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Ensaio sôbro polillca mineral brasileira — Glycon de Paiva . O panorama mundial do petróleo — S. Froes de Abreu
Péa.
O impôsío sindical — Tcotõnio Monteiro de Barros Filho .... O problema cambial — José Luiz de Almeida Nogueira Porto Limilaç&o dos Juros dos deoósitos — Dorival Teixeira Vieira
Valor do cruzeiro e conjuntura econômica — Roberto Pinto de Sousa
61
Educação cientifica e questões econômicas — DJacir Menezes Recuperação das valorizações imerecidas — Carlos A. de Carvalho Pinto'
73* 78'
Cuicclardini, político e financista da renascença — Aliomar Baleeiro Democracia política e econômica na atualidade brasileira e mundial
Calógeras — Antônio Gontijo de Carvalho Sousa Economistas brasileiros - Sebastião Ferreira Soares — BasíUo de kTap-alVààõ José Luiz de Almeida Nogueira — O professor, o parlamentar, o hUloriffilnp"' acadêmico — Pelágio Lobo Nação o regime — Holand Coroisier Os problemas da Irrigação no Estado de São Paulo — José sètVoi^ o rrnfo orvi IQRn -rO café em 1950 — José Testa
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PARA HOMENS. SENHORAS E CRIANCAS
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\ »»assadeiras
O CALCADO
TECIDOS paraMOVEISe cortinas €^!IUP©S EST@FA®@S
5ALAÍ DE JANTAU.DOmiTORIOS,HALLJ,etc. ^ Oficinas Próprias
liPÍÇAR.A^Oiyi^ São Paulo — Rua San ta Efigenía, 51 - Fones; 4-4179 — 4-4170
gCATAMAGGHIA
Santos — Rua Amador Bueno, 114 - Tel. 2-6555
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1 ENSAIO SÔB R~E POLÍTICA
mm EcoiiüHico
MINERAL BRASILEIRA
I MUI aos Risôcin um piimim kiui Pub^cado sob os «oipíeios ds
Glycon de Pawa
ISSDCIAC&O COMERCItlDE SlO FSUII
jgs ri-: ensaio foi redigido sob forma de
FEDERADO DD COMERCIO DD
o Di^esio Econômico
ESTADO DE SlO PAULO
respostas a perguntas iTabilualmentc
fi-ilas pelo público culto, sobre a oricnlavão que se deve imprimir à política
publicará no próximo número: PRODUTOS
«upeítotendonie: Martlm Afíoruo Xavior da SUvolta
» . . Dirator: Aníonlo Gontljo d« Capyalho
HUASILKIKOS
brasili'ira relativa às cousas do subsolo.
NO
MEItf:AI>0 INTERNACIONAL —
Resume o nosso pensamento sobre o assunlí), decorrente de longa experiência
Doi'ivaI Teixeim Vieira.
l^rofissional. Representa, todavia, um ponto dc vista pessoal, não nccossària-
♦
IMPOSTO DE RENDA — José Luiz
porventm^a
sejamos funcionabnente fi
liados.
1 — Quais os minerais que podenios exportar Uoremente ?
Atualmente o Brasil produz cèrca de 54
substâncias minerais diferentes, 16% por tanto, da cifra total de minerais utilizados
inento coincidente com a orientação de
pela humanidade (cerca de 300). Sob o ponto de vista da pergunta, êsses 54
órgãos oficiais a cujos corpos técnicos
minerais podem ser assim classificados:
<•« In-
« PubUcado S. ' ,® iinancelJWltOra Com"??iaT ♦
de Almeida Noprueira Porto. SOBRE COMPANHIAS DE INVES
^
P«l08 dadosnfio culaa devidamente citad»»
««tejam
™ crtlgoi asal-
«ter o nome do 'd,E"—• 'B•s t o
bestos, asfalto, fosfato etc.
II) Minerais que no Brasil não encon
Loureiro.
tram mercado suficientemente am
Cai'vajho,
alguns ASPECTOS DO COMÉR
Aldo Franco AISlIfATTnLA.1:
Dlgasto Econdmloe
ECONOMIA E HUMANISMO — Ar-
Ano (simples)
(registrado) !!!!'" pí!| ®2'2* Número do mês: " rí! 5,06
nóbio Graça.
plo e compensador, em virtude do
Monazita, zircônio, colúmbio, tàntalo,
atraso do nosso estágio econômico
tungstênio, manganês, baritina, titânio,
ou da pobreza do povo, e que são principalmente exportados, cons
quartzo, mica, lítio, pedras preciosas e
tituindo, aliás, mais de 60%, em
semi-preciosas etc.
valor, da produção mineral do Brasil.
CIO EXTERIOR DO BRASIL —
Atrasado:
bo, carvão, petróleo, gás natural, as- -
que, por isso, necessariamente não
TIMENTOS — Orozinibo O. Roxo
CALóGERAS — Antônio Gontijo de
Ka transcrição de arM»». Eoonãmlee.
Ouro, prata, arsênico, estanho, chum-'
mercado compensador e elástico e buscam mercado de além-mar.
conceitos emitidos em nados.
I) Minerais que no Brasil encontram
^
IH) Minerais com mercado interno ain da restrito, mas que normalmente
Materiais de
não são exportáveis por não po
cascalhn nrrr-T cascalio, argila
derem competir nos mercados ex ternos com os preços dos mesmos
dolomita, gipsita bnnvíf
como areia, e pedra: calcáreo J
ri refratános • e isolantes ' uauMta ra etc.minerais
pa
artigos, provindos de outras fontes.
Cri 8,00
ÍV) Minerais não classificáveis nas an Redaçfto « Admlnlttraçio:
teriores subdivisões.
Ferro, níquel, crômo, magneslta. diatoniita, ven-niculita etc.
Tladuio Boa Vlila, 17 - 7.0 andas Tel. 1-7489 — Caixa Postal, 14e-B lie Patile
Analisamos, a seguir, certos aspectos importantes de cada classe: I) Os minerais da classe I não são
normalmente exportados em virtude da
incidência de um ou mais dos seguintes motivos:
1 ENSAIO SÔB R~E POLÍTICA
mm EcoiiüHico
MINERAL BRASILEIRA
I MUI aos Risôcin um piimim kiui Pub^cado sob os «oipíeios ds
Glycon de Pawa
ISSDCIAC&O COMERCItlDE SlO FSUII
jgs ri-: ensaio foi redigido sob forma de
FEDERADO DD COMERCIO DD
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ESTADO DE SlO PAULO
respostas a perguntas iTabilualmentc
fi-ilas pelo público culto, sobre a oricnlavão que se deve imprimir à política
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«upeítotendonie: Martlm Afíoruo Xavior da SUvolta
» . . Dirator: Aníonlo Gontljo d« Capyalho
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MEItf:AI>0 INTERNACIONAL —
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Doi'ivaI Teixeim Vieira.
l^rofissional. Representa, todavia, um ponto dc vista pessoal, não nccossària-
♦
IMPOSTO DE RENDA — José Luiz
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1 — Quais os minerais que podenios exportar Uoremente ?
Atualmente o Brasil produz cèrca de 54
substâncias minerais diferentes, 16% por tanto, da cifra total de minerais utilizados
inento coincidente com a orientação de
pela humanidade (cerca de 300). Sob o ponto de vista da pergunta, êsses 54
órgãos oficiais a cujos corpos técnicos
minerais podem ser assim classificados:
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bestos, asfalto, fosfato etc.
II) Minerais que no Brasil não encon
Loureiro.
tram mercado suficientemente am
Cai'vajho,
alguns ASPECTOS DO COMÉR
Aldo Franco AISlIfATTnLA.1:
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ECONOMIA E HUMANISMO — Ar-
Ano (simples)
(registrado) !!!!'" pí!| ®2'2* Número do mês: " rí! 5,06
nóbio Graça.
plo e compensador, em virtude do
Monazita, zircônio, colúmbio, tàntalo,
atraso do nosso estágio econômico
tungstênio, manganês, baritina, titânio,
ou da pobreza do povo, e que são principalmente exportados, cons
quartzo, mica, lítio, pedras preciosas e
tituindo, aliás, mais de 60%, em
semi-preciosas etc.
valor, da produção mineral do Brasil.
CIO EXTERIOR DO BRASIL —
Atrasado:
bo, carvão, petróleo, gás natural, as- -
que, por isso, necessariamente não
TIMENTOS — Orozinibo O. Roxo
CALóGERAS — Antônio Gontijo de
Ka transcrição de arM»». Eoonãmlee.
Ouro, prata, arsênico, estanho, chum-'
mercado compensador e elástico e buscam mercado de além-mar.
conceitos emitidos em nados.
I) Minerais que no Brasil encontram
^
IH) Minerais com mercado interno ain da restrito, mas que normalmente
Materiais de
não são exportáveis por não po
cascalhn nrrr-T cascalio, argila
derem competir nos mercados ex ternos com os preços dos mesmos
dolomita, gipsita bnnvíf
como areia, e pedra: calcáreo J
ri refratános • e isolantes ' uauMta ra etc.minerais
pa
artigos, provindos de outras fontes.
Cri 8,00
ÍV) Minerais não classificáveis nas an Redaçfto « Admlnlttraçio:
teriores subdivisões.
Ferro, níquel, crômo, magneslta. diatoniita, ven-niculita etc.
Tladuio Boa Vlila, 17 - 7.0 andas Tel. 1-7489 — Caixa Postal, 14e-B lie Patile
Analisamos, a seguir, certos aspectos importantes de cada classe: I) Os minerais da classe I não são
normalmente exportados em virtude da
incidência de um ou mais dos seguintes motivos:
Dicivsrt» Econômico
18
a) restrições legais ao comércio de les: ouro, prata;
naturalmente
consiniiidos pelos povos
ricos.
b) produção insuficiente para o pró prio mercado interno: cstanho,
Dkíiísto
EcoNÓKaco
19
utilização próxima o intensiva do nos so níquel, tão remotamente localizado
b) c.xportar o minério de manganês da
como é.
Entre os minerais d.»
ainda clcstacíir a mojja/.ila.
eoiném
Dc-positos
chumbo, petróleo, carvão, asbes-
mistos de iiionazita, iliiienila e zirconitu
tos, fosfatos;
jazem na orla praieira cio Espirito San
periferia do País: Amapá e Uru
São imensas as rescr\'a,s brasileiras de
magncsita (Ceará c Bahia), mas redu zido o mercado internacional.
cum.
Além
disso, a tecnologia moderna retira, com muita facilidade, o magné.sio da água
3 — Çiírtis os que só devemos exportar mediante condições rígidas(em tro
c) qualidade inferior: car\ão, asfalto;
to c da Uabiu.
d) preços internos muito elevados em
grande; maioria dos clepásitos. Por .sua vez, a. monazita titula dc -1 a 5'1 dc torina, oxido de tório, Th02. O metal tó-
do mar,• de modo que não é tão bri
ca, por exemplo, de equipamentos
lhante como poderia parecer o futuro
essenciais)?
rio ó um combiislivel atômico, dc modo
te à pergunta: podemos exportar os mi nerais que já exportamoSy com exceção da monazita, que deve ser tiegociada
relação aos do mercado internacio
nal: arsênico, cstanho, cluunbo, caWão, asbestos, fosfatos, asfalto!
Apesar das razões acima apontadas já
foram objeto de eventual exportação os seguintes minerais desta classe: chum'-
uru*g^:Fr'"'^
Entretanto, certas substâncias entre as 1 procura mundial maior ^ podem eventualmente ser âlínif i numeradas, quando em situac-ln
Ias fôrças de exportação, caso Vcsh' nho, do chumbo e dos fncfof
c
tes. No presente
nhedmentos sobre as reservas dês™;
tres minerais, tal exportação não A
ser facilitada, se vier a se tomar poS vel, convmdo resistir ao forte apêb dos preços externos em determinadas oeF
sioes.
■
H) Os minerais da classe 11 consti tuem, em valor, o grosso da produção mineral do Brasil. Boa parte dos com ponentes dessa classe abrange o que se tem denominado e^edarias minerais no sentido de que compreende minerais de alto valor específico, universalmen
te consumidos, embora sempre em pe quena quantidade. Assim, o mundo se basta com 500 toneladas de tântalo, com 80.000 de tungstênio, com 2.000 de
quartzo, com 20.000 de mica etc., por ano.
Outros minerais dessa classe
consti
tuem objetos de adorno de alto preço,
O concentrado dessas
e.xistente no raio dc ação da nossa indxistria;
areias cncc-rra 8 a !()?• de monazila, na
que o controle sòlire as areias monazíticas tom sido sugerido desde a desco berta das possibilidades industriais da fissão artificial do átomo.
A nosso ver, a monazita de\c ser dc preferência negociada entre governos, furtando-a ao comércio normal privado. Esta seria a única restrição, no campo
dessa rcser\-a mineral.
diretamente com
no que justifique a sua inclusão na clas A importância do ferro é dc tal ordem
que merece explanação própria, figu rando abaixo.
Quanto aos outros minerais da classe
ÍV, referimo-nos a seguir a êles:
O cromo brasileiro, por exemplo, pela sua pequena quantidade, qualidade in ferior,
externo,
dificilmente encontra mercado
à exceção das situações de
emergência internacional. E' pequeno, também, nosso consumo dele.
Quanto ao níquel, c tão grande a re serva mundial (Sudbury, Canadá) e tão
bem .situada, que não há esperança de
a) certa auto-sufíciência por 0
parte do país, em relação a produtos essenciais, de modo
c fosfatos quando aparecer opor tunidade para aliená-los,,mas não devemos, prèviamente, tomar tal
IJ
que airosamente possa supor-
1
ventura conseqüentes dessa
— A não ser a monazita, conside-
se 11.
põe-se :
exportação de estanho, chumbo
trição se impõe ao comercio externo
IV) Trata-sc aqui de minerais que
mente a um produto qualquer, im
nos; devemos criar embaraços à
2 — Quais os que não devemos expor
ainda não encontraram mercado exter
uma aütude dessa ordem, relativa
outros gocer-
da pergunta, à liberdade do comércio dos minerais da classe, salvo as implica ções das respostas suliscqucntcs. III) Quanto aos minerais da classe ÍH, nao sendo normalmente exportáveis pela sua própria natureza, nenhuma res dôíes.
Para que um país possa tomar .
Eni resumo, c respondendo finalmen
atitude.
tar, a fim de constituirem reservas
de segurança ?
, rada como reser\'a de energia, em face da tecnologia que se aproxi
ma, não A'emos outro mineral que
aqui possa ser capitulado, salvo as restrições abaixo :
O manganês do Brasil localiza-se mui to bom cm relação às nossas necessida
des siderúrgicas, atuais e futuras, na
quilo que se refere às jazidas de Minas
sanções indiretas por-
atitude;
b) que detenha monopólio físico, ou um quase monopólio, sóbre o pro duto em questão;
c) que o produto não seja capaz de substituição fácil por sintético ou siniiIciT •
Desprezando a condição a), que deci didamente inibe o Brasil de toníar aHtudes desse genero, a condição b) indica como produtos minerais que a satisfazem. o zircônic e o quartzi. tjidp mineral não merece a ati-
dade mundialmente consumida; o segun-
Gerais; localiza-se muito mal, todavia, mn relação a esse mercado interno, na
quilo que condiz com as jazidas do Amapá e do Urucum, Mato Grosso. As sim, convém desde já legislar sobre i,sso, zoneando as jazidas pelos mercados. O espíiâto de.ssa legislação deve ser: a) reservar para as necessidades da siderurgia indígena o manganês
tético ^ vulgarização dêsse sinEm resumo, a atitude imaginada no Item 3 não deve ser assumida pelo Bra sil em caso algum, porque a tecnologia, a serxoço das grandes potências, é cápaz
de realizar milagres, em prazo curto, cq-
Dicivsrt» Econômico
18
a) restrições legais ao comércio de les: ouro, prata;
naturalmente
consiniiidos pelos povos
ricos.
b) produção insuficiente para o pró prio mercado interno: cstanho,
Dkíiísto
EcoNÓKaco
19
utilização próxima o intensiva do nos so níquel, tão remotamente localizado
b) c.xportar o minério de manganês da
como é.
Entre os minerais d.»
ainda clcstacíir a mojja/.ila.
eoiném
Dc-positos
chumbo, petróleo, carvão, asbes-
mistos de iiionazita, iliiienila e zirconitu
tos, fosfatos;
jazem na orla praieira cio Espirito San
periferia do País: Amapá e Uru
São imensas as rescr\'a,s brasileiras de
magncsita (Ceará c Bahia), mas redu zido o mercado internacional.
cum.
Além
disso, a tecnologia moderna retira, com muita facilidade, o magné.sio da água
3 — Çiírtis os que só devemos exportar mediante condições rígidas(em tro
c) qualidade inferior: car\ão, asfalto;
to c da Uabiu.
d) preços internos muito elevados em
grande; maioria dos clepásitos. Por .sua vez, a. monazita titula dc -1 a 5'1 dc torina, oxido de tório, Th02. O metal tó-
do mar,• de modo que não é tão bri
ca, por exemplo, de equipamentos
lhante como poderia parecer o futuro
essenciais)?
rio ó um combiislivel atômico, dc modo
te à pergunta: podemos exportar os mi nerais que já exportamoSy com exceção da monazita, que deve ser tiegociada
relação aos do mercado internacio
nal: arsênico, cstanho, cluunbo, caWão, asbestos, fosfatos, asfalto!
Apesar das razões acima apontadas já
foram objeto de eventual exportação os seguintes minerais desta classe: chum'-
uru*g^:Fr'"'^
Entretanto, certas substâncias entre as 1 procura mundial maior ^ podem eventualmente ser âlínif i numeradas, quando em situac-ln
Ias fôrças de exportação, caso Vcsh' nho, do chumbo e dos fncfof
c
tes. No presente
nhedmentos sobre as reservas dês™;
tres minerais, tal exportação não A
ser facilitada, se vier a se tomar poS vel, convmdo resistir ao forte apêb dos preços externos em determinadas oeF
sioes.
■
H) Os minerais da classe 11 consti tuem, em valor, o grosso da produção mineral do Brasil. Boa parte dos com ponentes dessa classe abrange o que se tem denominado e^edarias minerais no sentido de que compreende minerais de alto valor específico, universalmen
te consumidos, embora sempre em pe quena quantidade. Assim, o mundo se basta com 500 toneladas de tântalo, com 80.000 de tungstênio, com 2.000 de
quartzo, com 20.000 de mica etc., por ano.
Outros minerais dessa classe
consti
tuem objetos de adorno de alto preço,
O concentrado dessas
e.xistente no raio dc ação da nossa indxistria;
areias cncc-rra 8 a !()?• de monazila, na
que o controle sòlire as areias monazíticas tom sido sugerido desde a desco berta das possibilidades industriais da fissão artificial do átomo.
A nosso ver, a monazita de\c ser dc preferência negociada entre governos, furtando-a ao comércio normal privado. Esta seria a única restrição, no campo
dessa rcser\-a mineral.
diretamente com
no que justifique a sua inclusão na clas A importância do ferro é dc tal ordem
que merece explanação própria, figu rando abaixo.
Quanto aos outros minerais da classe
ÍV, referimo-nos a seguir a êles:
O cromo brasileiro, por exemplo, pela sua pequena quantidade, qualidade in ferior,
externo,
dificilmente encontra mercado
à exceção das situações de
emergência internacional. E' pequeno, também, nosso consumo dele.
Quanto ao níquel, c tão grande a re serva mundial (Sudbury, Canadá) e tão
bem .situada, que não há esperança de
a) certa auto-sufíciência por 0
parte do país, em relação a produtos essenciais, de modo
c fosfatos quando aparecer opor tunidade para aliená-los,,mas não devemos, prèviamente, tomar tal
IJ
que airosamente possa supor-
1
ventura conseqüentes dessa
— A não ser a monazita, conside-
se 11.
põe-se :
exportação de estanho, chumbo
trição se impõe ao comercio externo
IV) Trata-sc aqui de minerais que
mente a um produto qualquer, im
nos; devemos criar embaraços à
2 — Quais os que não devemos expor
ainda não encontraram mercado exter
uma aütude dessa ordem, relativa
outros gocer-
da pergunta, à liberdade do comércio dos minerais da classe, salvo as implica ções das respostas suliscqucntcs. III) Quanto aos minerais da classe ÍH, nao sendo normalmente exportáveis pela sua própria natureza, nenhuma res dôíes.
Para que um país possa tomar .
Eni resumo, c respondendo finalmen
atitude.
tar, a fim de constituirem reservas
de segurança ?
, rada como reser\'a de energia, em face da tecnologia que se aproxi
ma, não A'emos outro mineral que
aqui possa ser capitulado, salvo as restrições abaixo :
O manganês do Brasil localiza-se mui to bom cm relação às nossas necessida
des siderúrgicas, atuais e futuras, na
quilo que se refere às jazidas de Minas
sanções indiretas por-
atitude;
b) que detenha monopólio físico, ou um quase monopólio, sóbre o pro duto em questão;
c) que o produto não seja capaz de substituição fácil por sintético ou siniiIciT •
Desprezando a condição a), que deci didamente inibe o Brasil de toníar aHtudes desse genero, a condição b) indica como produtos minerais que a satisfazem. o zircônic e o quartzi. tjidp mineral não merece a ati-
dade mundialmente consumida; o segun-
Gerais; localiza-se muito mal, todavia, mn relação a esse mercado interno, na
quilo que condiz com as jazidas do Amapá e do Urucum, Mato Grosso. As sim, convém desde já legislar sobre i,sso, zoneando as jazidas pelos mercados. O espíiâto de.ssa legislação deve ser: a) reservar para as necessidades da siderurgia indígena o manganês
tético ^ vulgarização dêsse sinEm resumo, a atitude imaginada no Item 3 não deve ser assumida pelo Bra sil em caso algum, porque a tecnologia, a serxoço das grandes potências, é cápaz
de realizar milagres, em prazo curto, cq-
.IJ
I
Dicksto
20
mo já demonstrou no caso do salitn-, da
te substancial de (li\isas suplementares
borracha, da cera da carnaúba clc.
us atualmente obtidas.
4 — Sendo maw conveniente n exporta ção de produtos pelo menos scmimanufaturados, em relação o (fue minérios devemos seguir essa polí tica?
- Em princípio, essa política deve
ser seguida para os scguiútcs mincrios, cm grau decrescente da uli-
Ir/ação da providência, à medida da enumeração:
Dic;i-"s-i() Eciinômico
Econômico
21
nos fornos cli: refino de gusa. Mas a ex periência tem mostrado que não se pode produzir bemalila compacta sem que, ao
O primeiro assunto foi tratado no item anterior; quanto ao segundo, a iniciati
qnanliilades dc energia elélriea a pre
malila compacta, produz, sem que o de
va privada e a intervenção governaiiiental já providenciaram para a industrializ;\ção sugerida, na grande maioria dos casos. A lista seguinte abrange as possíveis categorias de matéria-prima mineral suscctíiel de industrialização,
ços da ordem
seje,
objetivando o mercado interno:
A possibilidadí' da exportação de aliiniínio, metal de que Hif.í do ciislo são
me.smo tempo, a jacutinga seja produzi da. Atualmente, por exemplo, a Com-
representados ju-la elelríeitlad«> « inpregada em sua manufatura, preiule-se. essen
paniria \'ale do Rio Doce, com uma pro dução diária de- 3.000 toneladas de he-
cialmente. !i clisponibilidad<- de grandes, de 2 a 3 ecnlaxos pur
Kwh, situação da qual estamos ainda
600 toneladas diárias
dc jacu
Ouro, prata, zircônio, arsênico, titânio,
tinga.
A mesma cousa se repete em Cosa dc
muito afastados.
Pedra, jazida da Companliia Sidcmrgi-
Os restantes produtos têm ipie aguar
tungstênio, níquel, cronio, manganês
niíignésío, alumínio, estanho, zinco
fato, até agora, apenas existem, ein lo do o mundo, duas companbia.s (jue ta-
chumbo, cobre, calcáreo, sal-genia fcr'tilizantcs, enxofre, magnesita. dolomita, da Belgo-Míncíra. Esta última compa nhia j;r montou uma usina para aglcnic-, baritinu, asbostos, gipsita, asfalto, pigmentos minerais, quartzo, mica, rèfratáração dos finos, de sintcrização, como se
zcni a metalurgia do berilo, e uma, a
diz, para aproveitar a jacutinga nos seus
rios, isolantcs, abrasivos e materiais de
do (àntalo, possuidoras de técnica pró pria c, ao que se diz, ainda iinperfc-ila, fruto como é dc pescpiisas eienlificas e
próprios fornos.
construção.
uns 10 milhões do tonelada.s dc minério
dústria de lapidação e aos''íapirriot
técnicas caras o demoradas, ainda em
dc ferro, .serão conconiilantenicntc pro
curso.
duzidos pelo menos 2 milhões
A no.ssa produção de lítio e lung.slènio
dc toneladas do finos, de jacu
acesso e ma.s em conta, aos fundos a canos (refugo de diamante! rlnef i
ó demasiadamente pequena, primitiva c irregular, para que se possa contar com
rá a sintcrização e ultcrior re
, Pedras preciosas e somi-preciosas, iriír' "^ganès, aU,„ri„i„, tantahta, berilo, litio, tungstênio. As pedras preciosas c semi-prccios is ciai delas aind i K
formaria,
substan-
Medidas intermc
sim como possibilidades de ^1^ à operação de lapidar poderão aumentai de mu.to a cota industrializada dO, • artigos.
Relativamente a minerais como quar
tzo, mica, magnesita e manganês, providenciou-sc, em Genebra, durante as ne gociaçoes tarifárias de 1947, uma redu
ção de 50% das tarifas estrangeiras sobre semi-manufaturas de quartzo, mica
magnesita calcinada e ferro-ligas dè
manganês, o que foi satisfatoriamente
conseguido. O caminho está aberto pa
ra a exportação desses artigos sob esta fonna.
Certas medidas complementares co mo isenção de impostos internos duran te certo período e outros dispositivos es timulantes, poderão precipitar a fabrica ção desses artigos para fins de exporta ção, e ao Brasil proporcionar uma fon
ea Nacional, c na jazida do Andradas,
dar tempo para que possam ser < xportados sob forma semi-mamifatnrada. Oe
Quando hou\'er uma exportação de
tinga, cuja melhor utilização se
Na lista acima foram sublinhadas as
matérias-primas minerais que ainda não
foram objeto de cogitação séria por par te de nossos indiustriais, por um ou outro dos motivos seguintes: a) zircônio para refratários, por falta de pesquisas e reduzi-
dução a coque estrangeiro, obtondo-se gusa que será e.vportado juntamente com a liema
cia como fonte abastcccdora dc instala
ções fabris. E' indispcnsá\el. inicial mente, dcscnvolve-las c aparelliá-las, ob jetivando a exportação sob forma primá ria, para que se tenlia depois a seguran
do mercado;
b) titânio para produção de pigmentos, faltaconcende ácido sulfunco barato pela de alta
tita compacta.
traçao (oleum);
A adoção desse esquema poderá con duzir a um equilíbrio em peso entre a
ça da produção normal de minério bru
to em boas condições de (jualidade o
carga terrestre c marítima:
preço para, a seguir, pensar na indústria de semi-nianufaturus baseada sõbre eles.
peso (minério de ferro -{- gu.sa) = pe so (coque + carvão) cquacionaniento indispensável para que se tenha o pre
d)
ço mínimo dc transporte no sistema.
o)
Uma substância mineral que talvez venha a ser parcialmente semi-mamiiaturada no Brasil, em virtude dc •intcrc.s-
se direto do importador c não de im posição nossa, é o minério de ferro em
pó, a jacutinga. Dc fato, o minério do ferro exportável
de Minas Gerais apresenta-se .sob duas formas: liematita compacta e jacutinga. A lavra deles é sempre feita cm busca de liematita compacta, minério dc ferro principalmente utilizado como oxidante
3
dc
5 — Quais os que devem ser industria lizados no País, ou porque a sua
industrialização
apresenta
bases
econômicas, ou porque interesse à segurança nacional ? — Convém distinguir a industriali zação de produtos minerais para ex
portação e a industrialização deles pai'a consumo interno.
zmco; incerteza da produção
oal de minérios de zfaco; fertilizantes: o
para producãn
Vie nãoS'a'' de desejáCe/em cia dp nTã^ '
zões •
^
i,
nacio-
.
condições
fosfatados
^'"tudc da ocorrên-
seguintes ra-
1) situação e.xcentrica de alguns dos deposites de matéria-prima, em relação às áreas agrícolas consu midoras;
2) ausência de transporte barato;
.IJ
I
Dicksto
20
mo já demonstrou no caso do salitn-, da
te substancial de (li\isas suplementares
borracha, da cera da carnaúba clc.
us atualmente obtidas.
4 — Sendo maw conveniente n exporta ção de produtos pelo menos scmimanufaturados, em relação o (fue minérios devemos seguir essa polí tica?
- Em princípio, essa política deve
ser seguida para os scguiútcs mincrios, cm grau decrescente da uli-
Ir/ação da providência, à medida da enumeração:
Dic;i-"s-i() Eciinômico
Econômico
21
nos fornos cli: refino de gusa. Mas a ex periência tem mostrado que não se pode produzir bemalila compacta sem que, ao
O primeiro assunto foi tratado no item anterior; quanto ao segundo, a iniciati
qnanliilades dc energia elélriea a pre
malila compacta, produz, sem que o de
va privada e a intervenção governaiiiental já providenciaram para a industrializ;\ção sugerida, na grande maioria dos casos. A lista seguinte abrange as possíveis categorias de matéria-prima mineral suscctíiel de industrialização,
ços da ordem
seje,
objetivando o mercado interno:
A possibilidadí' da exportação de aliiniínio, metal de que Hif.í do ciislo são
me.smo tempo, a jacutinga seja produzi da. Atualmente, por exemplo, a Com-
representados ju-la elelríeitlad«> « inpregada em sua manufatura, preiule-se. essen
paniria \'ale do Rio Doce, com uma pro dução diária de- 3.000 toneladas de he-
cialmente. !i clisponibilidad<- de grandes, de 2 a 3 ecnlaxos pur
Kwh, situação da qual estamos ainda
600 toneladas diárias
dc jacu
Ouro, prata, zircônio, arsênico, titânio,
tinga.
A mesma cousa se repete em Cosa dc
muito afastados.
Pedra, jazida da Companliia Sidcmrgi-
Os restantes produtos têm ipie aguar
tungstênio, níquel, cronio, manganês
niíignésío, alumínio, estanho, zinco
fato, até agora, apenas existem, ein lo do o mundo, duas companbia.s (jue ta-
chumbo, cobre, calcáreo, sal-genia fcr'tilizantcs, enxofre, magnesita. dolomita, da Belgo-Míncíra. Esta última compa nhia j;r montou uma usina para aglcnic-, baritinu, asbostos, gipsita, asfalto, pigmentos minerais, quartzo, mica, rèfratáração dos finos, de sintcrização, como se
zcni a metalurgia do berilo, e uma, a
diz, para aproveitar a jacutinga nos seus
rios, isolantcs, abrasivos e materiais de
do (àntalo, possuidoras de técnica pró pria c, ao que se diz, ainda iinperfc-ila, fruto como é dc pescpiisas eienlificas e
próprios fornos.
construção.
uns 10 milhões do tonelada.s dc minério
dústria de lapidação e aos''íapirriot
técnicas caras o demoradas, ainda em
dc ferro, .serão conconiilantenicntc pro
curso.
duzidos pelo menos 2 milhões
A no.ssa produção de lítio e lung.slènio
dc toneladas do finos, de jacu
acesso e ma.s em conta, aos fundos a canos (refugo de diamante! rlnef i
ó demasiadamente pequena, primitiva c irregular, para que se possa contar com
rá a sintcrização e ultcrior re
, Pedras preciosas e somi-preciosas, iriír' "^ganès, aU,„ri„i„, tantahta, berilo, litio, tungstênio. As pedras preciosas c semi-prccios is ciai delas aind i K
formaria,
substan-
Medidas intermc
sim como possibilidades de ^1^ à operação de lapidar poderão aumentai de mu.to a cota industrializada dO, • artigos.
Relativamente a minerais como quar
tzo, mica, magnesita e manganês, providenciou-sc, em Genebra, durante as ne gociaçoes tarifárias de 1947, uma redu
ção de 50% das tarifas estrangeiras sobre semi-manufaturas de quartzo, mica
magnesita calcinada e ferro-ligas dè
manganês, o que foi satisfatoriamente
conseguido. O caminho está aberto pa
ra a exportação desses artigos sob esta fonna.
Certas medidas complementares co mo isenção de impostos internos duran te certo período e outros dispositivos es timulantes, poderão precipitar a fabrica ção desses artigos para fins de exporta ção, e ao Brasil proporcionar uma fon
ea Nacional, c na jazida do Andradas,
dar tempo para que possam ser < xportados sob forma semi-mamifatnrada. Oe
Quando hou\'er uma exportação de
tinga, cuja melhor utilização se
Na lista acima foram sublinhadas as
matérias-primas minerais que ainda não
foram objeto de cogitação séria por par te de nossos indiustriais, por um ou outro dos motivos seguintes: a) zircônio para refratários, por falta de pesquisas e reduzi-
dução a coque estrangeiro, obtondo-se gusa que será e.vportado juntamente com a liema
cia como fonte abastcccdora dc instala
ções fabris. E' indispcnsá\el. inicial mente, dcscnvolve-las c aparelliá-las, ob jetivando a exportação sob forma primá ria, para que se tenlia depois a seguran
do mercado;
b) titânio para produção de pigmentos, faltaconcende ácido sulfunco barato pela de alta
tita compacta.
traçao (oleum);
A adoção desse esquema poderá con duzir a um equilíbrio em peso entre a
ça da produção normal de minério bru
to em boas condições de (jualidade o
carga terrestre c marítima:
preço para, a seguir, pensar na indústria de semi-nianufaturus baseada sõbre eles.
peso (minério de ferro -{- gu.sa) = pe so (coque + carvão) cquacionaniento indispensável para que se tenha o pre
d)
ço mínimo dc transporte no sistema.
o)
Uma substância mineral que talvez venha a ser parcialmente semi-mamiiaturada no Brasil, em virtude dc •intcrc.s-
se direto do importador c não de im posição nossa, é o minério de ferro em
pó, a jacutinga. Dc fato, o minério do ferro exportável
de Minas Gerais apresenta-se .sob duas formas: liematita compacta e jacutinga. A lavra deles é sempre feita cm busca de liematita compacta, minério dc ferro principalmente utilizado como oxidante
3
dc
5 — Quais os que devem ser industria lizados no País, ou porque a sua
industrialização
apresenta
bases
econômicas, ou porque interesse à segurança nacional ? — Convém distinguir a industriali zação de produtos minerais para ex
portação e a industrialização deles pai'a consumo interno.
zmco; incerteza da produção
oal de minérios de zfaco; fertilizantes: o
para producãn
Vie nãoS'a'' de desejáCe/em cia dp nTã^ '
zões •
^
i,
nacio-
.
condições
fosfatados
^'"tudc da ocorrên-
seguintes ra-
1) situação e.xcentrica de alguns dos deposites de matéria-prima, em relação às áreas agrícolas consu midoras;
2) ausência de transporte barato;
Dicestü Econômico,
22
3) alto preço do ácido sulfúrico ne cessário à fabricação de suporfosfatos; 4) falta de financiamento c ^c téc nica ;
aquele dc ser muito pouco brasileiro, no sentido de que seus produtos se pres tam mais h alienação do rpic à utiliza ção interna. E' inc'gá\cl sua vocação oceânica. Produz, nosso subsolo, coisas
f) possivelmente, a fonte mais impor tante dc erwôfrc no Brasil é consti
tuída pela marcassita (pirita dc car vão), concomitantementc produzida com a hulha nacional. Pode trans
formar-se, essa marcassita, depois dc pesquisas longas e caras, em fonte
local importante de ácido sulfúrico
de 2.^ qualidade;
g) os outros produtos minerais acima
sublinhados, embora já constituindo matéria-prima para algumas indúsWas, podem ser mais inteligentemen5 c mais amplamente aproveitados o que o estão sendo presentemente, es e que a indústria brasileira re-
supérfluas, mais necessárias ás grandes potências do que ao próprio país que as encerra, cujos habitantes dincilinente atingirão um estágio econômico coínpa-
tível com o consumo ddas, uma \cz que
já tem dificuldades para manter seu trem dc vida, apesar de .ser um dos mais bai xos entre as nações civilizadas.
Ainda maí.s, os seus produtos são mais ncccssário.s â guerra do que á paz, de modo que os acmcs da mineração no Brasil quase sempre coincidem com a desgraça internacional. E' o caso do quartzo, da tantalíta, do berilo, da mica, do diamante industrial etc. Até a lavra
ugie-se na técnica apropriada, de corrente de pesquisas específicas.
e o comércio dc certos produtos mine rais de consumo tipicamente interno me
6 — Problemas que podem influir na fi
ternacionais. E' o caso do car\'ão brasi
lhor vicejam cm épocas de conflitos in
xação das diretrizes da política mi
leiro, que vive dias de bonança (juando
neira nacional
h-aqueja o abastecimento de combustí
— Damos aqui indicações sôbre políti ca mineira conveniente ao Brasil, consi
derando-a como fração da política eco nômica nacional.
Como adiante se verá, e anteriormen te se percebeu, fraciona-se essa política, em duas outras: a política
sôbre produtos minerais tipicamente de exportação, e aquela sôbre produtos mi nerais de predominante consumo interno. Dessa subdivisão convém destacar,
para consideração especial, quatro pro dutos minerais de importância funda mental que merecem preceitos peculia
vel estrangeiro cm tempo de guerra o que, em épocas de paz, perece quando a hulha ultramarina torna-se acessível
Em suma, o subsolo do Brasil, como atualmente conhecido, é naturalmente
1) —
Ecoxómico
Padronização
23
comercial
desses
produtos para que fiquem liber tos dc prejuízos conseqüentes dc cliscrcpâncias de pêso e dc teor, freqüentemente alegados pelos importadores. Essa padronização será decorrente de uma prepara ção dos minérios nos centros dc produção o sua subsequente clas sificação ou qualificação nesses centros, encaminhados a seguir
não tem sido a sorte econômica do Bra
o do ouro, o do café, o da borracha etc.
Um dos característicos do subsolo do
dentes do exterior, as nossas diietrizeg
sil, país que viveu o espasmo do açúcar, Por esses produtos, altamente depen políticas devem ser:
de calorias, de modo que o nosso mau canão, em tempo de paz, possa, dentro do respectivo centro industrial, ter mer
passo ou forçá-las à hibernação, de mo do a que o carvão possa momentanea mente alargar o seu âmbito e satisfazer
mercado externo, sôbre eles emi tindo ioarrants que serão inter namente comerciados, em bases do desconto de acordo com a
ção externa. Dc outro lado, as indús
trias serão tais, de forma a ser possível, em tempo de guerra, diminuir-lhes o
às necessidades brasileiras emergentes da guerra.
Êsse proceder dará es
Em tempo de paz, o País se aprovei tará do carvão estrangeiro,'me
conjuntura.
tabilidade à lavra, regu
lhor, mais barato, e o carvão na
larizará a produção, per
cional se recolherá ao seu raio de
mitindo, aos titulares de tvarranis, liquidá-los nas
tros industriais e vias férreas, lo
conjunturas favoráveis. 3) — Estabelecimento de indús trias
de
ação normal, consumido nos cen
^
semi-transfor-
mação, quando indicadas nos bilidades dos armazéns gerais.
gos períodos de languidez. Outra, aliás
feras, que sejam grandes consumidoras
quer que seja a conjuntura do
muito exteriorizado, demasiado voltado
Qualquer produto que dependa esseu.. cialmente do mercado exterior vivo por etapas, por espasmos, separados por lon-.
^ Pctrolco — A política a ser seguida sobre essa matéria-prima merece ser ex plicada em trabalho especial. Carvão - Criação de centros indus triais {centrais tennoelétricas, cerâmica, vidraria etc.) ao pé das bacias carboní-
cado certo, ser invulnerável à competi
para fora, vivendo, por conseqüência ao sabor das contingências estranhas ^ vontade do País e sôbre as quais êste não tem contrôle.
cionados, a pohtica nacional deve ser:
para armazéns gerais. 2) — Depósito da produção em arma zéns gerais nos portos de expor tação, que os receberão, qual
portos, baseando o suprimento da
res quanto a sua política: petróleo, fer ro, carvão e fosfatos, e que será abor dada in fine. Brasil, como atuabnente conhecido, é
Dic:icsto
matéria-prima sôbre as disponi 4) — Industrialização nas minas da ganga do minério, sempre que
possível, procurando fabricar pro
cados nas bacias carbonlferas.
Ferro - E' imperativo criar-se
uma poderosa atividade exporta dora do ferro de Minas Gerais na base
de 15 a 20 milhões de toneladas por ano, e capaz de proporcionar-nos, pelo menos, 120 milhões de dólares de dhàsas. tendo em vista as necessidades de nossa balança de contas.
Essa atividade é mero problema de
dutos de consumo interno, como
ranspo e terrestre e de apareUiamento
vidros e cerâmica industrial ou
exportação serão ^ E. F. Centralvias do de Brasil e a R F. Vi-
doméstica.
Quanto aos produtos minerais de con sumo interno, a regra geral deverá ser
índustrializá-Ios, tanto quanto possível, pé das minas, para transportar a gan-
o menos possível e distribuir os pro
dutos no mercado mais próximo. Em relação aos quatro produtos men
oria a Minas, e os portos, os três se guintes: Itacunissá, Vitória e Ara-Cruz (ex-Santa Cruz).
A nosso ver, os princípios diretores dessa políüca devem ser : 1) — • aparelhamento das vias férreas e dos portos de exportação, ine-
Dicestü Econômico,
22
3) alto preço do ácido sulfúrico ne cessário à fabricação de suporfosfatos; 4) falta de financiamento c ^c téc nica ;
aquele dc ser muito pouco brasileiro, no sentido de que seus produtos se pres tam mais h alienação do rpic à utiliza ção interna. E' inc'gá\cl sua vocação oceânica. Produz, nosso subsolo, coisas
f) possivelmente, a fonte mais impor tante dc erwôfrc no Brasil é consti
tuída pela marcassita (pirita dc car vão), concomitantementc produzida com a hulha nacional. Pode trans
formar-se, essa marcassita, depois dc pesquisas longas e caras, em fonte
local importante de ácido sulfúrico
de 2.^ qualidade;
g) os outros produtos minerais acima
sublinhados, embora já constituindo matéria-prima para algumas indúsWas, podem ser mais inteligentemen5 c mais amplamente aproveitados o que o estão sendo presentemente, es e que a indústria brasileira re-
supérfluas, mais necessárias ás grandes potências do que ao próprio país que as encerra, cujos habitantes dincilinente atingirão um estágio econômico coínpa-
tível com o consumo ddas, uma \cz que
já tem dificuldades para manter seu trem dc vida, apesar de .ser um dos mais bai xos entre as nações civilizadas.
Ainda maí.s, os seus produtos são mais ncccssário.s â guerra do que á paz, de modo que os acmcs da mineração no Brasil quase sempre coincidem com a desgraça internacional. E' o caso do quartzo, da tantalíta, do berilo, da mica, do diamante industrial etc. Até a lavra
ugie-se na técnica apropriada, de corrente de pesquisas específicas.
e o comércio dc certos produtos mine rais de consumo tipicamente interno me
6 — Problemas que podem influir na fi
ternacionais. E' o caso do car\'ão brasi
lhor vicejam cm épocas de conflitos in
xação das diretrizes da política mi
leiro, que vive dias de bonança (juando
neira nacional
h-aqueja o abastecimento de combustí
— Damos aqui indicações sôbre políti ca mineira conveniente ao Brasil, consi
derando-a como fração da política eco nômica nacional.
Como adiante se verá, e anteriormen te se percebeu, fraciona-se essa política, em duas outras: a política
sôbre produtos minerais tipicamente de exportação, e aquela sôbre produtos mi nerais de predominante consumo interno. Dessa subdivisão convém destacar,
para consideração especial, quatro pro dutos minerais de importância funda mental que merecem preceitos peculia
vel estrangeiro cm tempo de guerra o que, em épocas de paz, perece quando a hulha ultramarina torna-se acessível
Em suma, o subsolo do Brasil, como atualmente conhecido, é naturalmente
1) —
Ecoxómico
Padronização
23
comercial
desses
produtos para que fiquem liber tos dc prejuízos conseqüentes dc cliscrcpâncias de pêso e dc teor, freqüentemente alegados pelos importadores. Essa padronização será decorrente de uma prepara ção dos minérios nos centros dc produção o sua subsequente clas sificação ou qualificação nesses centros, encaminhados a seguir
não tem sido a sorte econômica do Bra
o do ouro, o do café, o da borracha etc.
Um dos característicos do subsolo do
dentes do exterior, as nossas diietrizeg
sil, país que viveu o espasmo do açúcar, Por esses produtos, altamente depen políticas devem ser:
de calorias, de modo que o nosso mau canão, em tempo de paz, possa, dentro do respectivo centro industrial, ter mer
passo ou forçá-las à hibernação, de mo do a que o carvão possa momentanea mente alargar o seu âmbito e satisfazer
mercado externo, sôbre eles emi tindo ioarrants que serão inter namente comerciados, em bases do desconto de acordo com a
ção externa. Dc outro lado, as indús
trias serão tais, de forma a ser possível, em tempo de guerra, diminuir-lhes o
às necessidades brasileiras emergentes da guerra.
Êsse proceder dará es
Em tempo de paz, o País se aprovei tará do carvão estrangeiro,'me
conjuntura.
tabilidade à lavra, regu
lhor, mais barato, e o carvão na
larizará a produção, per
cional se recolherá ao seu raio de
mitindo, aos titulares de tvarranis, liquidá-los nas
tros industriais e vias férreas, lo
conjunturas favoráveis. 3) — Estabelecimento de indús trias
de
ação normal, consumido nos cen
^
semi-transfor-
mação, quando indicadas nos bilidades dos armazéns gerais.
gos períodos de languidez. Outra, aliás
feras, que sejam grandes consumidoras
quer que seja a conjuntura do
muito exteriorizado, demasiado voltado
Qualquer produto que dependa esseu.. cialmente do mercado exterior vivo por etapas, por espasmos, separados por lon-.
^ Pctrolco — A política a ser seguida sobre essa matéria-prima merece ser ex plicada em trabalho especial. Carvão - Criação de centros indus triais {centrais tennoelétricas, cerâmica, vidraria etc.) ao pé das bacias carboní-
cado certo, ser invulnerável à competi
para fora, vivendo, por conseqüência ao sabor das contingências estranhas ^ vontade do País e sôbre as quais êste não tem contrôle.
cionados, a pohtica nacional deve ser:
para armazéns gerais. 2) — Depósito da produção em arma zéns gerais nos portos de expor tação, que os receberão, qual
portos, baseando o suprimento da
res quanto a sua política: petróleo, fer ro, carvão e fosfatos, e que será abor dada in fine. Brasil, como atuabnente conhecido, é
Dic:icsto
matéria-prima sôbre as disponi 4) — Industrialização nas minas da ganga do minério, sempre que
possível, procurando fabricar pro
cados nas bacias carbonlferas.
Ferro - E' imperativo criar-se
uma poderosa atividade exporta dora do ferro de Minas Gerais na base
de 15 a 20 milhões de toneladas por ano, e capaz de proporcionar-nos, pelo menos, 120 milhões de dólares de dhàsas. tendo em vista as necessidades de nossa balança de contas.
Essa atividade é mero problema de
dutos de consumo interno, como
ranspo e terrestre e de apareUiamento
vidros e cerâmica industrial ou
exportação serão ^ E. F. Centralvias do de Brasil e a R F. Vi-
doméstica.
Quanto aos produtos minerais de con sumo interno, a regra geral deverá ser
índustrializá-Ios, tanto quanto possível, pé das minas, para transportar a gan-
o menos possível e distribuir os pro
dutos no mercado mais próximo. Em relação aos quatro produtos men
oria a Minas, e os portos, os três se guintes: Itacunissá, Vitória e Ara-Cruz (ex-Santa Cruz).
A nosso ver, os princípios diretores dessa políüca devem ser : 1) — • aparelhamento das vias férreas e dos portos de exportação, ine-
P*JPIÜ» Dxcusto Econômico
24
b)ic;i\ST<)
diante financiamento dos interes
4) - as via.s de transporte terão tarifas
sados cm suprimento de minério
tes do financiamento provirfio de restituição de fretes c de despesas
alirm-ntani-se essencialmente, as vias clc
transporti*, pelas estações terminais. En tre? a cidtura e o mercado mcdeia o de
modo a facilitar a eelos.ão ilossa
embarque marítimo do minério.
Foíifatos — Melhor fòra fertiliziintes,
Terão a forma de pagamentos contínuos, à medida dos transpor tes e dos embar(pies. Hibernarão, tois encargos, se o importador-
o subtítulo; nia.s é «pie tanlo sobrelo-
serto, o quadro geográfico saliarizaclo pela atividade econômica pretérita, igualmente predatória com a atual. A política quanto a fosfatos deve ser:
va a importância dos fosfatos entre eles,
n) _ atribuição do problema a um ór
portuárias, respecti\amente, rela
indústria.
tivos ao transporte terrestre c ao
financiaclor deixar de importar. Reviverão, à medida do renasci mento da corrente exportadora. O prazo, nos contratos de exporta-
jxo será a vida média do sistema de transporte financiado ;
3) _
25
cie re.stauração da alimentação marginal do tráfego dessas vias, hoje inexistente:
especiais para n-lòrno tie carvão ou cofpie para a siiit<'rizaçâo dos finos, assim como para o gusa do exportação, eonccliindo-as do
por prazo longoj 2) — os encargos financeiros decorren
Econômico
o minério provirá da produção de minas pivadas. naquilo 0
refere à E. F. Central do BrasM na forma dos acordos que forem
que merecem ser destacados.
gão pr?)prio indcponclcnlc, de ca
O público, mc.smo o piiblico culto, es posa o conceito do que o sfilo é porono, mantcnclo-sc íntegro, cin (pialidado o quantidade, a despeito do amanho re
ráter executivo, onde tenham as
rão sobre uma parcela apenas da capacidade de produção,
ticando livre o re.stantc des.sa capacidade;
b) o mmeno fino. conjuntamen te produzido com o minério
exportável, deverá ser aproveitado mediante uma ou mais das seguintes fórmulas: in
luiturd,
sinterizado
ou
das a' prazo para pagamento por ocasião das colheitas.
Política a longo prazo :
sôbre matéria-prima externa e in
sento representantes da agricultu ra e das ferrovias.
Esse órgão
promoverá e executará a política
^
a) - estímulo técnico e financeiro à indústria de fertilizantes b:iseada terna ;
b) - avaliação dos depósitos brasilei ros de rochas fosfáticas tendo era
enxurradas c pelo vento, condicionada [Xíla açao agrícola do lioiucm sem técni
vista seu aproveitamento racional.
ca apurada.
das minas, obedecendo às se guintes diretrizes governamen
preparo das minas, transporte e embarque do minério, recai
para suprimento ao mercado in terno a preços mais em conta ; b) - instituição de um sistema de ven
dindo assim sua ação :
agrícolas colhidos, ultrapassa 100.000 toneladas; enquanto que a remoção, por descarnamentp erosivo, é estimada em mais de três vezes essa (luantidade A
11) os encargos financeiros para
zantes em grandes quantidades
nacional clc fertilizantes, subdivi
firmados diretamente entre o fi
tais :
a) - importação imediata de fertili
petido c da agressão pela china, pelas
Entretanto, para o fósforo, a dcsnúnc-ralização anual do solo cultivado do Es tado clc Sao Paulo, cm virtude da trans
nanciador da remodelação da es trada e dos portos e os titulares
Política de emergência :
ferencia desse mineral pura os produtos
reposição do fósforo se faz. à taxa" dn 50.000 toneladas anuais apenas. Assim, o grande problema básico d l agricultura brasileira é o da refertiliza-
&
ção, assim compreendido : a
—
aproveitamento do sulo conconii-
tantemente com a con.servação dele; b) - reposição do.s minerais hauridos
pelas plantas cultivadas.
E' evidente que o aproxeitamento das terras doentes do Brasil, as únicas, (juase, servidas por meios de comunicação,
transformado em gusa de ex-
encerra cm si mesmo a solução do pro
portaç.ão ;
blema do transporte pela possibilidade áiiiL
P*JPIÜ» Dxcusto Econômico
24
b)ic;i\ST<)
diante financiamento dos interes
4) - as via.s de transporte terão tarifas
sados cm suprimento de minério
tes do financiamento provirfio de restituição de fretes c de despesas
alirm-ntani-se essencialmente, as vias clc
transporti*, pelas estações terminais. En tre? a cidtura e o mercado mcdeia o de
modo a facilitar a eelos.ão ilossa
embarque marítimo do minério.
Foíifatos — Melhor fòra fertiliziintes,
Terão a forma de pagamentos contínuos, à medida dos transpor tes e dos embar(pies. Hibernarão, tois encargos, se o importador-
o subtítulo; nia.s é «pie tanlo sobrelo-
serto, o quadro geográfico saliarizaclo pela atividade econômica pretérita, igualmente predatória com a atual. A política quanto a fosfatos deve ser:
va a importância dos fosfatos entre eles,
n) _ atribuição do problema a um ór
portuárias, respecti\amente, rela
indústria.
tivos ao transporte terrestre c ao
financiaclor deixar de importar. Reviverão, à medida do renasci mento da corrente exportadora. O prazo, nos contratos de exporta-
jxo será a vida média do sistema de transporte financiado ;
3) _
25
cie re.stauração da alimentação marginal do tráfego dessas vias, hoje inexistente:
especiais para n-lòrno tie carvão ou cofpie para a siiit<'rizaçâo dos finos, assim como para o gusa do exportação, eonccliindo-as do
por prazo longoj 2) — os encargos financeiros decorren
Econômico
o minério provirá da produção de minas pivadas. naquilo 0
refere à E. F. Central do BrasM na forma dos acordos que forem
que merecem ser destacados.
gão pr?)prio indcponclcnlc, de ca
O público, mc.smo o piiblico culto, es posa o conceito do que o sfilo é porono, mantcnclo-sc íntegro, cin (pialidado o quantidade, a despeito do amanho re
ráter executivo, onde tenham as
rão sobre uma parcela apenas da capacidade de produção,
ticando livre o re.stantc des.sa capacidade;
b) o mmeno fino. conjuntamen te produzido com o minério
exportável, deverá ser aproveitado mediante uma ou mais das seguintes fórmulas: in
luiturd,
sinterizado
ou
das a' prazo para pagamento por ocasião das colheitas.
Política a longo prazo :
sôbre matéria-prima externa e in
sento representantes da agricultu ra e das ferrovias.
Esse órgão
promoverá e executará a política
^
a) - estímulo técnico e financeiro à indústria de fertilizantes b:iseada terna ;
b) - avaliação dos depósitos brasilei ros de rochas fosfáticas tendo era
enxurradas c pelo vento, condicionada [Xíla açao agrícola do lioiucm sem técni
vista seu aproveitamento racional.
ca apurada.
das minas, obedecendo às se guintes diretrizes governamen
preparo das minas, transporte e embarque do minério, recai
para suprimento ao mercado in terno a preços mais em conta ; b) - instituição de um sistema de ven
dindo assim sua ação :
agrícolas colhidos, ultrapassa 100.000 toneladas; enquanto que a remoção, por descarnamentp erosivo, é estimada em mais de três vezes essa (luantidade A
11) os encargos financeiros para
zantes em grandes quantidades
nacional clc fertilizantes, subdivi
firmados diretamente entre o fi
tais :
a) - importação imediata de fertili
petido c da agressão pela china, pelas
Entretanto, para o fósforo, a dcsnúnc-ralização anual do solo cultivado do Es tado clc Sao Paulo, cm virtude da trans
nanciador da remodelação da es trada e dos portos e os titulares
Política de emergência :
ferencia desse mineral pura os produtos
reposição do fósforo se faz. à taxa" dn 50.000 toneladas anuais apenas. Assim, o grande problema básico d l agricultura brasileira é o da refertiliza-
&
ção, assim compreendido : a
—
aproveitamento do sulo conconii-
tantemente com a con.servação dele; b) - reposição do.s minerais hauridos
pelas plantas cultivadas.
E' evidente que o aproxeitamento das terras doentes do Brasil, as únicas, (juase, servidas por meios de comunicação,
transformado em gusa de ex-
encerra cm si mesmo a solução do pro
portaç.ão ;
blema do transporte pela possibilidade áiiiL
Dioksto
Spínclictop, pró.vimo a Beaumont, Texas,
O panorama mundial do petróleo
marca o início dessa nova era.
S. FnÓEs DE AnnEu
O petróleo, por siiíi importância no
mundo civilizado, constitui sempre um tema oportuno e portador do grande curiosidade.
Canadá, no licrnisfério ocidental, c o
ano.s atrás, copiamos as inscrições que
na civilização."
panorama mundial. mundo
lhões de barris, localizada nas regiões assinaladas na lista que se següe.
Milhões de barris
,
Unente Media
32 4^3
Estados Unidos (dados"de 24.834
Venezuela Europa (tôda) »
Ásia (exceto o Oriente Médio)
Canadá . México .
o ^00 5
'i
O"
tem-se cerca dc 90 55 do petróleo já des coberto. E curiosa essa concentração do precioso combustível cm três zonas
do ccúmcno ; o Oriente Médio, a Amé
Essa distribuição com tanta prefcrência polo hemisfério norte não parece ser apenas porque lá as pesquisas te nham sido mais intensivas. E' que as
bacias sedimentares encerrando as con
diçoes mais favoráveis à formação do
petróleo sao mais comuns e mais cxlen sas naquele hemisfério. Além Õ hemisfério norte dí.spõc de muito maior
260
hemisfério sul.
250 202
•*
estamos.
300
850
Argentina África (tôda)
de um décimo ao hemisfério em que
extensão dc terras emcnsas que o hcmiq lerio sul, onde predominam os oceanos Isso explica a predominância dos cam pos no hemisfério norte e a maior difi culdade de se descobrir petróleo no
1 577
1.200
Colômbia Trinidad ,
160 81
76.637 (') Os dados relativos à Rússia e aos países sob sua influência são muito es cassos.
Ires quartas partes do petróleo atual mente conhecido. Jtintando-se a cias
mos ao hemisfério norte o apenas cerca
igSiní™ princípio 1950 indicavam uma rescwa dc petródo leo, no mundo, da ordem de 70.637 mi
Outros, diversos
"Neste lugar — no décimo dia do vi
rica do Norte c a zxma cm tôrno do Mar das Caraíbas, cabendo novo déci
Reservas conhecidas de petróleo no
Peru
duzidos.
Oriento Médio, no bomisfério oriental.
as reservas da Venezuela e Colômbia,
e^ondo agora alguns dados relativos aô
mos dois aspectos do campo, aqui repro gésimo século — começou uma nova era
O quadro põe rm relévo a preponde
estar a par dos acontecimentos em tômo
Não é portanto, fora de propósito vir
se seguem, de\ndamente traduzidas; e de algumas vistas ali tomadas desenlia-
rância dc duas zonas: Estados Unidos c
Ambas, somadas, pcrfa/.ein 76 do pe tróleo do mundo, ou sejam, mais de
tratar dele mais uma vez nesta Revista
27
Devido a sua projeção na história do petróleo, foi colocado em Spindlctop um grande obelisco com inscrições ade(piadas. Em nossa xàsíta ao local, alguns
Sua importância, cada vez maior, como fonte de energia c como matériaprima, faz com que os interessados cm assuntos econômicos procurem sempre
da sua produção e distribuição.
Econômico
A maior parte das reservas mundiais de petróleo foi conhecida muito recen temente. Descoberto o óleo nos Estados Unidos cm 1859 (poço do Coronel Drake, em Titusville, Pensilvânía), verda deiramente a grande exploração só co
S»PlNDLe70F^TEyAS
meçou em 1901, com a descoberta dos
S.FRüES ftBREU
grandes campos no Texas; e o poço do
v'
Dioksto
Spínclictop, pró.vimo a Beaumont, Texas,
O panorama mundial do petróleo
marca o início dessa nova era.
S. FnÓEs DE AnnEu
O petróleo, por siiíi importância no
mundo civilizado, constitui sempre um tema oportuno e portador do grande curiosidade.
Canadá, no licrnisfério ocidental, c o
ano.s atrás, copiamos as inscrições que
na civilização."
panorama mundial. mundo
lhões de barris, localizada nas regiões assinaladas na lista que se següe.
Milhões de barris
,
Unente Media
32 4^3
Estados Unidos (dados"de 24.834
Venezuela Europa (tôda) »
Ásia (exceto o Oriente Médio)
Canadá . México .
o ^00 5
'i
O"
tem-se cerca dc 90 55 do petróleo já des coberto. E curiosa essa concentração do precioso combustível cm três zonas
do ccúmcno ; o Oriente Médio, a Amé
Essa distribuição com tanta prefcrência polo hemisfério norte não parece ser apenas porque lá as pesquisas te nham sido mais intensivas. E' que as
bacias sedimentares encerrando as con
diçoes mais favoráveis à formação do
petróleo sao mais comuns e mais cxlen sas naquele hemisfério. Além Õ hemisfério norte dí.spõc de muito maior
260
hemisfério sul.
250 202
•*
estamos.
300
850
Argentina África (tôda)
de um décimo ao hemisfério em que
extensão dc terras emcnsas que o hcmiq lerio sul, onde predominam os oceanos Isso explica a predominância dos cam pos no hemisfério norte e a maior difi culdade de se descobrir petróleo no
1 577
1.200
Colômbia Trinidad ,
160 81
76.637 (') Os dados relativos à Rússia e aos países sob sua influência são muito es cassos.
Ires quartas partes do petróleo atual mente conhecido. Jtintando-se a cias
mos ao hemisfério norte o apenas cerca
igSiní™ princípio 1950 indicavam uma rescwa dc petródo leo, no mundo, da ordem de 70.637 mi
Outros, diversos
"Neste lugar — no décimo dia do vi
rica do Norte c a zxma cm tôrno do Mar das Caraíbas, cabendo novo déci
Reservas conhecidas de petróleo no
Peru
duzidos.
Oriento Médio, no bomisfério oriental.
as reservas da Venezuela e Colômbia,
e^ondo agora alguns dados relativos aô
mos dois aspectos do campo, aqui repro gésimo século — começou uma nova era
O quadro põe rm relévo a preponde
estar a par dos acontecimentos em tômo
Não é portanto, fora de propósito vir
se seguem, de\ndamente traduzidas; e de algumas vistas ali tomadas desenlia-
rância dc duas zonas: Estados Unidos c
Ambas, somadas, pcrfa/.ein 76 do pe tróleo do mundo, ou sejam, mais de
tratar dele mais uma vez nesta Revista
27
Devido a sua projeção na história do petróleo, foi colocado em Spindlctop um grande obelisco com inscrições ade(piadas. Em nossa xàsíta ao local, alguns
Sua importância, cada vez maior, como fonte de energia c como matériaprima, faz com que os interessados cm assuntos econômicos procurem sempre
da sua produção e distribuição.
Econômico
A maior parte das reservas mundiais de petróleo foi conhecida muito recen temente. Descoberto o óleo nos Estados Unidos cm 1859 (poço do Coronel Drake, em Titusville, Pensilvânía), verda deiramente a grande exploração só co
S»PlNDLe70F^TEyAS
meçou em 1901, com a descoberta dos
S.FRüES ftBREU
grandes campos no Texas; e o poço do
v'
Dioe-sto
28
"Âs dez e meia du manhã dc 10 de
janeiro de 1901, o primeiro grande po ço dc petróleo no mundo — O Anthony F. Lucas "gusher" - jorrou produzitido calculadamente 100.000 barris de
óleo por dia, duma profundidade de 1.160 pés. — Luca.s superintendia a per
furação por J. C. e A. W. Hamil para J. M. Guffey e J. II, Galey na conees-
.são McFaddin, Wiess e Kyíe. — O po ço produziu 800.000 barris nos nove
dias em que jorrou sem contrôle. — O petróleo revolucionou a indústria c o
lran.sporte. — Êle criou incontável ri queza, construiu cidades. — Deu em
prego a centenas de milhares de pessoas e contribuiu com bilhões de dólares em taxas para manter instituições do Go
verno. - Em poucos anos êle alterou a
rs"
se ^aTgZL"^entrê madeira, de poços abandonados, em prí miscuidade com outras metálicas cs guias, dos poços em produção. M'ais ao
longe, tanques coletores pintados dc preto e separadores de gás, de um pra teado imaculado, erguem-se na planície
Ec;f)Nó.\tir,o
Comumo mtnulial
O consumo c a produção dc petróleo mantêm uma batalha dc ncrsos no mundo econômico.
Ha muilo.s ano.s sc anuncia (juc o pe tróleo dos Estados Unidos é suficiente apenas para o eotisuiuo cie 16 a 20
anos. Ha cêrca de .30 anos cpie ouvi mos essa afirmação impressioiuinle. Co mo os Estados Unidos fornecem cêrca
dc dois terços do pclrólc-o consumido
pelo Homem, as reservas dêsse pais es boçam as linhas gerais da situação do ccúmcno.
Como se explica que há cêrca de 30 anos perdure essa previsão de esgota mento, não obstante o consumo crescer em proporção geométrica ?
A re.sposta é simples.
O consumo
anual naquele pais, sempre crescente, é compensado pelas novas descobertas conseqüentes a investigações também crescentes o cada vez mais aperfei çoadas.
'
Quando as descobertas de novos cam
bem nivelada, manchada dc borra de
pos, cm certo ano, levam muito para diante o tempo de garantia dc consu mo, da-se, naturalmente, n.n esmoreci-
óleo e de efloscências salinas, da água salgada que hoje escapa dos poços
Nos anos em que as novas descober tas são aeahhadas e não compensam o
abandonados.
Quando se medita um pouco sôbre aquela paisagem, sente-se ainda o es plendor de meio século atrás; o ar ain da "cheira" a petróleo e relembra a fú
ria dos poços "brabos" como o do Capi tão Lucas, celebrado no majestoso mo numento.
As grandes resenhas dos Estados Uni dos datam dc 50 anos; as do Oriente Médio são de conhecimento muito re
cente; as da Saudi Arábia não têm quin ze anos e a.s do Canadá são ainda mais recentes.
mento na atividade de pescpiisa.
aumento do consumo, o nervosismo de
Dici-sto
29
Econômico
n consumir o petróleo sintético, realida de jú alcançada c compro\ada na Ale manha. na última guerra. Não há, pois,
dependerão essencialmente das feições políticas das três grandes zonas de pro
<pic temer uma profunda modificação
tentrional, região caraibica.
<lo.s meios de vida cm conseqüência da earèneia dc petróleo.
As grandes autoridades em cálculo e previsão de reser\'as, como A. I. Levorsen, geólogo e professor, que tem a cre dencial dc ter enriquecido localizando campos de petróleo, ou L. G. Weeks, que ocupa um dos mais elevados postos
As bacias sedimentares ainda não ex
ploradas são \ astas e o principal perigo não é a falta dc petróleo natural, mas tão .somente a falta duma distribuição
e(pnlali\a aos consumidores no mundo, de\ ido a diNorgências de natvireza polí tica. No caso, o fator político é muito
mais temível que o fator geológico. Ideologias extremadas separam o mun do do boje em dois partidos, sem uma
suprimentos futuros de petróleo natural
obscr\'a abaixo.
1947 Produção mundial 8.702.600 barris. Consumo mundial 1948 1949
9.798.000 " 9.820.800 "
O perigo dum próximo esgotamento do petróleo só impressiona realmente os cpic não estão bem a par das possibili
dades baseadas nas condições geológi cas das áreas sedimentares do globo. Mesmo que se acabe o petróleo natural dentro de um século, o mundo passará
9.747.300 "
A produção de gasolina baseada na reação entre monóxido de carbono e
nham no mesmo ritmo. Em 1939 a pro
dustria e pode ser utilizada em qualquer
hidrogênio já entrou no domínio da in
dução mundial era da ordem dc pouco mais de 5% milhões de barris e no ano
do 1949 chegou a perto dc 10 milhões, tenda quase duplicado em 10 anos apenas.
Embora já se conheça no subsolo pe tróleo bastante para muitos anos dc con
anos.
8.737.600 barris 9.340.400 "
O consumo tem crescido assustadora mente, mas as descobertas o acompa
o tal que logo se manifesta um surto cie pensa o déficit e mantém as reservas
Os dados mais recentes mostram até
uma situação tranquilizadora, como se
As possibilidades de fabricação
dentro do clássico período de 16 a 20
profissionais na Standard Oil de New
Jersey — são acordes em admitir que as reserwas de petróleo estão longe de esgo tamento e que não há razões para o pâ nico formulado pela imprensa.
escala do transição, de modo que os
flagrado pelos economistas de petróleo atividade pesquisadora que sempre com
dução — Oriente Médio, América Se
país que disponha de abundantes fon tes de canhão a preço baixo.
Por isso, foi empregada com sucesso
na Alemanha e poderá ser implantada nos Estados Unidos, onde há considerá
veis resen.as de lignito, e carvões sub-
f
sumo, a maior garantia de fornecimento
que se pode oferecer à humanidade é a produção por via sintética, já emprega da na Alemanha e "testada" últimamen-
betnmrnosos. Os técnicos calculam que esses carvões têm
j
duzir o petróleo aS f P"™
T7cM4r.cTT -j por '^"iticial necessário aos Estados Umdos cêrca de dez séculos.
As zonas olimentadoras do mercíiíío e as zonas deficitárias
to nos Estados Unidos.
se examina o quadro da dis
O petróleo artificial hoje não é mais nma cogitação teórica, é uma realidade
tribuição mundial de petróleo nota-se lo
comprovada pela experiência em grande
go um contraste entre certas zonas que
escala, à espera apenas dum clima pro
produzem muito e consomem pouco e
pício à sua expansão.
outras em que o fenômeno é inverso.
Dioe-sto
28
"Âs dez e meia du manhã dc 10 de
janeiro de 1901, o primeiro grande po ço dc petróleo no mundo — O Anthony F. Lucas "gusher" - jorrou produzitido calculadamente 100.000 barris de
óleo por dia, duma profundidade de 1.160 pés. — Luca.s superintendia a per
furação por J. C. e A. W. Hamil para J. M. Guffey e J. II, Galey na conees-
.são McFaddin, Wiess e Kyíe. — O po ço produziu 800.000 barris nos nove
dias em que jorrou sem contrôle. — O petróleo revolucionou a indústria c o
lran.sporte. — Êle criou incontável ri queza, construiu cidades. — Deu em
prego a centenas de milhares de pessoas e contribuiu com bilhões de dólares em taxas para manter instituições do Go
verno. - Em poucos anos êle alterou a
rs"
se ^aTgZL"^entrê madeira, de poços abandonados, em prí miscuidade com outras metálicas cs guias, dos poços em produção. M'ais ao
longe, tanques coletores pintados dc preto e separadores de gás, de um pra teado imaculado, erguem-se na planície
Ec;f)Nó.\tir,o
Comumo mtnulial
O consumo c a produção dc petróleo mantêm uma batalha dc ncrsos no mundo econômico.
Ha muilo.s ano.s sc anuncia (juc o pe tróleo dos Estados Unidos é suficiente apenas para o eotisuiuo cie 16 a 20
anos. Ha cêrca de .30 anos cpie ouvi mos essa afirmação impressioiuinle. Co mo os Estados Unidos fornecem cêrca
dc dois terços do pclrólc-o consumido
pelo Homem, as reservas dêsse pais es boçam as linhas gerais da situação do ccúmcno.
Como se explica que há cêrca de 30 anos perdure essa previsão de esgota mento, não obstante o consumo crescer em proporção geométrica ?
A re.sposta é simples.
O consumo
anual naquele pais, sempre crescente, é compensado pelas novas descobertas conseqüentes a investigações também crescentes o cada vez mais aperfei çoadas.
'
Quando as descobertas de novos cam
bem nivelada, manchada dc borra de
pos, cm certo ano, levam muito para diante o tempo de garantia dc consu mo, da-se, naturalmente, n.n esmoreci-
óleo e de efloscências salinas, da água salgada que hoje escapa dos poços
Nos anos em que as novas descober tas são aeahhadas e não compensam o
abandonados.
Quando se medita um pouco sôbre aquela paisagem, sente-se ainda o es plendor de meio século atrás; o ar ain da "cheira" a petróleo e relembra a fú
ria dos poços "brabos" como o do Capi tão Lucas, celebrado no majestoso mo numento.
As grandes resenhas dos Estados Uni dos datam dc 50 anos; as do Oriente Médio são de conhecimento muito re
cente; as da Saudi Arábia não têm quin ze anos e a.s do Canadá são ainda mais recentes.
mento na atividade de pescpiisa.
aumento do consumo, o nervosismo de
Dici-sto
29
Econômico
n consumir o petróleo sintético, realida de jú alcançada c compro\ada na Ale manha. na última guerra. Não há, pois,
dependerão essencialmente das feições políticas das três grandes zonas de pro
<pic temer uma profunda modificação
tentrional, região caraibica.
<lo.s meios de vida cm conseqüência da earèneia dc petróleo.
As grandes autoridades em cálculo e previsão de reser\'as, como A. I. Levorsen, geólogo e professor, que tem a cre dencial dc ter enriquecido localizando campos de petróleo, ou L. G. Weeks, que ocupa um dos mais elevados postos
As bacias sedimentares ainda não ex
ploradas são \ astas e o principal perigo não é a falta dc petróleo natural, mas tão .somente a falta duma distribuição
e(pnlali\a aos consumidores no mundo, de\ ido a diNorgências de natvireza polí tica. No caso, o fator político é muito
mais temível que o fator geológico. Ideologias extremadas separam o mun do do boje em dois partidos, sem uma
suprimentos futuros de petróleo natural
obscr\'a abaixo.
1947 Produção mundial 8.702.600 barris. Consumo mundial 1948 1949
9.798.000 " 9.820.800 "
O perigo dum próximo esgotamento do petróleo só impressiona realmente os cpic não estão bem a par das possibili
dades baseadas nas condições geológi cas das áreas sedimentares do globo. Mesmo que se acabe o petróleo natural dentro de um século, o mundo passará
9.747.300 "
A produção de gasolina baseada na reação entre monóxido de carbono e
nham no mesmo ritmo. Em 1939 a pro
dustria e pode ser utilizada em qualquer
hidrogênio já entrou no domínio da in
dução mundial era da ordem dc pouco mais de 5% milhões de barris e no ano
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Embora já se conheça no subsolo pe tróleo bastante para muitos anos dc con
anos.
8.737.600 barris 9.340.400 "
O consumo tem crescido assustadora mente, mas as descobertas o acompa
o tal que logo se manifesta um surto cie pensa o déficit e mantém as reservas
Os dados mais recentes mostram até
uma situação tranquilizadora, como se
As possibilidades de fabricação
dentro do clássico período de 16 a 20
profissionais na Standard Oil de New
Jersey — são acordes em admitir que as reserwas de petróleo estão longe de esgo tamento e que não há razões para o pâ nico formulado pela imprensa.
escala do transição, de modo que os
flagrado pelos economistas de petróleo atividade pesquisadora que sempre com
dução — Oriente Médio, América Se
país que disponha de abundantes fon tes de canhão a preço baixo.
Por isso, foi empregada com sucesso
na Alemanha e poderá ser implantada nos Estados Unidos, onde há considerá
veis resen.as de lignito, e carvões sub-
f
sumo, a maior garantia de fornecimento
que se pode oferecer à humanidade é a produção por via sintética, já emprega da na Alemanha e "testada" últimamen-
betnmrnosos. Os técnicos calculam que esses carvões têm
j
duzir o petróleo aS f P"™
T7cM4r.cTT -j por '^"iticial necessário aos Estados Umdos cêrca de dez séculos.
As zonas olimentadoras do mercíiíío e as zonas deficitárias
to nos Estados Unidos.
se examina o quadro da dis
O petróleo artificial hoje não é mais nma cogitação teórica, é uma realidade
tribuição mundial de petróleo nota-se lo
comprovada pela experiência em grande
go um contraste entre certas zonas que
escala, à espera apenas dum clima pro
produzem muito e consomem pouco e
pício à sua expansão.
outras em que o fenômeno é inverso.
Dicksto
Econômico
Outras há, mais ou menos em equíH]>rio. como os Estados Unidos c a Rús
sia, cujo balanço entre produção e con-
Síimo sofre pequenas oscilações anuais. A rcníão em tôrno do Mar das Canubas, em 1949, consumia cerca de ....
200.000 barris jior dia e produzia .... 1 .400.000, ou soja, sete vézes mais. O
'íi,t \ Ci
Atividade de perfuração
1.400.000.
Já a vollia e cansada Europa (ex
Os fatôres que contribuem para a pro
cluída a Rússia) ocupa uma posição in
dução de petróleo nas diversas zonas do
versa: cm 1949 consumia 1.200.000
globo são, de um lado, a riquezíi espe
barris por dia e produziu menos de .... 176.000, ou cerca do um sétimo do
cífica da área, e de outro lado a ativida
ra 19.51 c produzir 2.500 barris por dia cm Mataripe, e o consumo, segundo as estatísticas mais recentes, é de 66.000 barris por dia, ou sejam, 26 vezes o que vai produzir!
dependentes da vontade do Homem. A atividade ex-ploratória se mede, en
Prodiitiviclaclc por poço
A produtividade por poço varia mui to e muna mesma área vai decrescendo com a diminuição da pressão interna da
jazida. Daí as práticas de extração mo derada e conservação dos depósitos, em
oposição ao que se fazia antigamente com a chamada laxta ambiciosa, quan
.§ S
de de e.xploração.
A riqueza específica da zona é a , resultante dum conjunto de fatores na turais tais como a espessura das cama das impregnadas, a porosidade e per meabilidade das mesmas, a pressão de
ria dos deficitários, pois o programa pa
a 60 »
Oriente Médio no mercado internacio
cio 200.000 barris c também produzia
O Brasil também figura nessa catego
O a.
barris; e no Oriente Médio, apenas com 287 poços, a média é 5.143,6 barris por poço I Isso põe bem em relê\'o a posição do nal de petróleo.
consumo.
te ^
média é de 159,7 barris; no Canadá, com 2.629 poços, a média é de 22,1
Orientei Médio também consumia cerca cerca
6o
barris; no México, com 1.127 poços, a
do o vmico objetivo era tirar o máximo, no mínimo de tempo e com o mínimo de esfòrço, embora aniquilasse mais ra pidamente o campo.
Nos Estados Unidos, que reúnem o
maior número de poços em produção, a produtividade média é das menores que so conhece. O esforço e a técnica com pensam o baixo rendimento.
Dos 449.545 poços em atividade a média de produção é de 11 barris por poço. Na Venezuela, com 6.236 poços, a produtividade por poço é de 200,8
gás nos rcsen'atórios etc. São fatos in
tre outros fatôres, pelo número de po ços ^abertos anualmente, e depende uni camente do fator humano.
Quando a produtividade do terreno é grande, bastam poucos poços para man ter um nível ele\'ado de produção, co mo é o caso do Oriente Médio, onde
cm 1948 foram abertos apenas 69 novos poços. Na Argentina, no mesmo ano,
foram abertos 74 poços; no entanto, a produção do Oriente Médio é de .. • •
1.140.000 barris diários e a da Argen tina de apenas 23.253. No Canadá, em 1948, foram abertos 818 novos poços, na Venezuela 889, na Alemanha 185, no Peru 175, em Trinidad 134 e nos Estados Unidos 40.1001
O quadro a seguir mostra a atmdade de perfuração em 1948 e 1949 nas
principais regiões e foi resumido das es tatísticas publicadas pelo "\Vorld Oi de 15-7-1950.
Dicksto
Econômico
Outras há, mais ou menos em equíH]>rio. como os Estados Unidos c a Rús
sia, cujo balanço entre produção e con-
Síimo sofre pequenas oscilações anuais. A rcníão em tôrno do Mar das Canubas, em 1949, consumia cerca de ....
200.000 barris jior dia e produzia .... 1 .400.000, ou soja, sete vézes mais. O
'íi,t \ Ci
Atividade de perfuração
1.400.000.
Já a vollia e cansada Europa (ex
Os fatôres que contribuem para a pro
cluída a Rússia) ocupa uma posição in
dução de petróleo nas diversas zonas do
versa: cm 1949 consumia 1.200.000
globo são, de um lado, a riquezíi espe
barris por dia e produziu menos de .... 176.000, ou cerca do um sétimo do
cífica da área, e de outro lado a ativida
ra 19.51 c produzir 2.500 barris por dia cm Mataripe, e o consumo, segundo as estatísticas mais recentes, é de 66.000 barris por dia, ou sejam, 26 vezes o que vai produzir!
dependentes da vontade do Homem. A atividade ex-ploratória se mede, en
Prodiitiviclaclc por poço
A produtividade por poço varia mui to e muna mesma área vai decrescendo com a diminuição da pressão interna da
jazida. Daí as práticas de extração mo derada e conservação dos depósitos, em
oposição ao que se fazia antigamente com a chamada laxta ambiciosa, quan
.§ S
de de e.xploração.
A riqueza específica da zona é a , resultante dum conjunto de fatores na turais tais como a espessura das cama das impregnadas, a porosidade e per meabilidade das mesmas, a pressão de
ria dos deficitários, pois o programa pa
a 60 »
Oriente Médio no mercado internacio
cio 200.000 barris c também produzia
O Brasil também figura nessa catego
O a.
barris; e no Oriente Médio, apenas com 287 poços, a média é 5.143,6 barris por poço I Isso põe bem em relê\'o a posição do nal de petróleo.
consumo.
te ^
média é de 159,7 barris; no Canadá, com 2.629 poços, a média é de 22,1
Orientei Médio também consumia cerca cerca
6o
barris; no México, com 1.127 poços, a
do o vmico objetivo era tirar o máximo, no mínimo de tempo e com o mínimo de esfòrço, embora aniquilasse mais ra pidamente o campo.
Nos Estados Unidos, que reúnem o
maior número de poços em produção, a produtividade média é das menores que so conhece. O esforço e a técnica com pensam o baixo rendimento.
Dos 449.545 poços em atividade a média de produção é de 11 barris por poço. Na Venezuela, com 6.236 poços, a produtividade por poço é de 200,8
gás nos rcsen'atórios etc. São fatos in
tre outros fatôres, pelo número de po ços ^abertos anualmente, e depende uni camente do fator humano.
Quando a produtividade do terreno é grande, bastam poucos poços para man ter um nível ele\'ado de produção, co mo é o caso do Oriente Médio, onde
cm 1948 foram abertos apenas 69 novos poços. Na Argentina, no mesmo ano,
foram abertos 74 poços; no entanto, a produção do Oriente Médio é de .. • •
1.140.000 barris diários e a da Argen tina de apenas 23.253. No Canadá, em 1948, foram abertos 818 novos poços, na Venezuela 889, na Alemanha 185, no Peru 175, em Trinidad 134 e nos Estados Unidos 40.1001
O quadro a seguir mostra a atmdade de perfuração em 1948 e 1949 nas
principais regiões e foi resumido das es tatísticas publicadas pelo "\Vorld Oi de 15-7-1950.
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Peru Trínidad .
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Argentina Colômbia
Polônia .. Equador . França .. Marrocos
Japão . .. Holanda
Áustria .. Hungria Kuwait .. Saudi-Arábia
Brunei e Sarawak Frasil
40.010
ção no fim de
Poços completados cm
"1
J94H
1949
/■
4.909
39.047
1
0
889 818 185 175 134 103 80 74 72 69 63 63 57 50 41 40 28 24 24 18 15
1
33
didadc.s, c os métodos cie extração cada vez mais sc aperfeiçoam.
—
Poço.1 completa
EcoNÓxnco
Em 1927 o recorde de profundidade
perfurações.
(4.573 m); em 1947, de 17.823 pés
maior coeficiente de segurança às per- • furações e diminuindo o risco do poço
152 85 45
1.102 349
39
194
cm 1927 tinha 7.591 pés (2.314 m);
144 115 158
cm 1947 já havia um dc 13.904 pés (4.638 m) c cm 19^19 já sc produzia
25 32 35 16 21
uj
I^cs (6.255 m). O poço mais profundo cm produção
pctrcdco dc 15.530 pés (4.734 m).
72
Como SC nota, a profundidade
106
dos
poços cresce gradativamcnte, à medida c|uc a técnica cie pcrfilração se vai aper
0
e
«
feiçoando .•
7
67 85 56
15
72
1 30 7 9 7 8 17
20
pesquisa é também determinado pelas
17
En~ cada zona o limite máximo da
,
5 Ú
49 23 20 17
sicos e geoquímicos aijjes de fazer as
cio poços perfurados era de 8.046 pés (2.452 m); cun 1930 era de 9.753 pés (2.973 m); em 1938, dc 15.004 pés (5.432 m); c cm 1949 alcançou 20.521
670
Outra tendência cada vez mais acen
tuada é a de aplicar mais estudos geofíTais estudos tendem a esclarecer me
lhor as condições do subsolo, dando
seco. A pesquisa de petróleo é uma for
ma de aplicação de capital com risco muito grande, mas rendimento cle\'adís-
simo quando acha óleo. O petróleo, atualmente, é o produto que mais incen tiva as pesquisas tecnológicas, e por is so a sua produção sc toma cada vez mais esmerada, mais rendosa e mais complexa.
Hoje não é mais possível, com apare lhagem simples e através de processos
antiquados, produzir derivados do pe
condições geológicas locais, pois não há
tróleo em condições
\'antagcm de perfurar o solo onde já
mercado internacional. Daí a dificulda
não há possibilidade dc encontrar pe tróleo.
de concorrer no
de de manter uma indústria petrolífera próspera, divorciada dos processos mo-
r •) Dados não divulgados. As tendências da pesquisa
Com as restrições às atividades de es
um mellmr futurodesejamseusardentemente filhos.
os países do mundo, não há muito cam po para expansão das pesquisas promo
trangeiros manifestadas em ouase todo,
Infelizmente, a vontade o o patriotiscão ^f^tivarexperiência a produ ção r de pctroleo. A grande
vidas pelos grupos americano e anglo-
holandes - os lideres na produção de
vos e geralmente os grupos que mais aspiram produzir petróleo são justa
petróleo. A caça de novas lireas em terras estranhas torna-se cada vez mais di fícil porque em todos os pontos do ecúmeno, mesmo nas regiões menos desen
volvidas, depara-se o lema do "o petró leo é nosso" nas paredes e no coração
imenso capital são os fatores decisi
mente os que nao dispõem nem da téc
•
■
••f
•
•
'
.vC,;,..-
•
.1, ..
_
. .
. .
V
nica nem do capital. Daí a tendência cada vez mais fir
mada para explorar ao máximo as re giões já em exploração, de preferência à conquista cie novas áreas. Os poços cada vez são levados a maiores profun-
^ raícsA-o^zn
.. b -
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32
Dicksto Econômico
Dicuvsto
Poços em perfura
dos em 194S
REGIÃO
Estados Unidos U.R.S.S. . Venezuela Canadá . Alemanha
Peru Trínidad .
índias Or. Holand México .,
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1
33
didadc.s, c os métodos cie extração cada vez mais sc aperfeiçoam.
—
Poço.1 completa
EcoNÓxnco
Em 1927 o recorde de profundidade
perfurações.
(4.573 m); em 1947, de 17.823 pés
maior coeficiente de segurança às per- • furações e diminuindo o risco do poço
152 85 45
1.102 349
39
194
cm 1927 tinha 7.591 pés (2.314 m);
144 115 158
cm 1947 já havia um dc 13.904 pés (4.638 m) c cm 19^19 já sc produzia
25 32 35 16 21
uj
I^cs (6.255 m). O poço mais profundo cm produção
pctrcdco dc 15.530 pés (4.734 m).
72
Como SC nota, a profundidade
106
dos
poços cresce gradativamcnte, à medida c|uc a técnica cie pcrfilração se vai aper
0
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20
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En~ cada zona o limite máximo da
,
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49 23 20 17
sicos e geoquímicos aijjes de fazer as
cio poços perfurados era de 8.046 pés (2.452 m); cun 1930 era de 9.753 pés (2.973 m); em 1938, dc 15.004 pés (5.432 m); c cm 1949 alcançou 20.521
670
Outra tendência cada vez mais acen
tuada é a de aplicar mais estudos geofíTais estudos tendem a esclarecer me
lhor as condições do subsolo, dando
seco. A pesquisa de petróleo é uma for
ma de aplicação de capital com risco muito grande, mas rendimento cle\'adís-
simo quando acha óleo. O petróleo, atualmente, é o produto que mais incen tiva as pesquisas tecnológicas, e por is so a sua produção sc toma cada vez mais esmerada, mais rendosa e mais complexa.
Hoje não é mais possível, com apare lhagem simples e através de processos
antiquados, produzir derivados do pe
condições geológicas locais, pois não há
tróleo em condições
\'antagcm de perfurar o solo onde já
mercado internacional. Daí a dificulda
não há possibilidade dc encontrar pe tróleo.
de concorrer no
de de manter uma indústria petrolífera próspera, divorciada dos processos mo-
r •) Dados não divulgados. As tendências da pesquisa
Com as restrições às atividades de es
um mellmr futurodesejamseusardentemente filhos.
os países do mundo, não há muito cam po para expansão das pesquisas promo
trangeiros manifestadas em ouase todo,
Infelizmente, a vontade o o patriotiscão ^f^tivarexperiência a produ ção r de pctroleo. A grande
vidas pelos grupos americano e anglo-
holandes - os lideres na produção de
vos e geralmente os grupos que mais aspiram produzir petróleo são justa
petróleo. A caça de novas lireas em terras estranhas torna-se cada vez mais di fícil porque em todos os pontos do ecúmeno, mesmo nas regiões menos desen
volvidas, depara-se o lema do "o petró leo é nosso" nas paredes e no coração
imenso capital são os fatores decisi
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nica nem do capital. Daí a tendência cada vez mais fir
mada para explorar ao máximo as re giões já em exploração, de preferência à conquista cie novas áreas. Os poços cada vez são levados a maiores profun-
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ihi it'!"'! I (i
Diotusn» KcoNÓ.Mitío
demos patenteados pelas grandes corjK)raçõcs que fazem pesquisa em seus la
sou da fase de empirismo e hoje a.ssi'U-
boratórios.
Essa situação tende a se consolidar ainda mais, á medida tpie escasseiam as
Outras tencfèncias da pesquisa reve ladas pelo exame da situaç<ão nos últi mos anos são a de entrar pelos mares em
busca do petróleo submarino (Califór nia, costa do Golfo do México, Argen
tina) e de subir pelos ares para foto grafar as estruturas ou fazer estudos magnéticos visando conhecer o relevo do embasamento cristalino das bacias petrolíferas.
Todos êsses fatos mostram que a arte
de descobrir petróleo e transformá-lo
nos produtos úteis à Civilização já pas-
ta nas mais sólidas bases científicas.
regiões em que o ouro-ncgn) se acha
f o
IMPOSTO
V
TueOTONIO MONTEmo DE Bahros Fii-hd
(Aula proferida pelo Prof. Theotonio Monteiro de
pró.ximo à superfície ou se revela atrax'és de indícios fácilmcnte perceptíveis.
Barres Filiio, catedrático de Ciência das Finanças na
A aplicação do eng<'nho humano aoS
Econômicas da Universidade de São Paulo. O fê.xto
problemas do petróleo artificial garante à Humanidade o prhilégio da ntilizii-
Faculdade de Direito e na Faculdade de Ciências
foi reconstituído com base em notas taquígníficas. Esta preleção leve lugar às 20,30 horas do dia 6 de
ção dos hidrocarbonclos, mesmo quan
novembro, na^ Faculdade de Ciências Econômicas,
do Sc acabar o petróleo natural formado
tendo constituído um dos temas tratados no Curso
nas profundczíis mais recônditas do nos so planeta.
IShlo há, pois, razões para o receio du ma crise de petróleo que venha pertur bar o curso da Civilização.
do Aperfeiçoamento em Direito Social, promovido pelo Prof. Cesaríno Júnior.)
A MATÉRIA designada para esta m\i\ é relativa ao impôsto sindical.
Cabe, prcbminarmente, uma ressalva cio terminologia. Não parece feliz a expres.são "impôsto sindical". O imposto, como os senhores sabem, é uma presta
ção pecuniáida geral e .obrigatória, que o Estado e.^dge períòdicamente aos par
ticulares para a cobertura do custo de produção dos serviços públicos gerais. Não se pode, portanto, aplicar com pro priedade a denominação "imposto" a um encargo tributário que alcança par cela apenas da população, visto que uma m TT1
cal", pelo simples fato de que ela está na lei e, bem ou mal usada, se está na lei, precisamos usá-la.
Outra advertência que vai bem de iní
cio é a seguinte: a nosso ver, esse pro blema do imposto sindical é um dos
mais árduos, no Brasil atual, quer no plano jurídico, quer no financeiro. Não que seja complexo em si mesmo, mas porque desnccessàriamente o fizeram tal. Por isso mesmo, esta exposição é menos uma aula do que a apresentação de uns
das características do impôsto — justa-
tantos pontos de vista — quem sabe se muito pessoais - a respeito do assunto, Nas aulas, comumente, se versa matéria
uiente aquela que, ao lado da unifonmdade, lhe imprime a marca da justiça — ^ a generalidade. Ainda que geral den-
te na doutrina, como coisa aceita sem maior debate; e quando se abordam
da categoria, o "impôsto sindicai ® mui denominado. Melhor seria que se
dissesse "contribuição sindical", "con-
f..
SINDICAL
pacífica, minístrando-se o que é corren
pontos controvertidos, sempre se prexine disso o auditório. Ora. não é bem isso o que hoje vou fazer. Conserxando-me
^ibuição corporativa", "contribuição es pecial", rnas que não se lhe aplicasse o ^omo "impôsto", que, no Brasil, ate por ^urça de lei (decreto federal n. 2.416)
em plano puramente doutrinário e de direito posiüvo. deixando de lado con0 usoes juiisprudenciais, que conhe^-o mas^nao aceito, procurarei expor à apre
terh um sentido preciso, capaz de difereriçá-lo claramente das taxas e das ou-
ciação dos técnicos c à crítica dos dou tos, num esforço construti\o, algumas
formas tributárias. Entretanto, apesar dessa ressalva inicial, durante a ex
idéias que poderão conconer para se normalizar situação que está demandan
posição desta matéria, empregaremos se
do corretivo e reajuste com a nossa no
guidamente a expressão "impôsto sindi
va legislação constitucional.
Diotusn» KcoNÓ.Mitío
demos patenteados pelas grandes corjK)raçõcs que fazem pesquisa em seus la
sou da fase de empirismo e hoje a.ssi'U-
boratórios.
Essa situação tende a se consolidar ainda mais, á medida tpie escasseiam as
Outras tencfèncias da pesquisa reve ladas pelo exame da situaç<ão nos últi mos anos são a de entrar pelos mares em
busca do petróleo submarino (Califór nia, costa do Golfo do México, Argen
tina) e de subir pelos ares para foto grafar as estruturas ou fazer estudos magnéticos visando conhecer o relevo do embasamento cristalino das bacias petrolíferas.
Todos êsses fatos mostram que a arte
de descobrir petróleo e transformá-lo
nos produtos úteis à Civilização já pas-
ta nas mais sólidas bases científicas.
regiões em que o ouro-ncgn) se acha
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TueOTONIO MONTEmo DE Bahros Fii-hd
(Aula proferida pelo Prof. Theotonio Monteiro de
pró.ximo à superfície ou se revela atrax'és de indícios fácilmcnte perceptíveis.
Barres Filiio, catedrático de Ciência das Finanças na
A aplicação do eng<'nho humano aoS
Econômicas da Universidade de São Paulo. O fê.xto
problemas do petróleo artificial garante à Humanidade o prhilégio da ntilizii-
Faculdade de Direito e na Faculdade de Ciências
foi reconstituído com base em notas taquígníficas. Esta preleção leve lugar às 20,30 horas do dia 6 de
ção dos hidrocarbonclos, mesmo quan
novembro, na^ Faculdade de Ciências Econômicas,
do Sc acabar o petróleo natural formado
tendo constituído um dos temas tratados no Curso
nas profundczíis mais recônditas do nos so planeta.
IShlo há, pois, razões para o receio du ma crise de petróleo que venha pertur bar o curso da Civilização.
do Aperfeiçoamento em Direito Social, promovido pelo Prof. Cesaríno Júnior.)
A MATÉRIA designada para esta m\i\ é relativa ao impôsto sindical.
Cabe, prcbminarmente, uma ressalva cio terminologia. Não parece feliz a expres.são "impôsto sindical". O imposto, como os senhores sabem, é uma presta
ção pecuniáida geral e .obrigatória, que o Estado e.^dge períòdicamente aos par
ticulares para a cobertura do custo de produção dos serviços públicos gerais. Não se pode, portanto, aplicar com pro priedade a denominação "imposto" a um encargo tributário que alcança par cela apenas da população, visto que uma m TT1
cal", pelo simples fato de que ela está na lei e, bem ou mal usada, se está na lei, precisamos usá-la.
Outra advertência que vai bem de iní
cio é a seguinte: a nosso ver, esse pro blema do imposto sindical é um dos
mais árduos, no Brasil atual, quer no plano jurídico, quer no financeiro. Não que seja complexo em si mesmo, mas porque desnccessàriamente o fizeram tal. Por isso mesmo, esta exposição é menos uma aula do que a apresentação de uns
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tantos pontos de vista — quem sabe se muito pessoais - a respeito do assunto, Nas aulas, comumente, se versa matéria
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dissesse "contribuição sindical", "con-
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SINDICAL
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pontos controvertidos, sempre se prexine disso o auditório. Ora. não é bem isso o que hoje vou fazer. Conserxando-me
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,i|ii JJ.piWlipii.Ji l,,,11114111 DinnsTo EconYimico
36
E agora entremos em matéria.
Não é possível tratar do "inipòslo sindical" sem fazer uma investigação a
Nossa Constituição de 10-34. diz o ar tigo 120
Dir:i--.sTo
Econômico
37
o Ato Institucional desta última data,
vas, das energias produtoras do Pais,
rm ipio a c.slrutura juridico-política do
num regimem paritário, com sindicatos
"Os sindicatos e as assoclaç-Ões
Hrasil inncloii radicalmente de aspecto,
de empregados c de empregadores que
respeito da natureza do sindicato. Tal
profissionais serão reeonliecidos
SC deveriam fedcrar, confederar e, fi
seja essa natureza, tal será também o
dl* conforiniilade eoin a lei.
Ininanclo os órgãos sindicais dos di\crsos graus — i'n'ão sim — um vulto ve^adei-
nalmente, constituir-se em corporações,
raiufiitc* extraordinário, porijue passa
que seriam a cúpula.
prisma que o obser\ador liá de tomar,
tanto para classificar éssc encargo entre os tributos, quanto para dizirr da lega lidade dele, no estado atual da nossa le gislação.
Ora, quando se pergunta "que é o sindicato?" - aí começam as dificulda
des. Nao desejando ficar no plano único preferimos tra^portar-nos ao da lei constitucional, ç de procurar o materialde"u™ que se nos ofereça
§ único:
A lei assegurará a
pluralidade sindical <• a completa autonomia dos sindicatos."
Ora, a pluralidade sindical e a com pleta autonomia do sindicato não se
compadecem com a per.sonalidadi* de Direito Público. E' certo ijue aquela Constituição deu aos sindicatos funções de alta relevância, instituindo a ebanui-
da "representação elassista" (art. 23 o
seus §§), erigindo a representação das profissões à altura do princípio iinpostergávcl pelos Estados (art. 7, I, "b") e
Comecemos cm IRQi ^ •
co„.tituiçao
tinha mesmo que se preoeupar ain h
com o smdicalismo Paeitadoí^ pois dl
1891, ja viremos de bem longe.
Sobre o problema "sindicatq", csnoci-
estabelecendo uma Justiça do Trabalho de base paritária. Apesar, entretanto, de tao proeminentes
marcas de atenção,
não nos parece que a Constituição de
1934 tenha feito do sindicato uma pes soa jurídica situada no Direito Púldico.
Antes nos parece, como liá pouco disse
bcamente, era omissa a nossa primeira mos, que, olhado o problema com olhos Constituição republicana. Consignava, de jurista, impor-sc-á a conclusão do que entre as garantias individuais, a liber
dade de associação (art. 72, § 8.°), ca bendo aí a possibilidade da sindicalizaT.rT' ^«"^«quentemente, seria livre e
dl têxto mas comoexplícita referencia do texto, única decorrência
Discutida c votada cm ambiente incaçao dcTiT de 1934 se apresentou- como um cãV Constituiconjunto de compromissos entre banca das orientadas por princípios os mais dispares. Conquanto não tenha, por is so mesmo, uma diretriz muito firme, não
rlf>c\rolr\c _!• i t tais desveles sindicais do diploma de
ram a ser como que a envergadura do no\o rcgiini*m. Este era de natureza lorjjorat i\'a. A Carla de 1937 o dizia «'xjucssaiucnlc, no seu artigo 140 : "A economia da produção se rá organizada em corporações, e i slas, como entidades rcpresentati\'as das forças do trabalho nac*ioual, colocadas sob a assistên
cia c a proteção do Estado, são órgãos clèste c exercem funções di'lcgadas do poder público." Por seu lado, dizia o artigo 138:
"A associação
profissional ou
sindical c livre. Somente, porém,
o sindicato
regularmente reco
nhecido pelo Estado tem o direi to dc representação legal dos que
participarem da categoria de pro dução para que foi constituído, e cic dcfcnder-lbcs os direitos pe
1934, com o fazerem do sindicato um
rante o Estado e as outras asso
ente jurídico plural c "completamente"
ciações
autônomo, lhe imprimiram irrecusável personalidade dc Direito Privado, única
profissionais, estipular
contratos coletivos de trabalho
compatível com aquelas duas qualidades
obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribui
constitucionais do sindicato.
ções c exercer em relação a êles
Dc modo que, em nossa opinião, des prezadas certas aparências, o sindicato da Constituição de 1934 era uma pes soa jurídica de Direito Privado. Isto, porém, não é pacifico, pois muita gente não pensa assim. Mas a Constituição de 1934, como os
funções delegadas de poder pú blico."
Vejam os senhores até onde foi a Carta de 1937;
ela deu ao sindicato,
^léin de funções delegadas de poder pú blico, o próprio poder tributário. Crit)u-se, assim, um Estado corpora
Dando ênfase à natureza dessa estru
tura juridico-cconómico-politica e dese
jando bem fixar as diretrizes do regi mem, assim como os princípios que in formaram o legislador constituinte, a Carta dc 1937 assentou ainda as dispo sições dos artigos 38, 57 o 61, dos quais se infere a natureza do novo sindicato entre nós existente desde 10 de novem
bro daquele ano. Depois de determinar, no artigo 38 ci tado, que o Poder Legislativo seria exer cido com a obrigatória colaboração de um Conselho Nacional de Economia, foi
dada pela Constituição de 1937 larga projeção
às classes na composição do
Conselho, que ficou, ao mesmo tempo, incumbido de exercer a verdadeira di
reção e orientação da vida econômica do País (arts. 57 e 61). '
Do e.xposto se vê que o sindicato'de 1937. além de único (sindicalização li-
\Te, mas um só reconhecido pelo Esta do) e de detentor de funções delegadas
do poder público, surgia armado do po der tributário próprio, constituindo uma das peças do mecanismo estatal, confor me a expressa declaração do citado ar tigo 140.
De suma relevância, ao fixar-se a na tureza da personalidade jurídica do sin
dicato, é a outorga que Uie foi feita de poder tributário. Cumpre bem observar que, pelo tèxto do artigo 138 da Carta de 1937, não era necessário que o "im-
se pode, entretanto, negligenciar a orien tação social-clemocrática predominante,
senhores sabem, durou pouco mais do
tivo em que se procurou fazer da econo-
pôsto sindical" fosse criado por lei fe-
nacional a infra-estrutura da orga-
que, no tocante às doutrinas sociais e
que as velhas e famosas rosas de Malher-
be.. . Dentro de pouco tempo ela fene
•^ização política, revestida a produção
deral, porque o sindicato estava armado do poder de instituí-lo por autoridade
econômicas, a filiam de certo modo à
ceu G, a 10 dc novembro de 1937, lá
obra legislativa de Weimar.
se foram as suas últimas pétalas.. . .Veio
de um caráter unitário e nacional, atra vés da conciliação de nossas fôrças vi
inerência da soberania,
própria. Ora, o poder tributário é unia ^ ^ quali-
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E agora entremos em matéria.
Não é possível tratar do "inipòslo sindical" sem fazer uma investigação a
Nossa Constituição de 10-34. diz o ar tigo 120
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37
o Ato Institucional desta última data,
vas, das energias produtoras do Pais,
rm ipio a c.slrutura juridico-política do
num regimem paritário, com sindicatos
"Os sindicatos e as assoclaç-Ões
Hrasil inncloii radicalmente de aspecto,
de empregados c de empregadores que
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profissionais serão reeonliecidos
SC deveriam fedcrar, confederar e, fi
seja essa natureza, tal será também o
dl* conforiniilade eoin a lei.
Ininanclo os órgãos sindicais dos di\crsos graus — i'n'ão sim — um vulto ve^adei-
nalmente, constituir-se em corporações,
raiufiitc* extraordinário, porijue passa
que seriam a cúpula.
prisma que o obser\ador liá de tomar,
tanto para classificar éssc encargo entre os tributos, quanto para dizirr da lega lidade dele, no estado atual da nossa le gislação.
Ora, quando se pergunta "que é o sindicato?" - aí começam as dificulda
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§ único:
A lei assegurará a
pluralidade sindical <• a completa autonomia dos sindicatos."
Ora, a pluralidade sindical e a com pleta autonomia do sindicato não se
compadecem com a per.sonalidadi* de Direito Público. E' certo ijue aquela Constituição deu aos sindicatos funções de alta relevância, instituindo a ebanui-
da "representação elassista" (art. 23 o
seus §§), erigindo a representação das profissões à altura do princípio iinpostergávcl pelos Estados (art. 7, I, "b") e
Comecemos cm IRQi ^ •
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tinha mesmo que se preoeupar ain h
com o smdicalismo Paeitadoí^ pois dl
1891, ja viremos de bem longe.
Sobre o problema "sindicatq", csnoci-
estabelecendo uma Justiça do Trabalho de base paritária. Apesar, entretanto, de tao proeminentes
marcas de atenção,
não nos parece que a Constituição de
1934 tenha feito do sindicato uma pes soa jurídica situada no Direito Púldico.
Antes nos parece, como liá pouco disse
bcamente, era omissa a nossa primeira mos, que, olhado o problema com olhos Constituição republicana. Consignava, de jurista, impor-sc-á a conclusão do que entre as garantias individuais, a liber
dade de associação (art. 72, § 8.°), ca bendo aí a possibilidade da sindicalizaT.rT' ^«"^«quentemente, seria livre e
dl têxto mas comoexplícita referencia do texto, única decorrência
Discutida c votada cm ambiente incaçao dcTiT de 1934 se apresentou- como um cãV Constituiconjunto de compromissos entre banca das orientadas por princípios os mais dispares. Conquanto não tenha, por is so mesmo, uma diretriz muito firme, não
rlf>c\rolr\c _!• i t tais desveles sindicais do diploma de
ram a ser como que a envergadura do no\o rcgiini*m. Este era de natureza lorjjorat i\'a. A Carla de 1937 o dizia «'xjucssaiucnlc, no seu artigo 140 : "A economia da produção se rá organizada em corporações, e i slas, como entidades rcpresentati\'as das forças do trabalho nac*ioual, colocadas sob a assistên
cia c a proteção do Estado, são órgãos clèste c exercem funções di'lcgadas do poder público." Por seu lado, dizia o artigo 138:
"A associação
profissional ou
sindical c livre. Somente, porém,
o sindicato
regularmente reco
nhecido pelo Estado tem o direi to dc representação legal dos que
participarem da categoria de pro dução para que foi constituído, e cic dcfcnder-lbcs os direitos pe
1934, com o fazerem do sindicato um
rante o Estado e as outras asso
ente jurídico plural c "completamente"
ciações
autônomo, lhe imprimiram irrecusável personalidade dc Direito Privado, única
profissionais, estipular
contratos coletivos de trabalho
compatível com aquelas duas qualidades
obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribui
constitucionais do sindicato.
ções c exercer em relação a êles
Dc modo que, em nossa opinião, des prezadas certas aparências, o sindicato da Constituição de 1934 era uma pes soa jurídica de Direito Privado. Isto, porém, não é pacifico, pois muita gente não pensa assim. Mas a Constituição de 1934, como os
funções delegadas de poder pú blico."
Vejam os senhores até onde foi a Carta de 1937;
ela deu ao sindicato,
^léin de funções delegadas de poder pú blico, o próprio poder tributário. Crit)u-se, assim, um Estado corpora
Dando ênfase à natureza dessa estru
tura juridico-cconómico-politica e dese
jando bem fixar as diretrizes do regi mem, assim como os princípios que in formaram o legislador constituinte, a Carta dc 1937 assentou ainda as dispo sições dos artigos 38, 57 o 61, dos quais se infere a natureza do novo sindicato entre nós existente desde 10 de novem
bro daquele ano. Depois de determinar, no artigo 38 ci tado, que o Poder Legislativo seria exer cido com a obrigatória colaboração de um Conselho Nacional de Economia, foi
dada pela Constituição de 1937 larga projeção
às classes na composição do
Conselho, que ficou, ao mesmo tempo, incumbido de exercer a verdadeira di
reção e orientação da vida econômica do País (arts. 57 e 61). '
Do e.xposto se vê que o sindicato'de 1937. além de único (sindicalização li-
\Te, mas um só reconhecido pelo Esta do) e de detentor de funções delegadas
do poder público, surgia armado do po der tributário próprio, constituindo uma das peças do mecanismo estatal, confor me a expressa declaração do citado ar tigo 140.
De suma relevância, ao fixar-se a na tureza da personalidade jurídica do sin
dicato, é a outorga que Uie foi feita de poder tributário. Cumpre bem observar que, pelo tèxto do artigo 138 da Carta de 1937, não era necessário que o "im-
se pode, entretanto, negligenciar a orien tação social-clemocrática predominante,
senhores sabem, durou pouco mais do
tivo em que se procurou fazer da econo-
pôsto sindical" fosse criado por lei fe-
nacional a infra-estrutura da orga-
que, no tocante às doutrinas sociais e
que as velhas e famosas rosas de Malher-
be.. . Dentro de pouco tempo ela fene
•^ização política, revestida a produção
deral, porque o sindicato estava armado do poder de instituí-lo por autoridade
econômicas, a filiam de certo modo à
ceu G, a 10 dc novembro de 1937, lá
obra legislativa de Weimar.
se foram as suas últimas pétalas.. . .Veio
de um caráter unitário e nacional, atra vés da conciliação de nossas fôrças vi
inerência da soberania,
própria. Ora, o poder tributário é unia ^ ^ quali-
mmm Dicksto
38
dade característica típica do Estado — pessoas jurídica dc Direito Público — por fôrça da qual êlc se autodctcrmina. Estas considerações bastam para eli minar qualquer possível dúvida sòbre a
Dic;i\s j í)
Ec;on(')Mico
39
pecuniário occorrcntc o provvè-
mencionadas pela lei ordinária (Conso
clono
lidação das Leis do Trabalho — art. 513
al
conscguimcnlo
dcllo
c suas alíneas), constanle.s cia designa
scopo" (Tangorra - ap. cit. pg. 631).
natureza jurídica do sindicato de 1937.
ção de representantes para a integra ção de ecrtos órgãos públieos, imposição de eonlribiiíçõcfs e outras de igual re
Êle era, sem possíveis vacilações, uma
levo.
pessoa jurídica de Direito Público. Isto,
Dentro clc uma tal estrutura estatal,
no caso de não se pretender ir além, pa
qual a essência da contribuição paga ao
ra o efeito de proclamá-lo mesmo um
sindicato ?
órgão do Estado, integrado na estrutura corporativa deste, conforme o artigo 140, já várias vezes invocado.
Normal, portanto, dentro
Apreciando essa hipótese, ao lado dc ontra.s. Tangorra declara : "Da parte nostra siamo disposti ;k1 accettaro solamente in parte
Ia dottrina clcl Sax, e cioè a ricono.sccro il carattcre di imposto
Pcscjuisadas a origem o a essência
speciali a qnellc cbe si dissero di
dessa contribuição, vcrifica-sc a sua per
carattcre consociativo e corpora-
feita consonância com a natnroz;i do
ti\'0, c non a qiiclle altro detti di
sindicato dc 1937 e com a
de um tal regimem, a exis tência de um tributo graças
carattcre compensativo o pere-
organização estatal corporati\'a. Contribuições grupais do tipo do nosso chamado
gnativo. Cíò che dà airimposto speciale una particolarc impron-
Inegável, por outro lado a êsse encargo pecuniário im-
"ímpúslo sindical" não são
pôsto à categoria, o caráter
rias. Foram comuns na Ida
cia tutte le altre imposte, è Tesscre sempre corresposta da un de-
de um "tributo", ou seja de produtor de uma receita pú
de Média c remontam mes
a cuja renda o sindicato vi
vesse e realizasse seus fins
novas, como formas tributá
era o ente jurídico que o re
de IJd? nao consignava nada que se parecesse, nem de longe, com o dispo
sitivo do atual parágrafo 34 do artigo 141 da Constituição de 1946,, segundo o qual a legalidade de qualquer erigencia
fiscal (qualquer "tributo", diz o têx-
to) fica sujeita à prévia criação do tri buto em lei e à consignação orçamentaria anual de autorização para arrecadar. Funcionava, pois, o sindicato de 1937 a pleno regimem, sem qualquer emba raço de ordem legal, quanto ao tributo
que lhe foi deferido e que êle poderia exigir até "ex-proprio marte". Legíti mas e conformes com o espírito do re gimem as prerrogativas do sindicato
per
assunto, o mesmo autor (op. cit., pg. 634) ajunta : "Noi siamo, quindi,
di avviso
cliQ le sole imposte meritcvoli di c.sserc riguardate come tributi
speciali siano Ic imposte di grup po, siano esse dl carattcre con
1911, pgs. 38 e segs.) (Tangorra -I "Trattato di Scienza delia Finanza"
sociativo o
corporativo, e sem-
Soe. Edit. Milano, 1915, pgs. 630 ê segs.). Entre as várias hipóteses que,
/:
prechò il loro provento venga di
►t
reitamente
na opinião de Sax, geram o aparecimen to dessas formas tributárias especiais, sa
'I
dere a bisogni propri dei grup
lienta-se a seguinte : "o il gruppo speciale viene costituito come corporazionc,
e 1
suoi membri con própria tassazione, con le norme segnate dalla
legge, stabiliscono
Tonere
obter, no seio do próprio grupo, os re
cursos necessários a realização dos fins grupais.
Uma única ressalva faríamos quanto à situação existente em 1937, no plano sindical. Seria a seguinte: desde que parece indiscutível ser o "impôsto sindi cal" um gerador de receita pública, co mo tal devendo ser considerado tudo o
nal, já no regimem de 1937, que o sin dicato prestasse contas de sua gestão fi
pg. 633). Afinal, esclarecendo em definitivo o
através das chamadas "con
corporativo, manifesta-sc a tendência de
collettisi affatto propri dei grup no riscontrarsi se non in gruppi
tribuições especiais", dedica _ algumas páginas à aprecia ção dos estudos feitos por Sax sôbro es sas contribuições, estudos êsses eme Ferraris resumiu notàvelniento em sua mo nografia sobre "L'imposta militare o lu teoria delle impostí speciali" (Roma
imposto sindical" é bem conhecido co
mo contribuição grupai e se harnioniz;! perfeitamente com a estrutura económico-jundico-política que o Brasil adotou em 1937. Toda vez que uma coletivi dade ligada por um certo número de interêsses comuns se" organiza em molde
que o sindicato recebia por fôrça dêsse
analogbi." (Tangorra, op. cit.
posto ocorre historicamente
il tributo."
Veem os senhores que o nosso atual
provvcdcre ad uno ò piú bisogni
po e cbe, d'ordinario, non posso-
siderar que a passagem da figura da ta.xa para a do im
com poder tributário próprio
va a renda desse tributo.
terminato gruppo socialc,
mo i\ Idade Antiga. Tangorra, depois de con
blica. De Direito Público e
clamava; públicos quase to dos os fins a que se destina
ta finanziaria, e che Ia distingue
perciò obbligati a corrispondere
dcstinato a prowe-
po; senza èscludere che, in cer-
imposto , não nos parecia constitucio
nanceira senão ao Tribunal de Contas
instituído pelo artigo 114 da Carta de 10 de no\'embro. O Tribunal de Contas,
segundo o texto, era o competente para julgar das contas dos responsáveis por
dinheiros iinheiros ou ou bens benç rn',Kl;/\/Nr.»' públicos' condições sendo o produto do ■Wôsto
sindical "dinheiro público", o sindMo
cs a\a o rigado a prestar suas contas
iiifestamente inconstiUicionais os dispo-
siüvos da Consolidação das Leis do Trabalho qnc determinam de modo diverso. umpre dizer, antecipando o nosso pensarnen o e para não termos dc retornar
^ este assunto, que continuamos a en
dalla soddisfazione dei
tender que o sindicato, atualmente, pelo regimem da Constituição de 1946, deve
re vantaggio diretto od indiretto anclie ad altri componenti il cor po sociale, chè non facciano par to dei gruppo e che non siano
suas contas, como anles, ao Tribunal de Contas (Const. de 1946 — art. 77, in ciso II). Não \ emos, em verdade, como
ti casi,
bisogni dei gruppo possa deriva-
fugir a essa conclusão. Ou o sindicato
mmm Dicksto
38
dade característica típica do Estado — pessoas jurídica dc Direito Público — por fôrça da qual êlc se autodctcrmina. Estas considerações bastam para eli minar qualquer possível dúvida sòbre a
Dic;i\s j í)
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mencionadas pela lei ordinária (Conso
clono
lidação das Leis do Trabalho — art. 513
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c suas alíneas), constanle.s cia designa
scopo" (Tangorra - ap. cit. pg. 631).
natureza jurídica do sindicato de 1937.
ção de representantes para a integra ção de ecrtos órgãos públieos, imposição de eonlribiiíçõcfs e outras de igual re
Êle era, sem possíveis vacilações, uma
levo.
pessoa jurídica de Direito Público. Isto,
Dentro clc uma tal estrutura estatal,
no caso de não se pretender ir além, pa
qual a essência da contribuição paga ao
ra o efeito de proclamá-lo mesmo um
sindicato ?
órgão do Estado, integrado na estrutura corporativa deste, conforme o artigo 140, já várias vezes invocado.
Normal, portanto, dentro
Apreciando essa hipótese, ao lado dc ontra.s. Tangorra declara : "Da parte nostra siamo disposti ;k1 accettaro solamente in parte
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dessa contribuição, vcrifica-sc a sua per
carattcre consociativo e corpora-
feita consonância com a natnroz;i do
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sindicato dc 1937 e com a
de um tal regimem, a exis tência de um tributo graças
carattcre compensativo o pere-
organização estatal corporati\'a. Contribuições grupais do tipo do nosso chamado
gnativo. Cíò che dà airimposto speciale una particolarc impron-
Inegável, por outro lado a êsse encargo pecuniário im-
"ímpúslo sindical" não são
pôsto à categoria, o caráter
rias. Foram comuns na Ida
cia tutte le altre imposte, è Tesscre sempre corresposta da un de-
de um "tributo", ou seja de produtor de uma receita pú
de Média c remontam mes
a cuja renda o sindicato vi
vesse e realizasse seus fins
novas, como formas tributá
era o ente jurídico que o re
de IJd? nao consignava nada que se parecesse, nem de longe, com o dispo
sitivo do atual parágrafo 34 do artigo 141 da Constituição de 1946,, segundo o qual a legalidade de qualquer erigencia
fiscal (qualquer "tributo", diz o têx-
to) fica sujeita à prévia criação do tri buto em lei e à consignação orçamentaria anual de autorização para arrecadar. Funcionava, pois, o sindicato de 1937 a pleno regimem, sem qualquer emba raço de ordem legal, quanto ao tributo
que lhe foi deferido e que êle poderia exigir até "ex-proprio marte". Legíti mas e conformes com o espírito do re gimem as prerrogativas do sindicato
per
assunto, o mesmo autor (op. cit., pg. 634) ajunta : "Noi siamo, quindi,
di avviso
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speciali siano Ic imposte di grup po, siano esse dl carattcre con
1911, pgs. 38 e segs.) (Tangorra -I "Trattato di Scienza delia Finanza"
sociativo o
corporativo, e sem-
Soe. Edit. Milano, 1915, pgs. 630 ê segs.). Entre as várias hipóteses que,
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suoi membri con própria tassazione, con le norme segnate dalla
legge, stabiliscono
Tonere
obter, no seio do próprio grupo, os re
cursos necessários a realização dos fins grupais.
Uma única ressalva faríamos quanto à situação existente em 1937, no plano sindical. Seria a seguinte: desde que parece indiscutível ser o "impôsto sindi cal" um gerador de receita pública, co mo tal devendo ser considerado tudo o
nal, já no regimem de 1937, que o sin dicato prestasse contas de sua gestão fi
pg. 633). Afinal, esclarecendo em definitivo o
através das chamadas "con
corporativo, manifesta-sc a tendência de
collettisi affatto propri dei grup no riscontrarsi se non in gruppi
tribuições especiais", dedica _ algumas páginas à aprecia ção dos estudos feitos por Sax sôbro es sas contribuições, estudos êsses eme Ferraris resumiu notàvelniento em sua mo nografia sobre "L'imposta militare o lu teoria delle impostí speciali" (Roma
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mo contribuição grupai e se harnioniz;! perfeitamente com a estrutura económico-jundico-política que o Brasil adotou em 1937. Toda vez que uma coletivi dade ligada por um certo número de interêsses comuns se" organiza em molde
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posto ocorre historicamente
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Veem os senhores que o nosso atual
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po; senza èscludere che, in cer-
imposto , não nos parecia constitucio
nanceira senão ao Tribunal de Contas
instituído pelo artigo 114 da Carta de 10 de no\'embro. O Tribunal de Contas,
segundo o texto, era o competente para julgar das contas dos responsáveis por
dinheiros iinheiros ou ou bens benç rn',Kl;/\/Nr.»' públicos' condições sendo o produto do ■Wôsto
sindical "dinheiro público", o sindMo
cs a\a o rigado a prestar suas contas
iiifestamente inconstiUicionais os dispo-
siüvos da Consolidação das Leis do Trabalho qnc determinam de modo diverso. umpre dizer, antecipando o nosso pensarnen o e para não termos dc retornar
^ este assunto, que continuamos a en
dalla soddisfazione dei
tender que o sindicato, atualmente, pelo regimem da Constituição de 1946, deve
re vantaggio diretto od indiretto anclie ad altri componenti il cor po sociale, chè non facciano par to dei gruppo e che non siano
suas contas, como anles, ao Tribunal de Contas (Const. de 1946 — art. 77, in ciso II). Não \ emos, em verdade, como
ti casi,
bisogni dei gruppo possa deriva-
fugir a essa conclusão. Ou o sindicato
^
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DiotisTo
.1
41 "^
EcoNó\nco
Dif;i--si<) I2c:oNÓMic.f»
40
c pessoa de Direito Privado que, por permissão especial da lei, manipula o emprega fundos de natureza pnl>iica (porque são receitas provenientes de um tributo) e, neste caso, seus dirigentes são "responsáveis por dinhciros públi cos (Const. art. 77, II); oti o sindi
cato é pessoa de Direito Público, de na tureza autárquica, e então, com mais ra-
z<ão ainda afirmamos o nosso ponto de vista, porque o Tribunal do Contas é o competente para
julgar as contas dos
administradores das entidades aiitárnui-
cas" (Const. art. 77. 11, in fine). Mas vamos deixar o sindicato de 1937 para estudarmos o de 1946.
Se é ccrlo que, feita a ressalva
único reconhecido, ficou preservada, pe lo arligo 159 da atual Constituição. Será. então, do so perguntar que é que
lhe deixando atividades mais ou menos secundárias o umas tantas característi
resta cio sindicato do 1937.
cas privadas.
convençfx-s colelixas de Iraballio
ses da ealegoria. E' certo <{ue apresen
e o exercício <le funções (l«-lega-
ta a pec uliaridade de ser alimentado por
gunta ressurge: que é o sindicato ? Da resposta a essa pergunta, agora como
ridas, o aluai arligo 159 <la Cotistihúç.ão diz apenas : "E' lÍ\Te a associação profissio nal ou sindical, sendo fí-gulados por lei a ff)riua de sua lonslitoição, a sua representação legal nas
cla.s pelo poder público." Valo èssp lêxto por <lizer (pie, saKo a C'Sli]5ulaçao da liberdade <le associação, tudo mais locante ao sindíealo foi en
viado à lei ordinária. Mas niiiu ponto a
Constituição amputou, e gra\'einenle, as atribuições o podores do sindicato: foi ' ({liando lhe retirou o poder tributário. rcfc- Na verdade, o § 34 do arligo 141 da
rente a prestação das contas tudo nvn\ nos parecia claro, por coer,'nf
regimem da Carta de 1937
Constituição do 1946, ao estabelecer (|ue só cm lei (feita, portanto, pelo Congrc.sso Nacional) sc pode.- criar ou aumentar
mente aos sindicatos não 7' impostos, ipao jacto cassou o iK)der do to que o advento ri tributação que a Carla de 1937 tinha 1946, atualmente em viaor"""d"'-'"° conferido ao sindicato c, também, tor vida a uma série de dúvidas'e tXu" inconstitucional o texto da alínea ndades. Essas dúvidas tomam Tumo " nou o do arligo 513 da Con.solidação das anota ma.or quando se considera qrm a Leis do Trabalho. Já agora o sindicato atai legislação sindical é de ^943 nao pode — como podia no regimem de (Consohdaçao das Leis do Trabal io) "'"""Por contribniç("K\s" aos que ta de 1937, razao pela qual Iiá em seu
bojo varies dispositivos que se tornaram inconstitucionais ou que, dada a mu
dança de natureza do regimem, perderam sua razao de ser.
Na verdade, com o advento da atual Constituição, a importância do sindicato ficou muito afetada. Deixou o Sindica to de ser a célula de uma infra-estrutura econômica e social, posta na base de
um regimem corporativo. Os próprios termos em que a Constituição vigente
participam da categoria. Isto, porém, não é tudo. A letra "c"
do citado artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho pc-rdeii por com pleto sua importância. Dos antigos ór gãos de cuja ostmtma participava an
tes o sindicato (Poder Legislativo, Con selho de Economia Nacional, etc.), só
De tudo isto, o resultado é que, em E a resposta é só uma: o sindicato é. hoje iini órgão de colaboração com o face da Constituição de 1946, ficamos postos cm grande (confusão. E a per {loder {-uiMico e de defesa dos interes nina receita pública, pro\-cnicnte do um
dantes, importantes conseqüências de
tributo es{'>eeial, que a lei criou em sru
correm no campo do "imposto sindical".
fa\(ír (porcjue o sindicato já agora não
poderia
criar tributos por si mesmo).
sonalidade jurídica de Direito Público
ramente personalidade jurídica dc Direi
do sindicato.
to Público ?
Carneira, procurando classificar as au
O sindicato paga selos o taxas (Cons. das
Leis Fiscais, arts.
567/568).
550 § 1° c
Sua dívida ativa goza dos
lavras :
"A personalidade de direito pú
Pública, mas não tem foro especial, nem a lei dÍJ^ qnc- a ação, embora executiva,
blico consiste antes de tudo eiu
seja a cio docrclo federal 960, que regu
atividade do Estado, naquilo que
uma forma de participação nft
la os c.xecutixos fiscais (Cons. das Leis
ele tem de essencial, assim como
do Trabalho, art. 606, § 2.®).
pelo exercício do poder de im
Ainda mais: — no caso dc o sindicato criar dificuldades i\ execução de diretri zes econômicas emanadas do Presidente
pério. E' de notar, porém, que não basta o exercício de alguns
da República, sofre èle a pena da cassa ção da carta dc reconhecimento, ou se
ja, sofro pena capital, que eqüivale à
sua supressão. Ora, isso não é normal nos órgãos de Direito Público. Êstes estão somi^rc sujeitos a uma disciplina biorárcpiiea e, cm caso necessário, o su perior modifica a direção do órgão su
bordinado, punindo administrativamen
te terreno, o sindicato atual perdeu, Tal e a amplitude que a Constituição deu á ação do legislador ordinário, que
ções, mas nunca extingue o órgão, a ti
unidade sindical, com base no sindicato
Já não se dá o mesmo com Themis-
tocles Cavalcanti. São dele estas pa
privilégios da dívida ativa da Fazenda
te os diretores ou dcmitindo-os das fun
características constitucionalniente defe-
Oscar Saraiia e Erimá
tarquias, defendem igual ponto de vista.
Parece ({uc nfio.
um permanece com natureza paritária:
estrela empalideceu. Ao invés de se es praiar numa série de atribuições e de
Alguns autores, como o Prof. Cesarino
Júnior, defendem ardorosamente a per
Mas bastará isso para atribuir-lhe cla
c a Justiça do Trabalho. Tudo mais, nes
este pode acabar por reduzir a um mí nimo o poder do representação cia cate goria, nãó lhe dando também funçõc.s delegadas. A nosso ver, nem mesmo a
institui o sindicato revelam quanto a sua
cas que são próprias das pessoas jurídi
tulo de penalidade. Essa extinção é pe na reservada pelo poder público paru n.s entidades privadas.
Em resumo, o que se vê é que a lei tirou ao sindicato tudo que ora impor tante como função ou prerrogativa, só
desses atributos para considerarse como tal uma associação; é
• ■ ainda indispensá\'el uma integra ção mais ou menos completa no ^ aparelho do Estado e um laço de subordinação variá\cl com a na tureza da instituição.
Na classificação que temos fei to das entidades autárquicas ({ue participam das atividades do Es
tado, por um processo dc descen tralização, omitimos propo.sitadamento
os sindicatos,
por isso
mesmo que, intervindo na sua \ ida econômica o social, o sindica
to se caracteriza pela sua autono
mia, pela sua personalidade pró pria, representando interesses pe-
^
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40
c pessoa de Direito Privado que, por permissão especial da lei, manipula o emprega fundos de natureza pnl>iica (porque são receitas provenientes de um tributo) e, neste caso, seus dirigentes são "responsáveis por dinhciros públi cos (Const. art. 77, II); oti o sindi
cato é pessoa de Direito Público, de na tureza autárquica, e então, com mais ra-
z<ão ainda afirmamos o nosso ponto de vista, porque o Tribunal do Contas é o competente para
julgar as contas dos
administradores das entidades aiitárnui-
cas" (Const. art. 77. 11, in fine). Mas vamos deixar o sindicato de 1937 para estudarmos o de 1946.
Se é ccrlo que, feita a ressalva
único reconhecido, ficou preservada, pe lo arligo 159 da atual Constituição. Será. então, do so perguntar que é que
lhe deixando atividades mais ou menos secundárias o umas tantas característi
resta cio sindicato do 1937.
cas privadas.
convençfx-s colelixas de Iraballio
ses da ealegoria. E' certo <{ue apresen
e o exercício <le funções (l«-lega-
ta a pec uliaridade de ser alimentado por
gunta ressurge: que é o sindicato ? Da resposta a essa pergunta, agora como
ridas, o aluai arligo 159 <la Cotistihúç.ão diz apenas : "E' lÍ\Te a associação profissio nal ou sindical, sendo fí-gulados por lei a ff)riua de sua lonslitoição, a sua representação legal nas
cla.s pelo poder público." Valo èssp lêxto por <lizer (pie, saKo a C'Sli]5ulaçao da liberdade <le associação, tudo mais locante ao sindíealo foi en
viado à lei ordinária. Mas niiiu ponto a
Constituição amputou, e gra\'einenle, as atribuições o podores do sindicato: foi ' ({liando lhe retirou o poder tributário. rcfc- Na verdade, o § 34 do arligo 141 da
rente a prestação das contas tudo nvn\ nos parecia claro, por coer,'nf
regimem da Carta de 1937
Constituição do 1946, ao estabelecer (|ue só cm lei (feita, portanto, pelo Congrc.sso Nacional) sc pode.- criar ou aumentar
mente aos sindicatos não 7' impostos, ipao jacto cassou o iK)der do to que o advento ri tributação que a Carla de 1937 tinha 1946, atualmente em viaor"""d"'-'"° conferido ao sindicato c, também, tor vida a uma série de dúvidas'e tXu" inconstitucional o texto da alínea ndades. Essas dúvidas tomam Tumo " nou o do arligo 513 da Con.solidação das anota ma.or quando se considera qrm a Leis do Trabalho. Já agora o sindicato atai legislação sindical é de ^943 nao pode — como podia no regimem de (Consohdaçao das Leis do Trabal io) "'"""Por contribniç("K\s" aos que ta de 1937, razao pela qual Iiá em seu
bojo varies dispositivos que se tornaram inconstitucionais ou que, dada a mu
dança de natureza do regimem, perderam sua razao de ser.
Na verdade, com o advento da atual Constituição, a importância do sindicato ficou muito afetada. Deixou o Sindica to de ser a célula de uma infra-estrutura econômica e social, posta na base de
um regimem corporativo. Os próprios termos em que a Constituição vigente
participam da categoria. Isto, porém, não é tudo. A letra "c"
do citado artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho pc-rdeii por com pleto sua importância. Dos antigos ór gãos de cuja ostmtma participava an
tes o sindicato (Poder Legislativo, Con selho de Economia Nacional, etc.), só
De tudo isto, o resultado é que, em E a resposta é só uma: o sindicato é. hoje iini órgão de colaboração com o face da Constituição de 1946, ficamos postos cm grande (confusão. E a per {loder {-uiMico e de defesa dos interes nina receita pública, pro\-cnicnte do um
dantes, importantes conseqüências de
tributo es{'>eeial, que a lei criou em sru
correm no campo do "imposto sindical".
fa\(ír (porcjue o sindicato já agora não
poderia
criar tributos por si mesmo).
sonalidade jurídica de Direito Público
ramente personalidade jurídica dc Direi
do sindicato.
to Público ?
Carneira, procurando classificar as au
O sindicato paga selos o taxas (Cons. das
Leis Fiscais, arts.
567/568).
550 § 1° c
Sua dívida ativa goza dos
lavras :
"A personalidade de direito pú
Pública, mas não tem foro especial, nem a lei dÍJ^ qnc- a ação, embora executiva,
blico consiste antes de tudo eiu
seja a cio docrclo federal 960, que regu
atividade do Estado, naquilo que
uma forma de participação nft
la os c.xecutixos fiscais (Cons. das Leis
ele tem de essencial, assim como
do Trabalho, art. 606, § 2.®).
pelo exercício do poder de im
Ainda mais: — no caso dc o sindicato criar dificuldades i\ execução de diretri zes econômicas emanadas do Presidente
pério. E' de notar, porém, que não basta o exercício de alguns
da República, sofre èle a pena da cassa ção da carta dc reconhecimento, ou se
ja, sofro pena capital, que eqüivale à
sua supressão. Ora, isso não é normal nos órgãos de Direito Público. Êstes estão somi^rc sujeitos a uma disciplina biorárcpiiea e, cm caso necessário, o su perior modifica a direção do órgão su
bordinado, punindo administrativamen
te terreno, o sindicato atual perdeu, Tal e a amplitude que a Constituição deu á ação do legislador ordinário, que
ções, mas nunca extingue o órgão, a ti
unidade sindical, com base no sindicato
Já não se dá o mesmo com Themis-
tocles Cavalcanti. São dele estas pa
privilégios da dívida ativa da Fazenda
te os diretores ou dcmitindo-os das fun
características constitucionalniente defe-
Oscar Saraiia e Erimá
tarquias, defendem igual ponto de vista.
Parece ({uc nfio.
um permanece com natureza paritária:
estrela empalideceu. Ao invés de se es praiar numa série de atribuições e de
Alguns autores, como o Prof. Cesarino
Júnior, defendem ardorosamente a per
Mas bastará isso para atribuir-lhe cla
c a Justiça do Trabalho. Tudo mais, nes
este pode acabar por reduzir a um mí nimo o poder do representação cia cate goria, nãó lhe dando também funçõc.s delegadas. A nosso ver, nem mesmo a
institui o sindicato revelam quanto a sua
cas que são próprias das pessoas jurídi
tulo de penalidade. Essa extinção é pe na reservada pelo poder público paru n.s entidades privadas.
Em resumo, o que se vê é que a lei tirou ao sindicato tudo que ora impor tante como função ou prerrogativa, só
desses atributos para considerarse como tal uma associação; é
• ■ ainda indispensá\'el uma integra ção mais ou menos completa no ^ aparelho do Estado e um laço de subordinação variá\cl com a na tureza da instituição.
Na classificação que temos fei to das entidades autárquicas ({ue participam das atividades do Es
tado, por um processo dc descen tralização, omitimos propo.sitadamento
os sindicatos,
por isso
mesmo que, intervindo na sua \ ida econômica o social, o sindica
to se caracteriza pela sua autono
mia, pela sua personalidade pró pria, representando interesses pe-
Dkucsto
42
Ec:í)N('>mico
culiares a cada unia das parcelas
fora, no dcscn\()!vÍjncnto de impressio
das atividades sociais c econômi cas que participam na sua forma
nante argiimcnlação.
ção.
char ao lado dc Theinísloch-s C'a\alcan-
A capacidade política que re presenta
também não constitui
Mgumento bastante, portiuo isso
^portaria em reconhecer ao in divíduo uma situação jurídica
que êlc nao tem, pelo simples fato de contribuir para a formação dos órgãos do Estado, c consti
tuir uma unidade política pre
Por nos.sa parle, inclinamo-nos a mar
dados que foram os princípios informa tivos da nossa estrutura jurídico-politi-
antes dc mais nada, torna-se estranhávcl
ca, assim como as bases da ordem eco
pais junto aí) Estado e multas \ è/.<'.s con
blica (o produto do "impôsto sindical").
de colaboração com a administração pú
E' c.ssa xima situação abcrrantc das li nhas mestras da nossa atual estrutura constitucional, representando caso único,
carregada da defesa de interesses gru
r"T
rta fpEstado, ° !"*dato lutar ? perantedeêle temconr de
fazer valer os interêsses do grupo social ou econômico nue repíesenta o conjuga.
■IZ
a sua função
dicato de 1937. Já acentuamos que a letra "e" do artigo 513 da Consolida
ção das Leis do Trabalho é hoje incons titucional . A lei ordinária não pode con tinuar a conferir ao sindicato um poder que só excepcionabnente se desloca das
tam do receitas públicas entre nós, tais como os diversos Institutos econômicos e sccuritários — essas são claramente au
pressa outorga de tal poder. Sob a Constituição atual, não só o artigo 159
manter-se e realiziir os seus fins através
blica .
do recebimento dc uma contribuição de natureza tributária, criada em lei, ge
radora de uma verdadeira receita púíjli-
ca. Isso, porem, não basta para imprimir-lhe o caráter de pes.soa jurídica dc
tárquicas e, como tais, de naturczi\ pú
Isso, porém, não é tudo. Uma outra
cionalidade dc vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, na
declara que só em lei podem ser cria
alguns dos quais já apontamos. Igual
sindicato atual como pessoa privada, é
mente, cumpre acentuar, em que pese
torno públicas.
dúvidas, em assunto de tão capital im portância .
Vamos, pois,
examinar rapidamente
quais as conseqüências que, no terreno
do impôsto sindical, dcfluem dc um e
cionalíssima prerrogativa, mas também
ficou declarado e\-prcssamcnte que o po
to de vista seria a manifesta inconstitu-
xegimem vigente, com Themistoclcs Ca
pessoas privadas, sem que com isso as
deixou de conferir ao sindicato a excepder tributário é exclasi\'o da soberania
pj^rtc referente à organização sindical,
valcanti, nós também as consideramos como manifestações do poder dc polícia do Estado, poder que éste último e.xercè sôbre as sociedades anônimas e outras
constitucional de então lhe fizera ex
conseqüência da prevalência desse pon
Direito Publico. Quanto às demais re lações entre o Estado e o sindicato no
terpretação. Ela podo variar, inclusive na jurisprudência. Ora, nada menos conveniente do que a perduração destas
Não desejamos alongar esta citação, mas o ilustre autor prossegue, páginas a
der tributário próprio, como tinha o sin
atenção a essa função colaboradora e, tendo cm vista razoes de ordem histó rica, a nossa lei constitucional atual não excluiu a possibilidade dc o sindicato
mistocles Cavalcanti - "Consti tuição Federal Comentada, vol.
1949, edit. José Konfino).
da Constituição, porque se iurecada in dependentemente da autorização orça mentária anual. Finalmente, importa recordar que o sindicato atual, qualquer que tenha sido a larga margem de arbí trio deixada ao legislador ordinário pe lo artigo 159 da Constituição, não pode rá, dc modo algum, continuar a ter po
mãos do Estado, e do qual o sindicato de 1937 só dispunha porque o têxto
Em especial
A verdade, porém, é que a solução do problema é opinativa e depende de in
IV - pp. 50 e segs. J ríq^
43
porque outras entidades que se alimen
tras entidades privadas.
Fc com uma manifestação, principalmende te como uma atividade individual, com
reflexo na vida pública." (The-
que SC tolere, por simples motivos dc
nômica, o sindicato passou a ser luna pessoa jurídica de Direito Privado, en
blica, tal como acontece com tantas ou
siderado em!üa Vida in.ima,Trdttort™S expressão social dos interC-sserr divrduats considerados sob um pnsma peculiar. E, como Z participa ele da vida do Estado. Os interesses de ambos nem sempre são comuns^ muitas ™
rídica dc Direito Privado. Neste caso,
tradição histórica, o fato excepcional dc urna pessoa dc Direito Privado continuar autorizada a perceber uma receita pú
tra o Estado, funcionando como órgão
derno
dc outro ponto dc vista, para, a seguir, procurarmos uma \-ercda certa, no plano legal. ^ Suponhamos que estejam com n razão
ção constitucional hu\ida no País. mu
E' bem verdade que sob o ponto de vista funcional (uma das manifestações de sua ativida
P''=P™derL-
Econômico
o.s qiu' consideram o sindicato, no Bra sil, d<q>ois dc 1946, como uma pessoa ju
tí. Entendemos rpic, com a transforma
ponderante na sua vida.
de), o smdieato representa alm,-
Droi-:s-ro
nacional, quando o ^ 34 do artigo 141 dos ou aumentados tributos. Outra es
tranha situação que se cria, admitido o
a das suas necessárias relações com o
o Tribunal de Contas da República. Já. todo o respeito devido à jurisprudênciaj ^há pouco, fizemos ver que, sendo o pro
cm contrário, a necessidade de ajustar-^ duto do "impôsto sindical" uma x-eidaso o "imposto sindical" às exigências do artigo 141» § 34 da Constituição de deira receita publica, o sindicato deve 1946. Êsse texto reclama, para que seja
legítima a arrecadação de qualquer "tri
buto" (veja-se bom: "tributo", o que é
importante, porque a e.xpressão "tribu to", como gênero que é, abrange tôdas as espécies de receita pública) que o mesmo seja criado, ou aumentado, em lei, e que haja autorização orçamentária anual para essa arrecadação. Ora, o "impôsto sindical" atual foi criado em lei, mas é percebido sem atenção à se
gunda exigência do § 34 do artigo 141
contas de sua aplicação àquele Tribu
nal, risto que os diretores do sindicato
sao^^ responsáveis por dinheiros públi cos", nos têrmos do artigo 77, inciso II da Constituição atual; e, nesse passo ainda, nos parece manifesta a inconsti-
tucionalidade da Consolidação das Leis
do Trabalho, ao a.ssentar reginiein di verso de prestação de contas. Procuremos agora indagar das conse qüências do outro ponto de vista. Acei
temos como certa, gratia argumenUmdi,
Dkucsto
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Ec:í)N('>mico
culiares a cada unia das parcelas
fora, no dcscn\()!vÍjncnto de impressio
das atividades sociais c econômi cas que participam na sua forma
nante argiimcnlação.
ção.
char ao lado dc Theinísloch-s C'a\alcan-
A capacidade política que re presenta
também não constitui
Mgumento bastante, portiuo isso
^portaria em reconhecer ao in divíduo uma situação jurídica
que êlc nao tem, pelo simples fato de contribuir para a formação dos órgãos do Estado, c consti
tuir uma unidade política pre
Por nos.sa parle, inclinamo-nos a mar
dados que foram os princípios informa tivos da nossa estrutura jurídico-politi-
antes dc mais nada, torna-se estranhávcl
ca, assim como as bases da ordem eco
pais junto aí) Estado e multas \ è/.<'.s con
blica (o produto do "impôsto sindical").
de colaboração com a administração pú
E' c.ssa xima situação abcrrantc das li nhas mestras da nossa atual estrutura constitucional, representando caso único,
carregada da defesa de interesses gru
r"T
rta fpEstado, ° !"*dato lutar ? perantedeêle temconr de
fazer valer os interêsses do grupo social ou econômico nue repíesenta o conjuga.
■IZ
a sua função
dicato de 1937. Já acentuamos que a letra "e" do artigo 513 da Consolida
ção das Leis do Trabalho é hoje incons titucional . A lei ordinária não pode con tinuar a conferir ao sindicato um poder que só excepcionabnente se desloca das
tam do receitas públicas entre nós, tais como os diversos Institutos econômicos e sccuritários — essas são claramente au
pressa outorga de tal poder. Sob a Constituição atual, não só o artigo 159
manter-se e realiziir os seus fins através
blica .
do recebimento dc uma contribuição de natureza tributária, criada em lei, ge
radora de uma verdadeira receita púíjli-
ca. Isso, porem, não basta para imprimir-lhe o caráter de pes.soa jurídica dc
tárquicas e, como tais, de naturczi\ pú
Isso, porém, não é tudo. Uma outra
cionalidade dc vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, na
declara que só em lei podem ser cria
alguns dos quais já apontamos. Igual
sindicato atual como pessoa privada, é
mente, cumpre acentuar, em que pese
torno públicas.
dúvidas, em assunto de tão capital im portância .
Vamos, pois,
examinar rapidamente
quais as conseqüências que, no terreno
do impôsto sindical, dcfluem dc um e
cionalíssima prerrogativa, mas também
ficou declarado e\-prcssamcnte que o po
to de vista seria a manifesta inconstitu-
xegimem vigente, com Themistoclcs Ca
pessoas privadas, sem que com isso as
deixou de conferir ao sindicato a excepder tributário é exclasi\'o da soberania
pj^rtc referente à organização sindical,
valcanti, nós também as consideramos como manifestações do poder dc polícia do Estado, poder que éste último e.xercè sôbre as sociedades anônimas e outras
constitucional de então lhe fizera ex
conseqüência da prevalência desse pon
Direito Publico. Quanto às demais re lações entre o Estado e o sindicato no
terpretação. Ela podo variar, inclusive na jurisprudência. Ora, nada menos conveniente do que a perduração destas
Não desejamos alongar esta citação, mas o ilustre autor prossegue, páginas a
der tributário próprio, como tinha o sin
atenção a essa função colaboradora e, tendo cm vista razoes de ordem histó rica, a nossa lei constitucional atual não excluiu a possibilidade dc o sindicato
mistocles Cavalcanti - "Consti tuição Federal Comentada, vol.
1949, edit. José Konfino).
da Constituição, porque se iurecada in dependentemente da autorização orça mentária anual. Finalmente, importa recordar que o sindicato atual, qualquer que tenha sido a larga margem de arbí trio deixada ao legislador ordinário pe lo artigo 159 da Constituição, não pode rá, dc modo algum, continuar a ter po
mãos do Estado, e do qual o sindicato de 1937 só dispunha porque o têxto
Em especial
A verdade, porém, é que a solução do problema é opinativa e depende de in
IV - pp. 50 e segs. J ríq^
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porque outras entidades que se alimen
tras entidades privadas.
Fc com uma manifestação, principalmende te como uma atividade individual, com
reflexo na vida pública." (The-
que SC tolere, por simples motivos dc
nômica, o sindicato passou a ser luna pessoa jurídica de Direito Privado, en
blica, tal como acontece com tantas ou
siderado em!üa Vida in.ima,Trdttort™S expressão social dos interC-sserr divrduats considerados sob um pnsma peculiar. E, como Z participa ele da vida do Estado. Os interesses de ambos nem sempre são comuns^ muitas ™
rídica dc Direito Privado. Neste caso,
tradição histórica, o fato excepcional dc urna pessoa dc Direito Privado continuar autorizada a perceber uma receita pú
tra o Estado, funcionando como órgão
derno
dc outro ponto dc vista, para, a seguir, procurarmos uma \-ercda certa, no plano legal. ^ Suponhamos que estejam com n razão
ção constitucional hu\ida no País. mu
E' bem verdade que sob o ponto de vista funcional (uma das manifestações de sua ativida
P''=P™derL-
Econômico
o.s qiu' consideram o sindicato, no Bra sil, d<q>ois dc 1946, como uma pessoa ju
tí. Entendemos rpic, com a transforma
ponderante na sua vida.
de), o smdieato representa alm,-
Droi-:s-ro
nacional, quando o ^ 34 do artigo 141 dos ou aumentados tributos. Outra es
tranha situação que se cria, admitido o
a das suas necessárias relações com o
o Tribunal de Contas da República. Já. todo o respeito devido à jurisprudênciaj ^há pouco, fizemos ver que, sendo o pro
cm contrário, a necessidade de ajustar-^ duto do "impôsto sindical" uma x-eidaso o "imposto sindical" às exigências do artigo 141» § 34 da Constituição de deira receita publica, o sindicato deve 1946. Êsse texto reclama, para que seja
legítima a arrecadação de qualquer "tri
buto" (veja-se bom: "tributo", o que é
importante, porque a e.xpressão "tribu to", como gênero que é, abrange tôdas as espécies de receita pública) que o mesmo seja criado, ou aumentado, em lei, e que haja autorização orçamentária anual para essa arrecadação. Ora, o "impôsto sindical" atual foi criado em lei, mas é percebido sem atenção à se
gunda exigência do § 34 do artigo 141
contas de sua aplicação àquele Tribu
nal, risto que os diretores do sindicato
sao^^ responsáveis por dinheiros públi cos", nos têrmos do artigo 77, inciso II da Constituição atual; e, nesse passo ainda, nos parece manifesta a inconsti-
tucionalidade da Consolidação das Leis
do Trabalho, ao a.ssentar reginiein di verso de prestação de contas. Procuremos agora indagar das conse qüências do outro ponto de vista. Acei
temos como certa, gratia argumenUmdi,
Dicesto Econômico
44
Dicesto EcoNÓxnco
45
a opinião segundo a qual o sindicato é pessoa jurídica de Direito Público, mcs•mo depois da Constituição de 1940.
tregar a União tal receita aos sindicatos
clical", tal como agora se processa, foi
e às demais entidades autárquicas, cjiic
considerada, apesar da clareza do § 34 do artigo 141 da Cà)nsliluiçáo. como vá
Nesse caso, a nosso ver, desaparecem as
der à vida autônoina de tai.s entidades,
razões da estranheza, que manifesta
autonomia essa que llics é essencial por fôrça de sua qualidade autár<iuica. a entrega daquelas receitas, por parte da
os Tribunais no duro dih-nia de salvar a
União, deveria ser feita globalmente^ no inicio de cada ano; ou ainda tal entrega
pureza dos princípios à custa de graves prejuizas pecuniários à Nação, ou de
passa a ser normal. Muitas são as nos sas autarquias em idênticas condições.
poderia ser em regimem mensal de dno-
evitar tais prejinzos, ainda que com ma nifesto dano aos princípios. Comprecn-
Também não seria de
bunal de Contas da República, poi.s tal
dois casos — aqucla.s entidades coni sen orçamento próprio, .siia administração autônoma o sua prestação de contas di
orientou, mas o sacrifício da pureza dos
obrigação se tomaria mesmo explícita
reta ao Tribunal de Contas.
princípios foi manifesto.
na lei constitucional, quando esta alude aos "administradores das entidades au
Por seu lado, a União, em sen orça mento, classificaria tais receitas, a se
tárquicas" (artigo 77, inciso II in fine).
rem entregues às autarquias, entre aque
Nem por isso, entretanto, ficaria o sin
las denominadas "especiais" pelo Código
dicato, no tocante ao "impôsto sindical", li\Te da necessidade de se enquadrar
de Contabilidade cia República c quo
Do exposto se vê que, seja pessoa ju rídica pública, soja pessoa privada, o. certo é que a legislação sindical ordi nária está reclamando um urgente rea juste com a nova Constituição. Da ina
assim SC definem:
daptação da lei ordinária ã lei básica
com a atual, tanto no plano político co mo no econômico e no social, com os necessários reflexos no jurídico.
mos, em tômo do fato de o sindicato
alimentar-se de uma receita pública. Desde que se lhe reconheça natureza
pública e qualidade autárquica, o fato estranhar-sc a
obrigação da prestação de contas ao Tri
vivem do receitas públicas. Para aten
décimos, vivendo — em qualquer
dos
lida o legal. Do poi\to de \ista doutri nário, o armnnenlo jurisprudência! não colhe. Em ambas as bipóleses viram-se
dc-sc que em tal conjuntura a jurispru dência SC orientasse pela forma como se
nas exigências do § 34 do artigo 141 da
"Como receita especial conside
estão surgindo dúvidas sérias cm muitos
ra-se o produto da.s fontes de renda a que, em virtude dc-pre-
pontos, notadamente no terreno do "im
posto sindical". E diante dessas dúvi
criado em lei federal especialmente pa
ceitos
ra êle, o sindicato atual, no Brasil, está
contratuais, houver sido determi
ser dc mero compromisso entre os prin
evidentemente desatendendo ao segundo requisito da legitimidade da arrecada ção de qualquer tributo, que é a autori zação anual, no orçamento, para essa
nada
cípios jurídicos, em sua p\ireza, e as conveniências práticas da vida do País.
arrecadação. Dir-se-á que outras autar
quias também assim estão agindo. Ora, o erro alheio não escusa o nosso. As ou
tras autarquias também estão, a nosso ver, agindo inconstitucionalmente nesse terreno. Irretorquivelmente explícito é o texto constitucional em suas palavras ini ciais: "Nenhum tributo será exigido ou
de lei e de cstipulaçÕcs
aplicação
especial"...
(Cod. de Contabilidade, art. 83).
quo lhe possibilito uma eficiente reali zação dc seus fins, perde na prática a sua expressão o se torna um mero sím bolo. Nessas condições, nada aconselha
a que se deixe, por mais tempo, o cha mado "impôsto sindical" na situação atual dc manifesta ilegalidade de sua arrecadação, exposto a ser considerado como ilegal, quanto à sua exigência, por uma jurisprudência ulterior mais ortodo xa o mais apegada aos princípios. Convém eliminar, em lei ordinária, tô-
das as dúvidas que agora se apresentam
Constituição. Não tendo poder tributá rio próprio, mas vivendo de "tributo"
lado, D sindicato, privado de unia con tribuição obrigatória, que o alimente e
das, as soluções não podem continuar a
c que resultam
do fato de ser a lei
atualmente cm vigor uma Nivência de
um passado superado, que consagrava estrutura totalmente diversa e colidcnto
Somos, pois, de opinião : ã) quo embora não a tenha desde a ^ Constituição de 1946. a personalidade
pública do sindicato deve ser restaura da embora com poderes mais reduzidos,
compatíveis com a nova lei básica;
b) que, com denominação mais ade
por
Nada aconselha que se permita a per-
motivos de ordem puramente empírica,
duração dessa dcsconformidade entre a
quada (contribuição especial, contribui
realidade c os princípios jurídicos con
ção sindical, contribuição trabalhista, ou
sagrados constitucionalmonle.
outra) seja mantido o "impôsto sindi cal", cuja arrecadação consideramos
Sem dúvida que os sindicatos,
tal qual como as demais autarquias, não desejam que as coisas assim se proces sem. Alegam-sc razões várias, entre as quais a complicação burocrática, que convém evitar, assim como um possível retardamento da entrega dos recursos, por parte da União. Tais razões práti
Então, que fazer ? A resposta é simples:
apressar uma
revisão da lei sindical ordinária, a fim
agora como ilegal; c) que essa contribuição se enquadre
ta jurisprudência já houve como válida
mente diversas das de 1937, o certo é
no orçamento federal, anualmente, em atenção ao § 34 do artigo 141 da Cons tituição, sendo entregue pela União aos sindicatos, seja globalmente, no começo do ano, seja em regimem de duodécimos iguais, vivendo o sindicato com crçamento próprio, em completa autono
a arrecadação de um adicional ao im
que o sindicato continua sendo um ór
mia financeira;
cas não invalidam a tese jurídica.
Os
de colocar o sindicato dentro da constitucionalidadc, no tocante ao "impôsto sindical" e a todos os demais tópicos cm
aumentado etc." Em face de tão clara
princípios constitucionais explícitos es
que haja divergências.
expressão, sendo certo que as receitas das autarquias provêm de "um tributo" (seja do chamado "impôsto", contribui ção ou o que quiserem), não há fugir
tão acima dessas contingências práticas.
Apesar de termos adotado uma estru tura jurídico-política dc bases inteira
Também não desconhecemos que cer
à solução constitucional única: consignar anualmente a previsão da receita prove
pôsto de renda, que não tinha vigência
gão útil à vida da coletividade, que pre
no ano financeiro. E mais: sabemos que
niente dêsse tributo no orçamento e en
á própria arrecadação do "impôsto sin-
cisa ser mantido, embora com poderes c funções mais restritos agora. Pqr outro
d) que sendo essa contribuição, evi
dentemente, um "tributo", de modo que o seu produto é uma receita pública, o
Dicesto Econômico
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Dicesto EcoNÓxnco
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a opinião segundo a qual o sindicato é pessoa jurídica de Direito Público, mcs•mo depois da Constituição de 1940.
tregar a União tal receita aos sindicatos
clical", tal como agora se processa, foi
e às demais entidades autárquicas, cjiic
considerada, apesar da clareza do § 34 do artigo 141 da Cà)nsliluiçáo. como vá
Nesse caso, a nosso ver, desaparecem as
der à vida autônoina de tai.s entidades,
razões da estranheza, que manifesta
autonomia essa que llics é essencial por fôrça de sua qualidade autár<iuica. a entrega daquelas receitas, por parte da
os Tribunais no duro dih-nia de salvar a
União, deveria ser feita globalmente^ no inicio de cada ano; ou ainda tal entrega
pureza dos princípios à custa de graves prejuizas pecuniários à Nação, ou de
passa a ser normal. Muitas são as nos sas autarquias em idênticas condições.
poderia ser em regimem mensal de dno-
evitar tais prejinzos, ainda que com ma nifesto dano aos princípios. Comprecn-
Também não seria de
bunal de Contas da República, poi.s tal
dois casos — aqucla.s entidades coni sen orçamento próprio, .siia administração autônoma o sua prestação de contas di
orientou, mas o sacrifício da pureza dos
obrigação se tomaria mesmo explícita
reta ao Tribunal de Contas.
princípios foi manifesto.
na lei constitucional, quando esta alude aos "administradores das entidades au
Por seu lado, a União, em sen orça mento, classificaria tais receitas, a se
tárquicas" (artigo 77, inciso II in fine).
rem entregues às autarquias, entre aque
Nem por isso, entretanto, ficaria o sin
las denominadas "especiais" pelo Código
dicato, no tocante ao "impôsto sindical", li\Te da necessidade de se enquadrar
de Contabilidade cia República c quo
Do exposto se vê que, seja pessoa ju rídica pública, soja pessoa privada, o. certo é que a legislação sindical ordi nária está reclamando um urgente rea juste com a nova Constituição. Da ina
assim SC definem:
daptação da lei ordinária ã lei básica
com a atual, tanto no plano político co mo no econômico e no social, com os necessários reflexos no jurídico.
mos, em tômo do fato de o sindicato
alimentar-se de uma receita pública. Desde que se lhe reconheça natureza
pública e qualidade autárquica, o fato estranhar-sc a
obrigação da prestação de contas ao Tri
vivem do receitas públicas. Para aten
décimos, vivendo — em qualquer
dos
lida o legal. Do poi\to de \ista doutri nário, o armnnenlo jurisprudência! não colhe. Em ambas as bipóleses viram-se
dc-sc que em tal conjuntura a jurispru dência SC orientasse pela forma como se
nas exigências do § 34 do artigo 141 da
"Como receita especial conside
estão surgindo dúvidas sérias cm muitos
ra-se o produto da.s fontes de renda a que, em virtude dc-pre-
pontos, notadamente no terreno do "im
posto sindical". E diante dessas dúvi
criado em lei federal especialmente pa
ceitos
ra êle, o sindicato atual, no Brasil, está
contratuais, houver sido determi
ser dc mero compromisso entre os prin
evidentemente desatendendo ao segundo requisito da legitimidade da arrecada ção de qualquer tributo, que é a autori zação anual, no orçamento, para essa
nada
cípios jurídicos, em sua p\ireza, e as conveniências práticas da vida do País.
arrecadação. Dir-se-á que outras autar
quias também assim estão agindo. Ora, o erro alheio não escusa o nosso. As ou
tras autarquias também estão, a nosso ver, agindo inconstitucionalmente nesse terreno. Irretorquivelmente explícito é o texto constitucional em suas palavras ini ciais: "Nenhum tributo será exigido ou
de lei e de cstipulaçÕcs
aplicação
especial"...
(Cod. de Contabilidade, art. 83).
quo lhe possibilito uma eficiente reali zação dc seus fins, perde na prática a sua expressão o se torna um mero sím bolo. Nessas condições, nada aconselha
a que se deixe, por mais tempo, o cha mado "impôsto sindical" na situação atual dc manifesta ilegalidade de sua arrecadação, exposto a ser considerado como ilegal, quanto à sua exigência, por uma jurisprudência ulterior mais ortodo xa o mais apegada aos princípios. Convém eliminar, em lei ordinária, tô-
das as dúvidas que agora se apresentam
Constituição. Não tendo poder tributá rio próprio, mas vivendo de "tributo"
lado, D sindicato, privado de unia con tribuição obrigatória, que o alimente e
das, as soluções não podem continuar a
c que resultam
do fato de ser a lei
atualmente cm vigor uma Nivência de
um passado superado, que consagrava estrutura totalmente diversa e colidcnto
Somos, pois, de opinião : ã) quo embora não a tenha desde a ^ Constituição de 1946. a personalidade
pública do sindicato deve ser restaura da embora com poderes mais reduzidos,
compatíveis com a nova lei básica;
b) que, com denominação mais ade
por
Nada aconselha que se permita a per-
motivos de ordem puramente empírica,
duração dessa dcsconformidade entre a
quada (contribuição especial, contribui
realidade c os princípios jurídicos con
ção sindical, contribuição trabalhista, ou
sagrados constitucionalmonle.
outra) seja mantido o "impôsto sindi cal", cuja arrecadação consideramos
Sem dúvida que os sindicatos,
tal qual como as demais autarquias, não desejam que as coisas assim se proces sem. Alegam-sc razões várias, entre as quais a complicação burocrática, que convém evitar, assim como um possível retardamento da entrega dos recursos, por parte da União. Tais razões práti
Então, que fazer ? A resposta é simples:
apressar uma
revisão da lei sindical ordinária, a fim
agora como ilegal; c) que essa contribuição se enquadre
ta jurisprudência já houve como válida
mente diversas das de 1937, o certo é
no orçamento federal, anualmente, em atenção ao § 34 do artigo 141 da Cons tituição, sendo entregue pela União aos sindicatos, seja globalmente, no começo do ano, seja em regimem de duodécimos iguais, vivendo o sindicato com crçamento próprio, em completa autono
a arrecadação de um adicional ao im
que o sindicato continua sendo um ór
mia financeira;
cas não invalidam a tese jurídica.
Os
de colocar o sindicato dentro da constitucionalidadc, no tocante ao "impôsto sindical" e a todos os demais tópicos cm
aumentado etc." Em face de tão clara
princípios constitucionais explícitos es
que haja divergências.
expressão, sendo certo que as receitas das autarquias provêm de "um tributo" (seja do chamado "impôsto", contribui ção ou o que quiserem), não há fugir
tão acima dessas contingências práticas.
Apesar de termos adotado uma estru tura jurídico-política dc bases inteira
Também não desconhecemos que cer
à solução constitucional única: consignar anualmente a previsão da receita prove
pôsto de renda, que não tinha vigência
gão útil à vida da coletividade, que pre
no ano financeiro. E mais: sabemos que
niente dêsse tributo no orçamento e en
á própria arrecadação do "impôsto sin-
cisa ser mantido, embora com poderes c funções mais restritos agora. Pqr outro
d) que sendo essa contribuição, evi
dentemente, um "tributo", de modo que o seu produto é uma receita pública, o
|i|i yij
.'> r,
Dicesto EconónucO-
40
sindicato preste contas ao Tribunal cie
orçamentária c da anualidade. propor-
Contas federal;
cionando-se, ao mesmo tempo, um pri
o) que, no orçamento da União, a receita proveniente da contribuição sin dical seja classificada como receita es
meiro montante de recursos monetários,
pecial, vinculada a fim determinado, na
forma do artigo 83 do Código de Conta bilidade da República.
Essas as linhas mestras cpic aconse lharíamos para uma reforma da legisla ção sindical ordinária, cuja urgência se deve encarecer, reforma essa que, tendo por objetivo reajustar o sindicato à no va lei constitucional, iria, na realidade, salvar a existência do sindicato c os re
que poderiam ser uliliz-ulos para atua ção conjuntural, cm política financeira cíclica. E.ssa utilização poderia destinarsc, inclusi\'(% a objeti\'os que modificas
eSc Ttaí nal da unfd
1946, por fò^rça do
constitucio-
Tais considcraçõc.s precisam ser lam bem atcndida.s cm uma nrg<'ntc c ne cessária reforma da nossa legislação sin
pra inlc-rno c o externo do cruzeiro. Ao passo ciuc, internamente, o cruzeiro
*
sofre unia continua depreciação que
6.5% ao ano, fruto de uma elevação e.xacerada da despesa pública nao co
Ht
semos de início, ela encerra uma longa .serie de pontos do vista pessoais, vários
deles em colisão ate com soluções jurisprudenciais já adotadas. Estamos, po rém, crente.s em boa fé nas opiniões que apresentamos e na necessidade urgente do esclarecimento, em lei, das din-idas
incorporar obrigatòriamente à rccdta''
dia de supor que êsto trabalho tenha, também, seu lado positivo c construti
nao se permitindo a existência de recur
disparidade entre o poder de com pode ser estimada, a partir dc 1939, em
dical ordinária.
7°eÍ
das e suprimentos de fundos têm de se
Comercial de São Paulo)
iN-cuÉM contesta a existência de uma
Aqui encerramos esta aula. Como dis
Tal como hoje Soa existência
José Luiz de Almeid.\ NocuEniA Pôuto
(Diretor do Instituto de Economia da Associação
sem a conjuntura om sentido mais favo rável às classes trabaliiadoras.
cursos sindicais de surpresas possíveis no futuro, com prejuízos para o interêsse pviblico.-
o problema cambial
que aventamos. Por isso temos a ousa
vo, não ficando no terreno da simples crítica dcstruidora. Sêbrc uma possí
As medidas artificiais de congelamen
to que no território nacional se mostra
mediante o voto do Congresso, determi
nadas somas. Destarte se satisfariam, a um só tempo, os princípios da unidade
vai longa.
^ '
Muito obrigado pela atenção dispensada.
superior em mais do dôbro da verificada nos Estados Unidos.
vclaram-sc capazes de. manter a taxa
de suas moedas, desvalorizaudo-as, enquanto que o Brasil e outras poucas na
do preço das utilidades á redução do poder de compra da moeda, externamen te, graças ao iponopólio de cambio, re-
gem de nosso intercâmbio com o exterior.
Mas urge encerrar esta aula, que já
certo a paridade cambial estaria automàticamcnte reajustada. Mas tal não
idêntico fenômeno - e, em muitos casos
so uçao para o fundo sindical" seria a
tratar, talvez.
proporção da desvalorização interíia ti vesse sido a mesma em dois países digamos, Brasil c Estados Unidos, poi
ram ineficazes para conter a alta os preços, ou melhor, o contínuo reajuste
sos pubhcos fora do orçamento. Aliás. igamos e passagem, essa regra vale, vel utilização do "fundo sindical" como inclusive, para todas as autarquias. Uma elemento de política conjuntural dc ca C O es a e ecimento de largos planos plunonais, inclusive de obras, em cuia exe cução se iriam absorvendo, anualmente,
precisa ser levada em conta. C iso i
berta por um equivalente crescimento se deu. Enquanto o cruzeiro, hoje, vale da receita, e dc vários outros fatores, 'apenas 25% do que valia em 1939, o externamente, graças ao contrôle gover dólar vale 60%. Portanto, a desvalori namental, mantém-se estável. zação interna da moeda brasileira foi
cambial declarada ao Fundo Monetário,
ráter cíclico, cm benefício dos trabalha dores, haveria algo interessante c novo a
cou. Tôdas as moedas, inclusive o dólar, sofreram reduções internas em seu poder de compra e essa circunstância
não devendo ser levada em linha de
conta as operações de cambio negro, já <fue representam insignificante percentaAdmitindo-se que o poder do compra da moeda brasileira tenha sofrido inter
namente, a partir de 1939, uma redu ção da ordem de 75% e considerando-se
que naquele ano, época de relativa nor malidade econômica, era verdadeira a
paridade existente entre o cruzeiro de um lado e o dólar e outras moedas de
outro, segue-se que, se as demais moe das tivessem conservado o mesmo poder de compra nos respectivos países, teriam
Outros países nos quais se manifestou mesmo sem isso - reajustaram o valor —
C41-
ções mantiveram a paridade anterior.
Qual a conseqüência disso? O cru zeiro tornou-se uma moeda cara. Êle
tem, como é lógico, por única função, permitir n compra de mercadorias bra
sileiras Ora, essas mercadorias têm seu
preço fixado en, termos da moeda nacio nal desvalorizada, mas essa mesma moe da é valorizada arHficialmente para efei tos externos. Um amorieano: há dez anos passados e agora, obtém os mes mos Cr§ 20,00, apro.ximadamonte, por um dólar seu. Mas hoje, com esses Cr$ 20,00, êle compra apenas uma quar ta parte das mercadorias que coinpraxa em 1939.
O nome da quantia é o
de valer, em cruzeiros, quatro vezes o
mesmo, mas seu significado econômico
que valiam em 1939.
é bem outro. Ora, os custos internos se formam om
Não foi isso, porém, o que se verifi-
|i|i yij
.'> r,
Dicesto EconónucO-
40
sindicato preste contas ao Tribunal cie
orçamentária c da anualidade. propor-
Contas federal;
cionando-se, ao mesmo tempo, um pri
o) que, no orçamento da União, a receita proveniente da contribuição sin dical seja classificada como receita es
meiro montante de recursos monetários,
pecial, vinculada a fim determinado, na
forma do artigo 83 do Código de Conta bilidade da República.
Essas as linhas mestras cpic aconse lharíamos para uma reforma da legisla ção sindical ordinária, cuja urgência se deve encarecer, reforma essa que, tendo por objetivo reajustar o sindicato à no va lei constitucional, iria, na realidade, salvar a existência do sindicato c os re
que poderiam ser uliliz-ulos para atua ção conjuntural, cm política financeira cíclica. E.ssa utilização poderia destinarsc, inclusi\'(% a objeti\'os que modificas
eSc Ttaí nal da unfd
1946, por fò^rça do
constitucio-
Tais considcraçõc.s precisam ser lam bem atcndida.s cm uma nrg<'ntc c ne cessária reforma da nossa legislação sin
pra inlc-rno c o externo do cruzeiro. Ao passo ciuc, internamente, o cruzeiro
*
sofre unia continua depreciação que
6.5% ao ano, fruto de uma elevação e.xacerada da despesa pública nao co
Ht
semos de início, ela encerra uma longa .serie de pontos do vista pessoais, vários
deles em colisão ate com soluções jurisprudenciais já adotadas. Estamos, po rém, crente.s em boa fé nas opiniões que apresentamos e na necessidade urgente do esclarecimento, em lei, das din-idas
incorporar obrigatòriamente à rccdta''
dia de supor que êsto trabalho tenha, também, seu lado positivo c construti
nao se permitindo a existência de recur
disparidade entre o poder de com pode ser estimada, a partir dc 1939, em
dical ordinária.
7°eÍ
das e suprimentos de fundos têm de se
Comercial de São Paulo)
iN-cuÉM contesta a existência de uma
Aqui encerramos esta aula. Como dis
Tal como hoje Soa existência
José Luiz de Almeid.\ NocuEniA Pôuto
(Diretor do Instituto de Economia da Associação
sem a conjuntura om sentido mais favo rável às classes trabaliiadoras.
cursos sindicais de surpresas possíveis no futuro, com prejuízos para o interêsse pviblico.-
o problema cambial
que aventamos. Por isso temos a ousa
vo, não ficando no terreno da simples crítica dcstruidora. Sêbrc uma possí
As medidas artificiais de congelamen
to que no território nacional se mostra
mediante o voto do Congresso, determi
nadas somas. Destarte se satisfariam, a um só tempo, os princípios da unidade
vai longa.
^ '
Muito obrigado pela atenção dispensada.
superior em mais do dôbro da verificada nos Estados Unidos.
vclaram-sc capazes de. manter a taxa
de suas moedas, desvalorizaudo-as, enquanto que o Brasil e outras poucas na
do preço das utilidades á redução do poder de compra da moeda, externamen te, graças ao iponopólio de cambio, re-
gem de nosso intercâmbio com o exterior.
Mas urge encerrar esta aula, que já
certo a paridade cambial estaria automàticamcnte reajustada. Mas tal não
idêntico fenômeno - e, em muitos casos
so uçao para o fundo sindical" seria a
tratar, talvez.
proporção da desvalorização interíia ti vesse sido a mesma em dois países digamos, Brasil c Estados Unidos, poi
ram ineficazes para conter a alta os preços, ou melhor, o contínuo reajuste
sos pubhcos fora do orçamento. Aliás. igamos e passagem, essa regra vale, vel utilização do "fundo sindical" como inclusive, para todas as autarquias. Uma elemento de política conjuntural dc ca C O es a e ecimento de largos planos plunonais, inclusive de obras, em cuia exe cução se iriam absorvendo, anualmente,
precisa ser levada em conta. C iso i
berta por um equivalente crescimento se deu. Enquanto o cruzeiro, hoje, vale da receita, e dc vários outros fatores, 'apenas 25% do que valia em 1939, o externamente, graças ao contrôle gover dólar vale 60%. Portanto, a desvalori namental, mantém-se estável. zação interna da moeda brasileira foi
cambial declarada ao Fundo Monetário,
ráter cíclico, cm benefício dos trabalha dores, haveria algo interessante c novo a
cou. Tôdas as moedas, inclusive o dólar, sofreram reduções internas em seu poder de compra e essa circunstância
não devendo ser levada em linha de
conta as operações de cambio negro, já <fue representam insignificante percentaAdmitindo-se que o poder do compra da moeda brasileira tenha sofrido inter
namente, a partir de 1939, uma redu ção da ordem de 75% e considerando-se
que naquele ano, época de relativa nor malidade econômica, era verdadeira a
paridade existente entre o cruzeiro de um lado e o dólar e outras moedas de
outro, segue-se que, se as demais moe das tivessem conservado o mesmo poder de compra nos respectivos países, teriam
Outros países nos quais se manifestou mesmo sem isso - reajustaram o valor —
C41-
ções mantiveram a paridade anterior.
Qual a conseqüência disso? O cru zeiro tornou-se uma moeda cara. Êle
tem, como é lógico, por única função, permitir n compra de mercadorias bra
sileiras Ora, essas mercadorias têm seu
preço fixado en, termos da moeda nacio nal desvalorizada, mas essa mesma moe da é valorizada arHficialmente para efei tos externos. Um amorieano: há dez anos passados e agora, obtém os mes mos Cr§ 20,00, apro.ximadamonte, por um dólar seu. Mas hoje, com esses Cr$ 20,00, êle compra apenas uma quar ta parte das mercadorias que coinpraxa em 1939.
O nome da quantia é o
de valer, em cruzeiros, quatro vezes o
mesmo, mas seu significado econômico
que valiam em 1939.
é bem outro. Ora, os custos internos se formam om
Não foi isso, porém, o que se verifi-
^PPÜP 48
DrcKSTo EcoNÓNnco
tôrmos de moeda desvalorizada c, por
vista "Conjuntura Ec-onómica" (ano IV
tanto, são altos.
n. 7 — julho de lOõO - pg. IS). "des tacam-se, dentro da exportação, o gru pos de produtos: primeiro, produtos tí picos de exportação, ou sejam, produtos vendidos ao exterior na proporç.ão mé dia de 80%. De acòrdo com a composi
Isso, dentro das fron
teiras nacionais, não tem importância
alguma, de vez que os ganhos indivi-
duais também subiram na mesma pro
porção. Mas, externamente, tal circuns
tância toma as mercadorias brasileiras excessivamente caras, donde só conse guirmos exportar aquelas ciue são es
ção média do comércit) exterior nos 10
cassas cm todo o mundo, como o café,
últimos anos, figura sob èstc aspecto, eiii
cau. As restantes não encontram
(91,3%), .seguida pelo café (8S,íi%) c
o algodao e, em determinadas épocas, o compradores no exterior por preço sufi
ciente _ para cobrir o custo interno da produção e mais o lucro razoável do produtor.
Muito embora o café, o algodão c o itens
temdnadas regfe do possível admift- c
^ "'to seria
cados internaciõnairT'^^"^^^.'^"^
eiiormemente. '' " P''GÍudicá-Ias
Êsse prejuízo, de resm nas momentâneo e ree"'
clouro e nacional, dada ' mercado fornecedor 'Ka T ^"^''tituiçuo do
primeiro lugar,
a cèra de carnaúba
o cacau (83,9%).
No .segundo grupo, eolocam-se os pro
Dioi-.sro
E<:<)Né)Mico
49
Monzciitàneainentc. essa operação conjiigucla <lo exportação com importa
ao exportador, é a qualidade da merca doria importada c o seu grau de escassez
ção ó cie interesse para o Brasil, mesmo
no mercado interno.
qiio os produtos importados não sejam dü estrita necessiclacle, pois boa parte das mercadorias que com elas são perinnladas
não
teria
pü,ssibilidades do
aproveitamento no mercado interno. 1'or meio da compensação, diversifi camos mzsso comércio externo, conquis
tamos mercados para os nossos produ
cia que, no futuro, poderá ser muito
fora
pouco tempo, a borracha. O caracterís
mercado
exportação depende sobretudo do mer
cional
cado internacional c acusa, em conse
artigos
qüência, grandes flutuações.
dução c.strangeira
O terceiro grupo é constítiiido por produtos destinados principalmente ao
que, sem esse pro
o sistema está-se
cesso, não pode ríamos importar,
desbragada espe
consumo interno e exportados só em pe
ríodos excepcionais, quando as safras são muito grandes ou quando os preços atra
tivos do exterior bivorecem a exporta-
dada
e
a
prestando à mais culação, tendo fei
escassez
Há, por conse-
violas é a corrida dos importadores
^compensação e maiores os ágios pagos exportadores. Ora, isso traz per-
vigor.
ria possível com uma moeda tão valori
turbações nos preços, tanto dos produ tos (ãe exportação como nos de impor^^Ção. Se a exportação de determinado
zada como a nossa, mas tal possibilida de surge quando ela é ligada a uma im
nrtigo dá direito, digamos, à importação de refrigeradores, os ágios alcançam
portação de tal modo lucrativa que bas ta para cobrir o prejuízo do exportador o o seu lucro e mais o lucro do impor
de automóveis alcançam 70% e mais.
tador.
Por outro lado,
to surgir uma clas
divisas fortes.
cido do lucro do produtor, e daí o rogimem de compensações atualmente em
A exportação dêssc.s jírodiitos não .se
lação da crise.
pro
Qnanto mais escassa é a mercadoria no mercado interno, maior a procura de
no mercado internacional por pz^eços su
penas, uma prote
obtcinos
de
periores aos do custo de produção acres
seria longa. Citamos ü.s mais importan
tica representa, a-
interna
exportação, segundo estimativl" "una
Segundo a classificação feita pela re
Na
verdade, tal polí
tico desse grupo é que a perceiilagem da
er^u^out^d
consumo.
sa economia.
no
Pímr obterem compensações x-antajosas.
está suprido dentro das atuais bases de
prejudicial à nos
do
Entretanto, como já foi dito, poucos desses produtos encontram compradores
preliminarmente, da obtenção de merca dos externos, já que o mercado nacional
deráveis margens de lucro, circunstân
concorrência
manufaturas, os tecidos".
parte, a exportação e, se desejamos ampliar essa produção, .devemos cuidar
recebem dos importadores cobrem todo
o prejuízo e ainda proporcionam consi
estariam
tes : arroz, açúcar e carne, c, entre as
sétima parte da renda naciona b ai ieira. Nossa produção agrícola e de matenas-pnmas se destina, em grande
Estas não tratam de se ajustar aos preços internacionais, aperfeiçoando seusmétodos de produção e reduzindo seu preço de custo, pois que os ágios que
mia ch; certas regiões do País, produto ras cie mercadorias cpic, por seu alto custu de produção,
guinte, apreciáveis vantagens nesse ti po de operação vinculada. Surgem, jjorém, dificuldades práticas quo precisam ser superadas. E uma
mercados mais van-
nais beneficiadas.
tos, impedimos o pcrccimcnlo da econo
dutos que ser\cm simultàneamenle ao consumo interno e à exportação, tais co mo algodão, fumo, madeiras, e. até há
éiio. A lista completa desses produtos
produtos por out os
tajosos.
Evidentemente tal situação cria um
clima artificial para as economias regio
■^0 a 50 %■
Se dá direito à importação
se de intem\ediá-
fios de ágios, os quais compram dos ex portadores seu direito â importação e o revendem aos importadores com enor mes margens de lucro.
Essa é a situação atual e é para ela que se procura uma solução.
Os remédios geralmente apontados sao
rt ) desvalorização pura e simples do cruzeiro;
o) subsídios à exportação j
c) sistema de taxas múltiplas de câmbio ;
^). controle dos ágios com manuten ção do regimem de compensações.
Portanto, o que faz o preço do pro-
duto exportado, ou melhor, o ágio pago
sf:
*
*
^PPÜP 48
DrcKSTo EcoNÓNnco
tôrmos de moeda desvalorizada c, por
vista "Conjuntura Ec-onómica" (ano IV
tanto, são altos.
n. 7 — julho de lOõO - pg. IS). "des tacam-se, dentro da exportação, o gru pos de produtos: primeiro, produtos tí picos de exportação, ou sejam, produtos vendidos ao exterior na proporç.ão mé dia de 80%. De acòrdo com a composi
Isso, dentro das fron
teiras nacionais, não tem importância
alguma, de vez que os ganhos indivi-
duais também subiram na mesma pro
porção. Mas, externamente, tal circuns
tância toma as mercadorias brasileiras excessivamente caras, donde só conse guirmos exportar aquelas ciue são es
ção média do comércit) exterior nos 10
cassas cm todo o mundo, como o café,
últimos anos, figura sob èstc aspecto, eiii
cau. As restantes não encontram
(91,3%), .seguida pelo café (8S,íi%) c
o algodao e, em determinadas épocas, o compradores no exterior por preço sufi
ciente _ para cobrir o custo interno da produção e mais o lucro razoável do produtor.
Muito embora o café, o algodão c o itens
temdnadas regfe do possível admift- c
^ "'to seria
cados internaciõnairT'^^"^^^.'^"^
eiiormemente. '' " P''GÍudicá-Ias
Êsse prejuízo, de resm nas momentâneo e ree"'
clouro e nacional, dada ' mercado fornecedor 'Ka T ^"^''tituiçuo do
primeiro lugar,
a cèra de carnaúba
o cacau (83,9%).
No .segundo grupo, eolocam-se os pro
Dioi-.sro
E<:<)Né)Mico
49
Monzciitàneainentc. essa operação conjiigucla <lo exportação com importa
ao exportador, é a qualidade da merca doria importada c o seu grau de escassez
ção ó cie interesse para o Brasil, mesmo
no mercado interno.
qiio os produtos importados não sejam dü estrita necessiclacle, pois boa parte das mercadorias que com elas são perinnladas
não
teria
pü,ssibilidades do
aproveitamento no mercado interno. 1'or meio da compensação, diversifi camos mzsso comércio externo, conquis
tamos mercados para os nossos produ
cia que, no futuro, poderá ser muito
fora
pouco tempo, a borracha. O caracterís
mercado
exportação depende sobretudo do mer
cional
cado internacional c acusa, em conse
artigos
qüência, grandes flutuações.
dução c.strangeira
O terceiro grupo é constítiiido por produtos destinados principalmente ao
que, sem esse pro
o sistema está-se
cesso, não pode ríamos importar,
desbragada espe
consumo interno e exportados só em pe
ríodos excepcionais, quando as safras são muito grandes ou quando os preços atra
tivos do exterior bivorecem a exporta-
dada
e
a
prestando à mais culação, tendo fei
escassez
Há, por conse-
violas é a corrida dos importadores
^compensação e maiores os ágios pagos exportadores. Ora, isso traz per-
vigor.
ria possível com uma moeda tão valori
turbações nos preços, tanto dos produ tos (ãe exportação como nos de impor^^Ção. Se a exportação de determinado
zada como a nossa, mas tal possibilida de surge quando ela é ligada a uma im
nrtigo dá direito, digamos, à importação de refrigeradores, os ágios alcançam
portação de tal modo lucrativa que bas ta para cobrir o prejuízo do exportador o o seu lucro e mais o lucro do impor
de automóveis alcançam 70% e mais.
tador.
Por outro lado,
to surgir uma clas
divisas fortes.
cido do lucro do produtor, e daí o rogimem de compensações atualmente em
A exportação dêssc.s jírodiitos não .se
lação da crise.
pro
Qnanto mais escassa é a mercadoria no mercado interno, maior a procura de
no mercado internacional por pz^eços su
penas, uma prote
obtcinos
de
periores aos do custo de produção acres
seria longa. Citamos ü.s mais importan
tica representa, a-
interna
exportação, segundo estimativl" "una
Segundo a classificação feita pela re
Na
verdade, tal polí
tico desse grupo é que a perceiilagem da
er^u^out^d
consumo.
sa economia.
no
Pímr obterem compensações x-antajosas.
está suprido dentro das atuais bases de
prejudicial à nos
do
Entretanto, como já foi dito, poucos desses produtos encontram compradores
preliminarmente, da obtenção de merca dos externos, já que o mercado nacional
deráveis margens de lucro, circunstân
concorrência
manufaturas, os tecidos".
parte, a exportação e, se desejamos ampliar essa produção, .devemos cuidar
recebem dos importadores cobrem todo
o prejuízo e ainda proporcionam consi
estariam
tes : arroz, açúcar e carne, c, entre as
sétima parte da renda naciona b ai ieira. Nossa produção agrícola e de matenas-pnmas se destina, em grande
Estas não tratam de se ajustar aos preços internacionais, aperfeiçoando seusmétodos de produção e reduzindo seu preço de custo, pois que os ágios que
mia ch; certas regiões do País, produto ras cie mercadorias cpic, por seu alto custu de produção,
guinte, apreciáveis vantagens nesse ti po de operação vinculada. Surgem, jjorém, dificuldades práticas quo precisam ser superadas. E uma
mercados mais van-
nais beneficiadas.
tos, impedimos o pcrccimcnlo da econo
dutos que ser\cm simultàneamenle ao consumo interno e à exportação, tais co mo algodão, fumo, madeiras, e. até há
éiio. A lista completa desses produtos
produtos por out os
tajosos.
Evidentemente tal situação cria um
clima artificial para as economias regio
■^0 a 50 %■
Se dá direito à importação
se de intem\ediá-
fios de ágios, os quais compram dos ex portadores seu direito â importação e o revendem aos importadores com enor mes margens de lucro.
Essa é a situação atual e é para ela que se procura uma solução.
Os remédios geralmente apontados sao
rt ) desvalorização pura e simples do cruzeiro;
o) subsídios à exportação j
c) sistema de taxas múltiplas de câmbio ;
^). controle dos ágios com manuten ção do regimem de compensações.
Portanto, o que faz o preço do pro-
duto exportado, ou melhor, o ágio pago
sf:
*
*
31)
DlCUSTO EcONOMiCO
a) De.svalnrizaçõo pura c simples do
Poucos são os partidários d-j iitna des
valorização geral do cruzeiro, mas, jieiii por isso, èsse ponto do vista deve ser
relegado a um plano secundário.
Apreciado o problema sob um prisma exclusivamente técnict), não bá dú\ida que a verdadeira paridade do cruzeiro cm relaçao ao dólar c muito diferente da mantida artificialmente. Basta ver que a cotação do dólar no mercado livre
oscila entre Cr§ 30,00 e Cr$ 34,00 conforme a época. Assim sendo, parece logico que o cruzeiro seja desvaloriza do, pois isso representaria apenas o rc-
conhecimento de uma situação de fato
Te?; mestre do ano passado
se-
exporiência cnííl ? '"^pmsentam uma observados. ^^-^^Itados merecem ser
ria do dr. Leopoldo
trabalho de auto-
borado a pedido da cT -"Ser e cla va do Conselho Interamel"''''"
mércio e Produção n l
Câo bastante
imediatos produzidos 'i
mercado, mc.smo .sem o recurso à des
valorização.
cruzeiro
do «^f^-^dos
desvaloH.açi:ttcda'::'" Do um modo geral, as desvaloriza
Pidos dados estatísticos cimstantcs do
citado traballu) Si- constata <pic. nos pai-
area do dólar, ou uma paridade de pre
ços nos mercados internacionais, ,ara
fazer face a concorrência resultant da desvalorização da hbra e de outras moe das. Em verdade, as desvalorizações ,se processaram em cadeia, uma arrastando
outra, até que só restaram aqueles paí ses cuja produção, quer por ausência dc concorrência, quer pela escassez mun dial, poderiam continuar encontrando
Econômico
51
A opinião geralmente manifestada pelos economista.s é pela negatÍN'a. Realmente,
dcsxalorizanclo
nossa
moeda, teríamos dc pagar maior quan
incnlc no último trimestre de 1919, sen-
tidade cie cruzeiros pelas mercadorias importadas, c isso iria representar uma c1e\'ação geral no custo da vida, com
do que, em imiilos dèk-s, èsse aumenta superou mesmo a percaaitagein di- des
tamonto do x^alor do cruzeiro, c assim
.scs (pie dc.s\aloriz.aram snas moedas, us exportações anincntaraiii consicK-ràNol-
consc((iicnto necessidade dc novo rcajus-
ti\o aumento de volume físico das e.x-
por diante. Essa elewição, no caso, se ria fatal, pois mesmo os produtos mais
portuções.
essenciais ao nosso descn\'ol\ãmento eco
valorização, o que indica ter ha\ ido efcPor outro lado, contrária-
mente ao (pie seria de se esperar, as importações feitas por èsses mesmos paí ses nao cresceram em proporção apre ciável. Com exceção da Finlândia, Bél gica ii. Holanda, cm todos os demais
países o aumento do valor da importa ção foi inferior ã margem de desvalori zação das respectivas moedas, sendo que em alguns deles liouvc, mesmo, consi
derável redução nas importações. No que diz respeito às economias in ternas dos países cm questão, não fo
ram elas grandemente afetadas pela me dida, tanto assim que os índices de cus to de vida permaneceram aproximada mente os mesmos do período imediata mente anterior à de.svulorização, a não ser em um ou outro ca.so, mas, mesmo assim, sem que so possa saber, com se
gurança, se a elevação do custo da vida çoos que se processaram „o Sütaos resultou diretamente da desvalorização quatro meses de 1949 tiveram como ob
jetivo ou um equilíbrio cambial com -,
Droi-sTo
nômico e ao consumo do po\o, como
tadas, pouco provável seria um aiunen-
to dc \'olumc, por se tratar de produto do baixa elasticidade de procura, isto é, que não aumenta na proporção da baixa dos preços. Em resumo, comò diz Aldo Azevedo
("Cruzeiro e Dólar" - Digesto Econô mico de ontiibro de 1950), "quando pennutamos mais mercadorias brasilei
ras por menos mercadorias estrangeiras — cwmo seria o caso da desvalorização — estamos realmente perdendo substân
máquinas, \'CÍcúlos, matérias-primas, combuslí\'eis e trigo sofreriam uma ele vação dc preços proporcional à desva lorização que tivesse sofrido o cruzeiro.
cia, estamos oferecendo "mais trabalho brasileiro" cm troca de "menos trabalho
Por outro lado, a des\'alorização, sem dúvida, contribuiria para aumentar o vo
uma desvalorização
lume dc nossas c.xportações, mas não é
certo que trouxesse à nossa balança co mercial um aumento de valor. ^
-Suponhamos que o cruzeiro fosse des
valorizado em 30 %. Para se obter a mes
ma quantidade de divisas que atual mente obtemos com nossas exportações, logicamente teríamos de aumentá-las 30 % em volume, pois que as majorações
de preços, em moeda estrangeira, iriam anular os efeito visados com a desvalo rização. Isso para conservarmos nossa posição atual, sem qualquer vantagem. Mas, onde estão êsses 30 % a mais, em
dos demais povos". Por todos êsses motivos, a idéia de
geral do cruzeiro
tem sido geralmente rejeitada. *
*
*
b) Subsídios à exportação Por ocasião da "mesa redonda sôbre
a des\'alorização da libra", promorida em outubro de 1949 pela Confederação Nacional do Comércio, os representantes da Associação Comercial de São Paulo, considerando que a atual taxa cambial
nos é vantajosa, mas reconhecendo que determinados produtos brasileiros sôbre os quais se baseia a economia de muitas
regiões do Pais, estão fora da paridade de preços no mercado internacional, mos, prãticamente, sobras exportáveis e, preconizarem um sistema de subsídios à por conseguinte, não poderíamos aumen
das moedas^ ou de outras causas, como ó o caso du Fiança, por exemplo. ^Não obstante essas circunstâncias, não pode o_ citado trabalho chegar a uma
contrássemos
conclusão precisa sobre os efeitos reais
da desvalorização, os quais só poderãc
produtos.
ser apreciados cm lapso maior de tempo Mas se de um modo geral, a expe. riência dos países que desvalorizaram suas moedas resultou benéfica, resta in dagar se, para o Brasil, idêntica vanta gem seria de so esperar.
De resto, mesmo que houvesse maio
res quantidades de café a serem expor
volume, é que ninguém sabe. Não te
tar nossas exportações mesmo que en
exportação dêsses produtos, mediante a
compradores para nossos
emissão, para esse fim, de cerca de dois
O sistema deu bons resultados em
países que dispunbam de uma grande capacidade de produção ovi então de
Essa sugestão, contudo, não logrou a acolhida dos demais participantes, sob o dupla fundamento de que os subsídios
vultosos estoques que precisavam ser ex
contrariam os tratados internacionais dos
bilhões de cruzeiros.
portados. Mas, no Brasil, considerado o conjunto de nossas exportações, não e
quais o Brasil foi signatiirio (Carta de
isso o que acontece.
bilhões de cruzeiros, estimada como su-
Havana), e de que uma emis!5ão de dois
J
31)
DlCUSTO EcONOMiCO
a) De.svalnrizaçõo pura c simples do
Poucos são os partidários d-j iitna des
valorização geral do cruzeiro, mas, jieiii por isso, èsse ponto do vista deve ser
relegado a um plano secundário.
Apreciado o problema sob um prisma exclusivamente técnict), não bá dú\ida que a verdadeira paridade do cruzeiro cm relaçao ao dólar c muito diferente da mantida artificialmente. Basta ver que a cotação do dólar no mercado livre
oscila entre Cr§ 30,00 e Cr$ 34,00 conforme a época. Assim sendo, parece logico que o cruzeiro seja desvaloriza do, pois isso representaria apenas o rc-
conhecimento de uma situação de fato
Te?; mestre do ano passado
se-
exporiência cnííl ? '"^pmsentam uma observados. ^^-^^Itados merecem ser
ria do dr. Leopoldo
trabalho de auto-
borado a pedido da cT -"Ser e cla va do Conselho Interamel"''''"
mércio e Produção n l
Câo bastante
imediatos produzidos 'i
mercado, mc.smo .sem o recurso à des
valorização.
cruzeiro
do «^f^-^dos
desvaloH.açi:ttcda'::'" Do um modo geral, as desvaloriza
Pidos dados estatísticos cimstantcs do
citado traballu) Si- constata <pic. nos pai-
area do dólar, ou uma paridade de pre
ços nos mercados internacionais, ,ara
fazer face a concorrência resultant da desvalorização da hbra e de outras moe das. Em verdade, as desvalorizações ,se processaram em cadeia, uma arrastando
outra, até que só restaram aqueles paí ses cuja produção, quer por ausência dc concorrência, quer pela escassez mun dial, poderiam continuar encontrando
Econômico
51
A opinião geralmente manifestada pelos economista.s é pela negatÍN'a. Realmente,
dcsxalorizanclo
nossa
moeda, teríamos dc pagar maior quan
incnlc no último trimestre de 1919, sen-
tidade cie cruzeiros pelas mercadorias importadas, c isso iria representar uma c1e\'ação geral no custo da vida, com
do que, em imiilos dèk-s, èsse aumenta superou mesmo a percaaitagein di- des
tamonto do x^alor do cruzeiro, c assim
.scs (pie dc.s\aloriz.aram snas moedas, us exportações anincntaraiii consicK-ràNol-
consc((iicnto necessidade dc novo rcajus-
ti\o aumento de volume físico das e.x-
por diante. Essa elewição, no caso, se ria fatal, pois mesmo os produtos mais
portuções.
essenciais ao nosso descn\'ol\ãmento eco
valorização, o que indica ter ha\ ido efcPor outro lado, contrária-
mente ao (pie seria de se esperar, as importações feitas por èsses mesmos paí ses nao cresceram em proporção apre ciável. Com exceção da Finlândia, Bél gica ii. Holanda, cm todos os demais
países o aumento do valor da importa ção foi inferior ã margem de desvalori zação das respectivas moedas, sendo que em alguns deles liouvc, mesmo, consi
derável redução nas importações. No que diz respeito às economias in ternas dos países cm questão, não fo
ram elas grandemente afetadas pela me dida, tanto assim que os índices de cus to de vida permaneceram aproximada mente os mesmos do período imediata mente anterior à de.svulorização, a não ser em um ou outro ca.so, mas, mesmo assim, sem que so possa saber, com se
gurança, se a elevação do custo da vida çoos que se processaram „o Sütaos resultou diretamente da desvalorização quatro meses de 1949 tiveram como ob
jetivo ou um equilíbrio cambial com -,
Droi-sTo
nômico e ao consumo do po\o, como
tadas, pouco provável seria um aiunen-
to dc \'olumc, por se tratar de produto do baixa elasticidade de procura, isto é, que não aumenta na proporção da baixa dos preços. Em resumo, comò diz Aldo Azevedo
("Cruzeiro e Dólar" - Digesto Econô mico de ontiibro de 1950), "quando pennutamos mais mercadorias brasilei
ras por menos mercadorias estrangeiras — cwmo seria o caso da desvalorização — estamos realmente perdendo substân
máquinas, \'CÍcúlos, matérias-primas, combuslí\'eis e trigo sofreriam uma ele vação dc preços proporcional à desva lorização que tivesse sofrido o cruzeiro.
cia, estamos oferecendo "mais trabalho brasileiro" cm troca de "menos trabalho
Por outro lado, a des\'alorização, sem dúvida, contribuiria para aumentar o vo
uma desvalorização
lume dc nossas c.xportações, mas não é
certo que trouxesse à nossa balança co mercial um aumento de valor. ^
-Suponhamos que o cruzeiro fosse des
valorizado em 30 %. Para se obter a mes
ma quantidade de divisas que atual mente obtemos com nossas exportações, logicamente teríamos de aumentá-las 30 % em volume, pois que as majorações
de preços, em moeda estrangeira, iriam anular os efeito visados com a desvalo rização. Isso para conservarmos nossa posição atual, sem qualquer vantagem. Mas, onde estão êsses 30 % a mais, em
dos demais povos". Por todos êsses motivos, a idéia de
geral do cruzeiro
tem sido geralmente rejeitada. *
*
*
b) Subsídios à exportação Por ocasião da "mesa redonda sôbre
a des\'alorização da libra", promorida em outubro de 1949 pela Confederação Nacional do Comércio, os representantes da Associação Comercial de São Paulo, considerando que a atual taxa cambial
nos é vantajosa, mas reconhecendo que determinados produtos brasileiros sôbre os quais se baseia a economia de muitas
regiões do Pais, estão fora da paridade de preços no mercado internacional, mos, prãticamente, sobras exportáveis e, preconizarem um sistema de subsídios à por conseguinte, não poderíamos aumen
das moedas^ ou de outras causas, como ó o caso du Fiança, por exemplo. ^Não obstante essas circunstâncias, não pode o_ citado trabalho chegar a uma
contrássemos
conclusão precisa sobre os efeitos reais
da desvalorização, os quais só poderãc
produtos.
ser apreciados cm lapso maior de tempo Mas se de um modo geral, a expe. riência dos países que desvalorizaram suas moedas resultou benéfica, resta in dagar se, para o Brasil, idêntica vanta gem seria de so esperar.
De resto, mesmo que houvesse maio
res quantidades de café a serem expor
volume, é que ninguém sabe. Não te
tar nossas exportações mesmo que en
exportação dêsses produtos, mediante a
compradores para nossos
emissão, para esse fim, de cerca de dois
O sistema deu bons resultados em
países que dispunbam de uma grande capacidade de produção ovi então de
Essa sugestão, contudo, não logrou a acolhida dos demais participantes, sob o dupla fundamento de que os subsídios
vultosos estoques que precisavam ser ex
contrariam os tratados internacionais dos
bilhões de cruzeiros.
portados. Mas, no Brasil, considerado o conjunto de nossas exportações, não e
quais o Brasil foi signatiirio (Carta de
isso o que acontece.
bilhões de cruzeiros, estimada como su-
Havana), e de que uma emis!5ão de dois
J
Dlf:KSTO ECONÓMidb
52
ficiente para subsidiar a exportii<,ão dos
finalmente, a "Me.sa Hedonda" sòhrc a
produtos cujos preços estão fora da pa
desvalorização da libra" concluiu por ês-
ridade internacional,
sc mesmo regimcni, recomendando :
viria acelerar o
processo inflacionário.
a) — O.S produto.s nacionais atingidos
Muito embora o primeiro desses ar gumentos não mereça ser levado em li nha de conta, não só porque a Carta de
pela de.svaiorização ila libra dcM-rão ser
amparado.s por uma taxa cambial (jue garanta ao produtor nacional renuinera-
Havana não foi ratificada pelas nações que a subscreveram, como porque os próprios Estados Unidos dão o exemplo,
ção adequada;
subsidiando o algodão de seus estados
desvalorização da libra ;
sulinos, o segundo ó, sem dúvida, pro cedente.
E' sabido que as emissões destinadas ao aumento da produção mostram-se be néficas, não trazendo — ao contrário —
elevação do custo da vida. Mas no caso não se cogitaria de aumentar a
produção, e sim, apenas, de mantê-h nos mveis atuais. Portanto, tal emissão seria mflacionária.
cambial vigente, mas, além de dar n impulso a espiral inflacionista node provocar represálias por parte de outros
pmse^.^0 que desaconselha. J^d" *
íi:
íH
c) Regfmem de taxas múltiplas de câmbio
fo) — a taxa cambial não di'\crá so
frer alteraçao superior à provocada pela c) — dcver-se-á pnunoscr u classifi cação dos produtos dc imporlaçfn) de es trita essencialidadc, e para cssi-s produ tos, deverá ser mantida a atual relação entre o dólar e o cruzeiro •
^d) — para os produtos dc importa
ção não considerados de estrita essen
cialidadc adotar-se-á um sistema de ta xas cambiais múltiplas ; ~ o regimem dc compensação 6 aconselhável, mesmo dcntjro do sistema
do ta.xas cambiais miiltiplas. O mecanismo do sistema segundo o
imaginamos, dc acôrdo com essas con
clusões e com o ponto dc vista do dr.
Henrique Bastos Filho, seria o seguinte: Tanto os produtos dc exportação como os de importação seriam classificados cm
certo numero de categorias, para efeito cia respectiva taxa cambial.
O critério, quanto aos primeiros, seria
IDicivsro
Econômico
grau dc utilidade para o desenvolvimen to nacional o o consmiio do povo. Quan
to maior fòssc essa utilidade, mais bai.xa •seria a la.xa cambial.
Por exemplo: o café e o algodão con tinuariam a ser exportados na base do dólar a Cr$ 18,72. .As divisas proporcio-
nadas por essas exportações .seriam apli cadas na importação de combustíveis, máciiiinas agrícolas o inclu.striais, trigo c outros produtos absolutamente essen ciais à expansão dc nossa economia e vida do nosso povo.
Tá outros produtos, como o arroz, o
açúcar, as madeiras, seriam exportados
Finalmente, se algum outro produto
necessitasse desvalorização cambial ain da maior, as divisas respectivas servi
riam para a importação de artigos supér fluos, para fornecimento de divisas a viajantes etc.
O sistema prcstar-se-ia, ainda, para incentivar o turismo, mediante uma taxa do cruzeiro desvalorizado para os via
jantes estrangeiros, e para a atração de capitais estrangeiros, concedendo-se uma
camb.o, sob as mais diversas modalida des, ,a tem s.do por diversas vêzes aventado. O prof, Eugênio Gudin esere-
interno de produção e os preços vigorantes no mercado internacional.
sem investir.
dTr.: "Co°rr:rda
encontram mercado nas bases do cam
tante engenhoso e merece uma análise
bio a Cr$ 18,72 continuariam a ser ex
Cuidadosa.
de 1948 preconizando um sitmT,Te
taxas múltiplas em função das diversas moedas. Posteriormente, em meados de 1949, sistema diferente, baseado nos di versos produtos de importação e expor tação, foi sugerido pelo dr. Henrique Bastos Filho, então vice-presidente da
Associação Comercial de São Paulo e.
o de relaçao existente entre seu custo
Assim, os produtos que atualmente
O sistema, como se verifica, é bas Hí
portados nessa base. Para os demais, seriam criadas mais duas ou, no máxi mo, três taxas, de acôrdo com o desní
vel existente entre o preço de custo e o preço internacional, de modo a pode rem competir nesse mercado.
Quanto aos segundos — mercadorias do importação — o critério seria o do
forç-ando-nos à aquisição de produtos sui>erfluos ;
c) que terá como conseqüência o desprestígio da nossa moeda e a desva lorização geral.
Vejamos cada um dêles de per si. A elevação do custo da vida não c uma conseqüência forçosa do sistema.
Em primeiro lugar, porque a maior piu-te dc nossa importação — corresponden-
tü às diiisas fornecidas polo café, algo dão c outros produtos — continuaria a
ser feita nas bases atuais de cambio e,
na base de um cruzeiro desvalorizado sem aumento de preço. Ape cm, digamos, 30%. As cambiais obtidas^ portanto, nas os produtos menos essenciais ou su terianraplicação cm artigos de pérfluos sofreriam tal aumento, mas ção menos essenciais, mas dc utilidade. mesmo essa circunstância não seria de
taxa tanto mais favorável quanto maior fôsse o interesse nacional no setor dc atividade em que tais capitais se vies
o regimem de taxas
b) que pode provocar uma distorsão nas nossas correntes de importação,
❖
H:
Os argumentos geralmente invocados contra o regimem de taxas múltiplas de câmbio podem agrupar-se pela seguinte forma :
molde a modificar a situação atual, a não ser para mellior, pois o regimem de compensação atualmente adotado, acar
retando o pagamentq de altíssimos ágios pelos importadores, acarreta muito maior
aumento de preços de produtos impor
tados do que um regimem de taxas múl tiplas dc câmbio em que, ao menos se
ria eliminado o intermediário de ágios mcenbvo ditdo à exportação ftees/o cs-
7 P.7. nos moldei iviant.rri™ dc exportação nf tão classificar as
em tav-, de "^^^f^aonas en luna taxa cambio pouco escassas f^n-orável à exportação.
^
ia\ora-
De resto, é sabido que no Brasil são os fatores .nlernos. coZ de inicio, acen tuamos, os grandes responsáveis pela elevação do custo da vida.
Êsse argumento, portanto, não pode ser tido como válido.
a) que trará uma elevação do custo da vida ;
Examinemos, agora, a possibilidade de ser alterada a composição de nossas
Dlf:KSTO ECONÓMidb
52
ficiente para subsidiar a exportii<,ão dos
finalmente, a "Me.sa Hedonda" sòhrc a
produtos cujos preços estão fora da pa
desvalorização da libra" concluiu por ês-
ridade internacional,
sc mesmo regimcni, recomendando :
viria acelerar o
processo inflacionário.
a) — O.S produto.s nacionais atingidos
Muito embora o primeiro desses ar gumentos não mereça ser levado em li nha de conta, não só porque a Carta de
pela de.svaiorização ila libra dcM-rão ser
amparado.s por uma taxa cambial (jue garanta ao produtor nacional renuinera-
Havana não foi ratificada pelas nações que a subscreveram, como porque os próprios Estados Unidos dão o exemplo,
ção adequada;
subsidiando o algodão de seus estados
desvalorização da libra ;
sulinos, o segundo ó, sem dúvida, pro cedente.
E' sabido que as emissões destinadas ao aumento da produção mostram-se be néficas, não trazendo — ao contrário —
elevação do custo da vida. Mas no caso não se cogitaria de aumentar a
produção, e sim, apenas, de mantê-h nos mveis atuais. Portanto, tal emissão seria mflacionária.
cambial vigente, mas, além de dar n impulso a espiral inflacionista node provocar represálias por parte de outros
pmse^.^0 que desaconselha. J^d" *
íi:
íH
c) Regfmem de taxas múltiplas de câmbio
fo) — a taxa cambial não di'\crá so
frer alteraçao superior à provocada pela c) — dcver-se-á pnunoscr u classifi cação dos produtos dc imporlaçfn) de es trita essencialidadc, e para cssi-s produ tos, deverá ser mantida a atual relação entre o dólar e o cruzeiro •
^d) — para os produtos dc importa
ção não considerados de estrita essen
cialidadc adotar-se-á um sistema de ta xas cambiais múltiplas ; ~ o regimem dc compensação 6 aconselhável, mesmo dcntjro do sistema
do ta.xas cambiais miiltiplas. O mecanismo do sistema segundo o
imaginamos, dc acôrdo com essas con
clusões e com o ponto dc vista do dr.
Henrique Bastos Filho, seria o seguinte: Tanto os produtos dc exportação como os de importação seriam classificados cm
certo numero de categorias, para efeito cia respectiva taxa cambial.
O critério, quanto aos primeiros, seria
IDicivsro
Econômico
grau dc utilidade para o desenvolvimen to nacional o o consmiio do povo. Quan
to maior fòssc essa utilidade, mais bai.xa •seria a la.xa cambial.
Por exemplo: o café e o algodão con tinuariam a ser exportados na base do dólar a Cr$ 18,72. .As divisas proporcio-
nadas por essas exportações .seriam apli cadas na importação de combustíveis, máciiiinas agrícolas o inclu.striais, trigo c outros produtos absolutamente essen ciais à expansão dc nossa economia e vida do nosso povo.
Tá outros produtos, como o arroz, o
açúcar, as madeiras, seriam exportados
Finalmente, se algum outro produto
necessitasse desvalorização cambial ain da maior, as divisas respectivas servi
riam para a importação de artigos supér fluos, para fornecimento de divisas a viajantes etc.
O sistema prcstar-se-ia, ainda, para incentivar o turismo, mediante uma taxa do cruzeiro desvalorizado para os via
jantes estrangeiros, e para a atração de capitais estrangeiros, concedendo-se uma
camb.o, sob as mais diversas modalida des, ,a tem s.do por diversas vêzes aventado. O prof, Eugênio Gudin esere-
interno de produção e os preços vigorantes no mercado internacional.
sem investir.
dTr.: "Co°rr:rda
encontram mercado nas bases do cam
tante engenhoso e merece uma análise
bio a Cr$ 18,72 continuariam a ser ex
Cuidadosa.
de 1948 preconizando um sitmT,Te
taxas múltiplas em função das diversas moedas. Posteriormente, em meados de 1949, sistema diferente, baseado nos di versos produtos de importação e expor tação, foi sugerido pelo dr. Henrique Bastos Filho, então vice-presidente da
Associação Comercial de São Paulo e.
o de relaçao existente entre seu custo
Assim, os produtos que atualmente
O sistema, como se verifica, é bas Hí
portados nessa base. Para os demais, seriam criadas mais duas ou, no máxi mo, três taxas, de acôrdo com o desní
vel existente entre o preço de custo e o preço internacional, de modo a pode rem competir nesse mercado.
Quanto aos segundos — mercadorias do importação — o critério seria o do
forç-ando-nos à aquisição de produtos sui>erfluos ;
c) que terá como conseqüência o desprestígio da nossa moeda e a desva lorização geral.
Vejamos cada um dêles de per si. A elevação do custo da vida não c uma conseqüência forçosa do sistema.
Em primeiro lugar, porque a maior piu-te dc nossa importação — corresponden-
tü às diiisas fornecidas polo café, algo dão c outros produtos — continuaria a
ser feita nas bases atuais de cambio e,
na base de um cruzeiro desvalorizado sem aumento de preço. Ape cm, digamos, 30%. As cambiais obtidas^ portanto, nas os produtos menos essenciais ou su terianraplicação cm artigos de pérfluos sofreriam tal aumento, mas ção menos essenciais, mas dc utilidade. mesmo essa circunstância não seria de
taxa tanto mais favorável quanto maior fôsse o interesse nacional no setor dc atividade em que tais capitais se vies
o regimem de taxas
b) que pode provocar uma distorsão nas nossas correntes de importação,
❖
H:
Os argumentos geralmente invocados contra o regimem de taxas múltiplas de câmbio podem agrupar-se pela seguinte forma :
molde a modificar a situação atual, a não ser para mellior, pois o regimem de compensação atualmente adotado, acar
retando o pagamentq de altíssimos ágios pelos importadores, acarreta muito maior
aumento de preços de produtos impor
tados do que um regimem de taxas múl tiplas dc câmbio em que, ao menos se
ria eliminado o intermediário de ágios mcenbvo ditdo à exportação ftees/o cs-
7 P.7. nos moldei iviant.rri™ dc exportação nf tão classificar as
em tav-, de "^^^f^aonas en luna taxa cambio pouco escassas f^n-orável à exportação.
^
ia\ora-
De resto, é sabido que no Brasil são os fatores .nlernos. coZ de inicio, acen tuamos, os grandes responsáveis pela elevação do custo da vida.
Êsse argumento, portanto, não pode ser tido como válido.
a) que trará uma elevação do custo da vida ;
Examinemos, agora, a possibilidade de ser alterada a composição de nossas
Dicesto JEconónhco
54
importações em conseqüência de um regimem de taxas múltiplas de câmbio. E' sabido que percentagem apreciável de nossas importações é de produtos ab solutamente essenciais, como trigo, com
bustíveis, ferro, aço e suas manufaturas,
econômica sôbre o país. Muitos econo
mistas atribuem a resistência de que tem
dado provas o preço do café — não obs tante todo o esfôrço cios norte-america
nos no sentido da baixa — à estabilida de de nossa moeda e à firmezii com que
e muitos observadores manifestam o te
reitcradamentc afirmamos nosso propó
mor de que, atraídos por uma taxa cam
sito de não desvalorizarmos o cruzeiro.
bial mais favorável, procurem nossos fornecedores, notadamente os Estados
Unidos, forçar-nos a adquirir mercado rias supérfluas de sua produção. E* realmente possível que os expor tadores estrangeiros desejem fornecernos mercadorias que lhes proporcionem maior qüantidade de cruzeiros, mas não
A instituição de um regimem dc taxas
múltiplas seria uma demonstração de fraqueza c hesitação cia qual logo se aproveitariam nossos compradores. Além desses argumentos que o desa conselham, é de se ponderar que o re
gimem dc taxas múltiplas provocaria ter
rível pressão por parte dos interessados
nos esqueçamos de que o regimem da
no sentido de obterem para seus produ
licença prévia deverá continuar .funcio
tos classificação vantajosa, c não se po
nando e limitará a entrada dessas mer
de prever até que ponto o intcrôssc na
cadorias dentro das possibilidades cam
cional prevaleceria sôbre os pessoais e
biais e das conveniências do País. Na época atual, também, todo o inte-
políticos.
rêsse, tanto dos importadores nacionais como dos exportadores estrangeiros, está
na obtenção de licença prévia para pro dutos supérfluos que alcançam melho
res preços no mercado, e nem por isso tais licenças são concedidas.
Não é de Se admitir, portanto, que a pressão externa seja de tal magnitude que nos force a adquirir produtos de que não necessitamos.
Tôdas essas circunstancias reunidas fazem com que hesitemos cm aconse
lhar o regimem de taxas múltiplas de câmbio.
d) Controle dos ágios com manutenção do regimem de compensações
Já vimos quais os inconvenientes do atual regimem de compensações. Êle se
presta à e.speculação e os ágios são fi
xados, não de acôrdo com as reais ne
Finalmente, o terceiro argumento pa
cessidades do exportador, mas sim em
rece ser de todos o mais procedente. O regimem de taxas múltiplas, segun do mostra a experiência de outros países notadamente do Chile e da Argen tina, não se mantém com um caráter de estabilidade, e tende a ocasionar uma desvalorização total da moeda, o que,
função da margem de lucro que possa
para nós, como já vimos, seria altamen
autoria e que mereceu a aprovação do
te inconveniente.
Conselho Técnico do Instituto de Econo
Por outro lado, exerce um efeito psi
proporcionar, no mercado interno, a mercadoria importada.
Mas, esse inconveniente pode ser fa cilmente superado mediante um sistema de controle de ágios que funcionaria pe la maneira descrita em projeto de minha mia da Associação Comercial e da Fe
cológico pernicioso, afugentando capi
deração do Comércio do Estado de São
tais estrangeiros e incitando a pressão
Paulo.
Dic!-:sto
Econômico
Em resumo, o plano c o seguinte ;;
o) os ágios .seriam fixados periiKlicamente, tendo em vista a diferença en
tre o custo de produção das mercadorias c seu preço no mercado internacional;
b) efetuada a exportação, o exporta
55
Brasil, através da CEXIM, sení o ínter-
niediário dos ágios, eliminando a espe culação, e não mais será preciso vincu lar cada importação a uma dctenninada exportação, o que fraciona e.xcessivamente o intercâmbio comercial do Bra
dor receberia o ágio diretamente do
sil com as demais nações.
Banco do Brasil ;
Êsse sistema parece representar, no momento, a solução mais adequada no
c) os ágios deverão ser pagos pelo importador ao Banco do Bra.sil e serão fixados na razão inversa da utilidade
nosso problema cambial, mesmo porque, numa época de instabilidade política e
dos produtos importados.
econômica como a atual, nenhuma me
Por esse plano, o próprio Banco do
dida deiinitíva e rígida é aconselaavel.
Dicesto JEconónhco
54
importações em conseqüência de um regimem de taxas múltiplas de câmbio. E' sabido que percentagem apreciável de nossas importações é de produtos ab solutamente essenciais, como trigo, com
bustíveis, ferro, aço e suas manufaturas,
econômica sôbre o país. Muitos econo
mistas atribuem a resistência de que tem
dado provas o preço do café — não obs tante todo o esfôrço cios norte-america
nos no sentido da baixa — à estabilida de de nossa moeda e à firmezii com que
e muitos observadores manifestam o te
reitcradamentc afirmamos nosso propó
mor de que, atraídos por uma taxa cam
sito de não desvalorizarmos o cruzeiro.
bial mais favorável, procurem nossos fornecedores, notadamente os Estados
Unidos, forçar-nos a adquirir mercado rias supérfluas de sua produção. E* realmente possível que os expor tadores estrangeiros desejem fornecernos mercadorias que lhes proporcionem maior qüantidade de cruzeiros, mas não
A instituição de um regimem dc taxas
múltiplas seria uma demonstração de fraqueza c hesitação cia qual logo se aproveitariam nossos compradores. Além desses argumentos que o desa conselham, é de se ponderar que o re
gimem dc taxas múltiplas provocaria ter
rível pressão por parte dos interessados
nos esqueçamos de que o regimem da
no sentido de obterem para seus produ
licença prévia deverá continuar .funcio
tos classificação vantajosa, c não se po
nando e limitará a entrada dessas mer
de prever até que ponto o intcrôssc na
cadorias dentro das possibilidades cam
cional prevaleceria sôbre os pessoais e
biais e das conveniências do País. Na época atual, também, todo o inte-
políticos.
rêsse, tanto dos importadores nacionais como dos exportadores estrangeiros, está
na obtenção de licença prévia para pro dutos supérfluos que alcançam melho
res preços no mercado, e nem por isso tais licenças são concedidas.
Não é de Se admitir, portanto, que a pressão externa seja de tal magnitude que nos force a adquirir produtos de que não necessitamos.
Tôdas essas circunstancias reunidas fazem com que hesitemos cm aconse
lhar o regimem de taxas múltiplas de câmbio.
d) Controle dos ágios com manutenção do regimem de compensações
Já vimos quais os inconvenientes do atual regimem de compensações. Êle se
presta à e.speculação e os ágios são fi
xados, não de acôrdo com as reais ne
Finalmente, o terceiro argumento pa
cessidades do exportador, mas sim em
rece ser de todos o mais procedente. O regimem de taxas múltiplas, segun do mostra a experiência de outros países notadamente do Chile e da Argen tina, não se mantém com um caráter de estabilidade, e tende a ocasionar uma desvalorização total da moeda, o que,
função da margem de lucro que possa
para nós, como já vimos, seria altamen
autoria e que mereceu a aprovação do
te inconveniente.
Conselho Técnico do Instituto de Econo
Por outro lado, exerce um efeito psi
proporcionar, no mercado interno, a mercadoria importada.
Mas, esse inconveniente pode ser fa cilmente superado mediante um sistema de controle de ágios que funcionaria pe la maneira descrita em projeto de minha mia da Associação Comercial e da Fe
cológico pernicioso, afugentando capi
deração do Comércio do Estado de São
tais estrangeiros e incitando a pressão
Paulo.
Dic!-:sto
Econômico
Em resumo, o plano c o seguinte ;;
o) os ágios .seriam fixados periiKlicamente, tendo em vista a diferença en
tre o custo de produção das mercadorias c seu preço no mercado internacional;
b) efetuada a exportação, o exporta
55
Brasil, através da CEXIM, sení o ínter-
niediário dos ágios, eliminando a espe culação, e não mais será preciso vincu lar cada importação a uma dctenninada exportação, o que fraciona e.xcessivamente o intercâmbio comercial do Bra
dor receberia o ágio diretamente do
sil com as demais nações.
Banco do Brasil ;
Êsse sistema parece representar, no momento, a solução mais adequada no
c) os ágios deverão ser pagos pelo importador ao Banco do Bra.sil e serão fixados na razão inversa da utilidade
nosso problema cambial, mesmo porque, numa época de instabilidade política e
dos produtos importados.
econômica como a atual, nenhuma me
Por esse plano, o próprio Banco do
dida deiinitíva e rígida é aconselaavel.
Dícesto Econômico
Limitação dos juros dos depósitos Dorival Teixeira Vieira
(Professor da Faculdade de Ciências Econónúcíia e res, capazes clc lhes proporciDiiar os
juros antes pagos pelos peíiiiunos bancos.
aos possíveis efeitos da Instrução n.° 34,
Tais fatos implicariam na impossibili dade de os pequenos bancos sc c.\pancli-
da Superintendência da Moeda e do
rein e de novas casas bancárias sc cons
Crédito, limitando o juro dos depósitos; alguns entendem que a providencia c
bancária e os entcncliim-nlos entre {gran
necessária para evitar a concorrência en
des bancos conduziriam à viniformiz;ição
em tômo da interpretação a ser dada
tituírem. Accnluar-se-ia a concentração
tre os pequenos bancos e casas bancá
de exigências, à dificiilclade na conces
rias, por um lado, e os grandes estabe lecimentos de crédito, por outro; outros, ao contrário, afirmam que a medida
são dc crcclltos, em detrimento da clien
pode provocar fuga de capitais dos es
os grandes são inacessíveis ao público,
tabelecimentos bancários o sua aplica
visto não SC interessarem ústes por pe
ção em outras inversões. Os que optam
quenos investimentos e empréstimos;
pela segunda alternativa afirmam serem
controlam com excessivo rigor suas ope
dois os fatores capazes de atrair depósi
rações e, assim sendo, so podem operar
tos: 1) a segurança; 2) as vantagens proporcionadas. Os grandes estabeleci
com grandes agricultores, industriais e
mentos bancários, por oferecerem maior segurança, pagam a depositantes e cor-
Outros inconvenientes apontados sao de ordem geral, dizendo respeito ao cré
rentistas juros inferiores aos proporcio
dito nacional.
nados pelos pequenos bancos e casas bancárias. Êstes últimos oferecem maior
formação de um hábito ainda nao muito
rendimento para o capital depositado e,
banco e pagar por meio de cheque. De saparecido o incentivo do juro alto, di
com isso, atraem cada vez mais maior
quantidade de numerário porque o pú blico prefere vantagens imediatas, rele
gando para plano secundário pequenas diferenças de garantias. A Portaria 34, uniformizando as taxas de juro, faz de
saparecer essa vantagem, compensadora da tradição, do bom conceito e das enormes reservas dos grandes bancos, dc
modo que, desaparecida a possibilidade do um maior rédito, a segurança passa
ria a fator predominante; os depositan
tes procurariam os grandes bancos ou
aplicariam seu dinheiro em outros seto
I
tela. Os pequenos bancos atendem nor malmente ao crédito popular, enípiantü
oscilações das economias nacionais ou
medida da Superintendência da Moeda
internacionais. Não podem — a menos
'• do Crédito apenas provocaria uma
que se tomem grandes bancos — or ganizar uma eficiente rede distribuidora
cárias não apresentam solidez diante das
do crédito. Sc, por um lado, oferecem muitas vantagens aos depositantes, por
dc capital o juro c alto. só contido pelo limito imposto pela lei. Com essa me dida a Superintendência só estaria, pois,
outro têm de cobrar taxas muito altas
aumentando a margem de lucro dos
supor-se que o banqueiro \'á tirar dc
bancos.
seus próprios recursos o numerário indis
Passemos cm rmísta os argumentos
para verificar se bastam para contrain-
clicar a Instrução n." 34.. Juigamo.s insa tisfatória a primeira alegação. Sua fraquczii reside em contrariar o que tanto a história monetária e crediticia quanto
de juros de desconto, pois não é crível
pensável ao pagamento dos altos juros que oferece.
sim as que muito se as
semelham ao jôgo; sno /.n.
res bases são a confian
ça
e
a
CC^
honestidade.
Estas permitem fazer
vício do jôgo, podem
dar grandes lucros ou
so apresente como in
prejuízos quase totais; não têm firmeza, pondo em risco o capital allieio
contrapondo-sc ao atra tivo cio lucro fácil e rá
que o banqueiro em presta. Se dão bons re
pido, este último do
sultados, enriquecem o
minante
empreendedor e o pró
sômcntc
momentos anormais.
quenas economias e, com êle, o uso do
em A
história das organiza
prio banqueiro, em tro ca de alguns por cento
ções bancárias tem mos
a mais na taxa de juro
trado que quanto mais sólidos, quanto mais volumosos os capitais de
cheque. Haveria tendência de as pe quenas poupanças se aplicarem no con sumo e não se englobarem para melhor atender à produção. Posta em prática, se revestiria de uin aspecto de injustiça social; com base em dados publicados
t
ujjjiuiimiii:
um banco, melhor resiste ele às depres sões econômicas. Tem mostrado, tam ,
J
do depósito; mas se a operação falha, é o tra balhador, o pequeno agricultor, o pequeno negociante e o
jiiii""
pequeno industrial que se vêem, de uma
bém, que aqueles bancos capazes de
hora para outra, sem as suas reservas
constituir uma verdadeira rede de agên cias e filiais em tôda uma região ou
e, muitas vezes, são conduzidos por isso à falência. Não são êles que especulara
pais, melhor sentem
última década, em 6,5 % ao ano. Nessas
de preferência especula ções malsãs; eivadas do
com que a segurança
dispensável condição do sanidade do crédito,
minuirá novamente o depósito de pe
Quais as operações eco
nômicas capazes de suportar descontos elevados? São sòmente as que se fazem a curtíssimo prazo c que poderão dar margem a grandes lucros; não são, por tanto, operações cconóniicas normais e
psico-social; suas maio
difundido no Brasil: o dc depositar em
condições, toda e qualquer limitação do
mais o depósito bancário. Além disso, a
cie tudo um fenômeno
A medida retardaria a
juro do depósito, aquém desta média.
tórias. Os pequenos bancos e casas ban
a teoria têm ensinado. O cródito é antes
comerciantes.
pela revista "Conjuntura Econômica", a depreciação da moeda é estimada, na
ocasionaria prejuízo certo ao depositantc o contribuiria para deseslimular ainda
baixa artificial da taxa do juros dos depósito.s, portpie cm tíklas as aplicações
Administrativas de São Paulo)
\7ários estudos sôbre esta questão têm * procurado esclarecer a divergência
57
as necessidades
normalmente; não são quem joga em
economico-financeiras e podem fornecer crédito a tempo e em condições satisfa-
Bolsa, quem realiza operações arriscadas; mas, correm o risco de semelhantes
Dícesto Econômico
Limitação dos juros dos depósitos Dorival Teixeira Vieira
(Professor da Faculdade de Ciências Econónúcíia e res, capazes clc lhes proporciDiiar os
juros antes pagos pelos peíiiiunos bancos.
aos possíveis efeitos da Instrução n.° 34,
Tais fatos implicariam na impossibili dade de os pequenos bancos sc c.\pancli-
da Superintendência da Moeda e do
rein e de novas casas bancárias sc cons
Crédito, limitando o juro dos depósitos; alguns entendem que a providencia c
bancária e os entcncliim-nlos entre {gran
necessária para evitar a concorrência en
des bancos conduziriam à viniformiz;ição
em tômo da interpretação a ser dada
tituírem. Accnluar-se-ia a concentração
tre os pequenos bancos e casas bancá
de exigências, à dificiilclade na conces
rias, por um lado, e os grandes estabe lecimentos de crédito, por outro; outros, ao contrário, afirmam que a medida
são dc crcclltos, em detrimento da clien
pode provocar fuga de capitais dos es
os grandes são inacessíveis ao público,
tabelecimentos bancários o sua aplica
visto não SC interessarem ústes por pe
ção em outras inversões. Os que optam
quenos investimentos e empréstimos;
pela segunda alternativa afirmam serem
controlam com excessivo rigor suas ope
dois os fatores capazes de atrair depósi
rações e, assim sendo, so podem operar
tos: 1) a segurança; 2) as vantagens proporcionadas. Os grandes estabeleci
com grandes agricultores, industriais e
mentos bancários, por oferecerem maior segurança, pagam a depositantes e cor-
Outros inconvenientes apontados sao de ordem geral, dizendo respeito ao cré
rentistas juros inferiores aos proporcio
dito nacional.
nados pelos pequenos bancos e casas bancárias. Êstes últimos oferecem maior
formação de um hábito ainda nao muito
rendimento para o capital depositado e,
banco e pagar por meio de cheque. De saparecido o incentivo do juro alto, di
com isso, atraem cada vez mais maior
quantidade de numerário porque o pú blico prefere vantagens imediatas, rele
gando para plano secundário pequenas diferenças de garantias. A Portaria 34, uniformizando as taxas de juro, faz de
saparecer essa vantagem, compensadora da tradição, do bom conceito e das enormes reservas dos grandes bancos, dc
modo que, desaparecida a possibilidade do um maior rédito, a segurança passa
ria a fator predominante; os depositan
tes procurariam os grandes bancos ou
aplicariam seu dinheiro em outros seto
I
tela. Os pequenos bancos atendem nor malmente ao crédito popular, enípiantü
oscilações das economias nacionais ou
medida da Superintendência da Moeda
internacionais. Não podem — a menos
'• do Crédito apenas provocaria uma
que se tomem grandes bancos — or ganizar uma eficiente rede distribuidora
cárias não apresentam solidez diante das
do crédito. Sc, por um lado, oferecem muitas vantagens aos depositantes, por
dc capital o juro c alto. só contido pelo limito imposto pela lei. Com essa me dida a Superintendência só estaria, pois,
outro têm de cobrar taxas muito altas
aumentando a margem de lucro dos
supor-se que o banqueiro \'á tirar dc
bancos.
seus próprios recursos o numerário indis
Passemos cm rmísta os argumentos
para verificar se bastam para contrain-
clicar a Instrução n." 34.. Juigamo.s insa tisfatória a primeira alegação. Sua fraquczii reside em contrariar o que tanto a história monetária e crediticia quanto
de juros de desconto, pois não é crível
pensável ao pagamento dos altos juros que oferece.
sim as que muito se as
semelham ao jôgo; sno /.n.
res bases são a confian
ça
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a
CC^
honestidade.
Estas permitem fazer
vício do jôgo, podem
dar grandes lucros ou
so apresente como in
prejuízos quase totais; não têm firmeza, pondo em risco o capital allieio
contrapondo-sc ao atra tivo cio lucro fácil e rá
que o banqueiro em presta. Se dão bons re
pido, este último do
sultados, enriquecem o
minante
empreendedor e o pró
sômcntc
momentos anormais.
quenas economias e, com êle, o uso do
em A
história das organiza
prio banqueiro, em tro ca de alguns por cento
ções bancárias tem mos
a mais na taxa de juro
trado que quanto mais sólidos, quanto mais volumosos os capitais de
cheque. Haveria tendência de as pe quenas poupanças se aplicarem no con sumo e não se englobarem para melhor atender à produção. Posta em prática, se revestiria de uin aspecto de injustiça social; com base em dados publicados
t
ujjjiuiimiii:
um banco, melhor resiste ele às depres sões econômicas. Tem mostrado, tam ,
J
do depósito; mas se a operação falha, é o tra balhador, o pequeno agricultor, o pequeno negociante e o
jiiii""
pequeno industrial que se vêem, de uma
bém, que aqueles bancos capazes de
hora para outra, sem as suas reservas
constituir uma verdadeira rede de agên cias e filiais em tôda uma região ou
e, muitas vezes, são conduzidos por isso à falência. Não são êles que especulara
pais, melhor sentem
última década, em 6,5 % ao ano. Nessas
de preferência especula ções malsãs; eivadas do
com que a segurança
dispensável condição do sanidade do crédito,
minuirá novamente o depósito de pe
Quais as operações eco
nômicas capazes de suportar descontos elevados? São sòmente as que se fazem a curtíssimo prazo c que poderão dar margem a grandes lucros; não são, por tanto, operações cconóniicas normais e
psico-social; suas maio
difundido no Brasil: o dc depositar em
condições, toda e qualquer limitação do
mais o depósito bancário. Além disso, a
cie tudo um fenômeno
A medida retardaria a
juro do depósito, aquém desta média.
tórias. Os pequenos bancos e casas ban
a teoria têm ensinado. O cródito é antes
comerciantes.
pela revista "Conjuntura Econômica", a depreciação da moeda é estimada, na
ocasionaria prejuízo certo ao depositantc o contribuiria para deseslimular ainda
baixa artificial da taxa do juros dos depósito.s, portpie cm tíklas as aplicações
Administrativas de São Paulo)
\7ários estudos sôbre esta questão têm * procurado esclarecer a divergência
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as necessidades
normalmente; não são quem joga em
economico-financeiras e podem fornecer crédito a tempo e em condições satisfa-
Bolsa, quem realiza operações arriscadas; mas, correm o risco de semelhantes
DicEsTo Econômico
58
UlOK-STO ÈroNÔMÍCO
ações. Tanto isto é verdade que as casas
34 fomente a concentração bancária scin
juro."! dc depósitos podem descstiinulá-
valorização monetária, deve ter havido
bancárias e pequenos bancos proliferam como cogumelos nas épocas de grande inflação, justamente aquelas em que a
que a mesma esteja .sujeita ao indispen
los, bem como o uso do cheque, fato
sável conlrôlc do Banco Central.
pequeno erro de cálculo, porquanto, utilizando-nos dos próprios dados citados
Com
grave, mormente nmn país em que este
efeito, a moeda dá a (jnem a detém
não é muito difundido. Mas, a falta de
atividade econômica normal se vê preju
poder de comando sôbre os homens e
utilização do clieque não tem por prin
dicada e em que negociatas de toda e.«pécie se realizam. Os pequenos estabele
sôbre as cousas. Êslc pode muitas \ è/.t's
cipal causa essa redução de taxa e nem
se contrapor ao próprio poder político.
.se de.senvolvcrá muito com taxas de de
de desvalorização da moeda, \'erificamos
cimentos de crédito, salvo honrosas exce
Tais razões conduziram os países mais
pósito mais altas.
quo seria impossível fazer-se uma esti
ções, são elementos aceleradores do pro cesso inflacionista; por isso mesmo, não
desenvolvidos a criarem
resistem às crises econômicas. A história econômica, ao nos dar conta desses fatos,
Bancos
Cen
trais o a colocá-los sob o contròlc direto
dos governos.
Concentração bancária
O que diferencia o
pela Conjuntura Econômica relativo.s aos preços por atacado o custo de vida, de maneira a podermos determinar o índice
nos.so depositanle dos de grandes cen
mativa da desvalorização monetária pe
tros bancários é cpic èsle deposita so bras, visto não [X)der fazer seus paga
los índices de atacado, visto os dados
ciarem cm 1944, ano unoniial que uão
publicados pela referida revista se ini
registra em todo o mundo a ação enér
de um verdadeiro domínio bancário so
mentos de consumo (piotidiano com pe quenos cbetpies, ciupianto aqueles de
gica dos bancos centrais, apoiados pelos poderes públicos, contra casas bancárias
bre tôda a atividade econômica.
positam (juase sempre a totalidade dos
mentos anteriores para que se pudesse
tamos a crítica de cpie, nas condições atuais, os grandes bancos não operam com pequenos produtores e comercian
seus rendimentos e normalmente operam pagando com chcqvie. Isso ocorro por
timou em 6,5 % ao ano a desvalorização
tes e que, efetuada a concentração, a
aliados a uma lei do cheque já ultra-
e pequenos bancos, desde o início de
qualquer política de saneamento mone
tário e crediticio. Dizer-se que a Ins trução 34 é nociva por fomentar a con
centração bancária não procede, em pri meiro lugar, porque o fenômeno é universai, e hoje, se há setores da econo mia em que se afirmem as vantagens da concentração econômica, um dêles é
o bancario. Sòmente pela concentração o sistema bancário nacional adquirirá a soüdez necessária para que o crédito se expanda com base na confiança e na honestidade. Nem mesmo se poderá de fender a tese de que a proliferação de casas bancarias, mormente em períodos de inflaçao, permitirá lutar contra a con
centração; aquelas que, após se transfornrarem em pequenos bancos, logram atingir a posição de grandes bancos, são justamente as que, mais ràpidamente, tentarão a concentração bancária, pela absorção de outras casas bancárias e pe quenos bancos, pois temem a hipertro fia das mesmas, muito mais que os
grandes bancos já tradicionais. Além
do mais, pouco pode a vontade humana
sentido de destruir a concentração
econômica, fenômeno que constitui ver dadeiro imperativo de nossa época. O
que é condenável é que a Instrução n.°
sem banco central significa possibilidade Acei
que os nossos usos c costumes bancários,
podo servir de base, não havendo ele recuar até 1939. Certamente, quem es
monetihia da última década, baseou-se no índice de custo de xida da cidade do
sua tendência será a de restringir ainda
pa.ssada, tomam a utilização desse ins
Rio de Janeiro. Ora, esse índice acusou
mais essa possibilidade. Mas não julga mos que o remédio para a situação esteja em amparar, em fomentar mesmo,
trumento de crédito um verdadeiro su
em 1939 a média mensal 106 e em 1949
a criação de casas bancárias c dc peque nos bancos, mesmo porque não acre
plício o unia perda de tempo, os quais só são compensados quando o chc(pie representar grandes pagamentos. Cum pre ainda acrescentar que quem estu
ditamos na eficiente assistência que os
da a história monetária e crcditícia do
mesmos possam estar prestando. Haja vista para a precariedade do financia mento agrícola e pecuário. Essas organi zações creditícias se instalam cm zonas urbanas e não em centros rurais.
Vi
vem da concessão de créditos a curtís
simo prazo c sujeitas a fortes taxas dc desconto e, nessas condições, não po dem auxiliar pequenos produtores. O remédio está — como muito bem sa
lientou o Dr. Horácio Lafer, no seu
parecer sôbre a reorganização do sistema bancário — em se organizar um sistema
Brasil verifica a existência de fluxos e
refluxos no hábito popular do depósito bancário c da utilização do cheque. Os primeiros estão ligados a períodos de grande expansão de preços e, cm geral, dc fortes emissões, o que significa in flação. Os segundos estão presos aos períodos dc depressão econômica, ou de
ro circulo vicioso. Se o alto índice de desvalorização da moeda força uma ele vação da taxa de juros, tanto dos de
pósitos quanto dos descontos e redescon tos, uma elevação exagerada dessas taxas acelera o processo de depreciação mo
isso, causa prejuízos sensíveis nos mo mentos de depressão e reforça uma des
taxas de juros toma-se medida indispen
Unidos a maneira eficiente de resolver
pósitos e de incentivo à formação de
o problema foi a criação de cooperativas de crédito à produção e ao comércio, diretamente assistidas pelos Bancos Fe
casas bancárias e pequenos bancos seria contribuir para que essas alternâncias de aceitação e repúdio do cheque con
derais de Reserva.
tinuem a se processar. Quanto ao argumento relativo à des
É verdade que taxas muito baixa.s de
Note-se também que, ainda
que o argumento, em suas linhas gerais, seja exato, cabe ponderar que, no re ferente aos juros bancários e à desva lorização da moeda, cria-se um verdadei
inicie uma política de saneamento da
confiança que já é secular. Ora, apoiar a política de altas taxas de juros dos de
de crédito à produção.
uma percentagein de desvalorização dc 6,3%.
tentativas de deflação. Isso prova que o nosso sistema bancário é frágil diante das oscilações conjunturais e que, por
Nos Estados
capaz de atender a es.sas necessidades
passou a 287,5; isso nos dá um cres cimento de 63,1 % em dez anos, ou seja,
netária.
Assim sendo, desde que se
moeda e do crédito, a compressão das
sável para deter a onda desvaloiizadora. Devemos, por fim, dizer que não acreditamos que será tão acentuado o desestímulo aos depósitos das peque nas economias, devido à Instrução n.°
34. Basta lembrar que os que depositam suas sobras só o fazem em Caixas Eco
nômicas ou casas bancárias porque, não
DicEsTo Econômico
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UlOK-STO ÈroNÔMÍCO
ações. Tanto isto é verdade que as casas
34 fomente a concentração bancária scin
juro."! dc depósitos podem descstiinulá-
valorização monetária, deve ter havido
bancárias e pequenos bancos proliferam como cogumelos nas épocas de grande inflação, justamente aquelas em que a
que a mesma esteja .sujeita ao indispen
los, bem como o uso do cheque, fato
sável conlrôlc do Banco Central.
pequeno erro de cálculo, porquanto, utilizando-nos dos próprios dados citados
Com
grave, mormente nmn país em que este
efeito, a moeda dá a (jnem a detém
não é muito difundido. Mas, a falta de
atividade econômica normal se vê preju
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utilização do clieque não tem por prin
dicada e em que negociatas de toda e.«pécie se realizam. Os pequenos estabele
sôbre as cousas. Êslc pode muitas \ è/.t's
cipal causa essa redução de taxa e nem
se contrapor ao próprio poder político.
.se de.senvolvcrá muito com taxas de de
de desvalorização da moeda, \'erificamos
cimentos de crédito, salvo honrosas exce
Tais razões conduziram os países mais
pósito mais altas.
quo seria impossível fazer-se uma esti
ções, são elementos aceleradores do pro cesso inflacionista; por isso mesmo, não
desenvolvidos a criarem
resistem às crises econômicas. A história econômica, ao nos dar conta desses fatos,
Bancos
Cen
trais o a colocá-los sob o contròlc direto
dos governos.
Concentração bancária
O que diferencia o
pela Conjuntura Econômica relativo.s aos preços por atacado o custo de vida, de maneira a podermos determinar o índice
nos.so depositanle dos de grandes cen
mativa da desvalorização monetária pe
tros bancários é cpic èsle deposita so bras, visto não [X)der fazer seus paga
los índices de atacado, visto os dados
ciarem cm 1944, ano unoniial que uão
publicados pela referida revista se ini
registra em todo o mundo a ação enér
de um verdadeiro domínio bancário so
mentos de consumo (piotidiano com pe quenos cbetpies, ciupianto aqueles de
gica dos bancos centrais, apoiados pelos poderes públicos, contra casas bancárias
bre tôda a atividade econômica.
positam (juase sempre a totalidade dos
mentos anteriores para que se pudesse
tamos a crítica de cpie, nas condições atuais, os grandes bancos não operam com pequenos produtores e comercian
seus rendimentos e normalmente operam pagando com chcqvie. Isso ocorro por
timou em 6,5 % ao ano a desvalorização
tes e que, efetuada a concentração, a
aliados a uma lei do cheque já ultra-
e pequenos bancos, desde o início de
qualquer política de saneamento mone
tário e crediticio. Dizer-se que a Ins trução 34 é nociva por fomentar a con
centração bancária não procede, em pri meiro lugar, porque o fenômeno é universai, e hoje, se há setores da econo mia em que se afirmem as vantagens da concentração econômica, um dêles é
o bancario. Sòmente pela concentração o sistema bancário nacional adquirirá a soüdez necessária para que o crédito se expanda com base na confiança e na honestidade. Nem mesmo se poderá de fender a tese de que a proliferação de casas bancarias, mormente em períodos de inflaçao, permitirá lutar contra a con
centração; aquelas que, após se transfornrarem em pequenos bancos, logram atingir a posição de grandes bancos, são justamente as que, mais ràpidamente, tentarão a concentração bancária, pela absorção de outras casas bancárias e pe quenos bancos, pois temem a hipertro fia das mesmas, muito mais que os
grandes bancos já tradicionais. Além
do mais, pouco pode a vontade humana
sentido de destruir a concentração
econômica, fenômeno que constitui ver dadeiro imperativo de nossa época. O
que é condenável é que a Instrução n.°
sem banco central significa possibilidade Acei
que os nossos usos c costumes bancários,
podo servir de base, não havendo ele recuar até 1939. Certamente, quem es
monetihia da última década, baseou-se no índice de custo de xida da cidade do
sua tendência será a de restringir ainda
pa.ssada, tomam a utilização desse ins
Rio de Janeiro. Ora, esse índice acusou
mais essa possibilidade. Mas não julga mos que o remédio para a situação esteja em amparar, em fomentar mesmo,
trumento de crédito um verdadeiro su
em 1939 a média mensal 106 e em 1949
a criação de casas bancárias c dc peque nos bancos, mesmo porque não acre
plício o unia perda de tempo, os quais só são compensados quando o chc(pie representar grandes pagamentos. Cum pre ainda acrescentar que quem estu
ditamos na eficiente assistência que os
da a história monetária e crcditícia do
mesmos possam estar prestando. Haja vista para a precariedade do financia mento agrícola e pecuário. Essas organi zações creditícias se instalam cm zonas urbanas e não em centros rurais.
Vi
vem da concessão de créditos a curtís
simo prazo c sujeitas a fortes taxas dc desconto e, nessas condições, não po dem auxiliar pequenos produtores. O remédio está — como muito bem sa
lientou o Dr. Horácio Lafer, no seu
parecer sôbre a reorganização do sistema bancário — em se organizar um sistema
Brasil verifica a existência de fluxos e
refluxos no hábito popular do depósito bancário c da utilização do cheque. Os primeiros estão ligados a períodos de grande expansão de preços e, cm geral, dc fortes emissões, o que significa in flação. Os segundos estão presos aos períodos dc depressão econômica, ou de
ro circulo vicioso. Se o alto índice de desvalorização da moeda força uma ele vação da taxa de juros, tanto dos de
pósitos quanto dos descontos e redescon tos, uma elevação exagerada dessas taxas acelera o processo de depreciação mo
isso, causa prejuízos sensíveis nos mo mentos de depressão e reforça uma des
taxas de juros toma-se medida indispen
Unidos a maneira eficiente de resolver
pósitos e de incentivo à formação de
o problema foi a criação de cooperativas de crédito à produção e ao comércio, diretamente assistidas pelos Bancos Fe
casas bancárias e pequenos bancos seria contribuir para que essas alternâncias de aceitação e repúdio do cheque con
derais de Reserva.
tinuem a se processar. Quanto ao argumento relativo à des
É verdade que taxas muito baixa.s de
Note-se também que, ainda
que o argumento, em suas linhas gerais, seja exato, cabe ponderar que, no re ferente aos juros bancários e à desva lorização da moeda, cria-se um verdadei
inicie uma política de saneamento da
confiança que já é secular. Ora, apoiar a política de altas taxas de juros dos de
de crédito à produção.
uma percentagein de desvalorização dc 6,3%.
tentativas de deflação. Isso prova que o nosso sistema bancário é frágil diante das oscilações conjunturais e que, por
Nos Estados
capaz de atender a es.sas necessidades
passou a 287,5; isso nos dá um cres cimento de 63,1 % em dez anos, ou seja,
netária.
Assim sendo, desde que se
moeda e do crédito, a compressão das
sável para deter a onda desvaloiizadora. Devemos, por fim, dizer que não acreditamos que será tão acentuado o desestímulo aos depósitos das peque nas economias, devido à Instrução n.°
34. Basta lembrar que os que depositam suas sobras só o fazem em Caixas Eco
nômicas ou casas bancárias porque, não
DrcKSTO
60
tendo ligação com o mundo dos ne gócios, desconhecem a possibilidade de aplicar essas economias e realizar lucros que chegam a alcançar 24 % ou mais,
Econômico
dos bancos; mas, ucresccntaríanios, de todos os bancos, inthisivc as próprias
casas bancárias. Erradf) é organi/i\r-se
nuarão a fazè-lo e, se as pequenas casas bancárias desaparecerem, fá-lo-ão nas
a Supcrinlcndcncia como mn órgão de transição para a criação do Hanco Cen tral, uma vez que vem perdurando de.sde 1945, enquanto o sistema bancárií) bra
Caixas Econômicas, muito mais adequa
sileiro continua
em curtíssima duração.
Èsses conti
na
m(!sma, sem
uma
das para semelhante tipo de depósito.
reorganização efetiva.
Poder-se-á alegar que as Caixas Econô micas, tal como estão organizadas atual
truções baixadas unilateralmente, como
mente, servem muito mais ao Governo
Quaistim-r ins
a de n.^ 34, terão profundas e nocivas
do que aos próprios depositantes, o que
repercussões sôbro toda a vida eemómica do País. O que se deve pleitear c a revogação da Instrução 34 em nomo
é e.xato. Mas isso nos conduz à maior
da sua unilateraliclade, ao mesmo tempo
como fonte de recursos e.xtraordinários
de tôdas as criticas a se dirigir, não à Instrução n.° 34, mas à própria institui ção da Superintendência da Moeda e do Crédito.
O maior defeito da Instrução n.° 34 é que constitui medida isolada. Não é admissível limitarem-se as taxas de juros dos depósitos, diminuindo assim
artificialmente o custo do dinheiro para o banco, sem que se limitem também as taxas de desconto e de redesconto, flazáo há em se dizer que a medida teria como resultado aumentar os lucros
Valor do cruzeiro e conjuntura econômica
em que se encareça a necessidade ur gente da substituição da Superintcndcn-
cia da Moeda c do Crédito pelo Banco Central do Brasil, ao lado do estabeleci
mento de normas capazes dc permitir a reestruturação do sistema bancário brasi
leiro, em moldes capazes de fazer com
quo os capitais sc apliquem efetivamente
Roheuto Pinto de Souza
(Profe.s.sor da raculdade de Ciências Eco nômicas o Administrati\'as dc São Paulo)
^OMENTA-sE, nos círculos económico.s do Brasil, a possibilidade da de.svaplas para o cruzeiro. Segundo se diz, é
dida. a mudança radical da situação eco nômica. Há um ano atrás, quando se
essa a intenção do governo que deverá
abordou a questão e ficou resolvida a
lorização ou da adoção de taxas mi'iUi-
tomar posse no uikí \indourií. As notí-
manutenção da paridade xigorante, a
cjas vciculudas pela imprensa .são, con
conjuntura econômica aconselhava a
tudo, contrárias aos boatos correntes nos
meios ocaiiómicos, pois as futuras auto
nâo-alteração da taxa; liojo, entretanto, os fatos econômicos são diversos e pe
ridades ter-sc-iam
dem a adoção da quebra do câmbio.
manifestado contra
qualquer alteração da taxa cambial. Tais notícias, segundo alguns obseixaclores, provem dc praças estrangeiras in teressadas na depreciação da moeda bra
sileira, a fim do adquirirem por menor preço o principal produto dc nossa ex
portação — o café. Pelo que estamos in
nas atividades econômicas, dentro de taxas razoavelmente baixas do desconto
formados, essa versão é a mais \erda-
e redesconto, o que implica naturalmen te em baixas ta.xas dc juros para paga
no exterior, tem comentado com insis
mento de depósitos.
dcira.
Jornais econômicos, publicados
tência a impossibilidade de o Brasil man
Examinemos se ó verdadeira a invo cada modificação dos acontecimentos
econômicos. Dada, porém, a extensão do assunto, vamos limitar-nos ao exame das possibilidades de aumento das exporta ções brasileiras, desde que se desvalorize o cruzeiro, cm primeiro lugar, e, em se gundo, das perspectivas da conjuntura econômica no futuro próximo.
Exportações brasileiras
ter a atual paridade, alegando que é in tenção do futuro governo rever o valor internacional do cruzeiro.
Infelizmente, essas sementes encontra
O fim prccípiio da quebra do padrão monetário ó incentivar a exportação. Foi
êssü o intuito da Inglaterra, quando re
ram em nosso país terras propícias pa
centemente desvalorizou a libra. O pro
ra a sua germinação; daí a insistência do certos círculos cm espalhar a notícia
blema inglês era criar um forte parque ' industrial, a fim de aumentar sensivel
da futura desvalorização da nossa moe da, no intuito dc criar um clima favo
"déficit" da balança comercial. Como é
mente as e.xportações e assim cobrir o
rável à sua realização. Por esse motivo,
do conhecimento de todos, a Grã-Breta
achamos conveniente abordar a questão, para mostrar o desacerto de qualquer
nha sempre importou mais produtos do
modificação na cotação do cruzeiro, se
ja para a diminuição do seu valor, seja para a adoção de taxas múltiplas.
iilairiíMríf'riTi
preciação de nossa moeda. Alegam, po rém, os que pleiteiam novamente a me
que e.\portou. O saldo devedor das suas transações comerciais era fartamente
compensado pelo rendimento dos capi
Os comentaristas de assuntos econô
tais ingleses aplicados no estrangeiro. A guerra obrigou a Inglaterra a liquidar
micos já invocaram toda sorte de argu
grande parte das inversões no exterior,
mentos para mostrar o absurdo da de
diminuindo consideràvelmente as entra-
DrcKSTO
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tendo ligação com o mundo dos ne gócios, desconhecem a possibilidade de aplicar essas economias e realizar lucros que chegam a alcançar 24 % ou mais,
Econômico
dos bancos; mas, ucresccntaríanios, de todos os bancos, inthisivc as próprias
casas bancárias. Erradf) é organi/i\r-se
nuarão a fazè-lo e, se as pequenas casas bancárias desaparecerem, fá-lo-ão nas
a Supcrinlcndcncia como mn órgão de transição para a criação do Hanco Cen tral, uma vez que vem perdurando de.sde 1945, enquanto o sistema bancárií) bra
Caixas Econômicas, muito mais adequa
sileiro continua
em curtíssima duração.
Èsses conti
na
m(!sma, sem
uma
das para semelhante tipo de depósito.
reorganização efetiva.
Poder-se-á alegar que as Caixas Econô micas, tal como estão organizadas atual
truções baixadas unilateralmente, como
mente, servem muito mais ao Governo
Quaistim-r ins
a de n.^ 34, terão profundas e nocivas
do que aos próprios depositantes, o que
repercussões sôbro toda a vida eemómica do País. O que se deve pleitear c a revogação da Instrução 34 em nomo
é e.xato. Mas isso nos conduz à maior
da sua unilateraliclade, ao mesmo tempo
como fonte de recursos e.xtraordinários
de tôdas as criticas a se dirigir, não à Instrução n.° 34, mas à própria institui ção da Superintendência da Moeda e do Crédito.
O maior defeito da Instrução n.° 34 é que constitui medida isolada. Não é admissível limitarem-se as taxas de juros dos depósitos, diminuindo assim
artificialmente o custo do dinheiro para o banco, sem que se limitem também as taxas de desconto e de redesconto, flazáo há em se dizer que a medida teria como resultado aumentar os lucros
Valor do cruzeiro e conjuntura econômica
em que se encareça a necessidade ur gente da substituição da Superintcndcn-
cia da Moeda c do Crédito pelo Banco Central do Brasil, ao lado do estabeleci
mento de normas capazes dc permitir a reestruturação do sistema bancário brasi
leiro, em moldes capazes de fazer com
quo os capitais sc apliquem efetivamente
Roheuto Pinto de Souza
(Profe.s.sor da raculdade de Ciências Eco nômicas o Administrati\'as dc São Paulo)
^OMENTA-sE, nos círculos económico.s do Brasil, a possibilidade da de.svaplas para o cruzeiro. Segundo se diz, é
dida. a mudança radical da situação eco nômica. Há um ano atrás, quando se
essa a intenção do governo que deverá
abordou a questão e ficou resolvida a
lorização ou da adoção de taxas mi'iUi-
tomar posse no uikí \indourií. As notí-
manutenção da paridade xigorante, a
cjas vciculudas pela imprensa .são, con
conjuntura econômica aconselhava a
tudo, contrárias aos boatos correntes nos
meios ocaiiómicos, pois as futuras auto
nâo-alteração da taxa; liojo, entretanto, os fatos econômicos são diversos e pe
ridades ter-sc-iam
dem a adoção da quebra do câmbio.
manifestado contra
qualquer alteração da taxa cambial. Tais notícias, segundo alguns obseixaclores, provem dc praças estrangeiras in teressadas na depreciação da moeda bra
sileira, a fim do adquirirem por menor preço o principal produto dc nossa ex
portação — o café. Pelo que estamos in
nas atividades econômicas, dentro de taxas razoavelmente baixas do desconto
formados, essa versão é a mais \erda-
e redesconto, o que implica naturalmen te em baixas ta.xas dc juros para paga
no exterior, tem comentado com insis
mento de depósitos.
dcira.
Jornais econômicos, publicados
tência a impossibilidade de o Brasil man
Examinemos se ó verdadeira a invo cada modificação dos acontecimentos
econômicos. Dada, porém, a extensão do assunto, vamos limitar-nos ao exame das possibilidades de aumento das exporta ções brasileiras, desde que se desvalorize o cruzeiro, cm primeiro lugar, e, em se gundo, das perspectivas da conjuntura econômica no futuro próximo.
Exportações brasileiras
ter a atual paridade, alegando que é in tenção do futuro governo rever o valor internacional do cruzeiro.
Infelizmente, essas sementes encontra
O fim prccípiio da quebra do padrão monetário ó incentivar a exportação. Foi
êssü o intuito da Inglaterra, quando re
ram em nosso país terras propícias pa
centemente desvalorizou a libra. O pro
ra a sua germinação; daí a insistência do certos círculos cm espalhar a notícia
blema inglês era criar um forte parque ' industrial, a fim de aumentar sensivel
da futura desvalorização da nossa moe da, no intuito dc criar um clima favo
"déficit" da balança comercial. Como é
mente as e.xportações e assim cobrir o
rável à sua realização. Por esse motivo,
do conhecimento de todos, a Grã-Breta
achamos conveniente abordar a questão, para mostrar o desacerto de qualquer
nha sempre importou mais produtos do
modificação na cotação do cruzeiro, se
ja para a diminuição do seu valor, seja para a adoção de taxas múltiplas.
iilairiíMríf'riTi
preciação de nossa moeda. Alegam, po rém, os que pleiteiam novamente a me
que e.\portou. O saldo devedor das suas transações comerciais era fartamente
compensado pelo rendimento dos capi
Os comentaristas de assuntos econô
tais ingleses aplicados no estrangeiro. A guerra obrigou a Inglaterra a liquidar
micos já invocaram toda sorte de argu
grande parte das inversões no exterior,
mentos para mostrar o absurdo da de
diminuindo consideràvelmente as entra-
DuíesK' Ec:on6mu;o
Dicesto EcoNÓsnco
62
das de cambiais provenientes dos juros
ao passo que a agrícola é rígida. Aléni
dos em outros países. Terminado o con flito, já não podia mais a terra de Chur-
disso, a Inglaterra
produção, fazia que os produtos inglôses custassem mais caro que os produzidos
dução.
movimento de entrada e saída de mer
cadorias. A única solução para o pro
blema era acelerar a produção e aumen tar acentuadamente o volume das expor tações. A técnica atrasada de produção, aliada aos altos preços dos fatôres de
por outras nações, notadamente pelos Estados Unidos, dificultando sobrema neira a colocação da mercadoria nacio
nal nos mercados estrangeiros. Tal si
tuação a impossibilitava de seguir a po lítica indicada. O recurso para afastar as diferenças de preços era a desvalori
zação da libra. Daí a necessidade impe riosa de fLxar o valor da moeda inglesa numa cotação que anulasse o alto custo
A Inglaterra
não podia expandir a
produção e colocar os produtos no es
trangeiro sem desvalorizar a libra.
O Brasil tem assegurada quase a totalida de da sua exportação, e a preços remuncradores. Algumas mercadorias apenas (céra de carnaúba, madeira, castanha do
Pará, milho) encontram dificuldade de colocação. O volume delas ó, porém, di minuto cm face do montante da expor
da produção interna e colocasse os pro dutos de Albion numa posição vantajo
tação. E' preciso levar em conta que 2/3 das remessas de mercadorias para o
sa. Desvalorizada a libra, os resultados
exterior se destinam às zonas dc moe
não se fizeram esperar: a Inglaterra pô de escoar tôda a sua produção para os mercados internacionais e,
ao mesmo
tempo, proceder com vagar à moderni zação da técnica industrial.
Graças à adoção da medida monetá
das fortes, e que o preço dos principais
produtos brasileiros de exportação (ca fé, algodão, cacau) melhorou sensi velmente no final de 1949 e no correr
deste ano. Em virtude desse fato auspi cioso, a balança comercial do Brasil
ria seguida da política de desenvolvi mento da produção industrial,, a Ingla
passou a apresentar elevados saldos fa voráveis, permitindo não só a liquidação
terra conseguiu melhorar consideràvelmente a sua posição. Os saldos em cam
dos atrasados comerciais como a forma
biais se acumulam e já se fala numa re
valorização da moeda inglêsa.
A experiência britânica deu bons re sultados. Cumpre indagar se se aplica ao Brasil, antes de lhe seguirmos o
exemplo, como é de habito entre nós. Entre a estrutura econômica inglôsa e
largo pode ser incrementada. O cacau está preso a acordos internacionais o
possuía fatores de
produção inativos. Se não adotasse a desvalorização da libra, cm pouco tem po SC veria u braço.s com tremendo de semprego. O Brasil, ao contrário, atra vessa uma fase de pleno emprego. Além de a produção brasileira ser rígida, ela não Se pode desenvolver por carência de fatôres de produção, a menos que modi fique substancialmente a técnica de pro
chill cobrir os débitos provenientes do
produção cafeeira é rígida o só a prazo
nial. A produção industrial <* elástica,
o lucros de haveres britânicos emprega
ção de reservas cambiais nas praças nor
te-americanas. E' verdade que sob o regimem de licença prévia, o que não in valida a evolução favorável das transa
ções comerciais com o estrangeiro.
E' possível aumentar a exportação dos produtos principais brasileiros mediante desvalorização do cruzeiro ?
Creio não
a brasileira existe «ma longa distância.
ser realizável, pois o café teve o seu pre
A primeira é altamente industrializada, enquanto a segunda é agrícola e colo
ço elevado pela quebra da produção e conseqüente diminuição da oferta. A
63
ddstes provém o sou prcç-o. O único ele mento mais clúctil é o algodão. Mas, sendo artigo dc grande procura interna cional, é de fácil colocação através dc
í I
acordos comerciais
com os países dc
outr.is causas que não a alta cotação do cruzeiro. Há, primeiro, as causas exter
nas, decorrentes da conjuntura econômi ca inlcmacional, e, segundo, as inter nas, provenientes do atraso técnico da produção nacional. Querer sanar tôdas pela des\ alorização da moeda é adotar terapêutica simplista para o mal que
moeda fraca. Aliás, nunca ti\'cníos obs
aflige as exportações.
táculos do monta para a exportação da
No que diz respeito às primeiras, o mal se encontra na própria estrutura do
malvácca. Os embaraços' são antes dc
ordem interna — financiamento, seleção de sementes, pragas etc.
comércio internacional. Como têm apon
É possível aumcntar-se a exportação de outros produtos brasileiros, recorren
principalmente os estudos da Socieda
tado todos os tratadistas da matéria, e
de
das
Nações e
da O.N.U, as
do à desvaloriza
relações econômi
ção dc nossa moe
cas internacionais
da?
É inegável
sofreram uma pro
que a preços con
funda
venientes
com
seria
distorção
a
quebra
rem-se grandes vo
do multilateralisnio comercial, ve
lumes dc arroz, milho, castanha do
trinta. A essa dis
Pará e
torção
mais fácil coloca
macieira,
por exemplo. Mas também ó inegá
rificada nos anos
no
somam-se,
presente,
as
desastrosas conse
vel que a maior dificuldade paru a ex portação desses artigos é a irregulari dade da sua produção. Os acordos co merciais firmados com a Inglaterra, por
qüências da guerra de 1939-45. Foi
exemplo, previam a exportação dc certa quantidade de arroz, que, no entanto, não pôde ser enviada por não haver
se criou o Fundo Monetário Interna cional e o Banco Mundial, na Confe
disponibilidade do artigo no mercado
rém, a situação anárquica das transa
brasileiro.
ções comerciais entre os países, nos anos
no intuito de se e\'itare.m ou de se ate nuarem os efeitos maléficos provenien
tes daqueles dois acontecimentos que rência do Bretton Woods. Tal era, po
A madeira apresenta um caso à parte.
de após-guerra, que os dois institutos
O empecilho para sua saída é a extrema
internacionais não puderam funcionar.
dificuldade cambial da Argentina, a
O banco tem exercido algumas ativida
maior compradora da madeira brasilei
boa importadora da madeira nacional.
des, mas está longe de desempenhar a função a que se destinava. A distorção gerou a crise de divisas internacionais, e é esta a principal res ponsável pelo emperramento das rela
As deficiências das exportações dêsses
ções comerciais entre os países. Tôdas
produtos devem ser antes procuradas cm
ar nações estão ncces.sitan.do de largas
ra. As exportações para os outros países foram sempre esporádicas, a não ser para a Austrália, que se vem tomando
DuíesK' Ec:on6mu;o
Dicesto EcoNÓsnco
62
das de cambiais provenientes dos juros
ao passo que a agrícola é rígida. Aléni
dos em outros países. Terminado o con flito, já não podia mais a terra de Chur-
disso, a Inglaterra
produção, fazia que os produtos inglôses custassem mais caro que os produzidos
dução.
movimento de entrada e saída de mer
cadorias. A única solução para o pro
blema era acelerar a produção e aumen tar acentuadamente o volume das expor tações. A técnica atrasada de produção, aliada aos altos preços dos fatôres de
por outras nações, notadamente pelos Estados Unidos, dificultando sobrema neira a colocação da mercadoria nacio
nal nos mercados estrangeiros. Tal si
tuação a impossibilitava de seguir a po lítica indicada. O recurso para afastar as diferenças de preços era a desvalori
zação da libra. Daí a necessidade impe riosa de fLxar o valor da moeda inglesa numa cotação que anulasse o alto custo
A Inglaterra
não podia expandir a
produção e colocar os produtos no es
trangeiro sem desvalorizar a libra.
O Brasil tem assegurada quase a totalida de da sua exportação, e a preços remuncradores. Algumas mercadorias apenas (céra de carnaúba, madeira, castanha do
Pará, milho) encontram dificuldade de colocação. O volume delas ó, porém, di minuto cm face do montante da expor
da produção interna e colocasse os pro dutos de Albion numa posição vantajo
tação. E' preciso levar em conta que 2/3 das remessas de mercadorias para o
sa. Desvalorizada a libra, os resultados
exterior se destinam às zonas dc moe
não se fizeram esperar: a Inglaterra pô de escoar tôda a sua produção para os mercados internacionais e,
ao mesmo
tempo, proceder com vagar à moderni zação da técnica industrial.
Graças à adoção da medida monetá
das fortes, e que o preço dos principais
produtos brasileiros de exportação (ca fé, algodão, cacau) melhorou sensi velmente no final de 1949 e no correr
deste ano. Em virtude desse fato auspi cioso, a balança comercial do Brasil
ria seguida da política de desenvolvi mento da produção industrial,, a Ingla
passou a apresentar elevados saldos fa voráveis, permitindo não só a liquidação
terra conseguiu melhorar consideràvelmente a sua posição. Os saldos em cam
dos atrasados comerciais como a forma
biais se acumulam e já se fala numa re
valorização da moeda inglêsa.
A experiência britânica deu bons re sultados. Cumpre indagar se se aplica ao Brasil, antes de lhe seguirmos o
exemplo, como é de habito entre nós. Entre a estrutura econômica inglôsa e
largo pode ser incrementada. O cacau está preso a acordos internacionais o
possuía fatores de
produção inativos. Se não adotasse a desvalorização da libra, cm pouco tem po SC veria u braço.s com tremendo de semprego. O Brasil, ao contrário, atra vessa uma fase de pleno emprego. Além de a produção brasileira ser rígida, ela não Se pode desenvolver por carência de fatôres de produção, a menos que modi fique substancialmente a técnica de pro
chill cobrir os débitos provenientes do
produção cafeeira é rígida o só a prazo
nial. A produção industrial <* elástica,
o lucros de haveres britânicos emprega
ção de reservas cambiais nas praças nor
te-americanas. E' verdade que sob o regimem de licença prévia, o que não in valida a evolução favorável das transa
ções comerciais com o estrangeiro.
E' possível aumentar a exportação dos produtos principais brasileiros mediante desvalorização do cruzeiro ?
Creio não
a brasileira existe «ma longa distância.
ser realizável, pois o café teve o seu pre
A primeira é altamente industrializada, enquanto a segunda é agrícola e colo
ço elevado pela quebra da produção e conseqüente diminuição da oferta. A
63
ddstes provém o sou prcç-o. O único ele mento mais clúctil é o algodão. Mas, sendo artigo dc grande procura interna cional, é de fácil colocação através dc
í I
acordos comerciais
com os países dc
outr.is causas que não a alta cotação do cruzeiro. Há, primeiro, as causas exter
nas, decorrentes da conjuntura econômi ca inlcmacional, e, segundo, as inter nas, provenientes do atraso técnico da produção nacional. Querer sanar tôdas pela des\ alorização da moeda é adotar terapêutica simplista para o mal que
moeda fraca. Aliás, nunca ti\'cníos obs
aflige as exportações.
táculos do monta para a exportação da
No que diz respeito às primeiras, o mal se encontra na própria estrutura do
malvácca. Os embaraços' são antes dc
ordem interna — financiamento, seleção de sementes, pragas etc.
comércio internacional. Como têm apon
É possível aumcntar-se a exportação de outros produtos brasileiros, recorren
principalmente os estudos da Socieda
tado todos os tratadistas da matéria, e
de
das
Nações e
da O.N.U, as
do à desvaloriza
relações econômi
ção dc nossa moe
cas internacionais
da?
É inegável
sofreram uma pro
que a preços con
funda
venientes
com
seria
distorção
a
quebra
rem-se grandes vo
do multilateralisnio comercial, ve
lumes dc arroz, milho, castanha do
trinta. A essa dis
Pará e
torção
mais fácil coloca
macieira,
por exemplo. Mas também ó inegá
rificada nos anos
no
somam-se,
presente,
as
desastrosas conse
vel que a maior dificuldade paru a ex portação desses artigos é a irregulari dade da sua produção. Os acordos co merciais firmados com a Inglaterra, por
qüências da guerra de 1939-45. Foi
exemplo, previam a exportação dc certa quantidade de arroz, que, no entanto, não pôde ser enviada por não haver
se criou o Fundo Monetário Interna cional e o Banco Mundial, na Confe
disponibilidade do artigo no mercado
rém, a situação anárquica das transa
brasileiro.
ções comerciais entre os países, nos anos
no intuito de se e\'itare.m ou de se ate nuarem os efeitos maléficos provenien
tes daqueles dois acontecimentos que rência do Bretton Woods. Tal era, po
A madeira apresenta um caso à parte.
de após-guerra, que os dois institutos
O empecilho para sua saída é a extrema
internacionais não puderam funcionar.
dificuldade cambial da Argentina, a
O banco tem exercido algumas ativida
maior compradora da madeira brasilei
boa importadora da madeira nacional.
des, mas está longe de desempenhar a função a que se destinava. A distorção gerou a crise de divisas internacionais, e é esta a principal res ponsável pelo emperramento das rela
As deficiências das exportações dêsses
ções comerciais entre os países. Tôdas
produtos devem ser antes procuradas cm
ar nações estão ncces.sitan.do de largas
ra. As exportações para os outros países foram sempre esporádicas, a não ser para a Austrália, que se vem tomando
Dicesto
64
Dioesto
Econômico
Econ(').\uc;o
gimdn informa o Boletim Americano, os
65
mias e elevar o consumo das suas po
armada. Ê tão rápida a ovolução das transações que dia a dia sc alteram os
pulações, comprimido ao extremo desde
fatos básicos do comércio internacional,
geiro à média anual de $10.512.000.000;
o início das hostilidades.
Não podem
a ponto de estarmos já niimn conjuntura
em agòsto. a mé(li;i abaixou para ...
\"ondas de ouro, nos mercados mundiais,
fazê-lo, por não terem divisas em vo
econômica internacional completamente
S 9.162.000.000. Os círciilos comerciais
lume suficiente.
diversa da de três meses atrá.s.
estadunidenses aereditam que a média
atingiram o nível de $ 65.000.000, que .SC pode comparar ao total de
importações para refazer as suas econo
Por esse motivo, têm
recorrido às compensações. É um ex
pediente, e não medida saneadora, que permite desafogar a situação. É através dela que"obtêm as mercadorias menos essenciais.
As divisas são destinadas
apenas aos produtos indispensáveis. Nesta circunstância, os preços exercem pequena influência. Se exigíssemos o pagamento em dólares, apenas algu mas das mercadorias que transaciona mos, a preços baixos, pela compensação, encontrariam mercado. É forçoso reco
nhecer que o fator principal é a falta de moedas fortes.
No que toca às segundas, a questão rundamental reside na mecanização e ra cionalização da produção interna. Des valorizar o cruzeiro ou adotar taxas
múltiplas sem adequada política de transformação da técnica de produção é pospor o problema da exportação, com graves prejuízos para a economia na
cional, pois o sacrifício da enorme perda de substância não será compensado pelo ganho de mercados novos e permanen tes, mas por exportações momentâneas,
que desaparecerão assim que se modi ficar a conjuntura econômica interna cional.
De fato, a principal caractcrí.stica do sez de dólares c o esgotamento das re servas de divisas de tódas as nações.
ao ímo de 1951. apesar de continuarem os cmhanjues nos lermos do Plano Mar
de pagamento im-crteu a posição econô
Êsso aspecto mal se nota hoje. O im pulso do programa americano dc rear-
shall o do aumento das remessas de ar
mica da maioria dos países, principal
mamento ao estrangeiro.
mente daqueles que desvalorizaram no ano passado as suas" moedas, criando dois nox'OS problemas. O primeiro é a
mamento o dc maior importação ianque está levando ao seu desaparecimento. Ê
bem po-ssível qiic no início do ano vin douro a crise dc dólares seja um aconte
cimento do passado. A continuar a evo lução das transações comerciais no mes
mo ritmo apresentado nestes últimos meses, os déficits cambiais se trans
formarão em grandes saldos.
A esse respeito, porta-vozes dos círculos americanos dc comércio com o c.xtcrior
— segundo informa o Boletim America no — ao analisarem a situação atual da
economia do mundo, opinam que, com
tôda probabilidade, as importações ame ricanas aumentarão ainda mais, em 1951,
em virtude da formidável procura ian que por matérias-primas necessárias ao programa de rearmamcnto; e estimam que o mundo — exclusivo os Estados Unidos — aumentou suas reservas cm
ouro e dólares, pelos gastos americanos no estrangeiro, qxic atingiram o total de O aumento do estoque de divisas a se solidificar.
Dc fato, o comércio
norte-americano de exportação, que ó
nuação da crise de divisas. As relações
o fulcro..das relações econômicas inter
comerciais internacionais estão passan
proveniente do desenvolvimento dos acontecimentos políticos, preparatórios
de uma futura guerra ou de uma paz
$ 80.000.000 cm setembro, § 95.000.000
cm agósto e $ 130.000.000 cm julho.
juntura econômica internacional é a ate do por uma transformação substancial
Calcula-se, aproxim.idamcntc, que as
mntÍN-o mantèm-s<' pessimi.stas qiianto
parece, segundo os observadores, tender
O primeiro fato que notamos na con
deverá <líniinuir aind;) mais. Por esse
estabelecido pelo Tcsoiux» ainerÍc;uio é o de $ 30 n onça.
comércio externo era a trtímcnda escas
cerca de US§ 4.000.000.000.
Perspectivas da conjuntura econômica
c.vportadores ian([ucs \cndiam ao estran
I
Os meios econômicos norte-americanos
atribuem a diniinuiç:io das cxportaçúe.s ianques a doi.s fatos principais. O pri meiro decorro do ritmo formidável de
consumo do mercado interno, que tem colocado os exportadores cm posição difícil, por não encontrarem mercadoria.s exportáveis nas quantidades nccos-
sária.s. O segundo reside na recupera ção econômica das nações européias e
A melhoria acentuada das balanças
elc\'ação do valor de certas moedas. A
libra, por exemplo, goza atualmente, em Nova York, dc um ágio sôbre a taxa oficial. O dólar canadense, apesar de liberado, aumentou o seu valor cm face
da moeda norte-americana e, segundo
tudo indica, tende a atingir a paridade com o dólar ianque. O mesmo se está
no desenvolvimento das indústrias em
verificando com as moedas da Austrália,
outros países, qne têm feito cair a pro
do México, da Costa Rica e da Suécia. H
cura dos produtos norte-americanos. No
que toca a ê.s.se- ponto, há dois exemplos flagrantes; a França, que dois anos atrás era importadora de trigo da Amé rica do Norte, exporta atualmente êsse
produto, convortcnclo-sc em competidora dos Estados Unidos; a exportação britâ nica dc automóveis, êste ano, será sei.s vezes maior qne a do pré-giierra. Há
outro fato a apontar: a produção de fábricas o minas, de acordo com as estimativas das Nações Unidas, em todos os países, com exclusão dos Estados
Unidos, aumentou dc 45%, em relação a 1938.
O segundo é o efeito inflacionário do aflu.xo de divisas internacionais. Até o
final do ano passado, quase todas as nações apresentavam déficits nas suas transações comerciais, o que as obriga va a liquidar os saldos de diWsas, que em pouco se extinguiram, transforman do-se em grandes atrasados comerciais. Em face dessa posição difícil, viram-se forçadas a modificar os valores de suas moedas, a fim de inverter o moNimento de entrada e saída de mercadorias, au
mentando a e.xportação e diminuindo a
importação, ou, pelo menos, contraindo
a procura de artigos estrangeiros. Adotada essa medida, os resultados
nacionais, apresentou sensível altera ção, No ano passado o total das expor tações atingiu $12.000.000.000. No ano
Enquanto isso, informes de fontes au torizadas divulgam que, nos últimos dias, os preços do ouro subiram no mer
obtidos foram, a princípio, satisfatórios, e, decorrido o primeiro trimestre de
cado internacional, chegando até a $ 38
veis. É verdade que interveio um fato
corrente as exportações decresceram sen Em junho dêste ano, se-
indianos, a $ 60 por onça. O preço
sivelmente.
por onça e, no caso dos compradores
1950, mostraram-se altamente favorá
mais ou menos imprevisível — a guerra na Coréia. A posição inverteu-se brus-
Dicesto
64
Dioesto
Econômico
Econ(').\uc;o
gimdn informa o Boletim Americano, os
65
mias e elevar o consumo das suas po
armada. Ê tão rápida a ovolução das transações que dia a dia sc alteram os
pulações, comprimido ao extremo desde
fatos básicos do comércio internacional,
geiro à média anual de $10.512.000.000;
o início das hostilidades.
Não podem
a ponto de estarmos já niimn conjuntura
em agòsto. a mé(li;i abaixou para ...
\"ondas de ouro, nos mercados mundiais,
fazê-lo, por não terem divisas em vo
econômica internacional completamente
S 9.162.000.000. Os círciilos comerciais
lume suficiente.
diversa da de três meses atrá.s.
estadunidenses aereditam que a média
atingiram o nível de $ 65.000.000, que .SC pode comparar ao total de
importações para refazer as suas econo
Por esse motivo, têm
recorrido às compensações. É um ex
pediente, e não medida saneadora, que permite desafogar a situação. É através dela que"obtêm as mercadorias menos essenciais.
As divisas são destinadas
apenas aos produtos indispensáveis. Nesta circunstância, os preços exercem pequena influência. Se exigíssemos o pagamento em dólares, apenas algu mas das mercadorias que transaciona mos, a preços baixos, pela compensação, encontrariam mercado. É forçoso reco
nhecer que o fator principal é a falta de moedas fortes.
No que toca às segundas, a questão rundamental reside na mecanização e ra cionalização da produção interna. Des valorizar o cruzeiro ou adotar taxas
múltiplas sem adequada política de transformação da técnica de produção é pospor o problema da exportação, com graves prejuízos para a economia na
cional, pois o sacrifício da enorme perda de substância não será compensado pelo ganho de mercados novos e permanen tes, mas por exportações momentâneas,
que desaparecerão assim que se modi ficar a conjuntura econômica interna cional.
De fato, a principal caractcrí.stica do sez de dólares c o esgotamento das re servas de divisas de tódas as nações.
ao ímo de 1951. apesar de continuarem os cmhanjues nos lermos do Plano Mar
de pagamento im-crteu a posição econô
Êsso aspecto mal se nota hoje. O im pulso do programa americano dc rear-
shall o do aumento das remessas de ar
mica da maioria dos países, principal
mamento ao estrangeiro.
mente daqueles que desvalorizaram no ano passado as suas" moedas, criando dois nox'OS problemas. O primeiro é a
mamento o dc maior importação ianque está levando ao seu desaparecimento. Ê
bem po-ssível qiic no início do ano vin douro a crise dc dólares seja um aconte
cimento do passado. A continuar a evo lução das transações comerciais no mes
mo ritmo apresentado nestes últimos meses, os déficits cambiais se trans
formarão em grandes saldos.
A esse respeito, porta-vozes dos círculos americanos dc comércio com o c.xtcrior
— segundo informa o Boletim America no — ao analisarem a situação atual da
economia do mundo, opinam que, com
tôda probabilidade, as importações ame ricanas aumentarão ainda mais, em 1951,
em virtude da formidável procura ian que por matérias-primas necessárias ao programa de rearmamcnto; e estimam que o mundo — exclusivo os Estados Unidos — aumentou suas reservas cm
ouro e dólares, pelos gastos americanos no estrangeiro, qxic atingiram o total de O aumento do estoque de divisas a se solidificar.
Dc fato, o comércio
norte-americano de exportação, que ó
nuação da crise de divisas. As relações
o fulcro..das relações econômicas inter
comerciais internacionais estão passan
proveniente do desenvolvimento dos acontecimentos políticos, preparatórios
de uma futura guerra ou de uma paz
$ 80.000.000 cm setembro, § 95.000.000
cm agósto e $ 130.000.000 cm julho.
juntura econômica internacional é a ate do por uma transformação substancial
Calcula-se, aproxim.idamcntc, que as
mntÍN-o mantèm-s<' pessimi.stas qiianto
parece, segundo os observadores, tender
O primeiro fato que notamos na con
deverá <líniinuir aind;) mais. Por esse
estabelecido pelo Tcsoiux» ainerÍc;uio é o de $ 30 n onça.
comércio externo era a trtímcnda escas
cerca de US§ 4.000.000.000.
Perspectivas da conjuntura econômica
c.vportadores ian([ucs \cndiam ao estran
I
Os meios econômicos norte-americanos
atribuem a diniinuiç:io das cxportaçúe.s ianques a doi.s fatos principais. O pri meiro decorro do ritmo formidável de
consumo do mercado interno, que tem colocado os exportadores cm posição difícil, por não encontrarem mercadoria.s exportáveis nas quantidades nccos-
sária.s. O segundo reside na recupera ção econômica das nações européias e
A melhoria acentuada das balanças
elc\'ação do valor de certas moedas. A
libra, por exemplo, goza atualmente, em Nova York, dc um ágio sôbre a taxa oficial. O dólar canadense, apesar de liberado, aumentou o seu valor cm face
da moeda norte-americana e, segundo
tudo indica, tende a atingir a paridade com o dólar ianque. O mesmo se está
no desenvolvimento das indústrias em
verificando com as moedas da Austrália,
outros países, qne têm feito cair a pro
do México, da Costa Rica e da Suécia. H
cura dos produtos norte-americanos. No
que toca a ê.s.se- ponto, há dois exemplos flagrantes; a França, que dois anos atrás era importadora de trigo da Amé rica do Norte, exporta atualmente êsse
produto, convortcnclo-sc em competidora dos Estados Unidos; a exportação britâ nica dc automóveis, êste ano, será sei.s vezes maior qne a do pré-giierra. Há
outro fato a apontar: a produção de fábricas o minas, de acordo com as estimativas das Nações Unidas, em todos os países, com exclusão dos Estados
Unidos, aumentou dc 45%, em relação a 1938.
O segundo é o efeito inflacionário do aflu.xo de divisas internacionais. Até o
final do ano passado, quase todas as nações apresentavam déficits nas suas transações comerciais, o que as obriga va a liquidar os saldos de diWsas, que em pouco se extinguiram, transforman do-se em grandes atrasados comerciais. Em face dessa posição difícil, viram-se forçadas a modificar os valores de suas moedas, a fim de inverter o moNimento de entrada e saída de mercadorias, au
mentando a e.xportação e diminuindo a
importação, ou, pelo menos, contraindo
a procura de artigos estrangeiros. Adotada essa medida, os resultados
nacionais, apresentou sensível altera ção, No ano passado o total das expor tações atingiu $12.000.000.000. No ano
Enquanto isso, informes de fontes au torizadas divulgam que, nos últimos dias, os preços do ouro subiram no mer
obtidos foram, a princípio, satisfatórios, e, decorrido o primeiro trimestre de
cado internacional, chegando até a $ 38
veis. É verdade que interveio um fato
corrente as exportações decresceram sen Em junho dêste ano, se-
indianos, a $ 60 por onça. O preço
sivelmente.
por onça e, no caso dos compradores
1950, mostraram-se altamente favorá
mais ou menos imprevisível — a guerra na Coréia. A posição inverteu-se brus-
'5«^
Dicesto Ecxjnómico.
66
camente: em pouco tempo, as balanças comerciais deíicitárias apresentaram vas
tos saldos favoráveis, que só não criaram enorme inflação devido aos atrasados comerciais acumulados nos anos ante
riores. Agora, porém, esses atrasados já foram liquidados e os saldos da ba lança comercial ameaçam inflacionar sèriamente a economia desses países.
Quem mais vem sentindo êsses efeitos
fazendo. Com a closvalorízação cia moe merciais sôbre o meio circulante será
ainda maior, dando nascimento, forço samente, a um ciclo inflacionário dc
duziu melhora mais acentuada, é por
mesmo volume dc cambiais.
Atravessamos utna fase hi.stórica cxfcssivamcnte dinâmica. Os aconteci
Todos
sabemos que a causa cia inflação dc
moeda vale.s.se Cr$ 30,00, teriam nossas
autoridades que pagar 1/3 a mais para
adquirir cada dólar, o que eqüivaleria a um aumento de 1/3 nas emissões. Des.sa
a Inglaterra não poderá manter o atual valor da libra, devido não só aos efeitos
milhões.
dade de Lord Cripps pôde ser evitada, como pela distorção que está criando nas correntes comerciais internacionais,
prejudicando sensivelmente as exporta ções dos Estados Unidos. É tão grande a pressão do atual valor da libra sôbre o comércio exterior da América do Norte,
que o substituto de Lord Cripps foi obrigado a ir aos Estados Unidos, a fim de conferenciar com as autoridades de
Wasliington. For êsses motivos acrcdíta-sc, nos meios econômicos, que o govêmo de Londres será forçado a reva lorizar a libra.
O Brasil faz parte dêsse bloco, se bem não tenha desvalorizado a sua moeda. Os saldos da balança comercial são bem elevados c só não influíram na circulação monetária interna pela exis tência dos enormes atrasados comerciais. A continuarem os saldos, êles não po derão deixar de afetar o volume do
meio circulante, o que, aliás, já. vêm
seu emprego são patentes e, se não pro não ter sido bem encaminhada. Faltam
forma, não teríamos 18 milhões de cruzeiro.s cm circulação, em 1945, mas 22
inflacionáriòs sôbre a economia interna, que so pela severa política de austeri
lhável para o caso. Os resultados do
pectivas da conjuntura econômica inter toriza a tirar a seguinte conclusão:
o México, a Suécia e Porto Rico, não
Segundo os observadores econômicos,
A análise que realizamos do movi mento de no.ssas exportações e das pers
nacional, npc.sar dc superficial, nos au
1942-45 foram os saldos da balança
como o Canadá.
marem-se medidas momentâneas de pe quena repercussão. Por êsse motivo, a compensação c o remédio mais aconse
impossível previsão. A razão v óbvia, pois o Governo terá <pie pagar maior quantia em cnizciros para adquirir o
comercial. Nac]iiela época o dólar valia Cr$ 20,00, aproximadamente. Sc a nossa
mo Porto Rico, e libertando o câmbio,
Conclusão
da brasileira, ;i pressão cios saldos co
c a Âustralia, mas outros países, como
estão livres dêssé perigo. Daí a marcba-a-ré cambial intentada pelos seus governos, revalorizando as moedas, co
Dir.KSTo EooNÓMiro
O segundo fato que observamos na conjuntura econômica internacional é a
mentos de boje serão, amanhã, fatos do passado.
Sendo assim, as medidas to
madas no presente em benefício da eco
nomia nacional podem, cm jx)ucos me ses, convcrtcr-sc cm entraves colossais.
Os males daí provenientes serão tanto maiores quanto mais e.vtensas forem as repercussões das medidas tomadas sôbre os_ negócios internos.
A e.xperiôncia aconselha que para épo cas de mudanças rápidas é preciso to-
os instrumentos para a sua realização. Por isso cia tem servido mais aos inte
resses particulares que aos da economia nacional. Construído o mecanismo apro priado. outros serão os benefícios. A idéia do sr. Gilcno de Carli, da criação
de uma "Cibmira de Compensação de Ágios", é o instrumento que nos falta. A Câmara, desde que bem articulada, uma vez posta em funcionamento, pro duzirá efeitos muito favoráveis sôbre as
exportações, sem afetar sobremaneira o
preço dos artigos importados, como ocorre no momento.
acentuada tendência para a inflação. A evolução dos acontecimentos está mos
trando que o mercado internacional vai entrar numa fase inflacíonária de gran
des proporções. Os Estados Unidos estão sofrendo os primeiros efeitos da alta dos preços, que se anuncia ser vio lenta. As nações européias — Inglaterra
e França principalmente — não tardarão a ingressar na torrente inflacíonária, premidas pela necessidade de se arma rem para a paz ou para a guerra. Vcrifícandc-sc a alta geral, os preços vigorantcs no Brasil deixarão de ser proble
mas para o escoamento das mercado rias nacionais.
Poderão objetar-nos que o Brasil tam bém sofrerá os efeitos da inflação. Sem
dúvida, mas a inflação bra.silcjra será proporcionalmente menor que a das pra ças internacionais importadoras do nos sas mercadorias.
:V
•l
,1.
•:v.
'5«^
Dicesto Ecxjnómico.
66
camente: em pouco tempo, as balanças comerciais deíicitárias apresentaram vas
tos saldos favoráveis, que só não criaram enorme inflação devido aos atrasados comerciais acumulados nos anos ante
riores. Agora, porém, esses atrasados já foram liquidados e os saldos da ba lança comercial ameaçam inflacionar sèriamente a economia desses países.
Quem mais vem sentindo êsses efeitos
fazendo. Com a closvalorízação cia moe merciais sôbre o meio circulante será
ainda maior, dando nascimento, forço samente, a um ciclo inflacionário dc
duziu melhora mais acentuada, é por
mesmo volume dc cambiais.
Atravessamos utna fase hi.stórica cxfcssivamcnte dinâmica. Os aconteci
Todos
sabemos que a causa cia inflação dc
moeda vale.s.se Cr$ 30,00, teriam nossas
autoridades que pagar 1/3 a mais para
adquirir cada dólar, o que eqüivaleria a um aumento de 1/3 nas emissões. Des.sa
a Inglaterra não poderá manter o atual valor da libra, devido não só aos efeitos
milhões.
dade de Lord Cripps pôde ser evitada, como pela distorção que está criando nas correntes comerciais internacionais,
prejudicando sensivelmente as exporta ções dos Estados Unidos. É tão grande a pressão do atual valor da libra sôbre o comércio exterior da América do Norte,
que o substituto de Lord Cripps foi obrigado a ir aos Estados Unidos, a fim de conferenciar com as autoridades de
Wasliington. For êsses motivos acrcdíta-sc, nos meios econômicos, que o govêmo de Londres será forçado a reva lorizar a libra.
O Brasil faz parte dêsse bloco, se bem não tenha desvalorizado a sua moeda. Os saldos da balança comercial são bem elevados c só não influíram na circulação monetária interna pela exis tência dos enormes atrasados comerciais. A continuarem os saldos, êles não po derão deixar de afetar o volume do
meio circulante, o que, aliás, já. vêm
seu emprego são patentes e, se não pro não ter sido bem encaminhada. Faltam
forma, não teríamos 18 milhões de cruzeiro.s cm circulação, em 1945, mas 22
inflacionáriòs sôbre a economia interna, que so pela severa política de austeri
lhável para o caso. Os resultados do
pectivas da conjuntura econômica inter toriza a tirar a seguinte conclusão:
o México, a Suécia e Porto Rico, não
Segundo os observadores econômicos,
A análise que realizamos do movi mento de no.ssas exportações e das pers
nacional, npc.sar dc superficial, nos au
1942-45 foram os saldos da balança
como o Canadá.
marem-se medidas momentâneas de pe quena repercussão. Por êsse motivo, a compensação c o remédio mais aconse
impossível previsão. A razão v óbvia, pois o Governo terá <pie pagar maior quantia em cnizciros para adquirir o
comercial. Nac]iiela época o dólar valia Cr$ 20,00, aproximadamente. Sc a nossa
mo Porto Rico, e libertando o câmbio,
Conclusão
da brasileira, ;i pressão cios saldos co
c a Âustralia, mas outros países, como
estão livres dêssé perigo. Daí a marcba-a-ré cambial intentada pelos seus governos, revalorizando as moedas, co
Dir.KSTo EooNÓMiro
O segundo fato que observamos na conjuntura econômica internacional é a
mentos de boje serão, amanhã, fatos do passado.
Sendo assim, as medidas to
madas no presente em benefício da eco
nomia nacional podem, cm jx)ucos me ses, convcrtcr-sc cm entraves colossais.
Os males daí provenientes serão tanto maiores quanto mais e.vtensas forem as repercussões das medidas tomadas sôbre os_ negócios internos.
A e.xperiôncia aconselha que para épo cas de mudanças rápidas é preciso to-
os instrumentos para a sua realização. Por isso cia tem servido mais aos inte
resses particulares que aos da economia nacional. Construído o mecanismo apro priado. outros serão os benefícios. A idéia do sr. Gilcno de Carli, da criação
de uma "Cibmira de Compensação de Ágios", é o instrumento que nos falta. A Câmara, desde que bem articulada, uma vez posta em funcionamento, pro duzirá efeitos muito favoráveis sôbre as
exportações, sem afetar sobremaneira o
preço dos artigos importados, como ocorre no momento.
acentuada tendência para a inflação. A evolução dos acontecimentos está mos
trando que o mercado internacional vai entrar numa fase inflacíonária de gran
des proporções. Os Estados Unidos estão sofrendo os primeiros efeitos da alta dos preços, que se anuncia ser vio lenta. As nações européias — Inglaterra
e França principalmente — não tardarão a ingressar na torrente inflacíonária, premidas pela necessidade de se arma rem para a paz ou para a guerra. Vcrifícandc-sc a alta geral, os preços vigorantcs no Brasil deixarão de ser proble
mas para o escoamento das mercado rias nacionais.
Poderão objetar-nos que o Brasil tam bém sofrerá os efeitos da inflação. Sem
dúvida, mas a inflação bra.silcjra será proporcionalmente menor que a das pra ças internacionais importadoras do nos sas mercadorias.
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,1.
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Dicusto Eoonónuco 69
pensador que, lalN'e/., fésst» o primeiro a discutir com finura e lucicli'/. os prós
ouicciivr?r>r PoUlico c fiuancista da Kcnasecficí* Auomar Baleeiho
c contras dos impostos progrcssi\'os em contraste com os impostos proporcio nais.
O acaso cultiva seus caprichos, de
(Prof. da Univ. da Bahia — Faculdade de Direito)
sorte que, a 1." dc juuho, a amahilidade manhã de 22 de maio, nu Naquela esplendor da primavera, Florença
abrigava, no "salão dos 500" do Palazzo Vecchio, os representantes de cerca de 50 nações convocadas pela Unesco. O famoso financista Einaudi, presidente da República Italiana e o Prefeito da cidade — um comunista — saiidarain os
hóspedes, centenas de pessoas de todas as raças e côres, algumas das quais
» •♦ ♦ •
do cônsul Blakc AUuicar fèz com que
No próximo número o autor estudará o atuação financeira désse grande político da Renascença que ó Gtticriardini. O desenho que ilustra esta deliciosa crô nica de Alioniar Baleeiro é o Palazzo
Vecchio (século XIII), sede dos Mediei
e em frente ao qual foi queimado Savonarola, o monge fanático.
em exóticas indumentárias. Celebridades
bém como "asceta que renegou os ho
mens e suas paixões", aliás em tom de simpatia, que não teve Atilio Nulli ao escrever ásperamcnte a vida do primei
sonalidades daqueles tempos, faziam
da Unesco, fomos a pé da Piazza delia Signoria para o Palazzo Pitti e, ao passar à frente da sede da Galleria degli Uffizi, ao longo duma dupla fileira de está
emergir em nosso espírito a figura sin gular de Francesco Piero Guicciardini,
contemporâneo e amigo de Machiavelli[ como este igualmente ensaista político, precursor de estudos financeiros, diplo mata e grande historiador, havido como
renovador da historiografia da época. Incomparàvelmente menos conhecido que o famigerado autor do "Príncipe", a respeito de cujo pensamento existem centenas de obras, Guicciardini forma
com êle a dupla dos maiores espíritos
políticos da Renascença e leva sobre o êmulo a vantagem de ter sido, por igual, homem de ação provado em vários car
dos dois historiadores.
E todo o cami
nho a percorrer, inclusive a Ponte Vecchia ~ única poupada pelas alemães em 1944, quando destruíram todas as demais sobre o rio Arno — constituía
a Via Guicciardini, cm cujo fim se con
firmou o pressentimento cie que ali en contraríamos a lápide indicativa do ve tusto casarão onde morou o curioso per sonagem.
Durante oito dias, passando obriga toriamente por ela, rememorávamos o
grafia dêste, Prezzolini, definindo-o tam-
chiavel", trad. fr. de Marthe Lenoir, 1929, pg. 219 e 215.
quü o casamento chocxni o partidarismo
Toscana, a iutcrloculora, ao oiuir inci-
outra vez a dominação mcdicéia (1527).
més das flores c cia musica, na véspera, denteincntc a menção clc Guicciardini,
fixa neste o interôsse, com surpresa re autógrafos do historiador, meu marido, que é parente próximo do Conde Paolo
Guicciardini, poderá obter, pelo telefônio, hora hoje mesmo..
Dcscendo-se do andar superior do Pa
lácio, um jardim interno se comunica com a "Sala dc Studio", onde se acham
os arquivos seculares dos Guicciardini, a cargo do sr. Gigli, um velhinho cortes o loquaz, que nos pôs diante dos olhos dezenas o dezenas de códices admiràvel-
mente conservados. Autógrafos não só da vastíssima correspondência com as fi
guras gloriosas da Renascença, cópias ^|H
Os Guicciardini aparecem na vida pú
das cartas expedidas por Francesco Gui
blica toscana há sete séculos e desde cinco habitam o palácio, onde o Conde Paolo, alto, magro, espigado, cabeça en-
cciardini, notas autobiográficas e tam
canecida e olhos verdes, contrasta com
tuosamente daqueles venerandos manus
o retrato a óleo do célebre antepassa do corpulento c obeso. Na biblioteca, retratos do Rei Vitor
Emanucle e do Príncipe Ilumberto de Savóía, com dedicatórias carinhosas,
mostram que o dono da casa gozii, junto aos últimos príncipes da Itália, da mes
ma consideração que os Mediei presta
bém os originais da maior parte da copiosà obra do célebre florentino. Todo um mrmdo de recordações surgia tumul critos, desbotados, mas bem legíveis ain da. O Conde Paolo, em 1930, abriu essa
"Sala de Studio" à consulta dos pesqui sadores, resultando disso fecundos frutos
para a investigação histórica da Renas cença e da complexa personalidade do ancestral (3).
ram aos antigos Guicciardini na Renas cença.
Uma bela mesa exibe nas incrustações de lápis-lazúli, os brasões dos Guicciar
dini o dos Salviati, evocando-nos a pas (1) G. Prezzolini — "Vie de Nicolas Ma-
qual os Mediei já trama\'am a .restaumção, le\-ada a efeito em 1512, de sorte
em Florença. para \iiltos históricos da
Terminada a instalação dos trabalhos
tuas, lá identificamos, cm mármore, as
Alanuino Avenudo Salviati, de pouco doto o hábitos suntúarios, "per cominciaro u mescolarsi nellc sedizione e guadagnarsi cl favore degli amici de Me diei" (2). Por outras palavras: Salvia ti era inimigo dc Soderini, o último "gonfaliero" da república florenlina, contra a
do pai do noivo e contribuiu, talvez, para torná-lo impopular quando nova alvo rada do go\émo democrático afastou
ro (1).
gos de govêmo.
"Dos dois, era Guicciardini o maquia vélico e não Machiavelli , dirá, na bio
No tlccorrer da con
versa (jue deslizou do eufcrramenlo do
"Se lhe agrada ver o Palácio o os
úa delegação americana. Nas paredes c nos tetos do enorme salão, pinturas de Vasari recordavam a toiTOentosa história de Florença no sé
culo XVI e, de envolta com outras per
Boinbici Pontclli.
cíproca e, ao fim, diz:
mundiais se acotovelavam, enquanto os
fotógrafos se sucediam a surpreender cada atitude de Myma Loy, integrante
tivesscunos à direita, mim almòçn) com notabilidadcs ilorcnlinas, a Condcssa
vontade paterna com Maria, filha de
(2) Guicciardini: "Oratio Accusatoria", nos "Scritti Autobiograficl e Rari", da
primorosa edição organizada por R. Palmarocchl, Bari, 1936, pg. 213.
(3) "Per Ia Inaugurazione dl una Sala
sagem do historiador, quando conta que
di Studio nel — rArchivio Guicciardini" — discursos de Paolo Guicciardini e R.
o acusavam de haver casado contra a
Rindolfi. Neste último, vem exposta a história dos arquivos dos Guicciardini,
Dicusto Eoonónuco 69
pensador que, lalN'e/., fésst» o primeiro a discutir com finura e lucicli'/. os prós
ouicciivr?r>r PoUlico c fiuancista da Kcnasecficí* Auomar Baleeiho
c contras dos impostos progrcssi\'os em contraste com os impostos proporcio nais.
O acaso cultiva seus caprichos, de
(Prof. da Univ. da Bahia — Faculdade de Direito)
sorte que, a 1." dc juuho, a amahilidade manhã de 22 de maio, nu Naquela esplendor da primavera, Florença
abrigava, no "salão dos 500" do Palazzo Vecchio, os representantes de cerca de 50 nações convocadas pela Unesco. O famoso financista Einaudi, presidente da República Italiana e o Prefeito da cidade — um comunista — saiidarain os
hóspedes, centenas de pessoas de todas as raças e côres, algumas das quais
» •♦ ♦ •
do cônsul Blakc AUuicar fèz com que
No próximo número o autor estudará o atuação financeira désse grande político da Renascença que ó Gtticriardini. O desenho que ilustra esta deliciosa crô nica de Alioniar Baleeiro é o Palazzo
Vecchio (século XIII), sede dos Mediei
e em frente ao qual foi queimado Savonarola, o monge fanático.
em exóticas indumentárias. Celebridades
bém como "asceta que renegou os ho
mens e suas paixões", aliás em tom de simpatia, que não teve Atilio Nulli ao escrever ásperamcnte a vida do primei
sonalidades daqueles tempos, faziam
da Unesco, fomos a pé da Piazza delia Signoria para o Palazzo Pitti e, ao passar à frente da sede da Galleria degli Uffizi, ao longo duma dupla fileira de está
emergir em nosso espírito a figura sin gular de Francesco Piero Guicciardini,
contemporâneo e amigo de Machiavelli[ como este igualmente ensaista político, precursor de estudos financeiros, diplo mata e grande historiador, havido como
renovador da historiografia da época. Incomparàvelmente menos conhecido que o famigerado autor do "Príncipe", a respeito de cujo pensamento existem centenas de obras, Guicciardini forma
com êle a dupla dos maiores espíritos
políticos da Renascença e leva sobre o êmulo a vantagem de ter sido, por igual, homem de ação provado em vários car
dos dois historiadores.
E todo o cami
nho a percorrer, inclusive a Ponte Vecchia ~ única poupada pelas alemães em 1944, quando destruíram todas as demais sobre o rio Arno — constituía
a Via Guicciardini, cm cujo fim se con
firmou o pressentimento cie que ali en contraríamos a lápide indicativa do ve tusto casarão onde morou o curioso per sonagem.
Durante oito dias, passando obriga toriamente por ela, rememorávamos o
grafia dêste, Prezzolini, definindo-o tam-
chiavel", trad. fr. de Marthe Lenoir, 1929, pg. 219 e 215.
quü o casamento chocxni o partidarismo
Toscana, a iutcrloculora, ao oiuir inci-
outra vez a dominação mcdicéia (1527).
més das flores c cia musica, na véspera, denteincntc a menção clc Guicciardini,
fixa neste o interôsse, com surpresa re autógrafos do historiador, meu marido, que é parente próximo do Conde Paolo
Guicciardini, poderá obter, pelo telefônio, hora hoje mesmo..
Dcscendo-se do andar superior do Pa
lácio, um jardim interno se comunica com a "Sala dc Studio", onde se acham
os arquivos seculares dos Guicciardini, a cargo do sr. Gigli, um velhinho cortes o loquaz, que nos pôs diante dos olhos dezenas o dezenas de códices admiràvel-
mente conservados. Autógrafos não só da vastíssima correspondência com as fi
guras gloriosas da Renascença, cópias ^|H
Os Guicciardini aparecem na vida pú
das cartas expedidas por Francesco Gui
blica toscana há sete séculos e desde cinco habitam o palácio, onde o Conde Paolo, alto, magro, espigado, cabeça en-
cciardini, notas autobiográficas e tam
canecida e olhos verdes, contrasta com
tuosamente daqueles venerandos manus
o retrato a óleo do célebre antepassa do corpulento c obeso. Na biblioteca, retratos do Rei Vitor
Emanucle e do Príncipe Ilumberto de Savóía, com dedicatórias carinhosas,
mostram que o dono da casa gozii, junto aos últimos príncipes da Itália, da mes
ma consideração que os Mediei presta
bém os originais da maior parte da copiosà obra do célebre florentino. Todo um mrmdo de recordações surgia tumul critos, desbotados, mas bem legíveis ain da. O Conde Paolo, em 1930, abriu essa
"Sala de Studio" à consulta dos pesqui sadores, resultando disso fecundos frutos
para a investigação histórica da Renas cença e da complexa personalidade do ancestral (3).
ram aos antigos Guicciardini na Renas cença.
Uma bela mesa exibe nas incrustações de lápis-lazúli, os brasões dos Guicciar
dini o dos Salviati, evocando-nos a pas (1) G. Prezzolini — "Vie de Nicolas Ma-
qual os Mediei já trama\'am a .restaumção, le\-ada a efeito em 1512, de sorte
em Florença. para \iiltos históricos da
Terminada a instalação dos trabalhos
tuas, lá identificamos, cm mármore, as
Alanuino Avenudo Salviati, de pouco doto o hábitos suntúarios, "per cominciaro u mescolarsi nellc sedizione e guadagnarsi cl favore degli amici de Me diei" (2). Por outras palavras: Salvia ti era inimigo dc Soderini, o último "gonfaliero" da república florenlina, contra a
do pai do noivo e contribuiu, talvez, para torná-lo impopular quando nova alvo rada do go\émo democrático afastou
ro (1).
gos de govêmo.
"Dos dois, era Guicciardini o maquia vélico e não Machiavelli , dirá, na bio
No tlccorrer da con
versa (jue deslizou do eufcrramenlo do
"Se lhe agrada ver o Palácio o os
úa delegação americana. Nas paredes c nos tetos do enorme salão, pinturas de Vasari recordavam a toiTOentosa história de Florença no sé
culo XVI e, de envolta com outras per
Boinbici Pontclli.
cíproca e, ao fim, diz:
mundiais se acotovelavam, enquanto os
fotógrafos se sucediam a surpreender cada atitude de Myma Loy, integrante
tivesscunos à direita, mim almòçn) com notabilidadcs ilorcnlinas, a Condcssa
vontade paterna com Maria, filha de
(2) Guicciardini: "Oratio Accusatoria", nos "Scritti Autobiograficl e Rari", da
primorosa edição organizada por R. Palmarocchl, Bari, 1936, pg. 213.
(3) "Per Ia Inaugurazione dl una Sala
sagem do historiador, quando conta que
di Studio nel — rArchivio Guicciardini" — discursos de Paolo Guicciardini e R.
o acusavam de haver casado contra a
Rindolfi. Neste último, vem exposta a história dos arquivos dos Guicciardini,
D>r.F-si(J
DIOKSTO Econúmic:!»
Kr.ONÓMiro
71
70
Guicciardini, hísloríador meticuloso na documentação e embaixador em Espa nha antes dos 30 anos de idade, ano tava tudo, desde os honorários pagos em
utilidades pelos clientes da banca do advogado estreante até os afilhados que batizava ou as reservas para dote das filhas. E, a cada crise da sua carreira
de estadista, fazia o exame de consciên
cia, constituindo-se advogado do diabo
dcca", embora de tom polenuslieti, cm (|iic, .segundo poinlora A. Nulli, o crítico
sorte que na dos seus biógrafos lavra
acusa ao outro — não .Sf espantem! —
pensamento e a sua ação, estabelece-se
cciardini se voltava para os antepassa
de "ser um polílieo idealista, (|ue leva
tima contradição insanável — a do ho
dos, biografando-os a traços largos e, por vezes, não os poupava a verdades
em reduzida conta a
ensinou, desejou, mus não tese a indis
pensável "virtú" para rcali/-ir com êxito. Da sua vida pública c particular, Gui
cruéis, como as que rt^gistrou sobre
aquôle próspero sacerdote Uinieri Gui grande di statura, bianco e bolla aria... saníssimo e gagliarclissimo" (5).
dos adversários e, depois, a sua defesa, de modo que os pósteros podem conhe
E Florença e a Itália lhe deveram tal vez as duas melhores hisloriografias do
cer não só os marcos externos de sua
século XVI.
seu espírito de político, cujos ideais re calcados cediam a considerações prag
seu espírito, grande.s ideais, acomoda-se
Na verdade, o ideal cjue provocou o método brutal c cínico exposto no "Prín
às pequenas realidades" (6).
giunni Guicciardini, que, comentando
lambem Machiavelli, sustentava o pri
derc innanzi alia mia morte; ma dubito,
cujo declínio morrem as democracias.
derc alcuna; uno vivcrc di repiibblica
•^5
Teria sido, talvez, o maior estadista' do sou século se houvesse aceito a verda de do irmão, o menos brilhante Bon-
político do Guicciardini. resumido nas palavras dêslc: "Tre cose dcsidcro vcancora clie io vivesse molto, non ne \e-
vida, mas ainda os íntimos conflitos do
mem que, cnqíianto nutre, no íntimo do
coisas".
cipe" c que tran.sparoce dos "Discorsi .sopra Ia prima deca di Tito Livio" 6 o mesmo in.spirador do .secreto pensamento
cciardini, "di corpo bclissimo. pcrclié ora
para articular sem piedade as acusações
realidade das
a sentença implacável: "Entre o seu
bcne ordinato nella cittá nostra, Italia
mado das idéias e fôrças morais,
de
(6) Slro Atilio Nulli: "Francesco Guic ciardini". Bolonha. 1936, pg. 181. E" visí
vel. aliás, a simpatia do autor por Ma
O pensamento político de Guicciardi
libcrata da tutli c Barbari, o libcrato il
chiavelli. que apresenta como democrata.
da história italiana.
ni é filtrado através de vários "discorsi",
mondo dalla tirannilc di questi scclcrati
Êsse drama psicológico explica o re paro de Montaigne que, depois de elo
máximas, pareceres e comentários, desde
preli". Queria, mas não cria.
tea: "F. Guichardin. vie publique et sa
a mociclade até o fim da vida.
Não é
Uma democracia sem demagogia em
giar o historiador também "acteur luy
menos sutil, nem interessante que o de
Florença, a Itália livre das invasões de
Machiavelli, com o qual oferece coinci dências sob diversos aspectos, tendo tido
espanhóis, franceses, austríacos o turcos, o mundo sem a opressão clcrical: — era,
sobre aquêle a vantagem de apreciar os
realmente, naquele tempo, a mais for
il (Guicciardini) en rejecte Ia cause à quelque occasion vicieuse ou à quelque profit... Nulle corruption peut avoir saisi les hommes si universellement que quelqu'un n'eschappe de Ia contagion; cela me faíct craindre qu'il y aye un peu du vice de son goust; et peut estre advenu qu'il ait estimé d'autruy selon soy" (4).
fatos de cima, pelo nascimento, pelas condições de fortuna e pelos elevados
mosa conjugação de ideais. Difícil foi
Ministério da Fazenda, ensejou-nos uma
a Guicciardini conciliá-los cm face da
carta do ilustre escritor e festejado en saísta José Maria BeJlo, que contesta
Mas não é essa a nota característica e
causas operaram simultâneamente sôbre o pensamento de ambos, ligados, aliás, pela amizade intima e franca, compro vada por expressiva correspondência. E já depois da morte de Macliiavelli, o amigo ainda escreve as "Considerazioni
máticas em face da mais convulsiva fase
mesme et en rang honnorable", assinala
"de toutes les actions, pour belles par apparence qu'el]es soint d'elles mcsmcs,
constante dos homens da Renascença?
Naqueles códices, o ex-governador de Módena, ex-Presidente da Romagna e conselheiro dos Mediei, inclusive Papas, dava asas à sua evasão silenciosa, en
quanto o estadista, na ação eficaz, atin gia a resultados práticos que Machiavelli
cargos que o "popolano" c ".segretario" jamais pôde alcançar. A primeira vista, parece que Guicciar dini foi o primeiro maquiaveliano, pois,
realidade das coisas.
treze ou catorze anos mais jovem do que o autor do "Príncipe", bem poderia ter
sido o discípulo influenciado.
Mas ou
tras razões levam a crer que as mesmas
sui discorsi dei Malchiavelli sulla prima (5) Guicciardini: "Scritti", já cit. - Pê48 e sobretudo pg. 47: "...fu dedito assai
(4) Montaigne — "EssaSs" cap. X.
livro 2.°.
alia lussuria e massime co'maschi, nel
qual e vizio fu notato pubblicamente.. i. »1j.
A favor, existe o ensaio do rumaico Ote-
pensée polltique" (Paris, 1928). *
*
*
Nosso últinio flrfigo no "Digesto Eco nômico", a propósito dc fíwt Barbosa no
Homem do seu tempo, sucumbiu a
qualquer influência do Dip na sua "His
considerações pragmáticas, como inúme
tória da República", objeto de citação
ros democratas de todos os tempos, dc
nossa. Basta-nos a sua palaora.
D>r.F-si(J
DIOKSTO Econúmic:!»
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Guicciardini, hísloríador meticuloso na documentação e embaixador em Espa nha antes dos 30 anos de idade, ano tava tudo, desde os honorários pagos em
utilidades pelos clientes da banca do advogado estreante até os afilhados que batizava ou as reservas para dote das filhas. E, a cada crise da sua carreira
de estadista, fazia o exame de consciên
cia, constituindo-se advogado do diabo
dcca", embora de tom polenuslieti, cm (|iic, .segundo poinlora A. Nulli, o crítico
sorte que na dos seus biógrafos lavra
acusa ao outro — não .Sf espantem! —
pensamento e a sua ação, estabelece-se
cciardini se voltava para os antepassa
de "ser um polílieo idealista, (|ue leva
tima contradição insanável — a do ho
dos, biografando-os a traços largos e, por vezes, não os poupava a verdades
em reduzida conta a
ensinou, desejou, mus não tese a indis
pensável "virtú" para rcali/-ir com êxito. Da sua vida pública c particular, Gui
cruéis, como as que rt^gistrou sobre
aquôle próspero sacerdote Uinieri Gui grande di statura, bianco e bolla aria... saníssimo e gagliarclissimo" (5).
dos adversários e, depois, a sua defesa, de modo que os pósteros podem conhe
E Florença e a Itália lhe deveram tal vez as duas melhores hisloriografias do
cer não só os marcos externos de sua
século XVI.
seu espírito de político, cujos ideais re calcados cediam a considerações prag
seu espírito, grande.s ideais, acomoda-se
Na verdade, o ideal cjue provocou o método brutal c cínico exposto no "Prín
às pequenas realidades" (6).
giunni Guicciardini, que, comentando
lambem Machiavelli, sustentava o pri
derc innanzi alia mia morte; ma dubito,
cujo declínio morrem as democracias.
derc alcuna; uno vivcrc di repiibblica
•^5
Teria sido, talvez, o maior estadista' do sou século se houvesse aceito a verda de do irmão, o menos brilhante Bon-
político do Guicciardini. resumido nas palavras dêslc: "Tre cose dcsidcro vcancora clie io vivesse molto, non ne \e-
vida, mas ainda os íntimos conflitos do
mem que, cnqíianto nutre, no íntimo do
coisas".
cipe" c que tran.sparoce dos "Discorsi .sopra Ia prima deca di Tito Livio" 6 o mesmo in.spirador do .secreto pensamento
cciardini, "di corpo bclissimo. pcrclié ora
para articular sem piedade as acusações
realidade das
a sentença implacável: "Entre o seu
bcne ordinato nella cittá nostra, Italia
mado das idéias e fôrças morais,
de
(6) Slro Atilio Nulli: "Francesco Guic ciardini". Bolonha. 1936, pg. 181. E" visí
vel. aliás, a simpatia do autor por Ma
O pensamento político de Guicciardi
libcrata da tutli c Barbari, o libcrato il
chiavelli. que apresenta como democrata.
da história italiana.
ni é filtrado através de vários "discorsi",
mondo dalla tirannilc di questi scclcrati
Êsse drama psicológico explica o re paro de Montaigne que, depois de elo
máximas, pareceres e comentários, desde
preli". Queria, mas não cria.
tea: "F. Guichardin. vie publique et sa
a mociclade até o fim da vida.
Não é
Uma democracia sem demagogia em
giar o historiador também "acteur luy
menos sutil, nem interessante que o de
Florença, a Itália livre das invasões de
Machiavelli, com o qual oferece coinci dências sob diversos aspectos, tendo tido
espanhóis, franceses, austríacos o turcos, o mundo sem a opressão clcrical: — era,
sobre aquêle a vantagem de apreciar os
realmente, naquele tempo, a mais for
il (Guicciardini) en rejecte Ia cause à quelque occasion vicieuse ou à quelque profit... Nulle corruption peut avoir saisi les hommes si universellement que quelqu'un n'eschappe de Ia contagion; cela me faíct craindre qu'il y aye un peu du vice de son goust; et peut estre advenu qu'il ait estimé d'autruy selon soy" (4).
fatos de cima, pelo nascimento, pelas condições de fortuna e pelos elevados
mosa conjugação de ideais. Difícil foi
Ministério da Fazenda, ensejou-nos uma
a Guicciardini conciliá-los cm face da
carta do ilustre escritor e festejado en saísta José Maria BeJlo, que contesta
Mas não é essa a nota característica e
causas operaram simultâneamente sôbre o pensamento de ambos, ligados, aliás, pela amizade intima e franca, compro vada por expressiva correspondência. E já depois da morte de Macliiavelli, o amigo ainda escreve as "Considerazioni
máticas em face da mais convulsiva fase
mesme et en rang honnorable", assinala
"de toutes les actions, pour belles par apparence qu'el]es soint d'elles mcsmcs,
constante dos homens da Renascença?
Naqueles códices, o ex-governador de Módena, ex-Presidente da Romagna e conselheiro dos Mediei, inclusive Papas, dava asas à sua evasão silenciosa, en
quanto o estadista, na ação eficaz, atin gia a resultados práticos que Machiavelli
cargos que o "popolano" c ".segretario" jamais pôde alcançar. A primeira vista, parece que Guicciar dini foi o primeiro maquiaveliano, pois,
realidade das coisas.
treze ou catorze anos mais jovem do que o autor do "Príncipe", bem poderia ter
sido o discípulo influenciado.
Mas ou
tras razões levam a crer que as mesmas
sui discorsi dei Malchiavelli sulla prima (5) Guicciardini: "Scritti", já cit. - Pê48 e sobretudo pg. 47: "...fu dedito assai
(4) Montaigne — "EssaSs" cap. X.
livro 2.°.
alia lussuria e massime co'maschi, nel
qual e vizio fu notato pubblicamente.. i. »1j.
A favor, existe o ensaio do rumaico Ote-
pensée polltique" (Paris, 1928). *
*
*
Nosso últinio flrfigo no "Digesto Eco nômico", a propósito dc fíwt Barbosa no
Homem do seu tempo, sucumbiu a
qualquer influência do Dip na sua "His
considerações pragmáticas, como inúme
tória da República", objeto de citação
ros democratas de todos os tempos, dc
nossa. Basta-nos a sua palaora.
■ ',
r
ED UC A c à O CT E N T T FT CA B Q U V. S T Õ K S 1^] C O N Ô M I C A S Djacih Menezes
(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia)
as atitudes v c()nc'op(,-õcs nuidain, o
clássicos, dc latinórios, de Grego, de
estão mudando ràpidameiUc de \»ma
llistóriu Antiga. Basta ler-lhes os dis
geração para outra, é preciso compreen
preender c necessária uma disposição *ncntal dc simpatia c lealdade. Tal\e/. por isso os dogmáticos, os definiti\'0S, os
cm Direito.
polos da mentalidade nacional; em tôrno
deles graNitou a jeuncsse dorée do nosso
>■08.
patriciado rural. Por que?
Mas, na verdade, temos a tendên
coin o avançar da idade. Daí ser pre cisa a análise do nós próprios — c o c.studo científico prcmune contra o mal,
Vejamos. Primeiro — que ha\ia de Física, do Química, de Biologia mesmo? Pouca coisa.
O recheio dos currículos
c
escolares derivava das fontes literárias o liistóricas. As ciências experimentais
educativa, preparando a monte para a
davam 1/4, depois 1/3 dos programas.
receptividade do que é melhor.
Os fins do século XIX, que escritor es
permitindo
uma
reação
consciente
A ex
cessiva valorização do passado conduz íio conservantismo. A prudência invo
túpido chamou de "século estúpido ,
cada pelos velhos enrogela a audácia
cias. A revolução industrial, rasgando liorizontes, reclamava mais profundos
renovadora dos
_ é?*í«n. ÜíSTIT^'^'*^'
Coimbra era o foco solar;
depois, Olinda e São Paulo, os dois
»Hitoritários, não sejam bons educadocamos antipatizando com as mudanças,
ÜSMJÍ
A car
reira por e.vcelència era o bacharelato
cia para a cristali/.ação dos hábitos, fi
_« I
cursos, as arengas, as cartas.
der porque isso ocorre — c para com
moços
e a sabedoria
assistiram ao dcsenvolrimento das ciên
ponde mais às condições históricas di
conhecimentos das coisas da natureza e das coisas da sociedade. As ciências
ferentes.
da natureza começavam a sair fora das
<pio ensinam
muitas vôzes não corres
As raízes, porém, dessas mudanças, não residem na natureza dos indivíduos, nem nos calendários
dos
natalícios
—
mas no desenvolvimento da própria so ciedade. Por exemplo: houve época em que o Latim e a literatura clássica con,s-
tituíam a.s bases indispensáveis e quase vinicas da formação intelectual.
Por
que hoje não se põe mais esse "huma
asas da teologia, e espiavam, maravilha
das, os céus estrelados e a vida, através do rude telescópio de Galileu, das generaliz^^çõe^s de Koplor, das experiências de Bacon, das tentativas de Servet, das in-
tuições de Descartes. Rebentavam, glo
riosamente, " como corolas de luz, as
grandes heresias do mundo moderno.
grandes parlamentares da época de
As ciências da sociedade, ainda movendo-se nebulosamente na matriz da História, foram mais travadas pelos in teresses - e ainda penuanecem meio amarradas, mas vão caminhando e ca minharão de qualquer modo porque não
Pedro II eram sòlidamcntc forrados de
há outra coisa a fazer. Eppur si muooe.
nismo" greco-latino como lastro mais" sólido para a cultura? Entretanto, no
2." Império, muito se consumiu desses ingredientes culturais.
Quase todos os
■ ',
r
ED UC A c à O CT E N T T FT CA B Q U V. S T Õ K S 1^] C O N Ô M I C A S Djacih Menezes
(Prof. cat. da Faculdade Nacional de Filosofia)
as atitudes v c()nc'op(,-õcs nuidain, o
clássicos, dc latinórios, de Grego, de
estão mudando ràpidameiUc de \»ma
llistóriu Antiga. Basta ler-lhes os dis
geração para outra, é preciso compreen
preender c necessária uma disposição *ncntal dc simpatia c lealdade. Tal\e/. por isso os dogmáticos, os definiti\'0S, os
cm Direito.
polos da mentalidade nacional; em tôrno
deles graNitou a jeuncsse dorée do nosso
>■08.
patriciado rural. Por que?
Mas, na verdade, temos a tendên
coin o avançar da idade. Daí ser pre cisa a análise do nós próprios — c o c.studo científico prcmune contra o mal,
Vejamos. Primeiro — que ha\ia de Física, do Química, de Biologia mesmo? Pouca coisa.
O recheio dos currículos
c
escolares derivava das fontes literárias o liistóricas. As ciências experimentais
educativa, preparando a monte para a
davam 1/4, depois 1/3 dos programas.
receptividade do que é melhor.
Os fins do século XIX, que escritor es
permitindo
uma
reação
consciente
A ex
cessiva valorização do passado conduz íio conservantismo. A prudência invo
túpido chamou de "século estúpido ,
cada pelos velhos enrogela a audácia
cias. A revolução industrial, rasgando liorizontes, reclamava mais profundos
renovadora dos
_ é?*í«n. ÜíSTIT^'^'*^'
Coimbra era o foco solar;
depois, Olinda e São Paulo, os dois
»Hitoritários, não sejam bons educadocamos antipatizando com as mudanças,
ÜSMJÍ
A car
reira por e.vcelència era o bacharelato
cia para a cristali/.ação dos hábitos, fi
_« I
cursos, as arengas, as cartas.
der porque isso ocorre — c para com
moços
e a sabedoria
assistiram ao dcsenvolrimento das ciên
ponde mais às condições históricas di
conhecimentos das coisas da natureza e das coisas da sociedade. As ciências
ferentes.
da natureza começavam a sair fora das
<pio ensinam
muitas vôzes não corres
As raízes, porém, dessas mudanças, não residem na natureza dos indivíduos, nem nos calendários
dos
natalícios
—
mas no desenvolvimento da própria so ciedade. Por exemplo: houve época em que o Latim e a literatura clássica con,s-
tituíam a.s bases indispensáveis e quase vinicas da formação intelectual.
Por
que hoje não se põe mais esse "huma
asas da teologia, e espiavam, maravilha
das, os céus estrelados e a vida, através do rude telescópio de Galileu, das generaliz^^çõe^s de Koplor, das experiências de Bacon, das tentativas de Servet, das in-
tuições de Descartes. Rebentavam, glo
riosamente, " como corolas de luz, as
grandes heresias do mundo moderno.
grandes parlamentares da época de
As ciências da sociedade, ainda movendo-se nebulosamente na matriz da História, foram mais travadas pelos in teresses - e ainda penuanecem meio amarradas, mas vão caminhando e ca minharão de qualquer modo porque não
Pedro II eram sòlidamcntc forrados de
há outra coisa a fazer. Eppur si muooe.
nismo" greco-latino como lastro mais" sólido para a cultura? Entretanto, no
2." Império, muito se consumiu desses ingredientes culturais.
Quase todos os
DicnsTo Econômico
As questões econômicas e os técnicos
Diante de um mundo complexo, de uma civilização tôda baseada em conhe cimentos técnicos (rádio, cinema, avião,
radar, microbíologia do solo, lã sintética, transmutação das espécies químicas, fa bricação de novas morfologias vivas nos
1
Dictisro Econ6s>ic;o
75
t-ntumesccm as multidões, vibram no éter, enchendo os ouvidos e as consciên
coisa muda cio figiua nos séculos XIX c
cias de apreensões, de dúvidas, de espe
sociedade anônima delineiam os orga nismos dominadores da vida dos povos. Na .sua aurora natalícia estão as figuras clássicas: um John D. Roekfcller, que
ranças, de mêdos. Vez por outra, um Messias alarmado sai da sua toca c diz
que vem por aí o fim do mundo. Êsscs
A economia herética
XX. As conconlra(,H)cs do capital pela A Economia Política nasceu na ma
drugada do mundo moderno: quando surgem os sistemas de preços, as taxas cambiais, o papel dos capitais-dinhciro
escapuliu, conforme conta Lowinsohn,
na produção; q\iando, em suma, toma-
por entre as malhas da lei americana,
se necessário compreender mais viva
laboratórios de genética etc.) — seria
profetas têm a coloração que o momento comporta. Fervilliaram no mundo ro mano cm decomposição. Cbofram ago
lutou contra o primeiro Hooscvolt, hiir-
mente o mecanismo social e intimo des
possível ensinar, através das leituras
ra pelas juntas da sociedade moderna.
lou sentenças do tribunais e dilatou o
ses fenômenos. Compreender, não para
clássicas, as puerilidades de Plínio, o
Mas o que mais amedronta é quando um
"octopus" pelos meandros da política
gôzo do espírito — mas para agir me
Moço, sôbre os reinos da natureza, ou
internacional, ao encontro clc outro êmu-
do Aristóteles sôbre os habitantes do
técnico, remexendo nas suas estatísticas, vem dízer-nos, com a devida solenida
lo, o sr. Henri Dcterding; \im Roths-
lhor, mais ucerladamente, opulentando n experiência com novas conqui-stas que
Atlântico? O tempo do aprendizado 6
de, suas previsões e vaticínios. .. Outro-
child, cujo chefe principal, Natan, ape
SC aperfeiçoam e sugercnr outras teo
curto em frente à massa de conheci mentos científicos — e o currículo esco
ra, os técnicos se debruçavam sôbre as
sar dc medroso, chegou a espiar, dc binóculo, o de
rias. Mas não bastava com
tos interêsses inspiram ex
sobre estatísticas — e chamam-se "eco
sastre dc Napolcão em Waterloo para dali sair às
nomistas".
carreiras, atravessar o ca
há também os que denun
previsão, acertam com as mesmas pro
nal c enganar os parceiros
ciam falhas, abusos ou ex
babilidades.
nas especulações dos títu
plorações do sistema eco
lar ainda gagueja sem abrir espaço su ficiente aos novos ensinamentos. Ainda
^ tenta impor concepções caducas em
pio em Psicologia, em Sociologia, ara que não se desarranjem teorias ar caicas, nascidas em épocas pré-cicntífiCM, o melhor é escamotearem-se certas disciplinas — e encher o currículo de
literatura clássica. Para que explicar o mistério do ablativo de movimento cm
Cícero — se o menino não saberá tão
cedo o mistério da voz humana, falada em Londres, na B.B.C., e ouvida num
apartamento do Leblon? E que papel dftsemDenharia tal "humanismo*' senão —s o desempenharia
de força retrógrada, em que tropeçam as inteligências, numa perda inútil de tempo? Não se trata de eliminar a História nem a literatura — mas de utilizá-las no
sentido vital para a formação da inteli
entranhas das aves e prediziam. Eram chamados "áugures". Hoje se curvam E, dada a dificuldade da
Aqui temos de parar um pouco e tomar precaução.
Porque tocamos o
ponto essencial de nossa despedida. Es tamos em seara comum — e vamos en
tender-nos cm poucas palavras.
O especialista e a vida econômica O técnico é o especialista — e a es
Pelo lado social, idem. As questões econômicas, que por vêzes examinamos
nestas páginas, escancaram guelas abis-
maí3- Elas rumorejam pelos jornais,
nômico, J. H. Hobson ata
mas isso já Antiga.
cou o princípio da procura
é
História
efetiva de Ricardo: tanto
A história de hoje é cm tôrno das minas de nafta, do petróleo, do carvão, do tungstênio, do urânio, das estão
no Iraque, no Irã, na Transjordânia, no Cáucaso, na Cliina, no
bastou para que llie ne
gassem licença para fazer conferências em Oxford.
Malthus foi sempre sus peito: apontava a mesma
irregularidade — excesso de produtos e misérias em excesso. O pen
seqüência inevitável da divisão social
México, no Cliaco, no Brasil. O merca
samento social dominante exigia que
do trabalho e da complexidade crescen te dos conhecimentos humanos. Depois
do dc matéria-prima é essencial: para ter acesso a ele, nada importa. A his
certas mazelas ficassem na sombra. Nem
do advento do capitalismo, que revolu cionou os métodos de produção, desen volveu os mercados mundiais, expandiu o crédito bancário, concentrou o poderio
tória econômica é uma miséria. Contris-
gência. E o que se tem feito é seu em prego como entorpecente, cobrindo-lhes financeiro — a ciência econômica eno espírito de suas camadas tóxicas. En ^ centrou um campo riquíssimo para suas tretanto, por todos os lados, questões investigações. Por que não havia Eco tremendíssimas.
plicações simpáticas. Mas
los do mercado londrino;
areias monazíticas;
pecialização, como sabemos, é uma con
preender e observar: cer
nomia Política na sociedade de pro dução artesanal? Nas sociedades de base patriarcal e agrícola? Porque ali a® relações econômicas são perceptíveis e claras. Entendem-se fàcilmente. A
ta e espanta. Dividem o gênero hu mano em zonas de influência — e os
povos se entredilaceram na bestialidade das violências — enquanto ressoa cada vez mais forte, dentro da consciência
humana, a voz daquele que ensinou, numa tarde da Palestina, o "amarás a
teu próximo como a ti mesmo" — o mais
belo pensamento que já balbuciaram lá bios humanos.
todas as verdades se dizem. O equilí brio social e econômico dependia das fôrças espontâneas em jôgo. Era o dog ma do capitalismo concorrencial, com sua filosofia própria, o liberalismo. Os dissidentes, os heréticos, ficaram no lim
bo do esquecimento. Bloqueio contra êles. Não se mencionava oficialmente
— porque a ciência econômica oficial tinha séus tabus. E quem no-lo diz isso hoje? Será por acaso um rebelde? Não; o que aí fica não vai além dos estudos de um Lord Keynes.
DicnsTo Econômico
As questões econômicas e os técnicos
Diante de um mundo complexo, de uma civilização tôda baseada em conhe cimentos técnicos (rádio, cinema, avião,
radar, microbíologia do solo, lã sintética, transmutação das espécies químicas, fa bricação de novas morfologias vivas nos
1
Dictisro Econ6s>ic;o
75
t-ntumesccm as multidões, vibram no éter, enchendo os ouvidos e as consciên
coisa muda cio figiua nos séculos XIX c
cias de apreensões, de dúvidas, de espe
sociedade anônima delineiam os orga nismos dominadores da vida dos povos. Na .sua aurora natalícia estão as figuras clássicas: um John D. Roekfcller, que
ranças, de mêdos. Vez por outra, um Messias alarmado sai da sua toca c diz
que vem por aí o fim do mundo. Êsscs
A economia herética
XX. As conconlra(,H)cs do capital pela A Economia Política nasceu na ma
drugada do mundo moderno: quando surgem os sistemas de preços, as taxas cambiais, o papel dos capitais-dinhciro
escapuliu, conforme conta Lowinsohn,
na produção; q\iando, em suma, toma-
por entre as malhas da lei americana,
se necessário compreender mais viva
laboratórios de genética etc.) — seria
profetas têm a coloração que o momento comporta. Fervilliaram no mundo ro mano cm decomposição. Cbofram ago
lutou contra o primeiro Hooscvolt, hiir-
mente o mecanismo social e intimo des
possível ensinar, através das leituras
ra pelas juntas da sociedade moderna.
lou sentenças do tribunais e dilatou o
ses fenômenos. Compreender, não para
clássicas, as puerilidades de Plínio, o
Mas o que mais amedronta é quando um
"octopus" pelos meandros da política
gôzo do espírito — mas para agir me
Moço, sôbre os reinos da natureza, ou
internacional, ao encontro clc outro êmu-
do Aristóteles sôbre os habitantes do
técnico, remexendo nas suas estatísticas, vem dízer-nos, com a devida solenida
lo, o sr. Henri Dcterding; \im Roths-
lhor, mais ucerladamente, opulentando n experiência com novas conqui-stas que
Atlântico? O tempo do aprendizado 6
de, suas previsões e vaticínios. .. Outro-
child, cujo chefe principal, Natan, ape
SC aperfeiçoam e sugercnr outras teo
curto em frente à massa de conheci mentos científicos — e o currículo esco
ra, os técnicos se debruçavam sôbre as
sar dc medroso, chegou a espiar, dc binóculo, o de
rias. Mas não bastava com
tos interêsses inspiram ex
sobre estatísticas — e chamam-se "eco
sastre dc Napolcão em Waterloo para dali sair às
nomistas".
carreiras, atravessar o ca
há também os que denun
previsão, acertam com as mesmas pro
nal c enganar os parceiros
ciam falhas, abusos ou ex
babilidades.
nas especulações dos títu
plorações do sistema eco
lar ainda gagueja sem abrir espaço su ficiente aos novos ensinamentos. Ainda
^ tenta impor concepções caducas em
pio em Psicologia, em Sociologia, ara que não se desarranjem teorias ar caicas, nascidas em épocas pré-cicntífiCM, o melhor é escamotearem-se certas disciplinas — e encher o currículo de
literatura clássica. Para que explicar o mistério do ablativo de movimento cm
Cícero — se o menino não saberá tão
cedo o mistério da voz humana, falada em Londres, na B.B.C., e ouvida num
apartamento do Leblon? E que papel dftsemDenharia tal "humanismo*' senão —s o desempenharia
de força retrógrada, em que tropeçam as inteligências, numa perda inútil de tempo? Não se trata de eliminar a História nem a literatura — mas de utilizá-las no
sentido vital para a formação da inteli
entranhas das aves e prediziam. Eram chamados "áugures". Hoje se curvam E, dada a dificuldade da
Aqui temos de parar um pouco e tomar precaução.
Porque tocamos o
ponto essencial de nossa despedida. Es tamos em seara comum — e vamos en
tender-nos cm poucas palavras.
O especialista e a vida econômica O técnico é o especialista — e a es
Pelo lado social, idem. As questões econômicas, que por vêzes examinamos
nestas páginas, escancaram guelas abis-
maí3- Elas rumorejam pelos jornais,
nômico, J. H. Hobson ata
mas isso já Antiga.
cou o princípio da procura
é
História
efetiva de Ricardo: tanto
A história de hoje é cm tôrno das minas de nafta, do petróleo, do carvão, do tungstênio, do urânio, das estão
no Iraque, no Irã, na Transjordânia, no Cáucaso, na Cliina, no
bastou para que llie ne
gassem licença para fazer conferências em Oxford.
Malthus foi sempre sus peito: apontava a mesma
irregularidade — excesso de produtos e misérias em excesso. O pen
seqüência inevitável da divisão social
México, no Cliaco, no Brasil. O merca
samento social dominante exigia que
do trabalho e da complexidade crescen te dos conhecimentos humanos. Depois
do dc matéria-prima é essencial: para ter acesso a ele, nada importa. A his
certas mazelas ficassem na sombra. Nem
do advento do capitalismo, que revolu cionou os métodos de produção, desen volveu os mercados mundiais, expandiu o crédito bancário, concentrou o poderio
tória econômica é uma miséria. Contris-
gência. E o que se tem feito é seu em prego como entorpecente, cobrindo-lhes financeiro — a ciência econômica eno espírito de suas camadas tóxicas. En ^ centrou um campo riquíssimo para suas tretanto, por todos os lados, questões investigações. Por que não havia Eco tremendíssimas.
plicações simpáticas. Mas
los do mercado londrino;
areias monazíticas;
pecialização, como sabemos, é uma con
preender e observar: cer
nomia Política na sociedade de pro dução artesanal? Nas sociedades de base patriarcal e agrícola? Porque ali a® relações econômicas são perceptíveis e claras. Entendem-se fàcilmente. A
ta e espanta. Dividem o gênero hu mano em zonas de influência — e os
povos se entredilaceram na bestialidade das violências — enquanto ressoa cada vez mais forte, dentro da consciência
humana, a voz daquele que ensinou, numa tarde da Palestina, o "amarás a
teu próximo como a ti mesmo" — o mais
belo pensamento que já balbuciaram lá bios humanos.
todas as verdades se dizem. O equilí brio social e econômico dependia das fôrças espontâneas em jôgo. Era o dog ma do capitalismo concorrencial, com sua filosofia própria, o liberalismo. Os dissidentes, os heréticos, ficaram no lim
bo do esquecimento. Bloqueio contra êles. Não se mencionava oficialmente
— porque a ciência econômica oficial tinha séus tabus. E quem no-lo diz isso hoje? Será por acaso um rebelde? Não; o que aí fica não vai além dos estudos de um Lord Keynes.
•t' r<-
'.7^
•it
Dioksto
78
Os heréticos saíam do reino da apo-
sua fôrça teorizadora.
Ec(iní')MIco
A teoria resume
Djorsto
Econômico
77
Humildade <• lealdade diante dos fatos,
tituem, nas suas transformações, o pró
é o que dita a atitude compreensiva da Ciência. O sentimento dc objcli\'idadc é o guia melhor pí)r(jue proscreve o .sec
objeli\'idade con.sistc em estudá-lo, com preendê-lo, atinar-lhe com as direções
logética e entravam na liça do comba te. Apareciam os socialistas. Êstes não queriam apenas explicar a superfície
experiências, faculta inlcrprt-taçõcs, ilu mina o futuro pcla.s Iiçõc.s do passado:
o teorizar sôbre a harmonia: queriam mudcf, o que não era propósito cienlí'fíco, mas político. Tomaram-se uma
que não c para ser contemplado, mas aproveitado. Teoria é instrumento.
tarismo e conclu/.-nos ao relatÍ\'ismo de
Deve ser humanamente valorizada. Não
essencialmente relativas, porqiie são es
pro\'á\'eis c possíveis. O obser\'ador participa dêssc movimento — e o pro cesso cultural, dentro do qual se desen-
vale por si, mas em função do real.
sencialmente históricas: a.s sociedades
\olvo o conhecimento, c um de seus
Acreditar o contrário é supor cpie elas
têm seu processo de desen\'olvimento,
não são feitas para a realidade, mas a realidade para cias. Reedita-se assim o caso do alfaiate que se indignou contm o comprimento das pernas do freguês, mas justificou cabalmente o tamanho das
que os decretos não paralisam nem al teram. Quando o poder pretende con trariá-lo, perturba — mas perturba aci
aspectos. Daí a dificuldade para evitar o subjctÍ\ ismo, reduzindo-o por uma crí tica que tome em consideração essa ati
brigada de choque contra os erros, que viam aumentados, multiplicados. Onde os economistas da Ciência oficial apre goavam harmonias naturais, eles apon tavam desarmonias artificiais. De um lado, turiferários, do outro demolidore.s.
Uns exaltavam as excelências do capital, outros cortejavam as fôrças do trabalho. Seria que a ciência econômica deveria
olvidar essas preocupações? Mas tais preocupações não serão, porventura, a força nutriz da própria ciência eco nômica?
única maneira de respeitar o passado,
calças: suas pernas é que eram exces sivas.
O erro não era dc sua tesoura,
mas das tíbias do cliente.
O corte foi
certo, o e.squelcto cre.sccu demais. Quan
Diante dêles alguns adotam uma atitude simplista e falsa: refugiam-se no teoris-
Objetividade e sectarismo
Sejamos cautos e, sobretudo, humil des, diante da experiência, fonte dc
trata de estudar as causas da fome e da miséria, fala de tudo, menos da misé ria e da fome. A erudição serve-lhe dc disfarce. Não explicam, mistificam. Fa lam rebarbativ^ente, remexem nas doutrinas, invocam textos mal lidos,
dela, nada. Teorias, por mais abstratas, dela nascem, nela medram e por ela des fazem-se. A abstração não é mera sim
sempre impressionados com o demier
ra é uma interação entre a mente hu
dar mais na vista. Questão de moda. No fundo, são uns pavões ingênuos. Estão na Economia Política como os
tôdas as cogitações humanas.
Fora
plificação, é também um mergulho naintimidade das relações entre os fenô
menos estudados. O processo da cultu mana e a Natureza, enriquecendo-nos
do noções, sociològicnmente transmiti das, formando-se "sistemas dc espiritua
lidade", na expressão de Pieron.
Abs
trair não é afastar-se do real, mas suti-
granfínos na praia: veraneando. Não
lizar conceitos e nêle penetrar mais a
fazem mal a ninguém e causam pasmo
fundo.
aos basbaques. Deixá-los pavonear.
alturas, mas estreitamento de contacto
Forque o essencial no economista vem
tude sobre tal "relatividade". Não con-
fundamos sis infle.xões efêmeras do dia
foi uma discordância de pormonor que não modificou cm nada o panorama geral — porque as leis molares não se
grama com a tendência secular. Distingamos entre os interesses aleatórios das
condicionam às causações individuais. As
nação. Diferenciemos entre uma forma do civilização e a civilização humana.
relações sociais, em seu conjunto, cons
elites e os interêsses permanentes da
bram para fora de seus figurinos!
denemos o que mascara a incapacidade sob erudição inócua. Êste, quando se
cri da Ciência; usam as teorias como as
Na visão da totalidade,
tes econômicos — amaldiçoando a reali
dade social e humana, cujas pernas so
mulheres usam um chapéu bonito - para
dentalmente.
E as leis econômicas são
tas vezes não encontramos esses alfaia
O técnico de Economia está diante e problemas sérios. Sérios e reais. mo. Mas há teorismo e teorismo. Con
todas as leis.
prio movimento histórico — e o senso de
Não é vôo estratosférico para
com a Terra e com os dramas humanos.
a ser um robusto senso da realidade alia
Mais que a qualquer outra ciência — tal
do a uma sólida capacidade de abstra
pensamento é ainda mais adequado à
ção. Aquele sentido do real vivifica a
Economia Política.
1
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•it
Dioksto
78
Os heréticos saíam do reino da apo-
sua fôrça teorizadora.
Ec(iní')MIco
A teoria resume
Djorsto
Econômico
77
Humildade <• lealdade diante dos fatos,
tituem, nas suas transformações, o pró
é o que dita a atitude compreensiva da Ciência. O sentimento dc objcli\'idadc é o guia melhor pí)r(jue proscreve o .sec
objeli\'idade con.sistc em estudá-lo, com preendê-lo, atinar-lhe com as direções
logética e entravam na liça do comba te. Apareciam os socialistas. Êstes não queriam apenas explicar a superfície
experiências, faculta inlcrprt-taçõcs, ilu mina o futuro pcla.s Iiçõc.s do passado:
o teorizar sôbre a harmonia: queriam mudcf, o que não era propósito cienlí'fíco, mas político. Tomaram-se uma
que não c para ser contemplado, mas aproveitado. Teoria é instrumento.
tarismo e conclu/.-nos ao relatÍ\'ismo de
Deve ser humanamente valorizada. Não
essencialmente relativas, porqiie são es
pro\'á\'eis c possíveis. O obser\'ador participa dêssc movimento — e o pro cesso cultural, dentro do qual se desen-
vale por si, mas em função do real.
sencialmente históricas: a.s sociedades
\olvo o conhecimento, c um de seus
Acreditar o contrário é supor cpie elas
têm seu processo de desen\'olvimento,
não são feitas para a realidade, mas a realidade para cias. Reedita-se assim o caso do alfaiate que se indignou contm o comprimento das pernas do freguês, mas justificou cabalmente o tamanho das
que os decretos não paralisam nem al teram. Quando o poder pretende con trariá-lo, perturba — mas perturba aci
aspectos. Daí a dificuldade para evitar o subjctÍ\ ismo, reduzindo-o por uma crí tica que tome em consideração essa ati
brigada de choque contra os erros, que viam aumentados, multiplicados. Onde os economistas da Ciência oficial apre goavam harmonias naturais, eles apon tavam desarmonias artificiais. De um lado, turiferários, do outro demolidore.s.
Uns exaltavam as excelências do capital, outros cortejavam as fôrças do trabalho. Seria que a ciência econômica deveria
olvidar essas preocupações? Mas tais preocupações não serão, porventura, a força nutriz da própria ciência eco nômica?
única maneira de respeitar o passado,
calças: suas pernas é que eram exces sivas.
O erro não era dc sua tesoura,
mas das tíbias do cliente.
O corte foi
certo, o e.squelcto cre.sccu demais. Quan
Diante dêles alguns adotam uma atitude simplista e falsa: refugiam-se no teoris-
Objetividade e sectarismo
Sejamos cautos e, sobretudo, humil des, diante da experiência, fonte dc
trata de estudar as causas da fome e da miséria, fala de tudo, menos da misé ria e da fome. A erudição serve-lhe dc disfarce. Não explicam, mistificam. Fa lam rebarbativ^ente, remexem nas doutrinas, invocam textos mal lidos,
dela, nada. Teorias, por mais abstratas, dela nascem, nela medram e por ela des fazem-se. A abstração não é mera sim
sempre impressionados com o demier
ra é uma interação entre a mente hu
dar mais na vista. Questão de moda. No fundo, são uns pavões ingênuos. Estão na Economia Política como os
tôdas as cogitações humanas.
Fora
plificação, é também um mergulho naintimidade das relações entre os fenô
menos estudados. O processo da cultu mana e a Natureza, enriquecendo-nos
do noções, sociològicnmente transmiti das, formando-se "sistemas dc espiritua
lidade", na expressão de Pieron.
Abs
trair não é afastar-se do real, mas suti-
granfínos na praia: veraneando. Não
lizar conceitos e nêle penetrar mais a
fazem mal a ninguém e causam pasmo
fundo.
aos basbaques. Deixá-los pavonear.
alturas, mas estreitamento de contacto
Forque o essencial no economista vem
tude sobre tal "relatividade". Não con-
fundamos sis infle.xões efêmeras do dia
foi uma discordância de pormonor que não modificou cm nada o panorama geral — porque as leis molares não se
grama com a tendência secular. Distingamos entre os interesses aleatórios das
condicionam às causações individuais. As
nação. Diferenciemos entre uma forma do civilização e a civilização humana.
relações sociais, em seu conjunto, cons
elites e os interêsses permanentes da
bram para fora de seus figurinos!
denemos o que mascara a incapacidade sob erudição inócua. Êste, quando se
cri da Ciência; usam as teorias como as
Na visão da totalidade,
tes econômicos — amaldiçoando a reali
dade social e humana, cujas pernas so
mulheres usam um chapéu bonito - para
dentalmente.
E as leis econômicas são
tas vezes não encontramos esses alfaia
O técnico de Economia está diante e problemas sérios. Sérios e reais. mo. Mas há teorismo e teorismo. Con
todas as leis.
prio movimento histórico — e o senso de
Não é vôo estratosférico para
com a Terra e com os dramas humanos.
a ser um robusto senso da realidade alia
Mais que a qualquer outra ciência — tal
do a uma sólida capacidade de abstra
pensamento é ainda mais adequado à
ção. Aquele sentido do real vivifica a
Economia Política.
1
DiGiiSTíj Econômico
Recuperação das valorizações imerecidas Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto
(Professor Catedratico da Faculdade Paulista do Direito) 1 — Atualidade da matéria
1—0 estágio contemporâneo da evo
lução político-social dos vários povos acentua, dia a dia, a necessidade de crescentes recursos ao Erário Público.
As funções dos governos se ampliam constantemente, emergindo do plano pu ramente jurídico da simples manutenção
de condições de ordem, justiça e segu rança, para o plano das realizações so ciais tendentes ao atendimento das mais
variadas condições de bem-estar e pro gresso dos indivíduos e das coletividades. Horizontes pràticamente ilimitados se
flbrem então à atuação governamental,
sob a pressão dos reclamos de uma so ciedade desajustada e materialista, sem pre ávida de maiores serviços e empre endimentos públicos, assim como exigen te de padrões progressivamente superio res e mais custosos, de sua execução. Por outro lado, naqueles povos onde ví
cios de formação ou condições tempe-
2 — A tributação se afirma, assim, co
mo o processo normal do obtenção de re cursos para o Estado. Êste, no e.xorcíeio dos seus atributo.s de soberania, destxjja
os particulares de uma parcela dc svias riquezas para consecução dos fins que o justificam. E a cs.se sacrifício econô mico que lhes é imposto, tendem os ci
quanto mais forte se fizer sentir a pres
ou jurídico para que alguém rcteniia co
porcionadas aos patrimônios privados,
mo seu o resultado econômico de ação
alheia, desde que o agente desta última o possa, sem dano social, reclamar do
eventual beneficiário. Como se sabe, constitui o próprio conceito nuclear da
produziu, normalmente deflui o do seu
direito
pelo esfôrço ou capitais estranhos aos de
seu titular. Focalizando, pimi maior faci lidade de c.xposição, apenas os bens imó veis (onde mais estáveis e evidentes se
refletem tais valorizações), a ninguém
seria lícito negar que grande parte do acréscimo de valor atribmdo a tais bens
não é derivada
de empreendimentos,
serviços ou obras de iniciativa dos seus
proprietiirios, mas, ao contrário, resulta de obras e melhoramentos
próximos, levados a efeito por ou tros particulares ou pelo Gover esfôrço geral e difuso de x'ários
solicitam, como, especialmente, os pró
trimônio alheio.
teriorizado naquilo que se costu--
prios requisitos da eficiência arrecadadora, doutro modo comprometidos pela evasão, sob suas variadas formas.
chamado princípio de "recuperação das valorizações imerecidas", o qual, em sua conceituação mais ampla, corresponde á obrigação de restítuir alguém a valori zação advinda ao seu patrimônio, por fôrça de ato para o qual não contribuiu,
ticular a qual, na atual fase da finança
àquele a cuja atuação ou esforço se de
tributária, constitui a fonte supridora por excelência da atividade estatal (1).
va dita valorização.
42, pág. 118.
elementos componentes (7). 4 — Notórias são as valorizações pro
sòbrc os efeitos de atos próprios, ainda quando tais efeitos se traduzam numa valorização de pa
3 — As considerações expostas põem em relêvo a atualidade financeira do
Reforme Fiscale Espagnole". In Revue de et de Legislatlon Fmancière. íaac.
com a herança — incxistc título moral
bia, no procc,ssamento da reclamada ex pansão da receita pública. Razões não só de justiça social e intevêsse político a
par a sua organização administrativa das taras da rotina, da demagogia e do fiIhotismo político, mais agudas se fazem sentir as necessidades financeiras, com a
/,s 1_ saINZ de BUJANDA, "La
do Direito Público (6), onde mais elás tica até se revela a conceituação de seus
reconhecimento
acentuada
interesse contemporâneo (5) e sua apli cação sc reconhece abrangente também
da boa formação social ou econômica
Daí a necessidade de uma política financeira cada vez mais cautelosa c sá
res, resistência tanto mais
(4), constitui lun dos lemas de maior
possa reclajuar c.xplicita concessão em contrário, como ocorre, por e.xemplo,
são tributária.
uma resistência defensiva de seus have-
ramentais não permitiram ainda emanci
distendidos. E o resultado inevitável dessa situação é o apêlo cada vez mais forte do Poder Público à riqueza par
não o rc.sullado dc c,sforços ou capitais alheios. E, de fato — com e.xceç-ão das limitadas lúpòteses em que o interesse
noção dc Justiça a regra do "suum cuiquü tribuerc", enunciada pelo Direito Komano; e dêsse imperativo dc sc asse gurar a cada um o direito àqui lo que legitimamente possui ou
dadãos a opor, como ó compreensível,
II — O princípio recuperatório
própria elevação do custo unitário dos serviços públicos, já de tal forma tão
79
E' indiscutível a justiça do princípio,
pois o que o Direito assegura a cada um ó o resultado do seu próprio esfôrço, o
produto dos seu§ próprios capitais, e
no, ou é derivado, ainda, de um
agentes da economia coletiva, exma chamar o progresso social.
A fórmula mais simples e conhecida dessa manifestação da equidade (2) nos ó dada pelo chamado princípio do "en
justo título para que o beneficiário de
riquecimento sem causa", também in
tais valorizações as possa reter; e a de
Não ocorre assim, em princípio, um
titulado "do enriquecimento ilícito" ou
volução, que Uies fôsse imposta, dêsse
"do enriquecimento indevido", segundo
enriquecimento sem justa causa, na rea
o qual a ninguém é lícito locupletar-se à
lidade não os estaria prejudicando nem
custa alheia. No consenso da doutrina,
ocorre o enriquecimento ilícito quando "sem que alguma causa jurídica o justi fique, um patrimônio se enriquece, um outro se empobrece, verificando-se um
I
empobrecendo, pois não importaria em qualquer desfalque de seu primitivo pa trimônio.
Eis aí, em tôda sua simplicidade, r justificativa do princípio de recupera-
laço de correlação entre esses dois fa
tos" (3). A regra, que vem sendo con solidada pela doutrina e jurisprudência
(4) —
VALE FERREIRA
— "Em-i-
quecimento sem causa", ed. 1950, pág. 15. (5) — CARVALHO SANTOS — "Có
digo Civil Interpretado", ed. 1938, vol. XII, pág. 377.
(6) — J. O. QUINTANA — "El en-
(2) — AMERICANO. Jorge — "En saio sôbro enriquecimento sem causa", ed
riquecimento sln causa
1933, pág. 90.
Administrativo", in Revista dei Colégio de
(3) — LE SOURD — "L'expropriation
des
plus-values indiretsi resultant
des travaux publics", ed. 1930, págs. 25.
en el Derecho
Abogados de Buenos Aires pág. 65.
.
vol
■
XVII .
C) — LE SOURD, ob. cit. pág. 22.
DiGiiSTíj Econômico
Recuperação das valorizações imerecidas Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto
(Professor Catedratico da Faculdade Paulista do Direito) 1 — Atualidade da matéria
1—0 estágio contemporâneo da evo
lução político-social dos vários povos acentua, dia a dia, a necessidade de crescentes recursos ao Erário Público.
As funções dos governos se ampliam constantemente, emergindo do plano pu ramente jurídico da simples manutenção
de condições de ordem, justiça e segu rança, para o plano das realizações so ciais tendentes ao atendimento das mais
variadas condições de bem-estar e pro gresso dos indivíduos e das coletividades. Horizontes pràticamente ilimitados se
flbrem então à atuação governamental,
sob a pressão dos reclamos de uma so ciedade desajustada e materialista, sem pre ávida de maiores serviços e empre endimentos públicos, assim como exigen te de padrões progressivamente superio res e mais custosos, de sua execução. Por outro lado, naqueles povos onde ví
cios de formação ou condições tempe-
2 — A tributação se afirma, assim, co
mo o processo normal do obtenção de re cursos para o Estado. Êste, no e.xorcíeio dos seus atributo.s de soberania, destxjja
os particulares de uma parcela dc svias riquezas para consecução dos fins que o justificam. E a cs.se sacrifício econô mico que lhes é imposto, tendem os ci
quanto mais forte se fizer sentir a pres
ou jurídico para que alguém rcteniia co
porcionadas aos patrimônios privados,
mo seu o resultado econômico de ação
alheia, desde que o agente desta última o possa, sem dano social, reclamar do
eventual beneficiário. Como se sabe, constitui o próprio conceito nuclear da
produziu, normalmente deflui o do seu
direito
pelo esfôrço ou capitais estranhos aos de
seu titular. Focalizando, pimi maior faci lidade de c.xposição, apenas os bens imó veis (onde mais estáveis e evidentes se
refletem tais valorizações), a ninguém
seria lícito negar que grande parte do acréscimo de valor atribmdo a tais bens
não é derivada
de empreendimentos,
serviços ou obras de iniciativa dos seus
proprietiirios, mas, ao contrário, resulta de obras e melhoramentos
próximos, levados a efeito por ou tros particulares ou pelo Gover esfôrço geral e difuso de x'ários
solicitam, como, especialmente, os pró
trimônio alheio.
teriorizado naquilo que se costu--
prios requisitos da eficiência arrecadadora, doutro modo comprometidos pela evasão, sob suas variadas formas.
chamado princípio de "recuperação das valorizações imerecidas", o qual, em sua conceituação mais ampla, corresponde á obrigação de restítuir alguém a valori zação advinda ao seu patrimônio, por fôrça de ato para o qual não contribuiu,
ticular a qual, na atual fase da finança
àquele a cuja atuação ou esforço se de
tributária, constitui a fonte supridora por excelência da atividade estatal (1).
va dita valorização.
42, pág. 118.
elementos componentes (7). 4 — Notórias são as valorizações pro
sòbrc os efeitos de atos próprios, ainda quando tais efeitos se traduzam numa valorização de pa
3 — As considerações expostas põem em relêvo a atualidade financeira do
Reforme Fiscale Espagnole". In Revue de et de Legislatlon Fmancière. íaac.
com a herança — incxistc título moral
bia, no procc,ssamento da reclamada ex pansão da receita pública. Razões não só de justiça social e intevêsse político a
par a sua organização administrativa das taras da rotina, da demagogia e do fiIhotismo político, mais agudas se fazem sentir as necessidades financeiras, com a
/,s 1_ saINZ de BUJANDA, "La
do Direito Público (6), onde mais elás tica até se revela a conceituação de seus
reconhecimento
acentuada
interesse contemporâneo (5) e sua apli cação sc reconhece abrangente também
da boa formação social ou econômica
Daí a necessidade de uma política financeira cada vez mais cautelosa c sá
res, resistência tanto mais
(4), constitui lun dos lemas de maior
possa reclajuar c.xplicita concessão em contrário, como ocorre, por e.xemplo,
são tributária.
uma resistência defensiva de seus have-
ramentais não permitiram ainda emanci
distendidos. E o resultado inevitável dessa situação é o apêlo cada vez mais forte do Poder Público à riqueza par
não o rc.sullado dc c,sforços ou capitais alheios. E, de fato — com e.xceç-ão das limitadas lúpòteses em que o interesse
noção dc Justiça a regra do "suum cuiquü tribuerc", enunciada pelo Direito Komano; e dêsse imperativo dc sc asse gurar a cada um o direito àqui lo que legitimamente possui ou
dadãos a opor, como ó compreensível,
II — O princípio recuperatório
própria elevação do custo unitário dos serviços públicos, já de tal forma tão
79
E' indiscutível a justiça do princípio,
pois o que o Direito assegura a cada um ó o resultado do seu próprio esfôrço, o
produto dos seu§ próprios capitais, e
no, ou é derivado, ainda, de um
agentes da economia coletiva, exma chamar o progresso social.
A fórmula mais simples e conhecida dessa manifestação da equidade (2) nos ó dada pelo chamado princípio do "en
justo título para que o beneficiário de
riquecimento sem causa", também in
tais valorizações as possa reter; e a de
Não ocorre assim, em princípio, um
titulado "do enriquecimento ilícito" ou
volução, que Uies fôsse imposta, dêsse
"do enriquecimento indevido", segundo
enriquecimento sem justa causa, na rea
o qual a ninguém é lícito locupletar-se à
lidade não os estaria prejudicando nem
custa alheia. No consenso da doutrina,
ocorre o enriquecimento ilícito quando "sem que alguma causa jurídica o justi fique, um patrimônio se enriquece, um outro se empobrece, verificando-se um
I
empobrecendo, pois não importaria em qualquer desfalque de seu primitivo pa trimônio.
Eis aí, em tôda sua simplicidade, r justificativa do princípio de recupera-
laço de correlação entre esses dois fa
tos" (3). A regra, que vem sendo con solidada pela doutrina e jurisprudência
(4) —
VALE FERREIRA
— "Em-i-
quecimento sem causa", ed. 1950, pág. 15. (5) — CARVALHO SANTOS — "Có
digo Civil Interpretado", ed. 1938, vol. XII, pág. 377.
(6) — J. O. QUINTANA — "El en-
(2) — AMERICANO. Jorge — "En saio sôbro enriquecimento sem causa", ed
riquecimento sln causa
1933, pág. 90.
Administrativo", in Revista dei Colégio de
(3) — LE SOURD — "L'expropriation
des
plus-values indiretsi resultant
des travaux publics", ed. 1930, págs. 25.
en el Derecho
Abogados de Buenos Aires pág. 65.
.
vol
■
XVII .
C) — LE SOURD, ob. cit. pág. 22.
' Dicesio Econókoco
Dicrsto Econômico
80
ção, por parle do Estado, das chamadas
ção dos valore.s anterior c post«rior à
exercício de seus atributos de soberania o como árbitro no ajuizamento das con veniências públicas, entende oportuna a efetivação de determinada obra, e dc
zação dos agcntc.s cic? valorização, à se gregação dc fatôrc.s cuiniilatixos cia mes
valorLções imerecid^- Se o Estado, no
SC circunscrcxcin aos bens imóveis, atin
mônio — em ambas as hipóteses será li-
gindo, igualmente, bens moveis, assim como bens corpóreos c bens incorpóreos. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer que, dessa açao difusa do
valorização proporcionada. Sua inicia tiva em tal sentido, ao contrário do que ocorre com os tributos comuns, não cons
tituirá um sacrifício para o contribuinte, porque representará uma simples devo
lução de riqueza para cuja formação não contribuiu. Como bem pondera o Prof.
Paulo Barbosa de Campos Filho, acom panhando a orientação de LE SOURD, a equidade exige um equilíbrio entre os .direitos dos indivíduos e os direitos da
Sociedade, e o princípio recuperatório nada mais visa do que a restauração
desse equilíbrio, quando rompido pelo enriquecimento de alguns à custa dos recursos gerais da comunhão social (8). Inegàvelmente justa, portanto, é a fundamentação do princípio, e propícias,
por conseguinte, as bases psicológicas para sua mais extensa adoção, em bene fício do erário público.
5 _ A generalização prática do insti tuto, entretanto, esbarra em indisfarçáveis complexidades. Em primeiro lugar se erige a dificuldade de medição do exalo montante da "valorização imerecida po.a o proble
ma suseita as delicadas tarefas de afen,a,
"Recuperação das valorizações
Tç, de rfp oi^as nbras p públicas", In Revisdecorrentes ta Forense, vol. 84, pag.
Oiilro relevante aspecto a considerar
diz respeito a justiça, de que si- não pode afastar (piahpuT manifestação do Poder Publico. Aplicações isoladas e
parciais do instituto, em condições que estabeleçam uma flagrante desigualdade
As dificuldades especialmente a\ul-
social especialmente valoriza tal patri reto, noutra como representante da co munhão social) procurar absorver essa
tituto.
ma, à distribuição dc seus efeitos em re lação aos diversos beneficiários etc. tam no tocante à valorização resultante
cito ao Estado (numa como agente di
plicar a justa regulamentação do ins
obra ou evento valori/-intc, à inclivickiali-
.fato a realiza com reais e mensuráveis benefícios a um patrimônio privado; ou se, nas mesmas condições, o progresso
entre os membros da comunhão social —
do progresso social, y>ois seus efeitos não
por onerarem a uns c deixarem imunes
outros em situações compará\eis — não podem, realmente, ser admitidas, à vis
ta dc seus efeitos
profundamente in
justos. 6 — Essas e outras circunstancias ex
progresso social sôbrc determinado pa
plicam o reduzido desenvolvimento que
trimônio, também participou o próprio titular desse patrimônio, agente cpie é,
formação dos capitais privados, como já fizemos sentir.
O insucesso c.vperimontado em \ários paí.ses na aplicação do instituto, quer com relação às valorizações decorrentes
de obras individualizadas, quer com re
lação às xalorizaçõcs produzidas pelo progresso geral, encontra sua explicação nesse lamentável divórcio entre a legis lação o a realidade, esta com suas rudes c irrcmo\'í\'eis imposições, aquela guin dada às contrastantes alturas em que a
situam ingênuos anseios de uma perfei ção inatingível. III — Processos de recuperação
vem tendo o princípio recuperatório, a despeito da excelcncia dc seus funda
como todos os demais membros da co
mentos jurídicos e morais.
munhão social, de ações c reações de toda ordem, integrantes do dinamismo
Longo de
condenarem, entretanto, a sua adoção,
elas apinas encarecem o rigor técnico
da vida econômica geral. Essa circuns
com que se deverá nortear sua institui
tância, justificando a retenção, pelo pró prio beneficiário, dc uma parcela dessa
ção legal c a respectiva regulamentação.
7 — Diversos são os processos através
dos quais se poderá fazer atuar o princi pio de recuperação das valorizações ime recidas. Se quiséssemos, num sumário re lato, exemplificar sua aplicação, podería mos fazê-lo em tomo da classificação se guinte :
valorização, institui mais um elemento a
O importante, no interesse prático da implantação do instituto, é que renuncie
ser .ponderado na aplicação do instituto. A alteração do poder
81
a) —
aquisitivo da
processos recuperatórios de va lorização produzida por deter
o Estado à absorção total das valoriza
moeda constitui ainda um outro delica
ções produzidas, por forma a se tornar
minadas obras ou realizações
do aspecto a ser considerado, pois seus ilusórios efeitos podem desvirtuar ou anular a suposta justiça da recuperação, no processo de avaliação das \'aloriza-
dispensável um absoluto rigor nas ava liações respectivas. Uma vez que o Po
do Estado, e
der Público, na sua ação coletora, não
ções.
processos recuperatórios de va lorização produzida pela ativi
pretenda alcançar os limites extremos da
dade geral da sociedade, de
valorização,
que o Estado é representante
os problemas técnicos da
imposição SC simplificam bastante, por se
Força é convir, ainda, que razões dc
b)
autorizado.
situarem num terreno mais conhecido e
ordem pública poderão também legiti
seguro. As perdas que dessa renúncia
mar uma retenção parcial do benefício,
No propósito de divulgar noções nem
sempre bem definidas no espírito do pú
pelo particular. De fato; no interesse
possam decorrer serão certamente bem
do progresso social, e perfeitamente compreensível que o regimem econômico
menores do que aquelas resultantes da
blico ou dos estudiosos,
omissão, a que por vêzes se reduz o Es
uma ligeira identificação dos processos
tado, ante as perple.xídades suscitadas
mais usuais.
in.stituido repute vantajoso estímulo a formação de capitais e a distensao dos empreendimentos privados, asscgurarIhes o direito à percepção de uma parte da plus-valia resultante do progresso so cial, para o qual concorreram. E', como
por românticas pretensões de rigorosa ou quase total recuperação. E a parcela de riqueza, que de tal forma possa perma necer cm posse do beneficiário — razoá
veis que sejam suas proporções — poderá mesmo constituir um legítimo prêmio ò
se vê, mais um ponto de arbítrio a com-
J
vamos fazer
IV — Unearned increment
8 — A última categoria figurada (item
"b") diz respeito ao instituto que a terminologia financeira vem identifican-
' Dicesio Econókoco
Dicrsto Econômico
80
ção, por parle do Estado, das chamadas
ção dos valore.s anterior c post«rior à
exercício de seus atributos de soberania o como árbitro no ajuizamento das con veniências públicas, entende oportuna a efetivação de determinada obra, e dc
zação dos agcntc.s cic? valorização, à se gregação dc fatôrc.s cuiniilatixos cia mes
valorLções imerecid^- Se o Estado, no
SC circunscrcxcin aos bens imóveis, atin
mônio — em ambas as hipóteses será li-
gindo, igualmente, bens moveis, assim como bens corpóreos c bens incorpóreos. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer que, dessa açao difusa do
valorização proporcionada. Sua inicia tiva em tal sentido, ao contrário do que ocorre com os tributos comuns, não cons
tituirá um sacrifício para o contribuinte, porque representará uma simples devo
lução de riqueza para cuja formação não contribuiu. Como bem pondera o Prof.
Paulo Barbosa de Campos Filho, acom panhando a orientação de LE SOURD, a equidade exige um equilíbrio entre os .direitos dos indivíduos e os direitos da
Sociedade, e o princípio recuperatório nada mais visa do que a restauração
desse equilíbrio, quando rompido pelo enriquecimento de alguns à custa dos recursos gerais da comunhão social (8). Inegàvelmente justa, portanto, é a fundamentação do princípio, e propícias,
por conseguinte, as bases psicológicas para sua mais extensa adoção, em bene fício do erário público.
5 _ A generalização prática do insti tuto, entretanto, esbarra em indisfarçáveis complexidades. Em primeiro lugar se erige a dificuldade de medição do exalo montante da "valorização imerecida po.a o proble
ma suseita as delicadas tarefas de afen,a,
"Recuperação das valorizações
Tç, de rfp oi^as nbras p públicas", In Revisdecorrentes ta Forense, vol. 84, pag.
Oiilro relevante aspecto a considerar
diz respeito a justiça, de que si- não pode afastar (piahpuT manifestação do Poder Publico. Aplicações isoladas e
parciais do instituto, em condições que estabeleçam uma flagrante desigualdade
As dificuldades especialmente a\ul-
social especialmente valoriza tal patri reto, noutra como representante da co munhão social) procurar absorver essa
tituto.
ma, à distribuição dc seus efeitos em re lação aos diversos beneficiários etc. tam no tocante à valorização resultante
cito ao Estado (numa como agente di
plicar a justa regulamentação do ins
obra ou evento valori/-intc, à inclivickiali-
.fato a realiza com reais e mensuráveis benefícios a um patrimônio privado; ou se, nas mesmas condições, o progresso
entre os membros da comunhão social —
do progresso social, y>ois seus efeitos não
por onerarem a uns c deixarem imunes
outros em situações compará\eis — não podem, realmente, ser admitidas, à vis
ta dc seus efeitos
profundamente in
justos. 6 — Essas e outras circunstancias ex
progresso social sôbrc determinado pa
plicam o reduzido desenvolvimento que
trimônio, também participou o próprio titular desse patrimônio, agente cpie é,
formação dos capitais privados, como já fizemos sentir.
O insucesso c.vperimontado em \ários paí.ses na aplicação do instituto, quer com relação às valorizações decorrentes
de obras individualizadas, quer com re
lação às xalorizaçõcs produzidas pelo progresso geral, encontra sua explicação nesse lamentável divórcio entre a legis lação o a realidade, esta com suas rudes c irrcmo\'í\'eis imposições, aquela guin dada às contrastantes alturas em que a
situam ingênuos anseios de uma perfei ção inatingível. III — Processos de recuperação
vem tendo o princípio recuperatório, a despeito da excelcncia dc seus funda
como todos os demais membros da co
mentos jurídicos e morais.
munhão social, de ações c reações de toda ordem, integrantes do dinamismo
Longo de
condenarem, entretanto, a sua adoção,
elas apinas encarecem o rigor técnico
da vida econômica geral. Essa circuns
com que se deverá nortear sua institui
tância, justificando a retenção, pelo pró prio beneficiário, dc uma parcela dessa
ção legal c a respectiva regulamentação.
7 — Diversos são os processos através
dos quais se poderá fazer atuar o princi pio de recuperação das valorizações ime recidas. Se quiséssemos, num sumário re lato, exemplificar sua aplicação, podería mos fazê-lo em tomo da classificação se guinte :
valorização, institui mais um elemento a
O importante, no interesse prático da implantação do instituto, é que renuncie
ser .ponderado na aplicação do instituto. A alteração do poder
81
a) —
aquisitivo da
processos recuperatórios de va lorização produzida por deter
o Estado à absorção total das valoriza
moeda constitui ainda um outro delica
ções produzidas, por forma a se tornar
minadas obras ou realizações
do aspecto a ser considerado, pois seus ilusórios efeitos podem desvirtuar ou anular a suposta justiça da recuperação, no processo de avaliação das \'aloriza-
dispensável um absoluto rigor nas ava liações respectivas. Uma vez que o Po
do Estado, e
der Público, na sua ação coletora, não
ções.
processos recuperatórios de va lorização produzida pela ativi
pretenda alcançar os limites extremos da
dade geral da sociedade, de
valorização,
que o Estado é representante
os problemas técnicos da
imposição SC simplificam bastante, por se
Força é convir, ainda, que razões dc
b)
autorizado.
situarem num terreno mais conhecido e
ordem pública poderão também legiti
seguro. As perdas que dessa renúncia
mar uma retenção parcial do benefício,
No propósito de divulgar noções nem
sempre bem definidas no espírito do pú
pelo particular. De fato; no interesse
possam decorrer serão certamente bem
do progresso social, e perfeitamente compreensível que o regimem econômico
menores do que aquelas resultantes da
blico ou dos estudiosos,
omissão, a que por vêzes se reduz o Es
uma ligeira identificação dos processos
tado, ante as perple.xídades suscitadas
mais usuais.
in.stituido repute vantajoso estímulo a formação de capitais e a distensao dos empreendimentos privados, asscgurarIhes o direito à percepção de uma parte da plus-valia resultante do progresso so cial, para o qual concorreram. E', como
por românticas pretensões de rigorosa ou quase total recuperação. E a parcela de riqueza, que de tal forma possa perma necer cm posse do beneficiário — razoá
veis que sejam suas proporções — poderá mesmo constituir um legítimo prêmio ò
se vê, mais um ponto de arbítrio a com-
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vamos fazer
IV — Unearned increment
8 — A última categoria figurada (item
"b") diz respeito ao instituto que a terminologia financeira vem identifican-
»•
Dicksto
82
EcoNóxnco'
t
Digesto Econômico
83
justificar a cobrança de taxas comuns,
De
ciais, reduzidas, c-in alguns bigarovS. Na
origem inglesa, nasceu sob a inspiração
Itália o intitulam "íncrcnu-ntn iincritla-
das doutrinas sociais e econômicas que,
to" ou "incremento guaclagnato"; na
Êles proporcionam nma utilidade pcs-
no século XIX, procuraram combater o enriquecimento de ociosos latifundiários
França, "plu.s-value non gaignée". No Brasil inspirou o impòsto sôbre lucros na
pública é que permaucce, é que propor
britânicos. Êstes, em número de 1.500 mais ou menos, retinham o domínio de
venda de imóveis, in.stituído cm 19-16
do como o "uncaraed íncrement".
mais de metade do território da Inglater
(decreto-lei 9.330, dc 10 cie junho). E', como se vê, um instituto de ori
utilização mais democrática e eficiente
gem social, tendo,■entretanto, em prin cipio, apreciável efeito financeiro, em condições que justificariam uma utili
da mesma, facilitou a construção de uma doutrina que recomendava a resti
zação mais franca c sistemática por píirte da administração pública.
ra. A necessidade de dar à terra seu ver-,
dadeiro destino social, permitindo uma
tuição à Sociedade, através do Estado,
da valorização imerecida, isto é, da va
V — Contribuição de melhoria
indireto
do
9 — Dentre os processos rccupc-
ratórios dc valoriziição produzida
proprietário. Dessa forma se for
çava o melhor aproveitamento da
por realizações estatais determina
terra; e se impedia, ainda, o in
das, SC destaca a conhecida "con tribuição de melhoria". Tanto
justo enriquecimento por inação c aproveitamento do esfôrço alheio (9).
neste instituto como no "unear
STUART-MILL foi quem deu corpo^ ao instituto do "unearned increment', justificando uma tributação co brada sobre essa valorização imerecida, com o propósito de absorvê-la total ou
parcialmente. Destarte, corrigindo a in justiça, estava ainda o Estado obtendo substanciais recursos financeiros.
A doutrina, inegâvelmente justa, era, entretanto, de difícil aplicação. A Ale manha foi o primeiro país a adotar o princípio. Em 1910 o instituiu a própria Inglaterra, mas interferências políticas, as próprias dificuldades do sistema e,
principalmente, a complexidade do pro cesso adotado, conduziram-no a um fra
casso geral, proclamado em 1919 (10). O sistema tem logrado aplicações par-
ned Íncrement", se procura recu
perar uma valorização "imereci da"; neste último caso, porem, a valori zação resulta do progresso social, ou se
ja, do esforço indistinto da sociedade, ao passo que na melhoria cia resulta do trabalho do Poder Público.
distinção
Aí está a
entre os dois institutos.
"unearned Íncrement"
O
justifica a resti
de Melhoria", pág. 95.
.
.
(10) — BARBOSA LIMA — in Diáno do Congresso Nacional" de 17-10-1946, pág. 327.
so consagrar como um instituto financei ro norte-americano.
No Brasil, o princípio de recuperação de \aloriz;ição que inspira a contribui
rável do valor dos imóveis próximos. A
ção de melhoria sc manifesta, desde muito tempo, no financiamento dos ser\iços dc pavimentação, embora com os
noção se limita também aos "imóveis",
característicos formais das taxas comuns,
porque estes é que, efetivamente, se va
rclati\'as a serviços. Em 1932, o decreto n. 21.390, de 11 dc maío, instituí a
ciona um aumento duradouro e mensu
lorizam.
Os bens móveis podem benc-
ficiar-se de um aumento de serventia, em razão das obras públicas, mas tal ocorrerá por se encontrarem cm imóveis
"taxa e.special dc benefício", facultando sua adoção pelos Estados o Municípios.
mos é que efetivamente
que passa o instituto a ter consagração constitucional, cm dispositivo incluído
por elas valorizados. .Apenas êstes xiltise valoriziun,
a qualquer tempo, do campo dc influên cia vulorizantc da obra pública. O que eventualmente c.xplicará sua maior utili
dade será a valorizíição obtida pelo imó vel em que sc encontre, não propria mente, ou diretamente, a obra pública
valorizjmto daquele imóvel. Da exposta conccituação ressaltam as condições para que se aplique a contri buição de melhoria :
Só cm 1934, com a nova Constituição, é
no capítulo "Da ordem econômica e social" (artigo 124). Com èsso fundamento jurídico o ins
tituiu especialmente o Estado de São Paulo, em 1936. A lei paulista n. 2.509,
de 2 de janeiro, condensando os princí pios teóricos relativos ao tributo, teve larga influência na sua conccituação em
nosso país e inspirou ainda algumas ou- Jj^Ê trás leis locais, como a do Município de São Paulo, do mesmo ano.
A Constituição de 1937 nada dispôs a
a) — produção de uma valorização de determinado imóvel;
h) — ser essa valorização decorrente de obra públiea.
tuição de toda a valorização imerecida, 10 — A contribuição de melhoria en
respeito do tributo. A de 1946, entre
tanto, o restabeleceu expressamente, já
agora enquadrando-o no capitulo finan
ceiro, como recurso fiscal, ao lado dos impostos, taxas e outras rendas (ar
tigo 30).
sem se preocupar com sua origem ou causa; a contribuição de melhoria so
contra seus primitivos vestígios no Direi
restringe àquelas valorizações mais men
to Romano. Em 1250 é instituído o tri
ca da utilizixção efetiva do instituto, e
buto na Inglaterra, para financiamento das obras dc reparação dos diques do pântano de Rennoy, sendo ainda utiliza do cm outras obras públicas, especial
nesse sentido promulgou o Govêrno Fe deral a lei n. 854, de 10 de outubro dc
mente por ocasião da reedificação de
Constituição", estabelecendo as normas
regulamentação sôbre a matéria. Êsse diploma, que se inspirou fundamental
serviços públicos, porque, consoante o
Londres, em 1667, após o grande incên dio de que foi vítima. Assinala-se, após, certo desuso na In glaterra, e o tributo passa a se expandir
boa doutrina, só as obras ó que justifi cam a imposição. Os serviços podem
cançou grande importância, a ponto de
suráveis, mais comprováveis,
decorren
tes, apenas, da ação direta do Estado. Podemos, assim, definir a contribuição de melhoria como sendo o tributo exigi
do dos proprietários em retribuição do valorização produzida aos seus imóveis por obras públicas. O conceito se res
(9) — BILAC PINTO — "Contribuição
.soal, enquanto se c-.\orcem, mas a obra
pois os bens mó\'cis podem ser retirados,
lorização que não tinha sido fruto do esfôrço direto ou
ta.\as dc ser\-iço, como às vezes se diz.
tringe às "obras públicas", excluindo os
vivamente nos Estados Unidos, onde al
Renovam-se assim as cogitações acer
1949, que "dispõe sôbre a contribuição de melhoria, prevista no artigo 30 da
gerais a que pretende sujeitar qualquer mente na citada lei paulista, enumera os
melhoramentos justificadores da impo
sição (artigo 1), fbca o processo de seu
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Digesto Econômico
83
justificar a cobrança de taxas comuns,
De
ciais, reduzidas, c-in alguns bigarovS. Na
origem inglesa, nasceu sob a inspiração
Itália o intitulam "íncrcnu-ntn iincritla-
das doutrinas sociais e econômicas que,
to" ou "incremento guaclagnato"; na
Êles proporcionam nma utilidade pcs-
no século XIX, procuraram combater o enriquecimento de ociosos latifundiários
França, "plu.s-value non gaignée". No Brasil inspirou o impòsto sôbre lucros na
pública é que permaucce, é que propor
britânicos. Êstes, em número de 1.500 mais ou menos, retinham o domínio de
venda de imóveis, in.stituído cm 19-16
do como o "uncaraed íncrement".
mais de metade do território da Inglater
(decreto-lei 9.330, dc 10 cie junho). E', como se vê, um instituto de ori
utilização mais democrática e eficiente
gem social, tendo,■entretanto, em prin cipio, apreciável efeito financeiro, em condições que justificariam uma utili
da mesma, facilitou a construção de uma doutrina que recomendava a resti
zação mais franca c sistemática por píirte da administração pública.
ra. A necessidade de dar à terra seu ver-,
dadeiro destino social, permitindo uma
tuição à Sociedade, através do Estado,
da valorização imerecida, isto é, da va
V — Contribuição de melhoria
indireto
do
9 — Dentre os processos rccupc-
ratórios dc valoriziição produzida
proprietário. Dessa forma se for
çava o melhor aproveitamento da
por realizações estatais determina
terra; e se impedia, ainda, o in
das, SC destaca a conhecida "con tribuição de melhoria". Tanto
justo enriquecimento por inação c aproveitamento do esfôrço alheio (9).
neste instituto como no "unear
STUART-MILL foi quem deu corpo^ ao instituto do "unearned increment', justificando uma tributação co brada sobre essa valorização imerecida, com o propósito de absorvê-la total ou
parcialmente. Destarte, corrigindo a in justiça, estava ainda o Estado obtendo substanciais recursos financeiros.
A doutrina, inegâvelmente justa, era, entretanto, de difícil aplicação. A Ale manha foi o primeiro país a adotar o princípio. Em 1910 o instituiu a própria Inglaterra, mas interferências políticas, as próprias dificuldades do sistema e,
principalmente, a complexidade do pro cesso adotado, conduziram-no a um fra
casso geral, proclamado em 1919 (10). O sistema tem logrado aplicações par-
ned Íncrement", se procura recu
perar uma valorização "imereci da"; neste último caso, porem, a valori zação resulta do progresso social, ou se
ja, do esforço indistinto da sociedade, ao passo que na melhoria cia resulta do trabalho do Poder Público.
distinção
Aí está a
entre os dois institutos.
"unearned Íncrement"
O
justifica a resti
de Melhoria", pág. 95.
.
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(10) — BARBOSA LIMA — in Diáno do Congresso Nacional" de 17-10-1946, pág. 327.
so consagrar como um instituto financei ro norte-americano.
No Brasil, o princípio de recuperação de \aloriz;ição que inspira a contribui
rável do valor dos imóveis próximos. A
ção de melhoria sc manifesta, desde muito tempo, no financiamento dos ser\iços dc pavimentação, embora com os
noção se limita também aos "imóveis",
característicos formais das taxas comuns,
porque estes é que, efetivamente, se va
rclati\'as a serviços. Em 1932, o decreto n. 21.390, de 11 dc maío, instituí a
ciona um aumento duradouro e mensu
lorizam.
Os bens móveis podem benc-
ficiar-se de um aumento de serventia, em razão das obras públicas, mas tal ocorrerá por se encontrarem cm imóveis
"taxa e.special dc benefício", facultando sua adoção pelos Estados o Municípios.
mos é que efetivamente
que passa o instituto a ter consagração constitucional, cm dispositivo incluído
por elas valorizados. .Apenas êstes xiltise valoriziun,
a qualquer tempo, do campo dc influên cia vulorizantc da obra pública. O que eventualmente c.xplicará sua maior utili
dade será a valorizíição obtida pelo imó vel em que sc encontre, não propria mente, ou diretamente, a obra pública
valorizjmto daquele imóvel. Da exposta conccituação ressaltam as condições para que se aplique a contri buição de melhoria :
Só cm 1934, com a nova Constituição, é
no capítulo "Da ordem econômica e social" (artigo 124). Com èsso fundamento jurídico o ins
tituiu especialmente o Estado de São Paulo, em 1936. A lei paulista n. 2.509,
de 2 de janeiro, condensando os princí pios teóricos relativos ao tributo, teve larga influência na sua conccituação em
nosso país e inspirou ainda algumas ou- Jj^Ê trás leis locais, como a do Município de São Paulo, do mesmo ano.
A Constituição de 1937 nada dispôs a
a) — produção de uma valorização de determinado imóvel;
h) — ser essa valorização decorrente de obra públiea.
tuição de toda a valorização imerecida, 10 — A contribuição de melhoria en
respeito do tributo. A de 1946, entre
tanto, o restabeleceu expressamente, já
agora enquadrando-o no capitulo finan
ceiro, como recurso fiscal, ao lado dos impostos, taxas e outras rendas (ar
tigo 30).
sem se preocupar com sua origem ou causa; a contribuição de melhoria so
contra seus primitivos vestígios no Direi
restringe àquelas valorizações mais men
to Romano. Em 1250 é instituído o tri
ca da utilizixção efetiva do instituto, e
buto na Inglaterra, para financiamento das obras dc reparação dos diques do pântano de Rennoy, sendo ainda utiliza do cm outras obras públicas, especial
nesse sentido promulgou o Govêrno Fe deral a lei n. 854, de 10 de outubro dc
mente por ocasião da reedificação de
Constituição", estabelecendo as normas
regulamentação sôbre a matéria. Êsse diploma, que se inspirou fundamental
serviços públicos, porque, consoante o
Londres, em 1667, após o grande incên dio de que foi vítima. Assinala-se, após, certo desuso na In glaterra, e o tributo passa a se expandir
boa doutrina, só as obras ó que justifi cam a imposição. Os serviços podem
cançou grande importância, a ponto de
suráveis, mais comprováveis,
decorren
tes, apenas, da ação direta do Estado. Podemos, assim, definir a contribuição de melhoria como sendo o tributo exigi
do dos proprietários em retribuição do valorização produzida aos seus imóveis por obras públicas. O conceito se res
(9) — BILAC PINTO — "Contribuição
.soal, enquanto se c-.\orcem, mas a obra
pois os bens mó\'cis podem ser retirados,
lorização que não tinha sido fruto do esfôrço direto ou
ta.\as dc ser\-iço, como às vezes se diz.
tringe às "obras públicas", excluindo os
vivamente nos Estados Unidos, onde al
Renovam-se assim as cogitações acer
1949, que "dispõe sôbre a contribuição de melhoria, prevista no artigo 30 da
gerais a que pretende sujeitar qualquer mente na citada lei paulista, enumera os
melhoramentos justificadores da impo
sição (artigo 1), fbca o processo de seu
i'
Dioksto
84
lançamento (artigo 3), estabelece limi tes em relação a valorizações individua lizadas (artigo 4) c adota, enfim, outras várias medidas.complementares.
11 — Ninguém poderá contestar a jus tiça da contribuição de melhoria, assim como a necessidade de se a tornar efeti va em nossa tena. É uma interessante
bir.ESTO Econômico
Eckínómico
c haveriam possívxdmente experimenta do o nu-smu fraca.s.so que ocorreu nou
de 1930, apenas cm 1936 foi instituído em São Paulo
85
c nalgun.s municípios,
tros paí.ses.
sem que, contudo, lograssem aplicação
porcionadas jicla mesma obra. O direito
Nesse èrro, imtrelanto, incidiu a nosso
efetiva as respectivas leis. Tudo isso estava a rccomruiclar cpic a reimplantação do tributo se inspirasse num espírito prático, capaz, clc reduzir
ver^o legislador brasileiro, o qual, em polgado pela doutrina mais avançada, não alentou para a própria experiência
ao mínimo as dificuldades naliiraís do
a que, em \ários paises, foi ela submeti
fonte de recursos que não se está apro
sistema. Não foi. entretanto, o que ocor
veitando, e da qual muito poderiam es perar as finanças públicas, especialmente
da. Em estudo que fizi-nios no Instituto dos Advogados (11), tixemos ocasião
exatamente a fórmula mais eoinplc.va do
as dos municípios. Tivessem os poderes
públicos possibilidade de custear, com contribuição dessa ordem, tôdas as suas
obras valorizantes do patrimônio priva do, e estariam certamente
aliviados os
reu. A lei federal promulgada consagra
do analisar com mais detalhe è.sso as pecto, apontando ainda dixer.sos oiilro.s
processamento do tributo. Essa fórmula diz respeito ao processo de lançamento, que tem sido o ponto crucial cio institu
eonstitueionalidade do x ários dispositi
to. Há, como SC sabe, dois processos básicos do lançamento: ou se procede
tados e Município.s, c.xorbilanlcs^ outros
defeitos da lei 854, dentre os quais a invos, ofcnsi\-os uns da autonomia dos Es
contribuintes gerais, isto é, tôda a cole
com base cm índices dc valoriziição .sim
da competência
tividade, a qual, através dos impostos,
plesmente presumida, corrigívcis opor
do Governo Federal.
vem arcando com o custo dessas obras.
tunamente, ou SC faz o lançamento com base na c.xata valorização, apurada em
Por outro lado, não estaríamos assistin
do à injustiça resultante do enriqueci mento de alguns proprietários, em con seqüência de obras pagas com recursos auferidos de tôda a comunidade.
Entretanto, para que se alcancem es ses resultados financeiros e económico-
sociais, é preciso que se institua o tribu
to em condições de fácil aplicação, à vis ta das naturais complexidades que o ca racterizam. Não é fácil, realmente, ava
propriatório.
Ao fixar a indenização
correspondente à área c.qíropriada, deve o juiz atender, além de outras
País, c seus efeitos
cconómico-sociais
tado \'alcr os seus direitos de recupera ção. O nosso direito consigna êsse pro
mente a imposição c, acíotado com cri
seriam dc molde a contribuir paru maior
cesso recuperatório (artigo 27 do decre
tério e moderação, satisfaz plenamente.
justiça da tributação cm geral. Mas, nos termos em que se apresenta a lei, não nos parece possível alimentar espe ranças dc generalização e progresso do instituto, fadado, ao contrário, ao mes
to-lei número 3.365, de 21 dc junho de 1941), mas a circunstância dc êle atuar •
O segundo, porém, converte cada lança mento num processo complicado, cheio de diligencias e operações, onde, por
as demais valorizações eventualmente concomitantes, e decorrentes de outros
velmente o custo da arrecadaçao. Foi bem sentindo essas circunstâncias
variados fatores, inclusive do próprio xar-se a zona de influência valorizantc
todas que os norte-americanos optaram, do uma forma geral, pelo processo sim plificado, relegando o outro, mais evo
do melhoramento, e a gradação decor
luído e completo, apenas para certas hi
um insucesso inicial, pois, facultado des
13 — Mais apreciáveis são os efeitos da compensação admitida pelo direito ex-
meiro sistema simplifica cxtraorclínària-
complexas repartições, onerando sensi
uma aceitação mais generalizada nos vá
pois SC restringem às hipóteses em que ocorra provocação dc proprietário pre judicado.
oportunidade em que faz então o Es
escoimando-se essa plus-valia de tôdas
rios países. No Brasil mesmo, já tivemos
Código Ci\il. Seus efeitos, porém, como se percebe, são e.xlrcmamcntc limitado,s,
to ressurgido em condições tão precá rias, pois seu.s resultados financeiros po deriam ser utilissimos ao progresso do
zas e contestações,
cil a aplicação do tributo, e por tais mo tivos é que não tem o mesmo obtido
vés do instituto da "compensação", pro\'isto nos artigos 1.009 c seguintes do.
avaliação regular, feita em relação a ca da um dos imóveis beneficiados. O pri
liar-se com precisão o montante da va
rente dessa influência. Todas essas cir
cunso a essa recuperação indireta, atra
circuihstuncias, à valorização propor cionada pela obra pública ao even-
lorização gerada por uma obra pública,
cunstâncias, dentre outras, tornam difí
meramente normativa
comum oferece então ao Estado o ro-
E c dc SC lamentar niie haja o institu
vêzes, são francamente aleatórios os elemento.s levados em consideração. Isso acarreta inúmeras divergências, incerte
progresso social. Difícil, também, é fi
pleiteia o Poder Público uma compensa ção correspondente às \-antagens pro
mo destino de tantas outras criações le
gislativas, que não souberam sentir as
e exige custosas c
póteses ou para administrações mais aparelhadas. Dessa forma puderam apli car o instituto e usufruir os seus saluta
res efeitos. De outro modo, porém, a despeito de tôdas as facilidades de que dispõe a progressista civilização do nor te, não teriam logrado o êxito apontado,
imposições das modestas realidades em que deveriam viver. VI — Compensação de danos
12 — A recuperação das valorizações
decorrentes da obra pública pode efeti var-se ainda através de processos indire tos. Um deles ocorre, por exemplo, quan do, ao ser demandada por prejuízos even tualmente advindos de obra pública,
lua!
remanescente
da
mesma
iírea,
apenas em relação a alguns dos que são afetados pelo plano cxpropriatório (ape nas os proprietários de áreas remanes centes) sacrifica a justiça da imposição, o explica, a nosso ver, a acentuada mo deração com que o \'em admitindo a jurisprudência. VII — Excess condcmnation
14 — Fornece, entretanto, o direito cx
propriatório, um processo mais completo o justo de absorção das \'alorizações ime
recidas. E' que, na manifestação dos po deres inerentes ao seu domínio emi
nente, costuma-se reconhecer ao Estado
o direito de cxpropriar não s5 as áreas ^
(11) — CARVALHO PINTO, C. A. — Contribuição de Melhoria — A lei fe
deral normativa", ed. 1949.
extritamente necessárias ao melhoramen-
.to, como também aquelas aue se valorizArem sensivelmente em razão do mes-
i'
Dioksto
84
lançamento (artigo 3), estabelece limi tes em relação a valorizações individua lizadas (artigo 4) c adota, enfim, outras várias medidas.complementares.
11 — Ninguém poderá contestar a jus tiça da contribuição de melhoria, assim como a necessidade de se a tornar efeti va em nossa tena. É uma interessante
bir.ESTO Econômico
Eckínómico
c haveriam possívxdmente experimenta do o nu-smu fraca.s.so que ocorreu nou
de 1930, apenas cm 1936 foi instituído em São Paulo
85
c nalgun.s municípios,
tros paí.ses.
sem que, contudo, lograssem aplicação
porcionadas jicla mesma obra. O direito
Nesse èrro, imtrelanto, incidiu a nosso
efetiva as respectivas leis. Tudo isso estava a rccomruiclar cpic a reimplantação do tributo se inspirasse num espírito prático, capaz, clc reduzir
ver^o legislador brasileiro, o qual, em polgado pela doutrina mais avançada, não alentou para a própria experiência
ao mínimo as dificuldades naliiraís do
a que, em \ários paises, foi ela submeti
fonte de recursos que não se está apro
sistema. Não foi. entretanto, o que ocor
veitando, e da qual muito poderiam es perar as finanças públicas, especialmente
da. Em estudo que fizi-nios no Instituto dos Advogados (11), tixemos ocasião
exatamente a fórmula mais eoinplc.va do
as dos municípios. Tivessem os poderes
públicos possibilidade de custear, com contribuição dessa ordem, tôdas as suas
obras valorizantes do patrimônio priva do, e estariam certamente
aliviados os
reu. A lei federal promulgada consagra
do analisar com mais detalhe è.sso as pecto, apontando ainda dixer.sos oiilro.s
processamento do tributo. Essa fórmula diz respeito ao processo de lançamento, que tem sido o ponto crucial cio institu
eonstitueionalidade do x ários dispositi
to. Há, como SC sabe, dois processos básicos do lançamento: ou se procede
tados e Município.s, c.xorbilanlcs^ outros
defeitos da lei 854, dentre os quais a invos, ofcnsi\-os uns da autonomia dos Es
contribuintes gerais, isto é, tôda a cole
com base cm índices dc valoriziição .sim
da competência
tividade, a qual, através dos impostos,
plesmente presumida, corrigívcis opor
do Governo Federal.
vem arcando com o custo dessas obras.
tunamente, ou SC faz o lançamento com base na c.xata valorização, apurada em
Por outro lado, não estaríamos assistin
do à injustiça resultante do enriqueci mento de alguns proprietários, em con seqüência de obras pagas com recursos auferidos de tôda a comunidade.
Entretanto, para que se alcancem es ses resultados financeiros e económico-
sociais, é preciso que se institua o tribu
to em condições de fácil aplicação, à vis ta das naturais complexidades que o ca racterizam. Não é fácil, realmente, ava
propriatório.
Ao fixar a indenização
correspondente à área c.qíropriada, deve o juiz atender, além de outras
País, c seus efeitos
cconómico-sociais
tado \'alcr os seus direitos de recupera ção. O nosso direito consigna êsse pro
mente a imposição c, acíotado com cri
seriam dc molde a contribuir paru maior
cesso recuperatório (artigo 27 do decre
tério e moderação, satisfaz plenamente.
justiça da tributação cm geral. Mas, nos termos em que se apresenta a lei, não nos parece possível alimentar espe ranças dc generalização e progresso do instituto, fadado, ao contrário, ao mes
to-lei número 3.365, de 21 dc junho de 1941), mas a circunstância dc êle atuar •
O segundo, porém, converte cada lança mento num processo complicado, cheio de diligencias e operações, onde, por
as demais valorizações eventualmente concomitantes, e decorrentes de outros
velmente o custo da arrecadaçao. Foi bem sentindo essas circunstâncias
variados fatores, inclusive do próprio xar-se a zona de influência valorizantc
todas que os norte-americanos optaram, do uma forma geral, pelo processo sim plificado, relegando o outro, mais evo
do melhoramento, e a gradação decor
luído e completo, apenas para certas hi
um insucesso inicial, pois, facultado des
13 — Mais apreciáveis são os efeitos da compensação admitida pelo direito ex-
meiro sistema simplifica cxtraorclínària-
complexas repartições, onerando sensi
uma aceitação mais generalizada nos vá
pois SC restringem às hipóteses em que ocorra provocação dc proprietário pre judicado.
oportunidade em que faz então o Es
escoimando-se essa plus-valia de tôdas
rios países. No Brasil mesmo, já tivemos
Código Ci\il. Seus efeitos, porém, como se percebe, são e.xlrcmamcntc limitado,s,
to ressurgido em condições tão precá rias, pois seu.s resultados financeiros po deriam ser utilissimos ao progresso do
zas e contestações,
cil a aplicação do tributo, e por tais mo tivos é que não tem o mesmo obtido
vés do instituto da "compensação", pro\'isto nos artigos 1.009 c seguintes do.
avaliação regular, feita em relação a ca da um dos imóveis beneficiados. O pri
liar-se com precisão o montante da va
rente dessa influência. Todas essas cir
cunso a essa recuperação indireta, atra
circuihstuncias, à valorização propor cionada pela obra pública ao even-
lorização gerada por uma obra pública,
cunstâncias, dentre outras, tornam difí
meramente normativa
comum oferece então ao Estado o ro-
E c dc SC lamentar niie haja o institu
vêzes, são francamente aleatórios os elemento.s levados em consideração. Isso acarreta inúmeras divergências, incerte
progresso social. Difícil, também, é fi
pleiteia o Poder Público uma compensa ção correspondente às \-antagens pro
mo destino de tantas outras criações le
gislativas, que não souberam sentir as
e exige custosas c
póteses ou para administrações mais aparelhadas. Dessa forma puderam apli car o instituto e usufruir os seus saluta
res efeitos. De outro modo, porém, a despeito de tôdas as facilidades de que dispõe a progressista civilização do nor te, não teriam logrado o êxito apontado,
imposições das modestas realidades em que deveriam viver. VI — Compensação de danos
12 — A recuperação das valorizações
decorrentes da obra pública pode efeti var-se ainda através de processos indire tos. Um deles ocorre, por exemplo, quan do, ao ser demandada por prejuízos even tualmente advindos de obra pública,
lua!
remanescente
da
mesma
iírea,
apenas em relação a alguns dos que são afetados pelo plano cxpropriatório (ape nas os proprietários de áreas remanes centes) sacrifica a justiça da imposição, o explica, a nosso ver, a acentuada mo deração com que o \'em admitindo a jurisprudência. VII — Excess condcmnation
14 — Fornece, entretanto, o direito cx
propriatório, um processo mais completo o justo de absorção das \'alorizações ime
recidas. E' que, na manifestação dos po deres inerentes ao seu domínio emi
nente, costuma-se reconhecer ao Estado
o direito de cxpropriar não s5 as áreas ^
(11) — CARVALHO PINTO, C. A. — Contribuição de Melhoria — A lei fe
deral normativa", ed. 1949.
extritamente necessárias ao melhoramen-
.to, como também aquelas aue se valorizArem sensivelmente em razão do mes-
DiGKSTO Econômico 86
mo. Nessa hipótese, paga o Estado ao particular o justo valor de sua proprie dade antes da obra valorizante, e, ven
dendo-a posteriormente, recupera, no
preço acrescido, a valorização decorren te do melhoramento. E' a chamada ex-
propriação por zona, ou marginal, a excess condemnation" dos ingleses. E', como se vê, também um processo
marginal so sujeita o Estado a uin xoiltoso investimento, a ser posteriormente
reembolsado c acrescido do alinejado valor da melhoria produzida pela obra. Na contribuição cic melhoria, poupq-so o Estado aos riscos dessa revenda futu
ra e aos ônus da compra marginal, pois a valorização é recuperada pela simples
imposição fiscal, traduzida mentos da taxa.
encontra grandes dificuldades financei
tui a expropriação por zona um institu to de incontestável justiça e de inegá
bilização dos mesmos.
O sistema é originário da França, e
tem tido adoção esparsa, em vários paí ses.
Na legislação brasileira vem ex
pressamente consagrado pelo artigo 4."
do decreto-lei n. 3.365, de 1941, que dispõe sobre a desapropriação por utili
dade pública. Anteriormente a essa. lei, conquanto opiniões houvesse que a jul gavam compatível com os princípios do direito expropriatório então vigente,
Aplicado com extensão capaz de não produzir iníquas desigualdades, consti
que reclama podem ser em grande par
insólita para os seus leitores.
cedente do México, noticiando haver o
te obviadas por um plano bom estudado
mento da casa, vinha falar mais uma vez
à ausência das normas democráticas cm
riam uma melhor compreensão entre os
segundo artigo de uma série que pros seguiria com críticas ao sufrágio univer sal o outros tabus (sic), dirigidas por vezes com boa pontaria.
ainda nas
nossos podcres constituídos o os institu
tos de previdência social, no sentido de mais estreita colaboração financeira, que
a todos só poderia beneficiar.
16 — A extensão já atingida por .êste trabalhonão nospermitc uma análise mais da súmula feita, entretanto, já nos pa
rece suficiente para assinalar o elevado interêsse com que a deveriam encarar
ao comum, habitual, ordinário.
do Estado, ao passo que esta constitui
social, como ainda pelo seu apreciável alcance financeiro, propiciando a recu
peração dos recursos auferidos pelo Es tado com sacrifício de tôda a comunhão
social, e cuja aplicação, no entanto, ^
uma nítida imposição tributána. Seus
alguns de seus membros especialmente
são também diversos. Na expropnaçab
valorizações imerecidas.
aspectos práticos e efeitos financeiros,
presidente da Organização dos Estados
nal, de lui muito integrado no pensa da ilusão democrática no Brasil. Era o
dívida pública, sem falar
política de reajustamento econômico o
tui manifestação do domimo emmente
Assíduo colaborador do referido jor
grandes possibilidades que proporciona
o sincrònico de emissão de títulos da
extraordinário, isto é, superior
o nrocesso não se confunde com a
seguinte subtítulo: "A "ilusão democrá
Americanos, Embaixador Luis Quintanilla, precisado "que suas recentes alusões
os nossos estadistas, não só como fonte de instrumentos utilíssimos a uma sadia
contribuição dc melhoria, porque consti
e cntrelínhado, ao qual o redator deu o
derivadas das imobilízaçõcs financeiras
extensa e detalhada da matéria. A rápi
pública;
indicavam com clareza a decisão do elei
artigo. E no mesmo número, à mesma
página, publicava o matutino em ques tão um telegrama inserido com destaque tica" em certos países da América Lati na". Tratava-se duma comunicação pro
15 — Em face do preceito legal ora vi
I)] — o aumento de valor deve ser
LOUNS dias depois do pleito de 3 dc outubro, quando as apurações já
cracia liberal, usava .de uma linguagem
VIII — Conclusões
reta e imediatamente da obra
ta do Direito. Autor de "O Positivismo Jurídico e o Direito Natural" c "Conceito e natureza da sociedade política")
vel interesse financeiro. As dificuldades
diverso.
a) - a valorização deve resultar di
J. P. Galyão de Sousa (Professor de Teoria Geral do Estado na Faculdade Paulis
torado, surpreendente para muitos, um matutino paulista, que sempre se vanglo riou dc ser o porta-bandeira da demo
orientou-se a jurisprudência em sentido
gente, duas são as condições para a expropriação marginal:
\T(IALI«ADE BIMSILEIRA E MIVDIAL
nos lança
de recuperação de valorizações, de maior simplicidade administrativa do que a contribuição de melhoria, mas que ras para adoção generalizada, por exi gir extensos capitais e prolongada imo-
di;mocu\cii\ poiític/i e eco\Omic/i k\
enriquece
sob a forma das chamadas
Para um leitor do Joseph de Maistre
ou Charles Maurras, por exemplo, o ar ticulista não dizia nada de novo.
Mas
para aqueles cujas idéias políticas se ti vessem haurido nas colunas do órgão em apreço, a surpresa talvez fosse maior do que o resultado das eleições. Assim é que, tomando a clássica ex
pressão de Lincoln — "governo do po
alguns países dizem respeito unicamen te á América Latina". Em discurso pro
nunciado no Congresso anual das Fa culdades de No\'a York, afirmara o Em-
bai.vador Quintanilla que a democracia continental atualmente é uma ilusão,
mencionando uma lista de trinta "peca
do.':" contra a justiça social, a liberdade individual, ou a forma representativa de governo, "pecados esses cometidos, em
maior ou menor intensidade, por tôdas as 21 Repúblicas da América Latina".
Volta, pois, a democracia para a ber
vo, pelo povo e para o povo" , — como
linda, tal como antes da guerra, quando
definição da democracia, afirmava o
estava na moda responsabilizá-la por to
ilustre jornalista: "Essa é uma das tais
dos os males do muiido. Depois da bre ve e intensa euforia democrática que se
fórmulas sonoras, que vão sendo repeti das pela música e equilíbrio das palíívras, mas que na essência se reduzem a palavras e nada mais. Não tem substân cia. Com essa definição nebulosa e im
precisa se justificam todas as interpreta ções antagônicas e incompatíveis do vo
seguiu à vitória das Nações Unidas so bro o "eixo", e enquanto as duas mais poderosas dessas nações se defrontam na tremenda expectativa de um novo con flito, há homens que começam a cair em
cábulo democracia" (1). "A ilusão democrática" era o título do
(1) — V. Cy, A UusSo democrática, in O Estado de S. Paulo, 19-X-1950.
DiGKSTO Econômico 86
mo. Nessa hipótese, paga o Estado ao particular o justo valor de sua proprie dade antes da obra valorizante, e, ven
dendo-a posteriormente, recupera, no
preço acrescido, a valorização decorren te do melhoramento. E' a chamada ex-
propriação por zona, ou marginal, a excess condemnation" dos ingleses. E', como se vê, também um processo
marginal so sujeita o Estado a uin xoiltoso investimento, a ser posteriormente
reembolsado c acrescido do alinejado valor da melhoria produzida pela obra. Na contribuição cic melhoria, poupq-so o Estado aos riscos dessa revenda futu
ra e aos ônus da compra marginal, pois a valorização é recuperada pela simples
imposição fiscal, traduzida mentos da taxa.
encontra grandes dificuldades financei
tui a expropriação por zona um institu to de incontestável justiça e de inegá
bilização dos mesmos.
O sistema é originário da França, e
tem tido adoção esparsa, em vários paí ses.
Na legislação brasileira vem ex
pressamente consagrado pelo artigo 4."
do decreto-lei n. 3.365, de 1941, que dispõe sobre a desapropriação por utili
dade pública. Anteriormente a essa. lei, conquanto opiniões houvesse que a jul gavam compatível com os princípios do direito expropriatório então vigente,
Aplicado com extensão capaz de não produzir iníquas desigualdades, consti
que reclama podem ser em grande par
insólita para os seus leitores.
cedente do México, noticiando haver o
te obviadas por um plano bom estudado
mento da casa, vinha falar mais uma vez
à ausência das normas democráticas cm
riam uma melhor compreensão entre os
segundo artigo de uma série que pros seguiria com críticas ao sufrágio univer sal o outros tabus (sic), dirigidas por vezes com boa pontaria.
ainda nas
nossos podcres constituídos o os institu
tos de previdência social, no sentido de mais estreita colaboração financeira, que
a todos só poderia beneficiar.
16 — A extensão já atingida por .êste trabalhonão nospermitc uma análise mais da súmula feita, entretanto, já nos pa
rece suficiente para assinalar o elevado interêsse com que a deveriam encarar
ao comum, habitual, ordinário.
do Estado, ao passo que esta constitui
social, como ainda pelo seu apreciável alcance financeiro, propiciando a recu
peração dos recursos auferidos pelo Es tado com sacrifício de tôda a comunhão
social, e cuja aplicação, no entanto, ^
uma nítida imposição tributána. Seus
alguns de seus membros especialmente
são também diversos. Na expropnaçab
valorizações imerecidas.
aspectos práticos e efeitos financeiros,
presidente da Organização dos Estados
nal, de lui muito integrado no pensa da ilusão democrática no Brasil. Era o
dívida pública, sem falar
política de reajustamento econômico o
tui manifestação do domimo emmente
Assíduo colaborador do referido jor
grandes possibilidades que proporciona
o sincrònico de emissão de títulos da
extraordinário, isto é, superior
o nrocesso não se confunde com a
seguinte subtítulo: "A "ilusão democrá
Americanos, Embaixador Luis Quintanilla, precisado "que suas recentes alusões
os nossos estadistas, não só como fonte de instrumentos utilíssimos a uma sadia
contribuição dc melhoria, porque consti
e cntrelínhado, ao qual o redator deu o
derivadas das imobilízaçõcs financeiras
extensa e detalhada da matéria. A rápi
pública;
indicavam com clareza a decisão do elei
artigo. E no mesmo número, à mesma
página, publicava o matutino em ques tão um telegrama inserido com destaque tica" em certos países da América Lati na". Tratava-se duma comunicação pro
15 — Em face do preceito legal ora vi
I)] — o aumento de valor deve ser
LOUNS dias depois do pleito de 3 dc outubro, quando as apurações já
cracia liberal, usava .de uma linguagem
VIII — Conclusões
reta e imediatamente da obra
ta do Direito. Autor de "O Positivismo Jurídico e o Direito Natural" c "Conceito e natureza da sociedade política")
vel interesse financeiro. As dificuldades
diverso.
a) - a valorização deve resultar di
J. P. Galyão de Sousa (Professor de Teoria Geral do Estado na Faculdade Paulis
torado, surpreendente para muitos, um matutino paulista, que sempre se vanglo riou dc ser o porta-bandeira da demo
orientou-se a jurisprudência em sentido
gente, duas são as condições para a expropriação marginal:
\T(IALI«ADE BIMSILEIRA E MIVDIAL
nos lança
de recuperação de valorizações, de maior simplicidade administrativa do que a contribuição de melhoria, mas que ras para adoção generalizada, por exi gir extensos capitais e prolongada imo-
di;mocu\cii\ poiític/i e eco\Omic/i k\
enriquece
sob a forma das chamadas
Para um leitor do Joseph de Maistre
ou Charles Maurras, por exemplo, o ar ticulista não dizia nada de novo.
Mas
para aqueles cujas idéias políticas se ti vessem haurido nas colunas do órgão em apreço, a surpresa talvez fosse maior do que o resultado das eleições. Assim é que, tomando a clássica ex
pressão de Lincoln — "governo do po
alguns países dizem respeito unicamen te á América Latina". Em discurso pro
nunciado no Congresso anual das Fa culdades de No\'a York, afirmara o Em-
bai.vador Quintanilla que a democracia continental atualmente é uma ilusão,
mencionando uma lista de trinta "peca
do.':" contra a justiça social, a liberdade individual, ou a forma representativa de governo, "pecados esses cometidos, em
maior ou menor intensidade, por tôdas as 21 Repúblicas da América Latina".
Volta, pois, a democracia para a ber
vo, pelo povo e para o povo" , — como
linda, tal como antes da guerra, quando
definição da democracia, afirmava o
estava na moda responsabilizá-la por to
ilustre jornalista: "Essa é uma das tais
dos os males do muiido. Depois da bre ve e intensa euforia democrática que se
fórmulas sonoras, que vão sendo repeti das pela música e equilíbrio das palíívras, mas que na essência se reduzem a palavras e nada mais. Não tem substân cia. Com essa definição nebulosa e im
precisa se justificam todas as interpreta ções antagônicas e incompatíveis do vo
seguiu à vitória das Nações Unidas so bro o "eixo", e enquanto as duas mais poderosas dessas nações se defrontam na tremenda expectativa de um novo con flito, há homens que começam a cair em
cábulo democracia" (1). "A ilusão democrática" era o título do
(1) — V. Cy, A UusSo democrática, in O Estado de S. Paulo, 19-X-1950.
Digrsto Econóníic.o
do das clcnçõcs, continuariam.a lhe diri
Dicvstí»
Econômico
89
si mesmos. Fracassaram querendo apli
se transformou. Pelo contrário, as na
car, cm condições históricas tão di\or-
meramente acidentai, d<- mais ou de me
cionalizações sistemáticas, os planos Be-
sas, a democracia anglo-saxònica. Não
quais soem tirar proveito.
como a <iucrcni, fica-lhes nmito mais co-
zador que muito pouco se compadece
O fenômeno entre nós representa um novo capítulo da Ilusão Americana de
inodo dizer fpie o po\«> brasileiro nao
foram capazes dc instituir um rcgimem democrático que lhes servisse. E a responsabilidade por èssc estado
veridgc, a política trabalhista, começa ram a imprimir na \ ida pública daque
com o fim de manter certas ilusões das
nos nas nrna.s. ^ Diante dos sucessivos fracassos, no Brasil, da di mocracia, tal
dc coisas está muito longe de caber ao
com os ideais da democracia clássica.
nunciada em seu tempo por Eduardo
praticá-la do que confessar as falhas in
si, esfregam os olhos c passam a enxer
gar melhor através das muitas cortinas de fumaça, que os forjadores da opinião
pública mundial espalham pelos ares,
gir cncòrnios,
tudo pí)r uma <iucslão
está con\'cnicntenicntc
ctlucado
para
Prado. Mas longe está de se restringir
trínsecas do rcgimem por cies preconi-
ao Brasil e à América.
zíido.
Nem devemos
pensar que à falta de amadurecimento
Eazcin lembrar atpièles apologistas da
povo, à massa ignara. Recai toda sòbvc as elites dirigentes, siôbro os bacharéis do mentalidade excessivamente formalis-
le país um cunho socializante o centrali
Aí estão os veementes discursos de
Winston Churchill para comprová-lo. Que significa êssc encaminhamento da
ta, sobre os homens públicos iludidos por "fórmulas sonoras e sem subs
Inglaterra para o totalitarismo, após a vitória sobre os Estados totalitários ? Tal
dos nossos povos é que se deve o malo
Constituição de 1891. (pie às acusações
tancia".
gro da democracia neste continente.
de quantos consideravam a primeira Lei Magna republicana inaclcc[uacla ao nos
fracassos democráticos na América Lati
tóricos" em face do reginiem inaugura
so meio, respondiam ser (itima a Consti tuição, só faltando aplicar-se. Não per
na, e por viverem os nossos povos a osci
é a grande interrogação plantada ante os espectadores atônitos pelo ex-Primei ro Ministro, a quem coube a glória de dirigir o formicIá\'cI esforço de guerra dos seus compatriotas.
do a 15 de novembro de 1889.
cebiam que aí estava c.xatanicntc tuna de
lar pcrpètuamcnto entro a demagogia c
"Não era esta a república dos meus sonhos 1..
viviam a lamentar os "his
"Não é esta a
suas maiores fa-
democracia pela
Ihas: era inexe-
qual lutamos..." dizem os desen
quívcl, no Bra
Eis aí os \crdadciros culpados pelos
o caudilinsmo. A crise das democracias
Era o tema cm voga antes da última
cantados de ho
sil. O argumen to de defesa
je. Mas quase
trnnsfonnava - se
Volta a ser o tema dos nossos dias.
sempre
numa arma da-
E não somente no Brasil e na América
conse-
guem escapar pela tangente. Como aquôle escritor que, fracassando nas suas ex
periências da lavoura, atirava toda a
culpa sobre as costas do pobre Jeca Ta tu, assim estes desiludidos da democra
cia se põem a deblaterar contra o povo brasileiro, segundo êles ignorante, atra sado, boçal e causador dos desastres
oriundos não de um rcgimem em si mesmo excelente, mas da incapacidade
dos que devem aplicá-lo. E' vêzo muito nosso, isso de estarmos
da ao adversário.
Agora, estes apregoam as excelências do um rcgimem para o qual dizem não 'estar o povo brasileiro suficientemente amadurecido. E quando, afinal, procu
raremos não fórmulas políticas ideal mente perfeitas ou muito boas para po vos adrede preparados, mas instituições que na realidade nos convonliam ? A democracia está sendo um cquÍNOco entre os povos da América Latina-
Daí as queixas do Embaixador Quinta-
continuamente a nos diminuir perante o
nilla. E não ó de boje tal situação. Da
estrangeiro e perante nós mesmos. Nada
ta dos primeiros tempos da existência
do estranhar, pois, que venham dizer : - "Não estamos preparados. Somos um povo de analfabetos...
dos nossos povos como nações indepen
Assim não precisam dar a mão a pal matória muitos dos atuais críticos da de
mocracia que ainda ontem a louvavam, e aliás, se outro tivesse sido o resulta-
dentes, nascidas ao sopro das idiéias re volucionárias e cosmopolitas da época do iluminismo, com olhos postos nas ins
tituições da primeira lepiiblica america na. Ató hoje os povos da Antévica Lati na politicamente não se encontraram U
Mas, afinal, Churchill é um orador da
oposição conservadora procurando de
guerra mundial.
Latina I
No outono dc 1940, ao regressar dc Londre.s para oj Estados Unidos, o ex-
Embaixador Konncdy, em sensacional entrevista, declarava: Democracij is fi-
nished in England / (2) Provàvelmenlc, o conhecido diploma ta so manifestava cm tais termos .sob in
molir a política do Partido Trabalhista.
A quem assim alegar, para pôr em dú vida a imparcialidade
das apreciações
feitas pelo prestigioso líder, que não tem
poupado invectivas contra os solapadores da xãtória, talvez mereça mais cré
dito o depoimento sereno de um ilustre
professor c economista, que já em 1944 denunciava o grande perigo com o qual teriam dc se defrontar as democracias
no após-guerra. Trata-se de Fricdrich A. Hayek, professor dc Economia, Polí tica na Universidade de Viena, testemu
nha ocular do surto e expansão do na
fluencia do que lhe fora dado observar na Inglaterra em pleno esforço de mo bilização total, para poder enfrentar as
zismo, e posteriormente radicado na In glaterra, onde se achava desde 1931,
contingências da guerra. Entretanto, passadas aquelas circuns
nho da Servidão", nós (3).
tâncias excepcionais, cessados os moti vos determinantes de uma direção ab
sorvente da vida nacional pelo Estado, O aspecto da democracia britânica não (2) — o fato é relatado por HAROLD LASKY, Refleclions on lhe Revoluüon of Our Time, Tlie Viking Press, Ncw York. 1943, p. 366.
quando escreveu o seu livro "O Cami traduzido
entre
O professor Hayck antecipara-se ao
parlamentar Churchill levantando esta questão: "Estarão as democracias a mar(3) — FRIEDRICH A. HAYEK, The Road to Serfdom, University of Chica
go Press.
A tradução portuguêsa foi
editada pela Livraria do Globo, de Por to Alegre,
Digrsto Econóníic.o
do das clcnçõcs, continuariam.a lhe diri
Dicvstí»
Econômico
89
si mesmos. Fracassaram querendo apli
se transformou. Pelo contrário, as na
car, cm condições históricas tão di\or-
meramente acidentai, d<- mais ou de me
cionalizações sistemáticas, os planos Be-
sas, a democracia anglo-saxònica. Não
quais soem tirar proveito.
como a <iucrcni, fica-lhes nmito mais co-
zador que muito pouco se compadece
O fenômeno entre nós representa um novo capítulo da Ilusão Americana de
inodo dizer fpie o po\«> brasileiro nao
foram capazes dc instituir um rcgimem democrático que lhes servisse. E a responsabilidade por èssc estado
veridgc, a política trabalhista, começa ram a imprimir na \ ida pública daque
com o fim de manter certas ilusões das
nos nas nrna.s. ^ Diante dos sucessivos fracassos, no Brasil, da di mocracia, tal
dc coisas está muito longe de caber ao
com os ideais da democracia clássica.
nunciada em seu tempo por Eduardo
praticá-la do que confessar as falhas in
si, esfregam os olhos c passam a enxer
gar melhor através das muitas cortinas de fumaça, que os forjadores da opinião
pública mundial espalham pelos ares,
gir cncòrnios,
tudo pí)r uma <iucslão
está con\'cnicntenicntc
ctlucado
para
Prado. Mas longe está de se restringir
trínsecas do rcgimem por cies preconi-
ao Brasil e à América.
zíido.
Nem devemos
pensar que à falta de amadurecimento
Eazcin lembrar atpièles apologistas da
povo, à massa ignara. Recai toda sòbvc as elites dirigentes, siôbro os bacharéis do mentalidade excessivamente formalis-
le país um cunho socializante o centrali
Aí estão os veementes discursos de
Winston Churchill para comprová-lo. Que significa êssc encaminhamento da
ta, sobre os homens públicos iludidos por "fórmulas sonoras e sem subs
Inglaterra para o totalitarismo, após a vitória sobre os Estados totalitários ? Tal
dos nossos povos é que se deve o malo
Constituição de 1891. (pie às acusações
tancia".
gro da democracia neste continente.
de quantos consideravam a primeira Lei Magna republicana inaclcc[uacla ao nos
fracassos democráticos na América Lati
tóricos" em face do reginiem inaugura
so meio, respondiam ser (itima a Consti tuição, só faltando aplicar-se. Não per
na, e por viverem os nossos povos a osci
é a grande interrogação plantada ante os espectadores atônitos pelo ex-Primei ro Ministro, a quem coube a glória de dirigir o formicIá\'cI esforço de guerra dos seus compatriotas.
do a 15 de novembro de 1889.
cebiam que aí estava c.xatanicntc tuna de
lar pcrpètuamcnto entro a demagogia c
"Não era esta a república dos meus sonhos 1..
viviam a lamentar os "his
"Não é esta a
suas maiores fa-
democracia pela
Ihas: era inexe-
qual lutamos..." dizem os desen
quívcl, no Bra
Eis aí os \crdadciros culpados pelos
o caudilinsmo. A crise das democracias
Era o tema cm voga antes da última
cantados de ho
sil. O argumen to de defesa
je. Mas quase
trnnsfonnava - se
Volta a ser o tema dos nossos dias.
sempre
numa arma da-
E não somente no Brasil e na América
conse-
guem escapar pela tangente. Como aquôle escritor que, fracassando nas suas ex
periências da lavoura, atirava toda a
culpa sobre as costas do pobre Jeca Ta tu, assim estes desiludidos da democra
cia se põem a deblaterar contra o povo brasileiro, segundo êles ignorante, atra sado, boçal e causador dos desastres
oriundos não de um rcgimem em si mesmo excelente, mas da incapacidade
dos que devem aplicá-lo. E' vêzo muito nosso, isso de estarmos
da ao adversário.
Agora, estes apregoam as excelências do um rcgimem para o qual dizem não 'estar o povo brasileiro suficientemente amadurecido. E quando, afinal, procu
raremos não fórmulas políticas ideal mente perfeitas ou muito boas para po vos adrede preparados, mas instituições que na realidade nos convonliam ? A democracia está sendo um cquÍNOco entre os povos da América Latina-
Daí as queixas do Embaixador Quinta-
continuamente a nos diminuir perante o
nilla. E não ó de boje tal situação. Da
estrangeiro e perante nós mesmos. Nada
ta dos primeiros tempos da existência
do estranhar, pois, que venham dizer : - "Não estamos preparados. Somos um povo de analfabetos...
dos nossos povos como nações indepen
Assim não precisam dar a mão a pal matória muitos dos atuais críticos da de
mocracia que ainda ontem a louvavam, e aliás, se outro tivesse sido o resulta-
dentes, nascidas ao sopro das idiéias re volucionárias e cosmopolitas da época do iluminismo, com olhos postos nas ins
tituições da primeira lepiiblica america na. Ató hoje os povos da Antévica Lati na politicamente não se encontraram U
Mas, afinal, Churchill é um orador da
oposição conservadora procurando de
guerra mundial.
Latina I
No outono dc 1940, ao regressar dc Londre.s para oj Estados Unidos, o ex-
Embaixador Konncdy, em sensacional entrevista, declarava: Democracij is fi-
nished in England / (2) Provàvelmenlc, o conhecido diploma ta so manifestava cm tais termos .sob in
molir a política do Partido Trabalhista.
A quem assim alegar, para pôr em dú vida a imparcialidade
das apreciações
feitas pelo prestigioso líder, que não tem
poupado invectivas contra os solapadores da xãtória, talvez mereça mais cré
dito o depoimento sereno de um ilustre
professor c economista, que já em 1944 denunciava o grande perigo com o qual teriam dc se defrontar as democracias
no após-guerra. Trata-se de Fricdrich A. Hayek, professor dc Economia, Polí tica na Universidade de Viena, testemu
nha ocular do surto e expansão do na
fluencia do que lhe fora dado observar na Inglaterra em pleno esforço de mo bilização total, para poder enfrentar as
zismo, e posteriormente radicado na In glaterra, onde se achava desde 1931,
contingências da guerra. Entretanto, passadas aquelas circuns
nho da Servidão", nós (3).
tâncias excepcionais, cessados os moti vos determinantes de uma direção ab
sorvente da vida nacional pelo Estado, O aspecto da democracia britânica não (2) — o fato é relatado por HAROLD LASKY, Refleclions on lhe Revoluüon of Our Time, Tlie Viking Press, Ncw York. 1943, p. 366.
quando escreveu o seu livro "O Cami traduzido
entre
O professor Hayck antecipara-se ao
parlamentar Churchill levantando esta questão: "Estarão as democracias a mar(3) — FRIEDRICH A. HAYEK, The Road to Serfdom, University of Chica
go Press.
A tradução portuguêsa foi
editada pela Livraria do Globo, de Por to Alegre,
t"v .■
Eííonómico
Dici-:sTo ECO nóniico
91
90
char inconscientemente pela estrada do totalitarismo ?"
Dirigindo-se a ingleses e americanos, o autor afirma que os povos vencedores da Alemanha estão correndo o risco de seguir os mesmos rumos da nação ven
Herança dc uma .serie clc erros acu mulados através da História c qiic politi camente culminaram com o liberalismo o o socialismo, ideologias das quais de rivam os extravíos da mundo de boje.
democracia no
cida. Nota nos Estados Unidos e na In
narquia constitucional.
Daí por diante
o rei reina c não governa. Firma-se o
governo dc gabinete,
que servirá de
modelo para os rcgimens parlamentares
doutros povos. Trata-se efeti\'amontc de \ima inovação c não de simples restau ração da antiga monarquia limitada.
polgado com a técnica da Constituição americana.
Com a Revolução Francesa fêz-se tá
bua rasa da tradição. E ôsse processo de reforma do Estado foi pôslo cm prá tica não só na França. Contaminou to
dos os países que sofreram a influência
O liberalismo e a democracia política
Apesar disso, entretanto, mantém-se uma grande continuidade na linha de evolu
dos "imortais princípios", especialmente
O regímem democrático, tal como vem sendo aplicado pelos povos ocidentais desde princípios do século XIX, pro
ção política da Inglaterra. Prende-se ainda o regimem ás instituições do sécu lo XIII, dos tempos da Magna Cluirta. Permanece inalterável o caráter costu
verificará muito de discutível em suas
cede imediata c diretamente destes três acontecimentos históricos fundamentais: a chamada Revoluç-rio Gloriosa na Ingla terra, a llcvoluç<ão Americana e a Revo
diam copiar as instituições britânicas ou norte-americanas, os políticos e juristas dêstes povos o faziam deixando de imi tar o bom-senso dos ingleses o o espírito
afirmações. Mas o que não poderá ser
lução Francesa.
glaterra de hoje uma grande semelhan. ça com a Alemanha da época que pre cedeu imediatamente ao nazismo.
As
mesmas idéias predominantes então en tro os teutos reaparecem agora entre os
políticos, economistas e técnicos em pla nejamento das democracias ocidentais. Leia-se o livro de Hayek. Logo se contestado é o fundamento das observa
ções do autor, ao demonstrar a existên
Sem dúvida, as origens remotas da democracia
moderna .se encontram na
os povos latinos. Ainda quando preten
meiro do direito inglês. A constituição continua a se desenvolver gradualmente, não o uma constituição "fabricada", pa
prático dos ianques. Pois procuravam aplicar aquelas instituições cm países
ra usar a expressão clássica de Freeman. Por sua vez, proclamada a indepen dência, os Estados Unidos seguem a li
tes dc outra índole e outra mentalidade.
dü formação histórica dh'ersa, entre gen
Espalhando-se por tôda a Europa, do minando os intelectuais das nações jo
cia de uma patente analogia entre os
revolução intelectual do século XVIII,
nha do sua formação liistóriea. Das car
vens da América, o jacobinismo revolu
processos que preparam o triunfo das
que preparou a revolução política. An
tas de colonização vindas da metrópole
tes de ser minada a ordem social, já o vinham sendo as inteligências. Basta
cionário de 1789 fi.xou as grandes linhas da ideologia liberal no século XIX.
ção federal da União há uma transição
fôrças no- ^totalitárias na Alemanha Alemanha ee os os no vos métodos de planejamento social das democracias.
analisar o papel desempenhado
pelas
às constituições estaduais e à Constitui
natural, sem rupturas violentas com o
Aí está um problema infinitamente
sociedades do pensamento, cuja atuação,
passado, sem aplicação de fórmulas ju
niais sério que o dos processos de insti-
desvendada por Angustio Cocliin, Taine ainda não conhecia quando escreveu a história da Revolução. E cumpre ir
rídicas abstratas alienígenas. E' o que
.tuíçúo dos órgãos governamentais, com respeito ao futuro das democracias. Uma crise muito mais profunda, pondo em jôgo não apenas a sobrevivência de um re-
explica, aliás, que até hoje esteja aquele país a se reger pela sua primeira consti
tuição, promulgada há quase dois sécu-
mais longo, chegar até ao protestantismo, para se encontrar a chave do verda
losl (5). xônica foi a sedimentação tradicional.
uma nova barbárie pelo rôlo compressor
deiro sentido do sistema político instau rado pelo liberalismo. A gênese, ideológica da democracia
do Estado-Leviathan (4).
moderna vem de longe. .A sua formula
gimem político, mas o próprio futuro da civilização, ameaçada de ser reduzida a
Crise pela qual tôda a estrutura da sociedade está sendo afetada, a concep
ção dos fins do Estado subvertida e até mesmo a idéia geral sobre o homem e o universo esvaziada de todo o conteúdo
moral e religioso, no mais embrutecedor dos materialismos. M)
Veja-se, a propósito, no mesmo
sentido da tese de Hayek, LUDWIG V. MISES, Le Gouvernement Omnipolení, trad. de M. De Hulster, Lib. de Médicis, Paris.
O que valeu à democracia anglo-sa. Não refletiram bem sobre isso alguns de seus grandes admiradores, que preconi
ção jurídica, porém, a sistemática dos seus princípios, a maneira de aplicá-los na organização do Estado, procede so bretudo dos reformadores da monarquia britânica, dos construtores da primeira república nâscida na América e dos de-
zavam a adoção de suas instituições em povos de tradições muito outras: na
molidores do antigo regimem na França.
(5) — Compare-se a estabilidade da Constituição norte-americana, atualizada
O parlamentarismo inglês, depois de expulsos os Stuarts, adquire definitiva mente a sua feição atual no correr do século XVIII. Â ditadura de Gromwen
c à monarquia absoluta segue-se a mo-
França, um Montesquieu; no Brasil, tun Nabuco fascinado pelo brilho do Parla mento inglês, ou um Rui Barbosa em-
A Revolução Francesa
Niera
reagir
contra o absolutismo monárquico. Subs tituiu-o, entretanto, por outro absolutis mo: o absolutismo democrático do povo soberano. Isso no domínio das idéias. E
na realidade política acentuou muito
mais a centralização do poder que os monarcas absolutos vinham promovendo, em dano dos privilégios, foros e garan tias de tôda espécie que limitavam a monarquia tradicional (6). Deu-se com o líberabsmo da Revolu
ção o mesmo que se passa hoje com as (6) — O absolutismo popular é patente no "Contrato Social" de Rousseau. Na mesma obra, de tão grande influência na
formação do liberalismo, pode-se encon trar a fundamentação ideológica do Es
tado ceníral^ador baseado numa con
pelo sistema dos amendmenls, com a ins tabilidade constitucional da América La
tina. A explicação é muito simples. Pre valece nos Estados Unidos o direito his
tórico. Nas demais repúblicas do conti nente, o direito abstrato.
cepção individualista da sociedade. Mais ainda: a imagem do Estado totalitário es
boça-se com clareza nas páginas do "Con trato Social", cuja leitura, em confronto
com os discursos de Churchill e o livro
de Hayek, projeta muita luz para com
preender o totalitarismo que se instila nas democracias de hoje.
t"v .■
Eííonómico
Dici-:sTo ECO nóniico
91
90
char inconscientemente pela estrada do totalitarismo ?"
Dirigindo-se a ingleses e americanos, o autor afirma que os povos vencedores da Alemanha estão correndo o risco de seguir os mesmos rumos da nação ven
Herança dc uma .serie clc erros acu mulados através da História c qiic politi camente culminaram com o liberalismo o o socialismo, ideologias das quais de rivam os extravíos da mundo de boje.
democracia no
cida. Nota nos Estados Unidos e na In
narquia constitucional.
Daí por diante
o rei reina c não governa. Firma-se o
governo dc gabinete,
que servirá de
modelo para os rcgimens parlamentares
doutros povos. Trata-se efeti\'amontc de \ima inovação c não de simples restau ração da antiga monarquia limitada.
polgado com a técnica da Constituição americana.
Com a Revolução Francesa fêz-se tá
bua rasa da tradição. E ôsse processo de reforma do Estado foi pôslo cm prá tica não só na França. Contaminou to
dos os países que sofreram a influência
O liberalismo e a democracia política
Apesar disso, entretanto, mantém-se uma grande continuidade na linha de evolu
dos "imortais princípios", especialmente
O regímem democrático, tal como vem sendo aplicado pelos povos ocidentais desde princípios do século XIX, pro
ção política da Inglaterra. Prende-se ainda o regimem ás instituições do sécu lo XIII, dos tempos da Magna Cluirta. Permanece inalterável o caráter costu
verificará muito de discutível em suas
cede imediata c diretamente destes três acontecimentos históricos fundamentais: a chamada Revoluç-rio Gloriosa na Ingla terra, a llcvoluç<ão Americana e a Revo
diam copiar as instituições britânicas ou norte-americanas, os políticos e juristas dêstes povos o faziam deixando de imi tar o bom-senso dos ingleses o o espírito
afirmações. Mas o que não poderá ser
lução Francesa.
glaterra de hoje uma grande semelhan. ça com a Alemanha da época que pre cedeu imediatamente ao nazismo.
As
mesmas idéias predominantes então en tro os teutos reaparecem agora entre os
políticos, economistas e técnicos em pla nejamento das democracias ocidentais. Leia-se o livro de Hayek. Logo se contestado é o fundamento das observa
ções do autor, ao demonstrar a existên
Sem dúvida, as origens remotas da democracia
moderna .se encontram na
os povos latinos. Ainda quando preten
meiro do direito inglês. A constituição continua a se desenvolver gradualmente, não o uma constituição "fabricada", pa
prático dos ianques. Pois procuravam aplicar aquelas instituições cm países
ra usar a expressão clássica de Freeman. Por sua vez, proclamada a indepen dência, os Estados Unidos seguem a li
tes dc outra índole e outra mentalidade.
dü formação histórica dh'ersa, entre gen
Espalhando-se por tôda a Europa, do minando os intelectuais das nações jo
cia de uma patente analogia entre os
revolução intelectual do século XVIII,
nha do sua formação liistóriea. Das car
vens da América, o jacobinismo revolu
processos que preparam o triunfo das
que preparou a revolução política. An
tas de colonização vindas da metrópole
tes de ser minada a ordem social, já o vinham sendo as inteligências. Basta
cionário de 1789 fi.xou as grandes linhas da ideologia liberal no século XIX.
ção federal da União há uma transição
fôrças no- ^totalitárias na Alemanha Alemanha ee os os no vos métodos de planejamento social das democracias.
analisar o papel desempenhado
pelas
às constituições estaduais e à Constitui
natural, sem rupturas violentas com o
Aí está um problema infinitamente
sociedades do pensamento, cuja atuação,
passado, sem aplicação de fórmulas ju
niais sério que o dos processos de insti-
desvendada por Angustio Cocliin, Taine ainda não conhecia quando escreveu a história da Revolução. E cumpre ir
rídicas abstratas alienígenas. E' o que
.tuíçúo dos órgãos governamentais, com respeito ao futuro das democracias. Uma crise muito mais profunda, pondo em jôgo não apenas a sobrevivência de um re-
explica, aliás, que até hoje esteja aquele país a se reger pela sua primeira consti
tuição, promulgada há quase dois sécu-
mais longo, chegar até ao protestantismo, para se encontrar a chave do verda
losl (5). xônica foi a sedimentação tradicional.
uma nova barbárie pelo rôlo compressor
deiro sentido do sistema político instau rado pelo liberalismo. A gênese, ideológica da democracia
do Estado-Leviathan (4).
moderna vem de longe. .A sua formula
gimem político, mas o próprio futuro da civilização, ameaçada de ser reduzida a
Crise pela qual tôda a estrutura da sociedade está sendo afetada, a concep
ção dos fins do Estado subvertida e até mesmo a idéia geral sobre o homem e o universo esvaziada de todo o conteúdo
moral e religioso, no mais embrutecedor dos materialismos. M)
Veja-se, a propósito, no mesmo
sentido da tese de Hayek, LUDWIG V. MISES, Le Gouvernement Omnipolení, trad. de M. De Hulster, Lib. de Médicis, Paris.
O que valeu à democracia anglo-sa. Não refletiram bem sobre isso alguns de seus grandes admiradores, que preconi
ção jurídica, porém, a sistemática dos seus princípios, a maneira de aplicá-los na organização do Estado, procede so bretudo dos reformadores da monarquia britânica, dos construtores da primeira república nâscida na América e dos de-
zavam a adoção de suas instituições em povos de tradições muito outras: na
molidores do antigo regimem na França.
(5) — Compare-se a estabilidade da Constituição norte-americana, atualizada
O parlamentarismo inglês, depois de expulsos os Stuarts, adquire definitiva mente a sua feição atual no correr do século XVIII. Â ditadura de Gromwen
c à monarquia absoluta segue-se a mo-
França, um Montesquieu; no Brasil, tun Nabuco fascinado pelo brilho do Parla mento inglês, ou um Rui Barbosa em-
A Revolução Francesa
Niera
reagir
contra o absolutismo monárquico. Subs tituiu-o, entretanto, por outro absolutis mo: o absolutismo democrático do povo soberano. Isso no domínio das idéias. E
na realidade política acentuou muito
mais a centralização do poder que os monarcas absolutos vinham promovendo, em dano dos privilégios, foros e garan tias de tôda espécie que limitavam a monarquia tradicional (6). Deu-se com o líberabsmo da Revolu
ção o mesmo que se passa hoje com as (6) — O absolutismo popular é patente no "Contrato Social" de Rousseau. Na mesma obra, de tão grande influência na
formação do liberalismo, pode-se encon trar a fundamentação ideológica do Es
tado ceníral^ador baseado numa con
pelo sistema dos amendmenls, com a ins tabilidade constitucional da América La
tina. A explicação é muito simples. Pre valece nos Estados Unidos o direito his
tórico. Nas demais repúblicas do conti nente, o direito abstrato.
cepção individualista da sociedade. Mais ainda: a imagem do Estado totalitário es
boça-se com clareza nas páginas do "Con trato Social", cuja leitura, em confronto
com os discursos de Churchill e o livro
de Hayek, projeta muita luz para com
preender o totalitarismo que se instila nas democracias de hoje.
»*wr
Dickstü
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Drr.KSTíi
Ecí).NV)>aci>
Econômico
93
democracias. Enveredam estas pelo to
tnocTUcia inspirncla iio.s princípios da Re
cias n:i atualidade está cm estruturar cs-
o conlròlc do poder econômico, que fi
talitarismo, depois de terem vencido os
volução. Mas a Liberdade abstrata. C)
Estados totalitários. Transformou-se lo
liberte! <fue de crimes on cotnmet en
•sa.s lôrças na orgânica do Estado, renun ciando definitivamente ás ficções do li
go o Estado liberal no Estado centrali zador, depois de ter combatido os abu
ton uom... dizia Madamc Roland no
beralismo.
cadafalso. Melhor o poderiam di/.cr os
Só a.ssiin a miragem ilusória de uma
cava navS mãos de um grupo de privile giados, sendo assim o antigo privilégio de sangue substituído pelo do dinheiro. Em prol da democratização do poder
sos da centralização do poder real.
operários da sociedade liberal, reduzidos
democracia abstrata deixará de provocar
A causa principal dèsse paradoxal re.sultado foi a abolição dos antigos "esta
à mísera condição do proletário moderno sob as leis protetoras da liberdade de
novas e amargas decepções.
dos" ou "ordens" sociais, das corpora ções de oficio, das autarquias regionais c
trabalho. Era esta uma arma de dois
O sncidíisnío e d democrado econômico
municipais, centros de vida social autô
noma que limitavam o poder central c mantinham o Estado num regimcm de
livro concorrência, de.s'apareeidos os or ganismos corporativos, cpic garantiam as
sado foi. como so sabe. uma decorrência
grande descentralização.
liberdades concretas do trabalhador.
cação dos princípios liberais. A libcrdad( para todos c a igualdade jurídica
Aqueles numerosos laços que uniam os rescentes não podiam subsistir ante os
postulados da Revolução. Era preciso
deixar a liberdade individual expandir-
se ao máximo. Como ensinava Rousseau, entre os indivíduos e o Estado ne
nhuma organização intermediária deve ria existir (7).
Assim a sociedade política passou a ser considerada simples soma de indiví duos reunidos pelo pacto social, e não mais, segundo a natureza das coisas e a
experiência histórica, uma reunião orgâ nica de famílias e outros agrupamentos. Poeira de indivíduos em face do poder do Estado, tal é o esquema da sociedade liberal. Daí o se transformarem as de mocracias modernas em democracias de massas, isto é, massas de "cidadãos"
anônimos e desligados de qualquer vín culo social, como se os homens vivessem
dispersos e solit.áríos. A Liberdade foi o grande ideal da de/7\ _ j J. ROUSSEAU,
Social. L. II, c. IIII:
Du Conlrat
H Imporle donc,
pour avoir bien Ténoncé de Ia volonté
générale. eru'il n'y aií pas de sociéíé partielie dans Téíaí; el que chaque ciíoyen
n'opine que d'après lui: lelle fui Tunique el sublime inslilution du grand Lycur-
gue. Rousseau, o nume tutelar das de
mocracias liberais modernas, inspirando-
se na Esparta totalitária de Licurgo !
Recompõcm-so
"Não posso conceber o que seja^.a li berdade de um desempregado america
gumes, a qual se tornaria instrumento da opressão capitalista no regimem d.i
membros das comunidades outrora flo
econômico \ inha lutar o socialismo.
(1 surto do socialismo no século pas da situação econômica criada pela apli
hoje tais organismos,
no", disse um dia Molotov (9). Nessa frase bem se reflete o critério democrático dos socialistas.
Conio os
fascistas, que Niviam a acusar a "demo cracia formal" do liberalismo, podem di zer o mesmo os partidários das "demo cracias populares" de hoje. Não lhes importa a democracia como "governo
pois ó incoercível a tendènei;i dos que
alrstratamcnte definidas nos textos cons
trabalham juntos pura se agruparem em
titucionais davam como resultado a con
pelo povo". O que almejam é realiz^ir
centração abu.si\'a do capital nas mãos
efetivamente a democracia
dc-fcsa. dos interèsse.s coimins. Países co resistiu à avalanche indi\'idualista, fo
ram por isso mesmo os que melhor en
frentaram a crise econômica e política das democracias. E um falo muito signi
ficativo na situação atual daquele po\ò
"Abandonado à chamada lei da liber
é o ocaso do Partido Liberal, o menos
dade do contrato — escreve eminente ju
rista — o operariado viu-se reduzido, nos
representativo dos grupos orgânicos na nação, grupos estes que afirmam o seu vigor nas fileiras do trabalbismo ora
dominante
ou nas hostes do pujantc
Partido Conservador. Entre nós, as for ças produtoras da Lavoura, Indústria e
Comércio procuram também atuar sobre as inconsistentes e frágeis organizações partidárias, .suprindo assim as lacunas de um sistema representativo no qual náo sü acham representados os autênticos interesses da nação. Mais persistente
parece ser a mentalidade individualista nas profissões liberais, apesar de se en
contrar entro elas o tradicional organis mo corjjoratívp da Ordem dos Advoga dos. Quanto aos sindicatos operários, a tarefa mais urgente que tem diante de si é libertarem-se da demagogia e da ex ploração política. O grande problema para as dcmocra-
como "go-
dc poucos, contrastando com a proleta- vèmo para o povo", ainda através de rização crescente. O liberalismo sacrifi uma ditadura, como preconizava Lenin cara a igualdade à liberdade. O socia " e se começou a fazer na Rússia (10). lismo não titubeou em renunciar u li A questão está em saber se a esse berdade para alcançar a igualdade. ideal de igualdade corresponde a reali
mo a Inglaterra, onde a \ ida associativa
r
dade política dos povos situados para' além da cortina de.ferro.
Não ó difícil julgar êste novo tipo de
princípios da grande indústria, a condi ções práticumento iguais às da escravi dão antiga". E na "desumana explora ção das fôvças dos operários pelos de
experiência democrática. Por mais bri-
tentores dos capitais" residiu a "causa principal da agitação socialista na Eu
gimes Politiques. Presses Universitaires
ropa" (8).
Acabar com a exploração do homem pelo homem, realizando a democracia
1
(9) — Apud M. DUVERGER, Les
de France, p. 21.
(10'» — Analisando o conceito soviético .
de democracia, N. S. Timasheff. grande conhecedor dos assuntos russos,
assim
compendia a doutrina comunista sôbre o regimcm democrático :
socialismo.
1 — Democracia é poder do povo em contraste com o da aristocracia. 2 O poder político pertence a quem
A democracia política liberal-burguesa contribuíra para acentuar as diferen
econômico pertence à minoria burguesa;
ças de classe. Convocando todos os ci
logo, a democracia é impossível na so
dadãos para participarem do poder po lítico, não fôra capaz de lhes assegurar
econômico pertence ao povo; logo, o po
econômica, eis o objetivo essencial do
possui o poder econômico.
3 — Na sociedade capitalista, o poder
ciedade capitalista.
4
Na sociedade comunista, o poder
der político pertence ao povo; logo, uma sociedade comunista é democrática pela
(8) — JOSÉ AUGUSTO CÉSAR. Sôbre
sua própria natureza. N. S. TIMASHEFF, The Soviet Con-
o projeto do Código Civil Brasileiro, em prefácio ao Ensaio sôbie os Atos Jurídi
cept o£ Democracy, in The Review of Po-
cos. Campinas. Casa Genoud, 1913. p. 18.
litics, vol. 12, 1950, n.o 4. p. 509.
»*wr
Dickstü
ôâ
Drr.KSTíi
Ecí).NV)>aci>
Econômico
93
democracias. Enveredam estas pelo to
tnocTUcia inspirncla iio.s princípios da Re
cias n:i atualidade está cm estruturar cs-
o conlròlc do poder econômico, que fi
talitarismo, depois de terem vencido os
volução. Mas a Liberdade abstrata. C)
Estados totalitários. Transformou-se lo
liberte! <fue de crimes on cotnmet en
•sa.s lôrças na orgânica do Estado, renun ciando definitivamente ás ficções do li
go o Estado liberal no Estado centrali zador, depois de ter combatido os abu
ton uom... dizia Madamc Roland no
beralismo.
cadafalso. Melhor o poderiam di/.cr os
Só a.ssiin a miragem ilusória de uma
cava navS mãos de um grupo de privile giados, sendo assim o antigo privilégio de sangue substituído pelo do dinheiro. Em prol da democratização do poder
sos da centralização do poder real.
operários da sociedade liberal, reduzidos
democracia abstrata deixará de provocar
A causa principal dèsse paradoxal re.sultado foi a abolição dos antigos "esta
à mísera condição do proletário moderno sob as leis protetoras da liberdade de
novas e amargas decepções.
dos" ou "ordens" sociais, das corpora ções de oficio, das autarquias regionais c
trabalho. Era esta uma arma de dois
O sncidíisnío e d democrado econômico
municipais, centros de vida social autô
noma que limitavam o poder central c mantinham o Estado num regimcm de
livro concorrência, de.s'apareeidos os or ganismos corporativos, cpic garantiam as
sado foi. como so sabe. uma decorrência
grande descentralização.
liberdades concretas do trabalhador.
cação dos princípios liberais. A libcrdad( para todos c a igualdade jurídica
Aqueles numerosos laços que uniam os rescentes não podiam subsistir ante os
postulados da Revolução. Era preciso
deixar a liberdade individual expandir-
se ao máximo. Como ensinava Rousseau, entre os indivíduos e o Estado ne
nhuma organização intermediária deve ria existir (7).
Assim a sociedade política passou a ser considerada simples soma de indiví duos reunidos pelo pacto social, e não mais, segundo a natureza das coisas e a
experiência histórica, uma reunião orgâ nica de famílias e outros agrupamentos. Poeira de indivíduos em face do poder do Estado, tal é o esquema da sociedade liberal. Daí o se transformarem as de mocracias modernas em democracias de massas, isto é, massas de "cidadãos"
anônimos e desligados de qualquer vín culo social, como se os homens vivessem
dispersos e solit.áríos. A Liberdade foi o grande ideal da de/7\ _ j J. ROUSSEAU,
Social. L. II, c. IIII:
Du Conlrat
H Imporle donc,
pour avoir bien Ténoncé de Ia volonté
générale. eru'il n'y aií pas de sociéíé partielie dans Téíaí; el que chaque ciíoyen
n'opine que d'après lui: lelle fui Tunique el sublime inslilution du grand Lycur-
gue. Rousseau, o nume tutelar das de
mocracias liberais modernas, inspirando-
se na Esparta totalitária de Licurgo !
Recompõcm-so
"Não posso conceber o que seja^.a li berdade de um desempregado america
gumes, a qual se tornaria instrumento da opressão capitalista no regimem d.i
membros das comunidades outrora flo
econômico \ inha lutar o socialismo.
(1 surto do socialismo no século pas da situação econômica criada pela apli
hoje tais organismos,
no", disse um dia Molotov (9). Nessa frase bem se reflete o critério democrático dos socialistas.
Conio os
fascistas, que Niviam a acusar a "demo cracia formal" do liberalismo, podem di zer o mesmo os partidários das "demo cracias populares" de hoje. Não lhes importa a democracia como "governo
pois ó incoercível a tendènei;i dos que
alrstratamcnte definidas nos textos cons
trabalham juntos pura se agruparem em
titucionais davam como resultado a con
pelo povo". O que almejam é realiz^ir
centração abu.si\'a do capital nas mãos
efetivamente a democracia
dc-fcsa. dos interèsse.s coimins. Países co resistiu à avalanche indi\'idualista, fo
ram por isso mesmo os que melhor en
frentaram a crise econômica e política das democracias. E um falo muito signi
ficativo na situação atual daquele po\ò
"Abandonado à chamada lei da liber
é o ocaso do Partido Liberal, o menos
dade do contrato — escreve eminente ju
rista — o operariado viu-se reduzido, nos
representativo dos grupos orgânicos na nação, grupos estes que afirmam o seu vigor nas fileiras do trabalbismo ora
dominante
ou nas hostes do pujantc
Partido Conservador. Entre nós, as for ças produtoras da Lavoura, Indústria e
Comércio procuram também atuar sobre as inconsistentes e frágeis organizações partidárias, .suprindo assim as lacunas de um sistema representativo no qual náo sü acham representados os autênticos interesses da nação. Mais persistente
parece ser a mentalidade individualista nas profissões liberais, apesar de se en
contrar entro elas o tradicional organis mo corjjoratívp da Ordem dos Advoga dos. Quanto aos sindicatos operários, a tarefa mais urgente que tem diante de si é libertarem-se da demagogia e da ex ploração política. O grande problema para as dcmocra-
como "go-
dc poucos, contrastando com a proleta- vèmo para o povo", ainda através de rização crescente. O liberalismo sacrifi uma ditadura, como preconizava Lenin cara a igualdade à liberdade. O socia " e se começou a fazer na Rússia (10). lismo não titubeou em renunciar u li A questão está em saber se a esse berdade para alcançar a igualdade. ideal de igualdade corresponde a reali
mo a Inglaterra, onde a \ ida associativa
r
dade política dos povos situados para' além da cortina de.ferro.
Não ó difícil julgar êste novo tipo de
princípios da grande indústria, a condi ções práticumento iguais às da escravi dão antiga". E na "desumana explora ção das fôvças dos operários pelos de
experiência democrática. Por mais bri-
tentores dos capitais" residiu a "causa principal da agitação socialista na Eu
gimes Politiques. Presses Universitaires
ropa" (8).
Acabar com a exploração do homem pelo homem, realizando a democracia
1
(9) — Apud M. DUVERGER, Les
de France, p. 21.
(10'» — Analisando o conceito soviético .
de democracia, N. S. Timasheff. grande conhecedor dos assuntos russos,
assim
compendia a doutrina comunista sôbre o regimcm democrático :
socialismo.
1 — Democracia é poder do povo em contraste com o da aristocracia. 2 O poder político pertence a quem
A democracia política liberal-burguesa contribuíra para acentuar as diferen
econômico pertence à minoria burguesa;
ças de classe. Convocando todos os ci
logo, a democracia é impossível na so
dadãos para participarem do poder po lítico, não fôra capaz de lhes assegurar
econômico pertence ao povo; logo, o po
econômica, eis o objetivo essencial do
possui o poder econômico.
3 — Na sociedade capitalista, o poder
ciedade capitalista.
4
Na sociedade comunista, o poder
der político pertence ao povo; logo, uma sociedade comunista é democrática pela
(8) — JOSÉ AUGUSTO CÉSAR. Sôbre
sua própria natureza. N. S. TIMASHEFF, The Soviet Con-
o projeto do Código Civil Brasileiro, em prefácio ao Ensaio sôbie os Atos Jurídi
cept o£ Democracy, in The Review of Po-
cos. Campinas. Casa Genoud, 1913. p. 18.
litics, vol. 12, 1950, n.o 4. p. 509.
Dioesto
94
Econômico
lhantes que fôssem os seus resultados, por inverídicos que devam ser conside rados os depoimentos sôbre o "inferno
socialismo vem iludir os seu.s fãs com a
vermelho" — o fato é que as concepções
socialismo são capazes de nos dar uma
igualitárias dos adeptos do comunismo
autêntica democracia.
ou de outras formas de socialismo se
chocam com as exigências fundamentais da natureza humana.
Procurara cm vão o liberalismo o
ideal de uma liberdade abstrata. E o
miragem de uma igualdade utópica. Eis por(|ue nem o liberalismo nem o
Antonio Gontijo de Carvalho
Conseguirão rcali/.ã-la o.s homens de nossos dias ?
tica natural c hi.stórica abandonados pe
las ideologias da Revolução.
Calógeras é um modêh dc cidadão. A narrativa dos qdsódios culminantes da
A FamiUa
Só se voltarem aos princípios da polí
^ALÓGERAs pertencia a untiquíssima família européia, originária, segun do Eugène Hizzo Rangabé, da ilha de
sua vida é uma lição de educação cívica. Divulgaremos em números sucessivos do nossa Revista os 18 capítulos desta bio
grafia sintética, para exemplo da juven
Chipre. O nome do Calógcras filia-se a uma
pala\ra grega, que significa "bom ve lho" ou "respeitável pela idade", nome dado pelos gregos aos monges do orien te. Pela etimologia, a sua aplicação só deveria ser feita aos monges anciãos, mas o povo estendeu a denominação aos anacorctas do Monte Atos.
Do origem católica,
existindo no
agiológio universal, no século V,
um
tude brasileira.
Conselheiro do Duque Acioli, cm Ate nas, durante a soberania efêmera da Itá lia Meridional na Atica. Mateus Caló
geras (1499) é o embaixador do Reitor de Zante em Venesia, para obter do Se nado a constituição da propriedade ter ritorial.
Após a conquista de Chipre pelos tur
São Calógero, que figura nas annas da família, com a cisão da igreja ortodoxa,
cos, em 1501, os Calógeras se refugiaram
parto continuou apostólica romana, e ou
Livro de Ouro da nobreza dessa ilha e
tra, mais numerosa,
aderiu ao credo
oriental.
Ana Comeno, na Alexícida, biografia
do pai, dá a explicação de que, tendo a família passado a residir em Bizíincio, houve alianças com os Comcnos.
Na
conquista otomana, numerosas foram as vítimas dos turcos entre os portadores do.s nomes de Calógeras. Em "História de Zantc", de Chiotis; em "História do Corfu", de Marmora;
na ilha de Creta, onde se inscreveram no
passaram a ser barões feudatários, sob a dominação veneziana.
•Ingressaram nas ordens religiosas inú meros membros da família Calógeras; outros se distinguiram pelas armas e
prestaram à República de Veneza ser viços que foram reconhecidos por di versos decretos do Senado e dos Doges.
Deixaram Creta para sé fixar em Cor fu, no ano de 1537, após o cerco de So-
em "Livre D'Or cie Ia Noblcssc lon-
limão, famílias da nobreza,
nienne", de Eugène Rizzo Rangabé; em "Genealogia delle famiglie Venete", obras de fôlego e especializadas, estão
Foram esses gregos inscritos no Livro de
inclusas as biografias dos Calógeras que se destacaram na vida pública. A primeira menção cio nome Calóge ras data de 1431: João Calógeras é o
entre as
quais o ramo principal da de Calógeras. Ouro dessa iUia em 1644, não cessando
desde então de figurar em tòdas as lis tas dos seus nobres.
Depois da conquista de Creta pelos turcos, em 1669, um outro ramo,(jue lá
Dioesto
94
Econômico
lhantes que fôssem os seus resultados, por inverídicos que devam ser conside rados os depoimentos sôbre o "inferno
socialismo vem iludir os seu.s fãs com a
vermelho" — o fato é que as concepções
socialismo são capazes de nos dar uma
igualitárias dos adeptos do comunismo
autêntica democracia.
ou de outras formas de socialismo se
chocam com as exigências fundamentais da natureza humana.
Procurara cm vão o liberalismo o
ideal de uma liberdade abstrata. E o
miragem de uma igualdade utópica. Eis por(|ue nem o liberalismo nem o
Antonio Gontijo de Carvalho
Conseguirão rcali/.ã-la o.s homens de nossos dias ?
tica natural c hi.stórica abandonados pe
las ideologias da Revolução.
Calógeras é um modêh dc cidadão. A narrativa dos qdsódios culminantes da
A FamiUa
Só se voltarem aos princípios da polí
^ALÓGERAs pertencia a untiquíssima família européia, originária, segun do Eugène Hizzo Rangabé, da ilha de
sua vida é uma lição de educação cívica. Divulgaremos em números sucessivos do nossa Revista os 18 capítulos desta bio
grafia sintética, para exemplo da juven
Chipre. O nome do Calógcras filia-se a uma
pala\ra grega, que significa "bom ve lho" ou "respeitável pela idade", nome dado pelos gregos aos monges do orien te. Pela etimologia, a sua aplicação só deveria ser feita aos monges anciãos, mas o povo estendeu a denominação aos anacorctas do Monte Atos.
Do origem católica,
existindo no
agiológio universal, no século V,
um
tude brasileira.
Conselheiro do Duque Acioli, cm Ate nas, durante a soberania efêmera da Itá lia Meridional na Atica. Mateus Caló
geras (1499) é o embaixador do Reitor de Zante em Venesia, para obter do Se nado a constituição da propriedade ter ritorial.
Após a conquista de Chipre pelos tur
São Calógero, que figura nas annas da família, com a cisão da igreja ortodoxa,
cos, em 1501, os Calógeras se refugiaram
parto continuou apostólica romana, e ou
Livro de Ouro da nobreza dessa ilha e
tra, mais numerosa,
aderiu ao credo
oriental.
Ana Comeno, na Alexícida, biografia
do pai, dá a explicação de que, tendo a família passado a residir em Bizíincio, houve alianças com os Comcnos.
Na
conquista otomana, numerosas foram as vítimas dos turcos entre os portadores do.s nomes de Calógeras. Em "História de Zantc", de Chiotis; em "História do Corfu", de Marmora;
na ilha de Creta, onde se inscreveram no
passaram a ser barões feudatários, sob a dominação veneziana.
•Ingressaram nas ordens religiosas inú meros membros da família Calógeras; outros se distinguiram pelas armas e
prestaram à República de Veneza ser viços que foram reconhecidos por di versos decretos do Senado e dos Doges.
Deixaram Creta para sé fixar em Cor fu, no ano de 1537, após o cerco de So-
em "Livre D'Or cie Ia Noblcssc lon-
limão, famílias da nobreza,
nienne", de Eugène Rizzo Rangabé; em "Genealogia delle famiglie Venete", obras de fôlego e especializadas, estão
Foram esses gregos inscritos no Livro de
inclusas as biografias dos Calógeras que se destacaram na vida pública. A primeira menção cio nome Calóge ras data de 1431: João Calógeras é o
entre as
quais o ramo principal da de Calógeras. Ouro dessa iUia em 1644, não cessando
desde então de figurar em tòdas as lis tas dos seus nobres.
Depois da conquista de Creta pelos turcos, em 1669, um outro ramo,(jue lá
7^
Dicesto EtroNÒMicfí
90
permaneceu, foi estabelecer-se
homens eruditos do .seu tempo.
em Veneza, onde os seus mem
Sob a sua oricutacão, piililic-ainse os "Raccolta de opiistt)lj scientifici et filologiei" ( 1728-
bros se incorporaram à nobreza, confirmada pelo imperador da Áustria, em 1816, ao ocupar aquela cidade do Adriático. Com
a
morte do
17.54) cm 51 lonu)s, substitiii-
do nessa gigantesca empresa pe lo monge beneditino Fortunato
General
Calógeras, ajudante-de-ordens do rei Constantino da Grécia,
Destacaram-se, entre os Ca
mória por .scrvire alia
lógeras, Draco, que foi almi frota
veneziana
po d'Istria, diplomata e estadis
mada da Rumânia. quando a
dre, no Congresso do Viena, Capo d'Istria foi incumbido es
a conquista da Moréia; João Paulo, governador militar de
Bérgamo (1702); Espiridião,^ almirante do arsenal de Gorfu (1754)-
Mário. Bispo de Cataro, na Dalmácia'. Membros da família foram cavaleiros de São Marcos. Na igreja de Santo An
tônio, em Veneza, existe, encimado pe lo seu brasão, o túmulo de" Demétrio Galógeras, falecido em 1^2 e descen
dente direto do ramo principal de Gorfu.
De todos, o mais célebre, Ângelo Michele Calógera, cuja biografia nenhu
do mocho.
recomendada cm quase todos os colé
se a sua reedição.
vue de Deux Mondes".
grafias sobro colonização, agricultura, economia política c assuntos literários
mou-.se cm leis pela Faculdade de Di
reito de Paris. Amigo intimo do Barão Lafitte, célebre banqueiro c ministro do rei Luiz Felipe, veio para o Brasil em 1841, a fim de dirigir uma empresa que
pecialmente dos negócios da Suíça e "desempenhou papel .saliente, inferior apenas ao do
gios de antanho. Está inteiramente es
gotada c prestaria não menor serviço à mocidade estudiosa quem empreendes
te estudada por célebres escritores, entre os quais o Conde de Cobincau, na "Re-
extensa cultura sociológica, joão Batista Galógeras. Nasceu em 1810, em Corhi, e diplo-
ta grego. Gonselhciro do Tzar Ale.xan-
frota veneziana combatia para
vros c no final de cada um há o quadro
sinóptico, com o resumo dos fatos; nos tores dos "Amigos das Musas". Os as- • m;\pas, estão mencionadas as datas res sociados traziam, como insígnia, um pectivas. Dedicada a Pedro II e ao anel de ouro ornado por uma cabeça Marquês de Abrantes, foi adotada ou
O a\'ô de João Pandiá Galógeras foi o eonlieciclo pedagogo c historiador, de
João Pandiá Galógeras era so-
Veneza, morto fm 1684. na to
i
storia
guês, didática e erudita. O autor divi
diu-a em capítulos, que denominou li
tava, entre os membros, sábios do toda a Europa. Humboklt era um dos dire
Grécia c a sua obra está minuciosamen
brinlio-ncto do Conde Jorio Ca
Jorge (1677), também almiran tes; Antonio, chefe do ramo de
sob os auspícios de Alc.xandrc, formou sociedade dos "Philomuscs", <pie con
d Istria exerceu a chefia do governo nu
letteraria" (17.53-1761).
(1540); Francisco (1599) e
97
Natural de Gorfu, cm 1776, Capo
De sua hura, entre outras obras: "II nuovo Gu!Ij\-cr" (1731), "Lc aventure di Telemaco tradottc" (1744) c "Me
família Galógeras, de Gorfu. da
1
Mondelli.
que não deixou descendência, , extinguiu-se o ramo principal da
rante
f
Dioksto EcaxNÓMico
Polígrafo, escreveu
artigos e mono
na "Minerva Brasilicnse", no "Eco do Brasil" e na "Rexâsta Popular". De sua autoria é a documentada obra "Política Americana", redigida pa
ra contraditar ao plenipotcncíário chile no Lastarria, que emitiu opixiiõcs infcnsas à política brasileira e argentina e sustentou a vantagem do isolamento da América.
príncipe Bcnevcnutto e ao de Mettcr-
deveria ser organizada por aquêle fi
nich". Quem folhear os documentos da polícia secreta austiúaca, trazidos à luz da publicidade pelo Comandante Weil,
nancista . Filiado à Igreja Cismática, e
roc, estimula o pan-americanismo, pro
João Batista, nesse livro, elogia Mon-
não havendo no Rio sacerdote ortodoxo,
põe o arbitramento de uma nação
na importante obra "Les dessous dn Gongrès de Vicnne", nã(j reformará
recebeu podercs para batizar as crian ças que pertencessem àquele credo. Manteve intimas relações espirituais com
te continente, e ventila interessantes te
ses de
aquêle conceito, que poderia ser acoi-
o Frei Camilo de Monte Serrate, cujos
Obra de atualidade e de xdsao, é o pre
lúdio de uma política de cujos linea-
ricana quando se chocarem nações des Direito Internacional Privado.
mado de suspeito, emitido, como o foi,
despojos
pelo seu sobrinho-neto no "Diário da
Bento.
mentos nunca se afastou o neto.
Conferência da Paz".
Em 1847 c nomeado professor de His tória e Geografia no Ginásio Pedro 11 e, em 1851, funda um colégio em Pc-
da Secretaria de Estado dos Negócios
ma enciclopédia de vulto omite. De renome universal, teólogo, poeta c filólogo, os trabalhos de Ângelo ilustram
nos juízos que formulou .sobre Mettcrnlch, Talleyrand e Wcllington, desven
as bibliotecas de Veneza e de Roma.
A astúcia de Capo d'Istria, revelada
estão no
Mosteiro de São
Nomeado, em 1859, primeiro oficial do Império, torna-se seu diretor, e, de
trópolis, afamado no tempo, dirigindo-
1862 a 1865, é 1.® oficíal-de-gabinete,
dados nos referidos "bordcreavix", cau
o até 1857. Em 1854, naturaliza-se bra
no Ministério dos Negócios Estrangei ros, cargo, naquela época, do maior re
l
Natural de Pádua, em 1699, do ramo de
saria inveja a Maquiavel, .cuja memó
sileiro .
Gorfu, ingressou no Mosteiro de São
ria, amaldiçoada pela Igreja no Conci
1858, os documentos relativos à deter
Miguel, próximo de Veneza, como con gregado dos Camaldulos. Abade cm
lio de Trento, os políticos reabilitaram e os historiadores modernos reverenciam,
1756.
l
Encarrega-se de eoligir, em
minação dos limites do Império, e, no ano seguinte, editado pelo Garnier, pu
levo.
Valiosa, a sua atuação, notadamente
fica biblioteca, concebendo, então, a idéia de editar as atas das Academias
endossando Macaulay. Capo d'Istria foi o chefe da Acade
blica, cm dois tomos, o compêndio da "História da Idade Média", com parecer
mia de Atenas, destinada a desenvolver
favorável da Gomissão de Instiução Pú
no incidente Chrisiie, negra página da diplomacia inglêsa e grande demonstra ção de vitalidade do povo brasileiro, que teve em Teófilo Otoni o guia provi
da Itália, com a colaboração de outros
a instrução entre os estudantes gx-egos e,
blica. Obra vazada em lídimo portu-
dencial.
Em
Ravena, instala
magní
7^
Dicesto EtroNÒMicfí
90
permaneceu, foi estabelecer-se
homens eruditos do .seu tempo.
em Veneza, onde os seus mem
Sob a sua oricutacão, piililic-ainse os "Raccolta de opiistt)lj scientifici et filologiei" ( 1728-
bros se incorporaram à nobreza, confirmada pelo imperador da Áustria, em 1816, ao ocupar aquela cidade do Adriático. Com
a
morte do
17.54) cm 51 lonu)s, substitiii-
do nessa gigantesca empresa pe lo monge beneditino Fortunato
General
Calógeras, ajudante-de-ordens do rei Constantino da Grécia,
Destacaram-se, entre os Ca
mória por .scrvire alia
lógeras, Draco, que foi almi frota
veneziana
po d'Istria, diplomata e estadis
mada da Rumânia. quando a
dre, no Congresso do Viena, Capo d'Istria foi incumbido es
a conquista da Moréia; João Paulo, governador militar de
Bérgamo (1702); Espiridião,^ almirante do arsenal de Gorfu (1754)-
Mário. Bispo de Cataro, na Dalmácia'. Membros da família foram cavaleiros de São Marcos. Na igreja de Santo An
tônio, em Veneza, existe, encimado pe lo seu brasão, o túmulo de" Demétrio Galógeras, falecido em 1^2 e descen
dente direto do ramo principal de Gorfu.
De todos, o mais célebre, Ângelo Michele Calógera, cuja biografia nenhu
do mocho.
recomendada cm quase todos os colé
se a sua reedição.
vue de Deux Mondes".
grafias sobro colonização, agricultura, economia política c assuntos literários
mou-.se cm leis pela Faculdade de Di
reito de Paris. Amigo intimo do Barão Lafitte, célebre banqueiro c ministro do rei Luiz Felipe, veio para o Brasil em 1841, a fim de dirigir uma empresa que
pecialmente dos negócios da Suíça e "desempenhou papel .saliente, inferior apenas ao do
gios de antanho. Está inteiramente es
gotada c prestaria não menor serviço à mocidade estudiosa quem empreendes
te estudada por célebres escritores, entre os quais o Conde de Cobincau, na "Re-
extensa cultura sociológica, joão Batista Galógeras. Nasceu em 1810, em Corhi, e diplo-
ta grego. Gonselhciro do Tzar Ale.xan-
frota veneziana combatia para
vros c no final de cada um há o quadro
sinóptico, com o resumo dos fatos; nos tores dos "Amigos das Musas". Os as- • m;\pas, estão mencionadas as datas res sociados traziam, como insígnia, um pectivas. Dedicada a Pedro II e ao anel de ouro ornado por uma cabeça Marquês de Abrantes, foi adotada ou
O a\'ô de João Pandiá Galógeras foi o eonlieciclo pedagogo c historiador, de
João Pandiá Galógeras era so-
Veneza, morto fm 1684. na to
i
storia
guês, didática e erudita. O autor divi
diu-a em capítulos, que denominou li
tava, entre os membros, sábios do toda a Europa. Humboklt era um dos dire
Grécia c a sua obra está minuciosamen
brinlio-ncto do Conde Jorio Ca
Jorge (1677), também almiran tes; Antonio, chefe do ramo de
sob os auspícios de Alc.xandrc, formou sociedade dos "Philomuscs", <pie con
d Istria exerceu a chefia do governo nu
letteraria" (17.53-1761).
(1540); Francisco (1599) e
97
Natural de Gorfu, cm 1776, Capo
De sua hura, entre outras obras: "II nuovo Gu!Ij\-cr" (1731), "Lc aventure di Telemaco tradottc" (1744) c "Me
família Galógeras, de Gorfu. da
1
Mondelli.
que não deixou descendência, , extinguiu-se o ramo principal da
rante
f
Dioksto EcaxNÓMico
Polígrafo, escreveu
artigos e mono
na "Minerva Brasilicnse", no "Eco do Brasil" e na "Rexâsta Popular". De sua autoria é a documentada obra "Política Americana", redigida pa
ra contraditar ao plenipotcncíário chile no Lastarria, que emitiu opixiiõcs infcnsas à política brasileira e argentina e sustentou a vantagem do isolamento da América.
príncipe Bcnevcnutto e ao de Mettcr-
deveria ser organizada por aquêle fi
nich". Quem folhear os documentos da polícia secreta austiúaca, trazidos à luz da publicidade pelo Comandante Weil,
nancista . Filiado à Igreja Cismática, e
roc, estimula o pan-americanismo, pro
João Batista, nesse livro, elogia Mon-
não havendo no Rio sacerdote ortodoxo,
põe o arbitramento de uma nação
na importante obra "Les dessous dn Gongrès de Vicnne", nã(j reformará
recebeu podercs para batizar as crian ças que pertencessem àquele credo. Manteve intimas relações espirituais com
te continente, e ventila interessantes te
ses de
aquêle conceito, que poderia ser acoi-
o Frei Camilo de Monte Serrate, cujos
Obra de atualidade e de xdsao, é o pre
lúdio de uma política de cujos linea-
ricana quando se chocarem nações des Direito Internacional Privado.
mado de suspeito, emitido, como o foi,
despojos
pelo seu sobrinho-neto no "Diário da
Bento.
mentos nunca se afastou o neto.
Conferência da Paz".
Em 1847 c nomeado professor de His tória e Geografia no Ginásio Pedro 11 e, em 1851, funda um colégio em Pc-
da Secretaria de Estado dos Negócios
ma enciclopédia de vulto omite. De renome universal, teólogo, poeta c filólogo, os trabalhos de Ângelo ilustram
nos juízos que formulou .sobre Mettcrnlch, Talleyrand e Wcllington, desven
as bibliotecas de Veneza e de Roma.
A astúcia de Capo d'Istria, revelada
estão no
Mosteiro de São
Nomeado, em 1859, primeiro oficial do Império, torna-se seu diretor, e, de
trópolis, afamado no tempo, dirigindo-
1862 a 1865, é 1.® oficíal-de-gabinete,
dados nos referidos "bordcreavix", cau
o até 1857. Em 1854, naturaliza-se bra
no Ministério dos Negócios Estrangei ros, cargo, naquela época, do maior re
l
Natural de Pádua, em 1699, do ramo de
saria inveja a Maquiavel, .cuja memó
sileiro .
Gorfu, ingressou no Mosteiro de São
ria, amaldiçoada pela Igreja no Conci
1858, os documentos relativos à deter
Miguel, próximo de Veneza, como con gregado dos Camaldulos. Abade cm
lio de Trento, os políticos reabilitaram e os historiadores modernos reverenciam,
1756.
l
Encarrega-se de eoligir, em
minação dos limites do Império, e, no ano seguinte, editado pelo Garnier, pu
levo.
Valiosa, a sua atuação, notadamente
fica biblioteca, concebendo, então, a idéia de editar as atas das Academias
endossando Macaulay. Capo d'Istria foi o chefe da Acade
blica, cm dois tomos, o compêndio da "História da Idade Média", com parecer
mia de Atenas, destinada a desenvolver
favorável da Gomissão de Instiução Pú
no incidente Chrisiie, negra página da diplomacia inglêsa e grande demonstra ção de vitalidade do povo brasileiro, que teve em Teófilo Otoni o guia provi
da Itália, com a colaboração de outros
a instrução entre os estudantes gx-egos e,
blica. Obra vazada em lídimo portu-
dencial.
Em
Ravena, instala
magní
DicESTO
Econômico'
DroF-sTo
EcoNÓ\nco
99
98
Keconhecidos e proclamados foram os serviços de Calógeras, que evitou, gra ças a um tino de diplomata de nascença, conflito desigual e de conseqüências danosas para o nosso país. O ministro inglês, intratável e intole rante, após a conferência que entretevc
com João Batista, submeteu à decisão da arbitragem a questão dos oficiais do Ford e o pagamento da indenização pe lo naufrágio do "Prince of Wales". Sócio efetivo do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e titular da co menda da Ordem da Rosa, da comenda da Ordem de Carlos III dá Espanha, do oficialato da Ordem de São Maurí cio e São Lázaro. Faleceu no Rio dc
Janeiro em 1878.
t O filho, Michel, não possuía a cultuBk ra onimoda, que caraterízava a de João Batista Calógeras; era, contudo, empre-
Rio dc Janeiro "Carioca e Riacluiclo" e "Carris Urbanos", dírígindo-as por lar
Em 1909, ao di.scutir na Câmara dos
dina Railway de prolongar a linha de
riam de românticos homens de governo, cuia ação, nos Ministérios e Conselhos de Estado, entravou o progresso mate rial do País.
Associado ao seu irmão Pandiá Gcor-
ge e ao engenheiro Luiz Berrini, teve a
concessão do prolongamento, até Pe^ó-
polis, da Companhia dc Estrada dc Fer
ro Mauá.
,
, .
f.
Vencendoconsmnu dificuldades tecmcas e finaneeiras, a Lmha da Serra
«rando. pela
suíço de Lmalheira Riggenback, da
^FongurinÍnle dtetor da Companhia
Stamo — 1565
do Rio dc Janeiro, Calógeras recordou o intcrôsse com que,
ainda menino,
Dimo — 1589
acompanhava as discu.ssões referentes a
•■i
essa via férrea, acrescentando: "Essa es
trada, antigamente chamada do Grão
Toodoro — 1631
Pará, resulta de uma concessão, de umn ^
>*1 í-v .
soma imensa dc esforços patrióticos de senvolvidos por meu pai".
Benetto — 1651
Nasceu Michel Calógeras, cm 1842, no Rio de Janeiro, c faleceu, em 1888,
João Batista — 1698
na mesma cidade.
O maior dos três foi o neto. Herdou
País serviços que o sagraram um dos
cópio, estadistas, no sentido exato da expressão, que no Império tanto dife
Draco
São Francisco Xavier ao cai.s do porto
O seu temperamento realista, que o um Teófilo Otoni, de um Mariano Pro-
Dimo Calógeras — 1546
Deputados a concessão dada à Lcopol-
impelia a uma visão prática das cousas, assemelhava ao de um Mauá, de
empresas.
principal da família Calógeras de Corfu, segundo a referida obra de Eugène Rizzo Rangabé, figurando apenas os primogônitos de cada geração:
gos anos.
as qualidades dc ambos. Possuiu não só a capacidade realizadora do pai, como, em grau mais elevado, a cultura do
endedor e ativo, animador de grandes
ra.s mi opinião dos seus contomporâncos" os retratos dos ascendentes ptóximos dc Calógeras. Eis a árvore genealógica do ramo
de Estrada dc Ferro Macuó a Campos.
Promoveu a fusão da.s companhias do
avô.
Enriqueceu o nosso patrimônio
científico com obra imortal e prestou ao seus maiores filhos.
João Pandiá Calógeras, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro aos 19 de ju
nho de 1870, era neto, polo lado mater no, de Lucila Elisabetli Calógeras, de alta linhagem francesa. A mãe, Júlia Ralli Calógeras, também francesa, era se nhora de peregrinas virtudes c dc rara formosura.
Calógeras deixou três irmãos: Michel, casado com
Margarida Pereira Pinto,
cujas filhas se consorciaram em França, o Jeny e Lucila, que é mãe de Vera e Adriana Janacópulos, a primeira cantora e a segunha escultora, de renome, tanto uma como outra, nos centros artísticos
do Brasil e do estrangeiro.
Estão estampados no volume "Calóge--li.-dl
Constantino — 1729
Ângelo Michele — 1771
i
João Batista — 1810
Pandiá George — 1847
Michel — 1842
Não deixou descendência
João Pandiá — 1870
Michel Stratti — 1874
Não deixou descendência
Sem descendência masculina
Sem ter preconceitos de nobreza, aca to o valor da hereditariedade na forma
ção dos indivíduos e das famílias.
Penso, e faço minhas as palavras de Gastão da Cunha, que, todos os dias, vemos apurar-se a tara de alguém para lhe averiguar a índole, as tendências, o caráter, a compleição física e moral. Ora, por que admitir essa verdade só para o mal? Por que se aceita
uma dinastia de degenerados e não uma dinastia de fortes e de bons?
O meú intuito, desem'olvendo êsse ca
pítulo, é o de evidenciar a insidiosa fal
sidade de iconoclastas e assalariados que procuraram, em vida de Calógeras, de negrir-lhe a origem do nome.
O grande brasileiro pode orgulhar-se dos seus ancestrais.
DicESTO
Econômico'
DroF-sTo
EcoNÓ\nco
99
98
Keconhecidos e proclamados foram os serviços de Calógeras, que evitou, gra ças a um tino de diplomata de nascença, conflito desigual e de conseqüências danosas para o nosso país. O ministro inglês, intratável e intole rante, após a conferência que entretevc
com João Batista, submeteu à decisão da arbitragem a questão dos oficiais do Ford e o pagamento da indenização pe lo naufrágio do "Prince of Wales". Sócio efetivo do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e titular da co menda da Ordem da Rosa, da comenda da Ordem de Carlos III dá Espanha, do oficialato da Ordem de São Maurí cio e São Lázaro. Faleceu no Rio dc
Janeiro em 1878.
t O filho, Michel, não possuía a cultuBk ra onimoda, que caraterízava a de João Batista Calógeras; era, contudo, empre-
Rio dc Janeiro "Carioca e Riacluiclo" e "Carris Urbanos", dírígindo-as por lar
Em 1909, ao di.scutir na Câmara dos
dina Railway de prolongar a linha de
riam de românticos homens de governo, cuia ação, nos Ministérios e Conselhos de Estado, entravou o progresso mate rial do País.
Associado ao seu irmão Pandiá Gcor-
ge e ao engenheiro Luiz Berrini, teve a
concessão do prolongamento, até Pe^ó-
polis, da Companhia dc Estrada dc Fer
ro Mauá.
,
, .
f.
Vencendoconsmnu dificuldades tecmcas e finaneeiras, a Lmha da Serra
«rando. pela
suíço de Lmalheira Riggenback, da
^FongurinÍnle dtetor da Companhia
Stamo — 1565
do Rio dc Janeiro, Calógeras recordou o intcrôsse com que,
ainda menino,
Dimo — 1589
acompanhava as discu.ssões referentes a
•■i
essa via férrea, acrescentando: "Essa es
trada, antigamente chamada do Grão
Toodoro — 1631
Pará, resulta de uma concessão, de umn ^
>*1 í-v .
soma imensa dc esforços patrióticos de senvolvidos por meu pai".
Benetto — 1651
Nasceu Michel Calógeras, cm 1842, no Rio de Janeiro, c faleceu, em 1888,
João Batista — 1698
na mesma cidade.
O maior dos três foi o neto. Herdou
País serviços que o sagraram um dos
cópio, estadistas, no sentido exato da expressão, que no Império tanto dife
Draco
São Francisco Xavier ao cai.s do porto
O seu temperamento realista, que o um Teófilo Otoni, de um Mariano Pro-
Dimo Calógeras — 1546
Deputados a concessão dada à Lcopol-
impelia a uma visão prática das cousas, assemelhava ao de um Mauá, de
empresas.
principal da família Calógeras de Corfu, segundo a referida obra de Eugène Rizzo Rangabé, figurando apenas os primogônitos de cada geração:
gos anos.
as qualidades dc ambos. Possuiu não só a capacidade realizadora do pai, como, em grau mais elevado, a cultura do
endedor e ativo, animador de grandes
ra.s mi opinião dos seus contomporâncos" os retratos dos ascendentes ptóximos dc Calógeras. Eis a árvore genealógica do ramo
de Estrada dc Ferro Macuó a Campos.
Promoveu a fusão da.s companhias do
avô.
Enriqueceu o nosso patrimônio
científico com obra imortal e prestou ao seus maiores filhos.
João Pandiá Calógeras, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro aos 19 de ju
nho de 1870, era neto, polo lado mater no, de Lucila Elisabetli Calógeras, de alta linhagem francesa. A mãe, Júlia Ralli Calógeras, também francesa, era se nhora de peregrinas virtudes c dc rara formosura.
Calógeras deixou três irmãos: Michel, casado com
Margarida Pereira Pinto,
cujas filhas se consorciaram em França, o Jeny e Lucila, que é mãe de Vera e Adriana Janacópulos, a primeira cantora e a segunha escultora, de renome, tanto uma como outra, nos centros artísticos
do Brasil e do estrangeiro.
Estão estampados no volume "Calóge--li.-dl
Constantino — 1729
Ângelo Michele — 1771
i
João Batista — 1810
Pandiá George — 1847
Michel — 1842
Não deixou descendência
João Pandiá — 1870
Michel Stratti — 1874
Não deixou descendência
Sem descendência masculina
Sem ter preconceitos de nobreza, aca to o valor da hereditariedade na forma
ção dos indivíduos e das famílias.
Penso, e faço minhas as palavras de Gastão da Cunha, que, todos os dias, vemos apurar-se a tara de alguém para lhe averiguar a índole, as tendências, o caráter, a compleição física e moral. Ora, por que admitir essa verdade só para o mal? Por que se aceita
uma dinastia de degenerados e não uma dinastia de fortes e de bons?
O meú intuito, desem'olvendo êsse ca
pítulo, é o de evidenciar a insidiosa fal
sidade de iconoclastas e assalariados que procuraram, em vida de Calógeras, de negrir-lhe a origem do nome.
O grande brasileiro pode orgulhar-se dos seus ancestrais.
DiCKSTO
Econômico
100 II
O Estfidante
Calógeras aprendeu a ler e a escre
ver aos quatro anos de idade. Não frcciuentou escolas e ginásios oficiais. De
Dioi:sto Econômico
com a unção religiosa <pie xo fraternal
tliaiUe da banca e dos cxaminandos,
amizade poderia insiiírar.
toilos presentes na sala, apresentei-lhe,
"Ascensóc.s d'Alnia" parecem escritas
como examinador, minhas desculpas, e,
salientando cpie êlc linha acertado c eu lia\ia errado, felicitei-o por ler tão dis
quim Nhibuco, o ])rasi]ciro integral qun
tinta e enèrgieamenle defendido sua
era Calógeras, devido à edueação mater
Afonso D'EscragnoIle Taunay,, que
convicção. Tiiilia eu então nns dezcssêis
residia em Petrópolis, quando Calógeras nota distinta em c.xame, ouviu do pai
na, escrevia cm francês os pensamentos
maiores no Brasil, aos pais e avós, c
c as cartas familiares. Não c-onbeei. pO"
anos. Não lhe conto isso por gabolice, mas para llic- mostrar (juanto o vcrilatcüi
ao corpo de preceptores particulares, notadamentc alemães, que, em Petrópolis, se encarregaram da súa formação mental. O preparo de "Jo'''nny" tomou-se tão sólido para a idade que, aos catorze anos, fêz no Colégio Pedro II, de uma só vez, os treze preparatórios exigidos
rém, brasileiro melhor. A di\-isa dt; Ca lógeras era a de Rio Rraneo: "Ubiipn*
(lilrxi faz parte do meu .ser moral, por í-dueação ({ue \'ein do berço."
Escola de Minas de Ouro Preto. Arguiu-o, em História Universal e do
Brasil, o inolvidável Capistrano de Abreu, que impediu um dos examínadores, inimigo da família Calógeras, exercesse vingança, reprovando o bri lhantíssimo estudante.
Êsse ato de justiça estreitou a amizade de Calógeras para com o sábio profe.ssor, que se tomou, desde então, o guia
das suas iniciais pesquisas históricas, seu prazer intelectual por excelência. Calógeras recebeu em Ouro Preto,
após a formatura, a honrosa visita de
Capistrano de Abreu, hospedando-o'. Considerava o antigo examinador como o "mestre", e assim o proclamou na dedicatória impressa da "Política Exte rior do Império" e na admirável pági
patriie memor". Absorvente, a sua pai
xão pelo Brasil.
lista de chamada acusava trinta e dois
Após os exames preparatórios, seguiu
nomes. Formaram-se apenas três. José (ãiperlino do Siiiueira, Carlos Leopol
para a legendária Ouro Preto, em com panhia de João Antônio Felício Santos.
Fez com o mesmo brilhantis
mo o curso anexo, sem, todavia, obter
a matrícula na Escola de Engenharia. O diretor Arquias Medrado, grande amigo da família, c espírito inflexível, não Ibe
deu a aquiescência por não ter a idade legal. Calógera.s foi nomeado, aos quinzo
Nas "Ascensões d'Alma",
dt; Minas.
Cupcrtino, estudante, um
dos signatários do manifesto dos repu blicanos a Província dc Minas, mal pôde, como deputado federal, pronunciar no
Pela sua severidade, diversas vêzcs vainram-no os estudantes. Em carta escrita
drada sobre matemática elementar.
ao saudoso Padre Madurcira, documento
que espelha um caráter, vem narrado u"^ episódio, que dí.spcnsa comentários, ta a beleza da simplicidade:
Calógeras, o primeiro alnno da turma. Carlos Pralc.s, o rival em notas e o me
lhor amigo, o padrinho de casamento. Revivia o costume dos helenos, seus an-
tepassado.s, de o amigo predileto acom
"De uma feita, diz Calógeras,
banca de Geografia, um examinano muito bem preparado i-ospondcu-me de modo que me pareceu errôneo; mente, reiterando o seu assêrto.
Capistrano.
do seu \alür. Pratos foi Diretor de Obras do Estado
ano.s, para examinar os preparatórios de Francês, Inglês, História e Geografu^-
vente beleza, na qual, cm nome do Instituto Histórico e Geográfico Brasi leiro, traça o vigoroso perfil do nosso
prece mística, digna de um doutor da Igreja, a alma de Capistrano é evocada
do Pratos e João Pandiá Calógeras. Pratos e Cupcrtino, mortos prematura mente, não puderam dar medida exata
tável discurso sôbre questões militares c sustentar nos "a pedidos" do "Jornal do Comércio" polêmica com Bueno de An-
observação, mas ele insistiu, acalorada
Calógeras foi sempre reconhecido a
Matriculou-se na turma do 1885, cuja
Extensa bibliografia
o prova.
na de saudade e de crítica, de como
historiador máximo.
Calógeras foi estudante singular. Des conheceu a vida boêmia dos moçxís de oulrora. Não fazia parte dos "mincralógicos", bando de estudantes turbulentos
por um francês. Habituado a pensar na língua de Racinc, como o fazia Joa
veu a sua cultura de humanidades, das
para. a matrícula na severa e gloriosa
101
panhar o noivo no carro nupcíal e de monstrava não possuir resquício do in veja daquele companiieiro -que tanto o obrigava a estudar para manter privi legiada situação.
Bem
Rogério Fajardo, professor da Escola
me lembro, tratava-se da ilha de Cclo" bes. A meu turno, mantive convencida mente o meu parecer, mas fiquei pressionado com a firmeza do rapazTerminada a prova, fui verificar o ponto, e vi que ele tinha rajuio e que
Politécnica de São Paujo, contemporâ neo, em Ouro Preto, de Calógeras, e que
o erro era meu.
do do estudo.
Mandei chamá-lo o>
o conheceu na pensão de d. Cecília, à rua do Rosário, depôs a favor da sua austeridade e conduta exemplar, ini migo dos folguedos e sempre apaixona
do Ouro Prelo.
cursava a escola do Minas, ao alcançar
essas palavras, retidas por assombrosa memória:
"Bravol
Trate de trabalhar
sempre as.sim, como faz o Johmiy Ca
lógeras. Trate de o imitar: é um rapaz que irá longe e breve terá o mais belo nome".
Confinnou-se a profecia.
Calógeras
foi o ápice culminante daquela escola que deu ao Brasil luminares como Costa Sena, Gonzaga de Campos, Arrojado Lisboa, Francisco Sá, Lúcio dos Santos,
Djalma Guimarães e Clycon de Paiva. Calógeras orgulhava-se da escola, dos professôrcs e dos métodos de ensino. Henri Gorceix, o sábio fundador, cujos
traços biográficos Francisco Sá gravou com burif de artista, dominava, pelo coração, pelo brio e pela honra, c fazia dos alunos homens e não escravos, fri
sou Calógeras em seu canto de cisne, a sua sentida "Oração de Paraninfo" aos " alunos de Ouro Preto.
Afonso Arinos pontificava na cidade de Antônio Dias. Realizavam-se no solar
do mágico evocador da "Atalaia Ban-
• deirante" tertúlias literárias, em que discictea\'am, sôbre as coisas e os ho-'
mens do pretérito, os amantes da histó ria e os cultores do belo. Calógeras era
dos mais assíduos freqüentadores daque le cenáculo, que o fêz devoto do passado colonial de Minas.
Acirradas, as lutas partidárias na de cadente Ouro Preto. No crepúsculo da
monarquia, ainda predominavam os li berais, »a cuja frente se achavam o Cônego Sant'Ajia e José Cesario de Faria
DiCKSTO
Econômico
100 II
O Estfidante
Calógeras aprendeu a ler e a escre
ver aos quatro anos de idade. Não frcciuentou escolas e ginásios oficiais. De
Dioi:sto Econômico
com a unção religiosa <pie xo fraternal
tliaiUe da banca e dos cxaminandos,
amizade poderia insiiírar.
toilos presentes na sala, apresentei-lhe,
"Ascensóc.s d'Alnia" parecem escritas
como examinador, minhas desculpas, e,
salientando cpie êlc linha acertado c eu lia\ia errado, felicitei-o por ler tão dis
quim Nhibuco, o ])rasi]ciro integral qun
tinta e enèrgieamenle defendido sua
era Calógeras, devido à edueação mater
Afonso D'EscragnoIle Taunay,, que
convicção. Tiiilia eu então nns dezcssêis
residia em Petrópolis, quando Calógeras nota distinta em c.xame, ouviu do pai
na, escrevia cm francês os pensamentos
maiores no Brasil, aos pais e avós, c
c as cartas familiares. Não c-onbeei. pO"
anos. Não lhe conto isso por gabolice, mas para llic- mostrar (juanto o vcrilatcüi
ao corpo de preceptores particulares, notadamentc alemães, que, em Petrópolis, se encarregaram da súa formação mental. O preparo de "Jo'''nny" tomou-se tão sólido para a idade que, aos catorze anos, fêz no Colégio Pedro II, de uma só vez, os treze preparatórios exigidos
rém, brasileiro melhor. A di\-isa dt; Ca lógeras era a de Rio Rraneo: "Ubiipn*
(lilrxi faz parte do meu .ser moral, por í-dueação ({ue \'ein do berço."
Escola de Minas de Ouro Preto. Arguiu-o, em História Universal e do
Brasil, o inolvidável Capistrano de Abreu, que impediu um dos examínadores, inimigo da família Calógeras, exercesse vingança, reprovando o bri lhantíssimo estudante.
Êsse ato de justiça estreitou a amizade de Calógeras para com o sábio profe.ssor, que se tomou, desde então, o guia
das suas iniciais pesquisas históricas, seu prazer intelectual por excelência. Calógeras recebeu em Ouro Preto,
após a formatura, a honrosa visita de
Capistrano de Abreu, hospedando-o'. Considerava o antigo examinador como o "mestre", e assim o proclamou na dedicatória impressa da "Política Exte rior do Império" e na admirável pági
patriie memor". Absorvente, a sua pai
xão pelo Brasil.
lista de chamada acusava trinta e dois
Após os exames preparatórios, seguiu
nomes. Formaram-se apenas três. José (ãiperlino do Siiiueira, Carlos Leopol
para a legendária Ouro Preto, em com panhia de João Antônio Felício Santos.
Fez com o mesmo brilhantis
mo o curso anexo, sem, todavia, obter
a matrícula na Escola de Engenharia. O diretor Arquias Medrado, grande amigo da família, c espírito inflexível, não Ibe
deu a aquiescência por não ter a idade legal. Calógera.s foi nomeado, aos quinzo
Nas "Ascensões d'Alma",
dt; Minas.
Cupcrtino, estudante, um
dos signatários do manifesto dos repu blicanos a Província dc Minas, mal pôde, como deputado federal, pronunciar no
Pela sua severidade, diversas vêzcs vainram-no os estudantes. Em carta escrita
drada sobre matemática elementar.
ao saudoso Padre Madurcira, documento
que espelha um caráter, vem narrado u"^ episódio, que dí.spcnsa comentários, ta a beleza da simplicidade:
Calógeras, o primeiro alnno da turma. Carlos Pralc.s, o rival em notas e o me
lhor amigo, o padrinho de casamento. Revivia o costume dos helenos, seus an-
tepassado.s, de o amigo predileto acom
"De uma feita, diz Calógeras,
banca de Geografia, um examinano muito bem preparado i-ospondcu-me de modo que me pareceu errôneo; mente, reiterando o seu assêrto.
Capistrano.
do seu \alür. Pratos foi Diretor de Obras do Estado
ano.s, para examinar os preparatórios de Francês, Inglês, História e Geografu^-
vente beleza, na qual, cm nome do Instituto Histórico e Geográfico Brasi leiro, traça o vigoroso perfil do nosso
prece mística, digna de um doutor da Igreja, a alma de Capistrano é evocada
do Pratos e João Pandiá Calógeras. Pratos e Cupcrtino, mortos prematura mente, não puderam dar medida exata
tável discurso sôbre questões militares c sustentar nos "a pedidos" do "Jornal do Comércio" polêmica com Bueno de An-
observação, mas ele insistiu, acalorada
Calógeras foi sempre reconhecido a
Matriculou-se na turma do 1885, cuja
Extensa bibliografia
o prova.
na de saudade e de crítica, de como
historiador máximo.
Calógeras foi estudante singular. Des conheceu a vida boêmia dos moçxís de oulrora. Não fazia parte dos "mincralógicos", bando de estudantes turbulentos
por um francês. Habituado a pensar na língua de Racinc, como o fazia Joa
veu a sua cultura de humanidades, das
para. a matrícula na severa e gloriosa
101
panhar o noivo no carro nupcíal e de monstrava não possuir resquício do in veja daquele companiieiro -que tanto o obrigava a estudar para manter privi legiada situação.
Bem
Rogério Fajardo, professor da Escola
me lembro, tratava-se da ilha de Cclo" bes. A meu turno, mantive convencida mente o meu parecer, mas fiquei pressionado com a firmeza do rapazTerminada a prova, fui verificar o ponto, e vi que ele tinha rajuio e que
Politécnica de São Paujo, contemporâ neo, em Ouro Preto, de Calógeras, e que
o erro era meu.
do do estudo.
Mandei chamá-lo o>
o conheceu na pensão de d. Cecília, à rua do Rosário, depôs a favor da sua austeridade e conduta exemplar, ini migo dos folguedos e sempre apaixona
do Ouro Prelo.
cursava a escola do Minas, ao alcançar
essas palavras, retidas por assombrosa memória:
"Bravol
Trate de trabalhar
sempre as.sim, como faz o Johmiy Ca
lógeras. Trate de o imitar: é um rapaz que irá longe e breve terá o mais belo nome".
Confinnou-se a profecia.
Calógeras
foi o ápice culminante daquela escola que deu ao Brasil luminares como Costa Sena, Gonzaga de Campos, Arrojado Lisboa, Francisco Sá, Lúcio dos Santos,
Djalma Guimarães e Clycon de Paiva. Calógeras orgulhava-se da escola, dos professôrcs e dos métodos de ensino. Henri Gorceix, o sábio fundador, cujos
traços biográficos Francisco Sá gravou com burif de artista, dominava, pelo coração, pelo brio e pela honra, c fazia dos alunos homens e não escravos, fri
sou Calógeras em seu canto de cisne, a sua sentida "Oração de Paraninfo" aos " alunos de Ouro Preto.
Afonso Arinos pontificava na cidade de Antônio Dias. Realizavam-se no solar
do mágico evocador da "Atalaia Ban-
• deirante" tertúlias literárias, em que discictea\'am, sôbre as coisas e os ho-'
mens do pretérito, os amantes da histó ria e os cultores do belo. Calógeras era
dos mais assíduos freqüentadores daque le cenáculo, que o fêz devoto do passado colonial de Minas.
Acirradas, as lutas partidárias na de cadente Ouro Preto. No crepúsculo da
monarquia, ainda predominavam os li berais, »a cuja frente se achavam o Cônego Sant'Ajia e José Cesario de Faria
mr
Digesto Ecoxó.vaco
102
Dioest<i Econômico
103
um exemplar clèssc folheto, que ó mui tíssimo raro.
sobre Ipanema e as estradas de ferro federais. Calógeras combateu, nesse úl
de casamento ser imediatamente aceito
Em 1892, publicou ainda dois traba lhos puramente Iccnicos: "O mctcorito
rendamento das estradas, e defendeu a
pelo pai... Joaquim Caetano escreveu um roman
cie Santa Ca'-irina" c "Lc fer ntcklé do
sua exploração pelo poder público. Ana
Sainlo CathcTinc", o último reproduzido
lisando as minas de ferro e o "fosfato
corpo discente, na totalidade, aboli
ce — "João e Francisco" — dc algum
intogralmonte na revista "Neuos Yahr-
cionista e republicano.
mérito literário na descrição da.s paisa
tricálcico" de Ipvinema, município dc Sorocaba, anteriormente examinados por Eschwegc, Vanihagen e Orvillc Derby, sustentou Calógeras a pobrezix daquelas
Alvim. Pugnando pelo advento do novo regimeni, existia aguerrido corpo de mi litantes guiados pelo verbo apostólico de João Pinheiro. Antônio Olinto dos San tos Pires, professor da escola, era um dos chefes da falange libertadora.
O
Contou-mo d. Elisa, cm .sua ingenui
dade, que aqueles conlurcimentns foram as melliores credenciais para o pedido
Calógeras, desde os tempos colegiais, foi apaixonado da coisa pública e sem
gens sertanejas.
pre se interessou pek política como arte
cm 1890, aos 20 anos dc idad<', incom
de dirigir os povos.
Foi republicano, se bem que estreitas as suas relações de amizade com mem
bros da família imperial. Assinou, quan do estudante de engenharia, com vultos eminentes de Ouro Preto, a ata da ses
Calógeras formou-se com distinção,
pletos. Obteve o prêmio de viagem à Europa, do qual não se utilizou.
1.5 de abril dc 1891, consorcioii-se com
Elisa Guimarães, com quem identificou a sua vida.
são extraordinária, convocada pelo Pre sidente da Câmara Municipal para dar
III
posse ao novel Governador do Estado,
O Profissioruil
Antônio Olinto dos Santos Pires. Per
noitou, ao lado de Cupertino e de João Proença, com grande quantidade de ex plosivos, na redação d"'0 Movimento", o valoroso jornal de João Pinheiro, que tão saliente papel desempenhou na pro paganda republicana em Minas. Fê-lo para evitar prometidos ataques ao órgão democrático. Ouro Preto foi a sua terra adotiva.
No dia da morte, à sua cunhada, d. Júlia Guimarães, Calógeras manifestou pro fundo pesar de não rever a cidade dos seus sonhos, na qual aprimorou o espíjjto e conheceu o seu anjo tutelar. Era
Aos
O período compreendido entre a sua
formatura e a eleição para deputado federal, como representante do Estado de Minas Gerais (1890-1897), caracte
rizou-se por intensa atividade profissio
Calógeras es
ferro c não do melcorito. São os únicos
minas em ferro. Escudado em Derby,
estudos do geologia pura, daquele pe ríodo. Posteriornicnte, cm 1926, pro
sugeriu o aproveitamento dos fosfates,
idéia cuja execução Júlio Prestes iniciou,
feriu na Escola Politécnica de São Paulo,
auxiliado por um técnico do valor de
perante numerosa assistência de técnicos,
Guilherme Florence, a alma daquelas
a conferência "A teoria de Wegener c
pesquisas.
a formação dos continentes", obra dc
A familiaridade diutuma com esses
síntese o dc ciência pura, "rica de co mentários originais sobre a interpreta ção cie fatos geológicos brasileiros não citados polo cientista germânico", na apreciação segura de Luiz Cintra do
problemas explica o milagre de Calóge ras ter escrito, quase de um jato, aos 33 anos, a obra-prima "As Minas do Brasil" — monumento de saber, que em breve
Prado.
Especializou-se em geologia econô
de Calógeras.
mestre insuperado.
Em Uberaba, coadjuvado por dois jo vens agrímensores — Alexandre Barbosa
Escreveu de Uberaba, onde fixara re
sidência como engenheiro de distrito na
Calógeras inicia a sua carreira de en genheiro de minas em Santa Catarina, realizando pesquisas de geologia sobre a
vasta zona do Triângulo Mineiro, para o
ocorrência de minérios de manganês de Cariguaba (1891). Em colaboração com o dr. Artur Gui
marães, mais tarde Diretor da Escola de
Engenharia de Belo Horizonte, estudou»
noivo de Elisa, filha do dr. Joaquim Caetano da Silva Guimarães, irmão do romancista Bernardo Guimarães. Joauim Caetano, que foi ministro do Sunreino Tribunal, era exímio latinista.
cm 1892, exaustivamente, a bacia terciã-
será reeditada e ampliada sob o título "Enciclopédia de geologia econômica". Obra que, por si só, perpetuará o nome
mica e nesse ramo da ciência tomou-se
nal.
segundanísta da Escola quando ficou
Heflutindo o ambiente e a época, só reconhecia valor preponderante em quem conhecesse a língua latina; ilimitada a sua admiração por aquele jovem que tão bem manejava o idioma de Horácio.
buch fiir Mineralogic".
creveu esses opúsculos para demonstrar que Sc trata cie depósito do minério de
timo estudo, que teve repercussão, o ar
"Jornal do Comércio" do Rio de Janei
e Emigdío Marques — promoveu a de marcação de vários imóveis, como os de "Laranjeiras" e "Tijuco", de proprie
ro, monografias sobre "Contribuição ao
dade dos Borges de Araújo, satisfazendo
estudo da siderurgia no Brasil" e "Con tribuição ao estuclo das explorações dia
a "todos os condôminos.
mantinas no Brasil — Lavras d'Água Suja".
Na primeira, estuda a bacia do Alto
Rio Doce e o aproveitamento das terras.
Dotado de excepcional capacidade de trabalho, Calógeras levantava-se, impreterivelmente, às quatro horas da madru gada, confundia-se, no trabalho, com os próprios operários, usando, no campo,
Na segunda, de maneira irrefutável, os
os mesmos utensílios e ferramentas. Ca
ção o mármore de efeitos finamente ar
termos principais, o trinômio de tôcla
lógeras não sentia pejo em fazer qual
tísticos, hoje cpnliccido em todo o Brasil. Prefaciado por Henri Gorceix, o traba
exploração diamantina, a saber: a re
quer serviço braçal. Com surpresa geral, terminou a em preitada da demarcação de "Tijuco" e "Laranjeiras" antes de decorrida metade do prazo estipulado. Êsse fato é de
ria do Gandarela, chamanclo-lhe a aten
dução do preço da extração do diaman te, a extração total e a facilidade de fis
lho é quase definitivo, segundo a au toridade do eminente geólogo Djalma Guimarães, sobre depósito de lignito.
calização dos serviços.
Na biblioteca do Instituto Histórico e
fase de esplendor em que era diretor
Geográfico de São Paulo, se me deparou
José Veríssimo, com exaustivos ensaios
Colaborou na "Revista Brasileira", na
tradição viva em Uberaba.
Tais foram os serviços de caráter pro-
mr
Digesto Ecoxó.vaco
102
Dioest<i Econômico
103
um exemplar clèssc folheto, que ó mui tíssimo raro.
sobre Ipanema e as estradas de ferro federais. Calógeras combateu, nesse úl
de casamento ser imediatamente aceito
Em 1892, publicou ainda dois traba lhos puramente Iccnicos: "O mctcorito
rendamento das estradas, e defendeu a
pelo pai... Joaquim Caetano escreveu um roman
cie Santa Ca'-irina" c "Lc fer ntcklé do
sua exploração pelo poder público. Ana
Sainlo CathcTinc", o último reproduzido
lisando as minas de ferro e o "fosfato
corpo discente, na totalidade, aboli
ce — "João e Francisco" — dc algum
intogralmonte na revista "Neuos Yahr-
cionista e republicano.
mérito literário na descrição da.s paisa
tricálcico" de Ipvinema, município dc Sorocaba, anteriormente examinados por Eschwegc, Vanihagen e Orvillc Derby, sustentou Calógeras a pobrezix daquelas
Alvim. Pugnando pelo advento do novo regimeni, existia aguerrido corpo de mi litantes guiados pelo verbo apostólico de João Pinheiro. Antônio Olinto dos San tos Pires, professor da escola, era um dos chefes da falange libertadora.
O
Contou-mo d. Elisa, cm .sua ingenui
dade, que aqueles conlurcimentns foram as melliores credenciais para o pedido
Calógeras, desde os tempos colegiais, foi apaixonado da coisa pública e sem
gens sertanejas.
pre se interessou pek política como arte
cm 1890, aos 20 anos dc idad<', incom
de dirigir os povos.
Foi republicano, se bem que estreitas as suas relações de amizade com mem
bros da família imperial. Assinou, quan do estudante de engenharia, com vultos eminentes de Ouro Preto, a ata da ses
Calógeras formou-se com distinção,
pletos. Obteve o prêmio de viagem à Europa, do qual não se utilizou.
1.5 de abril dc 1891, consorcioii-se com
Elisa Guimarães, com quem identificou a sua vida.
são extraordinária, convocada pelo Pre sidente da Câmara Municipal para dar
III
posse ao novel Governador do Estado,
O Profissioruil
Antônio Olinto dos Santos Pires. Per
noitou, ao lado de Cupertino e de João Proença, com grande quantidade de ex plosivos, na redação d"'0 Movimento", o valoroso jornal de João Pinheiro, que tão saliente papel desempenhou na pro paganda republicana em Minas. Fê-lo para evitar prometidos ataques ao órgão democrático. Ouro Preto foi a sua terra adotiva.
No dia da morte, à sua cunhada, d. Júlia Guimarães, Calógeras manifestou pro fundo pesar de não rever a cidade dos seus sonhos, na qual aprimorou o espíjjto e conheceu o seu anjo tutelar. Era
Aos
O período compreendido entre a sua
formatura e a eleição para deputado federal, como representante do Estado de Minas Gerais (1890-1897), caracte
rizou-se por intensa atividade profissio
Calógeras es
ferro c não do melcorito. São os únicos
minas em ferro. Escudado em Derby,
estudos do geologia pura, daquele pe ríodo. Posteriornicnte, cm 1926, pro
sugeriu o aproveitamento dos fosfates,
idéia cuja execução Júlio Prestes iniciou,
feriu na Escola Politécnica de São Paulo,
auxiliado por um técnico do valor de
perante numerosa assistência de técnicos,
Guilherme Florence, a alma daquelas
a conferência "A teoria de Wegener c
pesquisas.
a formação dos continentes", obra dc
A familiaridade diutuma com esses
síntese o dc ciência pura, "rica de co mentários originais sobre a interpreta ção cie fatos geológicos brasileiros não citados polo cientista germânico", na apreciação segura de Luiz Cintra do
problemas explica o milagre de Calóge ras ter escrito, quase de um jato, aos 33 anos, a obra-prima "As Minas do Brasil" — monumento de saber, que em breve
Prado.
Especializou-se em geologia econô
de Calógeras.
mestre insuperado.
Em Uberaba, coadjuvado por dois jo vens agrímensores — Alexandre Barbosa
Escreveu de Uberaba, onde fixara re
sidência como engenheiro de distrito na
Calógeras inicia a sua carreira de en genheiro de minas em Santa Catarina, realizando pesquisas de geologia sobre a
vasta zona do Triângulo Mineiro, para o
ocorrência de minérios de manganês de Cariguaba (1891). Em colaboração com o dr. Artur Gui
marães, mais tarde Diretor da Escola de
Engenharia de Belo Horizonte, estudou»
noivo de Elisa, filha do dr. Joaquim Caetano da Silva Guimarães, irmão do romancista Bernardo Guimarães. Joauim Caetano, que foi ministro do Sunreino Tribunal, era exímio latinista.
cm 1892, exaustivamente, a bacia terciã-
será reeditada e ampliada sob o título "Enciclopédia de geologia econômica". Obra que, por si só, perpetuará o nome
mica e nesse ramo da ciência tomou-se
nal.
segundanísta da Escola quando ficou
Heflutindo o ambiente e a época, só reconhecia valor preponderante em quem conhecesse a língua latina; ilimitada a sua admiração por aquele jovem que tão bem manejava o idioma de Horácio.
buch fiir Mineralogic".
creveu esses opúsculos para demonstrar que Sc trata cie depósito do minério de
timo estudo, que teve repercussão, o ar
"Jornal do Comércio" do Rio de Janei
e Emigdío Marques — promoveu a de marcação de vários imóveis, como os de "Laranjeiras" e "Tijuco", de proprie
ro, monografias sobre "Contribuição ao
dade dos Borges de Araújo, satisfazendo
estudo da siderurgia no Brasil" e "Con tribuição ao estuclo das explorações dia
a "todos os condôminos.
mantinas no Brasil — Lavras d'Água Suja".
Na primeira, estuda a bacia do Alto
Rio Doce e o aproveitamento das terras.
Dotado de excepcional capacidade de trabalho, Calógeras levantava-se, impreterivelmente, às quatro horas da madru gada, confundia-se, no trabalho, com os próprios operários, usando, no campo,
Na segunda, de maneira irrefutável, os
os mesmos utensílios e ferramentas. Ca
ção o mármore de efeitos finamente ar
termos principais, o trinômio de tôcla
lógeras não sentia pejo em fazer qual
tísticos, hoje cpnliccido em todo o Brasil. Prefaciado por Henri Gorceix, o traba
exploração diamantina, a saber: a re
quer serviço braçal. Com surpresa geral, terminou a em preitada da demarcação de "Tijuco" e "Laranjeiras" antes de decorrida metade do prazo estipulado. Êsse fato é de
ria do Gandarela, chamanclo-lhe a aten
dução do preço da extração do diaman te, a extração total e a facilidade de fis
lho é quase definitivo, segundo a au toridade do eminente geólogo Djalma Guimarães, sobre depósito de lignito.
calização dos serviços.
Na biblioteca do Instituto Histórico e
fase de esplendor em que era diretor
Geográfico de São Paulo, se me deparou
José Veríssimo, com exaustivos ensaios
Colaborou na "Revista Brasileira", na
tradição viva em Uberaba.
Tais foram os serviços de caráter pro-
fissional prestados a esse município que, embora residindo apenas há um ano
h
Dicicsto
Econômico
105
brasileiro", reclama então o.s s<'rviços
IV
de Calógeras c nomcia-o Consiiltt)r Téc
O Parlamentar
e não os de um Calógeras ou dc um Melo Franco. Grande deputado era
Dioksto Econômico
104
naquela cidade, o seu nome foi lembra do para deputado estadual. O mérito paga o seu tributo. A can didatura de Calógeras, levantada pelos chefes locais Misael Rodrigues da Cunha, Crispiniano Tavares, Antônio Garcia
nico da Secretaria da Agricultura c Via-
ferroviários, disse-me, certa \i/., cpto ja
mais, em Minas Gerais, alguém, no fun
ra, limites, mineração o vias férreas.
reformas. Alcides Lins, antigo Intcr\'cn-
tor cm Minas, estudioso clc problemas
Adjucto e Antônio Pereira Artiaga, pro
cionalismo público, trabalhou com tanta
voca a cisão da política de Uberaba. O Gel. José Francisco da Silva e Oli
eficiência.
veira, inimigo pessoal do dr. Crispinia no Tavares, distinto engenheiro e anti
go colega de turma de Costa Sena, re voltado com a nomeação de Crispiniano
para professor do Instituto Zootécnico, impugnou a candidatura de Calógeras c
quem promov ia um carteiro e não quem
Figura consular, a de Calógeras. Nin guém, no recinto da "Cadeia Velha", discutiu, com iniúor competência, as nuestões de orçaineult), marinha e guer
ção, em 1896. Foí uma época clc largas
O Partido Republicano Mineiro, para engrandecer no Rio do Janeiro a sua
n
elaborasse parcceres sôbrc minas ou Código Civil. Insubmisso, desconhecia chefes.
Não
admitia disciplina em questões doutriná rias. Cumpria o dever e não se preo
Sem os dotes Iribunícios de um Carlos
cupava com os reflexos que despertas
Peixoto, de um Pedro Moacir, de um
sem na opinião pública as suas expla
Da\ i Campista, de um Gastão da Cunha,
nações.
de um Barbosa Lima, parlamentares de
representação, ofcrece-llu? a caclcnra clc deputado federal, pelo primeiro distrito eleitoral. Calógeras dcmitc-sc, a fim de se desincompatibilizar para a clcíçao
atitudes teatrais caracti-rístieas dos lati
o recebe do Secretário da Agricultura
do na Câmara Alta.
no-americanos, ou de um Epitácio Pes soa e de um Francisco Sá, Calógeras
dava a impressão dc um inglês discorren
A longa iDcrmanência de Calógeras no
Parlamento só é c.xpíicávcl, na esfera de ação em que atuou, por ter sido um valor insubstituível, no julgamento dos governantes. O culto Martim Francisco co.stumava
dizer que "não perdia nunca os seus
apresentou os nomes de Artur Lôbo, ma-
uma carta, vazada em termos cncomiás-
Voz metálica, pouco suscetível dc
viòso poeta é elegante prosador, e de Desidério Melo, advogado provisionado. O voto do Cel. José Francisco recebeu o apoio dos Géis. João Quintino Tei
tícos. Escreveu o seguinte trecho o cs-
emoção, falava sem contrair os músculos
discursos para se instniir, porque .sem
tadi.sta Francisco Sá:
faciais.
pre se tem que aprender, ouvindo o Calógeras, especialista cm Enciclopé
"No estudo das
mais importantes e das mais complexas questões afetas a esta Secretaria, rex'e-
Gesticulava com a mão direita
e não tirava a esquerda do bolso do colete.
Ocupava a tribuna do Parlamento, ho
xeira, Antônio Cesário e Manuel Bar celos. Os ânimos exaltaram-se. Em
lastes capacidade de trabalho tão ex
conseqüência da luta, Artiaga, diretor da Escola Normal e jornalista, ligado a Ca lógeras por laços de parentesco, c as
verdadeiros interesses mineiros, tão com
do cm cátedra de Escola Superior. Ex
pleta aptidão para encarar c resolver as
punha a matéria sem imaginação, dísser-
dificuldades científicas submetidas
tando num estilo enxuto. Habituado às
sassinado por Artur Lôbo, fato lastimá vel que ecoou em todo o Brasil e o obri
vosso estudo, que a falta de vossa coo peração se torna verdadeiramente sen
gou a cultuar a memória do amigo pelas
sível".
colunas d'"0 País".
Artur Lôbo, no
cepcional, tão notável compreensão dos ao
cional, sem ter completado 27 anos, Ca lógeras já era nome de projeção nos meios intelectuais, não só de Minas como
absolvição,
de todo o Brasil.
Os adversários do jovem e laureado engenheiro reconheciam o seu valor mo ral e a sua probidade científica, mas entendiam que havia inconveniências no
Honrou, na Câmara dos Deputados, as suas tradições de earáter, de inteligên
afastamento de um técnico da secreta
foi dos maiores do Brasil.
ficar desprestigiado... Calógeras, nobremente, evita o pro
longamento da luta, desistindo, em do cumento público, da candidatura. Francisco Sá, o "S. João Crisóstomo
ciências exatas, examinava o assunto de um ponto de vista orgânico. Dc grande compostura perante o con
Ao ingressar, pois, no Parlamento Na
júri, em Uberaba, foi defendido pelo causídico Alfredo Pujol, criminalista e orador de nomeada, que conseguiu a sua
ria e que o Cel. José Francisco não podia
ras a fio, como sc estivesse prelecionan-
cia, de operosidade. Como parlamentar, em longa carreira,
Percorrendo os anais do Congresso,
verificar-se-á que discutia todos os orça mentos com a mesma mestria.
A .sua
cultura era integral.
Resumir, pois, a sua atividade parla
apenas, em ligeiros toque.s, os melho
cursos. Ou, melhor, subia â tribuna i^ara
res discursos, os projetos mais interes
discorrer sobre tema novo.
santes e os pareceres, verdadeiras mono
Evitava o
terreno palmilhado por outrem. Levava
consigo notas, mapas e livros, que for necia a Agenor de Rourc para os exten
sos resumos do "Jornal do Comércio". Jamais pegou da pena ou usou da palavra para discutir casos pessoais ou
plana do polígono cintilante de Carlos Peixoto, Davi Campista, Gastão da
Sempre foi homem dc gabinete e não
ríodo áureo do "Jardim da Infância", dignificaram o nosso Parlamento, elevando-o a altura não atingida na República.
"Ministro para qualquer pasta, em qual quer país do mundo".
tender, era vivaz c enérgico na réplica, se aparteado. Não improvisava os dis
Está na
Cunha e João Luiz Alves cpie, no pe
dia". Em suas memórias inéditas, o irre verente Andrada defíniu-o com a frase:
do interesses puramente partidários, de atas eleitorais, o que não constituía uma recomendação.
Em Minas, como
nos demais Estados da Federação, reco
nheciam-se os serviços de um Brossane
mentar, é tarefa difícil.
Mencionarei
grafias. Não analisarei as suas idéias.
A Co- •
ieção "Brasiliana", em edições sucessivas,
está divulgando as obras principais de
Calógeras e enorme tem sido a sua in fluência nos rumos da administração brasileira.
Aos 7 de fevereiro de 1897, apresen tava ao eleitorado do L° Distrito Fe
deral de Minas Gerais o manifesto-programa. Contrariando a norma geral se-
fissional prestados a esse município que, embora residindo apenas há um ano
h
Dicicsto
Econômico
105
brasileiro", reclama então o.s s<'rviços
IV
de Calógeras c nomcia-o Consiiltt)r Téc
O Parlamentar
e não os de um Calógeras ou dc um Melo Franco. Grande deputado era
Dioksto Econômico
104
naquela cidade, o seu nome foi lembra do para deputado estadual. O mérito paga o seu tributo. A can didatura de Calógeras, levantada pelos chefes locais Misael Rodrigues da Cunha, Crispiniano Tavares, Antônio Garcia
nico da Secretaria da Agricultura c Via-
ferroviários, disse-me, certa \i/., cpto ja
mais, em Minas Gerais, alguém, no fun
ra, limites, mineração o vias férreas.
reformas. Alcides Lins, antigo Intcr\'cn-
tor cm Minas, estudioso clc problemas
Adjucto e Antônio Pereira Artiaga, pro
cionalismo público, trabalhou com tanta
voca a cisão da política de Uberaba. O Gel. José Francisco da Silva e Oli
eficiência.
veira, inimigo pessoal do dr. Crispinia no Tavares, distinto engenheiro e anti
go colega de turma de Costa Sena, re voltado com a nomeação de Crispiniano
para professor do Instituto Zootécnico, impugnou a candidatura de Calógeras c
quem promov ia um carteiro e não quem
Figura consular, a de Calógeras. Nin guém, no recinto da "Cadeia Velha", discutiu, com iniúor competência, as nuestões de orçaineult), marinha e guer
ção, em 1896. Foí uma época clc largas
O Partido Republicano Mineiro, para engrandecer no Rio do Janeiro a sua
n
elaborasse parcceres sôbrc minas ou Código Civil. Insubmisso, desconhecia chefes.
Não
admitia disciplina em questões doutriná rias. Cumpria o dever e não se preo
Sem os dotes Iribunícios de um Carlos
cupava com os reflexos que despertas
Peixoto, de um Pedro Moacir, de um
sem na opinião pública as suas expla
Da\ i Campista, de um Gastão da Cunha,
nações.
de um Barbosa Lima, parlamentares de
representação, ofcrece-llu? a caclcnra clc deputado federal, pelo primeiro distrito eleitoral. Calógeras dcmitc-sc, a fim de se desincompatibilizar para a clcíçao
atitudes teatrais caracti-rístieas dos lati
o recebe do Secretário da Agricultura
do na Câmara Alta.
no-americanos, ou de um Epitácio Pes soa e de um Francisco Sá, Calógeras
dava a impressão dc um inglês discorren
A longa iDcrmanência de Calógeras no
Parlamento só é c.xpíicávcl, na esfera de ação em que atuou, por ter sido um valor insubstituível, no julgamento dos governantes. O culto Martim Francisco co.stumava
dizer que "não perdia nunca os seus
apresentou os nomes de Artur Lôbo, ma-
uma carta, vazada em termos cncomiás-
Voz metálica, pouco suscetível dc
viòso poeta é elegante prosador, e de Desidério Melo, advogado provisionado. O voto do Cel. José Francisco recebeu o apoio dos Géis. João Quintino Tei
tícos. Escreveu o seguinte trecho o cs-
emoção, falava sem contrair os músculos
discursos para se instniir, porque .sem
tadi.sta Francisco Sá:
faciais.
pre se tem que aprender, ouvindo o Calógeras, especialista cm Enciclopé
"No estudo das
mais importantes e das mais complexas questões afetas a esta Secretaria, rex'e-
Gesticulava com a mão direita
e não tirava a esquerda do bolso do colete.
Ocupava a tribuna do Parlamento, ho
xeira, Antônio Cesário e Manuel Bar celos. Os ânimos exaltaram-se. Em
lastes capacidade de trabalho tão ex
conseqüência da luta, Artiaga, diretor da Escola Normal e jornalista, ligado a Ca lógeras por laços de parentesco, c as
verdadeiros interesses mineiros, tão com
do cm cátedra de Escola Superior. Ex
pleta aptidão para encarar c resolver as
punha a matéria sem imaginação, dísser-
dificuldades científicas submetidas
tando num estilo enxuto. Habituado às
sassinado por Artur Lôbo, fato lastimá vel que ecoou em todo o Brasil e o obri
vosso estudo, que a falta de vossa coo peração se torna verdadeiramente sen
gou a cultuar a memória do amigo pelas
sível".
colunas d'"0 País".
Artur Lôbo, no
cepcional, tão notável compreensão dos ao
cional, sem ter completado 27 anos, Ca lógeras já era nome de projeção nos meios intelectuais, não só de Minas como
absolvição,
de todo o Brasil.
Os adversários do jovem e laureado engenheiro reconheciam o seu valor mo ral e a sua probidade científica, mas entendiam que havia inconveniências no
Honrou, na Câmara dos Deputados, as suas tradições de earáter, de inteligên
afastamento de um técnico da secreta
foi dos maiores do Brasil.
ficar desprestigiado... Calógeras, nobremente, evita o pro
longamento da luta, desistindo, em do cumento público, da candidatura. Francisco Sá, o "S. João Crisóstomo
ciências exatas, examinava o assunto de um ponto de vista orgânico. Dc grande compostura perante o con
Ao ingressar, pois, no Parlamento Na
júri, em Uberaba, foi defendido pelo causídico Alfredo Pujol, criminalista e orador de nomeada, que conseguiu a sua
ria e que o Cel. José Francisco não podia
ras a fio, como sc estivesse prelecionan-
cia, de operosidade. Como parlamentar, em longa carreira,
Percorrendo os anais do Congresso,
verificar-se-á que discutia todos os orça mentos com a mesma mestria.
A .sua
cultura era integral.
Resumir, pois, a sua atividade parla
apenas, em ligeiros toque.s, os melho
cursos. Ou, melhor, subia â tribuna i^ara
res discursos, os projetos mais interes
discorrer sobre tema novo.
santes e os pareceres, verdadeiras mono
Evitava o
terreno palmilhado por outrem. Levava
consigo notas, mapas e livros, que for necia a Agenor de Rourc para os exten
sos resumos do "Jornal do Comércio". Jamais pegou da pena ou usou da palavra para discutir casos pessoais ou
plana do polígono cintilante de Carlos Peixoto, Davi Campista, Gastão da
Sempre foi homem dc gabinete e não
ríodo áureo do "Jardim da Infância", dignificaram o nosso Parlamento, elevando-o a altura não atingida na República.
"Ministro para qualquer pasta, em qual quer país do mundo".
tender, era vivaz c enérgico na réplica, se aparteado. Não improvisava os dis
Está na
Cunha e João Luiz Alves cpie, no pe
dia". Em suas memórias inéditas, o irre verente Andrada defíniu-o com a frase:
do interesses puramente partidários, de atas eleitorais, o que não constituía uma recomendação.
Em Minas, como
nos demais Estados da Federação, reco
nheciam-se os serviços de um Brossane
mentar, é tarefa difícil.
Mencionarei
grafias. Não analisarei as suas idéias.
A Co- •
ieção "Brasiliana", em edições sucessivas,
está divulgando as obras principais de
Calógeras e enorme tem sido a sua in fluência nos rumos da administração brasileira.
Aos 7 de fevereiro de 1897, apresen tava ao eleitorado do L° Distrito Fe
deral de Minas Gerais o manifesto-programa. Contrariando a norma geral se-
II I I
l i .i. ,
I
I
■ '(i.-.iyíK
Dicksto Econômico 106
guida pelos políticos, de prometer e nao cumprir, só traçou as diretrizes ^ sua eleição, que se realizara a 30 de e zembro do ano anterior. E' um do cumento incisivo e curto. O problema
basilar, segundo o seu modo de pensar, é o económico-administrativo, com o
funcionamento integral do mecanismo
adotado pela Constituição de 24 de fe vereiro.
"Condição essencial de paz e de res
peito à existência constitucional da União, a autonomia dos Estados deve ser a religião intangível de todos os brasileiros."
Assume o compromisso de "realizar* uma política de tolerância e de paz, a cuja sombra tôdas as aspirações lícitas encontrarão abrigo, e que permitira, nos moldes da mais severa economia, dar
I a tôdas as fôrças produtoras do Brasil a expansão natural que devem ter". Estreou apresentando emendas sòbre o Homestead. Estréia sem grande ruído. Porém, reveladora do seu temperamento e da sua orientação. Debatendo maté
ria jurídica, o engenheiro patenteava aos seus pares ser um espírito curioso, in teressado por todos os domínios da ciência.
se achavam condenadas, e <lo poder da.s
r
DrcESTO
Econômico
ta, que c impossível liavcr partidos per manentes em repúblicas presidenciais como a nossa.
ro. Ao Instituto Nacional de Mvisica foi
interna, Calógeras não podia admitir
ro, quando outros trabalhos importan
oferecido o precioso arquivo, que se de
que a recusa da licença acarretasse a
tes, já conhecidos, não o elevassem entre seus concidadãos, o das responsabilida
Tralando-sc de um ato de economia
nominou "Coleção Gabricla Alves dc
renúncia do Prudente dc Morais c que, sem a in\crsão da.s normas constitucio
des das vias férreas o tornaria distinto
O Visconde dc Taunay, pelas eoliinas do "Jornal do Comercio", e Artur Dias,
nais, não SC compreende a ingerência do
no País e admirado no estrangeiro". Bateu-se, improricuamentc, para que
Poder Executivo na esfera do Legislati
cm folhetim da "Cidade do Rio", mani
festaram-lhe os seus aplausos. Na sessão secrctca da Câmara dos
Deputados de 4 de novembro de 1897, discutiu com vigor o Tratado de 10 de abril, do Amapá, firmado pelo nosso
govômo para fixar as fronteiras do Brasil
1
vo. Os anais registram que a sua oraçãf), consagrada com palmas prolon
sü instalasse o Congresso a 14 de julho,
gadas no recinto e nas galerias, finali
economia de mil o oilocentos contos de
za com a seguinte advertência: "Repu
réis. Discutiu em plenário, com a mimieia de um beneditino e surpreenden
blicanos históricos, com a responsabili dade da propaganda, e republicanos nãohistúricos, com a responsabilidade ainda maior da adesão — sejamos justos, to lerantes e liberais".
rinha do Guerra, discursou com a com
A tese de Calógeras contrária às agre miações partidárias permanentes, Carlos
balística.
riadores, e demonstrou, exaustiva c irre-
Peixoto Filho a desenvolveu posterior
petência que só ijossui um professor de Calógeras escolheu, porém, mal o auditório.
Pelo rigoroso cunho
Jiitàvelmente, os direitos do Brasil. Protestou contra a passagem da Es
num banquete, que se realizou no Res taurante Assírio, ao Marechal Hermes,
tos militares de alta patente teriam que
cola dc Minas de Ouro Preto, não só
que embarcava para a Alemanha. Carlos Peixoto, pressentindo a borrasca, definiu
para Barbaceiia, lugar que havia sido condenado ao ser fundada por Gorcei-x,
por não apresentar condições indispensá
veis para estudos geológicos e mineraló-
da Viação em 1899 e o defendeu em
Asseverou Mário de Alencar que êsse discurso produziu forte impressão no es
três longos discursos, debatendo o pro
tudou a responsabilidade dos emprega
Em memorável discurso, recusou li
rios, e apoiou o voto de Anfilófio, juris ta emérito e representante da Bahia.
persuasiva do Visconde de Taunay. Mas, fazendo jus à gratidão dos amantes da Isolado em sua bancada, Calógeras, boa música, conseguira o autor da Re vendo que se tratava de manejo político, tirada da Laguna", com o auxi .o de Al enfrentou com energia o líder Seabra, berto Nepomuceno, unicamente, a im não admitindo questões fechadas em as pressão da majestosa "Missa in requiem , sunto do tal natureza. Sustentou, com hú muito executada em Sao Paulo. a opinião do publicista argentino Alcoor-
aprender, ouvindo-o. Relatou o parecer sôbre o orçamento
o papel do militar na política.
crime que lhe imputaram seus adversá
Calógeras arrancou do olvido, a que
Sobre o aparelhamento da nossa Ma
técnico que imprimiu à sua oração, de veria proferi-la na Escola NaviiJ. Mui
mente, cm 1908, com o brilho habitual,
legislatura com o problema da redução
Fora inútil, até então, a eloqüência
te erudição, os orçamentos da Víação, Receita, Fazenda e Guerra.
ato governamental que a secular questão fôsse resolvida pelo arbitramento. A oração de Calógeras impressionou pelo rigor científico. Citou geógrafos, histo
cença para processar o General Francis co Glicério, por julgá-lo incapaz do
Nunes Garcia.
reduzindo o prazo das sessões com a
com a Guiana Francesa. Determinava o
tribuna a compra, pelo Estado, do acer vo inédito do Padre José Maurício
lestina e Scarlatti, Bach e Hãndel, im
derosos e o "Jornal do Comércio" decla rava textualmente: "O ilustrado minei
Sousa".
peliu-o, logo a seguir, a justificar na
púsculo da existência se resumia em Pa
mente, sôbrc o produtor, causando danos irreparáveis. Exibin argumentos pon-
traças, a cuja voracidade de.slriiidora estavam entregues, as cento c dez com posições inéditas do compositor brasilei
gícos, como para Belo Horizonte, apoia da nesse passo por cinco professores con tra oito que se declararam contrários a qualquer transferência.
A sua paixão musical, que no cre
107
pírito do Marechal, que, no entanto,
não SC aproveitou dos ensinamentos do amigo.
Calógeras preocupou-sc ainda nessa das tarifas c o das estradas de ferro. Es
dos de transporte. O escândalo da irres ponsabilidade das vias férreas, que che garam ao ponto de declarar, em seus conhecimentos, não se responsabilizarem pelos objetos que recebiam para o trans porte, era dos maiores embaraços ao de senvolvimento agrícola do Pais, porque os prejuízos caíam, direta ou indireta
blema ferroviário em tôdas as minudên-
cias. Da legislatura finda, naquele ano, talvez seja o seu melhor trabalho. Perfunctòriamente descrevemos a sua
atuação nos três primeiros anos de man dato.
A bancada mineira ainda não
havia atingido ao apogeu.
Gastão da
Cunha e Estêvão Lôbo foram eleitos era
1900. Carlos Peixoto, João Luiz Alvos,
Astolfo Dutra o Davi Campista em 1903. Afrânio de Melo Franco em 1906.
Francisco Sá, de elegância ática no dizer e cultor exímio das letras clássicas, revivia os meUiores dias de Atenas. Re
presentava o Ceará e não a terra natal. Contava, porém, a bancada mineira,
II I I
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Dicksto Econômico 106
guida pelos políticos, de prometer e nao cumprir, só traçou as diretrizes ^ sua eleição, que se realizara a 30 de e zembro do ano anterior. E' um do cumento incisivo e curto. O problema
basilar, segundo o seu modo de pensar, é o económico-administrativo, com o
funcionamento integral do mecanismo
adotado pela Constituição de 24 de fe vereiro.
"Condição essencial de paz e de res
peito à existência constitucional da União, a autonomia dos Estados deve ser a religião intangível de todos os brasileiros."
Assume o compromisso de "realizar* uma política de tolerância e de paz, a cuja sombra tôdas as aspirações lícitas encontrarão abrigo, e que permitira, nos moldes da mais severa economia, dar
I a tôdas as fôrças produtoras do Brasil a expansão natural que devem ter". Estreou apresentando emendas sòbre o Homestead. Estréia sem grande ruído. Porém, reveladora do seu temperamento e da sua orientação. Debatendo maté
ria jurídica, o engenheiro patenteava aos seus pares ser um espírito curioso, in teressado por todos os domínios da ciência.
se achavam condenadas, e <lo poder da.s
r
DrcESTO
Econômico
ta, que c impossível liavcr partidos per manentes em repúblicas presidenciais como a nossa.
ro. Ao Instituto Nacional de Mvisica foi
interna, Calógeras não podia admitir
ro, quando outros trabalhos importan
oferecido o precioso arquivo, que se de
que a recusa da licença acarretasse a
tes, já conhecidos, não o elevassem entre seus concidadãos, o das responsabilida
Tralando-sc de um ato de economia
nominou "Coleção Gabricla Alves dc
renúncia do Prudente dc Morais c que, sem a in\crsão da.s normas constitucio
des das vias férreas o tornaria distinto
O Visconde dc Taunay, pelas eoliinas do "Jornal do Comercio", e Artur Dias,
nais, não SC compreende a ingerência do
no País e admirado no estrangeiro". Bateu-se, improricuamentc, para que
Poder Executivo na esfera do Legislati
cm folhetim da "Cidade do Rio", mani
festaram-lhe os seus aplausos. Na sessão secrctca da Câmara dos
Deputados de 4 de novembro de 1897, discutiu com vigor o Tratado de 10 de abril, do Amapá, firmado pelo nosso
govômo para fixar as fronteiras do Brasil
1
vo. Os anais registram que a sua oraçãf), consagrada com palmas prolon
sü instalasse o Congresso a 14 de julho,
gadas no recinto e nas galerias, finali
economia de mil o oilocentos contos de
za com a seguinte advertência: "Repu
réis. Discutiu em plenário, com a mimieia de um beneditino e surpreenden
blicanos históricos, com a responsabili dade da propaganda, e republicanos nãohistúricos, com a responsabilidade ainda maior da adesão — sejamos justos, to lerantes e liberais".
rinha do Guerra, discursou com a com
A tese de Calógeras contrária às agre miações partidárias permanentes, Carlos
balística.
riadores, e demonstrou, exaustiva c irre-
Peixoto Filho a desenvolveu posterior
petência que só ijossui um professor de Calógeras escolheu, porém, mal o auditório.
Pelo rigoroso cunho
Jiitàvelmente, os direitos do Brasil. Protestou contra a passagem da Es
num banquete, que se realizou no Res taurante Assírio, ao Marechal Hermes,
tos militares de alta patente teriam que
cola dc Minas de Ouro Preto, não só
que embarcava para a Alemanha. Carlos Peixoto, pressentindo a borrasca, definiu
para Barbaceiia, lugar que havia sido condenado ao ser fundada por Gorcei-x,
por não apresentar condições indispensá
veis para estudos geológicos e mineraló-
da Viação em 1899 e o defendeu em
Asseverou Mário de Alencar que êsse discurso produziu forte impressão no es
três longos discursos, debatendo o pro
tudou a responsabilidade dos emprega
Em memorável discurso, recusou li
rios, e apoiou o voto de Anfilófio, juris ta emérito e representante da Bahia.
persuasiva do Visconde de Taunay. Mas, fazendo jus à gratidão dos amantes da Isolado em sua bancada, Calógeras, boa música, conseguira o autor da Re vendo que se tratava de manejo político, tirada da Laguna", com o auxi .o de Al enfrentou com energia o líder Seabra, berto Nepomuceno, unicamente, a im não admitindo questões fechadas em as pressão da majestosa "Missa in requiem , sunto do tal natureza. Sustentou, com hú muito executada em Sao Paulo. a opinião do publicista argentino Alcoor-
aprender, ouvindo-o. Relatou o parecer sôbre o orçamento
o papel do militar na política.
crime que lhe imputaram seus adversá
Calógeras arrancou do olvido, a que
Sobre o aparelhamento da nossa Ma
técnico que imprimiu à sua oração, de veria proferi-la na Escola NaviiJ. Mui
mente, cm 1908, com o brilho habitual,
legislatura com o problema da redução
Fora inútil, até então, a eloqüência
te erudição, os orçamentos da Víação, Receita, Fazenda e Guerra.
ato governamental que a secular questão fôsse resolvida pelo arbitramento. A oração de Calógeras impressionou pelo rigor científico. Citou geógrafos, histo
cença para processar o General Francis co Glicério, por julgá-lo incapaz do
Nunes Garcia.
reduzindo o prazo das sessões com a
com a Guiana Francesa. Determinava o
tribuna a compra, pelo Estado, do acer vo inédito do Padre José Maurício
lestina e Scarlatti, Bach e Hãndel, im
derosos e o "Jornal do Comércio" decla rava textualmente: "O ilustrado minei
Sousa".
peliu-o, logo a seguir, a justificar na
púsculo da existência se resumia em Pa
mente, sôbrc o produtor, causando danos irreparáveis. Exibin argumentos pon-
traças, a cuja voracidade de.slriiidora estavam entregues, as cento c dez com posições inéditas do compositor brasilei
gícos, como para Belo Horizonte, apoia da nesse passo por cinco professores con tra oito que se declararam contrários a qualquer transferência.
A sua paixão musical, que no cre
107
pírito do Marechal, que, no entanto,
não SC aproveitou dos ensinamentos do amigo.
Calógeras preocupou-sc ainda nessa das tarifas c o das estradas de ferro. Es
dos de transporte. O escândalo da irres ponsabilidade das vias férreas, que che garam ao ponto de declarar, em seus conhecimentos, não se responsabilizarem pelos objetos que recebiam para o trans porte, era dos maiores embaraços ao de senvolvimento agrícola do Pais, porque os prejuízos caíam, direta ou indireta
blema ferroviário em tôdas as minudên-
cias. Da legislatura finda, naquele ano, talvez seja o seu melhor trabalho. Perfunctòriamente descrevemos a sua
atuação nos três primeiros anos de man dato.
A bancada mineira ainda não
havia atingido ao apogeu.
Gastão da
Cunha e Estêvão Lôbo foram eleitos era
1900. Carlos Peixoto, João Luiz Alvos,
Astolfo Dutra o Davi Campista em 1903. Afrânio de Melo Franco em 1906.
Francisco Sá, de elegância ática no dizer e cultor exímio das letras clássicas, revivia os meUiores dias de Atenas. Re
presentava o Ceará e não a terra natal. Contava, porém, a bancada mineira,
H If
DicEsrn
108-
Dicksto Econômico
Econômico
com um jurista da estatura de Alfredo
amigo, crítico competente que leu esse
cinco anos nas praias dc Copacabana,
Pinto Vieira de Melo, futuro Ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, e engenheiros competentes como Cuper-
ensaio c reza pelas "A.sccnsõcs dWlmu",
mas deixando atrás dc si um rastro dc
ouvi que i\ con.stnição francesa dos tra
tino Siqueira e Rodolfo Paixáo, êstc um
do que a dos .seus Ií\tos cseritiis em
militar que a política desviou da car
nossa língua.
luz; Calógeras, operoso e sábio. Calógeras i\'vclou nessa legislatura atividadü tão plurifonne c intensa que parecia ter o desejo de tirar desforra dos
reira das armas.
Não é leviana a afirmativa de que,
na legislatura de 1897 a 1899, a figura de maior projeção dos montanheses, a
de maior produtividade, fora o jovem João Pandiá Calógeras. Vitima da fraude eleitoral, que ar rancara palavras de fogo da eloqüência
alada de Francisco Sá, Calógeras não obtém o reconhecimento de seus di reitos.
Como os gregos, seus ascendentes, que prestavam serviços à pátria, Calóge as era, pelos pigmeus, invejosos do seu valor, condenado ao ostracismo,
Afastado do Parlamento, na legislatu-
balhos de Calógeras é mais barnioniosa A miopia política, c.vtorquindo-lluí o
diploma de deputado federal, permitiu que prestasse ao Brasil èssc serv iço. Em Raris, profere, em nome dos brasileiros, a oração oficial de saudação a Santos Diimont, ofcrtando-lbc uma reprodução em bronze d'"A Fama", de Jean Antoi-
c o que somos, ó a meta dc um tra balho secular". Respondeu a todas as objeções do Felisbelo Freire e Lindolfi) Serra c terminou declarando:
"Os ne
gociadores Rio Branco o Assiz Brasil cumpriram nobremente o seu dever, e
três ano.s do forçado silêncio.
provaram á nossa Pátria que não está
Os scns di.scursos e paroceros .são es tudos do fôlego. A reforma do Código Eleitoral, a reõrganização do Distrito Fe deral, os impostos interestaduais, a insti
extinta a linhagem intelectual o política
tuição do crédito agrícola, a organiza ção provisória do Acre, o leilão da Soro-
dos estadistas brasileiros".
Releva acrescentar que o deputado Calógeras timbrou em examinar a que.stão, em face de documentos e informa
ções extra-oficiais, provando assim que o tratado e as negociações com a Bo
no Injalbcrt, feita por Thiébaud, para
cabana, a sê-ca do Nordeste, a responsa
comemorar a celebre excursão aérea de 19 de outubro.
bilidade civil das estradas de ferro, a reforma dos estatutos do Banco do Brasil, conhecida como "Reforma Davi
rio que se lhes atribuiu.
Campista", e os discursos sòbro os dife
uma obra de extraordinário valor. Reli-
Para os jornais de Belo Horizonte, es creveu uma série de artigos sòbro olctrosidernrgia, café c reforma tributária. Francisco Sales consegue, em 1903,
incluir o seu nome na chapa dc depu tados federais como representante dc
m de 1900-1902, exerce o cargo de n Mineração de Manganês do Bananal e empreende em 1901 uma
"cidade da matemática e da pedra" —
viagem de recreio à Europa, aumen
como era denominada a antiga Vila Rica
tando o seu cabedal de conhecimentos.
— uma das maiores manifestações, x'er-
Ouro Preto, acontecimento que deter minou Sc realizasse, em 9 dc março, na
Ern 22 de junho desse ano, realiza nota-
dadcira apoteose, de que há notícia, ao
bilíssima conferência na "Société de
ilustrado engenheiro.
Geographie Commerciale" sobre "La si-
-i
109
Com os novos eleitos há em Minas
lívia não estavam envolvidos no misté
Calógeras quis ainda doar ao Brasil
rentes orçamentos, são vastas monogra
ro-me ao Parecer "As minas do Brasil e'
fias, de pasmosa erudição, que mere cem análise minuciosa ou, pelo menos,
a sua legislação", em três grossos vo lumes, relatado nessa legislatura. É um
que se faça um resumo das idéias e.xpen-
estudo, pela erudição, só comparável aos
clidas. Em todos, é o verdadeiro Homem dc Estado, encarando o Brasil em seu
dc Rui Barbosa sôbre a redação «Io
todo, sem preconceitos de regionalismo. Merece destaque especial, todavia, um trabalho sou: o discurso proferido na sessão secreta de 23 de janeiro de 1904, referente à "Questão do Acre". Calógeras ocupou a tribuna pelo espa
cundário.
Código Chàl c Ensino Primário e Se
'Estudando o passado - diz Pires «Io Rio — Calógeras ilumina o debate his
toriado pelo concurso de saber técnica, em cada página revelado, no terreno da geologia, da metalurgia, da mecânica,
ço dc cinco horas e deixou em todos os
matérias sôbre que discorre com fir
duzida em boletim e tirada em folheto
Gerais uma metamorfose nos valores in telectuais. E' desmentida a caustican-
ouvintes uma impressão de assombro.
meza e familiaridade de estudioso pio-
por um admirador anônimo. Gorceix,
te alusão de Artur Rios, quando falava
Essa oração, como é óbvio, não consta
fissional."
em boiada, aludindo à bancada minei ra. Surde, no dizer de um articulista,
que lhe abriu as portas do Institiito His"-
tuation economique du Brésil", repro
sobrio em elogios, no artigo escrito para fala da impressão que causou nos meios
uma elite que nada tem dc comum com
dos Anais Parlamentares e foi reprodu zida nas colunas do "Dlgcsto Econômi co" por ter sido feita, polo próprio Ca
científicos de França a leitura dêsse tra
o animal simbólico descrito por Car-
lógeras, uma rccon.stituição que conser
balho.
diicci.
vava em seu arquivo. '
o jornal parisiense "L'Amérique Latine", Calógeras examina a crise do
A critica dêsse grande e famoso livio, tórico e Ceográfico Brasileiro, não é objeto dêste ensaio. Flomens do valor intelectual de Capistrano de Abreu,
É uma preleção sobre a nossa forma
Henri Gorceix, Mendes Pimentel, Or-
ceira e econômica de Campos Sales. Es
rável sexteto! Peixoto, temperamento de
ção histórica e a nossa economia no con
vilie Derby, Arrojado Lisboa, Visconde
tuda as nossas relações comerciais com
chefe; Campi.sta, folhctinista incompa-
tinente .sul-americano. Endossa, no lon
de Ouro Preto, Álvaro da Silveira, Piies
rável; Gastão da Cunha, assombroso ora
go desenvolvimento, a seguinte máxima
do Rio e Glycon de Paiva já emitiram
de Ronan: "Os verdadeiros homens de
seus pareceres. Êste último, em cinti
progresso são aqueles que adotam por
lante e longo ensaio, classificou-o de
reno perdido. A peroração é vibrante
dor; João Luiz Alves, fluente e argumentador, "doublé" de jurisconsulto e economista; Estêvão Lôbo, inteligência
ponto de partida um profundo respeito
"tratado monumental de História Eco
e de agradável sabor literário. De um
culta e faiscante, morto aos trinta e
pelo passado, pois tudo quanto fazemos
nômica".
Brasil, aplaudindo a orientação finan diversos países, notadamente com a França, e sugere os meios de que se deve lançar mão para reconquistar o ter
Que linhagem intclcctxial a do admi
H If
DicEsrn
108-
Dicksto Econômico
Econômico
com um jurista da estatura de Alfredo
amigo, crítico competente que leu esse
cinco anos nas praias dc Copacabana,
Pinto Vieira de Melo, futuro Ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, e engenheiros competentes como Cuper-
ensaio c reza pelas "A.sccnsõcs dWlmu",
mas deixando atrás dc si um rastro dc
ouvi que i\ con.stnição francesa dos tra
tino Siqueira e Rodolfo Paixáo, êstc um
do que a dos .seus Ií\tos cseritiis em
militar que a política desviou da car
nossa língua.
luz; Calógeras, operoso e sábio. Calógeras i\'vclou nessa legislatura atividadü tão plurifonne c intensa que parecia ter o desejo de tirar desforra dos
reira das armas.
Não é leviana a afirmativa de que,
na legislatura de 1897 a 1899, a figura de maior projeção dos montanheses, a
de maior produtividade, fora o jovem João Pandiá Calógeras. Vitima da fraude eleitoral, que ar rancara palavras de fogo da eloqüência
alada de Francisco Sá, Calógeras não obtém o reconhecimento de seus di reitos.
Como os gregos, seus ascendentes, que prestavam serviços à pátria, Calóge as era, pelos pigmeus, invejosos do seu valor, condenado ao ostracismo,
Afastado do Parlamento, na legislatu-
balhos de Calógeras é mais barnioniosa A miopia política, c.vtorquindo-lluí o
diploma de deputado federal, permitiu que prestasse ao Brasil èssc serv iço. Em Raris, profere, em nome dos brasileiros, a oração oficial de saudação a Santos Diimont, ofcrtando-lbc uma reprodução em bronze d'"A Fama", de Jean Antoi-
c o que somos, ó a meta dc um tra balho secular". Respondeu a todas as objeções do Felisbelo Freire e Lindolfi) Serra c terminou declarando:
"Os ne
gociadores Rio Branco o Assiz Brasil cumpriram nobremente o seu dever, e
três ano.s do forçado silêncio.
provaram á nossa Pátria que não está
Os scns di.scursos e paroceros .são es tudos do fôlego. A reforma do Código Eleitoral, a reõrganização do Distrito Fe deral, os impostos interestaduais, a insti
extinta a linhagem intelectual o política
tuição do crédito agrícola, a organiza ção provisória do Acre, o leilão da Soro-
dos estadistas brasileiros".
Releva acrescentar que o deputado Calógeras timbrou em examinar a que.stão, em face de documentos e informa
ções extra-oficiais, provando assim que o tratado e as negociações com a Bo
no Injalbcrt, feita por Thiébaud, para
cabana, a sê-ca do Nordeste, a responsa
comemorar a celebre excursão aérea de 19 de outubro.
bilidade civil das estradas de ferro, a reforma dos estatutos do Banco do Brasil, conhecida como "Reforma Davi
rio que se lhes atribuiu.
Campista", e os discursos sòbro os dife
uma obra de extraordinário valor. Reli-
Para os jornais de Belo Horizonte, es creveu uma série de artigos sòbro olctrosidernrgia, café c reforma tributária. Francisco Sales consegue, em 1903,
incluir o seu nome na chapa dc depu tados federais como representante dc
m de 1900-1902, exerce o cargo de n Mineração de Manganês do Bananal e empreende em 1901 uma
"cidade da matemática e da pedra" —
viagem de recreio à Europa, aumen
como era denominada a antiga Vila Rica
tando o seu cabedal de conhecimentos.
— uma das maiores manifestações, x'er-
Ouro Preto, acontecimento que deter minou Sc realizasse, em 9 dc março, na
Ern 22 de junho desse ano, realiza nota-
dadcira apoteose, de que há notícia, ao
bilíssima conferência na "Société de
ilustrado engenheiro.
Geographie Commerciale" sobre "La si-
-i
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Com os novos eleitos há em Minas
lívia não estavam envolvidos no misté
Calógeras quis ainda doar ao Brasil
rentes orçamentos, são vastas monogra
ro-me ao Parecer "As minas do Brasil e'
fias, de pasmosa erudição, que mere cem análise minuciosa ou, pelo menos,
a sua legislação", em três grossos vo lumes, relatado nessa legislatura. É um
que se faça um resumo das idéias e.xpen-
estudo, pela erudição, só comparável aos
clidas. Em todos, é o verdadeiro Homem dc Estado, encarando o Brasil em seu
dc Rui Barbosa sôbre a redação «Io
todo, sem preconceitos de regionalismo. Merece destaque especial, todavia, um trabalho sou: o discurso proferido na sessão secreta de 23 de janeiro de 1904, referente à "Questão do Acre". Calógeras ocupou a tribuna pelo espa
cundário.
Código Chàl c Ensino Primário e Se
'Estudando o passado - diz Pires «Io Rio — Calógeras ilumina o debate his
toriado pelo concurso de saber técnica, em cada página revelado, no terreno da geologia, da metalurgia, da mecânica,
ço dc cinco horas e deixou em todos os
matérias sôbre que discorre com fir
duzida em boletim e tirada em folheto
Gerais uma metamorfose nos valores in telectuais. E' desmentida a caustican-
ouvintes uma impressão de assombro.
meza e familiaridade de estudioso pio-
por um admirador anônimo. Gorceix,
te alusão de Artur Rios, quando falava
Essa oração, como é óbvio, não consta
fissional."
em boiada, aludindo à bancada minei ra. Surde, no dizer de um articulista,
que lhe abriu as portas do Institiito His"-
tuation economique du Brésil", repro
sobrio em elogios, no artigo escrito para fala da impressão que causou nos meios
uma elite que nada tem dc comum com
dos Anais Parlamentares e foi reprodu zida nas colunas do "Dlgcsto Econômi co" por ter sido feita, polo próprio Ca
científicos de França a leitura dêsse tra
o animal simbólico descrito por Car-
lógeras, uma rccon.stituição que conser
balho.
diicci.
vava em seu arquivo. '
o jornal parisiense "L'Amérique Latine", Calógeras examina a crise do
A critica dêsse grande e famoso livio, tórico e Ceográfico Brasileiro, não é objeto dêste ensaio. Flomens do valor intelectual de Capistrano de Abreu,
É uma preleção sobre a nossa forma
Henri Gorceix, Mendes Pimentel, Or-
ceira e econômica de Campos Sales. Es
rável sexteto! Peixoto, temperamento de
ção histórica e a nossa economia no con
vilie Derby, Arrojado Lisboa, Visconde
tuda as nossas relações comerciais com
chefe; Campi.sta, folhctinista incompa-
tinente .sul-americano. Endossa, no lon
de Ouro Preto, Álvaro da Silveira, Piies
rável; Gastão da Cunha, assombroso ora
go desenvolvimento, a seguinte máxima
do Rio e Glycon de Paiva já emitiram
de Ronan: "Os verdadeiros homens de
seus pareceres. Êste último, em cinti
progresso são aqueles que adotam por
lante e longo ensaio, classificou-o de
reno perdido. A peroração é vibrante
dor; João Luiz Alves, fluente e argumentador, "doublé" de jurisconsulto e economista; Estêvão Lôbo, inteligência
ponto de partida um profundo respeito
"tratado monumental de História Eco
e de agradável sabor literário. De um
culta e faiscante, morto aos trinta e
pelo passado, pois tudo quanto fazemos
nômica".
Brasil, aplaudindo a orientação finan diversos países, notadamente com a França, e sugere os meios de que se deve lançar mão para reconquistar o ter
Que linhagem intclcctxial a do admi
rXTjDicesto Econômico
110
Como Calógeras se revela historiador,
geólogo e jurisperito nessa obra grandio sa, citarei pequeninos trechos sintéticos
Dicesto Econômico
111
que Se reuniu na cidade do Rio dc Ja
i A ires, Domício da Gama, ao Ministério
neiro, em 1906. Em uma delegação bri lhantíssima, chefiada por Joaquim Na-
do Exterior, muito contribuiu, pela se renidade e argumentação irrespondível, para aplainar as dificuldades, quase in superáveis, incrementadas por uma im
Foi um prélio em que não hou\ c ven cido nem \ enccdor. Ao discurso Nibran-
te e algo apaixonado de Cincinato Bra
de três mestres de História, Geologia
buco — e entre seus componentes figura
e Direito: Capistrano de Abreu, Gor-
vam Gastão da Cunha, Assiz Brasil, Gra
ceix e Mendes Pimentel.
ça Aranha e Amaro Cavalcanti — teve atuação destacada, como assinalam os
prensa armahientista. como se fòra um
Na legislatura de 1909 a 1911, os seus principais trabalhos foram os discursos
anais da conferência.
técnico militar, o orçamento da guerra. Como Mieliclct, de Maislre, Jules Simon e Saint Beuve, Calógeras é um paisano
fase da discussão, cm que procurou, esIribado nas opiniões de Leopoldo Bu
"Durante decênios essa obra ficará
como um no\'o marco solitário" — afir
ma o historiador; "será o vademeciim
Deputado federal, não de.smcntiu as
para todos que, direta ou indiretamente, quiserem conhecer as riquezas do Bra sil" comenta o geólogo; "\ágoroso es pírito servido por sistematizado preparo técnico, conhecimento teórico e prático do assunto, escrupulosa probidade cien tífica, operosidade excepcional, manejo
suas tradições de estudioso de todtjs os
fácil e correto da língua" — sentencia o jurisconsulto. Djalma Guimarães, seu sobrinho e
hoje o maior petrógrafo brasileiro, está
dirigindo a reedição dessa obra, ampliando-a, para transformá-la em verdadeira Enciclopédia.
problemas, na legislatura de 1906-1908. Bateu-Se pela reforma do ensino, propugnando a escola primíiria generalizada c a criação do verdadeiro ensino normal,
que esclarece problemas inacessíveis à classe civil.
Finalmente, enfrenta o parlamentar
sôbre a Caixa de Com'ersão, na segunda lhões, refutar os anteriores argumentos de Campista, e a notável oração sôbre o arrendamento do cais do porto. Susten
que não envelhece no físico e nas idéias
tou nesta última a tese de que o Esta
como em França se ministrava. Defen
e tem demonstrado a fibra do bandei
do, como administrador de ser\'iços dc
deu a permanônela da nossa legação jun
rante — Cincinato Braga — no projpto da
natureza industrial, não merece pabnas.
to à Santa Sé e combateu o instituto do
valorização do café.
Promoveu a redução das tarifas e a construção de vias férreas. Contrário a
divórcio. Criticou o nosso sistema tri
butário, mostrando como todo ele é ba seado na defesa de interesses que não
são os da classe mais numerosa e produ tiva da sociedade brasileira, e se funda essencialmente no sacrifício das classes
Calógeras, que possuía a nevrose do
Em 1908, estuda,
ga, replicou o deputado mineiro com se rena oração.
menos abastadas. Examinou cuidadosa
Combato a intervenção do Govêmo no
mercado, declarando (^uc sempre fora adversário intransigente dc planos dc valorização. Julga que o concebido pe lo Governo paulista nada adiantará à
legação do Brasil jiuito ao Vaticano. Calógeras é, novamente, convidado
lavoura. Como não temos um monopó lio, a intervenção oficial, tentando re
pelo Barão do Rio Branco para fazer parto da delegação brasileira à Quarta
todos os atos de perseguição religiosa, defendeu com è.xito a permanência da
trabalho, era também o jornalista que
mente os problemas atinentes à intensi
gular o preço, será ineficaz. Os suce
Conferêncru Pan-Ainericana que se re
sustentava, pelas colunas do "Jornal do
ficação das fôrças produtoras, ao bara
dâneos surgirão fatalmente e relembra,
uniria em Buenos Aires. Com dificulda
Comércio", polêmicas eruditas como a que entreteve com Osório de Almeida,
teamento do custo da vida e à rápida c
quando se tratava do empréstimo ante
fácil circulação dos produtos. Conseguiu
rior de três milhões de esterlinos, a de
sôbre o transporte do manganês. Jor ge Street, orador oficial no banquete quo lhe foi oferecido em São Paulo, em
que fôssem computados para a liquida
claração ouvida de que seriam aquêles
ção de tempo da aposentadoria os ser
recursos os últimos solicitados, lingua
des organiza-se a nossa embaixada. A indicação de Èstanislau Zeballos para delegado argentino provoca suscetibilidades. Joaquim Murtinho é o chefe da
viços integrais prestados por operários
1928, pelos industriais, recordou, com
nas repartições federais. E' a única me
alma, em discurso pronunciado de im proviso, a impressão que lhe causou, na
dida de nivelamento do operariado às
gem essa que estava sendo repetida. Ca lógeras desenvolve argumentos sôbre as crises econômicas, que reputa fatais, e
chamadas profissões liberais, aprovada
cerrada ó a sua crítica contra o Convê
mocidade, aquele torneio espiritual.
pelo Congresso nessa legislatura.
nio de Taubaté.
Ao encerrar-se a legislatura, Calóge ras, que contava trinta e cinco anos de idade, era unanimemente apontado co mo o homem capaz de exercer, com o mesmo brilho, qualquer das pastas mi
Proferiu, em ambiente dc exacerba
Cincinato Braga respondeu-lhe, ime
notável discurso pacifista, definindo o
diatamente, dizendo que São Paulo não vinha pedir mas sim negociar. Profere
ção, provocado pela "Questão Zeballos »
delegação. São seus membros Gastão da Cunha, Plerculano de Freitas, Ahneida
Nogueira, Olavo Bilac, Germano Haslocher e Calógeras, os dois últimos, de
putados federais, dependentes da licen Calógeras escreve
ça do Congresso.
para a Conferência um dos seus melho res livros — "La Politiquo Monétaire du
verdadeiro pensamento brasileiro e es
longa oração, baseada em dados esta
tudando minuciosamente o projeto do condomínio do Brasil e Uruguai no Rio
tísticos. Examina a face eminentemen
te política e o lado econômico e finan
Brésil", cujas idéias foram resumidas pelo ilustrado financista Sales Júnior — livro que, pela formidável densidade de
Jaguarão e na Lagoa Mirim. Foi repro
ceiro da questão. Observa que Minas e
fatos referentes à nossa evolução finan
intemacionaf, foi convidado pelo Barão
duzido na íntegra pela "La Nacion", de
ceira, Afonso Arinos considera na mes
do Rio Branco para tomar parte, como
Buenos Aires e "El Siglo", de Montevi
membro da delegação brasileira, na
déu, e, segundo um comunicado do nos so ministro plenipotenciário em Buenos
Rio não cumpriram o convênio celebra do, e que São Paulo estava só na luta contra a ganância do capitalismo ame
te Nacional" de Amaro Cavalcanti. E'
ricano.
obra proclamada no estiangeiro como o
nisteriais.
Especialista em assuntos de política
Terceira
Conferência
Fan-Araericana,
ma plana do valioso "O Meio Circulan
rXTjDicesto Econômico
110
Como Calógeras se revela historiador,
geólogo e jurisperito nessa obra grandio sa, citarei pequeninos trechos sintéticos
Dicesto Econômico
111
que Se reuniu na cidade do Rio dc Ja
i A ires, Domício da Gama, ao Ministério
neiro, em 1906. Em uma delegação bri lhantíssima, chefiada por Joaquim Na-
do Exterior, muito contribuiu, pela se renidade e argumentação irrespondível, para aplainar as dificuldades, quase in superáveis, incrementadas por uma im
Foi um prélio em que não hou\ c ven cido nem \ enccdor. Ao discurso Nibran-
te e algo apaixonado de Cincinato Bra
de três mestres de História, Geologia
buco — e entre seus componentes figura
e Direito: Capistrano de Abreu, Gor-
vam Gastão da Cunha, Assiz Brasil, Gra
ceix e Mendes Pimentel.
ça Aranha e Amaro Cavalcanti — teve atuação destacada, como assinalam os
prensa armahientista. como se fòra um
Na legislatura de 1909 a 1911, os seus principais trabalhos foram os discursos
anais da conferência.
técnico militar, o orçamento da guerra. Como Mieliclct, de Maislre, Jules Simon e Saint Beuve, Calógeras é um paisano
fase da discussão, cm que procurou, esIribado nas opiniões de Leopoldo Bu
"Durante decênios essa obra ficará
como um no\'o marco solitário" — afir
ma o historiador; "será o vademeciim
Deputado federal, não de.smcntiu as
para todos que, direta ou indiretamente, quiserem conhecer as riquezas do Bra sil" comenta o geólogo; "\ágoroso es pírito servido por sistematizado preparo técnico, conhecimento teórico e prático do assunto, escrupulosa probidade cien tífica, operosidade excepcional, manejo
suas tradições de estudioso de todtjs os
fácil e correto da língua" — sentencia o jurisconsulto. Djalma Guimarães, seu sobrinho e
hoje o maior petrógrafo brasileiro, está
dirigindo a reedição dessa obra, ampliando-a, para transformá-la em verdadeira Enciclopédia.
problemas, na legislatura de 1906-1908. Bateu-Se pela reforma do ensino, propugnando a escola primíiria generalizada c a criação do verdadeiro ensino normal,
que esclarece problemas inacessíveis à classe civil.
Finalmente, enfrenta o parlamentar
sôbre a Caixa de Com'ersão, na segunda lhões, refutar os anteriores argumentos de Campista, e a notável oração sôbre o arrendamento do cais do porto. Susten
que não envelhece no físico e nas idéias
tou nesta última a tese de que o Esta
como em França se ministrava. Defen
e tem demonstrado a fibra do bandei
do, como administrador de ser\'iços dc
deu a permanônela da nossa legação jun
rante — Cincinato Braga — no projpto da
natureza industrial, não merece pabnas.
to à Santa Sé e combateu o instituto do
valorização do café.
Promoveu a redução das tarifas e a construção de vias férreas. Contrário a
divórcio. Criticou o nosso sistema tri
butário, mostrando como todo ele é ba seado na defesa de interesses que não
são os da classe mais numerosa e produ tiva da sociedade brasileira, e se funda essencialmente no sacrifício das classes
Calógeras, que possuía a nevrose do
Em 1908, estuda,
ga, replicou o deputado mineiro com se rena oração.
menos abastadas. Examinou cuidadosa
Combato a intervenção do Govêmo no
mercado, declarando (^uc sempre fora adversário intransigente dc planos dc valorização. Julga que o concebido pe lo Governo paulista nada adiantará à
legação do Brasil jiuito ao Vaticano. Calógeras é, novamente, convidado
lavoura. Como não temos um monopó lio, a intervenção oficial, tentando re
pelo Barão do Rio Branco para fazer parto da delegação brasileira à Quarta
todos os atos de perseguição religiosa, defendeu com è.xito a permanência da
trabalho, era também o jornalista que
mente os problemas atinentes à intensi
gular o preço, será ineficaz. Os suce
Conferêncru Pan-Ainericana que se re
sustentava, pelas colunas do "Jornal do
ficação das fôrças produtoras, ao bara
dâneos surgirão fatalmente e relembra,
uniria em Buenos Aires. Com dificulda
Comércio", polêmicas eruditas como a que entreteve com Osório de Almeida,
teamento do custo da vida e à rápida c
quando se tratava do empréstimo ante
fácil circulação dos produtos. Conseguiu
rior de três milhões de esterlinos, a de
sôbre o transporte do manganês. Jor ge Street, orador oficial no banquete quo lhe foi oferecido em São Paulo, em
que fôssem computados para a liquida
claração ouvida de que seriam aquêles
ção de tempo da aposentadoria os ser
recursos os últimos solicitados, lingua
des organiza-se a nossa embaixada. A indicação de Èstanislau Zeballos para delegado argentino provoca suscetibilidades. Joaquim Murtinho é o chefe da
viços integrais prestados por operários
1928, pelos industriais, recordou, com
nas repartições federais. E' a única me
alma, em discurso pronunciado de im proviso, a impressão que lhe causou, na
dida de nivelamento do operariado às
gem essa que estava sendo repetida. Ca lógeras desenvolve argumentos sôbre as crises econômicas, que reputa fatais, e
chamadas profissões liberais, aprovada
cerrada ó a sua crítica contra o Convê
mocidade, aquele torneio espiritual.
pelo Congresso nessa legislatura.
nio de Taubaté.
Ao encerrar-se a legislatura, Calóge ras, que contava trinta e cinco anos de idade, era unanimemente apontado co mo o homem capaz de exercer, com o mesmo brilho, qualquer das pastas mi
Proferiu, em ambiente dc exacerba
Cincinato Braga respondeu-lhe, ime
notável discurso pacifista, definindo o
diatamente, dizendo que São Paulo não vinha pedir mas sim negociar. Profere
ção, provocado pela "Questão Zeballos »
delegação. São seus membros Gastão da Cunha, Plerculano de Freitas, Ahneida
Nogueira, Olavo Bilac, Germano Haslocher e Calógeras, os dois últimos, de
putados federais, dependentes da licen Calógeras escreve
ça do Congresso.
para a Conferência um dos seus melho res livros — "La Politiquo Monétaire du
verdadeiro pensamento brasileiro e es
longa oração, baseada em dados esta
tudando minuciosamente o projeto do condomínio do Brasil e Uruguai no Rio
tísticos. Examina a face eminentemen
te política e o lado econômico e finan
Brésil", cujas idéias foram resumidas pelo ilustrado financista Sales Júnior — livro que, pela formidável densidade de
Jaguarão e na Lagoa Mirim. Foi repro
ceiro da questão. Observa que Minas e
fatos referentes à nossa evolução finan
intemacionaf, foi convidado pelo Barão
duzido na íntegra pela "La Nacion", de
ceira, Afonso Arinos considera na mes
do Rio Branco para tomar parte, como
Buenos Aires e "El Siglo", de Montevi
membro da delegação brasileira, na
déu, e, segundo um comunicado do nos so ministro plenipotenciário em Buenos
Rio não cumpriram o convênio celebra do, e que São Paulo estava só na luta contra a ganância do capitalismo ame
te Nacional" de Amaro Cavalcanti. E'
ricano.
obra proclamada no estiangeiro como o
nisteriais.
Especialista em assuntos de política
Terceira
Conferência
Fan-Araericana,
ma plana do valioso "O Meio Circulan
Dicbsto Econónoco
112
nosso melhor compêndio no gênero. Gino Ariíis, o grande professor da Univer sidade de Nápoles,
Emile Lavasseiir,
A defesa da olira de Rio Branco deu-
lhe o ensejo
dcí proferir uma das suas
U3
Dic;iíííto Econômico
o o General Pinheiro Machado, respon
sáveis pelo bombardeio de Man.uis e
Demonstrou que a principal respon sável pela crise é a falta de fé na admi nistração pública, c pam a psss'oa dos
nieIhorí's oniç-ões parlamentares, pulve rizando os argumentos em contrário ex-
pelo caso do "Satélite".
Charles Gíde c Rafael George Levv analisaram-na e citaram-na a-n)iúde.
pendidos pelo ínclito Barbosa Lima.
bom-senso.
Acusado o "Chancí-ler da i^iz" de não
do discurso, publicado cm folheto por um anônimo, que outro não era senão
escrever os seus relatórios, com a cir
Alberto de Faria. O autor do "Mauá"
Peixoto uma resposta do mais alto teor cultural, é uma síntese dos problemas
Não tendo sido votada a liccnva ein tempo útil, devido à má vontade do lí
der para com os dois legisladores, Calógeras não segue para Buenos Aires. "O País", órgão oficioso do Governo,
estranha a politicagem da maioria que "priva dois parlamentares de notáxel ilustração de dar grande realce ao no me do Brasil".
Ouvimos, Batista Pereira e eu, de Leopoldo Bulhões, o Ministro da Fazen
cunstância de não haver segredos no Ministério das Relações Exteriores, Ca
lógeras te\'e a coragc-m de afirmiu- uma \'erdade
cristalina, sobretudo nos dias
fpie vivemos : "Os relatórios são livros grossos c|Uc ninguém lê, a começar pelo próprio ministro, que finge apresen tá-los" .
"Nü\-os rumos econômicos" é o título
não mantinha relações pessoais com Ca lógeras e praticou êsse ato de patriotis
mo apenas para divulgar a tese defen
dida nessa oração; protecionismo e câm bio baixo são uma forma do privilégio para certas classes. Sensacional foi a exposição em que denunciou o contrato celebrado pelo
governo do Pará com a "Amazon Land
dirigentes exigia competência, energia e
Essa oração, que provocou de Carlos econômicos o financeiros do Brasil, em
que não predominou nem o otimismo ingênuo, nem o pessimismo que só vê ruínas e desastres.
Calógeras finnou a reputação de pri meira figura do Parlamento brasileiro cm assuntos militares, em 1913, na discuçâo do orçamento da Guerra.
rionzou a sua mágua pela inominável
Data de 1911 a publicação de seu cxc(fh'nte ]i\ro "Jesuítas c o ensino", do caráter filosófico e político. Poste
and Colonization" para concessão de sessenta mil quilômetros quadrados de
investidos em funções eletivas os mili
'X u' «^■'^""^'damente. recusou, pelo trabalho de pesquisa e redação da
riormente, ao prefaciar a obra do Pa
terras. A facilidade de abrir mão de enormes faixas do nosso solo sugeriu a
permitir a eleição.
da de então, que Calógeras não exte-
2; 1a que n tmha . u direito, concedido pelo de
vtoT' JÇO que desejava prestar ao Brasil.
dre Madureira sõbre a atuação dos fi lhos do Santo Inácio, retifica nobremen
te as duas restrições que fizera à Com
panhia de Jesus: decadência de ensino
Alberto Torres o artigo "Nação ou Co lônia?". Calógeras deu p brado de aler
ta . Essa concessão seria uma fonte de
O livro fo, enviado a lôdas as dele-
nos fins do século XVII e censura de matar as iniciativas individuais. E' um
perigos, se não para nossa integridade, ao menos para a tranqüilidade nacional.
unha, e La Nacion", de Buenos Ai, reproduziu na íntegra, precedidos
opúsculo escrito sem eiva de paixão. Na legislatura de 1912-1914, foi pro digiosa a sua atuação. Com as reluçóes políticas rôtas com o govêriio do Mare
ção, ouvida, quando concluiu, apenas por cinco deputados: Homero Batista,
gaçoes, por intermédio de Gastão da
de um estudo critico, os últimos capítu los, em diversos números sucessivos.
tãrT Calógeras, r injustiça tao em carta diriiíídadea Gasêsse
diplomata, fêz-Ihe a seguinte'IfissS: e ™
Tr®' P"de escrever, corrigir
•Brésir Bresil . PPara
Monétaire isto conseguir, adoeci clu de
surmenage;', gastando do meu bolso mais de dois contos de réis e dei meu tobalho e toda a edição ao Covêmo. Nao me cabe dizer se cumpri o que es peravam de mim, mas asseguro a você que fiz o que pude". A Fundação Calógeras pretende re
chal Hermes, Calógeras sentia que a pa
lavra não poderia ficar tolhida por vinculações partidárias c foi acérrimo de fensor das prerrogativas populares*^. Ana lisou em todo êsse período as novas res
ponsabilidades do Tesouro e os efeitos da política de esbanjamento. Punha, sempre, em destaque, a contradição fla grante entre o programa de novas eco
Proferiu, em 1913, notabilíssima ora
Carlos Peixoto, Joaquim Osório, Simões Lopes o Marçal Escobar. Em regra, não SC
tratando de discursos nitidamente
partidários, os "pais da pátria" prefe
riam flanar na Avenida ou freqüentar os chás elegantes da "Colombo". Calógeras falou pelo espaço de cinco horas, descendo da tribuna às 9 horas
da noite. E' a análise magistral do or çamento da Receita, cujo relator fôra
nomias e as despesas adiáveis que avo
Homero Batista.
lumavam o "déficit".
cias o protecionismo
Proferiu discursos como o da anistia,
que Aurelino Leal considerou o mais enérgico e o mais lógico, com a argu mentação magistralmente desenvolvida
editá-la com anotações marginais, adap tando-a, pof financista de escol, ao pre
de que os verdadeiros anistiados deve
sente.
riam ser o Marechal Hermes da Fonseca
Examinou em minú
Mostrou a incon\'eniência de serem
tares em serviço atix"o. Concordaria em
Aceito, porém, o
cargo, estava, "ipso fato", imposta a re forma voluntária do soldado. Evitar-se-
ia o favoritismo e resguardada ficaria a eficiência das instituições militares. O mal do Exército não provinha dos mili tares, idealistas e ine.xperientes, mas dos políticos que os exploravam, transfor mando-os em instrumentos dos sátrapas civis.
Tasso Fragoso, que tão eruditas pá ginas nos deu sôbre a guerra de Cisplatina, em carta, orgulha-se do amigo e
lhe transmite a notícia de que toda a oficialidade do regimento que coman
dava, em Uruguaiana, no Rio Grande do
Sul, o havia lido e apoiado.
Coronel Fix, pseudônimo de um culto e distinto oficial do Exército, meu anti go professor de português do Colégio
proibitivismo que, em quarenta anos, tornou sete vezes maior o imposto de
dos Maristas, em Uberaba, hoje General Pedro Cavalcanti Albuquerque, em sé rie de artigos no "Jornal do Comércio",
gêneros alimentícios, se.xtuplicou os que
narrou o entusiasmo reinante entre os
transformado em
incidem sôbre o vestuário e habitação
o majorou vinte vezes os que gravam os remédios, em última análise, a saúde.
militares pelas teorias modernas de Calógeras. Oficiais do Estado-Maior do Exército
Dicbsto Econónoco
112
nosso melhor compêndio no gênero. Gino Ariíis, o grande professor da Univer sidade de Nápoles,
Emile Lavasseiir,
A defesa da olira de Rio Branco deu-
lhe o ensejo
dcí proferir uma das suas
U3
Dic;iíííto Econômico
o o General Pinheiro Machado, respon
sáveis pelo bombardeio de Man.uis e
Demonstrou que a principal respon sável pela crise é a falta de fé na admi nistração pública, c pam a psss'oa dos
nieIhorí's oniç-ões parlamentares, pulve rizando os argumentos em contrário ex-
pelo caso do "Satélite".
Charles Gíde c Rafael George Levv analisaram-na e citaram-na a-n)iúde.
pendidos pelo ínclito Barbosa Lima.
bom-senso.
Acusado o "Chancí-ler da i^iz" de não
do discurso, publicado cm folheto por um anônimo, que outro não era senão
escrever os seus relatórios, com a cir
Alberto de Faria. O autor do "Mauá"
Peixoto uma resposta do mais alto teor cultural, é uma síntese dos problemas
Não tendo sido votada a liccnva ein tempo útil, devido à má vontade do lí
der para com os dois legisladores, Calógeras não segue para Buenos Aires. "O País", órgão oficioso do Governo,
estranha a politicagem da maioria que "priva dois parlamentares de notáxel ilustração de dar grande realce ao no me do Brasil".
Ouvimos, Batista Pereira e eu, de Leopoldo Bulhões, o Ministro da Fazen
cunstância de não haver segredos no Ministério das Relações Exteriores, Ca
lógeras te\'e a coragc-m de afirmiu- uma \'erdade
cristalina, sobretudo nos dias
fpie vivemos : "Os relatórios são livros grossos c|Uc ninguém lê, a começar pelo próprio ministro, que finge apresen tá-los" .
"Nü\-os rumos econômicos" é o título
não mantinha relações pessoais com Ca lógeras e praticou êsse ato de patriotis
mo apenas para divulgar a tese defen
dida nessa oração; protecionismo e câm bio baixo são uma forma do privilégio para certas classes. Sensacional foi a exposição em que denunciou o contrato celebrado pelo
governo do Pará com a "Amazon Land
dirigentes exigia competência, energia e
Essa oração, que provocou de Carlos econômicos o financeiros do Brasil, em
que não predominou nem o otimismo ingênuo, nem o pessimismo que só vê ruínas e desastres.
Calógeras finnou a reputação de pri meira figura do Parlamento brasileiro cm assuntos militares, em 1913, na discuçâo do orçamento da Guerra.
rionzou a sua mágua pela inominável
Data de 1911 a publicação de seu cxc(fh'nte ]i\ro "Jesuítas c o ensino", do caráter filosófico e político. Poste
and Colonization" para concessão de sessenta mil quilômetros quadrados de
investidos em funções eletivas os mili
'X u' «^■'^""^'damente. recusou, pelo trabalho de pesquisa e redação da
riormente, ao prefaciar a obra do Pa
terras. A facilidade de abrir mão de enormes faixas do nosso solo sugeriu a
permitir a eleição.
da de então, que Calógeras não exte-
2; 1a que n tmha . u direito, concedido pelo de
vtoT' JÇO que desejava prestar ao Brasil.
dre Madureira sõbre a atuação dos fi lhos do Santo Inácio, retifica nobremen
te as duas restrições que fizera à Com
panhia de Jesus: decadência de ensino
Alberto Torres o artigo "Nação ou Co lônia?". Calógeras deu p brado de aler
ta . Essa concessão seria uma fonte de
O livro fo, enviado a lôdas as dele-
nos fins do século XVII e censura de matar as iniciativas individuais. E' um
perigos, se não para nossa integridade, ao menos para a tranqüilidade nacional.
unha, e La Nacion", de Buenos Ai, reproduziu na íntegra, precedidos
opúsculo escrito sem eiva de paixão. Na legislatura de 1912-1914, foi pro digiosa a sua atuação. Com as reluçóes políticas rôtas com o govêriio do Mare
ção, ouvida, quando concluiu, apenas por cinco deputados: Homero Batista,
gaçoes, por intermédio de Gastão da
de um estudo critico, os últimos capítu los, em diversos números sucessivos.
tãrT Calógeras, r injustiça tao em carta diriiíídadea Gasêsse
diplomata, fêz-Ihe a seguinte'IfissS: e ™
Tr®' P"de escrever, corrigir
•Brésir Bresil . PPara
Monétaire isto conseguir, adoeci clu de
surmenage;', gastando do meu bolso mais de dois contos de réis e dei meu tobalho e toda a edição ao Covêmo. Nao me cabe dizer se cumpri o que es peravam de mim, mas asseguro a você que fiz o que pude". A Fundação Calógeras pretende re
chal Hermes, Calógeras sentia que a pa
lavra não poderia ficar tolhida por vinculações partidárias c foi acérrimo de fensor das prerrogativas populares*^. Ana lisou em todo êsse período as novas res
ponsabilidades do Tesouro e os efeitos da política de esbanjamento. Punha, sempre, em destaque, a contradição fla grante entre o programa de novas eco
Proferiu, em 1913, notabilíssima ora
Carlos Peixoto, Joaquim Osório, Simões Lopes o Marçal Escobar. Em regra, não SC
tratando de discursos nitidamente
partidários, os "pais da pátria" prefe
riam flanar na Avenida ou freqüentar os chás elegantes da "Colombo". Calógeras falou pelo espaço de cinco horas, descendo da tribuna às 9 horas
da noite. E' a análise magistral do or çamento da Receita, cujo relator fôra
nomias e as despesas adiáveis que avo
Homero Batista.
lumavam o "déficit".
cias o protecionismo
Proferiu discursos como o da anistia,
que Aurelino Leal considerou o mais enérgico e o mais lógico, com a argu mentação magistralmente desenvolvida
editá-la com anotações marginais, adap tando-a, pof financista de escol, ao pre
de que os verdadeiros anistiados deve
sente.
riam ser o Marechal Hermes da Fonseca
Examinou em minú
Mostrou a incon\'eniência de serem
tares em serviço atix"o. Concordaria em
Aceito, porém, o
cargo, estava, "ipso fato", imposta a re forma voluntária do soldado. Evitar-se-
ia o favoritismo e resguardada ficaria a eficiência das instituições militares. O mal do Exército não provinha dos mili tares, idealistas e ine.xperientes, mas dos políticos que os exploravam, transfor mando-os em instrumentos dos sátrapas civis.
Tasso Fragoso, que tão eruditas pá ginas nos deu sôbre a guerra de Cisplatina, em carta, orgulha-se do amigo e
lhe transmite a notícia de que toda a oficialidade do regimento que coman
dava, em Uruguaiana, no Rio Grande do
Sul, o havia lido e apoiado.
Coronel Fix, pseudônimo de um culto e distinto oficial do Exército, meu anti go professor de português do Colégio
proibitivismo que, em quarenta anos, tornou sete vezes maior o imposto de
dos Maristas, em Uberaba, hoje General Pedro Cavalcanti Albuquerque, em sé rie de artigos no "Jornal do Comércio",
gêneros alimentícios, se.xtuplicou os que
narrou o entusiasmo reinante entre os
transformado em
incidem sôbre o vestuário e habitação
o majorou vinte vezes os que gravam os remédios, em última análise, a saúde.
militares pelas teorias modernas de Calógeras. Oficiais do Estado-Maior do Exército
-TTTT^
Dioh-sro
114
analisaram em conferências públicas as idéias do ínclito parlamentar, pregando a renovação do legítimo espírito militar que íissim renascia das cinz;ís de tantas desilusões.
Os jovens turcos", selecionado grti-
po de oficiais ardorosos e de curso pro fissional, infringindo os regulamentos, pediram, exultados, em abaí.xo-assina-
do, no ano posterior, a nomeação de Calógeras para Ministro da Guerra.
Replicando, de outra feita, a Dunsbes Abranchcs, que acabava de pronunciar
infelicíssima oração, conhecida por "PróGermânia" definiu Calógeras, com
aplausos da unanimidade da i.nprcnsa
Econômico
meio de rcmoNcr as cliíieiildados para aíjuisição (• ia\ra.
tui-Jo na referida Comissão.
Publicou, finalmente, notável trabaIho que mereceu a designação de "Lei Calogcras . Relator geral, discordou ra
Sebastião
teca Nacional do Hio de Janeiro. 12screveu o ensaio "Hio Branco e a política
Ferreira Soares
do casal Francisco Ferreira Soarcs-Franciscn Tcrtuliana da Cos
considerou o mais completo e fiel dos cstudíis ate então piililicados sobre a
ção o fiscalização das rendas tributá
anos depois foi proclamada c tc\'C sede a efêmera República Siil-Riograndcnsc),
Disso tratou conipetentcmcnte o mesmo
figura do nosso ChaiutdiT, c colaliorou com assiduidade cm jornais do Bio, tra
tando de questões financeiras e mili tares,
nome é apontado para membro do Go verno. Organizado o Ministério, nao fi gura o grande estadista republicano. ílá agitação nos meios políticos c populares.
Venccsluu Braz recua de seus propósitos
para dar satisfação ao público decepcio
nado. No dia 15 de nos cmbro, pela ma nhã, Francisco Sá, que obti\era o apoio de Sabino Barroso c Bernardo Monteiro, transmitc-llic a convocação, em nome do Presidente da República, para exercer o
a 21 de abril de 1820, vindo a falecer na
capital brasileira cin 5 de outubro cie 1887.
Iniciou cm sua província natal os es tudos propedêuticos, concluindo-os na Corte, onde fêz o curso completo do ciências físico-inatomáticas na Imperial Academia Militar. De retorno á terra do
berço, apanbou-o cm cheio a Guerra dos
Farrapos. Convocado à prestação de serviços no corjx) de engenharia o com o posto de segundo-lcnentc, cooperou para a pacificação, ali realizada e pro clamada por Luís Alves de Lima (ele vado, por isso, a Conde de Caxias), em
clarecido espírito de Sebastião Ferreira
Calógeras, integralmente 'de sua^u'í■^
Ouro Preto.
tística econômica do Brasil".
1
auto-
dados autônomas, a do solo e a da inina; e a desapropriação concedida como
à assistência filantrópica, à reorganiza
(onde dezesseis
comarca de Piratinim
ma hora. Concorda, enfim, ante as pon
na, firmou dois nrinr.í,,-
alcance, referentes ao ensino público,
que Basílio de Magalhães
exterior",
mércio c Indústria.
brmnento do domínio cm Vas p^ropr":
me vinculado a medidas de meritório
ta, nasceu Sebastião Ferreira Soares na
dicalmente do antigo projeto de GonzaSn ^ «"hstituP™den Amúio Fo^ dé
transformado "cm T&ito'T"
brasi leiros
Basílio de Magalhães
dfsenvo]\imeulo ceoiiómico", na Biblio
Eni todos os recantos do Brasil, o seu
que ,he agravou a situada" moraí" Mal temnnada a sessão, o Presideme i', Gamara nomeou Calógeras para suLíi-
Economistas
Càilógeras reali/iui n<*sse período duas magníficas conferências: "Mariano Procópio", em Juiz de Fora. íjue o "Digesto Feonóinico" divulgou, e "O Brasil e seu
eargo de Ministro da Agricultura, Co
Surpreso, recusa um convite de últi
derações do amigo cios dias remotos cio
Leopoldo Bulhões, à tarde, cm entre vista publicada nos jornais, declarava quo a entrada de Calógeras para o Mi nistério cxtinguia o clescontentamenlo. O seu nome simbolizava confiança.
1." de março de 1845. A essa curta ati\'idade bélica scbrc-
põs-sc a nova feição que ia tomar o es Soares, destinado a "pioneiro da esta Luís Alves dc Lima
aliançava às
suas raras virtudes de soldado, que lhe permitiram tornar-se "o braço direito do
Segundo Reinado", admiráveis qualida des de administrador, postas de mani
festo nas unidades políticas do Império,
rias, à revitalização
dos municípios.
autor de "A Balaiada" (cuja segunda edição é do 1946), Astolfo Serra (hoje Ministro do Tribunal dc Contas da Pre feitura do Distrito Federal), no seu dilucidalivo trabalho intitulado "Caxias e
o seu go\ êrno ci\ il na proNÚncia do Ma ranhão" (Rio, 1943).
No Rio Grande do Sul, onde o seu
sucessor, Manuel Antônio Galváo, só as sumiu a presidência da província em fins de 1946, entendeu Caxias de resta belecer também na órbita ciril a ordem
tão profundamente alterada durante o tremendo sismo decenal.
Metódico e
prc\'identc, qual sempre se revelou, prc-
cisa\'a Caxias conhecer o movimento econômico da vasta e fecunda terra
gaúcha. A esse tempo, Sebastião Fer reira Soares havia sido aprovado em concurso para o cargo de escriturório da
Tesouraria da Fazenda, de sorte que Luís Alves de Lima pôde designá-lo co
mo membro da comissão (presidida pe
lo Conscllieiro Antônio Corroa da Câ
mara) nomeada em 1845 para o levantamento de um completo quadro censi-
tiUio da vida econômica do Rio Grande
do Sul. Muito pouco era o que havia
onde e.xerceu simultâneamente o comanr
ali de utdaavel para tarefa de tamanlro
do-em-chefe militar e a magistratura ci vil. Assim ocorreu no Maranhão, onde ele não se limitou a jugular a "Balaiada", pois que ali deixou o seu ilustre no
anos tudo quanto dizia respeito à pro-
vulto. De a, entretanto, se desempe nhou cabalmente o jovem técnico ahnhando e exirlicando dentro de pòneo.s
-TTTT^
Dioh-sro
114
analisaram em conferências públicas as idéias do ínclito parlamentar, pregando a renovação do legítimo espírito militar que íissim renascia das cinz;ís de tantas desilusões.
Os jovens turcos", selecionado grti-
po de oficiais ardorosos e de curso pro fissional, infringindo os regulamentos, pediram, exultados, em abaí.xo-assina-
do, no ano posterior, a nomeação de Calógeras para Ministro da Guerra.
Replicando, de outra feita, a Dunsbes Abranchcs, que acabava de pronunciar
infelicíssima oração, conhecida por "PróGermânia" definiu Calógeras, com
aplausos da unanimidade da i.nprcnsa
Econômico
meio de rcmoNcr as cliíieiildados para aíjuisição (• ia\ra.
tui-Jo na referida Comissão.
Publicou, finalmente, notável trabaIho que mereceu a designação de "Lei Calogcras . Relator geral, discordou ra
Sebastião
teca Nacional do Hio de Janeiro. 12screveu o ensaio "Hio Branco e a política
Ferreira Soares
do casal Francisco Ferreira Soarcs-Franciscn Tcrtuliana da Cos
considerou o mais completo e fiel dos cstudíis ate então piililicados sobre a
ção o fiscalização das rendas tributá
anos depois foi proclamada c tc\'C sede a efêmera República Siil-Riograndcnsc),
Disso tratou conipetentcmcnte o mesmo
figura do nosso ChaiutdiT, c colaliorou com assiduidade cm jornais do Bio, tra
tando de questões financeiras e mili tares,
nome é apontado para membro do Go verno. Organizado o Ministério, nao fi gura o grande estadista republicano. ílá agitação nos meios políticos c populares.
Venccsluu Braz recua de seus propósitos
para dar satisfação ao público decepcio
nado. No dia 15 de nos cmbro, pela ma nhã, Francisco Sá, que obti\era o apoio de Sabino Barroso c Bernardo Monteiro, transmitc-llic a convocação, em nome do Presidente da República, para exercer o
a 21 de abril de 1820, vindo a falecer na
capital brasileira cin 5 de outubro cie 1887.
Iniciou cm sua província natal os es tudos propedêuticos, concluindo-os na Corte, onde fêz o curso completo do ciências físico-inatomáticas na Imperial Academia Militar. De retorno á terra do
berço, apanbou-o cm cheio a Guerra dos
Farrapos. Convocado à prestação de serviços no corjx) de engenharia o com o posto de segundo-lcnentc, cooperou para a pacificação, ali realizada e pro clamada por Luís Alves de Lima (ele vado, por isso, a Conde de Caxias), em
clarecido espírito de Sebastião Ferreira
Calógeras, integralmente 'de sua^u'í■^
Ouro Preto.
tística econômica do Brasil".
1
auto-
dados autônomas, a do solo e a da inina; e a desapropriação concedida como
à assistência filantrópica, à reorganiza
(onde dezesseis
comarca de Piratinim
ma hora. Concorda, enfim, ante as pon
na, firmou dois nrinr.í,,-
alcance, referentes ao ensino público,
que Basílio de Magalhães
exterior",
mércio c Indústria.
brmnento do domínio cm Vas p^ropr":
me vinculado a medidas de meritório
ta, nasceu Sebastião Ferreira Soares na
dicalmente do antigo projeto de GonzaSn ^ «"hstituP™den Amúio Fo^ dé
transformado "cm T&ito'T"
brasi leiros
Basílio de Magalhães
dfsenvo]\imeulo ceoiiómico", na Biblio
Eni todos os recantos do Brasil, o seu
que ,he agravou a situada" moraí" Mal temnnada a sessão, o Presideme i', Gamara nomeou Calógeras para suLíi-
Economistas
Càilógeras reali/iui n<*sse período duas magníficas conferências: "Mariano Procópio", em Juiz de Fora. íjue o "Digesto Feonóinico" divulgou, e "O Brasil e seu
eargo de Ministro da Agricultura, Co
Surpreso, recusa um convite de últi
derações do amigo cios dias remotos cio
Leopoldo Bulhões, à tarde, cm entre vista publicada nos jornais, declarava quo a entrada de Calógeras para o Mi nistério cxtinguia o clescontentamenlo. O seu nome simbolizava confiança.
1." de março de 1845. A essa curta ati\'idade bélica scbrc-
põs-sc a nova feição que ia tomar o es Soares, destinado a "pioneiro da esta Luís Alves dc Lima
aliançava às
suas raras virtudes de soldado, que lhe permitiram tornar-se "o braço direito do
Segundo Reinado", admiráveis qualida des de administrador, postas de mani
festo nas unidades políticas do Império,
rias, à revitalização
dos municípios.
autor de "A Balaiada" (cuja segunda edição é do 1946), Astolfo Serra (hoje Ministro do Tribunal dc Contas da Pre feitura do Distrito Federal), no seu dilucidalivo trabalho intitulado "Caxias e
o seu go\ êrno ci\ il na proNÚncia do Ma ranhão" (Rio, 1943).
No Rio Grande do Sul, onde o seu
sucessor, Manuel Antônio Galváo, só as sumiu a presidência da província em fins de 1946, entendeu Caxias de resta belecer também na órbita ciril a ordem
tão profundamente alterada durante o tremendo sismo decenal.
Metódico e
prc\'identc, qual sempre se revelou, prc-
cisa\'a Caxias conhecer o movimento econômico da vasta e fecunda terra
gaúcha. A esse tempo, Sebastião Fer reira Soares havia sido aprovado em concurso para o cargo de escriturório da
Tesouraria da Fazenda, de sorte que Luís Alves de Lima pôde designá-lo co
mo membro da comissão (presidida pe
lo Conscllieiro Antônio Corroa da Câ
mara) nomeada em 1845 para o levantamento de um completo quadro censi-
tiUio da vida econômica do Rio Grande
do Sul. Muito pouco era o que havia
onde e.xerceu simultâneamente o comanr
ali de utdaavel para tarefa de tamanlro
do-em-chefe militar e a magistratura ci vil. Assim ocorreu no Maranhão, onde ele não se limitou a jugular a "Balaiada", pois que ali deixou o seu ilustre no
anos tudo quanto dizia respeito à pro-
vulto. De a, entretanto, se desempe nhou cabalmente o jovem técnico ahnhando e exirlicando dentro de pòneo.s
Dicesto Econômico
116
dução agropecuária e ao comércio da sua província natal. Além do tráfego mercantil, que se fazia por ali com os Estados oriundos do antigo Vice-Reino
do Prata, estava o Rio Grande do Sul destinado a ser um inexpugnável ba luarte do Brasil contra o imperialismo
virtude do qual a cstatí-stica do nosso comércio dc exportação c importação fi
1 ir
Diai:sT() Econômico
do liahalho, tudo ísm) aurcolado por um .sadio c nobre patriotismo. Nfio se limitou, entretanto, ii ati\icla-
cara subordinada à Diretoria Geral das
mal preparado, que aí encontrou Se bastião Ferreira Soares em 1852, con-
Aparelhado na terra gaúcha e coman
dado pelo Conde de Caxias, foi dali que partiu o nosso exército, para plantar vi
Ministério da Fazenda, a 13 de janeiro de 1870, e confiada, por ato dc d. Pe
torioso, em Monte Caseros, a 3 de fe vereiro de 1852, o estandarte da hege
dro II, ao sobredito funcionário gaú
niincn.sc de Agricultura, como seu (li-
cho. Em virtude do art. 2." da lei n.
retor-seei etáriii. Pei ti-m-cu i\ Sneloiltulc
1829, dc 9 dtí setembro
Auxiliadora da Indústria Nacional. E,
monia
do
Brasil
na
o
mesmo
cargo no Tesouro Na
m
cional. Entregou-se-Ihe rítimo, correspondente,
da Fazenda, uma Co
regulou os serviços o
missão Especial de Es
uma repartição efetiva, anexa ao Te
novo departamento
quais desenvolvido c completado aqui, tituto Histórico o Geográfico Brasileiro. Até então só havia pôsto em letras de
imprensa um "Tratado de escrituração
mercantil por partidas dobradas — Apli cado ás finanças do Brasil" (Pòrto Ale
t
Uanbri) do
Eis o que iií so iliz
do.s "Apontamentos sòbre a estatística financial cio Rio Grande de São Pedro
do Sul": "constam de vinte grandes mapas estatísticos,
relativos á receita
geral e especial e à receita provincial. Désso total, .seis dizem respeito ás des pesas realizadas pela província com au
torização dos ministérios do Império, e
e que ele se apressou a oferecer ao Ins
mado o decreto de 3 de maio de 1884, q"®
tal fim, no Ministério
(atíslíca" (ano VI, ii. 23, de jullio-se-
à despesa própria da província; dois à
trouxe dois trabalhos inéditos, um dos
anos, até que fôsse fir
aqui a descrição que do
mesmo fèz a "Revista Brasileira de Es-
comenda da Ordem da Rosa.
Quando Sebastião Ferreira Soares se
Ma.s
este con.scna inédito até agora), aou
aproscitar
losofia. Agraciüu-ü d. Pedro II com a
transferiu definitivamente para a Côrte,
ainda decorreram sete
Criou-se para
souro Nacional.
são foi substituída por uma Repartição Espe
tubro de 1877.
navegação dc longo
bons anos mais tarde, perdeu o caráter de precariedade e passou a constituir
1875, a aludida comis
n.® 2792, de 20 de ou
navegação costeira e a
tatística, a qual, alguns
ü título, Iionoris aiusa, de doutor em fi
nal pelo art. 17 da lei
como é bem de ver, á
curso.
xias, dc 25 de junho dc
da no Tesouro Nacio
do nosso comércio ma
matérias da
conccdeu-lho uma universidade alemã (cuja localização não logrei descobrir)
cial de Estatística, cria
então, aí, a estatística
clicgado alcm-Atlàntico os
mais alcaiulorada órbita especulativa,
gência do gabinete Ca
do Sul, quando recebeu ordem, em 1852, para
ha\'C'n(lo
seus escritos atincntos a
tes do decreto de 14 dc janeiro de 1871. Na vi
d(i Tesouraria da Fa«cnJn do Kio Grande
exercer
tou relcnantes sc?rviços ao Instituto Flu-
Ihe instruções, constan
Já era chefe de seção
vir
c prática do comércio no Brasil". Pres
clc 1870, cxpcdiram-se-
América do Sul.
na presidência da província rebelada contra o Império por todo um decênio.
de biiroerática. Como informa Blakc, A fim de evitar certas confusões que foi èle quem fundou na Còrtc o Clube, se me depararam no "Dicionário biblio dos Guarda-Li\ros (mai.s tarde extin gráfico" de Blakc, com relação ao outro to), "a.ssociação que tinha por fim o es trabalho de Sebastião Ferreira Soares tudo dos regimentos e legislação co entregue ao Instituto Hi.stórico (e que mercial dos diversos países c- da teoria
Rendas Públicas. O pessoal, escasso c
servoii-.se quase de braços cruzado.s, até que o Govôrno se lembrasse dc nomear a Comissão Especial de Estatística do
político de Rosas e de Solano López.
foi quem sucedeu ao Conde de Caxias
gre, 1852). Recebido no colendo grê mio cultural fundado etn 1838, como
imiX)rlaçáo c á exportação do Rio Gran
de, respectivamente; nove às rendas arrccacladas pelas diversas repartições da
província^ e um, em que se faz a xecapitulação da receita geral e provin cial. A esses mapas o autor juntou mais cinco outros, resumidos, du reccitri c
despesa geral, correspondentes aos exer cícios de 1845-1846 até 1850-1851, e, finalmente, um último mapa referente à exportação riograndense-do-sul, no pe ríodo de 1816 a 1822. Os primeiros ma
zendárío, transformado em Diretoria
.sócio efetivo, Icii ali, nas sessões de 29
pas compreendem um período do dez
anos, decorridos de 1835 a 1845, par
continuou
dc setembro c 15 de outubro de 1854, as suas "Breves considerações sobre a
tindo do exercício anterior à revolução
revolução do 20 dc .setembro de 1835,
farroiipillia o estendendo-so ao exercí
ral de Estatística, e à frente do q^^ Sebastião
Ferreira
' '
honrado então com o merecido
que lhe tributou o insigne presidente
aeontccida na província de São Pedro
conselho ministerial de 24 dc rnaio ^
cio de 1844-1845.
do Sul — Ou análise crítica e imparcial da carta oficial e itinerário militar do
obra deixada pelo técnico
tados do exercício
quico. Coube ao grande e fecundo ga
ex-intitulado
1850-1851.
binete Olinda, de 29 de setembro de 1850, o decreto do 20 de novembro des se ano, que reformou o Tesouro Nacio
1883, Lafayetto mí-riog«n. (q. densa (e da qual espero da' ^
preendem um período de seis anos, con
sa notícia) demonstra,
datados de 3 de maio de 1844 e diri
Era muito lento o progres.so adminis
trativo dos órgãos mais importantes das Secretarias de Estado, no Brasil monár
nal e as Tesourarias da Fazenda, e em
sua profunda competencu
pcrjecíaliza-
p ., ,
da, uma rara e assombrosa capaci
Ministro da Guerra dos
dissidentes, Manuel Lucas de Oliveira, gidos ao exmo. Conselheiro Manuel An
tônio Galvão".
Êstc, como é sabido,
Os restantes com
de 1845-1846 até
Nas notas que acompa-
nhain os AponUimentos, Ferreira Soares fez observações de grande alcance so
bre numerosas questões sugeridas pela documentação estatística, Çom uma vj-
Dicesto Econômico
116
dução agropecuária e ao comércio da sua província natal. Além do tráfego mercantil, que se fazia por ali com os Estados oriundos do antigo Vice-Reino
do Prata, estava o Rio Grande do Sul destinado a ser um inexpugnável ba luarte do Brasil contra o imperialismo
virtude do qual a cstatí-stica do nosso comércio dc exportação c importação fi
1 ir
Diai:sT() Econômico
do liahalho, tudo ísm) aurcolado por um .sadio c nobre patriotismo. Nfio se limitou, entretanto, ii ati\icla-
cara subordinada à Diretoria Geral das
mal preparado, que aí encontrou Se bastião Ferreira Soares em 1852, con-
Aparelhado na terra gaúcha e coman
dado pelo Conde de Caxias, foi dali que partiu o nosso exército, para plantar vi
Ministério da Fazenda, a 13 de janeiro de 1870, e confiada, por ato dc d. Pe
torioso, em Monte Caseros, a 3 de fe vereiro de 1852, o estandarte da hege
dro II, ao sobredito funcionário gaú
niincn.sc de Agricultura, como seu (li-
cho. Em virtude do art. 2." da lei n.
retor-seei etáriii. Pei ti-m-cu i\ Sneloiltulc
1829, dc 9 dtí setembro
Auxiliadora da Indústria Nacional. E,
monia
do
Brasil
na
o
mesmo
cargo no Tesouro Na
m
cional. Entregou-se-Ihe rítimo, correspondente,
da Fazenda, uma Co
regulou os serviços o
missão Especial de Es
uma repartição efetiva, anexa ao Te
novo departamento
quais desenvolvido c completado aqui, tituto Histórico o Geográfico Brasileiro. Até então só havia pôsto em letras de
imprensa um "Tratado de escrituração
mercantil por partidas dobradas — Apli cado ás finanças do Brasil" (Pòrto Ale
t
Uanbri) do
Eis o que iií so iliz
do.s "Apontamentos sòbre a estatística financial cio Rio Grande de São Pedro
do Sul": "constam de vinte grandes mapas estatísticos,
relativos á receita
geral e especial e à receita provincial. Désso total, .seis dizem respeito ás des pesas realizadas pela província com au
torização dos ministérios do Império, e
e que ele se apressou a oferecer ao Ins
mado o decreto de 3 de maio de 1884, q"®
tal fim, no Ministério
(atíslíca" (ano VI, ii. 23, de jullio-se-
à despesa própria da província; dois à
trouxe dois trabalhos inéditos, um dos
anos, até que fôsse fir
aqui a descrição que do
mesmo fèz a "Revista Brasileira de Es-
comenda da Ordem da Rosa.
Quando Sebastião Ferreira Soares se
Ma.s
este con.scna inédito até agora), aou
aproscitar
losofia. Agraciüu-ü d. Pedro II com a
transferiu definitivamente para a Côrte,
ainda decorreram sete
Criou-se para
souro Nacional.
são foi substituída por uma Repartição Espe
tubro de 1877.
navegação dc longo
bons anos mais tarde, perdeu o caráter de precariedade e passou a constituir
1875, a aludida comis
n.® 2792, de 20 de ou
navegação costeira e a
tatística, a qual, alguns
ü título, Iionoris aiusa, de doutor em fi
nal pelo art. 17 da lei
como é bem de ver, á
curso.
xias, dc 25 de junho dc
da no Tesouro Nacio
do nosso comércio ma
matérias da
conccdeu-lho uma universidade alemã (cuja localização não logrei descobrir)
cial de Estatística, cria
então, aí, a estatística
clicgado alcm-Atlàntico os
mais alcaiulorada órbita especulativa,
gência do gabinete Ca
do Sul, quando recebeu ordem, em 1852, para
ha\'C'n(lo
seus escritos atincntos a
tes do decreto de 14 dc janeiro de 1871. Na vi
d(i Tesouraria da Fa«cnJn do Kio Grande
exercer
tou relcnantes sc?rviços ao Instituto Flu-
Ihe instruções, constan
Já era chefe de seção
vir
c prática do comércio no Brasil". Pres
clc 1870, cxpcdiram-se-
América do Sul.
na presidência da província rebelada contra o Império por todo um decênio.
de biiroerática. Como informa Blakc, A fim de evitar certas confusões que foi èle quem fundou na Còrtc o Clube, se me depararam no "Dicionário biblio dos Guarda-Li\ros (mai.s tarde extin gráfico" de Blakc, com relação ao outro to), "a.ssociação que tinha por fim o es trabalho de Sebastião Ferreira Soares tudo dos regimentos e legislação co entregue ao Instituto Hi.stórico (e que mercial dos diversos países c- da teoria
Rendas Públicas. O pessoal, escasso c
servoii-.se quase de braços cruzado.s, até que o Govôrno se lembrasse dc nomear a Comissão Especial de Estatística do
político de Rosas e de Solano López.
foi quem sucedeu ao Conde de Caxias
gre, 1852). Recebido no colendo grê mio cultural fundado etn 1838, como
imiX)rlaçáo c á exportação do Rio Gran
de, respectivamente; nove às rendas arrccacladas pelas diversas repartições da
província^ e um, em que se faz a xecapitulação da receita geral e provin cial. A esses mapas o autor juntou mais cinco outros, resumidos, du reccitri c
despesa geral, correspondentes aos exer cícios de 1845-1846 até 1850-1851, e, finalmente, um último mapa referente à exportação riograndense-do-sul, no pe ríodo de 1816 a 1822. Os primeiros ma
zendárío, transformado em Diretoria
.sócio efetivo, Icii ali, nas sessões de 29
pas compreendem um período do dez
anos, decorridos de 1835 a 1845, par
continuou
dc setembro c 15 de outubro de 1854, as suas "Breves considerações sobre a
tindo do exercício anterior à revolução
revolução do 20 dc .setembro de 1835,
farroiipillia o estendendo-so ao exercí
ral de Estatística, e à frente do q^^ Sebastião
Ferreira
' '
honrado então com o merecido
que lhe tributou o insigne presidente
aeontccida na província de São Pedro
conselho ministerial de 24 dc rnaio ^
cio de 1844-1845.
do Sul — Ou análise crítica e imparcial da carta oficial e itinerário militar do
obra deixada pelo técnico
tados do exercício
quico. Coube ao grande e fecundo ga
ex-intitulado
1850-1851.
binete Olinda, de 29 de setembro de 1850, o decreto do 20 de novembro des se ano, que reformou o Tesouro Nacio
1883, Lafayetto mí-riog«n. (q. densa (e da qual espero da' ^
preendem um período de seis anos, con
sa notícia) demonstra,
datados de 3 de maio de 1844 e diri
Era muito lento o progres.so adminis
trativo dos órgãos mais importantes das Secretarias de Estado, no Brasil monár
nal e as Tesourarias da Fazenda, e em
sua profunda competencu
pcrjecíaliza-
p ., ,
da, uma rara e assombrosa capaci
Ministro da Guerra dos
dissidentes, Manuel Lucas de Oliveira, gidos ao exmo. Conselheiro Manuel An
tônio Galvão".
Êstc, como é sabido,
Os restantes com
de 1845-1846 até
Nas notas que acompa-
nhain os AponUimentos, Ferreira Soares fez observações de grande alcance so
bre numerosas questões sugeridas pela documentação estatística, Çom uma vj-
DiciiSTO E(:oNÓ>fico
118
são verdadeiramente patriótica do pro
blema imigratório, èle desçerroii o véu que ocultava o perigo em potencial, re presentado pela concentração de ele mentos alienígenas em determinados pontos do território brasileiro, tal como ocorria, já nessa época, com o nuclco alemão de São Leopoldo". Em sessão do Instituto Histórico c
Geográfico Brasileiro (que a tem guar dada no seu arquivo), leu ele mais uma
ficado quase completamente incclilas.
reira Soares, até liojc impublicada (sem,
toda\ Ía, indigitar-lhe o local onde se en
1'aciildade Nacional de Filosofia), por
mentos sobre o sistema fiscal e adminis
trativo do Império do Brasil", eni dois volumes, tratando o primeiro "Da lus-
contra), mencionando apenas o seguin
tória financeira do Brasil nos últimos
nanceira do Brasil, desde a sua inde
ma eram fibras do bananeira. Monta
vinte anos, de 1836 a 1854", c conten do o segundo o "Tratado de escritura
pendência até 1855 — Poema cm ver
do em 1851, o estabelecimento fabril
sos hendccassílabos soltos, trabalho iné
de Orianda cessou a sua atividade a 31
ção mercantil
dito ü que fòra pelo autor entregue a
de dezembro de 1859, em conseqüência do preço elevado a que atingiram os
godão, fumo, goma elástica, erva-mate, aguardente, cacau. Resumo do pro-
gresso dos oito produtos comparados. Carcstia dos gêneros alimentícios. Bre ve descrição das províncias do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, Ba i.a, Pernambuco. Comércio, sua libcrdadlo o limites. Do monopólio da carne seca, farinha o bacalhau. Bancos. \ ias dc comunicação. Colonização estrangeira. Sobre a divisão do trabalho. Conclu
são".
Existem em nossa Biblioteca Nacio
nal (seção de manuscritos) os seguin tes inéditos da mesma lavra: "Plano dc reforma da contabilidade do Tesouro
Nacional" (apresentado ao Ministro da Fazenda e trazendo cm apêndice um
"Projeto de reorganização das te.sonrarias da Fazenda") e a sua "Sustentação des reformas do Tc.souro Ni.c.oi.id Devcm-sc provàvelmente ao abaliza do diretor da mencionada "Rcvisaa Bra
sileira de Estatíslica , dr._ M. A. Tei xeira cie Freitas, informações pormeno rizadas sobre outras produções intelec tuais de Sebastião Ferreira Soares, esca
pas às pesquisas dc Blake. por haverem
te: "Apontamentos para a história fi
por partidas dobradas"
mente já elucubrada na Côrte, a in
dros estatísticos sobre café, açúcar, al
instalou no Brasil (como afirmou certo
mo: "Bosquejo financeiro ou aponta
titulado "Escrituração central"; "Esta
sim lhe faz o transunto: "Estudos e qua
ainda a^xmta mais uma singular
ignaro professor de História Pátria da
das suas valiosas monografias, segura
a propósito da qual me sirvo da mesma competente pena acima citada; que as
tas
119
composição literária de Sebastião Fer
Serão agora registradas aqui, em resu
(impresso em Porto Alegre em 18-52) c um trabalho novo, do mesmo gênero, in
titulada "Memória liistórico-cstatística",
T
Dicrsto Econômico
r
tística nacional da navegação dc cabo tagem" (Rio, 22 de junho de 1871);
Sua Majestade Imperial".
Ti\e a fortuna de possuir alguns dos volumes dc maior folcgo do economista
quanto antes dela aparecera (por volta de 1843) a baiana de Conceição, de
efêmera existência, c cuja matéria-pri
trapos e as fibras de bromeliáceas, de que se utilizou. A defesa do ilustre mineiro (agraciado em 1881 com o tí
estatística do comércio dc
gaúcho (um dos quais consta do catá logo da minha "Brasiliana", dado a lu me pela Livraria Brasil, da Paulicéia,
longo curso c de cabotagem da cidade
sob o n. 1397), aehando-mc, portanto,
desejar. Quanto à planejada ferrovia
dc Santos, da proNÚncia dc São Paulo"
liabilitado a preencher lacunas e corri gir enganos de Blakc o dos que copia
de Mangaratiba, o livro de Sebastião
ram o que so encontra no "Dicionário"
publicado e completado com o histórico
"Memória
(Rio, 15 dc outubro dc 1871); "Mapa
das faltas c da efetividade dos emprega
tulo de Barão de Capanema) pelo aus tero economista gaúcho nada deixou a
Ferreira Soares devia ser atualmente re
dos da Comissão do Estatística do Co
do bibliógrafo baiano.
mércio Marítimo" (dezembro de 1871 a
meiramente o que deixou em livros o técnico sul-riograndcnso, obedecendo a
lhos de ouro", tal o elevado custo em que ficou para o Tesouro Nacional a
ordem cronológica das respectivas edi
famosa Itaciiruçá. Foi pena que o Conde de Frontin não houvesse apro\'eitado aquele magnífico ensejo, para
ojitubro de 1872); "Finanças ou estu dos lústórícos e analíticos sôbro as ren
das c despesas publicas c sobre as ope
ções.
rações de crédito e sistema monetário
Por haverem sido impressos no mes
do Império do Brasil — Desde 1822 a 1875" (em cinco volumes); "Tesoura rias da Fazenda — Projeto de reorgani
zação" (Rio, 12 de março dc 1878); "Tesouro Nacional — Projeto dc reor ganização" (Rio, 12 de março "Sustentação das reformas do e Tesourarias" (Rio, 16 dc 1878); "Finanças - Estudos T
t
1
conversão do papel-moecia
aqui dois üuis escritos CSL.IIIU3
seus, -1que
à remodelação do
levar os "trilhos de ouro" até Ant^ra dos
que teve a primazia da divulgação, se as "Notas estatísticas sôbrc a produção agrícola e a carestia dos gêneros ali
a chegada da Oeste de Minas àquele
mentícios no Império do Brasil" (366 -
terinamente, a Biblioteca Nacional, e
Reis. Muito me esforcei para apressar pórto fluminense (dirigia eu, então, in
TI fls. jn-8.°), Se o "Histórico da fábri
era Ministro da Viação do governo Ven-
ceslau Brás o meu eminente e querido
çlr. Guilherme Schüch de Capanema".
amigo Augusto Tavares dc Lira), con
lUOOCt.l
Do ano seguinte (Rio, 1861) é o seu desenvolvido (310 págs. in-8.") "Histó rico da Companhia Industrial da Estra
vencido, como ainda estou, de que a terra do Tiradentes não pode prescindir cie dois escoadouros nu orla atlântica,
da de Ferro de Mangaratiba e análise crítica e econômica dos negócios desta
um para os seus produtos agropecuários e outro para os díN-iciosos minérios, beneficiados ou em ser, do seu prisile-
foram foram
companhia".
cernen
acabados, e observo que os con ^ les
mo ano (Rio, 1860), não sei qual foi o
ca de papel dc Oriunda ou defesa do
faycttc Rodrigues Pereira" (R'"' ^ 1884). Deixo dt
da cliamada estrada de ferro de "tri
,
■
ouro — Trabalho oferecido ao "
março dc março dc
Arrolarei pri
Merecem aqui ligeiros comentos os dois últimos trabalhos. Como demons
co-
Tesourarias já foram citac os
trei em longo artigo inserto nas colu nas de "O Estado de São Paulo" de 26
ma.s sem indicações de datas, vista" dirigida pelo dr. Teixeira
do janeiro de 1947, a fábrica de papel de Orianda não foi a primeira que so
mo existentes na Biblioteca ^ "Re-
I
giado subsolo.
Depois de haver redigido o "Projeto - Regulamento da secretaria do conse
lho diretor do Imperial Instituto Flumi nense de Agricultura" (Rio, 1863), vol veu Sebastião Ferreira Soares o seu uo-
DiciiSTO E(:oNÓ>fico
118
são verdadeiramente patriótica do pro
blema imigratório, èle desçerroii o véu que ocultava o perigo em potencial, re presentado pela concentração de ele mentos alienígenas em determinados pontos do território brasileiro, tal como ocorria, já nessa época, com o nuclco alemão de São Leopoldo". Em sessão do Instituto Histórico c
Geográfico Brasileiro (que a tem guar dada no seu arquivo), leu ele mais uma
ficado quase completamente incclilas.
reira Soares, até liojc impublicada (sem,
toda\ Ía, indigitar-lhe o local onde se en
1'aciildade Nacional de Filosofia), por
mentos sobre o sistema fiscal e adminis
trativo do Império do Brasil", eni dois volumes, tratando o primeiro "Da lus-
contra), mencionando apenas o seguin
tória financeira do Brasil nos últimos
nanceira do Brasil, desde a sua inde
ma eram fibras do bananeira. Monta
vinte anos, de 1836 a 1854", c conten do o segundo o "Tratado de escritura
pendência até 1855 — Poema cm ver
do em 1851, o estabelecimento fabril
sos hendccassílabos soltos, trabalho iné
de Orianda cessou a sua atividade a 31
ção mercantil
dito ü que fòra pelo autor entregue a
de dezembro de 1859, em conseqüência do preço elevado a que atingiram os
godão, fumo, goma elástica, erva-mate, aguardente, cacau. Resumo do pro-
gresso dos oito produtos comparados. Carcstia dos gêneros alimentícios. Bre ve descrição das províncias do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, Ba i.a, Pernambuco. Comércio, sua libcrdadlo o limites. Do monopólio da carne seca, farinha o bacalhau. Bancos. \ ias dc comunicação. Colonização estrangeira. Sobre a divisão do trabalho. Conclu
são".
Existem em nossa Biblioteca Nacio
nal (seção de manuscritos) os seguin tes inéditos da mesma lavra: "Plano dc reforma da contabilidade do Tesouro
Nacional" (apresentado ao Ministro da Fazenda e trazendo cm apêndice um
"Projeto de reorganização das te.sonrarias da Fazenda") e a sua "Sustentação des reformas do Tc.souro Ni.c.oi.id Devcm-sc provàvelmente ao abaliza do diretor da mencionada "Rcvisaa Bra
sileira de Estatíslica , dr._ M. A. Tei xeira cie Freitas, informações pormeno rizadas sobre outras produções intelec tuais de Sebastião Ferreira Soares, esca
pas às pesquisas dc Blake. por haverem
te: "Apontamentos para a história fi
por partidas dobradas"
mente já elucubrada na Côrte, a in
dros estatísticos sobre café, açúcar, al
instalou no Brasil (como afirmou certo
mo: "Bosquejo financeiro ou aponta
titulado "Escrituração central"; "Esta
sim lhe faz o transunto: "Estudos e qua
ainda a^xmta mais uma singular
ignaro professor de História Pátria da
das suas valiosas monografias, segura
a propósito da qual me sirvo da mesma competente pena acima citada; que as
tas
119
composição literária de Sebastião Fer
Serão agora registradas aqui, em resu
(impresso em Porto Alegre em 18-52) c um trabalho novo, do mesmo gênero, in
titulada "Memória liistórico-cstatística",
T
Dicrsto Econômico
r
tística nacional da navegação dc cabo tagem" (Rio, 22 de junho de 1871);
Sua Majestade Imperial".
Ti\e a fortuna de possuir alguns dos volumes dc maior folcgo do economista
quanto antes dela aparecera (por volta de 1843) a baiana de Conceição, de
efêmera existência, c cuja matéria-pri
trapos e as fibras de bromeliáceas, de que se utilizou. A defesa do ilustre mineiro (agraciado em 1881 com o tí
estatística do comércio dc
gaúcho (um dos quais consta do catá logo da minha "Brasiliana", dado a lu me pela Livraria Brasil, da Paulicéia,
longo curso c de cabotagem da cidade
sob o n. 1397), aehando-mc, portanto,
desejar. Quanto à planejada ferrovia
dc Santos, da proNÚncia dc São Paulo"
liabilitado a preencher lacunas e corri gir enganos de Blakc o dos que copia
de Mangaratiba, o livro de Sebastião
ram o que so encontra no "Dicionário"
publicado e completado com o histórico
"Memória
(Rio, 15 dc outubro dc 1871); "Mapa
das faltas c da efetividade dos emprega
tulo de Barão de Capanema) pelo aus tero economista gaúcho nada deixou a
Ferreira Soares devia ser atualmente re
dos da Comissão do Estatística do Co
do bibliógrafo baiano.
mércio Marítimo" (dezembro de 1871 a
meiramente o que deixou em livros o técnico sul-riograndcnso, obedecendo a
lhos de ouro", tal o elevado custo em que ficou para o Tesouro Nacional a
ordem cronológica das respectivas edi
famosa Itaciiruçá. Foi pena que o Conde de Frontin não houvesse apro\'eitado aquele magnífico ensejo, para
ojitubro de 1872); "Finanças ou estu dos lústórícos e analíticos sôbro as ren
das c despesas publicas c sobre as ope
ções.
rações de crédito e sistema monetário
Por haverem sido impressos no mes
do Império do Brasil — Desde 1822 a 1875" (em cinco volumes); "Tesoura rias da Fazenda — Projeto de reorgani
zação" (Rio, 12 de março dc 1878); "Tesouro Nacional — Projeto dc reor ganização" (Rio, 12 de março "Sustentação das reformas do e Tesourarias" (Rio, 16 dc 1878); "Finanças - Estudos T
t
1
conversão do papel-moecia
aqui dois üuis escritos CSL.IIIU3
seus, -1que
à remodelação do
levar os "trilhos de ouro" até Ant^ra dos
que teve a primazia da divulgação, se as "Notas estatísticas sôbrc a produção agrícola e a carestia dos gêneros ali
a chegada da Oeste de Minas àquele
mentícios no Império do Brasil" (366 -
terinamente, a Biblioteca Nacional, e
Reis. Muito me esforcei para apressar pórto fluminense (dirigia eu, então, in
TI fls. jn-8.°), Se o "Histórico da fábri
era Ministro da Viação do governo Ven-
ceslau Brás o meu eminente e querido
çlr. Guilherme Schüch de Capanema".
amigo Augusto Tavares dc Lira), con
lUOOCt.l
Do ano seguinte (Rio, 1861) é o seu desenvolvido (310 págs. in-8.") "Histó rico da Companhia Industrial da Estra
vencido, como ainda estou, de que a terra do Tiradentes não pode prescindir cie dois escoadouros nu orla atlântica,
da de Ferro de Mangaratiba e análise crítica e econômica dos negócios desta
um para os seus produtos agropecuários e outro para os díN-iciosos minérios, beneficiados ou em ser, do seu prisile-
foram foram
companhia".
cernen
acabados, e observo que os con ^ les
mo ano (Rio, 1860), não sei qual foi o
ca de papel dc Oriunda ou defesa do
faycttc Rodrigues Pereira" (R'"' ^ 1884). Deixo dt
da cliamada estrada de ferro de "tri
,
■
ouro — Trabalho oferecido ao "
março dc março dc
Arrolarei pri
Merecem aqui ligeiros comentos os dois últimos trabalhos. Como demons
co-
Tesourarias já foram citac os
trei em longo artigo inserto nas colu nas de "O Estado de São Paulo" de 26
ma.s sem indicações de datas, vista" dirigida pelo dr. Teixeira
do janeiro de 1947, a fábrica de papel de Orianda não foi a primeira que so
mo existentes na Biblioteca ^ "Re-
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giado subsolo.
Depois de haver redigido o "Projeto - Regulamento da secretaria do conse
lho diretor do Imperial Instituto Flumi nense de Agricultura" (Rio, 1863), vol veu Sebastião Ferreira Soares o seu uo-
"I iijijipiiiiiaiiiiii.ii.. » ^
1
Dige-sto Econômico
120
Drcr:sTO EcoNÓxnco
121
21 de maio de 1860), subordinados u
do consagrado autor de "A retirada du
epígrafe "A produção agrícola no Bra sil". Para a "Revista Popular" de B.
206-208 do tomo VII do seu "Dicioná
lha de Campo Grande, planejado e exe
L. Garnier (durou de 1859 a 1862)
rio bibliográfico brasileiro", e M. A. Tei
cutado pelo dr. Pedro Américo de Fi-
reservou as "Máximas c pensamentos de
xeira de Freitas, às págs. .421-424 do
grosso volume de XI - 344 páginas in-
gueircdo e Melo" (Rio, 1871), volume
Ar.vco.v", assim como as suas "Conside
8.°, e de sua "Tese filosófica sôbre Deus,
de 101 págs. in-4.", exornado com um
rações sobre a lústória, para firmar a
ano VI (n. 23, julho-setenibro de 1945) da "Revista Brasileira de Estatística", biografaram com bastante acerto e lar go descortino o idôneo orientador da
bre espírito para estudos transcenden tes, como se infere das suas "Preleções
de moral particular e pública — Ou pensamentos filosóficos sôbre o cristia
nismo, moral e política" (Rio, 1863),
letras do segundo membro do seu ape lido, foi o "Histórico e análise estetigrá-
fica do quadro de um episódio da bala-
o orbe e o homem" (Rio, 1864), em
excelente retrato do notável pintor e
teoria da di\isão do trabalho e chamar
português e francês (provàvelmente o
prosador paraibano (desenho de Auré lio e litografia de S. A. Sisson). Veio de pois a público o seu "Sistema teórico « prático para se organizar a estatística do
ao grcmío da ci\-ilização os aborígenes cio Brasil" (vol. XV, 1862, págs. 18 e
trabalho que lhe granjeou de certa fa culdade alemã o aludido título de dou tor em filosofia).
Retomando os estudos de sua predi
leção, deu em seguida a público: "Es boço ou primeiros traços da crise comer
comércio marítimo do Brasil"
(Rio,
1873).
Do "Catálogo da Exposição de His
10 de setembro de 1864" (Rio, 1865),
tória do Brasil" consta a coletânea que mais esforços exigiu do operoso técnico
exposição extensa e clara da repercus são que teve no Brasil a guerra de se
sul-riograndense: "Estatística do co mércio marítimo do Brasil, nos exercí
cial da cidade do Rio de Janeiro, em
cessão norte-americana, de envolta com
a nossa intervenção contra o caudilhis-
mo de Aguirre, precursor da longa e
1872, 1872-1873 etc. — Organizada pela comissão dirigida pelo dr. Sebastião Fer
sangrenta guerra contra Solano Lópcz;
reira Soares"
e "Elementos de estatísHca, compreen
(Rio, 1865). Esta obra, talvez a mais prima das que legou à pátria o incan
tímosa publicação com uma "Introdu ção retro-spectiva da estatística do co mércio marítimo do Brasil no exercício de 1874-1875" (Rio, 1883).
sável economista gaúcho, apareceu em 2 vols. in-4.°, de 330 e 320-21-11 (não
pesaram
dendo a teoria da ciência e sua aplica
ção à estatística comercial do Brasil"
"241", como se lê ã pág. 206 do tomo VII do "Dicionário" de Blake), tendo-
lhe o autor apensado, sob a epígrafe "Bancos de Lavoura", um projeto para a criação de tais estabelecimentos de crédito nas províncias. Imagine-se, ca so tivesse sido adotada naquela época a
sugestão do clarividente escritor, que progresso não ostentaria o nosso país, proclamado como "essenciahiienle agrí cola", mas onde não existiam e custa
ram a surgir os bancos e cooperativas rurais!
Um dos mais curiosos estudos da la
vra de Sebastião Ferreira Soares, que
adotou nêle um criptônimo, tirado das
(Rio, 1874-1880), 14
vols. in-4.*'. Ainda aumentou essa pres-
As obrigações burocráticas, que Ibc sôbre os ombros
maior parte da sua existência objetiva,
n<ão impediram Sebastião Ferreira S<^a^ res de achar lazer para colaborar na prensa da sua província natal e ep
na da Côrte.
-l
artigos seus o "Correio Comerc
telectuais sul-riograndenses, lhe trocas classificasse (tirando-o, assim, dó nos
O egrégio brasileiro expirou na Cor te, aos 67 anos dc idade. Ninguém lhe
so reduzido pugilo dc cstatistas e eco
Alfredo dc
editados em Pôrto Alegre. Na '^«^Corbrasileira, serviu-se das colunas o
reio Mercantil" para demonstrar, com a
^
"Jornal do Comércio" inserm duas duzias de artigos seus (de 21 de janei
VAI
nomistas) como "publicista", termo que, a meu ver, só se aplica bem a
Escragnollc Taunay (cerca dc dois anos depois Visconde de Taunav), orador do Instituto Histórico c Geográfico Brasilei ro ("Revista", pág. 426 da parte 2.''' dc
quem trata de direito público:
tomo L, 1887), e que, além de liavê-lo considerado "um dos raros e pacientes
berdade bancária; propugnou a criação de estabelecimentos de crédito mral; e,
operários que com tenacidade se de ram ao culto e expansão dessav..ciência, hoje mais do que nunca necessária a regular a constituição das sociedades,
d'Anria, baldadamonte envidou prestar à pátria um inestimável serviço, por
infelizmente entre nós ainda tão rudi
contabilidade do Tesouro Nacional",
Sebastião Ferreira Soares, em suma, foi quem inaugurou cm nossa pátria a estatística econômica;
defendeu a li
precedendo de muitos anos a Francisco
quanto, em seu "Plano de reforma da
evidenciou (di-lo Blake) "que o go
centou que o nome do operoso o erudito
verno poderia ser mais perfeitamente
técnico sul-riograndense havia de "no
servido por metade do número dos em pregados ocupados com o sistema de es
futuro, sair das sombras que o cercam c ganhar a luz e o prestígio, como um
Até agora não se realizou a profecia
e o "Correio do Sul" (1844),
se por "Sousa" o cognomc "Soares" e o
posição de História do Brasil".
Brasil".
(1841), o "Mercantil", o
artigos assinados
verbetizada por Blake, figura sob o n. 14.863 do já citado "Catálogo da Ex
dos mais perseverantes organizadores das boas regras administrativas do
ÍÍ"
que, sem a liberdade bancaria, ' deria prosperar a" nossa lavou ,
quem, num trabalho concernente aos in
mentar e descurada, a estatística", acres
durante a
nossa evolução econômica — não faltou
100). Essa intercs.sante memória, não
fez melhor elogio do que
cios de 1869-1870, 1870-1871, 1871-
Laguna". Se é certo que Blake, às págs.
crituração em uso".
E' de esperar que o Brasil renda um dia a tão benemérito filho a homena
gem de reconhecimento a que este fez jns. •
"I iijijipiiiiiaiiiiii.ii.. » ^
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Dige-sto Econômico
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Drcr:sTO EcoNÓxnco
121
21 de maio de 1860), subordinados u
do consagrado autor de "A retirada du
epígrafe "A produção agrícola no Bra sil". Para a "Revista Popular" de B.
206-208 do tomo VII do seu "Dicioná
lha de Campo Grande, planejado e exe
L. Garnier (durou de 1859 a 1862)
rio bibliográfico brasileiro", e M. A. Tei
cutado pelo dr. Pedro Américo de Fi-
reservou as "Máximas c pensamentos de
xeira de Freitas, às págs. .421-424 do
grosso volume de XI - 344 páginas in-
gueircdo e Melo" (Rio, 1871), volume
Ar.vco.v", assim como as suas "Conside
8.°, e de sua "Tese filosófica sôbre Deus,
de 101 págs. in-4.", exornado com um
rações sobre a lústória, para firmar a
ano VI (n. 23, julho-setenibro de 1945) da "Revista Brasileira de Estatística", biografaram com bastante acerto e lar go descortino o idôneo orientador da
bre espírito para estudos transcenden tes, como se infere das suas "Preleções
de moral particular e pública — Ou pensamentos filosóficos sôbre o cristia
nismo, moral e política" (Rio, 1863),
letras do segundo membro do seu ape lido, foi o "Histórico e análise estetigrá-
fica do quadro de um episódio da bala-
o orbe e o homem" (Rio, 1864), em
excelente retrato do notável pintor e
teoria da di\isão do trabalho e chamar
português e francês (provàvelmente o
prosador paraibano (desenho de Auré lio e litografia de S. A. Sisson). Veio de pois a público o seu "Sistema teórico « prático para se organizar a estatística do
ao grcmío da ci\-ilização os aborígenes cio Brasil" (vol. XV, 1862, págs. 18 e
trabalho que lhe granjeou de certa fa culdade alemã o aludido título de dou tor em filosofia).
Retomando os estudos de sua predi
leção, deu em seguida a público: "Es boço ou primeiros traços da crise comer
comércio marítimo do Brasil"
(Rio,
1873).
Do "Catálogo da Exposição de His
10 de setembro de 1864" (Rio, 1865),
tória do Brasil" consta a coletânea que mais esforços exigiu do operoso técnico
exposição extensa e clara da repercus são que teve no Brasil a guerra de se
sul-riograndense: "Estatística do co mércio marítimo do Brasil, nos exercí
cial da cidade do Rio de Janeiro, em
cessão norte-americana, de envolta com
a nossa intervenção contra o caudilhis-
mo de Aguirre, precursor da longa e
1872, 1872-1873 etc. — Organizada pela comissão dirigida pelo dr. Sebastião Fer
sangrenta guerra contra Solano Lópcz;
reira Soares"
e "Elementos de estatísHca, compreen
(Rio, 1865). Esta obra, talvez a mais prima das que legou à pátria o incan
tímosa publicação com uma "Introdu ção retro-spectiva da estatística do co mércio marítimo do Brasil no exercício de 1874-1875" (Rio, 1883).
sável economista gaúcho, apareceu em 2 vols. in-4.°, de 330 e 320-21-11 (não
pesaram
dendo a teoria da ciência e sua aplica
ção à estatística comercial do Brasil"
"241", como se lê ã pág. 206 do tomo VII do "Dicionário" de Blake), tendo-
lhe o autor apensado, sob a epígrafe "Bancos de Lavoura", um projeto para a criação de tais estabelecimentos de crédito nas províncias. Imagine-se, ca so tivesse sido adotada naquela época a
sugestão do clarividente escritor, que progresso não ostentaria o nosso país, proclamado como "essenciahiienle agrí cola", mas onde não existiam e custa
ram a surgir os bancos e cooperativas rurais!
Um dos mais curiosos estudos da la
vra de Sebastião Ferreira Soares, que
adotou nêle um criptônimo, tirado das
(Rio, 1874-1880), 14
vols. in-4.*'. Ainda aumentou essa pres-
As obrigações burocráticas, que Ibc sôbre os ombros
maior parte da sua existência objetiva,
n<ão impediram Sebastião Ferreira S<^a^ res de achar lazer para colaborar na prensa da sua província natal e ep
na da Côrte.
-l
artigos seus o "Correio Comerc
telectuais sul-riograndenses, lhe trocas classificasse (tirando-o, assim, dó nos
O egrégio brasileiro expirou na Cor te, aos 67 anos dc idade. Ninguém lhe
so reduzido pugilo dc cstatistas e eco
Alfredo dc
editados em Pôrto Alegre. Na '^«^Corbrasileira, serviu-se das colunas o
reio Mercantil" para demonstrar, com a
^
"Jornal do Comércio" inserm duas duzias de artigos seus (de 21 de janei
VAI
nomistas) como "publicista", termo que, a meu ver, só se aplica bem a
Escragnollc Taunay (cerca dc dois anos depois Visconde de Taunav), orador do Instituto Histórico c Geográfico Brasilei ro ("Revista", pág. 426 da parte 2.''' dc
quem trata de direito público:
tomo L, 1887), e que, além de liavê-lo considerado "um dos raros e pacientes
berdade bancária; propugnou a criação de estabelecimentos de crédito mral; e,
operários que com tenacidade se de ram ao culto e expansão dessav..ciência, hoje mais do que nunca necessária a regular a constituição das sociedades,
d'Anria, baldadamonte envidou prestar à pátria um inestimável serviço, por
infelizmente entre nós ainda tão rudi
contabilidade do Tesouro Nacional",
Sebastião Ferreira Soares, em suma, foi quem inaugurou cm nossa pátria a estatística econômica;
defendeu a li
precedendo de muitos anos a Francisco
quanto, em seu "Plano de reforma da
evidenciou (di-lo Blake) "que o go
centou que o nome do operoso o erudito
verno poderia ser mais perfeitamente
técnico sul-riograndense havia de "no
servido por metade do número dos em pregados ocupados com o sistema de es
futuro, sair das sombras que o cercam c ganhar a luz e o prestígio, como um
Até agora não se realizou a profecia
e o "Correio do Sul" (1844),
se por "Sousa" o cognomc "Soares" e o
posição de História do Brasil".
Brasil".
(1841), o "Mercantil", o
artigos assinados
verbetizada por Blake, figura sob o n. 14.863 do já citado "Catálogo da Ex
dos mais perseverantes organizadores das boas regras administrativas do
ÍÍ"
que, sem a liberdade bancaria, ' deria prosperar a" nossa lavou ,
quem, num trabalho concernente aos in
mentar e descurada, a estatística", acres
durante a
nossa evolução econômica — não faltou
100). Essa intercs.sante memória, não
fez melhor elogio do que
cios de 1869-1870, 1870-1871, 1871-
Laguna". Se é certo que Blake, às págs.
crituração em uso".
E' de esperar que o Brasil renda um dia a tão benemérito filho a homena
gem de reconhecimento a que este fez jns. •
l>ci-STo
jOSE' LlIZ DE /ILMEID/l HOGIEIRA O proíe.ssor — o parlamentar — o historiador aendômieo Pelagio Lodo
dos Barões de Joatinga, Pedro Ra
mos Nogueira e d. Placidia Maria de Almeida, teve o berço na fazenda "Loanda" do município do Bananal,
ponto extremo do leste paulista, proximo das divisas com a antiga província do Rio de Janeiro.
A gente de que provinha era abasta
da e figurava na velha nobreza rural do Vale do Paraíba, rio que teve, na am
pliação da cultura do café, do Rio para São Paulo, o mesmo papel que teve o
Tietê nas penetrações do sertão brasi leiro, na marcha para oeste. Gente rica, bem nascida, com a base de securas raízes econômicas em vas tas lavouras, próxima da Corte, com um
padrão de vida muito superior ao do resto da província, onde a cultura do café ensaiava seus primeiros arrancos,
nista dos fastos acadómicos,
Pelagio
"Digesto
Econômico"
O filho dos Barões de Joatinga, que
iá na meninice revelava inteligência vi va de extraordinária precocidade, esta ria pois com o seu destino traçado ri-
spnhamente. Em 1859, quando conta-
via, na esteira do humanismo francês,
to Pereira que floresceu em talentos pri morosos, o Francisco Bcrnardino, figura de destaque entre os políticos mineiros
eminente da Faculdade dc Direito de
riosa Escola.
da Primeira República; Eduardo Teixei
lista, procurou êle a Academia de Direi
ra de Cíirvalho Durão, que mais tardeso notabilizou no Rio, como orador, pro
to do São Paulo, que era, no sul do
motor' público e criminalista de ampla
País, o que Recife era no norte, uma forja cm que se caldcavam as mais altas inteligências dc brasileiros dc todos os
envergadura; Caetano Pinto de Carva lho Montcnegro c João Evangelista de Bulhões Carvalho, que alcançaram re
recantos, que dali saíam para assumir, na vida do País, os papéis relevantes
os advogados e jornalistas Luiz Beza-
rios, e com proveito para o jovem pau
São Paulo, que reviveu, em págituis en cantadoras, de elegante simplicidade, a vida pitoresca da nossa querida c glo
Campos C;u\alho, mineiros, de inteli
gência aguda, o segundo dêlcs pro\indo da grande c nobre árvore dos Lobo Lei
Eneerrado esse curso do preparató
ria do talentoso economista e j)rofcssor
pompoa\am, cm pôsto alto, Francisco
Bcrnardino Rodrigues Silva, Fernando Lobo Leite Pereira e João Ribeiro de
nas mais acesas campanhas. Voltando ao Brasil, continuou, toda
Jouberi:, bacharéis dc notável cultura.
O
presta assim uma homenagem à memó
nome na classe do juizes e juristas; o
É
va nove anos (pois nasceu a 4 de feve reiro de 1850) foi mandado, com outros
que nos conquistaram, no passado, os
mat e Júlio Alves de Brito, este amigo "
conceitos dc seriedade, firmeza e corre
inseparável e companheiro de estudos c
meninos da sua idade c do famílias da
ção que até boje desfrutamos.
zona, para uma escola do Barra Mansa,
O acadêmico
na qual lecionavam professores de as
Em 1869 estava José Luiz matricula
cendência francesa, entre êlcs um pr""
para o Brasil, onde
afamados colégios europeus.
era a turma destituída de valor: nela
inserimos.
Bananal, Silveiras, Lorena e outras, que se entrelaçavam em relações de amiza de e freqüentemente nas de família com os então opulentos centros de ri
ças educação aprimorada, que se fazia cin colégios da Corte, quando não em
denciando, a eada passo, aipielas raí zes pro\eclas. nos discursos, nas lições,
sol) a direção dos professores Farjon c
fessor oriundo da Córsega, o dc Suzini, que prováveis cleseqiubbnos
— Barra Mansa, Vassouras, Rezende c Valença - propiciava aos meninos e mo
poda tinha sido igualmente severa) vie ram completar o curso em São Paulo. ^las, nem por ser c.xígua em número,
Lobo, escreveu o magnífico estudo bio gráfico de Almeida Nogueira, cpic ora
ainda dominada pela da cana-de-açúcar, o ambiente social daquelas famílias do
queza que eram as cidades fluminenses
três anos ginasiais feitos no Condorcet,
as quais inante\c sempre uma linha de policie/, cpie nunca foi quebrada, mesmo
Atendendo a um pedido da nossa dire ção, o ilustre advo(^(ido e brillianle cro
1^3
t'l(i a guardou em lòda a sua \ ida, evi
nos debates parlaincnlaros, ou nas polê micas ]^>olilicas do jornalismo, em todas
Meninice e primeiros estudos
JOSÉ Luiz de Almeida Nogueira, filho
Econômico
7 vida -1 cm sua patria , , . /^Icslocacio de haviam
pouco
Da escola dc Barra
pelo pai a completar e conc m paratórios na França e Ia
depois
com êxito no Liceu Bonapa
jovem bananalens
a
saber, aineiu
p
,1
e cbeio de comemorações da Guerra do
tura. Essa feição "francesa dos
paganda republicana, estimulados pela já desenfreada campanha abolicionista,
que os balanços e contrabalanços políti cos tornariam, eada vez mais, profun
tempo depois, foi Josó Lmz "
menção dêsse
G fez o qüinqüênio com a geração alvo
roçada e vibrante que assistiu ao fastígio da monarquia, ao final barulhento Paraguai e aos primeiros surtos da pro
gança que era todo cultum e francesa.
Liceu Condorcet, de
do no 1.° ano da Faculdade de Direito
o
,.
dos e decisivos para a nossa vida de nação.
A turma de 1869/73 foi das menores
do seu tempo: com 30 alunos no 1.°
ano, após "cortes" rigorosos e inespera
cul-
dos na sua marcha, chegou com 14 ao
ou
5.°, sendo ali reforçada por 11 colegas que, do Recife (onde, ao que parece, a
divagações filosóficas de Júlio de Mo raes Carneiro
(o, mais tarde, famoso
pregador sacro padre Júlio Maria). Dêsse grupo era, sem dúvida, José Luiz, o de maior possança intelectual. O alto porte, o vulto da figura, o de sempenho da marcha, a altura de 1,85 in que o colocava entre os maiores homens da sua época, condiziam com o valor
mental que tinha naquela cabeça bem talhada e iluminada por olhares vivos e penetrantes, arcabouço em que a maté ria cinzenta era das mais abundantes e valorosas.
A Academia estava ainda, quanto à poesia, sob o domínio do estro de Castro
Alves, que dela saíra o ano anterior, após o episódio trágico do ferimento nu ma caçada nos campos vizinhos da anti
ga cidade. E, espalhados pelos outros anos do curso, nomes que, mais tarde,
tanto honrariam postos e cargos políti-
l>ci-STo
jOSE' LlIZ DE /ILMEID/l HOGIEIRA O proíe.ssor — o parlamentar — o historiador aendômieo Pelagio Lodo
dos Barões de Joatinga, Pedro Ra
mos Nogueira e d. Placidia Maria de Almeida, teve o berço na fazenda "Loanda" do município do Bananal,
ponto extremo do leste paulista, proximo das divisas com a antiga província do Rio de Janeiro.
A gente de que provinha era abasta
da e figurava na velha nobreza rural do Vale do Paraíba, rio que teve, na am
pliação da cultura do café, do Rio para São Paulo, o mesmo papel que teve o
Tietê nas penetrações do sertão brasi leiro, na marcha para oeste. Gente rica, bem nascida, com a base de securas raízes econômicas em vas tas lavouras, próxima da Corte, com um
padrão de vida muito superior ao do resto da província, onde a cultura do café ensaiava seus primeiros arrancos,
nista dos fastos acadómicos,
Pelagio
"Digesto
Econômico"
O filho dos Barões de Joatinga, que
iá na meninice revelava inteligência vi va de extraordinária precocidade, esta ria pois com o seu destino traçado ri-
spnhamente. Em 1859, quando conta-
via, na esteira do humanismo francês,
to Pereira que floresceu em talentos pri morosos, o Francisco Bcrnardino, figura de destaque entre os políticos mineiros
eminente da Faculdade dc Direito de
riosa Escola.
da Primeira República; Eduardo Teixei
lista, procurou êle a Academia de Direi
ra de Cíirvalho Durão, que mais tardeso notabilizou no Rio, como orador, pro
to do São Paulo, que era, no sul do
motor' público e criminalista de ampla
País, o que Recife era no norte, uma forja cm que se caldcavam as mais altas inteligências dc brasileiros dc todos os
envergadura; Caetano Pinto de Carva lho Montcnegro c João Evangelista de Bulhões Carvalho, que alcançaram re
recantos, que dali saíam para assumir, na vida do País, os papéis relevantes
os advogados e jornalistas Luiz Beza-
rios, e com proveito para o jovem pau
São Paulo, que reviveu, em págituis en cantadoras, de elegante simplicidade, a vida pitoresca da nossa querida c glo
Campos C;u\alho, mineiros, de inteli
gência aguda, o segundo dêlcs pro\indo da grande c nobre árvore dos Lobo Lei
Eneerrado esse curso do preparató
ria do talentoso economista e j)rofcssor
pompoa\am, cm pôsto alto, Francisco
Bcrnardino Rodrigues Silva, Fernando Lobo Leite Pereira e João Ribeiro de
nas mais acesas campanhas. Voltando ao Brasil, continuou, toda
Jouberi:, bacharéis dc notável cultura.
O
presta assim uma homenagem à memó
nome na classe do juizes e juristas; o
É
va nove anos (pois nasceu a 4 de feve reiro de 1850) foi mandado, com outros
que nos conquistaram, no passado, os
mat e Júlio Alves de Brito, este amigo "
conceitos dc seriedade, firmeza e corre
inseparável e companheiro de estudos c
meninos da sua idade c do famílias da
ção que até boje desfrutamos.
zona, para uma escola do Barra Mansa,
O acadêmico
na qual lecionavam professores de as
Em 1869 estava José Luiz matricula
cendência francesa, entre êlcs um pr""
para o Brasil, onde
afamados colégios europeus.
era a turma destituída de valor: nela
inserimos.
Bananal, Silveiras, Lorena e outras, que se entrelaçavam em relações de amiza de e freqüentemente nas de família com os então opulentos centros de ri
ças educação aprimorada, que se fazia cin colégios da Corte, quando não em
denciando, a eada passo, aipielas raí zes pro\eclas. nos discursos, nas lições,
sol) a direção dos professores Farjon c
fessor oriundo da Córsega, o dc Suzini, que prováveis cleseqiubbnos
— Barra Mansa, Vassouras, Rezende c Valença - propiciava aos meninos e mo
poda tinha sido igualmente severa) vie ram completar o curso em São Paulo. ^las, nem por ser c.xígua em número,
Lobo, escreveu o magnífico estudo bio gráfico de Almeida Nogueira, cpic ora
ainda dominada pela da cana-de-açúcar, o ambiente social daquelas famílias do
queza que eram as cidades fluminenses
três anos ginasiais feitos no Condorcet,
as quais inante\c sempre uma linha de policie/, cpie nunca foi quebrada, mesmo
Atendendo a um pedido da nossa dire ção, o ilustre advo(^(ido e brillianle cro
1^3
t'l(i a guardou em lòda a sua \ ida, evi
nos debates parlaincnlaros, ou nas polê micas ]^>olilicas do jornalismo, em todas
Meninice e primeiros estudos
JOSÉ Luiz de Almeida Nogueira, filho
Econômico
7 vida -1 cm sua patria , , . /^Icslocacio de haviam
pouco
Da escola dc Barra
pelo pai a completar e conc m paratórios na França e Ia
depois
com êxito no Liceu Bonapa
jovem bananalens
a
saber, aineiu
p
,1
e cbeio de comemorações da Guerra do
tura. Essa feição "francesa dos
paganda republicana, estimulados pela já desenfreada campanha abolicionista,
que os balanços e contrabalanços políti cos tornariam, eada vez mais, profun
tempo depois, foi Josó Lmz "
menção dêsse
G fez o qüinqüênio com a geração alvo
roçada e vibrante que assistiu ao fastígio da monarquia, ao final barulhento Paraguai e aos primeiros surtos da pro
gança que era todo cultum e francesa.
Liceu Condorcet, de
do no 1.° ano da Faculdade de Direito
o
,.
dos e decisivos para a nossa vida de nação.
A turma de 1869/73 foi das menores
do seu tempo: com 30 alunos no 1.°
ano, após "cortes" rigorosos e inespera
cul-
dos na sua marcha, chegou com 14 ao
ou
5.°, sendo ali reforçada por 11 colegas que, do Recife (onde, ao que parece, a
divagações filosóficas de Júlio de Mo raes Carneiro
(o, mais tarde, famoso
pregador sacro padre Júlio Maria). Dêsse grupo era, sem dúvida, José Luiz, o de maior possança intelectual. O alto porte, o vulto da figura, o de sempenho da marcha, a altura de 1,85 in que o colocava entre os maiores homens da sua época, condiziam com o valor
mental que tinha naquela cabeça bem talhada e iluminada por olhares vivos e penetrantes, arcabouço em que a maté ria cinzenta era das mais abundantes e valorosas.
A Academia estava ainda, quanto à poesia, sob o domínio do estro de Castro
Alves, que dela saíra o ano anterior, após o episódio trágico do ferimento nu ma caçada nos campos vizinhos da anti
ga cidade. E, espalhados pelos outros anos do curso, nomes que, mais tarde,
tanto honrariam postos e cargos políti-
.;^>t Dioksto
124
DicK.sro Econômico
Econômico
C03, administrativos, professorais e jor
todoxo. Mas Almeida Nogueira, de fei-
própria com denõdo, em qualquer cir
nalísticos, por todo o Brasil: Rui, Nabuco, Sancho Pimentel, Rodrigues Al
tio menos rijo, compôs com outros com
cunstância da sua vida.
que, durante várias fases, com inter rupções extensas, foi a voz dos conser
Machado,
da... — até que, na sua iiltima fa.se, já em período republicano, virou em re
Aureliano Coutinho,
Pinto
Ferrai, Fernandes Coelho, Ubaldino do Amaral, Cesario Bastos, Bias Fortes, Martim Francisco, Canuto Saraiva, Lú
Acentuamo.s essa feição varonil por
panheiros o bloco do "O Con.slitucional"
ves, Martim Cabral, Cíirlos de Car\'aIho, Hipólito de Camargo, Dino Bueno, Afonso Pena, Rubião Júnior, Brasilio
que, pelo resto da existência — como
jornalista, como político c como profes sor, o èlc foi grande em qualquer des
vadores acadêmicos — e voz modera
sas atividades — seu feilio moral e inte
lectual foi sempre o mesmo: lhano e cortês, liberulí.ssimo nos seus juízos, res peitador du opinião ou credo alheio, mas firme na sua orientação e procuran do vencer os adversários pela forma dos
publicano vermelho e veemente bataIhador da forma federativa contra
cio de Mendon
a.s
tendências e fu
ça, Brasilio dos Santos — e ou
mos sebastianistas de 1897...
tros tantos des
A fundação do jornal conserva
argumentos ou das razões. Mesmo quan do Se sentia sòzinho e sem "séquito" de opiniões, inantinha-sc na estacada, de
dação. Naquele
dor
viseira erguida, para enfrentar as opi
fervedouro,
mia,
sa
mesma
gra-
Al
na
Acade
com
um
meida Nogueira se aproximava
grupo do cole
dos
Francisco
125
fôra abolido o prazo de 24 horas entre o sorteio do ponto e a sustentação oral; essa sustentação deveria ser feita logo após o sorteio. Por causa tão pequena, agitação tão extensa c tão grave... A Congregação, contra dois votos, acatou a decisão legal. Mas os estu
dantes se sublevaram. Ahneida Noguei ra e o seu grupo (num total de 9) aca taram a decisão e enfrentaram a maioria
que vocifera\'a, esmagadoramente, con tra o decreto e contra o Govèmo. Os
quo passaram um dia pelas Arcadas po dem bem imaginar como, cm tais circunstiuicias, seria difícil sustentar uma
niões ou correntes adversas — e, se re
tal posição.
conhecia a justeza ou boa inspiração da
tudo engolfam e abafam. Mas aquelas nove vozes \'aronis ficaram com sua opi
Os vagalhões do número
—
corrente contrária, não hesitava em es
Ber-
tender a mão, superiormente, ao adver
nião, contrária h rebeldia, e assumiram
Hono-
sário. Nas aulas, a classes atentas, que
aproximação os
rio H e r m e t o,
todas as conseqüências dela. Amigos da véspera romperam relações já consolida
igualava. Jã se
Olimpio
entredemonstra -
dão, Genuíno
mais
nentes
e
gas reduzido
emi
nardino,
nessa
vam as quali
Vidal,
dades intelec tuais do homem
da Mota, Fran
êle prendia ao assunto, i\s vezes árido, do programa, dada a forma sugestiva da exposição e a elegância c desembaraço com que a fazia, recebia sempre de boa sombra, mesmo com aprnzimento,
cisco C a n d ido
apartes, revides ou pareceres contrários
guém mais se animava a qualificá-lo de
Cardoso e outros
e, muitas vezes, os estimulava:
"retômo a regimens inquisitoriais", como
ValaTeixeira
— na política partidária e nas
do "Clube Cons
elucubrações ci
titucional
entíficas.
dêmico""
Fo i
sempre uni ledor
vocou
e estudioso insa ciável dos livros de base na dis
ciplina que veio
com a
depois ensinar senhorilmente e dos ou-
vocada pela reforma
tros de história política que tanto con-
fredo, sendo o grupo dc
— "Tenho horror a auditórios desaten
Aca
agitação 1
-c.
pro
^^^"^ÍQ^constitu-
i
das e apartaram-se em descontroladas objurgatórias. Mas o fato não teve maiores conseqüências externas: — o re-
gimem foi mantido e, anos após, nin era o fraseado dos insurretos...
tos ou indiferentes. Mas estimo e prezo oa auditórios ou vozes que formam opi nião e a manifestam. Os senhores po
firme e de corajosa manifestação de pen
dem, portanto, manifestar-se, reclaman
da Nogueira logo se impôs ao partido
Talvez por essa atestação de vontade samento, o nome de José Luii de Almei
do esclarecimentos ou criticando a dou
como figura valorosa; e em 1873, ainda
trina da "cadeira". Não me agasto com
cursando o 5.° ano, foi incluído na
isso. Devo, mesmo, confessar que até gosto dessas críticas..."
chapa do Partido Conservador e eleito te era eleito deputado geral — e na Câ mara da era monárquica ia encontrar o
deputado provincial; no biênio seguin
tribuiain para amenizar suas lições na
cional" apodado, pelo colegas, ^j^^lu-
O âmbito varonil do mestre que, quando estudante, dera prova decisiva
cátedra.
fame", e a turma cindida com a são dos seus mais altos adota-
na formação do seu clube e no lança
grande palco para suas demonstrações
mento do seu jornal, alcançou como lem
de parlamentar de alto estofo. E ali, em
bramos, confinnação definitiva por oca sião da crise, verdadeiro levante provo cado pela reforma de 1871, em que a Academia ficou em polvorosa. Pelo novo decreto, alterados dispositivos antigos.
legislaturas sucessivas, representou com dignidade os seus- colégios eleitorais, dando renome incontestável à província paulista que para lá o enviava. Sem
Desde o curso, militando em políti
ca, filiou-se ao Partido Conservador que,
naquela época, tinha na Opinião Con servadora", jornal de João Mendes, o Velho, o seu baluarte autorizado e o ver dadeiro orientador do seu programa or-
meida Nogueira manteve a m impávi da e revelou, obranceria : dez de caráter e violentas,
infenso a diatribes e expio rmíníãn sabia, entretanto, defender a opm.ao
perder contato com o ensino do Direito
.;^>t Dioksto
124
DicK.sro Econômico
Econômico
C03, administrativos, professorais e jor
todoxo. Mas Almeida Nogueira, de fei-
própria com denõdo, em qualquer cir
nalísticos, por todo o Brasil: Rui, Nabuco, Sancho Pimentel, Rodrigues Al
tio menos rijo, compôs com outros com
cunstância da sua vida.
que, durante várias fases, com inter rupções extensas, foi a voz dos conser
Machado,
da... — até que, na sua iiltima fa.se, já em período republicano, virou em re
Aureliano Coutinho,
Pinto
Ferrai, Fernandes Coelho, Ubaldino do Amaral, Cesario Bastos, Bias Fortes, Martim Francisco, Canuto Saraiva, Lú
Acentuamo.s essa feição varonil por
panheiros o bloco do "O Con.slitucional"
ves, Martim Cabral, Cíirlos de Car\'aIho, Hipólito de Camargo, Dino Bueno, Afonso Pena, Rubião Júnior, Brasilio
que, pelo resto da existência — como
jornalista, como político c como profes sor, o èlc foi grande em qualquer des
vadores acadêmicos — e voz modera
sas atividades — seu feilio moral e inte
lectual foi sempre o mesmo: lhano e cortês, liberulí.ssimo nos seus juízos, res peitador du opinião ou credo alheio, mas firme na sua orientação e procuran do vencer os adversários pela forma dos
publicano vermelho e veemente bataIhador da forma federativa contra
cio de Mendon
a.s
tendências e fu
ça, Brasilio dos Santos — e ou
mos sebastianistas de 1897...
tros tantos des
A fundação do jornal conserva
argumentos ou das razões. Mesmo quan do Se sentia sòzinho e sem "séquito" de opiniões, inantinha-sc na estacada, de
dação. Naquele
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viseira erguida, para enfrentar as opi
fervedouro,
mia,
sa
mesma
gra-
Al
na
Acade
com
um
meida Nogueira se aproximava
grupo do cole
dos
Francisco
125
fôra abolido o prazo de 24 horas entre o sorteio do ponto e a sustentação oral; essa sustentação deveria ser feita logo após o sorteio. Por causa tão pequena, agitação tão extensa c tão grave... A Congregação, contra dois votos, acatou a decisão legal. Mas os estu
dantes se sublevaram. Ahneida Noguei ra e o seu grupo (num total de 9) aca taram a decisão e enfrentaram a maioria
que vocifera\'a, esmagadoramente, con tra o decreto e contra o Govèmo. Os
quo passaram um dia pelas Arcadas po dem bem imaginar como, cm tais circunstiuicias, seria difícil sustentar uma
niões ou correntes adversas — e, se re
tal posição.
conhecia a justeza ou boa inspiração da
tudo engolfam e abafam. Mas aquelas nove vozes \'aronis ficaram com sua opi
Os vagalhões do número
—
corrente contrária, não hesitava em es
Ber-
tender a mão, superiormente, ao adver
nião, contrária h rebeldia, e assumiram
Hono-
sário. Nas aulas, a classes atentas, que
aproximação os
rio H e r m e t o,
todas as conseqüências dela. Amigos da véspera romperam relações já consolida
igualava. Jã se
Olimpio
entredemonstra -
dão, Genuíno
mais
nentes
e
gas reduzido
emi
nardino,
nessa
vam as quali
Vidal,
dades intelec tuais do homem
da Mota, Fran
êle prendia ao assunto, i\s vezes árido, do programa, dada a forma sugestiva da exposição e a elegância c desembaraço com que a fazia, recebia sempre de boa sombra, mesmo com aprnzimento,
cisco C a n d ido
apartes, revides ou pareceres contrários
guém mais se animava a qualificá-lo de
Cardoso e outros
e, muitas vezes, os estimulava:
"retômo a regimens inquisitoriais", como
ValaTeixeira
— na política partidária e nas
do "Clube Cons
elucubrações ci
titucional
entíficas.
dêmico""
Fo i
sempre uni ledor
vocou
e estudioso insa ciável dos livros de base na dis
ciplina que veio
com a
depois ensinar senhorilmente e dos ou-
vocada pela reforma
tros de história política que tanto con-
fredo, sendo o grupo dc
— "Tenho horror a auditórios desaten
Aca
agitação 1
-c.
pro
^^^"^ÍQ^constitu-
i
das e apartaram-se em descontroladas objurgatórias. Mas o fato não teve maiores conseqüências externas: — o re-
gimem foi mantido e, anos após, nin era o fraseado dos insurretos...
tos ou indiferentes. Mas estimo e prezo oa auditórios ou vozes que formam opi nião e a manifestam. Os senhores po
firme e de corajosa manifestação de pen
dem, portanto, manifestar-se, reclaman
da Nogueira logo se impôs ao partido
Talvez por essa atestação de vontade samento, o nome de José Luii de Almei
do esclarecimentos ou criticando a dou
como figura valorosa; e em 1873, ainda
trina da "cadeira". Não me agasto com
cursando o 5.° ano, foi incluído na
isso. Devo, mesmo, confessar que até gosto dessas críticas..."
chapa do Partido Conservador e eleito te era eleito deputado geral — e na Câ mara da era monárquica ia encontrar o
deputado provincial; no biênio seguin
tribuiain para amenizar suas lições na
cional" apodado, pelo colegas, ^j^^lu-
O âmbito varonil do mestre que, quando estudante, dera prova decisiva
cátedra.
fame", e a turma cindida com a são dos seus mais altos adota-
na formação do seu clube e no lança
grande palco para suas demonstrações
mento do seu jornal, alcançou como lem
de parlamentar de alto estofo. E ali, em
bramos, confinnação definitiva por oca sião da crise, verdadeiro levante provo cado pela reforma de 1871, em que a Academia ficou em polvorosa. Pelo novo decreto, alterados dispositivos antigos.
legislaturas sucessivas, representou com dignidade os seus- colégios eleitorais, dando renome incontestável à província paulista que para lá o enviava. Sem
Desde o curso, militando em políti
ca, filiou-se ao Partido Conservador que,
naquela época, tinha na Opinião Con servadora", jornal de João Mendes, o Velho, o seu baluarte autorizado e o ver dadeiro orientador do seu programa or-
meida Nogueira manteve a m impávi da e revelou, obranceria : dez de caráter e violentas,
infenso a diatribes e expio rmíníãn sabia, entretanto, defender a opm.ao
perder contato com o ensino do Direito
126
,
Digesto ÈcoNÓNaco
DtcESTO Econômico
127
f
cioso legado o essa já honrosa tradição deira, defende teses em 27 de setembro
Era, como se verificava, o mcsifuj ca ráter e a mesma consciência que em 72 enfrentara a maré-ululante que, na Aca
de 1874 e foi aprovado plenamente. Logo depois disputou a posse de uma
demia, pregava a rebelião contra um decreto regulador de provas de habili
cadeira, mas viu a mesma conferida a
tação nos "atos" anuais do curso.
o cogitando, certamente, de ocupar, em dia quanto possível próximo, uma ca
'•
Joaquim Augusto de Camargo, embora
fossem a êste superiores as provas pro duzidas por Almeida Nogueira e José Rubino de Oliveira.
Para a Academia viria ele, no entanto,
mais tarde, por decreto de 7 de novem
bro de 1890, já na era republicana; em janeiro de 1891, alcançava a nomeação para catedrático, como lente da 2.^ série
de Ciências Sociais, fixando-sc, afinal, na cadeira de Economia Política, Ciên cia das Finanças e Contabilidade do Estado cm 7 de fevereiro de 1896.
A cadeira de Economia Política, q"®
tinha, ao tempo da sua nomeação, aquela
tudo cm moldes mais vivos e com maior
ora a parte penosa e dura do seu curso:
interesse para suas classes. c.xpo.sição era elegante, desembaraçado c preciso. O orador parlamentar dcsloca-
^
designação longa, tivera, desde o início, e até o provimento de Almeida Noguei
valho, de 81 a 96, ano em que Almeida
gura contribuíam para aumentar a se dução do orador.
xintc, com o acréscimo dos seus auto
balhos, preparava o esquema da lição
lheiro Carrão quem para o ensino de
tão, na posse da cadeira que era a da
Economia Política trouxe as idéias novas
sua especialidade ou, mais precisamente, das matérias a que, desde estudante,
e, para o tempo, arrojadas, de que Al meida Nogueira foi o digno, brilhante e
pois, com o domínio fácil da expressão oral, podia deixar ao .sabor do improviso
mais fundamente se consagrara.
autorizado defensor.
Na Câmara dos Deputados, quando ali se assentara a primeira vez, na le
gislatura de 1875, o assunto que o le vou à tribuna foi o orçamento do Im
pério e sobre êle desenvolveu — ôle, con servador por índole a pela arregimentação partidária — idéias avançadas que levaram o conselheiro Andrade Figuei
sua cadeira os ensinamentos das novas
que se firma em dotes inatos, desenvol vidos e aprimorados pelo estudo, pela meditação c, muitas vêzcs, pelo treino
correntes dos economistas, então capita
nos vários gêneros de oração. Contava
neados por Macleod, Bastiat e Michel Chevalier. Era um espírito arejado e
vivo, posto em familiaridade com^"®''"
paulista era "conservador de idéias...
rentes novas, não só na sua cadeira como em todos os departamentos da cu tura jurídica e política: em Filosofia era spencerista; em Política, liberal, ao fei-
guintes defendeu a Abolição, propondo que ela continuasse a se fazer por es calas, por períodos, gradualmente, me diante indenização reduzida aos senho
res. Êsses planos foram rejeitados e a Ga mara, pela avalanche da Abolição, che gou ao 13 de Maio com a abolição com pleta e raza. Almeida Nogueira, que en carava o assunto e o debatia sob a con sideração das suas conseqüências^ eco nômicas, deu voto irrestrito à Lei Áurea.
va livros nem cadernos, nem atulhava a
mesa de compêndios. Tinha o que a nossa gente chama "o dom da palavra",
erudição da maior amplitude, além de consciência das mais puras, na vida privada e na vida pública, trouxe para a
ra a declarar que o jovem deputado não conservadoras". Em legislaturas se
a "exposição da matéria". Não .sobraça-
Carrão, inteligência de raro brilho e
I
a Academia, aliás, como sempre contou
,
desde seus primeiros decênios, alguns oradores dessa envergadura, com domí nio verbal airoso apoiado em base ma-
p
ciça de conhecimentos que os habilita vam a discorrer com fluência e elegân cia uma hora inteira, com proveito e
tio de Gladstone, Benjamin Constant e
deleito dos ouvintes.
Laboulaye; e em Direito seguidor da es
oradores, dadas pequenas nuanças do
liberal, de cujo partido era uma das pri meiras cabeças, muito embora se hou vesse recusado a tomar parte no movi mento armado de 1842.
Almeida Nogueira recebeu esse pre-
Dessa família de
"sistema" de cada um, eram figuras
cola histórica, encarnada em Savígny. Isso em 1850, antes e depois da agitação
rosos autores, para as ir criticando, uma
a uma, o optar, afinal, pela de Macleod. Certas \êzes as distinções eram sutis,
que deveria desenvolver. Só o esquema,
Estava Almeida Nogueira, desde en
alinhava aquelas denominações e re
pelia, de cor, as definições de nume
quase imperceptíveis, e o esforço para distinguir tais minúcias nos levava à fa diga. Só para o nome exato da ciência cujos meandros iríamos penetrar, dava êle uma relação copiosa, dc mais de
Estudioso e minudente em seus tra
Foi o Conse
início de certos capítulos, uma parte fastidiosa de nomes c definições. Essa
va-se do uma tribuna para outra, mas perior dc dignidade c discrição, numa
de 1829 a 1858; o Visconde do Bom Retiro, de 58 a 59; o Conselheiro Caia rão, de 59 a 81; o o dr. Vieira de Car
ção e, mesmo interêsse, tantas \-êzes
em amba.s mantinha a mc.sma linha su
linguagem dc in.supcrávcl polidez. O tom da voz e a simpatia da grande fi
ra, 4 lentes — o Visconde de Caravelas,
Nogueira a conquistou.
com prazer, Ie\'aram, de penncio, no
Sou estilo ora claro o fluente; na
O professor
As lições, embora ou\'idas com aten
de ensino na cadeira, que não havia sofrido de.sfalquc sob a regência provecta, comedida e cautelosa de Joaquim José Vieira de Carvalho, mas pôs o es
dominantes Brasilio Machado, Herculano de Freitas e Rcinaldo Porchat, no
^
nosso tempo, como tinham sido Brasilio
1
dos Santos, João Monteiro, José Boni fácio, o Moço, e Falcão Filho, em eras anteriores.
res; essas denominações eram, em segui
da, criticadas para a final rejeição: eco nomia política, economia simples, eco nômicas, ciência das riquezas, cataláctica, crcmatística, crisologia, plutolo-
gia, fisiocracia, diviciária etc. Ficáva mos, afinal, no Macleod, que expõe os fatos e fenômenos econômicos, em sua simplicidade, procurando esclarecer-lhes a origem c as conseqüências, sem se
preocupar com definições alheias, pois ôle mesmo adota duas ou três, indife
rentemente. Mas nós, coitados, para es
tarmos habilitados a corresponder à orientação do mestre nessas digressões e
para atender a uma parte, ao menos, do que êle dc nós esperava, seguíamos, como base, o livro do mestre e comple távamos a ilustração dos pontos com o manancial colhido em Leroy-Beaulieu, Gide, Pareto, Yves de Guyot e, de tanto
em tanto, o consagrado Adam Smith. É interessante observar que a obra de Macleod "Elementos de Economia Po
lítica" foi divulgada no Brasil, inicial
mente, pelas lições do Conselheiro Car rão e, como complemento, através da tradução para o português, feita a con-' selho do próprio Carrão, por um dcs seus
126
,
Digesto ÈcoNÓNaco
DtcESTO Econômico
127
f
cioso legado o essa já honrosa tradição deira, defende teses em 27 de setembro
Era, como se verificava, o mcsifuj ca ráter e a mesma consciência que em 72 enfrentara a maré-ululante que, na Aca
de 1874 e foi aprovado plenamente. Logo depois disputou a posse de uma
demia, pregava a rebelião contra um decreto regulador de provas de habili
cadeira, mas viu a mesma conferida a
tação nos "atos" anuais do curso.
o cogitando, certamente, de ocupar, em dia quanto possível próximo, uma ca
'•
Joaquim Augusto de Camargo, embora
fossem a êste superiores as provas pro duzidas por Almeida Nogueira e José Rubino de Oliveira.
Para a Academia viria ele, no entanto,
mais tarde, por decreto de 7 de novem
bro de 1890, já na era republicana; em janeiro de 1891, alcançava a nomeação para catedrático, como lente da 2.^ série
de Ciências Sociais, fixando-sc, afinal, na cadeira de Economia Política, Ciên cia das Finanças e Contabilidade do Estado cm 7 de fevereiro de 1896.
A cadeira de Economia Política, q"®
tinha, ao tempo da sua nomeação, aquela
tudo cm moldes mais vivos e com maior
ora a parte penosa e dura do seu curso:
interesse para suas classes. c.xpo.sição era elegante, desembaraçado c preciso. O orador parlamentar dcsloca-
^
designação longa, tivera, desde o início, e até o provimento de Almeida Noguei
valho, de 81 a 96, ano em que Almeida
gura contribuíam para aumentar a se dução do orador.
xintc, com o acréscimo dos seus auto
balhos, preparava o esquema da lição
lheiro Carrão quem para o ensino de
tão, na posse da cadeira que era a da
Economia Política trouxe as idéias novas
sua especialidade ou, mais precisamente, das matérias a que, desde estudante,
e, para o tempo, arrojadas, de que Al meida Nogueira foi o digno, brilhante e
pois, com o domínio fácil da expressão oral, podia deixar ao .sabor do improviso
mais fundamente se consagrara.
autorizado defensor.
Na Câmara dos Deputados, quando ali se assentara a primeira vez, na le
gislatura de 1875, o assunto que o le vou à tribuna foi o orçamento do Im
pério e sobre êle desenvolveu — ôle, con servador por índole a pela arregimentação partidária — idéias avançadas que levaram o conselheiro Andrade Figuei
sua cadeira os ensinamentos das novas
que se firma em dotes inatos, desenvol vidos e aprimorados pelo estudo, pela meditação c, muitas vêzcs, pelo treino
correntes dos economistas, então capita
nos vários gêneros de oração. Contava
neados por Macleod, Bastiat e Michel Chevalier. Era um espírito arejado e
vivo, posto em familiaridade com^"®''"
paulista era "conservador de idéias...
rentes novas, não só na sua cadeira como em todos os departamentos da cu tura jurídica e política: em Filosofia era spencerista; em Política, liberal, ao fei-
guintes defendeu a Abolição, propondo que ela continuasse a se fazer por es calas, por períodos, gradualmente, me diante indenização reduzida aos senho
res. Êsses planos foram rejeitados e a Ga mara, pela avalanche da Abolição, che gou ao 13 de Maio com a abolição com pleta e raza. Almeida Nogueira, que en carava o assunto e o debatia sob a con sideração das suas conseqüências^ eco nômicas, deu voto irrestrito à Lei Áurea.
va livros nem cadernos, nem atulhava a
mesa de compêndios. Tinha o que a nossa gente chama "o dom da palavra",
erudição da maior amplitude, além de consciência das mais puras, na vida privada e na vida pública, trouxe para a
ra a declarar que o jovem deputado não conservadoras". Em legislaturas se
a "exposição da matéria". Não .sobraça-
Carrão, inteligência de raro brilho e
I
a Academia, aliás, como sempre contou
,
desde seus primeiros decênios, alguns oradores dessa envergadura, com domí nio verbal airoso apoiado em base ma-
p
ciça de conhecimentos que os habilita vam a discorrer com fluência e elegân cia uma hora inteira, com proveito e
tio de Gladstone, Benjamin Constant e
deleito dos ouvintes.
Laboulaye; e em Direito seguidor da es
oradores, dadas pequenas nuanças do
liberal, de cujo partido era uma das pri meiras cabeças, muito embora se hou vesse recusado a tomar parte no movi mento armado de 1842.
Almeida Nogueira recebeu esse pre-
Dessa família de
"sistema" de cada um, eram figuras
cola histórica, encarnada em Savígny. Isso em 1850, antes e depois da agitação
rosos autores, para as ir criticando, uma
a uma, o optar, afinal, pela de Macleod. Certas \êzes as distinções eram sutis,
que deveria desenvolver. Só o esquema,
Estava Almeida Nogueira, desde en
alinhava aquelas denominações e re
pelia, de cor, as definições de nume
quase imperceptíveis, e o esforço para distinguir tais minúcias nos levava à fa diga. Só para o nome exato da ciência cujos meandros iríamos penetrar, dava êle uma relação copiosa, dc mais de
Estudioso e minudente em seus tra
Foi o Conse
início de certos capítulos, uma parte fastidiosa de nomes c definições. Essa
va-se do uma tribuna para outra, mas perior dc dignidade c discrição, numa
de 1829 a 1858; o Visconde do Bom Retiro, de 58 a 59; o Conselheiro Caia rão, de 59 a 81; o o dr. Vieira de Car
ção e, mesmo interêsse, tantas \-êzes
em amba.s mantinha a mc.sma linha su
linguagem dc in.supcrávcl polidez. O tom da voz e a simpatia da grande fi
ra, 4 lentes — o Visconde de Caravelas,
Nogueira a conquistou.
com prazer, Ie\'aram, de penncio, no
Sou estilo ora claro o fluente; na
O professor
As lições, embora ou\'idas com aten
de ensino na cadeira, que não havia sofrido de.sfalquc sob a regência provecta, comedida e cautelosa de Joaquim José Vieira de Carvalho, mas pôs o es
dominantes Brasilio Machado, Herculano de Freitas e Rcinaldo Porchat, no
^
nosso tempo, como tinham sido Brasilio
1
dos Santos, João Monteiro, José Boni fácio, o Moço, e Falcão Filho, em eras anteriores.
res; essas denominações eram, em segui
da, criticadas para a final rejeição: eco nomia política, economia simples, eco nômicas, ciência das riquezas, cataláctica, crcmatística, crisologia, plutolo-
gia, fisiocracia, diviciária etc. Ficáva mos, afinal, no Macleod, que expõe os fatos e fenômenos econômicos, em sua simplicidade, procurando esclarecer-lhes a origem c as conseqüências, sem se
preocupar com definições alheias, pois ôle mesmo adota duas ou três, indife
rentemente. Mas nós, coitados, para es
tarmos habilitados a corresponder à orientação do mestre nessas digressões e
para atender a uma parte, ao menos, do que êle dc nós esperava, seguíamos, como base, o livro do mestre e comple távamos a ilustração dos pontos com o manancial colhido em Leroy-Beaulieu, Gide, Pareto, Yves de Guyot e, de tanto
em tanto, o consagrado Adam Smith. É interessante observar que a obra de Macleod "Elementos de Economia Po
lítica" foi divulgada no Brasil, inicial
mente, pelas lições do Conselheiro Car rão e, como complemento, através da tradução para o português, feita a con-' selho do próprio Carrão, por um dcs seus
Digesto
128
Econômico
Digesto
Econômico 129
alunos mais ilustres, Alberto da Rocha
cas — da nossa parte — c Almeida N-"*-
ferívei.
Miranda, de egrégia família fluminense,
gueira aproveitava o ensejo para acen tuar a feição econômica do caso, o fe
ínipôsto .seja o patrimônio, de falo o
tes de arrecadação fiscal. O fato atesta
imposto não é pago com a dedução
nômeno da troca e a instituição da moe
da propriedade existente, mas sim da
da como medida dêsses "valores".
A
renda. E então, para despertar o ra-
a austeridade do ambiente do antigo Senado o os altos propósitos com que os
lição era profícua -- e ninguém mais d esquecia. Os mais estudiosos alargavam
pital sonolento, como diz Girardin, para ativá-lo quando inerte, con vém lançar b impôslo sôbre o capi tal c[!ie não está cm movimento, que está paralisado, que é uma mola do
formado em São Paulo na turma de
1867-71 e contemporâneo de Almeida Nogueira. A essa turma de 71 pertenceu Rubião Júnior, que figurou, mais tarde, na vida paulista, entre os seus grandes
políticos, acatado, principalmente, pela sua visão de financista e domínio dos
problemas econômicos, entre nós sempre ligados àa crises do café. É muito pro vável que essas prcdileções do grande político fluminense, de Mangaratiba, que ligou seu nome a São Paulo, na catego ria dos nossos mais completos estadistas, tenham sido despertadas pelas lições do agudo, severo e eficiente mestre da ca
deira que foi João da Silva Cartão. Nas dissertações, que percebia se rem fastidiosas pela enumeração de no
mes e títulos, Almeida Nogueira encai
xava, como divertículo e para amenizar o assunto, certas comparações facetas
suas leituras, cs vadios, esses fica\'am nas pilhérias. O parlamentar economista
O domínio do Almeida Nogueira
Mas, embora o objeto do
Em
As lições que José Luiz de Almeida Nogueira ensinou do alto da sua cáte dra, publicada em vários., volumes da
discursos que proferia, estudando, cri ticando, corrigindo projetos de leis ou planos de administração, a crítica as.su-
seqüestro.
Convém, então, lançar
um impôsto sobro o capital morto
mia forma de verdadeiras dissertações
para pô-lo cm ação.
de cátedra.
"Evidentemente, a expressão "capi tal" nesse sentido não é técnica; por
Basta apontar, entre muitos, o discur
so que proferiu no Senado paulista, na
que o "capital" supõe "renda" e
dos Deputados, e ali apresentado por inspiração sabidamente governamental,
ram em troca de peles de animais, a
princípio, porções de sal, depois prego--; estes, pela facilidade da circulação (?),
passavam a ser a "moeda corrente", com a qual se compravam peles, e por exten são, se adquiriam mulheres das tribos.
Eram pregos que pagavam damas es curas e as transações prosperaram, le vando o mercado a uma inflação de
pregos, devido à encomenda copiosa
dessa variedade monetária.
Ê claro que* o fato se presta\'a a in terpretações sibilinas e distorsões dialéti
*
vez dc ser um benefício para a so ciedade, o capital inerte é um prejuí zo, c uma retração de riqueza, um
capital sem produção não é capital,
entre selvagens africanos — que recebe
*
aumentar a riqueza, produzir.
ó propriedade inerte."
va-se a narração do fato que ocorreu
*
amplo e a sua autoridade tão grande que, nos debate.s parlamentares, no.s
car o projeto n.° 13 oriundo da Câmara
capítulo "moeda", por exemplo, espera
penho dc seus mandatos.
exercer uma função, que é a de
sessão de 20 de julho de 1904, ao ata
No
economia estadual c ao honrado desem
nesse ramo das Ciências Socíai.s era tão
que faziam a classe sorrir e espantar o
cimentos às pilhérias dos pontos.
que ali ocupavam uma cadeira encara vam os problemas que interessavam à
organi.smo social o. como tal, deve
sono. Em certos pontos do progra ma eram esperadas as suas "pilhérias econômicas". E alguns dos menos es tudiosos ou interessados naquelas excur sões intelectuais limitavam seus conhe
pital, que foi suprimido das nossas fon
num grande plano de reforma financei
ra. As criticas de Almeida Nogueira — que era, aliás, membro da Comissão de hinanças — se concentraram nos im
postos de importação e no de capital, então criado e lançado indistintamente
sobre propriedades rurais.
Os dcbatc-s
travados mantiveram-se, como era dos
hábitos daquela Casa, numa altura de inexcedível dignidade. Almeida Noguei ra conduziu o discurso como um mes
tre da cadeira, e respondeu, em discus
sões seguintes, a observações fcita.s por Paulo Egídio, Duarte de Azevedo, DLno Bueno, Rodrigo Leite, Siqueira Campoií,
Lacerda Franco\e Herculano de Freitas. Dizia êle:
"... Nessas condições, o imposto so
bre a renda, em princípio, seria pre-
E pouco adiante, secundado, nessa
parte, por Paulo Egidio, observava: "O impôsto não é sòmente uma ins
tituição fiscal; é uma instituição eco
nômica, uma instituição política e uma instituição jurídica.
"Ora, o impôsto, tal qual ostá for
mulado no projeto, realiza apenas o intuito fiscal, o intuito de produzir renda — mas contraria o fito eco
nômico — porque c um impôsto lan çado sôbre todos os bens rurais em geral..."
Êsse argumentos do egrégio mestre foram exumados trinta anos mais tarde, na reforma tributária realizada no go verno de Armando Sales de Oliveira, por Clovis Ribeiro, para apoio da repulsa, já então generalizada, contra algumas espécies de tributo, entre eles o de ca
"Revista da Faculdade de Direito", fo ram mais tarde enfcixadas em 2 volumes. Quem, entretanto, o ou\iu e dêle se aproximou, não poderá ter, da leitura
do li\TO, a impressão sugestiva que dêle guardávamos, porque nas aulas era a
pessoa do lente, sua voz, sua imponente figura e o seu ar de "gentleman" per feito que empresta\'am ao ensino seu maior e mais decisivo interesse. Essa
impressão fagueira guardam-na, aliás, não apenas os que foram seus alunos
e, pelo curso, se tomaram seus amigos, mas também colegas e ad\'ersários dc
parlamento e de jornalismo, que sentiam esses fluidos de simpatia de que aquele homem de vulto imponente era um dínamo poderoso em permanente irradia ção.
Com os estudos da cadeira e, entran
do num capítulo que ao seu tempo era confusamente debatido e resolvido em questões judiciais valiosíssimas, estudou a questão das "Marcas industriais e no mes comerciais" e sôbre a matéria dissertou em pareceres diversos. Com a coad-
juvação de G. Fischer Jimior, que era advogado da ativa, publicou obra sôbre
o assunto, em dois volumes, nos quais esses institutos eram estudados com se
gurança, apontando-se os malefícios que
Digesto
128
Econômico
Digesto
Econômico 129
alunos mais ilustres, Alberto da Rocha
cas — da nossa parte — c Almeida N-"*-
ferívei.
Miranda, de egrégia família fluminense,
gueira aproveitava o ensejo para acen tuar a feição econômica do caso, o fe
ínipôsto .seja o patrimônio, de falo o
tes de arrecadação fiscal. O fato atesta
imposto não é pago com a dedução
nômeno da troca e a instituição da moe
da propriedade existente, mas sim da
da como medida dêsses "valores".
A
renda. E então, para despertar o ra-
a austeridade do ambiente do antigo Senado o os altos propósitos com que os
lição era profícua -- e ninguém mais d esquecia. Os mais estudiosos alargavam
pital sonolento, como diz Girardin, para ativá-lo quando inerte, con vém lançar b impôslo sôbre o capi tal c[!ie não está cm movimento, que está paralisado, que é uma mola do
formado em São Paulo na turma de
1867-71 e contemporâneo de Almeida Nogueira. A essa turma de 71 pertenceu Rubião Júnior, que figurou, mais tarde, na vida paulista, entre os seus grandes
políticos, acatado, principalmente, pela sua visão de financista e domínio dos
problemas econômicos, entre nós sempre ligados àa crises do café. É muito pro vável que essas prcdileções do grande político fluminense, de Mangaratiba, que ligou seu nome a São Paulo, na catego ria dos nossos mais completos estadistas, tenham sido despertadas pelas lições do agudo, severo e eficiente mestre da ca
deira que foi João da Silva Cartão. Nas dissertações, que percebia se rem fastidiosas pela enumeração de no
mes e títulos, Almeida Nogueira encai
xava, como divertículo e para amenizar o assunto, certas comparações facetas
suas leituras, cs vadios, esses fica\'am nas pilhérias. O parlamentar economista
O domínio do Almeida Nogueira
Mas, embora o objeto do
Em
As lições que José Luiz de Almeida Nogueira ensinou do alto da sua cáte dra, publicada em vários., volumes da
discursos que proferia, estudando, cri ticando, corrigindo projetos de leis ou planos de administração, a crítica as.su-
seqüestro.
Convém, então, lançar
um impôsto sobro o capital morto
mia forma de verdadeiras dissertações
para pô-lo cm ação.
de cátedra.
"Evidentemente, a expressão "capi tal" nesse sentido não é técnica; por
Basta apontar, entre muitos, o discur
so que proferiu no Senado paulista, na
que o "capital" supõe "renda" e
dos Deputados, e ali apresentado por inspiração sabidamente governamental,
ram em troca de peles de animais, a
princípio, porções de sal, depois prego--; estes, pela facilidade da circulação (?),
passavam a ser a "moeda corrente", com a qual se compravam peles, e por exten são, se adquiriam mulheres das tribos.
Eram pregos que pagavam damas es curas e as transações prosperaram, le vando o mercado a uma inflação de
pregos, devido à encomenda copiosa
dessa variedade monetária.
Ê claro que* o fato se presta\'a a in terpretações sibilinas e distorsões dialéti
*
vez dc ser um benefício para a so ciedade, o capital inerte é um prejuí zo, c uma retração de riqueza, um
capital sem produção não é capital,
entre selvagens africanos — que recebe
*
aumentar a riqueza, produzir.
ó propriedade inerte."
va-se a narração do fato que ocorreu
*
amplo e a sua autoridade tão grande que, nos debate.s parlamentares, no.s
car o projeto n.° 13 oriundo da Câmara
capítulo "moeda", por exemplo, espera
penho dc seus mandatos.
exercer uma função, que é a de
sessão de 20 de julho de 1904, ao ata
No
economia estadual c ao honrado desem
nesse ramo das Ciências Socíai.s era tão
que faziam a classe sorrir e espantar o
cimentos às pilhérias dos pontos.
que ali ocupavam uma cadeira encara vam os problemas que interessavam à
organi.smo social o. como tal, deve
sono. Em certos pontos do progra ma eram esperadas as suas "pilhérias econômicas". E alguns dos menos es tudiosos ou interessados naquelas excur sões intelectuais limitavam seus conhe
pital, que foi suprimido das nossas fon
num grande plano de reforma financei
ra. As criticas de Almeida Nogueira — que era, aliás, membro da Comissão de hinanças — se concentraram nos im
postos de importação e no de capital, então criado e lançado indistintamente
sobre propriedades rurais.
Os dcbatc-s
travados mantiveram-se, como era dos
hábitos daquela Casa, numa altura de inexcedível dignidade. Almeida Noguei ra conduziu o discurso como um mes
tre da cadeira, e respondeu, em discus
sões seguintes, a observações fcita.s por Paulo Egídio, Duarte de Azevedo, DLno Bueno, Rodrigo Leite, Siqueira Campoií,
Lacerda Franco\e Herculano de Freitas. Dizia êle:
"... Nessas condições, o imposto so
bre a renda, em princípio, seria pre-
E pouco adiante, secundado, nessa
parte, por Paulo Egidio, observava: "O impôsto não é sòmente uma ins
tituição fiscal; é uma instituição eco
nômica, uma instituição política e uma instituição jurídica.
"Ora, o impôsto, tal qual ostá for
mulado no projeto, realiza apenas o intuito fiscal, o intuito de produzir renda — mas contraria o fito eco
nômico — porque c um impôsto lan çado sôbre todos os bens rurais em geral..."
Êsse argumentos do egrégio mestre foram exumados trinta anos mais tarde, na reforma tributária realizada no go verno de Armando Sales de Oliveira, por Clovis Ribeiro, para apoio da repulsa, já então generalizada, contra algumas espécies de tributo, entre eles o de ca
"Revista da Faculdade de Direito", fo ram mais tarde enfcixadas em 2 volumes. Quem, entretanto, o ou\iu e dêle se aproximou, não poderá ter, da leitura
do li\TO, a impressão sugestiva que dêle guardávamos, porque nas aulas era a
pessoa do lente, sua voz, sua imponente figura e o seu ar de "gentleman" per feito que empresta\'am ao ensino seu maior e mais decisivo interesse. Essa
impressão fagueira guardam-na, aliás, não apenas os que foram seus alunos
e, pelo curso, se tomaram seus amigos, mas também colegas e ad\'ersários dc
parlamento e de jornalismo, que sentiam esses fluidos de simpatia de que aquele homem de vulto imponente era um dínamo poderoso em permanente irradia ção.
Com os estudos da cadeira e, entran
do num capítulo que ao seu tempo era confusamente debatido e resolvido em questões judiciais valiosíssimas, estudou a questão das "Marcas industriais e no mes comerciais" e sôbre a matéria dissertou em pareceres diversos. Com a coad-
juvação de G. Fischer Jimior, que era advogado da ativa, publicou obra sôbre
o assunto, em dois volumes, nos quais esses institutos eram estudados com se
gurança, apontando-se os malefícios que
Dicksto Econômico
130
ao comércio e à indústria acarretaram as
modificações apressadas feitas ao velho decreto do Visconde de Ouro Preto
(3.346, de 14 de outubro de 1887) por
decretos e regulamentos lançados ataba lhoadamente, em 1904. Foi ele, então,
incumbido pelo Governo Federal de ela borar um projeto de reforma dessa le gislação, o deu desempenho à incumbên cia, entregando ao Ministro da Agricul tura, sr. Rodolpho Miranda, um traba-. Iho consciencioso que corrigiria os males de que tanta gente se queixava: mas o bem elaborado projeto, caindo nos esca-
quistou, não pelas lições que deu a turmas atentas ou desatentas, num pe
ríodo de vinte e três anos, mas pelo trabalho extraordinário
de
restauração
da História da Academia de Direito de São Paulo, suas turmas, seus fastos, seus
vultos eminentes ou apagados c suas agitações, crises e expansões trocistas, obra essa que, pela massa de documo»' grou entre as figuras merecedoras ^ veneração de quantos prezem o reno me da Casa e da sua vida, tão indissolúvelmente ligada à vida política ôo
ninhos do Ministério da Agricultura, nem
chegou, que se saiba, a ser encaminhado
lhador tenaz conseguiu tirar do caos
Até que viesse a nova legislação, eram
tantos fatos, figuras c épocas que jaziam
na poeira do esquecimento c traze-los
as dúvidas administrativas e litígios judi
à vista e ao conhecimento público, ame
ciais estudados e decididos à luz das
nizando as narrativas com observações
liç-ões dos mestres consagrados, a princi
sagazes e espirituosas que não marearam
piar pelo Visconde de Ouro Preto, que,
a reputação de nenhum homem digno de
como observou Car\'alho de Mendonça,
respeito e atenuaram, mesmo, sob varias
"reunia ao seu valor científico notável
faces, tropelias c tudo quanto alguns dêles haviam praticado no qüinqüênio
autoridade - a de ser autor do projeto convertido na lei 3.346, de 14 de outu bro de 1887".
Nesse campo de estudos pontificaram, durante largo tempo, além de Ouro Preto e Carvalho de Mendonça, Didimo
da Veiga Júnior e A. Bento de Faria, juristas eminentes que trabalhavam no foro do Rio de Janeiro. Em São Paulo era Almeida Nogueira a maior autori dade no assunto, enquanto viveu; essa autoridade transmitiu-se, depois, a um
seu antigo aluno. João da Gama Cer-
acadêmico, por excessos ou expansões
que a idade e o ambiente fácilmcnte des culpavam.
Essa feição da obra dc Almeida No
gueira prepondera sôbre a outra. Nela
êle foi um autêntico restaurador, e todos quantos têm trabalhado nessa seara
entre êlcs o infatigável e benemcri o Spencer Vampré, para só falar do depois dc Almeida Nogueira —
que ampliar o que ôle deixou ci o, completar o que êle não teve tempo c
queira,doiurisconsulto estirpeCerque^ que, herLdo pai, professorde Gama
fazer e acentuar melhor algumas faces
O nome e a inteligência, herdou de Al meida Nogueira os foros de
te o aspecto fragmentário que a carac teriza, é ainda o panorama, com muitos
hoje "primus inter pares nessa especialidade. '■
íK
*
O maior renome, entretanto, de José Luiz de Almeida Nogueira, ele o con-
da Academia do São Paulo, "Estudantes — Esliidantõcs c Estudantadas", lança
das aos pcdaço.s, em capítulos cspar.sos em novo preciosos \ohinics
c capítulos da sua obra quo, não obstan
quadros perfeitos, do São Paulo antigo, concentrado na vida e na turbulência do "território livre" do Largo de Sao Fran cisco.
^
A.S suas "Tradições e Reminiscencias
131
falará, aos nossos pósteros, do nome de José Luiz de Almeida Nogueira. Essa obra que, pela profusão de dados
o do infonnações, causou espanto a Joa quim Nabuco, seu contemporâneo, so
cm aprazível desalinho, em tão ca-
breviverá às outras, mesmo à sua in-
rinJiosa miniidència e tão amável
signe atividade parlamentar, porque nela Almeida Nogueira empregou a fundo todas as suas qualidades de agudeza e de talento investigador, dosando-as, ain da, com prodigalidade, de suas imensas reservas afetivas que foram, ao que sen
bondade"
tos examinados e restaurados, o consa
Brasil. E é espantoso como esse traba
ao Legislativo...
Dioi:.sto Econômico
como delas disse Rui Barbosa, no dis curso de 18 clc dezembro dc 1909, nos
pródromos da campanha ci\'ilista — com põem a obra que mais duradouramente
tiram os que o conheceram, as domi nantes de sua personalidade de escol.
Dicksto Econômico
130
ao comércio e à indústria acarretaram as
modificações apressadas feitas ao velho decreto do Visconde de Ouro Preto
(3.346, de 14 de outubro de 1887) por
decretos e regulamentos lançados ataba lhoadamente, em 1904. Foi ele, então,
incumbido pelo Governo Federal de ela borar um projeto de reforma dessa le gislação, o deu desempenho à incumbên cia, entregando ao Ministro da Agricul tura, sr. Rodolpho Miranda, um traba-. Iho consciencioso que corrigiria os males de que tanta gente se queixava: mas o bem elaborado projeto, caindo nos esca-
quistou, não pelas lições que deu a turmas atentas ou desatentas, num pe
ríodo de vinte e três anos, mas pelo trabalho extraordinário
de
restauração
da História da Academia de Direito de São Paulo, suas turmas, seus fastos, seus
vultos eminentes ou apagados c suas agitações, crises e expansões trocistas, obra essa que, pela massa de documo»' grou entre as figuras merecedoras ^ veneração de quantos prezem o reno me da Casa e da sua vida, tão indissolúvelmente ligada à vida política ôo
ninhos do Ministério da Agricultura, nem
chegou, que se saiba, a ser encaminhado
lhador tenaz conseguiu tirar do caos
Até que viesse a nova legislação, eram
tantos fatos, figuras c épocas que jaziam
na poeira do esquecimento c traze-los
as dúvidas administrativas e litígios judi
à vista e ao conhecimento público, ame
ciais estudados e decididos à luz das
nizando as narrativas com observações
liç-ões dos mestres consagrados, a princi
sagazes e espirituosas que não marearam
piar pelo Visconde de Ouro Preto, que,
a reputação de nenhum homem digno de
como observou Car\'alho de Mendonça,
respeito e atenuaram, mesmo, sob varias
"reunia ao seu valor científico notável
faces, tropelias c tudo quanto alguns dêles haviam praticado no qüinqüênio
autoridade - a de ser autor do projeto convertido na lei 3.346, de 14 de outu bro de 1887".
Nesse campo de estudos pontificaram, durante largo tempo, além de Ouro Preto e Carvalho de Mendonça, Didimo
da Veiga Júnior e A. Bento de Faria, juristas eminentes que trabalhavam no foro do Rio de Janeiro. Em São Paulo era Almeida Nogueira a maior autori dade no assunto, enquanto viveu; essa autoridade transmitiu-se, depois, a um
seu antigo aluno. João da Gama Cer-
acadêmico, por excessos ou expansões
que a idade e o ambiente fácilmcnte des culpavam.
Essa feição da obra dc Almeida No
gueira prepondera sôbre a outra. Nela
êle foi um autêntico restaurador, e todos quantos têm trabalhado nessa seara
entre êlcs o infatigável e benemcri o Spencer Vampré, para só falar do depois dc Almeida Nogueira —
que ampliar o que ôle deixou ci o, completar o que êle não teve tempo c
queira,doiurisconsulto estirpeCerque^ que, herLdo pai, professorde Gama
fazer e acentuar melhor algumas faces
O nome e a inteligência, herdou de Al meida Nogueira os foros de
te o aspecto fragmentário que a carac teriza, é ainda o panorama, com muitos
hoje "primus inter pares nessa especialidade. '■
íK
*
O maior renome, entretanto, de José Luiz de Almeida Nogueira, ele o con-
da Academia do São Paulo, "Estudantes — Esliidantõcs c Estudantadas", lança
das aos pcdaço.s, em capítulos cspar.sos em novo preciosos \ohinics
c capítulos da sua obra quo, não obstan
quadros perfeitos, do São Paulo antigo, concentrado na vida e na turbulência do "território livre" do Largo de Sao Fran cisco.
^
A.S suas "Tradições e Reminiscencias
131
falará, aos nossos pósteros, do nome de José Luiz de Almeida Nogueira. Essa obra que, pela profusão de dados
o do infonnações, causou espanto a Joa quim Nabuco, seu contemporâneo, so
cm aprazível desalinho, em tão ca-
breviverá às outras, mesmo à sua in-
rinJiosa miniidència e tão amável
signe atividade parlamentar, porque nela Almeida Nogueira empregou a fundo todas as suas qualidades de agudeza e de talento investigador, dosando-as, ain da, com prodigalidade, de suas imensas reservas afetivas que foram, ao que sen
bondade"
tos examinados e restaurados, o consa
Brasil. E é espantoso como esse traba
ao Legislativo...
Dioi:.sto Econômico
como delas disse Rui Barbosa, no dis curso de 18 clc dezembro dc 1909, nos
pródromos da campanha ci\'ilista — com põem a obra que mais duradouramente
tiram os que o conheceram, as domi nantes de sua personalidade de escol.
■r«'
Díoksto
bívol apenas cm função dê.sse "estar no
mundo", como pretende Hcideggcr, o homem não pertencesse totalmente ao
RoLAND COBBISIER
mundo o só pudesse ser explicado atra vés desse csfórço constante pelo qual
equilíbrio político dos povos e a ' comparamos a um ideal, a uma cons
pendem da adequação e da conveniência entre a estrutura jurídica do regimem e a realidade da vida nacional. Êsse equi
líbrio, que é objetivo supremo da arte política, implica um ajustamento entro dois termos distintos que pertencem a
133
bora estando no mundo c sendo conce-
Nação e regimem estabilidade de suas instituições de
EcoNÓNnco
trução do espírito, da qual seria, por hi
dúvida, o que chamamos de "rcalidu^®
procura ultrapassar a realidade, trans cender a própria existência e entrar cm contato com o absoluto. As revoluções
nacional" não é o fruto de uma evolu
nascem, portanto, da consciência inicial
ção histórica inconsciente e cega,
de um desequilíbrio, de um dcsajusla-
se houvesse
mento, prosseguem pela sua revelação
pótese, o contrário e a negação.
Sem
desenrolado ã revelia de
qualquer interferência modificadora da
diversas esferas ou regiões do ser: a na
liberdade humana. A "realidade nacio
ção, enquanto realidade histórico-cultural, e o regimem, enquanto construção
nal" 6 a soma e o resultado de todos os
atos livres daqueles que,
no passado,
e denúncia, e desfecham na tomada do
tal como de fato existe e o mundo tal
como acreditamos que deva ser, depois ■ do modelado pelos ideais da justiça e da verdade. Ora, entre as virtudes dos ho
mens superiores, inclui-se essa aptidão
do transcender o tempo em que vivem o de tomarem-se, pelo pressentimento e pela profecia, contemporâneos das ida des futuras.
Nenhuma revolução se conhece que não tenha sido preparada por esses ho
mens descontentes e írritávcis
que se
recusam a aceitar o mundo tal como se
poder c na tentativa de re compor, pela reforma das
apresenta em seu desolador
instituições, o equilíbrio que
o violência. Nada mais peri-
t
goso, portanto, nada mais ex-
i
espetáculo de desordem, êrro
do espírito, inserida no plano das disci
constituíram a nação e lhe deram forma.
se havia desfeito.
plinas ético-normativas.
A gênese dos
Pois assim como os indivíduos, em suas
assim e seria ine.xplicável a
movimentos revolucionários ilustra com
existências particulares, não são apenas
plosivo do que os sonhos dos
circunstância de se acharem
suficiente clareza essa discriminação de
o fruto de uma modelagem da tradição,
poetas. Pois é preciso dar ra
planos; mostrando não só que o regimem
dos reflexos inconscientes e dos hábitos sociais, assim também as nações não -sc
sempre na origem e na van guarda dos movimentos revo
zão a Oscar Wilde e reconhe-
lucionários
ta a natureza mas a natureza
não se confunde, não se identifica com
a nação, como pode, ao contrário, divor
configuram apenas em função da geo
ciar-se totalmente da sua realidade e do
grafia ou da inércia do próprio passado,
seu destino. Precedidos sempre de uma intensa preparação ideológica, da pre
minado pela ação criadora e revolucio
gação e da influência dos reformadores
mas tem o seu desenvolvimento deter
nária de seus homens mais representa
sôbre a consciência dos povos, os movi mentos revolucionários que desfecham
tivos. E não cometeríamos nenhum exa gero se disséssemos que a Iiistória dos
na transformação das instituições políti
povos é principalmente
cas e sociais não passam de tentativas
de enquadramento da realidade históri ca e cultural das nações nos esquemas ideais que cristalizam os desejos e as reivindicações do novo pensamento po lítico.
As revoluções nascem de um ato de
protesto e de ruptura. Em nome de um outro ideal, diverso daquele que o regi mem vigente incama ou desfigura, o pensamento revolucionário recusa-se a aceitar o "statu quo", condenando-o, por exemplo, como reacionário e injusto. Êsse protesto, porém, essa insurreição contra a realidade, só se explica e só se
torna possível na medida era que a
a
revoluções, e das guerras. sòmente o instinto de priação do alheio, nem
zer da luta e a vertigem ? podem explicar a
tância, na história, do fen cionano.
Não estivesse o com
a transcendência ®
ó
^
aproo pr»' que
q a consrevolucontacto
o infinito,
plena-
realidade poderia sa ) j^teriorizasmente, impedindo ^tação conse
a
sem sob os movimentos pelos ciente e de ide ' própna sobreorocura assegurar a
Tudo se passa, no entanto, como se, em
não
Não fô.sse
as
classes
oprimidas pròpriamente, mas os aristocratas, os homens de
que imita a arte. E a hipóte-
se platônica dos arquétipos e idéias subsistentes, como fomias e mode
seu constante mau humor, ao seu des
extraordinária riqueza, que está longe de ter esgotado a sua fecundidade. E' por
contentamento em relação ao mundo. E
procura explicar essa especial idiossin crasia mostrando que os poetas vêem a injustiça, a desproporção e o êrro à luz
de uma clarividência superior, descobrindo-os onde o olhar não poético nada consegue ver.
Essa clarividência é, na
expressão de Baudelaire, uma "postulaÇão dos nervos", um sexto sentido, uma
conseqüência da instintiva percepção do harmonioso, do justo e do verdadeiro que constituem os ingredientes essenr
ciais da alma do poeta. Pois a dignida
de do homem e a sua grandeza também se revelam nessa capacidade de sofrer com a imperfeição e a injustiça do mun
do. O protesto e a revolta nascem, por
tanto, da comparação entre o mundo
j :
cer que não é a arte que ími-
espírito, os poetas e os filósofos. Edgard Poe, num texto conhecido, re-
ferc-so â irritabilidade dos poetas, ao
j
los dos seres que só têm a aparência da realidade, representa uma intuição de que vivemos perdidos no mundo das sombras e das ilusões, confiscados pela existência inautêntica, que nos esquece mos de que o sonho é mais real do que a própria realidade. Depois de nossa morte, que resta de nossas vidas senão o que conseguimos realizar de nossos
sonhos ? Ora, o poeta, no sentido maior, enquanto demiurgo, é não só o homem
armado de uma clarividência superior, como o homem capaz de sonhar acor
dado, criando em seu espírito imagens plásticas com fòrça bastante para mode lar e transformar o mundo.
O reformador político,
aquêle que
abriga no mistério do seu ser a forma e
o modêlo do mundo futuro, está, pois.
^
■r«'
Díoksto
bívol apenas cm função dê.sse "estar no
mundo", como pretende Hcideggcr, o homem não pertencesse totalmente ao
RoLAND COBBISIER
mundo o só pudesse ser explicado atra vés desse csfórço constante pelo qual
equilíbrio político dos povos e a ' comparamos a um ideal, a uma cons
pendem da adequação e da conveniência entre a estrutura jurídica do regimem e a realidade da vida nacional. Êsse equi
líbrio, que é objetivo supremo da arte política, implica um ajustamento entro dois termos distintos que pertencem a
133
bora estando no mundo c sendo conce-
Nação e regimem estabilidade de suas instituições de
EcoNÓNnco
trução do espírito, da qual seria, por hi
dúvida, o que chamamos de "rcalidu^®
procura ultrapassar a realidade, trans cender a própria existência e entrar cm contato com o absoluto. As revoluções
nacional" não é o fruto de uma evolu
nascem, portanto, da consciência inicial
ção histórica inconsciente e cega,
de um desequilíbrio, de um dcsajusla-
se houvesse
mento, prosseguem pela sua revelação
pótese, o contrário e a negação.
Sem
desenrolado ã revelia de
qualquer interferência modificadora da
diversas esferas ou regiões do ser: a na
liberdade humana. A "realidade nacio
ção, enquanto realidade histórico-cultural, e o regimem, enquanto construção
nal" 6 a soma e o resultado de todos os
atos livres daqueles que,
no passado,
e denúncia, e desfecham na tomada do
tal como de fato existe e o mundo tal
como acreditamos que deva ser, depois ■ do modelado pelos ideais da justiça e da verdade. Ora, entre as virtudes dos ho
mens superiores, inclui-se essa aptidão
do transcender o tempo em que vivem o de tomarem-se, pelo pressentimento e pela profecia, contemporâneos das ida des futuras.
Nenhuma revolução se conhece que não tenha sido preparada por esses ho
mens descontentes e írritávcis
que se
recusam a aceitar o mundo tal como se
poder c na tentativa de re compor, pela reforma das
apresenta em seu desolador
instituições, o equilíbrio que
o violência. Nada mais peri-
t
goso, portanto, nada mais ex-
i
espetáculo de desordem, êrro
do espírito, inserida no plano das disci
constituíram a nação e lhe deram forma.
se havia desfeito.
plinas ético-normativas.
A gênese dos
Pois assim como os indivíduos, em suas
assim e seria ine.xplicável a
movimentos revolucionários ilustra com
existências particulares, não são apenas
plosivo do que os sonhos dos
circunstância de se acharem
suficiente clareza essa discriminação de
o fruto de uma modelagem da tradição,
poetas. Pois é preciso dar ra
planos; mostrando não só que o regimem
dos reflexos inconscientes e dos hábitos sociais, assim também as nações não -sc
sempre na origem e na van guarda dos movimentos revo
zão a Oscar Wilde e reconhe-
lucionários
ta a natureza mas a natureza
não se confunde, não se identifica com
a nação, como pode, ao contrário, divor
configuram apenas em função da geo
ciar-se totalmente da sua realidade e do
grafia ou da inércia do próprio passado,
seu destino. Precedidos sempre de uma intensa preparação ideológica, da pre
minado pela ação criadora e revolucio
gação e da influência dos reformadores
mas tem o seu desenvolvimento deter
nária de seus homens mais representa
sôbre a consciência dos povos, os movi mentos revolucionários que desfecham
tivos. E não cometeríamos nenhum exa gero se disséssemos que a Iiistória dos
na transformação das instituições políti
povos é principalmente
cas e sociais não passam de tentativas
de enquadramento da realidade históri ca e cultural das nações nos esquemas ideais que cristalizam os desejos e as reivindicações do novo pensamento po lítico.
As revoluções nascem de um ato de
protesto e de ruptura. Em nome de um outro ideal, diverso daquele que o regi mem vigente incama ou desfigura, o pensamento revolucionário recusa-se a aceitar o "statu quo", condenando-o, por exemplo, como reacionário e injusto. Êsse protesto, porém, essa insurreição contra a realidade, só se explica e só se
torna possível na medida era que a
a
revoluções, e das guerras. sòmente o instinto de priação do alheio, nem
zer da luta e a vertigem ? podem explicar a
tância, na história, do fen cionano.
Não estivesse o com
a transcendência ®
ó
^
aproo pr»' que
q a consrevolucontacto
o infinito,
plena-
realidade poderia sa ) j^teriorizasmente, impedindo ^tação conse
a
sem sob os movimentos pelos ciente e de ide ' própna sobreorocura assegurar a
Tudo se passa, no entanto, como se, em
não
Não fô.sse
as
classes
oprimidas pròpriamente, mas os aristocratas, os homens de
que imita a arte. E a hipóte-
se platônica dos arquétipos e idéias subsistentes, como fomias e mode
seu constante mau humor, ao seu des
extraordinária riqueza, que está longe de ter esgotado a sua fecundidade. E' por
contentamento em relação ao mundo. E
procura explicar essa especial idiossin crasia mostrando que os poetas vêem a injustiça, a desproporção e o êrro à luz
de uma clarividência superior, descobrindo-os onde o olhar não poético nada consegue ver.
Essa clarividência é, na
expressão de Baudelaire, uma "postulaÇão dos nervos", um sexto sentido, uma
conseqüência da instintiva percepção do harmonioso, do justo e do verdadeiro que constituem os ingredientes essenr
ciais da alma do poeta. Pois a dignida
de do homem e a sua grandeza também se revelam nessa capacidade de sofrer com a imperfeição e a injustiça do mun
do. O protesto e a revolta nascem, por
tanto, da comparação entre o mundo
j :
cer que não é a arte que ími-
espírito, os poetas e os filósofos. Edgard Poe, num texto conhecido, re-
ferc-so â irritabilidade dos poetas, ao
j
los dos seres que só têm a aparência da realidade, representa uma intuição de que vivemos perdidos no mundo das sombras e das ilusões, confiscados pela existência inautêntica, que nos esquece mos de que o sonho é mais real do que a própria realidade. Depois de nossa morte, que resta de nossas vidas senão o que conseguimos realizar de nossos
sonhos ? Ora, o poeta, no sentido maior, enquanto demiurgo, é não só o homem
armado de uma clarividência superior, como o homem capaz de sonhar acor
dado, criando em seu espírito imagens plásticas com fòrça bastante para mode lar e transformar o mundo.
O reformador político,
aquêle que
abriga no mistério do seu ser a forma e
o modêlo do mundo futuro, está, pois.
^
Dicesto ÉCOXÓMICO
iâ4
muito mais próximo do poeta que do liomem de ciência. Pois a sua virtude não consiste
em revelar o mundo em sua
atual configuração, mas em propor, em oferecer
aos homens uma
construção
ideal, um arquétipo elaborado em fun ção das exigências da justiça e da ver
os militantes políticos. Nictzschc não sc
enganava ao dizer que os verc1ad<Mros
pende do recurso à fraude e à impos tura, eslamos dispostos, preferimos cor
valores que surda c silenciosamente ger
rer todos os riscos c rcminciar a essa
minam nu meditação do pensador soli
vitória.
chama do heroismo e do sacrifício. Ne.s-
mundo futuro e a sua salvação ?
ria do mundo é a história dos sonhos dos
poetas. Pois não estará, porventura, o
Por que nos resignarmos, portanto, à fisionomia do presente, por que aceitar mos a realidade nacional tal como ago
I essencial da Revolução Francesa contido
ra se apresenta, se a nossa missão, se o
nos devaneios do "promenour solitaire" Jean Jacques Rousseau ? E em seu pro digioso romance profético, "Os Posses-
nosso destino é, ao contrário, protestai
e reclamar, propondo um outro rumo,
sos", Dostoievski também não pressen
Por que nos confonnarmos com a desor-
tiu os lineamentos essenciais e a signifi
dem e a injustiça da situação presente e
um caminho diferente, um novo ideal r
cação metafísica da revolução russa ? E
com ela nos acumpliciarmos, sob o pre
em alguns aforismas de Nietzsphe e em certos movimentos da música wagneria-
texto de que tudo está perdido, se de
na, não encontramos, por acaso, o acen
voz, dizendo, com os meios de que dis
to, a atmosfera e o sentido .da revolu ção nazista ?
pomos, que é preciso resistir à onda de
Destacado do transitório momento,
ros irrcsponsá\'pis, dos demagogos in cultos e IcNianos. Pois se a vitória de
acontecimentos talvez não fossem os su
siasmo e de acender em suas almas a
se sentido, poderíamos dizer que a histó
Econômico
cessos visíveis, mas a.s idéias c os novos
tário. E quem sabe se, no anonimato c na reclusão de alguma pobre mansarda, não se está preparando a imagem do
dade, capaz de galvanizar o seu entu
Dkíiísto
vemos
articular e fazer ouvir a nosso
anarquia e de violência que se avoluma cada vez mais, e que é preciso recusar
135
condições de ignorância e de falta de educação política — não o meio idôneo .
do conduzir aos postos de governo os melhores, os mais aptos e os mais ca pazes, mas, ao contrário, os torcedores do futebol, os locutores radiofônicos, os
Não temos, porém, a superstição do
aproveitadores do mercado negro, os
rcgimcm, a superstição da lógica do regimem. Pois o que importa é salvar a nação para a qual o regimom existe. E SC a forma de governo, a estrutura do Estado, representa uma faca de dois gumes que as circunstâncias põem nas
traficantes de entorpecentes, os porteiros o choferes dos palácios, os semi-analfa betos, os primários e os energúmenos de tôdas as classes, se o sufrágio universal, cm sucessivas experiências, levou ao po der apenas a incompetência e a medio
mãos dos caudilhos
cridade, por que não substituinnos êsse método de consulta por outro, mais ri goroso e eficaz na escolha e na seleção daqueles que nos devem governar ? Por
o dos aventureiros
inconscií-nte.s, cm nome dos superiores interesses da nação, cm nome da ordcni
o da própria liberdade ameaçada, não
hesitaremos um segundo sequer em aconselhar, cm reclamar qualquer me dida, qualquer providência cirúrgica que, embora tardia c arranhando a apa rente coerência do regimom, preserve c
que alimentarmos um mito, renuncian
do ao legítimo ideal de que a nação seja
dirigida pelos seus melhores homens, por ^
uma autêntica elite ?
jfl
Pois a nação é anterior ao regimem e
asseguro a sua própria razão de ser, im
o transcende, e é á nação e aos seus
pedindo o assalto ao poder daqueles que
superiores interêsses que o regimem de ve servir. Em relação à perenidade da existência nacional, o regimem é sem
não nos inspiram nenhuma confiança e,
não apresentando garantia alguma, usam da liberdade que o rcgimcm lhes conce
pre algo de efêmero e de provisório,
desligado do efêmero por se achar in serido no plano do espírito e da trans
os sortilégios e as incantações dos má
gicos e demagogos da praça pública ?
de para ameaçar o comprometer a pró
espécie de instrumento .que, ao se reve
cendência, o poeta registra em sua agu da sensibilidade os mais leves e impon
Pouco importa que seja muito grande a desproporção de fôrças. Só temos o
pria existência do regimom. A viabilidade das instituições se veri
lar incapaz de promover o fim para o qual existe, deve ser pôsto de lado ou
deráveis sintomas que anunciam
direito de brandir as nossas armas, que são as armas do espírito. Inutilmente nos dirão que estamos na era das mas
as
grandes mudanças e transformações liistóricas. Iludem-se, portanto, aquêles nhecem e menosprezam, na economia
sas, e que devemos arregaçar as mangas da camisa para falar ao povo nas ruas
dos povos, o papel e a missão dos poe
ou à sombra dos monumentos. Perde
que, fascinados pelas aparências, desco tas. Pois o pressentimento e a denún cia dos desequilíbrios e das desarmonias antecedem sempre os movimentos
pelos quais procuramos reajustar e cor
rigir a -realidade imperfeita, em função do ideal que prèviamente concebemos. E embora freqüentemente não o sai bam ou disso se esqueçam, são tributá
rios dos poetas, dos filósofos e dos pro fetas, os homens práticos, os ativistas e
ríamos de antemão a partida se permi
tíssemos que o adversário nos contami nasse com sua insolencia, sua vulgarida de e seu cinismo. E seríamos infiéis a
nós mesmos, e trairíamos o que temos de melhor se abríssemos mão da nos.sa
revolta, dessa repugnância que se con funde com a nossa própria honra, e nos
convertêssemos em discípulos dos apro veitadores do momento, dos aventurei
fica através de seu funcionamento. E sc
o desequilíbrio político resulta da inade
substituído por outro. Pois se a forma de go\'êmo dá à nação a sua estrutura
quação, da desarmonia entre a realida
e fisionomia jurídica, recebe por sua
de da vida nacional e o sistema em que à fôrça se pretende enquadrá-la, por que não renunciar à teimosia do abstra
vez da existência nacional o seu con
teúdo, a sua significação e os seus moti
vos de legitimidade.
Não nos parece
to, à insistência cm conservar o que se
que a França absolutista e aristocrática
revelou inviável c por isso mesmo con traproducente, c corrigir o regimem em função precisamente do ideal, isto é, da melhor direção possível que devemos
de Luiz XIV lenha sido nienos gloriosa c
imprimir aos acontecimentos e ao curso
lo XX.
da História?
Se o sistema de consulta popular di reta, se o sufrágio universal, por exem plo, revelou-se — çm virtude de nossas
menos fecunda na produção de homens
de gênio do que a França republicana, democrática e parlamentarista do sécu Se o regimem é uma construção do
espírito, uma forma ideal, nem por isso pode ser concebido à revelia da nação à qual se pretende aplicar. E, em rela-
Dicesto ÉCOXÓMICO
iâ4
muito mais próximo do poeta que do liomem de ciência. Pois a sua virtude não consiste
em revelar o mundo em sua
atual configuração, mas em propor, em oferecer
aos homens uma
construção
ideal, um arquétipo elaborado em fun ção das exigências da justiça e da ver
os militantes políticos. Nictzschc não sc
enganava ao dizer que os verc1ad<Mros
pende do recurso à fraude e à impos tura, eslamos dispostos, preferimos cor
valores que surda c silenciosamente ger
rer todos os riscos c rcminciar a essa
minam nu meditação do pensador soli
vitória.
chama do heroismo e do sacrifício. Ne.s-
mundo futuro e a sua salvação ?
ria do mundo é a história dos sonhos dos
poetas. Pois não estará, porventura, o
Por que nos resignarmos, portanto, à fisionomia do presente, por que aceitar mos a realidade nacional tal como ago
I essencial da Revolução Francesa contido
ra se apresenta, se a nossa missão, se o
nos devaneios do "promenour solitaire" Jean Jacques Rousseau ? E em seu pro digioso romance profético, "Os Posses-
nosso destino é, ao contrário, protestai
e reclamar, propondo um outro rumo,
sos", Dostoievski também não pressen
Por que nos confonnarmos com a desor-
tiu os lineamentos essenciais e a signifi
dem e a injustiça da situação presente e
um caminho diferente, um novo ideal r
cação metafísica da revolução russa ? E
com ela nos acumpliciarmos, sob o pre
em alguns aforismas de Nietzsphe e em certos movimentos da música wagneria-
texto de que tudo está perdido, se de
na, não encontramos, por acaso, o acen
voz, dizendo, com os meios de que dis
to, a atmosfera e o sentido .da revolu ção nazista ?
pomos, que é preciso resistir à onda de
Destacado do transitório momento,
ros irrcsponsá\'pis, dos demagogos in cultos e IcNianos. Pois se a vitória de
acontecimentos talvez não fossem os su
siasmo e de acender em suas almas a
se sentido, poderíamos dizer que a histó
Econômico
cessos visíveis, mas a.s idéias c os novos
tário. E quem sabe se, no anonimato c na reclusão de alguma pobre mansarda, não se está preparando a imagem do
dade, capaz de galvanizar o seu entu
Dkíiísto
vemos
articular e fazer ouvir a nosso
anarquia e de violência que se avoluma cada vez mais, e que é preciso recusar
135
condições de ignorância e de falta de educação política — não o meio idôneo .
do conduzir aos postos de governo os melhores, os mais aptos e os mais ca pazes, mas, ao contrário, os torcedores do futebol, os locutores radiofônicos, os
Não temos, porém, a superstição do
aproveitadores do mercado negro, os
rcgimcm, a superstição da lógica do regimem. Pois o que importa é salvar a nação para a qual o regimom existe. E SC a forma de governo, a estrutura do Estado, representa uma faca de dois gumes que as circunstâncias põem nas
traficantes de entorpecentes, os porteiros o choferes dos palácios, os semi-analfa betos, os primários e os energúmenos de tôdas as classes, se o sufrágio universal, cm sucessivas experiências, levou ao po der apenas a incompetência e a medio
mãos dos caudilhos
cridade, por que não substituinnos êsse método de consulta por outro, mais ri goroso e eficaz na escolha e na seleção daqueles que nos devem governar ? Por
o dos aventureiros
inconscií-nte.s, cm nome dos superiores interesses da nação, cm nome da ordcni
o da própria liberdade ameaçada, não
hesitaremos um segundo sequer em aconselhar, cm reclamar qualquer me dida, qualquer providência cirúrgica que, embora tardia c arranhando a apa rente coerência do regimom, preserve c
que alimentarmos um mito, renuncian
do ao legítimo ideal de que a nação seja
dirigida pelos seus melhores homens, por ^
uma autêntica elite ?
jfl
Pois a nação é anterior ao regimem e
asseguro a sua própria razão de ser, im
o transcende, e é á nação e aos seus
pedindo o assalto ao poder daqueles que
superiores interêsses que o regimem de ve servir. Em relação à perenidade da existência nacional, o regimem é sem
não nos inspiram nenhuma confiança e,
não apresentando garantia alguma, usam da liberdade que o rcgimcm lhes conce
pre algo de efêmero e de provisório,
desligado do efêmero por se achar in serido no plano do espírito e da trans
os sortilégios e as incantações dos má
gicos e demagogos da praça pública ?
de para ameaçar o comprometer a pró
espécie de instrumento .que, ao se reve
cendência, o poeta registra em sua agu da sensibilidade os mais leves e impon
Pouco importa que seja muito grande a desproporção de fôrças. Só temos o
pria existência do regimom. A viabilidade das instituições se veri
lar incapaz de promover o fim para o qual existe, deve ser pôsto de lado ou
deráveis sintomas que anunciam
direito de brandir as nossas armas, que são as armas do espírito. Inutilmente nos dirão que estamos na era das mas
as
grandes mudanças e transformações liistóricas. Iludem-se, portanto, aquêles nhecem e menosprezam, na economia
sas, e que devemos arregaçar as mangas da camisa para falar ao povo nas ruas
dos povos, o papel e a missão dos poe
ou à sombra dos monumentos. Perde
que, fascinados pelas aparências, desco tas. Pois o pressentimento e a denún cia dos desequilíbrios e das desarmonias antecedem sempre os movimentos
pelos quais procuramos reajustar e cor
rigir a -realidade imperfeita, em função do ideal que prèviamente concebemos. E embora freqüentemente não o sai bam ou disso se esqueçam, são tributá
rios dos poetas, dos filósofos e dos pro fetas, os homens práticos, os ativistas e
ríamos de antemão a partida se permi
tíssemos que o adversário nos contami nasse com sua insolencia, sua vulgarida de e seu cinismo. E seríamos infiéis a
nós mesmos, e trairíamos o que temos de melhor se abríssemos mão da nos.sa
revolta, dessa repugnância que se con funde com a nossa própria honra, e nos
convertêssemos em discípulos dos apro veitadores do momento, dos aventurei
fica através de seu funcionamento. E sc
o desequilíbrio político resulta da inade
substituído por outro. Pois se a forma de go\'êmo dá à nação a sua estrutura
quação, da desarmonia entre a realida
e fisionomia jurídica, recebe por sua
de da vida nacional e o sistema em que à fôrça se pretende enquadrá-la, por que não renunciar à teimosia do abstra
vez da existência nacional o seu con
teúdo, a sua significação e os seus moti
vos de legitimidade.
Não nos parece
to, à insistência cm conservar o que se
que a França absolutista e aristocrática
revelou inviável c por isso mesmo con traproducente, c corrigir o regimem em função precisamente do ideal, isto é, da melhor direção possível que devemos
de Luiz XIV lenha sido nienos gloriosa c
imprimir aos acontecimentos e ao curso
lo XX.
da História?
Se o sistema de consulta popular di reta, se o sufrágio universal, por exem plo, revelou-se — çm virtude de nossas
menos fecunda na produção de homens
de gênio do que a França republicana, democrática e parlamentarista do sécu Se o regimem é uma construção do
espírito, uma forma ideal, nem por isso pode ser concebido à revelia da nação à qual se pretende aplicar. E, em rela-
Digesto Econ6>íic:<)
136
ção ao problema do equilíbrio político, que decorre do ajustamento das institui
fecundidade dos contrários,
ções às realidades que pretendem confi gurar, verifica-sc também a mesma lei que, de um modo geral, preside ao de
destroem dialèticamente a si mesmos.
senvolvimento das coisas humanas. Por
sermos sêres em trânsito, imersos na du
ração, sofremos constantemente a sedu
ção das posições extremas, cuja aceita
ção dispensa qualquer esforço no sen tido de chegar ao equilíbrio pela com preensão e incorporação da tese contrá ria.
As posições extremas são sempre
posições de inércia, que destroem e re
solvem os problemas pela negação do termo contrário, cuja existência toma
possível e explica a própria existência do problema.
Se a liberdade humana, por exemplo, tivesse uma regulação própria e imanente, como o instinto dos animais, não ha
veria um problema da liberdade. E, se existe êsse problema, é porque a liber dade entra em conflito com um tênno
que lhe é aparentemente contrário, isto
as quais,
PROBLEMA NO ESTADO
A rigor, não se trata dc optar entre a
José
c este ou aquele regimem que a e.xperiencia revelou ineficaz ou contraprodu cente. Se as franquias outorgadas pelas instituições são excessivas c amplas de mais, permitindo que homens c partidos cujo passado, cujos antecedentes políti
sentido de estiagem mais forte e longa
cos, longe de representarem uma garan
e estação chuvosa mais intensa e curta,
tia, significam uma presunção dc desor
tal mudança não pode dci.xar de ser muito gradativa. É preciso confrontar
dem e de ameaça às próprias institui ções, que o regimem defenda a nação,
embora para salvá-la deva sacrificar a coerência da sua lógica interior. Pois num Estado popular, como ensina Montesquieu, a virtude é indispensável e, quando desaparece, a república se tor na um despojo, e a sua força se reduz ao poder de alguns e à licença dc todos. Se a virtude desapareceu, ficam os
íntegros e os melhores, aqueles que se recusam a roubar sob pretexto de que todos estão roubando, à merce dos cele-
de um dos termos que o constituem, ne
aventureiros. Mas a vida dos homens e
gando, por exemplo, totalmente a liber dade pela afirmação de uma autoridade
das nações não se desenrola à maneira
ibmitada que seria precisamente a tira nia; ou então, fazendo o contrário, quer
temente, para preservá-la, devemos re
dizer, suprimindo a autoridade pela afir mação de uma liberdade absoluta que seria precisamente a anarquia. O difícil, na expressão de Bossuet, é "tenir les
mos, pois, a honestidade de dizer
rados, dos caudilhos, dos cínicos e dos de um teorema matemático, o freqüen
nunciar à lógica da razão pura. Tenha preferimos o Brasil ao sufrágio universa e que não trepidaríamos um momento se quer em suprimi-lo para salvar o
^
E que os poetas assumam, se
ciso, em nome do espírito e diante
pelo esfôrço constante, pela revolução permanente, o ponto de equihbno e de
futuro, o encargo e a responsabib<í^'^®
harmonia que assegura a emtencia e a
da revolução.
DA
IRRIGAÇÃO
DE
S. PAULO
SETzim
(Do Instituto Geográfico o Geológico de São Paulo)
nação e o rcgimem, mas entre a nação
é, a autoridade. E' mais fácil, sem dú vida, resolver o problema pela negação
deux bouts de Ia chaine", e encontrar
O
destruindo o termo que lhes é opo.sto, se
A
inniOAçÃo toimou-se entre nós as-
E ganharia como um fazendeiro de café,
simlo importante, apesar dc não se
Sc não estivesse sujeito a umu multidão
terem agravado muito as estiagens. Sc o
clima
está
mudando realmente no
a.s médias de chuvas dc dois períodos consecutivos dc 20 ou 25 anos cada um,
para verificar a-mudança, assim mesmo
sem que fique provado estatisticamente que se trata de mudança definitiva.
O assunto irrigação tornou-se impor tante por outro motivo, que é a valori zação extraordinária do café e das ver duras.
Se, após um ano de estiagem branda, um cafòzal de 100 alqueires, com 160
mil pés de café, produz 2.000 sacas em terras regularmente empobrecidas, e uma forte estiagem no ano seguinte re duz a colheita a 500 sacas, a perda dé 1.500 sacas significa hoje Cr$ 1.500.000,00 de prejuízo.
dc intermcdiilriüs gananciosos, cuja vo racidade é fa\'orecida pelo caráter pere cível do produto. Do ponto de rista da irrigação, o Es
tado de São Paulo pode ser dividido em
duas partes, que são condídonadas pelas condições geológicas. Essas duas partes são separadas aproximadamente pela li nha Monte Santo (Minas Gcrai$)-Moco-
ca-Casa Branca-Moji Mirim-CampinasItu-Sorocaba-Pilar-São Miguel ArcanjoCapão Bonito-Piraí (Pamambuco). A leste c ao sul dessa linha fica o
terreno acidentado, de rochas maciças, de totais anuais de chu\'as mais altos e
do estiagem mais branda. Nessa zona
geralmente são impraticáveis as perfura ções profundas em busca de água sub terrânea.
A sonda atravessa enormes
massas de rochas cristalinas que se tor
nam cada vez mais compactas' em pro fundidade. Sòmente perto da super
Assim, projeto dispendioso de irriga ção pode ser pago hoje por uma só
fície podem conter água em suas fendas.
colheita. Mais que isso: custaria, no caso do cafèzai citado, apenas uma parte dos Cr$ 1.500.000,00 recuperados. E a ins
mas é argiloso e, como todos os sedi
talação ficaria servindo durante muitos
No Vale do Paraíba e.xiste. sedimento, mentos impermeáveis e espessos, deve estar sêco até o fundo.
Em compensação, nessa parte aci
dentada do Estado abundam córregos e
anos, gastando relativamente pouco em combustível para a bomba e alguns re
ribeirões que, em geral, podem ser fà-
paros nos encanamentos.
cilmente represados, porque topografia
Quanto às verduras, seu preço subiu
acidentada condiciona vales estreitos.
10 vezes desde 1939; subiu também o consumo "per capita" e aumentou mui
Cercando uma cabeceira de córrego para impedir o acesso da criação e deixar
to a população das cidades. Quem pode
crescer capoeira, teremos, mediante pe
levar verduras às cidades, ganha bem.
quena barragem ou construção de eis-
Digesto Econ6>íic:<)
136
ção ao problema do equilíbrio político, que decorre do ajustamento das institui
fecundidade dos contrários,
ções às realidades que pretendem confi gurar, verifica-sc também a mesma lei que, de um modo geral, preside ao de
destroem dialèticamente a si mesmos.
senvolvimento das coisas humanas. Por
sermos sêres em trânsito, imersos na du
ração, sofremos constantemente a sedu
ção das posições extremas, cuja aceita
ção dispensa qualquer esforço no sen tido de chegar ao equilíbrio pela com preensão e incorporação da tese contrá ria.
As posições extremas são sempre
posições de inércia, que destroem e re
solvem os problemas pela negação do termo contrário, cuja existência toma
possível e explica a própria existência do problema.
Se a liberdade humana, por exemplo, tivesse uma regulação própria e imanente, como o instinto dos animais, não ha
veria um problema da liberdade. E, se existe êsse problema, é porque a liber dade entra em conflito com um tênno
que lhe é aparentemente contrário, isto
as quais,
PROBLEMA NO ESTADO
A rigor, não se trata dc optar entre a
José
c este ou aquele regimem que a e.xperiencia revelou ineficaz ou contraprodu cente. Se as franquias outorgadas pelas instituições são excessivas c amplas de mais, permitindo que homens c partidos cujo passado, cujos antecedentes políti
sentido de estiagem mais forte e longa
cos, longe de representarem uma garan
e estação chuvosa mais intensa e curta,
tia, significam uma presunção dc desor
tal mudança não pode dci.xar de ser muito gradativa. É preciso confrontar
dem e de ameaça às próprias institui ções, que o regimem defenda a nação,
embora para salvá-la deva sacrificar a coerência da sua lógica interior. Pois num Estado popular, como ensina Montesquieu, a virtude é indispensável e, quando desaparece, a república se tor na um despojo, e a sua força se reduz ao poder de alguns e à licença dc todos. Se a virtude desapareceu, ficam os
íntegros e os melhores, aqueles que se recusam a roubar sob pretexto de que todos estão roubando, à merce dos cele-
de um dos termos que o constituem, ne
aventureiros. Mas a vida dos homens e
gando, por exemplo, totalmente a liber dade pela afirmação de uma autoridade
das nações não se desenrola à maneira
ibmitada que seria precisamente a tira nia; ou então, fazendo o contrário, quer
temente, para preservá-la, devemos re
dizer, suprimindo a autoridade pela afir mação de uma liberdade absoluta que seria precisamente a anarquia. O difícil, na expressão de Bossuet, é "tenir les
mos, pois, a honestidade de dizer
rados, dos caudilhos, dos cínicos e dos de um teorema matemático, o freqüen
nunciar à lógica da razão pura. Tenha preferimos o Brasil ao sufrágio universa e que não trepidaríamos um momento se quer em suprimi-lo para salvar o
^
E que os poetas assumam, se
ciso, em nome do espírito e diante
pelo esfôrço constante, pela revolução permanente, o ponto de equihbno e de
futuro, o encargo e a responsabib<í^'^®
harmonia que assegura a emtencia e a
da revolução.
DA
IRRIGAÇÃO
DE
S. PAULO
SETzim
(Do Instituto Geográfico o Geológico de São Paulo)
nação e o rcgimem, mas entre a nação
é, a autoridade. E' mais fácil, sem dú vida, resolver o problema pela negação
deux bouts de Ia chaine", e encontrar
O
destruindo o termo que lhes é opo.sto, se
A
inniOAçÃo toimou-se entre nós as-
E ganharia como um fazendeiro de café,
simlo importante, apesar dc não se
Sc não estivesse sujeito a umu multidão
terem agravado muito as estiagens. Sc o
clima
está
mudando realmente no
a.s médias de chuvas dc dois períodos consecutivos dc 20 ou 25 anos cada um,
para verificar a-mudança, assim mesmo
sem que fique provado estatisticamente que se trata de mudança definitiva.
O assunto irrigação tornou-se impor tante por outro motivo, que é a valori zação extraordinária do café e das ver duras.
Se, após um ano de estiagem branda, um cafòzal de 100 alqueires, com 160
mil pés de café, produz 2.000 sacas em terras regularmente empobrecidas, e uma forte estiagem no ano seguinte re duz a colheita a 500 sacas, a perda dé 1.500 sacas significa hoje Cr$ 1.500.000,00 de prejuízo.
dc intermcdiilriüs gananciosos, cuja vo racidade é fa\'orecida pelo caráter pere cível do produto. Do ponto de rista da irrigação, o Es
tado de São Paulo pode ser dividido em
duas partes, que são condídonadas pelas condições geológicas. Essas duas partes são separadas aproximadamente pela li nha Monte Santo (Minas Gcrai$)-Moco-
ca-Casa Branca-Moji Mirim-CampinasItu-Sorocaba-Pilar-São Miguel ArcanjoCapão Bonito-Piraí (Pamambuco). A leste c ao sul dessa linha fica o
terreno acidentado, de rochas maciças, de totais anuais de chu\'as mais altos e
do estiagem mais branda. Nessa zona
geralmente são impraticáveis as perfura ções profundas em busca de água sub terrânea.
A sonda atravessa enormes
massas de rochas cristalinas que se tor
nam cada vez mais compactas' em pro fundidade. Sòmente perto da super
Assim, projeto dispendioso de irriga ção pode ser pago hoje por uma só
fície podem conter água em suas fendas.
colheita. Mais que isso: custaria, no caso do cafèzai citado, apenas uma parte dos Cr$ 1.500.000,00 recuperados. E a ins
mas é argiloso e, como todos os sedi
talação ficaria servindo durante muitos
No Vale do Paraíba e.xiste. sedimento, mentos impermeáveis e espessos, deve estar sêco até o fundo.
Em compensação, nessa parte aci
dentada do Estado abundam córregos e
anos, gastando relativamente pouco em combustível para a bomba e alguns re
ribeirões que, em geral, podem ser fà-
paros nos encanamentos.
cilmente represados, porque topografia
Quanto às verduras, seu preço subiu
acidentada condiciona vales estreitos.
10 vezes desde 1939; subiu também o consumo "per capita" e aumentou mui
Cercando uma cabeceira de córrego para impedir o acesso da criação e deixar
to a população das cidades. Quem pode
crescer capoeira, teremos, mediante pe
levar verduras às cidades, ganha bem.
quena barragem ou construção de eis-
Dicksto Eooxóahco
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139
mos a expor cm seguida, os cafèzais dc.ssa parte do Estado não se encontram
à riqueza das terras e, em segundo lugar,
onde a \azão dos ribeirões é grande. Milhões dc anos atrás, depois dos der-
Paranapancma, rio do Peixe, Agiiapeí, tosas, além dc pobres. As estradas dc
Mas a maior dificuldade consiste na
rame.s de lavas básicas, ho\u'c aqui \ima época dc clima .semi-árido com lagos salobros esparsos. Tòda a região rece
ferro acompanharam o povoamento e os cafèzais. Houve quem tivesse plantado
com ramificações.
textura arenosa das terras. De fato, não
beu sedimentação de arenitos. As areias
café entre 1915 e 1930 nas terras do
Assim se resolve o problema dos chacareiros e produtores de legumes e ver duras. A capital do Estado, que conso
se contando as terras roxas c algumas terras argilosas na parte mais próxima
que aterraram os lagos ficaram cimen tadas com cimento calcáreo das águas.
grupo 15, mas êsscs cafèziiis, por impro dutivos, já foram' substituídos por pas
da metade acidentada do Estado, tòclas as terras a oeste e ao norte da citada
zona.
linha Mococa-Campínas-Itapeva são are
Èsse calcáreo proviera da decomposição das lajes basálticas. As areias que sc depositaram nas vastas planícies entre os
tagens, de modo que hoje todo o café da
me uns 90% dêsse produto, fica nessa
nosas.
tema de concreto, um reservatório de
água potável que pode ser cncanada, abastecendo fazendas e mesmo cidades, conforme o tamanho da vertente. Além
disso, qualquer barragem represa bas tante água para irrigar com ela as duas encostas a juzante, por meio de canais
d'água represado, os aterros tlmctn .sci enormes pela sua extensão, c são caríssi mas as pedras necessárias para rexcstir a encosta molhada das barragens, sem
o que a sua estal)ilidadc fica compro metida.
porque as terras baixas dos vales do Tietê, Dourados e Turvo eram malei-
região está nos solos do grupo 16. Hoje êsses solos produzem mais que metade
lagos foram consolidadas pela pressão
de todo o café paulista.
das barragens deve ser incluída uma
oriunda do .seu próprio peso, pois as ca
cortina de argila, a fim de impermeabi
madas ciam dc \árias centenas de me
Agora vemos melhor o problema. So los arenosos, não retêm bastante água. As
tros. Essa formação geológica, de lentes
geadas. Portanto, não podem ser irri gados nem por água represada nem por poços artesianos. O único remédio aí
lizar o aterro e assim impedir a fuga da água através do mesmo. A argila negra das várzeas nião sc presta bem para isso, pois não sc contrai muito quando seca antes de encher com ela a
é aumentar a capacidade retentiva do
cortina, e não se expande bastante ao
solo por meio de adição de matéria or gânica e calcáreo em pó, podendo-sc
se umedecer depois dc cheia a represa. O uso de qualquer argila obriga à sua secagem prévia, espalhando-a em cama
Mas há os cafèzais que nessa zona estão ao norte da linha Itu-JundiaíAtibaia-Joanópolis, e alguns no Vale do Paraíba; e não ocupam as partes baixas do relevo, a fim de evitar as
mesmo levar ao cafèzal barro negro de
Ao longo do eixo longitudinal
arenosas intermitentes, contendo cimento calcáreo, em
meio dc
camadas do mesmo arenito sem
cstiagens reduzem muito as colheitas. Situados nos espigões e ladeados apenas por pequenos córregos que .Sc acham no começo da sua
denominada
descida para os vales, não podem
"formação Bauru", sofreu gran de desgaste quando o clima se
os cafèziiis ser irrigados por de-
cimento
calcáreo,
tornou muito úmido, muito mais chu
voso que o de hoje.
clividade e nem por aspersão, neste caso de\'ido à impossibilidade de se represar água em quantidades sufi cientes, por motivos e.xpostos atrás.
brejo, e, se fôr possível, misturá-lo com pó calcáreo. Construído o sistema de
da fina sôbrc vasto terreiro.
defesa contra a erosão, as terras dessa
sas não é, entretanto, este, ma.s o fato do
do salientes nas "camadas Bauru". Todo
zona, quase sempre argilosas (niassa-
se perder água por infiltração nas en costas, quando o nível da represa sobe acima dos limites da baixada. Tal fuga da água através das encostas arenosas adquire caráter grave justamente quando estamos precisando irrigar o cafèzal. A
o sistema hidrográfico atual adaptou-se
O problema parece insolúvel. Há, en tretanto, uma solução brilliante: capta ção de águas profundas por meio de per
à caprichosa distribuição geográfica das
furação de poços chamados "artesianos".
pés), poderão enfrentar galhardamen
O maior empecilho nas terras areno
As lentes dc arenito com cimento
calcáreo resistiram muito melhor, fican
lentes de arenito com cimento calcáreo,
Acontece que as condições geológicas
eontornando-as. Assim, temos hoje ter
são tão propícias na região que, em encontra-se água pura em quantidades
questão 6 que, durante a estação chuvo
ras ricas nos cspigõcs (solos do grupo 16 ou "Bauru Superior") e pobres nos vales (grupo 15 ou "Bauru Inferior").
notáveis, no geral de 30 a 60 m3 por
sa, o nível da água é alto por dentro
Fisicamente semelhantes, è.sses dois gru
hora 8 por poço.
sedimentos, geralmente arenosos, entre
das encostas adjacentes à represa (lençol
meados por camadas de diabásio c ba-
freático), mas baixa a cotas inferiores ã
pos de solos são quimicamente tão dife rentes que o grupo 16 produz, sem adu-
da à espessura de uns 80 a 150 metros
hação, melhores safras de algodão que
conforme o lugar escolhido para a son
ó diferente também o caráter do relevo.
reprêsa justamente quando o cafèzal precisa da sua primeira dose da água.
o grupo 15 bem adubado.
A topografia é de ondulações suaves.
Então o gasto de água para irrigação co
dagem (perto da periferia da formação, rio Paraná, por exemplo, pode ser infe rior a 50 m), encontra-se a primeira la
te a estiagem, como, aliás, se observou
no começo déste século, quando os teores de húmus e cálcio ainda eram altos.
A geologia da outra metade do Es tado é completamente diferente. saltos ("peclra-ferro").
São
Forçosamente,
Excluídas umas escarpas esparsas, em
que as lajes de pedra-ferro se conserva ram acima do nível geral do planalto, os vales são largos e seu represamento
é dispendioso. Em reIaç<ão ao volume
meça a ser sobrepujado pelo gasto por infiltração na própria reprêsa. É preciso
A vegetação virgem dos solos 16 era de perobais com árvores enormes, a dos solos 15 era de cerradinhos densos,
que a vazão do curso d'água seja grande, a fim de suprir as duas causas de gasto. Ora, por motivos geológicos que passa-
cheios de cipós e de palmeiras, mas de valor econômico quase nulo. O povoa mento acompanhou os espigões graças
qualquer ponto que se faça sondagem,
Abaixo da camada Bauru, hoje reduzi
je de basaltito e diabásio, cuja espes sura pode ser de dezenas de metros e constitui real dificuldade devido à sua dureza. Abaixo dela existe camada de'
i'
1
Dicksto Eooxóahco
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mos a expor cm seguida, os cafèzais dc.ssa parte do Estado não se encontram
à riqueza das terras e, em segundo lugar,
onde a \azão dos ribeirões é grande. Milhões dc anos atrás, depois dos der-
Paranapancma, rio do Peixe, Agiiapeí, tosas, além dc pobres. As estradas dc
Mas a maior dificuldade consiste na
rame.s de lavas básicas, ho\u'c aqui \ima época dc clima .semi-árido com lagos salobros esparsos. Tòda a região rece
ferro acompanharam o povoamento e os cafèzais. Houve quem tivesse plantado
com ramificações.
textura arenosa das terras. De fato, não
beu sedimentação de arenitos. As areias
café entre 1915 e 1930 nas terras do
Assim se resolve o problema dos chacareiros e produtores de legumes e ver duras. A capital do Estado, que conso
se contando as terras roxas c algumas terras argilosas na parte mais próxima
que aterraram os lagos ficaram cimen tadas com cimento calcáreo das águas.
grupo 15, mas êsscs cafèziiis, por impro dutivos, já foram' substituídos por pas
da metade acidentada do Estado, tòclas as terras a oeste e ao norte da citada
zona.
linha Mococa-Campínas-Itapeva são are
Èsse calcáreo proviera da decomposição das lajes basálticas. As areias que sc depositaram nas vastas planícies entre os
tagens, de modo que hoje todo o café da
me uns 90% dêsse produto, fica nessa
nosas.
tema de concreto, um reservatório de
água potável que pode ser cncanada, abastecendo fazendas e mesmo cidades, conforme o tamanho da vertente. Além
disso, qualquer barragem represa bas tante água para irrigar com ela as duas encostas a juzante, por meio de canais
d'água represado, os aterros tlmctn .sci enormes pela sua extensão, c são caríssi mas as pedras necessárias para rexcstir a encosta molhada das barragens, sem
o que a sua estal)ilidadc fica compro metida.
porque as terras baixas dos vales do Tietê, Dourados e Turvo eram malei-
região está nos solos do grupo 16. Hoje êsses solos produzem mais que metade
lagos foram consolidadas pela pressão
de todo o café paulista.
das barragens deve ser incluída uma
oriunda do .seu próprio peso, pois as ca
cortina de argila, a fim de impermeabi
madas ciam dc \árias centenas de me
Agora vemos melhor o problema. So los arenosos, não retêm bastante água. As
tros. Essa formação geológica, de lentes
geadas. Portanto, não podem ser irri gados nem por água represada nem por poços artesianos. O único remédio aí
lizar o aterro e assim impedir a fuga da água através do mesmo. A argila negra das várzeas nião sc presta bem para isso, pois não sc contrai muito quando seca antes de encher com ela a
é aumentar a capacidade retentiva do
cortina, e não se expande bastante ao
solo por meio de adição de matéria or gânica e calcáreo em pó, podendo-sc
se umedecer depois dc cheia a represa. O uso de qualquer argila obriga à sua secagem prévia, espalhando-a em cama
Mas há os cafèzais que nessa zona estão ao norte da linha Itu-JundiaíAtibaia-Joanópolis, e alguns no Vale do Paraíba; e não ocupam as partes baixas do relevo, a fim de evitar as
mesmo levar ao cafèzal barro negro de
Ao longo do eixo longitudinal
arenosas intermitentes, contendo cimento calcáreo, em
meio dc
camadas do mesmo arenito sem
cstiagens reduzem muito as colheitas. Situados nos espigões e ladeados apenas por pequenos córregos que .Sc acham no começo da sua
denominada
descida para os vales, não podem
"formação Bauru", sofreu gran de desgaste quando o clima se
os cafèziiis ser irrigados por de-
cimento
calcáreo,
tornou muito úmido, muito mais chu
voso que o de hoje.
clividade e nem por aspersão, neste caso de\'ido à impossibilidade de se represar água em quantidades sufi cientes, por motivos e.xpostos atrás.
brejo, e, se fôr possível, misturá-lo com pó calcáreo. Construído o sistema de
da fina sôbrc vasto terreiro.
defesa contra a erosão, as terras dessa
sas não é, entretanto, este, ma.s o fato do
do salientes nas "camadas Bauru". Todo
zona, quase sempre argilosas (niassa-
se perder água por infiltração nas en costas, quando o nível da represa sobe acima dos limites da baixada. Tal fuga da água através das encostas arenosas adquire caráter grave justamente quando estamos precisando irrigar o cafèzal. A
o sistema hidrográfico atual adaptou-se
O problema parece insolúvel. Há, en tretanto, uma solução brilliante: capta ção de águas profundas por meio de per
à caprichosa distribuição geográfica das
furação de poços chamados "artesianos".
pés), poderão enfrentar galhardamen
O maior empecilho nas terras areno
As lentes dc arenito com cimento
calcáreo resistiram muito melhor, fican
lentes de arenito com cimento calcáreo,
Acontece que as condições geológicas
eontornando-as. Assim, temos hoje ter
são tão propícias na região que, em encontra-se água pura em quantidades
questão 6 que, durante a estação chuvo
ras ricas nos cspigõcs (solos do grupo 16 ou "Bauru Superior") e pobres nos vales (grupo 15 ou "Bauru Inferior").
notáveis, no geral de 30 a 60 m3 por
sa, o nível da água é alto por dentro
Fisicamente semelhantes, è.sses dois gru
hora 8 por poço.
sedimentos, geralmente arenosos, entre
das encostas adjacentes à represa (lençol
meados por camadas de diabásio c ba-
freático), mas baixa a cotas inferiores ã
pos de solos são quimicamente tão dife rentes que o grupo 16 produz, sem adu-
da à espessura de uns 80 a 150 metros
hação, melhores safras de algodão que
conforme o lugar escolhido para a son
ó diferente também o caráter do relevo.
reprêsa justamente quando o cafèzal precisa da sua primeira dose da água.
o grupo 15 bem adubado.
A topografia é de ondulações suaves.
Então o gasto de água para irrigação co
dagem (perto da periferia da formação, rio Paraná, por exemplo, pode ser infe rior a 50 m), encontra-se a primeira la
te a estiagem, como, aliás, se observou
no começo déste século, quando os teores de húmus e cálcio ainda eram altos.
A geologia da outra metade do Es tado é completamente diferente. saltos ("peclra-ferro").
São
Forçosamente,
Excluídas umas escarpas esparsas, em
que as lajes de pedra-ferro se conserva ram acima do nível geral do planalto, os vales são largos e seu represamento
é dispendioso. Em reIaç<ão ao volume
meça a ser sobrepujado pelo gasto por infiltração na própria reprêsa. É preciso
A vegetação virgem dos solos 16 era de perobais com árvores enormes, a dos solos 15 era de cerradinhos densos,
que a vazão do curso d'água seja grande, a fim de suprir as duas causas de gasto. Ora, por motivos geológicos que passa-
cheios de cipós e de palmeiras, mas de valor econômico quase nulo. O povoa mento acompanhou os espigões graças
qualquer ponto que se faça sondagem,
Abaixo da camada Bauru, hoje reduzi
je de basaltito e diabásio, cuja espes sura pode ser de dezenas de metros e constitui real dificuldade devido à sua dureza. Abaixo dela existe camada de'
i'
1
Digesto
140
outro arenito, chamado Botucatu, tam
bém de diversas dezenas de metros de
espessura. Depois vem a segunda laje
do "pedra-ferro" (nome popular dos
Económic<í
bos, motor, compressor etc., de um lugar
para outro, pode demorar uns dois me ses. A perfuração de um poço de 150 m com laje de diabásio de uns 20 m po
diabásíos) e outra camada do mesmo
de demorar, facilmente, mais de meio
arenito. Geralmente, acima de cada la
ano.
je o arenito está impregnado de água. E' água pluvial filtrada através de tôda a espessura de arenitos. Quando a pri meira laje de pedra-ferro está muito fra
E' preciso importar perfuratrizcs mo dernas americanas que vêm montadas sobre caminhão.
Custam somente o do
turada, acima dela não se encontra mui
bro das nacionais, mas alcançam profun didades maiores, locomovem-se por seus
ta água, a qual se escoa, pelas fcndas,
próprios meios, não gastam tempo para
para a segunda camada de arenito, e ge- ralmente é captada sobre a segunda laje. Se as lajes não estivessem fendilhadas e a água existente abai-xo delas pro viesse da infiltração na periferia de tô da a formação, a centenas de quilôme tros do centro, então teríamos verdadei
ro artesianismo, pois a água estaria sob
pressão e bastaria furar o poço para que ela subisse à superfície e mesmo jorras
se em esguicho. Quando a água não atinge â bôca do poço, temos poço semiartesiano, sendo preciso recalcá-la das
montar a tôrre,
instalar o motor
e o
compressor, estando prontas a furar meia hora depois de chegadas ao local. Fu ram um poço em prazo cerca do 20 ve
zes mais curto. Em resultado, o serviço
ó muito mais barato e uma sonda pode furar num ano 30 ou 35 poços, em vez de um só ou, no máximo, dois.
Êsse assunto, tão importante, acha-se
atolado em verdadeiro marasmo, por que o Poder Legislativo ainda não che
gou a compreender as vantagens em auxiliar a importação de tais perfuratri zcs modernas. Está aqui uma despesa que ràpidamente frutificaria e se paga
profundidades por meio de bomba. A perfuração de tais poços é solução
ria com grandes sobras.
brilhante também para um outro pro
em utilidade pública, o próprio Gover
Sem se falar
blema, talvez de ainda maior enverga dura: o problema do abastecimento de
no poderia obter lucros, pois possuí ór
água potável para uma centena de ci dades importantes e duas ou três cente nas de vilas dessa metade arenosa do
perfurações de poços artesianos para ns prefeituras. E' o Instituto Geográfico o Geológico, da Secretaria da Agricul
Estado.
tura, que com uma dúzia de sondas na
Tais trabalhos vêm sendo executados
desde há alguns anos. Lutam, entre
tanto, com grandes dificuldades, pois usam sondas nacionais, obsoletas, com
gão técnico encarregado da execução de
cionais deve atender a quase uma cen tena de pedidos de prefeituras. Cidades
com mais de 5.000 habitantes precisam de diversos poços. As prefeituras quo
rem no mercado. Os desarranjos são
ainda não pediram lugar na fila, não o fizeram porque não podem esperar mui tos anos. A taxa de desgaste que o Ins
muito freqüentes e os consertos geral mente não podem ser feitos no próprio
ao Tesouro, do qual o Instituto com
parcos recursos disponíveis, às vêzes com peças improvisadas por não existi
local. A demora é enorme. Basta dizer
■que o despacho das vigas da tôrre, tu-
tituto é autorizado a cobrar é recolhida
muita dificuldade consegue arrancar, depois de longa espera, o dinheiro ne-
1
Dioesto
Econômico
cessário para os consertos constantes,
compra do peças, diárias para os traba lhadores etc. Se o Instituto pudesse usar a taxa do desgaste para ocorrer às despesas fàcilmentc prc\isívcis, traba
lharia com a eficiência de certas empre sas particulares.
Mas, mesmo assim, somente a impor tação de perfuratrizcs modernas resolve ria o problema do abastecimento de água e da irrigação da maioria dos cafèzais. E' preciso usar êsse tesouro do
subsolo paulista, que é o reservatório
141
inesgotável de água pura existente nu ma lárea maior que metade do Estado.
Devemos aprender a recuperar, duran te as csliagens, a água da estação chu-
\ osn que fogo do solo c se esconde nas profundidades da terra. Sc a reserva de dólares atualmente
não permite a compra de numerosas per furatrizcs, ao menos o citado órgão do Governo deveria ser auloriz;ido a im
portar uma dúzia delas, dado o benefí
cio público e mesmo o lucro industrial de tal empreendimento. '
Digesto
140
outro arenito, chamado Botucatu, tam
bém de diversas dezenas de metros de
espessura. Depois vem a segunda laje
do "pedra-ferro" (nome popular dos
Económic<í
bos, motor, compressor etc., de um lugar
para outro, pode demorar uns dois me ses. A perfuração de um poço de 150 m com laje de diabásio de uns 20 m po
diabásíos) e outra camada do mesmo
de demorar, facilmente, mais de meio
arenito. Geralmente, acima de cada la
ano.
je o arenito está impregnado de água. E' água pluvial filtrada através de tôda a espessura de arenitos. Quando a pri meira laje de pedra-ferro está muito fra
E' preciso importar perfuratrizcs mo dernas americanas que vêm montadas sobre caminhão.
Custam somente o do
turada, acima dela não se encontra mui
bro das nacionais, mas alcançam profun didades maiores, locomovem-se por seus
ta água, a qual se escoa, pelas fcndas,
próprios meios, não gastam tempo para
para a segunda camada de arenito, e ge- ralmente é captada sobre a segunda laje. Se as lajes não estivessem fendilhadas e a água existente abai-xo delas pro viesse da infiltração na periferia de tô da a formação, a centenas de quilôme tros do centro, então teríamos verdadei
ro artesianismo, pois a água estaria sob
pressão e bastaria furar o poço para que ela subisse à superfície e mesmo jorras
se em esguicho. Quando a água não atinge â bôca do poço, temos poço semiartesiano, sendo preciso recalcá-la das
montar a tôrre,
instalar o motor
e o
compressor, estando prontas a furar meia hora depois de chegadas ao local. Fu ram um poço em prazo cerca do 20 ve
zes mais curto. Em resultado, o serviço
ó muito mais barato e uma sonda pode furar num ano 30 ou 35 poços, em vez de um só ou, no máximo, dois.
Êsse assunto, tão importante, acha-se
atolado em verdadeiro marasmo, por que o Poder Legislativo ainda não che
gou a compreender as vantagens em auxiliar a importação de tais perfuratri zcs modernas. Está aqui uma despesa que ràpidamente frutificaria e se paga
profundidades por meio de bomba. A perfuração de tais poços é solução
ria com grandes sobras.
brilhante também para um outro pro
em utilidade pública, o próprio Gover
Sem se falar
blema, talvez de ainda maior enverga dura: o problema do abastecimento de
no poderia obter lucros, pois possuí ór
água potável para uma centena de ci dades importantes e duas ou três cente nas de vilas dessa metade arenosa do
perfurações de poços artesianos para ns prefeituras. E' o Instituto Geográfico o Geológico, da Secretaria da Agricul
Estado.
tura, que com uma dúzia de sondas na
Tais trabalhos vêm sendo executados
desde há alguns anos. Lutam, entre
tanto, com grandes dificuldades, pois usam sondas nacionais, obsoletas, com
gão técnico encarregado da execução de
cionais deve atender a quase uma cen tena de pedidos de prefeituras. Cidades
com mais de 5.000 habitantes precisam de diversos poços. As prefeituras quo
rem no mercado. Os desarranjos são
ainda não pediram lugar na fila, não o fizeram porque não podem esperar mui tos anos. A taxa de desgaste que o Ins
muito freqüentes e os consertos geral mente não podem ser feitos no próprio
ao Tesouro, do qual o Instituto com
parcos recursos disponíveis, às vêzes com peças improvisadas por não existi
local. A demora é enorme. Basta dizer
■que o despacho das vigas da tôrre, tu-
tituto é autorizado a cobrar é recolhida
muita dificuldade consegue arrancar, depois de longa espera, o dinheiro ne-
1
Dioesto
Econômico
cessário para os consertos constantes,
compra do peças, diárias para os traba lhadores etc. Se o Instituto pudesse usar a taxa do desgaste para ocorrer às despesas fàcilmentc prc\isívcis, traba
lharia com a eficiência de certas empre sas particulares.
Mas, mesmo assim, somente a impor tação de perfuratrizcs modernas resolve ria o problema do abastecimento de água e da irrigação da maioria dos cafèzais. E' preciso usar êsse tesouro do
subsolo paulista, que é o reservatório
141
inesgotável de água pura existente nu ma lárea maior que metade do Estado.
Devemos aprender a recuperar, duran te as csliagens, a água da estação chu-
\ osn que fogo do solo c se esconde nas profundidades da terra. Sc a reserva de dólares atualmente
não permite a compra de numerosas per furatrizcs, ao menos o citado órgão do Governo deveria ser auloriz;ido a im
portar uma dúzia delas, dado o benefí
cio público e mesmo o lucro industrial de tal empreendimento. '
A*;-
Dioesto Econômico
O
CAFE
EM
1950
Safra - Exportações - Preços
J^VIUKNTEMENTE, dcvc Iiíivcr, tíimbéiii, H
L
Todos êsses fatores, aliados a outros de caráter local ou secundário, exerce
terferência muito acentuada.
Ela se
deve, principalmente, a diversos outros
fatores, muitos dos quais já têm sido focalizados. Entre êles, cumpre notar: 1) melhora da situação na Coréia c, consequentemente, desnecessidade
de
ram influência sobre as cotações. Entretanto, todos eles são de infUtèn-
cia efêmera, pois a realidade absoluta
c permanente é que a situação estatística do produto continua segura, com ofer tas inferiores à procura, pelo menos nos
próximos anos. Várias estimativas têm sido feitas a respeito, e ainda há pouco o Departamento dc Agricultura dos Es
2) uma relativa
tados Unidos calculou cm 32.500.000
abundância de cafés em mãos dos tor-
sacas o consumo, em 19.50-51, e em
estocagem de café;
radores e distribuidores, nos Estados,
provenientes de boas exportações em ju lho, agosto e setembro; 3) incerteza,
28.300.000, apenas, a produção.
É de se esperar, pois, que as cotações, à parte as naturais oscilações de mo mento, causadas por motivos de vária
antes das recentes declarações do presi dente eleito do Brasil, quanto à orienta
espécie, se mantenham em um nível ade
ção cambial e cafeeira do futuro Go
quado, principalmente agora que o Go
verno; 4) safras cafeeiras antecipadas no México e em alguns países da Amé
verno Federal, mui pronta e eficiente
rica Central;
5) notícias sobre boas
177,05 176,83 173,74
167,34
166,83
142,81 145,22
166,02
149,70
168,06 163,88
154,14 153,45
junho julho Agosto
173,89 168,50 172,72 191,52 196,70
168,32
155,90 ,
187,10 192,23
168,57 180,59
Setembro
202,87
199,32
193,72
Março
te ano, pois é sabido de todos, no Brasil e no estrangeiro, que nunca foi tão se
Mas, até que nos provem o contrário, acreditamos que, pelo menos na recente baixa, os especuladores não tiveram in
Tipo 5 s/descrição
Abril
que apresentou o café, durante o corren
gura a posição estatística do produto.
Tipo 4-duro
Fevereiro
chuvas e boas floradas, no Brasil; f>) acumulação de estoques e dc oferta.s, em Paranaguá.
especulação, nas baixas de preço
Tipo 4-mole
■
J950
janeiro
J. Testa (Chefe da Estatística e Publicidade da S. S. C.)
143
Mulo
Relativamente á safra, as pers pectivas são evidentemente mais
animadoras, depois das recentes chuvas, do que há sessenta dias. Todavia, não se esperam grandes colheitas e, de qualquer manei ra, é ainda cedo para se fazerem cál culos seguros.
perar que seja atingida e mesmo ultrapassada aquela cifra. Examinemos agora, ligeiramen
te, as exportações de café, con forme
primeiros nove meses de 1950, monta vam as exportações brasileiras de café,
10.603.744 sacas. Em igual período dos
6.500.000 sacas (exportável) e, como até
quatro anos anteriores foi sempre supe
o dia 20 dc outubro haviam sido em
rior, exceção feita a 1947, que foi li
barcadas 6.247.943 sacas, 6 de se es
geiramente inferior.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ
(janeiro a setembro de 1946 a 1950) Três primeiros trimestres de
Quantidade (em sacas de 60 Ivg)
1946
11.559.450
J947
10.251.078 12.125.854 13.964.996 10.603.744
1048
1949 1950
(Médias mensais — Em cruzeiros por 10 kg) Nota:
Tipo 5 s/descrição
102,63 126,53
98,33 121,42 166,54 164,17
82,81 107,07 166,44
em
para todos os destinos (exterior) ft
mento.
Tipo 4-duro
delineando
Com referência à de 1950, que está
mente, resolveu melhorar o financia
Tipo 4-mole
vão
sondo embarcada, foi ela avaliada em
•COTAÇÕES DO DISPONÍVEL EM SANTOS
1949
se
1950. Até setembro, ou seja, nos
1946 a 1949: Dados do D.N.C.
1950: Janeiro a junho, 5.669.800 sacas (340.188 tons.) — dados do Min. da Fazenda, reproduzidos pela Resenha Econômica do Banco do Brasil; julho a setembro, 4.933.944 — dados da Divisão de Eco
Setembro Outubro
176,00
Novembro
Pezembro
,
174,1?
136,54
nomia Cafeeira.
Isso quanto aos primeiros trimestres. Relativamente ao primeiro semestre de
cada um dêsses anos, a situação é seguinte:
A*;-
Dioesto Econômico
O
CAFE
EM
1950
Safra - Exportações - Preços
J^VIUKNTEMENTE, dcvc Iiíivcr, tíimbéiii, H
L
Todos êsses fatores, aliados a outros de caráter local ou secundário, exerce
terferência muito acentuada.
Ela se
deve, principalmente, a diversos outros
fatores, muitos dos quais já têm sido focalizados. Entre êles, cumpre notar: 1) melhora da situação na Coréia c, consequentemente, desnecessidade
de
ram influência sobre as cotações. Entretanto, todos eles são de infUtèn-
cia efêmera, pois a realidade absoluta
c permanente é que a situação estatística do produto continua segura, com ofer tas inferiores à procura, pelo menos nos
próximos anos. Várias estimativas têm sido feitas a respeito, e ainda há pouco o Departamento dc Agricultura dos Es
2) uma relativa
tados Unidos calculou cm 32.500.000
abundância de cafés em mãos dos tor-
sacas o consumo, em 19.50-51, e em
estocagem de café;
radores e distribuidores, nos Estados,
provenientes de boas exportações em ju lho, agosto e setembro; 3) incerteza,
28.300.000, apenas, a produção.
É de se esperar, pois, que as cotações, à parte as naturais oscilações de mo mento, causadas por motivos de vária
antes das recentes declarações do presi dente eleito do Brasil, quanto à orienta
espécie, se mantenham em um nível ade
ção cambial e cafeeira do futuro Go
quado, principalmente agora que o Go
verno; 4) safras cafeeiras antecipadas no México e em alguns países da Amé
verno Federal, mui pronta e eficiente
rica Central;
5) notícias sobre boas
177,05 176,83 173,74
167,34
166,83
142,81 145,22
166,02
149,70
168,06 163,88
154,14 153,45
junho julho Agosto
173,89 168,50 172,72 191,52 196,70
168,32
155,90 ,
187,10 192,23
168,57 180,59
Setembro
202,87
199,32
193,72
Março
te ano, pois é sabido de todos, no Brasil e no estrangeiro, que nunca foi tão se
Mas, até que nos provem o contrário, acreditamos que, pelo menos na recente baixa, os especuladores não tiveram in
Tipo 5 s/descrição
Abril
que apresentou o café, durante o corren
gura a posição estatística do produto.
Tipo 4-duro
Fevereiro
chuvas e boas floradas, no Brasil; f>) acumulação de estoques e dc oferta.s, em Paranaguá.
especulação, nas baixas de preço
Tipo 4-mole
■
J950
janeiro
J. Testa (Chefe da Estatística e Publicidade da S. S. C.)
143
Mulo
Relativamente á safra, as pers pectivas são evidentemente mais
animadoras, depois das recentes chuvas, do que há sessenta dias. Todavia, não se esperam grandes colheitas e, de qualquer manei ra, é ainda cedo para se fazerem cál culos seguros.
perar que seja atingida e mesmo ultrapassada aquela cifra. Examinemos agora, ligeiramen
te, as exportações de café, con forme
primeiros nove meses de 1950, monta vam as exportações brasileiras de café,
10.603.744 sacas. Em igual período dos
6.500.000 sacas (exportável) e, como até
quatro anos anteriores foi sempre supe
o dia 20 dc outubro haviam sido em
rior, exceção feita a 1947, que foi li
barcadas 6.247.943 sacas, 6 de se es
geiramente inferior.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ
(janeiro a setembro de 1946 a 1950) Três primeiros trimestres de
Quantidade (em sacas de 60 Ivg)
1946
11.559.450
J947
10.251.078 12.125.854 13.964.996 10.603.744
1048
1949 1950
(Médias mensais — Em cruzeiros por 10 kg) Nota:
Tipo 5 s/descrição
102,63 126,53
98,33 121,42 166,54 164,17
82,81 107,07 166,44
em
para todos os destinos (exterior) ft
mento.
Tipo 4-duro
delineando
Com referência à de 1950, que está
mente, resolveu melhorar o financia
Tipo 4-mole
vão
sondo embarcada, foi ela avaliada em
•COTAÇÕES DO DISPONÍVEL EM SANTOS
1949
se
1950. Até setembro, ou seja, nos
1946 a 1949: Dados do D.N.C.
1950: Janeiro a junho, 5.669.800 sacas (340.188 tons.) — dados do Min. da Fazenda, reproduzidos pela Resenha Econômica do Banco do Brasil; julho a setembro, 4.933.944 — dados da Divisão de Eco
Setembro Outubro
176,00
Novembro
Pezembro
,
174,1?
136,54
nomia Cafeeira.
Isso quanto aos primeiros trimestres. Relativamente ao primeiro semestre de
cada um dêsses anos, a situação é seguinte:
,
Dici^to Econômico
Quantidade (em 7.651.166 6.413.871 7.851.146 8103 569 5.669.800
145
latistica, como preços e, também, como
qualidade do produto. A.s per.specti\as
'Valor em cruzeiros
sacas de 60 kg) 1946 1947 1948 1949 1950
DicrsTo Econômico
cafecira c excelente, como posição cs-
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ (Primeiro semestre dos últimos cinco anos)
1." semestre de
T
conlimiam favoráveis, c os nossos com
pradores já se \ão convencendo de que,
2.737.771.733,40 3.360.212.912,20 4.034.750.602,50 4.274.457.906,00 5.569.346.000,00
Nota - 1946 a 1949: - dados do D.N.C.
1950: — dados do Min. da Fazenda, citados pela Resenha Econômica do Banco do Brasil.
Do exame dêsse quadro se verifica quão auspiciosa tem sido a reação dos preços do café que nos possibilitaram, em 1950, com a menor exportação do qüinqüênio, obter o maior saldo em cruzeiros, mais que o dôbro do conseguido em 1946. Dir-se-á que, em dólares.
que era a do câmbio de 1946, os ... 2.737.000.000 de cruzeiros produziram 166.000.000 de dólares. Ainda que ar-
a situação foi diferente. Não o foi tanto,
cia do cafés no Brasil, no presente mo-
diremos nós, pois na base de 18,72, que é a do câmbio atual, isso dá 297.500.000
mento, em face das necessidades da exportação até junho de 1951.
gumentenios com o mercado negro, a diferença a favor de 1950 .seria muito
ponderável. Resta examinar, finalmente, a cxistên-
dólares, enquanto que na base de 16,50,
É a seguinte:
4
Sacas
Existência nos Reguladores, estações, vagões em trânsito, em 31-12-49 (D.N.C.)
6.042.974
Safra de 1950 (D.N.C.) parte já embarcada e parte a embarcar
> 14.215.000 20.257.974
Menos: café já exportado, de janeiro a setembro de 1950
10.603.744
Saldo para atender à exportação de out.-50 a íun.-51
9.654.230
Como se vê, o saldo disponível para
to, mesmo assim teríamos apenas • • • *
os nove restantes meses da safra cafeeira é muito pequeno. Ainda que se admita que esse saldo possa ir a cêrca
1.110.000 sacas para exportação mensalDe tudo isso se conclui que, a deSpeito de uma exportação bem menor
de 10.000.000 de sacas, à vista de um
1950 (que poderá ser em parte com-
possível acréscimo da safra em trânsi-
pensada no último trimestre) a situação
em relação n.s cotações, pão há qual quer especulação de nossa parte, mus tão somente o justo preço a que o produto
foi ]c\ado pclu lei natural da oferta e procura.
,
Dici^to Econômico
Quantidade (em 7.651.166 6.413.871 7.851.146 8103 569 5.669.800
145
latistica, como preços e, também, como
qualidade do produto. A.s per.specti\as
'Valor em cruzeiros
sacas de 60 kg) 1946 1947 1948 1949 1950
DicrsTo Econômico
cafecira c excelente, como posição cs-
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ (Primeiro semestre dos últimos cinco anos)
1." semestre de
T
conlimiam favoráveis, c os nossos com
pradores já se \ão convencendo de que,
2.737.771.733,40 3.360.212.912,20 4.034.750.602,50 4.274.457.906,00 5.569.346.000,00
Nota - 1946 a 1949: - dados do D.N.C.
1950: — dados do Min. da Fazenda, citados pela Resenha Econômica do Banco do Brasil.
Do exame dêsse quadro se verifica quão auspiciosa tem sido a reação dos preços do café que nos possibilitaram, em 1950, com a menor exportação do qüinqüênio, obter o maior saldo em cruzeiros, mais que o dôbro do conseguido em 1946. Dir-se-á que, em dólares.
que era a do câmbio de 1946, os ... 2.737.000.000 de cruzeiros produziram 166.000.000 de dólares. Ainda que ar-
a situação foi diferente. Não o foi tanto,
cia do cafés no Brasil, no presente mo-
diremos nós, pois na base de 18,72, que é a do câmbio atual, isso dá 297.500.000
mento, em face das necessidades da exportação até junho de 1951.
gumentenios com o mercado negro, a diferença a favor de 1950 .seria muito
ponderável. Resta examinar, finalmente, a cxistên-
dólares, enquanto que na base de 16,50,
É a seguinte:
4
Sacas
Existência nos Reguladores, estações, vagões em trânsito, em 31-12-49 (D.N.C.)
6.042.974
Safra de 1950 (D.N.C.) parte já embarcada e parte a embarcar
> 14.215.000 20.257.974
Menos: café já exportado, de janeiro a setembro de 1950
10.603.744
Saldo para atender à exportação de out.-50 a íun.-51
9.654.230
Como se vê, o saldo disponível para
to, mesmo assim teríamos apenas • • • *
os nove restantes meses da safra cafeeira é muito pequeno. Ainda que se admita que esse saldo possa ir a cêrca
1.110.000 sacas para exportação mensalDe tudo isso se conclui que, a deSpeito de uma exportação bem menor
de 10.000.000 de sacas, à vista de um
1950 (que poderá ser em parte com-
possível acréscimo da safra em trânsi-
pensada no último trimestre) a situação
em relação n.s cotações, pão há qual quer especulação de nossa parte, mus tão somente o justo preço a que o produto
foi ]c\ado pclu lei natural da oferta e procura.
Dicf.sto EcoNÓxtico
Velhos planos
147
de preocupações estratégicas prei>onderantcs. À margem dos traçados sugcvidos hiwhx outras idéias, para fiituro
III
nuus ou menos remoto, como a da fcrÍÍELSON WeI^NECK SODRlí
(Professor da Escola do Estado-Maior do Exército) A NTEs de estudarmos aquilo que a nossa época apresentou em tômo do grande problema da víação nacional, e que convencionamos admitir como ini ciada, nesse setor, com o plano de 1934, veremos alguns aspectos das idéias ge rais contidas nos planos antigos, ou nos trabalhos fragmentários aparecidos an tes e depois da década em que o in
ro\'ia Ciiiabá-Manaiis, por exemplo, Qtuirenta << dois anos depois, o en genheiro Eugênio de Souza Brandão,
Francisco, ou ao Araguaia, a circulação
que seria, em 1934, consultor da co
interior, a seu ver, estava assegurada.
missão qne elaborou o primeiro plano do nosso tempo para a xiação brasileira,
Rebouças, também cm 1874, traçou
as linhas de um plano que não só com
estudaria o problema forro\ iárío nacio
nal o planejaria uma sislematização de
preenderia o Brasil como tôcla a Amé rica do Sul. Tal plano, abandonando as diretrizes geográficas, vinculava-.sc a
amplas proporções. Souz^a Brandão su-
uma concepção por assim dizer geomé trica do problema, pelo traçado de pa
^nn.s de seus troncos: Porto Aicgre-
ralelas, da costa para o interior, com
geria ferro\ias cuja amplitude pode ser a ericla pela simples exemplificação de
o distanciados centros urbanos c comer
ciais daquela amplíssima zona, embre-
nbando-se em plena seha. É interessante assinalar que, no mo mento em que Souza Brandão estudava
as linhas dc seu plano, que não conhe ceu a publicidade, já o sonlio da borra cha esta\a de há muito extinto.
Trata-
se de um frisantc exemplo, pois, de esquecimento até das influencias geo
gráficas, de puro sonho, oriundo, cer tamente, de alto idealismo, mas sem
base alguma na realidade, e sem pos sibilidade alguma de transição para o terreno da execução. O sou autor, entre
tanto, era um engenheiro ferroriário de
convergentes que as interligavam. "O
Giintiba-Bocaiúva-Joazciro-Tcrczina-Sâo ins; Rio-Carolina-Belém; Campo Gran-
alto renome, funcionário técnico de au
daquele problema. Ramos de Queiroz, por exemplo, admi
sistema de paralelas e convergentes —
escreveu Rebouças — é verdadeiramente
dc-Cuiabá-Santarém;
Rio Branco; Salvaclor-Goiás-Cuiabá-Cá-
do 1934, seria indicado como de primei
tia o rio São Francisco como.' eixo de
uma modificação do sistema quadricula
ceres; Hccifc-Põrto Vellio-Sena Madu-
do dos Estados Unidos: modificação
reira, Macapá-frontcira colombiana.
teresse foi mais acentuado em tôrno
convergência das comunicações inte riores.
Com a execução das vias que
preconizava teríamos "unidas ,ao Ama zonas e ao São Francisco, pelo interior do País, doze capitais de províncias".
forçada pela forTn<a geral triangular do território .brasileiro."
Ciiiabà-Manaus-
toridade, cujo papel, junto à comissão
ra ordem, por tais qualidades e porque conhecia bem o Brasil. Em sen relató rio, a comissão de 1934 assim se mani
A amplitude de alguns desses eixos é amanha que nem há possibilidade de
"... o seu elemento coordenador, como
festaria, a respeito daquele funcionário:
encontrar cidades que amarrem as suas
coorc enadas — lançam-sc no espaço
uma das mais completas fontes de infor
os trabalhos de Bicallio e do Bulhões e dos seus antecessores, com os seus es
imenso do interior brasileiro assim mais
de artéria central: Canavieiras-Coiás-
tudos fragmentários, manteve-se rigida
ou menos ao sabor do desenhista. Tra-
Cuiabá-Mato Grosso; uma corda de
mente dentro do espírito geográfico. Se Ramos de Queiroz, que aventou dire
ta-se, como ó fácil verificar, de um amp o c irio ferroviário — exclusivista,
nheiro, no desempenho de suas funções, viajara por todo o Brasil, que muito bem
trizes mais tarde aproveitadas por Bicalho, trabalhara sob a impressão decor
a anc onando todos os critérios, inclusi
Ramos de Queiroz idealizara uma gran
importância regional: Salvador-JoazeiroTerezina-São Luís; penetrantes interva
ladas, que se ligariam, no interior, por vias fluviais: Porto Alegre-Guaíra-Miranda-Corumbá-Santos-São Paulo-Pôrto Taboado, Rio-Belo Horizontc-Pirapora, Belo Ilorizonte-Vitória, Recife-Paulus-
tana; e três segmentos nordestinos: um
ligando Fortaleza â tran.spernambucana, outro ligando Natal à mesma, e o tercei ro unindo Terezina a Carolinu. 'Salvo
a grande artéria central, todas as outras linhas não eram de grandes proporções,
e algumas o futuro se encarregou de
A comissão nomeada em 1890, já com
ve o geográfico, e que só encontra pa
rente dos problemas que a guerra do
ralelo no sonho de Rebouças, com o seu
Paraguai pusera cm evidência, como c da dependência, para a ligação com ® oeste, dos rios platinos — a comissão re publicana iria trabalhar sob a influêncií^ das idéias federativas, que haviam triun fado com o no%o regimem, e que seriam
sistema geométrico. Êsse delírio pode
em detalhe, no momento, tinha uma
nham sido apresentados, até
isolado, entre quantos te
corto do rio Amazonas, e ao
norte dele, indo de Macapá
o momento: orçava o custo
— povoação seml-abandona-
constnição aconselhava.
da, na época, sem condições
ao do Rio Grande do Sul, e aceitava ^
do, em secante, os grandes fifluentes da margem esquer
litoral à Vila Mato Grosso — indícios
O plano do engenheiro José Luiz Baptista, que não nos interessa apreciar
de uma ferrovia, paralela ao
portuárias — até as frontei
gados os caminhos terrestres ao São
terioso observador".
particularidade interessante, que o deixa
ano seguinte. Dava relevo singular ^ rede sulina, do Estado de São Panl*^
sancionar, pelo menos em parte. Conju
conhecia por ser um inteligente e cri
ser estimado pela proposta
sancionadas na carta constitucional
idéia de uma artéria central, ligando o
mação de que dispunha, pois esse enge
aproximado das linhas cuja
O estudo do ilustre enge nheiro Paulo
ras colombianas, atravessan
da do grande rio, inclusive o Negro, e fugindo dos poucos
de
Frontin
também não nos merecerá
apreciações quanto ao traça
^
do de suas linhas. O que nele mais nos interessa, para o prosseguimento das consl-
Dicf.sto EcoNÓxtico
Velhos planos
147
de preocupações estratégicas prei>onderantcs. À margem dos traçados sugcvidos hiwhx outras idéias, para fiituro
III
nuus ou menos remoto, como a da fcrÍÍELSON WeI^NECK SODRlí
(Professor da Escola do Estado-Maior do Exército) A NTEs de estudarmos aquilo que a nossa época apresentou em tômo do grande problema da víação nacional, e que convencionamos admitir como ini ciada, nesse setor, com o plano de 1934, veremos alguns aspectos das idéias ge rais contidas nos planos antigos, ou nos trabalhos fragmentários aparecidos an tes e depois da década em que o in
ro\'ia Ciiiabá-Manaiis, por exemplo, Qtuirenta << dois anos depois, o en genheiro Eugênio de Souza Brandão,
Francisco, ou ao Araguaia, a circulação
que seria, em 1934, consultor da co
interior, a seu ver, estava assegurada.
missão qne elaborou o primeiro plano do nosso tempo para a xiação brasileira,
Rebouças, também cm 1874, traçou
as linhas de um plano que não só com
estudaria o problema forro\ iárío nacio
nal o planejaria uma sislematização de
preenderia o Brasil como tôcla a Amé rica do Sul. Tal plano, abandonando as diretrizes geográficas, vinculava-.sc a
amplas proporções. Souz^a Brandão su-
uma concepção por assim dizer geomé trica do problema, pelo traçado de pa
^nn.s de seus troncos: Porto Aicgre-
ralelas, da costa para o interior, com
geria ferro\ias cuja amplitude pode ser a ericla pela simples exemplificação de
o distanciados centros urbanos c comer
ciais daquela amplíssima zona, embre-
nbando-se em plena seha. É interessante assinalar que, no mo mento em que Souza Brandão estudava
as linhas dc seu plano, que não conhe ceu a publicidade, já o sonlio da borra cha esta\a de há muito extinto.
Trata-
se de um frisantc exemplo, pois, de esquecimento até das influencias geo
gráficas, de puro sonho, oriundo, cer tamente, de alto idealismo, mas sem
base alguma na realidade, e sem pos sibilidade alguma de transição para o terreno da execução. O sou autor, entre
tanto, era um engenheiro ferroriário de
convergentes que as interligavam. "O
Giintiba-Bocaiúva-Joazciro-Tcrczina-Sâo ins; Rio-Carolina-Belém; Campo Gran-
alto renome, funcionário técnico de au
daquele problema. Ramos de Queiroz, por exemplo, admi
sistema de paralelas e convergentes —
escreveu Rebouças — é verdadeiramente
dc-Cuiabá-Santarém;
Rio Branco; Salvaclor-Goiás-Cuiabá-Cá-
do 1934, seria indicado como de primei
tia o rio São Francisco como.' eixo de
uma modificação do sistema quadricula
ceres; Hccifc-Põrto Vellio-Sena Madu-
do dos Estados Unidos: modificação
reira, Macapá-frontcira colombiana.
teresse foi mais acentuado em tôrno
convergência das comunicações inte riores.
Com a execução das vias que
preconizava teríamos "unidas ,ao Ama zonas e ao São Francisco, pelo interior do País, doze capitais de províncias".
forçada pela forTn<a geral triangular do território .brasileiro."
Ciiiabà-Manaus-
toridade, cujo papel, junto à comissão
ra ordem, por tais qualidades e porque conhecia bem o Brasil. Em sen relató rio, a comissão de 1934 assim se mani
A amplitude de alguns desses eixos é amanha que nem há possibilidade de
"... o seu elemento coordenador, como
festaria, a respeito daquele funcionário:
encontrar cidades que amarrem as suas
coorc enadas — lançam-sc no espaço
uma das mais completas fontes de infor
os trabalhos de Bicallio e do Bulhões e dos seus antecessores, com os seus es
imenso do interior brasileiro assim mais
de artéria central: Canavieiras-Coiás-
tudos fragmentários, manteve-se rigida
ou menos ao sabor do desenhista. Tra-
Cuiabá-Mato Grosso; uma corda de
mente dentro do espírito geográfico. Se Ramos de Queiroz, que aventou dire
ta-se, como ó fácil verificar, de um amp o c irio ferroviário — exclusivista,
nheiro, no desempenho de suas funções, viajara por todo o Brasil, que muito bem
trizes mais tarde aproveitadas por Bicalho, trabalhara sob a impressão decor
a anc onando todos os critérios, inclusi
Ramos de Queiroz idealizara uma gran
importância regional: Salvador-JoazeiroTerezina-São Luís; penetrantes interva
ladas, que se ligariam, no interior, por vias fluviais: Porto Alegre-Guaíra-Miranda-Corumbá-Santos-São Paulo-Pôrto Taboado, Rio-Belo Horizontc-Pirapora, Belo Ilorizonte-Vitória, Recife-Paulus-
tana; e três segmentos nordestinos: um
ligando Fortaleza â tran.spernambucana, outro ligando Natal à mesma, e o tercei ro unindo Terezina a Carolinu. 'Salvo
a grande artéria central, todas as outras linhas não eram de grandes proporções,
e algumas o futuro se encarregou de
A comissão nomeada em 1890, já com
ve o geográfico, e que só encontra pa
rente dos problemas que a guerra do
ralelo no sonho de Rebouças, com o seu
Paraguai pusera cm evidência, como c da dependência, para a ligação com ® oeste, dos rios platinos — a comissão re publicana iria trabalhar sob a influêncií^ das idéias federativas, que haviam triun fado com o no%o regimem, e que seriam
sistema geométrico. Êsse delírio pode
em detalhe, no momento, tinha uma
nham sido apresentados, até
isolado, entre quantos te
corto do rio Amazonas, e ao
norte dele, indo de Macapá
o momento: orçava o custo
— povoação seml-abandona-
constnição aconselhava.
da, na época, sem condições
ao do Rio Grande do Sul, e aceitava ^
do, em secante, os grandes fifluentes da margem esquer
litoral à Vila Mato Grosso — indícios
O plano do engenheiro José Luiz Baptista, que não nos interessa apreciar
de uma ferrovia, paralela ao
portuárias — até as frontei
gados os caminhos terrestres ao São
terioso observador".
particularidade interessante, que o deixa
ano seguinte. Dava relevo singular ^ rede sulina, do Estado de São Panl*^
sancionar, pelo menos em parte. Conju
conhecia por ser um inteligente e cri
ser estimado pela proposta
sancionadas na carta constitucional
idéia de uma artéria central, ligando o
mação de que dispunha, pois esse enge
aproximado das linhas cuja
O estudo do ilustre enge nheiro Paulo
ras colombianas, atravessan
da do grande rio, inclusive o Negro, e fugindo dos poucos
de
Frontin
também não nos merecerá
apreciações quanto ao traça
^
do de suas linhas. O que nele mais nos interessa, para o prosseguimento das consl-
Digksto
Econ'6.mico
149
Dioesto Econó.mico
148
deraçóes que vimos expcndendo, e a justificativa em que aprecia a influência da evolução econômica brasileira sôbre os sistemas de comunicações. Essa jus
viação férrea; nas outras estradas de ferro que sucessivamente se foram construindo, uma procurou Santos, outra a Bahia, outra Recife, outra
tificativa tem particular interesse por
Cabedelo, pôrto do Estado da Paraí
partir de um homem público de gran
ba, outra Fortaleza, outra Belém cio Pará, outra Paranaguá, outra Imbi-
des qualidades e que desempenhou fun ções de importância. Está coerente, aliás, com aquilo que se vinha fazendo, que se tinha feito e que se viria a fazer, em matéria de viação, no Brasil:
tuba etc., e assim se verificou a ten
concepções geométricas, c' terceiros a
do apenas, a tendência pura
concepções políticas, cxclusi\amente —
extra-continental c marítima —
mas um problema de transportes.
presente: a produção exigia
.
pura o litoral, impunha escoamento pc r
A .sua finalidade ora política, cm
o exterior, não existindo aindu mercado
suma, porcpie se ligava ao velho conceito
da unidade dentro da grandcz;i geo
interno capaz dc alicerçar, por Mas
gráfica, mas através do um proec.sso de conteúdo econômico, pelo estabeleci
roviários dc \ ulto e dc ampbtnc e naci
dência dos traçados para o mar, in-
mento, não apenas de \'ias dc comu
contcstávclmentc contrário ao desen
nicação. mas de sistemas de transportes.
volvimento da riqueza pública pclí*^
'g^'
rcstres, por si só, empreendimentos fer
nal. A constTuçáo das ferrovias que busca\'am os portos não fora um erro sana do ponto do \'ista idealista, que pre en de a conquista do interior mas nao \ como proceder a essa conquista. ra realidade econômica que impunha tais ferrovias — de algum modo, e as \in iam satisfazer essa realidade, e nao satisfa zer um ideal político para^ o qua
Tendo, entretanto, visto a base essen
"O que se me afigura condição
cial cm que sc deveria assentar todo e qualquer plano para um problema de tamanha importância, e até dc tamanha
tugal, e as relações entre as diversas capitanias eram quase que exclusiva mente com a metrópole. A direção
indispensável à indissolubilidade e integridade do território da nossa
sua interpretação; quando as ferrovias
Pátria é que essas línluis sejam le
foram surgindo, do interior para um
para o mar era, pois, o caminho pelo qual, ligado à navegação, se
vadas a efeito, permitindo comuni cações rápidas c econômicas entre as diversas regiões do nosso território;
pôrto no litoral, estavam subordinadas à
vida econômica do País não o ere a
realidade econômica. Não era dc passa
condições.
"De fato, o Brasil, durante mais de três séculos, foi colônia de Por
ia à metrópole. E, por isso, ao se substituir a divisão territorial das ca
pitanias pelas províncias, cada uma das províncias procurou dirigir sua viação férrea para o mar, visando a exportação de seus produtos. "Não se considerou que, ao lado
da exportação, tinha de se levar em
intercomunicação ferroviária entre os diversos Estados da União.
só assim poderemos dirigir para o nosso "hinterland" a colonização na cional c estrangeira, que permitirá
gião, calculada cm 5.300.000 quilô metros quadrados, cuja população & atualmente insignificante."
um claro e objetivo espirito, alicerçado
do do Brasil colonial - com uma pro
na formação matemática, vislumbrou ^
dução relativamente grande, esse sis à medida que a população cresce e aumentam as relações entre o pro
dutor e o consumidor nacionais, é
indispensável, para o desenvolvimen
to da riqueza pública, que haja a mais intensa circulação, rápida c ba rata, entre estes dois elementos: pro dução e consumo.
"Não se obedeceu, porém, a essa
orientação, e.xcetuando o traçado da E. F. Central do Brasil, justificado
por se tratar da Capital do País, e assim ponto inicial da nossa rede de
é
o povoamento de uma vastíssima re
conta o consumo da própria popula ção. Em se tratando de uma popu lação diminuta — como era no perío tema satisfazia as necessidades. Mas,
urgência, Frontin errava ao entrar na
Conforme se verifica, Frontin, que era
k
essência do problema, viu onde os ou
tros não haviam visto, foi o primeiro a
compreender que um plano cie viação assenta, essencialmente, em seu conteú
do econômico; destina-se, precipuanion-
te, a constituir a base de um sisteiua de transportes. Geográfico cm sua nifícação, o termo "viação" só tem vi
efetiva quando satisfaz ao sentido e^o
nómico a que se destina, o transp Frontin, pela primeira vez, de uiu
geral, em nosso pais, encarava c te, não um problema de viaçao, plesmente, que alguns baviani su
nado a concepções geográficas, outros a
■i
*
Digksto
Econ'6.mico
149
Dioesto Econó.mico
148
deraçóes que vimos expcndendo, e a justificativa em que aprecia a influência da evolução econômica brasileira sôbre os sistemas de comunicações. Essa jus
viação férrea; nas outras estradas de ferro que sucessivamente se foram construindo, uma procurou Santos, outra a Bahia, outra Recife, outra
tificativa tem particular interesse por
Cabedelo, pôrto do Estado da Paraí
partir de um homem público de gran
ba, outra Fortaleza, outra Belém cio Pará, outra Paranaguá, outra Imbi-
des qualidades e que desempenhou fun ções de importância. Está coerente, aliás, com aquilo que se vinha fazendo, que se tinha feito e que se viria a fazer, em matéria de viação, no Brasil:
tuba etc., e assim se verificou a ten
concepções geométricas, c' terceiros a
do apenas, a tendência pura
concepções políticas, cxclusi\amente —
extra-continental c marítima —
mas um problema de transportes.
presente: a produção exigia
.
pura o litoral, impunha escoamento pc r
A .sua finalidade ora política, cm
o exterior, não existindo aindu mercado
suma, porcpie se ligava ao velho conceito
da unidade dentro da grandcz;i geo
interno capaz dc alicerçar, por Mas
gráfica, mas através do um proec.sso de conteúdo econômico, pelo estabeleci
roviários dc \ ulto e dc ampbtnc e naci
dência dos traçados para o mar, in-
mento, não apenas de \'ias dc comu
contcstávclmentc contrário ao desen
nicação. mas de sistemas de transportes.
volvimento da riqueza pública pclí*^
'g^'
rcstres, por si só, empreendimentos fer
nal. A constTuçáo das ferrovias que busca\'am os portos não fora um erro sana do ponto do \'ista idealista, que pre en de a conquista do interior mas nao \ como proceder a essa conquista. ra realidade econômica que impunha tais ferrovias — de algum modo, e as \in iam satisfazer essa realidade, e nao satisfa zer um ideal político para^ o qua
Tendo, entretanto, visto a base essen
"O que se me afigura condição
cial cm que sc deveria assentar todo e qualquer plano para um problema de tamanha importância, e até dc tamanha
tugal, e as relações entre as diversas capitanias eram quase que exclusiva mente com a metrópole. A direção
indispensável à indissolubilidade e integridade do território da nossa
sua interpretação; quando as ferrovias
Pátria é que essas línluis sejam le
foram surgindo, do interior para um
para o mar era, pois, o caminho pelo qual, ligado à navegação, se
vadas a efeito, permitindo comuni cações rápidas c econômicas entre as diversas regiões do nosso território;
pôrto no litoral, estavam subordinadas à
vida econômica do País não o ere a
realidade econômica. Não era dc passa
condições.
"De fato, o Brasil, durante mais de três séculos, foi colônia de Por
ia à metrópole. E, por isso, ao se substituir a divisão territorial das ca
pitanias pelas províncias, cada uma das províncias procurou dirigir sua viação férrea para o mar, visando a exportação de seus produtos. "Não se considerou que, ao lado
da exportação, tinha de se levar em
intercomunicação ferroviária entre os diversos Estados da União.
só assim poderemos dirigir para o nosso "hinterland" a colonização na cional c estrangeira, que permitirá
gião, calculada cm 5.300.000 quilô metros quadrados, cuja população & atualmente insignificante."
um claro e objetivo espirito, alicerçado
do do Brasil colonial - com uma pro
na formação matemática, vislumbrou ^
dução relativamente grande, esse sis à medida que a população cresce e aumentam as relações entre o pro
dutor e o consumidor nacionais, é
indispensável, para o desenvolvimen
to da riqueza pública, que haja a mais intensa circulação, rápida c ba rata, entre estes dois elementos: pro dução e consumo.
"Não se obedeceu, porém, a essa
orientação, e.xcetuando o traçado da E. F. Central do Brasil, justificado
por se tratar da Capital do País, e assim ponto inicial da nossa rede de
é
o povoamento de uma vastíssima re
conta o consumo da própria popula ção. Em se tratando de uma popu lação diminuta — como era no perío tema satisfazia as necessidades. Mas,
urgência, Frontin errava ao entrar na
Conforme se verifica, Frontin, que era
k
essência do problema, viu onde os ou
tros não haviam visto, foi o primeiro a
compreender que um plano cie viação assenta, essencialmente, em seu conteú
do econômico; destina-se, precipuanion-
te, a constituir a base de um sisteiua de transportes. Geográfico cm sua nifícação, o termo "viação" só tem vi
efetiva quando satisfaz ao sentido e^o
nómico a que se destina, o transp Frontin, pela primeira vez, de uiu
geral, em nosso pais, encarava c te, não um problema de viaçao, plesmente, que alguns baviani su
nado a concepções geográficas, outros a
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*
1
"íVf
Dicrsic Eco.nómiuo 151
OLIVAIS PARA O BRASIL Pjmentel Gomes
(Dirdtor do Serviço Florestal do Minis tério da Agricultura)
ra média igual a \ intc graus ou um pou co acima dc \intc graus. Em Se\iUia. ja SC \ erificnu a máxima absoluta" de 50 graus, cerca de 8 graus mais elevada
que a temperatura mais alta já olxscrvada no Brasil. A plu\iosidade da zona dos maiores
zidos, no mundo todo, 8.650.000 quintais de óleo de oliva, assim distri
quentes pouco chuvosas ou com chu
olhais \aria, dc trecho para trecho, des de mais de 1.000 milímetros até jX)uco
vas geralmente mal distribuídas. E' o
mais dc 200.
buídos : Espanha, 3.526.000; Itália,
que sucede cm Portugal, onde há gran
2.064.000; Grécia, 1.154.000; Portu
des olivais no scmi-africano Algarvc. no
se e.\clusi\amenle cm torno
gal, 462.000; Tunísia, 451.000; Tur quia, 369.000; Argélia, 121.000; Mar
Alentejo, cujos verões .são e.sturricado.s e
do
abrasadores, embora não faltem na Es-
tantos s<'culos, tende, hoje,
rocos Francês, 96.000;
a ocupar outras regiões. ]á
goslá\aa, 54.000; Líbano, 38.000; Lí bia, 19.000; Estados Unidos, 17.000;
tremadura, suave e aprazível, c cm ou tras províncias. Há olivais ao lado de figueiras e laranjeiras, plantas comunís simas no Brasil. Até em Rio Branco,
Chipre, 16.000.
Acre, há figueiras frutificando em quin
QÜINQÜÊNIO 1934-38, foram produ
Síria, 85.000;
Palestina, 61.000; França, 56.000; lu-
As safras variam muito de um ano
para outro. As médias dos qüinqüênios são, portanto, muito mais significativas do que as produções de anos isolados. Portugal, por exemplo, colheu 780.000
quintais, em 1930; 180.000 em 1931; 644.000 em 1932; 388.000 em 1933;
749.000 em 1934; 220.000 em 1935; 527.000 em 1936; 303.000 em 1937; 675.000 em 1938.
Em 1947, foram produzidos
10.030.000 quintais de óleo de oliva, as sim distribuídos:
Espanha, 3.629.000;
Itália, 2.577.000; Grécia, 1.450.000;
Portugal, 897.000; Turquia, 600.000; Tunísia, 210.000;
Mediterrâneo, em zonas tenípcradas-
tais de portuguô.sos e sírios.
Há olivais na Espanha, Argélia, Tu
nísia etc., ao lado de laranjai.s, figueirais, tamareírais, canaviais e algodoais.
Em Israel — trecho da Palestina perten cente aos judeus — há banana e azei
Zonas de cultura
Um exame, mesmo perfunctório, dos
Meclitcnànco
Tempera- Temperatutura módüi ra média do mês
mais frio
Sovilha, Espanha Trípoli, Líbia Bêngazi, Líbia Argel, Argélia In Salah, Argélia
11°,2 8",6 10",6.
12",0 12",8
do mês
mais quente 29",4 30",1 28",9
25",0 . 36°,5
Iráiia, lapao, Arizona, Sul da Rússia União Sul-AIrieana .
torna desértico o litoral pe ruano. São cultivados os tre
chos regados por alguns rios Em
\arios paise.s da América Latina, inclu
sive o Brasil, o seu fuliiio é muito gran-
«e. Examinemos melhor o
caso lutino-
americano.
quadros acima, mostra que os olivais
Em suma, grande parte dos olivais do norte da África está sob temperatu-
pro\enientcs dos Andes. Segundo o agrônomo peruano Ma nuel Zumarán, em "La Fruticultura en Ia Costa Norte dcl Peru", a oliveira se desenvolve muito bem em Lambaiaque. Aconselha êle o incremento à olívicul-
México
atravessado pelo trópico
e ancer. Possui planaltos subúmidos,
semi-aridos e áridos. Os mexicanos, que
tura no Departamento, em face dos re sultados já obtidos. As plantações maio res estão nas proximidades de Lima e nos vales de Canamá, Ilo e Moquegua.
O Ministério da Agricultura fomenta a plantação dessa oleaginosa.
recuperando em lustros
o a aso de meio século, iniciaram, atra
vés do Ministério da Agricultura, inten
Chile
so tomento à plantação de oliveiras. E'
Informa o agrônomo chileno Leon Fi-
jmia campanha verdadeiramente espeacular, para a qual, aproveitando o
gueiroa, em "CuIti^■o y Explotación dei Olivo", que há olivais em sua pátria,
prestigio do Digesfo Econômico, chamo a atenção dos nossos governantes.
desde a fronteira com o Peru até à pro
O México adquiriu, êste ano, em Por-
^gal, 5 milhões de cepas de oliveira. Transportou-as um vapor fretado espe cialmente para isso. Técnicos lusitanos
acompanharam as cepas e dirigiram as plantações.
crescem, de preferência, em torno do
rente dc Humboldt, que é
a cultivam na Califórnia. Iniciam-.sc lavomas 1; na Aus-
es ao progredindo rapidamente, em to.-
o mais frios :
ralelo 6 — alturas do Rio Grande do Norte. A cor
fria, baixa a temperatura e
Naturalmente, muitos olivais existem íio algumas médias dos meses mais quentes
Há pequenos oli\uis no Peru, ao lon
go da costa, pelo menos entre o extre mo ,sul c o Departamento Lambaiaque,
s
j
lhantes e mais altas. Vejamos, porém,
Peru
durante
O Alentejo tem cerca de 16",2 de tem peratura média; o Algarve, 17",4. p^Jermo, Itália, 17",9; Sira, Grécia, 18" 2.
norte da África, sob temperaturas seme
tas oliveiras (jiumto Portugal e estará e.xportando azeitonas e óleo dc oliva.
que é atravessado pelo pa
tona.
Marrocos Francês,
120.000; Argélia, 74.000; Síria, 62.000; Líbano, 58.Ò00; França, 57.000; Pa lestina, 30.000; Líbia, 27.000 Iugoslá via, 20.000; Estados Unidos, 13.000; Chipre, 9.000.
.\ oliveira, que ficou qtia-
milhoc.'^ dc cepas, e, se continuar a agir da mesma forma, cm breve tení tan
Êsse grande e progressista país lati no-americano está adquirindo mais três
víncia de Nuble.
A olivicultura está sendo fomentada
pelo Ministério da Agricultura. O Chile, em breve, estará exportando azeitonas e óleo de oliva.
Argentina
O Ministério da Agricultura da Argen
tina, conforme o agrônomo platino Fer-
1
"íVf
Dicrsic Eco.nómiuo 151
OLIVAIS PARA O BRASIL Pjmentel Gomes
(Dirdtor do Serviço Florestal do Minis tério da Agricultura)
ra média igual a \ intc graus ou um pou co acima dc \intc graus. Em Se\iUia. ja SC \ erificnu a máxima absoluta" de 50 graus, cerca de 8 graus mais elevada
que a temperatura mais alta já olxscrvada no Brasil. A plu\iosidade da zona dos maiores
zidos, no mundo todo, 8.650.000 quintais de óleo de oliva, assim distri
quentes pouco chuvosas ou com chu
olhais \aria, dc trecho para trecho, des de mais de 1.000 milímetros até jX)uco
vas geralmente mal distribuídas. E' o
mais dc 200.
buídos : Espanha, 3.526.000; Itália,
que sucede cm Portugal, onde há gran
2.064.000; Grécia, 1.154.000; Portu
des olivais no scmi-africano Algarvc. no
se e.\clusi\amenle cm torno
gal, 462.000; Tunísia, 451.000; Tur quia, 369.000; Argélia, 121.000; Mar
Alentejo, cujos verões .são e.sturricado.s e
do
abrasadores, embora não faltem na Es-
tantos s<'culos, tende, hoje,
rocos Francês, 96.000;
a ocupar outras regiões. ]á
goslá\aa, 54.000; Líbano, 38.000; Lí bia, 19.000; Estados Unidos, 17.000;
tremadura, suave e aprazível, c cm ou tras províncias. Há olivais ao lado de figueiras e laranjeiras, plantas comunís simas no Brasil. Até em Rio Branco,
Chipre, 16.000.
Acre, há figueiras frutificando em quin
QÜINQÜÊNIO 1934-38, foram produ
Síria, 85.000;
Palestina, 61.000; França, 56.000; lu-
As safras variam muito de um ano
para outro. As médias dos qüinqüênios são, portanto, muito mais significativas do que as produções de anos isolados. Portugal, por exemplo, colheu 780.000
quintais, em 1930; 180.000 em 1931; 644.000 em 1932; 388.000 em 1933;
749.000 em 1934; 220.000 em 1935; 527.000 em 1936; 303.000 em 1937; 675.000 em 1938.
Em 1947, foram produzidos
10.030.000 quintais de óleo de oliva, as sim distribuídos:
Espanha, 3.629.000;
Itália, 2.577.000; Grécia, 1.450.000;
Portugal, 897.000; Turquia, 600.000; Tunísia, 210.000;
Mediterrâneo, em zonas tenípcradas-
tais de portuguô.sos e sírios.
Há olivais na Espanha, Argélia, Tu
nísia etc., ao lado de laranjai.s, figueirais, tamareírais, canaviais e algodoais.
Em Israel — trecho da Palestina perten cente aos judeus — há banana e azei
Zonas de cultura
Um exame, mesmo perfunctório, dos
Meclitcnànco
Tempera- Temperatutura módüi ra média do mês
mais frio
Sovilha, Espanha Trípoli, Líbia Bêngazi, Líbia Argel, Argélia In Salah, Argélia
11°,2 8",6 10",6.
12",0 12",8
do mês
mais quente 29",4 30",1 28",9
25",0 . 36°,5
Iráiia, lapao, Arizona, Sul da Rússia União Sul-AIrieana .
torna desértico o litoral pe ruano. São cultivados os tre
chos regados por alguns rios Em
\arios paise.s da América Latina, inclu
sive o Brasil, o seu fuliiio é muito gran-
«e. Examinemos melhor o
caso lutino-
americano.
quadros acima, mostra que os olivais
Em suma, grande parte dos olivais do norte da África está sob temperatu-
pro\enientcs dos Andes. Segundo o agrônomo peruano Ma nuel Zumarán, em "La Fruticultura en Ia Costa Norte dcl Peru", a oliveira se desenvolve muito bem em Lambaiaque. Aconselha êle o incremento à olívicul-
México
atravessado pelo trópico
e ancer. Possui planaltos subúmidos,
semi-aridos e áridos. Os mexicanos, que
tura no Departamento, em face dos re sultados já obtidos. As plantações maio res estão nas proximidades de Lima e nos vales de Canamá, Ilo e Moquegua.
O Ministério da Agricultura fomenta a plantação dessa oleaginosa.
recuperando em lustros
o a aso de meio século, iniciaram, atra
vés do Ministério da Agricultura, inten
Chile
so tomento à plantação de oliveiras. E'
Informa o agrônomo chileno Leon Fi-
jmia campanha verdadeiramente espeacular, para a qual, aproveitando o
gueiroa, em "CuIti^■o y Explotación dei Olivo", que há olivais em sua pátria,
prestigio do Digesfo Econômico, chamo a atenção dos nossos governantes.
desde a fronteira com o Peru até à pro
O México adquiriu, êste ano, em Por-
^gal, 5 milhões de cepas de oliveira. Transportou-as um vapor fretado espe cialmente para isso. Técnicos lusitanos
acompanharam as cepas e dirigiram as plantações.
crescem, de preferência, em torno do
rente dc Humboldt, que é
a cultivam na Califórnia. Iniciam-.sc lavomas 1; na Aus-
es ao progredindo rapidamente, em to.-
o mais frios :
ralelo 6 — alturas do Rio Grande do Norte. A cor
fria, baixa a temperatura e
Naturalmente, muitos olivais existem íio algumas médias dos meses mais quentes
Há pequenos oli\uis no Peru, ao lon
go da costa, pelo menos entre o extre mo ,sul c o Departamento Lambaiaque,
s
j
lhantes e mais altas. Vejamos, porém,
Peru
durante
O Alentejo tem cerca de 16",2 de tem peratura média; o Algarve, 17",4. p^Jermo, Itália, 17",9; Sira, Grécia, 18" 2.
norte da África, sob temperaturas seme
tas oliveiras (jiumto Portugal e estará e.xportando azeitonas e óleo dc oliva.
que é atravessado pelo pa
tona.
Marrocos Francês,
120.000; Argélia, 74.000; Síria, 62.000; Líbano, 58.Ò00; França, 57.000; Pa lestina, 30.000; Líbia, 27.000 Iugoslá via, 20.000; Estados Unidos, 13.000; Chipre, 9.000.
.\ oliveira, que ficou qtia-
milhoc.'^ dc cepas, e, se continuar a agir da mesma forma, cm breve tení tan
Êsse grande e progressista país lati no-americano está adquirindo mais três
víncia de Nuble.
A olivicultura está sendo fomentada
pelo Ministério da Agricultura. O Chile, em breve, estará exportando azeitonas e óleo de oliva.
Argentina
O Ministério da Agricultura da Argen
tina, conforme o agrônomo platino Fer-
Dioksto Ef:<>NÓMico
152
raro, organizou um grande plano de fo mento à olivicultura, plano que colocará
êsse país, cm futuro próximo, entre os grandes produtores. Verificou-se que os melhores olivais
nimas absolutas de 12 c 1-5 gniii.s ne
olivicultura, cerca de 71.000 kin2. O Paraná, entre 6(X) e 900 metros de alti
que c o segundo grande produtor, dedi
tude, zona que parece ótima pura a oli veira, tom 81.268 kin2.
1.500 metros, 24.158 km2. Acima de 1.500 metros — muito frio talvez pnra
sidade, os trechos argentinos que rece
a oliveira — 430 km2. As duas primei
bem, anualmente, menos de 400 milíme
ras zonas somam 10.5.426 km2. São Paulo tem 16.211 km2 entre 900 ®
Catamarca (20°,3 de temperatura média
tásscntos 4% da área favorável, teríamos os maiores olivais do mundo. A Itália,
médias não são inferiores a 15 graus nem superiores a 20. Quanto à pluvio-
mente muito favoráveis à olivicultura:
153
gativos. Há, assim, aproveitáveis para a
crescem em zonas cujas temperaturas
tros, devem ser irrigados. Encontram-se nas zonas ecològica-
Dicusto Econômico
Entre 900 e
1.500 metros, zona ótima para a oli\'icultura. Entre 600 e 900 metros, hú
ca 2.3.000 km2 à olivicultura. A Espa nha, o nuiior produtor, tem 19.111 km2 Mês
Ca.xias do Sul (Rio Gr. do Sul) Lages (Sta. Catarina) Guarapuava (Pernambuco) .... Calda.s (Minas Gerais) Cunlni (São Paulo)
Santa Luzia (Goiás)
80.589 kni2. Acima do 1.500 metros
•— talvez muito frio para a olivicultura
Acrescentemos mais algumas médias
— 1.096 km2. Acreditam os agrônomos
anuais: Goarumiranga (Ceará), 20",3;
te elevadas. Algumas superam o que há
que na província os olivais devem ser plantados acima de 800 metros. São Paulo dispõe de uns 30.000 km2 favo ráveis à olivicultura. Há, em Minas Ge
de melhor em Portugal, Espanha o Tu
rais, 98.765 km2 entre 900 o 1..500 me
Garanhuns (Pernambuco), 20°,2; Mor ro do Chapéu (Bahia), 18°,9; Terczópolis (Estado do Rio), 16°,6; Itatiaia (Estado do Rio), 110,1- Caxambu (Mi nas Gerais, 17°7; Formosa (Goiás),
nísia.
tros de altitude, que devem ser ótimos
20°,8.
para a olivicultura.
A.s oliveiras já existentes no Brasil, as mais velhas, confirmam os:dados ecoló gicos. Oliveiras dc dez anos, prove
anual),
Corrientes
(21°,9),
Goia
(20°,6), Santiago dei Estero (20°,6), Tucuman (19°,2).
As produções por árvore são bastan
Uruguai
Acima do 1.500
metros, há 2.794 km2, que não devem servir por excesso de frio. Entre 600 e
O Ministério da Agricultura do pro
gressista país vizinho está fomentando a olivicultura. Já há lá grandes olivais. Brasil
900 metros, há 233.514 km2, em parte aproveitáveis pela olivicultura.
Conte
mos, para a província, apenas
lÒO.OOO km2. A velha província flu
nientes da Itália e Portugal, produzem, em Rio Grande, até 70 quilos de azeionas por arvore, o que é extruordiná-
minense tem 4.604 km2 entre 900 e
no. Citam-se casos dc oliveiras que pro duzem mais de 100 quilos. Em Ca
1.500 metros,
e 487 km2 acima de
xias do Sul já existem 150.000 em iní
No Brasil, os dados ecológicos e a
1.500 metros. Consideremos apenas
cio de frutificação e com aspecto be
experiência mostram que o Rio Grande
4.000 km2. O Espírito Santo tem 1.141
do Sul oferece condições favoráveis à olivicultura, desde o nível do mar. Os trechos mais altos devem ser menos fa
km2 entre
líssimo. Em Urugiuüana, um fazendeiro ^ssui 25.000 belas oliveiras num só ta-
voráveis, pois as temperaturas já são bastante baixas. Fato semelhante pare
ce ocorrer em Santa Catarina. Despre-
zando-se as zonas mais baixas, há 24.011 ]an2 entre 300 e 600 metros de altitu de; 20.072 km2 entre 600 e 900 me tros; 18.525 km2 entre 900 e 1.500; 747 km2 acima de 1.500 metros. O úl timo trecho deve ser muito frio para a
oliveira, pois, no inverno, notam-se mí
900 e 1.500 metros e 83
km2 acima dc 1.500. Consideremos 1.100 km2. Goiás tem 42.362 km2 entre 900 e 1.500 metros e 3.500 km2 acima de 1.500 metros. Consideremos 45.000 kni2. Mato Grosso tem 4.145
km2 acima de 900 metros o a Bahia
39.250.
Deve haver, no Brasil, uns
680.000 km2 favoráveis à olivicultura,
desprezadas as possibilidades dos pla naltos de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
A décima parte dessa área — 68.000 km2 — ainda é muito grande. Se plan-
Ihâò. Em Palmeiras, Paraná, há um oli val produzindo bem. Em São Paulo, há
oliveiras isoladas produzindo de modo a nos encher de otimismo.
Êsto ano, as duas Secretarias já cita das, a de São Paulo e a do Rio Grande
do Sul, ensejaram a plantação de qua se meio milhão de oliveiras. Há parti culares muito interessados na fundação de olivais. Infelizmente, as Secretarias da Agricultura dos outros Estados ecològicamente favoráveis à olivicultura
nada tem feito pela oliveira, em que pe
do olivais; a Grécia, 6.000 km2; Portu gal, 3.300 km2.
Vejamos as temperaturas de alguns municípios favoráveis à olivicultura : mflis quente Mês mais frio Média anua) 20°,5
ir,2
20°,2 20°,0 19°,4 21°,2 21°,O
10°9
15°,6
12°,8
16°.4 17°,3 18°,O 20°,9
14°,O 14°,0 18°,3
Í5'',S
se o exemplo de São Paulo e Rio Gran de do Sul e o de alguns países latinoamericanos.
O Ministério da Agricultura, infeliz
mente, não foi pioneiro em olivicultura. Nem mesmo acompanhou a evolução. Felizmente, êsle ano, a orientação mu dou. O Ministério passou a preocuparse com a oliveira. No momento em que
escrevo, está adquirindo 10 mil mudas de cinco anos, provenientes de Portugal,
o que já estão frutificando. Teremos, assim, os primeiros olivais de Minas Ge rais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e
Espírito Santo. Interessa-se o Ministé rio pela importação de dois milhões de cepas. Virão por conta de uma grande firma. Espera-se que o Govémo portu
guês, que facilitou a exportação de mu das e cepas para o Mé.xico, não nos crie dificuldades. Aliás, Portugal não é o
único exportador. Êste ano, recebemos 30 mil mudas da Argentina. Milhões de
mudas e cepas poderiam vir da Espanha, Itália, Grécia, Ásia Menor e Norte da África. Os colonos italianos, que vamos
receber às centenas de milhares, pode riam vir acompanhados de oliveiras, co mo. os holandeses trazem suas vacas e
seus apetrechos de lacticínio. A Grécia e o Líbano também poderiam en\'iarnos olivicultores e mudas de oliveiras
O Brasil gasta mais de duzentos mi-
i
Dioksto Ef:<>NÓMico
152
raro, organizou um grande plano de fo mento à olivicultura, plano que colocará
êsse país, cm futuro próximo, entre os grandes produtores. Verificou-se que os melhores olivais
nimas absolutas de 12 c 1-5 gniii.s ne
olivicultura, cerca de 71.000 kin2. O Paraná, entre 6(X) e 900 metros de alti
que c o segundo grande produtor, dedi
tude, zona que parece ótima pura a oli veira, tom 81.268 kin2.
1.500 metros, 24.158 km2. Acima de 1.500 metros — muito frio talvez pnra
sidade, os trechos argentinos que rece
a oliveira — 430 km2. As duas primei
bem, anualmente, menos de 400 milíme
ras zonas somam 10.5.426 km2. São Paulo tem 16.211 km2 entre 900 ®
Catamarca (20°,3 de temperatura média
tásscntos 4% da área favorável, teríamos os maiores olivais do mundo. A Itália,
médias não são inferiores a 15 graus nem superiores a 20. Quanto à pluvio-
mente muito favoráveis à olivicultura:
153
gativos. Há, assim, aproveitáveis para a
crescem em zonas cujas temperaturas
tros, devem ser irrigados. Encontram-se nas zonas ecològica-
Dicusto Econômico
Entre 900 e
1.500 metros, zona ótima para a oli\'icultura. Entre 600 e 900 metros, hú
ca 2.3.000 km2 à olivicultura. A Espa nha, o nuiior produtor, tem 19.111 km2 Mês
Ca.xias do Sul (Rio Gr. do Sul) Lages (Sta. Catarina) Guarapuava (Pernambuco) .... Calda.s (Minas Gerais) Cunlni (São Paulo)
Santa Luzia (Goiás)
80.589 kni2. Acima do 1.500 metros
•— talvez muito frio para a olivicultura
Acrescentemos mais algumas médias
— 1.096 km2. Acreditam os agrônomos
anuais: Goarumiranga (Ceará), 20",3;
te elevadas. Algumas superam o que há
que na província os olivais devem ser plantados acima de 800 metros. São Paulo dispõe de uns 30.000 km2 favo ráveis à olivicultura. Há, em Minas Ge
de melhor em Portugal, Espanha o Tu
rais, 98.765 km2 entre 900 o 1..500 me
Garanhuns (Pernambuco), 20°,2; Mor ro do Chapéu (Bahia), 18°,9; Terczópolis (Estado do Rio), 16°,6; Itatiaia (Estado do Rio), 110,1- Caxambu (Mi nas Gerais, 17°7; Formosa (Goiás),
nísia.
tros de altitude, que devem ser ótimos
20°,8.
para a olivicultura.
A.s oliveiras já existentes no Brasil, as mais velhas, confirmam os:dados ecoló gicos. Oliveiras dc dez anos, prove
anual),
Corrientes
(21°,9),
Goia
(20°,6), Santiago dei Estero (20°,6), Tucuman (19°,2).
As produções por árvore são bastan
Uruguai
Acima do 1.500
metros, há 2.794 km2, que não devem servir por excesso de frio. Entre 600 e
O Ministério da Agricultura do pro
gressista país vizinho está fomentando a olivicultura. Já há lá grandes olivais. Brasil
900 metros, há 233.514 km2, em parte aproveitáveis pela olivicultura.
Conte
mos, para a província, apenas
lÒO.OOO km2. A velha província flu
nientes da Itália e Portugal, produzem, em Rio Grande, até 70 quilos de azeionas por arvore, o que é extruordiná-
minense tem 4.604 km2 entre 900 e
no. Citam-se casos dc oliveiras que pro duzem mais de 100 quilos. Em Ca
1.500 metros,
e 487 km2 acima de
xias do Sul já existem 150.000 em iní
No Brasil, os dados ecológicos e a
1.500 metros. Consideremos apenas
cio de frutificação e com aspecto be
experiência mostram que o Rio Grande
4.000 km2. O Espírito Santo tem 1.141
do Sul oferece condições favoráveis à olivicultura, desde o nível do mar. Os trechos mais altos devem ser menos fa
km2 entre
líssimo. Em Urugiuüana, um fazendeiro ^ssui 25.000 belas oliveiras num só ta-
voráveis, pois as temperaturas já são bastante baixas. Fato semelhante pare
ce ocorrer em Santa Catarina. Despre-
zando-se as zonas mais baixas, há 24.011 ]an2 entre 300 e 600 metros de altitu de; 20.072 km2 entre 600 e 900 me tros; 18.525 km2 entre 900 e 1.500; 747 km2 acima de 1.500 metros. O úl timo trecho deve ser muito frio para a
oliveira, pois, no inverno, notam-se mí
900 e 1.500 metros e 83
km2 acima dc 1.500. Consideremos 1.100 km2. Goiás tem 42.362 km2 entre 900 e 1.500 metros e 3.500 km2 acima de 1.500 metros. Consideremos 45.000 kni2. Mato Grosso tem 4.145
km2 acima de 900 metros o a Bahia
39.250.
Deve haver, no Brasil, uns
680.000 km2 favoráveis à olivicultura,
desprezadas as possibilidades dos pla naltos de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
A décima parte dessa área — 68.000 km2 — ainda é muito grande. Se plan-
Ihâò. Em Palmeiras, Paraná, há um oli val produzindo bem. Em São Paulo, há
oliveiras isoladas produzindo de modo a nos encher de otimismo.
Êsto ano, as duas Secretarias já cita das, a de São Paulo e a do Rio Grande
do Sul, ensejaram a plantação de qua se meio milhão de oliveiras. Há parti culares muito interessados na fundação de olivais. Infelizmente, as Secretarias da Agricultura dos outros Estados ecològicamente favoráveis à olivicultura
nada tem feito pela oliveira, em que pe
do olivais; a Grécia, 6.000 km2; Portu gal, 3.300 km2.
Vejamos as temperaturas de alguns municípios favoráveis à olivicultura : mflis quente Mês mais frio Média anua) 20°,5
ir,2
20°,2 20°,0 19°,4 21°,2 21°,O
10°9
15°,6
12°,8
16°.4 17°,3 18°,O 20°,9
14°,O 14°,0 18°,3
Í5'',S
se o exemplo de São Paulo e Rio Gran de do Sul e o de alguns países latinoamericanos.
O Ministério da Agricultura, infeliz
mente, não foi pioneiro em olivicultura. Nem mesmo acompanhou a evolução. Felizmente, êsle ano, a orientação mu dou. O Ministério passou a preocuparse com a oliveira. No momento em que
escrevo, está adquirindo 10 mil mudas de cinco anos, provenientes de Portugal,
o que já estão frutificando. Teremos, assim, os primeiros olivais de Minas Ge rais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e
Espírito Santo. Interessa-se o Ministé rio pela importação de dois milhões de cepas. Virão por conta de uma grande firma. Espera-se que o Govémo portu
guês, que facilitou a exportação de mu das e cepas para o Mé.xico, não nos crie dificuldades. Aliás, Portugal não é o
único exportador. Êste ano, recebemos 30 mil mudas da Argentina. Milhões de
mudas e cepas poderiam vir da Espanha, Itália, Grécia, Ásia Menor e Norte da África. Os colonos italianos, que vamos
receber às centenas de milhares, pode riam vir acompanhados de oliveiras, co mo. os holandeses trazem suas vacas e
seus apetrechos de lacticínio. A Grécia e o Líbano também poderiam en\'iarnos olivicultores e mudas de oliveiras
O Brasil gasta mais de duzentos mi-
i
Digksto
ihões de cruzeiros, anualmente, para ter
minguadas quantidades de azeitona e óleo de oliva. Faz-se mister acordar e acompanhar o México, a Argentina e o
Chile. O Ministério da Agricultura de veria, penso eu, organizar um grande
Ecosómico
programa dc fomento à olivicultura, a executar do próximo ano cm diante. E as Secretarias, que nada cstâo fazendo
Escravos e africanos livres Otávio T.miquínto de Sousa
em tão importante setor econômico, pre
cisam mirar-sc nos exemplos paulista e gaúcho.
EscuAvo negro, que constituíra uma
das bases da economia colonial, não
tc\c 11 sua situação modificada pela In dependência. Os planos de José Boni fácio, dc estabelecimento do trabalho li vre no Império reeém-fundado, malograram-sc por completo. Contra o estadista
do equador, procurando coibir, em carta regia de 19 de fevereiro de 1817, as transgressões do pactuado com a Grã-
Bretanha. Não caberia a D. João VI, a quem o Brasil, por circunstirncias ex
traordinárias, tanto ficou a dever, a gló ria desse feito relevante. Tratados, al
generoso (juc almejava "expiar os peca
varás, cartas regias nada puderam, e o tráfico prosseguiu. Quando a ruptura de quaisquer laços de amizade com a
priedade territorial e do comércio de ncgios. Joaquim Nabuco sugeriu com astante fundamento que os móveis mais secretos c fortes da prescrição do velho
antiga metrópole culminou na indepen
dos Ncllios" da esera\iclã<), ergueram-se coligados os interesses da grande pro
Andracla da vida pública brasileira, de pois dos serviços imensos prestados à causa da emancipação nacional, devem
ser procurados no seu programa de e.xinçao do trafico negreiro e de libertação os escravos. Na verdade, os simples los partidários, que a sua ação por V zes desabusada suscitara, não explicam cinco anos e a hosti-
'a o incansável que continuou a sofrer a e a morte. Impedír-lhe a participação iia vida pública era a maneira eficaz de
nao lhe dar ensejo de qualquer ação mais enérgica.
O govêrno britânico, por motivos a respeito de cuja ética não importa pes quisar, impusera no tratado de aliança e amizade dc 19 de fevereiro de 1810 uma
cláusula regulando a abolição gradual do tr ico dc africanos. O príncipe regente, por alvará de 24 de novembro de 1813,
^rnara providências acerca do bom trato aos negros no seu transporte marítimo, a
lim de atalhar os abusos que "faziam horror a humanidade", e em novo trata
do, de 21 de fevereiro de 1815, ajustou a abolição de todo o tráfico ao norte
dência do Brasil, a diplomacia britânica fèz finca-pé, para o reconhecimento do novo país, na terminação definitiva do comércio de negros e conseqüente extin ção da escravidão. Mas os contactos en
tre Canning e Caldeira Brant em Lon dres, a missão de Lord Amherst no Rio
de Janeiro, as longas negociações, os
tratados e atos públicos que se sucede
ram, tudo ficou em palavras e papel escrito.
Durante o Primeiro Reinado os impla cáveis comerciantes de carne humana
triunfaram sempre e, o que é mais triste, continuaram vitoriosos nos dias quase
republicanos da Regência. É certo que os elementos sinceramente liberais que
ascenderam ao poder com a revolução de 7 de abril procuraram resolver a
questão, e pela lei de 7 de novembro de 1831 o tráfico africano foi declarado
extinto. Homens como Feijó e Evaristo,
por exemplo, puseram todo o coração nos compromissos que nesse particular
assumiram. Mas, convém insistir, os interêsses em causa eram poderosíssimos.
Tôda a economia brasileira repousara sôbre o braço escravo através de mais
de três séculos de exploração e, salvo alguns espíritos menos apegados à to-
Digksto
ihões de cruzeiros, anualmente, para ter
minguadas quantidades de azeitona e óleo de oliva. Faz-se mister acordar e acompanhar o México, a Argentina e o
Chile. O Ministério da Agricultura de veria, penso eu, organizar um grande
Ecosómico
programa dc fomento à olivicultura, a executar do próximo ano cm diante. E as Secretarias, que nada cstâo fazendo
Escravos e africanos livres Otávio T.miquínto de Sousa
em tão importante setor econômico, pre
cisam mirar-sc nos exemplos paulista e gaúcho.
EscuAvo negro, que constituíra uma
das bases da economia colonial, não
tc\c 11 sua situação modificada pela In dependência. Os planos de José Boni fácio, dc estabelecimento do trabalho li vre no Império reeém-fundado, malograram-sc por completo. Contra o estadista
do equador, procurando coibir, em carta regia de 19 de fevereiro de 1817, as transgressões do pactuado com a Grã-
Bretanha. Não caberia a D. João VI, a quem o Brasil, por circunstirncias ex
traordinárias, tanto ficou a dever, a gló ria desse feito relevante. Tratados, al
generoso (juc almejava "expiar os peca
varás, cartas regias nada puderam, e o tráfico prosseguiu. Quando a ruptura de quaisquer laços de amizade com a
priedade territorial e do comércio de ncgios. Joaquim Nabuco sugeriu com astante fundamento que os móveis mais secretos c fortes da prescrição do velho
antiga metrópole culminou na indepen
dos Ncllios" da esera\iclã<), ergueram-se coligados os interesses da grande pro
Andracla da vida pública brasileira, de pois dos serviços imensos prestados à causa da emancipação nacional, devem
ser procurados no seu programa de e.xinçao do trafico negreiro e de libertação os escravos. Na verdade, os simples los partidários, que a sua ação por V zes desabusada suscitara, não explicam cinco anos e a hosti-
'a o incansável que continuou a sofrer a e a morte. Impedír-lhe a participação iia vida pública era a maneira eficaz de
nao lhe dar ensejo de qualquer ação mais enérgica.
O govêrno britânico, por motivos a respeito de cuja ética não importa pes quisar, impusera no tratado de aliança e amizade dc 19 de fevereiro de 1810 uma
cláusula regulando a abolição gradual do tr ico dc africanos. O príncipe regente, por alvará de 24 de novembro de 1813,
^rnara providências acerca do bom trato aos negros no seu transporte marítimo, a
lim de atalhar os abusos que "faziam horror a humanidade", e em novo trata
do, de 21 de fevereiro de 1815, ajustou a abolição de todo o tráfico ao norte
dência do Brasil, a diplomacia britânica fèz finca-pé, para o reconhecimento do novo país, na terminação definitiva do comércio de negros e conseqüente extin ção da escravidão. Mas os contactos en
tre Canning e Caldeira Brant em Lon dres, a missão de Lord Amherst no Rio
de Janeiro, as longas negociações, os
tratados e atos públicos que se sucede
ram, tudo ficou em palavras e papel escrito.
Durante o Primeiro Reinado os impla cáveis comerciantes de carne humana
triunfaram sempre e, o que é mais triste, continuaram vitoriosos nos dias quase
republicanos da Regência. É certo que os elementos sinceramente liberais que
ascenderam ao poder com a revolução de 7 de abril procuraram resolver a
questão, e pela lei de 7 de novembro de 1831 o tráfico africano foi declarado
extinto. Homens como Feijó e Evaristo,
por exemplo, puseram todo o coração nos compromissos que nesse particular
assumiram. Mas, convém insistir, os interêsses em causa eram poderosíssimos.
Tôda a economia brasileira repousara sôbre o braço escravo através de mais
de três séculos de exploração e, salvo alguns espíritos menos apegados à to-
Dioesto Econômico
Dic!-:sto
Econômico
157
156
tina, a opinião geral ligava a aboli ção do tráfico e da escravidão à mina brasileira.
As tentativas de imigração
européia, mal conduzidas e realmente difíceis, não animavam os homens prá ticos. O trabalhador para o Brasil deve
l
técnicos cm fontes artesianas, engenhei
ros de pontes c calçadas, dois casais de suíços hábeis para o ensino e prática de todos os métodos agrícolas empregados
dia desenvolver a riqueza da terra, só
nas fazendas de Fallcnibcrg, e até, com grande pasmo dos católicos mais intran sigentes, "duas famílias dc irmãos mo-
uma solução se apresentava, já longa
rávios, que sc obrigassem a estabelecer
mente experimentada, conhecida, dando
aqui o cinpregar-sc na civilização c cul
bons resultados — importar mais africa
ria ser mesmo o negro e, se se preten I
tar a remessa dc colonos, de contratar
lõcs", "republicanos" e "comunistas". Feijó, na regência, insistia por medidas que tolhessem a desenvoltura dos "infa mes contrabandistas dc escravos", como
diz.ia o seu ministro José Inácio Borges. E essas medidas consistiam no cruzeiro
pelos traficantes dc africanos c seus pro
mais ásperas dos tempos rcgcnciais não
facilidade.
tetores políticos foi sem dúvida uma das
passaram de manobras de senhores de
peito de tratados c l(!is, a despeito da
causas do malogro da regência do "cn-
escravos e dos traficantes, seus natu
esquadra britânica, aos centos, aos mi
jcitado" da nia da Freira e,' em 1837,
rais associados, defendendo-se contra os
lhares, às dezenas de milliarcs, todos os
que lhes ameaçavam os interesses. Luta inglória para os adversários do tráfico e
anos, em navios superlotados, morrendo muitos, sobrando boa quantidade. Era
com a subida ao poder dos "regrcssi.stas", o problema da extinção do comér cio dc escravos sofreu um grande recuo.
da escravidão.
a África a civilizar o Brasil, segundo a afirmativa audaciosa de um dos po líticos mais inteligentes da época, que já então organizava as forças do seu par
regência], ns negreiros levaram a melhor,
tido do "regresso", apoiado de preferên
nos. E manti\ cvain-se fortes até meados
cia pela grande lavoura, pelos agricul
do século XIX, até 1850. O maior mer cador de escravos, Manoel Pinto da Fon seca, jactava-se dc reincidir na prática
o que aconteceu a Feijó. O padre paulista, sempre atento ao problema da escravidão, dcscjoso de resolvê-lo sem
choques, mas de rcsolvê-lo, tomando posse do lugar de regente do Império, a 12 de outubro de 1835, incumbia dias depois o Marquês de Barbacena, que
partia para a Europa, de concertar me
didas com o governo bri tânico no sentido do mais efetivamente reprimir no
mar o tráfico do africa nos". E não apenas isso;
querendo "estabelecer um plano regular de coloniza ção para o Brasil', cncarregava o marquês de ajus-
tores na maioria convencidos dc que. sem o braço africano nada poderiam fazer. Os elementos que iriam consti
tuir a oligarquia conservadora ou o par ,
tido "saquarcma" não se pejavam dc proteger e acobertar os comercian
tes de gado humano, le vando a ridículo os pla nos de colonizixção bran
Mas isso não
passava dc mora ficção legal, dc pura
e artifícios se praticavam com a coni
técnicos estrangeiros não viriam com
Sem esquecer o que
como um homem livre.
A guerra surda ou ostensiva movida
Sob a aparência de disputa de idéias e
ocorreu com José Bonifácio, recorde-se
desembarque dcxcria ser reconhecido teoria. Africano desembarcado no Brasil
princípios políticos, algumas das lutas
Mas negros viriam, a des
c qualquer negro apreendido no ato do
de navios dc guerra do Brasil, Grã-Bretanlia e Portugal nas costas africanas c brasileiras, c na imposição da pena dc pirataria aos súditos do qualquer das três nações que fòssi-m pillxados fazen do contrabando dc negros.
tura dos nossos indígenas". Talvez estivesse o Padre Feijó pai rando na região dos sonhos. Colonos e
nos, mais escravos.
vres. Pela lei dc 7 de novembro dc 1831
o tráfico fora terminanlemcnte proibido
Mau grado todo o liberalismo da era conseguindo introduzir no Brasil, entro
1830 c 1839. mais dc 400.000 africa
não podia fugir ao seu implacável des tino: ser escravo. Leis o tratados tinham
tomado sagrada a liberdade dos negros
trazidos da .África, mas, para reduzi-los à condição dc escravos, todas as fraudes vência das autoridades públicas.
E a
maior vergonha estaxa na distribuição de africanos livres entre homens pcK-
ticos influentes, que negociavam assim a sua cumpliciclaclo no crime. Negros livres, aos quais sc impunha um cati-
\'eiro duplamente imoral, foram duran te muitos anos doados a algximas per
sonagens importantes, parlament;xres e jornalistas. O pesquisador menos acura do encontrará os ecos desse escândalo
do seu crime não por necessidade de
(bem pequeno, aliás, no tempo) na imprensa c nos anais do Parlamento im perial. Algumas das acusações a esse respeito serão porventura levianas e sem
dinheiro, já que estava muito rico, ma,s
fundamento.
Mas não faliam provas
por amor-próprio, para zombar das gran
positivas e até confissões de interessa
des potências, de .suas convenções e de
dos, feitas num tom que revela a anuên
Seus cruzeiros. Crime de Manoel Pinto
cia de toda uma sociedade a prática tão
da honseca, dc Bernavdiixo de Sá, de
execrável. Em plena Gamara, Justiniano José da Rocha narrou sem nenhum
Tomas Ramos, dc José Antunes de Car valho c dc outros desalmados, todos ou quase todos portugueses, que concorriam
recato; "Distribuíam-se africanos, e es
pugnavam pela repressão do tráfico
para aumentar e fortalecer a escravidão,
os distribuía e S. E.xa. me disse: Então,
instrumento de predomínio da grande
sr. Rocha, não quer algum africano? Um
ca o tachando os que do "libera-
.v/r^ IX/ â-.
propriedade territorial e susteiitáculo do
africano me fazia conta, respondi-Uie.
sistema político em vigor.
Então por que não o pede? Se V. Exa. quer, dê-me um para mim o um para
Nada convence melhor dc como o trabalho escravo continuava a ser a base
íiiiÁ-llr.ii'..
tava eu conx'ersando com o ministro que
cada \im dos meus colegas (Firmino Ro
da organização econômica do que o su
drigues Silva e Josino do Nascimento).
cedido com os chamados africanos li
O ministro chamou imediatamente o
Dioesto Econômico
Dic!-:sto
Econômico
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tina, a opinião geral ligava a aboli ção do tráfico e da escravidão à mina brasileira.
As tentativas de imigração
européia, mal conduzidas e realmente difíceis, não animavam os homens prá ticos. O trabalhador para o Brasil deve
l
técnicos cm fontes artesianas, engenhei
ros de pontes c calçadas, dois casais de suíços hábeis para o ensino e prática de todos os métodos agrícolas empregados
dia desenvolver a riqueza da terra, só
nas fazendas de Fallcnibcrg, e até, com grande pasmo dos católicos mais intran sigentes, "duas famílias dc irmãos mo-
uma solução se apresentava, já longa
rávios, que sc obrigassem a estabelecer
mente experimentada, conhecida, dando
aqui o cinpregar-sc na civilização c cul
bons resultados — importar mais africa
ria ser mesmo o negro e, se se preten I
tar a remessa dc colonos, de contratar
lõcs", "republicanos" e "comunistas". Feijó, na regência, insistia por medidas que tolhessem a desenvoltura dos "infa mes contrabandistas dc escravos", como
diz.ia o seu ministro José Inácio Borges. E essas medidas consistiam no cruzeiro
pelos traficantes dc africanos c seus pro
mais ásperas dos tempos rcgcnciais não
facilidade.
tetores políticos foi sem dúvida uma das
passaram de manobras de senhores de
peito de tratados c l(!is, a despeito da
causas do malogro da regência do "cn-
escravos e dos traficantes, seus natu
esquadra britânica, aos centos, aos mi
jcitado" da nia da Freira e,' em 1837,
rais associados, defendendo-se contra os
lhares, às dezenas de milliarcs, todos os
que lhes ameaçavam os interesses. Luta inglória para os adversários do tráfico e
anos, em navios superlotados, morrendo muitos, sobrando boa quantidade. Era
com a subida ao poder dos "regrcssi.stas", o problema da extinção do comér cio dc escravos sofreu um grande recuo.
da escravidão.
a África a civilizar o Brasil, segundo a afirmativa audaciosa de um dos po líticos mais inteligentes da época, que já então organizava as forças do seu par
regência], ns negreiros levaram a melhor,
tido do "regresso", apoiado de preferên
nos. E manti\ cvain-se fortes até meados
cia pela grande lavoura, pelos agricul
do século XIX, até 1850. O maior mer cador de escravos, Manoel Pinto da Fon seca, jactava-se dc reincidir na prática
o que aconteceu a Feijó. O padre paulista, sempre atento ao problema da escravidão, dcscjoso de resolvê-lo sem
choques, mas de rcsolvê-lo, tomando posse do lugar de regente do Império, a 12 de outubro de 1835, incumbia dias depois o Marquês de Barbacena, que
partia para a Europa, de concertar me
didas com o governo bri tânico no sentido do mais efetivamente reprimir no
mar o tráfico do africa nos". E não apenas isso;
querendo "estabelecer um plano regular de coloniza ção para o Brasil', cncarregava o marquês de ajus-
tores na maioria convencidos dc que. sem o braço africano nada poderiam fazer. Os elementos que iriam consti
tuir a oligarquia conservadora ou o par ,
tido "saquarcma" não se pejavam dc proteger e acobertar os comercian
tes de gado humano, le vando a ridículo os pla nos de colonizixção bran
Mas isso não
passava dc mora ficção legal, dc pura
e artifícios se praticavam com a coni
técnicos estrangeiros não viriam com
Sem esquecer o que
como um homem livre.
A guerra surda ou ostensiva movida
Sob a aparência de disputa de idéias e
ocorreu com José Bonifácio, recorde-se
desembarque dcxcria ser reconhecido teoria. Africano desembarcado no Brasil
princípios políticos, algumas das lutas
Mas negros viriam, a des
c qualquer negro apreendido no ato do
de navios dc guerra do Brasil, Grã-Bretanlia e Portugal nas costas africanas c brasileiras, c na imposição da pena dc pirataria aos súditos do qualquer das três nações que fòssi-m pillxados fazen do contrabando dc negros.
tura dos nossos indígenas". Talvez estivesse o Padre Feijó pai rando na região dos sonhos. Colonos e
nos, mais escravos.
vres. Pela lei dc 7 de novembro dc 1831
o tráfico fora terminanlemcnte proibido
Mau grado todo o liberalismo da era conseguindo introduzir no Brasil, entro
1830 c 1839. mais dc 400.000 africa
não podia fugir ao seu implacável des tino: ser escravo. Leis o tratados tinham
tomado sagrada a liberdade dos negros
trazidos da .África, mas, para reduzi-los à condição dc escravos, todas as fraudes vência das autoridades públicas.
E a
maior vergonha estaxa na distribuição de africanos livres entre homens pcK-
ticos influentes, que negociavam assim a sua cumpliciclaclo no crime. Negros livres, aos quais sc impunha um cati-
\'eiro duplamente imoral, foram duran te muitos anos doados a algximas per
sonagens importantes, parlament;xres e jornalistas. O pesquisador menos acura do encontrará os ecos desse escândalo
do seu crime não por necessidade de
(bem pequeno, aliás, no tempo) na imprensa c nos anais do Parlamento im perial. Algumas das acusações a esse respeito serão porventura levianas e sem
dinheiro, já que estava muito rico, ma,s
fundamento.
Mas não faliam provas
por amor-próprio, para zombar das gran
positivas e até confissões de interessa
des potências, de .suas convenções e de
dos, feitas num tom que revela a anuên
Seus cruzeiros. Crime de Manoel Pinto
cia de toda uma sociedade a prática tão
da honseca, dc Bernavdiixo de Sá, de
execrável. Em plena Gamara, Justiniano José da Rocha narrou sem nenhum
Tomas Ramos, dc José Antunes de Car valho c dc outros desalmados, todos ou quase todos portugueses, que concorriam
recato; "Distribuíam-se africanos, e es
pugnavam pela repressão do tráfico
para aumentar e fortalecer a escravidão,
os distribuía e S. E.xa. me disse: Então,
instrumento de predomínio da grande
sr. Rocha, não quer algum africano? Um
ca o tachando os que do "libera-
.v/r^ IX/ â-.
propriedade territorial e susteiitáculo do
africano me fazia conta, respondi-Uie.
sistema político em vigor.
Então por que não o pede? Se V. Exa. quer, dê-me um para mim o um para
Nada convence melhor dc como o trabalho escravo continuava a ser a base
íiiiÁ-llr.ii'..
tava eu conx'ersando com o ministro que
cada \im dos meus colegas (Firmino Ro
da organização econômica do que o su
drigues Silva e Josino do Nascimento).
cedido com os chamados africanos li
O ministro chamou imediatamente o
Dicivsro
158
oficial de gabinete e disse-lhe: Lance
como nós", da objurgatória de Joso Bo
na lista um africano para o Dr. Rocha, um para o Dr. Fulano c outro para o
quia política detentora do poder com os
Dr. Fulano".
Era o triunfo dos "pe
cados velhos" contra os "negros homens
>v-
Econ'<).mico
Economia
nifácio, o triunfo do conluio da oligar mais sórdidos interesses do tráfico nc-
Rodeuto Lwa Fii.ho
1.
O.s cTÍminalista.s franceses estão
das leis relativas á tutela da economia
popular. E, entre èlcs, Mauricc Potin, que c magistrado e, assim, reflete, tam bém, a experiência dc interprete e aplicador de textos que nasceram, como temia Bacon, da "piqure du moment". Não discute o valor social da chamada
legislação econômica. Realmente, desde
fiue não se adapta à procura, a oferta deve assegurar a todos, mesmo os mais
humildes, a preços relativamente mó dicos, rações de gêneros e produtos de li.
crime
greiro.
preocupados com as repercussões sociais
k'.'!
e
primeira necessidade.
Garante-se, as
sim, a subsistência, o "direito a viver",
ça, quanto ao empregador, a suspensão
fi-nrrisj e o livramento condicional. Num dos textos franceses mais benig-
no.«: (30 de julho de 1945), a prisão, ordinàriamente limitada a 5 anoi., pode ser elevada a 10 anos nos casos mais
graves e, me.smo, a 20 anos, se se trata do abatimento de vaca leiteira, t-'onsi-
dcrada infração menos perdoavel. Sao cominados reclusão e trabalhos forçados.
Durante o regimcm de Vichy ate a pena de morte podia ser aplicada. E por tribunais especiais. Ao mesmo ngor
obedece a pena pecuniária: 50 milhões
nos casos benignos, 100 milhões nos casos graves e 200 milhões (abatimento
n que bastaria à justificação de tantos de vaca leiteira). As penas acessórias expedientes. Mas, para executá-los, in , (afixaçáò da sentença, publicação nos tervém burocracia onerosa e complicada. jornais, interdição de exercer pro issao)
O pior ê que os preços sobem, escapan do ao controle massas importantes de
não discrcpam das diretrizes assinala das, ficando a arbítrio da admmistra-
mercadorias.
O Conselheiro Potin indica causas di
versas, dc ordem política, econômica e técnica, para o insucesso da interven ção superficial. Mas as modalidades repressivas também contribuem para sua quota negativa. Será o exagero das
penas, como pensa o deputado José
Atígníío, autor de projeto contra a po lítica criminal na matéria, fator da ine ficácia por Iodos reconhecida? Ou é lentidão do.s processos que se deve responsabili2:i\r?
Na França, desde 1940, as sanções
foram sempre aumentadas, abrangendo
Os efeitos lêm sido contraproducentes.
Os ameaçados pela "vara" da Justiça
habituaram-se ao perigo. A espada de Dàmocles - escreveu Patm - suspen
sa, permanentemente, sôbre a cabe^ de cada um, não amedronta ninguém .
Quo amedronta, não há dúvida. As cau sas da indiferença são outras: cabe aqiii
expor os mecanismos profundos da ação penal. As penas sòmente .se tomam exemplares se aplicadas e executadas
'indistintamente, alcançando as fontss
do estado perigoso. O fato ó nne não se obtém a pretendida intimidação e
penas privatix as de liberdade, penas pe
ocorre o chamado eneruflmenío, de que
cuniárias c penas acessórias. As penas privativas de liberdade superam as de
também fala Patin.
direito comum. Entre nós, a infração
tituir ao direito comum todos os deli tos econômicos com as características
contra a economia popular exclui a fian
A tendência na França é para res-
Dicivsro
158
oficial de gabinete e disse-lhe: Lance
como nós", da objurgatória de Joso Bo
na lista um africano para o Dr. Rocha, um para o Dr. Fulano c outro para o
quia política detentora do poder com os
Dr. Fulano".
Era o triunfo dos "pe
cados velhos" contra os "negros homens
>v-
Econ'<).mico
Economia
nifácio, o triunfo do conluio da oligar mais sórdidos interesses do tráfico nc-
Rodeuto Lwa Fii.ho
1.
O.s cTÍminalista.s franceses estão
das leis relativas á tutela da economia
popular. E, entre èlcs, Mauricc Potin, que c magistrado e, assim, reflete, tam bém, a experiência dc interprete e aplicador de textos que nasceram, como temia Bacon, da "piqure du moment". Não discute o valor social da chamada
legislação econômica. Realmente, desde
fiue não se adapta à procura, a oferta deve assegurar a todos, mesmo os mais
humildes, a preços relativamente mó dicos, rações de gêneros e produtos de li.
crime
greiro.
preocupados com as repercussões sociais
k'.'!
e
primeira necessidade.
Garante-se, as
sim, a subsistência, o "direito a viver",
ça, quanto ao empregador, a suspensão
fi-nrrisj e o livramento condicional. Num dos textos franceses mais benig-
no.«: (30 de julho de 1945), a prisão, ordinàriamente limitada a 5 anoi., pode ser elevada a 10 anos nos casos mais
graves e, me.smo, a 20 anos, se se trata do abatimento de vaca leiteira, t-'onsi-
dcrada infração menos perdoavel. Sao cominados reclusão e trabalhos forçados.
Durante o regimcm de Vichy ate a pena de morte podia ser aplicada. E por tribunais especiais. Ao mesmo ngor
obedece a pena pecuniária: 50 milhões
nos casos benignos, 100 milhões nos casos graves e 200 milhões (abatimento
n que bastaria à justificação de tantos de vaca leiteira). As penas acessórias expedientes. Mas, para executá-los, in , (afixaçáò da sentença, publicação nos tervém burocracia onerosa e complicada. jornais, interdição de exercer pro issao)
O pior ê que os preços sobem, escapan do ao controle massas importantes de
não discrcpam das diretrizes assinala das, ficando a arbítrio da admmistra-
mercadorias.
O Conselheiro Potin indica causas di
versas, dc ordem política, econômica e técnica, para o insucesso da interven ção superficial. Mas as modalidades repressivas também contribuem para sua quota negativa. Será o exagero das
penas, como pensa o deputado José
Atígníío, autor de projeto contra a po lítica criminal na matéria, fator da ine ficácia por Iodos reconhecida? Ou é lentidão do.s processos que se deve responsabili2:i\r?
Na França, desde 1940, as sanções
foram sempre aumentadas, abrangendo
Os efeitos lêm sido contraproducentes.
Os ameaçados pela "vara" da Justiça
habituaram-se ao perigo. A espada de Dàmocles - escreveu Patm - suspen
sa, permanentemente, sôbre a cabe^ de cada um, não amedronta ninguém .
Quo amedronta, não há dúvida. As cau sas da indiferença são outras: cabe aqiii
expor os mecanismos profundos da ação penal. As penas sòmente .se tomam exemplares se aplicadas e executadas
'indistintamente, alcançando as fontss
do estado perigoso. O fato ó nne não se obtém a pretendida intimidação e
penas privatix as de liberdade, penas pe
ocorre o chamado eneruflmenío, de que
cuniárias c penas acessórias. As penas privativas de liberdade superam as de
também fala Patin.
direito comum. Entre nós, a infração
tituir ao direito comum todos os deli tos econômicos com as características
contra a economia popular exclui a fian
A tendência na França é para res-
m
Dicií-sto
160
Econômico
Dicksto EconóxÍico 161
ordinárias^^c, nas hipóteses extraordiná
constava o seguinte:
rias, as infrações seriam puramente ma
admitir que o tabclamciito funcionará, cm cada município, como parto inte grante e seqüência imediata da lei <|u'-'
lar, cm virtude de haver cobrado ao
importância superior à permitida pela
sórias à publicação da sentença na int-
o protege e o reveste de sanção penal. E, como parte integrante e .scqiiência
cou o ad\ügado do acusado o moti\o
teriais e punidas com penas curtas de prisão (dois anos no máximo) e multas moderadas, reduzindo-se as penas aces
"Tem-se cpie
3. Hcccntcmente, A. C. foi conde
nado por criiiK- contra a economia popu
adquirente de uma garrafa .de cer\'cja tabela de preços, então \ igento. Expli
prensa. A lei brasileira prevê para os
imediata da lei, sòmcntc poderá obrigar
crimes comuns esta sanção interditiva.
da mesma forma como a lei se tornou
Os juizes hesitam, mas o legislador não
obrigatória, ou seja, nunca antes, mas sempre depois ou na data de sna publi
não quisera consumir a cerveja no pró prio estabelecimento. Levara-a para
cação oficial".
casa. Como era natural, o eomereiantc
procura as razões de tantas dúvidas, inquéritos, perícias preliminares pelas quais se evadem escrúpulos de justiça e, mormente, de equidade. 2. A pena não pode remediar .1 carestia da vida- E, muito menos, com
base em preceitos ingênuos e iníquos. Veja-se êstc caso ocorrido em Novo Horizonte, São Paulo. J. M., de há mui
to empenhado na vingança contra o seu
Após considerações sobre a \astidão de nos.so território e as dificuldades de comunicação, continuava: "Entre
nós,
publicação no "Diário Oficial", ba.stan-
ramente municipais, desnecessária era a
lamento para os gêneros de primeira ne
do que a mesma fõsse feita cm qual
cessidade.
quer órgão do município.
avisou um policial, que se colocou nas imediações, a foi comprar uma caixa de fósforos no referido estabelecimcnt.-). De nada desconfiando, o negociante ]. H.
infringiu a tabela, sendo preso em fla grante e processado. ^ O juiz absolveu o comerciante sob o fundamento de que, embora houvesse um pequeno jornal em Novo Horizonte, a Comissão de Preços não publicara a
tabela, limitando-se a afixá-la na Pre feitura local e a distribuir cópia a cada
negociante, o que, a seu ver, não carac terizava a publicidade necessária a vi
gência dos textos legais. Não se conformando, J. M. apelou
para o Tribunal de Justiça do Estado, apesar do recurso ex officio. Os desembargadores paulistas confir maram a sentença absolutória.
De.sU
ciante teria prejuízo, em vez de
ull,mo rocur.,o, apoiou para o Tdbunal de Jostiça do Estado que, .uais cm ãl com a realidade ri-, b 1
sorte' dos n JL
guir ou adotar praxe diferente das outras e colocar mais ou menos caixas
minal estava fadada a não ter
prosseguimento.
- " porém, as explicaÇOO^ pois A.valeram, C. foi o!,ndo„;.do o ?o. o
pois que não devera ser tabelado o maço de fósforos e sim a unidade, ^
foros poderia, em dado momento, se
crime contra a economia popu lar. Mas, também a ação cri
da boi,.da do valor da garrafa.
sentença, declarando:
caixa de fósforos, a não ser que espe
Como, entretanto, Floriano, em vez
de qualquer maneira, seria for çado a reembolsar o fabricante
Mas, não se limitou a i.sso o pronun ciamento do Tribunal de Justiça. Pas.sou a criticar o próprio tabclamento, apontando-lhe as imperfeições; "Ademais, o tabclamento c, sem dúvida, defeituoso,
cificasse o número de caixas de cada, pois uma determinada fábrica de fí'^'
dou-se, depois de indenizado pelo pro-
ate que ela los.sc devolvida. Se
Jucro, com a transação, já que,
Preços acabara de elaborar novo tabc-
ria a questão, não se defendeu e mu
de usar o imóvel, o vendesse a um ter ceiro, foi processado, juntamen te com a filha, pela prática de
a g.irrafa, o qual ficaria em depósito
oficial, isto é, no "Diário Oficial". Ou
tabclamento de natureza e interêsse pu
do que sua filha iria contrair casamento o precisaria do prédio para residir. Tal açao não chegou a termo, porque o inquilino, José S., certo de que perde prietiirio.
assmi não proecdcs.se, o comer
tro veículo, que não a imprensa, .somen te quando esta não existisse". Logo depois, porém, afirmava que, sendo o
contra o inquilino, sob o fundamento
cobrou um preço equivalente ao valor
que somos da ora da imprensa, a publi cação é a inserção do ato na imprensa
fornecedor, dono de mercearia, sofreu o "estalo" de Vieira: a Comissão Local de
Munindo-se de uma cópia,
da majoração: o comprador, eomodislu,
de de Sao Paulo, do qual fez doação à sua filha menor, Elda. Pouco tempo depois, moveu uma ação de despejo
!.
suas mãos, do
dinheiro, do vasilhame, de ^^^^"dcdores são obrigaforma contos
de f,que '"'^gnoses. Ora,aconteceu há indíciosnoclaros toi isso que caso A aparente majoração do preço pode corresponder ao valor das garrafas vazias."
•
obrigado a usar o imóvel se a retoma da fòsse resultante de uma sentença
judicial. Ora, dizia o advogado, tal sen ' tença não chegou a ser proferida. José S. convenceu-se de que nada teria a
entrtuar"' '^°"'=<=<=''oras não entregam, em rogra. as de suasbebidas mercadovaTor "°
Isso porque o
senhorio impetrou "habeas corpus", sob a alegação de que só estaria
A lei prevê sanções contra o se
ganhar com a lide. Os motivos impe
riosos alegados na inicial forçosamente iriam fazer pender para o lado de seu adversário a balança da Justiça.
Por
isso, chegou a uma composição amigá vel, embolsou CrS 2.500,00 e renunciou
aos seus direitos de locatimo.
Alegou,
ainda, o impetrante, que a lei exige do proprietário a ocupação do prédio dentro de um ano, a contar da senten
ça de despejo, o que era de todo im possível, no caso, por inexistir tal sen
Como se vê, --faltou
nhorio que, após despejar o inquilino
aos elaboradores do tabclamento pivot
so a alegação de que precisa da casa para uso próprio, toma a alugá-la ou não a ocupa durante mais de um ano.
Apreciando o pedido, o Tribunal de Justiça de São Paulo resolveu concb-
Nem sempre, porém, que isso acontece, o infrator paga multa ou vai para a
existir infração criminalmente punível.
cadeia.
perfeito, pois a lei, realmente, só cogita da retomada decorrente de despejo. No
em cada maço".
da ação, não apenas rigor técnico, mas até bom-senso, pois essa última obje ção dos desembargadores é de força ir resistível. Demonstra que, com a le viana redação atual, a tabela facilita toda sorte de ludibries.
Floriano L. tinha um imóvel na cida-
tença.
der o "habeas corpus", afirmando não
Do ponto de vista jurídico, o aresto é
i
m
Dicií-sto
160
Econômico
Dicksto EconóxÍico 161
ordinárias^^c, nas hipóteses extraordiná
constava o seguinte:
rias, as infrações seriam puramente ma
admitir que o tabclamciito funcionará, cm cada município, como parto inte grante e seqüência imediata da lei <|u'-'
lar, cm virtude de haver cobrado ao
importância superior à permitida pela
sórias à publicação da sentença na int-
o protege e o reveste de sanção penal. E, como parte integrante e .scqiiência
cou o ad\ügado do acusado o moti\o
teriais e punidas com penas curtas de prisão (dois anos no máximo) e multas moderadas, reduzindo-se as penas aces
"Tem-se cpie
3. Hcccntcmente, A. C. foi conde
nado por criiiK- contra a economia popu
adquirente de uma garrafa .de cer\'cja tabela de preços, então \ igento. Expli
prensa. A lei brasileira prevê para os
imediata da lei, sòmcntc poderá obrigar
crimes comuns esta sanção interditiva.
da mesma forma como a lei se tornou
Os juizes hesitam, mas o legislador não
obrigatória, ou seja, nunca antes, mas sempre depois ou na data de sna publi
não quisera consumir a cerveja no pró prio estabelecimento. Levara-a para
cação oficial".
casa. Como era natural, o eomereiantc
procura as razões de tantas dúvidas, inquéritos, perícias preliminares pelas quais se evadem escrúpulos de justiça e, mormente, de equidade. 2. A pena não pode remediar .1 carestia da vida- E, muito menos, com
base em preceitos ingênuos e iníquos. Veja-se êstc caso ocorrido em Novo Horizonte, São Paulo. J. M., de há mui
to empenhado na vingança contra o seu
Após considerações sobre a \astidão de nos.so território e as dificuldades de comunicação, continuava: "Entre
nós,
publicação no "Diário Oficial", ba.stan-
ramente municipais, desnecessária era a
lamento para os gêneros de primeira ne
do que a mesma fõsse feita cm qual
cessidade.
quer órgão do município.
avisou um policial, que se colocou nas imediações, a foi comprar uma caixa de fósforos no referido estabelecimcnt.-). De nada desconfiando, o negociante ]. H.
infringiu a tabela, sendo preso em fla grante e processado. ^ O juiz absolveu o comerciante sob o fundamento de que, embora houvesse um pequeno jornal em Novo Horizonte, a Comissão de Preços não publicara a
tabela, limitando-se a afixá-la na Pre feitura local e a distribuir cópia a cada
negociante, o que, a seu ver, não carac terizava a publicidade necessária a vi
gência dos textos legais. Não se conformando, J. M. apelou
para o Tribunal de Justiça do Estado, apesar do recurso ex officio. Os desembargadores paulistas confir maram a sentença absolutória.
De.sU
ciante teria prejuízo, em vez de
ull,mo rocur.,o, apoiou para o Tdbunal de Jostiça do Estado que, .uais cm ãl com a realidade ri-, b 1
sorte' dos n JL
guir ou adotar praxe diferente das outras e colocar mais ou menos caixas
minal estava fadada a não ter
prosseguimento.
- " porém, as explicaÇOO^ pois A.valeram, C. foi o!,ndo„;.do o ?o. o
pois que não devera ser tabelado o maço de fósforos e sim a unidade, ^
foros poderia, em dado momento, se
crime contra a economia popu lar. Mas, também a ação cri
da boi,.da do valor da garrafa.
sentença, declarando:
caixa de fósforos, a não ser que espe
Como, entretanto, Floriano, em vez
de qualquer maneira, seria for çado a reembolsar o fabricante
Mas, não se limitou a i.sso o pronun ciamento do Tribunal de Justiça. Pas.sou a criticar o próprio tabclamento, apontando-lhe as imperfeições; "Ademais, o tabclamento c, sem dúvida, defeituoso,
cificasse o número de caixas de cada, pois uma determinada fábrica de fí'^'
dou-se, depois de indenizado pelo pro-
ate que ela los.sc devolvida. Se
Jucro, com a transação, já que,
Preços acabara de elaborar novo tabc-
ria a questão, não se defendeu e mu
de usar o imóvel, o vendesse a um ter ceiro, foi processado, juntamen te com a filha, pela prática de
a g.irrafa, o qual ficaria em depósito
oficial, isto é, no "Diário Oficial". Ou
tabclamento de natureza e interêsse pu
do que sua filha iria contrair casamento o precisaria do prédio para residir. Tal açao não chegou a termo, porque o inquilino, José S., certo de que perde prietiirio.
assmi não proecdcs.se, o comer
tro veículo, que não a imprensa, .somen te quando esta não existisse". Logo depois, porém, afirmava que, sendo o
contra o inquilino, sob o fundamento
cobrou um preço equivalente ao valor
que somos da ora da imprensa, a publi cação é a inserção do ato na imprensa
fornecedor, dono de mercearia, sofreu o "estalo" de Vieira: a Comissão Local de
Munindo-se de uma cópia,
da majoração: o comprador, eomodislu,
de de Sao Paulo, do qual fez doação à sua filha menor, Elda. Pouco tempo depois, moveu uma ação de despejo
!.
suas mãos, do
dinheiro, do vasilhame, de ^^^^"dcdores são obrigaforma contos
de f,que '"'^gnoses. Ora,aconteceu há indíciosnoclaros toi isso que caso A aparente majoração do preço pode corresponder ao valor das garrafas vazias."
•
obrigado a usar o imóvel se a retoma da fòsse resultante de uma sentença
judicial. Ora, dizia o advogado, tal sen ' tença não chegou a ser proferida. José S. convenceu-se de que nada teria a
entrtuar"' '^°"'=<=<=''oras não entregam, em rogra. as de suasbebidas mercadovaTor "°
Isso porque o
senhorio impetrou "habeas corpus", sob a alegação de que só estaria
A lei prevê sanções contra o se
ganhar com a lide. Os motivos impe
riosos alegados na inicial forçosamente iriam fazer pender para o lado de seu adversário a balança da Justiça.
Por
isso, chegou a uma composição amigá vel, embolsou CrS 2.500,00 e renunciou
aos seus direitos de locatimo.
Alegou,
ainda, o impetrante, que a lei exige do proprietário a ocupação do prédio dentro de um ano, a contar da senten
ça de despejo, o que era de todo im possível, no caso, por inexistir tal sen
Como se vê, --faltou
nhorio que, após despejar o inquilino
aos elaboradores do tabclamento pivot
so a alegação de que precisa da casa para uso próprio, toma a alugá-la ou não a ocupa durante mais de um ano.
Apreciando o pedido, o Tribunal de Justiça de São Paulo resolveu concb-
Nem sempre, porém, que isso acontece, o infrator paga multa ou vai para a
existir infração criminalmente punível.
cadeia.
perfeito, pois a lei, realmente, só cogita da retomada decorrente de despejo. No
em cada maço".
da ação, não apenas rigor técnico, mas até bom-senso, pois essa última obje ção dos desembargadores é de força ir resistível. Demonstra que, com a le viana redação atual, a tabela facilita toda sorte de ludibries.
Floriano L. tinha um imóvel na cida-
tença.
der o "habeas corpus", afirmando não
Do ponto de vista jurídico, o aresto é
i
*-J;'
Ecoxó>„c„
163
Digesto Econ'<^>íico
162
pio, o recente debate no Supremo (RE
entanto, os aspectos moral e social não favorecem ao \átoríoso: não houve, na
verdade, sentença de despejo. Mas foi ela o espantalho com que Floriano ame drontou seu inquilino. A doação feita à filha noiva, e prontamente revogada, e a generosidade de indenizar àquele que fatalmente seria vencido no pleito, foram ardis excepcionalmente hábeis,
porém, de má fé transparente. Prova velmente, o comprador do prédio esti pulara que o negócio só se realizaria se o mesmo estivesse desocupado. O re sultado foi o que se viu.
Êsses fatos revekm que o magistrado francês tem tôda razão nas advertên
cias a que nos referimos. 5. São, ainda, desconhecidas, entre
nós, as Câmaras Correcionais Econômi
cas, que bem poderiam ser adaptadas à nossa organização judiciária. Expurga
das, por força mesmo do art. 141, § 26, da Constituição, do odioso caráter de
jurisdição especial, que assumiram na Europa, aquelas Câmaras desempenha
fez no chamado "jurinho de Imprensa', o recrutamento do Tribunal de Júri.
Entre as infrações da competência das
que "cambio negro não con.stitui infra
França, figuram as de regras dc publi
ção particular, sendo o nome que se atribui a ccrta.s infrações à legislação
cidade do preços, de aba.steciincnto e o "câmbio negro".
O prof. Huguenetj notou a respeito: "Mercado negro — alguns dizem, pudicamentc, mercado paralelo — e
expressão que tom obtido extraordi nária fortuna. Tomada de emprésti
mo à linguagem popular, na qual designa tôda transação clandestina feita com violação da regulamenta
ção econômica, ela foi, ao que pa rece, promovida a dignidade dc têrmo jurídico pela lei de 15 de mar
ço dc 1945, que sc intitula, precisa mente, lei repressora do mercado ne
gro" (RÉVUE INTERNATIONALE DE DROIT PÉNAL, Paris, 1947,
mo, disse Tobias Barreto, a língua não
tem leis, tem história. Macfiado de Assis
pureza e da força da expressão demo
satirizou o falso pudor dos legislado
crática dos veredictos.
res. diante do termo "capoeira , ^
As Câmaras Correcionais Econômicas
foram criadas a 14 de maio de 1946, na
França, para processar e julgar as in frações da legislação econômica, caben do ao presidente da Côrte de Apelação instituir, em cada Tribunal, uma ou
mais daquelas Câmaras, constituídas por iim membro efetivo da Côrte, como
presidente, e dois assessores. O pri
tancias agruN-antes, ligadas à qualidade uo produtor ou comerciante do sujeito Jtivo, à importância e à reiteração dos
Jatos de modo a induzir a atividade profissional" ao meio fraudulento.
urifica-sc. assim, que é possível sa is azer aos mais anômalos cscnipulos an i-analógícos, redigindo a lei com cui'U os, infelizmente esquecidos, quando SC cogita dos direitos e garantias indi viduais.
adotado no Código de 90.
°a-
técnica jurídica se afasta ^ gcm comum, perde a
^
delidade, a precisão.
^
Hiígítcjjçy pretende a abolição das Econômicas sob o P ex o de que os jurados não podem,
querem, cumprir a nova missão.
poderia ser\ir de modêlo, tanto na orga bretudo, nas prerrogativas, a bem da
econômica". Na França, foram elas cnraetcrizadas por determinadas circuns
n. 1, p. 32).
nização e no funcionamento, como, so
mes contra a economia popular. O júri
É certo, como assinalou Hugiieuct/,
Câmaras Correcionais Econômicas, na
Não liá que estranhar a origem da expressão, como qualquer outra, elabo rada pelo gênio do povo. Por isso mes
riam grande papel na repressão dos cri
VISTA BRASILEIRA DE CRIMINOLOCIA, n. .5. p. 133).
'
,,
Entre nós, surgiria o probl^iTia g e não põlítico ou jurídico, da ap ícaça analógica, porém, hipòcritamente, ^is a legislação brasileira está rep e a a fórmulas que Roberto c lamou
meiro é designado pelo presidente da "maravilha curativa" e, o que é pior, em sacrifício dos direitos e garantias Côrte e os demais são por este escolhi dos de uma lista de jurados. O crité -fundamentais do homem e do cidadão. rio do sorteio, nos dois casos, seria Aliás, a proibição da analogia, entre melhor, aproveitando-se, tal como se nós, é muito relativa. Veja-se, por exem-
r.r^^i
crítica depreende-se que o
de recrutamento c res-
Ponvibilidade dos jurados.
consideradas um aborrecimento puro u simples. Funcionar como juiz cri
minal c, ainda hoje, estimado por alguns como uma honra, pela im pressão de que participam da majes tade da Justiça, cercando-se de res peito c dc solenidade, assentando-se ao lado de magistrados de vestes talares vermelhas. N<àda de parecido encíontram os jurados na Câmara Econômica, figurando sem glória numa sala de audiências banal que o público, mesmo no inverno, não
freqüenta" (RÉVUE, cit., pg. 38). Hugaency trai o verdadeiro motivo de sua repugnância nesta passagem:
"Para resolver o problema e-xiste so lução radical: suprimir as infrações econômicas que, pelo menos em muitos casos, não surgem, na cons
ciência pública, como atos reprová veis" (p. 43).
Veja-se a que conseqüências está con duzindo a aplicação dos remédios me ramente sintomáticos da lei penal diante
As funções do jurado economico são
de problemas econômicos inacessíveis a instrumentos capacitados para operações "de bélico fora dágua" (Sa Pereira).
*-J;'
Ecoxó>„c„
163
Digesto Econ'<^>íico
162
pio, o recente debate no Supremo (RE
entanto, os aspectos moral e social não favorecem ao \átoríoso: não houve, na
verdade, sentença de despejo. Mas foi ela o espantalho com que Floriano ame drontou seu inquilino. A doação feita à filha noiva, e prontamente revogada, e a generosidade de indenizar àquele que fatalmente seria vencido no pleito, foram ardis excepcionalmente hábeis,
porém, de má fé transparente. Prova velmente, o comprador do prédio esti pulara que o negócio só se realizaria se o mesmo estivesse desocupado. O re sultado foi o que se viu.
Êsses fatos revekm que o magistrado francês tem tôda razão nas advertên
cias a que nos referimos. 5. São, ainda, desconhecidas, entre
nós, as Câmaras Correcionais Econômi
cas, que bem poderiam ser adaptadas à nossa organização judiciária. Expurga
das, por força mesmo do art. 141, § 26, da Constituição, do odioso caráter de
jurisdição especial, que assumiram na Europa, aquelas Câmaras desempenha
fez no chamado "jurinho de Imprensa', o recrutamento do Tribunal de Júri.
Entre as infrações da competência das
que "cambio negro não con.stitui infra
França, figuram as de regras dc publi
ção particular, sendo o nome que se atribui a ccrta.s infrações à legislação
cidade do preços, de aba.steciincnto e o "câmbio negro".
O prof. Huguenetj notou a respeito: "Mercado negro — alguns dizem, pudicamentc, mercado paralelo — e
expressão que tom obtido extraordi nária fortuna. Tomada de emprésti
mo à linguagem popular, na qual designa tôda transação clandestina feita com violação da regulamenta
ção econômica, ela foi, ao que pa rece, promovida a dignidade dc têrmo jurídico pela lei de 15 de mar
ço dc 1945, que sc intitula, precisa mente, lei repressora do mercado ne
gro" (RÉVUE INTERNATIONALE DE DROIT PÉNAL, Paris, 1947,
mo, disse Tobias Barreto, a língua não
tem leis, tem história. Macfiado de Assis
pureza e da força da expressão demo
satirizou o falso pudor dos legislado
crática dos veredictos.
res. diante do termo "capoeira , ^
As Câmaras Correcionais Econômicas
foram criadas a 14 de maio de 1946, na
França, para processar e julgar as in frações da legislação econômica, caben do ao presidente da Côrte de Apelação instituir, em cada Tribunal, uma ou
mais daquelas Câmaras, constituídas por iim membro efetivo da Côrte, como
presidente, e dois assessores. O pri
tancias agruN-antes, ligadas à qualidade uo produtor ou comerciante do sujeito Jtivo, à importância e à reiteração dos
Jatos de modo a induzir a atividade profissional" ao meio fraudulento.
urifica-sc. assim, que é possível sa is azer aos mais anômalos cscnipulos an i-analógícos, redigindo a lei com cui'U os, infelizmente esquecidos, quando SC cogita dos direitos e garantias indi viduais.
adotado no Código de 90.
°a-
técnica jurídica se afasta ^ gcm comum, perde a
^
delidade, a precisão.
^
Hiígítcjjçy pretende a abolição das Econômicas sob o P ex o de que os jurados não podem,
querem, cumprir a nova missão.
poderia ser\ir de modêlo, tanto na orga bretudo, nas prerrogativas, a bem da
econômica". Na França, foram elas cnraetcrizadas por determinadas circuns
n. 1, p. 32).
nização e no funcionamento, como, so
mes contra a economia popular. O júri
É certo, como assinalou Hugiieuct/,
Câmaras Correcionais Econômicas, na
Não liá que estranhar a origem da expressão, como qualquer outra, elabo rada pelo gênio do povo. Por isso mes
riam grande papel na repressão dos cri
VISTA BRASILEIRA DE CRIMINOLOCIA, n. .5. p. 133).
'
,,
Entre nós, surgiria o probl^iTia g e não põlítico ou jurídico, da ap ícaça analógica, porém, hipòcritamente, ^is a legislação brasileira está rep e a a fórmulas que Roberto c lamou
meiro é designado pelo presidente da "maravilha curativa" e, o que é pior, em sacrifício dos direitos e garantias Côrte e os demais são por este escolhi dos de uma lista de jurados. O crité -fundamentais do homem e do cidadão. rio do sorteio, nos dois casos, seria Aliás, a proibição da analogia, entre melhor, aproveitando-se, tal como se nós, é muito relativa. Veja-se, por exem-
r.r^^i
crítica depreende-se que o
de recrutamento c res-
Ponvibilidade dos jurados.
consideradas um aborrecimento puro u simples. Funcionar como juiz cri
minal c, ainda hoje, estimado por alguns como uma honra, pela im pressão de que participam da majes tade da Justiça, cercando-se de res peito c dc solenidade, assentando-se ao lado de magistrados de vestes talares vermelhas. N<àda de parecido encíontram os jurados na Câmara Econômica, figurando sem glória numa sala de audiências banal que o público, mesmo no inverno, não
freqüenta" (RÉVUE, cit., pg. 38). Hugaency trai o verdadeiro motivo de sua repugnância nesta passagem:
"Para resolver o problema e-xiste so lução radical: suprimir as infrações econômicas que, pelo menos em muitos casos, não surgem, na cons
ciência pública, como atos reprová veis" (p. 43).
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toque na chave, a
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ní^el da carrosaeria. suportando 900 quilos de carga. Pode ser paralisada em qualquer altura.
DE
HUNIZ
cit Lm/,' -,4 f
-OS ^ «HÍU
tio Piüio ■ «y* inimw BuBctUBO. eoi
.
que o motor do veículo engripe. 4 - Fechos de segurança mantém a Plataforma ligada ao corpo quan*
do em posição levantada.
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HUNIZ
cit Lm/,' -,4 f
-OS ^ «HÍU
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INDUSTRIAS "CAMA PATENTE - L. LISGIO" S/A A MAIOR FABRICA DE CAMAS DA AMÉRICA DO SUL
CANA-PATENTE LEGÍTIMA, SO COM ESTA FAIXA AZULviV^
Banco Mercantil de Sao Paulo S. A. Endereço Telegráfico; "MEHCAPAULO"
CAPITAL CrS 60.000.000,00 _ RESERVAS CrS 57.500.000,00 OPERAÇoES BANCÁRIAS EM GERAL
Correspondentes nas principais praças do país e do exterior Depósitos a prazo fixo e de prévio aviso Depósitos em Contas Correntes de movimento. Cofres particulares de aluguel na CASA FORTE. s PAuior
PRPn T i^HEDlo FILIAIS:
MATRIZ:
Caixa Postal 4077 — Telefone 6-6331
Recife — Rio de Janeiro Belo Horizonte — Baia
SÃO PAULO
Caixa Postal "VASP" 45
Porto Alegre e Maceió
Rua Rodolfo Miranda, 97
— SAO PAULO GASTÃO VIDIGAL"
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Edifício "Banco Mercantil de
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Avenida Rio Branco, 81 Caixa Postal 1579 Telefone 43-7772
São Paulo"
Telefones; 2580, 3781 e 3792 Parafusos em geral — Porcas — Rebites
CURITIBA
Pregos — Arruelas — Eixos para Trans
Rua Dr. Muricy, 653
missão — Arames — Pás — Carrinhos pa
Caixa Postal 443 Telefones 4064 e 4427
ra aterro — Brocas — Limas — Lixas —
Serras para metais e madeiras — Válvu las — Gachetas e papelões de amianto
SANTOS
Rua 15 de Novembro, 132 Caixa Postal 570 Telefone 2-7271
AGÊNCIAS
— Ferragens e Ferramentas em geral
Janeiro: Castelo, São Cristóvão. São- Paulo:
Arouche, Belem, Bom Retiro, Brás, Mercado, Moóca, Penha, Pi-
nneiros, Santana, Santo Amaro, Vila Prudente, 24 de Maio e
Oícctííêa (^ciMjuccL RUA FLORENCIO DE ABREU, 334 e 338 TELEFONE; 3-4108 (Rede Interna) CAIXA POSTAL, 5166
End. Telegráfico: "PREGOPAR" São
Paulo
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guas da Pr^a, Americana, Apucarana, Arapongas, Araras, Atira, Cantos do Jordão, Capivari, Chavantes, Cornéiio Procópio, oaia, Barin, Bauru, Bernardino de Campos, Borborema, Camba
Oarça, Guararapes, Guaratinguetá, Guaxupé, Ibitinga, Indaiatuba, Itajobi, Itapeva, Ilu, Leme, Limeira, Lins, Londrina, Lorena, Manha, Maringá, Mirassol, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Novo
Horizonte, Olímpia, Ourinhos, Palmital, Pindamonhangaba, Piracicaba, Pirajuí, Piratininga, Porto Feliz, Quintana, Ribeirão Pre to, Rio Claro, Salto, Santa Bárbara D'Oeste, Santa Cruz do Rio Pard_o, Santo André, São Caetano do Sul, São João da Boa Vista Sertaozinho, Sorocaba, Vera Cruz.
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Filial: Rua General Câmara, 168 - Sob. — Telefone: 27136 Caixa Postal, 899 — SANTOS
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Caixa Postal, 120 — Endereço Telegrafico: "RAUJOCOSTA"
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RUA BRIGADEIRO TOBIAS N." 503
6 1 B
SÃO PAULO — (BRASIL)
Telef.: 6-6056 ■— 6-6057 — 6-6058 — 6-6059 e 6-6060 SXO
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BALANCETE EM 31 DE OUTUBRO DE 1950
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(Compreendendo Malriz, Filiais e Agências)
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CONTAS DE COMPENSAÇÃO
2.660.418.688,90
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Códigos: Rorges, Ribeiro, Lieber e Mascote l.a e 2.a Ed. SAG PAULO
1.854.631.605,40 849.848.950.30 267.449.024.80 5.969.915.288.40
PASSIVO — RESUMO
CAPITAL E RESERVAS DEPÓSITOS AGÊNCIAS E CORRESPONDENTES OUTRAS CONTAS
151.000.000.00 2.105.036.345.20 910.965.724.10 142.494.530,20
CONTAS DE COMPENSAÇÃO
2.660.418.688,90
SOMA
5.969.915.288,40 DIRETORIA
a)' José Bernardino Alves Júnior, Presidente — Miguel Maurício da Rocha, Diretor —■ Nelson Soares de Faria, Diretor — Aloysio de Andrade Faria, Di retor — José Heilbuth Gonçalves, Diretor. Gustavo Prado Filho, Contador Geral — C.R.C. - 1.311
CÓDIGOS
MATRIZ:
Bentley's, A. B. C. Sth.,
Rio de Janeiio FILIAIS:
>ao
«amtoi
Acme, Mascote 1.^ e 2.\
GEOTECHiCA blDA.
fl U Horlc«<íi
Ribeiro/ Borges e
Sanios
Belo Horizonte
1
Particulares.
ENGENHEIROS CONSULTORES
Estudos e Investigações Completas do Subsolo.
Relatórios, Projétos e Supervisão Rua Miguel Carlos^ 67 SÃO PAULO
* ¥
BRASIL
INVESTIGAÇÃO DE JAZIDAS ESTUDOS E PROJETOS DE FUNDAÇÃO DE EDIFÍCIOS
End. Telegr.: "Betha" - Tel.:' 4-5181 (Rêde Interna) - Cx. P., 3281
^ V
CEREAIS ~ MADEIRAS — SEGUROS
IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES
PONTES E DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS SONDAGENS EM ROCHA COM BRQCAS DE DIAMANTE
V DRENAGEM E ABAIXAMENTO DO LENÇOL .D'AGUA
^
■i
REFORÇO DE FUNDAÇÕES Endereço Telegráfico: SONDAGEM
Ernesto de Castro & Cia. Ltda.
ií-
RUA BÔA VISTA, 16
RIO DE JANEIRO
Telefones: 2-2383 — 20776
Rua Santa Luzia n.® 799 — 14.° andar
Telefones: 22-2889 — 32-9414
SAO PAULO
V
Tubos de Ferro Galvanizado e de Cobre para instalação
SAO
PAULO
Rua Libero Badaró n.° 152 — 10.® andar
de água — Ferragens — Aparelhos sanitários —
Telefones: 6-2186 — 6-5027
Impermeabilizante marca "PADLO"
1
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Alves Azevedo S/A
IMETROPOIITA^-IICKERS
COMERCIO E INDÚSTRIA
KLECTIHCAL EXPORT CO. LTD.
EQUIPAMENTOS PARA: — Tração Elétrica — Geração,
Manteiga Viaduto — Agua Prata. — Molhados
Transformação, Retificação e Distribuição de Força
Pro-
pulsao Marítima e Aérea — Indústrias — Minas — Hospitais — Laboratórios.
Finos por atacado
I
FÁBRICAS ESPECIALIZADAS NA INGLATERRA •*
*
SÃO PAULO
E ESCÓCIA
*
ESCRITÓRIOS NO BRASIL:
— SANTOS
. RIO DE JANEIRO R. Debret, 23, s. 413/15, C. Postal, 3164 — Tel. 42-9896 T u r. , , 152, 15.° a.,, PAULO R. Libero Badaro, C. Postal 3005 — Tel. 3-6077 ESTABELECIMENTOS
CORRESPONDENTES NOS ESTADOS:
^fiéodore ÇBlocfi DE TECIDOS S. R
RECIFE
Ayres, Son & Cia. Ltda. — R. D. Maria César, 31 a 41
CASA FUNDADA EM 1878 CASIMIRAS
D
O
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L
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BELO HORIZONTE '-T
Dr. Gerson Sabino — Av. Afonso Pena, 867, s. 811
N CURITIBA
BRINS DE LINHO
. S. Castro & Cia. Ltda. — Caixa Postai, 84
PICCADILLY
PORTO ALEGRE
TROPICAIS
^
^
Basto, Carvalho & Cia. — Caixa Postal, 179
T E X L A V A
ESCRITÓRIOS: Rio de Janeiro —Rua Buenos Aires, 150 — 3.o Belo Horizonte — Rua Caétes, 386 — 4.o Andar
São Paulo
Rua Libero Badaró, 683 — Fones: 2-4148 e 2-4149
Endereço Telegráfico: BLOCH — Caixa Postal, 462
Orçamentos e recepção de encomendas para importação de m.I
material padronizado pronto para embarque ou a ser fabricado sob especificação.
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IMPORTAÇÃO E CONSIGNAÇÕES
MOLHADOS POR ATACADO
Companhia Siderúrgica Belga Mineira USINAS EM
SIDERURGIA E MONLEVADE (Minas-Gerais)
S. L IMPORTUDORA ANDRADE REBELLO CASA FUNDADA EM 1908
Programa de venda: ARMAZÉNS:
ESCRITÓRIO
Rua Paula Souza, 234 — Cx.
Postal, 423 — End. Teleg.: "RIOTAVORA" — FONES: 4-1357 - 4-2109 — S. PAULO
FERRO REDONDO EM BARRAS E VERGALHÕES Av. Presidente
Wilson, 3659 FERRO QUADRADO,
Telefone, 3-0299 - Desvio An
FERRO CHATO.
drade — Ypiranga - E.F.S.J.
FERRO PARA FERRADURAS, CANTONEIRAS,
ARAME PARA PREGOS,
AÇOS COMUNS E ESPECIAIS,
*
ARAME GALVANIZADO, REDONDO E OVAL,
PRIMAVERA
*
ARAME PRETO RECOSIDO,
V ER Ã O
ARAME FARPADO E GRAMPOS PARA CERCA,
* O U T O N O ARAME COBREADO PARA MOLAS,
»
INVERNO
TUBOS PRETOS E GALVANIZADOS.
PARA TODAS AS ESTAÇÕES E PARA TODAS AS OCASIÕES PREFIRAM SEMPRE OS TECIDOS DAS AFAMADAS
CASAS PEKISANBUCAISAS Filiais em todo o Brasil
Agência em São Paulo:
RUA BOA VISTA, 136 — 6.° And. — Tel.: 3-2151
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SÃO PAULO
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T
STRANO S, A. Comercial e
Importadora
Cia. União dos Refinadoras —
Açúcar e Café
—
FUNDADA EM 1910 — CAPITAL: CrS 50.000.000,00 RUA BORGES DE FIGUEIREDO n.o 237
Ferros em Gerol CHAPAS - TUBOS - ARA
MES - AÇOS - EIXOS - VI
CAIXA POSTAL, n.o 695 SÃO PAULO
GAS "U" e "T" Distribuidores da:
CIA. SID. NACIONAL (VOLTA CIA.
SIDERÚRGICA
R. Cap. Fausiino Lima* 292
REDONDA)
BELGO-MINEIRA
End- Telegr.: STRAFER
Telefones: 2-8731 • 2-9892
SÃO PAULO
Produtos em geral dos Estados de:— Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas — Queijos, Manteiga e Vinhos — Conservas em-geral
Refinaria de Açúcar Torrefação e Moagem de Café
Depositária das melhores marcas de:^— Salames, Presuntos, Copas, Toucinho e Banha do Rio Grande do Sul.
CASA BERTUCCI LTDA ATACADISTA — IMPORTADORA
DIRETORIA
José Ferraz de Camargo Mário d'Almeida
íris Miguel Rotundo
R. PAULA SOUZA, 404 — FONE: 4-3184 — Cx. POSTAL, 1738 Endereço Telegráfico: VIBER SAO PAULO
Armando Pereira Viariz Hanns Mati
José Antônio Rosas
-
T
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EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
representações NACIONAI S
CABOTAGEM
estrangeiras
2 mandamentos para
\fWtr
com saúde:
DEICMAR REUNIDAS
^BEBER AGUA CRISTALINA £ PURA!
COMISSÁRIA DE DESPACHOS LTDA.
End. Telegráfico: "DEICMARLI"
COMER FRUTAS E SALADAS DE VERDURAS CRUAS COM ABUNOANCIA! • Siga o exemplo de milhões de pessoas que em todo o mundo pro
SÃO PAULO BRASIL
SÃO
SANTOS
PAULO
Rua Florencio de Abreu, 157 6.® and. — apartamento, 605 ( 3-1401
tegem a saúde com os esterílisaRua Visconde Rio Branco, 2
dores SALUSI Os esterilisadoret SALUS estertilsam sclentilicamente a agua, írutas e verduras, sem
( 2-6212
Fones(
Fones( 3-1307
( 3-3799
( 2-8768
neutralisar-lhes a vitalidade, evi tando a transmissão do tilo e de outras moléstias perigosas. Ha um
producto SALUS para cada íim, filtros, velas, talhas, moringues e saladeiras. SALUSI é o sím bolo de pureza e saúde, de reco nhecida idoneidade scientífica.
Serrarias Almeicla Porto S/A MADEIRAS TELHADOS
ESQUiCDRXAS CAIXAS SOALHO
DE
TACOS
SEHRARIA JAGUARÉ — Pres. Altlno — Est. de São Paiüo
SERRARIA PARAGOAÇU — Paraguaçu Paulista — Est. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Rolandia — EsL do Paraná
serraria STA. GUILHERMINA — Araponga» — Eal. do Paraná
Escritório central Rua Mona. Andrade. 310
Caixa Poatal 792
SERRARIA ALIANÇA ^
SAO PAULO
Salus
interna)
ÚNICOS FABRICANTES E
Endereço telegiafico;
"MADEIRAl"
DISTRIBUIDORES
Antonio Nogueira & Cia. Ltda. DEPOSITARIA CASA SALUS - RUA XAVIER DE TOLEDO,60 - SÃO PAULO RUA DA QUITANDA, 24 - RIO DE JANEIRO '•
- .-•'a
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DEPÓSITOS
IMÓVEIS
Banco Hipotecário
Companhia Nacional de Tecidos Capital e Reservas Cr.$ 40.000 000,00
Lar Brasileiro S. A.
Diretor-Presldente DR. CAMILLO
ANSARAH
Dlretor-Secretário OSWALDO G. VENEZIANl
RUA ALVARES PENTEADO, 43 TELEFONE 33-5254
—
—
TELEFONE :2- 0510
R. Brlgadeixo Tobias. 700-722
REDE INTERNÁ
Caixa Postal, 192
SÃO PAULO
END. TELEGRÂFICO: PENADES
End.
Telegr.
"TECIDOS"
SAO PAULO
Banco Francês e Brasileiro S/A END. TELEGRÁFICO: CREDIONAIS
/CC. /LL ^./HEI^ICANA DE EEEEAEEOE LTEA.
*
SAO
PAULO
^ RIO DE JANEIRO
DESPACHOS NA ALFANDEGA DE SANTOS
_
COLIS-POSTAUX, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E
^
CABOTAGEM Filial; SANTOS
Malrlz: SAO PAULO 15 DE NOVEMBRO, 228, 8.0 «Bd. CAIXA POSTAL, 4637 TEL.: 3-3944 — 2-0734 Kad. T^; ANTHZRS1JL
^ SANTOS
RUA
ANTONIO TELLES, CAIXA POSTAL, 485 TELEFONE 8186 ZBd. Tol.: ANTHERSUL
tO
Correspondente do CREDIT.LYONNAIS
DEPÓSITOS
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CABOTAGEM Filial; SANTOS
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ANTONIO TELLES, CAIXA POSTAL, 485 TELEFONE 8186 ZBd. Tol.: ANTHERSUL
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Correspondente do CREDIT.LYONNAIS
lA^IFlCIO "F. KOWilRICK" S/A FUNDADO EM 1899
ciCOIjOMBIXA
CAPITAL CrS 60.000.000.00
FABRICA EM SÃO CAETANO DO SUL — EFSJ
Fiação de lã p>enieada — Tecelagem de casimlras finas
i
Produtos químicos, Farmacêuticos e Industriais — Ácidos
comerciais e para análise — Sais puros — Importação e Fabricação ESCRITÓRIO:
LANÇA PERFUME COLOMBINA
Rua Gel. Xavier de Toledo. 14 — 5.o andar — Fone. 4-1776
Cxa. Postal 66 — Teleg. BERKO — São Paulo
A MARCA PREDILETA FABRICA:
Rua Visconde de Taunay. 216 — Telefone 204
R. Silveira Martins N." 53 - 1." And. - Tels.: 2-1524 - 3-6934
Santo André — Est. de S. Paulo
Caixa Postal, 1469 — São Paulo
BANCO PAULISTA DO COMÉRCIO S. A.
CAOLINS
Capital e Reservas CrS 37.600.000,00 MATRIZ: Seda Própria à Rua Bôa Vista n.° 304 — S. PAULO Caixâ Postal, 160-A — End. Tel. Paulisbanco — Telef.t 2-3135
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Araraquara - Bauru - Brotas - Campinas - Curitiba - Jacarei - Jacarezinho - Lorena - Paranaguá - Pinhal - Ribeirão Bonito - Ri beirão Preto - Rio de Janeiro - Santos - São Carlos - São José dos
Campos - São José do Rio Preto - São Vicente - Serra Negra Taquaritinga - Vila Mariana (Urbana), Votuporanga TODAS AS OPERAÇÕES BANCARIAS
Depósito em C/G sem limite — C/C Limitadas — C/C Populares —
1
V
PAPEL
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CERÂMICA
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TINTAS EM Pó E PREPARADAS
^ BORRACHA E MATÉRIAS PLÁSTICAS
Prazo Fixo — Depósitos com Renda Mensal — Descontos — Caução — Câmbio — Cobranças — Procuratorio junto a Repartições do Rio, São Paulo e Curitiba — Administração de Valores Mobiliários — Administração Predial DIRETORIA:— Presidente: Joaquim Bento Alves de Lima — VicePresidente: Manoel de Barros Loureiro Filho — Superintendente: Antonio Francisco Fleury — Gerentes: Gennaro M. Rabello e Odilon de Camargo Viana
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SUL AMERICANA DE MINÉRIOS S/A SAQ PAULO
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Prédio Matarazzo
Telefone: 2-0081
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comerciais e para análise — Sais puros — Importação e Fabricação ESCRITÓRIO:
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ge Leão Ludolf — Antonio Augusto Monteiro de Barros Neto Balancete em 30 de Novembro de 1950, compreendendo as operações
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Realizável .... 387.650.565,60 Imobilizado ...
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Depósitos 360.252.668,00 Outras Resp. .. 62.486.914A0
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422.739.582,10 26.176.547,60
481.657.684,90 481.657.684,90
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802.778.867,4^
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São Paulo, 11 de Dezembro de 1950
RUA SÃO BENTO,45 - S.p ANDAR - SALAS 512-3-4 TELEFONES; 2-1421 E 2-7380 SÃO PAULO
Diretor Presidente - a) João Baptlsta Leopoldo Figueiredo Diretor Superintendente - a)Luiz de Moraes Barres
Gerente Geral - a) Raymundo Schnorrenberg Contador - a) João Fattori — C. R. 0. 1972
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Telefones: 4-8067 — 4-8068
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Escritório: Rua Paula Souza, 355 e 465 — Telefone: 4-1574
End. Tel.: "Primos" — Caixa Postal, 122 — Código Ribeiro SÁO
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Rua São Bento. 365 - l.o andar — São Paulo
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VINHO VIDEIRA GENUÍNO
fl GRQPICn Sfio JOS0
MARCA EXCLUSIVA DE
Tem
LOUREIRO, COSTA & CIA
fl PRGpgRêncm
dr
eoiTÔRii comeRCiRL ltoo. PRRR
fl
imPRGSSflO
DO
"DiGesTo econômico" LOJA DA CHINA
— SÃO PAULO RUfi GRLUfio Bueno n.° 230 Teiepone; 6-4812 = sno prulg
Peça ao seu Fornecedor
BANCO
RIO
DA
província
GRANDE
DO
DO
SUL, 8. A.
Mineração Geral do Brasil
Fundada em 1858
Ltda. —-
Séde em PORTO ALEGRE
Usina siderúrgica em Mogi das Cruzes
CAPITAL
:
Cr$ 75.000.000,00
RESERVAS
Ferro guza para fundição e acearias Ferro redondo em barras e vergalhões
Cr$ 86.659.816,00
Escritório em São Paulo: ★
★
★
RUA BARAO DE ITAPETININGA, 275 — 6.° ANDAR FONES: 2-0266 — 2-9516 — 3-5789
FILIAIS: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e nas prin cipais praças do Rio Grande do Sul AGÊNCIAS
Rio de Janeiro:
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 72
Metropolitana no Meier (Rio de Janeiro) e
FONES: 42-1772 — 42-2169
Endereço Telegráfico — MINERAL
Urbana no Brás, à Avenida Rangel Pestana, 2412
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IV.
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IV.
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O "Digcsto Econômico" representa, no Brasil, uma vitória da inteligência e da probidade intelectual sôbre maus hábitos, lamentàvclmente difundidos, de superficialidade científica, de negligência informativa e de subserviência a secundários desígnios. O critério eleito para seleção dos trabalhos que publica conserva a atenção dos leitores per
manentemente presa co escopo fundamental de seus reali
UTILISE-SE DOS SERVIÇOS DE
zadores, que está na difusão ordenada da cultura em assun tos dc economia, objetivo esse que vai sendo, pela coerên cia dos tmnas, atingido suavemente no curso constante das publicações, a modo, por assim dizer, de "sui gcneris" escola po.' correspondência. A desonestidade intelectual não co nhece guarida em suas páginas. Estas albergam noticiário
CONTAS PARTICULARES
sempre fundado, e veiculam, com propósito apenas de fiel divulgação, as tendências doutrinárias ou práticas dos que,
i PARA SUA CONVENIÊNCIA PESSOAL
sem facciosismo, merecem ser seus colaboradores. DO
J. C. Mendes de Almeida
rba
(Professor de Direito Judiciário Penal da
riRST NATiOWAL
Faculdade de Direito de São Paulo)
BANK./BOSTON. OPERAÇÕES BANCARIAS EM GERAL SAO PAULO Rua 3 de Dezembro
RIO DE JANEIRO Av.Rio Branco, 18
SANTOS
R. XV de Novembro, 72
Gráfica São José — Rua Galvio Bueno, 230 — Telefone 6-4B1Í — São Paulo
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SUMARIO Unilol — Divisa comum para a América Lalina — Richard Lewinshon
Alguns aspcclos do comércio oxlerlor do Brasil — Aldo B. Franco ... Plano OBiralóglco para o Brasil — Dorival Teixeira Vieira
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p..s,3.«° ferroviário JÍZ deRoberto renda brasileiro José Luiz de Almeida Nogueira i-u«tu Porto"!! Fundo — Pinto de — Sousa .. Jula, problema nacional — Moacyr Paixão
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Companhias de inveslimenlos — Orozimbo Òtávio Roxo Lourèirô"!!! Calógeras — Antonio Gontijo de Carvalho O papel dos geólogos — Glycon de Paiva e Avelino" de Oliveira
Guicciardini e os impostos progressivos — Aliomar Baleeiro Economia e humanismo — Arnóbio Graça :. Inualdade e isenções fiscais ~ Paulo Barbosa de Campos Filho
Filosofia e política do Padre Feljó — Miguel Reale . A intuição econômica de Eça de Queiroz — Djacir Menezes
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Autarquias — Pessoas de Direito Público e de Direito Privado frctur^ <OAhec«r,•em cempromUto* pfonei da ^fMd«ncfo CapIfefJio* (de« n0f jvo»
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PRUDEHCIA CÁPITALIZÁÇÁO «MUU - Cia* A»si<t
cs t .. M. — Rubens « Salário minuno familiar Maragliano
Almeida Magalhães 145 125 Dificuldades da transição na economia norte-americana — Geraldo Ò. "Bãnaskiwitz 155
O aspecto social e econômico do trabalho — Cândido Mota Filho .
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A habitabilldado dos trópicos — Pimentel Gomes
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B.eve história da pecuária sul-rlograndenso — Nelson Werneck Sodré Negociações e negócios — Otávio Tarquínio de Sousa
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A escrituração comercial e bancária do Padre Guilherme Pompéu deAimèidà"—
Afonso de Taunay 177
.» COMPANHIA NAC/UNAl PARA M/CífCCP A fCONOMM ♦
I N.o 74 — JANEIRO DE 1951 — ANO VII