisa, filha do dr. Joaquim Caetano da Silva Guimarães, irmão do romancista Bernardo Guimarães. Joauim Caetano, que foi ministro do Sunreino Tribunal, era exímio latinista.

cm 1892, exaustivamente, a bacia terciã-

será reeditada e ampliada sob o título "Enciclopédia de geologia econômica". Obra que, por si só, perpetuará o nome

mica e nesse ramo da ciência tomou-se

nal.

segundanísta da Escola quando ficou

Heflutindo o ambiente e a época, só reconhecia valor preponderante em quem conhecesse a língua latina; ilimitada a sua admiração por aquele jovem que tão bem manejava o idioma de Horácio.

buch fiir Mineralogic".

creveu esses opúsculos para demonstrar que Sc trata cie depósito do minério de

timo estudo, que teve repercussão, o ar

"Jornal do Comércio" do Rio de Janei

e Emigdío Marques — promoveu a de marcação de vários imóveis, como os de "Laranjeiras" e "Tijuco", de proprie

ro, monografias sobre "Contribuição ao

dade dos Borges de Araújo, satisfazendo

estudo da siderurgia no Brasil" e "Con tribuição ao estuclo das explorações dia

a "todos os condôminos.

mantinas no Brasil — Lavras d'Água Suja".

Na primeira, estuda a bacia do Alto

Rio Doce e o aproveitamento das terras.

Dotado de excepcional capacidade de trabalho, Calógeras levantava-se, impreterivelmente, às quatro horas da madru gada, confundia-se, no trabalho, com os próprios operários, usando, no campo,

Na segunda, de maneira irrefutável, os

os mesmos utensílios e ferramentas. Ca

ção o mármore de efeitos finamente ar

termos principais, o trinômio de tôcla

lógeras não sentia pejo em fazer qual

tísticos, hoje cpnliccido em todo o Brasil. Prefaciado por Henri Gorceix, o traba

exploração diamantina, a saber: a re

quer serviço braçal. Com surpresa geral, terminou a em preitada da demarcação de "Tijuco" e "Laranjeiras" antes de decorrida metade do prazo estipulado. Êsse fato é de

ria do Gandarela, chamanclo-lhe a aten

dução do preço da extração do diaman te, a extração total e a facilidade de fis

lho é quase definitivo, segundo a au toridade do eminente geólogo Djalma Guimarães, sobre depósito de lignito.

calização dos serviços.

Na biblioteca do Instituto Histórico e

fase de esplendor em que era diretor

Geográfico de São Paulo, se me deparou

José Veríssimo, com exaustivos ensaios

Colaborou na "Revista Brasileira", na

tradição viva em Uberaba.

Tais foram os serviços de caráter pro-


mr

Digesto Ecoxó.vaco

102

Dioest<i Econômico

103

um exemplar clèssc folheto, que ó mui tíssimo raro.

sobre Ipanema e as estradas de ferro federais. Calógeras combateu, nesse úl

de casamento ser imediatamente aceito

Em 1892, publicou ainda dois traba lhos puramente Iccnicos: "O mctcorito

rendamento das estradas, e defendeu a

pelo pai... Joaquim Caetano escreveu um roman

cie Santa Ca'-irina" c "Lc fer ntcklé do

sua exploração pelo poder público. Ana

Sainlo CathcTinc", o último reproduzido

lisando as minas de ferro e o "fosfato

corpo discente, na totalidade, aboli

ce — "João e Francisco" — dc algum

intogralmonte na revista "Neuos Yahr-

cionista e republicano.

mérito literário na descrição da.s paisa

tricálcico" de Ipvinema, município dc Sorocaba, anteriormente examinados por Eschwegc, Vanihagen e Orvillc Derby, sustentou Calógeras a pobrezix daquelas

Alvim. Pugnando pelo advento do novo regimeni, existia aguerrido corpo de mi litantes guiados pelo verbo apostólico de João Pinheiro. Antônio Olinto dos San tos Pires, professor da escola, era um dos chefes da falange libertadora.

O

Contou-mo d. Elisa, cm .sua ingenui

dade, que aqueles conlurcimentns foram as melliores credenciais para o pedido

Calógeras, desde os tempos colegiais, foi apaixonado da coisa pública e sem

gens sertanejas.

pre se interessou pek política como arte

cm 1890, aos 20 anos dc idad<', incom

de dirigir os povos.

Foi republicano, se bem que estreitas as suas relações de amizade com mem

bros da família imperial. Assinou, quan do estudante de engenharia, com vultos eminentes de Ouro Preto, a ata da ses

Calógeras formou-se com distinção,

pletos. Obteve o prêmio de viagem à Europa, do qual não se utilizou.

1.5 de abril dc 1891, consorcioii-se com

Elisa Guimarães, com quem identificou a sua vida.

são extraordinária, convocada pelo Pre sidente da Câmara Municipal para dar

III

posse ao novel Governador do Estado,

O Profissioruil

Antônio Olinto dos Santos Pires. Per

noitou, ao lado de Cupertino e de João Proença, com grande quantidade de ex plosivos, na redação d"'0 Movimento", o valoroso jornal de João Pinheiro, que tão saliente papel desempenhou na pro paganda republicana em Minas. Fê-lo para evitar prometidos ataques ao órgão democrático. Ouro Preto foi a sua terra adotiva.

No dia da morte, à sua cunhada, d. Júlia Guimarães, Calógeras manifestou pro fundo pesar de não rever a cidade dos seus sonhos, na qual aprimorou o espíjjto e conheceu o seu anjo tutelar. Era

Aos

O período compreendido entre a sua

formatura e a eleição para deputado federal, como representante do Estado de Minas Gerais (1890-1897), caracte

rizou-se por intensa atividade profissio

Calógeras es

ferro c não do melcorito. São os únicos

minas em ferro. Escudado em Derby,

estudos do geologia pura, daquele pe ríodo. Posteriornicnte, cm 1926, pro

sugeriu o aproveitamento dos fosfates,

idéia cuja execução Júlio Prestes iniciou,

feriu na Escola Politécnica de São Paulo,

auxiliado por um técnico do valor de

perante numerosa assistência de técnicos,

Guilherme Florence, a alma daquelas

a conferência "A teoria de Wegener c

pesquisas.

a formação dos continentes", obra dc

A familiaridade diutuma com esses

síntese o dc ciência pura, "rica de co mentários originais sobre a interpreta ção cie fatos geológicos brasileiros não citados polo cientista germânico", na apreciação segura de Luiz Cintra do

problemas explica o milagre de Calóge ras ter escrito, quase de um jato, aos 33 anos, a obra-prima "As Minas do Brasil" — monumento de saber, que em breve

Prado.

Especializou-se em geologia econô

de Calógeras.

mestre insuperado.

Em Uberaba, coadjuvado por dois jo vens agrímensores — Alexandre Barbosa

Escreveu de Uberaba, onde fixara re

sidência como engenheiro de distrito na

Calógeras inicia a sua carreira de en genheiro de minas em Santa Catarina, realizando pesquisas de geologia sobre a

vasta zona do Triângulo Mineiro, para o

ocorrência de minérios de manganês de Cariguaba (1891). Em colaboração com o dr. Artur Gui

marães, mais tarde Diretor da Escola de

Engenharia de Belo Horizonte, estudou»

noivo de Elisa, filha do dr. Joaquim Caetano da Silva Guimarães, irmão do romancista Bernardo Guimarães. Joauim Caetano, que foi ministro do Sunreino Tribunal, era exímio latinista.

cm 1892, exaustivamente, a bacia terciã-

será reeditada e ampliada sob o título "Enciclopédia de geologia econômica". Obra que, por si só, perpetuará o nome

mica e nesse ramo da ciência tomou-se

nal.

segundanísta da Escola quando ficou

Heflutindo o ambiente e a época, só reconhecia valor preponderante em quem conhecesse a língua latina; ilimitada a sua admiração por aquele jovem que tão bem manejava o idioma de Horácio.

buch fiir Mineralogic".

creveu esses opúsculos para demonstrar que Sc trata cie depósito do minério de

timo estudo, que teve repercussão, o ar

"Jornal do Comércio" do Rio de Janei

e Emigdío Marques — promoveu a de marcação de vários imóveis, como os de "Laranjeiras" e "Tijuco", de proprie

ro, monografias sobre "Contribuição ao

dade dos Borges de Araújo, satisfazendo

estudo da siderurgia no Brasil" e "Con tribuição ao estuclo das explorações dia

a "todos os condôminos.

mantinas no Brasil — Lavras d'Água Suja".

Na primeira, estuda a bacia do Alto

Rio Doce e o aproveitamento das terras.

Dotado de excepcional capacidade de trabalho, Calógeras levantava-se, impreterivelmente, às quatro horas da madru gada, confundia-se, no trabalho, com os próprios operários, usando, no campo,

Na segunda, de maneira irrefutável, os

os mesmos utensílios e ferramentas. Ca

ção o mármore de efeitos finamente ar

termos principais, o trinômio de tôcla

lógeras não sentia pejo em fazer qual

tísticos, hoje cpnliccido em todo o Brasil. Prefaciado por Henri Gorceix, o traba

exploração diamantina, a saber: a re

quer serviço braçal. Com surpresa geral, terminou a em preitada da demarcação de "Tijuco" e "Laranjeiras" antes de decorrida metade do prazo estipulado. Êsse fato é de

ria do Gandarela, chamanclo-lhe a aten

dução do preço da extração do diaman te, a extração total e a facilidade de fis

lho é quase definitivo, segundo a au toridade do eminente geólogo Djalma Guimarães, sobre depósito de lignito.

calização dos serviços.

Na biblioteca do Instituto Histórico e

fase de esplendor em que era diretor

Geográfico de São Paulo, se me deparou

José Veríssimo, com exaustivos ensaios

Colaborou na "Revista Brasileira", na

tradição viva em Uberaba.

Tais foram os serviços de caráter pro-


fissional prestados a esse município que, embora residindo apenas há um ano

h

Dicicsto

Econômico

105

brasileiro", reclama então o.s s<'rviços

IV

de Calógeras c nomcia-o Consiiltt)r Téc

O Parlamentar

e não os de um Calógeras ou dc um Melo Franco. Grande deputado era

Dioksto Econômico

104

naquela cidade, o seu nome foi lembra do para deputado estadual. O mérito paga o seu tributo. A can didatura de Calógeras, levantada pelos chefes locais Misael Rodrigues da Cunha, Crispiniano Tavares, Antônio Garcia

nico da Secretaria da Agricultura c Via-

ferroviários, disse-me, certa \i/., cpto ja

mais, em Minas Gerais, alguém, no fun

ra, limites, mineração o vias férreas.

reformas. Alcides Lins, antigo Intcr\'cn-

tor cm Minas, estudioso clc problemas

Adjucto e Antônio Pereira Artiaga, pro

cionalismo público, trabalhou com tanta

voca a cisão da política de Uberaba. O Gel. José Francisco da Silva e Oli

eficiência.

veira, inimigo pessoal do dr. Crispinia no Tavares, distinto engenheiro e anti

go colega de turma de Costa Sena, re voltado com a nomeação de Crispiniano

para professor do Instituto Zootécnico, impugnou a candidatura de Calógeras c

quem promov ia um carteiro e não quem

Figura consular, a de Calógeras. Nin guém, no recinto da "Cadeia Velha", discutiu, com iniúor competência, as nuestões de orçaineult), marinha e guer

ção, em 1896. Foí uma época clc largas

O Partido Republicano Mineiro, para engrandecer no Rio do Janeiro a sua

n

elaborasse parcceres sôbrc minas ou Código Civil. Insubmisso, desconhecia chefes.

Não

admitia disciplina em questões doutriná rias. Cumpria o dever e não se preo

Sem os dotes Iribunícios de um Carlos

cupava com os reflexos que despertas

Peixoto, de um Pedro Moacir, de um

sem na opinião pública as suas expla

Da\ i Campista, de um Gastão da Cunha,

nações.

de um Barbosa Lima, parlamentares de

representação, ofcrece-llu? a caclcnra clc deputado federal, pelo primeiro distrito eleitoral. Calógeras dcmitc-sc, a fim de se desincompatibilizar para a clcíçao

atitudes teatrais caracti-rístieas dos lati

o recebe do Secretário da Agricultura

do na Câmara Alta.

no-americanos, ou de um Epitácio Pes soa e de um Francisco Sá, Calógeras

dava a impressão dc um inglês discorren

A longa iDcrmanência de Calógeras no

Parlamento só é c.xpíicávcl, na esfera de ação em que atuou, por ter sido um valor insubstituível, no julgamento dos governantes. O culto Martim Francisco co.stumava

dizer que "não perdia nunca os seus

apresentou os nomes de Artur Lôbo, ma-

uma carta, vazada em termos cncomiás-

Voz metálica, pouco suscetível dc

viòso poeta é elegante prosador, e de Desidério Melo, advogado provisionado. O voto do Cel. José Francisco recebeu o apoio dos Géis. João Quintino Tei

tícos. Escreveu o seguinte trecho o cs-

emoção, falava sem contrair os músculos

discursos para se instniir, porque .sem

tadi.sta Francisco Sá:

faciais.

pre se tem que aprender, ouvindo o Calógeras, especialista cm Enciclopé

"No estudo das

mais importantes e das mais complexas questões afetas a esta Secretaria, rex'e-

Gesticulava com a mão direita

e não tirava a esquerda do bolso do colete.

Ocupava a tribuna do Parlamento, ho

xeira, Antônio Cesário e Manuel Bar celos. Os ânimos exaltaram-se. Em

lastes capacidade de trabalho tão ex

conseqüência da luta, Artiaga, diretor da Escola Normal e jornalista, ligado a Ca lógeras por laços de parentesco, c as

verdadeiros interesses mineiros, tão com

do cm cátedra de Escola Superior. Ex

pleta aptidão para encarar c resolver as

punha a matéria sem imaginação, dísser-

dificuldades científicas submetidas

tando num estilo enxuto. Habituado às

sassinado por Artur Lôbo, fato lastimá vel que ecoou em todo o Brasil e o obri

vosso estudo, que a falta de vossa coo peração se torna verdadeiramente sen

gou a cultuar a memória do amigo pelas

sível".

colunas d'"0 País".

Artur Lôbo, no

cepcional, tão notável compreensão dos ao

cional, sem ter completado 27 anos, Ca lógeras já era nome de projeção nos meios intelectuais, não só de Minas como

absolvição,

de todo o Brasil.

Os adversários do jovem e laureado engenheiro reconheciam o seu valor mo ral e a sua probidade científica, mas entendiam que havia inconveniências no

Honrou, na Câmara dos Deputados, as suas tradições de earáter, de inteligên

afastamento de um técnico da secreta

foi dos maiores do Brasil.

ficar desprestigiado... Calógeras, nobremente, evita o pro

longamento da luta, desistindo, em do cumento público, da candidatura. Francisco Sá, o "S. João Crisóstomo

ciências exatas, examinava o assunto de um ponto de vista orgânico. Dc grande compostura perante o con

Ao ingressar, pois, no Parlamento Na

júri, em Uberaba, foi defendido pelo causídico Alfredo Pujol, criminalista e orador de nomeada, que conseguiu a sua

ria e que o Cel. José Francisco não podia

ras a fio, como sc estivesse prelecionan-

cia, de operosidade. Como parlamentar, em longa carreira,

Percorrendo os anais do Congresso,

verificar-se-á que discutia todos os orça mentos com a mesma mestria.

A .sua

cultura era integral.

Resumir, pois, a sua atividade parla

apenas, em ligeiros toque.s, os melho

cursos. Ou, melhor, subia â tribuna i^ara

res discursos, os projetos mais interes

discorrer sobre tema novo.

santes e os pareceres, verdadeiras mono

Evitava o

terreno palmilhado por outrem. Levava

consigo notas, mapas e livros, que for necia a Agenor de Rourc para os exten

sos resumos do "Jornal do Comércio". Jamais pegou da pena ou usou da palavra para discutir casos pessoais ou

plana do polígono cintilante de Carlos Peixoto, Davi Campista, Gastão da

Sempre foi homem dc gabinete e não

ríodo áureo do "Jardim da Infância", dignificaram o nosso Parlamento, elevando-o a altura não atingida na República.

"Ministro para qualquer pasta, em qual quer país do mundo".

tender, era vivaz c enérgico na réplica, se aparteado. Não improvisava os dis

Está na

Cunha e João Luiz Alves cpie, no pe

dia". Em suas memórias inéditas, o irre verente Andrada defíniu-o com a frase:

do interesses puramente partidários, de atas eleitorais, o que não constituía uma recomendação.

Em Minas, como

nos demais Estados da Federação, reco

nheciam-se os serviços de um Brossane

mentar, é tarefa difícil.

Mencionarei

grafias. Não analisarei as suas idéias.

A Co- •

ieção "Brasiliana", em edições sucessivas,

está divulgando as obras principais de

Calógeras e enorme tem sido a sua in fluência nos rumos da administração brasileira.

Aos 7 de fevereiro de 1897, apresen tava ao eleitorado do L° Distrito Fe

deral de Minas Gerais o manifesto-programa. Contrariando a norma geral se-


fissional prestados a esse município que, embora residindo apenas há um ano

h

Dicicsto

Econômico

105

brasileiro", reclama então o.s s<'rviços

IV

de Calógeras c nomcia-o Consiiltt)r Téc

O Parlamentar

e não os de um Calógeras ou dc um Melo Franco. Grande deputado era

Dioksto Econômico

104

naquela cidade, o seu nome foi lembra do para deputado estadual. O mérito paga o seu tributo. A can didatura de Calógeras, levantada pelos chefes locais Misael Rodrigues da Cunha, Crispiniano Tavares, Antônio Garcia

nico da Secretaria da Agricultura c Via-

ferroviários, disse-me, certa \i/., cpto ja

mais, em Minas Gerais, alguém, no fun

ra, limites, mineração o vias férreas.

reformas. Alcides Lins, antigo Intcr\'cn-

tor cm Minas, estudioso clc problemas

Adjucto e Antônio Pereira Artiaga, pro

cionalismo público, trabalhou com tanta

voca a cisão da política de Uberaba. O Gel. José Francisco da Silva e Oli

eficiência.

veira, inimigo pessoal do dr. Crispinia no Tavares, distinto engenheiro e anti

go colega de turma de Costa Sena, re voltado com a nomeação de Crispiniano

para professor do Instituto Zootécnico, impugnou a candidatura de Calógeras c

quem promov ia um carteiro e não quem

Figura consular, a de Calógeras. Nin guém, no recinto da "Cadeia Velha", discutiu, com iniúor competência, as nuestões de orçaineult), marinha e guer

ção, em 1896. Foí uma época clc largas

O Partido Republicano Mineiro, para engrandecer no Rio do Janeiro a sua

n

elaborasse parcceres sôbrc minas ou Código Civil. Insubmisso, desconhecia chefes.

Não

admitia disciplina em questões doutriná rias. Cumpria o dever e não se preo

Sem os dotes Iribunícios de um Carlos

cupava com os reflexos que despertas

Peixoto, de um Pedro Moacir, de um

sem na opinião pública as suas expla

Da\ i Campista, de um Gastão da Cunha,

nações.

de um Barbosa Lima, parlamentares de

representação, ofcrece-llu? a caclcnra clc deputado federal, pelo primeiro distrito eleitoral. Calógeras dcmitc-sc, a fim de se desincompatibilizar para a clcíçao

atitudes teatrais caracti-rístieas dos lati

o recebe do Secretário da Agricultura

do na Câmara Alta.

no-americanos, ou de um Epitácio Pes soa e de um Francisco Sá, Calógeras

dava a impressão dc um inglês discorren

A longa iDcrmanência de Calógeras no

Parlamento só é c.xpíicávcl, na esfera de ação em que atuou, por ter sido um valor insubstituível, no julgamento dos governantes. O culto Martim Francisco co.stumava

dizer que "não perdia nunca os seus

apresentou os nomes de Artur Lôbo, ma-

uma carta, vazada em termos cncomiás-

Voz metálica, pouco suscetível dc

viòso poeta é elegante prosador, e de Desidério Melo, advogado provisionado. O voto do Cel. José Francisco recebeu o apoio dos Géis. João Quintino Tei

tícos. Escreveu o seguinte trecho o cs-

emoção, falava sem contrair os músculos

discursos para se instniir, porque .sem

tadi.sta Francisco Sá:

faciais.

pre se tem que aprender, ouvindo o Calógeras, especialista cm Enciclopé

"No estudo das

mais importantes e das mais complexas questões afetas a esta Secretaria, rex'e-

Gesticulava com a mão direita

e não tirava a esquerda do bolso do colete.

Ocupava a tribuna do Parlamento, ho

xeira, Antônio Cesário e Manuel Bar celos. Os ânimos exaltaram-se. Em

lastes capacidade de trabalho tão ex

conseqüência da luta, Artiaga, diretor da Escola Normal e jornalista, ligado a Ca lógeras por laços de parentesco, c as

verdadeiros interesses mineiros, tão com

do cm cátedra de Escola Superior. Ex

pleta aptidão para encarar c resolver as

punha a matéria sem imaginação, dísser-

dificuldades científicas submetidas

tando num estilo enxuto. Habituado às

sassinado por Artur Lôbo, fato lastimá vel que ecoou em todo o Brasil e o obri

vosso estudo, que a falta de vossa coo peração se torna verdadeiramente sen

gou a cultuar a memória do amigo pelas

sível".

colunas d'"0 País".

Artur Lôbo, no

cepcional, tão notável compreensão dos ao

cional, sem ter completado 27 anos, Ca lógeras já era nome de projeção nos meios intelectuais, não só de Minas como

absolvição,

de todo o Brasil.

Os adversários do jovem e laureado engenheiro reconheciam o seu valor mo ral e a sua probidade científica, mas entendiam que havia inconveniências no

Honrou, na Câmara dos Deputados, as suas tradições de earáter, de inteligên

afastamento de um técnico da secreta

foi dos maiores do Brasil.

ficar desprestigiado... Calógeras, nobremente, evita o pro

longamento da luta, desistindo, em do cumento público, da candidatura. Francisco Sá, o "S. João Crisóstomo

ciências exatas, examinava o assunto de um ponto de vista orgânico. Dc grande compostura perante o con

Ao ingressar, pois, no Parlamento Na

júri, em Uberaba, foi defendido pelo causídico Alfredo Pujol, criminalista e orador de nomeada, que conseguiu a sua

ria e que o Cel. José Francisco não podia

ras a fio, como sc estivesse prelecionan-

cia, de operosidade. Como parlamentar, em longa carreira,

Percorrendo os anais do Congresso,

verificar-se-á que discutia todos os orça mentos com a mesma mestria.

A .sua

cultura era integral.

Resumir, pois, a sua atividade parla

apenas, em ligeiros toque.s, os melho

cursos. Ou, melhor, subia â tribuna i^ara

res discursos, os projetos mais interes

discorrer sobre tema novo.

santes e os pareceres, verdadeiras mono

Evitava o

terreno palmilhado por outrem. Levava

consigo notas, mapas e livros, que for necia a Agenor de Rourc para os exten

sos resumos do "Jornal do Comércio". Jamais pegou da pena ou usou da palavra para discutir casos pessoais ou

plana do polígono cintilante de Carlos Peixoto, Davi Campista, Gastão da

Sempre foi homem dc gabinete e não

ríodo áureo do "Jardim da Infância", dignificaram o nosso Parlamento, elevando-o a altura não atingida na República.

"Ministro para qualquer pasta, em qual quer país do mundo".

tender, era vivaz c enérgico na réplica, se aparteado. Não improvisava os dis

Está na

Cunha e João Luiz Alves cpie, no pe

dia". Em suas memórias inéditas, o irre verente Andrada defíniu-o com a frase:

do interesses puramente partidários, de atas eleitorais, o que não constituía uma recomendação.

Em Minas, como

nos demais Estados da Federação, reco

nheciam-se os serviços de um Brossane

mentar, é tarefa difícil.

Mencionarei

grafias. Não analisarei as suas idéias.

A Co- •

ieção "Brasiliana", em edições sucessivas,

está divulgando as obras principais de

Calógeras e enorme tem sido a sua in fluência nos rumos da administração brasileira.

Aos 7 de fevereiro de 1897, apresen tava ao eleitorado do L° Distrito Fe

deral de Minas Gerais o manifesto-programa. Contrariando a norma geral se-


II I I

l i .i. ,

I

I

■ '(i.-.iyíK

Dicksto Econômico 106

guida pelos políticos, de prometer e nao cumprir, só traçou as diretrizes ^ sua eleição, que se realizara a 30 de e zembro do ano anterior. E' um do cumento incisivo e curto. O problema

basilar, segundo o seu modo de pensar, é o económico-administrativo, com o

funcionamento integral do mecanismo

adotado pela Constituição de 24 de fe vereiro.

"Condição essencial de paz e de res

peito à existência constitucional da União, a autonomia dos Estados deve ser a religião intangível de todos os brasileiros."

Assume o compromisso de "realizar* uma política de tolerância e de paz, a cuja sombra tôdas as aspirações lícitas encontrarão abrigo, e que permitira, nos moldes da mais severa economia, dar

I a tôdas as fôrças produtoras do Brasil a expansão natural que devem ter". Estreou apresentando emendas sòbre o Homestead. Estréia sem grande ruído. Porém, reveladora do seu temperamento e da sua orientação. Debatendo maté

ria jurídica, o engenheiro patenteava aos seus pares ser um espírito curioso, in teressado por todos os domínios da ciência.

se achavam condenadas, e <lo poder da.s

r

DrcESTO

Econômico

ta, que c impossível liavcr partidos per manentes em repúblicas presidenciais como a nossa.

ro. Ao Instituto Nacional de Mvisica foi

interna, Calógeras não podia admitir

ro, quando outros trabalhos importan

oferecido o precioso arquivo, que se de

que a recusa da licença acarretasse a

tes, já conhecidos, não o elevassem entre seus concidadãos, o das responsabilida

Tralando-sc de um ato de economia

nominou "Coleção Gabricla Alves dc

renúncia do Prudente dc Morais c que, sem a in\crsão da.s normas constitucio

des das vias férreas o tornaria distinto

O Visconde dc Taunay, pelas eoliinas do "Jornal do Comercio", e Artur Dias,

nais, não SC compreende a ingerência do

no País e admirado no estrangeiro". Bateu-se, improricuamentc, para que

Poder Executivo na esfera do Legislati

cm folhetim da "Cidade do Rio", mani

festaram-lhe os seus aplausos. Na sessão secrctca da Câmara dos

Deputados de 4 de novembro de 1897, discutiu com vigor o Tratado de 10 de abril, do Amapá, firmado pelo nosso

govômo para fixar as fronteiras do Brasil

1

vo. Os anais registram que a sua oraçãf), consagrada com palmas prolon

sü instalasse o Congresso a 14 de julho,

gadas no recinto e nas galerias, finali

economia de mil o oilocentos contos de

za com a seguinte advertência: "Repu

réis. Discutiu em plenário, com a mimieia de um beneditino e surpreenden

blicanos históricos, com a responsabili dade da propaganda, e republicanos nãohistúricos, com a responsabilidade ainda maior da adesão — sejamos justos, to lerantes e liberais".

rinha do Guerra, discursou com a com

A tese de Calógeras contrária às agre miações partidárias permanentes, Carlos

balística.

riadores, e demonstrou, exaustiva c irre-

Peixoto Filho a desenvolveu posterior

petência que só ijossui um professor de Calógeras escolheu, porém, mal o auditório.

Pelo rigoroso cunho

Jiitàvelmente, os direitos do Brasil. Protestou contra a passagem da Es

num banquete, que se realizou no Res taurante Assírio, ao Marechal Hermes,

tos militares de alta patente teriam que

cola dc Minas de Ouro Preto, não só

que embarcava para a Alemanha. Carlos Peixoto, pressentindo a borrasca, definiu

para Barbaceiia, lugar que havia sido condenado ao ser fundada por Gorcei-x,

por não apresentar condições indispensá

veis para estudos geológicos e mineraló-

da Viação em 1899 e o defendeu em

Asseverou Mário de Alencar que êsse discurso produziu forte impressão no es

três longos discursos, debatendo o pro

tudou a responsabilidade dos emprega

Em memorável discurso, recusou li

rios, e apoiou o voto de Anfilófio, juris ta emérito e representante da Bahia.

persuasiva do Visconde de Taunay. Mas, fazendo jus à gratidão dos amantes da Isolado em sua bancada, Calógeras, boa música, conseguira o autor da Re vendo que se tratava de manejo político, tirada da Laguna", com o auxi .o de Al enfrentou com energia o líder Seabra, berto Nepomuceno, unicamente, a im não admitindo questões fechadas em as pressão da majestosa "Missa in requiem , sunto do tal natureza. Sustentou, com hú muito executada em Sao Paulo. a opinião do publicista argentino Alcoor-

aprender, ouvindo-o. Relatou o parecer sôbre o orçamento

o papel do militar na política.

crime que lhe imputaram seus adversá

Calógeras arrancou do olvido, a que

Sobre o aparelhamento da nossa Ma

técnico que imprimiu à sua oração, de veria proferi-la na Escola NaviiJ. Mui

mente, cm 1908, com o brilho habitual,

legislatura com o problema da redução

Fora inútil, até então, a eloqüência

te erudição, os orçamentos da Víação, Receita, Fazenda e Guerra.

ato governamental que a secular questão fôsse resolvida pelo arbitramento. A oração de Calógeras impressionou pelo rigor científico. Citou geógrafos, histo

cença para processar o General Francis co Glicério, por julgá-lo incapaz do

Nunes Garcia.

reduzindo o prazo das sessões com a

com a Guiana Francesa. Determinava o

tribuna a compra, pelo Estado, do acer vo inédito do Padre José Maurício

lestina e Scarlatti, Bach e Hãndel, im

derosos e o "Jornal do Comércio" decla rava textualmente: "O ilustrado minei

Sousa".

peliu-o, logo a seguir, a justificar na

púsculo da existência se resumia em Pa

mente, sôbrc o produtor, causando danos irreparáveis. Exibin argumentos pon-

traças, a cuja voracidade de.slriiidora estavam entregues, as cento c dez com posições inéditas do compositor brasilei

gícos, como para Belo Horizonte, apoia da nesse passo por cinco professores con tra oito que se declararam contrários a qualquer transferência.

A sua paixão musical, que no cre

107

pírito do Marechal, que, no entanto,

não SC aproveitou dos ensinamentos do amigo.

Calógeras preocupou-sc ainda nessa das tarifas c o das estradas de ferro. Es

dos de transporte. O escândalo da irres ponsabilidade das vias férreas, que che garam ao ponto de declarar, em seus conhecimentos, não se responsabilizarem pelos objetos que recebiam para o trans porte, era dos maiores embaraços ao de senvolvimento agrícola do Pais, porque os prejuízos caíam, direta ou indireta

blema ferroviário em tôdas as minudên-

cias. Da legislatura finda, naquele ano, talvez seja o seu melhor trabalho. Perfunctòriamente descrevemos a sua

atuação nos três primeiros anos de man dato.

A bancada mineira ainda não

havia atingido ao apogeu.

Gastão da

Cunha e Estêvão Lôbo foram eleitos era

1900. Carlos Peixoto, João Luiz Alvos,

Astolfo Dutra o Davi Campista em 1903. Afrânio de Melo Franco em 1906.

Francisco Sá, de elegância ática no dizer e cultor exímio das letras clássicas, revivia os meUiores dias de Atenas. Re

presentava o Ceará e não a terra natal. Contava, porém, a bancada mineira,


II I I

l i .i. ,

I

I

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Dicksto Econômico 106

guida pelos políticos, de prometer e nao cumprir, só traçou as diretrizes ^ sua eleição, que se realizara a 30 de e zembro do ano anterior. E' um do cumento incisivo e curto. O problema

basilar, segundo o seu modo de pensar, é o económico-administrativo, com o

funcionamento integral do mecanismo

adotado pela Constituição de 24 de fe vereiro.

"Condição essencial de paz e de res

peito à existência constitucional da União, a autonomia dos Estados deve ser a religião intangível de todos os brasileiros."

Assume o compromisso de "realizar* uma política de tolerância e de paz, a cuja sombra tôdas as aspirações lícitas encontrarão abrigo, e que permitira, nos moldes da mais severa economia, dar

I a tôdas as fôrças produtoras do Brasil a expansão natural que devem ter". Estreou apresentando emendas sòbre o Homestead. Estréia sem grande ruído. Porém, reveladora do seu temperamento e da sua orientação. Debatendo maté

ria jurídica, o engenheiro patenteava aos seus pares ser um espírito curioso, in teressado por todos os domínios da ciência.

se achavam condenadas, e <lo poder da.s

r

DrcESTO

Econômico

ta, que c impossível liavcr partidos per manentes em repúblicas presidenciais como a nossa.

ro. Ao Instituto Nacional de Mvisica foi

interna, Calógeras não podia admitir

ro, quando outros trabalhos importan

oferecido o precioso arquivo, que se de

que a recusa da licença acarretasse a

tes, já conhecidos, não o elevassem entre seus concidadãos, o das responsabilida

Tralando-sc de um ato de economia

nominou "Coleção Gabricla Alves dc

renúncia do Prudente dc Morais c que, sem a in\crsão da.s normas constitucio

des das vias férreas o tornaria distinto

O Visconde dc Taunay, pelas eoliinas do "Jornal do Comercio", e Artur Dias,

nais, não SC compreende a ingerência do

no País e admirado no estrangeiro". Bateu-se, improricuamentc, para que

Poder Executivo na esfera do Legislati

cm folhetim da "Cidade do Rio", mani

festaram-lhe os seus aplausos. Na sessão secrctca da Câmara dos

Deputados de 4 de novembro de 1897, discutiu com vigor o Tratado de 10 de abril, do Amapá, firmado pelo nosso

govômo para fixar as fronteiras do Brasil

1

vo. Os anais registram que a sua oraçãf), consagrada com palmas prolon

sü instalasse o Congresso a 14 de julho,

gadas no recinto e nas galerias, finali

economia de mil o oilocentos contos de

za com a seguinte advertência: "Repu

réis. Discutiu em plenário, com a mimieia de um beneditino e surpreenden

blicanos históricos, com a responsabili dade da propaganda, e republicanos nãohistúricos, com a responsabilidade ainda maior da adesão — sejamos justos, to lerantes e liberais".

rinha do Guerra, discursou com a com

A tese de Calógeras contrária às agre miações partidárias permanentes, Carlos

balística.

riadores, e demonstrou, exaustiva c irre-

Peixoto Filho a desenvolveu posterior

petência que só ijossui um professor de Calógeras escolheu, porém, mal o auditório.

Pelo rigoroso cunho

Jiitàvelmente, os direitos do Brasil. Protestou contra a passagem da Es

num banquete, que se realizou no Res taurante Assírio, ao Marechal Hermes,

tos militares de alta patente teriam que

cola dc Minas de Ouro Preto, não só

que embarcava para a Alemanha. Carlos Peixoto, pressentindo a borrasca, definiu

para Barbaceiia, lugar que havia sido condenado ao ser fundada por Gorcei-x,

por não apresentar condições indispensá

veis para estudos geológicos e mineraló-

da Viação em 1899 e o defendeu em

Asseverou Mário de Alencar que êsse discurso produziu forte impressão no es

três longos discursos, debatendo o pro

tudou a responsabilidade dos emprega

Em memorável discurso, recusou li

rios, e apoiou o voto de Anfilófio, juris ta emérito e representante da Bahia.

persuasiva do Visconde de Taunay. Mas, fazendo jus à gratidão dos amantes da Isolado em sua bancada, Calógeras, boa música, conseguira o autor da Re vendo que se tratava de manejo político, tirada da Laguna", com o auxi .o de Al enfrentou com energia o líder Seabra, berto Nepomuceno, unicamente, a im não admitindo questões fechadas em as pressão da majestosa "Missa in requiem , sunto do tal natureza. Sustentou, com hú muito executada em Sao Paulo. a opinião do publicista argentino Alcoor-

aprender, ouvindo-o. Relatou o parecer sôbre o orçamento

o papel do militar na política.

crime que lhe imputaram seus adversá

Calógeras arrancou do olvido, a que

Sobre o aparelhamento da nossa Ma

técnico que imprimiu à sua oração, de veria proferi-la na Escola NaviiJ. Mui

mente, cm 1908, com o brilho habitual,

legislatura com o problema da redução

Fora inútil, até então, a eloqüência

te erudição, os orçamentos da Víação, Receita, Fazenda e Guerra.

ato governamental que a secular questão fôsse resolvida pelo arbitramento. A oração de Calógeras impressionou pelo rigor científico. Citou geógrafos, histo

cença para processar o General Francis co Glicério, por julgá-lo incapaz do

Nunes Garcia.

reduzindo o prazo das sessões com a

com a Guiana Francesa. Determinava o

tribuna a compra, pelo Estado, do acer vo inédito do Padre José Maurício

lestina e Scarlatti, Bach e Hãndel, im

derosos e o "Jornal do Comércio" decla rava textualmente: "O ilustrado minei

Sousa".

peliu-o, logo a seguir, a justificar na

púsculo da existência se resumia em Pa

mente, sôbrc o produtor, causando danos irreparáveis. Exibin argumentos pon-

traças, a cuja voracidade de.slriiidora estavam entregues, as cento c dez com posições inéditas do compositor brasilei

gícos, como para Belo Horizonte, apoia da nesse passo por cinco professores con tra oito que se declararam contrários a qualquer transferência.

A sua paixão musical, que no cre

107

pírito do Marechal, que, no entanto,

não SC aproveitou dos ensinamentos do amigo.

Calógeras preocupou-sc ainda nessa das tarifas c o das estradas de ferro. Es

dos de transporte. O escândalo da irres ponsabilidade das vias férreas, que che garam ao ponto de declarar, em seus conhecimentos, não se responsabilizarem pelos objetos que recebiam para o trans porte, era dos maiores embaraços ao de senvolvimento agrícola do Pais, porque os prejuízos caíam, direta ou indireta

blema ferroviário em tôdas as minudên-

cias. Da legislatura finda, naquele ano, talvez seja o seu melhor trabalho. Perfunctòriamente descrevemos a sua

atuação nos três primeiros anos de man dato.

A bancada mineira ainda não

havia atingido ao apogeu.

Gastão da

Cunha e Estêvão Lôbo foram eleitos era

1900. Carlos Peixoto, João Luiz Alvos,

Astolfo Dutra o Davi Campista em 1903. Afrânio de Melo Franco em 1906.

Francisco Sá, de elegância ática no dizer e cultor exímio das letras clássicas, revivia os meUiores dias de Atenas. Re

presentava o Ceará e não a terra natal. Contava, porém, a bancada mineira,


H If

DicEsrn

108-

Dicksto Econômico

Econômico

com um jurista da estatura de Alfredo

amigo, crítico competente que leu esse

cinco anos nas praias dc Copacabana,

Pinto Vieira de Melo, futuro Ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, e engenheiros competentes como Cuper-

ensaio c reza pelas "A.sccnsõcs dWlmu",

mas deixando atrás dc si um rastro dc

ouvi que i\ con.stnição francesa dos tra

tino Siqueira e Rodolfo Paixáo, êstc um

do que a dos .seus Ií\tos cseritiis em

militar que a política desviou da car

nossa língua.

luz; Calógeras, operoso e sábio. Calógeras i\'vclou nessa legislatura atividadü tão plurifonne c intensa que parecia ter o desejo de tirar desforra dos

reira das armas.

Não é leviana a afirmativa de que,

na legislatura de 1897 a 1899, a figura de maior projeção dos montanheses, a

de maior produtividade, fora o jovem João Pandiá Calógeras. Vitima da fraude eleitoral, que ar rancara palavras de fogo da eloqüência

alada de Francisco Sá, Calógeras não obtém o reconhecimento de seus di reitos.

Como os gregos, seus ascendentes, que prestavam serviços à pátria, Calóge as era, pelos pigmeus, invejosos do seu valor, condenado ao ostracismo,

Afastado do Parlamento, na legislatu-

balhos de Calógeras é mais barnioniosa A miopia política, c.vtorquindo-lluí o

diploma de deputado federal, permitiu que prestasse ao Brasil èssc serv iço. Em Raris, profere, em nome dos brasileiros, a oração oficial de saudação a Santos Diimont, ofcrtando-lbc uma reprodução em bronze d'"A Fama", de Jean Antoi-

c o que somos, ó a meta dc um tra balho secular". Respondeu a todas as objeções do Felisbelo Freire e Lindolfi) Serra c terminou declarando:

"Os ne

gociadores Rio Branco o Assiz Brasil cumpriram nobremente o seu dever, e

três ano.s do forçado silêncio.

provaram á nossa Pátria que não está

Os scns di.scursos e paroceros .são es tudos do fôlego. A reforma do Código Eleitoral, a reõrganização do Distrito Fe deral, os impostos interestaduais, a insti

extinta a linhagem intelectual o política

tuição do crédito agrícola, a organiza ção provisória do Acre, o leilão da Soro-

dos estadistas brasileiros".

Releva acrescentar que o deputado Calógeras timbrou em examinar a que.stão, em face de documentos e informa

ções extra-oficiais, provando assim que o tratado e as negociações com a Bo

no Injalbcrt, feita por Thiébaud, para

cabana, a sê-ca do Nordeste, a responsa

comemorar a celebre excursão aérea de 19 de outubro.

bilidade civil das estradas de ferro, a reforma dos estatutos do Banco do Brasil, conhecida como "Reforma Davi

rio que se lhes atribuiu.

Campista", e os discursos sòbro os dife

uma obra de extraordinário valor. Reli-

Para os jornais de Belo Horizonte, es creveu uma série de artigos sòbro olctrosidernrgia, café c reforma tributária. Francisco Sales consegue, em 1903,

incluir o seu nome na chapa dc depu tados federais como representante dc

m de 1900-1902, exerce o cargo de n Mineração de Manganês do Bananal e empreende em 1901 uma

"cidade da matemática e da pedra" —

viagem de recreio à Europa, aumen

como era denominada a antiga Vila Rica

tando o seu cabedal de conhecimentos.

— uma das maiores manifestações, x'er-

Ouro Preto, acontecimento que deter minou Sc realizasse, em 9 dc março, na

Ern 22 de junho desse ano, realiza nota-

dadcira apoteose, de que há notícia, ao

bilíssima conferência na "Société de

ilustrado engenheiro.

Geographie Commerciale" sobre "La si-

-i

109

Com os novos eleitos há em Minas

lívia não estavam envolvidos no misté

Calógeras quis ainda doar ao Brasil

rentes orçamentos, são vastas monogra

ro-me ao Parecer "As minas do Brasil e'

fias, de pasmosa erudição, que mere cem análise minuciosa ou, pelo menos,

a sua legislação", em três grossos vo lumes, relatado nessa legislatura. É um

que se faça um resumo das idéias e.xpen-

estudo, pela erudição, só comparável aos

clidas. Em todos, é o verdadeiro Homem dc Estado, encarando o Brasil em seu

dc Rui Barbosa sôbre a redação «Io

todo, sem preconceitos de regionalismo. Merece destaque especial, todavia, um trabalho sou: o discurso proferido na sessão secreta de 23 de janeiro de 1904, referente à "Questão do Acre". Calógeras ocupou a tribuna pelo espa

cundário.

Código Chàl c Ensino Primário e Se

'Estudando o passado - diz Pires «Io Rio — Calógeras ilumina o debate his

toriado pelo concurso de saber técnica, em cada página revelado, no terreno da geologia, da metalurgia, da mecânica,

ço dc cinco horas e deixou em todos os

matérias sôbre que discorre com fir

duzida em boletim e tirada em folheto

Gerais uma metamorfose nos valores in telectuais. E' desmentida a caustican-

ouvintes uma impressão de assombro.

meza e familiaridade de estudioso pio-

por um admirador anônimo. Gorceix,

te alusão de Artur Rios, quando falava

Essa oração, como é óbvio, não consta

fissional."

em boiada, aludindo à bancada minei ra. Surde, no dizer de um articulista,

que lhe abriu as portas do Institiito His"-

tuation economique du Brésil", repro

sobrio em elogios, no artigo escrito para fala da impressão que causou nos meios

uma elite que nada tem dc comum com

dos Anais Parlamentares e foi reprodu zida nas colunas do "Dlgcsto Econômi co" por ter sido feita, polo próprio Ca

científicos de França a leitura dêsse tra

o animal simbólico descrito por Car-

lógeras, uma rccon.stituição que conser

balho.

diicci.

vava em seu arquivo. '

o jornal parisiense "L'Amérique Latine", Calógeras examina a crise do

A critica dêsse grande e famoso livio, tórico e Ceográfico Brasileiro, não é objeto dêste ensaio. Flomens do valor intelectual de Capistrano de Abreu,

É uma preleção sobre a nossa forma

Henri Gorceix, Mendes Pimentel, Or-

ceira e econômica de Campos Sales. Es

rável sexteto! Peixoto, temperamento de

ção histórica e a nossa economia no con

vilie Derby, Arrojado Lisboa, Visconde

tuda as nossas relações comerciais com

chefe; Campi.sta, folhctinista incompa-

tinente .sul-americano. Endossa, no lon

de Ouro Preto, Álvaro da Silveira, Piies

rável; Gastão da Cunha, assombroso ora

go desenvolvimento, a seguinte máxima

do Rio e Glycon de Paiva já emitiram

de Ronan: "Os verdadeiros homens de

seus pareceres. Êste último, em cinti

progresso são aqueles que adotam por

lante e longo ensaio, classificou-o de

reno perdido. A peroração é vibrante

dor; João Luiz Alves, fluente e argumentador, "doublé" de jurisconsulto e economista; Estêvão Lôbo, inteligência

ponto de partida um profundo respeito

"tratado monumental de História Eco

e de agradável sabor literário. De um

culta e faiscante, morto aos trinta e

pelo passado, pois tudo quanto fazemos

nômica".

Brasil, aplaudindo a orientação finan diversos países, notadamente com a França, e sugere os meios de que se deve lançar mão para reconquistar o ter

Que linhagem intclcctxial a do admi


H If

DicEsrn

108-

Dicksto Econômico

Econômico

com um jurista da estatura de Alfredo

amigo, crítico competente que leu esse

cinco anos nas praias dc Copacabana,

Pinto Vieira de Melo, futuro Ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, e engenheiros competentes como Cuper-

ensaio c reza pelas "A.sccnsõcs dWlmu",

mas deixando atrás dc si um rastro dc

ouvi que i\ con.stnição francesa dos tra

tino Siqueira e Rodolfo Paixáo, êstc um

do que a dos .seus Ií\tos cseritiis em

militar que a política desviou da car

nossa língua.

luz; Calógeras, operoso e sábio. Calógeras i\'vclou nessa legislatura atividadü tão plurifonne c intensa que parecia ter o desejo de tirar desforra dos

reira das armas.

Não é leviana a afirmativa de que,

na legislatura de 1897 a 1899, a figura de maior projeção dos montanheses, a

de maior produtividade, fora o jovem João Pandiá Calógeras. Vitima da fraude eleitoral, que ar rancara palavras de fogo da eloqüência

alada de Francisco Sá, Calógeras não obtém o reconhecimento de seus di reitos.

Como os gregos, seus ascendentes, que prestavam serviços à pátria, Calóge as era, pelos pigmeus, invejosos do seu valor, condenado ao ostracismo,

Afastado do Parlamento, na legislatu-

balhos de Calógeras é mais barnioniosa A miopia política, c.vtorquindo-lluí o

diploma de deputado federal, permitiu que prestasse ao Brasil èssc serv iço. Em Raris, profere, em nome dos brasileiros, a oração oficial de saudação a Santos Diimont, ofcrtando-lbc uma reprodução em bronze d'"A Fama", de Jean Antoi-

c o que somos, ó a meta dc um tra balho secular". Respondeu a todas as objeções do Felisbelo Freire e Lindolfi) Serra c terminou declarando:

"Os ne

gociadores Rio Branco o Assiz Brasil cumpriram nobremente o seu dever, e

três ano.s do forçado silêncio.

provaram á nossa Pátria que não está

Os scns di.scursos e paroceros .são es tudos do fôlego. A reforma do Código Eleitoral, a reõrganização do Distrito Fe deral, os impostos interestaduais, a insti

extinta a linhagem intelectual o política

tuição do crédito agrícola, a organiza ção provisória do Acre, o leilão da Soro-

dos estadistas brasileiros".

Releva acrescentar que o deputado Calógeras timbrou em examinar a que.stão, em face de documentos e informa

ções extra-oficiais, provando assim que o tratado e as negociações com a Bo

no Injalbcrt, feita por Thiébaud, para

cabana, a sê-ca do Nordeste, a responsa

comemorar a celebre excursão aérea de 19 de outubro.

bilidade civil das estradas de ferro, a reforma dos estatutos do Banco do Brasil, conhecida como "Reforma Davi

rio que se lhes atribuiu.

Campista", e os discursos sòbro os dife

uma obra de extraordinário valor. Reli-

Para os jornais de Belo Horizonte, es creveu uma série de artigos sòbro olctrosidernrgia, café c reforma tributária. Francisco Sales consegue, em 1903,

incluir o seu nome na chapa dc depu tados federais como representante dc

m de 1900-1902, exerce o cargo de n Mineração de Manganês do Bananal e empreende em 1901 uma

"cidade da matemática e da pedra" —

viagem de recreio à Europa, aumen

como era denominada a antiga Vila Rica

tando o seu cabedal de conhecimentos.

— uma das maiores manifestações, x'er-

Ouro Preto, acontecimento que deter minou Sc realizasse, em 9 dc março, na

Ern 22 de junho desse ano, realiza nota-

dadcira apoteose, de que há notícia, ao

bilíssima conferência na "Société de

ilustrado engenheiro.

Geographie Commerciale" sobre "La si-

-i

109

Com os novos eleitos há em Minas

lívia não estavam envolvidos no misté

Calógeras quis ainda doar ao Brasil

rentes orçamentos, são vastas monogra

ro-me ao Parecer "As minas do Brasil e'

fias, de pasmosa erudição, que mere cem análise minuciosa ou, pelo menos,

a sua legislação", em três grossos vo lumes, relatado nessa legislatura. É um

que se faça um resumo das idéias e.xpen-

estudo, pela erudição, só comparável aos

clidas. Em todos, é o verdadeiro Homem dc Estado, encarando o Brasil em seu

dc Rui Barbosa sôbre a redação «Io

todo, sem preconceitos de regionalismo. Merece destaque especial, todavia, um trabalho sou: o discurso proferido na sessão secreta de 23 de janeiro de 1904, referente à "Questão do Acre". Calógeras ocupou a tribuna pelo espa

cundário.

Código Chàl c Ensino Primário e Se

'Estudando o passado - diz Pires «Io Rio — Calógeras ilumina o debate his

toriado pelo concurso de saber técnica, em cada página revelado, no terreno da geologia, da metalurgia, da mecânica,

ço dc cinco horas e deixou em todos os

matérias sôbre que discorre com fir

duzida em boletim e tirada em folheto

Gerais uma metamorfose nos valores in telectuais. E' desmentida a caustican-

ouvintes uma impressão de assombro.

meza e familiaridade de estudioso pio-

por um admirador anônimo. Gorceix,

te alusão de Artur Rios, quando falava

Essa oração, como é óbvio, não consta

fissional."

em boiada, aludindo à bancada minei ra. Surde, no dizer de um articulista,

que lhe abriu as portas do Institiito His"-

tuation economique du Brésil", repro

sobrio em elogios, no artigo escrito para fala da impressão que causou nos meios

uma elite que nada tem dc comum com

dos Anais Parlamentares e foi reprodu zida nas colunas do "Dlgcsto Econômi co" por ter sido feita, polo próprio Ca

científicos de França a leitura dêsse tra

o animal simbólico descrito por Car-

lógeras, uma rccon.stituição que conser

balho.

diicci.

vava em seu arquivo. '

o jornal parisiense "L'Amérique Latine", Calógeras examina a crise do

A critica dêsse grande e famoso livio, tórico e Ceográfico Brasileiro, não é objeto dêste ensaio. Flomens do valor intelectual de Capistrano de Abreu,

É uma preleção sobre a nossa forma

Henri Gorceix, Mendes Pimentel, Or-

ceira e econômica de Campos Sales. Es

rável sexteto! Peixoto, temperamento de

ção histórica e a nossa economia no con

vilie Derby, Arrojado Lisboa, Visconde

tuda as nossas relações comerciais com

chefe; Campi.sta, folhctinista incompa-

tinente .sul-americano. Endossa, no lon

de Ouro Preto, Álvaro da Silveira, Piies

rável; Gastão da Cunha, assombroso ora

go desenvolvimento, a seguinte máxima

do Rio e Glycon de Paiva já emitiram

de Ronan: "Os verdadeiros homens de

seus pareceres. Êste último, em cinti

progresso são aqueles que adotam por

lante e longo ensaio, classificou-o de

reno perdido. A peroração é vibrante

dor; João Luiz Alves, fluente e argumentador, "doublé" de jurisconsulto e economista; Estêvão Lôbo, inteligência

ponto de partida um profundo respeito

"tratado monumental de História Eco

e de agradável sabor literário. De um

culta e faiscante, morto aos trinta e

pelo passado, pois tudo quanto fazemos

nômica".

Brasil, aplaudindo a orientação finan diversos países, notadamente com a França, e sugere os meios de que se deve lançar mão para reconquistar o ter

Que linhagem intclcctxial a do admi


rXTjDicesto Econômico

110

Como Calógeras se revela historiador,

geólogo e jurisperito nessa obra grandio sa, citarei pequeninos trechos sintéticos

Dicesto Econômico

111

que Se reuniu na cidade do Rio dc Ja

i A ires, Domício da Gama, ao Ministério

neiro, em 1906. Em uma delegação bri lhantíssima, chefiada por Joaquim Na-

do Exterior, muito contribuiu, pela se renidade e argumentação irrespondível, para aplainar as dificuldades, quase in superáveis, incrementadas por uma im

Foi um prélio em que não hou\ c ven cido nem \ enccdor. Ao discurso Nibran-

te e algo apaixonado de Cincinato Bra

de três mestres de História, Geologia

buco — e entre seus componentes figura

e Direito: Capistrano de Abreu, Gor-

vam Gastão da Cunha, Assiz Brasil, Gra

ceix e Mendes Pimentel.

ça Aranha e Amaro Cavalcanti — teve atuação destacada, como assinalam os

prensa armahientista. como se fòra um

Na legislatura de 1909 a 1911, os seus principais trabalhos foram os discursos

anais da conferência.

técnico militar, o orçamento da guerra. Como Mieliclct, de Maislre, Jules Simon e Saint Beuve, Calógeras é um paisano

fase da discussão, cm que procurou, esIribado nas opiniões de Leopoldo Bu

"Durante decênios essa obra ficará

como um no\'o marco solitário" — afir

ma o historiador; "será o vademeciim

Deputado federal, não de.smcntiu as

para todos que, direta ou indiretamente, quiserem conhecer as riquezas do Bra sil" comenta o geólogo; "\ágoroso es pírito servido por sistematizado preparo técnico, conhecimento teórico e prático do assunto, escrupulosa probidade cien tífica, operosidade excepcional, manejo

suas tradições de estudioso de todtjs os

fácil e correto da língua" — sentencia o jurisconsulto. Djalma Guimarães, seu sobrinho e

hoje o maior petrógrafo brasileiro, está

dirigindo a reedição dessa obra, ampliando-a, para transformá-la em verdadeira Enciclopédia.

problemas, na legislatura de 1906-1908. Bateu-Se pela reforma do ensino, propugnando a escola primíiria generalizada c a criação do verdadeiro ensino normal,

que esclarece problemas inacessíveis à classe civil.

Finalmente, enfrenta o parlamentar

sôbre a Caixa de Com'ersão, na segunda lhões, refutar os anteriores argumentos de Campista, e a notável oração sôbre o arrendamento do cais do porto. Susten

que não envelhece no físico e nas idéias

tou nesta última a tese de que o Esta

como em França se ministrava. Defen

e tem demonstrado a fibra do bandei

do, como administrador de ser\'iços dc

deu a permanônela da nossa legação jun

rante — Cincinato Braga — no projpto da

natureza industrial, não merece pabnas.

to à Santa Sé e combateu o instituto do

valorização do café.

Promoveu a redução das tarifas e a construção de vias férreas. Contrário a

divórcio. Criticou o nosso sistema tri

butário, mostrando como todo ele é ba seado na defesa de interesses que não

são os da classe mais numerosa e produ tiva da sociedade brasileira, e se funda essencialmente no sacrifício das classes

Calógeras, que possuía a nevrose do

Em 1908, estuda,

ga, replicou o deputado mineiro com se rena oração.

menos abastadas. Examinou cuidadosa

Combato a intervenção do Govêmo no

mercado, declarando (^uc sempre fora adversário intransigente dc planos dc valorização. Julga que o concebido pe lo Governo paulista nada adiantará à

legação do Brasil jiuito ao Vaticano. Calógeras é, novamente, convidado

lavoura. Como não temos um monopó lio, a intervenção oficial, tentando re

pelo Barão do Rio Branco para fazer parto da delegação brasileira à Quarta

todos os atos de perseguição religiosa, defendeu com è.xito a permanência da

trabalho, era também o jornalista que

mente os problemas atinentes à intensi

gular o preço, será ineficaz. Os suce

Conferêncru Pan-Ainericana que se re

sustentava, pelas colunas do "Jornal do

ficação das fôrças produtoras, ao bara

dâneos surgirão fatalmente e relembra,

uniria em Buenos Aires. Com dificulda

Comércio", polêmicas eruditas como a que entreteve com Osório de Almeida,

teamento do custo da vida e à rápida c

quando se tratava do empréstimo ante

fácil circulação dos produtos. Conseguiu

rior de três milhões de esterlinos, a de

sôbre o transporte do manganês. Jor ge Street, orador oficial no banquete quo lhe foi oferecido em São Paulo, em

que fôssem computados para a liquida

claração ouvida de que seriam aquêles

ção de tempo da aposentadoria os ser

recursos os últimos solicitados, lingua

des organiza-se a nossa embaixada. A indicação de Èstanislau Zeballos para delegado argentino provoca suscetibilidades. Joaquim Murtinho é o chefe da

viços integrais prestados por operários

1928, pelos industriais, recordou, com

nas repartições federais. E' a única me

alma, em discurso pronunciado de im proviso, a impressão que lhe causou, na

dida de nivelamento do operariado às

gem essa que estava sendo repetida. Ca lógeras desenvolve argumentos sôbre as crises econômicas, que reputa fatais, e

chamadas profissões liberais, aprovada

cerrada ó a sua crítica contra o Convê

mocidade, aquele torneio espiritual.

pelo Congresso nessa legislatura.

nio de Taubaté.

Ao encerrar-se a legislatura, Calóge ras, que contava trinta e cinco anos de idade, era unanimemente apontado co mo o homem capaz de exercer, com o mesmo brilho, qualquer das pastas mi

Proferiu, em ambiente dc exacerba

Cincinato Braga respondeu-lhe, ime

notável discurso pacifista, definindo o

diatamente, dizendo que São Paulo não vinha pedir mas sim negociar. Profere

ção, provocado pela "Questão Zeballos »

delegação. São seus membros Gastão da Cunha, Plerculano de Freitas, Ahneida

Nogueira, Olavo Bilac, Germano Haslocher e Calógeras, os dois últimos, de

putados federais, dependentes da licen Calógeras escreve

ça do Congresso.

para a Conferência um dos seus melho res livros — "La Politiquo Monétaire du

verdadeiro pensamento brasileiro e es

longa oração, baseada em dados esta

tudando minuciosamente o projeto do condomínio do Brasil e Uruguai no Rio

tísticos. Examina a face eminentemen

te política e o lado econômico e finan

Brésil", cujas idéias foram resumidas pelo ilustrado financista Sales Júnior — livro que, pela formidável densidade de

Jaguarão e na Lagoa Mirim. Foi repro

ceiro da questão. Observa que Minas e

fatos referentes à nossa evolução finan

intemacionaf, foi convidado pelo Barão

duzido na íntegra pela "La Nacion", de

ceira, Afonso Arinos considera na mes

do Rio Branco para tomar parte, como

Buenos Aires e "El Siglo", de Montevi

membro da delegação brasileira, na

déu, e, segundo um comunicado do nos so ministro plenipotenciário em Buenos

Rio não cumpriram o convênio celebra do, e que São Paulo estava só na luta contra a ganância do capitalismo ame

te Nacional" de Amaro Cavalcanti. E'

ricano.

obra proclamada no estiangeiro como o

nisteriais.

Especialista em assuntos de política

Terceira

Conferência

Fan-Araericana,

ma plana do valioso "O Meio Circulan


rXTjDicesto Econômico

110

Como Calógeras se revela historiador,

geólogo e jurisperito nessa obra grandio sa, citarei pequeninos trechos sintéticos

Dicesto Econômico

111

que Se reuniu na cidade do Rio dc Ja

i A ires, Domício da Gama, ao Ministério

neiro, em 1906. Em uma delegação bri lhantíssima, chefiada por Joaquim Na-

do Exterior, muito contribuiu, pela se renidade e argumentação irrespondível, para aplainar as dificuldades, quase in superáveis, incrementadas por uma im

Foi um prélio em que não hou\ c ven cido nem \ enccdor. Ao discurso Nibran-

te e algo apaixonado de Cincinato Bra

de três mestres de História, Geologia

buco — e entre seus componentes figura

e Direito: Capistrano de Abreu, Gor-

vam Gastão da Cunha, Assiz Brasil, Gra

ceix e Mendes Pimentel.

ça Aranha e Amaro Cavalcanti — teve atuação destacada, como assinalam os

prensa armahientista. como se fòra um

Na legislatura de 1909 a 1911, os seus principais trabalhos foram os discursos

anais da conferência.

técnico militar, o orçamento da guerra. Como Mieliclct, de Maislre, Jules Simon e Saint Beuve, Calógeras é um paisano

fase da discussão, cm que procurou, esIribado nas opiniões de Leopoldo Bu

"Durante decênios essa obra ficará

como um no\'o marco solitário" — afir

ma o historiador; "será o vademeciim

Deputado federal, não de.smcntiu as

para todos que, direta ou indiretamente, quiserem conhecer as riquezas do Bra sil" comenta o geólogo; "\ágoroso es pírito servido por sistematizado preparo técnico, conhecimento teórico e prático do assunto, escrupulosa probidade cien tífica, operosidade excepcional, manejo

suas tradições de estudioso de todtjs os

fácil e correto da língua" — sentencia o jurisconsulto. Djalma Guimarães, seu sobrinho e

hoje o maior petrógrafo brasileiro, está

dirigindo a reedição dessa obra, ampliando-a, para transformá-la em verdadeira Enciclopédia.

problemas, na legislatura de 1906-1908. Bateu-Se pela reforma do ensino, propugnando a escola primíiria generalizada c a criação do verdadeiro ensino normal,

que esclarece problemas inacessíveis à classe civil.

Finalmente, enfrenta o parlamentar

sôbre a Caixa de Com'ersão, na segunda lhões, refutar os anteriores argumentos de Campista, e a notável oração sôbre o arrendamento do cais do porto. Susten

que não envelhece no físico e nas idéias

tou nesta última a tese de que o Esta

como em França se ministrava. Defen

e tem demonstrado a fibra do bandei

do, como administrador de ser\'iços dc

deu a permanônela da nossa legação jun

rante — Cincinato Braga — no projpto da

natureza industrial, não merece pabnas.

to à Santa Sé e combateu o instituto do

valorização do café.

Promoveu a redução das tarifas e a construção de vias férreas. Contrário a

divórcio. Criticou o nosso sistema tri

butário, mostrando como todo ele é ba seado na defesa de interesses que não

são os da classe mais numerosa e produ tiva da sociedade brasileira, e se funda essencialmente no sacrifício das classes

Calógeras, que possuía a nevrose do

Em 1908, estuda,

ga, replicou o deputado mineiro com se rena oração.

menos abastadas. Examinou cuidadosa

Combato a intervenção do Govêmo no

mercado, declarando (^uc sempre fora adversário intransigente dc planos dc valorização. Julga que o concebido pe lo Governo paulista nada adiantará à

legação do Brasil jiuito ao Vaticano. Calógeras é, novamente, convidado

lavoura. Como não temos um monopó lio, a intervenção oficial, tentando re

pelo Barão do Rio Branco para fazer parto da delegação brasileira à Quarta

todos os atos de perseguição religiosa, defendeu com è.xito a permanência da

trabalho, era também o jornalista que

mente os problemas atinentes à intensi

gular o preço, será ineficaz. Os suce

Conferêncru Pan-Ainericana que se re

sustentava, pelas colunas do "Jornal do

ficação das fôrças produtoras, ao bara

dâneos surgirão fatalmente e relembra,

uniria em Buenos Aires. Com dificulda

Comércio", polêmicas eruditas como a que entreteve com Osório de Almeida,

teamento do custo da vida e à rápida c

quando se tratava do empréstimo ante

fácil circulação dos produtos. Conseguiu

rior de três milhões de esterlinos, a de

sôbre o transporte do manganês. Jor ge Street, orador oficial no banquete quo lhe foi oferecido em São Paulo, em

que fôssem computados para a liquida

claração ouvida de que seriam aquêles

ção de tempo da aposentadoria os ser

recursos os últimos solicitados, lingua

des organiza-se a nossa embaixada. A indicação de Èstanislau Zeballos para delegado argentino provoca suscetibilidades. Joaquim Murtinho é o chefe da

viços integrais prestados por operários

1928, pelos industriais, recordou, com

nas repartições federais. E' a única me

alma, em discurso pronunciado de im proviso, a impressão que lhe causou, na

dida de nivelamento do operariado às

gem essa que estava sendo repetida. Ca lógeras desenvolve argumentos sôbre as crises econômicas, que reputa fatais, e

chamadas profissões liberais, aprovada

cerrada ó a sua crítica contra o Convê

mocidade, aquele torneio espiritual.

pelo Congresso nessa legislatura.

nio de Taubaté.

Ao encerrar-se a legislatura, Calóge ras, que contava trinta e cinco anos de idade, era unanimemente apontado co mo o homem capaz de exercer, com o mesmo brilho, qualquer das pastas mi

Proferiu, em ambiente dc exacerba

Cincinato Braga respondeu-lhe, ime

notável discurso pacifista, definindo o

diatamente, dizendo que São Paulo não vinha pedir mas sim negociar. Profere

ção, provocado pela "Questão Zeballos »

delegação. São seus membros Gastão da Cunha, Plerculano de Freitas, Ahneida

Nogueira, Olavo Bilac, Germano Haslocher e Calógeras, os dois últimos, de

putados federais, dependentes da licen Calógeras escreve

ça do Congresso.

para a Conferência um dos seus melho res livros — "La Politiquo Monétaire du

verdadeiro pensamento brasileiro e es

longa oração, baseada em dados esta

tudando minuciosamente o projeto do condomínio do Brasil e Uruguai no Rio

tísticos. Examina a face eminentemen

te política e o lado econômico e finan

Brésil", cujas idéias foram resumidas pelo ilustrado financista Sales Júnior — livro que, pela formidável densidade de

Jaguarão e na Lagoa Mirim. Foi repro

ceiro da questão. Observa que Minas e

fatos referentes à nossa evolução finan

intemacionaf, foi convidado pelo Barão

duzido na íntegra pela "La Nacion", de

ceira, Afonso Arinos considera na mes

do Rio Branco para tomar parte, como

Buenos Aires e "El Siglo", de Montevi

membro da delegação brasileira, na

déu, e, segundo um comunicado do nos so ministro plenipotenciário em Buenos

Rio não cumpriram o convênio celebra do, e que São Paulo estava só na luta contra a ganância do capitalismo ame

te Nacional" de Amaro Cavalcanti. E'

ricano.

obra proclamada no estiangeiro como o

nisteriais.

Especialista em assuntos de política

Terceira

Conferência

Fan-Araericana,

ma plana do valioso "O Meio Circulan


Dicbsto Econónoco

112

nosso melhor compêndio no gênero. Gino Ariíis, o grande professor da Univer sidade de Nápoles,

Emile Lavasseiir,

A defesa da olira de Rio Branco deu-

lhe o ensejo

dcí proferir uma das suas

U3

Dic;iíííto Econômico

o o General Pinheiro Machado, respon

sáveis pelo bombardeio de Man.uis e

Demonstrou que a principal respon sável pela crise é a falta de fé na admi nistração pública, c pam a psss'oa dos

nieIhorí's oniç-ões parlamentares, pulve rizando os argumentos em contrário ex-

pelo caso do "Satélite".

Charles Gíde c Rafael George Levv analisaram-na e citaram-na a-n)iúde.

pendidos pelo ínclito Barbosa Lima.

bom-senso.

Acusado o "Chancí-ler da i^iz" de não

do discurso, publicado cm folheto por um anônimo, que outro não era senão

escrever os seus relatórios, com a cir

Alberto de Faria. O autor do "Mauá"

Peixoto uma resposta do mais alto teor cultural, é uma síntese dos problemas

Não tendo sido votada a liccnva ein tempo útil, devido à má vontade do lí

der para com os dois legisladores, Calógeras não segue para Buenos Aires. "O País", órgão oficioso do Governo,

estranha a politicagem da maioria que "priva dois parlamentares de notáxel ilustração de dar grande realce ao no me do Brasil".

Ouvimos, Batista Pereira e eu, de Leopoldo Bulhões, o Ministro da Fazen

cunstância de não haver segredos no Ministério das Relações Exteriores, Ca

lógeras te\'e a coragc-m de afirmiu- uma \'erdade

cristalina, sobretudo nos dias

fpie vivemos : "Os relatórios são livros grossos c|Uc ninguém lê, a começar pelo próprio ministro, que finge apresen tá-los" .

"Nü\-os rumos econômicos" é o título

não mantinha relações pessoais com Ca lógeras e praticou êsse ato de patriotis

mo apenas para divulgar a tese defen

dida nessa oração; protecionismo e câm bio baixo são uma forma do privilégio para certas classes. Sensacional foi a exposição em que denunciou o contrato celebrado pelo

governo do Pará com a "Amazon Land

dirigentes exigia competência, energia e

Essa oração, que provocou de Carlos econômicos o financeiros do Brasil, em

que não predominou nem o otimismo ingênuo, nem o pessimismo que só vê ruínas e desastres.

Calógeras finnou a reputação de pri meira figura do Parlamento brasileiro cm assuntos militares, em 1913, na discuçâo do orçamento da Guerra.

rionzou a sua mágua pela inominável

Data de 1911 a publicação de seu cxc(fh'nte ]i\ro "Jesuítas c o ensino", do caráter filosófico e político. Poste

and Colonization" para concessão de sessenta mil quilômetros quadrados de

investidos em funções eletivas os mili

'X u' «^■'^""^'damente. recusou, pelo trabalho de pesquisa e redação da

riormente, ao prefaciar a obra do Pa

terras. A facilidade de abrir mão de enormes faixas do nosso solo sugeriu a

permitir a eleição.

da de então, que Calógeras não exte-

2; 1a que n tmha . u direito, concedido pelo de

vtoT' JÇO que desejava prestar ao Brasil.

dre Madureira sõbre a atuação dos fi lhos do Santo Inácio, retifica nobremen

te as duas restrições que fizera à Com

panhia de Jesus: decadência de ensino

Alberto Torres o artigo "Nação ou Co lônia?". Calógeras deu p brado de aler

ta . Essa concessão seria uma fonte de

O livro fo, enviado a lôdas as dele-

nos fins do século XVII e censura de matar as iniciativas individuais. E' um

perigos, se não para nossa integridade, ao menos para a tranqüilidade nacional.

unha, e La Nacion", de Buenos Ai, reproduziu na íntegra, precedidos

opúsculo escrito sem eiva de paixão. Na legislatura de 1912-1914, foi pro digiosa a sua atuação. Com as reluçóes políticas rôtas com o govêriio do Mare

ção, ouvida, quando concluiu, apenas por cinco deputados: Homero Batista,

gaçoes, por intermédio de Gastão da

de um estudo critico, os últimos capítu los, em diversos números sucessivos.

tãrT Calógeras, r injustiça tao em carta diriiíídadea Gasêsse

diplomata, fêz-Ihe a seguinte'IfissS: e ™

Tr®' P"de escrever, corrigir

•Brésir Bresil . PPara

Monétaire isto conseguir, adoeci clu de

surmenage;', gastando do meu bolso mais de dois contos de réis e dei meu tobalho e toda a edição ao Covêmo. Nao me cabe dizer se cumpri o que es peravam de mim, mas asseguro a você que fiz o que pude". A Fundação Calógeras pretende re

chal Hermes, Calógeras sentia que a pa

lavra não poderia ficar tolhida por vinculações partidárias c foi acérrimo de fensor das prerrogativas populares*^. Ana lisou em todo êsse período as novas res

ponsabilidades do Tesouro e os efeitos da política de esbanjamento. Punha, sempre, em destaque, a contradição fla grante entre o programa de novas eco

Proferiu, em 1913, notabilíssima ora

Carlos Peixoto, Joaquim Osório, Simões Lopes o Marçal Escobar. Em regra, não SC

tratando de discursos nitidamente

partidários, os "pais da pátria" prefe

riam flanar na Avenida ou freqüentar os chás elegantes da "Colombo". Calógeras falou pelo espaço de cinco horas, descendo da tribuna às 9 horas

da noite. E' a análise magistral do or çamento da Receita, cujo relator fôra

nomias e as despesas adiáveis que avo

Homero Batista.

lumavam o "déficit".

cias o protecionismo

Proferiu discursos como o da anistia,

que Aurelino Leal considerou o mais enérgico e o mais lógico, com a argu mentação magistralmente desenvolvida

editá-la com anotações marginais, adap tando-a, pof financista de escol, ao pre

de que os verdadeiros anistiados deve

sente.

riam ser o Marechal Hermes da Fonseca

Examinou em minú

Mostrou a incon\'eniência de serem

tares em serviço atix"o. Concordaria em

Aceito, porém, o

cargo, estava, "ipso fato", imposta a re forma voluntária do soldado. Evitar-se-

ia o favoritismo e resguardada ficaria a eficiência das instituições militares. O mal do Exército não provinha dos mili tares, idealistas e ine.xperientes, mas dos políticos que os exploravam, transfor mando-os em instrumentos dos sátrapas civis.

Tasso Fragoso, que tão eruditas pá ginas nos deu sôbre a guerra de Cisplatina, em carta, orgulha-se do amigo e

lhe transmite a notícia de que toda a oficialidade do regimento que coman

dava, em Uruguaiana, no Rio Grande do

Sul, o havia lido e apoiado.

Coronel Fix, pseudônimo de um culto e distinto oficial do Exército, meu anti go professor de português do Colégio

proibitivismo que, em quarenta anos, tornou sete vezes maior o imposto de

dos Maristas, em Uberaba, hoje General Pedro Cavalcanti Albuquerque, em sé rie de artigos no "Jornal do Comércio",

gêneros alimentícios, se.xtuplicou os que

narrou o entusiasmo reinante entre os

transformado em

incidem sôbre o vestuário e habitação

o majorou vinte vezes os que gravam os remédios, em última análise, a saúde.

militares pelas teorias modernas de Calógeras. Oficiais do Estado-Maior do Exército


Dicbsto Econónoco

112

nosso melhor compêndio no gênero. Gino Ariíis, o grande professor da Univer sidade de Nápoles,

Emile Lavasseiir,

A defesa da olira de Rio Branco deu-

lhe o ensejo

dcí proferir uma das suas

U3

Dic;iíííto Econômico

o o General Pinheiro Machado, respon

sáveis pelo bombardeio de Man.uis e

Demonstrou que a principal respon sável pela crise é a falta de fé na admi nistração pública, c pam a psss'oa dos

nieIhorí's oniç-ões parlamentares, pulve rizando os argumentos em contrário ex-

pelo caso do "Satélite".

Charles Gíde c Rafael George Levv analisaram-na e citaram-na a-n)iúde.

pendidos pelo ínclito Barbosa Lima.

bom-senso.

Acusado o "Chancí-ler da i^iz" de não

do discurso, publicado cm folheto por um anônimo, que outro não era senão

escrever os seus relatórios, com a cir

Alberto de Faria. O autor do "Mauá"

Peixoto uma resposta do mais alto teor cultural, é uma síntese dos problemas

Não tendo sido votada a liccnva ein tempo útil, devido à má vontade do lí

der para com os dois legisladores, Calógeras não segue para Buenos Aires. "O País", órgão oficioso do Governo,

estranha a politicagem da maioria que "priva dois parlamentares de notáxel ilustração de dar grande realce ao no me do Brasil".

Ouvimos, Batista Pereira e eu, de Leopoldo Bulhões, o Ministro da Fazen

cunstância de não haver segredos no Ministério das Relações Exteriores, Ca

lógeras te\'e a coragc-m de afirmiu- uma \'erdade

cristalina, sobretudo nos dias

fpie vivemos : "Os relatórios são livros grossos c|Uc ninguém lê, a começar pelo próprio ministro, que finge apresen tá-los" .

"Nü\-os rumos econômicos" é o título

não mantinha relações pessoais com Ca lógeras e praticou êsse ato de patriotis

mo apenas para divulgar a tese defen

dida nessa oração; protecionismo e câm bio baixo são uma forma do privilégio para certas classes. Sensacional foi a exposição em que denunciou o contrato celebrado pelo

governo do Pará com a "Amazon Land

dirigentes exigia competência, energia e

Essa oração, que provocou de Carlos econômicos o financeiros do Brasil, em

que não predominou nem o otimismo ingênuo, nem o pessimismo que só vê ruínas e desastres.

Calógeras finnou a reputação de pri meira figura do Parlamento brasileiro cm assuntos militares, em 1913, na discuçâo do orçamento da Guerra.

rionzou a sua mágua pela inominável

Data de 1911 a publicação de seu cxc(fh'nte ]i\ro "Jesuítas c o ensino", do caráter filosófico e político. Poste

and Colonization" para concessão de sessenta mil quilômetros quadrados de

investidos em funções eletivas os mili

'X u' «^■'^""^'damente. recusou, pelo trabalho de pesquisa e redação da

riormente, ao prefaciar a obra do Pa

terras. A facilidade de abrir mão de enormes faixas do nosso solo sugeriu a

permitir a eleição.

da de então, que Calógeras não exte-

2; 1a que n tmha . u direito, concedido pelo de

vtoT' JÇO que desejava prestar ao Brasil.

dre Madureira sõbre a atuação dos fi lhos do Santo Inácio, retifica nobremen

te as duas restrições que fizera à Com

panhia de Jesus: decadência de ensino

Alberto Torres o artigo "Nação ou Co lônia?". Calógeras deu p brado de aler

ta . Essa concessão seria uma fonte de

O livro fo, enviado a lôdas as dele-

nos fins do século XVII e censura de matar as iniciativas individuais. E' um

perigos, se não para nossa integridade, ao menos para a tranqüilidade nacional.

unha, e La Nacion", de Buenos Ai, reproduziu na íntegra, precedidos

opúsculo escrito sem eiva de paixão. Na legislatura de 1912-1914, foi pro digiosa a sua atuação. Com as reluçóes políticas rôtas com o govêriio do Mare

ção, ouvida, quando concluiu, apenas por cinco deputados: Homero Batista,

gaçoes, por intermédio de Gastão da

de um estudo critico, os últimos capítu los, em diversos números sucessivos.

tãrT Calógeras, r injustiça tao em carta diriiíídadea Gasêsse

diplomata, fêz-Ihe a seguinte'IfissS: e ™

Tr®' P"de escrever, corrigir

•Brésir Bresil . PPara

Monétaire isto conseguir, adoeci clu de

surmenage;', gastando do meu bolso mais de dois contos de réis e dei meu tobalho e toda a edição ao Covêmo. Nao me cabe dizer se cumpri o que es peravam de mim, mas asseguro a você que fiz o que pude". A Fundação Calógeras pretende re

chal Hermes, Calógeras sentia que a pa

lavra não poderia ficar tolhida por vinculações partidárias c foi acérrimo de fensor das prerrogativas populares*^. Ana lisou em todo êsse período as novas res

ponsabilidades do Tesouro e os efeitos da política de esbanjamento. Punha, sempre, em destaque, a contradição fla grante entre o programa de novas eco

Proferiu, em 1913, notabilíssima ora

Carlos Peixoto, Joaquim Osório, Simões Lopes o Marçal Escobar. Em regra, não SC

tratando de discursos nitidamente

partidários, os "pais da pátria" prefe

riam flanar na Avenida ou freqüentar os chás elegantes da "Colombo". Calógeras falou pelo espaço de cinco horas, descendo da tribuna às 9 horas

da noite. E' a análise magistral do or çamento da Receita, cujo relator fôra

nomias e as despesas adiáveis que avo

Homero Batista.

lumavam o "déficit".

cias o protecionismo

Proferiu discursos como o da anistia,

que Aurelino Leal considerou o mais enérgico e o mais lógico, com a argu mentação magistralmente desenvolvida

editá-la com anotações marginais, adap tando-a, pof financista de escol, ao pre

de que os verdadeiros anistiados deve

sente.

riam ser o Marechal Hermes da Fonseca

Examinou em minú

Mostrou a incon\'eniência de serem

tares em serviço atix"o. Concordaria em

Aceito, porém, o

cargo, estava, "ipso fato", imposta a re forma voluntária do soldado. Evitar-se-

ia o favoritismo e resguardada ficaria a eficiência das instituições militares. O mal do Exército não provinha dos mili tares, idealistas e ine.xperientes, mas dos políticos que os exploravam, transfor mando-os em instrumentos dos sátrapas civis.

Tasso Fragoso, que tão eruditas pá ginas nos deu sôbre a guerra de Cisplatina, em carta, orgulha-se do amigo e

lhe transmite a notícia de que toda a oficialidade do regimento que coman

dava, em Uruguaiana, no Rio Grande do

Sul, o havia lido e apoiado.

Coronel Fix, pseudônimo de um culto e distinto oficial do Exército, meu anti go professor de português do Colégio

proibitivismo que, em quarenta anos, tornou sete vezes maior o imposto de

dos Maristas, em Uberaba, hoje General Pedro Cavalcanti Albuquerque, em sé rie de artigos no "Jornal do Comércio",

gêneros alimentícios, se.xtuplicou os que

narrou o entusiasmo reinante entre os

transformado em

incidem sôbre o vestuário e habitação

o majorou vinte vezes os que gravam os remédios, em última análise, a saúde.

militares pelas teorias modernas de Calógeras. Oficiais do Estado-Maior do Exército


-TTTT^

Dioh-sro

114

analisaram em conferências públicas as idéias do ínclito parlamentar, pregando a renovação do legítimo espírito militar que íissim renascia das cinz;ís de tantas desilusões.

Os jovens turcos", selecionado grti-

po de oficiais ardorosos e de curso pro fissional, infringindo os regulamentos, pediram, exultados, em abaí.xo-assina-

do, no ano posterior, a nomeação de Calógeras para Ministro da Guerra.

Replicando, de outra feita, a Dunsbes Abranchcs, que acabava de pronunciar

infelicíssima oração, conhecida por "PróGermânia" definiu Calógeras, com

aplausos da unanimidade da i.nprcnsa

Econômico

meio de rcmoNcr as cliíieiildados para aíjuisição (• ia\ra.

tui-Jo na referida Comissão.

Publicou, finalmente, notável trabaIho que mereceu a designação de "Lei Calogcras . Relator geral, discordou ra

Sebastião

teca Nacional do Hio de Janeiro. 12screveu o ensaio "Hio Branco e a política

Ferreira Soares

do casal Francisco Ferreira Soarcs-Franciscn Tcrtuliana da Cos

considerou o mais completo e fiel dos cstudíis ate então piililicados sobre a

ção o fiscalização das rendas tributá

anos depois foi proclamada c tc\'C sede a efêmera República Siil-Riograndcnsc),

Disso tratou conipetentcmcnte o mesmo

figura do nosso ChaiutdiT, c colaliorou com assiduidade cm jornais do Bio, tra

tando de questões financeiras e mili tares,

nome é apontado para membro do Go verno. Organizado o Ministério, nao fi gura o grande estadista republicano. ílá agitação nos meios políticos c populares.

Venccsluu Braz recua de seus propósitos

para dar satisfação ao público decepcio

nado. No dia 15 de nos cmbro, pela ma nhã, Francisco Sá, que obti\era o apoio de Sabino Barroso c Bernardo Monteiro, transmitc-llic a convocação, em nome do Presidente da República, para exercer o

a 21 de abril de 1820, vindo a falecer na

capital brasileira cin 5 de outubro cie 1887.

Iniciou cm sua província natal os es tudos propedêuticos, concluindo-os na Corte, onde fêz o curso completo do ciências físico-inatomáticas na Imperial Academia Militar. De retorno á terra do

berço, apanbou-o cm cheio a Guerra dos

Farrapos. Convocado à prestação de serviços no corjx) de engenharia o com o posto de segundo-lcnentc, cooperou para a pacificação, ali realizada e pro clamada por Luís Alves de Lima (ele vado, por isso, a Conde de Caxias), em

clarecido espírito de Sebastião Ferreira

Calógeras, integralmente 'de sua^u'í■^

Ouro Preto.

tística econômica do Brasil".

1

auto-

dados autônomas, a do solo e a da inina; e a desapropriação concedida como

à assistência filantrópica, à reorganiza

(onde dezesseis

comarca de Piratinim

ma hora. Concorda, enfim, ante as pon

na, firmou dois nrinr.í,,-

alcance, referentes ao ensino público,

que Basílio de Magalhães

exterior",

mércio c Indústria.

brmnento do domínio cm Vas p^ropr":

me vinculado a medidas de meritório

ta, nasceu Sebastião Ferreira Soares na

dicalmente do antigo projeto de GonzaSn ^ «"hstituP™den Amúio Fo^ dé

transformado "cm T&ito'T"

brasi leiros

Basílio de Magalhães

dfsenvo]\imeulo ceoiiómico", na Biblio

Eni todos os recantos do Brasil, o seu

que ,he agravou a situada" moraí" Mal temnnada a sessão, o Presideme i', Gamara nomeou Calógeras para suLíi-

Economistas

Càilógeras reali/iui n<*sse período duas magníficas conferências: "Mariano Procópio", em Juiz de Fora. íjue o "Digesto Feonóinico" divulgou, e "O Brasil e seu

eargo de Ministro da Agricultura, Co

Surpreso, recusa um convite de últi

derações do amigo cios dias remotos cio

Leopoldo Bulhões, à tarde, cm entre vista publicada nos jornais, declarava quo a entrada de Calógeras para o Mi nistério cxtinguia o clescontentamenlo. O seu nome simbolizava confiança.

1." de março de 1845. A essa curta ati\'idade bélica scbrc-

põs-sc a nova feição que ia tomar o es Soares, destinado a "pioneiro da esta Luís Alves dc Lima

aliançava às

suas raras virtudes de soldado, que lhe permitiram tornar-se "o braço direito do

Segundo Reinado", admiráveis qualida des de administrador, postas de mani

festo nas unidades políticas do Império,

rias, à revitalização

dos municípios.

autor de "A Balaiada" (cuja segunda edição é do 1946), Astolfo Serra (hoje Ministro do Tribunal dc Contas da Pre feitura do Distrito Federal), no seu dilucidalivo trabalho intitulado "Caxias e

o seu go\ êrno ci\ il na proNÚncia do Ma ranhão" (Rio, 1943).

No Rio Grande do Sul, onde o seu

sucessor, Manuel Antônio Galváo, só as sumiu a presidência da província em fins de 1946, entendeu Caxias de resta belecer também na órbita ciril a ordem

tão profundamente alterada durante o tremendo sismo decenal.

Metódico e

prc\'identc, qual sempre se revelou, prc-

cisa\'a Caxias conhecer o movimento econômico da vasta e fecunda terra

gaúcha. A esse tempo, Sebastião Fer reira Soares havia sido aprovado em concurso para o cargo de escriturório da

Tesouraria da Fazenda, de sorte que Luís Alves de Lima pôde designá-lo co

mo membro da comissão (presidida pe

lo Conscllieiro Antônio Corroa da Câ

mara) nomeada em 1845 para o levantamento de um completo quadro censi-

tiUio da vida econômica do Rio Grande

do Sul. Muito pouco era o que havia

onde e.xerceu simultâneamente o comanr

ali de utdaavel para tarefa de tamanlro

do-em-chefe militar e a magistratura ci vil. Assim ocorreu no Maranhão, onde ele não se limitou a jugular a "Balaiada", pois que ali deixou o seu ilustre no

anos tudo quanto dizia respeito à pro-

vulto. De a, entretanto, se desempe nhou cabalmente o jovem técnico ahnhando e exirlicando dentro de pòneo.s


-TTTT^

Dioh-sro

114

analisaram em conferências públicas as idéias do ínclito parlamentar, pregando a renovação do legítimo espírito militar que íissim renascia das cinz;ís de tantas desilusões.

Os jovens turcos", selecionado grti-

po de oficiais ardorosos e de curso pro fissional, infringindo os regulamentos, pediram, exultados, em abaí.xo-assina-

do, no ano posterior, a nomeação de Calógeras para Ministro da Guerra.

Replicando, de outra feita, a Dunsbes Abranchcs, que acabava de pronunciar

infelicíssima oração, conhecida por "PróGermânia" definiu Calógeras, com

aplausos da unanimidade da i.nprcnsa

Econômico

meio de rcmoNcr as cliíieiildados para aíjuisição (• ia\ra.

tui-Jo na referida Comissão.

Publicou, finalmente, notável trabaIho que mereceu a designação de "Lei Calogcras . Relator geral, discordou ra

Sebastião

teca Nacional do Hio de Janeiro. 12screveu o ensaio "Hio Branco e a política

Ferreira Soares

do casal Francisco Ferreira Soarcs-Franciscn Tcrtuliana da Cos

considerou o mais completo e fiel dos cstudíis ate então piililicados sobre a

ção o fiscalização das rendas tributá

anos depois foi proclamada c tc\'C sede a efêmera República Siil-Riograndcnsc),

Disso tratou conipetentcmcnte o mesmo

figura do nosso ChaiutdiT, c colaliorou com assiduidade cm jornais do Bio, tra

tando de questões financeiras e mili tares,

nome é apontado para membro do Go verno. Organizado o Ministério, nao fi gura o grande estadista republicano. ílá agitação nos meios políticos c populares.

Venccsluu Braz recua de seus propósitos

para dar satisfação ao público decepcio

nado. No dia 15 de nos cmbro, pela ma nhã, Francisco Sá, que obti\era o apoio de Sabino Barroso c Bernardo Monteiro, transmitc-llic a convocação, em nome do Presidente da República, para exercer o

a 21 de abril de 1820, vindo a falecer na

capital brasileira cin 5 de outubro cie 1887.

Iniciou cm sua província natal os es tudos propedêuticos, concluindo-os na Corte, onde fêz o curso completo do ciências físico-inatomáticas na Imperial Academia Militar. De retorno á terra do

berço, apanbou-o cm cheio a Guerra dos

Farrapos. Convocado à prestação de serviços no corjx) de engenharia o com o posto de segundo-lcnentc, cooperou para a pacificação, ali realizada e pro clamada por Luís Alves de Lima (ele vado, por isso, a Conde de Caxias), em

clarecido espírito de Sebastião Ferreira

Calógeras, integralmente 'de sua^u'í■^

Ouro Preto.

tística econômica do Brasil".

1

auto-

dados autônomas, a do solo e a da inina; e a desapropriação concedida como

à assistência filantrópica, à reorganiza

(onde dezesseis

comarca de Piratinim

ma hora. Concorda, enfim, ante as pon

na, firmou dois nrinr.í,,-

alcance, referentes ao ensino público,

que Basílio de Magalhães

exterior",

mércio c Indústria.

brmnento do domínio cm Vas p^ropr":

me vinculado a medidas de meritório

ta, nasceu Sebastião Ferreira Soares na

dicalmente do antigo projeto de GonzaSn ^ «"hstituP™den Amúio Fo^ dé

transformado "cm T&ito'T"

brasi leiros

Basílio de Magalhães

dfsenvo]\imeulo ceoiiómico", na Biblio

Eni todos os recantos do Brasil, o seu

que ,he agravou a situada" moraí" Mal temnnada a sessão, o Presideme i', Gamara nomeou Calógeras para suLíi-

Economistas

Càilógeras reali/iui n<*sse período duas magníficas conferências: "Mariano Procópio", em Juiz de Fora. íjue o "Digesto Feonóinico" divulgou, e "O Brasil e seu

eargo de Ministro da Agricultura, Co

Surpreso, recusa um convite de últi

derações do amigo cios dias remotos cio

Leopoldo Bulhões, à tarde, cm entre vista publicada nos jornais, declarava quo a entrada de Calógeras para o Mi nistério cxtinguia o clescontentamenlo. O seu nome simbolizava confiança.

1." de março de 1845. A essa curta ati\'idade bélica scbrc-

põs-sc a nova feição que ia tomar o es Soares, destinado a "pioneiro da esta Luís Alves dc Lima

aliançava às

suas raras virtudes de soldado, que lhe permitiram tornar-se "o braço direito do

Segundo Reinado", admiráveis qualida des de administrador, postas de mani

festo nas unidades políticas do Império,

rias, à revitalização

dos municípios.

autor de "A Balaiada" (cuja segunda edição é do 1946), Astolfo Serra (hoje Ministro do Tribunal dc Contas da Pre feitura do Distrito Federal), no seu dilucidalivo trabalho intitulado "Caxias e

o seu go\ êrno ci\ il na proNÚncia do Ma ranhão" (Rio, 1943).

No Rio Grande do Sul, onde o seu

sucessor, Manuel Antônio Galváo, só as sumiu a presidência da província em fins de 1946, entendeu Caxias de resta belecer também na órbita ciril a ordem

tão profundamente alterada durante o tremendo sismo decenal.

Metódico e

prc\'identc, qual sempre se revelou, prc-

cisa\'a Caxias conhecer o movimento econômico da vasta e fecunda terra

gaúcha. A esse tempo, Sebastião Fer reira Soares havia sido aprovado em concurso para o cargo de escriturório da

Tesouraria da Fazenda, de sorte que Luís Alves de Lima pôde designá-lo co

mo membro da comissão (presidida pe

lo Conscllieiro Antônio Corroa da Câ

mara) nomeada em 1845 para o levantamento de um completo quadro censi-

tiUio da vida econômica do Rio Grande

do Sul. Muito pouco era o que havia

onde e.xerceu simultâneamente o comanr

ali de utdaavel para tarefa de tamanlro

do-em-chefe militar e a magistratura ci vil. Assim ocorreu no Maranhão, onde ele não se limitou a jugular a "Balaiada", pois que ali deixou o seu ilustre no

anos tudo quanto dizia respeito à pro-

vulto. De a, entretanto, se desempe nhou cabalmente o jovem técnico ahnhando e exirlicando dentro de pòneo.s


Dicesto Econômico

116

dução agropecuária e ao comércio da sua província natal. Além do tráfego mercantil, que se fazia por ali com os Estados oriundos do antigo Vice-Reino

do Prata, estava o Rio Grande do Sul destinado a ser um inexpugnável ba luarte do Brasil contra o imperialismo

virtude do qual a cstatí-stica do nosso comércio dc exportação c importação fi

1 ir

Diai:sT() Econômico

do liahalho, tudo ísm) aurcolado por um .sadio c nobre patriotismo. Nfio se limitou, entretanto, ii ati\icla-

cara subordinada à Diretoria Geral das

mal preparado, que aí encontrou Se bastião Ferreira Soares em 1852, con-

Aparelhado na terra gaúcha e coman

dado pelo Conde de Caxias, foi dali que partiu o nosso exército, para plantar vi

Ministério da Fazenda, a 13 de janeiro de 1870, e confiada, por ato dc d. Pe

torioso, em Monte Caseros, a 3 de fe vereiro de 1852, o estandarte da hege

dro II, ao sobredito funcionário gaú

niincn.sc de Agricultura, como seu (li-

cho. Em virtude do art. 2." da lei n.

retor-seei etáriii. Pei ti-m-cu i\ Sneloiltulc

1829, dc 9 dtí setembro

Auxiliadora da Indústria Nacional. E,

monia

do

Brasil

na

o

mesmo

cargo no Tesouro Na

m

cional. Entregou-se-Ihe rítimo, correspondente,

da Fazenda, uma Co

regulou os serviços o

missão Especial de Es

uma repartição efetiva, anexa ao Te

novo departamento

quais desenvolvido c completado aqui, tituto Histórico o Geográfico Brasileiro. Até então só havia pôsto em letras de

imprensa um "Tratado de escrituração

mercantil por partidas dobradas — Apli cado ás finanças do Brasil" (Pòrto Ale

t

Uanbri) do

Eis o que iií so iliz

do.s "Apontamentos sòbre a estatística financial cio Rio Grande de São Pedro

do Sul": "constam de vinte grandes mapas estatísticos,

relativos á receita

geral e especial e à receita provincial. Désso total, .seis dizem respeito ás des pesas realizadas pela província com au

torização dos ministérios do Império, e

e que ele se apressou a oferecer ao Ins

mado o decreto de 3 de maio de 1884, q"®

tal fim, no Ministério

(atíslíca" (ano VI, ii. 23, de jullio-se-

à despesa própria da província; dois à

trouxe dois trabalhos inéditos, um dos

anos, até que fôsse fir

aqui a descrição que do

mesmo fèz a "Revista Brasileira de Es-

comenda da Ordem da Rosa.

Quando Sebastião Ferreira Soares se

Ma.s

este con.scna inédito até agora), aou

aproscitar

losofia. Agraciüu-ü d. Pedro II com a

transferiu definitivamente para a Côrte,

ainda decorreram sete

Criou-se para

souro Nacional.

são foi substituída por uma Repartição Espe

tubro de 1877.

navegação dc longo

bons anos mais tarde, perdeu o caráter de precariedade e passou a constituir

1875, a aludida comis

n.® 2792, de 20 de ou

navegação costeira e a

tatística, a qual, alguns

ü título, Iionoris aiusa, de doutor em fi

nal pelo art. 17 da lei

como é bem de ver, á

curso.

xias, dc 25 de junho dc

da no Tesouro Nacio

do nosso comércio ma

matérias da

conccdeu-lho uma universidade alemã (cuja localização não logrei descobrir)

cial de Estatística, cria

então, aí, a estatística

clicgado alcm-Atlàntico os

mais alcaiulorada órbita especulativa,

gência do gabinete Ca

do Sul, quando recebeu ordem, em 1852, para

ha\'C'n(lo

seus escritos atincntos a

tes do decreto de 14 dc janeiro de 1871. Na vi

d(i Tesouraria da Fa«cnJn do Kio Grande

exercer

tou relcnantes sc?rviços ao Instituto Flu-

Ihe instruções, constan

Já era chefe de seção

vir

c prática do comércio no Brasil". Pres

clc 1870, cxpcdiram-se-

América do Sul.

na presidência da província rebelada contra o Império por todo um decênio.

de biiroerática. Como informa Blakc, A fim de evitar certas confusões que foi èle quem fundou na Còrtc o Clube, se me depararam no "Dicionário biblio dos Guarda-Li\ros (mai.s tarde extin gráfico" de Blakc, com relação ao outro to), "a.ssociação que tinha por fim o es trabalho de Sebastião Ferreira Soares tudo dos regimentos e legislação co entregue ao Instituto Hi.stórico (e que mercial dos diversos países c- da teoria

Rendas Públicas. O pessoal, escasso c

servoii-.se quase de braços cruzado.s, até que o Govôrno se lembrasse dc nomear a Comissão Especial de Estatística do

político de Rosas e de Solano López.

foi quem sucedeu ao Conde de Caxias

gre, 1852). Recebido no colendo grê mio cultural fundado etn 1838, como

imiX)rlaçáo c á exportação do Rio Gran

de, respectivamente; nove às rendas arrccacladas pelas diversas repartições da

província^ e um, em que se faz a xecapitulação da receita geral e provin cial. A esses mapas o autor juntou mais cinco outros, resumidos, du reccitri c

despesa geral, correspondentes aos exer cícios de 1845-1846 até 1850-1851, e, finalmente, um último mapa referente à exportação riograndense-do-sul, no pe ríodo de 1816 a 1822. Os primeiros ma

zendárío, transformado em Diretoria

.sócio efetivo, Icii ali, nas sessões de 29

pas compreendem um período do dez

anos, decorridos de 1835 a 1845, par

continuou

dc setembro c 15 de outubro de 1854, as suas "Breves considerações sobre a

tindo do exercício anterior à revolução

revolução do 20 dc .setembro de 1835,

farroiipillia o estendendo-so ao exercí

ral de Estatística, e à frente do q^^ Sebastião

Ferreira

' '

honrado então com o merecido

que lhe tributou o insigne presidente

aeontccida na província de São Pedro

conselho ministerial de 24 dc rnaio ^

cio de 1844-1845.

do Sul — Ou análise crítica e imparcial da carta oficial e itinerário militar do

obra deixada pelo técnico

tados do exercício

quico. Coube ao grande e fecundo ga

ex-intitulado

1850-1851.

binete Olinda, de 29 de setembro de 1850, o decreto do 20 de novembro des se ano, que reformou o Tesouro Nacio

1883, Lafayetto mí-riog«n. (q. densa (e da qual espero da' ^

preendem um período de seis anos, con

sa notícia) demonstra,

datados de 3 de maio de 1844 e diri

Era muito lento o progres.so adminis

trativo dos órgãos mais importantes das Secretarias de Estado, no Brasil monár

nal e as Tesourarias da Fazenda, e em

sua profunda competencu

pcrjecíaliza-

p ., ,

da, uma rara e assombrosa capaci

Ministro da Guerra dos

dissidentes, Manuel Lucas de Oliveira, gidos ao exmo. Conselheiro Manuel An

tônio Galvão".

Êstc, como é sabido,

Os restantes com

de 1845-1846 até

Nas notas que acompa-

nhain os AponUimentos, Ferreira Soares fez observações de grande alcance so

bre numerosas questões sugeridas pela documentação estatística, Çom uma vj-


Dicesto Econômico

116

dução agropecuária e ao comércio da sua província natal. Além do tráfego mercantil, que se fazia por ali com os Estados oriundos do antigo Vice-Reino

do Prata, estava o Rio Grande do Sul destinado a ser um inexpugnável ba luarte do Brasil contra o imperialismo

virtude do qual a cstatí-stica do nosso comércio dc exportação c importação fi

1 ir

Diai:sT() Econômico

do liahalho, tudo ísm) aurcolado por um .sadio c nobre patriotismo. Nfio se limitou, entretanto, ii ati\icla-

cara subordinada à Diretoria Geral das

mal preparado, que aí encontrou Se bastião Ferreira Soares em 1852, con-

Aparelhado na terra gaúcha e coman

dado pelo Conde de Caxias, foi dali que partiu o nosso exército, para plantar vi

Ministério da Fazenda, a 13 de janeiro de 1870, e confiada, por ato dc d. Pe

torioso, em Monte Caseros, a 3 de fe vereiro de 1852, o estandarte da hege

dro II, ao sobredito funcionário gaú

niincn.sc de Agricultura, como seu (li-

cho. Em virtude do art. 2." da lei n.

retor-seei etáriii. Pei ti-m-cu i\ Sneloiltulc

1829, dc 9 dtí setembro

Auxiliadora da Indústria Nacional. E,

monia

do

Brasil

na

o

mesmo

cargo no Tesouro Na

m

cional. Entregou-se-Ihe rítimo, correspondente,

da Fazenda, uma Co

regulou os serviços o

missão Especial de Es

uma repartição efetiva, anexa ao Te

novo departamento

quais desenvolvido c completado aqui, tituto Histórico o Geográfico Brasileiro. Até então só havia pôsto em letras de

imprensa um "Tratado de escrituração

mercantil por partidas dobradas — Apli cado ás finanças do Brasil" (Pòrto Ale

t

Uanbri) do

Eis o que iií so iliz

do.s "Apontamentos sòbre a estatística financial cio Rio Grande de São Pedro

do Sul": "constam de vinte grandes mapas estatísticos,

relativos á receita

geral e especial e à receita provincial. Désso total, .seis dizem respeito ás des pesas realizadas pela província com au

torização dos ministérios do Império, e

e que ele se apressou a oferecer ao Ins

mado o decreto de 3 de maio de 1884, q"®

tal fim, no Ministério

(atíslíca" (ano VI, ii. 23, de jullio-se-

à despesa própria da província; dois à

trouxe dois trabalhos inéditos, um dos

anos, até que fôsse fir

aqui a descrição que do

mesmo fèz a "Revista Brasileira de Es-

comenda da Ordem da Rosa.

Quando Sebastião Ferreira Soares se

Ma.s

este con.scna inédito até agora), aou

aproscitar

losofia. Agraciüu-ü d. Pedro II com a

transferiu definitivamente para a Côrte,

ainda decorreram sete

Criou-se para

souro Nacional.

são foi substituída por uma Repartição Espe

tubro de 1877.

navegação dc longo

bons anos mais tarde, perdeu o caráter de precariedade e passou a constituir

1875, a aludida comis

n.® 2792, de 20 de ou

navegação costeira e a

tatística, a qual, alguns

ü título, Iionoris aiusa, de doutor em fi

nal pelo art. 17 da lei

como é bem de ver, á

curso.

xias, dc 25 de junho dc

da no Tesouro Nacio

do nosso comércio ma

matérias da

conccdeu-lho uma universidade alemã (cuja localização não logrei descobrir)

cial de Estatística, cria

então, aí, a estatística

clicgado alcm-Atlàntico os

mais alcaiulorada órbita especulativa,

gência do gabinete Ca

do Sul, quando recebeu ordem, em 1852, para

ha\'C'n(lo

seus escritos atincntos a

tes do decreto de 14 dc janeiro de 1871. Na vi

d(i Tesouraria da Fa«cnJn do Kio Grande

exercer

tou relcnantes sc?rviços ao Instituto Flu-

Ihe instruções, constan

Já era chefe de seção

vir

c prática do comércio no Brasil". Pres

clc 1870, cxpcdiram-se-

América do Sul.

na presidência da província rebelada contra o Império por todo um decênio.

de biiroerática. Como informa Blakc, A fim de evitar certas confusões que foi èle quem fundou na Còrtc o Clube, se me depararam no "Dicionário biblio dos Guarda-Li\ros (mai.s tarde extin gráfico" de Blakc, com relação ao outro to), "a.ssociação que tinha por fim o es trabalho de Sebastião Ferreira Soares tudo dos regimentos e legislação co entregue ao Instituto Hi.stórico (e que mercial dos diversos países c- da teoria

Rendas Públicas. O pessoal, escasso c

servoii-.se quase de braços cruzado.s, até que o Govôrno se lembrasse dc nomear a Comissão Especial de Estatística do

político de Rosas e de Solano López.

foi quem sucedeu ao Conde de Caxias

gre, 1852). Recebido no colendo grê mio cultural fundado etn 1838, como

imiX)rlaçáo c á exportação do Rio Gran

de, respectivamente; nove às rendas arrccacladas pelas diversas repartições da

província^ e um, em que se faz a xecapitulação da receita geral e provin cial. A esses mapas o autor juntou mais cinco outros, resumidos, du reccitri c

despesa geral, correspondentes aos exer cícios de 1845-1846 até 1850-1851, e, finalmente, um último mapa referente à exportação riograndense-do-sul, no pe ríodo de 1816 a 1822. Os primeiros ma

zendárío, transformado em Diretoria

.sócio efetivo, Icii ali, nas sessões de 29

pas compreendem um período do dez

anos, decorridos de 1835 a 1845, par

continuou

dc setembro c 15 de outubro de 1854, as suas "Breves considerações sobre a

tindo do exercício anterior à revolução

revolução do 20 dc .setembro de 1835,

farroiipillia o estendendo-so ao exercí

ral de Estatística, e à frente do q^^ Sebastião

Ferreira

' '

honrado então com o merecido

que lhe tributou o insigne presidente

aeontccida na província de São Pedro

conselho ministerial de 24 dc rnaio ^

cio de 1844-1845.

do Sul — Ou análise crítica e imparcial da carta oficial e itinerário militar do

obra deixada pelo técnico

tados do exercício

quico. Coube ao grande e fecundo ga

ex-intitulado

1850-1851.

binete Olinda, de 29 de setembro de 1850, o decreto do 20 de novembro des se ano, que reformou o Tesouro Nacio

1883, Lafayetto mí-riog«n. (q. densa (e da qual espero da' ^

preendem um período de seis anos, con

sa notícia) demonstra,

datados de 3 de maio de 1844 e diri

Era muito lento o progres.so adminis

trativo dos órgãos mais importantes das Secretarias de Estado, no Brasil monár

nal e as Tesourarias da Fazenda, e em

sua profunda competencu

pcrjecíaliza-

p ., ,

da, uma rara e assombrosa capaci

Ministro da Guerra dos

dissidentes, Manuel Lucas de Oliveira, gidos ao exmo. Conselheiro Manuel An

tônio Galvão".

Êstc, como é sabido,

Os restantes com

de 1845-1846 até

Nas notas que acompa-

nhain os AponUimentos, Ferreira Soares fez observações de grande alcance so

bre numerosas questões sugeridas pela documentação estatística, Çom uma vj-


DiciiSTO E(:oNÓ>fico

118

são verdadeiramente patriótica do pro

blema imigratório, èle desçerroii o véu que ocultava o perigo em potencial, re presentado pela concentração de ele mentos alienígenas em determinados pontos do território brasileiro, tal como ocorria, já nessa época, com o nuclco alemão de São Leopoldo". Em sessão do Instituto Histórico c

Geográfico Brasileiro (que a tem guar dada no seu arquivo), leu ele mais uma

ficado quase completamente incclilas.

reira Soares, até liojc impublicada (sem,

toda\ Ía, indigitar-lhe o local onde se en

1'aciildade Nacional de Filosofia), por

mentos sobre o sistema fiscal e adminis

trativo do Império do Brasil", eni dois volumes, tratando o primeiro "Da lus-

contra), mencionando apenas o seguin

tória financeira do Brasil nos últimos

nanceira do Brasil, desde a sua inde

ma eram fibras do bananeira. Monta

vinte anos, de 1836 a 1854", c conten do o segundo o "Tratado de escritura

pendência até 1855 — Poema cm ver

do em 1851, o estabelecimento fabril

sos hendccassílabos soltos, trabalho iné

de Orianda cessou a sua atividade a 31

ção mercantil

dito ü que fòra pelo autor entregue a

de dezembro de 1859, em conseqüência do preço elevado a que atingiram os

godão, fumo, goma elástica, erva-mate, aguardente, cacau. Resumo do pro-

gresso dos oito produtos comparados. Carcstia dos gêneros alimentícios. Bre ve descrição das províncias do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, Ba i.a, Pernambuco. Comércio, sua libcrdadlo o limites. Do monopólio da carne seca, farinha o bacalhau. Bancos. \ ias dc comunicação. Colonização estrangeira. Sobre a divisão do trabalho. Conclu

são".

Existem em nossa Biblioteca Nacio

nal (seção de manuscritos) os seguin tes inéditos da mesma lavra: "Plano dc reforma da contabilidade do Tesouro

Nacional" (apresentado ao Ministro da Fazenda e trazendo cm apêndice um

"Projeto de reorganização das te.sonrarias da Fazenda") e a sua "Sustentação des reformas do Tc.souro Ni.c.oi.id Devcm-sc provàvelmente ao abaliza do diretor da mencionada "Rcvisaa Bra

sileira de Estatíslica , dr._ M. A. Tei xeira cie Freitas, informações pormeno rizadas sobre outras produções intelec tuais de Sebastião Ferreira Soares, esca

pas às pesquisas dc Blake. por haverem

te: "Apontamentos para a história fi

por partidas dobradas"

mente já elucubrada na Côrte, a in

dros estatísticos sobre café, açúcar, al

instalou no Brasil (como afirmou certo

mo: "Bosquejo financeiro ou aponta

titulado "Escrituração central"; "Esta

sim lhe faz o transunto: "Estudos e qua

ainda a^xmta mais uma singular

ignaro professor de História Pátria da

das suas valiosas monografias, segura

a propósito da qual me sirvo da mesma competente pena acima citada; que as

tas

119

composição literária de Sebastião Fer

Serão agora registradas aqui, em resu

(impresso em Porto Alegre em 18-52) c um trabalho novo, do mesmo gênero, in

titulada "Memória liistórico-cstatística",

T

Dicrsto Econômico

r

tística nacional da navegação dc cabo tagem" (Rio, 22 de junho de 1871);

Sua Majestade Imperial".

Ti\e a fortuna de possuir alguns dos volumes dc maior folcgo do economista

quanto antes dela aparecera (por volta de 1843) a baiana de Conceição, de

efêmera existência, c cuja matéria-pri

trapos e as fibras de bromeliáceas, de que se utilizou. A defesa do ilustre mineiro (agraciado em 1881 com o tí

estatística do comércio dc

gaúcho (um dos quais consta do catá logo da minha "Brasiliana", dado a lu me pela Livraria Brasil, da Paulicéia,

longo curso c de cabotagem da cidade

sob o n. 1397), aehando-mc, portanto,

desejar. Quanto à planejada ferrovia

dc Santos, da proNÚncia dc São Paulo"

liabilitado a preencher lacunas e corri gir enganos de Blakc o dos que copia

de Mangaratiba, o livro de Sebastião

ram o que so encontra no "Dicionário"

publicado e completado com o histórico

"Memória

(Rio, 15 dc outubro dc 1871); "Mapa

das faltas c da efetividade dos emprega

tulo de Barão de Capanema) pelo aus tero economista gaúcho nada deixou a

Ferreira Soares devia ser atualmente re

dos da Comissão do Estatística do Co

do bibliógrafo baiano.

mércio Marítimo" (dezembro de 1871 a

meiramente o que deixou em livros o técnico sul-riograndcnso, obedecendo a

lhos de ouro", tal o elevado custo em que ficou para o Tesouro Nacional a

ordem cronológica das respectivas edi

famosa Itaciiruçá. Foi pena que o Conde de Frontin não houvesse apro\'eitado aquele magnífico ensejo, para

ojitubro de 1872); "Finanças ou estu dos lústórícos e analíticos sôbro as ren

das c despesas publicas c sobre as ope

ções.

rações de crédito e sistema monetário

Por haverem sido impressos no mes

do Império do Brasil — Desde 1822 a 1875" (em cinco volumes); "Tesoura rias da Fazenda — Projeto de reorgani

zação" (Rio, 12 de março dc 1878); "Tesouro Nacional — Projeto dc reor ganização" (Rio, 12 de março "Sustentação das reformas do e Tesourarias" (Rio, 16 dc 1878); "Finanças - Estudos T

t

1

conversão do papel-moecia

aqui dois üuis escritos CSL.IIIU3

seus, -1que

à remodelação do

levar os "trilhos de ouro" até Ant^ra dos

que teve a primazia da divulgação, se as "Notas estatísticas sôbrc a produção agrícola e a carestia dos gêneros ali

a chegada da Oeste de Minas àquele

mentícios no Império do Brasil" (366 -

terinamente, a Biblioteca Nacional, e

Reis. Muito me esforcei para apressar pórto fluminense (dirigia eu, então, in

TI fls. jn-8.°), Se o "Histórico da fábri

era Ministro da Viação do governo Ven-

ceslau Brás o meu eminente e querido

çlr. Guilherme Schüch de Capanema".

amigo Augusto Tavares dc Lira), con

lUOOCt.l

Do ano seguinte (Rio, 1861) é o seu desenvolvido (310 págs. in-8.") "Histó rico da Companhia Industrial da Estra

vencido, como ainda estou, de que a terra do Tiradentes não pode prescindir cie dois escoadouros nu orla atlântica,

da de Ferro de Mangaratiba e análise crítica e econômica dos negócios desta

um para os seus produtos agropecuários e outro para os díN-iciosos minérios, beneficiados ou em ser, do seu prisile-

foram foram

companhia".

cernen

acabados, e observo que os con ^ les

mo ano (Rio, 1860), não sei qual foi o

ca de papel dc Oriunda ou defesa do

faycttc Rodrigues Pereira" (R'"' ^ 1884). Deixo dt

da cliamada estrada de ferro de "tri

,

ouro — Trabalho oferecido ao "

março dc março dc

Arrolarei pri

Merecem aqui ligeiros comentos os dois últimos trabalhos. Como demons

co-

Tesourarias já foram citac os

trei em longo artigo inserto nas colu nas de "O Estado de São Paulo" de 26

ma.s sem indicações de datas, vista" dirigida pelo dr. Teixeira

do janeiro de 1947, a fábrica de papel de Orianda não foi a primeira que so

mo existentes na Biblioteca ^ "Re-

I

giado subsolo.

Depois de haver redigido o "Projeto - Regulamento da secretaria do conse

lho diretor do Imperial Instituto Flumi nense de Agricultura" (Rio, 1863), vol veu Sebastião Ferreira Soares o seu uo-


DiciiSTO E(:oNÓ>fico

118

são verdadeiramente patriótica do pro

blema imigratório, èle desçerroii o véu que ocultava o perigo em potencial, re presentado pela concentração de ele mentos alienígenas em determinados pontos do território brasileiro, tal como ocorria, já nessa época, com o nuclco alemão de São Leopoldo". Em sessão do Instituto Histórico c

Geográfico Brasileiro (que a tem guar dada no seu arquivo), leu ele mais uma

ficado quase completamente incclilas.

reira Soares, até liojc impublicada (sem,

toda\ Ía, indigitar-lhe o local onde se en

1'aciildade Nacional de Filosofia), por

mentos sobre o sistema fiscal e adminis

trativo do Império do Brasil", eni dois volumes, tratando o primeiro "Da lus-

contra), mencionando apenas o seguin

tória financeira do Brasil nos últimos

nanceira do Brasil, desde a sua inde

ma eram fibras do bananeira. Monta

vinte anos, de 1836 a 1854", c conten do o segundo o "Tratado de escritura

pendência até 1855 — Poema cm ver

do em 1851, o estabelecimento fabril

sos hendccassílabos soltos, trabalho iné

de Orianda cessou a sua atividade a 31

ção mercantil

dito ü que fòra pelo autor entregue a

de dezembro de 1859, em conseqüência do preço elevado a que atingiram os

godão, fumo, goma elástica, erva-mate, aguardente, cacau. Resumo do pro-

gresso dos oito produtos comparados. Carcstia dos gêneros alimentícios. Bre ve descrição das províncias do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, Ba i.a, Pernambuco. Comércio, sua libcrdadlo o limites. Do monopólio da carne seca, farinha o bacalhau. Bancos. \ ias dc comunicação. Colonização estrangeira. Sobre a divisão do trabalho. Conclu

são".

Existem em nossa Biblioteca Nacio

nal (seção de manuscritos) os seguin tes inéditos da mesma lavra: "Plano dc reforma da contabilidade do Tesouro

Nacional" (apresentado ao Ministro da Fazenda e trazendo cm apêndice um

"Projeto de reorganização das te.sonrarias da Fazenda") e a sua "Sustentação des reformas do Tc.souro Ni.c.oi.id Devcm-sc provàvelmente ao abaliza do diretor da mencionada "Rcvisaa Bra

sileira de Estatíslica , dr._ M. A. Tei xeira cie Freitas, informações pormeno rizadas sobre outras produções intelec tuais de Sebastião Ferreira Soares, esca

pas às pesquisas dc Blake. por haverem

te: "Apontamentos para a história fi

por partidas dobradas"

mente já elucubrada na Côrte, a in

dros estatísticos sobre café, açúcar, al

instalou no Brasil (como afirmou certo

mo: "Bosquejo financeiro ou aponta

titulado "Escrituração central"; "Esta

sim lhe faz o transunto: "Estudos e qua

ainda a^xmta mais uma singular

ignaro professor de História Pátria da

das suas valiosas monografias, segura

a propósito da qual me sirvo da mesma competente pena acima citada; que as

tas

119

composição literária de Sebastião Fer

Serão agora registradas aqui, em resu

(impresso em Porto Alegre em 18-52) c um trabalho novo, do mesmo gênero, in

titulada "Memória liistórico-cstatística",

T

Dicrsto Econômico

r

tística nacional da navegação dc cabo tagem" (Rio, 22 de junho de 1871);

Sua Majestade Imperial".

Ti\e a fortuna de possuir alguns dos volumes dc maior folcgo do economista

quanto antes dela aparecera (por volta de 1843) a baiana de Conceição, de

efêmera existência, c cuja matéria-pri

trapos e as fibras de bromeliáceas, de que se utilizou. A defesa do ilustre mineiro (agraciado em 1881 com o tí

estatística do comércio dc

gaúcho (um dos quais consta do catá logo da minha "Brasiliana", dado a lu me pela Livraria Brasil, da Paulicéia,

longo curso c de cabotagem da cidade

sob o n. 1397), aehando-mc, portanto,

desejar. Quanto à planejada ferrovia

dc Santos, da proNÚncia dc São Paulo"

liabilitado a preencher lacunas e corri gir enganos de Blakc o dos que copia

de Mangaratiba, o livro de Sebastião

ram o que so encontra no "Dicionário"

publicado e completado com o histórico

"Memória

(Rio, 15 dc outubro dc 1871); "Mapa

das faltas c da efetividade dos emprega

tulo de Barão de Capanema) pelo aus tero economista gaúcho nada deixou a

Ferreira Soares devia ser atualmente re

dos da Comissão do Estatística do Co

do bibliógrafo baiano.

mércio Marítimo" (dezembro de 1871 a

meiramente o que deixou em livros o técnico sul-riograndcnso, obedecendo a

lhos de ouro", tal o elevado custo em que ficou para o Tesouro Nacional a

ordem cronológica das respectivas edi

famosa Itaciiruçá. Foi pena que o Conde de Frontin não houvesse apro\'eitado aquele magnífico ensejo, para

ojitubro de 1872); "Finanças ou estu dos lústórícos e analíticos sôbro as ren

das c despesas publicas c sobre as ope

ções.

rações de crédito e sistema monetário

Por haverem sido impressos no mes

do Império do Brasil — Desde 1822 a 1875" (em cinco volumes); "Tesoura rias da Fazenda — Projeto de reorgani

zação" (Rio, 12 de março dc 1878); "Tesouro Nacional — Projeto dc reor ganização" (Rio, 12 de março "Sustentação das reformas do e Tesourarias" (Rio, 16 dc 1878); "Finanças - Estudos T

t

1

conversão do papel-moecia

aqui dois üuis escritos CSL.IIIU3

seus, -1que

à remodelação do

levar os "trilhos de ouro" até Ant^ra dos

que teve a primazia da divulgação, se as "Notas estatísticas sôbrc a produção agrícola e a carestia dos gêneros ali

a chegada da Oeste de Minas àquele

mentícios no Império do Brasil" (366 -

terinamente, a Biblioteca Nacional, e

Reis. Muito me esforcei para apressar pórto fluminense (dirigia eu, então, in

TI fls. jn-8.°), Se o "Histórico da fábri

era Ministro da Viação do governo Ven-

ceslau Brás o meu eminente e querido

çlr. Guilherme Schüch de Capanema".

amigo Augusto Tavares dc Lira), con

lUOOCt.l

Do ano seguinte (Rio, 1861) é o seu desenvolvido (310 págs. in-8.") "Histó rico da Companhia Industrial da Estra

vencido, como ainda estou, de que a terra do Tiradentes não pode prescindir cie dois escoadouros nu orla atlântica,

da de Ferro de Mangaratiba e análise crítica e econômica dos negócios desta

um para os seus produtos agropecuários e outro para os díN-iciosos minérios, beneficiados ou em ser, do seu prisile-

foram foram

companhia".

cernen

acabados, e observo que os con ^ les

mo ano (Rio, 1860), não sei qual foi o

ca de papel dc Oriunda ou defesa do

faycttc Rodrigues Pereira" (R'"' ^ 1884). Deixo dt

da cliamada estrada de ferro de "tri

,

ouro — Trabalho oferecido ao "

março dc março dc

Arrolarei pri

Merecem aqui ligeiros comentos os dois últimos trabalhos. Como demons

co-

Tesourarias já foram citac os

trei em longo artigo inserto nas colu nas de "O Estado de São Paulo" de 26

ma.s sem indicações de datas, vista" dirigida pelo dr. Teixeira

do janeiro de 1947, a fábrica de papel de Orianda não foi a primeira que so

mo existentes na Biblioteca ^ "Re-

I

giado subsolo.

Depois de haver redigido o "Projeto - Regulamento da secretaria do conse

lho diretor do Imperial Instituto Flumi nense de Agricultura" (Rio, 1863), vol veu Sebastião Ferreira Soares o seu uo-


"I iijijipiiiiiaiiiiii.ii.. » ^

1

Dige-sto Econômico

120

Drcr:sTO EcoNÓxnco

121

21 de maio de 1860), subordinados u

do consagrado autor de "A retirada du

epígrafe "A produção agrícola no Bra sil". Para a "Revista Popular" de B.

206-208 do tomo VII do seu "Dicioná

lha de Campo Grande, planejado e exe

L. Garnier (durou de 1859 a 1862)

rio bibliográfico brasileiro", e M. A. Tei

cutado pelo dr. Pedro Américo de Fi-

reservou as "Máximas c pensamentos de

xeira de Freitas, às págs. .421-424 do

grosso volume de XI - 344 páginas in-

gueircdo e Melo" (Rio, 1871), volume

Ar.vco.v", assim como as suas "Conside

8.°, e de sua "Tese filosófica sôbre Deus,

de 101 págs. in-4.", exornado com um

rações sobre a lústória, para firmar a

ano VI (n. 23, julho-setenibro de 1945) da "Revista Brasileira de Estatística", biografaram com bastante acerto e lar go descortino o idôneo orientador da

bre espírito para estudos transcenden tes, como se infere das suas "Preleções

de moral particular e pública — Ou pensamentos filosóficos sôbre o cristia

nismo, moral e política" (Rio, 1863),

letras do segundo membro do seu ape lido, foi o "Histórico e análise estetigrá-

fica do quadro de um episódio da bala-

o orbe e o homem" (Rio, 1864), em

excelente retrato do notável pintor e

teoria da di\isão do trabalho e chamar

português e francês (provàvelmente o

prosador paraibano (desenho de Auré lio e litografia de S. A. Sisson). Veio de pois a público o seu "Sistema teórico « prático para se organizar a estatística do

ao grcmío da ci\-ilização os aborígenes cio Brasil" (vol. XV, 1862, págs. 18 e

trabalho que lhe granjeou de certa fa culdade alemã o aludido título de dou tor em filosofia).

Retomando os estudos de sua predi

leção, deu em seguida a público: "Es boço ou primeiros traços da crise comer

comércio marítimo do Brasil"

(Rio,

1873).

Do "Catálogo da Exposição de His

10 de setembro de 1864" (Rio, 1865),

tória do Brasil" consta a coletânea que mais esforços exigiu do operoso técnico

exposição extensa e clara da repercus são que teve no Brasil a guerra de se

sul-riograndense: "Estatística do co mércio marítimo do Brasil, nos exercí

cial da cidade do Rio de Janeiro, em

cessão norte-americana, de envolta com

a nossa intervenção contra o caudilhis-

mo de Aguirre, precursor da longa e

1872, 1872-1873 etc. — Organizada pela comissão dirigida pelo dr. Sebastião Fer

sangrenta guerra contra Solano Lópcz;

reira Soares"

e "Elementos de estatísHca, compreen

(Rio, 1865). Esta obra, talvez a mais prima das que legou à pátria o incan

tímosa publicação com uma "Introdu ção retro-spectiva da estatística do co mércio marítimo do Brasil no exercício de 1874-1875" (Rio, 1883).

sável economista gaúcho, apareceu em 2 vols. in-4.°, de 330 e 320-21-11 (não

pesaram

dendo a teoria da ciência e sua aplica

ção à estatística comercial do Brasil"

"241", como se lê ã pág. 206 do tomo VII do "Dicionário" de Blake), tendo-

lhe o autor apensado, sob a epígrafe "Bancos de Lavoura", um projeto para a criação de tais estabelecimentos de crédito nas províncias. Imagine-se, ca so tivesse sido adotada naquela época a

sugestão do clarividente escritor, que progresso não ostentaria o nosso país, proclamado como "essenciahiienle agrí cola", mas onde não existiam e custa

ram a surgir os bancos e cooperativas rurais!

Um dos mais curiosos estudos da la

vra de Sebastião Ferreira Soares, que

adotou nêle um criptônimo, tirado das

(Rio, 1874-1880), 14

vols. in-4.*'. Ainda aumentou essa pres-

As obrigações burocráticas, que Ibc sôbre os ombros

maior parte da sua existência objetiva,

n<ão impediram Sebastião Ferreira S<^a^ res de achar lazer para colaborar na prensa da sua província natal e ep

na da Côrte.

-l

artigos seus o "Correio Comerc

telectuais sul-riograndenses, lhe trocas classificasse (tirando-o, assim, dó nos

O egrégio brasileiro expirou na Cor te, aos 67 anos dc idade. Ninguém lhe

so reduzido pugilo dc cstatistas e eco

Alfredo dc

editados em Pôrto Alegre. Na '^«^Corbrasileira, serviu-se das colunas o

reio Mercantil" para demonstrar, com a

^

"Jornal do Comércio" inserm duas duzias de artigos seus (de 21 de janei

VAI

nomistas) como "publicista", termo que, a meu ver, só se aplica bem a

Escragnollc Taunay (cerca dc dois anos depois Visconde de Taunav), orador do Instituto Histórico c Geográfico Brasilei ro ("Revista", pág. 426 da parte 2.''' dc

quem trata de direito público:

tomo L, 1887), e que, além de liavê-lo considerado "um dos raros e pacientes

berdade bancária; propugnou a criação de estabelecimentos de crédito mral; e,

operários que com tenacidade se de ram ao culto e expansão dessav..ciência, hoje mais do que nunca necessária a regular a constituição das sociedades,

d'Anria, baldadamonte envidou prestar à pátria um inestimável serviço, por

infelizmente entre nós ainda tão rudi

contabilidade do Tesouro Nacional",

Sebastião Ferreira Soares, em suma, foi quem inaugurou cm nossa pátria a estatística econômica;

defendeu a li

precedendo de muitos anos a Francisco

quanto, em seu "Plano de reforma da

evidenciou (di-lo Blake) "que o go

centou que o nome do operoso o erudito

verno poderia ser mais perfeitamente

técnico sul-riograndense havia de "no

servido por metade do número dos em pregados ocupados com o sistema de es

futuro, sair das sombras que o cercam c ganhar a luz e o prestígio, como um

Até agora não se realizou a profecia

e o "Correio do Sul" (1844),

se por "Sousa" o cognomc "Soares" e o

posição de História do Brasil".

Brasil".

(1841), o "Mercantil", o

artigos assinados

verbetizada por Blake, figura sob o n. 14.863 do já citado "Catálogo da Ex

dos mais perseverantes organizadores das boas regras administrativas do

ÍÍ"

que, sem a liberdade bancaria, ' deria prosperar a" nossa lavou ,

quem, num trabalho concernente aos in

mentar e descurada, a estatística", acres

durante a

nossa evolução econômica — não faltou

100). Essa intercs.sante memória, não

fez melhor elogio do que

cios de 1869-1870, 1870-1871, 1871-

Laguna". Se é certo que Blake, às págs.

crituração em uso".

E' de esperar que o Brasil renda um dia a tão benemérito filho a homena

gem de reconhecimento a que este fez jns. •


"I iijijipiiiiiaiiiiii.ii.. » ^

1

Dige-sto Econômico

120

Drcr:sTO EcoNÓxnco

121

21 de maio de 1860), subordinados u

do consagrado autor de "A retirada du

epígrafe "A produção agrícola no Bra sil". Para a "Revista Popular" de B.

206-208 do tomo VII do seu "Dicioná

lha de Campo Grande, planejado e exe

L. Garnier (durou de 1859 a 1862)

rio bibliográfico brasileiro", e M. A. Tei

cutado pelo dr. Pedro Américo de Fi-

reservou as "Máximas c pensamentos de

xeira de Freitas, às págs. .421-424 do

grosso volume de XI - 344 páginas in-

gueircdo e Melo" (Rio, 1871), volume

Ar.vco.v", assim como as suas "Conside

8.°, e de sua "Tese filosófica sôbre Deus,

de 101 págs. in-4.", exornado com um

rações sobre a lústória, para firmar a

ano VI (n. 23, julho-setenibro de 1945) da "Revista Brasileira de Estatística", biografaram com bastante acerto e lar go descortino o idôneo orientador da

bre espírito para estudos transcenden tes, como se infere das suas "Preleções

de moral particular e pública — Ou pensamentos filosóficos sôbre o cristia

nismo, moral e política" (Rio, 1863),

letras do segundo membro do seu ape lido, foi o "Histórico e análise estetigrá-

fica do quadro de um episódio da bala-

o orbe e o homem" (Rio, 1864), em

excelente retrato do notável pintor e

teoria da di\isão do trabalho e chamar

português e francês (provàvelmente o

prosador paraibano (desenho de Auré lio e litografia de S. A. Sisson). Veio de pois a público o seu "Sistema teórico « prático para se organizar a estatística do

ao grcmío da ci\-ilização os aborígenes cio Brasil" (vol. XV, 1862, págs. 18 e

trabalho que lhe granjeou de certa fa culdade alemã o aludido título de dou tor em filosofia).

Retomando os estudos de sua predi

leção, deu em seguida a público: "Es boço ou primeiros traços da crise comer

comércio marítimo do Brasil"

(Rio,

1873).

Do "Catálogo da Exposição de His

10 de setembro de 1864" (Rio, 1865),

tória do Brasil" consta a coletânea que mais esforços exigiu do operoso técnico

exposição extensa e clara da repercus são que teve no Brasil a guerra de se

sul-riograndense: "Estatística do co mércio marítimo do Brasil, nos exercí

cial da cidade do Rio de Janeiro, em

cessão norte-americana, de envolta com

a nossa intervenção contra o caudilhis-

mo de Aguirre, precursor da longa e

1872, 1872-1873 etc. — Organizada pela comissão dirigida pelo dr. Sebastião Fer

sangrenta guerra contra Solano Lópcz;

reira Soares"

e "Elementos de estatísHca, compreen

(Rio, 1865). Esta obra, talvez a mais prima das que legou à pátria o incan

tímosa publicação com uma "Introdu ção retro-spectiva da estatística do co mércio marítimo do Brasil no exercício de 1874-1875" (Rio, 1883).

sável economista gaúcho, apareceu em 2 vols. in-4.°, de 330 e 320-21-11 (não

pesaram

dendo a teoria da ciência e sua aplica

ção à estatística comercial do Brasil"

"241", como se lê ã pág. 206 do tomo VII do "Dicionário" de Blake), tendo-

lhe o autor apensado, sob a epígrafe "Bancos de Lavoura", um projeto para a criação de tais estabelecimentos de crédito nas províncias. Imagine-se, ca so tivesse sido adotada naquela época a

sugestão do clarividente escritor, que progresso não ostentaria o nosso país, proclamado como "essenciahiienle agrí cola", mas onde não existiam e custa

ram a surgir os bancos e cooperativas rurais!

Um dos mais curiosos estudos da la

vra de Sebastião Ferreira Soares, que

adotou nêle um criptônimo, tirado das

(Rio, 1874-1880), 14

vols. in-4.*'. Ainda aumentou essa pres-

As obrigações burocráticas, que Ibc sôbre os ombros

maior parte da sua existência objetiva,

n<ão impediram Sebastião Ferreira S<^a^ res de achar lazer para colaborar na prensa da sua província natal e ep

na da Côrte.

-l

artigos seus o "Correio Comerc

telectuais sul-riograndenses, lhe trocas classificasse (tirando-o, assim, dó nos

O egrégio brasileiro expirou na Cor te, aos 67 anos dc idade. Ninguém lhe

so reduzido pugilo dc cstatistas e eco

Alfredo dc

editados em Pôrto Alegre. Na '^«^Corbrasileira, serviu-se das colunas o

reio Mercantil" para demonstrar, com a

^

"Jornal do Comércio" inserm duas duzias de artigos seus (de 21 de janei

VAI

nomistas) como "publicista", termo que, a meu ver, só se aplica bem a

Escragnollc Taunay (cerca dc dois anos depois Visconde de Taunav), orador do Instituto Histórico c Geográfico Brasilei ro ("Revista", pág. 426 da parte 2.''' dc

quem trata de direito público:

tomo L, 1887), e que, além de liavê-lo considerado "um dos raros e pacientes

berdade bancária; propugnou a criação de estabelecimentos de crédito mral; e,

operários que com tenacidade se de ram ao culto e expansão dessav..ciência, hoje mais do que nunca necessária a regular a constituição das sociedades,

d'Anria, baldadamonte envidou prestar à pátria um inestimável serviço, por

infelizmente entre nós ainda tão rudi

contabilidade do Tesouro Nacional",

Sebastião Ferreira Soares, em suma, foi quem inaugurou cm nossa pátria a estatística econômica;

defendeu a li

precedendo de muitos anos a Francisco

quanto, em seu "Plano de reforma da

evidenciou (di-lo Blake) "que o go

centou que o nome do operoso o erudito

verno poderia ser mais perfeitamente

técnico sul-riograndense havia de "no

servido por metade do número dos em pregados ocupados com o sistema de es

futuro, sair das sombras que o cercam c ganhar a luz e o prestígio, como um

Até agora não se realizou a profecia

e o "Correio do Sul" (1844),

se por "Sousa" o cognomc "Soares" e o

posição de História do Brasil".

Brasil".

(1841), o "Mercantil", o

artigos assinados

verbetizada por Blake, figura sob o n. 14.863 do já citado "Catálogo da Ex

dos mais perseverantes organizadores das boas regras administrativas do

ÍÍ"

que, sem a liberdade bancaria, ' deria prosperar a" nossa lavou ,

quem, num trabalho concernente aos in

mentar e descurada, a estatística", acres

durante a

nossa evolução econômica — não faltou

100). Essa intercs.sante memória, não

fez melhor elogio do que

cios de 1869-1870, 1870-1871, 1871-

Laguna". Se é certo que Blake, às págs.

crituração em uso".

E' de esperar que o Brasil renda um dia a tão benemérito filho a homena

gem de reconhecimento a que este fez jns. •


l>ci-STo

jOSE' LlIZ DE /ILMEID/l HOGIEIRA O proíe.ssor — o parlamentar — o historiador aendômieo Pelagio Lodo

dos Barões de Joatinga, Pedro Ra

mos Nogueira e d. Placidia Maria de Almeida, teve o berço na fazenda "Loanda" do município do Bananal,

ponto extremo do leste paulista, proximo das divisas com a antiga província do Rio de Janeiro.

A gente de que provinha era abasta

da e figurava na velha nobreza rural do Vale do Paraíba, rio que teve, na am

pliação da cultura do café, do Rio para São Paulo, o mesmo papel que teve o

Tietê nas penetrações do sertão brasi leiro, na marcha para oeste. Gente rica, bem nascida, com a base de securas raízes econômicas em vas tas lavouras, próxima da Corte, com um

padrão de vida muito superior ao do resto da província, onde a cultura do café ensaiava seus primeiros arrancos,

nista dos fastos acadómicos,

Pelagio

"Digesto

Econômico"

O filho dos Barões de Joatinga, que

iá na meninice revelava inteligência vi va de extraordinária precocidade, esta ria pois com o seu destino traçado ri-

spnhamente. Em 1859, quando conta-

via, na esteira do humanismo francês,

to Pereira que floresceu em talentos pri morosos, o Francisco Bcrnardino, figura de destaque entre os políticos mineiros

eminente da Faculdade dc Direito de

riosa Escola.

da Primeira República; Eduardo Teixei

lista, procurou êle a Academia de Direi

ra de Cíirvalho Durão, que mais tardeso notabilizou no Rio, como orador, pro

to do São Paulo, que era, no sul do

motor' público e criminalista de ampla

País, o que Recife era no norte, uma forja cm que se caldcavam as mais altas inteligências dc brasileiros dc todos os

envergadura; Caetano Pinto de Carva lho Montcnegro c João Evangelista de Bulhões Carvalho, que alcançaram re

recantos, que dali saíam para assumir, na vida do País, os papéis relevantes

os advogados e jornalistas Luiz Beza-

rios, e com proveito para o jovem pau

São Paulo, que reviveu, em págituis en cantadoras, de elegante simplicidade, a vida pitoresca da nossa querida c glo

Campos C;u\alho, mineiros, de inteli

gência aguda, o segundo dêlcs pro\indo da grande c nobre árvore dos Lobo Lei

Eneerrado esse curso do preparató

ria do talentoso economista e j)rofcssor

pompoa\am, cm pôsto alto, Francisco

Bcrnardino Rodrigues Silva, Fernando Lobo Leite Pereira e João Ribeiro de

nas mais acesas campanhas. Voltando ao Brasil, continuou, toda

Jouberi:, bacharéis dc notável cultura.

O

presta assim uma homenagem à memó

nome na classe do juizes e juristas; o

É

va nove anos (pois nasceu a 4 de feve reiro de 1850) foi mandado, com outros

que nos conquistaram, no passado, os

mat e Júlio Alves de Brito, este amigo "

conceitos dc seriedade, firmeza e corre

inseparável e companheiro de estudos c

meninos da sua idade c do famílias da

ção que até boje desfrutamos.

zona, para uma escola do Barra Mansa,

O acadêmico

na qual lecionavam professores de as

Em 1869 estava José Luiz matricula

cendência francesa, entre êlcs um pr""

para o Brasil, onde

afamados colégios europeus.

era a turma destituída de valor: nela

inserimos.

Bananal, Silveiras, Lorena e outras, que se entrelaçavam em relações de amiza de e freqüentemente nas de família com os então opulentos centros de ri

ças educação aprimorada, que se fazia cin colégios da Corte, quando não em

denciando, a eada passo, aipielas raí zes pro\eclas. nos discursos, nas lições,

sol) a direção dos professores Farjon c

fessor oriundo da Córsega, o dc Suzini, que prováveis cleseqiubbnos

— Barra Mansa, Vassouras, Rezende c Valença - propiciava aos meninos e mo

poda tinha sido igualmente severa) vie ram completar o curso em São Paulo. ^las, nem por ser c.xígua em número,

Lobo, escreveu o magnífico estudo bio gráfico de Almeida Nogueira, cpic ora

ainda dominada pela da cana-de-açúcar, o ambiente social daquelas famílias do

queza que eram as cidades fluminenses

três anos ginasiais feitos no Condorcet,

as quais inante\c sempre uma linha de policie/, cpie nunca foi quebrada, mesmo

Atendendo a um pedido da nossa dire ção, o ilustre advo(^(ido e brillianle cro

1^3

t'l(i a guardou em lòda a sua \ ida, evi

nos debates parlaincnlaros, ou nas polê micas ]^>olilicas do jornalismo, em todas

Meninice e primeiros estudos

JOSÉ Luiz de Almeida Nogueira, filho

Econômico

7 vida -1 cm sua patria , , . /^Icslocacio de haviam

pouco

Da escola dc Barra

pelo pai a completar e conc m paratórios na França e Ia

depois

com êxito no Liceu Bonapa

jovem bananalens

a

saber, aineiu

p

,1

e cbeio de comemorações da Guerra do

tura. Essa feição "francesa dos

paganda republicana, estimulados pela já desenfreada campanha abolicionista,

que os balanços e contrabalanços políti cos tornariam, eada vez mais, profun

tempo depois, foi Josó Lmz "

menção dêsse

G fez o qüinqüênio com a geração alvo

roçada e vibrante que assistiu ao fastígio da monarquia, ao final barulhento Paraguai e aos primeiros surtos da pro

gança que era todo cultum e francesa.

Liceu Condorcet, de

do no 1.° ano da Faculdade de Direito

o

,.

dos e decisivos para a nossa vida de nação.

A turma de 1869/73 foi das menores

do seu tempo: com 30 alunos no 1.°

ano, após "cortes" rigorosos e inespera

cul-

dos na sua marcha, chegou com 14 ao

ou

5.°, sendo ali reforçada por 11 colegas que, do Recife (onde, ao que parece, a

divagações filosóficas de Júlio de Mo raes Carneiro

(o, mais tarde, famoso

pregador sacro padre Júlio Maria). Dêsse grupo era, sem dúvida, José Luiz, o de maior possança intelectual. O alto porte, o vulto da figura, o de sempenho da marcha, a altura de 1,85 in que o colocava entre os maiores homens da sua época, condiziam com o valor

mental que tinha naquela cabeça bem talhada e iluminada por olhares vivos e penetrantes, arcabouço em que a maté ria cinzenta era das mais abundantes e valorosas.

A Academia estava ainda, quanto à poesia, sob o domínio do estro de Castro

Alves, que dela saíra o ano anterior, após o episódio trágico do ferimento nu ma caçada nos campos vizinhos da anti

ga cidade. E, espalhados pelos outros anos do curso, nomes que, mais tarde,

tanto honrariam postos e cargos políti-


l>ci-STo

jOSE' LlIZ DE /ILMEID/l HOGIEIRA O proíe.ssor — o parlamentar — o historiador aendômieo Pelagio Lodo

dos Barões de Joatinga, Pedro Ra

mos Nogueira e d. Placidia Maria de Almeida, teve o berço na fazenda "Loanda" do município do Bananal,

ponto extremo do leste paulista, proximo das divisas com a antiga província do Rio de Janeiro.

A gente de que provinha era abasta

da e figurava na velha nobreza rural do Vale do Paraíba, rio que teve, na am

pliação da cultura do café, do Rio para São Paulo, o mesmo papel que teve o

Tietê nas penetrações do sertão brasi leiro, na marcha para oeste. Gente rica, bem nascida, com a base de securas raízes econômicas em vas tas lavouras, próxima da Corte, com um

padrão de vida muito superior ao do resto da província, onde a cultura do café ensaiava seus primeiros arrancos,

nista dos fastos acadómicos,

Pelagio

"Digesto

Econômico"

O filho dos Barões de Joatinga, que

iá na meninice revelava inteligência vi va de extraordinária precocidade, esta ria pois com o seu destino traçado ri-

spnhamente. Em 1859, quando conta-

via, na esteira do humanismo francês,

to Pereira que floresceu em talentos pri morosos, o Francisco Bcrnardino, figura de destaque entre os políticos mineiros

eminente da Faculdade dc Direito de

riosa Escola.

da Primeira República; Eduardo Teixei

lista, procurou êle a Academia de Direi

ra de Cíirvalho Durão, que mais tardeso notabilizou no Rio, como orador, pro

to do São Paulo, que era, no sul do

motor' público e criminalista de ampla

País, o que Recife era no norte, uma forja cm que se caldcavam as mais altas inteligências dc brasileiros dc todos os

envergadura; Caetano Pinto de Carva lho Montcnegro c João Evangelista de Bulhões Carvalho, que alcançaram re

recantos, que dali saíam para assumir, na vida do País, os papéis relevantes

os advogados e jornalistas Luiz Beza-

rios, e com proveito para o jovem pau

São Paulo, que reviveu, em págituis en cantadoras, de elegante simplicidade, a vida pitoresca da nossa querida c glo

Campos C;u\alho, mineiros, de inteli

gência aguda, o segundo dêlcs pro\indo da grande c nobre árvore dos Lobo Lei

Eneerrado esse curso do preparató

ria do talentoso economista e j)rofcssor

pompoa\am, cm pôsto alto, Francisco

Bcrnardino Rodrigues Silva, Fernando Lobo Leite Pereira e João Ribeiro de

nas mais acesas campanhas. Voltando ao Brasil, continuou, toda

Jouberi:, bacharéis dc notável cultura.

O

presta assim uma homenagem à memó

nome na classe do juizes e juristas; o

É

va nove anos (pois nasceu a 4 de feve reiro de 1850) foi mandado, com outros

que nos conquistaram, no passado, os

mat e Júlio Alves de Brito, este amigo "

conceitos dc seriedade, firmeza e corre

inseparável e companheiro de estudos c

meninos da sua idade c do famílias da

ção que até boje desfrutamos.

zona, para uma escola do Barra Mansa,

O acadêmico

na qual lecionavam professores de as

Em 1869 estava José Luiz matricula

cendência francesa, entre êlcs um pr""

para o Brasil, onde

afamados colégios europeus.

era a turma destituída de valor: nela

inserimos.

Bananal, Silveiras, Lorena e outras, que se entrelaçavam em relações de amiza de e freqüentemente nas de família com os então opulentos centros de ri

ças educação aprimorada, que se fazia cin colégios da Corte, quando não em

denciando, a eada passo, aipielas raí zes pro\eclas. nos discursos, nas lições,

sol) a direção dos professores Farjon c

fessor oriundo da Córsega, o dc Suzini, que prováveis cleseqiubbnos

— Barra Mansa, Vassouras, Rezende c Valença - propiciava aos meninos e mo

poda tinha sido igualmente severa) vie ram completar o curso em São Paulo. ^las, nem por ser c.xígua em número,

Lobo, escreveu o magnífico estudo bio gráfico de Almeida Nogueira, cpic ora

ainda dominada pela da cana-de-açúcar, o ambiente social daquelas famílias do

queza que eram as cidades fluminenses

três anos ginasiais feitos no Condorcet,

as quais inante\c sempre uma linha de policie/, cpie nunca foi quebrada, mesmo

Atendendo a um pedido da nossa dire ção, o ilustre advo(^(ido e brillianle cro

1^3

t'l(i a guardou em lòda a sua \ ida, evi

nos debates parlaincnlaros, ou nas polê micas ]^>olilicas do jornalismo, em todas

Meninice e primeiros estudos

JOSÉ Luiz de Almeida Nogueira, filho

Econômico

7 vida -1 cm sua patria , , . /^Icslocacio de haviam

pouco

Da escola dc Barra

pelo pai a completar e conc m paratórios na França e Ia

depois

com êxito no Liceu Bonapa

jovem bananalens

a

saber, aineiu

p

,1

e cbeio de comemorações da Guerra do

tura. Essa feição "francesa dos

paganda republicana, estimulados pela já desenfreada campanha abolicionista,

que os balanços e contrabalanços políti cos tornariam, eada vez mais, profun

tempo depois, foi Josó Lmz "

menção dêsse

G fez o qüinqüênio com a geração alvo

roçada e vibrante que assistiu ao fastígio da monarquia, ao final barulhento Paraguai e aos primeiros surtos da pro

gança que era todo cultum e francesa.

Liceu Condorcet, de

do no 1.° ano da Faculdade de Direito

o

,.

dos e decisivos para a nossa vida de nação.

A turma de 1869/73 foi das menores

do seu tempo: com 30 alunos no 1.°

ano, após "cortes" rigorosos e inespera

cul-

dos na sua marcha, chegou com 14 ao

ou

5.°, sendo ali reforçada por 11 colegas que, do Recife (onde, ao que parece, a

divagações filosóficas de Júlio de Mo raes Carneiro

(o, mais tarde, famoso

pregador sacro padre Júlio Maria). Dêsse grupo era, sem dúvida, José Luiz, o de maior possança intelectual. O alto porte, o vulto da figura, o de sempenho da marcha, a altura de 1,85 in que o colocava entre os maiores homens da sua época, condiziam com o valor

mental que tinha naquela cabeça bem talhada e iluminada por olhares vivos e penetrantes, arcabouço em que a maté ria cinzenta era das mais abundantes e valorosas.

A Academia estava ainda, quanto à poesia, sob o domínio do estro de Castro

Alves, que dela saíra o ano anterior, após o episódio trágico do ferimento nu ma caçada nos campos vizinhos da anti

ga cidade. E, espalhados pelos outros anos do curso, nomes que, mais tarde,

tanto honrariam postos e cargos políti-


.;^>t Dioksto

124

DicK.sro Econômico

Econômico

C03, administrativos, professorais e jor

todoxo. Mas Almeida Nogueira, de fei-

própria com denõdo, em qualquer cir

nalísticos, por todo o Brasil: Rui, Nabuco, Sancho Pimentel, Rodrigues Al

tio menos rijo, compôs com outros com

cunstância da sua vida.

que, durante várias fases, com inter rupções extensas, foi a voz dos conser

Machado,

da... — até que, na sua iiltima fa.se, já em período republicano, virou em re

Aureliano Coutinho,

Pinto

Ferrai, Fernandes Coelho, Ubaldino do Amaral, Cesario Bastos, Bias Fortes, Martim Francisco, Canuto Saraiva, Lú

Acentuamo.s essa feição varonil por

panheiros o bloco do "O Con.slitucional"

ves, Martim Cabral, Cíirlos de Car\'aIho, Hipólito de Camargo, Dino Bueno, Afonso Pena, Rubião Júnior, Brasilio

que, pelo resto da existência — como

jornalista, como político c como profes sor, o èlc foi grande em qualquer des

vadores acadêmicos — e voz modera

sas atividades — seu feilio moral e inte

lectual foi sempre o mesmo: lhano e cortês, liberulí.ssimo nos seus juízos, res peitador du opinião ou credo alheio, mas firme na sua orientação e procuran do vencer os adversários pela forma dos

publicano vermelho e veemente bataIhador da forma federativa contra

cio de Mendon

a.s

tendências e fu

ça, Brasilio dos Santos — e ou

mos sebastianistas de 1897...

tros tantos des

A fundação do jornal conserva

argumentos ou das razões. Mesmo quan do Se sentia sòzinho e sem "séquito" de opiniões, inantinha-sc na estacada, de

dação. Naquele

dor

viseira erguida, para enfrentar as opi

fervedouro,

mia,

sa

mesma

gra-

Al

na

Acade

com

um

meida Nogueira se aproximava

grupo do cole

dos

Francisco

125

fôra abolido o prazo de 24 horas entre o sorteio do ponto e a sustentação oral; essa sustentação deveria ser feita logo após o sorteio. Por causa tão pequena, agitação tão extensa c tão grave... A Congregação, contra dois votos, acatou a decisão legal. Mas os estu

dantes se sublevaram. Ahneida Noguei ra e o seu grupo (num total de 9) aca taram a decisão e enfrentaram a maioria

que vocifera\'a, esmagadoramente, con tra o decreto e contra o Govèmo. Os

quo passaram um dia pelas Arcadas po dem bem imaginar como, cm tais circunstiuicias, seria difícil sustentar uma

niões ou correntes adversas — e, se re

tal posição.

conhecia a justeza ou boa inspiração da

tudo engolfam e abafam. Mas aquelas nove vozes \'aronis ficaram com sua opi

Os vagalhões do número

corrente contrária, não hesitava em es

Ber-

tender a mão, superiormente, ao adver

nião, contrária h rebeldia, e assumiram

Hono-

sário. Nas aulas, a classes atentas, que

aproximação os

rio H e r m e t o,

todas as conseqüências dela. Amigos da véspera romperam relações já consolida

igualava. Jã se

Olimpio

entredemonstra -

dão, Genuíno

mais

nentes

e

gas reduzido

emi

nardino,

nessa

vam as quali

Vidal,

dades intelec tuais do homem

da Mota, Fran

êle prendia ao assunto, i\s vezes árido, do programa, dada a forma sugestiva da exposição e a elegância c desembaraço com que a fazia, recebia sempre de boa sombra, mesmo com aprnzimento,

cisco C a n d ido

apartes, revides ou pareceres contrários

guém mais se animava a qualificá-lo de

Cardoso e outros

e, muitas vezes, os estimulava:

"retômo a regimens inquisitoriais", como

ValaTeixeira

— na política partidária e nas

do "Clube Cons

elucubrações ci

titucional

entíficas.

dêmico""

Fo i

sempre uni ledor

vocou

e estudioso insa ciável dos livros de base na dis

ciplina que veio

com a

depois ensinar senhorilmente e dos ou-

vocada pela reforma

tros de história política que tanto con-

fredo, sendo o grupo dc

— "Tenho horror a auditórios desaten

Aca

agitação 1

-c.

pro

^^^"^ÍQ^constitu-

i

das e apartaram-se em descontroladas objurgatórias. Mas o fato não teve maiores conseqüências externas: — o re-

gimem foi mantido e, anos após, nin era o fraseado dos insurretos...

tos ou indiferentes. Mas estimo e prezo oa auditórios ou vozes que formam opi nião e a manifestam. Os senhores po

firme e de corajosa manifestação de pen

dem, portanto, manifestar-se, reclaman

da Nogueira logo se impôs ao partido

Talvez por essa atestação de vontade samento, o nome de José Luii de Almei

do esclarecimentos ou criticando a dou

como figura valorosa; e em 1873, ainda

trina da "cadeira". Não me agasto com

cursando o 5.° ano, foi incluído na

isso. Devo, mesmo, confessar que até gosto dessas críticas..."

chapa do Partido Conservador e eleito te era eleito deputado geral — e na Câ mara da era monárquica ia encontrar o

deputado provincial; no biênio seguin

tribuiain para amenizar suas lições na

cional" apodado, pelo colegas, ^j^^lu-

O âmbito varonil do mestre que, quando estudante, dera prova decisiva

cátedra.

fame", e a turma cindida com a são dos seus mais altos adota-

na formação do seu clube e no lança

grande palco para suas demonstrações

mento do seu jornal, alcançou como lem

de parlamentar de alto estofo. E ali, em

bramos, confinnação definitiva por oca sião da crise, verdadeiro levante provo cado pela reforma de 1871, em que a Academia ficou em polvorosa. Pelo novo decreto, alterados dispositivos antigos.

legislaturas sucessivas, representou com dignidade os seus- colégios eleitorais, dando renome incontestável à província paulista que para lá o enviava. Sem

Desde o curso, militando em políti

ca, filiou-se ao Partido Conservador que,

naquela época, tinha na Opinião Con servadora", jornal de João Mendes, o Velho, o seu baluarte autorizado e o ver dadeiro orientador do seu programa or-

meida Nogueira manteve a m impávi da e revelou, obranceria : dez de caráter e violentas,

infenso a diatribes e expio rmíníãn sabia, entretanto, defender a opm.ao

perder contato com o ensino do Direito


.;^>t Dioksto

124

DicK.sro Econômico

Econômico

C03, administrativos, professorais e jor

todoxo. Mas Almeida Nogueira, de fei-

própria com denõdo, em qualquer cir

nalísticos, por todo o Brasil: Rui, Nabuco, Sancho Pimentel, Rodrigues Al

tio menos rijo, compôs com outros com

cunstância da sua vida.

que, durante várias fases, com inter rupções extensas, foi a voz dos conser

Machado,

da... — até que, na sua iiltima fa.se, já em período republicano, virou em re

Aureliano Coutinho,

Pinto

Ferrai, Fernandes Coelho, Ubaldino do Amaral, Cesario Bastos, Bias Fortes, Martim Francisco, Canuto Saraiva, Lú

Acentuamo.s essa feição varonil por

panheiros o bloco do "O Con.slitucional"

ves, Martim Cabral, Cíirlos de Car\'aIho, Hipólito de Camargo, Dino Bueno, Afonso Pena, Rubião Júnior, Brasilio

que, pelo resto da existência — como

jornalista, como político c como profes sor, o èlc foi grande em qualquer des

vadores acadêmicos — e voz modera

sas atividades — seu feilio moral e inte

lectual foi sempre o mesmo: lhano e cortês, liberulí.ssimo nos seus juízos, res peitador du opinião ou credo alheio, mas firme na sua orientação e procuran do vencer os adversários pela forma dos

publicano vermelho e veemente bataIhador da forma federativa contra

cio de Mendon

a.s

tendências e fu

ça, Brasilio dos Santos — e ou

mos sebastianistas de 1897...

tros tantos des

A fundação do jornal conserva

argumentos ou das razões. Mesmo quan do Se sentia sòzinho e sem "séquito" de opiniões, inantinha-sc na estacada, de

dação. Naquele

dor

viseira erguida, para enfrentar as opi

fervedouro,

mia,

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mesma

gra-

Al

na

Acade

com

um

meida Nogueira se aproximava

grupo do cole

dos

Francisco

125

fôra abolido o prazo de 24 horas entre o sorteio do ponto e a sustentação oral; essa sustentação deveria ser feita logo após o sorteio. Por causa tão pequena, agitação tão extensa c tão grave... A Congregação, contra dois votos, acatou a decisão legal. Mas os estu

dantes se sublevaram. Ahneida Noguei ra e o seu grupo (num total de 9) aca taram a decisão e enfrentaram a maioria

que vocifera\'a, esmagadoramente, con tra o decreto e contra o Govèmo. Os

quo passaram um dia pelas Arcadas po dem bem imaginar como, cm tais circunstiuicias, seria difícil sustentar uma

niões ou correntes adversas — e, se re

tal posição.

conhecia a justeza ou boa inspiração da

tudo engolfam e abafam. Mas aquelas nove vozes \'aronis ficaram com sua opi

Os vagalhões do número

corrente contrária, não hesitava em es

Ber-

tender a mão, superiormente, ao adver

nião, contrária h rebeldia, e assumiram

Hono-

sário. Nas aulas, a classes atentas, que

aproximação os

rio H e r m e t o,

todas as conseqüências dela. Amigos da véspera romperam relações já consolida

igualava. Jã se

Olimpio

entredemonstra -

dão, Genuíno

mais

nentes

e

gas reduzido

emi

nardino,

nessa

vam as quali

Vidal,

dades intelec tuais do homem

da Mota, Fran

êle prendia ao assunto, i\s vezes árido, do programa, dada a forma sugestiva da exposição e a elegância c desembaraço com que a fazia, recebia sempre de boa sombra, mesmo com aprnzimento,

cisco C a n d ido

apartes, revides ou pareceres contrários

guém mais se animava a qualificá-lo de

Cardoso e outros

e, muitas vezes, os estimulava:

"retômo a regimens inquisitoriais", como

ValaTeixeira

— na política partidária e nas

do "Clube Cons

elucubrações ci

titucional

entíficas.

dêmico""

Fo i

sempre uni ledor

vocou

e estudioso insa ciável dos livros de base na dis

ciplina que veio

com a

depois ensinar senhorilmente e dos ou-

vocada pela reforma

tros de história política que tanto con-

fredo, sendo o grupo dc

— "Tenho horror a auditórios desaten

Aca

agitação 1

-c.

pro

^^^"^ÍQ^constitu-

i

das e apartaram-se em descontroladas objurgatórias. Mas o fato não teve maiores conseqüências externas: — o re-

gimem foi mantido e, anos após, nin era o fraseado dos insurretos...

tos ou indiferentes. Mas estimo e prezo oa auditórios ou vozes que formam opi nião e a manifestam. Os senhores po

firme e de corajosa manifestação de pen

dem, portanto, manifestar-se, reclaman

da Nogueira logo se impôs ao partido

Talvez por essa atestação de vontade samento, o nome de José Luii de Almei

do esclarecimentos ou criticando a dou

como figura valorosa; e em 1873, ainda

trina da "cadeira". Não me agasto com

cursando o 5.° ano, foi incluído na

isso. Devo, mesmo, confessar que até gosto dessas críticas..."

chapa do Partido Conservador e eleito te era eleito deputado geral — e na Câ mara da era monárquica ia encontrar o

deputado provincial; no biênio seguin

tribuiain para amenizar suas lições na

cional" apodado, pelo colegas, ^j^^lu-

O âmbito varonil do mestre que, quando estudante, dera prova decisiva

cátedra.

fame", e a turma cindida com a são dos seus mais altos adota-

na formação do seu clube e no lança

grande palco para suas demonstrações

mento do seu jornal, alcançou como lem

de parlamentar de alto estofo. E ali, em

bramos, confinnação definitiva por oca sião da crise, verdadeiro levante provo cado pela reforma de 1871, em que a Academia ficou em polvorosa. Pelo novo decreto, alterados dispositivos antigos.

legislaturas sucessivas, representou com dignidade os seus- colégios eleitorais, dando renome incontestável à província paulista que para lá o enviava. Sem

Desde o curso, militando em políti

ca, filiou-se ao Partido Conservador que,

naquela época, tinha na Opinião Con servadora", jornal de João Mendes, o Velho, o seu baluarte autorizado e o ver dadeiro orientador do seu programa or-

meida Nogueira manteve a m impávi da e revelou, obranceria : dez de caráter e violentas,

infenso a diatribes e expio rmíníãn sabia, entretanto, defender a opm.ao

perder contato com o ensino do Direito


126

,

Digesto ÈcoNÓNaco

DtcESTO Econômico

127

f

cioso legado o essa já honrosa tradição deira, defende teses em 27 de setembro

Era, como se verificava, o mcsifuj ca ráter e a mesma consciência que em 72 enfrentara a maré-ululante que, na Aca

de 1874 e foi aprovado plenamente. Logo depois disputou a posse de uma

demia, pregava a rebelião contra um decreto regulador de provas de habili

cadeira, mas viu a mesma conferida a

tação nos "atos" anuais do curso.

o cogitando, certamente, de ocupar, em dia quanto possível próximo, uma ca

'•

Joaquim Augusto de Camargo, embora

fossem a êste superiores as provas pro duzidas por Almeida Nogueira e José Rubino de Oliveira.

Para a Academia viria ele, no entanto,

mais tarde, por decreto de 7 de novem

bro de 1890, já na era republicana; em janeiro de 1891, alcançava a nomeação para catedrático, como lente da 2.^ série

de Ciências Sociais, fixando-sc, afinal, na cadeira de Economia Política, Ciên cia das Finanças e Contabilidade do Estado cm 7 de fevereiro de 1896.

A cadeira de Economia Política, q"®

tinha, ao tempo da sua nomeação, aquela

tudo cm moldes mais vivos e com maior

ora a parte penosa e dura do seu curso:

interesse para suas classes. c.xpo.sição era elegante, desembaraçado c preciso. O orador parlamentar dcsloca-

^

designação longa, tivera, desde o início, e até o provimento de Almeida Noguei

valho, de 81 a 96, ano em que Almeida

gura contribuíam para aumentar a se dução do orador.

xintc, com o acréscimo dos seus auto

balhos, preparava o esquema da lição

lheiro Carrão quem para o ensino de

tão, na posse da cadeira que era a da

Economia Política trouxe as idéias novas

sua especialidade ou, mais precisamente, das matérias a que, desde estudante,

e, para o tempo, arrojadas, de que Al meida Nogueira foi o digno, brilhante e

pois, com o domínio fácil da expressão oral, podia deixar ao .sabor do improviso

mais fundamente se consagrara.

autorizado defensor.

Na Câmara dos Deputados, quando ali se assentara a primeira vez, na le

gislatura de 1875, o assunto que o le vou à tribuna foi o orçamento do Im

pério e sobre êle desenvolveu — ôle, con servador por índole a pela arregimentação partidária — idéias avançadas que levaram o conselheiro Andrade Figuei

sua cadeira os ensinamentos das novas

que se firma em dotes inatos, desenvol vidos e aprimorados pelo estudo, pela meditação c, muitas vêzcs, pelo treino

correntes dos economistas, então capita

nos vários gêneros de oração. Contava

neados por Macleod, Bastiat e Michel Chevalier. Era um espírito arejado e

vivo, posto em familiaridade com^"®''"

paulista era "conservador de idéias...

rentes novas, não só na sua cadeira como em todos os departamentos da cu tura jurídica e política: em Filosofia era spencerista; em Política, liberal, ao fei-

guintes defendeu a Abolição, propondo que ela continuasse a se fazer por es calas, por períodos, gradualmente, me diante indenização reduzida aos senho

res. Êsses planos foram rejeitados e a Ga mara, pela avalanche da Abolição, che gou ao 13 de Maio com a abolição com pleta e raza. Almeida Nogueira, que en carava o assunto e o debatia sob a con sideração das suas conseqüências^ eco nômicas, deu voto irrestrito à Lei Áurea.

va livros nem cadernos, nem atulhava a

mesa de compêndios. Tinha o que a nossa gente chama "o dom da palavra",

erudição da maior amplitude, além de consciência das mais puras, na vida privada e na vida pública, trouxe para a

ra a declarar que o jovem deputado não conservadoras". Em legislaturas se

a "exposição da matéria". Não .sobraça-

Carrão, inteligência de raro brilho e

I

a Academia, aliás, como sempre contou

,

desde seus primeiros decênios, alguns oradores dessa envergadura, com domí nio verbal airoso apoiado em base ma-

p

ciça de conhecimentos que os habilita vam a discorrer com fluência e elegân cia uma hora inteira, com proveito e

tio de Gladstone, Benjamin Constant e

deleito dos ouvintes.

Laboulaye; e em Direito seguidor da es

oradores, dadas pequenas nuanças do

liberal, de cujo partido era uma das pri meiras cabeças, muito embora se hou vesse recusado a tomar parte no movi mento armado de 1842.

Almeida Nogueira recebeu esse pre-

Dessa família de

"sistema" de cada um, eram figuras

cola histórica, encarnada em Savígny. Isso em 1850, antes e depois da agitação

rosos autores, para as ir criticando, uma

a uma, o optar, afinal, pela de Macleod. Certas \êzes as distinções eram sutis,

que deveria desenvolver. Só o esquema,

Estava Almeida Nogueira, desde en

alinhava aquelas denominações e re

pelia, de cor, as definições de nume

quase imperceptíveis, e o esforço para distinguir tais minúcias nos levava à fa diga. Só para o nome exato da ciência cujos meandros iríamos penetrar, dava êle uma relação copiosa, dc mais de

Estudioso e minudente em seus tra

Foi o Conse

início de certos capítulos, uma parte fastidiosa de nomes c definições. Essa

va-se do uma tribuna para outra, mas perior dc dignidade c discrição, numa

de 1829 a 1858; o Visconde do Bom Retiro, de 58 a 59; o Conselheiro Caia rão, de 59 a 81; o o dr. Vieira de Car

ção e, mesmo interêsse, tantas \-êzes

em amba.s mantinha a mc.sma linha su

linguagem dc in.supcrávcl polidez. O tom da voz e a simpatia da grande fi

ra, 4 lentes — o Visconde de Caravelas,

Nogueira a conquistou.

com prazer, Ie\'aram, de penncio, no

Sou estilo ora claro o fluente; na

O professor

As lições, embora ou\'idas com aten

de ensino na cadeira, que não havia sofrido de.sfalquc sob a regência provecta, comedida e cautelosa de Joaquim José Vieira de Carvalho, mas pôs o es

dominantes Brasilio Machado, Herculano de Freitas e Rcinaldo Porchat, no

^

nosso tempo, como tinham sido Brasilio

1

dos Santos, João Monteiro, José Boni fácio, o Moço, e Falcão Filho, em eras anteriores.

res; essas denominações eram, em segui

da, criticadas para a final rejeição: eco nomia política, economia simples, eco nômicas, ciência das riquezas, cataláctica, crcmatística, crisologia, plutolo-

gia, fisiocracia, diviciária etc. Ficáva mos, afinal, no Macleod, que expõe os fatos e fenômenos econômicos, em sua simplicidade, procurando esclarecer-lhes a origem c as conseqüências, sem se

preocupar com definições alheias, pois ôle mesmo adota duas ou três, indife

rentemente. Mas nós, coitados, para es

tarmos habilitados a corresponder à orientação do mestre nessas digressões e

para atender a uma parte, ao menos, do que êle dc nós esperava, seguíamos, como base, o livro do mestre e comple távamos a ilustração dos pontos com o manancial colhido em Leroy-Beaulieu, Gide, Pareto, Yves de Guyot e, de tanto

em tanto, o consagrado Adam Smith. É interessante observar que a obra de Macleod "Elementos de Economia Po

lítica" foi divulgada no Brasil, inicial

mente, pelas lições do Conselheiro Car rão e, como complemento, através da tradução para o português, feita a con-' selho do próprio Carrão, por um dcs seus


126

,

Digesto ÈcoNÓNaco

DtcESTO Econômico

127

f

cioso legado o essa já honrosa tradição deira, defende teses em 27 de setembro

Era, como se verificava, o mcsifuj ca ráter e a mesma consciência que em 72 enfrentara a maré-ululante que, na Aca

de 1874 e foi aprovado plenamente. Logo depois disputou a posse de uma

demia, pregava a rebelião contra um decreto regulador de provas de habili

cadeira, mas viu a mesma conferida a

tação nos "atos" anuais do curso.

o cogitando, certamente, de ocupar, em dia quanto possível próximo, uma ca

'•

Joaquim Augusto de Camargo, embora

fossem a êste superiores as provas pro duzidas por Almeida Nogueira e José Rubino de Oliveira.

Para a Academia viria ele, no entanto,

mais tarde, por decreto de 7 de novem

bro de 1890, já na era republicana; em janeiro de 1891, alcançava a nomeação para catedrático, como lente da 2.^ série

de Ciências Sociais, fixando-sc, afinal, na cadeira de Economia Política, Ciên cia das Finanças e Contabilidade do Estado cm 7 de fevereiro de 1896.

A cadeira de Economia Política, q"®

tinha, ao tempo da sua nomeação, aquela

tudo cm moldes mais vivos e com maior

ora a parte penosa e dura do seu curso:

interesse para suas classes. c.xpo.sição era elegante, desembaraçado c preciso. O orador parlamentar dcsloca-

^

designação longa, tivera, desde o início, e até o provimento de Almeida Noguei

valho, de 81 a 96, ano em que Almeida

gura contribuíam para aumentar a se dução do orador.

xintc, com o acréscimo dos seus auto

balhos, preparava o esquema da lição

lheiro Carrão quem para o ensino de

tão, na posse da cadeira que era a da

Economia Política trouxe as idéias novas

sua especialidade ou, mais precisamente, das matérias a que, desde estudante,

e, para o tempo, arrojadas, de que Al meida Nogueira foi o digno, brilhante e

pois, com o domínio fácil da expressão oral, podia deixar ao .sabor do improviso

mais fundamente se consagrara.

autorizado defensor.

Na Câmara dos Deputados, quando ali se assentara a primeira vez, na le

gislatura de 1875, o assunto que o le vou à tribuna foi o orçamento do Im

pério e sobre êle desenvolveu — ôle, con servador por índole a pela arregimentação partidária — idéias avançadas que levaram o conselheiro Andrade Figuei

sua cadeira os ensinamentos das novas

que se firma em dotes inatos, desenvol vidos e aprimorados pelo estudo, pela meditação c, muitas vêzcs, pelo treino

correntes dos economistas, então capita

nos vários gêneros de oração. Contava

neados por Macleod, Bastiat e Michel Chevalier. Era um espírito arejado e

vivo, posto em familiaridade com^"®''"

paulista era "conservador de idéias...

rentes novas, não só na sua cadeira como em todos os departamentos da cu tura jurídica e política: em Filosofia era spencerista; em Política, liberal, ao fei-

guintes defendeu a Abolição, propondo que ela continuasse a se fazer por es calas, por períodos, gradualmente, me diante indenização reduzida aos senho

res. Êsses planos foram rejeitados e a Ga mara, pela avalanche da Abolição, che gou ao 13 de Maio com a abolição com pleta e raza. Almeida Nogueira, que en carava o assunto e o debatia sob a con sideração das suas conseqüências^ eco nômicas, deu voto irrestrito à Lei Áurea.

va livros nem cadernos, nem atulhava a

mesa de compêndios. Tinha o que a nossa gente chama "o dom da palavra",

erudição da maior amplitude, além de consciência das mais puras, na vida privada e na vida pública, trouxe para a

ra a declarar que o jovem deputado não conservadoras". Em legislaturas se

a "exposição da matéria". Não .sobraça-

Carrão, inteligência de raro brilho e

I

a Academia, aliás, como sempre contou

,

desde seus primeiros decênios, alguns oradores dessa envergadura, com domí nio verbal airoso apoiado em base ma-

p

ciça de conhecimentos que os habilita vam a discorrer com fluência e elegân cia uma hora inteira, com proveito e

tio de Gladstone, Benjamin Constant e

deleito dos ouvintes.

Laboulaye; e em Direito seguidor da es

oradores, dadas pequenas nuanças do

liberal, de cujo partido era uma das pri meiras cabeças, muito embora se hou vesse recusado a tomar parte no movi mento armado de 1842.

Almeida Nogueira recebeu esse pre-

Dessa família de

"sistema" de cada um, eram figuras

cola histórica, encarnada em Savígny. Isso em 1850, antes e depois da agitação

rosos autores, para as ir criticando, uma

a uma, o optar, afinal, pela de Macleod. Certas \êzes as distinções eram sutis,

que deveria desenvolver. Só o esquema,

Estava Almeida Nogueira, desde en

alinhava aquelas denominações e re

pelia, de cor, as definições de nume

quase imperceptíveis, e o esforço para distinguir tais minúcias nos levava à fa diga. Só para o nome exato da ciência cujos meandros iríamos penetrar, dava êle uma relação copiosa, dc mais de

Estudioso e minudente em seus tra

Foi o Conse

início de certos capítulos, uma parte fastidiosa de nomes c definições. Essa

va-se do uma tribuna para outra, mas perior dc dignidade c discrição, numa

de 1829 a 1858; o Visconde do Bom Retiro, de 58 a 59; o Conselheiro Caia rão, de 59 a 81; o o dr. Vieira de Car

ção e, mesmo interêsse, tantas \-êzes

em amba.s mantinha a mc.sma linha su

linguagem dc in.supcrávcl polidez. O tom da voz e a simpatia da grande fi

ra, 4 lentes — o Visconde de Caravelas,

Nogueira a conquistou.

com prazer, Ie\'aram, de penncio, no

Sou estilo ora claro o fluente; na

O professor

As lições, embora ou\'idas com aten

de ensino na cadeira, que não havia sofrido de.sfalquc sob a regência provecta, comedida e cautelosa de Joaquim José Vieira de Carvalho, mas pôs o es

dominantes Brasilio Machado, Herculano de Freitas e Rcinaldo Porchat, no

^

nosso tempo, como tinham sido Brasilio

1

dos Santos, João Monteiro, José Boni fácio, o Moço, e Falcão Filho, em eras anteriores.

res; essas denominações eram, em segui

da, criticadas para a final rejeição: eco nomia política, economia simples, eco nômicas, ciência das riquezas, cataláctica, crcmatística, crisologia, plutolo-

gia, fisiocracia, diviciária etc. Ficáva mos, afinal, no Macleod, que expõe os fatos e fenômenos econômicos, em sua simplicidade, procurando esclarecer-lhes a origem c as conseqüências, sem se

preocupar com definições alheias, pois ôle mesmo adota duas ou três, indife

rentemente. Mas nós, coitados, para es

tarmos habilitados a corresponder à orientação do mestre nessas digressões e

para atender a uma parte, ao menos, do que êle dc nós esperava, seguíamos, como base, o livro do mestre e comple távamos a ilustração dos pontos com o manancial colhido em Leroy-Beaulieu, Gide, Pareto, Yves de Guyot e, de tanto

em tanto, o consagrado Adam Smith. É interessante observar que a obra de Macleod "Elementos de Economia Po

lítica" foi divulgada no Brasil, inicial

mente, pelas lições do Conselheiro Car rão e, como complemento, através da tradução para o português, feita a con-' selho do próprio Carrão, por um dcs seus


Digesto

128

Econômico

Digesto

Econômico 129

alunos mais ilustres, Alberto da Rocha

cas — da nossa parte — c Almeida N-"*-

ferívei.

Miranda, de egrégia família fluminense,

gueira aproveitava o ensejo para acen tuar a feição econômica do caso, o fe

ínipôsto .seja o patrimônio, de falo o

tes de arrecadação fiscal. O fato atesta

imposto não é pago com a dedução

nômeno da troca e a instituição da moe

da propriedade existente, mas sim da

da como medida dêsses "valores".

A

renda. E então, para despertar o ra-

a austeridade do ambiente do antigo Senado o os altos propósitos com que os

lição era profícua -- e ninguém mais d esquecia. Os mais estudiosos alargavam

pital sonolento, como diz Girardin, para ativá-lo quando inerte, con vém lançar b impôslo sôbre o capi tal c[!ie não está cm movimento, que está paralisado, que é uma mola do

formado em São Paulo na turma de

1867-71 e contemporâneo de Almeida Nogueira. A essa turma de 71 pertenceu Rubião Júnior, que figurou, mais tarde, na vida paulista, entre os seus grandes

políticos, acatado, principalmente, pela sua visão de financista e domínio dos

problemas econômicos, entre nós sempre ligados àa crises do café. É muito pro vável que essas prcdileções do grande político fluminense, de Mangaratiba, que ligou seu nome a São Paulo, na catego ria dos nossos mais completos estadistas, tenham sido despertadas pelas lições do agudo, severo e eficiente mestre da ca

deira que foi João da Silva Cartão. Nas dissertações, que percebia se rem fastidiosas pela enumeração de no

mes e títulos, Almeida Nogueira encai

xava, como divertículo e para amenizar o assunto, certas comparações facetas

suas leituras, cs vadios, esses fica\'am nas pilhérias. O parlamentar economista

O domínio do Almeida Nogueira

Mas, embora o objeto do

Em

As lições que José Luiz de Almeida Nogueira ensinou do alto da sua cáte dra, publicada em vários., volumes da

discursos que proferia, estudando, cri ticando, corrigindo projetos de leis ou planos de administração, a crítica as.su-

seqüestro.

Convém, então, lançar

um impôsto sobro o capital morto

mia forma de verdadeiras dissertações

para pô-lo cm ação.

de cátedra.

"Evidentemente, a expressão "capi tal" nesse sentido não é técnica; por

Basta apontar, entre muitos, o discur

so que proferiu no Senado paulista, na

que o "capital" supõe "renda" e

dos Deputados, e ali apresentado por inspiração sabidamente governamental,

ram em troca de peles de animais, a

princípio, porções de sal, depois prego--; estes, pela facilidade da circulação (?),

passavam a ser a "moeda corrente", com a qual se compravam peles, e por exten são, se adquiriam mulheres das tribos.

Eram pregos que pagavam damas es curas e as transações prosperaram, le vando o mercado a uma inflação de

pregos, devido à encomenda copiosa

dessa variedade monetária.

Ê claro que* o fato se presta\'a a in terpretações sibilinas e distorsões dialéti

*

vez dc ser um benefício para a so ciedade, o capital inerte é um prejuí zo, c uma retração de riqueza, um

capital sem produção não é capital,

entre selvagens africanos — que recebe

*

aumentar a riqueza, produzir.

ó propriedade inerte."

va-se a narração do fato que ocorreu

*

amplo e a sua autoridade tão grande que, nos debate.s parlamentares, no.s

car o projeto n.° 13 oriundo da Câmara

capítulo "moeda", por exemplo, espera

penho dc seus mandatos.

exercer uma função, que é a de

sessão de 20 de julho de 1904, ao ata

No

economia estadual c ao honrado desem

nesse ramo das Ciências Socíai.s era tão

que faziam a classe sorrir e espantar o

cimentos às pilhérias dos pontos.

que ali ocupavam uma cadeira encara vam os problemas que interessavam à

organi.smo social o. como tal, deve

sono. Em certos pontos do progra ma eram esperadas as suas "pilhérias econômicas". E alguns dos menos es tudiosos ou interessados naquelas excur sões intelectuais limitavam seus conhe

pital, que foi suprimido das nossas fon

num grande plano de reforma financei

ra. As criticas de Almeida Nogueira — que era, aliás, membro da Comissão de hinanças — se concentraram nos im

postos de importação e no de capital, então criado e lançado indistintamente

sobre propriedades rurais.

Os dcbatc-s

travados mantiveram-se, como era dos

hábitos daquela Casa, numa altura de inexcedível dignidade. Almeida Noguei ra conduziu o discurso como um mes

tre da cadeira, e respondeu, em discus

sões seguintes, a observações fcita.s por Paulo Egídio, Duarte de Azevedo, DLno Bueno, Rodrigo Leite, Siqueira Campoií,

Lacerda Franco\e Herculano de Freitas. Dizia êle:

"... Nessas condições, o imposto so

bre a renda, em princípio, seria pre-

E pouco adiante, secundado, nessa

parte, por Paulo Egidio, observava: "O impôsto não é sòmente uma ins

tituição fiscal; é uma instituição eco

nômica, uma instituição política e uma instituição jurídica.

"Ora, o impôsto, tal qual ostá for

mulado no projeto, realiza apenas o intuito fiscal, o intuito de produzir renda — mas contraria o fito eco

nômico — porque c um impôsto lan çado sôbre todos os bens rurais em geral..."

Êsse argumentos do egrégio mestre foram exumados trinta anos mais tarde, na reforma tributária realizada no go verno de Armando Sales de Oliveira, por Clovis Ribeiro, para apoio da repulsa, já então generalizada, contra algumas espécies de tributo, entre eles o de ca

"Revista da Faculdade de Direito", fo ram mais tarde enfcixadas em 2 volumes. Quem, entretanto, o ou\iu e dêle se aproximou, não poderá ter, da leitura

do li\TO, a impressão sugestiva que dêle guardávamos, porque nas aulas era a

pessoa do lente, sua voz, sua imponente figura e o seu ar de "gentleman" per feito que empresta\'am ao ensino seu maior e mais decisivo interesse. Essa

impressão fagueira guardam-na, aliás, não apenas os que foram seus alunos

e, pelo curso, se tomaram seus amigos, mas também colegas e ad\'ersários dc

parlamento e de jornalismo, que sentiam esses fluidos de simpatia de que aquele homem de vulto imponente era um dínamo poderoso em permanente irradia ção.

Com os estudos da cadeira e, entran

do num capítulo que ao seu tempo era confusamente debatido e resolvido em questões judiciais valiosíssimas, estudou a questão das "Marcas industriais e no mes comerciais" e sôbre a matéria dissertou em pareceres diversos. Com a coad-

juvação de G. Fischer Jimior, que era advogado da ativa, publicou obra sôbre

o assunto, em dois volumes, nos quais esses institutos eram estudados com se

gurança, apontando-se os malefícios que


Digesto

128

Econômico

Digesto

Econômico 129

alunos mais ilustres, Alberto da Rocha

cas — da nossa parte — c Almeida N-"*-

ferívei.

Miranda, de egrégia família fluminense,

gueira aproveitava o ensejo para acen tuar a feição econômica do caso, o fe

ínipôsto .seja o patrimônio, de falo o

tes de arrecadação fiscal. O fato atesta

imposto não é pago com a dedução

nômeno da troca e a instituição da moe

da propriedade existente, mas sim da

da como medida dêsses "valores".

A

renda. E então, para despertar o ra-

a austeridade do ambiente do antigo Senado o os altos propósitos com que os

lição era profícua -- e ninguém mais d esquecia. Os mais estudiosos alargavam

pital sonolento, como diz Girardin, para ativá-lo quando inerte, con vém lançar b impôslo sôbre o capi tal c[!ie não está cm movimento, que está paralisado, que é uma mola do

formado em São Paulo na turma de

1867-71 e contemporâneo de Almeida Nogueira. A essa turma de 71 pertenceu Rubião Júnior, que figurou, mais tarde, na vida paulista, entre os seus grandes

políticos, acatado, principalmente, pela sua visão de financista e domínio dos

problemas econômicos, entre nós sempre ligados àa crises do café. É muito pro vável que essas prcdileções do grande político fluminense, de Mangaratiba, que ligou seu nome a São Paulo, na catego ria dos nossos mais completos estadistas, tenham sido despertadas pelas lições do agudo, severo e eficiente mestre da ca

deira que foi João da Silva Cartão. Nas dissertações, que percebia se rem fastidiosas pela enumeração de no

mes e títulos, Almeida Nogueira encai

xava, como divertículo e para amenizar o assunto, certas comparações facetas

suas leituras, cs vadios, esses fica\'am nas pilhérias. O parlamentar economista

O domínio do Almeida Nogueira

Mas, embora o objeto do

Em

As lições que José Luiz de Almeida Nogueira ensinou do alto da sua cáte dra, publicada em vários., volumes da

discursos que proferia, estudando, cri ticando, corrigindo projetos de leis ou planos de administração, a crítica as.su-

seqüestro.

Convém, então, lançar

um impôsto sobro o capital morto

mia forma de verdadeiras dissertações

para pô-lo cm ação.

de cátedra.

"Evidentemente, a expressão "capi tal" nesse sentido não é técnica; por

Basta apontar, entre muitos, o discur

so que proferiu no Senado paulista, na

que o "capital" supõe "renda" e

dos Deputados, e ali apresentado por inspiração sabidamente governamental,

ram em troca de peles de animais, a

princípio, porções de sal, depois prego--; estes, pela facilidade da circulação (?),

passavam a ser a "moeda corrente", com a qual se compravam peles, e por exten são, se adquiriam mulheres das tribos.

Eram pregos que pagavam damas es curas e as transações prosperaram, le vando o mercado a uma inflação de

pregos, devido à encomenda copiosa

dessa variedade monetária.

Ê claro que* o fato se presta\'a a in terpretações sibilinas e distorsões dialéti

*

vez dc ser um benefício para a so ciedade, o capital inerte é um prejuí zo, c uma retração de riqueza, um

capital sem produção não é capital,

entre selvagens africanos — que recebe

*

aumentar a riqueza, produzir.

ó propriedade inerte."

va-se a narração do fato que ocorreu

*

amplo e a sua autoridade tão grande que, nos debate.s parlamentares, no.s

car o projeto n.° 13 oriundo da Câmara

capítulo "moeda", por exemplo, espera

penho dc seus mandatos.

exercer uma função, que é a de

sessão de 20 de julho de 1904, ao ata

No

economia estadual c ao honrado desem

nesse ramo das Ciências Socíai.s era tão

que faziam a classe sorrir e espantar o

cimentos às pilhérias dos pontos.

que ali ocupavam uma cadeira encara vam os problemas que interessavam à

organi.smo social o. como tal, deve

sono. Em certos pontos do progra ma eram esperadas as suas "pilhérias econômicas". E alguns dos menos es tudiosos ou interessados naquelas excur sões intelectuais limitavam seus conhe

pital, que foi suprimido das nossas fon

num grande plano de reforma financei

ra. As criticas de Almeida Nogueira — que era, aliás, membro da Comissão de hinanças — se concentraram nos im

postos de importação e no de capital, então criado e lançado indistintamente

sobre propriedades rurais.

Os dcbatc-s

travados mantiveram-se, como era dos

hábitos daquela Casa, numa altura de inexcedível dignidade. Almeida Noguei ra conduziu o discurso como um mes

tre da cadeira, e respondeu, em discus

sões seguintes, a observações fcita.s por Paulo Egídio, Duarte de Azevedo, DLno Bueno, Rodrigo Leite, Siqueira Campoií,

Lacerda Franco\e Herculano de Freitas. Dizia êle:

"... Nessas condições, o imposto so

bre a renda, em princípio, seria pre-

E pouco adiante, secundado, nessa

parte, por Paulo Egidio, observava: "O impôsto não é sòmente uma ins

tituição fiscal; é uma instituição eco

nômica, uma instituição política e uma instituição jurídica.

"Ora, o impôsto, tal qual ostá for

mulado no projeto, realiza apenas o intuito fiscal, o intuito de produzir renda — mas contraria o fito eco

nômico — porque c um impôsto lan çado sôbre todos os bens rurais em geral..."

Êsse argumentos do egrégio mestre foram exumados trinta anos mais tarde, na reforma tributária realizada no go verno de Armando Sales de Oliveira, por Clovis Ribeiro, para apoio da repulsa, já então generalizada, contra algumas espécies de tributo, entre eles o de ca

"Revista da Faculdade de Direito", fo ram mais tarde enfcixadas em 2 volumes. Quem, entretanto, o ou\iu e dêle se aproximou, não poderá ter, da leitura

do li\TO, a impressão sugestiva que dêle guardávamos, porque nas aulas era a

pessoa do lente, sua voz, sua imponente figura e o seu ar de "gentleman" per feito que empresta\'am ao ensino seu maior e mais decisivo interesse. Essa

impressão fagueira guardam-na, aliás, não apenas os que foram seus alunos

e, pelo curso, se tomaram seus amigos, mas também colegas e ad\'ersários dc

parlamento e de jornalismo, que sentiam esses fluidos de simpatia de que aquele homem de vulto imponente era um dínamo poderoso em permanente irradia ção.

Com os estudos da cadeira e, entran

do num capítulo que ao seu tempo era confusamente debatido e resolvido em questões judiciais valiosíssimas, estudou a questão das "Marcas industriais e no mes comerciais" e sôbre a matéria dissertou em pareceres diversos. Com a coad-

juvação de G. Fischer Jimior, que era advogado da ativa, publicou obra sôbre

o assunto, em dois volumes, nos quais esses institutos eram estudados com se

gurança, apontando-se os malefícios que


Dicksto Econômico

130

ao comércio e à indústria acarretaram as

modificações apressadas feitas ao velho decreto do Visconde de Ouro Preto

(3.346, de 14 de outubro de 1887) por

decretos e regulamentos lançados ataba lhoadamente, em 1904. Foi ele, então,

incumbido pelo Governo Federal de ela borar um projeto de reforma dessa le gislação, o deu desempenho à incumbên cia, entregando ao Ministro da Agricul tura, sr. Rodolpho Miranda, um traba-. Iho consciencioso que corrigiria os males de que tanta gente se queixava: mas o bem elaborado projeto, caindo nos esca-

quistou, não pelas lições que deu a turmas atentas ou desatentas, num pe

ríodo de vinte e três anos, mas pelo trabalho extraordinário

de

restauração

da História da Academia de Direito de São Paulo, suas turmas, seus fastos, seus

vultos eminentes ou apagados c suas agitações, crises e expansões trocistas, obra essa que, pela massa de documo»' grou entre as figuras merecedoras ^ veneração de quantos prezem o reno me da Casa e da sua vida, tão indissolúvelmente ligada à vida política ôo

ninhos do Ministério da Agricultura, nem

chegou, que se saiba, a ser encaminhado

lhador tenaz conseguiu tirar do caos

Até que viesse a nova legislação, eram

tantos fatos, figuras c épocas que jaziam

na poeira do esquecimento c traze-los

as dúvidas administrativas e litígios judi

à vista e ao conhecimento público, ame

ciais estudados e decididos à luz das

nizando as narrativas com observações

liç-ões dos mestres consagrados, a princi

sagazes e espirituosas que não marearam

piar pelo Visconde de Ouro Preto, que,

a reputação de nenhum homem digno de

como observou Car\'alho de Mendonça,

respeito e atenuaram, mesmo, sob varias

"reunia ao seu valor científico notável

faces, tropelias c tudo quanto alguns dêles haviam praticado no qüinqüênio

autoridade - a de ser autor do projeto convertido na lei 3.346, de 14 de outu bro de 1887".

Nesse campo de estudos pontificaram, durante largo tempo, além de Ouro Preto e Carvalho de Mendonça, Didimo

da Veiga Júnior e A. Bento de Faria, juristas eminentes que trabalhavam no foro do Rio de Janeiro. Em São Paulo era Almeida Nogueira a maior autori dade no assunto, enquanto viveu; essa autoridade transmitiu-se, depois, a um

seu antigo aluno. João da Gama Cer-

acadêmico, por excessos ou expansões

que a idade e o ambiente fácilmcnte des culpavam.

Essa feição da obra dc Almeida No

gueira prepondera sôbre a outra. Nela

êle foi um autêntico restaurador, e todos quantos têm trabalhado nessa seara

entre êlcs o infatigável e benemcri o Spencer Vampré, para só falar do depois dc Almeida Nogueira —

que ampliar o que ôle deixou ci o, completar o que êle não teve tempo c

queira,doiurisconsulto estirpeCerque^ que, herLdo pai, professorde Gama

fazer e acentuar melhor algumas faces

O nome e a inteligência, herdou de Al meida Nogueira os foros de

te o aspecto fragmentário que a carac teriza, é ainda o panorama, com muitos

hoje "primus inter pares nessa especialidade. '■

íK

*

O maior renome, entretanto, de José Luiz de Almeida Nogueira, ele o con-

da Academia do São Paulo, "Estudantes — Esliidantõcs c Estudantadas", lança

das aos pcdaço.s, em capítulos cspar.sos em novo preciosos \ohinics

c capítulos da sua obra quo, não obstan

quadros perfeitos, do São Paulo antigo, concentrado na vida e na turbulência do "território livre" do Largo de Sao Fran cisco.

^

A.S suas "Tradições e Reminiscencias

131

falará, aos nossos pósteros, do nome de José Luiz de Almeida Nogueira. Essa obra que, pela profusão de dados

o do infonnações, causou espanto a Joa quim Nabuco, seu contemporâneo, so

cm aprazível desalinho, em tão ca-

breviverá às outras, mesmo à sua in-

rinJiosa miniidència e tão amável

signe atividade parlamentar, porque nela Almeida Nogueira empregou a fundo todas as suas qualidades de agudeza e de talento investigador, dosando-as, ain da, com prodigalidade, de suas imensas reservas afetivas que foram, ao que sen

bondade"

tos examinados e restaurados, o consa

Brasil. E é espantoso como esse traba

ao Legislativo...

Dioi:.sto Econômico

como delas disse Rui Barbosa, no dis curso de 18 clc dezembro dc 1909, nos

pródromos da campanha ci\'ilista — com põem a obra que mais duradouramente

tiram os que o conheceram, as domi nantes de sua personalidade de escol.


Dicksto Econômico

130

ao comércio e à indústria acarretaram as

modificações apressadas feitas ao velho decreto do Visconde de Ouro Preto

(3.346, de 14 de outubro de 1887) por

decretos e regulamentos lançados ataba lhoadamente, em 1904. Foi ele, então,

incumbido pelo Governo Federal de ela borar um projeto de reforma dessa le gislação, o deu desempenho à incumbên cia, entregando ao Ministro da Agricul tura, sr. Rodolpho Miranda, um traba-. Iho consciencioso que corrigiria os males de que tanta gente se queixava: mas o bem elaborado projeto, caindo nos esca-

quistou, não pelas lições que deu a turmas atentas ou desatentas, num pe

ríodo de vinte e três anos, mas pelo trabalho extraordinário

de

restauração

da História da Academia de Direito de São Paulo, suas turmas, seus fastos, seus

vultos eminentes ou apagados c suas agitações, crises e expansões trocistas, obra essa que, pela massa de documo»' grou entre as figuras merecedoras ^ veneração de quantos prezem o reno me da Casa e da sua vida, tão indissolúvelmente ligada à vida política ôo

ninhos do Ministério da Agricultura, nem

chegou, que se saiba, a ser encaminhado

lhador tenaz conseguiu tirar do caos

Até que viesse a nova legislação, eram

tantos fatos, figuras c épocas que jaziam

na poeira do esquecimento c traze-los

as dúvidas administrativas e litígios judi

à vista e ao conhecimento público, ame

ciais estudados e decididos à luz das

nizando as narrativas com observações

liç-ões dos mestres consagrados, a princi

sagazes e espirituosas que não marearam

piar pelo Visconde de Ouro Preto, que,

a reputação de nenhum homem digno de

como observou Car\'alho de Mendonça,

respeito e atenuaram, mesmo, sob varias

"reunia ao seu valor científico notável

faces, tropelias c tudo quanto alguns dêles haviam praticado no qüinqüênio

autoridade - a de ser autor do projeto convertido na lei 3.346, de 14 de outu bro de 1887".

Nesse campo de estudos pontificaram, durante largo tempo, além de Ouro Preto e Carvalho de Mendonça, Didimo

da Veiga Júnior e A. Bento de Faria, juristas eminentes que trabalhavam no foro do Rio de Janeiro. Em São Paulo era Almeida Nogueira a maior autori dade no assunto, enquanto viveu; essa autoridade transmitiu-se, depois, a um

seu antigo aluno. João da Gama Cer-

acadêmico, por excessos ou expansões

que a idade e o ambiente fácilmcnte des culpavam.

Essa feição da obra dc Almeida No

gueira prepondera sôbre a outra. Nela

êle foi um autêntico restaurador, e todos quantos têm trabalhado nessa seara

entre êlcs o infatigável e benemcri o Spencer Vampré, para só falar do depois dc Almeida Nogueira —

que ampliar o que ôle deixou ci o, completar o que êle não teve tempo c

queira,doiurisconsulto estirpeCerque^ que, herLdo pai, professorde Gama

fazer e acentuar melhor algumas faces

O nome e a inteligência, herdou de Al meida Nogueira os foros de

te o aspecto fragmentário que a carac teriza, é ainda o panorama, com muitos

hoje "primus inter pares nessa especialidade. '■

íK

*

O maior renome, entretanto, de José Luiz de Almeida Nogueira, ele o con-

da Academia do São Paulo, "Estudantes — Esliidantõcs c Estudantadas", lança

das aos pcdaço.s, em capítulos cspar.sos em novo preciosos \ohinics

c capítulos da sua obra quo, não obstan

quadros perfeitos, do São Paulo antigo, concentrado na vida e na turbulência do "território livre" do Largo de Sao Fran cisco.

^

A.S suas "Tradições e Reminiscencias

131

falará, aos nossos pósteros, do nome de José Luiz de Almeida Nogueira. Essa obra que, pela profusão de dados

o do infonnações, causou espanto a Joa quim Nabuco, seu contemporâneo, so

cm aprazível desalinho, em tão ca-

breviverá às outras, mesmo à sua in-

rinJiosa miniidència e tão amável

signe atividade parlamentar, porque nela Almeida Nogueira empregou a fundo todas as suas qualidades de agudeza e de talento investigador, dosando-as, ain da, com prodigalidade, de suas imensas reservas afetivas que foram, ao que sen

bondade"

tos examinados e restaurados, o consa

Brasil. E é espantoso como esse traba

ao Legislativo...

Dioi:.sto Econômico

como delas disse Rui Barbosa, no dis curso de 18 clc dezembro dc 1909, nos

pródromos da campanha ci\'ilista — com põem a obra que mais duradouramente

tiram os que o conheceram, as domi nantes de sua personalidade de escol.


■r«'

Díoksto

bívol apenas cm função dê.sse "estar no

mundo", como pretende Hcideggcr, o homem não pertencesse totalmente ao

RoLAND COBBISIER

mundo o só pudesse ser explicado atra vés desse csfórço constante pelo qual

equilíbrio político dos povos e a ' comparamos a um ideal, a uma cons

pendem da adequação e da conveniência entre a estrutura jurídica do regimem e a realidade da vida nacional. Êsse equi

líbrio, que é objetivo supremo da arte política, implica um ajustamento entro dois termos distintos que pertencem a

133

bora estando no mundo c sendo conce-

Nação e regimem estabilidade de suas instituições de

EcoNÓNnco

trução do espírito, da qual seria, por hi

dúvida, o que chamamos de "rcalidu^®

procura ultrapassar a realidade, trans cender a própria existência e entrar cm contato com o absoluto. As revoluções

nacional" não é o fruto de uma evolu

nascem, portanto, da consciência inicial

ção histórica inconsciente e cega,

de um desequilíbrio, de um dcsajusla-

se houvesse

mento, prosseguem pela sua revelação

pótese, o contrário e a negação.

Sem

desenrolado ã revelia de

qualquer interferência modificadora da

diversas esferas ou regiões do ser: a na

liberdade humana. A "realidade nacio

ção, enquanto realidade histórico-cultural, e o regimem, enquanto construção

nal" 6 a soma e o resultado de todos os

atos livres daqueles que,

no passado,

e denúncia, e desfecham na tomada do

tal como de fato existe e o mundo tal

como acreditamos que deva ser, depois ■ do modelado pelos ideais da justiça e da verdade. Ora, entre as virtudes dos ho

mens superiores, inclui-se essa aptidão

do transcender o tempo em que vivem o de tomarem-se, pelo pressentimento e pela profecia, contemporâneos das ida des futuras.

Nenhuma revolução se conhece que não tenha sido preparada por esses ho

mens descontentes e írritávcis

que se

recusam a aceitar o mundo tal como se

poder c na tentativa de re compor, pela reforma das

apresenta em seu desolador

instituições, o equilíbrio que

o violência. Nada mais peri-

t

goso, portanto, nada mais ex-

i

espetáculo de desordem, êrro

do espírito, inserida no plano das disci

constituíram a nação e lhe deram forma.

se havia desfeito.

plinas ético-normativas.

A gênese dos

Pois assim como os indivíduos, em suas

assim e seria ine.xplicável a

movimentos revolucionários ilustra com

existências particulares, não são apenas

plosivo do que os sonhos dos

circunstância de se acharem

suficiente clareza essa discriminação de

o fruto de uma modelagem da tradição,

poetas. Pois é preciso dar ra

planos; mostrando não só que o regimem

dos reflexos inconscientes e dos hábitos sociais, assim também as nações não -sc

sempre na origem e na van guarda dos movimentos revo

zão a Oscar Wilde e reconhe-

lucionários

ta a natureza mas a natureza

não se confunde, não se identifica com

a nação, como pode, ao contrário, divor

configuram apenas em função da geo

ciar-se totalmente da sua realidade e do

grafia ou da inércia do próprio passado,

seu destino. Precedidos sempre de uma intensa preparação ideológica, da pre

minado pela ação criadora e revolucio

gação e da influência dos reformadores

mas tem o seu desenvolvimento deter

nária de seus homens mais representa

sôbre a consciência dos povos, os movi mentos revolucionários que desfecham

tivos. E não cometeríamos nenhum exa gero se disséssemos que a Iiistória dos

na transformação das instituições políti

povos é principalmente

cas e sociais não passam de tentativas

de enquadramento da realidade históri ca e cultural das nações nos esquemas ideais que cristalizam os desejos e as reivindicações do novo pensamento po lítico.

As revoluções nascem de um ato de

protesto e de ruptura. Em nome de um outro ideal, diverso daquele que o regi mem vigente incama ou desfigura, o pensamento revolucionário recusa-se a aceitar o "statu quo", condenando-o, por exemplo, como reacionário e injusto. Êsse protesto, porém, essa insurreição contra a realidade, só se explica e só se

torna possível na medida era que a

a

revoluções, e das guerras. sòmente o instinto de priação do alheio, nem

zer da luta e a vertigem ? podem explicar a

tância, na história, do fen cionano.

Não estivesse o com

a transcendência ®

ó

^

aproo pr»' que

q a consrevolucontacto

o infinito,

plena-

realidade poderia sa ) j^teriorizasmente, impedindo ^tação conse

a

sem sob os movimentos pelos ciente e de ide ' própna sobreorocura assegurar a

Tudo se passa, no entanto, como se, em

não

Não fô.sse

as

classes

oprimidas pròpriamente, mas os aristocratas, os homens de

que imita a arte. E a hipóte-

se platônica dos arquétipos e idéias subsistentes, como fomias e mode

seu constante mau humor, ao seu des

extraordinária riqueza, que está longe de ter esgotado a sua fecundidade. E' por

contentamento em relação ao mundo. E

procura explicar essa especial idiossin crasia mostrando que os poetas vêem a injustiça, a desproporção e o êrro à luz

de uma clarividência superior, descobrindo-os onde o olhar não poético nada consegue ver.

Essa clarividência é, na

expressão de Baudelaire, uma "postulaÇão dos nervos", um sexto sentido, uma

conseqüência da instintiva percepção do harmonioso, do justo e do verdadeiro que constituem os ingredientes essenr

ciais da alma do poeta. Pois a dignida

de do homem e a sua grandeza também se revelam nessa capacidade de sofrer com a imperfeição e a injustiça do mun

do. O protesto e a revolta nascem, por

tanto, da comparação entre o mundo

j :

cer que não é a arte que ími-

espírito, os poetas e os filósofos. Edgard Poe, num texto conhecido, re-

ferc-so â irritabilidade dos poetas, ao

j

los dos seres que só têm a aparência da realidade, representa uma intuição de que vivemos perdidos no mundo das sombras e das ilusões, confiscados pela existência inautêntica, que nos esquece mos de que o sonho é mais real do que a própria realidade. Depois de nossa morte, que resta de nossas vidas senão o que conseguimos realizar de nossos

sonhos ? Ora, o poeta, no sentido maior, enquanto demiurgo, é não só o homem

armado de uma clarividência superior, como o homem capaz de sonhar acor

dado, criando em seu espírito imagens plásticas com fòrça bastante para mode lar e transformar o mundo.

O reformador político,

aquêle que

abriga no mistério do seu ser a forma e

o modêlo do mundo futuro, está, pois.

^


■r«'

Díoksto

bívol apenas cm função dê.sse "estar no

mundo", como pretende Hcideggcr, o homem não pertencesse totalmente ao

RoLAND COBBISIER

mundo o só pudesse ser explicado atra vés desse csfórço constante pelo qual

equilíbrio político dos povos e a ' comparamos a um ideal, a uma cons

pendem da adequação e da conveniência entre a estrutura jurídica do regimem e a realidade da vida nacional. Êsse equi

líbrio, que é objetivo supremo da arte política, implica um ajustamento entro dois termos distintos que pertencem a

133

bora estando no mundo c sendo conce-

Nação e regimem estabilidade de suas instituições de

EcoNÓNnco

trução do espírito, da qual seria, por hi

dúvida, o que chamamos de "rcalidu^®

procura ultrapassar a realidade, trans cender a própria existência e entrar cm contato com o absoluto. As revoluções

nacional" não é o fruto de uma evolu

nascem, portanto, da consciência inicial

ção histórica inconsciente e cega,

de um desequilíbrio, de um dcsajusla-

se houvesse

mento, prosseguem pela sua revelação

pótese, o contrário e a negação.

Sem

desenrolado ã revelia de

qualquer interferência modificadora da

diversas esferas ou regiões do ser: a na

liberdade humana. A "realidade nacio

ção, enquanto realidade histórico-cultural, e o regimem, enquanto construção

nal" 6 a soma e o resultado de todos os

atos livres daqueles que,

no passado,

e denúncia, e desfecham na tomada do

tal como de fato existe e o mundo tal

como acreditamos que deva ser, depois ■ do modelado pelos ideais da justiça e da verdade. Ora, entre as virtudes dos ho

mens superiores, inclui-se essa aptidão

do transcender o tempo em que vivem o de tomarem-se, pelo pressentimento e pela profecia, contemporâneos das ida des futuras.

Nenhuma revolução se conhece que não tenha sido preparada por esses ho

mens descontentes e írritávcis

que se

recusam a aceitar o mundo tal como se

poder c na tentativa de re compor, pela reforma das

apresenta em seu desolador

instituições, o equilíbrio que

o violência. Nada mais peri-

t

goso, portanto, nada mais ex-

i

espetáculo de desordem, êrro

do espírito, inserida no plano das disci

constituíram a nação e lhe deram forma.

se havia desfeito.

plinas ético-normativas.

A gênese dos

Pois assim como os indivíduos, em suas

assim e seria ine.xplicável a

movimentos revolucionários ilustra com

existências particulares, não são apenas

plosivo do que os sonhos dos

circunstância de se acharem

suficiente clareza essa discriminação de

o fruto de uma modelagem da tradição,

poetas. Pois é preciso dar ra

planos; mostrando não só que o regimem

dos reflexos inconscientes e dos hábitos sociais, assim também as nações não -sc

sempre na origem e na van guarda dos movimentos revo

zão a Oscar Wilde e reconhe-

lucionários

ta a natureza mas a natureza

não se confunde, não se identifica com

a nação, como pode, ao contrário, divor

configuram apenas em função da geo

ciar-se totalmente da sua realidade e do

grafia ou da inércia do próprio passado,

seu destino. Precedidos sempre de uma intensa preparação ideológica, da pre

minado pela ação criadora e revolucio

gação e da influência dos reformadores

mas tem o seu desenvolvimento deter

nária de seus homens mais representa

sôbre a consciência dos povos, os movi mentos revolucionários que desfecham

tivos. E não cometeríamos nenhum exa gero se disséssemos que a Iiistória dos

na transformação das instituições políti

povos é principalmente

cas e sociais não passam de tentativas

de enquadramento da realidade históri ca e cultural das nações nos esquemas ideais que cristalizam os desejos e as reivindicações do novo pensamento po lítico.

As revoluções nascem de um ato de

protesto e de ruptura. Em nome de um outro ideal, diverso daquele que o regi mem vigente incama ou desfigura, o pensamento revolucionário recusa-se a aceitar o "statu quo", condenando-o, por exemplo, como reacionário e injusto. Êsse protesto, porém, essa insurreição contra a realidade, só se explica e só se

torna possível na medida era que a

a

revoluções, e das guerras. sòmente o instinto de priação do alheio, nem

zer da luta e a vertigem ? podem explicar a

tância, na história, do fen cionano.

Não estivesse o com

a transcendência ®

ó

^

aproo pr»' que

q a consrevolucontacto

o infinito,

plena-

realidade poderia sa ) j^teriorizasmente, impedindo ^tação conse

a

sem sob os movimentos pelos ciente e de ide ' própna sobreorocura assegurar a

Tudo se passa, no entanto, como se, em

não

Não fô.sse

as

classes

oprimidas pròpriamente, mas os aristocratas, os homens de

que imita a arte. E a hipóte-

se platônica dos arquétipos e idéias subsistentes, como fomias e mode

seu constante mau humor, ao seu des

extraordinária riqueza, que está longe de ter esgotado a sua fecundidade. E' por

contentamento em relação ao mundo. E

procura explicar essa especial idiossin crasia mostrando que os poetas vêem a injustiça, a desproporção e o êrro à luz

de uma clarividência superior, descobrindo-os onde o olhar não poético nada consegue ver.

Essa clarividência é, na

expressão de Baudelaire, uma "postulaÇão dos nervos", um sexto sentido, uma

conseqüência da instintiva percepção do harmonioso, do justo e do verdadeiro que constituem os ingredientes essenr

ciais da alma do poeta. Pois a dignida

de do homem e a sua grandeza também se revelam nessa capacidade de sofrer com a imperfeição e a injustiça do mun

do. O protesto e a revolta nascem, por

tanto, da comparação entre o mundo

j :

cer que não é a arte que ími-

espírito, os poetas e os filósofos. Edgard Poe, num texto conhecido, re-

ferc-so â irritabilidade dos poetas, ao

j

los dos seres que só têm a aparência da realidade, representa uma intuição de que vivemos perdidos no mundo das sombras e das ilusões, confiscados pela existência inautêntica, que nos esquece mos de que o sonho é mais real do que a própria realidade. Depois de nossa morte, que resta de nossas vidas senão o que conseguimos realizar de nossos

sonhos ? Ora, o poeta, no sentido maior, enquanto demiurgo, é não só o homem

armado de uma clarividência superior, como o homem capaz de sonhar acor

dado, criando em seu espírito imagens plásticas com fòrça bastante para mode lar e transformar o mundo.

O reformador político,

aquêle que

abriga no mistério do seu ser a forma e

o modêlo do mundo futuro, está, pois.

^


Dicesto ÉCOXÓMICO

iâ4

muito mais próximo do poeta que do liomem de ciência. Pois a sua virtude não consiste

em revelar o mundo em sua

atual configuração, mas em propor, em oferecer

aos homens uma

construção

ideal, um arquétipo elaborado em fun ção das exigências da justiça e da ver

os militantes políticos. Nictzschc não sc

enganava ao dizer que os verc1ad<Mros

pende do recurso à fraude e à impos tura, eslamos dispostos, preferimos cor

valores que surda c silenciosamente ger

rer todos os riscos c rcminciar a essa

minam nu meditação do pensador soli

vitória.

chama do heroismo e do sacrifício. Ne.s-

mundo futuro e a sua salvação ?

ria do mundo é a história dos sonhos dos

poetas. Pois não estará, porventura, o

Por que nos resignarmos, portanto, à fisionomia do presente, por que aceitar mos a realidade nacional tal como ago

I essencial da Revolução Francesa contido

ra se apresenta, se a nossa missão, se o

nos devaneios do "promenour solitaire" Jean Jacques Rousseau ? E em seu pro digioso romance profético, "Os Posses-

nosso destino é, ao contrário, protestai

e reclamar, propondo um outro rumo,

sos", Dostoievski também não pressen

Por que nos confonnarmos com a desor-

tiu os lineamentos essenciais e a signifi

dem e a injustiça da situação presente e

um caminho diferente, um novo ideal r

cação metafísica da revolução russa ? E

com ela nos acumpliciarmos, sob o pre

em alguns aforismas de Nietzsphe e em certos movimentos da música wagneria-

texto de que tudo está perdido, se de

na, não encontramos, por acaso, o acen

voz, dizendo, com os meios de que dis

to, a atmosfera e o sentido .da revolu ção nazista ?

pomos, que é preciso resistir à onda de

Destacado do transitório momento,

ros irrcsponsá\'pis, dos demagogos in cultos e IcNianos. Pois se a vitória de

acontecimentos talvez não fossem os su

siasmo e de acender em suas almas a

se sentido, poderíamos dizer que a histó

Econômico

cessos visíveis, mas a.s idéias c os novos

tário. E quem sabe se, no anonimato c na reclusão de alguma pobre mansarda, não se está preparando a imagem do

dade, capaz de galvanizar o seu entu

Dkíiísto

vemos

articular e fazer ouvir a nosso

anarquia e de violência que se avoluma cada vez mais, e que é preciso recusar

135

condições de ignorância e de falta de educação política — não o meio idôneo .

do conduzir aos postos de governo os melhores, os mais aptos e os mais ca pazes, mas, ao contrário, os torcedores do futebol, os locutores radiofônicos, os

Não temos, porém, a superstição do

aproveitadores do mercado negro, os

rcgimcm, a superstição da lógica do regimem. Pois o que importa é salvar a nação para a qual o regimom existe. E SC a forma de governo, a estrutura do Estado, representa uma faca de dois gumes que as circunstâncias põem nas

traficantes de entorpecentes, os porteiros o choferes dos palácios, os semi-analfa betos, os primários e os energúmenos de tôdas as classes, se o sufrágio universal, cm sucessivas experiências, levou ao po der apenas a incompetência e a medio

mãos dos caudilhos

cridade, por que não substituinnos êsse método de consulta por outro, mais ri goroso e eficaz na escolha e na seleção daqueles que nos devem governar ? Por

o dos aventureiros

inconscií-nte.s, cm nome dos superiores interesses da nação, cm nome da ordcni

o da própria liberdade ameaçada, não

hesitaremos um segundo sequer em aconselhar, cm reclamar qualquer me dida, qualquer providência cirúrgica que, embora tardia c arranhando a apa rente coerência do regimom, preserve c

que alimentarmos um mito, renuncian

do ao legítimo ideal de que a nação seja

dirigida pelos seus melhores homens, por ^

uma autêntica elite ?

jfl

Pois a nação é anterior ao regimem e

asseguro a sua própria razão de ser, im

o transcende, e é á nação e aos seus

pedindo o assalto ao poder daqueles que

superiores interêsses que o regimem de ve servir. Em relação à perenidade da existência nacional, o regimem é sem

não nos inspiram nenhuma confiança e,

não apresentando garantia alguma, usam da liberdade que o rcgimcm lhes conce

pre algo de efêmero e de provisório,

desligado do efêmero por se achar in serido no plano do espírito e da trans

os sortilégios e as incantações dos má

gicos e demagogos da praça pública ?

de para ameaçar o comprometer a pró

espécie de instrumento .que, ao se reve

cendência, o poeta registra em sua agu da sensibilidade os mais leves e impon

Pouco importa que seja muito grande a desproporção de fôrças. Só temos o

pria existência do regimom. A viabilidade das instituições se veri

lar incapaz de promover o fim para o qual existe, deve ser pôsto de lado ou

deráveis sintomas que anunciam

direito de brandir as nossas armas, que são as armas do espírito. Inutilmente nos dirão que estamos na era das mas

as

grandes mudanças e transformações liistóricas. Iludem-se, portanto, aquêles nhecem e menosprezam, na economia

sas, e que devemos arregaçar as mangas da camisa para falar ao povo nas ruas

dos povos, o papel e a missão dos poe

ou à sombra dos monumentos. Perde

que, fascinados pelas aparências, desco tas. Pois o pressentimento e a denún cia dos desequilíbrios e das desarmonias antecedem sempre os movimentos

pelos quais procuramos reajustar e cor

rigir a -realidade imperfeita, em função do ideal que prèviamente concebemos. E embora freqüentemente não o sai bam ou disso se esqueçam, são tributá

rios dos poetas, dos filósofos e dos pro fetas, os homens práticos, os ativistas e

ríamos de antemão a partida se permi

tíssemos que o adversário nos contami nasse com sua insolencia, sua vulgarida de e seu cinismo. E seríamos infiéis a

nós mesmos, e trairíamos o que temos de melhor se abríssemos mão da nos.sa

revolta, dessa repugnância que se con funde com a nossa própria honra, e nos

convertêssemos em discípulos dos apro veitadores do momento, dos aventurei

fica através de seu funcionamento. E sc

o desequilíbrio político resulta da inade

substituído por outro. Pois se a forma de go\'êmo dá à nação a sua estrutura

quação, da desarmonia entre a realida

e fisionomia jurídica, recebe por sua

de da vida nacional e o sistema em que à fôrça se pretende enquadrá-la, por que não renunciar à teimosia do abstra

vez da existência nacional o seu con

teúdo, a sua significação e os seus moti

vos de legitimidade.

Não nos parece

to, à insistência cm conservar o que se

que a França absolutista e aristocrática

revelou inviável c por isso mesmo con traproducente, c corrigir o regimem em função precisamente do ideal, isto é, da melhor direção possível que devemos

de Luiz XIV lenha sido nienos gloriosa c

imprimir aos acontecimentos e ao curso

lo XX.

da História?

Se o sistema de consulta popular di reta, se o sufrágio universal, por exem plo, revelou-se — çm virtude de nossas

menos fecunda na produção de homens

de gênio do que a França republicana, democrática e parlamentarista do sécu Se o regimem é uma construção do

espírito, uma forma ideal, nem por isso pode ser concebido à revelia da nação à qual se pretende aplicar. E, em rela-


Dicesto ÉCOXÓMICO

iâ4

muito mais próximo do poeta que do liomem de ciência. Pois a sua virtude não consiste

em revelar o mundo em sua

atual configuração, mas em propor, em oferecer

aos homens uma

construção

ideal, um arquétipo elaborado em fun ção das exigências da justiça e da ver

os militantes políticos. Nictzschc não sc

enganava ao dizer que os verc1ad<Mros

pende do recurso à fraude e à impos tura, eslamos dispostos, preferimos cor

valores que surda c silenciosamente ger

rer todos os riscos c rcminciar a essa

minam nu meditação do pensador soli

vitória.

chama do heroismo e do sacrifício. Ne.s-

mundo futuro e a sua salvação ?

ria do mundo é a história dos sonhos dos

poetas. Pois não estará, porventura, o

Por que nos resignarmos, portanto, à fisionomia do presente, por que aceitar mos a realidade nacional tal como ago

I essencial da Revolução Francesa contido

ra se apresenta, se a nossa missão, se o

nos devaneios do "promenour solitaire" Jean Jacques Rousseau ? E em seu pro digioso romance profético, "Os Posses-

nosso destino é, ao contrário, protestai

e reclamar, propondo um outro rumo,

sos", Dostoievski também não pressen

Por que nos confonnarmos com a desor-

tiu os lineamentos essenciais e a signifi

dem e a injustiça da situação presente e

um caminho diferente, um novo ideal r

cação metafísica da revolução russa ? E

com ela nos acumpliciarmos, sob o pre

em alguns aforismas de Nietzsphe e em certos movimentos da música wagneria-

texto de que tudo está perdido, se de

na, não encontramos, por acaso, o acen

voz, dizendo, com os meios de que dis

to, a atmosfera e o sentido .da revolu ção nazista ?

pomos, que é preciso resistir à onda de

Destacado do transitório momento,

ros irrcsponsá\'pis, dos demagogos in cultos e IcNianos. Pois se a vitória de

acontecimentos talvez não fossem os su

siasmo e de acender em suas almas a

se sentido, poderíamos dizer que a histó

Econômico

cessos visíveis, mas a.s idéias c os novos

tário. E quem sabe se, no anonimato c na reclusão de alguma pobre mansarda, não se está preparando a imagem do

dade, capaz de galvanizar o seu entu

Dkíiísto

vemos

articular e fazer ouvir a nosso

anarquia e de violência que se avoluma cada vez mais, e que é preciso recusar

135

condições de ignorância e de falta de educação política — não o meio idôneo .

do conduzir aos postos de governo os melhores, os mais aptos e os mais ca pazes, mas, ao contrário, os torcedores do futebol, os locutores radiofônicos, os

Não temos, porém, a superstição do

aproveitadores do mercado negro, os

rcgimcm, a superstição da lógica do regimem. Pois o que importa é salvar a nação para a qual o regimom existe. E SC a forma de governo, a estrutura do Estado, representa uma faca de dois gumes que as circunstâncias põem nas

traficantes de entorpecentes, os porteiros o choferes dos palácios, os semi-analfa betos, os primários e os energúmenos de tôdas as classes, se o sufrágio universal, cm sucessivas experiências, levou ao po der apenas a incompetência e a medio

mãos dos caudilhos

cridade, por que não substituinnos êsse método de consulta por outro, mais ri goroso e eficaz na escolha e na seleção daqueles que nos devem governar ? Por

o dos aventureiros

inconscií-nte.s, cm nome dos superiores interesses da nação, cm nome da ordcni

o da própria liberdade ameaçada, não

hesitaremos um segundo sequer em aconselhar, cm reclamar qualquer me dida, qualquer providência cirúrgica que, embora tardia c arranhando a apa rente coerência do regimom, preserve c

que alimentarmos um mito, renuncian

do ao legítimo ideal de que a nação seja

dirigida pelos seus melhores homens, por ^

uma autêntica elite ?

jfl

Pois a nação é anterior ao regimem e

asseguro a sua própria razão de ser, im

o transcende, e é á nação e aos seus

pedindo o assalto ao poder daqueles que

superiores interêsses que o regimem de ve servir. Em relação à perenidade da existência nacional, o regimem é sem

não nos inspiram nenhuma confiança e,

não apresentando garantia alguma, usam da liberdade que o rcgimcm lhes conce

pre algo de efêmero e de provisório,

desligado do efêmero por se achar in serido no plano do espírito e da trans

os sortilégios e as incantações dos má

gicos e demagogos da praça pública ?

de para ameaçar o comprometer a pró

espécie de instrumento .que, ao se reve

cendência, o poeta registra em sua agu da sensibilidade os mais leves e impon

Pouco importa que seja muito grande a desproporção de fôrças. Só temos o

pria existência do regimom. A viabilidade das instituições se veri

lar incapaz de promover o fim para o qual existe, deve ser pôsto de lado ou

deráveis sintomas que anunciam

direito de brandir as nossas armas, que são as armas do espírito. Inutilmente nos dirão que estamos na era das mas

as

grandes mudanças e transformações liistóricas. Iludem-se, portanto, aquêles nhecem e menosprezam, na economia

sas, e que devemos arregaçar as mangas da camisa para falar ao povo nas ruas

dos povos, o papel e a missão dos poe

ou à sombra dos monumentos. Perde

que, fascinados pelas aparências, desco tas. Pois o pressentimento e a denún cia dos desequilíbrios e das desarmonias antecedem sempre os movimentos

pelos quais procuramos reajustar e cor

rigir a -realidade imperfeita, em função do ideal que prèviamente concebemos. E embora freqüentemente não o sai bam ou disso se esqueçam, são tributá

rios dos poetas, dos filósofos e dos pro fetas, os homens práticos, os ativistas e

ríamos de antemão a partida se permi

tíssemos que o adversário nos contami nasse com sua insolencia, sua vulgarida de e seu cinismo. E seríamos infiéis a

nós mesmos, e trairíamos o que temos de melhor se abríssemos mão da nos.sa

revolta, dessa repugnância que se con funde com a nossa própria honra, e nos

convertêssemos em discípulos dos apro veitadores do momento, dos aventurei

fica através de seu funcionamento. E sc

o desequilíbrio político resulta da inade

substituído por outro. Pois se a forma de go\'êmo dá à nação a sua estrutura

quação, da desarmonia entre a realida

e fisionomia jurídica, recebe por sua

de da vida nacional e o sistema em que à fôrça se pretende enquadrá-la, por que não renunciar à teimosia do abstra

vez da existência nacional o seu con

teúdo, a sua significação e os seus moti

vos de legitimidade.

Não nos parece

to, à insistência cm conservar o que se

que a França absolutista e aristocrática

revelou inviável c por isso mesmo con traproducente, c corrigir o regimem em função precisamente do ideal, isto é, da melhor direção possível que devemos

de Luiz XIV lenha sido nienos gloriosa c

imprimir aos acontecimentos e ao curso

lo XX.

da História?

Se o sistema de consulta popular di reta, se o sufrágio universal, por exem plo, revelou-se — çm virtude de nossas

menos fecunda na produção de homens

de gênio do que a França republicana, democrática e parlamentarista do sécu Se o regimem é uma construção do

espírito, uma forma ideal, nem por isso pode ser concebido à revelia da nação à qual se pretende aplicar. E, em rela-


Digesto Econ6>íic:<)

136

ção ao problema do equilíbrio político, que decorre do ajustamento das institui

fecundidade dos contrários,

ções às realidades que pretendem confi gurar, verifica-sc também a mesma lei que, de um modo geral, preside ao de

destroem dialèticamente a si mesmos.

senvolvimento das coisas humanas. Por

sermos sêres em trânsito, imersos na du

ração, sofremos constantemente a sedu

ção das posições extremas, cuja aceita

ção dispensa qualquer esforço no sen tido de chegar ao equilíbrio pela com preensão e incorporação da tese contrá ria.

As posições extremas são sempre

posições de inércia, que destroem e re

solvem os problemas pela negação do termo contrário, cuja existência toma

possível e explica a própria existência do problema.

Se a liberdade humana, por exemplo, tivesse uma regulação própria e imanente, como o instinto dos animais, não ha

veria um problema da liberdade. E, se existe êsse problema, é porque a liber dade entra em conflito com um tênno

que lhe é aparentemente contrário, isto

as quais,

PROBLEMA NO ESTADO

A rigor, não se trata dc optar entre a

José

c este ou aquele regimem que a e.xperiencia revelou ineficaz ou contraprodu cente. Se as franquias outorgadas pelas instituições são excessivas c amplas de mais, permitindo que homens c partidos cujo passado, cujos antecedentes políti

sentido de estiagem mais forte e longa

cos, longe de representarem uma garan

e estação chuvosa mais intensa e curta,

tia, significam uma presunção dc desor

tal mudança não pode dci.xar de ser muito gradativa. É preciso confrontar

dem e de ameaça às próprias institui ções, que o regimem defenda a nação,

embora para salvá-la deva sacrificar a coerência da sua lógica interior. Pois num Estado popular, como ensina Montesquieu, a virtude é indispensável e, quando desaparece, a república se tor na um despojo, e a sua força se reduz ao poder de alguns e à licença dc todos. Se a virtude desapareceu, ficam os

íntegros e os melhores, aqueles que se recusam a roubar sob pretexto de que todos estão roubando, à merce dos cele-

de um dos termos que o constituem, ne

aventureiros. Mas a vida dos homens e

gando, por exemplo, totalmente a liber dade pela afirmação de uma autoridade

das nações não se desenrola à maneira

ibmitada que seria precisamente a tira nia; ou então, fazendo o contrário, quer

temente, para preservá-la, devemos re

dizer, suprimindo a autoridade pela afir mação de uma liberdade absoluta que seria precisamente a anarquia. O difícil, na expressão de Bossuet, é "tenir les

mos, pois, a honestidade de dizer

rados, dos caudilhos, dos cínicos e dos de um teorema matemático, o freqüen

nunciar à lógica da razão pura. Tenha preferimos o Brasil ao sufrágio universa e que não trepidaríamos um momento se quer em suprimi-lo para salvar o

^

E que os poetas assumam, se

ciso, em nome do espírito e diante

pelo esfôrço constante, pela revolução permanente, o ponto de equihbno e de

futuro, o encargo e a responsabib<í^'^®

harmonia que assegura a emtencia e a

da revolução.

DA

IRRIGAÇÃO

DE

S. PAULO

SETzim

(Do Instituto Geográfico o Geológico de São Paulo)

nação e o rcgimem, mas entre a nação

é, a autoridade. E' mais fácil, sem dú vida, resolver o problema pela negação

deux bouts de Ia chaine", e encontrar

O

destruindo o termo que lhes é opo.sto, se

A

inniOAçÃo toimou-se entre nós as-

E ganharia como um fazendeiro de café,

simlo importante, apesar dc não se

Sc não estivesse sujeito a umu multidão

terem agravado muito as estiagens. Sc o

clima

está

mudando realmente no

a.s médias de chuvas dc dois períodos consecutivos dc 20 ou 25 anos cada um,

para verificar a-mudança, assim mesmo

sem que fique provado estatisticamente que se trata de mudança definitiva.

O assunto irrigação tornou-se impor tante por outro motivo, que é a valori zação extraordinária do café e das ver duras.

Se, após um ano de estiagem branda, um cafòzal de 100 alqueires, com 160

mil pés de café, produz 2.000 sacas em terras regularmente empobrecidas, e uma forte estiagem no ano seguinte re duz a colheita a 500 sacas, a perda dé 1.500 sacas significa hoje Cr$ 1.500.000,00 de prejuízo.

dc intermcdiilriüs gananciosos, cuja vo racidade é fa\'orecida pelo caráter pere cível do produto. Do ponto de rista da irrigação, o Es

tado de São Paulo pode ser dividido em

duas partes, que são condídonadas pelas condições geológicas. Essas duas partes são separadas aproximadamente pela li nha Monte Santo (Minas Gcrai$)-Moco-

ca-Casa Branca-Moji Mirim-CampinasItu-Sorocaba-Pilar-São Miguel ArcanjoCapão Bonito-Piraí (Pamambuco). A leste c ao sul dessa linha fica o

terreno acidentado, de rochas maciças, de totais anuais de chu\'as mais altos e

do estiagem mais branda. Nessa zona

geralmente são impraticáveis as perfura ções profundas em busca de água sub terrânea.

A sonda atravessa enormes

massas de rochas cristalinas que se tor

nam cada vez mais compactas' em pro fundidade. Sòmente perto da super

Assim, projeto dispendioso de irriga ção pode ser pago hoje por uma só

fície podem conter água em suas fendas.

colheita. Mais que isso: custaria, no caso do cafèzai citado, apenas uma parte dos Cr$ 1.500.000,00 recuperados. E a ins

mas é argiloso e, como todos os sedi

talação ficaria servindo durante muitos

No Vale do Paraíba e.xiste. sedimento, mentos impermeáveis e espessos, deve estar sêco até o fundo.

Em compensação, nessa parte aci

dentada do Estado abundam córregos e

anos, gastando relativamente pouco em combustível para a bomba e alguns re

ribeirões que, em geral, podem ser fà-

paros nos encanamentos.

cilmente represados, porque topografia

Quanto às verduras, seu preço subiu

acidentada condiciona vales estreitos.

10 vezes desde 1939; subiu também o consumo "per capita" e aumentou mui

Cercando uma cabeceira de córrego para impedir o acesso da criação e deixar

to a população das cidades. Quem pode

crescer capoeira, teremos, mediante pe

levar verduras às cidades, ganha bem.

quena barragem ou construção de eis-


Digesto Econ6>íic:<)

136

ção ao problema do equilíbrio político, que decorre do ajustamento das institui

fecundidade dos contrários,

ções às realidades que pretendem confi gurar, verifica-sc também a mesma lei que, de um modo geral, preside ao de

destroem dialèticamente a si mesmos.

senvolvimento das coisas humanas. Por

sermos sêres em trânsito, imersos na du

ração, sofremos constantemente a sedu

ção das posições extremas, cuja aceita

ção dispensa qualquer esforço no sen tido de chegar ao equilíbrio pela com preensão e incorporação da tese contrá ria.

As posições extremas são sempre

posições de inércia, que destroem e re

solvem os problemas pela negação do termo contrário, cuja existência toma

possível e explica a própria existência do problema.

Se a liberdade humana, por exemplo, tivesse uma regulação própria e imanente, como o instinto dos animais, não ha

veria um problema da liberdade. E, se existe êsse problema, é porque a liber dade entra em conflito com um tênno

que lhe é aparentemente contrário, isto

as quais,

PROBLEMA NO ESTADO

A rigor, não se trata dc optar entre a

José

c este ou aquele regimem que a e.xperiencia revelou ineficaz ou contraprodu cente. Se as franquias outorgadas pelas instituições são excessivas c amplas de mais, permitindo que homens c partidos cujo passado, cujos antecedentes políti

sentido de estiagem mais forte e longa

cos, longe de representarem uma garan

e estação chuvosa mais intensa e curta,

tia, significam uma presunção dc desor

tal mudança não pode dci.xar de ser muito gradativa. É preciso confrontar

dem e de ameaça às próprias institui ções, que o regimem defenda a nação,

embora para salvá-la deva sacrificar a coerência da sua lógica interior. Pois num Estado popular, como ensina Montesquieu, a virtude é indispensável e, quando desaparece, a república se tor na um despojo, e a sua força se reduz ao poder de alguns e à licença dc todos. Se a virtude desapareceu, ficam os

íntegros e os melhores, aqueles que se recusam a roubar sob pretexto de que todos estão roubando, à merce dos cele-

de um dos termos que o constituem, ne

aventureiros. Mas a vida dos homens e

gando, por exemplo, totalmente a liber dade pela afirmação de uma autoridade

das nações não se desenrola à maneira

ibmitada que seria precisamente a tira nia; ou então, fazendo o contrário, quer

temente, para preservá-la, devemos re

dizer, suprimindo a autoridade pela afir mação de uma liberdade absoluta que seria precisamente a anarquia. O difícil, na expressão de Bossuet, é "tenir les

mos, pois, a honestidade de dizer

rados, dos caudilhos, dos cínicos e dos de um teorema matemático, o freqüen

nunciar à lógica da razão pura. Tenha preferimos o Brasil ao sufrágio universa e que não trepidaríamos um momento se quer em suprimi-lo para salvar o

^

E que os poetas assumam, se

ciso, em nome do espírito e diante

pelo esfôrço constante, pela revolução permanente, o ponto de equihbno e de

futuro, o encargo e a responsabib<í^'^®

harmonia que assegura a emtencia e a

da revolução.

DA

IRRIGAÇÃO

DE

S. PAULO

SETzim

(Do Instituto Geográfico o Geológico de São Paulo)

nação e o rcgimem, mas entre a nação

é, a autoridade. E' mais fácil, sem dú vida, resolver o problema pela negação

deux bouts de Ia chaine", e encontrar

O

destruindo o termo que lhes é opo.sto, se

A

inniOAçÃo toimou-se entre nós as-

E ganharia como um fazendeiro de café,

simlo importante, apesar dc não se

Sc não estivesse sujeito a umu multidão

terem agravado muito as estiagens. Sc o

clima

está

mudando realmente no

a.s médias de chuvas dc dois períodos consecutivos dc 20 ou 25 anos cada um,

para verificar a-mudança, assim mesmo

sem que fique provado estatisticamente que se trata de mudança definitiva.

O assunto irrigação tornou-se impor tante por outro motivo, que é a valori zação extraordinária do café e das ver duras.

Se, após um ano de estiagem branda, um cafòzal de 100 alqueires, com 160

mil pés de café, produz 2.000 sacas em terras regularmente empobrecidas, e uma forte estiagem no ano seguinte re duz a colheita a 500 sacas, a perda dé 1.500 sacas significa hoje Cr$ 1.500.000,00 de prejuízo.

dc intermcdiilriüs gananciosos, cuja vo racidade é fa\'orecida pelo caráter pere cível do produto. Do ponto de rista da irrigação, o Es

tado de São Paulo pode ser dividido em

duas partes, que são condídonadas pelas condições geológicas. Essas duas partes são separadas aproximadamente pela li nha Monte Santo (Minas Gcrai$)-Moco-

ca-Casa Branca-Moji Mirim-CampinasItu-Sorocaba-Pilar-São Miguel ArcanjoCapão Bonito-Piraí (Pamambuco). A leste c ao sul dessa linha fica o

terreno acidentado, de rochas maciças, de totais anuais de chu\'as mais altos e

do estiagem mais branda. Nessa zona

geralmente são impraticáveis as perfura ções profundas em busca de água sub terrânea.

A sonda atravessa enormes

massas de rochas cristalinas que se tor

nam cada vez mais compactas' em pro fundidade. Sòmente perto da super

Assim, projeto dispendioso de irriga ção pode ser pago hoje por uma só

fície podem conter água em suas fendas.

colheita. Mais que isso: custaria, no caso do cafèzai citado, apenas uma parte dos Cr$ 1.500.000,00 recuperados. E a ins

mas é argiloso e, como todos os sedi

talação ficaria servindo durante muitos

No Vale do Paraíba e.xiste. sedimento, mentos impermeáveis e espessos, deve estar sêco até o fundo.

Em compensação, nessa parte aci

dentada do Estado abundam córregos e

anos, gastando relativamente pouco em combustível para a bomba e alguns re

ribeirões que, em geral, podem ser fà-

paros nos encanamentos.

cilmente represados, porque topografia

Quanto às verduras, seu preço subiu

acidentada condiciona vales estreitos.

10 vezes desde 1939; subiu também o consumo "per capita" e aumentou mui

Cercando uma cabeceira de córrego para impedir o acesso da criação e deixar

to a população das cidades. Quem pode

crescer capoeira, teremos, mediante pe

levar verduras às cidades, ganha bem.

quena barragem ou construção de eis-


Dicksto Eooxóahco

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DicKSTf! Ec:(>NÓMiro

139

mos a expor cm seguida, os cafèzais dc.ssa parte do Estado não se encontram

à riqueza das terras e, em segundo lugar,

onde a \azão dos ribeirões é grande. Milhões dc anos atrás, depois dos der-

Paranapancma, rio do Peixe, Agiiapeí, tosas, além dc pobres. As estradas dc

Mas a maior dificuldade consiste na

rame.s de lavas básicas, ho\u'c aqui \ima época dc clima .semi-árido com lagos salobros esparsos. Tòda a região rece

ferro acompanharam o povoamento e os cafèzais. Houve quem tivesse plantado

com ramificações.

textura arenosa das terras. De fato, não

beu sedimentação de arenitos. As areias

café entre 1915 e 1930 nas terras do

Assim se resolve o problema dos chacareiros e produtores de legumes e ver duras. A capital do Estado, que conso

se contando as terras roxas c algumas terras argilosas na parte mais próxima

que aterraram os lagos ficaram cimen tadas com cimento calcáreo das águas.

grupo 15, mas êsscs cafèziiis, por impro dutivos, já foram' substituídos por pas

da metade acidentada do Estado, tòclas as terras a oeste e ao norte da citada

zona.

linha Mococa-Campínas-Itapeva são are

Èsse calcáreo proviera da decomposição das lajes basálticas. As areias que sc depositaram nas vastas planícies entre os

tagens, de modo que hoje todo o café da

me uns 90% dêsse produto, fica nessa

nosas.

tema de concreto, um reservatório de

água potável que pode ser cncanada, abastecendo fazendas e mesmo cidades, conforme o tamanho da vertente. Além

disso, qualquer barragem represa bas tante água para irrigar com ela as duas encostas a juzante, por meio de canais

d'água represado, os aterros tlmctn .sci enormes pela sua extensão, c são caríssi mas as pedras necessárias para rexcstir a encosta molhada das barragens, sem

o que a sua estal)ilidadc fica compro metida.

porque as terras baixas dos vales do Tietê, Dourados e Turvo eram malei-

região está nos solos do grupo 16. Hoje êsses solos produzem mais que metade

lagos foram consolidadas pela pressão

de todo o café paulista.

das barragens deve ser incluída uma

oriunda do .seu próprio peso, pois as ca

cortina de argila, a fim de impermeabi

madas ciam dc \árias centenas de me

Agora vemos melhor o problema. So los arenosos, não retêm bastante água. As

tros. Essa formação geológica, de lentes

geadas. Portanto, não podem ser irri gados nem por água represada nem por poços artesianos. O único remédio aí

lizar o aterro e assim impedir a fuga da água através do mesmo. A argila negra das várzeas nião sc presta bem para isso, pois não sc contrai muito quando seca antes de encher com ela a

é aumentar a capacidade retentiva do

cortina, e não se expande bastante ao

solo por meio de adição de matéria or gânica e calcáreo em pó, podendo-sc

se umedecer depois dc cheia a represa. O uso de qualquer argila obriga à sua secagem prévia, espalhando-a em cama

Mas há os cafèzais que nessa zona estão ao norte da linha Itu-JundiaíAtibaia-Joanópolis, e alguns no Vale do Paraíba; e não ocupam as partes baixas do relevo, a fim de evitar as

mesmo levar ao cafèzal barro negro de

Ao longo do eixo longitudinal

arenosas intermitentes, contendo cimento calcáreo, em

meio dc

camadas do mesmo arenito sem

cstiagens reduzem muito as colheitas. Situados nos espigões e ladeados apenas por pequenos córregos que .Sc acham no começo da sua

denominada

descida para os vales, não podem

"formação Bauru", sofreu gran de desgaste quando o clima se

os cafèziiis ser irrigados por de-

cimento

calcáreo,

tornou muito úmido, muito mais chu

voso que o de hoje.

clividade e nem por aspersão, neste caso de\'ido à impossibilidade de se represar água em quantidades sufi cientes, por motivos e.xpostos atrás.

brejo, e, se fôr possível, misturá-lo com pó calcáreo. Construído o sistema de

da fina sôbrc vasto terreiro.

defesa contra a erosão, as terras dessa

sas não é, entretanto, este, ma.s o fato do

do salientes nas "camadas Bauru". Todo

zona, quase sempre argilosas (niassa-

se perder água por infiltração nas en costas, quando o nível da represa sobe acima dos limites da baixada. Tal fuga da água através das encostas arenosas adquire caráter grave justamente quando estamos precisando irrigar o cafèzal. A

o sistema hidrográfico atual adaptou-se

O problema parece insolúvel. Há, en tretanto, uma solução brilliante: capta ção de águas profundas por meio de per

à caprichosa distribuição geográfica das

furação de poços chamados "artesianos".

pés), poderão enfrentar galhardamen

O maior empecilho nas terras areno

As lentes dc arenito com cimento

calcáreo resistiram muito melhor, fican

lentes de arenito com cimento calcáreo,

Acontece que as condições geológicas

eontornando-as. Assim, temos hoje ter

são tão propícias na região que, em encontra-se água pura em quantidades

questão 6 que, durante a estação chuvo

ras ricas nos cspigõcs (solos do grupo 16 ou "Bauru Superior") e pobres nos vales (grupo 15 ou "Bauru Inferior").

notáveis, no geral de 30 a 60 m3 por

sa, o nível da água é alto por dentro

Fisicamente semelhantes, è.sses dois gru

hora 8 por poço.

sedimentos, geralmente arenosos, entre

das encostas adjacentes à represa (lençol

meados por camadas de diabásio c ba-

freático), mas baixa a cotas inferiores ã

pos de solos são quimicamente tão dife rentes que o grupo 16 produz, sem adu-

da à espessura de uns 80 a 150 metros

hação, melhores safras de algodão que

conforme o lugar escolhido para a son

ó diferente também o caráter do relevo.

reprêsa justamente quando o cafèzal precisa da sua primeira dose da água.

o grupo 15 bem adubado.

A topografia é de ondulações suaves.

Então o gasto de água para irrigação co

dagem (perto da periferia da formação, rio Paraná, por exemplo, pode ser infe rior a 50 m), encontra-se a primeira la

te a estiagem, como, aliás, se observou

no começo déste século, quando os teores de húmus e cálcio ainda eram altos.

A geologia da outra metade do Es tado é completamente diferente. saltos ("peclra-ferro").

São

Forçosamente,

Excluídas umas escarpas esparsas, em

que as lajes de pedra-ferro se conserva ram acima do nível geral do planalto, os vales são largos e seu represamento

é dispendioso. Em reIaç<ão ao volume

meça a ser sobrepujado pelo gasto por infiltração na própria reprêsa. É preciso

A vegetação virgem dos solos 16 era de perobais com árvores enormes, a dos solos 15 era de cerradinhos densos,

que a vazão do curso d'água seja grande, a fim de suprir as duas causas de gasto. Ora, por motivos geológicos que passa-

cheios de cipós e de palmeiras, mas de valor econômico quase nulo. O povoa mento acompanhou os espigões graças

qualquer ponto que se faça sondagem,

Abaixo da camada Bauru, hoje reduzi

je de basaltito e diabásio, cuja espes sura pode ser de dezenas de metros e constitui real dificuldade devido à sua dureza. Abaixo dela existe camada de'

i'

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Dicksto Eooxóahco

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DicKSTf! Ec:(>NÓMiro

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mos a expor cm seguida, os cafèzais dc.ssa parte do Estado não se encontram

à riqueza das terras e, em segundo lugar,

onde a \azão dos ribeirões é grande. Milhões dc anos atrás, depois dos der-

Paranapancma, rio do Peixe, Agiiapeí, tosas, além dc pobres. As estradas dc

Mas a maior dificuldade consiste na

rame.s de lavas básicas, ho\u'c aqui \ima época dc clima .semi-árido com lagos salobros esparsos. Tòda a região rece

ferro acompanharam o povoamento e os cafèzais. Houve quem tivesse plantado

com ramificações.

textura arenosa das terras. De fato, não

beu sedimentação de arenitos. As areias

café entre 1915 e 1930 nas terras do

Assim se resolve o problema dos chacareiros e produtores de legumes e ver duras. A capital do Estado, que conso

se contando as terras roxas c algumas terras argilosas na parte mais próxima

que aterraram os lagos ficaram cimen tadas com cimento calcáreo das águas.

grupo 15, mas êsscs cafèziiis, por impro dutivos, já foram' substituídos por pas

da metade acidentada do Estado, tòclas as terras a oeste e ao norte da citada

zona.

linha Mococa-Campínas-Itapeva são are

Èsse calcáreo proviera da decomposição das lajes basálticas. As areias que sc depositaram nas vastas planícies entre os

tagens, de modo que hoje todo o café da

me uns 90% dêsse produto, fica nessa

nosas.

tema de concreto, um reservatório de

água potável que pode ser cncanada, abastecendo fazendas e mesmo cidades, conforme o tamanho da vertente. Além

disso, qualquer barragem represa bas tante água para irrigar com ela as duas encostas a juzante, por meio de canais

d'água represado, os aterros tlmctn .sci enormes pela sua extensão, c são caríssi mas as pedras necessárias para rexcstir a encosta molhada das barragens, sem

o que a sua estal)ilidadc fica compro metida.

porque as terras baixas dos vales do Tietê, Dourados e Turvo eram malei-

região está nos solos do grupo 16. Hoje êsses solos produzem mais que metade

lagos foram consolidadas pela pressão

de todo o café paulista.

das barragens deve ser incluída uma

oriunda do .seu próprio peso, pois as ca

cortina de argila, a fim de impermeabi

madas ciam dc \árias centenas de me

Agora vemos melhor o problema. So los arenosos, não retêm bastante água. As

tros. Essa formação geológica, de lentes

geadas. Portanto, não podem ser irri gados nem por água represada nem por poços artesianos. O único remédio aí

lizar o aterro e assim impedir a fuga da água através do mesmo. A argila negra das várzeas nião sc presta bem para isso, pois não sc contrai muito quando seca antes de encher com ela a

é aumentar a capacidade retentiva do

cortina, e não se expande bastante ao

solo por meio de adição de matéria or gânica e calcáreo em pó, podendo-sc

se umedecer depois dc cheia a represa. O uso de qualquer argila obriga à sua secagem prévia, espalhando-a em cama

Mas há os cafèzais que nessa zona estão ao norte da linha Itu-JundiaíAtibaia-Joanópolis, e alguns no Vale do Paraíba; e não ocupam as partes baixas do relevo, a fim de evitar as

mesmo levar ao cafèzal barro negro de

Ao longo do eixo longitudinal

arenosas intermitentes, contendo cimento calcáreo, em

meio dc

camadas do mesmo arenito sem

cstiagens reduzem muito as colheitas. Situados nos espigões e ladeados apenas por pequenos córregos que .Sc acham no começo da sua

denominada

descida para os vales, não podem

"formação Bauru", sofreu gran de desgaste quando o clima se

os cafèziiis ser irrigados por de-

cimento

calcáreo,

tornou muito úmido, muito mais chu

voso que o de hoje.

clividade e nem por aspersão, neste caso de\'ido à impossibilidade de se represar água em quantidades sufi cientes, por motivos e.xpostos atrás.

brejo, e, se fôr possível, misturá-lo com pó calcáreo. Construído o sistema de

da fina sôbrc vasto terreiro.

defesa contra a erosão, as terras dessa

sas não é, entretanto, este, ma.s o fato do

do salientes nas "camadas Bauru". Todo

zona, quase sempre argilosas (niassa-

se perder água por infiltração nas en costas, quando o nível da represa sobe acima dos limites da baixada. Tal fuga da água através das encostas arenosas adquire caráter grave justamente quando estamos precisando irrigar o cafèzal. A

o sistema hidrográfico atual adaptou-se

O problema parece insolúvel. Há, en tretanto, uma solução brilliante: capta ção de águas profundas por meio de per

à caprichosa distribuição geográfica das

furação de poços chamados "artesianos".

pés), poderão enfrentar galhardamen

O maior empecilho nas terras areno

As lentes dc arenito com cimento

calcáreo resistiram muito melhor, fican

lentes de arenito com cimento calcáreo,

Acontece que as condições geológicas

eontornando-as. Assim, temos hoje ter

são tão propícias na região que, em encontra-se água pura em quantidades

questão 6 que, durante a estação chuvo

ras ricas nos cspigõcs (solos do grupo 16 ou "Bauru Superior") e pobres nos vales (grupo 15 ou "Bauru Inferior").

notáveis, no geral de 30 a 60 m3 por

sa, o nível da água é alto por dentro

Fisicamente semelhantes, è.sses dois gru

hora 8 por poço.

sedimentos, geralmente arenosos, entre

das encostas adjacentes à represa (lençol

meados por camadas de diabásio c ba-

freático), mas baixa a cotas inferiores ã

pos de solos são quimicamente tão dife rentes que o grupo 16 produz, sem adu-

da à espessura de uns 80 a 150 metros

hação, melhores safras de algodão que

conforme o lugar escolhido para a son

ó diferente também o caráter do relevo.

reprêsa justamente quando o cafèzal precisa da sua primeira dose da água.

o grupo 15 bem adubado.

A topografia é de ondulações suaves.

Então o gasto de água para irrigação co

dagem (perto da periferia da formação, rio Paraná, por exemplo, pode ser infe rior a 50 m), encontra-se a primeira la

te a estiagem, como, aliás, se observou

no começo déste século, quando os teores de húmus e cálcio ainda eram altos.

A geologia da outra metade do Es tado é completamente diferente. saltos ("peclra-ferro").

São

Forçosamente,

Excluídas umas escarpas esparsas, em

que as lajes de pedra-ferro se conserva ram acima do nível geral do planalto, os vales são largos e seu represamento

é dispendioso. Em reIaç<ão ao volume

meça a ser sobrepujado pelo gasto por infiltração na própria reprêsa. É preciso

A vegetação virgem dos solos 16 era de perobais com árvores enormes, a dos solos 15 era de cerradinhos densos,

que a vazão do curso d'água seja grande, a fim de suprir as duas causas de gasto. Ora, por motivos geológicos que passa-

cheios de cipós e de palmeiras, mas de valor econômico quase nulo. O povoa mento acompanhou os espigões graças

qualquer ponto que se faça sondagem,

Abaixo da camada Bauru, hoje reduzi

je de basaltito e diabásio, cuja espes sura pode ser de dezenas de metros e constitui real dificuldade devido à sua dureza. Abaixo dela existe camada de'

i'

1


Digesto

140

outro arenito, chamado Botucatu, tam

bém de diversas dezenas de metros de

espessura. Depois vem a segunda laje

do "pedra-ferro" (nome popular dos

Económic<í

bos, motor, compressor etc., de um lugar

para outro, pode demorar uns dois me ses. A perfuração de um poço de 150 m com laje de diabásio de uns 20 m po

diabásíos) e outra camada do mesmo

de demorar, facilmente, mais de meio

arenito. Geralmente, acima de cada la

ano.

je o arenito está impregnado de água. E' água pluvial filtrada através de tôda a espessura de arenitos. Quando a pri meira laje de pedra-ferro está muito fra

E' preciso importar perfuratrizcs mo dernas americanas que vêm montadas sobre caminhão.

Custam somente o do

turada, acima dela não se encontra mui

bro das nacionais, mas alcançam profun didades maiores, locomovem-se por seus

ta água, a qual se escoa, pelas fcndas,

próprios meios, não gastam tempo para

para a segunda camada de arenito, e ge- ralmente é captada sobre a segunda laje. Se as lajes não estivessem fendilhadas e a água existente abai-xo delas pro viesse da infiltração na periferia de tô da a formação, a centenas de quilôme tros do centro, então teríamos verdadei

ro artesianismo, pois a água estaria sob

pressão e bastaria furar o poço para que ela subisse à superfície e mesmo jorras

se em esguicho. Quando a água não atinge â bôca do poço, temos poço semiartesiano, sendo preciso recalcá-la das

montar a tôrre,

instalar o motor

e o

compressor, estando prontas a furar meia hora depois de chegadas ao local. Fu ram um poço em prazo cerca do 20 ve

zes mais curto. Em resultado, o serviço

ó muito mais barato e uma sonda pode furar num ano 30 ou 35 poços, em vez de um só ou, no máximo, dois.

Êsse assunto, tão importante, acha-se

atolado em verdadeiro marasmo, por que o Poder Legislativo ainda não che

gou a compreender as vantagens em auxiliar a importação de tais perfuratri zcs modernas. Está aqui uma despesa que ràpidamente frutificaria e se paga

profundidades por meio de bomba. A perfuração de tais poços é solução

ria com grandes sobras.

brilhante também para um outro pro

em utilidade pública, o próprio Gover

Sem se falar

blema, talvez de ainda maior enverga dura: o problema do abastecimento de

no poderia obter lucros, pois possuí ór

água potável para uma centena de ci dades importantes e duas ou três cente nas de vilas dessa metade arenosa do

perfurações de poços artesianos para ns prefeituras. E' o Instituto Geográfico o Geológico, da Secretaria da Agricul

Estado.

tura, que com uma dúzia de sondas na

Tais trabalhos vêm sendo executados

desde há alguns anos. Lutam, entre

tanto, com grandes dificuldades, pois usam sondas nacionais, obsoletas, com

gão técnico encarregado da execução de

cionais deve atender a quase uma cen tena de pedidos de prefeituras. Cidades

com mais de 5.000 habitantes precisam de diversos poços. As prefeituras quo

rem no mercado. Os desarranjos são

ainda não pediram lugar na fila, não o fizeram porque não podem esperar mui tos anos. A taxa de desgaste que o Ins

muito freqüentes e os consertos geral mente não podem ser feitos no próprio

ao Tesouro, do qual o Instituto com

parcos recursos disponíveis, às vêzes com peças improvisadas por não existi

local. A demora é enorme. Basta dizer

■que o despacho das vigas da tôrre, tu-

tituto é autorizado a cobrar é recolhida

muita dificuldade consegue arrancar, depois de longa espera, o dinheiro ne-

1

Dioesto

Econômico

cessário para os consertos constantes,

compra do peças, diárias para os traba lhadores etc. Se o Instituto pudesse usar a taxa do desgaste para ocorrer às despesas fàcilmentc prc\isívcis, traba

lharia com a eficiência de certas empre sas particulares.

Mas, mesmo assim, somente a impor tação de perfuratrizcs modernas resolve ria o problema do abastecimento de água e da irrigação da maioria dos cafèzais. E' preciso usar êsse tesouro do

subsolo paulista, que é o reservatório

141

inesgotável de água pura existente nu ma lárea maior que metade do Estado.

Devemos aprender a recuperar, duran te as csliagens, a água da estação chu-

\ osn que fogo do solo c se esconde nas profundidades da terra. Sc a reserva de dólares atualmente

não permite a compra de numerosas per furatrizcs, ao menos o citado órgão do Governo deveria ser auloriz;ido a im

portar uma dúzia delas, dado o benefí

cio público e mesmo o lucro industrial de tal empreendimento. '


Digesto

140

outro arenito, chamado Botucatu, tam

bém de diversas dezenas de metros de

espessura. Depois vem a segunda laje

do "pedra-ferro" (nome popular dos

Económic<í

bos, motor, compressor etc., de um lugar

para outro, pode demorar uns dois me ses. A perfuração de um poço de 150 m com laje de diabásio de uns 20 m po

diabásíos) e outra camada do mesmo

de demorar, facilmente, mais de meio

arenito. Geralmente, acima de cada la

ano.

je o arenito está impregnado de água. E' água pluvial filtrada através de tôda a espessura de arenitos. Quando a pri meira laje de pedra-ferro está muito fra

E' preciso importar perfuratrizcs mo dernas americanas que vêm montadas sobre caminhão.

Custam somente o do

turada, acima dela não se encontra mui

bro das nacionais, mas alcançam profun didades maiores, locomovem-se por seus

ta água, a qual se escoa, pelas fcndas,

próprios meios, não gastam tempo para

para a segunda camada de arenito, e ge- ralmente é captada sobre a segunda laje. Se as lajes não estivessem fendilhadas e a água existente abai-xo delas pro viesse da infiltração na periferia de tô da a formação, a centenas de quilôme tros do centro, então teríamos verdadei

ro artesianismo, pois a água estaria sob

pressão e bastaria furar o poço para que ela subisse à superfície e mesmo jorras

se em esguicho. Quando a água não atinge â bôca do poço, temos poço semiartesiano, sendo preciso recalcá-la das

montar a tôrre,

instalar o motor

e o

compressor, estando prontas a furar meia hora depois de chegadas ao local. Fu ram um poço em prazo cerca do 20 ve

zes mais curto. Em resultado, o serviço

ó muito mais barato e uma sonda pode furar num ano 30 ou 35 poços, em vez de um só ou, no máximo, dois.

Êsse assunto, tão importante, acha-se

atolado em verdadeiro marasmo, por que o Poder Legislativo ainda não che

gou a compreender as vantagens em auxiliar a importação de tais perfuratri zcs modernas. Está aqui uma despesa que ràpidamente frutificaria e se paga

profundidades por meio de bomba. A perfuração de tais poços é solução

ria com grandes sobras.

brilhante também para um outro pro

em utilidade pública, o próprio Gover

Sem se falar

blema, talvez de ainda maior enverga dura: o problema do abastecimento de

no poderia obter lucros, pois possuí ór

água potável para uma centena de ci dades importantes e duas ou três cente nas de vilas dessa metade arenosa do

perfurações de poços artesianos para ns prefeituras. E' o Instituto Geográfico o Geológico, da Secretaria da Agricul

Estado.

tura, que com uma dúzia de sondas na

Tais trabalhos vêm sendo executados

desde há alguns anos. Lutam, entre

tanto, com grandes dificuldades, pois usam sondas nacionais, obsoletas, com

gão técnico encarregado da execução de

cionais deve atender a quase uma cen tena de pedidos de prefeituras. Cidades

com mais de 5.000 habitantes precisam de diversos poços. As prefeituras quo

rem no mercado. Os desarranjos são

ainda não pediram lugar na fila, não o fizeram porque não podem esperar mui tos anos. A taxa de desgaste que o Ins

muito freqüentes e os consertos geral mente não podem ser feitos no próprio

ao Tesouro, do qual o Instituto com

parcos recursos disponíveis, às vêzes com peças improvisadas por não existi

local. A demora é enorme. Basta dizer

■que o despacho das vigas da tôrre, tu-

tituto é autorizado a cobrar é recolhida

muita dificuldade consegue arrancar, depois de longa espera, o dinheiro ne-

1

Dioesto

Econômico

cessário para os consertos constantes,

compra do peças, diárias para os traba lhadores etc. Se o Instituto pudesse usar a taxa do desgaste para ocorrer às despesas fàcilmentc prc\isívcis, traba

lharia com a eficiência de certas empre sas particulares.

Mas, mesmo assim, somente a impor tação de perfuratrizcs modernas resolve ria o problema do abastecimento de água e da irrigação da maioria dos cafèzais. E' preciso usar êsse tesouro do

subsolo paulista, que é o reservatório

141

inesgotável de água pura existente nu ma lárea maior que metade do Estado.

Devemos aprender a recuperar, duran te as csliagens, a água da estação chu-

\ osn que fogo do solo c se esconde nas profundidades da terra. Sc a reserva de dólares atualmente

não permite a compra de numerosas per furatrizcs, ao menos o citado órgão do Governo deveria ser auloriz;ido a im

portar uma dúzia delas, dado o benefí

cio público e mesmo o lucro industrial de tal empreendimento. '


A*;-

Dioesto Econômico

O

CAFE

EM

1950

Safra - Exportações - Preços

J^VIUKNTEMENTE, dcvc Iiíivcr, tíimbéiii, H

L

Todos êsses fatores, aliados a outros de caráter local ou secundário, exerce

terferência muito acentuada.

Ela se

deve, principalmente, a diversos outros

fatores, muitos dos quais já têm sido focalizados. Entre êles, cumpre notar: 1) melhora da situação na Coréia c, consequentemente, desnecessidade

de

ram influência sobre as cotações. Entretanto, todos eles são de infUtèn-

cia efêmera, pois a realidade absoluta

c permanente é que a situação estatística do produto continua segura, com ofer tas inferiores à procura, pelo menos nos

próximos anos. Várias estimativas têm sido feitas a respeito, e ainda há pouco o Departamento dc Agricultura dos Es

2) uma relativa

tados Unidos calculou cm 32.500.000

abundância de cafés em mãos dos tor-

sacas o consumo, em 19.50-51, e em

estocagem de café;

radores e distribuidores, nos Estados,

provenientes de boas exportações em ju lho, agosto e setembro; 3) incerteza,

28.300.000, apenas, a produção.

É de se esperar, pois, que as cotações, à parte as naturais oscilações de mo mento, causadas por motivos de vária

antes das recentes declarações do presi dente eleito do Brasil, quanto à orienta

espécie, se mantenham em um nível ade

ção cambial e cafeeira do futuro Go

quado, principalmente agora que o Go

verno; 4) safras cafeeiras antecipadas no México e em alguns países da Amé

verno Federal, mui pronta e eficiente

rica Central;

5) notícias sobre boas

177,05 176,83 173,74

167,34

166,83

142,81 145,22

166,02

149,70

168,06 163,88

154,14 153,45

junho julho Agosto

173,89 168,50 172,72 191,52 196,70

168,32

155,90 ,

187,10 192,23

168,57 180,59

Setembro

202,87

199,32

193,72

Março

te ano, pois é sabido de todos, no Brasil e no estrangeiro, que nunca foi tão se

Mas, até que nos provem o contrário, acreditamos que, pelo menos na recente baixa, os especuladores não tiveram in

Tipo 5 s/descrição

Abril

que apresentou o café, durante o corren

gura a posição estatística do produto.

Tipo 4-duro

Fevereiro

chuvas e boas floradas, no Brasil; f>) acumulação de estoques e dc oferta.s, em Paranaguá.

especulação, nas baixas de preço

Tipo 4-mole

J950

janeiro

J. Testa (Chefe da Estatística e Publicidade da S. S. C.)

143

Mulo

Relativamente á safra, as pers pectivas são evidentemente mais

animadoras, depois das recentes chuvas, do que há sessenta dias. Todavia, não se esperam grandes colheitas e, de qualquer manei ra, é ainda cedo para se fazerem cál culos seguros.

perar que seja atingida e mesmo ultrapassada aquela cifra. Examinemos agora, ligeiramen

te, as exportações de café, con forme

primeiros nove meses de 1950, monta vam as exportações brasileiras de café,

10.603.744 sacas. Em igual período dos

6.500.000 sacas (exportável) e, como até

quatro anos anteriores foi sempre supe

o dia 20 dc outubro haviam sido em

rior, exceção feita a 1947, que foi li

barcadas 6.247.943 sacas, 6 de se es

geiramente inferior.

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ

(janeiro a setembro de 1946 a 1950) Três primeiros trimestres de

Quantidade (em sacas de 60 Ivg)

1946

11.559.450

J947

10.251.078 12.125.854 13.964.996 10.603.744

1048

1949 1950

(Médias mensais — Em cruzeiros por 10 kg) Nota:

Tipo 5 s/descrição

102,63 126,53

98,33 121,42 166,54 164,17

82,81 107,07 166,44

em

para todos os destinos (exterior) ft

mento.

Tipo 4-duro

delineando

Com referência à de 1950, que está

mente, resolveu melhorar o financia

Tipo 4-mole

vão

sondo embarcada, foi ela avaliada em

•COTAÇÕES DO DISPONÍVEL EM SANTOS

1949

se

1950. Até setembro, ou seja, nos

1946 a 1949: Dados do D.N.C.

1950: Janeiro a junho, 5.669.800 sacas (340.188 tons.) — dados do Min. da Fazenda, reproduzidos pela Resenha Econômica do Banco do Brasil; julho a setembro, 4.933.944 — dados da Divisão de Eco

Setembro Outubro

176,00

Novembro

Pezembro

,

174,1?

136,54

nomia Cafeeira.

Isso quanto aos primeiros trimestres. Relativamente ao primeiro semestre de

cada um dêsses anos, a situação é seguinte:


A*;-

Dioesto Econômico

O

CAFE

EM

1950

Safra - Exportações - Preços

J^VIUKNTEMENTE, dcvc Iiíivcr, tíimbéiii, H

L

Todos êsses fatores, aliados a outros de caráter local ou secundário, exerce

terferência muito acentuada.

Ela se

deve, principalmente, a diversos outros

fatores, muitos dos quais já têm sido focalizados. Entre êles, cumpre notar: 1) melhora da situação na Coréia c, consequentemente, desnecessidade

de

ram influência sobre as cotações. Entretanto, todos eles são de infUtèn-

cia efêmera, pois a realidade absoluta

c permanente é que a situação estatística do produto continua segura, com ofer tas inferiores à procura, pelo menos nos

próximos anos. Várias estimativas têm sido feitas a respeito, e ainda há pouco o Departamento dc Agricultura dos Es

2) uma relativa

tados Unidos calculou cm 32.500.000

abundância de cafés em mãos dos tor-

sacas o consumo, em 19.50-51, e em

estocagem de café;

radores e distribuidores, nos Estados,

provenientes de boas exportações em ju lho, agosto e setembro; 3) incerteza,

28.300.000, apenas, a produção.

É de se esperar, pois, que as cotações, à parte as naturais oscilações de mo mento, causadas por motivos de vária

antes das recentes declarações do presi dente eleito do Brasil, quanto à orienta

espécie, se mantenham em um nível ade

ção cambial e cafeeira do futuro Go

quado, principalmente agora que o Go

verno; 4) safras cafeeiras antecipadas no México e em alguns países da Amé

verno Federal, mui pronta e eficiente

rica Central;

5) notícias sobre boas

177,05 176,83 173,74

167,34

166,83

142,81 145,22

166,02

149,70

168,06 163,88

154,14 153,45

junho julho Agosto

173,89 168,50 172,72 191,52 196,70

168,32

155,90 ,

187,10 192,23

168,57 180,59

Setembro

202,87

199,32

193,72

Março

te ano, pois é sabido de todos, no Brasil e no estrangeiro, que nunca foi tão se

Mas, até que nos provem o contrário, acreditamos que, pelo menos na recente baixa, os especuladores não tiveram in

Tipo 5 s/descrição

Abril

que apresentou o café, durante o corren

gura a posição estatística do produto.

Tipo 4-duro

Fevereiro

chuvas e boas floradas, no Brasil; f>) acumulação de estoques e dc oferta.s, em Paranaguá.

especulação, nas baixas de preço

Tipo 4-mole

J950

janeiro

J. Testa (Chefe da Estatística e Publicidade da S. S. C.)

143

Mulo

Relativamente á safra, as pers pectivas são evidentemente mais

animadoras, depois das recentes chuvas, do que há sessenta dias. Todavia, não se esperam grandes colheitas e, de qualquer manei ra, é ainda cedo para se fazerem cál culos seguros.

perar que seja atingida e mesmo ultrapassada aquela cifra. Examinemos agora, ligeiramen

te, as exportações de café, con forme

primeiros nove meses de 1950, monta vam as exportações brasileiras de café,

10.603.744 sacas. Em igual período dos

6.500.000 sacas (exportável) e, como até

quatro anos anteriores foi sempre supe

o dia 20 dc outubro haviam sido em

rior, exceção feita a 1947, que foi li

barcadas 6.247.943 sacas, 6 de se es

geiramente inferior.

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ

(janeiro a setembro de 1946 a 1950) Três primeiros trimestres de

Quantidade (em sacas de 60 Ivg)

1946

11.559.450

J947

10.251.078 12.125.854 13.964.996 10.603.744

1048

1949 1950

(Médias mensais — Em cruzeiros por 10 kg) Nota:

Tipo 5 s/descrição

102,63 126,53

98,33 121,42 166,54 164,17

82,81 107,07 166,44

em

para todos os destinos (exterior) ft

mento.

Tipo 4-duro

delineando

Com referência à de 1950, que está

mente, resolveu melhorar o financia

Tipo 4-mole

vão

sondo embarcada, foi ela avaliada em

•COTAÇÕES DO DISPONÍVEL EM SANTOS

1949

se

1950. Até setembro, ou seja, nos

1946 a 1949: Dados do D.N.C.

1950: Janeiro a junho, 5.669.800 sacas (340.188 tons.) — dados do Min. da Fazenda, reproduzidos pela Resenha Econômica do Banco do Brasil; julho a setembro, 4.933.944 — dados da Divisão de Eco

Setembro Outubro

176,00

Novembro

Pezembro

,

174,1?

136,54

nomia Cafeeira.

Isso quanto aos primeiros trimestres. Relativamente ao primeiro semestre de

cada um dêsses anos, a situação é seguinte:


,

Dici^to Econômico

Quantidade (em 7.651.166 6.413.871 7.851.146 8103 569 5.669.800

145

latistica, como preços e, também, como

qualidade do produto. A.s per.specti\as

'Valor em cruzeiros

sacas de 60 kg) 1946 1947 1948 1949 1950

DicrsTo Econômico

cafecira c excelente, como posição cs-

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ (Primeiro semestre dos últimos cinco anos)

1." semestre de

T

conlimiam favoráveis, c os nossos com

pradores já se \ão convencendo de que,

2.737.771.733,40 3.360.212.912,20 4.034.750.602,50 4.274.457.906,00 5.569.346.000,00

Nota - 1946 a 1949: - dados do D.N.C.

1950: — dados do Min. da Fazenda, citados pela Resenha Econômica do Banco do Brasil.

Do exame dêsse quadro se verifica quão auspiciosa tem sido a reação dos preços do café que nos possibilitaram, em 1950, com a menor exportação do qüinqüênio, obter o maior saldo em cruzeiros, mais que o dôbro do conseguido em 1946. Dir-se-á que, em dólares.

que era a do câmbio de 1946, os ... 2.737.000.000 de cruzeiros produziram 166.000.000 de dólares. Ainda que ar-

a situação foi diferente. Não o foi tanto,

cia do cafés no Brasil, no presente mo-

diremos nós, pois na base de 18,72, que é a do câmbio atual, isso dá 297.500.000

mento, em face das necessidades da exportação até junho de 1951.

gumentenios com o mercado negro, a diferença a favor de 1950 .seria muito

ponderável. Resta examinar, finalmente, a cxistên-

dólares, enquanto que na base de 16,50,

É a seguinte:

4

Sacas

Existência nos Reguladores, estações, vagões em trânsito, em 31-12-49 (D.N.C.)

6.042.974

Safra de 1950 (D.N.C.) parte já embarcada e parte a embarcar

> 14.215.000 20.257.974

Menos: café já exportado, de janeiro a setembro de 1950

10.603.744

Saldo para atender à exportação de out.-50 a íun.-51

9.654.230

Como se vê, o saldo disponível para

to, mesmo assim teríamos apenas • • • *

os nove restantes meses da safra cafeeira é muito pequeno. Ainda que se admita que esse saldo possa ir a cêrca

1.110.000 sacas para exportação mensalDe tudo isso se conclui que, a deSpeito de uma exportação bem menor

de 10.000.000 de sacas, à vista de um

1950 (que poderá ser em parte com-

possível acréscimo da safra em trânsi-

pensada no último trimestre) a situação

em relação n.s cotações, pão há qual quer especulação de nossa parte, mus tão somente o justo preço a que o produto

foi ]c\ado pclu lei natural da oferta e procura.


,

Dici^to Econômico

Quantidade (em 7.651.166 6.413.871 7.851.146 8103 569 5.669.800

145

latistica, como preços e, também, como

qualidade do produto. A.s per.specti\as

'Valor em cruzeiros

sacas de 60 kg) 1946 1947 1948 1949 1950

DicrsTo Econômico

cafecira c excelente, como posição cs-

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ (Primeiro semestre dos últimos cinco anos)

1." semestre de

T

conlimiam favoráveis, c os nossos com

pradores já se \ão convencendo de que,

2.737.771.733,40 3.360.212.912,20 4.034.750.602,50 4.274.457.906,00 5.569.346.000,00

Nota - 1946 a 1949: - dados do D.N.C.

1950: — dados do Min. da Fazenda, citados pela Resenha Econômica do Banco do Brasil.

Do exame dêsse quadro se verifica quão auspiciosa tem sido a reação dos preços do café que nos possibilitaram, em 1950, com a menor exportação do qüinqüênio, obter o maior saldo em cruzeiros, mais que o dôbro do conseguido em 1946. Dir-se-á que, em dólares.

que era a do câmbio de 1946, os ... 2.737.000.000 de cruzeiros produziram 166.000.000 de dólares. Ainda que ar-

a situação foi diferente. Não o foi tanto,

cia do cafés no Brasil, no presente mo-

diremos nós, pois na base de 18,72, que é a do câmbio atual, isso dá 297.500.000

mento, em face das necessidades da exportação até junho de 1951.

gumentenios com o mercado negro, a diferença a favor de 1950 .seria muito

ponderável. Resta examinar, finalmente, a cxistên-

dólares, enquanto que na base de 16,50,

É a seguinte:

4

Sacas

Existência nos Reguladores, estações, vagões em trânsito, em 31-12-49 (D.N.C.)

6.042.974

Safra de 1950 (D.N.C.) parte já embarcada e parte a embarcar

> 14.215.000 20.257.974

Menos: café já exportado, de janeiro a setembro de 1950

10.603.744

Saldo para atender à exportação de out.-50 a íun.-51

9.654.230

Como se vê, o saldo disponível para

to, mesmo assim teríamos apenas • • • *

os nove restantes meses da safra cafeeira é muito pequeno. Ainda que se admita que esse saldo possa ir a cêrca

1.110.000 sacas para exportação mensalDe tudo isso se conclui que, a deSpeito de uma exportação bem menor

de 10.000.000 de sacas, à vista de um

1950 (que poderá ser em parte com-

possível acréscimo da safra em trânsi-

pensada no último trimestre) a situação

em relação n.s cotações, pão há qual quer especulação de nossa parte, mus tão somente o justo preço a que o produto

foi ]c\ado pclu lei natural da oferta e procura.


Dicf.sto EcoNÓxtico

Velhos planos

147

de preocupações estratégicas prei>onderantcs. À margem dos traçados sugcvidos hiwhx outras idéias, para fiituro

III

nuus ou menos remoto, como a da fcrÍÍELSON WeI^NECK SODRlí

(Professor da Escola do Estado-Maior do Exército) A NTEs de estudarmos aquilo que a nossa época apresentou em tômo do grande problema da víação nacional, e que convencionamos admitir como ini ciada, nesse setor, com o plano de 1934, veremos alguns aspectos das idéias ge rais contidas nos planos antigos, ou nos trabalhos fragmentários aparecidos an tes e depois da década em que o in

ro\'ia Ciiiabá-Manaiis, por exemplo, Qtuirenta << dois anos depois, o en genheiro Eugênio de Souza Brandão,

Francisco, ou ao Araguaia, a circulação

que seria, em 1934, consultor da co

interior, a seu ver, estava assegurada.

missão qne elaborou o primeiro plano do nosso tempo para a xiação brasileira,

Rebouças, também cm 1874, traçou

as linhas de um plano que não só com

estudaria o problema forro\ iárío nacio

nal o planejaria uma sislematização de

preenderia o Brasil como tôcla a Amé rica do Sul. Tal plano, abandonando as diretrizes geográficas, vinculava-.sc a

amplas proporções. Souz^a Brandão su-

uma concepção por assim dizer geomé trica do problema, pelo traçado de pa

^nn.s de seus troncos: Porto Aicgre-

ralelas, da costa para o interior, com

geria ferro\ias cuja amplitude pode ser a ericla pela simples exemplificação de

o distanciados centros urbanos c comer

ciais daquela amplíssima zona, embre-

nbando-se em plena seha. É interessante assinalar que, no mo mento em que Souza Brandão estudava

as linhas dc seu plano, que não conhe ceu a publicidade, já o sonlio da borra cha esta\a de há muito extinto.

Trata-

se de um frisantc exemplo, pois, de esquecimento até das influencias geo

gráficas, de puro sonho, oriundo, cer tamente, de alto idealismo, mas sem

base alguma na realidade, e sem pos sibilidade alguma de transição para o terreno da execução. O sou autor, entre

tanto, era um engenheiro ferroriário de

convergentes que as interligavam. "O

Giintiba-Bocaiúva-Joazciro-Tcrczina-Sâo ins; Rio-Carolina-Belém; Campo Gran-

alto renome, funcionário técnico de au

daquele problema. Ramos de Queiroz, por exemplo, admi

sistema de paralelas e convergentes —

escreveu Rebouças — é verdadeiramente

dc-Cuiabá-Santarém;

Rio Branco; Salvaclor-Goiás-Cuiabá-Cá-

do 1934, seria indicado como de primei

tia o rio São Francisco como.' eixo de

uma modificação do sistema quadricula

ceres; Hccifc-Põrto Vellio-Sena Madu-

do dos Estados Unidos: modificação

reira, Macapá-frontcira colombiana.

teresse foi mais acentuado em tôrno

convergência das comunicações inte riores.

Com a execução das vias que

preconizava teríamos "unidas ,ao Ama zonas e ao São Francisco, pelo interior do País, doze capitais de províncias".

forçada pela forTn<a geral triangular do território .brasileiro."

Ciiiabà-Manaus-

toridade, cujo papel, junto à comissão

ra ordem, por tais qualidades e porque conhecia bem o Brasil. Em sen relató rio, a comissão de 1934 assim se mani

A amplitude de alguns desses eixos é amanha que nem há possibilidade de

"... o seu elemento coordenador, como

festaria, a respeito daquele funcionário:

encontrar cidades que amarrem as suas

coorc enadas — lançam-sc no espaço

uma das mais completas fontes de infor

os trabalhos de Bicallio e do Bulhões e dos seus antecessores, com os seus es

imenso do interior brasileiro assim mais

de artéria central: Canavieiras-Coiás-

tudos fragmentários, manteve-se rigida

ou menos ao sabor do desenhista. Tra-

Cuiabá-Mato Grosso; uma corda de

mente dentro do espírito geográfico. Se Ramos de Queiroz, que aventou dire

ta-se, como ó fácil verificar, de um amp o c irio ferroviário — exclusivista,

nheiro, no desempenho de suas funções, viajara por todo o Brasil, que muito bem

trizes mais tarde aproveitadas por Bicalho, trabalhara sob a impressão decor

a anc onando todos os critérios, inclusi

Ramos de Queiroz idealizara uma gran

importância regional: Salvador-JoazeiroTerezina-São Luís; penetrantes interva

ladas, que se ligariam, no interior, por vias fluviais: Porto Alegre-Guaíra-Miranda-Corumbá-Santos-São Paulo-Pôrto Taboado, Rio-Belo Horizontc-Pirapora, Belo Ilorizonte-Vitória, Recife-Paulus-

tana; e três segmentos nordestinos: um

ligando Fortaleza â tran.spernambucana, outro ligando Natal à mesma, e o tercei ro unindo Terezina a Carolinu. 'Salvo

a grande artéria central, todas as outras linhas não eram de grandes proporções,

e algumas o futuro se encarregou de

A comissão nomeada em 1890, já com

ve o geográfico, e que só encontra pa

rente dos problemas que a guerra do

ralelo no sonho de Rebouças, com o seu

Paraguai pusera cm evidência, como c da dependência, para a ligação com ® oeste, dos rios platinos — a comissão re publicana iria trabalhar sob a influêncií^ das idéias federativas, que haviam triun fado com o no%o regimem, e que seriam

sistema geométrico. Êsse delírio pode

em detalhe, no momento, tinha uma

nham sido apresentados, até

isolado, entre quantos te

corto do rio Amazonas, e ao

norte dele, indo de Macapá

o momento: orçava o custo

— povoação seml-abandona-

constnição aconselhava.

da, na época, sem condições

ao do Rio Grande do Sul, e aceitava ^

do, em secante, os grandes fifluentes da margem esquer

litoral à Vila Mato Grosso — indícios

O plano do engenheiro José Luiz Baptista, que não nos interessa apreciar

de uma ferrovia, paralela ao

portuárias — até as frontei

gados os caminhos terrestres ao São

terioso observador".

particularidade interessante, que o deixa

ano seguinte. Dava relevo singular ^ rede sulina, do Estado de São Panl*^

sancionar, pelo menos em parte. Conju

conhecia por ser um inteligente e cri

ser estimado pela proposta

sancionadas na carta constitucional

idéia de uma artéria central, ligando o

mação de que dispunha, pois esse enge

aproximado das linhas cuja

O estudo do ilustre enge nheiro Paulo

ras colombianas, atravessan

da do grande rio, inclusive o Negro, e fugindo dos poucos

de

Frontin

também não nos merecerá

apreciações quanto ao traça

^

do de suas linhas. O que nele mais nos interessa, para o prosseguimento das consl-


Dicf.sto EcoNÓxtico

Velhos planos

147

de preocupações estratégicas prei>onderantcs. À margem dos traçados sugcvidos hiwhx outras idéias, para fiituro

III

nuus ou menos remoto, como a da fcrÍÍELSON WeI^NECK SODRlí

(Professor da Escola do Estado-Maior do Exército) A NTEs de estudarmos aquilo que a nossa época apresentou em tômo do grande problema da víação nacional, e que convencionamos admitir como ini ciada, nesse setor, com o plano de 1934, veremos alguns aspectos das idéias ge rais contidas nos planos antigos, ou nos trabalhos fragmentários aparecidos an tes e depois da década em que o in

ro\'ia Ciiiabá-Manaiis, por exemplo, Qtuirenta << dois anos depois, o en genheiro Eugênio de Souza Brandão,

Francisco, ou ao Araguaia, a circulação

que seria, em 1934, consultor da co

interior, a seu ver, estava assegurada.

missão qne elaborou o primeiro plano do nosso tempo para a xiação brasileira,

Rebouças, também cm 1874, traçou

as linhas de um plano que não só com

estudaria o problema forro\ iárío nacio

nal o planejaria uma sislematização de

preenderia o Brasil como tôcla a Amé rica do Sul. Tal plano, abandonando as diretrizes geográficas, vinculava-.sc a

amplas proporções. Souz^a Brandão su-

uma concepção por assim dizer geomé trica do problema, pelo traçado de pa

^nn.s de seus troncos: Porto Aicgre-

ralelas, da costa para o interior, com

geria ferro\ias cuja amplitude pode ser a ericla pela simples exemplificação de

o distanciados centros urbanos c comer

ciais daquela amplíssima zona, embre-

nbando-se em plena seha. É interessante assinalar que, no mo mento em que Souza Brandão estudava

as linhas dc seu plano, que não conhe ceu a publicidade, já o sonlio da borra cha esta\a de há muito extinto.

Trata-

se de um frisantc exemplo, pois, de esquecimento até das influencias geo

gráficas, de puro sonho, oriundo, cer tamente, de alto idealismo, mas sem

base alguma na realidade, e sem pos sibilidade alguma de transição para o terreno da execução. O sou autor, entre

tanto, era um engenheiro ferroriário de

convergentes que as interligavam. "O

Giintiba-Bocaiúva-Joazciro-Tcrczina-Sâo ins; Rio-Carolina-Belém; Campo Gran-

alto renome, funcionário técnico de au

daquele problema. Ramos de Queiroz, por exemplo, admi

sistema de paralelas e convergentes —

escreveu Rebouças — é verdadeiramente

dc-Cuiabá-Santarém;

Rio Branco; Salvaclor-Goiás-Cuiabá-Cá-

do 1934, seria indicado como de primei

tia o rio São Francisco como.' eixo de

uma modificação do sistema quadricula

ceres; Hccifc-Põrto Vellio-Sena Madu-

do dos Estados Unidos: modificação

reira, Macapá-frontcira colombiana.

teresse foi mais acentuado em tôrno

convergência das comunicações inte riores.

Com a execução das vias que

preconizava teríamos "unidas ,ao Ama zonas e ao São Francisco, pelo interior do País, doze capitais de províncias".

forçada pela forTn<a geral triangular do território .brasileiro."

Ciiiabà-Manaus-

toridade, cujo papel, junto à comissão

ra ordem, por tais qualidades e porque conhecia bem o Brasil. Em sen relató rio, a comissão de 1934 assim se mani

A amplitude de alguns desses eixos é amanha que nem há possibilidade de

"... o seu elemento coordenador, como

festaria, a respeito daquele funcionário:

encontrar cidades que amarrem as suas

coorc enadas — lançam-sc no espaço

uma das mais completas fontes de infor

os trabalhos de Bicallio e do Bulhões e dos seus antecessores, com os seus es

imenso do interior brasileiro assim mais

de artéria central: Canavieiras-Coiás-

tudos fragmentários, manteve-se rigida

ou menos ao sabor do desenhista. Tra-

Cuiabá-Mato Grosso; uma corda de

mente dentro do espírito geográfico. Se Ramos de Queiroz, que aventou dire

ta-se, como ó fácil verificar, de um amp o c irio ferroviário — exclusivista,

nheiro, no desempenho de suas funções, viajara por todo o Brasil, que muito bem

trizes mais tarde aproveitadas por Bicalho, trabalhara sob a impressão decor

a anc onando todos os critérios, inclusi

Ramos de Queiroz idealizara uma gran

importância regional: Salvador-JoazeiroTerezina-São Luís; penetrantes interva

ladas, que se ligariam, no interior, por vias fluviais: Porto Alegre-Guaíra-Miranda-Corumbá-Santos-São Paulo-Pôrto Taboado, Rio-Belo Horizontc-Pirapora, Belo Ilorizonte-Vitória, Recife-Paulus-

tana; e três segmentos nordestinos: um

ligando Fortaleza â tran.spernambucana, outro ligando Natal à mesma, e o tercei ro unindo Terezina a Carolinu. 'Salvo

a grande artéria central, todas as outras linhas não eram de grandes proporções,

e algumas o futuro se encarregou de

A comissão nomeada em 1890, já com

ve o geográfico, e que só encontra pa

rente dos problemas que a guerra do

ralelo no sonho de Rebouças, com o seu

Paraguai pusera cm evidência, como c da dependência, para a ligação com ® oeste, dos rios platinos — a comissão re publicana iria trabalhar sob a influêncií^ das idéias federativas, que haviam triun fado com o no%o regimem, e que seriam

sistema geométrico. Êsse delírio pode

em detalhe, no momento, tinha uma

nham sido apresentados, até

isolado, entre quantos te

corto do rio Amazonas, e ao

norte dele, indo de Macapá

o momento: orçava o custo

— povoação seml-abandona-

constnição aconselhava.

da, na época, sem condições

ao do Rio Grande do Sul, e aceitava ^

do, em secante, os grandes fifluentes da margem esquer

litoral à Vila Mato Grosso — indícios

O plano do engenheiro José Luiz Baptista, que não nos interessa apreciar

de uma ferrovia, paralela ao

portuárias — até as frontei

gados os caminhos terrestres ao São

terioso observador".

particularidade interessante, que o deixa

ano seguinte. Dava relevo singular ^ rede sulina, do Estado de São Panl*^

sancionar, pelo menos em parte. Conju

conhecia por ser um inteligente e cri

ser estimado pela proposta

sancionadas na carta constitucional

idéia de uma artéria central, ligando o

mação de que dispunha, pois esse enge

aproximado das linhas cuja

O estudo do ilustre enge nheiro Paulo

ras colombianas, atravessan

da do grande rio, inclusive o Negro, e fugindo dos poucos

de

Frontin

também não nos merecerá

apreciações quanto ao traça

^

do de suas linhas. O que nele mais nos interessa, para o prosseguimento das consl-


Digksto

Econ'6.mico

149

Dioesto Econó.mico

148

deraçóes que vimos expcndendo, e a justificativa em que aprecia a influência da evolução econômica brasileira sôbre os sistemas de comunicações. Essa jus

viação férrea; nas outras estradas de ferro que sucessivamente se foram construindo, uma procurou Santos, outra a Bahia, outra Recife, outra

tificativa tem particular interesse por

Cabedelo, pôrto do Estado da Paraí

partir de um homem público de gran

ba, outra Fortaleza, outra Belém cio Pará, outra Paranaguá, outra Imbi-

des qualidades e que desempenhou fun ções de importância. Está coerente, aliás, com aquilo que se vinha fazendo, que se tinha feito e que se viria a fazer, em matéria de viação, no Brasil:

tuba etc., e assim se verificou a ten

concepções geométricas, c' terceiros a

do apenas, a tendência pura

concepções políticas, cxclusi\amente —

extra-continental c marítima —

mas um problema de transportes.

presente: a produção exigia

.

pura o litoral, impunha escoamento pc r

A .sua finalidade ora política, cm

o exterior, não existindo aindu mercado

suma, porcpie se ligava ao velho conceito

da unidade dentro da grandcz;i geo

interno capaz dc alicerçar, por Mas

gráfica, mas através do um proec.sso de conteúdo econômico, pelo estabeleci

roviários dc \ ulto e dc ampbtnc e naci

dência dos traçados para o mar, in-

mento, não apenas de \'ias dc comu

contcstávclmentc contrário ao desen

nicação. mas de sistemas de transportes.

volvimento da riqueza pública pclí*^

'g^'

rcstres, por si só, empreendimentos fer

nal. A constTuçáo das ferrovias que busca\'am os portos não fora um erro sana do ponto do \'ista idealista, que pre en de a conquista do interior mas nao \ como proceder a essa conquista. ra realidade econômica que impunha tais ferrovias — de algum modo, e as \in iam satisfazer essa realidade, e nao satisfa zer um ideal político para^ o qua

Tendo, entretanto, visto a base essen

"O que se me afigura condição

cial cm que sc deveria assentar todo e qualquer plano para um problema de tamanha importância, e até dc tamanha

tugal, e as relações entre as diversas capitanias eram quase que exclusiva mente com a metrópole. A direção

indispensável à indissolubilidade e integridade do território da nossa

sua interpretação; quando as ferrovias

Pátria é que essas línluis sejam le

foram surgindo, do interior para um

para o mar era, pois, o caminho pelo qual, ligado à navegação, se

vadas a efeito, permitindo comuni cações rápidas c econômicas entre as diversas regiões do nosso território;

pôrto no litoral, estavam subordinadas à

vida econômica do País não o ere a

realidade econômica. Não era dc passa

condições.

"De fato, o Brasil, durante mais de três séculos, foi colônia de Por

ia à metrópole. E, por isso, ao se substituir a divisão territorial das ca

pitanias pelas províncias, cada uma das províncias procurou dirigir sua viação férrea para o mar, visando a exportação de seus produtos. "Não se considerou que, ao lado

da exportação, tinha de se levar em

intercomunicação ferroviária entre os diversos Estados da União.

só assim poderemos dirigir para o nosso "hinterland" a colonização na cional c estrangeira, que permitirá

gião, calculada cm 5.300.000 quilô metros quadrados, cuja população & atualmente insignificante."

um claro e objetivo espirito, alicerçado

do do Brasil colonial - com uma pro

na formação matemática, vislumbrou ^

dução relativamente grande, esse sis à medida que a população cresce e aumentam as relações entre o pro

dutor e o consumidor nacionais, é

indispensável, para o desenvolvimen

to da riqueza pública, que haja a mais intensa circulação, rápida c ba rata, entre estes dois elementos: pro dução e consumo.

"Não se obedeceu, porém, a essa

orientação, e.xcetuando o traçado da E. F. Central do Brasil, justificado

por se tratar da Capital do País, e assim ponto inicial da nossa rede de

é

o povoamento de uma vastíssima re

conta o consumo da própria popula ção. Em se tratando de uma popu lação diminuta — como era no perío tema satisfazia as necessidades. Mas,

urgência, Frontin errava ao entrar na

Conforme se verifica, Frontin, que era

k

essência do problema, viu onde os ou

tros não haviam visto, foi o primeiro a

compreender que um plano cie viação assenta, essencialmente, em seu conteú

do econômico; destina-se, precipuanion-

te, a constituir a base de um sisteiua de transportes. Geográfico cm sua nifícação, o termo "viação" só tem vi

efetiva quando satisfaz ao sentido e^o

nómico a que se destina, o transp Frontin, pela primeira vez, de uiu

geral, em nosso pais, encarava c te, não um problema de viaçao, plesmente, que alguns baviani su

nado a concepções geográficas, outros a

■i

*


Digksto

Econ'6.mico

149

Dioesto Econó.mico

148

deraçóes que vimos expcndendo, e a justificativa em que aprecia a influência da evolução econômica brasileira sôbre os sistemas de comunicações. Essa jus

viação férrea; nas outras estradas de ferro que sucessivamente se foram construindo, uma procurou Santos, outra a Bahia, outra Recife, outra

tificativa tem particular interesse por

Cabedelo, pôrto do Estado da Paraí

partir de um homem público de gran

ba, outra Fortaleza, outra Belém cio Pará, outra Paranaguá, outra Imbi-

des qualidades e que desempenhou fun ções de importância. Está coerente, aliás, com aquilo que se vinha fazendo, que se tinha feito e que se viria a fazer, em matéria de viação, no Brasil:

tuba etc., e assim se verificou a ten

concepções geométricas, c' terceiros a

do apenas, a tendência pura

concepções políticas, cxclusi\amente —

extra-continental c marítima —

mas um problema de transportes.

presente: a produção exigia

.

pura o litoral, impunha escoamento pc r

A .sua finalidade ora política, cm

o exterior, não existindo aindu mercado

suma, porcpie se ligava ao velho conceito

da unidade dentro da grandcz;i geo

interno capaz dc alicerçar, por Mas

gráfica, mas através do um proec.sso de conteúdo econômico, pelo estabeleci

roviários dc \ ulto e dc ampbtnc e naci

dência dos traçados para o mar, in-

mento, não apenas de \'ias dc comu

contcstávclmentc contrário ao desen

nicação. mas de sistemas de transportes.

volvimento da riqueza pública pclí*^

'g^'

rcstres, por si só, empreendimentos fer

nal. A constTuçáo das ferrovias que busca\'am os portos não fora um erro sana do ponto do \'ista idealista, que pre en de a conquista do interior mas nao \ como proceder a essa conquista. ra realidade econômica que impunha tais ferrovias — de algum modo, e as \in iam satisfazer essa realidade, e nao satisfa zer um ideal político para^ o qua

Tendo, entretanto, visto a base essen

"O que se me afigura condição

cial cm que sc deveria assentar todo e qualquer plano para um problema de tamanha importância, e até dc tamanha

tugal, e as relações entre as diversas capitanias eram quase que exclusiva mente com a metrópole. A direção

indispensável à indissolubilidade e integridade do território da nossa

sua interpretação; quando as ferrovias

Pátria é que essas línluis sejam le

foram surgindo, do interior para um

para o mar era, pois, o caminho pelo qual, ligado à navegação, se

vadas a efeito, permitindo comuni cações rápidas c econômicas entre as diversas regiões do nosso território;

pôrto no litoral, estavam subordinadas à

vida econômica do País não o ere a

realidade econômica. Não era dc passa

condições.

"De fato, o Brasil, durante mais de três séculos, foi colônia de Por

ia à metrópole. E, por isso, ao se substituir a divisão territorial das ca

pitanias pelas províncias, cada uma das províncias procurou dirigir sua viação férrea para o mar, visando a exportação de seus produtos. "Não se considerou que, ao lado

da exportação, tinha de se levar em

intercomunicação ferroviária entre os diversos Estados da União.

só assim poderemos dirigir para o nosso "hinterland" a colonização na cional c estrangeira, que permitirá

gião, calculada cm 5.300.000 quilô metros quadrados, cuja população & atualmente insignificante."

um claro e objetivo espirito, alicerçado

do do Brasil colonial - com uma pro

na formação matemática, vislumbrou ^

dução relativamente grande, esse sis à medida que a população cresce e aumentam as relações entre o pro

dutor e o consumidor nacionais, é

indispensável, para o desenvolvimen

to da riqueza pública, que haja a mais intensa circulação, rápida c ba rata, entre estes dois elementos: pro dução e consumo.

"Não se obedeceu, porém, a essa

orientação, e.xcetuando o traçado da E. F. Central do Brasil, justificado

por se tratar da Capital do País, e assim ponto inicial da nossa rede de

é

o povoamento de uma vastíssima re

conta o consumo da própria popula ção. Em se tratando de uma popu lação diminuta — como era no perío tema satisfazia as necessidades. Mas,

urgência, Frontin errava ao entrar na

Conforme se verifica, Frontin, que era

k

essência do problema, viu onde os ou

tros não haviam visto, foi o primeiro a

compreender que um plano cie viação assenta, essencialmente, em seu conteú

do econômico; destina-se, precipuanion-

te, a constituir a base de um sisteiua de transportes. Geográfico cm sua nifícação, o termo "viação" só tem vi

efetiva quando satisfaz ao sentido e^o

nómico a que se destina, o transp Frontin, pela primeira vez, de uiu

geral, em nosso pais, encarava c te, não um problema de viaçao, plesmente, que alguns baviani su

nado a concepções geográficas, outros a

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1

"íVf

Dicrsic Eco.nómiuo 151

OLIVAIS PARA O BRASIL Pjmentel Gomes

(Dirdtor do Serviço Florestal do Minis tério da Agricultura)

ra média igual a \ intc graus ou um pou co acima dc \intc graus. Em Se\iUia. ja SC \ erificnu a máxima absoluta" de 50 graus, cerca de 8 graus mais elevada

que a temperatura mais alta já olxscrvada no Brasil. A plu\iosidade da zona dos maiores

zidos, no mundo todo, 8.650.000 quintais de óleo de oliva, assim distri

quentes pouco chuvosas ou com chu

olhais \aria, dc trecho para trecho, des de mais de 1.000 milímetros até jX)uco

vas geralmente mal distribuídas. E' o

mais dc 200.

buídos : Espanha, 3.526.000; Itália,

que sucede cm Portugal, onde há gran

2.064.000; Grécia, 1.154.000; Portu

des olivais no scmi-africano Algarvc. no

se e.\clusi\amenle cm torno

gal, 462.000; Tunísia, 451.000; Tur quia, 369.000; Argélia, 121.000; Mar

Alentejo, cujos verões .são e.sturricado.s e

do

abrasadores, embora não faltem na Es-

tantos s<'culos, tende, hoje,

rocos Francês, 96.000;

a ocupar outras regiões. ]á

goslá\aa, 54.000; Líbano, 38.000; Lí bia, 19.000; Estados Unidos, 17.000;

tremadura, suave e aprazível, c cm ou tras províncias. Há olivais ao lado de figueiras e laranjeiras, plantas comunís simas no Brasil. Até em Rio Branco,

Chipre, 16.000.

Acre, há figueiras frutificando em quin

QÜINQÜÊNIO 1934-38, foram produ

Síria, 85.000;

Palestina, 61.000; França, 56.000; lu-

As safras variam muito de um ano

para outro. As médias dos qüinqüênios são, portanto, muito mais significativas do que as produções de anos isolados. Portugal, por exemplo, colheu 780.000

quintais, em 1930; 180.000 em 1931; 644.000 em 1932; 388.000 em 1933;

749.000 em 1934; 220.000 em 1935; 527.000 em 1936; 303.000 em 1937; 675.000 em 1938.

Em 1947, foram produzidos

10.030.000 quintais de óleo de oliva, as sim distribuídos:

Espanha, 3.629.000;

Itália, 2.577.000; Grécia, 1.450.000;

Portugal, 897.000; Turquia, 600.000; Tunísia, 210.000;

Mediterrâneo, em zonas tenípcradas-

tais de portuguô.sos e sírios.

Há olivais na Espanha, Argélia, Tu

nísia etc., ao lado de laranjai.s, figueirais, tamareírais, canaviais e algodoais.

Em Israel — trecho da Palestina perten cente aos judeus — há banana e azei

Zonas de cultura

Um exame, mesmo perfunctório, dos

Meclitcnànco

Tempera- Temperatutura módüi ra média do mês

mais frio

Sovilha, Espanha Trípoli, Líbia Bêngazi, Líbia Argel, Argélia In Salah, Argélia

11°,2 8",6 10",6.

12",0 12",8

do mês

mais quente 29",4 30",1 28",9

25",0 . 36°,5

Iráiia, lapao, Arizona, Sul da Rússia União Sul-AIrieana .

torna desértico o litoral pe ruano. São cultivados os tre

chos regados por alguns rios Em

\arios paise.s da América Latina, inclu

sive o Brasil, o seu fuliiio é muito gran-

«e. Examinemos melhor o

caso lutino-

americano.

quadros acima, mostra que os olivais

Em suma, grande parte dos olivais do norte da África está sob temperatu-

pro\enientcs dos Andes. Segundo o agrônomo peruano Ma nuel Zumarán, em "La Fruticultura en Ia Costa Norte dcl Peru", a oliveira se desenvolve muito bem em Lambaiaque. Aconselha êle o incremento à olívicul-

México

atravessado pelo trópico

e ancer. Possui planaltos subúmidos,

semi-aridos e áridos. Os mexicanos, que

tura no Departamento, em face dos re sultados já obtidos. As plantações maio res estão nas proximidades de Lima e nos vales de Canamá, Ilo e Moquegua.

O Ministério da Agricultura fomenta a plantação dessa oleaginosa.

recuperando em lustros

o a aso de meio século, iniciaram, atra

vés do Ministério da Agricultura, inten

Chile

so tomento à plantação de oliveiras. E'

Informa o agrônomo chileno Leon Fi-

jmia campanha verdadeiramente espeacular, para a qual, aproveitando o

gueiroa, em "CuIti^■o y Explotación dei Olivo", que há olivais em sua pátria,

prestigio do Digesfo Econômico, chamo a atenção dos nossos governantes.

desde a fronteira com o Peru até à pro

O México adquiriu, êste ano, em Por-

^gal, 5 milhões de cepas de oliveira. Transportou-as um vapor fretado espe cialmente para isso. Técnicos lusitanos

acompanharam as cepas e dirigiram as plantações.

crescem, de preferência, em torno do

rente dc Humboldt, que é

a cultivam na Califórnia. Iniciam-.sc lavomas 1; na Aus-

es ao progredindo rapidamente, em to.-

o mais frios :

ralelo 6 — alturas do Rio Grande do Norte. A cor

fria, baixa a temperatura e

Naturalmente, muitos olivais existem íio algumas médias dos meses mais quentes

Há pequenos oli\uis no Peru, ao lon

go da costa, pelo menos entre o extre mo ,sul c o Departamento Lambaiaque,

s

j

lhantes e mais altas. Vejamos, porém,

Peru

durante

O Alentejo tem cerca de 16",2 de tem peratura média; o Algarve, 17",4. p^Jermo, Itália, 17",9; Sira, Grécia, 18" 2.

norte da África, sob temperaturas seme

tas oliveiras (jiumto Portugal e estará e.xportando azeitonas e óleo dc oliva.

que é atravessado pelo pa

tona.

Marrocos Francês,

120.000; Argélia, 74.000; Síria, 62.000; Líbano, 58.Ò00; França, 57.000; Pa lestina, 30.000; Líbia, 27.000 Iugoslá via, 20.000; Estados Unidos, 13.000; Chipre, 9.000.

.\ oliveira, que ficou qtia-

milhoc.'^ dc cepas, e, se continuar a agir da mesma forma, cm breve tení tan

Êsse grande e progressista país lati no-americano está adquirindo mais três

víncia de Nuble.

A olivicultura está sendo fomentada

pelo Ministério da Agricultura. O Chile, em breve, estará exportando azeitonas e óleo de oliva.

Argentina

O Ministério da Agricultura da Argen

tina, conforme o agrônomo platino Fer-


1

"íVf

Dicrsic Eco.nómiuo 151

OLIVAIS PARA O BRASIL Pjmentel Gomes

(Dirdtor do Serviço Florestal do Minis tério da Agricultura)

ra média igual a \ intc graus ou um pou co acima dc \intc graus. Em Se\iUia. ja SC \ erificnu a máxima absoluta" de 50 graus, cerca de 8 graus mais elevada

que a temperatura mais alta já olxscrvada no Brasil. A plu\iosidade da zona dos maiores

zidos, no mundo todo, 8.650.000 quintais de óleo de oliva, assim distri

quentes pouco chuvosas ou com chu

olhais \aria, dc trecho para trecho, des de mais de 1.000 milímetros até jX)uco

vas geralmente mal distribuídas. E' o

mais dc 200.

buídos : Espanha, 3.526.000; Itália,

que sucede cm Portugal, onde há gran

2.064.000; Grécia, 1.154.000; Portu

des olivais no scmi-africano Algarvc. no

se e.\clusi\amenle cm torno

gal, 462.000; Tunísia, 451.000; Tur quia, 369.000; Argélia, 121.000; Mar

Alentejo, cujos verões .são e.sturricado.s e

do

abrasadores, embora não faltem na Es-

tantos s<'culos, tende, hoje,

rocos Francês, 96.000;

a ocupar outras regiões. ]á

goslá\aa, 54.000; Líbano, 38.000; Lí bia, 19.000; Estados Unidos, 17.000;

tremadura, suave e aprazível, c cm ou tras províncias. Há olivais ao lado de figueiras e laranjeiras, plantas comunís simas no Brasil. Até em Rio Branco,

Chipre, 16.000.

Acre, há figueiras frutificando em quin

QÜINQÜÊNIO 1934-38, foram produ

Síria, 85.000;

Palestina, 61.000; França, 56.000; lu-

As safras variam muito de um ano

para outro. As médias dos qüinqüênios são, portanto, muito mais significativas do que as produções de anos isolados. Portugal, por exemplo, colheu 780.000

quintais, em 1930; 180.000 em 1931; 644.000 em 1932; 388.000 em 1933;

749.000 em 1934; 220.000 em 1935; 527.000 em 1936; 303.000 em 1937; 675.000 em 1938.

Em 1947, foram produzidos

10.030.000 quintais de óleo de oliva, as sim distribuídos:

Espanha, 3.629.000;

Itália, 2.577.000; Grécia, 1.450.000;

Portugal, 897.000; Turquia, 600.000; Tunísia, 210.000;

Mediterrâneo, em zonas tenípcradas-

tais de portuguô.sos e sírios.

Há olivais na Espanha, Argélia, Tu

nísia etc., ao lado de laranjai.s, figueirais, tamareírais, canaviais e algodoais.

Em Israel — trecho da Palestina perten cente aos judeus — há banana e azei

Zonas de cultura

Um exame, mesmo perfunctório, dos

Meclitcnànco

Tempera- Temperatutura módüi ra média do mês

mais frio

Sovilha, Espanha Trípoli, Líbia Bêngazi, Líbia Argel, Argélia In Salah, Argélia

11°,2 8",6 10",6.

12",0 12",8

do mês

mais quente 29",4 30",1 28",9

25",0 . 36°,5

Iráiia, lapao, Arizona, Sul da Rússia União Sul-AIrieana .

torna desértico o litoral pe ruano. São cultivados os tre

chos regados por alguns rios Em

\arios paise.s da América Latina, inclu

sive o Brasil, o seu fuliiio é muito gran-

«e. Examinemos melhor o

caso lutino-

americano.

quadros acima, mostra que os olivais

Em suma, grande parte dos olivais do norte da África está sob temperatu-

pro\enientcs dos Andes. Segundo o agrônomo peruano Ma nuel Zumarán, em "La Fruticultura en Ia Costa Norte dcl Peru", a oliveira se desenvolve muito bem em Lambaiaque. Aconselha êle o incremento à olívicul-

México

atravessado pelo trópico

e ancer. Possui planaltos subúmidos,

semi-aridos e áridos. Os mexicanos, que

tura no Departamento, em face dos re sultados já obtidos. As plantações maio res estão nas proximidades de Lima e nos vales de Canamá, Ilo e Moquegua.

O Ministério da Agricultura fomenta a plantação dessa oleaginosa.

recuperando em lustros

o a aso de meio século, iniciaram, atra

vés do Ministério da Agricultura, inten

Chile

so tomento à plantação de oliveiras. E'

Informa o agrônomo chileno Leon Fi-

jmia campanha verdadeiramente espeacular, para a qual, aproveitando o

gueiroa, em "CuIti^■o y Explotación dei Olivo", que há olivais em sua pátria,

prestigio do Digesfo Econômico, chamo a atenção dos nossos governantes.

desde a fronteira com o Peru até à pro

O México adquiriu, êste ano, em Por-

^gal, 5 milhões de cepas de oliveira. Transportou-as um vapor fretado espe cialmente para isso. Técnicos lusitanos

acompanharam as cepas e dirigiram as plantações.

crescem, de preferência, em torno do

rente dc Humboldt, que é

a cultivam na Califórnia. Iniciam-.sc lavomas 1; na Aus-

es ao progredindo rapidamente, em to.-

o mais frios :

ralelo 6 — alturas do Rio Grande do Norte. A cor

fria, baixa a temperatura e

Naturalmente, muitos olivais existem íio algumas médias dos meses mais quentes

Há pequenos oli\uis no Peru, ao lon

go da costa, pelo menos entre o extre mo ,sul c o Departamento Lambaiaque,

s

j

lhantes e mais altas. Vejamos, porém,

Peru

durante

O Alentejo tem cerca de 16",2 de tem peratura média; o Algarve, 17",4. p^Jermo, Itália, 17",9; Sira, Grécia, 18" 2.

norte da África, sob temperaturas seme

tas oliveiras (jiumto Portugal e estará e.xportando azeitonas e óleo dc oliva.

que é atravessado pelo pa

tona.

Marrocos Francês,

120.000; Argélia, 74.000; Síria, 62.000; Líbano, 58.Ò00; França, 57.000; Pa lestina, 30.000; Líbia, 27.000 Iugoslá via, 20.000; Estados Unidos, 13.000; Chipre, 9.000.

.\ oliveira, que ficou qtia-

milhoc.'^ dc cepas, e, se continuar a agir da mesma forma, cm breve tení tan

Êsse grande e progressista país lati no-americano está adquirindo mais três

víncia de Nuble.

A olivicultura está sendo fomentada

pelo Ministério da Agricultura. O Chile, em breve, estará exportando azeitonas e óleo de oliva.

Argentina

O Ministério da Agricultura da Argen

tina, conforme o agrônomo platino Fer-


Dioksto Ef:<>NÓMico

152

raro, organizou um grande plano de fo mento à olivicultura, plano que colocará

êsse país, cm futuro próximo, entre os grandes produtores. Verificou-se que os melhores olivais

nimas absolutas de 12 c 1-5 gniii.s ne

olivicultura, cerca de 71.000 kin2. O Paraná, entre 6(X) e 900 metros de alti

que c o segundo grande produtor, dedi

tude, zona que parece ótima pura a oli veira, tom 81.268 kin2.

1.500 metros, 24.158 km2. Acima de 1.500 metros — muito frio talvez pnra

sidade, os trechos argentinos que rece

a oliveira — 430 km2. As duas primei

bem, anualmente, menos de 400 milíme

ras zonas somam 10.5.426 km2. São Paulo tem 16.211 km2 entre 900 ®

Catamarca (20°,3 de temperatura média

tásscntos 4% da área favorável, teríamos os maiores olivais do mundo. A Itália,

médias não são inferiores a 15 graus nem superiores a 20. Quanto à pluvio-

mente muito favoráveis à olivicultura:

153

gativos. Há, assim, aproveitáveis para a

crescem em zonas cujas temperaturas

tros, devem ser irrigados. Encontram-se nas zonas ecològica-

Dicusto Econômico

Entre 900 e

1.500 metros, zona ótima para a oli\'icultura. Entre 600 e 900 metros, hú

ca 2.3.000 km2 à olivicultura. A Espa nha, o nuiior produtor, tem 19.111 km2 Mês

Ca.xias do Sul (Rio Gr. do Sul) Lages (Sta. Catarina) Guarapuava (Pernambuco) .... Calda.s (Minas Gerais) Cunlni (São Paulo)

Santa Luzia (Goiás)

80.589 kni2. Acima do 1.500 metros

•— talvez muito frio para a olivicultura

Acrescentemos mais algumas médias

— 1.096 km2. Acreditam os agrônomos

anuais: Goarumiranga (Ceará), 20",3;

te elevadas. Algumas superam o que há

que na província os olivais devem ser plantados acima de 800 metros. São Paulo dispõe de uns 30.000 km2 favo ráveis à olivicultura. Há, em Minas Ge

de melhor em Portugal, Espanha o Tu

rais, 98.765 km2 entre 900 o 1..500 me

Garanhuns (Pernambuco), 20°,2; Mor ro do Chapéu (Bahia), 18°,9; Terczópolis (Estado do Rio), 16°,6; Itatiaia (Estado do Rio), 110,1- Caxambu (Mi nas Gerais, 17°7; Formosa (Goiás),

nísia.

tros de altitude, que devem ser ótimos

20°,8.

para a olivicultura.

A.s oliveiras já existentes no Brasil, as mais velhas, confirmam os:dados ecoló gicos. Oliveiras dc dez anos, prove

anual),

Corrientes

(21°,9),

Goia

(20°,6), Santiago dei Estero (20°,6), Tucuman (19°,2).

As produções por árvore são bastan

Uruguai

Acima do 1.500

metros, há 2.794 km2, que não devem servir por excesso de frio. Entre 600 e

O Ministério da Agricultura do pro

gressista país vizinho está fomentando a olivicultura. Já há lá grandes olivais. Brasil

900 metros, há 233.514 km2, em parte aproveitáveis pela olivicultura.

Conte

mos, para a província, apenas

lÒO.OOO km2. A velha província flu

nientes da Itália e Portugal, produzem, em Rio Grande, até 70 quilos de azeionas por arvore, o que é extruordiná-

minense tem 4.604 km2 entre 900 e

no. Citam-se casos dc oliveiras que pro duzem mais de 100 quilos. Em Ca

1.500 metros,

e 487 km2 acima de

xias do Sul já existem 150.000 em iní

No Brasil, os dados ecológicos e a

1.500 metros. Consideremos apenas

cio de frutificação e com aspecto be

experiência mostram que o Rio Grande

4.000 km2. O Espírito Santo tem 1.141

do Sul oferece condições favoráveis à olivicultura, desde o nível do mar. Os trechos mais altos devem ser menos fa

km2 entre

líssimo. Em Urugiuüana, um fazendeiro ^ssui 25.000 belas oliveiras num só ta-

voráveis, pois as temperaturas já são bastante baixas. Fato semelhante pare

ce ocorrer em Santa Catarina. Despre-

zando-se as zonas mais baixas, há 24.011 ]an2 entre 300 e 600 metros de altitu de; 20.072 km2 entre 600 e 900 me tros; 18.525 km2 entre 900 e 1.500; 747 km2 acima de 1.500 metros. O úl timo trecho deve ser muito frio para a

oliveira, pois, no inverno, notam-se mí

900 e 1.500 metros e 83

km2 acima dc 1.500. Consideremos 1.100 km2. Goiás tem 42.362 km2 entre 900 e 1.500 metros e 3.500 km2 acima de 1.500 metros. Consideremos 45.000 kni2. Mato Grosso tem 4.145

km2 acima de 900 metros o a Bahia

39.250.

Deve haver, no Brasil, uns

680.000 km2 favoráveis à olivicultura,

desprezadas as possibilidades dos pla naltos de Pernambuco, Paraíba e Ceará.

A décima parte dessa área — 68.000 km2 — ainda é muito grande. Se plan-

Ihâò. Em Palmeiras, Paraná, há um oli val produzindo bem. Em São Paulo, há

oliveiras isoladas produzindo de modo a nos encher de otimismo.

Êsto ano, as duas Secretarias já cita das, a de São Paulo e a do Rio Grande

do Sul, ensejaram a plantação de qua se meio milhão de oliveiras. Há parti culares muito interessados na fundação de olivais. Infelizmente, as Secretarias da Agricultura dos outros Estados ecològicamente favoráveis à olivicultura

nada tem feito pela oliveira, em que pe

do olivais; a Grécia, 6.000 km2; Portu gal, 3.300 km2.

Vejamos as temperaturas de alguns municípios favoráveis à olivicultura : mflis quente Mês mais frio Média anua) 20°,5

ir,2

20°,2 20°,0 19°,4 21°,2 21°,O

10°9

15°,6

12°,8

16°.4 17°,3 18°,O 20°,9

14°,O 14°,0 18°,3

Í5'',S

se o exemplo de São Paulo e Rio Gran de do Sul e o de alguns países latinoamericanos.

O Ministério da Agricultura, infeliz

mente, não foi pioneiro em olivicultura. Nem mesmo acompanhou a evolução. Felizmente, êsle ano, a orientação mu dou. O Ministério passou a preocuparse com a oliveira. No momento em que

escrevo, está adquirindo 10 mil mudas de cinco anos, provenientes de Portugal,

o que já estão frutificando. Teremos, assim, os primeiros olivais de Minas Ge rais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e

Espírito Santo. Interessa-se o Ministé rio pela importação de dois milhões de cepas. Virão por conta de uma grande firma. Espera-se que o Govémo portu

guês, que facilitou a exportação de mu das e cepas para o Mé.xico, não nos crie dificuldades. Aliás, Portugal não é o

único exportador. Êste ano, recebemos 30 mil mudas da Argentina. Milhões de

mudas e cepas poderiam vir da Espanha, Itália, Grécia, Ásia Menor e Norte da África. Os colonos italianos, que vamos

receber às centenas de milhares, pode riam vir acompanhados de oliveiras, co mo. os holandeses trazem suas vacas e

seus apetrechos de lacticínio. A Grécia e o Líbano também poderiam en\'iarnos olivicultores e mudas de oliveiras

O Brasil gasta mais de duzentos mi-

i


Dioksto Ef:<>NÓMico

152

raro, organizou um grande plano de fo mento à olivicultura, plano que colocará

êsse país, cm futuro próximo, entre os grandes produtores. Verificou-se que os melhores olivais

nimas absolutas de 12 c 1-5 gniii.s ne

olivicultura, cerca de 71.000 kin2. O Paraná, entre 6(X) e 900 metros de alti

que c o segundo grande produtor, dedi

tude, zona que parece ótima pura a oli veira, tom 81.268 kin2.

1.500 metros, 24.158 km2. Acima de 1.500 metros — muito frio talvez pnra

sidade, os trechos argentinos que rece

a oliveira — 430 km2. As duas primei

bem, anualmente, menos de 400 milíme

ras zonas somam 10.5.426 km2. São Paulo tem 16.211 km2 entre 900 ®

Catamarca (20°,3 de temperatura média

tásscntos 4% da área favorável, teríamos os maiores olivais do mundo. A Itália,

médias não são inferiores a 15 graus nem superiores a 20. Quanto à pluvio-

mente muito favoráveis à olivicultura:

153

gativos. Há, assim, aproveitáveis para a

crescem em zonas cujas temperaturas

tros, devem ser irrigados. Encontram-se nas zonas ecològica-

Dicusto Econômico

Entre 900 e

1.500 metros, zona ótima para a oli\'icultura. Entre 600 e 900 metros, hú

ca 2.3.000 km2 à olivicultura. A Espa nha, o nuiior produtor, tem 19.111 km2 Mês

Ca.xias do Sul (Rio Gr. do Sul) Lages (Sta. Catarina) Guarapuava (Pernambuco) .... Calda.s (Minas Gerais) Cunlni (São Paulo)

Santa Luzia (Goiás)

80.589 kni2. Acima do 1.500 metros

•— talvez muito frio para a olivicultura

Acrescentemos mais algumas médias

— 1.096 km2. Acreditam os agrônomos

anuais: Goarumiranga (Ceará), 20",3;

te elevadas. Algumas superam o que há

que na província os olivais devem ser plantados acima de 800 metros. São Paulo dispõe de uns 30.000 km2 favo ráveis à olivicultura. Há, em Minas Ge

de melhor em Portugal, Espanha o Tu

rais, 98.765 km2 entre 900 o 1..500 me

Garanhuns (Pernambuco), 20°,2; Mor ro do Chapéu (Bahia), 18°,9; Terczópolis (Estado do Rio), 16°,6; Itatiaia (Estado do Rio), 110,1- Caxambu (Mi nas Gerais, 17°7; Formosa (Goiás),

nísia.

tros de altitude, que devem ser ótimos

20°,8.

para a olivicultura.

A.s oliveiras já existentes no Brasil, as mais velhas, confirmam os:dados ecoló gicos. Oliveiras dc dez anos, prove

anual),

Corrientes

(21°,9),

Goia

(20°,6), Santiago dei Estero (20°,6), Tucuman (19°,2).

As produções por árvore são bastan

Uruguai

Acima do 1.500

metros, há 2.794 km2, que não devem servir por excesso de frio. Entre 600 e

O Ministério da Agricultura do pro

gressista país vizinho está fomentando a olivicultura. Já há lá grandes olivais. Brasil

900 metros, há 233.514 km2, em parte aproveitáveis pela olivicultura.

Conte

mos, para a província, apenas

lÒO.OOO km2. A velha província flu

nientes da Itália e Portugal, produzem, em Rio Grande, até 70 quilos de azeionas por arvore, o que é extruordiná-

minense tem 4.604 km2 entre 900 e

no. Citam-se casos dc oliveiras que pro duzem mais de 100 quilos. Em Ca

1.500 metros,

e 487 km2 acima de

xias do Sul já existem 150.000 em iní

No Brasil, os dados ecológicos e a

1.500 metros. Consideremos apenas

cio de frutificação e com aspecto be

experiência mostram que o Rio Grande

4.000 km2. O Espírito Santo tem 1.141

do Sul oferece condições favoráveis à olivicultura, desde o nível do mar. Os trechos mais altos devem ser menos fa

km2 entre

líssimo. Em Urugiuüana, um fazendeiro ^ssui 25.000 belas oliveiras num só ta-

voráveis, pois as temperaturas já são bastante baixas. Fato semelhante pare

ce ocorrer em Santa Catarina. Despre-

zando-se as zonas mais baixas, há 24.011 ]an2 entre 300 e 600 metros de altitu de; 20.072 km2 entre 600 e 900 me tros; 18.525 km2 entre 900 e 1.500; 747 km2 acima de 1.500 metros. O úl timo trecho deve ser muito frio para a

oliveira, pois, no inverno, notam-se mí

900 e 1.500 metros e 83

km2 acima dc 1.500. Consideremos 1.100 km2. Goiás tem 42.362 km2 entre 900 e 1.500 metros e 3.500 km2 acima de 1.500 metros. Consideremos 45.000 kni2. Mato Grosso tem 4.145

km2 acima de 900 metros o a Bahia

39.250.

Deve haver, no Brasil, uns

680.000 km2 favoráveis à olivicultura,

desprezadas as possibilidades dos pla naltos de Pernambuco, Paraíba e Ceará.

A décima parte dessa área — 68.000 km2 — ainda é muito grande. Se plan-

Ihâò. Em Palmeiras, Paraná, há um oli val produzindo bem. Em São Paulo, há

oliveiras isoladas produzindo de modo a nos encher de otimismo.

Êsto ano, as duas Secretarias já cita das, a de São Paulo e a do Rio Grande

do Sul, ensejaram a plantação de qua se meio milhão de oliveiras. Há parti culares muito interessados na fundação de olivais. Infelizmente, as Secretarias da Agricultura dos outros Estados ecològicamente favoráveis à olivicultura

nada tem feito pela oliveira, em que pe

do olivais; a Grécia, 6.000 km2; Portu gal, 3.300 km2.

Vejamos as temperaturas de alguns municípios favoráveis à olivicultura : mflis quente Mês mais frio Média anua) 20°,5

ir,2

20°,2 20°,0 19°,4 21°,2 21°,O

10°9

15°,6

12°,8

16°.4 17°,3 18°,O 20°,9

14°,O 14°,0 18°,3

Í5'',S

se o exemplo de São Paulo e Rio Gran de do Sul e o de alguns países latinoamericanos.

O Ministério da Agricultura, infeliz

mente, não foi pioneiro em olivicultura. Nem mesmo acompanhou a evolução. Felizmente, êsle ano, a orientação mu dou. O Ministério passou a preocuparse com a oliveira. No momento em que

escrevo, está adquirindo 10 mil mudas de cinco anos, provenientes de Portugal,

o que já estão frutificando. Teremos, assim, os primeiros olivais de Minas Ge rais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e

Espírito Santo. Interessa-se o Ministé rio pela importação de dois milhões de cepas. Virão por conta de uma grande firma. Espera-se que o Govémo portu

guês, que facilitou a exportação de mu das e cepas para o Mé.xico, não nos crie dificuldades. Aliás, Portugal não é o

único exportador. Êste ano, recebemos 30 mil mudas da Argentina. Milhões de

mudas e cepas poderiam vir da Espanha, Itália, Grécia, Ásia Menor e Norte da África. Os colonos italianos, que vamos

receber às centenas de milhares, pode riam vir acompanhados de oliveiras, co mo. os holandeses trazem suas vacas e

seus apetrechos de lacticínio. A Grécia e o Líbano também poderiam en\'iarnos olivicultores e mudas de oliveiras

O Brasil gasta mais de duzentos mi-

i


Digksto

ihões de cruzeiros, anualmente, para ter

minguadas quantidades de azeitona e óleo de oliva. Faz-se mister acordar e acompanhar o México, a Argentina e o

Chile. O Ministério da Agricultura de veria, penso eu, organizar um grande

Ecosómico

programa dc fomento à olivicultura, a executar do próximo ano cm diante. E as Secretarias, que nada cstâo fazendo

Escravos e africanos livres Otávio T.miquínto de Sousa

em tão importante setor econômico, pre

cisam mirar-sc nos exemplos paulista e gaúcho.

EscuAvo negro, que constituíra uma

das bases da economia colonial, não

tc\c 11 sua situação modificada pela In dependência. Os planos de José Boni fácio, dc estabelecimento do trabalho li vre no Império reeém-fundado, malograram-sc por completo. Contra o estadista

do equador, procurando coibir, em carta regia de 19 de fevereiro de 1817, as transgressões do pactuado com a Grã-

Bretanha. Não caberia a D. João VI, a quem o Brasil, por circunstirncias ex

traordinárias, tanto ficou a dever, a gló ria desse feito relevante. Tratados, al

generoso (juc almejava "expiar os peca

varás, cartas regias nada puderam, e o tráfico prosseguiu. Quando a ruptura de quaisquer laços de amizade com a

priedade territorial e do comércio de ncgios. Joaquim Nabuco sugeriu com astante fundamento que os móveis mais secretos c fortes da prescrição do velho

antiga metrópole culminou na indepen

dos Ncllios" da esera\iclã<), ergueram-se coligados os interesses da grande pro

Andracla da vida pública brasileira, de pois dos serviços imensos prestados à causa da emancipação nacional, devem

ser procurados no seu programa de e.xinçao do trafico negreiro e de libertação os escravos. Na verdade, os simples los partidários, que a sua ação por V zes desabusada suscitara, não explicam cinco anos e a hosti-

'a o incansável que continuou a sofrer a e a morte. Impedír-lhe a participação iia vida pública era a maneira eficaz de

nao lhe dar ensejo de qualquer ação mais enérgica.

O govêrno britânico, por motivos a respeito de cuja ética não importa pes quisar, impusera no tratado de aliança e amizade dc 19 de fevereiro de 1810 uma

cláusula regulando a abolição gradual do tr ico dc africanos. O príncipe regente, por alvará de 24 de novembro de 1813,

^rnara providências acerca do bom trato aos negros no seu transporte marítimo, a

lim de atalhar os abusos que "faziam horror a humanidade", e em novo trata

do, de 21 de fevereiro de 1815, ajustou a abolição de todo o tráfico ao norte

dência do Brasil, a diplomacia britânica fèz finca-pé, para o reconhecimento do novo país, na terminação definitiva do comércio de negros e conseqüente extin ção da escravidão. Mas os contactos en

tre Canning e Caldeira Brant em Lon dres, a missão de Lord Amherst no Rio

de Janeiro, as longas negociações, os

tratados e atos públicos que se sucede

ram, tudo ficou em palavras e papel escrito.

Durante o Primeiro Reinado os impla cáveis comerciantes de carne humana

triunfaram sempre e, o que é mais triste, continuaram vitoriosos nos dias quase

republicanos da Regência. É certo que os elementos sinceramente liberais que

ascenderam ao poder com a revolução de 7 de abril procuraram resolver a

questão, e pela lei de 7 de novembro de 1831 o tráfico africano foi declarado

extinto. Homens como Feijó e Evaristo,

por exemplo, puseram todo o coração nos compromissos que nesse particular

assumiram. Mas, convém insistir, os interêsses em causa eram poderosíssimos.

Tôda a economia brasileira repousara sôbre o braço escravo através de mais

de três séculos de exploração e, salvo alguns espíritos menos apegados à to-


Digksto

ihões de cruzeiros, anualmente, para ter

minguadas quantidades de azeitona e óleo de oliva. Faz-se mister acordar e acompanhar o México, a Argentina e o

Chile. O Ministério da Agricultura de veria, penso eu, organizar um grande

Ecosómico

programa dc fomento à olivicultura, a executar do próximo ano cm diante. E as Secretarias, que nada cstâo fazendo

Escravos e africanos livres Otávio T.miquínto de Sousa

em tão importante setor econômico, pre

cisam mirar-sc nos exemplos paulista e gaúcho.

EscuAvo negro, que constituíra uma

das bases da economia colonial, não

tc\c 11 sua situação modificada pela In dependência. Os planos de José Boni fácio, dc estabelecimento do trabalho li vre no Império reeém-fundado, malograram-sc por completo. Contra o estadista

do equador, procurando coibir, em carta regia de 19 de fevereiro de 1817, as transgressões do pactuado com a Grã-

Bretanha. Não caberia a D. João VI, a quem o Brasil, por circunstirncias ex

traordinárias, tanto ficou a dever, a gló ria desse feito relevante. Tratados, al

generoso (juc almejava "expiar os peca

varás, cartas regias nada puderam, e o tráfico prosseguiu. Quando a ruptura de quaisquer laços de amizade com a

priedade territorial e do comércio de ncgios. Joaquim Nabuco sugeriu com astante fundamento que os móveis mais secretos c fortes da prescrição do velho

antiga metrópole culminou na indepen

dos Ncllios" da esera\iclã<), ergueram-se coligados os interesses da grande pro

Andracla da vida pública brasileira, de pois dos serviços imensos prestados à causa da emancipação nacional, devem

ser procurados no seu programa de e.xinçao do trafico negreiro e de libertação os escravos. Na verdade, os simples los partidários, que a sua ação por V zes desabusada suscitara, não explicam cinco anos e a hosti-

'a o incansável que continuou a sofrer a e a morte. Impedír-lhe a participação iia vida pública era a maneira eficaz de

nao lhe dar ensejo de qualquer ação mais enérgica.

O govêrno britânico, por motivos a respeito de cuja ética não importa pes quisar, impusera no tratado de aliança e amizade dc 19 de fevereiro de 1810 uma

cláusula regulando a abolição gradual do tr ico dc africanos. O príncipe regente, por alvará de 24 de novembro de 1813,

^rnara providências acerca do bom trato aos negros no seu transporte marítimo, a

lim de atalhar os abusos que "faziam horror a humanidade", e em novo trata

do, de 21 de fevereiro de 1815, ajustou a abolição de todo o tráfico ao norte

dência do Brasil, a diplomacia britânica fèz finca-pé, para o reconhecimento do novo país, na terminação definitiva do comércio de negros e conseqüente extin ção da escravidão. Mas os contactos en

tre Canning e Caldeira Brant em Lon dres, a missão de Lord Amherst no Rio

de Janeiro, as longas negociações, os

tratados e atos públicos que se sucede

ram, tudo ficou em palavras e papel escrito.

Durante o Primeiro Reinado os impla cáveis comerciantes de carne humana

triunfaram sempre e, o que é mais triste, continuaram vitoriosos nos dias quase

republicanos da Regência. É certo que os elementos sinceramente liberais que

ascenderam ao poder com a revolução de 7 de abril procuraram resolver a

questão, e pela lei de 7 de novembro de 1831 o tráfico africano foi declarado

extinto. Homens como Feijó e Evaristo,

por exemplo, puseram todo o coração nos compromissos que nesse particular

assumiram. Mas, convém insistir, os interêsses em causa eram poderosíssimos.

Tôda a economia brasileira repousara sôbre o braço escravo através de mais

de três séculos de exploração e, salvo alguns espíritos menos apegados à to-


Dioesto Econômico

Dic!-:sto

Econômico

157

156

tina, a opinião geral ligava a aboli ção do tráfico e da escravidão à mina brasileira.

As tentativas de imigração

européia, mal conduzidas e realmente difíceis, não animavam os homens prá ticos. O trabalhador para o Brasil deve

l

técnicos cm fontes artesianas, engenhei

ros de pontes c calçadas, dois casais de suíços hábeis para o ensino e prática de todos os métodos agrícolas empregados

dia desenvolver a riqueza da terra, só

nas fazendas de Fallcnibcrg, e até, com grande pasmo dos católicos mais intran sigentes, "duas famílias dc irmãos mo-

uma solução se apresentava, já longa

rávios, que sc obrigassem a estabelecer

mente experimentada, conhecida, dando

aqui o cinpregar-sc na civilização c cul

bons resultados — importar mais africa

ria ser mesmo o negro e, se se preten I

tar a remessa dc colonos, de contratar

lõcs", "republicanos" e "comunistas". Feijó, na regência, insistia por medidas que tolhessem a desenvoltura dos "infa mes contrabandistas dc escravos", como

diz.ia o seu ministro José Inácio Borges. E essas medidas consistiam no cruzeiro

pelos traficantes dc africanos c seus pro

mais ásperas dos tempos rcgcnciais não

facilidade.

tetores políticos foi sem dúvida uma das

passaram de manobras de senhores de

peito de tratados c l(!is, a despeito da

causas do malogro da regência do "cn-

escravos e dos traficantes, seus natu

esquadra britânica, aos centos, aos mi

jcitado" da nia da Freira e,' em 1837,

rais associados, defendendo-se contra os

lhares, às dezenas de milliarcs, todos os

que lhes ameaçavam os interesses. Luta inglória para os adversários do tráfico e

anos, em navios superlotados, morrendo muitos, sobrando boa quantidade. Era

com a subida ao poder dos "regrcssi.stas", o problema da extinção do comér cio dc escravos sofreu um grande recuo.

da escravidão.

a África a civilizar o Brasil, segundo a afirmativa audaciosa de um dos po líticos mais inteligentes da época, que já então organizava as forças do seu par

regência], ns negreiros levaram a melhor,

tido do "regresso", apoiado de preferên

nos. E manti\ cvain-se fortes até meados

cia pela grande lavoura, pelos agricul

do século XIX, até 1850. O maior mer cador de escravos, Manoel Pinto da Fon seca, jactava-se dc reincidir na prática

o que aconteceu a Feijó. O padre paulista, sempre atento ao problema da escravidão, dcscjoso de resolvê-lo sem

choques, mas de rcsolvê-lo, tomando posse do lugar de regente do Império, a 12 de outubro de 1835, incumbia dias depois o Marquês de Barbacena, que

partia para a Europa, de concertar me

didas com o governo bri tânico no sentido do mais efetivamente reprimir no

mar o tráfico do africa nos". E não apenas isso;

querendo "estabelecer um plano regular de coloniza ção para o Brasil', cncarregava o marquês de ajus-

tores na maioria convencidos dc que. sem o braço africano nada poderiam fazer. Os elementos que iriam consti

tuir a oligarquia conservadora ou o par ,

tido "saquarcma" não se pejavam dc proteger e acobertar os comercian

tes de gado humano, le vando a ridículo os pla nos de colonizixção bran

Mas isso não

passava dc mora ficção legal, dc pura

e artifícios se praticavam com a coni

técnicos estrangeiros não viriam com

Sem esquecer o que

como um homem livre.

A guerra surda ou ostensiva movida

Sob a aparência de disputa de idéias e

ocorreu com José Bonifácio, recorde-se

desembarque dcxcria ser reconhecido teoria. Africano desembarcado no Brasil

princípios políticos, algumas das lutas

Mas negros viriam, a des

c qualquer negro apreendido no ato do

de navios dc guerra do Brasil, Grã-Bretanlia e Portugal nas costas africanas c brasileiras, c na imposição da pena dc pirataria aos súditos do qualquer das três nações que fòssi-m pillxados fazen do contrabando dc negros.

tura dos nossos indígenas". Talvez estivesse o Padre Feijó pai rando na região dos sonhos. Colonos e

nos, mais escravos.

vres. Pela lei dc 7 de novembro dc 1831

o tráfico fora terminanlemcnte proibido

Mau grado todo o liberalismo da era conseguindo introduzir no Brasil, entro

1830 c 1839. mais dc 400.000 africa

não podia fugir ao seu implacável des tino: ser escravo. Leis o tratados tinham

tomado sagrada a liberdade dos negros

trazidos da .África, mas, para reduzi-los à condição dc escravos, todas as fraudes vência das autoridades públicas.

E a

maior vergonha estaxa na distribuição de africanos livres entre homens pcK-

ticos influentes, que negociavam assim a sua cumpliciclaclo no crime. Negros livres, aos quais sc impunha um cati-

\'eiro duplamente imoral, foram duran te muitos anos doados a algximas per

sonagens importantes, parlament;xres e jornalistas. O pesquisador menos acura do encontrará os ecos desse escândalo

do seu crime não por necessidade de

(bem pequeno, aliás, no tempo) na imprensa c nos anais do Parlamento im perial. Algumas das acusações a esse respeito serão porventura levianas e sem

dinheiro, já que estava muito rico, ma,s

fundamento.

Mas não faliam provas

por amor-próprio, para zombar das gran

positivas e até confissões de interessa

des potências, de .suas convenções e de

dos, feitas num tom que revela a anuên

Seus cruzeiros. Crime de Manoel Pinto

cia de toda uma sociedade a prática tão

da honseca, dc Bernavdiixo de Sá, de

execrável. Em plena Gamara, Justiniano José da Rocha narrou sem nenhum

Tomas Ramos, dc José Antunes de Car valho c dc outros desalmados, todos ou quase todos portugueses, que concorriam

recato; "Distribuíam-se africanos, e es

pugnavam pela repressão do tráfico

para aumentar e fortalecer a escravidão,

os distribuía e S. E.xa. me disse: Então,

instrumento de predomínio da grande

sr. Rocha, não quer algum africano? Um

ca o tachando os que do "libera-

.v/r^ IX/ â-.

propriedade territorial e susteiitáculo do

africano me fazia conta, respondi-Uie.

sistema político em vigor.

Então por que não o pede? Se V. Exa. quer, dê-me um para mim o um para

Nada convence melhor dc como o trabalho escravo continuava a ser a base

íiiiÁ-llr.ii'..

tava eu conx'ersando com o ministro que

cada \im dos meus colegas (Firmino Ro

da organização econômica do que o su

drigues Silva e Josino do Nascimento).

cedido com os chamados africanos li

O ministro chamou imediatamente o


Dioesto Econômico

Dic!-:sto

Econômico

157

156

tina, a opinião geral ligava a aboli ção do tráfico e da escravidão à mina brasileira.

As tentativas de imigração

européia, mal conduzidas e realmente difíceis, não animavam os homens prá ticos. O trabalhador para o Brasil deve

l

técnicos cm fontes artesianas, engenhei

ros de pontes c calçadas, dois casais de suíços hábeis para o ensino e prática de todos os métodos agrícolas empregados

dia desenvolver a riqueza da terra, só

nas fazendas de Fallcnibcrg, e até, com grande pasmo dos católicos mais intran sigentes, "duas famílias dc irmãos mo-

uma solução se apresentava, já longa

rávios, que sc obrigassem a estabelecer

mente experimentada, conhecida, dando

aqui o cinpregar-sc na civilização c cul

bons resultados — importar mais africa

ria ser mesmo o negro e, se se preten I

tar a remessa dc colonos, de contratar

lõcs", "republicanos" e "comunistas". Feijó, na regência, insistia por medidas que tolhessem a desenvoltura dos "infa mes contrabandistas dc escravos", como

diz.ia o seu ministro José Inácio Borges. E essas medidas consistiam no cruzeiro

pelos traficantes dc africanos c seus pro

mais ásperas dos tempos rcgcnciais não

facilidade.

tetores políticos foi sem dúvida uma das

passaram de manobras de senhores de

peito de tratados c l(!is, a despeito da

causas do malogro da regência do "cn-

escravos e dos traficantes, seus natu

esquadra britânica, aos centos, aos mi

jcitado" da nia da Freira e,' em 1837,

rais associados, defendendo-se contra os

lhares, às dezenas de milliarcs, todos os

que lhes ameaçavam os interesses. Luta inglória para os adversários do tráfico e

anos, em navios superlotados, morrendo muitos, sobrando boa quantidade. Era

com a subida ao poder dos "regrcssi.stas", o problema da extinção do comér cio dc escravos sofreu um grande recuo.

da escravidão.

a África a civilizar o Brasil, segundo a afirmativa audaciosa de um dos po líticos mais inteligentes da época, que já então organizava as forças do seu par

regência], ns negreiros levaram a melhor,

tido do "regresso", apoiado de preferên

nos. E manti\ cvain-se fortes até meados

cia pela grande lavoura, pelos agricul

do século XIX, até 1850. O maior mer cador de escravos, Manoel Pinto da Fon seca, jactava-se dc reincidir na prática

o que aconteceu a Feijó. O padre paulista, sempre atento ao problema da escravidão, dcscjoso de resolvê-lo sem

choques, mas de rcsolvê-lo, tomando posse do lugar de regente do Império, a 12 de outubro de 1835, incumbia dias depois o Marquês de Barbacena, que

partia para a Europa, de concertar me

didas com o governo bri tânico no sentido do mais efetivamente reprimir no

mar o tráfico do africa nos". E não apenas isso;

querendo "estabelecer um plano regular de coloniza ção para o Brasil', cncarregava o marquês de ajus-

tores na maioria convencidos dc que. sem o braço africano nada poderiam fazer. Os elementos que iriam consti

tuir a oligarquia conservadora ou o par ,

tido "saquarcma" não se pejavam dc proteger e acobertar os comercian

tes de gado humano, le vando a ridículo os pla nos de colonizixção bran

Mas isso não

passava dc mora ficção legal, dc pura

e artifícios se praticavam com a coni

técnicos estrangeiros não viriam com

Sem esquecer o que

como um homem livre.

A guerra surda ou ostensiva movida

Sob a aparência de disputa de idéias e

ocorreu com José Bonifácio, recorde-se

desembarque dcxcria ser reconhecido teoria. Africano desembarcado no Brasil

princípios políticos, algumas das lutas

Mas negros viriam, a des

c qualquer negro apreendido no ato do

de navios dc guerra do Brasil, Grã-Bretanlia e Portugal nas costas africanas c brasileiras, c na imposição da pena dc pirataria aos súditos do qualquer das três nações que fòssi-m pillxados fazen do contrabando dc negros.

tura dos nossos indígenas". Talvez estivesse o Padre Feijó pai rando na região dos sonhos. Colonos e

nos, mais escravos.

vres. Pela lei dc 7 de novembro dc 1831

o tráfico fora terminanlemcnte proibido

Mau grado todo o liberalismo da era conseguindo introduzir no Brasil, entro

1830 c 1839. mais dc 400.000 africa

não podia fugir ao seu implacável des tino: ser escravo. Leis o tratados tinham

tomado sagrada a liberdade dos negros

trazidos da .África, mas, para reduzi-los à condição dc escravos, todas as fraudes vência das autoridades públicas.

E a

maior vergonha estaxa na distribuição de africanos livres entre homens pcK-

ticos influentes, que negociavam assim a sua cumpliciclaclo no crime. Negros livres, aos quais sc impunha um cati-

\'eiro duplamente imoral, foram duran te muitos anos doados a algximas per

sonagens importantes, parlament;xres e jornalistas. O pesquisador menos acura do encontrará os ecos desse escândalo

do seu crime não por necessidade de

(bem pequeno, aliás, no tempo) na imprensa c nos anais do Parlamento im perial. Algumas das acusações a esse respeito serão porventura levianas e sem

dinheiro, já que estava muito rico, ma,s

fundamento.

Mas não faliam provas

por amor-próprio, para zombar das gran

positivas e até confissões de interessa

des potências, de .suas convenções e de

dos, feitas num tom que revela a anuên

Seus cruzeiros. Crime de Manoel Pinto

cia de toda uma sociedade a prática tão

da honseca, dc Bernavdiixo de Sá, de

execrável. Em plena Gamara, Justiniano José da Rocha narrou sem nenhum

Tomas Ramos, dc José Antunes de Car valho c dc outros desalmados, todos ou quase todos portugueses, que concorriam

recato; "Distribuíam-se africanos, e es

pugnavam pela repressão do tráfico

para aumentar e fortalecer a escravidão,

os distribuía e S. E.xa. me disse: Então,

instrumento de predomínio da grande

sr. Rocha, não quer algum africano? Um

ca o tachando os que do "libera-

.v/r^ IX/ â-.

propriedade territorial e susteiitáculo do

africano me fazia conta, respondi-Uie.

sistema político em vigor.

Então por que não o pede? Se V. Exa. quer, dê-me um para mim o um para

Nada convence melhor dc como o trabalho escravo continuava a ser a base

íiiiÁ-llr.ii'..

tava eu conx'ersando com o ministro que

cada \im dos meus colegas (Firmino Ro

da organização econômica do que o su

drigues Silva e Josino do Nascimento).

cedido com os chamados africanos li

O ministro chamou imediatamente o


Dicivsro

158

oficial de gabinete e disse-lhe: Lance

como nós", da objurgatória de Joso Bo

na lista um africano para o Dr. Rocha, um para o Dr. Fulano c outro para o

quia política detentora do poder com os

Dr. Fulano".

Era o triunfo dos "pe

cados velhos" contra os "negros homens

>v-

Econ'<).mico

Economia

nifácio, o triunfo do conluio da oligar mais sórdidos interesses do tráfico nc-

Rodeuto Lwa Fii.ho

1.

O.s cTÍminalista.s franceses estão

das leis relativas á tutela da economia

popular. E, entre èlcs, Mauricc Potin, que c magistrado e, assim, reflete, tam bém, a experiência dc interprete e aplicador de textos que nasceram, como temia Bacon, da "piqure du moment". Não discute o valor social da chamada

legislação econômica. Realmente, desde

fiue não se adapta à procura, a oferta deve assegurar a todos, mesmo os mais

humildes, a preços relativamente mó dicos, rações de gêneros e produtos de li.

crime

greiro.

preocupados com as repercussões sociais

k'.'!

e

primeira necessidade.

Garante-se, as

sim, a subsistência, o "direito a viver",

ça, quanto ao empregador, a suspensão

fi-nrrisj e o livramento condicional. Num dos textos franceses mais benig-

no.«: (30 de julho de 1945), a prisão, ordinàriamente limitada a 5 anoi., pode ser elevada a 10 anos nos casos mais

graves e, me.smo, a 20 anos, se se trata do abatimento de vaca leiteira, t-'onsi-

dcrada infração menos perdoavel. Sao cominados reclusão e trabalhos forçados.

Durante o regimcm de Vichy ate a pena de morte podia ser aplicada. E por tribunais especiais. Ao mesmo ngor

obedece a pena pecuniária: 50 milhões

nos casos benignos, 100 milhões nos casos graves e 200 milhões (abatimento

n que bastaria à justificação de tantos de vaca leiteira). As penas acessórias expedientes. Mas, para executá-los, in , (afixaçáò da sentença, publicação nos tervém burocracia onerosa e complicada. jornais, interdição de exercer pro issao)

O pior ê que os preços sobem, escapan do ao controle massas importantes de

não discrcpam das diretrizes assinala das, ficando a arbítrio da admmistra-

mercadorias.

O Conselheiro Potin indica causas di

versas, dc ordem política, econômica e técnica, para o insucesso da interven ção superficial. Mas as modalidades repressivas também contribuem para sua quota negativa. Será o exagero das

penas, como pensa o deputado José

Atígníío, autor de projeto contra a po lítica criminal na matéria, fator da ine ficácia por Iodos reconhecida? Ou é lentidão do.s processos que se deve responsabili2:i\r?

Na França, desde 1940, as sanções

foram sempre aumentadas, abrangendo

Os efeitos lêm sido contraproducentes.

Os ameaçados pela "vara" da Justiça

habituaram-se ao perigo. A espada de Dàmocles - escreveu Patm - suspen

sa, permanentemente, sôbre a cabe^ de cada um, não amedronta ninguém .

Quo amedronta, não há dúvida. As cau sas da indiferença são outras: cabe aqiii

expor os mecanismos profundos da ação penal. As penas sòmente .se tomam exemplares se aplicadas e executadas

'indistintamente, alcançando as fontss

do estado perigoso. O fato ó nne não se obtém a pretendida intimidação e

penas privatix as de liberdade, penas pe

ocorre o chamado eneruflmenío, de que

cuniárias c penas acessórias. As penas privativas de liberdade superam as de

também fala Patin.

direito comum. Entre nós, a infração

tituir ao direito comum todos os deli tos econômicos com as características

contra a economia popular exclui a fian

A tendência na França é para res-


Dicivsro

158

oficial de gabinete e disse-lhe: Lance

como nós", da objurgatória de Joso Bo

na lista um africano para o Dr. Rocha, um para o Dr. Fulano c outro para o

quia política detentora do poder com os

Dr. Fulano".

Era o triunfo dos "pe

cados velhos" contra os "negros homens

>v-

Econ'<).mico

Economia

nifácio, o triunfo do conluio da oligar mais sórdidos interesses do tráfico nc-

Rodeuto Lwa Fii.ho

1.

O.s cTÍminalista.s franceses estão

das leis relativas á tutela da economia

popular. E, entre èlcs, Mauricc Potin, que c magistrado e, assim, reflete, tam bém, a experiência dc interprete e aplicador de textos que nasceram, como temia Bacon, da "piqure du moment". Não discute o valor social da chamada

legislação econômica. Realmente, desde

fiue não se adapta à procura, a oferta deve assegurar a todos, mesmo os mais

humildes, a preços relativamente mó dicos, rações de gêneros e produtos de li.

crime

greiro.

preocupados com as repercussões sociais

k'.'!

e

primeira necessidade.

Garante-se, as

sim, a subsistência, o "direito a viver",

ça, quanto ao empregador, a suspensão

fi-nrrisj e o livramento condicional. Num dos textos franceses mais benig-

no.«: (30 de julho de 1945), a prisão, ordinàriamente limitada a 5 anoi., pode ser elevada a 10 anos nos casos mais

graves e, me.smo, a 20 anos, se se trata do abatimento de vaca leiteira, t-'onsi-

dcrada infração menos perdoavel. Sao cominados reclusão e trabalhos forçados.

Durante o regimcm de Vichy ate a pena de morte podia ser aplicada. E por tribunais especiais. Ao mesmo ngor

obedece a pena pecuniária: 50 milhões

nos casos benignos, 100 milhões nos casos graves e 200 milhões (abatimento

n que bastaria à justificação de tantos de vaca leiteira). As penas acessórias expedientes. Mas, para executá-los, in , (afixaçáò da sentença, publicação nos tervém burocracia onerosa e complicada. jornais, interdição de exercer pro issao)

O pior ê que os preços sobem, escapan do ao controle massas importantes de

não discrcpam das diretrizes assinala das, ficando a arbítrio da admmistra-

mercadorias.

O Conselheiro Potin indica causas di

versas, dc ordem política, econômica e técnica, para o insucesso da interven ção superficial. Mas as modalidades repressivas também contribuem para sua quota negativa. Será o exagero das

penas, como pensa o deputado José

Atígníío, autor de projeto contra a po lítica criminal na matéria, fator da ine ficácia por Iodos reconhecida? Ou é lentidão do.s processos que se deve responsabili2:i\r?

Na França, desde 1940, as sanções

foram sempre aumentadas, abrangendo

Os efeitos lêm sido contraproducentes.

Os ameaçados pela "vara" da Justiça

habituaram-se ao perigo. A espada de Dàmocles - escreveu Patm - suspen

sa, permanentemente, sôbre a cabe^ de cada um, não amedronta ninguém .

Quo amedronta, não há dúvida. As cau sas da indiferença são outras: cabe aqiii

expor os mecanismos profundos da ação penal. As penas sòmente .se tomam exemplares se aplicadas e executadas

'indistintamente, alcançando as fontss

do estado perigoso. O fato ó nne não se obtém a pretendida intimidação e

penas privatix as de liberdade, penas pe

ocorre o chamado eneruflmenío, de que

cuniárias c penas acessórias. As penas privativas de liberdade superam as de

também fala Patin.

direito comum. Entre nós, a infração

tituir ao direito comum todos os deli tos econômicos com as características

contra a economia popular exclui a fian

A tendência na França é para res-


m

Dicií-sto

160

Econômico

Dicksto EconóxÍico 161

ordinárias^^c, nas hipóteses extraordiná

constava o seguinte:

rias, as infrações seriam puramente ma

admitir que o tabclamciito funcionará, cm cada município, como parto inte grante e seqüência imediata da lei <|u'-'

lar, cm virtude de haver cobrado ao

importância superior à permitida pela

sórias à publicação da sentença na int-

o protege e o reveste de sanção penal. E, como parte integrante e .scqiiência

cou o ad\ügado do acusado o moti\o

teriais e punidas com penas curtas de prisão (dois anos no máximo) e multas moderadas, reduzindo-se as penas aces

"Tem-se cpie

3. Hcccntcmente, A. C. foi conde

nado por criiiK- contra a economia popu

adquirente de uma garrafa .de cer\'cja tabela de preços, então \ igento. Expli

prensa. A lei brasileira prevê para os

imediata da lei, sòmcntc poderá obrigar

crimes comuns esta sanção interditiva.

da mesma forma como a lei se tornou

Os juizes hesitam, mas o legislador não

obrigatória, ou seja, nunca antes, mas sempre depois ou na data de sna publi

não quisera consumir a cerveja no pró prio estabelecimento. Levara-a para

cação oficial".

casa. Como era natural, o eomereiantc

procura as razões de tantas dúvidas, inquéritos, perícias preliminares pelas quais se evadem escrúpulos de justiça e, mormente, de equidade. 2. A pena não pode remediar .1 carestia da vida- E, muito menos, com

base em preceitos ingênuos e iníquos. Veja-se êstc caso ocorrido em Novo Horizonte, São Paulo. J. M., de há mui

to empenhado na vingança contra o seu

Após considerações sobre a \astidão de nos.so território e as dificuldades de comunicação, continuava: "Entre

nós,

publicação no "Diário Oficial", ba.stan-

ramente municipais, desnecessária era a

lamento para os gêneros de primeira ne

do que a mesma fõsse feita cm qual

cessidade.

quer órgão do município.

avisou um policial, que se colocou nas imediações, a foi comprar uma caixa de fósforos no referido estabelecimcnt.-). De nada desconfiando, o negociante ]. H.

infringiu a tabela, sendo preso em fla grante e processado. ^ O juiz absolveu o comerciante sob o fundamento de que, embora houvesse um pequeno jornal em Novo Horizonte, a Comissão de Preços não publicara a

tabela, limitando-se a afixá-la na Pre feitura local e a distribuir cópia a cada

negociante, o que, a seu ver, não carac terizava a publicidade necessária a vi

gência dos textos legais. Não se conformando, J. M. apelou

para o Tribunal de Justiça do Estado, apesar do recurso ex officio. Os desembargadores paulistas confir maram a sentença absolutória.

De.sU

ciante teria prejuízo, em vez de

ull,mo rocur.,o, apoiou para o Tdbunal de Jostiça do Estado que, .uais cm ãl com a realidade ri-, b 1

sorte' dos n JL

guir ou adotar praxe diferente das outras e colocar mais ou menos caixas

minal estava fadada a não ter

prosseguimento.

- " porém, as explicaÇOO^ pois A.valeram, C. foi o!,ndo„;.do o ?o. o

pois que não devera ser tabelado o maço de fósforos e sim a unidade, ^

foros poderia, em dado momento, se

crime contra a economia popu lar. Mas, também a ação cri

da boi,.da do valor da garrafa.

sentença, declarando:

caixa de fósforos, a não ser que espe

Como, entretanto, Floriano, em vez

de qualquer maneira, seria for çado a reembolsar o fabricante

Mas, não se limitou a i.sso o pronun ciamento do Tribunal de Justiça. Pas.sou a criticar o próprio tabclamento, apontando-lhe as imperfeições; "Ademais, o tabclamento c, sem dúvida, defeituoso,

cificasse o número de caixas de cada, pois uma determinada fábrica de fí'^'

dou-se, depois de indenizado pelo pro-

ate que ela los.sc devolvida. Se

Jucro, com a transação, já que,

Preços acabara de elaborar novo tabc-

ria a questão, não se defendeu e mu

de usar o imóvel, o vendesse a um ter ceiro, foi processado, juntamen te com a filha, pela prática de

a g.irrafa, o qual ficaria em depósito

oficial, isto é, no "Diário Oficial". Ou

tabclamento de natureza e interêsse pu

do que sua filha iria contrair casamento o precisaria do prédio para residir. Tal açao não chegou a termo, porque o inquilino, José S., certo de que perde prietiirio.

assmi não proecdcs.se, o comer

tro veículo, que não a imprensa, .somen te quando esta não existisse". Logo depois, porém, afirmava que, sendo o

contra o inquilino, sob o fundamento

cobrou um preço equivalente ao valor

que somos da ora da imprensa, a publi cação é a inserção do ato na imprensa

fornecedor, dono de mercearia, sofreu o "estalo" de Vieira: a Comissão Local de

Munindo-se de uma cópia,

da majoração: o comprador, eomodislu,

de de Sao Paulo, do qual fez doação à sua filha menor, Elda. Pouco tempo depois, moveu uma ação de despejo

!.

suas mãos, do

dinheiro, do vasilhame, de ^^^^"dcdores são obrigaforma contos

de f,que '"'^gnoses. Ora,aconteceu há indíciosnoclaros toi isso que caso A aparente majoração do preço pode corresponder ao valor das garrafas vazias."

obrigado a usar o imóvel se a retoma da fòsse resultante de uma sentença

judicial. Ora, dizia o advogado, tal sen ' tença não chegou a ser proferida. José S. convenceu-se de que nada teria a

entrtuar"' '^°"'=<=<=''oras não entregam, em rogra. as de suasbebidas mercadovaTor "°

Isso porque o

senhorio impetrou "habeas corpus", sob a alegação de que só estaria

A lei prevê sanções contra o se

ganhar com a lide. Os motivos impe

riosos alegados na inicial forçosamente iriam fazer pender para o lado de seu adversário a balança da Justiça.

Por

isso, chegou a uma composição amigá vel, embolsou CrS 2.500,00 e renunciou

aos seus direitos de locatimo.

Alegou,

ainda, o impetrante, que a lei exige do proprietário a ocupação do prédio dentro de um ano, a contar da senten

ça de despejo, o que era de todo im possível, no caso, por inexistir tal sen

Como se vê, --faltou

nhorio que, após despejar o inquilino

aos elaboradores do tabclamento pivot

so a alegação de que precisa da casa para uso próprio, toma a alugá-la ou não a ocupa durante mais de um ano.

Apreciando o pedido, o Tribunal de Justiça de São Paulo resolveu concb-

Nem sempre, porém, que isso acontece, o infrator paga multa ou vai para a

existir infração criminalmente punível.

cadeia.

perfeito, pois a lei, realmente, só cogita da retomada decorrente de despejo. No

em cada maço".

da ação, não apenas rigor técnico, mas até bom-senso, pois essa última obje ção dos desembargadores é de força ir resistível. Demonstra que, com a le viana redação atual, a tabela facilita toda sorte de ludibries.

Floriano L. tinha um imóvel na cida-

tença.

der o "habeas corpus", afirmando não

Do ponto de vista jurídico, o aresto é

i


m

Dicií-sto

160

Econômico

Dicksto EconóxÍico 161

ordinárias^^c, nas hipóteses extraordiná

constava o seguinte:

rias, as infrações seriam puramente ma

admitir que o tabclamciito funcionará, cm cada município, como parto inte grante e seqüência imediata da lei <|u'-'

lar, cm virtude de haver cobrado ao

importância superior à permitida pela

sórias à publicação da sentença na int-

o protege e o reveste de sanção penal. E, como parte integrante e .scqiiência

cou o ad\ügado do acusado o moti\o

teriais e punidas com penas curtas de prisão (dois anos no máximo) e multas moderadas, reduzindo-se as penas aces

"Tem-se cpie

3. Hcccntcmente, A. C. foi conde

nado por criiiK- contra a economia popu

adquirente de uma garrafa .de cer\'cja tabela de preços, então \ igento. Expli

prensa. A lei brasileira prevê para os

imediata da lei, sòmcntc poderá obrigar

crimes comuns esta sanção interditiva.

da mesma forma como a lei se tornou

Os juizes hesitam, mas o legislador não

obrigatória, ou seja, nunca antes, mas sempre depois ou na data de sna publi

não quisera consumir a cerveja no pró prio estabelecimento. Levara-a para

cação oficial".

casa. Como era natural, o eomereiantc

procura as razões de tantas dúvidas, inquéritos, perícias preliminares pelas quais se evadem escrúpulos de justiça e, mormente, de equidade. 2. A pena não pode remediar .1 carestia da vida- E, muito menos, com

base em preceitos ingênuos e iníquos. Veja-se êstc caso ocorrido em Novo Horizonte, São Paulo. J. M., de há mui

to empenhado na vingança contra o seu

Após considerações sobre a \astidão de nos.so território e as dificuldades de comunicação, continuava: "Entre

nós,

publicação no "Diário Oficial", ba.stan-

ramente municipais, desnecessária era a

lamento para os gêneros de primeira ne

do que a mesma fõsse feita cm qual

cessidade.

quer órgão do município.

avisou um policial, que se colocou nas imediações, a foi comprar uma caixa de fósforos no referido estabelecimcnt.-). De nada desconfiando, o negociante ]. H.

infringiu a tabela, sendo preso em fla grante e processado. ^ O juiz absolveu o comerciante sob o fundamento de que, embora houvesse um pequeno jornal em Novo Horizonte, a Comissão de Preços não publicara a

tabela, limitando-se a afixá-la na Pre feitura local e a distribuir cópia a cada

negociante, o que, a seu ver, não carac terizava a publicidade necessária a vi

gência dos textos legais. Não se conformando, J. M. apelou

para o Tribunal de Justiça do Estado, apesar do recurso ex officio. Os desembargadores paulistas confir maram a sentença absolutória.

De.sU

ciante teria prejuízo, em vez de

ull,mo rocur.,o, apoiou para o Tdbunal de Jostiça do Estado que, .uais cm ãl com a realidade ri-, b 1

sorte' dos n JL

guir ou adotar praxe diferente das outras e colocar mais ou menos caixas

minal estava fadada a não ter

prosseguimento.

- " porém, as explicaÇOO^ pois A.valeram, C. foi o!,ndo„;.do o ?o. o

pois que não devera ser tabelado o maço de fósforos e sim a unidade, ^

foros poderia, em dado momento, se

crime contra a economia popu lar. Mas, também a ação cri

da boi,.da do valor da garrafa.

sentença, declarando:

caixa de fósforos, a não ser que espe

Como, entretanto, Floriano, em vez

de qualquer maneira, seria for çado a reembolsar o fabricante

Mas, não se limitou a i.sso o pronun ciamento do Tribunal de Justiça. Pas.sou a criticar o próprio tabclamento, apontando-lhe as imperfeições; "Ademais, o tabclamento c, sem dúvida, defeituoso,

cificasse o número de caixas de cada, pois uma determinada fábrica de fí'^'

dou-se, depois de indenizado pelo pro-

ate que ela los.sc devolvida. Se

Jucro, com a transação, já que,

Preços acabara de elaborar novo tabc-

ria a questão, não se defendeu e mu

de usar o imóvel, o vendesse a um ter ceiro, foi processado, juntamen te com a filha, pela prática de

a g.irrafa, o qual ficaria em depósito

oficial, isto é, no "Diário Oficial". Ou

tabclamento de natureza e interêsse pu

do que sua filha iria contrair casamento o precisaria do prédio para residir. Tal açao não chegou a termo, porque o inquilino, José S., certo de que perde prietiirio.

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contra o inquilino, sob o fundamento

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obrigado a usar o imóvel se a retoma da fòsse resultante de uma sentença

judicial. Ora, dizia o advogado, tal sen ' tença não chegou a ser proferida. José S. convenceu-se de que nada teria a

entrtuar"' '^°"'=<=<=''oras não entregam, em rogra. as de suasbebidas mercadovaTor "°

Isso porque o

senhorio impetrou "habeas corpus", sob a alegação de que só estaria

A lei prevê sanções contra o se

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isso, chegou a uma composição amigá vel, embolsou CrS 2.500,00 e renunciou

aos seus direitos de locatimo.

Alegou,

ainda, o impetrante, que a lei exige do proprietário a ocupação do prédio dentro de um ano, a contar da senten

ça de despejo, o que era de todo im possível, no caso, por inexistir tal sen

Como se vê, --faltou

nhorio que, após despejar o inquilino

aos elaboradores do tabclamento pivot

so a alegação de que precisa da casa para uso próprio, toma a alugá-la ou não a ocupa durante mais de um ano.

Apreciando o pedido, o Tribunal de Justiça de São Paulo resolveu concb-

Nem sempre, porém, que isso acontece, o infrator paga multa ou vai para a

existir infração criminalmente punível.

cadeia.

perfeito, pois a lei, realmente, só cogita da retomada decorrente de despejo. No

em cada maço".

da ação, não apenas rigor técnico, mas até bom-senso, pois essa última obje ção dos desembargadores é de força ir resistível. Demonstra que, com a le viana redação atual, a tabela facilita toda sorte de ludibries.

Floriano L. tinha um imóvel na cida-

tença.

der o "habeas corpus", afirmando não

Do ponto de vista jurídico, o aresto é

i


*-J;'

Ecoxó>„c„

163

Digesto Econ'<^>íico

162

pio, o recente debate no Supremo (RE

entanto, os aspectos moral e social não favorecem ao \átoríoso: não houve, na

verdade, sentença de despejo. Mas foi ela o espantalho com que Floriano ame drontou seu inquilino. A doação feita à filha noiva, e prontamente revogada, e a generosidade de indenizar àquele que fatalmente seria vencido no pleito, foram ardis excepcionalmente hábeis,

porém, de má fé transparente. Prova velmente, o comprador do prédio esti pulara que o negócio só se realizaria se o mesmo estivesse desocupado. O re sultado foi o que se viu.

Êsses fatos revekm que o magistrado francês tem tôda razão nas advertên

cias a que nos referimos. 5. São, ainda, desconhecidas, entre

nós, as Câmaras Correcionais Econômi

cas, que bem poderiam ser adaptadas à nossa organização judiciária. Expurga

das, por força mesmo do art. 141, § 26, da Constituição, do odioso caráter de

jurisdição especial, que assumiram na Europa, aquelas Câmaras desempenha

fez no chamado "jurinho de Imprensa', o recrutamento do Tribunal de Júri.

Entre as infrações da competência das

que "cambio negro não con.stitui infra

França, figuram as de regras dc publi

ção particular, sendo o nome que se atribui a ccrta.s infrações à legislação

cidade do preços, de aba.steciincnto e o "câmbio negro".

O prof. Huguenetj notou a respeito: "Mercado negro — alguns dizem, pudicamentc, mercado paralelo — e

expressão que tom obtido extraordi nária fortuna. Tomada de emprésti

mo à linguagem popular, na qual designa tôda transação clandestina feita com violação da regulamenta

ção econômica, ela foi, ao que pa rece, promovida a dignidade dc têrmo jurídico pela lei de 15 de mar

ço dc 1945, que sc intitula, precisa mente, lei repressora do mercado ne

gro" (RÉVUE INTERNATIONALE DE DROIT PÉNAL, Paris, 1947,

mo, disse Tobias Barreto, a língua não

tem leis, tem história. Macfiado de Assis

pureza e da força da expressão demo

satirizou o falso pudor dos legislado

crática dos veredictos.

res. diante do termo "capoeira , ^

As Câmaras Correcionais Econômicas

foram criadas a 14 de maio de 1946, na

França, para processar e julgar as in frações da legislação econômica, caben do ao presidente da Côrte de Apelação instituir, em cada Tribunal, uma ou

mais daquelas Câmaras, constituídas por iim membro efetivo da Côrte, como

presidente, e dois assessores. O pri

tancias agruN-antes, ligadas à qualidade uo produtor ou comerciante do sujeito Jtivo, à importância e à reiteração dos

Jatos de modo a induzir a atividade profissional" ao meio fraudulento.

urifica-sc. assim, que é possível sa is azer aos mais anômalos cscnipulos an i-analógícos, redigindo a lei com cui'U os, infelizmente esquecidos, quando SC cogita dos direitos e garantias indi viduais.

adotado no Código de 90.

°a-

técnica jurídica se afasta ^ gcm comum, perde a

^

delidade, a precisão.

^

Hiígítcjjçy pretende a abolição das Econômicas sob o P ex o de que os jurados não podem,

querem, cumprir a nova missão.

poderia ser\ir de modêlo, tanto na orga bretudo, nas prerrogativas, a bem da

econômica". Na França, foram elas cnraetcrizadas por determinadas circuns

n. 1, p. 32).

nização e no funcionamento, como, so

mes contra a economia popular. O júri

É certo, como assinalou Hugiieuct/,

Câmaras Correcionais Econômicas, na

Não liá que estranhar a origem da expressão, como qualquer outra, elabo rada pelo gênio do povo. Por isso mes

riam grande papel na repressão dos cri

VISTA BRASILEIRA DE CRIMINOLOCIA, n. .5. p. 133).

'

,,

Entre nós, surgiria o probl^iTia g e não põlítico ou jurídico, da ap ícaça analógica, porém, hipòcritamente, ^is a legislação brasileira está rep e a a fórmulas que Roberto c lamou

meiro é designado pelo presidente da "maravilha curativa" e, o que é pior, em sacrifício dos direitos e garantias Côrte e os demais são por este escolhi dos de uma lista de jurados. O crité -fundamentais do homem e do cidadão. rio do sorteio, nos dois casos, seria Aliás, a proibição da analogia, entre melhor, aproveitando-se, tal como se nós, é muito relativa. Veja-se, por exem-

r.r^^i

crítica depreende-se que o

de recrutamento c res-

Ponvibilidade dos jurados.

consideradas um aborrecimento puro u simples. Funcionar como juiz cri

minal c, ainda hoje, estimado por alguns como uma honra, pela im pressão de que participam da majes tade da Justiça, cercando-se de res peito c dc solenidade, assentando-se ao lado de magistrados de vestes talares vermelhas. N<àda de parecido encíontram os jurados na Câmara Econômica, figurando sem glória numa sala de audiências banal que o público, mesmo no inverno, não

freqüenta" (RÉVUE, cit., pg. 38). Hugaency trai o verdadeiro motivo de sua repugnância nesta passagem:

"Para resolver o problema e-xiste so lução radical: suprimir as infrações econômicas que, pelo menos em muitos casos, não surgem, na cons

ciência pública, como atos reprová veis" (p. 43).

Veja-se a que conseqüências está con duzindo a aplicação dos remédios me ramente sintomáticos da lei penal diante

As funções do jurado economico são

de problemas econômicos inacessíveis a instrumentos capacitados para operações "de bélico fora dágua" (Sa Pereira).


*-J;'

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163

Digesto Econ'<^>íico

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entanto, os aspectos moral e social não favorecem ao \átoríoso: não houve, na

verdade, sentença de despejo. Mas foi ela o espantalho com que Floriano ame drontou seu inquilino. A doação feita à filha noiva, e prontamente revogada, e a generosidade de indenizar àquele que fatalmente seria vencido no pleito, foram ardis excepcionalmente hábeis,

porém, de má fé transparente. Prova velmente, o comprador do prédio esti pulara que o negócio só se realizaria se o mesmo estivesse desocupado. O re sultado foi o que se viu.

Êsses fatos revekm que o magistrado francês tem tôda razão nas advertên

cias a que nos referimos. 5. São, ainda, desconhecidas, entre

nós, as Câmaras Correcionais Econômi

cas, que bem poderiam ser adaptadas à nossa organização judiciária. Expurga

das, por força mesmo do art. 141, § 26, da Constituição, do odioso caráter de

jurisdição especial, que assumiram na Europa, aquelas Câmaras desempenha

fez no chamado "jurinho de Imprensa', o recrutamento do Tribunal de Júri.

Entre as infrações da competência das

que "cambio negro não con.stitui infra

França, figuram as de regras dc publi

ção particular, sendo o nome que se atribui a ccrta.s infrações à legislação

cidade do preços, de aba.steciincnto e o "câmbio negro".

O prof. Huguenetj notou a respeito: "Mercado negro — alguns dizem, pudicamentc, mercado paralelo — e

expressão que tom obtido extraordi nária fortuna. Tomada de emprésti

mo à linguagem popular, na qual designa tôda transação clandestina feita com violação da regulamenta

ção econômica, ela foi, ao que pa rece, promovida a dignidade dc têrmo jurídico pela lei de 15 de mar

ço dc 1945, que sc intitula, precisa mente, lei repressora do mercado ne

gro" (RÉVUE INTERNATIONALE DE DROIT PÉNAL, Paris, 1947,

mo, disse Tobias Barreto, a língua não

tem leis, tem história. Macfiado de Assis

pureza e da força da expressão demo

satirizou o falso pudor dos legislado

crática dos veredictos.

res. diante do termo "capoeira , ^

As Câmaras Correcionais Econômicas

foram criadas a 14 de maio de 1946, na

França, para processar e julgar as in frações da legislação econômica, caben do ao presidente da Côrte de Apelação instituir, em cada Tribunal, uma ou

mais daquelas Câmaras, constituídas por iim membro efetivo da Côrte, como

presidente, e dois assessores. O pri

tancias agruN-antes, ligadas à qualidade uo produtor ou comerciante do sujeito Jtivo, à importância e à reiteração dos

Jatos de modo a induzir a atividade profissional" ao meio fraudulento.

urifica-sc. assim, que é possível sa is azer aos mais anômalos cscnipulos an i-analógícos, redigindo a lei com cui'U os, infelizmente esquecidos, quando SC cogita dos direitos e garantias indi viduais.

adotado no Código de 90.

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técnica jurídica se afasta ^ gcm comum, perde a

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delidade, a precisão.

^

Hiígítcjjçy pretende a abolição das Econômicas sob o P ex o de que os jurados não podem,

querem, cumprir a nova missão.

poderia ser\ir de modêlo, tanto na orga bretudo, nas prerrogativas, a bem da

econômica". Na França, foram elas cnraetcrizadas por determinadas circuns

n. 1, p. 32).

nização e no funcionamento, como, so

mes contra a economia popular. O júri

É certo, como assinalou Hugiieuct/,

Câmaras Correcionais Econômicas, na

Não liá que estranhar a origem da expressão, como qualquer outra, elabo rada pelo gênio do povo. Por isso mes

riam grande papel na repressão dos cri

VISTA BRASILEIRA DE CRIMINOLOCIA, n. .5. p. 133).

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Entre nós, surgiria o probl^iTia g e não põlítico ou jurídico, da ap ícaça analógica, porém, hipòcritamente, ^is a legislação brasileira está rep e a a fórmulas que Roberto c lamou

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freqüenta" (RÉVUE, cit., pg. 38). Hugaency trai o verdadeiro motivo de sua repugnância nesta passagem:

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CANA-PATENTE LEGÍTIMA, SO COM ESTA FAIXA AZULviV^

Banco Mercantil de Sao Paulo S. A. Endereço Telegráfico; "MEHCAPAULO"

CAPITAL CrS 60.000.000,00 _ RESERVAS CrS 57.500.000,00 OPERAÇoES BANCÁRIAS EM GERAL

Correspondentes nas principais praças do país e do exterior Depósitos a prazo fixo e de prévio aviso Depósitos em Contas Correntes de movimento. Cofres particulares de aluguel na CASA FORTE. s PAuior

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MATRIZ:

Caixa Postal 4077 — Telefone 6-6331

Recife — Rio de Janeiro Belo Horizonte — Baia

SÃO PAULO

Caixa Postal "VASP" 45

Porto Alegre e Maceió

Rua Rodolfo Miranda, 97

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Rua Álvares Penteado, 165

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RIO DE JANEIRO

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São Paulo"

Telefones; 2580, 3781 e 3792 Parafusos em geral — Porcas — Rebites

CURITIBA

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Rua Dr. Muricy, 653

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SANTOS

Rua 15 de Novembro, 132 Caixa Postal 570 Telefone 2-7271

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Arouche, Belem, Bom Retiro, Brás, Mercado, Moóca, Penha, Pi-

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Oarça, Guararapes, Guaratinguetá, Guaxupé, Ibitinga, Indaiatuba, Itajobi, Itapeva, Ilu, Leme, Limeira, Lins, Londrina, Lorena, Manha, Maringá, Mirassol, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Novo

Horizonte, Olímpia, Ourinhos, Palmital, Pindamonhangaba, Piracicaba, Pirajuí, Piratininga, Porto Feliz, Quintana, Ribeirão Pre to, Rio Claro, Salto, Santa Bárbara D'Oeste, Santa Cruz do Rio Pard_o, Santo André, São Caetano do Sul, São João da Boa Vista Sertaozinho, Sorocaba, Vera Cruz.

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(CARTA PATENTE N. 1469 — FUNDADO EM 1925)

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SEM LIMITE PRAZO FIXO — 12 meses PRAZO FIXO (com pagamento mensal de juros) — 12 meses

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Belo Horizonte), Andrelândia, Antônio Carlos, Apiacá (S. do E. Santo), Araçatuba (E. São Paulo), Arapiraca (E. Alagoas). Arceburgo, Areado, Barão de

Mata, Bragança Paulista (E. de S. Paulo), Braz. (Ürbana. S. Paulo), Brazó-

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Guanhães. Guaranésia,

Guaiarapes, (E. de S. Paulo), Ibertiôga. Itabira, Itábirito, Itaguaçú (E. do Esp. Santo), Itajubá, Itambacurí, Itaocara (E, do Rio), Itapecerica, Itaúna, João Ribeiro. Juiz de Fora. Leopoldina, Liberdade (Urbana, S. Paulo), Lima

Duarte. Londrina (E. do Paraná), Maceió (E. de Alagôas), Machado. Mariana, Matias Barbosa, Moeda. Monsenhor Paulo, Monte Carmelo, Monte Santo de

Minas, Montes Claros, Niterói (E. do Rio). Nova Era. Nova Friburgo (E. do Rio). Nova Lima, Nova Ponte. Oliveira, Ouro Fino. Ouro Preto, Pará de Mi nas, Paraíba do Sul (E. do Rio). Paraisópolis. Passa Tempo, Passos Patos de Minas. Peçanha, Pedra Azul. Pedralva, Perdões, Piracaia (E. de S. Paulo), Piracanjuba (E. de Goiás). Pirajú (E. de S. Paulo), Piranga, Ponta Grossa

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5.969.915.288,40 DIRETORIA

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Rio Preto (E. São Paulo). São Sebastião do Paraíso, Senador Lemos, Serro, Sete Lagoas, Silvianópolis. Teixeiras. Três Corações. Três Pontas Ubá, Ube

LITOGRAFADAS DE TODOS OS TIPOS E PARA

BALANCETE EM 31 DE OUTUBRO DE 1950

raba, Uberlândia. Vitória (E. do Esp. Santo) e Volta Grande.

(Compreendendo Malriz, Filiais e Agências)

TODOS OS FINS. — CARTAZES LITOGRAFADOS

ATIVO — RESUMO

PARA RECLAMES, EC.

artigos dcraésticos e brinquedos marca METALMA

CAIXA

337.567.019.00

EMPRÉSTIMOS AGÊNCIAS E CORRESPONDENTES OUTRAS CONTAS

CONTAS DE COMPENSAÇÃO

2.660.418.688,90

SOMA

IMETALUKGM MATABUíeZO S/ü Sede: RUA CAETANO PINTO, 575 — Cx. Postal, 2.400 Fones: 3-2133 — 3-2137 — Telegramas: METALMA"

Códigos: Rorges, Ribeiro, Lieber e Mascote l.a e 2.a Ed. SAG PAULO

1.854.631.605,40 849.848.950.30 267.449.024.80 5.969.915.288.40

PASSIVO — RESUMO

CAPITAL E RESERVAS DEPÓSITOS AGÊNCIAS E CORRESPONDENTES OUTRAS CONTAS

151.000.000.00 2.105.036.345.20 910.965.724.10 142.494.530,20

CONTAS DE COMPENSAÇÃO

2.660.418.688,90

SOMA

5.969.915.288,40 DIRETORIA

a)' José Bernardino Alves Júnior, Presidente — Miguel Maurício da Rocha, Diretor —■ Nelson Soares de Faria, Diretor — Aloysio de Andrade Faria, Di retor — José Heilbuth Gonçalves, Diretor. Gustavo Prado Filho, Contador Geral — C.R.C. - 1.311


CÓDIGOS

MATRIZ:

Bentley's, A. B. C. Sth.,

Rio de Janeiio FILIAIS:

>ao

«amtoi

Acme, Mascote 1.^ e 2.\

GEOTECHiCA blDA.

fl U Horlc«<íi

Ribeiro/ Borges e

Sanios

Belo Horizonte

1

Particulares.

ENGENHEIROS CONSULTORES

Estudos e Investigações Completas do Subsolo.

Relatórios, Projétos e Supervisão Rua Miguel Carlos^ 67 SÃO PAULO

* ¥

BRASIL

INVESTIGAÇÃO DE JAZIDAS ESTUDOS E PROJETOS DE FUNDAÇÃO DE EDIFÍCIOS

End. Telegr.: "Betha" - Tel.:' 4-5181 (Rêde Interna) - Cx. P., 3281

^ V

CEREAIS ~ MADEIRAS — SEGUROS

IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES

PONTES E DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS SONDAGENS EM ROCHA COM BRQCAS DE DIAMANTE

V DRENAGEM E ABAIXAMENTO DO LENÇOL .D'AGUA

^

■i

REFORÇO DE FUNDAÇÕES Endereço Telegráfico: SONDAGEM

Ernesto de Castro & Cia. Ltda.

ií-

RUA BÔA VISTA, 16

RIO DE JANEIRO

Telefones: 2-2383 — 20776

Rua Santa Luzia n.® 799 — 14.° andar

Telefones: 22-2889 — 32-9414

SAO PAULO

V

Tubos de Ferro Galvanizado e de Cobre para instalação

SAO

PAULO

Rua Libero Badaró n.° 152 — 10.® andar

de água — Ferragens — Aparelhos sanitários —

Telefones: 6-2186 — 6-5027

Impermeabilizante marca "PADLO"

1

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Alves Azevedo S/A

IMETROPOIITA^-IICKERS

COMERCIO E INDÚSTRIA

KLECTIHCAL EXPORT CO. LTD.

EQUIPAMENTOS PARA: — Tração Elétrica — Geração,

Manteiga Viaduto — Agua Prata. — Molhados

Transformação, Retificação e Distribuição de Força

Pro-

pulsao Marítima e Aérea — Indústrias — Minas — Hospitais — Laboratórios.

Finos por atacado

I

FÁBRICAS ESPECIALIZADAS NA INGLATERRA •*

*

SÃO PAULO

E ESCÓCIA

*

ESCRITÓRIOS NO BRASIL:

— SANTOS

. RIO DE JANEIRO R. Debret, 23, s. 413/15, C. Postal, 3164 — Tel. 42-9896 T u r. , , 152, 15.° a.,, PAULO R. Libero Badaro, C. Postal 3005 — Tel. 3-6077 ESTABELECIMENTOS

CORRESPONDENTES NOS ESTADOS:

^fiéodore ÇBlocfi DE TECIDOS S. R

RECIFE

Ayres, Son & Cia. Ltda. — R. D. Maria César, 31 a 41

CASA FUNDADA EM 1878 CASIMIRAS

D

O

G

L

A

BELO HORIZONTE '-T

Dr. Gerson Sabino — Av. Afonso Pena, 867, s. 811

N CURITIBA

BRINS DE LINHO

. S. Castro & Cia. Ltda. — Caixa Postai, 84

PICCADILLY

PORTO ALEGRE

TROPICAIS

^

^

Basto, Carvalho & Cia. — Caixa Postal, 179

T E X L A V A

ESCRITÓRIOS: Rio de Janeiro —Rua Buenos Aires, 150 — 3.o Belo Horizonte — Rua Caétes, 386 — 4.o Andar

São Paulo

Rua Libero Badaró, 683 — Fones: 2-4148 e 2-4149

Endereço Telegráfico: BLOCH — Caixa Postal, 462

Orçamentos e recepção de encomendas para importação de m.I

material padronizado pronto para embarque ou a ser fabricado sob especificação.


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. ^Tpr

IMPORTAÇÃO E CONSIGNAÇÕES

MOLHADOS POR ATACADO

Companhia Siderúrgica Belga Mineira USINAS EM

SIDERURGIA E MONLEVADE (Minas-Gerais)

S. L IMPORTUDORA ANDRADE REBELLO CASA FUNDADA EM 1908

Programa de venda: ARMAZÉNS:

ESCRITÓRIO

Rua Paula Souza, 234 — Cx.

Postal, 423 — End. Teleg.: "RIOTAVORA" — FONES: 4-1357 - 4-2109 — S. PAULO

FERRO REDONDO EM BARRAS E VERGALHÕES Av. Presidente

Wilson, 3659 FERRO QUADRADO,

Telefone, 3-0299 - Desvio An

FERRO CHATO.

drade — Ypiranga - E.F.S.J.

FERRO PARA FERRADURAS, CANTONEIRAS,

ARAME PARA PREGOS,

AÇOS COMUNS E ESPECIAIS,

*

ARAME GALVANIZADO, REDONDO E OVAL,

PRIMAVERA

*

ARAME PRETO RECOSIDO,

V ER Ã O

ARAME FARPADO E GRAMPOS PARA CERCA,

* O U T O N O ARAME COBREADO PARA MOLAS,

»

INVERNO

TUBOS PRETOS E GALVANIZADOS.

PARA TODAS AS ESTAÇÕES E PARA TODAS AS OCASIÕES PREFIRAM SEMPRE OS TECIDOS DAS AFAMADAS

CASAS PEKISANBUCAISAS Filiais em todo o Brasil

Agência em São Paulo:

RUA BOA VISTA, 136 — 6.° And. — Tel.: 3-2151

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I

SÃO PAULO


T

STRANO S, A. Comercial e

Importadora

Cia. União dos Refinadoras —

Açúcar e Café

FUNDADA EM 1910 — CAPITAL: CrS 50.000.000,00 RUA BORGES DE FIGUEIREDO n.o 237

Ferros em Gerol CHAPAS - TUBOS - ARA

MES - AÇOS - EIXOS - VI

CAIXA POSTAL, n.o 695 SÃO PAULO

GAS "U" e "T" Distribuidores da:

CIA. SID. NACIONAL (VOLTA CIA.

SIDERÚRGICA

R. Cap. Fausiino Lima* 292

REDONDA)

BELGO-MINEIRA

End- Telegr.: STRAFER

Telefones: 2-8731 • 2-9892

SÃO PAULO

Produtos em geral dos Estados de:— Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas — Queijos, Manteiga e Vinhos — Conservas em-geral

Refinaria de Açúcar Torrefação e Moagem de Café

Depositária das melhores marcas de:^— Salames, Presuntos, Copas, Toucinho e Banha do Rio Grande do Sul.

CASA BERTUCCI LTDA ATACADISTA — IMPORTADORA

DIRETORIA

José Ferraz de Camargo Mário d'Almeida

íris Miguel Rotundo

R. PAULA SOUZA, 404 — FONE: 4-3184 — Cx. POSTAL, 1738 Endereço Telegráfico: VIBER SAO PAULO

Armando Pereira Viariz Hanns Mati

José Antônio Rosas

-


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EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO

representações NACIONAI S

CABOTAGEM

estrangeiras

2 mandamentos para

\fWtr

com saúde:

DEICMAR REUNIDAS

^BEBER AGUA CRISTALINA £ PURA!

COMISSÁRIA DE DESPACHOS LTDA.

End. Telegráfico: "DEICMARLI"

COMER FRUTAS E SALADAS DE VERDURAS CRUAS COM ABUNOANCIA! • Siga o exemplo de milhões de pessoas que em todo o mundo pro

SÃO PAULO BRASIL

SÃO

SANTOS

PAULO

Rua Florencio de Abreu, 157 6.® and. — apartamento, 605 ( 3-1401

tegem a saúde com os esterílisaRua Visconde Rio Branco, 2

dores SALUSI Os esterilisadoret SALUS estertilsam sclentilicamente a agua, írutas e verduras, sem

( 2-6212

Fones(

Fones( 3-1307

( 3-3799

( 2-8768

neutralisar-lhes a vitalidade, evi tando a transmissão do tilo e de outras moléstias perigosas. Ha um

producto SALUS para cada íim, filtros, velas, talhas, moringues e saladeiras. SALUSI é o sím bolo de pureza e saúde, de reco nhecida idoneidade scientífica.

Serrarias Almeicla Porto S/A MADEIRAS TELHADOS

ESQUiCDRXAS CAIXAS SOALHO

DE

TACOS

SEHRARIA JAGUARÉ — Pres. Altlno — Est. de São Paiüo

SERRARIA PARAGOAÇU — Paraguaçu Paulista — Est. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Rolandia — EsL do Paraná

serraria STA. GUILHERMINA — Araponga» — Eal. do Paraná

Escritório central Rua Mona. Andrade. 310

Caixa Poatal 792

SERRARIA ALIANÇA ^

SAO PAULO

Salus

interna)

ÚNICOS FABRICANTES E

Endereço telegiafico;

"MADEIRAl"

DISTRIBUIDORES

Antonio Nogueira & Cia. Ltda. DEPOSITARIA CASA SALUS - RUA XAVIER DE TOLEDO,60 - SÃO PAULO RUA DA QUITANDA, 24 - RIO DE JANEIRO '•

- .-•'a


EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO

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SAO PAULO

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- .-•'a


DEPÓSITOS

IMÓVEIS

Banco Hipotecário

Companhia Nacional de Tecidos Capital e Reservas Cr.$ 40.000 000,00

Lar Brasileiro S. A.

Diretor-Presldente DR. CAMILLO

ANSARAH

Dlretor-Secretário OSWALDO G. VENEZIANl

RUA ALVARES PENTEADO, 43 TELEFONE 33-5254

TELEFONE :2- 0510

R. Brlgadeixo Tobias. 700-722

REDE INTERNÁ

Caixa Postal, 192

SÃO PAULO

END. TELEGRÂFICO: PENADES

End.

Telegr.

"TECIDOS"

SAO PAULO

Banco Francês e Brasileiro S/A END. TELEGRÁFICO: CREDIONAIS

/CC. /LL ^./HEI^ICANA DE EEEEAEEOE LTEA.

*

SAO

PAULO

^ RIO DE JANEIRO

DESPACHOS NA ALFANDEGA DE SANTOS

_

COLIS-POSTAUX, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E

^

CABOTAGEM Filial; SANTOS

Malrlz: SAO PAULO 15 DE NOVEMBRO, 228, 8.0 «Bd. CAIXA POSTAL, 4637 TEL.: 3-3944 — 2-0734 Kad. T^; ANTHZRS1JL

^ SANTOS

RUA

ANTONIO TELLES, CAIXA POSTAL, 485 TELEFONE 8186 ZBd. Tol.: ANTHERSUL

tO

Correspondente do CREDIT.LYONNAIS


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Companhia Nacional de Tecidos Capital e Reservas Cr.$ 40.000 000,00

Lar Brasileiro S. A.

Diretor-Presldente DR. CAMILLO

ANSARAH

Dlretor-Secretário OSWALDO G. VENEZIANl

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R. Brlgadeixo Tobias. 700-722

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Banco Francês e Brasileiro S/A END. TELEGRÁFICO: CREDIONAIS

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PAULO

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CABOTAGEM Filial; SANTOS

Malrlz: SAO PAULO 15 DE NOVEMBRO, 228, 8.0 «Bd. CAIXA POSTAL, 4637 TEL.: 3-3944 — 2-0734 Kad. T^; ANTHZRS1JL

^ SANTOS

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ANTONIO TELLES, CAIXA POSTAL, 485 TELEFONE 8186 ZBd. Tol.: ANTHERSUL

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Correspondente do CREDIT.LYONNAIS


lA^IFlCIO "F. KOWilRICK" S/A FUNDADO EM 1899

ciCOIjOMBIXA

CAPITAL CrS 60.000.000.00

FABRICA EM SÃO CAETANO DO SUL — EFSJ

Fiação de lã p>enieada — Tecelagem de casimlras finas

i

Produtos químicos, Farmacêuticos e Industriais — Ácidos

comerciais e para análise — Sais puros — Importação e Fabricação ESCRITÓRIO:

LANÇA PERFUME COLOMBINA

Rua Gel. Xavier de Toledo. 14 — 5.o andar — Fone. 4-1776

Cxa. Postal 66 — Teleg. BERKO — São Paulo

A MARCA PREDILETA FABRICA:

Rua Visconde de Taunay. 216 — Telefone 204

R. Silveira Martins N." 53 - 1." And. - Tels.: 2-1524 - 3-6934

Santo André — Est. de S. Paulo

Caixa Postal, 1469 — São Paulo

BANCO PAULISTA DO COMÉRCIO S. A.

CAOLINS

Capital e Reservas CrS 37.600.000,00 MATRIZ: Seda Própria à Rua Bôa Vista n.° 304 — S. PAULO Caixâ Postal, 160-A — End. Tel. Paulisbanco — Telef.t 2-3135

Lavados ou ventilados de brancura impecável para todos os

FILIAIS

fins das industrias de:

Araraquara - Bauru - Brotas - Campinas - Curitiba - Jacarei - Jacarezinho - Lorena - Paranaguá - Pinhal - Ribeirão Bonito - Ri beirão Preto - Rio de Janeiro - Santos - São Carlos - São José dos

Campos - São José do Rio Preto - São Vicente - Serra Negra Taquaritinga - Vila Mariana (Urbana), Votuporanga TODAS AS OPERAÇÕES BANCARIAS

Depósito em C/G sem limite — C/C Limitadas — C/C Populares —

1

V

PAPEL

^

CERÂMICA

V

TINTAS EM Pó E PREPARADAS

^ BORRACHA E MATÉRIAS PLÁSTICAS

Prazo Fixo — Depósitos com Renda Mensal — Descontos — Caução — Câmbio — Cobranças — Procuratorio junto a Repartições do Rio, São Paulo e Curitiba — Administração de Valores Mobiliários — Administração Predial DIRETORIA:— Presidente: Joaquim Bento Alves de Lima — VicePresidente: Manoel de Barros Loureiro Filho — Superintendente: Antonio Francisco Fleury — Gerentes: Gennaro M. Rabello e Odilon de Camargo Viana

^ PRODUTOS COSMÉTICOS E FARMACÊUTICOS

SUL AMERICANA DE MINÉRIOS S/A SAQ PAULO

Prédio Matarazzo

Telefone: 2-0081


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O "Digcsto Econômico" representa, no Brasil, uma vitória da inteligência e da probidade intelectual sôbre maus hábitos, lamentàvclmente difundidos, de superficialidade científica, de negligência informativa e de subserviência a secundários desígnios. O critério eleito para seleção dos trabalhos que publica conserva a atenção dos leitores per

manentemente presa co escopo fundamental de seus reali

UTILISE-SE DOS SERVIÇOS DE

zadores, que está na difusão ordenada da cultura em assun tos dc economia, objetivo esse que vai sendo, pela coerên cia dos tmnas, atingido suavemente no curso constante das publicações, a modo, por assim dizer, de "sui gcneris" escola po.' correspondência. A desonestidade intelectual não co nhece guarida em suas páginas. Estas albergam noticiário

CONTAS PARTICULARES

sempre fundado, e veiculam, com propósito apenas de fiel divulgação, as tendências doutrinárias ou práticas dos que,

i PARA SUA CONVENIÊNCIA PESSOAL

sem facciosismo, merecem ser seus colaboradores. DO

J. C. Mendes de Almeida

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(Professor de Direito Judiciário Penal da

riRST NATiOWAL

Faculdade de Direito de São Paulo)

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RIO DE JANEIRO Av.Rio Branco, 18

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R. XV de Novembro, 72

Gráfica São José — Rua Galvio Bueno, 230 — Telefone 6-4B1Í — São Paulo


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SUMARIO Unilol — Divisa comum para a América Lalina — Richard Lewinshon

Alguns aspcclos do comércio oxlerlor do Brasil — Aldo B. Franco ... Plano OBiralóglco para o Brasil — Dorival Teixeira Vieira

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p..s,3.«° ferroviário JÍZ deRoberto renda brasileiro José Luiz de Almeida Nogueira i-u«tu Porto"!! Fundo — Pinto de — Sousa .. Jula, problema nacional — Moacyr Paixão

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Companhias de inveslimenlos — Orozimbo Òtávio Roxo Lourèirô"!!! Calógeras — Antonio Gontijo de Carvalho O papel dos geólogos — Glycon de Paiva e Avelino" de Oliveira

Guicciardini e os impostos progressivos — Aliomar Baleeiro Economia e humanismo — Arnóbio Graça :. Inualdade e isenções fiscais ~ Paulo Barbosa de Campos Filho

Filosofia e política do Padre Feljó — Miguel Reale . A intuição econômica de Eça de Queiroz — Djacir Menezes

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Autarquias — Pessoas de Direito Público e de Direito Privado frctur^ <OAhec«r,•em cempromUto* pfonei da ^fMd«ncfo CapIfefJio* (de« n0f jvo»

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PRUDEHCIA CÁPITALIZÁÇÁO «MUU - Cia* A»si<t

cs t .. M. — Rubens « Salário minuno familiar Maragliano

Almeida Magalhães 145 125 Dificuldades da transição na economia norte-americana — Geraldo Ò. "Bãnaskiwitz 155

O aspecto social e econômico do trabalho — Cândido Mota Filho .

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A habitabilldado dos trópicos — Pimentel Gomes

i||

B.eve história da pecuária sul-rlograndenso — Nelson Werneck Sodré Negociações e negócios — Otávio Tarquínio de Sousa

icp íS?

A escrituração comercial e bancária do Padre Guilherme Pompéu deAimèidà"—

Afonso de Taunay 177

.» COMPANHIA NAC/UNAl PARA M/CífCCP A fCONOMM ♦

I N.o 74 — JANEIRO DE 1951 — ANO VII


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